VERDADE PRÁTICAA partir de seu amor misericordioso, aprouve a DEUS enviar seu Filho para morrer em lugar da humanidade.
LEITURA DIÁRIA Segunda - Jo 3.16 O amor e a misericórdia de DEUS
Terça - Lm 3.22,23 A nossa existência é fruto da misericórdia divina
Quarta - 1 Jo 3.16 CRISTO deu a sua vida por nós, assim, devemos oferecer a nossa em favor dos nossos irmãos
Quinta - Rm 5.5-8 CRISTO morreu em nosso lugar
Sexta - Ef 2.4,5 A grande benignidade de DEUS por intermédio de CRISTO
Sábado - Jo 1.10-12 O projeto redentor de JESUS, o Filho de DEUS LEITURA BÍBLICA EM CLASSE - 1 João 4.13-19 13 - Nisto conhecemos que estamos nele, e ele em nós, pois que nos deu do seu ESPÍRITO, 14 - e vimos, e testificamos que o Pai enviou seu Filho para Salvador do mundo. 15 - Qualquer que confessar que JESUS é o Filho de DEUS, DEUS está nele e ele em DEUS. 16 - E nós conhecemos e cremos no amor que DEUS nos tem. DEUS é amor e quem está em amor está em DEUS, e DEUS, nele. 17 - Nisto é perfeito o amor para conosco, para que no Dia do Juízo tenhamos confiança; porque, qual ele é, somos nós também neste mundo. 18 - No amor, não há temor; antes, o perfeito amor lança fora o temor; porque o temor tem consigo a pena, e o que teme não é perfeito em amor. 19 - Nós o amamos porque ele nos amou primeiro. AMOR - Estudos Doutrinarios da Biiblia de Estudo Pentecostal - BEP - CPAD DEUS é amor (1Jo 4.8). Seu amor é altruísta, pois abraça o mundo inteiro, composto de humanidade pecadora (Jo 3.16; Rm 5.8). A manifestação principal desse seu amor foi a de enviar seu único Filho, JESUS, para morrer em lugar dos pecadores (1Jo 4.9,10). Além disso, DEUS tem amor paternal especial àqueles que estão reconciliados com Ele por meio de JESUS (ver Jo 16.27 nota). DEUS é misericordioso e clemente (Êx 34.6; Dt 4.31; 2Cr 30.9; 'Sl 103.8; 145.8; Jl 2.13); Ele não extermina o ser humano conforme merecemos devido aos nossos pecados (Sl 103.10), mas nos outorga o seu perdão como dom gratuito a ser recebido pela fé em JESUS CRISTO. OBJETIVO GERAL - Mostrar que a salvação é resultado do amor misericordioso de DEUS. OBJETIVOS ESPECÍFICOS Apresentar o maravilhoso amor de DEUS; Explicar a misericórdia de DEUS no plano da salvação; Analisar o amor, a bondade e a compaixão na vida do salvo PONTO CENTRAL - A salvação é resultado do amor e da misericórdia de DEUS.
Resumo da Lição 4, Salvação - O Amor e a Misericórdia de DEUS I - O MARAVILHOSO AMOR DE DEUS
1. DEUS é amor. 2. Um amor que não se pode conter. 3. A certeza do amor de DEUS. II - UM DEUS MISERICORDIOSO 1. O que é misericórdia? 2. O Pai da misericórdia. 3. Misericórdia com o pecador. III - AMOR, BONDADE E COMPAIXÃO NA VIDA DO SALVO 1. Amor como adoração a DEUS. 2. Amar ao próximo. 3. Amor como serviço diaconal. SÍNTESE DO TÓPICO I - A salvação é a maior prova do amor e da misericórdia de DEUS por nós. SÍNTESE DO TÓPICO II - DEUS é um Pai misericordioso. SÍNTESE DO TÓPICO III - A salvação é evidenciada mediante o amor, a bondade e a compaixão. PARA REFLETIR - A respeito de salvação, o amor e a misericórdia de DEUS, responda: Como podemos medir e comparar o amor de DEUS pela humanidade?
A maior demonstração do amor de DEUS pelo mundo foi quando Ele entregou vicariamente o seu amado Filho (Rm 5.8; 2 Co 5.14; Gl 2.20). Logo, o objeto desse amor vai muito além da Criação, pois tem, na humanidade, seu valor monumental (Jo 3.16).
O amor de DEUS pode ser modificado pelo homem?
Nesse aspecto, o amor de DEUS pela humanidade é incondicional, ou seja, não há nada que o ser humano possa fazer para aumentá-lo ou diminuí-lo.
O que é a misericórdia de DEUS?
É a fidelidade de DEUS mediante a aliança de amor estabelecida com a humanidade, apesar da infidelidade dela.
Quando JESUS lavou os pés dos discípulos, o que Ele estava ensinando na prática?
Quando JESUS lavou os pés dos discípulos, Ele ensinou, na prática, um estilo de vida que deveria caracterizar seus discípulos (Jo 13.14), ou seja, o de um servir ao outro.
Qual a maneira mais eficaz do crente demonstrar que é seguidor de JESUS?
"Amar uns aos outros" é a maneira mais eficaz de demonstrar ao mundo que somos seguidores de JESUS (Jo 13.34). CONSULTE - Revista Ensinador Cristão - CPAD, nº 72, p38 SUGESTÃO DE LEITURA - Cristianismo Equilibrado - Ele Escolheu os Cravos - Feridas que Curam
Resumo Rápido do Pr. Henrique
INTRODUÇÃO
O amor de DEUS vem na vertical, de DEUS para nós. Devemos corresponder a este amor verticalmente para DEUS e horiizontalmente, ao nosso próximo.
A salvação só nos foi possível por causa de duas ações graciosas e invisíveis de DEUS. Seu amor e sua misericórdia. Antes mesmo de criar todas as coisas DEUS nos amou e planejou nossa salvação por meio de duas alianças, uma temporária e outra eterna e perfeita, em JESUS CRISTO. DEUS nos incluiu nessa.
Por meio de sua misericordiosa intervenção nos torna seus filhos, co-herdeiros em CRISTO Fe suas promessas (Efésios 3:6).
O Novo Testamento fornece um número de definições e de exemplos de ágape que geralmente expandem os usados nos textos antigos, denotando o amor entre irmãos, o amor de um esposo com as crianças, e o amor de Deus para todos os povos. O uso cristão de ágape vem diretamente dos evangelhos. Quando perguntado qual era o maior mandamento, Jesus disse: "Amai" (ágape) ao senhor vosso Deus com todo vosso coração e com toda vossa alma e com toda vossa mente. Este é o primeiro e maior de todos os mandamentos. E o segundo é: "Amai" (ágape) vosso próximo como a vós mesmos. Toda a lei e os Profetas residem nestes dois mandamentos» (Mateus 22:37-41).
Como nunca atingiremos o perfeito amor, como é o desejo de DEUS para nós, então o que é perfeito só será visto, sentido e vivido no céu após o arrebatamento. Isso não quer dizer que não vamos continuar tentando crescer no amor de DEUS tanto para com ELE mesmo, como para com nossos irmãos e outras pessoas também, enquanto por aqui estivermos.
Aqui os dons são importantes demonstrações do poder e cuidado de DEUS para com a humanidade, são atração para os pecadores se chegarem ao evangelho, são confirmações da Palavra de DEUS e dos pregadores, e não devem ser desprezados, são armas de conversão e de edificação, portanto, indispensáveis enquanto aqui vivermos, mas, no céu não teremos mais necessidade dos dons, lá só o amor prevalecerá, não mais teremos que ganhar almas lá. Os que estiverem lá, todos, já estarão salvos..
O único ser humano que conseguiu amar como DEUS foi JESUS, que nasceu sem a semente do pecado, venceu o pecado em todas as suas formas e ELE mesmo É DEUS.
Jo 21.17- Disse-lhe terceira vez: “Simão, filho de Jonas, amas-me?” Simão entristeceu-se por lhe ter dito terceira vez: “Amas-me”? E disse-lhe: “Senhor, tu sabes tudo; tu sabes que eu te amo”. JESUS Disse-lhe: “apascenta as minhas ovelhas”.
Pedro traiu a JESUS por três vezes (Jo.:18.17-27) e depois se auto excluiu da Comunhão do Senhor, Voltando ao ofício antigo (Lc 5.4; Jo 21.3), mas o mestre o havia chamado para ser pescador de homens (Lc 5.10).
Para restaurá-lo o senhor não usou de acusações ou repreensões e nem lhe perguntou se estava arrependido e também não pediu-lhe que não mais o negasse, buscou em Pedro o que ele tinha de mais precioso, a sinceridade e honestidade procurando infundir-lhe o verdadeiro amor (1 Co 13); na verdade o que mais interessa para JESUS é nosso coração (Mt 22.36-40; Sl 119.11; Sl 147.3; Pv 23.26). Existe, no diálogo entre JESUS e Pedro, dois tipos de amor: o amor AGAPEO (amor profundo e não interesseiro, amor de DEUS) e o amor PHILEO (amor com denotação de gostar, amor entre pais e filhos); portanto vamos reproduzir o diálogo de maneira mais clara:
“Simão, filho de Jonas, amas-me mais do que estes”? Ele respondeu: “Sim, senhor, tu sabes eu gosto de ti”. Ele disse: “Apascenta os meus cordeiros”. A segunda vez perguntou-lhe JESUS: “Simão, filho de Jonas, amas-me?” Ele respondeu: “Sim, senhor tu sabes que gosto de ti”. Ele disse: “pastoreia as minhas ovelhas”.Terceira vez perguntou-lhe JESUS: “Simão, filho de Jonas, gostas de mim”? Pedro entristeceu-se, por JESUS lhe ter perguntado pela terceira vez: “Gostas de mim?” E disse-lhe: Senhor, tu sabes tudo; tu sabes que gosto de ti”. Disse-lhe JESUS: Apascenta as minhas ovelhas”.
JESUS pergunta se Pedro o ama com amor profundo por duas vezes e ele responde que ainda não está pronto, pois o seu amor ainda é muito pequeno; a terceira pergunta vem como uma chicotada pois JESUS lhe pergunta, com suas próprias palavras se ele o ama mesmo com esse amor pequeno, mas sincero e Pedro agora é restaurado porque depois de negar ao seu mestre por três vezes, agora o confessa por três vezes. (1Pe 5.2-4). Esse é o DEUS de misericórdia, amor e perdão, que nos aceita mesmo com esse amor fraco e muito aquém do que deseja.
Jo 3.16- “Porque DEUS amou o mundo de tal maneira que deu seu filho unigênito para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna”.
O amor de DEUS é declarado aqui como algo incomensurável e tão grandioso que o autor, João não conseguiu encontrar em seu vocabulário uma expressão que o revelasse, deixando essa revelação para o ESPÍRITO de DEUS que testifica com nosso espírito que somos filhos de DEUS. Seu amor é tão grande, que ELE nos deu seu filho unigênito JESUS CRISTO, para morrer por nós na cruz, afim de nos salvar.
- O maior ser que existe (DEUS, o criador de todas as coisas).
- O maior sentimento que existe (amor, DEUS sente por nós).
- A maior quantidade de pessoas que existe (o mundo).
- O maior cemitério que existe (a alma que pecar esta morrerá).
- A maior dádiva que alguém pode oferecer (o filho unigênito).
- O maior motivo de todos (a salvação, o perdão, a reconciliação).
- O maior sacrifício de todos (morte na cruz, ELE fez).
- A maior tragédia que existe (morte física, da alma e espiritual).
- A maior fé que existe (é dom de DEUS).
- A maior confissão que existe (Rm 10.9, Mt 10.32, você precisa fazer).
- A maior e melhor vida que existe (A vida eterna, você a terá se confessar a JESUS como senhor e salvador, Jo 5.24).
I - O MARAVILHOSO AMOR DE DEUS
1. DEUS é amor.
1. DEUS é amor.
Pode até uma mãe se esquecer do filho que amamenta, mas DEUS jamais se esquece de nós (Is 49.15)!
O profeta Oseias passou por crise de amor e adultério por parte de sua esposa que simbolizava os israelitas indiferentes ao amor para com seu DEUS (Os 11.1-4). Como DEUS é amor, DEUS os perdoou e insistiu em sua reconciliação com Ele.
Como temos o ESPÍRITO SANTO morando em nós e Este derrama o amor de DEUS em nós, amar reflete o amor do próprio DEUS, pois Ele é amor (1 Jo 4.8,16).
Temos um PAI cheio de amor a nos oferecer perdão o tempo todo (1 Jo 4.19).
DEUS demonstrou e provou que nos ama, realmente, ao nos dar vicariamente (substitutivamente) o seu único Filho, JESUS, para m,orrer em nosso lugar (Rm 5.8; 2 Co 5.14; Gl 2.20; Jo 3.16).
O Amor de DEUS
Quando a bondade de DEUS se manifesta em favor de suas criaturas racionais, assume o mais elevado caráter de amor, amor este que se distingue conforme os objetos aos quais se destina. Para distinguir o amor divino da bondade de DEUS, podemos defini-lo como aquela perfeição de DEUS pela qual Ele é impelido eternamente a comunicar-se com as suas criaturas. Posto que DEUS é absolutamente bom em si mesmo, o seu amor não pode alcançar perfeita satisfação num objeto imperfeito, no caso a criatura humana. Apesar disto DEUS ama o homem no seu atual estado de queda (Jo 3.16). DEUS ama os crentes salvos com um amor especial, posto que os contempla como seus filhos espirituais em CRISTO. A eles se comunica, em sentido mais pleno e rico, com toda a plenitude da sua misericórdia e graça (Jo 16.27; Rm 5.8; 1 Jo 3.1).
E nós conhecemos, e cremos no amor que Deus nos tem. Deus é amor; e quem está em amor está em Deus, e Deus nele. 1 João 4:16
Amados, amemo-nos uns aos outros; porque o amor é de Deus; e qualquer que ama é nascido de Deus e conhece a Deus. 1 João 4:7
Aquele que não ama não conhece a Deus; porque Deus é amor. 1 João 4:8
Porque Deus não nos deu o espírito de temor, mas de fortaleza, e de amor, e de moderação. 2 Timóteo 1:7
E dele temos este mandamento: que quem ama a Deus, ame também a seu irmão. 1 João 4:21
Mas, se alguém ama a Deus, esse é conhecido dele. 1 Coríntios 8:3.
Amados, amemo-nos uns aos outros; porque o amor é de Deus; e qualquer que ama é nascido de Deus e conhece a Deus. 1 João 4:7
Aquele que não ama não conhece a Deus; porque Deus é amor. 1 João 4:8
Porque Deus não nos deu o espírito de temor, mas de fortaleza, e de amor, e de moderação. 2 Timóteo 1:7
E dele temos este mandamento: que quem ama a Deus, ame também a seu irmão. 1 João 4:21
Mas, se alguém ama a Deus, esse é conhecido dele. 1 Coríntios 8:3.
DEUS não sente amor - ELE é amor - o amor está em seu âmago. Esse amor é espiritual e não sentimental.
Não há como estar em DEUS sem amar. Primeiro amamos a DEUS sobre todas as coisas e depois a nosso próximo como a nós mesmos. Nisso se resume toda lei e os profetas. A vida cristã se resume no amor. E, respondendo ele, disse: Amarás ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todas as tuas forças, e de todo o teu entendimento, e ao teu próximo como a ti mesmo. Lucas 10:27
Eu, porém, vos digo: Amai a vossos inimigos, bendizei os que vos maldizem, fazei bem aos que vos odeiam, e orai pelos que vos maltratam e vos perseguem; para que sejais filhos do vosso Pai que está nos céus; Mt 5:44. Temos que amar até nossos inimigos para sermos parecidos com DEUS, sermos filhos de DEUS.
2. Um amor que não se pode conter.
DEUS nos amou antes da fundação do mundo (Ele nos viu antes de nos criar). Mesmo assim nos criou, homem e mulher, como prova desse amor (Gn 1.26,27).
O amor de DEUS é incondicional, Ele ama a todos e quer que todos sejam salvos - (1 Tm 2.4). Não são nossas obras que vão fazê-lo amar mais ou menos (2 Pe 3.9; 1 Tm 2.4).
O pecador deve saber que o amor de DEUS não lança fora sua justiça. O amor é oferecido, mas pode ser recusado, respeitando o livro-arbítrio do homem. Se recusado este amor, o homem é entregue à sua própria condição (Rm 1.18-32). Se o homem escolher Satanás, ficará com ele para sem,pre, no lago de enxofre e fogo. Assim, o amor e a justiça de DEUS se conciliam
Quem, pois, tiver bens do mundo, e, vendo o seu irmão necessitado, lhe cerrar as suas entranhas, como estará nele o amor de Deus? 1 João 3:17. Esse amor impulsiona o crente a amar seu irmão.
Mas também, se padecerdes por amor da justiça, sois bem aventurados. E não temais com medo deles, nem vos turbeis; 1 Pedro 3:14. Esse amor não faz conta da própria vida para ser exercitado.
No amor não há temor, antes o perfeito amor lança fora o temor; porque o temor tem consigo a pena, e o que teme não é perfeito em amor. 1 João 4:18
Não há como medir o amor de DEUS. É incomensurável. João tentou defini-lo, mas não encontrou palavras para descrevê-lo: Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna. João 3:16
3. A certeza do amor de DEUS.
No mundo em que vivemos tudo é feito por interesse. As pessoas se relacionam por lucro, por dinheiro, por posição social, por política, por fama, etc... Talvez devido a isso não consigamos entender o amor desinteressado de DEUS por nós. O que temos a oferecer a DEUS? Pecado, maldições, doenças, enfermidades, etc... Não temos nada para lhe oferecer de bom, mas mesmo assim Ele nos ama.
Mesmo um desviado não perde o acompanhamento íntimo de DEUS. Todo tempo DEUS está buscando reconciliação com o ser que Ele criou para o adorar. Só se quebrantar (Sl 51.17), se arrepender (Pv 28.13) tendo atitude de retorno sincero, DEUS jamais lança fora os que a Ele se chegam (Lc 15.11-32). Experimente do seu perdão, do seu amor. O amor de DEUS se baseia n'Ele mesmo (Dt 7.6,7), a fonte inesgotável de amor.
