Index | Estudos | EBD | Discipulado | Mapas | Igreja | Ervália | Corinhos | Figuras1 | Figuras2 | Vídeos | Fotos |
Bradesco – Agência 2365-5 Conta Corrente 7074-2 Luiz Henrique de Almeida Silva
Banco do Brasil – Agência 4322-2 Conta Poupança 27333-3 Edna Maria Cruz Silva
“Agora, pois, não se apartará a espada jamais da tua casa, porquanto me desprezaste e tomaste a mulher de Urias, o heteu, para que te seja por mulher.” (2 Sm 12.10) VERDADE PRÁTICA
O pecado é destruidor. O seu alvo é sempre desviar o homem da comunhão com DEUS, levando-o a um estado de depravação espiritual e moral. LEITURA DIÁRIA
Segunda – Rm 6.23 O pecado gera morte
Terça – Hc 1.13 DEUS não tolera o pecado
Quarta – 1 Jo 1.7 O pecado só pode ser apagado pelo sangue de JESUS
Quinta – 1Tm 6.10 O pecado é a transgressão da lei divina
Sexta – 1 Jo 5.18.19 O pecado ofende a DEUS
Sábado – Ez 33.12 Quem peca pagará pelos seus pecados LEITURA BÍBLICA EM CLASSE - 2 Samuel 12.1-15
1 - E o SENHOR enviou Natã a Davi; e, entrando ele a Davi, disse-lhe: Havia numa cidade dois homens, um rico e outro pobre. 2 - O rico tinha muitíssimas ovelhas e vacas; 3 - mas o pobre não tinha coisa nenhuma, senão uma pequena cordeira que comprara e criara; e ela havia crescido com ele e com seus filhos igualmente; do seu bocado comia, e do seu copo bebia, e dormia em seu regaço, e a tinha como filha. 4 - E, vindo um viajante ao homem rico, deixou este de tomar das suas ovelhas e das suas vacas para guisar para o viajante que viera a ele; e tomou a cordeira do homem pobre e a preparou para o homem que viera a ele. 5 - Então, o furor de Davi se acendeu em grande maneira contra aquele homem, e disse a Natã: Vive o SENHOR, que digno de morte é o homem que fez isso. 6 - E pela cordeira tornará a dar o quadruplicado, porque fez tal coisa e porque não se compadeceu. 7 - Então, disse Natã a Davi: Tu és este homem. Assim diz o SENHOR, DEUS de Israel: Eu te ungi rei sobre Israel e eu te livrei das mãos de Saul; 8 - e te dei a casa de teu senhor e as mulheres de teu senhor em teu seio e também te dei a casa de Israel e de Judá; e, se isto é pouco, mais te acrescentaria tais e tais coisas. 9 - Por que, pois, desprezaste a palavra do SENHOR, fazendo o mal diante de seus olhos? A Urias, o heteu, feriste à espada, e a sua mulher tomaste por tua mulher; e a ele mataste com a espada dos filhos de Amom. 10 - Agora, pois, não se apartará a espada jamais da tua casa, porquanto me desprezaste e tomaste a mulher de Urias, o heteu, para que te seja por mulher. 11 - Assim diz o SENHOR: Eis que suscitarei da tua mesma casa o mal sobre ti, e tomarei tuas mulheres perante os teus olhos, e as darei a teu próximo, o qual se deitará com tuas mulheres perante este sol. 12 - Porque tu o fizeste em oculto, mas eu farei este negócio perante todo o Israel e perante o sol. 13 - Então, disse Davi a Natã: Pequei contra o SENHOR. E disse Natã a Davi: Também o SENHOR traspassou o teu pecado; não morrerás. 14 - Todavia, porquanto com este feito deste lugar sobremaneira a que os inimigos do SENHOR blasfemem, também o filho que te nasceu certamente morrerá. 15 - Então, Natã foi para sua casa. E o SENHOR feriu a criança que a mulher de Urias dera a Davi; e a criança adoeceu gravemente. OBJETIVO GERAL
Esclarecer que o pecado tem o alvo de desviar o homem da comunhão com DEUS e levá-lo a um estado de depravação espiritual e moral. OBJETIVOS ESPECÍFICOS Conceituar o pecado no Antigo e no Novo Testamento;
Mostrar a repreensão do profeta Natã ao rei Davi;
Elencar as consequências do pecado de Davi. INTERAGINDO COM O PROFESSOR - O pecado é uma violação à lei de DEUS. Sua consequência imediata na vida da pessoa que o pratica é culpa, bem como o castigo quanto a consequência direta do ato iníquo. A doutrina bíblica do pecado é muito bem vinda num contexto de relativismo moral que predomina no mundo atual. É importante trazermos o ensino bíblico acerca da gravidade e das consequências do pecado, mas ao mesmo tempo, ressaltar a misericórdia e a iniciativa de DEUS em perdoar ao pecador que se arrepende e deixa a prática pecaminosa. Só em CRISTO podemos vencer o poder do pecado! PONTO CENTRAL - O pecado tem o alvo de levar o homem ao estado de depravação espiritual e moral
Resumo da Lição 11, As Consequências do Pecado de Davi I – O CONCEITO DE PECADO NO ANTIGO E NOVO TESTAMENTO
1. No Antigo Testamento. 2. No Novo Testamento. II – A REPREENSÃO DO PROFETA NATÃ AO REI DAVI
1. Uma consciência morta. 2. Mostrando a gravidade do seu pecado. 3. Traindo a generosidade divina. III – AS CONSEQUÊNCIAS DO PECADO DE DAVI
1. As consequências pelos pecados cometidos. 2. Davi, o rei fraco no seu próprio lar. Resumo rápido do Pr. Henrique INTRODUÇÃO
O QUE É PECADO
A palavra “pecado” é sinônima de muitas outras usadas na Bíblia, as quais indicam conceitos bíblicos distintos sobre o pecado. São vários os termos que amplificam o conceito de pecado nas suas várias manifestações.
No Antigo Testamento. Encontramos no Antigo Testamento pelo menos oito palavras básicas que conceituam o pecado; no Novo Testamento, temos, pelo menos, doze outras que descrevem as várias formas de manifestações negativas relacionadas com o termo “pecado”. No étimo das palavras mencionadas no Antigo Testamento descobrimos a abrangência do pecado em suas manifestações.
Hattat. Este vocábulo, que aparece 522 vezes nas páginas veterotestamentárias, e seu termo correlato no Novo Testamento — hamartia — sugerem a idéia de “errar o alvo” ou “desviar-se do rumo”, como o arqueiro antigo que atirava as suas flechas e errava o alvo. Porém, o termo também sugere alguém que erra o alvo propositadamente; ou seja, que atinge outro alvo intencionalmente.
Não se trata de uma idéia passiva de erro, mas implica uma ação proposital. Significa que cada ser humano tem da parte de Deus um alvo definido diante de si para alcançá-lo. O termo em apreço denota tanto a disposição de pecar como o ato resultante dela. Em síntese, o homem não foi criado para o pecado; se pecou, foi por seu livre-arbítrio, sua livre escolha (Lv 16.21; Sm 1.1; 51.4; 103.10; Is 1. 18; Dn 9.16; Os 12.8).
