TEXTO ÁUREO
“Vigiai, pois, porque não sabeis a que hora há de vir o vosso Senhor.” (Mt 24.42) VERDADE PRÁTICA
JESUS pode voltar a qualquer momento, por isso temos de estar preparados. LEITURA DIÁRIA
Segunda – At 1.10,11 Não há razão para a desesperança, pois JESUS CRISTO voltará
Terça – Tt 2.11-14 A graça de DEUS trouxe salvação e esperança da Vinda de CRISTO
Quarta – 1 Ts 5.23 ESPÍRITO, alma e corpo conservados irrepreensíveis na Vinda de JESUS
Quinta – 2 Ts 2.1-6 Não se alarmar com falsos adventos de CRISTO
Sexta – 2 Pe 1.16 O apóstolo fala da vinda de JESUS de forma experiencial, não fantasiosa
Sábado – Mc 13.32-37 Ninguém sabe o dia e nem a hora da Vinda do Senhor JESUS LEITURA BÍBLICA EM CLASSE - Mateus 25.1-13
1 – Então, o Reino dos céus será semelhante a dez virgens que, tomando as suas lâmpadas, saíram ao encontro do esposo. 2 – E cinco delas eram prudentes, e cinco, loucas. 3 – As loucas, tomando as suas lâmpadas, não levaram azeite consigo. 4 – Mas as prudentes levaram azeite em suas vasilhas, com as suas lâmpadas. 5 – E, tardando o esposo, tosquenejaram todas e adormeceram. 6 – Mas, à meia-noite, ouviu-se um clamor: Aí vem o esposo! Saí-lhe ao encontro!
7 – Então, todas aquelas virgens se levantaram e prepararam as suas lâmpadas. 8 – E as loucas disseram às prudentes: Dai-nos do vosso azeite, porque as nossas lâmpadas se apagam. 9 – Mas as prudentes responderam, dizendo: Não seja caso que nos falte a nós e a vós; ide, antes, aos que o vendem e comprai-o para vós. 10 – E, tendo elas ido comprá-lo, chegou o esposo, e as que estavam preparadas entraram com ele para as bodas, e fechou-se a porta. 11 – E, depois, chegaram também as outras virgens, dizendo: Senhor, senhor, abre-nos a porta! 12 – E ele, respondendo, disse: Em verdade vos digo que vos não conheço. 13 – Vigiai, pois, porque não sabeis o Dia nem a hora em que o Filho do Homem há de vir. OBJETIVO GERAL
Ressaltar a necessidade de se estar preparado para a vinda do Grande Rei, pois ela pode acontecer a qualquer momento. OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Interpretar a parábola das dez virgens;
Repetir a verdade de que a Vinda do Senhor é uma realidade iminente;
Dramatizar o perfil das cinco virgens prudentes INTERAGINDO COM O PROFESSOR
Apesar de muito conhecida, a parábola das dez virgens é uma das mais difíceis de ser interpretada. Contudo, sua mensagem principal é muito evidente: É urgente estar preparado para encontrar-se com o nosso Noivo! Independentemente do entendimento que se pode ter, escatologicamente falando, acerca das personagens dessa narrativa bem como a dificuldade de encaixá-las nesta ou naquela escola de interpretação escatológica, o aspecto do despertamento é o assunto central a ser passado. Houve uma época que essa mensagem era muito pregada e os crentes tinham temor e ansiavam pela vinda de JESUS. De um tempo a esta parte pouco se ouve acerca desse tema, portanto, aproveite a aula de hoje para destacar essa bendita esperança. PONTO CENTRAL - Precisamos estar preparados para encontrar-se com o Noivo. Resumo da Lição 11, Despertemos para a Vinda do Grande Rei I – INTERPRETANDO A PARÁBOLA DAS DEZ VIRGENS
1. O Reino dos céus será semelhante a dez virgens. 2. Duas classes de virgens. 3. O que representa o azeite. 4. A chegada do Noivo. II – O ARREBATAMENTO DA IGREJA É IMINENTE
1. A importância da vinda de JESUS. 2. O significado do Arrebatamento. 3. Quando se dará o Arrebatamento. III – UMA VIDA CHEIA DO ESPÍRITO E DE SANTIDADE
1. Prontidão e santificação. 2. Estar cheio do ESPÍRITO SANTO é um estilo de vida. 3. Andando em santidade para com todos.
SÍNTESE DO TÓPICO I - Mesmo não sendo fácil interpretá-la em seus detalhes, a mensagem da parábola das dez virgens é claríssima. SÍNTESE DO TÓPICO II - A iminência do arrebatamento da Igreja é um convite a estarmos despertados espiritualmente. SÍNTESE DO TÓPICO III - A mensagem da parábola das dez virgens é um convite a buscarmos ter uma vida de santidade e cheia do ESPÍRITO SANTO. Resumo rápido do Pr. Henrique
Hoje estudaremos a parábola das dez virgens onde somos responsáveis, individualmente, pela nossa condição espiritual. Conforme JESUS, não sabemos o dia e nem a hora de sua volta. Devemos, portanto, estar preparados, ou seja, prontos para o arrebatamento. A vinda do Senhor será na primeira fase de sua segunda vinda e é comparada por JESUS nesta parábola como um banquete de casamento. Desde já a coroa da justiça está guardada para “todos os que amarem a sua vinda” (2 Tm 4.8). Infelizmente, para muitos será tempo de desengano, julgamento e desespero.
1. O Reino dos céus será semelhante a dez virgens.
2. Duas classes de virgens.
3. O que representa o azeite.
1. A importância da vinda de JESUS.
3. Quando se dará o Arrebatamento.
III – UMA VIDA CHEIA DO ESPÍRITO E DE SANTIDADE1. Prontidão e santificação.
3. Andando em santidade para com todos.
JESUS diz que o Reino dos céus ( a vida eterna que se inicia no arrebatamento ) será semelhante a dez virgens esperando pelo noivo para o casamento. Duas classes de virgens estão presentes na parábola, cindo prudentes e precavidas e cinco loucas e despreparadas. O ESPÍRITO SANTO na parábola é representado pelo azeite. A chegada do Noivo é aguardada e pode demorar mais do que as noivas esperam.
A importância da vinda de JESUS se deve ao fato de estarmos sempre prontos e em santidade. O Arrebatamento é a vinda súbita de JESUS sobre as nuvens para nos levar para si mesmo.
Devemos estar em Prontidão e santificação. Estar cheio do ESPÍRITO SANTO é um estilo de vida. Devemos estar andando em santidade para com todos.
1) virgem
1a) virgem núbil, com idade de casar
1b) mulher que nunca teve relação sexual com um homem
1c) filha núbil de alguém
2) homem que se absteve de toda sujeira e prostituição presente na idolatria, e assim manteve sua castidade
2a) alguém que nunca teve relação com mulheres
1) tolo
2) ímpio, incrédulo, louca
(Strong Português) - PRUDENTES- φρονιμος phronimos
1) inteligente, sábio
2) prudente, i.e., atento aos próprios interesses
9 Mas as prudentes responderam, dizendo: Não seja caso que nos falte a nós e a vós = Não havia outra solução, pois se as prudentes ajudassem às imprudentes ou loucas, elas seriam prejudicadas e também não entrariam nas bodas.
13 Vigiai, pois, porque não sabeis o dia nem a hora em que o Filho do homem há de vir.
27 Ora, vós sois o corpo de CRISTO e seus membros em particular.
Romanos 12 .4 Porque assim como em um corpo temos muitos membros, e nem todos os membros têm a mesma operação,Efésios 4.4 há um só corpo e um só ESPÍRITO, como também fostes chamados em uma só esperança da vossa vocação;
16 do qual todo o corpo, bem ajustado e ligado pelo auxílio de todas as juntas, segundo a justa operação de cada parte, faz o aumento do corpo, para sua edificação em amor.
1 Coríntios 12 .27 Ora, vós sois o corpo de CRISTO e seus membros em particular.
Gálatas 3.16 Ora, as promessas foram feitas a Abraão e à sua posteridade. Não diz: E às posteridades, como falando de muitas, mas como de uma só: E à tua posteridade, que é CRISTO.
25.4 AZEITE. JESUS, numa série de ilustrações, ressalta a necessidade de fidelidade e vigilância do crente até que Ele volte. A parábola das dez virgens destaca a urgente necessidade disso, pelo fato de CRISTO vir numa data imprevisível. Na vossa paciência , disse JESUS, possuí a vossa alma (ver Lc 2l.19). O azeite nesta parábola representa no crente a presença permanente do ESPÍRITO SANTO, aliada à fé verdadeira e à santidade. Cinco outras parábolas contendo a lição da perseverança são: O Semeador (Lc 8.4-15); O Servo Vigilante (Lc 12.35-40); O Mordomo Fiel (Lc 12.42-48); O Construtor da Torre (Lc 14.28-30); e O Sal Degenerado (Lc 14.34,35).
1 Tessalonicenses 5.5 porque todos vós sois filhos da luz e filhos do dia; nós não somos da noite nem das trevas.
Sexta – 1 Jo 2.18 O crente deve estar atento aos falsos cristos
LEGISLAÇÃO
cautela; moderação; precaução; circunspecção; tino.
A VOLTA DE JESUS SERÁ: |
Os eleitos: |
Entre nuvens: Mt 24.30; 26.64; Ap 1.7 |
Devem considerá-la como eminente: Rm 13.12; Fp 4.5; 1 Pe 4.7 |
Na glória de DEUS: Mt 16.27 |
A Benção de estarem preparados: Mt 24.46; Lc 12.37,39 |
Na sua própria glória: Mt 25.31 |
Amam-na: 2 Tm 4.8- Reinarão com Ele: Dn 7.27; 2 Tm 2.12; Ap 5.10; 20.6;22.5 |
Em fogo: 2 Ts 1.8 |
Esperam-na: Fp 3.20; Tt 2.13 |
Com poder: Mt 24.30 |
Aguardam-na: 1 Co 1.7; 1 Ts 1.10 |
Acompanhada por anjos: Mt 16.27; 25.31; Mc 8.38; 2 Ts 1.7 |
Apressam-na: 2 Pe 3.12 - Serão semelhantes a CRISTO: Fp 3.21; 1 Jo 3.2 |
Com seus santos: 1 Ts 5.2; Jd 14 |
Oram por ela: Ap 22.20 - Aparecerão com Ele: Cl 3.4 |
Subitamente: Mc 13.36 |
Preparados: Mt 24.44; Lc 12.40 - Receberão a coroa: 2 Tm 4.8; 1 Pe 5.4 |
Inesperada: Mt 24.44; Lc 12.40; 1 Ts 5.2; 2 Pe 3.10; Ap 16.15 |
Vigilantes: Mt 24.42; Mc 13.35-37; Lc 21.36 |
Como o relâmpago: Mt 24.27 |
Aguardam-na pacientemente: 2 Ts 3.5; Tg 5.7,8 |
Com ressurreição de mortos: 1 Ts 4.16 |
Preservados: Fp 1.6; 2 Tm 4.18; 1 Pe 1.5; Jd 24 |
Com arrebatamento: 1 Ts 4.17 |
Não se envergonham da mesma: 1 Jo 2.28; 1 Jo 4.17 |
O SENHOR JESUS DISSE( João 14:1-3 ) |
PAULO APOSTOLO RECEBE A REVELAÇÃO ( I Te 4:13-18 ) |
Não se turbe v.1 |
Não vos entristeçais v.13 |
Credes v.1 |
Cremos v.14 |
DEUS, mim v.1 |
JESUS, DEUS v.14 |
Vo-lo teria dito v.1 |
Dizemo-vos v.15 |
Vos levarei v.3 |
Vinda do Senhor v.15 |
Para mim mesmo v.3 |
Ao encontrar o Senhor |
Onde estiver, estejais vós também v.3 |
Estaremos sempre com o Senhor v.17 |
1. Precisamos estar abertos para a operação do ESPÍRITO.
2. O crente cuja lâmpada está acesa.
a) É uma vida na expectativa do clamor da meia-noite (Mt 25.6).
b) É uma vida que sabe orar conforme a última oração registrada na Bíblia: “Ora, vem, Senhor JESUS!” (Ap 22.20).
c) É uma vida que espera (Lc 12.36) e ama (2 Tm 4.8) a vinda de JESUS.
QUANDO A NOSSA LÂMPADA ESTÁ ACESA
1. Evidências da nossa lâmpada acesa
a. A chama do ESPÍRITO SANTO é chama de santidade.
multiplicadas”.
de CRISTO (1Jo 1.7-9), pela Palavra (Jo 17.17) e pelo poder regenerador e santificador do ESPÍRITO SANTO no seu coração (Jr 31.31-34; Rm 8.13; 1Co 6.11; 1Pe 1.2; 2Ts 2.13).
b. A chama do ESPÍRITO é chama de amor.
c. A chama do ESPÍRITO é chama de esperança.
nos seus corações, pelo ESPÍRITO SANTO; especialmente em tempos de aflição. O verbo "derramar" está no tempo pretérito perfeito contínuo, significando que o ESPÍRITO continua a fazer o amor transbordar em nossos corações. É essa experiência sempre presente do amor de DEUS, que nos sustenta na tribulação (v. 3) e nos assegura que nossa esperança da glória futura não é ilusória (vv. 4,5). A volta de CRISTO para nos buscar é certa.
2. Quatro bênçãos de uma lâmpada espiritual acesa.
a. As trevas se dissipam.
b. Nossa vida é diferente.
c. Temos clara visão das belezas de CRISTO.
d. Passamos a ser uma bênção para os outros.
O ARREBATAMENTO DA IGREJA
1Ts 4.16,17 “Porque o mesmo Senhor descerá do céu com alarido, e com voz de arcanjo, e com a trombeta de DEUS; e os que morreram em CRISTO ressuscitarão primeiro; depois, nós, os que ficarmos vivos, seremos arrebatados juntamente com eles nas nuvens, a encontrar o Senhor nos ares, e assim estaremos sempre com o Senhor.”
O termo “arrebatamento” deriva da palavra raptus em latim, que significa “arrebatado rapidamente e com força”. O termo latino raptus equivale a harpazo em grego, traduzido por “arrebatado” em 4.17. Esse evento, descrito aqui e em 1Co 15, refere-se à ocasião em que a igreja do Senhor será arrebatada da terra para encontrar-se com Ele nos ares. O arrebatamento abrange apenas os salvos em CRISTO.
(2) Ao mesmo tempo que ocorre a ressurreição dos mortos em CRISTO, os crentes vivos serão transformados; seus corpos se revestirão de imortalidade (1Co 15.51,53). Isso acontecerá num instante, “num abrir e fechar de olhos” (1Co 15.52).
(3) Tanto os crentes ressurretos como os que acabaram de ser transformados serão “arrebatados juntamente” (4.17) para encontrar-se com CRISTO nos ares, ou seja: na atmosfera entre a terra e o céu.
(4) Estarão literalmente unidos com CRISTO (4.16,17), levados à casa do Pai, no céu (ver Jo 14.2,3), e reunidos aos queridos que tinham morrido (4.13-18).
(5) Estarão livres de todas as aflições (2Co 5.2,4; Fp 3.21), de toda perseguição e opressão (ver Ap 3.10), de todo domínio do pecado e da morte (1Co 15.51-56); o arrebatamento os livra da “ira futura” (ver 1.10; 5.9), ou seja: da grande tribulação.
(6) A esperança de que nosso Salvador logo voltará para nos tirar do mundo, a fim de estarmos “sempre com o Senhor” (4.17), é a bem-aventurada esperança de todos os redimidos (Tt 2.13). É fonte principal de consolo para os crentes que sofrem (4.17,18; 5.10).
(7) Paulo emprega o pronome “nós” em 4.17 por saber que a volta do Senhor poderia acontecer naquele período, e comunica aos tessalonicenses essa mesma esperança. A Bíblia insiste que anelemos e esperemos contínua e confiadamente a volta do nosso Senhor (cf. Rm 13.11; 1Co 15.51,52; Ap 22.12,20).
(8) Quem está na igreja mas não abandona o pecado e o mal, sendo assim infiel a CRISTO, será deixado aqui, no arrebatamento (ver Mt 25.1; Lc 12.45). Os tais ficarão neste mundo e farão parte da igreja apóstata (ver Ap 17.1), sujeitos à ira de DEUS.
