24 setembro 2015

Lição 13, A Manifestação da Graça da Salvação, 2 parte

William Hendriksen, 1 Timóteo, 2 Timóteo e Tito, São Paulo: Cultura Cristã, 2001, p. 191-6 (Comentário do Novo Testamento) 
11-14 – A graça de DEUS considerada como a razão pela qual todo membro da família cristã pode e deve viver uma vida cristã - eis o tema de uma das passagens mais ricas da Santa Escritura. Note os quatro pensamentos principais:
1. versículo 11 A graça de DEUS em CRISTO é a grande ação penetrante, que dissipa as trevas trazendo a todos a salvação.
Diz Paulo: Porque a graça de DEUS se manifestou, trazendo salvação a todos os homens.
A graça de DEUS é seu favor ativo em outorgar o maior dom aos que merecem o maior castigo. (Para o conceito graça, ver um estudo de vocabulário em C.N.T. sobre ITs 1.1.) Essa graça penetrou em nossas trevas morais e espirituais. Ela “apareceu”. O verbo usado no original se relaciona ao substantivo epifania, ou seja, aparecimento ou manifestação (por exemplo, do sol ao amanhecer). A graça de DEUS surgiu repentinamente sobre os que estavam nas trevas e na sombra da morte (ver também Ml 4.2; Lc 1.79; At 27.20; e Tt 3.4). Ela despontou quando JESUS nasceu, quando de seus lábios emanaram palavras de vida e beleza, quando curava os enfermos, limpava os leprosos, expulsava os demônios, ressuscitava os mortos, sofreu pelos pecados dos homens e quando deu sua vida pelas ovelhas para a reassumir na manhã da ressurreição. Assim a graça derramou sobre o mundo a santa luz de CRISTO e “afugentou a escura noite do pecado”. Então nasceu o sol da justiça ‘trazendo cura em suas asas”. A graça de DEUS apareceu “salvadora a todos os homens”. Em todas as demais partes do Novo Testamento, a palavra salvadora, quando precedida pelo artigo e usada como um substantivo, significa salvação (Lc 2.30; 3.6; At 28.28; E f (>. 17), no sentido espiritual do termo. Daí, também aqui em Tito 2.11, o significado é: a graça de DEUS fez sua aparição “trazendo salvação”. A graça veio resgatar o homem do maior mal possível, a saber: a maldição de DEUS sobre o pecado; e conceder-lhe o maior benefício possível, a saber: a bênção de DEUS para a alma e para o corpo por toda a eternidade. (Para um estudo terminológico do conceito salvação, ver sobre ITm 1.15.)
Ela trouxe esta salvação a “todos os homens”. Para uma explanação detalhada sobre esta expressão, ver sobre 1 Timóteo 2.1. Aqui em Tito 2.11, o contexto faz o significado bem claro. Masculino ou feminino, idoso ou jovem, rico ou pobre: todos são culpados diante de DEUS, e dentre todos eles DEUS congregou seu povo. Anciãos, anciãs, homens r mulheres mais jovens, e até mesmo escravos (ver vv. 1-10) devem viver vidas consagradas, porque a graça de DEUS manifestou salvação a todos esses vários grupos ou classes. “Todos os homens” aqui no versículo 11 = “nós” do versículo 12. A graça não passou por alto os de idade avançada só porque são idosos, nem mulheres só porque são mulheres, nem escravos só porque são meramente escravos, etc. Manifestou-se a todos, sem consideração de idade, sexo ou posição social. Por isso ninguém pode derivar, desde seu grupo ou casta particular a que pertence, razão plausível para não viver a vida cristã.
2. versículo 12 A graça de DEUS em CRISTO é o sábio pedagogo.
As palavras que comunicam este pensamento são: educando-nos a fim de que, tendo renunciado à impiedade e àquelas paixões mundanas, aqui e agora vivamos vidas de autodomínio, de justiça e devoção.
A graça educa. Ver sobre 1 Timóteo 1.20. O verbo usado no original é do mesmo teor que o substantivo pedagogo. Um pedagogo é alguém que conduz as crianças passo a passo. Assim também a graça amoravelmente conduz e guia. Não precipita as coisas em confusão. Não subverte súbita e forçosamente a ordem social. Por exemplo, não ordena abruptamente aos senhores que deem alforria aos seus escravos; tampouco ordena insensatamente aos escravos que se rebelem contra seus senhores. Ao contrário disso, gradualmente leva os senhores a perceberem que o abuso da liberdade de seus semelhantes é um grande mal, e convence os escravos que apelar para a força e para a vingança não é solução para nenhum problema. A graça educa ensinando (At 7.22; 22.3), disciplinando (ITm 1.20; 2Tm 2.25; então Lc 23.16, 22; ICo 11.32; 2Co 6.9; Hb 12.6-11; Ap 3.19), aconselhando,
confortando, incentivando, admoestando, guiando, convencendo, retribuindo, restringindo, etc.
O propósito de tudo isto é expresso primeiro negativamente, então positivamente (que é um estilo caracteristicamente paulino). Negativamente, nos induz a renunciar à impiedade, à profanidade, à perversidade (ver sobre 2Tm 2.16), ou a rejeitar tudo isso (o verbo tem aqui o mesmo significado que em At 3.13; 7.35). Observe a prática vivida de “impiedade” em Romanos 1.18-32 (note a mesma palavra em Rm 1.18; cf. 11.26). Tal impiedade é idolatria mais imoralidade, ambos os ter­ mos tomados em seu significado mais abrangente. Quando a graça toma posse do pecador, ele repudia a impiedade. Tal repúdio é um ato defini­ do, uma decisão de renunciar àquilo que causa desprazer a DEUS. Ninguém consegue ir para o céu sendo negligente. Rejeitar a impiedade implica igualmente a renúncia “às paixões mundanas” - desejos fortes e pecaminosos. (Ver estudo terminológico do termo paixão ou desejo em conexão com a exegese de 2Tm 2.22.) Segundo o uso bíblico do termo, os desejos mundanos ou pecaminosos incluem o seguinte: o desejo sexual desordenado, o alcoolismo, o desejo excessivo de possessões materiais, a agressividade (daí, caráter belicoso, vaidade, ânsia de exercer domínio), etc. Em suma, ele aponta para os anseios desordenados por prazeres, poder e possessões. Ver também 1 João 2.16 e sobre Tito 3.3.
Positivamente, a graça nos educa a fim de que, “aqui e agora” (nesta presente era\ ver ITm 6.17; 2Tm 4.10; então Rm 12.2; ICo 1.20; 2Co 4.4; contrastados com a era por vir em E f 1.21; cf. Mc 10.30), vivamos vidas que mostrem uma relação transformada: para  consigo  mesmo: “domínio  próprio”, fazer  uso  adequado dos desejos e impulsos que em si mesmos não são pecaminosos, e vencer os  que são pecaminosos; para com  o próximo: “justiça”, honradez, integridade no  relacionamento com os  demais; para  com  DEUS: “devoção”, piedade, verdadeiro fervor e  reverência para com  o único que é  objeto de   adoração.
3. versículo 13 A graça de DEUS em CRISTO é o preparador eficaz.
Nós - anciãos, anciãs, homens e mulheres mais jovens, escravos, etc. - devemos viver uma vida cristã real porque, pelo poder da graça de DEUS, aguardamos a bendita esperança, a aparição em glória de nosso grande DEUS e Salvador CRISTO JESUS.
A graça de DEUS nos educa a fim de vivermos vidas consagradas, enquanto aguardamos201 a bendita esperança. A expressão aguardar ou olhar para frente com paciência modifica o viver, atitude esta que é uma circunstância presente ou explicação adicional. E “a bendita esperança” que os crentes estão aguardando. Esta é uma metonímia para expressar a realização daquela esperança (isto é, a realização de nosso anelo mais ardente, expectação confiante e espera paciente). Encontramos uma metonímia semelhante em Gálatas 5.5; Colossenses 1.5 (aos quais alguns intérpretes adicionariam Hb 6.18).
Essa esperança é chamada bendita. Ela comunica bênção, felicidade, deleite e glória. O adjetivo bendita é usado em conexão com DEUS em 1 Timóteo 1.11; 6.15; ver sobre estas passagens. Ora, ainda a possessão de um espírito esperançoso e o exercício da esperança são benditos, por causa de:
1)  o  fundamento  imutável  da  esperança (ITm  1.1,  2;  então  Rm 5.5;  15.4; Fp  1.20; Hb 6.19;  I Pe  1.3,  21); o glorioso  autor da esperança (Rm  15.13; cf.  2Ts  2.16); o maravilhoso objetivo da esperança (vida eterna, salvação, glória:  Tt  1.2;  3.7;  então  ITs  5.8; então Rm  5.2;  Cl 1.27); os  preciosos  efeitos  da  esperança  (paciência,  ITs  1.3;  “franqueza no falar”, 2Co  3.12; e purificação da vida,  1Jo   3.3);
e  o caráter eterno da esperança (ICo   13.13).
