Escrita Lição 10, Central Gospel, A Identidade dos Filhos de DEUS,
3Tr25, Com. Extras Pr. Henrique, EBD NA TV
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ESBOÇO DA LIÇÃO
1- OS FILHOS DE DEUS: DESTINO E DEVER
1.1. O destino superior reservado aos filhos de DEUS
1.2. O dever dos filhos de DEUS
2- OS FILHOS DO DIABO: A INFLUÊNCIA SATÂNICA E A VITÓRIA DE CRISTO
2.1. A paternidade satânica e sua mentoria sobre os ímpios
2.2. A distinção entre as duas sementes
2.3. A derrota definitiva das obras do diabo
2.4. A justiça como expressão do amor divino
3- AS MARCAS DISTINTIVAS DOS FILHOS DE DEUS
3.1. O amor como evidência da nova vida
3.2. A solidariedade como reflexo da justiça divina
3.3. A consciência como testemunho da transformação pelo
ESPÍRITO
3.4. A oração eficaz como resultado da comunhão
com CRISTO
3.5. A fé como fundamento da vida espiritual
3.6. A obediência como selo da verdadeira filiação
TEXTO BÍBLICO
BÁSICO - 1 João 3.1-3, 8, 10, 14-18
- Vede quão grande amor nos tem concedido o PAI: que fôssemos
chamados filhos de DEUS. Por isso, o mundo não nos conhece, porque não conhece
a ele.
- Amados, agora somos filhos de DEUS, e ainda não é manifesto o que
havemos de ser. Mas sabemos que, quando ele se manifestar, seremos semelhantes
a ele; porque assim como é o veremos.
- E qualquer que nele tem esta esperança purifica-se a si mesmo,
como também ele é puro.
8 - Quem pratica o pecado é do diabo, porque o diabo vive pecando
desde o princípio. Para isto o Filho de DEUS se manifestou: para desfazer as
obras do diabo.
10 - Nisto são manifestos os filhos de DEUS e os filhos do diabo:
qualquer que não pratica ajustiça e não ama a seu irmão não é de DEUS.
- Nós sabemos que passamos da morte para a vida, porque amamos os
irmãos; quem não ama a seu irmão permanece na morte.
- Qualquer que aborrece a seu irmão é homicida. E vós sabeis que
nenhum homicida tem permanente nele a vida eterna.
- Conhecemos o amor nisto: que ele deu a sua vida por nós, e nós
devemos dar a vida pelos irmãos.
1 7 - Quem, pois, tiver bens do mundo e, vendo o seu irmão
necessitado, lhe cerrar o seu coração, como estará nele o amor de DEUS?
18 - Meus filhinhos, não amemos de palavra, nem de língua, mas por
obra e em verdade.
TEXTO ÁUREO
"Porque esta é a mensagem que ouvistes desde o princípio: que
nos amemos uns aos outros." (1 João 3.11)
SUBSÍDIOS PARA O ESTUDO DIÁRIO
2ª feira: 1 João 3.4; Êxodo 34.7 DEUS é justo e misericordioso.
3ª feira: 1 João 3.9; 5.18 Quem é nascido de DEUS não vive em
pecado.
4ª feira: 1 João 3.9; Gênesis 3.5; Gálatas 4.4 CRISTO veio vencer
o pecado e cumprir o Tempo.
5ª feira: Colossenses 2.15 CRISTO triunfou sobre os poderes na
cruz.
6ª feira: 1 Timóteo 5.3,9,10 Cuide das viúvas; valorize sua fé e
boas obras.
Sábado: 1 João 3.19-21 Com coração limpo, temos confiança diante
de DEUS.
OBJETIVOS - Ao término do estudo bíblico, o aluno deverá:
- Reconhecer que os filhos de DEUS se destacam pela prática da
justiça e do amor.
- Compreender que aqueles que não pertencem a DEUS são
identificados pela ausência de justiça e caridade.
