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Lição 5 - O Cuidado com Aquilo que Falamos
Lição 5 - O Cuidado com Aquilo que Falamos
LIÇÕES BÍBLICAS - 4º Trimestre de 2013 - CPAD - Para jovens e adultos Tema: Sabedoria de DEUS para uma vida vitoriosa - A atualidade de Provérbios e Eclesiastes.
Comentário: Pr. José Gonçalves
Complementos, ilustrações, questionários e vídeos: Ev. Luiz Henrique de Almeida Silva
Questionário NÃO DEIXE DE ASSISTIR AOS VÍDEOS DA LIÇÃO ONDE TEMOS MAPAS, FIGURAS, IMAGENS E EXPLICAÇÕES DETALHADAS DA LIÇÃO http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/videosebdnatv.htm
TEXTO ÁUREO
"Favo de mel são as palavras suaves: doces para a alma e saúde para os ossos" (Pv 16.24).
VERDADE PRÁTICA
As nossas palavras revelam muito do que somos, pois a boca fala do que o coração está cheio.
LEITURA DIÁRIA
Segunda - Pv 15.23 Falando no tempo certo
Terça - Pv 15.2 A língua como adorno da sabedoria
Quarta - Pv 6.17 A língua que DEUS aborrece
Quinta - Pv 16.24 A língua como instrumento de cura
Sexta - Pv 16.21 O saber pela doçura no falar
Sábado - Tg 3.8 A difícil arte de domar a língua
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE - Provérbios 6.16-19; 15.1,2,23;16.21,24
16 Estas seis coisas aborrece o SENHOR, e a sétima a sua alma abomina: 17 olhos altivos, e língua mentirosa, e mãos que derramam sangue inocente, 18 e coração que maquina pensamentos viciosos, e pés que se apressam a correr para o mal, 19 e testemunha falsa que profere mentiras, e o que semeia contendas entre irmãos. 1 A resposta branda desvia o furor, mas a palavra dura suscita a ira. 2 A língua dos sábios adorna a sabedoria, mas a boca dos tolos derrama a estultícia. 23 O homem se alegra na resposta da sua boca, e a palavra, a seu tempo, quão boa é! 21 O sábio de coração será chamado prudente, e a doçura dos lábios aumentará o ensino. 24 Favo de mel são as palavras suaves: doces para a alma e saúde para os ossos.
As sete coisas que DEUS aborrece são de Belial (6:16-19) - Estudo no Livro de Provérbios - Antônio Neves de Mesquita
Estas sete coisas naturalmente são do tal Belial; só uma pessoa igual a ele pode usar olhos, línguas. mãos, coração e pés para o mal. Examinemos rapidamente todos estes dons maléficos, sejam de um Belial ou de outro igual.
(1)Olhos altivos, arrogantes, como de quem domina o tempo e as estações, e não quer dar contas a ninguém. Há gente assim: olha para nós como se fosse senhor de tudo. Normalmente, tais pessoas são justamente as mais carecedoras de poder e de caráter, pois não cabe arrogância em ninguém, pelo simples fato de todos sermos pobres criaturas de DEUS, uns com mais e outros com menos capacidade, menos dinheiro ou menos oportunidade. De modo geral a humildade é uma grande virtude que os olhos arrogantes não possuem.
(2)Língua mentirosa (v. 17) (Leia Tiago 3:1-12). Nós, os que lidamos com o povo, sabemos bem o que significa uma pessoa mentirosa, de canto em canto cochichando nos ouvidos dos incautos e inoculando veneno contra alguém. Os mentirosos são capazes de grandes invenções malignas, de apresentar o impossível e fazê-Io passar por algo verdadeiro. As igrejas sofrem muito com tais pessoas, maledicentes, boateiras. Tiago tem um capítulo clássico sobre a língua, que vale a pena examinar. Meus Irmãos... se alguém não tropeça no falar, é perfeito verão, capaz de refrear também todo o seu corpo (Tiago 3:1, 2). Para dar as tintas completas, Tiago compara a língua ao queixo de um cavalo, ao qual se bota freios para o conter. É um pequeno membro capaz de incendiar o inferno; mundo de Iniqüidade, pão em chamas toda a carreira da existência humana (Tiago 3:6, 7). Tiago tem o mais completo repertório de vocabulários ferinos a respeito da língua, o membro de tão relevante utilidade, pois com ela louvamos a DEUS e com ela amaldiçoamos o próximo. Que beleza ouvir um discurso, um bom sermão proferido por lábios que movimentam uma língua admirável! Sem ela, o homem perde o mais importante órgão do seu corpo. Ouçamos um declamador ou declamadora enaltecendo as belezas do Criador ou da criação, e vejamos como somos elevados aos píncaros da sublimidade, do louvor, do amor. Ouçamos o mentiroso, como degrada e avilta uma pessoa, a rebaixa e até aniquila, sendo capaz de lhe roubar a honra e a felicidade. Uma intriga que envolva a honra de uma donzela, de uma senhora casada, a honestidade de um comerciante, seja lá o que for, e depois verifique-se como tais pessoas rolam ladeira abaixo, até o abismo, onde se perdem para sempre. Basta. Não há necessidade de prosseguir. A língua é o melhor e o pior membro do corpo humano. Não é sem justo. motivo que se conta esta fábula. Um potentado mandou o criado preparar o melhor prato que pudesse inventar. Este então preparou uma língua. No dia seguinte, o potentado ordenou que lhe trouxesse o pior prato que pudesse ser inventado. O criado de novo preparou um prato com língua. O potentado então, admirado, perguntou por quê? A resposta foi: A língua é a melhor coisa que há, e também a pior.
(3) Mãos que derramam sangue (v. 17). Que procissão enorme poderia fazer-se dos que têm morrido às mãos de sangüinários! Os pistoleiros, que matam de emboscada, como sói acontecer, especialmente no norte do Brasil, e também noutros lugares, onde os inimigos políticos peitam um sanguinário para eliminar o adversário a troco de meia dúzia de cruzeiros. Que se pode dizer de tais indivíduos? Que são desalmados, diabólicos e merecem igual pena. Não há pena de morte no Brasil, e dizem os penalistas que este remédio heróico não produz os resultados esperados, tanto assim que os países onde há pena de morte, como a forca na Inglaterra, a cadeira elétrica ou câmara de gás na América do Norte, estão abolindo a pena.
Sejam quais forem os resultados de tais processos de punição, parece certo que quem mata devia morrer, e aos poucos, para poder avaliar o quanto vale uma vida. Isto é maldade que DEUS aborrece, porque a vida foi dada por ele e ninguém tem o direito de atentar contra ela, a não ser, como vimos, em caso de punição social. Poderíamos encher páginas com esta forma de matar, invocando o preceito mosaico, em todos os seus mais variados pormenores, a começar pelo verso 13 do capítulo 20 de Êxodo, de onde promana toda a legislação mosaica a respeito da vida. Mas os leitores destas notas estão fartos de saber o que diz a Bíblia e de verem como a sociedade hebraica estava doutrinada a respeito. Quando estendemos a mão para dar uma esmola, que estamos fazendo? Procurando salvar uma vida. Quando damos um remédio, que fazemos? Pretendemos ajudar uma pessoa a viver mais. Quando se fala em orfanatos, creches, asilos, ambulatórios, hospitais e toda uma gama de organizações sociais, que estamos lendo, ouvindo ou fazendo? Poupar vidas! Apenas salvar vidas. Pois então o pistoleiro, o assassino, que por qualquer coisa tira a vida do semelhante, é algo que já deixou os quadros humanos, para se converter num.. . Que palavra serviria aqui?
(4) Coração que trama projetos Iníquos (v. 18). Vejamos outra vez Prov. 4:23. É do coração que provém todo o mal. o assassino, que tira a vida de outrem, concebeu antes o crime no coração. O que difama a mulher do próximo já arquitetou a maldade no coração. Do coração é que provém todo o mal, na linguagem de JESUS (Mat. 15:19). A Bíblia usa cerca de 79 vezes a palavra coração, em referência aos deveres da vida. É talvez a palavra mais usada em todos os sentidos, quer no bom, quer no mau. O coração que trama projetos Iníquos é um coração que DEUS aborrece e abomina. Então, cuidado com os sentimentos que se aninham em teu coração. Vigia esse órgão admirável, policia-o e cuida a fim de ele não pulsar no planejamento do mal, contra DEUS e teu próximo.
(5) Pés que se apressam a correr para o mal (v. 18). Quantas passadas se dão em sentido negativo do bem-estar da vida! Quantas vezes uma perna quebrada, é ou será uma bênção? Mesmo que nós, do grupo evangélico, não andemos à cata do mal, nem por isso estamos livres de andar para fazer algo ruim. Multas vezes damos passos para arruinar a nossa própria vida. Este autor ia certo dia fazer um negócio que lhe parecia muito duvidoso quanto ao seu valor comercial. Poderia resultar em perder o pouco que tinha. No caminho orou - "Senhor, se este negócio não presta, que eu quebre as pernas antes de chegar ao local do mesmo." Poderá parecer um pecado, mas foi cometido. Seria preferível ficar deitado num hospital por uma quinzena ou mais. e não fazer um mau negócio, que o poderia arruinar por anos. Mesmo aceitando que os pés dos crentes não correm para o mal, ainda assim quantas passadas erradas se dá para o mal. Quando este autor era pastor de uma igreja no norte, havia multa "trancinha", muito "diz-que-diz-que" na igreja. Ele se via tonto. Recorreu a um diácono dos mais ativos, para que o ajudasse. Certa noite, disse ao diácono: "Aquela encrenca entre fulana e beltrana está morta." Ele respondeu: "É isso que o senhor crê, mas não é o que vai acontecer." Depois soube que, tão depressa o pastor foi embora, ele, o diácono, foi à casa onde a paz tinha sido selada e incendiou tudo outra vez. O pastor verificou que a vida do diácono consistia em andar de casa em casa, levantando mexericos e intrigas. Que fazer com
tal pessoa? O pastor chamou o diácono e o intimou a pedir carta para outra igreja, senão seria eliminado. Pediu a carta e se foi, mas continuou a sua obra diabólica na igreja. São pés que correm para o mal.
