Lição 6 – A Verdadeira Fé Não Faz Acepção De Pessoas - 1 Parte
LIÇÕES BÍBLICAS - 3º Trimestre de 2014 - CPAD
- Para jovens e adultos
Tema:
FÉ E OBRAS - Ensinos de Tiago para uma Vida Cristã Autêntica
Comentário: Pr.
Eliezer de Lira e Silva
Complementos, ilustrações, questionários e vídeos: Ev. Luiz Henrique de
Almeida Silva
Questionário
NÃO DEIXE DE ASSISTIR AOS VÍDEOS DA LIÇÃO ONDE TEMOS MAPAS,
FIGURAS, IMAGENS E EXPLICAÇÕES DETALHADAS DA LIÇÃO
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TEXTO ÁUREO
"Todavia, se
cumprirdes, conforme a Escritura, a lei real: Amarás a teu próximo como a ti
mesmo, bem fazeis. Mas, se fazeis acepção de pessoas, cometeis pecado e sois
redarguidos pela lei como transgressores" (Tg 2.8,9).
VERDADE PRÁTICA
Não podemos fazer
acepção de pessoas, pois o Senhor não fez conosco.
LEITURA DIÁRIA
Segunda - Dt 1.17
Diante de DEUS, somos iguais
Terça - At 2.44
Uma igreja solidária
Quarta - Jó 5.16
Esperança para o pobre
Quinta - 1 Co 1.28
O paradoxo divino
Sexta - Fp 2.5-8
Nosso referencial de humildade
Sábado - 1 Pe 2.9
Das trevas para a luz
LEITURA BÍBLICA EM
CLASSE - Tiago 2.1-13
1 Meus irmãos, não
tenhais a fé de nosso Senhor JESUS CRISTO, Senhor da glória, em acepção de
pessoas. 2 Porque, se no vosso ajuntamento entrar algum homem com anel de
ouro no dedo, com vestes preciosas, e entrar também algum pobre com sórdida
vestimenta, 3 e atentardes para o que traz a veste preciosa e lhe
disserdes: Assenta-te tu aqui, num lugar de honra, e disserdes ao pobre: Tu,
fica aí em pé ou assenta-te abaixo do meu estrado, 4 porventura não
fizestes distinção dentro de vós mesmos e não vos fizestes juízes de maus
pensamentos? 5 Ouvi, meus amados irmãos. Porventura, não escolheu DEUS aos
pobres deste mundo para serem ricos na fé e herdeiros do Reino que prometeu
aos que o amam? 6 Mas vós desonrastes o pobre. Porventura, não vos oprimem
os ricos e não vos arrastam aos tribunais? 7 Porventura, não blasfemam eles
o bom nome que sobre vós foi invocado? 8 Todavia, se cumprirdes, conforme a
Escritura, a lei real: Amarás a teu próximo como a ti mesmo, bem fazeis. 9
Mas, se fazeis acepção de pessoas, cometeis pecado e sois redarguidos pela
lei como transgressores. 10 Porque qualquer que guardar toda a lei e
tropeçar em um só ponto tornou-se culpado de todos. 11 Porque aquele que
disse: Não cometerás adultério, também disse: Não matarás. Se tu, pois, não
cometeres adultério, mas matares, estás feito transgressor da lei. 12 Assim
falai e assim procedei, como devendo ser julgados pela lei da liberdade. 13 Porque o juízo
será sem misericórdia sobre aquele que não fez misericórdia; e a
misericórdia triunfa sobre o juízo.
OBJETIVOS - Após esta
aula, o aluno deverá estar apto a:
Destacar o ensino de
Tiago de que a fé não faz acepção.
Apontar a escolha de
DEUS pelos pobres aos olhos do mundo.
Distinguir a Lei
Mosaica das Leis Real e da Liberdade
Resumo da
Lição 6 – A Verdadeira Fé Não Faz Acepção De Pessoas
I. A FÉ NÃO PODE
FAZER ACEPÇÃO DE PESSOAS (Tg 2.1-4)
1. Em
CRISTO a fé é
imparcial.
2. O amor de
DEUS tem
de ser manifesto na igreja local.
3. Não sejamos
perversos (v.4).
II. DEUS ESCOLHEU OS
POBRES AOS OLHOS DO MUNDO (Tg 2.5-7)
1. A soberana escolha
de DEUS.
2. A principal razão
para não desonrar o pobre (v.6).
3. Desonraram o
Senhor.
III. A LEI REAL, A
LEI MOSAICA E A LEI DA LIBERDADE (Tg 2.8-13)
1. A Lei Real.
2. A Lei Mosaica.
3. A Lei da
Liberdade.
SINOPSE DO TÓPICO (1)
- Em CRISTO, o crente não pode se mostrar parcial e, por isso, o amor de
DEUS deve ser manifestado na igreja local através dele. O crente não pode
ter um coração perverso
SINOPSE DO TÓPICO (2)
- As Escrituras mostram a principal razão para o crente não desonrar os
pobres: DEUS os escolheu aos olhos do mundo.
SINOPSE DO TÓPICO (3)
A Lei Mosaica destaca-se da Real e da Liberdade. Estas representam a nova
aliança de DEUS com a humanidade; enquanto aquela, a antiga
BIBLIOGRAFIA SUGERIDA
EDREDEG, John. Um
Mestre Fora da Lei: Conhecendo a surpreendente, perturbadora e extravagante
personalidade de JESUS. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2013.
HENRY, Matthew.
Comentário Bíblico Novo Testamento: Atos a Apocalipse. 1.ed. Rio de
Janeiro: CPAD, 2010.
Revista Ensinador Cristão CPAD, n° 59, p.39.
Imagine a hora do culto vespertino! O coral se apresenta de maneira solene
e, de repente, adentra ao recinto um mendigo; sujo, bêbado, gritando. Qual
seria a tua reação? O exemplo ora citado é extremo. Mas passível de
acontecer em qualquer igreja. Todavia, o público o qual Tiago está se
referindo não diz respeito apenas aos mendigos, mas às pessoas
economicamente menos abastadas. Para Tiago, o pobre não é apenas o mendigo,
mas quaisquer pessoas que em um dado momento da vida precisa de algo
necessário à sua subsistência.
Professor, aqui, é necessário fazer uma reflexão. Será que não tem algum
aluno na classe que se sinta discriminado na igreja? Seja pela cor da pele
ou aparência física ou classe social? Prepare esta lição com cuidado e
respeito, pois quando ministrada, ela pode revelar sentimentos diversos de
pessoas vítimas de discriminação até mesmo na igreja local. Mesmo que
inconscientemente!
Tendemos a pensar que certas coisas não acontecem na igreja, pois ela é um
lugar santo. Sim, é santa, mas, todavia, composta de santos humanos. É
possível perceber certos comportamentos na igreja que um professor secular,
por exemplo, lida todo o instante em sala de aula. Certas atitudes do mundo
secular acontecem em nossos espaços sacros e, por isso, precisamos estar
capacitados para se deparar com estas realidades e agirmos com a sabedoria
do alto.