(9) Depois do arrebatamento, virá o Dia do Senhor, um tempo de sofrimento e ira sobre os ímpios (5.2-10; ver 5.2). Seguir-se-á a segunda fase da vinda de CRISTO, quando, então, Ele virá para julgar os ímpios e reinar sobre a terra (ver Mt 24.42,44).
A PARÁBOLA DAS DEZ VIRGENS T HEN será o reino dos céus será semelhante a dez (o número "10" na Bíblia fala de perfeição) virgens (representa aqueles que pertencem ao Senhor) , que teve suas lâmpadas (representa a luz de CRISTO em todos os crentes) , e saíram ao encontro do noivo (CRISTO) .
2 E cinco delas eram prudentes, e cinco eram tolas (indicativo do cristianismo moderno).
3 Os que eram loucas, tomando as suas lâmpadas, não levaram azeite consigo (começou a viver fora do domínio do ESPÍRITO SANTO) :
4 Mas as prudentes levaram azeite em suas vasilhas, com as suas lâmpadas (um fluxo constante do ESPÍRITO dentro de seus corações e vidas, o que só pode acontecer e ser mantida, por sua fé em CRISTO e da Cruz [ Rm 8: 1-2. , 11 ]) .
5 tardando o noivo, todas tomadas de sono e dormiu (não implica por isso que eles estavam fazendo algo errado) .
6 Mas à meia-noite ouviu-se um grito: Eis o noivo! saí-lhe ao encontro (o Arrebatamento da Igreja) .
7 Então todas aquelas virgens se levantaram, e prepararam as suas lâmpadas (mas sem o óleo, o corte era inútil, é atividade religiosa sem o ESPÍRITO SANTO) .
8 E as insensatas disseram às prudentes: Dai-nos do vosso azeite; porque as nossas lâmpadas estão se apagando (que agora é tarde demais!) .
9 Mas as prudentes responderam, dizendo: Não é assim, pois de certo não chegaria para nós e você, mas vai você antes aos que o vendem, e comprai-o (proclama a verdade de que a energia espiritual não pode ser derivado de outros) .
10 E, enquanto eles foram comprar, chegou o noivo; e os que estavam preparadas entraram com ele para as bodas, ea porta estava fechada (vai chegar um tempo, quando já é tarde demais; hoje é o dia ... [ Hebreus 3:15. ]) .
11 Depois vieram também as outras virgens, dizendo: Senhor, Senhor, abre-nos (porque eles eram religiosos, eles achavam que estavam salvos) .
12 Ele, porém, respondendo, disse: Em verdade vos digo, eu sei que você não (milhões atualmente estão na Igreja, mas não em CRISTO) .
13 Vigiai, pois, porque não sabeis nem o dia nem a hora em que o Filho do homem virá (nossas vidas são para ser vivida como se JESUS viesse hoje) .
Todos tosquenejaram e dormiram. A demora representa o espaço entre a conversão verdadeira ou aparente deste professantes e a vinda de CRISTO, para levá-los pela morte ou para julgar o mundo. Mas ainda que CRISTO demore mais que a nossa época, não demorará mais do tempo devido. As virgens sábias mantiveram ardendo suas lâmpadas, mas não ficaram acordadas. Demasiados são os cristãos verdadeiros que ficam remissos e negligenciam sua atuação. Os que se permitem cabecear, escassamente evitam dormir; portanto tema o começo do deterioro espiritual.
Se ouvir um chamado surpreendente, saiam a recebê-lo; é um chamado para os que estão preparados. A notícia da vinda de CRISTO e o chamado para sair a recebê-lo vão acordá-los. Ainda os que estejam preparados da melhor forma para a morte tem trabalho a fazer para estar verdadeiramente preparados (2 Pedro 3.14). será um dia de busca e de perguntas; nos corresponde pensar como seremos achados então.
Algumas levaram óleo para abastecer suas lâmpadas antes de sair. As que não alcançam a graça verdadeira certamente acharão sua falta em um ou em outro momento. Uma profissão externa pode alumiar a um homem neste mundo, mas as fumaças do vale da sombra da morte extinguirão sua luz. Os que não se preocupam por viver a vida, morrerão de todos modos a morte do justo. Mas os que serão salvos devem ter graça própria; e os que têm mais graça não têm nada que poupar. O melhor necessita mais de CRISTO. enquanto a pobre alma alarmada se dirige, no leito do enfermo, ao arrependimento e à oração com espantosa confusão, vem a morte, vem o juízo, a obra é desfeita, e o coitado pecador é destruído para sempre. Isto provém de ter necessitado sair a comprar óleo quando devíamos queimá-lo, obter graça quando devíamos usá-la. Os que irão ao céu do além, e unicamente eles, estão sendo preparados para o céu aqui. O súbito da morte e da chegada de CRISTO a nós então não estorvará nossa felicidade se nos tivemos preparado.
A porta foi fechada. Muitos procurarão serem recebidos no céu quando seja demasiado tarde. A vã confiança dos hipócritas os levará longe das expectativas de felicidade. A convocatória inesperada da morte pode alarmar o cristão, mas, procedendo sem demora a acender sua lâmpada, suas graças costumam brilhar mais forte; enquanto a conduta do simples professante mostra que sua lâmpada está se apagando. Portanto, vigiem, atendam o assunto de suas almas. Estejam todo o dia no temor do Senhor.
Ainda que tenham sido apresentadas muitas interpretações fantasiosas desta parábola, o tema principal está claro. O noivo não veio quando era esperado, mas se atrasou. E algumas das jovens que esperavam acompanhar a festa não trouxeram azeite suficiente para suas lâmpadas, e o azeite acabou. Neste conjunto de explicações sobre a espera pela segunda vinda do Salvador (que parecia demorada), essa parábola esclarece um ponto simples.
A importância de estar preparado é reforçada na parábola das dez virgens ou noivas. Estavam todas dormindo quando repentinamente foi anunciado que o noivo estava chegando! As virgens sábias tinham óleo em suas lâmpadas quando saíram para encontrá-lo. As insensatas estavam despreparadas e foram impedidas de irem à festa de casamento. CRISTO, naturalmente, é o Noivo vindo à terra, para a festa de casamento e não para o casamento. As virgens sábias representam os verdadeiros crentes, que vão entrar no Milênio com o Senhor. As insensatas são os crentes falsos, que professam possuir a esperança messiânica, mas não possuem o ESPÍRITO SANTO.
• Os talentos foram dados para serem usados (25.14-30)
A parábola dos talentos ensina que, quando o Rei voltar, Ele vai recompensar o serviço fiel de Seus verdadeiros servos e punir a maldade dos falsos. Os primeiros dois homens receberam quantias diferentes, mas cada um ganhou 100% em retorno e assim, na verdade, receberam a mesma recompensa. O terceiro homem não tinha nada, mas apenas insultos para seu mestre e desculpas para si. O Mestre denunciou-o como mau e preguiçoso e o lançou na escuridão que é o inferno.
• As ovelhas e os cabritos (25.31-46)
Quando CRISTO voltar, Ele vai julgar as nações gentílicas aqui referidas como ovelhas e cabritos. As ovelhas são as nações que alimentaram, vestiram e visitáramos irmãos judeus crentes em JESUS durante o Período da Tribulação. Os cabritos são as nações que, rejeitando o povo de CRISTO, na verdade rejeitaram o próprio CRISTO. As ovelhas são nações que se alegram com o reinado glorioso de CRISTO; os cabritos são as nações que foram expulsas para o castigo eterno.
Isto não deve ser confundido com o julgamento do Grande Trono Branco, que acontecerá no final do Milênio.
Nesta passagem:
I
Aquilo que deve ser ilustrado é “o Reino dos céus”, o estado de coisas sob o Evangelho, o reino externo de CRISTO, sua administração e o seu sucesso. Algumas das parábolas de CRISTO nos mostraram como são as coisas agora, na recepção do Evangelho (Mt 13). Esta nos diz como será quando o mistério de DEUS for concluído, e o reino for entregue ao Pai. A administração do governo de CRISTO, com relação aos preparados e aos despreparados no grande Dia, pode ser ilustrada por essa comparação; ou ainda que o reino será estabelecido para os seus próprios súditos. Os que professam o cristianismo serão, então, semelhantes a essas dez virgens, e assim serão distinguidos.
II
Ele é ilustrado por uma solenidade de casamento. Era um costume, às vezes usado entre os judeus daquela época, que o esposo viesse, com os seus amigos, tarde da noite, à casa da esposa, onde ela o esperava, com as suas damas de honra; que, ao receber o aviso da chegada do esposo, deviam sair com lâmpadas nas mãos, para iluminar o caminho dele até a casa, com cerimônia e formalidade, para a celebração das núpcias com grande júbilo. E alguns pensam que nessas ocasiões normalmente havia “dez virgens”; pois os judeus nunca fundavam uma sinagoga, realizavam circuncisão, celebravam a páscoa ou contraíam matrimônio, a menos que houvesse dez pessoas presentes. Boaz, quando se casou com Rute, teve dez testemunhas (Rt 4.2). Nessa parábola:
1. O esposo é o nosso Senhor JESUS CRISTO; assim Ele é representado no Salmo 45, e freqüentemente no Novo Testamento. Isto evidencia o seu amor singular e superlativo à sua esposa, a igreja, e o seu concerto, fiel e inviolável, com ela. Agora os crentes são casados com CRISTO (Os 2.19), mas a solenidade das bodas é reservada para o grande Dia, quando a noiva, a esposa do Cordeiro, já estiver pronta (Ap 19.7,9).
2. As virgens são aqueles que professam a religião, são os membros da igreja; mas aqui são representadas como as suas damas de companhia (Sl 45.14), em outra passagem, como seus filhos (Is 54.1), como seus ornamentos (Is 49.18). Elas devem ser apresentadas como virgens puras a CRISTO (2 Co 11.2). O esposo é um rei; assim sendo, essas virgens são damas de honra, virgens sem número (Ct 6.8), embora aqui esteja dito que são dez.
3. A função dessas virgens é ir encontrar o esposo, o que será tanto sua alegria quanto seu dever. Elas devem servir o esposo quando Ele chegar, e neste ínterim, esperar por Ele. Veja aqui a natureza do cristianismo. Como cristãos, nós professamos que: (1) Somos servos de CRISTO, para honrá-lo, como o Esposo glorioso, para sermos para Ele um nome e um louvor, especialmente quando Ele vier para ser glorificado nos seus santos. Nós devemos segui-lo como os servos honrados fazem com seus mestres (Jo 12.26). Sustentar a nossa adesão ao Nome, e oferecer louvor ao JESUS exaltado; esta é a nossa função. (2) Esperamos a CRISTO, e esperamos pela sua segunda vinda. Como cristãos, nós professamos não apenas crer e buscar, mas também amar e desejar, a volta de CRISTO, e agir levando-a em consideração. A segunda vinda de CRISTO é o centro onde se encontram todas as linhas da nossa fé. Em direção a ela, a totalidade da vida divina tem uma referência e uma tendência constantes.
4. A principal preocupação das virgens é levar as lâmpadas nas mãos quando se unirem ao esposo, desta maneira honrando-o e servindo-o. Observe que os cristãos são filhos da luz. O Evangelho é luz, e aqueles que o recebem devem não apenas ser iluminados por ele, mas devem resplandecer como luzes, e oferecer esta luz (Fp 2.15,16). Isto deve ocorrer de maneira geral.
A respeito dessas dez virgens, podemos observar:
(1) As suas personalidades diferentes, bem como a prova e a evidência deste fato.
[1] “Cinco delas eram prudentes, e cinco, loucas” (v. 2). E “a sabedoria é mais excelente do que a estultícia, quanto a luz é mais excelente do que as trevas”, assim disse Salomão, um juiz competente (Ec 2.13). Observe que aqueles que têm a mesma profissão de fé e denominação entre os homens, podem, apesar disto, ter personalidades muito diferentes aos olhos de DEUS. Os cristãos sinceros são as virgens prudentes, e os hipócritas são as virgens loucas, da mesma maneira como, em outra parábola, eles são representados por edificadores prudentes e loucos. Note que são verdadeiramente prudentes ou loucos os que o são nas questões das suas almas. A religião verdadeira é a sabedoria verdadeira; o pecado é loucura, mas especialmente o pecado da hipocrisia, pois os maiores loucos são os que se julgam sábios, e os piores pecadores são os que fingem ser justos. Alguns observam, com base no igual número de virgens prudentes e loucas, o decoro generoso (expressão do arcebispo Tillotson) que CRISTO observa, como se Ele esperasse que o número de crentes verdadeiros fosse aproximadamente igual ao dos hipócritas, ou, pelo menos, nos ensinasse a esperar o melhor, com relação aos que professam a religião, e a pensar neles com uma inclinação generosa. Porém, ao julgarmos a nós mesmos, devemos nos lembrar de que a porta é estreita, e poucos a encontram; ao julgar os outros, devemos nos lembrar de que o Capitão da nossa salvação traz muitos filhos à glória.
[2] A evidência do caráter estava naquilo a que elas deveriam prestar atenção; e é com base nisto que elas são julgadas.
Em primeiro lugar, estavam as loucas, que “tomando as suas lâmpadas, não levaram azeite consigo” (v. 3). Elas tinham apenas azeite suficiente para que as suas lâmpadas ardessem no presente, para as aparências, como se tivessem a intenção de encontrar o esposo; mas não tinham consigo nenhuma vasilha ou garrafa de azeite para utilizar, caso o esposo demorasse. Essas hipócritas:
1. Não têm princípios. Elas têm uma lâmpada de profissão de fé nas mãos, mas não têm, nos seus corações, aquele estoque de conhecimento sólido, disposições enraizadas e resoluções firmes, que são necessárias para conduzi-las em meio aos serviços e às provações da condição atual. Elas agem sob a influência de estímulos externos, mas não têm vida espiritual; como um comerciante que se estabelece sem um estoque, ou como a semente no solo rochoso, à qual falta a raiz.
2. Elas não têm a perspectiva do que há de vir, nem fazem provisões para isso. Elas traziam as lâmpadas para uma exibição no presente, mas não tinham azeite para uso futuro. Esta negligência é a ruína de muitos que professam a fé; eles só se preocupam em se mostrar elogiosos àqueles que estão à sua volta, com quem conversam hoje, e não em se tornar aprovados por CRISTO, diante de quem deverão comparecer; como se algumas de suas atitudes fossem suficientes, desde que se mostrassem suficientes para o tempo presente. Diga-lhes das coisas que ainda não são vistas, e você será como Ló aos seus genros, considerado um zombador. Elas não fazem provisão para o futuro, como faz a formiga, nem lançam um “fundamento para o futuro” (1 Tm 6.19).
Em segundo lugar, estavam as prudentes, que “levaram azeite em suas vasilhas, com as suas lâmpadas” (v. 4). Elas tinham um bom princípio, que conservaria a sua profissão de fé. 1. O coração é a vasilha, com que devemos alimentar a nossa sabedoria; pois, de um bom tesouro, boas coisas devem ser tiradas; mas se a raiz estiver podre, a flor será pó. 2. A graça é o azeite que nós devemos ter nessa vasilha. No Tabernáculo, havia uma constante provisão do azeite para a luminária (Êx 35.14). A nossa luz deve brilhar diante dos homens em forma de boas obras, mas isto não pode acontecer, nem irá durar, a menos que exista um princípio ativo fixo no coração, de fé em CRISTO, e de amor a DEUS e aos nossos irmãos. E com base neste princípio, nós devemos agir em tudo o que fazemos na religião, visando o que está à nossa frente. Aquelas que levavam azeite em suas vasilhas, o fizeram supondo que talvez o esposo pudesse se atrasar. Observe que ao esperar por alguma coisa, é bom preparar-se para o pior, armazenar para um longo cerco. Mas lembre-se de que este azeite que mantém as lâmpadas ardendo é obtido do castiçal de JESUS CRISTO, a grande e boa Oliveira, através dos “canudos de ouro” dos rituais, como foi representado naquela visão (Zc 4.2,3,12), que está explicada em João 1.16: “Todos nós recebemos também da sua plenitude, com graça sobre graça”.
