Lição 7, CPAD, O Relacionamento entre Nora e Sogra
https://youtu.be/5RncZB7cL2g
Vídeo
Escrita https://ebdnatv.blogspot.com/2023/04/escrita-licao-7-cpad-o-relacionamento.html
Slides https://ebdnatv.blogspot.com/2023/04/escrita-licao-7-cpad-o-relacionamento.html
https://pt.slideshare.net/henriqueebdnatv/slides-lio-7-cpad-o-relacionamento-entre-nora-e-sograpptx
RESUMO GERAL DA
LIÇÃO
I - A CRISE
ECONÔMICA NA TERRA DA JUDEIA
1. A escassez
que provocou fome na “casa de pão” (Rt 1.1).
2. A crise de
uma família (Rt 1.1-3).
II - SUPERANDO
AS CRISES EXISTENCIAIS
1. Noemi decide
voltar à sua terra (Rt 1.6-8).
2. Rute conhece
o DEUS de sua sogra (Rt 1.16).
3. Unidas
contra a crise.
III - FÉ E
TRABALHO NUMA NOVA PERSPECTIVA
1. A chegada à
terra do pão (Rt 1.19).
2. Recuperando
a autoestima (Rt 1.15-18).
3. A honra do
trabalho no campo de Boaz (Rt 2.8-17).
IV - RUTE ENCONTRA
O REMIDOR DA FAMÍLIA
1. Rute
descobre o remidor de Noemi (Rt 4.1-9).
2. Boaz redime
Rute, a moabita (Rt 4.11-13).
3. Noras e
sogras.
TEXTO ÁUREO
“Disse, porém,
Rute: Não me instes para que te deixe e me afaste de ti; porque, aonde quer que
tu fores, irei eu e, onde quer que pousares à noite, ali pousarei eu; o teu
povo é o meu povo, o teu DEUS é o meu DEUS.” (Rt 1.16)
VERDADE PRÁTICA
A fé cristã
exalta o amor familiar e, mais especificamente, o respeito e a honra entre nora
e sogra, bem como genro e sogro.
LEITURA DIÁRIA
Segunda – Lv
26.18-20 A disciplina de DEUS para com o seu povo
Terça – Rm 8.28
Os acontecimentos contribuem para o bem
Quarta – Rm
8.31 DEUS está a favor do seu povo
Quinta – Hc
2.4; Rm 1.17 Na família é preciso viver pela fé
Sexta – 2 Co
8.9 A pobreza nos legou riquezas gloriosas
Sábado – Mt
1.3-6 Rute encontra-se na genealogia de JESUS
LEITURA BÍBLICA
EM CLASSE - Rute 1.1-5,8, 12-14
1 - E sucedeu
que nos dias em que os juízes julgavam, houve uma fome na terra; pelo que um
homem de Belém de Judá saiu a peregrinar nos campos de Moabe, ele, e sua
mulher, e seus dois filhos.
2 - E era o
nome deste homem Elimeleque, e o nome de sua mulher, Noemi, e os nomes de seus
dois filhos, Malom e Quiliom, efrateus, de Belém de Judá; e vieram aos campos
de Moabe e ficaram ali.
3 - E morreu
Elimeleque, marido de Noemi; e ficou ela com os seus dois filhos,
4 - Os quais
tomaram para si mulheres moabitas; e era o nome de uma Orfa, e o nome da outra,
Rute; e ficaram ali quase dez anos.
5 - E morreram
também ambos, Malom e Quiliom, ficando assim esta mulher desamparada dos seus
dois filhos e de seu marido.
8 - E disse
Noemi às suas duas noras: Ide, voltai cada uma à casa de sua mãe; e o Senhor
use de benevolência, como usastes com os falecidos e comigo.
12 - Tornai,
filhas minhas, ide-vos embora, que já mui velha sou para ter marido; ainda
quando eu dissesse: Tenho esperança, ou ainda que esta noite tivesse marido, e
ainda tivesse filhos,
13 -
esperá-los-íeis até que viessem a ser grandes? Deter-vos-íeis por eles, sem
tomardes marido? Não, filhas minhas, que mais amargo é a mim do que a vós
mesmas; porquanto a mão do Senhor se descarregou contra mim.
14 - Então,
levantaram a sua voz e tornaram a chorar; E Orfa beijou a sua sogra; porém Rute
se apegou a ela.
HINOS
SUGERIDOS: 83, 400, 546 da Harpa Cristã
PALAVRA-CHAVE -
Honra
A honra é o
alto respeito ou estima mostrada a uma outra pessoa ou recebida dela, ou ainda
uma demonstração de tal respeito. O conceito é expresso figurativamente no AT
por palavras que também são traduzidas como beleza, majestade, talento,
preciosidade, valor e glória. Os paralelos são significativos: glória e honra
(1 Cr 16.27; Sl 8.5); glória e majestade (Sl 21.5; 96.6; 104.1); honra e
distinção (Et 6.3); dádivas, prêmios e grandes honras (Dn 2.6); riquezas e
glória (1 Rs 3.13). Dessa forma, o conceito insere-se na adoração (q.v.), que é
o reconhecimento do valor.
O próprio DEUS
merece toda a honra; o reconhecimento daquilo que Ele é, e a atribuição do
louvor que lhe é devido. DEUS também pode fazer com que os homens sejam
reconhecidos pelos outros: “DEUS deu riquezas, fazenda e honra” (Ec 6.2). Ele
ordenou que fosse mostrado respeito aos pais (Ex 20.12) e aos mais velhos (Lv
19.32). Uma esposa virtuosa merece a estima de seu marido (Pv 31.25; 11.16; 1
Pe 3.7). Aqueles que honram a DEUS serão por sua vez honrados (1 Sm 2.30). O
homem que persegue a justiça e a lealdade da aliança encontrará a honra (Pv
21.21).
Uma sugestão
para o motivo pelo qual DEUS restaura a honra aos homens de modo redentor é
dada no Salmo 8.5: DEUS fez o homem um pouco menor do que os anjos. O homem
mais representativo, o Senhor JESUS, coroado com glória e honra por seu
sofrimento de morte, traz a redenção e a glória final para os seus redimidos
(veja Hb 2.5-10). A honra, como um subproduto da sabedoria e da piedade, é
associada à vida no sentido de que só poderia encontrar seu cumprimento em uma
imortalidade abençoada (Pv 3.16; 8.18; 21.21; 22.4; cf. Rm 2.7,10).
No NT grego,
palavras significando valor e glória são traduzidos como honra. Os valores
éticos estão em perspectiva. A honra descreve de forma majestosa a aprovação e
a estima mútua entre o Pai e o Filho (2 Pe 1.17; Hb 2.9; Jo 8.49,54). A honra em glória
redentora é concedida por DEUS aos homens (Rm 2.10; 1 Pe 1.7; Jo 12.26). Os
homens e os anjos dão glória e honra a DEUS (1 Tm 1.17; Ap 4.9; 19.1) e a CRISTO (Jo 5.23; Ap
5.12ss.). Os homens devem buscar a honra ou a aprovação que vem de DEUS ao
invés da aprovação dos homens (Jo 12.43). Entretanto, não devemos negar a honra
que é devida aos outros (Rm 12.10): aos pais (Mt 15.4), às viúvas (1 Tm 5.3), aos mestres (1 Tm 6.1), e ao rei (1 Pe 2,17). O casamento,
também, deve ser honrado por todos (Hb 13.4). W. B. W. - Dicionário Bíblico
Wycliffe - CPAD
Comentários BEP
- CPAD
1.1 NOS DIAS EM
QUE OS JUÍZES JULGAVAM. A história de Rute desenrola-se durante o período dos
juízes. Ela revela que durante a deplorável apostasia moral e espiritual
daqueles dias (cf. Jz 17.6; 21.25 ), havia um remanescente fiel que continuava
a amar e obedecer a DEUS. O livro salienta o fato de que DEUS opera na vida
daqueles que permanecem fiéis a Ele e à sua Palavra (ver 2.12).
1.3 MORREU
ELIMELEQUE, MARIDO DE NOEMI. Noemi, embora fosse uma fiel seguidora do Senhor, experimentou
grande adversidade. (1) Ela e a sua família sofreram os efeitos da fome, e
tiveram que abandonar sua própria casa (v. 1). Além disso, ela perdeu seu
marido (v. 3) e seus dois filhos. Parecia que o Senhor a abandonara e até mesmo
se voltara contra ela (vv. 13,21). (2) A história de Rute, no entanto, revela
que DEUS continuava cuidando dela, inclusive agindo através de terceiros, para
socorrê-la em suas necessidades. Como no caso de Noemi, o crente fiel e leal a
CRISTO pode experimentar grandes adversidades na sua vida. Tal fato não
significa que DEUS os abandonou ou que os está castigando. As Escrituras
frisam, repetidas vezes, que DEUS continua, com todo o amor, a fazer todas as
coisas cooperarem para o nosso bem em tempos de aflição (ver Rm 8.28,36).
1.12 TORNAI,
FILHAS MINHAS. Noemi instou com suas duas noras para ficarem na terra natal
delas, embora isso por certo significasse uma vida de solidão para ela [Noemi].
Ela achava que se as noras ficassem com ela não teriam oportunidade de casar
novamente e serem felizes. O livro destaca a devoção e o amor abnegados que
existia entre Noemi e Rute, e nos ensina que a verdadeira religião sempre
inclui o cuidado amoroso e o sacrifício dos nossos próprios interesses a favor
dos membros da nossa própria família (ver Ef 5.21-6.4).
1.13 A MÃO DO
SENHOR SE DESCARREGOU CONTRA MIM. Noemi cria que seus sofrimentos demonstravam
que ela já não gozava do favor de DEUS, e que Ele se lhe opunha (vv. 13,20,21).
Essa sua maneira de pensar provou ser errônea (2.20; 4.14,15). Não devemos
considerar que todas as adversidades e privações resultam do desagrado de DEUS
contra nós, pois Satanás e as experiências humanas comuns, às vezes nos
infligem dificuldades e adversidades, por mais dedicados que sejamos ao Senhor
(ver Lc 13.11).
1.16 O TEU DEUS
É O MEU DEUS. Noemi, certamente, conduziu Rute à fé no Senhor DEUS, mediante
seu exemplo e ensino (Dt 11.18,19). A fé que Rute tinha em DEUS levou-a a
permanecer fiel no seu amor a Noemi. Rute ilustra o princípio divino que
"quem perder a sua vida por amor de mim achá-la-á" (Mt 10.39; Rt
4.13-17).
O Livro de Rute
Autor: Anônimo
Tema: Amor Que
Redime
Data: Século X
a.C.
Considerações
Preliminares
Historicamente,
o livro de Rute descreve eventos na vida de uma família israelita durante o
tempo dos Juízes (1.1; c. 1375—1050 a.C.). Geograficamente, o contexto é a
terra de Moabe, a leste do mar Morto. (1) O restante do livro transcorre em
Belém de Judá e sua vizinhança. Liturgicamente, o livro de Rute é um dos cinco
rolos da terceira divisão da Bíblia Hebraica, conhecida como Os Hagiógrafos
(lit. “Escritos Sagrados”). Cada um desses rolos era lido publicamente numa das
festas judaicas anuais. Visto que a comovente história de Rute ocorreu na
estação da colheita, era costume ler este livro na Festa da Colheita
(Pentecoste).
Considerando
que a lista dos descendentes de Rute não vai além do rei Davi (4.21,22), o
livro foi provavelmente escrito durante o reinado de Davi. Desconhece-se o
autor humano do livro, mas a tradição judaica (e.g., o Talmude) atribui essa
autoria a Samuel.
Propósito
O livro de Rute
foi escrito a fim de mostrar como, através do amor altruísta e do devido
cumprimento da lei de DEUS, uma jovem mulher moabita, virtuosa e consagrada,
veio a ser a bisavó do rei Davi de Israel. O livro também foi escrito para
perpetuar uma história admirável dos tempos dos juízes a respeito de uma
família piedosa cuja fidelidade na adversidade contrasta fortemente com o
generalizado declínio espiritual e moral em Israel, naqueles tempos (ver a
introdução a Juízes).
Visão
Panorâmica
Esta história
do amor que redime inicia quando Elimeleque parte de Judá e passa a residir com
sua família em Moabe por causa de uma fome (1.1,2). O sofrimento continuou a
flagelar Elimeleque, pois ele e seus dois filhos morreram em Moabe (1.3-5), o
que resultou em três viúvas. Quatro episódios principais vêm a seguir. (1)
Noemi (viúva de Elimeleque) e sua devotada nora moabita, Rute, voltaram a Belém
de Judá (1.6-22). (2) Na providência divina, Rute veio a conhecer Boaz, um
parente rico de Elimeleque (cap. 2). (3) Seguindo as instruções de Noemi, Rute
deu a entender a Boaz o seu interesse na possibilidade de um casamento segundo
a lei do parente-remidor (cap. 3). (4) Boaz, como parente-remidor, comprou as
propriedades de Noemi e casou-se com Rute, e tiveram um filho chamado Obede —
avô de Davi (cap. 4). Embora o livro comece com tremendos reveses, termina com
um final sobremodo feliz — para Noemi, para Rute, para Boaz e para Israel.
Características
Especiais
Seis
características principais assinalam o livro de Rute. (1) É um dos dois livros
da Bíblia que leva o nome de uma mulher (sendo o outro o de Ester). (2) Este
livro, escrito, tendo ao fundo o horizonte ominoso da infidelidade e apostasia
de Israel durante o período dos juízes, descreve as alegrias e pesares de uma
família piedosa de Belém durante aqueles tempos caóticos. (3) Ilustra o fato de
que o plano divino da redenção incluía os gentios que, durante os tempos do AT,
foram enxertados no povo de Israel mediante o arrependimento e a fé no Senhor.
