"Dou graças a DEUS por JESUS CRISTO, nosso Senhor. Assim que eu mesmo, com o entendimento, sirvo à lei de DEUS, mas, com a carne, à lei do pecado." (Rm 7.25)
VERDADE PRÁTICA
A luta entre a carne e o espírito é uma realidade na vida de todo crente, mas a dependência da graça de DEUS fará com que tenhamos uma vida vitoriosa.
LEITURA DIÁRIA Segunda - Rm 6.2,3 O poder do pecado foi aniquilado por JESUS CRISTO e não pela lei.
Terça - Rm 6.11 Nossa antiga natureza está morta, agora estamos vivos para DEUS
Quarta - Rm 6.12 Não podemos permitir que o pecado assuma o controle de nossas vidas
Quinta - Gl 5.13 Não usemos da liberdade para dar lugar à carne
Sexta - Gl 5.16-21 Já não somos mais dominados pelas obras da carne
Sabado - Gl 5.22 O fruto do ESPÍRITO na vida do crente
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE - Romanos 7.1-15 1 - Não sabeis vós, irmãos (pois que falo aos que sabem a lei), que a lei tem domínio sobre o homem por todo o tempo que vive? 2 - Porque a mulher que está sujeita ao marido, enquanto ele viver, está-lhe ligada pela lei; mas, morto o marido, está livre da lei do marido. 3 - De sorte que, vivendo o marido, será chamada adúltera se for doutro marido; mas, morto o marido, livre está da lei e assim não será adúltera se for doutro marido. 4 - Assim, meus irmãos, também vós estais mortos para a lei pelo corpo de CRISTO, para que sejais doutro, daquele que ressuscitou de entre os mortos, a fim de que demos fruto para DEUS. 5 - Porque, quando estávamos na carne, as paixões dos pecados, que são pela lei, operavam em nossos membros para darem fruto para a morte. 6 - Mas, agora, estamos livres da lei, pois morremos para aquilo em que estávamos retidos; para que sirvamos em novidade de espírito, e não na velhice da letra. 7 - Que diremos, pois? É a lei pecado? De modo nenhum! Mas eu não conheci o pecado senão pela lei; porque eu não conheceria a concupiscência, se a lei não dissesse: Não cobiçarás. 8 - Mas o pecado, tomando ocasião pelo mandamento, despertou em mim toda a concupiscência: porquanto, sem a lei, estava morto o pecado. 9 - E eu, nalgum tempo, vivia sem lei, mas, vindo o mandamento, reviveu o pecado, e eu morri; 10 - e o mandamento que era para vida, achei eu que me era para morte. 11 - Porque o pecado, tomando ocasião pelo mandamento, me enganou e, por ele, me matou. 12 - Assim, a lei é santa; e o mandamento, santo, justo e bom. 13 - Logo, tornou-se-me o bom em morte? De modo nenhum! Mas o pecado, para que se mostrasse pecado, operou em mim a morte pelo bem, a fim de que pelo mandamento o pecado se fizesse excessivamente maligno. 14 - Porque bem sabemos que a lei é espiritual; mas eu sou carnal, vendido sob o pecado. 15 - Porque o que faço, não o aprovo, pois o que quero, isso não faço; mas o que aborreço, isso faço. OBJETIVO GERALMostrar que a luta entre carne e espírito é uma realidade na vida de todo crente.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS Explicar a analogia do casamento ilustrada na Lei; Mostrar a analogia da solidariedade da raça ilustrada em Adão; Discorrer a respeito da analogia entre carne e espírito INTERAGINDO COM O PROFESSORNa lição de hoje estudaremos o capítulo sete da Epístola aos Romanos. Este capítulo trata a respeito da libertação da Lei. Para que os romanos compreendessem bem o assunto, Paulo faz uma analogia entre a Lei e o casamento. O apóstolo mostra que enquanto o marido viver, a esposa está ligada a ele mediante a lei do matrimônio. Mas, morto o marido a esposa se torna livre, podendo até mesmo contrair novas núpcias. Com esta analogia, Paulo mostra que os salvos em CRISTO, pela fé, já estão livres da lei do pecado e agora pertencem a JESUS CRISTO. Em CRISTO, estamos mortos para a lei do pecado. O apóstolo precisou tratar deste assunto porque os judeus tinham dificuldades de se libertarem das amaras da Lei. Livres da lei do pecado temos condições de nos relacionarmos com DEUS e vivermos uma vida de santidade. Segundo Lawrence Richards "a libertação da Lei não promove o pecado, mas a justiça".
PONTO CENTRALJESUS CRISTO nos libertou do jugo da Lei, do pecado e das obras da carne, por isso, podemos andar em ESPÍRITO. Resumo da Lição 6, A Lei, a Carne e o ESPÍRITO
I - A LEI ILUSTRADA NA ANALOGIA DO CASAMENTO (Rm 7.1-6)
1. A metáfora do casamento. 2. A metáfora da mulher viúva. 3. Mortos para a lei. II - ADÃO ILUSTRADO NA ANALOGIA DA SOLIDARIEDADE DA RAÇA (Rm 7.6-13) 1. De volta ao paraíso. 2. Lembranças do Sinai. 3. A lei dada a Adão. III - O CRISTÃO ILUSTRADO NA ANALOGIA ENTRE CARNE E ESPÍRITO (Rm 7.14-25) 1. A santidade da Lei. 2. A malignidade da carne. 3. A velha natureza. SÍNTESE DO TÓPICO I - Paulo utiliza a analogia do casamento para mostrar que fomos libertos do jugo da Lei e do pecado SÍNTESE DO TÓPICO II - Paulo mostra que Adão é o cabeça e representante da raça humana. SÍNTESE DO TÓPICO III - Paulo faz uma analogia para mostrar a luta da carne com o ESPÍRITO. SUBSÍDIO TEOLÓGICO - top1 "Livre - Um cônjuge não está mais ligado pela lei matrimonial com o consorte falecido. A morte liberta a ele ou a ela dessa lei. Semelhantemente, a morte de CRISTO, que compartilhamos em nossa união com Ele, nos liberta de todas as obrigações legais constantes na Lei de DEUS.