(2) A falha de todas, durante o atraso do esposo: “Tosquenejaram todas e adormeceram” (v. 5). Aqui, observe:
[1] O esposo se atrasou, isto é, ele não veio tão cedo como elas esperavam. Aquilo que nós esperamos como algo certo, nos inclinamos a pensar que será muito próximo; muitos, na época dos apóstolos, imaginaram que era chegado o Dia do Senhor, mas não foi assim. Quanto a nós, CRISTO parece se atrasar, mas na verdade Ele “não tardará” (Hc 2.3). Existe uma boa razão para o atraso do Esposo; há muitas deliberações e propostas intermediárias a serem cumpridas, todos os eleitos devem ser convocados, a paciência de DEUS deve se manifestar, e a paciência dos santos deve ser posta à prova, a colheita da terra deve ser feita, e também deve ser feita a colheita do céu. Mas ainda que CRISTO se atrase em relação à nossa forma de considerar o tempo, Ele não se atrasará de fato, e virá no devido tempo.
[2] Enquanto ele demorava, aquelas que esperavam por ele se descuidaram, e se esqueceram do que estavam esperando. Todas elas cochilaram e dormiram, como se tivessem desistido de esperar por ele. “Quando, porém, vier o Filho do Homem, porventura, achará fé na terra?” (Lc 18.8). Houve alguns que deduziram que se tratava de uma vinda súbita, por ser um fato que ocorreria com toda certeza. Assim, quando as suas expectativas não se concretizaram, passaram a questionar a veracidade da promessa de sua vinda. As virgens prudentes cochilaram, e as loucas adormeceram; assim alguns as distingeum; no entanto, todas elas falharam. As virgens prudentes deixaram as suas lâmpadas ardendo, mas não ficaram acordadas. Observe que muitos bons cristãos, quando já têm muito tempo de fé, tornam-se negligentes quanto aos seus preparativos para a segunda vinda de CRISTO. Eles interrompem as suas preocupações, diminuem o seu zelo, as suas graças não são mais tão vivas, nem as suas obras são perfeitas aos olhos de DEUS. E embora não percam todo o amor que sentem pelo Senhor, perdem o primeiro amor. Se foi difícil para os discípulos vigiar com CRISTO durante uma hora, seria muito mais difícil vigiar com Ele durante a vida toda. “Eu dormia,”, diz a esposa, “mas o meu coração velava”. Observe que, em primeiro lugar, elas cochilaram, e depois adormeceram. Note que um passo descuidado e negligente abre caminho para outro. Aqueles que se permitem cochilar, dificilmente conseguirão deixar de adormecer; por isso, é necessário temer o início da decadência espiritual. Venienti occurrite morbo – Prestem atenção aos primeiros sintomas da doença. Os antigos, em geral, interpretavam o cochilar e o adormecer das virgens como a sua morte; todas morreram, as prudentes e as loucas (Sl 49.10), antes do Dia do Juízo. Assim o interpreta Ferus: Antequam veniat sponsus omnibus obdormiscendum est, hoc est, moriendum – Antes da vinda do Esposo, todos devem adormecer, isto é, morrer, como também Calvino. Mas eu penso que isso deve ser interpretado exatamente como lemos.
(3) A convocação surpreendente que elas ouvem, para se unirem ao esposo (v. 6): “À meia-noite, ouviu-se um clamor: Aí vem o esposo!” Observe: [1] Ainda que CRISTO demore muito tempo, Ele virá, por fim; ainda que Ele pareça lento, a sua vinda é garantida. Na sua primeira vinda, Ele foi esperado por muito tempo, por aqueles que esperavam a consolação de Israel; mas Ele veio na “plenitude dos tempos”. Também a sua segunda vinda, ainda que pareça demorar muito tempo, não está esquecida; os inimigos de CRISTO irão descobrir, para sua desvantagem, que a abstenção não significa desobrigação; e os seus amigos irão descobrir, para o seu conforto, que “a visão é ainda para o tempo determinado, e até ao fim falará, e não mentirá... porque certamente virá, não tardará” (Hc 2.3). O ano dos redimidos está fixado, e virá. [2] A vinda de CRISTO se dará na nossa “meia-noite”, ou seja, quando menos estivermos esperando por Ele, e estivermos mais dispostos a fazer o nosso repouso. A sua vinda para o alívio e consolo do seu povo certamente ocorrerá quando o bem pretendido parecer estar mais longe; e a sua vinda para acertar as contas com os seus inimigos ocorrerá quando eles pensarem que o dia do mal está mais distante de si mesmos. Foi à meia-noite que os primogênitos do Egito foram destruídos, e o povo de Israel, libertado (Êx 12.29). A morte sempre vem quando é menos esperada. A alma é solicitada “esta noite” (Lc 12.20). CRISTO virá quando Ele quiser, para mostrar a sua soberania; e não nos dará a conhecer quando isso acontecerá, para nos ensinar qual é o nosso dever. [3] Quando CRISTO vier, nós deveremos nos apresentar para encontrá-lo. Como cristãos, nós devemos estar atentos a todos os movimentos do Senhor JESUS, e estar sempre em sua presença. Quando Ele vier até nós por ocasião da nossa morte, nós devemos deixar o corpo, deixar o mundo, para encontrá-lo com afetos e obras da alma apropriadas às revelações que então esperaremos que Ele faça sobre si mesmo. “Saí-lhe ao encontro” é uma convocação para aqueles que estão sempre preparados, para que estejam verdadeiramente prontos. [4] A primeira notícia da chegada de CRISTO, e a convocação para ir encontrá-lo, será um despertamento: “Ouviu-se um clamor”. A sua primeira vinda não foi observada, nem disseram: “Eis aqui o CRISTO, ou: Ei-lo ali”; Ele “estava no mundo... e o mundo não o conheceu”; mas a sua segunda vinda terá toda a observação de todo o mundo: “Todo olho o verá”. Haverá um clamor do céu, pois CRISTO descerá com um brado: Ressuscitem, vocês, mortos, e venham para o juízo; e também haverá um brado da terra, um brado “aos montes e aos rochedos” (Ap 6.16).
(4) A reação de todas as virgens em resposta a esta convocação (v. 7): “Todas aquelas virgens se levantaram e prepararam as suas lâmpadas”, cortaram a parte queimada dos pavios, e as encheram de azeite, e foram, com toda a prontidão, se colocar na posição adequada para esperar o esposo. Observe que: [1] Isto, no caso das virgens prudentes, evidencia uma verdadeira preparação para a vinda do Esposo. Até mesmo os que estão mais preparados para a morte, têm, com os seus sinais imediatos, algum trabalho a fazer, para verdadeiramente se prepararem, para que possam ser achados em paz (2 Pe 3.14), trabalhando, (Mt 24.46) e não serem achados nus (2 Co 5.3). Será um dia de investigação e de indagações, e nos compete pensarem como seremos encontrados. Quando virmos a aproximação do dia, deveremos nos dedicar à questão da morte com toda a seriedade, renovando o nosso arrependimento pelo pecado, a nossa adesão ao concerto, o nosso adeus ao mundo; e as nossas almas serão levadas em direção a DEUS, da forma mais adequada. [2] No caso das virgens loucas, isto evidencia uma confiança vã, e uma presunção da benevolência da sua condição, e do seu preparo para o mundo por vir. Observe que até mesmo as graças falsas servirão para que um homem faça uma exibição quando vier a morrer, assim como terá feito durante toda a sua vida; as esperanças do hipócrita brilham quando ele está expirando, como um relâmpago antes da morte.
(5) A aflição em que estavam as virgens loucas, por precisarem de azeite (vv. 8,9). Isso evidencia: [1] A apreensão que alguns hipócritas têm pela sua infeliz condição, até mesmo deste lado da morte, quando DEUS abre os seus olhos para verem a loucura dos seus atos, e que eles mesmos estão morrendo com uma mentira na sua mão direita. Ou, por outro lado: [2] a verdadeira infelicidade da sua condição do outro lado da morte, e no juízo; quão distante a sua profissão de fé – bonita, mas falsa – estará de lhes ajudar em qualquer coisa no grande dia; veja o que resulta disso.
Em primeiro lugar, as suas lâmpadas se apagaram. As lâmpadas dos hipócritas sempre se apagam nesta vida; quando aqueles que começaram no espírito, terminam na carne, e a hipocrisia irrompe em uma apostasia aberta e clara (2 Pe 2.20). A profissão murcha, e a sua credibilidade é perdida; as esperanças enfraquecem, e todo o seu consolo se perde. “Quantas vezes sucede que se apaga a candeia dos ímpios?” (Jó 21.17). Muitos hipócritas conservam a sua credibilidade, e o consolo da sua profissão de fé, desta maneira, e até o final. Mas o que acontecerá “quando DEUS lhe arrancar a sua alma?” (Jó 27.8). Se a sua candeia não se apagar diante dele, ela se apagará sobre ele (Jó 18.5,6). Ele jazerá em tormentos (Is 50.11). Os ganhos de uma profissão hipócrita de fé não acompanharão um homem ao julgamento (Mt 7.22,23). As lâmpadas se apagam, quando a esperança do hipócrita prova ser como a teia de aranha (Jó 8.11ss.), e como o expirar da alma (Jó 11.20), como o mulo de Absalão, que o deixou pendurado no carvalho (2 Sm 18.9).
Em segundo lugar, elas precisavam de azeite para as lâmpadas quando saíssem. Note que aqueles que absorvem pouca graça verdadeira, certamente precisarão de mais, em alguma ocasião. Uma profissão exterior de fé que seja bem aceita pode levar longe um homem, mas não o fará ir até o final; pode iluminá-lo neste mundo, mas a umidade do vale da sombra da morte apagará esta fraca luz.
Em terceiro lugar, elas ficariam alegremente agradecidas às virgens prudentes se estas lhes dessem um pouco do conteúdo das suas vasilhas: “Dai-nos do vosso azeite”. Note que está chegando o dia em que os hipócritas carnais gostariam de ser encontrados na condição de verdadeiros cristãos. Aqueles que agora detestam a rigidez da religião, irão, diante da morte e do juízo, desejar os seus sólidos consolos. Existem aqueles que não se preocupam em viver a vida dos justos, mas que querem morrer como morrem os justos. Está chegando o dia em que aqueles que agora olham com desprezo os santos humildes e contritos, irão se interessar alegremente por eles, e valorizarão como seus melhores amigos e benfeitores aqueles que eles agora colocam com os cães do seu rebanho. “Dai-nos do vosso azeite”. “Falem bem de nós”, dizem alguns; mas não haverá lugar para fiadores no grande dia, pois o Juiz conhece qual é o verdadeiro caráter de cada homem. Mas não é bom que eles sejam levadas a dizer: Dai-nos do vosso azeite? Sim; porém: 1. Este pedido é motivado por uma necessidade concreta. Observe que aqueles que não vêem a sua necessidade de graça no presente, quando ela iria santificá-los e governá-los, verão a sua necessidade de graça no futuro, quando ela iria salvá-los. 2. Ele vem tarde demais. DEUS lhes teria dado o azeite, se eles tivessem pedido a tempo; mas não há compra quando o mercado está fechado, não há oferta quando as luzes se apagam.
Em quarto lugar, as companheiras lhes negaram uma parte do seu azeite. É um triste presságio de rejeição, por parte de DEUS, quando são assim rejeitados pelos bons homens. As prudentes responderam: “Não”. Esta negação categórica não está no original consultado, mas foi acrescentada pelos tradutores; estas virgens prudentes preferem dar um motivo, sem uma recusa positiva (como fazem muitos), a dar uma recusa positiva, sem um motivo. Elas estavam inclinadas a ajudar as suas companheiras em aflição, mas: “Nós não devemos, não podemos, não ousamos, fazer isso”, “não seja caso que nos falte a nós e a vós”; a caridade começa em casa; mas “ide, antes, aos que o vendem e comprai-o para vós”. Observe: 1. Para ser salvo, é preciso ter a graça. Embora nós nos beneficiemos da comunhão dos santos, e a fé e as orações dos outros possam contribuir para o nosso benefício, ainda assim a nossa própria santificação é indispensavelmente necessária para a nossa salvação. Os justos viverão pela sua fé. Todo homem prestará contas de si mesmo, e, por isso, que cada homem prove a sua própria obra; pois ele não poderá conseguir outro para se apresentar por ele, nesse dia. 2. Aqueles que têm mais graça não têm graça de sobra; tudo o que nós temos mal é suficiente para nós mesmos, para que nos apresentemos diante de DEUS. Os melhores precisam tomar emprestado de CRISTO, mas não têm nada para emprestar a nenhum dos seus companheiros. A igreja de Roma, que sonha com obras realizadas além da obrigação, e a imputação da justiça dos santos, se esquece de que foi prudente que as virgens prudentes compreendessem que elas tinham somente azeite suficiente para si mesmas, e nada para as demais. Mas observe que essas virgens prudentes não censuram as loucas pela sua negligência, nem se vangloriam da sua própria previsão, tampouco as atormentam com sugestões que as levariam ao desespero, mas lhes dão o melhor conselho para a situação: “Ide, antes, aos que o vendem”. Note que aqueles que lidam de modo tolo com as questões das suas almas merecem piedade, e não insultos. Pois quem fez com que você se diferenciasse? Os ministros cuidam daqueles que não se importaram com DEUS ou com a própria alma durante todos os seus dias, mas estão no leito de morte, e como nunca é tarde para o verdadeiro arrependimento, lhes recomendam que se arrependam, e que se voltem para DEUS, e se aproximem de CRISTO. Porém, como o arrependimento tardio raramente é verdadeiro, existem aqueles que apenas agem como essas virgens prudentes agiram com as loucas, procurando fazer o melhor possível em meio a uma situação tão ruim. Os ministros só podem lhes dizer o que deve ser feito, se não for tarde demais, mas a possibilidade de a porta se fechar antes que isto seja feito é um risco indescritível. Este é um bom conselho, que será extremamente proveitoso se for aceito a tempo: “Ide, antes, aos que o vendem e comprai-o para vós”. Note que aqueles que desejam a graça, devem recorrer aos meios da graça, atentando para eles. Veja Is 55.1.
(6) A chegada do esposo, e o resultado do caráter diferente das virgens prudentes e das loucas. Veja o resultado disso:
[1] “Tendo elas ido comprá-lo, chegou o esposo”. Observe que quanto àqueles que postergam a sua grande obra, deixando-a para o final, há uma probabilidade de mil para um de que eles não terão tempo de fazê-la. A obtenção da graça é uma obra que leva tempo, e não pode ser realizada com pressa. Ainda que a pobre alma desperta se dedique, sobre o leito de morte, ao arrependimento e à oração, em terrível confusão, ela dificilmente saberá por onde começar, ou o que fazer primeiro, e nessa hora vem a morte, vem o juízo e a obra está inacabada, e o pobre pecador está arruinado para sempre. Este é o resultado de ter que ir comprar azeite, quando a pessoa precisaria usá-lo, e de ter que tentar obter a graça, quando precisaria usá-la.
“Chegou o esposo”. Note que o nosso Senhor JESUS virá ao seu povo, no grande Dia, como um esposo. Ele virá vestido com pompa e riqueza, para reunir-se com os seus amigos. Agora que o Esposo nos foi tirado, nós jejuamos (Mt 9.15), mas então haverá um banquete eterno. Então o Esposo levará a sua esposa para estar onde Ele estiver (Jo 17.24), e se alegrará com a sua noiva (Is 62.5).
[2] “As que estavam preparadas entraram com ele para as bodas”. Observe, em primeiro lugar, que ser glorificado eternamente é entrar com CRISTO para as bodas, é estar na sua presença, e na mais íntima comunhão com Ele, em uma condição eterna de repouso, alegria e abundância. Em segundo lugar, que irão para o céu no futuro aqueles que se prepararem aqui para o céu, que forem preparados para isso mesmo, e somente estes estarão ali (2 Co 5.5). Em terceiro lugar, que a característica repentina da morte e da vinda de CRISTO até nós, nesta ocasião, não será obstáculos para a nossa felicidade, se tivermos nos preparado bem.
