Comentário: Pr. Elinaldo Renovato de Lima
Complementos, ilustrações, questionários e vídeos: Ev. Luiz Henrique de Almeida Silva Questionário NÃO DEIXE DE ASSISTIR AOS VÍDEOS DA LIÇÃO ONDE TEMOS MAPAS, FIGURAS, IMAGENS E EXPLICAÇÕES DETALHADAS DA LIÇÃO http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/videosebdnatv.htm Veja - http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/donsdoespiritosanto.htm
E ele mesmo
deu uns para apóstolos, e outros para profetas, e outros
para evangelistas, e outros para pastores e doutores ( Ef
4.11).
O dom do
apostolado foi concedido por DEUS a Igreja com o propósito
de expandir o evangelho de CRISTO.
LEITURA
DIÁRIA
Segunda - Hb
3.1Jesus, o apóstolo por excelência
Terça - 2 Co
12.12Sinais do apostolado
Quarta - At
2.42A doutrina dos apóstolos
Quinta - 1
Tm 1.1Paulo, apóstolo de JESUS CRISTO
Sexta - 1 Co
4.9Apóstolo, uma missão sacrifical
Sábado - Lc
6.12-16Os doze apóstolos de CRISTO
LEITURA
BÍBLICA EM CLASSE -
Efésios
4-7-16
7 - Mas a
graça foi dada a cada um de nós segundo a medida do dom de
CRISTO. 8 - Pelo que
diz: Subindo ao alto, levou cativo o cativeiro e deu dons
aos homens. 9 - Ora,
isto — ele subiu — que é, senão que também, antes, tinha
descido às partes mais baixas da terra? 10 - Aquele
que desceu é também o mesmo que subiu acima de todos os
céus, para cumprir todas as coisas. 11 - E ele
mesmo deu uns para apóstolos, e outros para profetas, e
outros para evangelistas, e outros para pastores e doutores, 12 -
querendo o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do
ministério, para edificação do corpo de CRISTO, 13 - até que
todos cheguemos à unidade da fé e ao conhecimento do Filho
de DEUS, a varão perfeito, à medida da estatura completa de
CRISTO, 14 - para
que não sejamos mais meninos inconstantes, levados em roda
por todo vento de doutrina, pelo engano dos homens que, com
astúcia, enganam fraudulosamente. I5 - Antes,
seguindo a verdade em amor, cresçamos em tudo naquele que é
a cabeça, CRISTO. 16 - do qual
todo o corpo, bem ajustado e ligado pelo auxílio de todas as
juntas, segundo a justa operação de cada parte, faz o
aumento do corpo, para sua edificação em amor.
INTERAÇÃO
Prezado
professor, já estudamos nas lições anteriores os dons
espirituais de poder, de elocução e de revelação. A partir
da lição desta semana você terá a oportunidade ímpar de
estudar e ensinar a respeito dos dons ministeriais. Estes
dons se encontram relacionados em Efésios 4.11. Estas
dádivas divinas são igualmente importantes e necessárias
para que a igreja cumpra a sua missão neste mundo e os
crentes cresçam "na graça e conhecimento de nosso Senhor e
Salvador, JESUS CRISTO” (2 Pe 3.18). Sabemos que o
ministério apostólico, segundo os moldes do colégio dos
doze, não existe mais, todavia os dons ministeriais descritos em
Efésios 4.11 continuam em plena vigência. Por isso,
precisamos orar para que DEUS levante apóstolos, profetas,
evangelistas, pastores e mestres.
OBJETIVOS
-
Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
Analisar
biblicamente o colégio apostólico.
Descrever
o ministério apostólico de Paulo.
Conscientizar-se
a respeito da apostolicidade atual.
PALAVRA
CHAVE -
Apóstolo: Do gr. apostolos, enviado.
Resumo da Lição 6 - O
Ministério de Apóstolo
1 - O
COLÉGIO APOSTÓLICO
1. O
termo “apóstolo”.
2. O
colégio apostólico.
3. A
singularidade dos doze.
II - O
APÓSTOLO PAULO
1. Saulo
e sua conversão.
2. Um
homem preparado para servir.
3. “O
menor dos apóstolos”.
III -
APOSTOLICIDADE ATUAL (Ef 4.11)
1. Ainda
há apóstolos?
2.
Apóstolos fora dos doze.
3. O
ministério apostólico atual.
SINOPSE DO TÓPICO (1) -
O verdadeiro apostolado é
centrado única e exclusivamente em JESUS CRISTO,
pois Ele é o Apóstolo enviado pelo Pai.
SINOPSE DO TÓPICO (2) -
Paulo viu o CRISTO ressurreto. Esta era a sua
credencial apostólica.
BIBLIOGRAFIA SUGERIDA
HORTON,
Stanley M. A Doutrina do ESPÍRITO SANTO no Antigo e Novo
Testamento. 12. ed. Rio de Janeiro: CPAD, 201 2.
HORTON,
Stanley M (Ed). Teologia Sistemática: Uma Perspectiva
Pentecostal. 1. ed. Rio de Janeiro: CPAD, 1996.
Revista
Ensinador Cristão CPAD, n°58. p.39.
Estudamos a
respeito dos dons espirituais de locução, poder e revelação
nas primeiras cinco lições. A partir desta, trataremos dos
dons ministeriais relacionados em Efésios 4.11: apóstolos,
profetas, evangelistas, pastores e doutores. O primeiro dom
listado por Paulo é o de apóstolo, vamos começar nosso
estudo por ele. A primeira indagação que, em geral, fazemos
quando estudamos a respeito deste dom ministerial é: "Ainda
existem apóstolos?" Primeiro precisamos da definição do
vocábulo que significa literalmente enviado. De certa forma,
todos os crentes são enviados a pregar as Boas-Novas.
O colégio
apostólico foi único. Ele foi formado por JESUS no momento
da escolha dos Doze que receberam o nome de enviados. Como
homem perfeito, JESUS tinha consciência de que não poderia
realizar sua missão sozinho.
Para ser
apóstolo, um dos requisitos era ter estado pessoalmente com
CRISTO. Atualmente, de certa forma, todos que creem em JESUS
e já tiveram um encontro com Ele são apóstolos, pois CRISTO,
antes de ascender aos céus, declarou a todos os seus
discípulos: "Ide por todo o mundo" (Mc 16.15). A Igreja de
JESUS tem uma missão apostólica. O apóstolo é alguém enviado
por JESUS CRISTO com uma mensagem especial, servos de DEUS
separados para uma missão específica, diferente dos mestres,
profetas e evangelistas. Estes receberam o dom ministerial,
descrito em Efésios 4.11. Podemos afirmar que os
missionários são os apóstolos da atualidade. O apostolado
não é um título pomposo, especial, também não é um cargo
hierárquico. Ser apóstolo é ter uma missão específica a
cumprir no Reino de DEUS.
O apóstolo
Paulo - Paulo teve sérios problemas com os crentes de
Corinto, pois alguns não reconheciam o seu apostolado. Por
isso, ele inicia a primeira carta aos Coríntios,
declarando-se apóstolo de JESUS CRISTO (1 Co 1.1). Paulo
enfatiza que seu chamado se deu "pela vontade de DEUS". Os
orgulhosos crentes de Corinto não aceitavam o apostolado de
Paulo pelo fato dele não ter feito parte do colégio
apostólico. Todavia, Paulo teve um encontro pessoal com
CRISTO no caminho de Damasco (At 9). Este encontro mudou seu
ser. A missão confiada a Paulo foi dada pelo próprio Senhor
JESUS At 9.15. Os próprios coríntios eram a marca do
apostolado de Paulo. Ele declara isso em 1 Coríntios 9.2.
Apóstolo e
sevo - Aprendemos com Paulo que ser apóstolo é ser um servo,
um cooperador de DEUS no ministério da reconciliação (2Co
6.1). Quem deseja o dom ministerial de apóstolo deve seguir
os passos de JESUS, estando sempre pronto para servir e não
buscar ser servido.
Meus comentários - Ev.
Henrique
Efésios 4.11, lemos: “E ele mesmo deu uns para
apóstolos, e outros para profetas, e outros para
evangelistas, e outros para pastores e doutores,
querendo o aperfeiçoamento dos santos, para a obra
do ministério, para edificação do corpo de CRISTO”
(Ef 4.11,12).
JESUS deu homens à igreja. Ministérios são funções
específicas de liderança para servir e não para serem
servidos.
Assim como o corpo
humano possui 5 sentidos e para funcionar bem, de
acordo com o plano de DEUS para ele, devem esses 5
sentidos estarem em pleno funcionamento e em
concordância com o restante do corpo; assim também a
igreja, o corpo de CRISTO na terra, possui 5
ministérios que deverão estar em pleno funcionamento
e em concordância com o restante do corpo para
produzirem de acordo com o plano de DEUS, fazendo a
obra de DEUS com poder e com excelentes resultados -
Almas para CRISTO.
Primeiros apóstolos formavam o colégio apostólico -
Fundamento da igreja. deram início à igreja de
CRISTO na Terra logo após serem batizados no
ESPÍRITO SANTO.
Outros apóstolos - ministérios - pessoas dadas à
igreja já formada pelos apóstolos do colégio
apostólicos.
O apóstolo é um
enviado por JESUS CRISTO que prega o Evangelho em
áreas ainda não alcançadas, é um desbravador que vai
abrir o trabalho em local ainda não evangelizado.
Evidente é que nas modernas metrópoles há espaço
para apóstolos devido à falta de penetração do
evangelho por parte de nossas tradicionais igrejas.
O apóstolo Paulo gostava de permanecer mais tempo em
cidades grandes, como Filipos, Éfeso e Corinto, por
exemplo. Creio que a maioria dos apóstolos modernos
que surgiram no Brasil, são apóstolos mesmo no
sentido correto do ministério, a maioria tem
exercido seu ministério apostólico através da mídia,
o meio mais eficaz de se pregar o evangelho nos dias
atuais. DEUS os abençoe pelos milhões de salvos que
esta nação tem ganho para JESUS.
