Escrita Lição 3, A Natureza dos Demônios, Agentes da Maldade no Mundo Espiritual, 1 tr19

 
Lição 3, A Natureza dos Demônios, Agentes da Maldade no Mundo Espiritual
1º Trimestre de 2019 - Batalha Espiritual: O povo de DEUS e a guerra contra as potestades do mal. - Comentário: Esequias Soares
Complementos, Ilustrações e Vídeos: Pr. Luiz Henrique de Almeida Silva - 99-99152-0454.
Slides - https://ebdnatv.blogspot.com/2019/01/slides-licao-3-natureza-dos-demonios.html
Vídeo - https://www.youtube.com/watch?v=DxPZH_wODj0
 
Estude esses ensinos
Veja - https://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/licao8-jhp-2tr15-o-poder-de-jesus-sobre-a-natureza-e-os-demonios.htm
 
 
 
TEXTO ÁUREO
“E foi precipitado o grande dragão, a antiga serpente, chamada o diabo e Satanás, que engana todo o mundo; ele foi precipitado na terra, e os seus anjos foram lançados com ele.” (Ap 12.9)
 
 

VERDADE PRÁTICA
Os demônios são os anjos decaídos que se rebelaram contra DEUS seguindo o seu maioral, Satanás.
 
 
 

LEITURA DIÁRIA
Segunda – Mt 12.24 Belzebu, o próprio Satanás, é o príncipe dos demônios
Terça – Mt 25.41 Satanás e seus anjos já têm um lugar preparado – o abismo
Quarta – Lc 10.18,19 Satanás é um ser já derrotado
Quinta – At 8.7 Os demônios são identificados como espíritos imundos
Sexta – At 19.12 O Novo Testamento descreve os demônios como espíritos malignos
Sábado – 1 Tm 4.1 O apóstolo Paulo chama os demônios de espíritos enganadores

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE - Apocalipse 12.7-10
7 - E houve batalha no céu: Miguel e os seus anjos batalhavam contra o dragão; e batalhavam o dragão e os seus anjos, 8 - mas não prevaleceram; nem mais o seu lugar se achou nos céus. 9 - E foi precipitado o grande dragão, a antiga serpente, chamada o diabo e Satanás, que engana todo o mundo; ele foi precipitado na terra, e os seus anjos foram lançados com ele. 10 - E ouvi uma grande voz no céu, que dizia: Agora chegada está a salvação, e a força, e o reino do nosso DEUS, e o poder do seu CRISTO; porque já o acusador de nossos irmãos é derribado, o qual diante do nosso DEUS os acusava de dia e de noite.

OBJETIVO GERAL
Conscientizar de que os demônios são anjos decaídos que se rebelaram contra DEUS e o maioral deles é Satanás.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS - Apresentar a origem dos demônios conforme as Escrituras;
Expor a respeito da batalha no céu;
Destacar o maioral dos demônios;
Mostrar o poder de JESUS sobre os demônios.
 
 
INTERAGINDO COM O PROFESSOR
Uma das necessidades permanentes do(a) professor(a) da Escola Dominical é realizar um programa continuado de estudos. Assim, ele estará se atualizando. As áreas de Teologia Bíblica, História da Igreja, Teologia Sistemática e Métodos Didáticos são conteúdos básicos para um programa sério de estudos do(a) professor(a) da Escola Dominical. Ou seja, é importante que o professor e a professora alternem a leitura de bons livros nessas áreas. Naturalmente, os educadores cristãos devem conhecer outras áreas do conhecimento também. Entretanto, as disciplinas mencionadas são a coluna de um programa sério de leitura para o Educador Cristão. 
Nesta semana estudaremos Demonologia, uma matéria da Teologia Sistemática que, como todo assunto doutrinário, tem elos com a Teologia Bíblica e a História da Igreja. A partir dessas áreas de conhecimento, podemos compreender o que as Escrituras dizem sobre o assunto, como os primeiros cristãos originais entendiam o tema e o processo que resultou a doutrina que conhecemos hoje. Por isso, o programa de leitura é imprescindível na vida de quem leva a sério o ministério do magistério cristão. Boa aula!

PONTO CENTRAL - Satanás e seus demônios se rebelaram contra DEUS.
 
 
Resumo da Lição 3, A Natureza dos Demônios, Agentes da Maldade no Mundo Espiritual
I – ORIGEM DOS DEMÔNIOS
1. Os anjos caídos e os demônios.
2. A expulsão do querubim ungido.
3. Os demônios na cultura pagã.
II – A BATALHA NO CÉU
1. O arcanjo Miguel e o dragão (v.7).
2. A expulsão de Satanás (v.8).
3. A vitória final sobre Satanás.
III – O MAIORAL DOS DEMÔNIOS
1. A Serpente.
2. Satanás.
3. O Diabo.
IV – O PODER DE JESUS SOBRE OS DEMÔNIOS
1. O contexto bíblico.
2. O triunfo de CRISTO.
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Comentários e estudos
Lucifer não protegia nem DEUS e nem a terra quando estava nos Édens mineral e vegetal
O rei de Tiro com certeza nunca morou no céu e foi lançado na Terra, nunca esteve no Éden Mineral, então, por inferência a passagem em Ezequiel se refere a Satanás que antes era um Querubim. O rei de Tiro não era perfeito também. Filho do homem, levanta uma lamentação sobre o rei de Tiro, e dize-lhe: Assim diz o Senhor DEUS: Tu eras o selo da medida, cheio de sabedoria e perfeito em formosura.
Estiveste no Éden, jardim de Deus; de toda a pedra preciosa era a tua cobertura: sardônia, topázio, diamante, turquesa, ônix, jaspe, safira, carbúnculo, esmeralda e ouro; em ti se faziam os teus tambores e os teus pífaros; no dia em que foste criado foram preparados.
Tu eras o querubim, ungido para cobrir, e te estabeleci; no monte santo de Deus estavas, no meio das pedras afogueadas andavas.
Perfeito eras nos teus caminhos, desde o dia em que foste criado, até que se achou iniqüidade em ti.
Na multiplicação do teu comércio encheram o teu interior de violência, e pecaste; por isso te lancei, profanado, do monte de Deus, e te fiz perecer, ó querubim cobridor, do meio das pedras afogueadas.
Elevou-se o teu coração por causa da tua formosura, corrompeste a tua sabedoria por causa do teu resplendor; por terra te lancei, diante dos reis te pus, para que olhem para ti. Ezequiel 28:12-17
DEUS não precisa de proteção e nem de cuidado de uma criatura sua.
guarda - no original também significa cobrir. סכך cakak ou שׁכך sakak (Êx 33.22). É mesma palavra em êxodo - 22 E acontecerá que, quando a minha glória passar, te porei numa fenda da penha e te cobrirei com a minha mão, até que eu haja passado. 23 E, havendo eu tirado a minha mão, me verás pelas costas; mas a minha face não se verá.
A palavra cobriam em Isaías 6 em Ezequiel 28 paraece ser no sentido de adoração e manifestação da Glória de DEUS. Cobriam-se para não morrer.
Como em Isaías 6. No ano em que morreu o rei Uzias, eu vi também ao Senhor assentado sobre um alto e sublime trono; e a cauda do seu manto enchia o templo.
Serafins estavam por cima dele; cada um tinha seis asas; com duas cobriam os seus rostos, e com duas cobriam os seus pés, e com duas voavam. E clamavam uns aos outros, dizendo: Santo, Santo, Santo é o Senhor dos Exércitos; toda a terra está cheia da sua glória.E os umbrais das portas se moveram à voz do que clamava, e a casa se encheu de fumaça. Isaías 6:1-4
Na verdade se cobriam para não morrer. Veja que cobriam seus rostos em Isaías 6. protegiam a si mesmos da santidade e majestade de DEUS.
 
 
Se olharmos para forma dos Serafins creio que estaremos olhando para a aparência também dos querubins, com a diferença das 4 faces e 4 asas.
E cada um tinha quatro rostos, como também cada um deles quatro asas. Ezequiel 1:6
 
A Doutrina dos Anjos - Silva, Severino Pedro da - CPAD
Observemos aqui alguns pontos importantes sobre isso e depois façamos um julgamento do significado do pensamento:
Comparados com a existência humana e animal, os anjos podem se dizer incorpóreos, mas apenas no sentidode que não têm uma organização mortal. As Escrituras dão a entender que os anjos têm uma corporificação. Deus é Espírito, mas quando Cristo se dirigiu aos judeus, Ele disse do Pai: "...Vós nunca ouvistes a sua voz, nem vistes o seu parecer" (Jo 5.37). É essencial que um espírito tenha forma localizada, determinada e espiritual (Jó 4.15,16).
Isso parece dar a entender que os anjos são revestidos de corpos espirituais, como os que nos são prometidos. Portanto, talvez se possa entender que, apesar de os anjos serem espíritos, possuindo corpos espirituais, nem todos os espíritos são anjos. Os judeus, por exemplo, faziam essa distinção. Em Atos 23.9 diz: "...nenhum mal achamos neste homem, e se algum espírito ou anjo lhe falou, não resistamos a Deus". Por conseguinte, os demônios já não devem ser concebidos da mesma maneira ou ordem. Eles não possuem corpos de ordem alguma. Eles são espíritos e, como tais, não pertencem portanto, à categoria e ordem angelical. Talvez que num passado remoto, tenham pertencido a tal ordem angelical, mas à semelhança de seu príncipe (Satanás), foram rebaixados para uma categoria inferior, isto é, perderam seu primitivo estado de configuração.
 
