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Tema: O Verdadeiro Pentecostalismo - A Atualidade Da Doutrina Bíblica Sobre A Atuação Do ESPÍRITO SANTO
Comentarista: Esequias Soares
Complementos, Ilustrações e Vídeos: Pr. Luiz Henrique de Almeida Silva - 99-99152-0454. - henriquelhas@hotmail.com - Americana - SP - Tel Esposa - 19-98448-2187
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Bradesco – Agência 2365-5 Conta Corrente 7074-2 Luiz Henrique de Almeida Silva
Banco do Brasil – Agência 4322-2 Conta Poupança 27333-3 Edna Maria Cruz Silva Lição 8, Comprometidos com a Palavra de DEUS Escritahttps://ebdnatv.blogspot.com/2021/02/escrita-licao-8-comprometidos-com.htmlSlideshttps://ebdnatv.blogspot.com/2021/02/slides-licao-8-comprometidos-com.htmlSlideSharehttps://www.slideshare.net/henriqueebdnatv/slideshare-lio-8-comprometidos-com-a-palavra-de-deus-1tr21-pr-henrique-ebd-na-tv
A autoridade divina da Bíblia deriva de sua origem em DEUS, e isso por si só encerra a suprema autoridade das Escrituras como plena e total garantia de infalibilidade. LEITURA DIÁRIA
Segunda - Js 1.8 A Bíblia é o nosso manual de instrução para a vida
Terça - Mc 7.13 O Senhor JESUS chama as Escrituras Sagradas de a Palavra de DEUS
Quarta - Lc 4.4 O poder da Palavra de DEUS é capaz de vencer o Diabo
Quinta - Ef 6.17 A Bíblia é chamada de espada do ESPÍRITO
Sexta - 2 Tm 3.14-17 A Palavra de DEUS é divinamente inspirada e apta para nos ensinar
Sábado - Hb 4.12 A Palavra de DEUS é viva e poderosa, capaz de transformar vidas
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE - 2 Timóteo 2.14-19; 2 Pedro 1.20,21
2 Timóteo 2.14-19
14 - Traze estas coisas à memória, ordenando-lhes diante do Senhor que não tenham contendas de palavras, que para nada aproveitam e são para perversão dos ouvintes. 15 - Procura apresentar-te a DEUS aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade. 16 - Mas evita os falatórios profanos, porque produzirão maior impiedade. 17 - E a palavra desses roerá como gangrena; entre os quais são Himeneu e Fileto;
18 - os quais se desviaram da verdade, dizendo que a ressurreição era já feita, e perverteram a fé de alguns. 19 - Todavia, o fundamento de DEUS fica firme, tendo este selo: O Senhor conhece os que são seus, e qualquer que profere o nome de CRISTO aparte-se da iniquidade.
2 Pedro 1
20 - sabendo primeiramente isto: que nenhuma profecia da Escritura é de particular interpretação; 21 - porque a profecia nunca foi produzida por vontade de homem algum, mas os homens santos de DEUS falaram inspirados pelo ESPÍRITO SANTO.
Resumo da Lição 8, Comprometidos com a Palavra de DEUSI - A AUTORIDADE DA BÍBLIA
1. Sola Scriptura.2. Nossos fundamentos.3. Não somos deístas.II - ZELO PELA DOUTRINA1. Ensino ou instrução.2. O conteúdo da fé.3. A nossa confissão de fé e a Bíblia.III - CUIDADO QUANTO AOS MODISMOS
1. Modismo.2. “Procura apresentar-te a DEUS aprovado”.3. ” ... como obreiro que não tem de que se envergonhar”.4. “... que maneja bem a palavra da verdade. Resumo rápido do Pr Henrique da Lição 8, Comprometidos com a Palavra de DEUS Comprometidos com a Palavra de DEUSComprometido (Strong Português) תקע taqa Ì
bater palmas
comprometer-se Comprometimento X EnvolvimentoNa confecção do lanche x egg bacon estão os ingredientes - Pão, hambúrguer, ovo, bacon, alface, tomate, queijo e maionese.Ovo - Galinha envolvidaBacon - Porco comprometido (deu a vida). Somos comprometidos com a Palavra de DEUS, ou seja, somos apologetas, defendemos a legítima Palavra de DEUS, digna de toda confiança, a Bíblia. Podemos colocar nossas vidas para defender esta Palavra. 2 Timóteo 3:16,17 - Toda Escritura divinamente inspirada é proveitosa para ensinar, para redargüir, para corrigir, para instruir em justiça, para que o homem de DEUS seja perfeito e perfeitamente instruído para toda boa obra. Toda - (Strong Português) πας pas
1) individualmente
1a) cada, todo, algum, tudo, o todo, qualquer um, todas as coisas, qualquer coisa
2) coletivamente
Escritura - (Strong Português) γραφη graphe
1) escritura, coisa escrita
2) a Escritura, usado para denotar tanto o livro em si como o seu conteúdo
3) certa porção ou seção da Sagrada Escritura Inspirada - (Strong Português) θεοπνευστος theopneustos
1) inspirado por DEUS
1a) o conteúdo das escrituras Útil - (Strong Português) ωφελιμος ophelimos
1) lucrativo Ensino - (Strong Português) διδασκαλια didaskalia
1) ensino, instrução
2) ensino
2a) aquilo que é ensinado, doutrina
2b) ensinamentos, preceitos Repreenção - (Strong Português) ελεγχος elegchos
1) verificação, pela qual algo é provado ou testado
2) convicção Correção - (Strong Português) επανορθωσις epanorthosis
1) restauração a um estado correto
2) correção, aperfeiçoamento de vida ou caráter Educação - (Strong Português) παιδεια paideia
1) todo o treino e educação infantil (que diz respeito ao cultivo de mente e moralidade, e emprega para este propósito ora ordens e admoestações, ora repreensão e punição). Também inclue o treino e cuidado do corpo
2) tudo o que em adultos também cultiva a alma, esp. pela correção de erros e contenção das paixões.
2a) instrução que aponta para o crescimento em virtude
Justiça - (Strong Português) δικαιοσυνη dikaiosune
1) num sentido amplo: estado daquele que é como deve ser, justiça, condição aceitável para DEUS
1a) doutrina que trata do modo pelo qual o homem pode alcançar um estado aprovado por DEUS
1b) integridade; virtude; pureza de vida; justiça; pensamento, sentimento e ação corretos
2) num sentido restrito, justiça ou virtude que dá a cada um o que lhe é devido Perfeito - (Strong Português) αρτιος artios
1) provido, suprido
2) completo, perfeito
2a) aparentemente com referência a “aptitude especial para determinada prática ou atividade” Habilitado - (Strong Português) εξαρτιζω exartizo
1) completar, terminar
1a) suprir com perfeição
1b) terminar, chegar ao final, (cumprirem-se os dias) Boa - (Strong Português) αγαθος agathos
1) de boa constituição ou natureza.
2) útil, saudável
3) bom, agradável, amável, alegre, feliz
4) excelente, distinto
5) honesto, honrado Obra - (Strong Português) εργον ergon
1) negócio, serviço, aquilo com o que alguém está ocupado.
1a) aquilo que alguém se compromete de fazer, empreendimento, tarefa
2) qualquer produto, qualquer coisa afetuada pela mão, arte, indústria, ou mente
3) ato, ação, algo feito: a idéia de trabalhar é enfatizada em oposição àquilo que é menos que trabalho Essa deve ser a tradução certa e adotada por nós. A bíblia toda é inspirada por DEUS.O que está escrito na Bíblia toda tem proveito para ensinar, repreender, corrigir, instruir em justiiça a quem quer que seja. 2 Tm 3.1616 A Bíblia inteira nos foi dada por inspiração de DEUS, e é útil para nos ensinar o que é verdadeiro, e para nos fazer compreender o que está errado em nossas vidas; ela nos endireita e nos ajuda a fazer o que é correto. BOA TRADUÇÃO DA BIBLIA VIVA
16 Pois toda a Escritura Sagrada é inspirada por DEUS e é útil para ensinar a verdade, condenar o erro, corrigir as faltas e ensinar a maneira certa de viver. NTLH BOA TRADUÇÃOTAMBÉM
16 Toda- e- cada Escritura é dada- por- assopro- de-DEUS e proveitosa para doutrinação, para reprovação, para correição, para paternal- instrução- até- por- castigos (aquela que é em justiça), LTT BOA TRADUÇÃO TAMBÉM
16 Toda a Escritura é inspirada por DEUS e serve-nos para ensinar, convencer, corrigir e educar, segundo a vontade de DEUS, BPT BOA TRADUÇÃO TAMBÉM
16 Toda a Escritura é divinamente inspirada e proveitosa para o ensino, para a exposição de erros, para a correção, e para a instrução na justiça. BIBLIA LIVRE BOA TRADUÇÃO TAMBÉM.
I - A AUTORIDADE DA BÍBLIA
1. Sola Scriptura.Os reformadores do século 16 criaram o termo "Sola Scriptura", “somente as Escrituras”, que é um dos cinco pilares da Reforma Protestante.
Quando do céu Deus deu sua Palavra, sua Palavra era todo-suficiente; não precisa de palavras que eu possa ter ouvido para adicionar a ela ou estar nela. Assim tomarei o livro de Deus e lerei, para aprender o que Deus deseja. A Bíblia dá a força que preciso, para fazer o que Deus requer.
Eu gostaria de ver o início de uma nova reforma em nossos dias, e espero que você também o deseje e ore por isso. Espero que você tenha se tornado enojado com a espalhafatosa diversão que passa por verdadeiro culto a Deus em muitas de nossas igrejas e, como os santos do passado, esteja ansiando por mais profundas verdades da inerrante Palavra de Deus. Nós certamente precisamos de uma reforma. Mas o que sugiro neste livro é que, apesar de necessitarmos recuperar as grandes verdades teológicas que embasaram e alimentaram a Reforma do século 16, a forma que esta recuperação terá que tomar em nossos dias deve ser diferente da do século 16 porque as linhas de batalha são outras e os assuntos específicos têm mudado.
Quando pensamos na Reforma pensamos naturalmente nas cinco grandes teses daquele movimento: sola Scrip turn, solus Christus, sola gratia, sola fide e soli Deo gloria. Estas doutrinas são exatamente o que precisamos redescobrir. Mas para fazê-lo precisamos relacioná-las a desafios específicos de nosso tempo, não apenas aqueles do século 16.
Nos dias de Martinho Lutero, sola Scriptura tinha a ver com a Bíblia ser a única autoridade suprema para os cristãos contra os desafios que enfrentava das tradições da igreja medieval, concílios de igrejas e do papa. Os reformadores queriam que somente a Escritura se postasse como a verdadeira autoridade da igreja. Hoje, pelo menos na igreja evangélica, este não é nosso problema principal; nós declaramos a autoridade bíblica. Em vez disso, nosso problema é decidir se a Bíblia é suficiente para a vida e obra da igreja. Confessamos sua autoridade, mas não levamos em conta sua habilidade de fazer o que for necessário para atrair descrentes a Cristo, capacitar-nos a crescer em piedade, proporcionar direção para nossa vida, e transformar e revitalizar a sociedade. Assim, substituímos o evangelismo bíblico por coisas tais como a metodologia dos publicitários, experiências “religiosas” especiais em vez de conhecimento da Palavra para promover e garantir a santificação, revelações especiais para discernir a vontade de Deus para nossas vidas, e uma confiança no poder dos votos e dinheiro para mudar a sociedade. Em outras palavras, no século 16 a batalha era contra aqueles que queriam adicionar tradições da igreja às Escrituras, mas em nossos dias a batalha é contra aqueles que querem que usemos métodos mundanos para fazer o trabalho de Deus.
As linhas de batalha têm mudado também com relação às doutrinas do solus Christus, sola gratia, sola fide, e soli Deo gloria (Whatever Happened to the Gospel of Grace).
SOLAS (somente)
Você conhece os cinco solas da Reforma Protestante? Isso, as cinco palavras que definem as linhas mestras deste divisor de águas da História?
O século XVI corria célere quando em 31 de outubro de 1517 a Reforma eclodiu. Na verdade ecos difusos de movimentos contrários à Igreja Católica e aos seus ensinamentos já haviam aparecido por toda Europa e devemos admitir que a heroica decisão de Martinho Lutero coroou o esforço de muitos outros arautos da verdade.
A igreja romana era uma massa monolítica contra a qual lutar equivaleria à morte. E, de fato, não foram poucas as vezes em que pessoas foram queimadas e expostas exemplarmente em praça pública, pelo simples fato de discordar de alguma doutrina.
Mas, quais são os pilares sobre os quais se assentou a Reforma Protestante? Qual o núcleo das teses de Martinho Lutero? A resposta não veio pronta naquela segunda-feira. Ela foi se consolidando ao longo dos anos, à medida que o movimento crescia e ganhava adeptos. São eles os cinco solas! Os princípios que se opuseram, frontalmente, aos ensinamentos católicos, oriundos de cinco termos latinos. Vamos a eles?
Sola Scriptura – Somente pela Bíblia
Esta palavra só ocorre na Bíblia na frase “até ao tempo oportuno de reforma" (Hb 9.10). A palavra gr. diorthosis significa uma “melhoria”, “reforma”, “nova ordem”; lit., endireitar as coisas.
O sistema que sustenta a estrutura da Igreja Católica reconhece não apenas a autoridade da Bíblia como as decisões dos concílios, as encíclicas papais e todo o material que compõe seu magistério. Ou seja, são colocados em pé de igualdade a Bíblia e os comunicados emitidos pelo Papa, por exemplo.
Os reformadores reafirmaram a autoridade da Bíblia e repeliram os documentos papais e eclesiásticos, especialmente os criados apenas para respaldar determinados dogmas. É o caso da infalibilidade papal e as indulgências. Tal reafirmação dos reformadores foi expressa na Confissão de Fé de Westminster:
Sob o nome de Escritura Sagrada, ou Palavra de DEUS escrita, incluem-se agora todos os livros do Velho e do Novo Testamento,… todos dados por inspiração de DEUS para serem a regra de fé e de prática… A autoridade da Escritura Sagrada, razão pela qual deve ser crida e obedecida, não depende do testemunho de qualquer homem ou igreja, mas depende somente de DEUS (a mesma verdade) que é o seu autor; tem, portanto, de ser recebida, porque é a palavra de DEUS… O Velho Testamento em Hebraico… e o Novo Testamento em Grego…, sendo inspirados imediatamente por DEUS e pelo seu singular cuidado e providência conservados puros em todos os séculos, são por isso autênticos e assim em todas as controvérsias religiosas a Igreja deve apelar para eles como para um supremo tribunal… O Juiz Supremo, pelo qual todas as controvérsias religiosas têm de ser determinadas e por quem serão examinados todos os decretos de concílios, todas as opiniões dos antigos escritores, todas as doutrinas de homens e opiniões particulares, o Juiz Supremo em cuja sentença nos devemos firmar não pode ser outro senão o ESPÍRITO SANTO falando na Escritura. (I, 2,4,8,10).
Solus Christus – Somente por JESUS CRISTO
A Igreja Católica adicionou aos meios de salvação a mediação dos santos, Maria entre eles, as obras, as indulgências e inúmeros outros artifícios através dos quais o ser humano pode ser salvo. No ano 431 d.C., instituiu o culto a Maria, em 787 d.C., o culto às imagens, e em 933 d.C., a canonização dos santos. Junte-se a isto a confissão de pecados aos sacerdotes católicos, que poderiam perdoá-los no confessionário.
Os reformadores restauraram o princípio de 1 Timóteo 2:5: “…há um só Mediador…”. E a razão é muito simples: Foi CRISTO quem morreu para nos salvar, foi Ele sozinho que suportou a ira decorrente do pecado, ressuscitou e é o único cujo sacrifício foi aceito por DEUS. Em João 14:6, o próprio JESUS afirmou: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida; ninguém vai ao Pai a não ser por mim”. CRISTO é, portanto, o único, exclusivo e suficiente Salvador.
Relembramos aqui a célebre ocorrência em que Tetzel, um frade dominicano, vendia pelas ruas alemãs as indulgências que poderiam perdoar pecados. Tal fato desencadeou grande ira no reformador. E não esqueçamos que ainda hoje o Vaticano as emite em diversas ocasiões. Em anos como o Jubileu (2000) e outras festividades (vide abaixo) os católicos estão sob a possibilidade de indulgência plenária.
Indulgência plenária
Sola Gratia – Somente pela Graça
Por milênios o homem se esforçou para ser salvo. Diversos nomes se sucederam ao longo da história bíblica neste intento. Mas as quedas eram inevitáveis. Abraão, Isaque, Moisés, Josué, Jacó, Samuel, Davi, uma infinidade de nomes. Até que nasceu JESUS, filho de DEUS encarnado, morto, sepultado e ressurreto ao terceiro dia. Veio falar ao homem perdido de graça, um favor imerecido, perdão completo, inefável e eficaz de pecados.
A graça é sobrenatural. Independe do esforço humano. Nada podemos fazer para merecê-la. A Igreja Católica afirmava e afirma que as obras são meios eficazes de alcançar a salvação. Mero engodo para ofuscar o poder de CRISTO sobre o pecado. Ele atraiu a ira que nos destruiria e pagou o inalcançável preço da redenção. Ninguém alcançou tal mérito.
A graça é de tal forma incrível que DEUS nos amou quando nós ainda éramos pecadores. E nos perdoou sem exigir nada em troca. Não, não há nada que possamos ter feito para que mereçamos a salvação bendita em CRISTO. Ele fez isso por nós através de sua Graça!
Sola Fide – Somente a Fé
Se a graça é aquilo que DEUS fez por nós, a fé é a única forma de aceitarmos a salvação em CRISTO. As Escrituras são abundantes ao falar do passo dado por DEUS, igualmente ao homem é exigido crer para poder ser salvo da perdição eterna.
Assim como a graça, a fé é sobrenatural. É algo que nasce no coração do homem e ao qual se agarra como último recurso diante de DEUS. A Bíblia enfatiza que é preciso crer em DEUS. Na monumental oração sacerdotal JESUS afirmou: “E a vida eterna é esta: que te conheçam a Ti, o Único DEUS verdadeiro, e a JESUS CRISTO, a quem enviaste” (João 17:3).
Há ao menos três tipos de fé no texto sagrado. A fé natural, cremos, por exemplo, que haverá um novo dia. A fé salvífica da qual falamos nos dois parágrafos acima. E o dom da fé, recebido como ornamento do ESPÍRITO SANTO.
A igreja Católica dizia que as indulgências poderiam salvar as pessoas, assim como boas obras, caridade ou orar com o Papa. Grande engano. Paulo afirma em Efésios 2:8,9: “Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de DEUS. Não vem das obras, para que ninguém se glorie”.
Soli Deo Gloria – Somente a Glória para DEUS
Somente DEUS merece toda honra, toda glória e todo o louvor. Ele é o Rei, o criador bendito e eterno. Nenhuma organização ou homem merece tal honraria. Por isso a Reforma repudiou o antropocentrismo, pilar central da Igreja Católica. Nela o Papa ocupa quase o lugar de DEUS.
Que DEUS seja o centro de nossa adoração, serviço, culto e quer comamos quer bebamos, que possamos glorificá-lo em nossa vida (I Coríntios 10:31)!
Então:
Sola Scriptura
Solus Christus
Sola Gratia
Sola Fide
Soli Deo Gloriahttp://www.daladierlima.com/voce-conhece-os-cinco-solas-da-reforma-protestante/ - 15-02-2021 Cânon Do AT - dicionário wycliffeA palavra “cânon” significa a relação de livros do AT considerados como tendo sido inspirados e que podem ser aceitos como um regulamento da fé e da conduta cristã. Nas Bíblias Protestantes inglesas, existem 39 livros no cânon do Antigo Testamento. Como e quando esses livros foram aceitos como canônicos e por que eles, e não outros, foram aceitos?
O estudo do cânon do AT torna-se um pouco difícil pelo fato de o processo de canonização ter se realizado em um tempo muito distante. Além disso, praticamente não existem materiais dessa época, fora da Bíblia, que pudessem fornecer detalhes desse processo. Alguns pontos e princípios gerais podem ser apreendidos desses mesmos livros. Mas, no caso de alguns assuntos, bastam algumas poucas informações. De grande auxílio tem sido a descoberta dos Rolos do Mar Morto. Essas cópias de livros bíblicos e não bíblicos nos trazem informações relacionadas com o primeiro e o segundo século que precederam a era cristã. Elas ajudaram muito na confirmação de muitos pontos previamente aceitos por estudiosos desse assunto.
CRISTO e o Cânon
Felizmente, não fomos deixados inteiramente à especulação ou à avaliação das poucas informações concernentes ao cânon ao AT. Instruções específicas sobre os livros e como devem ser recebidos são provenientes dos ensinos do próprio Senhor JESUS CRISTO. Para o cristão, essa é a maior autoridade. E devemos nos lembrar que os ensinos de CRISTO e dos apóstolos não são apenas competentes como também a melhor testemunha da situação entre os judeus do primeiro século.
O testemunho de CRISTO no NT é claro e explícito, CRISTO aceitou os atuais 39 livros do AT, e não outros, como sendo a Palavra de DEUS, inteiramente verdadeira e oficial para o seu povo. Visto que essa conclusão é amplamente aceita, será necessário apenas resumir a sua evidência.
Somente no Evangelho de Mateus, CRISTO em seus ensinos faz aproximadamente 31 citações específicas ou referências ao AT, afirmando que são Escrituras autênticas, a Palavra de DEUS etc. Muitos outros exemplos ocorrem nos Evangelhos de Marcos, Lucas e João. Em todo o NT, o AT é citado especificamente mais de 250 vezes, de acordo com a relação de citações de Nestle. Existe um número muito maior de alusões de igual importância. O AT é citado por seus ensinos éticos, por suas revelações espirituais assim como por seus fatos históricos. JESUS recorre ao AT para o relato da criação de Adão e Eva, do dilúvio de Noé e da experiência de Jonas com o grande peixe. Ele se refere à necessidade das Escrituras se cumprirem (Mt 26.54; Lc 24.44). Ele diz que foram escritas sob a unção do ESPÍRITO SANTO (Mc 12.36) e que nem um til dessa lei jamais falharia (Lc 16.17). Muito mais poderia ser acrescentado, mas essas passagens são suficientes para mostrar que CRISTO e os apóstolos confiavam e acreditavam plenamente no AT. Nem mesmo em Mateus 5 - onde JESUS estabelece a sua Palavra contra o que havia sido dito por aqueles que tinham vivido nos tempos antigos - Ele está contradizendo o AT, mas apenas as tradições dos escribas. Observe Mateus 5.43 onde Ele toma como base as citações do AT, mas contradiz as adições e interpretações dos escribas.
Todas as partes do AT recebem igual reverência. Os livros citados com mais freqüência são Deuteronômio no Pentateuco, Isaías entre os livros proféticos e o poético livro dos Salmos. Todos os livros são citados ou recebem alusões exceto Rute, Esdras, Ester e clesiastes, Cantares de Salomão, Lamentações, Obadias e Naum. Ao todo são oito livros pequenos que, sem dúvida, não foram referidos por falta de ocasião. Além disso, os judeus incluíram Obadias e Naum em um único livro, juntamente com outros Profetas Menores, aos quais o NT decorre muitas vezes. Da mesma forma, muitas vezes reuniam Esdras com Neemias aos quais também faziam alusões. Rute também foi reunida em um único livro com Juizes, como mostram as evidências do primeiro século. Dessa forma, apenas quatro pequenos livros do AT permaneceram sem um testemunho específico do NT.
Ao mesmo tempo, nenhum outro livro é citado como sendo uma autoridade. Nenhum dos sete livros apócrifos aceitos pelos círculos do Catolicismo Romano está citado no NT. Paulo faz três citações de autores gregos (Act 17.28; 1 Co 15.33; Tt 1.12). A última referência fala do autor cretense como um profeta, mas todas as três citações foram obviamente feitas com propósitos ilustrativos e suas fontes não são consideradas como divinamente inspiradas. Da mesma forma, em Judas 14 existe uma citação do livro de Enoque, onde está escrito que Enoque profetizou a condenação dos pecadores. Aqui também parece ser justo dizer que Enoque foi citado apenas com o propósito de ilustrar e confirmar. O texto de Enoque é duvidoso pois ele existe somente em uma única tradução, exceto em relação a algumas partes encontradas nas cavernas próximas ao Mar Morto. Ele não foi aceito pelos judeus como um texto oficial, divinamente inspirado, e nunca apareceu em qualquer relação cristã ou enumeração de livros canônicos. Portanto, podemos presumir que Judas fez essa citação apenas pelo seu valor intrínseco e não como um documento oficial. Assim, a partir das citações, fica claro que CRISTO e o NT usaram apenas os 39 livros do AT como canônicos.
Esse testemunho das citações é amplamente apoiado pelas referências de CRISTO e dos apóstolos ao AT como um todo. Em uma certa ocasião, CRISTO falou sobre o AT como a “Lei de Moisés... os Profetas, e... os Salmos" (Lc 24.44). Neste contexto está claro que esse era o nome para as “Escrituras” ou para “todas as Escrituras” (Lc 24.45,27). Com freqüência CRISTO usou a designação “a lei e os profetas” ou “Moisés e os profetas” (Mt 5.17; 7.12; 11.13; 22.40; Lc 16.16,29,31; 24.27) que também foi usada pelos apóstolos (Jo 1.45; At 13.15; 24.14; 26.22; 28.23; Rm 3.21).
Não existem dúvidas sobre quais livros foram incluídos por essas designações. Josefo era um historiador judeu, contemporâneo dos apóstolos. Em uma passagem bastante conhecida (chamada Against Apion i.8), ele afirma que os judeus consideravam como sacros apenas 22 livros - 5 da Lei de Moisés, 13 dos Profetas e 4 dos “hinos a DEUS e preceitos para a conduta da vida humana”. Esses 22 livros são, obviamente, os atuais 39. A diferença aparece porque os 12 livros dos Profetas Menores foram escritos em um único rolo, chamado de livro um; 1 e 2 Samuel, 1 e 2 Reis, 1 e 2 Crônicas foram, cada um, contados como um único livro e assim também foram Esdras e Neemias, Juizes e Rute, Jeremias e Lamentações.
Nos séculos seguintes, vários autores que surgiram após Josefo também consideravam 22 livros (ou 24 com Lamentações e Rute contados separadamente), Assim, Melito (170 d.C.) faz uma lista incluindo exatamente o cânon atual, exceto Ester. Orígenes (250 d.C.) contava 22 livros; Tertuliano (200 d.C.) contava 24; Jerônimo (400 d.C.) diz que os judeus aceitavam 22 livros, contados por alguns como 24. Agostinho (aproximadamente 400 d.C.) é a única autoridade da antiguidade que incluiu os livros apócrifos restantes, mas ele mesmo declara que estes não são totalmente oficiais ou divinamente inspirados (veja evidências detalhadas na obra de William Henry Green, General Introduction to the OT, the Cânon, pp. 160-175). Portanto, fica bastante claro que nas palavras de JESUS a expressão “Moisés e os profetas” se referia exatamente aos atuais 39 livros do AT e nenhum outro. Considerando a autoridade de CRISTO, podemos permanecer confiantes de que o atual cânon do AT é o correto.
Os Rolos do Mar Morto e o Cânon
Entretanto, seria importante ir mais além e entender como surgiu esse cânon. Obviamente, CRISTO somente aprovou o cânon que já fora reconhecido. A descoberta dos Rolos do Mar Morto desvendou todo o quadro do período intertestamentário (o período entre o Antigo e o Novo Testamento) de uma forma que até então jamais imaginavam que fosse possível. Na verdade, a contribuição desses documentos ao estudo do cânon do AT prova que eles foram de valor incalculável. A evidência obtida a partir desses Papiros tem dois aspectos. Primeiro, eles testemunham a existência e a divulgação em larga escala dos livros do AT em uma data muito longínqua. Segundo, eles mostram a atitude dos judeus daqueles tempos em relação às Escrituras.
Como bem sabemos, os papiros contêm cópias de cada livro do AT, exceto do livro de Ester, que ainda não foi identificado. As datas variam desde o século III a.C. até o século I d.C., sendo que, aparentemente, a maioria delas estão situadas no século I a.C. As cópias estão em diferentes estados de conservação, desde o primeiro rolo de Isaías, legível e praticamente completo em toda a sua extensão, até os fragmentos das Crônicas que têm apenas seis linhas de extensão e estão muito danificadas por antigos vermes que comiam livros. Alguns livros, notadamente Deuteronômio, Salmos, Isaías e Profetas Menores são encontrados em diversas cópias. Achados importantes do século III a.C. incluem fragmentos de Êxodo, Samuel e Jeremias. Outros fragmentos de especial valor incluem uma cópia de Eclesiastes datada de 150 a.C., e partes de Daniel de, aproximadamente, 110 a.C.
Podemos, então, dizer que todos os livros do AT (possivelmente com exceção de Ester) eram conhecidos, amados e usados pelos Essênios. Mas só isso não é suficiente para provar que esses livros sejam considerados como canônicos. Para tanto, será necessário lançar mão do segundo tipo de prova, as citações feitas a esses livros nos escritos não bíblicos dos Essênios.
Os principais escritos não bíblicos que citam extensivamente as Escrituras são o Manual de Disciplina, os Hinos de Ação de Graças, o Documento de Damasco (previamente conhecidos mas somente agora autenticados por fragmentos encontrados nas grutas) e o Regulamento para a Guerra Final. Informações adicionais vêm de comentários sobre textos sagrados e brochuras que contêm testemunhos que combinam passagens messiânicas.
O Manual da Disciplina insiste que a lei de Moisés é inviolável e que o homem será excomungado se “transgredir uma única palavra da lei de Moisés" (viii, 22; tradução de Theodor H. Gaster, The DeadSea Scriptures Doubleday Anchor Books, 1956, p. 57). Tanto Êxodo como Isaías são citados como Escrituras.
A posição do Documento de Damasco é semelhante, mas seu testemunho é mais extenso. Ele também fala prodigamente sobre a lei de Moisés e cita, explicitamente, cada livro do Pentateuco como Escritura. Este faz o mesmo com os profetas Isaías, Ezequiel, Oséias, Amós, Miquéias, Naum, Zacarias e Malaquias. Até o livro de Provérbios é citado especificamente como fazendo parte das Escrituras. Muitos outros livros bíblicos também são citados. Alguns livros não canônicos poderiam, talvez, ser usados pelo autor, mas existe apenas uma clara alusão ou referência a tais livros. Ela diz que certos assuntos “são escritos com igual exatidão no Livro das Divisões dos Tempos em seus Jubileus e Semanas” (xvi, 4; Gaster. op. cit. p. 85). Este é obviamente o Livro dos Jubileus escrito no início do século II a.C.