Então, seguramente a realização desta esperança será deveras ben­ dita! Leia Daniel 12.3; Mateus 25.34-40; Romanos 8.20b; 1 Coríntios 15.51,52; I Tessalonicenses 4.13-18; 2 Tessalonicenses 1.10; Apocalipse 14.14-16; 19.6-9. De fato, a certeza da realização comunica vigor à esperança, e resulta nas graças mencionadas sob o item (4) supra.
Ora, a realização da bendita esperança é “a aparição em glória”.202 Note as duas aparições. Já houve uma (ver sobre v. 11; cf. 2Tm 1.10). Está para haver outra (ver C.N.T. sobre 2Ts 2.8; cf. ITm 6.14; 2Tm 4.1, 8). Será a boa aparição... de quem? Ao longo da história da interpretação, essa pergunta tem dividido gramáticos e comentaristas. Esperamos a aparição em glória de uma pessoa ou de duas pessoas.
Os que endossam o ponto de vista de uma pessoa favorecem a tradução: " de nosso grande DEUS e salvador CRISTO JESUS (outra redação
traz “JESUS CRISTO”, mas isso não faz diferença quanto ao ponto de vista em questão.) Ora, se esse ponto de vista é o correto, quem aceita a infalibilidade das Escrituras tem nessa passagem um texto de prova adicional para a deidade de CRISTO; e mesmo os que não aceitam a infalibilidade da Escritura, porém aceitam a tradução que resulta numa só pessoa, deve admitir pelo menos que o autor das Pastorais (talvez erroneamente, segundo eles) sustenta que JESUS era um em essência com DEUS o Pai. A tradução como sendo uma pessoa é favorecida por A.R.Y.
{margem), Weymouth, Goodspeed, Berkeley Version, R.S.V. e muitos comentaristas: Van Oosterzee, Bouma, Lenski, Gealy, Simpson e outros. O grande gramático neotestamentário, A. T. Robertson, fez uma poderosa defesa deste ponto de vista pelo prisma gramatical, baseando seus argumentos na regra de Granville Sharp.
Entre outros, João Calvino se mostrava relutante em escolher entre a tradução que se refere a uma pessoa e a que se refere a duas pessoas. Não obstante, ele enfatiza que em qualquer dos dois casos o propósito da passagem é afirmar que, quando CRISTO se manifestar, a grandeza da glória divina se revelará nele (cf. Lc 9.26); e que, em conseqüência, a passagem de forma alguma endossa os arianos em sua intenção de demonstrar que o Filho é menos divino que o Pai.
A teoria que defende o ponto de vista de duas pessoas é apresentada com pequenas variantes por diversas versões inglesas: Wyclif, Tyn- dale, Crammer, A.V., A.R.V. (texto), Moffatt e R.S.V. (margem). Tem sido apoiada por uma longa lista de comentaristas (entre os quais se encontram De Wette, Huther, White [em The Expositor’s Bible], E. F. Scott e outros) e especialmente pelo gramático G. B. Winer.
A tradução, pois, vem a ser: “do grande DEUS e o [ou “e do”] Salvador JESUS CRISTO.”
Winer reconhece que seu respaldo a este ponto de vista não está baseado tanto na gramática - a qual, como chegou a admitir, permite a tradução como sendo uma pessoa - quanto sobre “a convicção dogmática derivada dos escritos do apóstolo Paulo, no sentido que esse após­ tolo não pode ter chamado CRISTO o grande DEUS”. (Essa argumentação se vê em dificuldades para interpretar Rm 9.5; Fp 2.6; Cl 1.15-20; Cl 2.9, etc.) Mas ele deveria ter notado que mesmo o contexto atribui a JESUS (v. 14) funções que no Antigo Testamento são atribuídas a Jeová, tais como atos de redimir e purificar (2Sm 7.23; Sl 130.8; Os 13.14; então Ez 37.23); e que a palavra Salvador, em cada um dos três capítulos de Tito, primeiro se aplica a DEUS e em seguida a JESUS (Tt 1.3, 4; 2.10, 13; 3.4, 6). Portanto, é evidente que o propósito do autor desta epístola (isto é, Paulo) é demonstrar que JESUS é plenamente divino, tão plenamente como Jeová ou como o Pai.
Devemos considerar correta a tradução como uma pessoa. Ela recebe o endosso das seguintes considerações:
(1) A menos que haja alguma razão específica em sentido contrário, a regra sustenta que, quando o primeiro de dois substantivos do mesmo caso e unidos pela conjunção e vem precedido do artigo, o qual não se repete antes do segundo substantivo, ambos se referem à mesma pessoa. Quando o artigo se repete antes do segundo substantivo, então está falando de duas pessoas. Exemplos:
O  artigo precede o primeiro de dois substantivos e não se repete antes do  segundo:  “o  irmão  seu e  coparticipante.” Os dois  substantivos  se  referem  à  mesma pessoa,  João,  e  a  expressão  é  corretamente traduzida:  “seu  irmão e coparticipante” (Ap 1.9).
Dois artigos, um precedendo a cada substantivo: “Que o mesmo seja para você como o gentio e o publicano” (Mt 18.17). Os dois substantivos apontam para duas pessoas (neste caso, cada uma representando uma classe).
Ora, segundo esta regra, as palavras discutidas em Tito 2.13 indicam claramente uma só pessoa, a saber: CRISTO JESUS, porque, traduzi* da palavra por palavra, a frase diz: “do grande DEUS e Salvador nosso CRISTO JESUS.” O artigo que está antes do primeiro substantivo não se repete antes do segundo, e por isso a expressão deve ser traduzida:
“de nosso grande DEUS e Salvador CRISTO JESUS.”
Jamais se descobriu alguma razão válida que demonstre que a regra (de Granville Sharp) não se aplica no presente caso.
De fato reconhece-se geralmente que as palavras aparecem no final de 2 Pedro 1.11, no original, se referem a uma pessoa e devem ser traduzidas: “nosso Senhor e Salvador JESUS CRISTO.” Mas, se isto é assim, por que não pode ser também assim na expressão essencialmente idêntica em 2 Pedro 1.1 e aqui em Tito 2.13, e então traduzir: “nosso DEUS e Salva­ dor JESUS CRISTO” (ou “CRISTO JESUS”)?
(2) Em nenhuma parte do Novo Testamento se usa a palavra epifania (aparição ou manifestação) com respeito a mais de uma pessoa. Além do mais, a pessoa a quem se refere é sempre CRISTO (ver 2Ts 2.8; ITm 6.14; 2Tm 4.1; 2Tm 4.8 e 2Tm 1.10, onde a referência é à primeira vinda).
A fraseologia aqui em Tito 2.13 bem que poderia ter sido traça­ da como reação ao tipo de linguagem que amiúde os pagãos usavam com respeito aos seus próprios ídolos, os quais consideravam como “salvadores”, e particularmente à fraseologia usada em relação ao cul­ to aos reis terrenos. Ptolomeu I não foi chamado “ salvador e deus”? Não se referiam a Antíoco e a Júlio César como “deus manifestado”?
Paulo indica que os crentes esperam a aparição de Alguém que realmente é DEUS e Salvador, sim, “nosso grande [exaltado, glorioso] DEUS e Salvador, a saber, CRISTO JESUS”.
O “ponto” real da passagem, em conexão com tudo o que a prece­ deu, é que nossa jubilosa expectação do aparecimento em glória de nosso grande DEUS e Salvador CRISTO JESUS nos prepara efetivamente para a vida com ele. Como ele faz isso? Primeiro, porque a Segunda Vinda será tão completamente gloriosa que os crentes não desejarão “perdê-la”, mas desejarão “manifestar-se com ele em glória” (Cl 3.4). Segundo, porque a bendita expectação enche os crentes de gratidão, e a gratidão produz estado de alerta pela graça de DEUS.
4. versículo 14 A graça de DEUS em CRISTO é o purificador pleno.
Nosso grande DEUS e Salvador CRISTO JESUS, cuja aparição em glória os crentes esperam com tanta esperança e alegria é aquele que se deu a si mesmo por nós a fim de redimir-nos de toda iniquidade e purificar para si um povo, propriamente seu, que se deleita em feitos nobres.
Para o significado de “que deu-se a si mesmo por nós a fim de redimir-nos”, ver sobre 1 Timóteo 2.6: “que deu-se em resgate por todos.” Quem quer que porventura nutra dúvidas sobre o caráter necessário, objetivo, voluntário, propiciatório, substitutivo e eficaz do ato de CRISTO pelo qual ele se deu por nós, deve fazer um estudo dili­ gente e contextual das seguintes passagens:
Antigo Testamento - Genesis 2.16, 17; Exodo 12.13; Levitico 1.4; Levitico 16.20-22; Levitico 17.11; 2 Samuel 7.23; Salmo 40.6, 7; Salmo 130.8; Isaias 53; Zacarias 13.1
Novo Testamento - Mateus 20.28; Mateus 26.27, 28; Marcos 10.45; Lucas 22.14-23; Joao 1.29; Joao 6.55; Atos 20.28; Romanos 3.25; Romanos 5; 1 Coríntios 6,20
1 Corintios 7.23; ; 2 Corintios 5.18-21; Galatas 1.4; Galatas 2.20; Galatas 3.13; Efesios 1.7; Efesios 2.16; Efesios 5.6; Colossenses 1.19-23; Hebreus 9.22
Hebreus 9.28; 1 Pedro 1.18, 19; 1 Pedro 2.24; 1 Pedro 3.18; 1 Joao 2.2; 1 Joao 4.10; Apocalipse 5.12; Apocalipse 7.14

