Lição 12 - Um Tipo do
Futuro Anticristo 1 Parte
Lições Bíblicas - 4º Trimestre de 2014 -
CPAD - Para jovens e adultos
Tema: A Integridade Moral e Espiritual - O Legado Do
Livro De Daniel Para A Igreja Hoje.
Comentários: Pr. Elienai Cabral
Complementos,
ilustrações, questionários e vídeos: Ev. Luiz Henrique de Almeida Silva
Questionário
NÃO DEIXE DE ASSISTIR AOS VÍDEOS DA LIÇÃO ONDE TEMOS
MAPAS, FIGURAS, IMAGENS E EXPLICAÇÕES DETALHADAS DA LIÇÃO
http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/videosebdnatv.htm
veja
LIÇÃO 12, ZACARIAS, O REINADO MESSIÂNICO
- 4º
Trimestre de 2012 -
http://www.youtube.com/playlist?list=PL9TsOz8buX1_ZiGvlR4p5ETqRtT6ABKj2
http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/videosebdnatv-2trim2012.htm
(Arrebatamento, Governo do Anticristo, Milênio, Formosa Jerusalém, Juízo Final)
VÍDEOS -
2º Trimestre de 2012 -
Lição 1, Apocalipse, a revelação de Jesus
Cristo,
Lição 2, A visão do Cristo Glorificado,
Lição 10, O governo do
Anticristo,
Lição 11, O Evangelho do Reino no império do mal,
Lição 12, O Juízo Final,
Lição 13, A formosa Jerusalém
TEXTO ÁUREO
"Ninguém, de maneira alguma, vos engane,
porque não será assim sem que antes venha a apostasia e se manifeste o homem
do pecado, o filho da perdição"(2 Ts 2.3).
VERDADE PRÁTICA
As conquistas ditatoriais e as atrocidades de
Antíoco Epifânio dão uma noção do que será o futuro Anticristo na Grande
Tribulação.
LEITURA DIÁRIA
Segunda - Dn 7.7,8 O pequeno chifre do animal
espantoso
Terça - 1 Jo 2.22 O "mentiroso"
Quarta - 1 Jo 2.18 O "anticristo"
Quinta - 2 Ts 2.3,8 O "homem da iniquidade"
Sexta - Mt 24.15 O abominável da desolação
Sábado - 2 Ts 2.8; Ap 19.20 O Anticristo será
lançado no Lago de Fogo
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE - Daniel
11.1-3,21-23, 31,36
1 Eu, pois, no primeiro ano de Dario, medo,
levantei-me para o animar e fortalecer. 2 E, agora, te declararei a verdade:
Eis que ainda três reis estarão na Pérsia, e o quarto será cumulado de
grandes riquezas mais do que todos; e, esforçando-se com as suas riquezas,
agitará todos contra o reino da Grécia. 3 Depois, se levantará um rei
valente, que reinará com grande domínio e fará o que lhe aprouver.
21 Depois, se levantará em seu lugar um homem
vil, ao qual não tinham dado a dignidade real; mas ele virá caladamente e
tomará o reino com engano. 22 E, com os braços de uma inundação, serão
arrancados de diante dele; e serão quebrantados, como também o príncipe do
concerto. 23 E, depois do concerto com ele, usará de engano; e subirá e será
fortalecido com pouca gente.
31 E sairão a ele uns braços, que profanarão
o santuário e a fortaleza, e tirarão o contínuo sacrifício, estabelecendo a
abominação desoladora.
36 E esse rei fará conforme a sua vontade, e
se levantará, e se engrandecerá sobre todo deus; e contra o DEUS dos deuses
falará coisas incríveis e será próspero, até que a ira se complete; porque
aquilo que está determinado será feito.
INTERAÇÃO
Quando encerramos a leitura do Antigo
Testamento e deparamo-nos com o primeiro livro do Novo Testamento, o
Evangelho de Mateus, nós não imaginamos o lapso de tempo que representa
passar de uma página a outra. Foram aproximadamente quatrocentos anos de um
período considerado "o silêncio de DEUS". Entretanto, acontecimentos
proféticos cumpriram-se neste período onde surgiu um personagem na história,
considerado por muitos o Anticristo, mas considerado pelos principais
estudiosos do Antigo Testamento, uma figura do Anticristo: Antíoco Epifânio.
Um personagem importante na história bíblica e secular.
OBJETIVOS- Após esta aula, o aluno deverá
estar apto a:
Conhecer as predições proféticas do capítulo
onze de Daniel.
Destacar o caráter perverso de Antíoco
Epifânio, o imperador da Síria.
Saber que Antíoco Epifânio prefigura o
Anticristo que há de vir.
ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Prezado professor, para a aula de hoje,
procure se preparar com informações sobre o personagem central da lição: o
imperador sírio Antíoco Epifânio. Um homem cruel, imoral e que profanou o
Templo dos judeus em Jerusalém. Procure pesquisar informações históricas de
sites confiáveis, revistas de história e livros que abordem o período
considerado interbíblico. Este é um período pouco estudado pelos
professores, mas crucial para compreender o momento histórico da invasão em
Jerusalém após o retorno do cativeiro e a pessoa de Antíoco Epifânio como a
figura do futuro Anticristo. Boa aula!