[3] “Fechou-se a porta”, como é normal quando todos os que podem entrar já chegaram. Fechou-se a porta, em primeiro lugar, para assegurar aqueles que estão do lado de dentro; para que, tendo sido feitos colunas no templo de DEUS, dele nunca mais saiam, Ap 3.12. Adão foi colocado no paraíso, mas a porta ficou aberta, e ele voltou a sair; mas quando os santos glorificados são colocados no paraíso celestial, a porta se fecha para que não saiam. Em segundo lugar, para excluir os que estão do lado de fora. A condição dos santos e dos pecadores, então, será fixada de maneira inalterável, e aqueles que estiverem do lado de fora, nesta ocasião, ficarão do lado de fora para sempre. A porta é estreita, mas está aberta; mas então ela será fechada e trancada, e se abrirá um grande abismo. Isto é semelhante ao caso da porta da arca, que foi fechada depois que Noé entrou. Noé e aqueles que estavam dentro da arca foram, desta maneira, preservados; porém todos os demais foram, finalmente, abandonados.
[4] As virgens loucas chegaram quando era tarde demais (v. 11): “Depois, chegaram também as outras virgens”. Observe, em primeiro lugar, que existem muitos que tentarão entrar no céu quando for tarde demais; como o profano Esaú queria “ainda depois herdar a bênção”. DEUS e a fé que Ele mesmo propôs serão glorificados por essas solicitações tardias, embora os pecadores não sejam salvos por elas. É para a honra do Senhor que, com fervorosa e importuna oração, aqueles que agora a desprezam, em breve correrão para ela, e então não a chamarão de lamuriosa e enganosa. Em segundo lugar, a vã confiança dos hipócritas os levará muito longe nas suas expectativas de felicidade. Eles irão até a porta do céu, e pedirão para entrar, porém isto não lhes será permitido; serão levados até a porta do céu por um conceito irreal que lhes diz que a sua condição é uma boa condição, mas, na realidade, serão lançados no inferno.
[5] Elas foram rejeitadas, como foi Esaú (v. 12): “Digo que vos não conheço”. Observe que todos nós devemos nos preocupar em “buscar ao Senhor enquanto se pode achar”, pois virá um tempo em que Ele não será encontrado. Houve um tempo em que o pedido: “Senhor, Senhor, abra-nos a porta”, teria tido bons resultados, em virtude daquela promessa: “Batei, e abrir-se-vos-á”; mas agora é tarde demais. A sentença está solenemente comprometida com as palavras: “Em verdade, vos digo”, o que significa nada menos do que o Senhor jurar, na sua ira, que eles nunca entrarão no seu repouso. Isto evidencia que Ele decidiu, e que eles foram silenciados diante desta decisão.
Por fim, aqui está uma conclusão prática, que se extrai dessa primeira parábola (v. 13): “Vigiai, pois”. Nós já lemos esta palavra antes (24.42), e aqui ela se repete como a advertência mais necessária. Considere que: 1. A nossa maior obrigação é vigiar e cuidar dos assuntos relativos à nossa alma com a máxima diligência e circunspeção. Estejam despertos, e estejam vigilantes. 2. Uma boa razão para que estejamos vigilantes é o fato de que a ocasião da vinda do nosso Senhor é muito incerta; nós não sabemos nem o dia, nem a hora. Por isso, devemos estar preparados todos os dias, e todas as horas, e não deixar a nossa vigília em nenhum dia do ano, e em nenhuma hora do dia. Temamos ao Senhor todos os dias, e o dia inteiro.
1. Então coloca a parábola dentro do quadro mencionado em 24:29 e 24:40. O reino dos céus. Conf. com Mt. 3:2; 13:11.
Dez virgens . . . saíram a encontrar-se com o noivo. O casamento judeu tinha duas fases. Primeiro, o noivo ia à casa da noiva para buscar sua prometida e cumprir com as cerimônias religiosas. Depois levava a noiva para a sua própria casa onde recomeçavam as festividades. A parábola não dá a entender que as virgens (no plural) esperassem casar-se com o noivo. Este não é um casamento polígamo. Antes, no fim da Tribulação, CRISTO retornará à terra (seu domínio) depois de tomar a Igreja por esposa no céu (seu lar durante a Tribulação). Esta explicação se reflete no texto oriental desta passagem, que diz, "para se encontrarem com o noivo e a noiva". Conf. também com Lc. 12:35,36, "que esperam o seu senhor, quando houver de voltar das bodas". Portanto a Igreja não está aqui como tal. O interesse centraliza-se sobre as virgens que querem participar da festa do casamento, representantes do remanescente judeu professo (Ap. 14:1-4).
3. As néscias. Estúpidas. Lâmpadas. Tochas, cada uma contendo um pavio e espaço para azeite. Não levaram azeite consigo. Azeite, geralmente símbolo do ESPÍRITO SANTO nas Escrituras (Zc. 4; Is. 61:1). Aqui uma referência à posse do ESPÍRITO SANTO na regeneração (Rm. 8:9). Todas as dez tinham exteriormente a mesma aparência (virgens, lâmpadas, mesma atividade), mas cinco não participavam do ESPÍRITO SANTO, que nessa ocasião foi concedido a Israel para que os judeus estivessem prontos para a vinda do Messias (Zc. 12:10).
5. Foram tomadas de sono e adormeceram. A parábola não alia culpa a este detalhe. Por isso talvez descreva a certeza do remanescente em esperar o noivo, e não o seu descuido; mas no caso das virgens loucas, era uma certeza falsa.
6, 7. Prepararam as suas lâmpadas. Limparam os pavios, acenderam-nas e ajustaram as chamas. Uma pessoa caminhando pelas ruas do Oriente à noite precisa carregar uma tocha acesa. Por isso as virgens se prepararam para se juntarem à procissão quando o noivo vinha se aproximando.
8. As nossas lâmpadas estão se apagando. As virgens tolas, que não se forneceram de azeite, viram seus pavios secos bruxulearem por alguns momentos e depois se apagarem. Insistir que tivessem um pouco de azeite mas não o suficiente contradiz 25:3. Sua estupidez ficou demonstrada porque não providenciaram nenhum azeite.
9. Comprai-o. Linguagem da parábola. O ESPÍRITO SANTO é um dom gratuito, mas pode ser descrito por essa metáfora (conf. Is. 55:1). Cada pessoa deve obter seu próprio fornecimento.
10-12. Enquanto as loucas se foram, o noivo chegou e a festa começou. Mais tarde as loucas retomaram, dando-se a entender que não puderam obter nenhum azeite àquela hora . . . vos não conheço. Uma declaração semelhante a 7:23 na importância. CRISTO rejeitará todo o relacionamento com pessoas que são apenas professas.
A Igreja sabe, há dois mil anos, que JESUS voltará, mesmo assim, muitos cristãos continuam letárgicos e sonolentos. Não estão mais empolgados com a vinda iminente do Senhor. Como resultado, dão pouco testemunho eficaz de que o Senhor está voltando.
O óleo usado para combustível lembra o óleo especial usado nos cultos do taber-náculo (Êx 27:20, 21). O óleo costuma simbolizar o ESPÍRITO de DEUS, mas, a meu ver, esse óleo em particular também parece simbolizar a Palavra de DEUS. A Igreja deveria estar "preservando a Palavra da vida" neste mundo cruel e tenebroso (Fp 2:12-16). Cabe a nós manter a palavra da perseverança (Ap 3:10) e continuar testemunhando sobre a volta de JESUS CRISTO.
Quando o noivo e a noiva apareceram, metade das damas de honra não pôde acender suas lâmpadas, porque não tinha óleo. "Nossas lâmpadas estão se apagando!" disseram. Mas as damas de honra que tinham óleo conseguiram acender suas lâmpadas e mantê-las resplandecentes. Foram elas que entraram na festa de casamento, não as insensatas que ficaram sem óleo. Essa imagem parece indicar que nem todos os cristãos professos entrarão no céu, pois alguns não creram de todo coração no Senhor JESUS CRISTO. Sem o ESPÍRITO de DEUS e sem a Palavra de DEUS, não há salvação verdadeira.
JESUS termina essa parábola com uma advertência que havia dado anteriormente: "Vigiai" (Mt 24:42; 25:13). Isso não significa ficar em pé no alto de uma montanha olhando para o céu (At 1:9-11), mas sim estar desperto e atento (Mt 26:38-41).
25.1. Então o reino do céu será comparável a dez moças que, tomando suas253 lâmpadas, saíram a encontrar-se com o noivo. Uma comparação entre 25.13 e 24.42,44 mostra claramente que existe uma estreita conexão entre essa parábola e a imediatamente precedente. Ambas enfatizam a necessidade de se estar preparado em todo tempo para a vinda do Noivo, JESUS CRISTO. Para o sentido de “comparável a”, ver sobre 20.1. Como as dez “virgens” da parábola tinham a obrigação de estar bem preparadas para encontrar o noivo, assim também todos os que professam JESUS como seu Senhor e Salvador devem estar prontos a recebê-lo quando de seu regresso ele introduzir “o reino do céu” - sobre o qual, ver 4.23; 13.43 - em sua fase final.
No contexto não se explica exatamente como sair ao encontro do noivo se encaixa em todo o quadro de um casamento254 tipicamente judaico. Alguém poderia pergunta, por exemplo: “Quem são essas moças? Damas de honra? Filhas de amigos e vizinhos da noiva? A intenção delas é encontrar o noivo quando este, depois de tomar sua noiva da casa paterna, a conduz à sua própria casa, da qual agora se aproximam, e onde as festividades serão celebradas?255 Onde estão essas jovens quando ouvem o grito: ‘Eis o noivo chegando! Saiam para encontrá-lo’? Em algum lugar ao ar livre, junto ao caminho, onde ficaram dormindo? Na casa da noiva? Ou do noivo? Ou de algum amigo?”
Em defesa de qualquer uma dessas teorias implícitas o leitor pode encontrar pelo menos um comentarista. Seria cansativo considerar todos os prós e contras em cada caso. Portanto, em vez de fazer isso, simplesmente exponho minha posição pessoal. Se porventura alguém optar por teoria diferente, o mesmo é livre para agir assim. O fato de que a Escritura não responde essas perguntas pareceria indicar que as mesmas não são de suprema importância. Ao gastar demasiado tempo com elas, é possível esquecer-se da lição principal: a preparação é essencial, pois vem o tempo quando já não será possível preparar-se; a porta estará fechada.
Com base no fato de que o noivo leva muito tempo para chegar (cf. 24.48; 25.19), e portanto presumivelmente vem de um lugar distante, presumo que as partes interessadas já cuidaram das questões preliminares. Por que terá o noivo ainda de ir buscar a noiva na casa dela? O melhor texto grego nada tem que indique que a noiva está com o noivo na procissão de chegada! A noiva nem sequer é mencionada! Por isso, não é mais razoável pressupor que a noiva já esteja no lugar onde as bodas são celebradas, seja na própria casa de seus pais ou na casa do noivo? Visto que o último caso era mais comum, ficarei com ele.
Com isso em mira, a situação é a seguinte: É noite. Os convidados, a noiva e as moças - se quiser, pode chamá-las “damas de honra” - estão todos reunidos na casa do noivo (quer em sua nova residência ou na de seus pais). Tudo está pronto - exceto que o noivo ainda não chegou!
Por que havia exatamente dez moças não sabemos. Poderia ser esse o costume, ou “dez” pode simplesmente ser um número redondo. Não se comprova a idéia de que ele é um número simbólico e indica “o número completo daqueles que pertencem à igreja na terra”. Além disso, talvez não seja sábio alegorizar de forma tão generosa. Somos, contudo, informados definidamente de que essas jovens levavam suas “lâmpadas”, provavelmente significando: aparelhos equipados com receptáculos para
óleo e pavios, e que eram mantidos suspensos por meio de um mastro de madeira ao estilo característico das procissões (como “tochas”). A afirmação, “e saíram a encontrar o noivo”, deve ser entendida prolepticamente. O assunto é aqui posto em termos sucintos antes de ser descrito detalhadamente. O “saíram’' para encontrar o noivo não é enunciado até chegar ao versículo 10. Até então ele se acha implícito, e, como se verá, estritamente falando se aplica somente a cinco das damas de honra, ainda que originalmente todas as dez tinham a intenção de sair ao encontro do noivo.
As damas de honra são divididas em dois grupos: 2-4. Cinco delas eram insensatas, e cinco, prudentes. Pois as insensatas, havendo tomado suas lâmpadas, não levaram óleo consigo; as prudentes, porém, levaram, juntamente com suas lâmpadas, óleo em seus vasos. As dez são iguais em muitos aspectos. Todas tencionavam encontrar o noivo e escoltá-lo ao lugar onde as festividades deveriam se realizar. Todas possuem lâmpadas. Todas estão esperando o noivo chegar antes que chegue um novo dia, mas nenhuma delas sabe a que hora ele chegará. Todas esperam tomar parte na festa nupcial. Quando o noivo tarda, todas as dez moças adormecem, e desse sono todas despertam (vv. 5 e 6).
Ainda, porém, que as dez sejam semelhantes umas às outras em muitos pontos externos, sua dessemelhança é ainda mais notável. E básica. E o que realmente conta: cinco eram insensatas; cinco eram prudentes. A insensatez do primeiro grupo é considerada no fato de que estavam totalmente despreparadas para o encontro com o noivo; porque, embora tivessem levado suas lâmpadas, não haviam levado óleo. Isso é o que o texto nitidamente indica. Diz A. T. Robertson: “Provavelmente nenhum.” A. Edersheim: “Portanto, a insensatez das cinco virgens consistia... na inteira ausência de preparo pessoal [itálico dele], não havendo trazido nenhum óleo em suas lâmpadas.” Lenski: “As insensatas não levaram nenhum óleo - essa foi sua insensatez.”256 Elas possuíam lâmpadas, mas não óleo. Eram descuidadas, imprevidentes, culpadas de imperdoável e insensível negligência, míopes, desatentas. Os moças prudentes, ao contrário, estavam equipadas com um generoso suprimento de óleo.8]S Estavam plenamente preparadas.
5. Ora, quando o noivo estava a demorar-se, todas elas ficaram sonolentas e [logo] ferraram no sono. Lançar mão de um sentido alegórico para este versículo é realmente uma tentação, como se houvesse aqui uma referência à debilitação da igreja. Mas não seria melhor seguir o exemplo do Senhor, e esperar pela aplicação, até chegar ao final (v. 13) da história? Não podemos culpar essas moças por terem sentido sono a ponto de cochilarem e por fim adormecerem. Acima de tudo, o excitação causada pelo vestir-se para as bodas, carregar suas lâmpadas, empreender a viagem até à casa onde agora estavam esperando, o indagar a cada instante se o noivo (acompanhado por uma procissão?) apareceria de repente, sendo frustradas repetidas vezes, etc., tudo isso tinha sido exaustivo. Além disso, o esperado estava se demorando demais, muito mais do que se esperava.
Entretanto, é preciso ter em mente que o cochilar e o adormecer ocorreram na mesma casa em que as dez haviam chegado, não do lado de fora, em algum lugar junto ao caminho!
6. A meia-noite, porém, houve um grito: O noivo está chegando! Saiam ao seu encontro! Não somos informados sobre quem gritou. Poderia ter sido um dos jovens que, suponhamos, acompanhavam o noivo. Ou algum outro dentre os convidados que permaneceram acordados e que, postado em algum lugar escuro dentro ou perto da casa, silenciosamente vigiava a estrada. Teria ele quase perdido a esperança? Já era meia-noite! Quando finalmente se anunciou a aproximação do tão esperado noivo - é possível que ainda estivesse a uma considerável distância da casa - que grito deve ter ecoado! 257
7, 8. Então todas aquelas moças acordaram e preparam suas lâmpadas. E as insensatas disseram às prudentes: Dê-nos um pouco de seu óleo, porque nossas lâmpadas estão se apagando. Todas as moças, agora totalmente despertas, atiçaram o lume de suas lâmpadas. Tentaram fazê-las brilhar com o máximo de iluminação e beleza. Por um instante tudo parecia bem. Um pavio que não está ainda completamente seco pode arder com intenso brilho por alguns segundos. Não obstante, depois disso, uma vez que as moças insensatas não haviam levado consigo nenhum óleo, suas lâmpadas começaram a tremular, e a crepitar, e a expirar, resultando no agonizante apelo de suas proprietárias dirigido às suas parceiras mais sábias: “Dêem-nos um pouco de seu óleo, porque nossas lâmpadas estão se apagando.” Não carece que presumamos que as dez lâmpadas estiveram acesas a noite inteira. No caso das cinco moças insensatas, tal coisa teria sido impossível, pois não haviam levado nenhum óleo consigo. Mas, mesmo concordando que as cinco lâmpadas das moças prudentes ficaram acesas todo esse tempo, no topo de seus suportes, no interior da casa, parece antes ilógico. Além disso, uma casa onde estava para ocorrer uma festa teria sua própria iluminação. Não, no que diz respeita à parábola, pela primeira vez nessa noite há cinco lâmpadas acesas com fulgor, e que estão para ser levadas fora da casa.