Ele deu nada menos que a si próprio, e isto por nós, ou seja, em nosso interesse e em nosso lugar. A contemplação deste sublime pensamento deve resultar em uma vida que seja para sua honra. Além do mais, por sua morte expiatória ele teve os méritos para que o ESPÍRITO SANTO pudesse operar em nosso coração. Sem este ESPÍRITO, nos seria impossível viver uma vida santificada.
CRISTO entregou-se por nós com um duplo propósito: o primeiro é negativo (ver Sl 130.8); e o segundo, positivo (ver 2Sm 7.23). Negativamente, ele deu-se por nós “para redimir-nos”, ou seja, para resgatar-nos de um poder maligno. O preço do resgate foi seu precioso sangue (I Pe 1.18, 19). E o poder do qual ele nos livra é o do “pecado” (ver C.N.T. sobre 2Ts 2.3), ou seja, a desobediência à santa lei de DEUS, qualquer que seja a forma na qual a desobediência se manifesta (“toda iniquidade”).
Positivamente, ele deu-se por nós “a fim de purificar para si mesmo um povo”, ou seja, para purificar-nos por meio de seu sangue e seu ESPÍRITO (Ef 5.26; Hb 9.14; l Jo 1.7, 9), para que, assim purificados, estejamos em condições de ser um povo, propriamente seu (ver Ez 37.23). Outrora, Israel era o povo peculiar de Jeová; agora é a igreja. E como Israel se caracterizava por ser zeloso no tocante à lei (At 21.20; cf. Gl 1.14), assim agora CRISTO purifica seu povo com este mesmo propósito em mente, a saber, para que ele seja um povo de sua própria possessão “zeloso pelos feitos nobres”, feitos esses que, procedentes da fé, sejam feitos em consonância com a lei de DEUS e para sua glória (cf. I Pe 3.13).
Em suma, os versículos 11-14 nos ensinam que a razão pela qual todo membro da família deveria viver uma vida de autodomínio, justiça e piedade é para que a graça de DEUS em CRISTO penetre nossas trevas morais e espirituais e traga salvação a todos os homens; para que essa graça seja também nosso grande pedagogo que nos afasta da impiedade e das paixões mundanas e nos guie pela vereda da santificação; que é o preparador eficaz que nos faz olhar com anseio para a manifestação em glória do nosso grande DEUS e Salvador CRISTO JESUS; e, finalmente, que é o purificador total, de modo que, redimidos de toda desobediência à lei de DEUS, sejamos transformados no tesouro exclusivo de CRISTO cheios de zelo pelos feitos que são excelentes.

