Lição 6, O Impiedoso Mundo de Lameque, 1 parte

Lição 6, O Impiedoso Mundo de Lameque
4º trimestre de 2015 - O Começo de Todas as Coisas - Estudos Sobre O Livro de Gênesis
Comentarista da CPAD: Pr. Claudionor Correa de Andrade
Complementos, ilustrações, questionários e vídeos: Ev. Luiz Henrique de Almeida Silva
NÃO DEIXE DE ASSISTIR AOS VÍDEOS DA LIÇÃO ONDE TEMOS MAPAS, FIGURAS, IMAGENS E EXPLICAÇÕES DETALHADAS DA LIÇÃO
http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/videosebdnatv.htm
 
 
TEXTO ÁUREO"E viu o Senhor que a maldade do homem se multiplicara sobre a terra e que toda imaginação dos pensamentos de seu coração era só má continuamente." (Gn 6.5)
 

VERDADE PRÁTICAO mundo de Lameque em nada diferia do nosso; resistindo à graça de DEUS, entregaram-se à devassidão, à violência e à resistência ao ESPÍRITO SANTO.
 
 
LEITURA DIÁRIA
Segunda - Gn 4.19 Lameque, o bígamo que não andou segundo as leis de DEUS
Terça - Gn 4.20-21 Lameque e sua descendência corrompida
Quarta - Gn 4.23,24 Lameque, o poeta da violência e da maldade
Quinta - Gn 6.1,2 Lameque e o seu mundo pecaminoso e distante de DEUS
Sexta - Gn 6.3 O mundo de Lameque resiste ao ESPÍRITO de DEUS
Sábado - Gn 6.5,6 O mundo de Lameque deteriora-se totalmente

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE Gênesis 6.1-8
1 - E aconteceu que, como os homens começaram a multiplicar-se sobre a face da terra, e lhes nasceram filhas, 2 - viram os filhos de DEUS que as filhas dos homens eram formosas; e tomaram para si mulheres de todas as que escolheram. 3 - Então, disse o Senhor: Não contenderá o meu ESPÍRITO para sempre com o homem, porque ele também é carne; porém os seus dias serão cento e vinte anos. 4 - Havia, naqueles dias, gigantes na terra; e também depois, quando os filhos de DEUS entraram às filhas dos homens e delas geraram filhos; estes eram os valentes que houve na antiguidade, os varões de fama. 5 - E viu o Senhor que a maldade do homem se multiplicara sobre a terra e que toda imaginação dos pensamentos de seu coração era só má continuamente. 6 - Então, arrependeu-se o Senhor de haver feito o homem sobre a terra, e pesou-lhe em seu coração. 7 - E disse o Senhor: Destruirei, de sobre a face da terra, o homem que criei, desde o homem até ao animal, até ao réptil e até à ave dos céus; porque me arrependo de os haver feito. 8 - Noé, porém, achou graça aos olhos do Senhor.
 
OBJETIVO GERALCompreender que o mundo de Lameque em nada difere do nosso, resistindo à graça de DEUS.
 
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Explicar a maravilha que era o mundo enquanto o pecado ainda não havia degenerado as pessoas;
Compreender como o pecado se espalhou pela raça humana produzindo um mundo depravado;
Explicar que o mundo depravado estava condenado à destruição.
 
PONTO CENTRAL
DEUS julga a maldade do mundo de Lameque
 
Resumo da Lição 6, O Impiedoso Mundo de Lameque
I - UM MUNDO AINDA MARAVILHOSO
1. Fartura de pão.
2. Saúde perfeita.
3. Beleza perfeita.
4. Tecnologia avançada.
II - UM MUNDO TOTALMENTE DEPRAVADO
1. Devassidão sexual.
2. Violência sem limites.
3. Resistência à graça divina.
III - UM MUNDO CONDENADO À DESTRUIÇÃO
1. A pregação de Noé.
2. Uma geração corrompida.
 
SÍNTESE DO TÓPICO I - Apesar da Queda, o mundo antediluviano ainda era maravilhoso.
SÍNTESE DO TÓPICO II - A maldade crescia a cada dia e as pessoas iam se tornando totalmente depravadas.
SÍNTESE DO TÓPICO III - O mundo de Lameque estava condenado a destruição.
 
SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO top1"Lameque
1. Filho de Metusael, um descendente de Caim, que foi o primeiro polígamo, tendo se casado com Ada e Zilá (Gn 4.18-24). Seus filhos foram Jabal (pai dos que habitam em tendas e têm gado), e Jubal (pai de todos que tocam harpa e órgão), e Tubalcaim (mestre de toda a obra de cobre e de ferro). Lameque cantou para suas esposas, vangloriando-se de ter matado os homens que o feriram ou o golpearam. Essa vanglória é geralmente entendida como sendo a confiança nas armas de metal de seu filho, em oposição à confiança em DEUS. Estes filhos parecem torná-lo o pai dos nômades, músicos e artífices em metal.
2. O filho de Matusalém que, com a idade de 182 anos, se tornou o pai de Noé, e viveu até a idade de 777 anos (Gn 5.25-31). Por ocasião do nascimento de seu filho, ele expressou o desejo de que em Noé a maldição de Adão chegasse ao fim: 'Este nos consolará acerca de nossas obras e do trabalho de nossas mãos, por causa da terra que o Senhor amaldiçoou' (Gn 5.29). Ele está incluído na genealogia do Senhor JESUS (Lc 3.36)" (Dicionário Bíblico Wycliffe. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2006, p. 1130).
 
PARA REFLETIR - A respeito do livro de Gênesis:
O que caracterizava o mundo de Lameque?Violência sem limites, devassidão sexual e resistência à graça divina.
Qual o ofício de Tubalcaim?Metalurgia, fabricação de instrumentos cortantes.
Que pecados caracterizavam os contemporâneos de Noé?Era uma geração corrompida pelo pecado e caracterizada pela depravação moral.
É possível resistir a graça divina?A graça de DEUS, ainda que perfeita e infalível, pode ser resistida.
De que forma Noé apregoava a justiça divina?Ele pregava a justiça divina com a voz e com as obras.
 
CONSULTE - Revista Ensinador Cristão - CPAD, nº 64, p. 40. Você encontrará mais subsídios para enriquecer a lição. São artigos que buscam expandir certos assuntos.
SUGESTÃO DE LEITURA - Dicionário de Referências Bíblicas, Dicionário Vine e Dicionário Teológico
 
