Lição 10 - As Leis Civis Entregues Por Moisés Aos Israelitas - 1 Parte
LIÇÕES BÍBLICAS -
1º Trimestre de 2014 - CPAD - Para jovens e adultos
Tema: Uma Jornada de Fé - A Formação do povo
de Israel e sua herança espiritual
Comentário: Pr. Antônio Gilberto
Complementos, ilustrações, questionários e vídeos: Ev. Luiz Henrique de Almeida Silva Questionário NÃO DEIXE DE ASSISTIR AOS VÍDEOS DA LIÇÃO ONDE TEMOS MAPAS, FIGURAS, IMAGENS E EXPLICAÇÕES DETALHADAS DA LIÇÃO http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/videosebdnatv.htm Acesse para estudar http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/cidadesderefugio.htm
Comentário: Pr. Antônio Gilberto
Complementos, ilustrações, questionários e vídeos: Ev. Luiz Henrique de Almeida Silva Questionário NÃO DEIXE DE ASSISTIR AOS VÍDEOS DA LIÇÃO ONDE TEMOS MAPAS, FIGURAS, IMAGENS E EXPLICAÇÕES DETALHADAS DA LIÇÃO http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/videosebdnatv.htm Acesse para estudar http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/cidadesderefugio.htm
TEXTO
ÁUREO
“Mas
o juízo voltara a ser justiça, e hão de segui-lo todos os retos de
coração"(SI 94.15).
VERDADE
PRATICA
DEUS
é justo e deseja que o seu povo aja com justiça.
LEITURA DIÁRIA
Segunda
- Êx 21.1-16 Leis acerca dos servos e dos homicidas
Terça-
Êx 21-17 Lei acerca de quem amaldiçoar os pais
Quarta
Êx 21.18,19 Lei acerca de quem fere uma pessoa
Quinta -
Êx 22.1-15 Leis acerca da propriedade
Sexta -
Êx 23.1,2 Leis acerca do falso testemunho
Sábado
- Êx 23.3-9 Leis acerca da injustiça social
LEITURA
BÍBLICA EM CLASSE - Êxodo 21.1-12
1 -
Estes são os estatutos que lhes proporás: 2 - Se comprares um servo hebreu,
seis anos servirá; mas, ao sétimo, sairá forro, de graça. 3 - Se entrou só com
o seu corpo, só com o seu corpo sairá; se ele era homem casado, sairá sua
mulher com ele. 4 - Se seu senhor lhe houver dado uma mulher e ela lhe houver
dado filhos ou filhas, a mulher e seus filhos serão de seu senhor; e ele sairá
só com seu corpo. 5 - Mas, se aquele servo Expressamente disser: Eu amo a meu
senhor; e a minha mulher; e a meus filhos, não quero sair forro, 6 - então, seu
senhor o levará aos juízes, e o fará chegar à porta, ou ao postigo, e seu
senhor lhe furará a orelha com uma sovela; e o servirá para sempre. 7 - E, se
algum vender sua filha por serva, não sairá como saem os servos. 8 - Se
desagradar aos olhos de seu senhor, e não se desposar com ela, fará que se
resgate; não poderá vendê-la a um povo estranho, usando deslealmente com ela. 9
- Mas, se a desposar com seu filho, fará com ela conforme o direito das filhas.
10-Se lhe tomar outra, não diminuirá o mantimento desta, nem a sua veste, nem a
sua obrigação marital. 11 - E, se lhe não fizer estas três coisas, sairá de
graça, sem dar dinheiro. 12 - Quem ferir alguém, que morra, ele também certamente
morrerá;
INTERAÇÃO
Os
capítulos 20.22 — 23.33 do livro do Êxodo versam sobre leis que regeram as
esferas civis e litúrgicas na história judaica, isto é, elas legislavam tanto a
vida da sociedade israelita quanto o sistema de culto ao DEUS de Abraão, Isaque
e Jacó. Segundo a Bíblia de Estudo Pentecostal, “essas leis, que eram
principalmente civis em sua natureza, tinha a ver somente com Israel, sua
religião e as condições e circunstâncias prevalecentes naquele período”.
Entretanto, “os princípios Existentes nessas leis — tais como o respeito à
vida, apego ã justiça e à equidade —são eternamente válidos” (p. 150).
Precisamos interpretar a Palavra de DEUS de maneira equilibrada, não confundido
e aplicando a literalidade da Lei de uma nação à Igreja.
OBJETIVOS -
Após
esta aula, o aluno deverá estar apto a:
Estudar o processo de promulgação
das leis de caráter civil e religioso.
Analisar
as
leis acerca dos crimes das propriedades em Israel.
Compreender
o
caráter social das leis promulgada por Moisés.
ORIENTAÇÃO
PEDAGÓGICA
Caro
professor, reproduza o esquema elaborado na página seguinte tirando cópias ou
usando a lousa. Use este recurso para concluir a lição desta semana, de modo
que os seus alunos recapitulem as leis apresentadas no texto bíblico. Não se
esqueça de Explicar-lhes sobre o cuidado de compreenderem a particularidade
dessas leis civis e religiosas para a nação de Israel e os princípios eternos
que podem e devem influenciar a Igreja de CRISTO.
PALAVRAS-CHAVE
- Lei:
Prescrição religiosa, conjunto de regras que emanam da providência divina e
dada ao homem pela revelação.
Resumo
da
Lição 10 - As Leis Civis
Entregues Por Moisés Aos Israelitas
I
- MOISÉS, O MEDIADOR DAS LEIS DIVINAS.
1.
O mediador (Êx 20.19-22).
2.
Leis concernentes à escravidão (Êx 21.1-7).
3.
Ricos e pobres (Dt 15.4-11; Jo 12.8).
II
- LEIS ACERCA DE CRIMES
1.
Brigas, conflitos, lutas pessoais (Êx 21.18,19).
2.
Crimes capitais.
3.
Uma terra pura.
III
- LEIS CONCERNENTES À PROPRIEDADE
1.
O roubo (Êx 22.1-15).
2.
Profanação do solo e o fogo (Êx 21.33,34; 22.6).
SINOPSE
DO TÓPICO (1)
Assim
como Moisés fez a mediação entre DEUS e Israel, CRISTO é o único mediador entre
DEUS e os homens.
SINOPSE
DO TÓPICO (2)
As leis
acerca de crimes versavam sobre as brigas, conflitos, lutas pessoais e crimes
capitais.
SINOPSE
DO TÓPICO (3)
As
leis concernentes ao direito de propriedade garantiam o direito do próximo à
terra. Todavia, a terra é do Senhor e os seres humanos são apenas os seus
mordomos.
Amarás
o Senhor, teu DEUS,...Amarás o teu próximo como a ti
mesmo. (Mt 22.37-40).
AUXILIO
BÍBLICO - GRÁFICO I -
Subsídio
Exegético
“Uma
das formas mais freqüentes de servidão na Mesopotâmia daqueles dias era a
escravidão por dívidas. O art. 117 do Código de Hammurabi, na primeira fase da
prótese, afirma que se um awium [o homem livre o seu proprietário] foi
acometido de dívidas e tornou-se inadimplente e vendeu ou entregou em serviço
pela dívida a sua esposa, seu filho ou a sua filha, o prazo máximo de trabalho
seria de três anos [...].
