Escrita Lição 4, A Estrutura da Bíblia, Pr Henrique, EBD NA TV

 

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Lição 4, A Estrutura da Bíblia
Lições Bíblicas - 1º Trimestre de 2022 - CPAD - Para adultos
Tema: A Supremacia das Escrituras, a Inspirada, Inerrante e Infalível Palavra de DEUS
Comentário: Pr. Douglas Baptista (Pr. Pres. Assembleia de DEUS Missão, Brasília, DF)
Complementos, ilustrações, questionário e vídeos: Pr. Henrique

 
 


   

TEXTO ÁUREO
“E disse-lhes: São estas as palavras que vos disse estando ainda convosco: convinha que se cumprisse tudo o que de mim estava escrito na Lei de Moisés, e nos Profetas, e nos Salmos.” (Lc 24.44)

 VERDADE PRÁTICA

A Bíblia se divide em Antigo e Novo Testamentos, totalizando 66 livros, divinamente inspirados. Toda ela é nossa única regra de fé e prática.


 LEITURA DIÁRIA

Segunda - Ap 22.18,19 Nada pode ser acrescentado ou retirado das Escrituras canônicas

22.19 DEUS TIRARÁ A SUA PARTE. João termina o livro de Apocalipse com uma advertência sobre a possibilidade de perdermos nossa parte na árvore da vida e na cidade santa. Evitemos uma atitude descuidada para com este livro, ou qualquer parte das Sagradas Escrituras. Outra atitude a evitar é a de optarmos por crer somente em determinadas partes da revelação de DEUS e rejeitarmos outras partes não gostamos (v. 19), ou o caso de ensinar nossas próprias idéias como se estas fossem a própria Palavra de DEUS (v. 18). Como ocorreu no princípio da raça humana na terra, deixar de cumprir plenamente a Palavra de DEUS é questão de vida e morte (ver Gn 3.3,4).

Terça - Rm 1.2 Os textos inspirados são chamados de Santas Escrituras

Na realidade. o teste para se determinar se a palavra de DEUS está sendo proclamada num sermão. ou mensagem. é se ela corresponde exatamente à Palavra de DEUS escrita, pois a Palavra de DEUS é santa.
Quarta - Jz 3.4 O Antigo Testamento é dotado de veracidade e de autoridade

2Tm 3.16,17 “Toda Escritura divinamente inspirada é proveitosa para ensinar, para redarguir, para corrigir, para instruir em justiça, para que o homem de DEUS seja perfeito e perfeitamente instruído para toda boa obra.”
Quinta - 1 Co 2.4,13 Os livros inspirados e autorizados são chamados de canônicos

Em nossos credos, afirmamos peremptoriamente ser a Bíblia a inspirada, inerrante, infalível, soberana e completa Palavra de DEUS. Nesse inegociável e intransferível dogma, baseia-se o cânon das Sagradas Escrituras.

O termo “Escritura”, conforme se encontra em 2Tm 3.16, refere-se principalmente aos escritos do AT (3.15). Há evidências, porém, de que escritos do NT já eram considerados Escritura divinamente inspirada por volta do período em que Paulo escreveu 2Tm (1Tm 5.18, cita Lc 10.7; 2Pe 3.15,16). Para nós, hoje, a Escritura refere-se aos escritos divinamente inspirados tanto do AT quanto do NT, i.e., a Bíblia

Sexta - Ef 2.20 A Igreja Primitiva reconheceu e preservou os livros canônicos

A canonização. Oriunda da palavra grega kanonizein, que, entre outras coisas, significa “tornar santo”, é o processo que levou ao reconhecimento dos livros que compõem a Bíblia como singularmente inspirados por DEUS.
Esse processo — que durou vários séculos — é-nos mui importante, porque mostra quão criteriosa e exaustivamente os doutores da igreja se agastaram em examinar os livros das Sagradas Escrituras, a fim de averiguar se estes, realmente, são de origem divina ou produto do engenho e arte da imaginação humana.
Concluído esse processo, os doutores e teólogos da igreja, trilhando um caminho já palmilhado pelos sábios rabis de Israel, concluíram que os livros que compõem a Bíblia são de fato a inspirada e inerrante Palavra de DEUS.

O cânon do Novo Testamento. Em virtude da complexidade da igreja cristã, o cânon do Novo Testamento demorou um pouco mais para ser definitivamente estabelecido. Em primeiro lugar, porque os livros neotestamentários foram escritos nos mais diferentes lugares: de Israel à capital do Império Romano, mostrando a universalidade da mensagem cristã.
Em 367, o bispo Atanásio, conhecido como o pai da ortodoxia cristã, alista, numa de suas cartas, os 27 livros que compõem o Novo Testamento. Os concílios de Hipona — realizado em 393 — e o de Cartago, convocado em 397, ambos no Norte da África, ratificaram a lista elaborada por Atanásio.
Hoje, não mais precisamos debater acerca da inspiração dos livros que compõem o cânon da Bíblia Sagrada. Tanto os 39 do Antigo quanto os 27 do Novo Testamentos são comprovadamente de origem divina; foram inspirados pelo ESPÍRITO SANTO.

Sábado - Mt 24.5 A Palavra de DEUS é atemporal e imutável
A Palavra de DEUS é eterna. Edith Deen escreveu: “A Bíblia jamais enve­lhece”. Diante de sua perenidade, cantou o profeta Isaías: “Seca-se a erva, e caem as flores, mas a palavra de nosso DEUS subsiste eternamente” (Is 40.8).

Os autores do Novo Testamento asseveram a completa inerrância da Bíblia. Estes, que também escreveram inspirados pelo ESPÍRITO SANTO e de forma inerrante, atestam a infalibilidade das Sagradas Escrituras.

Se não aceitarmos integralmente a inerrância das Sagradas Escrituras, todo o arcabouço doutrinário da religião fundada por JESUS de Nazaré haverá de desaparecer. Se primarmos, no entanto, pela ortodoxia bíblica e teológica, não há por que temer aqueles que, embora se autodenominem liberais, revelam-se intolerantes e impiedosos em sua abordagem ao fundamentalismo evangélico.
A palavra “inerrância” vem do vocábulo latino inerrantia e significa, literalmente, “qualidade daquilo que não tem erro; infalível”.
A inerrância bíblica é a doutrina segundo a qual as Sagradas Escrituras não contêm quaisquer erros, por serem a inspirada, infalível e completa Palavra de DEUS. A Bíblia é inerrante tanto nas informações que nos transmite como nos propósitos que expõe e nas reivindicações que apresenta. Sua inerrância é plena e absoluta. Isenta de erros doutrinários, culturais e científicos, inspira-nos ela confiança plena em seu conteúdo. Neste sentido, a doutrina da inerrância bíblica pode ser compreendida, também, como sinônimo de infalibilidade.
Em virtude de sua inspiração pelo ESPÍRITO SANTO, toda a Escritura é fonte de autoridade e é imutável. JESUS garante que até o menor dos mandamentos bíblicos é importante e obrigatório:
"Porque em verdade vos digo que, até que o céu e a terra passem, nem um jota ou um til se omitirá da lei sem que tudo seja cumprido. Qualquer, pois, que violar um destes menores mandamentos e assim ensinar aos homens será chamado o menor no Reino dos céus; aquele, porém, que os cumprir e ensinar será chamado grande no Reino dos céus" (Mt 5.18,19).

 


LEITURA BÍBLICA EM CLASSE - Lucas 24.44-49.

44 - E disse-lhes: São estas as palavras que vos disse estando ainda convosco: convinha que se cumprisse tudo o que de mim estava escrito na Lei de Moisés, e nos Profetas, e nos Salmos. 45 - Então, abriu-lhes o entendimento para compreenderem as Escrituras. 46 - E disse-lhes: Assim está escrito, e assim convinha que o CRISTO padecesse e, ao terceiro dia, ressuscitasse dos mortos; 47 - E, em seu nome, se pregasse o arrependimento e a remissão dos pecados, em todas as nações, começando por Jerusalém. 48 - E dessas coisas sois vós testemunhas. 49 - E eis que sobre vós envio a promessa de meu Pai: ficai, porém, na cidade de Jerusalém, até que do alto sejais revestidos de poder.

Repetidas vezes, JESUS apelou à autoridade do Antigo Testamento, citando a fórmula: "Está escrito" (Lc 4.4). JESUS entendia essa fórmula no sentido de "DEUS diz!

A visão que Ele lhes deu da Palavra de DEUS, que eles tinham ouvido e lido, pela qual a fé na ressurreição de CRISTO se opera neles, e todas as dificuldades são eliminadas.

(1) Ele os lembra das palavras que tinham ouvido dele, quando Ele ainda estava com eles, e os lembra, como o anjo tinha feito (v. 44): “São estas as palavras que vos disse – em particular, muitas vezes – estando ainda convosco”. Nós compreenderíamos melhor o que CRISTO faz, se apenas nos lembrássemos mais do que Ele disse, e tivéssemos apenas o trabalho de comparar as duas coisas.

(2) Ele lembra-lhes do que haviam lido no Antigo Testamento, a quem, as palavras que ouviram dele, remetia: “Convinha que se cumprisse tudo o que de mim estava escrito”. CRISTO dera-lhes esta pista especial para regular suas expectativas, pois o que quer que encontrassem escrito sobre o Messias no Antigo Testamento, deveria cumprir-se nele – tanto o que estava escrito a respeito de seus sofrimentos como também o que estava escrito sobre o seu reino. DEUS tinha reunido as duas coisas na predição, e não era possível pensar que elas pudessem ser separadas no evento. Todas as coisas devem ser cumpridas, até a mais difícil, até a mais pesada, até mesmo o vinagre. Ele não poderia morrer até que tivesse tido tudo isto, inclusive o vinagre, porque não poderia então dizer: “Está consumado”. As diversas partes do Antigo Testamento são aqui mencionadas, como contendo, cada uma delas, informações a respeito de CRISTO: A “Lei de Moisés”, isto é, o Pentateuco, ou os cinco livros escritos por Moisés; “os profetas”, que contêm não apenas os livros que são puramente proféticos, mas também aqueles livros históricos que foram escritos por homens dotados pelo ESPÍRITO de profecia; os Salmos, que contêm outros textos, que eram chamados de Hagiógrafa. Veja em que formas curiosas de escrita DEUS já revelava sua vontade desde antigamente. Mas todas procediam de um único ESPÍRITO, que, por meio delas, avisou sobre a vinda e o reino do Messias: “A este dão testemunho todos os profetas” (At 10.43). (3) Por meio de uma obra imediata nas suas mentes, da qual eles mesmos não podiam dar-se conta, JESUS lhes possibilitou que captassem a verdadeira intenção e o verdadeiro significado das profecias sobre CRISTO no Antigo Testamento, e que vissem todas elas cumpridas nele. 

24.47 SE PREGASSE. Para comentários sobre a Grande Comissão, ver Mt 28.19.

Mt 28.19 IDE... ENSINAI... BATIZANDO. Estas palavras constituem a Grande Comissão de CRISTO a todos os seus seguidores, em todas as gerações. Declaram o alvo, a responsabilidade e a outorga da tarefa missionária da igreja.

 (1) A igreja deve ir a todo o mundo e pregar o evangelho a todos, de conformidade com a revelação no NT, da parte de CRISTO e dos apóstolos (ver Ef 2.20). Esta tarefa inclui a responsabilidade primordial de enviar missionários a todas as nações (At 13.1-4).

(2) O evangelho pregado centraliza-se no arrependimento e na remissão (perdão) dos pecados (Lc 24.47), na promessa do recebimento de o dom do ESPÍRITO SANTO (At 2.38), e na exortação de separar-nos desta geração perversa (At 2.40), ao mesmo tempo em que esperamos a volta de JESUS, do céu (At 3.19,20; 1 Ts 1.10).

(3) O propósito da Grande Comissão é fazer discípulos que observarão os mandamentos de CRISTO. Este é o único imperativo direto no texto original deste versículo. A intenção de CRISTO não é que o evangelismo e o testemunho missionário resultem apenas em decisões de conversão. As energias espirituais não devem ser concentradas meramente em aumentar o número de membros da igreja, mas, sim, em fazer discípulos que se separam do mundo, que observam os mandamentos de CRISTO e que o seguem de todo o coração, mente e vontade (cf. Jo 8.31).

(4) Note-se, ainda, que CRISTO nos ordena a concentrar nossos esforços para alcançar os perdidos e não em cristianizar a sociedade ou assumir o controle do mundo. Aqueles que crêem em CRISTO devem abandonar o presente sistema mundano maligno e separar-se da sua imoralidade (Rm 13.12; 2 Co 6.14), e ao mesmo tempo expor a sua malignidade (Ef 5.11).

(5) Os que crêem em CRISTO e no evangelho devem ser batizados em água. Este ato representa o compromisso que assumiram, de renúncia à imoralidade, ao mundo e à sua própria natureza pecaminosa e de se consagrar sem reservas a CRISTO e aos propósitos do seu reino (ver At 22.16).

(6) CRISTO estará com seus seguidores obedientes, através da presença e do poder do ESPÍRITO SANTO (cf. v. 20; 1.23; 18.20). Devem ir a todas as nações e testemunhar somente depois que do alto sejam revestidos de poder (Lc 24.49; ver At 1.8 notas)
24.47 ARREPENDIMENTO E A REMISSÃO DE PECADOS. Os discípulos somente deviam pregar o perdão dos pecados juntamente com o arrependimento do pecador. O pregador que anuncia a salvação como uma simples crença ou religião fácil, ou uma formal aceitação da salvação gratuita, sem nenhum compromisso voluntário do pecador de obedecer a CRISTO e à sua Palavra, está pregando um falso evangelho. O verdadeiro arrependimento inclui o abandono do pecado, i.e., um elemento fundamental e imutável do verdadeiro evangelho neotestamentário (ver Mt 3.2).
24.47 EM TODAS AS NACÕES. O próprio CRISTO institui a obra missionária cristã como uma tarefa santa e obrigatória da igreja. Missões é um tema prioritário, tanto no Antigo como no Novo Testamento (Gn 22.18; 1 Rs 8.41-43; Sl 72.8-11; Is 2.3, 45.22-25; Mt 28.19; At 1.8; 28.28; Ef 2.14-18).
24.49 A PROMESSA DE MEU PAI. A promessa de meu Pai refere-se ao derramamento do ESPÍRITO SANTO (ver At 1.4; 2.4). Vemos esta promessa no AT, em Is 32.15, 44.3; Jl 2.28; Ez 39.29; e no NT, em Jo 14.16,17,26; 15.26; 16.7; At 1.4-8; 2.17,18,33,38,39. Os discípulos aguardaram o cumprimento desta promessa em oração perseverante (ver At 1.14). O crente atual que busca o batismo no ESPÍRITO SANTO deve fazer a mesma coisa
 


PALAVRA-CHAVE - Estrutura
 


Resumo da Lição 4, A Estrutura da Bíblia

I – COMO A BÍBLIA ESTÁ ORGANIZADA
1. Definição do termo Bíblia.

2. O Cânon da Bíblia.

3. Os dois Testamentos bíblicos.

II – O ANTIGO TESTAMENTO
1. Os Livros do Antigo Testamento.

2. Canonicidade do Antigo Testamento.

3. Particularidades do Antigo Testamento.

III – O NOVO TESTAMENTO
1. Os livros do Novo Testamento.

2. Canonicidade do Novo Testamento.

3. Particularidades do Novo Testamento.

 

 

Á Bíblia como livro - Bíblia Através dos Séculos - Pr Antônio Gilberto - CPAD

 

I. OS LIVROS ANTIGOS

A Bíblia é um livro antigo. Os livros antigos tinham a forma de rolos (Jr 36.2). Eram feitos de papiro ou pergaminho. O papiro é uma planta aquática que cresce junto a rios, lagos e banhados, no Oriente Próximo, cuja entrecasca servia para escrever. Essa planta existe ainda hoje no Sudão, na Galileia Superior e no vale de Sarom. As tiras extraídas do papiro eram coladas umas às outras até for­marem um rolo de qualquer extensão. Este material gráfi­co primitivo é mencionado muitas vezes na Bíblia, exem­plos: Êxodo 2.3; Jó 8.11; Isaías 18.2. Em certas versões da Bíblia, o papiro é mencionado como junco; de fato, é um tipo de junco de grandes proporções. De papiro, deriva-se a nossa palavra papel. Seu uso na escrita vem de 3.000 a.C.

Pergaminho é pele de animais, curtida e polida, utiliza­da na escrita. É material gráfico melhor que o papiro. Seu uso é mais recente que o do papiro. Vem dos primórdios da Era Cristã, apesar de já ser conhecido antes. É também mencionado na Bíblia, como em 2 Timóteo 4.13.

A Bíblia foi originalmente escrita em forma de rolo, sendo cada livro um rolo. Assim, vemos, que, a princípio, os livros sagrados não estavam unidos uns aos outros como os temos agora em nossas Bíblias. O que tornou isso possível foi a invenção do papel no Século II, pelos chineses, bem como a do prelo, de tipos móveis, inventada em 1450, pelo alemão Gutemberg. Até então era tudo manuscrito pelos escribas de modo laborioso, lento e oneroso. Quanto a este aspecto da difusão de sua Palavra, DEUS tem abençoa­do maravilhosamente, de modo que hoje milhões de exem­plares das Escrituras são impressos com rapidez e facilida­de em muitos pontos do globo. Também, graças aos pro­gressos alcançados no campo das invenções e da tecnolo­gia, podemos hoje transportar com toda comodidade um exemplar da Bíblia, coisa impossível nos tempos primiti­vos. Ainda hoje, devido aos ritos tradicionais, os rolos sa­grados das Escrituras hebraicas continuam em uso nas si­nagogas judaicas.

 

II. O VOCÁBULO "BÍBLIA"

Este vocábulo não se acha no texto das Sagradas Escri­turas. Consta apenas na capa. - Donde, pois, nos vem? -Vem do grego, a língua original do Novo Testamento. É derivado do nome que os gregos davam à folha, de papiro preparada para a escrita - "biblos". Um rolo de papiro de tamanho pequeno era chamado "biblion" e vários destes eram uma "bíblia". Portanto, literalmente, a palavra bíblia quer dizer "coleção de livros pequenos". Com a in­venção do papel, desapareceram os rolos, e a palavra biblos deu origem a "livro", como se vê em biblioteca, bibliografia, bibliófilo, etc. É consenso geral entre os dou­tos no assunto que o nome Bíblia foi primeiramente aplicado às Sagradas Escrituras por João Crisóstomo, patriarca de Constantinopla, no Século IV.

E porque as Escrituras formam uma unidade perfeita, a palavra Bíblia, sendo um plural, como acabamos de ver, passou a ser singular, significando o LIVRO, isto é, o Livro dos livros; O Livro por excelência. Como Livro divino, a definição canônica da Bíblia é "A revelação de DEUS à hu­manidade".

Os nomes mais comuns que a Bíblia dá a si mesma, isto é, os seus nomes canônicos, são:

• Escrituras (Mt 21.42) 18

• Sagradas Escrituras (Rm 1.2)

• Livro do Senhor (Is 34.16)

• A Palavra de DEUS (Mc 7.13; Hb 4.12)

• Os Oráculos de DEUS (Rm 3.2)

 

III. A ESTRUTURA DA BÍBLIA

Estudaremos neste ponto a estrutura ou composição da Bíblia, isto é, a sua divisão em partes principais e seus li­vros quanto à classificação por assuntos, divisão em capí­tulos e versículos e, certas particularidades indispensáveis.

A Bíblia divide-se em duas partes principais: ANTIGO e NOVO TESTAMENTO, tendo ao todo 66 livros: sendo 39 no AT e 27 no NT. Estes 66 livros foram escritos num período de 16 séculos e tiveram cerca de 40 escritores. Aqui está um dos milagres da Bíblia. Esses escritores pertence­ram às mais variadas profissões e atividades, viveram e es­creveram em países, regiões e continentes distantes uns dos outros, em épocas e condições diversas, entretanto, seus escritos formam uma harmonia perfeita. Isto prova que um só os dirigia no registro da revelação divina: DEUS.

A palavra testamento vem do termo grego "diatheke", e significa: a) Aliança ou concerto, e b) Testamento, isto é, um documento contendo a última vontade de alguém quanto à distribuição de seus bens, após sua morte. Esta é a palavra empregada no Novo Testamento, como por exemplo em Lucas 22.20. No Antigo Testamento, a palavra usada é "berith" que significa apenas concerto. O duplo sentido do termo grego nos mostra que a morte do testador (CRISTO) ratificou ou selou a Nova Aliança, garantindo-nos toda a herança com CRISTO (Rm 8.17; Hb 9.15-17).

O título Antigo Testamento foi primeiramente aplica­do aos 39 livros das Escrituras hebraicas, por Tertuliano, e Orígenes.

Na primeira divisão principal da Bíblia, temos o Anti­go Concerto (também chamado pacto, aliança), que veio pela Lei, feito no Sinai e, selado com sangue de animais (Êx 24.3-8; Hb 9.19,20). Na segunda divisão principal (o NT), temos o Novo Concerto, que veio pelo Senhor JESUS CRISTO, feito no Calvário e selado com o seu próprio sangue (Lc 22.20; Hb 9.11-15). É pois um concerto superior.

Nas Bíblias de edição da Igreja Romana, o total de li­vros é 73. Os 7 livros a mais, são chamados apócrifos. Além dos livros apócrifos, as referidas Bíblias têm mais 4 acrés­cimos a livros canônicos. Trataremos disto no capítulo que estudará o cânon das Escrituras.

1. O Antigo Testamento

Tem 39 livros, e foi escrito originalmente em hebraico, com exceção de pequenos trechos que o foram em aramaico. O aramaico foi a língua que Israel trouxe do seu exílio babilônico. Há também algumas palavras persas. Seus 39 livros estão classificados em 4 grupos, conforme os assun­tos a que pertencem: LEI, HISTÓRIA, POESIA, PROFE­CIA. O grupo ou classe poesia também é conhecido por devocional.

Vejamos os livros por cada grupo.

a.  LEI. São 5 livros: Gênesis a Deuteronômio. São comumente chamados o Pentateuco. Esses livros tratam da origem de todas as coisas, da Lei, e do estabelecimento da nação israelita.

b.  HISTÓRIA. São 12 livros: de Josué a.Ester. Ocu­pam-se da história de Israel nos seus vários períodos: a) Teocracia, sob os juizes, b) Monarquia, sob Saul, Davi e Salomão, c) Divisão do reino e cativeiro, contendo o relato dos reinos de Judá e Israel, este levado em cativeiro para a Assíria, e aquele para Babilônia, d) Pós cativeiro, sob Zorobabel, Esdras e Neemias, em conjunto com os profetas contemporâneos.

c. POESIA. São 5 livros: de Jó a Cantares de Salomão. São chamados poéticos, não porque sejam cheios de ima­ginação e fantasia, mas devido ao gênero do seu conteúdo. São também chamados devocionais.

d.  PROFECIA. São 17 livros: de Isaías a Malaquias. Estão subdivididos em:

• Profetas Maiores: Isaías a Daniel (5 livros).

• Profetas Menores: Oséias a Malaquias (12 livros). Os nomes maiores e menores não se referem ao mérito ou notoriedade do profeta mais ao tamanho dos livros e à extensão do respectivo ministério profético.

A classificação dos livros do AT, por assunto, vem da versão Septuaginta, através da Vulgata, e não leva em conta a ordem cronológica dos livros, o que, para o leitor menos avisado, dá lugar a não pouca confusão, quando procura agrupar os assuntos cronologicamente. Na Bíblia hebraica (que é o nosso AT), a divisão dos livros é bem di­ferente.

