“Vós sereis meus amigos, se fizerdes o que eu vos mando.” (Jo 15.14).
VERDADE PRÁTICA
As palavras dos filhos de DEUS devem condizer com aquilo que eles praticam.
LEITURA DIÁRIA
Segunda – Dt 5.29 DEUS anela que haja disposição em nós para obedecê-lo
Terça – 1 Sm 15.22 DEUS preza mais a nossa obediência do que os sacrifícios
Quarta – Jo 14.15 O amor ao Senhor JESUS é demonstrado pela obediência
Quinta – At 5.29 A obediência ao Senhor tem prioridade sobre a obediência civil
Sexta – Tg 1.22 A prova da obediência está na prática e não nas palavras
Sábado – Hb 5.8 JESUS deu-nos o exemplo sendo obediente ao Pai
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE - Mateus 21.28-32
28 – Mas que vos parece? Um homem tinha dois filhos e, dirigindo-se ao primeiro, disse: Filho, vai trabalhar hoje na minha vinha. 29 – Ele, porém, respondendo, disse: Não quero. Mas, depois, arrependendo-se, foi. 30 – E, dirigindo-se ao segundo, falou-lhe de igual modo; e, respondendo ele, disse: Eu vou, senhor; e não foi. 31 – Qual dos dois fez a vontade do pai? Disseram-lhe eles: O primeiro. Disse-lhes JESUS: Em verdade vos digo que os publicanos e as meretrizes entram adiante de vós no Reino de DEUS. 32 – Porque João veio a vós no caminho de justiça, e não o crestes, mas os publicanos e as meretrizes o creram; vós, porém, vendo isso, nem depois vos arrependestes para o crer.
OBJETIVO GERAL
Destacar a importância da obediência e alertar para os perigos da indiferença espiritual.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS Interpretar a parábola dos dois filhos;
Alertar para os perigos de a prática não ser condizente com o discurso;
Incentivar a prática da obediência. INTERAGINDO COM O PROFESSOR
A inconsistência entre o que se diz e o que se faz é um problema tão sério que afeta até mesmo a educação familiar. Nossos filhos observam muito mais o que fazemos do que aquilo que dizemos. Não raro, pais são surpreendidos com observações feitas pelos filhos acerca de práticas que eles sequer imaginavam que estavam sendo observadas. A parábola que será estudada hoje mostra o valor da prática da obediência e deixa claro que a resposta, mesmo elegante e educada, se não corresponder às ações, de nada serve. O que fica bastante claro nesta narrativa é o fato de que mais importante que a pronta resposta de aceitação do pedido do pai, é a obediência demonstrada nas ações, algo que aconteceu com a atitude do primeiro filho que, mesmo tendo respondido de forma negativa, foi quem de fato obedeceu. Qual tem sido a nossa postura diante das ordens do Senhor? Eis uma boa oportunidade para refletir. PONTO CENTRAL
A obediência, conforme ensina a Bíblia, é a melhor forma de adorarmos a DEUS. Resumo da Lição 9, O Perigo da Indiferença Espiritual I – INTERPRETANDO A PARÁBOLA DOS DOIS FILHOS
1. O contexto da parábola. 2. O assentimento puramente verbal. 3. A negação verbal. 4. Uma adesão operativa. II – QUANDO AS PALAVRAS NÃO SE COADUNAM COM A PRÁTICA
1. Palavras estéreis. 2. O arrependimento conduz à prática. 3. Palavras e ações devem se coadunar. III – UM CHAMADO A FAZER A VONTADE DE DEUS
1. A impossibilidade da obediência à Lei. 2. A fé desobediente. 3. O discípulo faz a vontade de DEUS.
A prática da obediência
Jesus ensinava enfaticamente que cumprir a vontade do seu Pai celestial é uma condição prévia essencial para a entrada no reino dos céus (cf. vv. 22-25; 19.16-26; 25.31-46). Isto, no entanto, não significa que a pessoa pode ganhar ou merecer a salvação mediante seus próprios esforços ou obras. Isto é verdadeiro pelas seguintes razões:
a) O perdão divino o homem obtém mediante a fé e o arrependimento, concedidos pela graça de Deus e a morte vicária de Cristo por nós (ver 26.28 nota; Lc 15.11-32; 18.9-14).
b) A obediência à vontade de Deus, requerida por Cristo, é uma condição básica conducente à salvação, mas Cristo também declara ser ela uma dádiva ligada à salvação dentro do reino. Embora seja a salvação uma dádiva de Deus, o crente deve buscá-la continuamente; recebê-la e evidenciá-la mediante uma fé sincera e decidido esforço. Esse fato é visto na Oração Dominical (6. 9-13) e nas muitas exortações para que o crente mortifique o pecado e se apresente a Deus como sacrifício vivo (cf. Rm 6. 1-23; 8. 1-17; 12.1,2).
c) O crente pode fazer a vontade de Deus e viver uma vida justa em virtude dessa dádiva, isto é, a graça e o poder de Deus e a vida espiritual que lhe são comunicados continuamente mediante Cristo. As Escrituras declaram: Pela graça sois salvos, por meio da fé; e isso não vem de vós; é dom de Deus... Porque somos feitura sua (Ef 2.8-10).
d) Deus sempre torna possível a prática da obediência que Ele requer de nós. Isto é atribuído à ação redentora de Deus. Porque Deus é o que opera em vós tanto o querer como o efetuar, segundo a sua boa vontade (ver Fp 2.13 nota). Todavia, o dom da graça de Deus não anula a responsabilidade nem a ação humanas. O crente deve corresponder positivamente ao dom divino da obediência (Fp 2.12; Jd 20, 21,24; Ef 4.22-32), todavia ele é livre para rejeitar a graça de Deus, para recusar aproximar-se de Deus por meio de Cristo (Hb 7.25), e para recusar orar por uma vida de obediência e viver essa vida.
Alguns textos bíblicos sobre a obediência
a) A prioridade de nossa obediência
“Então Pedro e os demais apóstolos afirmaram: É mais importante obedecer a Deus do que aos homens” (At 5.29 – NAA).
b) Os filhos em relação aos pais
“Filhos, em tudo obedeçam a seus pais, pois fazer isso é agradável diante do Senhor” (Cl 3.20 – NAA).
c) A Obediência à liderança espiritual
“Obedeçam aos seus líderes e sejam submissos a eles, pois zelam pela alma de vocês, como quem deve prestar contas. Que eles possam fazer isto com alegria e não gemendo; do contrário, isso não trará proveito nenhum para vocês” (Hb 13.17 – NAA).
d) A obediência às autoridades
Que todos estejam sujeitos às autoridades superiores. Porque não há autoridade que não proceda de Deus, e as autoridades que existem foram por ele instituídas. Assim, aquele que se opõe à autoridade resiste à ordenação de Deus, e os que resistem trarão sobre si mesmos condenação. Porque os magistrados não são para temor, quando se faz o bem, e sim quando se faz o mal. Você quer viver sem medo da autoridade? Faça o bem e você terá louvor dela, pois a autoridade é ministro de Deus para o seu bem. Mas, se você fizer o mal, então tenha medo, porque não é sem motivo que a autoridade traz a espada; pois é ministro de Deus, vingador, para castigar quem pratica o mal. Portanto, é necessário que vocês se sujeitem à autoridade, não somente por causa do temor da punição, mas também por dever de consciência. É por isso também que vocês pagam impostos, porque as autoridades são ministros de Deus, atendendo constantemente a este serviço. Paguem a todos o que lhes é devido: a quem tributo, tributo; a quem imposto, imposto; a quem respeito, respeito; a quem honra, honra (Romanos 13.1-7 – NAA).
SÍNTESE DO TÓPICO I - A parábola dos dois filhos mostra claramente que só pode participar do Reino de DEUS os que atendem ao chamado do Senhor e o obedece.
SÍNTESE DO TÓPICO II - Quando as palavras não condizem com a prática, um problema se instaura, pois a hipocrisia passa a imperar.
SÍNTESE DO TÓPICO III - A nossa amizade com JESUS depende de fazermos a sua vontade.
PARA REFLETIR - A respeito de “O Perigo da Indiferença Espiritual”, responda:A quem representam o primeiro e o segundo filho da parábola? O filho que diz que será obediente à vontade do pai, nessa parábola, representa Israel, que não fez a vontade de DEUS (Rm 10.21). Enquanto isso, o filho que diz que não vai obedecer, representa os publicanos e os pecadores, que, por se arrependerem de seus pecados, têm o direito de entrar no Reino de DEUS antes dos judeus (v.31).Quais são os dois tipos de atitude que as respostas dos filhos representam? De fato, os dois filhos representam, de forma emblemática, dois tipos de atitudes. O primeiro deles representa a adesão operativa precedida por uma negação que é apenas verbal. De forma inversa, o segundo tipo de resposta trata-se de um assentimento puramente verbal que não passa à ação.
Em que consiste a obediência ao Senhor? A obediência ao Senhor não consiste em proferir palavras estéreis e religiosas, mas em praticar a verdade revelada na Palavra de DEUS de forma concreta e precisa (Mt 7.21).
O verdadeiro arrependimento produz e conduz ao quê? O arrependimento produz mudança de atitude, ou seja, conduz à prática.
Você tem sido uma pessoa que honra a palavra empenhada? Resposta pessoal. Muita Diferença entre dizer e Fazer. Os primeiros chamados são todos os povos, incluídos ai meretrizes, publicanos, são agora os que foram batizados por João Batista, se arrependeram de seus pecados e passaram a seguir JESUS. Disseram não ao chamado universal de DEUS, mas se arrependeram e fizeram a vontade de DEUS. Os segundos chamados são os que aceitaram a Lei dada por DEUS no Monte Sinai - Todo Judeu a aceitava quando ainda jovem, recitando-a diante dos sacerdotes. estes embora dissessem sim ao chamado, não seguiram JESUS por não o reconhecerem como DEUS. Não se arrependeram de seus pecados se submetendo ao batismo de João Batista. Disseram sim ao chamado de DEUS, mas não O obedeceram. Na hora decisiva, que iniciou com o chamado do Batista ao arrependimento, os piedosos fracassaram e os publicanos e pecadores se aproximaram. COMENTÁRIOS DIVERSOS Lição 11 - REALIZANDO A VONTADE DO PAI - 1º Trimestre de 2005 Título: Parábolas de JESUS — Advertências para os dias de hoje Comentarista: Elienai Cabral Ajuda - Pr. Henrique - EBD NA TV TEXTO ÁUREO: “Porque a tristeza segundo DEUS opera arrependimento para a salvação, da qual ninguém se arrepende; mas a tristeza do mundo opera a morte” (2 Co 7.10). 7.10 TRISTEZA SEGUNDO DEUS... TRISTEZA DO MUNDO. Aqui, Paulo identifica dois tipos de tristezas. (1) Há a tristeza autêntica, causada pelo pecado, que leva ao arrependimento. Consiste numa mudança de atitude, que nos leva a voltar-nos contra o pecado, e para DEUS. Esse tipo de arrependimento leva à salvação. Para Paulo, o arrependimento do pecado e a fé em CRISTO são responsabilidades humanas quanto à salvação (ver Mt 3.2). (2) Em contraste, os que não se arrependem, se entristecem repetidamente devido às conseqüências do seu pecado; tal tristeza conduz à morte e à condenação eternas (Mt 13.42,50; 25.30; Rm 6.23).