 O Reino dos Anjos maus
Satanás

"E foi precipitado o grande dragão, a antiga serpente, chamada o Diabo, e Satanás, que engana todo o mundo; ele foi precipitado na Terra, e os seus anjos foram lançados com ele" (Ap 12.9). No estudo da Angelologia não só as Escrituras focalizam os anjos do bem que, segundo se diz, se movimentam neste vasto reino de luz, mas elas também de igual modo, nos informam sobre o vasto reino de seres tenebrosos, isto é, o mundo dos espíritos malignos, que se opõem tanto a Deus como à sua obra. Eles são chamados tanto no Antigo como no Novo Testamento, por vários nomes e títulos que representam suas disposições hostis a Deus e aos homens. Um destes seres é Satanás que iremos observar à luz de cada contexto. Vejamos!
Diabo.
Esse nome, que no grego é "diabollos", significa "acusador", aparece no grego da Septuaginta passado para o Novo Testamento, para indicar Satanás, o arquimaligno poder espiritual do grande inimigo de todo o bem. Tanto nosso Senhor Jesus" Cristo como os escritores do Novo Testamento, usaram este nome empregado à pessoa de Satanás por 38 vezes.
Satanás
É uma palavra de origem hebraica que é "sãtan". No Antigo Testamento, a palavra "satanás" ou seu equivalente é usada como nome próprio somente em três livros, a saber: 1 Crônicas 21.1; Jó 1.6,7,8,9,12; 2.1,2,3,4,6,7, etc; Zacarias 3.1 e ss. Em Apocalipse, porém, ele é sempre chamado o "Dragão".
O vocábulo grego aqui usado, "dragão", que no original é "draken", significa "serpente", "crocodilo" ou "leviatã" (Jó 41.1). O doutor R. N. Champlin, Ph. D., nos informa que os antigos cananeus, conforme a descrição existente nos tabletes de Ras Shamra, tinham uma terrível serpente de sete cabeças. O leviatã (Is 27.1) era considerado uma horrível e "rápida serpente". No presente estudo, porém, está em foco "...a antiga serpente, chamada o Diabo e Satanás, que engana todo o mundo". Na mitologia grega esta figura sombria já era bastante conhecida, e em alguns lugares é a conhecida "serpente sedutora, mãe das trevas, que é um cão de fogo horroroso". Foi este terrível ser que, personificado numa serpente, enganou a pobre mulher (Gn 3.1 e ss; 2 Co 11.3; 1 Tm 2.14; Ap 12.9).
O doutor Matthew Pool, eminente comentador da antiguidade, diz que o artigo definido em Gênesis 3.1, é enfático para exemplificar o significado do pensamento, e por isso se refere a uma "serpente especial". E, no hebraico é: "hannachash". Esta serpente, ou essa serpente, indicando que não era uma serpente qualquer, ou um simples animal, mas uma personificação do próprio Satanás. 
Em sete livros do Antigo Testamento e em dezenove do Novo, encontramos esta horrível serpente chamada o Diabo. Ocorre apenas uma vez no plural na Edição Revista e Corrigida (Dt 32.17):"...Sacrifícios ofereceram aos diabos". Seu nome é a transliteração do vocábulo grego da Septuaginta (LXX) "diabollos", expressão usada no singular, que significa "acusador" ou "caluniador" dependendo apenas do contexto (Ap 12.10); é aplicado nas Escrituras, exclusivamente a Satanás.
Ele é assim chamado em virtude de suas disposições hostis...opondo-se a Deus e aos homens. No sentido profundo da palavra, significa "caluniador" ou "difamador", porque tanto calunia a Deus (Gn 3.2), como aos homens (Jó 1.9;Ap 12.10). Ele, além de ser acusador dos irmãos, é também a "serpente sedutora", que primeiramente usou sua sabedoria pervertida para arrastar uma terça parte dos poderes angelicais para dentro de sua órbita (Ap 12.4). Em João 6.70, ele tem o sentido de um traidor.
A causa de sua queda. A causa principal da queda deste terrível ser, foi "orgulho", mas o ponto marcante no momento fatal, foi a"violência" Só Deus conhece e pode explicar a contento a origem do mal, e é ele que diz quando teve início o primeiro pecado na vida deste anjo das trevas: "...se encheu o teu interior de violência, (ouça agora!) e pecaste!" (Ez 28.16b). A partir deste momento ele faz cinco declarações oponentes contra a pessoa de Deus. Vejamos:
"...eu subirei ao céu" (Is 14.13). Nisto, que é o primeiro aspecto do pecado de Satanás, ele se propunha aparentemente a fazer sua habitação como ele mesmo declarou "...acima das estrelas (anjos) de Deus". Isto visava, não somente a uma oposição a Deus mas também a Jesus que, segundo nos é dito em Efésios 1.20,21, Deus ressuscitou a seu Filho, "...e pondo-o à sua direita nos céus. Acima de todo o principado, e poder, e potestade, e domínio...".
"...exaltarei o meu trono" (Is 14.13). Em Ezequiel 28.2, diz que ele queria se "assentar sobre a cadeira de Deus" e depois equiparar seu coração "...como se fora o coração de Deus" (Ez 28.6b). Era uma aspiração completamente errada, pois Deus lhe diz: "...tu és homem, e não Deus" (Ez 28.9). O leitor deve observar cuidadosamente cada detalhe e depois ver como as Escrituras são proféticas e se combinam entre si! Todas as declarações e ofensas deste inimigo, visavam também à pessoa de nosso Senhor Jesus Cristo; ele queria por meio da força, se assentar no trono de Deus. Lugar este, reservado para seu amado Filho (cf. Ap 3.21; 12.5).
"...no monte da congregação [angelical?] me assenta­rei" (Is 14.13). Os eruditos divergem um pouco no que diz respeito aos dois vocábulos usados aqui: monte e congregação. O doutor L. S. Chafer, acha que, "o monte" é uma frase que evidentemente se refere ao lugar do governo divino na Terra (Is 2.1-4), e a referência à "congregação" é claramente a Israel. Para nós esta maneira de interpretação é bastante lógica, mas não se coaduna com a natureza do pensamento aqui esboçado, visto que, na possível data deste acontecimento, Israel nem sequer existia.
A maneira mais lógica de interpretar o texto deve ser, segundo o significado do pensamento: que o monte refere-se ao alto e sublime lugar da habitação de Deus no Terceiro Céu (Ap 21.10) e a congregação sem dúvida, à assembleia dos seres angelicais (cf. Ec 3.15; Hb 8.5; 9.23; 12.22,23; Jd v.6).
"...subirei acima das mais altas nuvens" (Is 14.14a). O doutor F. C. Jennings acha que o significado desta arrogante declaração provavelmente se descobrirá no uso da palavra nuvens. Das mais de 150 referências às nuvens na Bíblia, 100 se relacionam com a presença e a glória divina. Portanto, com esta sua arrogância Satanás está procurando assegurar-se de algo que pertence a Deus somente. A glória de se assentar sobre uma nuvem. O Pai tem reservado exclusivamente para seu Filho e não para ele, o tentador (cf. Dn 7.13;Mt 24.30; At 1.9; 1 Ts 4.17; Ap 1.7; 14.14, etc).
"...serei semelhante ao Altíssimo "(Is 14.14b). Esta, foi a quinta e última declaração arrogante do grande inimigo de Deus. Ela teria também, como já tivemos ocasião de ver nas outras declarações, a santidade e a posição elevada do Filho de Deus, que disse "ser igual ao Pai" (Jo 5.18). Deus agora responde. Vejamos no tópico seguinte deste argumento:
A resposta divina; tudo no passado: "fazia", "punha", "assolava", "deixava", "destruíste", "mataste", "era", "foste", "estavas", "tu eras", etc. (Is 14.16,17; Ez 28.13-15). Esse terrível ser foi criado aparentemente, um dos querubins (Ez 28.14), e ungido para uma posição de grande autoridade, talvez sobre a primitiva criação de Deus, que incluía o Éden Mineral. (Cf. Gn 2.10-12; Ez 28.11-15), mas tornou-se em um grande dragão vermelho após a queda.
O quadro de Apocalipse 12.3, o descreve como tendo "sete cabeças e dez chifres". Isto pode ser já uma antecipação do que lemos em 13.2 do mesmo livro citado, onde o dragão deu à Besta, e aos dez reis escatológicos, seu poder, e seu trono, e grande poderio; é evidente, portanto, que a Besta e os dez reis, serão agentes do próprio Satanás durante o tempo sombrio da Grande Tribulação.
No capítulo 12 do Apocalipse, João descreve duas revoltas de Satanás: uma passada, outra futura. A primeira, deve estar em consonância com sua queda original, e a segunda, se dará durante o período da Grande Tribulação. Observemos, pois:
a) Em 12.4, João o descreve apresentando seu baixo caráter, isto é, ele o viu usando sua "cauda" para derribar com ela seus sequazes, e os lançou sobre a Terra. Assim, esta seção, apresenta um "segundo quadro" da revolta original de Satanás quando se rebelou contra Deus, porém, segundo se depreende, com as mesmas características do passado (Is 14.12 e ss; Ez 28.2 e ss). A causa de sua queda (pecado), foi a "violência" ocasionada pelo "orgulho" (Ez 28.15,16), quando ele disse em "seu coração": "Eu Subirei", então o pecado teve início!
Mas como "um abismo chama outro abismo" (Sl 42.7), ele queria se assentar "sobre a cadeira de Deus" (Ez 28.2), e ser "semelhante ao Altíssimo" (Is 14.14). Chegou até a dizer: "Eu sou Deus" (Ez 28.2); seu desejo mortífero, era como ele mesmo disse: estabelecer seu trono na região setentrional (região norte) do céu (Is 14.13), mas foi frustrado o seu plano e ele com "grande ira" abriu uma "cisão" no exército celeste e, conquistou a "terça parte" dos anjos. Possivelmente, essa revolta original teve lugar na "região norte do céu" onde existe um "vazio" (cf. Jó 26.7 e Hb 8.5 e 9.23).
b) O outro quadro (escatológico), João o descreve como tendo lugar durante o tempo da angústia. Na primeira revolta, ele conseguiu conquistar os anjos "que não guardaram o seu principado" (Jd 1.6), e os lançou no "espaço" (Ef 6.12). Nesta segunda investida, ele desejava reconquistar "seu lugar nos céus" (Ap 12.8), mas novamente é frustrado em seu plano e ele com "grande ira" usou novamente a sua "cauda". Esta é a parte mais perigosa do dragão, é como um grande cometa neste monstro (cf. Dn 8.10).
Assim Isaías 9.15 assemelha o profeta mentiroso a uma cauda, o poder e influência maligna de Satanás como mentiroso e enganador são semelhantemente descritos. Na simbologia profética das Escrituras Sagradas, isso também aponta seu "baixo caráter" (Dt 28.13; Is 9.15), sua influência daninha - "derribou um terço das estrelas do céu". Multidões que brilhavam no ordenado firmamento de Deus se tornam meteoritos carbonizados por causa do dragão. Estas forças angelicais da maldade, agem atualmente na Terra e no espaço; porém, segundo se depreende de textos e contextos, durante o tempo sombrio da Grande Tribulação, eles passarão a agir diretamente na Terra e no mar (Ap 12.12 e ss).
O Dragão e seus nomes
O grande inimigo de Deus é visto por toda a Bíblia, e nos escritos judaicos, só em conexão com o mal. Os 25 (alguns acham que existem 40) nomes que lhe são atribuídos, representam em si mesmos, a personificação da maldade sempre em caráter supremo. Vejamos:
Diabo (Ap 12.9). Satanás (Ap 20.2). Dragão (Ap 12.3). O príncipe deste mundo (Jo 12.31). O príncipe das potestades do ar (Ef 2.2). O príncipe dos demônios (Mt 12.24). O rei dos terrores (Jó 18.14). O deus deste século (2 Co 4.4). De "ave do céu" no sentido enigmático (Mt 13.4,19). O tentador (Mt 4.3). O inimigo (Mt 13.39). O adversário (1Pe 5.8). O anjo do abismo (Ap 9.11). A antiga serpente (Ap12.9). Apoliom (Ap 9.11). Abadom (Ap 9.11). Estrela da manhã (Is 14.12). Esta palavra chegou até nós através da Vulgata Latina que traduziu o hebraico "hêbêl" (LXX -"heõsphoros") em Isaías 14.12 por "Lúcifer", literalmente este vocábulo significa "aquele que brilha" ou o "resplandecente". Então a ARA traduziu por a "estrela da manhã". A referência é aplicada ao rei de Babilônia e da inferência a Satanás (Is 14.12; Ez 28.13). O pai da mentira (Jo 8.44). O homicida (Jo 8.44). A mortalha (Is 14.19). O espanto (Ez 28.19). Belial (2 Co 6.15). Beelzebu (Mt 12.24). Querubim ungido (Ez 28.14). Querubim protetor (Ez 28.16). Estes dois títulos ele perdeu automaticamente após sua queda: observe a sentença: "tu eras" e não "tu és", como se ele ainda fosse (Ez 28.14). Porta-se com leão rugidor (1 Pe 5.8). O anjo de luz (2 Co 11.14). O aferidor (Ez 28.12), etc.
O substantivo "diabollos" (formado de dia, "através de", e ballõs, "jogar") significa "jogar por cima ou através de". Então segue-se o significado de cada pensamento: "dividir", "semear contenda", "acusar", "fazer acusações", "caluniar", "informar", "rejeitar", "descrever".
Em Apocalipse 2.13, fala-se dele como contendo um trono no qual exerce poder, como se fora rei. Em seu centro de atividade nos mundos espirituais, ele é reconhecido como "potestade", "príncipe e hoste", isto é, chefe dos anjos maus.
Alguns comentaristas opinam que o personagem de Ezequiel 28 não é o próprio Satanás, e sim, o rei de Tiro. Literalmente falando: o monarca Itobal II.
Mas as evidências mostram que, não é Itobal II que aqui está em foco, e sim, o próprio Satanás. Vejamos:
Literalmente falando, nunca este monarca (Itobal II), de Tiro esteve no Éden, Jardim de Deus. Este monarca viveu no VI século a.C, e evidentemente, ele não podia estar no Éden mais de 3400 anos atrás. E além disso, parece que o "Éden, Jardim de Deus" mencionado em Ezequiel 28.13, era formoso por sua beleza mineral, ao passo que o de Adão, por sua beleza vegetal (cf. Gn 2.8-12; Ez 28.13-16). Na presente era ele é "príncipe das potestades (anjos do ar) (Ef 2.2); Seu trono, pode ser armado tanto na Terra (Ap 2.13), como no espaço (Ef 2.2; 6.12; Ap 12.7); ele exerce suas atividades em três esferas do Universo: na Terra (Ap 12.12), no espaço (Ef 2.2; Ap 12.7); e também no Mar (Ap 12.12 e 13.1). Seus agentes podem ser tanto humanos como anjos, dependendo do contexto!
Em Apocalipse 20.2-7, fala-se dele como sendo aprisionado, durante mil anos. Ele então, conforme descreve ali o texto, será agrilhoado por expressa ordem de Deus, e lançado no abismo; ali ficará durante todo o governo de Cristo na Terra, e só depois será solto da sua prisão (Ap 20.7). O texto em foco claramente diz: "E, acabando-se os mil anos, Satanás será solto da sua prisão". Dois pontos importantes devem ser aqui observados:
Primeiro: Muitos eruditos têm dificuldades em aceitar a prisão de Satanás no sentido literal; mas nós temos na Bíblia outras passagens falando de "...espíritos em prisão" (1 Pe 3.19; 2 Pe 2.4; Jd 1.6; Ap 9.2,3,14). As algemas que o agrilhoarão são de fabricação divina. Não há, pois, razão para recusar o sentido literal da "cadeia" e "prisão" de Satanás, pois a palavra grega usada para cadeia, "hálu-sis", é a mesma usada nas passagens de Atos 12.7; 28.20; 2Timóteo 1.16 (Nestle). Em todas estas passagens a significação é literal.
Segundo: Devemos observar que, além da chave e da corrente, haverá também alguma "espécie de selo" posto sobre ele, impedindo-o de encontrar espaço para qualquer movimento ou ação maléfica de sua pessoa. Este selo posto sobre Satanás o colocará como uma "múmia", o qual como "sombra" apenas em seu sentimento perverso se revolverá ao redor da prisão. Ele não comparecerá diante do Grande Trono Branco; talvez os seus sim (cf. 1 Co 6.3; Jd v.6; Ap20.12). Jesus disse em seu imortal ensino: "Já o príncipe deste mundo está julgado" (Jo 16.11).
Destino final de Satanás
após passar mil anos de prisão, depois "importa que seja solto, por um pouco de tempo", e como tentador, "...sairá" pelo mundo inteiro tentando, os convertidos da Era Milenar, alguns deles se tornarão suas presas. Assim, ele formará um grande exército composto de anjos maus e homens pecadores, e seguirão em direção ao arraial dos santos e da cidade amada (Ap 20.7-9). No sentido profundo, a derrota das forças do mal é um ato divino. Eles terão (o diabo e seus súditos) ar­mas suficientemente poderosas para aquela batalha final. Mas Deus mandará fogo destruidor dos céus, que os devo­rará) E a seguir vem a sentença divina sobre o grande inimigo: "E o diabo, que os enganava, foi lançado no lago de fogo e enxofre..." Este, será portanto, seu destino final!
O Diabo em relação ao mundo
"Agora é o juízo deste mundo; agora será expulso o príncipe deste mundo" (Jo 12.31). Este vocábulo "mundo" ou seu equivalente, tem tanto no Antigo como no Novo Testamento, diversos significados e diferentes aplicações. Por exemplo: Em o Novo Testamento, a palavra ocorre porcerca de 187 vezes; destas, 41 vezes, querem dizer tempo e 14, um distrito habitado. Os lexicógrafos, porém, fazem distinção em cada significado do pensamento, tais como:
Primeiro:(Referindo-se à pessoa humana); "...Deus amou o mundo" (Jo 3.16); "...quando ele vier, convencerá o mundo" (Jo 16.8a), "...o mundo não te conheceu" (Jo 17.25); "...e todo o mundo seja condenável diante de Deus" (Rm 3.19b) e outras citações similares.
Segundo:(Referindo-se ao mundo físico): "...pela fé entendemos que os mundos pela palavra de Deus foram criados" (Hb 11.3a); "...estando eu com eles no mundo" (Jo 17.12); "...Os reinos do mundo vieram a ser de nosso Senhor e do seu Cristo" (Ap 11.15) e outras citações similares.
Terceiro:(Referindo-se ao mundo espiritual das trevas): "...Não ameis o mundo, nem o que no mundo há. Se alguém ama o mundo, o amor do Pai não está nele" (1 Jo 2.15b); "...Sabemos que somos de Deus,e que todo o mundo está no maligno" (1 Jo 5.19); "...Já não falarei muito convosco; porque se aproxima o príncipe deste mundo" (Jo 14.30 e ss) e outras citações similares. Ora, isso significa que, existem três mundos: o de Deus (físico); o dos homens (humano) e o do Diabo (das trevas). Das 187 vezes que esta palavra ocorre no Novo Testamento, Cristo empregou o termo mais do que todos os outros juntos. A palavra aparece 68 vezes no Evangelho de João e 23 vezes na sua primeira Epístola. Cristo usou a palavra "mundo" 41 vezes em seu Sermão do Cenáculo e 19 vezes em sua Oração sacerdotal.
Ora, em cada passagem do Evangelho de João, das 68 vezes onde a palavra ocorre, cerca de 50 vezes refere-se a um sistema de "ordens" onde, segundo se diz, Satanás exerce autoridade como se fora rei. Jesus por três vezes se refere a ele como "príncipe deste mundo". Também o reconheceu como tal, na tentação do deserto (Lc 4.5-7), onde Satanás lhe ofereceu "...todos os reinos do mundo", com a condição de que Jesus se prostrasse e o adorasse. Porém as Escrituras no que diz respeito a essa autoridade de Satanás, limita-o quanto ao "tempo e ao espaço". Vejamos:
Apenas: "...o príncipe 'deste' mundo" (Jo 14.30); "...o deus 'deste' século" (2 Co 4.4); "...Ai dos que habitam na Terra e no mar; porque o Diabo desceu a vós, e tem grande ira, sabendo que tem 'pouco' tempo" (Ap 12.12b, etc.) Isto significa que seu governo e autoridade um dia terminarão, e só continuará existindo o governo e autoridade divina. Eis a razão por que João escreve: "O mundo passa..." (1 Jo 2.17). É evidente também que com ele passará aquilo que nele é "aparente".
O Diabo possui um reino organizado
Este vasto reino das trevas centraliza sua estratégia contra a humanidade. Exitem algumas razões teológicas óbvias por que isto acontece assim. Partindo do sutil ataque a Adão e sua mulher onde sua forma sedutora aparece em cada detalhe. Observemos isso:
A tentação ocasionou o pecado. Essa tentação é também vista na face da sedução. A sedução é sempre querida e determinada por um inimigo que deseja o mal. Eva declara ter sido seduzida pela serpente maldita: ela então declara: "...A serpente me enganou" (Gn 3.13; 1 Tm 2.14). Primeiro a serpente fala para despertar o diálogo e depois vai induzindo à tentação por condições preliminares:
O primeiro passo -dado pela serpente. Primeiro ela lembra o fruto dizendo: "É assim que Deus disse: Não comereis de toda a árvore do jardim?". A pergunta lançou a mulher no campo da dúvida quanto ao amor de Deus e sua justiça, ampliando a proibição única e reduzindo as extensas permissões.
O segundo passo dado pela mulher. A mulher replicou e debateu com o caluniador. Ela demonstrou haver compreendido as palavras de seu Criador em Gênesis 2.16,17; mesmo assim, ela foi enganada pela insinuante e sombria serpente (Gn 3.13; 2 Co 11.3; 1 Tm 2.14).
O terceiro passo dado pela mulher. Ela falsificou um pouco a palavra de Deus, quando deixou de lado ("todas") e ("livremente"), substituindo-as com a frase "nem nele tocareis". Porém quanto a isso, ela não pecou, pois até então, não existia nenhuma lei que proibisse tal expressão, e, se a lei não existe também não existe a transgressão (Rm 4.15). A mulher também abrandou as palavras "certamente morrerás", para "que não morrais".
O quarto passo dado pela serpente. Este consistiu em uma aberta negação do castigo devido ao pecado, e de acusar Deus de haver proferido mentira (Deus disse "certamente morrereis" - ela então modificou: "para que não morrais"). Também paralela a esta havia outra acusação. O caluniador acusou Deus de egoísmo, inveja e a firme resolução de degradar suas criaturas e dominá-las, quando usa as expressões: "Porque Deus sabe que no dia em que dele comerdes se abrirão os vossos olhos, e sereis como Deus, sabendo o bem e o mal".
O quinto passo dado pela mulher. Ela creu nas palavras do tentador. Ela viu que a árvore era boa, e cedeu à guisa de uma nova conquista (2 Co 11.3; 1 Tm 2.14). Ela bem podia ter resistido à sombria serpente "firme na fé". E, evidentemente ela teria fugido para seu reino de trevas (Tg 4.7).
O sexto passo dado pela mulher. Obedecendo à voz do tentador, ela "tomou do seu fruto, e comeu" (Gn 3.6). A mulher cedeu, sendo enganada, e assim caiu em transgressão.
O sétimo passo dado pela mulher. Ela agora segundo a narrativa, assume a "posição de tentadora". Ela "deu também a seu marido, e ele comeu com ela" (Gn 3.6). Adão porém, desobedeceu de olhos abertos. Ele não foi enganado (1 Tm 2.14); ele bem podia tê-lo recusado e ter procurado ajuda para si e para sua mulher. Isto é, perdão para ela e proteção para si mesmo. Ele, cabeça da raça, evitaria tamanha catástrofe sobre a humanidade (Rm 5.12,16 e ss).
Mas o objetivo de Satanás não terminou aí. A Bíblia diz que ele continua "enganando todo o mundo" (Ap 12.9; 20.3,8,10). E além disso, ele tem um reino organizado, onde seus agentes (os anjos maus) executam suas disposições hostis contra Deus e os homens. Estes seres espirituais também são muito estruturados, organizados e disciplinados. Ganhamos discernimento do fato pela menção desses inimigos que servem sob o controle de Satanás em vários dos elementos doutrinários das Escrituras.
No primeiro grupo sob suas ordens está o grupo dos comandantes chamados de principados ou príncipes. Eu 'creio como já tivemos ocasião de expor em outras notas que há diferentes níveis de autoridade entre esses príncipes. Somos esclarecidos quanto à sua operação e poder no incidente em Daniel 10.12-21, entre o mensageiro angélico de Deus enviado a falar a Daniel e o príncipe da Pérsia. Quando o mensageiro angelical finalmente chegou depois de um atraso de três semanas (21 dias), explicou que seu atraso fora devido à oposição do príncipe da Pérsia. Só depois que Miguel, o Arcanjo, veio lutar contra este príncipe opositor, o especial mensageiro da corte divina pôde completar sua viagem em missão até Daniel. Isto nos leva a entender que, a oração de Daniel subiu e Deus mandou a resposta imediatamente, mas foi interceptada no espaço por agentes de Satanás. Então foi necessário uma intervenção direta de Miguel, pois em qualquer circunstâncias é sempre ele que triunfa!
 
 
A Queda do Mundo Angelical
"Porque, se Deus não perdoou aos anjos que pecaram, mas havendo-os lançado no inferno, os entregou às cadeias da escuridão, ficando reservados para o juízo" (2 Pe 2.4). Sumariamente houve duas grandes quedas: a dos anjos e a do homem (Gn 3.1 e ss; 2 Pe 2.4; Jd 1.6). Os anjos foram criados com a responsabilidade da determinação. Este foi o ideal divino representado por eles na criação. A possibilidade do mal não estava neles de maneira nenhuma como necessidade.
Afirmar que Deus poderia ter evitado a sua queda uma vez que tinha poder para fazê-lo, é dispor a vontade divina no governo contra a vontade divina na criação; contra a vontade divina representada na criação dos anjos. Eles foram feitos como deviam ter sido.
O pecado dos anjos. Para a imaginação humana, o presente assunto é difícil de ser elucidado, a não ser aquilo que se pode depreender dos textos e contextos que focalizam o significado do pensamento.
Billy Graham observa que a questão importante, porém, não é "Quando foram criados os anjos", mas "Quando caíram os anjos?" O Doutor Gerhart, citando Santo Agostinho, em seu Institutes, I, 670, diz: "Embora os anjos quando criados despertassem para a consciência em estado de santidade e sem tentação alguma por solicitação externa, não obstante, receberam a incumbência de querer e fazer aquilo que faz parte da santidade. Como no caso do homem, Adão, parece que os anjos passaram por um período de prova.
"O amor de Deus por eles era o do Criador por sua criatura; mas eles tinham aquela liberdade de ação que é natural à responsabilidade angélica. Essa liberdade foi concedida ao primeiro homem mas com esta exceção importante: já havia em existência um reino do mal com suas solicitações externas e forçosas para o mal. Os anjos não foram desafiados por tal influência externa quando começaram a sua existência consciente. A multidão de anjos que pecaram sob a influência do primeiro anjo pecador fica imediatamente eliminada do problema. Eles caíram, cada um individualmente, mas pela força das influências que surgiram depois que experimentaram seu estado de santidade".
Quanto ao primeiro pecado cometido pelo primeiro anjo, seria bom notar que o aspecto metafísico da origem do mal é um problema em que os teólogos encontram certos pontos difíceis de entender e, com referência a ele, apenas certos aspectos dedutivos podem ser captados pela mente finita.
Mas segundo se depreende, há uma imaginação a ser seguida: Sob as condições existentes ali, qualquer caminho pelo qual o pecado avança era inexistente. Agressividade contra Deus era a única direção na qual tal ser poderia pecar. E, sem dúvida alguma, ela viria por meio do orgulho. Sobre esta verdade óbvia Hooker escreveu o que segue: "Parece, portanto, que não havia outro caminho para os anjos pecarem, a não ser pelo reflexo do seu entendimento de si mesmos; tomados de admiração de sua própria sublimidade e honra, a lembrança de sua subordinação a Deus e sua dependência dele ficou afogada em sua presunção; consequentemente, a adoração, o amor e a imitação de Deus, não puderam continuar existindo". Devemos ter em mente três pontos importantes no que diz respeito ao pecado original destes seres espirituais:
A maioria dos eruditos supõem que o pecado original dos anjos foi terem seguido a Satanás, em sua revolta quando tentou derrubar a Deus no passado (Is 14.12 e ss; Ez 28.2 e ss; Ap 2.4,7-9). Nesta interpretação não existe previsão de tempo e espaço; foi na eternidade. 

Os anjos dividem-se em dois grupos
Os anjos decaídos se dividem em dois grupos distintos: O primeiro grupo é composto daqueles que aderiram a Satanás quando se rebelou contra Deus (Is 14.12 e ss; Ez 28.2 e ss); esses anjos estão sob a esfera de seu domínio e consequentemente, não estão aprisionados (Ef 2.2; 6.12; Ap 12.7). Muitos e importantes textos paulinos falam dessas organizações do mundo angelical, usando as palavras: "autoridade", "potestades", "tronos", "principados" no sentido invisível específico de entes invisíveis. São tão numerosos que tornam o poder de Satanás muito extenso. Paulo diz em Colossenses 2.15, que nosso Senhor triunfou sobre estas hostes por meio de sua morte e ressurreição. Veja: "E, despojando os principados e potestades, os expôs publicamente e deles triunfou em si mesmo"; quando se faz necessário para distinção do significado do pensamento, a Bíblia distingue os anjos maus dos anjos bons da seguinte forma: "potestades do ar" (anjos decaídos) e "potestades nos céus" (anjos bons). Isto é muito interessante! (Ef 2.2; 3.10). Os tais anjos maus, são agentes maléficos e anjos guerreiros da ordem dos "principados".
O segundo grupo, prende-se aqueles anjos mais ferozes. Esses seres não pecaram por serem induzidos ou tentados, mas voluntariamente. Vejamos: "E aos anjos que não guardaram o seu principado, mas deixaram a sua própria habitação, reservou na escuridão, e em prisões eternas até o juízo daquele dia" (Jd v.6). O autor sagrado e outras fontes paralelas, dizem que algumas ordens angelicais caíram. Eles abandonaram o seu estado original. O lugar de honra, de bem-estar e do domínio que eles possuíam nos lugares celestiais, nas esferas espirituais da existência. Antes, tais anjos contavam com o favor divino, pois eram espiritualmente puros e tinham um poder inconcebível. Mas caíram. Isso sucedeu propositadamente. Fizeram uma louca escolha e má decisão. A sua má escolha pode-se ver em inferência nas palavras de Elifaz, o Tamanita, o amigo de Jó,"...e nos seus anjos encontra loucura" (Jó 4.18b). Esses não estão presentemente a serviço de Satanás, e sim, aprisionados por expressa ordem de Deus, em cadeias eternas, na escuridão exterior, esperando pelo julgamento do grande dia.
Só unicamente durante a Grande Tribulação, durante o toque da 5ª trombeta, eles ficarão por cinco meses sob o domínio total de Satanás, depois, certamente, voltarão a ser aprisionados e evidentemente comparecerão a Juízo (1 Co 6.3; 2 Pe 2.4; Jd 1.6; Ap 20.12). Em Apocalipse 20.12 na palavra "grandes" e (anjos) e "pequenos" (homens) fica subentendido isso.
Em 1Pedro 3.19, fala-se de "espíritos em prisão", os quais na época do dilúvio ouviram uma espécie de "evangelho da justiça", pregado por Noé, mas que não ouviram o "evangelho da graça de Deus" (1 Pe 3.20 e 1Pe 4.6). Os poderosos de Assur (Assíria) com todo o seu ajuntamento (sete nações) também deviam estar ali, pois foram colocados "no mais interior da cova" (Ez 32.22 e ss). O lugar habitado por esses espíritos rebeldes, é chamado de "região tenebrosa e melancólica, onde se passa uma experiência consciente, porém triste e inativa" (2 Sm 22.6; Sl 9.17).
Existe uma tradição entre os judeus que diz: "Originalmente, o poço do abismo era reputado como o lugar que abrigava 'os espíritos em prisão'; mas ali viviam apenas como sombras a vaguearem ao redor".
Alguns eruditos pensam que esses "espíritos" das passagens de Pedro (1 Pe 3.19; 4.6) são anjos caídos, que são seres espirituais. O termo grego "pneuma" pode significar qualquer tipo de "espírito", ou a porção não-material do homem. Mas isso se prende, segundo se diz, na literatura judaica-helenista, que até advogavam a restauração de anjos caídos. Mas tanto o texto como o contexto de ambas as passagens, dizem respeito aos "espíritos humanos desencorporados", e, especialmente, àqueles que foram rebeldes nos dias de Noé. Portanto, não devem ser anjos que estão em foco nestas passagens.
 