Algumas pessoas ficam atemorizadas com a ideia de que o cristão não tem obrigação alguma de guardar a Lei. Paulo deixa claro que precisamos estar livres dessas obrigações. Por quê? A Lei diz respeito à nossa natureza pecaminosa e proclama: 'Não'. O resultado não foi uma repreensão do desejo de pecar, mas o surgimento de nossas paixões pecaminosas. Pecamos, ao 'produzir frutos da morte'. DEUS agora nos chama para nos relacionarmos diretamente com Ele através do ESPÍRITO. O ESPÍRITO falará à nossa natureza, nos estimulando a servir e, assim, a 'produzir frutos para DEUS' (RICHARDS, Lawrence. Guia do Leitor da Bíblia: Uma análise de Gênesis a Apocalipse capítulo por capítulo. 10.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2012, p.743.
CONHEÇA MAIS Lei - "A Lei de DEUS, em Romanos 7, é a revelação do Antigo Testamento dos padrões de comportamentos morais de justiça. No entanto, a 'lei' que Paulo descobre estar agindo em sua personalidade é o 'princípio universal' do pecado e da morte que escraviza os seres humanos decaídos. Nesse capítulo, Paulo explora o relacionamento entre a Lei de DEUS e a lei (princípio) do pecado. Ele expressa seu sentimento de desesperança na medida em que tenta responder à Lei de DEUS, mas, no meio disso, está o pecado a impedi-lo. Em 8.2, Paulo apresenta outra 'lei' (princípio universal) que resolve o seu problema e o nosso." Para conhecer mais leia Guia do Leitor da Bíblia, CPAD, p. 743. SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO
Professor, reproduza o esquema abaixo e utilize-o para enfatizar o que dispomos como descendência de Adão e como filhos de DEUS.
COMO FILHOS DE ADÃO | COMO FILHOS DE DEUS |
Ruína (5.9) | Salvação (5.8) |
Pecado (5.12,15,21) | Justiça (5.18) |
Morte (5.12,16,21) | Vida eterna (5.17,21) |
Separação de DEUS (5.18) | Relacionamento com DEUS (5.11,19) |
Desobediência (5.12,19) | Obediência (5.19) |
Punição (5.18) | Libertação (5.10,11) |
Lei (5.20) | Graça (5.20) |
SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO "O conflito entre a Lei e o pecado (7.14-25) Esse conflito é inevitável. Duas leis se chocam - a lei do pecado e a lei de DEUS. Podemos chamá-las de lei carnal e lei espiritual. Entretanto, esse conflito pode ser facilmente dominado pelo crente, se ele dominar o pecado pela lei espiritual. O campo de batalha entre essas duas forças é interior ao homem. Paulo ilustra o coração como o interior de nossas vidas para mostrar esse conflito. A lei é espiritual (v. 14). Mais uma vez o apóstolo declara que o problema não está na lei de DEUS, mas na natureza pecaminosa do homem. Quando ele declara 'sou carnal' está, na verdade, dizendo que ele é feito carne, isto é, sujeito à lei do pecado que opera na carne. Ele diz, também, que é 'vendido sob o pecado', ou, à escravidão do pecado. Significa que, queira ou não, está na sua carne, a tendência pecaminosa que o escraviza a faz de sua natureza pecaminosa a sede de operações para o pecado. Essa escravidão envolve toda a personalidade do homem. Porém, esse envolvimento encontra uma barreira para o domínio total do pecado, que é a lei espiritual. O conflito entre lei e o pecado (v.15). Nestas palavras o apóstolo se sente o centro do conflito no seu interior, e não consegue entender porque pratica certos atos que contrariam sua real vontade. Ele vê o conflito entre o bem e o mal, e, às vezes, esse conflito é tão intenso que ele não consegue descobrir o 'porquê' desse conflito que o leva fazer certos atos" (CABRAL, Elienai. Romanos: O Evangelho da Justiça de DEUS. 5.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2005, pp.85,86). PARA REFLETIR - A respeito da Carta aos Romanos, responda: O que Paulo desejava mostrar com a metáfora do casamento?
Paulo desejava mostrar que homem algum pode ser salvo pela Lei, até mesmo aqueles que a guardam com zelo e devoção. Paulo usou o casamento para mostrar o nosso relacionamento com a Lei. O apóstolo ressalta que o contrato de casamento perde sua validade quando um dos cônjuges morre. Segundo a Bíblia de Aplicação Pessoal "ao morrermos com CRISTO, a Lei não pode mais nos condenar; estamos unidos a CRISTO".
Como pode ser entendida a expressão "mortos para lei pelo corpo de CRISTO"?
A expressão "mortos para a lei pelo corpo de CRISTO" é entendida pelos intérpretes como uma referência à morte de CRISTO e a nossa identificação com Ele.
Segundo Paulo, quem é o cabeça da raça humana?
Paulo considerava Adão o cabeça e o representante da humanidade.