Resumo da
Lição 12 - Um Tipo do
Futuro Anticristo
I - PREDIÇÕES PROFÉTICAS CUMPRIDAS COM
EXATIDÃO (11.2-20)
1. A revelação sobre o fim do Império
Medo-Persa (11.2).
2. Um rei valente (11.3).
3. A divisão do reino entre quatro generais
(11.4-20).
II - O CARÁTER PERVERSO DE ANTÍOCO
EPIFÂNIO (11.21-35)
1. Antíoco Epifânio foi um rei perverso e
bestial.
2. Antíoco Epifânio invadiu Jerusalém
(11.28).
3. Antíoco Epifânio era cruel (vv.31-35).
III - ANTÍOCO EPIFÂNIO, TIPO DO
ANTICRISTO
1. O "homem vil" que chega ao poder.
2. O futuro governante mundial no "tempo do
fim".
3. Precisão profética.
SINOPSE DO TÓPICO (1) O capítulo onze de
Daniel é uma profecia a respeito da queda do império medo-persa, a ascensão
do império grego e a sua posterior divisão em quatro partes.
SINOPSE DO TÓPICO (2) - O imperador Antíoco
Epifânio era perverso, bestial e cruel. Ele arrasou a cidade de Jerusalém.
SINOPSE DO TÓPICO (3) - Antíoco Epifânio
assumiu o papel de divindade tal qual o apóstolo Paulo revela acerca do
Anticristo: "se opõe contra tudo que se chama DEUS ou se adora".
AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO II - Subsídio
Teológico
"A Marca da Besta (13.16-18)
O versículo 18 oferece uma pequena lista para
se entender o sentido da marca e do nome, ou caráter, da besta. O número
666, no entanto, tem-se tornado mui controvertido, e vem promovendo mais
especulações que qualquer outra coisa da Bíblia. Antes da invenção dos
números arábicos (0,1,2,3...), os judeus e gregos tinham de escrever os
números por extenso. Com o passar do tempo, começaram a substituir as letras
do alfabeto pelo nome dos números. Assim, as primeiras dez letras eram
usadas para os números de 1 até 10. A letra seguinte designava o 20, a outra
30, e daí por diante.
Vem se constituindo num passatempo popular
adicionar letras aos mais diversos nomes para se obter a identidade da
besta. Alguns concluem que o Anticristo haja sido Nero César, pois tal nome
em caracteres hebraicos soma 666. Contudo, o Apocalipse está no grego, e
fala do Alfa e do Ômega, letras do alfabeto grego; e não 'Alefe' e 'Tau',
letras do alfabeto hebraico. Assim há somente especulação ao atribuir-se o
número 666 a Nero.
Através da história, vem-se tentando
identificar nos ditadores e tiranos. Quando me encontrava em Israel em 1962,
um judeu convertido disse-me para prestar atenção no nome de Richard Nixon,
pois vertido em hebraico soma exatamente 666. Mais tarde, um irmão da Itália
contou-me que a inscrição dedicada ao papa, e que pode ser vista no interior
da basílica de São Pedro, em Roma, em algarismos latinos, também soma 666. É
digno de nota que alguns escribas antigos substituíssem o número 666, por
6I6, para que se encaixasse com o nome de Calígula. A igreja primitiva,
unanimemente, rejeitou o artifício.
O Apocalipse, contudo, nada fala sobre a soma
de números do nome da besta. A única chave é esta: "é o número de um homem".
Expositores da Bíblia interpretam o seis para simbolizar a raça humana. O
três para designar a Trindade. A tripla repetição - 666 - pode simplesmente
significar que o Anticristo é um homem que crê ser um deus, membro de uma
trindade composta pelo Anticristo, Falso Profeta e Satanás (2 Ts 2.4; Ap
13.8)" (HORTON, Stanley M. Apocalipse: As coisas que brevemente devem
acontecer. 2.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2001, p.185).
VOCABULÁRIO
Ignominiosa: Que provoca horror, vergonha.
Escrúpulo: Consciência dotada de sentido
moral; caráter íntegro.
Despojos: O que se toma ao inimigo; presa,
espólio.
Profanar: Tratar desrespeitosamente; ofender,
afrontar, macular.
Dietética: Relativo a dieta.
BIBLIOGRAFIA SUGERIDA
LAHAYE, Tim; HINDSON (Ed.). Enciclopédia
Popular de Profecia Bíblica. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2004.
SILVA, Severino Pedro. Daniel Versículo por
Versículo: As visões para estes últimos dias. 13.ed. Rio de Janeiro: CPAD,
2005
SAIBA MAIS pela
Revista Ensinador Cristão CPAD - nº 60. p.42.
UM TIPO DO FUTURO ANTICRISTO
Antíoco IV Epifânio foi um déspota selêucida cruel,
vingativo e opressor. Para a aula do capítulo 11 do livro de Daniel,
precisamos conhecer um pouco mais sobre as ações desse rei que procurou
"helenizar" a Palestina entre 168-164 a. C.