Pesha. O sentido tradicional dessa palavra é “transgredir”, “rebelar”, "revoltar-se”. Porém, uma variante forte para defini-la implica o ato de invadir, de ir além, de rebelar-se. O termo aponta para alguém que foi além dos limites estabelecidos (Gn 31. 36; I Rs 12.19; 2 Rs 3.5; Sm 51.13; 89.32; Is 1.2; Am 4.4).
Raa. Outra palavra hebraica que tem seu equivalente no grego — como kakos ou poneros — e traz a idéia básica de romper, quebrar; “aquilo que causa dano, dor ou tristeza”. E um tipo de pecado deliberado, malicioso, planejado, que provoca e enfurece. Dá a idéia de “ser mau” (Gn 8.21; Ex 33.4; Jr 11.11; Mq 2.1-3). Indica também algo injurioso e moralmente errado. São os pecados expressos por violência (Gn 3.5; 38.7; Jz 11.27).
O profeta Isaías profetizou que Deus criou a luz e as trevas, a paz e o raa Is 4.57. E o mal em forma de calamidade, ruína, miséria, aflição, infortúnio. Deus não tem culpa do mal existente, porque, na verdade, a responsabilidade pelos pecados cometidos recai, à luz da Bíblia, sobre a criatura rebelde, transgressora e incriminada, e não sobre o Criador.
Rama quer dizer “enganar”; dá a idéia de prender numa armadilha, num laço. Implica, portanto, um tipo de pecado em forma de cilada para outrem cair. E uma forma de enganar e agir traiçoeiramente (SI 32.2; 34.13; 55.11; Jó 13.7; Is 53.9).
Pata. E um termo que dá a idéia de seduzir. O sentido literal da palavra é “ser aberto” ou “abrir espaço” para o pecado ter livre curso. No Èden, Adão e Eva se deixaram seduzir pelo engano do pecado e pelo pai do pecado (Satanás), personificado numa serpente (Gn 3.4-7).
Shagag. O sentido aqui é “errar” ou “extraviar-se”, como uma ovelha ou um bêbado (Is 28.7). E um tipo de erro pelo qual o transgressor torna-se responsável, ante a lei divina que condena o seu erro — pecado (Lv 4.2; Nm 15.22).
Rasha. Esta palavra aparece especialmente nos Salmos, com a idéia de impiedade ou perversidade. O sentido metafórico é o pecado em oposição à justiça (Êx 2.13; SI 9; SI 16; Pv 15.9; Ez 18.23).
Ta a. Este vocábulo se refere ao ato de extravio deliberado. Não se trata de algo acidental, e sim algo que uma pessoa comete sem perceber o fruto negativo gerado pelos seus atos pecaminosos (Nm 15.22; Sl 58.3; 119.21; Is 53.6; Ez 44.10,15).
Existem outras variantes do termo que ensinam sobre o pecado no Antigo Testamento, mas nos detivemos apenas em oito deles que ilustram a diversidade e a perversidade do pecado em suas várias manifestações.
No Novo Testamento. No grego, a palavra “pecado” também tem vários sentidos, e alguns são correlatos com os termos hebraicos. Todos esses vocábulos do grego bíblico descrevem o pecado em seus vários aspectos. Apresentaremos uma lista menos extensa, mas igualmente proveitosa para definir o incisivas das palavras mais incisivas e usadas com mais freqüência no Novo Testamento acerca do pecado.
Hamartia. Já citada em correlação com kattaa (hb.), seu sentido é “errar o alvo”, “perder o rumo”, “fracassar”. Indica que o primeiro homem, no princípio, perdeu o rumo de sua vida e fracassou em não atingir o padrão divino estabelecido para a sua vida. No Novo Testamento, os escritores usaram o termo bamartia para designar o pecado.
Ainda que o sentido equivalente no Antigo Testamento seja o de “errar o alvo”, nas páginas neotestamentárias a palavra em apreço tem uma abrangência bem maior — possui um sentido mais forte que a idéia de fracasso ou transgressão. Ela tem o sentido de “poder de engano do pecado” (Rm 5.12; Hb 3.13); é mais que um fracasso. Trata-se de uma condição responsável ou uma característica que implica culpabilidade.
Kakia. No grego, relaciona-se com perversidade ou depravação, como algo oposto à virtude. E um termo que descreve o caráter e a disposição interiores, e não apenas os atos exteriores. Dele deriva-se outra palavra, kakos, cujo sentido transcende a mal-estar físico ou doenças (Mc 1.32; Mt 21.41; 24.48; At 9.13; Rm 12.17; 13,3,4,10; 16.19; I Tm 6.10).
Adíkía. Denota injustiça, falta de integridade; como alguém que abandona o caminho original. Em sentido amplo, esse termo refere-se a qualquer conduta errada e significa, ainda, “agravo”, “ofensa feita a alguém” (2 Co 12.13; Hb 8.12; Rm 1.18; 9.14). O texto de Romanos 1.18 descreve a injustiça como inimizade para com a verdade. Em I João 5.17, o apóstolo João afirma que toda iniqüidade (gr. adikia) é pecado (gr. hamartia).
Anomia ou anomos. Denotam ilegalidade; tais palavras são traduzidas freqüentemente como “iniqüidade” ou “transgressão”. Porém, o sentido literal de literal de anomia é “sem lei”. Quem transgride a lei de Deus pratica a iniqüidade (Mt 13.41; 24.12; I Tm 1.9). O Anticristo é anomos— “o míquo” (2Ts 2.8).
Apistia. Deriva de pistis — “crer”, “confiar” — e significa “infidelidade”, “falta de fé” ou algum tipo de resistência ou vergonha (Hb 3.12; I Tm I.13). Em I Timóteo 1.13 está escrito: “... alcancei misericórdia, porque o fiz ignorantemente, na incredulidade [gr. apistia]”.
Asebeia. Usado por Paulo nas epístolas com o sentido de impiedade (Rm 1.18; 11.26; 2Tm 2.16;Tt 2.12; Jd vv.I5,I8). Portanto, a impiedade ou a irreverência são a base da asebeia.
Aselgeia. Denota relaxamento, licenciosidade ou mesmo sensualidade. Em Judas v.4 encontramos dois termos que explicam essas palavras: “... homens ímpios [asebeis] que convertem em dissolução [aselgeian, ‘libertinagem’] a graça de Deus”. Esse termo descreve, pois, uma entrega sem restrições à prática do pecado. Os especialistas o descrevem como algo maldito que domina uma pessoa e a torna impudica de tal modo que perde totalmente o senso de vergonha e, por isso, faz qualquer coisa degradante sem ocultar seu pecado.
O termo em análise significa, por conseguinte, “a pura e auto-satisfação sem o menor pudor”, haja vista o desejo pelos prazeres tornar a sua vítima despudorada, sem restrições. As chamadas taras sexuais, a embriaguez e outras manifestações são típicas de aselgeia. Sem dúvidas, trata-se de uma das palavras mais repulsivas do Novo Testamento (Mt 7.22; 2 Co 12.21; G1 5.19; Ef 4.19; I Pe 4.3; Jd v.4; Rm 13.13; 2 Pe 2.2,7,18). A versão ARC traduz o termo por “libertinagem”, enquanto a ARA prefere “dissolução”.