Existe 13º apóstolo?
Paulo foi esse 13º apóstolo?
Não existe 13º
apóstolo no colégio apostólico. A discussão é em
torno de se admitir Paulo ao invés de Matias no
colégio apostólico. Uns acham que a escolha dos
apóstolos foi errada e não estava de acordo com a
vontade de DEUS. Muitos acham que tirar sortes não
indicaria a pessoa certa. muitos acham que Paulo é o
12º apóstolo porque teve um encontro pessoal com
JESUS, aprendeu muito do próprio JESUS e testificou
da ressurreição de JESUS. Eu vejo que Paulo teve
especial tratamento por parte de DEUS, é o homem
mais importante da bíblia para mim, depois de JESUS,
mas, para mim, ele foi um apóstolo à parte, de um
ministério totalmente diferente dos outros
apóstolos. Se os apóstolos foram escolhidos como
representantes de Israel na Nova Aliança, Paulo foi
escolhido como apóstolo dos gentios, de um
ministério voltado para todos os povos que se
arrependem de seus pecados e são salvos pela graça
de DEUS. Paulo, como precursor desse apostolado aos
gentios tinha mesmo que ser especial em todos os
sentidos.
Para mim "o que
desligares na terra será desligado no céu" Os
próprios apóstolos escolheram já que agora tinham
autoridade para isso, dada pelo próprio CRISTO,
assim como depois tomaram várias decisões sobre o
andamento da igreja e até mesmo sobre o que deveria
ser proibido aos gentios, no primeiro concílio da
igreja (Atos 15). Matias tinha as credenciais
necessárias e tinha a autoridade dada pelos
apóstolos que agora eram os representantes legais de
CRISTO na terra. Paulo era o mais importante e mais
credenciado para o novo ministério apostólico aos
gentios e assim ficou como o primeiro desse novo
apostolado e não do colégio apostólico.
Se nós aceitarmos que
Paulo é o 12º apóstolo vamos ter que aceitar que
hoje existem apóstolos do colégio apostólico, pois
muitos que se autodenominam apóstolos hoje alegam
terem se encontrado com CRISTO e terem recebido
revelações Dele. Sendo que os católicos apostólicos
romanos querem dizer que o papa é substituto de
Pedro e de seu apostolado. Vamos concordar com eles?
Creio que não. Seria o mesmo que concordar com a
reencarnação, doutrina totalmente antibiblica.
Se JESUS sabia que
Judas o trairia e que os discípulos colocariam
Matias em seu lugar, é evidente que se isso não
tivesse apoio de DEUS, JESUS já teria deixado uma
ordem para os discípulos para substituírem Judas por
Paulo, por exemplo, ou por alguém, no caso, que eles
conheceriam depois. Chance para isso ELE teve logo
após ressuscitar e passar 40 dias aparecendo aos
discípulos. Não, ELE não deu instruções sobre isso a
nenhum apóstolo de seu colégio apostólico. Matias
era escolha de DEUS confirmada pelo apóstolos, mesmo
sendo com a ajuda de um artifício de sortes, no
momento, o único que conheciam e que confiavam que
DEUS estava no controle. O importante ai não é o
meio que usaram, pois poderiam escolher tanto José
como Matias, ambos com qualificações para exercer a
função. Usaram o método de tirar sortes apenas para
saber qual dos dois e não para saberem se era para
escolher outro no lugar de Judas. Isso já estava
escrito na bíblia. creio que quem inspirou Pedro a
fazer foi o ESPÍRITO SANTO que estava nele desde o
dia em que JESUS assoprou sobre eles e disse:
"Recebei o ESPÍRITO SANTO" (João 20:22). Portanto,
já tinham o ESPÍRITO SANTO a lhes guiar.
Atualmente percebemos que o ESPÍRITO SANTO continua
a distribuir, os “dons espirituais”, “repartindo
particularmente a cada um como quer” - 1 Co 12.11, e
também JESUS continua concedendo diversos
ministérios à igreja, através de homens que ELE
mesmo escolheu - Ef 4.11.
Um dos maiores equívocos, cometidos por muitos
líderes de igrejas, nos dias presentes, é o de
entender que o título de “Apóstolo” lhes confere
posição hierárquica superior ao de pastor,
evangelista, profeta ou mestre. Já são conhecidos
exemplos diversos de obreiros, que eram detentores
do título de “pastor”, devidamente ordenados por
seus ministérios ou convenções, os quais arrogaram
para si o título de “apóstolo”, com o objetivo de se
colocarem em posição ministerial “superior”.
Procedimento totalmente fora de propósito ou de
fundamento escriturístico. Esquecem-se tais
“apóstolos”, que a maior função, no ministério de
CRISTO, é o de “servo fiel” (Nm 12.7; Hb 3.5; Mt
25.21-23). Também lembremo-nos de que Pastor
não é maior que apóstolo, nem que evangelista, nem
que profeta, nem que mestre.
Colégio Apostólico:
PRIMEIRO GRUPO
Simão Pedro------------------------------------O homem de pedra
André----------------------------------------------Irmão de
Pedro
Tiago e João------------------------------------Filhos de Zebedeu, e filhos do trovão
SEGUNDO GRUPO
Filipe----------------------------------------------O
inquiridor sincero
Bartolomeu ou Natanael-------------------O israelita em quem não
havia dolo
Tomé---------------------------------------------O
melancólico
Mateus-------------------------------------------O publicano
(assim chamado apenas por si mesmo)
TERCEIRO GRUPO
Tiago (filho) de
Alfeu--------------------------(Marcos 15.40?)
Lebeu. ou Tadeu, ou Judas de Tiago-----O
discípulo que tinha três nomes
Simão----------------------------------------------O zelote
Judas, o homem de Queriote--------------O
traidor - Substituído por Matias.
Note que mesmo João estando vivo na época de Paulo,
muitos foram chamados de apóstolos, os apóstolos do
colégio apostólico nunca os desautorizou e nem os
condenou por isso, Paulo até foi reconhecido por
eles. Claro que foram aceitos como apóstolos de
ministério e não como os doze do colégio apostólico,
incluindo ai Matias.
Fim de
Meus comentários -
Ev. Henrique
COMENTÁRIOS
- diversos autores:
INTRODUÇÃO
A partir deste capítulo, estudaremos acerca dos dons
ministeriais, que identificam uma diversidade enorme
de funções, ofícios e atividades, de homens,
chamados por DEUS, e designados pela igreja local,
para exercerem a operacionalidade de serviços ou
ministérios.
Os dons ministeriais são indispensáveis ao “o
aperfeiçoamento dos santos, para a obra do
ministério, para edificação do corpo de CRISTO” (Ef
4.12). Neste estudo, o texto básico para referência
é o capítulo 4, da epístola de Paulo aos efésios.
Se alguém é chamado para ser evangelista, ele mesmo
é um “dom”, assim como sua função de evangelizar. É
DEUS (JESUS, no caso – obs. Minha, Ev. Henrique) que
concede os que podem ser chamados de “homens-dons” à
igreja. Por isso, o apóstolo Paulo diz “E ele mesmo
deu uns para apóstolos, e outros para profetas, e
outros para evangelistas, e outros para pastores e
doutores” (Ef 4.11). A expressão “ele mesmo deu”
indica que o dom precede o ofício. Diz Donald Gee:
“Se ‘Ele concedeu, está fora de dúvida náo poder
haver ministério divinamente ordenado sem o Seu
dom”.
O primeiro dom ministerial que estudaremos é o de
apóstolo. Há uma controvérsia que atravessa séculos
acerca da atualidade do ministério de apóstolo. Há
uma corrente de estudiosos da Bíblia, que podemos
chamar de “cessacionista”, a exemplo do que ocorre
com a atualidade dos dons espirituais, que também
entende que o ministério apostólico “cessou” com os
primeiros discípulos de CRISTO. Outros entendem que
ainda existem apóstolos, hoje, ainda que numa
conotação um tanto diferente dos primeiros doze
apóstolos de CRISTO.
Além dos 12 apóstolos de CRISTO, que integraram o
chamado “Colégio Apostólico”, vemos, no Novo
Testamento, que outros apóstolos foram levantados
por DEUS, sem que nenhum se considerasse sucessor de
outro. Paulo e Barnabé não pertenciam ao “grupo dos
12”; mas eram apóstolos, credenciados por DEUS para
realizar a missão que lhes foi confiada (1 Co 1.1;
Cl 1.1; At 13.46); Tiago, “irmão do Senhor”, também
recebia a qualificação de apóstolo (Gl 1.19).
(obs. Minha, Ev. Henrique - Atualmente percebemos
que o ESPÍRITO SANTO continua a distribuir, os “dons
espirituais”, “repartindo particularmente a cada um
como quer” - 1 Co 12.11, e também JESUS continua
concedendo diversos ministérios à igreja, através de
homens que ELE mesmo escolheu - Ef 4.11).
Um dos maiores equívocos, cometidos por muitos
líderes de igrejas, nos dias presentes, é o de
entender que o título de “Apóstolo” lhes confere
posição hierárquica superior ao de pastor,
evangelista, bispo ou presbítero. Já são conhecidos
exemplos diversos de obreiros, que eram detentores
do título de “pastor”, devidamente ordenados por
seus ministérios ou convenções, os quais arrogaram
para si o título de “apóstolo”, com o objetivo de se
colocarem em posição ministerial “superior”.
Procedimento totalmente fora de propósito ou de
fundamento escriturístico. Esquecem-se tais
“apóstolos”, que a maior função, no ministério de
CRISTO, é o de “servo fiel” (Nm 12.7; Hb 3.5; Mt
25.21-23).
(obs. Minha, Ev. Henrique – Complementando – Pastor
não é maior que apóstolo, nem que evangelista, nem
que profeta, nem que mestre).
Elinaldo Renovato. Dons espirituais & Ministeriais
Servindo a DEUS e aos homens com poder
extraordinário. Editora CPAD. Pag. 70-72.