 
Os Demônios
Sua existência

Tanto o Antigo como o Novo Testamento falam na existência dos demônios. São outros seres espirituais do mundo tenebroso. No Antigo Testamento há referência aos demônios sob o nome "sã'ir" (Lv 17.7; 2 Cr 11.15) ou "shêdh" e seu equivalente (Dt 32.17; Sl 106.37). O primeiro termo, "sã'ir" significa cabeludo, e aponta para o demônio como sátiro. O Senhor Jesus em vários de seus elementos doutrinários, falou da existência deles. Os profetas do Antigo Testamento e os escritores do Novo, comprovam a mesma realidade (Lv 17.7; Sl 106.37; Mt 4.22; 8.16,28,33; 12.22; Marc 1.32; 5.15,16,18; Lc 6.18; 9.39; Atos 8.7; 16.16; 1 Co 10.20; Tg 2.19; Ap 16.14).
O significado do termo. Entre os gregos, a partir de Pitágoras (500 a.C.) tinha vários significados a palavra "demônios"; às vezes era considerado um deus, ou uma divindade no sentido geral; o gênio ou a fortuna. A alma de alguém que pertenceu à Idade de Ouro e que se tornara agora em divindade tutelar. Um deus de categoria inferior. A etimologia da Palavra "daimõn" se deriva de "doiomai", que traz a ideia de "dividir", "partilhar". Pode haver alguma conexão com a ideia do deus dos mortos como sendo aquele que dividia os cadáveres, etc.
Sócrates, segundo Platão, tinha um espírito como seu mensageiro, que ele reputava como sendo um demônio. Dissuadia-o, mas nunca o aconselhava. Filo pensava que demônios tinham a mesma natureza que os anjos, só que os anjos se conservavam a certa distância da Terra e eram empregados de Deus como mensageiros. Evidentemente, Filo conservou isso do pensamento grego. Já F. Josefo empregava demônio, "daimonia", especialmente só para espíritos malignos.
Sua origem. Os demônios têm quádrupla origem nas interpretações bíblicas e judaicas:
Primeiro: espíritos da natureza, remanescentes da chamada concepção animista do mundo. A Bíblia só menciona os espíritos maus que povoam de preferência as regiões e lugares mal afamados, como os desertos, ruínas, e cemitérios (comparáveis a certos "djinns" árabes); isso faz que sua natureza não se coadune com nenhuma outra natureza do mundo angelical: santo ou decaído.
Segundo: divindades pagãs rebaixadas ao nível de demônios, como Beelzebu ou como deuses do helenismo, que Paulo e os pais da Igreja comparam aos demônios.
Terceiro: espíritos maus de Satanás que, segundo esta interpretação, teriam sidos rebaixados de anjos para demônios.
Quarto: anjos caídos num grande cataclismo, em Gênesis 1.2. Na passagem de Isaías 34.11-15, menciona-se uma espécie de sátiros peludos: ("bodes"), em companhia de "lillit": (demônios femininos da noite) mochos, dragões, ou ouriços e corvos (Is 13.20 e ss) para pintar a desolação na qual Deus mergulhou a Babilônia. Mas isso, pelo menos não indica claramente a origem primeira dos demônios. Positivamente falando, só se conhece dos demônios, aquilo que é depreendido dos textos sagrados. Alguns comentadores os identificam com os anjos caídos, e por cuja razão fica esclarecido sua origem. Porém, outros defendem que apesar deles serem "espíritos", contudo, passagens como Atos 23.8,9, nos levam a entender que não são anjos. Para aqueles que defendem sua origem em Gênesis 1.1,2, deve-se ter em mente que, lendo Gn 1.8 e Gn 2.1-3, cai por terra ahipótese da queda dos anjos em Gênesis 1.1,2; e também dos anjos terem sido os primitivos habitantes da Terra (2 Pe 2.4; Jd 1.6). A palavra "habitação" ou "domicílio" (Edicão Revista e Atualizada), não se refere à Terra quando se prende ao campo metafísico, e, sim, aos céus (Dt 26.15; 1 Rs 8.39,43,49; 2 Cr 5.2; Ap 14.4,8). Portanto, a origem dos demônios, fica quase que envolvida no mistério do mal (Dt 29.29). Porém isto não afasta a possibilidade de sua existência e realidade.
Sua natureza. Do princípio ao fim, as Escrituras comprovam a realidade do mundo dos espíritos, que tanto podem ser maus como bons. Os espíritos malignos têm influência sobre os homens, e procuram ocupar os seus corpos (cf. Mt 12.43,44; Mc 5.8). No que diz respeito à sua natureza são imundos (o que significa que tornam o indivíduo incapaz de entrar em contato com Deus, com o culto ao Senhor e com a adoração). Algumas vezes obstinados; com frequência são maldosos e violentos, e também perniciosos. O vocábulo grego que traduz seu nome, "daimõn", sempre se refere a seres espirituais hostis a Deus e aos homens. Sua inspiração sempre se limita a atos vis.
As passagens de Mateus 8.28,34; Marcos 5.2-13; Lucas 8.26-33 ilustram o significado do pensamento. Ali, os demônios usaram a voz do homem e o homem, tão identificado com a poderosa presença interior que lhe enchia o ser, falou por si mesmo diante da autoridade suprema do Filho de Deus e pelos demônios que o dominavam, incapaz de distinguir entre a sua própria personalidade e a personalidade e influência dos demônios. 
Seu caráter. São seres imundos por natureza, violentos: nenhuma força humana os pode amansar (Mc 5.4). Seus lugares prediletos são os despenhadeiros, cemitérios, desertos, barrancos, etc. Infestam também os lugares sombrios da Terra ( Sl 68.6; Mc 5.5,13; Lc 11.4). Segundo a crença antiga, os sepulcros eram esconderijos de espíritos maus e os endemoninhados tinham uma tendência natural de ocupar esses lugares, uma vez que fossem expelidos da sociedade. Existem várias categorias entre eles; há uma casta semelhante a serpentes que se rastejam pelo chão (Marc 9.20), há uma outra casta que são "mudos e surdos" (Marc 9.25). Certamente eram tão maus e obstinados, que Deus lhes tirou o direito de ouvirem e falarem.
Há uma espécie "semelhante a rãs" (Ap. 16.13). Os de tal aparência, infestam os lugares "úmidos e enlameados" como poços, lagos e rios (Mt 8.32; Ap 9.2,3; 16.13). Essa espécie procura destruir suas vítimas pelo processo de afogamento (Marc 9.25). Mas também são seres rebeldes e revoltados, capazes de incitar à guerra. Em Apocalipse 16.13,14, encontramos o caráter destas hordas do mal! Veja o que descreve João:
"E da boca do dragão, e da boca da besta, e da boca do falso profeta vi sair três espíritos imundos, semelhantes a rãs. Porque são espíritos de demônios,que fazem prodígios; os quais vão ao encontro dos reis de todo o mundo, para os congregar para a batalha, naquele grande dia do Deus Todo-poderoso". Três pontos importantes devem ser anotados aqui e cada um com significação especial.
Definição escatológica:"...três espíritos imundos, semelhantes a rãs" (Ap 16.13). Esse elemento, envolve uma certa aparência daquilo que foi visto no Egito, em sua segunda praga: a das rãs (Ex 8.1 e ss). Vemos apenas três espíritos, mas demoníacos; eles explicam as grandes hordas de "rãs naturais", como equivalentes. A rã é um animal imundo conforme a lei cerimonial; é sinal de maldade!
A rã era um animal imundo. Portanto, estes três espíritos imundos que, são retratados aqui como sendo "espíritos de demônios", tal como suas fontes originais: o dragão e as suas duas Bestas, exemplificam sumariamente, o caráter dos espíritos imundos denominados demônios.
Os demônios são seres reais. Nisso se dá o fato de poderem ser contados (Lc 8.3); não gostam de andar só, mas em bandos e, às vezes, muitas companhias (Marc 16.9; Lc 11.26). Eles mesmos disseram: "Legião é o meu nome, porque somos muitos" (Marc 5.9b). Eles têm personalidade: falam, gritam, etc (Mt 8.31; Lc 8.28). Eles conhecem o Senhor Jesus e reconhecem a sua autoridade suprema (Mt 8.31,32), este fato nos faz lembrar a interessante passagem de Tiago 2.19: "...também os demônios creem, e estremecem". Eles reconheceram que Jesus era realmente aquilo que dizia ser (Marc 1.24; 3.11); mas isso quando aplicado na crença demoníaca não se define como reverenciando o caráter da santidade divina, mas, sim, eles reconheceram seu supremo poder pessoal. Por isso estremecem ! Rogaram a Jesus que os não enviassem para fora daquela província (Mc 5.10) que segundo o contexto de Lucas 8.31, isso que­ria dizer: não irem para o abismo. Têm pavor espantoso ao nome JESUS, pois para eles, quer dizer autoridade em grau supremo (Marc 16.17); são seres corrompedores da sã doutrina (1 Tm 4.1); seu líder espiritual é "um príncipe chamado Belzebu" (Lc 11.15).
Tornam as pessoas possessas. Mas isso não quer dizer que todas as perturbações psicossomáticas ou mentais sejam perturbações demoníacas. Há doenças que são mera­mente patológicas e psicossomáticas e, em algumas das vezes, por falta de discernimento e maturidade divina, se atribui a um demônio como seu equivalente. Jesus curou uma "...mulher que tinha um espírito de enfermidade, havia já dezoito anos" (Lc 13.11) que não era endemoninhada por três razões:
a) Jesus se dirigiu à mulher e não ao demônio como sempre fez em outras oportunidades (Mt 17.18; Mc 5.8, etc).
b) Jesus "...pôs as mãos sobre ela..." (v 13). O que nunca fez durante seu ministério terreno com endemoninhado algum. Uma única vez após curar um jovem endemoninhado, Jesus "...tomando-o pela mão, o ergueu, e ele se levantou" (Marc 9.27b). Mas no versículo 26 da mesma seção diz: "E ele (o demônio), clamando, e agitando-o com violência, saiu..." Isto, portanto, mostra que o moço já tinha sido liberto.
c) Jesus disse: "...esta filha de Abraão..." (Lc 13.16). Isto é, ela não era uma pecadora, e sim, uma crente conforme o padrão divino (Gl 3.7,9,29). Ora, segundo nos é dito e tem sido presenciado por nós na prática, quando o indivíduo se torna escravo do demônio, isso atinge sua vida e seus atos e mente.
O doutor Nevius diz que existem cinco aspectos ou fases nas relações dos demônios com os homens. Mais na frente num trecho de seu livro: "Possessão Demoníaca e Temas Conexos" ele descreve estes aspectos. Vejamos:
Primeiro: Tentação, na forma de sugestão espiritual. Essa misteriosa influência, vinda de um mundo invisível, à qual tanto incrédulos como crentes estão continuamente expostos, é referida muitas vezes na Bíblia, especialmente no Novo Testamento (Ef 6.11,12; 1 Jo 4.1).
Segundo: Obsessão, que alguns consideram como a primeira fase da possessão demoníaca. Trata-se de domí­nio demoníaco que é resultado da entrega voluntária e ha­bitual à tentação ou às tendências pecaminosas (Ef 4.17-19). Nesse caso, embora os indivíduos já estejam sob um horrendo domínio demoníaco, contudo são perfeitamente livres, seguem os ditames de suas próprias vontades, e re­têm suas próprias personalidades.
Terceiro: Crise ou transição, a fase caracterizada por uma luta em torno da posse, quando o indivíduo resiste, algumas vezes é bem sucedido (Mt 15.22-28; Tg 4.7).
Quarto: Possessão, que com referência à pessoa, pode ser designada como sujeição e subserviência, e, com referência ao demônio, treinamento e desenvolvimento. Uma das principais características dessas fases é a adição de uma nova personalidade. Somente às pessoas que chegaram a essa fase é que se aplica, apropriadamente, o termo "possessão" (Marc 9.17-27).
Quinto: Capacidade demoníaca, quando a pessoa já desenvolveu capacidades para ser usada, e se dispõe para isso. Já é escravo do demônio, treinado, acostumado, voluntário - na linguagem moderna, um "médium desenvolvido". Os demônios, em harmonia com sua natureza e seu caráter, estão continuamente ocupados em sua obra de subjugar homens para o serviço de Satanás, e de propagar tanto as enfermidades como a contaminação espiritual (1Tm 4.1). Seu destino final: O Lago de Fogo.
Belzebu
"Mas alguns deles diziam: ele expulsa os demônios por Belzebu, príncipe dos demônios" (Lc 11.15). Belzebu, príncipe dos demônios, é também um dos nomes de Satanás, mas, restritamente falando, o vocábulo significa "senhor das moscas" (2 Rs 1.2,3 e 6.16); mas aí aparece sob a forma substantiva indeclinável "ba'al zebüb": senhor deus de Ecrom. No sentido profundo, Bee zeboul deriva-se de ba'al zibbül, do Hebraico pós AT"zebel",'esterco', 'estrumes.' Portanto, um nome, completamente desprezível. Os arameus, porém, o concebiam como sendo "o senhor da inimizade". No Novo Testamento, esta palavra ocorre 7 vezes com o sentido de um demônio principal. No Antigo Testamento, Belzebu é apresentado como sendo um deus filisteu que, segundo se diz, trouxe também influência no reino de Israel (cf. 2 Rs 1.2 e ss).
No Novo Testamento ele aparece como sendo "o príncipe dos demônios", cuja realidade os judeus conheciam. A sede do seu governo, centraliza-se na esfera onde habitam os demônios. Paulo fala em Efésios 6.12, em "príncipes" (plural); talvez ele seja um dos tais: sendo um elevado poder espiritual, é denominado chefe destas hostes demoníacas "semelhantes a rãs", que são espíritos raquíticos que se vão "secando" e pousando nos lugares imundos da Terra como fazem as moscas (Marc 9.18; Ap 16.13,14).
No Antigo Testamento, são chamados de demônios todos os deuses de Canaã. De igual modo são chamados ídolos no Novo Testamento (1 Co 10.14-21), por cuja razão Baal, sendo um ídolo principal, foi incorporado no Novo Testamento como nome profético de Belzebu. Na concepção dos judeus desviados, o poder desse personagem podia ser invocado na cura da pessoa humana (2 Rs 1.3; Marc 3.22; Lc 11.15).

Belial
"E que concórdia há entre Cristo e Belial?..." (2 Co 6.15a). Esse vocábulo "Belial", é também um dos nomes de Satanás, mas em sua aplicação profética; o nome em hebraico é "beli ya'al", que significa "senhor da noite", enquanto que no campo moral, traz a idéia de "sem valor". Assim filhos de Belial seriam, pois, "homens levianos, de baixo caráter".
Nos escritos de Qunrã, Belial aparece com o nome do espírito maligno. Deus criou dois espíritos, segundo este conceito, o espírito da luz e o espírito ou anjo (o mensageiro) das trevas (Belial), sendo que os dois exercem seu poderno presente. Belial é o anjo da malevolência, que vive no coração dos seus seguidores, os "filhos das trevas". A Septuaginta (LXX) traduz a palavra "belial" como "inutilidade", "ímpio", "transgressor", "peste", etc. "Mas na literatura judaica pós-bíblica belial (em grego, "beliar") é o nome de um personagem, precisamente o Anticristo ou a encarnação do mal." Outros rabinos atribuem-lhe o significado: "mundo dos mortos" (1 Sm 22.5; Sl 18.4), ou seja, local donde não se pode voltar, ou ainda como no contexto do argumento: "senhor da noite".
No Novo Testamento, este personagem era conhecido. Paulo, diz ser ele um "antagonista" de Cristo que, queria arrogar para si uma "comunhão paralela" com seus santos (2 Co 6.15); precisamente, ele ali é retratado como "um espírito de baixo caráter, infiltrador de vilania" (Jz 19.22-26). Os dois homens que acusaram Nabote, eram filhos de Belial (1 Rs 21.10,13). Aplica-se também este capítulo aos duzentos guerreiros de Davi (1 Sm 30.22); mas anteriormente, eles já tinham zombado de Saul (1 Sm 10.27). A arma mortal usada por Belial, parece ser o "desprezo".
A forma Belial aparece somente em alguns poucos manuscritos posteriores e nos manuscritos gregos. Não obstante, "Belial" é o texto grego original neste ponto, conforme lemos em P. 46, BCPL. Nos MSS latinos, da Vulgata, etc, Belial é a forma hebraica, ao passo que Beliar é a forma grega. O intercâmbio entre o ("L") e o ("R") é bastante comum em qualquer idioma, podendo ser ilustrado na língua portuguesa, em vários países, onde o mesmo intercâmbio tem lugar. Talvez fosse mais fácil para os gregos pronunciarem a palavra com o "R" final do que o "L" final ou talvez tudo, pensam alguns, não tivesse passado de um desenvolvimento ao acaso no emprego dessa palavra.
 "...que concórdia há entre Cristo e Belial?" Nenhuma! 

Os Terafíns
"Porque os terafíns têm falado vaidade..." (Zc 10.2a). Além da presente citação, o vocábulo "terafim" ocorre nas seguintes passagens: Gênesis 31.19,30,32,34; 35.4, período patriarcal; Juízes 17.3,4,5; 18.14,17,18,20, período dos juízes; 1 Samuel 19.13,16; 2 Reis 23.24, período da monarquia e Oséias 3.4; Zacarias 10.2, período pós-exílio. A palavra tem sua origem na palavra hebraica "rãphã" que significa curar e seu cognato "tãrãph" que quer dizer descompor, trazendo o nosso sentido de "descompostos".
Quando estes seres são mencionados em contextos israelitas são quase sempre condenados (1 Sm 15.23; 2 Rs 23.24) ou indiretamente (Jz 17.6; Zc 10.2). Seu emprego, segundo se depreende, é mais comumente associado com a adivinhação: note-se o uso na estola sacerdotal e terafins na religião idólatra de Mica (Jz 17.5 e ss).
Os terafins, apesar de alguns comentaristas os terem identificado como sendo seres espirituais, as Escrituras, pelo menos não ensinam assim. Eles são portanto, seres inanimados. Houve, contudo, outros ídolos, que poderiam chamar-se de "deusinhos domésticos" e eles devem, por­tanto, ser identificados como sendo os tais terafins. A Arqueologia tem trazido duas importantes revelações sobre tais seres:
Primeiro: Por que Labão, o arameu (Gn 31.19 e ss) teria ficado tão ansioso acerca de seus deuses? "Na Lei (de Nuzu) a possessão de tais ídolos, pelo marido da mulher, assegurava-lhe a sucessão da propriedade de seu so­gro".Evidentemente foi esta a causa da pressa de La­bão quando não pôde recuperar os terafins assegurar os di­reitos de seus filhos mediante um novo acordo com Jacó (Gn 31.48-55).
Segundo: As escavações na Palestina nos revelam grande número de estatuetas de mulheres nuas e outras, o que nos faz crer terem sido esses "deuses domésticos" ado­rados por muito tempo pelos israelitas. Fica, portanto, es­clarecido que os terafins não são seres vivos, mas uma es­pécie de imagem, que ora são chamados: "...de imagens" (Jz 17.5; 18.14); "...de fantasmas" (Ez 21.21 e ss) invocan­do o verbo "rephã" como o sufixo "im". No que diz respei­to à sua forma exata, há no Antigo Testamento indicações sobre seu tamanho. Os ídolos (heb. terafins), que Raquel furtara de seu pai Labão, devem ter tido pequenas dimen­sões, pois ela os pôde esconder sob a sela de um camelo (Gn 31.19,34).
Já os terafins que Mical, filha de Saul, colocou na cama para fazer crer que era Davi seu marido (1 Sm 19.11-14), devem ter tido dimensões maiores. Portanto, seja como for, os terafins não são seres animados, vivos de uma ordem criada e, sim, fabricados. Os comentadores apenas acham dificuldades em conciliarem a passagem de Eze­quiel 21.21, que diz: "...aguçará as suas frechas, consultará os terafins, atentando nas entranhas" e Zacarias 10.2, que diz: "Porque os terafins têm falado vaidade... etc". Ora. estes dois textos nos levam a entender que se trata de seres vivos e não mortos, mas isso não anula as outras passagens mais abundantes, tais como: Gênesis 31.19,30,32,34,35; 35.4; Juízes 17.3,4,5; 18.14,17,20; 1 Samuel 19.13,16: 2 Reis 23.24; Oséias 3.4 e outros contextos similares.

Àluz da Bíblia quem são eles?
Com efeito, os anjos e os demônios maus sempre estiveram ativos no mundo desde o raiar da História da Humanidade; mas, quando tiveram oportunidade, tornaram-se mais ativos de vez em quando.
A presença do Senhor da glória no mundo, o seu Criador e Aquele contra o qual eles se rebelaram no passado, como já tivemos ocasião de ver em uma outra secção deste livro, parece que despertou uma manifestação de oposição até então desconhecida. Até o próprio Satanás, depois de tentar por três vezes o Filho de Deus para que se tornasse independente do Pai, cuja vontade Ele veio realizar, esperando assim levá-lo a participar da mentira, abandonou o Salvador apenas nestas condições: "E, acabando o diabo toda a tentação, ausentou-se dele por algum tempo" (Lc 4.13).
O combate final aconteceu na Cruz onde foi esmagada a cabeça daquele que, segundo a predição, teve permissão de ferir "o calcanhar" do Salvador prometido (Gn 3.15). Devemos, portanto, ter em mente que o mundo espiritual, especialmente o mundo das trevas, aumentará seu potencial assustadoramente.
Um aumento semelhante de atividade dos demônios foi predito para o final desta dispensação e na Grande Tribulação; isso se dará em grau supremo (2 Ts 2.2; Ap 9.1 e ss). Tudo isso alcançará a sua consumação suprema quando Satanás e seus sequazes forem expulsos dos lugares siderais que agora ocupam e ficarem confinados à Terra. Então será pronunciado o destino da terra e do mar e uma alegria será ouvida no Céu (Ap 12.12).
Em nossos dias todos sabem que uma onda negra de encantamentos, magias e espiritismo em todas formas tem invadido o mundo. Nos dias do poderoso caçador, em oposição à face do Senhor, Ninrode, já se começou a sentir-se esta influência daninha entre a humanidade. Babilônia nasceu quando Ninrode (cujo nome significa "nós nos revoltaremos"), que foi o primeiro "poder mundial", edificou a cidade na Planície de Sinear, com o objetivo de construir seu império (Gn 10.8-10).
A expressão referente a Ninrode "este começou a ser poderoso na terra" define, provavelmente, o estabelecimento de um primeiro Estado organizado autocraticamente. Babel, conhecida popularmente como Babilônia, e cuja existência histórica é indubitavelmente comprovada, foi o centro do poder autocrático de Ninrode. A imposição do seu poder sobre outros povos cujos membros devem ter afluído à Babilônia, quer livremente, quer como escravos, 139 originou o episódio referente à torre de Babel, símbolo do primeiro centro de ocultismo mundial. O autor sagrado (Moisés) dá uma explicação popular do nome Babel, que é a capital das cidades com torres: o nome Babel com senti­do de confusão está aproximado, em razão da raiz "balai", que significa "confundir". Na realidade Babel, etimologi­camente vindo do acádico, significa "porta de Deus" "Bâb-ili" (Babilônia provém do plural "bâb-ilâni", porta dos deuses).
A esposa deste monarca rebelde chamava-se Semíra-mis, figura bastante conhecida na história secular, uma prostituta. "Quando seu marido foi assassinado, ela assu­miu a posição de imperatriz do governo. Para manter-se no poder... ela criou um mito ao redor da figura do seu mari­do, Ninrode, atribuindo-lhe o nome de Zoroastrita, que quer dizer "A semente da mulher". A partir daí, tudo quanto está ligado direta ou indiretamente a Babilônia e seus derivados, é sempre ligado ao ocultismo, magia, espi­ritismo, etc.
Lendo o livro do profeta Daniel, já percebemos como estes poderes do mundo invisível predominavam. As pala­vras "...magos, astrólogos, encantadores e caldeus" já eram proeminentes (cf. Dn 2.2 e ss). De acordo com o pro­fessor de línguas semíticas, estas palavras traziam em si os seguintes resultados:
Os magos. Esta primeira classe, traduzida por "ma­gos", significa os escribas sagrados - uma ordem de sábios que tinham a seu cargo os escritos sacros, que vieram pas­sando de mão em mão desde o tempo da Torre de Babel.