Os Hinos de Ação de Graças oferecem um quadro da vida religiosa da comunidade do Mar Morto. Não fazem citações formais das Escrituras, mas sobre isso o comentário de Gaster é o seguinte. “E verdade que eles são, principalmente, mosaicos de citações bíblicas” (op. cit., p. 112). De acordo com suas observações, todos os livros do AT foram utilizados, com exceção de Josué, Rute, Crônicas, Neemias, Ester, Cantares de Salomão, Joel e Ageu. Os autores foram inseridos nos atuais livros do AT, embora nesse tipo de literatura religiosa não se possa esperar citações específicas. Existe pouca, se não nenhuma, dependência de livros não canônicos.
A obra muitas vezes chamada de Guerra dos Filhos da Luz e dos Filhos das Trevas pouco acrescenta ao que foi dito acima. Ela faz citações de Deuteronômio, Números e Isaías como sendo a Palavra de DEUS.
Além dessas provas, existem vários comentários em forma de trechos das Escrituras. As escrituras não canônicas não foram usadas com esse fim, o que dá um testemunho adicional a respeito dos limites do cânon do Mar Morto. Até agora foram identificados comentários sobre partes de Gênesis, Isaías, Habacuque, Oséias, Miquéias, Naum e Salmos.
Foram também encontrados documentos que combinam passagens das Escrituras, especialmente versos que trazem predições messiânicas. Tais documentos usam versos de Números, Deuteronômio, Josué, Isaías, Ezequiel, Amós e dos Salmos. Também foi mencionado o uso de Daniel, embora todas as passagens não tenham sido ainda integralmente publicadas. Um livro não canônico, provisoriamente chamado de Salmos de Josué, parece ter sido citado em um dos Decálogos (ainda não publicado em versão completa), mas essa obra pode ter sido citada por causa dos versos do canônico Josué que são nela citados (J. M. Allegro, Furtker Messicinic Eeferences in Qttmran Lit er ature, JBL, LXXV [1956], 185ss).
Resumindo, os escritos sobreviventes do Mar Morto fazem citações ou referências, como Escrituras, aos cinco livros de Moisés e Josué. 1 e 2 Samuel, Salmos, Provérbios, Isaías, Ezequiel, Daniel, Oséias, Amós,
Miquéias, Naum, Habacuque, Zacarias e Malaquias em um total de 20 dos atuais 39 livros. Deve-se notar que todos os livros de todas as seções do AT foram considerados como igualmente inspirados. Além do mais, muitos dos livros remanescentes são utilizados nos Hinos de Ação de Graças, como foi explicado acima. Por exemplo, o livro de Jó não aparece entre os livros que acabamos de relacionar, mas foi repetidamente usado nos Salmos de Ação de Graças, como também acontece com Jeremias. Se acrescentarmos o uso dos Hinos de Ação de Graças a essa positiva evidência de canonicidade, todos os 39 livros do AT ficam cobertos com exceção de Rute, Crônicas, Neemias, Ester, Cantares de Salomão, Joel e Ageu. Porém, esses dois últimos foram unidos ao livro dos Profetas Menores sob o termo “os doze profetas” (Sir 49.10, antes de 180 a.C.) e os judeus anexaram o livro de Rute a Juizes, e o livro de Neemias a Esdras. Assim, na verdade, com exceção de Crônicas, Ester e Cantares de Salomão, todos foram incluídos. A prova dessa aceitação canônica pode não ser perfeita e conclusiva para todos, mas é positiva para a maioria dos livros e satisfatória para todos, com exceção desses três.
Divisões do Cânon
O testemunho mais antigo da classificação judaica do AT é o prólogo do livro apócrifo Eclesiástico (Sabedoria de JESUS, Filho de Siraque) que fala três vezes sobre a “lei e os profetas e outros livros de nossos pais” usando uma fraseologia ligeiramente variada, Tem sido argumentado que a terceira divisão ainda não era definitiva porque foi referida três vezes com palavras diferentes.
A outra ocasião em que essa divisão tríplice foi utilizada é Lucas 24.44 quando JESUS fala da “Lei de Moisés... Profetas... Salmos”. Outro exemplo está em Josefo (Against Apion i.8) mencionado acima, onde, pela primeira vez, aparece o conteúdo das três divisões em 5 livros da Lei, 13 livros dos Profetas e 4 livros dos “hinos a DEUS preceitos para a conduta da vida humana”. Filo de Alexandria, um contemporâneo de CRISTO, também fala que a seita de Therepeutae tinha “leis e oráculos pronunciados pelos profetas e hinos e outros que com sabedoria e piedade são aumentados e aperfeiçoados” (de vita contemplativa., s3). Isso se parece muito com a divisão de Josefo que foi, aparentemente, transmitida por aqueles que supõe ser o cânon egípcio diferente do cânon palestino. Essa tripla divisão não ocorre no Mishna de aprox. 200 d.C. E também não aparece novamente até cerca do ano 400 d.C., no Talmude (Baba Bathra, 14ó,15a) e nos escritos de Jerônimo. O Talmude menciona 5 livros na Lei, 8 nos Profetas e 11 nos Escritos - em um total de 24.
Muitas conclusões foram tiradas dessa tripla divisão do cânon, tal como é encontrada nas atuais obras da Bíblia hebraica, do Talmude e desses quatro antigos testemunhos. Mas duas coisas devem ser observadas a esse respeito. Primeiro, não é totalmente certo que a atual tripla divisão - principalmente do Talmude - seja muito anterior ao ano 400 d.C. O único testemunho anterior quanto aos detalhes do agrupamento dos livros vem de Josefo, que os reuniu em 5 livros da Lei, 13 dos Profetas e 4 de hinos e preceitos. Por alguma razão estranha, os autores dedicaram pouca atenção a esse testemunho de Josefo, que é claro e convincente. Na verdade, a terminologia de Filo parece dar-lhe o suporte necessário.
A segunda observação a respeito dessa tripla divisão é que existia, em paralelo, uma outra dupla divisão. Isso pode ser visto claramente através do testemunho do NT, como descrevemos anteriormente. O NT fala catorze vezes sobre Moisés e os Profetas, ou usa termos semelhantes. Estaria fora de questão afirmar que os autores do NT ainda não haviam reconhecido como canônica a terceira divisão dos livros. Todos os principais livros da terceira divisão do Talmude eram mencionados no NT como oficiais e inspirados por DEUS, Além disso, fica evidente que existia uma dupla classificação de todo o NT em paralelo à tripla classificação. Autores cristãos que vieram posteriormente, também empregam essa terminologia (Inácio, Epistle do Smyrnaeans, capítulo 5; Epistle to Diognetus [cerca de 130 a.C.], capítulo 10; Irineu, Against Heresies, i.3.6). Mas a nova evidência obtida dos Rolos do Mar Morto mostra que essa terminologia é pré-cristã e palestina. Ela existia desde uma data anterior, lado a lado com referências a uma tripla classificação.
Tal referência tem sido conhecida há muito tempo, desde 2 Macabeus 15.9 onde Judas confortou seu exército com “a lei e os profetas”. Tem sido levantada a hipótese de que isso somente poderia se referir às primeiras duas divisões da Bíblia hebraica (5 livros da Lei e 8 dos Profetas) quando a terceira divisão ainda não havia sido canonizada. Mas isso não deixa de ser uma simples hipótese. Para começar, as duas primeiras divisões da época de Josefo teria sido 5 livros da Lei e 13 dos Profetas. Além disso, quem poderia imaginar agora que os Salmos ainda não haviam sido canonizados nos dias de 2 Macabeus?
Os Rolos do Mar Morto esclarecem esse assunto, pois, lado a lado com uma clara aceitação a praticamente todos os livros do cânon do AT, eles evidenciam o uso de uma dupla divisão, tão comum no NT.
Dessa maneira, o Manual da Disciplina exige de todos os iniciantes um compromisso de fazer o que é bom “de acordo com o que Ele ordenou através de Moisés e de seus servos, os profetas" (i.2-3; Gaster, op. cit., p 39). Isso se refere, claramente, a todo o corpo sagrado e é tão antigo quanto a referência feita no prólogo de Eclesiástico. Outra provável referência fala sobre “o estudo da Lei que DEUS ordenou através de Moisés com o propósito de que, assim que a ocasião surgisse, todas as coisas fossem feitas de acordo com o que lá estava revelado e com o que os profetas também revelaram através do ESPÍRITO SANTO de DEUS” (Manual de Disciplina, viíi. 15- 16; Gaster, op. cit, p. 56). E importante observar que as profecias não são uma revelação menor que a Lei, e são citados repetidamente na literatura do Mar Morto como sendo a palavra proferida por DEUS.
No Documento de Damasco ou Documento Zadoquita, novamente são usadas duas terminologias, Ao interpretar Amós 5.26,27 o escritor (ou escritores) usou um texto ligeiramente diferente; Gaster o traduz da seguinte maneira. “Irei exilar Sikkuth seu rei e Kiyyun sua imagem, a estrela de seu DEUS... além de Damasco”. O comentário se baseia em que “a expressão Sikkuth seu rei se refere aos livros da lei, e que a expressão Kiyyun sua imagem se refere aos livros dos profetas” (Zadokite Document, vii 15-18; Gaster, op. cit., p. 70). Outro exemplo foi assim traduzido por Gaster. *Os mandamentos de DEUS, entregues através de Moisés e de seu santo e ungido sacerdote Arão” (.v.21-vi.l; Gaster, op. cit, p. 67). Mas as palavras sacerdote Arão não constam no original. Seria melhor traduzir o texto mais precisamente como. “Os mandamentos... através de Moisés e através de seus santos e ungidos”. Isso foi sugerido por Chaim Rabin {The Zadokite Documents, 1954, p. 20). Ele observa (p. 8n.) que os “ungidos” equivalem aos “profetas”.
Assim, os Rolos do Mar Morto mostram que, substancialmente, o atual AT foi considerado pela comunidade como de inspiração divina e esses livros foram agrupados sob os nomes “a lei e os profetas” ou “Moisés e os profetas.”
Embora tenha sido discutido que a classificação original do AT fosse dupla, e que uma tripla classificação tenha sido posteriormente usada (R. L. Harris, lnspiration and Canonicity of the Bible, pp. 147ss), uma reflexão mais detalhada poderia sugerir que essa variação de usos pode ser devida a diferenças sectárias. Mas não é impossível que a opinião dos judeus fariseus e saduceus de Jerusalém tenha dividido o cânon em três partes, e que os sectários essênios o tivessem dividido em apenas duas. Nesse caso, estaria explicado porque a terminologia do NT, que aqui aparece muitas vezes, tem a tendência de refletir o uso dos essênios.
A Visão da Crítica
Não existe qualquer justificativa para a opinião adotada em críticas destrutivas em geral, que fazem da divisão tripla a base para uma teoria de três estágios do desenvolvimento do cânon. Esse ponto de vista alega que o Pentateuco foi canonizado primeiro, em aprox. 400 a.C., e que depois deste os profetas (Josué, Juizes, Samuel, Reis, Isaías, Jeremias, Ezequiel e os 12 Profetas Menores) foram aceitos por volta de 200 a.C,; e que por último os 11 livros chamados de Escritos (em hebraico Kethuvím, e em grego Hagiographa) tenham sido canonizados no Concílio de Jâmnia, em aprox. 90 d.C.
As evidências para essa posição não são muito relevantes. Nâo existe prova de qualquer canonização do Pentateuco em 400 a.C. Não existem documentos não bíblicos contemporâneos tratando dessa questão. O máximo que as evidencias conseguem mostrar é que o Pentateuco deve ter sido canonizado inuito tempo antes. Mas o pensamento crítico não permite essa conclusão porque, como é aceito, o Pentateuco só foi completado em 400 a.C. Existem versículos bíblicos que mostram o contrário, como iremos observar e explicar em seguida. Os profetas foram canonizados pouco tempo depois, segundo afirma a teoria. Se os profetas tivessem sido aceitos em 400 a.C., eles teriam sido incluídos na Lei. Mas não foram, portanto devem ter sido canonizados posteriormente. É fato conhecido que os Profetas Menores foram canonizados por volta de 180 a.C., quando o Eclesiástico os menciona como uma unidade (49.10). Assim, é provável que esse cânon tivesse sido encerrado pouco depois dessa data. O argumento decisivo é que Daniel não se encontra entre os Profetas. Mas é claro que Daniel faz parte dos Profetas. E o mesmo ocorre com Crônicas, e da mesma forma com Reis. Mas eles dizem que Crônicas foi escrito por volta de 200 a.C. e Daniel em 168 a.C. - tarde demais para entrar no cânon dos Profetas. Isso sugere que 200 a.C. tenha sido a data limite. Os Salmos também só foram completamente reunidos depois de 168 a.C., e existem alguns salmos Macabeus supostamente datados depois dessa época.
Portanto, os Escritos representam uma compilação heterogênea aceita em várias épocas a partir de 200 a.C. até 90 d.C. Acredita-se que nessa data tenha acontecido um Concílio em Jâmnia, na Palestina, no qual os judeus, então dispersos e à procura de diretrizes para a fé, discutiram a canonicidade de vários livros, especialmente Rute. Ester, Provérbios. Eclesiastes, Cantares de Salomão e Ezequiel. Por fim, as objeções foram no mínimo vencidas, e o cânon foi encerrado para sempre.
Existe uma hábil teoria quase universalmente aceita pela crítica destrutiva. Estudiosos ortodoxos, que seguem William Henry Green (op. cit., p. 81), geralmente contradizem e alegam que as três divisões correspondem a três tipos de autoria e não a três períodos de tempo. O livro da Lei foi feito por Moisés, os oito livros seguintes pelos profetas e os Escritos por homens que tinham o dom da profecia, mas não o sacerdócio profético. Entretanto, alguém poderia perguntar como sabemos que o livro de Juizes foi escrito por um profeta e o de Daniel não! Será que podemos dizer que Davi, o rei, não desempenhava um ofício profético (cf. Act 2.29ss.) enquanto Josué, o capitão, o desempenhava?
Outras perguntas podem trazer sérias complicações às opiniões dos críticos. As descobertas do Mar Morto levaram F. M. Cross a afirmar que o livro de Crônicas foi escrito em aprox. 400 a.C. (F. M. Cross, The Ancient Library of Qumran, p. 141). Fragmentos de Eclesiastes, datados de 150 a.C., convenceram a maioria de que este foi escrito, pelo menos, por volta de 250 a.C. Por que, então, não foram incluídos no cânon dos Profetas? Como mencionamos acima, o livro dos Profetas foi citado como Escritura nos Documentos Zadoquitas escritos por volta de 200 a.C. Quando acrescentamos o considerável conceito mostrado por Eclesiástico, em relação ao livro de Provérbios em 180 a.C., ficamos imaginando por que esse livro não foi incluído no cânon dos Profetas que, supostamente, havia sido encerrado muito pouco tempo antes. Agora, tendo disponíveis as cópias dos Rolos do Mar Morto, praticamente ninguém mais fala dos salmos Macabeus!
Também o assim chamado Concílio de Jâmnia é um assunto obscuro. Não existem informações contemporâneas a seu respeito. Além disso, os livros não foram questionados para serem ou não admitidos no cânon, mas apenas quanto à sua continua aceitação. Isso está claro porque o livro de Ezequiel também foi questionado, embora tivesse sido admitido entre o livro dos profetas desde 200 a.C.! O questionamento a respeito de Provérbios nada significa porque, como já vimos, os Rolos do Mar Morto o aceitavam como Escritura havia muito tempo. O mesmo ocorre com o NT. Qualquer discussão dos rabinos em Jâmnia nada prova a respeito do encerramento do cânon. Elá mostra apenas que questões sobre a canonicidade continuam a surgir de forma inesperada!
Mas o fato principal, que se opõe a essa opinião crítica (e também à opinião de Green, et. al.), é que, simplesmente, o cânon triplo do Talmude não representa a sua divisão exclusiva e original. Por que explicar a ausência de Daniel entre os Profetas quando a testemunha mais antiga e definitiva, Josefo, deixa bastante explícito que esse livro estava entre os Profetas! Por que explicar a presença de Daniel entre os Escritos quando os Rolos do Mar Morto e o NT mostram que muitos judeus dessa época não usavam nenhuma dessas classificações!
Alguns ramos do judaísmo tinham, na verdade, uma divisão tripla. Mas o conteúdo dessas três divisões estava sujeito a mudanças sem qualquer aviso. Josefo (e provavelmente Filo) tinha somente quatro livros entre os Escritos. O Talmude tinha 11. Orígenes contava 22 livros, portanto não tinha Rute e Lamentações entre os Escritos. Tertuliano, que tinha 24, também teria colocado esses dois se, na verdade, usasse o esquema da divisão tripla.
Tem sido sugerido que essa mudança de livros, de uma divisão para outra, teria razões litúrgicas. Os livros da Lei e dos Profetas foram divididos, em uma data desconhecida, para que fossem utilizados como lições semanais na Sinagoga. Alguns outros livros pequenos eram inteiramente lidos nas festas anuais. Tais práticas podem ter causado essa diferença nas divisões judaicas de suas Escrituras, mas isso é apenas uma teoria. Entretanto, os fatos são evidentes. A divisão tripla não pode se tomar a base de uma canonização em três estágios.
O Testemunho do Antigo Testamento ao seu Cânon
Ainda pode ser indagado se o próprio AT teria uma indicação sobre quando e por que esses 39 livros foram aceitos. Quanto ao período anterior aos Rolos do Mar Morto, nào existe qualquer informação bíblica, mas os próprios livros do AT o mencionam, com considerável clareza, embora sem quaisquer detalhes.
Nâo há dúvida de que, em geral, o AT aceitou a lei de Moisés como canônica. Moisés ordenou que ela fosse lida na Festa dos Tabernáculos, a cada sete anos (Dt 31.9-11). Neemias registra que assim procedeu (Ne 8.1-18) e diz ainda que o povo vivia em tendas para obedecer à lei de Moisés. Essa lei está expressa em Levítico 23.40ss.
Josué reconheceu a lei de Moisés como sendo a lei de DEUS (Js 1.7,8; 23.6), e fez-lhe um acréscimo (Js 24.26); e 600 anos depois o próprio livro de Josué foi citado como Palavra do Senhor (1 Rs 16.34). A passagem em Deuteronômio 18.15-22 prediz uma sucessão de profetas culminando com o Grande Profeta e exige crédito para os profetas do Senhor. Foram dados certos testes para que o povo pudesse reconhecer um verdadeiro profeta - o cumprimento das profecias, milagres e a concordância com a Palavra de DEUS que fora anteriormente expressa.
Devemos notar que os livros históricos do AT acompanham uma seqüência encadeada. A morte de Josué está registrada em Juizes 2.7-9 e esses versos formam a conclusão do seu livro. Juizes e Rute estão juntos, e Rute termina com uma genealogia que vai até o tempo de Davi. Samuel-Reis trazem a história até o Cativeiro. A história paralela em Crônicas termina com dois versos que são repetidos em Esdras 1,1,2.
Como é bastante conhecido, o livro de Crônicas usou os livros de Samuel-Reis como suas fontes. O que nào é tão conhecido é que, em uma série de versos o livro de Crônicas declara que suas fontes (Samuel-Reis) foram escritas por uma sucessão de profetas, de Samuel a Jeremias (veja 1 Cr 29.29; 2 Cr 9.29; 12.15; 13.22; 20.34; 26.22; 32.32; 33.19; 35.25), Conhecemos a maioria desses profetas. Eles censuravam reis, pregavam reformas, confortavam o povo de DEUS e alguns deixaram livros com seus próprios nomes. O povo foi ensinado a prestar atenção às palavras que falavam. Seus escritos, igualmente, tinham toda autoridade. Observe a receptividade que os escritos de Jeremias tiveram pelo rei incrédulo e pelos fiéis remanescentes (Jr 36.4-32). Os escritos de Jeremias deveriam ser imediatamente aceitos como Palavra de DEUS. O texto em Jeremias 36.4-6 diz que estes deveriam ser aceitos devido à sua origem profética.
Da mesma forma, 2 Reis 14.6 refere-se ao Rei Amazias que, em aprox. 825 a.C., considerou Deuteronômio como a Palavra do Senhor, transmitida através de Moisés. Jeremias 26.18,19 cita um verso do profeta Miquéias como sendo o pronunciamento do Senhor. Daniel 9.2 diz que Daniel havia lido “nos livros” (em hebraico, “o artigo”) uma profecia ou palavra do Senhor, dada a Jeremias.
O fato é que o AT está permeado com idéias de canonicidade. Muitos profetas reivindicavam estar falando a Palavra do Senhor, e seus livros repetem essa reivindicação. Os falsos profetas eram expostos, pois os testes revelavam aqueles que eram verdadeiros, Em muitas passagens os profetas citam uns aos outros como canônicos. Em muitas outras, os livros fazem referências mútuas. Por exemplo, em Oséias 10.9 há uma referência a Juizes 20; Em Oséias 11.8 a Deuteronômio 19.23; e em Provérbios 9.10 a Jó 28.28. Obviamente, as evidências não estão completas para todos os livros do AT. No entanto, elas são daras para os princípios de sua aceitação. Os livros escritos pelos profetas foram aceitos e, às vezes, reis e sacerdotes também foram profetas. Qualquer homem a quem DEUS havia revelado a sua Palavra era um profeta. Portanto, Davi e Salomão foram verdadeiros profetas, como Josué e Daniel. Existem, naturalmente, livros cuja autoria é desconhecida. Entretanto, estes foram classificados pelos judeus e por CRISTO entre os Profetas e na ausência de uma mínima evidência ao contrário, eles podem ser assim aceitos. DEUS não deu aos judeus um teste sobre a inspiração de um livro ou uma relação de livros canônicos. Mas Ele lhes deu testes muito óbvios e práticos em relação aos profetas, e está claro que eles aceitaram os escritos desses profetas da mesma forma que as palavras que pronunciavam.
Alguns têm aceitado outros testes de canonicidade além da autoria profética. Tem sido sugerida a autoridade da congregação do AT, mas isso certamente não teria ajudado nos dias de Jeremias! Em todo caso, sua aceitação pela congregação dos crentes ou igreja universal representa um ponto muito significativo. Tem sido mencionada uma liderança providencial e, sem dúvida, isso aconteceu na medida em que DEUS usou os meios da providência para a preservação dos escritos desses profetas. Mas não existe qualquer sinal no AT de que as mensagens, orais ou escritas, de outros que não os profetas devessem ser reverenciadas.
Mais comum, atualmente, é a idéia de que a canonicidade é determinada pelo testemunho interior do ESPÍRITO SANTO. Existe muito de verdade nesse conceito, mas ele nem sempre é expresso com precisão. Os reformadores deram muita ênfase a esse testemunho, mas não nas questões da canonicidade de livros em particular. Antes, o ESPÍRITO testifica sobre a nossa salvação através de termos sido levados ao arrependimento e à fé na sagrada doutrina e, dessa forma, está testemunhando a favor dos escritos que contêm essa doutrina, Como Abraham Kuyper bem disse, o ESPÍRITO testemunha sobre o âmago {Principies of Sacred Theology, pp, 560ss.). A partir dessas verdades essenciais, podemos chegar a outras verdades. A partir do fato de sermos salvos por CRISTO, podemos tirar conclusões sobre a sua autoridade, e sobre a inspiração das Escrituras que Ele recomenda. Mas hão podemos, através da simples leitura de uma pequena passagem como os 25 versos de Judas, estar absolutamente certos de que ela seja uma Escritura inspirada, pois poderiamos também ler outros escritos não bíblicos e pensar o mesmo. Lembre-se de que Lutero teve dificuldade para conseguir identificar Tiago! E a questão dos versos de Marcos 16.9-־20que é uma seção quase tão longa quanto Obadias, não pode ser decidida através de uma voz interior.
De forma ampla e geral, o testemunho do ESPÍRITO SANTO confirma a canonização dos 39 livros do AT. Os livros apócrifos podem ter muitos pontos aproveitáveis e foram aceitos como Escritura por muitos cristãos. Mas eles não suportariam todos os testes, nem mesmo um só deles - a autoria profética, a aprovação de CRISTO, a aceitação pela igreja universal ou o testemunho do ESPÍRITO SANTO. Os 39 livros canônicos do AT são aprovados em todos estes quesitos.
Cânom do NTQuais livros pertencem ao NT?Essa é uma pergunta raramente feita porque existe um completo acordo sobre esse assunto. Todos os ramos do cristianismo declaram, explicitamente, que consideram os 27 livros do NT como fazendo parte e sendo adequado à coleção sagrada - o cânon. Existe uma considerável quantidade de materiais dando suporte a esse julgamento universal da igreja. É verdade que devido às devastações do tempo algumas evidências, anteriormente disponíveis nos primeiros séculos de nossa era, estejam agora faltando. Por outro lado, foram descobertos recentemente alguns novos materiais e essas evidências devem, portanto, ser examinadas cuidadosamente. Em geral, a maioria delas se origina dos escritos dos patriarcas da igreja e também dos trabalhos dos heréticos daquela época. Algumas provas podem ser acrescentadas a partir das próprias páginas do NT.
Para a finalidade desse artigo adotamos as conclusões gerais do conhecimento conservador do NT em relação à origem individual de cada livro. Se alguém pensasse que a antiga opinião liberal do Evangelho de João é uma produção do final do século II, descartaria naturalmente a sua autoria apostólica. Felízmente, essa opinião tem sido convenientemente desaprovada e nosso estudo poderá ser baseado na conclusão de que o Evangelho de João, assim como os Sinóticos, pertencem ao século I. O caso é que a introdução geral que analisa o cânon também deve estar parcialmente baseada em uma introdução especial que considera, em detalhes, a data e a autoria de cada livro. Quanto a esses detalhes, podem ser feitas referências a artigos existentes nos próprios livros.
Existem consideráveis evidências disponíveis para o estudo do uso e da aceitação primitivos dos livros do NT. O primeiro testemunho vem dos dias em que João, o último apóstolo que restara, ainda estava vivo. Uma extensa epístola foi escrita por Clemente de Roma, em aprox. 95 d.C. As epístolas de Ignácio e de Policarpo apareceram poucos anos depois. Provavelmente, esses homens haviam conversado com um ou mais apóstolos. Eles ficaram conhecendo, em primeira mão, alguns dos autores do NT. Certamente viram alguns de seus escritos originais.
O próximo estágio da investigação diz respeito à segunda geração de cristãos - aqueles que escreveram por volta do ano 140 d.C. Eles teriam conversado com aqueles que conheceram os apóstolos. Escritos mais extensos sobreviveram desde esse período onde se salientam os nomes de Justino Mártir e de Pápias. Também nessa época havia alguns que abandonaram a fé. Temos como um triste exemplo Márcion e os hereges do gnósticismo. Mas novas informações se tornaram disponíveis sobre o gnósticismo. Antigos estudiosos sentiam, às vezes, que o cristianismo estava fortemente influenciado por essa heresia. Mas parece que essa filosofia - que alegava um conhecimento esotérico e secreto - foi uma tardia e um pouco estranha tentativa de tentar unir a doutrina cristã à filosofia grega. De especial interesse atualmente é a obra recentemente descoberta chamada “O Evangelho da Verdade״ escrita evidentemente pelo gnóstico Valentinus, nessa época.
Um terceiro estágio do estudo se desenvolve em aproximadamente 170 d.C. quando as evidências se tornam abundantes para quase todas as partes do NT. São desse período os extensos escritos de Ireneu e uma relação quase completa de livros do NT chamados Muratorian Canon. Existem, naturalmente, muitos materiais menores que se referem a esse assunto. Mesmo essa ocasião - 70 anos após a morte do último apóstolo - não está muito distante das épocas mais antigas. Irineu era um discípulo de Policarpo que, por sua vez, havia sido um discípulo do apóstolo João. Portanto, as informações fornecidas por Irineu são de grande valor, embora não provenham da época mais remota.
Não existe uma grande necessidade de estender esse assunto aos gigantes das eras posteriores - Tertuliano e Clemente de Alexandria, além de Cipriano de aprox. 200 d.C; depois Eusébio, o historiador da igreja, e Atanásio, o defensor da ortodoxia em 325 d.C. Em alguns casos, esses homens completaram o quadro mas o seu testemunho não é muito necessário. O cânon do NT já havia sido fixado para todos os objetivos e propósitos muito antes de sua época. Isso pode ser afirmado a despeito do fato de que a primeira relação dos livros do NT, que está em exata concordância com as nossas Bíblias, foi a “Festal Letter” de Atanásio de 367 d.C. Embora nenhuma relação anterior a essa esteja exatamente de acordo com a nossa (de qualquer forma, existem pouquíssimas relações anteriores) ainda encontramos uma significativa evidência a partir da qual o cânon dos primeiros períodos pode ser construído.
Além disso, a absoluta unanimidade sobre o cânon dos primeiros tempos não impediu a reabertura dessa discussão em uma data posterior. É bastante conhecido o fato de que Lutero questionou de alguma forma a canonização da Epístola de Tiago. No entanto, Tiago fora aceito por toda a igreja havia muito mais de mil anos. Da mesma forma, nos primeiros tempos havia um grupo de heréticos, chamados de Alogi (aqueles que se opunham à doutrina do Logos de João 1.1). No século III essas pessoas negavam a canonicidade de todos os escritos de João. No entanto, antes deles, todos esses escritos haviam sido aceitos como canônicos. A lição que aprendemos é que nem todo testemunho deve ser aceito pelo seu valor de face. Existem ramos de apostasias e de heresias que não devem causar graves problemas. Como van Unnik nos lembra, “O caminho que levou à formação do cânon era, entretanto, uma estrada sinuosa״ (H. C. Puech, G. Quispel e W. C. van Unnik, The Jung Codex, p. 125). Van Unnik afirma que o cânon havia sido substancialmente estabelecido anteriormente, a despeito das controvérsias que surgiram no século III quanto a certos livros.