Epitkymía. Significa “desejo”. Porém, é o contexto da palavra encontrada no Novo Testamento que pode indicar o caráter moral do desejo, se é bom ou mau. Coisas, como: motivo, intenção, direção e relação, revelarão o caráter moral de epithymia (Mc 4.19; Lc 22.15; Fp 1.23; I Ts 2.17). De modo geral, o vocábulo quase sempre se identifica com algo negativo e pecaminoso. Daí o significado poderá indicar “desejo incontinente”, normalmente traduzido como “concupiscência”,
“paixão impura” (G1 5.24; Cl 3.5; I Ts 4.5;Tg I.I4; 2 Pe 2.10).
Parabasis. Aparece nas páginas neotestamentárias umas oito vezes. O significado primário do termo é “transgressão”, que dá a idéia de alguém que não respeita as leis, passando dos limites estabelecidos. Emprega-se esse vocábulo com o sentido de “desvio”, “violação” e “transgressão”. No texto de Romanos 5.14, Paulo faz uma relação entre hamartia e parabasis, ao afirmar: “No entanto, a morte reinou desde Adão até Moisés, até sobre aqueles que não pecaram à semelhança da transgressão de Adão” (grifos do autor).
O apóstolo Paulo não está dizendo que os que pecaram desde Adão até Moisés estão livres de culpa, e sim que aquelas gerações, não tendo a lei de Moisés, seu pecado era tão real quanto ao dos que tinham a lei. Em I Timóteo 2.14 está escrito que Eva caiu em transgressão (parabasis), ao ser enganada, porque ela foi rebelde contra a ordem divina. Não se tratava de reduzir a culpa de Eva, e sim reconhecer que ela podia ter evitado o pecado de desobediência.
Paraptoma. Deriva de parapipto e significa “decair ao lado de”, “perder o caminho”, “fracassar”. De modo geral, significa “lapso moral” ou “uma ofensa pela qual a pessoa é responsável”.1 Vários textos exemplificam o termo paraptoma (Mt 6.14; Rm 5.15-20; 2 Co 5.19; G1 6.19; Ef 2.I;Tg 5.16).
Planao. Tem um sentido subjetivo de pecado porque se refere àquele que se desgarra culposamente. A palavra “desgarrar” relaciona-se com a ovelha que foge do aprisco (I Pe 2.25); também significa levar, por meio do engano, outras pessoas ao mau caminho (Mt 24.5,6; I Jo 1.8).
Todas essas palavras, segundo o seu étimo, descrevem o caráter geral do pecado. Porém, definiremos o pecado, também, em outras perspectivas, para que entendamos toda a sua abrangência na vida humana.
O homem perdeu a santidade original, a pureza de atitudes. Seu caráter foi afetado; tornou-se o ser humano pecaminoso. Seu intelecto foi corrompido pela mentira, pela falsidade e pelo engano. Disse o sábio, em Eclesiastes que Deus fez o homem reto, mas ele se envolveu em muitas astúcias (7.29).
Definições conceituais do pecado
Abordamos definições de termos bíblicos relacionados com o pecado e, também, definições filosóficas. Os estudiosos cristãos do assunto em apreço tentam definir de várias maneiras, partindo do conceito mais expressivo e bíblico de que o pecado existe como um ato, bem como um estado ou condição. Alguns nomes respeitados da história do cristianismo, “Idade Média” em diante, conceituam teologicamente o pecado de forma bem clara.
John Wesley, pai do metodismo, definiu o pecado como uma transgressão voluntária de uma lei conhecida. Um outro famoso teólogo da época ressaltou a natureza dupla do pecado ao declarar que “a idéia primária designada pelo termo pecado nas Escrituras é a falta de conformidade com a lei, uma transgressão da lei; o fazer algo proibido, o deixar de fazer aquilo que é requerido”.
Augustus Hopkins Strong, eminente professor de teologia nos Estados Unidos, escreveu sobre a doutrina do Pecado em sua Teologia Sistemática de 1886, que “pecado é a falta de conformidade com a lei moral de Deus quer em ato, disposição ou estado”.3
W.T. Conner, em Doctrína Cristiana, ao falar da natureza do pecado escreveu: “... definimos o pecado como a rebelião contra a vontade de Deus”; “o pecado, como algo voluntário, implica conhecimento. Se o homem peca voluntariamente, então seu pecado é contra a luz”.6 Paulo esclareceu que todo ser humano tem um certo grau de conhecimento da lei moral de Deus e, por isso, “não há um justo, nenhum sequer” (Rm 3.10).
Charles Hodge escreveu que “o pecado é falta de conformidade com a lei de Deus” e “inclui culpa e contaminação; a primeira expressa sua relação com a justiça; a segunda, sua relação com a santidade de Deus”.7
Outras definições de pecado. E um ato livre e voluntário do ser humano, tendo em vista que ele é um ser moral e, por isso, capaz de perceber o certo e o errado. O homem é um agente moral livre para decidir o que fazer da sua vida, o qual deve seriamente considerar Eclesiastes 11.9.
O pecado é um tipo de mal. Nem todo mal é pecado. Existem males físicos resultantes da entrada do pecado no mundo. Na esfera física temos um tipo de mal manifesto nas doenças e enfermidades. Entretanto, na esfera ética, o mal tem sentido moral. Nesta esfera moral atua o pecado. Os vários termos hebraicos e gregos das línguas originais da Bíblia, quando falam do pecado apontam para o sentido ético, porque falam da prática do pecado, ou seja, dos atos pecaminosos.
O pecado é, de fato, uma ativa oposição a Deus, uma transgressão das suas leis, que o homem, por escolha própria (livre), resolveu cometer conforme relata
a Bíblia (Gn 3.1-6; Is 48.8; Rm 1.18-32; I Jo 3.4).
Louis Berkhof ensina que o pecado tem caráter absoluto.8 Sem dúvida, seu conceito está correto e é bíblico. Não se faz distinção ou graduação entre o bem e o mal, porque o caráter é qualitativo. Uma pessoa boa não se torna má por uma diminuição de sua bondade, mas quando se deixa envolver com o pecado. È uma questão de qualidade, e não de quantidade.
O pecado não implica um grau menor de bondade, mas algo negativo e absoluto. Bibhcamente, não há neutralidade nem meio termo quanto ao bem ou ao mal. O que é mal não é mais ou menos mal. Ou se está do lado justo e certo ou se está do lado injusto e errado (Mt 10.32,33; 12.30; Lc II.23;Tg 2.10).
Não se trata de pecado apenas porque se praticou algum ato pecaminoso. “O pecado não consiste apenas em atos manifestos”.9 O pecado não é somente aquilo que se pratica erradamente, mas é algo entranhado na natureza pecaminosa adquirida da raça humana. E um estado pecaminoso que origina hábitos pecaminosos os quais se manifestam na vida cotidiana.
