Responda conforme a revista da CPAD do 4º Trimestre de 2014 - Para
jovens e adultos
TEMA: A INTEGRIDADE MORAL E ESPIRITUAL - O LEGADO DO
LIVRO DE DANIEL PARA A IGREJA HOJE.
Comentário: Pr. Elienai Cabral
Complete os espaços vazios e marque com "V" as respostas verdadeiras e
com "F" as falsas.
TEXTO ÁUREO
1- Complete:
"E____________________
os meus olhos, e olhei, e vi um ____________________vestido de linho, e
os seus lombos, cingidos com ____________________ fino de Ufaz" (Dn
10.5).
VERDADE PRÁTICA
2- Complete:
DEUS ____________________ o ____________________, para
que o seu povo não fique ____________________ e confuso.
COMENTÁRIO - INTRODUÇÃO
3- Em que tempo Daniel se situava, agora, no capítulo 10?
( ) Ao estudarmos o capítulo dez,
precisamos compreender que já se haviam passado uns quatro anos desde
que Gabriel apareceu a Daniel com uma mensagem da parte de DEUS.
( ) Era o terceiro ano do reinado de
Ciro da Pérsia, e Daniel era um homem com mais de 90 anos de idade.
( ) Era o quarto ano do reinado de Ciro
da Pérsia, e Daniel era um homem com mais de 90 anos de idade.
( ) Mesmo nessa idade, não desistiu de
orar e jejuar em favor do seu povo.
( ) O capítulo dez trata da última
visão do profeta a respeito dos acontecimentos dos últimos dias.
I. UMA VISÃO CELESTIAL (10.1-3)
4- O que temos no capítulo 10 de Daniel sobre a palavra
revelada a ele?
( ) O capítulo dez tem início com a
visão que Daniel teve a respeito dos acontecimentos dos últimos dias.
( ) O capítulo dez tem início com a
visão que Daniel teve a respeito dos acontecimentos daqueles dias e só
no capítulo 12 é que conhece mais do futuro.
( ) Neste capítulo, temos apenas o
início da visão e da revelação de Daniel.
( ) DEUS é Senhor e tem o conhecimento
total e completo do futuro. Sua revelação é infalível e não deixa
nenhuma dúvida.
5- Por que podemos afirmar que Daniel era um homem de
jejum e oração?
( ) Lendo os primeiros versículos do
capítulo dez, podemos ver que Daniel estava mais uma vez se dedicando à
oração e ao jejum.
( ) Mesmo estando exilado e tendo que
servir a reis pagãos, Daniel não se descuidou de sua vida de jejum e
oração.
( ) Ele era um homem que tinha um
espírito excelente, por isso DEUS lhe revelou seus desígnios.
( ) Daniel era um homem determinado e
consciente da situação do seu povo.
( ) Talvez, por isso, tivesse por três
semanas consecutivas (21 dias), orado, jejuado e não se ungido com
unguento.
( ) Talvez, por isso, tivesse por seis
semanas consecutivas (40 dias), orado, jejuado e não se ungido com
unguento.
( ) A perseverança de Daniel em oração
fez com que os céus se abrissem.
( ) Temos um DEUS que ouve e responde
as nossas orações.
( ) Daniel não desistiu de clamar e
pedir pelo retorno do seu povo.
( ) Ele sabia o quanto DEUS é Poderoso
e que no tempo certo Ele agiria em favor dos israelitas.
( ) O tempo de DEUS não está preso às
circunstâncias históricas.
( ) No tempo devido, seus desígnios são
concretizados.
( ) Daniel, havia entendido que o plano
de DEUS para o seu povo não havia findado.
6- Qual o motivo da tristeza de Daniel?
( ) "Estive triste por três semanas
completas".
( ) "Estive triste por seis semanas
completas".
( ) Não sabemos o motivo real que
trouxe tamanha tristeza e dor ao coração de Daniel.
( ) Todavia, sabemos que ele não se
deixou abater por sua melancolia.
( ) Daniel continuou a orar e jejuar,
buscando o socorro divino.
( ) As adversidades e tristezas desta
vida não podem nos impedir de orar e prosseguir em nossa caminhada.
( ) Talvez um dos motivos da tristeza
de Daniel seja o fato de que no terceiro ano de Ciro o trabalho da
reconstrução do Templo havia sido interrompido.
II. A VISÃO DO HOMEM VESTIDO DE LINHO (10.4,5)
7- Quem era o "homem vestido de linho", visto por Daniel?
( ) A visão de Daniel é muito parecida
com a que João teve na ilha de Patmos e com a do profeta Ezequiel.
( ) Acredita-se que, assim como João e
Ezequiel, o profeta Daniel tenha visto o Senhor JESUS CRISTO.
( ) Tanto João como Daniel tiveram a
mesma reação diante de tal visão: glorificaram a DEUS.
( ) Tanto João como Daniel tiveram a
mesma reação diante de tal visão: desfaleceram.
( ) Eles não encontraram forças para
ficar de pé.
( ) Homem algum pode resistir diante da
glória do Senhor.
( ) A visão do Filho do Homem fez com
que as forças físicas de Daniel se esgotassem, todavia, o Senhor enviou
um anjo para tocar o seu profeta.
8- O que são os anjos, eles são reais?
( ) Daniel é tocado pelo anjo de DEUS e
ouve palavras de consolo. "Eis que uma mão me tocou".
( ) Os anjos são seres celestiais
reais, e sempre podemos vê-los.
( ) Os anjos são seres celestiais
reais, porém nem sempre podemos vê-los.
( ) A Palavra de DEUS declara que eles
são "espíritos ministradores, enviados para servir a favor daqueles que
hão de herdar a salvação".
( ) Alguns anjos se rebelaram contra
DEUS, cometendo um grave pecado. Estes foram expulsos do céu.
( ) O número de anjos é imenso, porém,
no livro do profeta Daniel encontramos a referência a dois anjos em
especial: Gabriel, que ajudou a Daniel a compreender as revelações
divinas e Miguel, o arcanjo, protetor de Israel.
( ) No Antigo Testamento, uma das
atribuições dos anjos era guardar o povo de DEUS.
( ) Na Bíblia os anjos também foram
utilizados como agentes na execução do julgamento divino.
9- "O príncipe do reino da Pérsia". Quem era este
príncipe?
( ) A maioria dos teólogos acredita que
este príncipe seja um anjo satânico.
( ) A maioria dos teólogos acredita que
este príncipe seja um homem de grande poder.
( ) Estes seres malignos obedecem ao
comando de seu chefe, o Diabo.
( ) Neste capítulo, eles aparecem em
oposição ao povo de DEUS.
( ) Precisamos de discernimento em
relação aos anjos, pois a Palavra de DEUS afirma que o próprio Satanás
pode disfarçar-se em anjo de luz.
III. DANIEL É CONFORTADO POR UM ANJO (10.10-12)
10- Como Daniel é confortado por um anjo (10.10-12)?
( ) Diante da visão o profeta perdeu as
suas forças.
( ) O Senhor envia um homem santo para
tocar Daniel e restaurar as suas forças físicas.
( ) O Senhor envia um anjo para tocar
Daniel e restaurar as suas forças físicas.
( ) A mão do anjo tocou o profeta e o
ergueu.
( ) Observe que Daniel, "o homem mui
desejado," ficou como morto e depois de joelhos diante do Senhor.
( ) No grande dia, como ficarão aqueles
que rejeitam e desprezam o Filho de DEUS?
11- Como foi o conflito entre o Arcanjo Miguel e o
príncipe do reino da Pérsia (10.13)?
( ) No capítulo dez do livro de Daniel,
dois príncipes das milícias satânicas são identificados: "o príncipe do
reino da Pérsia" e o "príncipe da Grécia".
( ) No capítulo dez do livro de Daniel,
três príncipes das milícias satânicas são identificados: "o príncipe do
reino da Pérsia", "príncipe da Grécia" e "o príncipe de Roma".
( ) Estes príncipes não eram homens
comuns, mas anjos satânicos.
( ) Estes anjos caídos só foram
derrotados depois que DEUS enviou Miguel, o príncipe de Israel.
( ) O anjo que falava com o profeta
explicou que o príncipe da Pérsia estava impedindo que a mensagem de
DEUS fosse entregue.
( ) O propósito de Satanás era impedir
que Daniel recebesse a revelação do Senhor.
12- Como é a hostilidade espiritual contra o povo de
DEUS?
( ) O Inimigo tenta de todas as formas
destruir Israel, todavia o Senhor tem uma aliança eterna com o seu povo.
( ) Satanás não pode impedir a bênção
de DEUS para Israel.
( ) O Inimigo também tenta de todas as
formas destruir a Igreja de CRISTO.
( ) Ele se opõe a Igreja assim como o
rei da Pérsia se opôs a Daniel e ao anjo do Senhor.
( ) Há resistência espiritual às nossas
orações e a nós.
( ) Quando oramos entramos em batalha
contra as potestades do mal.
( ) Israel tem o seu ajudador, o anjo
Gabriel.
( ) Israel tem o seu ajudador, o
arcanjo Miguel.
( ) A Igreja é guardada pelo próprio
Senhor JESUS CRISTO, aquele que venceu as forças do Inimigo ao morrer e
ressuscitar ao terceiro dia.
CONCLUSÃO
13- Complete:
Duas vezes o ____________________ de DEUS
____________________ em Daniel para que ele pudesse recobrar as suas
forças ____________________. O ____________________ de DEUS nos anima e
nos ____________________ para que possamos, como Daniel, servir ao
Senhor com temor e amor.
RESPOSTAS DO QUESTIONÁRIO EM http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/videosebdnatv.htm
Referências Bibliográficas (outras estão acima)
Bíblia de estudo - Aplicação Pessoal.
Bíblia de Estudo Almeida. Revista e
Atualizada. Barueri, SP: Sociedade Bíblica do Brasil, 2006.
Bíblia de Estudo Palavras-Chave Hebraico e
Grego. Texto bíblico Almeida Revista e Corrigida.
Bíblia de Estudo Pentecostal. Traduzida em
português por João Ferreira de Almeida, com referências e algumas
variantes. Revista e Corrigida, Edição de 1995, Flórida- EUA: CPAD,
1999.
BÍBLIA ILUMINA EM CD - BÍBLIA de Estudo NVI
EM CD - BÍBLIA Thompson EM CD.