Por essas razões, podemos omitir o estudo dos séculos posteriores e nos concentrar na história da aceitação dos livros do NT em três estágios. O primeiro pode ser escolhido como o período de aprox. 170 d.C., quando os dados se tomam realmente abundantes. Voltando para cerca de 140 d.C., encontramos um amplo testemunho de vários autores. Finalmente, iremos estudar o período entre 95 e 120 d.C. nos escritos daqueles que foram contemporâneos e companheiros dos apóstolos, Terminaremos essa pesquisa da história com a investigação das afirmações e testemunhos do próprio NT.
O Período de 170 d.C.
Os escritos de Irineu que permaneceram até agora ocupam 263 grandes páginas na obra The Ante-Nicene Fathers (A. Roberts e J. Donaldson, ed., Vol. 1). Irineu era uma figura importante na França nos primeiros dias. Havia nascido na Asia Menor, em aprox. 130 d.C,, e foi amigo de Policarpo em sua juventude. Tornou-se bispo da igreja em Lyons, Gaul, e mantinha um contato próximo com a igreja de Roma, à qual se opôs por mais de uma vez. Escreveu sua grande obra, Against Heresies (“Contra as Heresias”), depois da intensa perseguição de 177 d.C. e, finalmente, deu sua vida, juntamente com muitos de seu rebanho, nos terríveis tempos de Severo (202 d.C.). Seu testemunho é de grande valor por causa de sua extensão e também porque ele estava na posição de conhecer os fatos em sua origem, e de aceitar os livros do NT.
Percebemos em Irineu um espírito bondoso, sua confiança em CRISTO era profunda e seu respeito pelo NT é muito claro. Em uma passagem ele apresenta uma forma primitiva do Credo dos Apóstolos (ibid., p. 330). Em passagem, ele compara a inspiração de DEUS, através do ESPÍRITO SANTO, a um homem tocando uma música em uma lira (ibid., p. 276). Ele diz, “Estou inteiramente convencido de que nenhuma Escritura contradiz a outra” (ibid., p. 230) mostrando, assim, a crença em sua veracidade e infalibilidade. Ele evidentemente considerava o NT como uma unidade, pois se refere a este como “os evangelistas e os apóstolos” fazendo um paralelo com a frase “a lei e os profetas” que se referia ao AT (ibid., p. 320).
A extensão do cânon de Irineu é bastante evidente. Ele faz longas citações do NT, resume os ensinos de todos os Evangelhos, conta como foram escritos e, em seguida, constrói, a partir do resumo das epístolas dos apóstolos, argumentos contra as heresias gnósticas em seus dias. Irineu se refere pelo nome (isto é, cita o nome do autor) a 18 livros do NT, além de citar outros sete. Somente os pequenos livros de Filemom e Judas passaram desapercebidos, certamente por não ter tido a oportunidade de usá-los.
As referências de Irineu são muito interessantes. Ele declara que existem necessariamente quatro Evangelhos, como existem quatro ventos no céu e quatro faces no querubim etc (ibid., p. 230). Ele insiste que Paulo era verdadeiramente um apóstolo (ibid., p, 439) e cita, pelo nome, a maioria de suas epístolas no Livro V de sua obra. No segundo fragmento Pfafiano, preservado de seu último trabalho, ele cita Hebreus como uma obra paulina (ibid., p. 574). Cita o livro de Apocalipse como tendo sido escrito pelo apóstolo João “não há muito tempo, quase em poucos dias, quase no final do reinado de Domiciano" (isto é, em aprox, 95 d.C., ibid., p. 559ss). Na verdade, Irineu cita praticamente todo o NT referindo-se a este como Escritura, verbalmente inspirada, apostólica, e absolutamente verdadeira. Nenhum outro livro escrito na era cristã foi citado como Escritura. Na verdade, o espúrio Evangelho de Tomé e o Evangelho Gnóstico da Verdade foram sumariamente rejeitados (ibid,, pp. 345 e 429) porque “em nada concordam com os Evangelhos dos Apóstolos". Irineu baseia tudo na “prova escritural fornecida por aqueles apóstolos que também escreveram os Evangelhos” e acrescenta, “Da mesma maneira, os apóstolos sendo discípulos da verdade estão acima de toda falsidade" (ibid., p. 417).
O Muratorium Canon representa um suplemento ao testemunho de Irineu. Essa interessante relação de livros do NT ficou conhecida através de um fragmento medieval e foi composta em aprox. 170 d.C. Não se conhece a história desse fragmento que é, infelizmente, muito sucinto. As primeiras frases estão faltando mas ele começa mencionando o “terceiro Evangelho”, o de Lucas; portanto ele também deve ter testemunhado sobre Mateus e Marcos. Todos os outros livros do NT estão relacionados a breves comentários, exceto Hebreus, Tiago, e 1 e 2 Pedro. Embora Hebreus, Tiago e 1 Pedro tenham sido bem autenticados anteriormente, e 2 Pedro também tenha sido usado por Irineu, Westcott conclui que o fragmento foi copiado de um manuscrito que estava rasgado (B. F. Westcott, A General Survey of the History ofthe Canon of the New Testament, 6a ed., p. 219). Esse fragmento menciona duas epístolas de João que foram consideradas por Westcott como 2 e 3 João. A primeira epístola de João também foi citada neste fragmento. Dessa forma, o fragmento está de acordo com Irineu e complementa o seu testemunho. Ambos, juntos, nos dão um testemunho exato do NT de nossos dias.
O Muratorium Canon (impresso na obra Ante-Nicene Fathers, V, 603ss.) rejeita o Pastor de Hermas como não sendo aos apóstolos. Ele menciona o Apocalipse de Pedro como recebido apenas por alguns e nomeia certas epístolas espúrias de Paulo. Não se trata de um testemunho muito perspicaz tanto naquilo que aceita como no que rejeita. Outros testemunhos desse período contam a mesma história com variações individuais.
Nessa ocasião foram feitas duas traduções do NT. A igreja oriental fez a versão síria chamada “Peshitta”. Pouco se sabe sobre sua origem e nada restou do primeiro manuscrito. Aparentemente, ele não tinha 2 e 3 João, 2 Pedro, Judas e Apocalipse. Também não havia livros extras. A Antiga Versão Latina, usada intensamente em Cartago, foi composta antes do ano 200 d.C. e, segundo nos consta, também não tinha 2 Pedro, Tiago e Hebreus, embora as evidências em relação à presença deste último livro sejam duvidosas. Novamente, esses eram os únicos livros; não havia livros extras. Colocando essas duas versões lado a lado, podemos dizer que a igreja aceitou os livros que temos do NT, e nenhum outro, exceto que algumas dúvidas foram expressas em relação às epístolas menores e ao Apocalipse. Na verdade, temos evidências abundantes dos primeiros anos da igreja em defesa do livro de Apocalipse. A igreja oriental claramente cometeu um erro ao tentar reduzir excessivamente a sua lista.
A Época de Justino Mártir - 140 d.C.
Justino é o mais antigo autor cristão cujos escritos foram consideravelmente preservados em toda a sua extensão. Suas duas obras, Apologies e Dialogue With Trypho ocupam 110 grandes páginas de material. Seus dados são incertos, mas parece que nasceu em Neápolis (moderna Nablus, nas proximidades da antiga Siquém) e foi martirizado em 148 d.C. (Westcott, op. cit., p. 99 n); outros dizem 165 d.C. (Ante-Nicene Fathers, Vol. 1, 159ss). Ele foi o filósofo dos primeiros tempos, e transferiu a sua inclinação filosófica para os seus escritos. Esses escritos mostram que Justino possuía uma coragem e humildade cristã que ainda impressionam. Também temos fragmentos e peças menores de vários de seus contemporâneos que acrescentam evidências sobre a sua idade.
Justino se refere pelo nome a vários livros do NT e, claramente, usa outros nomes. De acordo com Westcott, ele usa todos os Evangelhos, Romanos, 1 e 2 Coríntios, Colossenses, 2 Tessalonicenses, Hebreus e Apocalipse (Westcott, op. cit. 114ss., 167ss.). E muito interessante o tratamento que deu aos Evangelhos. Escrevendo aos não cristãos, ele usou uma única frase “Memórias dos Apóstolos” acrescentando que estes escritos “eram chamados de Evangelhos” (Ante-Nicene Fathers, p. 185). Ele descreve um Culto Dominical de Adoração como uma reunião onde se fazia a leitura das “Memórias dos Apóstolos ou dos escritos dos profetas”, acompanhada de um sermão, oração, comunhão e coleta {ibid., p.186)!
A doutrina de Justino sobre as Escrituras é, claramente, a de uma crença total. “Estou inteiramente convencido de que nenhuma Escritura contradiz a outra”. Ele acrescenta que, se uma contradição fosse imaginada, “iria admitir, mesmo que não pudesse compreender, o que estivesse registrado” {ibid,, p. 230). É verdade que nessa passagem ele estava discutindo o AT, mas, seu respeito e reverência pelas Memórias é tão claro, que essa afirmação pode ser justamente aplicada ao restante do NT que ele estava utilizando.
Justino fornece informações valiosas sobre a autoria dos Evangelhos. Ele diz: “Os apóstolos, nas Memórias que compuseram, que foram chamadas de Evangelhos”, nos entregaram a celebração da Ceia do Senhor. Mas ele também cita um item encontrado apenas em Lucas, e diz que este foi registrado... “Nas Memórias que digo que foram escritas pelos seus apóstolos e por aqueles que os seguiram” (ibid,, p, 251).
Ele se refere ainda a um incidente registrado apenas em Marcos e diz, “Quando dizem que Ele mudou o nome de um dos apóstolos para Pedro e quando isso está escrito em suas memórias, assim como mudou o nome de dois outros irmãos... isso era o anúncio do fato de que foi através dele [JESUS] que Jacó foi chamado de Israel” (ibid., p. 252). Westcott observou que nessa citação a expressão “suas memórias” só pode se referir a Pedro; por esta razão, o Evangelho de Marcos foi designado como as Memórias de Pedro (op. cit., p. 114). Sem dúvida Justino estava ciente de que Marcos havia escrito o segundo Evangelho, mas também estava ciente do testemunho de Pápias, e de outros, de que Marcos escrevia o que Pedro lhe dizia. Isso poderia colocar Marcos em uma posição semelhante à de Tércio, que escreveu a epístola aos Romanos para Paulo (Rm 16.22) ou à de Silas cuja cooperação Pedro usou em outra ocasião (1 Pe 5.12). Nesse sentido, Justino se refere indiscriminadamente aos Evangelhos como sendo a obra “dos apóstolos” ou como a obra “dos apóstolos e daqueles que os seguiram”. Observe também a expressão de Justino citada acima: “Está escrito nas Memórias dele [Pedro]״. Essa forma de expressão foi regularmente usada para citar as Escrituras. Está claro que Justino tinha os mesmos Evangelhos que temos, com os mesmos nomes, e que os utilizava como Escrituras. Como já mencionamos, ele também usa sete outros livros do NT e se refere a eles de uma maneira um tanto informal, mas em uma ocasião Justino cita o livro de Apocalipse pelo nome, atribuindo a sua autoria ao apóstolo João (Ante-Nicene Fathers, Vol 1, 240).
Há muito tempo são conhecidos testemunhos menores para a época de Justino. Basilides, o herético gnóstico, e a Epístola de Barnabé, acrescentam pouco ao testemunho de justino, mas é interessante observar que Basilides cita 1 Coríntios e Romanos como Escrituras, A Epístola de Diognetus, provavelmente um pouco anterior a Justino, inclui alusões a Atos, Gálatas, Efésios, Filipenses, 1 Timóteo, Tito e 1 Pedro, além de outros livros citados por Justino. Diognetus possui uma das primeiras referências feitas à Bíblia como sendo uma unidade. “O temor à lei é cantado, a graça dos profetas é conhecida, a fé dos Evangelhos é estabelecida, a tradição dos apóstolos é preservada e a graça da igreja é enaltecida” (ibid., p. 29). Está claro que, nessa época, os livros centrais do NT foram recebidos juntamente com os livros do AT. Pápias nos dá um outro testemunho, um pouco anterior a Justino. Sua obra inclui uma exposição de cinco volumes dos oráculos do Senhor mas, infelizmente, todos desapareceram exceto algumas poucas citações em outros livros. Ele ficou conhecido pela afirmação de que Marcos escreveu as pregações de Pedro e que, originalmente, Mateus escreveu seu Evangelho em aramaico. Pápias também menciona pelo nome 1 João e “a Epístola de Pedro” (ibid., p. 155).
Até recentemente, somente havia restado essa meia dúzia de testemunhos da metade do século II. Agora, entretanto, as areias do Egito revelaram novos tesouros. Em 1954, camponeses de Chenoboskion (q.v.), local situado um pouco ao norte de Tebas, encontraram um esconderijo de escritos gnósticos (conhecidos como Textos Gnósticos Nag Hammadi, veja BW, pp. 402-410). Havia 13 livros contendo cerca de 49 obras. Um desses livros, o Jung Codex, desapareceu repentinamente do Egito e agora está sendo publicado.
Um dos mais interessantes escritos do Jung Codex é o Evangelho da Verdade, escrito pelo herético Valentinus, em aprox. 140 d.C. Irineu havia atacado essa obra em seu livro Against Heresies (III.11.9), mas nenhuma de suas cópias havia sobrevivido. Mas agora ela se tornou disponível (Kenneth Grobel, The Gospel ofTruth). Não se trata da tentativa de se ter um quinto Evangelho, mas de uma exposição daquilo que Valentius pensava ser um verdadeiro Evangelho, isto é, o gnósticismo. Porém Valentinus, em seus escritos, faz citações ou alusões a muitos livros do NT. Em 200 d.C., Tertuliano havia escrito que Valentinus, emboria fosse um herético, tinha usado todo o NT. Essa sua obra dá apoio à dedução de Tertuliano.
No estudo The Gospel of Truth and the New Testament, van Unnik faz um paralelo entre o texto de Valentinus e muitas passagens do NT grego e conclui: “Está claro que o autor do Evangelho da Verdade tinha conhecimento dos Evangelhos, das epístolas paulinas, do livro de Hebreus e do Apocalipse, enquanto nele existem traços de Atos, 1 João e 1 Pedro” (The Jung Codex, por H. C. Puech, G. Quispel e W. C. van Unnik, 1955, p. 122). Isso cobre todo o NT, exceto pequenos livros, totalizando 11 capítulos!
Ele acrescenta, “Por volta de 140-150, uma coleção de obras tornou-se conhecida em Roma e estas foram aceitas como tendo uma autoridade virtualmente idêntica à do nosso Novo Testamento" (ibid., p. 124). Devemos nos lembrar que Diognetus já havia colocado essa coleção no mesmo nível das Escrituras do AT. O testemunho de Valentinus representa uma voz muito bem vinda que confirma os testemunhos previamente conhecidos acrescentando-lhes importantes detalhes.
Os Primeiros Anos - 95 a 120 d.C.
Vamos agora dar um passo para trás em direção a 95-120 d.C. Esse período se sobrepõe aos dias do apóstolo João. Ele inclui três testemunhas bastante conhecidas, isto é, Clemente de Roma, Ignácio e Policarpo. Todos os três haviam conhecido os apóstolos e dois deles haviam selado a sua fé com sangue.
Clemente escreveu aos Coríntios, em aprox. 95 d.C. Ele faz citações nominais de 1 Coríntios e claramente usa Mateus, João, Romanos, Efésios, Hebreus, Tiago e possivelmente 1 Timóteo e Tito (cf, Westcott, op. cit., pp. 25ss, 48). Algumas citações de Mateus encontram paralelos em Marcos e Lucas, portanto é possível que esses Evangelhos estejam incluídos no testemunho de Clemente. Ignácio era bispo de Antioquia por volta do final do século I d.C. O Martyraom oflgnatius (Ante-Nicene Fathers, Vol. I, 129) declara sua prisão no reinado de Trajano, mas não se sabe exatamente se o seu martírio ocorreu em 107 ou em 116. A despeito desta data, seu testemunho é muito valioso e significativo. Ele escreveu epístolas as sete igrejas diferentes enquanto estava sendo levado para Roma para ser martirizado. Nessas cartas, ele cita nominalmente o livro de Efésios. Em sua carta aos crentes de Filadélfia ele parece se referir aos escritos do NT como a um único corpo: “Refugio-me rapidamente no Evangelho como a carne de JESUS, e nos apóstolos como o presbitério da igreja. E vamos também amar os profetas” (ibid. p. 82). Podemos observar uma semelhança de redação com o texto de Justino, mencionado acima.
Ele se refere, novamente, a alguém que “nem foi persuadido pelos profetas, nem pela lei de Moisés e nem pelo Evangelho até esses dias” (ibid., p. 88). Outra referência semelhante é: “Preste atenção nos profetas e, acima de tudo, no Evangelho” (ibid., n. 89). Ele faz citações textuais literais a Mateus, 1 e 2 Coríntios e Efésios, e emprega, claramente, a fraseologia de Lucas, João, Romanos, Gálatas, Filipenses, 1 Tesalonicenses e 1 Timóteo. Gregory comenta: “Os Evangelhos de Mateus e João parecem ter sido os seus preferidos, ou aqueles que conhecia melhor. Ele conhecia muito bem as epístolas de Paulo” (C. R. Gregory, Canon and Text of the New Testament, p. 71). Ignácio e Clemente, juntos, testemunham a maior parte bem como a parte principal do NT atual.
Logo depois do martírio de Ignácio, Policarpo escreveu uma carta aos filipenses que, felizmente, foi conservada. De acordo com Irineu, Policarpo foi instruído pelos apóstolos e era seu próprio professor. Portanto, ele liga Irineu diretamente à Idade Apostólica. Policarpo foi martirizado em sua velhice, em aprox. 155 d.C., mas a melhor data para essa epístola é pouco depois da morte de Ignácio, isto é, 108 ou 118 d.C. (cf. Westcott, op.cit., p. 38). Todas estas pessoas e fatos constituem um primitivo e precioso monumento da antiguidade cristã. Policarpo citava copiosamente o NT. Na obra Ante-Nicene Fathers ele usou aspas para identificar as passagens que extraiu de Mateus, Lucas, Atos, Romanos, 1 Coríntios, Gálatas, Efésios, 1 e 2 Tessalonicenses, 1 e 2 Timóteo, 1 Pedro e 1 João. Ele também fez claras alusões a outros livros. Westcott reivindica o uso de 2 Coríntios e Filipenses, além de, possivelmente, Efésios e 2 Pedro (ibid., p. 49). No capítulo XII, Policarpo cita Efésios 4.26 como Escritura e no capítulo anterior ele cita nominalmente 1 Coríntios e Filipenses.
Juntando esses três grandes homens, que iniciaram sua vida cristã na era apostólica, podemos ver que eles usaram a maior parte do NT. Eles fizeram referências nominais a 1 Coríntios, Efésios e Filipenses e falaram sobre os seus livros como se formassem um conjunto único, assim como as Escrituras. Os únicos livros que não foram testemunhados nessas primeiras obras são Marcos, Colossenses, Filemom, 2 e 3 João, Judas e Apocalipse.
Até mesmo essas omissões podem ser explicadas. Mateus e Marcos são tão paralelos, que é provável que as citações de Marcos estejam guardadas ou implícitas sob o material de Mateus. Colossenses foi totalmente reconhecido na era seguinte e provavelmente omitido nessas primeiras obras apenas por falta de uma ocasião para citá-lo. Também não é de admirar a ausência de citações a Filemom, 2 e 3 João e Judas nessa relação, pois cada um deles representa um longo capítulo e, portanto, com menos chances de ser citado. Quanto ao Apocalipse, devemos nos lembrar de que esse livro provavelmente foi escrito apenas 20 anos antes da obra do último desses homens, Mas Irineu, o aluno de Policarpo, oferece um testemunho bastante explícito em relação à data e à autoria do Apocalipse. Na verdade, Irineu usa todos esses livros, com exceção de Filemom e 3 João. Não precisamos questionar a canonicidade destes importantes livros por causa do silêncio desses três primeiros testemunhos.
O Testemunho que o Novo Testamento dá Sobre Si Mesmo
Tendo rastreado a recepção dos livros do NT até o início da era apostólica, descobrimos que existem evidências de que, praticamente, todos foram aceitos pelos homens que haviam aprendido com os próprios apóstolos. Qual foi o começo dessa prática? A que princípios a igreja primitiva obedeceu ao selecionar esses livros?
Para começar, dois pontos devem ser enfatizados. Primeiro, os apóstolos não escreveram impensadamente uma miscelânea de cartas e histórias que foram piedosamente reunidas somente em uma era posterior. Ao contrário, os apóstolos escreveram seus livros conscientemente e ordenaram aos crentes que eles fossem recebidos.
Segundo, a igreja primitiva não selecionou e escolheu 27 livros em meio a um extenso conjunto de boa literatura, mesmo que se tratasse de literatura apostólica. Até onde podemos comentar com segurança, nenhum autor primitivo se refere a qualquer obra perdida dos apóstolos, ou faz claramente alguma citação a este respeito. É possível que existam cartas perdidas de Paulo, mas nenhuma foi conscientemente rejeitada pela igreja primitiva. Na verdade, pode até ser questionado se alguma foi realmente perdida. O texto em Colossenses 4.16 pode muito bem se referir à epístola aos Efésios, que pode ter sido uma epístola de caráter geral (o termo “Efésios” não consta em Efésios 1.1 em alguns textos) e 1 Coríntios 5.9 pode ter sido um aoristo epistolar que se referia à carta que Paulo estava escrevendo. Ao contrário de algumas afirmações, os livros espúrios de Barnabé, Apocalipse de Pedro, Pastor de Hermas etc., podem ter enganado algumas poucas pessoas, mas nunca foram seriamente aceitos.
Quanto à consciente intenção de Paulo ao escrever, existe um claro testemunho antes de sua primeira epístola, mas, se alguém não obedecer à nossa palavra por esta carta, notai o tal e não vos mistureis com ele” (2 Ts 3.14). Nessa primeira epístola, ele alega que sua pregação não é a “palavra de homens” mas a “palavra de DEUS” (1 Ts 2, 13). Em sua grande epístola de 1 Coríntios, ele fala de uma forma semelhante (1 Co 2.13) insistindo, ainda, “as coisas que vos escrevo são mandamentos do Senhor” (14,37). Isso não está contradizendo, como dizem alguns, suas afirmações em 1 Coríntios 7.10,12 etc. onde faz a distinção entre a sua palavra e a palavra do Senhor. Neste texto, ele está preocupado apenas em citar as palavras de JESUS na terra. Deve-se observar que Paulo — e Lucas - se referem muitas vezes a JESUS como “o Senhor” antes de sua crucificação (cf. Mt 26.75 com Lc 22.61). Sempre que possível, Paulo cita palavras proferidas pelo Senhor JESUS CRISTO, mas acrescenta as suas próprias palavras onde não há uma ordem direta de JESUS.
Existe uma razão pela qual Paulo podia fazer essas afirmações. Ele era um apóstolo e desempenhava o seu ministério com esforço e dedicação (1 Co 15.8,9; 9.1; 2 Co 11.5; 12.11,12). Da mesma forma fizeram os primeiros autores, Clemente, Ignácio etc, Nunca se confundiram com o círculo apostólico. Também João reivindica a inspiração em Apocalipse 1.1-3 e 22.18,19.
CRISTO havia escolhido os apóstolos para um propósito muito claro, e lhes prometeu o ESPÍRITO de uma forma especial. Em João 14.26 JESUS declara que o ESPÍRITO SANTO lembra as suas palavras aos seus servos. E em João 16.13 o Senhor diz que o ESPÍRITO SANTO mostra aos seus servos aquilo que ainda está por acontecer. Os apóstolos foram igualados aos profetas do AT por todos os autores primitivos; portanto não é de admirar que suas obras fossem prontamente igualadas às Escrituras do AT.
Isso já havia sido feito pelo próprio NT. Por três vezes um autor chama a obra de outro autor de inspirada. O caso mais conhecido é 2 Pedro 3.15,16 que se refere às epistolas de Paulo como Escrituras, A passagem em 1 Timóteo 5.18 cita Lucas 10.7 como Escritura. E Judas 17,18 cita 2 Pedro 3.3 como parte das palavras proferidas pelos apóstolos. Estes testemunhos não são um mero acaso; eles são sumamente importantes e estão diretamente em linha com o testemunho dos patriarcas pós-apostólicos.
O estudo acima sobre os patriarcas da igreja primitiva, além de outras passagens sobre o assunto que poderiamos citar, mostra que a igreja primitiva recebeu todos os livros escritos pelos apóstolos como obras inspiradas pelo ESPÍRITO de DEUS. Isso foi categoricamente afirmado por Stonehouse. “Está claro que o apostolado foi o princípio organizador do NT da antiga igreja universal", isto é, a igreja de cerca de 170 d.C. (Ned E. Stonehouse, Tke Apocalypse in the Ancient Church, pp. 4-5).
Sobre esse assunto, Warfield em seus importantes estudos admite que “a autoria apostólica foi, na verdade, inicialmente confundida com a canonicidade” (B, B. Warfield, Revelation and Inspiration, p. 455). Sua opinião é que os livros que foram canonizados eram aqueles que os apóstolos escreveram ou declararam que a igreja deveria aceitar. Essa opinião é bastante segura pois os primeiros testemunhos mostram que todos os livros do NT foram escritos pelos apóstolos exceto, possivelmente, Marcos, Lucas, Atos, Hebreus, Tiago e Judas. Entretanto, desde o início, esses livros foram usados tanto quanto os demais (embora o testemunho para Judas, nos primeiros tempos, não esteja muito claro) e está bastante claro que eram aceitos na época dos apóstolos.
Mas existe ainda mais. Os mesmos testemunhos que dizem que Marcos escreveu seu Evangelho dizem também que ele anotou as pregações de Pedro. Os Evangelhos de Marcos e de Lucas foram chamados de obras dos apóstolos por Justino Mártir. Mais tarde, Tertuliano expressa a mesma opinião (Ante-Nicene Fathers, Vol. 3, 252). Aparentemente, esses livros foram escritos sob a superintendência dos apóstolos e certificados por eles. Muito tem sido dito sobre o Iívro de Hebreus, como se não tivesse sido escrito por Paulo. Mas devemos notar que nenhuma voz anterior a 200 d.C. afirmou que este não fosse de origem paulina. Esse livro foi usado por Clemente, em 95 d.C. O recém encontrado Evangelho da Verdade, de Valentinus, o utiliza de forma decisiva. No Egito, a alegação de sua autoria paulina pode ser rastreada desde Clemente da Alexandria até Pantaenus, em aprox. 140 d.C. E em Roma, Irineu não só usa Hebreus extensivamente como o fragmento Pfafíano se refere a ele como sendo de Paulo (veja detalhes em R. L. Harris, Inspiration and Canonicity ofthe Bible, p. 264). Portanto, sempre tem persistido o problema de que a linguagem dos Hebreus parece um pouco diferente das outras epístolas de Paulo, mas o pensamento e os argumentos são definitivamente paulinos. A verdade pode ser que o livro seja de autoria de Paulo, mas que tenha sido escrito para ele por um outro ajudante (e este não seria Lucas).
Quanto a Judas e Tiago, esses livros foram escritos pelos irmãos (Judas 1) e, aparentemente, temos duas escolhas. Havia dois irmãos, Tiago e Judas, na companhia apostólica (Lc 6.16). Mas parece que havia também outros dois que eram meio irmãos de JESUS - embora isso tenha sido negado (Mt 13.55). Essas questões são complicadas, mas teria sido possível que homens dessa posição, a quem CRISTO havia especialmente aparecido depois de sua ressurreição (1 Co 15,7) tivessem sido considerados como apóstolos extraordinários, se na verdade essas passagens não fazem nenhuma referência a um par de irmãos, os filhos de Alfeu, como apóstolos.
Concluindo, deve ser bastante enfatizado que a igreja primitiva não deixou de estabelecer os seus preceitos de fé, nem houve uma confusão de opiniões conflitantes em relação a muitos livros diferentes ora aceitos, ora rejeitados. No final do século III, quando as testemunhas já haviam morrido, houve realmente mais debates e incertezas do que na era seguinte à dos apóstolos, No princípio, todos os Evangelhos foram plenamente aceitos e não foram questionados no século II, exceto pelo herético Márcion que negou a autoridade de todos os apóstolos com exceção de Paulo. Além disso, a maioria das epístolas de Paulo, inclusive Hebreus, foi usada e muitas foram citadas nominalmente pelos primeiros escritores que haviam conhecido os apóstolos. Podemos não ter tantas evidências quanto gostaríamos a respeito das epístolas menores, porque as obras de Papias e de outros se perderam; mas devemos nos lembrar sempre que, embora não tenhamos as evidências de forma completa hoje (no futuro poderemos vir a ter, pois as obras perdidas poderão ser encontradas), Irineu, Justino e outros homens semelhantes tinham abundantes evidências em suas mãos. Como Tertuliano desafiou, se alguém questionar essas coisas, poderá ir às igrejas onde os escritos originais dos apóstolos estão preservados (Ante-Nicene Fathers, Vol. 3, 260). Esses primeiros cristãos tinham os fatos. Mas também temos a maioria deles. Porquanto, embora em relação às epístolas menores nossas provas sejam insuficientes, podemos seguramente confiar no testemunho desses defensores da verdade dos primeiros dias do cristianismo. 2. Nossos fundamentos.A revelação canônica se encerrou com os apóstolos do Novo Testamento (1 Co 15.8).Declaração de Fé das Assembleias de DEUS: “A Bíblia é a nossa única regra de fé e prática... não necessitamos de uma nova revelação extraordinária ou pretensamente canônica” (2 Pe 1.19-21).
A Igreja Primitiva. Firmados, principalmente, em 2 Timóteo 3.16 e 2 Pedro 1.20,21, os cristãos primitivos tinham os profetas hebreus como oráculos de DEUS. Igual deferência concediam eles aos escritos dos apóstolos de nosso Senhor e daqueles que lhes foram íntimos seguidores — Marcos e Lucas, por exemplo.
No século II, quando o herege Marcião se insurgiu contra as Sagradas Escrituras, tentando extirpar do cânon os livros apostólicos, por considerá-los escandalosamente judaicos, os líderes da igreja condenaram-no em uníssono e energicamente. Atuando como porta-voz dos pastores e bispos, Tertuliano escreveu Contra Marcião, numa apaixonada apologia do cânon atual da Bíblia Sagrada.