Entre
os judeus o escravo era considerado uma mercadoria de altíssimo valor. Caso um
deles fosse ferido por um boi, receberia como indenização o valor de trinta
ciclos de prata (Êx 21.32). O legislador hebreu procura, se não impedir,
atenuar a violência contra os escravos, determinando que se um proprietário de
escravo maltratasse o seu servo e este viesse a sofrer algum dano físico, o amo
do agredido deveria alforriá-lo. Eventualmente, se o escravo morresse em
decorrência da agressão sofrida, o senhor intolerante deveria ser castigado (Êx
21.20,2627) (BENTHO, Esdras Costa. A Família no Antigo Testamento:
História e Sociologia, l.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2006, p.174-75).
VOCABULÁRIO
Dolosamente:
Que atua com dolo e engano, intencionalmente.
Prótese:
Acréscimo de um elemento fonético (sílaba ou som) no início de um vocábulo, sem
alteração do significado (p.ex. a bagunçar, de bagunçar).
BIBLIOGRAFIA
SUGERIDA
HARRISON,
R. K. Tempos do Antigo Testamento: Um Contexto Social, Político e
Cultural, l. ed. Rio de janeiro: CPAD, 2010.
SOARES,
Esequias. O Ministério Profético na Bíblia: A voz de DEUS na Terra. 1.
ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2010.
ZUCK,
Roy B (Ed.). Teologia do Antigo Testamento. 1. ed. Rio de Janeiro: CPAD.
2009.
Revista
Ensinador Cristão CPAD, n° 57, p.41.
Ao
sair do Egito os hebreus eram um grupo de pessoas murmuradoras e rebeldes. DEUS
almejava organizá-los como nação. O Senhor não queria uma "massa de
gente". Ele desejava estabelecer uma nação santa e justa. DEUS iria fazer
dos hebreus uma nação modelo, para isso o povo precisava de leis, de uma
constituição que os ensinassem a respeitar a DEUS e ao próximo.
DEUS
falava com Moisés face a face e ele transmitia aos hebreus as instruções
divinas. Moisés era a "ponte” que ligava DEUS ao povo. Moisés tipificava
JESUS,
o único mediador entre DEUS e os homens: "Porque há um só DEUS e um só
mediador entre DEUS e os homens, JESUS CRISTO, homem"(1 Tm 2.5). Todavia,
DEUS
desejava falar diretamente com o seu povo e não somente por intermédio de
Moisés. Mas os israelitas não suportaram ouvir a voz do Todo-Poderoso
diretamente. Enquanto povo reconheceu que suas iniqüidades os impossibilitariam
de estar diante de DEUS face a face. O pecado nos separa do Pai. O Senhor
falava com Adão pessoalmente, todavia depois do pecado, ao ouvir DEUS chamar,
Adão se esconde da presença do Criador (Gn 3.8). O pecado nos impede de vermos
a face do Altíssimo e ouvir a sua voz: "Mas as vossas iniqüidades fazem
divisão entre vós e o vosso DEUS [...]"(Is 59.2).
A
escravidão é uma forma cruel de degradação humana. Somente o homem sem DEUS
pode aceitar tal condição. O Altíssimo nunca compactuou com a escravidão,
todavia esta prática desumana já fazia parte do contexto social dos israelitas
e precisava ser ordenada por uma legislação que amparasse o indivíduo. Depois
de serem 400 anos afligidos pela escravidão egípcia, os israelitas deveriam
abominar tal prática, todavia ela Existia entre os hebreus. As leis civis
entregue por Moisés tinha como propósito regulamentar esta triste condição
social. Em Israel uma pessoa só poderia ficar na condição de escravo durante
seis anos (Êx 21.2). No sétimo ano ela deveria ser alforriada. Segundo o
Comentário Bíblico Beacon "a lei não Exigia que houvesse escravidão, mas
visto que Existia, estas leis regulamentares regiam a manutenção das relações
certas".
A
escravidão geralmente se dava pela pobreza. Sim, em Israel, como em todas as
sociedades sempre Existiu pobres e ricos (Dt 15.11; Jo 12.8). Caso uma pessoa
não conseguisse pagar suas dívidas ela e seus filhos poderiam ser levados como
escravos (2 Rs 4.1). Todavia, DEUS estabeleceu leis para que as pessoas
pudessem pagar suas dívidas e tornarem-se livres.
COMENTÁRIO/INTRODUÇÃO
Um
dos maiores legados do ministério de Moisés para a humanidade é o conjunto de
leis civis, penais, trabalhistas e de mudança da relação senhor-servo que DEUS
transmitiu a ele para entregar ao povo de Israel e que serviriam, séculos
depois, de inspiração para muitos dos conceitos, normas e avanços legais que
temos hoje registrados em nossas legislações. Neste capítulo, apresentaremos
resumidamente alguns aspectos mais marcantes dessas leis.
Nossa
referência estará, principalmente, no Decálogo (Êx 20.1-17) e no chamado “Livro
do Concerto”, que são as leis estabelecidas por DEUS para reger a sociedade
israelita e seu culto a DEUS, e que estão registradas em Êxodo 20.22—23.33.
Entretanto, outras ordenanças de caráter civil, penal e afins registradas em
outras partes da lei mosaica —sobretudo em Levítico e Deuteronômio, que repetem
muitas coisas, mas acrescentam outras — também serão aqui mencionadas.
Entretanto,
antes de analisarmos essas leis de modo específico, é preciso frisar o seu
aspecto revolucionário diante do contexto social e jurídico do mundo antigo, em
que essas leis se situam historicamente.
COELHO,
Alexandre; DANIEL, Silas. Uma Jornada de Fé. Moisés, o Êxodo e o Caminho
a Terra Prometida. Editora CPAD. pag. 102.
Esta
seção de Êxodo inclui as leis básicas que tratam especialmente da proteção à
vida humana e à propriedade. Ao aceitar "O Livro da Aliança"(Êx
24:3-8), o povo entrou num relacionamento especial com Jeová e comprometeu-se a
lhe obedecer. Essas leis não são arbitrárias; baseiam-se no caráter de DEUS e
nos princípios morais imutáveis Expressos nos dez mandamentos.
A
lei não tem poder algum de mudar a natureza humana. Pode apenas proteger a vida
e a propriedade ao regular o comportamento humano. Um dos períodos mais
críticos e malsucedidos da história de Israel foi o tempo dos juízes, quando
"cada qual fazia o que achava mais reto"(Jz 1 7:6; 18:1; 19:1;
21:25). A imposição de boas leis não garante uma sociedade perfeita, mas
promove a ordem e evita a anarquia.
WIERSBE.
Warren W. Comentário Bíblico Expositivo. A.T. Vol. I. Editora Central
Gospel. pag. 293.
A
FINALIDADE E O VALOR DA LEI (4.1-8).