A resposta ao pedido patético das moças insensatas é apresentado no versículo 9. As moças prudentes, porém, responderam: Pode ser que não haja bastante para nós e vocês. Em vez de procurar culpa nessas moças em virtude de sua insensibilidade, devemos tentar entender sua situação. As procissões nupciais geralmente se moviam lentamente. Além disso, é meia-noite. As moças não só deviam sair ao encontro do noivo; deviam escoltá-lo de volta à casa com suas lâmpadas ainda brilhando a arder o tempo todo. Portanto, sua resposta não é ilógica. Ao contrário, se coaduna com seu “caráter”, revelando previsão, uma manifestação a mais do mesmo cuidado no planejamento elaborado quando encheram suas lâmpadas com óleo.258
Ora, ao acrescentarem: É melhor que vão aos que [o] vendem, e comprem [um pouco] para vocês mesmas, isso não precisa ser interpretado como uma observação insolente. É possível que tenham realmente imaginado que houvesse por aü algum bazar ainda aberto, ou que possivelmente poderiam acordar o dono do bazar a fim de poderem comprar dele um pouco de óleo. Se qualquer tentativa desse gênero era inteiramente fútil, as próprias moças insensatas teriam de descobrir: 10. Não obstante, quando elas estavam a caminho para comprar, o noivo chegou! As moças que estavam prontas entraram com ele para as bodas, e a porta se fechou. Certas passagens da Escritura estão permeadas de um fundo patético, com um profundo senso de tragédia. Pense, por exemplo, em 2 Samuel 18.33: “Meu filho Absalão, meu filho, meu filho Absalão...” Da mesma forma os “nunca mais”, no final das seis linhas de Apocalipse
18.21-23a. E assim aqui: quando o noivo chega, as que estão prontas entram. As outras, nunca mais, pois ao chegarem descobre que a porta está fechada. Cf Lucas 13.25.
Nesse ponto a parábola gradualmente nos deixa e a realidade começa a vir à superfície, até que no versículo 13 a parábola desapareceu completamente, havendo cumprido seu propósito: 11,12. Mais tarde chegaram também as outras moças, dizendo: Senhor, abre a porta para nós. Ele, porém, respondeu: Eu solenemente declaro: Não as conheço.
“Tarde demais, tarde demais, não mais podeis entrar.” Podemos chamar isso realidade. Podemos também descrevê-lo como sendo contrário à realidade. Ambas as coisas são corretas.
E certamente contrário à realidade que um noivo terreno exclua tais moças. Mas é deveras realidade que o Senhor JESUS CRISTO, em sua gloriosa vinda, excluirá todos quantos ainda não se converteram. E a esses que ele dirá: “Não os conheço”, isto é, “não os reconheço como pertencentes ao número daqueles dos quais me agrada chamar meus”. Ver 7.21. “O Senhor conhece aqueles que são seus” (2Tm 2.19). Ele “conhece” Abraão (Gn 18.19), Moisés (Êx 33.12, 17), aqueles que buscam refúgio nele (Na 1.7). Ver também João 10.28, 29; Romanos 8.28, 29. Em virtude de sua graça soberana, o Senhor, desde a eternidade, os reconheceu como sendo seus. Consequentemente, no tempo ele os fez beneficiários de seu especial amor e comunhão (no ESPÍRITO). Aos que não lhe devotaram suas vidas - pois isso é o que significa estar preparado ele diz: “Não os conheço.” Não deve haver delonga, pois uma vez tenha ele voltado, a porta da graça se fecha irrevogavelmente!
Portanto, a lição nitidamente óbvia é esta: 13. Estejam em alerta, pois, porque vocês não sabem o dia nem a hora. Ver sobre 24.36, 42, 44, 50.
Uma vez havendo estudado a parábola e havendo fixado nossa atenção em sua lição principal, isto é, a necessidade de preparação constante, coração e vida sempre consagrados ao Senhor aqui e agora, estamos qualificados a perguntar: “Em consonância com essa aplicação principal, quais são algumas verdades subordinadas ensinadas aqui?” Provavelmente as seguintes:
a. Todos os que professam crer no Senhor JESUS CRISTO se assemelham em muitos aspectos; especialmente neste: que todos estão em vias de encontrar o Noivo, JESUS CRISTO. Ver Mateus 25.1.
b. As semelhanças são, não obstante, superficiais. Existe uma diferença essencial. Certamente nem todos os que lêem a Bíblia, assistem e até mesmo pertencem a uma igreja, cantam hinos de salvação, fazem pública profissão de fé, ainda pregam em nome de CRISTO, tomarão parte nas bênçãos do regresso de CRISTO. Alguns são sábios. Religião com eles não é mera máscara e fingimento. Crêem estar preparados pela fé no Salvador e sua vida é dedicada a ele, e portanto ao DEUS Triúno. Outros são insensatos. “Possuem uma forma de piedade, porém negam seu poder” (2Tm 3.5; cf. Mt 7.22,23). E assim, despreparados, viajam ao encontro do Juiz. Ver Mateus 25.2-4.
c. Transcorrerá um longo período entre a primeira vinda e a segunda. Ver Mateus 25.5; e sobre 24.9, 14; 25.19.
d. O regresso do Senhor será repentino, visível e audível. Ver Mateus 25.6; e sobre 24.31.
e. A preparação não é transferível de uma pessoa para outra. Ver Mateus 25.7-9; também Salmo 49.7; Provérbios 9.12; Gálatas 6.3-5,
f. Para quem não estiver pronto - isto é, para os não-salvos antes de morrerem, e para os que em sua condição de não-salvos sobreviverem na terra até ao regresso de CRISTO - não haverá “segunda chance”. Ver Mateus 25.10-12; também 7.22, 23; 10.32, 33; 24.37-42; 25.34-46; 2 Coríntios 5.9, 10; Gálatas 6.7, 8; 2 Tessalonicenses 1.8, 9; Hebreus 9.27,
g. Portanto - e em vista do fato de o momento do regresso de CRISTO ser desconhecido requer-se vigilância em todo o tempo. Ver Mateus 25.13; também Salmo 95.7,8; 2 Coríntios 6.2.
Não é certo se o “óleo” nessa parábola tem ou não um sentido simbólico. Se tem, então indicaria o ESPÍRITO SANTO, por meio de cujo poder transformador e capacitador os homens são preparados para receberem o Noivo. Ver Mateus 25.2-4; e cf. Isaías 61.1; Zacarias 4.1 -6; 2 Tessalonicenses 2.13.
- Na Bíblia aparece mais a palavra boda, do hebraico “hãtunnã” e do grego “gamos”.
No Evangelho de Mateus, capítulo 25, CRISTO refere-se a um cortejo nupcial, ao mencionar as dez virgens da parábola que vão ao encontro do esposo. JESUS também participou das bodas de Caná, na Galiléia (Jo 2.1-3).
Entre os judeus, podia ser efetuado o casamento desde a idade núbil, isto é, desde os treze anos e um dia para os rapazes e doze anos e um dia para as meninas, porém o costume fixava a idade de dezoito anos. As viúvas ou repudiadas não podiam contrair novo matrimônio antes de se passarem três meses, depois da separação. Os esponsais tinham o mesmo valor legal que o matrimônio; esses esponsais duravam mais ou menos um ano, quando os noivos se comunicavam através de intermediários. Depois do período de noivado, havia a festa, que não trazia nenhuma cerimônia religiosa em si. No sábado seguihte ao início da festa do casamento, os novos esposos eram levados à sinagoga (no tempo do Novo Testamento) e o marido era convidado a fazer a leitura e a exposição de uma passagem bíblica. Depois, o mesmo cortejo que os trouxera à sinagoga levava-os para a casa deles (noivos). O novo casal desfrutava de certas regalias, durante um ano (Dt 24.5).
Acerca dos direitos e deveres dos cônjuges, a esposa podia exigir de marido dez coisas, três das quais estão estipuladas na Lei: o alimento, o vestido e o dever conjugal (Êx 21.10) e as outras sete são prescritas pelos doutores: ajuda na enfermidade, resgate para a remissão do cativeiro, sepultura na morte, permanência ao lado do marido, casa na viuvez, comida para os filhos, uma parte da herança e o dote para os filhos. As obrigações da esposa são: o seu trabalho, sua presença habitual, etc.
Nos dias do Antigo Testamento, o casamento era negociado pelos pais dos noivos. O homem que desejasse uma esposa tinha de comprá-la, e o preço estabelecido, de acordo com o que se lê na Bíblia (Dt 22.29), era de cinqüenta siclos de prata, cujo pagamento podería ser feito em camelos, ovelhas ou em dinheiro. Esse pagamento era chamado “mon-har”.
Se o casamento fosse pacífico, não era tratado diretamente pelo noivo nem pela noiva. Os intermediários no trato do consórcio eram os amigos do noivo. O contato dos intermediários com a família da noiva exigia que estes levassem presentes para a noiva e não podiam ir de mãos vazias. A noiva não tinha a menor interferência nas negociações de seu casamento com o noivo. Não tinha o direito de recusar o homem que lhe escolhessem para marido. Nos tempos do Novo Testamento, era permitido que as jovens de maior idade recusassem uma união que lhes desagradasse, mesmo que tivesse sido combinada pelos pais.
No contrato de casamento não estava a ação de qualquer mulher, nem mesmo da mãe da noiva. Todos os assuntos relacionados com o enlace eram realizados pelo pai da noiva e, na falta deste, pelo irmão mais velho; na falta do irmão, um amigo de confiança ou mesmo um servidor da casa poderia ser o intermediário. Em Gênesis 24, aparece Abraão dando instruções ao seu servo para procurar uma esposa para Isaque. O próprio Isaque desempenhou papel secundário. Convém lembrar que os casamentos desses dias distantes deviam realizar-se entre pessoas da mesma tribo; não se admitiam casamentos com estrangeiros.
Em certas épocas e lugares, o noivo não podia escolher qualquer moça para sua esposa. Se pretendesse casar-se com uma jovem de determinada família, somente podia fazê-lo com a irmã mais velha, quer fosse feia ou bonita, inteligente ou ignorante, dedicada ou desgovernada. Foi o que aconteceu a Jacó, quando pretendeu casar-se com a filha de Labão, fato que está registrado em Gênesis 29.26: “E disse Labão: Não se faz assim no nosso lugar, que a menor se dê antes da primogênita”. Se o matrimônio envolvia pessoas de recursos, então a distribuição entre os pobres de vinho, azeite, figos e nozes fazia parte da cerimônia. Onde as manifestações e regozijo culminavam era no cortejo nupcial que consistia no acompanhamento da noiva da casa de seu pai até a casa do noivo. Desse desfile participavam os amigos dos noivos, as virgens e os mancebos, e todo o povo. O desfile era realizado à noite. Os integrantes do cortejo nupcial levavam lâmpadas que queimavam azeite. Essas lamparinas deviam ser abastecidas antes do desfile. A pressa ou a falta de cuidado dos servidores encarregados de encher de azeite as lamparinas, às vezes, causava embaraços e perturbações, pela falta de luz. Foi baseado nesse costume que JESUS CRISTO apresentou aos homens de seus dias a parábola das dez virgens que foram esperar o noivo, porém, as lâmpadas de algumas não tinham azeite, não estavam preparadas e, quando foram abastecer-se, o noivo apareceu e elas não puderam acompanhá-lo, perdendo o privilégio de recebê-lo (Mt 25.10- 12). Nenhuma pessoa podia aproximar-se do cortejo sem alguma espécie de luz; as luzes eram chamadas de “mesh-als”; a estopa ou farrapos de linho eram muito torcidos e colocados em certos vasos de metal, no topo de um pedaço de madeira. Às vezes, a lâmpada era levada numa das mãos, enquanto que na outra havia um vaso com azeite, para abastecê-la.
As bodas, ordinariamente, duravam sete dias (Gn 29.27; Jz 14.12). Os convidados das duas partes eram chamados de filhos das bodas (Mt 9.15). Havia os companheiros do noivo e as companheiras da noiva (Jz 14.10- 18; Sl 45.9,14,15). As amigas da noiva cantavam o “Epithalamium” ou cântico nupcial, à porta da noiva, antes do casamento. Todos os convidados da festa acompanhavam o noivo, na tarde do primeiro dia, da casa dos pais da noiva à casa do noivo, onde estava preparada a mesa do banquete e a câmara nupcial. Nessa hora a mãe já havia coroado o noivo com um turbante especial (Ct 3.11; Is 62.3).
A esposa era levada ao esposo coberta com um véu (Gn 24.65; 29.25). Enfeitada para o esposo, tendo um cinturão próprio do casamento (Jr 2.32), ela aguardava o esposo no quarto das mulheres, o tálamo nupcial (Jl 2.16). Em grego, os noivos recebem o nome de “nymphios”.
O casamento é uma instituição divina, tendo sido DEUS o primeiro oficiante do enlace matrimonial entre os homens.
JESUS fez referência ao cortejo nupcial, quando descreveu a parábola das dez virgens
2. O casamento é um sacramento de sociedade. No casamento, assim como na união sexual em particular, o homem e a mulher sentem prazer e fazem dele a demonstração exterior daquilo que é uma graça interior. Sacramentado por DEUS (cf. 1 Tm 4.3) ele representa a mais elevada expressão de afeto mútuo e a mais profunda comunhão humana, e por isso o próprio DEUS usou o casamento para expressar a incalculável profundidade de seu amor por nós.
3. O casamento é um pacto solene celebrado entre um homem e uma mulher dentro de uma perfeita liberdade, e através do qual prometem entre si o amor e a fidelidade, na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, na prosperidade e na adversidade enquanto viverem. De acordo com a visão de DEUS, ele somente termina com a morte ou então por causa de uma grave infidelidade ou separação de um cônjuge descrente (Mt 5.32; 19.9; Rm 7.2,3; 1 Co 7.15). Esse pacto deve ser celebrado apenas entre duas pessoas que compartilhem o mesmo espírito e fé, pois “que parte tem o fiel com o infiel?״ (2Co 6.14,15).
4.O casamento é uma vocação, um convite de DEUS para a demonstração, a todo o mundo, da mais elevada forma de amor mútuo (Gn 2.23,24; Ef 5.21ss.). Também é a maneira correta de se gerar filhos (Gn 33.5; 48.4; Dt 28.4; Js 24.3,4; Sl 127.3), alimentá-los física e espiritualmente, e o ambiente mais propício para lhes ensinar a Palavra de DEUS (Dt 6.7-20; 11.18-21; Pv 22.6) e treiná-los paia serem bons cidadãos (Pv 13.24; 19,18; 22.15; 23.13; 29.15,17).
Os Propósitos do Casamento
1. A propagação da raça humana. E a forma Divina de desenvolver a espécie chamada humanidade, No caso dos seres angelicais, DEUS criou cada um deles individualmente, mas no caso da hnmanidade, Ele criou um homem e uma mulher e toda a raça humana descendeu desse primeiro casal. DEUS só poderia ter redimido separadamente cada anjo caído se CRISTO morresse individualmente por cada um deles, mas Ele pôde redimir a raça humana de Adão com uma única morte de CRISTO, pois Ele qstaria representando a raça como um todo. E à luz desse fato que entendemos o significado de 1 Coríntios 15.22. “Porque, assim como todos morrem em Adão, assim também todos serão vivificados em CRISTO”.
DEUS preferiu gerar filhos espirituais que irão amá-lo por causa de sua soberana graça salvadora e trazer-lhes a vida através do relacionamento do casamento. Os aspectos sacramentais e da propagação da espécie do casamento ficam dessa forma reunidos e a geração dos filhos se torna um ato de santidade para a verdadeira glória de DEUS.