Porque todas quantas promessas há de Deus, são nele sim, e por ele o Amém, para glória de Deus por nós. 2 Coríntios 1:20. Não há dúvida do amor de DEUS para conosco.
DEUS prova que nos ama:
DEUS prova que nos ama:
Mas Deus prova o seu amor para conosco, em que Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores. Romanos 5:8
Nisto se manifestou o amor de Deus para conosco: que Deus enviou seu Filho unigênito ao mundo, para que por ele vivamos. 1 João 4:9
Nisto se manifestou o amor de Deus para conosco: que Deus enviou seu Filho unigênito ao mundo, para que por ele vivamos. 1 João 4:9
II - UM DEUS MISERICORDIOSO
1. O que é misericórdia?
Dicionário Wycliffe - CPAD
No NT, a palavra “misericórdia” é a tradução da palavra grega eleos, ou “piedade, compaixão, misericórdia” (veja seu uso em Lucas 10.37; Hebreus 4.16), e oiktirmos, isto é, “companheirismo em meio ao sofrimento” (veja seu uso em Fp 2.1; Cl 3.12; Hb 10.28).
No AT, este termo representa duas raízes distintas: rehem, (que pode significar maciez), “o ventre”, referindo-se, portanto, à compaixão materna (1 Rs 3.26, “entranhas”), e hesed, que significa força permanente (Sl 59.16; 62.12; 144.2) ou ‘mútua obrigação ou solidariedade das partes relacionadas” - portanto, lealdade. A primeira forma expressa a bondade de DEUS, particularmente em relação àqueles que estão em dificuldades (Gn 43.14; Êx 34.6), A segunda expressa a fidelidade do Senhor, ou os laços pelos quais “pertencemos” ou “fazemos parte” do grupo de seus filhos. Seu permanente e imutável amor está subentendido, e se expressa através do termo berit,, que significa “aliança” ou “testamento” (Ex 15.13; Dt 7.9; Sl 136.10-24). No Novo Testamento
A Misericórdia de DEUS
Se a graça divina sentencia o homem como culpado diante de DEUS, fazendo-o carente do perdão divino, a misericórdia de DEUS distingue o homem como alguém cansado sob o fardo do pecado, necessitando de urgente ajuda espiritual.A misericórdia divina pode ser definida como a bondade ou o amor de DEUS para com aqueles que se encontram em estado de miséria espiritual, carecendo de ajuda. Desse modo, em sua misericórdia, DEUS se revela compassivo e piedoso para com os que se acham em estado de miséria espiritual, sempre pronto a socorrê-los.Segundo a Bíblia, a misericórdia de DEUS é gratuita; é para sempre; está sobre todos os homens; elas são a causa de não sermos consumidos (Dt 5.10; Sl 57.10; 86.5; 2 Cr 7.6; Sl 136; Ed 3.11; Ex 20.6; Dt 7.7,9; Lc 1.50; Sl 145.9; Ez 18.23-32; 33.11; Lc 6.35,36; Lm 3.22). Entre os judeus, existe uma crença antiga muito interessante, acerca da misericórdia e da justiça divina. Segundo essa crença, Miguel, o executor dos juízos de DEUS, possui apenas uma asa às costas, o que o faz voar devagar; enquanto que Gabriel, o executor da misericórdia, possui duas potentes asas, o que o faz voar mais velozmente. O rabinismo judaico usa essa ilustração para ensinar que DEUS tem mais pressa em ser misericordioso para com o homem do que em levá-lo a juízo. Mostra, porém, que se o homem rejeitar a misericórdia gratuitamente oferecida, mais cedo ou mais tarde ele será julgado e castigado pelo DEUS das muitas misericórdias.
hesed, “misericórdia" - É a prática do amor. É a urgência em livrar o ser humano do que lhe é penoso. É ter dó da miséria de outrem.
1. Deus é o grande exemplo de misericórdia (Luc. 6:36).
2. As Escrituras mandam que usemos de misericórdia (II Reis 6:21; Osé. 12:6; Rom. 12:20,21).
3. A misericórdia deve ser gravada em nossos corações, tomando-se uma parte integrante de nossa natureza espiritual (Pro. 3:3).
4. A misericórdia deve ser uma das características dos santos (Sal. 37:26).
5. Neste mundo, Jesus foi o exemplo supremo do exercício da misericórdia, fazendo parte integral de sua missão salvatícia (Mat. 11:29,30; Luc. 1:78; Tito 3:5).
6. A misericórdia divina é grande (Núm. 14:18; Isa. 54:7); multifacetada (Lam. 3:32); abundante (I Ped. 1:3) e certa (Isa. 55:3; Miq. 7:20).
7. A misericórdia de Deus enche a terra (Sal. 119:64).
8. A misericórdia divina é a base de nossa esperança (Sal. 130:7).
9. A misericórdia divina deve ser magnificada por nós (I Crô. 16:34; Sal. 115:1; Jer. 33:11).
10. Ela é tipificada no propiciatório (vide) (Êxo. 25:17), sendo ilustrada nas vidas de Ló (Gên. 19:16,19), de Epafrodito (Fil. 2:27) e de Paulo (I Tim. 1:13).
2. O Pai da misericórdia.
DEUS é o Pai da misericórdia (2 Co 1.3; Êx 34.6; Jn 4.2). DEUS demora a irar-se (é longânimo - Pavio Longo). Não nos trta segundo as nossas iniquidades (Sl 103.8-12); DEUS "conhece nossa estrutura" e "lembra-se de que somos pó" (Sl 103.14). Devido a essa misericórdia de DEUS, todos podem descansar no perdão e na reconciliação de DEUS (1 Jo 2.1).
JESUS demonstrou o tempo todo a misericórdia e compaixão de DEUS pelos pecadores (Mt 15.32; 20.34; Mc 8.2). JESUS estava sempre tentando minimizar o sofrimento humano (Lc 7.13;15.20; Jo 8.10,11). JESUS é a expressão da misericórdia do PAI (Hb 1.1-3). Metade do evangelho é composto de sinais, prodígios e maravilhas que JESIUS operava em benefício das pessoas.
Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai das misericórdias e o Deus de toda a consolação; 2 Coríntios 1:3
Deus, Pai de infinita misericórdia.
O Pai manifesta a sua paternidade através das palavras e da vida do Filho eterno, que entrou na história humana ao assumir a nossa natureza. Cristo, com as suas obras e as suas palavras, revela-nos o Pai e dá-nos a conhecer o Seu amor infinito.
3. Misericórdia com o pecador.
A misericórdia é o ato de tratar um ofensor com menor rigor do que ele merece. Trata-se do ato de não aplicar um castigo merecido, mas também envolve a idéia de dar a alguém algo que não merece. Pode referir-se a atos de caridade ou de cura. Também aponta para o ato de aliviar o sofrimento, inteiramente à parte da questão de mérito pessoal. Quando chega à idéia de favor desmerecido, então, já se torna um sinónimo da palavra «graça». Alguém já declarou que a misericórdia retém o julgamento que um homem merece; que a graça outorga alguma bênção que esse homem não merece. De fato, algumas vezes pode ser feita essa distinção, mas, na major parte dos casos, os dois conceitos justapõem-se. Por conseguinte, a misericórdia pode indicar benevolência, benignidade, bênção, clemência, compaixão e favor.
A misericórdia é uma «atitude de compaixão e de beneficência ativa e graciosa expressa mediante o perdão calorosamente conferido a um malfeitor. Apesar de ser uma atitude apropriada somente a um superior ético, não denota condescendência, e, sim, amor, desejando restaurar o ofensor e mitigar, se não mesmo omitir, o castigo que esse ofensor merece. Na Bíblia, a misericórdia de Deus é oferecida gratuitamente, uma expressão não constrangida de amor, sem qualquer mácula de preconceito, aberta a todos os homens, dignos e indignos igualmente. A teologia cristã não considera a misericórdia divina como incompatível com os seus justos julgamentos, mas considera ambas as coisas como expressões vivas de seu amor, conforme o mesmo é revelado em Cristo, cuja morte expiatória reconcilia as exigências da justiça divina com as misericórdias divinas» (E).
É evidente que a misericórdia combina um forte elemento emocional, usualmente identificado com a compaixão, a piedade ou o amor, com alguma demonstração prática de gentileza ou bondade, em resposta à condição ou às necessidades do objeto da misericórdia» (Z)
Misericórdia. Deus é misericordioso. "A misericórdia de Deus é a divina bondade em ação com respeito às misérias de suas criaturas, bondade que se comove a favor deles, provendo o seu alivio, e, no caso de pecadores impenitentes, demonstrando paciência longânima" (Hodges). (Tito 3:5; Lam. 3:22; Dan. 9:9; Jer. 3:12; Sal. 32:5; Isa. 49:13; 54:7.) Uma das mais belas descrições da misericórdia de Deus encontra-se no Salmo 103:8-18. O conhecimento de sua misericórdia toma-se a base da esperança (Sal. 130:7) como também da confiança (Sal. 52:8). A misericórdia de Deus manifestou-se de maneira eloqüente ao enviar Cristo ao mundo. (Luc. 1:78.)
Misericórdia (DicionárioPortuguês.dctx – The Word)
s. f. 1. Pena causada pela miséria alheia; comiseração. 2. Graça ou perdão. 3. Punhal com que antigamente os cavaleiros matavam o adversário depois de derrubado, se ele não pedia misericórdia. Interj. Apelo de quem pede compaixão ou socorro.
MISERICÓRDIA (Dicionário Teológico)
- [Do lat. miser, miséria + cordis, coração] Indulgência, graça. Compaixão suscitada pela miséria do próximo. Literalmente, significa voltar o coração à miséria alheia. Através deste sentimento, o Senhor mostra que, no juízo do Calvário, sua misericórdia sempre triunfa.
MISERICÓRDIA (Almeida.dctx)
1) Bondade (Js 2.14, RA).
2) Bondade, AMOR e GRAÇA de Deus para com o ser humano, manifestos no perdão, na proteção, no auxílio, no atendimento a súplicas (Êx 20.6; Nm 14.19, RA; Sl 4.1). Essa disposição de Deus se manifestou desde a criação e acompanhará o seu povo até o final dos tempos (Sl 136, RA; Lc 1.50).
3) Virtude pela qual o cristão é bondoso para com os necessitados (Mt 5.7; Tg 2.13).
III - AMOR, BONDADE E COMPAIXÃO NA VIDA DO SALVO
1. Amor como adoração a DEUS.
Adoramos a DEUS pelo que ELE é. DEUS é amor. Então um dos motivos pelos quais adoramos a DEUS é por causa de seu amor. O amor que usamos para adorar a DEUS é o reflexo de seu próprio amor, pois adoramos em ESPÍRITO e em VERDADE, ou seja, adoramos a DEUS através do ESPÍRITO SANTO e de JESUS, o logos de DEUS, a Palavra que se fez carne.
O pecador é inimigo de DEUS (Rm 5.10), alguns o odeiam (Lc 19.14). JESUS veio promover a reconciliação, pela cruz, com DEUS, pois Ele mesmo tomou a iniciativa e capacitou o salvo a amá-lo (1 Jo 4.11,19). JESUS ensinou que devemos amar o Senhor DEUS acima de todas as coisas (Dt 6.5; Mc 12.29,30). Isso vem de DEUS e só podemos sentir este amor se estivermos ligados ao ESPÍRITO SANTO (Dt 30.6). Amamos a DEUS porque Ele nos amou primeiro (1 Jo 4.19).
2. Amar ao próximo.
JESUS nos ensinou que devemos amara a todos indistintamente, até nossos inimigos. Uma condição para sermos perdoados por DEUS é perdoar a todos.
"Porque o amor de CRISTO nos constrange" (2 Co 5.14). Constrange-nos a que? A amar o nosso próximo (Mt 5.43-45; Ef 5.2; 1 Jo 4.11). Por que amar ao próximo? Porque CRISTO morreu por ele assim como morreu por nós (Rm 14.15; 1 Co 8.11). JESUS disse que quando fazemos algo de bom para nosso próximo estamos fazendo a Ele próprio (Mt 25.40). Quem é nosso próximo segundo a parábola do Bom Samaritano? Qualquer pessoa que aparecer diante de nós durante a caminhada da vida. Amemos o outro sem esperar algo em troca (Mt 22.39; 1 Co 13). Nossa função de cristão é amar.
3. Amor como serviço diaconal.
Quem ama serve. Quem ama serve com alegria. Quem ama tem prazer em servir.
JESUS lavou os pés dos discípulos, Ele ensinou, na prática, um estilo de vida que deveria caracterizar seus discípulos (Jo 13.14), ou seja, o de um servir ao outro.
O cristianismo exige sacrifício em favor dos outros. JESUS deu a vida por nós e nós devemos dar a vida pelos outros - Conhecemos o amor nisto: que ele deu a sua vida por nós, e nós devemos dar a vida pelos irmãos. 1 João 3:16
"Amar uns aos outros" é a maneira mais eficaz de demonstrar ao mundo que somos seguidores de JESUS (Jo 13.35 - Nisto todos conhecerão que sois meus discípulos, se vos amardes uns aos outros.
João).
João).
CONCLUSÃO
O maravilhoso amor de DEUS está no próprio DEUS, pois DEUS é amor, esse é um amor que não se pode conter, é a certeza do amor de DEUS que é misericordioso, ou seja, vai a socorro do necessitado e aflito. DEUS é o Pai da misericórdia para com o pecador. Deve haver como reflexo do amor de DEUS em nós, o amor, a bondade e a compaixão em nossa caminhada cristã. O amor deve ser demonstrado como adoração a DEUS. Todo salvo deve amar ao seu próximo com amor sacrificial, como serviço diaconal.
Comentários de Livros diversos
ἀγάπη, ης, ἡ (Léxico do NT Gingrich)
ἀγάπη (agapē), ης (ēs), ἡ (hē). G26 — I. amor, afeição, estima a mais sublime virtude cristã 1 Co 13.13; Gl 5.22—1. mútuo entre DEUS e CRISTO, Jo 15.10; 17.26, de DEUS ou CRISTO aos homens Rm 5.8, etc. A essência de DEUS 1 Jo 4.8, 16.—2. de homens, a DEUS ou CRISTO, Jo 5.42; ou a outras pessoas 2 Co 8.7. —3. como uma qualidade abstrata Rm 13.10; 1 Co 8.1; 13.1-3 (sendo o sentido determinado mais amplamente pelo contexto da passagem).—II. uma festa de amor, uma refeição comunitária da Igreja Primitiva, Jd 12; 2 Pe 2. 13, v.1.
