Tema: Os Princípios Divinos em Tempo de Crise - A reconstrução de Jerusalém e o avivamento espiritual como exemplos para os nossos dias
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VEJA LIÇÕES BÍBLICAS - 4º Trimestre de 2014 - jovens e Adultos - CPAD - A INTEGRIDADE MORAL E ESPIRITUAL - O LEGADO DO LIVRO DE DANIEL PARA A IGREJA HOJE.
http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/videosebdnatv-4trim2014.htm (13 Vídeos sobre Daniel) Lição 1, Daniel ora por um despertamento - 05 de Julho de 2020Comentarista: Pastor Elienai Cabral - http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/estudos2.htm
Os críticos têm questionado há muito tempo as declarações ue Daniel 5 relacionadas ao reinado de Belsazar, devido à certeza de que Nabonido permaneceu vivo depois da queda da Babilônia em 539 a.C. Várias tábuas de argila da Babilônia revelaram que Belsazar dividiu o trono como co-regente (ou rei) junto com o seu pai. De Ur originou-se uma tábua que traz o registro de dois sonhos. O homem que estava encarregado da interpretação destes sonhos estava estudando as estrelas para oferecer uma interpretação favorável... “para meu senhor, Nabonido, rei da Babilônia, assim como para meu senhor Belsazar, o príncipe coroado” (ANET p. 309, n.5). Também existem dois documentos legais datados do décimo segundo e do décimo terceiro ano de Nabonido, que incluem juramentos pela vida de Nabonido, o rei, e de Belsazar, o príncipe coroado; um tipo único de juramento na literatura cuneiforme. Uma tábua da série conhecida como “Crônica Babilônica” declara que Nabonido (556/ 555-539 a.C.) permaneceu em Tema do sétimo ao décimo-primeiro ano de seu reinado, enquanto o príncipe coroado, seus oficiais, e seu exército estavam na Aeádia (isto é, na Babilônia), e que durante estes anos, o festival do ano novo não foi celebrado (ANET p. 306). O chamado “Conto de Nabonido” declara de forma queixosa que o rei, quando seu terceiro ano estava prestes a começar, “encarregou do acampamento o seu filho mais velho, o primogênito, colocando sob o seu comando as tropas de todos os lugares do país. Ele legou tudo a este seu filho, confiou-lhe o reino, e iniciou uma longa jornada”, invadindo a Arábia, tomando Tema (q.v.), reconstruindo a cidade, tomando-a a sua residência (ANET p.313). Uma inscrição de Harã registra que Nabonido ficou exilado durante dez anos. Não se conhece o motivo pelo qual ele escolheu viver em Tema por tanto tempo, mas pode ser conjeturado que ele precisava estar próximo a este importante posto fronteiriço para conter as tribos árabes que ameaçavam a sua lucrativa rota comercial de caravanas que passavam por Tema. Outra possibilidade é que favorecendo a Sin, o principal deus de Ur e de Harã, sua cidade natal, ele se encontrava em desacordo com a hierarquia e adoração formalizada a Marduk, o deus das cidades da Babilônia, e por esta razão teria se retirado. Assim sendo, o Livro de Daniel está de acordo com os fatos históricos ao retratar Belsazar como o rei atuante da Babilônia. Mais tarde Nabonido retomou à Babilônia, e estava presente quando o exército de Ciro atacou. Ele trouxe imagens de deuses de outras cidades para a Babilônia, talvez para proteção, mas estava em Opis na ocasião. Nabonido foi perseguido sem batalha nas proximidades de Sippar, porém consegui fugir. Depois de Ciro ter tomado a Babilônia, Nabonido retornou e foi preso, de acordo com a seção referente a Nabonido na Crônica Babilônica (ANET, p. 306).
Outras inscrições Babilônicas fornecem detalhes da administração de Belsazar e de seus presentes para os santuários da Babilônia e para os templos em Ereque e Sippar, até o décimo quarto ano do reinado de seu pai. Os registros das Escrituras, contudo, enfatizam seus banquetes blasfemos durante os quais ele usava vasos sagrados que haviam sido trazidos por Nabocodonosor para a Babilônia, depois da conquista de Jerusalém. Dicionário Bíblico Wycliffe - CPAD Daniel demonstrou ser profundo estudioso da Bíblia e ao ler sobre o cativeiro de Israel na Babilônia e seu término iminente, pôs-se a orar intercedendo para que DEUS confirmasse sua Palavra a este respeito.Daniel se lembrou do que está escrito em Isaías e em Ezequiel:E busquei dentre eles um homem que estivesse tapando o muro e estivesse na brecha perante mim por esta terra, para que eu não a destruísse; mas a ninguém achei. Ezequiel 22:30Ó Jerusalém, coloquei vigias sobre seus muros; eles vigiarão continuamente, dia e noite. Não descansem, vocês que oram ao Senhor! Não deem descanso ao Senhor até que ele complete sua obra, até que ele torne Jerusalém motivo de orgulho de toda a terra. Isaías 62:6,7.Daniel leu no Livro do profeta Jeremias, agora Daniel estava com quase 85 anos, pois foi levado cativo com 15 anos aproximadamente:no ano primeiro do seu reinado, eu, Daniel, entendi pelos livros que o número de anos, de que falou o Senhor ao profeta Jeremias, em que haviam de acabar as assolações de Jerusalém, era de setenta anos. Daniel 9:2O que Daniel leu?E toda esta terra virá a ser um deserto e um espanto, e estas nações servirão ao rei da Babilônia setenta anos. Acontecerá, porém, que, quando se cumprirem os setenta anos, visitarei o rei da Babilônia, e esta nação, diz o Senhor, castigando a sua iniquidade, e a da terra dos caldeus; farei deles um deserto perpétuo. Jeremias 25:11, 12Daniel fazendo os cálculos de quantos anos já estavam em cativeiro na Babilônia descobriu que já estava na hora de serem libertos. Daniel pôs-se então a orar. Ver maishttp://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/licao7-ime-4tr14-integridade-em-tempos-de-crise.htm
Setenta semanas estão determinadas sobre o teu povo e sobre a tua santa cidade, para extinguir a transgressão, e dar fim aos pecados, e expiar a iniquidade, e trazer a justiça eterna, e selar a visão e a profecia, e ungir o SANTO dos santos.
Sabe e entende: desde a saída da ordem para restaurar e para edificar Jerusalém, até ao Messias, o Príncipe, sete semanas e sessenta e duas semanas; as ruas e as tranqueiras se reedificarão, mas em tempos angustiosos.
E, depois das sessenta e duas semanas, será tirado o Messias e não será mais; e o povo do príncipe, que há de vir, destruirá a cidade e o santuário, e o seu fim será com uma inundação; e até ao fim haverá guerra; estão determinadas assolações.
Daniel 9:23-26 70 semanas de anos - 490 anos a partir da ordem de recosntrução de Jerusalém vem o Messias.69º semanas arrebatamento, depois uma semana de Grande Tribulação e JESUS vem para os judeus e instaurar o Milênio quando governará sobre eles. III – O RESULTADO DE UM DESPERTAMENTO PROVENIENTE DE DEUS 1- O rei Ciro foi despertado em seu espírito. Esdras 1.1-5
Será oportuno considerar aqui:
1. O estado dos judeus cativos na Babilônia. Era muito deplorável em muitos sentidos; eles estavam debaixo do poder daqueles que os odiavam, não tinham Templo, nem altar; se cantassem salmos, seus inimigos os ridicularizavam; e, no entanto, tinham profetas no meio deles. Ezequiel e Daniel foram mantidos distintos dos gentios. Alguns deles foram designados para ficarem na corte, outros estavam confortavelmente estabelecidos no campo, e todos estavam firmados na esperança de que, no devido tempo, voltariam para sua própria terra novamente; nessa expectativa eles mantinham no meio deles a separação das suas famílias, o conhecimento de sua religião e uma aversão à idolatria.2. O estado do governo debaixo do qual eles se encontravam. Nabucodonosor levou muitos deles para o cativeiro no primeiro ano do seu reinado, que era o quarto ano de Jeoaquim; ele reinou 45 anos; seu filho, Evil-Merodaque, 23 anos, e seu neto, Belsazar, três anos, que somam 70 anos (de acordo com o Dr. Ligthfoot). É imputado a Nabucodonosor, que a seus cativos não deixava ir soltos para a casa deles (Is 14.17). Daniel disse a ele que se tivesse mostrado misericórdia aos pobres judeus, talvez se prolongasse a sua tranqüilidade (Dn 4.27). Mas a medida dos pecados da Babilônia estava finalmente cheia e, então, destruição foi trazida sobre eles por Dario, o medo, e Ciro, o persa (do qual lemos em Daniel 5). Dario, sendo velho, deixou o governo para Ciro, e este foi usado como instrumento na libertação dos judeus. Ele deu ordens quanto à libertação deles tão logo se tornou o senhor do reino da Babilônia, talvez em oposição a Nabucodonosor, cuja família ele tinha liquidado, e porque tinha prazer em desfazer o que Nabucodonosor tinha feito, ou por diplomacia, para tornar atraente seu domínio recém-adquirido, como sendo misericordioso e gentil; ou, como alguns pensam, em uma consideração piedosa à profecia de Isaías, que tinha sido publicada, e era bem conhecida, mais de 150 anos antes, onde ele foi expressamente mencionado como o homem que deveria fazer isso para DEUS, e para quem DEUS faria grandes coisas (Is 44.28; 45.2 ss.), o que talvez foi mostrado a ele pelas pessoas próximas dele. O nome Ciro (dizem alguns) na língua persa, significa sol, porque trouxe luz e cura ao povo de DEUS. (veja Ml 4.2).
De onde essa proclamação surgiu. Despertou o SENHOR o espírito de Ciro. Observe: O coração dos reis está na mão do Senhor, e, como os ribeiros de água, ele o muda para onde desejar. Diz-se que Ciro não conhecia a DEUS, nem sabia como servi-Lo; mas DEUS o conhecia, e como servir-se por meio dele (Is 45.4). DEUS governa o mundo pela sua influência sobre os espíritos dos homens. Assim, é DEUS que incita o espírito a fazer o bem, e coloca pensamentos na mente para realizá-lo; Ele dá aos entendidos a capacidade de formar um julgamento justo, e comanda a vontade da forma que deseja. Portanto, Ele deve receber toda a glória de todas as obras que forem feitas, em qualquer momento, para a Igreja de DEUS.
A referência em relação à profecia de Jeremias, por meio de quem DEUS não tinha somente prometido que voltariam, mas havia estipulado o tempo. Esse tempo favorável a Sião tinha agora chegado. Foram delimitados 70 anos (Jr 25.12; 29.10); e Aquele que cumpriu a promessa feita acerca da libertação de Israel do Egito naquele mesmo dia (Êx 12.41) seria indubitavelmente tão pontual em relação a esta promessa. O que Ciro fez agora era a confirmação da palavra do servo de DEUS, dada havia muito tempo (Is 44.26). Jeremias, enquanto viveu, era odiado e desprezado; no entanto, a Providência o honrou muito tempo depois, a ponto de um monarca poderoso ser influenciado a agir em conseqüência da palavra do Senhor, pela sua boca.
A data dessa proclamação. Foi no seu primeiro ano. Não no primeiro ano do seu reinado sobre a Pérsia, o reino para o qual nasceu, mas o primeiro do seu reinado sobre a Babilônia, o reino que havia conquistado. Esses, cujos espíritos são encorajados a começar com DEUS e a servi-Lo nos seus primeiros anos, são muito honrados.
A publicação do pregão, tanto por escrito como por boca (ele fez passar pregão por todo o seu reino, como uma trombeta do jubileu, um ano sabático alegre depois de muitos anos melancólicos, proclamando liberdade para os cativos), e também em preto e branco: ele o editou por escrito, para que fosse mais satisfatório, e pudesse ser enviado às províncias distantes, onde as dez tribos estavam espalhadas pela Assíria e Média (2 Rs 17.6).
Como a promulgação de Ciro foi recebida.
1. Após ter dado permissão aos judeus para voltarem a Jerusalém, muitos deles subiram para lá (v. 5). Os líderes eram os chefes dos pais de Judá e Benjamim, homens notáveis e experientes, de quem se poderiam esperar que, uma vez que estavam acima dos seus irmãos em dignidade, também deveriam dar o exemplo em relação ao dever. Os sacerdotes e levitas estavam (como deveria ser) entre os primeiros a colocar o seu rosto novamente em direção a Sião. Se uma boa obra precisa ser feita, que os ministros sirvam de exemplo. Aqueles que os acompanhavam eram os que DEUS tinha inclinado a subir. O mesmo DEUS que tinha tocado o espírito de Ciro para promulgar essa liberdade, tocou os espíritos desses judeus para beneficiar-se dessa liberdade; pois foi promulgada, não por força, nem por violência, mas pelo ESPÍRITO do SENHOR dos Exércitos (Zc 4.6). Talvez fosse forte a tentação, para alguns deles, para ficar na Babilônia. Eles estavam bem instalados ali, tinham se familiarizado com os vizinhos, e estavam prontos a dizer: bom é estarmos aqui (veja Mt 17.4). Os desalentos do seu retorno eram muitos: a jornada era longa, suas esposas e filhos estavam ineptos para a viagem, sua própria terra era uma terra estranha para eles, e a estrada era desconhecida. Vão a Jerusalém! E o que deveriam fazer ali? Ela estava toda em ruínas, e no meio dos inimigos, que os tornariam uma presa fácil para eles. Por causa dessas considerações, muitos estavam inclinados a ficar na Babilônia, pelo menos não desejavam fazer parte da primeira caravana. Mas havia alguns que venceram essas dificuldades, se dispuseram a quebrar o gelo, e não temeram o leão no caminho, o leão nas ruas (veja Pv. 26.13); DEUS animou o espírito deles. Ele, pelo seu ESPÍRITO e graça, encheu-os com uma ambição generosa de liberdade, uma simpatia graciosa pela sua própria terra, e um desejo do exercício livre e público de sua religião. Caso DEUS os tivesse deixado por conta própria, e aos conselhos da carne e do sangue, teriam ficado na Babilônia; mas Ele colocou no coração deles o desejo de dirigir seu rosto para Sião e, como estranhos, perguntar o caminho para lá (Jr 1.5); porque eles, sendo uma nova geração, saíram como o seu pai Abraão dessa terra dos caldeus, não sabendo para onde estavam indo (Hb 9.8). Observe: Todo bem que fazemos, devemos inteiramente à graça de DEUS; Ele eleva o nosso espírito para fazê-lo, operando em vós tanto o querer como o efetuar (Fp 2.13). Nosso espírito naturalmente se inclina para as coisas desta terra. Se ele se move para cima, para realizar uma boa ação, essa inclinação vem de DEUS. O chamado e oferta do Evangelho são semelhantes à proclamação de Ciro. Libertação aos cativos é proclamada (Lc 4.18, ARA). Esses que estão debaixo do domínio iníquo do pecado, são obrigados legalmente ao julgamento justo de DEUS, mas eles podem ser libertos por JESUS CRISTO. Aquele que deseja, por meio de arrependimento e fé, voltar a DEUS, realizar seu dever para com DEUS, obter sua felicidade em DEUS, encontra em JESUS CRISTO o caminho, para que deixe a escravidão do pecado e experimente a liberdade da glória dos filhos de DEUS (veja Rm 8.21). A oferta é geral para todos. CRISTO o faz, de acordo com a outorga que o Pai Lhe concedeu, ou seja, todo o poder no céu e na terra (um domínio muito maior do que o que foi dado a Ciro, v. 2) e da ordem dada a Ele para edificar uma casa a DEUS, de edificar uma Igreja no mundo, um Reino entre os homens. Muitos que ouvem o som alegre escolhem permanecer na Babilônia, nos seus pecados e não se disporão, diante das dificuldades, a viver uma vida santa; mas há alguns que abrirão caminho diante do desânimo e se disporão a edificar a Casa do Senhor, de tornar o céu a sua religião, independentemente do custo, e esses são aqueles cujo espírito DEUS despertou acima do mundo e da carne, a quem Ele fez com se apresentassem voluntariamente no dia do seu poder (Sl 110.3). Assim, a Canaã celestial será repovoada, embora muitos pereçam na Babilônia; e a oferta do evangelho não será feita em vão. Com. Bíblico - Matthew Henry (Exaustivo) AT e NT 2- O rei Ciro recebeu bênçãos espirituais. O rei Ciro - Filho de Cambises, da família real dos Aqueménidas, e fundador do Império Persa. Foi profetizado por Isaías como sendo o ungido de DEUS para dominar sobre reis, lugares fortificados, e libertar os judeus do cativeiro (Is 44.28; 45.1-14). Sob sua política liberal, os judeus tiveram permissão para sair do exílio (Ed 1).
A história de Ciro é complicada pelo aumento de fábulas e romances. Até mesmo Heródoto, que viveu no máximo a um século da época de Ciro, faz referências a estes embelezamentos. Ctesias, meio século mais tarde, viveu na corte persa e extraiu informações destes arquivos, que também já estavam influenciados. A obra Cyropaedeia de Xenofonte é vista mais como um romance histórico do que como uma biografia precisa. Acredita-se que as melhores fontes sejam as crônicas babilônicas, persas, os escritos de Heródoto e os manuscritos.
Ciro foi provavelmente nomeado pelo seu avô que, também, já havia sido rei de Anshan, a capital de Elão. O nome Ciro, sendo elamita, é de significado duvidoso.
Heródoto (i. 107ss.) faz um relato emocionante de uma versão da origem de Ciro. O poderoso rei Medo Astíages, ofereceu sua filha Mandane a Cambises em casamento. Sendo ele um governante persa, através deste casamento evitaria qualquer dano à descendência de sua filha por alguma rivalidade em relação ao trono da Média. A Pérsia era então, relativamente pobre e talvez uma terra dependente, e também estava a uma distância segura. Por causa de um sonho, o rei Medo tramou a destruição da descendência masculina desta união. Um pastor, entretanto, salvou e educou Ciro, mas como ele se revelou um rapaz extraordinário, foi descoberto e retornou para seus pais e avô. Assim ele teve acesso às habilidades e recursos da realeza dos medos, e ainda manteve o espírito ousado dos persas. Amigos e admiradores de ambos os países prepararam o caminho para a sua súbita ascensão ao poder, aproveitando o descontentamento do povo que estava sob a tirania e injustiça do governante medo.