Ef 4.11 O mesmo que levou cativos os poderes também
concedeu dons à sua igreja: “os apóstolos, os
profetas, os evangelistas, os pastores e mestres”.
Diferentemente do v. 7, onde se falava da
distribuição de dons individuais para todos os
membros da igreja, Paulo aqui designa determinadas
pessoas como dom de CRISTO. Em vista da proximidade
do presente trecho com Ef 1.20-23 é preciso chamar
atenção para o fato de que em Ef 1.22 o CRISTO
exaltado foi “concedido” como cabeça sobre a igreja
toda. Logo CRISTO é a “dádiva principal” para sua
igreja, no seio da qual ele próprio “concede”
determinadas pessoas.
De modo diverso da listagem análoga em 1Co 12.28-30,
Paulo emprega aqui o artigo definido para cada uma
das pessoas. Isso permitiria concluir que na carta
aos Efésios não se trata da tarefa em geral, mas do
grupo claramente delimitado de representantes
incumbidos do serviço específico. Essa diferença
também é constatável em relação a Rm 12.6s, onde são
arroladas não as respectivas pessoas, mas cada uma
das atividades: profecia, diaconia, exortação, etc.
No mesmo sentido Paulo havia falado também em Ef
2.20 do “fundamento dos apóstolos e profetas” e em
Ef 3.5 de “seus santos apóstolos e profetas”. Diante
das demais considerações em Ef 4.12ss, parece que
essa ênfase refere-se especificamente às tarefas de
proclamação, direção e ensino. Por isso não são
mencionados aqui outros dons da graça que aparecem
em Rm 12 e 1Co 12.
Não se deve esquecer que também na primeira carta
aos Coríntios os dons e as pessoas agraciadas com
eles aparecem no começo das respectivas listas, de
modo que o tratamento do conflito causado por
fenômenos entusiastas é marcado por uma clara
premissa: isso diz respeito em 1Co 12.8 à palavra da
sabedoria e à palavra do conhecimento, dadas pelo
ESPÍRITO, e em 1Co 12.28 “primeiramente a apóstolos,
em segundo lugar a profetas, e em terceiro lugar, a
mestres”. A combinação de “profetas e mestres”
ocorre em At 13.1. Em 1Tm 2.7 (também em 2Tm 1.11)
Paulo relaciona consigo mesmo o serviço de
“pregador” (cf. “evangelista”), apóstolo e mestre
(dos gentios). É digno de nota que também esse
trecho está visivelmente próximo de Ef 4.4ss: a
confissão do único DEUS e do único Mediador entre
DEUS e os humanos, que se “deu” como pagamento de
resgate, é seguida pela transição para a investidura
de Paulo como “arauto” desse evento de salvação.
Segundo esse pensamento CRISTO presenteou sua igreja
com dons, i. é, com pessoas incumbidas e capacitadas
que possuem uma relevância fundamental para a
construção e o crescimento da igreja. Trata-se aqui
daqueles que proclamaram e explicaram o evangelho da
salvação em JESUS CRISTO de acordo com a situação
atual dos ouvintes, bem como firmaram, exortaram e
encorajaram as incipientes igrejas através dessa
palavra.
Nesse contexto duas coisas são irrenunciáveis: a
importância das referidas pessoas como “detentores
de cargo” não vem delas mesmas. Pelo contrário, são
presentes do Senhor à igreja dele. Elas, por sua
vez, receberam seus dons daquele que é o verdadeiro
presente para a igreja (Ef 1.23). Possuem
importância fundamental para a constituição da
igreja, motivo pelo qual de forma alguma podem ser
arbitrariamente substituídos.
Ef 4.13 A edificação, o crescimento do corpo de
CRISTO, estão direcionados para um alvo que é
indicado neste versículo. A expressão “chegar” pode
significar literalmente alcançar um lugar (diversas
vezes em At: p. ex., At 16.1; 18.19; etc.), mas
também pode ser usada em sentido figurado (o fim dos
tempos chegou: 1Co 10.11). Assim como aqui, em Fp
3.11 ela implica a atenta orientação rumo ao alvo
visado, quando Paulo afirma de si: “para alcançar a
ressurreição dentre os mortos”.
Pode parecer estranho que desde já a igreja seja a
“plenitude de CRISTO”, concidadã crente dos santos,
família de DEUS, pedra no templo santo, e que apesar
disso ainda se diga que haverá um crescimento, um
vir-a-ser. A mesma duplicação já chamara atenção no
contexto da herança colocada à disposição: os
direitos já foram transferidos, mas ainda não se
tomou posse dela (Ef 1.18; 2.7). Consequentemente a
plenitude de CRISTO é ponto de partida e alvo de
todo o crescimento.
Agora isso passa a ser relacionado a uma situação
concreta: na realidade pode haver na igreja uma só
fé, visto que esta só pode ser fé em um só Senhor
JESUS CRISTO (Ef 4.5). Na realidade a “unidade do
ESPÍRITO” é algo dado, porque o ESPÍRITO SANTO é um
só (Ef 4.3). Não obstante cabe “segurar” essa
unidade, ou “chegar” a ela. A força motriz de todos
os esforços nessa direção não é a utopia de uma
igreja unificada, mas a realidade do único corpo de
CRISTO.
A unidade da fé está estreitamente ligada à “unidade
do conhecimento”, que por sua vez se concentra no
“Filho de DEUS”. Em Ef 1.17-19 Paulo já suplicara
pelo ESPÍRITO da sabedoria, para que os leitores
reconheçam a esperança e a força resultante da
ressurreição de CRISTO. De maneira semelhante Cl 2.2
interliga o esforço para que “os corações sejam
unidos em amor” e o “conhecimento do mistério de
DEUS: CRISTO”. Por isso uma fé aumentada e um
conhecimento aprofundado do Filho de DEUS
caracterizam o crescimento da unidade eclesial.
À unidade corresponde a perfeição. A igreja, “todos
nós”, devemos nos tornar “seres humanos perfeitos”:
“unidade e perfeição constituem o alvo da igreja, e
o CRISTO concede participação a cada um nessa
unidade e perfeição; ao procurar „chegar‟, impelido
pela palavra de DEUS, o indivíduo cresce em direção
ao alvo da totalidade.”
Discordando de tentativas equivocadas de derivação
de concepções gnósticas, o “ser humano perfeito”
deve ser entendido como a pessoa amadurecida,
adulta. Isso é elucidado pela segunda expressão:
“para a medida cheia da plenitude de CRISTO”.
“Medida plena” é a tradução literal para “medida da
idade da vida” ou também “medida da estatura”.
Trata-se da “idade adulta” ou da “medida cheia da
figura”. O trabalho dos encarregados edifica o corpo
de CRISTO. Terá alcançado seu tamanho completo
“quando todos que são destinados à igreja segundo o
plano divino de salvação pertencerem à igreja… A
igreja, que é o corpo do CRISTO, constitui na
estatura completa o pleroma de CRISTO.”
Eberhard Hahn. Comentário Esperança Efésios. Editora
Evangélica Esperança.
A Classificação dos Dons (Ef 4.11)
Nesta passagem, Paulo está interessado em apresentar
os ofícios necessários para a expansão e sustento da
igreja. CRISTO deu à igreja os apóstolos: (Obs.
Minha – Ev. Henrique - Plantadores de igrejas - Os
apóstolos eram os dirigentes. CRISTO os investiu com
dons extraordinários, poder para operar milagres e
uma infalibilidade para anunciar sua verdade. Sendo
eles colocados para darem testemunho do CRISTO vivo
através dos seus milagres e doutrina, Ele os enviou
a espalhar o evangelho e a implantar e governar
igrejas; Os profetas têm posição proximal à dos
apóstolos, e o seu dom especial era o de ministério
inspirado (Palavra de sabedoria - revelação do
futuro - Atos 11.28 e 21.11 - e de conhecimento –
revelação de fatos que ocorriam sem o conhecimento
geral; Os evangelistas eram pregadores itinerantes,
que iam de lugar em lugar para ganhar os incrédulos
(cf. 2 Tm 4.5), de modo muito semelhante como se faz
hoje e eram tremendamente usados em curas e expulsão
de demônios, milagres e dom da fé; Pastores de um
rebanho de comunicantes; a palavra grega (poimen)
empregada aqui significa, literalmente, “pastor de
ovelhas”. A tarefa dos pastores é alimentar o
rebanho e protegê-lo dos perigos espirituais – eram
conselheiros e organizadores do trabalho da igreja –
neles operava muito o dom de discernimento de
espíritos para julgarem as profecias e descobrirem
falsos mestres e falsos profetas o meio da igreja;
doutores representam uma classe de responsabilidade
grande na área do ensino da igreja – Neles operava a
profecia, as línguas e interpretação de línguas.
Os cinco ministérios são concedidos pelo ESPÍRITO e
dados por CRISTO à sua igreja.
Estes dons ministeriais são dados para promover
maturidade. Uma vez mais, Paulo usa três frases,
cada uma iniciada com a preposição grega eis: 1) à
unidade da fé; 2) a varão perfeito; 3) à medida da
estatura completa de CRISTO. Estas não são idéias
paralelas. A primeira fala do meio da maturidade, a
segunda fala da realidade da maturidade e a terceira
fala da medida da maturidade. Uma tradução melhor do
versículo seria esta: “Assim, todos finalmente
atingiremos a unidade inerente em nossa fé e em
nosso conhecimento do Filho de DEUS, e chegaremos à
maturidade, medida por nada menos que a estatura
completa de CRISTO” (NEB).32
A unidade da fé e do conhecimento do Filho de DEUS
constitui o meio do amadurecimento (cf. RA).
A varão perfeito refere-se ao nível de maturidade
coletiva e individual na igreja, no qual o poder de
DEUS se manifesta inteiramente em santidade e
justiça. Tal estado será atingido em seu significado
máximo futuramente, quando possuirmos a graça de
CRISTO na perfeição da ressurreição (cf. Fp
3.7-16).34
Willard H. Taylor. Comentário Bíblico Beacon.