A história nos conta que a partir das rixas locais em
Jerusalém —Jasão, por exemplo, tentou se reconduzir ao cargo de
Sumo-Sacerdote matando partidários de Menelau — Antíoco Epifânio invadiu
a Cidade Santa massacrando muitos judeus, saqueando o Templo e
reempossando Menelau a função de Sumo-Sacerdote. Note que o
Sumo-Sacerdócio há muito havia deixado de ser uma instituição nomeada
por DEUS. Era uma instituição marcada pela conquista do poder pelo
poder. Essa cultura permaneceria assim com o advento do Senhor JESUS.
Através dessa cultura de poder o nosso Senhor foi assassinado em plena
Palestina.
Anos mais tarde Antíoco Epifânio voltou a atacar a
Palestina. Dentre as suas intenções para com aquela região estava não
somente o ataque, mas a mudança da mentalidade cultural dos judeus, da
sua religião e da sua identidade como povo. Veja as seguintes ações de
Epifânio:
1. Forçou a aculturação dos judeus na cultura helênica.
2. Ordenou uma perseguição amarga e sangrenta aos que
resistiram à cultura e à religião helenísticas na Palestina.
3. Em 167 a. C., erigiu um ídolo consagrado a Zeus e
sacrificou porcos sobre o altar no Templo de Jerusalém.
4. Proclamou-se divino. Seu sobrenome, "Epifânio",
significa "deus manifestado".
A figura de Antíoco Epifânio representa o ápice do
cumprimento da profecia bíblica. Foi um ser cruel e histórico. Entrou no
lugar santo o blasfemou. Voltou-se contra o DEUS de Israel profanando o
altar do Templo. Antíoco Epifânio é uma prova de como uma profecia
bíblica cumpri-se na história. Mostra como DEUS é atemporal e
encontra-se para além da história. De acordo com os estudiosos da linha
dispensasionalista, até o versículo trinta e cinco do capítulo onze de
Daniel vemos a exata descrição de Antíoco Epifânio.
Pelo caráter traiçoeiro, cruel, astuto e enganador de
Antíoco Epifânio é que muitos estudiosos colocam como um tipo do
Anticristo de acordo com o Novo Testamento. Estudar a história de um
povo para compreendermos o todo de uma profecia é uma tarefa
importantíssima.
Revista
Ensinador Cristão.
Editora CPAD. pag. 42.
COMENTÁRIOS DE DIVERSOS AUTORES (Com subtrações e adições
do Ev. Luiz Henrique)
INTRODUÇÃO
Neste capítulo trataremos de um personagem que se destaca
dentro da profecia de Daniel e envolve fatos que já aconteceram e se
cumpriram historicamente. O cumprimento dessas profecias fortalece a
confiança e a credibilidade das visões e revelações de Daniel. Porém, o
personagem que aparece é um dos últimos reis do Império Grego, chamado
Antíoco Epifânio IV, da família dos ptolomeus, o qual será destacado
pela crueldade e pelo desprezo às coisas sagradas. Ele aparece mais no
final do capítulo 11.
O capítulo 11 traz uma profecia que abrange os Impérios Medo-persa,
que estava acontecendo com 4 reis, e o Grego que estava para se iniciar
com seu futuro escatológico, para esses dias em que foram profetizadas. O seu cumprimento se inicia,
literalmente, a partir do final dos dias da vida de Daniel sob o reinado
de Dario, o medo. Neste capítulo DEUS revela a Daniel eventos proféticos
que se cumpriram no período interbíblico, ou seja, aquele período entre
o Antigo e o Novo Testamentos. Porém, a revelação maior dessa profecia
diz respeito ao personagem histórico Antíoco Epifânio. Esse personagem
refere-se a um futuro rei com as mesmas características que aparecerá,
escatologicamente, no futuro, como o Anticristo revelado no Novo
Testamento. As profecias do capítulo 11 se cumpriram e ocorreram entre
os reinados de Dario, o medo (539 a. C.) e Antíoco Epifânio (175-163 a.
C.). Porém, a parte do texto dos versículos 36-45 diz respeito a Israel
em tempos ainda não cumpridos e que estão relacionados intimamente com
os capítulos 12 de Daniel e 13 de Apocalipse. DEUS controla a história.
Elienai
Cabral. Integridade Moral e Espiritual. O Legado do Livro de
Daniel para a Igreja Hoje. Editora CPAD. pag. 149-150.
No capítulo 11 do livro de Daniel o anjo de DEUS ainda
está falando com ele. Os reinos se levantam e caem segundo o programa de
DEUS. DEUS é soberano, e Ele está dirigindo a história.
A Babilônia caiu pela mão de DEUS. Stuart Olyott descreve
essa verdade assim: “O império babilônico foi derrubado pelo poder de
CRISTO. Os medos e persas foram Seus instrumentos terrenos, mas a
efetiva queda de Babilônia foi um ato divino realizado pelo próprio
Filho de DEUS”. Agora, os reis da Pérsia também cairão. Cairá também o
grande rei da Grécia. As lutas internas que se travarão entre os reinos
do Norte e do Sul estão profetizadas e nada escapará ao controle divino.