(4) A redenção é um tema central, do começo ao fim do livro, sendo o papel de
Boaz, como parente-remidor, uma das ilustrações ou tipos mais claros do
ministério mediador de JESUS CRISTO. (5) O versículo mais conhecido deste livro
consiste nas palavras que Rute dirigiu a Noemi, quando ainda estava em Moabe:
“Aonde quer que tu fores, irei eu e, onde quer que pousares à noite, ali
pousarei eu; o teu povo é o meu povo, o teu DEUS é o meu DEUS” (1.16). (6)
Traça um retrato realista da vida, com seus contratempos, mas também mostra
como a fé e fidelidade de pessoas piedosas ensejam a DEUS a oportunidade de
converter a tragédia em triunfo e a derrota em bênção.
Paralelismo do
Livro de Rute com o NT
Este livro
declara quatro verdades do NT. (1) Transtornos humanos dão oportunidade a DEUS
para realizar seus grandes propósitos redentores (Fp 1.12). (2) A inclusão de
Rute no plano da redenção demonstra que a participação no reino de DEUS
independe de descendência física, mas pela conformação da nossa vida à vontade
de DEUS, mediante a “obediência da fé” (Rm 16.26; cf. Rm 1.5,16). (3) Rute como partícipe
da linhagem de Davi e de JESUS (ver Mt 1.5) significa que pessoas de todas as
nações farão parte do reino do grande “Filho de Davi” (Ap 5.9; 7.9). (4) Boaz, como o
parente-remidor, é uma prefiguração do grande Redentor, JESUS CRISTO (Mt 20.28;
ver Rt 4.10).
)))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))
Rute - Dicionário
Bíblico Wycliffe
Uma moabita que
teve a distinção única de se casar com um de dois fazendeiros judeus. Malom (Rt
4.10), um dos filhos de Elimeleque (4.3) e Noemi (1.2); e Boaz, um parente de
Elimeleque (4.3), filho de Raabe (Mt 1.5).
Ao endossar
entusiasticamente esses casamentos, a família de Elimeleque ignorou o estatuto
preservado em Deuteronômio 23.3,4 que proibia que os judeus aceitassem moabitas
em sua comunidade, ou então não estava ciente dessa proibição.
Rute foi
notável em sua disposição de renunciar ao seu próprio meio em troca de outro
que lhe era estranho, e se parece um pouco com Abraão ao se aventurar em uma
terra que nunca tinha visto (Gn 12. lss. cf. Rt 2.11). Ela resistiu à tentação
- sem dúvida muito forte - de sua cunhada (Orfa) de retornar ao seu povo. Por
causa de seu amor por Noemi, Rute desejava permanecer com sua sogra, tornar-se
uma judia, trocar o seu deus (provavelmente Quemos, Nm 21.29; 1 Rs 11.7,33)
pelo DEUS de Noemi (O Senhor, cf. Rt 2.12,13) e ser sepultada no mesmo local de
Noemi (Rt 1.14-17). A devoção de Rute transcendia o pessimismo de Noemi, que
atribuía seu completo “vazio” ao DEUS Todo-Poderoso, e insistia que as mulheres
de Belém a chamassem de Mara (“amarga”, 1.19-21).
Embora não
estivesse sob nenhuma obrigação, Rute imediatamente tirou proveito da época do
ano em Belém (era a colheita da cevada - desde a metade até o final de maio,
precedendo a colheita do trigo) para vislumbrar um meio de sustentar a si e sua
sogra. Os trabalhadores israelitas ficaram impressionados com sua dedicação e
contaram a Boaz (2.11) que lhe concedeu privilégios especiais (2.14ss.).
O auge da
devoção de Rute reflete-se na obediência à sugestão de Noemi de que deveria ir
ao debulhador à noite, quando Boaz estava cheio de vinho, para tentar
persuadi-lo a aceitar a responsabilidade de se tomar um parente remidor. Ele
consentiu, e quando o parente mais próximo desistiu de sua oportunidade, Boaz,
voluntariamente, assumiu o seu lugar. Comprou a propriedade de Elimeleque,
Quiliom e Malom e se casou com Rute (4.712־).
Ele obedeceu ao costume do levirato (q.v.), a lei contida em Deuteronômio
25.5-10, embora não fosse irmão de Malom, mas apenas um parente próximo. No
devido tempo, nasceu Obede (“servo”), filho de Boaz e Rute. A “amargura” de
Noemi foi amenizada por sua alegria pela criança, que se tornou um ancestral de
Davi (4.18-22) e do Messias. Rute foi
uma das quatro mulheres especificam ente mencionadas por Mateus na genealogia
do Senhor JESUS (1.5). Todas essas mulheres eram gentias, e a intenção de
Mateus era, aparentemente, enfatizar a dimensão universal dos ancestrais de
JESUS. T. W.
O Livro de Rute
A Bíblia
Hebraica coloca o livro de Rute na última divisão principal (Escritos) como um
dos cinco Megilloth. As Bíblias em português colocam esse livro depois do livro
de Juizes, acompanhando a LXX, a Vulgata e os escritos de Josefo. Não se tem
certeza de que esse livro tenha, alguma vez, feito parte do livro de Juizes.
Trata- se de uma história breve que contém quatro cenas, e uma concludente
genealogia.
Esboço
I. A Peregrinação em Moabe e o Retorno à
Pátria, 1.1-22
II. Rute, a Respigadora, 2.1-23
III. O Pedido de Rute a Boaz na Eira, 3.1-18
IV. Boaz Assume as Funções de um Parente
Remidor, 4.1-17
V. Genealogia desde Perez até Davi, 4.18-22
Propósito
Os estudiosos
têm opiniões muito divergentes sobre o propósito desse livro. Podemos dispensar
as opiniões de que: (a) o autor queria simplesmente contar uma história
interessante; (o) o livro é uma interpretação não literal de textos bíblicos
(midrash) sobre o suposto mito do culto à fertilidade em Belém (Staples); (c)
trata-se de um panfleto de propaganda destinado a enfatizar o dever do casamento
com um parente próximo (Driver); e (d) o autor deseja exaltar a fidelidade de
uma viúva. Alguns estudiosos (por exemplo, R. H. Pfeiffer e G. A. F. Knight)
argumentam que o livro de Rute é uma polêmica contra as exigências de Esdras
(capítulos 9-10) e de Neemias (13.23- 31) de que os judeus deveriam despedir as
suas esposas pagãs. O autor menciona muitas vezes que Rute é uma moabita (Rt
1.4,22; 2.2,6,11-13,21; 4.5,10). Além disso, não existe indicação de que os
judeus envolvidos nessa história desaprovassem os casamentos de Quiliom com
Onã, de Malom com Rute, e de Boaz com Rute. E não existem polêmicas no próprio
livro de Rute - mesmo em passagens onde ela poderia ser esperada. Poderíamos
esperar uma indicação do autor de que o parente próximo teria rejeitado Rute
por ser uma mulher de origem pagã, ou de que Boaz se casou com ela apesar de
sua origem gentílica, mas nenhuma menção existe a esse respeito (Hertzberg).
Outros
estudiosos acreditam que o propósito desse livro estava ligado à ancestralidade
de Davi, mas essa opinião não recebeu uma aceitação geral no tocante à intenção
do autor. Será que ele desejava preencher uma lacuna que existia nessa época (a
árvore genealógica em 4.18-22 também é encontrada em uma forma ampliada em 1
Crônicas 2.5-15) entre Perez e Davi? Ou será que pretendia estabelecer um
relacionamento entre a casa de Davi e a de Moabe, talvez para fornecer uma base
para a união das duas nações contra um inimigo comum, ou para que Moabe se
submetesse a Israel? Esse tipo de relacionamento poderia explicar porque Davi
confiou os seus pais aos cuidados do rei de Moabe (1 Sm 22.3,4), embora esse
evento também tenha outras explicações plausíveis. Ou será que ele estava
tentando negar que Davi deveria ser considerado um moabita, pois ele era um descendente
de Boaz (um judeu), a fim de evitar um estigma que poderia ser lançado contra
ele por causa do estatuto preservado em Deuteronômio 23.3,4, proibindo que um
moabita entrasse na assembleia do Senhor até a décima geração? Parece provável
que o autor desse livro estivesse interessado em fornecer informações sobre os
antepassados de Davi, mas subordinou essa intenção a um propósito mais
grandioso.
O principal
propósito do autor era enfatizar o cuidado providencial demonstrado pelo Senhor
em relação às duas viúvas em condições desesperador as (Hertzberg) e, dessa
forma, mostrar que o aparecimento e a ascensão de Davi, em um período crucial
da história de Israel, não foram acidentais (esta também é a opinião de
Ringgren). Esse tema está maravilhosamente contido nas declarações de Boaz a
Rute sobre esse assunto (2.11,12), e está explícito ao longo de todo o livro
(cf. 1.8,16,17; 2.3,4,20-23; 3.1-4,7-13; 4.13-15).
Data
O Talmude (Baba
Bathra 145) considera Samuel como autor desse livro, mas isso é improvável. Sua
data depende de entendermos o seu propósito. Se fosse uma obra polêmica contra
as medidas de Esdras e Neemias, ele deveria pertencer ao período pós-exílico,
provavelmente ao século IV a.C. Se, entretanto, o autor pretende enfatizar a
providência de DEUS, esse livro certamente seria do período pré-exílico. Sob um
cuidadoso escrutínio, as supostas palavras e expressões finais deixam de
refutar uma data anterior (veja Driver) e suas expressões aramaicas podem ser
tentativas posteriores de esclarecer certas obscuridades do primeiro texto. As
semelhanças entre Rute 4.7ss. e Deuteronômio 25.5ss. não exigem uma data
posterior à reforma do rei Josias, ocorrida em 621 a.C. (provocada pela
descoberta do livro da lei que, presumivelmente, incluía Deuteronômio) porque a
tradição em Rute se apoia em códigos legais anteriores, e as circunstâncias
subjacentes a essas duas passagens não são verdadeiramente as mesmas. Veja
Rute. A sintaxe e o vocabulário hebraicos, as expressões idiomáticas e a pureza
do estilo (veja Driver) dão suporte a uma data anterior para o livro.
Entendemos que sua forma atual não pode ser anterior à época de Davi (4.18-22).
J. T. W.
)))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))
Com. Bíblico -
Matthew Henry (Exaustivo) AT e NT
Rute 1:1-5 -
Elimeleque Muda-se com sua Família para Moabe. Lá Morrem Ele e seus dois Filhos
As primeiras
palavras são tudo que temos acerca da ocasião desta história. Foi nos dias em
que os juízes julgavam, v. 1; não naquela época turbulenta em que não havia rei
em Israel. Não sabemos, no entanto, em que período dos juízes essa história
ocorreu, e as conjecturas dos estudiosos são muito incertas. Parece que ela
ocorreu mais no início da época dos juízes, visto que Boaz, que casou com Rute,
era descendente de Raabe, que havia recebido os espias na época de Josué.
Alguns acreditam que a história ocorreu nos dias de Eúde, outros, durante os
dias de Débora. O estudioso bispo Patrick tende a acreditar que a história de
Rute ocorreu nos dias de Gideão, porque somente nessa época lemos a respeito de
uma fome em decorrência da invasão dos midianitas (Jz 6.3,4). Enquanto os juízes estavam
governando, alguns em uma cidade e outros em outra, a Providência cuida para
que essa história ocorra em Belém, onde nasceria o Messias, que descenderia de
duas mães gentílicas, Raabe e Rute. Lemos o seguinte:
I
Uma fome na terra, no território de Canaã,
essa região em que mana leite e mel. Esse era um dos julgamentos que DEUS havia
ameaçado trazer sobre eles por causa dos seus pecados (Lv 26.19,20). O Senhor tem muitas
flechas na sua aljava. Nos dias dos juízes, os israelitas foram oprimidos pelos
inimigos, mas como não se deixaram corrigir por meio desse julgamento, DEUS os
atormenta por meio da fome, porque quando DEUS julga, ele sai vitorioso. Quando
a terra recebeu descanso, ela não tinha suficiência. Mesmo em Belém, que
significa a casa do pão, havia escassez. Uma terra frutífera se transformou em
terreno salgado (Sl 107.34), para corrigir e reprimir a abundância e
libertinagem daqueles que moravam nela.
II
Um relato de uma família específica afligida
pela fome. Trata-se da família de Elimeleque. Seu nome significa meu DEUS é
rei, de acordo com o estado de Israel quando os juízes reinavam, porque o
Senhor era o Rei deles e era um conforto a ele e sua família na sua aflição.
Esse era o seu DEUS e Ele reinaria para sempre. Sua esposa se chamava Noemi,
que significa amável ou agradável. Mas os nomes dos seus filhos eram Malom e
Quiliom, doença e definhamento, talvez porque eram crianças fracas e
dificilmente viveriam por muito tempo. Essa era a situação dessa família: fraca
e instável, efêmera e moribunda.
III
A mudança dessa família de Belém para o país
de Moabe, do outro lado do Jordão, pela subsistência, por causa da fome, vv.
1,2. Parece que havia abundância no país de Moabe na época em que faltava pão
na terra de Israel. Dádivas comuns de providência são, com frequência,
concedidas em maior fartura para aqueles que são estranhos a DEUS do que
àqueles que O conhecem e O adoram. Moabe está descansado desde a sua mocidade,
enquanto Israel está sendo esvaziado de vasilha para vasilha (Jr 48.11), não
porque DEUS ama mais os moabitas, mas porque a porção deles está nesta vida.
Elimeleque vai para lá, não para estabelecer-se para sempre, mas por um
determinado período, durante o tempo de escassez, como ocorreu com Abraão em
ocasião semelhante, quando foi para o Egito, e com Isaque, que foi para a terra
dos filisteus.
1. O cuidado
que Elimeleque teve para prover pela sua família, levando consigo sua esposa e
filhos, sem dúvida era louvável. Se alguém não tem cuidado dos seus e
principalmente dos da sua família, negou a fé (1 Tm 5.8). Quando estava
passando por necessidade, ele não abandonou a sua casa, à busca de sua própria
prosperidade, deixando sua esposa e filhos para cuidar do seu próprio sustento;
mas, como convém a um marido carinhoso e um pai amoroso, ele os levou consigo,
diferente de uma avestruz (Jó 39.16).