αγαπη Ágape: O Maior Destes (obra da carne e fruto do espiriro)
AMOR - (Strong Português) αγαπαω agapao - Talvez de agan (muito)1) com respeito às pessoas
1a) receber com alegria, acolher, gostar muito de, amar ternamente
2) com respeito às coisas
2a) estar satisfeito, estar contente sobre ou com as coisas
αγαπη agape -
1) amor fraterno, de irmão, afeição, boa vontade, amor, benevolência
2) banquetes de amor
AMOR - Dicionário Wycliffe - CPAD Em várias versões o substantivo utilizado é, freqüentemente, “caridade״ (q.v.). O principal verbo hebraico para amor é ’aheb (aprox. 225 vezes no AT), embora ocorram 18 outras palavras de significado semelhante (menos de 30 ocorrências no total). A tradução usual da LXX de ’ aheb é agapao (195 vezes). As palavras gregas clássicas para amor variavam. (1) erao, eros, “desejo sexual, desejo passional״ (um substantivo na LXX por duas vezes; nunca utilizada como verbo; o mesmo ocorre no NT); (2) phileo, philia, “afeição por amigos ou parentes” (um substantivo na LXX por oito vezes; como verbo, 26 vezes; como substantivo no NT, uma vez; como verbo, 25 vezes); (3) philadelphia, “amor dos irmãos” (não na LXX; seis vezes no NT); (4) philanthropia, "amor pela humanidade” (uma vez na LXX; duas vezes no NT); (5) stergo, storge, “afeição, amor familiar" (não consta na LXX nem no NT, mas veja astorgos, Rm 1.31; 2 Tm 3.3; philostorgos, Rm 12.10); (6) agapao, agape, agapetos (como substantivo na LXX 20 vezes; como verbo, cerca de 250 vezes; mais de 100 vezes como substantivo no NT: como verbo, cerca de 140 vezes; como adjetivo, mais de 60 vezes). Na LXX parece haver pouca diferença entre as idéias traduzidas por phileo e agapao, ambas sendo usadas para traduzir a idéia de amor por alimentos, por prazer, por uma mulher e pelo sono. Eros (de onde vem o nosso adjetivo “erótico”), embora espiritualizado por Platão, não aparece no NT. Tanto as palavras hebraicas como gregas dizem respeito ao sentimento de desejo e são pessoais em natureza. A comparação dos usos do AT (’aheb-agapao) e do NT (agapao) mostra quão diversos são os objetos do amor; por exemplo. (1) marido- mulher (Gn 24.67; Ef 5.25), (2) o próximo (Lv 19.18; Mt 5.43; 19.19), (3) dinheiro (Ec 5.9; 2 Pe 2.15), (4) um amigo (1 Sm 20.17 - Davi e Jônatas; Jo 11.5 - JESUS-Marta), (5) uma cidade (Sl 78.68; Ap 20.9). Os usos teológicos em ambas as alianças dizem respeito ao amor de (1) DEUS ao homem, (2) do homem a DEUS, e (3) do homem para com os seus semelhantes. 1. A representação do AT do amor de DEUS ao homem é vista em sua preocupação com todos os homens (Dt 33.3), mas especialmente na escolha de Israel (seu amor eletivo, ’ahaba, Dt 7.7,8; 10.15; Is 63.9; Os 11.1; Ml 1.2), e seu voto de aliança constantemente renovado para com eles (seu amor contido em sua aliança, hesed, “misericórdia”, Dt 7.9; 1 Rs 8.23; Ne 9.32; “benignidade, Is 54.5-10; veja Benignidade). Este amor garante a Israel a proteção e a redenção de DEUS (Is 43.25; 63.9; Dt 23.5) e é estendido a cada um individualmente (Pv 3.12; Sl 41.12). O NT reitera o amor que DEUS tem por todas as criaturas (Mt 5.45), mas enfatiza a manifestação em particular de si mesmo em CRISTO e no Calvário (Jo 3.16; Rm 5.8; 8.31-39), eventos que mostram a vida eterna para o crente. DEUS é revelado como amoroso porque Ele próprio é amor (1 Jo 4.8,16). O amor é a sua própria essência; o amor é outro termo juntamente com “luz” (1 Jo 1.5) que descreve a qualidade moral de seu ser. Veja DEUS. 2. O amor do homem a DEUS no AT é a resposta completa do homem (Dt 6.5,”de todo o cora- çãq”) ao DEUS misericordioso de Israel (Dt 6.5- 9; Êx 20.1-17; Sl 18.1; 116.1). O amor a DEUS é expresso, de forma ética, especialmente ao se guardar a lei e o temor a Ele (Êx 20.6; Dt 5.10; 10.12; Is 56.1-6). Este conceito de resposta total é repetido pelo Senhor JESUS no NT (Mc 12.29,30; veja também Mt 6.24; 10.37-39; Lc 9.57-62; 14.26,27). No entanto, a resposta é dirigida a um novo conjunto de eventos - a encarnação (Jo 4.10,19,25-29,39-42), a cruz (Rm 6.3-11; Gl 2.20; 5.24; 6.14), a ressurreição (Fp 3.10-11; Cl 3.1,2), e a segunda vinda (2 Tm 4.8). A equação de amor e obediência também é repetida (Jo 14.15,21; 1 Jo 4.21-5.3). O amor não é um mero sentimento, mas uma entrega pessoal e voluntária que conduz à submissão. 3. O amor do homem para com os seus semelhantes no AT é baseado no amor anterior de DEUS, e é exigido especialmente em relação ao próximo (Lv 19.18) e aos estrangeiros vivendo em Israel (Dt 10.19; Lv 19.34). Até mesmo o inimigo deve ser tratado com bondade (Êx 23.4,5; Pv 25.21). O Senhor JESUS apresentou o amor que deve existir entre os seres humanos (o seu principal uso no NT) como o segundo mandamento (Mt 22.39), o sinal infalível do discipulado (Jo 13.34,35), de filiação (1 Jo 4.7), e de nova vida (1 Jo 3.14). Ele deve ser expresso através de atitudes e obras (1 Jo 3.17,18). Ele é enfatizado pela unidade do corpo (Ef 4.1-4; Rm 12.16; Fp 1.27; 2.1,2; 4.2) e é evidenciado pela atrocidade do pecado de dissensão (Gl 5.19-21; 1 Co 1.10- 13; 3.3-8; 11.18-22). O Senhor JESUS ensinou que o amor deve incluir os inimigos (Mt 5.44), assim como Paulo ensinou que o amor prático deve incluir todos os homens (Gl 6.10). Esse amor, que deve ser diferenciado da afeição erótica e romântica, é a contraparte lógica do amor Divino em relação ao homem (1 Jo 4.11), e sem ele a reivindicação de amar a DEUS é vista como inconsistente (1 Jo 4.20- 21). Ele também é visto como o efeito do ESPÍRITO SANTO derramado em nossos corações (Rm 5.5; cf. Gl 5.22), Ele é uma imitação consciente do amor de DEUS, até mesmo por aqueles que fazem o mal (Mt 5.43-45; Jo 13.34; 15.12; Rm 15.7). O dever do cristão de retribuir o mal com o bem ao invés de retaliar (Rm 12.17-21) deve provavelmente ser considerado uma cooperação com o plano de DEUS para levar o homem ao arrependimento (Rm 2.4; 12.20-21). Este conceito de amor (agape) criativo é tão central que pode ser considerado uma ética cristã distinta. A maior definição de amor (agape) nos relacionamentos humanos já escrita é a do apóstolo Paulo no hino de 1 Coríntios 13. O amor é sofredor, é benigno; o amor não é invejoso; o amor não trata com leviandade, não se ensoberbece, não se porta com indecência, não busca os seus interesses, não se irrita, não suspeita mal; não folga com a injustiça, mas folga com a verdade; tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta (w. 4-8a, F. F, Bruce, The Letters of Paul, an Expanded Translation, Grand Rapids. Eerdmans, 1965,p. 107). Resumindo, o amor é a comunhão entre as pessoas, baseado em atos de auto-sacrifício. Tal amor é a bondade voluntária e deliberada, estendo-se até mesmo aos inimigos por quem não se tem qualquer afeto pessoal. AMOR - Agape αγαπη - obra da carne e fruto do ESPÍRITO - Amor o Maior de todos O alvo necessário de todos os escritores sobre a ética da vida virtuosa e pintar em palavras o retrato do homem bom. Em outras palavras: a tarefa continua do mestre da ética e expor os vários ingredientes na receita da bondade. É isto que Paulo faz em Gálatas 5.22, 23 quando alista as grandes qualidades do fruto do Espirito - amor, alegria, paz, longanimidade, bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio. É inevitável que o amor fique no inicio da lista, porque DEUS e amor (I Joao 4.8)a e, portanto, necessariamente, o maior destes e o amor( 1 Co 13.13). O amor e o vinculo da perfeição, o vinculo perfeito, que liga tudo numa harmonia perfeita (Cl 3.14), e o amor e em si mesmo o cumprimento da lei (Rm 13.10). Devemos começar definindo os nossos termos. Há momentos em que o português, em comparação com o grego, e um idioma pobre. Diz-se que, em gaulês, se um jovem ama uma moca, há vinte maneiras diferentes para ele lhe dizer isso! Nos temos uma só palavra para “ amar” ’ e esta palavra tem que servir para expressar muitos sentimentos. Mas o grego tem quatro palavras para “amar.” (i) Há a palavra erõs. E caracteristicamente a palavra para o amor entre os sexos, o amor de um rapaz para com uma jovem; sempre há um lado predominantemente físico, e sempre envolve o amor sexual. Aristóteles diz que erõs sempre começa com o prazer dos olhos, que ninguém se apaixona sem primeiramente ficar encantado pela beleza, e que o amor não e amor, a não ser que se anseie pelo amado quando ele esta ausente, desejando ardentemente a sua presença (Aristóteles: Ética a Nicômaco 9.4.3). Epiteto descreve este tipo de amor como uma compulsão da paixão (Discursos 4.1.147). Esta palavra não aparece no NT em lugar algum, não porque o NT despreza ou rejeite o amor físico, mas porque, já nos tempos do NT, esta palavra passara a ser ligada com a concupiscência mais do que com o amor. Erõs, conforme alguém já disse, e o amor ainda sem conversão. (ii) Há a palavra philia. Esta e a palavra mais nobre no grego secular para expressar o amor. Descreve um relacionamento caloroso, intimo e tenro do corpo, mente e espirito. Inclui o lado físico do amor, pois o verbo philein pode significar beijar ou acariciar, mas inclui muita coisa a mais. Ate mesmo nesta palavra há algo que falta. “O amor não e o amor” , disse Shakespeare, “que se altera quando descobre uma alteração.” Mas philia, como todas as coisas humanas, pode alterar-se. Aristóteles escreve: “O prazer do amante e contemplar a sua amada, o prazer da amada e receber as atenções do seu amante, mas quando murchar a beleza da amada, a amizade (philia) as vezes murcha também, visto que o amante já não acha prazer na visão da sua amada, e a amada não recebe atenção do amante” (Aristóteles: Ética a Nicômaco 8.4.1). E verdade que philia descreve o tipo mais nobre do amor humano, mas também e verdade que a luz da philia pode diminuir e seu calor esfriar. (iii) Há a palavra storgè. Esta e a palavra mais limitada na sua esfera, porque no grego secular e a palavra do amor no lar, do amor dos pais para com os filhos e dos filhos para com os pais, para o amor entre irmãos, irmãs e parentes. (iv) Há a palavra agapè. Aqui, temos pouca orientação com base no grego secular. O verbo correspondente agapan é bastante comum no grego secular, mas o substantivo agapè quase nunca ocorre. Conforme diz R. C. Trench: “Agapè é uma palavra que nasce no seio da religião revelada.” E isto não e por acidente. Agapè é uma palavra nova que descreve uma qualidade nova, uma palavra que indica uma atitude nova para com os outros, uma atitude nascida dentro da comunidade, e impossível sem a dinâmica crista. Como, pois, devemos determinar o significado de agapè? Podemos determinar melhor seu significado tendo por fundamento a maneira de o próprio JESUS falar dele. A passagem básica e Mt 5.43-48. Ali, JESUS insiste em que o amor humano deve seguir o padrão do amor de DEUS. E qual e a grande característica do amor de DEUS? DEUS faz vir chuvas sobre justos e injustos, e faz nascer o sol sobre maus e bons. Logo, o significado de agapè é a benevolência invencível, a boa vontade que nunca e derrotada. Agapê é o espirito no coração que nunca procurara outra coisa senão o sumo bem do seu próximo. Não se importa com o tratamento que recebe do seu próximo, nem com a natureza dele; não se importa com a atitude do próximo para com ele, nunca procurara outra coisa a não ser o sumo bem do próximo, o melhor para ele. Quando se vê isto, imediatamente surgem algumas verdades vitais. (i) Quando Aristóteles escreve a respeito do amor, sua atitude e que somente aquele que merece o amor pode ser amado. Fala daqueles que desejam ser amados, que tem desejo de que o amor seja reciproco, e diz a respeito das pessoas que tem este desejo que seu anseio e ridículo,' se eles nada possuem de atraente (Aristóteles: Ética de Nicômaco 8.8.6). Insiste em que um homem não pode esperar ser amado “ se nada houver nele para despertar afeição” (Ética a Nicômaco 9.1.2). Epiteto diz praticamente a mesma coisa, quando declara: “Aquilo que desperta o interesse da pessoa e o que ela ama por natureza” (Discursos 2.22.1). Platão disse: “O amor e para os amoráveis.” Mas a qualidade distintiva do amor cristão acha-se exatamente na sua obrigação e capacidade de amar os pouco amáveis e os que dificilmente se pode amar, de procurar o sumo bem do outro independentemente daquilo que ele e, ou faz, ou tenha feito. No amor cristão a ideia do mérito não deve ser levada em conta. (ii) Para os escritores gregos, o amor e necessariamente uma coisa exclusiva. Aristóteles define o amor como “a amizade num grau superlativo” . Passa, então, a dizer que, se e assim, pode ser por uma pessoa, e por uma pessoa somente (Aristóteles: Ética a Nicômaco 9.10.5). Na realidade, a convicção de Aristóteles e de que o amor não pode ser difundido, nem pode a amizade ser muito espalhada. Na amizade, o circulo deve ser estreito; no amor, nem sequer há um circulo, mas somente um único ponto em que tudo se focaliza. O amor cristão e o próprio inverso disso. E uma benevolência que abrange a todos. Agostinho disse a respeito de DEUS que Ele ama a todos como se houvesse uma só pessoa para Ele amar; o amor cristão deve modelar-se no amor de DEUS. (iii) Há um sentido em que o amor cristão difere radicalmente do amor humano comum. O amor humano comum e uma reação do coração; e algo que simplesmente ocorre. Ele e algo com cuja criação e aurora nada temos a ver. Mas agapè, o amor cristão, e um exercício da personalidade total. E um estado não somente do coração, mas também da mente; faz parte dos sentimentos, emoções, e também da vontade. Não e alguma coisa que simplesmente acontece e que não podemos evitar ;e algo que temos de desejar. Não e algo com que não temos nada a fazer; e uma conquista e uma realização. Na realidade, tem sido dito que, em pelo menos um dos seus aspectos, agapè e a capacidade, o poder e a determinação de amar as pessoas das quais não gostamos. E certamente verídico que este amor cristão não e uma coisa fácil e sentimental; não e uma resposta emocional automática e não procurada. E uma vitória sobre o eu. A pura verdade e que este amor cristão e o fruto do Espirito; e algo totalmente impossível sem a dinâmica de JESUS CRISTO. Por isso e fútil falar na aceitação a ética do Sermão do Monte e do amor cristão. A verdade simples ó que o mundo não pode aceita-la; somente o cristão cheio do Espirito e dedicado a CRISTO pode faze-lo. (iv) Havia uma grande área do pensamento pagão que considerava esta ideia do amor cristão como uma contradição revolucionaria de tudo quanto ele mesmo tinha em vista. Todas as filosofias contemporâneas ao cristianismo tinham um só alvo e objetivo: a única coisa que todos procuravam era a paz de espirito, ataraxia, serenidade, tranquilidade, o coração cm repouso. A fim de chegarem a isto, todas elas, de uma forma ou outra, insistiam na absoluta necessidade de duas qualidades básicas. A primeira era autarkeia, que significa a perfeita autossuficiência, a perfeita independência de qualquer objeto ou pessoa. Autarkeia e a atitude da mente que acha sua felicidade e paz inteira e exclusivamente dentro de si mesma. A segunda tinha uma estreita relação com ela; era apatheia. Apatheia não e a apatia no sentido da indiferença\apatheia e essencialmente a incapacidade de sentir alegria ou tristeza, gozo ou magoa; e a atitude de coração e mente que não pode ser tocada por qualquer coisa que porventura pudesse acontecer a si mesma ou a outrem. E o coração isolado de todos os sentimentos e emoções Se este for o ideal da vida, então bem claramente o grande inimigo da paz e o amor; o amor e o grande perturbador. Epiteto conta como Cesar trouxe paz e segurança politicas a este mundo, e depois diz, com desespero: “Mas será que Cesar pode nos dar a imunidade do amor?” (Epiteto: Discursos 2.13.10). Concorda que o homem deve tornar-se afetuoso (philostorgos), mas somente de uma maneira tal que, nunca, em tempo algum, dependera de outra pessoa para a sua felicidade e alegria, porque, se um homem permitir a outra pessoa entrar no seu coração e habitar ali, sua liberdade foi-se para sempre (Epiteto: Discursos 3.24-58). Para Epiteto, o amor e um tipo de escravidão (Epiteto: Discursos 4.17.57). Por essa razão, a filosofia e um treinamento que visa atingir a indiferença. Epiteto insiste em que os homens nunca devem fixar seu coração em qualquer objeto ou pessoa, porque nada e ninguém deve ser uma necessidade para nos. O homem deve ensinar-se a não se importar com nada. Que comece com coisas sem importância — uma vasilha, uma xicara que, de qualquer maneira, pode ser facilmente quebrada. Que avance um pouco mais, para uma túnica, um miserável cachorro, um mero cavalo, um pedaço de terra. Se algo acontecer a alguma destas coisas, que aprenda a não se importar. Depois, finalmente, chegara paulatinamente a uma etapa em que não se importara com o que acontece a seul proprio corpo, quando podera perder os filhos, a esposa, os irmãos — sem se importar com isso (Epiteto-.Discursos 4.1.110,111). É verdade que as vezes Marco Aurélio fala de modo aparentemente diferente. Amai os homens entre os quais a vossa sorte é lançada, diz ele - e amai de todo o coração. Amai a humanidade e segui a DEUS. Tudo quanto e racional e afim, e faz parte da natureza humana importar-se com todos os homens. A divindade entronizada dentro de nos acalenta um sentimento fraterno para com