Todas as tendências e propensões pecaminosas típicas da natureza corrompida de cada um de nós demonstram o estado pecaminoso do ser humano. A esse estado decaído, a Bíblia denomina “carne”, o qual precisa ser superado pela nova vida em Cristo, a vida regenerada pelo Espírito (2 Co 5.17; Jo 3.5).
A ORIGEM DO PECADO NO UNIVERSO
A primeira manifestação foi na esfera angelical.
O registro bíblico da origem do pecado prossegue noutras referências que tratam do assunto. O que fica claro é que o pecado foi originado por Satanás. Ele pecou antes de Adão e Eva quando se apresentou na forma de uma serpente para tentar Eva (Gn 3.1-6; 2 Co 11.3). Jesus declarou que Satanás é homicida “desde o princípio” (Jo 8.44; I Jo 3.8). A expressão “desde o princípio” não quer dizer que este ser angélico foi sempre mau. Seu primeiro estado era de santidade. A expressão “desde o princípio” indica no contexto da história da criação que Ele se fez opositor do Deus trino desde o início da criação do mundo.
O pecado entrou na vida da humanidade através de Adão e Eva (Gn 3.1-19). Como isso aconteceu? A história bíblica descreve como o pecado tomou-se uma realidade na vida da humanidade quando uma criatura extraordinária e espiritual se materializou numa “serpente” (Gn 3.1-7) para enganar as mais belas criaturas da terra, o homem e a mulher. Essa criatura é denominada em outras passagens como “a antiga serpente”, o “Diabo” e “Satanás” (Ap 12.9; 20.2). Foi essa criatura que pecou desde o princípio e se tomou inimiga da criação de Deus e originou a catástrofe cósmica.
Portanto, o pecado surgiu de dentro do homem, do seu interior, e ele transgrediu a lei do Senhor (Tg I.I5).
O PECADO ORIGINAL E SUA AFETAÇÃO
Distinção entre pecado original e culpa original. Na língua latina usa-se a expressão peccatum originale, que se traduz literalmente por “pecado original”. Para entendermos o assunto precisamos fazer distinção entre pecado original e culpa original.
Por pecado original entendemos que se trata do pecado herdado de nossos primeiros pais, Adão e Eva, o qual passou a toda criatura humana.
Todo pecado é anomia diante de Deus — termo grego que significa “falta de retidão”, “falta de obediência à lei”.
O Antigo Testamento faz distinção entre os pecados cometidos intencionalmente e os praticados por ignorância. Se cometido intencionalmente ou por ignorância, o pecado não deixará de ser pecado, porque é um fato e torna a pessoa culpada diante de Deus (GI 6.1; Ef 4.18; I Tm I.I3; 5.24). No Novo Testamento, o apóstolo Paulo deixou clara a idéia de que o grau do pecado é determinado pelo grau de conhecimento (luz) que o pecador possua (Rm LI8-32).
A CULPA DO PECADO
O que e qual é a culpa do pecado? Ora, a culpa é o sentimento pessoal na consciência, de transgressão de uma lei mediante o ato do pecado. Inclui a idéia dupla de responsabilidade pelo ato praticado do pecado, assim como a punição (castigo) pelo pecado. A punição, ou seja, a pena, segue automaticamente ao pecado.
O apóstolo Paulo escreveu aos romanos que “do céu se manifesta a ira de Deus sobre toda a impiedade e injustiça dos homens” (Rm 1.18). Ora, a ira de Deus no contexto dessa passagem significa a reação da santidade de Deus contra o pecado; não importando se tenha ocorrido por ato ou estado, o pecado acarreta a manifestação da justiça de Deus.
... o pecado contra o Espírito Santo não deve ser considerado como um simples ato isolado, mas também como o sintoma exterior de um coração tão radical e irreversível contra Deus que nenhuma força que Deus possa consistentemente usar o poupará.
Tal pecado, portanto, só pode ser o clímax de um longo curso de endurecimento de si mesmo e depravação de si mesmo.
Em relação ao episódio da blasfêmia dos fariseus contra Jesus entendemos que o pecado de blasfêmia contra o Espírito Santo refere-se, no ensino do Mestre, à atribuição voluntária e consciente de seus adversários de que a obra que Ele fazia era demoníaca. Tratava-se de uma rejeição presunçosa daquela casta religiosa à pessoa de Jesus e a atribuição de ação demoníaca à obra do Espírito Santo.
A HEREDITARIEDADE DO PECADO
Como um ato de pecado individual afetou a todos? A Bíblia tem a resposta cabal desta questão. Paulo, em Romanos disse “que todos pecaram” (Rm 3.23) e dá a idéia de que todos os seres humanos participaram da transgressão de Adão; e, como indivíduos, tornaram-se pecadores. Ele explica os efeitos do pecado de Adão: “Portanto, por um homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a morte, assim também a morte passou a todos os homens” (Rm 5.12).
O CASTIGO do pecado
Já dissemos que o pecado é tanto um ato como um estado. E um ato porque o homem mesmo preferiu, de seu livre-arbítrio, desobedecer à lei de Deus, rebelando-se contra Ele. Porém, o pecado implica um estado pecaminoso porque o homem quebrou a comunhão e a relação com o seu Criador, separando-se dEle. Inevitavelmente, segue-se à prática do pecado o juízo, ou seja, o castigo positivo (Gn 2.17; Rm 6.23).
O castigo imediato do pecado. Em pontos anteriores já abordamos sobre o castigo sem aprofundar a sua importância no contexto da doutrina do pecado. A partir do capítulo
de Gênesis, a Bíblia trata da Queda e dos efeitos imediatos do pecado na vida do homem. Adão experimentou, de modo imediato, as conseqüências do seu pecado após ter desobedecido a Deus. Fugiu da presença de Deus no jardim do Éden (Gn 3.8) levando consigo o estigma do pecado e tomando-se culpado aos olhos de Deus.
O pecado desfigurou a imagem divina do homem. Adão não perdeu completamente a imagem divina porque em parte permaneceram nele os elementos de pessoalidade dessa imagem, na sua alma e no seu espírito. Porém, esses elementos da imagem foram desfigurados pelo pecado. Em que consistia a imagem original de Deus no homem? O texto de Gn 1.26,27 diz que o homem foi criado à imagem de Deus. “Strong define a pessoalidade, como imagem natural de Deus e a santidade como imagem moral de Deus. Em relação à pessoalidade, o homem foi criado como ser pessoal e isto o distingue dos seres irracionais”.17
Trata-se da capacidade do homem para pensar, conhecer a si mesmo e relacionar-se com o mundo ao seu redor e determinar o seu “eu” quanto ao certo e o errado, ao que é justo e o que é injusto (Gn 9.6; I Co 11.7; Tg 3.9). Em relação à imagem moral, o homem foi dotado de sentimento, inteligência e vontade que o capacita a ter escrúpulos e autodeterminação quanto à justiça e santidade. Esse sentido moral da imagem divina no homem revela-se na finalidade da sua criação que é a retidão. Diz a Bíblia que “Deus fez o homem reto” (Ec 7.29) e a justiça é essencial à sua imagem (Ef 4.24; Cl 3.10). Mas ele a distorceu por seu pecado afetando toda a criação e sua descendência (Rm 5.12).