2. Mas não vejo
como a sua mudança para o país de Moabe, nessa ocasião, pudesse ser
justificada. Abraão e Isaque eram somente peregrinos em Canaã, e a mudança
deles era propícia. Mas a semente de Israel já estava estabelecida e não
deveria mudar-se para os territórios dos pagãos. Por que Elimeleque deveria ter
mais motivos para se mudar do que seus vizinhos? Se por qualquer administração
imprudente ele tivesse dissipado o seu patrimônio, e vendido ou hipotecado a
sua terra (como poderia ter sido o caso, 4.3,4), que o colocava numa condição
mais precária do que os outros, a lei de DEUS teria obrigado seus vizinhos a
socorrê-lo (Lv 25.35). Mas, esse não era o seu caso, porque ele partiu cheio,
v. 21. Parece que a fome não era tão extrema para aqueles que permaneceram em
casa, porque havia o suficiente para sobreviver. Além disso, a sua
responsabilidade era pequena: somente dois filhos. Se Elimeleque não era capaz
de satisfazer-se com a escassez, como ocorria com os seus vizinhos, e no dia de
fome não podia se fartar (Sl 37.19), a não ser que tivesse uma mesa tão farta
como antes, e se ele não podia viver com a esperança de que, no devido tempo,
viriam anos de fartura outra vez, ou não podia aguardar com paciência por essa
época, era sua falta. Assim, ele estava desonrando a DEUS e a boa terra que o
Senhor tinha dado a eles, debilitando as mãos dos seus irmãos (Ed 4.4), com
quem ele deveria estar disposto a sofrer. Elimeleque foi um mau exemplo para os
outros. Se todos tivessem seguido o seu exemplo, Canaã teria ficado despovoada.
Observe:
Evidenciamos um
espírito insatisfeito, desconfiado e instável quando nos mostramos enfadados
com o lugar no qual DEUS nos colocou, e dispostos a deixá-lo assim que
deparamos com uma dificuldade ou inconveniência. É loucura pensar que podemos
escapar da cruz que foi colocada em nosso caminho. É sábio fazer o melhor
possível no lugar onde você está. Raramente podemos melhorar a nossa situação
quando mudamos de lugar. Ou, se ele sentia a necessidade de mudar-se, por que
para o país de Moabe? Se ele tivesse investigado melhor, provavelmente teria
encontrado fartura em alguma outra tribo de Israel, como, por exemplo, as
tribos que ficavam do outro lado do Jordão, que faziam fronteira com a terra de
Moabe. Se Elimeleque tivesse o devido zelo por DEUS e a afeição pelos seus
irmãos israelitas, não teria se convencido tão facilmente em ir e peregrinar
entre os moabitas.
IV
O casamento dos seus dois filhos com duas das
filhas de Moabe após a sua morte, v. 4. Todos concordam em que essa não foi uma
ação sábia. A versão dos Caldeus diz: Eles transgrediram o decreto da Palavra
do Senhor ao tomar esposas estrangeiras. Se não desejassem permanecer solteiros
até o seu retorno para a terra de Israel, eles não estavam tão longe que não
pudessem encontrar uma esposa em uma tribo israelita. Não parece que
Elimeleque, ao peregrinar para Moabe, se preocupou muito com a ideia de que
seus filhos pudessem se aparentar com moabitas. No entanto, precisamos lembrar
que aqueles que levam jovens a más companhias e os desviam do caminho dos
estatutos públicos, embora achem que esses jovens tenham bons princípios e estejam
protegidos contra a tentação, não sabem o que fazem, nem qual será o fim deles.
Não parece que as mulheres com as quais casaram eram prosélitas da religião
judaica, porque lemos que Orfa voltou aos seus deuses, v. 15. Os deuses dos
moabitas continuavam sendo os seus deuses. Uma tradição sem fundamento dos
judeus diz que Rute era a filha de Eglom, rei de Moabe, embora a versão dos
caldeus tenha incluído esta paráfrase. Esta (e outras tradições), que essa
versão insere, não harmonizam com a ideia de que o Boaz que casou com Rute era
o mesmo que viveu na época de Ibsã, que julgou Israel 200 anos após a morte de
Eglom (Jz 12).
V
A morte de Elimeleque e seus dois filhos e a
condição desconsolada à qual Noemi foi reduzida. Seu marido morreu, v. 3, e
seus dois filhos morreram, v. 5, logo após o casamento deles. A versão dos
Caldeus traz: Seus dias foram abreviados, porque transgrediram a lei ao casar
com esposas estrangeiras.
1. Precisamos
reconhecer que não podemos escapar da morte, não importa o lugar. Suas setas
fatais voam em todos os lugares.
2. Precisamos
reconhecer que não podemos esperar ser prósperos quando saímos do caminho do
nosso dever. Aquele que quiser salvar a sua vida por qualquer curso indireto
perdê-la-á.
3. Precisamos
reconhecer que quando a morte atinge uma família, muitas vezes ela ocorre golpe
sobre golpe. Um é tirado e serve de preparação para o próximo logo em seguida.
Quando alguém é tirado, e essa desgraça não alcança o fim devido, DEUS envia um
outro golpe do mesmo tipo. Quando Noemi perdeu seu marido ela se tornou tanto
mais complacente e depositou toda a sua confiança em seus filhos. Debaixo da
sombra desses consolos remanescentes, ela entende que deve viver entre os
pagãos, e se sente muito feliz debaixo dessas “aboboreiras” (cf. Jonas 4.6).
Mas elas murcham rapidamente, de madrugada, crescem e florescem; cortam-se e
secam antes da noite. Seus filhos foram enterrados logo depois de casarem,
porque nenhum deles deixou filhos. Tão incertos e transitórios são todos os
nossos prazeres nesta terra. Por isso, é sábio certificar-se dos consolos que a
morte não pode roubar. A condição da pobre Noemi era desoladora e seu espírito
ficou desconsolado quando ela ficou desamparada dos seus dois filhos e de seu
marido. Quando ambas estas coisas (a perda de filhos e viuvez) vêm sobre ela em
um momento [...] em toda a sua força [...] Quem procura consolá-la? (Is 47.9;
51.19). Somente DEUS tem recursos para confortar aqueles que são abatidos dessa
forma.
Rute 1:6-18 -
Noemi Decide Voltar para a sua Terra e Leva Rute Consigo
I
O amor de Noemi pela terra de Israel, v. 6.
Embora não pudesse permanecer na terra durante o período da fome, ela não
estava disposta a ficar fora dela quando a fome cessasse. Embora o país de
Moabe tivesse provido a ela abrigo e suprimento no tempo de necessidade, ela
não queria que isso durasse para sempre. Esta terra somente poderia ser a terra
santa, na qual estava o santuário de DEUS, do qual ele tinha dito: Este é o meu
repouso para sempre. Observe:
1. DEUS,
finalmente, voltou com misericórdia ao seu povo; embora Ele contenda por um
longo tempo, não contenderá para sempre. Como o julgamento da opressão (diante
da qual eles gemeram com frequência durante o período dos juízes) também
terminou, depois de certo tempo, quando DEUS levantava um libertador, assim
ocorreu com o julgamento da fome aqui: finalmente DEUS graciosamente visitou o
seu povo, dando-lhe pão. A dádiva de DEUS é generosa. É a sua visita que, por
meio do pão, o sustento da vida, sustenta com vida a nossa alma (Sl 66.9).
Embora essa misericórdia se mostre mais preciosa quando vem após a fome, mesmo
que tenhamos constantemente desfrutado desse pão, e nunca tenhamos
experimentado o que significa passar fome, não devemos achar que ele é menos
valioso.
2. Noemi então
voltou, por respeito ao seu povo. Ela com frequência tinha procurado saber o
estado deles, que tipo de colheita tiveram e como se comportava o mercado, e as
informações continuavam sendo desanimadoras. Mas, assim como o servo do
profeta, que, tendo olhado sete vezes e não tendo visto sinal de chuva,
finalmente viu uma nuvem do tamanho da mão de um homem, que logo cobriu os
céus, Noemi finalmente recebe boas novas da fartura em Belém. Ela não vê a hora
de voltar para lá. Suas novas alianças no país de Moabe não fizeram com que
esquecesse seu relacionamento com o país de Israel. Observe: Embora possa haver
um motivo para estarmos em lugares prejudiciais, quando o motivo cessa, não
devemos, de forma alguma, permanecer neles. Um afastamento forçado das ordenanças
de DEUS, e uma presença forçada com pessoas perversas, significam grandes
aflições. Quando o motivo acaba, mas esse tipo de situação é preferido, então
ele se torna um grande pecado. Pelo que parece, ela começou a pensar em voltar
para Belém imediatamente após a morte dos seus dois filhos: (1) Ela acreditava
que a sua aflição era um julgamento à sua família pelo fato de ter se
prolongado no país de Moabe. Ao reconhecer que essa era a voz da vara e quem a
ordenou (Mq 6.9), ela obedece e retorna. Se ela tivesse voltado logo após a
morte do seu marido, talvez pudesse ter evitado a morte dos seus filhos; mas
quando DEUS julga, Ele sai vitorioso, e, se uma aflição não for suficiente para
nos acordar em relação ao pecado e a obediência, o Senhor enviará outra. Quando
a morte entra em uma família, ela talvez sirva para restaurar aquilo que está
errado nela: quando pessoas próximas são tiradas de nós, devemos nos perguntar
se, em algum momento, estivemos fora do caminho, para que possamos voltar ao
caminho certo. DEUS traz à memória a nossa iniquidade quando mata um filho (1
Rs 17.18). E, se Ele cercar o nosso caminho com espinhos, talvez esteja nos
compelindo a dizer: Tornaremos ao nosso primeiro marido, como Noemi fez,
voltando ao seu país (Os 2.7). (2) O país de Moabe tinha se tornado um lugar de
melancolia para Noemi. Ela já não tem mais prazer em respirar o ar em que seu
marido e filhos tinham expirado ou continuar na mesma terra na qual eles
estavam enterrados, fora da sua vista, mas não fora dos seus pensamentos. Agora
ela está pronta para voltar a Canaã. De forma semelhante, DEUS tira de nós os
cuidados da vida nos quais nos apoiamos e nos alegramos, aqui no país da nossa
peregrinação, para que reflitamos mais a respeito do nosso lar no outro mundo,
e pela fé e esperança nos esforcemos em alcançá-lo. A terra se torna amarga,
para que o céu se torne tanto mais prazeroso.
II
O afeto que suas noras, especialmente uma,
mostraram a ela, e a sua generosa retribuição.
1. Ambas se
mostraram bondosas, a ponto de acompanhá-la, pelo menos parte do caminho,
quando Noemi voltou para a terra de Judá. Suas duas noras não buscaram
persuadi-la a continuar na terra de Moabe. Visto que Noemi estava determinada a
voltar para casa, as noras se esforçaram ao máximo para respeitar a sua
partida. Elas caminharam com Noemi, pelo menos até a fronteira do seu país, e a
ajudaram a carregar a sua bagagem. Parece que Noemi não tinha um criado para
servi-la, v. 7. Observamos que Noemi, como convinha a uma israelita, tinha sido
muito atenciosa e amável com elas e tinha conquistado o amor de suas noras.
Nisso Noemi é um exemplo a todas as sogras. Também vemos que Orfa e Rute tinham
uma compreensão correta dessa bondade, porque estavam dispostas a retribuir
essa bondade. Esse foi um sinal de que haviam vivido juntos em unidade, embora
tivessem morrido aqueles por meio de quem o relacionamento entre elas havia
surgido. Apesar das noras conservarem um carinho pelos deuses de Moabe, v. 15,
e Noemi continuasse sendo fiel ao DEUS de Israel, isso não impediu o amor que o
relacionamento de ambos os lados requeria. Sogras e noras, com frequência,
estão em desacordo (Mt 10.35); por isso, o amor dessas três mulheres é tanto
mais louvável. Que esse relacionamento sirva de exemplo para todos nós.
2. Depois de
caminharem por um tempo, Noemi, com profundo afeto, estimulou-as a voltar (vv.
8,9): voltai cada uma à casa de sua mãe. Após serem desalojadas da casa dos
maridos por causa de uma triste providência, elas experimentaram a misericórdia
de ter seus pais ainda vivos, com suas casas, onde seriam bem-vindas e não
precisam ser mandadas embora para o mundo. Noemi sugere que suas próprias mães
seriam mais adequadas para elas do que uma sogra, especialmente quando as mães
tinham casas e a sogra não sabia se tinha um lugar onde pudesse deitar a
cabeça.
(1) Noemi
despede suas noras com aprovação. Todos que têm um comportamento aprovado em um
relacionamento merecem um louvor semelhante: vós usastes [de benevolência] com
os falecidos e comigo, isto é, “vocês foram boas esposas para os maridos que
partiram e têm sido boas filhas para mim, e não deixaram de cumprir o seu dever
em cada um desses relacionamentos”. Observe: Quando nós ou nossos queridos
partem, pela morte ou por outro motivo, é muito confortável se temos tanto o
testemunho deles quanto o testemunho das nossas próprias consciências, que
enquanto estávamos juntos buscamos cuidadosamente cumprir nosso dever no
relacionamento. Isso ajudará a acalmar a tristeza da partida; e, enquanto
estamos juntos, deveríamos procurar nos conduzir de tal forma que quando
partimos não precisamos ter motivos para olhar com pesar para os nossos
fracassos do relacionamento.