Comentários de várias revistas e livros com algumas modificações do Ev. Luiz Henrique
Observação minhas (Ev. Luiz Henrique)
2 Lameques. 1 filho de Belial, do maligno, filho de Matuselá, outro filho de DEUS, filho de Matusalém, pai de Noé.
Filhos de Deus, descendentes de Sete. Filhas dos homens, descendentes de Caim e Lameque.
Arca acima das águas do dilúvio, levada com Noé e sua família para cima do juízo de DEUS que estava acontecendo a todos os habitantes da Terra. Igreja levada para cima do juízo de DEUS, igreja arrebatada para o céu, acima do juízo de DEUS à Terra e seus habitantes.
Como se vê até Satanás antes era Lúcifer. O problema está em se dar lugar ao pecado. Os filhos de Caim, em sua maioria, eram pessoas que inventaram coisas boas, mas depois se desviaram para o pecados e usaram as coisas boas que inventaram para produzirem mais pecados ainda.
Sinal de Caim pode ser Cicatriz, Lepra, pode DEUS t~e-lo tornado gigante, etc... Não sabemos qual o sinal, mas este sinal livrou Caim de ser morto por qualquer que lhe encontrasse, então é sinal de livramento para qem não merecia, é graça de DEUS, mas também é juízo de DEUS a marca, pois Caim seria identificado como assassino de seu irmão por onde passasse.
PREGAR AOS ESPÍRITOS EM PRISÃO 
I Pedro 3:19-20: “No qual também foi, e pregou a espíritos em prisão; os quais noutro tempo foram rebeldes, quando a longanimidade de Deus  esperava nos dias de Noé, enquanto se preparava a arca; na qual poucas (isto é, oito) almas se salvaram pela água.” 
Os antediluvianos tiveram cento e vinte anos de Graça (Gên. 6: 3). Todo esse tempo o Espírito Santo apelou insistentemente aos seus corações através do pregoeiro da justiça – Noé (II Pedro 2:5); e estes, rebelados, resistiram, recusaram a longanimidade de Deus, até que a paciência divina esgotou-se e, assim, cometeram o pecado imperdoável. E, se é imperdoável, não pode haver segunda oportunidade de perdão nem mesmo vivo, quanto mais morto.
Pedro não diz que eram “espíritos desencarnados”. Informa apenas: “espíritos”. Portanto, nesta assertiva do apóstolo, o lógico e razoável é aceitar que o “espírito” é um símbolo de pessoa. Exemplo:
Meu espírito significa mim, eu.
Teu espírito significa tu, você.
Adam Clark, concluindo pela impossibilidade de se tratar de “espíritos desencarnados” diz que a frase “os espíritos dos justos aperfeiçoados” (Heb. 12:23) “certamente se refere a homens justos, e homens que se acham ainda na igreja militante; e o Pai dos ‘espíritos’ (Heb. 12:9) tem referência a homens ainda no corpo; e o ‘Deus dos espíritos de toda a carne’ (Núm. 16:22; 27:16) significa homens, não em estado desencarnado.” – Clarke’s Commentary, Vol. 6, pág. 862.
Eminentes teólogos partidários da doutrina imortalista, recusam a teoria de que Pedro, neste texto, ensina a imortalidade da alma. Eis alguns: Dr. Pearson, da Igreja Anglicana, diz:
“É certo pois, que Cristo pregou àquelas pessoas que nos dias de Noé eram desobedientes, em todo o tempo em que a ‘longanimidade de Deus esperava’ e, consequentemente, enquanto era oferecido o arrependimento, e é igualmente certo que Ele nunca lhes pregou depois de haverem morrido.” – Exposição do Credo, Dr. João Pearson, grifos meus.
Agora o testemunho de João Wesley:
“Por meio de que Espírito Ele pregou? – Através do ministério de Noé, aos espíritos em prisão, isto é, os homens perversos antes do dilúvio. ... Quando a longanimidade de Deus esperava. Durante cento e vinte anos, por todo o tempo em que estava sendo preparada a arca; quando então Noé os admoestava a que fugissem da ira futura.” – Explanatory Notes Upon the New Testament, pág. 615.
Finalizando, irmão, a obra de Jesus foi a “abertura da prisão aos presos” (Luc. 4:18-21; Isa. 42:6,7 e 6; 61:1). Toda pessoa desobediente está presa ao pecado (Prov. 5:22). Pecado é a prisão de Satanás. Quem morre no pecado está irremediavelmente preso até o juízo final. Heb. 9:27.
Seguramente, os apelos ao arrependimento feito por Jesus aos homens de Seus dias, foram os mesmos veementes apelos feitos por Noé em sua época. Em outras palavras: Jesus Cristo pregou aos antediluvianos pelo Espírito Santo através do ministério de Noé, durante o tempo de construção da arca; 120 anos.
 
 
Revista CPAD - Lições Bíblicas - 1995 - 4º Trimestre - Gênesis, O Princípio de Todas as Coisas - Comentarista pastor Elienai Cabral
LIÇÃO 5 - DUAS LINHAGENS.HISTÓRICAS DE ADÃO
TEXTO ÁUREO - "Portanto, vede prudentemente como andais, não como néscios, mas como sábios" (Ef-5,15).
VERDADE PRÁTICA - Num mundo corrompido de maldade e violência, a linha­gem do pecado está fadada ao juízo final; mas a do bem está destinada a felicidade eterna.
LEITURA EM CLASSE - Gn 4.17-19, 25, 26
E conheceu Caim a sua mulher, e ela concebeu, e deu à luz a Enoque; e ele edificou uma cidade, e chamou o nome da cidade conforme o nome de seu filho Enoque; E a Enoque nasceu Irade, e Irade gerou a Meujael, e Meujael gerou a Metusael e Metusael gerou a Lameque. E tomou Lameque para si duas mulheres; o nome de uma era Ada, e o nome da outra, Zilá. E tornou Adão a conhecer a sua mulher; e ela deu à luz um filho, e chamou o seu nome Sete; porque, disse ela, DEUS me deu outro filho em lugar de Abel; porquanto Caim o matou. E a Sete também nasceu um filho; e chamou o seu nome Enos; então se começou a invocar o nome do Senhor.
 
