Lição 10 - JESUS e o Dinheiro 2º trimestre de 2015 - JESUS, o Homem Perfeito: O Evangelho de Lucas, o Médico Amado. Comentarista da CPAD: Pastor: José Gonçalves
Complementos, ilustrações, questionários e vídeos: Ev. Luiz Henrique de
Almeida Silva
Questionário
NÃO DEIXE DE ASSISTIR AOS
VÍDEOS DA LIÇÃO ONDE TEMOS MAPAS, FIGURAS, IMAGENS E EXPLICAÇÕES DETALHADAS
DA LIÇÃO
http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/videosebdnatv.htm
Leia
http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/licao9-mordomia-financas.htm
e
http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/licao10-mordomia-amordomiadodizimo.htm
TEXTO ÁUREO"E, vendo JESUS que ele ficara muito triste, disse: Quão dificilmente entrarão no Reino de DEUS os que têm riquezas!" (Lc 18.24)
VERDADE PRÁTICA
As Escrituras não condenam a aquisição honesta de riquezas, e, sim, o amor a elas dispensado. LEITURA DIÁRIA Segunda - Lc 21.1-4 Riqueza e pobreza no tempo de JESUS CRISTO Terça - Lc 18.29,30 Generosidade e prosperidade segundo a Palavra de DEUS
Quarta - Lc 16.13 Os perigos de se ter as riquezas como senhor
Quinta - Lc 12.13-34 A vida do homem não consiste no seus bens
Sexta - Lc 7.36-50 Avaliando a verdadeira intenção do coração
Sábado - Lc 16.9 Não guardar tesouros na terra, mas no céu LEITURA BÍBLICA EM CLASSE - Lucas 18.18-24 18 - E perguntou-lhe um certo príncipe, dizendo: Bom Mestre, que hei de fazer para herdar a vida eterna? 19 - JESUS lhe disse: Por que me chamas bom? Ninguém há bom, senão um, que é DEUS. 20 - Sabes os mandamentos: Não adulterarás, não matarás, não furtarás, não dirás falso testemunho, honra a teu pai e a tua mãe. 21 - E disse ele: Todas essas coisas tenho observado desde a minha mocidade. 22 - E, quando JESUS ouviu isso, disse-lhe: Ainda te falta uma coisa: vende tudo quanto tens, reparte-o pelos pobres e terás um tesouro no céu; depois, vem e segue-me. 23 - Mas, ouvindo ele isso, ficou muito triste, porque era muito rico. 24 - E, vendo JESUS que ele ficara muito triste, disse: Quão dificilmente entrarão no Reino de DEUS os que têm riquezas! OBJETIVO GERAL Como mordomos que somos, ensinar o uso correto do dinheiro e dos bens confiados por DEUS a nós, à luz do ensino de JESUS. Pontuar o dinheiro, os bens e as posses na perspectiva secular e na cristã. Explicar o dinheiro, os bens e as posses na perspectiva do judaísmo do tempo de JESUS. Conhecer o que JESUS ensinou sobre o dinheiro, as posses e os bens. Conscientizar o aluno da importância de entesourar tesouros no céu. PONTO CENTRAL O dinheiro, os bens e as posses, na perspectiva de JESUS, não devem ser o significado último da vida. Resumo da Lição 10 - JESUS e o Dinheiro I. O DINHEIRO, BENS E POSSES NAS PERSPECTIVAS SECULAR E CRISTÃ 1. Perspectiva secular. 2. Perspectiva cristã. II. DINHEIRO, BENS E POSSES NO JUDAÍSMO DO TEMPO DE JESUS 1. Ricos e pobres. 2. Generosidade e prosperidade. III. DINHEIRO, BENS E POSSES NOS ENSINOS DE JESUS 1. JESUS alertou sobre os perigos da riqueza. 2. JESUS ensinou a confiança em DEUS. IV. DINHEIRO, BENS E POSSES NA MORDOMIA CRISTÃ 1. Avaliando a intenção do coração. 2. Entesourando no céu. SÍNTESE DO TÓPICO I - Na perspectiva secular, o dinheiro é apenas um elemento material; na cristã, as dimensões espiritual e material devem coexistir. SÍNTESE DO TÓPICO II - No judaísmo do tempo de JESUS havia dois grupos sociais, os ricos e os pobres; a ideia era de que os ricos prosperavam porque tinham o favor de DEUS. SÍNTESE DO TÓPICO III - JESUS ensinou sobre o dinheiro e alertou sobre o seu perigo. Por isso, os discípulos deviam colocar a sua confiança em DEUS. SÍNTESE DO TÓPICO IV - JESUS ensinou a respeito do uso correto do dinheiro, mostrando o cuidado que devemos ter com a avareza. JESUS, ao contrário dos rabinos, não associou a piedade com a prosperidade PARA REFLETIR
Sobre os ensinos do Evangelho de Lucas, responda:
Como é visto o dinheiro na cultura secular? Uma das formas mais comuns de enxergar o dinheiro, bens e posses na cultura secular é vê-los apenas como algo de natureza puramente material.