Algumas literaturas, das mais primitivas que se conhecem na terra, eram constituídas desses livros de magia, astrologia, feitiçaria, etc (Cf. At 19.19).
Os encantadores. A outra palavra é "encantador", e significa murmurador de palavras - de onde vem "esconjurar", "exorcismar". Eram encantadores que usavam fórmulas mágicas, atuadas por espíritos médiuns. Simão, o mágico, de Samaria, e Elimas, o "encantador", da Ilha de Pafos, pertenciam a essa classe (cf. At 8.9; 13.8). Esses "escravos da iniquidade" usavam até cantarolas, em som baixo, e o profeta Isaías informa que neste momento os espíritos se apresentavam falando fraco de "debaixo da terra" (Is 29.4).
Os feiticeiros. Este terceiro grupo é dos denominados "feiticeiros"; eram dados à magia negra. A mesma palavra emprega-se a respeito dos encantadores egípcios Janes e Jambres que resistiram a Moisés na corte de Faraó (Êx 7.11; 2 Tm 3.8). Por magia negra, reproduziram vários milagres operados por Moisés naquele país. Só depois é que Deus capacitou Moisés para realizar milagres que eles não puderam reproduzir e assim fracassaram diante do supremo poder pessoal de Deus (Êx 8.28,29).
Os caldeus. A última palavra, "caldeus", denominava a casta sacerdotal deles todos; onde se vê a palavra "caldeu" (menos a exceção dos nascidos na Caldeia) pode-se traduzir igualmente por "astrólogo". Vários lingüistas de renome concordam unanimemente neste ponto, a saber, que os caldeus estudavam o dia do nascimento de uma pessoa, indagando até a hora, então lançavam o horóscopo do seu destino. A prática foi levada para Roma, onde os Césares consultavam os águres (peritos em magia negra, espiritismo e astrologia).
Nos dias de Jesus na terra, a prática tinha se desenvolvido em toda a Ásia Menor (hoje, atual porção da Turquia Asiática) e, atualmente, tem-se proliferado no mundo inteiro. Com efeito, esta linha da atividade demoníaca se vê no mais Ismo da raça humana, que a Bíblia chama de posse de "espíritos familiares". Atualmente, tem sido apropriadamente chamado de espiritismo. É demonismo na Bíblia que os condena (cf. Lv 20.6-27; Dt 18.11-14; Is 8.19, etc).
A apostasia nos últimos tempos
"Mas o Espírito expressamente diz que nos últimos tempos apostatarão alguns da fé, dando ouvidos a espíritos enganadores, e a doutrinas de demônios" (2 Tm 4.1).
Na passagem em foco, Paulo diz que "nos últimos tempos apostatarão alguns da fé..." Esta expressão no gre­go do Novo Testamento significa "levar à revolta", "des­viar"; quando usado o verbo "aphistemi", na voz transitiva, significa "afastar-se", "retirar-se", "apostatar", etc. Este verbo significa rejeitar uma posição anterior, aderin­do a posição diferente e contraditória à primeira; perder a primeira fé, repelindo-a em favor de outra crença; Paulo afirma que isso pode se dar, motivado por espíritos malig­nos cuja atividade consiste em enganar aos homens, desviando-lhes a atenção para longe de Cristo.
Era uma ideia muito comum, no judaísmo, que por detrás das práticas idólatras havia espíritos enganadores, que prejudicavam os homens, no relacionamento com o verdadeiro Deus e a verdadeira adoração.
Esta deve ser uma das razões por que, na atualidade, já existe, tantas fórmulas de engano. De acordo com o dr. C. Larkin (em O Mundo Espiritual), uma condenação incondicional de Deus repousa sobre o espiritismo. Sua isca, através da qual ele atrai os que estão à sua disposição, é o interesse natural que a mente humana tem naquilo que es­tá além da presente esfera da vida; especialmente este in­teresse se reanima quando alguém da família morre.
Um sinal dos tempos. Nos últimos dias este sistema antigo tem-se reanimado sob o disfarce de investigação e sob o patrocínio dos homens da ciência falsa (cf. 1 Tm 6.20). Um afastamento especial da fé foi predito para os úl­timos dias da Igreja na terra, como bem podemos detectar nas palavras do Espírito Santo que foram escritas por Pau­lo: "O Espírito expressamente diz...". O grego nesta passa­gem diz "lego", que significa "falar", "dizer", "afirmar", etc. Este verbo é a palavra cognata de "retor", que signifi­ca "orador", aquele que discursa em público. O Espírito falava claramente, com autoridade, à maneira de um ora­dor. Não podia haver dúvidas quanto ao que Ele queria di­zer. O afastamento da verdade revelada sem dúvida se apresentará de múltiplas maneiras. As doutrinas dos de­mônios com suas seduções, também foram determinadas para o mesmo período. A abolição do casamento que foi mencionada nada é que a destruição daquilo que Deus or­denou solenemente. Além de tudo isto, a verdade que exis­te por trás da adoração aos ídolos encontra-se declarada em 1 Coríntios 10.19-20: "Mas que digo? Que o ídolo é al­guma coisa? Ou que o sacrificado ao ídolo é alguma coisa?
Antes digo que as coisas que os gentios sacrificam, as sacri­ficam aos demônios, e não a Deus. E não quero que sejais participantes com os demônios".
A questão. A questão ainda levantada, direcionada a possessão demoníaca, ainda hoje prevalece. Evidentemente, respondemos que sim! Mas isso se prende a uma manifestação demoníaca dentro (ou processada) na esfera humana aqui na terra. 

Seres rebaixados
As Escrituras nos levam a entender que os demônios já pertenceram a classe angelical no passado. Porém, tudo indica que, na punição imposta pelo Criador, tiveram sua posição rebaixada para uma segunda categoria. Eles são "espíritos", mas não são "anjos" (At 23.9). Por esta razão, eles não são portadores de corpos na ordem espiritual, e seu maior anseio (desejo ardente) é a possessão de um cor­po. Eles sempre têm em si tal tendência. Eles são constantemente encontrados assim. Especialmente no Novo Tes­tamento. "E os demônios rogaram-lhe, dizendo: Se nos expulsas, permite-nos que entremos naquela manada de porcos. E ele lhes disse: Ide. E, saindo eles, se introduziram na manada dos porcos..." (Mt 8.31-32a). Está evidente que eles não estão agora menos inclinados do que antes a en­trar em um corpo e dominá-lo. A influência demoníaca, tal como a atividade de Satanás no presente século, tem duas motivações:
a) Atrapalhar o propósito de Deus para com a humanidade;
b) Estender a autoridade de Satanás onde for possível.
Sua motivação foi sugerida no que ficou demonstrado no seu conhecimento da autoridade e divindade de Cristo, como pelo que sabem sobre o seu destino eterno. As passa­gens abaixo são importantes em relação a isso, para que o leitor tenha maior compreensão do significado do pensa­mento: "E, tendo chegado à outra banda, à província dos gergesenos (gadarenos), saíram-lhe ao encontro (de Jesus) dois endemoninhados, vindos dos sepulcros; tão ferozes eram que ninguém podia passar por aquele caminho. E eis que clamaram, dizendo: que temos nós contigo, Jesus Fi­lho de Deus? Vieste aqui (do céu?) atormentar-nos antes de tempo?" (Mt 8.28,29). "E estava na sinagoga deles um homem com um espírito imundo, o qual exclamou, dizendo: Ah! que temos contigo, Jesus nazareno? Vieste des­truir-nos? Bem sei quem és: o Santo de Deus" (Marc 1.23-24).
"Respondendo, porém, o espírito maligno, disse: co­nheço a Jesus, e bem sei quem é Paulo; mas vós quem sois?" (Atos 19.15). Nossa opinião de que os Discos Voadores não sejam armas de Deus, prende-se ao fato de que jamais suas aparições ou visitações trouxeram benefícios ou ajuda a qualquer pessoa ou até mesmo a objetos por eles visita­dos. Seus resultados visíveis em pessoas, objetos, animais, água, floresta, solo, ar, etc, sempre têm produzido efeitos nocivos; daí vem a dedução de que não sejam agentes de Deus como são os anjos bons, cuja missão e natureza é: "...espíritos ministradores, enviados para servir a favor da­queles que hão de herdar a salvação" (Hb 1.14b), e, sim, agentes do Dragão Vermelho que, durante o reinado sombrio do Anticristo, serão utilizados em suas conquis­tas. Das mais de 140 formas que já foram presenciadas por testemunhas em todo o mundo, todas elas, sem exceção, inspiram "cisma" e "extremo terror".
O Anticristo, o homem do pecado, sabe que Deus dis­põe de uma força angelical de combate (Sl 68.17; Ap 12.7), a qual será colocada à disposição de seu Ungido, e até nisso ele procurará a imitar Cristo, o Ungido do Senhor, e, se­gundo vaticínio de passagens escatológicas, o que ele fará ali já existem prenúncios na atualidade. Portanto, não é em vão que a Bíblia nos adverte, quando diz: "...já o mis­tério da injustiça opera" (2 Ts 2.7). Com efeito, esta figura sombria (o Anticristo) contará com o apoio de forças sobre­naturais do mundo exterior. Dele está escrito: "...até fogo faz descer do céu à terra" (Ap 13.13).
Necessariamente, portanto, seus agentes são "...as hostes espirituais da maldade, nos lugares celestiais". Pro­va disto é que o maior e mais frequente campo de aterra­gem destes Objetos Voadores não Identificados tem sido na Europa Ocidental; especialmente, dentro dos limites do Antigo Império Romano.
De acordo com testemunhos verídicos, alguns seres vi­vos (homens, animais, etc), que foram visitados pelos tais Discos Voadores, sofreram os seguintes efeitos negativos: cegueira, mudez, insanidade mental, ferimentos, deformi­dades, etc. Exatamente os mesmos que são causados pelos demônios, quando escravizam as pessoas: cegueira (Mt 12.22), mudez (Mt 9.32-33), insanidade mental (Lc 8.26-35), ferimento (Marc 9.18), deformidade (Lc 13.11-17), etc. Há, portanto, uma solene realidade neste campo conjunti­vo de passagens bíblicas. Especialmente, aquelas que di­zem respeito ao fim desta presente Era e a introdução do mundo vindouro. Representa a intrusão de espíritos decaí­dos no mundo sensível. Tal intrusão é natural uma vez que Satanás é aquele que colocou o mundo no atual estado.
O juízo destes seres
"Porque, se Deus não perdoou aos anjos que pecaram, mas, havendo-os lançado no inferno, os entregou às ca­deias da escuridão, ficando reservados para o juízo" (2 Pd 2.4). E, no contexto de Judas, versículo 6, lemos: "E aos anjos que não guardaram o seu principado, mas deixaram a sua própria habitação, reservou na escuridão, e em prisões eternas até ao juízo daquele grande dia". As expressões de Pedro e Judas: "...até ao juízo daquele grande dia", ou seu equivalente, determinam o grande dia em que Deus há de julgar as suas criaturas. Aquele dia é o dia mais importante de todos. É o dia decisivo da sorte eterna! Temos aqui uma expressão rabínica que indica o julgamento final.
Alguns estudiosos da Bíblia têm afirmado que as passagens de 1 Pedro 3.18,19 e 4.6, respectivamente, referem-se, de relance, a estes seres espirituais do mundo tenebroso: os anjos e os demônios. "São 'espíritos' que formam o contingente do exército oposto - que são seres espiri­tuais'. O termo grego "pneuma" é, então, usado por eles aqui livremente para indicar qualquer tipo de "espíri­to", como a "alma humana", a porção imaterial do ho­mem, os "espíritos angelicais", "os espíritos demoníacos", ou mesmo o "Espírito Santo". No texto em foco, sendo ge­neralizado por eles, não há, então, distinção mediante uma consideração do vocábulo, à parte do contexto.
Aqueles que aqui identificam os "espíritos em prisão" como anjos caídos esperando pelo "juízo daquele grande dia", provavelmente fazem-no por causa da observação que, em algumas histórias da descida de nosso Senhor, na literatura judaica-helenista, está em foco a restauração de anjos caídos, e, presumivelmente, pois a história de Pedro poderia estar descrevendo tal coisa. Mas estes textos em parte alguma indicam redenção de anjos, ou de demônios, e introduzir tal pensamento aqui é algo fora de lugar, mes­mo que pudesse demonstrar que esse é um dos resultados positivos dos sofrimentos de Cristo. Já tivemos ocasião de afirmar, em outras notas expositivas deste livro, que, invo­cando 2 Pedro 2.4, jamais haverá redenção da parte de Deus e nem da parte de ninguém para os anjos decaídos. O texto procura provar que os sofrimentos de Cristo tiveram tais resultados positivos, a fim de convencer aos crentes que o bem pode advir do sofrimento de Cristo e se o nosso é baseado nEle, podemos então ter confiança.
O pensamento que a descida de Cristo ao Hades foi boa, de algum modo, não deve ter sido ruim, para aliviar o sofrimento humano, seria um argumento mais lógico do que dizer que isso teria sido destinado aos anjos caídos. As passagens, portanto, de 1Pedro 3.18 e ss; 1Pe 4.6 afastam to­talmente a possibilidade de que tais seres sejam "os anjos caídos".
Cristo pregou aos "mortos" (4.6), isto é, aos "espíritos humanos desencorporados", chamados "mortos" por te­rem deixado seus corpos mortais. O termo "mortos" na presente secção, jamais poderia ser aplicado a anjos caí­dos. Portanto, sem sombra de dúvida, estes seres estão, de fato, "reservados para o juízo".
Nas passagens de1 Coríntios 6.3, 2 Pedro 2.4, Judas, versículo 6, e Apocalipse 20.12, deixam-nos transparecer que haverá "um julgamento final" para os seres espirituais do mundo tenebroso. Paulo afirma isso por amor de seu ar­gumento: "Não sabeis vós que havemos de julgar os an­jos?" (1 Co 6.3). Enquanto que Pedro e Judas, respectiva­mente, afirmam que uma parte aguarda este julgamento "...em prisões eternas até o juízo daquele grande dia" (2 Pe 2.4; Jd v.6). Com efeito, os anjos que aqui estão em foco para julgamento, não devem ser entendidos como sendo os anjos bons, e sim, os anjos maus que, num passado distan­te, aderiram à revolta de Satanás.
No que diz respeito ao julgamento dos demônios, al­gumas passagens bíblicas nos traduzem tal pensamento. Em Mateus (Mt 8.29; 2 Tm 4.1, etc.) e em outras passagens si­milares, inferem talvez essa possibilidade. Os tais, quando se defrontaram com Jesus, perceberam ser Ele aquele que um dia havia de prendê-los: "...Jesus Filho de Deus? Vieste aqui (na terra) atormentar-nos antes (do juízo?) de tempo?" (Mt 8.29b). Acreditamos que em Apocalipse 20.12 fica subentendido no expressivo: "...vi os mortos, grandes (os anjos e demônios) e pequenos (os homens), que estavam diante do trono...", o julgamento dos tais espíri­tos. Só unicamente o Diabo não comparecerá ali! (Jo 16.11).
Nossa luta
O Apóstolo Paulo, e outros escritores do Novo Testamento, afirma que vivemos num mundo espiritual em que se movimentam milhões de seres hostis tanto a Deus como a seus santos.
Em vários de seus elementos doutrinários, Paulo nos adverte, dizendo que estamos em meio a uma grande tempestade que se arma, a fim de intensificar a batalha entre o bem e o mal. Ele via através do Espírito Santo que o firmamento se enegrecia, e já se podia ouvir o choque de exércitos hostis, ante a aproximação dos exércitos divinos em defesa do Céu.
Então Paulo conclama as forças de Deus a se posicionarem para tal batalha: "Porque não temos que lutar con­tra a carne e o sangue, mas sim contra os principados, contra as potestades, contra os príncipes das trevas deste sé­culo, contra as hostes espirituais da maldade, nos lugares celestiais... portanto tomai toda a armadura de Deus, para que possais resistir..." (Ef 6.12,13a). A oposição dos pode­res das trevas à vontade e às forças divinas é presenciada desde o Antigo Testamento. Daniel, um profeta do cativei­ro babilónico, descreve isso em seu livro: "Mas o príncipe do reino da Pérsia se pôs defronte de mim vinte e um dias, e eis que Miguel, um dos primeiros príncipes, veio para ajudar-me, e eu fiquei ali com os reis da Pérsia" (Dn 10.13). Devemos ter presente nesta secção quatro pontos importantes:
a) Esse "príncipe" opositor do mensageiro celeste não era sim- plesmente o rei da Pérsia ou qualquer outro oficial na terra, porque o anjo não pôde vencê-lo sem o auxílio do Arcanjo Miguel, o anjo guerreiro da vasta expansão celes­tial (1 Ts 4.16; Jd 1.9; Ap 12.7).
b) Como Deus tem anjos a seu dispor, também, Sata­nás os tem (Mt 25.41; Ap 12.7). Seu exército de combate é o que Paulo chama de "...forças espirituais da malda­de...". No grego, temos, portanto, a palavra "penumatikos", acompanhada de "mal", o que dá a entender "seres espirituais malignos". O que fica entendido é que esses se­res são tão numerosos que tornam o poder de Satanás mui­to extenso.
c) Os filhos de Deus, na presente era, têm de lutar, não contra a "carne e o sangue", isto é, forças visíveis, mas contra as hostes de anjos e demônios iníquos que infestama atmosfera terrestre e parte da celestial. Esses elevados poderes das trevas são chefiados por Satanás.
d) Não se pode vencer tais seres invisíveis com armas humanas (2 Co 10.4). Essas forças são forças espirituais, são forças do mal, que só podem ser enfrentadas por uma força superior, o Espírito de Deus; fora disso, tudo fracas­sa!
Daniel teve a resposta de sua oração "interceptada" por um destes poderes, por "vinte e um dias" (Dn 10.2), embora ela tivesse saído de Deus "desde o primeiro dia" (Dn 10.12). Essa deve ser uma das demoras em que muitas de nossas orações parecem que não estão sendo atendidas (cf. Hc 2.3; Lc 22.41,45; Ap 6.10,11, etc). Já no fim dc capítulo dez de seu livro, Daniel recebe uma extraordiná­ria revelação de como tanto os anjos quanto os seres huma­nos estão profundamente envolvidos numa só luta, pele­jando lado a lado contra os mesmos inimigos. Além disso, as hostes celestes precisam do apoio de Deus para as suas grandes conquistas. Tudo isso nos revela que, além de mensageiros, os anjos são patronos e guardiões de comuni­dades e nações aqui na terra. Já vimos o anjo Gabriel com uma solicitude especial para com Daniel. Notamos, tam­bém, os vigilantes que se ocupam com a disciplina e com o bem-estar do monarca Nabucodonosor (Dn 4.13). Miguel, como já tivemos ocasião de explicar em outras secções des­te livro, aparece como o anjo guardião de Israel, como na­ção (Dn 12.1).
Mas há também, no sentido inverso, aqueles que são chamados de "o príncipe do reino da Pérsia" e outro, que segundo se afirma é "...o príncipe da Grécia" (Dn 10.13,20). Neste conflito espiritual, Paulo recomenda a não se negligenciar na oração. Então ele diz: "Orando em todo o tempo!..." (Ef 6.18a). "Orando sem cessar" (1 Ts 5.17). Através desta oração incessante, os anjos virão ao nosso socorro! O mensageiro disse a Daniel "...é por causa das palavras (de oração) que eu vim" (Dn 10.12b). O Após­tolo Paulo, entretanto, nos adverte que essas fortalezas es­pirituais só poderão ser destruídas, se estivermos "...em Cristo" porque Ele é aquele que tem todo poder, nos céus e na terra (Mt 28.18; Ef 1.19-23). Tal expressão aponta para aquele poder espiritual que nos é dado mediante a "comu­nhão mística com Jesus e os santos", tal comunhão denota o expressivo "em Cristo".
Este expressivo "em Cristo" é empregado 164 vezes nas epístolas de Paulo, servindo de "nota chave" de sua teologia. O cristianismo bíblico não repousa meramente sobre preceitos, ritos ou cerimônias formais. Mas é basica­mente uma questão de comunhão com a Trindade Divina, em cuja proteção estamos abrigados. Era costume entre os romanos e gregos, depois de se terem revestido de suas ar­maduras, comerem juntos e precederem o ataque com uma súplica feita aos deuses, pedindo sucesso.
Paulo, então, passa aqui, também, a lembrar estes exemplos a seus leitores, pois somente assim, afirma ele: "...estareis firmes contra as astutas ciladas do diabo".
O Diabo é o líder supremo do reino das trevas, bem como de seus poderes inúmeros e potentíssimos. Ele é a es­sência mesma do mal. Seus aliados são mencionados no versículo 12 de Efésios6. Sua depravação é consumada, e mostra-se extremamente inteligente em sua perversidade.
Por toda parte o Novo Testamento dá a entender que ele tem "personalidade", sendo identificado como um ser real, não se utilizando de seu nome como mera figura sim­bólica para as formas mais concentradas da maldade. Seu nome expressa exatamente aquilo que ele é: "acusador", "caluniador". Suas atividades, relativas ao crente, consis­tem em atacá-lo, procurando destruir-lhe a alma, através de acusações falsas e tentações.
A história da humanidade, porém, mostra-nos como Deus, o Bem supremo, conquista a lealdade dos homens e de outros seres racionais, protegendo-os das garras de Sa­tanás, e como seres morais finalmente aprendem, por ex­periência própria, que o caminho de Deus é melhor que o caminho de Satanás, escolhendo o bem por vontade pró­pria. É assim que os homens vêm a compartilhar da natu­reza essencial de Deus e não apenas preferi-lo.
Entre os principais esquemas do mal que o Diabo usa, destaca-se o "esquema do erro" que, como teia de aranha bem tecida, procura cauterizar a mente daquele que está procurando se afastar do erro. O império de Satanás é go­vernado com uma norma fixa, e sua guerra é levada a efei­to com um sistema estratégico que procura tirar vantagem de cada oportunidade de ataque. As múltiplas combina­ções do erro, as várias artes da sedução e da tentação, as variadas formas de engano da injustiça, constituem as "ci­ladas do diabo". A Bíblia, entretanto, nos apresenta vários métodos em que, através dos quais, nossa vitória estará as­segurada: através "...do sangue do Cordeiro" (Ap 12.11a), "...da nossa fé" (1 Jo 5.4b), "...do testemunho de Cristo" (Ap 12.11), "...pelo novo nascimento" (Jo 3.7b; 1 Jo 5.4), "...de Deus mesmo" (Rm 8.37). É Ele, portanto, que "...sempre nos faz triunfar em Cristo" (2 Co 2.14!).