LINHAGEM MÁ DE CAIM
1. Lameque (Gn 4.18-24).
 No hebraico, este nome significa vigoroso. Na descendência de Caim, ele constituí a quinta geração e foi pai de muitos filhos, em cuja posteridade destacaram-se agricultores, e os que trabalhavam com metais e instrumentos musicais. Lameque se tornou o primeiro homem bígamo, pois tomou para si duas mulheres. É o tipo de casamento que DEUS nunca legitimou e nem autorizou.
2. Jabal. Dos filhos de Lameque, Jabal ficou conhecido como o pai dos construtores de tendas e criadores de gado (Gn 4.20).
3. Jubal. Este, irmão de Jabal, destacou-se como o inventor de instrumentos musicais. Por isso, ficou conhecido como "o pai dos músicos"(Gn 4.21). Sem dúvida, muito contribuiu para a cultura mais bela da humanidade.
4.Tubal-Caim (Gn 4.22). Filho de Lameque e sua mulher Zilá. Há um aspecto positivo, que deve ser considerado nesta descendência cainita. Nem tudo o que faziam era mau ou ruim. No caso de Tubal­Caim, ele foi o iniciador da metalurgia, ao descobrir e trabalhar com metais.
5. Naamá. No texto de Genesis 4.22, há urna referência especial ao nome desta mulher, filha de Lameque. "Naamah", no hebraico, significa a bela, a graciosa. Ela é irmã de Tubal-Caim e é citada, de modo especial, no capítulo 4 de Genesis, pois não se mencionavam nomes de mulheres nas genealogias antigas. Esta citação não vem como um elogio, mas como urna denúncia do começo da prostituição no meio da humanidade.
A LINHAGEM PIEDOSA DE SETE
1. Como surgiu a linhagem de Sete (Gn 4.25). Há urna expressão bem comum na Bíblia, quando ela fala da formação de famílias ou geração de filhos, que é: "e ... conheceu a sua mulher". Este tipo de linguagem tem um sentido bem mais amplo do que o simples relato de um contato íntimo, pois conhecer, no ato conjugal, significa muito mais que urna simples relação sexual (que está incluída, é evidente).
2. A nova linhagem genealógica de Sete. Com o nascimento de Sete nasce, também, urna nova esperança.
3.Alguns nomes têm destaque da linhagem de Sete: 
ENOS (Gn 4.26; 5.6,11). Do hebraico "ENOSH", sugere "o homem em sua fragilidade", pois, até então, na linhagem de Caim, foram a arrogância e rebeldia contra DEUS que prevaleceram.
MAALALEL (Gn 5.12). Filho de Cainã, da linhagem de Sete, e cabeça da quarta geração de Adão ( Gn 5.12-17; 1 Cr 1.2; Le 3.37). O seu nome, no hebraico, significa "louvor de DEUS ". Percebe-se que a descendência piedosa não estagnou no tempo, mas continuou a adorar ao Senhor, até os dias de Noé.
ENOQUE (Gn 5.1.8,21-24). Desde Adão até Noé, apenas dois nomes se destacaram como homens tementes ao Senhor: Enoque e Noé. O primeiro andou com DEUS 300 anos (Gn 5.22,23), após gerar Matusalém, o ser humano que mais viveu sobre a face da Terra: 965anos. "ENOQUE" significa: instruir, iniciar, dedicar.
NOÉ (Gn 5.28,29). Aparece, no capítulo 5 de Genesis, um outro Lameque, que nada tem a ver com o da linhagem de Caim. Foi ele quem gerou, dentro da descendência de Sete, a Noé, cujo nome, no hebraico, significa :aquele que consola, ou consolador.
CONCLUSÃO 
Nesta lição, além dos aspectos históricos que aprendemos, descobrimos que, em um mundo corrompido e pecador, DEUS tem urna linhagem especial que preserva o seu nome, a Igreja de JESUS CRISTO.
ENSINAMENTOS PRÁTICOS
1. O ambiente em que vivemos influencia, negativa ou positivamente na formação de nosso caráter. Caim, após matar seu irmão, partiu para urna terra distante, e fez o que era mau aos olhos do Senhor. Por isso, influenciou, negativamente, no comportamento de seus filhos.
2. O pecado surtiu o seu efeito, imediatamente, na face da Terra. Caim não era um pecador, ao nascer, mas já tinha a tendência para o mal. Só porque DEUS recebeu o sacrifício oferecido por Abel, e não o seu, por causa de sua displicência, voltou-se contra seu irmão e o matou.
3. DEUS consolou Adão e Eva, ao conceder-lhes um outro filho, para ocupar o lugar de Abel, assassinado por Caim, e o chamaram de Sete. Este era temente ao Senhor e seus filhos seguiram os seus passos. Por isso, tiveram o privilégio de serem chamados "filhos de DEUS" (Gn 6.2).
Revista CPAD - Lições Bíblicas - 1995 - 4º Trimestre - Gênesis, O Princípio de Todas as Coisas - Comentarista pastor Elienai Cabral