Segundo Paulo, a lei e seus propósitos são bons?
Sim. A Lei é boa e seu propósito também. O problema, portanto, não estava na Lei, mas naqueles que se regiam por ela.
Quem pode nos ajudar no embate contra a velha natureza?
O ESPÍRITO SANTO, que habita em nós.
CONSULTE Revista Ensinador Cristão - CPAD, nº 66, p39. SUGESTÃO DE LEITURA 12 Princípios para Fortalecer sua Caminhada com CRISTO, Falando Honestamente, Teologia Sistemática Pentecostal Comentários de vários autores com alguma modificações do Ev. Luiz Henrique Pontos difíceis e polêmicos discutidos durante a semana em nossos grupos de discussão no WhatsApp (minhas conclusões) RESUMO RÁPIDO Lição 6, A Lei, a Carne e o ESPÍRITO
Paulo usa 3 metáforas - Da Lei (Casamento), De Adão (Carne) e da Luta espiritual (Espírito) I - A LEI ILUSTRADA NA ANALOGIA DO CASAMENTO (Rm 7.1-6)
1. A metáfora do casamento. Crente casado com a lei (seja mosaica ou do país ou da consciência). 2. A metáfora da mulher viúva. O marido é a Lei que não morre, mas é de DEUS, é santa. Quem morre é a mulher, a igreja, os salvos. Quando aceitamos a CRISTO morremos com ELE na Cruz. 3. Mortos para a lei. Agora, depois de salvos, estamos mortos para o marido Lei, portanto, livres para casra com CRISTO. II - ADÃO ILUSTRADO NA ANALOGIA DA SOLIDARIEDADE DA RAÇA (Rm 7.6-13) 1. De volta ao paraíso. Adão vivia sem Lei, não havia nenhuma ordem para ele obedecer, nenhuma imposição, nada lhe era proibido. 2. Lembranças do Sinai. No Sinai Moisés recebeu a Lei e esta mostrou o pecado do povo. toda vez que desobedeciam a DEUS a Lei os acusava e condenava. 3. A lei dada a Adão. Para Adão surgiu a primeira Lei - Não comer da Árvore do Conhecimento do bem e do Mal. foi só a Lei ser dada e ele passou a desejar comer desta árvore, antes não desejava. III - O CRISTÃO ILUSTRADO NA ANALOGIA ENTRE CARNE E ESPÍRITO (Rm 7.14-25) 1. A santidade da Lei. A Lei é santa; e o mandamento, santo, justo e bom. Vieram de DEUS para mostrar a perfeição. 2. A malignidade da carne. O problema é que a nossa natureza carnal, ou seja, ainda moramos num corpo cheio de desejos e nossa mente ainda é atraída pelo pecado. 3. A velha natureza. A velha natueza pecaminosa quer voltar e asumir o controle de nosso ser. Nosso papel como cristãos e mortos para o pecado é lutar com o auxílio do ESPÍRITO SANTO e nunca deixar o pecado nos dominar e a Lei então nos condenar. Gl 5.16 Digo, porém: Andai pelo Espírito, e não haveis de cumprir a cobiça da carne. 17 Porque a carne luta contra o Espírito, e o Espírito contra a carne; e estes se opõem um ao outro, para que não façais o que quereis. 18 Mas, se sois guiados pelo Espírito, não estais debaixo da lei. 19 Ora, as obras da carne são manifestas, as quais são: a prostituição, a impureza, a lascívia, 20 a idolatria, a feitiçaria, as inimizades, as contendas, os ciúmes, as iras, as facções, as dissensões, os partidos, 21 as invejas, as bebedices, as orgias, e coisas semelhantes a estas, contra as quais vos previno, como já antes vos preveni, que os que tais coisas praticam não herdarão o reino de Deus.
Falo aos que sabem a lei - Quais são estes? Os judeus que não se tinham convertido ainda ao cristianismo, aos judeus convertidos da igreja de Roma e aos convertidos, mas que abandonaram a legítima doutrina. Homem Natural – Pecador (sem a graça e debaixo da lei - pecado domina) Homem Espiritual – Se converteu – nasceu de novo - Debaixo da graça (pecado não tem domínio sobre ele) Homem Carnal – Era espiritual e se tornou carnal – desviado (escravo do pecado novamente - sabe a verdade, mas não obedece) Os Judeus estavam agora em 3 grupos distintos: 1 - Judeus guardadores da lei, sem se converteram ao cristianismo - Eram Naturais, não nasceram de novo. 2 - Judeus que eram crentes salvos - Haviam se convertido e acreditavam na salvação pela graça mediante a fé. - Eram Espirituais. 3 - Judeus que eram crentes salvos, mas agora haviam deixado sua fé - dois grupos - 1- Legalistas (judaizantes, exigiam a guarda da lei e se justificavam pelas obras) e 2- Antinomistas (Ficaram livres do jugo da lei e do pecado, queriam viver na libertinagem agora) - Os dois eram carnais. NATURAIS, ESPIRITUAIS E CARNAIS NATURAIS - ESPIRITUAIS E CARNAIS - Trazendo para os gentios, temos: NATURAIS - todos os que nasceram na Terra desde Adão até o final do milênio e que não nasceram de novo, não se converteram. ESPIRITUAIS - todos os que se converteram - Aceitaram a JESUS como Salvador e Senhor, os salvos. CARNAIS - todos os que se converteram e se perderam ao longo de sua caminhada cristã se tornando pecadores ou seguindo doutrinas de salvação por obras ou por outros meios que não sejam a graça e através da fé. Paulo se passa por um homem pecador (Adão) para explicar a situação deste perante os judeus da igreja de Roma. Alegorias que Paulo faz. Casamento do judeu com a lei. Para ser salvo o judeu precisa morrer com CRISTO na cruz, assim morto, o casamento com a lei é desfeito e o judeu estará viúvo do marido - Lei - portanto livre para um novo casamento, agora com CRISTO. Sepultado no batismo e ressuscita logo após para uma novidadae de vida.