os homens. Se não podeis converter o malfeitor, lembrai-vos de que a bondade vos foi dada para enfrentar semelhante caso e lidar com tal homem. Ninguém deve, em caso algum, ser obrigado a arrancar de nos a bondade. Devemos viver com mansidão para com| aqueles que procuraram opor-se a nos e para com aqueles que são um espinho em nossa carne (Marco Aurélio: Meditações 6.38; 7.31, 34, 36;| 9.11; 11.9). O cínico verdadeiro será necessariamente acoitado, mas devei amar os homens que o acoitam, como se fosse o pai ou o irmão deles todos (Epiteto:Discursos 3.22.55). Mas, ao procurar o sentido e significado de passagens tais como estas, sempre deve ser lembrado que esta atitude para com os outros nasceu,! não da identificação com os outros, ou da simpatia para com os outros, ou da participação da sua situação humana, mas da superioridade consciente. O sábio estava tão fechado dentro da sua virtude, tão acima dos homens! comuns, que nunca deixaria as excentricidades e a insensatez dos mortais inferiores afetarem sua calma olímpica. Em contraste direto com isto, o amor cristão se importa. O amor cristão e o próprio inverso dos princípios elementares da filosofia pagão O filosofo pagão dizia: “Ensina-te a não te importar.” A mensagem cristão dizia: “Ensina-te a importar-te apaixonada e intensamente com os homens.” O filosofo pagão dizia: “Não deves, em circunstancia alguma,! ficar pessoal e emocionalmente envolvido na situação humana.” A mensagem crista diz: “Deves entrar na situação humana de tal maneira que vejas penses e sintas com os olhos, a mente e o coração da outra pessoa na suai profunda identificação com os outros.” A mensagem crista oferecia o caminho para a felicidade naquela mesma atitude que o filosofo pagão! considerava como o caminho para a infelicidade. Para o cristão, o principio no amago da vida era a única coisa que o filosofo pagão procurava eliminar inteiramente da sua vida. Analisemos, portanto, o significado deste agapè, usando em especial os elementos das cartas de Paulo, onde a palavra ocorre mais de sessenta vezes. (i) Tudo começa com o amor de DEUS, porque DEUS e o DEUS de amor (2 Co 13.11). O amor cristão e o reflexo do amor de DEUS, e dele obtem seu padrão e poder. Este amor de DEUS e totalmente imerecido, porque a prova dele e que, enquanto ainda éramos pecadores, CRISTO morreu por nos (Rm 5.8). O Novo Testamento nunca poderia tolerar qualquer conceito de expiação que subentendesse ou sugerisse que qualquer coisa que JESUS fez mudou ou alterou a atitude de DEUS para com os homens; que, de alguma maneira, JESUS tenha transformado a ira de DEUS em amor. O processo inteiro da salvação tem seu inicio no amor de DEUS, não merecido por nos. Além disso, o amor de DEUS e um amor que produz e transforma. E aquele amor que, derramado no coração dos homens, produz as grandes qualidades da vida e do caráter cristãos (Rm 5.3-5). Há um amor humano que enfraquece a fibra moral do homem, que paralisa seu esforço, e que o retira da batalha da vida; mas o amor de DEUS e a dinâmica transformadora da vida crista, produzindo no homem a paciência, a perseverança, a experiência e a esperança que o preparam-no para a vida. O humor de DEUS e um amor inseparável. Nada há no tempo nem na eternidade que pode separar o homem dele (Rm 8.35-39). Aqui, na realidade, temos um dos grandes argumentos para a vida apos a morte. O amor e a perfeição do relacionamento entre duas personalidades, e o amor de DEUS oferece um relacionamento consigo mesmo que, pela própria natureza das coisas, nada pode quebrar ou interromper. O amor de DEUS e simplesmente um grande amor (Ef 2.4-7). E, de conformidade com esta passagem, o humor de DEUS e um grande amor por três razoes. Primeira: Ele nos amou enquanto estávamos mortos nos nossos pecados. Segunda, vivificou-nos para a novidade de vida. Terceira, ultrapassa o tempo e vai além da vida para os lugares celestiais. (ii) A medida em que Paulo fala do amor de DEUS, também fala do humor de JESUS CRISTO. Para Paulo, o amor de DEUS e o amor de JESUS CRISTO são a mesma coisa. Em Rm 8.35-39 Paulo começa perguntando: “Quem nos separara do amor de CRISTO' E termina, dizendo: “nada poderá separarnos do amor de DEUS, que esta em CRISTO JESUS nosso Senhor.” Para Paulo, JESUS é o amor de DEUS em demonstração e ação. Paulo passa, então, a dizer certas coisas a respeito do amor de JESUS CRISTO. E um amor que excede todo entendimento (Ef 3.19). O amor esempre u m mistério. Qualquer pessoa que e amada fica atônita, perguntando a si mesma por que aquilo acontece. O amor de CRISTO não e algo a ser explicado; e algo diante de que o homem somente pode maravilhar-se prestar culto e adorar. O amor de JESUS CRISTO é o padrão da vida cristã.) O cristão deve andar em amor conforme CRISTO o amou (Ef 5.2). O cristão não é perseguido pelo medo a fim de ser bom; e elevado ate a bondade mediante a obrigação do amor que desperta a generosidade que esta adormecida na alma. (iii) Uma das associações mais consistentes que Paulo faz e entre o amor e a fé (Ef 1.15; Cl 1.4; 1 Ts 1.3; 3.6; 2 Ts 1.3; Fm 5). O mais alto louvor que Paulo pode oferecer a qualquer igreja e dizer que seus membros] tem fé em CRISTO e amor uns para com os outros. O cristianismo envolvei um duplo relacionamento pessoal e uma dupla dedicação: o relacionávelto com CRISTO e a dedicação a Ele, e o relacionamento com os homens a dedicação a eles. O cristianismo e a comunhão com DEUS e os homens “Ninguém,” disse Joao Wesley, “já foi para o céu sozinho.” “DEUS,” disse o sábio e velho conselheiro a Wesley quando este estava para deixar esta vida, “não conhece a religião solitária.” Há uma dupla associação entre a fé e o amor. Em Ef 6.23 Paulo ora para que seu povo tenha fé com amor; em Gl 5.6 fala da fé operando atrai vês do amor, ou, conforme talvez seja a melhor tradução: a fé energizada operada, pelo amor. Podemos expressar este fato nas seguintes palavras o amor sem fé e sentimentalismo, e a fé sem amor e aridez. O amor deva basear-se na fé. Por exemplo, e inquestionavelmente verdadeiro que a única base valida para uma crença na democracia e a crença de que todos o homens são filhos naturais de DEUS; e a única base verdadeira da evangelização e a convicção teológica de que CRISTO morreu por todos os homens: A fé deve ser inflamada pelo amor, a fim de não se transformar em intelectualismo, e para que o teólogo não se torne, conforme a expressão Anatole France, um homem que nunca olhou para o mundo em sua volta. Esta combinação de fé e amor deve produzir ação, porque o amo nunca deve ser mera aparência (Rm 12.9). E perfeitamente possivel pregar o amor e viver uma vida sem ele, cantar os louvores do amor nas palavras, e negar a existência dele nas ações. O amor produzira especialmente duas coisas. Produzira a generosidade prática. Quando Paulo estava levatendo a coleta para os cristãos pobres de Jerusalém, seus repetidos apela as igrejas mais novas e no sentido de dem onstrarem a sinceridade do sei amor, fornecendo a prova dele mediante a sua generosidade crista (2 Co 8.7, 8,. 24). Isto redundara em perdão. Depois de terminarem os problemas em Corinto, e depois de a paz ter sido restaurada, o apelo de Paulo aos coríntios e para que reafirmem seu amor perdoando o homem outrora o foco de agitação e de todos os problemas (2 Co 2.8). A fé deve estar ligada ao amor, e o amor a fé, e esta combinação deve ter como resultado a mão generosa e o coração que perdoa. Devemos agora passar a ver, aquilo que poderíamos chamar de a qualidade básica do amor em ação na vida crista. (i) O amor e a atmosfera da vida cristã. O cristão, diz Paulo, deve andar em amor (Ef 5.2). Toda vida leva consigo a sua própria atmosfera. Uma das alunas da grande mestra norte-americana Alice Freeman Palmer disse acerca dela: “Ela fazia com que me sentisse banhada pelos raios do sol.” Por outro lado, Richard Church em seu ensaio autobiográfico fala a respeito do primeiro dia que passou na escola. Tinha consciência daquilo que chamou de “um fingimento frio e impessoal de benevolência no ar” . Há uma atmosfera que e como uma túnica quente, e outra que e como uma ducha fria. 0 cristão leva esta atmosfera de benevolência radiante por onde for. Paulo expressa esta mesma verdade de outra maneira. O amor, diz ele, e a vestimenta da vida cristã. Conclama os colossenses a se vestirem com o amor (Cl 3.14). Falamos de uma pessoa revestida de beleza, ou armada em virtude. A vida crista veste-se desta boa vontade que se estende a todos os homens. (ii) O amor e o motivo universal da vida cristã. “ Todos os vossos atos sejam feitos com amor,” Paulo escreve aos coríntios (1 Co 16.14). O Sermão no Monte nos deixa sem duvidas quanto a importância dos motivos do coração na vida crista (Mt 5.21-48). Há um tipo de generosidade cujo motivo principal e obter prestigio. Há um tipo de advertência e repreensão que brota do deleite em ferir as pessoas e em vê-las afastando-se. Há ate mesmo um tipo de labuta e serviço que provem do orgulho. Um dos deveres mais negligenciados da vida crista e o autoexame, e talvez isto seja negligenciado por ser um exercício muito humilhante. Se nos examinarmos, e bem possivel que descubramos que não há quase nada neste mundo que façamos com motivos puros e sem mistura. Ainda que seja assim, devemos continuar a colocar diante de nos o padrão pelo qual devemos viver, a insistência de que o único motivo cristão e o amor. (iii) O amor e o segredo da unidade crista. Os cristãos sio unidos pelo amor (Cl 2.2). O que há de significante neste amor cristão e que ele se espalha em círculos que se expandem cada vez mais. (a) Começa sendo amor pelos santos, ou seja, amor pelos demais membros da comunidade crista e pelos nossos irmãos cristãos (Ef 1.15; Cl 1.4; 1 Ts 3.12). (b) E amor pelos lideres da Igreja (1 Ts 5.12, 13). E um fato muito simples que a única dadiva que Paulo pediu da parte das suas igrejas foi que orassem por ele, que o conservassem em seus corações, e que o sustentassem através da oração (Rm 15.30). (c) Toma-se amor por todos os homens. Os cristãos deve abundar em amor uns com os outros, e com todos os homens (1 Ts 3.12). Há um tipo de cristianismo que resume-se nas quatro linhas de um verso mal feito: Somos os poucos escolhidos de DEUS, Todos os demais irão para o inferno; Não há lugar no céu para ti - O céu não deve superlotar-se. O amor cristão e o inverso disso; expande-se ate procurar englobar o mundo inteiro em seus braços, e receber todos os homens em seu coração; (iv) O amor e o enfatizar da verdade cristã. O cristão deve necessariamente ser um amante da verdade (2 Ts 2.10), mas a todo tempo deve falar a verdade em amor (Ef 4.15). E fácil falar a verdade de tal maneira a ferir e machucar; não e impossível alguém ter prazer ao ver uma pessoa encolher-se e estremecer sob as chicotadas da verdade. “A verdade,” diziam os cínicos, “e como a luz para olhos irritados.” Florence Allshorn foi uma famosa e muito amada diretora de um grande instituto missionário para mulheres. Inevitavelmente havia ocasiões em que ela tinha de repreender suas estudantes; mas dizia-se a respeito dela que, quando tinha motivo para repreender, sempre o fazia como se estivesse abraçando a pessoa a ser repreendida^ A verdade falada com o intuito de ferir nada pode produzir senão ressentimento; mas a verdade falada em amor pode despertar o arrependimento que e algo que traz restauração. (b) O amor e o fundamento do apelo cristão. Quando Paulo roga a Filemom em favor do escravo fugitivo Onésimo, e ao amor que apela? (Fm 7). E ao amor que Paulo apela quando pede as orações da igreja de Roma antes de empreender viagem para Jerusalém (Rm 15.30). O cristão nunca apelara a forca; o cristão raramente apelara a sua autoridade. A arma do cristão e sempre o apelo ao amor e quase nunca a exigência do poder. (c) O amor e o motivo da pregação cristã. Mesmo nos Seus momentos mais severos, a motivação e a acentuação das palavras de JESUS e o amor. E com amor que anela pela cidade onde esta para morrer (Mt 23.37). Talvez o capitulo menos compreendido em toda a Bíblia seja Mateus 23 onde há uma serie terrível de “ais” dirigida contra os escribas e os fariseus. E muito comum pensar nesse capitulo e lê-lo como se tivesido falado num acesso de fúria incandescente, e como se JESUS estivesse acoitando as pessoas com o chicote da Sua língua. “Ai de vos! ” diz JESUS (Mt 23.13 ss.). Mas a palavra em grego e Ouai, e o próprio som dela e um lamento. O sentimento nio é de condenação, e sim de tristeza. Não e uma explosão de ira; e a marca do amor que parte o coração. Há momentos em que certos pregadores dão a impressão de que odeiam os seus ouvintes, e assaltam-nos com uma bateria de ameaças quase causando a impressão de que querem vê-los condenados ao inferno. Registra- se que certa vez, quando perguntaram a alguém por que deixara de frequentar certa igreja, a pessoa respondeu: “Cansei-me de ser apedrejada em meu rosto todos os domingos.” Os homens podem ser levados a aceitar o evangelho muito mais facilmente se não receberem acoites verbais para que o aceitem. Stanley Jones em seu livro sobre a conversão conta a respeito da obra do Dr. Karl Menninger da Clinica Menninger, em Topeka, EEUU. Toda a obra da clinica era organizada em torno do amor. Era tomado como principio que “ desde os psiquiatras superiores, descendo ate aos eletricistas e faxineiros, todos os contatos com os pacientes devem manifestar amor” . E tratava-se do “amor sem limites” . O resultado foi que o período de internamento foi reduzido pela metade. Houve uma mulher que ficou sentada durante três anos numa cadeira de balanço sem dizer uma palavra para pessoa alguma. 0 medico chamou uma enfermeira e disse- lhe: “Maria, estou colocando a Sra. Brown como sua paciente. Tudo quanto lhe peco é que a ame ate que ela sare.” A enfermeira fez a experiência. Pegou uma cadeira de balanço do mesmo tipo, sentou-se ao lado dela, e amou-a de manha, de tarde e de noite. No terceiro dia, a paciente falou, e dentro de uma semana, saiu da sua concha — e curada! Stanley Jones cita alguns outros exemplos deste principio em operação. O Padre C. Hilmer Myers, falando de mocos que faziam parte de quadrilhas, disse: “ Tais mocos podem ser alcançados oferecendo-lhes aquilo que mais almejam — o amor por parte de um adulto disposto a ajudar numa emergência.” Certo fabricante hindu disse a Stanley Jones por que viera a um dos seus retiros espirituais: “Sabe por que vim? Há muitos anos, quando eu era menino, atormentamos um missionário que estava pregando num bazar, jogando tomates nele. Ele enxugou do seu rosto o caldo dos tomates e então, apos a reunião, levou-nos para a confeitaria e comprou-nos doces. Eu vi o amor de CRISTO naquele dia, e é por isso que estou aqui.” Um negro já idoso falou a respeito de um negro mais jovem que se metera numa encrenca seria: “A gente simplesmente deve ama-lo para atrai-lo para fora disto.” Havia na comunidade um ébrio inveterado. Certa manha, disse: “Os meninos jogaram pedras em mim ontem a noite.” Respondeu o amigo dele: “ Talvez estivessem procurando fazer de você um homem melhor.” O homem disse: “Ora, nunca ouvi falar que JESUS jogava pedras num homem para torna-lo melhor” . Os homens podem ser ganhos muito mais se os amarmos para leva-los ao céu do que se os ameaçarmos para que escapem do inferno. (v) O amor e o controlador da liberdade cristã. A liberdade deve ser usada, não como desculpa para a licenciosidade, mas como dever de servirmos uns aos outros (G1 5.13). Existem muitas coisas que são perfeitamente seguras para o irmão mais forte, e que poderia legitimamente ser; permitida, sem duvida alguma; mas ele abstém-se dessas coisas porque, ama e recusa-se a prejudicar com o seu exemplo o irmão por quem CRISTO morreu (Rm 14.15). Se o amor e a base da vida, a responsabilidade e a' sua tônica. Nenhum cristão pensa nas coisas somente porque afetam a sua própria pessoa. O privilegio da liberdade crista e condicionado pela obrigação do amor cristão. (vi) Este amor cristão não e nenhuma emoção fácil e sentimentalista. O amor tem os olhos abertos. A oração de Paulo pelos filipenses e no sentido de que abundem em todo o conhecimento e em toda a percepção sensível, de modo que sejam capacitados a distinguir entre as coisas que diferem entre si, escolhendo as que são certas (Fp 1.10). O amor cristão na vida e acompanhado por uma nova sensibilidade para com os sentimentos, necessidades e problemas dos outros, uma nova consciência da bondade, e um novo horror pelo pecado. Longe de ser cego, o amor cristão ensina o homem a ver com clareza e a sentir com uma intensidade nunca antes experimentada. Da mesma maneira, o amor cristão e forte. Na correspondência de Paulo com a igreja em Corinto há dois usos muito iluminadores da palavra “amor.” Em 2 Co 2.4 Paulo escreve a respeito da carta dura e severa que havia enviado a igreja em Corinto, carta esta que causara aos coríntios magoa e dor. Mas, diz ele, aquela carta foi escrita, não para lhes causar magoa e tristeza, mas paxá comprovar seu amor por eles. A sentença final da primeira carta aos coríntios e : “O meu amor seja com todos vos! ” (1 Co 16.24). As cartas a Corinto estão muito longe de serem cartas sentimentais. Administram a disciplina; transmitem