VERDADE PRÁTICA: A graça de DEUS não discrimina ninguém; até o mais vil pecador pode ser salvo. LEITURA BÍBLICA EM CLASSE: MATEUS 21.23-32 23 E, chegando ao templo, acercaram-se dele, estando já ensinando, os príncipes dos sacerdotes e os anciãos do povo, dizendo: Com que autoridade fazes isso? E quem te deu tal autoridade?
24 E JESUS, respondendo, disse-lhes: Eu também vos perguntarei uma coisa; se ma disserdes, também eu vos direi com que autoridade faço isso.
25 O batismo de João donde era? Do céu ou dos homens? E pensavam entre si, dizendo: Se dissermos: do céu, ele nos dirá: Então, por que não o crestes?
26 E, se dissermos: dos homens, tememos o povo, porque todos consideram João como profeta.
27 E, respondendo a JESUS, disseram: Não sabemos. Ele disse-lhes: Nem eu vos digo com que autoridade faço isso.
A parábola dos dois filhos
28 Mas que vos parece? Um homem tinha dois filhos e, dirigindo-se ao primeiro, disse: Filho, vai trabalhar hoje na minha vinha.
29 Ele, porém, respondendo, disse: Não quero. Mas, depois, arrependendo-se, foi.
30 E, dirigindo-se ao segundo, falou-lhe de igual modo; e, respondendo ele, disse: Eu vou, senhor; e não foi.
31 Qual dos dois fez a vontade do pai? Disseram-lhe eles: O primeiro. Disse-lhes JESUS: sEm verdade vos digo que os publicanos e as meretrizes entram adiante de vós no Reino de DEUS.
32 Porque João veio a vós no caminho de justiça, te não o crestes, mas os publicanos e as meretrizes o creram; vós, porém, vendo isso, nem depois vos arrependestes para o crer. LEITURA DIÁRIA Segunda – Tt 2.11 Graça salvífica para todos 11 Porque a graça de DEUS se há manifestado, trazendo salvação a todos os homens,
2.11 A GRAÇA DE DEUS. Os versículos 11-14 descrevem a natureza e o propósito da graça salvífica de DEUS. Segundo Paulo, a graça
salvífica (1) ensina o crente a rejeitar decididamente as paixões ímpias, prazeres e valores desta era, e considerando-os abomináveis (v.12; cf. Rm 1.18-32; 2 Tm 2.22; 1 Jo 2.15-17); e (2) dirige e capacita o crente a viver "justa e piamente", enquanto espera ansiosamente pela bem-aventurada esperança e pelo aparecimento de JESUS CRISTO (v. 13; Gl 5.5; Cl 1.5; 2 Tm 4.8)
Terça – Lc 3.7-9 A autoridade espiritual de João Batista 7 Dizia, pois, João à multidão que saía para ser batizada por ele: Raça de víboras, quem vos ensinou a fugir da ira que está para vir?
8 Produzi, pois, frutos dignos de arrependimento e não comeceis a dizer em vós mesmos: Temos Abraão por pai, porque eu vos digo que até destas pedras pode DEUS suscitar filhos a Abraão. 9 E também já está posto o machado à raiz das árvores; toda árvore, pois, que não dá bom fruto é cortada e lançada no fogo. 3.8 FRUTOS DIGNOS DE ARREPENDIMENTO. Ver Mt 3.8 nota. O termo hebraico mais comum para arrependimento é metanoia, que tem sentido idêntico, porém, com maior realce. A mensagem do arrependimento dos pecados destina-se aos crentes (Ap 2.5-16; 3.3,19). Ela reluz fortemente no NT. (1) João Batista a pregava com ênfase (Mt 3.2-11; Mc 1.4; Lc 3.3-8; At 13.25; 19.4). (2) JESUS, a sua mensagem redentora inicial foi a do arrependimento dos pecados (Mt 4.17; Mc 1.15; cf. Lc 5.32; 13.3,5). (3) Os apóstolos de JESUS, bem como a igreja como um todo, pregavam o arrependimento (At. 2.38; 3.19; 17.30; Lc 24.47). O arrependimento deve acompanhar o crente em toda sua vida. O crente que contritamente se arrepende quando erra, quando falha, quando peca, é um crente vitorioso (cf. 2 Co 7.9,10; 2 Tm 2.25). (4) O real arrependimento é obra de DEUS no indivíduo (Rm 2.4; At 11.18; 1 Pe 3.9).
Quarta – Jo 3.27-30 A humildade de João Batista 27 João respondeu e disse: O homem não pode receber coisa alguma, se lhe não for dada do céu. 28 Vós mesmos me sois testemunhas de que disse: eu não sou o CRISTO, mas sou enviado adiante dele. 29 Aquele que tem a esposa é o esposo; mas o amigo do esposo, que lhe assiste e o ouve, alegra-se muito com a voz do esposo. Assim, pois, já essa minha alegria está cumprida. 30 É necessário que ele cresça e que eu diminua.
Quinta – Mt 21.28,29 Um filho arrependido A parábola dos dois filhos
28 Mas que vos parece? Um homem tinha dois filhos e, dirigindo-se ao primeiro, disse: Filho, vai trabalhar hoje na minha vinha. 29 Ele, porém, respondendo, disse: Não quero. Mas, depois, arrependendo-se, foi.
Sexta – Mt 21.30 Um filho enganador 30 E, dirigindo-se ao segundo, falou-lhe de igual modo; e, respondendo ele, disse: Eu vou, senhor; e não foi.
Sábado – Sl 37.37 DEUS se agrada da sinceridade 37 Nota o homem sincero e considera o que é reto, porque o futuro desse homem será de paz.
OBJETIVOS: Após esta aula, seu aluno deverá estar apto a: 1- Narrar os fatos que antecederam à parábola. 2- Expor o propósito central do ensino de CRISTO nesta narrativa. 3- Explicar a aplicação prática da parábola nos versículos PONTO DE CONTATO: A Parábola dos dois filhos contrasta duas classes de pessoas: a primeira, refere-se aos publicanos, às meretrizes, aos gentios em geral, representados pelo primeiro filho. A segunda, às autoridades religiosas judaicas, representadas pelo segundo filho. A narrativa diz que todos foram convidados para trabalhar na vinha de DEUS. A primeira classe facilmente desobedeceu às ordens de divinas, mas, depois, caiu em si, arrependida. A segunda, obedeceu apenas aparentemente, mas na prática, no íntimo, transgrediu. O Senhor da vinha também nos convida: “Filho, vai trabalhar hoje na minha vinha?” O que responderemos? DEUS não nos chamou à preguiça ou à indolência, mas a uma vida de perseverante trabalho. Respondamos, pois, “sim” ao Senhor! E lancemo-nos, prontamente, à sua obra. SÍNTESE TEXTUAL: Nesta significativa história, o filho desobediente representa os falsos líderes religiosos que obedecem apenas de lábios, enquanto o filho obediente, aquele que a princípio não acatara a ordem do pai, é figura dos pecadores arrependidos. Esta parábola assevera-nos que DEUS requer obediência de fato e não meramente “boas intenções”. Elas podem ser louváveis, no entanto, o Senhor requer o serviço real de seus servos. O principal propósito desta parábola é censurar a hipocrisia religiosa dos fariseus. Por isso, a mensagem de JESUS foi contundente: Os pecadores, por piores que sejam, adentram no Reino de DEUS à medida que se arrependem. Ao passo que, os falsos religiosos, por não obedecerem e nunca sentirem a necessidade de arrependimento, ficam de fora. ORIENTAÇÃO DIDÁTICA: Utilize o quadro abaixo para explicar a parábola em estudo. Analise junto com os alunos as semelhanças e diferenças entre os dois filhos do vinhateiro. Enfatize a importância da obediência e do arrependimento. Figuras Ilustrativas: I. CONSIDERAÇÕES INICIAIS DA PARÁBOLA (MT 21.23-27) Mt 21.23 E, chegando ao templo, acercaram-se dele, estando já ensinando, os príncipes dos sacerdotes e os anciãos do povo, dizendo: Com que autoridade fazes isso? E quem te deu tal autoridade? 24 E JESUS, respondendo, disse-lhes: Eu também vos perguntarei uma coisa; se ma disserdes, também eu vos direi com que autoridade faço isso. 25 O batismo de João donde era? Do céu ou dos homens? E pensavam entre si, dizendo: Se dissermos: do céu, ele nos dirá: Então, por que não o crestes? 26 E, se dissermos: dos homens, tememos o povo, porque todos consideram João como profeta. 27 E, respondendo a JESUS, disseram: Não sabemos. Ele disse-lhes: Nem eu vos digo com que autoridade faço isso. A pergunta dos príncipes dos sacerdotes e os anciãos do povo foi: Com que autoridade fazes isso? E quem te deu tal autoridade? Os sacerdotes sabiam que a autoridade deles provinha de sua linhagem sacerdotal, descendência de Levi, portanto, incontestável para JESUS ou outro qualquer. Eles tinham a "autoridade de DEUS" para representarem o judaísmo. JESUS não era descendente de Levi, portanto não poderia ensinar como um sacerdote. (Embora não o soubessem JESUS era descendente de Levi por parte de mãe - Maria era prima de Isabel da Tribo de Levi) Como de costume lhes respondeu JESUS com outra pergunta: O batismo de João donde era? Do céu ou dos homens? Como o batismo de João era reconhecido por todo o povo como sendo vindo diretamente de DEUS e o próprio JESUS dele participou, a pergunta tinha resposta certa, porém os sacerdotes já sabiam o que JESUS lhes diria se os mesmos respondessem que era de DEUS: JESUS lhes diria: Então, por que não o crestes? Se acaso respondessem que não era de DEUS o batismo de João, então o povo se revoltaria contra eles, pois haviam ali muitos que foram transformados em seu caráter e e em sua religião após se arrependerem de seus pecados durante o batismo efetuado por João. Então responderam: Não sabemos. JESUS, agora podia dizer-lhes que Ele sabia mais do que eles, pois se batizou no batismo de João e acreditava neste batismo como vindo de DEUS, mas para complementar seu ensino propôs-lhes ainda uma parábola que mais chegou a eles como uma chicotada: II. AS LIÇÕES DERIVADAS DOS DOIS FILHOS (V.28) A parábola dos dois filhos Mt 21.28 Mas que vos parece? Um homem tinha dois filhos e, dirigindo-se ao primeiro, disse: Filho, vai trabalhar hoje na minha vinha. 