Nas Bíblias de edição católico Romana, os livros de 1 e 2 Samuel e 1 e 2 Reis são chamados 1,2,3 e 4 Reis, respectivamente. 1 e 2 Crônicas são chamados 1 e 2 Paralipômenos. Esdras e Neemias são chamados 1 e 2 Esdras. Tam­bém, nas edições católicas de Matos Soares e Figueiredo, o Salmo 9 corresponde em Almeida aos Salmos 9 e 10. O de número 10 é o nosso 11. Isso vai assim até os Salmos 146 a 147, que nas nossas Bíblias são o de número 147. Deste mo­do, os três salmos finais são idênticos em qualquer das ver­sões acima mencionadas. Essas diferenças de numeração em nada afetam o texto em si, e não poderia ser doutra for­ma, sendo a Bíblia o Livro do Senhor!

2. O Novo Testamento

Tem 27 livros. Foi escrito em grego; não no grego clássi­co dos eruditos, mas no do povo comum, chamado Koiné. Seus 27 livros também estão classificados em 4 grupos, conforme o assunto a que pertencem: BIOGRAFIA, HIS­TÓRIA, EPÍSTOLAS, PROFECIA. O terceiro grupo é também chamado DOUTRINA.

a.   BIOGRAFIA. São os 4 Evangelhos. Descrevem a vida terrena do Senhor JESUS e seu glorioso ministério. Os três primeiros são chamados Sinópticos, devido a certo pa­ralelismo que têm entre si. Os Evangelhos são os livros mais importantes da Bíblia. Todos os que os precedem tra­tam da preparação para a manifestação de JESUS CRISTO, e os que se lhes seguem são explicações da doutrina de Cris­to.

b,  HISTORIA. É o livro de Atos dos Apóstolos. Registra a história da igreja primitiva, seu viver, a propagação do

Evangelho; tudo através do ESPÍRITO SANTO, conforme Je­sus prometera.

c.  EPÍSTOLAS. São 21 as epístolas ou cartas. Vão de Romanos a Judas. Contêm a doutrina da Igreja.

• 9 são dirigidas a igrejas (Romanos a 2 Tessalonicenses)

• 4 são dirigidas a indivíduos (1 Timóteo a Filemom)

• 1 é dirigida aos hebreus cristãos

• 7 são dirigidas a todos os cristãos, indistintamente (Tiago a Judas)

As últimas sete são também chamadas universais, ca­tólicas ou gerais, apesar de duas delas (2 e 3 João) serem dirigidas a pessoas.

d.  PROFECIA. É o livro de Apocalipse ou Revelação. Trata da volta pessoal do Senhor JESUS à Terra e das coisas que precederão esse glorioso evento. Nesse livro vemos o Senhor JESUS vindo com seus santos para: a) destruir o po­der gentílico mundial sob o reinado da Besta; b) livrar Is­rael, que estará no centro da Grande Tribulação; c) julgar as nações; e d) estabelecer o seu reino milenar.

Oh! como desejamos que Ele venha!

Os livros do Novo Testamento também não estão situa­dos em ordem cronológica, pelas mesmas razões expostas ao tratarmos do Antigo Testamento.

 

IV. O TEMA CENTRAL DA BÍBLIA

JESUS é o tema central da Bíblia. Ele mesmo no-lo de­clara em Lucas 24.44 e João 5.39. (Ler também Atos 3.18; 10.43; Apocalipse 22.16). Se olharmos de perto, veremos que, em tipos, figuras, símbolos e profecias, Ele ocupa o lu­gar central das Escrituras, isto além da sua manifestação como está registrada em todo o Novo Testamento.

Em Gênesis, JESUS é o descendente da mulher (Gn 3.15).

Em Êxodo, é o Cordeiro Pascoal.

Em Levítico, é o Sacrifício Expiatório.

Em Números, é a Rocha Ferida.

Em Deuteronômio, é o Profeta.

Em Josué, é o Capitão dos Exércitos do Senhor.

Em Juízes, é o Libertador.

Em Rute, é o Parente Divino.

Em Reis e Crônicas, é o Rei Prometido.

Em Ester, é o Advogado.

Em Jó, é o nosso Redentor.

Nos Salmos, é o nosso socorro e alegria.

Em Provérbios, é a Sabedoria de DEUS.

Em Cantares de Salomão, é o nosso Amado.

Em Eclesiastes, é o Alvo Verdadeiro^

Nos Profetas, é o Messias Prometido.

Nos Evangelhos, é o Salvador do Mundo.

Nos Atos, é o CRISTO Ressurgido.

Nas Epístolas, é a Cabeça da Igreja.

No Apocalipse, é o Alfa e o ômega; é o CRISTO que volta para reinar.

Tomando o Senhor JESUS como o centro da Bíblia, po­demos resumir os 66 livros em cinco palavras referentes a Ele, assim: PREPARAÇÃO - Todo o AT, pois trata da preparação para o advento de CRISTO. MANIFESTAÇÃO - Os Evangelhos, que tratam da mani­festação de CRISTO. PROPAGAÇÃO - O Livro de Atos, que trata da propaga­ção de CRISTO. EXPLANAÇÃO - As Epístolas, que são a explanação da doutrina de CRISTO. CONSUMAÇÃO - O Livro de Apocalipse, que trata da consumação de todas as coisas preditas, através de CRISTO. (Dr. Cl. Scofield).

Portanto, as Escrituras sem JESUS seriam como a Física sem a matéria ou a Matemática sem os números.

 

V. ALGUNS FATOS E PARTICULARIDADES DA BÍBLIA

Antes, a Bíblia não era dividida em capítulos e versícu­los. A divisão em capítulos foi feita no ano de 1250, pelo cardeal Hugo de Saint Cher, abade dominicano e estudio­so das Escrituras. A divisão em versículos foi feita de duas vezes. O AT em 1445, pelo Rabi Nathan; o NT em 1551, por Robert Stevens, um impressor de Paris. Stevens publicou a primeira Bíblia (Vulgata Latina) dividida em capí­tulos e versículos em 1555. O AT tem 929 capítulos e 23.214 versículos. O NT tem 260 capítulos e 7.959 versículos. A Bíblia toda tem 1.189 capítulos e 31.173 versículos. O nú­mero de palavras e letras depende do idioma e da versão. O maior capítulo é o Salmo 119, e o menor o Salmo 117. O maior versículo está em Ester 8.9; o menor, em Êxodo 20.30. (Isso, nas versões portuguesas e com exceção da cha­mada "Tradução Brasileira", onde o menor é Lucas 20.30). Em certas línguas, o menor é João 11.35. Os livros de Ester e Cantares não contêm a palavra DEUS, porém a presença de DEUS é evidente nos fatos neles desenrolados, mormente em Ester. Há na Bíblia 8.000 menções de DEUS sob vários nomes divinos, e 177 menções do Diabo, sob seus vários nomes.

A vinda do Senhor é referida direta e indiretamente 1.845 vezes, sendo 1.527 no AT e 318 no NT. - Não é esse um assunto para séria meditação? O Salmo 119 tem em hebraico 22 seções de 8 versículos cada uma. O número 22 corresponde ao número de letras do alfabeto hebraico. Cada uma das 22 seções inicia com uma letra desse alfabe­to, e, dentro, de cada seção, todos os versículos começam com a letra da respectiva seção. Caso semelhante há no li­vro de Lamentações de Jeremias. Ali, em hebraico, os capítulos 1,2,4, têm 22 versículos cada um, compreenden­do as 22 letras do alfabeto, de álefe a tau. Porém o capítulo 3 tem 66 versículos, levando cada três deles, a mesma letra do alfabeto.

Há outros casos assim na estrutura da Bíblia. Isso ja­mais poderia ser obra do acaso. A frase "não temas" ocorre 365 vezes em toda a Bíblia, o que dá uma para cada dia do ano! O capítulo 19 de 2 Reis é idêntico ao 37 de Isaías. O AT encerra citando a palavra "maldição"; o NT encerra citando a expressão: "a graça do Nosso Senhor JESUS Cris­to." A Bíblia foi o primeiro livro impresso no mundo após a invenção do prelo; isso deu-se em 1452, em Mogúncia, Ale­manha. Os números 3 e 7 predominam admiravelmente em toda a Bíblia. O nome de JESUS consta do primeiro e do último versículos do NT. As traduções da Bíblia (toda ou em parte) até 1984, atingiram a 1796 línguas e dialetos. 24

Restam ainda cerca de 1.000 línguas em que ela precisa ser traduzida.

- Que está o irmão fazendo para difundir a Bíblia - o li­vro que o salvou?

 

VI. ALGUMAS OBSERVAÇÕES ÚTEIS E PRÁTICAS NO MANUSEIO E ESTUDO DA BÍBLIA

1.  Apontamentos individuais

Habitue-se a tomar notas de suas meditações na Pala­vra de DEUS. A memória falha com o tempo. Distribua seus apontamentos por assuntos previamente escolhidos e des­tacados uns dos outros. Use, para isso, um livro de folhas soltas (livro de argola) com projeções e índice. Se não hou­ver organização nos apontamentos, eles pouco servirão.

2.  Aprenda a ler e escrever referências bíblicas

O sistema mais simples e rápido para escrever referên­cias bíblicas é o adotado pela Sociedade Bíblica do Brasil: duas letras sem ponto abreviativo para cada livro da Bíblia. Entre capítulo e versículo põe-se apenas um ponto. No índice das Bíblias editadas pela SBB pode-se ver a lista dos livros assim abreviados.

Exemplos de referências por esse sistema:

1  Jo 2.4 (1 João capítulo 2, versículo 4) Jó 2.4 (Jó capítulo 2, versículo 4)

1 Pe 5.5 (1 Pedro capítulo 5, versículo 5) Fp 1.29 (Filipenses capítulo 1, versículo 29) Fm v. 14 (Filemom, versículo 14)

3.  Diferença entre texto, contexto, referência, inferência

a.  Texto são as palavras contidas numa passagem.

b.  Contexto é a parte que fica antes e depois do texto que estamos lendo. O contexto pode ser imediato ou remo­to.

c.  Referência é a conexão direta sobre determinado as­sunto. Além de indicar o livro, capítulo e versículo, a refe­rência pode levar outras indicações como:

-   "a", indicando a parte inicial do versículo: (Rm 11.17a).

-   "b", indicando a parte final do versículo: (Rm 11.17b).

-  "ss", indicando os versículos que se seguem até o fim ou não do capítulo: (Rm 11.17ss).

-  "qv", significando que veja. Recomendação para não deixar de ler o texto indicado. Vem da expressão latina quod vide = que veja.

- "cf", significando compare, confirme, confronte. Vem do latim confere.

- "i.e.", significando isto é. Vem do latim id est. As re­ferências também podem ser verbais e reais. As primeiras são um paralelismo de palavras; as segundas, de assuntos ou idéias.

d. Inferência é uma conexão indireta entre assuntos. É uma ilação ou dedução.

4.  Siglas das diferentes versões em vernáculo

O uso dessas siglas poupa tempo e trabalho.

-  ARC = Almeida Revisada e Corrigida. É a Bíblia de Almeida antiga, impressa pela Imprensa Bíblica Brasilei­ra.

- ARA = Almeida Revisada e Atualizada. É a Bíblia de Almeida revisada e publicada pela Sociedade Bíblica do Brasil, completa, a partir de 1958.

-  FIG as Antônio Pereira de Figueiredo. Atualmente é impressa pela Sociedade Bíblica Britânica e Estrangeira, Londres.

-  SOARES = Matos Soares. Versão popular dos católi­cos brasileiros.

-  RHODEN as Huberto Rhoden. Versão particular des­se ex-padre brasileiro.

-  CBSP = Centro Bíblico de São Paulo. Edição católica popular da Bíblia, São Paulo.

-  TRAD. BRÁS. Tradução Brasileira, 1917

5.  O tempo antes e depois de CRISTO

É indicado pelas letras:

- a.C. = antes de CRISTO, isto é, antes do nascimento de CRISTO.

- d.C. = depois de CRISTO, isto é, o tempo depois do nas­cimento de CRISTO. Também aparece em algumas obras, "AD", que vem da expressão latina: "Anno Domini", ou seja, ano do Senhor, em alusão ao nascimento de CRISTO.

6.  Manuseio do volume sagrado

Obtenha completo domínio do manuseio da Bíblia, a fim de encontrar com rapidez qualquer referência bíblica, JESUS fazia assim. Em Lucas 4.17 diz que Ele "achou o lugar onde estava escrito". Ora, naquele tempo, isso era muito mais difícil do que hoje com o progresso da indústria gráfica. 7. Abreviaturas bíblicas.

As abreviaturas dos livros consistem de duas letras sem ponto abreviativo. Procure memorizá-las de vez.

  

ANTIGO TESTAMENTO

LIVRO

 

LIVRO

 

Gênesis

Gn

Eclesiastes

Ec

Êxodo

Êx

Cantares

Ct

Levítico

Lv

Isaias

Is

Números

Nm

Jeremias

Jr

Deuteronômio

Dt

Lamentações de Jeremias

Lm

Josué

Js

Ezequiel

Ez

Juízes

Jz

Daniel

Dn

Rute

Rt

Oséias

Os

1 Samuel

1 Sm

Joel

Jl

2 Samuel

2 Sm

Amós

Am

1 Reis

1 Rs

Obadias

Ob

2 Reis

2 Rs

Jonas

Jn

1 Crônicas

1 Cr

Miquéias

Mq

2 Crônicas

2 Cr

Naum

Na

Esdras

Ed

Habacuque

Hc

Neemias

Ne

Sofonias

Sf

Ester

Et

Ageu

Ag

Zacarias

Zc

Salmos

Sl

Malaquias

Ml

Provérbios

Pv

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

   

NOVO TESTAMENTO

LIVRO

 

LIVRO

 

Mateus

Mt

Atos

At

Marcos

Mc

Romanos

Rm

Lucas

Lc

1 Coríntios

1 Co

João

Jo

2 Coríntios

2 Co

Gálatas

Gl

Hebreus

Hb

Efésios

Ef

Tiago

Tg

Filipenses

Fp

1 Pedro

1 Pe

Colossenses

Cl

2 Pedro

2 Pe

1 Tessalonicenses

1 Ts

1 João

1 Jo

2 Tessalonicenses

2 Ts

2 João

2 Jo

1 Timóteo

1 Tm

3 João

3 Jo

2 Timóteo

2 Tm

Judas

Jd

Tito

Tt

Apocalipse

Ap

Filemom

Fm

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

  

QUESTIONÁRIO

1.  Que forma tinha um livro antigo?

2. De que materiais eram feitos esses livros?

3.  Que era papiro? Cite-o na Bíblia.

4.  Que era pergaminho? Cite-o na Bíblia.

5. Desde quando foi usado o papiro? e o pergaminho?

6.  Quando foi inventado o prelo? e o papel?

7.  Que nome davam os gregos à folha de papiro já preparada para a escrita?

8.  Dê a origem do nome "Bíblia", e o que significa, literalmente.

9.  Por que, sendo "Bíblia" um plural, passou a ser singular?

10.  Dê a definição canônica de Bíblia.

11.  Quem primeiro aplicou o nome "Bíblia" às Sagradas Escrituras?

12.  Quais os nomes ou títulos mais comuns que a Bíblia dá a si mesma?

13. Quantas partes principais tem a Bíblia? Cite-as.

14.  Quantos livros tem toda a Bíblia? e só o AT? e só o NT?

15.  Quanto tempo levou a Bíblia para ser escrita?

16.  Cerca de quantos escritores teve ela?

17.  Dê o duplo sentido da palavra testamento como usada no NT e que significado tem para o cristão.

18.  Quem primeiro aplicou o título Antigo Testamento aos 39 livros da Bíblia hebraica?

19.  Dê o total de livros das Bíblias de edição católico Romana.

20.  Como são chamados esses livros a mais nas Bíblias de edição da Igreja Romana?

21.  Quantos acréscimos a livros canônicos têm as Bíblias de edição romana?

22.  Dê o assunto dos quatro grupos de livros do AT, idem do NT.

23.  Quantos livros tem a LEI? Cite-os.

24.  Que outro nome tem o conjunto de livros da LEI?

25.  Quantos são os livros históricos? Cite-os.

26.  Quantos são os livros chamados poéticos? Cite-os.

27.  Por que são chamados poéticos?

28.  Quais são as principais línguas originais da Bíblia?

29.  Que outro nome têm os livros poéticos?

30.  Quantos livros tem o grupo PROFECIA no AT?

31.  Quantos e quais são os livros dos Profetas Maiores? e os dos Menores?

32.  A que se referem as palavras "maiores" e "menores" com referência aos profetas?

33.  Como são chamados nas Bíblias editadas pela Igreja Romana os livros 1 e 2 Samuel, 1 e 2 Reis, 1 e 2 Crônicas, Esdras e Neemias?

34.  Quantos e quais são os livros da seção Biografia, no NT?

35.  Que nome têm os três primeiros Evangelhos? Por quê?

36.  Quantos livros tem a divisão História no NT?

37.  A divisão Epístolas, quantos livros tem? Cite-os.

38.  Qual o livro da divisão Profecia, no NT?

39.  Cite referências mostrando CRISTO como tema central da Bíblia.

40.  Resuma os 66 livros da Bíblia nas cinco palavras estu­dadas neste capítulo.

41.  Estude e domine os pontos V e VI deste capítulo.

42.  Cite, de memória, os nomes dos 66 livros canônicos e aprenda suas abreviaturas.

 

 

A FORMAÇÃO DO CÂNON - Teologia Sistemática Pentecostal - CPAD


Em nossos credos, afirmamos peremptoriamente ser a Bíblia a inspirada, inerrante, infalível, soberana e completa Palavra de DEUS. Nesse inegociável e intransferível dogma, baseia-se o cânon das Sagradas Escrituras.
Antes de entrarmos a estudar com mais propriedade a canonicidade da Bíblia, é mister que deixemos algo bem claro: esta não é inspirada porque os doutores da igreja assim a chancelaram; eles a sancionaram como tal porque ela é, de fato, a inspirada Palavra de DEUS. Escreve Norman Geisler:
Os livros da Bíblia não são considerados oriundos de DEUS por se haver descoberto neles algum valor; são valiosos porque provieram de DEUS, fonte de todo bem.
Se eles, nalgum momento, tivessem negado a inspiração de algum livro das Sagradas Escrituras, estas, em sua totalidade, ainda continuariam inspiradas. Pois a inspiração da Bíblia independe da aprovação humana. A canonização, conforme veremos, nada mais é do que o reconhecimento humano de uma obra singularmente divina.
A canonização. Oriunda da palavra grega kanonizein, que, entre outras coisas, significa “tornar santo”, é o processo que levou ao reconhecimento dos livros que compõem a Bíblia como singularmente inspirados por DEUS.
Esse processo — que durou vários séculos — é-nos mui importante, porque mostra quão criteriosa e exaustivamente os doutores da igreja se agastaram em examinar os livros das Sagradas Escrituras, a fim de averiguar se estes, realmente, são de origem divina ou produto do engenho e arte da imaginação humana.
Concluído esse processo, os doutores e teólogos da igreja, trilhando um caminho já palmilhado pelos sábios rabis de Israel, concluíram que os livros que compõem a Bíblia são de fato a inspirada e inerrante Palavra de DEUS.
Mais tarde, os católicos romanos, no Concilio de Trento, houveram por bem, de maneira arbitrária e antagônica às comunidades de Israel e dos protestantes, acrescentar vários livros ao Antigo Testamento, buscando justificar algumas de suas doutrinas que, durante a Reforma Protestante, foram dura­mente combatidas pelos seguidores de Martinho Lutero e João Calvino. Lendo tais livros apócrifos, no entanto, logo percebemos suas fragilidade, errância e até ilogicidade.
O que é o cânon ia Bíblia. Procedente do vocábulo hebraico kannesh, que significa ‘ vara de medir” — e do grego kanon, que, basicamente, tem o mesmo significado do termo hebreu —, a palavra “cânon” é usada em teologia com este significado: padrão, regra de procedimento, critério norma.
A Bíblia, como o nosso cânon por excelência, arvora-se como a nossa única regra de fé e conduta, pois a temos como a infalível Palavra de DEUS. Em termos técnicos, podemos definir assim o cânon das Sagradas Escrituras: coleção de livros reconhecidos pela igreja cristã como singularmente inspirados pelo ESPÍRITO SANTO.
Como foi estabelecido o cânon bíblico.

 

Os homens que DEUS usou para chancelar o cânon da Bíblia, procederam da seguinte forma:

 

1- O exame do texto sagrado. Em primeiro lugar, os sábios judeus e cristãos examinaram o texto sagrado, em si, para comprovar se este, de fato, proveio o ESPÍRITO SANTO como escritura singularmente inspirada. Isso não significa que esses doutores se achavam acima da Bíblia nem que houvessem eles lhe transmitido a inspiração divina. Caso tivessem errado em sua avaliação, a Bíblia continuaria a ser a Palavra de DEUS.
Do texto sagrado, examinaram: o conteúdo, a correção doutrinária, o caráter edificativo, a harmonia da parte com o todo e o assentimento intelectual e particular, através dos quais, quando o lemos, sentimos que DEUS nos fala de maneira distintíssima e clara.

 

2- O exame do autor sagrado. Quem escreveu o texto sagrado era, realmente, digno de confiança? Considerando que a Bíblia foi escrita por, aproximadamente, quarenta escritores, temos de responder as seguintes perguntas.


Houve absoluta concordância entre seus autores, apesar do tempo decorrido entre o Gênesis e o Apocalipse? (A Bíblia, como se sabe, levou 1.600 anos para ser escrita.) No que tange ao Antigo Testamento, eram os seus autores realmente mestres incontestáveis do conhecimento de DEUS? Com DEUS mantinham estreita e íntima comunhão? E o seu caráter, era realmente ilibado?
Davi e Salomão, por exemplo, apesar de haverem desobedecido gravemente ao Senhor, arrependeram-se de suas faltas e foram espiritualmente restaurados. No Salmo 51, temos o cântico penitencial do primeiro; e, no Eclesiastes, encon­tramos a pública confissão de faltas do segundo.
Concernente ao Novo Testamento, além das exigências acima apresentadas, demandava-se que o escritor sagrado pertencesse ao círculo restrito dos apóstolos do Cordeiro, ou que com eles houvessem tido um relacionamento privilegiado. E o caso de Marcos, Paulo e Lucas, o médico amado. Tiago e Judas eram irmãos uterinos de nosso Senhor JESUS CRISTO.

3- Aceitação do livro na comunidade dos fiéis.