Alegorias que Paulo faz. Adão no Paraíso. O homem está ligado a Adão pelo pecado. Eva foi atraída e enganada como o homem é enganado e atraido pelo pecado. Antes da lei de DEUS, ou ordem de DEUS para que Adão não comesse daquela árvore, ele não desejava comer dela, mas a partir daí ele passou a desejar comer. A lei trás a cobiça.
Alegorias que Paulo faz. Carne e Espirito. Aqui é corpo atraindo para o pecado, é carne lutando contra o espírito humano (este unido ao ESPÍRITO SANTO vence). O homem espiritual vence o homem carnal que teima em se apoderar dele. Romanos - Serie Cultura Biblica - ROMANOS - INTRODUÇÃO E COMENTÁRIO - F. F. Bruce. M.A., D.D. - SOCIEDADE RELIGIOSA EDIÇÕES VIDA NOVA, Caixa Postal 21486, São Paulo-SP 04602-970 Livres da lei (7:1-25). (1) Analogia do casamento (7:1-6). Podemos compreender bem a necessidade de sermos libertos do pecado, mas por que Paulo havia de estar tão preocupado com que nos libertássemos da lei? A lei é lei de DEUS, proíbe o pecado, prescreve a justiça. Mais que isso, os homens de DEUS, do povo de Israel, em dias mais antigos, achavam que a lei era salvaguarda contra o pecado. "Grande paz têm os que amam a tua lei," diz um salmista; "para eles não há tropeço" (Sl 119:165). Outro podia dizer: "A lei do Senhor é perfeita, e restaura a alma" (Sl 19:7). AV diz: "... converte a alma". Mas Paulo fala de modo diferente. Fala de sua própria experiência. Na lei de DEUS propriamente dita ele não acha falta nenhuma: "a lei é santa; e o mandamento, santo ejustoe bom" (7:12). O que realmente está em falta é o conceito de religião como guarda da lei, a idéia de que pela penosa conformidade com um código de leis é possível adquirir mérito diante de DEUS. Quando Pedro, no Concilio de Jerusalém, descreveu a lei como "um jugo que nem nossos pais puderam suportar, nem nós", falava como típico membro das fileiras dos "soldados rasos" judeus, como um dos'atnmê ha'ares. E estava pensando, provavelmente, não só na lei escrita, mas em sua ampliação oral transmitida mediante gerações de escribas. Desta tradição oral da lei diziam que Moisés a recebera no Sinai e "a entregou a Josué, Josué aos anciãos, os anciãos aos profetas, e os profetas aos 'homens da grande sinagoga' ". Simão, o Justo, um dos últimos sobreviventes da "grande sinagoga", entregou-a a Antígono de Soco, e depois deste foi entregue a quatro pares sucessivos de eruditos, cada um por vez, geração após geração, e depois foi recebida por Hillel e Shamai, fundadores das grandes escolas rabínicas que predominavam no tempo de CRISTO e dos apóstolos. Somente os que se dedicavam de todo o coração à guarda da lei, interpretada de acordo com "a tradição 71 dos anciãos", tinham alguma esperança de sucesso; mas para eles era uma verdadeira esperança. O jovem e rico advogado que disse a JESUS que tinha guardado todos os mandamentos desde os seus primeiros dias, não era mentiroso nem hipócrita (Lc 18:21). Quando Paulo, vinte e tantos anos depois de sua conversão, olha para trás, para sua anterior carreira de fariseu, e diz que fora "quanto à justiça que há na lei, irrepreensível" (Fp 3:6), fala em termos de puro e simples fato. Contudo, ele encontrou em CRISTO nova vida e novo poder, nova alegria e nova paz, tais como jamais conhecera, juntamente com uma "nova justiça" — "não (...) justiça própria, que procede de lei, senão a que é mediante a fé em CRISTO, a justiça que procede de DEUS, baseada na fé" (Fp 3:9). Mas nesta seção da Epístola aos Romanos ele nos fala mais claramente do que em nenhuma outra parte de como viu que a lei é inadequada como meio para assegurar posição de justo diante de DEUS. Eleja tinha feito alusão a isso antes: "pela lei", disse ele, "vem o pleno conhecimento do pecado" (3:20); "o pecado não terá domínio sobre vós", disse aos seus leitores cristãos, "pois não estais debaixo da lei, e, sim, da graça" (6:14). Mas o que é que o fato de não estarem debaixo da lei tinha de ver com sua liberdade do domínio do pecado? Se ele dissesse: "o pecado não terá domínio sobre vós, pois não estais debaixo do pecado..." poderíamos compreendê-lo mais facilmente, conquanto pudéssemos considerar tautológica a afirmação. Mas Paulo sabia o que queria dizer, e escolheu com cuidado as palavras. Liberdade do pecado e liberdade da lei são coisas estreitamente interrelacionadas em sua experiência. Se no capítulo 6 ilustra a liberdade do pecado nos termos da relação entre um escravo e seu senhor, em 7:1-6 ilustra a liberdade da lei nos termos da relação entre uma esposa e seu esposo. O casamento, diz ele, é uma relação que dura a vida inteira. Se durante a sua existência a mulher deixa o marido por outro homem, é estigmatizada como adúltera. Mas se ele morre, ela fica livre para tornar-se mulher de outro sem incorrer em má reputação. A morte desfaz o laço matrimonial — e a morte rompe a relação do homem com a lei. Quando Paulo aplica a analogia, tomamos consciência da