Qner estes eventos e relacionamentos tenham sido, ou não, relatados com precisão. Ciro sucedeu seu pai pela primeira vez no trono da província de Anshan (559 a.C.). Então subitamente subiu ao trono Medo- Persa, ajudado pela deserção em massa do exército medo. Isto ocorreu em aprox. 550 a.C., enquanto Nabonido reinava na Babilônia. Ciro tomou Ecbatana e levou o seu espólio para sua cidade.
Croesus, rei da fabulosa Lídia na Ásia Menor, alarmado e ambicioso, fez alianças gregas poderosas e cruzou o rio Halys para invadir os domínios dos medos e persas. Ciro o subjugou, conquistando a Lídia e tornando Croesus cativo.
O grande teste foi a Babilônia, com seus muros sólidos e seu prestígio de séculos de governo. Ela foi particularmente impenetrável por causa da vasta área dentro aos muros, onde podia se armazenar e até produzir alimentos, por causa da sua grande riqueza e do rio Eufrates que passava pela cidade. Diz- se que Ciro colocou uma parte do seu exérei- to no lugar onde o rio entrava na cidade, e outra, onde o rio terminava. O resto do exército aprofundou os canais no vale do Eufrates e desviou o rio temporariamente. Em outubro de 539 a.C., o exército marchou pelo leito do rio sob a liderança de Gobryas (do acádio, Ugbaru), que morreu uma semana depois (ANET, p. 306).
A invasão parece ter acontecido sem batalha. Insatisfeito com o reinado de Nabonido e Belsazar, o povo fez uma súplica pela paz, e esta foi concedida. Eles foram governados por um oficial também chamado Gobryas (mas do acádio, Gubaru; ANET, p. 306 nào esclarece esta distinção), que Ciro escolheu como vice-governador da cidade. Elepode ser provavelmente identificado com Dario, o medo (Dn 5.31; 6; 9.1; veja John C. Whitcomb, Jr., Darius the Mede).
Junto com o trono da Babilônia veio a decisão do destino dos cativos hebreus. Ao manter a política generosa de devolver ao povo suas terras e religião, Ciro permitiu que os judeus retomassem do exílio. Outra razão para esta concessão pode ter sido a intenção de criar uma nação divisora entre o Egito e os sátrapas persas.
A maneira como se deu a morte de Ciro é incerta. Ele cruzou o rio Arax ao norte e atacou os massagetas. Seu exército foi destruído pelos citas. Acredita-se que ele tenha perdido a vida em uma batalha. Depois de um reinado de 29 anos, ele foi sucedido pelo seu filho Cambises, em 530 a.C.
Ciro é considerado pela maioria dos comentadores como o indivíduo da visão de Daniel, do carneiro com dois chifres, representando as divisões da Pérsia e da Média qne faziam parte de seu império (Dn 8.3,4,20).
Bibliografia. Ronald E. Manahan, “The Cyras Notations of Deutero-lsaiah”, Grace Journal, XI (Outono de 1970), 22-33. A. T. Olmstead, The History of the Persian Empire, Chicago. Univ. of Chicago Press, 1948, pp. 34-58.
W. T. D. - Dicionário Bíblico Wycliffe - CPAD
O propósito dessa proclamação de liberdade.
1. O preâmbulo mostra as causas e considerações pelas quais Ciro foi influenciado (v. 2). Pelo que parece, sua mente foi iluminada com o conhecimento de Jeová (porque assim ele O chama), o DEUS de Israel, como o DEUS vivo e verdadeiro (veja 1 Ts 1.9), o DEUS dos céus, que é o Senhor soberano e dono de todos os reinos da terra; acerca dEle o rei diz (v. 3): ele é o DEUS, o único DEUS, o DEUS acima de todos. Embora não tivesse conhecido a DEUS pelo ensino, DEUS se fez conhecer a ele, que o obrigou a realizar esse serviço com um olho nele. Ciro o faz:(1) Em gratidão a DEUS pelos favores que lhe tinha concedido: O DEUS dos céus me deu todos os reinos da terra. Isso soa um pouco vanglorioso, porque havia muitos reinos na terra que não estavam debaixo do seu poder; mas ele ressalta que DEUS lhe tinha dado tudo que tinha sido dado a Nabucodonosor, cujo domínio, Daniel diz, chegou até à extremidade da terra (Dn 4.22; 5.19). Observe: DEUS é a fonte de poder; os reinos da terra estão à sua disposição; cada parte desses reinos, os homens a têm dEle; e aqueles a quem DEUS confiou grande poder e muitas posses deveriam sentir-se obrigados a fazer muito por Ele.(2) Em obediência a DEUS. Ele me encarregou de lhe edificar uma casa em Jerusalém; provavelmente por meio de um sonho ou visão à noite, confirmado ao compará-lo com a profecia de Isaías, onde sua realização foi profetizada.A desobediência de Israel em relação à ordem de DEUS, repetida com freqüência, é agravada pela obediência desse rei pagão.
2. Ele permite que todos os judeus, que estão em seus domínios, voltem para Jerusalém e edifiquem a Casa do SENHOR ali (v. 3). Sua consideração para com DEUS o fez fechar os olhos:(1) Para os interesses seculares do seu governo. Sua orientação política o faria ficar com um número tão elevado de homens úteis em seus domínios; parecia imprudente deixá-los ir e estabelecer-se novamente no seu próprio país; mas a piedade é a melhor diplomacia.(2) Para a honra da religião do seu país. Por que não deu ordens para que edificassem um templo aos deuses da Babilônia ou da Pérsia? Ele cria que o DEUS de Israel era o DEUS dos céus e, por esse motivo, obrigou seu Israel a adorar somente a Ele. Que andem no nome do SENHOR, o seu DEUS (veja Mq 4.5).
3. Ele acrescenta uma ordem para os judeus que ficariam ali para ajudar nas despesas daqueles que eram pobres e não tinham condições de suprir suas próprias necessidades (v. 4). “Todos aqueles que ficarem, porque não têm meios para suprir suas despesas para Jerusalém, que os homens do seu lugar os ajudem”. Pode significar uma autorização aos cativos para pedir e receber as esmolas e contribuições de caridade de todos os súditos leais do rei. E podemos supor que os judeus tinham se comportado tão bem entre os seus vizinhos que estes estariam dispostos a acomodá-los porque os amavam, ao contrário dos egípcios que estavam fatigados deles. Pelo menos muitos deles estavam dispostos a serem bondosos com os judeus porque perceberam que seriam bem vistos pelo governo. Ciro não somente desejou boa sorte aos que foram (seja seu DEUS com eles, v. 3), mas cuidou para supri-los com as coisas que precisavam. Ele tomou por certo que aqueles que tinham condições ofereceriam dádivas voluntárias para a Casa de DEUS, para favorecer a reconstrução dela. Mas, além disso, ele os supriria do seu próprio reino. Os que desejam o bem para o Templo também devem praticar o bem em relação a ele. Com. Bíblico - Matthew Henry (Exaustivo) AT e NT
COMENTÁRIOS DIVERSOS Daniel diante de DEUS (Dn 2.17-19) - Novo Comentário Bíblico Beacon
17-18 A cena central da história retrata Daniel achegando-se a DEUS e encontrando uma solução para o problema. Essa cena constitui um clímax, porque volta a atenção para a mensagem principal da história: a verdadeira sabedoria é encontrada apenas no único DEUS verdadeiro que reina sobre tudo.
O plano de ação de Daniel inclui ganhar o apoio dos seus companheiros de cativeiro judeus. O texto introduz Hananias, Misael e Azarias pelo nome a essa altura (Dn 2.17). Seus nomes hebraicos são usados porque Daniel lhes pede que invoquem o DEUS hebreu, o DEUS dos céus (élãh srémayyã, v. 18). O uso desse nome para designar o DEUS de Israel é comum em livros pós-exílicos da Bíblia, particularmente em Crônicas, Esdras e Neemias. As únicas quatro ocorrências em Daniel, contudo, são aqui e nos versículos 20, 36 e 44. Os persas também usavam esse termo para referir-se ao alto deus do zoroastrismo, aúra-masda. O nome enfatiza a transcendência de DEUS, o que concorda com a avaliação dos sábios babilônicos de que as divindades "não vivem entre os mortais" (Dn 2.11). Daniel, no entanto, provará que o seu DEUS está conectado aos homens. Ele revela mistérios a eles. O seu DEUS é ao mesmo tempo transcendente e imanente.
Daniel instrui seus companheiros de cativeiro hebreus a praticarem o tradicional exercício espiritual hebreu da oração. Daniel pediu que eles rogassem (bê (ã)) a DEUS da mesma forma que ele rogou ao rei por um prazo maior (v. 18; veja Dn 2.16). Sua petição era por misericórdia (raMmin), reconhecendo que DEUS deve decidir livremente demonstrar compaixão se eles quiserem que o sonho seja revelado (v. 18). Eles não esperam que DEUS responda automaticamente. Essa é a primeira vez em que o livro enfatiza a oração, mas não será a última. Servos fiéis apresentam-se diante do seu DEUS regularmente (veja 6.11 e 9.3 em particular).
O foco da oração era a revelação do mistério do sonho (v. 18). Ao longo desse capítulo, o conteúdo do sonho e a sua interpretação são chamados de mistério (rãz, Dn 2.18,19,27,30,47). A palavra é usada mais três vezes para expressar que DEUS é aquele "que revela os mistérios" (gãlé'rãzin, v. 28,29,47). O termo rãz é uma palavra derivada do persa que se refere a coisas que são secretas ou escondidas. A comunidade responsável pelos Pergaminhos do mar Morto empregou-o como um termo técnico para designar coisas que são conhecidas apenas por meio de uma revelação divina. Esse parece ser o seu sentido no contexto de Daniel.
19 O efeito das orações desses cativos judeus é que o mistério foi revelado (v. 19). DEUS foi fiel aos Seus servos. A revelação foi feita numa visão (v. 19). Essa é a primeira das cinco visões de Daniel mencionadas no livro. As outras quatro fornecem o conteúdo dos capítulos 7-12. Somente essa visão e a do capítulo 7 são mencionadas como tendo ocorrido de noite (v. 19).
Daniel 2: 17-19
A oração de Daniel ( 2: 17-19 ) - Comentário Bíblico Wesleyana
a preparação para a Prayer ( 2: 17-18 )
17 Então Daniel foi para a sua casa, e fez a coisa conhecida por Ananias, Misael e Azarias, seus companheiros: 18 para que pedissem misericórdia ao DEUS do céu sobre este mistério; que Daniel e seus companheiros não perecessem, juntamente com o resto dos sábios de Babilônia.
Quando Daniel saiu da presença do rei, ele estava convencido da necessidade da oração. Mas, para ele, como para os primeiros cristãos, a oração era união. Ele deu a conhecer a coisa para seus companheiros. Juntos, eles oraram. Na unidade corporativa pediram ao trono da graça, e não com os pedidos gerais, mas definitivamente que desejam misericórdia ao DEUS do céu sobre este mistério. Dietrich Bonhoeffer pega o espírito de Daniel e seus amigos quando ele escreve, "o cristianismo significa comunidade, através de JESUS CRISTO e na JESUS CRISTO. O que isto significa? Isso significa, em primeiro lugar, que o cristão precisa de outros por causa de JESUS CRISTO "True preparação para a oração é a união com os irmãos. ( Sl. 133: 1 ), e petições definitivos para DEUS ( . Jas 05:17 ).
b. A prática da oração ( 2: 19-23 )
19 Então foi revelado o mistério a Daniel numa visão de noite. Em seguida, Daniel louvou o DEUS do céu. 20 Daniel respondeu, e disse: Bendito seja o nome de DEUS para todo o sempre; a sabedoria ea força são dele. 21 E ele muda os tempos e as estações; ele remove os reis e estabelece os reis; é ele quem dá a sabedoria aos sábios e conhecimento para os que têm entendimento; 22 Ele revela o profundo eo escondido; conhece o que está em trevas, ea luz habita com ele. 23 Graças te dou, e louvar-te, ó DEUS de meus pais, que me deste sabedoria e força, e tens agora a conhecer a mim o que nós desejado de ti; pois tu reveladas a nós assunto do rei.
Daniel orou duas vezes antes de receber a resposta e depois. Sua primeira oração consistiu na expressão de seu desejo; a segunda, de expressões de louvor e ação de graças. A segunda é, obviamente, mais importante, pois é preservado para nossa admoestação.
A oração de Daniel de gratidão contém duas partes distintas: primeiro, uma atribuição de louvor ao todo-poderoso e onisciente DEUS; e, segundo, um salmo de ação de graças ao DEUS de meus pais para a Sua resposta à petição relativa conhecimento do sonho do rei. Esta oração formal, define um padrão para nossa oração. Louvor e de agradecimento-louvor a DEUS pelo que Ele é, graças a DEUS pelo que Ele tem feito, deve fazer-se grande parte da nossa oração.
A oração de Daniel enfatiza dois atributos de DEUS, a Sua sabedoria e Seu poder, a onisciência e onipotência. Cinco verbos de ação descrever as atividades sábios do DEUS do Céu. Ele muda os tempos e as estações do ano, ou seja, Ele controla o curso da história. Ele remove reis e estabelece reis, ou seja, Ele está no controle soberano dos governos humanos. Ele dá sabedoria aos sábios, ou seja, Ele é a fonte de toda a verdade ( João 14: 6 ). Ele revela o profundo eo escondido, . ou seja, na revelação geral e especial que DEUS dá a conhecer os seus próprios conselhos e vontade Ele sabe o que está em trevas, ou seja, o conhecimento de DEUS está além do que Ele revela ao homem; ainda há segredos da mente divina de que o homem não sabe nada.
DEUS não é apenas a fonte de sabedoria e força; Ele também é o fornecedor . Daniel graças a DEUS por ter-lhe sabedoria e força, para dar a conhecer o segredo do sonho do rei. Só DEUS pode entrar na vida pensamento secreto e conhecê-lo completamente ( Sl 139: 2. ). Daniel 2: 17-19
O Sonho Revelado a Daniel. As Ações de Graças de Daniel - Com. Bíblico - Matthew Henry (Exaustivo) AT e NT
Quando o rei convocou os seus sábios para lhe contarem o seu sonho, e a sua interpretação (v. 12), parece que Daniel não foi convocado a comparecer entre eles. O rei, embora tenha ficado muito satisfeito com ele ao examiná-lo, e o tenha considerado dez vezes mais sábio do que o restante dos seus sábios, esqueceu dele quando mais precisou de sua ajuda. E isto não é de admirar, porquanto tudo foi feito no calor do momento, sem que houvesse um pensamento frio e cuidadoso. Mas a Providência assim ordenou: que estando os magos perplexos pudessem ser os mais notados, de forma que mais glória pudesse ser dada ao DEUS de Daniel. Mas, embora Daniel não tivesse a honra de ser consultado com os demais sábios, o que era contrário a toda a justiça, por uma sentença sem distinção ele é condenado juntamente com eles, e até ser notificado de que deveria se preparar para a execução, ele não sabia nada a respeito do assunto. Quão infeliz é a situação daqueles que vivem sob um governo arbitrário, como este de Nabucodonosor! Como somos felizes por termos a nossa vida sob a proteção da lei e dos métodos da justiça, e que não estão à mercê de um príncipe impertinente e caprichoso!
Já observamos, no livro de Ezequiel, que Daniel era famoso tanto pela prudência como pela oração. Como um príncipe, ele tinha poder na presença de DEUS (um poder dado por DEUS), e diante do homem. Através das suas orações, ele tinha poder na preciosa presença de DEUS. E pela prudência, ele tinha poder diante do homem. Isto fazia com que ele prevalecesse em meio às situações mais adversas. Assim, ele achava favor e bom entendimento à vista de ambos, e nesses versículos temos um exemplo notável disso.
I
Daniel, pela prudência, sabia como lidar com os homens. E ele prevaleceu sobre eles. Quando Arioque, o capitão da guarda, que foi designado para matar todos os sábios da Babilônia, todo o colegiado deles, agarrou Daniel (porque a espada da tirania, assim como a espada de guerra, devora tanto um quanto o outro), ele falou avisada e prudentemente (v. 14). Ele não ficou alucinado, e reprovou o rei como injusto e bárbaro, nem planejou fazer resistência, mas calmamente perguntou: Por que se apressa tanto o mandado da parte do rei? (v. 15). E mesmo que os demais sábios tivessem insistido que era totalmente impossível para ele ter a sua exigência satisfeita, o que o tornou ainda mais ofensivo, Daniel comprometeu-se, caso tão somente lhe fosse permitido um pouco de tempo, a dar ao rei toda a satisfação que ele desejava (v. 16). O rei, estando agora ciente de seu erro ao não convocar Daniel antes, o homem de cujo caráter ele começava a se lembrar, logo foi convencido a suspender temporariamente o juízo, e fazer prova de Daniel. Observe que o método mais eficaz para afastar a ira, mesmo a ira de um rei, que é como o mensageiro da morte, é dar uma resposta branda, pois esta é capaz de apaziguar situações geradas por grandes ofensas. Assim sendo, embora onde esteja a palavra de um rei haja poder, até mesmo esta palavra pode ser repelida e revogada. E é isto que alguns lêem aqui (v. 14): Então Daniel voltou, e impediu o conselho e o decreto, através de Arioque, o oficial do rei encarregado da guarda.