 

Como a antiga comunidade de Israel e a igreja primitiva se houveram com os livros da Bíblia Sagrada?
O cânon do Antigo Testamento. Os livros do Antigo Testamento jamais estiveram em disputa na antiga comunidade de Israel. Conforme depreendemos de Esdras e das tradições judaicas, após o derradeiro profeta fazer ecoar as palavras do Senhor, não havia mais o que se discutir: o cânon do Testamento Antigo já estava definitivamente encerrado, esperando, agora, os primeiros acordes do Novo Testamento.
Por conseguinte, o Concilio Judaico de Jamnia, realizado próximo da atual cidade israelense de Jope, teve um caráter mais formal do que dogmático, consi­derando que os filhos de Israel da Diáspora sempre tiveram o texto massorético como o cânon de suas Sagradas Escrituras.
O cânon do Novo Testamento. Em virtude da complexidade da igreja cristã, o cânon do Novo Testamento demorou um pouco mais para ser definitivamente estabelecido. Em primeiro lugar, porque os livros neotestamentários foram escritos nos mais diferentes lugares: de Israel à capital do Império Romano, mostrando a universalidade da mensagem cristã.
Em 367, o bispo Atanásio, conhecido como o pai da ortodoxia cristã, alista, numa de suas cartas, os 27 livros que compõem o Novo Testamento. Os concílios de Hipona — realizado em 393 — e o de Cartago, convocado em 397, ambos no Norte da África, ratificaram a lista elaborada por Atanásio.
Hoje, não mais precisamos debater acerca da inspiração dos livros que compõem o cânon da Bíblia Sagrada. Tanto os 39 do Antigo quanto os 27 do Novo Testamentos são comprovadamente de origem divina; foram inspirados pelo ESPÍRITO SANTO.

 

 

O Cânon das Escrituras - TEOLOGIA SISTEMÁTICA STANLEY M. HORTON - CPAD

 

Nem toda a literatura religiosa, até a mais inspiradora e lida, é considerada Escritura. Essa verdade é válida hoje, como também o era nos dias em que o Antigo e o Novo Testamento foram escritos. Os apócrifos, os pseudoepígrafos e outros escritos religiosos, tinham reconhecidamente seus vários graus de valor, mas não eram considerados dignos de serem chamados a Palavra de DEUS. Somente os 66 livros contidos na Bíblia são chamados Escrituras. 109
O termo "cânon" provém da palavra grega kanõn, que denota uma régua de carpinteiro ou algum tipo de vara de medir. No mundo grego, cânon veio a significar "padrão ou norma para julgar ou avaliar todas as coisas".110 Foram desenvolvidos cânones para a arquitetura, a escultura, a literatura, a filosofia, e assim por diante. Os cristãos co­meçaram a empregar o termo de modo teológico para designar os escritos que tinham cumprido os requisitos para serem considerados Escrituras Sagradas. Os livros canónicos, pois, são considerados a revelação autorizada e infalível da parte de DEUS.
Compreende-se, pois, porque os judeus fiéis e os verda­deiros cristãos desejavam tanto um cânon de seus escritos tidos como inspirados por DEUS. A perseguição religiosa, a expansão geográfica e a circulação cada vez maior de uma ampla gama de escritos religiosos, aumentaram o ímpeto para ser estabelecido o cânon. A tradição sugere que, em grande medida, Esdras foi o responsável pela reunião dos escritos sagrados dos judeus num cânon oficialmente reco­nhecido. No entanto, o reconhecimento do cânon do Anti­go Testamento usualmente deu-se num suposto Concílio de Jâmnia entre 90 e 100 d.C.111 A mais antiga lista cristã sobrevivente do cânon do Antigo Testamento provém de cerca de 170 d.C, compilado por Melito, bispo de Sardes.112 Nos primeiros séculos do Cristianismo, foram propostos vári­os cânones das Escrituras, desde o do herege Marcião, em 140 d.C, e o Cânon Muratoriano, de 180 d.C, até ao primeiro cânon completo do Novo Testamento feito por Atanásio em 367 d.C. O cânon do Novo Testamento, con­forme hoje o possuímos, foi oficialmente reconhecido no Terceiro Concílio de Cartago em 397 d.C. e pela Igreja Oriental até 500 d.C. 113
Estabelecer o cânon da Bíblia não foi, porém, a decisão dos escritores, nem dos líderes religiosos, nem de um concí­lio eclesiástico. Pelo contrário: o processo da aceitação des­ses livros como Escritura deu-se mediante a influência providencial do ESPÍRITO SANTO sobre o povo de DEUS. O cânon foi formado por um consenso, e não por um decreto. A Igreja não resolveu quais livros deveriam estar no cânon sagrado, mas limitou-se a confirmar aqueles que o povo de DEUS já reconhecia como a sua Palavra. Fica claro que a Igreja não era a autoridade; mas percebia a autoridade na Palavra inspi­rada.
. No entanto, vários princípios orientadores, ou critérios, têm sido sugeridos para os escritos canónicos. Incluem a apostolicidade, a universalidade, o uso na igreja, a capacida­de de sobrevivência, a autoridade, a antiguidade, o conteú­do, a autoria, a autenticidade, e as qualidades dinâmicas. De interesse primário é saber se o escrito era considerado inspi­rado. Somente os escritos inspirados (ou "soprados") por DEUS cumprem os requisitos para serem tidos como a Palavra autorizada de DEUS.
O cânon bíblico está fechado. A revelação infalível que DEUS fez de si mesmo já foi registrada. Hoje, Ele continua falando através dessa Palavra. Assim como DEUS revelou a si mesmo, e inspirou os escritores a registrar essa revelação, Ele mesmo preservou esses escritos inspirados, e orientou o seu povo na escolha destes, a fim de garantir que a sua verdade viesse a ser conhecida. Não se deve acrescentar outros escri­tos às Escrituras canónicas, nem se deve tirar delas nenhum escrito. O cânon contém as raízes históricas da Igreja Cristã, e "o cânon não pode ser refeito assim como a história não pode ser mudada"

 

 

 O Cânon da Bíblia e sua evolução histórica - Bíblia Através dos Séculos - pr. Antônio Gilberto - 2004 - CPAD

Cânon ou Escrituras canônicas é a coleção completa dos livros divinamente inspirados, que constituem a Bíblia.
Cânon é palavra grega, e significa, literalmente, "vara reta de medir", assim como uma régua de carpinteiro. No Antigo Testamento, o termo aparece no original em passa­gens como Ezequiel 40.5: "Vi um muro exterior que rodea­va toda a casa e, na mão do homem, uma cana de medir, de seis côvados, cada um dos quais tinha um côvado e um palmo; ele mediu a largura do edifício, uma cana, e a altu­ra, uma cana."
No sentido religioso, cânon não significa aquilo que me­de, mas aquilo que serve de norma, regra. Com este senti­do, a palavra cânon aparece no original em vários lugares do Novo Testamento:
"E a todos quantos andarem de conformidade com esta regra, paz e misericórdia sejam sobre eles e sobre o Israel de DEUS" (Gl 6.16).
"Nós, porém, não nos gloriaremos sem medida, mas respeitamos o limite da esfera de ação que DEUS nos de­marcou e que se estende até vós" (2 Co 10.13).
"Não nos gloriando fora de medida nos trabalhos alheios, e tendo esperança de que, crescendo a vossa fé, seremos sobremaneira engrandecidos entre vós, dentro da nossa esfera de ação" (2 Co 10.15).
"Todavia, andemos de acordo com o que já alcança­mos" (Fp 3.16).
A Bíblia, como o cânon sagrado, é a nossa norma ou re­gra de fé e prática. Diz-se dos livros da Bíblia que são canônicos para diferençá-los dos apócrifos. O emprego do ter­mo cânon foi primeiramente aplicado aos livros da Bíblia por Orígenes (185-254 d.C.)

I. O CÂNON DO ANTIGO TESTAMENTO
Na época patriarcal, a revelação divina era transmitida escrita e oralmente. A escrita já era conhecida na Palestina séculos antes de Moisés; a Arqueologia tem provado isto, inclusive tem encontrado inúmeras inscrições, placas, sinetes e documentos antediluvianos. O Cânon do Antigo Testamento, como o temos atualmente, ficou completo desde o tempo de Esdras, após 445 a.C. Entre os judeus, tem ele três divisões, as quais JESUS citou em Lucas 24.44 -LEI, PROFETAS, ESCRITOS. A divisão dos livros no câ­non hebraico é diferente da nossa. Consiste em .24 livros em vez dos nossos 39, isto porque são considerados um só livro, cada grupo dos seguintes:


-Os dois de Samuel....................................................... 1
-Os dois de Reis............................................................ 1
-Os dois de Crônicas..................................................... 1
-Os dois de Esdras e Neemias....................................... 1
-Os doze Profetas Menores........................................... 1
-Os demais livros do Antigo Testamento.................... 19
Total..........24

A disposição ou ordem dos livros no cânon hebraico é também diferente da nossa. Damos a seguir essa disposi­ção dentro da tríplice divisão do cânon, já mencionada (Lei, Profetas, Escritos). 1. LEI__________5 livros________Gênesis, Êxodo, Levítico, Números, Deuteronômio. 52

2. PROFETAS _ 8 livros________Divididos em:
Primeiros Profetas: Jo­sué, Juizes, Samuel, Reis.
Últimos Profetas: Isaías, Jeremias, Eze-quiel e os doze Profetas Menores.

3. ESCRITOS _ 11 livros________Divididos em:
Livros Poéticos: Sal­mos, Provérbios, Jó. Os Cinco Rolos: Cantares, Rute, Lamenta­ções, Eclesiastes, Es­ter.
Livros Históricos: Da­niel, Esdras Neemias, Crônicas.

Os Cinco Rolos eram assim chamados por serem sepa­rados, lidos anualmente em festas distintas:
- CANTARES, na Páscoa, em alusão ao Êxodo.
- RUTE, no Pentecoste, na celebração da colheita, em seu início.
- ESTER, na festa do Purim, comemorando o livra­mento de Israel da mão do mau Hamã.
- ECLESIASTES, na Festa dos Tabernáculos - festa de gratidão pela colheita.
- LAMENTAÇÕES, no mês de Abibe, relembrando a destruição de Jerusalém pelos babilônicos.
No cânon hebraico também os livros não estão em or­dem cronológica. Os judeus não se preocupavam com um sistema cronológico. Também pode haver nisto um plano divino.
A nossa divisão em 39 livros vem da Septuaginta, atra­vés da Vulgata Latina. A Septuaginta foi a primeira tradu­ção das Escrituras, feita do hebraico para o grego, cerca de 285 a.C. Também a ordem dos livros por assuntos, nas nos­sas Bíblias, vem dessa famosa tradução.
Nas palavras de JESUS, em Lucas 24.44, Ele chamou "Salmos" à última divisão do cânon hebraico, certamente porque esse livro era o primeiro dessa divisão (ver a página anterior). Segundo a nossa divisão, o Antigo Testamento começa com Gênesis e termina em Malaquias, porém, se­gundo a divisão do cânon hebraico, o primeiro livro é Gê­nesis e o último é Crônicas. Isto é visto claramente nas pa­lavras de JESUS em Mateus 23.35 - o caso de Abel está em Gênesis e o do filho de Baraquias está em Crônicas.
A Formação do Cânon do Antigo Testamento
O Cânon do Antigo Testamento foi formado num espa­ço de mais de mil anos (+ - 1046 anos) - de Moisés a Es­dras. Moisés escreveu as primeiras palavras do Pentateuco por volta de 1491 a.C. Esdras entrou em cena em 445 a.C. Esdras não foi o último escritor na formação do cânon do Antigo Testamento; os últimos foram Neemias e Mala­quias, porém, de acordo com os escritos históricos, foi ele que, na qualidade de escriba e sacerdote, reuniu os rolos canônicos, ficando também o cânon encerrado em seu tem­po.
A chamada Alta Crítica tem feito uma devastação com seu modernismo e suas contradições no que concerne à for­mação, fontes de autenticidade do cânon, especialmente o do Antigo Testamento, mutilando quase todos os seus li­vros. Em resumo, a Alta Crítica é a discussão das datas e da autoria dos livros. Ela estuda a Bíblia do lado de fora, externamente, baseada apenas em fontes do conhecimento humano. Por sua vez, a Crítica Textual, também conheci­da por Baixa Crítica, estuda o texto bíblico, e este somen­te, e, ao lado da Arqueologia, vem alcançando um progres­so valioso, posto à disposição do estudante das Escrituras. Por exemplo, a teoria de que a escrita era desconhecida nos dias de Moisés já foi destruída. E de ano para ano aumen­tam os achados nas terras bíblicas, evidenciando e com­provando as narrativas e fatos do Antigo Testamento. Me­diante tais provas irrefutáveis, os homens estão tendo mais respeito pelo Livro Sagrado! Toda a Bíblia vem sendo con­firmada pela pá do arqueólogo e pelos eruditos em antigüi­dades bíblicas. Coisas que pareciam as mais incríveis são hoje aceitas por todos, sem objeções. O estudante das Es­crituras deve estar prevenido contra a Alta Crítica.
A formação do cânon foi gradual. Houve, originalmen­te, a transmissão oral, como se vê em Jó 15.18. Jó é tido como o livro mais antigo da Bíblia. Daremos em seguida a sequência da formação gradual do cânon do Antigo Testa­mento. Convém ter em mente aqui que toda cronologia bíblica é apenas aproximada. Já no Novo Testamento, há precisão de muitos casos. Essa cronologia vai sendo atuali­zada à medida em que os estudos avançam e a Arqueologia fornece informes oficiais:
1. Moisés, cerca de 1491 a.C, começou a escrever o Pentateuco, concluindo-o por volta de 1451 a.C. (Números 33.2). Mais textos relacionados com Moisés e sua escrita do Pentateuco: Êxodo 17.14; 24.4,7; 34.27. As partes do Pentateuco anteriores a Moisés, como o relato da Criação, todo o livro de Gênesis e parte de Êxodo, ele escreveu, ou lançando mão de fontes existentes (ver 2.4; 5.1), ou por re­velação divina. Gênesis 26.5 dá a entender que nesse tem­po já havia "mandamentos, preceitos e estatutos" escritos. Há, é certo, passagens do Pentateuco que foram acrescen­tadas posteriormente, como: Êxodo 11.3; 16.35; Deuteronômio 34.1-12.
2. Josué, sucessor de Moisés (1443 a.C), escreveu uma obra que colocou perante o Senhor (Js 24.26).
3. Samuel (1095 a.C), o último juiz e também profeta do Senhor, escreveu, pondo seus escritos perante o Senhor (1 Sm 10.25). Certamente "perante o Senhor" significa que seus escritos foram depositados na Arca do Concerto com os demais escritos sagrados lá depositados (Êx 25.21; Hb 9.4).
4. Isaías (770 a.C.) fala do "livro do Senhor" (Is 34.16), e "palavras do livro" (Is 29.18). São referências às Escritu­ras na sua formação.
5. Em 726 a.C, os Salmos já eram cantados (2 Cr 29.30). O fato aí registrado teve lugar nesse tempo.
6. Jeremias, cuja chamada deu-se em 626 a.C, regis­trou a revelação divina (Jr 30.1,2). Tal livro foi queimado pelo mau rei Jeoaquim, em 607 a.C, porém DEUS ordenou que Jeremias preparasse novo rolo, o que foi feito mediante seu amanuense Baruque (Jr 36.1,2,28,32; 45.1).
7. No tempo do rei Josias (621 a.C), Hilquias achou o "Livro da Lei" (2 Rs 22.8-10).
8. Daniel (553 a.C.) refere-se aos "livros" (Dn 9.2). Eram os rolos sagrados das Escrituras de então.
9. Zacarias (520 a.C.) declara que os profetas que o pre­cederam falaram da parte do ESPÍRITO SANTO (7.12). Não há aqui referência direta a escritos, mas há inferência. Zaca­rias foi o penúltimo profeta do Antigo Testamento, isto é, profeta literário.
10. Neemias, nos seus dias (445 a.C), achou o livro das genealogias dos judeus que já haviam regressado do exílio (7.5); certamente havia outros livros.
11. Nos dias de Ester, o Livro Sagrado estava sendo es­crito (Et 9.32).
12. Esdras, contemporâneo de Neemias, foi hábil escriba da lei de Moisés, e leu o livro do Senhor para os judeus já estabelecidos na Palestina, de regresso do cativeiro babilônico (Ne 8.1-5). Conforme 2 Macabeus e outros escritos judaicos, Esdras presidiu a chamada Grande Sinagoga, que selecionou e preservou os rolos sagrados, determinan­do, dessa maneira, o cânon das Escrituras do Antigo Tes­tamento. (Ver Esdras 7.10,14.) Essa Grande Sinagoga era um conselho composto de 120 membros que se diz ter sido organizado por Neemias, cerca de 410 a.C, sob a presidên­cia de Esdras. Foi essa entidade que reorganizou a vida re­ligiosa nacional dos repatriados e, mais tarde, deu origem ao Sinédrio, cerca de 275 a.C. A Esdras é atribuída a trípli­ce divisão do cânon, já estudada. Foi nesse tempo, isto é, no tempo de Esdras, que os samaritanos foram expulsos da comunidade judaica (Ne 13) levando consigo o Pentateuco, que é até hoje a Bíblia dos samaritanos. Isto prova que o Pentateuco era escrito canônico.
13. Encontramos profeta citando outro profeta, do que se infere haver mensagem escrita. (Comparar Miquéias 4.1-3 com Isaías 2.2-4.)
14. Filo, escritor de Alexandria (30 a.C. - 50 d.C) pos­suía todo o cânon do Antigo Testamento. Em seus escritos ele cita quase todo o Antigo Testamento.
15. Josefo, o historiador judeu (37-100 d.C), contempo­râneo de Paulo, diz, escrevendo aos judeus, no livro "Con­tra Appion": "Nós temos apenas 22 livros, contando a his­tória de todo o tempo; livros em que nós cremos, ou segun­do geralmente se diz, livros aceitos como divinos. Desde os dias de Artaxerxes ninguém se aventurou a acrescentar, ti­rar ou alterar uma única sílaba. Faz parte de cada judeu, desde que nasce, considerar estas Escrituras como ensinos de DEUS". Josefo foi homem culto e judeu ortodoxo de li­nhagem sacerdotal. Foi governador da Galileia e coman­dante militar nas guerras contra Roma. Presenciou a que­da de Jerusalém. Foi levado a Roma onde se dedicou a es­critos literários.
Ora, o Artaxerxes que ele menciona é o chamado Longímano, que reinou de 465-424 a.C. Isso coincide com o tem­po de Esdras e confirma as declarações de outras peças da literatura judaica que ensinam ter Esdras presidido a Grande Sinagoga que selecionou e preservou os rolos sagra­dos para a posterioridade. Josefo conta os livros do Antigo Testamento como 22 porque considera Juízes e Rute como 1 (um) livro; Jeremias e Lamentações também. Isto, para coincidir com o número de letras do alfabeto hebraico: 22.
16. Nos dias do Senhor JESUS, esse livro chamava-se Es­crituras (Mt 26.54; Lc 24.27,45; Jo 5.39), com as suas três conhecidas divisões: Lei, Profetas, Salmos (Lc 24.44). Era também chamado "A Palavra de DEUS" (Mc 7.13; Jo 10.34,35). Note bem este título aplicado pelo próprio Se­nhor JESUS! Outro fato notável é a citação feita por JESUS em Mateus 23.35 que autentica todo o Antigo Testamento!
17. Os escritores do Novo Testamento reconhecem como canônicos os livros do Antigo Testamento, pois este é a miúdo citado naquele, havendo cerca de 300 referências diretas e indiretas. Os escritores do Novo Testamento refe­rem-se ao cânon do Antigo Testamento como sendo orácu­los divinos. (Compare Romanos 3.2; 2 Timóteo 3.16; Hebreus 5.12).
Cremos que, começando por Moisés, à proporção que os livros iam sendo escritos, eram postos no tabernáculo, jun­to ao grupo de livros sagrados. Esdras, como já dissemos, após a volta do cativeiro, reuniu os diversos livros e os colocou em ordem, como coleção completa. Destes originais eram feitas cópias para as sinagogas largamente dissemi­nadas.
Data do reconhecimento e fixação do cânon do Antigo Testamento
Em 90 d.C. Em Jâmnia, perto da moderna Jope, em Is­rael, os rabinos, num concilio sob a presidência de Johanan Ben Zakai, reconheceram e fixaram o cânon do Antigo Testamento. Houve muitos debates acerca da aprovação de certos livros, especialmente dos "Escritos". Note-se po­rém que o trabalho desse concilio foi apenas ratificar aqui­lo que já era aceito por todos os judeus através de séculos. Jâmnia, após a destruição de Jerusalém (70 d.C.) tornou-se a sede do Sinédrio - o supremo tribunal dos judeus. Livros desaparecidos, citados no texto do Antigo Testa­mento
É digno de nota que a Bíblia faz referência a livros até agora desaparecidos. (Veja Números 21.14; Josué 10.13 com 2 Samuel 1.18; 1 Reis 11.41; 1 Crônicas 27.24; 29.29; 2 Crônicas 9.29; 12.15; 13.22; 26.22; 33.19.) São casos cujo segredo só DEUS conhece. Talvez um dia eles venham à luz como o MSS de Qümram, Mar Morto, em 1947.

II. O CÂNON DO NOVO TESTAMENTO
Como no Antigo Testamento, homens inspirados por DEUS escreveram aos poucos os livros que compõem o câ­non do Novo Testamento. Sua formação levou apenas duas gerações: quase 100 anos. Em 100 d.C. todos os livros do Novo Testamento estavam escritos. O que demorou foi o reconhecimento canônico, isto motivado pelo cuidado e escrúpulo das igrejas de então, que exigiam provas conclu­dentes da inspiração divina de cada um desses livros. Ou­tra coisa que motivou a demora na canonização foi o surgi­mento de escritos heréticos e espúrios com pretensão de autoridade apostólica. Trata-se dos livros apócrifos do Novo Testamento, fato idêntico ao acontecido nos tempos do encerramento do cânon do Antigo Testamento.
A ordem dos 27 livros do Novo Testamento, como te­mos atualmente em nossas Bíblias, vem da Vulgata, e não leva em conta a sequência cronológica. 58
Livros desaparecidos, citados no Novo Testamento. Há também livros mencionados no Novo Testamento até ago­ra desaparecidos (1 Co 5.9; Cl 4.16).
a. Ás Epístolas de Paulo. Foram os primeiros escritos do Novo Testamento. São 13: de Romanos a Filemom. Fo­ram escritas entre 52 e 67 d.C. Pela ordem cronológica, o primeiro livro do Novo Testamento é 1 Tessalonicenses, escrito em 52 d.C. 2 Timóteo foi escrita em 67 d.C, pouco antes do martírio do apóstolo Paulo em Roma. Esses livros foram também os primeiros aceitos como canônicos. Pedro chama os escritos de Paulo de "Escrituras" - título aplica­do somente à Palavra inspirada de DEUS! (2 Pe 3.15,16).
b. Os Atos dos Apóstolos. Escrito em 63 d.C, no fim dos dois anos da primeira prisão de Paulo em Roma (At 28.30).
c. Os Evangelhos. Estes, a princípio, foram propagados oralmente. Não havia perigo de enganos e esquecimento porque era o ESPÍRITO SANTO quem lembrava tudo e Ele é infalível (Jo 14.26). Os Sinóticos foram escritos entre 60 a 65 d.C. Marcos, em 65. Em 1 Timóteo 5.18, Paulo, escre­vendo em 65 d.C, cita Mateus 10.10. João foi escrito em 85. Entre Lucas e João foram escritas quase todas as epís­tolas. Note-se que Paulo chama Mateus e Lucas de "Escri­turas" ao citá-los em 1 Timóteo 5.18; o original dessa cita­ção está em Mateus 10.10 e Lucas 10.7.
d. As Epístolas, de Hebreus a Judas, foram escritas en­tre 68 e 90 d.C. Quanto à autoria de Hebreus, só DEUS sabe de fato. Agostinho (354-430 d.C), bispo de Hipona, África do Norte, afirma que seu autor é Paulo. As igrejas orientais atribuíram-na a Paulo, mas as ocidentais, até o IV século recusaram-se a admitir isto. A opinião ainda hoje é a favor de Paulo. Orígenes (185-254) - o homem mais ilustre da igreja antiga, e, anterior a Agostinho - afirma: "Quem a escreveu só DEUS sabe com certeza".
e. O Apocalipse. Escrito em 96 d.C, durante o reinado do imperador Domiciano.
Muitos livros antes de serem finalmente reconhecidos como canônicos foram duramente debatidos. Houve muita relutância quanto às epístolas de Pedro, João e Judas bem como quanto ao Apocalipse. Tudo isto tão-somente revela o cuidado da Igreja e também a responsabilidade que en­volvia a canonização. Antes do ano 400 d.C, todos os livros estavam aceitos. Em 367, Atanásio, patriarca de Alexan­dria, publicou uma lista dos 27 livros canônicos, os mes­mos que hoje possuímos; essa lista foi aceita pelo Concilio de Hipona (África) em 393.