(2) Noemi
despede suas noras com oração. Quando amigos se despedem, é muito apropriado
partirem com oração. Ela as envia para casa com sua bênção; e a bênção de uma
sogra não deve ser menosprezada. Nessa bênção, ela menciona duas vezes o nome
Jeová, o DEUS de Israel e o único e verdadeiro DEUS, orientando suas filhas
para que olhem para Ele como a única fonte de todo bem. Ela ora, de forma
geral, que o Senhor retribua a bondade que as noras haviam demonstrado. O que
regar também será regado (Pv 11.25). E, em particular, para que possam ser
felizes num novo casamento: O SENHOR vos dê que acheis descanso cada uma em casa
de seu marido. Observe: [1] É muito apropriado, de acordo com a orientação do
apóstolo (1 Tm 5.14), que as mulheres mais moças, e ele fala ali de viúvas
jovens, possam se casar, gerar filhos e governar a casa. Seria uma pena se
aquelas que foram boas esposas não tivessem a oportunidade de serem abençoadas
com bons maridos, especialmente aquelas que semelhantemente a essas viúvas não
tivessem filhos. [2] A condição de casado é uma condição de descanso, um
descanso tal como este mundo proporciona, descanso na casa de um marido, mais
do que pode ser esperado na casa de uma mãe ou sogra. [3] Esse descanso é um
dom de DEUS. Se há alegria e satisfação na nossa condição material, precisamos
dar o crédito a DEUS. Aqueles que estão debaixo de um jugo desigual encontram
pouco descanso, mesmo na casa de um marido. A aflição dos que estão em jugo
desigual deveria fazer com que os que têm um casamento no Senhor sejam mais
agradecidos. Mesmo assim, permita que DEUS seja o descanso da alma. Além disso,
não existe descanso perfeito nesta terra. (3) Noemi despediu suas noras com
grande afeto: Ela beijou-as, desejou que tivesse algo melhor para dar a elas,
mas de prata e ouro não dispunha. Assim, esse beijo de despedida será o selo de
uma profunda amizade (embora não as veja mais). Enquanto viver, ela guardará a
memória agradável dessa amizade. Se parentes precisam se despedir, que se
despeçam em amor, para que possam (caso não mais se encontrem neste mundo) se
encontrar no mundo do amor perpétuo.
3. As duas
jovens viúvas não podiam pensar em partir sem a sua bondosa sogra, tão positiva
era a impressão que essa israelita piedosa tinha deixado nelas. Elas não
somente levantaram a sua voz e choraram, relutantes em partir, mas também
professaram uma decisão em segui-la, v. 10: “Certamente, voltaremos contigo ao
teu povo e tentaremos nossa sorte contigo”. Esse é um exemplo raro de afeto a
uma sogra e uma evidência de que, por causa dela, elas tinham obtido uma boa
opinião do povo de Israel. Mesmo Orfa, que mais tarde voltou para os seus
deuses, parecia determinada a ir com Noemi. A triste cerimônia da partida, e as
lágrimas derramadas naquela ocasião, extraíram essa declaração solene, mas ela
acabou não vingando. Fortes sentimentos, sem uma opinião bem definida,
normalmente produzem decisões fracas.
4. Noemi
procura dissuadir as noras de irem com ela, vv. 11-13. (1) Noemi ressalta sua
condição angustiante. Se ela tivesse mais filhos em Canaã, ou qualquer parente
próximo, que talvez pudessem casar com essas viúvas, para suscitar semente
daqueles que já foram e para redimir o estado hipotecário da família, poderia
servir de encorajamento para estabelecerem-se de forma confortável em Belém.
Mas ela não tinha filhos, nem podia lembrar-se de nenhum parente próximo que
pudesse servir de marido; por isso, ela insiste em que não terá condições de
ter filhos que possam vir a ser maridos para elas, porque era idosa demais para
ter marido. Por causa da idade, estava se preparando para morrer e sair do
mundo, não para casar e criar filhos. Ou, se tivesse marido, não poderia
esperar ter filhos e, se tivesse filhos, não poderia imaginar que essas jovens
viúvas deveriam permanecer solteiras até que os filhos dela (que ainda
precisavam nascer) crescessem e se tornassem aptos para o casamento. E isso não
era tudo: ela não somente não podia oferecer um casamento para elas, como
também não teria condições de sustentá-las. A maior queixa da sua triste
condição era que não tinha capacidade de fazer por elas o que desejava: que
mais amargo é a mim do que a vós mesmas; porquanto a mão do SENHOR se
descarregou contra mim, v. 13. Observe: [1] Noemi entende que nessa aflição, o
julgamento de DEUS se destina principalmente a ela: “a mão do SENHOR se
descarregou contra mim. Eu sou a pecadora. A contenda de DEUS é comigo”. Quando
estamos diante de uma aflição, devemos considerar a possibilidade de DEUS estar
trabalhando conosco. Embora muitos outros façam parte do problema, devemos
ouvir a voz da correção como se estivesse falando somente a nós; não devemos
descartar as repreensões, insinuando que ocorreram por causa de outros. [2]
Noemi lamenta que a dificuldade que as noras estavam enfrentando era por causa
da repreensão de DEUS a ela. Noemi era a pecadora, mas suas afiliadas é que
estavam sofrendo: que mais amargo é a mim do que a vós mesmas. Um espírito
gracioso e generoso consegue suportar melhor o seu próprio fardo ao invés de
ver esse fardo se tornar pesado para outros. Noemi preferia sofrer a ver suas
filhas angustiadas. “Portanto, tornai, filhas minhas! Não estou em condições de
praticar qualquer benignidade a vocês”. (2) Será que Noemi fez bem ao
desencorajar suas filhas de ir com ela, quando, ao levá-las consigo, poderia
libertá-las da idolatria de Moabe e introduzi-las à fé e adoração do DEUS de
Israel? Noemi, sem dúvida, desejava isso. [1] Caso viessem com Noemi, ela não
queria ser a responsável por isso. Aqueles que assumem uma profissão de fé
somente por complacência dos parentes, ou para agradar seus amigos, ou por
causa da companhia, serão convertidos por pouco tempo. [2] Caso viessem com
Noemi, deveria ser uma escolha propositada delas; pois deveriam primeiro sentar
e calcular o preço, como deve ocorrer com aqueles que aceitam uma nova
profissão de fé. É importante que nos revelem as dificuldades que encontraremos
no novo caminho. Nosso Salvador também usou esse procedimento com aquele que,
no calor do seu zelo, fez a seguinte declaração: Mestre, aonde quer que fores,
eu te seguirei (Mt 8.19). “Vem, vem”, responde CRISTO. “Será que você pode
fazer o que eu faço? O Filho do Homem não tem onde reclinar a cabeça. Você
precisa estar consciente disso, e então considerar se você de fato está pronto
a seguir-me” (Mt 8. 19,20). Noemi trata suas noras da mesma forma. Pensamentos
que amadureceram após um sério exame têm a tendência de permanecer sempre na
imaginação do coração, enquanto o que amadurece logo, apodrece rápido.
5. Orfa foi
facilmente persuadida a render-se à sua própria inclinação corrupta e a voltar
ao seu país, aos seus parentes e à casa do seu pai, agora que ela estava livre
para tal chamado. Ambas levantaram a sua voz e tornaram a chorar, v. 14, muito
comovidas com as coisas afáveis que Noemi tinha dito. Mas as palavras de Noemi
tiveram um efeito diverso sobre elas: para Orfa foi cheiro de morte para morte.
A apresentação que Noemi tinha feito das inconveniências que as esperariam caso
fossem para Canaã a enviou de volta para o país de Moabe, e serviu de desculpa
para a sua apostasia. Mas, no caso de Rute, teve um efeito contrário,
fortalecendo sua decisão de ir junto com Noemi, cuja sabedoria e bondade a
encantaram. Assim, para Rute, isso foi cheiro de vida para vida. (1) Orfa
beijou a sua sogra, isto é, se despediu de maneira carinhosa, sem qualquer
propósito de segui-la no futuro, semelhantemente ao discípulo que desejava
seguir a CRISTO após sepultar seu pai ou despedir-se de sua família (Lc
9.57-62). O beijo de Orfa mostrou que esta mulher possuía grande carinho por
Noemi e estava relutante com a separação. No entanto, ela não a amava o
suficiente a ponto de deixar o seu país. Da mesma forma, muitos têm apreço e
simpatia por CRISTO, e mesmo assim acabam não sendo salvos por Ele, porque no
seu coração não conseguem renunciar às coisas mundanas. Eles dizem que amam a
JESUS, entretanto, o deixam, porque não o amam de verdade e acima de todas as
coisas. Assim ocorreu com o jovem que se afastou de CRISTO, triste (Mt 19.22).
(2) Porém Rute se apegou a ela. Se ela saiu de casa resoluta em seguir a Rute
ou não, não podemos saber. Talvez já estivesse decidida em segui-la, em
decorrência do sincero amor pelo DEUS de Israel e por sua lei. Ela já tinha
certo conhecimento deles, por meio das oportunas instruções de Noemi.
6. Noemi
procura persuadir Rute a voltar, usando o exemplo de sua irmã, v. 15: Eis que
voltou tua cunhada ao seu povo e, portanto, é claro, voltou aos seus deuses.
Independentemente do que tivesse feito enquanto morava com sua sogra, seria
quase impossível mostrar respeito ao DEUS de Israel caso fosse morar no meio
dos adoradores de Quemos. Aqueles que renunciam à comunhão dos santos e voltam
para o povo de Moabe certamente quebrarão sua comunhão com DEUS e seguirão os
ídolos de Moabe. Agora, volta tu também após a tua cunhada, isto é: “Se você
deseja voltar, volte agora. Esta é a maior provação da sua constância. Se você
resistir a esta provação, será minha para sempre”. Desgostos, como a revolta de
Orfa, precisam ocorrer, para que aqueles que são corretos e sinceros possam se
tornar manifestos, como aconteceu com Rute nessa ocasião.
7. Rute coloca
um fim no debate por meio de uma profissão solene de sua decisão impassível de
nunca a abandonar, nem de retornar novamente ao seu país e seus parentes, vv.
16,17. (1) Nada podia ser dito de forma mais bela e mais corajosa do que isso.
Parece que Rute recebeu outro espírito, outro discurso, agora que sua irmã não
estava mais com elas. Certamente, esse foi um momento da graça de DEUS,
dispondo a sua alma à escolha resoluta da melhor parte. Leva-me tu e correremos
após ti (Ct 1.4). As dissuasões de sua mãe a tornaram ainda mais decidida; como
quando Josué disse ao povo: Não podereis servir ao SENHOR, eles responderam
ainda com maior veemência: Não; antes, ao SENHOR serviremos. [1] Rute pede para
que a sua sogra não mais fale contra a sua ida: Não me instes para que te deixe
e me afaste de ti; porque todos os seus pedidos agora não conseguem abalar a
decisão que as suas instruções anteriores me fizeram tomar e, portanto, não
volte a falar deles. Observe: Aqueles que estão determinados a seguir a DEUS se
preocupam com a ideia de serem tentados e incomodados a alterar a sua decisão.
Aqueles que não pensam nisso nem o percebem. Não me instes. Na margem lemos:
Não esteja contra mim. Observe: Precisamos contar com pessoas que se colocam
contra nós e, de fato, são nossos inimigos. Elas procurarão impedir nossa
caminhada para a Canaã celestial. As pessoas que buscam dissuadir-nos e
desencorajar-nos no serviço de DEUS e na obra do evangelho podem ser nossos
parentes, mas não nossos amigos. [2] Rute é muito específica na sua decisão de
apegar-se a Noemi e nunca a abandonar. Ela fala a língua de alguém que está
decidida a seguir a DEUS e alcançar o céu. Rute está tão “apaixonada”, não pela
beleza, riquezas ou esplendor da mãe (todas essas coisas eram sem vida e
desapareceriam), mas com a sabedoria, virtude e graça de Noemi, que permaneceu
com ela, mesmo na sua condição pobre e melancólica. Primeiro, Rute pretende
viajar com ela: aonde quer que tu fores, irei eu, mesmo que seja para um país
que nunca vi, a respeito do qual tenho uma opinião negativa e desfavorável;
mesmo que seja para longe do meu próprio país, porque com você qualquer estrada
será prazerosa. Segundo, Rute habitará com ela: onde quer que pousares à noite,
ali pousarei eu, mesmo que seja numa choça; mesmo que não seja um alojamento
melhor do que o alojamento de Jacó, que usou uma pedra como travesseiro.
Terceiro, ela mudará de povo: o teu povo será o meu povo. Ela conclui do
caráter de Noemi que certamente a grande nação dela era um povo sábio e
entendido. Ela faz o julgamento deles com base na sua admirável mãe. Onde quer
que Noemi fosse, levava um bom testemunho do seu país (como todos nós
deveríamos fazer em relação ao país melhor, isto é, o país celestial);
portanto, ela se considera feliz se puder ser reconhecida como alguém do povo
de Noemi. Teu povo será o meu povo. Desejo unir-me a ele, sentir-me confortável
no meio dele e me preocupar com ele. Quarto, Rute tomará parte da mesma fé.
Assim, Rute determina ser fiel e amiga de Noemi — até diante dos altares: O teu
DEUS é o meu DEUS. Todos os deuses de Moabe são apenas vaidade e mentira.
Adorarei o DEUS de Israel, o único DEUS vivo e verdadeiro, confiarei somente
nele, vou servi-Lo e em tudo serei governado por Ele. Isso significa ter o
Senhor como o nosso DEUS. Quinto, ela gratamente está disposta a morrer na
mesma cama: Onde quer que morreres, morrerei eu. Ela sabe que ambas terão de
morrer e que quase certamente Noemi, como a mais idosa, morrerá primeiro. Ela
deseja continuar na mesma casa, se possível, até que os seus dias também sejam
completados, sugerindo um desejo de participar da sua felicidade na morte. Rute
deseja morrer no mesmo lugar, em memória dela. Que eu morra a morte da justa
Noemi e que o meu fim seja o mesmo dela. Sexto, Ela deseja ser sepultada no
mesmo túmulo e que seus ossos sejam colocados junto aos dela: ali serei
sepultada. Rute não deseja que seu corpo morto seja levado de volta para o país
de Moabe, como sinal de algum tipo de gratidão. Ela deseja que o pó dos dois
corpos se misture, com a esperança de que possam ressuscitar juntas e estar
juntas para sempre no outro mundo. [3] Ela endossa sua decisão de seguir Noemi
por meio de um juramento solene: me faça assim o SENHOR, e outro tanto (que era
uma forma antiga de imprecação), se outra coisa que não seja a morte me separar
de ti. Um juramento de confirmação terminou essa discussão e colocou uma
obrigação permanente sobre Rute de nunca desistir de sua boa escolha. Primeiro,
fica implícito que a morte podia separá-las por um período. Ela podia prometer
morrer e ser sepultada no mesmo lugar, mas não ao mesmo tempo. Poderia ser que
ela partisse primeiro, e isso as separaria por um tempo. Observe: A morte é a
única coisa que separa aqueles que nada mais poderia separar. A hora da morte é
uma hora de partida e devemos estar preparados quando chegar. Segundo, fica
decidido que nada vai separá-las; nem mesmo qualquer benefício da sua própria
família ou povo, nem qualquer esperança de promoção entre elas, nem qualquer
insensibilidade de Israel, nem o medo da pobreza e desgraça no meio delas.