CPAD - http://www.cpad.com.br/ -
Bíblias, CD'S, DVD'S, Livros e Revistas. BEP - Bíblia de Estudos
Pentecostal.
VÍDEOS da EBD na TV, DE LIÇÃO INCLUSIVE - http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/videosebdnatv.htm
www.ebdweb.com.br
www.escoladominical.net
www.gospelbook.net
www.portalebd.org.br/
http://estudaalicaoebd.blogspot.com.br/
-
Pb Alessandro Silva
Pr. Henrique, EBD NA TV, DONS DE CURAR, Lições Bíblicas, COMENTO REVISTAS CPAD, BETEL E CENTRAL GOSPEL, Moro em Cajamar, SP, morava em Imperatriz, MA, Pr. IEADI, estudos bíblicos, vídeos aula, gospel, ESPÍRITO SANTO, JESUS, DEUS PAI, slides, de Ervália, MG, Canal YouTube Henriquelhas, Igreja Evangélica Assembleia de Deus ministério Perus, Jordanésia, Cajamar, SP.
Lição 11 - O Homem Vestido de Linho 2 parte
Lição 11 - O Homem Vestido de Linho 2 parte
II - A VISÃO DO HOMEM VESTIDO DE LINHO (10.4,5)
1. Um “homem vestido de linho”.
O
tempo da resposta à oração de Daniel
“e no
dia vinte e quatro do primeiro mês” (10.4). Esse era o mês de Nisan
(março-abril) e Daniel cita esse dia para declarar que era o final das
três semanas que ele esteve confinado em oração e jejum. Essa data
envolvia os dias da celebração da Páscoa em Israel, que era o dia em que
DEUS havia tirado Israel da escravidão egípcia. Neste contexto de oração
e jejum, Daniel se lembra da sua vida de juventude a setenta anos atrás
quando, em Jerusalém, podia celebrar com alegria a Páscoa e, naquele
momento que estava vivendo, estava fora da sua terra. Isso tudo o levou
a um profundo sentimento de recordações e de oração pela restauração do
seu povo.
O
local da revelação divina a Daniel
“eu
estava à borda do grande rio Hidéquel” (10.4). Na verdade, o rio Hidekel
é o mesmo rio Tigre. É um rio que nasce nas montanhas da Armênia e
atravessa a planície da Mesopotâmia, por mais de 1.800 kilometros e,
depois se junta ao rio Eufrates desaguando no Golfo Pérsico. O rio Tigre
(ou Hidekel), pela sua importância geográfica foi o local onde,
literalmente, DEUS deu a grande visão dos capítulos 10,11 e 12 a Daniel.
E interessante notar que Daniel não fora arrebatado em espírito para ver
a grande visão, mas ele estava, literalmente naquele local “à borda do
rio” acompanhado de alguns homens. Estes homens não viram a visão,
apenas ficaram assustados com o ambiente e fugiram porque notaram que
estava acontecendo algo extraordinário (10.7). A Daniel foi dada a visão
e a mais ninguém. O texto do versículo 5 confirma,dizendo: “E levantei
os meus olhos, e olhei...”
A
aparição do homem vestido de linho “e eis um homem vestido de linho”
(10.5). DEUS sempre utilizou figuras de linguagem que pudessem aclarar
suas revelações. O “homem vestido de linho” que lhe aparecera era
literal, ainda que de forma magnífica e angelical. Segundo alguns
estudiosos, esse “homem” pode ser uma aparição teofânica do próprio
CRISTO, cuja descrição pode ser comparada a visão que João, o apóstolo,
teve na Ilha de Patmos (Ap 1.13-16). Ora, uma teofania significa DEUS
manifestando-se, tomando formas distintas para falar com o homem. Na
Bíblia, temos teofanias (manifestações de DEUS) e temos angelofanias
(manifestações angelicais). Geralmente, essas manifestações são com
formas humanas. No caso da experiência de Daniel, poderia ser um anjo ou
o próprio DEUS. Alguns exegetas não veem o “homem vestido de linho” como
uma teofania, mas insistem em que o personagem é o de um ser angelical.
Porém, o contexto bíblico fortalece a ideia de que seja, de fato, o
próprio DEUS manifestando-se de modo pessoal e visível como “um homem” a
Daniel.
O que
é uma teofania?
A
palavra teofania deriva de duas outras palavras na língua grega: teos
efanis que significam respectivamente “DEUS” e “aparecer” ou
(manifestar). Entende-se, portanto, teofania como “uma forma visível da
divindade”. Crê-se que a aparição daquele ser angelical como “um homem
vestido de linho” era uma teofania. O texto fortalece a ideia de que era
JESUS, a segunda Pessoa da Trindade, pelas características esplendorosas
do personagem.
As
características do homem vestido de linho.
(10.5,6) A visão estrondosa e magnífica que Daniel teve do homem vestido
de linho desafia os estudiosos da Bíblia em definir essa aparição. A
pergunta que todos fazem é: Quem era aquele homem? Seria Gabriel, o
embaixador de DEUS em outras vezes para com Daniel? Seria um anjo com
poderes especiais para cumprir um desígnio de DEUS? Seria Miguel, o
chefe das milícias de DEUS que defende os interesses de DEUS para com
Israel? Seria esse “homem vestido de linho” o CRISTO pré-encarnado, numa
teofania especial? Percebe-se que essa aparição trazia um homem com
vestes de linho, com os ombros cingidos de ouro, com um corpo semelhante
a berilo, que tinha uma cor do tipo água marinha, ou verde-mar, o rosto
como relâmpago e olhos como tochas de fogo, braços e pés como bronze
polido e sua voz era como o barulho de uma multidão (Dn 10.5,6).
Portanto, essas características o faziam um ser diferente e singular que
o identificavam com outras teofanias que aparecem na Bíblia. Entretanto,
a visão de João, o apóstolo, na Ilha de Patmos se ajusta perfeitamente
com as características desse “homem” que apareceu a Daniel. Não devemos
forçar uma interpretação, mas o contexto contribui para que creiamos que
esse “homem” especial não podia ser outro senão JESUS CRISTO, a segunda
Pessoa da Trindade. Ele estava vestido de “linho”(v. 5), um tecido
utilizado especialmente na roupagem dos sacerdotes segundo a liturgia
hebraica e significa santidade, pureza e justiça. Em Apocalipse 1.13, o
Senhor JESUS aparece em visão a João, na Ilha de Patmos, vestido de
glória e majestade, e diz que: “um semelhante ao Filho do homem, vestido
até aos pés de um roupa comprida”.
Elienai Cabral.
Integridade Moral e Espiritual. O Legado do Livro de Daniel
para a Igreja Hoje. Editora CPAD. pag. 141-143.
Dn
10.4 “... rio Hidequel. O rio que traz este nome é o mesmo que o
“Idiklart” em assírio, e, grego, “Tigre”. Era um dos rios que
assinalavam a localização do jardim do Éden (Gn 4.2,14). Nasce nas
montanhas da Armênia e corre na direção sueste, atravessando 1.834
quilômetros, via Diabehr, através da planície da Mesopotâmia, até
reunir-se ao rio Eufrates, a 64 quilômetros ao norte do Golfo Pérsico,
onde finalmente deságua. É um rio bastante largo e que serpenteia em
muitos meandros através da Babilônia, e é alimentado por tributários que
descem das colinas persas. Quando as neves se derretem, o rio enche em
março-maio e outubro-novembro. Nínive, Galá e Assur, ambas mencionadas
em Gêneses capítulo 10, fixaram-se em suas margens. Daniel confessa que,
em sua grande visão futurística, se encontrava ali, na borda desse rio.
Dn
10.5 "... um homem vestido de linho”. O que Daniel diz neste versículo e
naqueles que seguem é dito também por João a respeito de CRISTO, em Ap
1.13 e ss. Ali JESUS é visto “vestido até os pés de um vestido
comprido”. Era uma vestimenta talar, usada exclusivamente pelos
sacerdotes e juízes no desempenho de suas funções. E isso realmente, a
dupla função do Filho de DEUS, atualmente (2 Tm 4.8 e Hb 3.1). “O cinto
de ouro cingido à altura do peito era também usado pelos sacerdotes
quando ministravam no santuário; e estava à altura do peito e não nos
rins, para ajustar as vestes, de modo a facilitar os movimentos; é
símbolo de dignidade e majestade, coisas que são inerentes ao Filho de
DEUS, tanto no passado como no presente. Na Dispensação da Graça, CRISTO
é o nosso sumo sacerdote perfeito para sempre” (Hb 7.28). Porém alguns
teólogos acham que aqui, em Daniel, refere-se a um anjo e não a CRISTO
porque esse personagem não pôde vencer o “príncipe do reino da Pérsia”
sem o auxílio do arcanjo Miguel (v. 13). Seja como for, um elevado
poder, uma autoridade celestial, está em foco!
Dn
10.6: O presente versículo reúne vários elementos descritos em Ap 1.14 a
16, aplicados à pessoa de CRISTO. Em Ap 4.3 há uma visão similar, mas é
evidente que, ali, é a pessoa do Pai que está em foco. Ele está
“assentado”, porquanto assumiu a posição de autoridade, como um Rei, o
qual se “assenta em um trono”, enquanto que seus ministros estão “à sua
mão direita e à sua esquerda”. O profeta Ezequiel, outro profeta do
cativeiro babilônico, viu a aparência de DEUS (Ez 1.26-28) junto ao rio
Quebar, quando se encontrava em estado de êxtase. Outras passagens das
Escrituras falam em profundidade sobre a “forma de DEUS”. Na presente
passagem, porém, deve ser um ser celestial que está em foco, como uma
figura expressiva daquele que havia de vir ao mundo. (Comp. Ez cap. 9).
Severino Pedro da Silva.
Daniel vercículo por vercículo. Editora CPAD. pag.
187-188.
Recebe
especial visitação do céu (Dn 10.4-12)
Calvino, Osvaldo Litz e Ronald Wallace entendem que a descrição é mesmo
de um anjo, sobretudo, porque no versículo 13 há resistência em relação
a esse anjo, e ele precisa de reforço espiritual. As descrições do anjo
são magníficas e muito parecidas com a aparição gloriosa de JESUS a
João, na ilha de Patmos: sua vestimenta (v. 5); seu corpo (v. 6); seu
rosto (v. 6); seus olhos (v. 6); seus braços (v. 6); seus pés (v. 6) e
sua voz (v. 6).
Daniel, diante do esplendor do anjo, reage de três formas diferentes (v.