Esse capítulo 11 de Daniel é um verdadeiro retrato do
futuro. E a história sendo contada antes dela acontecer. Osvaldo Litz
chama esse capítulo de “recortes do futuro”.
DEUS está levantando a ponta do véu e mostrando o futuro
para Daniel (v. 2). DEUS escreve a história antecipadamente. As coisas
acontecem porque DEUS as determinou. A história estava escrita desde a
eternidade nos livros divinos (Dn 10.21), mas também seria registrada no
livro de Daniel bastante tempo antes que acontecesse.
LOPES.
Hernandes Dias. DANIEL Um homem amado no céu. Editora Hagnos.
pag. 135-136.
Nesse capítulo, o anjo Gabriel trabalha no cumprimento da
promessa feita a Daniel no capitulo anterior, isto é, ele mostra o que
aconteceria ao seu povo nos dias finais, de acordo com o que estava
escrito nas escrituras da verdade. E, muito particularmente, ele prevê
aqui a sucessão dos reis da Pérsia e da Grécia e os negócios desses
reinos, especialmente a maldade que Antíoco Epifânio praticaria nos seus
dias contra o povo de DEUS.
E isso já havia sido previsto anteriormente (cap.
8.11-12). Temos aqui:
I. Uma breve profecia sobre o estabelecimento da
monarquia grega que estava agora começando a se instalar sobre as ruínas
da monarquia persa (w. 1-4).
II. Uma previsão sobre os negócios dos dois
reinos do Egito e da Síria, fazendo referências a cada um deles (w.
5-20).
III. A ascensão de Antíoco Epifânio, seus atos e seus sucessos
(w. 21-29).
IV. A grande maldade que iria praticar contra a nação judaica
e a sua religião, e o seu desprezo por todas as religiões (w. 30-39).
V.
A sua queda e derradeira ruína quando estava no auge da sua perseguição
(w. 40-45).
HENRY.
Matthew. Comentário Matthew Henry Antigo Testamento Isaías a
Malaquias. Editora CPAD. pag. 894.
I - PREDIÇÕES PROFÉTICAS CUMPRIDAS COM EXATIDÃO (11.2-20)
1. A revelação sobre o fim do Império Medo-Persa (11.2).
“Eu, porém, no primeiro ano de Dario, o medo” (11.1). A
importância dessa profecia é constatar a fidelidade e exatidão do
cumprimento das profecias especialmente no período interbíblico. O
primeiro ano do reinado de Dario foi em 539 a. C., conforme se pode
constatar nos textos de Dn 6.1 e 9.1.
O anjo de 11.1 é mesmo anjo de
10.20,21 que veio a Daniel, não apenas para confortá-lo, mas continuar a
revelar o futuro de dois Impérios: o medo-persa (com 4 principais de seus reis)
e o grego (11.2-4).
A revelação sobre o fim do Império Medo-persa (11.2).
Aparece no versículo 1 o rei “Dario, o medo” que é o mesmo de Dn 5.31.
No capítulo 9.1, ele é chamado “Dario, filho de Assuero”.A história
bíblica diz que Ciro constituiu a Dario como rei enquanto ele estava no
campo de batalha na conquista de outras terras e nações. Porém, o
versículo 2 fala de três reis e destaca um quarto. Os três primeiros
reis persas em sequência normal são, segundo Scofield, em seu
comentário: Ciro II (550-530 a. C.), Cambises II (529-522 a. C.) e Dario
I Histapes (521-486 a. C.). O quarto rei é Xerxes (486-465 a. C). Existe
pouca informação acerca desses reis, sobre os quais Daniel citou que
reinariam em sequência, não por muito tempo. Porém, os dados proféticos
são precisos e confirmados pela própria história. As evidências
históricas do cumprimento da profecia são tão reais, que os críticos da
Bíblia sugerem que a profecia foi escrita, pelo menos 400 anos depois de
Daniel, depois que tudo tinha acontecido. Entretanto, a revelação futura
dada a Daniel encontra respaldo histórico e credibilidade porque DEUS
cumpre sua palavra. Além dos fatos cumpridos, a profecia aponta para o
futuro, com o aparecimento do Anticristo, um tipo de Antíoco Epifânio.
Elienai
Cabral. Integridade Moral e Espiritual. O Legado do Livro de
Daniel para a Igreja Hoje. Editora CPAD. pag. 150.
Dn 11.2 “Eis que ainda três reis estarão na Pérsia”. O
“homem vestido de linho” revela a Daniel que o reino da Pérsia está
chegando ao seu fim: somente três monarcas restariam para que aquela
dinastia expirasse. Lendo o capítulo quatro do livro de Esdras,
encontramos os nomes dos três monarcas que reinaram depois de Ciro: 1)
Cambises (Assuero). 2) Esmerdis (Artaxerxes). 3) Dario (Persa). A ordem
cronológica estabelecida ali não é tão fácil de ser determinada, a não
ser aquilo que podemos depreender dos textos sagrados.
Cambises (Assuero). Este monarca não deve ser confundido
com o Assuero marido de Ester; o do presente texto é posterior àquele.
