Lição 1 - E deu dons aos homens, Ev. Luiz Henrique, 1ª Parte
Lição 1 - E deu dons aos homens
LIÇÕES BÍBLICAS -
2º Trimestre de 2014 - CPAD - Para jovens e adultos
Tema: Dons Espirituais e Ministeriais - Servindo a DEUS e aos
homens com poder extraordinário
Comentário: Pr. Elinaldo Renovato de Lima
Complementos, ilustrações, questionários e vídeos: Ev. Luiz Henrique de Almeida
Silva
Questionário
NÃO DEIXE DE ASSISTIR AOS VÍDEOS DA LIÇÃO
ONDE TEMOS MAPAS, FIGURAS, IMAGENS E EXPLICAÇÕES DETALHADAS DA LIÇÃO
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Acesse
esses vídeos para estudar sobre as lições deste trimestre
http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/donsdoespiritosanto.htm
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“Pelo que diz:
Subindo ao alto, levou cativo o cativeiro e deu dons aos homens” (Ef
4.11).
VERDADE
PRÁTICA
Os dons são
dádivas divinas para igreja cumprir sua missão até que o Noivo
venha busca-la.
Segunda - I Cor 12.4 Há
diversidade de dons
Terça - I Cor 12.20 Os dons
e a unidade da Igreja
Quarta - I Cor 12.11 A
concessão dos dons
Quinta - I Cor 12.27 Membros do corpo de CRISTO
Sexta - I Cor 12.31 Procurai
com zelo os melhores dons
Sábado - Ef 4.12 Os dons
são para aperfeiçoar os santos
LEITURA
BÍBLICA EM CLASSE -
Romanos 12.3-8;
1 Coríntios 12.4-7
3 - Porque, pela
graça que me é dada, digo a cada um dentre vós que não saiba
mais do que convém saber, mas que saiba com temperança, conforme
a medida da fé que DEUS repartiu a cada um. 4 - Porque assim
como em um corpo temos muitos membros, e nem todos os membros
têm a mesma operação, 5 - assim nós, que somos muitos, somos um
só corpo em CRISTO, mas individualmente somos membros uns dos
outros. 6 - De modo que, tendo diferentes dons, segundo a graça
que nos é dada: se é profecia, seja ela segundo a medida da fé;
7 - se é ministério, seja em ministrar; se é ensinar, haja
dedicação ao ensino; 8 - ou o que exorta, use esse dom em
exortar; o que reparte, faça-o com liberalidade; o que preside,
com cuidado; o que exercita misericórdia, com alegria.
4 - Ora, há
diversidade de dons, mas o ESPÍRITO é o mesmo. 5 - E há
diversidade de ministérios, mas o Senhor é o mesmo. 6 - E há
diversidade de operações, mas é o mesmo DEUS que opera tudo em
todos. 7 - Mas a manifestação do ESPÍRITO é dada a cada um para
o que for útil.
Interação - O comentarista das lições é o pastor Elinaldo
Renovato, autor de diversos livros publicados pela CPAD, líder
da Assembleia de DEUS em Parnamirim, RN, e professor
universitário.
Resumo da Lição 1 - E deu dons aos homens
I - OS DONS NA
BÍBLIA
1. No Antigo
Testamento.
2. No Novo
Testamento.
3. Uma dádiva
para a Igreja.
II - OS DONS DE
SERVIÇO, ESPIRITUAIS E MINISTERIAIS
1. Dons
relacionados ao serviço cristão.
2. Conhecendo os
dons espirituais.
3. Acerca dos
dons ministeriais.
III - CORINTO:
UMA IGREJA PROBLEMÁTICA NA ADMINISTRAÇÃO
DOS DONS
ESPIRITUAIS (1 Co 12.1-11)
1. Os dons são
importantes.
2. Diversidade
dos dons.
3.
Autossuficiência e humildade.
SINOPSE DO
TÓPICO (1) - Nas páginas do Novo Testamento os dons estão à
disposição de todos os crentes, com o propósito de edificar a
Igreja de CRISTO.
SINOPSE DO
TÓPICO (2) - Nenhum membro do corpo de CRISTO é autossuficiente,
dependemos de CRISTO, assim como dependemos uns dos outros. Para
que a Igreja, o corpo de CRISTO, seja edificada pelos dons
ministeriais é necessário que eles sejam utilizados para o
benefício de todos.
SINOPSE DO
TÓPICO (3) - Não existe um dom mais importante que o outro,
todos vêm diretamente de DEUS e são úteis para a edificação do
Corpo de CRISTO,
BIBLIOGRAFIA
SUGERIDA
HORTON, Stanley
M. A Doutrina do ESPÍRITO SANTO no Antigo e Novo Testamento. 12.
ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2012.
HORTON, Stanley
M. Teologia Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal. 1. ed. Rio
de Janeiro: CPAD, 1996.
PERGUNTA
- VOCÊ JÁ OROU POR UM PARALÍTICO E ELE ANDOU?
VOCÊ JÁ OROU POR UM CEGO E ELE PASSOU A VER? VOCÊ JÁ OROU POR UM
SURDO E ELE PASSOU A OUVIR? VOCÊ JÁ VENDEU UMA PROPRIEDADE SUA
PARA AJUDAR AOS IRMÃOS MAIS POBRES DA IGREJA? VOCÊ JÁ PASSOU POR
UM JEJUM PROLONGADO E OROU POR DIAS, EM FAVOR DE ALGUM IRMÃO(Ã)
DA IGREJA?
ESTES SÃO SINAIS
NORMAIS NUMA IGREJA QUE REALMENTE SERVE A CRISTO. O QUE ESTÁ
ACONTECENDO?
Observação minha - Ev. Luiz
Henrique - Todos, na igreja, podem e devem ser usados em
dons espirituais (dados pelo ESPÍRITO SANTO), mas nem todos
podem exercer um ministério (Pessoas escolhidas para liderarem a
Igreja). Todos podem e devem ser usados em dons espirituais e
todos podem e devem ter um dom de serviço na obra de DEUS, ou
seja, estarem desenvolvendo uma tarefa específica de serviço
(dada pelo PAI) dentro do corpo de CRISTO, que é a Igreja.
COMENTÁRIO/INTRODUÇÃO
DEUS, o Criador de todas as coisas,
do universo, dos seres vivos e do homem, compraz-se em ser um
doador de bênçãos. Faz parte de sua natureza divina, do seu
caráter e de sua essência, conceder dádivas ou dons ao ser
criado à sua imagem, conforme a sua semelhança. Ao criar o ser
humano, homem e mulher, deu-lhes o sopro divino, o primeiro dom,
o dom da vida.
DEUS propiciou a redenção da
humanidade, com a promessa da “semente da mulher” (Gn 3.15), que
haveria de ferir a cabeça da serpente, o Diabo e seus
seguidores. JESUS, a maior dádiva de DEUS à humanidade, nasceria
de uma mulher (cf. Is 7.14), para ser morto, em sacrifício pelo
homem perdido, e tornar-se o vencedor do pecado, da morte e do
Diabo. A salvação foi o maior dom de DEUS ao mundo (Jo 3.16). O
dom da vida eterna, em CRISTO JESUS.
Na Nova Aliança (Novo Testamento),
como parte do plano de DEUS, em CRISTO JESUS, Ele resolveu dar
“dons aos homens” (Ef 4.8), após sua vitória sobre a morte e
sobre todos os poderes do mal. Indo além dos “dons naturais”,
JESUS resolveu capacitar seus servos, integrantes de sua Igreja,
dando-lhes dons {carismas), que são postos à disposição de todos
os salvos, no seio da comunidade cristã.
Os dons são “ferramentas”, por assim
dizer, à disposição da igreja, para que essa exerça sua missão
profética, de proclamadora do evangelho de CRISTO, de modo
eficaz, contra “...os principados, contra as potestades, contra
os príncipes das trevas deste século, contra as hostes
espirituais da maldade, nos lugares celestiais” (Ef 6.12),
usando a “armadura do salvo”, na guerra espiritual sem tréguas a
que todo salvo é submetido. Neste estudo, veremos o que são os
dons, seu propósito e sua classificação, e como são postos à
disposição dos salvos em CRISTO JESUS.
Nunca foi tão necessária a
manifestação dos dons do ESPÍRITO SANTO, como nos dias atuais
visto que estamos vivendo numa sociedade corrompida pelo pecado
e enganada por falsos milagres e ensinamentos que contradizem o
verdadeiro evangelho de Nosso Senhor e Salvador JESUS CRISTO.
Existe em toda a Bíblia Sagrada pelo
menos quatorze palavras para referir-se a dons, cinco delas em
hebraico e nove em grego. Porém o apóstolo Paulo emprega a
palavra charisma, para indicar os dons do ESPÍRITO SANTO, as
suas graças, gratuitamente conferidas para a obra do ministério
(1 Co 12.4,9,28,30,31). A Palavra Charisma é usada por dezessete
vezes no Novo Testamento, com certas variedades de aplicação.
As habilidades dadas a cada pessoa
pelo ESPÍRITO SANTO são chamadas de dons espirituais. E capacita
a quem os recebe para ministrar às necessidades principalmente
do Corpo de CRISTO que é a Igreja. Nesta análise, de natureza
introdutória, chamamos de “dons de DEUS” a todos os carismas
concedidos por DEUS, de diversas formas, como recursos de origem
divina, que têm o propósito de capacitar os salvos em CRISTO
JESUS, como membros da Igreja, para que esta alcance sua Missão
e seus objetivos, definidos pelo seu Senhor, Cabeça e Mestre.
Elinaldo Renovato. Dons espirituais
& Ministeriais Servindo a DEUS e aos homens com poder
extraordinário. Editora CPAD. pag. 9-11.
Observação minha (Ev. Luiz
Henrique) - Existem Dons de DEUS PAI (dons de serviço - Rm
12.4-8), Dons de DEUS Filho JESUS CRISTO (dons ministeriais - Ef
4.11,12) e Dons do ESPÍRITO SANTO (dons espirituais - 1 Co
12.7-10)
DONS ESPIRITUAIS PARA O CRENTE
1Co 12.7 “Mas a manifestação do
ESPÍRITO é dada a cada um para o que for útil”.
PERSPECTIVA GERAL. Uma das maneiras
do ESPÍRITO SANTO manifestar-se é através de uma variedade de
dons espirituais concedidos aos crentes (12.7-11). Essas
manifestações do ESPÍRITO visam à edificação e à santificação da
igreja (12.7; ver 14.26). Esses dons e ministérios não são os
mesmos de Rm 12.6-8 e Ef 4.11, mediante os quais o crente recebe
poder e capacidade para servir na igreja de modo mais
permanente. Os dons aí tratados podem operar em conjunto, de
diferentes maneiras.
(1) As manifestações do ESPÍRITO
dão-se de acordo com a vontade do ESPÍRITO (12.11), ao surgir a
necessidade, e também conforme o anelo do crente na busca dos
dons (12.31; 14.1).
(2) Certos dons podem operar num
crente de modo regular, e um crente pode receber mais de um dom
para atendimento de necessidades específicas. O crente deve
desejar “dons”, e não apenas um dom (12.31; 14.1).
(3) É anticíclico e insensato se
pensar que quem tem um dom de operação exteriorizada (mais
visível) é mais espiritual do que quem tem dons de operação mais
interiorizada, i.e., menos visível.
Também, quando uma pessoa possui um
dom espiritual, isso não significa que DEUS aprova tudo quanto
ela faz ou ensina. Não se deve confundir dons do ESPÍRITO, com o
fruto do ESPÍRITO, o qual se relaciona mais diretamente com o
caráter e a santificação do crente (Gl 5.22,23).