Orígenes de Alexandria, nascido no Egito por volta de 185, também saiu com presteza, a fim de defender o cânon das Sagradas Escrituras. Ele asseverou que tanto as Escrituras do Antigo quanto as do Novo Testamentos foram inspiradas pelo mesmo ESPÍRITO SANTO. Logo, acrescenta o doutor alexandrino, “as Escrituras Sagradas foram redigidas pelo ESPÍRITO de DEUS”.
Nascido em 296, Atanásio tornou-se conhecido como o pai da ortodoxia em virtude de seu apaixonado zelo pela pureza doutrinária da fé cristã. A semelhança de seus predecessores, fez ele uma brilhante apologia da inspiração divina das Escrituras Sagradas como a Palavra de DEUS.
Os reformadores. Ao deflagrar a Reforma Protestante, Martinho Lutero fez questão de ressaltar a importância da Bíblia Sagrada como a Palavra de DEUS. Se até àquele dia a igreja de Roma tinha as suas tradições como mais importantes que as Sagradas Escrituras, veio Lutero e afirmou que estas são a nossa única norma em matéria de fé e prática. Foi a partir desse ponto doutrinai que Lutero revolucionou espiritualmente a igreja de CRISTO, levando os fiéis a depositarem toda a sua confiança no Antigo e no Novo Testamento.
Cognominando a Bíblia como o berço que traz o CRISTO, Lutero — natural de Eisleben, na Alemanha— defendeu ardorosamente a inspiração divina das Sagradas Escrituras. Exortava ele os cristãos a lerem a Palavra de DEUS sob a luz de CRISTO.
O missionário finlandês Lars Eric Bergstén, que, durante cinco décadas peregrinou pelo Brasil, ensinando a lídima doutrina bíblica, assim se posicionou acerca das Sagradas Escrituras:
DEUS, que antigamente falou “muitas vezes e de muitas maneiras aos país”, queria que a sua Palavra não ficasse guardada pelos homens apenas através da experiência com Ele ou pela tradição falada, isto é, os país contando para os seus filhos, etc. DEUS queria que as verdades reveladas fossem conservadas em um autêntico documento. Por isso, Ele mesmo tomou as providências para que suas palavras, revelações e acontecimentos — maravilhas operadas em meio ao seu povo —fossem escritos.
Antonio Gilberto, um dos maiores teólogos do Brasil, afirmou acerca da origem divina da Bíblia:
E a revelação de DEUS à humanidade. Seu autor ê DEUS mesmo. Seu real intérprete é o ESPÍRITO SANTO. Seu assunto central é o Senhor JESUS CRISTO.
Deísmo ( DEUS existe, mas está muito longe de nós e não se envolve com os assuntos humanos).
Somos Teístas ( cremos que DEUS “não está longe de cada um de nós” - At 17.27, Ele está interessado no ser humano - Hb 11.6).
DEUS continua a se comunicar com o seu povo por meio dos dons espirituais (At 2.14-21) e também falando diretamente conosco.
Palavra, pelos dons espirituais, sonhos, visões e até pelas coisas simples do dia a dia (At 2.17,18).
O Teísmo Cristão
A Palavra e suas Definições
Esse vocábulo vem da palavra grega theós, «deus». Assim sendo, teísmo é a «crença em Deus, , fazendo contraste com o ateísmo. Quase sempre entende a existência de algum poder supremo. O teísmo defende o monoteísmo (um só Deus), o politeísmo (muitos deuses).
Quase sempre a idéia envolve a crença de que os poderes divinos interessam-se pelas vidas humanas, com o intuito de recompensar ou punir, exercendo certas influências sobre o mundo dos homens. A idéia de uma divindade criadora faz parte do teísmo. Quase todos os conceitos teístas arrastam após si a idéia de obrigação moral diante do Poder Divino ou de poderes divinos.
Esse termo (juntamente com o adjetivo «teísta») surgiu na Inglaterra, no século XVII, quando foi usado em contraste com «ateísmo» e «ateu».
O Teísmo Cristão
A fé cristã, em seu aspecto tradicional e conservador, oferece uma versão especial do teísmo, segundo se vê nos pontos abaixo:
1. Rejeita o politeísmo e o henoteísmo como variedades legítimas do verdadeiro teísmo.
2. Rejeita o politeísmo, o agnosticismo, o ateísmo e o positivismo.
3. Aceita a mensagem essencial dos Livros Sagrados cristãos, o Antigo e o Novo Testamentos.
4. Aceita a natureza (teologia natural) como uma abordagem válida, embora parcial, da teologia.
5. Ensina estar devidamente fundamentado sobre a ciência, a filosofia, a revelação (os Livros Sagrados), a natureza e, por que não, sobre a consciência e a intuição humanas, sempre sob a orientação da revelação divina.
6. Assevera que a existência de Deus pode ser aceita com base na revelação, ainda que também respeite os argumentos filosóficos tradicionais, bem como as evidências colhidas na natureza criada.
7. Sua ética alicerça-se sobre a idéia de que Deus revelou a sua vontade aos homens, e que eles são responsáveis diante dele por sua conduta. A aprovação ou desaprovação divina aquilatarão todas as prestações de contas morais. Deus é o autor da ética, e não o homem.
8. O cristianismo ortodoxo aceita a visão trinitariana da deidade.
9. Ao rejeitar o deismo (vide), o teísmo cristão promove o conceito de um Deus imanente, interessado nos homens, que intervém na história humana, que garante a imortalidade das almas e que julga ou recompensa as almas, após a morte biológica.
10. O teísmo cristão assevera a validade da missão salvaticia de Cristo, como realização especial de Deus entre os homens.
11. O conceito de um Deus pessoal é importante para essa forma de teísmo, onde figuram os atributos tradicionais de Deus como um Ser onipotente, onipresente, onisciente, que tudo sabe, que é completamente santo, etc. 0 amor de Deus é enfatizado.
QUE É A DOUTRINA BÍBLICA?
Doutrina: Conjunto de ensinos e crenças que constituem o cânon de fé e prática do cristão. "Doutrina é coisa prática, visto que desperta o coração".
A. Definição. A doutrina é um conjunto de princípios que, tendo como base as Sagradas Escrituras, orienta o nosso relacionamento com DEUS, com a Igreja e com os nossos semelhantes.
B. Objetivos. Aprofundar o nosso conhecimento de DEUS (Os 6.3). Visa a doutrina bíblica à perfeição moral e espiritual do ser humano.
C. Doutrina e costumes. Doutrina não são costumes.
Não podemos dissociar os bons costumes da doutrina. Como aqueles dependem desta, logo: a boa doutrina gera, necessariamente, os bons costumes.
NECESSIDADE DA DOUTRINA
A. A doutrina bíblica nos mantém na salvação em CRISTO.
B. A doutrina bíblica santifica-nos.
C. A doutrina bíblica torna-nos sábios.
A DOUTRINA BÍBLICA E O SERVIÇO CRISTÃO
A. Está presente na evangelização.
B. Está presente na instrução dos santos.
C. Está presente na defesa da santíssima fé.
Doutrinar é ensinar as verdades fundamentais da Bíblia, organizadamente.
É o conjunto de princípios que servem de base ao cristianismo, compreendendo desde o ensinamento, pregação, opinião das lideranças religiosas, desde que embasadas em Textos de obras Bíblicas escritas, como Regra de fé, preceito de comportamento e norma de conduta social, referente a Deus, a Jesus, ao Espírito Santo e Salvação.
CONCEITO DE DOUTRINA NO ANTIGO TESTAMENTO:
Doutrina (hebraico ”xql Ieqach”) - (Dt. 32:2; Pv.4:2; Pv.9:9; Pv. 13:14) - ensinamento, ensino, percepção, capacidade de persuasão. Palavra proveniente de laqach, que significa tomar, pegar, buscar, segurar, apanhar, receber, adquirir, comprar, trazer, casar, tomar esposa, arrebatar, tirar, carregar embora, tomar em casamento.
A doutrina escorrerá suavemente em todos os lugares. Além disso, é uma boa lei que dá instrução ao sábio e ensina aos justos uma fonte de vida e como se desviar dos laços da morte.
Doutrina (hebraico ”hrwt towrah ou hrt torah”) - (Is. 28:9; Is.29:24) - lei, orientação, instrução, orientação (humana ou divina), conjunto de ensino profético na era messiânica de orientações ou instruções sacerdotais legais, referente aos costumes e hábitos.
Palavra oriunda de yarah que significa lançar, atirar, jogar, derramar, como lançar flechas, jogar água, atirar, apontar, mostrar, dirigir, ensinar, instruir.(Ter uma direção definida).
Ela dá entendimento aos errados de espírito e é um aprendizado aos murmuradores.
CONCEITO DE DOUTRINA NO NOVO TESTAMENTO:
Doutrina (grego “didach didache”) - (Mc. 1:22; Lc. 4:32; At.2:42; Rm. 6:17) ensino, doutrina, instrução nas assembléias religiosas dos cristãos, fazer uso do discurso como meio de ensinar, em distinção de outros modos de falar em público.
Palavra oriunda de didasko, significando conversar com outros a fim de instruí-los, pronunciar discursos didáticos; desempenhar o ofício de professor conduzir-se a dar instrução, explicar ou expor algo a alguém.
Doutrina (grego “didaskalia didaskalia”) - (1 Tm.4:6; 1 Tm.4:16; 1 Tm.6:1; Tt.2:1;Tt.2:10) - ensino, instrução, preceitos; palavra oriunda de didaskalos - No NT, alguém que ensina a respeito das coisas de Deus, e dos deveres do homem; como os mestres da religião judaica, que pelo seu imenso poder como mestres atraem multidões, como João Batista.
Jesus, pela sua autoridade, refere-se a si mesmo como aquele que mostrou aos homens o caminho da salvação e como os apóstolos e Paulo, que, nas assembléias religiosas dos cristãos, encarregavam-se de ensinar, assistidos pelo Santo Espírito contra os falsos mestres entre os cristãos.
Doutrina (grego “logov logos ”) - (Hb. 6:1) - Ato da palavra, proferida a viva voz, que expressa uma concepção ou idéia dos ditos de Deus, envolvendo seus decretos, mandatos ou ordens dos preceitos morais dados por Deus, como as profecias do Antigo Testamento dadas pelos profetas, bem como narrativas de assuntos em discussão, com respeito à MENTE em si, razão, a faculdade mental do pensamento, meditação e raciocínio.
Em João, denota a essencial Palavra de Deus, Jesus Cristo, a sabedoria e poder pessoais em união com Deus. Denota seu ministro na criação e governo do universo, a causa de toda a vida do mundo, tanto física quanto ética, que para a obtenção da salvação do ser humano, revestiu-se da natureza humana na pessoa de Jesus, o Messias, a 2a pessoa na Trindade, anunciado visivelmente através suas palavras e obras.
Este termo era familiar para os judeus e na sua literatura muito antes que um filósofo grego chamado Heráclito fizesse uso do termo Logos, por volta de 600 a.C., para designar a razão ou plano divino que coordena um universo em constante mudança.
Era palavra apropriada para o objetivo de João 1:1. Quem prega outro Jesus, irá sofrer (2 Co. 11:4).
CARACTERÍSTICAS DA DOUTRINA DE CRISTO:
O bom Ministro é o criado na fé e na Doutrina (1Tm.4:6)
Expulsa os espíritos malignos, pois é vinda de Deus (Jo.7:16);
Pode ser provada como verdadeira (Jo.7:17);
Deve ser perseverada (At.2:42);
Deve ser obedecida de coração (Rm.6: 17);
Tem mesmo valor que revelação,ciência e profecia (1Co.14:6) e interpretação de língua(1Co.14:26);
Temos que cuidar dela para nossa salvação(1Tm.4:16);
Indica modo de vida na fé (2Tm.3:10);
Convence contradizentes (Tt.1:9);
Deve ter incorrupção,seriedade e sinceridade (Tt.2:7), levando à perfeição em Cristo (Hb.6:1).
NECESSIDADE DA DOUTRINA:
Verdade precisa (opinião final):Toàas as pessoas tem uma teologia e os seus atos demonstram suas crenças, pois a vida humana é uma viagem e as pessoas precisam estar certas do que Deus lhes planejou.Pode-se teólogo sem ser religioso e ser religioso, sem o conhecimento teológico da doutrina.
Essencial para desenvolver o caráter cristão: Sem uma crença firme e bem definida,que é parte da religião,não haverá crescimento correto, pois podemos viver a vida dita cristã, sem conhecer a doutrina;mas não haverá experiências cristãs.
Abrigo contra mentira e erros de interpretação: Deus é eterno; homens ignorantes criaram conceitos errôneos,originando males na consciência e as Doutrinas bíblicas expulsam falsas idéias que conduzem os homens para a cegueira e perdição.
Necessária para ensinar a Palavra Divina: A Bíblia fala de muitas verdades espalhadas nos seus diversos livros, obedecendo o tema:JESUS. É necessário relacionar os diversos temas e organizá-los de maneira a facilitar o seu estudo.
A doutrina estuda a fé Cristã, sobre a verdade da realidade espiritual, única, envolvendo a existência de Deus, a possibilidade dos milagres, a confiabilidade das escrituras, a divindade de Cristo, a encarnação de Deus em Cristo e a verdade da Bíblia como a Palavra de Deus genuína.
OBSERVAÇÃO:
Enquanto que a religião externa uma forma de crer, a doutrina é uma crença racional, baseada na Palavra de Deus, onde fé e razão andam juntas.
Defendamos nossa fé (1 Pe.3:15; 2 Co.10:4-5),combatendo as heresias (Fp.1:7; Jd.3; Jd.22; Tt.1:9; 2Tm.2:24-25).
2. O conteúdo da fé. Podemos nos reunir para meditarmos na Palavra de DEUS e dessa reunião, em oração e jejum, recebermos de DEUS orientação para regularmos como se deve comportar a Igreja diante de alguma heresia acontecendo em nosso meio.Vemos isso claramente em Atos 15, onde os apóstolos, juntamente com Paulo (apóstolo e mestre) e Silas (profeta), decidiram por unanimidade não colocar um julgo pesado sobre os gentios que haviam se convertido através da evangelização de Paulo, Barnabé, Timóteo, Tito, Lucas, Silas, Marcos, etc... A esta reunião podemos dar o nome de concílio, convenção, sínodo, etc...
1. Modismo. Existem os modismos em todas as denominações, mas quais estamos criticando como se não fossem normais em meio a nossa denominação? Ou que não estão registrados na Bíblia?Um conhecimento mínimo da história da igreja Assembleia de DEUS poderia ajudar muitos de nossos professores hoje. http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/pentecostaisanti-pentecostalismo.htm Cair no ATe não podiam os sacerdotes ter-se em pé, para ministrar, por causa da nuvem, porque a glória do Senhor encheu a Casa de DEUS. 2 Crônicas 5:14 - Caíram devido a glória de DEUS estar ali.E não podiam ter-se em pé os sacerdotes para ministrar, por causa da nuvem, porque a glória do Senhor enchera a Casa do Senhor. 1 Reis 8:11 - Caíram devido a glória de DEUS estar ali.E, estando ele falando comigo, caí com o meu rosto em terra, adormecido; ele, pois, me tocou e me fez estar em pé. Daniel 8:18 - Os homens não suportam, não aguentam ficar de pé diante da glória de DEUS.
Contudo, ouvi a voz das suas palavras; e, ouvindo a voz das suas palavras, eu caí com o meu rosto em terra, profundamente adormecido. Daniel 10:9 - Caiu só por ouvir a voz de DEUS.E eis que uma como semelhança dos filhos dos homens me tocou os lábios; então, abri a minha boca, e falei, e disse àquele que estava diante de mim: Senhor meu, por causa da visão, sobrevieram-me dores, e não me ficou força alguma. Daniel 10:16 - Não há força humana capaz de suportar a presença de DEUS.Como o aspecto do arco que aparece na nuvem no dia da chuva, assim era o aspecto do resplendor em redor. Este era o aspecto da semelhança da glória do Senhor; e, vendo isso, caí sobre o meu rosto e ouvi a voz de quem falava. Ezequiel 1:28 Cair no NTE outros, zombando, diziam: Estão cheios de mosto. Atos 2:13 - Por que pareciam bêbados? Não porque falavam na língua dos visitantes, com certeza, mas porque cambaleavam, caiam pelo chão, rolavam pelo chão, pulavam, gritavam.E, havendo dito isso, assoprou sobre eles e disse-lhes: Recebei o ESPÍRITO SANTO. João 20:22 - JESUS CRISTO assoprou sobre os discípulos.Quando, pois, lhes disse: Sou eu, recuaram e caíram por terra. João 18:6 - Caíram por Terra só de JESUS falar com eles.E eu, quando o vi, caí a seus pés como morto; e ele pôs sobre mim a sua destra, dizendo-me: Não temas; eu sou o Primeiro e o Último Apocalipse 1:17 - Sempre diante de DEUS os homens caem ao chão como mortos, Ainda podemos lembrar que não só de ver a glória de DEUS alguém pode cair ao chão.Disse, então, Pedro: Ananias, por que encheu Satanás o teu coração, para que mentisses ao ESPÍRITO SANTO e retivesses parte do preço da herdade? Guardando-a, não ficava para ti? E, vendida, não estava em teu poder? Por que formaste este desígnio em teu coração? Não mentiste aos homens, mas a DEUS. E Ananias, ouvindo estas palavras, caiu e expirou. E um grande temor veio sobre todos os que isto ouviram. E, levantando-se os jovens, cobriram o morto e, transportando-o para fora, o sepultaram. E, passando um espaço quase de três horas, entrou também sua mulher, não sabendo o que havia acontecido. E disse-lhe Pedro: Dize-me, vendestes por tanto aquela herdade? E ela disse: Sim, por tanto. Então, Pedro lhe disse: Por que é que entre vós vos concertastes para tentar o ESPÍRITO do Senhor? Eis aí à porta os pés dos que sepultaram o teu marido, e também te levarão a ti. E logo caiu aos seus pés e expirou. E, entrando os jovens, acharam-na morta e a sepultaram junto de seu marido. Atos 5:3-10 SERÁ QUE A ASSEMBLEIA DE DEUS É AINDA A ASSEMBLEIA DE DEUS? SERÁ MESMO QUE NOSSOS LÍDERES CONHECEM A HISTÓRIA DA IGREJA ONDE CONGREGAM?OS COMENTARISTAS DA CPAD CONHECEM MESMO A HISTÓRIA DE SUA IGREJA?Será que o cristianismo chega somente ao máximo de falar em línguas e nada mais? A Igreja parou no tempo e não sente prazer em estar na presença de DEUS. Fazem o culto e na hora de DEUS manifestar seu agrado pelo culto, terminam o culto sem DEUS ter oportunidadae no culto que era para Ele mesmo. Fundador da Assembleia de DEUS no Brasil Gunnar Vingren - o pioneiro do re-te-té, cair ESPÍRITO e unção do riso
Contradições assembleianas ou desprezo pela origem?
Ao lado de Daniel Berg, o sueco Gunnar Vingren fundou as Assembleias de DEUS em Belém do Pará, Brasil, em 1911. Após o Centenário dessa denominação, vemos muitos líderes de então, criticarem as práticas do mover do ESPÍRITO que aconteciam rotineiramente na vida daquele fundador. Os críticos ironizam movimentos que são expressivos. Eles não veem como crentes espirituais os crentes que riem, pulam, caem no ESPÍRITO. Em tom jocoso, chamam tais práticas de Unção do Riso, Cair no ESPÍRITO e Re-Te-Té.
Ivar Vingren, filho do missionário sueco, compilou os diários do pai. E a Casa Publicadora das Assembleias de DEUS (CPAD) transformou em livro.
Abaixo, disponibilizo trechos extraídos de Diário do Pioneiro - Gunnar Vingren, é uma seleção sobre as práticas da vida de Vingren, que muitos apologetas/apologistas assembleianos criticam veementemente nos dias de hoje. Penso que se o fundador das Assembleias de DEUS vivesse em nossa geração, também seria execrado por esses críticos assembleianos!
"Unção Riso"
“Vingren conta várias vezes, nas suas notas, como a sua alegria em DEUS frequentemente se manifestava em riso. Nós, que tivemos o privilégio de estar com ele, nos lembramos como ria muitas vezes quando estas ondas de alegria do poder de DEUS vinham sobre ele” - Lewi Pethrus, Introdução, página 15.
“O novo ano começou de maneira gloriosa, JESUS batizou uma jovem irmã com o ESPÍRITO SANTO. Foi no culto da vigília do Ano Novo. Duas meninas, que sentiram o poder de DEUS, riam e se alegravam tanto, que eu fiquei com medo que elas não aguentassem. Muitas pessoas no culto ficaram debaixo do poder de DEUS. Oh! Que alegria! Louvado seja o meu Salvador JESUS!” - Capítulo 4: O derramamento do ESPÍRITO no Brasil; página 66.
“Tivemos um culto hoje cheio do poder de DEUS e de muita alegria. Eu ri tanto debaixo do poder de DEUS, que quase perdi as forças. O mesmo aconteceu com outros” - Capítulo 4: O derramamento do ESPÍRITO no Brasil; página 67.
“Num culto em Malden, quando falava sobre a obra missionária, o poder de DEUS veio sobre Vingren tão poderosamente, que teve que sentar-se um pouco para rir, e depois continuar a pregação. Durante um culto em Providence, no dia 24 de agosto, numa igreja anglo-portuguesa, uma irmã veio e tocou o seu braço e profetizou que ele deveria seguir corajosamente para a frente, pois o Senhor estava consigo; que deveria pregar a vinda de JESUS, curar os enfermos, expulsar os demônios, fazer milagres e buscar coisas profundas” - Capítulo 4: O derramamento do ESPÍRITO no Brasil; página 72.
“Em outra oportunidade, eu tive de rir o quanto pude no poder de DEUS e depois chorar muito, enquanto orava para que DEUS abençoasse os irmãos no Brasil. Depois do culto, ficamos todos ali, em pé, cheios de júbilo, regozijando-nos na presença do Senhor” - Capítulo 4: O derramamento do ESPÍRITO no Brasil; página 73.
Cair no ESPÍRITO
“Durante estas semanas de oração, sentimos o poder de DEUS sobre nós como uma pressão, ou um forte peso, de tal maneira, que muitas vezes nem podíamos estar sentados à mesa para comer, mas tínhamos de cair no chão, dobrar os joelhos e, com alta voz, louvar o nome do Senhor” - Capítulo 1: Escolhido por DEUS; página 25.
“Enquanto eu estava orando, um homem sentiu o poder de DEUS de maneira tão forte, que foi levantado do chão por duas vezes. Eu tive de louvar muito ao Senhor e senti grande gozo no meu DEUS” - Capítulo 4: O derramamento do ESPÍRITO no Brasil; página 69.
“Dois dias depois deste culto, tivemos oração outra vez e eu me sentia tão seco, como se não tivesse nenhum poder ou força. Mas de repente, veio o poder de DEUS sobre mim de maneira maravilhosa. Os outros me deixaram para ir tomar café. Mas eu nem me podia levantar; só depois fui à mesa tomar café com os outros” - Capítulo 4: O derramamento do ESPÍRITO no Brasil; páginas 72, 73.
“Certa oportunidade, num culto em Fingenborda, uma irmã viu uma nuvem sobre a casa onde estávamos reunidos e daquela nuvem também saía fogo. Isto apareceu tanto dentro de casa, como fora. Eu tive de me deitar no chão, tão alegre me sentia. Glória a JESUS! Vários foram curados e batizados com o ESPÍRITO SANTO” - Capítulo 4: O derramamento do ESPÍRITO no Brasil; página 81.
“Na sala de jantar, o poder de DEUS veio sobre mim e sobre a senhora Tora Hedlund e nos alegramos muito. Eu tive de deitar-me no sofá, pois o poder de DEUS estava muito forte sobre mim” (...) Os cultos eram como um campo de batalha. Vários foram lançados no chão pelo poder de DEUS”- Capítulo 5: Regresso ao campo missionário, página 87.
Re-te-té
“Dia 13 de janeiro. O Senhor, por sua infinita graça, me deu uma mensagem tão gloriosa, e eu senti o poder de DEUS em todo o meu corpo de tal maneira, que tive de cantar no ESPÍRITO e me senti como se estivesse no Céu” - Capítulo 4: O derramamento do ESPÍRITO no Brasil; página 75.
"Durante esta Conferência, Vingren morou na casa de uma irmã chamada Maria Lindgren, em Lilian. Nessa casa tiveram noites inteiras de oração e vigília e 'uma vez' disse no diário 'eu estava tão cheio de gozo, que tive de saltar e pular de alegria' ” - Capítulo 4: O derramamento do ESPÍRITO no Brasil; página 82.
Fonte: O Diário do Pioneiro Gunnar Vingren – CPAD; 2ª edição / 1983 - Ivar Vigren.
E.A.G.