29 Ele, porém, respondendo, disse: Não quero. Mas, depois, arrependendo-se, foi. 30 E, dirigindo-se ao segundo, falou-lhe de igual modo; e, respondendo ele, disse: Eu vou, senhor; e não foi. 31 Qual dos dois fez a vontade do pai? Disseram-lhe eles: O primeiro. Disse-lhes JESUS: Em verdade vos digo que os publicanos e as meretrizes entram adiante de vós no Reino de DEUS. 32 Porque João veio a vós no caminho de justiça, te não o crestes, mas os publicanos e as meretrizes o creram; vós, porém, vendo isso, nem depois vos arrependestes para o crer. 1. O que representam os filhos (v.28). Os filhos representavam respectivamente os pecadores comuns dentre o povo em geral e os pecadores religiosos e líderes do povo (tanto líderes políticos como religiosos e até anciãos) que se escondiam por detrás de suas capas de santidade, porém eram como sepulcros caiados. Os pecadores entre o povo eram os que em resumo, não observavam a Lei para fazerem as purificações, ritos, separações e sacrifícios. Os pecadores religiosos eram os "representantes de DEUS" na terra, ou seja as autoridades de Israel. 2. Filhos do mesmo pai (v.28). O pedido ou a ordem não foi seguida de repreensão ou de obrigação, porém cada filho teve a oportunidade de corresponder ao pai de acordo com sua própria vontade; é o livre-arbítrio concedido pelo pai aos filhos. DEUS espera que todo crente, por amor, gratidão, chamada, privilégio e oportunidade, e não apenas o dever, sirva-O com alegria, dedicação, zelo e resignação. DEUS não colocou robôs na terra para lhe obedecerem forçadamente, mas colocou seres pensantes e deseja que estes seres, os homens, o sirvam de livre e espontânea vontade e com desejo de agradar-lhe em tudo. 3. O pai: figura de DEUS. O pai é a figura principal da parábola. O pai é quem chama, quem dá oportunidade de trabalho, quem vai até ao filho, quem quer recompensar o filho. “Filhos”, aqui, não deve ser visto apenas como um mero termo de tratamento, mas uma expressão da nossa filiação, santificação e justificação. Temos uma posição no reino dos céus ao aceitarmos a CRISTO como Senhor e Salvador, posição espiritual em CRISTO JESUS (Jo 1.12; Rm 8.14; Gl 4.5). III. A CONDUTA DIFERENCIADA DOS FILHOS (VV.29,30) Mt 21.28 Mas que vos parece? Um homem tinha dois filhos e, dirigindo-se ao primeiro, disse: Filho, vai trabalhar hoje na minha vinha. 29 Ele, porém, respondendo, disse: Não quero. Mas, depois, arrependendo-se, foi. 30 E, dirigindo-se ao segundo, falou-lhe de igual modo; e, respondendo ele, disse: Eu vou, senhor; e não foi. 31 Qual dos dois fez a vontade do pai? Disseram-lhe eles: O primeiro. Disse-lhes JESUS: Em verdade vos digo que os publicanos e as meretrizes entram adiante de vós no Reino de DEUS. 32 Porque João veio a vós no caminho de justiça, te não o crestes, mas os publicanos e as meretrizes o creram; vós, porém, vendo isso, nem depois vos arrependestes para o crer. Os dois filhos receberam do pai a mesma ordem ou pedido: “Filho, vai trabalhar hoje na minha vinha”(vv.28,30), Veremos agora qual a resposta de cada um e qual a reação de cada um diante do chamado do pai: Sabemos que todos os dois deram resposta ao chamado do pai no mesmo instante em que foram chamados, não pensaram antes de responder, não analisaram o trabalho antes de responder; o primeiro que foi chamado disse logo, Não quero; o segundo, porém respondeu imediatamente, Eu vou, senhor. 1. O espírito de rebeldia. O PRIMEIRO "FILHO": mostrou-se desobediente, grosseiro e indelicado; não procurou analisar o pedido do pai e a primeira resposta que lhe veio à boca, respondeu: “Não quero” - Não era seu desejo no momento, pois não sabia direito o que representava trabalhar na vinha de seu pai. Pv 25.11 Como maçãs de ouro em salvas de prata, assim é a palavra dita a seu tempo. Ele respondeu: “Não quero”, mas não justificou; não esclareceu nada. E o pai tinha urgência: “Hoje” (v.28). A vinha era da família (“minha vinha”); portanto, era dos próprios filhos. O primeiro filho, inicialmente, desobedeceu, mas depois se arrependeu e foi para o trabalho. O SEGUNDO "FILHO": mostrou-se obediente, amoroso e delicado; procurou agradar o pai e a primeira resposta que lhe veio à boca, respondeu: "Eu vou, senhor" - Era seu desejo no momento, sabia o que representava trabalhar na vinha de seu pai, porém não foi trabalhar, era um preguiçoso. Pr 21.25 O desejo do preguiçoso o mata; porque as suas mãos recusam-se a trabalhar. Ambos eram dominados por sentimentos de rebeldia. O pecado de rebeldia e insubmissão é igualado aos de feitiçaria, iniqüidade e idolatria (1 Sm 15.22,23). 2. Diferenças entre os dois filhos (vv.28,29). a) O PRIMEIRO "FILHO": Nele vemos a importância da reflexão. Ele pensou no que fez de errado e arrependeu-se ainda em tempo. Muitos se arrependem tarde demais como Judas e o homem citado em Lc 16.23-30. Um nome igualmente apropriado para esta parábola dos Dois Filhos séria "A Parábola do Arrependimento", porque é nela que temos o ensino e registro mais claro do ponto de vista de CRISTO sobre este assunto tão importante. I. *** O Arrependimento é a primeira e uma das mais importante verdades do Novo Testamento:
A. Foi o teor da mensagem de João Batista: Mc 1:4; B. Foi mencionado na primeira mensagem de CRISTO; Mc 1,14-15;
C. JESUS enviou seus discípulos a pregar e o que eles pregaram? Mc 6,12;
D. Examinando o livro de Atos, a primeira pregação da Igreja de CRISTO, Pedro pede aos ouvintes que se arrependessem; Atos 2,38;
E. Paulo, outro grande pregador da igreja primitiva, ressalta aos Atenienses idólatras: Atos 17,30;
F. O arrependimento era básico na mensagem primitiva; *** O arrependimento é o ponto de partida pelo qual todos que entram no reino dos céus precisam chegar a entendê-lo:
A. JESUS deixa claro que todos os fariseus, sacerdotes e anciãos precisavam se arrepender da mesma forma que os publicanos e as meretrizes;
B. Essa é uma verdade fundamental e vital. Não é um desses pontos que podem haver variações de pensamentos; C. Paulo pregava que não havia nenhum justo capaz de fugir dessa realidade; Rm 3,10-19; D. Professar uma religião ou ter sido criado num ambiente religioso não faz diferença;
E. O fato do filho mais novo ter dito sim ao pai não faz diferença. Ele não obedeceu;
F. Podemos dizer com segurança que o templo da salvação começa no arrependimento; *** JESUS enfatiza que o que condena os homens é o fato de não se arrependerem: A. Mateus 21,32; Foi o caso dos fariseus mencionados nesta parábola;
B. Ai de ti Cafarnaum... Luc. 10:13; III *** A falta de entendimento sobre a importância do arrependimento é a causa de muitos problemas encontrados dentro do cristianismo nominal: A. A fraqueza das igrejas; B. A Falta de um testemunho forte e corajoso; C. A confusão das massas que mal sabem o que é ser cristão, ou que é uma igreja;
D. Elas não entendem que para ser cristão é preciso haver uma transformação interna, operado pelo ESPÍRITO SANTO, a qual, transforma-o interna e externamente; *** O Arrependimento em algum ensinos ilustres do Senhor JESUS: A. Na parábola do filho pródigo encontramos o momento em que ele se arrependeu, e nada é mais comovente do que a palavras que JESUS usou para descrevê-la: "E tornando em si..."
B. Na parábola do fariseu e do publicano. Toda a oração do publicano é um ato notável de um homem arrependido de seus pecados e que precisa de ajuda;
C. As pessoas perdoadas por CRISTO eram pessoas sofredoras *** O que é o arrependimento - forma simplificada: A. Primeiro: Admitiu o seu erro: a si mesmo; a quem de direito; a DEUS; ao mundo;
Êx. O filho pródigo: "Caindo em si, disse: Quantos jornaleiros de meu pai têm abundância de pão e eu aqui pereço de fome?" Lc 15:17 ou em outras palavras: "Que bobagem é essa que eu fiz em recusar de viver com meu Pai e achar que este mundo era melhor que minha casa? B. Segundo: Sentiu vergonha do que fez, achando-se indigno de receber o perdão;
"Pai, pequei contra o céu, e perante ti, e já não sou digno de ser chamado seu filho; faze-me como um dos teus jornaleiros..." Lc 15:18-19; C. Terceiro: Provou e confirmou seu arrependimento, fazendo aquilo que de princípio havia se recusado a fazer; "E levantando-se foi para seu pai" Lc 15:20; Estes três passos pode ser visto na vida do primeiro filho. Ele ficou com o coração constrangido em não obedecer a seu pai, admitiu o erro a si próprio, e foi para o trabalho humilhado; *** O terceiro Passo é o mais difícil A. É nesse ponto que muitos chegam e desistem. Assumem o erro, envergonham-se mas tem medo de assumir publicamente que "realmente mudou" com suas atitudes;