7-12). Em primeiro lugar, ele tem claro discernimento (v. 7). Apenas
Daniel conseguiu discernir a voz do anjo. Os outros ouviram, temeram e
fugiram, mas apenas Daniel compreendeu. Foi assim também com Saulo de
Tarso no caminho de Damasco (At 9.7; 22.9). Apenas aqueles que vivem na
intimidade de DEUS discernem a voz de DEUS. Houve uma irresistível
percepção do céu na terra. Ao fugirem os demais, Daniel ficou sozinho
perante o anjo do Senhor.
Em
segundo lugar, ele passou por profundo quebrantamento (v. 8). Quando
Daniel ficou sozinho diante do ser celestial, seu corpo enfraqueceu.
Daniel cai prostrado diante do fulgor do anjo. Diante da manifestação da
glória de DEUS os homens se prostram e se humilham. A glória de DEUS é
demais para o frágil ser humano suportar.
Em
terceiro lugar, Daniel experimentou gloriosa consolação (v. 12). O
Daniel que está prostrado ouve, agora, palavras doces e encorajadoras.
Ouve que é amado no céu (v. 11). Toma conhecimento que suas orações
foram ouvidas (v. 12). Ouve que o que é ligado na terra é ligado no céu.
Ouve que DEUS aciona Seus anjos para atender Seus filhos quando esses se
Poe de joelhos em oração (v. 12b). Por isso, Daniel não deve ter medo
(v. 12).
LOPES.
Hernandes Dias.
DANIEL Um homem amado no céu. Editora Hagnos. pag. 129-130.
Uma
descrição da gloriosa pessoa que Daniel viu na sua visão e que, como em
geral acreditam, não podia ser outra a não ser o próprio CRISTO, o Verbo
eterno. Daniel estava ao lado do rio Hidéquel (v. 4), provavelmente
caminhando por ali, não por diversão, mas por devoção e contemplação,
como Isaque caminhou pelos campos a fim de meditar. E, como era uma
pessoa distinta, os servos que o atendiam mantinham certa distância.
Nesse lugar ele olhou para cima e viu um homem, CRISTO JESUS. Entende-se
que era Ele, pois tinha a mesma aparência Daquele que apareceu ao
apóstolo João na ilha de Patmos (Ap 1.13-15). As suas vestes eram
sacerdotais, pois sendo o Sumo Sacerdote da nossa profissão de fé, Ele
estava vestido de linho, e como o próprio sumo sacerdote se vestia no
dia da expiação, os seus lombos estavam cobertos (na visão de João, o
peito estava coberto) com um cinto do mais fino ouro, igual ao de Ufaz.
Pois tudo o que se relaciona a CRISTO deve ser o melhor que existir. O
cinto ao redor dos lombos significa a prontidão e a diligência dele em
relação ao seu trabalho, na qualidade de servo de DEUS Pai, na obra da
nossa redenção. A sua aparência era amável e o seu corpo como o berilo,
uma pedra preciosa que tem a cor do céu. O seu semblante era terrível,
suficiente para inspirar terror
nos espectadores,
pois o seu rosto tinha a aparência de um relâmpago. O brilho dos seus
olhos trazia a sensação de beleza e ameaça. Eram brilhantes e luminosos
como tochas de fogo. Os seus braços e pés brilhavam como o bronze polido
(v. 6). A sua voz era alta, forte, e muito penetrante, como a voz de uma
multidão.
HENRY.
Matthew.
Comentário Matthew Henry Antigo Testamento Isaías a Malaquias.
Editora CPAD. pag. 890-891.
2. “Eis que uma mão me tocou”.
“me
tocou os lábios” (10.16). Daniel tinha caído por terra por não ter tido
condições físicas e emocionais de suportar toda aquela revelação. Ficou
sem fala, mas ao ser tocado nos lábios, abriu a boca e começou a falar,
à semelhança do que aconteceu com o profeta Isaías (Is 6.7). Quando
somos tocados pelo Senhor, a sua santidade produz em nós um sentimento
de indignidade e impureza perante os seus olhos. Ao ser tocado nos
lábios, Daniel, antes emudecido diante da visão, começou a falar.
"Como
pois pode o servo deste meu Senhor falar com aquele meu Senhor”?
(10.17). Dois personagens se destacam nesta experiência, o anjo que
falava com ele e o Ser superior a quem Ele entendeu que não tinha
condições de estar de pé diante dEle. Quem era aquele “Senhor”? O
contexto da escritura indica Alguém que era mais que um ser angelical.
Não poderia ser o Senhor JESUS CRISTO? Não podemos especular sobre isso,
mas não há dificuldade alguma para entender a possibilidade de ser o
Senhor JESUS, pré-encarnado, numa aparição especial. Na transfiguração
de JESUS diante de seus três discípulos, Moisés e Elias viram a glória
de DEUS na pessoa de JESUS CRISTO, seu Filho amado (Êx 33.19; Lc
9.28-31).
(10.18,19) Daniel foi confortado pelo anjo. Daniel descobriu que os
opositores da obra em Jerusalém, não eram apenas os samaritanos e
palestinos que se opunham contra tudo, mas tinha por trás de toda essa
oposição, a ação de demônios. Mas Daniel é confortado pelo anjo quando
lhe diz que “era muito amado” por DEUS.
(10.20) O anjo revela a Daniel que “o príncipe da Grécia” na figura de
um dos espíritos satânicos também se levantaria para se opor ao povo de
DEUS num tempo bem próximo daquele que ele, Daniel, estava vivendo. A
revelação foi feita ainda dentro do período do Império Medo-persa, mas
logo passaria, e outro império haveria de surgir, suplantando o
medo-persa, que era o Império Grego. Aquele anjo embaixador de DEUS
anunciou a Daniel que ele enfrentaria as milícias espirituais com o
apoio de Miguel, o príncipe de DEUS a favor de Israel.
A
grande lição que aprendemos com este capítulo é que no mundo temos uma
guerra espiritual sobre as nossas cabeças.Trata- se de uma guerra
invisível, mas temos a promessa da vitória porque DEUS cumpre a sua
Palavra.
Elienai Cabral.
Integridade Moral e Espiritual. O Legado do Livro de Daniel
para a Igreja Hoje. Editora CPAD. pag. 147-148.
ANJO
(hebraico
maUak e grego aggelos, "agente," "mensageiro").
Natureza e Hierarquia dos Anjos
Os
anjos são uma ordem sobrenatural de seres celestiais criados
separadamente por DEUS antes da criação do mundo (cf. Jó 38.6,7) e
chamados de espíritos (Hb 1.4,14). Embora sem organismo corpóreo,
foi-lhes permitido aparecer frequentemente na forma de homem (Gn
19.1,5,15; At 1.11). As Escrituras os descrevem como seres pessoais,
mais elevados que a raça humana (SI 8.4,5) e não meras personificações.
Eles não são seres humanos glorificados (1 Co 6.3; Hb 1.14). Possuem
mais do que conhecimento humano, mas ainda assim não são oniscientes (2
Sm 14.20; 19.27; Mt 24.36; 1 Pe 1.12). São mais fortes que os homens,
mas não são onipotentes (SI 103.20; 2 Pe 2.11; 2 Ts 1.7). Também não são
onipresentes (Dn 10.12-14). Às vezes são capacitados para realizar
milagres (Gn 19.10-11). O NT revela que existem grandes multidões de
anjos no céu (Mt 26.53; Hb 12.22; Ap 5.11). Os anjos têm,
individualmente, diferentes capacitações e hierarquias (veja Querubim;
Serafim), e são altamente organizados (Rm 8.38; Ef 1.21; 3.10; Cl 1.16).
Dois dos anjos mais importantes são Gabriel (Dn 8.16; 9.21; Lc 1.19,26)
e Miguel, o arcanjo (Dn 10.13,21; 12.1; Judas 9; Ap 12.7). Satanás era
um dos querubins e era chamado "querubim ungido para proteger" (Ez
28.14). Portanto, ele era um dos mais elevados bem como um dos mais
dotados dentre as hostes celestiais (Ez 28.13-15) até que caiu.
O
Ministério dos Anjos
O
trabalho dos anjos é variado. Seu principal papel no NT é o de
mensageiros ou porta-vozes divinos. Um anjo falou com Zacarias (Lc
1.11-20), com Maria (Lc 1.26-38), com José (Mt 1.20-24; 2.13,19), com os
pastores de ovelhas (Lc 2.9-15), com Cornélio (At 10.3,6,22), com Paulo
(At 27.23), e com João no Apocalipse. Anjos proclamam juízos divinos por
todo o Apocalipse. Os santos anjos permanecem na presença de DEUS e o
adoram (Mt 18.10; Hb 1.6; Ap 5.11,12). Eles ministram aos santos (Hb
1.14) dando assistência, proteção e livramento (Gn 19.11; SI 91.11; Dn
3.28; 6.22; At 5.19); guiam-nos (At 8.26; 12.7-10); às vezes, trazem
encorajamento (Dn 9.21; At 27.23,24); interpretam a vontade de DEUS (Dn
7.16; 10.5,11; Zc 1.9ss) e a executam com relação tanto aos indivíduos
quanto às nações (Gn 19.12-16; 2 Sm 24.16). Nesta qualidade os anjos de
DEUS são frequentemente chamados de "anjos da guarda," e alguns crêem
que cada um deles é designado para assistir a um crente e representá-lo
no céu (At 12.15; SI 34.7; Mt 18.10).
Os
seis homens de Ezequiel 9.1-7 eram aparentemente executores divinos.
Anjos levaram o mendigo Lázaro para o seio de Abraão (Lc 16.22). Eles
são instrumentos de DEUS para punir seus inimigos (2 Rs 19.35; At 12.23)
e punir até mesmo o seu próprio povo (2 Sm 24.16). Um de seus grandes
privilégios é mostrar as características do céu aos remidos (Ap
21.9-22.6), por cuja conversão eles se regozijaram (Lc 15.10). Os anjos
tiveram uma grande participação na vida de CRISTO, aparecendo tanto
antes quanto após o seu nascimento (Mt 1.20; Lc 1.30; 2.9,13), para
fortalecê-lo após a sua tentação (Mt 4.11) e no jardim do Getsêmani (Lc
22.43). Um anjo rolou a pedra em sua ressurreição (Mt 28.2-7), e dois
apareceram e confirmaram seu retorno em sua ascensão (At 1.11). O Senhor
JESUS poderia ter solicitado a seu Pai 12 legiões de anjos para livrá-lo
de seus inimigos (Mt 26.52).