Portanto, professor, trabalhe o tema central da presente lição abordando a
sua tese principal: a de que é inadmissível a discriminação na igreja. A
Palavra diz que "noutros tempos, éreis gentios na carne e chamados
incircuncisão pelos que, na carne, se chamam circuncisão feita pela mão dos
homens; que, naquele tempo, estáveis sem CRISTO, separados da comunidade de
Israel e estranhos aos concertos da promessa, não tendo esperança e sem DEUS
no mundo. Mas, agora, em CRISTO JESUS, vós, que antes estáveis longe, já
pelo sangue de cristo chegaste perto. Porque ele é a nossa paz, [...] e,
pela cruz, [...] matando com ela as inimizades" (Ef 2.11-16). Não podemos
reconstruir a parede que uma vez o próprio Senhor a derribou! Boa aula!
COMENTÁRIO - INTRODUÇÃO
Um
dos pecados mais comuns, até mesmo entre alguns ditos cristãos, tem sido a
acepção de pessoas, isto é, a discriminação de uma pessoa por causa da sua
condição financeira, da sua posição social ou da sua aparência. A acepção de
pessoas trata-se de uma atitude absolutamente anticristã, como veremos com
detalhes neste capítulo. Tiago 2.1-13 enfatiza que nenhum cristão pode-se
dizer verdadeiramente um cristão se vive favorecendo ou desprezando as
pessoas devido à condição social delas.
Há
vários textos na Bíblia que ressaltam esse pecado, porém, sem dúvida alguma,
a passagem bíblica mais marcante e enfática sobre esse assunto é a que abre
o capítulo 2 da Epístola de Tiago. Ao ser lida hoje, a referida passagem
chama a atenção pela sua contundência, porém é preciso frisar que, na época
em que Tiago a escreveu, ela soou ainda mais contundente do que hoje. Isso
porque, nós, ocidentais, apesar do processo cada vez mais avançado de
descristianização da sociedade ocidental, ainda podemos perceber o horror de
tal atitude. Só que, nos tempos de Tiago, a cultura era totalmente outra,
bem distinta da nossa.
O
mundo, na época de Tiago, era caracterizado por profundas divisões sociais
que eram aceitas normalmente pela maioria esmagadora da sociedade. Naquela
época, agir com humildade era manifestação de fraqueza, não de virtude; e
fazer distinção de pessoas por aparência ou por condições físicas ou
socioeconômicas era visto como algo absolutamente natural. Logo, a mensagem
cristã, ao ser proclamada, teria um impacto enorme na sociedade de então,
porque ela batia fortemente de frente com toda essa cultura, ao pregar a
humildade, o perdão, a misericórdia, a igualdade entre os seres humanos etc.
O
Cristianismo nivela todas as pessoas, e o faz inicialmente com a afirmação
de que “todos pecaram e destituídos estão da glória de DEUS” (Rm 3.23). Além
disso, ele também ordena que amemos o nosso próximo incondicionalmente,
independente de sua condição social, econômica, física, etc (Lv 19.18; Mt
22.39). Aliás, se hoje há menos discriminação do que houve no passado, isso
se deve à influência do Cristianismo na história. Se o Ocidente mantivesse
intacta a cultura pagã da Antiguidade, que, por exemplo, discriminava
deficientes e pobres, com certeza a acepção de pessoas ainda seria vista
hoje como a ordem do dia em vez de uma aberração moral, como realmente é.
Sim, é verdade que houve falhas morais no passado nessa área — e hoje
eventualmente ainda há — entre aqueles que professam a fé cristã, mas mesmo
os mais críticos do Cristianismo não podem deixar de afirmar que esse não é
o ensino do Cristianismo e que o mundo seria moralmente pior se não se
deixasse impregnar minimamente pelos valores judaico-cristãos. Devemos o
conceito de igualdade e de direitos humanos que temos hoje no mundo a esses
valores.
Dito
isso, vejamos a seguir, com detalhes, as razões bíblicas, apresentadas pelo
apóstolo Tiago no capítulo 2 de sua epístola, pelas quais a acepção de
pessoas é totalmente rejeitada pelos cristãos.
OBSERVAÇÃO MINHA - Ev. Luiz Henrique - No Brasil
podemos perceber várias classes sociais - A,B,C,D e E, mas no contexto de
Tiago, as classes sociais praticamente se resumiam em A e E. Praticamente
não existia classe social média, ou se era pobre ou se era rico, ou pelo
menos de posição social ou religiosa alta.
A maioria esmagadora era da classe pobre.
Não podemos nos esquecer também dos
diplomados, ricos e de classe social destacada que são desprezados em nossas
igrejas por isso. A acepção de pessoas tanto atinge pobres como pode atingir
ricos. É pecado do mesmo jeito fazer acepção de pessoas.
A
comunidade cristã
Imagine, em uma época como a de Tiago, quando o mundo era marcado por
divisões sociais profundas, surgir uma comunidade em que não havia acepção de pessoas,
onde o pobre convivia com o rico, onde o servo convivia com o seu senhor e
onde tanto judeus quanto gentios adoravam a DEUS juntos e com alegria. Essa
era a comunidade cristã, que impactou a Antiguidade durante o período do
Império Romano.
Urge que mantenhamos esse
modelo bíblico da Igreja Primitiva em nossos dias, um modelo que influenciou
cristãos na História a lutar contra a discriminação racial ou étnica, contra
a discriminação por classes sociais e econômicas, e contra a discriminação
de deficientes. Essa foi uma marca, inclusive, nos grandes avivamentos da
História: foi assim, por exemplo, no Avivamento Wesleyano no século XVIII,
na Inglaterra, e no início do Movimento Pentecostal Moderno, como no caso do
Avivamento da Rua Azusa, em Los Angeles, Estados Unidos, no início do século
XX. Segundo os jornais norte-americanos da época, o Avivamento da Rua Azusa
causava repulsa em alguns e admiração em outros pelo fato de que aquele
galpão, onde ocorriam as reuniões sob a direção do líder negro pentecostal
William Joseph Seymour (1870-1922), reunia tanto negros quanto brancos, e
gente de todos os extratos sociais, que se prostravam juntos em adoração a
DEUS. Em sua obra The Charismatic Century: The Enduring Impact of the Azusa
Street Revival (Warner Faith, 2006, EUA), Jack Hayford e Davi Moore
registram relatos da época de críticas ao movimento porque “homens e
mulheres, brancos e negros, se ajoelhavam juntos” e “se abraçavam” em
momentos de quebrantamento; e o jornalista John Sherrill, em sua obra They
Speak in Other Tongues (“Eles Falam em Outras Línguas”), conta que “ricos e
pobres, igualmente, vinham ver o que ali acontecia”. E ele continua: “Vinham
pessoas das cidades circunvizinhas, mas também do meio-oeste
norte-americano, dos estados de Nova Inglaterra, do Canadá, da Grã-Bretanha.
Havia ali brancos e negros, idosos e jovens, educados e iletrados”.
Em
CRISTO, não há pobre nem rico, homem nem mulher, negros nem brancos,
amarelos ou pardos, gentio nem judeu. Todos são um em CRISTO: “Porque todos
sois filhos de DEUS pela fé em CRISTO JESUS; porque todos quantos fostes
batizados em CRISTO já vos revestistes de CRISTO. Nisto não há judeu nem
grego; não há servo nem livre; não há macho nem fêmea; porque todos vós sois
um em CRISTO JESUS. E se sois de CRISTO, então sois descendência de Abraão e
herdeiros conforme a promessa” (G1 3.26-29). Aleluia!