(4) Satanás pode imitar a
manifestação dos dons do ESPÍRITO, ou falsos crentes disfarçados
como servos de CRISTO podem fazer o mesmo (Mt 7.21-23; 24.11,
24; 2Co 11.13-15; 2Ts 2.8-10). O crente não deve dar crédito a
qualquer manifestação espiritual, mas deve “provar se os
espíritos são de DEUS, porque já muitos falsos profetas se têm
levantado no mundo” (1Jo 4.1; cf. 1Ts 5.20,21).
OS DONS ESPIRITUAIS. Em 1Co 12.8-10,
o apóstolo Paulo apresenta uma diversidade de dons que o
ESPÍRITO SANTO concede aos crentes. Nesta passagem, ele não
descreve as características desses dons, mas noutros trechos das
Escrituras temos ensino sobre os mesmos.
(1) Dom da Palavra da Sabedoria
(12.8). Trata-se de uma mensagem vocal sábia, enunciada mediante
a operação sobrenatural do ESPÍRITO SANTO. Tal mensagem aplica a
revelação da Palavra de DEUS ou a sabedoria do ESPÍRITO SANTO a
uma situação ou problema específico (At 6.10; 15.13-22).
Não se trata aqui da sabedoria comum
de DEUS, para o viver diário, que se obtém pelo diligente estudo
e meditação nas coisas de DEUS e na sua Palavra, e pela oração
(Tg 1.5,6).
(2) Dom da Palavra do Conhecimento
(12.8). Trata-se de uma mensagem vocal, inspirada pelo ESPÍRITO
SANTO, revelando conhecimento a respeito de pessoas, de
circunstâncias, ou de verdades bíblicas. (At 5.1-10; 1Co
14.24,25).
(3) Dom da Fé (12.9). Não se trata
da fé para salvação, mas de uma fé sobrenatural especial,
comunicada pelo ESPÍRITO SANTO, capacitando o crente a crer em
DEUS para a realização de coisas extraordinárias e milagrosas. É
a fé que remove montanhas (13.2) e que frequentemente opera em
conjunto com outras manifestações do ESPÍRITO, tais como as
curas e os milagres (ver Mt 17.20; Mc 11.22-24; Lc 17.6).
(4) Dons de Curas (12.9). Esses dons
são concedidos à igreja para a restauração da saúde física, por
meios divinos e sobrenaturais (Mt 4.23-25; 10.1; At 3.6-8;
4.30). O plural (“dons”) indica curas de diferentes enfermidades
ou doenças e sugere que cada ato de cura vem de um dom especial
de DEUS. Os dons de curas não são concedidos a todos os membros
do corpo de CRISTO (cf. 12.11,30), todavia, todos eles podem
orar pelos enfermos. Havendo fé, os enfermos serão curados. Pode
também haver cura em obediência ao ensino bíblico de Tg 5.14-16
(ver Tg 5.15).
(5) Dom de Operação de Milagres
(12.10). Trata-se de atos sobrenaturais de poder, que intervêm
nas leis da natureza. Incluem atos divinos em que se manifesta o
reino de DEUS contra Satanás e os espíritos malignos (ver Jo
6.2).
(6) Dom de Profecia (12.10). É
preciso distinguir a profecia aqui mencionada, como manifestação
momentânea do ESPÍRITO da profecia como dom ministerial na
igreja, mencionado em Ef 4.11. Como dom de ministério, a
profecia é concedida a apenas alguns crentes, os quais servem na
igreja como ministros profetas. Como manifestação do ESPÍRITO, a
profecia está potencialmente disponível a todo cristão cheio
dEle (At 2.16-18).
Quanto à profecia, como manifestação
do ESPÍRITO, observe o seguinte:
(a) Trata-se de um dom que capacita
o crente a transmitir uma palavra ou revelação diretamente de
DEUS, sob o impulso do ESPÍRITO SANTO (14.24,25, 29-31). Aqui,
não se trata da entrega de sermão previamente preparado
(Observação minha - Ev. Luiz Henrique - e nem se trata de mandar
alguém profetizar, pois a profecia é manifestação sobrenatural -
não se pensa para falar).
(b) Tanto no AT, como no NT,
profetizar é proclamar a vontade de DEUS e exortar e levar o seu
povo à retidão, à fidelidade e à paciência (14.3).
(c) A mensagem profética pode
desmascarar a condição do coração de uma pessoa (14.25), ou
prover edificação, exortação, consolo, advertência e julgamento
(14.3, 25,26, 31).
(d) A igreja não deve ter como
infalível toda profecia deste tipo, porque muitos falsos
profetas estarão na igreja (1Jo 4.1). Daí, toda profecia deve
ser julgada quanto à sua autenticidade e conteúdo (14.29, 32;
1Ts 5.20,21). Ela deverá enquadrar-se na Palavra de DEUS (1Jo
4.1), contribuir para a santidade de vida dos ouvintes e ser
transmitida por alguém que de fato vive submisso e obediente a
CRISTO (12.3).
(e) O dom de profecia manifesta-se
segundo a vontade de DEUS e não a do homem. Não há no NT um só
texto mostrando que a igreja de então buscava revelação ou
orientação através dos profetas. A mensagem profética ocorria na
igreja somente quando DEUS usava um crente para isso (12.11).
(7) Dom de Discernimento de
Espíritos (12.10). Trata-se de uma dotação especial dada pelo
ESPÍRITO, para o portador do dom discernir e julgar corretamente
as profecias e distinguir se uma mensagem provém do ESPÍRITO
SANTO ou não (ver 14.29; 1Jo 4.1). No fim dos tempos, quando os
falsos mestres (ver Mt 24.5) e a distorção do cristianismo
bíblico aumentarão muito (ver 1Tm 4.1), esse dom espiritual será
extremamente importante para a igreja.
(Observação minha - Ev. Luiz
Henrique - Esse dom é muito útil para se descobrir
sobrenaturalmente a origem das mensagens e manifestações
sobrenaturais na Igreja, bem como, para se detectar a presença
de demônios nas pessoas e sua consequente expulsão).
(8) Dom de Variedades de Línguas
(12.10). No tocante às “línguas” (gr. glossa, que significa
língua) como manifestação sobrenatural do ESPÍRITO, notemos os
seguintes fatos:
(a) Essas línguas podem ser humanas
e vivas (At 2.4-6), ou uma língua desconhecida na terra, e.g.,
“línguas... dos anjos” (13.1; ver cap. 14). A língua falada
através deste dom não é aprendida, e quase sempre não é
entendida, tanto por quem fala (14.14), como pelos ouvintes
(14.16). (Observação minha - Ev. Luiz Henrique - existem 4 tipos
de línguas espirituais - Língua para falar como o estrangeiro -
1 Co 14, Língua de oração recebida no batismo para edificação
própria - 1 Co 14, língua para ser interpretada - 1 co 12 e
língua para intercessão - Rm 8).
(b) O falar noutras línguas como dom
abrange o espírito do homem e o ESPÍRITO de DEUS, que entrando
em mútua comunhão, faculta ao crente a comunicação direta com
DEUS (i.e., na oração, no louvor, no bendizer e na ação de
graças), expressando-se através do espírito mais do que da mente
(14.2, 14) e orando por si mesmo ou pelo próximo sob a
influência direta do ESPÍRITO SANTO, à parte da atividade da
mente (cf. 14.2, 15, 28; Jd 20).
(c) Línguas estranhas faladas no
culto devem ser, (Observação minha - Ev. Luiz Henrique - na
maioria das vezes, pois algumas vezes é normal que todos se
alegrem e falem em línguas juntos por um breve período de louvor
e adoração a DEUS) - seguidas de sua interpretação, também pelo
ESPÍRITO, para que a congregação conheça o conteúdo e o
significado da mensagem (14.3, 27,28). Ela pode conter
revelação, advertência, profecia ou ensino para a igreja (cf.
14.6).
(d) Deve haver ordem quanto ao falar
em línguas em voz alta durante o culto. Quem fala em línguas
pelo ESPÍRITO, nunca fica em “êxtase” ou “fora de controle”
(14.27,28). (Observação minha - Ev. Luiz Henrique - Paulo
recomenda falar consigo mesmo, ou seja falar bem baixinho só
para você mesmo ouvir, não atrapalhando outros a ouvirem a
pregação ou ensino da Palavra de DEUS).
(9) Dom de Interpretação de Línguas
(12.10). Trata-se da capacidade concedida pelo ESPÍRITO SANTO,
para o portador deste dom compreender e transmitir o significado
de uma mensagem dada em línguas. Tal mensagem interpretada para
a igreja reunida, pode conter ensino sobre a adoração e a
oração, ou pode ser uma profecia. Toda a congregação pode assim
desfrutar dessa revelação vinda do ESPÍRITO SANTO. A
interpretação de uma mensagem em línguas pode ser um meio de
edificação da congregação inteira, pois toda ela recebe a
mensagem (14.6, 13, 26). A interpretação pode vir através de
quem deu a mensagem em línguas, ou de outra pessoa. Quem fala em
línguas deve orar para que possa interpretá-las (14.13).
STAMPIS. Donald C. (Ed) Bíblia de
Estudo Pentecostal: Antigo e Novo testamento. Rio de Janeiro:
CPAD, 1995.
(Observação minha - Ev. Luiz
Henrique - Todos os dons espirituais foram manifestos por DEUS
no Antigo Testamento, mas não da forma como hoje que podem ser
manifestos por todos os crentes; lá só alguns poucos
privilegiados eram usados.
I- OS DONS NA BÍBLIA
1. No Antigo Testamento.
A palavra “dom” tem vários
significados no texto bíblico. No Antigo Testamento, escrito em
hebraico, há várias palavras que traduzem o sentido de “dom”.
Dentre elas, destacamos os termos mattan, com o sentido de
alguma coisa oferecida gratuitamente, ou “um presente”, como em
Provérbios 19.6; 21.14; ou como dote, dádiva (Gn 34.12). Há o
termo maseth, que também significa “presente”, “dádiva” (Et
2.18; Jr 40.5); a mais usada, no entanto, é minchach, que ocorre
duzentas e nove vezes, com o significado de “oferta”, “presente”
(SI 45.12; 72.10). Em todas as ocorrências, o sentido é sempre o
de algo que é dado ou oferecido gratuitamente. No Antigo
Testamento, os dons eram concedidos a pessoas específicas,
chamadas por DEUS para cumprir determinadas missões. Os dons não
estavam à disposição de todo o povo de DEUS.
Elinaldo Renovato. Dons espirituais
& Ministeriais - Servindo a DEUS e aos homens com poder
extraordinário. Editora CPAD. pag. 11-12.
DOM
1)- PALAVRAS ENVOLVIDAS.
A tradução dom envolve um grande
número de palavras hebraicas e gregas:
1. Mattan, palavra hebraica usada
por cinco vezes: Gên. 34:12; Núm. 18:11; Pro. 18:11: 19:6:
21:14. Esse termo, e seus derivados, dão a entender algo
oferecido gratuitamente (Pro. 19:6), a obtenção de um favor
(Pro. 18:16; 21:14), a expressão religiosa de ação de graças
(Num, 18:11), um dote (Gn. 34:12), a possessão de uma herança
(Gên. 25:6; H Crô. 21:3: Eze. 46:16,17) ou mesmo um suborno
(Pro. 15:27; Bel. 7:7).
2. Nisseth, «dom", «coisa elevada...
Essa palavra hebraica é usada por apenas uma vez, em 11 Sam..
19:42.
3. Maseth, «íom-, «peso»,
«elevação". Palavra hebraica usada por apenas duas vezes com o
sentido de dom: Est. 2:18 e Jer. 40:5.
4. Shochaâ, «suborno», «recompensa».
Palavra hebraica empregada por vinte e três vezes, como em Êxo.
23:8; Deu. 16:19; 11 Os, 19:7; Pro. 6:35; 17:8,23; Isa. 1:23;
Eze. 22:12.