Anjos Caídos
Os
anjos malignos, dos quais Satanás é o príncipe (Jo 12.31; 14.30; Ef 2.2;
cf. 6.12), se opõem aos bons (Dn 10.13), perturbam o bem-estar do homem
às vezes adquirindo o controle que DEUS tem sobre as forças da natureza
(Jó 1.12-19) e as doenças (Jó 2.4-7; cf. Lc 13.16; At 10.38). Eles
tentam o homem para pecar (Gn 3.1-7; Mt 4.3; Jo 13.27; 1 Pe 5.8) e
espalham falsas doutrinas (1 Rs 22.21-23; 2 Co 11.13,14; 2 Ts 2.2; 1 Tm
4.1). No entanto, sua liberdade para tentar e testar o homem está
sujeita à vontade permissiva de DEUS (Jó 1.12; 2.6).
Embora
eles ainda tenham a sua habitação no céu e, às vezes, tenham acesso ao
próprio trono de DEUS (Jó 1.6), serão lançados à terra por Miguel e seus
anjos antes da Grande Tribulação (Ap 12.7-9), e finalmente serão
lançados no lago de fogo e enxofre "preparado para o diabo e seus anjos"
(Mt 25.41). Os anjos, como seres criados separadamente, não se casam nem
se dão em casamento (Mt 22.30; Lc 20.36). Em contraste, os homens são
todos participantes da raça humana e descenderam do primeiro casal, Adão
e Eva. DEUS, portanto, não pode lidar com os anjos através de um
representante e, sendo assim, os anjos caídos não podem ser remidos por
um comandante federal como o homem (por exemplo, "em Adão" e "em
CRISTO", Rm 5.12ss.; 1 Co 15.22). Com que base DEUS, então, separou os
santos anjos (Mt 25.31; Mc 8.38) daqueles que pecaram (2 Pe 2.4; cf.
Judas 6)? Com base em sua obediência, amor e lealdade a Ele. Aqueles que
seguiram a Lúcifer em sua rebelião contra DEUS (Is 14.12-17; Ez
28.12-19) desse modo pecaram e caíram. Alguns destes foram colocados em
cadeias eternas (Judas 6), mas os outros ainda estão livres e ativos e
são chamados de demônios. Aqueles anjos que continuaram firmes em amor,
lealdade e obediência a DEUS foram confirmados em um caráter de justiça.
Assim, os anjos podiam pecar ou permanecer puros até serem totalmente
testados e confirmados em justiça. Uma vez que DEUS é imutável, nós
aprendemos disto que Adão e Eva da mesma forma poderiam ter amado a
DEUS, permanecido leais a Ele, e lhe obedecido e sido confirmados em
justiça; ou se rebelado e pecado, como fizeram, e se perderem. A grande
diferença entre os anjos caídos e o homem é que, enquanto o homem pode
ser salvo através de um representante substituto, ou seja, CRISTO,
tomando-o como Salvador e vindo sob seu comando total, os anjos caídos
não podem. CRISTO teria que morrer uma vez para que cada anjo perdido e
separado fosse salvo.
ANJO DO SENHOR.
Discute-se se o anjo do Senhor (Gn 16.7-14; 22.11,14,15; Êx. 3.2; Jz
2.1,4; 5.23; 6.11-24; 13.3) ou anjo de DEUS (Gn 21.17-19; 31.11-13) é um
dos anjos ou a aparição do próprio DEUS. O fato de que o anjo fala, não
meramente em nome de DEUS, mas como DEUS, na primeira pessoa do
singular, não deixa dúvida de que o anjo do Senhor é uma teofania - uma
automanifestação de DEUS (Gn 17.7ss.; 22.llss.; 31.13). O anjo
identifica-se com DEUS e reivindica exercer as prerrogativas de DEUS. Às
vezes ele é distinguido de DEUS (2 Sm 24.16; Zc 1.12s.). Contudo, quando
distinguido, a identidade como Divindade permanece (cf. Zc 3.Is.; 12.8).
Portanto, qualquer distinção entre o anjo e o Senhor é apenas uma
distinção entre o Senhor invisível e o Senhor manifestado. Uma vez que o
anjo do Senhor para de aparecer depois da encarnação de CRISTO, é
frequentemente inferido que o anjo é, no AT, uma aparição pré-encarnada
da Segunda Pessoa da Trindade.
PFEIFFER .Charles F.
Dicionário Bíblico Wycliffe. Editora CPAD. pag. 138-139.
ANJOS.
Distribuição das tarefas.
Em geral, o trabalho dos anjos é executar a vontade universal de DEUS no
céu e na terra. Eles louvam, reverenciam e obedecem a DEUS. Promovem a
bondade divina e são mediadores do amor e do beneplácito de DEUS para
com o homem. Quanto à relação deles com os homens, o livro de Hebreus
declara sucintamente: “Não são todos eles espíritos ministradores,
enviados para serviço a favor dos que hão de herdar a salvação?” (Hb
1.14). O serviço dos anjos apresenta-se numa ampla distribuição de
tarefas, observando-se as seguintes categorias.
A-
Anunciar e preanunciar.
Os anjos anunciaram com antecedência os nascimentos de alguns servos de
DEUS especiais. Um anjo preanunciou a Abraão e Sara a concepção e o
nascimento do filho deles, Isaque (Gn 18.9ss.). Semelhantemente, um anjo
predisse o nascimento de Sansão aos seus pais, Manoá e sua esposa (Jz
13.2-24). Gabriel anunciou o nascimento de João Batista ao seu pai
Zacarias, antes que a esposa deste, Isabel, ficasse grávida; anunciou
também o nascimento de JESUS a Maria, antes que ela engravidasse (Lc
1.13,30). Na noite do nascimento de JESUS, o momento glorioso foi
anunciado por um anjo aos pastores, imediatamente unindo-se a ele um
coro de anjos que louvaram a DEUS e abençoaram os homens (Lc 2.8-15).
Os
anjos não somente anunciam eventos de bênção, mas, em certas ocasiões,
predisseram aos justos perigos iminentes ou desastres ameaçadores.
Abraão e Ló foram avisados por anjos sobre a destruição de Sodoma e
Gomorra (Gn 18.16—19.29). José foi alertado por um anjo: “Dispõe-te,
toma o menino e sua mãe, foge para o Egito e permanece lá até que eu te
avise; porque Herodes há de procurar o menino para o matar” (Mt 2.13).
Gabriel revelou acontecimentos futuros envolvendo o juízo de DEUS ao
profeta Daniel: “Eis que te farei saber o que há de acontecer no último
tempo da ira, porque esta visão se refere ao tempo determinado do fim”
(Dn 8.19). De forma similar, um anjo revelou a João, na ilha de Patmos,
num caleidoscópio de visões, algumas cenas escatológicas incluindo a
Ressurreição, o Juízo Final e a Nova Jerusalém (Ap 1—22).
B-
Guiar e instruir.
Desde o dia em que Abraão saiu de sua casa em Ur dos Caldeus até que
Josué estabeleceu as tribos de Israel em Canaã, há uma clara implicação
de que o povo escolhido era divinamente liderado. Sempre e em todos os
estágios da peregrinação nômade dos patriarcas, a descida para o Egito e
a jornada pelo deserto até a Terra Prometida, parecia sempre haver um
anjo por perto, visível, ou invisível. Repetidamente Abraão conversou
com anjos; quando ele enviou seu servo Eliezer à Mesopotâmia para
procurar uma esposa para Isaque, assegurou-lhe: “O Senhor, DEUS do céu,
que me tirou da casa de meu pai e de minha terra natal, e que me falou,
e jurou, dizendo: A tua descendência darei esta terra, ele enviará o seu
anjo, que te há de preceder, e tomarás de lá esposa para meu filho” (Gn
24.7,40). Tempos depois, quando Jacó estava, ele próprio, numa missão
similar, teve um sonho maravilhoso de anjos subindo e descendo por uma
escada que ia da terra até o céu; o Senhor lhe apareceu e lhe assegurou:
“Eis que eu estou contigo, e te guardarei por onde quer que fores, e te
farei voltar a esta terra, porque te não desampararei, até cumprir eu
aquilo que te hei referido” (Gn 28.12-15). Quando Moisés liderou os
israelitas para fora do Egito, “o Anjo de DEUS, que ia adiante do
exército de Israel, se retirou e passou para trás deles” (Ex 14.19).
Subsequentemente, Moisés confortou os israelitas com a promessa divina:
“Eis que eu envio um Anjo adiante de ti, para que te guarde pelo caminho
e te leve ao lugar que tenho preparado” (Ex 23.20). Ele reforçou esta
promessa lembrando que o Senhor “enviou o Anjo e nos tirou do Egito” (Nm
20.16). Direção e instrução eram funções análogas, muitas vezes
combinadas na mesma missão angelical. A instrução mais abrangente no AT
foi a lei recebida por Moisés de um anjo no Monte Sinai. Quando estava
sendo julgado diante do Sinédrio, Estevão mencionou, em seu resumo da
história de Israel, “o anjo que falou com [Moisés] no Monte Sinai”, a
seguir, responsabilizou os líderes dizendo: “Vós que recebestes a lei
por ministério de anjos e não a guardastes” (At 7.38,53). Paulo afirmou
que a lei foi “promulgada por meio de anjos, pela mão de um mediador”
(G1 3.19). Eliú visualizou “uma teu respeito, para que te guardem em
todos os teus caminhos” (Sl 91.11). O anjo que falou com Daniel disse
que fora o anjo guardião de Dario. Afirmou também que Miguel era o anjo
guardião de Daniel, provavelmente no sentido mais amplo de guardião dos
judeus, e que ele e Miguel tinham lutado contra o príncipe (anjo) da
Pérsia e que, mais tarde, o príncipe da Grécia viria (Dn 10.13—11.1).
Obviamente, então, nações e cidades, bem como indivíduos, têm anjos da
guarda. Poderíamos incluir também igrejas, como vemos nos sete anjos das
sete igrejas da Ásia Menor (Ap 2—3).