Tt 3.4-5
E ajamos assim movidos pela gratidão pelo que temos recebido. Portanto, Paulo prossegue: Quando, porém, apareceu a benignidade de DEUS nosso Salvador e seu amor para com o homem, ele nos salvou. Que surpreendente contraste! Aliás, um duplo contraste.
(1) Em contraste com “a desumanidade do homem para com o homem” descrita no' versículo 3, retrata-se a benignidade (palavra usada unicamente por Paulo: Rm 2.4; 3.12; 11.22, etc.) de DEUS e seu amor para com o homem (cf. At 28.2). E (2) sobre as trevas infernais de nosso passado (v. 3) nasce dramaticamente a luz do Pai misericordioso e piedoso que nos conduz ao presente estado de graça. (Aqui uma vez mais está aquela maravilhosa epifania supra mencionada; ver sobre Tt 2.11.)
Isto, por amor à ênfase, é mais que um mero argumento. É um argumento, por certo, como já se realçou. Porém é mais que isto. É o derramamento (em linguagem proverbial; ver sobre v. 8) de um coração que extravasa de amor que corresponde ao amor de DEUS. É preciso ter em mente que Paulo escreve como alguém que já experimentou em sua própria vida tudo isso. Ele não se põe ao lado de sua história, mas ele mesmo é parte dela. Daí, estas palavras sobre a benignidade de DEUS nosso Salvador e seu amor para com o homem são tão ardentes e ternas como era o coração desse mesmo apóstolo, homem que amiúde era visto chorando, e que uma vez escreveu de forma comovente: “O filho de DEUS me amou, e deu-se a si mesmo... por mim” (Gl 2.20).
A expressão “a benignidade e o amor para com o homem” é um só conceito; por isso o verbo no original está no singular. A expressão como tal se encontra também nas obras dos moralistas pagãos, porém o conteúdo na forma usada aqui em Tito 3.4 é único. Aqui a “benignidade e amor” não são atribuídos a algum governante terreno sobre quem os louvores dos homens estão sendo derramados, louvores que dificilmente ele merece; aqui, porém, é a benignidade e amor reais. A expressão amor para com o homem é uma só palavra, exatamente como nossa palavra “filantropia”. Não obstante, posto que no uso atual a palavra “filantropia” é entendida apenas em referência a “obras de beneficência prática”, uma obra da qual os homens são os autores e os receptores, provavelmente seja melhor conservar a bela tradução que se encontra em nossas versões; porque certamente, na forma que Paulo usa a palavra, esta combina o amor em si e seu generoso derramamento sobre a humanidade. Ao reter a tradução “amor para com o homem” alguém se lembra imediatamente de João 3.16, que expressa de forma bela a verdade que o apóstolo tinha em mente.
Foi a benignidade e o amor de DEUS nosso Salvador (ver sobre ITm 1.1; Tt 1.3; 2.10) que vieram para o resgate do homem. Foi ele, a saber, DEUS o Pai, quem nos salvou, resgatando-nos do maior dos males e outorgando-nos a maior das bênçãos (ver sobre ITm 1.15). Ele nos salvou: Paulo, Tito, na verdade todos quantos, no curso do tempo, vieram a ser os recipientes desta grande bênção.
Ora, com o fim de predispor-nos plenamente a ajudar outros que ainda não se acham salvos, e evitar que digamos: Mas eles nao merecem nossa ajuda, Paulo realça o fato de que nós, de nossa parte, também não merecíamos nossa salvação. Ele faz isto realçando que, negativamente, o Pai nos salvou não por virtude das obras que nós mesmos houvéssemos realizado em [um estado de] justiça; e, positivamente, mas segundo suamisericórdia. Tão forte é a ênfase de Paulo sobre este caráter completamente soberano (ou seja, completamente imerecido de nossa parte) de nossa salvação, que (como se faz evidente no original; e vertambém as traduções da A.V. e A.R.V.) ele faz com que essa extensa oração composta preceda o verbo salvar. Assim, A.V. tem:
“4 Mas quando se manifestou a benignidade de DEUS nosso Salvador, e seu amor para com o homem, 5 não por obras de justiça que tivéssemos feito, mas segundo sua misericórdia ele nos salvou...”
Quanto à ordem das palavras, esta tradução é correta. A única objeção que alguns lhe fazem é que, a menos que alguém preste muita atenção à pontuação, ele corre o risco de construir mentalmente a frase composta como se fosse um modificador do verbo manifestou, e não do verbo salvou.
“Não em virtude de (ou seja, em conseqüência de, com base em; cf. Gl 2.16) obras que nós mesmos tivéssemos realizado num estado de justiça.” A implicação é: tais obras não existiram. Nem Paulo, nem nenhum outro jamais realizou tal obra, porque diante de DEUS e sua santa lei, todos - tanto judeus quanto pagãos - estão por natureza “debaixo do pecado” (Rm 3.9). Daí, se os homens têm de ser salvos de alguma forma, só é possível “segundo sua [de DEUS] própria misericórdia”. Note que os homens não só são salvos por ou em virtude de ou com base em sua misericórdia (tudo isto, por certo, está implícito), mas segundo sua misericórdia, sendo a “amplitude da misericórdia de DEUS” a medida que determina a amplitude da salvação deles (cf. Ef 1.7). Outras passagens da Escritura que igualmente enfatizam o caráter completamente soberano da graça de DEUS ao salvar o homem são citadas em C.N.T. sobre João 15.16.207 A misericórdia de DEUS (acerca da qual ver 1 Tm 1.2) é sua benignidade e compaixão para com os que se acham premidos pela necessidade ou pela angústia.
O meio empregado para salvar-nos é indicado por um modificador adicional do verbo ele salvou, a saber: pela lavagem da regeneração e renovação proveniente do ESPÍRITO SANTO. Note “pela lavagem” (loutpóv-oü), não “por meio de lavatório ou fonte para lavagem”. A lavagem a que se refere é completamente espiritual. E a [lavagem] da regeneração e renovação, consideradas como um só conceito.
A expressão regeneração aplicada a indivíduos aparece somente nesta passagem do Novo Testamento (Mt 19.28 tem referência à regeneração cósmica). Literalmente significa novo nascimento, ser nascido outra vez (palin = novamente, mais genesia = nascimento; daí, palin-genesia). Ainda que, porém, a palavra ocorra somente esta única vez, a idéia se encontra em muitas outras passagens (Jo 1.13; 3.3, 5-8; I Pe 1.23; 1Jo 2.29; 3.9; 4.7; 5.1,4, 18; cf. também 2Co5.17; Gl 6.15; Ef 2.5; 4.24; e Cl 2.13). Não conheço definição melhor que aquela dada por L. Berkhof, a saber: “Regeneração é o ato de DEUS por meio do qual o princípio da nova vida é implantado no homem, a disposição governante da alma se faz santa e assegura-se o primeiro exercício santo desta nova disposição.” Esta passagem, com relação ao seu contexto, põe a ênfase nos seguintes detalhes em conexão com esta maravilhosa obra de DEUS:
Ela é obra do ESPÍRITO SANTO. Isto é lógico, porque na Escritura é especialmente a terceira pessoa da Trindade a que é representada como quem outorga a vida; daí, ela também outorga a vida espiritual. Além do mais, é ele, o ESPÍRITO SANTO, quem toma a iniciativa na obra de fazer o homem santo.
Ela precede e origina o processo da renovação. Enquanto esta é uma atividade que dura toda a vida, a regeneração é um só ato, uma mudança instantânea.
Ela afeta o  homem por inteiro. Note: “ele nos salvou.”
É uma mudança radical, de tal modo que quem anteriormente se achava dominado pelos sete vícios mencionados no versículo 3, agora é adornado  em princípio com as sete virtudes mencionadas nos versículos 1 e 2.
A palavra renovação se encontra também em Romanos 12.2. Esta passagem indica que, embora esta obra, assim como a regeneração, seja atribuída ao ESPÍRITO SANTO, existe esta diferença: a regeneração é uma obra inteiramente de DEUS, porém na renovação ou santificação quem toma parte é DEUS e o homem. Enquanto a regeneração não é percebida diretamente pelo homem, que só conhece por seus efeitos, a renovação requer a rendição consciente e contínua do homem e de toda sua personalidade à vontade de DEUS.
“Santificação é aquela operação graciosa e contínua do ESPÍRITO SANTO, pela qual isenta o pecador justificado da contaminação do pecado, renova toda sua natureza à imagem de DEUS e o capacita a realizar boas obras.” E claro, à luz de passagens tais como João 3.3, 5 e especialmente Efésios 5.26 (cf. Hb 10.22), que esta “lavagem da regeneração e a renovação” tem certa relação com o rito do batismo. Sem lugar a dúvidas, também aqui em Tito 3.5 há uma referência implícita a esse sacramento. Não obstante, discutir aqui este problema, enquanto comentamos uma passagem na qual nem sequer se menciona a água, nos afastaria muito de nosso tema. Não obstante, ver C.N.T. sobre João 3.3, 5.
Ora, com o fim de colocar ainda mais ênfase no fato de que os crentes não têm razão válida para deixar de cumprir seu dever de conquistar outros para CRISTO por meio de uma conduta piedosa, Paulo acrescenta as seguintes palavras, com referência à benignidade de DEUS em salvar-nos e comunicar-nos seu ESPÍRITO capacitador: que [ou a quem, ou seja, o ESPÍRITO] ele [ou seja, DEUS o Pai] derramou ricamente sobre nós por meio de JESUS CRISTO nosso Salvador.
Note que nesta passagem DEUS o Pai, DEUS o ESPÍRITO e DEUS o Filho são combinados de forma muito bela.
DEUS o Pai não só dá seu Filho, mas também derrama seu ESPÍRITO. A referência é ao Pentecostes (At 2.17, 18, 33). Organicamente falando, o ESPÍRITO foi derramado sobre a igreja do presente e do futuro; porque o ESPÍRITO, havendo estabelecido sua morada na igreja, nunca mais volta a deixá-la. Por isso Paulo pôde dizer: “a quem derramou ricamente sobre nós.”
William Hendriksen, 1 Timóteo, 2 Timóteo e Tito, São Paulo: Cultura Cristã, 2001, p. 191-6 (Comentário do Novo Testamento) 

Referências Bibliográficas (outras estão acima)
Bíblia de estudo - Aplicação Pessoal.
Bíblia de Estudo Almeida. Revista e Atualizada. Barueri, SP: Sociedade Bíblica do Brasil, 2006.
Bíblia de Estudo Palavras-Chave Hebraico e Grego. Texto bíblico Almeida Revista e Corrigida.
Bíblia de Estudo Pentecostal. Traduzida em português por João Ferreira de Almeida, com referências e algumas variantes. Revista e Corrigida, Edição de 1995, Flórida- EUA: CPAD, 1999.
BÍBLIA ILUMINA EM CD - BÍBLIA de Estudo NVI EM CD - BÍBLIA Thompson EM CD.
CPAD - http://www.cpad.com.br/ - Bíblias, CD'S, DVD'S, Livros e Revistas. BEP - Bíblia de Estudos Pentecostal.
VÍDEOS da EBD na TV, Desta LIÇÃO INCLUSIVE - http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/videosebdnatv.htm
1 Timóteo, 2 Timóteo e Tito - J. N. D. Kelly - Novo Testamento - Vida Nova - Série Cultura Cristã.
William Hendriksen, 1 Timóteo, 2 Timóteo e Tito, São Paulo: Cultura Cristã, 2001, p. 191-6 (Comentário do Novo Testamento) 
A EPÍSTOLA A TITO - O testamento de Paulo à igreja - Hernandes Dias Lopes - Comentários Expositivos Hagnos

Tito - John Macarthur - Novo Testamento Comentário Expositivo de Titus - MOODY PRESS/CHICAGO - 1996 - by THE MOODY BIBLE INSTITUTE

Questionário da Lição 13, A Manifestação da Graça da Salvação

Questionário da Lição 13, A Manifestação da Graça da Salvação
3º trimestre de 2015 - A Igreja E O Seu Testemunho - As Ordenanças De CRISTO Nas Cartas Pastorais
Comentarista da CPAD: Pr. Elinaldo Renovato de Lima
Complementos, ilustrações, questionários e vídeos: Ev. Luiz Henrique de Almeida Silva
Complete os espaços vazios e marque com"V" as respostas Verdadeiras e com"F" as Falsas, conforme a revista da CPAD.
 