“Cambises vem citado no livro de Esdras 4.6, com o nome de Assuero. Este
rei era neto da princesa Mondane, a mãe de Ciro e, consequentemente,
filha da Rainha Ester” (doutor Goodman). Evidentemente, ele é o Assuero
persa, e o outro, Assuero, da nação dos medos (Et 1.1; Dn 9.1). Esse rei
governou poucos anos. Seu feito principal foi atacar e tomar o Egito,
cujo rei era Psamético. Estendeu suas armas vitoriosas e atacou também a
Etiópia. Só não atacou Cartago, porque os fenícios o dissuadiram de
atacar a sua colônia predileta. Voltando de suas conquistas, achou uma
rebelião no Egito. Revoltado, matou Psamético, e outros nobres daquele
império.
Esmerdis (Artaxerxes). Esse monarca persa, devido às suas
grandes conquistas, teve seu nome mudado para “Artaxerxes Longímano”,
que reinou provavelmente de 465 a 425 a. C. (Ed 4.7, 8,11, 23; 6.14;
7.1, 11, 12, 21; 8.1; Ne 2.1; 13.6). Segundo Heródoto, “Artaxerxes” quer
dizer “grande guerreiro”. Foi cognominado de “Longímano” por sua
excessiva bondade. A Enciclopédia Internacional diz que Longímano “...
foi célebre pela sua bondade e generosidade; permitiu aos judeus que
tinham ficado em Babilônia, depois do edito de Ciro, que voltassem a
Jerusalém para restabelecer a sua religião”. Pelo testemunho bíblico,
foi ele o monarca que promulgou a “ordem” para que Neemias
reconstruísse os muros da cidade de Jerusalém, em 445 a. C. (Ne 2.1; Dn
9.25). Em seu governo, Neemias subiu a Jerusalém, levando consigo uma
leva de cativos voltando à sua terra, com prazer e grande júbilo. (Comp.
SI 126). Foi a terceira leva de cativos que desejaram acompanhá-lo.
Dario (Persa). Este monarca vem citado no livro de
Esdras, (caps. 4.5,24; 5.6, 7; 6.1,12,14,15). Após oito (8) meses de
governo do usurpador Gomates, Dario Histaspis subiu ao trono. Seu
primeiro trabalho foi extinguir as revoluções em todo o seu Império. Sua
energia, coragem, dedicação e gênio bélico, conseguiram isso. Este rei
decretou o “reinicio” da construção da casa de DEUS em Jerusalém (Ed
4.24; 6.1-12).
“... o quarto será cumulado de grandes riquezas”.
Xerxes (Kchiarcha). Todos os estudiosos da Bíblia
concordam em que o “quarto” monarca aqui mencionado é Xerxes. Ele foi o
sucessor de Dario, o persa. Seu nome aparece na História como Kchiarcha.
Os dados históricos e proféticos se combinam entre si sobre a vida deste
soberano. Ele foi realmente o que diz a profecia: “Foi cumulado de
grandes riquezas, mais do que todos”. Ele, durante o seu reinado, atacou
a Grécia e foi derrotado nesta invasão.
Severino
Pedro da Silva. Daniel vercículo por vercículo. Editora
CPAD. pag. 198-199.
Profecia sobre os medos e persas (11.1,2). "Dario, o
medo" (v. 1). É o mesmo Dario de 5.31. Em 9.1 ele é chamado "Dario,
filho de Assuero". Esse monarca foi constituído rei por Ciro,
interinamente, na Caldeia, enquanto ele completava suas conquistas.
Assuero, o pai deste Dario, não é mencionado em Ester 1.1. Quem estuda a
Bíblia e a História precisa saber que houve mais de um Dario e mais de
um Assuero nas Escrituras. Por falar em Dario e Assuero, convém saber
que esses termos são títulos e não nomes propriamente ditos. Dario
significa mantenedor, e Assuero, poderoso. Muitos desses monarcas têm
mais de um nome. Também alguns deles têm nomes diferentes na Bíblia e na
história secular, como é o caso de Assuero, que na história secular é
conhecido por Xerxes. Xerxes é palavra grega, ao passo que Assuero é
hebraica.
"três reis se levantarão na Pérsia, e o quarto..." (v.
2). Quatro reis da Pérsia são aqui mencionados, isso além de Ciro, pois
este já estava no trono (10.1). Esses quatro reis são:
a. Assuero, filho de Ciro. Reinou de 529 a 522 a.
C. É conhecido na história por Xerxes I e Cambises II. É mencionado em
Esdras 4.6.
b. Artaxerxes I. Reinou de 522 a 521 a. C. É conhecido na
história por Smeredis. É mencionado em Esdras 4.7-11. Determinou a
suspensão das obras do templo do pós-cativeiro.
c. Dario II. Filho de Artaxerxes. Reinou em 521 a 485 a.
C. É mencionado em Esdras 4.5. É conhecido na história por Dario
Histaspes, ou simplesmente Histaspes. Foi ele quem ordenou a conclusão
das obras do templo, conforme Esdras capítulo 6. Ele é o famoso Dario
registrado na Pedra de Behistum, perto de Hamadã, no Irã, a antiga
capital dos medos, chamada então Ecbátana. Foi derrotado na famosa
Batalha de Maratona, na Grécia, em 490 a. C.
d. Assuero, o esposo de Ester (Et 1.1). Foi o mais rico e
o mais poderoso rei persa. Reinou de 485 a 465 a. C. A história chama-o
Xerxes II. (Não confundir esse Assuero com o de Esdras 4.6.) Era filho
de Dario II e foi derrotado pela esquadra grega de Salamina, Chipre, em
480 a. C.