(6) Testemunha falsa que profere mentiras (v. 19). Mentir num tribunal, onde se procura averiguar a verdade, é o procedimento mais abominável que uma criatura pode praticar. Mas pratica-se.
Um professor de educandário batista foi demitido sem causa e sem motivo. Pura política. O demitido reclamou multas vezes, mas sem resultado. Pediu a outros batistas que o ajudassem, mas também sem resultado. Vendo-se injustiçado, apresentou a sua reclamação a uma junta de Conciliação do Ministério do Trabalho. Essa junta deu-lhe ganho de causa e mandou reintegrá-lo. Quando isso aconteceu, a instituição, por sua diretoria, chamou-o e fizeram as pazes. Foi recebido de novo na instituição. Aconteceu que o advogado da instituição, zangado com o acordo, apelou da sentença contra a vontade da diretoria da instituição e às escondidas prosseguiu com a causa. Um belo dia deu-se o julgamento no Tribunal Regional do Trabalho. Como o dito professor estivesse ausente, por ignorar o que se passava, o advogado, diácono de uma igreja batista, disse tudo que bem entendeu; mentiu, destratou o pobre professor, e de tal modo, que o Tribunal entendeu que o referido professor era mesmo um homem perigoso e demitiu-o, mandando indenizá-lo de acordo com a lei. Agora pergunta-se: Como é que um diácono batista pode proceder assim, mentindo num tribunal profano? É o que a Bíblia condena, mentir, e especialmente num tribunal. Ao referido diácono nada aconteceu e o seu pastor nada disse e nada fez. O pastor desse diácodo era um dos diretores da instituição. Que dizer de uma coisa destas? Ir a um tribunal mentir contra seu irmão de crença é uma abominação. Essa testemunha é abominável a DEUS. Nunca aconteça que cheguemos a tal condição. A mentira já é coisa do Diabo. Ninguém deve mentir, mas mentir num tribunal, onde se procura apurar a verdade, deve ser a abominação das abominações. Será uma pessoa que mente num tribunal uma pessoa crente? É difícil afirmar, pois a mentira é do Diabo, que é mentiroso desde o princípio, pois foi por uma mentira que a humanidade toda se arruinou e para sempre (Gên. 3:4). Satanás garantiu que a mulher não morreria, quando DEUS havia dito que morreria no dia em que comesse da árvore proibida. Morreu mesmo. De lá até agora e daqui até o fim, o Diabo continuará a mentir e a ter os seus lacaios para o ajudarem nessa obra satânica. Basta, basta. O arsenal de fatos delituosos causados pela mentira é muito variado, e quase todos nós o conhecemos. Portanto, BASTA!
(7) E o que semeia contendas entro irmãos (v. 19). Seis coisas DEUS aborrece e a sétima ele abomina. O que semeia contendas entre os irmãos aparece aqui como o pior de todos. Não é. Apenas um clímax de Provérbios, em que a escala vai aumentando. Todavia, o que semeia contendas entre irmãos, a que desune a família hebraica ou cristã, deve ser mesmo um abominável, porque da intriga ou contenda nasce tudo que há de pior. Começa por separar o que deveria estar unido e junto; cria o mal-estar onde deveria haver amor; prepara para outros desenvolvimentos, que podem levar muito longe, ao crime até, se DEUS não intervir. Quantas contendas entre irmãos nas igrejas, por causa de um semeador de intrigas! Falem os
pastores e líderes de igrejas. Eles sabem disso, porque já sofreram na carne os efeitos de tal semeadura diabólica.
Este provérbio devia ser, em Israel, uma espécie de cartilha, um manual que todo israelita saberia de cor, transpondo para o grupo dos provérbios, como o encontramos aqui. Seria uma espécie de trocadilho, que se proferiria ocasionalmente. Pensa-se, seria uma forma didática para uso nas escolas, onde o mestre perguntaria ao aluno: Quais são os sete pecados mortais? O aluno responderia na ponta da língua. Para nós são bastante claros, pois todos temos ciência dos seus efeitos, de um modo ou de outro. OS CAMINHOS DA VIDA E OS SEGREDOS DE UM CORAÇÃO SINCERO (15:1-35)
O controle no falar e na conduta, de modo a manter uma atitude segura na vida, são os pensamentos centrais deste capítulo. As atitudes intempestivas, seja no falar, seja em qualquer outro campo de atividade humana, sempre produzem maus resultados. Os olhos do Senhor estão sobre toda a terra e sobre todos os homens - (II Crôn. 16:9; Prov. 15:1-7)
Não há campo que escape a esta observação divina. Por isso, aconselha o sábio: A resposta branda desvia o furor, mas a palavra dura suscita a ira (v. 1). Em nossos contatos individuais, se esta norma fosse seguida, teríamos evitado muitos contratempos. A dureza de palavras nasce, muitas vezes, de uma disfunção do fígado, mas também de mau costume ao tratar com os outros. A língua serena é árvore da vida (v. 4). Outra vez vem a referência já estudada tantas vezes a respeito da "árvore da vida", e aqui aparece ela como um resultado da língua serena, tranqüila e sossegada. Talvez isso, em parte pelo menos, seja um resultado da educação doméstica, porque o verso 5 fala do (filho) insensato, que despreza a instrução do pai, talvez para seguir a instrução da rua. Os pais modernos são vítimas das influências da rua, pois os seus filhos são influenciados pela má conduta de tantos filhos desviados. Isso é ainda reforçado pelo verso 7, que diz: A língua dos sábios derrama alimento, mas o coração do insensato não procede assim. Isso tudo junto ao fato de que na casa do justo há fartura, mas a renda dos perversos é perturbação (v. 6). Todos estes ensinos se entrelaçam para destacar a verdade central da moderação da língua.
A RESPOSTA BRANDA. Quando estamos diante de alguém irado, uma resposta branda facilitará a reconciliação e a paz (cf. 1 Sm 25.21-34), ao passo que palavras duras despertam ainda mais a ira e a hostilidade (ver Cl 4.5,6). Os conselheiros se alegrariam em dar respostas adequadas, porque uma palavra dita a seu tempo é boa (v. 23). Um bom conselho, quem o menospreza? Só o tolo o enfatuado. O soberbo e o presunçoso também são visados nesta série de conselhos, como vemos no verso 24, onde o entendido acha o seu caminho para cima, porque para baixo está o Sheol. Olhe para cima e viva. Porque em cima está o Senhor. Exortações para se adquirir a sabedoria (vv. 16-21)
A sabedoria aqui preconizada é mais de natureza moral do que intelectual; é a sabedoria para viver honestamente, pois esta é a verdadeira. Sabedoria que não ajuda a viver não é sabedoria. Esta sabedoria é melhor do que o ouro, o mais excelente que a prata (v. 16). Os dois metais mais valiosos na antigüidade não se comparavam com o saber viver, por isso é que o caminho dos retos é desviar-se do mal (v. 17). Esta é a sabedoria. Mas há gente tão soberba e cheia de si e da sua justiça própria, que não entende que o que guarda o seu caminho preserva a sua alma (v. 17). Alma aqui também tem o sentido de vida (nephesh). A morte prematura de muitos resulta do pecado, do desvio do caminho. Os antigos viviam muitos anos e até séculos. Por quê? Por motivos diversos, é certo, mas também porque o pecado não havia ainda tomado conta de tudo como atualmente. Por isso o que atenta para o ensino acha o bem, e o que confia no Senhor esse é feliz (v. 20). Não se vive debalde; cada um colhe o que semeia. Se alguém segue o Senhor, esse será galardoado; o contrário também é verdade. Por isso é que o sábio de coração é chamado prudente e a doçura no falar aumenta o saber (v. 211). Tudo nessa seção se relaciona com o bom viver, que constitui sabedoria e a melhor sabedoria da vida, ensino continuado na seção seguinte, versos 22-26. Se Salomão foi autor destes provérbios, como se crê, então o elemento que predominava em Israel era a alegria do saber viver. Depois, tudo mudou. Ele desprezou esta sabedoria e caiu no pecado da idolatria, arruinando a sua vida e a da sua nação, e até mesmo o reino do Messias, que entrou em colapso. Tudo quanto esse viver aqui preconiza é desfavoravelmente apresentado no verso 21, em que o insensato, o falho de saber viver, recebe isso como castigo. Nada justifica a insensatez de certos homens e mulheres, que querem viver o seu estilo de vida como se não houvesse DEUS. É por isso que certos escritores se aventuram na filosofia de que -"DEUS está morto". O fato é que o coração do sábio é mestre da sua boca, não fala inconveniências (v. 22). O verso-chave é o 25, que diz: Há caminhos que parecem direitos ao homem, mas afinal são caminhos de morte. Isto vale por afirmar ser o homem incapaz de saber conduzir-se na vida, para dela tirar o melhor. Os caminhos do homem não são os caminhos de DEUS, e é por isso que o mundo e a vida vão mal. A ignorância da Bíblia é que resulta na história triste da vida humana, quando a verdade, e só a verdade, deveria ser o Vade-Mecum do homem e da mulher, mas não é. Não precisamos dizer mais. Basta. "O que guarda a sua boca e sua língua, guarda das angústias a sua alma". (Pv 21:19). Com razão disse Tiago: "Todos tropeçamos em muitas coisas. Se alguém não tropeça em palavra, esse homem é perfeito, e capaz de refrear todo o corpo". Quem nunca fez uma fofoca? Quem nunca disse mal de alguém? Quem nunca praguejou, ainda que de forma clássica? Quem nunca murmurou? Quem nunca proferiu uma mentira, ainda que comercial ou emergencial? Quem nunca discutiu e na discussão feriu com palavras? Quem nunca disse algo que não deveria ter dito? Estes são os pecados sociais da língua. Domar a língua é um processo diário e que exige muito auto controle, disciplina e compromisso com a prática dos princípios bíblicos que devem nortear nossa vida. Quando o cristão mostra equilíbrio no falar, significa que o ESPÍRITO SANTO está construindo nele o caráter de CRISTO. Pedro disse que JESUS nos deixou o exemplo, para que seguíssemos as sua pegadas. Ter a mente de CRISTO (1 Co 2:16) também é falar como CRISTO falou e agir como Ele agiu. Nós falamos aquilo que pensamos. "A boca fala do que está cheio o coração". (Mt 12.34). Quem afirmou isto foi o Mestre por excelência, JESUS. BOCA Este órgão físico, que na maioria das vezes expressa as intenções do coração, é utilizado de variados modos. E o órgão utilizado para comer e beber (Jz 7.6; 1 Sm 14.26,27; Pv 19.24). A terra e o Seol são ilustrados como tendo bocas (Gn 4.11; Is 5.14).