Editora CPAD. Vol. 9. pag.160-162. E algumas
adaptações, mudanças e alguns acréscimo meus - Ev.
Henrique.
a) A Igreja unificada tem muitas funções e
diferentes dons (12.28).
1) Apóstolos. Estes foram homens convocados e
comissionados diretamente por CRISTO para serem suas
testemunhas.
2) Profetas. Os profetas eram aqueles convocados
para predizer o curso da história redentora, para
proclamar a mensagem de DEUS e para exortar.
3) Doutores. Os doutores eram considerados
extremamente essenciais e necessários ao bem-estar
da Igreja Primitiva. Em uma época em que os livros
eram raros, os doutores significavam uma peça
fundamental para apresentar e interpretar os ensinos
do AT e as doutrinas da igreja.
4) Milagres. Paulo passa de “pessoas dotadas a dons
abstratos”.50 Aparentemente, DEUS concedeu a algumas
pessoas poderes especiais para realizar feitos que
seriam impossíveis do ponto de vista da capacidade
humana (cf. v. 10).
5) Dons de curar. A Igreja Primitiva foi testemunha
de curas dramáticas e de eventos de instantânea
recuperação da saúde (At 3.1-11; 9.32-42).
6) Socorros. Alguns membros da igreja mostravam um
cuidado especial, compaixão e capacidade para
socorrer os necessitados. A referência também pode
estar mencionando pessoas que agiam como secretários
da igreja, tesoureiros ou pastores assistentes.
7) Governos. A palavra governos (kyberneseis)
“denota a atividade do timoneiro de um navio, do
homem que pilota o barco através de perigosos bancos
de areia e o conduz com segurança até o porto”.51
Portanto, ele provavelmente está se referindo “aos
administradores do governo da igreja, como os
presbíteros”.
8) Variedades de línguas. Em relação a este dom,
Clarke escreve: “E o poder de falar, em todas as
ocasiões necessárias, línguas que eles não tinham
aprendido”.53 Alguns estudiosos acreditam que esse
dom carismático inclua o dom das línguas
inteligíveis do Pentecostes, assim como as da
pneumatika de 14.2ss. Outros afirmam que os dons
(charismata) são diferentes da pneumatika.
b) A realidade da diversidade na igreja (12.29-30).
Agora Paulo faz uma série de perguntas retóricas.
São todos apóstolos? São todos profetas? Estas
perguntas, em grego, foram introduzidas com a
partícula me, o que indica que ele esperava uma
resposta negativa. A atitude cristã é aceitar a
diversidade na igreja e honrar e respeitar todos os
seus membros por serem importantes e essenciais.
Donald S. Metz. Comentário Bíblico Beacon. Editora
CPAD. Vol. 8. pag. 311-312.
1 - O COLÉGIO APOSTÓLICO
1. O termo “apóstolo”.
Na língua grega, em que foi escrito o Novo
Testamento, a palavra apóstolo tem o significado de
um enviado, um mensageiro ou um delegado.
“Apóstolos. Um delegado; especialmente um embaixador
do evangelho; oficialmente, uma pessoa comissionada
por CRISTO [um apóstolo’] (com poderes miraculosos):
— apóstolo, mensageiro, aquele que é enviado”.
2. Essa é a conceituação de apóstolo, em seu sentido
original. Apóstolo não é qualquer pessoa que “vai”
ou que é mandada por alguém, numa visão humana. “O
apóstolo é enviado por CRISTO do mesmo modo pelo
qual foi Ele enviado pelo Pai; e pelo menos com algo
quanto de tudo implica autoridade e poder, e graça e
amor”.
Elinaldo Renovato. Dons espirituais & Ministeriais
Servindo a DEUS e aos homens com poder
extraordinário. Editora CPAD. pag. 72.
2- O colégio apostólico.
Entende-se por “Colégio apostólico” o grupo dos 12
primeiros discípulos de JESUS, que foram convidados
por Ele para dar início ao seu ministério terreno.
Primeiramente, Ele os fez discípulos ou seguidores.
JESUS foi o Apóstolo Líder do Grupo dos Doze. Ele
foi enviado pelo Pai (Jo 20.21). Foram três anos
aproximadamente, em que eles aprenderam as verdades
de DEUS com o maior Mestre da História. Após o seu
discipulado, aos pés de CRISTO, e o recebimento do
batismo com o ESPÍRITO SANTO (Lc 24.49; At 1.8),
aqueles 12 foram enviados para proclamar o
evangelho, ou as Boas-Novas de salvação (Lc 6.13).
Eles constituíram a base ministerial para o
crescimento, o desenvolvimento e a expansão do Reino
de DEUS e da Igreja de CRISTO, por todo o mundo.
Elinaldo Renovato. Dons espirituais & Ministeriais
Servindo a DEUS e aos homens com poder
extraordinário. Editora CPAD. pag. 72-73.
A escolha que JESUS fez dos doze discípulos que
gradualmente se reuniram ao seu redor é uma
importante referência na história do evangelho.
Tal ato divide o ministério do nosso Senhor em duas
partes provavelmente muito semelhantes quanto à
duração, mas diferentes quanto à extensão e a
importância do trabalho realizado em cada uma. No
período inicial JESUS trabalhou sozinho; suas obras
milagrosas estavam confinadas a uma área limitada, e
seu ensino era, em sua maior parte, de caráter
elementar. Mas na ocasião em que os doze foram
escolhidos, a obra do reino "assumiu dimensões que
requeriam organização e divisão de trabalho. O
ensino de JESUS estava começando a ser de natureza
mais profunda e elaborada, e suas atividades
beneficentes estavam crescendo muito.
E provável que a escolha de um número limitado de
discípulos para ser seus companheiros íntimos e
constantes tenha se tornado uma necessidade para
CRISTO, em conseqüência de seu próprio sucesso ao
fazer discípulos. Seus seguidores eram tão numerosos
a ponto de serem um impedimento aos seus movimentos,
especialmente nas longas jornadas que marcam a parte
posterior de seu ministério. Era impossível que
todos os que criam pudessem então continuar a
segui-lo de modo literal, para onde quer que Ele
fosse: o grande número de pessoas agora poderia ser
apenas de seguidores ocasionais. Mas era seu desejo
que alguns homens escolhidos estivessem consigo em
todos os momentos e em todos os lugares — seus
companheiros de viagem em todas as suas jornadas,
testemunhando toda a sua obra e ministrando às suas
necessidades diárias. E assim, nas palavras
singulares de Marcos: “E subiu ao monte e chamou
para si os que ele quis; e vieram a ele. E nomeou
doze para que estivessem com ele...”.
Estes doze, contudo, como sabemos, deveriam ser mais
que meros companheiros de viagem ou servos comuns do
Senhor JESUS CRISTO. Eles deveriam ser, então,
aprendizes da doutrina cristã, e ocasionais
cooperadores das obras do reino, e mais tarde
agentes treinados, escolhidos por CRISTO para
propagar a fé depois que Ele deixasse a terra. A
partir do momento em que foram escolhidos, de fato,
os doze iniciaram um aprendizado regular para o
grande ofício do apostolado, no curso do qual
deveriam aprender, na privacidade de um
relacionamento íntimo diário com seu Mestre, como
deveriam ser, agir, crer, e ensinar como suas
testemunhas e seus embaixadores no mundo. Doravante
o treinamento desses homens deveria ser uma parte
constante e proeminente da obra pessoal de CRISTO.
Ele os orientava à noite a respeito do que deveriam
falar de dia, e falava aos seus ouvidos o que nos
anos posteriores anunciariam publicamente.
A ocasião em que ocorreu essa eleição (embora não se
conheça tal data com precisão) é fixa em relação a
certos eventos-chave da história do evangelho. João
se refere aos doze como uma companhia organizada na
ocasião em que o Senhor realizou o milagre de
alimentar mais de cinco mil pessoas, e do discurso
sobre o Pão da vida na sinagoga de Cafarnaum,
proferido pouco tempo após aquele milagre. Desse
fato aprendemos que os doze foram escolhidos pelo
menos um ano antes da crucificação; pois o milagre
da multiplicação dos alimentos ocorreu, de acordo
com o quarto evangelista, logo após a festa da
Páscoa. A partir das palavras ditas por JESUS aos
homens que havia escolhido, transmitindo a sua
pergunta em relação à fidelidade devida a ele depois
da multidão tê-lo abandonado: “Não vos escolhi a vós
os doze? E um de vós é um diabo”, concluímos que a
escolha não era tão recente. Os doze haviam estado
juntos durante tempo suficiente para dar ao falso
discípulo a oportunidade de mostrar o seu verdadeiro
caráter.
Voltando agora aos evangelistas sinópticos,
encontramo-los tentando estabelecer a posição da
eleição em referência a dois outros eventos ainda
mais importantes. Mateus fala pela primeira vez dos
doze como um corpo distinto em relação à sua missão
na Galiléia. Ele não diz, contudo, que foram
escolhidos imediatamente antes e com referência
direta a tal missão. Antes, fala como se a
fraternidade apostólica já existisse anteriormente,
sendo estas as suas palavras: “E, chamando os seus
doze discípulos...”
Lucas, por outro lado, faz um relato formal da
eleição, como um prefácio de seu relatório do Sermão
da Montanha, dando a impressão de que um evento
ocorreu logo após o outro. Finalmente, a narrativa
de Marcos confirma o ponto de vista sugerido por
essas observações de Mateus e Lucas, isto é, os doze
foram chamados pouco antes da realização do Sermão
da Montanha, e um tempo considerável antes de terem
sido enviados em missão para pregar e curar. Está
escrito: “E subiu ao monte e chamou para si os que
ele quis” — a subida obviamente se refere à ocasião
em que JESUS subiu antes de pregar seu grande
discurso. Marcos continua: “E nomeou doze para que
estivessem com ele e os mandasse a pregar e para que
tivessem o poder de curar as enfermidades e expulsar
os demônios”. Aqui há uma alusão feita a uma
intenção da parte de CRISTO de enviar seus
discípulos em uma missão, mas a intenção não é
representada e imediatamente executada. Nem pode ser
dito que a execução imediata esteja implícita,
embora não tenha sido expressa; o evangelista faz um
relato da missão como consta em vários capítulos
seguintes em seu Evangelho, iniciando com estas
palavras: “Chamou a si os doze, e começou a
enviá-los de dois a dois...”.