“Não, nunca te deixarei”. (2) Esse é o modelo de um convertido decidido a DEUS
e à sua religião. Essa também deve ser a nossa posição. [1] Devemos ter o
Senhor como nosso DEUS. “Esse DEUS é o meu DEUS de eternidade em eternidade; eu
O reconheci como meu”. [2] Quando reconhecemos DEUS como o nosso DEUS, devemos
reconhecer seu povo como nosso povo em todas as situações; mesmo que seja um
povo pobre e desprezado, se o povo é dEle, também precisa ser nosso. [3] Tendo
lançado nossa sorte no meio deles, devemos estar dispostos a compartilhar a
sorte deles e a passar o que eles passam. Devemos submeter-nos ao mesmo jugo e
permanecer de maneira fiel; devemos tomar a mesma cruz e levá-la com alegria,
andar onde DEUS quer que andemos, mesmo que seja para o exílio e alojar-nos
onde Ele quer, mesmo que seja numa prisão; devemos morrer onde Ele quer e
depositar nossos ossos nas sepulturas dos justos, que entram em paz e descansam
nas suas camas (Is 57.2), embora sejam apenas sepulturas dos filhos do povo (Jr
26.23). [4] Devemos decidir continuar e perseverar, e, nesse contexto, nossa
lealdade a CRISTO deve ser mais próxima do que a lealdade de Rute a Noemi. Ela
determinou que nada além da morte poderia separá-las; mas nós devemos
determinar que nem mesmo a morte deve separar-nos do nosso compromisso com
CRISTO. Então poderemos estar certos de que nem mesmo a morte nos separará da
nossa felicidade em CRISTO. [5] Devemos amarrar a nossa alma com um compromisso
de nunca quebrar essas resoluções devotas e prometer diante do Senhor que
permaneceremos fiéis a Ele. Aquilo que é bem amarrado pode ser facilmente
encontrado. Aquele que tem intenções sinceras não se choca com compromissos.
8. Noemi se
aquieta diante da determinação de Rute, v. 18: Vendo ela, pois, que de todo
estava resolvida para ir com ela (que era o alvo dela em tudo que tinha dito),
quando percebeu que havia alcançado o seu objetivo, estava plenamente
satisfeita e deixou de lhe falar nisso. Tudo que ela desejava era essa
declaração solene de Rute. Observe o poder da determinação. Ela silencia a
tentação. As pessoas que não são indecisas e trilham por caminhos religiosos
com uma mente perturbável tentam o tentador e são semelhantes a uma porta
semiaberta, que convida o ladrão a entrar. Mas uma mente determinada fecha e
tranca a porta, resiste ao Diabo e o força a fugir.
A versão dos
Caldeus narra a argumentação entre Noemi e Rute da seguinte forma:
Rute disse: Não
me instes para que te deixe, porque serei prosélita. Noemi disse: Somos
ordenados a guardar os sábados e dias sagrados, nos quais não poderemos
caminhar mais do que dois mil côvados — a jornada de um sábado. Bem, respondeu
Rute: aonde quer que tu fores, irei eu. Disse Noemi: Somos ordenados a não
passar a noite toda com gentios. Respondeu Rute: onde quer que pousares à
noite, ali pousarei eu. Noemi disse: Somos ordenados a guardar 613 preceitos.
Rute, então, respondeu: Tudo o que teu povo guardar, eu guardarei, porque eles
serão o meu povo. Noemi disse: Somos proibidos de adorar qualquer deus
estranho. Ao que Rute declarou: o teu DEUS será o meu DEUS. Noemi disse: Temos
quatro tipos de mortes para malfeitores: apedrejamento, destruição pelo fogo,
estrangulamento e morte pela espada. Rute replicou: Onde quer que morreres,
morrerei eu. Noemi finalmente disse: Temos casas de sepulcros. Então Rute
respondeu: ali serei sepultada.
Rute 1:19-22 -
Rute Volta como Pobre Mulher que Precisa ser Sustentada por Parentes e Amigos
Após muitos
passos afadigados (a fadiga da jornada, podemos supor, que foi aliviada um
pouco pelas saudáveis instruções que Noemi deu à sua prosélita e a agradável
argumentação que ambas tiveram), Noemi e Rute finalmente chegaram a Belém. Elas
chegaram numa época muito oportuna, no princípio da sega das cevadas, que era a
primeira colheita, seguida pela colheita do trigo. Agora os próprios olhos de
Noemi poderiam convencê-la da verdade daquilo que havia ouvido no país de
Moabe, de que o SENHOR tinha visitado o seu povo, dando-lhe pão, e Rute teria o
privilégio de ver essa boa terra no seu melhor estado. Agora elas tinham a
oportunidade de prover para o inverno. Nossos tempos estão nas mãos de DEUS, tanto
os acontecimentos quanto o tempo deles. O autor observa o seguinte:
I
A inquietação dos vizinhos, v. 19: toda a
cidade se comoveu por causa delas. As pessoas de Belém que conheciam Noemi se
reuniram ao redor dela, para perguntar acerca do estado dela e para dar-lhe as
boas-vindas. Ou, talvez, estivessem comovidos por causa dela, com receio de que
se tornasse um peso para a cidade, visto que parecia tão pobre. Podemos
concluir que ela tinha vivido uma vida respeitável anteriormente, caso
contrário, a cidade não teria se alvoroçado daquela forma. Quando as pessoas
que um dia estiveram em uma posição elevada e próspera quebram, ou caem em
pobreza e desgraça, a queda é tanto mais notável. As pessoas da cidade
disseram: Não é esta Noemi? Foram as mulheres da cidade que disseram isso,
porque o verbo é conjugado no feminino. Aquelas que outrora tinham intimidade
com ela estavam surpresas em vê-la nessas condições. Ela estava tão
enfraquecida e mudada pelas aflições que malmente conseguiam acreditar nos seus
próprios olhos e imaginar que essa era a mesma pessoa que tinham visto
anteriormente — tão saudável, formosa e vistosa: é esta Noemi? A rosa é
totalmente diferente quando está murcha do que quando estava florescendo. Noemi
apresenta uma aparência abatida, em comparação com a sua aparência anterior,
durante a prosperidade! Se alguém tivesse feito essa pergunta em forma de
desprezo, censurando-a pelas suas misérias (“não é essa que não estava
satisfeita e disposta a passar o que suas vizinhas passavam, mas decidiu
perambular para um país estrangeiro? Veja o que ela alcançou com isso!”), o
comportamento foi muito desprezível e sórdido. Não existe nada mais desprezível
do que triunfar sobre aqueles que estão abatidos. Mas, provavelmente, a maioria
fez esta pergunta com muita compaixão e comiseração: “Acaso é essa a Noemi que
vivia de maneira tão abundante, que tinha uma casa tão admirável e era tão
caridosa com os pobres? Como se escureceu o ouro!”. Aqueles que tinham visto o
esplendor do primeiro templo choraram quando viram a pobreza do segundo. O
mesmo ocorre aqui. Observe: As aflições farão mudanças grandes e surpreendentes
em pouco tempo. Observe: Quando vemos como a doença e a idade avançada alteram
as pessoas, mudam seu semblante e temperamento, podemos imaginar o que os
cidadãos de Belém disseram: “Não é esta Noemi? Parece que não é a mesma
pessoa”. Que DEUS, pela sua graça, nos ajuste para todas essas mudanças,
especialmente para a grande mudança!
II
A serenidade do espírito de Noemi. Se alguém a
censurava por causa de sua pobreza, ela não se opôs a eles, como teria feito se
fosse pobre e orgulhosa. Mas, com uma grande parcela de paciência piedosa,
suportou isso e todos os outros efeitos melancólicos de sua aflição, vv. 20,21:
Não me chameis Noemi; chamai-me Mara. “Noemi significa agradável ou cordial;
mas todas as minhas coisas agradáveis foram devastadas; chamem-me de Mara,
amarga ou amargura, porque sou uma mulher de espírito triste”. Dessa forma, ela
traz para a mente a sua condição. Todos deveríamos fazer o mesmo quando nossa
condição não está em todas as coisas clara em nossa mente. Observe:
1. A mudança do
seu estado, e como é descrito, com uma consideração piedosa em relação à
providência divina, e sem quaisquer murmurações ou reclamações. (1) Era uma mudança
muito triste e melancólica. Ela partiu cheia, v. 21; assim ela se enxergava
quando tinha o marido e os dois filhos. Muito da abundância do nosso conforto
neste mundo nasce de relacionamentos favoráveis. Mas ela agora voltou vazia,
viúva e sem filhos. Provavelmente ela havia vendido os seus bens. Agora trazia
para casa nada além de suas roupas. Tão incerto é tudo aquilo que chamamos de
abundância (1 Sm 2.5). Mesmo na abundância dessa suficiência podemos estar
angustiados (Jó 20.22). Mas existe uma abundância espiritual e divina, da qual
nunca podemos ser esvaziados; essa é a boa parte, que não será tirada daqueles
que a têm. (2) Ela reconhece a mão de DEUS, sua mão poderosa na aflição: “o
SENHOR me fez tornar. O Todo-poderoso me afligiu”. Observe: Nada contribui mais
para satisfazer uma alma graciosa debaixo de aflição do que reconhecer a mão de
DEUS nela. É o SENHOR (1 Sm 3.18; Jó 1.21). Precisamos considerar de forma
especial que é Shaddai, o Todo-poderoso, que nos aflige; É tolice combatê-Lo.
Nosso dever e interesse é submeter-nos a Ele. É por meio deste nome que DEUS
entra no concerto com seu povo: Eu sou o DEUS Todo-poderoso, o DEUS
Todo-suficiente (Gn 17.1). Ele aflige como DEUS no concerto, e sua suficiência
total pode ser nosso apoio e suprimento debaixo de todas as nossas aflições.
Aquele que nos esvazia da criatura sabe como encher-nos dele mesmo. (3) Ela
fala com profundo sentimento acerca da impressão que a aflição deixou nela:
grande amargura me tem dado. O cálice da aflição é um cálice amargo, mesmo
aquele que depois, produz um fruto pacífico de justiça; no entanto, no
presente, não parece ser de alegria, senão de tristeza (Hb 12.11). Jó reclama:
Por que escreves contra mim coisas amargas (Jó 13.26). (4) Ela reconhece que a
aflição que veio de DEUS é um confronto: o SENHOR testifica contra mim.
Observe: Quando DEUS nos corrige, Ele renova contra nós as suas testemunhas e
contende conosco (Jó 10.17), anunciando que está descontente conosco. Cada vara
tem uma voz, a voz de uma testemunha.
2. A submissão
do seu espírito com essa mudança: “Não me chameis Noemi, porque não sou mais
agradável, nem para mim mesma nem para meus amigos; chamai-me Mara, um nome
mais propício ao meu estado presente”. Muitas pessoas que estão humilhadas e
empobrecidas querem continuar sendo chamadas pelos seus nomes e títulos vazios
de honra que desfrutavam anteriormente. Noemi não agiu dessa forma. Sua
humildade não aceita um nome glorioso diante de um estado deplorável. Se DEUS
lida de maneira amarga com ela, ela se acomoda a esse plano e está disposta a
ser chamada de Mara, amarga. Observe: Convém termos o coração humilhado diante
de providências humilhantes. Quando nossa condição é humilhada, nosso espírito
também deveria ser humilhado com ela. Assim as nossas dificuldades são
santificadas quando concordamos com elas; porque não é uma aflição em si mesma,
mas uma aflição devidamente suportada, que nos faz bem. Perdidisti tot mala, si
nondum esse didicisti — Tantas calamidades foram desperdiçadas sobre você caso
ainda não aprendeu a sofrer. A tribulação produz a paciência.
))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))
MIGRAÇÃO
I. Elimeleque
em Moabe (Rute 1: 1-5 )
1 E
sucedeu que, nos dias em que os juízes governavam, que houve uma fome na
terra. E um homem de Belém de Judá saiu a peregrinar no país de Moabe, ele
e sua esposa, e seus dois filhos. 2 E o nome do homem era
Elimeleque, e o nome de sua mulher Noemi, e o nome do seus dois filhos Malom e
Quiliom, efrateus de Belém de Judá. E eles vieram para o país de Moabe, e
continuou lá. 3 E Elimeleque, o marido de Naomi, morreu; e
ficou ela com os seus dois filhos. 4 E eles tomaram para si
mulheres de mulheres moabitas; o nome de uma era Orfa, e o nome da outra
Rute; e ficaram ali quase dez anos. 5 E Malom e Quiliom morreram
ambas; e a mulher desamparada de seus dois filhos e de seu marido.
A bela história
de Rute tem a sua definição nos dias em que os juízes
julgado (v. 1 ). Tudo começou como um resultado de uma
grave fome em Judá. A escassez crítica fez a vida em Judá intolerável para
um israelita chamado Elimeleque. Para escapar da ameaça de fome, ele e sua
mulher, Naomi, juntamente com os seus filhos, Malom e Quiliom, deixou sua
herança em Belém e viajou para Moabe.
Foi um
movimento desesperado para Elimeleque. Significava deixando rostos e
ambiente familiar. Envolveu o risco de viagens durante o período inquieto
dos juízes. É necessário ajustes consideráveis para uma nova cultura e
uma forma exterior de vida.
Geograficamente,
a distância de Belém para Moabe não era grande por aqueles dias. Uma
viagem de cerca de 50 milhas estava envolvida. O coração de Moabe foi o
planalto que ficava a leste do Mar Morto entre o Arnon e os barrancos Zerede,
que drenam para o Mar Morto.