a repreensão; não hesitam em ameaçar com o uso da vara de correção; distribuem a correção mais severa; ate mesmo exigem a exclusão do perturbador da comunhão da Igreja — contudo, são o resultado do amor. O amor no sentido neo-testamentario do termo nunca comete o engano de pensar que amar e deixar uma pessoa fazer o que ela quer. O NT deixa claro que há momentos quando a ira, a disciplina, a repreensão, o castigo e a correção fazem parte do amor. (vii) E fácil ver que a aquisição e a pratica do amor cristão não são uma tarefa fácil. Em 1 Co 14.1, Paulo usa uma expressão muito significativa. A ARA traduz: “Segui o amor.” Mas o verbo que e traduzido por seguir é diõkein que significa perseguir, correr atrás. O amor cristão não e algo que simplesmente acontece; e algo que deve ser buscado, desejado, perseguido, algo que exige a oração e a disciplina do homem para obtê-lo. Longe de ser uma posse automática, e a realização suprema da vida. Pode-se ate dizer que o amor cristão não e somente difícil; humanamente falando, e impossível. O amor cristão não e uma realização humana; faz parte do fruto do Espirito. E derramado em nosso coração pelo Espirito SANTO.E, assim, chegamos a outra verdade a respeito deste amor cristão. Há um versículo magnifico na carta aos filipenses. Nele, a palavra “amor” propriamente dita não aparece, mas a ideia e a que esta no centro do amor cristão. Paulo escreve, conforme diz a AV: “Anseio por todos vos nas entranhas de JESUS CRISTO” (Fp 1.8). Literalmente, isto significa: “Amo-vos com o próprio amor de CRISTO. Através de mim CRISTO vos ama. O amor que eu vos tenho não e outro senão o amor do próprio CRISTO.” Agapè tem a ver com a mente: não e simplesmente uma emoção que surge em nosso coração sem ser convidada; e um principio segundo o qual vivemos deliberadamente. Agapê tem a ver, de modo supremo, com a vontade. E uma conquista, uma vitória e uma realização. Ninguém já amou por natureza os seus inimigos. Amar os inimigos e uma conquista de todas nossas inclinações e emoções naturais. Este amor cristão, não e meramente uma experiência emocional que vem a nos sem convite e sem ser procurada; e um principio deliberado da mente, uma conquista e realização da vontade. E, na realidade, o poder de amar os que não são amáveis, de amar as pessoas das quais não gostamos. O cristianismo não pede que amemos nossos inimigos e os homens em geral da mesma maneira que amamos nossos entes queridos e os que estão mais próximos de nos; isto seria tanto impossível quanto errado. Mas realmente ele exige que tenhamos a todo tempo uma certa atitude e direção da vontade para com todos os homens, sem nos importarmos com que são eles. Qual, pois, e o significado deste agapè? A principal passagem para a interpretação do significado de agapè e Mt 5.43-48. Ali, somos ordenados a amar os nossos inimigos. Por que? A fim de que sejamos como DEUS. El qual e a ação típica de DEUS que e citada? DEUS envia Sua chuva aos justos e injustos, maus e bons. Ou seja: a natureza do homem, não importa, DEUS não procura outra coisa senão o sumo bem dele. Quer o homem seja santo, ou um pecador, o único desejo de DEUS é o seu sumo bem. Ora, isto e agapê. Agapè e o espirito que diz: “Não importa o que o homem me faca, eu nunca procurarei lhe fazer mal; nunca intentarei a vingança; sempre buscarei exclusivamente o sumo bem dele.” Isto quer dizer que o amor cristão, e' a benevolência invencível, a boa vontade insuperável. Não e simplesmente uma onda de emoção; e uma convicção deliberada da mente que tem como resultado uma politica delibera-] da na vida; e a realização, conquista e vitória da vontade. Atingir o amor cristão exige a totalidade do homem; exige não somente seu coração, mas também sua mente e vontade. Sendo assim, duas coisas devem ser notadas. (i) O amor humano para com o nosso próximo, e forçosamente! fruto do ESPÍRITO. O amor cristão não é natural no sentido de que não é o possivel ao homem natural. O homem somente pode exercer esta benevolência universal, sendo purificado do ódio, da amargura e da reação humana natural a inimizade, injuria e antipatia, quando o Espirito tomar posse ; dele e derramar no seu coração o amor de DEUS. O amor cristão e impossível a qualquer pessoa que não seja crista. Ninguém pode por em pratica a ética crista ate que se torne cristão. Pode-se ver bem claramente a qualidade desejável da ética crista; pode-se perceber que e a solução para os problemas do mundo; pode-se aceita-la mentalmente ; mas, na pratica, não pode ser vivido se CRISTO não viver dentro da pessoa. (ii) Quando entendemos o que agapè significa, refutamos amplamente a objeção de que uma sociedade baseada neste amor seria um paraíso para os criminosos, e que isto significa simplesmente deixar o malfeitor fazer o que quer. Se buscarmos somente o sumo bem do homem, e bem possivel que tenhamos de resisti-lo; e bem possivel que tenhamos de castiga-lo; e bem possivel que tenhamos de agir com severidade diante dele — para o bem da sua alma imortal. No entanto, permanece o fato de que tudo quanto fizermos ao homem nunca será por vingança; nunca será uma simples retribuição; sempre será feito com o amor que perdoa e que procura, não o castigo do homem, e muito menos a eliminação do homem, mas sempre o seu sumo bem. Noutras palavras, agapè importa em lidar com os homens conforme DEUS lida com eles — e isso não significa deixa-los agir desenfreadamente segundo a sua própria vontade. Quando estudamos o NT descobrimos que o amor e a base de todo relacionamento perfeito no céu e na terra. (i) O amor e a base do relacionamento entre o Pai e o Filho, entre DEUS e JESUS. JESUS pode falar do “amor com que me amaste” (Jo 17.26). Ele e “ o Filho do Seu amor” (Cl 1.13; cf. Jo 3.35; 10.17; 15.9; 17.23,24). (ii) O amor e a base do relacionamento entre o Filho e o Pai. O proposito de toda a vida de JESUS era que o mundo soubesse que Ele amava o Pai (Jo 14.31). (iii) E dever do homem amar a DEUS (Mt 22.37; cf. Mac 12.30 e Lc 10.27; Rm 8.28; 1 Co 2.9;2Tm4.8;l Jo 4.19). O cristianismo não pensa em termos do homem finalmente se submeter ao poder de DEUS; pensa em termos de ele finalmente se entregar ao amor de DEUS. Não se trata de a vontade do homem ser esmagada, trata-se de o seu coração ser quebrantado. (iv) A forca motriz da vida de JESUS era o amor pelos homens (Gl 2.20; Ef 5.2; 2 Ts 2.16; Ap 1.5; Jo 15.9). JESUS realmente e aquele que ama as almas. (v) A essência da fé crista e o amor por JESUS (Ef 6.24; 1 Pe 1.8; Jo 21.15, 16). Assim como JESUS ama as almas, assim também o cristão ama a CRISTO. O NT tem muita coisa a nos dizer acerca do amor de DEUS pelos homens. (i) O amor é da própria natureza de DEUS. DEUS e amor (1 Jo 4.7,8; 2 Co 13.11). (ii) O amor de DEUS e universal. Não foi apenas uma nação escolhida, foi o mundo inteiro que DEUS amou (Jo 3.16). (iii) O amor de DEUS e sacrificial. A prova do Seu amor e que deu Seu Filho em prol dos homens (1 Jo 4.9, 10; Jo 3.16). A garantia do amor de JESUS e que Ele nos amou e Se deu por nos (Gl 2,20; Ef 5.2; Ap 1.5). (iv) O amor de DEUS e amor misericordioso (Ef 2.4). Não e ditatorial, não e possessivo de modo dominante; e o amor ansioso do coração misericordioso. (v) O amor de DEUS salva e santifica (2 Ts 2.13). Salva da situação do passado e capacita o homem a enfrentar as condições do futuro. (vi) O amor de DEUS e um amor fortalecedor. Nele e através dele o homem torna-se mais que vencedor (Rm 8.37). Não e o amor abrandador e ultra protetor que torna o homem fraco; e o amor que produz heróis. (vii) O amor de DEUS e um amor que galardoa (Tg 1.12; 2.5). Nesta vida, ele e algo precioso, e suas promessas são ainda maiores para a vida futura. (viii) O amor de DEUS e um amor que disciplina (Hb 12.6). O amor de DEUS e o amor que sabe que a disciplina e uma parte essencial do amor. O NT tem muita coisa a dizer acerca de como deve ser o amor do homem por DEUS. (i) Deve ser um amor exclusivo (Mt 6.24; cf. Lc 16.13). Há lugar para uma só lealdade na vida crista. (ii) E um amor que esta alicerçado na gratidão (Lc 7.42, 47). Os dons do amor de DEUS exigem em troca a totalidade do amor dos nossos corações. (iii) E um amor obediente. Repetidas vezes o NT preconiza que a única maneira de podermos comprovar que amamos a DEUS e oferecendo-Lhe nossa obediência incondicional (Jo 14.15, 21, 23, 24; 13.35; 15.10; 1 Jo 2.5; 5.2, 3; 2 Jo 6). A obediência e a prova final do amor. (iv) E um amor comunicativo. O fato de amarmos a DEUS e comprovado ao amarmos e ajudarmos nosso próximo (1 Jo 4.12, 20; 3.14; 2.10). A falta em ajudarmos os homens comprova que nosso amor por DEUS e falso (1 Jo 3.17). A obediência a DEUS e a ajuda amorosa prestada aos homens são duas coisas que comprovam o nosso amor. Vejamos, agora, outras características deste amor cristão. (i) O amor e sincero (Rm 1.29; 2 Co 6.6; 8.8; 1 Pe 1.22). Não tem segundas intenções; não e interesseiro. Não e uma gentileza superficial que serve de mascara para a amargura interior. E o amor que ama com os olhos e coração abertos. (ii) O amor e inocente (Rm 13.10). O amor cristão nunca prejudicou alguma pessoa. O falso amor pode ferir de duas maneiras. Pode levar ao pecado. Burns disse acerca do homem que conheceu quando estava aprendendo a cardar linho em Irvine: “Sua amizade me causou prejuízo.” Ou pode ser super-possessivo e super-protetor. O amor materno, por exemplo, pode tornar-se sufocante. (iii) O amor e generoso (2 Co 8.24). Há dois tipos de amor - o amor que exige e o amor que da. O amor cristão e o amor que da, porque e uma copia do amor de JESUS (Jo 13.34), e tem seu motivo principal no amor generoso de DEUS (1 Jo 4.11). (iv) O amor e prático (Hb 6.10; 1 Jo 3.18. Não e meramente um sentimento bondoso, não se limita aos melhores votos piedosos; e amor que resulta em ação. (v) O amor e longânime (Ef 4.2). O amor cristão resiste as coisas que tão facilmente transformam o amor em ódio. (vi) O amor traz o aperfeiçoamento da vida cristã (Rm 13.10; Cl 3.14; 1 Tm 1.5; 6.11; 1 Jo 4.12). Não há nada mais sublime neste mundo do que amar. A grande tarefa de qualquer igreja não e primeiramente aperfeiçoar suas construções, ou sua liturgia, musica ou paramentos. Sua grande tarefa e aperfeiçoar o seu amor. Finalmente, o NT preconiza que há certas maneiras segundo as quais o amor pode ser mal orientado. (i) O amor pelo mundo é mal orientado (1 Jo 2.15). Porque Demas amou o mundo, abandonou a Paulo (2 Tm 4.10). O homem pode amar o tempo a ponto de se esquecer da eternidade. O homem pode amar as recompensas deste mundo e se esquecer dos galardoes ulteriores. O homem pode amar o mundo de tal maneira que aceita os padrões mundanos e abandona os de CRISTO. (ii) O amor ao prestigio pessoal e mal orientado. Os escribas e os fariseus amavam os assentos principais nas sinagogas e os louvores dos homens (Lc 11.43; Jo 12.43). A pergunta do homem não deve ser: “O que os homens pensam sobre isso?” , mas: “O que DEUS pensa sobre isso?”
(iii) O amor pelas trevas e o medo da luz são as consequências inevitáveis do pecado (Jo 3.19). Assim que o homem peca, já tem algo para esconder; então passa a amar as trevas. Mas as trevas podem oculta-lo dos homens não de DEUS. E assim, finalmente podemos dizer que o amor cristão manifesta-se quando CRISTO e novamente encarnado através de uma pessoa que se entregou totalmente a Ele.
AMOR (Enciclopédia de Bíblia,Teologia e Filosofia) Discussão Preliminar Tradução do termo hebraico aheb, palavra de larga conotação. Outros vocábulos também eram usados no Antigo Testamento, com sentidos variegados, associados a amor, desejo, amante, etc. No N.T., temos O circulo do amor de DEUS não tinha início, e não terá fim. O amor de DEUS inspirou e garan tiu a execução da missão tridimensional do Logos. Ele ministrou e ministra na terra, no hades e nos céus para ser tudo para todos, afinal — . O amor de DEUS é real universalmente, — não meramente potencial - O amor de DEUS será absolutamente efetivo, afinal — . Limites de pedra não podem conter o amor. E o que o amor pode fazer, isso o amor ousa fazer. (William Shakespeare) O oposto de injustiça não é justiça — é amor - agape (agapao), comum na Septuaginta, e phileo, sinônimo de agapao. Agapao aparece por 142 vezes no Novo Testamento; agape, por 116 vezes, e phileo por 25vezes. Agapao tem todo o alcance possível de significado que a nossa palavra amor exibe; e mediante o uso dessa palavra, não se pode estabelecer a diferença entre o amor divino e o amor humano, em contraste com phileo. A suposta diferença entre essas duas palavras torna-se nula quando simplesmente tomamos um léxico e lemos as referências onde figuram os dois termos. Ver o artigo sobre agape, como ilustração desse fato, e quanto a outras informações. A mudança de uma para outra palavra, em João 21, é simples questão estilística, não envolvendo qualquer sentido oculto. Eros,com freqüência usada para indicar o amor apaixonado e sexual, não se encontra no Novo Testamento. Também pode ser usado para indicar o amor nobre e espiritual, embora envolvendo, em muitos casos pelo menos, um sentido menos nobre do que aqueles achados no caso de agapao ephileo. Nas Escrituras, o amor aparece tanto como um atributo de DEUS como uma virtude humana moral, pelo que o assunto do amor pertence tanto à teologia quanto à ética. O amor é fundamental à verdadeira religião e à filosofia moral, e de fato, até na maior parte das filosofias pessimistas, como na de Schopenhauer, onde é encarado favoravelmente sob o título de simpatia. O amor é uma parte importante e mesmo dominante da fé judaico-cristã, básica ao evangelho. (Ver João 3; 16). Ê um elemento essencial em todo o relacionamento humano. Portanto, tanto mais atônitos ficamos em face do fato de que quase todos os credos denominacionais evangélicos deixam-no totalmente de lado, ao alistarem seus itens de crença (ver o artigo sobre Credos). Paulo declara que o amor é a maior de todas as graças cristãs (ver I Cor. 13:13, onde aparece a exposição do NTI, quanto a muitos dos atributos e características do amor). Nos escritos de Paulo, também é o solo de onde brotam todas as outras virtudes (ver Gál. 5:22,23). Trata-se da marca distintiva de que alguém é filho de DEUS (ver Mat. 5:44 ss.). É um pré-requisito absoluto para que alguém seja uma pessoa espiritual, um bom cidadão, um bom vizinho, um bom marido, esposa ou pai, ou qualquer outra coisa, que envolva boas qualidades divinas ou humanas. Tipos de amor 1- Há o amor de DEUS (João 3:16), o qual é a fonte de todo outro amor, até mesmo aquele manifestado pelos incrédulos. O ESPÍRITO de DEUS, atuando no mundo, impede-o de transformar-se em floresta completa, porquanto propaga ao redor o seu amor, e muitas pessoas fazem o que fazem por motivos puramente altruístas. 2- Há o amor de CRISTO pelo homem, o qual é uma extensão do amor de DEUS; e, em sua essência, é a mesma coisa. (Ver II Cor. 5:14 e as notas expositivas no NTI sobre esse amor, que nos constrange a atitudes que expressam o cristianismo). 3- Há o amor do indivíduo por si mesmo, num afeto inteiramente egoísta, pois só se preocupa consigo mesmo. 4- Há o amor de um homem por outro ser humano. Quando alguém ama outrem, deseja para o próximo o que deseja para si mesmo, ou transfere o cuidado por si mesmo para outra pessoa, desejando o seu bem-estar, tal como deseja o seu próprio bem-estar. Pode-se imaginar quase qualquer homem a amar um filho ou filha predileta. Por causa de seus cuidados por seu filho, ele fará sacrifícios e procurará protegê-lo. Pensará em como suprir às suaS necessidades, e desejará a felicidade de seu filho. Em outras palavras, fará em prol de outra pessoa (sem importar quão mau seja, quanto a outras questões) aquilo que faria por si mesmo. O amor-próprio é fácil; não é muito difícil a transferência desse amor pelo menos a uma outra pessoa. Mas aqueles que amam verdadeiramente são os que descobriram como transferir o amor-próprio para um grande número de pessoas. Aqueles que assim fazem são a isso impelidos pelo ESPÍRITO de DEUS, sem importar se são ou não discípulos de CRISTO, no sentido tradicional. 5- Há o amor dirigido a CRISTO, o Filho de DEUS, ou então a DEUS Pai, o que se verifica quando amamos aos nossos semelhantes. (Ver as notas expositivas sobre esse conceito no NTI em Mat.25:35 e ss ). 