C-
Na guarda do povo de DEUS,
às vezes, os anjos se engajavam em ações militantes contra seus
inimigos. “O destruidor”, o anjo da morte, destruiu os primogênitos
egípcios para forçar a libertação dos israelitas da escravidão (Êx
12.23,29). Quando o exército de Senaqueribe ameaçou destruir Jerusalém,
nos dias do rei Ezequias e do profeta Isaías, “naquela mesma noite, saiu
o Anjo do Senhor e feriu, no arraial dos assírios, cento e oitenta e
cinco mil” (2Rs 19.35). O comentário mais esclarecedor e confortador
sobre a guarda dos anjos foi feito pelo próprio JESUS, por ocasião de
sua prisão no Jardim do Getsêmani. Pedro acabara de tentar defender o
mestre, desembainhando sua espada com uma certa eficácia, quando JESUS o
desarmou e pronunciou palavras impressionantes de confiança: “Acaso,
pensas que não posso rogar a meu Pai, e ele me mandaria neste momento
mais de doze legiões de anjos?” (Mt 26.53).
D-
Ministrar os necessitados.
Todo serviço angélico prestado ao homem é ministrado para suas
necessidades, de alguma forma. Os anjos são mediadores do amor e da boa
vontade de DEUS para com o homem, e sua missão é sempre benevolente,
seja imediatamente ou em seu objetivo final. Como já vimos, anjos
ministraram a Abraão, Isaque e Jacó em tempos de necessidade premente. O
serviço angélico não se restringia aos homens de honra e de posição, mas
estendeu-se em gentil compaixão ao prestar a ajuda necessária a uma
jovem escrava, Hagar e seu pequeno filho, Ismael, quando ambos estavam
com a vida ameaçada pela sede e pela fome no deserto (Gn 21.17ss.).
Quando os israelitas sofriam no Egito, sob a severa opressão do chicote
dos feitores e pareciam sem esperança na escravidão, o anjo do Senhor
apareceu a Moisés e disse: “Certamente, vi a aflição do meu povo, que
está no Egito, e ouvi o seu clamor por causa dos seus exatores.
Conheço-lhe o sofrimento; por isso, desci a fim de livrá-lo” (Êx
3.7ss.). Quando Elias, sentindo exaustão, medo e solidão, pegou no sono
sob um zimbro no deserto, um ser celeste ministrou suas necessidades. Um
anjo o acordou e lhe serviu um bolo quente e uma vasilha de água,
proporcionando-lhe as forças para a longa jornada que tinha pela frente
(l Rs 19.5-7). Depois que JESUS passou quarenta dias no deserto,
ameaçado por animais selvagens, enfraquecido pelo jejum e tentado pelo
diabo, “os anjos o serviam” (Mc 1.13). Na sua agonia, solidão e tristeza
no Getsêmani, “então lhe apareceu um anjo do céu que o confortava” (Lc
22.43). Depois que JESUS foi colocado no túmulo (após a crucificação),
“um anjo do Senhor desceu do céu, chegou-se, removeu a pedra e assentou-
se sobre ela” (Mt 28.2). Pedro foi libertado das correntes e da prisão
por um anjo, da mesma maneira que, pouco antes, “de noite, um anjo do
Senhor abriu as portas do cárcere e, conduzindo- os para fora, lhes
disse: Ide e, apresentando-vos no templo, dizei ao povo todas as
palavras desta Vida” (At 5.19; 12.6-11).
E-
Assistir no julgamento.
Finalmente, anjos auxiliam no julgamento de DEUS. Há um número
suficiente de exemplos, registrados para mostrar que isso está
continuamente ocorrendo na história humana. Alguns notáveis exemplos já
foram mencionados. Outro exemplo impressionante deste ponto é a morte de
Herodes Agripa: “No mesmo instante, um anjo do Senhor o feriu, por ele
não haver dado glória a DEUS; e, comido de vermes, expirou” (At 12.23).
Alguns exemplos do papel dos anjos nos julgamentos divinos são mostrados
nas visões de João em Patmos. Um anjo com grande autoridade e magnífico
esplendor proclamou a queda de Roma, enquanto que um anjo poderoso
lançou uma enorme pedra no mar, simbolizando o mesmo evento (Ap
18.1,21). No final da guerra na qual CRISTO e seus exércitos celestes
derrotaram a besta e suas hostes, um anjo ficou em pé no sol e invocou
aves de rapina para comerem os cadáveres dos inimigos de DEUS, que foram
destruídos no conflito (Ap 19.17s.). Outro anjo amarrou Satanás e o
atirou no abismo (20.1-3). JESUS disse a Natanael que, aquilo que Jacó
viu numa visão, ele veria na realidade no seu ministério: “Em verdade,
em verdade vos digo que vereis o céu aberto e os anjos de DEUS subindo e
descendo sobre o Filho do Homem” (Jo 1.51). Posteriormente, JESUS
declarou à sua audiência: “Qualquer que de mim e das minhas palavras se
envergonhar, dele se envergonhará o Filho do Homem, quando vier na sua
glória e na do Pai e dos santos anjos” (Lc 9.26). Ele disse também:
“Todo aquele que me confessar diante dos homens, também o Filho do Homem
o confessará diante dos anjos de DEUS; mas o que me negar diante dos
homens será negado diante dos anjos de DEUS” (12.8,9). Além disso, JESUS
disse que os anjos o assistiriam em sua Segunda Vinda: “Quando vier o
Filho do Homem na sua majestade e todos os anjos com ele, então, se
assentará no trono da sua glória” e julgará todas as nações (Mt 25.31).
Quando ele vier, “ele enviará os seus anjos, com grande clangor de
trombeta, os quais reunirão os seus escolhidos, dos quatro ventos, de
uma a outra extremidade dos céus” (24.31; cp. Mc 13.27). Sem dúvida a
função principal dos anjos, na era vindoura, será louvar a DEUS
continuamente (Ap 19.1-3; Lc 2.13).
MERRILL C. TENNEY.
Enciclopédia da Bíblia. Editora Cultura Cristã. Vol. 1. pag.
310-314.
3. “O príncipe do reino da Pérsia”.
“o
príncipe do reino da Pérsia” e “o príncipe do reino da Grécia”.
(10.13,20). Subtende-se que Satanás designou dois dos seus anjos para
influenciarem os reis da Pérsia e da Grécia e colocá-los contra o povo
de DEUS, Israel. No contexto do conflito no céu do capítulo 10, essas
figuras procuraram impedir e resistir ao anjo Gabriel, mensageiro de
DEUS que tinha a resposta à oração de Daniel. DEUS enviou o arcanjo
Miguel, defensor dos interesses divinos para com Israel, a fim de
possibilitar o cumprimento da missão do anjo Gabriel. Satanás tem sua
própria organização angelical e esse texto indica que ele estabelece
categorias de comandos. No caso do texto de Dn 10.13,20, Satanás incumbe
anjos perversos com poder delegado para agir contra as nações do mundo.
São espíritos que assumem territórios, e alguns teólogos, interpretam
esta ação demoníaca como ação de “espíritos territoriais”, que exploram
culturas e crendices para aprisionar mentes e corações contra a
possibilidade de conhecerem o DEUS Verdadeiro. Segundo Paulo, esses
espíritos atuam nas regiões celestiais para resistirem e criarem
obstáculos à obra de DEUS e à realização da sua vontade.
Elienai Cabral.
Integridade Moral e Espiritual. O Legado do Livro de Daniel
para a Igreja Hoje. Editora CPAD. pag. 145.
O
Príncipe da Paz e os príncipes terrenos (10.2—11.1). Mais uma palavra
confortadora vem da experiência de Daniel. O Senhor que cuida, presta
atenção às nossas orações. Três semanas Daniel esteve orando em santo
desespero. Porventura DEUS o tinha ouvido? O Ser resplandecente fala:
Não temas, Daniel, porque, desde o primeiro dia [...] são ouvidas as
tuas palavras; e eu vim por causa das tuas palavras (12).
Enquanto João viu o Filho do Homem no meio do castiçal, no âmbito da
Igreja, Daniel viu o “homem vestido de linho” no meio de uma batalha com
governos terrenos. O mesmo CRISTO eterno, que veio para ser revelado à
Igreja e por meio dela, também tem se preocupado com o curso da história
humana.
Não
sabemos exatamente o que significavam as três semanas de luta com o
príncipe do reino da Pérsia (13) e qual foi a possível conseqüência
dessa luta. Deve ter sido difícil e intensa para que Miguel viesse
ajudá-lo. A maioria dos intérpretes entende que príncipe (sar) usado
nesse texto refere-se a seres sobrenaturais que tinham uma influência
importante sobre as nações. Visto que o príncipe dos persas bem como o
príncipe da Grécia (20) estavam em conflito com o Ser glorioso e seu
ajudante, Miguel, parece evidente que pelo menos alguns desses não são
anjos.
Uma
das responsabilidades especiais do arcanjo Miguel é o bem-estar do povo
de Israel. Chamado em 10.13 como um dos primeiros príncipes, ele é
conhecido em 10.21 como Miguel, vosso príncipe. Judas 9 nos relata que
foi “o arcanjo Miguel” que “contendia com o diabo e disputava a respeito
do corpo de Moisés”. Novamente João nos conta que Miguel e suas hostes
celestiais batalharão contra o dragão e o expulsarão das regiões
celestiais (Ap 12.7-9). Esse príncipe, um dos príncipes mais elevados do
céu, sujeito ao Redentor de Israel, tem um importante papel sobre o
destino de Israel. Daniel o viu nessa ocasião como “alguém que parecia
um homem mortal” (16, Moffatt).
Além
de o Anjo de Javé revelar uma batalha que trava pela vontade e as
decisões de Ciro e antever um conflito com o príncipe da Grécia (20),
Ele revela que no primeiro ano de Dario, rei dos medos, Ele levantou-se
para animar e fortalecer Daniel (11.1). Dessa forma, o Príncipe da Paz
luta com os príncipes da terra para alcançar seus propósitos.
Roy E.
Swim.
Comentário Bíblico Beacon. Daniel. Editora CPAD. Vol. 4. pag. 540.
Dn
10.13 — O príncipe do reino da Pérsia não pode ser um governante humano,
pois o conflito a que esse versículo faz menção é espiritual. A alusão a
Miguel garante isso. Logo, o príncipe deve ser entendido como uma figura
satânica que supervisionaria os negócios da Pérsia, inspirando as suas
estruturas religiosa, social e política para o mal. Paulo refere-se a
principados, poderes, príncipes das trevas deste século, bem como a
hostes espirituais da maldade, nos lugares celestiais (Ef 6.12). O homem
(anjo) aqui diz que foi retido por vinte e um dias, o mesmo tempo que
Daniel levou em oração e jejum (v. 2,3). O ímpio príncipe da Pérsia
buscou deter o homem (anjo) para que Daniel não pudesse ouvir mais das
revelações de DEUS (v. 12,14).