5. Minchah, «oferta .., «presente".
Palavra hebraica usada por duzentas e nove vezes, embora apenas
por trinta e cinco vezes com o sentido de «dom" ou «presente».
Por exemplo: II Sam. 8:2,6; I Crô. 18:2,6; II Crô. 26:8; 32:23;
Sal. 45:12; Gn, 32:13,18,20,21; 33:10; Jz. 3:15,17,18; I Sam.
10:27: I Reis 4:21; II Reis 8:.8,9; 11 Cr. 9:24; Sal. 72:10;
Isa. 39:1: Os.10:6.
6: Didomi, «dar», que aparece por
quatrocentas e treze vezes no Novo Testamento, em todas as
conexões imagináveis, algumas vezes com a ideia de dar um
presente qualquer e outras vezes, sem esse sentido. Ver Mat.
4:9; 5:31; Mar. 2:26; Luc. 1:32: João 1:12; Rom. 4:20: I Cor.
1:4; Efé. 1:17: Heb. 2:13: Tia. 1:5; I João 3:23,24; Apo. 1:1;
2:7,10,17; 8:2; 9:1, etc.
7. Anéthama, «algo devotado a DEUS».
Palavra grega usada por sete vezes: Luc, 21:5: Atos 23:14; Rom.
9:3; I Cor. 12:3: 16:22; ou, 1:8,9.
8. Doma, «presente», que indica
algum presente sagrado ou profano. Vocábulo grego utilizado por
cinco vezes: Mat. 7:11: Luc. 11:13; Efé. 4:8 (Citando Sal.
68:19); Fil. 4:17.
9. Dôsis, «dom», indicando os
múltiplos dons de DEUS, dados a todos, uma palavra grega usada
por duas vezes: Fil. 4:15 e Tia. 1:17.
10. Dorea, que indica dons ou
presentes de vários tipos, sagrados ou profanos. Palavra usada
por onze vezes: João 4:10; Atos 2:38; 8:20; 10:45; Rom. 5:15,17;
H Cor. 9:15; Efé. 3:7; 4:7; Heb. 6:4.
11. Dorema, uma palavra geral para
«dom", usada em Rom. 5:16 e Tia. 1:17.
12. Merismôs, «dom.., palavra que se
deriva da ideia de dividir. Usada por duas vezes: Heb. 2:4 e
4:12.
13. Cháns, palavra que também
significa graça, mas que pode ter a ideia de «dom gratuito".
Usada por uma vez, em 2 Cor. 8:4, para indicar ofertas enviadas
para aliviar as necessidades dos santos.
14. Charism«, palavra para indicar
os dons do ESPÍRITO, as suas graças gratuitamente conferidas,
para a obra do ministério (I Cor. 12:4,9,28,30,31).
Além disso, enfoca o dom da graça de
DEUS, que nos traz a salvação (Rom, 5-:15,16). Essa palavra é
usada por dezessete vezes no Novo Testamento, com certa
variedade de aplicações. Ver também Rom, 1:11; 6:23; 11:29;
12:6; I Cor. 1:7; 7:7; II Cor. 1:11: I Tim. 4:14; 11 Tim. 1:6; I
Ped. 4:10. Essa palavra é usada principalmente para indicar
alguma espécie de dom espiritual ou divino.
2)- ATIVIDADE E ATITUDE DE QUEM DÁ.
Nas antigas sociedades neolíticas e
da era do bronze, conforme somos informados através das
evidências arqueológicas, a outorga de presentes era uma prática
comum. As razões para a doação de presentes eram variadas e isso
é refletido nas palavras hebraicas examinadas acima. Membros de
uma família se presenteavam mutuamente como sinal de estima e
amor. Esses presentes eram conferidos em ocasiões especiais,
como por ocasião dos noivados, dos casamentos, de nascimentos e
de morte. Também havia presentes dados a superiores, com a
finalidade de agradar e esses presentes, algumas vezes, assumiam
a natureza de suborno ou peita, quando algum favor especial era
buscado, ou quando se esperava evitar que algum castigo fosse
aplicado. A adoração religiosa requeria doações da parte dos
participantes, a fim de que pudesse ser mantido o culto.
CHAMPLIN, Russell Norman,
Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia. Vol. 2. Editora
Hagnos. pag. 211-212.
2. No Novo Testamento.
No Novo Testamento, escrito em
grego, a palavra “dom” assume de igual modo significados
diversos. O termo “doma” indica a oferta de um “presente”, “boa
coisa” (Mt 7.11); o “pão nosso” é uma dádiva de DEUS (Lc 11.13);
“dons”, concedidos por DEUS aos homens (Ef 4.8), com base no
Salmo 68.19. A palavra cháris indica “dom gratuito”, ou “graça”
(2 Co 8.4). O termo charisma é muito utilizado em estudos
bíblicos, pois tem o significado de “dons do ESPÍRITO”,
concedidos pela graça de DEUS, com propósitos muito elevados; é
relacionado ao termo ta charismata, utilizado em 1 Coríntios
12.4,9,28,30,31, que tem o sentido de “dons da graça”. Há o
termo grego ta pneumática, usado por Paulo, em 1 Coríntios 12.1;
14.1, que se refere a “dons espirituais”. Em o Novo Testamento,
os dons de DEUS estão à disposição de todos os que creem, com a
finalidade de promover graça, poder e unção à Igreja no
exercício de sua missão, de forma que CRISTO seja glorificado.
Elinaldo Renovato. Dons espirituais
& Ministeriais Servindo a DEUS e aos homens com poder
extraordinário. Editora CPAD. pag. 12.
Fl 4.15.Paulo aparentemente está
lembrando seus amigos filipenses de que eles ocupavam um lugar
único em suas atividades missionárias: nenhuma igreja se
associou (gr. ekoinõnèsen), isto é, na obra do evangelho, comigo
(Seesemann, op. cit., p. 33) no tocante a dar e receber, senão
unicamente vós outros.
Os filipenses deram e eles também
receberam, presumivelmente bens espirituais, da parte de Paulo
(como em 1 Co 9:11; cf. Rm 15:27). Eles haviam sustentado Paulo
em seus labores apostólicos, desde o começo. Até mesmo antes de
ele deixar a Macedônia, os filipenses estavam envolvidos em seu
duplo ministério.
(Observação minha - Ev. Luiz
Henrique - O que marcou o relacionamento de Paulo com os
filipenses foi que eles deram a parte material (de menor valor)
e receberam a espiritual (de maior valor - provavelmente Paulo
se relaciona aqui à salvação, ao batismo no ESPÍRITO SANTO e aos
dons que eles receberam pela imposição de mãos de Paulo como ele
impôs sobre Timóteo para que ele recebesse um dom do ESPÍRITO
SANTO.
LOPES. Hernandes Dias. Filipenses.
Editora Hagnos. pag. 180-181.
3. Uma dádiva para a Igreja.
Rm 12.6. Tendo, porem, diferentes
dons segundo a graça que nos foi dada - Os dons são vários; a
graça é uma só (Se profecia Ela, considerada um dom
extraordinário.
(Observação minha - Ev. Luiz
Henrique - Profecia é para edificação, exortação e consolação -
revela o relacionamento íntimo do crente ou a busca por esse
relacionamento por parte do descrente).
Rm 12.7. Se ministério - Como
diáconos. Se ensino Catecúmenos; para os quais Instrutores
particulares eram nomeados. Se exortação - Cuja responsabilidade
particular era incentivar os cristãos ao serviço e ao
conforta-los nas suas tribulações.
Rm 12. 8. O que preside - Aquele que
cuida do rebanho. Quem exerce misericórdia de todas as maneiras.
Com alegria - Regozijando-se quem tem tal oportunidade.
Wesley, John. Romanos: notas
explicativas. Editora Cedro. pag. 89-90.
Rm 12.6 — Dons. A palavra grega (chárisma)
é uma regência às habilidades determinadas por DEUS, as quais
deveriam ser utilizadas para edificar os membros do corpo de
CRISTO. Embora os dons de DEUS não possam ser cancelados ou
mudados (Rm 11.29), eles podem ser administrados e podem ser
desenvolvidos (1 Pe 4-10).
Profecia. Esta palavra é usada aqui
como uma referência geral a todos os dons espirituais que
envolvem o anúncio da Palavra de DEUS. Por exemplo, em 1 Co
14-3, o termo exortação é um dom relacionado à profecia. Em um
sentido mais estrito, profecia significa a revelação da vontade
de DEUS em uma situação particular (At 13.1-3).
Rm 12.7,8 — Ministério. Ou seja,
serviço. Aqui são nomeados sete dons de serviço: socorro,
misericórdia, fé, discernimento de espíritos, liderança,
administração e mordomia.
EarI D.
Radmacher: Ronald B. Allen: H. Wayne House.
O Novo Comentário Bíblico Novo Testamento com
recursos adicionais. Editora Central Gospel. pag. 394.
II- OS DONS ESPIRITUAIS E
MINISTERIAIS.
1. Os Dons relacionados ao
serviço cristão.
A Igreja, como “Corpo de
CRISTO”, precisa de poder, de unção e de manifestações espirituais, que se
expressam genuinamente através dos dons espirituais. Esses dons são
indispensáveis à unidade e à ação da Igreja, por diversas razões.
1) Na espera pela vinda de
JESUS. Em toda a sua história, desde sua fundação por JESUS CRISTO, a Igreja
tem sido a instituição mais atacada pelas forças do mal. Ela nasceu debaixo
da perseguição. Impérios humanos tentaram destruí-la, apagando seu nome da
face da terra. Filosofias humanistas e materialistas tentaram sufocá-la,
abafando sua mensagem; sistemas políticos totalitários e ateístas, a serviço
do Diabo, tentaram eliminar sua influência no mundo.
Os ataques contra a
integridade espiritual da Igreja continuam, ao longo dos séculos. Como Noiva
do Cordeiro, Ela precisa de poder para vencer às mais diferentes investidas
malignas, durante a espera pelo Noivo. Ainda que, no século XXI, haja, no
meio das igrejas locais, recursos que os primeiros cristãos não possuíam, em
termos teológicos, educacionais ou tecnológicos, o único recurso que lhe dá
condições de suplantar o império do mal é o Poder do ESPÍRITO SANTO. E este
poder se manifesta na operação sobrenatural dos dons espirituais.
2) Os dons espirituais fazem
a diferença. Na parábola das Dez Virgens (Mt 25.1-13), JESUS demonstrou a
seus discípulos que a chegada do Noivo poderia demorar. As cinco virgens
loucas representam a parte da Igreja que não estará preparada para esperar a
Volta de JESUS. As virgens prudentes representam os crentes salvos, que,
além de terem o “azeite” nas lâmpadas, ou em suas vidas e testemunho, têm
“azeite” nas vasilhas de reserva.
O “azeite” representa a
presença e o poder do ESPÍRITO SANTO na vida dos crentes que vão subir ao
encontro do Senhor JESUS CRISTO (cf. 1 Ts
4.16,17). Os dons
espirituais é que fazem a diferença, atuando no meio da igreja, nesses
“tempos trabalhosos” (2 Tm 3.1), em que a pecaminosidade e a rebeldia contra
DEUS estão aumentando. Há milhares e milhares de “igrejas”, mas só vão subir
ao encontro do Noivo os crentes salvos, santos e irrepreensíveis para a
vinda de JESUS (1 Ts 5.23).
3) Os dons podem ser
abundantes. A igreja de Corinto é um exemplo eloquente de que uma igreja
cristã pode experimentar a ocorrência de uma variedade enorme de dons
espirituais. Na introdução à sua primeira Carta aos Coríntios, Paulo tece
considerações elogiosas àqueles crentes, acentuando que nenhum dom
(espiritual) lhes faltava, “esperando a manifestação de nosso Senhor JESUS
CRISTO” (1 Co 1.7), que os haveria de confirmar até o fim para serem”
irrepreensíveis no Dia de Nosso Senhor JESUS CRISTO (1 Co 1.8).