Deve ser considerado, então, como toleravelmente
certo, que o chamado dos doze tenha sido um prelúdio
à pregação do grande sermão sobre o reino, em cuja
fundação eles teriam, posteriormente, uma
participação ainda mais distinta. Não podemos
determinar com exatidão em que período do ministério
de nosso Senhor o sermão em si deve ser precisamente
alocado. Nossa opinião, contudo, é que o Sermão da
Montanha foi proferido próximo ao primeiro
ministério prolongado de CRISTO na Galiléia, durante
o tempo passado entre as duas visitas a Jerusalém em
ocasiões de festas mencionadas no segundo e no
quinto capítulo do Evangelho de João.
O número da companhia apostólica é significativo e,
sem dúvida, uma questão de escolha, assim como a
composição daquele grupo seleto. Um número maior de
homens elegíveis poderia ser facilmente encontrado
no círculo de discípulos que, mais tarde, não se
tornou menor que setenta auxiliares na obra
evangelística; e um número menor pode ter servido a
todos os propósitos presentes ou futuros do
apostolado. O número doze foi recomendado por óbvias
razões simbólicas. Expressava de uma forma feliz e
figurada o que JESUS reivindicava ser e o que veio
fazer e, deste modo, fornecia apoio à fé e estímulo
à devoção de seus seguidores. Isto sugeriu de forma
significativa que JESUS era o divino Rei messiânico
de Israel, que veio para estabelecer o reino cujo
advento fora anteriormente previsto pelos profetas
em linguagem fervorosa, sugerida pelos dias de
felicidade da história de Israel, quando a
comunidade teocrática existia em sua integridade, e
todas as tribos da nação escolhida eram unidas sob a
casa real de Davi. Sabemos que o número doze estava
designado a conter tal significado espiritual
através das próprias palavras de CRISTO aos
apóstolos em uma ocasião posterior, quando, ao
descrever as recompensas que os esperavam no reino
pelos serviços e sacrifícios prestados, Ele disse:
“Em verdade vos digo que vós, que me seguistes,
quando, na regeneração, o Filho do Homem se assentar
no trono da sua glória, também vos assentareis sobre
doze tronos, para julgar as doze tribos de Israel”.
É possível que os apóstolos conhecessem muito bem a
importância espiritual do seu número, e tenham
encontrado nele o encorajamento para a terna e
ilusória esperança de que a vinda do reino não
deveria ser apenas um cumprimento espiritual das
promessas, mas uma restauração literal de Israel em
relação à sua independência e integridade política.
O risco de tal equívoco era um dos obstáculos
relacionados ao número doze em particular, mas não
foi considerado por JESUS como uma razão suficiente
para estabelecer outro. Seu método de procedimento
nesse caso, como em todas as coisas, era continuar o
que era verdadeiro e certo, e então corrigir os
equívocos à medida que surgissem. Do número do grupo
apostólico passamos para as pessoas que o compõem.
Sete dos doze — os primeiros sete na lista de Marcos
e Lucas, presumindo que Bartolomeu seja Natanael —
são pessoas já conhecidas por nós. Dois dos cinco
restantes — o primeiro e o último — conheceremos bem
à medida que avançarmos na história.Tomé, chamado
Dídimo ou o Gêmeo, aparece como um homem de coração
terno, mas de temperamento melancólico, pronto para
morrer por seu Senhor, mas lento para crer em sua
ressurreição. Judas Iscariotes é conhecido em todo o
mundo como o Traidor. Ele aparece pela primeira vez
nessa lista de apóstolos com o título infame marcado
em sua testa: “Judas Iscariotes, aquele que o
traiu”. A presença de um homem capaz de trair entre
os discípulos eleitos é um mistério no qual não
devemos tentar penetrar. Meramente fazemos aqui uma
observação histórica sobre Judas — ele parece ter
sido o único não galileu entre os doze. Seu
sobrenome veio aparentemente de seu lugar de origem,
Queriote; e no livro de Josué podemos constatar que
existia uma cidade com tal nome na fronteira do sul
da tribo de Judá.
Os três nomes que restam são extremamente obscuros.
Tiago, filho de Alfeu. O próximo na lista de Mateus
e Marcos é apontado por muitos como sendo o irmão
deste Tiago. Lebeu e Tadeu dos dois primeiros
Evangelhos, encontrarmos na lista de Lucas o nome
Judas “... de Tiago”. A elipse nesta designação foi
preenchida pela palavra irmão, e presume-se que o
Tiago aludido seja Tiago, filho de Alfeu.
Independentemente de quão tentador esses resultados
possam ser, não podemos considerá-los como apurados,
e devemos nos satisfazer com a idéia de que em meio
aos doze havia um segundo Tiago, além do irmão de
João e filho de Zebedeu, e também um segundo Judas,
que novamente aparece como um interlocutor na
conversa de despedida entre JESUS e seus discípulos
na noite anterior à crucificação, cuidadosamente
distinguido do traidor, pelo evangelista, através da
anotação parentética: “não o Iscariotes”. Este
Judas, que é o próprio Lebeu ou Tadeu, foi chamado
de discípulo de três nomes.
O discípulo a quem reservamos o último lugar, como
aquele que fica no topo de todas as listas, é Simão.
Este segundo Simão é desconhecido, enquanto o
primeiro é notório, porque não é mencionado na
história do evangelho, exceto nas listas dos
apóstolos; e assim, pouco se sabe a respeito dele, o
apelido anexado ao seu nome leva a uma informação
curiosa e interessante. Ele é chamado de kananita
(não de cananita), o que é uma designação política e
não geográfica, como consta no termo grego que Lucas
usou para substituir o termo hebraico, chamando o
discípulo do qual falamos de Simão, o zelote. Este
apelido, zelote, relaciona Simão indiscutivelmente
ao famoso partido que surgiu da rebelião sob a
coordenação de Judas nos dias da taxação,
aproximadamente vinte anos antes do início do
ministério de CRISTO, quando a Judéia e Samaria
ficaram sob o comando direto do governo de Roma, e o
censo populacional foi feito com a intenção de se
impor uma tributação subseqüente.
Que fenômeno singular foi a presença desse ex-zelote
entre os discípulos de JESUS! Dois homens não
poderiam diferir mais em relação ao seu espírito,
metas, e pretensões do que Judas (o líder dos
zelotes) e JESUS de Nazaré. Um era um político
descontente; o outro, completamente vencedor, daria
a César o que era de César. O primeiro desejava a
restauração do reino de Israel, adotando como lema:
“Nós não temos um Senhor ou Mestre, exceto DEUS”; o
segundo desejava a fundação do reino que não era
nacional, e sim universal; não deste mundo, e sim
“puramente espiritual”. Os métodos empregados pelos
dois eram tão diferentes quanto os seus objetivos e
fins. Um havia recorrido às armas carnais de guerra,
a espada e o punhal; o outro confiava apenas na
força bondosa e amável, porém onipotente, da
verdade.
Não sabemos o que levou Simão a deixar Judas (o
líder dos zelotes) para seguir JESUS; mas ele fez
uma troca feliz para si, pois anos depois o partido
que ele abandonou atraiu a ruína para si e seu país
devido a seu patriotismo fanático, inconseqüente e
inútil. Embora a insurreição de Judas fosse
subjugada, o fogo do descontentamento ainda queimava
no peito dos seus adeptos; e com o tempo, eclodiu na
fogueira de uma nova rebelião, que fez surgir uma
luta mortal contra o poder gigantesco de Roma, e
terminou na destruição da capital do judaísmo, e na
dispersão do povo judeu.
A escolha desse discípulo para ser um apóstolo
fornece uma outra ilustração do desprezo de CRISTO
pela sabedoria humana. Não era seguro transformar um
ex-zelote em um apóstolo, porque ele poderia ser o
meio de transformar JESUS e os seus seguidores em
objetos de suspeitas políticas. Mas o Autor da nossa
fé estava disposto a correr este risco. Ele desejava
ganhar tanto discípulos das classes perigosas como
das classes desprezadas, e queria que também
estivessem representados entre os doze.
É uma surpresa agradável pensar que Simão, o zelote,
e Mateus, o publicano, homens de posições opostas,
estivessem juntos e em comunhão naquele pequeno
grupo de doze pessoas. Na pessoa desses dois
discípulos os extremos se tocam — o ex-coletor de
impostos e aquele que odiava os impostos: o judeu
que não era patriota, que havia se degradado ao se
tornar um servo do governante estrangeiro, e o judeu
patriota, que se irritava com o domínio estrangeiro,
e suspirava pela emancipação.
Esta união dos opostos não era acidental, mas havia
sido designada por JESUS como uma profecia daquilo
que aconteceria no futuro. Ele desejava que os doze
fossem a igreja em miniatura ou como o seu embrião;
e assim, Ele os escolheu para que a distinção entre
publicanos e zelotes não existisse, e então na
igreja do futuro não deveria haver nem gregos nem
judeus, circuncisão ou incircuncisão, escravos ou
livres, mas somente CRISTO — Ele é tudo em todos e
todos estão nele. Estes eram os nomes dos doze
conforme consta nas listas dos evangelistas. Quanto
à ordem são apresentados, examinando-se
cautelosamente as listas, podemos observar que elas
contêm três grupos de quatro pessoas, e em cada um
deles os mesmos nomes são sempre encontrados, embora
a ordem não seja a mesma. O primeiro grupo inclui
aqueles que são mais conhecidos, o segundo inclui
aqueles que são pouco menos conhecidos, e o terceiro
inclui aqueles que são os menos conhecidos de todos,
exceto no caso do traidor, que ficou muito bem
conhecido. Pedro, a figura mais proeminente entre os
doze, está no topo de todas as listas, e Judas
Iscariotes no rodapé, cuidadosamente designado,
conforme já foi observado, como o traidor. O rol
apostólico, a partir da ordem fornecida em Mateus, e
empregando os cognomes característicos da história
do evangelho como um todo, é o seguinte:
PRIMEIRO GRUPO
Simão Pedro------------------------------------O homem de pedra
André----------------------------------------------Irmão de
Pedro
Tiago e João------------------------------------Filhos de Zebedeu, e filhos do trovão
SEGUNDO GRUPO
Filipe----------------------------------------------O
inquiridor sincero
Bartolomeu ou Natanael---------------------O israelita em quem não
havia dolo
Tomé---------------------------------------------O
melancólico
Mateus-------------------------------------------O publicano
(assim chamado apenas por si mesmo)
TERCEIRO GRUPO
Tiago (filho) de
Alfeu--------------------------(Marcos 15.40?)