II
Daniel sabia como conversar com DEUS através da oração, e achou favor em sua excelsa presença, tanto em petições como em ações de graças, que são as duas partes principais da oração. Observe:
1. A sua humilde petição por essa misericórdia: que DEUS lhe revelasse qual tinha sido o sonho do rei, e a sua interpretação. Quando ganhou tempo, ele não foi consultar os demais sábios, se havia qualquer coisa em sua arte, em seus livros, que pudesse ser útil nesse assunto. Mas foi para a sua casa, para ali ficar a sós com DEUS. Porque ele só esperava este grande dom daquele que é o Pai das luzes. Observe alguns detalhes: (1) Ele não orou sozinho por essa revelação, mas pediu aos seus companheiros que também orassem. Ele tornou o caso conhecido àqueles que desde o princípio haviam sido os seus grandes amigos e colaboradores, solicitando que eles buscassem a misericórdia de DEUS a respeito desse segredo (vv. 17,18). Embora Daniel provavelmente fosse mais maduro do que eles, e em tudo os excedesse, ele os envolveu como parceiros nessa questão, Vis unita fortior – A união de forças produz uma força maior. Veja Ester 4.16. Note que os amigos que oram são amigos valiosos. É bom ter uma intimidade e uma boa comunhão com aqueles que têm comunhão com DEUS e um amplo acesso ao trono da graça. E convém que os homens de estatura e de qualidade desejem as orações dos outros a seu favor. O apóstolo Paulo freqüentemente rogou aos seus amigos que orassem a seu favor. Assim devemos mostrar que valorizamos os nossos amigos, as orações, e especialmente as orações deles. (2) Ele foi específico nessa oração, mas tinha em vista, com uma forte dependência, a misericórdia geral de DEUS: Que eles pedissem as misericórdias do DEUS dos céus sobre esse segredo (v. 18). Devemos olhar para DEUS, em oração, como o DEUS dos céus, o DEUS que está acima de nós, e que tem domínio sobre nós. É a Ele que devemos a nossa adoração e lealdade, sim, ao DEUS de poder, que pode fazer todas as coisas. O nosso Salvador nos ensinou a orar a DEUS Pai considerando-o como o nosso Pai, que está nos céus. E, qualquer que seja o bem pelo qual orarmos, deveremos depender das misericórdias de DEUS para que possamos recebê-lo. Devemos desejar ter acesso a essas misericórdias. Não podemos esperar receber algo como uma recompensa pelos nossos méritos, mas precisamos saber que tudo nos é concedido pela grande misericórdia de DEUS. Eles desejavam a misericórdia sobre esse segredo. Observe que tudo aquilo que for objeto do nosso cuidado, deve ser objeto da nossa oração. Devemos desejar a misericórdia de DEUS sobre aquilo que almejarmos, como também sobre aquilo que nos cause aflição e temor. DEUS nos concede licença para ficarmos humildemente à vontade com Ele, e em oração entrarmos nos detalhes das nossas necessidades e fardos. As coisas secretas pertencem ao Senhor nosso DEUS. Portanto, se precisarmos da misericórdia do Senhor em alguma particularidade, devemos recorrer a Ele em oração. E mesmo que a nossa fé seja pequena para alcançarmos os milagres que o bondoso e maravilhoso Senhor prometeu realizar, podemos orar na certeza de que todos os corações estão em suas mãos, e que em sua providência Ele faz muitas maravilhas e milagres, porque a revelação daquilo que está fora da nossa vista e a obtenção daquilo que está fora do nosso alcance, desde que seja para a sua glória e para o nosso bem, nos é concedido, especialmente por que nada está oculto dele, e nada é difícil para Ele. (3) A súplica que eles fizeram a DEUS estava relacionada ao perigo iminente em que estavam. Eles desejavam a misericórdia de DEUS nesse caso, para que Daniel e seus companheiros não perecessem com o resto dos sábios da Babilônia, para que os justos não fossem destruídos com os ímpios. Observe que quando a vida de homens bons e úteis estiver em perigo, será hora de desejar fervorosamente a misericórdia de DEUS por eles, como aconteceu quando Pedro estava na prisão (At 12.5). (4) A misericórdia pela qual Daniel e seus companheiros oraram foi concedida. O segredo foi revelado a Daniel em uma visão de noite (v. 19). Alguns acreditam que Daniel, quando estava dormindo, tenha tido o mesmo sonho que Nabucodonosor teve. Mas entendo que, na verdade, ele o viu quando estava acordado, e perseverava em oração. Daniel deve ter observado, ao mesmo tempo, o próprio sonho e a sua interpretação. É possível que esta revelação lhe tenha sido comunicada por intermédio de um anjo, para sua abundante satisfação. Note que a oração fervorosa e eficaz dos justos é algo de grande proveito. Há mistérios e segredos a que somos levados pela oração. Com esta chave os armários dos céus são destrancados, pois CRISTO disse certa vez: Batei, e abrir-se-vos-á.
2. A sua ação de graças quando recebeu essa misericórdia: Daniel louvou o DEUS do céu (v. 19).Ele não quis descansar até poder relatar o sonho ao rei, e ver se ele o reconheceria como sendo o seu ou não. Mas ele estava confiante de que era, e que havia alcançado o seu objetivo. Portanto, ele imediatamente transformou as suas orações em louvores. Assim como ele havia orado com toda a certeza de que DEUS faria isto a seu favor, ele também deu graças com toda a certeza de que DEUS o havia feito. E em ambas as coisas ele enxergava o Senhor como o DEUS do céu. A sua oração não foi registrada, mas as suas ações de graças, sim. Observe:
(1) A honra que Daniel dá a DEUS nessas ações de graças. Ele procura fazê-lo em uma grande variedade e abundância de expressões: Seja bendito o nome de DEUS para todo o sempre. Está para sempre em DEUS aquilo que deve ser bendito e louvado. Todas as qualidades e coisas boas estão imutável e eternamente nele. E o precioso Senhor deve ser bendito para todo o sempre. Como o motivo do louvor é a perfeição eterna de DEUS, o louvor também será eterno. [1] Daniel glorifica a DEUS por aquilo que Ele é: Dele é a sabedoria e a força, a sabedoria e a coragem (de acordo com alguns). Ele fará aquilo que convém ser feito. Ele pode fazer tudo o que quiser, e o fará, com certeza, da melhor maneira possível, pois Ele tem a sabedoria infinita para criar e planejar, e o poder infinito para executar e realizar. Com Ele estão a força e a sabedoria, qualidades que, nos homens, freqüentemente estão separadas. [2] Daniel glorifica ao Senhor por tudo aquilo que Ele é para a humanidade. Ele tem influência e intervenção universais sobre todos os filhos dos homens, incluindo todas as suas ações e assuntos. Os tempos estão mudados? Está alterada a situação das coisas? Tudo fica aberto à mutabilidade? É DEUS que muda os tempos e as estações, e a face deles. Nenhuma mudança acontece por acaso, mas sim segundo a vontade e o conselho de DEUS. Aqueles que eram reis estão removidos e depostos? Eles abdicam? Eles são rejeitados? É DEUS que remove os reis. Os pobres são levantados do pó, para serem colocados entre os príncipes? É DEUS que levanta os reis. E a formação e a destituição de reis é uma flor da coroa Daquele que é a fonte de todo o poder: Rei dos reis e Senhor dos senhores. Há homens que excedem outros em sabedoria, filósofos e estadistas que se acham acima da posição comum, homens contemplativos e perspicazes? É DEUS que dá sabedoria ao sábio, seja ele suficientemente sábio para reconhecer isto, ou não. Eles não têm sabedoria por eles mesmos, mas é DEUS que dá o conhecimento àqueles que têm entendimento, o que é uma boa razão para não nos sentirmos orgulhosos do nosso conhecimento, porque devemos servir e honrar a DEUS com ele, usando-o para conhecê-lo cada vez mais. [3] Ele dá a DEUS a glória dessa revelação específica. -------------------------------------- Daniel 6.10 A cova dos leões: o terceiro teste de fidelidade (Dn 6.1-28) - Novo Comentário Bíblico Beacon
Panorama geral
Daniel e a cova dos leões talvez seja a história mais popular do livro. O drama sobre um homem temente a DEUS que é salvo da boca dos leões e uma moral descomplicada sobre a recompensa da fé têm um forte apelo entre os públicos de todas as idades e de todas as gerações. Entretanto, a história é sobre muito mais do que leões e livramentos dramáticos. Como as histórias anteriores de Daniel, ela enfoca os reinos em conflito. A narrativa se desenvolve em torno de três editos reais, dois de Dario e um de DEUS. Nas palavras do texto, "a lei do DEUS dele" desafia "a lei dos medos e dos persas". No fim, Dario anuncia uma nova lei que reconhece a supremacia do governo de DEUS. O conflito entre as duas esferas dos legisladores fornece o cenário para outro teste de fidelidade para Daniel e o seu DEUS. Mais uma vez o Senhor e o seu servo triunfam de forma espetacular.
Por trás do texto
O capítulo 6 deve ser lido como um seguimento natural do capítulo 5. O último versículo do capítulo 5 liga os dois capítulos. Ele na verdade é empregado como o primeiro versículo do capítulo 6 na Bíblia hebraica. Portanto, ao longo de todo o capítulo, a numeração dos versículos nas Escrituras hebraicas varia com relação às versões em inglês. Daniel 5.31 em inglês é 6.1 em hebraico, e assim por diante. Esse versículo anuncia a tomada da Babilônia pelos persas e introduz Dario, o medo. A conexão com o capítulo 6 é lógica, mas a divisão das versões em inglês é mais apropriada. A referência à idade de Dario parece mais apropriada como uma conclusão para o capítulo 5 do que uma introdução para o capítulo 6. O número 62 parece referenciar o valor numérico das palavras da inscrição na parede do capítulo 5.
O conteúdo de Dn 5.31 prepara o leitor para um novo contexto no capítulo 6. Um reino novo substitui o antigo. Um monarca maduro e benevolente é revestido de autoridade em lugar de um pretendente ao trono jovem, frívolo e antagônico. Finalmente, um administrador competente, cujos dons são reconhecidos pelo seu rei, emerge no lugar de um sábio ignorado e desrespeitado cujas habilidades foram quase esquecidas.
A corte persa fornece o contexto sociopolítico do capítulo 6. Isso é diferente do capítulo anterior, porém de certo modo familiar. Os primeiros cinco capítulos de Daniel ocorrem no contexto da corte babilônica durante o período de Nabucodonosor (604-562 a.C.) a Belsazar (550-539 a.C.), o corregente de Nabonido (560-539 a.C.). Em 539 a.C., o império emergente dos medos e persas solidificou o seu controle do Oriente Médio ao tomar a Babilônia. Esse é o evento citado em Daniel 5.30,31. O rei persa, Ciro, o Grande, havia edificado sistematicamente o seu império desde que se rebelara contra o seu senhor medo em 550 a.C.. Ele subjugou a Lídia e outras entidades orientais antes de invadir a Babilônia. Uma vez que a Babilônia foi conquistada, ela se tornou a sua residência de inverno. O leitor pode presumir que esse seja o local dos eventos do cap. 6, mas o texto não diz isso explicitamente.
O monarca do capítulo 6 é identificado como Dario. Ele é chamado de "Dario, o medo" em Dn 5.31 e "Dario, filho de Xerxes" (um descendente dos medos) em Dn 9.1. De acordo com Dn 5.31, ele "apoderou-se do reino" dos babilônios "com a idade de sessenta e dois anos". Em Dn 9.1, ele é descrito como alguém que "foi constituído governante do reino babilônio". Essas referências apresentam um problema histórico. Em fontes extrabíblicas, ninguém conhecido por esse nome se encaixa a essa descrição. O nome Dario aparece pela primeira vez nas listas de reis persas com Dario I (522-485 a.C.). Outros que usaram o nome foram Dario II (423-404 a.C.) e Dario III (336- 330 a.C.). Todos esses indivíduos apareceram tarde demais para estarem associados a Daniel.
Os estudiosos têm sugerido diversas formas de lidar com essa questão histórica. Uma das abordagens é considerar o Dario de Daniel como um personagem fictício inventado apenas como um recurso literário. Ele talvez represente um retrato composto de diversos reis persas tais como Ciro, que na verdade conquistou a Babilônia, e Dario I, que ficou conhecido por ter organizado o império em satrapias. Aqueles que datam o livro de Daniel do segundo século a.C. muitas vezes adotam esse ponto de vista. Eles presumem que a historicidade dos personagens e eventos não é tão importante quanto as mensagens das histórias em Daniel. Esses estudiosos também observam que a aparição de Dario, o medo, antes de Ciro, o persa no livro parece se encaixar ao entendimento histórico confuso do autor. O último editor do livro de Daniel, eles dizem, acreditava que houve um Império Medo antes do Império Persa.
Outra abordagem é procurar um personagem histórico conhecido que se encaixe à descrição de Dario. Esse ponto de vista sugere que Dario é um nome alternativo, muito provavelmente um título real, para alguém mencionado em textos seculares. Nomes e títulos duais não eram incomuns nos tempos antigos. Embora diversas possibilidades tenham sido sugeridas, os dois candidatos principais para uma figura histórica por trás do Dario de Daniel são Ciro e Gubaru.
Ciro, o Grande, foi o rei persa creditado com a conquista da Babilônia em 539 a.C.. Ele tinha cerca de 62 anos na época e era metade médio. Sua mãe era filha do rei medo Astiages. Seu pai, Cambises, também tinha sangue real, o que talvez explique a referência em Daniel 9.1. Esse versículo chama Dario de "filho de Xerxes". Xerxes (Assuero em hebraico) também era um título real que significava "aquele que governa sobre os homens". Embora não haja nenhuma documentação para apoiar essa teoria, alguns estudiosos sugerem que Xerxes talvez seja um título alternativo para o pai ou o avô de Ciro. Está claro que Daniel 9.1 não se refere ao Xerxes I (485-465 a.C.), que era o filho de Dario I, a menos que a referência seja tida como uma visão confusa da história.
O fato de Ciro ter dois títulos poderia fazer sentido nesse contexto. A base do poder do seu reino dependia tanto dos medos como dos persas. O título Dario, o medo, então apelaria para os seus súditos medos, enquanto Ciro apelaria para os persas. Daniel 6.28 talvez apoie essa conexão. É possível traduzir o versículo como "Assim Daniel prosperou durante o reinado de Dario, ou seja, o reinado de Ciro, o persa". A conjunção waw pode funcionar como uma explicação tanto em aramaico como em hebraico. Portanto, Dn 6.28 poderia estar esclarecendo que Dario e Ciro eram a mesma pessoa.
A outra identidade possível para Dario é Gubaru, também chamado de Gobrias pelos historiadores gregos. Gubaru serviu ou como comandante na conquista da Babilônia ou como seu governante após a sua queda. Se Gubaru for a mesma pessoa que Ugbaru, então ele funcionou em ambos os papéis. Daniel 5.31 afirma que Dario "apoderou-se do reino", e 9.1 declara que ele "foi constituído governante". Ambos se encaixam na descrição de alguém como Gubaru, que teria sido autorizado por Ciro a governar. De acordo com o historiador grego Xenofonte, ele era um homem "avançado em idade" quando tomou o controle da Babilônia.
É possível, então, identificar Dario com uma figura histórica real, seja ela Ciro ou Gubaru. Ambos se encaixam no contexto dos eventos do capítulo 6. Como o texto sugere, esses eram os primeiros dias de organização governamental dos territórios recém-conquistados depois da queda da Babilônia. A referência à nomeação de cento e vinte sátrapas para governarem todo o reino provavelmente reflete esses estágios iniciais (v. 1). Mais tarde, sob Dario I (522-485 a.C.), o império desenvolveria seu sistema bem planejado de 20 a 29 satrapias ou províncias pelas quais o Império Persa se tornou conhecido. Um oficial chamado sátrapa administrava cada uma dessas províncias e se reportava diretamente ao rei. A essa altura, o termo "sátrapa" adquiriu um significado técnico junto ao seu sentido mais genérico de "protetor do reino". No capítulo 6, um grande número desses protetores recebeu a responsabilidade de administrar diversas regiões do reino. Ester 1.1 ; 8.9 mencionam 127 satrapias no tempo de Xerxes I (485-465 a.C.). Primeiro Esdras 3.2 e o antigo grego de Daniel 6.1 também mencionam esse número.
Para proteger os interesses do rei, três supervisores dirigiam os diversos sátrapas (v. 2). Esse elemento do governo persa não pode ser diretamente apoiado por nenhum documento remanescente do império. Sob um sistema posterior na época de Dario I, três indivíduos tinham o mesmo grau de responsabilidade diante do rei por cada província. Esses incluíam um sátrapa, um comandante militar e um servo civil. Se Daniel 6 referir-se apenas à organização da província babilônica, então o sistema sob Dario I fornece um bom paralelo a Daniel 6.2. Do contrário, Esdras 7.14, Ester 1.14 c os historiadores gregos Heródoto e Xenofonte se referem aos sete principais conselheiros dos reis da Pérsia no quinto século a.C.. Os três supervisores de Daniel poderiam refletir um estágio inicial da função desses conselheiros.
O sistema era obviamente flexível a essa altura, já que Dario contemplou a possibilidade de colocar Daniel à frente do governo de todo o império (Dn 6.3). Isso indica uma posição como o conselheiro de maior confiança do rei, o que não era incomum em todo o mundo antigo. No livro de Ester, Hamã detinha esse status sob Xerxes, sendo substituído por Mardoqueu no final (Et 3.1; 10.3). José foi elevado a uma posição semelhante sob Faraó no Egito (Gn 41.41-43).
Dario emite dois decretos na história. Ester 8.9,10 descreve o processo pelo qual isso era feito. Os escribas faziam cópias do edito em diversas línguas para comunicá-lo a cada um dos povos do reino. O rei assinava e selava os decretos com o seu anel-selo. Então mensageiros montados em cavalos levavam a mensagem às diversas regiões do império.
A natureza do primeiro decreto aprovado por Dario tem levantado algumas questões entre os estudiosos. Ele proibia que se fizessem petições a qualquer deus ou a qualquer homem, à exceção do rei (v. 7). Se isso sugerir a deificação do rei ou uma adoração exclusiva [a ele], então o relato não se encaixa de modo algum ao caráter dos reis persas, principalmente o de Ciro. Os textos são unânimes em afirmar que Ciro e os seus sucessores encorajavam a adoração a todos os deuses e não viam a si próprios como seres divinos. O Cilindro de Ciro ilustra essa posição ao proclamar a liberdade aos cativos exilados, encorajando o seu retorno às suas terras natais e a reconstrução de templos para os seus próprios deuses. Esdras concorda com essa política oficial persa e registra o apoio do estado à reconstrução do templo em Jerusalém (Ed 1.1-6.22). Se o edito em Daniel 6 é autêntico, então ele não pode ser entendido como uma tentativa de fazer do rei uma divindade ou de restringir a adoração a outros deuses. Ele teria que ser sobre designar o rei como o único representante [dos homens] diante dos deuses. Talvez ele executasse a principal função sacerdotal de medidor entre os deuses e o povo. Dessa forma, a legitimidade do seu governo seria reconhecida. Tal exigência teria um apelo particular para um monarca nos primeiros dias do seu reinado. Portanto, a lealdade ao estado era o ponto central do decreto. De acordo com o decreto, aqueles que não estiverem dispostos a demonstrar a sua lealdade ao rei dessa forma devem enfrentar a ordália da cova dos leões. A execução por esse método não é documentada nos documentos contemporâneos. Entretanto, os assírios e os persas eram conhecidos por caçarem e enjaularem esses animais. Eles certamente apresentavam uma opção lógica para a punição capital. A linguagem de Daniel indica que a cova dos leões poderia ser entendida como uma ordália. Ele diz que ele foi considerado inocente à vista de DEUS (v. 22). A ordália era muito comum no mundo antigo. A prática submetia as vítimas acusadas a algum perigo designado a provar sua culpa ou inocência. Uma dessas táticas era amarrar pessoas e jogá-las no rio. Aqueles que sobrevivessem a essas ordálias eram proclamados inocentes por terem sido miraculosamente salvas pelos deuses.