4) Os dons são
indispensáveis à evangelização. A missão da Igreja, levada a efeito através
das igrejas locais, é de proclamar o evangelho. Nos tempos pós-modernos, a
incredulidade, a frieza e a indiferença pelo evangelho de CRISTO é tão
grande e tão latente, que, sem a manifestação espiritual de forma evidente,
as pessoas não vão saber discernir entre os falsos evangelhos e o verdadeiro
evangelho de JESUS. Sempre houve essa necessidade.
Nos primórdios da
evangelização, através de JESUS CRISTO, as pessoas criam nEle, a ponto de
multidões segui-lo, não só pela sua mensagem que tinha autoridade, e fazia
diferença (Jo 7.46), mas, principalmente, por causa dos sinais e prodígios
que Ele fazia.
Os dons espirituais devem
ser utilizados na igreja, respeitados os requisitos e condições
estabelecidos na palavra de DEUS.
1. OS DONS DEVEM SER
EXERCIDOS COM AMOR
A divisão da Bíblia em
capítulos só ocorreu em 1227 e, em versículos, em 1551.2 Quando se lê o
capítulo 12 de 1 Coríntios, sobre os dons espirituais e se passa para o
capítulo seguinte, sobre o amor cristão, tem-se a impressão de que são temas
distintos. Na verdade, originalmente, antes da divisão da Bíblia em
capítulos, o texto dos capítulos 12 a 14 trata do mesmo tema dos dons.
Paulo termina o capítulo 12,
com sua belíssima dissertação sobre os dons espirituais, com uma exortação
por demais relevante, dizendo: “Portanto, procurai com zelo os melhores
dons; e eu vos mostrarei um caminho ainda mais excelente” (1 Co 12.31 —
grifo nosso). Que “caminho ainda mais excelente” é esse? A resposta vem de
imediato, na ligação entre o último versículo do capítulo 12 e o primeiro
versículo do capítulo 13, quando o apóstolo dá sequência ao seu precioso
ensino sobre os dons espirituais. E afirma de modo peremptório: “Ainda que
eu falasse as línguas dos homens e dos anjos e não tivesse caridade, seria
como o metal que soa ou como o sino que tine. E ainda que tivesse o dom de
profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, e ainda que
tivesse toda a fé, de maneira tal que transportasse os montes, e não tivesse
caridade, nada seria” (1 Co 13.1,2).
2. OS DONS DEVEM SER USADOS
DE ACORDO COM A PALAVRA
A Palavra de DEUS deve ser a
referência número um para qualquer atividade ou manifestação na igreja?
“Lâmpada para os meus pés é tua palavra e luz, para o meu caminho” (SI
119.105). E o ESPÍRITO SANTO quem inspira a Palavra de DEUS e a seus
escritores. Logo, não há nenhuma justificativa para que um dom seja exercido
em desacordo com os preceitos da Palavra de DEUS.
3. OS DONS NÃO DÃO ORIGEM A
DOUTRINAS
A fonte primordial e única
de qualquer doutrina, na igreja cristã, é a Palavra de DEUS. É altamente
danoso para a integridade espiritual de qualquer igreja, quando um líder, ou
um outro membro da igreja, apresenta como doutrina aquilo que não tem
fundamento na Bíblia. Determinado obreiro ensinou que os crentes que possuem
internet estão em pecado. Para se dizer que algo é pecado é necessário
fundamentar na Palavra de DEUS. Na realidade, tal ensino é fruto de opinião
pessoal do líder. Do contrário, é imposição autoritária, que só traz
prejuízo à obra do Senhor. Ensinar que quem usa a internet de maneira
ilícita, para visualizar coisas que não agradam a DEUS, está pecando, é
correto, mas afirmar que possuir internet é pecado é abuso de autoridade
ministerial. Não há necessidade de outra fonte de doutrina além da Palavra
de DEUS (G1 1.8,9).
4. QUEM TEM UM DOM DEVE SER
MAIS HUMILDE
Os dons espirituais são
parte das riquezas sobrenaturais, concedidas pelo ESPÍRITO SANTO aos servos
do Senhor, com o objetivo de servir à igreja. Jamais o portador de um dom
deve orgulhar-se e portar-se de modo arrogante ou autoritário. Deve agir,
sabendo que “Temos, porém, esse tesouro em vasos de barro, para que a
excelência do poder seja de DEUS e não de nós” (2 Co 4.7). Nunca devemos
esquecer de que o ESPÍRITO SANTO glorifica a CRISTO e não ao homem (Jo
16.14). Se o que tem o dom não tiver essa consciência de humildade, poderá
perder a graça para usá-lo. DEUS não admite que o seu louvor seja
transferido para ninguém.
Elinaldo Renovato. Dons
espirituais & Ministeriais Servindo a DEUS e aos homens com poder
extraordinário. Editora CPAD. pag. 16-20.
2. Conhecendo os Dons
Espirituais.
I Cor 12.4-6 — Dons. A
palavra usada para dons, pela primeira vez, contrasta com pneumaúkon de 1
Coríntios 12.1. Charismata se refere a dons da graça de DEUS em cada
cristão, por meio dos quais DEUS pode fortalecer Seu povo. Diversidade
aparece nos versículos 4 ,5 e 6 sob a forma da mesma palavra grega. Observe
a diversidade na obra da Trindade. No versículo 4, o ESPÍRITO distribui cada
um deles ao cristão (1 Co 12.11). No versículo 5, o Filho de DEUS determina
ao cristão o modo específico como o dom é manifestado no corpo (1 Co
12.12-27).
No versículo 6, o Pai provê
a força ao cristão no exercício do dom (1 Co 12.28). DEUS opera Sua vontade
por meio de Seu povo de muitas maneiras. Ninguém foi colocado no corpo para
ser igual a outro membro nem para exercer a mesma função. O ESPÍRITO é o
mesmo [...] o Senhor é o mesmo [...] o mesmo DEUS. Embora as pessoas recebam
dons diferentes do Altíssimo, DEUS e Sua obra estão unidos. Sejam quais
forem os dons que diversas pessoas tenham ou não, o único DEUS opera todas
essas coisas (v. 11).
12.7-11 — A cada um para o
que for útil expressa o principal ensino de Paulo sobre a obra do ESPÍRITO.
DEUS opera nos cristãos para beneficiar todo o corpo, não simplesmente o
cristão isoladamente (v. 25,26). O cristão é um veículo por meio do qual
DEUS opera a fortificação e unidade de todo o corpo, e não a finalidade da
obra de DEUS.
Porque a um [...] e a outro.
As duas palavras gregas (allos [...] heteros) enfatizam a diversidade e
iniciam uma lista de charismata que são distribuídos por DEUS por todo o Seu
Corpo. Os vários charismata, ou dons da graça, são distribuídos para que
haja diversidade no corpo unificado.
Os vários dons — de ciência,
sabedoria, fé, de curar, operação de maravilhas, profecia, o dom de
discernir os espíritos, a variedade de línguas, a interpretação das línguas
— provavelmente, eram muito perceptíveis para os coríntios, mas é difícil
para nós, dois mil anos depois, conhecermos sua natureza exata.
12.12-31 — Paulo tenta
ajudar os cristãos coríntios carnais a abandonarem seus desejos carnais e
buscarem a unidade do corpo e servirem com os dons que DEUS lhes dera (v.
7,25,26).
12.12-14 — Porque [...] pois
[...] Porque. Observe o desenvolvimento da ideia enquanto o ESPÍRITO de DEUS
continua a dar a CRISTO a glória (Jo 16.12-14; 1 Co 12.3).
12.12.13 — Assim é CRISTO
também. A analogia do corpo humano ilustra a necessidade de unidade na
diversidade no Corpo de CRISTO.
12.13 — Um. O apóstolo
continua a enfatizar a unidade: um ESPÍRITO, um corpo, um ESPÍRITO.
Todos os cristãos são
batizados, formando o Corpo, na esfera do ESPÍRITO SANTO e, por isso, fazem
parte do Corpo de CRISTO, quer judeus, quer gregos, quer servos, quer
livres. Ninguém é superior a ninguém na Igreja de CRISTO; todos entram da
mesma forma: pela fé na promessa de Abraão (Gl 3.26-29). Cada um de nós tem
a mesma porção do mesmo ESPÍRITO de DEUS: todos temos bebido de um ESPÍRITO
(v. 13c).
Alguns dos coríntios —
provavelmente os pneumatikon (v. 1) — acreditavam que somente determinados
indivíduos com dons estavam, especialmente, em harmonia com o ESPÍRITO, mas
Paulo põe cada cristão em pé de igualdade no ESPÍRITO. Dificilmente, beber
se refere ao fato de todos participarem do mesmo cálice da ceia do Senhor. O
ESPÍRITO não somente nos envolve no batismo, mas, uma vez que temos bebido
dele, também habita em nós.
EarI D.
Radmacher: Ronald B. Allen: H. Wayne House.
O Novo Comentário Bíblico
Novo Testamento com recursos adicionais. Editora Central Gospel. pag.
433-435.
Outros assuntos podiam ser
adiados até que o apóstolo pudesse ser capaz de realizar seu plano de
visitar Corinto, mas o assunto abordado por ele nesta secção precisava ser
resolvido logo: Mas sobre as coisas espirituais, isto é, os dons e poderes,
irmãos, não quero que sejais ignorantes. Queria ensinar o uso correto dos
dons espirituais, exatamente assim como lhes dera a informação correta sobre
a celebração da ceia do Senhor. Pois com estes dons estava ligada certa
porção de perigo, visto que eram, falando de modo mais geral, fenômenos
sobrenaturais que procediam do ESPÍRITO e que pertenciam à Sua esfera. Ele,
para colocar seus ouvintes na posição correta frente à admoestação que está
para fazer, e para conservá-los no adequado estado de humildade quanto à sua
total falta de mérito na aceitação destes dons, lembra-os de sua anterior
situação gentia: Sabeis que uma vez éreis gentios, sendo levados aos ídolos
mudos, do modo como éreis conduzidos. Aqui estão expressos dois pensamentos,
a saber, que o paganismo é uma alienação do verdadeiro DEUS, e que ele é uma
escravidão da pior espécie.
Ser conduzido ao culto de
ídolos, os quais o apóstolo caracteriza como mudos, sem voz, Sl. 115. 5;
135. 16, caracteriza todo o mundo pagão. Os gentios são levados a este culto
tolo e fútil. Seus sacerdotes sabem muito bem do fato que o que afirmam não
tem fundamento. Conservam, porém, o povo sob supersticiosa escravidão.
Segundo o aceno de seus sacerdotes os gentios ignorantes se prostravam em
culto aos seus ídolos mortos, cuja mudez fazia parte de sua nulidade, e que
jamais retornaram com uma só resposta, não importando quão urgente fosse a
súplica. O conhecimento de sua situação anterior foi assim como sempre,
fazendo, por meio do contraste, aparecer em suas mentes a graça de DEUS de
modo ainda mais maravilhoso.