Confusões pós-modernas sobre o sentido correto da não acepção de pessoas à
luz da Bíblia.
É importante destacarmos
ainda que, infelizmente, devido ao relativismo moral que está grassando na
nossa sociedade nas últimas décadas, muitos têm distorcido maquiavelicamente
o sentido real e original dos direitos humanos, da igualdade à luz dos
valores judaico-cristãos, e passado a combater, como se acepção de pessoas
fosse, aquilo que na verdade não o é. Por exemplo: em nome da não acepção de
pessoas, há quem defenda o homossexualismo como uma prática que deve ser
aceita por todos normalmente, inclusive pelos cristãos, e ainda criam leis
para punir quem não concorde com essa prática, mesmo que os cristãos tratem
respeitosamente todos os homossexuais. Para quem defende isso, não aceitar a
prática homossexual significa acepção de pessoas.
Ora,
acepção de pessoas não é isso. Acepção de pessoas é favoritismo com base em
condições sociais, é desamor, é desprezo. E não fazer acepção de pessoas é
tratar todas as pessoas da mesma forma, isto é, com respeito e amor. Não tem
nada a ver com concordância com práticas erradas.
Além
disso, não fazer acepção de pessoas também não tem nada a ver com desprezar
as diferenças naturais, como querem fazer crer, por exemplo, as feministas.
Justamente porque não faz acepção de pessoas, o cristão respeita as
diferenças naturais, não procurando confrontar ou forçar a diferença de uma
pessoa sobre a outra. Simplesmente, ele apenas rejeita aquilo que é
pecaminoso, não despreza o que é natural e respeita todos, crentes ou não,
tratando-os com respeito.
Há
feministas que citam Gálatas 3.28, que diz que em CRISTO “não há macho nem
fêmea” para sustentar que não deve haver diferença de funções entre homens e
mulheres. Trata-se de um erro grotesco, pois o referido texto, como o seu
próprio contexto denota, não quer dizer nada disso. Como afirma Donald
Stamps a respeito de Gálatas 3.28, Paulo aqui está removendo “todas as
distinções étnicas, raciais, nacionais, sociais e sexuais no que diz
respeito ao nosso relacionamento espiritual com JESUS CRISTO”. Ele está
dizendo que “todos os que estão em CRISTO são igualmente herdeiros da graça
divina (1 Pe 3.7), do ESPÍRITO prometido (G1 3.14; 4.6) e da restauração à
imagem de DEUS (Cl 3.10,11)”. E, “por outro lado, dentro do contexto de
igualdade espiritual, os homens permanecem homens e as mulheres, mulheres
(Gn 1.27). Os papéis que DEUS lhes atribuiu no casamento e na sociedade
permanecem imutáveis (1 Pe 3.1-4; Ef 5.22,23)”.
Em
época de significados distorcidos, clarificação de ideias se torna um dever
constante. Logo, como o conceito de tolerância no cristianismo ou mesmo de
tolerância em termos democráticos está sendo cada vez mais distorcido, urge
fechar este capítulo explicitando seu significado.
Antes de tudo, o cristão bíblico, obviamente, defende fervorosamente a
tolerância; porém, não qualquer tipo de tolerância. E que tipo de tolerância
ele defende e qual ele não defende? Ele defende a tolerância legal e a
tolerância social, mas não a tolerância acrítica. Como assim?
O
cristão bíblico defende o direito que cada pessoa tem de acreditar em
qualquer crença (ou em nenhuma) que se queira acreditar. Ele defende, por
exemplo, que ninguém deve ser coagido a crer no que ele, cristão, crê. Isto
é, o verdadeiro cristão defende e promove a liberdade religiosa. Isso se
chamada tolerância legal.
O
cristão bíblico também defende o respeito a todas as pessoas, mesmo que
discorde frontalmente de suas religiões ou ideias. Ele defende a paz entre
os indivíduos, entre os diferentes. Isso é tolerância social.
E
com base na tolerância legal e na tolerância social que temos de fato a
chamada liberdade religiosa.
Entretanto, o cristão bíblico não defende a tolerância acrítica. Muito ao
contrário: ele defende que a tolerância em uma democracia, assim como a
tolerância cristã à luz da Bíblia, não é sinônimo de ser acrítico, de não
poder expressar, defender e pregar os valores bíblicos. Agora, em tudo, deve
haver sempre o amor e o respeito.
Alexandre Coelho e
Silas Daniel. Fé e Obras, Ensinos de Tiago para uma Vida Cristã Autêntica.
Editora CPAD. pag. 71-73; 80-83.
Lc 12.15 E disse ao povo: Acautelai-vos e
guardai-vos de toda espécie de cobiça (ou avareza); porque a vida do homem
não consiste na abundância das coisas que possui.
A
advertência necessária que CRISTO aproveitou para fazer aos seus ouvintes.
Embora o Senhor não tenha vindo para ser um repartidor dos bens dos homens,
Ele veio para ser um guia de suas consciências em relação aos bens. O Senhor
deseja que todos tomem cuidado para não abrigarem este princípio corrupto
que eles viam que era, nos outros, a raiz de tantos males.
Aqui
está:
1. A
advertência em si (v. 15): Acautelai-vos e guardai-vos da avareza, horate -
“observai-vos a vós mesmos, mantende um olho extremamente cuidadoso sobre os
vossos próprios corações, para que princípios avarentos não entrem neles
furtivamente; e phylassesthe - preservai-vos a vós mesmos, mantende uma
atadura severa sobre os vossos próprios corações, para que os princípios
avarentos não os dominem, nem estabeleçam sua lei neles. A avareza é um
pecado contra o qual precisamos vigiar constantemente. Portanto, precisamos
ser frequentemente alertados contra ela.
2. O
motivo dela, ou um argumento para reforçar esta advertência: “Porque a vida
de qualquer não consiste na abundância do que possui”; isto é, “a nossa
felicidade e conforto não dependem de termos uma grande quantidade da
riqueza deste mundo”.
(1) A vida da alma, sem dúvida alguma, não depende
dela, e a alma é o homem. As coisas do mundo não se ajustarão à natureza de
uma alma, nem suprirão suas necessidades, nem satisfarão seus desejos, nem
durarão tanto quanto ela.
(2) A vida do corpo e a felicidade deste não
consistem na abundância destas coisas. Porque muitos que vivem contentes e
tranquilos, e atravessam o mundo muito confortavelmente, possuem apenas um
pouco da riqueza dele (um jantar de ervas com amor santo é melhor do que um
banquete de coisas gordurosas).
Por
outro lado, muitos que vivem miseravelmente, possuem uma quantidade muito
grande das coisas deste mundo; estes possuem abundância, no entanto não têm
nenhum conforto; eles privam a sua alma do bem, Eclesiastes 4.8. Muitos que
possuem abundância estão descontentes e desassossegados, como Acabe e Hamã.
E que bem a sua abundância lhes proporciona?
3. A
ilustração disto através de uma parábola, sendo que sua importância é
mostrar a loucura das coisas carnais deste mundo enquanto vivem, e sua
miséria quando morrem. Também há o propósito não só de censurar aquele homem
que veio até CRISTO com um pedido a respeito de seus bens, enquanto não
tinha nenhum cuidado com a sua alma e com o outro mundo, mas de reforçar
esta advertência necessária a todos nós, para nos guardarmos da avareza. A
parábola nos mostra a vida e a morte de um homem rico, e deixa que julguemos
se este homem era feliz.