Publicado por Eliseu Antonio Gomes - https://belverede.blogspot.com/2009/09/fundador-da-assembleia-de-deus-no.html Tomemos muito cuidado, pois não fomos chamados para sermos críticos das manifestações de DEUS. Deixe isso para os calvinistas, eles já o fazem muito bem - blasfemam contra o ESPÍRITO SANTO diariamente. Existem sim os modismos como as doutrinas antibiblica da confissão positiva e a douitrina da prosperidade financeira, entre outras, mas devemos ser íntimos do Senhor para não julgarmos erradamente o que é de DEUS e o que não é. Falta discernimento espiritual. Falta prática de vida cristã abundante.As igrejas ditas neopentecostais têm exagerado em suas ministrações, numa liberalidade além bíblia realmente. 2. “Procura apresentar-te a DEUS aprovado”. Devemos nos esforçar por nos colocar a disposição de DEUS sendo por Ele aceitos e capacitados.2 Tm 2.15Procura apresentar-te a DEUS aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade. 16 Mas evita os falatórios profanos, porque produzirão maior impiedade. Procura - (Strong Português) σπουδαζω spoudazo
1) apressar-se
2) esforçar-se, empenhar-se, ser diligente Apresentar-te (Strong Português) παριστημι paristemi ou prolongada παριστανω paristano
1) colocar ao lado ou próximo a
1a) deixar à mão - 1a1) apresentar - 1a2) ofertar - 1a3) providenciar - 1a4) colocar uma pessoa ou algo à disposição de alguém - 1a5) apresentar uma pessoa para outra ver e questionar - 1a6) apresentar ou mostrar - 1a7) levar a, aproximar - 1a8) metáf., i.e, trazer ao próprio círculo de amizade ou íntimidade - 1b) apresentar (mostrar) por argumento, provar - 2) permanecer, permanecer perto ou junto, estar à mão, estar presente
2a) estar cerca - 2a1) estar ao lado de, espectador - 2b) aparecer - 2c) estar à mão, estar pronto - 2d) estar ao lado para ajudar, socorrer - 2e) estar presente - 2e1) ter vindo - 2e2) de tempo a DEUS - (Strong Português) θεος theos
DEUS, Trindade - DEUS, o Pai, primeira pessoa da Trindade - CRISTO, segunda pessoa da Trindade - ESPÍRITO SANTO, terceira pessoa da Trindade - dito do único e verdadeiro DEUS
Aprovado - (Strong Português) δοκιμος dokimos
aprovado, agradável, aceitável
3. ” ... como obreiro que não tem de que se envergonhar”.Diante de ímpios e sábios do mundo a sabedoria de DEUS deve ser admirada ao a transmitirmos. Obreiro - (Strong Português) εργατης ergates
1) trabalhador, obreiro
1a) geralmente aquele que trabalha por salário, esp. um trabalhador rural
2) alguém que faz, operário, perpetrador envergonhar - (Strong Português) ανεπαισχυντος anepaischuntos
1) que não tem motivo para envergonhar-se 4. “... que maneja bem a palavra da verdade.Aprender bem para poder repassar com simplicidade e eficiência a bendita Palavra de DEUS. maneja - (Strong Português) ορθοτομεω orthotomeo
1) cortar reto, atalhar caminho
1a) prosseguir por caminhos planos, manter um curso reto, equiv. fazer o correto
2) tornar plano e liso, manejar corretamente, ensinar a verdade diretamente e corretamente Palavra - (Strong Português) λογος logos
1) do ato de falar
1a) palavra, proferida a viva voz, que expressa uma concepção ou idéia - 1b) o que alguém disse - 1b1) palavra - 1b2) os ditos de DEUS - 1b3) decreto, mandato ou ordem - 1b4) dos preceitos morais dados por DEUS - 1b5) profecia do Antigo Testamento dado pelos profetas - 1b6) o que é declarado, pensamento, declaração, aforismo, dito significativo, sentença, máxima - 1c) discurso - 1c1) o ato de falar, fala - 1c2) a faculdade da fala, habilidade e prática na fala Verdade - (Strong Português) αληθεια aletheia
1) objetivamente
1a) que é verdade em qualquer assunto em consideração - 1a1) verdadeiramente, em verdade, de acordo com a verdade - 1a2) de uma verdade, em realidade, de fato, certamente - 1b) que é verdade em coisas relativas a DEUS e aos deveres do ser humano, verdade moral e religiosa - 1b1) na maior extensão - 1b2) a verdadeira noção de DEUS que é revelada à razão humana sem sua intervenção sobrenatural - 1c) a verdade tal como ensinada na religião cristã, com respeito a DEUS e a execução de seus propósitos através de CRISTO, e com respeito aos deveres do homem, opondo-se igualmente às superstições dos gentios e às invenções dos judeus, e às opiniões e preceitos de falsos mestres até mesmo entre cristãos
2) subjetivamente
2a) verdade como excelência pessoal - 2a1) sinceridade de mente, livre de paixão, pretensão, simulação, falsidade, engano Ajudahttp://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/arvoredoconhecimento-biblia.htm A PALAVRA DE DEUS - BEP - CPADIs 55.10,11 “Porque, assim como descem a chuva e a neve dos céus, e para lá não tornam, mas regam a terra e a fazem produzir, e brotar, e dar semente ao semeador, e pão ao que come, assim será a palavra que sair da minha boca; ela não voltará para mim vazia; antes, fará o que me apraz e prosperará naquilo para que a enviei.”A NATUREZA DA PALAVRA DE DEUS.A expressão “a palavra de DEUS” (também “a palavra do Senhor”, ou simplesmente “a palavra”) possui várias aplicações na Bíblia.(1) Obviamente, refere-se, em primeiro lugar, a tudo quanto DEUS tem falado diretamente.Quando DEUS falou a Adão e Eva (e.g., Gn 2.16.17; Gn 3.9-19). o que Ele lhes disse era, de fato, a palavra de DEUS. De modo semelhante. Ele se dirigiu a Abraão (e.g.. Gn 12.1-3). a Isaque (e.g.. Gn 26.1-5). a Jacó (e.g.. Gn 28.13-15) e a Moisés (e.g.. Êx 3-4). DEUS também falou à totalidade da nação de Israel. no monte Sinai. ao proclamar-lhe os dez mandamentos (ver Êx 20.1-19). As palavras que os israelitas ouviram eram palavras de DEUS.(2) Além da fala direta. DEUS ainda falou através dos profetas.Quando eles se dirigiam ao povo de DEUS. assim introduziam as suas declarações: “Assim diz o Senhor”. ou “Veio a mim a palavra do Senhor”. Quando. portanto. os israelitas ouviam as palavras do profeta. ouviam, na verdade, a palavra de DEUS.(3) A mesma coisa pode ser dita a respeito do que os apóstolos falaram no NT.Embora não introduzissem suas palavras com a expressão “assim diz o Senhor”. o que falavam e proclamavam era, verdadeiramente, a palavra de DEUS. O sermão de Paulo ao povo de Antioquia da Pisídia (At 13.14-41). por exemplo, criou tamanha comoção que, “no sábado seguinte. ajuntou-se quase toda a cidade a ouvir a palavra de DEUS” (At 13.44). O próprio Paulo assegurou aos tessalonicenses que, “havendo recebido de nós a palavra da pregação de DEUS, a recebestes. não como palavra de homens, mas (segundo é, na verdade) como palavra de DEUS” (1Ts 2.13; cf. At 8.25).(4) Além disso, tudo quanto JESUS falava era palavra de DEUS, pois Ele, antes de tudo, é DEUS (Jo 1.1.18; 10.30; 1Jo 5.20). Lucas, escritor do terceiro evangelho, declara explicitamente que, quando as pessoas ouviam a JESUS, ouviam na verdade a palavra de DEUS (Lc 5.1). Note como, em contraste com os profetas do AT, JESUS introduzia seus ditos: Eu “vos digo...” (e.g.. Mt 5.18.20.22.23.32.39; 11.22.24; Mc 9.1; 10.15; Lc 10.12; 12.4; Jo 5.19; 6.26; 8.34). Noutras palavras, Ele tinha dentro de si mesmo a autoridade divina para falar a palavra de DEUS. É tão importante ouvir as palavras de JESUS, pois “quem ouve a minha palavra e crê naquele que me enviou tem a vida eterna e não entrará em condenação” (Jo 5.24). JESUS, na realidade, está tão estreitamente identificado com a palavra de DEUS que é chamado “o Verbo” [“a Palavra”] (Jo 1.1.14; 1Jo 1.1; Ap 19.13 16; ver Jo 1.1 ). (5) A palavra de DEUS é o registro do que os profetas, apóstolos e JESUS falaram, i.e., a própria Bíblia. No NT. quer um escritor usasse a expressão “Moisés disse”, “Davi disse”, “o ESPÍRITO SANTO diz”, ou “DEUS diz”, nenhuma diferença fazia (ver At 3.22; Rm 10.5.19; Hb 3.7; 4.7); pois o que estava escrito na Bíblia era, sem dúvida alguma, a palavra de DEUS.(6) Mesmo não estando no mesmo nível das Escrituras, a proclamação feita pelos autênticos pregadores ou profetas, na igreja de hoje, pode ser chamada a palavra de DEUS. (a) Pedro indicou que, a palavra que seus leitores recebiam mediante a pregação, era palavra de DEUS (1Pe 1.25), e Paulo mandou Timóteo “pregar a Palavra” (2Tm 4.2). A pregação, porém, não pode existir independentemente da Palavra de DEUS. Na realidade, o teste para se determinar se a palavra de DEUS está sendo proclamada num sermão, ou mensagem, é se ela corresponde exatamente à Palavra de DEUS escrita.(b) O que se diz de uma pessoa que recebe uma profecia, ou revelação, no âmbito do culto de adoração (1Co 14.26-32)? Ela está recebendo, ou não, a palavra de DEUS? A resposta é um “sim”. Paulo assevera que semelhantes mensagens estão sujeitas à avaliação por outros profetas. Todavia, há a possibilidade de tais profecias não serem palavra de DEUS (ver 1Co 14.29). É somente em sentido secundário que os profetas, hoje, falam sob a inspiração do ESPÍRITO SANTO; sua revelação jamais deve ser elevada à categoria da inerrância (ver 1Co 14.31.O PODER DA PALAVRA DE DEUS. A palavra de DEUS permanece firme nos céus (Sl 119.89; Is 40.8; 1Pe 1.24.25). Não é, porém, estática; é dinâmica e poderosa (cf. Hb 4.12). pois realiza grandes coisas (55.11).(1) A palavra de DEUS é criadora. Segundo a narrativa da criação, as coisas vieram a existir à medida que DEUS falava a sua palavra (e.g.. Gn 1.3.4.6.7.9). Tal fato é resumido pelo salmista: “Pela palavra do SENHOR foram feitos os céus” (Sl 33.6. 9); e pelo escritor aos Hebreus: “Pela fé. entendemos que os mundos, pela palavra de DEUS, foram criados” (Hb 11.3; cf. 2Pe 3.5). De conformidade com João, a Palavra que DEUS usou para criar todas as coisas foi JESUS CRISTO (Jo 1.1-3.(2) A palavra de DEUS sustenta a criação. Nas palavras do escritor aos Hebreus, DEUS sustenta “todas as coisas pela palavra do seu poder” (Hb 1.3; ver também Sl 147.15-18). Assim como a palavra criadora, essa palavra relaciona-se com JESUS CRISTO segundo Paulo insiste: “todas as coisas subsistem por ele [JESUS]” (Cl 1.17).(3) A palavra de DEUS tem o poder de outorgar vida nova. Pedro testifica que nascemos de novo “pela palavra de DEUS, viva e que permanece para sempre” (1Pe 1.23; cf. 2 Tm 3.15; Tg 1.18). É por essa razão que o próprio JESUS é chamado o Verbo da vida (1Jo 1.1).(4) A palavra de DEUS também libera graça, poder e revelação, por meio dos quais os crentes crescem na fé e na sua dedicação a JESUS CRISTO. Isaías emprega um expressivo quadro verbal: assim como a água proveniente do céu faz as coisas crescerem. assim a palavra que sai da boca de DEUS nos leva a crescer espiritualmente (55.10.11). Pedro ecoa o mesmo pensamento ao escrever que, ao bebermos do leite puro da palavra de DEUS, crescemos em nossa salvação (1Pe 2.2).(5) A palavra de DEUS é a arma que o Senhor nos proveu para lutarmos contra Satanás (Ef 6.17; cf.Ap 19.13-15). JESUS derrotou Satanás, pois fazia uso da Palavra de DEUS: “Está escrito” (i.e.. “consta como a Palavra infalível de DEUS”; cf. Lc 4.1-11; ver Mt 4.1-11).(6) Finalmente. a palavra de DEUS tem o poder de nos julgar. Os profetas do AT e os apóstolos do NT freqüentemente pronunciavam palavras de juízo recebidas do Senhor. O próprio JESUS assegurou que a sua palavra condenará os que o rejeitarem (Jo 12.48). E o autor aos Hebreus escreve que a poderosa palavra de DEUS julga “os pensamentos e intenções do coração” (ver Hb 4.12). Noutras palavras: os que optam por desconsiderar a palavra de DEUS, acabarão por experimentá-la como palavra de condenação.NOSSA ATITUDE ANTE A PALAVRA DE DEUS.A Bíblia descreve, em linguagem clara e inconfundível, como devemos proceder quanto a palavra de DEUS em suas diferentes expressões. Devemos ansiar por ouvi-la (1.10; Jr 7.1.2; At 17.11) e procurar compreendê-la (Mt 13.23). Devemos louvar, no Senhor, a palavra de DEUS (Sl 56.4.10), amá-la (Sl 119.47.113), e dela fazer a nossa alegria e deleite (Sl 119.16.47). Devemos aceitar o que a palavra de DEUS diz (Mc 4.20; At 2.41; 1Ts 2.13), ocultá-la nas profundezas de nosso coração (Sl 119.11), confiar nela (Sl 119.42), e colocar a nossa esperança em suas promessas (Sl 119.74.81.114; 130.5). Acima de tudo, devemos obedecer ao que ela ordena (Sl 119.17.67; Tg 1.22-24) e viver de acordo com seus ditames. DEUS conclama os que ministram a palavra (cf. 1Tm 5.17) a manejá-la corretamente (2Tm 2.15 e a pregá-la fielmente (2Tm 4.2). Todos os crentes são convocados a proclamarem a palavra de DEUS por onde quer que forem (At 8.4). A INSPIRAÇÃO E A AUTORIDADE DAS ESCRITURAS - BEP - CPAD2Tm 3.16,17 “Toda Escritura divinamente inspirada é proveitosa para ensinar, para redargüir, para corrigir, para instruir em justiça, para que o homem de DEUS seja perfeito e perfeitamente instruído para toda boa obra.”O termo “Escritura”, conforme se encontra em 2Tm 3.16, refere-se principalmente aos escritos do AT (3.15). Há evidências, porém, de que escritos do NT já eram considerados Escritura divinamente inspirada por volta do período em que Paulo escreveu 2Tm (1Tm 5.18, cita Lc 10.7; 2Pe 3.15,16). Para nós, hoje, a Escritura refere-se aos escritos divinamente inspirados tanto do AT quanto do NT, i.e., a Bíblia. São (os escritos) a mensagem original de DEUS para a humanidade, e o único testemunho infalível da graça salvífica de DEUS para todas as pessoas.Paulo afirma que toda a Escritura é inspirada por DEUS. A palavra “inspirada” (gr. theopneustos) provém de duas palavras gregas: Theos, que significa “DEUS”, e pneuo, que significa “respirar”. Sendo assim, “inspirado” significa “respirado por DEUS”. Toda a Escritura, portanto, é respirada por DEUS; é a própria vida e Palavra de DEUS. A Bíblia, nas palavras dos seus manuscritos originais, não contém erro; sendo absolutamente verdadeira, fidedigna e infalível. Esta verdade permanece inabalável, não somente quando a Bíblia trata da salvação, dos valores éticos e da moral, como também está isenta de erro em tudo aquilo que ela trata, inclusive a história e o cosmos (cf. 2Pe 1.20,21; note também a atitude do salmista para com as Escrituras no Sl 119).Os escritores do AT estavam conscientes de que o que disseram ao povo e o que escreveram é a Palavra de DEUS (ver Dt 18.18; 2Sm 23.2. Repetidamente os profetas iniciavam suas mensagens com a expressão: “Assim diz o Senhor”.JESUS também ensinou que a Escritura é a inspirada Palavra de DEUS até em seus mínimos detalhes (Mt 5.18). Afirmou, também, que tudo quanto Ele disse foi recebido da parte do Pai e é verdadeiro (Jo 5.19, 30,31; 7.16; 8.26). Ele falou da revelação divina ainda futura (i.e., a verdade revelada do restante do NT), da parte do ESPÍRITO SANTO através dos apóstolos (Jo 16.13; cf. 14.16,17; 15.26,27).Negar a inspiração plenária das Sagradas Escrituras, portanto, é desprezar o testemunho fundamental de JESUS CRISTO (Mt 5.18; 15.3-6; Lc 16.17; 24.25-27, 44,45; Jo 10.35), do ESPÍRITO SANTO (Jo 15.26; 16.13; 1Co 2.12-13; 1Tm 4.1) e dos apóstolos (3.16; 2Pe 1.20,21). Além disso, limitar ou descartar a sua inerrância é depreciar sua autoridade divina.Na sua ação de inspirar os escritores pelo seu ESPÍRITO, DEUS, sem violar a personalidade deles, agiu neles de tal maneira que escreveram sem erro (3.16; 2Pe 1.20,21; ver 1Co 2.12,13).A inspirada Palavra de DEUS é a expressão da sabedoria e do caráter de DEUS e pode, portanto, transmitir sabedoria e vida espiritual através da fé em CRISTO (Mt 4.4; Jo 6.63; 2Tm 3.15; 1Pe 2.2).As Sagradas Escrituras são o testemunho infalível e verdadeiro de DEUS, na sua atividade salvífica a favor da humanidade, em CRISTO JESUS. Por isso, as Escrituras são incomparáveis, eternamente completas e incomparavelmente obrigatórias. Nenhuma palavra de homens ou declarações de instituições religiosas igualam-se à autoridade delas.Qualquer doutrina, comentário, interpretação, explicação e tradição deve ser julgado e validado pelas palavras e mensagem das Sagradas Escrituras (ver Dt 13.3).As Sagradas Escrituras como a Palavra de DEUS devem ser recebidas, cridas e obedecidas como a autoridade suprema em todas as coisas pertencentes à vida e à piedade (Mt 5.17-19; Jo 14.21; 15.10; 2Tm 3.15,16; ver Êx 20.3). Na igreja, a Bíblia deve ser a autoridade final em todas as questões de ensino, de repreensão, de correção, de doutrina e de instrução na justiça (2Tm 3.16,17). Ninguém pode submeter-se ao senhorio de CRISTO sem estar submisso a DEUS e à sua Palavra como a autoridade máxima (Jo 8.31,32, 37).Só podemos entender devidamente a Bíblia se estivermos em harmonia com o ESPÍRITO SANTO. É Ele quem abre as nossas mentes para compreendermos o seu sentido, e quem dá testemunho em nosso interior da sua autoridade (ver 1Co 2.12).Devemos nos firmar na inspirada Palavra de DEUS para vencer o poder do pecado, de Satanás e do mundo em nossas vidas (Mt 4.4; Ef 6.12,17; Tg 1.21).Todos na igreja devem amar, estimar e proteger as Escrituras como um tesouro, tendo-as como a única verdade de DEUS para um mundo perdido e moribundo. Devemos manter puras as suas doutrinas, observando fielmente os seus ensinos, proclamando a sua mensagem salvífica, confiando-as a homens fiéis, e defendendo-as contra todos que procuram destruir ou distorcer suas verdades eternas (ver Fp 1.16; 2Tm 1.13,14; 2.2; Jd 3). Ninguém tem autoridade de acrescentar ou subtrair qualquer coisa da Escritura (ver Dt 4.2; Ap 22.19).Um fato final a ser observado aqui. A Bíblia é infalível na sua inspiração somente no texto original dos livros que lhe são inerentes. Logo, sempre que acharmos nas Escrituras alguma coisa que parece errada, ao invés de pressupor que o escritor daquele texto bíblico cometeu um engano, devemos ter em mente três possibilidades no tocante a um tal suposto problema: (a) as cópias existentes do manuscrito bíblico original podem conter inexatidão; (b) as traduções atualmente existentes do texto bíblico grego ou hebraico podem conter falhas; ou (c) a nossa própria compreensão do texto bíblico pode ser incompleta ou incorreta. Capítulo I - Bibliologia — A Doutrina das Escrituras
Claudionor de Andrade
Durante a Segunda Guerra Mundial, quando milhares de evangélicos alemães apostatavam da fé para seguir o nacional-socialismo de Adolf Hitler, um corajoso homem de DEUS se levanta e, ousadamente, desafia a suástica. Ele sabia que o seu gesto acabaria por custar-lhe a vida. No entanto, não a tinha por preciosa aos seus olhos; estava disposto a morrer pela santíssima fé.
A semelhança de Martinho Lutero, era Dietrich Bonhoeífer íntimo da Bíblia Sagrada. Certa feita, ele advertiu solene e severamente aos seus contemporâneos: “Não tente tornar a Bíblia importante; ela já é importante em si mesma”.
Introdução à Bibliologia
No Brasil, com o avanço do liberalismo teológico em faculdades e seminários outrora ortodoxos, a doutrina da Bíblia nunca se fez tão necessária. Pois não são poucos os teólogos que não mais a defendem como a Palavra de DEUS inspirada e inerrante.
Neste capítulo, entraremos a ver o que é realmente a Bíblia, sua autoria divino-humana e outros pontos de igual importância, que nos ajudarão a compreender por que as Sagradas Escrituras são o Livro dos livros. Apesar de sua antiguidade, continua a Bíblia tão atual quanto o foi nos dias de Moisés, Jeremias e Paulo. Ela dá testemunho acerca de CRISTO e testifica que Ele é, de fato, o Filho de DEUS.
Durante o ministério terreno de Nosso Senhor, as Escrituras do Antigo Testamento eram conhecidas, genericamente, como a Lei, os Escritos e os Profetas. Vieram, então, as Escrituras dos apóstolos, igualmente inspiradas pelo ESPÍRITO SANTO. Como denominar, pois, ambos os Testamentos? Alguns pais da igreja cognominavam-nos de Divina Literatura.
Faltava, porém, uma palavra técnica que viesse a dar uma visão exata do significado das Escrituras do Antigo e do Novo Testamento. Era necessário, pois, denominar o conjunto dos pequenos livros que compunham a Palavra de DEUS. Foi assim que a palavra Bíblia começou a popularizar-se.
O significado da palavra grega bíblia. Originário do grego, o termo bíblia significa “livros”, ou “coleção de pequenos livros”. Atribui-se a João Crisóstomo a disseminação do uso desse vocábulo para se referir à Palavra de DEUS. No Ocidente, a palavra em questão foi introduzida por Jerônimo tradutor da Vulgata —, o qual, costumeiramente, chamava o Sagrado Livro de Biblioteca Divina.
A palavra bíblia é o plural de biblos. Os gregos assim chamavam os rolos, nos quais escreviam as suas obras, numa clara referência ao centro produtor desse material — a cidade de Biblos (no Antigo Testamento, a cidade de Gebal), localizada na costa mediterrânea ocupada hoje pelo Líbano.
Desde João Crisóstomo e Jerônimo, os livros do Antigo e do Novo Testamentos passaram a ser universalmente conhecidos como a Bíblia, na qual judeus e cristãos baseamos a nossa fé. Os primeiros reconhecem apenas a primeira parte das Escrituras — o Antigo Testamento; os segundos consideram tanto a sua primeira quanto a sua segunda parte como a palavra inspirada, inerrante e infalível de DEUS.
A AUTORIA DIVINO-HUMANA DA BÍBLIA
A Bíblia Sagrada é um livro de dupla autoria. Se, por um lado, foi inspirada por DEUS; por outro, não podemos nos esquecer de ter sido ela escrita por homens que estiveram sob a inspiração e supervisão do ESPÍRITO SANTO:
Temos, assim, tanto mais confirmada a palavra profética, e fazeis bem em atendê-la, como a uma candeia que brilha em lugar tenebroso, até que o dia clareie e a estrela da alva nasça em vosso coração, sabendo primeiramente, isto: que nenhuma profecia da Escritura provém de particular elucidação; porque nunca jamais qualquer profecia foi dada por vontade humana; entretanto, homens [santosj falaram da parte de DEUS, movidos pelo ESPÍRITO SANTO (II Pe l.l 9-21, ARA).
E por isso que, ao lermos as Sagradas Escrituras, ouvimos DEUS nos falar de maneira única e singular pelos lábios dos santos profetas e apóstolos. A Palavra de DEUS, de fato, é uma só; os estilos, porém, são os mais diversos, pois o ESPÍRITO SANTO inspirou e capacitou cerca de quarenta diferentes autores, a fim de que, num período de aproximadamente 1.600 anos, nos produzissem o Livro dos livros.
Fosse a Bíblia apenas um livro humano, jamais haveria de nos ungir com o azeite da verdadeira alegria; posto que também é divina, e divinamente inspirada, proporciona-nos os mais altos lenitivos. O poeta inglês Samuel Taylor Coleridge (1772-1834) testemunha acerca do poder que as Sagradas Escrituras exerciam sobre a sua alma: Encontro na Bíblía palavras para os meus mais íntimos pensamentos, canções para a minha alegria, lenitivo para as minhas dores mais profundas, reabilitação de todas minhas debilidades e fraquezas.
Acerca da autoria divino-humana da Bíblia “O autor principal da Santa Escritura é o ESPÍRITO SANTO; o homem foi apenas o seu autor instrumental”. Por conseguinte, o ESPÍRITO de DEUS, fazendo de cada hagiógrafo um instrumento especialmente selecionado na composição da Bíblia, outorgou-nos o Livro Eterno, cujas belezas literárias são únicas.
A Bíblia como literatura
Ao enaltecer a Bíblia como o Livro dos livros, afirmou Thomas Browne: A Palavra de DEUS, pois é o que creio serem as Sagradas Escrituras;fosse apenas obra do homem, seria a mais singular e sublime, desde o primeiro instante da criação.
Somos constrangidos a concordar com Browne. Até hoje ainda não li um livro mais sublime e perfeito do que a Bíblia Sagrada. Tudo nela é singular: estilo, correção, graça e proposta. Sua singularidade, porém, acha-se no fato de ela ser a Palavra de DEUS.
Nenhum escritor, até hoje, foi capaz de produzir uma obra literária tão rica, tão bela e tão excelsa. Em suas páginas, os poemas mais sublimes; as histórias mais eletrizantes; os discursos mais eloqüentes; os tratados mais investigativos. E as suas profecias? E as suas dissertações acerca de DEUS e de suas relações com o ser humano?
Em sua obra O Gênio do Cristianismo, o francês Chateaubriand discorre longamente a respeito das qualidades literárias das Sagradas Escrituras. Numa prosa digna da França, Chateaubriand afiança que nenhuma obra jamais conseguiu superar a peregrina genialidade do Livro de DEUS. Não houvesse a Bíblia, a literatura mundial seria pobre e inexpressiva; as maiores obras tiveram-na como fonte de inspiração e modelo.
Que outro livro pode fazer semelhante reivindicação? Embora produzida no contexto histórico-cultural judaico, ninguém haverá de negar-lhe a universalidade. E a Bíblia, portanto, o único livro contemporâneo de toda a humanidade, em todas as eras.
Nosso objetivo, entretanto, não é estudar a Bíblia como literatura; estudá-la-emos como a Palavra de DEUS. Se assim não a acolhermos, de nada nos adianta exaltar-lhe os predicados literários. Foi-nos ela entregue, para que reconheçamos DEUS como o Ser supremo por excelência, e a seu Unigênito como o nosso suficiente Salvador.
A NECESSIDADE DA BÍBLIA SAGRADA
“Arranhe a superfície das Escrituras onde quiser, e você descobrirá uma fatia de vida” — é o que afirma Arthur Skevington Wood. Implicitamente, está ele a dizer-nos: a Bíblia é absolutamente necessária para alcançarmos a vida eterna; sem ela, todos estaríamos condenados.
Logo, é a Palavra de DEUS de suma importância não somente para o nosso crescimento moral e espiritual, como também para a solidificação de nossa sociedade. O Ocidente, aliás, é tributário das Sagradas Escrituras e não da civilização greco-romana. A humanidade toda não pode, sob nenhuma hipótese, prescindir da Bíblia.
Necessidade espiritual. Quando tentado pelo Diabo, o CRISTO calou-lhe a voz, citando-lhe o Deuteronômio: “Nem só de pão viverá o homem, mas de toda a palavra que sai da boca de DEUS” (Mt 4.4). Mais tarde, emudecendo os fariseus, que, embora conscientes da messianidade dEle, recusavam-se a aceitá-la, asseverou-lhes: “Examinais as Escrituras, porque vós cuidais ter nelas a vida eterna, e são elas que de mim testificam. E não quereis vir a mim para terdes vida” (Jo 5.39,40).
Que outro livro é capaz de proporcionar ao ser humano a vida eterna? A Bíblia, conforme escreve Paulo aTimóteo, não se limita a salvar o homem; torna-o perfeito diante de DEUS (2Tm 3.16). Discorrendo acerca da eficácia das Escrituras em libertar-nos do pecado,Timothy Dwight é categórico: “A Bíblia é uma janela na prisão deste mundo, através da qual podemos olhar para a eternidade”.
O ser humano tem sede do Criador. E só virá a dessedentar-se quando volver os olhos e o coração à Bíblia Sagrada. Sem ela morreremos nesse deserto para onde nos lançaram os pecados que vimos cometendo desde que expulsos do Éden.
Necessidade moral. Vários códigos já escreveram os homens ao longo de sua história. Hamurabi, buscando disciplinar seus contemporâneos, prescreveu-lhes uma série de leis e ditames. Preocupação semelhante acometeu o chinês Confúcio. E os estatutos de Drácon? E as Doze Tábuas de Roma? Tais iniciativas, porém, não puderam melhorar a índole dos filhos de Adão, que, segundo escreveu Paulo aos romanos, se entregaram às mais infames paixões (Rm 1.26).
A Palavra de DEUS, entretanto, prescreve-nos leis tão altas e sublimes que — prova-nos a história — modifica não apenas o homem como a sociedade. Haja vista os Dez Mandamentos. Sem dúvida, todas as legislações do mundo poderiam ser substituídas por estes. D.J. Burrell realça a singularidade das leis divinas:
O DEUS da Bíbliat e nenhum outro, pode satisfazer as necessidades humanas. Seu código moral atravessou durante séculos as chamas da controvérsia, mas nãofcou nem mesmo com cheiro de queimado.
Se a moral das Escrituras continua tão atual, onde se acham os demais códigos? Fizeram-se anacrônicos; tiveram de ser substituídos. Eis por que a Bíblia Sagrada faz-se tão necessária à raça humana. Sua moral não haverá jamais de ser adulterada nem relativizada; é um livro que trata com valores absolutos, pois absoluto ele é.
No Salmo 119, canta o salmista — Davi? — as grandezas e infinitudes da Lei de DEUS. O rei de Israel cumpria-a rigorosamente; não a achava pesada; era o seu deleite. Acontece o mesmo com aqueles que, ao aceitarem a CRISTO, têm o estatuto divino escrito em seu coração, conforme enfatiza Matthew Henry: “Quando a lei de DEUS é escrita em nosso coração, nossos deveres são nossos prazeres”.
Necessidade histórica. Ao contrário do que supunha o filósofo francês, Augusto Comte, a história não é cíclica: é circular; não se repete. Encaminha-se para um clímax, quando CRISTO JESUS, como o Rei dos reis e Senhor dos senhores, implantar o Reino de DEUS na Terra, submetendo todas as coisas ao absoluto comando de seu Pai.
Sem a Bíblia, jamais poderíamos compreender devidamente a história; seriamos induzidos a pensar fossem todas as coisas obras do mero acaso. Os santos
profetas e os apóstolos de nosso Senhor nos deixam claro que, estando DEUS no comando de todas as coisas, dirige a história, conduzindo-a ao ápice de seu Reino. Não foi essa, por acaso, a petição que o CRISTO ensinou aos seus discípulos: “Venha o teu Remo”? Assim, passaram os discípulos a rogar a DEUS.
Compreendendo perfeitamente a teologia da História, afirmou Oliver Cromwell: “O que é a história, senão a manifestação de DEUS?” Assim a entendeu também Nabucodonosor. O rei de Babilônia, após haver passado sete tempos como um bicho, devido ao seu orgulho, reconhece que, acima dos reis e demais potentados, acha-se DEUS a controlar todos os negócios terrenos.
Seria maravilhoso se todos os seres humanos chegassem a essa conclusão. Por conseguinte, esta deve ser a conclusão básica acerca da História, conforme escreveu
Martyn Lloyd-Jones: “A chave para a história do mundo é o remo de DEUS”.
A FORMAÇÃO DO CÂNON
Em nossos credos, afirmamos peremptoriamente ser a Bíblia a inspirada, inerrante, infalível, soberana e completa Palavra de DEUS. Nesse inegociável e intransferível dogma, baseia-se o cânon das Sagradas Escrituras.
Antes de entrarmos a estudar com mais propriedade a canonicidade da Bíblia, é mister que deixemos algo bem claro: esta não é inspirada porque os doutores da igreja assim a chancelaram; eles a sancionaram como tal porque ela é, de fato, a inspirada Palavra de DEUS. Escreve Norman Geisler:
Os livros da Bíblia não são considerados oriundos de DEUS por se haver descoberto neles algum valor; são valiosos porque provieram de DEUS —Jonte de todo bem.
Se eles, nalgum momento, tivessem negado a inspiração de algum livro das Sagradas Escrituras, estas, em sua totalidade, ainda continuariam inspiradas. Pois a inspiração da Bíblia independe da aprovação humana. A canonização, conforme veremos, nada mais é do que o reconhecimento humano de uma obra singularmente divina.
A canonização. Oriunda da palavra grega kanonizein, que, entre outras coisas, significa “tornar santo”, é o processo que levou ao reconhecimento dos livros que compõem a Bíblia como singularmente inspirados por DEUS.
Esse processo — que durou vários séculos — é-nos mui importante, porque mostra quão criteriosa e exaustivamente os doutores da igreja se agastaram em examinar os livros das Sagradas Escrituras, a fim de averiguar se estes, realmente, são de origem divina ou produto do engenho e arte da imaginação humana.
Concluído esse processo, os doutores e teólogos da igreja, trilhando um caminho já palmilhado pelos sábios rabis de Israel, concluíram que os livros que compõem a Bíblia são de fato a inspirada e merrante Palavra de DEUS.
Mais tarde, os católicos romanos, no Concilio de Trento, houveram por bem, de maneira arbitrária e antagônica às comunidades de Israel e dos protestantes, acrescentar vários livros ao Antigo Testamento, buscando justificar algumas de suas doutrinas que, durante a Reforma Protestante, foram duramente combatidas pelos seguidores de Martinho Lutero e João Calvino. Lendo tais livros apócrifos, no entanto, logo percebemos suas fragilidade, errância e até ílogicidade.
O que é o cânon ia Bíblia. Procedente do vocábulo hebraico kannesh, que significa ‘ vara de medir” — e do grego kanon, que, basicamente, tem o mesmo significado do termo hebreu —, a palavra “cânon” é usada em teologia com este significado: padrão, regra de procedimento, critério norma.
A Bíblia, como o nosso cânon por excelência, arvora-se como a nossa única regra de fé e conduta, pois a temos como a infalível Palavra de DEUS. Em termos técnicos, podemos definir assim o cânon das Sagradas Escrituras: coleção de livros reconhecidos pela igreja cristã como singularmente inspirados pelo ESPÍRITO SANTO.