Os coríntios, porém, ainda
não entenderam exatamente a maneira como o ESPÍRITO de DEUS realizou Sua
obra em seus corações, como exercia Seu poder. Isto levou Paulo a prosseguir
na instrução deles. Por isso, para que pudessem formar um juízo correto das
operações e dos dons do ESPÍRITO, ele os informa que ninguém quando fala
pelo ESPÍRITO de DEUS diz: JESUS está amaldiçoado; e ninguém pode dizer:
JESUS é Senhor, se não somente pelo ESPÍRITO SANTO. Os espíritos da
falsidade e o da verdade estavam lutando entre si em Corinto, e aqui está
registrado o grito de guerra de cada partido. Aquilo que estava amaldiçoado
ou anátema, no sentido como usado pelos judeus, era votado a DEUS para a
destruição, como estando sob Sua maldição. Dizer que alguém ou alguma coisa
era anátema foi pronunciar o juramento da execração sobre a pessoa ou coisa
em questão. Os judeus fanáticos fizeram este seu brado em seu ataque
incessante contra a religião cristã, e a expressão tão chamativa foi capaz
de ser abarcada pelas hordas gentias sempre que foi colocada em movimento
qualquer demonstração contra os cristãos. Desde o princípio estava, pois,
certo que ninguém que usava esta forma de blasfêmia podia ser considerado
como alguém que falava pelo ESPÍRITO de DEUS. Sem interessar qual fosse
neste sentido sua pretensão, o fato permaneceu que um tal blasfemador estava
e precisava permanecer fora do âmbito do cristianismo até que mudasse
completamente. Nesse ponto também merece ser considerada a observação de
Lutero: “Pois o que ele aqui chama ‘amaldiçoar JESUS’ não é somente isto,
que uma pessoa blasfema publicamente e amaldiçoa o nome ou a pessoa de
CRISTO, como o fizeram os judeus ateus ou os gentios.... mas [isto também é
feito] quando qualquer um dentre os cristãos louva o ESPÍRITO SANTO, mas não
prega corretamente a CRISTO como o fundamento de nossa salvação, mas o
negligencia e o rejeita em favor de algo diferente, com o pretexto que isto
se deriva do ESPÍRITO SANTO e é muito melhor e mais necessário do que a
doutrina comum do evangelho.”15) Por outro, a sincera confissão: JESUS é
Senhor, é um produto de verdadeira fé, e por isso não pode ser feito pela
razão e força de qualquer pessoa. Cf. 1.Jo. 4. 2ss. É um reconhecimento de
CRISTO com a plena percepção de Sua obra da redenção, tal como operada pelo
poder do ESPÍRITO SANTO. Mas, visto que esta confissão pública é a obra
principal dos pastores cristãos, segue que estas obras do apóstolo se
aplicam a estes com força invulgar. “Chamar JESUS o Senhor é confessar-se
Seu servo e só buscar sua honra, como alguém que foi enviado por Ele ou que
tem Sua palavra e mandamento. Pois aqui ele fala principalmente do ofício
que prega de CRISTO e que traz Seu mandamento. Onde este ministério está em
uso e dirige as pessoas a CRISTO (como para o Senhor), isto com certeza é a
pregação do ESPÍRITO SANTO.... Desta forma também não pode ser feito sem o
ESPÍRITO SANTO, quando qualquer cristão em seu labor ou em sua situação
chama com toda sinceridade CRISTO seu Senhor, isto é, conclui com certeza
que nisso O está servindo.”16)
Esta unidade na fé e na
confissão traz agora ricos frutos em “distribuições de dons da graça,
serviços e trabalhos”: Mas há distribuições, diversidades, variedades de
dons, mas o mesmo ESPÍRITO; e há variedade de ministérios, mas o mesmo
Senhor; e há variedades de efeitos, mas o mesmo DEUS que opera, que realiza,
tudo em todos. Aqui o apóstolo contrasta os ídolos mudos dos gentios com o
DEUS trino onipotente dos cristãos, sendo que o primeiro é incapaz de falar
ou de exercer qualquer poder, mas o último se revela com onipotente poder na
igreja e na congregação dos santos. O ESPÍRITO, o Senhor e DEUS Pai estão
incessante e graciosamente ativos na edificação da igreja por meio dos
talentos que concederam aos cristãos individuais. Todos os eminentes dotes,
qualificações, capacidades dos cristãos, e que são algo particular à sua
condição como cristãos, sejam os de curar, de milagres, de línguas, de
profecia, de excelente exposição da Bíblia, de edificante aplicação da
palavra, são concedidos pelo ESPÍRITO SANTO, por aquele um ESPÍRITO. E estes
dons maravilhosos da graça são aplicados na igreja nos vários ofícios e
ministérios, que são as múltiplas funções e esferas de trabalho, Ef. 4.12,
mas sempre sob a direção do único Senhor, JESUS CRISTO, o Rei da Igreja, e
afeitos a Ele. É no interesse Dele que os cristãos sempre deviam usar seus
dons, cada um sem exceção qualquer na forma como CRISTO lhos repartiu. Pois,
somente quando os vários dons, nos multiformes ofícios e postos, forem
usados no serviço do único Senhor, será alcançado o propósito do Senhor
quando concedeu os dons. Desta forma há, finalmente vários efeitos das
atividades dos cristãos, proporcionais aos dons e à sua posição de trabalho.
Mas é um só DEUS que constantemente efetua tudo quanto é necessário para o
bem de Sua igreja, e Ele reparte a todos os verdadeiros cristãos
incessantemente do rico tesouro dos Seus dons. Desta forma o DEUS trino é o
manancial de toda graça e poder na igreja, sendo o despenseiro imediato de
todo bem e dom perfeito. “O ESPÍRITO acende o fogo dos dons da edificação, o
Filho direciona os raios dos ministérios da edificação, o Pai cria o calor
das forças de edificação: Numa essência indivisa o DEUS trino governa Sua
igreja; que insulto causar divisões em seu meio!”17)
KRETZMANN. Paul E.
Comentário Popular da Bíblia Novo Testamento. Editora Concórdia Publishing
House.
«...a respeito...»
Provavelmente uma referência à inquirição feita pelos crentes de Corinto, em
uma missiva dirigida a Paulo, como também se vê em I Cor. 7:1. Ou então essa
expressão pode ser uma simples designação de modificação de assunto, em que
se passaria para outro tema.
«...não quero que sejais
ignorantes...» Essa fórmula paulina indica os assuntos que merecem nossa
cautelosa atenção. (Ver I Cor. 10:1 e comparar com Rom. 1:13; 11:25; II Cor.
1:8; I Tes. 4:13). Porém, também pode estar subentendido que a despeito de
todo o seu pretenso conhecimento, bem como da posse de tais dons, devido ao
seu abuso, faltava-lhes o conhecimento essencial a respeito desses dons e de
seu propósito. Aqueles coríntios vinham usando os dons espirituais para sua
própria exaltação, como parte de suas facções e de sua adoração a «heróis»,
ao invés de fazerem-no para a glória de CRISTO. Ora, isso era uma
«ignorância» essencial sobre a questão da natureza e do uso dos dons
espirituais.
«...irmãos...» Essa palavra
é de vez em quando usada por Paulo para suavizar suas declarações ásperas,
mostrando seu afeto, reconhecendo que estava identificado com eles, em
CRISTO, conforme tem sido frequentemente empregado em outros trechos desta
epístola. (Ver I Cor. 1:11,26; 2:1; 3:1 e 10:1). Paulo também empregou a
expressão «meus amados», em I Cor. 10:14. Mas, em I Cor. 11:1, volta ele a
empregar a palavra «irmãos».
«...ignorantes...», isto é,
acerca dos meios, dos usos e dos propósitos dos dons espirituais,
especialmente em face do fato que servem para exaltar a JESUS CRISTO e devem
proceder da parte do ESPÍRITO SANTO (ver o terceiro versículo deste
capítulo), em contraste com sua anterior idolatria, que envolvia todas as
modalidades de elementos prejudiciais (ver o segundo versículo). Os
verdadeiros dons espirituais e seu devido emprego devem ser encarados como
um sinal digno de confiança que os crentes de Corinto tinham abandonado sua
adoração idólatra, pertencendo agora a um novo Senhor. Porém, os abusos por
eles cometidos punham tudo isso em dúvida.
O grande derramamento do
ESPÍRITO, que se observa na posse e uso dos autênticos dons espirituais, é
tema da profecia de Joel. Até mesmo a antiga literatura judaica se referia
ao mesmo como sinal da «nova era». Porém, o emprego desses dons espirituais
deve ser feito de acordo com regras espirituais, pois, de outro modo, nada
significarão.
«Tendo os crentes de Corinto
se desviado de um cristianismo simples, prático, agora empregavam os dons do
ESPÍRITO sem qualquer preocupação de edificarem a igreja. Antes, davam maior
valor às características mais espetaculares, aquelas que eram capazes de
mais facilmente impressionar os sentidos. Por essa razão é que Paulo se
sentiu constrangido a instruí-los no ‘verdadeiro e correto uso desses dons,
advertindo-os contra a possibilidade de confundir a inspiração genuína com a
excitação fanática (Neander, in loc.).
CHAMPLIN, Russell Norman, O
Novo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Candeias. Vol.
4. pag. 189-190.
3. A cerca dos dons
Ministeriais.
Ministérios são serviços ou
funções exercidos na igreja local, como parte do Corpo de CRISTO, que é a
sua Igreja. No âmbito cristão, ministérios são serviços que devem ser
exercidos por pessoas que tenham a mentalidade de servas de CRISTO. Quem não
pode ser servo não pode ser ministro na Igreja de CRISTO. Ele disse que não
veio para ser servido, mas para ser servo (Mt 20.28).
O LADO ESPIRITUAL DA IGREJA
Igreja de JESUS CRISTO é
espiritual e humana. No lado espiritual, precisa de poder espiritual, de
sabedoria espiritual, de capacitação espiritual. Daí, a necessidade dos dons
espirituais, como foi visto no item anterior. O lado espiritual reflete a
natureza da Igreja como organismo, ou o Corpo de CRISTO, Paulo discerniu bem
o aspecto espiritual da Igreja, como organismo espiritual ao dizer: “Antes,
seguindo a verdade em caridade, cresçamos em tudo naquele que é a cabeça,
CRISTO, do qual todo o corpo, bem ajustado e ligado pelo auxílio de todas as
juntas, segundo a justa operação de cada parte, faz o aumento do corpo, para
sua edificação em amor” (Ef 4.15,16).
O LADO HUMANO DA IGREJA
No lado humano, a Igreja
precisa de liderança. E esta não pode ser exercida apenas pela capacidade
humana, intelectual, teológica, por mais que tais capacitações sejam
importantes. A liderança eclesiástica deve ser espiritual, ministerial e
administrativa. Os ministérios ou serviços (gr. diakonion), indispensáveis
ao ordenamento e o funcionamento da igreja dependem da graça de DEUS. Os
dons ministeriais fortalecem a unidade da Igreja, atuando de modo
equilibrado ao lado dos espirituais. Os líderes cristãos podem ter formação
secular ou teológica, mas não podem prescindir da legitimação através dos
dons que os capacitam para liderar o Corpo de CRISTO na Terra. Antes de
tudo, precisam ter convicção da chamada de DEUS para serem servos-líderes.
JESUS, o Dono e Senhor da
Igreja, só dá dons a homens que têm esse perfil de homens-servos. Os dons
espirituais estão à disposição de todos os crentes, de todos os salvos. Mas
os dons ministeriais são específicos para homens que têm a chamada de DEUS
para o ministério de servir à Igreja.
Elinaldo Renovato. Dons
espirituais & Ministeriais Servindo a DEUS e aos homens com poder
extraordinário. Editora CPAD. pag. 20-21.
Ef 4.11. Paulo passa a falar
agora dos dons específicos que Ele deu aos homens. A luz dos versículos 7, 8
não devemos entender concedeu como um mero equivalente para “designou”.
Todos, em seus ministérios particulares, são dons de DEUS à Igreja. “Devemos
a CRISTO o fato de termos ministros do evangelho”, diz Calvino. A Igreja
pode indicar homens para diferentes trabalhos e funções, mas, a menos que
tenham os dons do ESPÍRITO e sejam, portanto, eles mesmos os dons de CRISTO
à Sua Igreja, sua indicação será sem valor. A expressão também “serve para
lembrar aos ministros que os dons do ESPÍRITO não são para enriquecimento
pessoal, e sim para enriquecimento da Igreja” (Allan).