situação inversa. O crente em CRISTO é comparado com a esposa, e a lei é comparada com o marido, mas, ao passo que na ilustração foi o marido que morreu, na aplicação não é a lei que morre, mas o crente. O crente morreu com CRISTO — e todavia é ainda o crente que, não mais preso à lei, fica livre para unir-se a CRISTO. Se, porém, colocarmos a coisa em termos mais simples, poderemos expressar de modo bem fácil o que Paulo quer dizer: como a morte desfaz o laço que une marido e mulher, assim a morte — a morte do crente com CRISTO — desfaz o laço que o prendia ao jugo da lei, e agora está livre para entrar em união com CRISTO. Sua anterior associação com a lei nào o ajudava a produzir os frutos da justiça, mas estes frutos são produzidos com abundância, agora que ele está unido a CRISTO. O pecado e a morte foram o resultado de sua associação com a lei; ajustiça e a vida são o produto de sua nova associação; pois (como Paulo o coloca em outro lugar), "a letra mata, mas o espírito vivifica" (2 Co 3:6). Tal atitude para com a lei deve ter parecido absurda a muitos dos seus leitores então (e tem parecido absurda a muitos dos seus leitores daquele tempo para cá). Mas Paulo prossegue em sua explicação à luz de sua própria experiência, e nos fornece um fragmento da sua autobiografia muitíssimo esclarecedor — parte no tempo pretérito, parte no presente. 1. Falo aos que conhecem a lei. Melhor, com NEB, "Estou falando aos que têm algum conhecimento da lei". É pouco importante para o presente estágio do argumento se a conheciam na forma da lei judaica ou da lei romana. Num ou noutro caso, o certo era que "uma pessoa está sujeita à lei enquanto está viva, e não depois disso" (NEB). 2. A mulher casada está ligada pela lei ao marido, enquanto ele vive. Em vez de "pela lei", é melhor ler (com RV, RSV, NEB) "por lei". Outra vez, a afirmação é verdadeira em termos gerais, quer se pense na lei judaica ou na romana. A lei conjugai. AV: "A lei do seu marido". A lei (judaica ou romana) que ata a mulher ao seu marido e o torna seu senhor. 3. Será considerada adúltera. (Ver Mc 10:12.) O verbo grego usado aqui é o intransitivo chrê-matizõ, "ser publicamente conhecido como" (empregado em At 11:26 com relação ao fato de se dar o nome de "cristãos" aos discípulos de JESUS). 4. Para pertencerdes a outro, a saber, aquele que ressuscitou dentre os mortos. Desde que CRISTO ressuscitou dentre os mortos, não morre mais (6:9). Portanto, esta nova relação matrimonial não será desfeita pela morte, como acontecia com a antiga. E deste modo frutifiquemos para DEUS. É um tanto forçado pensar que a metáfora do casamento está em 72 prosseguimento aí, de modo que o "frutifiquemos" se refira a rebentos nascidos do novo casamento. O fruto, como o "fruto para a santificação" do versículo 22, é uma vida reta, caracterizada por aquelas "boas obras, as quais DEUS de antemão preparou para que andássemos nelas" (Ef 2:10). 5. Quando vivíamos segundo a carne. AV: "Quando estávamos na carne." Quer dizer, quando ainda não éramos regenerados (ver p. 40). As paixões pecaminosas postas em realce pela lei, operavam em nossos membros a fim de frutificarem para a morte. Isto é, "as paixões pecaminosas evocadas pela lei operavam em nossos corpos para darem fruto para a morte" (NEB). Como a lei pode evocar paixões pecaminosas transparece nos versículos 7-13. O fruto "para a morte" consiste daquelas más obras cujo "fim" é morte, conforme 6:21. 6. Agora, porém, libertados da lei, estamos mortos para aquilo a que estávamos sujeitos. AV: "Mas agora estamos libertados da lei, para que, sendo mortos naquilo pelo que estávamos retidos." Melhor: "... tendo morrido para aquilo pelo que estávamos retidos" (RV). Em virtude desta morte (morte com CRISTO e morte para o pecado) é que fomos "libertados" (ou antes, para manter o sabor judicial da tradução da RV, fomos "desobrigados") da nossa antiga responsabilidade sob a lei. Em novidade de espírito. Isto é, na vida nova que os crentes vivem "no ESPÍRITO". Quanto a esta frase, ver 8:9. E não na caducidade da letra. A velha vida, a vida pré-cristã, para aqueles que, como Paulo, tinham sido criados como judeus praticantes, caracterizava-se pela submissão a um código externo. Mas agora o ESPÍRITO supre interiormente aquele princípio normativo que outrora a lei supria, e de modo imperfeito, exteriormente. Esta antítese entre "espírito" e "letra" aponta para a nova era como aquela na qual a nova aliança mencionada por Jeremias se concretiza (Jr 31:31ss.); Ver 8;4 (p. 131 e mais a p. 42 n. 14). (2) O despertar da consciência (7:7-13). Como então a lei se provou estímulo para pecar, na experiência pessoal de Paulo? Houve tempo, diz ele, em que não tinha nenhuma consciência do pecado. Nos seus primeiros tempos ele não conhecia bem a lei; levava uma vida livre de preocupação. Mas "sombras do cárcere começam a cerrar-se sobre o menino que cresce". Chegou o dia em que Paulo teve