Como foi estabelecido o cânon bíblico. Os homens que DEUS usou para chancelar o cânon da Bíblia, procederam da seguinte forma:
0 exame do texto sagrado. Em primeiro lugar, os sábios judeus e cristãos examinaram o texto sagrado, em si, para comprovar se este, de fato, proveio o ESPÍRITO SANTO como escritura singularmente inspirada. Isso não significa que esses doutores se achavam acima da Bíblia nem que houvessem eles lhe transmitido a inspiração divina. Caso tivessem errado em sua avaliação, a Bíblia continuaria a ser a Palavra de DEUS.
Do texto sagrado, examinaram: o conteúdo, a correção doutrinária, o caráter edificativo, a harmonia da parte com o todo e o assentimento intelectual e particular, através dos quais, quando o lemos, sentimos que DEUS nos fala de maneira distintíssima e clara.
O exame do autor sagrado. Quem escreveu o texto sagrado era, realmente, digno de confiança? Considerando que a Bíblia foi escrita por, aproximadamente, quarenta escritores, temos de responder as seguintes perguntas.
Houve absoluta concordância entre seus autores, apesar do tempo decorrido entre o Gênesis e o Apocalipse? (A Bíblia, como se sabe, levou 1.600 anos para ser escrita.) No que tange ao Antigo Testamento, eram os seus autores realmente mestres incontestáveis do conhecimento de DEUS? Com DEUS mantinham estreita e íntima comunhão? E o seu caráter, era realmente ilibado?
Davi e Salomão, por exemplo, apesar de haverem desobedecido gravemente ao Senhor, arrependeram-se de suas faltas e foram espiritualmente restaurados. No Salmo 51, temos o cântico penitencial do primeiro; e, no Eclesiastes, encontramos a pública confissão de faltas do segundo.
Concernente ao Novo Testamento, além das exigências acima apresentadas, demandava-se que o escritor sagrado pertencesse ao círculo restrito dos apóstolos do Cordeiro, ou que com eles houvessem tido um relacionamento privilegiado. E o caso de Marcos, Paulo e Lucas, o médico amado. Tiago e Judas eram irmãos uterinos de nosso Senhor JESUS CRISTO.
3) Aceitação do livro na comunidade dos fiéis. Como a antiga comunidade de Israel e a igreja primitiva se houveram com os livros da Bíblia Sagrada?
Ocânon do Antigo Testamento. Os livros do Antigo Testamento jamais estiveram em disputa na antiga comunidade de Israel. Conforme depreendemos de Esdras e das tradições judaicas, após o derradeiro profeta fazer ecoar as palavras do Senhor, não havia mais o que se discutir: o cânon do Testamento Antigo já estava definitivamente encerrado, esperando, agora, os primeiros acordes do Novo Testamento.
Por conseguinte, o Concilio Judaico de Jamnia, realizado próximo da atual cidade israelense de Jope, teve um caráter mais formal do que dogmático, considerando que os filhos de Israel da Diáspora sempre tiveram o texto massorético como o cânon de suas Sagradas Escrituras.
Ocânon do Novo Testamento. Em virtude da complexidade da igreja cristã, o cânon do Novo Testamento demorou um pouco mais para ser definitivamente estabelecido. Em primeiro lugar, porque os livros neotestamentários foram escritos nos mais diferentes lugares: de Israel à capital do Império Romano, mostrando a universalidade da mensagem cristã.
Em 367, o bispo Atanásio, conhecido como o pai da ortodoxia cristã, alista, numa de suas cartas, os 27 livros que compõem o Novo Testamento. Os concílios de Hipona — realizado em 393 — e o de Cartago, convocado em 397, ambos no Norte da África, ratificaram a lista elaborada por Atanásio.
Hoje, não mais precisamos debater acerca da inspiração dos livros que compõem o cânon da Bíblia Sagrada. Tanto os 39 do Antigo quanto os 27 do Novo Testamentos são comprovadamente de origem divina; foram inspirados pelo ESPÍRITO SANTO.
A INSPIRAÇÃO DIVINA DA BÍBLIA SAGRADA
Matthew Henry — um dos maiores expositores das Sagradas Escrituras
é categórico ao se referir à inspiração da Bíblia: “As palavras das Escrituras devem ser consideradas palavras do ESPÍRITO SANTO”. Como não concordar com Henry? Basta ler a Bíblia para sentir, logo em suas palavras iniciais, a presença do ESPÍRITO SANTO.
Que outro livro trouxe tanta mudança à humanidade como a Bíblia Sagrada? Homero, Aristóteles, Camões, Karl Marx? O Capital de Marx, por exemplo, embora considerado a “bíblia” do comunismo, é tão seco e árido que dificilmente alguém consegue lê-lo do início ao fim. A Escritura, porém, vem sendo lida de geração em geração com o mais vivo interesse. O imperador brasileiro Dom Pedro II revelou que a lia cotidianamente.
Qual a diferença entre ela e os demais livros? Sem dúvida, a sua inspiração.
Definição etimológica. A palavra “inspiração” vem de dois vocábulos gregos: theo, “DEUS”; e pneustos, “sopro”. Literalmente, significa: “aquilo que é dado pelo sopro de DEUS”.
Definição teológica. “Ação sobrenatural do ESPÍRITO SANTO sobre os escritores sagrados, que os levou a produzir, de maneira inerrante, infalível, única e sobrenatural, a Palavra de DEUS — a Bíblia Sagrada” (Dicionário Teológico, de Claudionor de Andrade, CPAD).
Em português, a palavra “inspirar” é originária do verbo latino inspirare, que significa: “introduzir ar nos pulmões”. È um processo fisiológico tão necessário à vida, que a mantém em pleno funcionamento. È algo automático; independe de nossa vontade. Basta estarmos vivos para que o ar nos entre pela boca e pelas narinas e nos chegue até os pulmões.
Assim também ocorreu com os santos profetas e apóstolos usados para escrever a Bíblia Sagrada. O ESPÍRITO SANTO insuflou-lhes a Palavra de DEUS de tal forma, que foram eles impulsionados a registrar os arcanos e desígnios divinos de maneira sobrenatural, inerrante, infalível e singular. Nenhum outro livro foi inspirado dessa forma; foi um milagre que se deu na área do conhecimento humano e nunca mais se repetiu.
Inspiração verbal e plenária àa Bíblia. È a doutrina que assegura ser a Bíblia, em sua totalidade, produto da inspiração divina. Plenária: todos os livros da Bíblia, sem qualquer exceção, foram igualmente inspirados por DEUS. Verbal: o ESPÍRITO SANTO guiou os autores não somente quanto às idéias, mas também quanto às palavras dos mistérios e concertos do Altíssimo (2Tm 3.16).
A inspiração plenária e verbal, todavia, não eliminou a participação dos autores humanos na produção da Bíblia. Pelo contrário: foram eles usados de acordo com seus traços personais, experiências e estilos literários (2 Pe 1.21).
Se no profeta Isaías deparamo-nos com um estilo sublime e clássico, em Amós encontramos um prosa simples e humilde, como os campos palmilhados pelo
mensageiro campesino. E, se em Paulo encontramos um grego que se amolda à dicção do heleno ático, em Marcos encontramos um grego humilde como humilde era o seu autor. Contudo, tanto nos primeiros como nos segundos, não podemos negar a exatidão e a ortodoxia da inspirada Palavra de DEUS.
A inspiração da Bíblia ê única. Conforme já dissemos, além da Bíblia, nenhum outro livro foi produzido de maneira sobrenatural e inconfundivelmente divina. Eis porque a Palavra de DEUS é a obra-prima por excelência da raça humana. Até mesmo os seus mais arrebatados inimigos são obrigados a se curvar ante a sua beleza suprema e célica. Haja vista em todas as universidades realmente importantes haver uma cadeira dedicada ao idioma hebraico por causa da crescente importância da Bíblia.
Aliás, não fora a Palavra de DEUS, a civilização ocidental, como a conhecemos, seria impossível. O que os gregos não lograram com a sua filosofia e lógica, a Bíblia alcançou através de sua mensagem, que, embora singela, derrubou grandes reinos e impérios.
Declaração doutrinária das Assembléias de DEUS no Brasil. “Cremos na inspiração verbal da Bíblia Sagrada, única regra infalível de fé normativa para a vida e o caráter cristão”. A maioria das denominações evangélicas, realmente conservadoras, tem a Bíblia como a inspirada Palavra de DEUS. Sem esse artigo de fé, o evangelismo perde todo o seu conteúdo.
Evidências da inspiração divina da Bíblia. Há evidências que nos indicam ser a Bíblia a Palavra inspirada de DEUS? Basta uma leitura das Sagradas Escrituras para se concluir, de imediato, terem sido elas produto da ação direta do Espírito SANTO sobre os hagiógrafos, levando-os a escrever os livros que fazem parte do cânon bíblico.
Entre as evidências, que nos indicam a procedência divina das Escrituras Sagradas, podemos citar:
A influência na vida do ser humano. Que outro livro, a não ser a Bíblia, é capaz de transformar radicalmente o homem? Temos testemunhos emocionantes de homens, mulheres, jovens e crianças que, no contato com a Palavra de DEUS, se tornaram novas criaturas.
A influência na história da humanidade. Ultrapassando as fronteiras de Israel, de onde provieram quase todos os seus escritores, a Bíblia foi a responsável direta pela criação da cultura ocidental. A influência do SANTO Livro, aliás, ultrapassou o Ocidente e, hoje, faz com que a Palavra de DEUS seja admirada em países que sempre se opuseram ao cristianismo. Haja vista a China e o Japão. Até mesmo nos países árabes, que se deixam conduzir pelo Alcorão, a influência das Escrituras é mais que notória.
A influência na vida moral da humanidade. Sem a Bíblia Sagrada, estaria a humanidade mergulhada em densas trevas espirituais e morais. O homem em nada haveria de diferir das bestas feras. Todavia, a moralidade que a Bíblia vem exigindo do ser humano, desde os Dez Mandamentos, vem elevando os filhos de Adão aos mais altos ideais, impedindo que se degenerem.
A INERRÂNCIA DA BÍBLIA SAGRADA
Em sua apologia sobre a merrância da Bíblia, John Wesley é incisivo e direto: “Se há algum erro na Bíblia, então pode haver mil erros”. Por isso, conclui: “Se há uma falsidade sequer naquele Livro, ele não proveio da verdade”. Como discordar de um artigo de fé tão cristalino e lógico? Sem esta doutrina, o cristianismo seria impossível; suas verdades, tendo como base a Bíblia Sagrada, exigem seja esta não apenas divinamente inspirada, mas de igual modo infalível, completa e inerrante.
Por conseguinte, se não aceitarmos integralmente a inerrância das Sagradas Escrituras, todo o arcabouço doutrinário da religião fundada por JESUS de Nazaré haverá de desaparecer. Se primarmos, no entanto, pela ortodoxia bíblica e teológica, não há por que temer aqueles que, embora se autodenominem liberais, revelam-se intolerantes e impiedosos em sua abordagem ao fundamentalismo evangélico. Sob o manto do liberalismo, exibem-se agressivos e inquisitoriais; a maioria nem mesmo aceita o debate acadêmico.
Afinal, o que é a merrância bíblica? Por que ela é tão importante para a nossa fé? E por que sem essa doutrina as Sagradas Escrituras perdem toda a razão de ser?
Definição. A melhor maneira de se compreender uma doutrina é buscar-lhe uma definição adequada. Sua conceituação, a partir daí, torna-se mais fácil e não pecará pela falta de clareza e objetividade. Vejamos, pois, de que forma haveremos de definir a doutrina da inerrância bíblica.
Definição etimológica. A palavra “merrância” vem do vocábulo latino inerrantia e significa, literalmente, “qualidade daquilo que não tem erro; infalível”.
Definição teológica. A merrância bíblica é a doutrina segundo a qual as Sagradas Escrituras não contêm quaisquer erros, por serem a inspirada, infalível e completa Palavra de DEUS. A Bíblia é inerrante tanto nas informações que nos transmite como nos propósitos que expõe e nas reivindicações que apresenta. Sua inerrância é plena e absoluta. Isenta de erros doutrinários, culturais e científicos, inspira-nos ela confiança plena em seu conteúdo.
Neste sentido, a doutrina da inerrância bíblica pode ser compreendida, também, como sinônimo de infalibilidade.
O teólogo pentecostal John R. Higgms assim define a doutrina da inerrância das Sagradas Escrituras:
Embora os termos “infalibilidade” e “inerrância” tenham sido, historicamente, quase que sinônimos do ponto de vista da doutrina cristã, muitos evangélicos têm preferido ora um termo, ora outro. Alguns preferem “inerrância” para se distinguirem dos que sustentam poder a “infalibilidade” referir-se à veracidade da mensagem da Bíblia, sem necessariamente indicar que a Bíblia não contém erros. Outros preferem “infalibilidade” a fm de evitar possíveis maUentendimentos em virtude de uma definição demasiadamente limitada da “inerrância”. Atualmente, o termo “inerrância” parece estar mais em voga que “infalibilidade”.
Inerrância, o grande debate teológico do século XX. Foi exatamente em torno da inerrância bíblica que girou a maior controvérsia teológica do Século XX. Até então, tinha-se como pressuposto básico que a Bíblia, como a inspirada Palavra de DEUS, era absolutamente inerrante tanto no que concerne à doutrina como no que tange às informações geográficas, históricas e científicas. Nenhum teólogo cristão ousava colocar em dúvida a inerrância da Palavra de DEUS.
Se, na comunidade cristã, quer católica, quer protestante, ninguém se atrevia a questionar a inerrância das Sagradas Escrituras, os filósofos seculares vmham, desde o iluminismo, lançando não poucas dúvidas sobre a integridade da doutrina e das informações contidas na Bíblia.
Toda essa discussão veio a se acirrar com a chamada teologia liberal, que conquanto nascida no Século XVIII — veio a ganhar corpo no século passado. De repente, o que parecia inconcebível já era discutido abertamente no mundo acadêmico: ‘Afinal, a Bíblia é ou não é a inerrante Palavra de DEUS?” Se a inerrância era posta em dúvida, por que ficaria mtocada a sua inspiração verbal e plenária?
Semelhante controvérsia levou a ortodoxia cristã a se reunir para apresentar uma apologia da inerrância e da inspiração sobrenatural da Bíblia Sagrada. E desse debate resultou um documento conhecido como a Declaração de Chicago.
A Declaração de Chicago. Em 1978, eruditos de várias confissões cristãs se reuniram na cidade norte-americana de Chicago, a fim de discutir a inspiração sobrenatural da Bíblia e a sua conseqüente inerrância. Findos os trabalhos, os participantes do encontro publicaram uma declaração, realçando a ortodoxia dos princípios teológicos acerca da Bíblia Sagrada.
A Declaração de Chicago sobre a inerrância Bíblica, entre outras coisas, afirma:
A autoridade das Escrituras é a chave para a igreja cristã em todos os séculos.
Aqueles que professam a sua fé em JESUS CRISTO como o seu Salvador e Senhor são intimados a mostrar a realidade de seu discipulado através da humildade e da obediente fidelidade à Palavra escrita de DEUS. Rejeitar as Escrituras como a nossa regra de fé e conduta constitui-se em deslealdade para com o nosso Mestre.
O reconhecimento inquestionável e irrestrito das Sagradas Escrituras é essencial para a completa compreensão e confissão de sua autoridade.
Os cinco primeiros artigos da Declaração de Chicago sintetizam a fé ortodoxa concernente à inerrância da Bíblia Sagrada:
Z. DEUS, sendo Ele a própria verdade por falar somente a verdade, inspirou as Sagradas Escrituras, para que, através delas, revelasse a si mesmo à humanidade caída, por intermédio de JESUS CRISTO, como o Criador; Senhor; Redentor e Juiz. As Sagradas Escrituras, portanto, testificam do próprio DEUS.
As Sagradas Escrituras, sendo a própria Palavra de DEUS, escritas por homens devidamente preparados, inspirados e superintendidos pelo ESPÍRITO SANTO, são divinamente infalíveis em todas as matérias de que tratam. Por conseguinte, devem elas ser cridas, como a instrução de DEUS, em tudo o que afirmam; obedecidas, como mandamento de DEUS, em tudo o que demandam; recebidas, como garantia de DEUS, em tudo o que prometem.
O ESPÍRITO SANTO, como o autor das Escrituras, tanto autentica o seu testemunho interno como nos abre a mente para entendê-las.
Sendo total e phnariamente dadas pelo próprio DEUS, as Escrituras estão isentas de erros nem se acham equivocadas quanto a todos os seus ensinos, nem quanto às suas declarações sobre os atos de DEUS na criação, os eventos da história mundial e acerca de sua própria origem literal sob a inspiração divina e também quanto às declarações de DEUS com respeito à salvação individual dos seres humanos pela graça manifestada em CRISTO JESUS.
A autoridade das Escrituras será fatalmente enfraquecida se a sua absoluta inerrância for, de alguma forma, menosprezada ou negligenciada, ou vier a ligar-se a uma visão da verdade contrária à própria Bíblia. Tais desvios trariam irreparáveis perdas tanto para os crentes em particular quanto para a igreja de CRISTO como um todo.
O artigo XIII da Declaração de Chicago é mais do que incisivo: “Declaramc que a Bíblia, em sua totalidade, é inerrante, estando, por conseguinte, isenta c toda falsidade, fraude ou engano”.
A coerência da inerrância. A doutrina da merrância da Bíblia Sagrada não é mcc erente nem fere a razão, embora esteja muito acima desta; a inerrância bíblica razoável e crível; não precisa ser aceita de forma cega e mística: comporta os ma duros questionamentos justamente por ser absoluta e inquestionável. Ela não fei a legitimidade de nenhum ramo do verdadeiro saber humano, que, sendo-nc outorgado por DEUS, jamais contrariará o saber divino.
Em relação à filosofia. A Bíblia Sagrada, como a inspirada e inerrante P; lavra de DEUS, não vai de encontro à verdadeira filosofia. Acha-se, porén infinitamente acima desta. Se a segunda limita-se a levantar os problemas d vida, a primeira é a sua solução. E se a filosofia limita-se a especular acerc da realidade última das coisas, a Escritura desvenda-nos o próprio Deu como o nosso supremo bem, revelando-nos o caminho a seguir.
Em relação à ciência. Não contém a Bíblia quaisquer erros científicos. Po conseguinte, quando um homem de ciências a acusa de incoerência cientí fica, duas coisas podem estar acontecendo: o cientista, deixando o camp< da experimentação, põe-se a palmilhar levianamente o terreno movediço d, especulação. Se assim é, não temos um cientista, mas um confuso filosofe Pois não são poucas as matérias que, tidas como científicas, na verdade nãc passam de mitos e fantasias. Haja vista a teoria da evolução. Aliás, se é teoria como pode arrogar-se como ciência, se até hoje não foi comprovada?
Entre a ciência e a filosofia, há uma fronteira mui tênue que pode ser cruzad; sem que o cientista o perceba e sem que o filósofo disso se dê conta, Franci: Bacon, por exemplo, embora filósofo, traçou o caminho a ser trilhado pela ciênci; moderna. E o discurso do método de Descartes?
Portanto, a ciência não tem a necessária autoridade para julgar a Bíblia Sagrada Pois se esta é a Palavra revelada daquEle que tudo fez, como se haverá aquela con as suas especulações? Não é a ciência que deve julgar a Bíblia; esta é que tem de julgar aquela. Aliás, nenhuma autoridade humana, por mais culta e sábia, detém direito de submeter as Escrituras aos seus crivos. Porque a Palavra de DEUS julg todas as coisas, discernindo-nos claramente tudo o que existe no Universo.
A inerrância bíblica é aceita como algo plenamente crível e coerente pel verdadeira ciência.
Em relação à arqueologia. A arqueologia vem sendo largamente utilizada para realçar quão firme é a doutrina da inerrância bíblica. Levemos err conta, porém, que ela, devido às suas limitações, nem sempre consegue reumr as evidências exigidas pelos céticos acerca dos eventos bíblicos. Jamais encontraremos, por exemplo, a arca da aliança (Jr 3.16), o Ta- bernáculo ou os castiçais que estavam no santo Templo. Além do mais, a História da Salvação, independentemente dos achados arqueológicos, exige ser aceita pela fé.
Imaginemos se a arca da aliança fosse encontrada. Transformar-se-ia logo tal evidência em relíquia e seria mais nociva à Bíblia Sagrada do que a falta de evidências quanto à sua inspiração divina e inerrância.
Uma questão de fé e de bom-senso. Diante do exposto, convenhamos: a doutrina da inerrância das Sagradas Escrituras é perfeitamente razoável. Ê lógica e coerente. Acha-se em perfeita consonância com o bom-senso, conquanto se encontre bem acima deste. E também uma questão de fé. Se alguém a rejeita, demonstra não possuir qualquer senso lógico.
A inerrância bíblica é absoluta. Não existe meia inerrância. Ou a Bíblia é a inerrante Palavra de DEUS ou é a errante e falível palavra do homem. O pensador Charles Colson afirmou, de forma categórica, que podemos aceitar integralmente a Bíblia; nela não há erros nem contradições. Mais adiante, conclui:
A Bíblia é historicamente precisa. As evidências refutaram muitas objeçõesfeitas pelos críticos. Temos todas as razões para acreditar na exatidão dos textos do Novo Testamento.
Muitos dos homens que o escreveram eram hebreus, e os estudiosos concordam que os hebreus eram meticulosos, e suas transcrições, precisas.
O testemunho do Antigo Testamento. Lendo a Bíblia com sinceridade e singeleza de coração, convencemo-nos, de imediato: ela é, de fato, a inspirada e inerrante Palavra de DEUS. Suas reivindicações quanto à própria inerrância são irrespondíveis.
O exórdio profético: “Assim diz o Senhor”. Através dessa fórmula clássica, os profetas de Jeová apresentavam-se a Israel como mensageiros do DEUS de Abraão, Isaque e Jacó (Ex 4.22; Is 30.15; Jr 6.16). Ao mesmo tempo, demonstravam: a Palavra que anunciavam não era propriamente sua; era do Senhor e, como tal, não continha qualquer erro.
Atesta-nos o apóstolo Pedro:
E temos, muifrme, a palavra dos profetas, à qual bem fazeis em estar atentos, como a uma luz que alumia em lugar escuro, até que o dia esclareça, e a estrela da alva apareça em vosso coração, sabendo primeiramente isto: que nenhuma profecia da Escritura é de particular interpretação; porque a profecia nunca foi produzida
por vontade de homem algum, mas os homens santos de DEUS falaram inspirados pelo ESPÍRITO SANTO.
A Palavra de DEUS é reta. Quando o salmista asseverou ser reta a Palavra do Senhor, quis ele deixar bem claro que nela inexistiam erros ou ilogici- dades. Logo, ela é plena e absolutamente confiável: “Porque a palavra do Senhor é reta, e todas as suas obras são fiéis” (SI 33.4).
O que levou o salmista a se expressar dessa forma? Sabia ele muito bem que DEUS está presente em toda a sua Palavra. E o que professa Donald Grey Barnhouse: “O caminho mais curto para se entender a Bíblia é aceitar o fato de que DEUS está falando em cada linha”.
A Palavra de DEUS é pura. “Toda palavra de DEUS é pura; escudo é para os que confiam nele” (Pv 30.5). Por que fez o sábio semelhante assertiva? Ele confiava na inerrância das Sagradas Escrituras. Ao afirmar serem estas puras, estava reafirmando: elas não comportavam nenhum erro; são a mais alta expressão da verdade.
Pode o Autor divino cometer erros comezinhos quanto à geografia, cultura e etnografia? O pastor e teólogo inglês Matthew Henry testemunha acerca da inerrância absoluta da Bíblia: “As palavras das Escrituras devem ser consideradas palavras do ESPÍRITO SANTO”.
A Palavra de DEUS é eterna. Há documentos mais antigos que a Bíblia? Sua errância, entretanto, tornou-os de tal forma obsoletos e desatualizados que, hoje, somente são usados como peças paleográficas. Haja vista o Código de Hamurahi. Concernente à Bíblia, é a eterna contemporânea de todas as gerações. Na verdade, livros há que, embora vindos à luz depois das Escrituras, fizeram-se logo desatualizados; alguns não foram além da primeira edição.
Mas a Palavra de DEUS é eterna. Edith Deen escreveu: “A Bíblia jamais envelhece”. Diante de sua perenidade, cantou o profeta Isaías: “Seca-se a erva, e caem as flores, mas a palavra de nosso DEUS subsiste eternamente” (Is 40.8).
Os escritores do Novo Testamento. Os autores do Novo Testamento asseveram a completa inerrância da Bíblia. Estes, que também escreveram inspirados pelo ESPÍRITO SANTO e de forma inerrante, atestam a infalibilidade das Sagradas Escrituras do Antigo Testamento. Para denotar a inspiração sobrenatural e infalível da Palavra de DEUS, usam os apóstolos várias expressões-chave.
Gegraptai. Esta alocução significa, literalmente, “está escrito” (Rm 9.13). Warfield desta forma comenta a força dessa expressão: “Tudo o que for escrito como gegraptai tem caráter normativo porque é garantido pelo poder inescapável de Javé, Rei e Legislador”.
Ta logia. “Os oráculos de DEUS”. Em Romanos 3.2, lemos: “Aos judeus foram confiados os oráculos de DEUS”. O comentário a seguir é de Edwim A. Blum: “A interpretação mais adequada do texto de Romanos 3.2 remete a todo o Antigo Testamento, e não a passagens específicas dele”.
Graphe. Este vocábulo é usado no Novo Testamento, quer no singular, quer no plural, mais de cinqüenta vezes. Shrenk dessa maneira discorre acerca dessa palavra: “De acordo com a concepção judaica tardia, a Escritura tem importância normativa, possui autoridade e é sagrada. Sua validade é permanente e incontestável”.
Ressaltamos que a Bíblia atesta a sua inerrância não somente quanto ao Antigo Testamento, mas, igualmente, quanto ao Testamento Novo (2 Pe 3.14-18; I Co 11.23; 14.37). Na Segunda Epístola de Paulo a Timóteo, deixa o apóstolo bem patente que toda a Escritura é inspirada: “Toda a Escritura é inspirada por DEUS...” (2 Tm 3.16, ARA).
O testemunho interno quanto à inerrância àa Bíhlia. Além de todos os testemunhos arrolados, há que se levar em conta, de igual forma, o testemunho interior do ESPÍRITO SANTO. Lendo as Sagradas Escrituras, sentimos que estamos diante da inspirada e merrante Palavra de DEUS. Aliás, esta foi uma das maiores divisas da Reforma Protestante: Testimonium Spiritus Sancti internum.
Há uma passagem no Evangelho de Lucas que ilustra de modo surpreendente essa evidência. Refiro-me aos discípulos no caminho de Emaús. Ouvindo o Senhor JESUS discorrer-lhes sobre as passagens messiânicas do Antigo Testamento, um deles expressou o que ambos naquele momento sentiam: “Porventura, não ardia em nós o nosso coração quando, pelo caminho, nos falava e quando nos abria as Escrituras?” (Lc 24.32). O que é isso senão uma evidência do testemunho interno do ESPÍRITO SANTO?
Testemunhos externos. Os mais conceituados teólogos aceitam, defendem e proclamam a inerrância da Bíblia Sagrada como a infalível Palavra de DEUS. Têm-na como uma das colunas do cristianismo; sem ela, a nossa fé não teria qualquer razão de ser.
Tomás de Aqumo é incisivo quanto a essa verdade: “Em parte alguma pode haver falsidade no sentido literal das Escrituras Sagradas”.
Agostinho também é contundente: “Creio firmemente que nenhum daqueles autores errou em qualquer aspecto quando escreveu”.
Martinho Lutero mostrou-se firme quanto à inerrância bíblica: “Aprendi a atribuir infalibilidade apenas aos livros chamados canônicos, de forma que creio confiantemente que nenhum de seus autores cometeu erros .
Charles Spurgeon, como príncipe dos pregadores, enuncia: “DEUS escreve com uma pena que nunca borra, fala com uma língua que nunca erra, age com uma mão que nunca falha”.
A INFALIBILIDADE DA BÍBLIA
Ao tratar da infalibilidade da Palavra de DEUS, ousadamente expressou-se Carl F. Henry: “Há apenas uma úmca coisa realmente inevitável: é necessário que as Escrituras se cumpram”. O que isso significa? Simplesmente que a Bíblia é infalível; as suas palavras hão de cumprir-se de maneira inexorável. Aliás, a infalibilidade da Escritura acha-se estreitamente ligada à sua inspiração e inerrância; somente um livro divina e singularmente inspirado poderia ser absolutamente infalível.
Tudo o que a Bíblia diz, cumpre-se; tudo o que promete, realiza-se; tudo o que prevê, acontece. A Palavra de DEUS não pode voltar vazia; antes, faz o que lhe apraz.
O que é a infalibilidade. E a qualidade, ou virtude, do que é infalível; é algo que jamais poderá falhar. Assim está escrito no Dicionário Teológico, de Claudionor de Andrade (CPAD), acerca da infalibilidade da Palavra de DEUS:
Doutrina que ensina ser a Bíblia infalível em tudo o que diz. Eis porque a Palavra de DEUS pode ser assim considerada: l) Suas promessas são rigorosamente observadas; 2)
Suas profecias cumprem-se deforma detalhada e clara (haja vista as Setenta Semanas de Daniel); 3) O Plano de Salvação é executado apesar das oposições satânicas. Nenhuma de suas palavras jamais caiu, nem cairá, por terra.
A Bíblia dá testemunho de sua infalibilidade. Muitas são as passagens que atestam a infalibilidade das Sagradas Escrituras. Isso significa que elas realmente são a Palavra de DEUS. Se Ele não mente nem volta atrás, porque seria diferente a sua Palavra? Vejamos o que os profetas e apóstolos disseram acerca da doutrina da infalibilidade da Bíblia.
Moisés. “Quando o tal profeta falar em nome do Senhor, e tal palavra se não cumprir, nem suceder assim, esta é palavra que o Senhor não falou; com soberba a falou o tal profeta; não tenhas temor dele” (Dt 18.22).
O cronista do Reino de Israel. “E crescia Samuel, e o Senhor era com ele, e nenhuma de todas as suas palavras deixou cair em terra” (I Sm 3.19).
Daniel. “No ano primeiro do seu reinado, eu, Daniel, entendi pelos livros que o número de anos, de que falou o Senhor ao profeta Jeremias, em que haviam de acabar as assolações de Jerusalém, era de setenta anos” (Dn 9.2).