2. É a maneira de DEUS de criar os filhos. Filhos precisam de um lar, e de pais dentro deste lar. No lar eles recebem abrigo e alimento. Através da vida de seus pais eles aprendem o que significa o verdadeiro amor porque são o objeto do amor dos pais e porque vêem o amor recíproco que existe entre eles. Somente através dos pais eles podem entender plenamente o profundo e duradouro amor conjugal e, dessa forma, ficam preparados para esperar e procurar um amor igual para si mesmos. É nesse ponto que a discórdia conjugal e os lares desfeitos exercem o efeito mais devastador sobre os filhos. O filho que nunca observou a demonstração de um verdadeiro amor em seu lar não está pronto para enfrentar sozinho a vida. DEUS também teve a intenção de que a demonstração de um verdadeiro amor entre pais e filhos fosse a base para o entendimento do amor que Ele mesmo sentiu ao enviar o seu Filho para morrer pelos nossos pecados (cf. Ef 5.25-32).
3. O casamento é a maneira de DEUS incutir nos filhos os princípios da justiça e da autoridade responsável. Os pais devem tratar os filhos com paciência e justiça (Ef 6.4; Cl 3.21) e lhes ensinar o que é justo e direito. Devem dar exemplo de responsabilidade e autoridade na divinamente ordenada economia do lar (cf. 1 Tm 3.4,5,12: Tt 1.6). O pai, como o cabeça da esposa e do lar, embora consultando plenamente sua esposa de uma forma realmente democrática, é o responsável por todas as decisões. Isso ensina a submissão à autoridade e um verdadeiro senso de responsabilidade (Ef 5.21-24).
4. O casamento é o meio pedagógico de DEUS ensinar aos fillios sobre Si mesmo. DEUS se intitula nosso Pai e demonstra que o seu amor é tão maravilhoso como o amor de um bom pai (Sl 103.13; Jo 3.16), tão terno como o amor de uma boa mãe (Is 49.15; 66.13; Mt 23,37), tão íntimo como aquele que existe entre o marido e a esposa (Ef 5.25ss.). Desse modo, todo o relacionamento dentro do casamento e da família transparece na demonstração e nos ensinos daquilo que DEUS é, da natureza do seu amor. Veja Família.
O lugar do Sexo
Embora o sexo tenha como objetivo estabelecido por DEUS gerar filhos para povoar a terra e assim indiretamente encher o céu com filhos renascidos em DEUS, ele também preenche importantes necessidades pessoais e familiares. O esposo necessita da esposa e a esposa necessita do marido, porque o homem é feito de tal maneira que as tensões da vida são aliviadas através do amor conjugal (1 Co 7.1 -5). Ao mesmo tempo, nesse íntimo ato de amor são liberadas energias criativas tanto na vida do marido como da esposa.
Podemos observar melhor que DEUS fez o homem e a mulher para o verdadeiro prazer e um mútuo companheirismo em Cantares de Salomão, onde as intimidades do amor conjugal e do prazer estão descritas de uma forma maravilhosa e pura. No relacionamento sexual todo o amor é expresso através de atos e palavras e é consumado em comunhão e união. E uma expressão de amor que pode ser exercitada com apenas uma pessoa por causa de sua natureza santa. Cada um mantém a experiência de um profundo amor pelo outro e somente por essa pessoa. Nesse sentido, ele é o exemplo típico de um relacionamento exclusivo que deve existir individualmente entre cada cristão e seu Senhor, e no qual nenhuma outra pessoa ou deus pode ter a permissão de participar (Êx 20.3; cf. Ef 5.25ss.).
Um casamento baseado em uma vida sexual plena e estável é feliz e equilibrado, desde que esse aspecto da vida seja a expressão do mais profundo amor e não a mera satisfação de desejos carnais. Ele é de grande importância para os filhos (assim como para o marido e a esposa), porque vêem não só um casamento estável, como também seu encanto, pureza, beleza, e profunda satisfação. Os filhos, por sua vez, podem aprender que o sexo é uma dádiva divina e pode ser verdadeiramente belo e maravilhoso quando usado de acordo com as intenções de DEUS. Os cuidados que DEUS coloca no ato sexual permitem aos filhos aprender com pureza e se conservarem puros, mais tarde usando o sexo de acordo com os propósitos Divinos, vendo que a plena liberdade e alegria no casamento reaimente vêem quando se vive dentro do âmbito do sétimo mandamento (1 Ts 4.3-8; Hb 13.4).
Como DEUS Fala sobre o Casamento
Em primeiro lugar, DEUS usa o casamento como uma metáfora para expressar o relacionamento de CRISTO com a igreja, comparando CRISTO com o noivo e a igreja com a noiva (Ef 5.24-32; Ap 19.7-9). Tanto o crente individualmente como a igreja em geral, sempre são considerados no sentido de ser a noiva em relação a CRISTO (2 Co 11.2). A total submissão da virgem Maria à orientação e capacitação do ESPÍRITO SANTO quando disse, “Cumpra-se em mim segundo a tua palavra” (Lc 1.38), representa uma analogia com o relacionamento que deve existir entre o ESPÍRITO SANTO e o cristão. O fruto do ESPÍRITO deve ser introduzido e nascer na vida do crente (Gl 5.22,23) assim como CRISTO foi formado pelo ESPÍRITO no ventre de Maria (Lc 1.42). No Salmo 45, CRISTO é visto em toda a sua majestade e beleza juntamente com a sua Noiva Real, a igreja, para representar a pureza que DEUS deseja de seus filhos. A Noiva é grandemente desejada por causa de sua beleza (v. 11) tanto exterior como interior. Seus trajes são delicados e belos até o mais ínfimo detalhe.
Monogamia
Embora a poligamia fosse praticada durante algum tempo no AT, ela só era permitida como uma medida temporária. Ela negava o princípio do marido e a esposa serem uma única carne (Gn 2.24; Mt 19.5), e levou a muitos problemas conjugais. Tanto Abraão como Jacó sofreram muitas tristezas por causa disso (Gn 21.9ss.; 30.1-24), e Davi e Salomão se desviaram por causa de suas esposas pagãs (2 Sm 5,13; 1 Rs 11.1-3), Somente através da monogamia é possível evitar o ciúme dentro da família e ilustrar corretamente o relacionamento de CRISTO com o crente (Ef 5.23ss.). Veja Concubina.
Casamento e Divórcio
O divórcio sempre representou um grave problema. O ensino de CRISTO é encontrado em Mateus 5.31,32; 19.3-9; Marcos 10.2-12; Lucas 16.18. Ele revelou que era somente por causa da dureza do coração dos homens que Moisés permitiu uma lei de divórcio e que isso podería verdadeiramente levar ao adultério (Mt 19.8,9). O casamento só deve ser anulado por motivo de fornicação (Mt 5,31,32; 19,9). Isso significa que um divórcio somente deveria ser permitido quando houvesse uma relação sexual com outra pessoa que não fosse o cônjuge. Mesmo no caso de pessoas comprometidas na etapa do noivado, este deve ser rompido caso um dos dois cometa o ato de fornicação. CRISTO afirmou que o homem, assim como a mulher, podia cometer adultério se forçasse um divórcio injusto. Isso contrariava a opinião dos judeus que viam a mulher como a única culpada possível.
Embora exista uma diferença de opiniões, a maioria das igrejas considera que o divórcio pode ser permitido nos casos de abandono voluntário. Se assim for, existem duas razões bíblicas: fornicação e adultério. Entretanto, as Escrituras aceitam que uma lei maior pode ser aplicada aos divorciados, isto é, a lei do perdão onde existe um verdadeiro arrependimento pelo pecado. Oséias perdoou e recebeu de volta a sua esposa adúltera porque a amava, assim corno DEUS está disposto a perdoar e receber de volta a sua adúltera nação de Israel (Os 2.1,2; 3.1ss.; 14.1-8). Veja Dívórcio.
R. A. K.
Costumes e Cerimônias Matrimoniais
1. A escolha da noiva: Na Bíblia não existe qualquer restrição relativa à idade mais apropriada para o casamento, mas parece certo que as jovens se casavam muito cedo (Pv 2.17; 5.18), Em Isaías 62,5, ojovem, ao se casar, recebe o nome de bahur, isto é, o melhor, um jovem robusto e decidido na flor de sua capacidade física (cf. 1 Sm 9.2; Is 40.30; Am 8.13); a virgem recebe o nome de bstula, uma jovem atraente e sexualmente pronta para o casamento (cf. Jl 1.8; Jr 2.32). No Talmude, os rabinos estabeleceram 12 anos como idade mínima para as meninas e 13 para os meninos.
2. Por causa da forte influência tribal e da unidade do clã na sociedade patriarcal, os pais consideravam seu dever e prerrogativa assegurar esposas para seus filhos (Gn 24,3; 38.6). Normalmente, a noiva em perspectiva, assim como o noivo, simplesmente concordava com os arranjos feitos de acordo com os interesses da família e da lealdade à tribo. Não é de admirar que muitas vezes os pais procurassem o casamento entre primos em primeiro grau, como por exemplo, no caso de Rebeca e Isaque. O casamento com mulheres estrangeiras era desaconselhado (Gn 24.3; 26.34,35; 27.46; 28.8) e mais tarde foi totaímente proibido (Ex 34.16; Dt 7.3; Ed 10.2,3,10,11) pelo perigo de uma volta à prática da idolatria das demais nações. Casamentos mistos eram tolerados apenas no caso dos exilados (por exemplo, José, Gn 41.45; Moisés, Ex 2.21) e dos reis apenas por razões políticas.
Por outro lado, havia em Israel a oportunidade para casamentos baseados no namoro. O jovem podia declarar a sua preferência (Gn 34.4; Jz 14.2). Por exemplo, Mical se apaixonou por Davi (1 Sm 18.20), Na época do AT as mulheres não eram mantidas como reclusas, como nos países muçulmanos, e podiam sair às ruas com o rosto descoberto (cf. 1 Sm 1.13). Elas cuidavam das ovelhas (Gn 29.6; Êx 2.16), carregavam água (Gn 24.13; 1 Sm
9.11) , colhiam nos campos (Rt 2.3) e visitavam outros lares (Gn 34.1). Dessa maneira, os jovens tinham a liberdade de procurar a futura noiva sozinhos.
2. O noivado: A escolha da noiva era seguida pelo noivado (q.v.), que era um procedimento formal onde havia um compromisso maior do que no noivado de nossos dias. Os homens que iam se casar com as filhas de Ló jã eram considerados como seus genros (Gn 19.14). Um homem que estava noivo era dispensado do serviço militaT para poder tomar (isto é, casar-se com) sua esposa e viver com ela em sua casa durante um ano (Dt 20.7; 24.5). Qualquer imoralidade sexual com uma jovem noiva era um crime tão grave quanto o adultério (Dt 22.22-27). Inscrições encontradas no Oriente Próximo também indicam que o noivado era um costume reconhecido, que tinha conseqüências legais muito definidas.
Geralmente, o noivado era realizado por um amigo ou representante legal da parte do noivo (1 Sm 25.39ss,), E, no caso da noiva, por seus pais. Era confirmado através de juramentos (Em 1Sm 18.2-16 lemos: “Serás hoje meu genro”). Nessa ocasião era discutida a quantia do “dote” (em hebraico mohar. Veja Dote) com os pais da jovem, e era pago imediatamente à família da moça se a moeda corrente fosse o meio de compensação.
Tanto na antiga Mesopotâmia como em Israel o casamento era um simples contrato civil, sem qualquer formalização através de uma cerimônia religiosa. Embora o AT não faça uma menção especifica sobre a existência de um contrato de casamento por escrito, tais contratos estavam estipulados no Código de Hamurabi. Existem vários contratos de casamento entre os papiros encontrados na colônia judaica de Elefantine, do século V a.C., e essa prática é mencionada no Livro de Tobias (Tob 7.13). Os Talmudistas do Mishna chamam esse contrato de ketuba e dão minuciosas instruções sobre como usar e guardar o mohar. O termo “concerto” ou “aliança” ib'rit) em Provérbios 2.17 e Malaquias 2.14 podem estar fazendo alusão a um contrato por escrito.
3. Cerimônia de casamento: A essência da cerimônia do casamento ou das festividades era o ato de retirar a noiva da casa do pai e trazê-la para a casa do noivo ou de seu pai. Dessa forma, havia uma verdade literal na expressão hebraica “tomar” uma esposa (por exemplo, Gn 4.19; 12.19; 24.67; 38.2; Nm 12.1; 1 Sm 25.39-42; 1 Rs 3.1; 1 Cr 2.21). Vestindo um turbante imponente (Is 61.10) ou uma coroa nupcial (Ct 3.11) como um ornamento, o noivo partia de sua casa acompanhado por seus amigos (Jo 3.29) ou ajudantes (Mt 9.15) tocando tamborins e também podendo ser acompanhado por uma banda (1 Mac 9.39), Como a procissão nupcial geral- mente se realizava à noite (Ct 3.6-11), muitos portavam tochas ou lanternas (Mt 25.1- 8). A alegria e a felicidade (Jr 7.34; 16.9; 25.10; Ap 18.22ss.) anunciavam sua aproximação à população local que ficava aguardando à porta das casas que ficavam à beira do caminho até a casa da noiva e também quando regressavam à casa do noivo (Mt 25.5,6).
A noiva aguardava lindamente vestida e adornada com jóias (Sl 45.13ss.; Is 61.10; Ap 19.8), Para essa ocasião especial ela usava um véu (Gn 24.65; Ct 4.1,3; 6.7), que somente poderia retirar quanto estivesse sozinha com seu esposo, no escuro, na câmara nupcial (cf. Gn 29.23-25).
O noivo conduzia todos os convidados ao casamento, agora com a presença da esposa e seus acompanhantes (Sl 45.14b), até a casa de seu pai para a “ceia das bodas” (Ap 19.9). Todos os amigos e vizinhos eram convidados à festa do casamento (Gn 29.22; Mt 22.3-10; Lc 14.8; Jo 2.2) que era normalmente oferecida pelo pai do noivo (Mt 22.2). Recusar o convite para uma dessas festas representava uma grave ofensa (Mt 22.5; Lc 14.16-21). Geralmente, as festividades duravam uma semana (Gn 29.27ss.; Jz 14.10-12,17), mas o casamento era consumado na primeira noite ׳ Gn 29.23). O anfitrião presenteava os convidados com vestes apropriadas (Mt 22,11); jogos e outras formas de diversão acrescentavam mais alegria à festividade (Jz 14.12-18). O último ato da cerimônia era conduzir a noiva à câmara nupcial (em hebraico, heder, Jz 15.1; Ct 1.4; Jl 2.16). Nesse quarto havia sido preparado um dossel (em hebraico huppa, Salmo 19.5, “tálamo”; Joel 2.16, um “aposento particular״ ou “recâmara”) sobre o leito ou cama nupcial (Ct 1.16). Em seguida, o noivo “entrava à noiva* (Gn 16.2; 30.3; 38.8) e o lençol manchado de sangue, dessa noite de casamento, era guardado como uma prova da virgindade da noiva (Dt 22.13-21).
4. Estado civil: Em Israel, o estado civil do esposo era revelado pelo fato de que em hebraico ele é chamado de, ba‘al, o mestre ou senhor de sua esposa (Ex 21.22; Dt 21.13; 22.22; 2 Sm 11.26; Pv 12.4; 31.11,23,28). Isso traz a possibilidade de uma dupla interpretação para a profecia de Oséias 2.16, “E acontecerá naquele dia, diz o Senhor, que me chamarás. Meu marido e não me chamarás mais. Meu Baal”. O fato da esposa aceitar o papel de dependente do marido pode ser visto quando Sara se dirige ao esposo Abraão como “meu senhor” (’adoni, Gn 18.12; 1 Pe 3.6). Para o dever que o homem tinha de gerar um filho com a viúva de seu falecido irmão, veja Casamento, Levirato.J.R.
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A Bíblia expressa com clareza as intenções de DEUS para o casamento. DEUS quer que o homem e a mulher se realizem tanto espiritual como sexualmente. Este relacionamento foi desfigurado pela queda da humanidade no pecado. A história de Israel fala das mudanças que afetaram o casamento porque os israelitas preferiram aceitar as práticas degradantes de seus vizinhos ímpios.
JESUS reafirmou o significado do casamento. Ele censurou a atitude dos judeus para com o divórcio, e desafiou os parceiros conjugais a viverem em harmonia.