O pecado deu origem a um estado pecaminoso que afetou toda a raça humana. Myer Pearlman afirmou: “O efeito da Queda arraigou-se tão profundamente na natureza humana, que Adão, como pai da raça humana, transmitiu a seus descendentes a tendência ou inclinação para pecar”.18 Neste aspecto toda criatura humana é pecadora porque adquiriu a imagem degenerada e decaída de seu pai.
Ernesto Naville escreveu: “Não digo que todos sejamos malfeitores manifestos, mas, sim, afirmo que em cada um dos homens existe o princípio do egoísmo que é a natureza do pecado”. Fiá uma disposição entranhada no interior de cada criatura humana para praticar o pecado (Ef 2.2,3), e Paulo ensina e atribui a universalidade do pecado ao cabeça da raça humana (Rm 5.12).
O apóstolo Paulo tratou profundamente da doutrina do pecado e ensina que os cristãos autênticos, antes de serem alcançados pela graça de Deus, mediante a obra expiatória de Cristo, viviam em ofensas e pecados, fazendo a vontade do
Diabo, da carne e dos pensamentos, e por isso eram considerados “filhos da ira divina” (Ef 2.3).
Mais uma vez Myer Pearlman esclarece esse assunto:
Esta condição moral da alma é descrita de muitas maneiras: todos pecaram (Rm 3.9); todos estão debaixo da maldição ÍCl 3.1 0); o homem natural é estranho às coisas de Deus (l Co 2.14); o coração natural é enganoso eperverso (Jr 1 7.9); a natureza mental e moral é corrupta (Gn 6.5,12; 8.21; Rm 1,19-21); a mente carnal é inimizade contra Deus (Rm S. 1,8); o pecador é escravo do pecado (Rm 6.11; 1.15); é controlado pelo príncipe das potestades do ar (Ef 2.2); está morto em ofensas e pecados (Ef 2.1); éflho da ira (Ef 2.3).19
O pecado acarretou punições naturais efísicas na vida do homem. Louis Berkhof diz que são “punições naturais e positivas” em que as leis naturais da vida são violadas. São punições de ordem física que resultam em doenças, dores e sofrimentos ao homem. Não se trata de punições imediatas à qualquer prática de pecado, mas se trata daquelas doenças impregnadas na terra, no ar e nas águas. Essas punições naturais resultam da “maldição do pecado” no nosso planeta.
A promessa de cura e redenção da Terra e do homem provém da pessoa de Jesus, o Filho de Deus, que se fez carne, habitou entre nós, para expiar a culpa do pecado dos homens (Gn 3.15; Is 53.4,5; Rm 5.21). Os sofrimentos da vida tomaram-se realidade na vida cotidiana do homem, como resultado da penalidade do pecado.
Seu corpo físico tomou-se presa de doenças e fraquezas provocando mal-estar e desconforto. Sua vida mental e emocional ficou sujeita a angustias, tristezas, paixões sem domínio e desejos conflitantes.Sua vontade perdeu a capacidade de escolha, e conforme disse Paulo, toda a criação ficou sujeita à vaidade e escravidão (Rm 8.20). De certo modo, nosso sofrimento físico nos dá, pela morte física, a esperança de obtermos, um dia, corpos transformados e espirituais.
O pecado gerou um contínuo conflito moral e espiritual entre corpo e alma de cada criatura humana. Tão logo o homem pecou, entranhou-se em seu ser um conflito entre sua natureza superior, expressa por alma e espírito, e sua natureza inferior, manifesta através do corpo. O homem se encontrou dividido em si mesmo, e sua natureza física e inferior, tornou-se frágil e subjugada aos poderes do pecado (Rm 7.24).
O grande pregador Charles H. Spurgeon falou em uma de suas pregações que “o mar todo fora do navio não causa dano enquanto a água não penetra nele e enche- lhe o porão”. Aprendemos com esse ensino de Spurgeon que o perigo está dentro de nós mesmos. E interno e na linguagem metafórica da Bíblia esse perigo chama-se coração, que é, de fato, o nosso maior inimigo, porque nos engana. A síntese dessa idéia é que devemos ter o coração sob controle para que ele não nos engane.
Nesse fato está a questão da tentação. Ela em si mesma não se constitui pecado, mas ela pode se tornar em ocasião para o pecado. O Novo Testamento, especialmente, fala constantemente sobre “carne e espírito” como opostos um ao outro (Gl 5.13,24; Mt 26-41). Esse conflito envolve a totalidade da pessoa, porque a “carne” mduz a volta ao domínio do pecado,no caso do cristão. Porém, o cristão fortalece o seu espírito para vencer a carne e estar submisso ao senhorio de Cristo Jesus e do Espírito Santo (Gl 5.16; Rm 8.4-14).
O pecado despertou a consciência do homem. Diz o texto literalmente: “Então, foram abertos os olhos de ambos, e conheceram que estavam nus, e coseram folhas de figueira, e fizeram para si aventais” (Gn 3.7). Na verdade, quando os seus olhos foram abertos, os olhos de suas almas, olhos do interior, uma forte convicção de que haviam desobedecido a Deus lhes sobreveio. Quando já era demasiado tarde, compreenderam a loucura de haver comido do fruto proibido por Deus.
A lei moral de suas consciências deu o sinal quando descobriram que estavam nus. Esta consciência de nudez os fez perceber que haviam perdido todas as honras e encantos da vida no paraíso que Deus havia feito para eles. Outrossim, ficaram envergonhados, porque se viram frente ao desprezo e à perda da comunhão com o Criador. Ficaram totalmente indefesos, porque, a partir da Queda, estavam sós, sem a presença do Criador.
O pecado trouxe ao homem a punição da morte jísica. Paulo declarou que por um homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado, a morte” (Rm 5.12). A palavra “morte”, thanatos (gr.), significa separação das partes física e espiritual do ser humano. Indiscutivelmente, a separação de corpo e alma faz parte da penalidade imediata do pecado. A Bíblia diz que “o salário do pecado é a morte” (Rm 6.23).
Pelágio e seus discípulos ensinaram que a morte fisica fazia parte do primeiro estado do homem antes do pecado e que ele fora criado como um ser mortal. Naturalmente, esse conceito errôneo foi rejeitado através da história. A igreja adotou uma posição definida quanto a questão da morte, a saber, que a morte sempre se constituiu uma penalidade do pecado.
O castigo disciplinador Os teólogos procuram fazer distinção entre castigo, punição e pena e, sem dúvida, há certa distinção que deve merecer a nossa apreciação. Entretanto, preferi usar o termo castigo com abrangência ao modo de tratamento de Deus quanto aos pecados cotidianos dos cristãos e quanto aos pecados que implicam o tratamento final de Deus.