A imutabilidade da lei dos medos e dos persas cria outra questão para os estudiosos (v. 8,12,15). Exceto por Ester 1.9 ; 8.8, a ideia não é fortemente autenticada por fontes seculares. Talvez possamos considerá-la, contudo, como um padrão razoável para a realeza. Um monarca que mudasse de ideia com frequência teria sua autoridade minada. Ao que se diz, o último rei persa, Dario III, sentia que não poderia reverter uma sentença de morte uma vez que esta fosse decretada. Além disso, o antigo Código de Hamurabi transformava em crime a mudança de decisão de um juiz. Entretanto, sabe-se de alguns monarcas que alteraram decretos. Talvez seja por isso que os conspiradores da história enfatizaram tanto essa questão ao falarem com o rei. Por tradição, as leis eram imutáveis, mas alguns monarcas elaboravam suas próprias regras. Os reis persas construíram um dos impérios mais importantes que o mundo já conheceu, como atesta a sua longevidade. A firmeza com a qual os medos e os persas normalmente aderiam às suas leis provavelmente inspirou as referências às leis inalteráveis que não podiam ser revogadas (v. 8,12,15).
A natureza inviolável da lei medo-persa estabelece o conflito da história, a qual é contada por meio de um gênero familiar chamado conflito e intrigas de corte. Em particular, ela exibe traços de uma trama muito conhecida nos tempos antigos sobre a queda e a reabilitação de um oficial da corte. Conspiradores maquinam contra uma pessoa boa, a qual de algum modo triunfa no final. Provérbios 24.15,16 resume sucintamente a moral dessas histórias quando adverte: "Não fique de tocaia, como faz o ímpio, contra a casa do justo, e não destrua o seu local de repouso, pois ainda que o justo caia sete vezes, tornará a erguer-se, mas os ímpios são arrastados pela calamidade". Exemplos desse gênero incluem a história de José em Gênesis 39.1-41.57, o livro de Ester, a adição apócrifa a Daniel chamada Bel e o dragão e a lenda assíria de Ahikar. Daniel 3 também ilustra esse gênero.
A questão que desafiava Sadraque, Mesaque e Abede-Nego estava centrada na adoração pública, enquanto a de Daniel enfocava a adoração privada. O papel dos conspiradores é mais bem desenvolvido no capítulo 6. No capítulo 3, eles agem como meros catalizadores que desencadeiam o discurso inflamado de Nabucodonosor contra os judeus. No capítulo 6, eles são vividamente caracterizados por meio de suas ações e falas. Eles manipulam e incitam o rei a agir. O papel dos reis nessas histórias também é bastante diferente. Nabucodonosor inicia o decreto que constitui um problema para os judeus cativos, enquanto Dario é manipulado a emitir um decreto. Mais notável ainda é a [diferença de] atitude dos reis com relação aos cativos e ao seu DEUS. Nabucodonosor age com um desprezo pomposo com relação a ambos e propõe um desafio direto à autoridade divina. Dario, por outro lado, exibe uma preocupação genuína com Daniel e uma abertura para com o seu DEUS. Esse último ponto sem dúvida reflete a atmosfera contrastante desses dois impérios. Os persas eram mais abertos à diversidade religiosa dentro do seu próprio império do que os babilônios.
As versões grega e hebraica de Dn 6
As diferenças entre o antigo grego (Septuaginta) e os textos massoréticos do capítulo 6 são menos numerosas do que nos capítulos 4 e 5. Contudo, há variações significativas. Em geral, o grego tende a adicionar afirmações que esclarecem detalhes ausentes no aramaico. As motivações dos personagens, por exemplo, são descritas. O grego também elimina certas nuances encontradas no aramaico. Por exemplo, ele não menciona "a lei dos medos e dos persas" cada vez que a frase é repetida no aramaico. Essa e outras alterações deslocam o foco da história para Dario, minimizando a importância do conflito entre a lei humana e a divina. No final da Septuaginta, Dario confessa abertamente a sua fé pessoal no DEUS de Daniel, algo que não acontece no aramaico.
Nessa história, Daniel é caracterizado como um burocrata altamente capaz. Isso é um tanto diferente dos seus papéis nas histórias anteriores, as quais enfatizavam a sua habilidade de interpretar comunicados divinos. Ele foi, contudo, designado como "chefe dos magos" (Dn 4.9; 5.11), o que implicava deveres administrativos. A associação entre a tradição da sabedoria e o governo do estado era significativa no mundo antigo. Como a tradição bíblica reflete, os sábios eram mais do que apêndices dos sistemas de governo em todo o mundo antigo. A sua contribuição era integral. O currículo dos administradores incluía coleções de provérbios e de outras obras de sabedoria. Muitos dos provérbios das Escrituras hebraicas lidam com a conduta dos reis e dos seus oficiais (ex., Pv 25.1-10). Portanto, o papel de Daniel nesse capítulo condiz com o seu treinamento e expertise.
A estrutura geral do capítulo 6 segue a mesma progressão encontrada nos testes de fidelidade dos capítulos 1 e 3. O contexto é descrito (v. 1-3), um teste é planejado (v. 4-18) e o resultado é narrado (v. 19-28). Esses componentes podem ser subdivididos entre as diversas cenas do drama. Essas incluiriam a conspiração (v. 1-9), a ofensa (v. 10-15), a execução (v. 16-18), o livramento (v. 19-23) e a conclusão (v. 24-28).
Assim como ocorre com muitas outras histórias, uma estrutura quiásmica pode ser detectada ao longo da narrativa. O sucesso de Daniel relatado nos primeiros versículos (v. 1-3) retorna no último versículo (v. 28). A maquinação dos conspiradores e o seu edito planejado (v. 4-9) são equilibrados pela morte desses conspiradores e um segundo edito que substitui o primeiro (v. 24-27). As atitudes fiéis de Daniel (v. 10,11) encontram sua recompensa no livramento da cova (v. 19-23). A pressão ansiosa dos conspiradores para que o rei prossiga com a execução de Daniel (v. 12-15) equilibra a relutância do rei em selar a sua sorte (v. 17-19). No centro desse quiasma está a ordem de execução juntamente com a oração do rei por Daniel (v. 16). A estrutura quiásmica tende a focar a atenção nesse momento dramático, quando a única esperança de Daniel é um livramento miraculoso da parte de DEUS.
No texto.
A ofensa (Dn 6.10-15)
Com o plano delineado, os conspiradores precisam apenas que ele seja executado. Daniel não desaponta. Ele age com convicção (v. 10,11), e os seus oponentes pressionam o rei para que condene Daniel (v. 12-15).
10 As mesmas qualidades que Daniel demonstra na vida pública, ele demonstra na vida privada. Ele é fiel, honesto e diligente diante do seu DEUS. Sua devoção incomum é evidenciada pela referência ao lugar, o número de vezes e a postura das suas orações. Com pleno conhecimento do decreto, Daniel não vacila nem esconde as suas convicções. Ele vai para o seu quarto, no andar de cima para orar (v. 10). Isso provavelmente se tratava de um apartamento em cima de uma casa de teto tipicamente plano, separada para esse propósito. O fato de ele ter as janelas de treliça abertas para Jerusalém indica o seu foco no DEUS cujo templo estivera ali. Salomão havia sugerido essa orientação no momento da oração (1 Rs 8.35), e ela se tornou ainda mais popular depois que o templo foi destruído em 587 a.C.. Portanto, as petições de Daniel são feitas diretamente a DEUS e não a Dario, como ordena o decreto.
A sua prática de orar três vezes por dia sinaliza não apenas diligência, como também uma disciplina espiritual e uma urgência fora do comum (v. 10). Orar três vezes por dia talvez fosse um costume persa, mas isso não era prescrito pela fé bíblica. A oração duas vezes por dia é mencionada com maior frequência pelas Escrituras hebraicas, embora três vezes ao dia — de manhã, à tarde e à noite — seja mencionado em Salmo 55.16,17 quando a necessidade é premente. O fato de que Daniel se ajoelhava e orava talvez indique fervor. A posição de pé era a mais típica para a oração. Daniel provavelmente se apresentava diante do Senhor com os braços abertos e erguidos para o céu, agradecendo ao seu DEUS. Nada disso era fingido ou para ostentar. Daniel simplesmente orava como costumava fazer.
Talvez Daniel tenha pronunciado as palavras de Salmo 22.21: "Salva-me da boca dos leões". Mas a essa altura não há nenhum registro do que Daniel disse. Os leitores são informados do que ele fez, mas não do que ele disse. Os efeitos disso dentro de uma narrativa cheia de falas é enfatizar as ações de Daniel. A sua fé é demonstrada pelo que ele faz, e não pelo que ele fala (Tg 2.18). Daniel 6.10 Vida de Oração de Daniel ( 6: 10-15 ) - Comentário Bíblico Wesleyana
10 Quando Daniel soube que o edital estava assinado, entrou em sua casa (agora suas janelas estavam abertas em seu quarto em direção a Jerusalém); e ele punha de joelhos três vezes por dia, e orava, e dava graças diante do seu DEUS, como também antes costumava fazer. 11 Então aqueles homens foram juntos, e acharam a Daniel orando e suplicando diante do seu DEUS. 12 Em seguida, eles se aproximaram, e falou perante o rei no tocante ao interdito do rei: Porventura não assinaste um interdito pelo qual todo homem que fizesse uma petição a qualquer deus ou homem dentro de trinta dias, exceto a ti, ó rei, fosse lançado na cova dos leões? Respondeu o rei, e disse: Esta palavra é certa, conforme a lei dos medos e dos persas, que não se pode revogar. 13 Então responderam disse antes do rei, e que Daniel, que é dos filhos dos cativos de Judá, atenta não a ti, ó rei, nem do interdito que tu assinado, mas faz a sua oração, três vezes por dia. 14 Então o rei, quando ouviu estas palavras, ficou muito descontente, e pôs o seu coração em Daniel para livrá-lo; e ele trabalhou até o pôr-do-sol para resgatá-lo. 15 Então aqueles homens foram juntos ao rei, e disse ao rei: Sabe, ó rei, que é uma lei dos medos e persas que nenhum interdito ou decreto que o rei estabelecer, se pode ser alterado.
Vida de oração de Daniel é conhecido não só neste capítulo, mas ao longo do livro. Daniel orou corporativamente ( 2:17 ), privada ( 6:10 ), sinceramente ( 9: 3 ), desesperadamente ( 10: 2 , 3 ), e poderosamente ( 10:12 ).
O versículo 10 não deve ser interpretado no sentido de deliberada, desobediência desafiadora, mas que, no seu tempo regular de oração Daniel foi encontrado de joelhos. Sua vida de oração é ainda descrito como particular, ele entrou em sua casa ;modelado, três vezes ao dia ; de louvor, e dava graças diante do seu DEUS e humilde, ele punha de joelhos. É este tipo de oração que é poderoso com DEUS. Daniel sabia que ele deve gastar tempo em oração se ele fosse para ter poder para a crise que estava por vir. Portanto, ele não deixou de fora a hora e local de devoção pessoal, embora possa parecer que ele teria evitado o conflito ao fazê-lo. Nada pode substituir a comunhão com DEUS.
Os inimigos de Daniel estavam na mão para ver e ouvi-lo orar. Ele enfrentou Jerusalém, um costume entre os judeus do exílio. Então, com a palavra de mais de uma testemunha, os inimigos se apressou para o rei com o relatório.
Porventura não assinaste um interdito? Desde há alguns dias se passaram, eles lembraram o rei do que tinha sido feito. O lembrete iria garantir a sua aprovação continuou antes que saltou sobre ele o nome do autor do crime. O rei lembrou-se e observou que a lei não poderia ser alterado.
Daniel caso de ti não. A primeira acusação era difamar o relacionamento de Daniel com o rei; em seguida, eles passaram a acusá-lo sobre a lei quebrada: ele faz a sua oração, três vezes por dia. Mesmo inimigos de Daniel sabia quantas vezes ele orou; não havia nada de segredo sobre sua vida devocional.
Darius estava indignado, que significa "muito angustiado", pois ele era amigável para Daniel. Ele trabalhou durante todo o dia para resgatá-lo, o que significa que ele colocou muitas coisas em movimento para efetuar uma mudança na situação; mas sem sucesso. Daniel 6. 6-10 Uma Trama Contra Daniel - Com. Bíblico - Matthew Henry (Exaustivo) AT e NT
Os adversários de Daniel não conseguiam conquistar nenhuma vantagem contra ele em se tratando de qualquer lei que estivesse em vigor. Portanto, inventaram uma nova lei com a qual esperavam apanhá-lo numa armadilha. Decidiram usar um assunto no qual estavam certos de que ele não poderia se manter impassível. Pensaram que a fidelidade de Daniel ao Senhor seu DEUS lhes conquistaria essa vantagem. Aqui temos:
I
A ímpia lei de Dario. Quando digo que essa lei pertencia a Dario é porque ele tinha lhe dado o aval real, pois de outro modo não poderia entrar em vigor. Mas, embora não fosse propriamente dele, ou não a tivesse planejado, o fato é que Dario havia sido perfeitamente iludido e levado a consenti-la. Os oficiais e os príncipes haviam elaborado o edito e apresentado o projeto. E, através da atuação deles, ela foi aceita por uma convenção de estados que, nessa época, haviam se reunido em algum evento público. Eles pretendiam que esse projeto fosse transformado em lei depois de uma reflexão amadurecida, e que os oficiais do reino, governantes, príncipes, conselheiros e comandantes fossem conjuntamente consultados sobre ela e que não só concordassem, como também a recomendassem, pois tendo examinado seus diversos motivos e considerações, eles haviam feito o que podiam para transformá-la em um firme decreto. Além disso, eles informaram ao rei que não trazia nemine contradicente – isto é, que era unânime: Todos os oficiais tinham essa opinião. No entanto, temos certeza de que Daniel, o chefe dos três presidentes, não concordava com ela, e temos razões para pensar que muitos dos príncipes haviam se eximido dela como sendo absurda e exagerada. Observe que não é nenhuma novidade que coisas assim sejam apresentadas, inclusive com grande segurança, como se simbolizassem o sentimento da nação, mas que, no entanto, estão longe de sê-lo. E aqueles poucos que as aprovaram disseram que esta lei teve o consentimento de todos. Mas como são infelizes os reis que, ao se encontrarem sob a necessidade de ver e ouvir através dos olhos e dos ouvidos de outras pessoas, são muitas vezes obrigados a aceitar as decisões equivocadas que lhes são impostas! Esses homens astutos e mal-intencionados, com a desculpa de estarem prestando honras ao rei, mas na verdade planejando a ruína do seu favorito, forçam-no a promulgar essa lei e a fazer dela um estatuto real pelo qual qualquer um que fosse encontrado fazendo um pedido a qualquer deus ou homem durante trinta dias, que não fosse ao rei, seria condenado à mais bárbara das mortes, isto é, seria lançado à cova dos leões (v. 7). Esse era o projeto que vinham planejando, e que apresentaram ao rei para ser assinado e transformado em lei. Agora: 1. Nesse projeto não havia nada que tivesse a menor aparência ou intenção de fazer algum bem. No entanto, ele servia para exaltar o rei, e fazer com que parecesse ser muito bom e muito grande perante os súditos. Segundo a sugestão dos seus conselheiros, essa lei iria lhe prestar bons serviços, já que ele tinha chegado recentemente ao trono, e ela poderia servir para confirmar seus interesses. Todos os homens deveriam ser levados a crer que o rei era tão rico, e que estava ao mesmo tempo tão pronto para atender a todos os requisitantes, que nenhum deles iria querer ou teria a necessidade de suplicar algum alívio a DEUS ou a qualquer homem, a não ser exclusivamente ao rei. E, durante trinta dias, o rei estaria pronto a conceder uma audiência a todos aqueles que tivessem algum pedido a lhe fazer. Na verdade, é uma grande honra para os reis quando eles podem se tornar os benfeitores dos seus súditos, mantendo os ouvidos abertos às suas súplicas e solicitações. Mas, se eles pretenderem ser os seus únicos benfeitores, e se colocarem no lugar de DEUS, desafiando o respeito que só é devido a Ele, isso se transformará na sua desgraça, e não na sua honra. 2. Mas existe muito mais nisso que, aparentemente, poderia ser um mal, pois é muito ruim proibir um homem de fazer qualquer pedido. Será que um mendigo não pode pedir esmolas, ou um vizinho não pode pedir um favor ao outro? Se um filho quiser pão, então ele não irá pedir aos pais, pois poderá ser lançado à cova dos leões? Além disso, aqueles que têm assuntos a tratar com o rei não podem pedir a outros para apresentá-los? Mas, o que era ainda pior, e também uma afronta à religião, era a proibição de se fazer um pedido a DEUS, pois é através da oração que damos glória a DEUS, alcançamos sua misericórdia, e mantemos a nossa comunhão com Ele. Proibir a oração durante trinta dias é o mesmo que roubar de DEUS todo tributo que Ele merece de um homem, e roubar de um homem todo consolo que este recebe de DEUS. Como a luz da natureza nos ensina que cabe à providência de DEUS a ordenação e a disposição de todos os nossos assuntos, será que a lei da natureza também não nos obriga a buscar a DEUS, demonstrando-lhe o nosso reconhecimento? Se não podemos viver um único dia sem a preciosa presença de DEUS, seria possível viver trinta dias sem orar a Ele? Será que o próprio rei conseguiria ficar tanto tempo sem orar a DEUS ou, se tivesse essa permissão, será que iria fazê-lo em nome de todos os seus súditos? Será que alguma vez alguma nação desprezou dessa maneira os seus deuses? Mas, veja a que absurdos a maldade pode levar os homens. Ao invés de evitar que Daniel ficasse em dificuldades por orar ao seu DEUS, eles estavam negando a si mesmos e a todos os seus amigos a liberdade de orar aos seus deuses. Se apenas os judeus tivessem sido proibidos de orar ao Senhor seu DEUS, Daniel poderia ter efetivamente caído nessa armadilha. Mas eles sabiam que o rei não iria promulgar essa lei, portanto agiram para que ela tivesse um efeito generalizado. E o rei, convencido de que ela iria promovê-lo como se fosse um pequeno deus, gostou muito desse elogio (pois é isso que ele seria) e assinou a escritura desse edito (v. 9) que, em seguida, passou a vigorar. De acordo com a constituição do reino unido dos medos e dos persas, um decreto real não poderia ser alterado ou revogado, sob nenhum pretexto. A infração a um decreto real não poderia ser perdoada.