Data do reconhecimento e fixação do cânon do Novo
Testamento
Isso ocorreu no III Concilio de Cartago, em 397 d.C. Nessa ocasião, foi definitivamente reconhecido e fixado o cânon do Novo Testamento. Como se vê, houve um ama­durecimento de 400 anos.
A necessidade da mensagem escrita do Novo Testa­mento
A mensagem da Nova Aliança precisava ter forma es­crita como a da Antiga. Após a ascensão do Senhor JESUS, os apóstolos pregaram por toda parte sem haver nada es­crito. Sua Bíblia era o Antigo Testamento. Com o correr do tempo, o grupo de apóstolos diminuiu. O Evangelho espa­lhou-se. Surgiu a necessidade de reduzi-lo à forma escrita, para ser transmitido às gerações futuras. Era o plano de DEUS em marcha. Muitas igrejas e indivíduos pediam ex­plicações acerca de casos difíceis surgidos por perturba­ções, falsas doutrinas, problemas internos, etc. (Ver 1 Coríntios 1.11; 5.1; 7.1.)
Os judeus cumpriram sua missão de transmitir ao mundo os oráculos divinos (Rm 3.2). A Igreja também cumpriu sua parte, transmitindo as palavras e ensinos do Senhor JESUS, bem como as que Ele, pelo ESPÍRITO SANTO inspirou aos escritores sacros. Ele mesmo disse: "Tenho muito que vos dizer... mas o ESPÍRITO de verdade... dirá tudo o que tiver ouvido e vos anunciará o que há de vir" (Jo 16.12,13).
Dão testemunho da existência de livros do Novo Testa­mento, em seu tempo, os seguintes cristãos primitivos, cu­jas vidas coincidiram com a dos apóstolos ou com os discí­pulos destes:
Clemente de Roma, na sua carta aos Coríntios, em 95 d.C. cita vários livros do Novo Testamento.
Policarpo, na sua carta aos Filipenses, cerca de 110 d.C, cita diversas epístolas de Paulo.
Inácio, por volta de 110, cita grande número de livros em seus escritos.
Justino Mártir, nascido no ano da morte de João, escre­vendo em 140 d.C, cita diversos livros do Novo Testamen­to.
Irineu (130-200 d.C), cita a maioria dos livros do Novo Testamento, chamando-os "Escrituras".
Orígenes (185-254 d.C), homem erudito, piedoso e via­jado, dedicou sua vida ao estudo das Escrituras. Em seu tempo, os 27 livros já estavam completos; ele os aceitou, embora com dúvida sobre alguns (Hebreus, Tiago, 2 Pe­dro, 2 e 3 João).

III. DATAS E PERÍODOS SOBRE O CÂNON EM GERAL
O Antigo Testamento foi escrito no espaço de mais ou menos 1.046 anos; de 1491 a 445 a.C, isto é, de Moisés a Esdras. A data 445 é apenas um ponto geral de referência cronológica quanto ao encerramento do cânon do Antigo Testamento. Se entrarmos em detalhes sobre o último li­vro do Antigo Testamento em ordem cronológica - Malaquias, teremos uma variação de espaço de tempo como ve­remos a seguir. O Pentateuco, como já vimos, foi iniciado cerca de 1491 a.C. Malaquias, o último livro do Antigo Testamento por ordem cronológica, foi escrito após 445, no final do governo de Neemias e do sacerdócio de Esdras. Ora, isto foi a partir de 432, quando Neemias regressou a Jerusalém, procedente da Pérsia, para onde tinha ido em 434, a fim de renovar sua licença (Ne 13.6). É a partir des­se ano que Malaquias entra em cena. Quando ele escreveu, talvez Neemias não estivesse mais na Palestina, porque não o menciona em seu livro, como fazem Ageu e Zacarias, profetas seus antecessores, os quais mencionam Zorobabel e Josué, respectivamente, governador e sacerdote dos repa­triados. (Ver Zacarias capítulos 3 e 4 e Ageu 1.1.)
Malaquias não menciona nominalmente Neemias, ape­nas menciona o "Governador" (Ml 1.9). O próprio livro de Malaquias apresenta outras evidências internas que o co­locam de 432 em diante, como passamos a mostrar:
a. Em Malaquias 2.10-16, vê-se que os casamentos ilíci­tos que Esdras corrigira antes de Neemias, em 516 (Ed 9 e 10), estavam ocorrendo outra vez. Isto coincide com o esta­do descrito em Neemias 13, acontecido em 432.
b. Em Malaquias 3.6-12, havia pobreza no tesouro do templo. Situação idêntica à de Neemias 13, reinante em 432.
c. As referências de Malaquias 1.13; 2.17; 3.14, indicam que o culto levítico já havia sido restaurado há bastante tempo. Essa restauração temo-la ampliada em Neemias 12.44 ss.
Portanto, Malaquias deve ter sido escrito cerca de 432 a.C. Repetimos o que dissemos há pouco: a data 445 é ape­nas um ponto geral de referência quanto ao encerramento do cânon do Antigo Testamento. Foi esse o ano em que Es­dras iniciou seu grande ministério entre os repatriados de Israel. Se descermos a detalhes quanto ao livro de Mala­quias, partiremos de 432. Malaquias é o último livro do Antigo Testamento, quanto à ordem cronológica. Quanto à disposição dos livros no corpo do cânon hebraico, o último livro é 2 Crônicas, como já mostramos.
O Novo Testamento foi completado em menos de 100 anos, pois seu último livro, o Apocalipse, foi escrito cerca de 96 d.C. Isto é, dá um total de 1.142 anos para a forma­ção de ambos os Testamentos (1.046 + 96). (Leve-se em conta que a cronologia bíblica é sempre aproximada, pois os povos orientais não tinham um sistema fixo de compu­tação de datas.)
Quando se fala do espaço total de tempo, que vai da es­crita do Pentateuco ao Apocalipse, é preciso intercalar os 400 anos do Período Interbíblico ocorrido entre os Testa­mentos, o que dará um total de 1.542 anos (1.046 + 96 + 400). Por isso se diz que a Bíblia foi escrita no espaço de 16 séculos. Este é o período no qual o cânon foi completado. Noutras palavras: o cânon abrange na História um total de 1542 anos, porém foi escrito em 1.142 anos, aproximada­mente.

IV. OS LIVROS APÓCRIFOS
Nas Bíblias de edição da Igreja Romana, o total de li­vros é 73, porque essa igreja, desde o Concilio de Trento, em 1546, incluiu no cânon do Antigo Testamento 7 livros apócrifos, além de 4 acréscimos ou apêndices a livros canônicos, acrescentando, assim, ao todo, 11 escritos apócrifos.
A palavra "apócrifo" significa, literalmente, "escondi­do", "oculto", isto em referência a livros que tratavam de coisas secretas, misteriosas, ocultas. No sentido religioso, o termo significa "não genuíno", "espúrio", desde sua apli­cação por Jerônimo. Os apócrifos foram escritos entre Malaquias e Mateus, ou seja, entre o Antigo e o Novo Testa­mento, numa época em que cessara por completo a revela­ção divina; isto basta para tirar-lhes qualquer pretensão de canonicidade. Josefo rejeitou-os totalmente. Nunca fo­ram reconhecidos pelos judeus como parte do cânon hebraico. Jamais foram citados por JESUS nem foram reco­nhecidos pela igreja primitiva.
Jerônimo, Agostinho, Atanásio, Júlio Africano e outros homens de valor dos primitivos cristãos, opuseram-se a eles na qualidade de livros inspirados. Apareceram a pri­meira vez na Septuaginta, a tradução do Antigo Testa­mento feita do hebraico para o grego. Quando a Bíblia foi traduzida para o latim, em 170 d.C, seu Antigo Testamen­to foi traduzido do grego da Septuaginta e não do hebraico. Quando Jerônimo traduziu a Vulgata, no início do Século V (405 d.C), incluiu os apócrifos oriundos da Septuaginta, através da Antiga Versão Latina, de 170, porque isso lhe foi ordenado, mas recomendou que esses livros não pode­riam servir como base doutrinária.
São 14 os escritos apócrifos: 10 livros e 4 acréscimos a livros. Antes do Concilio de Trento, a Igreja Romana acei­tava todo, mas depois passou a aceitar apenas 11: 7 livros e os 4 acréscimos. A Igreja Ortodoxa Grega mantém os 14 até hoje.

Os 7 livros apócrifos constantes das Bíblias de edição católico Romana são:
1) TOBIAS (Após o livro canônico de Esdras)
2) JUDITE (após o livro de Tobias)
3) SABEDORIA DE SALOMÃO (após o livro canônico
4) ECLESIÁSTICO (após o livro de Sabedoria)
5) BARUQUE (após o livro canônico de Jeremias)
6) 1 MACABEU
7) 2 MACABEU (ambos, após o livro canônico de Malaquias)
Os 4 acréscimos ou apêndices são:
1) ESTER (a Ester, 10.4 - 16.24)
2) CÂNTICO DOS TRÊS SANTOS FILHOS (a Da­niel, 3.24-90)
3) HISTÓRIA DE SUZANA (a Daniel, cap. 13) e
4) BEL E O DRAGÃO (a Daniel, cap. 14)
Como já foi dito, dos 14 apócrifos, a Igreja Romana aceita 11 e rejeita 3, isto, após 1546 d.C. Os livros rejeita­dos são:
1) 3 ESDRAS
2) 4 ESDRAS E
3) A ORAÇÃO DE MANASSES
Os livros apócrifos de 3 e 4 Esdras são assim chamados porque nas Bíblias de edição católico Romana o livro de ESDRAS é chamado 1 ESDRAS; o de NEEMIAS, de 2 ESDRAS.
A Igreja Romana aprovou os apócrifos em 18 de abril de 1546, para combater o movimento da Reforma Protestan­te, então recente. Nessa época, os protestantes combatiam violentamente as novas doutrinas romanistas: do Purgató­rio, da oração pelos mortos, da salvação mediante obras, etc. A Igreja Romana via nos apócrifos bases para essas doutrinas, e, apelou para eles, aprovando-os como canônicos.
Houve prós e contras dentro da própria Igreja de Roma. Nesse tempo os jesuítas exerciam muita influência no clero. Os debates sobre os apócrifos motivaram ataques dos dominicanos contra os franciscanos. O cardeal Pallavacini, em sua "História Eclesiástica", declara que em pleno concilio, 40 bispos, dos 49 presentes, travaram luta corpo­ral, agarrados às barbas e batinas uns dos outros... Foi nes­se ambiente "espiritual" que os apócrifos foram aprova­dos! A primeira edição da Bíblia romana com os apócrifos deu-se em 1592, com autorização do Papa Clemente VIII.
Os reformadores protestantes publicaram a Bíblia com os apócrifos colocando-se entre o Antigo e Novo Testamen­to; não como livros inspirados, mas bons para a leitura e de valor literário e histórico. Isto continuou até 1629. A famo­sa versão inglesa de King James, de 1611, ainda os conser­vou. Após 1629, os evangélicos os omitiram de vez nas Bíblias editadas, para evitar confusão entre o povo simples que nem sempre sabe discernir entre um livro canônico e um apócrifo.
A aprovação dos apócrifos pela Igreja Romana foi uma intromissão dos católicos em assuntos judaicos, porque, quanto ao cânon do Antigo Testamento, o direito é dos ju­deus e não de outros. Além disso, o cânon do Antigo Testa­mento estava completo e fixado há muitos séculos.
Entre os católicos corre a versão de que as Bíblias de edição protestante são falsas. Quem, contudo, comparar a Bíblia editada pelos evangélicos com a editada pelos cató­licos há de concordar em que as duas são iguais, exceto na linguagem e estilo, que são peculiares a cada tradução. O que alegam contra a nossa Bíblia é que lhe faltam livros e partes de outros, mas essa falta é de livros e de parte de li­vros apócrifos, como mencionamos.

OUTROS LIVROS APÓCRIFOS
Há ainda outros escritos espúrios relacionados tanto com o Antigo como com o Novo Testamento. São chama­dos pseudoepígrafos. Os do Antigo Testamento perten­cem à última parte do período Interbíblico. Todos os livros dessa classe apresentam-se como tendo sido escritos por santos de ambos os Testamentos, daí seu título: pseudoepígrafos. São na maioria, de natureza Apocalíptica. Nunca foram reconhecidos por nenhuma igreja.
Os principais do Antigo Testamento chegam a 26.

Os referentes ao período do Novo Testamento também nunca foram reconhecidos por ninguém como tendo canonicidade. São cheios de histórias ridículas e até indignas de CRISTO e seus apóstolos. Essas histórias são muito explo­radas pela gente simplória e crédula. Desse período há de tudo: evangelhos, epístolas, apocalipse, etc.
Os principais somam 24.
Os que estudam a Bíblia devem estar acautelados do seguinte, concernente aos livros canônicos e apócrifos em geral:
• Aos nossos 39 livros canônicos do Antigo Testamento, os católicos os chamam de protocanônicos.
• Os 7 livros, que chamamos de apócrifos, os católicos os chamam de deuterocanônicos.
• Os livros que chamamos de pseudoepígrafos, eles os chamam de apócrifos.

QUESTIONÁRIO
1. Defina a palavra cânon nos sentidos literal e religioso.
2. Em que parte de Gálatas aparece a palavra cânon, no original?
3. Por que se diz dos livros da Bíblia que são canônicos?
4. Dê as três divisões do cânon hebraico, bem como a refe­rência que as menciona no Novo Testamento.
5. Desde quando ficou completo o cânon do Antigo Testa­mento?
6. Descreva por que, no cânon hebraico, os nossos 39 li­vros resumem-se em 24.
7. De onde vem a nossa divisão do Antigo Testamento em 39 livros?
8. Por que Mateus 23.35 mostra que Gênesis era o primei­ro livro do Antigo Testamento, e Crônicas o último?
9. Dê o espaço de tempo em que se formou o cânon do An­tigo Testamento.
10. Mencione as datas aproximadas de início e do término da formação do cânon do Antigo Testamento.
11. Explique a diferença entre Alta Crítica e Baixa Crítica.
12. Dê o nome do homem de DEUS que reuniu, selecionou e preservou os rolos sagrados, determinando, destarte, o cânon do Antigo Testamento.
13. Dê os dois nomes pelos quais era conhecido o Antigo Testamento nos dias de JESUS.
14. Quando e onde os rabinos reconheceram e fixaram o câ­non do Antigo Testamento, ratificando, assim, aquilo que já vinha sendo aceito durante séculos?
15. Dê as datas gerais de escrita dos 4 Evangelhos, dos Atos, das Epístolas e do Apocalipse.
16. Cite o concilio e o ano em que foi reconhecido e fixado o cânon do Novo Testamento.
17. Por que era necessário ter o Novo Testamento em for­ma escrita?
18. Que fizeram os escritores cristãos primitivos no tocante à existência dos livros do Novo Testamento, ao escreve­rem suas obras?
19. Em que espaço de tempo foi formado o cânon do Novo Testamento?
20. Quanto tempo levou para serem escritos os 66 livros canônicos, isto é, o cânon geral?
21. Quanto tempo medeia entre Gênesis e Apocalipse (referentemente a serem escritos os livros)?
22. Quantos livros contêm as Bíblias de edição católico romanas?
23. Dê os sentidos literal e religioso do termo "apócrifo".
24. Cite os 7 livros apócrifos e os 4 acréscimos a livros canônicos.
25. Cite o ano, bem como o concilio, em que os católico romanos aprovaram os apócrifos.
26. Como são designados entre os católicos os livros canônicos, os apócrifos e os pseudoepígrafos?
Nota: Dê respostas o mais completas possível. Escreva as respostas para melhor fixar o aprendizado.
 

 