Aqui termina a história da Pérsia na profecia. Nada é
dito dos reis restantes, uns cinco, pelo menos. É que a glória da Pérsia
entrou em rápido declínio com a morte de Assuero ou Xerxes II. Os reis
restantes nada realizaram de importante para a história.
Antônio
Gilberto. DANIEL & APOCALIPSE Como entender o plano de
DEUS
Para os últimos dias. Editora CPAD.
2. Um rei valente (11.3).
A revelação profética sobre o Império Grego (11.3).
Xerxes I, sucessor de Dario, o persa, foi o quarto e
último rei do Império Medo-persa. Foi um rei que juntou muita riqueza,
mas ao enfrentar a Grécia, conquistou a cidade de Atenas e isto irritou
aos gregos. Despontava naquele tempo a liderança de Alexandre, o Grande,
que reuniu todas as forças bélicas e humanas dos seus exércitos e
derrotou a Xerxes, da Pérsia, vingando a nação grega. Portanto, em 331
a. C., Alexandre, o grande, “o rei valente” se levantou e suplantou o
último rei dos medos-persas com grande força e domínio sem qualquer
resquício de misericórdia (v. 3). Era jovem e cheio de energia,
inteligente e perspicaz, porque foi capaz de persuadir com carisma seus
subordinados para que se unissem a ele a fim de conquistar o mundo de
então. Com força pujante e implacável, Alexandre foi aumentando seu
domínio geográfico e cultural conquistando outras nações. Ele procurou
agregar os povos conquistados e tornar o seu domínio num “império
unido”. Ele promoveu a miscigenação das nações conquistadas, para ter o
domínio sobre todos. Ele formou um exército coeso e forte recrutando
homens de todas as nações conquistadas. Em pouco tempo, para o contexto
da época, suas conquistas ultrapassaram todos os índices de tempo para
dominar e fazer o que lhe aprouvesse. Cumpria-se, de fato, a soberania
de DEUS dirigindo a história e fazendo valer a sua soberana vontade. Era
a sua vontade exercida nos destinos das nações e, acima de tudo,
especialmente para Israel.
Elienai
Cabral. Integridade Moral e Espiritual. O Legado do Livro de
Daniel para a Igreja Hoje. Editora CPAD. pag. 151.
Dn 11.3 “... um rei valente”. O leitor deve observar que
o Império Greco-Macedônio entra em cena neste versículo. Não é mais
representado como nas composições anteriores descritas por Daniel: 1)
“Cobre” (Dn 2.32). 2) “Metal” (Dn 2.39). 3) “Folhas” (Dn 4.21). 4)
“Leopardo” (Dn 7.6). 5) “Bode peludo” (Dn 8.20, 21). Agora, no presente
versículo, este reino tem sua representação na pessoa de um “rei
valente” que reinaria com grande domínio. Este rei valente foi Alexandre
Magno, ele realmente tomou o Império Medo-persa, e reinou com grande
poder (Dn 8.3, 4). Alexandre foi, de fato, um guerreiro habilidoso,
porém, tudo quanto fez e conquistou foi derramando sangue (dos outros)
e pela espada. Ele foi a antítese do verdadeiro CRISTO, que tudo quanto
fez e conquistou foi derramando o seu próprio sangue, e manifestando seu
grande amor.
Vejamos o caráter negativo de Alexandre e o caráter
positivo de CRISTO: JESUS e Alexandre morreram aos trinta e três anos.
Um deles viveu para si mesmo, o outro por mim e por você. O grego morreu
num trono; o judeu morreu numa cruz. A vida de um foi triunfante
(aparentemente); a do outro, uma derrota (aparentemente). Um deles
comandou imensos exércitos armados, o outro teve apenas um pequeno
grupo, desarmado (embora tivesse um imenso exército de anjos). Um derramou o sangue alheio sem piedade, o outro
derramou o seu próprio sangue, e o derramou por amor ao mundo. Alexandre
conquistou o mundo em vida; JESUS perdeu a sua vida para ganhar vida
para seus seguidores. Um morreu na Babilônia, o outro no Calvário. Um
conquistou tudo para si, e o outro a si mesmo se deu. Alexandre,
enquanto viveu, conquistou todos os tronos; JESUS, na morte e na vida,
conquistou o Trono de Glória. Um deles ganhou um grande nome:
Alexandre! O outro “um nome que é sobre todo o nome”: JESUS! Um deles
viveu para se gloriar; o outro para abençoar. Quando o grego morreu, seu
trono, conquistado pela espada, ruiu para sempre. JESUS, quando morreu
ganhou o trono que permanece para sempre (SI 93.2).
O grego fez de todos escravos; o judeu a todos (que o
aceitaram ou aceitam) liberta da escravidão do pecado. Um deles
construiu um trono forrado de sangue; o outro edificou o seu com amor.