Nesse ponto, especialmente, o castigo disciplinador relaciona-se com o comportamento do cristão, e objetiva corrigido e repreendê-lo, a fim de que não se perca. A doutrina no que tange a esse tipo de castigo revela que é possível até
mesmo morte prematura do cristão como modo de disciplina divina e a salvação da alma (I Co 11.30-32). O autor da Carta aos Hebreus faz uma distinção entre filhos e bastardos (Hb 12.6-8). Neste texto Deus se mostra como “Pai amoroso que corrige os filhos”; por isso, a correção tem sentido disciplmador.
Quando o escritor emprega o termo “bastardo”, faz isso para distingui-lo do filho verdadeiro de Deus, aquele que aceita a correção do Pai (v.8). Chafer escreveu, em sua Teologia Sistemática, que “a disciplina, numa forma ou outra, é a experiência universal de todos os que são salvos; o ramo que produz fruto é podado, para que produza mais fruto ainda (Jo 15.12)”.20
O castigo (a pena) final do pecado. Se morte física significa separação de corpo e alma e é parte da pena do pecado, entendemos que, de modo nenhum, a morte física venha significar a penalidade final. Nas Escrituras a palavra morte é freqüentemente usada com sentido moral e espiritual. Isto significa que a verdadeira vida da alma e do espírito, é a relação com a presença de Deus. Portanto, a pena divina contra o pecado do homem no Èden foi a separação da comunhão com o Criador.
A morte espiritual tem dois sentidos especiais: um sentido é negativo e o outro é positivo. Em relação à vida cristã, todo verdadeiro crente está morto para
o pecado, porque a pena do pecado foi cancelada e ele está livre do domínio do pecado (Rm 6.14).Trata-se da separação da vida de pecado depois que se aceita a Cristo e é expiado por Ele. Porém, em relação ao futuro, o crente terá a vida eterna, isto é, terá a redenção plena do corpo do pecado (Ap 21.27; 22.15).
Porém, o sentido negativo de morte espiritual refere-se à morte no pecado. O crente está morto para o pecado, mas o ímpio está morto espiritualmente no pecado. Significa que o pecador vive um estado de vida separado de Deus e de sua comunhão. Significa estar “debaixo do pecado” e estar sob o seu domínio (Ef 2.1,5). O efeito desses dois sentidos é presente e temporal. O pecador sem Deus, no presente, está numa condição temporal de ex-comunhão com Deus, mas pela graça de Deus poderá sair desse estado e morrer para o pecado (Ef 4.18; Gn 2.17).
A punição final do pecado é a morte eterna, ou seja, o juízo final contra o pecado (Hb 9.27). A morte eterna é a culminância e complementação da morte espiritual. Diz respeito à repugnância da santidade divina que requer justiça contra o pecado e contra o pecador impenitente. Significa a retribuição positiva de um Deus pessoal, tanto sobre o corpo como sobre a sua alma e espírito (Mt 10.28; 2Ts 1.9; Hb 10.31; Ap 14.11).
Portanto, morte eterna é a eterna separação (banimento) da presença de Deus e a impossibilidade de arrependimento e salvação. Os ímpios são constituídos por aquelas pessoas que rejeitaram conscientemente a graça de Deus e, por isso, depois da morte física, serão ressuscitados e comparecerão diante do Grande Trono Branco do Juízo de Deus e receberão a justa retribuição dos seus pecados com a morte eterna, sendo lançados no Geena, isto é, o “lago de fogo eterno (Ap 20.14,15; Mt 5.22,29,30; 10.26; 23.14,15,33).
Existe uma distinção entre a primeira e a segunda morte. A primeira é física; morre-se uma só vez (Hb 9.27); é temporal e para todas as pessoas no mundo: justos e injustos. A “segunda” morte é espiritual e eterna; a “segunda” tem um sentido moral, porque todos quantos irão passar por ela saberão e terão “consciência” depois da primeira morte (At 24.15). Ainda uma Terceira morte é a da alma - A alma que pecar, essa morrerá; o filho não levará a maldade do pai, nem o pai levará a maldade do filho; a justiça do justo ficará sobre ele, e a impiedade do ímpio cairá sobre ele. Ezequiel 18:20 - A alma tem o poder de decisão, é o intelecto, onde está a vontade.
Uma das grandes verdades acerca do castigo do pecado é que a justiça de Deus o exige afim que ninguém o acuse de injustiça. Pelo contrário, Ele é o Senhor que pratica a misericórdia, juízo e justiça na terra (Jr 9.24).
A questão do pecado encontra resposta e solução quando encontramos na Bíblia a declaração de Paulo de que Deus propôs Jesus Cristo como propiciação pelo seu sangue, para receber toda a carga da ira de Deus contra o pecado (Rm 3.25; 2 Co 5.21; Gl 3.13). Significa que a cruz foi o meio pelo qual Deus castiga o pecado. O próprio Deus, perfeito em justiça, tornou possível a expiação dos pecados por aquele que se fez nosso justificador perfeito (Rm 3.26). II. A REPREENSÃO DO PROFETA NATÃ AO REI DAVI
2Sm 12:14 Todavia, porquanto com este feito deste lugar sobremaneira a que os inimigos do SENHOR blasfemem, também o filho que te nasceu certamente morrerá. Davi já estava quase se considerando livre de acusação quando DEUS brada - Foi necessária uma alegoria do profeta Natã, relatando a ação de um homem rico, que, pela força, se apropriara da cordeirinha única e amada de um pobre. O rico, apesar de possuir um grande rebanho, recusou-se a lançar mão de suas muitas ovelhas. Davi se mostrou irado com o procedimento do rico e, prontamente, queria condená-lo à morte.
1 Cr 14:3 Depois que Davi mudou para Jerusalém, ele se casou com outras mulheres e teve muitos filhos e muitas filhas (dentre estas outras mulheres que arrumou em Jerusalém, está Bateseba). Quando Davi diz que o rico deve restituir quadruplicado a ovelha morta, DEUS pega as palavras de Davi e as transforma em maldição para ele mesmo. Pela morte de Urias teria que haver 4 filhos de Davi assassinados.
1- A criança morre. 2- Absalão manda matar Amnom. 3- Joabe mata Absalão. 4- Salomão manda matar Adonias.
1a) mulher (contrário de homem)
1b) esposa (mulher casada com um homem)
1c) fêmea (de animais)
1d) cada, cada uma (pronome) CONCUBINA piylegesh ou פלגשׂ pilegesh
1) concubina, amante
1a) concubina
Avolumar: Aumentar em volume.
Camuflado: Escondido, oculto.
Rescindir: Recair, praticar o mesmo erro de novo.
Vulnerável: Diz-se do ponto fraco pelo qual alguém pode ser atacado.