Como era a situação dos pobres nos dias de JESUS? Os pobres eram "o povo da terra" (Lc 21.1-4). Não possuíam nada e ainda eram oprimidos pelos ricos (Tg 2.6).
Como o judaísmo via as riquezas? A posse de bens materiais não era vista como um mal em si.
Como JESUS avaliava aqueles que possuíam riquezas? Ele avaliava não apenas as ações exteriores, mas sobretudo as atitudes interiores.
O que você pensa a respeito do ter dinheiro? É algo ruim ou bom? Resposta livre. A ideia é que o aluno responda sob a perspectiva bíblica ensinada na lição
CONSULTE Revista Ensinador Cristão - CPAD, nº 62, p. 41. Você encontrará mais subsídios para enriquecer a lição. São artigos que buscam expandir certos assuntos. SUGESTÃO DE LEITURA O que Todo Professor de Escola Dominical Deve Saber, Dicionário Bíblico Wycliffe, Dicionário Vine RESUMO RÁPIDO I. O DINHEIRO, BENS E POSSES NAS PERSPECTIVAS SECULAR E CRISTÃ 1. Perspectiva secular. Pessoas em geral - Puramente materialista. Vida financeira separada de DEUS. Judeus - Vida financeira indica favor de DEUS. O material é superestimado enquanto o espiritual é ignorado e suplantado. O homem vale o que tem. Dinheiro é rei, é deus. 2. Perspectiva cristã. No cristianismo as finanças estão entrelaçadas com o espiritual, na dependência de DEUS. O material e o espiritual caminham juntos, sendo que o espiritual se sobressai. O espiritual é eterno e tem maior valor, enquanto o material é efêmero e tem menor valor. O homem não vale pelo que tem, mas pelo que é, pela sua comunhão com DEUS. Dinheiro é servo. II. DINHEIRO, BENS E POSSES NO JUDAÍSMO DO TEMPO DE JESUS 1. Ricos e pobres. Classe governamental, herodianos, e sacerdotal estavam no topo da cadeia financeira. Líderes do exército e classe empresarial vinham em segundo (aristocracia). Classe comercial em terceiro. Classe pobre, oprimida e explorada pelos ricos, o povo em geral. 2. Generosidade e prosperidade.