Nossa vitória
Somente "em Cristo" e "por Cristo", é que nossa vitó­ria estará assegurada! Cristo nos faz triunfar, porque Ele é vitorioso em tudo quanto é e faz. Ele é "o Leão da tribo de Judá, a raiz de Davi, que venceu...''' (Ap 5.5). Cristo é ven­cedor por vários motivos:
Primeiro, através de seu ofício real; 
Segundo, através de sua descendência real como filho de Davi segundo a carne (Rm 1.3);
Terceiro, através do seu supremo poder pessoal, ine­rente, na qualidade de Leão da tribo de Judá (Ap 5.5);
Quarto, através do equilíbrio de seu caráter;
Quinto, através de sua missão terrena, que foi comple­tada, incluindo a expiação. Essa grande vitória de Cristo é abrangente e universal.
Nossa vitória através de Cristo, não se prende à luta física, pois, necessariamente, se assim fosse, seria então fracasso e não vitória. Um dos maiores e mais habilidosos vultos do passado foi Alexandre Magno. Ele conquistou pela força e brutalidade o Império Medo-persa, e reinou com grande poder (Dn 8.3,4). Alexandre foi, de fato, um guerreiro habilidoso dentro do contexto humano, porém, tudo quanto fez e conquistou foi derramando sangue (dos outros) e pela sua ferina espada. 
Ele foi, portanto, a antítese (oposição entre palavras ou ideias) do verdadeiro Cristo, que tudo quanto fez e con­quistou foi derramando o seu próprio sangue, e manifes­tando seu grande amor. Há, portanto, um negativismo da parte de Alexandre e um positivismo da parte de Cristo à luz de cada contexto, quando os dois são confrontados: o primeiro exemplifica o homem carnal; o segundo, porém, exemplifica a confiança total em Deus. Observemos, por­tanto, o caráter negativo de Alexandre e o caráter positivo de Cristo: "Jesus e Alexandre morreram aos trinta e três anos. Um deles viveu para si mesmo, o outro por mim e por você. O grego morreu num trono; o judeu morreu numa cruz. A vida de um foi triunfante (aparentemente); a do outro, uma derrota (aparentemente). Um deles comandou imensos exércitos armados, o outro teve apenas um peque­no grupo, desarmado. Um derramou o sangue alheio sem piedade, o outro derramou o seu próprio sangue, e o derra­mou por amor ao mundo. Alexandre conquistou o mundo em vida; Jesus perdeu a sua vida para ganhar vida para seus seguidores. Um morreu na Babilônia, o outro morreu no Calvário. Um conquistou tudo para si, e o outro a si mesmo se deu. Alexandre, enquanto viveu, conquistou to­dos os tronos; Jesus, na morte e na vida, conquistou o Tro­no de Glória. Um deles sendo servo se fez Deus; o outro sendo Deus se fez servo (Fl 2.6,7). Um deles ganhou um grande nome: Alexandre! O outro 'um nome que é sobre todo o nome:JESUS!' (Fl2.9). Um deles viveu para se glo­riar; o outro para abençoar. Quando o grego morreu, seu trono, conquistado pela espada, ruiu para sempre. Jesus, quando morreu, ganhou o trono que permanece para sem­pre (Sl 93.2).
"O grego fez de todos escravos; o judeu a todos (que o aceitaram ou aceitam) liberta da escravidão do pecado (Jo 8.32,36). Um deles construiu um trono forrado de sangue; o outro edificou o seu com amor. Um deles veio da terra: é terreno! (1 Co 15.47). O outro veio do Céu: é celestial! (1 Co 15.47-49). O grego morreu para sempre; o judeu para sempre vive! Perde tudo aquele que só recebe, e tudo ga­nha aquele que sempre dá!".
Rendição total
Para que tenhamos vitória total em nossas vidas, precisamos nos esvaziar de tudo o que se opõe à vontade ex­pressa de Cristo. Devemos também renunciar a tudo o que impede de vivermos mais perto de Deus. Jesus disse: "Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo... e siga-me" (Lc 9.23b). Para se alcançar tal objetivo, se faz neces­sária a mortificação da velha natureza. Nas palavras de Paulo, ele delineia a oposição da "velha natureza" com a "nova natureza" regenerada por Cristo. A experiência do Apóstolo atende a questão vital, isto é, como pode a velha natureza ser domada pela nova.
Vamos seguir seus passos na passagem de Romanos 7.15-24: "Porque nem mesmo compreendo o meu próprio modo de agir, pois (eu, Saulo) não faço o que (eu, Paulo) prefiro, e, sim, o que (eu, Paulo) detesto. Ora, se (eu, Sau­lo) faço o que (eu, Paulo) não quero, consinto com a lei (ou vontade de Deus para mim), que é boa. Nesse caso, quem faz isto já não sou eu (Paulo), mas o pecado (Saulo) que habita em mim. Porque eu sei que em mim (Saulo), isto é, na minha carne, não habita bem nenhum; pois o querer o bem está em mim; não, porém, o efetuá-lo. Porque (eu, Saulo) não faço o bem que (eu, Paulo) prefiro, mas o mal que (eu, Paulo) não quero, esse (eu, Saulo) faço. Mas, se (eu, Saulo) faço o que (eu, Paulo) não quero, já não sou (eu, Paulo) quem o faz, e, sim, o pecado (Saulo) que habita em mim. Então, (eu, Paulo) ao querer o bem, encontro a lei de que o mal (Saulo) reside em mim. Porque, no tocan­te ao homem interior (eu, Paulo), tenho prazer na lei de Deus; mas vejo nos meus membros outra lei (Saulo) que, guerreando com a lei da minha mente (o Paulo que tem prazer na lei de Deus), me faz prisioneiro da lei do pecado (Saulo) que está em meus membros. Desventurado ho­mem (cristão) que eu sou! quem me livrará do corpo desta morte".
Vejamos agora que o "eu" desamparado e derrotado está em evidência em caso, e o "eu" suficiente e vitorioso pelo Espírito Santo está em evidência no outro. Mas essa suficiente vitória dar-se apenas "por Jesus Cristo, nosso Senhor!"
 
 
 
 
O Lugar de Satanás e dos Demônios na Teologia Cristã
Existe um lugar legítimo para a demonologia na teologia cristã? Existe uma base legítima para incluir o demonismo nas confissões de fé da Igreja? Certamente, "crer no" diabo não é linguagem apropriada para o credo cristão. Neste, a fé em DEUS e o repúdio ao diabo e a todas as forças que servem a causa da iniquidade devem ser bastante claros. Mas que tipo de ênfase devemos dar, na confissão cristã, e esse repú­dio de Satanás?
O poeta Howard Nemerov declarou: "Hesito muito em falar do Diabo para ninguém pensar que o estotrtn-vocan-do."66 Karl Barth deixou claro que só daria uma olhadela rápida e penetrante na área da demonologia. A olhada deve ser "rápida" para não dar valor e atenção desnecessários ao demonismo.67 Para Barth, a teologia devia ser dominada pela graça de DEUS revelada em CRISTO. Mas a olhada tem de ser "penetrante" pois o demonismo não deve ser tratado levia­namente.
Infelizmente, nos movimentos pentecostais e carismáti­cos, os ministérios de guerra espiritual e de libertação abun­dam, dedicando atenção deliberada ao âmbito do demonismo. Muitos defensores de semelhantes ministérios vão nitida­mente além do lugar legítimo que a mensagem bíblica atribui ao demonismo. Parece que nesses ministérios há certo fascí­nio com o âmbito dos demônios, e o resultado é que muito mais atenção é prestada a eles do que a Bíblia pode apoiar.
Realmente, certa glória e legitimidade são concedidas ao diabo em tais ministérios. O diabo é frequentemente referido como o elemento exclusivo (ou pelo menos, dominante) em toda a oposição aos propósitos redentores de DEUS para a humanidade. A totalidade da atividade divina na redenção é reduzida à destruição do diabo de modo que a soteriologia, a cristologia, a pneumatologia e todas as demais áreas da teo­logia são debatidas quase exclusivamente à luz da luta contra os demônios! Sem o diabo, semelhante pregação e teologia seriam reduzidas a uma casca vazia! Em semelhante contex­to, a demonologia concorre muito bem com DEUS e com todas as demais áreas da teologia, e exige e conseguiu aten­ção igual, ou até mesmo maior. R.Gruelich sustenta que o novelista Frank Peretti tem dado seu apoio literário a seme­lhante distorção teológica, pois considera que o mundo e o destino humano estão dominados pelos resultados da guerra contra os demônios.68
Em semelhante contexto, a demonologia recebe glória e relevância teológica muito além dos limites estabelecidos pela Bíblia. Nessa visão, acredita-se que o horizonte do mun­do cristão esteja cheio de ataques de demônios. A forma grotesca dessa crença acha-se na suposição de que os demô­nios podem possuir e dominar cristãos desobedientes. Para harmonizar tal suposição com o ensino bíblico de que os cristãos pertencem a CRISTO e que são dirigidos primaria­mente pelo ESPÍRITO de DEUS (Rm 8.9-17), uma dicotomia antibíblica é estabelecida entre o corpo e a alma de modo que DEUS acaba dominando a alma ao passo que os demôni­os controlam o corpo.69 Mas a Bíblia ensina que uma lealda­de tão radicalmente dividida é uma impossibilidade para a pessoa de fé genuína (Mt 7.15-20; 1 Co 10.21; Tg 3.11-12; 1 Jo 4.19-20).
A glorificação dos demônios no mundo cristão tem seu paralelo numa tendência semelhante na cultura. A huma­nidade sempre sentiu certo fascínio pelas coisas sinistras e demoníacas. Maxilmilian Rudwin declarou, por exemplo, que a figura de Satanás "avulta-se amplamente na literatu­ra". Acrescenta: "Seria realmente triste a situação da litera­tura sem o diabo." 70 A história das práticas ocultistas tem se alimentado do fascínio que a humanidade sente pelos demô­nios. E até mesmo a ascensão do pensamento científico moderno tem servido quase nada para reduzir tal fascínio.
Na segunda metade do século XX, registrou-se um reno­vado interesse pelos demônios e pelo ocultismo. A indústria do cinema de terror ficou cada vez mais fascinada pelos demônios e pelos consequentes lucros financeiros. Filmes tais como O Exorcista e Poltergeist buscam ressaltar a incapa­cidade da ciência e da Igreja em lidar com os espíritos, malignos. Apresentam histórias nas quais elementos demo­níacos, muitas vezes confundidos com as almas dos entes queridos, dominam o fluxo dos eventos. Em tais conjecturas, a graça de DEUS está ausente, ou mostra-se débil. Até mesmo o final "feliz" surpreende mais que as vitórias demoníacas que lhe antecederam.
Por certo, semelhante fascínio pelo demonismo não é saudável nem bíblico. A fixação que os discípulos de JESUS sentiram com a sua autoridade sobre os demônios foi corrigida. O Senhor os exortou a se regozijarem" antes de mais nada pelo fato de haverem sido escolhidos pessoalmente por DEUS (Lc 10.17-20).
A oposição de Satanás ao Evangelho somente pode ser entendida à luz do próprio Evangelho. A verdadeira profun­didade do mal somente há de ser compreendida à luz da profundidade da graça de DEUS à qual o mal se opõe, procu­rando destruí-la. A verdadeira tragédia das trevas apenas pode ser entendida no contexto das glórias da luz divina. A ênfase do Novo Testamento, portanto, recai sobre a glória de DEUS e a vida com DEUS, e não sobre as tentativas do inimigo de se opor a elas.
Entre os cristãos, a tendência de enfatizar o papel de Satanás tem até mesmo levado a uma legitimização de seu papel de oponente de DEUS, como se o adversário tivesse o direito legal sobre pessoas e governos. Enfim, como se a sua posição de "deus da presente era" devesse ser respeitada até mesmo pelo Altíssimo!
De modo contrário àquilo que alguns pensam, não há em Judas 9 nenhum respeito por Satanás quando o anjo hesitou em lançar contra ele acusação caluniadora. O arcanjo Miguel refreou qualquer acusação baseada na sua própria autorida­de, mas disse: "O Senhor te repreenda". Isso significa que qualquer rejeição das reivindicações enganosas de Sata­nás somente poderá vir da autoridade de DEUS e da sua graça, e não da sabedoria ou autoridade que geramos em nós mesmos.
Na realidade, uma noção dos direitos satânicos era apoi­ada pela teoria do resgate na Expiação, defendida por certos teólogos latinos antigos e medievais, no Ocidente; e por Orígenes, no Oriente. Essa teoria supunha que Satanás tinha o direito de governar e oprimir a humanidade por causa da rebelião humana contra DEUS. CRISTO, então, foi enviado para pagar a Satanás um resgate pela libertação da raça humana.
A teoria do resgate, porém, elimina desde o início qual­quer oposição real entre DEUS e Satanás. Fica pressuposta a aceitação por DEUS da posição e do papel de Satanás, e a disposição divina de se entender com o adversário segundo as condições impostas por este. A Satanás é concedido ter sua própria posição legítima à parte do plano redentor de DEUS, posição esta que DEUS precisa respeitar no seu esforço de redimir a humanidade!
Em contraste com a teoria do resgate há o ensino bíblico de que a posição e a atuação de Satanás baseiam-se numa mentira (Jo 8.44). Não há nenhuma legitimidade que DEUS deva reconhecer, e com que Ele deva se conformar! O triun­fo da graça divina sobre as forças das trevas não concede a elas nenhuma posição legítima e digna de respeito, e declara que Satanás, como o "deus deste século," tem uma posição ilegítima que lhe foi concedida pela cegueira e rebelião da própria humanidade (2 Co 4.4). Realmente, um "pagamen­to" foi feito por CRISTO na cruz, não a Satanás, mas a DEUS, em favor da humanidade. 71
Nossa resposta mais sábia às reivindicações falsas e enga­nosas de Satanás é negá-las; e devemos fazê-lo somente através da "olhadela" rápida e penetrante que o teólogo Karl Barth lhes deu na luz maior da graça e verdade de DEUS. Parecer haver, contudo, uma pressuposição oculta entre muitos participantes dos ministérios de libertação no sentido de que Satanás somente pode ser derrotado por aqueles que melhor o conhecem. Noutras palavras: quanto mais mistérios puder­mos desvendar a respeito dos demônios, tanto mais podere­mos controlá-los e derrotá-los. Nesses casos, entende-se que a libertação é o resultado de um conhecimento secreto (gnõsis) que pessoas fora do movimento da libertação não possuem. Especulações muito complexas são feitas a respeito da organização e das características dos demônios e de como se relacionam com os governos humanos e as vidas individuais. Práticas primorosas de "amarrar" as potências demoníacas podem ser usadas contra elas, uma vez compreendidas as suas verdadeiras posições e funções no mundo.
Por outro lado, ao lermos a Bíblia, percebemos como é notável a total ausência de semelhantes especulações e prá­ticas. A Bíblia encoraja-nos a resistir às forças enganadoras das trevas, e não estudá-las e amarrá-las.72 Nenhum esforço é feito na Bíblia para levar-nos a conhecer melhor o diabo. O enfoque exclusivo recai em conhecer melhor a DEUS, resistindo, ao mesmo tempo, quaisquer tentativas de Satanás de obter a nossa atenção. Submeter-se a DEUS e resistir ao diabo é o conselho que Tiago nos deu (Tg 4.7).
Certamente não devemos ignorar a existência do diabo. Mas qualquer atenção que a ele prestarmos não deve passar de nossa negação quanto as suas reivindicações à luz do enfoque sobre as reivindicações divinas. A Bíblia não espe­cula, nem dá muitas informações a respeito de Satanás e dos demônios. Não existe aí muita coisa para satisfazer a nossa curiosidade. Há indícios de haver ocorrido uma queda de Satanás e dos demônios (Jd 6; Ap 12.7-9).
Alguns especulam que o Antigo Testamento descreve a queda de Satanás em Isaías 14.12-20, mas o significado desse trecho não fica bem claro, e talvez não passe de uma repre­ensão poética ao "rei de Babilônia" (14-4). O "quando" e "como" dessa queda não é definido explicitamente em ne­nhum lugar. A verdade é que o propósito da Bíblia ao tratar de Satanás e dos demônios visa à redenção do homem, e não a especulação teológica. O enfoque recai em afirmar o pro­pósito redentor de DEUS, e o seu poder em repudiar as obras e as reivindicações de Satanás. Não existe nenhuma ênfase em obtermos conhecimentos profundos a respeito de Sata­nás para o derrotarmos.
Precisamos de muito discernimento para derrotar o que realmente pertence ao reino das trevas, pois o próprio Sata­nás pode disfarçar-se em anjo de luz (2 Co 11.14). O orgu­lho, a idolatria, o preconceito e as fobias mais prejudiciais podem aparecer na forma de religiosidade e patriotismo, por exemplo, e serem defendidos como doutrinas e práticas no­bres. A escravidão e o racismo têm sido defendidos por pessoas que alegam estar apoiando as mais nobres causas religiosas e patrióticas. Semelhantes pecados só servem para apoiar o reino das trevas. Será necessário sempre esquadri­nharmos o nosso próprio coração para negar as obras do diabo e reafirmar a renovação do ESPÍRITO na Igreja.
O testemunho das Escrituras oferece-nos fontes específi­cas de orientação para discernirmos as forças do mal e da opressão. Há um critério cristológico e uma base no ESPÍRITO de DEUS para o discernimento do mal. Por exemplo: já que DEUS criou a humanidade à sua imagem, e reivindicou o direito à raça humana mediante o nascimento, morte e res­surreição de CRISTO, qualquer tentativa de desumanizar uma pessoa contradiz o amor divino, e serve aos propósitos das forças das trevas. Já que o ESPÍRITO ungiu a CRISTO para pregar as boas novas aos pobres, aos cegos, e aos presos (Lc 4.18), isso significa que as estruturas e as forças que encorajam a pobreza, a doença e o crime servem ao reino do mal. Já que Satanás deixa as mentes dos ímpios cegas diante do Evange­lho (2 Co 4-4), as coisas que desencorajam nosso testemu­nho evangélico (em palavras e ações) diante dos necessita­dos hão de promover as ações de Satanás.
O demonismo ajuda-nos a reconhecer que a resistência humana a DEUS tem relevância ulterior. Colocada no hori­zonte da vitória escatológica do Reino de DEUS sobre as forças das trevas, a obediência e a desobediência a DEUS, no presente tempo, são questões bastante graves. Com cada decisão na vida cristã, os crentes devem optar em favor do Reino de DEUS e postar-se contra o reino das trevas. Buscar o Reinode DEUS e a sua justiça é o desafio constante do cristão. Às vezes, as escolhas poderão parecer difíceis e ambí­guas. Mas a gravidade da escolha da obediência e a necessi­dade do consolo e do perdão divinos em meio as nossas opções nunca deverão ser subestimadas. O papel desempenha­do pelo demonismo na teologia e no testemunho cristãos indica a gravidade das nossas escolhas.
Perguntas do Estudo
Considere as interpretações de Origines, de Tomás de Aquino (n.r. 17), de Martinho Lutero (n.r. 21), dos Cabalistas (n.r. 38), de Ireneu (n.r. 40), e de Paul Tillich (n.r. 25) acerca da natureza ou do papel dos anjos. Por que essas opiniões são problemáticas? Como suas dificuldades hermenêuticas poderão ser re­solvidas ou evitadas?
Tendo por base sua própria pesquisa cuidadosa de Co-lossenses 1.15-18, considere o lugar apropriado dos an­jos.
Aliste algumas das crenças comuns na sua comunidade e igreja a respeito dos anjos. Como você corrigiria ou confirmaria cada crença alistada?
Anjos são servos. Como seu exemplo deve afetar a nossa motivação em servir a DEUS?
O que os anjos podem e querem fazer por nós hoje, segundo demonstra a Bíblia?
O que, segundo a Bíblia, não podemos esperar que os anjos façam por nós hoje?
A demonologia remove-nos dos verdadeiros problemas e males da vida? Explique como ela poderia fazê-lo? Por que é relevante repudiar o diabo e as suas obras quando resistimos às forças do mal na vida?
Como a abordagem do Antigo Testamento à demonologia difere dos conceitos pagãos antigos dos espíritos malig­nos? Considere-a em relação à soberania de DEUS. Em particular, a soberania divina significa que não há oposi­ção real entre DEUS e Satanás no Antigo Testamento?
Qual verdade se pode achar no fato de a derrota das forças das trevas ter sido revelada no Novo Testamento somente após a revelação de CRISTO como a encarnação da graça e da verdade?
10. Descreva a vitória de CRISTO sobre as forças das trevas. Essa verdade desempenha algum papel na proclamação apostólica do Evangelho? Explique.
Descreva os problemas com o dualismo e o monismo filosóficos. Qual o equilíbrio bíblico entre a soberania de DEUS e a oposição de Satanás contra os propósitos de DEUS?
A demonologia elimina a responsabilidade humana? Por quê?
Os cristãos podem ser possuídos por demônios?
Os discernimentos humanos e científicos dos nossos pro­blemas têm algum lugar legítimo entre os crentes?
São legítimas as reivindicações e acusações de Satanás? Devem ser concedidos a ele direitos legítimos como deus desta era? Como a teoria do resgate tem apresentado incorretamente as reivindicações e direitos de Satanás?
Os entendimentos humanos e científicos dos nossos pro­blemas têm algum lugar legítimo entre os crentes?
Existe o fascínio com o demonismo na Igreja e na cultu­ra? O que está errado com isso? Qual o verdadeiro lugar da demonologia na teologia cristã?
 