B. O Jovem Rico é um bom exemplo de como ele foi bem até este ponto; *** A quem é concedido o arrependimento?
A. Na parábola não fala de “religiosos’ ou “santos”; B. A parábola usa os termos "publicanos" e "meretrizes"; C. Os publicanos eram a pior espécie de homens entre os judeus:
Tidos como ladrões por defraudarem o povo;
Tidos como carrascos por ordenar a prisão dos que não conseguiam pagar os impostos;
Tidos como traidores da pátria. Cobravam impostos a César e não a um rei judeu;
Tidos como os mais indignos de entrarem no reino dos céus; D. As meretrizes eram a pior espécie entre as mulheres;
A Lei mandava apedrejá-las;
Sinônimo de imoralidade eram tidas como "um nojo" para a sociedade;
Até hoje ser identificada como meretriz é por si uma ofensa à família; E. Porque JESUS usou dois exemplos tão vis:
Primeiro: Mostrar que para DEUS a condição do homem está nivelada em "pecadores"; Romanos 3:23;
Segundo: Que a morte de CRISTO é suficiente para tirar os mais vis pecados; 1 Co 6:20;
Terceiro: Que meretrizes e publicanos são capazes de chegar ao arrependimento quando muitos religiosos não o são; João 1:1; e Mat. 21:32; I*** Mas temos ainda um último ensinamento nesta parábola: Está na palavra "depois" A. Ela expressa ao mesmo tempo a misericórdia e o amor de DEUS;
B. Que seria desse primeiro filho sem esta palavra. No começo negou-se a ir, mas "depois", mas depois ele foi; C. Que seria de Paulo se não houvesse essa palavra após aquele dia que ele segurou as vestes dos assassinos de Estevão; Após ele perseguir a Igreja de CRISTO; Graças a DEUS temos essa palavra; D. Quantos já recusaram servir a DEUS como a Bíblia ensina e estão tendo a oportunidade de ter em sua vida, neste dia, a palavra "depois";
E. Você pode um dia dizer: "Por muitos anos eu recusei aceitar o evangelho e entregar minha vida a JESUS. Mas "depois", num dia 12 de Dezembro, ouvi a Palavra da Salvação e me entreguei a meu Mestre e Senhor JESUS CRISTO; b) O SEGUNDO "FILHO": Este respondeu afirmativamente ao pai, porém não foi trabalhar na vinha. Outrossim, pode indicar preguiça, um mal que continua a se instalar nos filhos e filhas da atualidade, prejudicando os lares por toda parte. Se dependesse dele, a vinha do pai logo mais seria um campo de urtigas (Pv 24.30-34). A urtiga causa coceira, queimadura e inquietação. “Urtiga” na igreja, vem da ociosidade; de crente desocupado. Disse uma coisa e fez outra (v.30). “Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no Reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus” (Mt 7.21). Era hipócrita; de duas caras; de duas palavras. “Eu vou, senhor; e não foi”. Um cristão nessa situação perde a identidade bíblica, ou seja, perde a visão de salvação em JESUS CRISTO. Quantos, antes de serem batizados no ESPÍRITO SANTO, prometeram evangelizar, visitar enfermos e fazer tantas outras coisas; agora estão ociosos, estão a assistir cultos, não cultuam a DEUS e nem fazem sua obra, são os preguiçosos que vêem a vinha, porém não entram nela; vão acabar ficando de fora da fazenda. IV. A APLICAÇÃO DA PARÁBOLA (VV.31,32) 1. “Qual dos dois fez a vontade do pai?” (v.31). Eram filhos de um mesmo pai. A filiação era uma só, mas tinham características diferentes. "Filhos' aqui é criatura de "DEUS". A nossa filiação proveniente de DEUS é outorgada a nós quando aceitamos a JESUS CRISTO como Senhor e Salvador e vem de cima; o caráter é formado em nosso interior pelo ESPÍRITO SANTO e manifesta-se em nosso exterior. Balaão queria “morrer a morte do justo”, mas não queria viver a vida do justo, e deu-se mal (Nm 23.10; 31.15,16; Ap 2.14). 2. As pessoas representadas pelos dois filhos (v.32). Os que desconhecem a DEUS e vivem na ignorância, alienados dEle são os publicanos e meretrizes, disse JESUS (v.32); estão representados no primeiro filho. Há os que afirmam que conhecem a DEUS, no entanto, o negam com seu viver (Tt 1.16). Assim eram os sacerdotes e outros líderes religiosos do povo (v.23), representados no segundo filho. CONCLUSÃO Nesta lição a importância maior é a obediência e reconhecimento da vontade perfeita de DEUS em nossa vida que só vem do arrependimento de nossos pecados e total entrega a DEUS. Se isso é de alto valor na vida secular, o é muito mais na esfera espiritual. Há cristãos que honram a DEUS com seus lábios, mas seus corações estão longe dEle, como afirmou JESUS (Mt 15.8,9). Ler também 1 Jo 3.18. Outra verdade decorrente da lição é que nossas intenções para com DEUS serão reveladas principalmente por meio de nosso comportamento.
AUXÍLIOS SUPLEMENTARES: Subsídio Teológico “JESUS continua contra-atacando os inimigos com três parábolas que tratam da rejeição dos líderes de Israel. Mateus introduz estas parábolas com a expressão: ‘Mas que vos parece?’ (Mt 17.25; 18.12). De acordo com os profetas, a vinha nas duas primeiras parábolas representa Israel (Sl 80.8-19; Jr 2.21). Na Parábola dos Dois Filhos, o primeiro filho representa os pecadores arrependidos que agora servem ao Pai, ao passo que o segundo filho retrata os líderes que honram a DEUS com os lábios mas cujo coração está longe (Is 29.13). Anteriormente JESUS já tinha se associado com os publicanos e pecadores, e os inimigos lançaram-lhe isso em rosto (Mt 9.9-13). Agora, ele menciona os pecadores para reprovar os principais sacerdotes e anciãos. A chamada de João Batista ao arrependimento teve profundo impacto nos pecadores arrependidos que viviam na periferia da respeitabilidade (Lc 3.10-14; 7.29,30). O uso do título respeitoso ‘senhor’ (kyrie, Mt 21.30) é típico de Mateus e provavelmente tem significado duplo para ele e sua audiência. Nos lábios do filho hipócrita, faz o leitor lembrar das palavras ditas anteriormente por JESUS (Mt 7.21). [...] ‘Em verdade vos digo que os publicanos e as meretrizes entram adiante de vós no Reino de DEUS’ (Mt 21.31). JESUS deixa aberta a possibilidade de que a elite ‘respeitável’ venha a seguir os publicanos e pecadores no Reino de DEUS, mas considerando o caráter apocalíptico da parábola, soa friamente como palavras de julgamento final.” (ARRINGTON, F.L.; STRONSTAD, R. (eds.). Comentário bíblico pentecostal: Novo Testamento. RJ:CPAD, 2003, p. 120.). Leia mais Revista Ensinador Cristão CPAD, nº 22, pág. 41. Vontade de DEUS Mt 6. 10 Venha o teu reino, seja feita a tua [vontade], assim na terra como no céu; Mt 7. 21 Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a [vontade] de meu Pai, que está nos céus. Mt 10. 29 Não se vendem dois passarinhos por um ceitil? e nenhum deles cairá em terra sem a [vontade] de vosso Pai. Mt 12. 50 Porque, qualquer que fizer a [vontade] de meu Pai que está nos céus, este é meu irmão, e irmã e mãe. Mt 18. 14 Assim, também, não é [vontade] de vosso Pai, que está nos céus, que um destes pequeninos se perca. Mt 21. 31 Qual dos dois fez a [vontade] do pai? Disseram-lhe eles: O primeiro. Disse-lhes JESUS: Em verdade vos digo que os publicanos e as meretrizes entram adiante de vós no reino de DEUS. Mt 26. 42 E, indo segunda vez, orou, dizendo: Pai meu, se este cálice não pode passar de mim sem eu o beber, faça-se a tua [vontade]. 1Ts 4. 3 Porque esta é a [vontade] de DEUS, a vossa santificação; que vos abstenhais da prostituição; Hb 2. 4 Testificando também DEUS com eles, por sinais, e milagres, e várias maravilhas e dons do ESPÍRITO SANTO, distribuídos por sua [vontade]? Hb 10. 36 Porque necessitais de paciência, para que, depois de haverdes feito a [vontade] de DEUS, possais alcançar a promessa. 1Jo 2. 17 E o mundo passa, e a sua concupiscência; mas aquele que faz a [vontade] de DEUS permanece para sempre. 1Jo 5. 14 E esta é a confiança que temos nele, que, se pedirmos alguma coisa, segundo a sua [vontade], ele nos ouve. GLOSSÁRIO
Assim como CRISTO instruía os seus discípulos por meio de parábolas (o que tornava mais fácil a instrução), algumas vezes Ele também convencia os seus adversários por meio de parábolas. Isso aproxima a reprovação e faz com que os homens, pelo menos aqueles que estão conscientes, censurem a si mesmos. Dessa maneira, Natã convenceu Davi por meio de uma parábola (2 Sm 22.1), e a mulher de Tecoa o surpreendeu da mesma maneira (2 Sm 14.2). As parábolas de reprovação recorrem às próprias pessoas que erraram, e as julgam a partir das suas próprias bocas. Pelo que podemos entender das primeiras palavras, isto é o que CRISTO pretende aqui (v. 28): “Mas que vos parece?”
Nesses versículos, temos a parábola dos dois filhos enviados para trabalhar na vinha, cujo objetivo é mostrar que aqueles que não reconheciam que o batismo de João era de DEUS envergonhavam-se diante, até mesmo, dos publicanos e das meretrizes, que o sabiam e que o reconheciam. Aqui está:
I
A parábola, que representa dois tipos de pessoas. Aqueles que provam ser melhores do que se esperava, representados pelo primeiro dos filhos; e outros, que prometem ser melhores do que provam ser, representados pelo segundo filho.
1. Eles tinham o mesmo pai, o que significa que DEUS é o Pai comum de toda a humanidade. Existem dádivas que todos nós, de igual maneira, recebemos dele, e obrigações que todos nós, de igual maneira, temos para com Ele. “Não temos nós todos um mesmo Pai?” Sim, e ainda assim existe uma imensa diferença entre as personalidades dos homens.
2. Os dois receberam a mesma ordem: “Filho, vai trabalhar hoje na minha vinha”. Os pais não devem criar seus filhos na ociosidade; nada é mais agradável, e também mais pernicioso, para a juventude, do que isso (Lm 3.27). DEUS quer que os seus filhos trabalhem, embora todos eles sejam seus herdeiros. Esta ordem é dada a cada um de nós. Considere: (1) O trabalho da religião, em que nós devemos nos envolver, por vocação, é um trabalho na vinha, elogiável, lucrativo e agradável. Devido ao pecado de Adão, nós fomos expulsos para trabalhos comuns, e para comer as ervas dos campos; mas com a graça do nosso Senhor JESUS, nós somos convocados para trabalhar outra vez na vinha. (2) O chamado do Evangelho para trabalhar na vinha exige obediência imediata: “Filho, vai trabalhar hoje”, enquanto ainda é hoje, porque “a noite vem, quando ninguém pode trabalhar”. Nós não fomos enviados ao mundo para estar ociosos, nem recebemos a luz do dia para brincarmos; por isso, se temos a intenção de fazer alguma coisa por DEUS e pelas nossas almas, por que não agora? Por que não hoje? (3) A exortação para ir trabalhar hoje na vinha, que “argumenta conosco como filhos” (Hb 12.5): “Filho, vai trabalhar”. Esta é a ordem de um Pai que traz consigo autoridade e, ao mesmo tempo, afeto, um Pai que se compadece dos seus filhos, e conhece a sua estrutura, e não os sobrecarrega (Sl 103.13,14), um Pai que “poupa a seu filho que o serve” (Ml 3.17). Se trabalharmos na vinha do nosso Pai, trabalharemos para nós mesmos.