- Perceber que o verdadeiro amor se manifesta por meio de ações
concretas.
ORIENTAÇÕES PEDAGÓGICAS
Prezado professor, esta lição ressalta a diferença entre os filhos
de DEUS e os filhos do diabo, destacando a justiça e o amor como marcas da
identidade cristã. Incentive a reflexão pessoal à luz das Escrituras. Para
engajar a turma, divida-a em grupos e proponha a análise de dilemas morais com
base em 1 João 3. Reforce a importância da coerência entre fé e prática.
Boa aula!
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SUBSÍDIOS EXTRAS PARA A LIÇÃO – REVISTAS ANTIGAS E LIVROS
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ALGUMAS REFERÊNCIAS BÍBLICAS:
¹⁰ Nisto são manifestos os filhos de Deus, e os filhos do diabo.
Qualquer que não pratica a justiça, e não ama a seu irmão, não é de Deus. 1
João 3:10
¹⁰ Disse: Ó filho do diabo, cheio de todo o engano e de toda a
malícia, inimigo de toda a justiça, não cessarás de perturbar os retos caminhos
do Senhor? Atos 13:10
⁸ Quem pratica o pecado é do diabo; porque o diabo peca desde o
princípio. Para isto o Filho de Deus se manifestou: Para desfazer as obras. 1
João 3:8
²⁶ E tornarem a despertar, desprendendo-se dos laços do diabo, em
que à vontade dele estão presos. 2 Timóteo 2:26
⁷⁰ Respondeu-lhe Jesus: Não vos escolhi a vós os doze? E um de vós
é um diabo.
João 6:70
⁴⁴ Vós tendes por pai ao diabo, e quereis satisfazer os desejos de
vosso pai. Ele foi homicida desde o princípio, e não se firmou na verdade,
porque não há verdade nele. Quando ele profere mentira, fala do que lhe é
próprio, porque é mentiroso, e pai da mentira. João 8:44
⁴⁷ Quem é de Deus escuta as palavras de Deus; por isso vós não as
escutais, porque não sois de Deus João 8:47
))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))
1João 3 - COMENTÁRIOS BEP – CPAD
Considerações
Preliminares
Cinco livros do NT
levam o nome de João: um Evangelho, três epístolas e o Apocalipse. Embora João
não se identifique pelo nome nesta epístola, testemunhas do século II (e.g.,
Papias, Irineu, Tertuliano, Clemente de Alexandria) afirmam que ela foi escrita
pelo apóstolo João, um dos doze primeiros discípulos de JESUS. Fortes
semelhanças no estilo, no vocabulário e nos temas, entre 1 João e o Evangelho
segundo João, sancionam o testemunho fidedigno dos cristãos primitivos,
afirmando que os dois livros foram escritos pelo apóstolo João (ver introdução
ao Evangelho segundo João).
Não há indicação dos
destinatários desta carta, como também não há saudações, nem menção de pessoas,
lugares ou eventos. A explicação mais provável dessa forma rara epistolar é que
João escreveu de onde residia, em Éfeso, a certo número de igrejas da província
da Ásia, que estavam sob sua responsabilidade apostólica (cf. Ap 1.11).
Visto que as
congregações tinham um problema comum e necessidades semelhantes, João escreveu
esta epístola como carta circular, enviando-a por um emissário pessoal,
juntamente com suas saudações pessoais.
O assunto principal
desta epístola é o problema dos falsos ensinos a respeito da salvação em CRISTO
e seu processo no crente. Certas pessoas, que anteriormente conviveram com os
leitores da epístola, deixaram as congregações (1Jo 2.19), mas os resultados dos seus falsos ensinos
continuavam a distorcer o evangelho, quanto a “saber” que tinham a vida eterna.