Mateus. “Tudo isso aconteceu para que se cumprisse o que foi dito da parte do Senhor pelo profeta” (Mt 1.22).
JESUS. “Passará o céu e a terra, mas as minhas palavras não passarão” (Mc 13.31).
Lucas. “Aos quais também, depois de ter padecido, se apresentou vivo, com muitas e infalíveis provas, sendo visto por eles por espaço de quarenta dias e falando do que respeita ao Reino de DEUS” (At 1.3).
No Brasil, não são poucos os teólogos — e até seminários — que lançam suspeições sobre a infalibilidade das Sagradas Escrituras. Sob a influência da teologia alemã, que, abandonando os princípios de Lutero e Melanchton, presumem que um teólogo de vanguarda é aquele que até do supremo Ser duvida, não mais consideram a Bíblia Sagrada como a infalível Palavra de DEUS.
Ouvi um professor afirmar que a verdadeira teologia nasceu na Alemanha; foi estragada na Inglaterra e nos Estados Unidos; e é vorazmente consumida no Brasil. Não concordo com semelhante assertiva. Apesar dos avanços alemães na área de estudos bíblicos, opto por ficar com os teólogos anglo-americanos. Até ao presente momento, vêm estes — excetuando-se os liberais — mostrando, além do conhecimento, uma prática de vida cuja piedade é incontestável.
A CLAREZA DA BÍBLIA
Quem se põe a ler as profecias de Nostradamus, se depara com um emaranhado de palavras, frases e orações sem quaisquer nexos. Na obra desse falso profeta, qualquer interpretação é possível. Eis porque os charlatães, aproveitando-se da ingenuidade das gentes crédulas, jogam com aqueles versos, afirmando que Nostradamus é sempre atual. Mas, na realidade, quem entende aqueles cipoais?
No Brasil, onde o misticismo faz parte de nosso atribulado cotidiano, Nostradamus e seus congêneres nunca foram tão estudados. Cada vez que um cataclismo sacode o planeta, aparece um intérprete desse falso profeta; e, citando alguma centúria, força um cumprimento bobamente profético que, desmerecendo todas as leis da hermenêutica, parece atual, conquanto não passe de um emaranhado de frases sem nexo.
A Bíblia, porém, é clara e cristalinamente simples; as suas profecias não se escondem em possibilidades; mostram-se em cumprimentos e realizações. A clareza das Escrituras é uma das doutrinas mais surpreendentes da Palavra do Senhor; mostra-nos que podemos confiar num DEUS que se comunica conosco em nossa linguagem; sua mensagem, posto encontrar-se acima de nossa razão, não a contraria; surpreende-a com coisas grandes e jamais cogitadas.
Consideremos, pois, a clareza das Sagradas Escrituras.
O que é clareza, “Qualidade do que é claro, inteligível e perfeitamente compreensível”. A clareza é conhecida também como perspecuidade.
Definição teológica. A clareza da Bíblia é uma de suas principais características através da qual se torna ela plenamente inteligível aos que se dispõem a examina la com um coração reto, humilde e predisposto a aceitá-la como a inspirada infalível e inerrante Palavra de DEUS.
O testemunho âa Bíblia quanto à sua clareza. Nas Sagradas Escrituras, deparamo- nos com muitos testemunhos acerca de sua clareza. No Salmo 19, lemos: “A lei do Senhor é perfeita e refrigera a alma; o testemunho do Senhor é fiel e àí sabedoria aos símplices” (Sm 19.7).
Mais adiante, canta o salmista: “A exposição das tuas palavras dá luz e dá entendimento aos símplices” (Sm 119.130). Consideremos, ainda, este mandamento do Senhor por intermédio de Moisés: “E estas palavras que hoje te ordeno estarão no teu coração; e as intimarás a teus filhos e delas falarás assentado em tua casa, e andando pelo caminho, e deitando-te, e levantando-te” (Dt 6.6,7).
Ora, se uma criança é capaz de entender a Palavra de DEUS, como um adulto ilustrado não a entenderá? Aliás, é a Bíblia tão simples que, para se compreendê-la, é mister que nos façamos como as crianças: com um coração puro, ouçamos a voz do Senhor.
A SUPREMACIA DA BÍBLIA EM MATÉRIA DE FÉ E PRÁTICA
“A autoridade da Bíblia não provém da capacidade de seus autores humanos, mas do caráter de seu Autor” — foi o que afirmou J. Blanchard. Se a autoridade da Bíblia é absoluta, como haveremos nós de questioná-la? Se a nossa autoridade é limitada, a da Bíblia não conhece limites; é suprema em matéria de fé e prática. Por conseguinte, que nenhum órgão eclesiástico desafie o que nos legaram os profetas hebreus e os apóstolos de nosso Senhor JESUS CRISTO.
Assim como Israel acatava sem questionar os oráculos do Eterno; e assim a igreja primitiva curvava-se ante a autoridade das Sagradas Escrituras, devemos nós agir, em temor e grande tremor, a fim de que sejamos havidos como filhos de DEUS.
No Brasil, onde a fé evangélica ainda é pura e conserva a simplicidade dos que nos trouxeram a fé, questionar a supremacia da Bíblia Sagrada é algo inimaginável. Desde criança, aprendi: quando a Bíblia fala já não precisamos ter voz alguma. Infelizmente, vêm aparecendo, nalguns seminários e faculdades teológicas, algumas vozes atrevidas e postulantes que — embaladas pelo orgulho do ungido querubim — põem-se a questionar não somente a Palavra de DEUS como ao próprio ESPÍRITO que a inspirou.
Vejamos, em primeiro lugar, o que é a autoridade da Bíblia e em que ela consiste.
Definição. Oriunda do vocábulo latino autoritatem, esta palavra significa: “direito absoluto e inquestionável de se fazer obedecer, de dar ordens, de estabelecer decretos e, de acordo com estes, tomar decisões e agir a fim de que cada decreto seja rigorosamente observado”.
Definição teológica. “Poder absoluto e inquestionável reivindicado, demonstrado e sustentado pela Bíblia em matéria de fé e prática. Tal autoridade advém-lhe do fato de ela ser a inspirada, inerrante e infalível Palavra de DEUS” (Dicionário Teológico, da CPAD).
Testemunho da Bíblia a respeito de sua autoridade. A Palavra de DEUS diz:
A lei e ao testemunho! Se eles não falarem segundo esta palavra, nunca verão a alva (Is 8.20).
E os teus ouvidos ouvirão a palavra que está por trás de ti, dizendo: Este é o caminho; andai nele, sem vos desviardes nem para a direita nem para a esquerda
(Is 30.21).
Se alguém cuida ser profeta ou espiritual, reconheça que as coisas que vos escrevo são mandamentos do Senhor (l Co 14.37).
Uma das maiores virtudes da Reforma Protestante foi resgatar, no seio da cristandade, a supremacia da Bíblia Sagrada em matéria de fé e prática. Até então se renegava a doutrina dos apóstolos e dos profetas, colocando a tradição da Igreja Católica Romana acima das Sagradas Escrituras. E, com isso, cometiam-se os maiores absurdos em nome de JESUS CRISTO. Haja vista as Cruzadas, o Tribunal da Inquisição e as perseguições contra os que ousavam pensar diferentemente da hierarquia romana.
Os reformadores, porém, guiados pelo ESPÍRITO SANTO, recolocaram as Sagradas Escrituras no lugar onde elas sempre deveriam estar: no centro da igreja de nosso Senhor JESUS CRISTO, legislando sobre a doutrina e acerca da conduta dos cristãos.
A COMPLETUDE DA BÍBLIA
Há duas verdades quanto às Escrituras Sagradas que andam de mãos dadas: sua autoridade e completude; é impossível dissociá-las. A primeira é a palavra final em matéria de fé e prática; a segunda não admite quaisquer autoridades que contrariem a Bíblia, quer diminuindo-lhe a revelação, quer acrescentando outros dados além daqueles que nos foram apresentados pelo Senhor através da inspiração do ESPÍRITO SANTO. A seguir, veremos a importância da completude bíblica.
Definição. Completude é aquilo que, pela excelência de suas qualidades, satisfaz plenamente, não admitindo acréscimos nem diminuições; é aquilo que é suficiente por si mesmo.
Definição teológica. Assim Wayne Gruden define a completude das Sagradas Escrituras:
A Bíblia contém todas as palavras divinas que DEUS quis dar ao seu povo em cada estágio da história da redenção e que hoje contém todas as palavras de DEUS de que precisamos para a salvação, para que, de maneira perfeita, nele possamos confiar e a ele obedecer.
O testemunho da Bíblia quanto à sua suficiência. Dessa forma, exorta Paulo ao jovem m Timóteo: “E que, desde a tua meninice, sabes as sagradas letras, que podem fazer-te sábio para a salvação, pela fé que há em CRISTO JESUS” (2 Tm 3.15).
A seguir, o mesmo apóstolo mostra a inspiração como prova da completude da Bíblia: “Toda Escritura é divinamente inspirada e proveitosa para ensinar, para redargüir, para corrigir, para instruir em justiça” (2Tm 3.16).
Bem antes de Paulo o legislador dos hebreus, Moisés, exorta Israel a que preserve a doutrina da completude da Palavra de DEUS: “Nada acrescentareis à palavra que vos mando, nem dimmuireis dela, para que guardeis os mandamentos do Senhor, vosso DEUS, que eu vos mando” (Dt 4.2).
Finalmente, no último livro do cânon sagrado, deixa-nos João esta seriíssima advertência:
Porque eu testifico a todo aquele que: ouvir as palavras da profecia deste livro que, se alguém íbes acrescentar alguma coisa, DEUS fará vir sobre ele as pragas que estão escritas neste livro; e; se alguém tirar quaisquer palavras do livro desta profecia, DEUS tirará a sua parte da árvore da vida e da Cidade Santa, que estão escritas neste livro. Aquele que testifica estas coisas diz: Certamente, cedo venho. Amém! Ora, vem, SenhorJesus! A graça de nosso Senhor JESUS CRISTO seja com todos vós. Amém! (Ap 22.18-2 Vj.
Certa vez, foi lançado um livro, nos Estados Unidos, que — garganteavam seus autores — seria a mais perfeita complementação da Bíblia Sagrada. Trazendo o “irrevelável” e colocando à disposição dos simples e incautos mortais as palavras seladas de Daniel, a súmula da visão de Paulo e a interpretação das vozes ouvidas por João no Apocalipse, o referido livro era de tal forma poderoso que, apropriando-se alguém dele, não se sustinha em pé; era de imediato arrojado por terra.
Quando a obra me chegou às mãos, exammei-a para constatar apenas ímproprie- dades lógicas, erros gramaticais, estilo paupérrimo e aleijões doutrinais que, ultrapassando as raias do bom-senso, já resvalavam aqui para a heresia, já escorregavam ali para a apostasia, já deslizavam mais além para as garras do pai da mentira.
Se estudarmos atentamente as heresias, constataremos: a maioria delas surgiu porque os seus autores desconheciam esta verdade elementar: a Bíblia é completa em si mesma. O seu cânone foi encerrado quando João recebeu do Senhor a visão das coisas que, brevemente, devem acontecer. E os pais da igreja, sabedores disso, houveram por bem recusar todos os livros que não tinham condições de figurar no cânon da Bíblia Sagrada.
A Bíblia, pois, não necessita de quaisquer acréscimos: ela é completa em si mesma. Os pentecostais devemos estar atentos a esse artigo de fé e jamais permitir que o dom de profecia, por exemplo, seja exercido de maneira abusiva por alguém que, já não aceitando ser usado pelo ESPÍRITO SANTO, presume-se muito superior ao Consolador. Ao coríntios, deixa Paulo uma exortação mui oportuna. Afirma o apóstolo que, se alguém busca arrogar-se como profeta ou espiritual, deve saber que as coisas escritas por ele são mandamentos do Senhor.
Como interpretar corretamente a Bíblia
Em seu excelente livro Cristianismo em Crise, Hank Hanegraaff, utilizando a palavra ligths, em inglês, mostra como se deve interpretar as Sagradas Escrituras. Fugindo ao extremismo da interpretação alegórica de Orígenes, e não se detendo naqueles que tudo procuram interpretar de forma literal, mostra-nos Hanegraaff que a Bíblia tem de ser interpretada com muito equilíbrio e precisão.
Fazendo um acróstico da palavra ligths, traduzida por luzes em português, dá-nos ele uma perfeita síntese da verdade hermenêutica:
L — Interpretação Literal
— Iluminação Espiritual G — Princípios Gramaticais H — Contexto Histórico T — Ensino Teológico S — Simetria Bíhlica
Apesar de o acróstico ter sido feito para o inglês, adapta-se muito bem ao português.
Interpretação literal. Devemos interpretar a Bíblia de modo natural, levando em consideração o que as palavras, em si, realmente significam. Quando nos depararmos como uma parábola, ou com uma metáfora, interpretemo-las de acordo com o método metafórico. Se o Senhor JESUS, pois, afirma que é a porta, não devemos imagmar madeira, dobradiças e trancas. Mas, se Ele declara ser o Filho de DEUS, por que buscar, nesta passagem, alguma alegoria? O mesmo princípio tem de ser aplicado aos demais textos das Escrituras.
Iluminação espiritual Se acreditamos, de fato, ser o ESPÍRITO SANTO o inspirador da Palavra de DEUS, é mister crer que, na leitura e interpretação da Bíblia, podemos contar com a sua iluminação.
Mas, como está escrito: As coisas que o olho não viu, e o ouvido não ouviu, e não subiram ao coração do homem são as que DEUS preparou para os que o amam. Mas DEUS no~las revelou pelo seu ESPÍRITO; porque o ESPÍRITO penetra todas as coisas, ainda as profundezas de DEUS. Porque qual dos homens sabe as coisas do homem, senão o espírito do homem, que nele está? Assim também ninguém sabe as coisas de DEUS, senão o ESPÍRITO de DEUS (ICo 2.9-11).
De que forma advém-nos a iluminação? Diz o autor sagrado que a exposição da Palavra de DEUS dá-nos luz. Lembremo-nos ainda da exposição que o mesmo Senhor fez aos discípulos no caminho de Emaús. Enquanto Ele expunha-lhes as Escrituras, sentiam-se eles como que os seus corações ardessem. E foi assim que os viajores passaram a entender que JESUS era, realmente, o Filho de DEUS.
Princípio gramatical. Na interpretação da Bíblia, levemos em consideração que foi ela escrita de conformidade com as regras gramaticais. Logo, deve ser interpretada também segundo as mesmas regras. Eis porque é de suma importância ao leitor das Escrituras conhecer as regras básicas da gramática e da sintaxe.
Contexto histórico. Não nos esqueçamos de que a Bíblia foi escrita num contexto histónco-cultural específico. Significa isso que deve ela ser interpretada tendo-se em conta este mesmo contexto. Eis porque é mister que entendamos como viviam os judeus dos tempos bíblicos: suas casas, roupas, profissões, relações sociais, culto, etc. Temos hoje não poucos manuais que nos auxiliam nessa grande tarefa.
Ensino teológico. Embora possamos examinar livremente a Bíblia Sagrada, não podemos descurar o trabalho dos mestres e dos que se afadigam na interpretação da Palavra de DEUS. Afinal de contas, os mestres foram-nos dados por CRISTO, a fim de que nos aperfeiçoem no conhecimento divino (Ef 4.11).
O eunuco etíope, apesar de ler regularmente a Bíblia, como depreendemos do texto de Atos, só veio a entender o caminho da salvação quando Filipe, sentando- se ao seu lado, pôs-se a falar-lhe de JESUS CRISTO, o Filho de DEUS.
Por conseguinte, o ensino teológico é imprescindível na interpretação das Sagradas Escrituras.
Simetria bíblica. O mais forte dos princípios da hermenêutica sagrada é que a Bíblia interpreta-se a si mesma. Por isso, não podemos, sob hipótese alguma, fazer doutrinas a partir de passagens isoladas, pois devem estas se harmonizar com o todo. Aí está a simetria. E justamente a harmonia resultante entre as partes e o todo.
Escrita num período de 1.600 anos por quarenta autores das mais variadas ocupações, a simetria da Bíblia é absoluta. Portanto, ela não entra em contradição consigo mesma, desde que interpretada de conformidade com as regras da hermenêutica.
Conclusão
Como filhos de DEUS, não podemos nos afastar jamais das Sagradas Escrituras; destas, todos dependemos vitalmente. Quanto mais as lermos, mais íntimos seremos de seu Autor. Os maiores santos e campeões de DEUS fizeram-se tão afeiçoados à Bíblia que vieram a ser confundidos com o Livro dos livros.
E nós? Como nos haveremos diante da Bíblia Sagrada? Não podemos relegá- la a um plano terciário: tanto na igreja de CRISTO como em nossa vida, deve ela ocupar sempre o primeiro lugar. Se assim não a considerarmos, jamais nos tornaremos aptos para a vida eterna.
Houve um tempo, em nossa pátria, em que os crentes éramos de tal forma identificados com a Bíblia Sagrada que os incrédulos taxavam-nos de “os bíblias”.
Zombando dos santos que, altaneiramente, iam para o templo levando a sua Bíblia junto ao peito, não imaginavam aqueles escarnecedores que as suas palavras, antes de nos constituírem uma afronta, eram-nos um louvor singular. Aliás, se de fato somos povo de DEUS, temos de ser identificados com o Livro de DEUS. Nós também, à semelhança dos israelitas, somos o povo do livro.
Dê o significado da palavra “Bíblia”, mencionada neste capítulo.
O que abrange a Bibliologia; isto é, em que consiste esta matéria?
Qual é o perigo do avanço do liberalismo teológico em faculdades e seminários outrora ortodoxos?
Em que consiste a autoria divino-humana da Bíblia?
Cite pelo menos dois textos da Bíblia que comprovem a sua inspiração divina.
A Bíblia foi escrita por quantos autores, e num período de quantos anos?
Por que a Bíblia é o único livro contemporâneo de toda a humanidade, em todas as eras?
Qual é a posição dos teólogos liberais quanto à inspiração plenária das Escrituras?
O que é o racionalismo teológico?
Explique por que a posição neo-ortodoxa é equivocada.
Por que deve o hermeneuta ortodoxo abraçar a posição conservadora?
Em qual século o herege Marcião se insurgiu contra as Sagradas Escrituras, e de que forma fez ele isso?
Por que Atanásio tornou-se conhecido como o pai da ortodoxia?
Assinale apenas a alternativa correta e justifique a sua resposta. A comunidade de fé pentecostal', formada principalmente pelas Assembléias de DEUS, sempre acreditou ser a Bíblia...
Inspirada, errante, infalível e completa Palavra de DEUS.
Inspirada, inerrante, falível e incompleta Palavra de DEUS.
Inspirada, errante, itfalível e imompleta Palavra de DEUS.
Inspirada, inerrante, infalível e completa Palavra de DEUS.
Explique o processo de canonização. Como ele se deu?
Cite as três evidências da inspiração divina da Bíblia e explique-as.
O que é a inerrância bíblica?
Quais são as três expressões-chave usadas pelos apóstolos para definir a inspiração sobrenatural e infalível da Palavra de DEUS?
Mencione pelo menos três passagens bíblicas que confirmem a infalibilidade das Escrituras.
Cite os passos hermenêuticos contidos no acróstico lights. Mais ajuda Bíblia Através dos Séculos - O Cânon da Bíblia e sua evolução histórica - Pr Antônio Gilberto da Silva
Cânon ou Escrituras canônicas é a coleção completa dos livros divinamente inspirados, que constituem a Bíblia.
Cânon é palavra grega, e significa, literalmente, "vara reta de medir", assim como uma régua de carpinteiro. No Antigo Testamento, o termo aparece no original em passagens como Ezequiel 40.5: "Vi um muro exterior que rodeava toda a casa e, na mão do homem, uma cana de medir, de seis côvados, cada um dos quais tinha um côvado e um palmo; ele mediu a largura do edifício, uma cana, e a altura, uma cana."
No sentido religioso, cânon não significa aquilo que mede, mas aquilo que serve de norma, regra. Com este sentido, a palavra cânon aparece no original em vários lugares do Novo Testamento:
"E a todos quantos andarem de conformidade com esta regra, paz e misericórdia sejam sobre eles e sobre o Israel de Deus" (Gl 6.16).
"Nós, porém, não nos gloriaremos sem medida, mas respeitamos o limite da esfera de ação que Deus nos demarcou e que se estende até vós" (2 Co 10.13).
"Não nos gloriando fora de medida nos trabalhos alheios, e tendo esperança de que, crescendo a vossa fé, seremos sobremaneira engrandecidos entre vós, dentro da nossa esfera de ação" (2 Co 10.15).
"Todavia, andemos de acordo com o que já alcançamos" (Fp 3.16).
A Bíblia, como o cânon sagrado, é a nossa norma ou regra de fé e prática. Diz-se dos livros da Bíblia que são canônicos para diferençá-los dos apócrifos. O emprego do termo cânon foi primeiramente aplicado aos livros da Bíblia por Orígenes (185-254 d.C.)
I. O CÂNON DO ANTIGO TESTAMENTO
Na época patriarcal, a revelação divina era transmitida escrita e oralmente. A escrita já era conhecida na Palestina séculos antes de Moisés; a Arqueologia tem provado isto, inclusive tem encontrado inúmeras inscrições, placas, si-netes e documentos antediluvianos. O Cânon do Antigo Testamento, como o temos atualmente, ficou completo desde o tempo de Esdras, após 445 a.C. Entre os judeus, tem ele três divisões, as quais Jesus citou em Lucas 24.44 -LEI, PROFETAS, ESCRITOS. A divisão dos livros no cânon hebraico é diferente da nossa. Consiste em .24 livros em vez dos nossos 39, isto porque são considerados um só livro, cada grupo dos seguintes:
-Os dois de Samuel....................................................... 1
-Os dois de Reis............................................................ 1
-Os dois de Crônicas..................................................... 1
-Os dois de Esdras e Neemias....................................... 1
-Os doze Profetas Menores........................................... 1
-Os demais livros do Antigo Testamento.................... 19
Total..........24
A disposição ou ordem dos livros no cânon hebraico é também diferente da nossa. Damos a seguir essa disposição dentro da tríplice divisão do cânon, já mencionada (Lei, Profetas, Escritos). 1. LEI__________5 livros________Gênesis, Êxodo, Levítico, Números, Deuteronômio. 52
2. PROFETAS _ 8 livros________Divididos em:
Primeiros Profetas: Josué, Juizes, Samuel, Reis.
Ültimos Profetas: Isaías, Jeremias, Eze-quiel e os doze Profetas Menores.
3. ESCRITOS _ 11 livros________Divididos em:
Livros Poéticos: Salmos, Provérbios, Jó. Os Cinco Rolos: Can-tares, Rute, Lamentações, Eclesiastes, Ester.
Livros Históricos: Daniel, Esdras-Neemias, Crônicas.
Os Cinco Rolos eram assim chamados por serem separados, lidos anualmente em festas distintas:
- CANTARES, na Páscoa, em alusão ao Êxodo.
- RUTE, no Pentecoste, na celebração da colheita, em seu início.
- ESTER, na festa do Purim, comemorando o livramento de Israel da mão do mau Hamã.
- ECLESIASTES, na Festa dos Tabernáculos - festa de gratidão pela colheita.
- LAMENTAÇÕES, no mês de Abibe, relembrando a destruição de Jerusalém pelos babilônicos.
No cânon hebraico também os livros não estão em ordem cronológica. Os judeus não se preocupavam com um sistema cronológico. Também pode haver nisto um plano divino.
A nossa divisão em 39 livros vem da Septuaginta, através da Vulgata Latina. A Septuaginta foi a primeira tradução das Escrituras, feita do hebraico para o grego, cerca de 285 a.C. Também a ordem dos livros por assuntos, nas nossas Bíblias, vem dessa famosa tradução.
Nas palavras de Jesus, em Lucas 24.44, Ele chamou "Salmos" à última divisão do cânon hebraico, certamente porque esse livro era o primeiro dessa divisão (ver a página anterior). Segundo a nossa divisão, o Antigo Testamento começa com Gênesis e termina em Malaquias, porém, segundo a divisão do cânon hebraico, o primeiro livro é Gênesis e o último é Crônicas. Isto é visto claramente nas palavras de Jesus em Mateus 23.35 - o caso de Abel está em Gênesis e o do filho de Baraquias está em Crônicas.
A Formação do Cânon do Antigo Testamento
O Cânon do Antigo Testamento foi formado num espaço de mais de mil anos (+ - 1046 anos) - de Moisés a Esdras. Moisés escreveu as primeiras palavras do Pentateuco por volta de 1491 a.C. Esdras entrou em cena em 445 a.C. Esdras não foi o último escritor na formação do cânon do Antigo Testamento; os últimos foram Neemias e Malaquias, porém, de acordo com os escritos históricos, foi ele que, na qualidade de escriba e sacerdote, reuniu os rolos canônicos, ficando também o cânon encerrado em seu tempo.
A chamada Alta Crítica tem feito uma devastação com seu modernismo e suas contradições no que concerne à formação, fontes de autenticidade do cânon, especialmente o do Antigo Testamento, mutilando quase todos os seus livros. Em resumo, a Alta Crítica é a discussão das datas e da autoria dos livros. Ela estuda a Bíblia do lado de fora, externamente, baseada apenas em fontes do conhecimento humano. Por sua vez, a Crítica Textual, também conhecida por Baixa Crítica, estuda o texto bíblico, e este somente, e, ao lado da Arqueologia, vem alcançando um progresso valioso, posto à disposição do estudante das Escrituras. Por exemplo, a teoria de que a escrita era desconhecida nos dias de Moisés já foi destruída. E de ano para ano aumentam os achados nas terras bíblicas, evidenciando e comprovando as narrativas e fatos do Antigo Testamento. Mediante tais provas irrefutáveis, os homens estão tendo mais respeito pelo Livro Sagrado! Toda a Bíblia vem sendo confirmada pela pá do arqueólogo e pelos eruditos em antigüidades bíblicas. Coisas que pareciam as mais incríveis são hoje aceitas por todos, sem objeções. O estudante das Escrituras deve estar prevenido contra a Alta Crítica.
A formação do cânon foi gradual. Houve, originalmente, a transmissão oral, como se vê em Jó 15.18. Jó é tido como o livro mais antigo da Bíblia. Daremos em seguida a seqüência da formação gradual do cânon do Antigo Testamento. Convém ter em mente aqui que toda cronologia bíblica é apenas aproximada. Já no Novo Testamento, há precisão de muitos casos. Essa cronologia vai sendo atualizada à medida em que os estudos avançam e a Arqueologia fornece informes oficiais:
1. Moisés, cerca de 1491 a.C, começou a escrever o Pentateuco, concluindo-o por volta de 1451 a.C. (Números 33.2). Mais textos relacionados com Moisés e sua escrita do Pentateuco: Êxodo 17.14; 24.4,7; 34.27. As partes do Pentateuco anteriores a Moisés, como o relato da Criação, todo o livro de Gênesis e parte de Êxodo, ele escreveu, ou lançando mão de fontes existentes (ver 2.4; 5.1), ou por revelação divina. Gênesis 26.5 dá a entender que nesse tempo já havia "mandamentos, preceitos e estatutos" escritos. Há, é certo, passagens do Pentateuco que foram acrescentadas posteriormente, como: Êxodo 11.3; 16.35; Deutero-nômio 34.1-12.
2. Josué, sucessor de Moisés (1443 a.C), escreveu uma obra que colocou perante o Senhor (Js 24.26).
3. Samuel (1095 a.C), o último juiz e também profeta do Senhor, escreveu, pondo seus escritos perante o Senhor (1 Sm 10.25). Certamente "perante o Senhor" significa que seus escritos foram depositados na Arca do Concerto com os demais escritos sagrados lá depositados (Êx 25.21; Hb 9.4).
4. Isaías (770 a.C.) fala do "livro do Senhor" (Is 34.16), e "palavras do livro" (Is 29.18). São referências às Escrituras na sua formação.
5. Em 726 a.C, os Salmos já eram cantados (2 Cr 29.30). O fato aí registrado teve lugar nesse tempo.
6. Jeremias, cuja chamada deu-se em 626 a.C, registrou a revelação divina (Jr 30.1,2). Tal livro foi queimado pelo mau rei Jeoaquim, em 607 a.C, porém Deus ordenou que Jeremias preparasse novo rolo, o que foi feito mediante seu amanuense Baruque (Jr 36.1,2,28,32; 45.1).
7. No tempo do rei Josias (621 a.C), Hilquias achou o "Livro da Lei" (2 Rs 22.8-10).
8. Daniel (553 a.C.) refere-se aos "livros" (Dn 9.2). Eram os rolos sagrados das Escrituras de então.
9. Zacarias (520 a.C.) declara que os profetas que o precederam falaram da parte do Espírito Santo (7.12). Não há aqui referência direta a escritos, mas há inferência. Zacarias foi o penúltimo profeta do Antigo Testamento, isto é, profeta literário.
10. Neemias, nos seus dias (445 a.C), achou o livro das genealogias dos judeus que já haviam regressado do exílio (7.5); certamente havia outros livros.
11. Nos dias de Ester, o Livro Sagrado estava sendo escrito (Et 9.32).
12. Esdras, contemporâneo de Neemias, foi hábil escri-ba da lei de Moisés, e leu o livro do Senhor para os judeus já estabelecidos na Palestina, de regresso do cativeiro babilônico (Ne 8.1-5). Conforme 2 Macabeus e outros escritos judaicos, Esdras presidiu a chamada Grande Sinagoga, que selecionou e preservou os rolos sagrados, determinando, dessa maneira, o cânon das Escrituras do Antigo Testamento. (Ver Esdras 7.10,14.) Essa Grande Sinagoga era um conselho composto de 120 membros que se diz ter sido organizado por Neemias, cerca de 410 a.C, sob a presidência de Esdras. Foi essa entidade que reorganizou a vida religiosa nacional dos repatriados e, mais tarde, deu origem ao Sinédrio, cerca de 275 a.C. A Esdras é atribuída a tríplice divisão do cânon, já estudada. Foi nesse tempo, isto é, no tempo de Esdras, que os samaritanos foram expulsos da comunidade judaica (Ne 13) levando consigo o Pentateu-co, que é até hoje a Bíblia dos samaritanos. Isto prova que o Pentateuco era escrito canônico.