TEXTO ÁUREO
1- Complete:
"Porque a __________________ de DEUS se há ____________________, trazendo __________________ a todos os homens."  (Tt 2.11).
 
VERDADE PRÁTICA
2- Complete:
A _________________ de DEUS emanou do seu coração _________________ para salvar o homem perdido, por meio do sacrifício _________________ de CRISTO JESUS.
 
COMENTÁRIO/INTRODUÇÃO
3- Qual é a mais extraordinária manifestação do amor de DEUS para com a humanidade?
(    ) A graça de DEUS

I. A MANIFESTAÇÃO DA GRAÇA DE DEUS
4- O que graça comum?
(    ) Graça vem da palavra hebraica anash, e do termo grego charis, cujo sentido mais comum é o de "favor imerecido que DEUS concede ao homem, por seu amor, bondade e misericórdia".
(    ) Graça vem da palavra hebraica hessed, e do termo grego charis, cujo sentido mais comum é o de "favor imerecido que DEUS concede ao homem, por seu amor, bondade e misericórdia".
(    ) A partir dessa conceituação, podemos ver a "graça comum", pela qual DEUS dá aos homens as estações do ano, o dia, a noite, a própria vida, ou seja, todas as coisas".  

5- O que é graça salvadora?
(    ) Por intermédio dela, DEUS salva, justifica e adota o crente como servo.
(    ) "Porque a graça de DEUS se há manifestado, trazendo salvação a todos os homens".
(    ) Está à disposição de "todos os homens", mas só é alcançada por aqueles que creem em DEUS, e aceitam a CRISTO JESUS como seu único e suficiente Salvador.
(    ) Por intermédio dela, DEUS salva, justifica e adota o pecador como filho.

6- O que é graça justificadora e regeneradora?
(    ) A Graça de DEUS é uma fonte da salvação do homem que não se regenera.
(    ) A Graça de DEUS é a fonte da justificação do homem.
(    ) Uma vez nascida de novo, a pessoa passa a ser "nova criatura", tomando parte na família de DEUS.
(    ) "Assim que já não sois estrangeiros, nem forasteiros, mas concidadãos dos santos e da família de DEUS".

7- O que é graça santificadora?
(    ) A graça de DEUS só pode ser eficaz, na vida do convertido, se ele se dispuser a negar-se a si mesmo para ter uma vida de santidade.
(    ) A falta de santificação não anula os efeitos da regeneração e da justificação, pois somos salvos pela fé e não por obras.
(    ) A falta de santificação anula os efeitos da regeneração e da justificação.
(    ) Diz a Bíblia: "Segui a paz com todos e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor" .
 
II. A CONDUTA DO SALVO EM JESUS
8- Como deve ser a sujeição às autoridades (v. 1)?
(    ) O cristão sincero deve obedecer aos governantes e autoridades constituídas, desde que estes não desrespeitem a Lei de DEUS.
(    ) O cristão sincero deve obedecer aos governantes e autoridades constituídas, mesmo que estes desrespeitem a Lei de DEUS.
(    ) JESUS mandou dar "a César o que é de César" e "a DEUS o que é de DEUS".
 
9- Dentro do tema “relacionamento do cristão (comportamentos” éticos, exigidos dos cristãos), complete:
a) Não __________________ a ninguém. É pecado muito grave __________________ alguém, seja na igreja, seja fora dela. É passível de sanção judicial ou condenação na justiça __________________. Muito mais, na Lei de DEUS. Normalmente, a infâmia é ditada com intenção de __________________ o outro. O cristão deve cultivar o fruto do ESPÍRITO da "___________________", que é a qualidade de quem só faz o bem (Gl 5.22).
b) Não ser ____________________. Contendas nas igrejas geralmente têm resultados muito prejudiciais. Infelizmente em algumas reuniões, até mesmo de __________________ cristãos, vemos pessoas contendendo umas com as outros, por causa de interesses _________________ ou pessoais. Isso não agrada a DEUS (2 Tm 2.24).
c) Ser ____________________. A modéstia deve ser evidente na vida de homens e mulheres cristãos. Revela a ___________________ exortada por JESUS, em seu evangelho: "Eis que vos envio como ovelhas ao meio de lobos; portanto, sede prudentes como as ___________________ e símplices como as pombas" (Mt 10.16).
d) Mostrar "___________________ para com todos os homens". Deve ser característica marcante, do servo de DEUS, ser "__________________ e humilde de coração", como JESUS ensinou (Mt 11.29). Além de não ser interessante a __________________, no meio cristão, o crente precisa ser "__________________ para com todos, apto para ensinar, sofredor" (2 Tm 2.24b).
 
10- Dentro do tema “a lavagem da renovação do ESPÍRITO SANTO” (características, segundo Paulo que caracterizam o homem que vive segundo a carne), complete:
a) ___________________. Refere-se à _________________ vida, plena de loucura, imprudência, leviandade e incoerência, que leva muitos à perdição eterna. Na parábola das dez __________________, JESUS chama a atenção para as cinco "loucas" ou insensatas, que não se preveniram com o azeite para esperar o noivo (Mt 25.1-13). JESUS também falou sobre o homem "____________________", que edifica sua casa sobre a areia (Mt 7.26). O desastre espiritual torna-se inevitável.
b) ____________________. A ____________________ foi o primeiro pecado cometido pelo homem (Rm 5.19). E desde então é a "mãe" de todos os pecados, cometidos, em todos os tempos (Rm 11.30), por aqueles que são "filhos da ___________________" (Ef 2.2; 5.6; Cl 3.6).
c) ____________________. Sem DEUS, sem a salvação em CRISTO, o homem é um perdido, como ovelha sem pastor (Mt 9.36). É uma situação difícil e por vezes desesperadora. Mas é feliz quem faz como o "filho ___________________", que tomou a decisão sábia de retornar humilhado à casa do pai, onde foi recebido com amor e misericórdia (Lc 15.18-24).
d) Servindo a "várias ____________________ e deleites". Outra tradução fala de "paixões e prazeres", que dominam a vida do homem sem DEUS. Os ___________________ da carne impedem que o homem se converta a DEUS de verdade, sufocado pelos "espinhos" da vida (Lc 8.14). As ___________________ da vida, ou os desejos exacerbados da carne são impedimento para uma vida de __________________ e fidelidade a JESUS (1 Pe 4.3; Jd 16).
e) "Vivendo em __________________ e inveja". ____________________ é sinônimo de maldade, perversidade, malignidade, o que não deve fazer parte da vida cristã (Ef 4.31; Cl 3.8); a __________________ é outro sentimento indigno para um cristão sincero. A __________________ é "a podridão dos ossos" (Pv 14.30).
f) ____________________, odiando "uns aos outros". A "lavagem da __________________ do ESPÍRITO SANTO" nos faz "justificados pela sua graça" e herdeiros da vida eterna (3.4-7). João adverte-nos ao dizer que "qualquer que ___________________ a seu irmão é homicida. E vós sabeis que nenhum __________________ tem permanente nele a vida eterna" (1 Jo 3.15). No Antigo Testamento, só era __________________ quem matasse alguém com algum tipo de objeto perigoso. No evangelho da graça de DEUS, é ___________________ quem, no coração, odeia o seu irmão.
 