de assumir a obrigação de guardar a lei. A ocasião pode ter sido sua cerimônia de bar mitzwah,* ou o período imediatamente anterior ou posterior a ela. A obrigação de guardar a lei envolvia antes de tudo a obrigação de saber e obedecer aos Dez Mandamentos. Ê matéria de conhecimento geral que as proibições tendem a despertar o desejo de fazer aquilo que é proibido. O fumante pode ignorar quanto deseja fumar até ver um letreiro que diz: "Não Fume". Ali estavam, pois, os Dez Mandamentos, todos menos um carregados de proibição: "Não...". Paulo não se sentia grandemente tentado a cultuar uma imagem esculpida ou a cometer assassinato, adultério ou furto. O mandamento perturbador era o décimo, que se refere a uma atitude interior antes que a uma ação ou palavra exteriorizada. "Não cobiçarás" era a pedra de tropeço de Paulo. O mandamento em sua formulação veterotesstamentária específica certo número de objetos que o homem não deve cobiçar — a casa, a mulher, os servos, os animais, ou a propriedade do próximo em geral. Paulo não se sentia necessariamente impelido a cobiçar nada disso. O problema ia mais fundo. A cobiça em si é pecado; é na verdade um elemento básico na maioria das formas de pecado. Como Paulo o coloca em outro lugar (Cl 3:5), a cobiça não passa de idolatria. Pode ser um desejo ilícito; pode ser um desejo lícito em si, mas de tão egocêntrica intensidade que usurpa o lugar que somente DEUS deve ocupar na alma humana. "Assim", diz Paulo, "jamais eu teria vindo a saber o que é cobiça, senão pelo mandamento que diz: 'Não cobiçarás'. Mas esse mandamento proveu o pecado de uma cabeça de ponte da qual ele se lançou ao ataque contra mim, e como resultado fez com que nascessem em mim todas as espécies de cobiça. Sem a lei para movê-lo à vida, o pecado permaneceria adormecido; mas quando fiquei ciente da lei, o pecado saltou para a vida e me abateu. Aqui há de fato um paradoxo! A lei foi dada para que o homem a guardasse e vivesse; mas o que esta lei me trouxe foi a morte, não a vida." Deve-se esclarecer que esta interpretação autobiográfica dos versículos 7-13 (e também dos versículos subseqüentes) não conta com a .i aceitação geral hoje em dia, como antes. Um recente escritor fala dela como "relegada agora ao museu dos absurdos exegéticos". Mas é o modo mais natural de entender esta seção, e os argumentos contra ela não são concludentes. Paulo, naturalmente, não achava que sua experiência pessoal era única; descreve-a aqui porque é verdadeira em maior ou menor grau com relação à raça humana. "Aqui a 73 autobiografia de Paulo é a biografia de Todo-homem" (T. W. Manson). A cobiça, numa forma ou noutra, é comum à humanidade. E bem pode ser que aqui, como em 5:12ss., Paulo tem em mente a transgressão de Adão bem como a sua própria. A cobiça teve papel a desempenhar na queda de Adão. Quando Paulo fala do pecado como "enganando-o" ou "seduzindo-o" (versículo 11), somos levados a lembrar-nos da queixa de Eva em Gênesis 3:13: "A serpente me enganou e eu comi." Mas Paulo não teria feito de novo a narrativa da queda na primeira pessoa do singular se não a tivesse reconhecido como autêntica descrição da sua própria experiência, como também da experiência da humanidade toda. Neste aspecto, pelo menos, ele reconhecia que era "o Adão da sua própria alma".' 7. Eu não teria conhecido o pecado, senão por intermédio da lei. Ver 3:20: "Pela lei vem o pleno conhecimento do pecado." Assim a função da lei é propedêutica. Revelando aos homens a sua pecamino-sidade e incapacidade, também lhes revela sua necessidade daquela libertação que somente a graça de DEUS pode efetuar. Não cobiçarás. (Êx 20:17; Dt 5:21.) É natural que os seres humanos queiram coisas. Quando chega a seu conhecimento que certas coisas por eles desejadas são-lhes proibidas por lei, a tendência é desejá-las muito mais, é pôr nelas o coração. 8. O pecado, tomando ocasião pelo mandamento. Neste versículo e nos seguintes o pecado é personificado como um poderoso inimigo. A palavra traduzida por "ocasião" é aphormê, uma base para operações militares. Despertou em mim toda sorte de concupiscência. "Concupiscência" aqui é simplesmente "cobiça" (RV, RSV). NEB diz: "toda espécie de maus desejos." C. K. Barrett mostra que a cobiça, quebra da lei, é a perversão do amor, que é "o cumprimento da lei" (13:10).8 9. Outrora, sem a lei, eu vivia. Adão não tinha consciência de nenhuma inclinação pecaminosa enquanto sua obediência não foi submetida à prova pelo mandamento: "Não comerás". Mas Paulo compreende muito melhor a essência da narrativa da queda à luz de sua experiência pessoal. Reviveu o pecado. Melhor: "O pecado surgiu para a vida" (NEB). 10. O mandamento que me fora para vida. Referência a Levítico 18:5, citadoem 10:5(ver 2:13). 