13. Encontramos profeta citando outro profeta, do que se infere haver mensagem escrita. (Comparar Miquéias 4.1-3 com Isaías 2.2-4.)
14. Filo, escritor de Alexandria (30 a.C. - 50 d.C) possuía todo o cânon do Antigo Testamento. Em seus escritos ele cita quase todo o Antigo Testamento.
15. Josefo, o historiador judeu (37-100 d.C), contemporâneo de Paulo, diz, escrevendo aos judeus, no livro "Contra Appion": "Nós temos apenas 22 livros, contando a história de todo o tempo; livros em que nós cremos, ou segundo geralmente se diz, livros aceitos como divinos. Desde os dias de Artaxerxes ninguém se aventurou a acrescentar, tirar ou alterar uma única sílaba. Faz parte de cada judeu, desde que nasce, considerar estas Escrituras como ensinos de Deus". Josefo foi homem culto e judeu ortodoxo de linhagem sacerdotal. Foi governador da Galiléia e comandante militar nas guerras contra Roma. Presenciou a queda de Jerusalém. Foi levado a Roma onde se dedicou a escritos literários.
Ora, o Artaxerxes que ele menciona é o chamado Longí-mano, que reinou de 465-424 a.C. Isso coincide com o tempo de Esdras e confirma as declarações de outras peças da literatura judaica que ensinam ter Esdras presidido a Grande Sinagoga que selecionou e preservou os rolos sagrados para a posterioridade. Josefo conta os livros do Antigo Testamento como 22 porque considera Juizes e Rute como 1 (um) livro; Jeremias e Lamentações também. Isto, para coincidir com o número de letras do alfabeto hebraico: 22.
16. Nos dias do Senhor Jesus, esse livro chamava-se Escrituras (Mt 26.54; Lc 24.27,45; Jo 5.39), com as suas três conhecidas divisões: Lei, Profetas, Salmos (Lc 24.44). Era também chamado "A Palavra de Deus" (Mc 7.13; Jo 10.34,35). Note bem este título aplicado pelo próprio Senhor Jesus! Outro fato notável é a citação feita por Jesus em Mateus 23.35 que autentica todo o Antigo Testamento!
17. Os escritores do Novo Testamento reconhecem como canônicos os livros do Antigo Testamento, pois este é a miúdo citado naquele, havendo cerca de 300 referências diretas e indiretas. Os escritores do Novo Testamento referem-se ao cânon do Antigo Testamento como sendo oráculos divinos. (Compare Romanos 3.2; 2 Timóteo 3.16; Hebreus 5.12).
Cremos que, começando por Moisés, à proporção que os livros iam sendo escritos, eram postos no tabernáculo, junto ao grupo de livros sagrados. Esdras, como já dissemos, após a volta do cativeiro, reuniu os diversos livros e os colocou em ordem, como coleção completa. Destes originais eram feitas cópias para as sinagogas largamente disseminadas.
Data do reconhecimento e fixação do cânon do Antigo Testamento
Em 90 d.C. Em Jâmnia, perto da moderna Jope, em Israel, os rabinos, num concilio sob a presidência de Joha-nan Ben Zakai, reconheceram e fixaram o cânon do Antigo Testamento. Houve muitos debates acerca da aprovação de certos livros, especialmente dos "Escritos". Note-se porém que o trabalho desse concilio foi apenas ratificar aquilo que já era aceito por todos os judeus através de séculos. Jâmnia, após a destruição de Jerusalém (70 d.C.) tornou-se a sede do Sinédrio - o supremo tribunal dos judeus. Livros desaparecidos, citados no texto do Antigo Testamento
É digno de nota que a Bíblia faz referência a livros até agora desaparecidos. (Veja Números 21.14; Josué 10.13 com 2 Samuel 1.18; 1 Reis 11.41; 1 Crônicas 27.24; 29.29; 2 Crônicas 9.29; 12.15; 13.22; 26.22; 33.19.) São casos cujo segredo só Deus conhece. Talvez um dia eles venham à luz como o MSS de Qümram, Mar Morto, em 1947.
II. O CÂNON DO NOVO TESTAMENTO
Como no Antigo Testamento, homens inspirados por Deus escreveram aos poucos os livros que compõem o cânon do Novo Testamento. Sua formação levou apenas duas gerações: quase 100 anos. Em 100 d.C. todos os livros do Novo Testamento estavam escritos. O que demorou foi o reconhecimento canônico, isto motivado pelo cuidado e escrúpulo das igrejas de então, que exigiam provas concludentes da inspiração divina de cada um desses livros. Outra coisa que motivou a demora na canonização foi o surgimento de escritos heréticos e espúrios com pretensão de autoridade apostólica. Trata-se dos livros apócrifos do Novo Testamento, fato idêntico ao acontecido nos tempos do encerramento do cânon do Antigo Testamento.
A ordem dos 27 livros do Novo Testamento, como temos atualmente em nossas Bíblias, vem da Vulgata, e não leva em conta a seqüência cronológica. 58
Livros desaparecidos, citados no Novo Testamento. Há também livros mencionados no Novo Testamento até agora desaparecidos (1 Co 5.9; Cl 4.16).
a. Ás Epístolas de Paulo. Foram os primeiros escritos do Novo Testamento. São 13: de Romanos a Filemom. Foram escritas entre 52 e 67 d.C. Pela ordem cronológica, o primeiro livro do Novo Testamento é 1 Tessalonicenses, escrito em 52 d.C. 2 Timóteo foi escrita em 67 d.C, pouco antes do martírio do apóstolo Paulo em Roma. Esses livros foram também os primeiros aceitos como canônicos. Pedro chama os escritos de Paulo de "Escrituras" - título aplicado somente à Palavra inspirada de Deus! (2 Pe 3.15,16).
b. Os Atos dos Apóstolos. Escrito em 63 d.C, no fim dos dois anos da primeira prisão de Paulo em Roma (At 28.30).
c. Os Evangelhos. Estes, a princípio, foram propagados oralmente. Não havia perigo de enganos e esquecimento porque era o Espírito Santo quem lembrava tudo e Ele é infalível (Jo 14.26). Os Sinóticos foram escritos entre 60 a 65 d.C. Marcos, em 65. Em 1 Timóteo 5.18, Paulo, escrevendo em 65 d.C, cita Mateus 10.10. João foi escrito em 85. Entre Lucas e João foram escritas quase todas as epístolas. Note-se que Paulo chama Mateus e Lucas de "Escrituras" ao citá-los em 1 Timóteo 5.18; o original dessa citação está em Mateus 10.10 e Lucas 10.7.
d. As Epístolas, de Hebreus a Judas, foram escritas entre 68 e 90 d.C. Quanto à autoria de Hebreus, só Deus sabe de fato. Agostinho (354-430 d.C), bispo de Hipona, África do Norte, afirma que seu autor é Paulo. As igrejas orientais atribuíram-na a Paulo, mas as ocidentais, até o IV século recusaram-se a admitir isto. A opinião ainda hoje é a favor de Paulo. Orígenes (185-254) - o homem mais ilustre da igreja antiga, e, anterior a Agostinho - afirma: "Quem a escreveu só Deus sabe com certeza".
e. O Apocalipse. Escrito em 96 d.C, durante o reinado do imperador Domiciano.
Muitos livros antes de serem finalmente reconhecidos como canônicos foram duramente debatidos. Houve muita relutância quanto às epístolas de Pedro, João e Judas bem como quanto ao Apocalipse. Tudo isto tão-somente revela o cuidado da Igreja e também a responsabilidade que envolvia a canonização. Antes do ano 400 d.C, todos os livros estavam aceitos. Em 367, Atanásio, patriarca de Alexandria, publicou uma lista dos 27 livros canônicos, os mesmos que hoje possuímos; essa lista foi aceita pelo Concilio de Hipona (África) em 393.
Data do reconhecimento e fixação do cânon do Novo
Testamento
Isso ocorreu no III Concilio de Cartago, em 397 d.C. Nessa ocasião, foi definitivamente reconhecido e fixado o cânon do Novo Testamento. Como se vê, houve um amadurecimento de 400 anos.
A necessidade da mensagem escrita do Novo Testamento
A mensagem da Nova Aliança precisava ter forma escrita como a da Antiga. Após a ascensão do Senhor Jesus, os apóstolos pregaram por toda parte sem haver nada escrito. Sua Bíblia era o Antigo Testamento. Com o correr do tempo, o grupo de apóstolos diminuiu. O Evangelho espalhou-se. Surgiu a necessidade de reduzi-lo à forma escrita, para ser transmitido às gerações futuras. Era o plano de Deus em marcha. Muitas igrejas e indivíduos pediam explicações acerca de casos difíceis surgidos por perturbações, falsas doutrinas, problemas internos, etc. (Ver 1 Coríntios 1.11; 5.1; 7.1.)
Os judeus cumpriram sua missão de transmitir ao mundo os oráculos divinos (Rm 3.2). A Igreja também cumpriu sua parte, transmitindo as palavras e ensinos do Senhor Jesus, bem como as que Ele, pelo Espírito Santo inspirou aos escritores sacros. Ele mesmo disse: "Tenho muito que vos dizer... mas o Espírito de verdade... dirá tudo o que tiver ouvido e vos anunciará o que há de vir" (Jo 16.12,13).
Dão testemunho da existência de livros do Novo Testamento, em seu tempo, os seguintes cristãos primitivos, cujas vidas coincidiram com a dos apóstolos ou com os discípulos destes:
Clemente de Roma, na sua carta aos Coríntios, em 95 d.C. cita vários livros do Novo Testamento.
Policarpo, na sua carta aos Filipenses, cerca de 110 d.C, cita diversas epístolas de Paulo.
Inácio, por volta de 110, cita grande número de livros em seus escritos.
Justino Mártir, nascido no ano da morte de João, escrevendo em 140 d.C, cita diversos livros do Novo Testamento.
Irineu (130-200 d.C), cita a maioria dos livros do Novo Testamento, chamando-os "Escrituras".
Orígenes (185-254 d.C), homem erudito, piedoso e viajado, dedicou sua vida ao estudo das Escrituras. Em seu tempo, os 27 livros já estavam completos; ele os aceitou, embora com dúvida sobre alguns (Hebreus, Tiago, 2 Pedro, 2 e 3 João).
III. DATAS E PERÍODOS SOBRE O CÂNON EM GERAL
O Antigo Testamento foi escrito no espaço de mais ou menos 1.046 anos; de 1491 a 445 a.C, isto é, de Moisés a Esdras. A data 445 é apenas um ponto geral de referência cronológica quanto ao encerramento do cânon do Antigo Testamento. Se entrarmos em detalhes sobre o último livro do Antigo Testamento em ordem cronológica - Mala-quias, teremos uma variação de espaço de tempo como veremos a seguir. O Pentateuco, como já vimos, foi iniciado cerca de 1491 a.C. Malaquias, o último livro do Antigo Testamento por ordem cronológica, foi escrito após 445, no final do governo de Neemias e do sacerdócio de Esdras. Ora, isto foi a partir de 432, quando Neemias regressou a Jerusalém, procedente da Pérsia, para onde tinha ido em 434, a fim de renovar sua licença (Ne 13.6). É a partir desse ano que Malaquias entra em cena. Quando ele escreveu, talvez Neemias não estivesse mais na Palestina, porque não o menciona em seu livro, como fazem Ageu e Zacarias, profetas seus antecessores, os quais mencionam Zorobabel e Josué, respectivamente, governador e sacerdote dos repatriados. (Ver Zacarias capítulos 3 e 4 e Ageu 1.1.)
Malaquias não menciona nominalmente Neemias, apenas menciona o "Governador" (Ml 1.9). O próprio livro de Malaquias apresenta outras evidências internas que o colocam de 432 em diante, como passamos a mostrar:
a. Em Malaquias 2.10-16, vê-se que os casamentos ilícitos que Esdras corrigira antes de Neemias, em 516 (Ed 9 e 10), estavam ocorrendo outra vez. Isto coincide com o estado descrito em Neemias 13, acontecido em 432.
b. Em Malaquias 3.6-12, havia pobreza no tesouro do templo. Situação idêntica à de Neemias 13, reinante em 432.
c. As referências de Malaquias 1.13; 2.17; 3.14, indicam que o culto levítico já havia sido restaurado há bastante tempo. Essa restauração temo-la ampliada em Neemias 12.44 ss.
Portanto, Malaquias deve ter sido escrito cerca de 432 a.C. Repetimos o que dissemos há pouco: a data 445 é apenas um ponto geral de referência quanto ao encerramento do cânon do Antigo Testamento. Foi esse o ano em que Esdras iniciou seu grande ministério entre os repatriados de Israel. Se descermos a detalhes quanto ao livro de Malaquias, partiremos de 432. Malaquias é o último livro do Antigo Testamento, quanto à ordem cronológica. Quanto à disposição dos livros no corpo do cânon hebraico, o último livro é 2 Crônicas, como já mostramos.
O Novo Testamento foi completado em menos de 100 anos, pois seu último livro, o Apocalipse, foi escrito cerca de 96 d.C. Isto é, dá um total de 1.142 anos para a formação de ambos os Testamentos (1.046 + 96). (Leve-se em conta que a cronologia bíblica é sempre aproximada, pois os povos orientais não tinham um sistema fixo de computação de datas.)
Quando se fala do espaço total de tempo, que vai da escrita do Pentateuco ao Apocalipse, é preciso intercalar os 400 anos do Período Interbíblico ocorrido entre os Testamentos, o que dará um total de 1.542 anos (1.046 + 96 + 400). Por isso se diz que a Bíblia foi escrita no espaço de 16 séculos. Este é o período no qual o cânon foi completado. Noutras palavras: o cânon abrange na História um total de 1542 anos, porém foi escrito em 1.142 anos, aproximadamente.
IV. OS LIVROS APÓCRIFOS
Nas Bíblias de edição da Igreja Romana, o total de livros é 73, porque essa igreja, desde o Concilio de Trento, em 1546, incluiu no cânon do Antigo Testamento 7 livros apócrifos, além de 4 acréscimos ou apêndices a livros canô-nicos, acrescentando, assim, ao todo, 11 escritos apócrifos.
A palavra "apócrifo" significa, literalmente, "escondido", "oculto", isto em referência a livros que tratavam de coisas secretas, misteriosas, ocultas. No sentido religioso, o termo significa "não genuíno", "espúrio", desde sua aplicação por Jerônimo. Os apócrifos foram escritos entre Ma-laquias e Mateus, ou seja, entre o Antigo e o Novo Testamento, numa época em que cessara por completo a revelação divina; isto basta para tirar-lhes qualquer pretensão de canonicidade. Josefo rejeitou-os totalmente. Nunca foram reconhecidos pelos judeus como parte do cânon hebraico. Jamais foram citados por Jesus nem foram reconhecidos pela igreja primitiva.
Jerônimo, Agostinho, Atanásio, Júlio Africano e outros homens de valor dos primitivos cristãos, opuseram-se a eles na qualidade de livros inspirados. Apareceram a primeira vez na Septuaginta, a tradução do Antigo Testamento feita do hebraico para o grego. Quando a Bíblia foi traduzida para o latim, em 170 d.C, seu Antigo Testamento foi traduzido do grego da Septuaginta e não do hebraico. Quando Jerônimo traduziu a Vulgata, no início do Século V (405 d.C), incluiu os apócrifos oriundos da Septuaginta, através da Antiga Versão Latina, de 170, porque isso lhe foi ordenado, mas recomendou que esses livros não poderiam servir como base doutrinária.
São 14 os escritos apócrifos: 10 livros e 4 acréscimos a livros. Antes do Concilio de Trento, a Igreja Romana aceitava todo, mas depois passou a aceitar apenas 11: 7 livros e os 4 acréscimos. A Igreja Ortodoxa Grega mantém os 14 até hoje.
Os 7 livros apócrifos constantes das Bíblias de edição católico-romana são:
1) TOBIAS (Após o livro canônico de Esdras)
2) JUDITE (após o livro de Tobias)
3) SABEDORIA DE SALOMÃO (após o livro canônico
4) ECLESIÁSTICO (após o livro de Sabedoria)
5) BARUQUE (após o livro canônico de Jeremias)
6) 1 MACABEU
7) 2 MACABEU (ambos, após o livro canônico de Ma-laquias)
Os 4 acréscimos ou apêndices são:
1) ESTER (a Ester, 10.4 - 16.24)
2) CÂNTICO DOS TRÊS SANTOS FILHOS (a Daniel, 3.24-90)
3) HISTÓRIA DE SUZANA (a Daniel, cap. 13) e
4) BEL E O DRAGÃO (a Daniel, cap. 14)
Como já foi dito, dos 14 apócrifos, a Igreja Romana aceita 11 e rejeita 3, isto, após 1546 d.C. Os livros rejeitados são:
1) 3 ESDRAS
2) 4 ESDRAS E
3) A ORAÇÃO DE MANASSES
Os livros apócrifos de 3 e 4 Esdras são assim chamados porque nas Bíblias de edição católico-romana o livro de ESDRAS é chamado 1 ESDRAS; o de NEEMIAS, de 2 ESDRAS.
A Igreja Romana aprovou os apócrifos em 18 de abril de 1546, para combater o movimento da Reforma Protestante, então recente. Nessa época, os protestantes combatiam violentamente as novas doutrinas romanistas: do Purgatório, da oração pelos mortos, da salvação mediante obras, etc. A Igreja Romana via nos apócrifos bases para essas doutrinas, e, apelou para eles, aprovando-os como canôni-cos.
Houve prós e contras dentro da própria Igreja de Roma. Nesse tempo os jesuítas exerciam muita influência no clero. Os debates sobre os apócrifos motivaram ataques dos dominicanos contra os franciscanos. O cardeal Pallavaci-ni, em sua "História Eclesiástica", declara que em pleno concilio, 40 bispos, dos 49 presentes, travaram luta corporal, agarrados às barbas e batinas uns dos outros... Foi nesse ambiente "espiritual" que os apócrifos foram aprovados! A primeira edição da Bíblia romana com os apócrifos deu-se em 1592, com autorização do Papa Clemente VIII.
Os reformadores protestantes publicaram a Bíblia com os apócrifos colocando-se entre o Antigo e Novo Testamento; não como livros inspirados, mas bons para a leitura e de valor literário e histórico. Isto continuou até 1629. A famosa versão inglesa de King James,de 1611, ainda os conservou. Após 1629, os evangélicos os omitiram de vez nas Bíblias editadas, para evitar confusão entre o povo simples que nem sempre sabe discernir entre um livro canônico e um apócrifo.
A aprovação dos apócrifos pela Igreja Romana foi uma intromissão dos católicos em assuntos judaicos, porque, quanto ao cânon do Antigo Testamento, o direito é dos judeus e não de outros. Além disso, o cânon do Antigo Testamento estava completo e fixado há muitos séculos.
Entre os católicos corre a versão de que as Bíblias de edição protestante são falsas. Quem, contudo, comparar a Bíblia editada pelos evangélicos com a editada pelos católicos há de concordar em que as duas são iguais, exceto na linguagem e estilo, que são peculiares a cada tradução. O que alegam contra a nossa Bíblia é que lhe faltam livros e partes de outros, mas essa falta é de livros e de parte de livros apócrifos, como mencionamos.
OUTROS LIVROS APÓCRIFOS
Há ainda outros escritos espúrios relacionados tanto com o Antigo como com o Novo Testamento. São chamados pseudo-epigráficos. Os do Antigo Testamento pertencem à última parte do período interbíblico. Todos os livros dessa classe apresentam-se como tendo sido escritos por santos de ambos os Testamentos, daí seu título: pseudo-epigráficos. São na maioria, de natureza Apocalíptica. Nunca foram reconhecidos por nenhuma igreja.
Os principais do Antigo Testamento chegam a 26.
Os referentes ao período do Novo Testamento também nunca foram reconhecidos por ninguém como tendo cano-nicidade. São cheios de histórias ridículas e até indignas de Cristo e seus apóstolos. Essas histórias são muito exploradas pela gente simplória e crédula. Desse período há de tudo: evangelhos, epístolas, apocalipse, etc.
Os principais somam 24.
Os que estudam a Bíblia devem estar acautelados do seguinte, concernente aos livros canônicos e apócrifos em geral:
• Aos nossos 39 livros canônicos do Antigo Testamento, os católicos os chamam de protocanônicos.
• Os 7 livros, que chamamos de apócrifos, os católicos os chamam de deuterocanônicos.
• Os livros que chamamos de pseudo-epigráficos, eles os chamam de apócrifos.
QUESTIONÁRIO
1. Defina a palavra cânon nos sentidos literal e religioso.
2. Em que parte de Gálatas aparece a palavra cânon, no original?
3. Por que se diz dos livros da Bíblia que são canônicos?
4. Dê as três divisões do cânon hebraico, bem como a referência que as menciona no Novo Testamento.
5. Desde quando ficou completo o cânon do Antigo Testamento?
6. Descreva por que, no cânon hebraico, os nossos 39 livros resumem-se em 24.
7. De onde vem a nossa divisão do Antigo Testamento em 39 livros?
8. Por que Mateus 23.35 mostra que Gênesis era o primeiro livro do Antigo Testamento, e Crônicas o último?
9. Dê o espaço de tempo em que se formou o cânon do Antigo Testamento.
10. Mencione as datas aproximadas de início e do término da formação do cânon do Antigo Testamento.
11. Explique a diferença entre Alta Crítica e Baixa Crítica.
12. Dê o nome do homem de Deus que reuniu, selecionou e preservou os rolos sagrados, determinando, destarte, o cânon do Antigo Testamento.
13. Dê os dois nomes pelos quais era conhecido o Antigo Testamento nos dias de Jesus.
14. Quando e onde os rabinos reconheceram e fixaram o cânon do Antigo Testamento, ratificando, assim, aquilo que já vinha sendo aceito durante séculos?
15. Dê as datas gerais de escrita dos 4 Evangelhos, dos Atos, das Epístolas e do Apocalipse.
16. Cite o concilio e o ano em que foi reconhecido e fixado o cânon do Novo Testamento.
17. Por que era necessário ter o Novo Testamento em forma escrita?
18. Que fizeram os escritores cristãos primitivos no tocante à existência dos livros do Novo Testamento, ao escreverem suas obras?
19. Em que espaço de tempo foi formado o cânon do Novo Testamento?
20. Quanto tempo levou para serem escritos os 66 livros ca-nônicos, isto é, o cânon geral?
21. Quanto tempo medeia entre Gênesis e Apocalipse (re-ferentemente a serem escritos os livros)?
22. Quantos livros contêm as Bíblias de edição católico-romanas?
23. Dê os sentidos literal e religioso do termo "apócrifo".
24. Cite os 7 livros apócrifos e os 4 acréscimos a livros canô-nicos.
25. Cite o ano, bem como o concilio, em que os católico-romanos aprovaram os apócrifos.
26. Como são designados entre os católicos os livros canônicos, os apócrifos e os pseudo-epigráficos?
Nota: Dê respostas o mais completas possível. Escreva as respostas para melhor fixar o aprendizado. SUBSÍDIOS DA LIÇÃO 8 - CPADOBJETIVO GERAL - Demonstrar o nosso compromisso com a Palavra de DEUS.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Afirmar a autoridade da Bíblia;
Mostrar o zelo pela boa doutrina;
Pontuar os cuidados quanto aos modismos.
INTERAGINDO COM O PROFESSOR
O compromisso com a Palavra de DEUS é uma das nossas maiores preocupações como Movimento. Para nós, a Bíblia é inspirada e inerrante em toda sua dimensão e, por isso, é a única regra de fé e prática para vida cristã. Cremos que toda experiência espiritual genuína não pode contrariar a Palavra de DEUS. A Bíblia é a referência para avalizar toda experiência pessoal e coletiva. Ela é a bússola que norteia a nossa jornada espiritual. Por meio dela somos guiados pelo ESPÍRITO SANTO até o dia em que seremos arrebatados para estar para sempre com o Senhor. É preciso estar comprometidos integralmente com ela.
A razão de a Escola Dominical existir é ensinar a Palavra de DEUS a todas as pessoas. Eis, portanto, a mais importante causa para que todos os agentes dessa escola estajam comprometidos com a Bíblia Sagrada.
PONTO CENTRAL - Amamos a Palavra de DEUS e somos comprometidos com ela.
PARA REFLETIR - A respeito de “Comprometidos com a Palavra de DEUS”, responda:
Como DEUS se comunica conosco atualmente? Nós cremos que DEUS continua a se comunicar com o seu povo por meios dos dons espirituais (At 2.14-21).
O que significa “e perseveravam na doutrina dos apóstolos” (At 2.42)? Que os discípulos permaneciam seguindo o ensino dos apóstolos.
O que significa “modismo”? O significado de “modismo” é o que está na moda. Isso se aplica também no campo teológico. São os ventos de doutrina que vêm e se vão (Ef 4.14), que tem caráter efêmero, passageiro, “que para nada aproveitam”. Em outras palavras, são inúteis e inaproveitáveis.
Qual a preocupação do apóstolo Paulo com uso da frase “maneja bem a palavra da verdade”? A preocupação de Paulo é com o ensino correto da Palavra de DEUS, com base numa exegese sólida com a aplicação para a edificação espiritual da igreja.
Cessacionistas: Os que afirmam e ensinam que os dons espirituais cessaram nos dias atuais.
SÍNTESE DO TÓPICO I - Somos um povo que cremos na autoridade da Bíblia para nossa fé e prática.
SÍNTESE DO TÓPICO II - A nossa confissão de fé não é de autoria particular, pois expressa o pensamento e a vida da igreja. Esse documento é submetido às Escrituras e está em conformidade com elas.
SÍNTESE DO TÓPICO III - Devemos combater aos modismos, defendendo a nossa fé das seitas e heresias, refutando os erros contra os ensinos bíblicos e persuadindo os contradizentes para que se convertam ao Evangelho.
SUBSÍDIO DIDÁTICO-PEDAGÓGICO TOP1
Este tópico apresenta a autoridade das Escrituras. O comentarista menciona o termo latino Sola Scriptura, que quer dizer “Somente as Escrituras”. Ao introduzir o presente tópico, sugerimos que você faça um relato histórico a respeito da importância do evento histórico que ajudou a estabelecer o princípio da Sola Scriptura: o movimento da Reforma Protestante com Martinho Lutero. Cuidado com o tempo. Procure fazer isso no máximo em 10 minutos. Para isso, sugerimos que pesquise a obra “DEUS e o Seu Povo”, editada pela CPAD. Nela há um capítulo todo especial sobre o esse acontecimento histórico (p.121ss).
A ideia é que você mostre o quanto devemos zelar para não perder a simplicidade das Escrituras. O contexto do Movimento da Reforma mostra que quando se perde as raízes do cristianismo apostólico, perde-se também a credibilidade, a verdadeira espiritualidade e o temor a DEUS. E essas raízes apostólicas encontram-se nas Escrituras Sagradas. O Sola Scriptura é uma convocação para voltar a essas raízes.
SUBSÍDIO DOUTRINÁRIO TOP2
“Exortação à humildade e ao arrependimento (11.13-20). Zofar foi insensível até aqui, a ponto de ser ríspido em seu tratamento com Jó. Mas ele não entregou os pontos em relação ao seu antigo amigo como se fosse um caso perdido. Ainda existe a oportunidade de Jó recuperar-se da sua terrível condição. Visto que ele está certo de que algum pecado cometido por Jó é a raiz da sua condição e que o sofrimento de Jó resulta desse pecado, a resposta é simples. Jó deveria estar aberto e humilhar-se em relação ao seu mau procedimento. Isso exiger eparação, inclusive uma preparação apropriada do seu coração (13) para colocá-lo num relacionamento correto com DEUS. Estende as tuas mãos para ele subentende súplica em oração para remover a iniquidade da sua vida e do seu lar (13-14). Quando isso for feito, Jó estará apto a levantar o seu rosto sem mácula (15). Sua vida será mais radiante e alegre do que antes. Todas as causas do medo serão removidas, e em seu lugar haverá segurança e esperança em sua vida (17-19). Zofar pede para ele olhar em volta. Muitos acariciarão o teu rosto (19) significa: ‘Muitos procurarão o seu favor’ (NVI)” (CHAPMAN, Milo L.; PURKISER, W. T.; WOLF, Earl C. (et al). Comentário Bíblico Beacon: Jó a Cantares de Salomão. Rio de Janeiro: CPAD, 2014, p.50).
A nossa confissão de fé não é de autoria particular, pois expressa o pensamento e a vida da igreja.
SUBSÍDIO DOUTRINÁRIO TOP3
A Bíblia não apresenta modismos, mas verdades atemporais e eternas, conforme nos mostra da Declaração de Fé das Assembleias de DEUS: “São dois os propósitos das Escrituras Sagradas: revelar o próprio DEUS e expressar a sua vontade à humanidade. Pelo primeiro, dentre outras formas de revelação, DEUS graciosamente revelou a si mesmo pela Palavra: ‘Havendo DEUS, antigamente, falado, muitas vezes e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, a nós falou-nos, nestes últimos dias, pelo filho’ (Hb 1.1). Pelo segundo propósito, DEUS expressa claramente a sua vontade redentora a todos e a cada um dos seres humanos sem nenhuma acepção de pessoas, por meio da fé em JESUS CRISTO: ‘Porque nele se descobre a justiça de DEUS de fé em fé como está escrito: Mas o justo viverá da fé’ (Rm 1.17). Assim sendo, o Senhor JESUS CRISTO é o centro das Escrituras. Ele mesmo disse: ‘São estas as palavras que vos disse estando ainda convosco: convinha que se cumprisse tudo o que de mim estava escrito na Lei de Moisés nos profetas, e nos Salmos’ (Lc 24.44). Tudo o que precisamos saber sobre DEUS e a nossa redenção está suficientemente revelado em sua Palavra. Ela é o manual de DEUS para toda a humanidade, e suas instruções visam, também, à felicidade humana e o bem-estar espiritual e social de todos os seres humanos” (Declaração de Fé das Assembleias de DEUS. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2017, pp.27-28).
CONSULTE - Revista Ensinador Cristão - CPAD, nº 83, p. 40. Você encontrará mais subsídios para enriquecer a lição. São artigos que buscam expandir certos assuntos.
SUGESTÃO DE LEITURA - Declaração de Fé das Assembleias de DEUS; DEUS e o seu Povo; Explorando as Escrituras
CONSULTE - Revista Ensinador Cristão - CPAD, nº 84 p. 40.