Cultural e
religiosamente, no entanto, a distância foi imensa. Ao contrário da
confederação das tribos de Israel, o reino de Moabe foi altamente
organizada. Havia excelentes edifícios e fortificações fortes. Houve
considerável atividade agrícola e pastoril. A religião dos moabitas foi
dedicado a Quemos e adoração de Quemos incluído sacrifício humano.
Elimeleque e
sua família tentou fazer um novo começo nesta terra estrangeira. Eles
deixaram um país assolado pela fome só para encontrar novos reveses. Em
primeiro lugar, verificou-se a morte de Elimeleque (v. 3 ). Em
segundo lugar, houve a perda dos dois filhos, que, depois de ter se casaram com
mulheres moabitas, viveu 10 anos e morreu (v. 5 ). Em terceiro
lugar, as esposas enlutadas ficaram sem filhos.
Enquanto alguns
têm tentado mostrar que esses reveses vieram como resultado de migração para
uma terra estranha e casamento com mulheres estrangeiras, não há nenhuma prova
de que tal era o caso.
II. NAOMI
e suas filhas-de-lei ( Rute 1: 6-22 )
Receber a
notícia de que a fome em Judá estava no fim, Naomi decidiu voltar para sua
terra natal. Suas filhas-de-lei, Orfa e Rute, também decidiu ir com ela.
PERSUASION A.
Naomi ( 1: 6-14 )
6 Então
se levantou ela com as filhas-de-lei, que ela poderia voltar a partir do país
de Moabe.: por que tinha ouvido no país de Moabe como o Senhor havia visitado o
seu povo, dando-lhes pão 7 E ela saiu do lugar onde ela estava,
e suas duas filhas-de-lei com ela; e eles iam a caminho de volta para a
terra de Judá. 8 E Naomi disse a suas duas filhas-de-lei, Vai,
volta cada um de vocês para a casa de sua mãe: negócio Jeová bondosamente com
você, como vós o fizestes com o morto, e comigo. 9 Jeová
conceder-lhe que acheis descanso cada uma em casa de seu marido. Em
seguida, ela beijou-os, e eles levantaram a sua voz, e chorou. 10 E
disseram-lhe: Não, mas nós voltaremos contigo ao teu povo. 11 E
Naomi disse: Voltai, minhas filhas; porque ireis com me? Tenho eu ainda
filhos no meu ventre, para que possam ser seus maridos? 12 Voltai,
minhas filhas, seguir o seu caminho; pois eu sou velho demais para ter um
marido. Se eu devo dizer, eu tenho esperança, se eu deveria mesmo ter uma
noite marido, e ainda tivesse filhos, 13 seria, pois, vós
fiqueis até que eles foram cultivados? portanto, seria a vós de ter
maridos? Não, filhas minhas; para entristece-me muito por amor de
vós, para a mão do Senhor vem saindo contra mim. 14 e
levantaram a sua voz, e chorou novamente: e Orfa beijou a sua
mãe-de-lei; mas Rute se apegou a ela.
Naomi se
esforçou para convencer as filhas-de-lei para permanecer em Moabe. Vai,
volta cada um de vocês para a casa de sua mãe (v. 8 ). A
referência de Naomi é aposentos das mulheres. negócio Jeová bondosamente
com você (v. 8 ). O termo hebraico chesed é
variadamente traduzido "benignidade", "bondade",
"lealdade". Naomi estava desejosa de que DEUS
concedesse esposos para suas noras, embora estivessem fora de Israel
e estrangeiras na aliança. Jeová conceda que acheis descanso cada uma em
casa de seu marido (v. 9 ). O pronome ela aqui se
refere a suas respectivas mães, portanto, o significado é que eles devem voltar
para suas casas paternas. Naomi revela o total desamparo das viúvas sem
filhos quando exorta Ofra e Rute a voltar para onde eles iriam encontrar
segurança e bondade na casa da família.
Não obstante o
seu fundamento, Naomi enfrentou filhas-de-lei que estavam firme em sua
determinação de ir com ela. Não, mas nós voltaremos contigo ao teu
povo (v. 10 ). Ofra e Rute haviam se provado gentilmente em
suas relações, não só com os seus maridos, que já não estavam vivendo, mas
agora também com a mãe-de-lei que estava na profundidade de uma morte em vida
de solidão e autoincriminação. Naomi revelou seu sentimento de culpa
profunda quando ela disse: Por entristece-me muito por amor de vós, para a
mão do Senhor vem saindo contra mim (v. 13: "É muito mais amargo
para mim do que para você"). Ainda Ofra e Rute estavam dispostos a
arriscar seu futuro em uma terra estrangeira, a fim de ajudar Naomi.
PERSISTÊNCIA
RUTE ( 1: 15-22 )
15 E
ela disse: Eis que a tua irmã-de-lei é voltado para o seu povo, e para o seu
deus: volta tu também após tua irmã-de-lei. 16 E Rute disse:
Rogai me para não te deixar, e para voltar de seguir-te; para onde vais,
eu irei; e aonde tu fores, irei; o teu povo será o meu povo, o teu
DEUS, meu DEUS, 17 , onde tu morres, eu vou morrer, e ali serei
sepultada. Jeová Assim me faça, e outro tanto, se outra coisa que não a morte
parte de ti e me 18 E quando viu que ela estava firmemente
disposta a ir com ela, ela parou de lhe falar.
19 Então
eles dois, até que chegaram a Belém. E sucedeu que, quando chegaram a
Belém, que toda a cidade se comoveu por causa delas, e as mulheres ,
disse: Não é esta Noemi? 20 E disse-lhes: Chame-me não Naomi,
me chamar de Mara; para o Todo-Poderoso de amargura
comigo. 21 Cheia parti, e o Senhor me fez tornar vazio; ?
Por que me chamais Noemi, visto que o Senhor testifica contra mim, e o
Todo-Poderoso me afligiu22 Assim Noemi voltou, e Rute, a moabita,
sua filha-de-lei, com ela, que voltou para fora do país de Moabe; e eles vieram
a Belém no início da colheita da cevada.
Por causa de
persuasão de Naomi, Ofra cedeu e, despedindo, voltou para o seu
povo. Naomi tentou usar a decisão de Ofra influenciar Rute, Eis que a
tua irmã-de-lei é voltado para o seu povo, e para o seu
deus (v.15 ). No entanto, Rute não queria seguir sua irmã-de-lei
e voltar para a segurança de seu povo e da adoração do deus de Moabe. Ela
estava tão firmemente comprometida com o tratamento gentil e dedicado a sua mãe-de-lei
como tinha sido para o marido (cf. observações de Naomi em v. 8 ).
Naomi tinha
sido grandemente abalado em sua fé pelas duras experiências recentes de que ela
havia sido submetida. Ela reagiu com amargura quando viu sua vida sob
julgamento divino. Sem hesitação e sem reservas Rute entrou em dura
provação de Naomi e deu devoção abnegada para ela.
Não obstante o
que Naomi tinha dito, sobre a decisão do Senhor para ela, Rute resolutamente
declarou, Rogai me para não te deixar ... para onde fores, eu irei ... o
teu povo será o meu povo, o teu DEUS é o meu DEUS ... o Senhor fazê-lo para me,
e outro tanto, se outra coisa que não te parte morte e
me (vv. 16 , 17 ). Suas palavras constituem uma
expressão requintada de resolução. Embora Naomi tinha oferecido nada, mas
a incerteza e frustração, Rute não estava olhando para as circunstâncias como
ela declarou a sua decisão de ir com Naomi.
Mais de afeição
natural motivado Rute. Não só ela estava resoluta em seu propósito de dar
devoção abnegada a um aflito e amarga mãe-de-lei, mas também estava determinada
a se juntar a pessoas de Naomi em adorar o DEUS verdadeiro. Ela estava
pronta a renunciar a seu culto ancestral, pois ela havia chegado ao
conhecimento do DEUS que tinha havia levantado um povo distintas. Presumivelmente,
Elimeleque e sua família a tinha trazido esse conhecimento.
Em vez de
voltar para sua antiga vida, Rute preferiu arriscar tudo e ir com
Naomi. Determinação para ajudar os outros e servir a única fé resoluta
DEUS vivo e verdadeiro exige sempre e decisão.
Os dois
chegaram a Belém, para a surpresa dos habitantes. É este
Naomi? (v. 19 ). Esta foi uma expressão de espanto ao ver
Naomi voltar em uma condição tão triste. A resposta de Naomi indica que
suas aflições haviam deixado sua marca em seu espírito. Chame-me não
Naomi, me chamar de Mara; para o Todo-Poderoso de amargura
comigo (v. 20 ). O contraste entre o nome de Noemi, que
significa "agradável", e este último nome, Mara, que significa
"amargo", é bastante significativo, tendo em conta o fato de que ela
culpou a DEUS por seus problemas. Em mais de uma ocasião, ela havia se
queixado por causa do que para ela foi um duro tratamento pelo Senhor (cf.
vv. 13 , 20-21 ; 2:20 ). No entanto, Rute
ficou ao seu lado na devoção gracioso e manteve uma fé inabalável em DEUS,
apesar de suas circunstâncias. Embora Rute era um estrangeiro, sua devoção
a Naomi e sua fé em DEUS fez uma impressão memorável sobre os habitantes de
Belém.
))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))
Comentário -
NVI (F. F. Bruce)
I. RUTE VEM
PARA BELÉM (1.1-22)
1)
Uma família israelita em Moabe (1.1-5)
Uma época de
fome na terra de Judá faz Elimeleque (“DEUS é rei”), sua esposa
Noemi (“minha agradável”) e os seus filhos Malom (“doente”) e Quiliom
(“debilitado”) deixarem a sua casa em Belém (“casa de pão”) para se
estabelecer em Moabe, um planalto a leste do mar Morto. É irônico que
tivessem de deixar a “casa de pão” na terra prometida para ir a
Moabe, mas na época dos juízes houve apostasia religiosa e o Senhor veio
com julgamento contra o seu povo. Que o propósito deles era retomar fica
claro no uso da palavra gür, que expressa residência temporária. Efrata
tinha sido o nome antigo de Belém (Gn 35.19; 48.7; Mq 5.2 e v. o
paralelismo em 4.11); por isso eram chamados efrateus. Depois da
morte de Elimeleque, Malom se casou com Rute, e Quiliom, com Orfa; as
duas noivas eram moabitas. A lei não proibia o casamento com
moabitas, mas havia algumas restrições para a aceitação dos moabitas
na congregação (Dt 23.3;
cf. Ne 13.23-30).
Rute e Orfa não são nomes hebreus, e o significado é incerto, v. 4.
por quase dez anos: isso provavelmente cobre todo o tempo em Moabe, e o
casamento dos dois irmãos pode ter ocorrido mais próximo do final desse
período. Malom e Quiliom morreram. O narrador aqui concentra a
atenção em Noemi, enviuvada, sofrendo com a perda dos filhos e numa
terra estranha, todas essas circunstâncias com significado religioso.
2) A
determinação de Rute em ir com Noemi (1.6-18)
Noemi decidiu
voltar para Belém depois que chegaram notícias a Moabe de que o Senhor
viera em auxílio do seu povo, dando-lhe alimento (lit. “pão”). O verbo usado
no original para traduzir “vir em auxílio” é o equivalente a
“visitar”, paqad, que pode significar “vir com bênção”, com frequência para
encerrar um período de provações, e.g., Gn 21.1; 50.24,25; Êx 13.19; Jr 15.15; 27.22; 29.10; especialmente SL 65.9. Mas o verbo pode
significar também “castigar”, como em Am 3.2,14 et al.
Noemi, não
querendo conduzir as suas noras à vida numa terra estranha, diz a elas que
voltem às suas famílias, v. 8. Ela reconhece a bondade delas com os seus
maridos e com ela e ora para que o Senhor seja leal com elas (mostrar
hesed “amor leal”; “amor constante”) e lhes conceda segurança (m‘nühãh, v.
3.1) no casamento. (Observe que Itesedí uma característica do próprio DEUS,
expressa principalmente na sua lealdade à aliança. E muito mais forte
do que bondade.) Ela deu-lhes beijos de despedida, mas elas insistiram
em ir com Noemi. Ela então, chamando-as carinhosamente de minhas filhas,
mais uma vez as aconselha a voltar. Numa série de perguntas retóricas,
Noemi — com a ideia do levirato em mente (Dt 25.5ss) — argumenta
que ela já não pode ter esperança de ter filhos para oferecê-los como
maridos e, de qualquer maneira, não se poderia exigir delas que esperassem
tanto tempo. v. 13. A formulação desse versículo na NTLH transmite a
ideia de que Noemi expressa remorso porque as suas noras foram
envolvidas na sua aflição, mas a formulação Para mim é mais amargo
do que para vocês, pois a mão do Senhor voltou-se contra mim se
harmoniza melhor com o hebraico. Parece que o sentido que ela
quer transmitir é: “Perdi marido e filhos e sou velha demais para casar de
novo e ter filhos. Vocês perderam os maridos, mas ainda são jovens
para casar de novo e ter filhos. Por que compartilhar da minha aflição?”.
E significativo que Noemi não atribui a sua aflição ao acaso ou ao azar,
mas à mão do Senhor, um antropomorfismo comum da atividade soberana de
DEUS, reconhecida em toda a história. v. 14. Orfa, evidentemente
convencida pelo argumento, despediu-se e partiu. E injusto culpar Orfa por
sua decisão. Não conhecemos todas as circunstâncias; por exemplo, talvez
ela soubesse da determinação de Rute e que Noemi não ficaria sozinha. Mas
Rute, com lealdade mais forte e laços afetivos mais próximos, //!'.»«
com ela [Noemi], (dãbaq, “apegar-se”; v. ARA e ARC; Gn 2.24; Rt 2.8, 21). v. 15. Novamente Noemi
encoraja Rute a voltar e seguir a sua cunhada que estava voltando
para o seu povo e para o seu deus, “Camos”, cf. Nm 21.29 (ou “deuses”),
mas Rute, totalmente decidida, expressa a sua determinação em
expressões de beleza indescritível. Ela declara a sua lealdade a Noemi, sua
disposição em se identificar com o povo de Israel e a sua devoção ao DEUS
de Noemi. A sua promessa é selada com um juramento que invoca o juízo de
DEUS se ela não o cumprir. Essa fórmula de juramento, possivelmente
acompanhada de um gesto, é encontrada de forma completa em Samuel
e Reis, mas em forma abreviada em outros textos. v. 18. Vendo a força e a
natureza da decisão de Rute, Noemi não insistiu mais.