11. Enganou-me. O verbo {exapataõ) é o mesmo usado em 2 Coríntios 11:3 ("a serpente enganou a Eva") e 1 Tm 2:14 ("a mulher, sendo enganada, caiu em transgressão"); ver o verbo simples apatãõ em Gênesis 3:13, LXX. Mas o paralelo com a história da queda não deve ser acentuado em demasia, pois a doutrina de Paulo é de que a humanidade pecou "em Adão" e não em Eva, e em Gênesis 3, como se demonstra em 1 Timóteo 2:14, "não foi Adào que foi enganado" (NEB). 13. Acaso o bom se me tornou em morte? Ver 2 Esdras1 9:36s.: "Pois nós que recebemos a lei e pecamos, perecemos, como também o nosso coração que a recebeu; contudo, a lei não perece, mas permanece em sua glória." Pelo contrário, o pecado, para revelar-se como pecado, por meio de uma cousa boa, causou-me a morte. Isto é: não foi a lei, ordenada como foi para que o homem que lhe obedecesse vivesse por ela, que me trouxe para um estado de morte. A lei é boa; ela não poderia produzir este mau estado de coisas. Não. O vilão da peça é o pecado. O pecado agarrou a oportunidade que teve quando a lei me mostrou o que era certo e o que era errado, sem me dar poder para fazer o primeiro e evitar o último (poder que a lei jamais foi destinada a dar). O pecado forçou-me, contra o meu melhor juízo, a fazer o que a lei me mostrou que é errado, e assim me envolveu na condenação e na morte. E em conseqüência eu julguei, como doutro modo não teria feito, quão pecaminoso, quão contrário a DEUS e à bondade, o pecado realmente é. (3) O conflito interior (7:14-25). Nesta seção Paulo continua falando na primeira pessoa do singular, mas deixa de usar o tempo pretérito e emprega o presente. Não só isso, mas aqui há uma tensão interior ausente dos versículos 7-13. Lá, o pecado o atacou de surpresa e o derrubou; aqui, ele opõe uma atroz resistência, mesmo que não consiga dobrar o inimigo. Lá, descreveu o que lhe sucedeu quando vivia nesta "era presente"; aqui, já chegou "a era por vir", embora a velha era não tenha terminado. Paulo é um homem que vive simultaneamente em dois planos, ardentemente 74 ansioso por levar uma vida mantida no plano superior, mas tristemente ciente da força do pecado que nele habita e que persiste em empurrá-lo para baixo, para o plano inferior. Numa preleção sobre a descrição que Paulo faz de si próprio como sendo "vendido sob o pecado", o Dr. Alexandre Whyte disse: "Toda vez que meu atencioso livreiro me envia para exame outro novo comentário de Romanos, imediatamente o abro nocapítulo sete. Se o comentador exibe um homem de palha no capítulo sete, imediatamente fecho o livro. Devolvo-o de uma vez e digo: 'Não, obrigado. Esse homem não vale o meu dinheiro, ganho duramente.' " Que é que ele queria dizer? Isto: aquela aguda descrição que Paulo faz nos versículos 14-25 de alguém que ama a lei de DEUS e deseja cumpri-la, mas é forçado por um poder mais forte do que ele a fazer coisas que detesta, não é um "ar-gumento abstrato, mas o eco da experiência pessoal de uma alma angustiada".9 Paulo mesmo sabe o que significa ser arrastado por um caminho pela lei de sua mente que aprova a vontade de.DEUS, e por outro, pela lei do pecado e da morte. O cristão vive, de fato, em dois mundos ao mesmo tempo, e em vista disso, vive num estado de tensão. Temporalmente, vive neste mundo; como homem de carne e ossos, está sujeito às condições da vida mortal; é "filho de Adão", como todos os seus companheiros de existência humana, e com eles está sujeito à lei pela qual "em Adão todos morrem". Espiritualmente, porém,, passou da morte para a vida, do domínio das trevas para o reino da lu/.; participou da morte, do sepultamento e da ressurreição de CRISTO, em que ressurgiu "para andar em novidade devida", como cidadão do novo mundo, membro da nova criação, já não mais "em Adão" mas "em CRISTO". Vai chegar o dia em que a presente ordem passará, quando uma nova era se estabelecerá em glória, e daí a tensão entre as duas eras será resolvida. Mas enquanto os cristãos vivem "entre os tempos", as palavras de Paulo noutra epístola mantêm sua plena significação: "a carne milita contra o ESPÍRITO, e o ESPÍRITO contra a carne, porque são opostos entre si; para que não façais o que porventura seja do vosso querer" (G15:17).10 Eis aqui, pois, o auto-retrato de um homem cônscio da presença e do poder do pecado em sua vida. Ê um tirano cujas ordens ele odeia e despreza, mas contra cujo poder luta em vão. Quando se vê compelido porforce majeure a obedecer aos ditames do tirano, não reconhece como seus os atos decorrentes; são totalmente opostos àquilo que ele quer fazer. O que ele deseja é praticar a lei de DEUS. Deleita-se nela, reconhece que ela é "santa e justa e boa". Entretanto, por mais que deseje obedecer à lei de DEUS, pelo poder maligno em seu interior é compelido a desobedecê-la. "Não faço o bem que prefiro, mas o mal que não quero, esse faço." Esta luta desigual contra "a lei do pecado que está nos meus membros" (como lhe chama Paulo) tem sido a experiência real de tantos cristãos, que nío podemos afirmar confiantemente que Paulo não pode estar falando autobiograficamente aqui — e