CÂNON DA BÍBLIA -ANTIGO TESTAMENTO - Dicionário Bíblico Wycliffe - CPAD

A palavra “cânon” significa a relação de livros do AT considerados como tendo sido inspirados e que podem ser aceitos como um regulamento da fe e da conduta cristã. Nas Bíblias Protestantes inglesas, existem 39 livros no cânon do AT. Como e quando esses livros foram aceitos como canônicos e por que eles, e não outros, foram aceitos?
O estudo do cânon do AT torna-se um pouco difícil pelo fato de o processo de canonização ter se realizado em um tempo muito distante. Além disso, praticamente não existem materiais dessa época, fora da Bíblia, que pudessem fornecer detalhes desse processo. Alguns pontos e princípios gerais podem ser apreendidos desses mesmos livros. Mas, no caso de alguns assuntos, bastam algumas poucas informações. De grande auxílio tem sido a descoberta dos Rolos do Mar Morto. Essas cópias de livros bíblicos e não bíblicos nos trazem informações relacionadas com o primeiro e o segundo século que precederam a era cristã. Elas ajudaram muito na confirmação de muitos pontos previamente aceitos por estudiosos desse assunto.
CRISTO e o Cânon
Felizmente, não fomos deixados inteiramente à especulação ou à avaliação das poucas informações concernentes ao cânon ao AT. Instruções específicas sobre os livros e como devem ser recebidos são provenientes dos ensinos do próprio Senhor JESUS CRISTO. Para o cristão, essa é a maior autoridade. E devemos nos lembrar que os ensinos de CRISTO e dos apóstolos não são apenas competentes como também a melhor testemunha da situação entre os judeus do primeiro século.
O testemunho de CRISTO no NT é claro e explícito, CRISTO aceitou os atuais 39 livros do AT, e não outros, como sendo a Palavra de DEUS, inteiramente verdadeira e oficial para o seu povo. Visto que essa conclusão é ampíamente aceita, será necessário apenas resumir a sua evidência.
Somente no Evangelho de Mateus, CRISTO em seus ensinos faz aproximadamente 31 citações específicas ou referências ao AT, afirmando que são Escrituras autênticas, a Palavra de DEUS etc. Muitos outros exemplos ocorrem nos Evangelhos de Marcos, Lucas e João. Em todo o NT, o AT é citado especifíeamente mais de 250 vezes, de acordo com a relação de citações de Nestle. Existe um número muito maior de alusões de igual importância. O AT é citado por seus ensinos éticos, por suas revelações espirituais assim como por seus fatos históricos. JESUS recorre ao AT para o relato da criação de Adão e Eva, do dilúvio de Noé e da experiência de Jonas com o grande peixe. Ele se refere à necessidade das Escrituras se cumprirem (Mt 26.54; Lc 24.44). Ele diz que foram escritas sob a unção do ESPÍRITO SANTO (Mc 12.36) e que nem um til dessa lei jamais falharia (Lc 16.17). Muito mais poderia ser acrescentado, mas essas passagens são suficientes para mostrar que CRISTO e os apóstolos confiavam e acreditavam plenamente no AT. Nem mesmo em Mateus 5 - onde JESUS estabelece a sua Palavra contra o que havia sido dito por aqueles que tinham vivido nos tempos antigos - Ele está contradizendo o AT, mas apenas as tradições dos escribas. Observe Mateus 5.43 onde Ele toma como base as citações do AT, mas contradiz as adições e interpretações dos escribas. Para discussões mais detalhadas veja a obra de R. Laird Harris, “Inspiration and Canonicity of the Bible”, pp. 48-56.
Todas as partes do AT recebem igual reverência. Os livros citados com mais frequência são Deuteronômio no Pentateuco, Isaías entre os livros proféticos e o poético livro dos Salmos. Todos os livros são citados ou recebem alusões exceto Rute, Esdras, Ester, Eclesiastes, Cantares de Salomão, Lamentações, Obadias e Naum. Ao todo são oito livros pequenos que, sem dúvida, não foram referidos por falta de ocasião. Além disso, os judeus incluíram Obadias e Naum em um único livro, juntamente com outros Profetas Menores, aos quais o NT decorre muitas vezes. Da mesma forma, muitas vezes reuniam Esdras com Neemias aos quais também faziam alusões. Rute também foi reunida em um único livro com Juízes, como mostram as evidências do primeiro século. Dessa forma, apenas quatro pequenos livros do AT permaneceram sem um testemunho específico do NT.
Ao mesmo tempo, nenhum outro livro é citado como sendo uma autoridade. Nenhum dos sete livros apócrifos aceitos pelos círculos do Catolicismo Romano está citado no NT. Paulo faz três citações de autores gregos (Act 17.28; 1 Co 15.33; Tt 1.12). A última referência fala do autor cretense como um profeta, mas todas as três citações foram obviamente feitas com propósitos ilustrativos e suas fontes não são consideradas como divinamente inspiradas. Da mesma forma, em Judas 14 existe uma citação do livro de Enoque, onde está escrito que Enoque profetizou a condenação dos pecadores. Aqui também parece ser justo dizer que Enoque foi citado apenas com o propósito de ilustrar e confirmar. O texto de Enoque é duvidoso pois ele existe somente em uma única tradução, exceto em relação a algumas partes encontradas nas cavernas próximas ao Mar Morto. Ele não foi aceito pelos judeus como um texto oficial, divinamente inspirado, e nunca apareceu em qualquer relação cristã ou enumeração de livros canônicos. Portanto, podemos presumir que Judas fez essa citação apenas pelo seu valor intrínseco e não como um documento oficial. Assim, a partir das citações, fica claro que CRISTO e o NT usaram apenas os 39 livros do AT como canônicos.
Esse testemunho das citações é amplamente apoiado pelas referências de CRISTO e dos apóstolos ao AT como um todo. Em uma certa ocasião, CRISTO falou sobre o AT como a “Lei de Moisés... os Profetas, e... os Salmos" (Lc 24.44). Neste contexto está claro que esse era
O nome para as “Escrituras” ou para “todas as Escrituras” (Lc 24.45,27). Com frequência CRISTO usou a designação “a lei e os profetas” ou “Moisés e os profetas” (Mt 5.17; 7.12; 11.13; 22.40; Lc 16.16,29,31; 24.27) que também foi usada pelos apóstolos (Jo 1.45; Act 13.15; 24.14; 26.22; 28.23; Rm 3.21).
Não existem dúvidas sobre quais livros foram incluídos por essas designações. Josefo era um historiador judeu, contemporâneo dos apóstolos. Em uma passagem bastante conhecida (chamada Against Apion i.8), ele afirma que os judeus consideravam como sacros apenas 22 livros - 5 da Lei de Moisés, 13 dos Profetas e 4 dos “hinos a DEUS e preceitos para a conduta da vida humana”. Esses 22 livros são, obviamente, os atuais 39. A diferença aparece porque os 12 livros dos Profetas Menores foram escritos em um único rolo, chamado de livro um; 1 e 2 Samuel, 1 e 2 Reis, 1 e 2 Crônicas foram, cada um, contados como um único livro e assim também foram Esdras e Neemias, Juízes e Rute, Jeremias e Lamentações.
Nos séculos seguintes, vários autores que surgiram após Josefo também consideravam 22 livros (ou 24 com Lamentações e Rute contados separadamente), Assim, Melito (170 d.C.) faz uma lista incluindo exatamente o cânon atual, exceto Ester. Orígenes (250 d.C.) contava 22 livros; Tertuliano (200 d.C.) contava 24; Jerônimo (400 d.C.) diz que os judeus aceitavam 22 livros, contados por alguns como 24. Agostinho (aproximadamente 400 d.C.) é a única autoridade da antiguidade que incluiu os livros apócrifos restantes, mas ele mesmo declara que estes não são totalmente oficiais ou divinamente inspirados (veja evidências detalhadas na obra de William Henry Green, General Introduction to the OT, the Cânon, pp. 160-175). Portanto, fica bastante claro que nas palavras de JESUS a expressão “Moisés e os profetas” se referia exatamente aos atuais 39 livros do AT e nenhum outro. Considerando a autoridade de CRISTO, podemos permanecer confiantes de que o atual cânon do AT é o correto.
Os Rolos do Mar Morto e o Cânon
Entretanto, seria importante ir mais além e entender como surgiu esse cânon. Obviamente, CRISTO somente aprovou o cânon que já fora reconhecido. A descoberta dos Rolos do Mar Morto desvendou todo o quadro do período intertestamentário (o período entre o Antigo e o Novo Testamento) de uma forma que até então jamais imaginavam que fosse possível. Na verdade, a contribuição desses documentos ao estudo do cânon do AT prova que eles foram de valor incalculável. A evidência obtida a partir desses Papiros tem dois aspectos. Primeiro, eles testemunham a existência e a divulgação em larga escala dos livros do AT em uma data muito longínqua. Segundo, eles mostram a atitude dos judeus daqueles tempos em relação às Escrituras.
Como bem sabemos, os papiros contêm cópias de cada livro do AT, exceto do livro de Ester, que ainda não foi identificado. As datas variam desde o século III a.C. até o século I d.C., sendo que, aparentemente, a maioria delas estão situadas no século I a.C. As cópias estão em diferentes estados de conservação, desde o primeiro rolo de Isaías, legível e praticamente completo em toda a sua extensão, até os fragmentos das Crônicas que têm apenas seis linhas de extensão e estão muito danificadas por antigos vermes que comiam livros. Alguns livros, notadamente Deuteronômio, Salmos, Isaías e Profetas Menores são encontrados em diversas cópias. Achados importantes do século III a.C. incluem fragmentos de Êxodo, Samuel e Jeremias. Outros fragmentos de especial valor incluem uma cópia de Eclesiastes datada de 150 a.C., e partes de Daniel de, aproximadamente, 110 a.C. Para maiores detalhes, veja a obra de J. T. Milik, Ten Yeara of Discovery in the Wilderness of Judea, pp. 20-43. Veja também, Rolos do Mar Morto.
Podemos, então, dizer que todos os livros do AT (possivelmente com exceção de Ester) eram conhecidos, amados e usados pelos Essênios. Mas só isso não é suficiente para provar que esses livros sejam considerados como canônicos. Para tanto, será necessário lançar mão do segundo tipo de prova, as citações feitas a esses livros nos escritos não bíblicos dos Essênios.
Os principais escritos não bíblicos que citam extensivamente as Escrituras são o Manual de Disciplina, os Hinos de Ação de Graças, o Documento de Damasco (previamente conhecidos mas somente agora autenticados por fragmentos encontrados nas grutas) e o Regulamento para a Guerra Final. Informações adicionais vêm de comentários sobre textos sagrados e brochuras que contêm testemunhos que combinam passagens messiânicas.
O Manual da Disciplina insiste que a lei de Moisés é inviolável e que o homem será excomungado se “transgredir uma única palavra da lei de Moisés" (viii, 22; tradução de Theodor H. Gaster, The DeadSea Scriptures^ Doubleday Anchor Books, 1956, p. 57). Tanto Êxodo como Isaías são citados como Escrituras.
A posição do Documento de Damasco é semelhante, mas seu testemunho é mais extenso. Ele também fala prodigamente sobre a lei de Moisés e cita, explicitamente, cada livro do Pentateuco como Escritura. Este faz o mesmo com os profetas Isaías, Ezequiel, Oséias, Amós, Miquéias, Naum, Zacarias e Malaquias. Até o livro de Provérbios é citado especificamente como fazendo parte das Escrituras- Muitos outros livros bíblicos também são citados. Alguns livros não canônicos poderiam, talvez, ser usados pelo autor, mas existe apenas uma clara alusão ou referência a tais livros. Ela diz que certos assuntos “são escritos com igual exatidão no Livro das Divisões dos Tempos em seus Jubileus e Semanas” (xvi, 4; Gaster. op. cit. p. 85). Este é obviamente o Livro dos Jubileus escrito no início do século II a.C.
Os Hinos de Ação de Graças oferecem um quadro da vida religiosa da comunidade do Mar Morto. Não fazem citações formais das Escrituras, mas sobre isso o comentário de Gaster é o seguinte. “E verdade que eles são, principalmente, mosaicos de citações bíblicas” (op. cit., p. 112). De acordo com suas observações, todos os livros do AT foram utilizados, com exceção de Josué, Rute, Crônicas, Neemias, Ester, Cantares de Salomão, Joel e Ageu. Os autores foram inseridos nos atuais livros do AT, embora nesse tipo de literatura religiosa não se possa esperar citações específicas. Existe pouca, se não nenhuma, dependência de livros não canônicos.
A obra muitas vezes chamada de Guerra dos Filhos da Luz e dos Filhos das Trevas pouco acrescenta ao que foi dito acima. Ela faz citações de Deuteronômio, Números e Isaías como sendo a Palavra de DEUS.
Além dessas provas, existem vários comentários em forma de trechos das Escrituras. As escrituras não canônicas não foram usadas com esse fim, o que dá um testemunho adicional a respeito dos limites do cânon do Mar Morto. Até agora foram identificados comentários sobre partes de Gênesis, Isaías, Habacuque, Oséias, Miquéias, Naum e Salmos.
Foram também encontrados documentos que combinam passagens das Escrituras, especialmente versos que trazem predições messiânicas. Tais documentos usam versos de Números, Deuteronômio, Josué, Isaías, Ezequiel, Amós e dos Salmos. Também foi mencionado o uso de Daniel, embora todas as passagens não tenham sido ainda integralmente publicadas. Um livro não canônico, provisoriamente chamado de Salmos de Josué, parece ter sido citado em um dos Decálogos (ainda não publicado em versão completa), mas essa obra pode ter sido citada por causa dos versos do canônico Josué que são nela citados (J. M. Allegro, Furtker Messicinic Eeferences in Qttmran Lit er ature, JBL, LXXV [1956], 185ss).
Resumindo, os escritos sobreviventes do Mar Morto fazem citações ou referências, como Escrituras, aos cinco livros de Moisés e Josué. 1 e 2 Samuel, Salmos, Provérbios, Isaías, Ezequiel, Daniel, Oséias, Amós,
Miquéias, Naum, Habacuque, Zacarias e Malaquias em um total de 20 dos atuais 39 livros. Deve-se notar que todos os livros de todas as seções do AT foram considerados como igualmente inspirados. Além do mais, muitos dos livros remanescentes são utilizados nos Hinos de Ação de Graças, como foi explicado acima. Por exemplo, o livro de Jó não aparece entre os livros que acabamos de relacionar, mas foi repetidamente usado nos Salmos de Ação de Graças, como também acontece com Jeremias. Se acrescentarmos o uso dos Hinos de Ação de Graças a essa positiva evidência de canonicidade, todos os 39 livros do AT ficam cobertos com exceção de Rute, Crônicas, Neemias, Ester, Cantares de Salomão, Joel e Ageu. Porém, esses dois últimos foram unidos ao livro dos Profetas Menores sob o termo “os doze profetas” (Sir 49.10, antes de 180 a.C.) e os judeus anexaram o livro de Rute a Juízes, e o livro de Neemias a Esdras. Assim, na verdade, com exceção de Crônicas, Ester e Cantares de Salomão, todos foram incluídos. A prova dessa aceitação canônica pode não ser perfeita e conclusiva para todos, mas é positiva para a maioria dos livros e satisfatória para todos, com exceção desses três.
Divisões do Cânon
O testemunho mais antigo da classificação judaica do AT é o prólogo do livro apócrifo Eclesiástico (Sabedoria de JESUS, Filho de Siraque) que fala três vezes sobre a “lei e os profetas e outros livros de nossos pais” usando uma fraseologia ligeiramente variada, Tem sido argumentado que a terceira divisão ainda não era definitiva porque foi referida três vezes com palavras diferentes.
A outra ocasião em que essa divisão tríplice foi utilizada é Lucas 24.44 quando JESUS fala da “Lei de Moisés... Profetas... Salmos”. Outro exemplo está em Josefo (Against Apion i.8) mencionado acima, onde, pela primeira vez, aparece o conteúdo das três divisões em 5 livros da Lei, 13 livros dos Profetas e 4 livros dos “hinos a DEUS preceitos para a conduta da vida humana”. Filo de Alexandria, um contemporâneo de CRISTO, também fala que a seita de Therepeutae tinha “leis e oráculos pronunciados pelos profetas e hinos e outros que com sabedoria e piedade são aumentados e aperfeiçoados” (de vita contemplativa., §3). Isso se parece muito com a divisão de Josefo que foi, aparentemente, transmitida por aqueles que supõe ser o cânon egípcio diferente do cânon palestino. Essa tripla divisão não ocorre no Mishna de aprox. 200 d.C. E também não aparece novamente até cerca do ano 400 d.C., no Talmude (Baba Bathra, 14ó,15a) e nos escritos de Jerônimo. O Talmude menciona 5 livros na Lei, 8 nos Profetas e 11 nos Escritos - em um total de 24.
Muitas conclusões foram tiradas dessa tripla divisão do cânon, tal como é encontrada nas atuais obras da Bíblia hebraica, do Talmude e desses quatro antigos testemunhos. Mas duas coisas devem ser observadas a esse respeito. Primeiro, não é totalmente certo que a atual tripla divisão - principalmente do Talmude - seja muito anterior ao ano 400 d.C. O único testemunho anterior quanto aos detalhes do agrupamento dos livros vem de Josefo, que os reuniu em 5 livros da Lei, 13 dos Profetas e 4 de hinos e preceitos. Por alguma razão estranha, os autores dedicaram pouca atenção a esse testemunho de Josefo, que é claro e convincente. Na verdade, a terminologia de Filo parece dar-lhe o suporte necessário.
A segunda observação a respeito dessa tripla divisão é que existia, em paralelo, uma outra dupla divisão. Isso pode ser visto claramente através do testemunho do NT, como descrevemos anteriormente. O NT fala catorze vezes sobre Moisés e os Profetas, ou usa termos semelhantes. Estaria fora de questão afirmar que os autores do NT ainda não haviam reconhecido como canônica a terceira divisão dos livros. Todos os princiais livros da terceira divisão do Talmude oram mencionados no NT como oficiais e inspirados por DEUS, Além disso, fica evidente que existia uma dupla classificação de todo o NT em paralelo à tripla classificação. Autores cristãos que vieram posteriormente, também empregam essa terminologia (Inácio, Epistle do Smyrnaeans, capítulo 5; Epistle to Diognetus [cerca de 130 a.C.], capítulo 10; Irineu, Against Heresies, i.3.6). Mas a nova evidência obtida dos Rolos do Mar Morto mostra que essa terminologia é pré-cristã e palestina. Ela existia desde uma data anterior, lado a lado com referências a uma tripla classificação.
Tal referência tem sido conhecida há muito tempo, desde 2 Macabeus 15.9 onde Judas confortou seu exército com “a lei e os profetas”. Tem sido levantada a hipótese de que isso somente poderia se referir às primeiras duas divisões da Bíblia hebraica (5 livros da Lei e 8 dos Profetas) quando a terceira divisão ainda não havia sido canonizada. Mas isso não deixa de ser uma simples hipótese. Para começar, as duas primeiras divisões da época de Josefo teria sido 5 livros da Lei e 13 dos Profetas. Além disso, quem poderia imaginar agora que os Salmos ainda não haviam sido canonizados nos dias de 2 Macabeus?
Os Rolos do Mar Morto esclarecem esse assunto, pois, lado a lado com uma clara aceitação de pratica mente todos os livros do cânon do AT, eles evidenciam o uso de uma dupla divisão, tão comum no NT.
Dessa maneira, o Manual da Disciplina exige de todos os iniciantes um compromisso de fazer o que é bom “de acordo com o que Ele ordenou através de Moisés e de seus servos, os profetas" (i.2-3; Gaster, op. cit., p 39). Isso se refere, claramente, a todo o corpo sagrado e é tão antigo quanto a referência feita no prólogo de Eclesiástico. Outra provável referência fala sobre “o estudo da Lei que DEUS ordenou através de Moisés com o propósito de que, assim que a ocasião surgisse, todas as coisas fossem feitas de acordo com o que lá estava revelado e com o que os profetas também revelaram através do ESPÍRITO SANTO de DEUS” (Manual de Disciplina, viíi. 15- 16; Gaster, op. cit, p. 56). E importante observar que as profecias não são uma revelação menor que a Lei, e são citados repetidamente na literatura do Mar Morto como sendo a palavra proferida por DEUS.
No Documento de Damasco ou Documento Zadoquita, novamente são usadas duas terminologias, Ao interpretar Amós 5.26,27 o escritor (ou escritores) usou um texto ligei- ramente diferente; Gaster o traduz da seguinte maneira. “Irei exilar Sikkuth seu rei e Kiyyun sua imagem, a estrela de seu DEUS... além de Damasco”. O comentário se baseia em que “a expressão Sikkuth seu rei se refere aos livros da lei, e que a expressão Kiyyun sua imagem se refere aos livros dos profetas” (Zadokite Document, vii 15-18; Gaster, op. cit., p. 70). Outro exemplo foi assim traduzido por Gaster. *Os mandamentos de DEUS, entregues através de Moisés e de seu santo e ungido sacerdote Arão” (.v.21-vi.l; Gaster, op. cit, p. 67). Mas as palavras sacerdote Arão não constam no original. Seria melhor traduzir o texto mais precisamente como. “Os mandamentos... através de Moisés e através de seus santos e ungidos”. Isso foi sugerido por Chaim Rabin {The Zadokite Documents, 1954, p. 20). Ele observa (p. 8n.) que os “ungidos” equivalem aos “profetas”.
Assim, os Rolos do Mar Morto mostram que, substancialmente, o atual AT foi considerado pela comunidade como de inspiração divina e esses livros foram agrupados sob os nomes “a lei e os profetas” ou “Moisés e os profetas.”
Embora tenha sido discutido que a classificação original do AT fosse dupla, e que uma tripla classificação tenha sido posteriormen- te usada (R. L. Harris, lnspiration and Canonicity of the Bible, pp. 147ss), uma reflexão mais detalhada poderia sugerir que essa variação de usos pode ser devida a diferenças sectárias. Mas não é impossível que a opinião dos judeus fariseus e saduceus de Jerusalém tenha dividido o cânon em três partes, e que os sectários essênios o tivessem dividido em apenas duas. Nesse caso, estaria explicado porque a terminologia do NT, que aqui aparece muitas vezes, tem a tendência de refletir o uso dos essênios.
A Visão da Crítica
Não existe qualquer justificativa para a opinião adotada em críticas destrutivas em geral, que fazem da divisão tripla a base para uma teoria de três estágios do desenvolvimento do cânon. Esse ponto de vista alega que o Pentateuco foi canonizado primeiro, em aprox. 400 a.C., e que depois deste os profetas (Josué, Juizes, Samuel, Reis, Isaías, Jeremias, Ezequiel e os 12 Profetas Menores) foram aceitos por volta de 200 a.C,; e que por último os 11 livros chamados de Escritos (em hebraico Kethuvím, e em grego Hagiographa) tenham sido canonizados no Concílio de Jâmnia, em aprox. 90 d.C.
As evidências para essa posição não são muito relevantes. Não existe prova de qualquer canonização do Pentateuco em 400 a.C. Não existem documentos não bíblicos contemporâneos tratando dessa questão. O máximo que as evidencias conseguem mostrar é que o Pentateuco deve ter sido canonizado muito tempo antes. Mas o pensamento crítico não permite essa conclusão porque, como é aceito, o Pentateuco só foi completado em 400 a.C. Existem versículos bíblicos que mostram o contrário, como iremos observar e explicar em seguida. Os profetas foram canonizados pouco tempo depois, segundo afirma a teoria. Se os profetas tivessem sido aceitos em 400 a.C., eles teriam sido incluídos na Lei. Mas não foram, portanto devem ter sido canonizados posterior mente. É fato conhecido que os Profetas Menores foram canonizados por volta de 180 a.C., quando o Eclesiástico os menciona como uma unidade (49.10). Assim, é provável que esse cânon tivesse sido encerrado pouco depois dessa data. O argumento decisivo é que Daniel não se encontra entre os Profetas. Mas é claro que Daniel faz parte dos Profetas. E o mesmo ocorre com Crônicas, e da mesma forma com Reis. Mas eles dizem que Crônicas foi escrito por volta de 200 a.C. e Daniel em 168 a.C. - tarde demais para entrar no cânon dos Profetas. Isso sugere que 200 a.C. tenha sido a data limite. Os Salmos também só foram completamente reunidos depois de 168 a.C., e existem alguns salmos Macabeus supostamente datados depois dessa época.
Portanto, os Escritos representam uma compilação heterogênea aceita em várias épocas a partir de 200 a.C. até 90 d.C. Acredita-se que nessa data tenha acontecido um Concílio em Jâmnia, na Palestina, no qual os judeus, então dispersos e à procura de diretrizes para a fé, discutiram a canonicidade de vários livros, especialmente Rute. Ester, Provérbios. Eclesiastes, Cantares de Salomão e Ezequiel. Por fim, as objeções foram no mínimo vencidas, e o cânon foi encerrado para sempre.
Existe uma hábil teoria quase universalmente aceita pela crítica destrutiva. Estudiosos ortodoxos, que seguem William Henry Green (op. cit., p. 81), geralmente contradizem e alegam que as três divisões correspondem a três tipos de autoria e não a três períodos de tempo. O livro da Lei foi feito por Moisés, os oito livros seguintes pelos profetas e os Escritos por homens que tinham o dom da profecia, mas não o sacerdócio profético. Entretanto, alguém poderia perguntar como sabemos que o livro de Juízes foi escrito por um profeta e o de Daniel não! Será que podemos dizer que Davi, o rei, não desempenhava um ofício profético (cf. At 2.29ss.) enquanto Josué, o capitão, o desempenhava?
Outras perguntas podem trazer sérias complicações às opiniões dos críticos. As descobertas do Mar Morto levaram F. M. Cross a afirmar que o livro de Crônicas foi escrito em aprox.
400 a.C. (F. M. Cross, The Ancient Library of Qumran, p. 141). Fragmentos de Eclesiastes, datados de 150 a.C., convenceram a maioria de que este foi escrito, pelo menos, por volta de 250 a.C. Por que, então, não foram incluídos no cânon dos Profetas? Como mencionamos acima, o livro dos Profetas foi citado como Escritura nos Documentos Zadoquitas escritos por volta de 200 a.C. Quando acrescentamos o considerável conceito mostrado por Eclesiástico, em relação ao livro de Provérbios em 180 a.C., ficamos imaginando por que esse livro não foi incluído no cânon dos Profetas que, supostamente, havia sido encerrado muito pouco tempo antes. Agora, tendo disponíveis as cópias dos Rolos do Mar Morto, praticamente ninguém mais fala dos salmos Macabeus!
Também o assim chamado Concílio de Jâmnia é um assunto obscuro. Não existem informações contemporâneas a seu respeito. Além disso, os livros não foram questionados para serem ou não admitidos no cânon, mas apenas quanto à sua continua aceitação. Isso está claro porque o livro de Ezequiel também foi questionado, embora tivesse sido admitido entre o livro dos profetas desde 200 a.C.! O questionamento a respeito de Provérbios nada significa porque, como já vimos, os Rolos do Mar Morto o aceitavam como Escritura havia muito tempo. O mesmo ocorre com o NT. Qualquer discussão dos rabinos em Jâmnia nada prova a respeito do encerramento do cânon. Ela mostra apenas que questões sobre a canonicidade continuam a surgir de forma inesperada!
Mas o fato principal, que se opõe a essa opinião crítica (e também à opinião de Green, et. al.), é que, simplesmente, o cânon triplo do Talmude não representa a sua divisão exclusiva e original. Por que explicar a ausência de Daniel entre os Profetas quando a testemunha mais antiga e definitiva, Josefo, deixa bastante explícito que esse livro estava entre os Profetas! Por que explicar a presença de Daniel entre os Escritos quando os Rolos do Mar Morto e o NT mostram que muitos judeus dessa época não usavam nenhuma dessas classificações!
Alguns ramos do judaísmo tinham, na verdade, uma divisão tripla. Mas o conteúdo dessas três divisões estava sujeito a mudanças sem qualquer aviso. Josefo (e provavelmente Filo) tinha somente quatro livros entre os Escritos. O Talmude tinha 11. Orígenes contava 22 livros, portanto não tinha Rute e Lamentações entre os Escritos. Tertuliano, que tinha 24, também teria colocado esses dois se, na verdade, usasse o esquema da divisão tripla.
Tem sido sugerido que essa mudança de livros, de uma divisão para outra, teria razões litúrgicas. Os livros da Lei e dos Profetas foram divididos, em uma data desconhecida, para que fossem utilizados como lições semanais na Sinagoga. Alguns outros livros pequenos eram inteiramente lidos nas festas anuais. Tais práticas podem ter causado essa diferença nas divisões judaicas de suas Escrituras, mas isso é apenas uma teoria. Entretanto, os fatos são evidentes. A divisão tripla não pode se tomar a base de uma canonização em três estágios.
O Testemunho do Antigo Testamento ao seu Cânon
Ainda pode ser indagado se o próprio AT teria uma indicação sobre quando e por que esses 39 livros foram aceitos. Quanto ao período anterior aos Rolos do Mar Morto, não existe qualquer informação bíblica, mas os próprios livros do AT o mencionam, com considerável clareza, embora sem quaisquer detalhes.
Não há dúvida de que, em geral, o AT aceitou a lei de Moisés como canônica. Moisés ordenou que ela fosse lida na Festa dos Tabernáculos, a cada sete anos (Dt 31.9-11). Neemias registra que assim procedeu (Ne 8.1-18) e diz ainda que o povo vivia em tendas para obedecer à lei de Moisés. Essa lei está expressa em Levítico 23.40ss.
Josué reconheceu a lei de Moisés como sendo a lei de DEUS (Js 1.7,8; 23.6), e fez-lhe um acréscimo (Js 24.26); e 600 anos depois o próprio livro de Josué foi citado como Palavra do Senhor (1 Rs 16.34). A passagem em Deuteronômio 18.15-22 prediz uma sucessão de profetas culminando com o Grande Profeta e exige crédito para os profetas do Senhor. Foram dados certos testes para que o povo pudesse reconhecer um verdadeiro profeta - o cumprimento das profecias, milagres e a concordância com a Palavra de DEUS que fora anteriormente expressa.
Devemos notar que os livros históricos do AT acompanham uma sequência encadeada. A morte de Josué está registrada em Juízes 2.7-9 e esses versos formam a conclusão do seu livro. Juízes e Rute estão juntos, e Rute termina com uma genealogia que vai até o tempo de Davi. Samuel, Reis trazem a história até o Cativeiro. A história paralela em Crônicas termina com dois versos que são repetidos em Esdras 1,1,2.
Como é bastante conhecido, o livro de Crônicas usou os livros de Samuel,Reis como suas fontes. O que não é tão conhecido é que, em uma série de versos o livro de Crônicas declara que suas fontes (Samuel,Reis) foram escritas por uma sucessão de profetas, de Samuel a Jeremias (veja 1 Cr 29.29; 2 Cr 9.29; 12.15; 13.22; 20.34; 26.22; 32.32; 33.19; 35.25), Conhecemos a maioria desses profetas. Eles censuravam reis, pregavam reformas, confortavam o povo de DEUS e alguns deixaram livros com seus próprios nomes. O !)ovo foi ensinado a prestar atenção às palavras que falavam. Seus escritos, igualmente, tinham toda autoridade. Observe a receptividade que os escritos de Jeremias tiveram pelo rei incrédulo e pelos fiéis remanescentes (Jr 36.4-32). Os escritos de Jeremias deveriam ser imediatamente aceitos como Palavra de DEUS. O texto em Jeremias 36.4-6 diz que estes deveriam ser aceitos devido à sua origem profética.
Da mesma forma, 2 Reis 14.6 refere-se ao Rei Amazias que, em aprox. 825 a.C., considerou Deuteronômio como a Palavra do Senhor, transmitida através de Moisés. Jeremias 26.18,19 cita um verso do profeta Miquéias como sendo o pronunciamento do Senhor. Daniel 9.2 diz que Daniel havia lido “nos livros” (em hebraico, “o artigo”) uma profecia ou palavra do Senhor, dada a Jeremias.
O fato é que o AT está permeado com idéias de canonicidade. Muitos profetas reivindicavam estar falando a Palavra do Senhor, e seus livros repetem essa reivindicação. Os falsos profetas eram expostos, pois os testes revelavam aqueles que eram verdadeiros, Em muitas passagens os profetas citam uns aos outros como canônicos. Em muitas outras, os livros fazem referências mútuas. Por exemplo, em Oséias 10.9 há uma referência a Juízes 20; Em Oséias 11.8 a Deuteronômio 19.23; e em Provérbios 9.10 a Jó 28.28. Obviamente, as evidências não estão completas para todos os livros do AT. No entanto, elas são dadas para os princípios de sua aceitação. Os livros escritos pelos profetas foram aceitos e, às vezes, reis e sacerdotes também foram profetas. Qualquer homem a quem DEUS havia revelado a sua Palavra era um profeta. Portanto, Davi e Salomão foram verdadeiros profetas, como Josué e Daniel. Existem, natural mente, livros cuja autoria é desconhecida. Entretanto, estes foram classificados pelos judeus e por CRISTO entre os Profetas e na ausência de uma mínima evidência ao contrário, eles podem ser assim aceitos. DEUS não deu aos judeus um teste sobre a inspiração de um livro ou uma relação de livros canônicos. Mas Ele lhes deu testes muito óbvios e práticos em relação aos profetas, e está claro que eles aceitaram os escritos desses profetas da mesma forma que as palavras que pronunciavam.
Alguns têm aceitado outros testes de canonicidade além da autoria profética. Tem sido sugerida a autoridade da congregação do AT, mas isso certamente não teria ajudado nos dias de Jeremias! Em todo caso, sua aceitação pela congregação dos crentes ou igreja universal representa um ponto muito significativo. Tem sido mencionada uma liderança providencial e, sem dúvida, isso aconteceu na medida em que DEUS usou os meios da providência para a preservação dos escritos desses profetas. Mas não existe qualquer sinal no AT de que as mensagens, orais ou escritas, de outros que não os profetas devessem ser reverenciadas. Da mesma forma, não existe qualquer sugestão no AT sobre a distinção feita por Green a respeito do dom da profecia e o ofício de profeta. Como sabemos, considera-se que somente um profeta, em todo o AT, tenha sido ordenado para essa função - Elizeu, e ele não escreveu nenhum livro.
Mais comum, atualmente, é a ideia de que a canonicidade é determinada pelo testemunho interior do ESPÍRITO SANTO. Existe muito de verdade nesse conceito, mas ele nem sempre é expresso com precisão. Os reformadores deram muita ênfase a esse testemunho, mas não nas questões da canonicidade de livros em particular. Antes, o ESPÍRITO testifica sobre a nossa salvação através de termos sido levados ao arrependimento e à fé na sagrada doutrina e, dessa forma, está testemunhando a favor dos escritos que contêm essa doutrina, Como Abraham Kuyper bem disse, o ESPÍRITO testemunha sobre o a mago {Principies of Sacred Theology, pp, 560ss.). A partir dessas verdades essenciais, podemos chegar a outras verdades. A partir do fato de sermos salvos por CRISTO, podemos tirar conclusões sobre a sua autoridade, e sobre a inspiração das Escrituras que Ele recomenda. Mas hão podemos, através da simples leitura de uma pequena passagem como os 25 versos de Judas, estar absolutamente certos de que ela seja uma Escritura inspirada, pois poderíamos também ler outros escritos não bíblicos e pensar o mesmo. Lembre-se de que Lutero teve dificuldade para conseguir identificar Tiago! E a questão dos versos de Marcos 16.9־ 20, que é uma seção quase tão longa quanto Obadias, não pode ser decidida através de uma voz interior.
De forma ampla e geral, o testemunho do ESPÍRITO SANTO confirma a canonização dos 39 livros do AT. Os livros apócrifos podem ter muitos pontos aproveitáveis e foram aceitos como Escritura por muitos cristãos. Mas eles não suportariam todos os testes, nem mesmo um só deles - a autoria profética, a aprovação de CRISTO, a aceitação pela igreja universal ou o testemunho do ESPÍRITO SANTO. Os 39 livros canônicos do AT são aprovados em todos estes quesitos.
.-Dicionário Bíblico Wycliffe - CPAD