HENRY. Matthew. Comentário Matthew Henry Novo Testamento MATEUS A JOÃO
Edição completa. Editora CPAD. pag. 622.
Lc 12.15 E disse ao povo: Acautelai-vos e
guardai-vos de toda espécie de cobiça (ou avareza); porque a vida do homem
não consiste na abundância das coisas que possui.
Não
era incumbência do Senhor nem finalidade de sua vinda ajudar o pedinte a
alcançar sua justa herança, mas curá-lo de sua mazela principal. “E
disse-lhes: Tende cuidado e guardai-vos de toda e qualquer avareza!” Ele
advertiu todos os ouvintes, porque quase todas as pessoas sofrem desse mal
fundamental.
Os
dois imperativos “vede” e “tende cuidado” no v.15a poderiam ser vistos como
recomendação: “Mantenham bem abertos os olhos contra a avareza!” Contudo a
tradução mais correta talvez seja: “Vede este homem que acaba de dirigir-se
a mim com uma demanda legal, e cuidai-vos!” O termo grego, traduzido por
avareza, designa mais precisamente “a avidez de ter cada vez mais”, e não o
desejo de conservar aquilo que já se possui. Esse último aspecto, porém, faz
parte do primeiro. Esse duplo anseio está baseado numa confiança
supersticiosa em bens terrenos, cuja posse é equiparada à felicidade.
A
complexa construção do texto básico no v. 15b, não obstante diversas
obscuridades do significado, aponta para a tolice da avareza no seguinte
sentido: “Ainda que alguém tenha em abundância, não conquistará vida por
meio de seus bens”. Provavelmente seja esse o significado dessa frase de
difícil formulação.
Fritz Rienecker. Comentário Esperança Evangelho de Lucas. Editora Evangélica
Esperança.
Lc 12.15 E disse ao povo: Acautelai-vos e
guardai-vos de toda espécie de cobiça (ou avareza); porque a vida do homem
não consiste na abundância das coisas que possui.
Essa
é uma advertência muito séria. Que cada ouvinte a leve a sério. Que comece
fazendo um inventário. Que ele tome como uma séria tarefa fazer a si mesmo e
reiteradamente a pergunta: “Sou, porventura, um homem cobiçoso? Experimento
a alegria de dar para as boas causas? Ou porventura sou uma pessoa egoísta?
Sinto uma paixão desordenada pelas possessões materiais? De ter honra e
prestígio?
Poder e posição? Em suma, sou cobiçoso?
A
palavra grega que é traduzida por cobiça é muito descritiva. Literalmente,
significa: A sede de ter mais, de ter sempre mais e mais e ainda mais. É
como se um homem que tem sede tomasse um copo de água salgada para saciá-la,
uma vez que tem à disposição unicamente essa água. Isso faz com que ele
tenha ainda mais sede. De modo que continua tomando mais e mais até que sua
sede o mata. Em relação a isso, pense também em uma das palavras alemãs que
significa cobiça: die Habgier, cf. a palavra holandesa: hebzucht, a paixão
descontrolada de ter ... ter ... ter ... mais ... e mais ... e ainda mais.
JESUS disse a essas pessoas - e diz a nós hoje - que não nos deixemos
escravizar por esse demônio da cobiça, e acrescenta: porque a vida de um
homem [a vida que realmente importa] não consiste na abundância de suas
possessões, seus bens terrenos.
HENDRIKSEN. William. Comentário do Novo Testamento. Lucas II. Editora
Cultura Cristã. pag. 179-180.
I -
A FÉ NÃO PODE FAZER ACEPÇÃO DE PESSOAS (Tg 2.1-4)
1-
Em CRISTO a fé é imparcial.
Tg
2.1 Os irmãos e irmãs eram membros da igreja e da família de Tiago na fé
cristã. O relacionamento familiar que Tiago está descrevendo está limitado
àqueles que têm a fé de nosso Senhor JESUS CRISTO. Devido à sua posição no
grupo de crentes, os leitores de Tiago deviam seguir as instruções que ele
lhes daria.
Os
crentes que iriam receber esta carta já eram culpados por tratar as pessoas
de modo diferente. Aparentemente, os crentes estavam avaliando as pessoas
com base somente em aspectos externos - aparência física, status, riqueza,
poder. Como resultado, eles estavam fazendo concessões a pessoas que
representavam estas posições de prestígio e sendo influenciados por elas.
A
recomendação de Tiago continua sendo importante para as igrejas de hoje.
Frequentemente, nós tratamos uma pessoa bem vestida e elegante melhor do que
uma pessoa que parece ser pobre. Nós fazemos isto porque preferimos nos
identificar com pessoas de sucesso do que com fracassos aparentes. A ironia,
Tiago nos lembra, é que os supostos vitoriosos podem ter conseguido o seu
estilo de vida impressionante às nossas custas. As nossas igrejas não devem
mostrar nenhuma parcialidade com respeito à aparência exterior, à riqueza,
ou ao poder de uma pessoa. A lei do amor deve governar todas as nossas
atitudes com relação aos outros. E muito frequente que se dê tratamento
preferencial aos ricos ou poderosos quando há posições na igreja que
precisara ser ocupadas. É muito frequente que uma igreja não demonstre
interesse pelas sugestões dos seus membros mais humildes ou pobres,
favorecendo as ideias dos ricos. Este tipo de discriminação não deve ter
lugar nas nossas igrejas.
Comentário do Novo Testamento Aplicação Pessoal. Editora CPAD. Vol 2. pag.
670-671.
OBSERVAÇÃO MINHA - Ev. Luiz Henrique - A
doutrina da predestinação como os calvinistas a entendem é acepção de pessoas, a
teologia da prosperidade pregada por neopentecostais é acepção de pessoas, a
justificação pura e simples pelas obras pregada pelo catolicismo católico é
acepção de pessoas.
O
Mandamento (Tg 2.1)
O
versículo 1 deveria ser lido como um mandamento para estar em concordância
com a natureza imperativa da epístola. Tiago começa sua palavra de
repreensão onde toda repreensão eficaz deve começar — ele identifica-se com
aqueles que repreende. Ele escreve aos meus irmãos (v. 1) e “meus amados
irmãos” (v. 5). Como um sábio líder de igreja, Tiago pede aos seus leitores
que avaliem a conduta deles em relação à sua lealdade cristã suprema — a fé
de nosso Senhor JESUS CRISTO. A expressão não tenhais a fé é uma referência
à fé que eles cultivavam e à forma em que deveriam fazê-lo. Tiago estava
escrevendo a homens e mulheres cristãos. Eles estavam bem cientes do
significado da fé cristã — a religião que CRISTO tinha trazido ao mundo.
Acepção de pessoas significa parcialidade; a exortação é: “Não mostrem
nenhum tipo de preconceito e de parcialidade” (NT Ampl.). Phillips coloca a
exortação de maneira ilustrativa: “Meus irmãos, jamais procurem misturar
esnobismo com fé em nosso glorioso Senhor JESUS CRISTO!”.
A.
F. Harper. Comentário Bíblico Beacon. Tiago. Editora CPAD. Vol. 10. pag.
165.