3. Os dois filhos tiveram comportamentos muito diferentes.
(1) Um dos filhos fez melhor do que tinha prometido, provou ser melhor do que se esperava. A sua resposta foi má, mas as suas ações foram boas.
[1] Aqui está a resposta exterior que esse filho deu ao seu pai; ele disse claramente: “Não quero”. Veja a que estágio de imprudência chega a natureza corrupta de um homem, a ponto de dizer: “Não quero”, como resposta à ordem de um Pai. A recusa a uma ordem como essa, de um Pai como esse, mostra que eles são filhos insolentes e teimosos. Aqueles que não se curvam, certamente não se envergonharão; se eles tivessem algum grau de modéstia em si mesmos, não poderiam dizer: “Não quero” (Jr 2.25). As desculpas são más, mas as negações diretas são piores; porém, essas recusas categóricas freqüentemente se chocam com os chamados do Evangelho. Em primeiro lugar, alguns gostam do seu conforto, e não querem trabalhar; eles vivem no mundo como leviatã nas águas, para folgar (Sl 104.26); eles não gostam de trabalhar. Em segundo lugar, os seus corações se preocupam tanto com os seus próprios campos, que eles não estão propensos a ir trabalhar na vinha de DEUS. Eles gostam mais dos negócios do mundo do que dos negócios da sua fé. Assim, alguns, pelas delícias dos sentidos, e outros, pelas atividades do mundo, são impedidos de realizar aquela grande obra para a qual foram enviados ao mundo, e dessa maneira, passam o dia inteiro ociosos.
[2] Vemos aqui a feliz mudança de idéia, e da conduta do primeiro filho, depois de pensar um pouco: “Mas, depois, arrependendo-se, foi”. Observe que há muitas pessoas que no início são más, teimosas, voluntariosas e pouco promissoras, mas que posteriormente se arrependem e se corrigem, e caem em si. Há alguns que DEUS escolheu, e que são tolerados por muito tempo em sua rebelião; alguns dentre nós foram assim (1 Co 6.11). Estes se destinam a padrões de grandes sofrimentos (1 Tm 1.16). Depois, ele se arrependeu. O arrependimento é metanoia – um pensamento posterior; e metameleia – uma preocupação posterior. Antes tarde do que nunca. Observe que quando ele se arrependeu, ele foi; este é um “fruto digno de arrependimento”. A única evidência do arrependimento da nossa resistência anterior é concordar imediatamente e partir para o trabalho; e então, o que passou será perdoado, e tudo ficará bem. Veja que Pai bondoso DEUS é; Ele não se ressente da afronta das nossas recusas, como poderia fazê-lo, justamente. Aquele que disse ao seu pai, face a face, que não faria o que ele lhe pedia, merecia ser atirado para fora de casa e deserdado; mas o nosso DEUS “espera para ter misericórdia”, e, apesar das nossas antigas tolices, se nós nos arrependermos e nos corrigirmos, Ele irá nos aceitar de uma forma bastante favorável. Bendito seja DEUS, nós estamos sob uma aliança que dá lugar a esse tipo de arrependimento.
(2) O outro filho disse melhor do que fez, prometeu ser melhor do que provou ser; a sua resposta foi boa, mas as suas ações, más. O pai, “dirigindo-se ao segundo, falou-lhe de igual modo” (v. 30). O chamado do Evangelho, embora muito diferente, é, na realidade, o mesmo para todos nós, e nos é transmitido com o mesmo teor. Todos nós temos as mesmas ordens, os mesmos compromissos, os mesmos incentivos, embora para alguns eles sejam “cheiro de vida para vida”, para outros, “cheiro de morte para morte”. Considere:
[1] Como esse segundo filho prometeu corretamente. “Respondendo ele, disse: Eu vou, senhor”. Observe que é conveniente que os filhos falem de maneira respeitosa com seus pais. Isto é parte daquela honra que o quinto mandamento exige. Ele professa uma obediência imediata: “Eu vou”; ele não diz: “Eu irei daqui a pouco”, mas: “Imediatamente, senhor, pode confiar nisso, eu vou agora mesmo”. Esta é a resposta que nós devemos dar, do fundo do coração, sinceramente, a todos os chamados e mandamentos da Palavra de DEUS (veja Jr 3.22; Sl 27.8).
[2] Como ele fracassou em realizar o que tinha prometido: “e não foi”. Observe que existem muitos que proferem boas palavras, e fazem, na religião, boas promessas que se originam de boas motivações para o presente; porém, ficam apenas nisso, não vão mais além e, dessa forma, não fazem nada. Dizer e fazer são duas coisas diferentes. E há muitos que dizem e não fazem; esta é uma acusação específica aos fariseus (Mt 23.3). Muitos, com a sua boca, mostram muito amor, mas os seus corações vão em outra direção. Eles (os príncipes dos sacerdotes e os anciãos do povo) tinham uma boa intenção em serem religiosos, mas se deparavam com alguma coisa que devia ser feita, que era difícil demais, ou com alguma coisa de que deviam se separar, que era querida demais, e desta forma os seus objetivos não levavam a nenhum resultado. Botões e flores não são frutos.
II
Uma pergunta geral sobre a parábola: “Qual dos dois fez a vontade do pai?” (v. 31). Ambos tiveram as suas falhas, um deles foi rude, e o outro foi falso – a variedade de respostas que os pais, às vezes, encontram nos diferentes espíritos dos seus filhos, e têm a necessidade de uma grande dose de sabedoria e graça para saber qual é a melhor maneira de manejá-los. Mas a pergunta é: Qual dos dois foi o melhor, e o que menos falhou? E isto se resolveu prontamente; o primeiro, porque as suas ações foram melhores que as suas palavras, e o seu final, melhor que o seu começo. Isto eles tinham aprendido com o bom senso da humanidade; é muito melhor lidar com alguém que, na prática, será melhor que a sua palavra, do que com alguém que não será capaz de cumprir a sua palavra. E, com este objetivo, eles (os príncipes dos sacerdotes e os anciãos do povo) tinham aprendido com o relato que DEUS faz da regra do seu julgamento (Ez 18.21-24): “Se o ímpio se converter de todos os seus pecados”, ele será perdoado; e se o homem justo se afastar da sua justiça, ele será rejeitado. O conteúdo de todas as Escrituras nos permite compreender que são aceitos, como realizando a vontade do Pai, aqueles que, após compreenderem que não entenderam ou não obedeceram a sua vontade, arrependem-se e então fazem o melhor que podem.
III
Uma aplicação particular ao assunto em questão (vv. 31,32). O principal objetivo da parábola é mostrar como os publicanos e as meretrizes, que nunca falavam do Messias e do seu reino, ainda assim aceitavam a doutrina e se sujeitavam à disciplina de João Batista, o precursor de JESUS, ao passo que os sacerdotes e os anciãos, que estavam cheios de expectativas do Messias, e pareciam muito dispostos a estar de acordo com o que Ele determinava, desprezaram João Batista, e foram contrários aos desígnios da missão de JESUS. Mas a parábola tem um outro alcance; os gentios, às vezes, eram desobedientes, tendo sido, por muito tempo, filhos da desobediência, da mesma maneira que o filho mais velho (Tt 3.3,4); porém, quando o Evangelho lhes foi pregado, eles se tornaram obedientes à fé, enquanto os judeus, que diziam: “Eu vou, Senhor”, faziam boas promessas (Êx 24.7; Js 24.24), mas não iam; eles somente lisonjeavam a DEUS com os seus lábios (Sl 78.36).
Na aplicação que CRISTO fez dessa parábola, observe:
1. Como Ele prova que o batismo de João era do céu, e não dos homens. “Se vocês não disserem”, diz CRISTO, “devem ao menos saber que poderiam dizer”:
(1) O objetivo do seu ministério: “João veio a vós no caminho de justiça”. Para saber se João recebeu do céu a sua comissão, basta recordar a regra do teste: “Pelos seus frutos os conhecereis”; os frutos das suas doutrinas, os frutos das suas obras. Observe apenas os seus métodos, e você poderá acompanhar tanto a sua ascensão como a sua tendência. Era evidente que João tinha vindo “no caminho de justiça”. No seu ministério, ele ensinava as pessoas a se arrependerem, e a realizar obras de justiça. Nas suas palavras, ele era um grande exemplo de severidade, de seriedade, e de desprezo pelo mundo, renunciando-se a si mesmo, e fazendo o bem a todos. Por isso CRISTO se submeteu ao batismo de João, porque lhe convinha “cumprir toda a justiça”. Se João veio, dessa maneira, no caminho da justiça, poderiam eles ignorar que o seu batismo era do céu, ou ter qualquer dúvida disso?
(2) O sucesso do seu ministério: “Os publicanos e as meretrizes o creram”. João Batista fez um enorme bem entre os piores tipos de pessoas. O apóstolo Paulo prova o seu apostolado com o selo do seu ministério (1 Co 9.2). Se DEUS não tivesse enviado João Batista, Ele não teria coroado as suas obras com um sucesso tão maravilhoso, nem teria sido tão essencial, como foi, para a conversão das almas. Se os publicanos e as meretrizes acreditavam no que João dizia, certamente a mão de DEUS estava com ele. O benefício das pessoas é o melhor testemunho de um ministro.
2. Como Ele os reprova pelo seu desprezo ao batismo de João, que, por temerem a multidão, não estavam dispostos a reconhecer. Para repreendê-los, Ele coloca diante deles a fé, o arrependimento e a obediência dos publicanos e das meretrizes, o que piorava a sua descrença e a sua impenitência. Como o Senhor mostra em Mateus 11.21, os menos prováveis se arrependeriam. Aqui também os menos prováveis se arrependeram realmente.
(1) Os publicanos e as meretrizes eram como o primeiro filho na parábola, de quem se esperava pouca religiosidade. Eles não prometiam nenhum bem, e aqueles que os conheciam não esperavam deles nenhum bem. Em geral, o seu temperamento era rude, e as suas palavras, depravadas e corruptas; e, ainda assim, muitos deles foram transformados pelo ministério de João, que veio no espírito e no poder de Elias (veja Lc 7.29). Estes impuros representavam o mundo gentílico; pois, como observa o Dr. Whitby, os judeus, em geral, classificavam os publicanos junto com os pagãos; e os pagãos eram representados, pelos judeus, como meretrizes, e homens nascidos de prostituição (Jo 8.41).