A palavra também se refere a uma abertura (Js 10.18,22,27).
No entanto, a boca é geralmente o órgão da fala (Gn 45.12; Is 9.17) e muitas expressões idiomáticas a utilizam neste sentido. Ser de boca pesada significa de fala lenta (Êx 4.10), e a expressão boca lisonjeira significa um discurso adulador (Pv 26.28). Falar "boca a boca" significa falar pessoalmente (Nm 12.8). "Com uma só boca" ou "a uma só voz" significa consenso (Js 9.2; 1 Rs 22.13). Colocar palavras na boca de alguém é sugerir o que o outro deve dizer (Ex 4.15; 2 Sm 14.19). Tapar a boca com a mão significa ficar em silêncio (Jz 18.19; Jó 21.5). Pedir conselho à boca de DEUS é consultá-lo (Js 9.14). Erguer a boca contra os céus significa falar arrogantemente e blasfemar contra DEUS (SI 73.9). No caso de um ser ou coisa que sai da boca de outro, significa ser o ministro ou servo deste (Ap 16.13,14; 9.18,19; 11.4,5; 12.15). O termo boca também é usado no sentido de "porta-voz" (Êx 4.16; Jr 15.19).
Bibliografia Konrad Weiss, "Stoma", TDNT, VII, 692-701. LÍNGUA
1. Órgão muscular alongado, móvel, situado na cavidade bucal que serve para a degustação, para a deglutição e para a articulação dos sons da voz (Lm 4.4; Jó 29.10; Jó 20.12). "Qualquer que lamber as águas com a sua língua, como as lambe o cão, esse porás à parte" (Jz 7.5).
2. E também utilizada por sinédoque para pessoa como na frase "minha língua exultou" (At 2.26; cf SI 52.2; Pv 26.28; Is 45.23; Tg 1.26). Às vezes, a expressão "toda língua" significa "toda pessoa", independente do idioma que fale (Is 45.23; Fp 2.11).
Ela é, também, objeto de discurso, tanto para o bem como para o mal. Amor e bondade podem estar na língua, isto é, no discurso (1 Jo 3.18; Pv 31.26) tanto quanto a insolência, a falsidade, e a calúnia (Js 10.21; SI 78.36; 15.3). Ela pode ser lenta (Êx 4.10) ou tão rápida quanto a pena de um escritor habilidoso (SI 45.1). Imperfeições morais são atribuídas a ela, como arrogância (SI 12.3), engano (SI 52.4) e mentira (Pv 6.17). Ela também é um instrumento de louvor (SI 51.14;
126.2; Is 35.6).
É uma palavra usada também como sinônimo para idioma ou dialeto (Dt 28.49; At 1.19). Também é usada em referências a animais, incluindo o cão (Êx 11.7; SI 68.23), a víbora (Jó 20.16), e o crocodilo (Jó 41.1).
A palavra designa também o que, por seu formato, lembra uma língua. Assim, "uma barra [língua] de ouro" (Js 7.21,24) e "a baía [língua] do mar" (Js 15.2,5; 18.19; cf. Is 11.15). Alguns usos metafóricos da palavra também são importantes: A "insolência da língua", ou "a violência da língua", significa abuso verbal (Os 7.16), enquanto a "contenda das línguas" e o "açoite da língua" significam amaldiçoar e irar-se (SI 31.20; Jó 5.21). "Curvar a língua" ou "estender a língua" significa
proferir falsidades maliciosas (Jr 9.3) e, "aguçar a língua" denota uma fala cortante (SI 140.3). "Usar a língua" significa lisonjear (Jr 23.31), e "ferir com a língua" significa caluniar (Jr 18.18). "Esconder debaixo da língua" significa esconder-se na maldade (Jó 20.12), e a palavra de DEUS na língua é um sinal de inspiração (2 Sm 23.2). "Deitar para fora a língua" significa zombar (Is 57.4) e, "dividir" a língua dos ímpios é levantar dissensão entre eles (SI 55.9). "Morder a língua" é um sinal de fúria, desespero e tormento (Ap 16.10).
A passagem bíblica mais importante com relação ao uso certo ou errado da boca e da língua é Tiago 3.1-12. Tiago compara o poder ou a influência da língua com o leme de um navio, com uma fagulha que coloca uma floresta em chamas e com uma serpente indomável cheia de veneno mortífero.
Sabedoria para Usar a Língua (Tiago 3:1-18) - James, por Hendrickson Publishers - Edição Contemporânea, da Editora Vida, Traduzido pelo Rev. Oswaldo Ramos.
À semelhança das igrejas de Paulo, a de Tiago era uma igreja do ESPÍRITO.
Embora nela houvesse cargos formais, como o de presbítero (5:14), não havia um processo de ordenação, nem escolaridade exigida para que o oficial tivesse licença para ensinar e pregar. Por conseguinte, era relativamente fácil que pessoas dotadas de alguma habilidade, mas de motivação mundana, se oferecessem para servir como mestres. (Nossos processos modernos de seminário mais ordenação fazem que a licença para ensinar e pregar exija mais tempo, mas não impedem a motivação errada. Ao contrário, fazem que tal pessoa se tome um elemento mais permanente no seio da igreja). Tais mestres destituídos de vocação criticavam os demais e formavam “panelinhas” na igreja; outros membros de igreja imitavam-nos, falando mal deles. A reação de Tiago é convocar a igreja para que controle a língua, expondo as marcas do ESPÍRITO de DEUS, e finalmente denunciando a motivação humana de muitos crentes, na igreja.
3:1 / Meus irmãos indica o início de uma seção. Não sejais muitos de vós mestres: os mestres eram importantes na igreja (Romanos 12:7; 1 Coríntios 12:28; Efésios 4:11-13), mas a igreja também estava sendo prejudicada por falsos mestres (e.g., 1 Timóteo 1:7; Tito 1:11; 2 Pedro 2:1). Era fácil falsificar o dom do ensino, bastando que o falsário fosse bastante eloqüente. Mas era bem certo que,
quando uma pessoa se apresentava “voluntariamente” para ensinar, em vez de ser impelida pelo ESPÍRITO, seus motivos mundanos com a toda a certeza se manifestavam em ciúme, contenda ou heresia. Tiago valoriza o ministério, mas percebe que sua atração e poder sociais tornam-no perigoso, e que a pessoa deve ser relutante em investir nele a vida.
O perigo do ministério é, primeiramente, pessoal: receberemos um juízo mais severo. Se cada palavra vã entrará em julgamento, quanto mais as palavras dos que trabalham com palavras? (Mateus 12:36) Se os mestres judaicos deverão ser julgados com severidade, quanto mais os mestres cristãos? (Mateus 23:1-33; Marcos 12:40; Lucas 20:47) Um exame das condenações do falso magistério tanto nos evangelhos como em 1 e 2 Pedro, e em Judas, demonstram que, semelhantemente ao que diz respeito aos presbíteros (1 Timóteo 3; Tito 1), o modo de viver do mestre é mais importante do que suas palavras. Os mestres eram primordialmente modelos e, em segundo plano, instrutores intelectuais. Ao reivindicar a posição de mestres, colocavam sua vida e suas palavras sob a égide de DEUS, que os responsabilizaria pelo desvio do rebanho, quer mediante a palavra, quer mediante o exemplo.