 
Quem é Satanás
Lúcifer. Este termo é usado em Isaías 14.12, significando “estrela da manhã”, “o filho da alva”. E uma alusão ao domínio que Satanás exerce neste mundo, espe­cialmente através de intermediários. Literalmente, seu nome significa “o Brilhante” ou “Estrela da Manhã”. E descrito como “o selo da perfeição”, isto é, padrão de perfeição. E também descrito antes da sua queda, como “cheio de sabedoria e formosura”, o mais belo e sábio de todas as criaturas (Ez 28.11-17).
Lúcifer é chamado também de “querubim da guarda ungido”. Como já sabemos, os querubins são seres angélicos de elevada categoria. Lúcifer era o líder dos seres angélicos e, evidentemente, os guiava em louvor e júbilo a Deus.
Satanás. Forma grega derivada do aramaico — hb. satan —, significa “adversá­rio”. Esse termo é utilizado pela primeira vez no Antigo Testamento em alusão a um anjo de Jeová em Números 22.22. E utilizado, também, em referência a homens (I Sm 29.4; SI 38.20; 71.13; SI 109.4,6,20). Relacionado com Satanás, o Adversário, o termo aparece, mais de quinze vezes no Antigo Testamento, sendo que, em Zacarias 3.1, o termo satanás é acrescido da expressão descritiva da sua natureza: “para se lhe opor”.
O termo “adversário”, no Novo Testamento, sempre é usado para se referir a Satanás, o adversário de Deus e de Jesus (Mt 4.10; Mc 1. 13; 4.15; Lc 4.8; 22.3; Jo 13.27); do povo de Deus (Lc 22.31; At 5.3; Rm 16.20; I Co 5.5; 7.5; 2 Co 2.10; I I.I4; 12.7; I Ts 2.18; 5.15; Ap 2.9,13,24; 3.9); e do gênero humano (Lc 13.16; At 26.18; I Ts 2.18; Ap 12.9; 20.7,8).
Diabo. Termo oriundo de diabolos (gr.), denota “acusador”, “caluniador”. Este termo encontra-se somente no Novo Testamento por 36 vezes.
Segundo a Bíblia Sagrada, o Diabo é a personificação do mal e inimigo de Deus. Ele é descrito como o Tentador (Mt 4.3), o grande mentiroso (Jo 8.44) o deus deste século (2 Co 4.4), que tem permissão condicionada por Deus para reinar até ao Juízo Final quando será lançado no Lago de Fogo (Ap 20.7-10).
No satamsmo, ele é o mestre absoluto do mal, objeto de adoração, a quem são oferecidos os sacrifícios. Como sendo a personificação do mal, a ele é jurada lealdade e o serviço é prestado. Na bruxaria, principalmente na chamada magia negra, é o princípio do mal. E alguns bruxos firmam pactos com ele, considerando-se seus servos, que se dedicam a realizar seus propósitos malignos.
O que todo crente deve saber, em síntese, sobre o Inimigo é o que está escrito em I Pedro 5.8: “O diabo, vosso adversário, anda em derredor, como leão que ruge procurando alguém para devorar”.
Serpente. Uma referência a Gênesis 3.1,14 (cf. 2 Co 11.3; Ap 12.9; 20.2).
Belzebu ou Baalzebu. Termo que significa “senhor das moscas”, uma referência ao deus de Ecrom (2 Rs 1.1-6,16). Em Mateus 12.24-29, verifica-se a aplicação do termo ao príncipe ou chefe dos demônios (cf. Mt 10.25; Lc II.15).
Dragão. Ele é chamado de Dragão em Apocalipse 12.3, em comparação à sua astúcia, malignidade e voracidade. Em Apocalipse 12.9, o Dragão é referido como a antiga serpente, por causa da sua astúcia, aliada à sua natureza destruidora.
Tentador.Tentzr significa literalmente mcitar á prática do pecado, provar ou testar (Mt 4.3; I Ts 3.5). O mesmo verbo é também empregado para Deus em relação ao homem, no sentido de provar (Gn 22.1).
Satanás também é chamado de Príncipe deste mundo (Jo 12.31; 14.30; 16.11), Príncipe das potestades do ar (Ef 2.2), Maligno (Mt 13.19; I Jo 2.13), deus deste século (2 Co 4.4), Anjo de luz (2 Co 11.14), Apolíon (“destruidor”, Ap 9.11).
Origem de Satanás
No comentário da Bíblia de Estudo Pentecostal, encontramos a seguinte explicação quanto ao texto de Ezequiel 28.4-17, alusivo, segundo os exegetas, a Satanás:
No devido contexto, a profecia de Ezequiel contra o “rei” de Tiro parece conter uma referência velada a Satanás como o verdadeiro governante de Tiro e como o deus deste mundo (2 Co 4.4; l Jo 5.19). O rei é descrito como um visitante que estava no jardim do Eden (v. 13), que fora um anjo, “querubim ungido” (v. 14), e uma criatura pe feita em todos os seus caminhos, até que nela se achou iniqüidade (v. 15). Por causa do seu orgulho pecaminoso (v. I 7), foi precipitado do “monte de Deus” (vv. 16,17; cf. Is 14.13-15).
Vejamos o relato análogo de Isaías 14.12-14:
Como caíste do céu, ó estrela da manhã, flho da alva! Como foste lançado por terra, tu que debilitavas as nações! Tu dizias no teu coração: Eu subirei 
ao céu; acima ias estrelas de Deus exaltarei o meu trono e no monte da congregação me assentarei, nas extremidades do Norte; subirei acima das mais altas nuvens, e serei semelhante ao Altíssimo.
Billy Graham afirmou:
Quando o anjo Lúcifer se rebelou contra Deus e suas obras, alguns calculam que cerca de um terço das hostes angélicas do universo se teriam unido a ele na rebelião...
Assim, a maior catástrofe da história da criação universal foi a desobediência a Deus por parte de Lúcifer, e a conseqüente queda de talvez um terço dos anjos que se juntaram a ele na sua maldade... Assim, a guerra que começou no céu continua na terra e verá o seu clímax no Armagedom...16
Desde sua queda, num remoto e misterioso passado, Lúcifer, em lugar de anjo de luz, tornou-se o anjo das trevas e do mal. Sabemos entretanto que pode enganosamente transfigurar-se em um anjo de luz (2 CoII.I4). O seu ódio pela humanidade cresce a cada dia. Satanás é um ser inteligente, um ente inteiramente hostil, inimigo declarado de Deus e dos homens. A Bíblia inteira o apresenta resistindo a Deus e perturbando a paz das nações, com guerras, destruição e miséria.
Satanás é mencionado 177 vezes na Bíblia Sagrada, de diferentes maneiras.
A EXISTÊNCIA DO DlABO
O Antigo Testamento. Os primórdios do livro de Gênesis mostra Satanás atu­ando ardilosamente através da serpente para provocar a Queda do homem, um episódio pecaminoso e funesto que veio afetar toda a descendencia de Adão — a raça humana.
No reinado de Davi, Satanás se levantou contra Israel e incitou Davi a numerar o povo, isto é, a fazer o censo de Israel (I Cr 21.I). Por essa desobediência, Deus feriu a Israel, mediante uma peste, em que “caíram de Israel setenta mil homens” (I Cr 21.14). Essa rebeldia deliberada de Davi ocorreu após suas grandes vitórias e realizações (I Cr 14-20), pois Satanás, o enganador, conseguiu penetrar numa brecha em sua vida (I Cr 21.7,8; I Tm 3.6).
No Salmo 106.36,37, vemos que por trás de práticas religiosas idolátricas estão os demônios.
Vemos em Zacarias, cap. 3, a realidade de satanás ao acusar o sumo sacerdote Josué e opor-se à nação de Israel. No texto em apreço, Josué, como representante de Israel, não podia resistir a Satanás. Josué, na qualidade de sumo sacerdote, trajava-se de vestes malcheirosas e imundas, símbolos do pecado. Por isso, o Senhor (Anjo do Senhor) resistiu a Satanás e o repreendeu; Ele havia escolhido Israel para cumprir os seus propósitos.
Evidências de Satanás do Novo Testamento. Dezenove dos 27 livros do Novo Testa­mento mencionam Satanás por algum dos seus nomes. Dos oito restantes, quatro deles mencionam os demônios, que são seus agentes.
Evidências emanadas de Jesus Cristo. Nos Evangelhos, das 29 referências a Satanás, em 25 delas é Cristo quem o menciona como sendo uma pessoa. Por exemplo, no relato da tentação de Jesus temos o seu testemunho da realidade da pessoa do Inimigo (Mt 4.1-11; Mc I.9-I3; Lc 4.I-I3).
Cristo triunfou para sempre sobre Satanás (Lc 11.21; Hb 2.14,15), e o crente, pela fé em Cristo, triunfa da mesma forma, resistindo e nulificando suas investidas com as armas que Cristo nos proporciona (Ef 6.I0-I8;Tg 4.7; I Pe 5.9-10; Rm 16.20).
Reconhecer a realidade de Satanás, levar a sério a sua oposição, ficar atento à sua estratégia, levar em conta a guerra contínua com ele não ê cair num conceito dualista de dois deuses, um hom e outro mau, guerreando um contra o outro. Satanás ê uma criatura sobre-humana, mas não é divino; ele tem muito conhecimento e poder, mas não é onisciente nem onipotente e nem onipresente; ele ê um rebelde derrotado e não tem mais poder além daquele que Deus lhe permite exercer e está destinado ao lago do fogo (Ap 20. IO).1'
A NATUREZA DE SATANÁS
Satanás é homicida, mentiroso e pai da mentira (Jo 8.44); ele é um pecador obstinado (I Jo 3.8) e um audaz adversário, o arquiinimigo de Deus e dos ho­mens (I Pe 5.8).
Sua personalidade. Dizer que Satanás é apenas fruto da imaginação, uma ficção, mitologia ou qualquer coisa da mente humana é ignorância dos fatos. Sabemos que fatos são provas e contra fatos não há argumentos.
Os assassinatos bárbaros e outros crimes hediondos que vemos nos jornais, são normais? Naturais? Pais que estupram as próprias filhas e algumas, na mais tenra infância! Olhe para o mundo à sua volta e veja os fatos! Para o Diabo é muito melhor que acreditem que ele não existe.
Uma evidência incontestável de personalidade é ter alguém intelecto, emoção e vontade. A Palavra de Deus demonstra que Satanás possui essas características. Seu intelecto é óbvio no seu esquema para enganar (2 Cr 11.3) e em sua comu­nicação através da fala para enganar outras pessoas (Lc 4.I-I2).
Seu caráter. Satanás é presunçoso (Mt 4.4,5', orgulhoso T Tm 3.6; Ez 28.17), poderoso (Ef 2.2), maligno (Jó 2.4; Lc 8.13; I Pe 5.8; 2 Co 4.4; I Jo 5.19), enganador (Ef 6.11), feroz e cruel (I Pe 5.8). Ele é a causa primária do pecado e é muito astuto (Ap 12.7-11; 2 Co 2.11; Ef 6.11,12; 2 Co 11.14; Jo 8.44; I Jo 3.8; Gn 3.1-5).
Algo de suas perversas atividades. Perturbar a obra de Deus (I Ts 2.18), opor-se ao Evangelho (Mt 13.19; 2 Co 4.4), dominar, cegar, enganar e destruir o ser humano (Lc 22.3; 2 Co 4.4; Ap 20.7,8; I Tm 3.7), afligir e tentar os santos de Deus (I Ts 3.5).
O mundo está alienado de Deus e controlado por Satanás (Jo 12.31; 2 Co 4.4; Ef6.I0-I2; I Jo 5.19). "
Ele luta para arruinar a Igreja porque ele sabe que se o sal da terra perder seu sabor, o homem torna-se sua vítima.
Suas atividades são restritas. O poder de Satanás é limitado. Aqueles que crêem em Cristo, e vivem em comunhão com Ele, são vencedores do Inimigo (Jo 12.31). O crente deve estar sempre submisso a Deus e revestido do escudo da fé para assim resistir ao Diabo, e este fugirá (Tg 4.7; I Pe 5.8,9).
Satanás somente pode tentar (Mt 4.1), afligir (I Ts 3.5), matar (Jó 2.6), e tocar no crente com a permissão de Deus. “E disse o Senhor a Satanás: eis que tudo quanto tem está na tua mão; somente contra ele não estendas a tua mão” (Jó I.12). Deus permitiu o mal vir sobre Jó; porém, fixou um limite até onde Satanás podia ir, e tirou-lhe o poder de morte quanto a pessoa de Jó.
Quando a Bíblia Sagrada declara que Satanás é o príncipe deste mundo (Jo 12.31; 14.30; 16.II) e que ele é o deus deste século (2 Co 4.4), ela não quer dizer que Satanás é o dono absoluto do mundo, pelo seu próprio poder e querer, porque “do Senhor é a terra e a sua plenitude; o mundo e aqueles que nele habitam” (SI 24.1). Toda autoridade no céu e na terra pertence a Deus, o Criador, o qual delegou-a ao seu Filho umgêmto Jesus Cristo (Mt 28.18).
O que a Palavra de Deus ensina é que Satanás está no controle do mundo ímpio, das instituições e pessoas que estão completamente alienadas de Deus. Esse poder e influência exercidos por Satanás são limitados e temporários (Ap 12.12; 20.10).
Sua atuação. O Inimigo age também nos círculos religiosos mais elevados como “um anjo de luz” (2 Co 11.14). A Bíblia fala de sua presença no ajuntamento dos anjos (Jó 1.6). Essa sua atividade maléfica no meio religioso está implícita, por exemplo, nas expressões “doutrina de demônios” (ITm 4.1), “sinagoga de Satanás” (Ap 2.9) e “ministros de justiça” (2 Co II. 15).
A Bíblia nos adverte a não ignorarmos os ardis de Satanás (2 Co 2.11), isto é, as suas maquinações, os seus desígnios perversos, os seus propósitos, os seus planos funestos.
Daí a necessidade de redobrarmos a nossa vigilância com relação às suas sutilezas em relação ao mundanismo (2 Co 4.4), à mentira (Gn 3.4,5; 2Ts 2.9), à vacilação (Mt 6.24; 2 Co 6.14,15); ao ceticismo (Rm 14.23); às trevas (Rm
; à depressão (At 10.38; Lc 13.16), à procrastinação (At 24.25; Ex 8.8); e à transigência com o mal (Ap 2.20).
Final de sua maldita história. Deus decretou sua derrota (Gn 3.14,15). Jesus, como Deus, demonstrou o seu poder e a sua autoridade sobre Satanás ao derrotá-lo, desarmá-lo e despojá-lo de seu poder (Lc 11.22; I Jo 3.8; Cl 2.15). Durante a Grande Tribulação será lançado da esfera celeste à Terra (Ap 12.7-9); durante o Milênio será aprisionado no abismo (Ap 20.1-3), sendo solto por um período curto (Ap 20.7,8), e depois de mil anos será lançado no Lago de Fogo (Ap 20.10). Dessa maneira, segundo a Palavra de Deus, ocorrerá o expurgo final do mal.
Os ANJOS CAÍDOS
Os anjos foram criados perfeitos, sem pecado e, como o homem, dotados de livre escolha. Satanás, na sua rebelião inicial contra Deus sublevou uma terça parte deles (Ap 12.4). Uma multidão de anjos participou da rebelião de Satanás contra Deus, tendo abandonado o seu estado original de graça, como servos de Deus, e assim perderam o direito à sua elevada e privilegiada posição celestial.
Os principais pecados que cometeram foram, como já vimos, orgulho, exal­tação, rebeldia, desafio e levante contra Deus. “Deus não poupou anjos quando pecaram, antes, precipitando-os no inferno, os entregou a abismos de trevas, reservando-os para juízo” (2 Pe 2.4).
Também, em Judas v.6 está escrito: “e aos anjos que não guardaram o seu principado, mas deixaram a sua própria habitação, reservou na escuri­dão e em prisões eternas até ao juízo daquele grande Dia”. Como resultado de sua queda, além de terem sido “reservados para o juízo”, têm sua parte juntamente com Lúcifer no “fogo eterno, preparado para o diabo e seus anjos” (Mt 25.41).
Ao afirmar que existe um mundo espiritual invisível, que consiste nas hos­tes de anjos ministradores, no meio do povo de Deus, e a serviço desse povo (Gn 32.1,2; SI 91.11; 34.7; Is 63.9), a Bíblia de Estudo Pentecostal (CPAD) traz o oportuno comentário sobre 2 Reis 6.15-17:
Não somente Deus está a favor do seu povo (Rm 8.31\ como também exércitos dos seus anjos estão disponíveis, prontos para defender o crente e o reino de Deus (v.37; SI 34.7).
Todos os que crêem na Bíblia devem orar continuamente para Deus livrá- los da cegueira espiritual e abrir os olhos dos seus corações para verem mais claramente a realidade espiritual do remo de Deus (cf. Lc 24.31; Ef 1.18-21) e suas hostes celestiais (Hb I.I4).
Os espíritos ministradores de Deus não estão distantes, mas, sim, bem perto (Gn 32.1,2), observando os atos e a fé dos filhos de Deus e agindo em favor deles (At 7.55-60; I Co 4.9; Ef 3.10; I Tm 5.21).
A verdadeira batalha no remo de Deus não é contra a carne e o sangue. E uma batalha espiritual “contra as potestades, contra os príncipes das trevas deste século, contra as hostes espirituais da maldade, nos lugares celestiais” (Ef 6.12; cf. Ap 12.7-9).
Há um relacionamento de causa e efeito nas batalhas espirituais; o resultado das batalhas espirituais é determinado parcialmente pela fé e oração dos santos (vv. 16-20; Ef 6.18,19).
Há anjos decaídos que estão algemados no Inferno (2 Pe 2.4; Jd v.6); os demais estão soltos, como agentes e emissários de Satanás, sob o seu domínio e controle (Ef 2.2; Ap 12.7). Com relação aos anjos caídos que estão soltos, N. Lawrence Olson, disse; “Ocupam posições de autoridade sobre as nações e os povos (Dn 10.13,20)”.19
Transcreveremos na íntegra o comentário de Daniel 10.13 da Bíblia de Estudo Pentecostal (CPAD);
Mas o príncipe do reino da Pérsia se pôs defronte de mim vinte e um dias, e eis que Miguel, um dos primeiros príncipes, veio para ajudar-me; e eu fiquei ali com os reis da Pérsia. Enquanto Daniel orava e jejuava, estava sendo travada uma batalha espiritual de grande magnitude.
O “príncipe da Pérsia” estava impedindo que Daniel recebesse do anjo a mensagem de Deus. Por causa desse conflito, Daniel teve que esperar vinte e um dias para receber a revelação. Esse “príncipe da Pérsia” não era um potentado humano, mas um anjo satânico. Só foi derrotado quando Miguel\ o príncipe de Israel (v.2l), chegou para ajudar o anjo. Os poderes satânicos queriam impedir o recebimento da revelação, mas o príncipe angelical de Israel (12.1) demonstrou sua superioridade (f. Ap 12.7-12).
Esse incidente nos dá um vislumbre das batalhas invisíveis que são travadas na esfera espiritual a nosso favor. Note que Deus já tinha respondido a oração de Daniel, mas que a ação satânica atrasou a resposta da mensagem por vinte e um dias. Visto que o crente sabe que Satanás sempre quer impedir nossas orações (2 Co 2.1l), deve perseverar na oração Çcf. Lc 18.1-8; ver Ef 6.11,12).
A seguir, leiamos Daniel 10.20 e o respectivo comentário da fonte acima citada:
E disse: Sabes por que eu vim a ti? Eu tornarei a pelejar contra o príncipe dos persas; e saindo eu, eis que virá o príncipe da Grécia”. Há demônios poderosos designados para atuar sobre as nações do mundo a fim de se oporem às forças de Deus e promoverem a iniqüidade e a incredulidade entre os habitantes da terra.
Que existe um reino tenebroso, diabólico, organizado no mundo espi­ritual influenciando as nações e os povos para o mal em todos os sentidos, está patente na Bíblia. O que compete a cada crente é resistir sob o poder vencedor do sangue de Jesus aos ataques do inimigo, equipado com cada peça da armadura de Deus e o poder do Espírito Santo na batalha espiritual.
O fato da Queda. Por sete vezes em Gênesis I, o texto relata que tudo o que Deus havia feito era bom. No versículo 31 está escrito que “E viu Deus tudo quanto tinha feito; e eis que era muito bom”. Isso certamente inclui a perfeição dos anjos em santidade quando eles foram originalmente criados. Nesse particular, o consenso de destacados mestres é que Ezequiel 28.15 refere-se a Satanás antes da sua queda.
A época de sua queda. Não está revelado na Bíblia o tempo definido da queda dos anjos. Ela deve ter ocorrido antes da criação do homem, já que Satanás entrou no jardim personificado em serpente e induzindo Eva a pecar (Gn 3).
O resultado da queda dos anjos. Todos eles perderam a sua santidade original e se tornaram corruptos em natureza e conduta (Ef 6.11,12; Ap 12.9). Parte deles foram na ocasião lançados no inferno, onde estão acorrentados até o dia do jul­gamento (2 Pe 2.4). Os demais permanecem em liberdade e agem em oposição à obra dos anjos bons (Ap 12.7-9; Dn 10.12,13,20,21;).
Os males decorrentes da queda dos anjos afetou a criação original. A terra, por exemplo, foi amaldiçoada com o pecado de Adão (Gn 3.17-19). A criação está gemendo por causa dos males terríves oriundos da queda (Rm 8.19-22). A criação tornou-se sujeita ao sofrimento e a múmeras outros males por causa do pecado humano.
Os anjos decaídos, como poderes das trevas são os governantes espirituais deste mundo de trevas e maldade (I Jo 5.19; Ef 2.2,3; 6.12,16; I Pe 5.8,9).
A luta incessante do Diabo contra os santos e contra a obra de Deus ocorre de diferentes maneiras: Através de pessoas ímpias (2 Rs 6.13-16); por meio de diferentes tipos de tribulações e tentações, perseguições e outros obstáculos à pregação do evangelho, etc. Tanto Satanás como seus agentes do mal não po­dem ultrapassar os limites traçados pela permissão divina. Jesus disse que “... as portas do inferno não prevalecerão contra ela igreja ” (Mt 16.18). A palavra “inferno”, na Bíblia Sagrada, aparece no Antigo Testamento como skecl (hb.) e em o Novo Testamento hades (gr.), bem como na Septuagmta, a versão grega do Antigo Testamento, existente nos dias de Cristo e nos primeiros tempos da igreja. Ambas significam “mundo invisível”, isto é, “o lugar para onde vão os espíritos dos mortos”. Essas palavras nunca são usadas em alusão ao lugar final da habitação desses espíritos, e nem para significar a sepultura, cuja palavra no hebraico é queber.
Olson ensina que além da Bíblia Sagrada, os escritos patrísticos e outras fontes religiosas confiáveis são unânimes em afirmar que o Hades ou Sheol é o lugar para onde vão após a morte os espíritos dos falecidos, no Antigo Testamento, quer dos justos, quer dos injustos (Is 14.9; Lc 16.23). O eminente autor afirmou:
A razão da grande confusão reinante sobre este estudo e mesmo entre as heresias é porque às vezes as palavras gregas e hebraicas referentes ao assunto foram mal traduzidas, por exemplo, “Hades”, que às vezes é confundida com o Lago de Fogo; “queber”, que somente tem a ver com cadáver, confundem com “inferno” que é lugar de espirito; “Abussos” (nogrego), que é tradução do hebraico “Abaddon”, é o “abismo”, mas lugar este diferente do Hades.'0
Citando o erudito Dr. Seiss, Olson prossegue o seu comentário da forma seguinte:
Abaddon e o Abismo parecem ser a morada de demônios, uma espécie de abismo ainda mais profundo do que o Hades... O termo “tártaro” (“tartarus”, no grego), traduzido para “inferno” na Versão Brasileira e em Almeida, em 2 Pe 2.4, que versa sobre anjos decaídos serem lançados nos “abismos” ÍARA) de escuridão, provavelmente refere-se a este mesmo Abussos ou Abismo.21
Ainda segundo o teólogo em apreço, o Lago de Fogo é referido pela palavra hebraica tofete (Is 30.33; Jr 7.31,32) e pela grega geena (Mt 5.22,29,30; 10.28; 23.15,33). Este último termo refere-se literalmente ao Vale de Hinom, um local fora de Jerusalém utilizado como lixeira da cidade, onde se queimavam os cadáveres de criminosos e de animais.
Ali sempre havia fogo aceso, e, por esta razão, esse vale era citado como simbolo da Lago de Fogo que arde eternamente. Um fato também esclarecedor é que no Vale de Hinom, os israelitas quando desviados queimavam seus filhos em sacrifício a Moloque, o deus pagão dos amonitas, fenícios e cananeus.
Uma vez sabendo-se que os anjos maus que estão em liberdade, como agentes de Satanás, habitam no elevadíssimo espaço sideral (Ef 2.2; 6.12), vejamos o seu destino após o grande julgamento do Trono Branco. Para essa explicação, recorremos mais uma vez a Olson que nos diz:
Uma vez que o Hades é lançado no Lago de Fogo, e que os anjos decaídos serão julgados no grande dia de julgamento, concluímos que o Abismo também será lançado no Lago de Fogo; formando desta maneira um só Inferno eterno. O texto de Mt 25.41 confirma este pensamento porque vemos os homens e os anjos sofrendo juntos.—
Quem são os demônios
Esta parte da Angelogia que trata dos demônios é denominada demonologia. A Palavra de Deus trata sumariamente desses seres infernais. Eles podem estar em todo lugar, pois são numerosos e altamente organizados. Por serem reais, podem ser contados (Lc 8.2,30). Satanás é o comandante deles.
Satanás, com um exército inumerável desses seres invisíveis procura se infiltrar nos lares, escolas, instituições, igrejas, governos, empresas, culturas de nações, etc., com o objetivo de enganar, corromper, envilecer, desmoralizar, insensibilizar, desumanizar, brutalizar o ser humano, que é o seu maior alvo de destruição, tentando fazer com que ele não se achegue ao seu Criador, e Redentor, o Deus único, bondoso e eterno.
Questões como estas são constantemente apresentadas: O que leva uma pessoa ao suicídio? Por que alguém, aparentemente sem motivos, extermina todos os seus parentes mais próximos de uma forma bárbara e tenebrosa? Por que tantos crentes não abandonam os prazeres efêmeros e pecaminosos da carne e se dedicam ao Senhor e à sua obra?
Porque tantas pessoas não sentem desejo mcontido e constante de ler a Bíblia Sa­grada? Qual o verdadeiro motivo que leva um homem e uma mulher casados optarem por separação judicial ou através do divórcio? O que está por trás milhões de crianças abandonadas em todo o mundo, sem a assistência e o carinho de seus pais?
Os demônios não são culpados de todas as coisas ruins que assolam a hu­manidade, porém, eles estão por trás da maioria das desgraças e flagelos que se abatem sobre os seres humanos.
Modismos enganosos. E repulsivo e estarrecedor que em alguns segmentos pen- tecostais, mormente entre os denominados neopentecoastais, estejam ocorrendo 
há algum tempo distorções e aberrações doutrinárias com destaque na área do demomsmo. Em grande parte elementos que lidam com libertação de endemo- ninhados divulgam mais a atuação dos demônios do que a Palavra de Deus. Um alerta ao crente sobre isso acha-se em Apocalipse 2.24.
E deveras oportuna a explicação de Stanley Horton sobre essa questão:
... ao lermos a Bíblia, percebemos como é notável a total ausência de semelhantes especulações e práticas. A Bíblia encoraja-nos a resistir as forças enganadoras das trevas, e não estudá-las e amarrá-las. Nenhum esforço éfeito na Bíblia para levar-nos a conhecer melhor o Diabo. O enfoque exclusivo recaí em conhecer melhor a Deus, resistindo, ao mesmo tempo, quaisquer tentativas de Satanás de obter a nossa atenção. Submeter-se a Deus e resistir ao Diabo ê o conselho que Tiago nos deu (Tg 4.1).
Quando Jesus comissionou os discípulos para realizarem a missão evangeli- zadora, Ele lhes outorgou autoridade e poder sobre todos os demônios (Lc 9.1; 10.19) e sobre toda enfermidade e todo mal (Mt 10.1).
O Antigo Testamento faz referência aos demônios (Lv 17.7; 2 Cr II.15; Dt 32.17; SI 106.37). O Novo Testamento menciona repetidas vezes a palavra “demônio”, significando espírito maligno.
Belzebu é o príncipe dos demônios (Mc 3.22). A Bíblia Sagrada silencia sobre a origem dos demônios. Por certo, como explica Antonio Gilberto, “isto faz parte do mistério que envolve a origem do mal (Dt 29.29; I Co 4.5; Ap 2.29)”.23 Alguns entendem que os demônios são anjos caídos que pecaram juntamente com Satanás. Os religiosos fariseus, bem como os escribas diferençavam entre anjo e espírito (At 23.8,9).
O historiador judeu Flávio Josefo asseverou que nas escolas teológicas judaicas dos fariseus, principalmente, era ensinado que os demônios, capazes de possuir e de controlar um corpo vivo, são espíritos de mortos partidos deste mundo, especialmente aqueles de caráter vil e de natureza perversa.24
No Novo Testamento, além dos Evangelhos, há referências aos demônios. Em I Coríntios 10.19-21, o apóstolo Paulo discorre sobre as práticas tenebro­sas dos gentios incrédulos, adorando a demônios representados por ídolos, em suas reuniões devotadas à idolatria. Ele adverte à igreja sobre a infiltração de tal satanismo nas reuniões de Ceia do Senhor. Ver também no Novo Testamento, os textos de Mt 4.24; 8.16; Mc 1.32-34; Lc 4.41; 6.18; 7.21; 8.2, 27-33; 9.1; 10.17; At 16.16-18; 19.16; I Tm 4.1; Tg 2.19; Ap 9.20; 16.14. Ver amda, no Antigo Testamento: 2 Cr 18.21; Is 8.19; Os 4.12; 5.4; Zc 13.2.
Diferenças entre demônios e anjos caídos. N. Laurence Olson discorre sobre uma das diferenças entre demônios e anjos decaídos:
... os primeiros são espíritos desencarnados, isto é, sem corpo; enquanto os outros [anjos] possuem um corpo espiritual (Lc 20.35,36). E evidente que os demônios não possuem corpos porque estão constantemente procurando entrar nos corpos dos homens afim de usá-los como se fossem seus (Mc 9.25; Mt 12.43-45). Em Mt 8.31 notamos que eles (os demônios) aposssaram-se até dos corpos dos porcos.25
Os demônios estão sob a autoridade de Satanás (Mt 12.24b; Ef 6.12). Eles sabem quem é Jesus (Mc 1.24), conhecem o seu destino final (Mt 8.29), conhecem, a verdade fundamental do monoteísmo bíblico (Tg 2.19) e também possuem um sistema doutrinário atraente, permissivo, maligno, enganador (I Tm 4.1-2).
Os demônios são a força motriz promotora da idolatria; daí, adorar falsos deuses é praticamente o mesmo que adorar demônios. “Antes, digo que as coisas que os gentios sacrificam, as sacrificam aos demônios e não a Deus. E não quero que sejais participantes com os demônios” (I Co 10.19,20).
Grande parte da atvidade destruidora de Satanás é delegada a inumeráveis demônios. Eles podem habitar no corpo dos incrédulos (Mt 1.32,34,39; 3.11,15; 6.7.13; 16.17; Lc 4.41; 8.29,30). São capazes de falar através das vozes das pessoas que eles possuem (At 19.15; 16.17,18; Mc 1,26; At 8.1).
Nestes últimos tempos que precedem a volta de Jesus, os demônios desenvol­vem intensa atividade na propagação do ocultismo, da imoralidade, da violência e da crueldade. Eles atacarão de muitas maneiras, através de muitos métodos e meios, a Palavra de Deus e a sã doutrina (Mt 7.22,23; 24.24; 2 Co 11.14,15; I Tm 4.1). Uma mtensa e maior atividade dos demônios acontecerá nos dias do predomínio do Anticristo e seus seguidores (2 Ts 2.9-11; Ap 13.2-8; 16.13,14). Essa ação maligna e destruidora em todas as camadas, atividades e instituições da sociedade já ocorre encobertamente nos dias atuais. “Porque já o mistério da injustiça opera” (2 Ts 2.7).
Deus revelou ao apóstolo João, conforme lemos em Apocalipse 9.1-3, o que acon­tecerá por ocasião da Grande Tnbulação, quando for tocada a quinta trombeta:
E o quinto anjo tocou a trombeta, e vi uma estrela que do céu caiu na terra; efoi-lhe dada a chave do poço do abismo. E abriu o poço do abismo, e subiu fumaça do poço como a fumaça de uma grande fornalha e, com a fumaça do poço, escureceu-se o sol e o ar. E da fumaça vieram gafanhotos sobre a terra; efoi-lhes dado poder como o poder que têm os escorpiões da terra.
Esses seres infernais podem ser uma espécie desconhecida de agentes de­moníacos sob Satanás para aqueles tempos de juízo divino sobre a humanidade impenitente, que recusando sempre o convite de Deus para a salvação, encheu a medida de seus pecados (cf. I Ts 2.16; Gn 15.16; }o I2.39.4CT.
Orlando S. Bover chama a atenção para um detalhe, no mínimo curioso, ao lembrar que os gafanhotos (insetos) não têm rei (Pv 30.27), mas esses de Apo­calipse 9 “tinham sobre si rei” (v. II). São de Bover estas palavras:
O nosso Rei se ebama Jesus, isto é, Salvador. Mas o rei sobre esses demônios, na forma de gafanhotos, chama-se em hebreu Ahadom (“destruição” ' e em grego, Apoliom (“destruição”). Esse rei ficará obcecado com seu desejo de levar seus exércitos para destruírem o mundo.26
N. Lawrence Olson, por sua vez, acredita tratar-se de uma horda inumerável de demônios encarnados semelhantes a gafanhotos, infernais e aterradores. A Bíblia — a revelação divina — não desce a detalhes sobre esses seres misteriosos. Devemos silenciar onde a Bíblia assim o faz.
Jesus e os demônios. Em seu ministério terreno, Jesus sempre desfez e anulou o poder de Satanás e o demonismo, pois Ele veio ao mundo para desfazer as suas obras. “Quem comete pecado é do Diabo, porque o Diabo peca desde o princípio. Para isto o filho de Deus se manifestou: para desfazer as obras do Diabo” (I Jo 3.8).
Jesus derrotou Satanás, no deserto, ao ser por ele tentado; também o venceu ao expulsar os demônios e, de modo pleno, através da sua morte e ressurreição (Jo 12.31; 16. II; Cl 2.15; Hb 2.14). Ele aniquilou o domínio de Satanás.
Possessão demoníaca. Esse fato horroroso ocorre quando um ou mais demônios ocupam e habitam o corpo de uma pessoa, exercendo controle e influência diretos sobre ela, com prejuízo para suas funções mentais, emocionais, nervosas e físicas. Samuel Costa — psicólogo clínico e professor de teologia no Rio de Janeiro —, ao tratar do transtorno de transe e possessão demoníaca, de uma pessoa, afirma, referindo-se ao Código Internacional das Doenças (CID-IO), que há no endenoninhado uma perda temporária tanto do senso de identidade pessoal quanto da consciência plena do ambiente em que ela se encontra.
Segundo Costa, em alguns casos, a pessoa age como se fosse outra persona­lidade, espírito, divindade ou “força”. Tomando por base o espírito do homem, o autor afirma:
transe é o estado de mediumdade que algumas pessoas apresentam quando incorporam algum “espírito”ou “entidade”.
Sérglas, citado por Isaías Paim, discorre que “na clínica observa-se que a possessão é acompanhada do sentimento de desdobramento da personalidade e se manifesta em sua forma típica no delírio de possessão demoníaca. Nesses casos, o enfermo não só escuta a voz do demônio e sofre as suas injúrias, como o traz consigo; ele se tornou a sua morada, ê seu escravo e deve obedecer a sua vontade, executa os atos que ele determina; não tem domínio nem mesmo sobre os seus pensamentos. Somente o demônio fala, age, pensa, sem que o possuído possa se opor à sua poderosa influência ”.2
Costa presta uma grande contribuição para melhor compreensão do assunto de possessão demoníaca, ao fazer menção de trecho do livro Cape- lania Hospitalar Cristã, de autoria de Damy Ferreira e Liswaldo Mario Ziti, Capelães do Centro de Atenção Integral à Saúde da Mulher na UNICAMP, quando os mesmos discorrem sobre algumas características de uma possessão demoníaca:
Quando o endemoninhado ouve na oração o nome de Jesus, geralmente ele fala; quando está incorporado na pessoa, fala usando a terceira pessoa. Ex.: incorporado numa mulher,o demônio pode dizer: “ela ê minha”. Ele nunca fala como se fosse a própria pessoa; o tom de voz é modificado. Não aparece a voz da pessoa; a pessoa adquire força excepcional; nenhum remédio, nem mesmo fortes injeções conseguem debelar o mal; geralmente, quando o Diabo saí, a pessoa não fca debilitada; tudo parece normal e ela nem fca sabendo o que aconteceur''
Jesus mostra em Lucas 13.II, que certas enfermidades são efeito direto da ação ou opressão de demônios. No caso da mulher paralítica, mencionada no texto de Lucas 13.10-16, que ocorreu dentro de uma sinagoga, o seu sofrimento provinha de um espírito, ou seja, de um emissário de Satanás.
As pessoas que se envolvem com espiritismo, magia, feitiçaria, estão lidando com espíritos malignos, ficando abertas à possessão demoníaca (At 13.6-10; 19.19; G1 5.20; Ap 9.20,21). Os judeus estavam terminantemente proibidos por Deus, sob pena de morte, de se comunicarem com os espíritos familiares (Lv 20.6,27; Dt 18.10,11; Is 8.19).
No caso do rei Saul e a feiticeira de En-Dor (I Sm 28.6-25), o que ocorreu na realidade foi uma sessão espírita na qual atuou um espírito demoníaco familiar, personificando e fingindo ser o profeta Samuel, o qual havia morrido cerca de dois anos antes. Quem falava não era Samuel, mas o demônio que conhecia Saul, como conhecera o próprio Samuel, bem como sua história anterior.
Jesus ensinou que é impossível aos mortos comunicarem-se com os vivos aqui nesta terra. Há um abismo intransponível entre as duas partes do Hades (Lc 16.26-31).
Jesus investiu seus discípulos de autoridade divina para a expulsão de todo tipo de demônio (Lc 9.1), mas os discípulos precisavam de fé em Deus para terem êxito nesta missão (Mt 17.18-21; Mc 9.25-29). Oração e jejum dos discípulos podem ser também um requisito para a expulsão de demônios, como revela o último versículo das duas passagens supra mencionados.
Há casos em que há necessidade da fé de outras pessoas para que ocorra a libertação de alguém (Mc 9.23,24; cf. Mc 6.6,7).
Jesus faz um solene alerta àquelas pessoas antes possessas por espíritos ma­lignos e que receberam a libertação:
Quando o espírito imundo tem saído do homem, anda por lugares secos, buscando repouso; e, não o achando, diz: Tornarei para minha casa, de onde saí. E, chegando, acha-a varrida e adornada. Então, vai e leva consigo outros sete espíritos piores do que ele; e, entrando, habitam ali; e o último estado desse homem épior do que
o primeiro (Lc l 1.24-26 cf. Mt 12.43.45).
O fato de uma pessoa ter sido liberta pelo poder de Deus, de espírito maligno, não a torna sempre imune aos ataques de Satanás. O espírito imundo (demônio) tendo sido expulso, fará tudo para retornar à mesma pessoa que antes ele possuía (Lc 11.24b,25), mas Ele não poderá retornar, se essa pessoa estiver integralmente ocupada pelo Espírito Santo (I Co 6.19; 2 Co 6.16).
O crente e os demônios. Nenhum crente verdadeiro, em quem habita o Espírito Santo, pode ficar endemoninhado. O Espírito e os demônios nunca poderão habitar no mesmo corpo (Jo 14.23; I Co 6.19; Tg 3.11,12).
As Sagradas Escrituras ensinam que um crente fiel, sendo templo de Deus e do Espírito Santo não pode ser habitado por demônios:
E que concórdia há entre Cristo e Belial? Ou que parte tem o fiel com o infiel?
E que consenso tem o templo de Deus com os ídolos? Porque vós sois o templo do Deus vivente, como Deus disse: Neles habitarei e entre eles andarei; eu serei o seu Deus, e eles serão o meu povo (2 Co 6.15,16).
O nosso ser inteiro, como diz a Escritura é templo do Espírito Santo. Assim sendo, o templo do nosso ser não deve admitir ser habitado por admitir ídolos. “E que consenso tem o templo de Deus com os ídolos? Porque vós sois o templo do Deus vivente” (2 Co 6.16). Referimo-nos aqui aos ídolos no coração, dos quais falou o profeta Ezequiel (14.3-7) e também o apóstolo João (I Jo 5.20).
crente vivendo em comunhão com Cristo, recebe dEle poder e autoridade sobre os espíritos malignos, mesmo os de maior poder do mal: “Eis que vos dou poder para pisar serpentes, e escorpiões, e toda a força do Inimigo, e nada vos fará dano algum”. (Lc 10.19).
Uma comparação desta passagem com a de Salmos 91.13 ensina-nos que palavras “serpentes” e “escorpiões” referem-se aos mais poderosos e perigosos poderes do mal.Tudo isso está sujeito à autoridade de um crente, desde que a sua espiritualidade seja genuína e sua vida esteja de acordo com a Palavra de Deus.
Conclusão
Anjos de Deus são “espíritos ministradores, enviados para servir a favor dos que hão de herdar a salvação” (Hb I.14). Estão continuamente conosco, guardando-nos, encorajando-nos e ajudando-nos. Agradeçamos a Deus pelo seu amor e solicitude, inclusive pelo no ministério dos seus anjos a nosso favor. “Se Deus é por nós, quem será contra nós?” (Rm 8.31, 37-39)
Ao estudarmos este assunto das Escrituras, podemos conhecer melhor nosso Inimigo, sabermos também dos recursos do arsenal de Deus que estão a nossa disposição e que o Deus forte fortalece o seu povo e os livra e os guarda das, e nas tribulações.
Não podemos suplantar as distorções sobre a Angelologia fugindo delas; a igreja deve conhecer a verdade bíblica sobre este assunto para explorar o real valor dos anjos de Deus e sua missão entre nós. Infelizmente, a igreja não tem valorizado devidamente a Angelologia. É, pois, muito raro ouvirmos um sermão bíblico, não-especulativo, e sim, expositivo, sobre o assunto. E os bons livros auxiliares a respeito são poucos. Tudo isso dificulta o estudo e a devida compreensão do assunto.
Esperamos que este capítulo sobre o assunto contribua para a continuação do seu estudo, resultando em um maior esclarecimento da doutrina em consideração.
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Onde podemos encontrar informações sobre os anjos?
Qual é o perigo da fascinação pelos anjos?
Quem são os anjos?
Assinale a alternativa errada:
Os saduceus acreditavam em anjos.
Os saduceus não acreditavam em anjos.
Os saduceus não só acreditavam nos anjos como também na ressurreição.
Os saduceus só acreditavam nos anjos, e não na ressurreição.
Nenhuma das anteriores.
Qual é o título da mais brilhante especulação sobre os anjos já escrita, e que é o seu autor?
De acordo com Lewis Sperry Chafer, os anjos são mencionados mais de cem vezes no Antigo Testamento, e mais de 160, no Novo. Cite pelo menos dez passagens de cada Testamento em que os seres angelicais aparecem.
Quando os anjos foram criados?
Quais são as categorias angelicais mencionadas nas Escrituras?
O que a Palavra de Deus diz sobre arcanjos? Existe uma classe es­pecífica de arcanjos? Quantos arcanjos existem? Qual é o nome de cada um deles, segundo as Escrituras?
Faça um comentário sobre querubins e serafins. Defina essas duas categorias, relacionando as suas possíveis semelhanças e principal­mente as suas diferenças.
Cite pelo menos três designações específicas dos anjos, incluindo para cada uma delas referências bíblicas.
A expressão bíblica “anjo do Senhor” refere-se a quem, na maioria das suas ocorrências? Explique a sua resposta.
Na Bíblia há referências a anjos da guarda? Por quê?
Qual é a diferença entre Lúcifer e Satanás?
O Diabo é um ser real? Se o é, mencione pelo menos três passagens bíblicas que confirmem a sua existência.
Qual é a abrangência da atuação de Satanás e seus agentes?
Quem são os anjos caídos? Onde e como surgiram?
A passagem de Apocalipse 12.4 refere-se ao passado ou ao futuro? Res­ponda a pergunta fazendo uma análise desse texto à luz do contexto.
Quem são os demônios? Qual é a sua origem?
Os demônios podem influenciar nossos pensamentos e emoções? Como? Um servo de Deus pode ficar endemoninhado, ou a influ­ência que sofre é tão-somente externa?
 