(2) Os escribas e os fariseus, os principais dos sacerdotes e os anciãos, e, na verdade, a nação judaica de maneira geral eram como o outro filho, que disse boas palavras. Eles faziam uma profissão especial da religião; ainda assim, quando o reino do Messias lhes foi trazido, pelo batismo de João, eles o desprezaram, deram-lhe as costas – na verdade, levantaram os sapatos para esmagá-lo. Um hipócrita é convencido e convertido com mais dificuldade do que um pecador inveterado; se alguém se mantiver apoiado em uma aparência de santidade, esta se tornará uma das fortalezas de Satanás, pela qual ele se oporá ao verdadeiro poder da santidade. Estes eram agravos da sua falta de fé: [1] O fato de João ser uma pessoa tão excelente, que veio a eles “no caminho de justiça”. Quanto melhores os meios, maior será o resultado, se não perfeito. [2] O fato de que, quando viram os publicanos e as meretrizes entrarem antes deles no Reino dos céus, eles não se arrependeram nem creram, nem mesmo posteriormente. Eles não eram, de maneira nenhuma, incitados a uma santa emulação (Rm 11.14). Os publicanos e as meretrizes receberão graça e glória, e nós não as compartilharemos? Aqueles que são inferiores a nós serão mais santos e mais felizes do que nós? Eles não tinham a inteligência e a graça que tinha Esaú, que foi levado a tomar providências adicionais às que tinha tomado, pelo exemplo do seu irmão mais jovem (Gn 28.6). Esses sacerdotes orgulhosos, que se diziam líderes, não desejavam seguir as instruções do Senhor, embora assim pudessem entrar no Reino dos céus, mesmo que após os publicanos. “Por causa do seu orgulho”, eles não procuravam seguir a DEUS e a CRISTO (Sl 10.4). A primeira parábola: Os filhos desiguais, 21.28-32 - Comentário Esperança 28 E que vos parece? Um homem tinha dois filhosa. Chegando-se ao primeiro, disse: Filho, vai hoje trabalhar na vinha. 29 Ele respondeu: Sim, senhor; porém não foi. 30 Dirigindo-se ao segundo, disse-lhe a mesma cousa, mas este respondeu: Não quero. Depois, arrependido, foi. 31 Qual dos dois fez a vontade do pai? Disseram: O segundo. Declarou-lhes JESUS: Em verdade vos digo que publicanos e meretrizes vos precedem no reino de DEUS. 32 Porque João veio a vós outros no caminho da justiça, e não acreditastes nele; ao passo que publicanos e meretrizes creram. Vós, porém, mesmo vendo isto, não vos arrependestes, afinal, para acreditardes nele.
Em relação à tradução
Na Revista e Corrigida, e na tradução ecumênica teb, da Loyola/Paulinas, o filho que diz “não” consta vem em primeiro, enquanto o que diz “sim” passou está em segundo lugar. Uma vez que a edição grega de Nestle, seguindo um dos manuscritos mais importantes, traz a ordem inversa, o pregador encontrará certa dificuldade, por não saber a que versão deve aderir. Por isso devemos dizer algo a respeito. Perguntamos não pelo valor dos manuscritos, o que neste contexto levaria a demais detalhes, e sim pelas razões de conteúdo que parecem ser favoráveis a uma ou outra forma textual.
Nossa tendência talvez seja de seguir a rc, porque somente assim se justifica suficientemente o pedido ao segundo filho. Se o primeiro diz não, resulta por si que o pai se dirige, agora, ao segundo. Esse argumento naturalmente não é contundente, porque bem poderíamos imaginar a situação, sem que fosse expressamente descrita assim, de que o pai se volta ao segundo filho depois que verificou que o primeiro não cumpriu sua palavra.
Além disso, a possibilidade de que o que disse sim tenha estado originalmente no início pode ser comprovada por uma razão bastante aceitável.
Quem é o que disse sim e quem é o que disse não?
Isso parece evidente, mesmo sem a informação expressa do v. 32. Os que dizem sim são os líderes do povo (v. 23), com os quais JESUS está discutindo, e os que dizem não são os publicanos e pecadores. Aos representantes oficiais da religião, que por princípio deram seu sim às exigências de DEUS, são contrapostos os que dizem não, que se haviam distanciado da vontade de DEUS e que, fundamentalmente, dizem não.
Entretanto, acontece que JESUS se voltou primeiro aos grupos dirigentes do povo – é o que denota a parábola da grande ceia – e, quando o rejeitaram, voltou-se aos excluídos do seu povo, que lhe deram ouvidos. Portanto, nessa seqüência se retrataria simplesmente a realidade daquilo que aconteceu (segundo Günther Dehn).
De modo similar a Lc 15 (a parábola do filho perdido), nossa parábola agrupa todo o povo como filhos de DEUS. O povo de Israel possui a prerrogativa irrevogável de se encontrar numa ligação tão especial com DEUS que não pode ser anulada nem mesmo pelo pecado do povo (Rm 3.2; 9.1ss).
Entretanto, já no tempo de JESUS se admitem diferenças dentro do povo de Israel.
Também no judaísmo há palavras que expressam algo semelhante à presente parábola. São palavras de que quem aceitou como compromisso a Torá, i. é, a palavra de DEUS, e disse sim a ela, tem uma obrigação muito maior do que quem não conhece a vontade de DEUS.
O sentido da nossa parábola, porém, reside na pergunta pela atitude em que se reconhece o cumprimento da vontade de DEUS. JESUS recorre novamente à mensagem do Batista, com a qual se identificou desde o início (Mt 3.2-4,12). Enquanto no judaísmo o homem religioso era aquele que praticava a vontade de DEUS, JESUS, na parábola considera quem cumpre a vontade de DEUS como sendo aquele que se curvou ao chamado do Batista para se arrepender. Por outro lado, naquele que resistiu ao chamado do Batista mas disse sim à lei, JESUS vê a pessoa da parábola que disse sim, mas que no fim acaba se subtraindo à vontade de DEUS.
Por meio dessa afirmação, JESUS não rotula o pecado dos publicanos e das prostitutas como insignificante. Terem dito não à vontade de DEUS continua sendo o seu pecado, que não é ninharia, da mesma forma como continua sendo positivo que eles reconheceram a vontade de DEUS. Na hora decisiva, que iniciou com o chamado do Batista ao arrependimento, os piedosos fracassaram e os publicanos e pecadores se aproximaram.
Além disso, a parábola vem a ser um último convite aos líderes religiosos. O último não dos piedosos ainda não foi pronunciado, mas será na condenação definitiva de JESUS para a morte na cruz. JESUS fala somente de João, como já fizera ao responder a questão da autoridade. Ainda há tempo. Acontece, porém, que, na atitude diante de João, já se tornou visível o que mais tarde se explicitará na decisão diante de JESUS. Essa é, porém, a dimensão revolucionária da palavra de JESUS, de que ele afirma que diante da sua pessoa se decidirá quem cumpre a vontade de DEUS ou não.
A parábola abala hoje a nossa avaliação das pessoas, por meio da qual gostamos de fazer o mesmo como as pessoas religiosas daquela época. No final, a questão decisiva é que nos refugiemos integralmente nos braços de JESUS com os repetidos nãos à vontade de DEUS que praticamos por natureza. Refugiando-nos nele estamos verdadeiramente cumprindo a vontade de DEUS. No entanto, para cumprir a vontade de DEUS nesse sentido estão dispostos em todos os tempos, muito antes, aqueles que sabem que não têm nada a apresentar, aqueles que sabem que por natureza sempre de novo dizem não. Comentário Bíblico - Devocional (NT) - BÍBLIA THE WORD - “Eu vou, senhor; e não foi” (Mt 21.28-32). A parábola de JESUS sobre os dois filhos nos convence de um ponto importante. Não é o que nós dizemos que revela a nossa atitude básica em relação a DEUS. É o que nós fazemos.