3) Rute e Noemi
chegam a Belém (1.19-22)
v. 19. A
chegada de Noemi e Rute a Belém causou comoção considerável. A pergunta das
mulheres: Será que é Noemi? sugere que os anos que se haviam passado e o luto
pelas perdas tinham alterado a sua aparência, v. 20. Noemi retoma o
significado do seu nome e responde: Não me chamem Noemi (“agradável”),
melhor que me chamem de Mara (“amarga”), pois o Todo-poderoso tornou a minha
vida muito amarga. Esse nome divino ’El shaddai é quase sempre usado
com referência à ação de DEUS com pessoas em aflição. (V. comentário
adicional acerca de sadday de L. Morris em Judges-Ruth, TOTC, 1968, p.
264). v. 21. A formulação da RSV, como também da NTLH (“o DEUS
todo-poderoso me fez sofrer e me deu tanta aflição”), é baseada na emenda
textual do hebraico que fazem o grego, o siríaco e o latim, que é: “o
Senhor testificou contra mim”, i.e., o Senhor demonstrou o seu desgosto
por mim, por isso não me chamem de “agradável”. A frase 0 Todo-poderoso
trouxe desgraça sobre mim completa o paralelismo. Noemi exagera a
mudança desfavorável nas suas circunstâncias. Ela saiu com uma família
completa numa época de fome e, embora o Senhor a trouxesse de volta
privada de seu marido e de seus filhos, voltou com uma nora dedicada,
a vizinhos compassivos, e isso na época da colheita, v. 22. Parece que é
esse o ponto que o autor quer ressaltar de forma branda e amável.
))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))
REVISTA NA
ÍNTEGRA
Lição 7, CPAD,
O Relacionamento entre Nora e Sogra
RESUMO GERAL DA
LIÇÃO
I - A CRISE
ECONÔMICA NA TERRA DA JUDEIA
1. A escassez
que provocou fome na “casa de pão” (Rt 1.1).
2. A crise de
uma família (Rt 1.1-3).
II - SUPERANDO
AS CRISES EXISTENCIAIS
1. Noemi decide
voltar à sua terra (Rt 1.6-8).
2. Rute conhece
o DEUS de sua sogra (Rt 1.16).
3. Unidas
contra a crise.
III - FÉ E
TRABALHO NUMA NOVA PERSPECTIVA
1. A chegada à
terra do pão (Rt 1.19).
2. Recuperando
a autoestima (Rt 1.15-18).
3. A honra do
trabalho no campo de Boaz (Rt 2.8-17).
IV - RUTE
ENCONTRA O REMIDOR DA FAMÍLIA
1. Rute
descobre o remidor de Noemi (Rt 4.1-9).
2. Boaz redime
Rute, a moabita (Rt 4.11-13).
3. Noras e
sogras.
TEXTO ÁUREO
“Disse, porém,
Rute: Não me instes para que te deixe e me afaste de ti; porque, aonde quer que
tu fores, irei eu e, onde quer que pousares à noite, ali pousarei eu; o teu
povo é o meu povo, o teu DEUS é o meu DEUS.”
(Rt 1.16)
VERDADE PRÁTICA
A fé cristã
exalta o amor familiar e, mais especificamente, o respeito e a honra entre nora
e sogra, bem como genro e sogro.
LEITURA DIÁRIA
Segunda – Lv
26.18-20 A disciplina de DEUS para com o seu povo
Terça – Rm 8.28
Os acontecimentos contribuem para o bem
Quarta – Rm
8.31 DEUS está a favor do seu povo
Quinta – Hc
2.4; Rm 1.17 Na família é preciso viver pela fé
Sexta – 2 Co
8.9 A pobreza nos legou riquezas gloriosas
Sábado – Mt
1.3-6 Rute encontra-se na genealogia de JESUS
LEITURA BÍBLICA
EM CLASSE - Rute 1.1-5,8, 12-14
1 - E sucedeu
que nos dias em que os juízes julgavam, houve uma fome na terra; pelo que um
homem de Belém de Judá saiu a peregrinar nos campos de Moabe, ele, e sua
mulher, e seus dois filhos.
2 - E era o
nome deste homem Elimeleque, e o nome de sua mulher, Noemi, e os nomes de seus
dois filhos, Malom e Quiliom, efrateus, de Belém de Judá; e vieram aos campos
de Moabe e ficaram ali.
3 - E morreu
Elimeleque, marido de Noemi; e ficou ela com os seus dois filhos,
4 - Os quais
tomaram para si mulheres moabitas; e era o nome de uma Orfa, e o nome da outra,
Rute; e ficaram ali quase dez anos.
5 - E morreram
também ambos, Malom e Quiliom, ficando assim esta mulher desamparada dos seus
dois filhos e de seu marido.
8 - E disse
Noemi às suas duas noras: Ide, voltai cada uma à casa de sua mãe; e o Senhor
use de benevolência, como usastes com os falecidos e comigo.
12 - Tornai,
filhas minhas, ide-vos embora, que já mui velha sou para ter marido; ainda
quando eu dissesse: Tenho esperança, ou ainda que esta noite tivesse marido, e
ainda tivesse filhos,
13 -
esperá-los-íeis até que viessem a ser grandes? Deter-vos-íeis por eles, sem
tomardes marido? Não, filhas minhas, que mais amargo é a mim do que a vós
mesmas; porquanto a mão do Senhor se descarregou contra mim.
14 - Então,
levantaram a sua voz e tornaram a chorar; E Orfa beijou a sua sogra; porém Rute
se apegou a ela.
HINOS
SUGERIDOS: 83, 400, 546 da Harpa Cristã
PALAVRA-CHAVE -
Honra
COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
Nesta lição,
estudaremos uma das mais belas histórias bíblicas em que se exalta o amor e a
virtude da mulher moabita chamada Rute. É a história de um drama familiar que
envolve o luto, a subsistência e a desesperança. Trata-se de uma crise
generalizada de pobreza, doença, viuvez e morte. Contudo, nesse drama familiar,
a obstinação de Rute se destaca, pois ela foi capaz de superar as dificuldades
com atitudes de fé, inteligência, lealdade, persistência e esperança. É a
narrativa bíblica de uma nora que cultivava um verdadeiro amor no coração pela
sua sogra e, por isso, foi capaz de enfrentar a crise da escassez numa terra
inóspita, longe de seu povo original. Temos muito o que aprender com o relato
bíblico do relacionamento entre Rute e sua sogra Noemi.
I - A CRISE
ECONÔMICA NA TERRA DA JUDEIA
1. A escassez
que provocou fome na “casa de pão” (Rt 1.1).
O alimento
básico das famílias que viviam na região da Judeia estava escasso por causa do
mau governo dos últimos juízes de Israel, que abandonaram o Senhor. A cidade de
Belém, de onde Noemi saiu com seu marido Elimeleque, era o lugar que,
anteriormente, sofreu de sequidão e escassez. Ora, a palavra Belém significa
“casa de pão”, mas a “cidade do pão” estava sem o pão que representava o
sustento material do povo. A cidade deixou de ser um celeiro de grãos para ser
um lugar de escassez e fome, carestia e seca por toda a parte da terra de
Canaã. Na Bíblia, às vezes, a fome é um modo de DEUS disciplinar o povo que
pecou contra Ele (Lv 26.18-20). Naquele tempo, Israel havia se afastado da
comunhão com DEUS e chegado ao ponto de cultuar os ídolos pagãos. A bem da
verdade, nem todos agiam do mesmo modo, mas a disciplina era para todos.
2. A crise de
uma família (Rt 1.1-3).
A família do
livro de Rute era constituída por Elimeleque, Noemi, os filhos Malom e Quilim
enquanto estavam na Judeia. A crise econômica obrigou Elimeleque a tomar uma
decisão em busca de solução para a subsistência da família em outro lugar. Em
vez de ficar parado, ele tomou o caminho que parecia mais racional, o caminho
das terras planas de Moabe. Elimeleque conhecia o Senhor, mas não o buscou para
tomar aquela importante decisão. Ao chegarem a Moabe, a experiência não foi
fácil. Ali, em Moabe, a família encontrou a morte, o luto e a viuvez que
envolveram a vida dessa família quando Elimeleque faleceu e Noemi ficou viúva e
com seus dois filhos (Rt 1.3a). O casamento de seus dois filhos com duas
moabitas trouxe a esperança de volta ao coração de Noemi (Rt 1.3b). Mas, de
repente, os dois filhos falecem, deixando as esposas viúvas (Rt 1.5). Agora
eram três viúvas que, no contexto da época, teriam enormes dificuldades de
sobrevivência. Essa história nos mostra que uma família pode estar no centro de
um profundo sofrimento, e que isso pode afetar o relacionamento de pessoas
muito próximas como a nora e a sogra, o genro e o sogro. Como se comportar
diante dessas circunstâncias?
SINÓPSE I
A crise
econômica na Judeia e as fatalidades no seio familiar de Noemi e Rute tornaram
a aliança entre elas ainda mais forte.
AMPLIANDO O
CONHECIMENTO
“Noemi e Rute:
Uma história de bênçãos
A história de
Noemi e Rute é marcada por uma série de bênçãos. Primeiro Rute abençoa Noemi
ficando com ela. Então Noemi abençoa Rute, ajudando-a a encontrar um marido.
Boaz subsequentemente abençoa Rute com um lar, e DEUS os abençoa com um filho.
Depois, as mulheres de Belém dizem a Noemi que ela é abençoada com uma nora que
vale mais do que sete filhos.” Amplie mais o seu conhecimento, lendo Mulheres
Marcantes da Bíblia, editada pela CPAD, pp.89-96.
Auxílio
BIBLIOLÓGICO
O CUIDADO DE
DEUS EM TEMPOS DE AFLIÇÃO
“A história de
Rute desenrola-se durante o período dos juízes. Ela revela que durante a
deplorável apostasia moral e espiritual daqueles dias, havia um remanescente
fiel que continuava a amar e obedecer a DEUS. O livro salienta o fato de que
DEUS opera na vida daqueles que permanecem fiéis a Ele e à sua Palavra. Embora
Noemi fosse uma fiel seguidora do Senhor, experimentou grande adversidade. Ela
e a sua família sofreram os efeitos da fome, e tiveram que abandonar sua
própria casa. Além disso, ela perdeu seu marido e seus dois filhos. Parecia que
o Senhor a abandonara e até mesmo se voltara contra ela.
A história de
Rute, no entanto, revela que DEUS continuava cuidando dela, inclusive agindo
através de terceiros, para socorrê-la em suas necessidades. Como no caso de
Noemi, o crente fiel e leal a CRISTO pode experimentar grandes adversidades na
sua vida. Tal fato não significa que DEUS o abandonou ou que está castigando.
As Escrituras frisam, repetidas vezes, que DEUS continua, com todo o amor, a
fazer todas as coisas cooperarem para o nosso bem em tempos de aflição” (Bíblia
de Estudo Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 1995, p.422).
II - SUPERANDO
AS CRISES EXISTENCIAIS
1. Noemi decide
voltar à sua terra (Rt 1.6-8).
Viúva com suas
duas noras moabitas, Orfa e Rute, também viúvas, Noemi resolve voltar à sua
terra na Judeia depois de 10 anos longe (Rt 1.4). Era uma mulher envelhecida e,
por isso, resolveu liberar suas noras Orfa e Rute para que voltassem às suas
famílias de origem em Moabe. Orfa aceitou a liberação de sua sogra e voltou
para sua família, mas Rute resolveu ficar com Noemi (Rt 1.15-18).
Provavelmente, Noemi pensou que DEUS a estivesse castigando com todos os
sofrimentos experimentados, e não imaginava o plano divino em todas aquelas
circunstâncias. Na decisão de Rute, nascia uma amizade profunda entre nora e
sogra, entre duas mulheres que seriam experimentadas pelo sofrimento.
Aprendemos com o apóstolo Paulo que “todas as coisas cooperam para o bem
daqueles que amam a DEUS, daqueles que são chamados segundo o seu propósito”
(Rm 8.28 - NAA).
2. Rute conhece
o DEUS de sua sogra (Rt 1.16).
Rute declarou
de coração sincero à sua sogra Noemi: “o teu povo é o meu povo, o teu DEUS é o
meu DEUS” (Rt 1.16). Ela teve um gesto de amor exemplar para com Noemi. A
convivência com a sogra levou Rute a conhecer o DEUS de Noemi. A despeito dos
sofrimentos e necessidades vividos dentro daquela família, a moabita descobriu
que o DEUS de sua sogra era o DEUS verdadeiro, que supre as nossas necessidades
(Fp 4.19). Rute apegou-se à Noemi, não só pelos laços familiares, mas também
pela fé no DEUS de Israel porque a sua sogra dava o exemplo de uma mulher
temente a DEUS. Quando sogra e nora estão unidas na presença de DEUS é uma
bênção para toda a família. Por intermédio dessa união, DEUS traz provisões
extraordinárias para as necessidades familiares.
3. Unidas
contra a crise.