“Acepção de pessoas”: os antigos tinham outro entendimento de “pessoa” que
nós. Não se referiam tanto à personalidade individual de cada um, mas antes
ao rótulo que alguém tinha. Um era “escravo”, outro “cidadão”, outro
“comerciante”, um “general”, outro “príncipe”.
A
expressão “acepção da pessoa” = “ser partidário” ocorre particularmente na
tradução grega do AT, na Septuaginta [LXX]. Já no AT é rigorosamente
proibido que o juiz seja parcial em sua sentença (Lv 19.15; Dt 1.17; Sl
82.2). O juiz não podia pensar: “Essa pessoa é líder de um clã, por isso
tenho de fechar um olho.” Ou: “Esse é um escravo estrangeiro; aqui posso
estabelecer um exemplo de dureza.” Ser juiz significava encontrar e
promulgar o direito por incumbência e em lugar de DEUS. E a Bíblia atesta
incessantemente que perante DEUS não existe acepção da pessoa. Não considera
o rótulo nem a categoria humana, mas o próprio ser humano, fazendo justiça a
cada um (Dt 10.17; Rm 2.11; Ef 6.9; Cl 3.25).
Nenhuma acepção de pessoas: agora Tiago diz que fé e acepção de pessoas não
combinam. Importa que não creiamos em nossos papéis, nos rótulos, mas em
DEUS. Não são posses, posições ou “vestimenta gloriosa” que conferem glória,
mas unicamente o “Senhor da glória”.
Fritz Grunzweig. Comentário Esperança Carta De Tiago. Editora Evangélica
Esperança.
Dissensões na Ceia do Senhor, 1 Co 11.17-34
O
problema da modéstia feminina, em relação ao culto público, representava um
assunto de pouca importância quando comparado a alguns problemas que haviam
surgido na prática da Ceia do Senhor. A rejeição de uma cobertura para a
cabeça das mulheres pode ter se originado de falta de conhecimento ou de um
mal-entendido sobre a natureza da liberdade cristã. Mas a deliberada
perversão do sagrado serviço da Ceia do Senhor revelou uma indiferença pelos
ensinamentos cristãos básicos. Dessa forma, Paulo adotou um tom severo ao
denunciar a gula e as discussões associadas a esse símbolo de fraternidade.
1.
Uma Rigorosa Censura (11.17-22)
Porquanto vos ajuntais, não para melhor,
senão para pior. Ao invés de edificar a vida espiritual, a Ceia do Senhor
havia se tornado, para aquela igreja, um momento de declínio espiritual.
a)
Dissensões na igreja (11.18-19). Paulo escreve: Ouço que... há entre vós
dissensões (18). A palavra para dissensões (schismata) foi usada
anteriormente (1.10) para descrever o espírito que estava dividindo a
igreja. Quando as pessoas se reuniam para adorar a DEUS elas revelavam um
espírito de divisão e de exclusividade, até mesmo no ritual cristão mais
sagrado.
b)
Abusos na Ceia do Senhor (11.20-21). Em Corinto, a Ceia do Senhor não
era simplesmente um símbolo da ingestão de alimentos e bebidas. Era uma
verdadeira refeição. Aparentemente, cada membro levava alimentos ao culto.
Nas festas religiosas das religiões pagãs, a divisão dos alimentos era muito
comum, e recebia o nome de eranio. Na Igreja Primitiva, seus membros
aparentemente também participavam, em certas ocasiões, de uma refeição comum
que recebia o nome de festa (ou banquete) do amor, ou agape (2 Pe 2.13; Jd
12). Entretanto, em Corinto essa refeição não representava o amor cristão, e
nem mesmo a aparente boa vontade das festas pagãs. A esse respeito, Paulo
escreve: Porque, comendo, cada um toma antecipadamente a sua própria ceia; e
assim um tem fome, e outro embriaga-se (21).
Na
Santa Ceia de Corinto parece que cada pessoa colocava o alimento à sua
frente e começava a comer sua própria ceia. O quadro é de briga e gula para
comer as provisões antes que fosse possível “fazer uma distribuição geral
dos alimentos, para não precisar dividi-lo com os demais irmãos”.13 Como
consequência, os pobres que não podiam levar muito, ou aqueles que nada
podiam levar ou chegavam tarde, sairiam com fome. Dessa forma, um tem fome,
e outro embriaga-se. O verbo embriaga-se (methuein) geralmente significa
“ficar intoxicado”. Mas também significa comer e beber até à completa
satisfação, e este pode ser o seu significado aqui. De qualquer maneira, os
coríntios haviam deturpado completamente o significado da Santa Ceia. A Ceia
do Senhor é o símbolo do sacrifício, do amor e da fraternidade. Mas em
Corinto representava egoísmo, intemperança e indiferença às necessidades dos
outros.
Através do egoísmo deles, os membros mais
abonados perturbavam e humilhavam os pobres entre os crentes.
2. O
Significado da Ceia do Senhor (11.23-26)
A
Ceia representava a inauguração de um novo pacto de graça, e deveria ser
observada como um memorial. Tanto o “corpo partido” quanto o “sangue
derramado” deveriam ser considerados como símbolos e não como referências
literais ao corpo de CRISTO. As
afirmações: Fazei isto em memória de mim e Anunciais a morte do Senhor, até
que venha (26) confirmam a ideia de que a Ceia é uma lembrança espiritual ou
um símbolo da morte de CRISTO.
3.
Celebração da Ceia do Senhor (11.27-34)
A
Ceia do Senhor é uma recordação espiritual do ato de redenção de nosso
Senhor, e um testemunho público da nossa fé em JESUS CRISTO. A atitude de uma pessoa pode não estar
equilibrada com a importância da ocasião. Se ela participar da Ceia do
Senhor de forma frívola e descuidada, sem respeito ou gratidão, ou mesmo se
estiver em pecado ou manifestando amargura contra outro irmão crente, estará
participando indignamente.
Participar indignamente é ser culpado do corpo e do sangue do
Senhor. O crente deve
comparecer “na fé, e com o devido comportamento em relação a tudo aquilo que
é apropriado a este ritual solene”.
Exame espiritual (11.28). Antes de participar desse serviço sagrado,
examine-se o homem por meio de uma análise rigorosa. O crente deverá examinar seus motivos e seus atos.
O ensino de Paulo é totalmente positivo. Ele não diz que alguém
deva fazer um auto-exame, e deixar a mesa do Senhor em uma situação de
desespero. Pelo contrário, ele aconselha o homem a examinar seu coração e,
em seguida, cheio de uma fé sincera, coma deste pão, e beba deste cálice.
Os
perigos da irreverência (11.29-30). A versão ARA traduz o versículo 29 da
seguinte forma: “Quem come e bebe sem discernir o corpo, come e bebe juízo
para si”.
O
apóstolo indica que como resultado do abuso da Ceia do Senhor... há entre
vós muitos fracos e doentes e muitos que dormem (30). Paulo adverte que o
castigo de DEUS poderia acontecer, trazendo enfermidades e até a morte
física.
Participação reverente (11.31-34)
A
maneira de evitar o castigo de DEUS é nos julgarmos a nós mesmos de modo
voluntário e sincero (31).