3:2 / O perigo aumenta muito pelo fato de que todos tropeçamos em muitas coisas. Tiago menciona um provérbio que significa que os cristãos não apenas pecam com freqüência, mas também pecam de muitas maneiras diferentes. Esta verdade é reconhecida por toda a Escritura: 2 Crônicas 6:36; Jó 4:17-19; Salmos 19:3; Provérbios 20:9; Eclesiastes 7:20; Romanos 8:46; 1 João 1:8. Dizendo se
alguém não tropeça em palavra, Tiago focaliza um pecado especial que o preocupa: a língua solta. A necessidade de controlar a língua era bem conhecida no judaísmo e no cristianismo (Provérbios 10:19; 21:23; Eclesiastes 5:1; Siraque 19:16; 20:1-7). Tiago salienta aqui, como o fez em 1:26, a importância de controlar a língua, pois afirma a respeito de quem for capaz de domá-la: esse homem é
perfeito, e capaz de refrear todo o corpo. Isto significa que tal pessoa é madura, tem caráter cristão completo (1:4) e, assim, capacitada a enfrentar todas as provações e tentações, e a controlar todos os impulsos maus (1:12-15). É como disse Ben Zoma: “Quem é poderoso? Aquele que subjuga suas paixões”. Ou como perguntou Alexandre da Macedônia aos anciãos do sul: “Quem é o herói? Responderam-lhe: Aquele que controla suas paixões más [yêser hâ-râ]” (m. Aboth 4:1). Tiago caminha um passo à frente dos rabinos. O controle dos maus impulsos é bom (e Paulo concorda com Tiago, 1 Coríntios 9:24-27), mas os impulsos mais difíceis de controlar são os da língua. Mantenha pura a fala, e o resto será fácil; eis a marca do cristão maduro.
3:3-4 / Tiago ilustra sua tese, “controle sua língua e você será capaz de controlar todo o seu ser”, mediante uma série de analogias. Primeiro ele pensa em cavalos, que são maiores e mais velozes do que os seres humanos. No entanto, quando pomos freios na boca dos cavalos nós os controlamos: não só a cabeça, mas o animal inteiro é forçado a ir para onde o cavaleiro desejar. Uma segunda analogia é tirada dos navios. Os navios constituíam uma das maiores estruturas que os primitivos cristãos conheceram. Se até um barquinho de pesca impressionava, quanto mais um navio mercante em pleno oceano? Mais impressionantes, todavia, eram as forças que o compelem, os ventos capazes de vergar árvores e espalhar as nuvens. Entretanto, a despeito de todo seu tamanho e peso, um leme pequenino, do formato de uma língua (pequenino pelo menos quando comparado ao tamanho do navio, ou ao poder do vento), movimentado pelo piloto, podia mudar a direção do navio. São dois exemplos impressionantes, ou analogias do adágio: “controle a língua e você controlará tudo”.
De certo modo, Tiago mudou um pouco sua argumentação, enquanto elaborava suas ilustrações. Ele havia começado dizendo: “Se você puder controlar a língua, você será um gigante espiritual capaz de controlar o resto do corpo”. As ilustrações de Tiago são agudas: “Se você controlar a língua, você controla o resto do corpo”. Todavia, esta mudança permite a Tiago mover-se no sentido de conscientizar-
se de que a língua com freqüência incita a pessoa a agir: primeiramente, você expressa com palavras uma idéia proibida e, a seguir, você lhe dá expressão física; primeiro, você se mete numa conversa lasciva ou numa discussão acalorada e, a seguir, comete adultério ou assassinato. É para esse poder da língua que Tiago se volta agora, mas ambas as idéias, a dificuldade em controlarmos a fala e seu
fantástico poder, estão ativas em sua mente.
3:5 / Assim também a língua é um pequeno membro, e se gaba de grandes coisas: na verdade a língua é pequenina, mas quanta reivindicação pode ela fazer como responsável por grandes eventos para o mal, ou para o bem! Com muita freqüência os resultados foram malignos, mas a língua gabou-se com o máximo orgulho; o próprio emprego do verbo “gabar-se” leva à memória do leitor as freqüentes condenações de Paulo a quaisquer vanglórias, e que só deveríamos gloriar-nos em CRISTO (Romanos 1:30; 3:27; 11:18; 2 Coríntios 10:13-16; Efésios 2:9). A língua é como um pequeno fogo que pode incendiar um grande bosque; pode tratar-se de um bosque palestino ressecado ao sol de uma longa seca, ou de uma encosta montanhosa do sul do nosso país. Alguém acende uma fogueira, sem cuidados, ou atira um fósforo aceso; a ação é irreversível, porque o fogo primeiro estala, depois ruge, e logo estará devorando alqueires e mais alqueires de madeira, rápido como o vento.
3:6 / a língua também é fogo: É assim que Tiago começa a traçar quadros quase psicodélicos do mal produzido pela língua. À semelhança do fogo, a língua é destrutiva. Basta que nos lembremos da oratória de um Adolf Hitler para que fique sublinhada esta verdade. A língua não é só destrutiva, ela é um mundo de iniqüidade; ou, como afirma uma tradução alternativa, “um mundo de injustiça”.
O mundo de injustiça está ocupando seu lugar entre os nossos membros. Ela contamina todo o corpo. O mundo é algo que o cristão em geral considera “lá fora”. Tiago aponta para sua própria boca e diz: “O mundo está aqui dentro”. A língua descontrolada é a encarnação e a sede dos impulsos maus do corpo. A língua não se limita em seus efeitos à sua própria área, visto que espalha a iniqüidade,
ou contamina todo o corpo. A pessoa inteira é atingida pelo fragor de sua língua. Entretanto, cada palavra vã será julgada (Mateus 12:36).
Além do mais, a língua inflama o curso da natureza, e é por sua vez inflamada pelo inferno. O problema a respeito das palavras é que as conseqüências não param por aí. Os efeitos são seriíssimos. “Paus e pedras podem quebrar meus ossos, mas as palavras não me machucam” é um conceito sem base bíblica. As chamas da língua incendeiam as paixões aumentam o furor, inflamam a lascívia.
Logo, as palavras, quer sejam um diálogo íntimo, não ouvido aqui fora, pois não houve fala, quer sejam pronunciadas, transformam-se em ação. As emoções, o raciocínio, o corpo todo se envolve incontrolavelmente. E qual foi a origem desse incêndio destruidor? O próprio inferno! É ali que está a prisão de Satanás e seus demônios. Aquela discussão teria sido inspirada pelo ESPÍRITO de DEUS? Não. Foi inspirada pelo diabo. As chamas do fogo, do preconceito, do ciúme, da inveja e da calúnia projetam-se do lago de fogo.
3:7-8 / Tendo pronunciado uns conceitos pesados a respeito da língua, Tiago se empenha agora em comprovar sua tese com minúcias. Seu principal quesito é que a língua, isto é, a palavra humana, é desesperadamente perversa. Tiago inicia com uma analogia da natureza: Toda espécie de feras, de aves, de répteis e de animais do mar se doma, e tem sido domada pelo gênero humano. O argumento de Tiago não é científico. Não lhe interessaria saber que ninguém havia ainda conseguido domar o rinoceronte, e que em seus dias ainda não haviam chegado notícias sobre tubarões assassinos; tampouco está Tiago interessado em saber se determinado animal foi totalmente domesticado.
Basta-lhe saber que felinos e grandes macacos ficam sob total controle humano. Isto é verdade, quer se trate do prisioneiro que domestica um camundongo ou um rato, em sua cela, quer se trate do dono de um elefante que transporta um príncipe indiano, ou o encantador de serpentes na praça, ou o passarinheiro cujas aves lhe obedecem o comando. Tudo isto já era conhecido no passado (tem
sido domada), mas não pertence a certa idade de ouro, meio esquecida — trata-se de experiência do presente também (se doma). Além de tudo, o conceito aplica-se às quatro principais categorias de vida animal: feras (i.e., mamíferos), aves, de répteis (inclusive anfíbios) e animais do mar.
Entretanto, que contraste quando avaliamos a língua! a língua, nenhum homem a pode domar. O problema de controlar a língua entrava numa espécie de ditado popular das culturas hebraica e grega. Tiago não precisava provar a verdade dessa máxima. Não tinham seus ouvintes dezenas e dezenas de coisas que gostariam de “desdizer” ou muitas palavras que haviam pronunciado erroneamente?
Não haviam aprendido dezenas de provérbios que talvez pudessem ajudá-los? “Há alguns cujas palavras são como pontas de espadas, mas a língua dos sábios é saúde” (Provérbios 12:18). “O que guarda a sua boca preserva a sua alma, mas o que muito abre os seus lábios tem perturbação” (Provérbios 13:3). Certamente as palavras de Tiago não precisam ser comprovadas perante pessoas honestas.
Em vez de deixar-se domesticar, a língua é mal incontido. E como Hermas diria, mais tarde: “A difamação é um mal; é demônio que não sossega, nunca tem paz, mas habita na dissensão” (Mandate 2.3). Em contraste, DEUS é perfeitamente uniforme no pensamento, estável e tem paz, “pois DEUS não é DEUS de confusão, senão de paz” (1 Coríntios 14:33). Entretanto, nossa fala constantemente se caracteriza pela instabilidade; a pessoa crê que controla sua língua, mas num certo momento de descuido, deixa escapar uma palavra ferina ou difamatória. Algumas características dos demônios são a incapacidade de autocontrolar-se, a ausência de descanso, a instabilidade — as mesmas da língua, como Tiago logo demonstrará (3:16).