6- Há o amor do homem a CRISTO ou a DEUS Pai, diretamente expresso. Essa modalidade de amor requer um senso altamente desenvolvido, e normalmente se expressa por meios místicos, mediante a ascensão da alma, que passa a contemplar a DEUS. Certamente essa foi a forma de amor que o escritor sagrado tinha em mente, em João 4:7-21, embora o contexto contemple muitos resultados «diários» e «práticos» da mesma, como o evangelismo dos perdidos, a vida santa, a lealdade a CRISTO e as ações de caridade em favor do próximo. CRISTO como uma figura distante. Os crentes de Éfeso( Apo. 2), reduziram CRISTO a uma figura distante a despeito de continuarem a fazer prodígios espirituais e apesar de seu poder no Espirito. Quantas pessoas hoje em dia, quando pregam, somente atacam várias formas de males, como o mundanismo, o modernismo, o comunismo, embora suas mensagens reflitam pouquíssimo do amor conquistador de CRISTO. Tornaram-se polemistas profissionais, mas pouco ou nada sabem do amor construtivo. Perderam a visão do CRISTO, em meio à batalha. Há um caminho melhor do que esse. É o caminho do amor. O amor à semelhança da morte, transforma a tudo quanto toca. Os homens são atraídos pelo amor. As coisas semelhantes se atraem mutuamente. Os homens amam quando são amados. E odeiam quando são odiados. Pois limites de pedra não podem conter ao amor. E o que o amor pode fazer, isso ousa tentar. («Romeu e Julieta», Shakespeare). O Amor de DEUS pelo mundo, a base do Evangelho Este mundo não é o mundo dos eleitos — mas sim, de todos os indivíduos do mundo, de todas as épocas, sem exceção alguma. DEUS, sendo um ser inteligente, tem consciência da existência deste mundo e ama a todos os homens que nele habitam. De alguma maneira, posto que indefinida, exceto conforme entendemos as pessoas, DEUS possui qualidades emocionais. O seu amor é a mais alta forma de amor, a mais pura, ao ponto de ser chamado de amor, conforme lemos no trecho de I João 4:8. Esse princípio de amor, que faz com que DEUS tenha o destino perfeito do homem, a sua felicidade e a sua utilidade perfeita e cumprimento da existência, sempre perante os seus olhos, e que é a força central motivadora de todas as suas ações para com os homens, também é compartilhado pelo homem, para ser exercido em direção aos seus semelhantes. A passagem de I João 4:16 expressa essa idéia, como também o faz o Sermão do Monte (Mat. 5:7 e 22:38,39). Esse amor de DEUS pelos homens deve ser recíproco — dos homens por DEUS, e, em seguida, por todos os homens. O amor, por conseguinte, é a força dinâmica de toda a criação, bem como a origem de toda autêntica bondade, porquanto a lei inteira se alicerça no amor, conforme também nos ensina o trecho de Mat. 22:40, declaração essa confirmada por Paulo, em Rom. 13:9. A grandeza do amor de DEUS impeliu o apóstolo Paulo a escrever o seu soneto imortal, o qual lemos no décimo terceiro capítulo de sua primeira epístola aos Coríntios; e nenhuma literatura superior a essa, sobre a questão, foi jamais escrita. E ainda que esse apóstolo nada mais houvesse deixado escrito, isso bastaria para assegurar-lhe o lugar de um dos maiores autores do mundo. UI. O amor de DEUS pelo Filho e na Familia divina O amor de DEUS Pai por DEUS Filho é mencionado e enfatizado em João 10:17, 14:31,' 15:9, 17:23,24,26. Fica entendido que esse amor é mútuo. João 14:21 destaca o amor mútuo no seio da família de DEUS. Este evangelho apresenta o amor como um autêntico requisito para que a obediência aceitável, além de ser um grande motivo para agirmos corretamente, diante de DEUS. DEUS é amor (I Jo. 4:8) Implicações desta grande declaração: Isso é o que ensinam as Escrituras. Essa é uma das grandes afirmativas das Escrituras, que quase todas as crianças de Escola Dominical conhecem. Certamente é uma das mais bem conhecidas declarações da primeira epístola de João. O amor, naturalmente, é um atributo de DEUS; mas permeia a todas as coisas, de tal modo que é legítima a declaração que «DEUS é amor». Por igual modo se diz que «DEUS é luz» (I João 1:5) e «DEUS é ESPÍRITO» (João 4:24). Com idêntica propriedade poder-se-ia dizer que «DEUS é Justiça», «DEUS é Bondade» e «DEUS é Verdade», ficando assim personificados e elevados os seus atributos infinitos. Platão, ao descrever a realidade última, expressou-se desse modo. Assim sendo, as «idéias» finais (formas espirituais finais, copiadas e imitadas por tudo quanto existe no plano terrestre) seriam a «Bondade», a «Beleza» e a «Justiça». Em última análise, DEUS é essas coisas; no nível terrestre, vê-se apenas imitações das «idéias divinas», as quais representam a realidade espiritual final. As Escrituras Sagradas, entretanto, preferem dizer que «DEUS é Amor», porquanto todas as demais qualidades são atributos baseados sobre o amor divino. Portanto, a «bondade» de DEUS se baseia sobre o seu amor; ele expressa bondade porque ama. E a sua justiça, embora se mostre severa em certas ocasiões, se baseia no amor; pois até mesmo os juízos de DEUS são medidas pelas quais ele mostra ao homem o erro de seus distorcidos caminhos, levando-o a pagar dívidas necessárias, levando-o a reconhecer a verdade e a justiça. Além disso, o amor de DEUS se expressa através da «beleza». O plano de DEUS, relativo à redenção humana, reveste-se de beleza esplendorosa. É a beleza do evangelho .que atrai a ele mesmo tantas pessoas, e não a sua lógica, as suas ameaças e as suas promessas. DEUS, como amor, é contrastado com outras noções religiosas, conforme se vê nos pontos abaixo: Os antigos gregos imaginavam deuses tão imperfeitos como eles mesmos, e em doses sobre-humanas. Seus deuses eram supremamente invejosos, desprezíveis, destruidores, vingativos e odiosos. Estavam envolvidos em todas as formas de «concupis- cências», mas em doses sobre-humanas. Quão impuro e destruidor era Zeus, com sua resmungadora esposa Hera, que sempre procurava levá-lo a fazer algo que ele não queria fazer! Quão licencioso era Zeus, embora ninguém pudesse chamá-lo à ordem! Em contraste com esse horrendo quadro de Zeus destaca-se o DEUS do N.T. - caracterizado pela pureza, pelo amor, pela bondade, pela justiça. Além disso, Aristóteles fazia de DEUS um Impulsionador Inabalável. Para ele a deidade seria pensamento puro, a contemplar-se a si mesmo, porque nada haveria digno de contemplação fora dele. Ele não tinha amor pelo universo, e, na realidade, nem tinha consciência dele, porquanto nem merecia ser conhecido por ele—não amaria ao seu universo, mas moveria todas as coisas, sendo amado. O N.T., entretanto, nega tais conceitos. Antes, ali se ensina que DEUS contempla seu universo e é levado a amá-lo; seu amor ativo faz o mundo prosseguir. Os gnósticos pensavam que DEUS seria um ser totalmente transcendental. Ele tinha contato com seus universos somente através de uma longa linhagem de sombrias emanações angelicais ou mediadores, como eram os «aeons». DEUS seria elevado por demais para ter qualquer contato direto com este mundo, ou mesmo para ao menos interessar-se pela sua criação. O «deísmo» deles fazia de DEUS um ser intocável, inatingível para qualquer ser mortal. Pontos de vista religiosos modernos, que exageram a vontade divina ou seu senso de vingança, às expensas de seu amor, também contradizem o quadro que o N.T. faz dele. Aqueles que crêem em «reprovação ativa» e em amor limitado; DEUS amaria não ao mundo, mas exclusivamente aos «eleitos», na realidade não acreditam que DEUS seja amor. Aqueles que vêem apenas retribuição e vingança no julgamento divino, ignorando passagens como o primeiro capítulo da epístola aos Efésios e as passagens de I Ped. 3:18-20 e 4:6, ou então pervertendo-as, na realidade não podem dizer que «DEUS é amor». Até mesmo o juízo de DEUS é uma medida de seu amor, porque o juízo opera através do amor. Primeiramente mostra ao homem o quanto «custa» o erro de seu caminho; em seguida, mostra ao homem o próprio erro; e em seguida modifica a mente do homem acerca de CRISTO, de tal modo que até aqueles «debaixo da terra» (ver Fil. 2:10, que fala sobre o «hades», lugar da prisão e do juízo de almas perdidas) eventualmente virão a inclinar-se diante de «JESUS» (Salvador) e CRISTO, que é o Senhor. DEUS dá a todos uma vida espiritual (ver I Ped. 4:6), embora não seja o mesmo tipo de vida dos eleitos. Chegam a ter utilidade e propósito em CRISTO, porquanto o mistério da vontade de DEUS é que, eventualmente, o CRISTO seja «tudo para todos», conforme se aprende em Efé. 1:23. Os demais não chegarão a compartilhar da própria natureza de DEUS (ver II Ped. 1:4), conforme sucederá aos eleitos, mas acharão em CRISTO o propósito e alvo da existência; e o próprio julgamento será um meio para ensinar-lhes essa lição. Assim, pois, o «juízo» serve de aquilatação do amor de DEUS, e não algo contrário ao mesmo. O julgamento é um dedo na mão do amor de DEUS. O Amor é a Prova da Espiritualidade Sabemos que o amor é a maior de todas as virtudes cristãs, mais importante que a fé ou a esperança (ver I Cor. 13:12). Sabemos que o amor é o solo mesmo onde brotam e se desenvolvem todas as demais virtudes espirituais (ver Gál. 5:22,23). Porém, o que talvez nos surpreenda é que não terá havido o novo nascimento, sob hipótese alguma, sem que o amor haja sido implantado na alma. A alma egoísta não pode ser uma alma regenerada. I João 4:7 declara — ousadamente — que o amor é produto do próprio novo nascimento. DEUS é amor, e o amor vem da parte de DEUS. Aquele que nasceu de DEUS recebeu o implante da natureza altruísta. Tal indivíduo automaticamente amará a seu próximo, embora isso sempre deva ser fortalecido e incrementado, conforme a alma se vai tornando mais espiritual. Portanto, afirmamos que o amor é a prova mesma da espiritualidade de uma pessoa. Trata-se da maior das virtudes espirituais, o solo onde todas as outras virtudes têm de medrar. Assim sendo, realmente é de estranhar que alguns pensem que o conflito e o ódio sejam a prova de sua espiritualidade! Fomos aceitos no «Amado» (ver Efé. 1:6), e assim, no seio da família divina, existe uma comunhão de amor. Essa participação no espírito de amor deve necessariamente caracterizar qualquer verdadeiro filho de DEUS. Aquele que odeia pertence ao diabo. Nossa espiritualidade imita DEUS, o Pai. DEUS é amor. Ele é a origem de todo o pensamento e ação altruísta. Os filhos de DEUS serão inspirados tanto por seu exemplo como através do cultivo do amor na alma, uma realização do ESPÍRITO. A prática da lei do amor é um dos meios de desenvolvimento espiritual. De cada vez que fazemos o bem para alguma outra pessoa, impelidos por motivos puros, o nível da nossa espiritualidade se eleva. Outros meios de crescimento espiritual são o estudo dos livros sagrados, a oração, a meditação, a santificação e o emprego dos dons espirituais, que nos ajudam a cumprir nossas respectivas missões. O Amor é a Cultivação, o Fruto do Espirito SANTO Gál. 5:22, o amor é o primeiro fruto do ESPÍRITO na alma e na vida de uma pessoa, e toma-se o solo no qual todos os demais frutos crescem. Como o produto supremo do ESPÍRITO, o amor torna-se a força por detrás de todos os dons espirituais, sendo maior que qualquer um deles, isoladamente ou em conjunto (ver I Cor. 13). Sem o amor nada somos. DEUS nos confere o seu amor, pela operação do ESPÍRITO na alma. O amor é uma planta tenra da qual o ESPÍRITO cuida. Se o amor estiver ausente, então é que o ESPÍRITO não habita em nós. O Amor como Altruísmo, comprimento da Lei Capacidade de olvidar-se de si mesmo no serviço ao próximo. Isso é amar a CRISTO, Mat. 25:31 e ss. O amor não consiste em mera emoção. E uma qualidade da alma, mediante a qual o indivíduo sente ser natural servir ao próximo, tal como sempre quererá servir a si mesmo. Essa qualidade da alma é produzida pela influência transformadora do ESPÍRITO, segundo se vê em Gál. 5:22. — O amor consiste no interesse por nossos semelhantes como aquele que temos naturalmente por nós mesmos. Trata-se de um altruísmo puro, a negação do próprio «eu» visando o bem-estar alheio. Consiste em desejar as vantagens e a prosperidade, física e espiritual, em favor dos outros, como naturalmente anelamos para nós mesmos. Esse amor ao próximo é, ao mesmo tempo, amor a CRISTO, conforme aprendemos no vigésimo quinto capítulo do evangelho de Mateus (ver Mat. 25:31 e ss ). Poucas almas podem amar diretamente a DEUS, e somente quando a alma já ascendeu o suficiente na direção de DEUS é que esse amor pode ocorrer, na forma de contemplação. Porém, parte dessa ascensão consiste no amor por aqueles para quem DEUS outorgou a vida eterna. Assim sendo, é impossível amar a DEUS e odiar a um ser humano. (Ver I João 4:7). Só ama verdadeiramente aquele que nasceu de DEUS, porquanto o «amor cristão» é uma qualidade eminentemente espiritual. (Ver I João 4:7). Outros- sim, aquele que não ama também não conhece a DEUS (ver I João 4:8), porque DEUS é a própria essência do amor, sendo altruísmo puro. Por semelhante modo, não amar é andar nas trevas (ver I João 2:11). O amor é o caminho mais rápido de retomo ao Senhor DEUS, porquanto é a virtude moral suprema que precisamos possuir a fim de compartilhar de sua imagem moral, permitindo que todas as demais virtudes possam ser bem mais facilmente adquiridas. Somente quando já somos possuidores da natureza moral divina é que podemos possuir a natureza metafísica, que está destinada aos remidos, a saber, a própria natureza de JESUS CRISTO, o Filho de DEUS. Somente então é que nos tornamos verdadeiros filhos de DEUS, juntamente com o Filho de DEUS, dentro da família divina, participantes da natureza divina. «...segundo J.R. Seeley expressou o conceito, CRISTO adicionou um novo hemisfério ao mundo moral». (Ecce Homo,págs. 201 e 202. Ver o capítulo inteiro sobre a ‘Moralidade Positiva’). Paralelamente à moralidade negativa, e acima dela, ele estabeleceu a moralidade positiva. Alguém poderia guardar com perfeição os Dez Mandamentos e, no entanto, estar longe de praticar o verdadeiro cristianismo. Para nós não existem dez mandamentos, e, sim onze. O décimo primeiro consiste em: Amarás.Nessa pequena palavra, amor, no dizer de CRISTO, está sumariado o dever inteiro de um homem. Em tudo isso CRISTO manifesta muito mais originalidade do que percebemos. Assim também é que T.R. Glover, na obra ‘Influence of Christ in the Ancient World’, um excelente estudo acerca do cristianismo e dos seus rivais mais próximos, declara: ‘As filosofias epicúrea e estóica haviam posto grande ênfase na ‘imperturbabilidade’ e ‘liberdade* de toda emoção, o que, em cada caso, é essencialmente um cânon muito egoísta da vida’. Esse autor admite que no caso do estoicismo isso era sempre modificado pela memória do descanso do cosmos. Todavia, Liberdade das emoções? A palavra grega era e continua sendo, nesse caso apatia. ‘Não me ponho ao lado’, disse o gentil Plutarco, ‘daqueles que entoam hinos à selvagem e dura apatia’». (Cambridge, University of Cambridge Press, 1929, págs. 76 e 77). Não era esse o ideal de CRISTO. Tal como o seu Mestre, o crente deve expor-se a ‘sentir o que os miseráveis sentem’. Para sermos justos para com os antigos, deveríamos acrescentar neste ponto que, tanto na moral de Sócrates, em sua busca pelas definições universais acerca da questões éticas, fundamentadas em sua confiança de que todo o princípio ético é eterno e imutável, contido na mente universal, como também na moral de Platão, em seus universais e em suas «realidades últimas», que seriam eternos, perfeitos e imutáveis, que também incluem princípios éticos e que, em seu diálogo sobre as «Leis», são identificados com «DEUS», há uma aproximação bem delicada do ideal do amor cristão. Tennyson escreveu: Se por acaso amo a algum outro, Não devo ter cuidado com tudo qúanto penso, Sim, até mesmo daquilo que como e bebo. Se por acaso amo a algum outro? Nessas linhas transparece a percepção do poeta de que nenhum indivíduo vive isolado dos outros, somente para si mesmo, porquanto nenhuma pessoa é uma ilha. «Amor é uma disposição de caráter que leva a pessoa a considerar seus semelhantes com estima, respeito, justiça e compaixão. Amor cristão é, obviamente, esse sentimento inspirado e exemplificado por CRISTO, e pra icado pelos seus servos, em seu nome. O amor permeia e rege todo o evangelho. Foi por amor que DEUS enviou JESUS ao mundo (João 3:16): o amor é o resumo da lei de DEUS (Mat. 22:34-40). O amor é a finalidade dos mandamentos (I Tim. 1:5). O amor se constitui num mandamento específico de JESUS para com seus discípulos, Jo. 15:12. O amor é uma das evidências da regeneração. O amor é, em resumo, a essência do cristianismo. Por isso mesmo é necessário que cada servo de JESUS faça uma reavaliação de seu procedimento, para que verifique o quanto tem obedecido ao Senhor no tocante à prática do amor em sua vida». (Delcyr de Souza Lima, Pontos Salientes, 1970, Casa Publicadora Batista, Rio de Janeiro, GB). A mensagem de I João é: O amor é a prova da espiritualidade. Não há nunca amor perfeito Sem tortura e sem cuidado. Amar é ter DEUS no peito, Outra vez crucificado. (Augusto Gil, Porto, Portugal, 1873-1929). «Agora, pois, permanecem a fé, a esperança e o amor, estes três; porém, o maior destes é o amor». (I Cor. 13:13). Citações que ilustram a nobreza do Amor O Matrimônio de Mentes Verazes Que ao matrimônio de mentes verazes Não admitia eu empecilhos. Amor não é amor Se se altera quando encontra alterações. Ou se se inclina para remover o removedor. Oh, não! Mas é um alvo sempre fixo, Que encara tempestades e nunca se abala: E a estrela de toda barca ao léu, Cujo valor desconhece, embora sua altura seja tomada. O amor não é escravo do tempo, embora lábios e faces rosadas Apareçam dentro da encurvada foice; O amor não se altera com as horas e as semanas, Mas resiste até mesmo à beira da condenação: Se isso labora em erro, e for provado contra mim, Nunca escrevi, e nenhum homem jamais ensinou. (William Shakespeare, 1565 — 1616). O amor altera e enobrece as coisas: DEUS seja louvado, a pior de suas criaturas Jacta de dois lados na alma, uma para enfrentar o mundo, E outra para mostrar a uma mulher, quando, a ama. (Robert Browning) Ai! o amor das mulheres! sabe-se Que é coisa amável e temível. (Lord Byron) «Os estóicos definem