 

 CÂNON DA BÍBLIA -NOVO TESTAMENTO - Dicionário Bíblico Wycliffe - CPAD

 Quais livros pertencem ao NT? Essa é uma pergunta raramente feita porque existe um completo acordo sobre esse assunto. Todos os ramos do cristianismo declaram, explicitamente, que consideram os 27 livros do NT como fazendo parte e sendo adequado à coleção sagrada - o cânon. Existe uma considerável quantidade de materiais dando suporte a esse julgamento universal da igreja. É verdade que devido às devastações do tempo algumas evidências, anteriormente disponíveis nos primeiros séculos de nossa era, estejam agora faltando. Por outro lado, foram descobertos recentemente alguns novos materiais e essas evidências devem, portanto, ser examinadas cuidadosamente. Em geral, a maioria delas se origina dos escritos dos patriarcas da igreja e também dos trabalhos dos heréticos daquela época. Algumas provas podem ser acrescentadas a partir das próprias páginas do NT.

Para a finalidade desse artigo adotamos as conclusões gerais do conhecimento conservador do NT em relação à origem individual de cada livro. Se alguém pensasse que a antiga opinião liberal do Evangelho de João é uma produção do final do século II, descartaria naturalmente a sua autoria apostólica. Felízmente, essa opinião tem sido conveniente mente desaprovada e nosso estudo poderá ser baseado na conclusão de que o Evangelho de João, assim como os Sinóticos, pertencem ao século I. O caso é que a introdução geral que analisa o cânon também deve estar parcialmente baseada em uma introdução especial que considera, em detalhes, a data e a autoria de cada livro. Quanto a esses detalhes, podem ser feitas referências a artigos existentes nos próprios livros.
Existem consideráveis evidências disponíveis para o estudo do uso e da aceitação primitivos dos livros do NT. O primeiro testemunho vem dos dias em que João, o último apóstolo que restara, ainda estava vivo. Uma extensa epístola foi escrita por Clemente de Roma, em aprox. 95 d.C. As epístolas de Ignácio e de Policarpo apareceram poucos anos depois. Provavelmente, esses homens haviam conversado com um ou mais apóstolos. Eles ficaram conhecendo, em primeira mão, alguns dos autores do NT. Certamente viram alguns de seus escritos originais.
O próximo estágio da investigação diz respeito à segunda geração de cristãos - aqueles que escreveram por volta do ano 140 d.C. Eles teriam conversado com aqueles que conheceram os apóstolos. Escritos mais extensos sobreviveram desde esse período onde se salientam os nomes de Justino Mártir e de Pápias. Também nessa época havia alguns que abandonaram a fé. Temos como um triste exemplo Márcion e os hereges do gnósticismo. Mas novas informações se tornaram disponíveis sobre o gnósticismo. Antigos estudiosos sentiam, às vezes, que o cristianismo estava fortemente influenciado por essa heresia. Mas parece que essa filosofia - que alegava um conhecimento esotérico e secreto - foi uma tardia e um pouco estranha tentativa de tentar unir a doutrina cristã à filosofia grega. De especial interesse atualmente é a obra recentemente descoberta chamada “O Evangelho da Verdade״ escrita evidentemente pelo gnóstico Valentinus, nessa época.
Um terceiro estágio do estudo se desenvolve em aproximadamente 170 d.C. quando as evidências se tornam abundantes para quase todas as partes do NT. São desse período os extensos escritos de Ireneu e uma relação quase completa de livros do NT chamados Muratorian Canon. Existem, naturahnente, muitos materiais menores que se referem a esse assunto. Mesmo essa ocasião - 70 anos após a morte do último apóstolo - não está muito distante das épocas mais antigas. Irineu era um discípulo de Policarpo que, por sua vez, havia sido um discípulo do apóstolo João. Portanto, as informações fornecidas por Irineu são de grande valor, embora não provenham da época mais remota.
Não existe uma grande necessidade de estender esse assunto aos gigantes das eras posteriores - Tertuliano e Clemente de Alexandria, além de Cipriano de aprox. 200 d.C; depois Eusébio, o historiador da igreja, e Atanásio, o defensor da ortodoxia em 325 d.C. Em alguns casos, esses homens completaram o quadro mas o seu testemunho não é muito necessário. O cânon do NTjáhavia sido fixado para todos os objetivos e propósitos muito antes de sua época. Isso pode ser afirmado a despeito do fato de que a primeira relação dos livros do NT, que está em exata concordância com as nossas Bíblias, foi a “Festal Letter” de Atanásio de 367 d.C. Embora nenhuma relação anterior a essa esteja exatamente de acordo com a nossa (de qualquer forma, existem pouquíssimas relações anteriores) ainda encontramos uma significativa evidência a partir da qual o cânon dos primeiros períodos pode ser construído.
Além disso, a absoluta unanimidade sobre o cânon dos primeiros tempos não impediu a reabertura dessa discussão em uma data posterior. É bastante conhecido o fato de que Lutero questionou de alguma forma a canonização da Epístola de Tiago. No entanto, Tiago fora aceito por toda a igreja havia muito mais de mil anos. Da mesma forma, nos primeiros tempos havia um grupo de heréticos, chamados de Alogi (aqueles que se opunham à doutrina do Logos de João 1.1). No século III essas pessoas negavam a canonicidade de todos os escritos de João. No entanto, antes deles, todos esses escritos haviam sido aceitos como canônicos. A lição que aprendemos é que nem todo testemunho deve ser aceito pelo seu valor de face. Existem ramos de apostasias e de heresias que não devem causar graves problemas. Como van Unnik nos lembra, “O caminho que levou à formação do cânon era, entretanto, uma estrada sinuosa״ (H. C. Puech, G. Quispel e W. C. van Unnik, The Jung Codex, p. 125). Van Unnik afirma que o cânon havia sido substancialmente estabelecido anteriormente, a despeito das controvérsias que surgiram no século III quanto a certos livros.
Por essas razões, podemos omitir o estudo dos séculos posteriores e nos concentrar na história da aceitação dos livros do NT em três estágios. O primeiro pode ser escolhido como o período de aprox. 170 d.C., quando os dados se tomam realmente abundantes. Voltando para cerca de 140 d.C., encontramos um amplo testemunho de vários autores. Finalmente, iremos estudar o período entre 95 e 120 d.C. nos escritos daqueles que foram contemporâneos e companheiros dos apóstolos, Terminaremos essa pesquisa da história com a investigação das afirmações e testemunhos do próprio NT.
O Período de 170 d.C.
Os escritos de Irineu que permaneceram até agora ocupam 263 grandes páginas na obra The Ante-Nicene Fathers (A. Roberts e J. Donaldson, ed., Vol. 1). Irineu era uma figura importante na França nos primeiros dias. Havia nascido na Asia Menor, em aprox. 130 d.C,, e foi amigo de Policarpo em sua juventude. Tornou-se bispo da igreja em Lyons, Gaul, e mantinha um contato próximo com a igreja de Roma, à qual se opôs por mais de uma vez. Escreveu sua grande obra, Against Heresies (“Contra as Heresias”), depois da intensa perseguição de 177 d.C. e, finalmente, deu sua vida, juntamen- te com muitos de seu rebanho, nos terríveis tempos de Severo (202 d.C.). Seu testemunho é de grande valor por causa de sua extensão e também porque ele estava na posição de conhecer os fatos em sua origem, e de aceitar os livros do NT.
Percebemos em Irineu um espírito bondoso, sua confiança em CRISTO era profunda e seu respeito pelo NT é muito claro. Em uma passagem ele apresenta uma forma primitiva do Credo dos Apóstolos (ibid., p. 330). Em passagem, ele compara a inspiração de DEUS, através do ESPÍRITO SANTO, a um homem tocando uma música em uma lira (ibid., p. 276). Ele diz, “Estou inteiramente convencido de que nenhuma Escritura contradiz a outra” (ibid., p. 230) mostrando, assim, a crença em sua veracidade e infalibilidade. Ele evidentemente considerava o NT como uma unidade, pois se refere a este como “os evangelistas e os apóstolos” fazendo um paralelo com a frase “a lei e os profetas” que se referia ao AT (ibid■, p. 320).
A extensão do cânon de Irineu é bastante evidente. Ele faz longas citações do NT, resume os ensinos de todos os Evangelhos, conta como foram escritos e, em seguida, constrói, a partir do resumo das epístolas dos apóstolos, argumentos contra as heresias gnósticas ae seus dias. Irineu se refere pelo nome (isto é, cita o nome do autor) a 18 livros do NT, além de citar outros sete. Somente os pequenos livros de Filemom e Judas passaram desapercebidos, certamente por não ter tido a oportunidade de usá-los.
As referências de Irineu são muito interessantes. Ele declara que existem necessariamente quatro Evangelhos, como existem quatro ventos no céu e quatro faces no querubim etc (ibid., p. 230). Ele insiste que Paulo era verdadeiramente um apóstolo (ibid., p, 439) e cita, pelo nome, a maioria de suas epístolas no Livro V de sua obra. No segunao fragmento Pfafiano, preservado de seu último trabalho, ele cita Hebreus como uma obra paulina (ibid., p. 574). Cita o livro de Apocalipse como tenao sido escrito pelo apóstolo João “não há muito tempo, quase em tiosssos dias, quase no final do reinado de Domiciano" (isto é, em aprox, 95 d.C., ibid., p. 559ss). Na verdade, Irineu cita praticamente todo o NT referindo-se a este como Escritura, verbalmente inspirada, apostólica, e absoluta mente verdadeira. Nenhum outro livro escrito na era cristã foi citado como Escritura. Na verdade, o espúrio Evangelho de Tomé e o Evangelho Gnóstico da Verdade foram sumariamente rejeitados (ibid,, pp. 345 e 429) porque “em nada concordam com os Evangelhos dos Apóstolos". Irineu baseia tudo na “prova escriturai fornecida por aqueles apóstolos que também escreveram os Evangelhos” e acrescenta, “Da mesma maneira, os apóstolos sendo discípulos da verdade estão acima de toda falsidade" (ibid., p. 417).
O Muratorium Canon representa um suplemento ao testemunho de Irineu. Essa interessante relação de livros do NT ficou conhecida através de um fragmento medieval e foi composta em aprox. 170 d.C. Não se conhece a história desse fragmento que é, infelizmente, muito sucinto. As primeiras frases estão faltando mas ele começa mencionando o “terceiro Evangelho”, o de Lucas; portanto ele também deve ter testemunhado sobre Mateus e Marcos. Todos os outros livros do NT estão relacionados a breves comentários, exceto Hebreus, Tiago, e 1 e 2 Pedro. Embora Hebreus, Tiago e 1 Pedro tenham sido bem autenticados anteriormente, e 2 Pedro também tenha sido usado por Irineu, Westcott conclui que o fragmento foi copiado de um manuscrito que estava rasgado (B. F. Westcott, A General Survey of the History ofthe Canon of the New Testament, 6a ed., p. 219). Esse fragmento menciona duas epístolas de João que foram consideradas por Westcott como 2 e 3 João. A primeira epístola de João também foi citada neste fragmento. Dessa forma, o fragmento está de acordo com Irineu e complementa o seu testemunho. Ambos, juntos, nos dão um testemunho exato do NT de nossos dias.
O Muratorium Canon (impresso na obra Ante-Nicene Fathers, V, 603ss.) rejeita o Pastor de Hermas como não sendo aos apóstolos. Ele menciona o Apocalipse de Pedro como recebido apenas por alguns e nomeia certas epístolas espúrias de Paulo. Não se trata de um testemunho muito perspicaz tanto naquilo que aceita como no que rejeita. Outros testemunhos desse período contam a mesma história com variações individuais.
Nessa ocasião foram feitas duas traduções do NT. A igreja oriental fez a versão síria chamada “Peshitta”. Pouco se sabe sobre sua origem e nada restou do primeiro manuscrito. Aparentemente, ele não tinha 2 e 3 João, 2 Pedro, Judas e Apocalipse. Também não havia livros extras. A Antiga Versão Latina, usada intensamente em Cartago, foi composta antes do ano 200 d.C. e, segundo nos consta, também não tinha 2 Pedro, Tiago e Hebreus, embora as evidências em relação à presença deste último livro sejam duvidosas. Novamente, esses eram os únicos livros; não havia livros extras. Colocando essas duas versões lado a lado, podemos dizer que a igreja aceitou os livros que temos do NT, e nenhum outro, exceto que algumas dúvidas foram expressas em relação às epístolas menores e ao Apocalipse. Na verdade, temos evidências abundantes dos primeiros anos da igreja em defesa do livro de Apocalipse. A igreja oriental claramente cometeu um erro ao tentar reduzir excessivamente a sua lista.
A Época de Justino Mártir - 140 d.C.
Justino é o mais antigo autor cristão cujos escritos foram consideravelmente preservados em toda a sua extensão. Suas duas obras, Apologies e Dialogue With Trypho ocupam 110 grandes páginas de material. Seus dados são incertos, mas parece que nasceu em Neápolis (moderna Nablus, nas proximidades da antiga Siquém) e foi martirizado em 148 d.C. (Westcott, op. cit., p. 99 n); outros dizem 165 d.C. (Ante-Nicene Fathers, Vol. 1, 159ss). Ele foi o filósofo dos primeiros tempos, e transferiu a sua inclinação filosófica para os seus escritos. Esses escritos mostram que Justino possuía uma coragem e humildade cristã que ainda impressionam. Também temos fragmentos e peças menores de vários de seus contemporâneos que acrescentam evidências sobre a sua idade.
Justino se refere pelo nome a vários livros do NT e, claramente, usa outros nomes. De acordo com Westcott, ele usa todos os Evangelhos, Romanos, 1 e 2 Coríntios, Colossenses, 2 Tessalonicenses, Hebreus e Apqcalip- se (Westcott, op. cit. 114ss., 167ss.). E muito interessante o tratamento que deu aos Evangelhos. Escrevendo aos não cristãos, ele usou uma única frase “Memórias dos Apóstolos” acrescentando que estes escritos “eram chamados de Evangelhos” (Ante- Nicene Fathers, p. 185). Ele descreve um Culto Dominical de Adoração como uma reunião onde se fazia a leitura das “Memórias dos Apóstolos ou dos escritos dos profetas”, acompanhada de um sermão, oração, comunhão e coleta {ibid., p. 186)!
A doutrina de Justino sobre as Escrituras é, claramente, a de uma crença total. “Estou inteiramente convencido de que nenhuma Escritura contradiz a outra”. Ele acrescenta que, se uma contradição fosse imaginada, “iria admitir, mesmo que não pudesse compreender, o que estivesse registrado” {ibid,, p. 230). E verdade que nessa passagem ele estava discutindo o AT, mas, seu respeito e reverência pelas Memórias é tão claro, que essa afirmação pode ser justamente aplicada ao restante do NT que ele estava utilizando.
Justino fornece informações valiosas sobre a autoria dos Evangelhos. Ele diz: “Os apostolos, nas Memórias que compuseram, que foram chamadas de Evangelhos”, nos entregaram a celebração da Ceia do Senhor. Mas ele também cita um item encontrado apenas em Lucas, e diz que este foi registrado... “Nas Memórias que digo que foram escritas pelos seus apóstolos e por aqueles que os seguiram” (ibid,, p, 251).
Ele se refere ainda a um incidente registrado apenas em Marcos e diz, “Quando dizem que Ele mudou o nome de um dos apóstolos para Pedro e quando isso está escrito em suas memórias, assim como mudou o nome de dois outros irmãos... isso era o anúncio do fato de que foi através dele [JESUS] que Jacó foi chamado de Israel” (ibid., p. 252). Westcott observou que nessa citação a expressão “suas memórias” só pode se referir a Pedro; por esta razão, o Evangelho de Marcos foi designado como as Memórias de Pedro (op. cit., p. 114). Sem dúvida Justino estava ciente de que Marcos havia escrito o segundo Evangelho, mas também estava ciente do testemunho de Pápias, e de outros, de que Marcos escrevia o que Pedro lhe dizia. Isso poderia colocar Marcos em uma posição semelhante à de Tércio, que escreveu a epístola aos Romanos para Paulo (Rm 16.22) ou à de Silas cuja cooperação Pedro usou em outra ocasião (1 Pe 5.12). Nesse sentido, Justino se refere indiscrimina- damente aos Evangelhos como sendo a obra “dos apóstolos” ou como a obra “dos apóstolos e daqueles que os seguiram”. Observe também a expressão de Justino citada acima: “Está escrito nas Memórias dele [Pedro]״. Essa forma de expressão foi regularmente usada para citar as Escrituras. Está claro que Justino tinha os mesmos Evangelhos que temos, com os mesmos nomes, e que os utilizava como Escrituras. Como já mencionamos, ele também usa sete outros livros do NT e se refere a eles de uma maneira um tanto informal, mas em uma ocasião Justino cita o livro de Apocalipse pelo nome, atribuindo a sua autoria ao apóstolo João (Ante-Nicene Fathers, Vol 1, 240).
Há muito tempo são conhecidos testemunhos menores para a época de Justino. Basilides, o herético gnóstico, e a Epístola de Barnabé, acrescentam pouco ao testemunho de justino, mas é interessante observar que Basilides cita 1 Coríntios e Romanos como Escrituras, A Epístola de Diogne- tus, provavelmente um pouco anterior a Justino, inclui alusões a Atos, Gálatas, E- fésios, Filipenses, 1 Timóteo, Tito e 1 Pedro, além de outros livros citados por Justino. Diognetus possui uma das primeiras referências feitas à Bíblia como sendo uma unidade. “O temor à lei é cantado, a graça dos profetas é conhecida, a fé dos Evangelhos é estabelecida, a tradição dos apóstolos é preservada e a graça da igreja é enaltecida” (ibid., p. 29). Está claro que, nessa época, os livros centrais do NT foram recebidos juntamente com os livros do AT. Pápias nos dá um outro testemunho, um pouco anterior a Justino. Sua obra inclui uma exposição de cinco volumes dos oráculos do Senhor mas, infelizmente, todos desapareceram exceto algumas poucas citações em outros livros. Ele ficou conhecido pela afirmação de que Marcos escreveu as pregações de Pedro e que, originalmente, Mateus escreveu seu Evangelho em aramaico. Pápias também menciona pelo nome 1 João e “a Epístola de Pedro” (ibid., p. 155).
Até recentemente, somente havia restado essa meia dúzia de testemunhos da metade do século II. Agora, entretanto, as areias do Egito revelaram novos tesouros. Em 1954, camponeses de Chenoboskion (q.v.), local situado um pouco ao norte de Tebas, encontraram um esconderijo de escritos gnósticos (conhecidos como Textos Gnósticos Nag Hammadi, veja BW, pp. 402-410). Havia 13 livros contendo cerca de 49 obras. Um desses livros, o Jung Codex, desapareceu repentinamente do Egito e agora está sendo publicado.
Um dos mais interessantes escritos do Jung Codex é o Evangelho da Verdade, escrito pelo herético Valentinus, em aprox. 140 d.C. Irineu havia atacado essa obra em seu livro Against Heresies (III.11.9), mas nenhuma de suas cópias havia sobrevivido. Mas agora ela se tornou disponível (Kenneth Grobel, The Gospel ofTruth). Não se trata da tentativa de se ter um quinto Evangelho, mas de uma exposição daquilo que Valentius pensava ser um verdadeiro Evangelho, isto é, o gnósticismo. Porém Valentinus, em seus escritos, faz citações ou alusões a muitos livros do NT. Em 200 d.C., Tertuliano havia escrito que Valentinus, emboia fosse um herético, tinha usado todo o NT. Essa sua obra dá apoio à dedução de Tertuliano.