Doutrinariamente, a sua heresia negava que JESUS é o CRISTO (1Jo 2.22; cf. 1Jo 5.1) ou que JESUS veio em carne (1Jo 4.2,3). Na área moral, ensinavam que não era necessário à
fé salvífica (cf. 1Jo 1.6; 5.4,5), a obediência aos mandamentos de JESUS (2.3-4; 5.3)
e uma vida santa, separada do pecado (1Jo 3.7-12) e do mundo (1Jo 2.15-17).
Propósito
O propósito de João ao
escrever esta epístola foi duplo: (1) expor e rebater os erros doutrinários e
éticos dos falsos mestres e (2) exortar seus filhos na fé a manter uma vida de
santa comunhão com DEUS, na verdade e na justiça, cheios de alegria (1.4) e de
certeza da vida eterna (5.13), mediante a fé obediente em JESUS, o Filho de DEUS
(1Jo 4.15; 5.3-5,12), e pela habitação interior do ESPÍRITO SANTO (2.20;
4.4,13). Alguns crêem que a epístola também foi escrita como uma sequência do
Evangelho segundo João.
Visão Panorâmica
A fé e a conduta estão
fortemente entrelaçados nesta carta. Os falsos mestres, aos quais João chama
aqui de “anticristos” (1Jo 2.18-22), apartaram-se do ensino apostólico sobre CRISTO e a
vida de retidão. De modo semelhante a 2 Pe e Jd 1, 1Jo refuta e condena com
veemência os falsos mestres (e.g., 1Jo 2.18,19,22,23,26; 4.1,3,5) com suas crenças e conduta destruidoras.
Do ponto de vista
positivo, 1Jo expõe as características da verdadeira comunhão com DEUS (e.g., 1Jo 1.3—2.2) e revela cinco evidências específicas pelas quais o
crente poderá “saber”, com confiança e certeza, que tem a vida eterna: (1) a
evidência da verdade apostólica a respeito de CRISTO (1Jo 1.1-3; 2.21-23; 4.2,3,15; 5.1,5,10,20); (2) a evidência de uma fé obediente que guarda os
mandamentos de CRISTO (1Jo 2.3-11; 5.3,4); (3) a evidência de um viver santo, i.e.,
afastar-se do pecado, para comunhão com DEUS (1Jo 1.6-9; 2.3-6,15-17,29; 3.1-10; 5.2,3); (4) a evidência do amor a DEUS e aos irmãos na fé
(1Jo 2.9-11; 3.10,11,14,16-18; 4.7-12,18-21); e (5) a evidência do testemunho do ESPÍRITO SANTO
no crente (1Jo 2.20,27; 4.13). João afirma, por fim, que a pessoa pode saber com
certeza que tem a vida eterna (5.13) quando estas cinco evidências são
manifestas na sua vida.
Características
Especiais
Cinco características
principais há nesta epístola. (1) Ela define a vida cristã empregando termos
contrastantes e evitando todo e qualquer meio-termo entre luz e trevas, entre
verdade e mentira, entre justiça e pecado, entre amor e ódio, entre amar a DEUS
e amar ao mundo, entre filhos de DEUS e filhos do diabo, etc. (2) É importante
ressaltar que este é o único escrito do NT que fala de JESUS como nosso
“Advogado (gr. parakletos) para com o PAI”, quando o crente fiel peca (2.1,2;
cf. Jo 14.16,17,26; 15.26; 16.7,8). (3) A mensagem de 1Jo fundamenta-se quase que
inteiramente no ensino apostólico, e não na revelação anterior do AT; não há
claramente na carta referências às Escrituras do AT. (4) Visto tratar da
cristologia, e ao mesmo tempo refutar determinada heresia, a carta focaliza a
encarnação e o sangue (i.e., a cruz) de JESUS, sem mencionar especificamente a
sua ressurreição. (5) Seu estilo é simples e reiterativo, à medida que João
apresenta certos termos principais, como “luz”, “verdade”, “crer”,
“permanecer”, “conhecer”, “amor”, “justiça”, “testemunho”, “nascido de DEUS” e
“vida eterna”.