Além de tudo, a língua está cheia de peçonha mortal. Com isso concorda o salmista: “Aguçam a língua como a serpente; o veneno das víboras está debaixo dos seus lábios” (Salmos 140:3). Essa comparação com as serpentes era bastante difundida na literatura judaica, talvez porque a língua se parece um pouco com uma serpente, talvez porque as víboras matem com a boca e talvez porque, no
Éden, foi a serpente que enganou nossos primeiros pais com palavras melífluas.
Não há evidência de que Tiago esteja na dependência de alguma passagem bíblica particular; ele está apenas afirmando que as palavras jamais são inofensivas; são perigosas e mortíferas como veneno, se não forem controladas. Esta é a resposta de Tiago à tendência moderna de considerar as palavras destituídas de importância e muito baratas.
3:9 / Tendo declarado a perversidade da língua e a dificuldade em controlá-la, Tiago nos dá a seguir alguns exemplos concretos sobre sua natureza incontrolável.
Em primeiro lugar, com ela bendizemos ao Senhor e Pai. Todos os leitores hão de concordar com Tiago. Dar graças a DEUS, agradecer-lhe a bondade, fazia parte do culto litúrgico de todo judeu e cristão: entoavam salmos (a que chamavam salmos de louvor) como Salmos 31:21 ou 103:1, 2; (levantavam orações matutinas e vespertinas em que davam graças a DEUS pela proteção durante a noite e
pelas bênçãos do dia (as orações de Atos 2:42); e havia os devocionais antes de cada refeição: “Bendito sejas tu, ó Senhor DEUS de nossos pais, que nos dás do fruto da terra...”.
Infelizmente, a língua também é usada para amaldiçoar: com ela amaldiçoamos os homens. Há abundantes passagens bíblicas com maldições, embora a Bíblia imponha limites à maldição e não nos deixe tranqüilos no que lhe diz respeito: Gênesis 9:25; 49:7; Juízes 9:20; Provérbios 11:26. As maldições eram comuns porque, à semelhança das bênçãos, não só davam vazão às emoções como
também influíam de verdade sobre as pessoas e as coisas a que se destinavam. Embora Paulo proíba a maldição feita a esmo (Romanos 12:14), na prática o apóstolo pronunciava palavras duras, à guisa de maldições (1 Coríntios 5:1; 16:22; Gálatas 1:8). A cana de Judas é, praticamente, uma longa maldição contra os hereges. Entretanto, estas maldições de caráter mais formal sobre pessoas que praticam certos tipos de mal dificilmente seriam maldições oriundas do ódio, do ciúme, da rivalidade, jamais são usadas como arma a fim de separar ou rejeitar grupos, dentro da igreja, quando há lutas partidárias, e menos ainda constituem maldições irrefletidas de alguém que se viu prejudicado pessoalmente.
Tiago aponta a incoerência da maldição a esmo, ao acrescentar feitos à semelhança de DEUS. Embora um pronunciamento de JESUS que proíbe que se amaldiçoe pudesse ter sido a base emocional mais profunda (e.g., Lucas 6:28), Tiago prefere utilizar este argumento teológico a fim de salientar a incoerência da maldição.
O Antigo Testamento refere-se às pessoas humanas como feitas à semelhança de DEUS (Gênesis 1:26), e utiliza esse fato para comprovar a seriedade do ato de destruir essa semelhança (Gênesis 9:6). Até mesmo o mais depravado ser humano retém a semelhança de DEUS, a qual se entendia, segundo o pensamento bíblico, representava a pessoa toda. Bendizer a DEUS, ou a ele agradecer e, a seguir,
voltar-lhe as costas e maldizer sua imagem e semelhança é o mesmo que engrandecer um rei, em sua presença, e a seguir esmagar a cabeça de sua estátua, à saída do palácio real. Na melhor das hipóteses, é uma incoerência de comportamento; na raiz desse mal está o ódio veemente, incontrolável, sem nenhum vestígio de arrependimento, dentro dessa pessoa, que não se atreve a atirá-lo contra
DEUS, mas desabafa-o sobre as pessoas. Entretanto, Tiago reconhece, cheio de simpatia, a natureza instável das pessoas e identifica-se com elas, ao usar o verbo na primeira pessoa do plural (nós), não porque ele aceite essa realidade como apropriada, mas porque procura conduzir as pessoas ao arrependimento e mostrarlhe um caminho melhor (3:13-18).
3:10 / O problema óbvio aqui é a inconstância da palavra falada: Da mesma boca procedem bênção e maldição. Meus irmãos, não convém que isto seja assim. O problema não é tanto o de bênção, ou de maldição em si — a pessoa poderia, por exemplo, amaldiçoar o pecado muito adequadamente: “Que todos os pensamentos odiosos que querem invadir minha mente sejam enterrados nas profundezas do inferno!”. O problema é que tanto a maldição quanto a bênção dirigem-se ao mesmo objeto: DEUS, e a pessoa feita à imagem de DEUS. Isso demonstra duplicidade de pensamento e, portanto, pecado. É especificamente essa duplicidade de linguagem (a pessoa “fala com língua bifurcada”, segundo o velho ditado), que a tradição bíblica rejeita (e.g., Salmos 62:4). Esta rejeição foi efetuada mais tarde, no judaísmo, (o livro apócrifo de Siraque 5:19 fala do “pecador de língua dobre”) e no cristianismo (e.g., Didaquê 2:4, “Não tenhas mente
dobre nem tenhas duplicidade de língua, visto que a língua dúplice é armadilha mortífera”). Portanto, Tiago dá prosseguimento ao mesmo tema que mencionara em 1:8 e 4:8 — duplicidade, inconstância e instabilidade são sinais do impulso mau, e não devem ser tolerados. O cristão é chamado para desarraigar todas essas tendências e chegar à singeleza e à sinceridade de coração.
3:11-12 / Tiago conclui sua argumentação com mais algumas analogias da natureza: Pode uma fonte de água salgada dar água doce? Aqui está uma verdade infelizmente comum por todo o Mediterrâneo, quer no vale do Lico (Apocalipse 3:15-16 refere-se ao suprimento de água da região), quer em Mara, no Sinai (Êxodo 15:23-25), quer no vale do Jordão, onde a água cai em cascatas do alto
das rochas, dando uma aparência de boas-vindas ao viajante, até que este descubra tratar-se de águas amargas. Por que os seres humanos tentam fazer o que a natureza não faz? A analogia entre o produto de uma fonte aquática e o da boca humana é bem apropriada.
Em segundo lugar, meus irmãos, acaso pode uma figueira produzir azeitonas, ou uma videira figos? Mais uma vez a analogia é bem apropriada. Nenhuma árvore produz duas espécies de fruto. Cada árvore produz segundo sua natureza. É contrário à natureza o ser humano tentar fazer o que a natureza não faz. Entretanto, pode ser que Tiago esteja querendo dizer algo mais, visto que JESUS utilizou ilustração semelhante (Mateus 7:16-20; Lucas 6:43-45; Mateus 12:33-35), mas esta analogia relaciona-se a frutos bons e frutos maus, e ao julgamento de uma planta segundo o fruto que produz. Estaria Tiago sugerindo que o fruto mau (a maldição) revela a natureza da pessoa?
A terceira analogia confirma essa suspeita: Tampouco pode uma fonte de água salgada dar água doce. Tiago mudou sua analogia. Agora, a fonte é decididamente má, de água salgada, mas tenta produzir água doce. Isso é impossível.
O mal dentro da pessoa produz uma “inspiração” freqüentemente bem escondida, mas as “maldições” (crítica maldosa, calúnia, comentários negativos), misturadas com palavras piedosas, demonstram a verdadeira fonte de inspiração. O mestre ou os cristãos vindicam o ESPÍRITO de DEUS, ou a sabedoria de DEUS; mas há verdade nisso? Não há verdade quando a linguagem da pessoa revela que esta é uma fonte de água salgada que finge ser doce.
Havendo sustentado o perigo inerente à língua e a necessidade de pureza no falar, Tiago move-se agora para a retaguarda das palavras, e vai tratar das motivações por trás dessas palavras. Esta seção procura olhar para dois lados. Em certo sentido, olha para trás, para os mestres de 3:1 e para os problemas reais que sublinham a palavra impura, de modo geral. Noutro sentido, trata-se de ponte entre a
discussão teórica de 3:1-13 e a denúncia dos problemas da comunidade, de 4:1-12. Assim como houve dois nascimentos, e duas inspirações em 1:12-18, há duas “sabedorias” e dois Espíritos, aqui.
3:13 / Tiago já fez a apologia da fala singela, sincera; agora, faz um apelo. Quem entre vós é sábio e entendido? Em certo nível, esta é uma pergunta que simplesmente quer saber se alguém se enquadra na descrição, mas num nível mais profundo lembramo-nos de que 1 Coríntios 1-3 descreve uma igreja em que um ensino rival vindicava possuir sabedoria superior, e é possível que isso também
estivesse acontecendo na comunidade de Tiago. Pelo menos Tiago sabia que os mestres de 3:1 afirmavam ser compreensivos, pois de que outra maneira poderiam ensinar? É a tais pessoas, e também às que aspiram compreensão, que Tiago se dirige.