Lebeu.Tadeu, Judas de Tiago--------------O
discípulo que tinha três nomes
Simão--------------------------------------------O zelote
Judas, o homem de Queriote--------------O
traidor
Estes foram os homens que JESUS escolheu para o
acompanharem enquanto estivesse nesta terra, e para
dar continuidade à sua obra depois de sua partida.
Estes são os homens que a igreja celebra como “a
companhia gloriosa dos apóstolos”. O louvor é
merecido; mas a glória dos doze não era deste mundo.
Sob um ponto de vista mundano, alguns podem
considerá-los, de fato, uma companhia insignificante
— um grupo de pobres e iletrados galileus
provincianos, totalmente desprezados, privados das
características sociais mais elevadas, com mínimas
chances de serem escolhidos por alguém que
valorizasse as considerações da prudência.
Por que JESUS escolheu tais homens? Teria Ele sido
levado por sentimentos de antagonismo por aqueles
que possuíam vantagens sociais, ou uma predileção
por homens de sua própria classe? Não; sua escolha
foi feita com base na verdadeira sabedoria. Se Ele
escolheu principalmente os galileus, não foi por
preconceito provincial contra aqueles do sul; se,
como algumas pessoas pensam, Ele escolheu dois ou
mesmo quatro de seu próprio parentesco, não foi por
nepotismo; se Ele escolheu homens rudes, ignorantes,
humildes, não foi movido pela inveja do
conhecimento, da cultura, ou da boa origem. Se
qualquer mestre, homem rico, ou governante estivesse
disposto a se entregar sem reservas ao serviço do
reino, nenhuma objeção teria sido feita a ele em
virtude de suas habilidades, posses ou títulos. O
caso de Saulo de Tarso, o pupilo de Gamaliel, prova
a verdade dessa afirmação. Nem mesmo o próprio
Gamaliel poderia ter impedido que Paulo se tornasse
um discípulo do Nazareno. Mas sim! Nem ele nem
nenhuma de suas ordens chegariam tão longe. Por esta
razão o desprezado Senhor não teve nenhuma
oportunidade de mostrar sua disposição de aceitá-los
como díscípulos e escolhê-los como apóstolos.
A verdade é que JESUS quis se contentar com
pescadores, publicanos, e antigos zelotes como
apóstolos. Eles eram o melhor que se poderia obter.
Aqueles que se consideravam melhores, eram também
muito orgulhosos para se tornarem discípulos, e por
isso se excluíram do que o mundo considera agora
como a honra de serem os príncipes escolhidos do
reino. A aristocracia civil e religiosa se gabava de
sua descrença. Os cidadãos de Jerusalém se sentiram,
por um momento, interessados no jovem entusiasta que
havia purificado o templo com um chicote de correias
curtas; mas a fé deles era superficial e sua atitude
era defensiva, e por isso JESUS não se entregou a
eles, porque sabia o que havia no interior de cada
um deles. Alguns poucos eram simpatizantes sinceros,
mas não estavam decididos quanto ao seu ingresso na
eleição para o apostolado. Nicodemos mal era capaz
de dizer uma tímida palavra apologética a favor de
CRISTO, e José de Arimatéia foi um discípulo
“secretamente”, por medo dos judeus. Estes
dificilmente seriam os homens certos para ser
enviados como missionários da cruz — homens tão
presos aos laços sociais e conexões partidárias, e
tão escravizados pelo medo dos homens. Os apóstolos
do cristianismo devem ser feitos de material rígido.
E assim JESUS preferiu optar pelos homens da
Galiléia: rústicos, porém simples, sinceros e
motivados. E Ele ficou bastante satisfeito com sua
escolha, e devotadamente agradeceu a seu Pai por
ter-lhe concedido homens como esses. JESUS não
desprezaria a erudição, a posição, a riqueza, o
requinte, voluntariamente deixados em razão de seu
serviço; mas preferia homens devotos que não
tivessem nenhuma dessas vantagens a homens não
devotos que tivessem todas elas. E com uma forte
razão; isso importava muito pouco, exceto aos olhos
do preconceito contemporâneo, para o qual a posição
social ou mesmo a história prévia dos doze teria
algum significado. O importante é que eram
espiritualmente qualificados para o trabalho que
foram chamados a fazer. Ou seja, o que importa não é
o exterior do homem, mas o seu interior. João Bunyan
foi um homem de origem simples, de posição inferior,
e até à sua conversão tinha hábitos pouco louváveis;
mas era por natureza um homem capacitado e, pela
graça, um homem de DEUS. Ele teria se tornado — como
de fato foi — um dos apóstolos mais eficientes.
A. B. BRUCE. O Treinamento dos Doze. Editora CPAD.
pag. 44-54.
“Até que do alto sejais revestidos de poder”. Esta
expressão tem um som místico, e o seu sentido parece
difícil de definir; contudo, o sentido geral é,
certamente, simples o bastante. Ela significou não
total ou principalmente um poder para operar
milagres, mas justamente o que JESUS tinha dito em
seu discurso de despedida, antes de sua morte. Este
poder que vem do alto significa tudo o que os
apóstolos receberiam através da missão do Consolador
— esclarecimento da mente, dilatação do coração,
santificação de suas faculdades e transformação de
caráter, para torná-los espadas afiadas e flechas
polidas para subjugar o mundo à verdade; essas
qualidades, ou o efeito combinado delas,
constituíram o poder que JESUS direcionou os onze a
esperar. O poder, portanto, era espiritual, não
mágico; uma inspiração, não uma possessão; um poder
que não agiria como uma força fanática cega, mas que
se manifestaria como um espírito de amor e de uma
consciência sã. Depois que o poder desceu, os
apóstolos não se tornaram menos racionais, porém
mais racionais; não loucos, mas sóbrios; não meros
entusiastas inflamados e vazios, mas entusiastas
equilibrados, claros e dignos expositores da verdade
divina, tal como o relato de Lucas sobre o seu
ministério. Em resumo, estavam prestes a ser
diferentes daquilo que foram no passado, e mais
parecidos com o seu Mestre: e não mais ignorantes,
infantis, fracos, carnais, mas iniciados nos
mistérios do Reino, e habitualmente sob a direção do
ESPÍRITO de graça e santidade.
Tal poder prometido era evidentemente indispensável
para que fossem bem-sucedidos. Os títulos oficiais
não seriam o mais importante, e sob certos aspectos
poderiam ser vãos — apóstolos, evangelistas,
pastores, professores, governantes; as vestes
clericais seriam vãs se a alma dos onze não fosse
vestida com esta peça de roupa do poder divino.
Vãos, então, e igualmente vãos agora. O mundo está
prestes a ser evangelizado, não pelos homens
investidos com dignidades eclesiásticas e com peças
de roupas parcialmente coloridas, mas por homens que
têm experimentado o batismo no ESPÍRITO SANTO, e que
estão visivelmente imbuídos do poder divino da
sabedoria, amor e zelo. O poder prometido era
indispensável, e também era, em sua natureza, algo a
ser simplesmente esperado. Os discípulos foram
instruídos a esperar até que viesse. Não deveriam
tentar fazer nada sem ele, nem tentar alcançá-lo. E
foram sábios o suficiente para seguir as instruções.
Entenderam completamente que o poder era necessário,
e que não poderia ser alcançado, mas que deveria vir
sobre eles. Nem todos são igualmente sábios. Muitos
virtualmente assumem que o poder do qual CRISTO
falou pode ser dispensado, e que, de fato, não é uma
realidade, mas uma quimera. Outros, mais devotados,
acreditam no poder, mas não na impotência do homem
de investir-se dele por si mesmo. Estes tentam
ganhar o poder por meio de seu próprio trabalho, ou
assumem para si e para outros uma situação de
frenesi e entusiasmo. O fracasso, mais cedo ou mais
tarde, convence essas pessoas de seus erros,
mostrando que os resultados espirituais são
produzidos por algo mais do que eloqüência,
intelecto, dinheiro e organização; mostra, também,
que o verdadeiro poder espiritual não pode ser
produzido, como faíscas elétricas, por fricção ou
estímulo, mas deve, soberana e graciosamente, vir do
alto.
A. B. BRUCE. O Treinamento dos Doze. Editora CPAD.
pag. 573-574.
Atos 1. 20. «...encargo...» Do termo grego aqui
traduzido assim é que se deriva o nosso moderno
vocábulo «episcopado». Algumas traduções dizem
«bispado». O sentido básico é o de «supervisor» (no
grego, se deriva de «epí» e «skopeo»—literalmente,
«ver de cima»). Pode ser apropriadamente traduzido
por «ofício», conforme se vê em I Ped. 2:12. O
sentido eclesiástico em que esse vocábulo pode ser
usado é encontrado em I Tim. 3:1: «Fiel é a palavra:
Se alguém aspira ao episcopado, excelente obra
almeja». Nesse capítulo da primeira epístola a
Timóteo são descritos os deveres e as qualificações
dos anciãos e dos diáconos, aqueles que são os
líderes das igrejas cristãs locais. O ofício mais
formal de «bispo», no sentido moderno, como alguém
que supervisiona.