ainda no tempo verbal presente. Paulo pode rogar a seus amigos "pela mansidão e benignidade de CRISTO" (2 Co 10:1); mas esta mansidão e benignidade vêm a ele naturalmente? Há boa razão para crer que um homem de zelo imperioso não achava coisa fácil "crucificar a carne" — para conseguir vitória sobre uma língua precipitada, sobre um julgamento precoce, sobre um ressentimento causado por alguma intrusão na esfera do seu serviço apostólico. O homem que adotou como sua atividade diária disciplinar-se a fim de não ser desclassificado no concurso de santidade, o homem que prosseguia para o alvo da soberana, (ou ascensional) vocação de DEUS em CRISTO JESUS, sabia que por esse "prêmio imortal" teria de competir "não sem poeira e calor". Paulo dava-se tão constantemente a retratar o caminho da santidade como uma corrida para fazer, uma batalha para ser enfrentada, que não nos é possível imaginar que a vitória lhe veio "de repente, num minuto". Certo, mas a vitória lhe chegou. A presente passagem leva a um glorioso cântico de triunfo, embora comece com uma triste confissão de incapacidade. A incapacidade persiste somente na medida em que "Eu mes-mo" — isto é, com minhas próprias forças — combato a batalha. Ao fazê-lo, diz o apóstolo, posso servir alei de DEUS com o meu entendimento, mas o meu corpo pressurosamente continua prestando obediência à lei do pecado. Terei de experimentar sempre a derrota? Terei de levar sempre este pesadelo nas costas? Minha libertação não virá nunca? Graças a DEUS virá, mediante JESUS CRISTO nosso Senhor.u 14. Sou carnal, vendido à escravidão do pecado. 75 AV: "... vendido sob o pecado." A natureza que herdei "em Adão" acha incompatível a lei. A lei é "espiritual" porque é lei de DEUS. Mas esta minha natureza não é espiritual (é "carnal", sarkinos), escravizada a um poder que a minha vontade repudia. Há algo no homem — mesmo no homem regenerado — que se opõe a DEUS e procura ser independente dele. Este "algo" é o que Paulo aqui chama de "carne" (verificar o v. 18), presa da tirania do pecado que lhe é inerente. A frase "vendido à escravidão do pecado" é uma reminiscência de Sabedoria 1:4, onde se diz que a sabedoria não "habitará num corpo mantido como penhor pelo pecado" (RV). 15. Porque nem mesmo compreendo o meu próprio modo de agir. AV: "Pois não consinto aquilo que faço." "Nem mesmo reconheço como sendo minhas as minhas próprias ações." Pois não faço o que prefiro, e, sim, o que detesto. É costume citar como paralelos clássicos os seguintes ditos: quae nocuere sequor, fugiam quae profore credo, "Procuro as coisas que me fazem dano; fujo das que creio que me farão bem" (Horácio, Epístolas i. 8.11); video meliora proboque; deteriora sequor, "Vejo e aprovo a via melhor, mas sigo a pior" (frase de Ovídio, posta na boca de Medéia em Metamorfoses vii. 20s.); C. K. Barrett (ad loc.) anota um paralelo verbal ainda mais próximo que se acha em Epicteto, segundo o qual (ii. 26:4) o ladrão não faz o que deseja; mas Barrett também anota, e mui pertinentemente, que, nem Ovídio, nem Epicteto (nem Horácio, podemos acrescentar) dizem exatamente o que Paulo diz. Paulo tem dentro de si uma testemunha independente, a voz da consciência (ver nota sobre 2:15, p. 75), a qual, condenando seu fracasso na guarda da lei, dá testemunho de que a lei é "santa, e justa, e boa". Romanos - Serie Cultura Biblica - ROMANOS - INTRODUÇÃO E COMENTÁRIO - F. F. Bruce. M.A., D.D. - SOCIEDADE RELIGIOSA EDIÇÕES VIDA NOVA, Caixa Postal 21486, São Paulo-SP 04602-970 Referências Bibliográficas (outras estão acima) Dicionário Bíblico Wycliffe. 4.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2009. Bíblia de estudo - Aplicação Pessoal. Bíblia de Estudo Almeida. Revista e Atualizada. Barueri, SP: Sociedade Bíblica do Brasil, 2006. Bíblia de Estudo Palavras-Chave Hebraico e Grego. Texto bíblico Almeida Revista e Corrigida. Bíblia de Estudo Pentecostal. Traduzida em português por João Ferreira de Almeida, com referências e algumas variantes. Revista e Corrigida, Edição de 1995, Flórida- EUA: CPAD, 1999. BÍBLIA ILUMINA EM CD - BÍBLIA de Estudo NVI EM CD - BÍBLIA Thompson EM CD. CPAD - http://www.cpad.com.br/ - Bíblias, CD'S, DVD'S, Livros e Revistas. BEP - Bíblia de Estudos Pentecostal. VÍDEOS da EBD na TV, DE LIÇÃO INCLUSIVE - http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/videosebdnatv.htm www.ebdweb.com.br - www.escoladominical.net - www.gospelbook.net - www.portalebd.org.br/ http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/alianca.htm Dicionário Vine antigo e novo testamentos - CPAD Manual Bíblico Entendendo a Bíblia, CPAD Dicionário de Referências Bíblicas, CPAD As Disciplinas da Vida Cristã; CPAD Hermenêutica Fácil e descomplicada, CPAD Revistas antigas - CPAD Romanos - Serie Cultura Biblica - ROMANOS - INTRODUÇÃO E COMENTÁRIO - F. F. Bruce. M.A., D.D. - SOCIEDADE RELIGIOSA EDIÇÕES VIDA NOVA, Caixa Postal 21486, São Paulo-SP 04602-970