Toda família
pode passar um período em que parece que não há perspectiva de mudança diante
de uma situação difícil. Como no caso de Noemi, às vezes, a família parece
chegar a “um beco sem saída” para a vida material, emocional e, até mesmo,
espiritual. Até certo ponto isso é natural, pois quando nos deparamos com
determinadas crises, nossa visão tende a ficar embaçada e limitada. Entretanto,
a Palavra de DEUS diz: “Que diremos, pois, a estas coisas? Se DEUS é por nós,
quem será contra nós?” (Rm 8.31). DEUS é pelo seu povo. Isso não é diferente
com a nossa casa. A providência de DEUS pode começar no relacionamento entre os
membros da família. Ora, no momento de uma crise familiar, a última coisa que
pode acontecer é uma “guerra” entre seus membros. Já imaginou como ficaria
muito mais pesada a carga de Noemi e Rute se elas não estivessem unidas? Sim,
Rute, a nora de Noemi, foi capaz de superar as crises de sua casa, e da sua
sogra, com uma visão de esperança, paciência e tenacidade para superar todas as
dificuldades da família. Sua perspectiva de fé animou sua sogra e, juntas,
contemplaram o agir de DEUS em favor de sua família.
SINÓPSE II
A lealdade
entre Noemi e Rute é evidenciada na decisão de ambas, uma indo e a outra
ficando, a fim de superarem juntas, em DEUS, todas as dificuldades.
Auxílio VIDA
CRISTÃ
DEUS HONRA AOS
QUE PERMANECEM FIÉIS
“No mundo
antigo, não havia quase nada pior do que ser uma viúva. Muitas pessoas tiravam
vantagem das viúvas ou as ignoravam. Elas eram quase sempre atingidas pela
pobreza. Portanto, a Lei de DEUS ordenava que o parente mais próximo do marido
falecido cuidasse da viúva. Mas Noemi não tinha parentes em Moabe, e não sabia
se algum dos parentes do marido estavam vivos em Israel.
Mesmo em uma
situação desesperadora, Noemi teve uma atitude altruísta. Embora ela tenha
decidido voltar para Israel, encorajou Rute e Orfa a permanecerem em Moabe e
recomeçarem suas vidas, mesmo que isto trouxesse dificuldades para ela. Belém
ficava a aproximadamente oito quilômetros a sudoeste de Jerusalém. A cidade era
cercada por oliveiras e campos verdejantes. Suas colheitas eram abundantes.
Certamente, o
retorno de Rute e Noemi a Belém foi parte do plano de DEUS, porque nesta cidade
nasceria Davi (1 Sm 16.1). Como previsto pelo profeta Miqueias (Mq 5.2), JESUS
CRISTO também nasceria neste lugar. Portanto, esta mudança foi mais do que mera
conveniência para Rute e Noemi. Ela propiciou o cumprimento das Escrituras”
(Bíblia de Estudo Cronológica Aplicação Pessoal. Rio de Janeiro: CPAD, p.422).
III - FÉ E
TRABALHO NUMA NOVA PERSPECTIVA
1. A chegada à
terra do pão (Rt 1.19).
A chegada das
duas mulheres viúvas à Judeia, mais especificamente a Belém, depois de 10 anos,
causou alvoroço na cidade (Rt 1.19). Os antigos conhecidos de Noemi queriam
saber o que havia acontecido com sua família. Ela ainda era uma mulher
amargurada com as duras experiências passadas em Moabe e preferia ser chamada
de “Mara” cujo significado no hebraico é “amarga” (Êx 15.23). Sua queixa se
resumia a declarar que DEUS parecia tê-la abandonado. Entretanto, o Senhor
estava no comando da sua vida para um propósito maior do que ela poderia
imaginar. Sua humilhação e tristeza começaram a ser transformadas em alegria.
Assim, quando Noemi e Rute empreenderam a viagem para a Judeia, havia uma nova
esperança em seus corações. Rute se tornara uma mulher de fé disposta a superar
a crise de subsistência, confiando inteiramente no DEUS de sua sogra. Então,
sogra e nora agora estão juntas vivendo da fé, como a Bíblia diz: “o justo
viverá da sua fé” (Hc 2.4; Rm 1.17).
2. Recuperando
a autoestima (Rt 1.15-18).
Rute deu uma
demonstração de carinho e amor por Noemi que a fez entender que ainda havia
esperança. Elas haviam chegado à Belém no “princípio da colheita das cevadas”
(Rt 1.22). Se em Moabe a situação era precária, em Belém havia esperança de
“não faltar nada” para ambas. Rute usou sua perspicácia para suprir a
necessidade da casa (Rt 2.2). Essa atitude contribuiu para que Noemi levantasse
seu estado de espírito e sua autoestima. É muito importante que, na família,
haja pessoas dispostas animar às outras.
3. A honra do
trabalho no campo de Boaz (Rt 2.8-17).
Havia um campo
que pertencia a um parente de Elimeleque, chamado Boaz (Rt 2.1). Rute foi para
esse campo de cevada a fim de ajuntar as espigas que os segadores abandonavam,
prática permitida e concedida aos pobres pela lei mosaica (Dt 24.19-21). Assim,
Rute se dispôs a trabalhar pelo seu sustento e de sua sogra, Noemi (Rt 2.7). Ela
teve iniciativa e persistência, não teve medo de correr riscos (Rt 2.2), estava
determinada e disposta para alcançar o objetivo desejado. Mais adiante, ao
descobrir a generosidade dessa estrangeira para com sua sogra, Boaz ofereceu
seu campo, sua proteção e se tornou o provedor de Noemi e Rute.
SINÓPSE III
A chegada a
Belém, o trabalho de Rute e a descoberta de um possível remidor reacenderam a
esperança e autoestima em Noemi.
IV - RUTE
ENCONTRA O REMIDOR DA FAMÍLIA
1. Rute
descobre o remidor de Noemi (Rt 4.1-9).
Ao se dispor a
apanhar restos das espigas deixadas pelos empregados de Boaz, Rute descobre que
ele era parente de Elimeleque e, por isso, segundo a lei, Boaz podia redimir
essa herança para que ficasse dentro da família e a viúva não ficasse mais
desamparada. Ele fez todo o procedimento a respeito da propriedade conforme
orientava a lei. Aqui, podemos perceber que Boaz é um tipo de CRISTO, o nosso
Redentor que, sendo rico se fez pobre para nos fazer herdeiros das suas
riquezas espirituais (2 Co 8.9). Há riquezas de CRISTO para a nossa família.
2. Boaz redime
Rute, a moabita (Rt 4.11-13).
Boaz foi para a
porta da cidade, onde se reuniam os anciãos do povo, na forma de um júri, os
quais julgavam as causas do povo. O remidor, por direito, era outro homem,
porque aquela parte da terra, que pertencia a Elimeleque, estava à venda.
Portanto, a herança representada por aquele pedaço de terra pertencia a outro,
mas Boaz se dispôs a casar-se com Rute para que aquela terra fosse dele, convencendo
os anciãos e o antigo dono a fazerem assim. Mais que isso, Boaz redimiria Rute,
pagando o preço daquela terra e o direito de resgate da viúva. Foi assim que
Rute, a moabita, entrou para a genealogia de JESUS (Mt 1.5). Após casar-se com
Boaz, ela deu à luz um filho, o qual recebeu o nome Obede, o pai de Jessé; e
este, o pai de Davi, o grande rei de Israel (Rt 4.13,17). Quando JESUS se
manifestou na Terra, tornou-se conhecido como o “filho de Davi” (Mt 1.3-6),
formando os elos da linhagem do Messias.
3. Noras e
sogras.
O
relacionamento entre nora e sogra tem muito a ver com o equilíbrio do
relacionamento familiar. Se a relação entre elas não for sadia, muitas outras
relações familiares podem ser afetadas. A história bíblica de Rute e Noemi nos
mostra que é a vontade de DEUS que noras e sogras, bem como genros e sogros,
tenham um relacionamento em que o fruto do ESPÍRITO seja revelado (Gl 5.22-24).
Com a história dessas duas personagens, aprendemos que nora e sogra podem
superar, juntas, a dor do luto, o período de escassez em que toda família está
sujeita a passar, a enfermidade de um filho ou de um neto. Nos momentos
difíceis na família, elas podem ser um esteio para todos. A Palavra de DEUS diz
que em tudo devemos glorificar ao Senhor e isso passa pelos relacionamentos
mais próximos dos cristãos (1 Co 10.31).
CONCLUSÃO
A história
bíblica de Rute é um exemplo de fé no relacionamento entre uma nora e sua
sogra. Mesmo sendo uma estrangeira, Rute foi capaz de cuidar da sua sogra,
demonstrando grande carinho e respeito por ela, além de administrar dentro de
si perdas enormes: o cunhado e o marido. Mas diante de tudo isso, DEUS honrou
seu trabalho pelo qual sustentou a si mesma e a casa de Noemi. Portanto, a
vontade de DEUS é que sogras e noras, bem como genros e sogros, vivam em união
de maneira que a família seja ricamente abençoada por DEUS.
PLANO DE AULA
1. INTRODUÇÃO
Diante do
estigma cultural do relacionamento com as sogras em nosso país, comumente
motivo de piada mesmo entre os evangélicos, pode soar inusitado que uma das
histórias mais belas de companheirismo das Escrituras se dê justamente entre
Rute e sua sogra Noemi. Essa lição torna-se, portanto, uma excelente
oportunidade para repensarmos esses paradigmas e os dilemas familiares em torno
dessa relação de parentesco tão emblemática. Procure compreender o contexto
diverso entre os seus alunos, já que para muitos a figura da sogra pode ser
como a de uma segunda mãe, enquanto para outros, no entanto, pode representar
algo problemático e até pesaroso. Conduza a sua classe a refletir sobre que
fatores estabelecem essa dinâmica e, independentemente de como seja tal
relação, que lições podemos extrair para as nossas vidas desse que é um dos
mais lindos exemplos de bom relacionamento entre nora e sogra da história.
2. APRESENTAÇÃO
DA LIÇÃO
A) Objetivos da
Lição: I) Apresentar o contexto de crise socioeconômica na Judeia, somado ao
drama familiar causado pelo luto de Noemi e Rute; II) Identificar que a união
de fé entre nora e sogra foram cruciais para a superação das adversidades
inerentes à vida; III) Refletir sobre como, ao honrar sua sogra, Rute gerou
bons frutos para toda a família, repercutindo até mesmo na linhagem do Messias;
IV) Enfatizar as bençãos de DEUS a partir do relacionamento entre nora e sogra.
B) Motivação:
Em meio a uma sociedade habituada a satirizar a figura da sogra, apresentar um
caso que vá no contrafluxo pode ser desafiador, mas extremamente potente para
inspirar melhores relacionamentos. Por meio desse estudo, relações podem ser
saradas ou ao menos revistas, com uma nova perspectiva e lições aprendidas
através da relação honrosa – e honrada por DEUS – entre Rute e Noemi.
C) Sugestão de
Método: Pergunte à classe como ela demonstraria gratidão a quem lhe desse um
presente suntuoso, algo que fosse até mesmo a realização de um sonho. Deixe que
alguns se expressem e pergunte em seguida: Você acha que lembrar da gratidão
por esse presente ajudaria a conduzir melhor alguns impasses na relação com tal
pessoa? Após conjecturas, diga: Essa pessoa é a sua sogra – quem gerou, criou e
nos confiou o nosso cônjuge, nossa própria carne (Mc 10.8) – presente que já
foi tão sonhado por nós quando orávamos para construir uma família.
Frise que, a
despeito das discordâncias, o motivo que nos une às nossas sogras sempre será
maior para nos impulsionar a relevar, perdoar, entrar em acordo e fazer todo o
possível para construir uma relação respeitosa, em benefício daqueles a quem
mais amamos. Honrar sogras (e noras) é, portanto, uma forma de demonstrar
gratidão a DEUS e zelo pela família inteira que Ele nos concedeu. E, assim como
nos mostra o exemplo de Rute e Noemi, DEUS honra a quem sabe honrar.
3. CONCLUSÃO DA
LIÇÃO
A) Aplicação:
Como sabemos, embora fiéis ao Senhor, no mundo teremos aflições. E DEUS nos deu
a família como uma das forças motoras mais poderosas para nos ajudar a superar
todas elas. Ao zelar pelo bom relacionamento com a nossa sogra, todos os
membros da família são abençoados. Por meio da união de fé entre nora e sogra,
adversidades intransponíveis são, em DEUS, superadas. E não apenas isso, tal
comunhão, sobretudo em meio às crises, pode repercutir em bênçãos espirituais
derramadas sobre toda a nossa família. Como muito bem nos mostra o exemplo de
Rute e Noemi, DEUS honra a quem sabe honrar.
4. SUBSÍDIO AO
PROFESSOR
A) Revista
Ensinador Cristão. Vale a pena conhecer essa revista que traz reportagens,
artigos, entrevistas e subsídios de apoio à Lições Bíblicas Adultos. Na edição
93, p.39, você encontrará um subsídio especial para esta lição.
B) Auxílios
Especiais: Ao final do tópico, você encontrará auxílios que darão suporte na
preparação de sua aula: 1) O texto “O cuidado de DEUS em tempos de aflição”,
localizado ao final do primeiro tópico, mostra que o crente fiel também passa
por adversidades. Contudo, o Senhor faz todas elas cooperarem para o bem e o
cumprimento de seus gloriosos propósitos; 2) O texto “DEUS honra aos que
permanecem fiéis”, localizado ao final do segundo tópico, traz uma reflexão a
respeito de como o Senhor abençoa aos que permanecem íntegros em momentos de
dor e desespero, recompensando-nos com muito mais do que pedimos ou pensamos.
REVISANDO O
CONTEÚDO
1. O que
significa a palavra “Belém”?
Significa “casa
de pão”.
2. Como era
constituída a família de Noemi enquanto estava na Judeia?
Era constituída
por Elimeleque, Noemi, os filhos Malom e Quilim.
3. A despeito
de todos os sofrimentos e necessidades vividos dentro daquela família, o que
Rute descobriu?
Rute descobriu
que o DEUS de sua sogra era o DEUS verdadeiro que supre as nossas necessidades
(Fp 4.19).
4. Segundo a
lição, em que tipo de mulher Rute se tornou?
Rute se tornara
uma mulher de fé, disposta a superar a crise de subsistência, confiando
inteiramente no DEUS de sua sogra.
5. O que
podemos perceber a respeito de Boaz?
Boaz é um tipo
de CRISTO, o nosso Redentor que, sendo rico se fez pobre para nos fazer ricos e
herdeiros das suas riquezas espirituais (2 Co 8.9).