 
 
SUBSÍDIOS DA REVISTA CPAD - 1 TRIMESTRE DE 2019
 
SUBSÍDIO DIDÁTICO - PEDAGÓGICO 
Quem são os anjos? O que eles fazem? Essas perguntas podem ser elaboradas na lousa ou em um slide, ou ainda, em um retroprojetor. Iniciar a aula fazendo essas perguntas, levando os alunos à reflexão acerca da identidade das criaturas espirituais que eles conhecem desde a infância. É possível que haja na classe pessoas que ouviram sobre a existência de anjos em outras tradições religiosas, mas nunca tiveram a oportunidade de refletirem de maneira madura sobre o que a Bíblia diz a respeito deles. Esta é uma grande oportunidade de apresentar o que as Escrituras dizem a respeito desses seres espirituais.
Aproveite também para mostrar a herança da palavra portuguesa “anjo” pela palavra latina “angelus”. Mostre como exemplo de quanto somos devedores ao idioma que ajudou a fundar o Ocidente: o Latim.
SUBSÍDIO DOUTRINÁRIO
“Esses seres angelicais executam as obras de DEUS tanto no julgamento dos inimigos do povo de DEUS como também dos crentes quando estes desobedecem a DEUS. Eles revelam e comunicam a mensagem de DEUS aos seres humanos. Há inúmeros fatos dessa natureza nas Escrituras, como o anúncio a Zacarias sobre o nascimento de João Batista e a Maria, sobre o nascimento do Senhor JESUS. Esses mensageiros celestiais assistiram os apóstolos Pedro e Paulo e o próprio Senhor JESUS. Foram eles que anunciaram às mulheres a ressurreição de JESUS e estiveram presentes na sua ascensão. [...] A Bíblia mostra diversas vezes os anjos socorrendo os servos e servas de DEUS em suas lutas e dificuldades” (Declaração de Fé das Assembleias de DEUS. Rio de Janeiro: CPAD, 2017, p.87).
SUBSÍDIO DOUTRINÁRIO
“A Bíblia afirma com frequência que JESUS é DEUS: ‘No princípio, era o Verbo, e o Verbo estava com DEUS, e o Verbo era DEUS’ (Jo 1.1); ‘Porque nele habita corporalmente toda a plenitude da divindade’ (Cl 2.9). [...] As suas obras revelam também a sua divindade. Ele é o absoluto soberano e criador de todas as coisas. Ele é a fonte de vida, autor do novo nascimento, habita nos fiéis, dá a vida eterna, inspirou também os profetas e apóstolos, perdoa pecados, é adorado pelos humanos, pelos anjos,
na terra e no céu. Possui títulos divinos, como “Eu Sou”, o Alfa e o Ômega, o Princípio e o Fim, e o Senhor dos Senhores” (Declaração de Fé das Assembleias de DEUS. Rio de Janeiro: CPAD, 2017, p.51).
PARA REFLETIR - A respeito de “A Natureza dos Anjos”, responda:
O que indica, na cultura judaica, o termo hebraico para anjo? O termo mal‘ak, na cultura judaica, indicava um ser celeste e espiritual dotado de poderes sobrenaturais e acima de qualquer humano (Sl 103.20; 2 Pe 2.11).
O que são as manifestações angelofânicas na Bíblia? Manifestações angelofânicas são os anjos, que não possuem corpo físico ou material, se apresentarem na forma humana. 
Que são os serafins e os querubins? Os serafins são criaturas sobrenaturais associadas à glória de Javé e representam a presença, a grandeza e a majestade divinas (Is 6.2). Os querubins são representados como criaturas aladas colocadas no propiciatório da arca do concerto (Êx 25.18-20; 37.7-9).
Cite uma passagem bíblica que mostra existirem mais seres angelicais da mesma categoria do arcanjo Miguel. “E eis que Miguel, um dos primeiros príncipes, veio para ajudar-me, e eu fiquei ali com os reis da Pérsia” (Dn 10.13).
Por que o Senhor JESUS não pode ser o mesmo arcanjo Miguel? Cite duas razões e as respectivas citações bíblicas. JESUS é adorado até pelos anjos, e isso inclui o próprio Miguel; no entanto, Miguel, sendo anjo, não pode ser adorado (Hb 1.6; Ap 19.10; 22.8,9). JESUS é o Senhor dos senhores, e Miguel é príncipe (Ap 17.14; Dn 10.13,21).

CONSULTE - Revista Ensinador Cristão - CPAD, nº 77 p. 37
 
 
 
SÍNTESE DO TÓPICO I - Os demônios são anjos que acompanharam o “querubim ungido” quando este foi expulso em rebelião contra DEUS.
SÍNTESE DO TÓPICO II - A Batalha no Céu ocorrerá entre o arcanjo Miguel e o dragão, o Diabo.
SÍNTESE DO TÓPICO III - Há muitos nomes que a Bíblia dá ao Inimigo: Serpente, Satanás e Diabo.
SÍNTESE DO TÓPICO IV - Em seu ministério, JESUS demonstrou seu poder sobre os demônios.
 
SUBSÍDIO DIDÁTICO - PEDAGÓGICO
Quem são os demônios? O que eles fazem? Essas perguntas podem ser elaboradas na lousa ou em um slide, ou ainda, em um retroprojetor. Iniciar a aula fazendo essas perguntas ajuda os alunos a reflexão acerca da identidade das dos espíritos malignos que a Bíblia descreve. O professor, ou a professora, pode usar esta citação para uma resposta mais elaborada sobre os anjos caídos: “São os que se rebelaram contra DEUS. Eles foram criados por DEUS e eram originalmente bons e, assim como o ser humano, dotados de livre-arbítrio; porém, sob a direção de Satanás, eles pecaram e rebelaram-se contra DEUS, tornando-se maus. São identificados como ‘espíritos imundos’, ‘espíritos malignos’, ‘demônios’” (Declaração de Fé das Assembleias de DEUS. Rio de Janeiro: CPAD, 2017, p.89).
 
CONHEÇA MAIS
Demônios Ativos e Operantes no Mundo
“São demônios que, sem serem vistos, agem atualmente. Cegam os ímpios para a verdade do evangelho (2 Co 4.4) e promovem falsas doutrinas (1 Tm 4.1). Distraem os cristãos, atrapalhando-os no cumprimento dos planos de DEUS para o amadurecimento
espiritual em suas vidas.” Leia mais em Enciclopédia Popular de Profecia Bíblica, CPAD, p.126.
 
SUBSÍDIO DOUTRINÁRIO
“Nesta ocasião [Grande Tribulação], de acordo com Apocalipse 12.7, ‘houve batalha no céu’. Os adversários são Miguel e seus anjos que lutam contra o dragão (Satanás) e seus anjos (demônios). A batalha é curta e o resultado, indiscutível – Satanás e seus anjos ‘não prevaleceram; nem mais o seu lugar se achou nos céus’ (Ap 12.8). Embora este evento ainda seja futuro, o seu acontecimento e resultado são tão certos que são descritos no tempo passado do verbo. Com resultado desta batalha, Satanás e seus anjos serão lançados à terra, e virão com uma vingança contra a nação de Israel, em um inútil esforço de destruí-la e frustrar a promessa que DEUS fez a Abraão, de fazer de Israel uma grande nação (Dn 12.1; Ap 12.9-17)” (LAHAYE, Tim; HINDSON, Ed. Enciclopédia Popular de Profecia Bíblica. Rio de Janeiro: CPAD, 2017, p.102).

SUBSÍDIO DOUTRINÁRIO
“Nesta ocasião [Grande Tribulação], de acordo com Apocalipse 12.7, ‘houve batalha no céu’. Os adversários são Miguel e seus anjos que lutam contra o dragão (Satanás) e seus anjos (demônios). A batalha é curta e o resultado, indiscutível – Satanás e seus anjos ‘não prevaleceram; nem mais o seu lugar se achou nos céus’ (Ap 12.8). Embora este evento ainda seja futuro, o seu acontecimento e resultado são tão certos que são descritos no tempo passado do verbo. Com resultado desta batalha, Satanás e seus anjos serão lançados à terra, e virão com uma vingança contra a nação de Israel, em um inútil esforço de destruí-la e frustrar a promessa que DEUS fez a Abraão, de fazer de Israel uma grande nação (Dn 12.1; Ap 12.9-17)” (LAHAYE, Tim; HINDSON, Ed. Enciclopédia Popular de Profecia Bíblica. Rio de Janeiro: CPAD, 2017, p.102).

 "Não é possível descrever todos os nomes do inimigo de DEUS e do seu povo".

SUBSÍDIO DOUTRINÁRIO
“A vitória de nosso Senhor sobre os ataques de Satanás qualificaram-no para ir à cruz. Ali Satanás parecia ter conseguido a sua vitória, evitando o estabelecimento de um reino messiânico, mas, ironicamente, esta vitória de curta duração na realidade destruiu o reino do próprio Satanás. Na cruz, os pecados da humanidade foram completamente pagos, e a derrota de Satanás foi garantida, embora não seja até o final do Milênio que ele, por fim e permanentemente, seja confinado ao eterno lago de fogo” (LAHAYE, Tim; HINDSON, Ed. Enciclopédia Popular de Profecia Bíblica. Rio de Janeiro: CPAD, 2017, p.412).
 
PARA REFLETIR - A respeito de “A Natureza dos Demônios”, responda:
Quais os significados dos termos gregos daimonione daimon?
Daimonion, “demônio, um deus, uma divindade”, para designar os deuses pagãos (Dt 32.17); e daimon, “um espírito mal, demônio”. 
Quando teve início a derrota final de Satanás?
A derrota final de Satanás, na verdade, teve início com a morte, ressurreição e ascensão de JESUS. 
Quais os significados nos nomes “Satanás e Diabo”?
Satanás significa “adversário”; Diabo, “caluniador”.
Qual a essência da natureza do Diabo?
JESUS disse que a essência da natureza dele é a mentira. 
Onde começou a derrota de Satanás com a vinda de JESUS?
A vitória preliminar de JESUS sobre Satanás começa na tentação do deserto (Mt 4.11).
CONSULTE - Revista Ensinador Cristão - CPAD, nº 77, p. 37.
 
AJUDA BIBLIOGRÁFICA
Teologia Sistemática de Charles Finney
BÍBLIA ILUMINA EM CD - BÍBLIA de Estudo NVI EM CD - BÍBLIA Thompson EM CD.
Bíblia de estudo - Aplicação Pessoal.
CPAD - http://www.cpad.com.br/ - Bíblias, CD'S, DVD'S, Livros e Revistas. BEP - Bíblia de Estudos Pentecostal.
CHAMPLIN, R.N. O Novo e o Antigo Testamento Interpretado versículo por Versículo. 
Conhecendo as Doutrinas da Bíblia - Myer Pearman - Editora Vida
Comentário Bíblico Beacon, v.5 - CPAD.
Comentário Bíblico TT W. W. Wiersbe
Comentário Bíblico Expositivo - Novo Testamento - Volume I - Warren W. Wiersbe
CRISTOLOGIA - A doutrina de JESUS CRISTO - Esequias Soares - CPAD
Dicionário Bíblico Wycliffe - CPAD
GARNER, Paul. Quem é quem na Bíblia Sagrada. VIDA
Guia Básico de Interpretação da Bíblia - CPAD
http://www.gospelbook.net, www.ebdweb.com.br, http://www.escoladominical.net, http://www.portalebd.org.br/, Bíblia The Word.
O Novo Dicionário da Bíblia - J.D.DOUGLAS.
Peq.Enc.Bíb. - Orlando Boyer - CPAD
Pequeno Atlas Bíblico - CPAD Hermenêutica Fácil e Descomplicada - CPAD
Revista Ensinador Cristão - CPAD.
STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.
Teologia Sistemática Pentecostal - A Doutrina da Salvação - Antonio Gilberto - CPAD
Teologia Sistemática - Conhecendo as Doutrinas da Bíblia - A Salvação - Myer Pearman - Editora Vida
Teologia Sistemática de Charles Finney
VÍDEOS da EBD na TV, DE LIÇÃO INCLUSIVE - http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/videosebdnatv.htm
HOUAISS, Antônio. Dicionário da Língua Portuguesa. OBJETIVA.
ALLMEN, J. J. V. VocabulárioBíblico,2ª Edição. Asso­ciação de Seminários Teológicos Evangélicos, São Pau­lo, SP,1972
APPUI, BLOOMFIELD, A. E. Apocalipse-OFuturoglo­riosodoPlanetaTerra,Editora Betânia, Belo Horizon­te, MG, 1980
BROWN, C. ONouoDicionárioInternacionaldeTeologia, 4º Volumes. Edições Vida Nova, São Paulo, SP, 1981 A 1985
BUBECK, M. I. OAdversário.Edições Vida Nova, São Paulo, SP,1985
CHAFER, L. S. TeologiaSistemática,1ª Edição. Impren­sa Batista Regular, São Paulo, SP,1986
CHAMPLIN, R. N. ONouoTestamentoInterpretado VersículoporVersículo.6 volumes, 1ª Edição, 3ªIm­pressão. Distribuidora Cultura Ltda. (MILENIUM); São Paulo, SP,1982
COOKE, W. TeologiaCrista,5ª Edição, op. cit. em1947
CORSINI, E. Apocalipse-OApocalipsedeSãoJoão,Edi­ções Paulinas, São Paulo, SP,1984
DAVIS, J. D. DicionáriodaBíblia,11ª Edição. Editora JUERP, Rio de Janeiro, RJ. 1985
DURRANT, H. LesDossiersdesOVNI(Os Estranhos Ca­sos dos OVNI). Éditions Robert Laffont, S. A., Paris, França, 1973
FHILLIPS, Mc. C. O Mundo Espiritual, Wheaton, 1970 GAEBELEIN, A. C.Os Anjos de Deus. op. cit.1947
GRAHAM, B. Anjos:Os Agentes Secretos de Deus,1ª Edição. Editora Record, Rio de Janeiro, RJ. 1975
HALLEY, H. H. Manual Bíblico de Halley, 5 ª Edição. Edições Vida Nova, São Paulo, SP, 1983
LADD, G. E. Apocalipse - Introdução e Comentário. Edições Vida Nova, São Paulo, SP,1980
LARKIN, C. O Mundo dos Espíritos, op. cit.1947
LOCKYER, H. Apocalipse-O Drama dos Séculos. Editora Vida, Miami, Flórida,1982
MILLER, C. L. Tudo sobre Anjos: O outro lado do mundo e dos espíritos, V Edição. Editora Vida, São Paulo, SP, 1978
NEVIUS, J. L. PossessãoDemoníacaeTemasConexos. Nova Iorque, Revell,1893
RIDEERBOS, J. Isaías,Introdução e Comentário,1ª Edição. Editora Mundo Cristão, São Paulo, SP, 1986
SCOFIELD, C. I. Bíblia anotada por Scofield.Imprensa Batista Regular, São Paulo, SP
SEISS, J. A. O Apocalipse,3 Volumes, Filadélfia, 1865
SHEDD, R. P. O Novo Comentário da Bíblia,3ª volumes, 1ª Edição, 3ª Reimpressão. Edições Vida Nova, São Paulo, SP,1979
SHEDD, R. P. ONovoDicionáriodaBíblia.2º Volumes, 1ªEdição, 4ª Reimpressão. Edições Vida Nova, São Pau­lo, SP,1983
SILVA, S. P. Apocalipse:VersículoporVersículo,4ª Edi­ção do autor, Rio de Janeiro, RJ,1987
SILVA, S. P. Daniel:VersículoporVersículo,2ª Edição. Casa Publicadora das Assembléias de Deus, Rio de Ja­neiro, RJ,1986
SUMMERS, R.Apocalipse-AMensagemdoApocalipse. Editora JUERP, Rio de Janeiro, RJ,1978
TAYLOR, J. B. Ezequiel,IntroduçãoeComentário,1ªEdição. Editora Mundo Cristão, São Paulo, SP, 1984
VANNI, H. Apocalipse-UmaAssembléiaLitúrgicaInter­pretaaHistória.Edições Paulinas, São Paulo, SP,1984
Livro Batalha Espiritual - Livro de Apoio Adulto 1º Trimestre -  2019 - Pr. EsequiasSoares
Angelogia — a Doutrina dos anjos - Wagner Caby - Teologia Sistemática Pentecostal - CPAD
Primeira tradução do Antigo Testamento do hebraico para o grego, em Alexandria, no Egito, feita em cerca de 285 a.C., conhecida como a tradução dos setenta — LXX.
MARTENSEN, Christian Dogmatics, 133.
Questão 50, artigo 3°, da Suma Teológica (Volume II Lovola, São Paulo,
2002), a qual trata da natureza dos anjos de modo absoluto. Tomás de Aquino aqui cita as palavras de Dionísio, o areopagita, acerca do número de anjos existentes.
Nota do Editor — apesar de alguns teólogos acreditarem que haja uma categoria de anjos formada por arcanjos, só há menção explícita a um arcanjo nas Escrituras (Jd v.9; I Ts 4.16, ARA).
O Novo Testamento Versículo por Versículo, Candeia. Champlm comenta sobre Efésios 1.21.
O Novo Testamento Versículo por Versículo, Candeia. Champlin comenta sobre Colossenses I.16.
SILVA, Severmo Pedro da, A Doutrina Bíblica dos Anjos, CPAD.
PERLMAN, Mver, Conhecendo as Doutrinas da Bíblia, Editora Vida.
Teologia Sistemática Atual e Exaustiva, Edições Vida Nova.
PERLMAN Mver, Conhecendo as Doutrinas da Bíblia, Editora Vida.
J KOEHLER, Edward W. A., Sumário da Doutrina Cristã, Concórdia.
PERLMAN, Myer, Conhecendo as Doutrinas da Bíblia, Editora Vida.
Comentário Bíblico Pentecostal do Novo Testamento, CPAD.
HORTON, Stanley M., A Vitória Final, CPAD.
ARCHER, Gleason L., Enciclopédia de Dificuldades Bíblicas, Editora Vida. Archer
é professor de Antigo Testamento e Estudos Semíticos naTrinity Divinitv School — em Deerfield, Illinois, Estados Unidos — e deão no Fuller Theological Seminary.
GRAHAM, Billy. Anjos, os Agentes Secretos de Deus. Record, pp.79-89.
Bíblia de Estudo de Genebra.
Homília de Centum Ovibus (Homílias sobre os Evangelhos), citado porTomás de Aquino.
OLSON, N. Lawrence, Plano Divino através dos Séculos, CPAD.
GILBERTO, Antomo, Manual da Escola Dominical, CPAD.
JOSEFO, Flávio, de Bello Judaico, VII. 6:3.
OLSON, N. Lawrence, Plano Divino através dos Séculos, CPAD.
BOYER, Orlando, Espada Cortante, Vol. I, CPAD.
COSTA, Samuel, Psicoteologia Geral, Vol I, Editora Silvacosta.
http://www.cblibrary.net/portugue/colossenses/col_ch5.htm