II
A piedosa desobediência de Daniel a essa lei (v. 10). Ele não se retirou para o campo, nem se escondeu por algum tempo, embora soubesse que a lei havia sido dirigida a ele. Mas, tendo pleno conhecimento disso, permaneceu no seu posto sabendo que agora tinha uma excelente oportunidade de honrar a DEUS perante os homens, mostrando que preferia e honrava o favor do Senhor, e que desejava, em primeiro lugar, cumprir o seu dever. Assim Daniel mostrou que a sua vida com DEUS valia muito mais do que a sua vida neste mundo. Quando Daniel ficou sabendo que a lei havia sido assinada, ele poderia ter ido até o rei para repreendê-lo a esse respeito e, além disso, poderia ter se mostrado contra ela, pois estava baseada numa informação errada de que todos os oficiais haviam dado o seu consentimento, enquanto ele, que era o chefe de todos, nunca havia sido consultado sobre esse assunto. Mas Daniel decidiu ir para casa e se dedicar ao seu dever, confiando alegremente essa ocorrência a DEUS. Então, observe:
1. A prática constante de Daniel, sobre a qual não havíamos sido informados antes dessa ocasião, mas que agora temos razões para pensar que se tratava de uma prática piedosa entre os judeus.(1) Ele orava na sua casa, às vezes, sozinho, outras vezes com a família ao seu redor, e tratava esse assunto com muita seriedade. Cornélio era um homem que orava em sua casa (At 10.30). Observe que toda casa tem a obrigação de ser uma casa de oração. E onde tivermos uma tenda, DEUS deverá ter um altar, e sobre este deveremos oferecer sacrifícios espirituais.(2) Em todas as suas orações ele dava graças. Quando oramos a DEUS pelas misericórdias que desejamos, devemos também louvá-lo por causa daquelas que já recebemos. As ações de graças devem fazer parte de toda oração.(3) Em sua oração, e também em suas ações de graças, Daniel mantinha o seu olhar fixo em DEUS, no seu DEUS, porque era o DEUS do pacto, e se colocava na sua presença. Ele fazia isso perante o seu DEUS, e sentia uma grande consideração por Ele.(4) Ao orar e dar graças ele se ajoelhava e esse é um gesto muito próprio para a oração, e muito expressivo por causa da sua humildade, reverência e submissão a DEUS. Ajoelhar-se representa uma postura em que a pessoa está implorando. E nós imploramos a DEUS como pedintes, mendigando a favor da nossa vida, pois vale a pena importunarmos o Senhor por ela.(5) Ele abriu as janelas do seu quarto para que a visão celestial pudesse encher o seu coração de admiração por aquele DEUS que reside acima dos céus. Mas isso não era tudo. Ele abriu as janelas em direção a Jerusalém, a cidade santa, que agora estava em ruínas, a fim de mostrar a afeição que sentia até mesmo pelas suas pedras e pelo seu pó (Sl 102.14) e a sua lembrança estava diariamente presente nas suas orações. Portanto, embora vivesse com grandeza na Babilônia, ele demonstrava colaborar com o mais desprezível dos irmãos cativos ao se lembrar de Jerusalém, preferindo-a à sua maior alegria (Sl 137.5,6). Jerusalém era o lugar que DEUS havia escolhido para colocar o seu santo e bendito nome e, quando o Templo lhe foi dedicado, a oração de Salomão dizia que se o seu povo estivesse na terra dos inimigos ele deveria voltar os olhos em direção à terra que havia recebido, à cidade que DEUS havia escolhido e à casa que foi construída para levar o seu nome, e então o bondoso Senhor ouviria as suas súplicas e defenderia a sua causa (1 Rs 8.48,49). E Daniel considerava essa oração em meio a essas circunstâncias, e em suas devoções.(6) Ele fazia isso três vezes ao dia, de acordo com o exemplo de Davi (Sl 55.17), “de tarde, e de manhã, e ao meio dia, orarei”. É algo bom nós termos o nosso período de oração, não para obrigar, mas para lembrar a nossa consciência. E se cremos que o nosso corpo precisa de alimentos três vezes ao dia, como podemos pensar em servir menos vezes à nossa alma? Mesmo fazendo isso, não estaremos cumprindo o mandamento que nos diz que devemos orar constantemente.(7) Ele fazia isso aberta e declaradamente para que todos aqueles que o conheciam ficassem sabendo que se tratava da sua prática, e era isso que desejava mostrar, não por ser orgulhoso (no lugar onde estava não havia ocasião para essa tentação, pois não era a reputação, mas a censura que o assistia), mas porque não se envergonhava dela. Embora Daniel fosse um grande homem, ele não considerava humilhante ajoelhar-se três vezes ao dia perante o seu Senhor, e ser o seu próprio capelão. Embora fosse um homem idoso ele não acreditava ter passado da idade de orar e, apesar de ter conservado essa prática desde a juventude, ele tinha a intenção de manter esse hábito tão saudável para a alma e para o corpo. Embora fosse um homem de negócios, não considerava que estes serviriam como desculpa para evitar os seus exercícios diários de devoção. Que grande culpa têm aqueles que pouco fazem no mundo e, ainda assim, nada fazem por DEUS e pela sua própria alma! Daniel era um homem famoso pelas suas orações e pelo sucesso que estas lhe traziam (Ez 14.14). Ele se tornou um homem de oração, pois certamente se conscientizou da importância e dos poderosos efeitos da oração, e fez dela uma atividade diária. Por causa disso, DEUS o abençoou de uma forma maravilhosa.
2. A constante adesão de Daniel à oração, mesmo depois de ter sido transformada, pela lei, em uma prática punível com a pena capital.Ao saber que o edito havia sido assinado, ele continuou a fazer o que sempre fez, e não modificou nenhum detalhe desse seu hábito. É verdade que muitos homens, e até muitos homens bons, teriam considerado ser prudente se omitir durante esses trinta dias, um período em que não poderiam orar sem que colocassem a vida em risco. Daniel poderia orar muito mais freqüentemente quando esses dias tivessem terminado, ou poderia ter praticado o seu dever em algum outro lugar, e tão secretamente que os seus inimigos não poderiam descobri-lo. Dessa maneira, ele não apenas satisfaria a sua consciência, como manteria a sua comunhão com DEUS, evitando transgredir a lei, e continuando a ser útil. Mas, se tivesse agido assim, tanto seus amigos como seus inimigos pensariam que dessa vez ele havia abandonado seus deveres por causa da covardia e do medo, e isso teria servido muito bem para desonrar a DEUS e desanimar os seus amigos. Outros, que se moviam em um nível inferior ao de Daniel, poderiam ter agido com mais cuidado. Mas Daniel, que tinha tantos olhos voltados para ele, deveria agir com coragem, pois sabia que essa lei era dirigida particularmente a ele. Note que não devemos nos omitir e deixar de cumprir o nosso dever por causa do medo de sofrer, nem por estarmos próximos às terríveis ameaças que venham a nos assolar. Nos momentos de grandes provações, um grande estresse é colocado sobre nós quando confessamos CRISTO perante os homens (Mt 10.32). Devemos tomar cuidado para que, sob o pretexto da discrição, não nos tornemos culpados de ter agido com covardia em relação à causa de DEUS. Mesmo que não creiamos que esse exemplo de Daniel nos obrigue a agir da mesma maneira, ainda assim tenho certeza de que ele nos proíbe de censurar aqueles que o fazem, pois ficou bastante claro que o Senhor DEUS aprovou a atitude de Daniel. Por causa da constância de Daniel no cumprimento dos seus deveres, parece que ele nunca usou nenhuma desculpa para não cumpri-los, e o mesmo iria acontecer agora. (1) Essa proibição havia sido feita pelo rei, seu senhor, e também em sua honra. Mas não há dúvida de que a resposta correta seria uma máxima indiscutível em uma situação conflitante como essa: Devemos obedecer a DEUS, e não aos homens. (2) Essa era uma forte ameaça contra a vida de Daniel, mas também não há dúvida de que seria uma máxima indiscutível responder que aqueles que desprezam a alma para salvar a vida (como certamente fazem aqueles que vivem sem orar), estão fazendo um mau negócio. Pois embora possam se julgar ou parecer mais sábios que Daniel (como o rei de Tiro), no final terão se comportado como tolos. -------------------------------------Daniel 9.1-3 A visão das Setenta semanas (Dn 9.1-27) Panorama geral - Novo Comentário Bíblico Beacon
No capítulo 9, Daniel soa mais como outros profetas de Israel do que em qualquer outra parte do livro. Sua longa oração de confissão está fortemente baseada nas palavras e pensamentos da grande tradição profética das Escrituras hebraicas. Contudo, o som familiar da sua oração dá lugar a uma visão cuja linguagem é ambígua. Suas expressões crípticas têm evocado uma vasta gama de interpretações. Portanto, uma das visões mais debatidas do livro de Daniel se encontra aqui. A mensagem a respeito do controle de DEUS sobre os negócios do Seu povo, contudo, permanece clara. Esse capítulo a deixa particularmente evidente por meio da demonstração do caráter justo do Senhor com relação à [Sua] aliança com Israel.
Por trás do texto
O conteúdo e a forma do capítulo 9 diferem das outras visões relatadas no livro até agora. Imagens fantásticas – como uma estátua de metal (Dn 2), uma árvore espiritual (Dn 4) e animais ferozes (Dn 7; 8) – não ocorrem no capítulo 9. A imagem aqui é simplesmente a do número 70. Portanto, de modo geral, o gênero do capítulo 9 pode ser distinguido do estilo dos capítulos 2, 4, 7 e 8. Os estudiosos o identificam como um relato de visão revelatório, diferente do relato de visão simbólico dos capítulos anteriores. Os relatos de visão dos capítulos 10-12 também seguem a mesma forma do capítulo 9 (para uma discussão mais aprofundada sobre esse gênero, veja Por trás do texto em Dn 10.1-11.1).
Uma característica da visão revelatória é uma descrição extensa do contexto em que ela é dada. Nas visões simbólicas, isso normalmente constitui um detalhe insignificante, descrito brevemente em poucas frases. No capítulo 9, a leitura das Escrituras e uma longa oração de confissão levam à visão celestial. A revelação divina na verdade é muito mais curta do que a descrição do contexto em que ela vem. Os relatos das visões nos capítulo 10-12 contém uma descrição ainda mais elaborada do contexto do visionário. No final, contudo, a revelação daquela visão permanece muito mais longa do que o contexto.
Esse foco no contexto da visão sugere uma estratégia para a leitura da mensagem do anjo. A oração fornece uma perspectiva a partir da qual a visão pode ser interpretada. De acordo com Gabriel, a visão vem como uma resposta direta à oração de Daniel (v. 22,23). As diversas alusões que a visão faz à oração confirmam essa importante conexão. Embora alguns comentaristas vejam a oração como desconectada e até mesmo como um conteúdo não essencial, sua centralidade à mensagem da visão não deve ser negligenciada.
A oração de Daniel é uma confissão coletiva de pecado que reflete a linguagem e o estilo de orações desse tipo ao longo das Escrituras hebraicas. Na tradição de Abraão e Moisés, Daniel se coloca como intercessor pelo seu povo (Gn 18.23-33; Êx 32.7-14; Nm 14.13-19). Ele emprega expressões estereotipadas reminiscentes das orações encontradas nos salmos penitenciais, nos livros pós-exílicos e especialmente no material deuteronomista (1 Rs 8.46-53; Ed 9.6-15; Ne 9.6-37; Sl 79).
A lógica da oração está no entendimento de Israel do seu relacionamento especial com DEUS e de sua aliança com Ele. De acordo com as Escrituras hebraicas, os descendentes de Abraão possuem num vínculo singular com o seu DEUS que requer compromisso de ambos os lados (Gn 12.1-3; 17.1-14). A oração de Daniel enfatiza esse relacionamento, empregando a linguagem da feitura e da quebra de uma aliança. Termos como "amor" (hesed), "leis" (tôrôt e mispatim), "mandamentos" (miswõt), "a Lei de Moisés" (tôrãt mõrieh) e "aliança" (berit) ocorrem ao longo da oração, junto a referências ao êxodo do Egito. DEUS é aquele que mantém a Sua aliança de amor (Dn 9.4). Ele é conhecido pelo Seu nome pactual específico, o Senhor, que é usado seis vezes nesse capítulo e em nenhum outro lugar do livro. Por causa dessa aliança, DEUS é justificado ao julgar o Seu povo. Eles pecaram, e portanto quebraram a aliança. Ao mesmo tempo, a misericórdia é esperada por causa da aliança. DEUS perdoa porque Ele está comprometido com o Seu povo.
Esse pensamento pactual é central às profecias de Jeremias, que fornecem um importante contexto para o capítulo 9. Daniel se refere à palavra do Senhor dada ao profeta Jeremias (v. 2), uma mensagem sobre setenta anos encontrada em Jeremias 25.11,12 ; 29.10. Porém, Daniel também alude a muitas outras passagens em Jeremias que apoiam a sua teologia pactual. Para Jeremias, a aliança era a base das palavras de condenação e também de esperança. Talvez com maior clareza do que qualquer outra pessoa em sua época, ele reconhecia a inevitabilidade do julgamento de Judá porque eles haviam quebrado a aliança com DEUS (Jr 11.1-14). Entretanto, ele também estava cheio de expectativas esperançosas para o futuro de Judá por causa da aliança ( Jr 31.1-14). Jeremias vislumbrou o dia em que uma nova aliança seria estabelecida entre DEUS e o Seu povo (Jr 31.31-34). A oração e a visão de Daniel 9 capturam um pouco do mesmo futuro esperançoso com DEUS.
O significado dos setenta anos mencionados por Jeremias, assim como das Setenta semanas da visão, é crucial para o entendimento de Daniel 9. O interpretador deve decidir se entenderá esses números literal ou simbolicamente. Muitos estudiosos argumentam que os números no texto devem ser entendidos literalmente (Archer, 1985, p. 119; Miller, 1994, p. 257,258). Como as Setenta semanas são divididas em três partes específicas – sete semanas, sessenta e duas semanas e uma semana –, cálculos específicos parecem apropriados. Além disso, referências em outras partes das Escrituras hebraicas a sete anos literais com relação aos anos sabáticos e jubileus indicam que esses também podem ser entendidos de forma literal (Lv 25.1-12). Finalmente, a quase exatidão dos 70 anos de duração do exílio de Judá talvez apoie uma leitura literal.
Uma análise do uso dos números sete e setenta ao longo da Bíblia, contudo, revela uma predominância do seu uso simbólico. O número sete representa a plenitude ou a perfeição de Gênesis a Apocalipse. O fundamento conceitual para esse número é derivado dos sete dias da criação (Gn 1.1-2.4). Portanto, a semana de sete dias é um ciclo completo de tempo. A multiplicação de sete por dez intensifica o sentido de totalidade e expressa uma imagem forçosa de plenitude. O número setenta combina sete, o símbolo da perfeição, a dez, o símbolo da totalidade. A perfeição é multiplicada dez vezes, ou seja, à máxima potência. Portanto, o número setenta é usado ao longo das Escrituras para indicar uma quantidade plena ou perfeita de algo, como nações (Gn 10), filhos (Gn 46.27; Jz 8.30; 2 Rs 10.1), palmeiras (Êx 15.27), anciãos (Êx 24.1) e anos de vida (Si 90.10). Os textos canaanitas e mesopotâmios revelam um tipo semelhante de uso para os números sete e setenta.
Em vista de tudo isso, parece provável que os 70 anos da desolação de Jerusalém devam ser entendidos simbolicamente. Em vez de se referirem a um cálculo literal de tempo, os 70 anos poderiam indicar uma referência a uma quantidade completa de tempo. Nesse caso, eles se tratariam do tempo necessário para que o julgamento divino sobre Jerusalém fosse completo. Poderíamos comparar isso aos 70 anos em que a cidade de Tiro ficou devastada em juízo (Is 13.15-17). O livro de Crônicas acrescentou uma idiossincrasia adicional a esse simbolismo ao conectar os 70 anos do julgamento de Judá ao descanso sabático da terra: "A terra desfrutou os seus descansos sabáticos; descansou durante todo o tempo de sua desolação, até que os setenta anos se completaram, em cumprimento da palavra do Senhor anunciada por Jeremias" (2 Cr 36.21). Esse texto parece referir-se ao período desde a destruição de Jerusalém em 587 a.C. até o edito de Ciro em 539 a.C.. Portanto, os 70 anos de Crônicas representam 49 anos.
O simbolismo dos 70 anos de Jeremias permanece, embora alguns cálculos do exílio de Judá se aproximem desse período de tempo. Por exemplo, a queda da Babilônia em 539 a.C. ocorreu aproximadamente 70 anos depois que os babilônios tomaram o controle de Judá em torno de 605 a.C.. Também é verdade que, do momento em que o templo em Jerusalém foi destruído em 587 a.C. até ele ser reconstruído em 516 a.C., passaram-se quase 70 anos. Em Zacarias, um anjo parece perceber essa conexão com o templo quando ele fala dos "setenta anos" em que DEUS esteve indignado com Jerusalém (Zc 1.12). Aquela visão foi dada em torno de 519 a.C., 68 anos depois do templo ter sido destruído. Esses cálculos tendem a confirmar que 70 é um número simbólico e arredondado, já que o tempo não foi exatamente de 70 anos.
Como o significado dos 70 anos de Jeremias é provavelmente simbólico, poderíamos esperar que as Setenta semanas da visão também o sejam. Isso é particularmente verdadeiro, já que o número ocorre numa visão, e todos os outros números nas visões de Daniel parecem ser simbólicos (veja comentários sobre Dn 2.44,45; 7.17; 8.14; 12.11,12). Também é verdade que nenhuma tentativa de relacionar esse número a eventos históricos específicos foi totalmente bem-sucedida.
A palavra "semanas" foi traduzida da palavra hebraica setes (sYabií'irn), que expressa sete unidades de coisas. A combinação de setenta com essa forma plural da palavra sete é quase sempre entendida como "Setenta semanas de anos", que seriam "setenta vezes sete", ou 490 anos.