EarI D. Radmacher: Ronald B. Allen: H. Wayne House.
O Novo Comentário Bíblico
Antigo
Testamento
com recursos adicionais.
Editora Central Gospel. pag. 1290.
III - DANIEL É CONFORTADO POR UM ANJO (10.10-12)
1. Daniel é confortado por um anjo (10.10-12).
A
visão provocou um efeito extraordinário em Daniel. Ele não teve forças
físicas para se manter em pé e caiu adormecido pela glória do “homem
vestido de linho”. A mesma experiência que João teve na Ilha de Patmos
com a visão do CRISTO glorificado (Ap 1.17,18) foi experimentada por
Daniel junto ao rio Hidekel, ou seja, o rio Tigre. Daniel reergueu-se de
seu desmaio e foi confortado por um anjo da parte de DEUS depois da
grande peleja que houve no céu entre os comandados de Satanás e os anjos
de DEUS, naqueles 21 dias de oração do grande servo de DEUS. O anjo
falou-lhe que era muito amado (10.12) por DEUS.
Serviços prestados pelos anjos
Existem opiniões de que o ser espiritual do versículo 5 é o mesmo que
fala com Daniel nos versículos 10-12. Outros entendem que são dois seres
angelicais. O primeiro ser angelical do v. 5 é uma teofania, ou seja,
uma aparição especial de DEUS a Daniel. O segundo ser angelical dos w.
10-12 é visto como um anjo com poderes delegados por DEUS para consolar
o coração de Daniel e lhe revelar acerca do conflito angelical nos céus
por causa da oração de Daniel.
Dn
10.10: “E eis que uma mão me tocou, e fez que me movesse sobre os meus
joelhos e sobre as palmas das minhas mãos”.
Daniel, o profeta da corte babilônica, teve a mesma experiência que
João, o apóstolo do amor, teria muitos anos depois, na “ilha de Patmos”,
quando teve uma visão do CRISTO glorificado (Ap 1.17). Há diversos
exemplos nas Escrituras, como já focalizamos, de homens que ficaram sem
forças ao lhe aparecerem anjos, porém, este caso é muito evidente.
Daniel tinha aplicado o seu coração a entender, conforme está explícito
no versículo 12 do presente capítulo, um problema concernente ao seu
povo. (Confronte o versículo 1 com o versículo 14). Ficou sem forças,
não só porque teve aquela grande visão, mas sobretudo, por causa do
aparecimento da grandeza do panorama celestial, dos grandes
acontecimentos do porvir. Eles tinham relações marcantes com a nação
judaica, e Daniel era um dos integrantes dela.
Dn
10.11: “Eme disse: Daniel, homem mui desejado, está a tento às palavras
que te vou dizer, e levanta-te sobre os teus pés; porque eis que te sou
enviado. E, falando ele comigo esta palavra, eu estava tremendo”.
“Homem
mui desejado”. Alguns teólogos acham que o personagem desta visão não é
CRISTO, baseados no versículo 13 do capítulo em foco. Mas, para nós
(nosso ponto de vista), é que de fato a pessoa de CRISTO é quem está em
foco aqui. “A vestimenta de linho fino, a veste celeste, os lombos
cingidos de ouro puro, o seu corpo luzente como berilo, o rosto como um
relâmpago, os olhos como tochas de fogo, os braços e os pés luzentes e
como se fossem de bronze polido, e a voz como a voz de muitas águas, são
características inerentes ao Filho de DEUS”. (Comparar Ap caps. 1 e 10).
Diante de tal majestade, Daniel se sente aterrado, mas logo a seguir,
entende o sentido daquela presença augusta. O seu fim não era para
matar, e, sim, para dar entendimento. Aquela voz animou o profeta e
pediu que estivesse atento ao que ia ouvir, pois, não devia haver temor,
em virtude de ele (Daniel) ser um “homem mui amado” na corte celestial.
Dn
10.12: “Então me disse: Não temas, Daniel, porque desde o primeiro dia,
em que aplicaste o teu coração a compreender e a humilhar-te perante o
teu DEUS, são ouvidas as tuas palavras; e eu vim por causa das tuas
palavras”.
“Não
temas”. O presente versículo tem seu fundo literário em várias conexões
das Escrituras Sagradas, mas seu paralelo profético está em Ap 1.17,
onde o Senhor JESUS consola a João com palavras similares, dizendo: “Não
temas”. O texto de Apocalipse nos mostra João caindo aos pés do Filho de
DEUS, como Paulo no caminho de Damasco (At 9.4), porém as vozes ouvidas
nos dois episódios são completamente diferentes: a primeira diz “Por que
me persegues?”, a segunda diz “Não temas”. Essas palavras, observa o
doutor Norman, podem ser comparadas a Is 44.2; Dn 10.12 (o texto em
foco); Mt 14.2; 27.7; Lc 1.13, 30). Essa ordem é dada a fim de consolar
(Mt 14.27; Jo 6.20; At 27.24); a expressão ocorre na Bíblia cerca de 365
vezes (uma para cada dia). Essas palavras dirigidas a Daniel e
semelhantemente a outros personagens da Bíblia, servem para nossa
consolação em tempo e crise. Para nós, o Senhor tem a mesma mensagem de
esperança e firmeza: “Tende bom ânimo! Sou Eu. Não temais”.
Severino Pedro da Silva.
Daniel vercículo por vercículo. Editora CPAD. pag.
190-191.
Dn
10.10 Eis que certa mão me tocou. De sua posição prostrada, Daniel caiu
de joelhos, sobre as duas mãos. O toque do anjo efetuou essa mudança de
posição, e assim o profeta agora estava no chão, tremendo. Sua
consciência foi recobrada, pelo que ele pôde conversar com o anjo. Ele
foi restaurado e encorajado pelo toque do anjo, para cumprir sua missão
de profeta, que agora chegava ao fim. Agora ele estava apenas meio de
pé, mas outro toque terminaria o trabalho. No vs. 11 vemos Daniel de pé,
ainda trêmulo, mas já recuperado.
Dn
10.11 Daniel, homem muito amado. Daniel é novamente chamado de muito
amado por Yahweh, um homem que tinha recebido favor especial de DEUS e
um bom destino. Cf. Dan. 9.23. Agora nós o vemos de pé. Cf. II Esd. 2.1;
Enoque 14.25 e Eze. 2.1. Daniel, embora idoso, foi novamente enviado com
uma mensagem. Ainda lhe restava receber o toque final para completar sua
missão.
A
palavra encorajadora fez Daniel levantar-se e pôr-se de pé. Ele não
estava sozinho em seu empreendimento.
Dn
10.12 Então me disse: Não temas, Daniel. A oração e a determinação do
homem bom tinham garantido, desde o começo, que ele seria divinamente
ajudado naquilo que deveria fazer, pelo que alcançaria sucesso
retumbante. Cf. Luc. 1.11 ss., onde encontramos algo similar envolvendo
o ministério angelical. “Enquanto nossa paixão dominante não for
conhecer a DEUS e à Sua verdade, não poderemos saber muito sobre Ele.
Que propósito maior poderia existir para um homem aprender sobre DEUS?
Firmamos nossa mente para conseguir, mas poucos firmam sua mente para
compreender. Mas se alguém faz disso o seu alvo, poderá confiar na
promessa de JESUS: “Pedi, e dar-se-vos-á; buscai, e achareis; batei, e
abrir-se-vos-á” (Mat. 7.7)" (Gerald Kennedy, in loc.). Se assim são as
coisas, não temos por que temer, pois se podemos conhecer o futuro então
conhecemos Aquele nas mãos de quem repousa nosso futuro. Poderá haver
empecilhos (conforme mostra o vs. 13), mas a vitória final está
assegurada, porque um homem bom não está sozinho naquilo que procura
fazer. Cf. este versículo com Dan. 9.23, onde encontramos algo similar.
CHAMPLIN, Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo
por versículo. Editora Hagnos. pag. 3419.
2. O conflito entre o Arcanjo Miguel e o príncipe do
reino da Pérsia (10.13).
“Mas o
príncipe do reino da Pérsia se pôs defronte de mim vinte e um dias”
(10.13). Esses dois príncipes não os reis da Pérsia e da Grécia, mas são
figuras metafóricas de dois seres angelicais demoníacos designados pelo
Diabo para atuarem sobre os reinos da Pérsia e da Grécia. O anjo Gabriel
declarou que a resistência de Satanás viria também da parte do “príncipe
da Grécia” na sua volta à presença de DEUS. Esses dois príncipes
terrenos representavam neste conflito dois espíritos da parte do Diabo
que atuavam sobre aquelas nações. São espíritos territoriais. Alguns dos
nossos teólogos rejeitam a expressão “espíritos territoriais”, mas não
podem negar a existência de demônios designados pelo Diabo para
interferirem e regerem sobre aquelas nações. E interessante notar que “o
homem vestido de linho” que falava com Daniel declarou que Miguel, o
anjo de DEUS, era o “príncipe” de Israel, para defender e proteger os
interesses de DEUS na vida desse povo (Dn 12.1). O anjo Gabriel que
trouxe a resposta de DEUS, disse a Daniel que havia sido retido no céu
por 21 dias com a resposta de DEUS às suas petições. Esses dois
príncipes das milícias satânicas:“o príncipe do reino da Pérsia”(v. 13)
e o “príncipe da Grécia” (v. 20) que tentaram impedir que Gabriel
trouxesse a resposta eram, na verdade, figuras desses príncipes
satânicos que operam pelo poder do Diabo, de forma organizada, sobre as
nações do mundo. Sem dúvida, Satanás tem sua hierarquia e dispõe de
autoridades no mundo inteiro. Assim como DEUS delegou ao Arcanjo Miguel
para ser o “guardião de Israel” (Dn 10.13), o diabo estabelece os seus
guardiões nas nações. São os opositores de DEUS. Se o Príncipe da Pérsia
representa um príncipe satânico com a finalidade de criar obstáculos ao
projeto divino para que não alcance o seu objetivo, também, da parte de
DEUS, o Príncipe de Israel é o Arcanjo Miguel, e foi ele que veio em
ajuda do anjo Gabriel para abrir espaço nos céus com a resposta divina
para Daniel. Alguns teólogos rejeitam a ideia de que esses príncipes, da
Pérsia e da Grécia, sejam anjos caídos. Defendem a ideia de que eram
apenas reis desses impérios terrenos.