Sobre Judas Iscariotes
Ao invés de um destino sem-par, com CRISTO, em
glória exaltada, Judas Iscariotes desceu ao seu
lugar exclusivo de punição. A expressão «...seu
próprio lugar...» tem deixado perplexos a muitos
intérpretes, razão pela qual muitos sentidos
diversos têm sido vinculados à mesma.
Cada indivíduo merece a sua própria recompensa ou
retribuição, e esse galardão ou castigo é distintivo
para cada pessoa. Assim sendo, foi dito acerca de
Judas Iscariotes que ele foi para aquele lugar de
castigo distintivamente seu, o «seu próprio lugar».
Sobre Matias
Atos 1.26. O método de «lançar sortes» consistia em
colocar pedras ou tabuinhas, com nomes escritos, em
um vaso, o qual era sacudido até que um deles
caísse. Aquele cujo nome estivesse nessa pedra ou
tabuinha, era considerado como a pessoa escolhida
por DEUS, porquanto pensava-se que de algum modo o
Senhor DEUS é quem causara aquela ação particular.
(E.H. Plumptre, in loc.).
«...recair sobre Matias...» Sem importar qual método
de lançamento de sortes foi usado, o resultado é que
Matias foi considerado apóstolo por escolha divina,
porquanto se aceitou o fato de que DEUS havia
dirigido o salto da sorte para fora do vaso ou urna.
Desse modo Matias tomou lugar, junto com os outros
onze apóstolos, no ofício apostólico.
Com base nessa circunstância, ficamos sabendo da
grande fé dos apóstolos na providência divina, e que
eles não criam que as coisas acontecessem por acaso.
CHAMPLIN, Russell Norman, O Novo Testamento
Interpretado versículo por versículo. Editora
Candeias. Vol. 3. pag. 38; 40-41.
Atos 21/22 Pedro constata inicialmente as exigências
imprescindíveis a um “apóstolo”. Um “apóstolo” é
acima de tudo uma “testemunha da ressurreição de
JESUS”. A ressurreição de JESUS é – obviamente
mediante ligação indissolúvel com sua cruz – o
evento decisivo que realmente faz do evangelho um
evangelho. Sem o acontecimento do dia da Páscoa, o
“cristianismo” jamais teria surgido no mundo. Não
teria significado extremo para nós e para o mundo
todo o fato de que o ser humano JESUS de Nazaré
viveu, ensinou, curou, amou e sofreu, se esse JESUS
não tivesse sido despertado por DEUS e transformado
em seu “Senhor e CRISTO” (cf. At 2.32-36; 3.13-15;
4.10-12; 13.38s; 17.30s). JESUS foi “designado Filho
de DEUS com poder, segundo o espírito de santidade
pela ressurreição dos mortos” (Rm 1.4). Essa
ressurreição dentre os mortos, contudo, constitui ao
mesmo tempo o “impossível”, o humanamente
inconcebível e por isso escandaloso, irritante e
ridículo (At 17.32). Por isso o testemunho
originário do apostolado, fundador da igreja,
somente pode ser prestado nesse mundo alienado de
DEUS por aquela pessoa que presenciou pessoalmente o
fato inaudito da ressurreição de JESUS e que
experimentou sua verdade. Essa ressurreição, porém,
não é um evento isolado em si. JESUS, e unicamente
JESUS, é aquele que ressuscitou dentre os mortos! E
precisamente JESUS é, como o Ressuscitado, de fato o
Salvador glorioso de que os pecadores precisam. Por
isso a testemunha de sua ressurreição igualmente
precisa ter conhecido bem a JESUS pessoalmente. No
entanto, ele não é “apóstolo” como pessoa isolada e
solitária, mas – já falávamos disso – unicamente
como membro do grupo de apóstolos. Por isso precisa
ter estado em contado desde o início com esse grupo
a que deverá pertencer integralmente. Ele deve
exercer o ministério “conosco”.
Atos 25 Expõem diante dele a necessidade de suas
preces. É o que podemos fazer na oração. Judas se
demitiu da “vaga neste ministério e envio”, para ir
“para seu próprio lugar”, i. é, para a perdição. O
lugar vazio precisa ser preenchido e assumido por
outro.
Atos 26 O Senhor deve decidir agora através do
sorteio. O texto não deixa inequivocamente claro se
eles “lançam sortes por eles” (assim traduz A.
Schlatter) ou se fazem que os dois tirem a sorte.
Seja como for, o sorteio indicou Matias como aquele
que foi eleito pelo Senhor, e “foi acrescentado aos
onze apóstolos” [NVI].
Portanto, tão vivos e múltiplos eram os
acontecimentos no começo da igreja! Pedro age a
partir de si com sua própria autoridade. Na igreja
existem homens que a lideram. Mas então ele convoca
a própria igreja para agir, depois que lhe mostrou
sobre o que deve dirigir sua atenção. E em oração a
igreja entrega a última decisão na mão do Senhor,
recorrendo uma vez, aqui no começo, ao método do
sorteio. Não se implanta nenhum princípio, nem
“episcopal”, nem “democrático”, nem tampouco se
estabelece um direito de gozar constantemente da
maravilhosa direção através do Senhor. De forma
livre fez-se justiça a tudo, conforme a respectiva
situação demandava.
Às vezes se afirmou que apesar disso a igreja agiu
com precipitação. O décimo segundo apóstolo
preparado pelo Senhor seria Paulo, por cuja vocação
a igreja deveria ter esperado. Porém, será que a
igreja podia esperar durante anos por algo incerto?
Para isso ela teria necessidade de uma instrução
clara do Senhor. Sobretudo, porém, Paulo nunca se
considerou entre os “Doze”, aos quais diferencia
expressamente de si em 1Co 15.5 como sendo um grupo
especial. Em sua característica numérica, os Doze se
dirigiam a Israel. Quem desejasse pertencer a eles
de fato precisava ter vivenciado, como Pedro está
demandando aqui, a história especial de DEUS no
âmbito de Israel desde o movimento de arrependimento
desencadeado por João até o último desfecho na
ascensão de JESUS. Nesse sentido, Paulo não podia
ser um apóstolo. Em vista disso, Paulo se considerou
pessoalmente uma exceção muito peculiar: 1Co
15.8-10. Ele tinha consciência de ser um “apóstolo
das nações”, embora, nessa tarefa, fosse plena e
integralmente um “apóstolo” – Paulo lutou com todas
as forças pelo reconhecimento de seu envio e
autoridade apostólicos – mas não como um dos “Doze”,
que juntos exerciam seu ministério em Jerusalém,
sobretudo em prol de Israel.
Werner de Boor. Comentário Esperança Atos. Editora
Evangélica Esperança.
O escolhido para assumir o lugar de Judas deve ser
alguém que tenha estado associado com JESUS, desde o
seu batismo por João até a sua ascensão. A principal
função do apóstolo é ser testemunha da ressurreição.
Matias (“presente de Jeová”) assumiu o seu lugar com
os onze apóstolos. Depois do Pentecostes, não se lê
mais que os discípulos tenham lançado sortes. O
ESPÍRITO SANTO, que passou a habitar em cada um,
guiava-os.
Ralph Earle. Comentário Bíblico Beacon. Editora
CPAD. Vol. 8. pag. 213.
Lc 24. 49. O JESUS ressurreto tem o poder para
enviar o ESPÍRITO. Sua autoridade não é limitada
como era durante os dias do Seu ministério
terrestre. A promessa de meu Pai é uma designação
incomum do ESPÍRITO SANTO, e ressalta o lugar da
promessa divina na Sua vinda. Os discípulos não
devem tentar a tarefa da evangelização com seus
próprios parcos recursos, mas, sim, devem aguardar a
vinda do ESPÍRITO. O equipamento que Ele forneceria
é descrito de forma pitoresca em termos de os
discípulos serem revestidos de poder do alto. A nota
de poder é significante, e do alto lembrava a eles
(e nos lembra também) qual é a fonte de todo o
verdadeiro poder para a evangelização.
I. Howard Marshall. Atos. Introdução e Comentário.
Editora Vida Nova. pag. 322.
3. A singularidade dos doze.
A característica fundamental do apóstolo é ser
alguém que tem uma missão a cumprir, enviado por
quem tem autoridade espiritual para fazê-lo. Em seu
discipulado, os doze apóstolos foram preparados para
o cumprimento da missão mais importante que um
mortal poderia receber. Serem embaixadores do Reino
de DEUS. Não poderiam ser pessoas desprovidas de
qualificações especiais. Eram homens comuns,
humanamente detentores de virtudes e defeitos, mas
tiveram um treinamento aos pés do Mestre dos
mestres. E demonstraram possuir algumas qualidades
especiais.
1) Foram chamados por JESUS
Em seu ministério, JESUS teve muitos discípulos (Mt
8.21; 9.57-62). Mas, para cumprir a grande missão,
JESUS selecionou apenas 12, e lhes deu credenciais e
poder para se tornarem apóstolos. “E, chamando a si
os seus doze discípulos...” (Mt 10.1a). Lucas anotou
a eleição dos 12 dentre muitos outros. Após passar
uma noite inteira em oração a DEUS, “chamou a si os
seus discípulos, e escolheu doze deles a quem deu
nome de apóstolos” (Lc 6.12 — grifo nosso).
2) Receberam autoridade espiritual
JESUS “deu-lhes autoridade sobre os espíritos
imundos, para expulsarem, e para curarem toda sorte
de doenças e enfermidades” (Mt 10.1; Mc 3.15).
Inicialmente, essa autoridade foi concedida aos
doze. E, na Grande Comissão, além de mandar que seus
discípulos pregassem o evangelho por todo o mundo, a
toda a criatura, disse que os sinais e maravilhas
haveriam de seguir a todos os que nEle cressem. Não
apenas aos doze, mas “aos que crerem”, ou seja, a
todos os seus discípulos (Mc 16.17, 18). E
importante destacar que os doze receberam dons
sobrenaturais, antes que o ESPÍRITO SANTO os
colocasse à disposição da Igreja.