No estudo The Gospel ofTruth and the New Testament, van Unnik faz um paralelo entre o texto de Valentinus e muitas passagens do NT grego e conclui: “Está claro que o autor do Evangelho da Verdade tinha conhecimento dos Evangelhos, das epístolas paulinas, do livro de Hebreus e do Apoca- ipse, enquanto nele existem traços de Atos, 1 João e 1 Pedro” (The Jung Codex, por H. C. Puech, G. Quispel e W. C. van Unnik, 1955, p. 122). Isso cobre todo o NT, exceto pequenos livros, totalizando 11 capítulos!
Ele acrescenta, “Por volta de 14050־, uma coleção de obras tornou-se conhecida em Roma e estas foram aceitas como tendo uma autoridade virtualmente idêntica à do nosso Novo Testamento" (ibid., p. 124). Devemos nos lembrar que Diognetus já havia colocado essa coleção no mesmo nível das Escrituras do AT. O testemunho de Valentinus representa uma voz muito bem vinda que confirma os testemunhos previamente conhecidos acrescentando-lhes importantes detalhes.
Os Primeiros Anos - 95 a 120 d.C.
Vamos agora dar um passo para trás em direção a 95-120 d.C. Esse período se sobrepõe aos dias do apóstolo João. Ele inclui três testemunhas bastante conhecidas, isto é, Clemente de Roma, Ignácio e Policarpo. Todos os três haviam conhecido os apóstolos e dois deles haviam selado a sua fé com sangue.
Clemente escreveu aos Coríntios, em aprox. 95 d.C. Ele faz citações nominais de 1 Coríntios e claramente usa Mateus, João, Romanos, Efésios, Hebreus, Tiago e possivelmente 1 Timóteo e Tito (cf, Westcott, op. cit., pp. 25ss, 48). Algumas citações de Mateus encontram paralelos em Marcos e Lucas, portanto é possível qne esses Evangelhos estejam incluídos no testemunho de Clemente. Ignácio era bispo de Antioquia por volta do final do século I d.C. O Martyraom oflgna- tius (Ante-Nicene Fathers, Vol. I, 129) declara sua prisão no reinado de Trajano, mas não se sabe exatamente se o seu martírio ocorreu em 107 ou em 116. A despeito desta data, seu testemunho é muito valioso e significativo. Ele escreveu epístolas as sete igrejas diferentes enquanto estava sendo levado para Roma para ser martirizado. Nessas cartas, ele cita nominalmente o livro de Efésios. Em sua carta aos crentes de Filadélfia ele parece se referir aos escritos do NT como a um único corpo: “Refugio-me rapidamente no Evangelho como a carne de JESUS, e nos apóstolos como o presbitério da igreja. E vamos também amar os profetas” (ibid. p. 82). Podemos observar uma semelhança de redação com o texto de Justino, mencionado acima.
Ele se refere, novamente, a alguém que “nem foi persuadido pelos profetas, nem pela lei de Moisés e nem pelo Evangelho até esses dias” (ibid., p. 88). Outra referência semelhante é: “Preste atenção nos profetas e, acima de tudo, no Evangelho” (ibid., n. 89). Ele faz citações textuais literais ae Mateus, 1 e 2 Coríntios e Efésios, e emprega, ciaram ente, a fraseologia de Lucas, João, Romanos, Gálatas, Filipenses, 1 Tesalonicenses e 1 Timóteo. Gregory comenta: “Os Evangelhos de Mateus e João parecem ter sido os seus preferidos, ou aqueles que conhecia melhor. Ele conhecia muito bem as epístolas de Paulo” (C. R. Gregory, Canon and Text of the New Testament, p. 71). Ignácio e Clemente, juntos, testemunham a maior parte bem como a parte principal do NT atual.
Logo depois do martírio de Ignácio, Policarpo escreveu uma carta aos filipenses que, feliz- ment.e, foi conservada. De acordo com Irineu, Policarpo foi instruído pelos apóstolos e era seu próprio professor. Portanto, ele liga Irineu diretamente à Idade Apostólica. Policarpo foi martirizado em sua velhice, em aprox. 155 d.C., mas a melhor data para essa epístola é pouco depois da morte de Ignácio, isto é, 108 ou 118 d.C. (cf. Westcott, op.cit., p. 38). Todas estas pessoas e fatos constituem um primitivo e precioso monumento da antiguidade cristã. Policarpo citava copiosamente o NT. Na obra Ante-Nicene Fathers ele usou aspas para identificar as passagens que extraiu de Mateus, Lucas, Atos, Romanos, 1 Coríntios, Gálatas, Efésios, 1 e 2 Tessalonicenses, 1 e 2 Timóteo, 1 Pedro e 1 João. Ele também fez claras alusões a outros livros. Westcott reivindica o uso de 2 Coríntios e Filipenses, além de, possivelmente, Efésios e 2 Pedro (ibid., p. 49). No capítulo XII, Policarpo cita Efésios 4.26 como Escritura e no capítulo anterior ele cita nominalmente 1 Coríntios e Filipenses.
Juntando esses três grandes homens, que iniciaram sua vida cristã na era apostólica, podemos ver que eles usaram a maior parte do NT. Eles fizeram referências nominais a 1 Coríntios, Efésios e Filipenses e falaram sobre os seus livros como se formassem um conjunto único, assim como as Escrituras. Os únicos livros que não foram testemunhados nessas primeiras obras são Marcos, Colossenses, Filemom, 2 e 3 João, Judas e Apocalipse.
Até mesmo essas omissões podem ser explicadas. Mateus e Marcos são tão paralelos, que é provável que as citações de Marcos estejam guardadas ou implícitas sob o material de Mateus. Colossenses foi totalmente reconhecido na era seguinte e provavelmente omitido nessas primeiras obras apenas por falta de uma ocasião para citá-lo. Também não é de admirar a ausência de citações a Filemom, 2 e 3 João e Judas nessa relação, pois cada um deles representa um longo capítulo e, portanto, com menos chances de ser citado. Quanto ao Apocalipse, devemos nos lembrar de que esse livro provavelmente foi escrito apenas 20 anos antes da obra do último desses homens, Mas Irineu, o aluno de Policarpo, oferece um testemunho bastante explícito em relação à data e à autoria do Apocalipse. Na verdade, Irineu usa todos esses livros, com exceção de Filemom e 3 João. Não precisamos questionar a canonicidade destes importantes livros por causa do silêncio desses três primeiros testemunhos.
O Testemunho que o Novo Testamento dá Sobre Si Mesmo
Tendo rastreado a recepção dos livros do NT até o início da era apostólica, descobrimos que existem evidências de que, praticamente, todos foram aceitos pelos homens que haviam aprendido com os próprios apóstolos. Qual foi o começo dessa prática? A que princípios a igreja primitiva obedeceu ao selecionar esses livros?
Para começar, dois pontos devem ser enfatizados. Primeiro, os apóstolos não escreveram impensadamente uma miscelânea de cartas e histórias que foram piedosamente reunidas somente em uma era posterior. Ao contrário, os apóstolos escreveram seus livros conscientemente e ordenaram aos crentes que eles fossem recebidos.
Segundo, a igreja primitiva não selecionou e escolheu 27 livros em meio a um extenso conjunto de boa literatura, mesmo que se tratasse de literatura apostólica. Até onde podemos comentar com segurança, nenhum antor primitivo se refere a qualquer obra perdida dos apóstolos, ou faz claramente alguma citação a este respeito. É possível que existam cartas perdidas de Paulo, mas nenhuma foi conscientemente rejeitada pela igreja primitiva. Na verdade, pode até ser questionado se alguma foi realmente perdida. O texto em Colossenses 4.16 pode muito bem se referir à epístola aos Efésios, que pode ter sido uma epístola de caráter geral (o termo “Efésios” não consta em Efésios 1.1 em alguns textos) e 1 Coríntios 5.9 pode ter sido um aoristo epistolar que se referia à carta que Paulo estava escrevendo. Ao contrário de algumas afirmações, os livros espúrios de Barnabé, Apocalipse de Pedro, Pastor de Hermas etc., podem ter enganado algumas poucas pessoas, mas nunca foram seriamente aceitos.
Quanto à consciente intenção de Paulo ao escrevei־, existe um claro testemunho antes de sua primeira epístola, mas, se alguém não obedecer à nossa palavra por esta carta, notai o tal e não vos mistureis com ele” (2 Ts 3.14). Nessa primeira epístola, ele alega que sua pregação não é a “palavra de homens” mas a “palavra de DEUS” (1 Ts 2, 13). Em sua grande epístola de 1 Coríntios, ele fala de uma forma semelhante (1 Co 2.13) insistindo, ainda, “as coisas que vos escrevo são mandamentos do Senhor” (14,37). Isso não está contradizendo, como dizem alguns, suas afirmações em 1 Coríntios 7.10,12 etc. onde faz a distinção entre a sua palavra e a palavra do Senhor. Neste texto, ele está preocupado apenas em citar as palavras de JESUS na terra. Deve-se observar que Paulo — e Lucas - se referem muitas vezes a JESUS como “o Senhor” antes de sua crucificação (cf. Mt 26.75 com Lc 22.61). Sempre que possível, Paulo cita palavras proferidas pelo Senhor JESUS CRISTO, mas acrescenta as suas próprias palavras onde não há uma ordem direta de JESUS.
Existe uma razão pela qual Paulo podia fazer essas afirmações. Ele era um apóstolo e desempenhava o seu ministério com esforço e dedicação (1 Co 15.8,9; 9.1; 2 Co 11.5; 12.11,12). Da mesma forma fizeram os primeiros autores, Clemente, Ignácio etc, Nunca se confundiram com o círculo apostólico. Também João reivindica a inspiração em Apocalipse 1.1-3 e 22.18,19.
CRISTO havia escolhido os apóstolos para um propósito muito claro, e lhes prometeu o ESPÍRITO de uma forma especial. Em João 14.26 JESUS declara que o ESPÍRITO SANTO lembra as suas palavras aos seus servos. E em João 16.13 o Senhor diz que o ESPÍRITO SANTO mostra aos seus servos aquilo que ainda está por acontecer. Os apóstolos foram igualados aos profetas do AT por todos os autores primitivos; portanto não é de admirar que suas obras fossem prontamente igualadas às Escrituras do AT.
Isso já havia sido feito pelo próprio NT. Por três vezes um autor chama a obra de outro autor de inspirada. O caso mais conhecido é 2 Pedro 3.15,16 que se refere às epistolas de Paulo como Escrituras, A passagem em 1 Timóteo 5.18 cita Lucas 10.7 como Escritura. E Judas 17,18 cita 2 Pedro 3.3 como parte das paiavras proferidas pelos apóstolos. Estes testemunhos não são nm mero acaso; eles são sumamente importantes e estão direta mente em linha com o testemunho dos patriarcas pós-apostólicos.
O estudo acima sobre os patriarcas da igreja primitiva, além de outras passagens sobre o assunto que poderiamos citar, mostra qne a igreja primitiva recebeu todos os li- vros escritos pelos apóstolos como obras inspiradas pelo ESPÍRITO de DEUS. Isso foi categoricamente afirmado por Stonehouse. “Está claro que o apostolado foi o princípio organizador do NT da antiga igreja universal", isto é, a igreja de cerca de 170 d.C. (Ned E. Stonehouse, Tke Apocalypse in the Ancient Church, pp. 4-5).
Sobre esse assunto, Warfield em seus importantes estudos admite que “a autoria apostólica foi, na verdade, inicial mente confundida com a canonicidade” (B, B. Warfield, Revelation and Inspiration, p. 455). Sna opinião é que os livros que foram canonizados eram aqueles que os apóstolos escreveram ou declararam que a igreja deveria aceitar. Essa opinião é bastante segura pois os primeiros testemunhos mostram que todos os livros do NT foram escritos pelos apóstolos exceto, possivelmente, Marcos, Lucas, Atos, Hebreus, Tiago e Judas. Entretanto, desde o início, esses livros foram usados tanto quanto os demais (embora o testemunho para Judas, nos primeiros tempos, não esteja muito claro) e está bastante claro que eram aceitos na época dos apóstolos.
Mas existe ainda mais. Os mesmos testemunhos que dizem que Marcos escreveu seu Evangelho dizem também que ele anotou as pregações de Pedro. Os Evangelhos de Marcos e de Lucas foram chamados de obras dos apóstolos por Justino Mártir. Mais tarde, Tertuliano expressa a mesma opinião (Ante- Nicene Fathers, Vol. 3, 252). Aparentemente, esses livros foram escritos sob a superintendência dos apóstolos e certificados por eles. Muito tem sido dito sobre o Iívto de Hebreus, como se não tivesse sido escrito pot Paulo. Mas devemos notar que nenhuma voz anterior a 200 d.C. afirmou que este não fosse de origem paulina. Esse livro foi usado por Clemente, em 95 d.C. O recém encontrado Evangelho da Verdade, de Valentinus, o utiliza ae forma decisiva. No Egito, a alegação de sua autoria paulina pode ser rastreada desde Clemente da Alexandria até Pantaenus, em aprox. 140 d.C. E em Roma, Irineu não só usa Hebreus extensivamente como o fragmento Pfafíano se refere a eie como sendo de Paulo (veja detalhes em R. L. Harris, Ins- piration and Canonicity ofthe Bible, p. 264). Portanto, sempre tem persistido o problema de que a linguagem dos Hebreus parece um pouco diferente das outras epístolas de Paulo, mas o pensamento e os argumentos são definitivamente paulinos. A verdade pode ser que o livro seja de autoria de Paulo, mas que tenha sido escrito para ele por um outro ajudante (e este não seria Lucas).
Quanto a Judas e Tiago, esses livros foram escritos pelos irmãos (Judas 1) e, aparentemente, temos duas escolhas. Havia dois irmãos, Tiago e Judas, na companhia apostólica (Lc 6.16). Mas parece que havia também outros dois que eram meio irmãos de JESUS - embora isso tenha sido negado (Mt 13.55). Essas questões são complicadas, mas teria sido possível que homens dessa posição, a quem CRISTO havia especialmente aparecido depois de sua ressurreição (1 Co 15,7) tivessem sido considerados como apóstolos extraordinários, se na verdade essas passagens não fazem nenhuma referência a um par de irmãos, os filhos de Alfeu, como apóstolos.
Concluindo, deve ser bastante enfatizado que a igreja primitiva não deixou de estabelecer os seus preceitos de fé, nem houve uma confusão de opiniões conflitantes em relação a muitos livros diferentes ora aceitos, ora rejeitados. No final do século III, quando as testemunhas já haviam morrido, houve realmente mais debates e incertezas do que na era seguinte à dos apóstolos, No princípio, todos os Evangelhos íoram plenamente aceitos e não foram questionados no século II, exceto pelo herético Márcion que negou a autoridade de todos os apóstolos com exceção de Paulo. Além disso, a maioria das epístolas de Paulo, inclusive Hebreus, foi usada e muitas foram citadas nominalmente pelos primeiros escritores que haviam conhecido os apóstolos. Podemos não ter tantas evidências quanto gostaríamos a respeito das epístolas menores, porque as obras de Papias e de outros se perderam; mas devemos nos lembrar sempre que, embora não tenhamos as evidências de forma completa hoje (no futuro poderemos vir a ter, pois as obras perdidas poderão ser encontradas), Irineu, Justino e outros homens semelhantes tinham abundantes evidências em suas mãos. Como Tertuliano desafiou, se alguém questionar essas coisas, poderá ir às igrejas onde os escritos originais dos apóstolos estão preservados (Ante-Nicene Fathers, Vol. 3, 260). Esses primeiros cristãos tinham os fatos. Mas também temos a maioria deles. Porquanto, embora em relação às epístolas menores nossas provas sejam insuficientes, podemos seguramente confiar no testemunho desses defensores da verdade dos primeiros dias do cristianismo.
Veja Epístolas Gerais; Inspiração.
Bibliografia. A. H. Charteris, The New Testament Scriptures, Nova York. Carter, 1882. C. R. Gregory, The Canon and the Text of the New Testament, Nova York. Scribner’s, 1907. R. Laird Harris, Inspiration and Canonicity of the Bible, GrandRapids. Zondervan, 1957. Everett F. Harrison, Introduction to the New Testament, Grand Rapids. Eerdmans, 1964. H. Puech, G. Quispel e W. C. van Unnik, The Jung Codex, ed. por F, L. Cross, Nova York, Morehouse-Gorham, 1955. Herman Ridder- bos, “The Canon of the New Testament”, Revelation and the Bible, ed. por C. F, H. Henry, Philadelphia. Presbyterian and Reformed, 1958. A. Roberts e J. Donaldson, eds., The Ante-Nicene Fathers, 9 vols,, Buffalo. Christian Literature PublishíngCo., 1886. H. C. Thíessen, Introduction to the New Testament, Grand Rapids. Eerdmans, 1954. Theodor Zahn, Introduction to the New Testament, Grand Rapids.
Kregel, 1953.
R. L. H.- Dicionário Bíblico Wycliffe - CPAD

 

 A Bíblia foi escrita em aramaico, hebraico e grego. https://pt.wikipedia.org/wiki/L%C3%ADnguas_e_materiais_da_B%C3%ADblia (14-01-2022)

O aramaico (e sua variante posterior, o siríaco) e hebraico são línguas semíticas e o grego, e posteriormente o latim, são de origem indo-europeia.

O aramaico era a língua dos sírios (VI a.C) tornando-se a língua geral de todo o Oriente Próximo a partir de sua adoção pelo Império Persa Aquemênida. Algumas passagens da Bíblia foram escritas em aramaico: Esdras 4:8–6:18; 7:12-26 (67 versos); Daniel 2:4b–7:28 (200 versos), Jeremias 10:11(1 verso); Gênesis 31:47 (1 verso). O aramaico, como o latim, se dividiu e gerou várias línguas-filhas, como o mandaico, o siríaco e o neo-aramaico.

O hebraico é uma língua semítica, uma variante do contínuo linguístico fenício-cananeu.. Na Bíblia lemos que “os hebreus não falavam língua judaica” (da tribo de Judá) (Neemias 13:24. “língua canaã” (Isaías 19:18). Depois do exílio da Babilônia, o hebraico foi gradativamente deixado de ser falado, sendo substituído pelo aramaico. Evidências arqueológicas indicam, contudo, que em contextos religiosos e famílias em aldeias isoladas o hebraico continuou a ser usado no cotidiano até as revoltas judias do século II d.C. A primeira evidência escrita do hebraico, o calendário de Gezer, data do século X a.C., os tempos dos reinados dos reis David e Salomão. O calendário de Gezer é escrito sem nenhuma vogal, e não usa consoantes substitutas de vogais, as chamadas matre lectiones. O escrito mais extenso escrito originalmente em hebraico é o Tanakh. As cópias existentes mais antigas da Bíblia foram encontradas entre os manuscritos do Mar Morto, escritos entre o século II a.C. e o século I d.C.

O hebraico moderno renasceu como língua falada durante o final do século XIX e começo do século XX. É a língua falada pela maioria dos habitantes do Estado de Israel, do qual é a língua oficial primária junto do árabe, no entanto, seu vocabulário e sintaxe são tão diferentes do hebraico bíblico quanto o português em relação ao latim.

O Novo Testamento foi escrito em grego. Conforme dados históricos, arqueológicos e o testemunho interno da própria Bíblia, o ambiente linguístico de JESUS e dos primeiros cristãos era poliglota, sendo utilizado simultaneamente o grego, o aramaico, e em menor grau, o hebraico e o latim . O grego do Novo Testamento, chamado de koiné, é um desenvolvimento posterior do grego clássico, não sendo uma variante vulgar ou corrupta do grego.

Apesar de serem línguas bem distintas, havia confusão de nomenclatura entre hebraico e aramaico. Em várias ocasiões no Novo Testamento, o aramaico é chamado de hebraico. Por exemplo, em João 19:17 narra que JESUS, "carregando sua cruz [,] foi a um lugar chamado lugar de uma caveira, que no hebraico Gólgota". A última palavra é, de fato, aramaico.

Família linguística semítica

·        Línguas semíticas meridionais:

o   Antigo árabe do sul

o   Língua ge'ez (etiópico)

·        Orientais:

o   Acadiano

o   Eblaíta

·        Línguas Semíticas Setentrionais:

o   Árabe

o   Setentrionais-Noroeste:

§  Aramaico (Aram)

§  Siríaco

§  Mandaico

§  Neo-siríaco

§  Cananeu:

§  Ugarítico

§  Fenício

§  Hebraico

§  Púnico

§  Moabita

 

 

A BÍBLIA- Dicionário Bíblico Wycliffe - CPAD

 A coleção dos livros do AT feita pelos judeus, e dos Evangelhos, Atos, Epístolas e o livro de Apocalipse feita pela igreja cristã primitiva, a qual a igreja reconhece como o registro divinamente inspirado da revelação do próprio DEUS, e de sua vontade para a humanidade.