Abraão, Salomão e Jó eram os exemplos de riqueza na sociedade judaica. Como os ricos ajudavam os pobres, orientados pelos sacerdotes que lucravam com eles, o povo então considerava sua riqueza como favor de DEUS. Para o povo - Rico - íntimo de DEUS, Pobre - longe de DEUS. Na verdade eram obras para justificação própria e não realizadas por amor. Obras mortas. III. DINHEIRO, BENS E POSSES NOS ENSINOS DE JESUS 1. JESUS alertou sobre os perigos da riqueza. JESUS separou riqueza de boas obras. Tanto um pobre pode ser bom, quanto um rico pode ser mal. Riqueza não indicava vida espiritual correta para JESUS, pelo contrário, podia indicar a falta dela. O amor ao dinheiro e às riquezas conduziam à idolatria a um deus chamado Mamon. 2. JESUS ensinou a confiança em DEUS. JESUS indica dependência total de DEUS e adverte para o perigo das riquezas que podem se tornar em laço para o crente. As riquezas dão a falsa sensação de segurança e de independência das coisas espirituais. Confiar nas riquezas para a saúde, alegria, paz e segurança é estar preso ao pecado de idolatria. IV. DINHEIRO, BENS E POSSES NA MORDOMIA CRISTÃ 1. Avaliando a intenção do coração. Avareza como amor exagerado e pecaminoso pelo dinheiro. JESUS valorizou o desprendimento do dinheiro em Maria, irmã de Lázaro e Marta; em Zaqueu, o publicano, na mulher pecadora com sua atitude de adoração. O que oferecemos a DEUS deve ser por amor e com alegria. 2. Entesourando no céu. A mordomia cristã indica serviço prestado a um senhor, sem esperar nada em troca. Serviço feito por amor e agradecimento. Nossos recursos e nossa vida devem ser aplicados na expansão do reino de DEUS na terra. Conclusão: Possuir riquezas pode ser considerado tanto bom quanto ruim, depende do uso que fazemos dessa riqueza. Nunca se deve procurar comprar o favor de DEUS, pois tudo o que recebemos de DEUS é pela graça, mediante a fé, não por obras para que ninguém se glorie. Sejamos mordomos fiéis com o uso das riquezas que DEUS nos proporcionar, e se não nos proporcionar riquezas, estejamos alegres por sermos livres de mais esta tentação e armadilha. COMENTÁRIOS DE ALGUNS LIVROS COM ALGUMAS MODIFICAÇÕES DO Ev. LUIZ HENRIQUE Moedas - Charles F. Pfeiffer, Howard F. Vos, John Rea - Dicionário Bíblico Wycliffe - CPAD
Antes do desenvolvimento da moeda corrente, os homens trocavam mercadorias e serviços utilizando a permuta. Suas palavras para gado e para dinheiro mostram o lugar central que o gado possuía nos sistemas romanos e israelitas de permuta. A palavra lat. pecunia (dinheiro) vem de pecus (gado), enquanto a palavra hebraica comum para gado, miqneh, pode significar "preço de compra" ou "posse (adquirida por meio de compra)", como acontece em Gêneses 17.12,13; 23.18; Levítico 25.16. Naturalmente, outras mercadorias e animais, como ovelhas e cabras, também eram usados nas permutas. Hirão foi pago em azeite e trigo por sua ajuda na edificação do Templo (1 Rs 5.11).
Com o passar do tempo, o homem passou a usar metais, principalmente o ouro, a prata e o bronze, como meio de troca. Alexandre Janeu (105-78 a.C.) foi o primeiro a usar o termo "rei" em suas moedas. Antígono Matatias (40-37 a.C), o último do macabeus, e o governante que antecedeu Herodes o Grande, cunhou uma moeda retratando um candelabro de sete hastes. Esta é a mais antiga representação conhecida do candelabro sagrado que pertencia ao Templo de Jerusalém. Muitas das moedas de Matatias eram uma liga contendo chumbo.
O período do NT. No NT, há várias referências gerais a dinheiro. A palavra grega nomisma expressa a metade da frase "moeda do tributo" (Mt 22.19). É um termo geral para dinheiro. O Senhor JESUS usou a palavra ao falar sobre a moeda utilizada para o pagamento do imposto individual (Mt 22.19-22; Mc 12.14-18; Lc 20.21-26). A palavra grega argyrion é traduzida tanto por "prata" (At 3.6; 20.33; 1 Pe 1.18) como por "dinheiro" (Mt 25.18,27; Lc 9.3; 19.15,23; At 8.20). Ela refere-se várias vezes às moedas de prata, sem que alguma moeda em particular seja especificada; por exemplo, as 30 moedas pagas a Judas (Mt 26.15; 27.3-9) e a queima de livros no valor de 50.000 moedas (ou peças) de prata em Éfeso (At 19.19). Ao dizer aos seus discípulos para não levarem ouro, prata ou cobre em suas missões de pregação, o Senhor JESUS pode ter-se referido a moedas ou ao suprimento de metais que poderia ser usado como dinheiro (Mt 10.9). Quando JESUS virou as mesas dos cambistas (Jo 2.15), João diz que ele derramou pelo chão o kerma ("dinheiro"). Referindo-se a dinheiro, geralmente moedas de cobre, este termo transmite a ideia de dinheiro de pouco valor. Outra palavra grega transmitindo às vezes a ideia de moedas de cobre ou de pouco valor é chalkos (Mateus 10.9, "cobre"; Marcos 6.8; 12.41, "dinheiro").