PECADO DE DAVI (Estudos Bíblico)
1 SM 12.1-15 - Pr. José Antônio Corrêa
"1 O SENHOR enviou Natã a Davi. Chegando Natã a Davi, disse-lhe: Havia numa cidade dois homens, um rico e outro pobre. 2 Tinha o rico ovelhas e gado em grande número; 3 mas o pobre não tinha coisa nenhuma, senão uma cordeirinha que comprara e criara, e que em sua casa crescera, junto com seus filhos; comia do seu bocado e do seu copo bebia; dormia nos seus braços, e a tinha como filha.4 Vindo um viajante ao homem rico, não quis este tomar das suas ovelhas e do gado para dar de comer ao viajante que viera a ele; mas tomou a cordeirinha do homem pobre e a preparou para o homem que lhe havia chegado. 5 Então, o furor de Davi se acendeu sobremaneira contra aquele homem, e disse a Natã: Tão certo como vive o SENHOR, o homem que fez isso deve ser morto. 6 E pela cordeirinha restituirá quatro vezes, porque fez tal coisa e porque não se compadeceu. 7 Então, disse Natã a Davi: Tu és o homem. Assim diz o SENHOR, DEUS de Israel: Eu te ungi rei sobre Israel e eu te livrei das mãos de Saul; 8 dei-te a casa de teu senhor e as mulheres de teu senhor em teus braços e também te dei a casa de Israel e de Judá; e, se isto fora pouco, eu teria acrescentado tais e tais coisas. 9 Por que, pois, desprezaste a palavra do SENHOR, fazendo o que era mal perante ele? A Urias, o heteu, feriste à espada; e a sua mulher tomaste por mulher, depois de o matar com a espada dos filhos de Amom. 10 Agora, pois, não se apartará a espada jamais da tua casa, porquanto me desprezaste e tomaste a mulher de Urias, o heteu, para ser tua mulher. 11 Assim diz o SENHOR: Eis que da tua própria casa suscitarei o mal sobre ti, e tomarei tuas mulheres à tua própria vista, e as darei a teu próximo, o qual se deitará com elas, em plena luz deste sol. 12 Porque tu o fizeste em oculto, mas eu farei isto perante todo o Israel e perante o sol. 13 Então, disse Davi a Natã: Pequei contra o SENHOR. Disse Natã a Davi: Também o SENHOR te perdoou o teu pecado; não morrerás. 14 Mas, posto que com isto deste motivo a que blasfemassem os inimigos do SENHOR, também o filho que te nasceu morrerá".
INTRODUÇÃO:
A ociosidade de Davi o levou a cometer sérios pecados manchando sua comunhão com DEUS. Um momento de prazer pode significar anos e mais anos de intenso sofrimento. Se Davi soubesse o que lhe aguardava, teria sido mais prudente.
2. "Mas as vossas iniqüidades fazem separação entre vós e o vosso DEUS; e os vossos pecados encobrem o seu rosto de vós, para que vos não ouça", Is 59.2.
3. Como o pecado afetou a vida de Davi, e como ele sofreu amargamente?
"AS CONSEQÜÊNCIAS DO PECADO NA VIDA DE DAVI E COMO ESTAS CONSEQÜÊNCIAS SE APLICAM A CADA UM DE NÓS"
I – VERGONHA
1. O primeiro momento de vergonha para Davi, foi quando ele foi confrontado pelo profeta pelo Natã. "...pois nada há encoberto, que não venha a ser revelado; nem oculto, que não venha a ser conhecido", Mt 10.26.
2. Foi também uma grande vergonha para Davi quando tomou conhecimento do incesto de seu filho com sua filha e de que seu filho Absalom se prostituía com as suas mulheres publicamente, 2 Sm 16.21-22.
3. Quando mantemos qualquer tipo de pecado e rebelião contra DEUS, certamente a vergonha virá sobre nós:
a) Jr 7.19, "Acaso, é a mim que eles provocam à ira, diz o SENHOR, e não, antes, a si mesmos, para a sua própria vergonha?"
b) Jr 23.40, "Porei sobre vós perpétuo opróbrio e eterna vergonha, que jamais será esquecida".
4. A pior vergonha que poderemos enfrentar acontecerá na segunda vinda do Senhor, se não nos mantermos firmes nele, Jo 2.28, "Filhinhos, agora, pois, permanecei nele, para que, quando ele se manifestar, tenhamos confiança e dele não nos afastemos envergonhados na sua vinda".
5. Ao invés de sermos envergonhados em razão de nossos pecados contra DEUS, que sintamos vergonha por causa de nossos pecados, Jr 6.15, "Serão envergonhados, porque cometem abominação sem sentir por isso vergonha; nem sabem que coisa é envergonhar-se. Portanto, cairão com os que caem; quando eu os castigar, tropeçarão, diz o SENHOR".
II – MAL TESTEMUNHO
"...deste motivo a que blasfemem os inimigos do Senhor", Vs. 14.
1. Com seu procedimento, Davi tinha vulgarizado o nome do Senhor perante seus inimigos.
2. Quando não vivemos a vida cristã de uma forma correta, seremos motivo de escândalo no meio do povo de DEUS.
a) Rm 14.13, "Não nos julguemos mais uns aos outros; pelo contrário, tomai o propósito de não pordes tropeço ou escândalo ao vosso irmão". .
b) 2 Co 6.3, "não dando nós nenhum motivo de escândalo em coisa alguma, para que o ministério não seja censurado". .
3. Seremos duramente cobrados pelo Senhor, se provocarmos escândalo e prejudicarmos os irmãos mais fracos: "6 Qualquer, porém, que fizer tropeçar a um destes pequeninos que crêem em mim, melhor lhe fora que se lhe pendurasse ao pescoço uma grande pedra de moinho, e fosse afogado na profundeza do mar. 7 Ai do mundo, por causa dos escândalos; porque é inevitável que venham escândalos, mas ai do homem pelo qual vem o escândalo!", Mt 18.6-7.
III – DESORDEM FAMILIAR
"Agora, pois, não se apartará a espada jamais da tua casa...", Vs. 10.
1. Morte do filho com Bate-Seba, "15 Então, Natã foi para sua casa. E o SENHOR feriu a criança que a mulher de Urias dera à luz a Davi; e a criança adoeceu gravemente. 16 Buscou Davi a DEUS pela criança; jejuou Davi e, vindo, passou a noite prostrado em terra. 17 Então, os anciãos da sua casa se achegaram a ele, para o levantar da terra; porém ele não quis e não comeu com eles. 18 Ao sétimo dia, morreu a criança; e temiam os servos de Davi informá-lo de que a criança era morta,...2 Sm 12.15-23.
2. Incesto de Amnon com Tamar, Amnom, filho do rei, sentiu-se atraído pela própria irmã Tamar, deitando-se com ela, 2 Sm 13.1-14.
3. Morte de Amnon, pelas mão de Absalom, para vingar o incesto com sua irmã Tamar," 2 Sm 13.23-29.
4. Morte de Absalom, pelas mãos de Joabe, para conter a rebelião, "15 Cercaram-no dez jovens, que levavam as armas de Joabe, e feriram a Absalão, e o mataram", 2 Sm 18.9-15
5. Quando não vivemos uma vida digna do DEUS a quem servimos, certamente a primeira a ser atingida é a nossa própria família. Pais rebeldes e desobedientes ao Senhor, criará também filhos rebeldes e desobedientes ao Senhor! Nossos filhos acabam sendo uma extensão de nós mesmos. Seremos para os nossos filhos exemplos ou para a prática do bem, ou para a prática do mal. Certamente colheremos através de nossos filhos aquilo que plantamos!