Ó
Israel, ouve (1). Começa Moisés por chamar a atenção do povo, preparando-o para
lhes Expor a Lei de Jeová. Cf. 5.1; 1.1. A insistência para "ouvir” e
obedecer a Palavra do Senhor é freqüente em todo o livro. Cf. 4.30; 8.20; 9.23;
13.4,8; 15.5; 26.14,17; 27.10; 28.1-2,15,45,62; 30.2,8,10,20. Cf. ainda 1.1.
Estatutos
(1). A palavra huqqim deriva dum radical que significa "gravar",
"esculpir", indicando, portanto, que se trata de regras de conduta
permanente, dirigidas ou ao indivíduo ou à consciência da nação.
Juízos
(1). O termo mishpat Exprime uma "decisão” determinada por um juiz
(shophet), que profere os juízos ou sentenças (cf. 1.16-17). São, na realidade,
os juízes que superintendem em matéria de leis (Êx 21.1-22.17). A palavra
emprega-se quando se trata de atos decisivos de DEUS, ao julgar os maus e
vingar os inocentes. Por isso "estatutos e juízos” abrangem as leis e os
preceitos. Cf. 12.1-26.19. As duas palavras não raro aparecem juntamente e até
com o vocábulo "mandamentos” em 4.5,8,14; 5.1,31; 6.1; 7.11; 8.11; 11.1;
12.1; 26.16-17. O termo "estatutos” sozinho aparece em 4.6; 6.24; 16.12; e
com "mandamentos” em 6.17; 10.13; 28.15,45; 30.10.
Para
que vivais (1). Todas as palavras do Senhor são "pão de vida"(8.3)
que sustentam para a vida eterna. Cf. Mt 19.17; Jo 6.63.
DAVIDSON.
F. Novo Comentário da Bíblia. Deuteronômio. pag. 19.
I -
MOISÉS, O MEDIADOR DAS LEIS DIVINAS.
1.
O mediador (Êx 20.19-22).
Êx
19.19 A trombeta de Yahweh tinha um sonido aterrador. Soava muito alto e por
muito tempo, e somente quando Moisés falou o sonido foi substituído pela voz de
Yahweh. No sonido havia poder, mas só havia sentido na voz. Cf. I Reis
19.11-13. Lemos em Hebreus 12.21 que Moisés confessou: “Sinto-me aterrado e
trêmulo!” E alguns estudiosos vinculam essas palavras àquilo que Moisés diz
neste versículo. Nesse caso, a voz de DEUS acalmou os temores de Moisés,
conferindo-lhe uma mensagem de boas-vindas.
Êx
19.20 Yahweh desceu ao cume do monte, o que já tinha sido dito, em termos
gerais, no vs. 18. Foi ao topo do monte, pois, que DEUS chamou Moisés. “Moisés
foi convidado a entrar na nuvem que pairava sobre o cume do monte. Mas nem bem
entrou na presença divina quando Yahweh disse-lhe para voltar e avisar ao povo
que não ultrapassassem o limite para tentar ver ao Senhor” (J. Edgar Park, in
loc.). Quão perigoso era o monte! Para os israelitas, o monte ameaçava com
morte súbita, ou da parte da presença divina, ou por Execução capital, contra
quem fizesse o que tinha sido proibido. Esse acesso foi permitido somente a
Moisés e Arão (vs. 24).
“A
Experiência do Sinai teve por desígnio instilar no povo o senso de reverência
por DEUS. A reverência é aquela atitude indefinível de ESPÍRITO com a qual uma
alma nobre reage diante da grandeza” (J. Coert Rylaarsdam, in loc.). Ouvimos
música grandiosa; contemplamos uma pintura artística; ou ideias profundas nos
são apresentadas. E, então, sentimos reverência.
Êx19.21
Antes de dar prosseguimento à revelação do pacto do Sinai, Moisés recebeu a
incumbência de proteger O povo do poder que havia sido liberado. Para eles
teria sido fatal se vissem a presença de DEUS. Na verdade, trata-se de um
conceito muito perceptivo. Existem verdades que as massas não podem ouvir e nem
compreender. Se ouvissem, o coração lhes falharia. Mas em havendo
desenvolvimento espiritual, chegariam a ponto de poder ouvir com entendimento.
Mas algumas das almas menos desenvolvidas são precisamente aquelas que se
mostram mais ruidosas acerca de seu pouco conhecimento; e, por muitas vezes,
escudam suas teologias deficientes com o ódio, e não com o amor. Havia coisas
que eram ensinadas nas escolas dos rabinos que não eram ensinadas na sinagogas.
Existem cordeiros a proteger que ainda não estão preparados para a carne pesada
(Heb. 5.12-14). Uma das responsabilidades de um mestre cristão consiste em
proteger os cordeiros que, por enquanto, ainda não podem digerir mensagens mais
profundas. Algumas verdades, dizem a certos indivíduos, prejudicam mais do que
as mentiras abertas. Cf. I Sam. 6.19. Ver também Heb. 12.28,29, que se aplica
diretamente a este texto.
Êx
19.22 Também os sacerdotes. Até eles corriam perigo! Alguns deles, julgando-se
pessoas altamente espirituais, poderiam ousar tentar ver a Yahweh. No entanto,
ainda não estavam preparados para tanto, conforme o parecer do próprio Yahweh.
Portanto, Moisés foi comissionado a proteger também os sacerdotes. Os
sacerdotes precisaram santificar-se (segundo vemos no vs. 10), a fim de não sofrerem
dano. Ansiedade Exagerada e preparação inadequada causaram outras mortes,
quando os israelitas tinham manuseado questões sagradas - Ver II Sam. 6.6-8.
CHAMPLIN,
Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora
Hagnos. pag. 387.
Êx
20:18-21. O Contexto. Esta passagem volta a descrever vividamente os fenômenos
associados com a teofania no Sinai registrada em 19:16-25.
18.
Relâmpagos. A palavra usada aqui é incomum e pode ser traduzida "tochas”,
significando "raios” ou "bolas de fogo”. Esta é a palavra usada como
símbolo da presença de DEUS e que Abraão viu quando da celebração de sua
aliança com DEUS (Gn 15). LXX e a Vulgata trazem "temendo”.
19.
Não fale DEUS conosco. Esta é a primeira ocorrência do tema da relutância de
Israel (devido à consciência de seu próprio pecado) em adentrar à presença de
DEUS,
ou mesmo de ouvir Sua voz. Até mesmo um crente pode e deve sentir-se assim (Is
6:5), mas o que Israel temia era o que Moisés desejava ardentemente (33:18).
20.
DEUS veio para vos provar. Provavelmente a provação visava saber se os
israelitas realmente possuíam verdadeiro temor a DEUS, que leva o indivíduo a
guardar-se do mal. Em outras palavras, a presente reação dos israelitas era
basicamente certa, levando-se em conta a pecaminosidade da natureza humana.
R.
Alan Cole, Ph. D. ÊXODO Introdução e Comentário. Editora Vida Nova. pag.
156.
O
Medo do Povo, 20.18-20.