O contexto histórico identificado para a oração e a visão de Daniel 9 é significativo. O primeiro ano de Dario se refere a 539 a.C., quando a Babilônia foi tomada pelos persas, conforme descrito em Dn 5.31 (9.1 ARA). As questões históricas relacionadas a Dano já foram discutidas antes (veja No texto no cap. 6). A queda da Babilônia marcou uma nova era para a sorte judaica. A política persa de retornar os povos exilados à sua terra natal forneceu uma oportunidade para que os judeus voltassem para Jerusalém e a restabelecessem. De acordo com os registros históricos, o rei persa Ciro emitiu um decreto em 539 a.C. autorizando essa ação. Os registros bíblicos afirmam o impacto desse edito sobre os judeus em particular (2 Cr 36.23; Ed 1.2-4). Tanto a oração como a visão de Daniel 9 deveriam ser lidas com relação a esse contexto.
As conexões verbais, estruturais e temáticas entre o capítulo 9 e as outras visões do livro são significativas e indicam que cada uma delas deveria ser entendida à luz das outras (veja No texto no cap. 7). A visão do capítulo 7 esboça um panorama amplo da história do homem, enquanto as visões dos capítulos 8-12 fornecem detalhes de eras mais específicas dentro desse retrato. Diversos elementos unem as três visões dos capítulos 8-12, em particular o foco no período de intenso sofrimento para o povo de DEUS, quando um "sacrilégio terrível" ocorre (veja Por trás do texto no cap. 8).
O capítulo 9 demonstra ter um relacionamento especial com o capítulo 8. Além das referências a Gabriel em ambos, diversas outras características verbais ligam esses dois capítulos. A maioria dessas particularidades ocorre em relação às atividades do pequeno chifre no capítulo 8. Os termos e conceitos repetidos incluem: a "rebelião", o "sacrilégio terrível", a "desolação de Jerusalém, o fim ao sacrifício e à oferta, sela (...) a visão e o lugar santo" (veja maiores detalhes em Goldingay, 1989, p. 259,260). Essa característica indica que o capítulo 8 fornece o contexto para a leitura do capítulo 9. No mínimo, o capítulo 9 está relacionado a um tipo de evento semelhante ao do capítulo 8, se não o mesmo. Quer a pessoa concorde que essas duas visões estão falando do mesmo evento histórico ou não, o capítulo 9 fornece uma explicação adicional sobre a vida do povo de DEUS em meio a esses acontecimentos. Ele nos dá um retrato mais detalhado do fim das "duas mil e trezentas tardes e manhãs", além de uma progressão dos eventos que poderiam acompanhar esse período.
A visão do capítulo 9 é precedida por uma descrição extensiva do contexto no qual ela é dada. Como observamos acima, a extensão dessa introdução é única no livro, afetando significativamente a interpretação da visão. O insight de Daniel sobre a profecia de Jeremias (v. 1,2) leva à sua oração de confissão (v. 3-19), a qual provoca a chegada do mensageiro celestial (v. 20-23) e finalmente da mensagem (v. 24-27).
No texto (Dn 9.1-3)
O insight sobre Jeremias (Dn 9.1,2)
1 O capítulo começa como todos os outros relatos de visões do livro, com uma observação sobre um período específico. O "primeiro ano de Dario" se refere a 539 a.C., quando os persas conquistaram a Babilônia (v. 1 ARA). Isso presume tratar-se do mesmo Dario mencionado em Daniel 5.31 ; 6.1, o que é razoável. Aquela pessoa também é identificada como sendo de origem meda e como alguém que foi constituído governante do reino babilônio (v. 1). A forma passiva de foi constituído governante talvez indique a mão divina. Mas isso também poderia refletir a nomeação de Dario por uma autoridade mais alta. As questões relacionadas à identidade de Dario, o medo no livro de Daniel já foram discutidas anteriormente (veja Por trás do texto no cap. 6).
Este versículo dá informações adicionais sobre a família de Dario. Ele é chamado o filho de Xerxes (Assuero em hebraico). Este é o nome de dois reis no Império Persa após este período (veja Ed 4.6 e Et 1.1), mas desconhecida anteriormente. Portanto, os estudiosos estão incertos quanto a quem se refere. Alguns sugeriram que é um nome de autoridade, enquanto outros o veem como um erro histórico.
A referência a Dario liga esse capítulo ao capítulo 6, onde Daniel também é retratado como uma pessoa comprometida com a oração. Naquele contexto, ele ora fielmente três vezes por dia, mesmo em vista da oposição oficial a essas orações.
2 Independente das identidades de Dario e Xerxes, a notação temporal identifica um momento de importante mudança política, quando a Babilônia caiu e os persas começaram a dominar o Oriente Médio. É nesse contexto que Daniel ganha insight sobre algumas palavras de Jeremias. No primeiro ano do seu reinado é repetido como que para enfatizar a conexão entre a leitura que Daniel fez de Jeremias e os eventos relacionados a essa data (v. 2). Ele identifica essas palavras como sendo parte das Escrituras, literalmente nos livros (bassepãrim). Esse termo parece designar alguns textos oficiais da comunidade de fé, já que Daniel também as chama de a palavra do Senhor.
A partir das palavras de Jeremias, Daniel passa a entender que a desolação de Jerusalém iria durar setenta anos (v. 2). Isso sugere que Daniel estava lendo Jeremias 25.11,12 ; 29.10. A primeira passagem projeta a era do domínio babilônico, quando "toda esta terra se tornará uma ruína desolada, e essas nações estarão sujeitas ao rei da Babilônia durante setenta anos" ( Jr 25.11). O texto continua, prevendo também o julgamento da Babilônia: "quando se completarem os setenta anos, castigarei o rei da Babilônia e a sua nação" (v. 12). A outra passagem de Jeremias enfoca a esperança do retorno do exílio babilônico. Ela diz: "Quando se completarem os setenta anos da Babilônia, eu cumprirei a minha promessa em favor de vocês, de trazê-los de volta para este lugar" (Jr 29.10).
Essas profecias identificam duas coisas que acontecerão no final dos setenta anos: (1) O julgamento da Babilônia e (2) A restauração de Judá. Na época em que Daniel estava lendo as palavras de Jeremias, a primeira delas já havia acontecido. A preocupação dele então é que o restante da profecia de Jeremias se cumprisse e a desolação de Jerusalém chegasse ao fim.
A desolação (1.1ãrêbât) ou ruína mais completa de Jerusalém ocorreu em 587 a.C., quando os babilônios destruíram totalmente a cidade e o seu templo. É possível, contudo, que Daniel estivesse pensando sobre todo o período em que a cidade permaneceu sob o domínio da Babilônia, que foi de 605 a 539 a.C.. Embora isso tenha somado cerca de setenta anos, esse número não pretende ser um cálculo exato nem em Jeremias nem em Daniel. Trata-se de um número arredondado, simbólico de todo o período de tempo necessário para que algo aconteça (veja Por trás do texto). Quer Daniel considere que Jerusalém ficou desolada por 49 ou por 68 anos, ele espera que a sua restauração esteja prestes a acontecer. A oração de confissão
3 A reação de Daniel ao insight do livro de Jeremias é fazer uma oração de arrependimento comunitário. Nisso ele está seguindo o mandamento prescrito em Levítico 26.40-45 e refletido em Jeremias 29. Depois de 70 anos do domínio babilônico, DEUS prevê que Seus servos "clamarão a mim, virão orar a mim, e eu os ouvirei. Vocês me procurarão e me acharão quando me procurarem de todo o coração" ( Jr 29.12,13). Daniel parece estar buscando o cumprimento da profecia de Jeremias por intermédio da sua oração. Pelo menos, ele está seguindo a sua admoestação. Quando o anjo responde à sua oração, contudo, Daniel descobre que existe mais a ser compreendido sobre aquelas palavras.
As preparações de Daniel para a oração são descritas (v. 3,4a) e então as palavras da oração são relatadas (v. 4b-19). A oração se desenrola como uma progressão lógica que passa por uma confissão de pecados (v. 4b-6), uma afirmação da justiça de DEUS (v. 7-14) e finalmente uma súplica pela restauração (v. 15-19). Cada uma dessas seções começa com uma invocação que caracteriza DEUS. Os elementos da confissão e da afirmação estão entrelaçados ao longo da oração. Isso enfatiza o contraste entre o DEUS que cumpre a Sua aliança e o povo que a quebra. Os pecados do povo de DEUS são detestáveis, enquanto o juízo de DEUS é plenamente justificável. Essa característica também reconhece que uma oração de confissão confessa não apenas o horror do pecado, mas também a plenamente justificável terribilidade de DEUS.
De acordo com as Escrituras, o comportamento de Daniel é o de um verdadeiro penitente. Ele se apresenta diante de DEUS com orações e súplicas (v. 3). O primeiro termo (têpillâ) é a palavra mais comum para oração nas Escrituras hebraicas, sendo frequentemente usada com o sentido de intercessão (1 Rs 8.28). O segundo termo (tahánúnim) designa um pedido de favor. Juntos, os dois termos podem ser considerados como uma hendíadis e traduzidos como oração de súplica.
Literalmente, Daniel diz: Eu voltei o meu rosto para o Senhor DEUS para buscar, o que expressa uma intensidade especial. A palavra buscar (bãqas) poderia sugerir que Daniel está buscando mais iluminação, mas também que ele está simplesmente buscando obter uma audiência com DEUS. O tom da oração indica que Daniel está mais preocupado em reestabelecer uma comunicação genuína com o Senhor. Qualquer que tenha sido o seu intento, Daniel recebe mais insight sobre o significado de setenta em resposta à sua oração.
O jejum e o ato de vestir pano de saco e (...) cinza ressaltam o fervor de Daniel. Essas são as ações e as vestimentas daqueles que lamentam ou buscam fervorosamente a DEUS (2 Cr 20.3; Ne 9.1; Et 4.1). Daniel também jejua antes de receber a última visão registrada no livro (Dn 10.2,3). Daniel 9.1-3 A VISÃO das setenta semanas ( 9: 1-27 ) - Comentário Bíblico Wesleyana
A terceira visão registrada por Daniel segue um padrão diferente do que os dois anteriores. Eles falavam em figuras de animais simbólicos; este usa números simbólicos. Sua finalidade é apresentado em maior detalhe o período de tempo a partir da visão até a vinda do Messias. Desta forma o povo de DEUS estaria preparado para o grande evento da idades, o Messias que redimiria Israel e todo o mundo. O capítulo se move através de três fases: o cenário, a súplica, e as 70 semanas.
1. A profecia de Jeremias ( 9: 1-2 )
1 No primeiro ano de Dario, filho de Assuero, da linhagem dos medos, o qual foi constituído rei sobre o reino dos caldeus, 2 , no primeiro ano de seu reinado, eu, Daniel, entendi pelos livros que o número do anos, dos quais a palavra do Senhor veio a Jeremias, o profeta, para o cumprimento das desolações de Jerusalém, era de setenta anos.
A visão teve a sua origem no primeiro ano do reinado persa quando Daniel começou a ler a profecia de Jeremias. Dario, filho de Assuero, da linhagem dos medos, é a pessoa a quem nós identificamos com Gubaru, o governador do província de Babilônia, depois da conquista da Babilônia pelas forças persas (ver comentários em 6: 1 ). O ano é, portanto, 538 BC , antes de Cyrus havia proclamado seu edital permitindo que os judeus voltassem para sua terra natal ( Esdras 1: 1 ).
Daniel possuía alguns coleção de escritos dos profetas, para a obra da qual ele é chamado de ler livros. O lugar de seu estudo era, evidentemente, Jeremias 25: 1-14 , uma passagem datada em 605 AC, prevendo que o cativeiro continuaria 70 anos . Daniel foi levado cativo para esse ano, e agora os 70 anos estavam quase a terminar. A inspiração da Escritura está implícita na passagem, pois ao ler a profecia, Daniel acreditava-se, e se entregou à oração e confissão.
2. A oração de Daniel ( 9: 3-19 )
1. Preparação para a Prayer ( 9: 3-4A )
3 E eu dirigi o meu rosto ao Senhor DEUS, para o buscar com oração e súplicas, com jejum, e saco e cinza. 4 E orei ao Senhor meu DEUS, e confessei, e disse:
Daniel queria iluminação espiritual a respeito dos 70 anos previstos para a punição de Jerusalém. De importância é a preparação que acompanhou a sua oração. Ele começou a procurar, ou seja, colocar-se no lugar onde DEUS quer esclarecê-lo. Com o jejum, e saco e cinza fala da seriedade e humildade, que acompanhou a busca. Para esses atos externos foram adicionados confissão e súplica, o que significa recitação dos pecados e petições fortes para a coisa solicitado. A oração é que tipo de atividade que traz resultados somente em termos de DEUS. A oração traz resultados quando o homem segue as diretrizes divinas e reúna as condições divinas.
Daniel orou ao Senhor, o DEUS que guarda o concerto de Israel, mas se dirigiu a Ele como Adonai Elohim , o forte Mestre. A verdadeira oração reconhece o senhorio de DEUS.
b. Oração de Confissão ( 9: 4b-14 )
Oh, Senhor, o grande e terrível DEUS, que guarda a aliança ea misericórdia para com os que o amam e guardam os seus mandamentos, 5 pecamos, e lidaram perversamente, e perversamente, e se rebelaram, desviando dos teus preceitos e de tuas ordenações; 6 . Não demos ouvidos aos teus servos, os profetas, que em teu nome falaram aos nossos reis, os nossos príncipes, e nossos pais, e para todos os povos da terra 7 ó Senhor, pertence a justiça a ti, mas a nós a confusão de rosto, como hoje se vê;para os homens de Judá, e aos moradores de Jerusalém, e a todo o Israel, que estão perto, e que estão longe, em todos os países onde os tens lançado por causa das suas transgressões que cometeram contra ti. 8 . Ó Senhor, a nós pertence a confusão de rosto, aos nossos reis, aos nossos príncipes, ea nossos pais, porque pecamos contra ti 9 Ao Senhor, nosso DEUS, pertencem a misericórdia eo perdão; pois nos rebelamos contra ele, 10 e não temos obedecido à voz do Senhor, nosso DEUS, para andarmos nas suas leis, que nos deu por intermédio de seus servos os profetas. 11 Sim, todo o Israel transgrediu a tua lei, desviando- que não devem obedecer à tua voz; por isso a maldição tem sido derramado sobre nós, e o juramento que está escrito na lei de Moisés, servo de DEUS; porque pecamos contra ele. 12 E ele confirmou a sua palavra, que falou contra nós, e contra os nossos juízes que nos julgavam, trazendo sobre nós um grande mal; porquanto debaixo de todo o céu nunca se fez como se tem feito a Jerusalém.13 Como está escrito na lei de Moisés, todo este mal sobre nós: ainda temos implorado o favor do Senhor nosso DEUS, que devemos convertermos das nossas iniqüidades, e para alcançarmos discernimento na tua verdade. 14 Por isso o Senhor vigiou sobre o mal, eo trouxe sobre nós; porque o Senhor nosso DEUS é justo em todas as obras que ele faz, e nós não temos obedecido à sua voz.
Daniel 9. 1-3
A Confissão e a Oração de Daniel - Com. Bíblico - Matthew Henry (Exaustivo) AT e NT
Ao término do capitulo anterior, encontramos Daniel ocupado no serviço do rei. Mas agora o encontramos dedicado a executar tarefas melhores do que qualquer outra que o rei pudesse lhe atribuir, ou seja, falar com DEUS e ouvir a reposta divina. Essa resposta não era endereçada só a ele, mas a toda a igreja, pois Daniel representava a voz de DEUS e era o seu oráculo em tudo que estava relacionado com os dias do Messias. Observe: 1. A ocasião em que Daniel estabeleceu sua comunhão com DEUS (v.1). Foi no primeiro ano do reinado de Dario, o medo, recém-escolhido para ser o rei dos caldeus depois de ter conquistado a Babilônia juntamente com Ciro, seu sobrinho, ou neto. Foi nesse ano que terminou o período dos setenta anos do cativeiro dos judeus. Porém, o decreto para a sua libertação ainda não havia sido proclamado. Parece que a oração de Daniel já estava em sua mente nessa ocasião, provavelmente antes mesmo de ter sido lançado à cova dos leões. Talvez ela tenha servido como um poderoso estímulo para o profeta se manter fiel ao dever de orar sempre. Pois embora isso pudesse lhe custar sua vida, mais tarde serviu também para lhe trazer benefícios e consolos. 2. O que o levou a se dirigir a DEUS através da oração (v. 2). Ele havia entendido, através dos livros, que o Senhor havia fixado um prazo de setenta anos para a permanência das desolações de Jerusalém (v. 2), e o livro que mencionava esse fato era o das profecias de Jeremias (Jr 29.10), no qual havia sido expressamente previsto que depois de se passarem setenta anos na Babilônia (portanto, esse prazo deveria ser entendido a partir do primeiro cativeiro que aconteceu no terceiro ano de Joaquim, e do qual Daniel tinha boas razões para se lembrar, pois ele mesmo havia sido levado prisioneiro), DEUS iria visitá-los para cumprir a boa palavra que havia dito a respeito deles. Também havia sido dito (Jr 25.11) que durante setenta anos aquela terra seria um deserto. A mesma palavra é usada aqui por Daniel para descrever as desolações de Jerusalém. Isto mostra que ele tinha a profecia de Jeremias à sua frente quando escreveu essas palavras. Embora Daniel fosse um grande profeta, e estivesse bem familiarizado com as visões de DEUS, ele também era um diligente estudioso das Escrituras, e não via nada de mais em consultar as profecias de Jeremias. Ele também era um grande político, e um importante ministro de estado de um dos maiores monarcas da terra. No entanto, Daniel encontrava tempo e disposição para buscar a comunhão com DEUS através da leitura da sua Palavra. Os maiores e melhores homens da terra jamais devem pensar que estão acima da Bíblia. 3. Quão solene e grave se tornou a sua comunhão com DEUS quando compreendeu que o prazo de setenta anos estava para terminar (parece, através das datas das profecias de Ezequiel, que esses anos de cativeiro haviam sido contados com precisão). E então ele dirigiu o seu rosto ao Senhor para buscá-lo através da oração. Note que as promessas de DEUS não têm o propósito de substituir, mas de estimular e encorajar as nossas orações. E quando percebemos que o dia do seu cumprimento se aproxima, devemos, com mais empenho, pleiteá-las junto a DEUS, colocando-as em todas as nossas solicitações ao nosso precioso e bendito Senhor. Foi isso que Daniel fez aqui. Ele orou três vezes ao dia e, sem dúvida, mencionou em cada oração as desolações de Jerusalém. No entanto, ele não creu que isso seria suficiente, pois mesmo em meio às suas tribulações conseguiu reservar algum tempo para fazer uma extraordinária solicitação ao Céu a favor de Jerusalém. DEUS havia dito a Ezequiel que mesmo que Daniel, entre outros, se colocasse em sua presença, a sua intercessão não evitaria o castigo (Ez 14.14). No entanto, agora que as hostilidades haviam terminado, o profeta esperava (Is 40.2) que a sua oração pudesse ser ouvida, e o castigo pudesse ser removido. Quando amanhecesse o dia da libertação, o povo de DEUS deveria se colocar em movimento, pois uma coisa extraordinária estaria sendo esperada e exigida dele, além dos sacrifícios diários. Temeroso de que os pecados do povo pudessem levar o justo Senhor a protelar a libertação do povo por mais tempo do que o previsto, Daniel procurava, através da oração e das súplicas, que o povo se preparasse para receber a graça divina da libertação, agora que a providência de DEUS estava a ponto de consegui-la para eles. Então, observe: (1) A energia que sua mente dedicou a essa oração: “E eu dirigi o meu rosto ao Senhor DEUS para o buscar”. Isto revela a firmeza da sua fé e o fervor das suas devotas afeições ao dever. Devemos, em oração, nos colocar na excelsa presença de DEUS, e nos comportar de maneira adequada. Devemos dirigir a nossa oração a Ele, e elevar a Ele os nossos olhos. Provavelmente, como prova de que havia dirigido o seu rosto a DEUS, como lhe era habitual, ele voltou o seu rosto para Jerusalém. A visão das suas desolações emocionaria ainda mais o seu coração. (2) A mortificação que essa oração causou ao seu corpo. Como prova da sua profunda humilhação perante DEUS, por causa dos seus pecados e dos pecados do seu povo, e também pelo senso que tinha da sua própria indignidade, ao orar ele jejuou, vestiu-se com panos de saco, e se sentou sobre as cinzas, a fim de afetar a si mesmo pelas desolações de Jerusalém. Ele estava orando por Jerusalém, para que a situação da cidade melhorasse. Daniel também deveria ser sensível ao fato de que agora estava orando a favor de uma obra extraordinária. ---------------------------------------------------- Esdras 1.1-5
Os judeus que moravam na exílio forçado na Babilônia no século VI aC encontrado para a sua boa fortuna que a conquista da Babilônia por Ciro da Pérsia em 539 aC realizada promessa de um novo dia e um futuro brilhante para eles.