3.1 FILHOS DE DEUS. A
verdade que DEUS é nosso PAI celestial e que nós somos seus filhos é uma das
maiores revelações do NT. (1) Ser filho de DEUS é o privilégio mais sublime da
nossa salvação (Jo 1.12; Gl 4.7). (2) Ser filho de DEUS é a base da nossa fé e
confiança em DEUS (Mt 6.25-34) e da nossa esperança da glória futura. Como filhos
de DEUS, somos herdeiros de DEUS e co-herdeiros com CRISTO (Rm 8.16,17; Gl 4.7). (3) DEUS quer que nos tornemos cada vez mais
conscientes, mediante o ESPÍRITO SANTO, o "ESPÍRITO de adoção" (Rm 8.15), de que somos seus filhos. O ESPÍRITO suscita a
exclamação "Aba" (PAI) em nosso coração (ver Gl 4.6) e produz o desejo de sermos "guiados pelo ESPÍRITO"
(Rm 8.14). (4) Sermos filhos de DEUS é a base da nossa
disciplina pelo PAI (Hb 12.6,7,11) e a razão de vivermos para agradar a DEUS (v. 9; 1Jo 4.17-19). O alvo final de DEUS ao nos tornar seus filhos é
salvar-nos para sempre (Jo 3.16) e nos conformar à imagem do seu Filho (Rm 8.29).
3.6 PERMANECE NELE. As
expressões "permanece nele" e "nascido de DEUS" (v. 9) são
equivalentes. Somente aqueles que permanecem em DEUS, continuam nascidos de DEUS
(ver Jo 15.4 ver A REGENERAÇÃO abaixo)
A
REGENERAÇÃO
Jo 3.3: “JESUS respondeu e disse-lhe: Na verdade, na verdade
te digo que aquele que não nascer de novo não pode ver o Reino de DEUS.”
Em 3.1-8, JESUS
trata de uma das doutrinas fundamentais da fé cristã: a regeneração (Tt 3.5), ou o nascimento espiritual. Sem o novo nascimento,
ninguém poderá ver o reino de DEUS, i.e., receber a vida eterna e a salvação
mediante JESUS CRISTO. Apresentamos a seguir, importantes fatos a respeito do
novo nascimento. A regeneração é a nova criação e transformação da pessoa (Rm 12.2; Ef 4.23,24), efetuadas por DEUS e o ESPÍRITO SANTO (3.6;
Tt 3.5). Por esta operação, a vida eterna da parte do
próprio DEUS é outorgada ao crente (3.16; 2Pe 1.4; 1Jo 5.11), e este se torna um filho de DEUS (1.12; Rm 8.16,17; Gl 3.26) e uma nova criatura (2Co 5.17; Cl 3.10). Já não se conforma com este mundo (Rm 12.2), mas é criado segundo DEUS “em verdadeira justiça e
santidade” (Ef 4.24). A regeneração é necessária porque, à parte de CRISTO,
todo ser humano, pela sua natureza inerente e pecadora, é incapaz de obedecer a
DEUS e de agradar-lhe (Sl 51.5; 58.3; Rm 8.7,8; 5.12; 1Co 2.14). A regeneração tem lugar naquele que se arrepende
dos seus pecados, volta-se para DEUS (Mt 3.2) e coloca a sua fé pessoal
em JESUS CRISTO como seu Senhor e Salvador (ver 1.12). A regeneração
envolve a mudança da velha vida de pecado em uma nova vida de obediência a JESUS
CRISTO (2Co 5.17; Ef 4.23,24; Cl 3.10). Aquele que realmente nasceu de novo está liberto
da escravidão do pecado (ver 8.36; Rm 6.14-23), e passa a ter desejo e disposição espiritual de
obedecer a DEUS e de seguir a direção do ESPÍRITO (Rm 8.13,14). Vive uma vida de retidão, ama aos demais crentes (1Jo 4.7), evita uma vida de pecado (1Jo 3.9; 5.18) e não ama o mundo ( 1Jo 2.15,16).