Como um exemplo final, o termo grego chrema ("dinheiro") é usado tanto para uma soma exata (como a quantia que Barnabé apresentou aos apóstolos em Atos 4.37), como para quantidades indefinidas (por exemplo, na tentativa de Simão de comprar o dom do ESPÍRITO com dinheiro, Atos 8.18,20; e no caso da esperança de Félix de receber um suborno de Paulo, Atos 24.26). Durante a era do NT, as moedas podiam ser emitidas pelo próprio Império Romano, por governadores romanos, reis locais e cidades livres. Algumas moedas romanas importantes que o General Pompeu introduziu em Israel em 63 a.C. representavam diretamente o governo e o imperador romano (cf. Mt 22.19-21). No entanto, a partir de 6 d.C, os governadores romanos podiam emitir moedas localmente em nome do imperador. O nome do governador não aparecia nestas emissões, e para não ofender os judeus elas geralmente levavam símbolos neutros tais como uma espiga de cevada, uma palmeira, um ramo de oliveira, folhas de uva e outras. No entanto, Pilatos antagonizava os judeus usando símbolos pagãos em algumas de suas moedas. Um exemplo é um lepton com o verso contendo as palavras, "Tibério César", e a vara mágica de um adivinho (a adivinhação foi proibida para os judeus em Deuteronômio 18.10). O verso tinha uma grinalda com as letras da data - LI Z - ao seu redor, indicando o 17° ano de Tibério, isto é, 30-31 d.C. A letra L era o símbolo egípcio para o ano, I e Z para 10 e 7 respectivamente. Foram encontradas moedas emitidas pelos governadores romanos Copônio (6-9 d.C), Valério (15-26), Pilatos (26-36) e Félix (52-59) (cf. J. A Thompson, The Bible and Archaeology, pp. 308-309). A classificação comum da dracma em menos de 20 centavos não é esclarecedora; com uma dracma era possível comprar uma ovelha, e, com cinco, um boi (Arndt, p. 205). A didrachma (didracma), uma moeda dupla ou de duas dracmas, era equivalente ao meio siclo judeu e era aceitável como o imposto anual do Templo para os indivíduos (Mt 17.24, com o sentido de tributo). O estater (estáter) que Pedro encontrou na boca do peixe (Mt 17.27) valia quatro dracmas, ou o equivalente ao imposto do Templo para duas pessoas.
A mina (Lc 19.13-25, gr. mna) era uma unidade monetária igual a 100 dracmas. A mina Ática valia de 18 a 20 dólares americanos nos tempos normais (Arndt, p. 526).
O talento (Mt 18.24; 25.15-28, gr. talanton) era outra grande medida de dinheiro. Era originalmente uma medida de peso, e o valor de um talento variava consideravelmente com a época, a região e o tipo de metal.
Várias moedas romanas também são mencionadas no NT. O denarion (denário, lat. denarius, que algumas versões traduzem como "centavo") era uma moeda de prata. Valia normalmente 18 centavos de dólar, mas Nero a desvalorizou, reduzindo seu valor para cerca de 8 centavos (Arndt, p. 178). O denarion era o salário diário comum de um trabalhador (Mt 20.2; cf. Mt 18.28; Jo 6.7; Ap 6.6). No século I d.C. ela era cunhada principalmente em Roma sob a direção imperial.