Eu conheço algumas pessoas que falam muito bem de religião e santidade. E eu sei que muitas delas são como os fariseus, que dizem estar prontos a obedecer a DEUS, mas não colocam a sua Palavra em prática diariamente. As palavras religiosas são as folhas que algumas pessoas usam para encobrir a sua falta de frutos. Parábola dos dois filhos e da vinha (Mt 21:28-32) - Todas as parbolas da biblia - HERBERT LOCKYER - Editora Vida, rua Júlio de Castilhos, 280, São Paulo, SP Essa parábola é muitas vezes agrupada com a seguinte, a do Viticultor, uma vez que o tema das duas é o mesmo. Ambas se baseiam no cântico do vinhateiro, já examinado em nosso estudo parabólico de Isaías (5:1-7). Todos os que ouviam a JESUS estavam familiarizados com esse antigo cântico; portanto, deveriam ouvir essas duas parábolas com profundo interesse. Nessa primeira, vemos JESUS condenar o método que os líderes religiosos usaram para rejeitar o seu testemunho; na segunda (Mt 21:33-46), ele os condena por suas motivações. O segredo das duas parábolas se encontra nessas palavras: "Os principais sacerdotes e os fariseus, ouvindo estas parábolas, entenderam que ele falava a seu respeito" (Mt 21:45). Seus inimigos sentiram o poder de sua verdade e contemplaram a sua misericórdia e, apesar de tudo isso, conspiraram contra ele para matá-lo. Os líderes judeus tinham desafiado a autoridade de CRISTO. A pergunta que ele formulou quanto à procedência do batismo e da missão de João —se do céu ou dos homens— deixava-os nas garras de um dilema. Hesitaram entre o prudente e o vantajoso, e não encontraram resposta à pergunta. Essas autoridades tinham falhado completamente no plano de DEUS e, para levá-las a emitir um veredicto contra elas próprias, JESUS recorreu ao método simples de narrar histórias. Com grande habilidade, tocou nas falhas desses líderes religiosos, os quais condenavam a si próprios, fazendo-os perceber que falava a respeito deles. Essas duas parábolas, portanto, devem ser interpretadas com base no motivo que as gerou. A oposição entre justos aos próprios olhos e pecadores aparece em outras parábolas; por exemplo, a Parábola do fariseu e do cobrador de impostos. Os que se afirmavam religiosos rejeitaram a Palavra de DEUS, mas os desprezados a aceitaram. Os sacerdotes e os anciãos permaneceram inflexíveis diante da pregação severa de João Batista, mas grandes e famigerados pecadores se arrependeram ao ouvi-la. O filho que disse "Eu vou, Senhor...", mas não foi, era um retrato dos fariseus. Já o outro, o qual disse "Não irei...", mas depois se arrependeu e foi, representava os pecadores penitentes, como os cobradores de impostos e as meretrizes. Embora essa seja a interpretação inevitável da parábola, a aplicação é abrangente. Sempre que o evangelho for pregado no poder do ESPÍRITO, haverá pecadores que se arrependerão e se voltarão para o Salvador. Da mesma forma, haverá os correspondentes dos sacerdotes e dos anciãos judeus —religiosos, mas relutantes para se confessar também pecadores e perdidos aos olhos de DEUS como os mais dissolutos desse mundo. Presos à sua justiça própria e falsa obediência, não vêem a necessidade de um Salvador. Outras parábolas já apresentaram vários retratos de JESUS. Aqui somos apresentados a outra pessoa, pois o "homem" era o "pai" dos dois filhos. Seria esse um retrato de DEUS como podemos ver também na Parábola do filho pródigo? Alguns comentaristas dizem que o Senhor, como Pai, é a figura principal da parábola, e os seus filhos podem ser divididos em: obedientes e desobedientes. Talvez, pensando na criação em geral, DEUS seja o Pai de todos, exatamente como Jó se refere a ele como o Pai da "chuva". No entanto, filho pressupõe relacionamento por nascimento —o que só pode acontecer pela regeneração. Se não tivermos recebido o espírito de adoção, não temos o direito de chamar DEUS de Pai (Gl 4:5). Além disso, DEUS não exige que o sirvam os que não lhe pertencem. Uma vez salvos, o servimos, e a vinha é a esfera da nossa atuação. Há uma vinha para cada "filho" cuidar e, se ele a negligenciar, ninguém mais cuidará dela. Para cada um, ele tem uma tarefa específica que deve ser desempenhada enquanto for "hoje". Analisemos agora as duas respostas e as duas ações presentes na parábola —inconfundíveis e opostas entre si: Os dois filhos. Ambos os filhos, na parábola, ouviram a ordem do pai. Um recusou-se a obedecer, mas em seguida arrependeu-se; o outro prometeu obedecer, mas agiu em contrário. "Este foi tão desobediente quanto se tivesse recusado obedecer logo de início e, embora a sua promessa de fazer a vontade do pai tenha enganado os que o ouviam, fazendo-os pensar que era um filho cumpridor dos deveres, o pai não pôde satisfazer-se com uma conduta tão contrária à promessa que fizera." Ao receber a orientação do pai para ir trabalhar na vinha, o primeiro filho impulsivamente recusouse a obedecer, mas logo arrependeu-se de sua recusa e obedeceu; o outro, no entanto, prometeu obediência, mas efetivamente não obedeceu. O primeiro filho disse: "Não irei". Essa foi uma resposta ímpia, cuja fonte era um coração perverso. Ele recusou-se rudemente a obedecer ao pai, e de caso pensado. Esse filho desobediente representa os que não professam, nem praticam a verdadeira religião. Não temem a DEUS — nem fingem. Não são hipócritas. Não são contraditórios. Sabem que são pecadores e o afirmam claramente. O segundo disse: "Eu vou, senhor, mas não foi". Disse uma coisa e fez. outra. Era contraditório. Havia um conflito entre o que dizia e o que fazia, entre o que prometia e o que cumpria. Na presença do pai ocultou a decisão de não obedecer. Suas palavras aduladoras eram mentirosas. O irmão dissera "não", mas em seguida arrependeu-se e foi. Nele, porém, não havia arrependimento. Professou-se obediente, mas não tinha intenção de obedecer, sendo pois hipócrita. Ele disse "Senhor, Senhor", mas não tinha o desejo de realizar a vontade do pai. Ambos os filhos encontravam-se numa posição falsa e insegura. Eram opostos quanto ao caráter; eram diferentes nos pensamentos e nas palavras, mas as suas respostas diferentes apenas demonstravam diferentes pecados. O primeiro filho era ousado e culpado de rebelião desavergonhada; o segundo filho era covarde e falso. O primeiro nem prometeu, nem teve intenção de obedecer; o outro prometeu obediência, mas não tinha intenção de cumprir a palavra. Não há por que preferir um a outro. Tornam-se diferentes somente no derradeiro ato, pois o primeiro, após a recusa brutal, arrepende-se de seu pecado e sai para atender ao pai. O outro não hesitou em prometer, mas não manteve a palavra. O seu irmão mudou de mau para bom, mas esse não mudou de bom para mau. Sua atitude já era premeditada. Não tinha nenhuma intenção de mudar. As duas classes. Esses dois filhos tinham por objetivo servir de exemplo a dois tipos diferentes de pessoas. O primeiro filho representava os cobradores de impostos, os pecadores e as meretrizes. Ao ouvirem a pregação de João Batista, esses dis-solutos, que foram rebeldes e tinham resistido frontalmente ao Senhor, arrependeram-se, obedeceram e tornaram-se filhos de DEUS. Antes disso, não se diziam obedientes. Viviam em franco pecado e não se surpreendiam quando os denunciavam dizendo que eram incorrigivelmen-te corruptos. Os "cobradores de impostos e as meretrizes" eram o símbolo dos ímpios na época. Essas pessoas eram pecadoras e sabiam disso. Porém, sob a pregação de João Batista, inspirada pelo ESPÍRITO SANTO, ocorre o milagre. A mensagem sobre o pecado e sobre o arrependimento penetrou no coração deles, e se arrependeram dos pecados, encontrando o caminho para se achegarem a DEUS e servi-lo na sua vinha. O segundo filho representava os fariseus, saduceus e escribas, que trajavam as vestes e a insígnia da religião, mas estavam tão longe de DEUS quanto os tidos por renegados e desprezados. Professavam ser do Senhor; no entanto, eram "desobe-dientes e rebeldes em todos os aspectos mais profundos da vida". Esses religiosos deveriam ser entre todos quem de fato professasse e detivesse a verdadeira vida de DEUS, mas isso não tinham. Por fora eram corretos e justos, sempre com um obsequioso "Eu vou, senhor" na ponta da língua; porém, eram destituídos do desejo e da boa vontade de obedecer. Tipificavam os hebreus do passado que disseram: "Tudo o que o Senhor falou, isso faremos"; no entanto, a história demonstra que falharam. Israel era como o filho que disse ao pai "Eu vou, senhor", mas não foi. Após transmitir sua narrativa simples e cheia de significado, JESUS pressionou os fariseus e os principais dos sacerdotes para que emitissem o seu veredicto. Esse, eles emitiram prontamente, e foi um veredicto que recaiu sobre eles próprios: "Qual dos dois fez a vontade do pai? Responderam-lhe: O primeiro". JESUS então faz a aplicação disso aos que não se haviam arrependido em decorrência de suas palavras e obras: "Em verdade vos digo que os cobradores de impostos e as meretrizes entram adiante de vós no reino de DEUS". Há mais esperança para os conscientemente ímpios, do que para os que se consideram santos. Os que dizem "Rico sou, e estou enriquecido, e de nada tenho falta" não conseguem perceber quanto estão em falência e empobrecidos espiritualmente. Respeitados como religiosos, foram enganados por Satanás, crendo que a justiça deles prevaleceria. Porém, deixando de ver que JESUS padeceu para salvar os pecadores e, morrendo sem terem a CRISTO como Salvador, perecerão eternamente, continuam a viver do lado de fora do reino. Contudo, JESUS não deixou de abrir a porta para os fariseus que se consideravam justos. Há um evangelho para eles na declaração do Mestre. Ele não disse "Os cobradores de impostos e as meretrizes entram no reino em lugar de vós", mas "adiante de vós", na vossa frente. Isso leva a crer que alguns deles talvez entrassem no reino após os pecadores salvos, e com alguns de fato isso se deu. Saulo de Tarso, que se tornou o apóstolo Paulo, foi um deles. Associando essa sua parábola ao poderoso trabalho de João de trazer os pecadores a DEUS, JESUS demonstrou ter mais autoridade para estabelecer aos homens mandamentos, cuja obediência resulta em vida eterna. Parábola dos dois filhos (2Sm 14:1-24) - Parábola dos dois filhos e da vinha (Mt 21:28-32) - Todas as parbolas da biblia - HERBERT LOCKYER - Editora Vida, rua Júlio de Castilhos, 280, São Paulo, SP É interessante comparar a parábola da mulher de Tecoa com a parábola acerca da cordeira, que acabamos de analisar. Essa comparação é sobretudo importante porque ressalta as diferenças entre uma e outra. Novamente, Davi é o alvo da parábola. A da Cordeira foi proferida por Nata, o profeta inspirado; a dos Dois irmãos, por uma mulher esperta, instigada por Joabe, que era "astuto, político e inescrupuloso", capaz de "ler o caráter humano e discernir as motivações humanas se lhe fosse dada uma oportunidade, mesmo que pequena". A parábola de Nata foi uma ardente condenação ao pecado duplo de Davi, de sedução e de assassinato; a parábola da mulher de Tecoa estava cheia de astúcia e de bajulação. Aquela se baseava nos princípios divinos da verdade, da justiça e da retidão, sendo proferida com toda a solenidade; esta foi um misto de verdade e de falsidade, e de conclusões erradas sobre DEUS. A mulher que Joabe subornou para contar a parábola que ele arquitetara não sentia de fato o que, na verdade, era só encenação. Ela protagonizou um espetáculo impressionante. Só encenação. Assim, também o objetivo de cada parábola difere. A de Nata foi feita para condenar Davi por seu pecado e induzi-lo a um arrependimento verdadeiro; a da mulher tinha por objetivo apoiar os planos de Joabe, cheios de interesses próprios e de um senso de autopreservação. 