o amor como a tentativa de formar uma amizade inspirada pela beleza». (Cícero, Turculanae Disputationes). «Todos nós nascemos para amar...Esse é o princípio da existência e sua única finalidade». (Benjamim Disraeli, Sybil). O amor concede em um momento O que o trabalho não poderia obter em uma era. (Goethe, «Torquato Tasso»). «Se queres ser amado, ama». (Hecato, fragmentos, 550 A.C.). O amor é a prova da espiritualidade-.Amados, amemo-nos uns aos outros, porque o amor é de DEUS; e todo o que ama é nascido de DEUS e conhece a DEUS. (I Jo. 4:7) DEUS é amor. (I Jo. 4:8) «O amor é o símbolo da eternidade. Apaga todo o senso de tempo, destruindo toda a memória de um começo e todo o temor de um fim». (Madame de Stael, Corinne). Amor é felicidade trêmula. O amor apaixonado é uma sede insaciável. O amor, como a morte, muda tudo. «O químico que pode extrair de seu próprio coração os elementos de compaixão, de respeito, de anelo, de paciência, de lamento, de surpresa e de perdão, compondo-os em um só, pode criar aquele átomo que se chama Amor». (The Spiritual Sayings of Kahlil Gibran) «Ninguém tem maior amor do que este: de dar alguém a própria vida em favor dos seus amigos» (João 15:13). «No amor não existe medo; antes,-o perfeito amor lança fora o medo» (I João 4:18). «...aonde quer que fores, irei eu, e onde quer que pousares, ali pousarei eu; o teu povo é o meu povo, o teu DEUS é o meu DEUS» (Rute 1:16). «As muitas águas não poderiam apagar o amor, nem os rios afogá-lo...» (Can. 8:7). (B IB NTI RO S UN Z) SALVAÇÃO - Strong Português - σωτηρια soteria 1) livramento, preservação, segurança, salvação 1a) livramento da moléstia de inimigos 1b) num sentido ético, aquilo que confere às almas segurança ou salvação 1b1) da salvação messiânica 2) salvação como a posse atual de todos os cristãos verdadeiros 3) salvação futura, soma de benefícios e bênçãos que os cristãos, redimidos de todos os males desta vida, gozarão após a volta visível de CRISTO do céu no reino eterno e consumado de DEUS. Salvação quádrupla: salvo da penalidade, poder, presença e, mais importante, do prazer de pecar. (A.W. Pink) SALVAÇÃO (Dicionário Teológico) - [Do gr. soteria; do lat. salvatio] Salvamento, libertação de um perigo iminente. Livramento do que aceita a CRISTO do poder e da maldição do pecado. Restituição do homem à plena comunhão com DEUS. A salvação é obtida pela graça; é um dom gratuito e imerecido que o pecador recebe mediante a fé que empenha no sacrifício vicário de JESUS CRISTO (Ef. 2.8-11). SALVAÇÃO (Almeida.dctx) 1) Ato pelo qual DEUS livra a pessoa de situações de perigo (Is 26.1), opressão (Lm 3.26; Ml 4.2), sofrimento (2Co 1.6), etc. 2) Ato e processo pelo qual DEUS livra a pessoa da culpa e do poder do pecado e a introduz numa vida nova, cheia de bênçãos espirituais, por meio de CRISTO JESUS (Lc 19.9-10; Ef 1.3,13). A salvação deve ser desenvolvida pelo crente (Fp 2.12), até que seja completada no fim dos tempos (Rm 13.11; 1Pe 1.5; 2.2). Amor e Misericórdia de DEUS - BIBLIOLOGIA - Grandes Doutrinas da Bíblia - Bíblia The Word O Amor de DEUS Quando a bondade de DEUS se manifesta em favor de suas criaturas racionais, assume o mais elevado caráter de amor, amor este que se distingue conforme os objetos aos quais se destina.Para distinguir o amor divino da bondade de DEUS, podemos defini-lo como aquela perfeição de DEUS pela qual Ele é impelido eternamente a comunicar-se com as suas criaturas. Posto que DEUS é absolutamente bom em si mesmo, o seu amor não pode alcançar perfeita satisfação num objeto imperfeito, no caso a criatura humana. Apesar disto DEUS ama o homem no seu atual estado de queda (Jo 3.16). DEUS ama os crentes salvos com um amor especial, posto que os contempla como seus filhos espirituais em CRISTO. A eles se comunica, em sentido mais pleno e rico, com toda a plenitude da sua misericórdia e graça (Jo 16.27; Rm 5.8; 1 Jo 3.1). A Misericórdia de DEUS Se a graça divina sentencia o homem como culpado diante de DEUS, fazendo-o carente do perdão divino, a misericórdia de DEUS distingue o homem como alguém cansado sob o fardo do pecado, necessitando de urgente ajuda espiritual.A misericórdia divina pode ser definida como a bondade ou o amor de DEUS para com aqueles que se encontram em estado de miséria espiritual, carecendo de ajuda. Desse modo, em sua misericórdia, DEUS se revela compassivo e piedoso para com os que se acham em estado de miséria espiritual, sempre pronto a socorrê-los.Segundo a Bíblia, a misericórdia de DEUS é gratuita; é para sempre; está sobre todos os homens; elas são a causa de não sermos consumidos (Dt 5.10; Sl 57.10; 86.5; 2 Cr 7.6; Sl 136; Ed 3.11; Ex 20.6; Dt 7.7,9; Lc 1.50; Sl 145.9; Ez 18.23-32; 33.11; Lc 6.35,36; Lm 3.22). Entre os judeus, existe uma crença antiga muito interessante, acerca da misericórdia e da justiça divina. Segundo essa crença, Miguel, o executor dos juízos de DEUS, possui apenas uma asa às costas, o que o faz voar devagar; enquanto que Gabriel, o executor da misericórdia, possui duas potentes asas, o que o faz voar mais velozmente. O rabinismo judaico usa essa ilustração para ensinar que DEUS tem mais pressa em ser misericordioso para com o homem do que em levá-lo a juízo. Mostra, porém, que se o homem rejeitar a misericórdia gratuitamente oferecida, mais cedo ou mais tarde ele será julgado e castigado pelo DEUS das muitas misericórdias. Amor - DEUS Único e Verdadeiro - Russell E. Joyner (TEOLOGIA SISTEMÁTICA STANLEY M. HORTON) Quando nos tornamos cristãos, o primeiro texto da Bíblia a ser memorizado é João 3.16, o qual recitamos com vigor e entusiasmo, muitas vezes enfatizando a expressão: "DEUS amou o mundo de tal maneira". Depois, com um conhecimento mais profundo do texto, descobrimos que a ênfase recai não ao caráter quantitativo do amor de DEUS, mas ao qualitativo. E o fato mais importante não é que DEUS nos tenha amado a ponto de dar o seu Filho, mas que Ele nos haja amado de maneira tão sacrificial. 13 DEUS se revelou como alguém que expressa um tipo específico de amor, o qual é demonstrado por uma dádiva sacrificial. João o define desta forma: "Nisto está a caridade: não em que nós tenhamos amado a DEUS, mas em que ele nos amou e enviou seu Filho para propiciação pelos nossos pecados" (1 Jo 4.10). DEUS também demonstra o seu amor ao nos dar repouso, e proteção (Dt 33.12), que devemos sempre lembrar em nossas preces de ações de graças (SI 42.8; 63.3; Jr 31.3). No entanto, a forma suprema do amor de DEUS, sua maior demonstração de amor, acha-se na cruz de CRISTO (Rm 5.8). Ele quer que estejamos conscientes de que seu amor faz parte integrante de nossa vida em CRISTO: "Mas DEUS, que é riquíssimo em misericórdia, pelo seu muito amor com que nos amou, estando nós ainda mortos em nossas ofensas, nos vivificou juntamente com CRISTO (pela graça sois salvos)" (Ef 2.4,5). O caminho mais excelente, o caminho do amor, segundo o qual somos exortados a andar, identifica as características que DEUS nos revelou na sua Pessoa e na sua obra (1 Co 12.31-13.13). Se seguirmos o seu exemplo, produziremos o fruto do amor, e andaremos de tal maneira que os dons (charísmata) do ESPÍRITO SANTO cumprirão em nós os seus propósitos. Gracioso e Misericordioso Os termos "graça" e "misericórdia" representam dois aspectos do caráter e da atividade de DEUS que, embora distintos, são correlatos entre si. Experimentar a graça divina é receber uma dádiva que não podemos adquirir por conta própria, e da qual não somos merecedores. Experimentar sua misericóridia significa ser preservado do castigo a que se faz jus. DEUS é o juiz supremo que detêm o poder para determinar, em última análise, a punição a quem merece. Quando Ele nos perdoa o pecado e a culpa, experimentamos a sua misericórdia. Quando recebemos o dom da vida, experimentamos a sua graça. A misericórdia divina remove o castigo, ao passo que a sua graça coloca algo positivo no lugar do negativo. Embora mereçamos o castigo, Ele nos dá a paz e restaura-nos integralmente (Is 53.5; Tt 2.11; 3.5). "Misericordioso e piedoso é o SENHOR; longânimo e grande em benignidade" (SI 103.8). Posto que precisemos ser trazidos da morte para a vida, esses aspectos de DEUS são amiúde mencionados juntamente nas Escrituras com a finalidade de demonstrar seu inter-relacionamento (Ef 2.4,5; cf. Ne 9.17; Rm 9.16; Ef 1.6).
AMOR (Enciclopédia Ilumina) AMOR O amor é um tema muito importante para os cristãos. JESUS ensinou que os mandamentos mais importantes eram amar a DEUS e amar o nosso próximo; eles sintetizavam todos os outros mandamentos que DEUS deu a Moisés. Paulo e João também escreveram sobre o amor como sendo a parte mais importante na vida de um cristão. Dado à importância de seu conhecimento, vejamos o que a Bíblia nos diz sobre isso. NO VELHO TESTAMENTO. No Velho Testamento, o amor erótico é abordado nas estórias de Adão e Eva, Jacó e Raquel e em Cântico dos Cânticos. Uma forma mais profunda de amor, envolvendo lealdade, constância e bondade é expressa em hebraico pela palavra “hesed”. O verdadeiro significado dessa palavra está claro em Oséias 2:19-20: “Desposar-te-ei comigo para sempre; desposar-te-ei comigo em justiça, e em juízo, e em benignidade, e em misericórdias; desposar-te-ei comigo em fidelidade e conhecerás ao Senhor”. No Velho Testamento muitos profetas alertaram o povo de Israel sobre o fato de que DEUS, em seu amor, estava decidido a disciplinar seu povo se fosse desobedecido. Mesmo sendo necessário disciplinar, o amor de DEUS não muda. Durante o exílio, o amor de DEUS se manteve com infinita paciência e não abandonou os israelitas mesmo quando o desobedeciam. O amor de DEUS traz em si bondade, ternura e compaixão (Salmos 86:15; 103:1-18; 136 e Oséias 11:1-4). Entretanto, sua principal característica é a obrigação moral para com o bem-estar do outro. Embora o amor de DEUS seja incondicional, Ele esperava que os israelitas correspondessem aos Seus atos de amor. A lei de DEUS os encorajava a serem gratos por sua redenção (Deuteronômio 6:20-25). DEUS esperava que mostrassem isso sendo bondosos para com os pobres, os fracos, os estrangeiros, escravos, viúvas e todas as pessoas que sofriam qualquer tipo de crueldade. De igual modo, Oséias esperava que o amor constante entre os israelitas resultasse do amor constante que DEUS havia mostrado por eles. (Oséias 6:6, 7; 7:1-7 e 10:12-13). Assim, amor a DEUS e ao “próximo como a ti mesmo” (Levítico 19:18) estão interligados nas leis e profecias de Israel. A forma de amor mais importante descrita no Velho Testamento era baseada em três idéias principais: o amor de DEUS pelos israelitas, a qualidade moral do amor e o íntimo relacionamento entre o amor a DEUS e o amor ao próximo. NO NOVO TESTAMENTO Os gregos empregavam três palavras para amor: “Eros”, amor sexual, que não ocorre no Novo Testamento; “phileo”, afeição natural, ocorre cerca de 25 vezes: “ágape”, benevolência ou boa disposição moral que resulta de respeito, princípio ou obrigação em vez de atração. “Ágape” e “hesed” envolvem uma idéia de dedicação. Ágape significa exatamente amar o indigno, a despeito de desapontamento e rejeição. Ágape se aplica muito apropriadamente ao amor divino. NOS EVANGELHOS SINÓTICOS JESUS demonstrou seu amor divino através da compaixão, da cura milagrosa de pessoas que sofriam e de sua preocupação com os que viviam alienados ou em desespero. Por isso, o reino sobre o qual lhes falava, oferecia boas novas para os pobres, cativos, cegos e oprimidos (Mateus 11:2-5; Lucas 4:18). Sua atitude para com os desesperados e os aflitos assegurava-lhes perdão e um abençoado retorno à família de DEUS (Lucas 15). O perdão de JESUS era gratuito e para aceitá-lo Ele só requeria que as pessoas se arrependessem e fossem fiéis, amando a DEUS e às outras pessoas do mesmo modo que DEUS as amava (Mateus 5:44-48). As idéias de JESUS sobre amar a DEUS eram claramente ilustradas pelos seus hábitos de adoração em público, oração a sós e absoluta obediência à vontade de DEUS. A parábola do bom samaritano é um dos numerosos exemplos em que JESUS mostra que o “próximo” é qualquer um que esteja ao alcance de nossa ajuda e que o amor envolve qualquer serviço que a situação requer. A parábola das ovelhas e das cabras mostra que amor inclui alimentar o faminto, vestir o que está nu, visitar o doente e o que está preso. Com sua vida aprendemos que o amor cura, ensina, defende os oprimidos, perdoa e conforta os que têm dor. Devemos amá-lo como Ele nos amou. Esse amor não espera nada em troca, nunca retorna mal com mal e julga com sabedoria. NOS ESCRITOS DE PAULO Os apóstolos que ajudaram na formação das primeiras igrejas cristãs entenderam a revolucionária idéia de que o amor se bastava. Paulo, reforçando a opinião de JESUS, declarava que o amor abrange toda a lei. Sua explicação sobre vários mandamentos contra o adultério, assassinato, roubo e cobiça se resume no amor, porque o amor não causa dano (Romanos 13:8-10). Em Efésios 4:25-5:2 lemos que toda amargura, raiva, mentira, roubo, calúnia e malícia devem ser substituídas por ternura, perdão, bondade e amor. NOS ESCRITOS DE JOÃO Para João, o amor era o início de tudo, “Porque DEUS amou o mundo” (João 3:16; 16:27 ; 17:23). O amor é a crença fundamental dos cristãos, porque DEUS é amor (João 4:8 ; 16:1). A vinda de JESUS ao mundo e sua morte na cruz nos mostram isso (I João 4:9-10). A idéia cristã de amor só pode ser preenchida num grupo de cristãos que se mantêm em comunhão. Todos os cristãos experimentam o amor de DEUS quando passam a crer em JESUS e praticam esse amor entre si. Porque DEUS é amor, isto é central, essencial e indispensável para o Cristianismo. Comentario Biblico Moody - Precaução Quanto ao ESPÍRITO do Amor: Falsa Profissão. 4:7-21. 1) O Fundamento do Amor. 4:7-10. a) O amor é de DEUS. 4:7, 8. 7. "A transição parece abrupta, como se o apóstolo tivesse acabado sumariamente com um assunto desagradável" (Plummer, The Epistles, pág. 99). Esta é a terceira seção sobre o amor (cons. 2:7-11; 3:10-18). O amor procede de DEUS. A origem. Nascido. Tempo perfeito – "nasceu e continua sendo seu filho". 8. Não ama. Particípio presente – "não ama habitualmente". DEUS é amor. A terceira das três grandes declarações de João quanto à natureza de DEUS (Jo. 4:24; I Jo. 1:5). A ausência do artigo (DEUS é o amor) indica que o amor não é simplesmente uma qualidade que DEUS possui, mas o amor é aquilo que Ele é por Sua própria natureza. Mais ainda, sendo DEUS amor, o amor que Ele demonstra brota dEle mesmo e não externamente. A palavra DEUS está precedida por um artigo, que significa que a declaração não é reversível; não se pode ler, "O amor é DEUS". b) O amor é de CRISTO. 4:9, 10. 9. A manifestação do amor de DEUS em nosso caso (em nós) está na oferta do Seu Filho. Filho unigênito. DEUS, além de enviar o Seu Filho, enviou o Seu Filho unigênito. CRISTO é o único Filho nascido no sentido de que não tem irmãos (cons. Hb. 11:17). Para vivermos. O propósito da vinda de CRISTO. 10. Nisto consiste o amor. Literalmente, o amor; isto é, o amor que é a natureza de DEUS. E tal amor não se relaciona a qualquer coisa que os seres humanos possam fazer, mas expressa-se no dom de CRISTO. Propiciação. Satisfação. 2) As Glórias do Amor. 4:11-21. a) Leva-nos a amar os outros. 4:11, 12. 11. De tal maneira. Se DEUS nos amou até o ponto de dar o Seu único Filho, devemos (obrigação moral) amar uns aos outros. Os falsos mestres não estavam preocupados em ensinar qualquer obrigação moral. 12. DEUS está em posição enfática. Tradução: DEUS ninguém jamais viu. A conexão entre este pensamento e o contexto parece ser este: Uma vez que nunca ninguém viu a DEUS, a única maneira de se ver Aquele que é amor, é através do amor de Seus filhos entre si, comprovando assim a semelhança familiar. Seu amor poderia se referir ao Seu amor por nós ou ao nosso amor por Ele (Plummer, pág. 103) ou à Sua natureza (Westcott, pág. 152; Wuest, pág. 166). Provavelmente não é o Seu amor por nós. Se é o nosso amor por Ele, este amor é aperfeiçoado (amadurecido) enquanto nós amamos os irmãos. Se é o amor que é a Sua natureza que é aperfeiçoado (ou atinge o seu propósito) enquanto os crentes ama uns aos outros. b) Leva-nos a conhecer o DEUS que habita em nós. 4:13-16. 13. Uma vez que não podemos ver a DEUS, Ele nos deu evidências de Sua presença em nós por meio do Seu ESPÍRITO, o qual habita em nós. Do seu ESPÍRITO. Não que nós recebamos parte da Terceira Pessoa da Trindade, mas que recebemos alguns dos muitos dons do ESPÍRITO. 15. Confessar. Dizer a mesma coisa; isto é, concordar com alguma autoridade fora de si mesmo. Filho de DEUS. "Esta confissão da divindade de JESUS CRISTO implica em submissão e também obediência, não mero serviço de lábios" (A.T. Robertson, World Studies in the New Testament, VI, 234). 16. O amor que DEUS nos tem (literalmente, em nós). O amor se torna uma força trabalhando em nós. c) Dá-nos ousadia no dia do juízo. 4:17. 17. O amor para conosco, literalmente. É o amor que DEUS, que é amor, produziu em nós, gerando-nos e colocando o Seu ESPÍRITO em nós. No dia do juízo mantenhamos confiança. O crente que tem o perfeito amor de DEUS em sua vida terrena pode enfrentar o tribunal de CRISTO sem vexame. Tal segurança não é presunção, porque, segundo ele é, também nós somos neste mundo. A base para a ousadia é a nossa atual semelhança com CRISTO nesta vida, e particularmente, de acordo com este contexto, nossa semelhança em amor. d) Lança fora o medo. 4:18. 