Quando os maliciosos fariseus e herodianos perguntaram ao Senhor JESUS se era legal que o imperador romano cobrasse dos judeus o imposto do censo (gr. kensos), Ele mandou que eles mostrassem a "moeda do tributo" (Mt 22.17-19). Então eles lhe trouxeram um dinheiro (ou denário), que era a moeda legal usada para pagar o imposto individual. Ele perguntou de quem era a imagem e a inscrição na moeda, a fim de estabelecer a base para sua resposta à tentativa de o surpreenderem em uma armadilha. O denário corrente teria sido inscrito em um latim abreviado de um lado, César, Filho Augusto do divino Augusto"; e do outro lado: "Pontifex Maximus" (isto é, sumo sacerdote), com sua mãe Lívia mostrada sentada no assento de Pax, segurando um ramo e um cetro. A moeda, portanto, representava para os judeus tanto o poder odioso do governo romano como o culto imperial blasfemo que divinizava o governante terreno, e exigia que ele fosse adorado. Contudo, o Senhor JESUS, com extraordinária habilidade, evitou condenar a cobrança de impostos dizendo aos líderes judeus: "Dai, pois, a César o que é de César e a DEUS, o que é de DEUS" (v. 21).
Os pardais ou passarinhos de Mateus 10.29 e Lucas 12.6 eram avaliados em termos de assarion (lat. assarius, "asse" ou "ceitil"). Uma moeda de cobre, que valia algo em torno de um sexto de um denário (denarion). O valor do kodrantes ou quadrante (lat. quadrans, Mt 5.26; Lc 12.59, chamado de "centavo" ou "ceitil") era um quarto do assarion, e o valor do cobre lepton era a metade do quadrante. O lepto que a viúva lançou nas ofertas do Templo (Mc 12.42; Lc 21.2 era a menor moeda em circulação.
As moedas das revoltas judaicas. Durante suas duas insurreições contra Roma, os judeus confeccionaram moedas em seu próprio nome. Em 66-70 d.C, eles cunharam moedas de um siclo de prata e de meio siclo de prata usando símbolos neutros que falavam da esperança de livramento dos judeus, e outras moedas em bronze (Y. Yadin, Masada, pp. 98, 108-109, 168-171). Lia-se na moeda de um siclo de prata a seguinte inscrição em hebraico antigo: "Siclo de Israel I"; e no verso: "Santa Jerusalém". Lia-se na moeda de bronze: "Ano 4"; o verso trazia um cálice e as palavras: "Pela Redenção de Sião" (J. A. Thompson, The Bible and Archaeology, pp. 310ss.).
Depois de esmagar a revolta judaica em 70 d.C, os romanos cunharam moedas com as letras "s.c", isto é, "com o consentimento do senado". De um lado elas mostravam a cabeça do imperador Vespasiano com seus títulos; o outro lado retratava uma mulher (representando a Judeia) debaixo de uma palmeira sob a guarda romana, e trazia as palavras: "Judaea Capta" (pode-se ver a figura e a legenda na obra de Y. Yadin, Masada, p. 215).
Durante sua revolta de 132-135 d.C. sob a liderança de Ben Kosebah (Bar Kochba), os judeus colocaram uma nova estampa sobre as moedas romanas, e confeccionaram algumas próprias, incluindo uma tetradracma de prata e um denário de prata. A tetradracma levava uma estrela acima do Templo e o nome "Simão" de um lado. O outro lado tinha a inscrição: "Pela Liberdade de Jerusalém", com uma árvore cítrica e seus galhos.
O denário trazia o nome "Simão" de um lado, e "Ano da Libertação de Israel" do outro (cf. Thompson, op. cit., p. 311).
Depois de sufocar esta rebelião, os romanos emitiram uma moeda especial mostrando o imperador com um par de bois arando as fronteiras de uma nova cidade, tendo a inscrição Colônia Aelia, o novo nome que eles deram a Jerusalém.
Uso arqueológico das moedas. Os historiadores estudam as moedas encontradas em escavações arqueológicas a fim de aumentar nosso conhecimento dos tempos bíblicos.