CASAMENTO
Convém observar as passagens bíblicas que descrevem o propósito do casamento. A Bíblia dá uma visão geral dos privilégios e deveres do vínculo matrimonial.
A. Divinamente estabelecido. No princípio DEUS criou um casal de seres humanos, um homem e uma mulher. Sua primeira ordem a eles foi: "Sede fecundos, multiplicai-vos, enchei a terra" (Gênesis 1:28). Ao reunir este casal, DEUS instituiu o casamento, a mais fundamental de todas as relações sociais. O casamento capacitava a raça humana a cumprir a ordem de DEUS de encher a terra e sujeitá-la (Gênesis 1:28).
DEUS fez a ambos, o homem e a mulher, à sua imagem, cada qual com um papel especial e cada qual complementado pelo outro. O capítulo 2 de Gênesis diz que DEUS criou primeiro o homem. Depois, usando uma costela do homem, DEUS fez-lhe "uma auxiliadora" (Gênesis 2:18). Quando DEUS trouxe Eva a Adão, ele os uniu e disse: "Por isso deixa o homem pai e mãe, e se une à sua mulher, tornando-se os dois uma só carne" (Gênesis 2:24).
DEUS tencionava que o casamento fosse uma relação permanente. Devia ser uma entrega pactuai única de duas pessoas que excluíam todas as demais de sua intimidade. DEUS proibiu expressamente a quebra dessa união quando ordenou: "Não adulterarás" (Êxodo 20:14). O Novo Testamento reafirma a singularidade do vínculo matrimonial. JESUS disse que O homem e sua mulher "já não são mais dois, porém uma só carne. Portanto, o que DEUS ajuntou não o separe o homem" (Mateus 19:6). Paulo comparou lindamente o amor de um homem à sua esposa ao amor de CRISTO à sua Igreja (Efésios 5:25). Ele disse que o amor de CRISTO era tão profundo ao ponto de ele morrer pela igreja, e do mesmo modo o amor do homem à sua esposa deve superar quaisquer imperfeições que ela possa ter.
O casamento é mais do que um contrato que duas pessoas fazem para seu mútuo benefício. Visto que fazem seus votos matrimoniais na presença de DEUS e em seu nome, podem buscar poder de DEUS para cumprir tais votos. DEUS torna-se uma parte sustentadora do casamento. O livro dos Provérbios lembra-nos disto quando diz que DEUS dá sabedoria, discrição e entendimento, de modo que os parceiros matrimoniais possam evitar que sejam induzidos à infidelidade (cf. Provérbios 2:6-16). Os escritores do Novo Testamento entenderam que o casamento cristão é criado e mantido por CRISTO.
B. Marcado pelo amor. Acima de tudo mais, o amor é o sinal da união. Note-se a simplicidade com que a Bíblia descreve o casamento de Isaque e Rebeca: "[ele] tomou a Rebeca, e esta lhe foi por mulher. Ele a amou" (Gênesis 24:67). O amor, baseado em verdadeira amizade e respeito, sela e sustenta o laço matrimonial. Pedro conclama os maridos a viverem "a vida comum do lar, com discernimento; e, tendo consideração para com a vossa mulher como parte mais frágil, tratai-a com dignidade, por isso que sois juntamente herdeiros da mesma graça de vida" (1 Pedro 3:7). Este tipo de amor entre marido e mulher purifica a relação matrimonial de ambos.
A Bíblia diz que marido e mulher são iguais como pessoas diante de DEUS, visto que ambos foram feitos à imagem de DEUS. Ambos podem ser salvos de seus pecados, mediante JESUS (Gênesis 1:27; Gálatas 3:28; Colossenses 3:10-11). Juntos recebem os dons e as bênçãos de DEUS para seu casamento (Romanos 4:18-21; Hebreus 11:11; 1 Pedro 3:5-7). Quando se unem em casamento, ambos têm obrigações, embora possam ter graus variáveis de capacidade para executar as responsabilidades que partilham.
Procissão matrimonial. procissão matrimonial típica nos tempos bíblicos, mostra o noivo acompanhando o grupo do casamento de volta à sua casa para uma festa. Música e dança eram partes essenciais da celebração, que durava de uma a duas semanas.
C. Realização sexual. Outro fator no relacionamento matrimonial é a união sexual dos parceiros. A união sexual consuma o casamento na base de uma entrega matrimonial mútua. A expressão "coabitou o homem com Eva" ou "conheceu Adão a Eva" (Gênesis 4:1, 25 e outros lugares), é o modo direto de a Bíblia referir-se ao intercurso sexual. Mas a Bíblia trata este ato com dignidade, chamando-o digno de honra e sem mácula (Hebreus 13:4). As Escrituras exigem do povo de DEUS que conserve puras as suas relações sexuais. Não devem usar o sexo para dar vazão a paixões lascivas, como o fazem os ímpios (1 Ts 4:3-7). A Bíblia recomenda ao homem casado deleitar-se na esposa de sua mocidade todos os dias de sua vida (Eclesiastes 9:9). Ele deve embriagar-se "sempre com as suas carícias" (Provérbios 5:15-19).
1. Um dever a cumprir. Quando um israelita comprometia-se a casar, ele não devia permitir que nada o impedisse de cumprir seu propósito. Não devia ir à guerra, para não dar-se o caso de ele morrer e outro homem casar-se com a noiva prometida (Deuteronômio 20:7). Durante o primeiro ano de casamento ele não devia retomar nenhuma tarefa que interferisse em sua presença no lar para promover "felicidade à mulher que tomou" (Deuteronômio 24:5). Paulo disse aos maridos e às esposas que estivessem sexualmente disponíveis um ao outro, sem privar-se um ao outro, de modo que Satanás não pudesse tentá-los a tolerar afeições errantes por lhes faltar domínio ― próprio (1 Coríntios 7:3-5).
2. Promiscuidade e perversão. Paulo diz que o homem que se une "à prostituta, forma um só corpo com ela, porque, como se diz [o homem e a prostituta], serão os dois uma só carne" (1 Coríntios 6:16). O corpo, diz Paulo, é o templo de CRISTO. Uma vez que a união sexual promíscua une a carne de dois indivíduos, ela é uma profanação do templo de CRISTO.
Aqui o termo carne significa mais do que órgãos sexuais ou mesmo o corpo todo. Ele se refere à pessoa integral. A união sexual inevitavelmente envolve a pessoa toda, quer dentro, quer fora do casamento. Quando DEUS exige que seu povo viva vidas santas (1 Pedro 1:15-16), isto inclui a conduta sexual com relação ao casamento (1 Ts 4:3-6). DEUS exigiu santidade correspondente dos israelitas (Levítico 18; 20:10-21). A pessoa na sua totalidade ― corpo não menos do que alma ― é separada para DEUS.
Com o tempo a prostituição religiosa das nações pagas entrou em Israel. A própria presença desta prática profanou o culto do Senhor (1 Samuel 2:22).
A Bíblia proíbe o incesto (Levítico 18:6-18; 20:11-12). Denuncia, também, as relações homossexuais como depravadas e reprováveis aos olhos de DEUS. Na verdade, tais relações acarretavam pena de morte em Israel (cf. Levítico 18:22; 20:13; Deuteronômio 23:18; Romanos 1:26-27; 1 Coríntios 6:9; 1 Timóteo 1:10).
3. Papéis sexuais próprios. Nos tempos bíblicos, pensava-se no casamento como um estado em que as pessoas naturalmente cumpririam seus respectivos papéis sexuais. Dessa maneira, o homem era o cabeça da família e a esposa devia submeter-se à sua autoridade (Salmo 45:11; 1 Pedro 3:4-6). Este relacionamento de papéis esteve presente desde o começo; a mulher foi feita para ser auxiliadora do homem, adaptada para ele nesse sentido. Por todo o tempo do Antigo Testamento a mulher encontrou seu lugar na sociedade por intermédio do pai, depois mediante o marido, e então por meio do irmão mais velho ou parente resgatador. DEUS usou este relacionamento de papéis para estabelecer harmonia na família e na sociedade toda. A submissão da mulher judia ao marido não lhe depreciava as capacidades nem a reduzia a um lugar secundário na sociedade. A esposa "excelente" do Antigo Testamento (Provérbios 31) gozava da confiança do marido e do respeito dos filhos e vizinhos. Ela desfrutava de muita liberdade para usar suas habilidades econômicas a fim de prover para a família. Era reconhecida como pessoa de sabedoria e graciosa mestra. Estava tão longe quanto possível de ser uma escrava-utensílio, que é como a mulher era considerada em outras culturas do Oriente Próximo.
D. Símbolo espiritual. O casamento simbolizava a união entre DEUS e seu povo. Israel era chamada de esposa do Senhor, e o próprio Senhor disse: "não obstante eu os haver desposado" (Jeremias 31:32; cf. Isaías 54:5). Os profetas declararam que a nação havia cometido "prostituição" e "adultério" quando ela se voltou de DEUS para os ídolos (Números 25:1-2; Juizes 2:17; Jeremias 3:20; Ezequiel 16:17; Oséias 1:2). Disseram que DEUS havia repudiado sua esposa infiel (Isaías 50:1; Jeremias 3:8) ao enviar ele os israelitas para o cativeiro. Não obstante, DEUS teve compaixão de sua "esposa", Israel, e chamou-a de volta para ser fiel (Isaías 54). Como o noivo se alegra na sua noiva (Isaías 62:4-5), assim o Senhor se delicia em fazer de Israel o "povo santo", seus remidos (Isaías 62:12).
O Novo Testamento descreve a igreja como a noiva de CRISTO, preparando-se para a vida no reino eterno (Efésios 5:23). Esta imagem sublinha a verdade de que o casamento deve ser uma união de amor e fidelidade, exclusiva e permanente. Os maridos devem amar as esposas como CRISTO ama à sua noiva resgatada, e as esposas devem submeter-se a seus maridos, como se submetem a CRISTO.
COSTUMES MATRIMONIAIS BÍBLICOS
Nos tempos bíblicos, o primeiro passo no casamento era dado pelo homem ou por sua família (Gênesis 4:19; 6:2; 12:19; 24:67; Êxodo 2:1). Geralmente, as famílias do casal faziam o arranjo do casamento. Assim Hagar, como chefe da família "o casou [Ismael] com uma mulher da terra do Egito" (Gênesis 21:21). Estando Isaque com quarenta anos de idade, era perfeitamente capaz de escolher sua própria esposa (Gênesis 25:20); no entanto, Abraão mandou seu servo a Harã a fim de buscar uma esposa para Isaque (Gênesis 24).
Abraão deu ao servo duas ordens estritas: A noiva não podia ser cananéia, e devia deixar o lar paterno para viver com Isaque na Terra Prometida. Em circunstância alguma devia Isaque voltar a Harã para viver de acordo com o antigo modo de vida da família.
O servo de Abraão encontrou a orientação do Senhor em sua escolha (Gênesis 24:12-32). Então, segundo o costume da Mesopotâmia, ele fez os arranjos com o irmão e a mãe da moça (Gênesis 24:28-29, 33). Ele selou o acordo dando-lhes presentes (um dote) a eles e a Rebeca (Gênesis 24:53). Finalmente, buscaram o consentimento da própria Rebeca (Gênesis 24:57). Este procedimento era muito semelhante às práticas matrimoniais humanas descritas em antigos textos de Nuzi.
Em circunstâncias diferentes, ambos os filhos de Isaque ― Jacó e Esaú ― escolheram suas próprias esposas. A escolha de Esaú causou muita amargura de espírito a seus pais (Gênesis 26:34-35; 27:46; 28:8-9); mas a escolha de Jacó encontrou aprovação.
Jacó foi enviado à casa de Labão, seu tio, em Harã, onde agiu com a autoridade de seu pai no arranjo para casar-se com Raquel. Em vez de dar um dote a Labão, ele trabalhou durante sete anos. Mas não se costumava permitir que a filha mais moça casasse primeiro, e assim Labão enganou Jacó casando-o com Lia, irmã mais velha de Raquel. Jacó aceitou, pois, a oferta de Labão de trabalhar mais sete anos para obter Raquel.
Naquela região, o homem que não tinha filho muitas vezes adotava um herdeiro, dando-lhe a filha como esposai Exigia-se que o filho adotivo trabalhasse na família. Se mais tarde nascesse um filho, o adotivo perdia a herança em favor do herdeiro natural. Talvez Labão tenha tencionado adotar a Jacó; mas então lhe nasceram filhos (Gênesis 31:1). Talvez os filhos de Labão tenham sentido ciúmes de Jacó por temerem que ele pudesse reivindicar a herança. De qualquer maneira, Jacó deixou Harã secretamente para voltar à casa paterna em Canaã.
Raquel levou consigo os deuses do lar que pertenciam ao pai. Visto como a posse desses deuses era uma reivindicação à herança, Labão saiu no encalço dos fugitivos; mas Raquel ocultou os ídolos de modo que Labão não os encontrasse. Para pacificar o tio, Jacó comprometeu-se a não maltratar as filhas de Labão nem tomar outras esposas (Gênesis 31:50).
Deveríamos notar, especialmente, a tradição do Antigo Testamento do "preço da noiva". Conforme vimos, o marido ou sua família pagava ao pai da noiva um preço por ela para selar o acordo de casamento (cf. Êxodo 22:16-17; Deuteronômio 22:28-29).
O preço da noiva nem sempre era pago em dinheiro. Podia ser pago na forma de roupas (Juizes 14:8-20) ou de algum outro artigo valioso. Um preço muitíssimo horrendo foi exigido por Saul, que pediu a Davi prova física de que ele havia matado 100 filisteus (1Samuel 18:25).
O pagamento do preço da noiva não significava que a esposa tinha sido vendida ao marido e agora era sua propriedade. Era reconhecimento do valor econômico da filha. Mais tarde a lei sancionou a prática de comprar uma criada para tornar-se esposa de um homem. Tais leis protegiam as mulheres contra abuso ou maus tratos (Êxodo 21:7-11).
Às vezes, o noivo ou sua família dava presentes à noiva também (Gênesis 24:53). Doutras vezes o pai da noiva também lhe dava um presente de casamento, como fez Calebe (Josué 15:15-19). É interessante notar que Faraó deu a cidade de Gezer como presente de casamento à sua filha, esposa de Salomão (1 Reis 9:16).
A festa fazia parte importante da cerimônia de casamento. Geralmente era dada pela família da noiva (Gênesis 29:22), mas a família do noivo podia oferecê-la também (Juizes 14:10).
Tanto a noiva como o noivo tinham criados para servi-los (Juizes 14:11; Salmo 45:14; Marcos 2:19). Se fosse um casamento real, a noiva dava suas criadas ao esposo para aumentar a glória da corte dele (Salmo 45:14).
Muito embora a noiva se adornasse com jóias e vestimentas bonitas (Salmo 45:13-15; Isaías 49:18), o noivo era o centro de atenção. O Salmista apresenta, não a noiva (como fazem os modernos ocidentais), mas o noivo como feliz e radiante no dia do casamento (Salmo 19:5).
Em outras nações do Oriente Próximo, o noivo costumeiramente passava a morar com a família da noiva. Mas em Israel, em geral era a noiva que ia para o lar do marido e se tornava parte de sua família. O direito de herança pertencia ao varão. Se um israelita tinha somente filhas e desejava preservar a herança da família, suas filhas tinham de casar-se dentro da própria tribo porque a herança não podia ser transferida para outra tribo (Números 36:5-9).
Um dos mais importantes aspectos da celebração do casamento era o pronunciamento da bênção de DEUS sobre a união. Foi por isto que Isaque abençoou a Jacó antes de enviá-lo a Harã para buscar uma esposa (Gênesis 24:60; 28:1-4).
Embora a Bíblia não descreva uma cerimônia matrimonial, supomos que fosse um acontecimento muito público. JESUS compareceu a, pelo menos, uma cerimônia de casamento e abençoou-a. Em suas lições, ele referiu-se a vários aspectos das festividades de casamento, mostrando assim que a pessoa comum tinha familiaridade com tais cerimônias (Mateus 22:1-10; 25:1-3; Marcos 2:19-20; Lucas 14:8).
A PESSOA SOLTEIRA
Por suas palavras e por sua própria vida de solteiro, JESUS mostrou que o casamento não era um fim em si mesmo, nem essencial à integridade da pessoa. Como servo de DEUS, a pessoa podia não ser chamada para ter um companheiro e filhos. O discípulo cristão podia ter de esquecer pais e possessões por amor do reino de DEUS (Lucas 18:29; cf. Mateus 19:29; Marcos 10:29-30).