A. Proclamação Real RELAÇÃO AO TEMPLO ( 1: 1-11 ; cf. 1 Esdras 2: 1-12 )
A vinda de Ciro na cena mundial anunciou uma nova época de humanitarismo. Governantes da Assíria e da Babilônia tinham atacado a identidade nacional dos países conquistados, deslocando todas as populações. Cyrus, no entanto, inaugurou seu reinado através da concessão de pessoas deslocadas a oportunidade de voltar para suas terras de origem.
1. A Reason ( 1: 1-4 )
1 Agora, no primeiro ano de Ciro, rei da Pérsia, que a palavra do Senhor pela boca de Jeremias pode ser realizado, despertou o Senhor o espírito de Ciro, rei da Pérsia, de modo que ele fez proclamar por todo o seu reino, e colocá-lo também por escrito, dizendo: 2 Assim diz Ciro, rei da Pérsia, todos os reinos da terra tem o Senhor, DEUS do céu, me deu; e me encarregou de lhe edificar uma casa em Jerusalém, que está em Judá. 3 Quem há entre vós, de todo o seu povo, seja seu DEUS com ele, e suba a Jerusalém, que está em Judá, e edifique a casa do Senhor, o DEUS de Israel (ele é DEUS), que está em Jerusalém. 4 E todo aquele que for deixado, em qualquer lugar em que andar peregrinando, os homens do seu lugar o ajudarão com prata, com ouro, e com bens, e com gados, além da oferta voluntária para a casa de DEUS, que está em Jerusalém.
Em 538 a.C., durante o primeiro ano do reinado de Ciro sobre Babilônia, ele emitiu uma proclamação real ordenando a construção de uma casa ao Senhor em Jerusalém (vv. 1-4 ). Há duas outras citações deste anúncio no livro de Esdras ( 5: 13-15 e 6: 2-5 ).As citações aparecem em uma das seções em aramaico e referem-se a proclamação como uma ordem administrativa para a reconstrução do templo em Jerusalém, a expensas real. No entanto, a citação da proclamação no primeiro capítulo tem uma dimensão religiosa. Cyrus é representado como um adorador de Jeová, que autoriza os judeus para retornar à sua terra natal, a fim de que eles possam restaurar o santuário em Jerusalém.
Na célebre "Cilindro de Ciro", uma descoberta arqueológica encontrada no local da antiga Babilônia e datado de 536 a.C., Ciro inscreveu suas conquistas e generosidades ao deus babilônico Marduk. Ele tinha gravado que ele voltou de todos os ídolos para os povos em cativeiro e concedeu essas pessoas permissão para retornar à sua terra natal. Uma vez que os judeus não tinham ídolos, ele permitiu-lhes tomar os vasos sagrados de seu antigo templo com eles.
2. A resposta ( 1: 5-11 )
5 Então se levantaram os chefes dos pais das casas de Judá e Benjamin, e os sacerdotes e os levitas, todos aqueles cujo espírito DEUS despertou, para subirem a edificar a casa do Senhor, que está em Jerusalém. 6 E todos os que estavam rodada lhes firmaram as mãos com vasos de prata, com ouro, com bens e com gado, e com coisas preciosas, afora tudo o que se ofereceu voluntariamente. 7 Também o rei Ciro tirou os utensílios da casa do SENHOR, que Nabucodonosor tinha trazido de Jerusalém, e que tinha posto na casa de seus deuses; 8 . Estes tirou Ciro, rei da Pérsia trazer pela mão de Mitredate, o tesoureiro, e entregou contados a Sesbazar, príncipe de Judá 9 E este é o número deles: trinta travessas de ouro, mil travessas de prata, vinte e nove facas, 10. trinta taças de ouro, taças de prata de um segundo tipo quatrocentas e dez, e mil outros utensílios 11 Todos os utensílios de ouro e de prata foram cinco mil e quatrocentos. Todos estes levou Sesbazar, quando os do cativeiro foram conduzidos de Babilônia para Jerusalém.
Uma empresa de judeus responderam ao edital de Cyrus. Eles foram agitados por DEUS para voltar a Jerusalém, a fim de construir o templo (v. 5 ). Assim como o Senhor tinha despertado o espírito de Ciro, por isso Ele despertou o espírito dos judeus exilados. LIÇÃO 6, NEEMIAS LIDERA UM GENUÍNO AVIVAMENTO - Lições Bíblicas do 4º Trimestre de 2011 - CPAD - Jovens e Adultos - NEEMIAS - Integridade e Coragem em Tempos de CriseComentários da revista da CPAD: Pr. Elinaldo Renovato de Lima - Consultor Doutrinário e Teológico da CPAD: Pr. Antonio GilbertoComplementos, ilustrações, questionários e vídeos: Ev. Luiz Henrique de Almeida Silva RESUMO DA LIÇÃO 6, NEEMIAS LIDERA UM GENUÍNO AVIVAMENTOI - O POVO SE AJUNTOU NA PRAÇA PARA OUVIR A LEITURA DA LEI1. Reunidos para ouvir a Lei.2. O povo estava atento à leitura da Lei.3. O culto de doutrina.II- O ENSINO BíBLICO1. Homens preparados para o ensino (Ne 8.7).2. O líder deve ser apto para o ensino.3. A Bíblia é a Palavra de DEUS.III - O ENTENDIMENTO DA PALAVRA GEROU O AVIVAMENTO1. O ensino significativo.2. "Comei as gorduras, e bebei as doçuras" (Ne 8.10).3. "A alegria do Senhor é a nossa força" (Ne 8.10). TEXTO ÁUREO"E Esdras, o sacerdote, trouxe a Lei perante a congregação [u.] E leu nela [...] desde a alva até ao meio-dia, perante homens, e mulheres, e sábios; e os ouvidos de todo o povo estavam atentos ao livro da Lei" (Ne 8.2,3)VERDADE PRÁTICASomente o genuíno 'ensino, da Palavra de DEUS é capaz de produzir um verdadeiro avivamento. LEITURA BÍBLICA EM CLASSE - Neemias 8.1-3,5,6,9,101 - E chegado o sétimo mês, e estando os filhos de Israel nas suas cidades, todo o povo se ajuntou como um só homem, na praça, diante da Porta das Águas; e disseram a Esdras, o escriba, que trouxesse o livro da Lei de Moisés, que o Senhor tinha ordenado a Israel. 2- E Esdras, o sacerdote, trouxe a Lei perante a congregação, assim de homens como de mulheres e de todos os sábios para ouvirem, no primeiro dia do sétimo mês. 3- E leu nela, diante da praça, que está diante da Porta das Águas, desde a alva até ao meio-dia, perante homens, e mulheres, e sábios; e os ouvidos de todo o povo estavam atentos ao livro da Lei. 5- E Esdras abriu o livro perante os olhos de todo o povo; porque estava acima de todo o povo; e, abrindo-o ele, todo o povo se pôs em pé. 6 - E Esdras louvou o Senhor, o grande DEUS; e todo o povo respondeu: Amém! Amém! -, levantando as mãos; e inclinaram-se e adoraram o Senhor, com o rosto em terra. 9 - E Neemias (que era o tirsata), e o sacerdote Esdras, o escriba, e os levitas que ensinavam ao povo disseram a todo o povo: Este dia é consagrado ao Senhor, vosso DEUS, pelo que não vos lamenteis, nem choreis. Porque todo o povo chorava, ouvindo as palavras da Lei. 10- Disse-Ihes mais: Ide, e comei as gorduras, e bebei as doçuras, e enviai porções aos que não têm nada preparado para si; porque esse dia é consagrado ao nosso Senhor; portanto, não vos entris teçais, porque a alegria do Senhor é a vossa força. Prezado professor, estudaremos hoje o avivamento ocorrido em Israel sob a liderança de Neemias. O que ali se deu, só foi possível através da leitura e da compreensão que os filhos de DEUS obtiveram da Lei. Devemos compreender que um genuíno avivamento só pode ser deflagrado, com o estudo e prática da Palavra do Senhor DEUS. "Avivamento" sem doutrina bíblica é apenas movimento passageiro que não dá frutos. Introdução Nossa:O avivamento é antes de tudo um amor à Palavra de DEUS e às almas perdidas, despertados pelo desejo de agradar a DEUS, fazendo sua obra.O avivamento é uma cachoeira do ESPÍRITO SANTO derramada sobre poucos no início, mas que se estende desde o mais tenro menino até atingir o mais idoso dos homens, também contagia os descrentes e doentes de toda uma cidade, podendo chegar a mudar costumes e hábitos de toda uma sociedade.O início de todo grande avivamento é com a descoberta da Palavra de DEUS.É a partir do amor à Palavra que nasce o desejo de orar, jejuar, adorar, louvar e evangelizar.Infelizmente muitos avivamentos nascem através de uma pessoa e quando esta pessoa se afasta, o avivamento perde força e se acaba; por isso, nunca devemos apoiar nosso avivamento em cima de uma só pessoa com o líder, mas colocarmos diversos mestres no centro do mesmo.Quando não se consegue manter o avivamento, o prejuízo de almas e a entrega ao mundanismo se alastra como chamas de um grande incêndio.Num grande avivamento, os líderes, tanto políticos como religiosos, se assentam para ouvir a instrução de mestres e se sujeitam à Palavra de DEUS. PARA ESTA LIÇÃO, VEJAMOS A LIÇÃO 13 - A DOUTRINA PRODUZ O AVIVAMENTO - 24 de dezembro de 2006 QUARTO TRIMESTRE DE 2006TEMA – As verdades centrais da fé cristãCOMENTARISTA : Claudionor Correa de AndradeÉ seguindo fielmente os trilhos que a locomotiva, balançando e apitando, chega a seu destino, Assim também aqueles que querem adentrar as mansões celestiais devem seguir firmes os ensinamentos da Bíblia, a Palavra de DEUS, sabendo que muitas serão as tribulações da viagem, mas prossegue-se pregando o evangelho e transmitindo a todos os passantes que JESUS está chegando. LIÇÃO 13 - A DOUTRINA PRODUZ O AVIVAMENTO “Ouvi, SENHOR, a tua palavra e temi; aviva, ó SENHOR, a tua obra no meio dos anos, no meio dos anos a notifica; na ira lembra-te da misericórdia” (Hc 3.2). O avivamento só é possível através do estudo amoroso, persistente e sistemático da Bíblia Sagrada. LEITURA BÍBLICA EM CLASSE - NEEMIAS 8.2,3,5,61 E chegado o sétimo mês, e estando os filhos de Israel nas suas cidades, todo o povo se ajuntou como um só homem, na praça, diante da Porta das Águas; e disseram a Esdras, o escriba, que trouxesse o livro da Lei de Moisés, que o SENHOR tinha ordenado a Israel. 2 E Esdras, o sacerdote, trouxe a Lei perante a congregação, assim de homens como de mulheres e de todos os entendidos para ouvirem, no primeiro dia do sétimo mês. 3 E leu nela, diante da praça, que está diante da Porta das Águas, desde a alva até ao meio-dia, perante homens, e mulheres, e entendidos; e os ouvidos de todo o povo estavam atentos ao livro da Lei. 4 E Esdras, o escriba, estava sobre um púlpito de madeira, que fizeram para aquele fim; e estavam em pé junto a ele, à sua mão direita, Matitias, e Sema, e Anaías, e Urias, e Hilquias, e Maaséias; e à sua mão esquerda, Pedaías, e Misael, e Malquias, e Hasum, e Hasbadana, e Zacarias, e Mesulão. 5 E Esdras abriu o livro perante os olhos de todo o povo; porque estava acima de todo o povo; e, abrindo-o ele, todo o povo se pôs em pé. 6 E Esdras louvou o SENHOR, o grande DEUS; e todo o povo respondeu: Amém! Amém!?, levantando as mãos; e inclinaram-se e adoraram o SENHOR, com o rosto em terra. 7 E Jesua, e Bani, e Serebias, e Jamim, e Acube, e Sabetai, e Hodias, e Maaséias, e Quelita, e Azarias, e Jozabade, e Hanã, e Pelaías, e os levitas ensinavam ao povo na Lei; e o povo estava no seu posto. 8 E leram o livro, na Lei de DEUS, e declarando e explicando o sentido, faziam que, lendo, se entendesse. 9 E Neemias (que era o 3tirsata), e o sacerdote Esdras, o escriba, e os levitas que ensinavam ao povo disseram a todo o povo: Este dia é consagrado ao SENHOR, vosso DEUS, pelo que não vos lamenteis, nem choreis. Porque todo o povo chorava, ouvindo as palavras da Lei. 8.1 TODO O POVO SE AJUNTOU. Os caps. 8-10 descrevem um dos maiores avivamentos do AT e apontam vários princípios fundamentais para um avivamento e renovação espirituais. O avivamento e a renovação, procedem exclusivamente de DEUS. Os instrumentos que o propiciam são: a Palavra de DEUS (vv. 1-8), a oração (v. 6), a confissão de pecados (cap. 9), um coração quebrantado e contrito (v. 9), renúncia às práticas pecaminosas da sociedade contemporânea (9.2) e renovação do compromisso de andar segundo a vontade de DEUS e de fazer da Palavra de DEUS o nosso viver (10.29).8.3 ESTAVAM ATENTOS AO LIVRO DA LEI. O avivamento teve início mediante um autêntico retorno à Palavra de DEUS e um esforço decisivo para a compreensão da sua mensagem (v. 8). Durante sete dias, seis horas por dia, Esdras leu o livro da lei (vv. 3,18). Uma das principais evidências de um avivamento bíblico entre o povo de DEUS é a grande fome de ouvir e ler a Palavra de DEUS.8.6 INCLINARAM-SE E ADORARAM O SENHOR. Este capítulo da Bíblia descreve um dos maiores cultos de adoração ao Senhor, de todos os tempos. DEUS deseja a adoração do seu povo e o conclama a adorá-lo continuamente (cf. Sl 29.2; 96.9).8.7 ENSINAVAM AO POVO NA LEI. Por meio de Esdras e dos levitas, vemos o que deve acontecer sempre que a Palavra de DEUS for ministrada aos fiéis. Muitos dos que voltaram do exílio, já não entendiam o hebraico, uma vez que o seu idioma era agora o aramaico.Por isso, quando as Escrituras eram lidas em hebraico, um grupo de homens dedicados fazia a interpretação para o aramaico, de tal maneira que os fiéis pudessem compreendê-las a aplicá-las à sua vida. Deste modo, o povo se regozijou "porque entenderam as palavras que lhes fizeram saber" (v. 12). A Palavra como revelação divina, o arrependimento, o avivamento espiritual e a alegria estão todos potencialmente presentes; eles serão desencadeados pelo ESPÍRITO SANTO, através de mensageiros ungidos que proclamem a Palavra de DEUS, com clareza, poder e convicção.8.9 TODO O POVO CHORAVA, OUVINDO AS PALAVRAS DA LEI. Quando o povo ouviu e entendeu a Palavra de DEUS, todos experimentaram uma profunda convicção do pecado e da culpa. (1) Os trechos da lei que continham uma clara revelação da condição espiritual do povo podem ter sidos Lv 26 e Dt 28; trechos estes que falam da bênção ou juízo divino, conforme a obediência ou desobediência do povo à Palavra de DEUS. (2) Nos avivamentos, o choro, quando acompanhado de profundo arrependimento (cf. cap. 9), é um sinal da operação do ESPÍRITO SANTO (ver João 16.8). Sentir tristeza pelo pecado e abandoná-lo resulta em perdão divino e alegria da salvação (ver v. 10; Mt 5.4).AvivamentoHc 3.2 Ouvi, SENHOR, a tua palavra e temi; aviva, ó SENHOR, a tua obra no meio dos anos, no meio dos anos a notifica; na ira lembra-te da misericórdia.Por que razão um DEUS justo silencia e nada faz, quando os ímpios (neste caso, Babilônia uma nação pagã e perversa) devoram aqueles que são mais justos do que eles? Esta foi a maior dúvida e queixa de Habacuque quando escreveu seu livro. O profeta sabia que o povo em pecado, se inclinando para a violência e injustiça seria, obviamente, submetido ao juízo divino. Ele também tinha convicção de que os caldeus serviriam apenas como instrumento deste justo castigo. Porém, apesar de toda compreensão, ele precisava urgentemente interceder por seu povo. Em meio a tantas indagações, o profeta ora fervorosamente ao Senhor solicitando-Lhe providências e a sua manifestação poderosa em favor de sua nação, pois, caso contrário, não sobreviveriam diante do poderio babilônico. Era necessário uma revolução espiritual para despertar o povo para o arrependimento e, quem sabe, usufruírem da misericórdia, benevolência e renovação do Senhor.1) Medite nos Salmos 80.18,19; 85.4-7; 138.7,8 e responda a pergunta: O que significa avivamento nesses textos? 2) Qual a bênção do avivamento descrita em Oséias 6.1-3 e 14.7? 3) Como você acha que sua igreja pode vivenciar o avivamento? 4) Qual seria o efeito de uma avivamento em sua comunidade? INTRODUÇÃOLivro de Habacuque, um profeta de Judá, quase desconhecido, mas o que DEUS a ele transmite sobre avivamento é de grande peso espiritual e precisa ser cada vez mais conhecido pelo povo de DEUS. I. O AMBIENTE DO AVIVAMENTO O profeta Habacuque escreveu o seu livro pouco antes do seu povo ser subjugado pelos babilônios e levado
Is 55.10,11 “Porque, assim como descem a chuva e a neve dos céus, e para lá não tornam, mas regam a terra e a fazem produzir, e brotar, e dar semente ao semeador, e pão ao que come, assim será a palavra que sair da minha boca; ela não voltará para mim vazia; antes, fará o que me apraz e prosperará naquilo para que a enviei.”