Algumas descrevem personagens históricas, como por exemplo, as moedas que mostram Tibério, Vespasiano e os reis herodianos. Outras, refletem os êxitos em assuntos regionais políticos e militares, por exemplo, a esperança de Israel pela independência e a conquista romana. As moedas também podem ajudar a determinar a data de ruínas arqueológicas. Por exemplo, a ocupação de um grande edifício na Jericó romana pode ser datada do final do século I a.C até aprox. 65 d.C. com base nas moedas ali encontradas, e que foram cunhadas por Herodes o Grande, Arquelau, Herodes Agripa e vários outros procuradores romanos (cf. James B. Pritchard, "The 1951 Campaign at Herodian Jericho", BASOR #123 [1951], p. 14ss.). As moedas encontradas em Qumran, onde os Rolos do Mar Morto foram copiados ou usados, mostram que o mosteiro esteve ocupado de forma intermitente. As ocupações ocorreram do início do século I a.C. até aprox. 37 a.C, e então de 4 a.C. a 68 d.C, e finalmente de 132 a 135 d.C. Moedas datadas de 66-70 d.C. indicam que a fortaleza Masada estava inabitada na época da primeira revolta judaica e esteve em contato com Jerusalém até 69-70 d.C. (Yadin, Masada, pp. 108, 168, 172). Charles F. Pfeiffer, Howard F. Vos, John Rea - Dicionário Bíblico Wycliffe - CPAD SALÁRIO Nossa palavra salário é uma transliteração da palavra latina para sal. Soldados romanos recebiam parte de seus proventos em sal. O cloreto de sódio (sal) tornou-se um importante item comercial. Compensação paga, em dinheiro ou bens, a um trabalhador contratado. A moeda não era o tipo mais comum de pagamento na Palestina antes do período grego. Nos tempos bíblicos, os homens eram contratados para diversos serviços, e apesar de geralmente receberem pelo dia de trabalho, existe uma referência que cita o pagamento anual (Is 16.14; 21.16). Os trabalhadores pagos eram homens livres, às vezes estrangeiros, porém eram pessoas pobres que haviam perdido suas terras.
Entre os trabalhadores pagos encontravam-se, entre outros, os trabalhadores agrícolas (Mt 20.1-16); pedreiros, marceneiros, e ferreiros, assim como aqueles que reparavam o Templo durante o império do rei Joás (2 Cr 24.12); enfermeiras (Ex 2.9), soldados (Lc 3.14); pastores (Jo 10.12) e pescadores (Mc 1.20). Até mesmo a contratação de meretrizes é mencionada (Ez 16.31). Um escritor estima que nos tempos do NT um dia comum de trabalho seria equivalente a alguns dólares. Estes pagamentos eram acordados caso a caso, considerando-se a qualificação.
Na parábola em Mateus 20.1-16 é feita menção a um homem pagando um "denário" ou um "dinheiro" por dia (antigo ouro romano ou moeda de prata) aos trabalhadores de sua vinha.
A lei de Moisés protegia os trabalhadores contra o tratamento injusto. O salário diário deveria ser pago na noite do mesmo dia e nunca deixado para a manhã seguinte (Lv 19.13; Dt 24.14ss.). Mas acredita-se que os servos contratados deveriam ter uma vida difícil (Jó 7.1ss.). Os empregadores nem sempre mantinham sua palavra, como no caso de Labão e Jacó (Gn 31.7). Os profetas denunciavam aqueles que retinham o salário ou que oprimiam o assalariado (Jr 22.13; Ml 3.5; cf. Tg 5.4).
O termo "salário" (galardão ou recompensa) é também utilizado de forma figurativa, como a compensação recebida por aqueles que trabalham na seara do Senhor JESUS CRISTO (que é composta por almas, João 4.36), e da morte como o salário do pecado (Rm 6.23).