Se um homem estiver com fome, coma em casa. A
finalidade da Ceia é lembrar aos crentes a obra redentora de CRISTO e
despertar na igreja um espírito de unidade e amor.
Para
os cristãos existe “Força Através das Ordenanças”. 1) Elas foram instituídas
pelo Senhor, 23a; 2) Elas são memoriais do sacrifício de CRISTO, 236-26; 3)
Elas exigem um auto-exame, 27-29; 4) Elas produzem a preocupação pelos
outros, 33-34.
Donald S. Metz. Comentário Bíblico Beacon. I Coríntios. Editora CPAD. Vol.
8. pag. 327-331.
I
Cor 11.17-34 — Esta passagem diz respeito às atividades impróprias que
estavam ocorrendo quando a igreja se reunia para participar da celebração da
eucaristia ou ceia do Senhor.
I
Cor 11.18 — Dissensões. E tentador compararmos as dissensões aqui com os
problemas que aparecem no capítulo 1, mas parece que as dissensões, nesse
versículo, estão relacionadas aos eventos que aconteciam quando a igreja se
reunia para a ceia do Senhor. E possível que as dificuldades estivessem
acima de distinções referentes a classes de ricos e pobres, ou judeus e
gentios. Quando a Igreja se reúne, todos devem se ajuntar como irmãos, mas,
ao que parece, não era isso que acontecia em Corinto. Em vez da união
recomendada por Paulo em 1 Coríntios 11.17 e enfatizada novamente nos
capítulos 12—14, havia divisão entre os cristãos.
EarI D.
Radmacher: Ronald B. Allen: H. Wayne House.
O Novo Comentário
Bíblico Novo Testamento com recursos adicionais. Editora Central Gospel.
pag. 431-432.
Problemas com respeito à Ceia do Senhor (11.17-34)
Há
quatro grandes verdades que vamos destacar nesta exposição:
Em
primeiro lugar, as repreensões do apóstolo Paulo à igreja (11.17-22). O
apóstolo Paulo acabara de fazer um elogio à igreja de Corinto (11.2). Agora,
porém, traz uma séria exortação: “Nisto, porém, que vos prescrevo, não vos
louvo, porquanto vos ajuntais não para melhor, e sim para pior” (11.17).
O
que estava acontecendo? Mais uma vez divisão na igreja de Corinto. As
divisões na igreja haviam chegado a proporções alarmantes. Além do culto à
personalidade em torno de alguns líderes (1.12), agora Paulo mostra que os
crentes estavam indo à igreja e voltando para casa piores (11.17). O culto
na igreja estava desembocando em certo esnobismo perverso e odioso por parte
dos ricos. Eles estavam desprezando os pobres. Os ricos estavam
desprezando a Igreja de DEUS e envergonhando os pobres. “Porque, ao
comerdes, cada um toma, antecipadamente, a sua própria ceia; e há quem tenha
fome, ao passo que há também quem se embriague” (11.2). A Ceia era precedida
pela Festa do Amor, a festa do Ágape.
A
Bíblia fala dessa festa em Judas 12. No dia em que a Ceia do Senhor era
celebrada servia-se uma refeição completa. Os crentes comiam, bebiam,
repartiam, se confraternizavam e depois, num clima de comunhão, celebravam a
Ceia do Senhor. Essa foi uma prática da igreja apostólica que se perdeu na
História.
A
Festa do Agape era não apenas um tempo de comunhão, mas, também, e,
sobretudo, um ato de amor aos membros mais pobres da igreja. Era uma
oportunidade para os cristãos ricos repartirem um pouco de seus bens
materiais com os pobres. Uma vez que todos traziam de casa alguma coisa para
comer e faziam uma espécie de ajunta-prato, os pobres poderiam participar de
uma boa refeição pelo menos uma vez na semana. Depois desse banquete, então,
eles celebravam a Ceia.
Em
segundo lugar, a deturpação da Festa do Amor (11.17-22,33,34). Na igreja de
Corinto, durante a Festa do Amor, os ricos se isolavam e comiam à vontade as
finas iguarias dos próprios banquetes que traziam de casa, e bebiam a ponto
de se embriagarem. Do outro lado, porém, ficavam os pobres, que não tinham
condições de trazer alimentos de casa e passavam fome. Depois de toda essa
atitude odiosa de preconceito e desamor, eles se reuniam e celebravam a Ceia
do Senhor. E nesse contexto que Paulo os reprova, dizendo-lhes que estavam
se reunindo para pior. Essa não é a Ceia do Senhor que eles estavam
participando. A atitude deles não era compatível com a celebração da Ceia do
Senhor. Agindo dessa forma eles estavam desprezando a Igreja de DEUS.
Eles eram esnobes e orgulhosos (11.21). Os ricos, de um lado, comiam os
melhores churrascos e bebiam os melhores vinhos até a embriaguez enquanto os
pobres ficavam do outro lado passando fome. De um lado estavam os pobres com
fome e do outro estavam os ricos bêbados. Depois dessa feira de vaidades, os
ricos ainda tinham a petulância de dizer: “Agora nós vamos celebrar a Ceia
do Senhor”. Agindo assim, feriam a comunhão, humilhavam os irmãos pobres e
desonravam a DEUS. E importante ressaltar que a atitude egoísta dessas
pessoas estava em flagrante contraste com a oferta altruísta e sacrificial
de CRISTO que deu Sua vida para o resgate dos pecadores. A Ceia que eles
celebravam apontava para a oferta sacrificial de CRISTO e eles a celebravam
com gestos de egoísmo e não de amor altruísta.
LOPES, Hernandes Dias. 1 Coríntios Como resolver conflitos na Igreja.
Editora Hagnos. pag. 210-220.
2- O
amor de DEUS tem de ser manifesto na igreja local.
A
cena imoral descrita por Tiago
Nos
versículos de 2 a 4, Tiago descreve uma cena que, muito provavelmente, não
se trata de uma mera hipótese ou conjectura, como aparenta ser à primeira
vista, mas de algo que o próprio apóstolo deve ter presenciado em algum
ajuntamento de crentes da Igreja Primitiva em seus dias, para seu imenso
desgosto e indignação. Vamos ler atentamente a descrição que Tiago faz dessa
cena e, em seguida, vejamos alguns detalhes elucidativos que encontramos
nela:
“Porque, se no vosso ajuntamento entrar algum homem com anel de ouro no
dedo, com vestes preciosas, e entrar algum pobre com sórdida vestimenta, e
atentardes para o que traz a veste preciosa e lhe disserdes: Assenta-te tu
aqui, num lugar de honra, e disserdes ao pobre: Tu, fica aí em pé ou
assenta-te abaixo do meu estrado, porventura não fizestes distinção dentro
de vós mesmos e não vos fizestes juízes de maus pensamentos?”
O
primeiro detalhe que nos chama a atenção nessa passagem é o vocábulo grego
traduzido aqui por “ajuntamento”. Ele é o mesmo utilizado para referir-se às
sinagogas judaicas: Synagoge. Curiosamente, como lembra o teólogo A. F.