GÊNESIS - Introdução e Comentário - REV. DEREK KIDNER, M. A. - Sociedade Religiosa Edições Vida Nova ,Caixa Postal 21486, São Paulo - SP, 04602-970
GÊNESIS 4:16-24
4:16-24. A família de Caim.

Os começos da vida civilizada mostram característica potencialidade para o bem e para o mal, com as artes e ofícios que serão bênçãos para a humanidade, flanqueados por abusos (19,23,24) que serão verdadeira maldição para ela. A cultura, usada ou abusada, não oferece nenhuma redenção; a única centelha de esperança está na dádiva de DEUS e na tardia resposta do homem, registradas nos dois versículos finais do capítulo.
16. Fora na presença do Senhor que havia surgido a crise (5). A partida de Caim foi ao mesmo tempo sua sentença e sua escolha. Por um lado, temera o exílio, ser banido “ da tua presença” (14), e o vagar “ errante” , agora expresso no nome Node (“ peregrinação” ; Gesenius: “ fuga” , “ exílio” ); por outro lado, desdenhara a contrição, e agora.se dispõe a conseguir algum sucesso com a sua independência. O relato subsequente permite provar o primeiro sabor de uma sociedade autossuficiente, que constitui a essência daquilo que o Novo Testamento denomina “ o mundo”.
17. A frase inicial sugere que por esse tempo Caim já era casado, e 14,15 com 5:3 dão a impressão de que a família humana começara a multiplicar-se, a menos que no v. 14 os temores de Caim fossem apenas quanto ao futuro.
O nome Enoque (hanôk) tem parentesco com o verbo “ iniciar” . Talvez haja a idéia de um novo princípio no fato de se dar esse nome ao primeiro filho e à primeira cidade de Caim independente. No hebraico, cidade é um termo que se pode aplicar a qualquer povoação, pequena ou grande. As respectivas pretensões à fama dos dois Enoques (cf. 5:22-24) estabelecem nada bela comparação entre os dois ramos da humanidade, cujas linhagens vão até
às famílias do belicoso Lameque (4:24) e do piedoso Noé (5:32).
18. Dois dos nomes aqui, Enoque e Lameque, são usados nas duas famílias (cf. 5:18,25); as semelhanças entre outros são mais notórias no inglês do que no hebraico.
19-24. Um relato tendencioso não atribuiria nada de bom a Caim. A verdade é mais complexa: DEUS iria fazer muito uso das técnicas cainitas em favor do Seu povo, desde a própria disciplina seminômade.
 
GÊNESIS 4:25,26
(20; cf. Hb 11:9) até às artes e ofícios civilizados (porex., Êx 35:35). A frase "este foi o pai de todos os que ou dos que" reconhece o débito aos empreendimentos seculares, e nos prepara para aceitarmos o mesmo débito; pois a Bíblia não ensina em parte nenhuma que os piedosos ficariam com todos os dons. Ao mesmo tempo, a informação bíblica nos livra de exagerarmos a avaliação dessas habilidades: a família de Lameque podia impor sua direção ao meio ambiente, mas não a si própria. A tentativa de melhorar a ordenança divina sobre o casamento (19; cf. 2:24) abriu um precedente desastroso, do qual o restante de Gênesis é suficiente comentário. E a mudança do
trabalho em metais para a fabricação de armas, mudança que se seguiu logo, é igualmente nefasta. A família de Caim é um microcosmo: seu padrão de proezas técnicas e de fracasso moral é o da humanidade.
A canção de sarcástico desafio de Lameque revela o rápido progresso do pecado. Enquanto Caim havia sucumbido a ele (7), Lameque exulta nele; enquanto Caim tinha procurado proteção (14,15), Lameque olha à sua volta em atitude de provocação: a selvagem desproporção entre matar um simples rapaz (hebraico, yeled, “ criança” ) e uma simples ferida, constitui o ponto determinante da sua jactância (cf. 24). Com esta nota de bravata, a família desaparece da narrativa. Em contraste, bem pode ser que JESUS tivesse em mente essa expressão, “ setenta vezes sete” , quando falou que devemos perdoar o irmão “ até setenta vezes sete” .