Um deles veio da terra; é terreno (1 Co 15.47). O outro veio do.Céu; é
celestial (1 Co 15.47 a 49). O grego morreu para sempre, o judeu para
sempre vive. Perde tudo aquele que só recebe, e tudo ganha aquele que
dá.
Severino
Pedro da Silva. Daniel vercículo por vercículo. Editora
CPAD. pag. 199-200.
Dn 11.3 Depois se levantará um rei, poderoso. Esse
poderoso rei seria Alexandre, o Grande, cabeça do império
greco-macedônio, que derrubou o império persa, fechando as páginas da
história sobre aquela potência. Quando Alexandre se pôs de pé, o mundo
todo foi abalado, e em breve (no curto espaço de onze anos — 334-323 A.
C.) o mundo inteiro da época estava sob seus pés. Alexandre morreu com
apenas 33 anos de idade, devido à malária e às complicações com o
alcoolismo. Talvez seu extraordinário poder e sucesso tenha decorrido do
poder concedido pelo anjo guardião da Grécia (ver Dan. 10.20). Ele fazia
tudo de acordo com os ditames de sua vontade (cf. os vss. 16 e 36 e
também Dan. 8.4). Quintus Curtius, História de Alexandre X.5.35, diz:
“Pelo favor de sua fortuna, ele parecia, aos povos, ser capaz de fazer o
que bem entendesse".
CHAMPLIN,
Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por
versículo. Editora Hagnos. pag. 3421.
3. A divisão do reino entre quatro generais (11.4-20).
“estando ele em pé, o seu reino será quebrado” (11.4).
Muito cedo, aos 33 anos de idade, Alexandre morreu na Babilônia. Ele era
“chifre ilustre” ou “a ponta grande” do bode peludo do capítulo 8.8, que
representava a Grécia. Esse chifre foi quebrado (8.8) que representa o
rei grego, cujo reino foi quebrado em 11.4. Sem seu líder principal,
Alexandre, o Magno, o seu reino perdeu a força da unidade imperial e foi
dividido por seus quatro generais: Cassandro, Lisímaco, Seleuco e
Ptolomeu. Ainda que os historiadores neguem a questão da soberania de
DEUS no destino das nações, não temos o que duvidar. Fazendo uma relação
comparativa das visões dos capítulos 7 ,8 e 11, temos no texto de Dn 7.6
a figura das quatro cabeças do leopardo alado, e depois, no texto de Dn
8.8 temos a visão do bode peludo com quatro chifres notáveis. As figuras
são diferentes, mas as representações dessas figuras são as mesmas,
porque falam do Império Grego e sua divisão, depois da morte de
Alexandre, pelos quatro generais. São eles: Cassandro que reinou na
Macedônia; Lisímaco que reinou sobre a Trácia e a Ásia Menor; Ptolomeu
que reinou no Egito e, por último, Seleuco que reinou sobre a Síria e o
restante do Oriente Médio. Essa divisão de reinos aguçou a vaidade e a
presunção desses generais que se fizeram reis e tramas de traição e
morte envolveram esses reinos.
(11.5-20) Nos versículos 5 a 20 temos uma sucessão de
guerras entre esses quatro reis, especialmente, entre Egito e Síria,
entre os reinos do norte e do sul. Suplantou o rei do Norte, Antíoco
Epifânio (entre 175 e 164 a. C.) o qual se tornou um tipo perfeito do
Anticristo. Porém, dois desses reis da divisão do império se destacam: o
rei do Sul e o rei do Norte. Da divisão do império, o rei do Sul é
Ptolomeu. Com ele se iniciou a dinastia dos ptolomeus. O texto diz que
ele (o rei do sul — Egito) seria mais forte que o outro rei (o rei do
norte — Síria). O sul era representado pelo Egito e o norte pela Síria.
Detalhes históricos envolvendo esses dois reinos culminam com conflitos
entre ambos e com a superação do reino do sul. Nos versículos 5
a 20 temos uma sucessão de guerras entre esses quatro reis,
especialmente, entre Egito e Síria, entre os reinos do norte e do sul.
Esse conflito entre os reis do norte e do sul (Síria e Egito), revelou
ao final um personagem por nome Antíoco Epifânio, quando no ano 198 a.
C., Jerusalém e Judeia passaram a ser província da Síria. No versículo
15, o rei do norte, Antíoco III, o Grande, se impõe sobre a Judeia e
Egito e se apodera fortemente da Palestina (11.16). Esse rei, por causa
da dívida com Roma, a fim de pagá-la, estabeleceu impostos financeiros
pesados, tirando-os dos tesouros da Casa de DEUS em Jerusalém. O filho
de Antíoco III foi Antíoco IV, conhecido como Antíoco Epifânio. (período
de guerras entre os Ptolomeus >> Egito - reino do sul<< e
Epifânios >>Síria
- reino do norte<<)
Elienai
Cabral. Integridade Moral e Espiritual. O Legado do Livro de
Daniel para a Igreja Hoje. Editora CPAD. pag. 151-152.