Harper, “esse é o único texto do Novo Testamento em que uma congregação
cristã é chamada de sinagoga”. O uso do termo “sinagoga” aqui sugere o
óbvio: que Tiago está falando a cristãos judeus, isto é, a judeus
convertidos ao Cristianismo, os quais ainda se reuniam por essa época em
ajuntamentos ao estilo judaico e, por isso, muito provavelmente, ainda
traziam consigo práticas das sinagogas de seus dias que se chocavam com o
espírito do Evangelho. Tais práticas haviam, inclusive, já sido alvo da
repreensão de JESUS, como podemos ver em Mateus 23.6. Inclusive, os escribas
e fariseus, que JESUS censura nessa passagem por terem, dentre outros muitos
comportamentos pecaminosos, o hábito de amarem “os primeiros lugares nas
ceias e as primeiras cadeiras nas sinagogas”, eram, segundo o relato do
evangelista Lucas, homens bem aquinhoados financeiramente e — conforme ele
mesmo os define expressamente — “avarentos” (Leia Lucas 16.9- 15). A
narrativa dos evangelhos dá a entender, por exemplo, que os fariseus
Nicodemos e Simão, simpáticos a JESUS, eram ricos (Jo 3.1; Lc 7.36-50). Isso
não quer dizer, claro, que todos os fariseus eram ricos. Só uma parte o era.
Acredita-se que a maioria era de classe média. Os saduceus é que,
provavelmente, eram, em sua maioria, ricos.
Na
época de JESUS e Tiago, era comum homens de elevada posição social, política
ou religiosa serem bajulados nas sinagogas, enquanto os mais pobres eram
geralmente preteridos, desprezados. Durante o seu ministério terreno, JESUS
chamou a atenção para esse comportamento mais de uma vez, condenando-o, como
podemos ver em passagens como Mateus 12.41-44 e 23.6.
Mas,
outro detalhe importante dessa cena descrita por Tiago é que ele não
necessariamente se refere a crentes que costumeiramente frequentavam essas
sinagogas cristãs, esses ajuntamentos de crentes em CRISTO. É mais provável
que ele esteja aludindo a ricos e pobres que apenas visitavam essas reuniões
e não a membros regulares. Quanto a se eram crentes em CRISTO ou não, como
afirma Harper, “há divergência de opinião” entre os comentaristas bíblicos
“se esses eram visitantes cristãos ou não cristãos”; mas, seja como for, “a
verdade espiritual do texto não muda”, ela não é alterada pelo fato de os
visitantes serem crentes ou não. A maioria, porém, acredita que Tiago se
refira a visitantes ricos crentes, devido ao contexto da Epístola, que traz
também repreensões voltadas exclusivamente para cristãos ricos que agiam
como ímpios, como podemos ver no capítulo 5 desta Epístola.
Mais
um detalhe a ser considerado é a descrição “com anel de ouro no dedo e com
vestes preciosas” (Tg 2.2). Explica Harper que “o anel de ouro indicava que
esse homem era do Senado ou um nobre romano”, pois “durante os primeiros
anos do Império [Romano], somente homens nessa posição tinham o direito de
usar esse tipo de anel”. Já “vestes preciosas” é uma referência a belas
togas brancas, que eram uma vestimenta “usada frequentemente por candidatos
a um oficio político”.
A
expressão “abaixo do meu estrado” (Tg 2.3) é uma alusão ao fato de que, em
uma sinagoga, “pessoas de uma posição inferior ficavam em pé ou sentavam no
chão”. Logo, “abaixo do meu estrado” deve ser compreendido como “aos meus
pés”. Isto é, enquanto as cadeiras das sinagogas e os demais assentos do
ajuntamento eram reservados para os anciãos, escribas, fariseus e saduceus,
e a qualquer outra pessoa na congregação que fosse detentora de privilegiada
posição social, os pobres ficavam no pé ou no chão. E o mesmo estava
ocorrendo nos ajuntamentos dos cristãos judeus, denuncia e repreende Tiago,
que declara contundentemente: “Porventura não fizestes distinção dentro de
vós mesmos e não vos fizestes juízes de maus pensamentos?” (Tg 2.4).
Alexandre Coelho e
Silas Daniel. Fé e Obras, Ensinos de Tiago para uma Vida Cristã Autêntica.
Editora CPAD. pag. 74-77.
Tg
2.2,3 Tiago nos propõe um vivido caso hipotético de estudo. Dois homens
estavam entrando em uma reunião da igreja. Nós podemos supor que estes dois
homens fossem visitantes, uma vez que são descritos somente pela aparência.
Um dos homens era rico, como se observa por suas vestes preciosas e por seu
anel de ouro no dedo. O outro era pobre e com sórdida vestimenta. Neste
cenário, o homem rico é tratado com deferência e recebe um lugar de honra.
Os crentes ficaram impressionados com ele. Ele tornou-se objeto de um
serviço e de uma deferência especiais.
O
homem pobre, no entanto, pode somente ficar em pé ou se sentar no chão
(versão NTLH). Não lhe dão nem dignidade nem conforto. Tiago manifesta-se
contra isto. É o nosso relacionamento com CRISTO que nos dá dignidade, e não
a nossa profissão ou as nossas posses. Quando nos reunimos para adorar,
devemos estar conscientes de que, mesmo que conheçamos a todos os que estão
no recinto. CRISTO está presente, Se houver dois ou três de nós reunidos em
seu nome, Ele está ali (Mt 18.20). Antes de adorar, devemos reconhecer a
presença de DEUS. Não podemos supor que Ele segue o seu próprio conselho?
Quando JESUS se reúne conosco, Ele assume um lugar de honra ou compete pela
nossa atenção? Ou imaginamos que JESUS ocupa o lugar de maior humildade
entre nós e espera ser reconhecido como Senhor? Quando negligenciamos ou
ignoramos os pobres ou desamparados, nós também estamos ignorando a CRISTO.
Comentário do Novo Testamento Aplicação Pessoal. Editora CPAD. Vol 2. pag.
671.
Tg
2.2s
“Mas
vem também um pobre em trajes sujos”: provavelmente também ele seja alguém
que não faz parte da igreja. Talvez o dirigente fique um pouco irritado
porque chegou tão tarde. Usa um traje sujo. Por sua origem e educação talvez
nem mesmo esteja acostumado a cuidar muito da aparência. Talvez também seja
um escravo que apenas naquele instante teve permissão de sair do trabalho,
não tendo mais tempo para se lavar e trocar de roupa. De forma alguma será
conduzido para fora. Anunciam-lhe que no canto, ao lado da porta, ainda
existe espaço para ficar em pé e, se quiser, também poderá vir à frente e se
sentar nos degraus do estrado elevado.
Talvez esses cristãos nem mesmo notassem algo. Tiago não critica a cortesia
dos dirigentes da igreja para com o novo participante, nem as possibilidades
modestas oferecidas pela sala de reuniões. O foco de sua crítica é a
diferença que se faz. É sobejamente sabido que isso acontece no mundo.
Afinal, o mundo não conhece outra nobreza do ser humano do que aquela obtida
pela posição na sociedade. Isso porém não pode acontecer de jeito nenhum na
igreja de JESUS. Na verdade o evangelho não nos concede nem o direito nem o
dever de mudar as condições sociais pela revolução. Porém as diferenças
sociais se mostram mínimas diante da dádiva preparada por DEUS para o ser
humano: “glória”. Tiago ensina a arcar com as consequências práticas do fato
de que a glória concedida pelo “Senhor da glória” pesa infinitamente mais
que a “glória” proporcionada por bens, posição, estudo e “vestes
esplendorosas”.