18. A idéia da ousadia traz à mente o seu antônimo, o medo. Uma vez que o amor busca o mais alto bem para o outro, o medo, que é esquivar-se do outro, não pode ser uma parte do amor. e) Comprova a realidade de nossa profissão. 4:19-21 . 19. Nós o amamos (E.R.C.). A palavra o não se encontra nos melhores textos, e o verbo está no subjuntivo. Portanto, a tradução é: Vamos amar, porque ele nos amou primeiro. 20, 21. Nosso amor aos irmãos, uma coisa visível, comprova o nosso amor a DEUS, uma entidade invisível. É fácil dizer piedosamente, "eu amo a DEUS"; João diz que a verdadeira piedade se comprova no amor fraternal. Mais ainda, ele insiste na idéia declarando no versículo 21 que este é um mandamento de CRISTO (Jo. 13:34). Comentário Mattew Henry do Novo Testamento - 1 João 4.13-19 O Pai enviou ao Filho, Ele desejou Sua vinda a este mundo. O apóstolo testemunha isto. E qualquer que confessar que JESUS é o Filho de DEUS, nesse habita DEUS e ele em DEUS. esta confissão abrange a fé no coração como fundamento; reconhece com a boca a glória de DEUS e CRISTO, e confessa na vida e conduta contra as bajulações e caras fechadas do mundo. Deve haver um dia de juízo universal. Ditosos aqueles que terão ousadia santa ante o Juiz naquele dia, sabendo que Ele é seu Amigo e Advogado! Ditosos aqueles que terão ousadia santa na perspectiva daquele dia, que olham e esperam por isso e pela manifestação do Juiz. O verdadeiro amor de DEUS assegura aos crentes do amor de DEUS por eles. O amor nos ensina a sofrer por Ele e com Ele; portanto, podemos confiar que também seremos glorificados com Ele (2 Tm 2.12). Devemos distinguir entre o temor de DEUS e ter-lhe medo; o temor de DEUS compreende alta consideração e veneração por DEUS. a obediência e as boas obras feitas a partir do princípio do amor não são como o esforço servil de um que trabalha sem vontade por medo à ira do amo. São como as de um filho obediente que serve a um pai amado, que beneficia seus irmãos e as realiza voluntariamente. Sinal de que nosso amor dista muito de ser perfeito se são muitas as nossas dúvidas, temores e apreensões de DEUS. Que o céu e a terra se surpreendam por Seu amor. Ele enviou Sua Palavra a convidar os pecadores a participarem desta grande salvação. Que eles tenham o consolo da mudança feliz operada neles enquanto lhe dão a Ele a glória. O amor de DEUS em CRISTO, nos corações dos cristãos pelo ESPÍRITO de adoção, é a grande prova de sua conversão. Esta deve ser provada por seus efeitos em seus temperamentos, e em suas condutas para com seus irmãos. Se um homem diz amar a DEUS e, contudo, se permite ira ou vingança, ou mostra uma disposição egoísta, desmente sua confissão. Mas se for evidente que nossa inimizade natural é mudada em afeto e gratidão, abençoemos o nome de nosso DEUS por este selo e primícia de gozo eterno. Então nos diferenciamos dos falsos professos que pretendem amar a DEUS, a quem não viram, mas odeiam a seus irmãos, aos que viram. MISERICÓRDIA (MISERICORDIOSO) (Dicionario Champlin) Esboço: I. Palavras Envolvidas II. Definições III. Na Ética Cristã IV. Referências e Idéias Bíblicas V. Uma Virtude Cultivada pelo Espírito I. Palavras Envolvidas A palavra portuguesa misericórdia vem do latim merces, mercedis, «pagamento», «recompensa», que veio a ser associada às recompensas divinas, ou seja, aos atos de compaixão celeste. No Antigo Testamento temos três palavras que devem ser consideradas: 1. Hesed, que aponta para a idéia da sede física da compaixão, e que leva o indivíduo a sentir e exprimir compaixão. Ver Sal. 23:5; Jos. 2:12-14; Jer. 3:13, para exemplificar. Essa sede da compaixão eram as entranhas (modernamente atribuímos isso ao «coração») ou o ventre (ver Gên. 43:30; I Reis 3:26). É daí que se originam o amor e a misericórdia naturais, que se podem achar nos membros de uma mesma família, uns pelos outros, e que o homem espiritual é capaz de ampliar, envolvendo seus parentes distantes e outras pessoas. Deus estende a sua misericórdia a todas as criaturas vivas, sendo esse o alvo mesmo da espiritualidade, no tocante a esse aspecto. Uma mãe sente compaixão por seu bebé (ver Isa. 49:15); um pai por seu filho (ver Jer. 31:20); um amante por seu objeto amado (ver Osé. 2:19); um irmão por seu irmão (ver Amós 1:11). 2. Rhm, uma raiz hebraica que descreve as atitudes de Deus em relação à miséria e desgraça de seu povo, ou seja, a compaixão que isso provoca nele. O vínculo que une Deus às suas criaturas, leva-o a expressar compaixão para com todos os seres vivos. Até mesmo aqueles que nada merecem da parte dele recebem misericórdia (ver Isa. 13:18; Jer. 6:23; 21:7; 42:12; I Reis 8:50). Um aumentativo plural dessa raiz, rachamim, fala sobre a piedade, a compaixão, o amor e as emoções associadas (ver Sal. 103:4). Na verdade, hesed e rachamim são sinónimos virtuais. 3. A raiz hebraica chnn é usada para indicar a exibição de favor e misericórdia, de alguém mostrar-se gracioso para com outrem. Ver Deu. 7:2; Sal. 57:1; 123:2,3. A forma substantivada dessa raiz é chen, «favor», «sucesso», «aceitação», «fortuna». Essa palavra também aponta para a idéia de sentir compaixão, de poupar à pessoa favorecida, de não aplicar nenhum castigo a ela. O trecho de Deu. 7:2 diz que Israel não deveria poupar seus adversários; não obstante, Deus poupa a todos nós, pois os resultados da aplicação de sua justiça seriam desastrosos para com todos nós. Ver Lam, 3:22. No Novo Testamento também precisamos considerar três vocábulos, a saber: 1. Éleos, «misericórdia», «compaixão», Essa palavra grega ocorre por vinte e sete vezes: Mat, 9:13 (citando Osé. 6:6); 12:7; 28:23; Luc. 1:50,54,58,72,78; 10:37; Rom. 9:23; 11:31; 15:9; Gál. 6:16; Efé. 2:4; I Tim. 1:2; II Tim. 1:2,16,18; Tito 3:5; Heb. 4:16; Tia. 2:13; 3.17; I Ped. 1:3; II João 3; Jud. 2,21. A forma eleemosúne aparece por treze vezes: Mat. 6:2-4; Luc. 11:41; 12:33; Atos 3:2,3,10; 9:36; 10:2,4,31; 24:17, O verbo, eleéo, figura por vinte e nove vezes: Mat. 5:7; 9:27; 15:22; 17:15; 18:33; 20:30,31; Mar. 5:19; 10:47,48; Luc. 16:24; 17:13; 18:38,39; Rom. 9:15 (citando Êxo. 33:19); 9:16,18; 11:30-32; 12:8; I Cor. 7:25; II Cor. 4:1; Fil. 2:27; I Tim. 1:13,16; I Ped. 2:10; Jud. 22,23. O adjetivo eleémon ocorre por duas vezes: Mat. 5:7 e Heb, 2:17, A idéia de misericórdia está sempre relacionada à idéia de «graça» (no grego, cháris). 2. Oiktirmós, «simpatia», «compaixão». Essa palavra grega, que se refere às simpatias e interesses coletivos de Deus pelos homens, aparece por cinco vezes: Rom. 12:1; II Cor. 1:3, Fil. 2:1; Col. 3:12 Heb. 10:28. Sua forma adjetivada, oiktírmon, foi usada por duas vezes: Luc. 6:36 e Tia. 5:11. O verbo, oikeíro, aparece só por duas vezes: Rom. 9:15 (citando Êxo. 33:19). 3. Splágchna,«entranhas», está metaforicamente envolvida à idéia de misericórdia. Essa palavra grega aparece por onze vezes: Luc. 1:78; Atos 1:18; II Cor. 6:12; 7:15; Fil. 1:8; 2:1; Col. 3:12; File. 7,12,20; I João 3:17. O verbo, splagchnízomai, aparece por doze vezes: Mat. 9:36; 14:14; 15:32; 18:27; 20:34; Mar. 1:41; 6:34; 8:2; 9:22; Luc. 7:13; 10:33; 15:20. II. Definições A misericórdia é o ato de tratar um ofensor com menor rigor do que ele merece. Trata-se do ato de não aplicar um castigo merecido, mas também envolve a idéia de dar a alguém algo que não merece. Pode referir-se a atos de caridade ou de cura. Também aponta para o ato de aliviar o sofrimento, inteiramente à parte da questão de mérito pessoal. Quando chega à idéia de favor desmerecido, então, já se torna um sinónimo da palavra «graça». Alguém já declarou que a misericórdia retém o julgamento que um homem merece; que a graça outorga alguma bênção que esse homem não merece. De fato, algumas vezes pode ser feita essa distinção, mas, na major parte dos casos, os dois conceitos justapõem-se. Por conseguinte, a misericórdia pode indicar benevolência, benignidade, bênção, clemência, compaixão e favor. A misericórdia é uma «atitude de compaixão e de beneficência ativa e graciosa expressa mediante o perdão calorosamente conferido a um malfeitor. Apesar de ser uma atitude apropriada somente a um superior ético, não denota condescendência, e, sim, amor, desejando restaurar o ofensor e mitigar, se não mesmo omitir, o castigo que esse ofensor merece. Na Bíblia, a misericórdia de Deus é oferecida gratuitamente, uma expressão não-constrangida de amor, sem qualquer mácula de preconceito, aberta a todos os homens, dignos e indignos igualmente. A teologia cristã não considera a misericórdia divina como incompatível com os seus justos julgamentos, mas considera ambas as coisas como expressões vivas de seu amor, conforme o mesmo é revelado em Cristo, cuja morte expiatória reconcilia as exigências da justiça divina com as misericórdias divinas» (E). «E evidente que a misericórdia combina um forte elemento emocional, usualmente identificado com a compaixão, a piedade ou o amor, com alguma demonstração prática de gentileza ou bondade, em resposta à condição ou às necessidades do objeto da misericórdia» (Z) III. Na Ética Cristã 1. Deus é o exemplo que devemos seguir. Sua misericórdia abarca a todos os seres humanos, e ninguém é tido como merecedor de qualquer coisa. Assim, também a misericórdia humana é uma qualidade espiritual que procura aliviar o sofrimento humano e retém a vingança e os atos de retaliação. «Dentro da ética cristã, a misericórdia, em um homem, faz parte da justiça do reino, como um reflexo da misericórdia divina, onde aquela encontra seu modelo e inspiração. A misericórdia de Deus também é salientada na teologia judaica e maometana, mas tudo se deriva dos ensinamentos bíblicos» (E). 2. Buitmann tinha razão quando falava na misericórdia como a qualidade da fidelidade na ajuda. Quando os homens se dedicam a Deus, quando têm uma lealdade que corresponde à correta espiritualidade, então eles agem misericordiosamente. A própria salvação alicerça-se sobre a misericórdia divina (Êxo. 34:6; Luc, 1:58; Efé. 2:4; Tito 3:5), A espiritualidade do crente está baseada na regeneração que produz a salvação, pelo que a misericórdia é uma qualidade espiritual que caracteriza aqueles que são verdadeiramente justos. 3. A misericórdia sempre mitiga e condiciona a justiça. Não existe tal coisa como a justiça crua, despida de misericórdia, No primeiro e segundo capítulos da epístola aos Romanos, Paulo concebe a justiça crua, mediante a qual vê a condenação de todos os homens, mesmo sem que eles tenham ouvido a mensagem de Cristo. Nisso consiste a justiça crua, sem o tempero da misericórdia e do amor. Infelizmente, alguns teólogos têm usado esses capítulos, com exclusão de tudo o mais que o Novo Testamento ensina a respeito, como texto de prova de que a misericórdia e a graça de Deus não se estendem para além da morte física do indivíduo. Porém, do terceiro capítulo de Romanos em diante, Paulo mostra-nos que, na realidade, o evangelho intervém, de tal modo que a justiça crua não é aplicada. Em vez disso, manifesta-se abundante misericórdia divina. Ademais, o relato da descida de Cristo ao hades mostra-nos que a misericórdia e a graça divinas têm feito provisão até mesmo em favor das almas perdidas no hades, um lugar de julgamento. Mas, isso é exatamente o que poderíamos esperar de um Deus de amor, de graça e de misericórdia. Desse modo, a missão de Cristo afeta três dimensões: a dimensão terrena, a celeste e a do hades. É entristecedor que na Igreja atual (especificamente na Igreja ocidental), esteja sendo pregado um evangelho de apenas uma ou duas dimensões. Porém, visto que Deus age com tanta misericórdia em favor dos homens, faz parte da responsabilidade dos homens tratarem-se com idêntica misericórdia. Ver I Ped. 3:18—4:6 e o artigo chamado Descida de Cristo ao Hades. «De graça recebestes; de graça dai». 4. Uma divina arbitrariedade fica entendida em Rom. 9:15. Ver o artigo sobre o Voluntarismo. Todavia, essa não é a base da teologia paulina, embora ele tenha usado esse conceito, dentro de sua argumentação. Seja como for, o voluntarismo reflete uma teologia capenga, sem importar quem a tenha utilizado, e sem importar com que razão o tenha feito. Por semelhante modo, o homem não deve usar de misericórdia de maneira arbitrária. O amor de Deus é mais poderoso do que o voiuntarismo. 5. O Teísmo. Deus leva a sério os atos humanos. Ele recompensa e castiga; ele intervém. Esse é o ensino do teísmo (vide). O deísmo, em contraste, ensina que Deus abandonou a sua criação e a deixou aos cuidados das leis naturais. Ele não faria intervenção, e nem recompensaria e nem castigaria aos homens. Na verdade, os atos divinos são permeados pela misericórdia, pois, sem esse fator, seriam impossíveis o bem-estar e a salvação dos homens. A misericórdia, pois, é a pedra fundamental do conceito do teísmo. 6. O julgamento e a justiça não são conceitos contrários ao da misericórdia. De fato, as duas coisas são sinónimas quando compreendidas pelo ângulo certo. Deus julga a fim de mostrar sua misericórdia, em última análise. Na realidade, os juízos divinos são atos de misericórdia, que alcançam resultados benévolos. A cruz do Calvário foi um julgamento divino contra o pecado; mas dali manou a salvação dos homens. O trecho de I Ped. 4:6 mostra-nos que o próprio julgamento será remediai, e não apenas penal. 7. O cumprimento da lei do amor inclui atos de misericórdia, sendo esse o nosso principal conceito ético. O amor é a prova da existência e da qualidade da espiritualidade (I João 4:7 ss). IV. Referências e Idéias Bíblicas O material acima oferece muitos ensinamentos e referências bíblicas sobre a misericórdia. Neste ponto, limitamo-nos a dez declarações que ilustram essa doutrina: 1. Deus é o grande exemplo de misericórdia (Luc. 6:36). 2. As Escrituras mandam que usemos de misericórdia (II Reis 6:21; Osé. 12:6; Rom. 12:20,21). 3. A misericórdia deve ser gravada em nossos corações, tomando-se uma parle integrante de nossa natureza espiritual (Pro. 3:3). 4. A misericórdia deve ser uma das características dos santos (Sal. 37:26). 5. Neste mundo, Jesus foi o exemplo supremo do exercício da misericórdia, fazendo parte integral de sua missão salvatícia (Mat. 11:29,30; Luc. 1:78; Tito 3:5). 6. A misericórdia divina é grande (Núm. 14:18; Isa. 54:7); multifacetada (Lam. 3:32); abundante (I Ped. 1:3) e certa (Isa. 55:3; Miq. 7:20). 7. A misericórdia de Deus enche a terra (Sal. 119:64). 8. A misericórdia divina é a base de nossa esperança (Sal. 130:7). 9. A misericórdia divina deve ser magnificada por nós (I Crô. 16:34; Sal. 115:1; Jer. 33:11). 10. Ela é tipificada no propiciatório (vide) (Êxo. 25:17), sendo ilustrada nas vidas de Ló (Gên. 19:16,19), de Epafrodito (Fil. 2:27) e de Paulo (I Tim. 1:13). V. Uma Virtude Cultivada pelo Espírito A qualidade da misericórdia não é especificamente alistada em Gál. 5:22,23 como um dos aspectos do fruto do Espírito; porém, é uma virtude similar a outras que ali figura, devendo ser incluída entre elas. Para exemplificar, é similar ao amor, à bondade e à benignidade, sendo uma daquelas coisas contra as quais não há lei. Assim sendo, a misericórdia também é cultivada em nós pelo Espírito Santo, não podendo ser possuída em qualquer grau apreciável a menos que se tenha devolvido como um cultivo espiritual, na vida do crente. Os meios do crescimento espiritual produzem a qualidade da misericórdia em uma pessoa remida. Ver os artigos intitulados Maturidade e Desenvolvimento Espiritual, Meios de, onde se mostra como a espiritualidade deve ser cultivada. AJUDA BIBLIOGRÁFICA CPAD - http://www.cpad.com.br/ - Bíblias, CD'S, DVD'S, Livros e Revistas. BEP - Bíblia de Estudos Pentecostal. VÍDEOS da EBD na TV, DE LIÇÃO INCLUSIVE - http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/videosebdnatv.htm BÍBLIA ILUMINA EM CD - BÍBLIA de Estudo NVI EM CD - BÍBLIA Thompson EM CD. Peq.Enc.Bíb. - Orlando Boyer - CPAD Bíblia de estudo - Aplicação Pessoal.
O Novo Dicionário da Bíblia - J.D.DOUGLAS.
Revista Ensinador Cristão - nº 53 - CPAD.
Comentário Bíblico Beacon, v.5 - CPAD. GARNER, Paul. Quem é quem na Bíblia Sagrada. VIDA CHAMPLIN, R.N. O Novo e o Antigo Testamento Interpretado versículo por Versículo. STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD AS GRANDES DEFESAS DO CRISTIANISMO - CPAD - Jéfferson Magno Costa O NOVO DICIONÁRIO DA BÍBLIA – Edições Vida Nova – J. D. Douglas Comentário Bíblico Expositivo - Novo Testamento - Volume I - Warren W . Wiersbe http://www.gospelbook.net www.ebdweb.com.br http://www.escoladominical.net http://www.portalebd.org.br/ SOTERIOLOGIA - AS GRANDES DOUTRINAS DA BÍBLIA - Pr. Raimundo de Oliveira - CPAD Comentário Bíblico TT W. W. Wiersbe Teologia Sistemática Pentecostal - A Doutrina da Salvação - Antonio Gilberto - CPAD A TENTAÇÃO E A QUEDA - Comentário Neves de Mesquita Bíblia The Word. TERMOS BÍBLICOS PARA SALVAÇÃO - BEP - SALVAÇÃO Teologia Sistemática - Conhecendo as Doutrinas da Bíblia - A Salvação - Myer Pearman - Editora Vida CRISTOLOGIA - A doutrina de JESUS CRISTO - Esequias Soares - CPAD Conhecendo as Doutrinas da Bíblia - Myer Pearman - Editora Vida Dicionário Bíblico Wycliffe - CPAD