III. AS BOAS OBRAS E O TRATO COM OS HEREGES
11- Como deve ser a prática das boas obras (v. 8)?
(    ) Praticar boas obras faz parte do dia a dia do servo ou da serva de DEUS.
(    ) Praticar boas obras não faz parte do dia a dia do servo de DEUS, pois ninguém é salvo por obras.
(    ) "Porque somos feitura sua, criados em CRISTO JESUS para as boas obras, as quais DEUS preparou para que andássemos nelas".
(    ) Quem está em CRISTO tem prazer em praticar aquilo que é bom e agradável ao seu próximo e a DEUS.
 
12- Como tratar com os hereges (v. 10)?
(    ) Paulo ensina que devemos amar os falsos mestres, procurando nos envolver em suas discussões para ajudá-los a serem salvos.
(    ) Paulo ensina que devemos evitar os falsos mestres, não nos envolvendo em suas discussões tolas.
(    ) Muitas vezes acabamos discutindo e dando uma atenção demasiada aos ensinos que são contrários a Palavra de DEUS.
 
CONCLUSÃO
13- Complete:
A graça de DEUS é a _________________ da salvação do homem. É __________________ jamais merecido por qualquer pessoa, e manifesta o seu amor e sua benignidade para com o __________________. Essa graça é __________________ "a todos os homens", mas só é eficaz, na vida de quem __________________ a CRISTO como Salvador pessoal.
 

RESPOSTAS DO QUESTIONÁRIO EM http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/videosebdnatv.htm

23 setembro 2015

Vídeos da Lição 13, A Manifestação da Graça da Salvação, 5 partes, 3Tr15, Ev Henri

16 setembro 2015

Figuras ilustrativas da Lição 12, Exortações Gerais

















Lição 12 - Exortações Gerais 1 parte

Lição 12 - Exortações Gerais 1 parte
3º trimestre de 2015 - A Igreja E O Seu Testemunho - As Ordenanças De CRISTO Nas Cartas Pastorais
Comentarista da CPAD: Pr. Elinaldo Renovato de Lima
Complementos, ilustrações, questionários e vídeos: Ev. Luiz Henrique de Almeida Silva
Questionário
NÃO DEIXE DE ASSISTIR AOS VÍDEOS DA LIÇÃO ONDE TEMOS MAPAS, FIGURAS, IMAGENS E EXPLICAÇÕES DETALHADAS DA LIÇÃO
http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/videosebdnatv.htm
 
 
 
TEXTO ÁUREO"Em tudo, te dá por exemplo de boas obras; na doutrina, mostra incorrupção, gravidade, sinceridade." (Tt 2.7)
 
 
VERDADE PRÁTICAA Palavra de DEUS tem exortações de grande valor para todos os crentes, em todos os lugares.
 
 
LEITURA DIÁRIA
Segunda - Tg 1.19 - Sejamos prontos para ouvir e tardios para falar
Terça - Tg 2.12 - Integridade do obreiro no falar e no proceder
Quarta - 1 Tm 2.9 - As mulheres crentes devem se vestir com trajes honestos
Quinta - Pv 14.1 - A mulher sábia edifica a sua casa e será louvada por sua família
Sexta - 1 Jo 2.14 - Os jovens são fortes, pois vivem segundo a Palavra de DEUS
Sábado - Mt 22.21 - Devemos dar a DEUS tudo aquilo que lhe pertence
 
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE - Tito 2.1-8
1 - Tu, porém, fala o que convém à sã doutrina. 2 - Os velhos que sejam sóbrios, graves, prudentes, sãos na fé, no amor e na paciência. 3 - As mulheres idosas, semelhantemente, que sejam sérias no seu viver, como convém a santas, não caluniadoras, não dadas a muito vinho, mestras no bem, 4 - para que ensinem as mulheres novas a serem prudentes, a amarem seus maridos, a amarem seus filhos, 5 - a serem moderadas, castas, boas donas de casa, sujeitas a seu marido, a fim de que a palavra de DEUS não seja blasfemada. 6 - Exorta semelhantemente os jovens a que sejam moderados. 7 - Em tudo, te dá por exemplo de boas obras; na doutrina, mostra incorrupção, gravidade, sinceridade, 8 - linguagem sã e irrepreensível, para que o adversário se envergonhe, não tendo nenhum mal que dizer de nós.
 
OBJETIVO GERAL
Mostrar que o ideal bíblico é que o pastor local seja um exemplo de vida.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Explicitar que o líder precisa falar de acordo com sã doutrina.
Explicar os quatro conselhos no tratamento de Tito com os idosos, as mulheres, os jovens e os servos.
Conscientizar a classe de que o líder deve ser bom exemplo em tudo.
 
INTERAGINDO COM O PROFESSORPrezado professor, para introduzir a lição desta semana, inicie a aula com as seguintes perguntas: "Como as pessoas devem ser tratadas em nossa igreja local?"; "Os nossos idosos são tratados como merecem?"; "As crianças recebem a atenção que lhe é devida?"; "Os jovens e os adolescentes recebem a devida atenção?"; "Pode-se falar com os idosos da mesma maneira que falamos com os colegas?"
Aguarde as respostas e incentive a participação de todos. Em seguida, fale que são sobre estas questões que o apóstolo Paulo está exortando a Tito em relação a como tratar as diferentes pessoas na igreja. Tal ensino pode e deve ser contextualizado para a nossa realidade.
 
PONTO CENTRALO apóstolo exortou a Tito como tratar as pessoas em suas diversas faixas etárias.

Resumo da 
Lição 12 - Exortações Gerais
I. O MODO CORRETO DE FALAR DO LÍDER
1. "Fala o que convém à sã doutrina" (v. 1).
2. Saber falar e saber ouvir.
3. Integridade no falar.
II. EXORTAÇÕES AOS IDOSOS, AOS JOVENS E SERVOS
1. Como os idosos devem portar-se.
2. As mulheres idosas devem ser exemplo para as mais novas.
3. Os jovens cristãos (v. 6).
4. O comportamento dos servos cristãos (vv. 9,10).
III. O BOM EXEMPLO EM TUDO
1. Bom exemplo (vv. 7,8).
2. Incorrupção da doutrina.
3. Gravidade e sinceridade.
 
SÍNTESE DO TÓPICO I - O líder cristão deve falar o que convém a sã doutrina.
SÍNTESE DO TÓPICO II - O apóstolo Paulo exorta a Tito sobre como os idosos, os jovens e os servos devem proceder.
SÍNTESE DO TÓPICO III - O líder cristão deve ser bom exemplo, preservar a integridade da doutrina e ser sincero em tudo.
 
PARA REFLETIR - A respeito das Cartas Pastorais:
De acordo com a lição, como deve ser o falar do líder?
O líder deve ter a sua fala sempre fundamentada na Palavra de DEUS.
Ser "tardio para falar" e "pronto para ouvir" é sinal de quê?De sabedoria, de maturidade emocional e espiritual.
Como o cristão idoso deve portar-se?Sóbrios, graves, prudentes, sãos na fé, na caridade e na paciência.
Como a mulher cristã idosa deve portar-se?Sérias no seu viver, como convém a santas, não caluniadoras, não dadas a muito vinho, mestras no bem.
As exortações de Paulo a Tito são importantes para os obreiros de hoje?Resposta pessoal.
 
CONSULTE - Revista Ensinador Cristão - CPAD, nº 63, p. 42.
Você encontrará mais subsídios para enriquecer a lição. São artigos que buscam expandir certos assuntos.
 