Os
israelitas estavam perto de uma montanha em chamas e ouviram a voz do DEUS
Todo-poderoso. Que Experiência tremenda! Quando viram esse cenário,
afastaram-se e se puseram de longe (18). O medo tomou conta deles. Pediram a
Moisés que lhes servisse de intermediário, dizendo: Fala tu conosco, e
ouviremos; e não fale DEUS conosco, para que não morramos (19). Nestas circunstâncias,
sentiram que não estavam tão preparados para questionar a posição de Moisés
como profeta de DEUS como antes estiveram (17.1-4).
Moisés
lhes deu uma palavra tranqüilizadora. Não havia necessidade de temerem
Excessivamente, pois DEUS veio para provar-vos (20), ou seja, “testar se vós
respeitareis seus mandamentos”. Não precisavam ter medo dos relâmpagos, mas
deviam ter um temor SANTO para que não pecassem contra DEUS. Os filhos de DEUS
não precisam ter medo das providências divinas, mas é essencial possuírem um
temor piedoso que os leve à reverência e obediência.
Leo
G. Cox. Comentário Bíblico Beacon. Editora CPAD. Vol. 1. pag. 192.
A
impressão que isto causou, naqueles momentos, sobre o povo: Eles deveriam ter
corações realmente estúpidos, se isto não os tivesse afetado.
1.
Eles se retiraram e permaneceram ao longe, v. 18. Antes que DEUS começasse a
falar, eles foram adiante, para contemplar (cap. 19.21). Mas agora eles foram
efetivamente curados da sua presunção, e ensinados a manter distância.
2.
Eles imploraram que a palavra não mais fosse proferida a eles (Hb 12.19), mas
suplicaram que DEUS lhes falasse por intermédio de Moisés, v. 19. Com isto eles
se obrigavam a aquiescer com a mediação de Moisés, eles mesmos tendo-o nomeado
como a pessoa adequada a intermediar entre eles e DEUS, e prometendo ouvi-lo
como mensageiro de DEUS. Uma vez DEUS tentou o Expediente de falar diretamente
aos filhos dos homens, mas ficou provado que eles não podiam suportar. Isto
afastou os homens de DEUS, em vez de trazê-los a Ele, e, como o resultado
provou, embora isto os aterrorizasse, não os afastou da idolatria, pois pouco
tempo depois eles adoraram o bezerro de ouro. Portanto, devemos ficar
satisfeitos com as instruções que nos são dadas por meio das Escrituras e do
ministério. Pois, se não crermos nelas, tampouco seríamos persuadidos, ainda
que DEUS falasse conosco em trovões e relâmpagos, como fez no Monte Sinai. Aqui
a questão foi determinada.
O
incentivo que Moisés lhes deu, Explicando o desígnio de DEUS neste terror, v.
20: “Não temais”, isto é: “Não pensem que o trovão e o fogo têm a intenção de
consumir vocês”, que era o que eles temiam (v. 19, para que não morramos).
O
trovão e o fogo pretendiam: 1. Prová-los, testá-los, verificar como eles se
sentiriam ao lidar diretamente com DEUS, sem um mediador, desta maneira
convencendo-os de maneira admirável do que DEUS tinha escolhido para eles, ao
nomear Moisés para este cargo. 2. Conservá-los no seu dever, e impedir que
pecassem contra DEUS. Ele os encoraja, dizendo: “Não temais”, e ainda lhes diz
que DEUS falou assim com eles para que o seu temor pudesse estar diante deles.
Devemos sempre ter em mente uma reverência pela majestade de DEUS, um terror
pelo seu desprazer, e uma consideração obediente à sua autoridade soberana
sobre nós. Este temor nos incentivará no nosso dever. Por isto: “Perturbai-vos
e não pequeis”, Salmos 4.4.
O
progresso da sua comunhão com DEUS, pela mediação de Moisés, v. 21. Enquanto o
povo continuava à distância, consciente da culpa, e temendo a ira de DEUS,
Moisés aproximou-se da espessa escuridão. Ele foi levado a aproximar-se, é o
que significa a palavra. Moisés, por sua própria conta, não teria se aventurado
na espessa escuridão, se DEUS não o tivesse chamado e encorajado. Da mesma
maneira está escrito, sobre o grande Mediador: “Eu o farei aproximar” (Jr
30.21), e é através dele que nós também temos acesso ao Pai, Efésios 3.12.
HENRY.
Matthew. Comentário Matthew Henry Antigo Testamento Gênesis a Deuteronômio. Editora
CPAD. pag. 296-297.
2.
Leis concernentes à escravidão (Êx 21.1-7).
É
muito difícil para nós hoje imaginarmos como era possível que no passado as
pessoas achassem normal a escravidão. Só que, na Antiguidade, a ideia de
escravidão não tinha toda a carga negativa que tem hoje, depois de séculos de
tantos abusos ocorridos durante a sua prática. A escravidão também não era, em
seu formato original, tudo aquilo que nos vem à mente hoje quando ouvimos
alguém pronunciar a palavra “escravidão”.
Ao
ouvirmos a Expressão “escravidão”, o que vem à nossa mente imediatamente são as
ideias de prisão, privação de direitos, ser forçado a ser e a fazer o que não
se quer, humilhação, chibatadas, surras, Exploração, seres humanos tratados
como animais ou abaixo de bichos — enfim, tudo aquilo que lemos e ouvimos
acerca, sobretudo, da escravidão negreira durante a Era Moderna. Claro que
também havia casos de Excessos, abusos e injustiças no trato de servos na
Antiguidade, mas, no geral, as relações entre senhores e servos não eram
abusivas, principalmente entre o povo hebreu e os primeiros cristãos (Ef 6.5-9;
Cl 3.22-4.1; 1 Tm 6.1,2; 1 Pe 2.18-25 e Fm 8-21).
Às
vezes, um grande número de cidadãos são compelidos, durante muito tempo, a
prestar serviço e tempo integral ao Estado sob condições muito mais rigorosas,
e envolvendo muito mais riscos à vida e à propriedade que as condições em que
os escravos podiam ser chamados a servir aos seus senhores.
Portanto,
propriedade sobre o nosso trabalho por parte de outros é [ainda hoje] um fato
da nossa estrutura social. E sabemos muito bem que isso não significa violação
do nosso ser, personalidade, direito ou privilégio. É uma necessidade da nossa
natureza e da organização social da raça humana. Não há necessidade de pensar
que a propriedade de outro sobre o nosso trabalho ou, nesse ponto, sobre a
pessoa envolvida nessa relação de serviço seja uma violação do que é intrínseco
à personalidade; e somos capazes de ver o limite que o Novo Testamento dá,
ditada pelos princípios dos quais as Escrituras são o guia”. Para entendermos
melhor isso, é preciso vermos o que levou as pessoas no passado a, inclusive,
se darem como escravas. Pois bem, a escravidão na Antiguidade teve início em
virtude de três fatores.
Em
primeiro lugar, a pobreza. Ela foi o primeiro — e também o principal — fator
gerador da escravidão. O número de pobres sempre foi muito grande na
Antiguidade, razão por que, infelizmente, era comum pessoas que eram muito
pobres, que não tinham como se sustentar de jeito algum, se oferecerem como
escravas de outras pessoas bem aquinhoadas para que, assim, pudessem
sobreviver. Havia até casos de pobres que nem tentavam se esforçar para
conseguir a sua independência, preferindo partir logo para uma vida à custa e
ao serviço de pessoas mais abastadas. Infelizmente, isso acontecia.