Se esta epístola tivesse
sido escrita numa data posterior, conforme o pensamento de alguns, seria
quase impossível não existir referência ao ministério local dos bispos,
presbíteros e diáconos, os quais se tornaram da maior importância para a
Igreja. Assim, o apóstolo não está pensando nos ministros de CRISTO em seus
ofícios, mas sim em seus dons espirituais específicos e suas tarefas, e
havia muitos que não estavam limitados a uma determinada localidade no
exercício de suas funções para a edificação da Igreja. Este fato explica a
seleção que encontramos aqui e na lista semelhante em 1 Coríntios 12:28.
Em primeiro lugar estavam os
apóstolos. A palavra apóstolos é usada no Novo Testamento com três sentidos
diferentes. Podia significar simplesmente um mensageiro, como é
aparentemente o caso em Filipenses 2:25 sentido esse que podemos deixar de
lado aqui. Era usada acima de tudo para os doze, que por todo o Novo
Testamento ocuparam uma posição especial e preeminente (1 Co 15:5; Ap
21:14). Mas lemos a respeito de outros como apóstolos, não apenas o próprio
Paulo e Barnabé (At 14:14), mas também Tiago, o irmão do Senhor (G1 1:19),
Silas (1 Ts 2:7), e Júnias e Andrônico que são mencionados apenas em Romanos
16:7. De fato, parece terem existido alguns que podem ser verdadeiramente
chamados de apóstolos (1 Co 15:7), mas que não conhecemos nem de nome. De
acordo com as palavras de Paulo em 1 Coríntios 9:1 parece que uma das
qualidades para o apostolado era a de ter visto o Senhor JESUS ressurreto, e
de ter sido enviado por Ele, e, dessa forma, ter assumido pessoalmente o
compromisso como membro considerado fundador (Ef 2:20), consagrado ao
trabalho de edificação da Igreja. 1 Se a qualificação para ser apóstolo era
a de ter visto o Senhor ressurreto e de ter sido enviado por Ele, a prova de
ser apóstolo eram seus labores no poder de CRISTO, inclusive “por sinais,
prodígios e poderes miraculosos” (2 Co 12:12).
Os profetas (veja comentário
sobre 2:20 e 3:5) estavam intimamente associados a eles na obra da
edificação da Igreja a partir de seus fundamentos e eram, portanto,
essenciais como dons de CRISTO à Igreja. É difícil, para nós, ver de uma
forma isolada o ministério dos profetas, mas eles se destacam claramente no
Novo Testamento como homens de fala inspirada, cujo ministério da palavra
foi da máxima importância para a jovem Igreja. As vezes podiam prever o
futuro, como em Atos 11:28 e 21:9, 11, mas tal como os profetas do Antigo
Testamento, sua grande obra era proclamar a palavra de DEUS. Isto podia
acontecer quando mostravam os pecados dos homens com poder convencedor (1 Co
14:24), ou quando fortaleciam a Igreja pela palavra de exortação. Esta
segunda ideia está claramente ilustrada em Atos 15:32, onde se diz que
“Judas e Silas, que eram também profetas, consolaram os irmãos com muitos
conselhos e os fortaleceram”.
Os escritos apostólicos
começavam a ser lidos largamente e aceitos como autorizados, e estes foram
paulatinamente substituindo a autoridade dos profetas. Ao mesmo tempo, o
ministério local assumiu cada vez mais importância, maior que a dos
ministros itinerantes, e a isto, acrescentou-se o problema de que surgiram
muitos falsos mestres e “profetas” por conta própria que iam de lugar em
lugar, como vendedores ambulantes, cada um a oferecer sua mercadoria.
A seguir, vêm os
evangelistas. Apenas duas outras referências no Novo Testamento aos
evangelistas podem nos guiar às suas funções e trabalho. Em Atos 21:8
Filipe, cujas quatro filhas eram profetisas, é chamado de evangelista, e em
2 Tm 4:5 Paulo chama Timóteo para fazer “o trabalho de um evangelista”.
Podemos presumir que o trabalho deles era uma obra itinerante de pregação
orientada pelos apóstolos, e parece ser justo chamá-los de “a milícia
missionária da Igreja” (Barclay).
Observação minha - Ev. Luiz
Henrique - Não vejo evangelistas como itinerantes somente já que Timóteo
dirigia igreja, bem como Filipe, sendo que ambos eram evangelistas, assim
chamados nas escrituras - vejo que o ministério de evangelista é dado a
homens que levam Palavra de DEUS a multidões, seja através de qualquer meio
de propagação que utilizar, sendo que dons do ESPÍRITO SANTO operam em seus
ministérios.
Juntos então, aparecem os
pastores e mestres (palavras ligadas pelo mesmo artigo em grego). É possível
que esta frase descreva os ministros da igreja local, enquanto as três
primeiras categorias são consideradas como pertencentes à Igreja universal.
Mais provavelmente, o pensamento dominante é ainda de funções e dons
espirituais. Apóstolos e evangelistas têm a tarefa específica de plantar a
Igreja em cada lugar, profetas a de trazer uma palavra específica de DEUS
para uma dada situação. Os pastores e mestres são dotados para assumirem a
responsabilidade pela edificação da Igreja dia a dia. Não há uma nítida
linha divisória entre os dois. Os deveres do pastor são: prover o rebanho de
alimento espiritual e procurar protegê-lo de perigos espirituais. Nosso
Senhor utilizou esta palavra em João 10:11,14 para descrever Sua própria
obra, sendo sempre Ele mesmo, o sumo Pastor (Hb 13:20; 1 Pe 2:25; 5:4), sob
Quem os homens são chamados a pastorear “o rebanho de DEUS” (1 Pe 5:2; Jo
21:15; At 20:28). Cada pastor deve ser “apto para ensinar” (1 Tm 3,2; Tt
1:9), embora seja evidente que alguns possuem preeminentemente o dom de
ensino, e pode-se dizer que formam uma divisão particular do ministério
dentro da Igreja e que são um dom especial de CRISTO a Seu povo (At 13:1; Rm
12:7, 1 Co 12:28).
12. Agora são usadas neste
versículo três frases para descrever o propósito dos dons espirituais que
acabam de ser mencionados. A diferença de preposições em grego indica que
elas não podem estar separadas, pois a segunda frase é dependente da
primeira, e a terceira é dependente das duas que a precedem.1 Em primeiro
lugar portanto, o ministério da Igreja lhe é entregue com vistas ao
aperfeiçoamento dos santos. A palavra usada (katartismos) não se encontra em
qualquer outro lugar do Novo Testamento, embora o verbo correspondente seja
usado no sentido de consertar alguma coisa (Mt 4:21); de DEUS ter formado no
princípio o universo de acordo com o modelo e ordem pretendidos (Hb 11:3); e
de restaurar a saúde espiritual de alguém que sofreu queda (G1 6:1).
Todavia, a palavra pode ter o sentido de “aperfeiçoar” o que está
deficiente, na fé dos cristãos (1 Ts 3:10; Hb 13:21; 1 Pe 5:10) e podemos
dizer com Robinson que a palavra dá a ideia de “levar os santos a
tornarem-se aptos para o desempenho de suas funções no Corpo, sem deixar
implícita uma restauração de um estado desordenado”. Alcançar tal condição
não é um fim em si mesmo, mas tem um propósito que é de habilitá-los para o
desempenho do seu serviço. Tão claramente quanto no versículo 7, isto deixa
implícito que cada cristão tem um serviço a desempenhar, uma tarefa e função
espirituais no corpo. A palavra empregada aqui (diakonia; ou o verbo
correspondente) diz respeito ao serviço feito pelos servos da casa (Lc
10:40; 17:8; 22:26s; At 6:2), refere-se, portanto, não só ao trabalho
específico daqueles que vieram a ser conhecidos como “diáconos”, mas é usada
também num sentido mais geral da palavra que se refere a todo “serviço” da
igreja (3:7).
O que é feito para os
santos, e pelos santos, é para a edificação do corpo de CRISTO. A palavra
oikodome foi utilizada em 2:21, mas tem aqui um sentido mais amplo. A Igreja
vai sendo construída e aumentada e seus membros são edificados, à medida que
cada membro usa seus dons individuais segundo o que o Senhor da Igreja
ordena, e, desta forma, cada crente desempenha um serviço espiritual para
com seus companheiros no Corpo e para com a Cabeça. Não há necessariamente
confusão de metáforas quanto ao sentido dado a oikodomê com o corpo, mas o
apóstolo acha que a metáfora do corpo é mais adequada do que qualquer outra
por causa do que deseja falar logo adiante a respeito do crescimento e
unidade da Igreja.
Ef 13. Todas as três frases
no versículo 12 descrevem o processo que ocorre na vida da Igreja. Mas o
apóstolo jamais poderia pensar em um processo sem fixar os olhos no alvo. O
ponto de chegada da jornada da Igreja é descrito de três modos. O primeiro é
a unidade da fé. Quando a fé (veja comentário sobre o versículo 5) é
corretamente participada, pessoas com diferentes origens de erro e
ignorância chegam a uma compreensão crescente da única “esperança”, a uma
dependência também crescente do único “Senhor”, e, assim sendo, a uma
apreciação progressiva do único “corpo”. O alvo, portanto, deve ser a
unidade na fé.
Segundo, embora já se tenha
dito o suficiente para tornar isto evidente, enfatiza-se que fé não é apenas
aceitar-se uma coleção de dogmas, e obter-se assim a unidade. É algo mais
profundo e mais pessoal. É a unidade no pleno conhecimento do Filho de DEUS
(veja comentário sobre 1:17). Jamais conheceremos uma pessoa apenas com a
mente; e o conhecimento de uma tal Pessoa deve envolver a mais profunda
comunhão. Pois esta Pessoa é o Filho de DEUS, e esta é uma das raras vezes,
em todas as epístolas paulinas, que este título aparece (Rm 1:4; G1 2:20; 1
Ts 1:10). Quando Paulo fala da relação do Senhor com Sua Igreja e com o
propósito do Pai, em geral usa o título “CRISTO”, mas “quando O descreve
como o objeto daquela fé e conhecimento em que nossa unidade será finalmente
compreendida” (Robinson), fala dEle em Sua posição única como o Filho de
DEUS.
Mas esse conhecimento, que é
comunhão com o Filho de DEUS, envolve a experiência plena de vida “em
CRISTO”, e, portanto, de desenvolvimento até a perfeita varonilidade, à
medida da estatura da plenitude de CRISTO. Todas as diferentes expressões
aqui falam de maturidade. A palavra traduzida por perfeita (teleios) possui
a conotação de desenvolvimento pleno em 1 Coríntios 2:6; 14:20 e Hebreus
5:14. Varonilidade significa aqui o estado de ser adulto, como em 1
Coríntios 13:11, onde a palavra também é contrastada com nêpios, que é usada
no próximo versículo aqui para designar crianças. O singular, além do mais,
expressa novamente o pensamento de que maturidade envolve unidade; os
“muitos” devem se tornar um “novo homem” (2:15). Então a palavra usada para
estatura, que pode ter o sentido de idade (Jo 9:21, 23) ou de estatura
física (Lc 19:3), fala figuradamente de maturidade, cujo padrão é nada menos
que a plenitude de CRISTO. Tal como em 1:23, alguns interpretam esta
expressão como “a medida do CRISTO perfeito”, perfeição esta que Ele atinge
ao preencher-se de Sua Igreja. Outros entendem a expressão como aquilo que
CRISTO preenche. Parece-nos que a melhor interpretação é a mesma que de
1:23, isto é, como posse completa dos dons e graça de CRISTO, os quais Ele
procura dar aos homens. Ele mesmo possui a própria plenitude de DEUS (Cl
1:19; 2:9); Ele quer que o cristão seja preenchido de tudo o que Ele possa
comunicar. É irrelevante que este alvo possa ou não ser alcançado nesta
vida. O importante é que o cristão deve marchar firme para frente levado por
esta alta ambição.