De que maneira podem tais pessoas “mostrar” sua sabedoria? Mostre... Seria mediante a inteligente refutação daquele que discorda de sua posição? De modo algum; em vez disso, que mostre pelo seu bom procedimento... JESUS havia dito que distinguiríamos os verdadeiros mestres dos falsos pelo seu modo de viver (Mateus 7:15-23). Tiago está aplicando o ensino de seu Mestre. O procedimento
era absolutamente crucial para a igreja primitiva. Os presbíteros eram acima de tudo exemplos (1 Pedro 5:3; 1 Timóteo 4:12; 2 Timóteo 3:10-11), e, num segundo plano, mestres. Suas qualificações enfatizam suas vidas exemplares, e, se há menção da habilidade para ensinar, esta é apenas uma dentre outras muitas (1 Timóteo 3; Tito 1). O modo de viver constituía também um testemunho importante (1 Pedro 2:12; 3:2, 16) visto que, se não houvesse sucesso na evangelização de um incrédulo, pelo menos eliminava as desculpas das bocas dos incrédulos no dia do julgamento final. Tiago declara que não é a ortodoxia da pessoa (pregação correta), mas sua ortopraxia (vida correta) que representa a marca da verdadeira sabedoria. O crente deve recusar o mestre que não vive à semelhança de JESUS; você deve descartar a profissão de fé que não conduz à santidade.
Tiago enfatiza duas marcas deste modo de viver. A primeira chama-se boas obras. As obras — nosso procedimento — falam mais alto do que nossas palavras (Mateus 5:16). As obras que determinada pessoa realiza demonstram onde tal pessoa investiu verdadeiramente seu coração (e.g., Mateus 6:19-21, 24). Tiago elogia práticas tais como a caridade, o cuidado às viúvas, como marcas de sabedoria.
A segunda marca relaciona-se ao desempenho dessas obras em mansidão de sabedoria. De modo diferente dos hipócritas de Mateus 6:1-5, os verdadeiramente sábios sabem como agir com mansidão (humildade): não estão edificando suas próprias reputações. À semelhança de Moisés (Números 12:3) e de JESUS (Mateus 11:29; 21:5; 2 Coríntios 10:1), não estão interessados em defender-se. Evitam
conflitos, e de modo especial evitam fazer propaganda de si mesmos. A humildade (ou mansidão) é a marca do verdadeiro sábio.
3:14 / Por outro lado, se o coração do crente é marcado, não pelo comportamento santo, pela mansidão humilde e pelas boas obras, mas revela amarga inveja e sentimento faccioso, o quadro é outro, bem diferente. Todas estas palavras descrevem as condições de vosso coração e refletem o ponto de vista de DEUS. A pessoa não deve permitir que essas características lhes penetrem na consciência
de forma disfarçada. A inveja mencionada por Tiago é “um zelo severíssimo”, ou “rivalidade”; o mesmo termo pode ter um significado positivo, o “zelo que transparece noutras passagens escriturísticas (e.g., 1 Reis 19:10), e é certo que a pessoa com essa característica persuadiu-se de que esse é seu caso. Na verdade, trata-se de rigidez resultante de orgulho pessoal. Amarga inveja é diferente do amor e do zelo firme de alguém que tem plenitude de DEUS; “amargo” é um adjetivo que descreve bem a vítima da inveja: seria um “zelo” tingido pela amargura. Não importa os motivos esplendorosos que podem ser proclamados: a dureza áspera no tom do cinismo demonstrado contra os adversários revela a horrorosa inveja.
Com tais vícios combina-se bem o espírito faccioso, que em NIV é “ambição egoísta” (Gálatas 5:20; 2 Coríntios 12:20). No calor da rivalidade, o líder acha que deve retirar-se, de algum modo, a fim de “testemunhar a verdade” que o principal grupo de cristãos rejeitou. Esta é uma questão extremamente sensível, visto que a história da igreja conhece grupos que foram expulsos ou tiveram de retirarse
cheios de dor e tristeza, por serem testemunhas da verdade; houve épocas em que isto foi necessário. Todavia, com muita freqüência o que começa como um testemunho fica sutilmente maculado pela rivalidade, que induz à separação. Se estes vícios caracterizam seu coração, não vos glorieis, nem mintais contra a verdade. “Não mintais contra a verdade” é tradução literal do grego, que NIV traduziu: “não negueis a verdade”. Algumas pessoas poderiam estar reivindicando, em total oposição às evidências levantadas por Tiago, estarem cheias do ESPÍRITO de DEUS. Tiago lhes roga que não agravem seu problema ao continuar asseverando que é DEUS quem lhes motiva tão grande rivalidade. Ao jactar-se de seu zelo, ou quando discutem sem parar a justiça de sua causa, atiram a causa do reino de DEUS ao escândalo e acabam cegos espiritualmente.
3:15 / A pessoa invejosa não é inspirada por DEUS: Essa não é a sabedoria que vem do alto. Tiago cria que a sabedoria vem de DEUS (1:5), visto ser um de seus maravilhosos dons (1:17). O ensino judaico também ligava a sabedoria ao dom ou à presença do ESPÍRITO de DEUS (e.g., Gênesis 41:38-39; Êxodo 31:3-4; Provérbios 2:6; 8:22-31). Assim, poderíamos parafrasear Tiago dizendo: “este
comportamento não é inspirado pelo ESPÍRITO de DEUS”. Qual é, então, a fonte ou o caráter dessa “sabedoria” que inspira tal tipo depessoa? Primeiramente, é terrena. Aparentemente, afirmar que algo pertence à terra não é mau, mas torna-se mau se afirmarmos que veio de DEUS (1 Coríntios 15:40). Por isso, Tiago nos antecipa que a inspiração dessas pessoas na melhor das hipóteses provém delas mesmas, de seu ego natural. Em segundo lugar, é animal, i.e., não-espiritual, carnal. O termo é empregado noutras passagens do Novo Testamento, com outras traduções, para caracterizar a pessoa que não tem o ESPÍRITO de DEUS (Judas 19), ou que “não compreende as coisas do ESPÍRITO de DEUS” (1 Coríntios 2:14). Esta “sabedoria”, então, não faz parte de sua natureza redimida, mas caracteriza a pessoa para quem o verdadeiro caminho do ESPÍRITO é estranho. Os caminhos do mundo — o poder, o comando (cf. Marcos 10:45), a estratégia, as prerrogativas — são os que tais pessoas entendem, não a mansidão humilde, o amor, a auto-entrega. Em terceiro lugar, é diabólica. Há uma fonte de inspiração para essa “sabedoria”, mas não é divina. As pessoas afirmam que aquele espírito de competição é inspirado. “É inspirado, é mesmo”, redargúi Tiago, “é inspirado pelo próprio diabo!”. Neste ponto, Tiago atingiu o xis da questão.
3:16 / Como que para arrematar sua argumentação. Tiago prossegue: Pois onde há inveja e sentimento faccioso, aí há confusão e toda obra má. Esta acusação não decorre de mera argumentação baseada na “teoria do dominó”, mas é a conseqüência lógica dos dois primeiros vícios. A rivalidade e o espírito partidário destroem a coesão da comunidade cristã, que se edifica na unidade e no amor. Destruída a “cola”, todo tipo de desordem e rebelião penetra a comunidade. Mais do que isso, a auto-afirmação e a independência próprias da inveja do “zelo” doentio, destroem a capacidade de a comunidade disciplinar-se de acordo com a tradição apostólica (Mateus 18:15-20; Gálatas 5:25; 6:5). Destruídos os “freios” da reprovação mútua, e havendo necessidade de “aceitar as coisas” por medo do criticismo que levaria outrem a formar seu próprio partido (“panelinha”), fica fácil ver como toda obra má vai infiltrando-se. Para Tiago, a solidariedade comunitária é importantíssima como era para Paulo (2 Coríntios 12:20; Filipenses 2:4), visto que, sem ela, ocorre a desintegração moral e comunitária.
3:17 / Contrastando de modo completo com a “sabedoria” demoníaca, temos a sabedoria que vem do alto. Para salientá-la, Tiago relaciona um catálogo de virtudes que podem ser comparadas, tanto em forma quanto em conteúdo, com o catálogo de Paulo quanto ao amor e ao ESPÍRITO (1 Coríntios 13; Gálatas 5:22ss).
Esta sabedoria é primeiramente pura, o que significa que a pessoa está sincera e totalmente comprometida de seguir com fidelidade as diretrizes morais de DEUS; não existem motivos pérfidos ou injustos por trás de sua santidade. Dessa pureza se diz que conduz a outras virtudes: é pacífica (como em Hebreus 12:11; Provérbios 3:17), que se refere não à paz íntima, porém à paz comunitária;
moderada (Filipenses 4:5; 1 Timóteo 3:3; Tito 3:2), que denota um espírito conciliador, inimigo de contendas; e tratável, que indica um espírito aberto ao aprendizado, maleável, uma pessoa que com toda a alegria se submete à correção de um erro ou ao aprendizado de uma nova verdade.
A sabedoria é prática, porque se apresenta cheia de misericórdia (expressão grega da qual se derivou a palavra esmola) e de bons frutos, que são os atos de caridade que Tiago já discutiu (1:26-27; 2:18-26). Portanto, a sabedoria não é primordialmente um conceito intelectual, mas uma habilidade prática para discernir a vontade de DEUS e agir em conformidade.
Finalmente, a sabedoria é sem parcialidade, e sem hipocrisia, i.e., imparcial e sincera, livre de preconceitos. Não ficou bem claro se esta libertação de preconceitos refere-se à ausência do espírito de partidarismo (imparcialidade para receber outros irmãos na fé), ou se significa “ter uma visão singela”, “firmeza de caráter” (o oposto de 1:6-8). Talvez se refira a esta última opção, visto que vem perto
de “sem hipocrisia” (que é tradução literal do termo grego; NIV preferiu “sincera”).