Elienai Cabral.
Integridade Moral e Espiritual. O Legado do Livro de Daniel
para a Igreja Hoje. Editora CPAD. pag. 145-146.
Há
muitos atos e práticas humanas por trás dos quais estão enganosamente os
agentes de Satanás, como é o caso das falsas religiões. Por exemplo, em
1 Coríntios 10.19,20, a Bíblia nos mostra que a adoração a ídolos tem
como causa motivante os demônios. Significa que por trás dos ídolos
estão invisivelmente os demônios.
Pelo
fato de os anjos maus serem invisíveis, aqui no mundo geralmente
percebemos apenas os efeitos das suas ações, e não a causa, que são eles
mesmos. Assim sendo, não adianta combatermos os efeitos surgidos e sim a
causa, e somente teremos vitória nisso, na força do Senhor. Diz Efésios
6.12: "Porque a nossa luta não é contra a carne e o sangue, e sim,
contra os principados e potestades, contra os dominadores deste mundo
tenebroso, contra as forças espirituais do mal, nas regiões celestes".
"Carne e sangue" é uma outra forma de dizer homens visíveis.
"Miguel, um dos primeiros príncipes" (v.13). "primeiros" é literalmente
"principais". Isto mostra que os anjos dividem-se me categorias,
"príncipe", no hebraico "sor", corresponde a chefe; aquele que domina. O
arcanjo Miguel é anjo guardião de Israel (10.21; 12.1).
Antônio Gilberto.
DANIEL & APOCALIPSE Como entender o plano de DEUS Para os
últimos dias. Editora CPAD.
O DEUS
do céu é, e sempre será, o protetor do seu povo. E, sob as ordens dele,
os anjos do céu são os patronos e protetores desse povo. [1] Aqui temos
o anjo Gabriel ocupado a serviço da igreja, fazendo a sua parte na
defesa dos vinte e um dias contra o príncipe da Pérsia, e permanecendo
naquela corte como cônsul ou embaixador a fim de cuidar dos negócios dos
judeus, prestando-lhes os seus serviços (v. 13). E, embora os reis da
Pérsia lhes tivessem feito muito mal (mediante a permissão de DEUS), é
provável que maiores maldades tivessem sido praticadas contra eles, e
teriam ficado bastante arrumados (como exemplo desta verdade, temos a
conspiração de Hamã) se DEUS não tivesse evitado essas ocorrências
nefastas através do ministério dos anjos. Gabriel decidiu, ao ser
despachado na missão a favor de Daniel, que iria retornar para lutar
contra o príncipe da Pérsia, que iria continuar a se opor a ele, e que,
no final, iria humilhar e derrotar aquela orgulhosa monarquia (v. 20),
embora soubesse que outra monarquia igualmente perniciosa, a da Grécia,
surgiria mais tarde. [2] Aqui está Miguel, o nosso príncipe, o grande
encarregado de proteger Israel, e o patrono dessa causa justa, que está
repleta de injustiças por parte dos inimigos de DEUS e do seu povo.
Miguel é um dos principais príncipes de DEUS (v. 13). Alguns entendem
que ele é um anjo criado, porém um arcanjo de ordem mais elevada (1 Ts
4.16; Jd 9). Outros crêem que o arcanjo Miguel seja o próprio Senhor
JESUS CRISTO, o Anjo da Aliança, e o Senhor dos anjos, Aquele que Daniel
viu na visão (v. 5). Ele “veio para ajudar-me” (v. 13) “e ninguém há que
se esforce comigo contra aqueles” (v. 21). Mas CRISTO é o Príncipe da
igreja, não os anjos (Hb 2.5). Ele preside os assuntos da igreja, e com
eficiência provê aquilo que é o melhor para ela. O Senhor é quem
capacita os anjos, fazendo com que sejam úteis aos herdeiros da
salvação. E, se Ele não estivesse ao lado da igreja, a situação dela
seria terrível. A igreja pode dizer como Davi: “O Senhor está comigo
entre aqueles que me ajudam” (SI 118.7). “O Senhor está com aqueles que
sustêm a minha alma” (SI 54.4).
HENRY.
Matthew.
Comentário Matthew Henry Antigo Testamento Isaías a Malaquias.
Editora CPAD. pag. 894.
3. A hostilidade espiritual contra o povo de DEUS.
DEUS
tem uma aliança com Israel e a cumprirá, porque Ele é imutável e cumpre
suas promessas. Quanto à igreja de CRISTO, os mesmos espíritos do mal
operam e hostilizam a igreja e aos crentes em particular. Há resistência
espiritual às nossas orações. Quando oramos entramos em batalha contra
as potestades do mal (Ef 6.12). Israel tem o seu ajudador especial da
parte de DEUS. A igreja, também, é guardada pelos anjos dos ataques
satânicos.
Elienai Cabral.
Integridade Moral e Espiritual. O Legado do Livro de Daniel
para a Igreja Hoje. Editora CPAD. pag. 146-147.
Embora
o anjo devesse retornar em breve para continuar sua luta contra o
anjo-guardião-líder da Pérsia, primeiramente ele transmitiria a mensagem
a Daniel. Aquela era uma espécie de missão lateral. O anjo estava muito
ocupado e tinha muitas coisas das quais cuidar. No meio (ou depois) do
conflito contra o anjo da Pérsia, o anjo-guardião-líder da Grécia
haveria de aparecer para perturbá-lo. Somente Miguel seria seu aliado
naquelas lutas celestiais (conforme o vs. 21 passa a dizer). Alguns
estudiosos pensam que o anjo da Grécia, neste caso, é Alexandre, o
Grande, mas é melhor supormos que o anjo guardião da Grécia seria a
força e a inspiração de Alexandre, e isso explicaria como esse
conquistador conseguiu fazer o que fez, incluindo a derrubada do império
persa. Alexandre e seus sucessores também teriam muito para perturbar a
Israel, nação à qual Gabriel e Miguel defenderiam.
CHAMPLIN, Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo
por versículo. Editora Hagnos. pag. 3420.
Dn
10.20 “E, saindo eu, eis que virá o príncipe da Grécia”. Havia entre os
antigos povos a opinião de que cada nação tinha o seu anjo guardião.
Muitos intérpretes, ajuntam, como figura disso, além de outros textos,
Ap 16.5, onde João faz referência ao “anjo das águas”. Para outros
comentadores, o “anjo das águas” não deve ser entendido em sentido
literal, mas simbolicamente. E verdade que as águas que existem na face
e no interior da terra, são calculadas em “sessenta e cinco quintilhões
de pés cúbicos”; assim, segundo eles, DEUS designou um anjo para guardar
essa parte da natureza. (Ver Jo 5.4; At 27.23, 24; Ap 10.2, 5). Desse
modo, tomando Daniel 10.20, com sentido literal e Ap 16.5 e 17.15, com
sentido figurado, podemos deduzir que o anjo das águas e o anjo das
nações referem-se a um “anjo-capitão”, que seria responsável pela
segurança das nações, tendo também a incumbência de executar juízos
sobre eles (Ver Êx 14.19; 20.23; Dn 10.13, 20 e 21).
Severino Pedro da Silva.
Daniel vercículo por vercículo. Editora CPAD. pag. 195.
Ef
6.12 Os cristãos têm que lutar contra o mal - esta expressão descreve um
combate corpo a corpo. Mas nós não estamos em uma campanha militar
terrena - nossa batalha não é contra carne e sangue. Ao contrário, nós
lutamos contra os demônios sobre os quais Satanás tem controle. Os
demônios trabalham para que as pessoas pequem. Eles não foram criados
por Satanás, pois DEUS é o Criador de tudo. Ao contrário, os demônios
são anjos caídos que se juntaram a Satanás em sua rebelião e, dessa
forma, se tornaram maus e pervertidos. A descrição revela as
características desses inimigos, bem como a sua esfera de atuação.
“Principados” e “potestades” sáo poderes cósmicos ou demônios,
mencionados em 1.21. Esses seres espirituais têm poder limitado. Eles
são invisíveis para nós e operam no mundo invisível (nos lugares
celestiais). “Potestades” refere-se àqueles poderes espirituais que
aspiram conquistar o mundo. Elas são a maldade (das trevas) e atualmente
governam este mundo. “As hostes espirituais da maldade, nos lugares
celestiais” é uma expressão que se refere às moradas dos demônios,
planetas, e estrelas, a partir dos quais eles controlam a vida das
pessoas. Paulo utilizou os nomes de grupos das forças do mal não tanto
para definir classes ou diferenciar poderes demoníacos, mas para mostrar
a completa extensão do armamento de Satanás. Aqui está um exército de
forças espirituais agrupadas contra nós, exigindo que usemos a armadura
completa de DEUS. Esses são seres reais e poderosos, não meras
fantasias. Os crentes não devem subestimá-los. Os efésios haviam
praticado magia e feitiçaria (At 19.19) e estavam bem a par do poder das
trevas. Enfrentamos um poderoso exército cujo objetivo é derrotar a
igreja de CRISTO. Quando cremos em CRISTO, os seres satânicos tornam-se
nossos inimigos e usam todos os truques para nos afastar dele e nos
levar de volta ao pecado. Embora nós, os crentes, tenhamos certeza da
vitória, devemos nos engajar na luta até que CRISTO retorne, porque
Satanás luta constantemente contra todos que estão ao lado de DEUS.
Comentário do Novo Testamento Aplicação Pessoal.
Editora CPAD. Vol. 2. pag. 353.