Comentários de diversos autores com algumas modificações do Ev. Luiz Henrique
Resumo rápido:
I. O MODO CORRETO DE FALAR DO LÍDER
1. "Fala o que convém à sã doutrina" (v. 1). 
Fale segundo a bíblia.
2. Saber falar e saber ouvir. O ser humano tem dois ouvidos para ouvir o dobro do que fala, pois só tem uma boca para falar.
3. Integridade no falar. Verdade e sinceridade.
II. EXORTAÇÕES AOS IDOSOS, AOS JOVENS E SERVOS
1. Como os idosos devem portar-se. Como pais que dão perfeito testemunho de sua fé.
2. As mulheres idosas devem ser exemplo para as mais novas. Com a experiência de vida cristã que possuem devem aconselhar as mais novas a serem submissas a seus maridos, educarem seus filhos e serem boas donas de casa.
3. Os jovens cristãos (v. 6). Moderados, nunca exagerarem em nada, principalmente em diversão.
4. O comportamento dos servos cristãos (vv. 9,10). Obedecer e ajudarem aos seus patrões como ao SENHOR JESUS.
III. O BOM EXEMPLO EM TUDO
1. Bom exemplo (vv. 7,8). O líder é o espelho de todos os liderados.
2. Incorrupção da doutrina. Nunca dar preferência a alguém ou deixar de repreender e exortar a quem precisa.
3. Gravidade e sinceridade. A palavra de DEUS deve ser ensinada com temor e tremor diante de DEUS e dos homens.
 
hupogrammos (uwypaiip-oc), literalmente, “escrita embaixo” (derivado de hupographo, "escrever embaixo, tracar letras" para copia de estudiosos): por conseguinte, "copia escrita, exemplo”. Ocorre em l Pe 2.21, referente ao que Cristo deixou para os crentes mediante os Seus sofrimentos (não expiatórios, mas exemplares), para que eles sigam os Seus passos.
hupodeiknumi (uttoO€Iki'uijli). primariamente. "mostrar secretamente” (formado de hupo, “embaixo de”, e deiknumi. "mostrar”), “mostrar tracando" (cognato de A, n° 2); por conseguinte, “ensinar, mostrar pelo exemplo" (At 20.35.“tenho-vos mostrado”). Tambem ocorre em Mt 3.7; Lc 3.7; 6.47; 12.5: At 9.16.
 
A vida e o ensino de Tito devem contrastar agudamente com os dos inimigos “imundos e incrédulos” da fé. A doutrina e a vida devem harmonizar-se.
Até mesmo o incrédulo tem “alguma consideração pela virtude e a boa conduta exterior”, mas as qualidades que são mencionadas nos versículos que se seguem são virtudes especificamente cristãs neste sentido, a saber: elas pressupõem a graça dinâmica de DEUS operando no coração, são motivadas pelo exemplo de CRISTO, são medidas pela santa lei de DEUS e têm a glória de DEUS como seu alvo.
Em sua atitude para com DEUS, que os homens idosos demonstrem saúde em sua fé. Que confiem totalmente nele e em sua palavra revelada. Em sua atitude para com o próximo, que eles evidenciem saúde em seu amor. E em sua atitude para com as provações amargas, que eles revelem saúde em sua paciência ou firmeza. As mulheres idosas devem, mediante seu exemplo piedoso, ser “mestras daquilo que é excelente” (cf. 1 Pe 3.1, 2).
É possível entender mediatamente que ninguém - nem mesmo Tito - é mais apto a orientar uma jovem casada do que uma anciã mais experiente. A jovem cristã deve ser orientada a amar seu esposo e a amar seus filhos. Não só devem ser castas, mas também domésticas. Paulo, inspirado pelo ESPÍRITO SANTO, acrescenta que elas devem ser “submissas a seus maridos” . É preciso ter em mente que, quando diz: “a fim de que a palavra de DEUS não venha a ser vituperada”, sua intenção seja: “a fim de que a palavra de DEUS seja honrada.”
Os jovens devem pôr-se sob a disciplina do evangelho, e devem guardar-se contra os desvios, sejam provenientes das más inclinações de sua própria natureza pecaminosa, ou das opiniões e dos costumes que prevalecem no mundo pagão que os rodeia. “Exercer domínio próprio” é da mesma raiz que o adjetivo traduzido “autocontrolado”. Tito deve a. admoestar os [mais] jovens (v. 6); e b. dar-lhes um bom exemplo (vv. 7 e 8).
O resultado ou propósito que se quer alcançar com tal conduta é de modo que [ou: a fim de que] quem está do [lado] oposto se sinta envergonhado, não tendo nenhum mal que dizer a nosso res­peito.
 
Mas os que esperam no Senhor renovarão as forças, subirão com asas como águias; correrão, e não se cansarão; caminharão, e não se fatigarão. Isaías 40:31
Na velhice ainda darão frutos; serão viçosos e vigorosos, Salmos 92:14
*** Os idosos estão aposentados, agora terão mais tempo para orar, para estudar a bíblia e principalmente para evangelizar. é a melhor idade, idade da experiência, de aconselhar, de dar a solução. hora de direcionar os mais jovens para a intimidade com DEUS. Hora de ser exemplo para os mais novos. Idoso, DEUS lhe chama para fazer uma grande obra. Agora, aos 55 anos, é a idade em que eu sou mais usado por DEUS. Prego, evangelizo, ensino, ministro curas, libertações, batismos no ESPÍRITO SANTO, faço palestras de EBD, Missões, Família, Avivamento em todo o Brasil. Agora não tenho mais que me preocupar com a criação dos filhos, com seu sustento. Agora sou eu e minha esposa prontos para fazer uma grande obra para DEUS. VAMOS LÁ IDOSOS!!! É A SUA HORA. Levanta-te, pois, porque te pertence este negócio, e nós seremos contigo; esforça-te, e age. Esdras 10:4
Exemplos de velhos que em sua velhice produziram a 100 por cento:
Noé com quase 600 anos foi chamado e por causa de sua família, construiu a arca que deu continuidade ao se humano sobre a terra.
Moisés aos 80 foi chamado para tirar o povo do Egito e DEUS, através dele, fez prodígios, sinais e maravilhas no Egito.
João escreveu o Apocalipse perto dos 100 anos, ouvindo coisas que nenhum outro humano ouviu.
Paulo era chamado "o velho", único homem que podia dizer: "Sede meus imitadores como eu sou de CRISTO".
 