Tiago praticamente nos obriga a encarar a pergunta sobre as nossas
deficiências atuais nessa questão. É fácil criticar as condições sociais da
Antiguidade ou dizer que há cem anos a igreja fracassou na questão social.
Facilmente nos tornamos “cegos funcionais” em vista dos erros da nossa
geração. Talvez façamos irrefletidamente o que mais tarde seremos forçados a
reconhecer como falha grosseira.
a)
Não sabemos se a velhinha que se assenta nos fundos sem alarde e ora
pelos
outros não realiza mais em prol dos frutos da reunião do que o famoso
evangelista no púlpito. Por isso também nesse aspecto não devemos fazer
acepções! b) Sejamos gratos pelo membro abastado da igreja que com seus
auxílios e doações financia boa parte do trabalho. Mas por isso não
devemos
lhe dar preferência sobre outros (Mc 12.41-44). A alegria pelo renomado
cientista que colabora na igreja tem toda a razão de ser, porém não
deve
levar a idolatrar essa pessoa. Colocaríamos o próprio em risco. c)
Nosso
objetivo é envolver os jovens nas responsabilidades das igrejas e
congregações, onde existem, mas não de forma que os idosos passem a
sentir-se desvalorizados. d) Operários estrangeiros e pessoas de cor de
forma alguma podem ser tratados como pessoas de segunda categoria entre
os
cristãos. e) Não queremos tratar com desprezo pessoas moralmente
problemáticas, viciadas etc. Se por um lado não podemos aprovar tudo
isso,
por outro não sabemos que circunstâncias e aflições as levaram a essa
dependência e quantas lutas enfrentam. Seja como for: nosso Senhor está
pronto para acolhê-las. Logo também nós queremos fazer o mesmo. f) Um
ídolo
de cunho especial é hoje a realização. Uma pessoa é classificada de
acordo
com o que é capaz de produzir. Por isso precisa existir um lugar em que
essa
regra cruel não vigore: a igreja de JESUS. Nela o ser humano, amado por
DEUS, tem valor em si. g) Observemos a nós mesmos: com que
diferenciação na
atitude interior eventualmente vamos ao encontro de pessoas, para quem
levantamos o olhar, e para quem pensamos poder olhar de cima para baixo
(em
geral sem fundamento real)?
Fritz Grunzweig. Comentário Esperança Carta De Tiago. Editora Evangélica
Esperança.
3-
Não sejamos perversos (v.4).
O
que quer dizer a expressão “juízes de maus pensamentos”? Trata-se de uma
referência a juízes que julgam com base em pensamentos errados, equivocados,
ou seja, tendo como fundamentos, padrões absolutamente equivocados,
critérios iníquos.
Harper entende que a melhor tradução aqui seria “juízes
com mais
pensamentos”, que é a utilizada em inglês pela Revised Standard
Version. Ele apresenta ainda um preciso resumo dos padrões errados
desses cristãos
que honravam os nobres e preteriam os pobres na congregação. Vejamos
esse
resumo:
Que
tipo de pensamentos maus esses cristãos mal orientados estavam tendo?
1)
Que a vestimenta fina era a marca de homens finos e que roupa comum
significava caráter comum.
2)
Que a riqueza é um marco do valor das pessoas.
3)
Que a posição financeira fazia diferença na aceitação na igreja.
4)
Que “sistemas de castas” sociais e econômicas são aceitáveis para CRISTO e
apropriadas para sua Igreja.
Ainda hoje, infelizmente, há pessoas que se deixam guiar por esses critérios
iníquos. Isso só revela o quão distante os seus corações estão ainda do
verdadeiro Evangelho. Como afirma Matthew Henry, “a deformidade do pecado
nunca é verdadeira e totalmente discernida até que o mal dos nossos
pensamentos seja revelado; e é isso que agrava extremamente as faltas do
nosso temperamento e da nossa vida, que ‘toda imaginação dos pensamentos de
seu coração era só má continuamente’ (Gn 6.5)”. Que DEUS nos livre de
cairmos nesse mesmo pecado! Que em nossas igrejas e no nosso dia a dia
tratemos a todos com honra, amor e respeito, independente da condição social
de cada um.
Alexandre Coelho e
Silas Daniel. Fé e Obras, Ensinos de Tiago para uma Vida Cristã Autêntica.
Editora CPAD. pag. 77-78.
Tg
2.4 Este tipo de distinção mostra que os crentes estão sendo dirigidos por
motivos errados. Tiago condenou o seu comportamento, porque CRISTO os tinha
tornado um só (Gl 3.28). Por que é errado julgar uma pessoa com base na sua
situação econômica? A riqueza pode ser um sinal de inteligência, de decisões
sábias, e de trabalho árduo. Por outro lado, ela pode querer dizer
simplesmente que a pessoa teve a boa sorte de nascer em uma família rica.
Ela também pode até ser um sinal de avareza, desonestidade, e egoísmo.
Quando honramos uma pessoa apenas porque ela se veste bem, estamos
considerando a aparência como algo mais importante do que o caráter.
Outra suposição falsa que às vezes influencia o nosso tratamento dos ricos é
a interpretação equivocada do relacionamento de DEUS com a riqueza. É fácil,
porém enganoso, acreditar que as riquezas são um sinal da bênção e da
aprovação de DEUS.
Mas
DEUS não nos promete recompensas ou riquezas terrenas; na verdade, CRISTO
nos convoca para que estejamos dispostos a sofrer por Ele e desistir de tudo
para nos agarrarmos à vida eterna (Mt 6.19-21; 19.28-30; Lc 12.14-34; 1 Tm
6.17-19). Teremos riquezas incalculáveis na eternidade se formos fiéis na
nossa vida atual (Lc 6.35; Jo 12.23-25; Gl 6.7-10; Tt 3.4-8).
Comentário do Novo Testamento Aplicação Pessoal. Editora CPAD. Vol 2. pag.
671.
Tg
2.4 “Porventura não caístes em contradição convosco mesmos?”: “Tendes a
nobreza divina eterna e usais como parâmetro as pequenas coisas
transitórias, aplicando-as uns aos outros! Isso não é inconsequente? Como
nosso comportamento muitas vezes corresponde pouco à nossa percepção cristã
correta! Com que facilidade nos metemos nos sulcos costumeiros de nossa
atitude anterior e de nosso entorno!
“Vós
vos tornastes juízes com (segundo) pensamentos perversos”: O termo grego
ponerós = “mau” é usado no NT como substantivo que designa o maligno, o
inimigo. Ele visa destruir a obra que DEUS realiza em nós e através de nós:
a) a “veste gloriosa”, os bens, o nível social se tornam um ídolo. Ele é
levado mais a sério do que aquilo que DEUS dá e faz, e até mesmo do que o
próprio DEUS. b) Em razão disso a igreja de JESUS sofre divisão. O amor
esfria. Pessoas são magoadas. Eventualmente elas se distanciam da igreja e
até mesmo de seu próprio Senhor. c) Debilita-se a eficácia da igreja em
termos missionários, naquilo que ela diz, faz e é, tanto através daquilo que
o ambiente mostra, como também em vista da autoridade interior perante DEUS.
Fritz Grunzweig. Comentário Esperança Carta De Tiago. Editora Evangélica
Esperança.