Leon Morris, The Wages of Sin, Londres. Tyndale Press, 1954. N. B. B. - Vida Nova DINHEIRO, AMOR AO - Do grego philarguria, lit, "o amor à prata". Paulo exorta os cristãos a estarem contentes com o que têm, porque, em primeiro lugar, não trouxemos nada para o mundo quando nascemos, e não levaremos nada quando partirmos dele (1 Tm 6.7ss.). Em segundo lugar, as riquezas trazem muitas tentações. O amor ao dinheiro é a raiz, ou causa, de todos os males. Este era o pecado que constantemente afligia o jovem príncipe rico, e que o afastou de CRISTO (Lc 18.23ss.). Judas Iscariotes vendeu seu Senhor por 30 moedas de prata (Mt 26.15). Barnabé, ao contrário, tendo terras vendeu-as, trouxe o dinheiro, e depositou-o aos pés dos apóstolos (At 4.37). Ele não deu à sua riqueza a possibilidade de tornar-se um laço para sua vida. As Escrituras não condenam a posse das riquezas, mas consideram o crente que as possui como um mordomo, e não simplesmente como uma pessoa abastada. Ele deve distribuir o que tem para a glória de DEUS, e com a devida consideração pelas necessidades dos outros, tanto crentes como não crentes (1 Tm 6.17-19;G16.10;Fp2.4). Charles F. Pfeiffer, Howard F. Vos, John Rea - Dicionário Bíblico Wycliffe - CPAD O jovem rico (18:18-30) Lucas - Introdução e Comentário - Leon L. Morris - SOCIEDADE RELIGIOSA EDIÇÕES VIDA NOVA, Caixa Postal 21266, São Paulo-SP - www.vidanova.com.br 18. Somente Lucas nos conta que este homem era de posição. O termo é muito geral e, segundo Gerhard Delling, “denota oficiais romanos e judeus de todos os tipos.” Neste Evangelho, vê os oficiais como um grupo de pessoas distintas dos anciãos, dos escribas e dos principais sacerdotes. Não podemos, portanto, ser específicos e sugerir, por exemplo, que fosse um chefe de sinagoga (de qualquer maneira, visto que Mateus nos conta que ele era jovem, isto é improvável). Mas pelo menos fazia parte das classes dominantes. Sua saudação Bom Mestre, não era empregada entre os rabinos, porque atribuía ao homem um atributo que somente DEUS possuía (segundo Plummer, não existe no Talmude inteiro um só exemplo de um rabino sendo assim chamado). Era um gesto de lisonja impensada. Passou a perguntar o que deveria fazer para obter a vida eterna. Supunha que a vida eterna devesse ser merecida, e que fosse necessária alguma boa obra que não estava fazendo na ocasião. 19, JESUS passa a mostrar as falhas na posição do jovem. Ninguém é bom senão um só, que é DEUS não deve ser entendido como um repúdio do epíteto bom aplicado a Ele mesmo. Se fosse isto que queria dizer, JESUS decerto teria dito claramente que Ele era um pecador. Pelo contrário, estava convidando o oficial a refletir sobre o significado das suas próprias palavras. O que acabara de dizer tinha implicações a respeito da Pessoa de JESUS. Se Ele era bom, e se somente DEUS era bom, conforme concordava todo o ensino rabínico (ver sobre v. 18), então o oficial estava falando alguma coisa importante a respeito dEle. Longe de repudiar a divindade de JESUS, conforme alguns sustentam, a pergunta parece ser um convite para o jovem refletir sobre ela. Há também, provavelmente, ainda outra profundidade de significado na pergunta de JESUS (conforme sustentam estudiosos tais como Caird e Ellis). JESUS convida o jovem a refletir sobre aquilo que estava pedindo para si mesmo. A vida eterna que procurava era a vida na presença da temível pureza de DEUS. Se apenas refletisse sobre o que significava aquilo, decerto perceberia que estava totalmente despreparado para a benção que procurava. Passaria então a clamar por misericórdia, ao invés de buscar com complacência uma recompensa. A tragédia do jovem é que não percebia o significado do comentário, e muito menos correspondia a ele. 20,21. O oficial perguntara o que devia fazer, de modo que JESUS respondeu em termos de fazer. Dirige-o aos mandamentos. Se não quiser refletir sobre as implicações da bondade de DEUS, quem sabe se pensara qual é sua posição diante das exigências da Lei? Quando alguém leva a sério as exigências da Lei, está no caminho para chegar a CRISTO (G1 3:24). JESUS cita cinco mandamentos que tratam do nosso dever para com o nosso próximo, mas nenhum que trata daquele para com DEUS. Passara a ressaltar esta parte de outra maneira. O jovem nada vê de novo nos mandamentos, e tem certeza de que os guardou desde seus tempos de menino. Os rabinos sustentavam que a lei podia ser guardada na sua inteireza, e, por exemplo, R. Eliezer podia perguntar: “Akiba, eu tenho negligenciado qualquer coisa da Torá inteira?” (Sanhedrin 101a). A alegação do jovem, portanto, não era grotesca, embora fosse superficial. Demonstrava que não tinha pensado com suficiente profundidade sobre aquilo que significava a guarda dos mandamentos. 