Ef 4.14. Não mais deve haver
imaturidade, que é própria de meninos (nêpioi), e que é caracterizada pela
instabilidade face às pressões das diferentes doutrinas e padrões de vida. A
expressão agitados de um lado para outro corresponde à forma verbal do
substantivo kludõn, que diz respeito a um barco sacudido pela tempestade e
levado ao redor. O verbo grego periphero que se encontra traduzido mais
vivamente na NEB amiúde dá a ideia de uma agitação tão violenta que pode
tontear uma pessoa. Os cristãos já percebiam a necessidade de se manterem
firmes contra os vários tipos de vento de doutrina que a epístola correlata
— Aos Colossenses — bem mostra. Suas atividades são primeiramente descritas
pela palavra kubia, que literalmente significa “jogar dados”, dando então a
ideia de trapaça, fraude ou artimanha, e, segundo, por astúcia (panourgia),
palavra que foi usada como relação aos inquisidores de nosso Senhor em Lucas
20:23 e em 2 Coríntios 11:3 acerca da astúcia da serpente. Quando os homens
se desviam do caminho da verdade (a palavra grega planê, “erro”, significa
literalmente “desvio”), não hesitam em usar planos enganosos e meios astutos
para levar outros a segui-los. O indivíduo instável e sem leme é facilmente
desviado de seu rumo, pois não existem apenas aqueles que são enganados e se
desviam sem o perceber, mas há também aqueles que aguardam a ocasião, e
induzem outros ao erro (2 Tm 3:13).
Ef 4.15. Os pregadores da
verdade, por sua parte, não podem nem devem usar esses métodos (2 Co 4:2);
devem agir com toda simplicidade e retidão, mas ao mesmo tempo estarem
prevenidos quanto aos métodos que seus inimigos podem usar. São embaixadores
da verdade e devem ser encontrados seguindo a verdade. Além do mais, devem
fazê-lo em amor. Os membros só podem ser saudáveis e fortes quando cada um é
obediente ao Seu controle. O próximo versículo desenvolve este ponto.
Ef 4.16. É somente de
CRISTO, como Cabeça, que o corpo recebe toda sua capacidade para crescer e
para desenvolver sua atividade, recebendo assim uma direção única para
funcionar como entidade coordenada. Em outras palavras, o corpo depende para
seu crescimento e atividade: da direção do Senhor, de Sua provisão para tudo
o que necessita (compare versículos 11, 12), e também do bom relacionamento
entre os membros.
A “energização” de DEUS no
corpo todo torna possível este funcionamento de cada parte, em sua medida e
de acordo com sua necessidade. Esta pequena frase aparece novamente (1:4;
3:17; 4:2; 5:2), pois o amor determina que cada membro procurará a
edificação de todos. Então, sem dúvida, se houver a comunhão da convivência
em amor e a demonstração da verdade em amor, o aumento numérico virá como
consequência natural.
Francis Foulkes. Efésios.
Introdução e Comentário. Editora Vida Nova. pag. 97-104.
Ef 4.11 O mesmo que levou
cativos os poderes também concedeu dons à sua igreja: “os apóstolos, os
profetas, os evangelistas, os pastores e mestres”. Diferentemente do v. 7,
onde se falava da distribuição de dons individuais para todos os membros da
igreja, Paulo aqui designa determinadas pessoas como dom de CRISTO. Em vista
da proximidade do presente trecho com Ef 1.20-23 é preciso chamar atenção
para o fato de que em Ef 1.22 o CRISTO exaltado foi “concedido” como cabeça
sobre a igreja toda. Logo CRISTO é a “dádiva principal” para sua igreja, no
seio da qual ele próprio “concede” determinadas pessoas.
De modo diverso da listagem
análoga em 1Co 12.28-30, Paulo emprega aqui o artigo definido para cada uma
das pessoas. Isso permitiria concluir que na carta aos Efésios não se trata
da tarefa em geral, mas do grupo claramente delimitado de representantes
incumbidos do serviço específico. Essa diferença também é constatável em
relação a Rm 12.6s, onde são arroladas não as respectivas pessoas, mas cada
uma das atividades: profecia, diaconia, exortação, etc.
No mesmo sentido Paulo havia
falado também em Ef 2.20 do “fundamento dos apóstolos e profetas” e em Ef
3.5 de “seus santos apóstolos e profetas”. Diante das demais considerações
em Ef 4.12ss, parece que essa ênfase refere-se especificamente às tarefas de
proclamação, direção e ensino. Por isso não são mencionados aqui outros dons
da graça que aparecem em Rm 12 e 1Co 12.
Não se deve esquecer que
também na primeira carta aos Coríntios os dons da palavra e as pessoas
agraciadas com eles aparecem no começo das respectivas listas, de modo que o
tratamento do conflito causado por fenômenos entusiastas é marcado por uma
clara premissa: isso diz respeito em 1Co 12.8 à palavra da sabedoria e à
palavra do conhecimento, dadas pelo ESPÍRITO, e em 1Co 12.28 “primeiramente
a apóstolos, em segundo lugar a profetas, e em terceiro lugar, a mestres”. A
combinação de “profetas e mestres” ocorre em At 13.1. Em 1Tm 2.7 (também em
2Tm 1.11) Paulo relaciona consigo mesmo o serviço de “pregador” (cf.
“evangelista”), apóstolo e mestre (dos gentios). É digno de nota que também
esse trecho está visivelmente próximo de Ef 4.4ss: a confissão do único DEUS
e do único Mediador entre DEUS e os humanos, que se “deu” como pagamento de
resgate, é seguida pela transição para a investidura de Paulo como “arauto”
desse evento de salvação.
Segundo esse pensamento
CRISTO presenteou sua igreja com dons, i. é, com pessoas incumbidas e
capacitadas que possuem uma relevância fundamental para a construção e o
crescimento da igreja. Trata-se aqui daqueles que proclamaram e explicaram o
evangelho da salvação em JESUS CRISTO de acordo com a situação atual dos
ouvintes, bem como firmaram, exortaram e encorajaram as incipientes igrejas
através dessa palavra.
Nesse contexto duas coisas
são irrenunciáveis: a importância das referidas pessoas como “detentores de
cargo” não vem delas mesmas. Pelo contrário, são presentes do Senhor à
igreja dele. Elas, por sua vez, receberam seus dons daquele que é o
verdadeiro presente para a igreja (Ef 1.23). Possuem importância fundamental
para a constituição da igreja, motivo pelo qual de forma alguma podem ser
arbitrariamente substituídos.
Ef 4.12 A finalidade para a
qual CRISTO concedeu os “dons” é indicada por meio de três segmentos da
frase. A concatenação das diversas afirmações entre si apresenta alguns
problemas. Em especial cumpre esclarecer se a parte intermediária “para a
obra do serviço” se refere aos santos ou aos “detentores de cargos” no
sentido daqueles que são incumbidos “de uma obra do serviço”. Uma vez que
isso não pode ser decidido unicamente com base na estrutura gramatical, é
preciso dar a seguinte explicação a partir do contexto: as diversas pessoas
incumbidas foram dadas “para o preparo (grego: pros) dos santos para (grego:
eis) a obra do serviço, para (grego: eis) a edificação do corpo de CRISTO”.
Portanto, o sentido seria este: os “detentores de cargos” têm a tarefa de
preparar os crentes a fim de que eles por seu turno possam assumir serviços.
O corpo de CRISTO é edificado por meio de ambas as atividades – o preparo
por meio dos grupos citados (em seu todo, não apenas por pastores e mestres)
e a obra dos santos.
O termo “preparar” é
empregado no NT no sentido de “equipar”, “firmar”: p. ex., conforme 1Ts 3.10
Paulo visa consolidar a fé dos tessalonicenses acrescentando aquilo que
ainda lhes falta. Em 1Co 1.10 o termo refere-se a “cunhar o caráter” em
vista da unidade da igreja (cf. Gl 6.1). Nisso os membros da igreja devem
ajudar-se uns aos outros (cf. 2Co 13.11). Em consonância, a tarefa dos
pregadores, dirigentes e pastores consiste em firmar e fortalecer os crentes
na confiança em JESUS CRISTO, bem como equipá-los para a percepção de suas
próprias tarefas. Na verdade podemos relacionar “a obra do serviço” (grego:
ergon diakonias) sobretudo com o serviço ao evangelho, a proclamação.
Contudo, isso salienta apenas a característica especial da diaconia
incumbida por JESUS CRISTO: pelo fato de que o próprio Senhor é o servo (Lc
22.27; Jo 13.4ss) e sua vida, paixão e morte são o “serviço” por excelência
(Mc 10.45; par.), que é disseminado exclusivamente pela proclamação do
evangelho, por isso toda a diaconia brota dessa palavra e é sustentada por
ela. Por essa razão uma diaconia desse tipo é predominantemente “diaconia da
reconciliação” (2Co 5.18) e consiste no “serviço ao evangelho” (cf. Fp
2.22).
Em uma forma de expressão
comparável ao presente versículo Paulo encoraja os coríntios em 1Co 15.58 a
destacar “na obra do Senhor” (cf. 1Co 16.10 a respeito de Timóteo),
evidentemente descrevendo assim a abrangência total da atuação cristã. O
cumprimento das respectivas tarefas por pessoas santas especificamente
incumbidas serve à “edificação do corpo de CRISTO”. Foi citada, portanto, a
palavra básica da vida da igreja em seu todo: tudo o que acontece dentro da
igreja local e na igreja cristã em geral precisa servir à “edificação”. Isso
marca a linha básica da argumentação diante da igreja em Corinto: na igreja
tem vez não o que talvez até seja lícito, individualmente emocionante, mas
só aquilo que edifica (1Co 10.23; 14.3s,14,26), e por isso sobretudo o amor
(1Co 8.1).
Ef 4.13 A edificação, o
crescimento do corpo de CRISTO, estão direcionados para um alvo que é
indicado neste versículo. A expressão “chegar” pode significar literalmente
alcançar um lugar (diversas vezes em At: p. ex., At 16.1; 18.19; etc.), mas
também pode ser usada em sentido figurado (o fim dos tempos chegou: 1Co
10.11). Assim como aqui, em Fp 3.11 ela implica a atenta orientação rumo ao
alvo visado, quando Paulo afirma de si: “para alcançar a ressurreição dentre
os mortos”.
Pode parecer estranho que
desde já a igreja seja a “plenitude de CRISTO”, concidadã crente dos santos,
família de DEUS, pedra no templo santo, e que apesar disso ainda se diga que
haverá um crescimento, um vir a ser. A mesma duplicação já chamara atenção
no contexto da herança colocada à disposição: os direitos já foram
transferidos, mas ainda não se tomou posse dela (Ef 1.18; 2.7).
Consequentemente a plenitude de CRISTO é ponto de partida e alvo de todo o
crescimento.
Agora isso passa a ser
relacionado a uma situação concreta: na realidade pode haver na igreja uma
só fé, visto que esta só pode ser fé em um só Senhor JESUS CRISTO (Ef 4.5).
Na realidade a “unidade do ESPÍRITO” é algo dado, porque o ESPÍRITO SANTO é
um só (Ef 4.3). Não obstante cabe “segurar” essa unidade, ou “chegar” a ela.
A força motriz de todos os esforços nessa direção não é a utopia de uma
igreja unificada, mas a realidade do único corpo de CRISTO.