3) Tinham delegação de CRISTO
Os 12 apóstolos não foram apenas “enviados”, mas
tiveram um mandato especial. JESUS lhes disse;
“Disse-lhes, pois, JESUS outra vez: Paz seja
convosco; assim como o Pai me enviou, também eu vos
envio a vós. E, havendo dito isto, assoprou sobre
eles e disse-lhes: Recebei o ESPÍRITO SANTO.
A autoridade delegada aos apóstolos foi tão grande,
que eles tinham poder para perdoar pecados ou
retê-los. JESUS os enviou, do mesmo modo como Ele
fora enviado pelo Pai (Jo 20.21-23).
Podemos imaginar o que os doze sentiram, ao ouvir
aquelas palavras! Serem enviados por CRISTO, e como
CRISTO o fora por seu Pai! Os que entenderam bem a
missão devem ter sentido o grande peso de sua
responsabilidade. Os que haviam sido pescadores,
antes, podiam guardar as redes e suspender a
pescaria. Mas, uma vez feitos “pescadores de homens”
(Mt 4.19; Mc 1.17), não poderiam suspender a missão.
Os que outrora tinham outras atividades não tinham
como voltar atrás. O mundo nunca mais foi o mesmo
depois de CRISTO, e depois que seus apóstolos
começaram a cumprir a Grande Comissão (Mc 16.15).
Elinaldo Renovato. Dons espirituais & Ministeriais
Servindo a DEUS e aos homens com poder
extraordinário. Editora CPAD. pag. 73-74.
Eles foram convocados pessoalmente pelo Senhor.
Quem foram aqueles que CRISTO ordenou para ser seus
apóstolos ou embaixadores; eram seus discípulos (v.
1). Ele os tinha chamado, havia algum tempo, para
que fossem discípulos, seus seguidores imediatos e
ajudantes constantes, e naquela ocasião Ele lhes
disse que eles deveriam ser pescadores de homens,
promessa que Ele agora cumpria. CRISTO normalmente
concede honras e graças em estágios; a luz de ambas,
como a luz da manhã, brilha cada vez mais. Durante
todo o tempo, CRISTO manteve esses doze:
1. Em uma situação de experiência. Embora conheça o
ser humano, e soubesse desde o início o que havia
neles (Jo 6.70), ainda assim Ele usou este método
para dar um exemplo à sua igreja. Observe que sendo
o ministério uma grande responsabilidade, era
conveniente que os homens fossem testados durante
algum tempo, antes que ele lhes fosse confiado. “E
também estes sejam primeiro provados” (1 Tm 3,10).
Portanto, “a ninguém imponhas precipitadamente as
mãos” (1 Tm 5.22), mas deixai que esta pessoa seja,
primeiramente, observada como um candidato em
experiência, porque os pecados de alguns homens vão
adiante, e outros os seguem.
2. Em uma condição de preparação. Todo o tempo JESUS
esteve preparando-os para esta grande obra. Observe
que aqueles que CRISTO designa e chama para qualquer
serviço, Ele primeiramente, de certa maneira, os
prepara e qualifica, para tanto. Ele os preparou:
(1) Levando-os para estar com Ele. Observe que o
melhor preparativo para a obra do ministério é o
conhecimento e a comunhão com JESUS CRISTO. Aqueles
que o servem devem estar com Ele (Jo 12.26). Paulo
teve CRISTO revelado, não somente para ele, mas
nele, antes que fosse pregá-lo entre os gentios (GI
1.16). Pelos atos vivos de fé e pela prática
frequente de orações e meditações, esta comunhão com
CRISTO deve ser mantida e preservada, e essa é uma
qualificação essencial para a obra do ministério.
(2) Ensinando-os. Eles estavam com Ele como alunos,
e Ele os ensinava em particular, além do benefício
que eles obtinham com a sua pregação pública. Ele
lhes abriu as Escrituras e ampliou sua compreensão
para entenderem as Escrituras. Foi-lhes permitido
conhecer os mistérios do Reino dos céus e para eles
estes mistérios foram esclarecidos. Aqueles que são
designados para serem professores devem, antes,
serem aprendizes; eles devem receber, antes que
possam dar; eles devem ser capazes de ensinar outros
(2 Tm 2.2). As verdades do Evangelho devem ser
entregues a eles, antes que sejam encarregados de
ser ministros do Evangelho. Dar a autoridade de
ensinar a homens que não têm capacidade para isto
não é nada mais que uma zombaria a DEUS e à igreja;
é mandar mensagens pelas mãos de um tolo (Pv 26.6).
CRISTO ensinou os seus discípulos antes de enviá-los
(cap. 5.2), e depois, quando ampliou a missão deles,
deu-lhes instruções mais amplas (At 1.3).
Qual foi a comissão que Ele lhes deu.
1. Ele os chamou para que viessem até Ele (v. 1).
Ele os tinha chamado antes, para que o seguissem;
agora Ele os chama para que venham até Ele,
admitindo-os a uma familiaridade maior, e não mais
os conservando a uma certa distância, de onde eles
tinham observado até então. Aqueles que se
humilharem, serão exaltados. Dizia-se que os
sacerdotes, sob a lei, aproximavam-se de DEUS mais
que as outras pessoas; a mesma coisa pode ser dita
sobre os ministros do Evangelho; eles são cha mados
a se aproximarem de CRISTO, o que, assim como é uma
honra, também deve lhes provocar um certo respeito e
temor. Lembremo-nos de que CRISTO será santificado
naqueles que se aproximam dele. Percebe-se que
quando os discípulos iam receber instruções, eles se
aproximavam de JESUS por sua própria vontade (cap,
5.1). Mas agora que eles seriam ordenados, Ele os
chamou.
Convém aos discípulos de CRISTO que se predisponham
mais a aprender do que a ensinar. No sentido da
nossa própria ignorância, devemos procurar
oportunidades de sermos ensinados, e da mesma
maneira nós devemos esperar por um chamado, um
chamado claro, antes de assumir a responsabilidade
de ensinar aos outros; pois nenhum homem deve
apropriar-se dessa honra,
2. Ele lhes deu poder, exousian, autoridade no seu
nome, para convocar os homens à obediência, e para a
confirmação daquela autoridade que também coloca os
demônios sob sujeição. Toda a autoridade legítima
deriva de JESUS CRISTO. Todo o poder é dado a Ele,
sem limites, e os poderes subordinados são ordenados
por Ele.
Ele coloca sobre os seus ministros um pouco da sua
honra, assim como Moisés colocou um pouco da sua
honra sobre Josué. Note que é uma prova inegável da
plenitude do poder que CRISTO usava como Mediador o
fato de que Ele pudesse distribuir o seu poder
àqueles a quem Ele usava, e os capacitasse a
realizar, em seu nome, os mesmos milagres que Ele
realizava. Ele lhes deu poder sobre os espíritos
imundos, e sobre todos os tipos de enfermidades.
Observe que o desígnio do Evangelho é vencer o mal e
curar o mundo. Estes pregadores foram enviados,
destituídos de todas as vantagens externas que os
pudessem recomendar. Eles não tinham riqueza, nem
aprendizado, nem títulos honoríficos, e eram muito
poucos; portanto, era essencial que eles tivessem
algum poder extraordinário que os colocasse acima
dos escribas.
(1 ) Ele lhes deu poder contra os espíritos imundos,
para expulsá-los. Observe que o poder entregue aos
ministros de CRISTO está diretamente apontado contra
o diabo e o seu reino. O diabo, sendo um espírito
imundo, trabalha tanto em erros doutrinários (Ap
16.13) como em concupiscências (2 Pe 2.10); e, nos
dois casos, os ministros têm uma acusação contra
ele. CRISTO lhes deu o poder de expulsá-lo dos
corpos das pessoas; mas isto deveria significar a
destruição do reino espiritual do diabo, como também
de todas as suas obras; para este propósito, o Filho
de DEUS se manifestou.
(2) Ele lhes deu poder para curar todos os tipos de
enfermidades. Ele os autorizou a realizar milagres
para a confirmação da sua doutrina, para provar que
ela era de DEUS; e eles deviam realizar milagres
úteis para exemplificá-la, para provar que ela não
apenas era confiável, mas digna de toda a aceitação;
que o desígnio do Evangelho é curar e salvar. Os
milagres de Moisés eram, muitos deles, para a
destruição. Os milagres que CRISTO realizou, e
designou aos seus apóstolos que realizassem, eram
todos para a edificação, e evidenciavam que Ele era
não apenas o grande Professor e Governante, mas
também o grande Redentor do mundo. Observe que a
ênfase é colocada sobre a extensão do seu poder,
sobre toda enfermidade, e todo mal, sem a exceção
nem mesmo daqueles que são reconhecidamente
incuráveis, e com a censura dos médicos. Na graça do
Evangelho, existe uma pomada para cada ferida, um
remédio para cada doença. Não existe doença
espiritual tão maligna, tão inveterada, mas existe
suficiência de poder em CRISTO para a sua cura. Que
ninguém, portanto, diga que não existe esperança, ou
que a brecha é tão grande quanto o mar a ponto de
não poder ser curada.
Pedro é nomeado em primeiro lugar, porque ele foi o
primeiro a ser chamado ou porque ele era o mais
entusiasmado deles, e em todas as ocasiões ele se
fazia a voz dos demais, e além disso ele seria o
apóstolo da circuncisão.
Mas isso não lhe deu nenhum poder sobre os demais
apóstolos, nem existe a menor marca de que qualquer
supremacia lhe tenha sido dada, ou mesmo
reivindicada por ele, neste grupo sagrado.
HENRY. Matthew. Comentário Matthew Henry Novo
Testamento MATEUS A JOÃO Edição completa. Editora
CPAD. pag. 118-120.
Marcos (3.13-19) e Lucas (6.12-16) declaram que
JESUS os escolheu ou nomeou depois de uma noite de
oração e desceu com eles a certo lugar plano do
monte para entregar o Sermão do Monte (Lc 6.17).
A. T. ROBERTSON. Comentário Mateus & Marcos. À Luz
do Novo Testamento Grego. Editora CPAD. pag.
115-116.