1. O ambiente da parábola. Ahis-tória inventada por uma "mulher humilde e desconhecida, de uma vila também pouco conhecida de Israel, quase 3 mil anos atrás", foi atentamente ouvida por Davi, porque sentia nela uma correspondência com a sua própria história. Embora DEUS lhe tivesse feito descansar dos seus inimigos, Davi ainda estava dominado pela lembrança de sua dolorosa queda e, nos pecados e crimes de seus filhos, escutava o triste eco das transgressões que ele mesmo cometera. Sua harpa, tantas vezes um consolo, para ele estava "pendurada no salgueiro" (SI 137.2). Absalão, seu filho amado, estava no exílio havia três anos, por ter assassinado seu irmão Amnom, que havia violentado Tamar (irmã de Absalão e meia-irmã de Amnom). Apesar dos pecados de Absalão, Davi ansiava por vê-lo: "o rei Davi sentiu saudades de Absalão". Em seu livro, cheio de vividos sermões biográficos, Clarence E. Macartney, ao tratar da "Mulher de Tecoa", mostra com forte realismo o conflito que Davi passou naquele momento. De um lado estava o Davi rei, guardião da justiça; do outro, o Davi pai, saudoso do filho que cometera aquele crime: "O Davi rei, sustentáculo da lei, está dizendo: 'Absalão, você é um assassino. Você matou de forma traiçoeira o seu próprio irmão. Você sujou as mãos com o sangue de Amnom. Violou a lei de DEUS e a lei dos homens. Absalão, permaneça no exílio. Nunca mais veja o meu rosto'. "Mas o Davi pai está falando de maneira muito diferente: 'Absalão, volte para casa. Sem você, os banquetes não têm o mesmo sabor; sem você, a minha harpa fica sem melodia; sem você, as salas do palácio são tristes; sem você, os cerimoniais de guerra nada mais são que um espetáculo vazio. Você matou seu irmão, mas, apesar de todas as suas falhas, eu ainda o amo. Absalão, meu filho, meu filho, volte para casa'". Então se passaram os dias, as semanas, os meses e os anos. 2. A essência da parábola. Ao perceber o desejo de Davi de trazer de volta a Absalão, embora a justiça o houvesse obrigado a ser severo, Joabe, chefe do exército, conselheiro e amigo do rei, sabia que havia apenas uma solução para a dor que estava impedindo Davi de cumprir seus deveres reais. Ele teve a idéia da parábola, e sabia que uma mulher poderia contála melhor que um homem. Evidentemente a mulher de Tecoa tinha sabedoria, sutileza e eloqüência, e a parábola foi criada com o propósito claro de não se assemelhar tanto à história de Absalão. Então, cobrindo-se com a máscara da dor e da aflição, a mulher transmitiu a mensagem que Joabe lhe pusera nos lábios. Para Macartney, essa narrativa: "é um dos quatro ou cinco grandes discursos da Bíblia [...] Em nenhum lugar da Bíblia se vê, em tão curto espaço, uma passagem com metáforas tão lindas quanto essas, tão emocionantes, apaixonadas e eloqüentes". O lamento da mulher, em evidente sofrimento, tocou o coração bondoso e cordato de Davi, que, mandando que se levantasse, perguntou: "Que tens?". Então ela contou a tocante história dos dois filhos que, brigando em um campo, um acabou sendo morto. Por causa do assassinato, o restante da família se revoltou e exigiu que ela entregasse o filho vivo para ser morto por causa do crime. Quando ela clamou pela segurança do suposto filho, Davi se comoveu e disse-lhe que fosse embora, pois sua petição seria atendida: "não há de cair no chão nem um cabelo de teu filho". Ao destruir as defesas externas do coração de Davi, a mulher, instruída pelo astuto Joabe, dirigiu-se às defesas internas; com uma graciosidade, uma sutileza e uma humildade in-comparáveis, apresentou o apelo para o regresso e a segurança de Absalão, embora ele tivesse assassinado o irmão. Ao penetrar no disfarce da mulher, Davi detectou o estratagema de Joabe: "Não é verdade que a mão de Joabe anda contigo em tudo isto?". A mulher prontamente confessou que todo o esquema era do chefe do exército. Davi então mandou chamar a Joabe e designou-o para fazer "voltar o jovem Absalão". E assim o filho banido retornou. Ainda assim, porém, não houve reconciliação familiar imediata. Davi o proibiu de ver a sua face e, por causa desse regresso "incompleto", o mal surgiu. Passaram-se dois anos até que pai e filho se encontrassem novamente face a face. Irritado com a ação de Davi, Absalão planejou uma conspiração para derrubar o próprio pai e lhe tomar o trono. Não estaria Davi colhendo com dor as conseqüências dos seus pecados, nas quais se incluíam as transgressões de seus dois filhos? Amnom era culpado de sedução, e Absalão, de assassinato; ambos os crimes se vêem no tratamento de Davi com Urias e com Bate-Seba. Pode ser que a consciência de seu duplo pecado lhe tenha enfraquecido a determinação. Se tivesse punido o filho Amnom como merecia, não teria havido a necessidade de banir Absalão. Davi estava amargamente certo de estar colhendo o que havia semeado, e seus filhos estavam apenas seguindo seus passos. 3. O significado espiritual da parábola. Mil anos antes de CRISTO morrer na cruz, para trazer os exilados de volta a DEUS, a mulher de Tecoa teve um vislumbre da verdade divina, embora a tenha aplicado de forma equivocada e a tenha pervertido para um mau intuito. "Ele também cria um meio de impedir que os seus desterrados sejam afastados dele". Que poderoso evangelho essa mulher inconscientemente pregou! DEUS não se vinga imediatamente, mas "espera para ser gracioso". Os pecados baniram o homem da presença de DEUS, mas este proporciona os meios de trazer o pecador de volta. Que meios ele criou? A encarnação, a morte e a ressurreição de seu amado Filho, com toda a certeza! DEUS amou um mundo de perdidos pecadores, e seu coração foi à procura de banidos que, quando retornam, não são aceitos de meio-coração, como Davi recebeu o seu filho pródigo Absalão. Uma vez que o pecador volte para DEUS, a reconciliação é completa, e o que retorna, salvo, é um com DEUS, plenamente aceito no Amado. A Parábola dos dois filhos, que JESUS contou em Lucas 15, é o correspondente neotestamentário da Parábola dos dois filhos, de Joabe. O pai perdera um dos dois filhos, que se tornou um pródigo em terra longínqua; mas seu amor acompanhou o rapaz obstinado, o qual, em seu retorno, teve uma recepção completa e recebeu também a plena e irrestrita bênção paterna e os privilégios de filho. O plano de perdão e de restauração de DEUS foi mais longe que o de Joabe. Davi enviou o chefe do exército para trazer Absalão de volta para casa. O coração paterno de DEUS o compeliu a enviar o seu Filho unigênito para morrer pelo pecado, para que os pecadores pudessem ser plenamente reconciliados com DEUS. Que surpreendente graça! SUBSÍDIOS DA LIÇÃO 9 - CPAD SUBSÍDIO EXEGÉTICO TOP1
“JESUS continua contra-atacando os inimigos com três parábolas que tratam da rejeição dos líderes de Israel. Mateus introduz estas parábolas com a expressão: ‘Mas que vos parece?’ (cf. Mt 17.25; 18.12). De acordo com os profetas, a vinha nas duas primeiras parábolas representa Israel (Sl 80.8-19; Jr 2.21; Ez 19.10). Na Parábola dos Dois Filhos, o primeiro filho representa os pecadores arrependidos que agora servem ao Pai, ao passo que o segundo filho retrata os líderes que honram a DEUS com os lábios mas cujo coração está longe (Is 29.13). Anteriormente JESUS já tinha se associado com os publicanos e pecadores, e os inimigos lançaram-lhe isso em rosto (Mt 9.9-13). Agora Ele menciona os pecadores para reprovar os principais sacerdotes e anciãos. A chamada de João Batista ao arrependimento teve profundo impacto nos pecadores arrependidos que viviam na periferia da respeitabilidade (veja esp. Lc 3.10-14; 7.29,30).
“O uso do título respeitoso ‘senhor’ (kyrie, Mt 21.30) é típico de Mateus e provavelmente tem significado duplo para ele e sua audiência. Nos lábios do filho hipócrita, faz o leitor lembrar das palavras ditas anteriormente por JESUS: ‘Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no Reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus’ (Mt 7.21).
“Previamente em seu ministério, JESUS explicava as parábolas aos discípulos em particular (Mt 13.13-16,36), mas agora, Ele ousada e diretamente explica a parábola aos líderes judeus, provavelmente com o propósito de forçar todos os que ouvem a escolher ou rejeitar: ‘Em verdade vos digo que os publicanos e as meretrizes entram adiante de vós no Reino de DEUS’ (Mt 21.31). JESUS deixa aberta a possibilidade de que a elite ‘respeitável’ venha a seguir os publicanos e pecadores no Reino de DEUS, mas considerando o caráter apocalíptico da parábola, soa friamente como palavras de julgamento final” (SHELTON, James B. In ARRINGTON, French L.; STRONDAD, Roger (Eds.). Comentário Bíblico Pentecostal. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2003, p.120). CONHEÇA MAIS TOP1 *Coerência Entre as Palavras e as Ações
“O educador cristão que trabalha somente no plano cognitivo, ou seja, enchendo a mente dos educandos, sem importar-se com mudanças comportamentais, operacionais e ativa na vida deles, demonstra algo sintomático em sua própria vida, ou seja, inconsistência entre o que os seu lábios dizem e o que a sua vida demonstra.” Para conhecer mais, leia Uma Pedagogia para a Educação Cristã, CPAD, p.332. SUBSÍDIO PEDAGÓGICO TOP3
“A qualidade da Educação Cristã, quando ela é encarada como uma ação intencional, torna o desígnio bíblico do ‘assim falai e assim procedei’ (Tg 2.12), uma preocupação legítima. Devemos perseguir esse modelo, pois do nosso Senhor JESUS CRISTO ‘aprendemos que o bom ensino implica em ajudar o aluno a assumir responsabilidades pelo que pensa e vive’. Assim, a práxis bíblica não só torna-se uma realidade no âmbito escolar dominical, como elimina aquilo que o mesmo David coloca: ‘Numa onda em direção à credibilidade cognitiva, nosso ensino da Bíblia tem-se centralizado no ‘saber’ e não no ‘ser’, e ao fazê-lo, optou por programas que informam a mente sem formar o caráter’.
Essa denúncia dá conta de explicar o porquê de nossos alunos estarem tão desmotivados nas classes dominicais. O educador cristão que trabalha somente no plano cognitivo, ou seja, enchendo a mente dos educandos, sem importar-se com mudanças comportamentais, operacionais e ativas na vida deles, demonstra algo sintomático em sua própria vida, ou seja, inconsistência entre o que os seus lábios dizem e o que a sua vida demonstra. Com essa ação, diz Roy Zuck, o educador ‘desliga’ os educandos e vira-os em direção contrária àquela da prática-teoria-prática cristã” (CARVALHO, César Moisés. Uma Pedagogia para a Educação Cristã. 4.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2017, p.332).
CONSULTE - Revista Ensinador Cristão - CPAD, nº 76, p40. AJUDA BIBLIOGRÁFICA
CPAD - http://www.cpad.com.br/ - Bíblias, CD'S, DVD'S, Livros e Revistas. BEP - Bíblia de Estudos Pentecostal.
Peq.Enc.Bíb. - Orlando Boyer - CPAD
STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.