A unidade da fé está
estreitamente ligada à “unidade do conhecimento”, que por sua vez se
concentra no “Filho de DEUS”. Em Ef 1.17-19 Paulo já suplicara pelo ESPÍRITO
da sabedoria, para que os leitores reconheçam a esperança e a força
resultante da ressurreição de CRISTO. De maneira semelhante Cl 2.2 interliga
o esforço para que “os corações sejam unidos em amor” e o “conhecimento do
mistério de DEUS: CRISTO”. Por isso uma fé aumentada e um conhecimento
aprofundado do Filho de DEUS caracterizam o crescimento da unidade eclesial.
O “ser humano perfeito” deve
ser entendido como a pessoa amadurecida, adulta. Isso é elucidado pela
segunda expressão: “para a medida cheia da plenitude de CRISTO”. “Medida
plena” é a tradução literal para “medida da idade da vida” ou também “medida
da estatura”. Trata-se da “idade adulta” ou da “medida cheia da figura”. O
trabalho dos encarregados edifica o corpo de CRISTO. Terá alcançado seu
tamanho completo “quando todos que são destinados à igreja segundo o plano
divino de salvação pertencerem à igreja… A igreja, que é o corpo do CRISTO,
constitui na estatura completa o pleroma de CRISTO.”
Ef 4.14 Tendo esse alvo
diante dos olhos, Paulo passa à análise dos problemas com os quais os
destinatários da carta estão sendo confrontados. Estabelece uma relação com
a figura da pessoa adulta à qual os crentes devem “chegar”, e exorta que
superem a imaturidade e a idade infantil: “para que não mais sejamos
menores”, que se deixam influenciar facilmente.
A falta de firmeza mostra-se
particularmente desvantajosa na associação com uma ilustração da navegação:
“agitados de um lado para outro pelas ondas e levados ao redor por todo
vento de doutrina”. Quando falta crescimento na fé e no conhecimento do
Filho de DEUS (v. 13) na vida da igreja ou do cristão, quando o trabalho na
igreja não serve ao objetivo da edificação do corpo de CRISTO, então tal
situação se assemelha à de um navio que está indefesamente exposto ao jogo
do vento e das ondas. No caso, “toda espécie de doutrina” não se refere ao
“calor” externo da perseguição anticristã (cf. 1Pe 4.12), mas à
multiplicidade das heresias cristãs.
15 Ao ardil e ao engano são
contrapostas “verdade” e “amor”: “e falar a verdade em amor”. Nessa
formulação aparece (de forma cruzada) no lugar do engano a verdade, enquanto
a artimanha é superada pelo amor.
A expressão “falar a
verdade” (grego: aletheuein) ocorre somente neste versículo e em Gl 4.16,
podendo também ser traduzida por “ser veraz”. A marca da revelação de JESUS
CRISTO é a luz, a verdade (cf. Jo 1.14,17; etc.). Em consonância, o
evangelho é “palavra da verdade” (Ef 1.13; Cl 1.5; cf. Gl 2.5,14). Logo,
também os mensageiros do evangelho são marcados em todo seu serviço pela
verdade. Isso é ilustrado, p. ex., de forma impressionante em 2Co 4.2:
“Rejeitamos as coisas que, por vergonhosas, se ocultam, não andando com
astúcia, nem adulterando a palavra de DEUS; antes, nos recomendamos à
consciência de todo homem, na presença de DEUS, pela manifestação da
verdade.”
A verdade deve ser dita “em
amor”, pelo que se rejeita qualquer artimanha. A franqueza resultante da
verdade alia-se à cordialidade e à retidão que brotam do amor (cf. Fp 2.1).
O que vale para a relação entre fé e amor (Ef 1.15) também deve ser aplicado
à relação entre verdade e amor: ambos têm origem na revelação de DEUS e são
confiados aos crentes para o trato uns com os outros.
O que vale para cada cristão
(aumento na fé, no amor e particularmente no conhecimento do amor de CRISTO:
Ef 3.17ss) deve impactar toda a igreja.
16 A partir do cabeça
resulta, no encerramento dessas considerações sobre a unidade e o
crescimento do corpo que CRISTO presenteia com dons, o ensejo de ilustrar
resumidamente a concomitância e o entrelaçamento desse organismo singular.
Viabilizado por esse cabeça
e emanando dele “o corpo todo efetua… o crescimento do corpo para a
edificação de si próprio no amor”. O corpo “todo”, até as menores
ramificações, recebe de CRISTO impulso e vigor para o crescimento, para a
edificação. Como em Ef 2.20ss, aparecem também aqui lado a lado as figuras
do corpo e da construção. Com o crescimento do corpo em direção do cabeça
amplia-se também a construção, favorecendo a sua conclusão.
Todo o corpo é “bem ajustado
e consolidado pelo auxílio de toda junta de apoio”. De maneira muito
semelhante, Paulo diz, em Cl 2.19: “… o cabeça, a partir do qual o corpo
todo é apoiado por articulações e tendões e mantido coeso e cresce pelo agir
de DEUS.”
Quando se entende o v. 16
como síntese de Ef 4.7-15, as “juntas de apoio”, que possuem uma função
central para a coesão do corpo, serão relacionadas com as pessoas incumbidas
das tarefas citadas no v. 11.
Na seqüência, Paulo destaca
as tarefas específicas dos apóstolos, profetas, evangelistas, pastores e
mestres no preparo dos santos, para que a igreja de CRISTO possa alcançar a
idade adulta e resistir a doutrinas ardilosas e enganosas. Por fim o
apóstolo enfoca novamente a cooperação de todos na edificação do corpo. A
característica marcante de toda a incumbência é que a edificação acontece
“no amor” (v. 13). Isso sucede quando o conhecimento do amor de CRISTO (Ef
3.19) cresce mais e mais e por isso também se fala a verdade em amor (Ef
4.15).
Eberhard Hahn. Comentário
Esperança Cartas aos Efésios. Editora Evangélica Esperança.
A Classificação dos Dons
(4.11)
Tudo indica que Paulo,
quando escreveu estas palavras, tinha em mente a lista dos ministérios
relacionados em 1 Coríntios 12.28. A passagem coríntia compreende uma lista
mais longa de dons espirituais (charismata). Mas nesta passagem, Paulo está
interessado em apresentar os ofícios necessários para a expansão e sustento
da igreja.
O Propósito dos Dons
(4.12-16)
Falando principalmente da
vida interior da comunidade cristã, Paulo descreve o propósito para o qual
CRISTO deu à igreja estes ministérios. Pelo menos quatro dimensões do
propósito divino são distinguíveis.
a) Estes ministérios são
dados para edificar ou construir o corpo de CRISTO (12).
b) Estes dons ministeriais
são dados para promover maturidade.
A unidade da fé e do
conhecimento do Filho de DEUS constitui o meio do amadurecimento (cf. RA). A
unidade é um dom do ESPÍRITO (cf. 3), mas requer-se fé e conhecimento para
recebê-la. Os membros da igreja podem e devem ter tal crescimento em maior
medida enquanto o servem.
A varão perfeito refere-se
ao nível de maturidade coletiva e individual na igreja, no qual o poder de
DEUS se manifesta inteiramente em santidade e justiça. Tal estado será
atingido em seu significado máximo futuramente, quando possuirmos a graça de
CRISTO na perfeição da ressurreição (cf. Fp 3.7-16).
A medida da estatura
completa de CRISTO é o padrão de medida que determina a maturidade cristã.
Hodge escreve: “A igreja se torna adulta, homem perfeito, quando alcança a
perfeição de CRISTO”. A chave para interpretar o versículo é a expressão
estatura completa de CRISTO. Qual é esta estatura? Salmond diz que é “a soma
das qualidades que fazem o que ele é”. Quando a igreja está à altura da
maturidade plena do seu Senhor, ela é perfeita. E à medida que cresce em
direção a essa maturidade, ela fica mais próxima de sua meta em CRISTO.
Precisamos também destacar que não há crescimento na igreja separadamente de
nosso crescimento individual como crente. É cada um de nós individualmente
que tem de se dirigir com empenho à estatura completa de CRISTO.
c) Estes ministérios são
dados para garantir a estabilidade na igreja diante de doutrinas divergentes
e do engano de homens (14). Esta é consequência natural da maturidade, como
Paulo indica por sua frase introdutória: Para que não sejamos mais meninos.
Aqueles que introduzem
falsos ensinos, nos quais os crentes instáveis caem vítimas, enganam a si
mesmos e também enganam fraudulosamente os outros. Esta fase é mais bem
traduzida por “fazem uso de todo tipo de dispositivo inconstante para
induzir ao erro” (Weymouth). Eles usam de engano (lit., “jogo de dados”).
Metaforicamente, veio a significar “artimanha” (BJ, RA). Moule declara
corretamente o aviso de Paulo: “Há pessoas próximas de vós que não só vos
desviam, mas o fazem de propósito, pondo armadilhas premeditadas e
organizando métodos bem elaborados, com o objetivo de afastá-los de CRISTO a
quem eles não amam”. A única proteção adequada contra a sutileza da heresia
é uma fé crescente e um conhecimento progressivo da verdade. Os ministros
têm de proporcionar a oportunidade de tal maturação para assim garantir a
estabilidade na igreja.
d) Estes ministérios são
dados para possibilitar o crescimento em CRISTO. Seguindo a verdade (15) é
derivado do verbo grego aletheuo, geralmente traduzido por “falar a verdade”
(cf. CH, NTLH). Mas há mais no pensamento de Paulo do que proferir sons
articulados. Ele pensa em termos de viver e agir. Dale comenta: “A verdade
tem de ser a vida de todos os cristãos. A revelação de DEUS em CRISTO tem de
influenciar e inspirar todas as atividades dos cristãos. A verdade tinha de
se encarnar nos efésios, tinha de se corporificar neles. [...] Não era
apenas para falar, mas para vivenciá-la”. E esta vida era para ser vivida em
caridade (“em amor”, ACF, AEC, BAB, BJ, CH, NVI, RA), quer dizer, com os
motivos e inclinações que o amor evoca. As pessoas confessam e vivem
asperamente certa porção de verdade, mas a comunidade cristã sempre tem de
se expressar em amor.
No versículo 16, o apóstolo
retorna à analogia do corpo e se serve disso para enfatizar a unidade que
CRISTO, a cabeça, traz para a igreja. Ele visualiza a estrutura maravilhosa
e intricada do corpo humano com suas partes unidas de modo bem ajustado e
ligado (“bem unido e consolidado”, NEB). Na analogia, juntas referem-se aos
ligamentos pelos quais as partes do corpo se unem. Quando o corpo está
funcionando segundo ajusta operação de cada parte, quer dizer, quando cada
parte é ativada de acordo com o seu propósito, a harmonia prevalece e o
crescimento é certo.
Em suma, Paulo vê a unidade
da igreja em termos orgânicos e não organizacionais. A verdadeira unidade é
interior e resultado de um organismo saudável. O ESPÍRITO cria essa unidade;
não é obra de homens, por mais inteligentes ou apessoados que sejam. Quando
esta unidade prevalece, compartilhada por cada membro e motivada pela
fidelidade de ministros talentosos, a igreja cresce em simetria e beleza,
para espanto do mundo não crente.
Nos versículos 4 a 16, o
pensamento da medida da estatura completa de CRISTO sugere o tema “O Alvo
Ultimo do Cristão”. 1) O meio para esse fim. Ensinar e pregar a Palavra de
DEUS, 11,12; 2) O compêndio do ideal, 4-7,15. A fé incorporada e o corpo
incorporado, 16; 3) A proximidade da meta num caráter estável, 14. CRISTO no
trono do coração. A igreja unida (G. B. Williamson).
Willard H. Taylor.
Comentário Bíblico Beacon. Editora CPAD. Vol. 9. pag. 160-163.
OS DONS VOCACIONAIS Romanos
12:6-8
Repartir, Dividir,
Distribuir; Presidir, Aquele que dirige; Misericórdia (Sentimento doloroso
causado pela miséria de outro).
Autor desconhecido.