Havia
pobres que preferiam a mendicância à servidão, mas havia outros que se
ofereciam à servidão, e as pessoas da Antiguidade achavam esta última atitude
uma medida legítima.
Em
segundo lugar, às vezes a pessoa não era pobre, mas ficava devendo tanto a
outra pessoa que, não tendo como pagá-la, se oferecia para servi-la até
conseguir pagar a dívida. Ninguém considerava impróprio o credor ter
propriedade sobre o trabalho do devedor até que a dívida daquele fosse paga.
Todos consideravam mais do que justo. Inclusive, por causa das dívidas dos
pais, os filhos, após o falecimento destes, trabalhavam também como servos do
credor até que o restante da dívida paterna fosse paga. Lembremo-nos, por Exemplo,
do caso registrado em 1 Reis 4.1,7.
E
por fim, em terceiro lugar, havia aqueles escravos que eram frutos de guerra.
Povos conquistados tinham geralmente parte de sua população poupada para servir
como escrava à gente da nação vencedora. Foi daí, desse último caso, que nasceu
o famoso comércio de escravos, que ganharia, com o passar dos anos, dimensões
internacionais.
Aliás,
milhares de anos depois, já na Era Moderna, vemos que os negros que eram
vendidos aos europeus e americanos (do norte, centro e sul) nada mais eram do
que prisioneiros de guerra de tribos de negros da África que eram vendidos
pelos seus conquistadores aos brancos.
Pela
graça de DEUS, com o passar dos séculos, esse costume foi abolido, e o
cristianismo foi o responsável por isso. E só lembrar que enquanto grandes
nomes do Iluminismo sequer moveram uma palha para acabar com a escravidão, os
metodistas, os quakers e muitos anglicanos, seguidos por congregacionais e
presbiterianos, promoveram um movimento no século XVIII que culminou no fim do
tráfico de escravos e na abolição da escravatura na Inglaterra no início do
século XIX, tendo como principais nomes desse movimento John Wesley, John
Newton, William Wilberforce e o célebre “Grupo de Clapham”, conhecido como “Os Santos”. Lembrando que essa mudança na Inglaterra, que era
a principal potência mundial na época, forçou todos os demais países do
Ocidente que praticavam a escravidão a fazer o mesmo nas décadas seguintes,
inclusive o Brasil.
No
nosso país, os evangélicos também participaram do movimento abolicionista. E
nos Estados Unidos, no Segundo Grande Despertamento Evangélico (1820-1860), que
antecedeu a Guerra de Secessão (1861-1865), a maioria dos pregadores pregava
contra o pecado da escravidão na América e pelo fim da escravatura, tornando-se
o carro-chefe do movimento abolicionista norte-americano. Abraham Lincoln, que
no início era a favor da escravidão, após abandonar o deísmo que havia abraçado
no início da sua fase adulta e se voltado para CRISTO pouco antes de assumir a
presidência do seu país, teve sua mente mudada sobre o assunto e se tornou um
abolicionista.
Mas
voltemos ao mundo antigo. A escravidão, na Antiguidade, era um fator cultural,
mas não tinha a mesma dimensão da já mencionada escravidão negreira que marcou
a Era Moderna.
No
contexto do mundo antigo, havia tanto senhores bons, cujos servos eram tratados
com muita dignidade, fazendo parte da família e se tornando grandes amigos de
seus senhores, como havia senhores Extremamente maus, que abusavam de seus
servos, oprimiam-nos e cometiam várias injustiças contra eles. Por Exemplo: a
Bíblia diz que Abraão e Jó eram senhores que cuidavam bem e com dignidade de
seus muitos servos. Abraão colocava a administração sobre tudo o que possuía
nas mãos de um de seus servos, que era tratado com respeito, honra e amizade, e
seguia a mesma fé de seu senhor (Gn 24.2,12). A Bíblia também diz que as
centenas de servos de Abraão lutavam em guerras com o seu senhor e disputavam
em favor dos negócios dele (Gn 13.7-9; 14.14-16). O igualmente muito rico Jó
afirma que, em toda a sua vida, nunca desprezara o direito de um servo ou serva
quando lhe cobravam alguma coisa (Jó 31.13,14).
O
ideal, na verdade, seria que não Existisse servidão. Porém, já que essa
situação era uma realidade por causa dos problemas sociais prevalecentes em
todo o mundo antigo, DEUS regulou essa prática para que não houvesse abusos por
parte dos senhores, que muitas vezes eram tentados a se aproveitar do direito
que tinham sobre o trabalho de seus servos. Para isso, DEUS instituiu algumas
regras salutares para dar o mínimo de dignidade e oportunidades de
independência para o servo. Senão, vejamos.
Primeiro,
veremos as normas válidas para os servos israelitas, depois veremos para os
servos estrangeiros.
Eis
as normas para os servos israelitas:
1.
A pessoa só se tornava serva de outra quando era tão pobre que não tinha
condições de manter-se como cidadã independente (Lv 25.39), quando não tinha
condições de pagar dívidas ou ainda, no caso de alguns, quando não tinha condições
de pagar indenizações por roubo (Êx 22.3). Lembrando que era proibido emprestar
com usura aos necessitados.
2.
O servo hebreu não poderia receber dos seus senhores apenas roupas, comida e
local para dormir, como acontecia com a maioria dos escravos das outras nações.
Mesmo sendo escravo, ele deveria ser tratado como um funcionário, devendo
receber um salário como qualquer empregado (Lv 25.39,40). Naquela época, os
empregados recebiam seu pagamento por dia trabalhado, por isso eram chamados de
“jornaleiros”, isto é, diaristas.
3.
O tempo de serviço de um escravo só poderia durar até seis anos; e mesmo se ele
fosse escravo não por ter se vendido em sua pobreza, mas por causa de uma
dívida específica que, após aqueles seis anos, ainda não havia sido paga, seria
liberto mesmo assim, sem precisar pagar nada (Êx 21.2). Os seis anos eram
suficientes. A pessoa não era forçada a viver como serva de outra pelo resto da
vida por causa de uma dívida ou do que quer que fosse.
4.
Quando a pessoa recebia sua liberdade após os seis anos, o seu senhor era
obrigado a lhe dar uma compensação que o auxiliasse a começar sua liberdade com
alguma posse e sustento (Dt 15.13-15,18).
5.
Ao final dos seis anos de trabalho, sua mulher e seus filhos também sairiam da
servidão juntamente com ele (Êx 21.3; Lv 25.54), a não ser que ela fosse uma
serva do seu senhor com quem ele tinha se casado durante o período de seis anos
de servidão. Nesse caso, ele teria que escolher se queria a liberdade ou se
ficaria com ela e os eventuais filhos frutos dessa união (Êx 21.4).
6.
Se o servo amasse tanto a família que ele constituíra na casa de seu senhor ou
gostasse tanto do seu senhor que quisesse continuar sendo servo dele por toda a
vida, seu senhor deveria ir aos juízes, que, confirmando a situação,
ratificariam o desejo desse servo (Êx 21.5,6). A prova pública e definitiva
dessa decisão livre do servo era dada quando o seu senhor furava a orelha dele.