Nomes. O grego biblion proveniente de biblos, significa qualquer tipo de documento escrito, embora originalmente escrito em papiro (biblos). A palavra “Bíblia” vem do atim bíblia, feminino singular, significando “livro”. O singular em latim testemunha que os 66 livros - 39 no AT e 27 no NT — revelam uma unidade de pensamento e uma pureza que, juntos, formam um único livro. O primeiro uso na igreja primitiva do termo ta bíblia, “os livros”, para a Bíblia no sentido acima, registra-se ter sido encontrado em II Clemente X1V.2 (em aprox. 150 d.C.), “Os livros e os apóstolos declaram que a igreja existiu desde o princípio”. Daniel, porém, já havia falado das Escrituras, particularmente das profecias existentes em seu tempo, como “os livros” (em hebraico, separim, Dn 9.2). Várias expressões sinônimas referindo- se ao AT são encontradas no NT, tais como “os escritos” ou “as Escrituras” (hai grapkai; ta grammata). A forma mais concisa é, simplesmente, “as Escrituras” (Mt 21.42 - chamada “esta Escritura” em Mc 12.10, a passagem paralela; Mt 22.29; Lc 24.32; Jo 5.39); “a Escritura” (Act 8.32; Gl 3.22); “as Santas Escrituras” (Rm 1.2; 2 Tm 3.15 “as sagradas letras”); “as outras Escrituras” (2 Pe 3.16). Vários outros termos descritivos do cânon do AT são encontrados no NT, tais como “a lei” (Mt 5.18; Lc 16.17; Jo 12.34); “Moisés e os Profetas” (Lc 16.29; 24,27); “a Lei e os Profetas” (Mt 22.40; Lc 16.16); ou possivelmente de forma ainda mais completa, “na lei de Moisés, nos profetas e nos salmos” (Lc 24.44). Idiomas. O AT foi escrito em hebraico, com exceção de algumas passagens em aramaico encontradas em Esdras 4.8-6.18; 7.12-26; Jeremias 10.11; Daniel 2.4-7.28.O texto hebraico original não continha vogais. Estas foram acrescentadas pelos eruditos judeus massoréticos no século VI d.C. em diante, de acordo com a pronúncia tradicional antiga. O texto hebraico foi traduzido para o grego entre 250 e 150 a.C. Esta primeira versão do Antigo Testamento (AT) é chamada de Septuaginta ou LXX (os “setenta”, uma vez que expressava o trabalho de 70 tradutores). Usando os Rolos do Mar Morto como base, R. Laird Harris data a LXX por volta de 200 a.C. (Inspiration and Canonicity of the Bible, p, 99). Em vários casos, o Novo Testamento (NT) cita a LXX ao invés do texto hebraico. A descoberta dos fragmentos de papiros gregos no deserto egípcio, escritos em Koinê, isto é, no grego comum ou vernacular (o grego que se falava nos dias do NT), explicou as principais diferenças entre o NT e o grego clássico. O NT foi escrito na linguagem vernacular comum (Koinê) do primeiro século, da mesma forma que Martinho Lutero usou o alemão comum da época em sua tradução da Bíblia, Veja Versões da Bíblia. Alcance e dimensões. A Bíblia usada pelos protestantes contém 66 livros, 39 no AT e 27 no NT. Os livros aceitos no AT são os mesmos livros aceitos pelos judeus como canônicos. Eles falam de 24 livros no AT pelo fato de considerarem 1 e 2 Samuel, 1 e 2 Reis, 1 e 2 Crônicas, Esdras-Neemias e os 12 profetas menores como sendo um livro cada um: Josefo (Against Apion i. 8) refere-se ao fato de que existem somente 22 livros no AT que correspondem às 22 letras do alfabeto hebraico, mas ele provavelmente combina Rute com Juizes, e Lamentações com Jeremias a fim de chegar aos 22.
A igreja católica romana inclui no AT, como canônicos, a maioria dos apócrifos. Tobias, Judite, Sabedoria, Eclesiástico (também chamado de Sirácido ou Ben Sirácido ou Eclesiástico e também Sirá ou Sirac), Baruque, 1 e 2 Macabeus, e algumas adições a Ester e a Daniel. A igreja ortodoxa grega faz o mesmo. A igreja da Inglaterra, de acordo com a igreja luterana, segue Jerônimo ao defender que os livros apócrifos podem ser lidos “para exemplo de vida e instrução de maneiras; contudo não os aplica para estabelecer qualquer doutrina” (Artigo VI). A Bíblia etiópica inclui 1 Enoque e o Livro dos Jubileus. Veja Apócrifa. Os judeus dividiram o AT em três seções: (1) a Lei, os cincó livros do Pentateuco escritos por Moisés; (2) os Profetas, que foi subdividido em Profetas Anteriores: Josué, Juizes, Samuel e Reis; e Profetas Posteriores; Isaías, Jeremias, Ezequiel e o livro dos Doze Profetas; (3) os Escritos, que continha o restante do AT: Salmos, Provérbios e Jó, além dos cinco Rolos; Cantares, Rute, Lamentações, E- clesiastes e Ester; e finalmente Daniel, Esdras-Neemias e Crônicas.
Os judeus usavam a ordem acima em seu texto, mas a LXX revisou isto para formar uma ordem mais cronológica e mais lógica. A ordem da LXX foi mantida pela igreja cristã.
Os livros do AT sâo divididos pela igreja cristã em quatro seções: (1) Lei, ou seja, o Pentateuco. (2) História, compreendendo Josué, Juizes, Rute, 1 e 2 Samuel, 1 e 2 Reis, 1 e 2 Crônicas, Esdras, Neemias e Ester. (3) Sabedoria e poesia, ou seja, Jó, Salmos, Provérbios, Eclesiastes, Cantares de Salomão. (4) Profecia, ou seja, Isaías, Jeremias, Lamentações, Ezequiel, Daniel, Oséias, Joel, Amós, Obadias, Jonas, Miquéias, Naum, Habacuque, Sofonias, Ageu, Zacarias e Malaquias. Isaías, Jeremias, Ezequiel e Daniel sâo chamados de Profetas Maiores, e os outros 12, de Profetas Menores.
O NT é composto de 27 livros que também sâo geralmente divididos em quatro partes: (1) Evangelhos, ou seja, Mateus, Marcos, Lucas e João. (2) História da igreja primitiva, ou seja, Atos. (3) Epístolas. Estas são às vezes divididas em (a) Epístolas às igrejas; Romanos, 1 e 2 Coríntios, Gálatas, Efésios, Filipenses, Colossenses, 1 e 2 Tessalonicenses; (b) Epistolas pastorais: 1 e 2 Timóteo, Tito e uma epístola pessoal a Filemom; (c) Epístolas gerais (alguns as chamam de católicas): Hebreus, Tiago, 1 e 2 Pedro, 1,2 e 3 João, e Judas. (4) Profecia: livro do Apocalipse.
Texto da Escritura. A Bíblia foi escrita durante um período de aproximadamente 1500 anos. Os cinco livros de Moisés podem ser datados de 1400 a.C. e o último livro do NT, o Apocalipse, de 90 d.C. Apesar de os manuscritos originais não existirem mais, e de apenas existirem cópias escritas à mão até a invenção da imprensa, a condição do texto foi notavelmente preservada. O AT hebraico foi snbstancialmente verificado pela LXX e pelos manuscritos bíblicos hebraicos dos Rolos do Mar Morto que remontam ao mesmo período da LXX. A existência de aproximadamente 4.500 manuscritos do NT em grego, datados de 125 d.C. até a invenção da imprensa, fornece uma riqueza de atestação ao NT. Além desta evidência, existem versões tais como aquela que foi escrita em latim antigo e em siríaco, que datam de 150 d.C., e a tradução da Vulgata Latina feita por Jerônimo (382-405).
Divisões de capítulos e versículos. Os livros da Bíblia origmalmente não tinham capítulos nem versículos. Os judeus do período pré- talmúdico dividiram o AT em seções de extensão conveniente para a leitura nas sinagogas, As marcas de divisão dos versículos do AT apareceram um pouco mais tarde, mas nosso sistema moderno foi planejado pelo rabino Nathan no século XV e passou a ter um uso cristão através da Bíblia Latina de Paginius de 1528. Provavelmente tenha sido Stephen Langton (d. 1228), arcebispo de Canterbury e um daqueles que apoiaram a Carta Magna, quem elaborou a atual divisão de capítulos. As divisões dos versículos do NT apareceram primeiramente em um NT grego publicado em 1551 por Robert Stephens, um impressor de Paris. Em 1555, ele publicou uma edição da Vulgata Latina, que foi a primeira Bíblia a ter os atuais capítulos e versículos. A primeira Bíblia em inglês com tais divisões foi a edição de Genebra de 1560. Mensagem. A Bíblia, embora escrita durante um longo período, e por escritores que freqüentemente não se conheciam (inclusive no caso daqueles que viveram em épocas e locais diferentes), revela uma maravilhosa unidade de pensamento. Todos os escritores concordam em suas opiniões sobre uma revelação divina relacionada aos seguintes temas; (1) A condição e as necessidades do homem, Eles retratam a condição pecadora e caída do homem; sua incapacidade de salvar-se a si mesmo; a vontade revelada de DEUS de salvar o homem através de um sacrifício substitutivo, e a salvação do homem somente através da fé salvadora. (2) A aliança de DEUS com Israel. O Senhor fez uma aliança com Israel através de Abraão para lhes dar tanto um Salvador como um reino. Esta aliança foi expandida e desenvolvida em todas as alianças seguintes, ou seja, a Sinaítica com Moisés e Israel, e a davídica. Elá foi esgotada e substituída pela nova aliança no NT ÍMt 26.28; Hb 8,6-13). O termo AT, na verdade, refere-se à antiga aliança, e a palavra latina “testamento” foi adotada para traduzir o termo hebraico berith e o termo grego diatheke (Mt 26.28). (3) Tipos e antítipos, Todos os tipos contidos em festas, cerimônias e sacrifícios no AT são cumpridos em CRISTO e na igreja do NT. Por exemplo, a Festa da Páscoa tipificou CRISTO como o nosso cordeiro e sacrifício pascal (Jo 1.29: Mt 26.19; 1 Co 5.7). Veja Antítipo. (4) Profecias. Muitas profecias específicas a respeito da vinda de CRISTO, o Messias, e sua morte sacrificial foram cumpridas em sua vida e morte. Outras com relação à sua vinda para governar em seu reino ainda são futuras.
A Bíblia e a crítica. Duas formas de crítica têm sido aplicadas à Bíblia, uma mais baixa e outra mais elevada. A crítica mais baixa diz respeito ao estabelecimento das palavras exatas do texto das Escrituras, e um grande progresso e muitas razões para confiança têm ajudado em suas aplicações eruditas. Os Rolos do Mar Morto trouxeram uma grande confirmação da precisão das palavras do AT em particular, e ajudam a esclarecer as citações dos escritores do NT na Septuaginta, nos pontos em que ela difere do texto masorético.
A crítica mais elevada, que pode ser usada construtivamente para se estudar a origem dos fatos descritos na Bíblia, e a autenticidade da autoria dos diferentes livros, tem sido usada, com muita freqüência, de uma maneira destrutiva. Rejeitando o sobrenatural como um princípio geral, alguns críticos têm tentado provar que Moisés não escreveu o Pentateuco; que Isaías não escreveu todo o livro que leva o seu nome; que o quarto Evangelho não foi escrito pelo apóstolo João; e que os Evangelhos sinópticos nào são o produto dos três evangelistas, Mateus, Lucas e um homem chamado Marcos que foi guiado por Pedro, mas que são relatos baseados em fontes ou documentos que foram eficazmente intercalados e editados. Estudos detalhados realizados por estudiosos evangélicos têm respondido de uma maneira cuidadosa aos ataques ao AT. Alguns destes são James Orr, Oswald T. Allis, Edward J. Young e Gleason L. Archer. Ao refutar os ataques da crítica elevada ao NT, os seguintes homens, dentre outros, têm dado respostas valiosas e que demonstram grande conhecimento. R. Laird Harris, Donald Guthrie e Ned B. Stonehouse. Veja a bibliografia abaixo.
Veja Bíblia, Versões Inglesas; Interpretação Bíblica; Manuscritos Bíblicos; Cânon das Escrituras, o AT e o NT; Versões, Antigas e Medievais.
Bibliografia. OswaldT. AlHs, The FkeBooksofMoees, 1943; God Spake by Moses, 1951; The Unity os Isaiah, 1950, Filadélfia. Presbyterian and Reformed Pub. Co. Gleason L. Archer, A Survey of Old Testament Introduction, Chicago. Moody Press, 1964. William Henry Green, “The Canon”, General Introduction to the Old Testament, Nova York. Scribner’s, 1898. Donald Guthrie, New Testament In- troduction, Londres. Tyndale Press, 3 vols., 1965. ít. Laird Harris, Inspiration and Canonicity of the Bible, Grand Rapids. Zondervan, 1957. James Orr, Problem ofthe Old Testament, Nova York. Scribners, 1906. Ned B. Stonehouse, Origíns ofthe Synoptic . Gospels, Grand Rapids. Eerdmans, 1963. Edward J, Young, Introduction to the Old Testament, Grand Rapids. Eerdmans, 1949.
R. A. K.

  

SUBSÍDIOS DA LIÇÃO 4 - 1TR22 - CPAD

 

                                          OS LIVROS DO ANTIGO TESTAMENTO

A classificação dos livros do Antigo Testamento, tal qual a

conhecemos hoje, se divide nos seguintes grupos.

a) Pentateuco (Lei):

5 livros

de Gênesis a Deuteronômio

b) Históricos

12 livros

de Josué a Ester

c) Poéticos

5 livros

de Jó a Cantares de Salomão

d) Proféticos

Profetas Maiores

Profetas Menores

 

 

5 livros

12 livros

Isaías a Daniel

Oseias a Malaquias

A divisão utilizada pelos judeus era tripartida:

a) a Lei, b) os Profetas, e, c) os Salmos ou Escritos (Lc 24.44).

O conjunto do Antigo Testamento soma os mesmos 39 livros divinamente inspirados, tanto para os judeus como para os cristãos.

  

 

CANONICIDADE DO ANTIGO TESTAMENTO

 

Três fatores basilares na avaliação de um livro canônico

 

a)    a inspiração divina, que atesta se o livro é inspirado pelo

 ESPÍRITO SANTO (Ne 9.30; Zc 7.12; 2 Pe 1.21);

 

b)   reconhecimento do povo de DEUS, que atesta se o livro era aceito como autêntico por seus primeiros leitores (Êx 24.3,7; Dn 9.2); 

 

c)    preservação pelo povo de DEUS, que atesta se o livro era

         conservado como Palavra de DEUS (Dt 31.24-26; Dn 9.2).

 

 

 

                                          OS LIVROS DO NOVO TESTAMENTO

Reconhecidos pela Igreja após a morte e ressurreição do Senhor JESUS CRISTO

                                  e estão classificados em quatro grupos principais

 

a) Evangelhos,

4 livros

Mateus, Marcos, Lucas e João

b) Histórico

1 livro

Atos dos Apóstolos

c) Epístolas

Epístolas Paulinas

Epístolas Gerais

 

 

13 cartas

Romanos a Filemom

8 cartas

Hebreus a Judas

d) Revelação

1 livro

Apocalipse

O conjunto totaliza 27 livros inspirados e autorizados que são

                                 chamados de canônicos (1 Co 2.4,13).

 

 

CANONICIDADE DO NOVO TESTAMENTO

 

Três fatores basilares na avaliação de um livro canônico

 

a) inspiração divina, que atesta se o livro é inspirado pelo ESPÍRITO SANTO (Ne 9.30; Zc 7.12; 2 Pe 1.21). A Bíblia oferece indiscutíveis provas de inspiração do Novo Testamento (1 Ts 2.13; 2 Tm 3.16; 2 Pe 1.21).

b) reconhecimento do povo de DEUS, que atesta se o livro era aceito como autêntico por seus primeiros leitores (Êx 24.3,7; Dn 9.2).

Os escritos falsos foram refutados pela Igreja (2 Ts 2.15; 2 Pe 2.1; 1 Jo 4.1).

c) preservação pelo povo de DEUS, que atesta se o livro era conservado como Palavra de DEUS (Dt 31.24-26; Dn 9.2).

Os primeiros cristãos adotaram a prática de leitura dos livros autorizados em suas reuniões e cultos (1 Ts 5.27; Cl 4.16; Ap 1.3).

Desde o começo a Igreja Primitiva reconheceu e preservou os livros canônicos, alicerçada sobre o fundamento dos Apóstolos e dos Profetas (Ef 2.20).

  

SINÓPSE I - A Bíblia divide-se em dois testamentos divinamente inspirados: o Antigo e o Novo Testamentos.

SINÓPSE II - Os livros inspirados que integram o cânon do Antigo Testamento são classificados como “Lei, Históricos, Poéticos e Proféticos”.
SINÓPSE III - Os livros inspirados que integram o cânon do Novo Testamento são classificados como “Evangelhos, Histórico, Epístolas e Revelação”.

 AUXÍLIO TEOLÓGICO TOP1

“Alguns Fatos e Particularidades da Bíblia
Antes, a Bíblia não era dividida em capítulos e versículos. A divisão em capítulos foi feita no ano de 1250, pelo cardeal Hugo de Saint Cher, abade dominicano e estudioso das Escrituras. A divisão em versículos foi feita duas vezes. O AT em 1445, pelo Rabi Nathan; o NT em 1551, por Robert Stevens, um impressor em Paris. Stevens publicou a primeira Bíblia (Vulgata Latina) dividida em capítulos e versículos em 1555. O AT tem 929 capítulos e 23.214 versículos. O NT tem 260 capítulos e 7.959 versículos. A Bíblia toda tem 1.189 capítulos e 31.173 versículos. O número de palavras e letras depende do idioma e da versão. O maior capítulo é o Salmo 119, e o menor o Salmo 117. O maior versículo está em Ester 8.9; o menor, em Êxodo 20.30. (Isso, nas versões portuguesas e com exceção da chamada ‘Tradução Brasileira’, onde o menor é Lucas 20.30). Em certas línguas, o menor é João 11.35. Os livros de Ester e Cantares não contêm a palavra DEUS, porém a presença de DEUS é evidente nos fatos neles desenrolados, mormente em Ester. Há na Bíblia 8.000 menções de DEUS sob vários nomes divinos, e 177 menções do Diabo, sob seus vários nomes” (GILBERTO, Antonio. A Bíblia através dos Séculos: A história e formação do Livro dos livros. 2.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2019, pp.28-29).


AMPLIANDO O CONHECIMENTO TOP1
Estrutura
“Adotamos o Cânon Protestante e ensinamos, pois, que a Bíblia contém somente 66 livros inspirados por DEUS, estando dividida em duas partes principais, Antigo e Novo Testamento, ambos escritos por ordem de DEUS num período de 1600 anos aproximadamente e por cerca de 40 homens [...] os quais escreveram em lugares e em épocas diferentes [...]” Amplie mais o seu conhecimento, lendo a Declaração de Fé das Assembleias de DEUS, CPAD, p.26.

 

AUXÍLIO DE EDUCAÇÃO CRISTÃ TOP3
“Implicações para o Professor Cristão
Os professores comprometidos precisam não só do conteúdo da Bíblia, como também dos métodos criativos dos professores. A Bíblia fornece exemplos de ensino individual, em grupo pequeno ou em grupo grande. Ela apresenta várias formas de palestras, sermões, análises e metodologias de perguntas e respostas. O ensino da Bíblia ocorre muitas vezes durante as refeições, em viagens de carro, ônibus, avião, em ambientes institucionais e em festas. Os que ensinam têm de estar preparados com a Palavra de DEUS na ponta da língua em todas as circunstâncias.
O ensino eficaz requer o domínio de um campo temático, aprimoradas habilidades de apresentação, preocupação relacional e o profundo desejo de ver os resultados do ensino dentro e fora de sala de aula. O caminho para dominar as lições de DEUS é permanecer alegremente em JESUS, assim como João permaneceu; é almejar e meditar na Bíblia dia e noite, assim como Davi fez (Sl 67; 73; 119; 145); é receber humildemente a correção de DEUS, assim como Moisés recebeu (Dt 32 ̶ 33) e seguir JESUS suficientemente de perto para ser coberto por seu sangue, assim como Simão de Cirene seguiu (Lc 23.26)” (LINHART, Terry. Ensinando as Próximas Gerações: O Guia Definitivo do Professor de Jovens. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2018, p.53).

 

REVISANDO O CONTEÚDO
1. Como o termo “Cânon” é empregado em teologia? Na teologia o vocábulo “cânon” é empregado como “norma” de avaliação para identificar os livros sagrados.
2. Qual é o sentido do termo “testamento”? Tem o sentido de “aliança”, “pacto” ou “concerto” de DEUS com a humanidade.
3. Classifique os livros do Antigo Testamento. O Antigo Testamento está classificado em Pentateuco (Lei), Histórico, Poéticos e Proféticos.
4. Classifique os livros do Novo Testamento. O Novo Testamento está classificado em Evangelhos, Histórico, Epístolas (paulinas e gerais) e Revelação.
5. Em que língua o Novo Testamento foi escrito? Em grego koiné.

LEITURAS PARA APROFUNDAR - Visão Panorâmica do Antigo Testamento; Questões Cruciais do Novo Testamento.

PLANO DE AULA

1. INTRODUÇÃO
Conhecer a estrutura da Bíblia é importante para manejá-la bem. Memorizar as Escrituras e amá-la não são opções excludentes. Muito pelo contrário, os antigos decoravam as Escrituras porque a amavam. Inclusive, a etimologia da palavra "decorar" tem como fonte a palavra "coração". Por isso, a importância de conhecer a estrutura do livro que amamos. Quem ama a Bíblia procura manejá-la muito bem.
2. APRESENTAÇÃO DA LIÇÃO
A) Objetivos da Lição: I) Mostrar como a Bíblia está organizada e que ela se divide em dois testamentos; II) Esclarecer como os livros do Antigo Testamento são classificados; III) Expor a classificação dos livros do Novo Testamento.
B) Motivação: "Passear" pela Bíblia com desenvoltura deve ser objetivo de todo o estudante sério das Escrituras. Saber identificar os livros e encontrá-los sem dificuldades são habilidades que não podem ser desprezadas. Por isso é nosso papel encorajar os alunos a usar habilidosamente a Bíblia.
C) Sugestão de Método: Elabore um documento em que a estrutura da Bíblia, conforme consta na presente lição, esteja presente. Distribua para os alunos, instando-os a revisarem sistematicamente durante a semana e o mês. Motive-os a treinaram a habilidade de manejar a Bíblia.
3. CONCLUSÃO DA LIÇÃO
A) Aplicação: Ao final da lição, faça perguntas aos alunos sobre os livros da Bíblia e suas respectivas classificações. Dê oportunidade para eles classificarem os livros bíblicos em classe. É uma maneira motivadora de sedimentar o conhecimento.
4. SUBSÍDIO AO PROFESSOR
A) Revista Ensinador Cristão: Vale a pena conhecer essa revista que traz reportagens, artigos, entrevistas e subsídios às Lições Bíblicas. Na edição 88, p.38, você encontrará um subsídio especial para esta lição.

B) Auxílios Especiais: Ao final do tópico, você encontrará um auxílio que dará suporte na preparação de sua aula: 1) O texto "Alguns Fatos e Particularidades da Bíblia" traz informações a respeito da estrutura moderna da Bíblia para expandir o primeiro tópico; 2) O texto "Implicações para o Professor Cristão", localizado após o terceiro tópico, tem o propósito refletir a respeito da aplicação do ensino da Bíblia no dia a dia do(a) professor(a).

 

Ajuda

Dicionário Bíblico Wycliffe - CPAD

Á Bíblia como livro - Bíblia Através dos Séculos - Pr Antônio Gilberto - CPAD

O Cânon das Escrituras - TEOLOGIA SISTEMÁTICA STANLEY M. HORTON - CPAD

A FORMAÇÃO DO CÂNON - Teologia Sistemática Pentecostal - CPAD