4:25,26. Sete substitui a Abel.A fé revelada por Eva ao salientar a vontade de DEUS pelo nome Sete (“ designado” ) fica ainda mais evidente aqui do que no v. 1. A menção de outro descendente (AV, RV: “ outra semente” ) também parece ligar-se a 3:15.
26. Enos significa “ homem” (cf. SI 8:4,5), talvez com um matiz de ênfase em sua fragilidade.
A nota final, daí se começou... tem duplo interesse, registrando o primeiro brotar do desenvolvimento espiritual desde Abel e desde a primeira revelação do nome Yahweh (o Senhor). Em Gênesis, este é um 7 No v. 22, a tradução “ forjador” (RV, RSV) inclui mais do que o hebraico Ifftês, “ malhador” ou “ afiador” . O ferro meteórico e o cobre de minas a céu aberto eram batidos e polidos muito antes de se ouvir falar de fundição e forja. Perecíveis como esses metais são, sobreviveram alguns exemplares de ferro do terceiro milênio a. C ., e de cobre do quinto milênio, ou até antes; cf. JSA, SVIII, 1966, p. 31.

NOTA ADICIONAL: OS DESCENDENTES DE CAIMDEUS só se tornou “ conhecido” pelo nome Yahweh depois de lhe dar conteúdo na mensagem comunicada por ocasião da sarça ardente (Êx 3:13, 14; 6:3).
Elaborou-se uma argumentação no sentido de identificar os cainitas com os quenitas. Os termos hebraicos são idênticos (cf. Nm 24:21,22, RV, RSV), e o equivalente árabe significa “ ferreiro”. Há, evidência da existência, em tempos remotos, de grupos viageiros como a família descrita em Gn 4, principalmente habitantes em tendas que se mudavam de um lugar a outro como artesões e músicos. Uma famosa pintura tumular da era patriarcal em Beni Hasan mostra um grupo desses equipado de armas, instrumentos musicais e foles. Daí se sugere comumente que os fatos deste capítulo foram extraídos de memórias tribais, juntamente com uma narrativa escrita para explicar
as origens dessa existência errante, e foram postos em novo uso pelo compilador de Gênesis.Naturalmente a teoria é incompatível com a narrativa do dilúvio, que revela uma clara ruptura com as primitivas famílias mencionadas aqui, exceto mediante Noé. Tem valor, todavia, em chamar a atenção para um conhecido padrão de vida que incorpora todos os traços de Gn 4:16. O termo qayin, “ ferreiro” , seria motivo bastante para dar aos quenitas o seu nome, e, por sua vez, poderia ter-se originado do nome de Caim, exatamente como nos tempos modernos um pioneiro (por ex., Watt, Ohm, Volt) podem deixar marca permanente na terminologia do seu ofício. Podemos concluir que a sucessão cainita-quenita foi deveras real, mas em termos profissionais, não hereditários.
GÊNESIS - Introdução e Comentário - REV. DEREK KIDNER, M. A. - Sociedade Religiosa Edições Vida Nova ,Caixa Postal 21486, São Paulo - SP, 04602-970

Dicionário Vine antigo e novo testamentos - CPAD
Curiosidades Bíblicas - TRABALHAR - Substantivo - nuiaseh (rftWjD): “trabalho, obra, ação, labor, labuta, comportamento”. Este substantivo é usado 235 vezes no hebraico bíblico. Lameque, pai de Noé, expressando sua esperança por um mundo novo, usou o substantivo pela primeira vez no Antigo Testamento: “E chamou o seu nome Noé, dizendo: Este nos consolará acerca de nossas obras e do trabalho de nossas mãos, por causa da terra que o SENHOR amaldiçoou” (Gn 5.29). A palavra está espalhada ao longo do Antigo Testamento e em todos os tipos de literatura.
O significado básico de nuiaseli é “trabalho”. Lameque usou a palavra para significar o trabalho agrícola (Gn 5.29).
 