Juntos, esses termos indicam pessoas cujos motivos interiores são sinceros, sem hipocrisia, e cujos atos externos são coerentes. As pessoas jamais precisarão duvidar “de onde vieram”, porque tais pessoas não têm espírito partidário e agem da mesma forma sempre perante todas as pessoas.
3:18 / Tiago resume sua explanação com um provérbio: o fruto da justiça semeia-se em paz para os que promovem a paz. A colheita da bondade ou da justiça é bem conhecida na literatura bíblica (e.g., Isaías 32:16-18; Amós 6:12).
Em outras palavras, boas obras serão produzidas pelos atos dos pacificadores. Algumas pessoas tentam ser justas de maneira tal que produzem divisões na comunidade. Em vez disso, o provérbio assinala a bondade como o fruto natural da vida de um pacificador, sendo esse o ponto crucial de Tiago: a pacificação, e não uma violenta “luta pela verdade”, é o que conduz à justiça. A expressão reiterada “semeia-se em paz” apenas sublinha o fato de que a pacificação é atividade que produz verdadeira paz externa. O próprio Tiago é retratado como pacificador em Atos 15 e 21, mas seu ensinamento não deriva de uma preferência pessoal, mas de JESUS mesmo, que havia dito: “Bem-aventurados os pacificadores” (Mateus 5:9). Conflitos e desavenças não produzem justiça; o caminho
para a justiça chama-se paz. Na verdade, a verdadeira paz na comunidade é resultado da prática da justiça a todas as pessoas.
Notas Adicionais #3
3:2 / Tiago emprega uma palavra incomum para tropeça, que se encontra apenas 4 vezes no Novo Testamento; veja também Tiago 2:10; Romanos 11:11; 2 Pedro 1:10. A palavra grega significa literalmente “tropeçar” ou “errar”, mas, quando empregada em sentido figurado, em questões morais, como aqui, significa “desviar-se” ou “pecar” e até mesmo “arruinar-se” ou “perder-se”. A passagem toda está ligada por palavras destinadas a chamar a atenção. tropeça faz ligação do provérbio ao resto do versículo. refrear literalmente é “pôr freios em”, ligando-se com “freios” do v. 3; em português, como no grego, são palavras de mesma raiz. Todo o corpo: o corpo era visto como a sede de todas as paixões, de todos os maus impulsos.
3:3-4 / Visto que estas ilustrações não se encaixam com exatidão, acham alguns que têm algum sentido alegórico (B. Reicke, James (Tiago), p. 37, ou que Tiago tomou de empréstimo de outra literatura (M. Dibelius, James (Tiago), p. 185-90). É bem provável que Tiago esteja citando uns provérbios populares, porque com toda a certeza havia abundância de ditados sobre cavalos e navios em sua
época. Porém, inculcar um sentido alegórico um tanto forçado, ou uma fonte literária, sem que haja um paralelismo literário exato, é forçar demais a evidência.
Pode ser que a mente de Tiago apenas se projetou mais à frente, empregando essas ilustrações como uma ponte de ligação com novos pensamentos que logo despontarão. O fato é que as ilustrações sobre cavalos e navios eram comuníssimas entre o povo, de modo que Tiago não precisaria tomá-las de empréstimo de nenhuma fonte escrita.
3:5 / A segunda metade deste versículo provavelmente é um provérbio usado como transição para novo tópico que Tiago deseja desenvolver — a língua, isto é, o mal que ela pode conter.
3:6 / Assemelhar a língua ao fogo tem precedente no Antigo Testamento: Salmos 10:7; 39:1-3; 83:14; 120:2-4; Provérbios 16:27; 26:21; Isaías 30:27. Siraque, comentando uma longa passagem a respeito da calúnia, diz o seguinte: “[A língua] não governará os piedosos, e estes não serão queimados em suas chamas” (28:22; cf. Salmos de Salomão 12:2-3). A estrutura deste versículo é difícil porque a gramática é obscura; contudo, seu sentido geral é claro. O mundo é símbolo da cultura e das organizações do universo que se formam sem DEUS e, por isso, constituem a antítese do reino de
DEUS; Tiago sempre usa “mundo” com este sentido (1:27; 2:5; 4:4), e a expressão “de iniqüidade” enfatiza esse sentido. Tiago fica bem perto de 1 João neste pensamento, conquanto os estilos sejam diferentes. Veja ainda J. Guhrt, “Earth” (Terra), NIDNTT, vol. 1, p. 524-26; ou H. Sasse, “Kosmos”, TDNT, vol. 3, p. 868-96.
O mundo ocupa seu lugar entre os nossos membros pode ser uma referência aos impulsos maléficos (Hebraico, yêser hâ-râ), primeiramente citados em Tiago 1:13, que os judeus diziam viver nos membros do ser humano. Nesse caso, Tiago estaria retratando “o mundo” vivendo na língua, embora dificilmente isto fosse uma assertiva da antropologia do autor. Sua linguagem em parte é metafórica,
significando em grande parte o mesmo que JESUS quis dizer ao afirmar que a corrupção não está do lado de fora, mas dentro da pessoa, pois o mal provém do coração (Marcos 7:14-23). É dos fuxicos comunitários, do preconceito e da rejeição do apelo a dar-se que Tiago está tratando. Ele retrata esses males como se estivessem residindo na língua, mas, à semelhança de JESUS, a corrupção interna destrói não apenas a língua, mas todo o corpo. Encontramos em Judas 23 um quadro semelhante (cf. Sabedoria 15:4).
A frase o curso da natureza [da pessoa] tem ocasionado muita discussão, visto ser semelhante a expressões de Orfeu, e outros autores gregos, significando reencarnação. Entretanto, essa frase tornou-se tão disseminada na literatura grega posterior, com tanta variação de sentido, que podemos concluir que, na época de Tiago, ela já havia perdido suas conexões com os ensinamentos de Orfeu e assumido, na Palestina, o sentido que GNB lhe dá. NIV traz “o curso todo da vida [da pessoa]”. Veja ainda J.B. Adamson, James (Tiago), p. 160-64.
É interessante a referência ao inferno. O inferno ou “geena”, aparentemente estava na mente de Tiago e de outros como um lugar em que os demônios e Satanás já estavam aprisionados (em oposição ao aprisionamento futuro, mencionado em Apocalipse 19-20). Este é, claramente, o sentido dessas palavras na obra judaica “Apocalipse de Abraão” 14:31. Entretanto, a imagem que lemos nesta passagem não é apenas a de seres aprisionados, mas de seres capazes de inspirar acontecimentos agora mesmo, como os de Apocalipse 9:1-11; 20:7-8. Parece que a prisão seria utilizada como imagem forte para determinar os seres que ali vivem, ou viverão, de modo especial tendo em vista da imagem de fogo que lhe está associada. Veja ainda J. Jeremias. “Geenna”, TDNT, vol. 1, p. 657-58.
3:7 / O outro lugar (e único) em que aparece a palavra doma, no Novo Testamento, é em Marcos 5:4, em que os demônios deixam o ser humano indomável.
As quatro categorias de animais são as quatro divisões comuns do mundo animal, na literatura bíblica, classificação feita segundo a observação dos grupos, e não de acordo com a taxonomia atual. Veja Gênesis 1:26; 9:2; Deuteronômio 4:17-18; Atos 10:12; 11:6.
3:8 / As Escrituras contêm grande abundância de ensino a respeito da língua (e.g., Provérbios 10:20; 15:2, 4; 21:3; 31:26), havendo também muita literatura intertestamentária sobre o mesmo tópico (e.g., Siraque 14:1; 19:6; 25:8).
O termo incontido é o mesmo que aparece em 1:8 (“vacilante”), sendo freqüente no Novo Testamento na forma de substantivo, com o sentido de “intranqüilidade”, “instabilidade”, “tumulto”. Uma das características de DEUS é a paz, que é o antônimo normal desse termo. DEUS não é instável (Lucas 21:9; 2 Coríntios 6:5; 12:20). Esse contraste aparecerá com toda a clareza nos versículos que se
seguem, e em 3:13-18. Veja ainda H. Beck e C. Brown, “Peace” (Paz), NIDNTT, vol. 2, p. 780.
Quanto à figura de linguagem da peçonha, na literatura judaica, veja Jó 5:15; Salmos 58:4, 5; Siraque 28:17-23. Hermas (Similitude 9.26.7) diz o seguinte: “Assim como as bestas feras destroem e matam o homem com sua peçonha, assim as palavras de tais homens destroem e matam o ser humano”. Veja ainda O. Michel, “los”, TDNT, vol. 3, p. 334-35.
3:10 / A rejeição da duplicidade é um conceito importante para Tiago, como o demonstra a nota sobre 1:8. É certo que Tiago leu Siraque 28:12: “Se você soprar uma faísca, ela vai brilhar mais; se você cuspir nela, vai apagar-se; uma e outra saíram de sua boca”. O conceito fica inserido num contexto mais amplo de Siraque 27:30-28:26. Em 28:13 a pessoa de língua dobre (“o enganador”, RSV) é
amaldiçoado sem rodeios. O Testamento de Benjamin 6:5 diz o seguinte: “A mente boa não possui duas línguas, a da bênção e a da maldição... mas tem uma disposição, incorrupta e pura, com respeito a todos os seres humanos”. Em essência, quer a pessoa examine as obras judaicas, quer examine as cristãs, do período primitivo, o mero aparecimento de uma atitude de duplicidade (que não é de modo algum apenas a honesta confissão de que a pessoa “ainda não tomou uma decisão”) é indício de disposição pecaminosa.