Esse era o sinal de que ele ser-lhe-ia escravo para sempre. Ou seja, havia
liberdade de escolha.
7.
A mulher solteira em situação de escravidão poderia sair livre como qualquer
escravo ao final de seis anos (Dt 15.12,17); e se seu senhor quisesse se casar
com ela, teria que pagar ao pai dela pelo casamento e este era livre para
aceitar ou não a proposta. Se o senhor, após pagar o dote, desagradasse dela e
resolvesse não a desposar, ela seria comprada de volta. Ela nunca poderia ser
oferecida a um estrangeiro. E se ela se casasse com o filho do seu senhor,
teria que ter os mesmos direitos de uma filha do seu senhor. E mesmo se seu
marido depois se casasse com outra, ele não poderia diminuir o mantimento, nem
a veste, nem a obrigação marital que tinha para com ela. E se ele não cumprisse
isso, ela poderia se descasar dele sem devolver ou pagar nada (Êx 21.7-11).
Como acrescenta o Comentário Bíblico Beacon, “essas normas impediam que o
senhor se aproveitasse da família pobre, maltratando a moça”.
8.
Quando um senhor, ao castigar seu servo por algum mal que este lhe cometera,
levasse-o à morte, então seria castigado —- no original hebraico, o servo seria
“vingado” (Êx 21.20), o que seria uma referência à aplicação da pena de morte
ao senhor, conforme a chamada “Lei da Vingança” (“vida por vida”, Êx 21.23). No
caso de o servo sobreviver dias, não seria aplicada pena nenhuma ao senhor,
porque este já sofreria com a perda econômica de não ter mais o trabalho do
servo e com a Extinção da dívida financeira deste para com seu senhor ao morrer
(Êx 21.21). Como Explica o Comentário Bíblico Beacon, a sobrevivência por
alguns dias comprovava que o senhor não desejara matar o escravo, mas apenas se
Excedera no castigo para corrigi-lo.
9.
O senhor não poderia tratar mal a seu servo (Lv 25.43). Inclusive, se este
quisesse fugir por se sentir oprimido por seu senhor, não poderia ser devolvido
a seu senhor. A casa onde ele fosse procurar esconderijo era obrigada a
recebê-lo e o servo ficaria livre (Dt 23.15,16).
10.
Se um senhor ferisse o seu servo, seja afetando-lhe o que era considerado o bem
mais precioso de um homem — o seu olho —, seja arrancando o que era considerado
o bem mais simples de um ser humano — um dente —, seu servo receberia
automaticamente a liberdade sem dever mais nada a seu senhor (Êx 21.26,27).
11.
Um parente do escravo que tivesse condições financeiras de resgatá-lo — isto é,
pagar pela sua libertação — tinha a obrigação de fazê-lo (Lv 25.47-55).
12.
Nenhuma pessoa que já não fosse escrava poderia ser vendida como escrava. A
sanção para quem quebrasse essa norma era a pena de morte (Dt 24.7).
Em
relação aos servos estrangeiros, encontramos na lei mosaica que: 1. Eles eram
presos de guerra (Dt 21.10), estrangeiros pobres que se ofereciam como servos
ou então servos estrangeiros comprados de outros povos (Lv 25.44,45). DEUS
autorizou que fossem comprados (Lv 25.44) para que os israelitas evitassem o
máximo possível ter servos entre seus irmãos.
2.
Seus senhores tinham a opção de ou libertá-los após seis anos de serviço (“...
apregoareis liberdade na terra a todos os seus moradores", Lv 25.10 -
grifo meu), o que alguns faziam, ou de tê-los como servos por toda a vida (Lv
25.44-46), que era a opção da maioria. Excetuando essa não obrigatoriedade de
libertação dos escravos estrangeiros após seis anos de trabalho, todos os
demais direitos que um servo israelita tinha um servo estrangeiro também tinha
(Lv 24.22; Dt 24.17; 27.19). Um servo estrangeiro não poderia ser oprimido,
como foram os hebreus quando escravos no Egito (Êx 22.21).
3.
Se um israelita quisesse se casar com uma das prisioneiras de guerra, primeiro
deveria dar-lhe um mês para chorar o seu luto (Dt 21.13). E uma vez que depois
disso ela passaria a ser a sua mulher, a estrangeira deveria romper com o
paganismo, que é o que significa “rapar a cabeça” e “cortar as unhas” (Dt
21.12). Também não deveria vestir mais roupas de escrava e não poderia nunca
ser vendida, porquanto agora era a sua esposa (Dt 21.13,14).
Por
todos esses fatores, R. J. Rushdoony e William Lindsay afirmam que seria mais
conveniente chamar a escravidão sob a lei mosaica “de serviço obrigatório, e
não de escravidão”
COELHO,
Alexandre; DANIEL, Silas. Uma Jornada de Fé. Moisés, o Êxodo e o Caminho
a Terra Prometida. Editora CPAD. pag. 114-123.
LEIS
ACERCA DE ESCRAVOS (21.1-11)
O
decálogo original formava a essência da legislação mosaica, mas o resto do
livro de Êxodo comenta sobre a grande multiplicação de leis e preceitos, que
abordavam todo aspecto concebível da vida humana, individual e coletiva. As
ordenanças devem ser entendidas como precedentes normativos, ou seja, regras
originais que deveriam governar toda concepção acerca das leis que aparecem em
seguida.
Êx
21.1 São estes os estatutos. As questões relativas à escravidão, que passariam
a ser descritas, encontraram lugar dentro do código civil. Essa legislação era
considerada sagrada e divinamente inspirada, pelo que não se podia evitar
obedecê-la. Algum tipo de justiça e de equidade teria que ser aplicado à
escravidão. As decisões judiciais futuras teriam que obedecer ao ESPÍRITO destes
estatutos. Surgiriam situações em que teria de ser aplicada a legislação por
analogia. Cf. Deu. 15.12-18. Os estatutos dados aqui refletem costumes de uma
comunidade tipicamente agrícola (Êx. 22.5,6), e o seu conteúdo é bastante
parecido com outros códigos legais de povos antigos daquela região do mundo.
Êx
21.2 Se comprares um escravo hebreu. A preocupação aqui era com um possível
escravo israelita, e não estrangeiro. No caso deste, aplicavam-se outros
estatutos, menos favoráveis. Quando um hebreu precisava de dinheiro, tendo
dívidas a pagar, podia vender-se como escravo. Também era possível escravizar à
força um hebreu, embora isso deva ter acontecido com pouca freqüência. Ver II
Reis 4.1 e Lev. 25.39. Um hebreu podia ser forçado à servidão por motivo de
dívida, conforme mostra a primeira dessas duas referências. O caso mais triste
era que um hebreu (ainda menor de idade) podia ser vendido por seus pais como
escravo, quando precisassem de dinheiro (Ne. 5.2). O valor de um homem que
servisse por seis anos era ridiculamente pequeno (vs. 32). A maioria dos
aspectos das leis hebréias eram mais humanas que a legislação babilônica
(código de Hammurabi, 117). O trecho de Deu. 15.18, onde é usado o termo
“metade", talvez reflita conhecimento sobre a prática babilônica. Um
escravo, se fosse severamente ferido, obtinha uma espécie de licença médica
(vss. 26,27). Em tempos posteriores, mesmo que um escravo tivesse servido
somente por um ano, a lei do jubileu libertava a ele e a todos os demais
escravos (Lev. 25.39-41).