VINGAR - nãqam (□?:): “vingar, tomar vingança, castigar”. Esta raiz e seus derivados ocorrem 87 vezes no Antigo Testamento, com muita freqüência no Pentateuco, Isaías e Jeremias; ocorre ocasionalmente nos livros históricos e nos Salmos. A raiz também ocorre no aramaico, assírio, árabe, etiópico e hebraico recente.
A canção da espada de Lameque é um desafio depreciativo aos seus companheiros e um descarado ataque à justiça de DEUS: “Porque eu matei um varão, por me ferir, e um jovem, por me pisar. Porque sete vezes Caim será vingado', mas Lameque, setenta vezes sete” (Gn 4.23,24).
O Senhor reserva a vingança como esfera de Sua ação: “Minha é a vingança e a recompensa, [...] porque [Ele] vingará o sangue dos seus servos, e sobre os seus adversários fará tornar a vingança” (Dt 32.35,43). A lei proibia a vingança pessoal: “Não te vingarás, nem guardarás ira contra os filhos do teu povo; mas amarás o teu próximo como a ti mesmo. Eu sou o SENHOR” (Lv 19.18).
Dicionário Vine antigo e novo testamentos - CPAD
 
Revista CPAD - Lições Bíblicas 1942 - 1º trimestre de 1942 - A Mensagem do Livro de Gênesis - LIÇÃO 2 - 11/01/1942 – A CRIAÇÃO DO HOMEM - Adalberto Arraes 
LIÇÃO 5 — 1 D E FEVEREIRO - CORRUPÇÃO E CASTIGO
GÊN. 6:5-8-13-14; 7:1-4, 17-23
Texto Áureo: — "Disse DEUS: Hei resolvido dar cabo de toda a carne, porque a terra está cheia de violência dos homens* — Gên. 6:13.
RESUMO DA LIÇÃO
I — "Os dias de Noé" ~ 6:5-6, 13.
II — A corrupção traz o castigo — 6:7, 17-18.
III — A salvaguarda dos que andam na fé e na obediência — 6:8, 14 7:1-4.
IV — Aspectos do dilúvio — 7:19-23.
 