CONSELHOS PARA CATEGORIAS DIFERENTES DE CRISTÃOS - Tito - 2 :1-10 - 1 Timóteo, 2 Timóteo e Tito - J. N. D. Kelly - Novo Testamento - Vida Nova - Série Cultura Cristã.
Tendo feito provisões para a nomeação de ministros apropriados, e tendo deixado Tito de sobreaviso contra os sectários subversivos, Paulo volta-se para o supervisão pastoral das próprias comunidades cretenses. Como nas passagens correspondentes em Cl 3:18 - 4:1 e Ef 5:22 - 6:9, divide-as em grupos, embora a divisão aqui seja baseada na idade, no sexo, e na posição social ao invés da família. Como noutros lugares, parece que está adaptando listas correntemente aceitas de qualidades admiráveis. Ao requerer de cada um dos grupos que observe um alto padrão de conduta, está preocupado tanto com a boa reputação da igreja quanto com o avanço do evangelho num ambiente de moralidade duvidosa.
Suas palavras iniciais, Tu, porém, (Gr. Su de: lit. “Mas tu”)", são enfáticas. Os falsos mestres fustigados na seção anterior têm desviado as pessoas; a linha seguida por Tito deve ser exatamente a oposta. Destarte, seu ensino deve ser o que convêm à sã doutrina, em contraste com as “fábulas” e os mandamentos dos homens sectários. Para sã doutrina, cf. 1:9; ver também 1 Tm 1:10. O conselho de Paulo vai ser rigorosamente prático, mas não oculta sua convicção de que a base do bom comportamento é a crença correta.
Primeiramente, trata da seção dos mais idosos na comunidade, aos homens idosos, respeitáveis, sensatos. Não há verbo imperativo, tem um acusativo e uma construção no infinitivo "ento" não expressado,
subentendido em “fala” ou “ensina” no v. 1. Para temperantes (Gr. nephalios), ver 1 Tm 3:2; refere-se aqui ao controle próprio geral em satisfazer os desejos. Para respeitáveis (Gr. semnos) e sensatos (Gr. sõ- phón), ver 1 Tm 2:2; 3:8; 11 e 1 Tm 2:9; 3:2; Tt l:8 respectivamente.
Até mesmo um código pagão pode insistir na gravidade do comportamento e no auto-domínio dos idosos; agora, Paulo acrescenta um toque especificamente cristão ao requerer deles que sejam sadios na fé, no amor e na constância. Para a tríade, cf. 1 Tm 6:11 e 2 Tm 3:10.  Nada há de não paulino nele, como comprova sua ocorrência em 1 Ts 1:3. O Apóstolo talvez tenha selecionado constância ou porque era uma qualidade especialmente apropriada em homens que estavam enfrentando as dificuldades e os desencorajamentos da idade, ou, mais provavelmente, porque era especialmente necessária nas igrejas perturbadas como as da Creta, onde, portanto, os idosos deveriam dar um exemplo desta virtude.  Em sadios na fé (cf. 1:13; para o antônimo, ver 1 Tm 6: 4 e Rm 14:1 —“débil na fé”) não está se referindo à exatidão da doutrina, sendo fé equivalente de “a fé,” mas, sim, à atitude subjetiva dos idosos; esta interpretação é apoiada pela conotação subjetiva dos outros dois substantivos.
3,4. O conselho de Paulo para as mulheres idosas relembra parcialmente o que foi dado em 1 Tm 3:11. Devem ser sérias em seu proceder, onde o substantivo denota comportamento ou postura vistos como a expressão do caráter interior ou disposição da pessoa, ao passo que o adjetivo sugere o comportamento de uma boa sacerdotisa desempenhando as funções do seu cargo. As duas exigências adicionais, não caluniadoras, não escravizadas a muito vinho (cf. 1 Tm 3:11), fixam-se de modo realista nas fraquezas às quais senhoras (e homens) idosas estão sujeitas em todas as eras, se não tomarem cuidado. Os críticos que objetam que o Apóstolo não poderia ter incluído tais qualidades na sua lista têm um conceito mais prometedor da natureza humana é da igreja do século I do que ele tinha, e devem reler 1 Coríntios com seus olhos abertos.
Mais positivamente, o papel destas mulheres idosas é resumido no adjetivo mestras do bem (Gr. kalodidaskalous).  Não se trata de dar instrução formal (que é proibido em 1 Tm 2:12, e não há razão porque assim, o conselho é dar particularmente, pela palavra e pelo exemplo. Assim, Paulo pode fazer sua transição para o setor jovem da comunidade. As mulheres mais idosas deve demonstrar um padrão alto, a fim de instruírem as jovens recém-casadas a amarem a seus maridos e a seus filhos. Na antiguidade, entre os pagãos e os judeus igualmente, estas virtudes gêmeas eram consideradas á glória do caráter das mulheres jovens, e freqüentemente são mencionadas nas inscrições funerárias. Cf. o epitáfio, freqüentemente citado, dos tempos de Adriano, numa lápide achada em Pérgamo, na Mísia: “Julius Bassus. . . à sua dulcíssima esposa, dedicada ao seu marido e dedicada aos seus filhos.”
5. Além disto, as jovens esposas devem ser encorajadas a serem sensatas (no sentido do autocontrole: qualidade esta constantemente referida nas Pastorais), honestas, boas donas de casa, bondosas, sujeitas a seus próprios maridos. Os dois primeiros adjetivos ressaltam o decoro da sua vida sexual. A palavra traduzida boas donas de casa (Gr. oikourgos) literalmente significa “trabalhando em casa.” Alguns MSS registram oikourous, i.é, “conservando-se em casa,” mas oikourgos é a mais rara destas palavras, e também tem mais apoio nos MSS; de qualquer maneira, a diferença de significado é leve. Os antigos, tanto os judeus quanto os pagãos, estimavam a esposa que se conservava em casa, e Paulo tinha razões especiais para preferir que não andassem à toa (ver sobre 1 Tm 5:13).
Alguns preferem entender o original de bondosas (Gr. agathous) por “boas” e tratar a palavra como adjetivo que qualifica a palavra anterior, tomada por substantivo (“boas trabalhadoras no lar”). Assim, porém, fica destruído o ritmo da frase, e é, de qualquer maneira, desnecessário, visto que "agathos" pode ter o significado de “bondoso,” “benevolente” (cf. Mt 20:15; Mc 10:17-18; 1 Pe 2:18). A lição de Paulo é que, embora a jovem dona de casa devesse estar ocupada com suas tarefas do lar, não deve esquecer-se da bondosa simpatia que deve à sua família e às suas empregadas domésticas.
Quanto aos conceitos de Paulo sobre o dever das mulheres de serem sujeitas a seus próprios maridos, cf. 1 Co 14:35; Ef 5:22; Cl 3:18. Visto que mantinha estes conceitos durante toda a sua vida de maneira consistente, e visto que coincidiam com as idéias contemporâneas tanto no mundo judaico quanto no pagão, não há necessidade de tratar a presente passagem (conforme fazem alguns autores) como evidência em prol da maior liberdade para seu sexo que, sob a influência libertadora do ensino cristão, as mulheres na igreja primitiva estavam reclamando. Para tais reinvidicações ver 1 Tm 2.11.
Paulo tem razão especial para exigir um alto padrão neste asparte das mulheres jovens, viz. para que a palavra de DEUS não seja difamada. o mundo de fora imediatamente culpará o próprio evangelho por qualquer conduta da parte dos fiéis que seja chocante às suscetibilidade contemporâneas. A linguagem, como a de 1 Tm 6:1, ecoa LXX Is 52:5. Para a preocupação do Apóstolo com a reputação externa da igreja, ver sobre 1 Tm 3:7.
6,7. O tom de Paulo toma-se mais severo quando chega aos moços.  Exorta-os, pede a Tito, empregando o imperativo pela primeira vez, para que sejam criteriosos (“exerçam controle-próprio”). Mais uma vez temos esta qualidade que é tão prezada nas Pastorais (ver sobre 1 Tm 2:9), pois o verbo aqui usado (Gr. sõphronizein) tem relacionamento com o adjetivo (Gr. sõphrõn) traduzido “sensato” nos w. 2 e 5. Não fica totalmente claro se a expressão em todas as coisas deva ser tomada com este infinitivo ou com a frase que se segue. Qualquer destas maneiras é gramaticamente possível, mas a primeira parece preferível (a) porque as palavras então indicam o largo escopo do “controle-próprio” exigido, e (b) porque a segunda pessoa no singular, ter, na cláusula seguinte, volta então a reaver sua verdadeira ênfase.
Paulo sabe que a pregação por si mesma terá pouca utilidade; Tito terá mais probabilidade de conseguir fazer o efeito desejado se se mostrar padrão de boas obras (“boa conduta”). O acento aqui, conforme já foi sugerido, recai fortemente sobre te; Tito ainda é relativamente jovem, e, destarte, sua maneira de comportar-se deve ter influência sobre os jovens. Para a insistência do Apóstolo de que o líder cristão deve pessoalmente dar o exemplo, ver sobre 1 Tm 4:12.
8. Esta menção de Tito como padrão de boas obras, leva Paulo a divagar do seu tema principal, viz. o conselho que seu discípulo deve dar ao seu rebanho, e a expor brevemente o exemplo que ele mesmo deve dar. Destarte, No ensino deve mostrar integridade, reverência, linguagem sadia e irrepreensível. Muitos interpretam ensino objetivamente, a respeito do conteúdo da mensagem de Tito; mas visto que este sentido já está abrangido por linguagem sadia, é preferível interpretá-lo ativamente, como uma referência às suas atividades como mestre (para este uso do Gr. didaskalia, cf. Rm 12:7; 1 Tm 4:13; 2 Tm 3:16). Por integridade Paulo quer dizer pureza de motivo, a ausência de qualquer desejo de lucros; ao passo a reverência denota um alto tom moral e uma maneira séria: para a palavra, ver sobre 1 Tm 2:2. A substância da sua mensagem consiste em linguagem sadia e irrepreensível, onde sadia tem o significa apostólico.”
O motivo por detrás destes preceitos é bom e prático, viz. para que o adversário seja envergonhado não tendo indignidade nenhuma de dizer a nosso respeito. A descrição que Paulo dá do adversário (lit. “qualquer pessoa do lado oposto”) é deliberadamente vaga; pode incluir, e sem dúvida inclui mesmo, críticos pagãos do cristianismo, mas sua referência primária diz respeito a indivíduos indispostos dentro da própria comunidade que, conforme Tito pode ter a certeza, estão avidamente procurando a mínima oportunidade para pegá-lo numa falha. Sua melhor defesa será a completa integridade da sua pregação, tanto na maneira quanto no conteúdo.

1 Timóteo, 2 Timóteo e Tito - J. N. D. Kelly - Novo Testamento - Vida Nova - Série Cultura Cristã.