Os
vss. 7-11 incluem a questão das escravas.
Como
um Hebreu Podia Tornar-se Escravo de Outro Hebreu.
1.
Por causa de crime grave (Êx. 22.3).
2.
Por causa de dívida (Lev. 25.39).
3.
Por ser vendido por seu pai (Ne. 5.5).
A
Escravidão. Ficamos desolados quando vemos a escravidão ser regulamentada, e
não eliminada, no Antigo e no Novo Testamentos. Que a escravidão tenha Existido
sob qualquer forma (apesar de algumas provisões humanitárias), mostra a baixa
natureza espiritual dos povos antigos, a despeito de quaisquer outras vantagens
que tenham tido. A lei do amor é o maior de todos os conceitos (ver todo o
capítulo treze de I Coríntios). O amor é a prova da espiritualidade (I João
4.7-12). A escravidão é uma afronta ao amor, mesmo nos casos onde imperava
bastante humanidade e leniência.
O
texto à nossa frente não alude à escravidão de estrangeiros em Israel ou de
prisioneiros de guerra. Estão em pauta somente escravos hebreus. Havia uma
legislação limitada ao benefício de escravos hebreus. Um tratamento humano era
requerido, mas um escravo não podia pensar em liberdade enquanto não chegasse o
sétimo ano.
Êx
21.3,4 Sua mulher. Se um escravo hebreu se tivesse casado durante seu período
de escravatura, então sairia sozinho ao ser libertado, no sétimo ano. Se já
fosse casado antes de tornar-se escravo, sua mulher também seria libertada. O
trecho de Deuteronômio 15.13,14 mostra que um escravo libertado tinha O direito
de receber certas coisas básicas, como gado, cereais e vinho, uma espécie de
compensação. Os versículos não falam em filhos, mas é óbvio que, uma vez livre,
levava consigo os seus filhos. E o quarto versículo nos dá a horrenda
informação de que se fosse dada uma esposa a um escravo, durante seu período de
escravidão, esta ficaria retida pelo senhor mesmo quando o homem fosse
libertado. Isso mostra que tal mulher e seus filhos eram tidos apenas como uma
propriedade. Além disso, parece haver certa contradição com Deu. 15.13,14, onde
se lê que um escravo libertado podia levar consigo certas possessões. Por que
não sua esposa e seus filhos? Que possessões mais básicas poderia ter um homem
além de sua esposa e de seus filhos? Alguns eruditos, por isso mesmo, salientam
que leis posteriores, como aquela de Deuteronômio, tornaram-se mais humanas.
Também
não devemos esquecer que esposas e filhos nascidos livres também estavam sob a
autoridade do dono da casa. Ele podia vender seus próprios filhos a outro
israelita, tal como podia vender seus escravos” (J. Coert Rylaarsdam, in loc.).
Em
face disso, os estatutos que tratam das questões relativas às esposas e aos
filhos eram leis sobre a propriedade, e não leis de direito civil.
O
mais provável é que fosse uma mulher estrangeira, a menos, naturalmente, que
tivesse sido vendida, o que era perfeitamente possível, segundo já vimos. Vamos
imaginar que o pai da mulher a tivesse vendido, e que ela fosse hebréia. Nesse
caso, ela ter-se-ia tornado propriedade de outro homem. Então, se ela fosse
dada a outro hebreu, também vendido como escravo teria ele o direito de levá-la
consigo, ao obter sua liberdade? Penso que não. E é precisamente o que diz o
sétimo versículo.
Êx
21.5 O amor poderia prender um homem a uma escrava com quem ele se tivesse
casado; o amor também pode prender sentimentalmente um homem a seus filhos.
Nesse caso, chegado o tempo de um homem escravo ser posto em liberdade, ele
poderia rejeitar a sua libertação a fim de manter unida a sua família. Nesse
caso, que sucederia? A brutal provisão da lei mosaica não era que ele poderia
negociar sua liberdade, envolvendo na mesma sua mulher e seus filhos. Bem pelo
contrário, todos eles tornar-se-iam escravos oficiais, para sempre, sem
possibilidade de redenção, embora fossem hebreus, a menos que pensemos que
então se aplicaria também a eles a lei do sétimo ano, quando, finalmente,
seriam libertados!
Este
versículo também dá margem ao caso de amizade profunda de um escravo por seu
senhor. É comum que os prisioneiros a longo termo se acostumem de tal modo à
sua horrenda vida que, mesmo quando podem receber a liberdade, eles a rejeitam.
Embora o trabalho fosse duro, pelo menos havia segurança. Alguns homens pagam
um elevado preço por sua segurança pessoal. Por outra parte, um homem pode amar
um Senhor benévolo, e assim decidir tornar-se seu escravo permanente. Nesse
caso, ao homem era permitido, por lei, fazer um contrato de escravatura
permanente, dotado da chancela oficial religiosa e civil. Ver Lev. 25.39,40,46.
Êx
21.6 Juízes. A palavra usada no original hebraico é elohim, pelo que há uma
intenção divina provável nessa referência. Assim, levar alguém aos “deuses”
talvez queira dizer levá-lo diante do altar de DEUS, no lar, onde o pacto seria
firmado.
O
altar doméstico em questão séria O altar da família ou do clã. O ato de furar a
orelha teria de ser feito contra a ombreira da porta da casa do proprietário, o
que nos faz lembrar do sacrifício da páscoa (Êx. 12.22). Esse rito de furar a
orelha seria um ato doméstico, religioso e social, um contrato legal.
Em
outras culturas, os escravos eram marcados como se fossem animais. Na
Babilônia, os escravos tinham seus cabelos cortados de uma maneira peculiar
(código de Hammurabi, 226), e um escravo rebelde tinha uma de suas orelhas
decepadas (lei 282).
Êx
21.7 Os vss. 7-11 alistam os direitos das escravas ou das concubinas (cf. Deu.
15.12.17).
Uma
escrava hebréia, vendida à escravatura por seu pai, não tinha o direito de ser
solta ao fim de seis anos. Mas isso foi modificado posteriormente (Deu. 15.17).
O mais provável é que ela viria a tornar-se uma concubina de algum hebreu, uma
esposa secundária. Seu estado social aviltado não encorajaria um homem livre a
casar-se com ela como sua principal esposa. Mas ela poderia obter sua liberdade
sob circunstâncias especiais, conforme ficou especificado nos vss. 8 a 11.
“Por
muitas vezes, escravas tornavam-se concubinas ou esposas secundárias (Gên.