I — "Os dias de Noé" ~ 6:5-6, 13.
O estado da terra nos dias de Noé, era de avançada corrupção. A iniquidade era múltipla entre os homens. Embora não caiba neste ligeiro comentário uma referência ampla às profundas lições de Gên. 6:1-5, contudo, para podermos ver alguma coisa do estado da terra daquela época, somos forçados a considerar que:
1) o homem havia sido criado à semelhança de DEUS; 2) vivia na situação de decaído; 3) não tinha lei nem temor algum 4) sofrera uma transformação constitucional no seu corpo. Diz a escola transformista que o homem é o resultado do aperfeiçoamento de outros animais, como o macaco, mandris, etc., mas nós vemos exatamente o contrário: o homem é a degenerescência da imagem de DEUS, em qual a fora criado. O verso 3 do cap* 6 de Gên. nos revela que o homem teve a sua vida limitada e se tornou carne por causa do pecado: "Então disse Jeová:. . . por causa do seu errar é ele carne". Alguém perguntará:^ "Mas o homem, então, não era carne?" Sim, mas que espécie de carne, não o sabemos. Paulo diz que há corpos com muita glória e os há com pouca ou até sem nenhuma. Nem toda a carne é uma mesma carne." (Comp. I Cor. 15:39-40). Antes, porém, que DEUS destruísse todas as vidas pelo dilúvio, teve o cuidado de limitar a existência do homem. DEUS não ignorava que viriam ser necessárias novas destruições, como a de Sodoma Gomorra e ainda a que virá no dia do Filho do Homem. O homem daqueles dias reflete bem a situação de alguém que sendo espiritual vai aos poucos se transformando carnal por causa do pecado até atingir o estado de não mais aceitar, em absoluto, as coisas do ESPÍRITO: É carne e nada mais; sua vida, que era eterna, passou a ser finita.
II — A corrupção traz o castigo — 6:7, 17-18.
Ha uma lei natural que confirma e aponta claramente a oportunidade da* destruição devido à corrupção. Vemos isso sempre. Todo indivíduo que age contra os desígnios da natureza acaba sofrendo algum abalo no seu físico desobediente; seja o tabagista, o ébrio ou o homem dado às devassidões, todos mostram no seu aspecto "destruído" a sua vida "completa". Além dessa decomposição pelo desequilíbrio das leis naturais, há, ainda, uma operação importante, o ESPÍRITO de DEUS que se entristece e castiga. DEUS é bom mas é também severo. Rom. 11:22. Até na maneira do Senhor falar (6:13) nos impressiona o motivo do castigo: "O fim da carne é vindo perante a minha face". E não: — "A minha face será voltada para dar fim à carne Os acusadores de DEUS, filhos do grande Acusador (Gên. 3:5), sabem sempre lembrar que DEUS destruiu a terra, mas escondem a sua própria maldade, provocadora da mesma destruição. "A tua malícia te castigará", (diz Jeremias — 2:19).
III — A salvaguarda dos que andam na fé e na obediência — 6:8, 14 7:1-4.
Muitas pessoas julgam que o Senhor não será capaz de cuidar duma única pessoa fiel, dentre uma completa geração perversa. Mero engano. Suponhamos que um homem de negócios, inteligente e zeloso, resolvesse fechar todas as empresas que lhe dessem prejuízo. Certamente ele não cerraria as portas e um estabelecimento que lhe desse bons lucros. Ora se um homem imperfeito sabe agir dessa forma, quanto mais DEUS que é perfeito e nos tem por mais precioso que os negócios humanos. JESUS disse que como aconteceu nos dias de Noé, assim será também nos dias do Filho do Homem"; logo, temos que descobrir em Noé o que agradava a DEUS, a fim de podermos conferir a nossa vida. Se ele foi preservado da destruição, nós também queremos ser. Noé teve fé (sem a qual é impossível agradar a DEUS — Hebr. 11:6), e mostrou zelosa obediência, pois fez tudo o que o Senhor mandara (obediência é melhor do que sacrifício). Aquele que, na presente dispensação guarda estes pontos como fez Noé, certamente, já pode ouvir: "Como guardaste a palavra da minha paciência, também eu te guardarei da hora da tentação que há de vir sobre o mundo (Apo« 3:10). Era preciso fé e fidelidade para estar um homem construindo no seco uma arca" que se' destinava a navegar. Contudo, se alguém zombasse de Noé ou procurasse persuadi-lo, ele podia usar um forte argumento: "DEUS me falou e vocês, que não crêem, são os pecadores condenados por esta arca' (Heb. 11:7). Hoje ainda se dá o mesmo. Dizem-nos: "Vocês são fanáticos venham para o mundo; há tantos prazeres; gozemos a vida, pois daqui nada se leva. Mas nós temos o mesmo argumento: "DEUS nos falou por seu Filho conhecemos a sua voz e dele somos conhecidos, JESUS é a arca posta para salvar, mas a sua palavra julgará o mundo. A graça salva; a verdade julga. (João 12:47-48).
IV — Aspectos do dilúvio — 7:19-23.
O dilúvio foi total, isto é, as águas cobriram todo o globo terrestre. Ha pessoas que procuram negar isso, mas a Escritura o afirma de duas maneiras: direta e indireta, ou racional. A afirmação direta está no vers. 6:19-20 onde diz que as águas cobriram e prevaleceram sobre os mais altos montes da terra. A afirmação indireta é o que se deduz racionalmente, se a, arca ao baixar das águas pousou nos montes de Arará. Tendo esse monte mais de 5.200 metros de altura e sendo o ponto culminante da Arábia, num dilúvio parcial a arca nunca poderia pousar sobre ele, mas desceria fatalmente. Na primeira lição do trimestre, falamos ligeiramente numa destruição sofrida pela terra e que a tornou sem forma e vazia e, segundo se apreende do texto, também foi por água. (Gên. 1:2). Em ambos os casos, após o cataclismo, o homem tinha diante de si a terra refeita, enxuta e apta para produzir. E assim como DEUS fez o pacto com Adão, entregando-lhe a terra, também o fez com Noé, no mesmo sentido. Mas, infelizmente, havia não somente descendentes de Sete sobre a terra, mas ali se achavam também os filhos de Caim, os quais estão até hoje buscando uma nova destruição que, certamente, não tardará.

Revista CPAD - Lições Bíblicas 1942 - 1º trimestre de 1942 - A Mensagem do Livro de Gênesis - LIÇÃO 2 - 11/01/1942 – A CRIAÇÃO DO HOMEM - Adalberto Arraes