Paulo desejava que todos os homens estivessem contentes por viver sem casar-se, como ele (1 Coríntios 7:7-8). Ele encontrava plena liberdade e inteireza em consagrar-se "desimpedidamente, ao Senhor" (1 Coríntios 7:35). Mas reconhecia que a pessoa que não tem o dom do autocontrole nesta área deve casar-se, para que não peque (1 Coríntios 7:9, 36).
Algumas informações
d. O noivado era quase tão indissolúvel quanto o próprio matrimónio, e uma noiva já era chamada de «esposa» (ver Gên. 19:21; Deu. 22:23,24; Mat. 1:18,20). Um noivo também era chamado de «esposo» (ver Joel 1:8; Mat. 1:19). A Bíblia não nos dá informações sobre como e sob quais circunstâncias os noivados eram desmanchados. José, noivo de Maria, pensou em dissolver o noivado, e deveria haver algum meio para tanto (ver Mat. 1:19).
e. Costumes Acerca do Noivado. 1. A escolha de uma esposa. Usualmente isso se fazia mediante um arranjo entre as famílias dos noivos (ver Gên. 21:21 e 38:6). Mesmo que um homem escolhesse a noiva, seus pais é que negociavam o casamento (ver Gên. 34:4,8; Juí. 14:2). So raramente (e por motivo de rebeldia) é que um homem agia contrariamente aos desejos de seus pais (ver Gên. 26:34,35). E os desejos da jovem não eram inteiramente ignorados (ver Gên. 24:58). Raramente eram os pais da jovem que tomavam a iniciativa na questão (ver Rute 3:1,2 e I Sam. 18:21). 2. Presentes eram trocados, e também havia um dote (ver Gên. 34:12; Êxo. 22:17),—e também, havia presentes no caso de uma mulher seduzida (I Sam. 18:25), ou um homem podia trabalhar a fim de obter sua esposa (como no caso de Jacó). O dote usualmente consistia em um presente dado à noiva, embora também pudesse ser ao noivo, por parte do pai da noiva, podendo incluir até mesmo a doação de escravos pare servir ao casal ou à mulher (ver Gên. 24:29,61; 29:24). Também havia dotes sob a forma de terras (ver Juí. 1:15; I Reis 9:16; Tobias 8:21). Um noivo podia receber vestes ou jóias (ver Gên. 24:53).
f. Cerimónias de Casamento. Havia cerimónias públicas e particulares; isso envolvia vestes especiais (ver Sal. 45:13,14); eram usadas jóias (ver Isa. 61:10); a noiva cobria-se de véus (ver Gên. 24:65): eram usadas flores ou coroas de flores como decoração (ver Isa. 61:10; Efé. 5:27; Apo. 19:8). Faziam-se presentes amigos do noivo e amigas da noiva (ver Sal. 45:14). O noivo tinha um amigo especial, e outros auxiliares (ver Jui. 14:11; Mat. 9:15). O amigo especial era chamado «companheiro» (ver Jui. 14:20 e 15:2), ou talvez «mestre-sala» (ver João 2:8,9). Algumas vezes havia um cortejo honorifico (ver Jer. 7:34; I Macabeus 9:39). Também havia uma festa de casamento, usualmente efetuada na casa do noivo (Mat. 22:1-10: João 2:9). Concorriam muitos amigos e parentes, e o vinho era servido em abundância. O povo hebreu era um povo que se divertia, tomando vinho e dançando, não muito parecido com os evangélicos de hoje, demasiadamente inclinados ao ascetismo. Ver João 2:3,9,10. Rejeitar um convite a um casamento era uma questão séria (ver Mat. 22:7). Vestes festivais eram usadas pelos convidados (ver Mat. 22:1,12). Figuradamente, a união espiritual entre CRISTO e sua noiva (a Igreja) é simbolizada pelas bodas ou casamento do Cordeiro (ver Apo. 19:9).
g. A Noiva Cobre-se. Trata-se de um costume antiquíssimo, encontrado em várias culturas. A noiva cobria-se com algum tipo de vestuário. Isso simbolizava pelo menos duas coisas: daquele dia em diante, ela seria protegida por ele. Em segundo lugar, o símbolo sexual é óbvio: ele a cobriria de maneira íntima. Entre os beduínos há esse mesmo costume, e quando a mulher é coberta, com suas vestes especiais, o noivo diz: «De agora em diante, somente eu te cobrirei».
h. A Bênção. Os pais o os amigos bendiziam ao casal (ver Gên. 24:60; Rute 4:11; Tobias 8:13).
i. A Aliança. O matrimónio envolvia um acordo pessoal e um acordo tribal. A fidelidade era necessária, a fim de assegurar o cumprimento apropriado do propósito do casamento e da família. Sabemos, com base em Tobias 7:14, que havia acordos escritos. Ver também Pro. 2:17; Eze. 16:8 e Mal.2:4.
j. A Câmara Nupcial. Era preparado um lugar especial para o casal passar os primeiros dias (Tobias 7:16; Sal. 19:5; Joel 2:16).
l. Consumação do Casamento. Tradicionalmente, o casamento não se consumava enquanto não houvesse o ato sexual. Entre muitos povos, enquanto o casamento não se consumasse, poderia haver anulação do matrimónio, sem necessidade de divórcio. Os hebreus religiosos ofereciam orações antes de consumar o casamento. Ver Tobias 8:4.
m. Prova de Virgindade. Os hebreus eram fanáticos quanto a isso. Um pano manchado de sangue deveria ser exibido como prova da virgindade da noiva (ver Deu. 22:13-21). Esse costume continua existindo em alguns lugares do Oriente Próximo. Naturalmente, o noivo não precisava mostrar qualquer prova de que ele também era virgem.
n. Festividades. Os festejos do casamento prosseguiam, talvez tanto quanto uma semana (ver Gên. 29:27). Música, danças e vinho eram importantes elementos desses festejos, juntamente com muita comida. Sansão disse piadas e apresentou enigmas (Juí. 14:12-18),
o. Foram mudadas algumas leis sobre os impedimentos maritais. Ver a terceira seção, Empecilhos ao Casamento. Quanto ao Matrimónio Levirato, ver o artigo separado, com esse título.
p. Tendência em Favor da Monogamia. Os intérpretes vêem no Antigo Testamento uma diminuição gradual da poligamia. Os livros de Samuel e de Reis refletem menos a poligamia, exceto no caso dos reis. O livro de Tobias nunca alude a qualquer outro tipo de casamento, exceto o monogâmico. O livro de Oséias (como também o décimo sexto capítulo de Ezequiel) desenvolveu a figura do casamento monogâmico como ilustração da relação entre Yahweh e Israel.
q. Tempos Pós-Exiiicos. A monogamia parecia ter prevalecido, embora não houvesse leis que a sancionassem. Os babilónios eram essencialmente monógamos, mas os assírios preferiam a poligamia.
r. Desde o começo, o casamento era considerado o estado normal e certo, para o homem e para a mulher. A virgindade não era exaltada, exceto enquanto a mulher não se casasse. A vida celibatária não tinha prestigio nenhum, talvez sendo até considerada uma aberração.
Bibliografia. AM B BAIL BRA E JE UN WEST Z
Costume Judaico
A escolha de uma esposa para o filho era ordinariamente feita pelo pai, Gn 21:21; 24:38, 46. Em alguns casos, o filho fazia ele mesmo a sua escolha ficando, ao pai, a missão de dirigir as negociações, Gn 34: 4, 8; Jz 14:1-10. Somente em circunstâncias extraordinárias é que o jovem dirigia todo o negócio, Gn 29:18. Havendo o consentimento do pai ou do irmão da moça preferida, não havia necessidade de consultar a vontade dela, Gn 24:51; 34:31. Ocasionalmente, os pais procuravam um esposo para sua filha, ou a ofereciam em casamento a um indivíduo de sua escolha, Êx 2:21; Jo 15:17; Rute 3:1, 2; 1 Sm 18:27. Os pais, e às vezes, a própria filha recebiam presentes feitos pelo candidato, Gn 24:22, 53; 29:18, 27; 34:12; 1 Sm 18:25. Entre o tempo que decorria entre o noivado e o casamento, todas as comunicações entre as partes eram mantidas por meio de um amigo para esse fim escolhido, que se chamava o amigo do esposo, Jo 3:29. O casamento em si era negócio puramente doméstico, sem nenhuma cerimônia religiosa, apenas ratificado por uma espécie de juramento, Pv 2:17; Ez 16:8; Ml 2:14. Depois do exílio, estabeleceu-se o costume de lavrar um contrato selado (Tob. 7:14). Quando chegava o dia marcado para o casamento, a noiva purificava-se, cp. Judite, 10:3; Ef 5:26, 27, vestia-se de branco, Ap 19:8; Sl 4:13, 14, ornava-se de joias, Is 61:10; Ap 21:2, apertava o cinto, Is 3:24; 49:18; Jr 2:32; cobria-se com um véu, Gn 24:65, e cingia a fronte com uma coroa. O noivo vestia as suas melhores roupas, cobria a cabeça e cingia o diadema, Ct 3:11; Is 61:10, saía de casa para a casa dos pais da noiva acompanhado por seus amigos, Jz 14:11; Mt 9:15, ao som de músicas e de cantos. Se o casamento era de noite, as pessoas que faziam parte do cortejo empunhavam tochas ou lâmpadas com azeite, 1 Mac 9:39; Mt 25:7, comp. Gn 31:27; Gn 7:34. Recebendo a esposa na casa dos pais, com o rosto velado, e acompanhada pelos votos de felicidade dos amigos e pelas bênçãos paternais, Gn 24:59; Rt 6:11; Tob. 7:13, o esposo a conduzia para casa de seu pai, ou para a sua, juntamente com os convidados, ao som de músicas e bailados, Sl 4:15; Ct 3:6-11; 1 Mac 9:37. No caminho para casa, ajuntavam-se à comitiva, pessoas amigas do novo casal, moças virgens portando lâmpadas com azeite, etc., Mt 25:6. Seguia-se o banquete na casa do esposo, ou de seu pai, Mt 22:1-10; Jo 2:1-9. Se a distância da casa era grande, então o banquete se realizava em casa dos pais da noiva, Mt 25:1, à custa destes ou do esposo, Gn 29:22; Jz 14:10; Tob. 8:19. Nesta ocasião é que o noivo se aproximava da esposa pela primeira vez, Jo 3:29. Terminado o banquete, a noiva era conduzida para a câmara nupcial pelos pais, Gn 29:23; Jz 15:1; Tob. 7:16, 17, e o noivo era igualmente acompanhado pelos seus amigos, ou pelos pais da noiva, Tob. 8:1. As festas continuavam no dia seguinte um pouco mais resumidas, e se prolongavam por mais uma ou duas semanas, Gn 29:27; Jz 14:12; Tob. 8:19, 20.
“Mateus dá prosseguimento à última seção pedagógica de JESUS, iniciada no capítulo 24, com outra parábola (só encontrada em Mateus) sobre o tópico da perseverança como condição prévia para a salvação última. Esta parábola está de acordo com o reincidente tema do autor sobre o julgamento e o tempo do fim. Uma de suas expressões favoritas, ‘Reino dos Céus’, também é usada aqui.
“A Parábola das Dez Virgens é um comentário adicional sobre a Parábola dos Dois Servos (Mt 24.45-51). Note como Mateus liga as duas parábolas com o conectivo ‘então’ (tote) usado frequentemente por ele. Na parábola anterior os servos são recompensados ou condenados de acordo com o comportamento íntegro ou abusivo de cada um. Nesta parábola as virgens prudentes e loucas (ou sábias e tolas) são avisadas a perseverar enquanto esperam o noivo. Visto que JESUS tinha parado de condenar os líderes judeus (Mt 23.39), sua intenção tem de ser que as virgens prudentes e loucas sejam seus seguidores. Quando Mateus registra esta parábola décadas depois de JESUS tê-la ensinado, as virgens loucas são os cristãos que pensam que a Vinda de JESUS está tão iminente que eles não estão preparados para ficar esperando.
“Não nos é dito exatamente o que o azeite (ou óleo) representa aqui. São as boas obras referidas na parábola anterior? É evidente que JESUS não criou uma alegoria extensiva com muitos significados ocultos; entretanto o contexto requer que JESUS seja o noivo, tema popular na igreja primitiva (e.g., Mt 9.15; Jo 3.29; 2 Co 11.2; Ef 5.21-33; Ap 21.2,9; 22.17). Não é sem importância o fato de JESUS usar uma imagem que os profetas do Antigo Testamento identificam com o próprio DEUS, sendo Israel identificado com a noiva (Is 54.5; Jr 31.32; Os 2.16). Aqui as virgens na festa de casamento são os membros da Igreja, ao passo que a festa de casamento simboliza o tempo do fim (veja também Mt 22.1-34). Tentar ver mais simbolismo nesta parábola é ler demais o texto ([...]).
“Tradicionalmente o noivo vai primeiro para a casa do pai da noiva, para finalizar o contrato e levá-la a sua casa, para a festa de casamento. As ‘damas de honra’ são uma uma descrição inexata das dez virgens, já que elas não estão na companhia da noiva, mas esperando o retorno do noivo à sua casa. As ‘lâmpadas’ poderiam ser tochas empapadas de óleo usadas para a procissão do casamento; por conseguinte as mulheres prudentes levam jarros de óleo para enchê-las quando necessário. Se as virgens prudentes compartilhassem o óleo, nenhuma delas teria luz para saudar o Senhor. A porta está fechada, e a exclusão da festa é final. Dada a presença da danação eterna nas parábolas paralelas constantes antes e depois desta, é claro que não está em vista uma comutação da pena. Note o paralelo com a Parábola das Bodas em Mateus 22.1-14, onde a pessoa sem roupas adequadas é expulsa da festa de casamento” (SHELTON, James B. In ARRINGTON, French L.; STRONDAD, Roger (Eds.). Comentário Bíblico Pentecostal. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2003, p.135).
*Classificação da Parábola
“Esta parábola narrativa duplamente indireta também se apresenta como uma síncrise, isto é, uma analogia implícita de exemplos contrastantes. Ela compara a nossa prontidão em participarmos da celebração de um casamento (ou, bodas) à prontidão de participarmos do Reino vindouro. Ela não apresenta uma nimshal interpretativa, embora o v.13 seja um apêndice explicativo.” Para conhecer mais, leia Compreendendo todas as Parábolas de JESUS, CPAD, p.706.
Quais são as duas classes de virgens da parábola? A parábola fala que havia duas classes de virgens, ou seja, “prudentes” e “loucas”.
O que o azeite representa na parábola? Nesta parábola, especificamente, representa a presença permanente do ESPÍRITO SANTO, aliada à fé verdadeira e a santidade necessárias à salvação (Ef 4.30).
Quais são as duas fases da segunda vinda de JESUS? Na primeira fase, JESUS virá secretamente para arrebatar sua Igreja, composta pelos santos ressuscitados e dos vivos transformados, todos serão imediatamente trasladados para o céu por JESUS (Jo 10.28,29; 1 Ts 4.16,17). O arrebatamento terá lugar nas nuvens e somente os salvos o perceberão (1 Co 15.51,52; 1 Ts 4.13-17). Na segunda fase, JESUS voltará com a sua Igreja glorificada, rodeado de glória e poder, descendo sobre o Monte das Oliveiras, ou seja, virá publicamente, pois todo o mundo o verá (Mt 25.31-46; Jd 14,15; Ap 19).
Entre tantas lições, o que ressalta a parábola das dez virgens? A parábola das dez virgens ressalta o valor de cada cristão estar pronto e com a vida santificada, isto é, vivendo de forma separada das coisas profanas, consagrando a vida a uma única coisa – agradar ao seu Noivo, o Senhor JESUS (Ap 19.7).
Se JESUS arrebatar a Igreja hoje você está preparado? Resposta pessoal.
CPAD - http://www.cpad.com.br/ - Bíblias, CD'S, DVD'S, Livros e Revistas. BEP - Bíblia de Estudos Pentecostal.
Peq.Enc.Bíb. - Orlando Boyer - CPAD
STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.