1. O
perigo e a necessidade que temos de revestir-nos de toda armadura,
considerando os tipos de inimigos com os quais precisamos lidar - o
Diabo e todos os poderes das trevas: “...porque não temos que lutar
contra carne e sangue” (v. 12). O combate para o qual precisamos estar
preparados não é contra inimigos humanos comuns, não contra homens
constituídos de carne e sangue, nem contra nossa própria natureza
corrompida, mas contra os diversos graus de demônios, que têm um
controle que exercitam neste mundo. (1) Lidamos com um inimigo sutil, um
inimigo que usa manhas e estratagemas, como lemos no versículo 11. Ele
tem mil maneiras de iludir almas inconstantes; por isso é chamado de
serpente, em virtude de sua sutileza, a velha serpente, experimentada na
arte de tentar. (2) Ele é um inimigo poderoso: principados, potestades e
príncipes. Eles são numerosos e poderosos; eles governam as nações pagãs
que ainda estão nas trevas. As partes sombrias do mundo são o alicerce
do império de Satanás. Eles estão usurpando e destituindo príncipes
sobre todos os homens que ainda estão em um estado de pecado e
ignorância. Satanás é um reino de trevas, enquanto CRISTO é um reino de
luz. (3) Eles são inimigos espirituais: “...hostes espirituais da
maldade, nos lugares celestiais”, ou espíritos maus, como alguns
traduzem. O Diabo é um espírito, um espírito mau; o perigo é maior
porque nossos inimigos são invisíveis e nos atacam antes de nos darmos
conta deles. Os demônios são espíritos maus, e eles especialmente
aborrecem e provocam os santos à perversidade, ao orgulho, à inveja, à
malícia etc. Esses inimigos ficam nos lugares celestiais, de acordo com
o texto original (ou “regiões celestes”, versão RA); nesse caso, o céu
significa toda a expansão, ou além da nossa atmosfera, o lugar entre a
terra e as estrelas, de onde os demônios nos assaltam. Ou, o significado
pode ser: “Lutamos por lugares celestiais ou coisas celestiais”; essa é
a forma de alguns antigos interpretarem esse texto. Nossos inimigos se
esforçam para impedir nossa subida ao céu, para privar-nos de bênçãos
celestiais e para obstruir nossa comunhão com o céu. Eles nos atacam nas
coisas que pertencem à nossa alma e se esforçam para desfigurar a imagem
celestial em nosso coração; e, portanto, precisamos estar vigilantes
contra eles. Necessitamos de fé em nossa batalha cristã, porque temos
inimigos espirituais que precisamos combater, bem como fé em nosso
trabalho cristão, porque precisamos buscar força espiritual. O nosso
perigo é grande.
HENRY.
Matthew.
Comentário Matthew Henry Novo Testamento ATOS A APOCALIPSE Edição
completa. Editora CPAD. pag. 604-605.
O
inimigo contra quem lutamos nessa batalha (6.11-13)
O
apóstolo Paulo descreve nosso arqui-inimigo de forma clara:
Revesti-vos de toda a armadura de DEUS, para que possais permanecer
firmes contra as ciladas do Diabo; pois não é contra pessoas de carne e
sangue que temos de lutar, mas sim contra principados e poderios, contra
os príncipes deste mundo de trevas, contra os exércitos espirituais da
maldade nas regiões celestiais. Por isso, tomai toda a armadura de DEUS,
para que possais resistir no dia mau e, havendo feito tudo, permanecer
firmes (6.11-13).
Não
podemos lutar contra quem não conhecemos. Quais são as características
desse inimigo? Efésios 6.11,12 diz que o diabo, mesmo não sendo
onipresente, onisciente e onipotente, tem seus agentes espalhados por
toda parte, e esses seres caídos estão a seu serviço para guerrear
contra o povo de DEUS.
Chamamos a atenção para algumas verdades: 1) o reino das trevas possui
uma organização. O diabo não é tão tolo a ponto de não ser organizado. É
o que podemos chamar de “a ordem da desordem”; 2) existe uma
estratificação de poder no reino das trevas. Paulo fala de principados,
poderios, príncipes deste mundo de trevas e exércitos espirituais do
mal. Existe uma cadeia de comando. Existem cabeças e subalternos.
Líderes e liderados. Quem manda e quem obedece; 3) o reino das trevas
articula-se contra a igreja. O diabo e seus demônios rodeiam a terra e
passeiam por ela. Eles investigam nossa vida, buscando uma oportunidade
para nos atacar. Esse inimigo não dorme, não tira férias nem descansa.
Esse inimigo tem um variado arsenal. Ele usa “ciladas” imetodeiá). Para
cada pessoa, ele usa uma estratégia diferente. Ele ousa mudar os
métodos.
Destacamos, agora, algumas características desse terrível inimigo:
Em
primeiro lugar, é um inimigo invisível (6.11,12). O diabo e seus agentes
são seres reais, porém invisíveis. Esse inimigo espreita-nos 24 horas
por dia. Ele é como um leão que ruge ao nosso derredor. Ele escuta cada
palavra que você fala, vê cada atitude que você toma e acompanha cada
ato que você pratica escondido. Ele é um inimigo espiritual. Você não
pode guerrear contra ele com armas carnais. Ele não pode ser destruído
com bombas atômicas. Ele age de forma inesperada.
Em
segundo lugar, é um inimigo maligno (6.11,12). A Bíblia o chama de
diabo, Satanás, assassino, ladrão, mentiroso, destruidor, tentador,
maligno, serpente, dragão, Abadom e Apoliom. Seu intento é roubar, matar
e destruir. Ele sabe que já está sentenciado à perdição eterna e quer
levar consigo homens e mulheres.
Em
terceiro lugar, é um inimigo astuto (6.11). Ele usa ciladas, armadilhas
e ardis. Ele age dissimuladamente como uma serpente. Ele disfarça-se.
Ele transfigura-se em anjo de luz. Seus minitros parecem ser ministros
de justiça. Ele usa voz mansa. Ele usa muitas máscaras. Ele tenta
enganar as pessoas levando-as a duvidar da Palavra de DEUS, exaltando o
homem ao apogeu da glória. Ele também age assustadoramente como um leão.
Ele ruge para assustar.
Paulo
fala que precisamos tomar toda a armadura de DEUS para poder resistir no
dia mau (6.13). O “dia mau” é o dia de duras provas, os momentos mais
críticos da vida, quando o diabo e seus subordinados sinistros nos
assaltam com grande veemência. O “dia mau” refere-se àqueles dias
críticos de tentação ou de constante assalto satânico que todos os
filhos de DEUS conhecem. Nesses dias, somos subitamente assaltados, sem
nenhum aviso, nenhum sinal de tempestade, nenhuma queda do barômetro.
O
diabo e seus asseclas ameaçam e intimidam as pessoas com o propósito de
destruí-las. Eles atacam com fúria no dia mau. Eles também agem com
diversidade de métodos. Eles estudam cada pessoa para saber o lado certo
para atacá-la. Sansão, Davi, Pedro foram derrubados porque o diabo
variou seus métodos.
Entre
as histórias do livro Mil e uma noites encontramos a de Simbad nos mares
da índia. Enorme rocha magnética destacava-se no meio das águas
tranquilas com aspecto inocente, sem oferecer perigo. Mas, quando o
navio de Simbad se aproximou dela, a poderosa força magnética de que
estava impregnada a rocha arrancou todos os pregos e cavilhas que
mantinham unida a estrutura do barco. Desfeito em pedaços, o navio
condenou à morte os que nele viajavam. As forças do mal continuam em
ação. Precisamos estar atentos para identificá-las; do contrário
sofreremos sérios danos.321 William Hendriksen, escrevendo sobre essas
ciladas do diabo, afirma:
Alguns
destes manhosos ardis e malignos estratagemas são: confundir a mentira
com a verdade de forma a parecer plausíveis (Gn 3.4,5,22); citar
(melhor, citar erroneamente) as Escrituras (Mt 4.6); disfarçar-se em
anjo de luz (2Co 11.4) e induzir seus “ministros” a fazerem o mesmo,
“aparentando ser apóstolos de CRISTO (2Co 11.13); arremedar a DEUS (2Ts
2.1-4,9); reforçar a crença humana de que ele não existe (At 20.22);
entrar em lugar onde não se esperava que entrasse (Mt 24.15; 2Ts 2.4);
e, acima de tudo, prometer ao homem que por meio das más ações pode-se
chegar a obter o bem (Lc 4.6,7).
Em
quarto lugar, é um inimigo persistente (6.13b). “E, havendo tudo feito,
permanecer firmes”. O diabo e suas hostes não ensarilham suas armas. Ao
ser derrotados, eles voltam com novas estratégias. Foi assim com JESUS
no deserto, onde foi tentado (Lc 4.13). Elias fugiu depois de uma grande
vitória. Sansão foi subjugado pelos filisteus depois de vencê-los. Davi
venceu exércitos, mas caiu na teia da luxúria. Pedro caiu na armadilha
da autoconfiança.
Em
quinto lugar, é um inimigo numeroso (6.12). Paulo fala de principados,
poderios, príncipes deste mundo de trevas e exércitos espirituais do
mal. O diabo e seus anjos estão tentando, roubando e matando pessoas em
todo o mundo. Eles são numerosos. Não podemos vencer esses terríveis
exércitos do mal sozinhos nem com nossas próprias armas.
Em
sexto lugar, é um inimigo oportunista (6.11,14). Mesmo depois que o
vencemos, precisamos continuar firmes (6.11,14), porque ele sempre
procura um novo jeito de atacar. Quando o crente deixa de usar toda a
armadura de DEUS, ele encontra uma brecha, entra e faz um estrago
(4.26,27). Não podemos ter vitória nessa guerra se não usarmos todas as
peças da armadura. Não podemos permitir que o inimigo nos encontre
indefesos. O diabo e suas hostes buscam uma estratégia para nos atacar
de súbito, sem nenhum aviso, sem nenhum sinal de tempestade.
Alistamos a seguir algumas dessas interferências do diabo na vida do
povo de DEUS: 1) ele furta a Palavra do coração (Lc 8.12); 2) ele semeia
o joio no meio do trigo (Mt 13.24-30); 3) ele opõe-se ao pregador (Zc
3.1-5); 4) ele intercepta a resposta às orações dos santos (Dn 10); 5)
ele oprime pessoas com enfermidades (Lc 13.10-17); 6) ele resiste à obra
missionária (l Ts 2.8); 7) ele atormenta as pessoas em cujo coração não
há espaço para o perdão (Mt 18.23-35); 8) ele usa a arma da dissimulação
(2Co 11.14,15); 9) ele usa a arma da intimidação (I Pe 5.8); 10) ele age
na disseminação de falsos ensinos (l Tm 4.1); e 11) ele ataca a mente
dos homens (2Co 4.4)..
LOPES,
Hernandes Dias.
EFÉSIOS Igreja, a noiva gloriosa de CRISTO. Editora Hagnos. pag.
179-183.
ELABORADO: Pb Alessandro Silva (http://estudaalicaoebd.blogspot.com.br/)
com algumas modificações do Ev. Luiz Henrique.
Questionário
da Lição 11 - O Homem Vestido de Linho