6. Morte de Adonias a mando de Salomão - Agora, pois, vive o Senhor, que me confirmou, e me fez assentar no trono de Davi, meu pai, e que me tem feito casa, como tinha dito, que hoje morrerá Adonias. E enviou o rei Salomão pela mão de Benaia, filho de Joiada, o qual deu sobre ele, e morreu. 1 Reis 2:24,25
CONCLUSÃO:
Nossos pecados não ficarão para sempre escondidos;
Colheremos o resultado de nossa maldade, ainda que mais tarde nos arrependamos.
Por estas razões, vamos viver uma vida digna do DEUS a quem servimos! Vamos praticar o verdadeiro arrependimento, que implica numa mudança completa de vida. Como dizia Lewis W. Dillwyn: "Arrependimento sem mudança de vida é como ficar bombeando sem consertar o vazamento".
Qual o conceito do pecado em nosso vocabulário? Culpa, transgressão, vício, maldade, crueldade, erro, pena são palavras que podem ser entendidas como pecado em nosso vocabulário.
Cite pelo menos três conceitos do pecado no Antigo Testamento? a) Pecado no sentido de errar o alvo, prática de imoralidade e idolatria (Êx 20.20; Jz 16.20; Pv 19.2); b) Pecado no sentido de malignidade, perversidade (Gn 3.5; Jz 11.27); c) Pecado no sentido de revolta, rebelião (2 Rs 3.5; Sl 51.13).
Cite pelo menos três conceitos do pecado no Novo Testamento? a) Pecado como mal moral (Mt 21.41; Rm 12.17; 1 Tm 6.10); b) pecado como impiedade, sem fé, herege ou apóstata (Rm 4.5; 1 Tm 1.9; 1 Pe 4.18); c) pecado como culpa (Mt 5.21,22; Tg 2.10).
O que fez o profeta Natã para despertar a consciência morta do rei Davi? Foi necessária uma alegoria do profeta Natã relatando a ação injusta do rico em que se apropriou da cordeirinha do pobre, que tanto a amava, tendo o rico um grande rebanho que manteve intacto.
O que é imperioso para o cristão? É imperioso ao cristão evitar o pecado, pois ele traz sofrimento e deixa marcas indeléveis naqueles que o praticam, atingindo assim, outras pessoas. SUBSÍDIO DIDÁTICO - PEDAGÓGICO
Para reforçar o ensino a respeito do conceito do pecado nas Escrituras, ao introduzir o assunto em sua classe, leve em consideração a seguinte definição: “Talvez a melhor definição do pecado seja encontrada em 1 João 3.4: ‘O pecado é iniquidade’. Seja o que mais o pecado for, ele é, no seu âmago, uma violação da lei de Deus. E, já que ‘toda a iniquidade [gr. adikia, literalmente ‘injustiça’] é pecado’ (1 Jo 5.17), toda injustiça quebra a lei de Deus. Por isso, Davi confessa: ‘Contra ti, contra ti somente pequei’ (Sl 51.4; cf. Lc 15.18,21)” (HORTON; Stanley (Ed). Teologia Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 1996, p.281). SUBSÍDIO TEOLÓGICO
“As Escrituras descrevem muitas categorias de pecados. Podem ser cometidos por incrédulos ou por crentes, sendo que estes dois grupos são lesados pelos pecados e precisam da graça. Os pecados podem ser cometidos contra Deus, contra o próximo, contra o próprio-eu ou contra alguma combinação destes. Em última análise, porém, todo o pecado é contra Deus (Sl 51.4; cf. Lc 15.18,21). O pecado pode ser confessado e perdoado. Não sendo perdoado, continuará exercendo o seu domínio sobre a pessoa. A Bíblia ensina que uma atitude pode ser tão pecaminosa quanto um ato. Por exemplo, a fúria contra alguém pode ser tão pecaminosa quanto o assassinato, e um olhar de concupiscência, tão pecaminoso quanto o adultério (Mt 5.21,22,27,28; Tg 3.14-16). A atitude pecaminosa inutiliza a oração (Sl 66.18). O pecado pode ser ativo ou passivo, ou seja, a prática do mal ou a negligência à prática do bem (Lc 10.30-37; Tg 4.17). Os pecados sexuais físicos são lastimáveis para os cristãos, porque abusam o corpo do Senhor na pessoa do crente e porque o corpo é o templo do Espírito Santo (1 Co 6.12-20)” (HORTON; Stanley (Ed). Teologia Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 1996, pp.289,90). SUBSÍDIO TEOLÓGICO
“O estudo das consequências do pecado devem considerar a culpa e o castigo. Há vários tipos de culpa (heb. ’asham, Gn 26.10; gr. enochos, Tg 2.10). A culpa individual ou pessoal pode ser distinguida da comunitária, que pesa sobre as sociedades. A culpa objetiva refere-se à transgressão real, quer posta em prática pelo culpado, quer não. A culpa subjetiva refere-se à sensação de culpa numa pessoa, que pode ser sincera e levar ao arrependimento (Sl 51; At 2.40-47; cf. Jo 16.7-11). Pode, também, ser insincera (com a aparência externa de sinceridade), mas ou desconhece a realidade do pecado (e só corresponde quando apanhada em flagrante e exposta à vergonha e castigada, etc.) ou evidencia uma mera mudança temporária e externa, sem uma reorientação real, duradoura e interna (por exemplo, Faraó). A culpa subjetiva pode ser puramente psicológica na sua origem e provocar muitas aflições sem, porém, fundamentar-se em qualquer pecado real (1 Jo 3.19,20)” (HORTON; Stanley (Ed). Teologia Sistemática:Uma Perspectiva Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 1996, p.294). CONSULTE - Revista Ensinador Cristão - CPAD, nº 80, p41. SUGESTÃO DE LEITURA - A Doutrina do Pecado; Amigo de Pecadores e Isaías: Deus salva os Pecadores. Bibliografia Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal. RJ: CPAD, Teologia Sistemática Pentecostal - CPAD - Antonio Gilberto, Claudionor de Andrade, Elienai Cabral, Elinaldo Renovato de Lima
Dicionário Introdutório de Teologia, II Vol. do Novo Testamento, pp. 1598,1599.
LANGSTON, A.B., Tsboço de Teologia Sistemática, Juerp, p. 152
CONNER, W.T., Doctrina Cristiana, CBP, p. 157
HODGE, Charles, Teologia Sistemática, Hagnos, pp.623,624
BERKHOF, L., Teologia Sistemática, Luz para o Caminho
STRONG, A.H., Teologia Sistemática, Hagnos, p.I73 13 STRONG, A.H., Teologia Sistemática, Hagnos, p. 182
SHAFER, L.S., Teologia Sistemática, Hagnos, p.718, Vols.1,2
PEARLMAN, Myer, Conhecendo as Doutrinas da Bíblia, Vida
CHAFER, L.S., Teologia Sistemática, Hagnos, p.755 PURKISER, W. T. Comentário Bíblico Beacon. Vol. 2. RJ: CPAD, 2005.
WOOD, G. O. Um salmo em seu coração. RJ: CPAD, 2006.