J.B. Mayor, James (Tiago), p. 123, crê que a lógica desta passagem é que ninguém deveria amaldiçoar outro ser humano. Isto é verdade, embora Tiago com toda a probabilidade não tiraria essa conclusão. Não é incomum que um ensino do Novo Testamento tenha implicações que ultrapassem a prática do Novo Testamento, como, por exemplo, o caso da escravidão. Em 2 Pedro 2:10-11 e em Judas 8-10 este princípio se estende ao ponto de rejeitar-se a idéia de amaldiçoar os poderes malignos, inclusive Satanás.
3:11-12 / Qualquer área geologicamente ativa possui fontes de água doce e fontes de água amarga. No vale do Lico, Hierápolis tinha fontes termais de água mineral: Colossos tinha águas doces; Laodicéia tinha de adaptar-se à água morna encanada de longa distância. No vale do Jordão o viajante precisava distinguir de longe quais das várias Fontes eram doces, e depois caminhava muitos quilômetros na direção delas. Veja ainda E.F.F. Bishop, Apostles of Palestine (Apóstolos da Palestina), p. 187; ou D. Y. Hadidian, “Palestine Pictures in the Epistle of James” (Quadros da Palestina na Epístola de Tiago), p. 228.
A versão do rei Tiago (KJV) diz: “De modo que nenhuma fonte pode produzir água salgada e água doce”; esta redação segue um texto grego inferior que harmonizava 3:12 com 3:11. NIV e ECA seguem um texto melhor e assim mostram o pensamento mutante de Tiago, fazendo uma boa transição para a seção seguinte.
INTERAÇÃO
Prezado professor, você deve conhecer as seguintes expressões: “Sou sincero!”; “Só falo a verdade!”; “Não levo desaforo para casa!” Mas quem disse que ser sincero, falar a verdade e não levar desaforo para casa significa estar sempre com a razão? Na verdade, tal postura reflete uma má educação. Vivemos numa sociedade onde se perdeu o respeito mútuo. É no trânsito, na fila do caixa do mercado, na fila dos bancos, nos departamentos das igrejas; as pessoas parecem não ter paciência para esperar, se acalmar. Não pensam duas vezes em usar uma arma poderosa para ofender, maltratar e magoar: a língua. O Evangelho, por outro lado, desaconselha-nos a agirmos de outra maneira: pagando o mal com o bem.
OBJETIVOS - Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
Conhecer as conseqüências das palavras
Explicar os símbolos usados por Salomão e Tiago.
Ter cuidado com o bom uso da língua
ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Para concluir a lição desta semana, leia com a classe Tiago 3.3-5. Em seguida, destaque as expressões "freio nas bocas dos cavalos"; "a nau dominada por um pequeno leme" e "a língua, um pequeno membro". Depois, explique-as afirmando que elas representam um pequeno elemento que é poderoso para impedir ou permitir uma tragédia inigualável. Conclua dizendo que nossa língua, um pequeno órgão, pode edificar vidas mas, também, ofendê-las, magoá-las ou destruí-las. À luz dessas metáforas, desafie os alunos a desenvolverem o autocontrole sobre o que dizem e, Consequentemente, fazem.
Resumo da Lição 5 - O Cuidado com Aquilo que Falamos
I. O PODER DAS PALAVRAS
1. Palavras que matam.
2. Palavras que vivificam.
II. - CUIDADOS COM A LÍNGUA
1. Evitando a tagarelice.
2. Evitando a maledicência.
III. O BOM USO DA LÍNGUA
1. Quando a língua edifica o próximo.
2. Nossa língua adorando a DEUS.
IV. SALOMÃO E TIAGO
1. Uma palavra ao aluno.
2. Uma palavra aos mestres.
AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO I - Subsídio Vida Cristã
"DISCIPLINA DA LÍNGUA
Que poder tem a palavra escrita ou falada! Nações se ergueram, e nações caíram pela língua. Vidas foram enaltecidas e rebaixadas pelo falar humano. A bondade flui como um doce rio de nossas bocas, da mesma forma, o esgoto. A pequena língua, sem dúvida, é uma força poderosa.
[...] Tiago, o irmão do Senhor, entendia isto tão bem, quanto qualquer homem na história e, através do uso de analogias gráficas, ele nos deu a mais penetrante exposição sobre a língua do que qualquer texto literário, seja secular ou sagrado [...] (Tg 3.3-5).
[...] A principal preocupação de Tiago é com o poder destrutivo da língua, e isto produz uma das mais provocantes declarações: 'Vede como uma fagulha põe em brasa tão grande selva! Ora, a língua é fogo; é mundo de iniqüidade; a língua está situada entre os membros de nosso corpo e contamina o corpo inteiro e não só contamina e não só põe em chamas toda a carreira da existência humana, como é posta ela mesma em chamas pelo inferno (vv.5,6)" (HUGHES, R. Kent. Disciplinas do Homem Cristão. 3.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2004, pp.126-27).
AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO II - Subsídio Teológico
"Abençoando o Malfeitor
Fazer o bem àqueles que nos fizeram mal envolve tanto palavras quanto atos, tanto bênçãos quanto servir. John Stott afirma: 'Na nova comunidade de JESUS as maldições devem ser substituídas por bênçãos; a malícia, por oração; e a vingança, por serviço. De fato, a oração purga o coração da malícia; os lábios que abençoam não podem, ao mesmo tempo, amaldiçoar; e a mão ocupada com serviços fica impedida de se ocupar com vingança'.
No entanto, deixemos claro que na prática, conquistar o mal com o bem envolve muitas vezes a obstinação e a dureza que vai contra nossas concepções sentimentalizadas da bondade. A fim de verdadeiramente fazermos o bem para alguém implicará dar o que mais precisa - não necessariamente o que ele quer. Por exemplo, fazer o bem para um pai ameaçador e ditatorial que insiste em controlar seu filho adulto pode significar resistir a ele e se recusar a ceder a suas exigências. Por outro lado, no caso de uma mãe fraca e indecisa fazer o bem significa se recusar a tomar qualquer atitude a fim de que ela seja forçada a tomar suas decisões. Como Allender e Longman sugerem: 'Em muitos casos, um amor [tão] corajoso muitas vezes enerva, fere, pertuba e compele a pessoa amada a lidar com as enfermidades interiores que estão roubando a alegria dela e dos outros'.
Esse tipo de amor vigoroso é exemplificado na última frase da passagem de Provérbios citada por Paulo. A frase diz que ao dar comida e bebida a nossos inimigos amontoa-se 'brasas de fogo sobre a [nossa] cabeça' (Rm 12.20). Embora isso possa nos parecer um ato pouco amigável, nos tempos bíblicos, essa era uma figura de linguagem para dizer que isso traz um profundo sentimento de vergonha a seus inimigos, não a fim de ofendê-los ou humilhá-los, mas para levá-los ao arrependimento e à reconciliação" (SEAMANDS, Stephen. Feridas que Curam: Levando Nossos Sofrimentos à Cruz.1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2006, pp.166-67).
VOCABULÁRIO
Nau: Designação genérica que até o século XV se aplicava a navios de grande porte.
Leme: Peça plana, localizada na parte submersa da popa de uma embarcação, gira em um eixo e determina a direção em que aponta a proa do navio.
Personificá-las: Expressar, tornar viva e concreta uma ideia através de pessoas.
Ápice: Extremo superior; ponto máximo, culminância, apogeu.
Desvelo: Ato ou efeito de desvelar-se. Isto é, agir com diligência; zelar, cuidar, empenhar-se.
BIBLIOGRAFIA SUGERIDA
HUGHES, R. Kent. Disciplinas do Homem Cristão. 3.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2004.
SEAMANDS, Stephen. Feridas que Curam: Levando Nossos Sofrimentos à Cruz.1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2006.
SAIBA MAIS - Revista Ensinador Cristão - CPAD, nº 56, p.38. Questionário da Lição 5 - O Cuidado com Aquilo que Falamos RESPOSTAS DO QUESTIONÁRIO EM http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/videosebdnatv.htm AJUDA CPAD - http://www.cpad.com.br/ - Bíblias, CD'S, DVD'S, Livros e Revistas. BEP - Bíblia de Estudos Pentecostal. VÍDEOS da EBD na TV, DE LIÇÃO INCLUSIVE - http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/videosebdnatv.htm BÍBLIA ILUMINA EM CD - BÍBLIA de Estudo NVI EM CD - BÍBLIA Thompson EM CD. Peq.Enc.Bíb. - Orlando Boyer - CPAD Bíblia de estudo - Aplicação Pessoal.
Comentário Bíblico Beacon, v.5 - CPAD. GARNER, Paulo . Quem é quem na Bíblia Sagrada. VIDA CHAMPLIN, R.N. O Novo e o Antigo Testamento Interpretado versículo por Versículo. (CPAD) STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD O NOVO DICIONÁRIO DA BÍBLIA – Edições Vida Nova – J. D. Douglas Dicionário Bíblico Wycliffe - Charles F. Pfeiffer, Howard F. Vos, João Rea - CPAD. Dicionário Vine antigo e novo testamentos - CPAD. 25 Maneiras de Valorizar as Pessoas - Autores: João C. Maxwell & Les Parrott, PH. D. - Editora: SEXTANTE Estudo no Livro de Provérbios - Antônio Neves de Mesquita James, por Hendrickson Publishers - Edição Contemporânea, da Editora Vida, Traduzido pelo Rev. Oswaldo Ramos.
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