16.3; 22.24; 30.3,9; 36.12; Jz. 8.31; 9,18). Alguns israelitas pensavam ser
mais vantajoso suas filhas tornarem-se concubinas de vizinhos abastados do que
se tornarem esposas de homens da própria classe social delas” (John D. Hannah,
in loc.). Naturalmente, por muitas vezes havia em tudo isso algum nobre motivo.
A jovem simplesmente valia dinheiro, e estava acostumada a ganhá-lo. O direito
de vender crianças como escravos era tido, nos tempos antigos como algo
inerente à pátria potestas, e era praticado em muitas nações (Heródoto, Hist.
v.6; Cine, Opusc. vol. iv. pág. 125). As mulheres hebréias podiam reivindicar
sua liberdade ao fim de seis anos, se assim o quisessem (Deu.
15.17)"(Ellicott, in loc.). Notemos, todavia, que essa norma de
Deuteronômio é posterior, olhando para além do que se antecipava no texto
presente. A possibilidade de libertação é sugerida no livro de Deuteronômio,
embora isso não seja dito abertamente.
CHAMPLIN,
Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora
Hagnos. pag. 396-397.
21:1-11.
1.
O escravo hebreu. Tal como no livro de Provérbios, não há aqui a menor
referência a qualquer aliança distintamente israelita que sirva de base para o
bondoso tratamento dispensado ao escravo pelo seu senhor. Há um vínculo,
entretanto: senhor e escravo são ambos hebreus, um termo antigo de sentido
descritivo bem amplo (5:3). Tais leis podem datar, portanto, do período
patriarcal, sendo assim bem anteriores a Moisés: Abraão também é apresentado
como "hebreu"(Gn 14:13). Naturalmente, não dispomos de códigos
escritos de leis e costumes dos hebreus primitivos, de modo que esta hipótese
não pode ser verificada.
Israel,
entretanto, considerava ambos os tipos de lei como vindas de DEUS. Levítico 25
e Deuteronômio 15 especificamente fazem desta Experiência de salvação um motivo
para o tratamento bondoso dos escravos em Israel. Toda a história do Êxodo é
narrada numa linguagem deliberadamente destinada a lembrar o processo de
emancipação de um escravo israelita (Dt 15:13,14), especialmente com referência
à compensação financeira paga pelos anos de serviço.
2.
Um escravo hebreu. Este era, na verdade, um "trabalhador contratado”,
preso a um contrato de seis anos. Quando chegava o sétimo ano, deveria ser
libertado: se o duplo sétimo ano do jubileu chegasse antes do seu sétimo ano de
serviço, poderia aparentemente sair livre sem esperar que os seis anos se
completassem (Lv 25). A ligação com o conceito do "descanso sabático” parece
clara. Um escravo estrangeiro, ou um servo "nascido na casa”, por outro
lado, poderia servir até o fim da vida (Lv 25:46).
Forro.
O hebraico hopsí deveria provavelmente ser traduzido por "liberto”, pois
parece denotar uma classe social definida (também conhecida em Canaã) situada
entre os "nobres” e os "escravos”. Não tem o mesmo sentido da palavra
traduzida "de graça”, que indica não ser necessário o pagamento de
alforria. MacLaurin sugere um sentido semelhante a "soldado profissional”
ou "sujeito a serviço militar”, com base no termo árabe frubshu
(comunicação verbal).
3.
Solteiro. Literalmente "com seu corpo” ou "com suas costas”, isto é,
sozinho, desacompanhado. A frase é vivida e peculiar, mas seu sentido é bem
claro. A provisão desta lei pode nos parecer severa, mas a esposa era
provavelmente uma escrava perpétua, pertencendo portanto ao senhor. Alguns vêem
aqui resquícios de uma sociedade matriarcal neolítica, em que o relacionamento
com a mãe era mais íntimo do que bom o pai. Havia entretanto, provisão para que
o marido ficasse, se assim o desejasse: ele não era obrigado a deixar esposa e
filhos.
6.
O levará perante DEUS. Isto é, ao santuário (utilizar a Expressão "aos
juízes”, como fazem alguns editores, é Explicação, ao invés de tradução).
A ida
ao santuário tem como objetivo presumível fazer uma declaração solene (jurando
por YHWH), na presença de testemunhas, quanto à condição do escravo. Quanto à
porta, há debate se esta se refere à porta do santuário ou à porta da casa.
Esta última opinião parece ser a mais provável, em vista da natureza da
cerimônia, que tornava o escravo um membro permanente da família. O furar a
orelha se destinava a marcar o indivíduo como propriedade privada (como se faz
hoje em dia com animais). Não há, todavia, evidências antigas suficientemente
claras de que a orelha furada indicasse a condição de escravo. A outra
conotação possível era a de obediência (SI 40:6). No ato de consagração, a
orelha do sacerdote era besuntada com sangue, presumivelmente com o mesmo significado
(29:20).
Por
toda a vida seria uma tradução apropriada do hebraico "para sempre"
pois o israelita era prático e não-filosófico ao encarar a vida.
7.
Esta não lhe sairá como saem os escravos. O caso da escrava esposa israelita
era bem diferente. Ela não era automaticamente libertada como o homem, porque
seu senhor-marido ainda tinha deveres para com ela.
8.
Mesmo que se tivesse cansado dela, o senhor não poderia vende-la a um outro
homem pois isto seria uma violação de suas obrigações conjugais para com ela.
Em vez disso, deveria permitir que os parentes da escrava a resgatassem. O
verbo "agir deslealmente” (ou "traiçoeiramente”) é freqüentemente
usado para descrever infidelidade matrimonial: em Jeremias 3:7,8 é aplicado a
Israel, a esposa infiel.
9.
Tratá-la-á como se tratam as filhas. Ela era virtualmente sua filha de criação.
O velho costume chinês de adquirir uma jovem escrava que viesse a ser esposa do
filho da casa no futuro é um paralelo Exato.
Provavelmente
a origem do costume era a mesma em ambos os casos: evitar o pagamento de um
dote muito maior numa data posterior, e também criar a futura nora dentro da
família, assegurando assim que ela se ajustaria. Tal atitude virtualmente abole
a escravidão, Exceto quanto ao título.
10.
Mantimento, vestidos, direitos conjugais. Estas três provisões se assemelham a
antiga formulação legal. A palavra traduzida "mantimento” deveria talvez
ser traduzida "carne”: seu significado, dizem os comentaristas, é que a
esposa deveria receber sua quota de comida requintada, não apenas uma ração de
subsistência, comum aos outros escravos.
A
carne era provavelmente um prato raro na mesa da família israelita típica,
Exceto depois de sacrifícios.
11.
Ela sairá sem retribuição. Se o senhor-marido deixasse de cumprir qualquer
destas três estipulações, a escrava-esposa sairia livre. Em tais circunstâncias
não era necessário que seus parentes pagassem o "resgate” que era
presumivelmente igual ao preço de compra da escrava-esposa. Por outro lado, as
"três coisas” poderiam se referir às três maneiras de tratar a
escrava-esposa; tomá-la por esposa, dá-la por esposa ao filho, e permitir que
fosse resgatada pelos parentes.
R.
Alan Cole, Ph. D. ÊXODO Introdução e Comentário. Editora Vida Nova. pag.
158-161.