22. O jovem não tinha refletido sobre o significado da bondade de DEUS, nem se medira contra os mandamentos de DEUS com suficiente exatidão para perceber que não estava a altura dos padrões de DEUS. Agora JESUS deu um desafio que demonstrava que o jovem não estava a altura daquilo que era necessário. Mas a chamada para doar tudo era mais do que simplesmente um desafio dramático: demonstrava que o homem não entendera os mandamentos que professou ter guardado. O primeiro deles exige a adoração do DEUS único. Quando, porém, veio a ele a escolha, viu que nunca poderia servir a DEUS se tratasse de separar-se do seu dinheiro. Não era realmente DEUS que ocupava o primeiro lugar no seu coração. 23-25. Lucas não chega a dizer que o jovem recusou, somente que ficou muito triste. Mas está subentendida a recusa de enfrentar o desafio. JESUS passou a indicar que é muito difícil para os ricos entrarem no reino. Os afluentes sempre são tentados a depender das coisas da terra, e não acham fácil lançar-se sobre a misericórdia de DEUS (contrastar v. 13), O mesmo é verdadeiro, naturalmente, no que diz respeito aqueles cujas riquezas não são materiais: os intelectualmente destacados, os ricos em realizações morais e artísticas, e pessoas semelhantes. Tais pessoas sempre acham difícil depender de DEUS mais do que dos seus próprios esforços. Tentativas tem sido feitas para explicar as palavras de JESUS acerca do camelo e do fundo de uma agulha em termos de um camelo se espremendo por uma pequena porta lateral da cidade, ou por meio de sugerir o texto kamilon, “cabo”, em lugar de kamelon, “camelo.” Tais “explicações” são mal-orientadas. Deixam de perceber a lição. JESUS esta usando uma ilustração humorística. 26, 27, Tudo isto representa uma inversão das ideias aceitas. Sustentava- se comumente que as riquezas eram o sinal da benção de DEUS, de modo que o jovem rico tinha a melhor oportunidade para ter as coisas boas do mundo do porvir, assim como tinha neste mundo. Destarte, os que escutavam JESUS disseram: Sendo assim, quem pode ser salvo? Não perguntam: “Qual rico?” mas “Quem”? Se os ricos, com todas as suas vantagens, dificilmente podem ser salvos, que esperança há para os demais? JESUS deixa claro que não há mesmo. Mas o que o homem não pode fazer, DEUS pode. A salvação, para os ricos ou para os pobres, sempre é um milagre da graça divina. Sempre é a dádiva de DEUS. 28-30. Diante disto, Pedro disse: Eis que nós deixamos as nossas casas e te seguimos. Alguns entendem que a resposta de JESUS é humorística: “De modo caprichoso JESUS promete que aqueles que deixaram o lar e a família para o serviço do reino se acharão cuidando de uma família muito maior do que aquela que deixaram” (Caird). A maioria, no entanto, entende que as palavras significam que DEUS não fica devendo a homem algum. Se alguém abre mão de qualquer coisa por amor a DEUS, será compensado no presente muitas vezes mais, sem falar na recompensa da vida eterna, na era do porvir. Seria completamente fora de harmonia com esta passagem inteira entender estas palavras no sentido de que as pessoas podem seguir a JESUS tendo em vista a obtenção de benefícios terrestres. Se seu motivo é que podem lucrar, nem sequer começaram a entender o que significa o discipulado. Mas isto não significa que DEUS os abençoara com relutância. Onde houver o espírito de abnegação, ali DEUS supre todas as necessidades dos Seus servos (cf. Fp 4:19). Ryle pensa que devemos entender as palavras num sentido espiritual, pois “ 'As vezes a sabedoria de DEUS acha por bem permitir que um homem convertido sofra perda em coisas temporais na sua conversão.” Lucas - Introdução e Comentário - Leon L. Morris - SOCIEDADE RELIGIOSA EDIÇÕES VIDA NOVA, Caixa Postal 21266, São Paulo-SP - www.vidanova.com.br