A NATUREZA DA PALAVRA DE DEUS.A expressão “a palavra de DEUS” (também “a palavra do Senhor”, ou simplesmente “a palavra”) possui várias aplicações na Bíblia.(1) Obviamente, refere-se, em primeiro lugar, a tudo quanto DEUS tem falado diretamente. Quando DEUS falou a Adão e Eva (e.g., Gn 2.16,17; Gn 3.9-19), o que Ele lhes disse era, de fato, a palavra de DEUS. De modo semelhante, Ele se dirigiu a Abraão (e.g., Gn 12.1-3), a Isaque (e.g., Gn 26.1-5), a Jacó (e.g., Gn 28.13-15) e a Moisés (e.g., Êx 3–4). DEUS também falou à totalidade da nação de Israel, no monte Sinai, ao proclamar-lhe os dez mandamentos (ver Êx 20.1-19). As palavras que os israelitas ouviram eram palavras de DEUS.(2) Além da fala direta, DEUS ainda falou através dos profetas. Quando eles se dirigiam ao povo de DEUS, assim introduziam as suas declarações: “Assim diz o Senhor”, ou “Veio a mim a palavra do Senhor”. Quando, portanto, os israelitas ouviam as palavras do profeta, ouviam, na verdade, a palavra de DEUS. (3) A mesma coisa pode ser dita a respeito do que os apóstolos falaram no NT. Embora não introduzissem suas palavras com a expressão “assim diz o Senhor”, o que falavam e proclamavam era, verdadeiramente, a palavra de DEUS. O sermão de Paulo ao povo de Antioquia da Pisídia (At 13.14-41), por exemplo, criou tamanha comoção que, “no sábado seguinte, ajuntou-se quase toda a cidade a ouvir a palavra de DEUS” (At 13.44). O próprio Paulo assegurou aos tessalonicenses que, “havendo recebido de nós a palavra da pregação de DEUS, a recebestes, não como palavra de homens, mas (segundo é, na verdade) como palavra de DEUS” (1Ts 2.13; cf. At 8.25).(4) Além disso, tudo quanto JESUS falava era palavra de DEUS, pois Ele, antes de tudo, é DEUS (Jo 1.1,18; 10.30; 1Jo 5.20). Lucas, escritor do terceiro evangelho, declara explicitamente que, quando as pessoas ouviam a JESUS, ouviam na verdade a palavra de DEUS (Lc 5.1). Note como, em contraste com os profetas do AT, JESUS introduzia seus ditos: Eu “vos digo...” (e.g., Mt 5.18,20,22,23,32,39; 11.22,24; Mc 9.1; 10.15; Lc 10.12; 12.4; Jo 5.19; 6.26; 8.34). Noutras palavras, Ele tinha dentro de si mesmo a autoridade divina para falar a palavra de DEUS. É tão importante ouvir as palavras de JESUS, pois “quem ouve a minha palavra e crê naquele que me enviou tem a vida eterna e não entrará em condenação” (Jo 5.24). JESUS, na realidade, está tão estreitamente identificado com a palavra de DEUS que é chamado “o Verbo” [“a Palavra”] (Jo 1.1,14; 1Jo 1.1; Ap 19.13-16; ver Jo 1.1).(5) A palavra de DEUS é o registro do que os profetas, apóstolos e JESUS falaram, i.e., a própria Bíblia. No NT, quer um escritor usasse a expressão “Moisés disse”, “Davi disse”, “o ESPÍRITO SANTO diz”, ou “DEUS diz”, nenhuma diferença fazia (ver At 3.22; Rm 10.5,19; Hb 3.7; 4.7); pois o que estava escrito na Bíblia era, sem dúvida alguma, a palavra de DEUS.(6) Mesmo não estando no mesmo nível das Escrituras, a proclamação feita pelos autênticos pregadores ou profetas, na igreja de hoje, pode ser chamada a palavra de DEUS.(a) Pedro indicou que, a palavra que seus leitores recebiam mediante a pregação, era palavra de DEUS (1Pe 1.25), e Paulo mandou Timóteo “pregar a Palavra” (2Tm 4.2). A pregação, porém, não pode existir independentemente da Palavra de DEUS. Na realidade, o teste para se determinar se a palavra de DEUS está sendo proclamada num sermão, ou mensagem, é se ela corresponde exatamente à Palavra de DEUS escrita.(b) O que se diz de uma pessoa que recebe uma profecia, ou revelação, no âmbito do culto de adoração (1Co 14.26-32)? Ela está recebendo, ou não, a palavra de DEUS? A resposta é um “sim”. Paulo assevera que semelhantes mensagens estão sujeitas à avaliação por outros profetas. Todavia, há a possibilidade de tais profecias não serem palavra de DEUS (ver 1Co 14.29). É somente em sentido secundário que os profetas, hoje, falam sob a inspiração do ESPÍRITO SANTO; sua revelação jamais deve ser elevada à categoria da inerrância (ver 1Co 14.31).
O PODER DA PALAVRA DE DEUS.A palavra de DEUS permanece firme nos céus (Sl 119.89; Is 40.8; 1Pe 1.24,25). Não é, porém, estática; é dinâmica e poderosa (cf. Hb 4.12), pois realiza grandes coisas (55.11).(1) A palavra de DEUS é criadora. Segundo a narrativa da criação, as coisas vieram a existir à medida que DEUS falava a sua palavra (e.g., Gn 1.3,4,6,7,9). Tal fato é resumido pelo salmista: “Pela palavra do SENHOR foram feitos os céus” (Sl 33.6, 9); e pelo escritor aos Hebreus: “Pela fé, entendemos que os mundos, pela palavra de DEUS, foram criados” (Hb 11.3; cf. 2Pe 3.5). De conformidade com João, a Palavra que DEUS usou para criar todas as coisas foi JESUS CRISTO (Jo 1.1-3).(2) A palavra de DEUS sustenta a criação. Nas palavras do escritor aos Hebreus, DEUS sustenta “todas as coisas pela palavra do seu poder” (Hb 1.3; ver também Sl 147.15-18). Assim como a palavra criadora, essa palavra relaciona-se com JESUS CRISTO segundo Paulo insiste: “todas as coisas subsistem por ele [JESUS]” (Cl 1.17).(3) A palavra de DEUS tem o poder de outorgar vida nova. Pedro testifica que nascemos de novo “pela palavra de DEUS, viva e que permanece para sempre” (1Pe 1.23; cf. 2 Tm 3.15; Tg 1.18). É por essa razão que o próprio JESUS é chamado o Verbo da vida (1Jo 1.1).(4) A palavra de DEUS também libera graça, poder e revelação, por meio dos quais os crentes crescem na fé e na sua dedicação a JESUS CRISTO. Isaías emprega um expressivo quadro verbal: assim como a água proveniente do céu faz as coisas crescerem, assim a palavra que sai da boca de DEUS nos leva a crescer espiritualmente (55.10,11). Pedro ecoa o mesmo pensamento ao escrever que, ao bebermos do leite puro da palavra de DEUS, crescemos em nossa salvação (1Pe 2.2).(5) A palavra de DEUS é a arma que o Senhor nos proveu para lutarmos contra Satanás (Ef 6.17; cf.Ap 19.13-15). JESUS derrotou Satanás, pois fazia uso da Palavra de DEUS: “Está escrito” (i.e., “consta como a Palavra infalível de DEUS”; cf. Lc 4.1-11; ver Mt 4.1-11).(6) Finalmente, a palavra de DEUS tem o poder de nos julgar. Os profetas do AT e os apóstolos do NT freqüentemente pronunciavam palavras de juízo recebidas do Senhor. O próprio JESUS assegurou que a sua palavra condenará os que o rejeitarem (Jo 12.48). E o autor aos Hebreus escreve que a poderosa palavra de DEUS julga “os pensamentos e intenções do coração” (ver Hb 4.12). Noutras palavras: os que optam por desconsiderar a palavra de DEUS, acabarão por experimentá-la como palavra de condenação.
NOSSA ATITUDE ANTE A PALAVRA DE DEUS.A Bíblia descreve, em linguagem clara e inconfundível, como devemos proceder quanto a palavra de DEUS em suas diferentes expressões:(A) Devemos ansiar por ouvi-la (1.10; Jr 7.1,2; At 17.11)(B) Procurar compreendê-la (Mt 13.23).(C) Louvar, no Senhor, a palavra de DEUS (Sl 56.4,10),(D) Amá-la (Sl 119.47,113),(E) Dela fazer a nossa alegria e deleite (Sl 119.16,47).(F) Aceitar o que a palavra de DEUS diz (Mc 4.20; At 2.41; 1Ts 2.13),(G) Ocultá-la nas profundezas de nosso coração (Sl 119.11),(H) Confiar nela (Sl 119.42),(I) Colocar a nossa esperança em suas promessas (Sl 119.74,81,114; 130.5).(J) Obedecer ao que ela ordena (Sl 119.17,67; Tg 1.22-24)(K) Viver de acordo com seus ditames (Sl 119.9).DEUS conclama os que ministram a palavra (cf. 1Tm 5.17) a:(A) Manejá-la corretamente (2Tm 2.15),(B) Pregá-la fielmente (2Tm 4.2).Todos os crentes são convocados a proclamarem a palavra de DEUS por onde quer que forem (At 8.4).COMPLETUDE DA BÍBLIACompletude: Aquilo que é, ou está completo.Há realmente necessidade de DEUS ainda revelar coisas para que sejam catalogadas na Bíblia, hoje em Dia?Creio que não. Desde de Adão até os apóstolos, DEUS revelou seu plano de redenção ao homem, falando diretamente aos homens escolhidos por Ele, ou através de seus profetas.À medida que DEUS ia revelando seu plano, ordenou que fosse escrito para lembrança e confirmação de suas Palavras, também confirmou sua mensagem com sinais e milagres. Foi no livro do profeta Jeremias, no capítulo 31, já próximo ao final do Velho Testamento que DEUS prometeu fazer uma nova aliança com seu povo, também complementando sua mensagem escrita através dos evangelhos e escritos do Novo Testamento. A Nova aliança foi anunciada e realizada em JESUS CRISTO. O ESPÍRITO SANTO cuidou de orientar e revelar a escrita do evangelho através dos apóstolos e discípulos de JESUS (João 16:12-13). O evangelho foi completamente revelado e confirmado no primeiro século (Hebreus 2:3-4). A INERRÂNCIA DAS ESCRITURAS
O conceito de inerrância das Escrituras contraria alguns críticos modernos que não aceitam a infalibilidade das Escrituras. Tais críticos julgam
haver erros nas Escrituras em razão de encontrarem nelas palavras divinas e humanas. Para nós que cremos na inspiração plena das Escrituras
estamos convictos de que as dificuldades nela encontradas não representam erros e, geralmente, são explicadas pelos textos paralelos
encontrados em toda a Bíblia.
A verdade divina revelada nas Escrituras é apresentada de modo explícito, certo e transparente.
O ensino genuíno das Escrituras não tem discrepâncias doutrinárias; é único em todo o mundo e adaptável a qualquer cultura (Jo 17.17; 1 Rs
17.24; Sl 119.142,151; Pv 22.21).
a- A infalibilidade das Escrituras. As Escrituras são a infalível Palavra de DEUS. A sua infalibilidade tem sido alvo de muita contestação
especialmente entre os chamados "racionalistas" que endeusam a razão humana, sem perceberem que ela é falha, afirmam que o racionalismo
científico, com seus métodos de estudo e pesquisa, será capaz de analisar e responder todas as indagações do homem. Porém, são
completamente limitados quando analisam coisas espirituais, além da matéria.
A ciência é incapaz de estudar elementos que não são pesados ou medidos, como a alma humana. Portanto, o poder sobrenatural das Escrituras
não pode ser analisado em laboratório, porque refere-se a algo milagroso e sobrenatural.
b- A autoridade divina e humana das Escrituras. Indiscutivelmente a Bíblia tem dupla autoridade. A autoridade divina é demonstrada pela
infalibilidade das Escrituras, uma vez que elas têm origem em DEUS e são a expressão de sua mente. A humana é reconhecida pelo fato de DEUS
ter escolhido, pelo menos 40 homens, os quais receberam a sua Palavra e a transmitiram na forma escrita. DEUS não pode errar. A Bíblia é a Palavra de DEUS. Portanto, a Bíblia está isenta de erros.Todo estudante de lógica sabe que estas três frases, da maneira como estão montadas, compõem um silogismo. Esta forma de raciocínio é totalmente válida como argumento comprobatório. As duas primeiras frases são chamadas de premissas. A última é a conclusão. Se as premissas são verdadeiras, a conclusão também será verdadeira. Portanto, o silogismo acima é totalmente verdadeiro.Porém, muitos críticos insistem em afirmar que a Bíblia está cheia de erros. Mas o fato é que até agora ninguém conseguiu apontar e confirmar de fato um único erro no texto original das Escrituras. Isto não quer dizer que não haja pontos de difícil compreensão na Palavra de DEUS. Dificuldades, sim; erros, não. A inerrância da Bíblia: A Bíblia não contém erros. Ela é infalível em sua mensagem e inerrante em seu conteúdo. Ela tem saído incólume de todos os ataques: tem vencido a fogueira dos intolerantes e triunfado sobre a prepotência dos críticos arrogantes. A Bíblia é a bigorna de DEUS que tem quebrado todos os martelos dos céticos. A enxada e a pá dos arqueólogos desmentem a falsa sapiência daqueles que se insurgiram contra sua infalibilidade. AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO I - Subsídio Bibliológico"O primeiro resultado mencionado a respeito da leitura da Lei éque ela causou muita tristeza, pois tomaram consciência de que a Lei de DEUS havia sido infringida. 'Porque todo o povo chorava, ouvindo as palavras da Lei' (Ne 8.9). Mas essa tristeza não durou muito tempo: 'Bem-aventurados os que choram, porque eles serão consolados' (Mt 5.4). Quando Neemias e Esdras viram que o povo estava arrependido e chorava, eles provavelmente disseram: Não vos entristeçais, mas alegrai-vos porque DEUS foi bondoso e perdoou o vosso pecado. 'Porque esse dia é consagrado ao nosso Senhor; portanto, não vos entristeçais, porque a alegria do Senhor é a vossa força' (Ne 8.10).Isso parece ser uma simplificação do processo pelo qual uma alma oprimida pelo pecado passa a entender a disposição divina de perdoar e, de repente, troca a sua tristeza pela alegria. Embora isso não demande um longo período de tempo, basta, entretanto, que exista uma completa sinceridade. Parece que foi isso que aconteceu com aqueles que ouviram a leitura feita por Esdras" (Comentário Bíblico Beacon. l.ed. V.2. Rio de Janeiro: CPAD, 2005, p.525). AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO II - Subsídio DevocionalU[...] todo o povo [retomou de suas cidades e] se ajuntou como um só homem, na praça, diante da Porta das Águas; e disseram a Esdras, o escriba, que trouxesse o livro da Lei de Moisés" (Ne 7.73b; 8.1).O que foi isso? Foi certamente uma ocasião planejada, porque uma grande plataforma de madeira fora construída para a leitura feita por Esdras (8.4,5), e é natural supormos que o planejador foi Neemias. É fácil imaginá-Io anunciando a reunião, enquanto despediase de cada destacamento de sua força-tarefa: 'Lembrem-se: estejam de volta no primeiro dia do mês, quando, juntos, aprenderemos a Lei do nosso DEUS'. A necessidade de que todos conhecessem a revelação de DEUS acerca da sua vontade e de seus caminhos, na Torá (os cinco livros de Moisés), era clara e óbvia: A Lei achava-se escrita em hebraico, enquanto todo o povo falava aramaico; e como, ao menos desde o exílio, não se fizera nenhuma tentativa de âmbito nacional de se ensinar a Lei, o povo comum era profundamente ignorante de seu conteúdo. E a ignorância torna impossível servir e agradar a DEUS. Um programa nacional de instrução da lei divina fazia-se urgentemente necessário.Vale a pena observar, [...] que uma reprodução do que Neemias fez em Jerusalém, na metade do quinto século a.c., é extremamente necessário no Ocidente moderno. Os pais já não ensinam a Bíblia aos filhos em casa; os pregadores, na igreja, são geralmente temáticos e superficiais, em vez de expositivos e teológicos; o ensino da Escola Dominical é muitas vezes rudimentar no que diz respeito à Bíblia; o sistema educacional público e a mídia, tanto popular quanto a acadêmica, tratam o cristianismo como uma letra morta, sobrevivente apenas como um hobby para pessoas de um estilo singular. Assim, não há em nossa cultura o menor encorajamento para se tornar biblicamente literato, e o resultado é uma geração assustadora e pateticamente ignorante da Palavra de DEUS. Não se pode esperar nenhum movimento significativo em direção a DEUS enquanto as coisas permanecerem como estão" (PACKER, J. I. Neemias - Paixão Pela Fidelidade. Sabedoria extraída do livro de Neemias. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2010, pp. 166-67). Subsídios da lição 1 - 3º trimestre de 2020 SÍNTESE DO TÓPICO I