Dn 11.4 “O seu reino será quebrado. Isto aconteceu
realmente como diz a profecia em foco. Alexandre reinou com grande
poder; ele foi chamado de Magno. Mas morreu prematuramente aos trinta e
três anos de idade. O chifre ilustre foi realmente “quebrado”, como
vaticinara o profeta do Senhor (Dn 8.8). Seu império foi dividido em
quatro partes (quatro ventos), depois da batalha de Ipsus, em 301 a. C.
A sua posteridade (família) não recebeu o reino, e sim seus quatro
generais de exércitos: 1. Ptolomeu. 2. Seleuco. 3. Lisímaco. 4.
Cassandro. As quatro regiões de que fala o texto divino foram: 1) O
Egito (região Sul). 2) A Síria (região Norte). 3) A Macedônia (região
Oeste). 4) A Ásia Menor. Os generais de Alexandre Magno reinaram também
com grande autoridade, mas nenhum deles chegou à sua glória e magnitude;
também não eram de sua família; cumprindo-se, assim, a profecia: "...
seu reino será repartido... mas não para a sua posteridade”. Esse
acontecimento sobre seu reino, o próprio Alexandre já o previu em vida
como ele mesmo declarou ao seu biógrafo: “Ainda em vida, Alexandre
predisse que seus amigos lhe fariam um cruento funeral”. Cumpriu-se o
vaticínio. O Macedônio não deixou sucessor direto ao trono, pois tinha
um irmão que poderia ser seu herdeiro, mas este era imbecil; e um filho,
mas era de poucos anos de idade.
Severino
Pedro da Silva. Daniel vercículo por vercículo. Editora
CPAD. pag. 200-201.
Daniel aponta para vários reis da Síria e do Egito (v.
5-20). O poder alternou várias vezes, ora nas mãos da Síria, ora nas
mãos do Egito. Vejamos inicialmente a aliança entre a Síria e o Egito
(v. 5,6).
Berenice, a filha do rei do Egito, Ptolomeu Filadelfo,
foi dada em casamento ao rei da Síria, Antíoco II, para assegurar a
aliança. Mas o casamento não teve o resultado desejado, ou seja, unir os
dois reinos. Com a morte do pai de Berenice, Antíoco II voltou para sua
ex-mulher, Laodice, e esta envenenou Berenice, o marido Antíoco II e o
filho de Berenice, deixando um clima totalmente desfavorável para uma
aliança de paz entre os dois reinos. No reinado de Ptolomeu II os judeus
foram cercados de todos os favores e garantias. Ele construiu várias
cidades em território palestino com o propósito de ganhar a amizade do
povo judeu. Foi nesse período que a Septuaginta foi feita, a versão
grega do Antigo Testamento. A seguir, observemos a derrota da Síria pelo
Egito (v. 7-12). O irmão de Berenice, Ptolomeu III, venceu a batalha
contra o Norte e matou todos os que assassinaram sua irmã. Também levou
todos os tesouros da Síria de volta para sua terra. Por algum tempo
houve considerável superioridade dos ptolomeus sobre os selêucidas.
Notemos agora a derrota do Egito pela Síria (v. 13-16). Embora o Egito
esteja fortificado, ele será destruído. A superioridade do Sul durou
pouco. O Norte teve uma decisiva vitória em Sidom (v. 15). Antíoco, o
Grande, rei do Norte, parecia invencível. Ninguém era capaz de lhe
resistir (v. 16).
Finalmente, vejamos o impasse entre a Síria e o Egito (v.
17-20). O rei da Síria, Antíoco, o Grande, dá sua filha ao rei do Egito
em casamento para destruir internamente o reino (v. 17). O rei do Norte,
para conquistar o Sul, mudou de tática. Antíoco concluiu que a melhor
maneira de vencer o Sul seria por meio do uso de sutileza. Muito
convincentemente foi ao Egito e contratou o casamento de sua filha,
Cleópatra, com o rei Ptolomeu V que na época tinha apenas 12 anos de
idade. O casamento realizou-se cinco anos depois. Pensou que por
intermédio desse casamento firmaria seu poder sobre o reino do Sul. O
plano falhou miseravelmente, pois Cleópatra não fez o jogo do pai,
ficando do lado de seu marido. Assim, a profecia cumpriu-se mais uma vez
(v.17). Antíoco, assim, resolve conquistar outros mundos e é
fragorosamente derrotado (v. 18). Foi uma enorme derrota que causou o
fim das ambições territoriais de Antíoco (v. 19). Selêuco Filopater, seu
sucessor, mandou confiscar os tesouros do templo de Jerusalém. Mas essa
ordem nunca foi cumprida. Crê-se que Heliodoro, o emissário responsável
por saquear o templo de Jerusalém, advertido por uma visão, desistiu de
executar esse ato sacrílego. Crê-se ainda que o próprio Heliodoro o
tenha envenenado (v. 20). Assim, cada detalhe profetizado aconteceu
integralmente. O povo judeu muito sofreu com essas sucessivas guerras,
visto que seu território servia de passagem e, às vezes, também de campo
de batalha para os dois exércitos rivais.
LOPES.
Hernandes Dias. DANIEL Um homem amado no céu. Editora Hagnos.
pag. 137-139.