(1)
Quem é nascido de DEUS não pode fazer do pecado uma
prática habitual na sua vida (ver 1Jo 3.9). Não é possível permanecer nascido de novo sem o
desejo sincero e o esforço vitorioso de agradar a DEUS e de evitar o mal (1Jo 2.3-11, 15-17, 24-29; 3.6-24; 4.7,8, 20; 5.1), mediante uma comunhão profunda com CRISTO (ver 15.4)
e a dependência do ESPÍRITO SANTO (Rm 8.2-14).
(2)
Aqueles que continuam vivendo na imoralidade e nos
caminhos pecaminosos do mundo, seja qual for a religião que professam,
demonstram que ainda não nasceram de novo (1Jo 3.6,7).
(3)
Assim como uma pessoa nasce do ESPÍRITO ao receber a
vida de DEUS, também pode extinguir essa vida ao enveredar pelo mal e viver em
iniquidade. As Escrituras afirmam: “se viverdes segundo a carne, morrereis” (Rm 8.13). Ver também Gl 5.19-21, atentando para a expressão “como já antes vos disse”
(v. 21).
(4)
O novo nascimento não pode ser equiparado ao
nascimento físico, pois o relacionamento entre DEUS e o salvo é questão do
espírito e não da carne (3.6). Logo, embora a ligação física entre um
pai e um filho nunca possa ser desfeita, o relacionamento de pai para filho,
que DEUS quer manter conosco, é voluntário e dissolúvel durante nosso período
probatório na terra (ver Rm 8.13). Nosso relacionamento com DEUS é condicionado pela
nossa fé em CRISTO durante nossa vida terrena; fé esta demonstrada numa vida de
obediência e amor sinceros (Hb 5.9; 2Tm 2.12).
3.6 NÃO O VIU NEM O
CONHECEU. Os verbos "viu" e "conheceu" estão no tempo
pretérito perfeito. Em grego, esse tempo se refere a ações ocorridas no
passado, cujos resultados continuam até o presente momento. Por isso, João diz
que ninguém que peca (i.e., que está vivendo em pecado) tem visto a DEUS, nem
continua a vê-lo, nem tem conhecido, nem continua a conhecê-lo. Essas palavras,
portanto, podem ser aplicadas, ou àqueles que nunca tiveram fé verdadeira em CRISTO,
ou aos apóstatas que conheceram a DEUS no passado, mas que não o conhecem no
presente.
3.9 NÃO COMETE PECADO.
"Comete pecado", (gr. hamartano) é um infinitivo presente ativo, que
subentende ação contínua. João enfatiza que quem realmente nasceu de DEUS, não
pode continuar a viver pecando conscientemente, porque a vida de DEUS não pode
permanecer em quem vive na prática do pecado (cf. 1Jo 1.5-7; 2.3-11,15-17,24-29; 3.6-24; 4.7,8,20). (1) O novo nascimento resulta em vida espiritual,
a qual leva a um relacionamento sempre presente com DEUS. Nesta epístola, cada
vez que João fala do novo nascimento, emprega o tempo pretérito perfeito em
grego, para enfatizar o relacionamento contínuo e ininterrupto iniciado pelo
novo nascimento (1Jo 2.29; 3.9; 4.7; 5.1,4,18). (2) É impossível, espiritualmente, alguém ter em
si a vida divina (i.e., ser nascido de DEUS), e viver de modo pecaminoso. Às
vezes o crente afasta-se do alto padrão divino para a nova vida espiritual, mas
ele não continuará em pecado conhecido (vv. 6,10). (3) O que faz o crente
evitar o pecado é a "semente" de DEUS permanecente nele. A
"semente" é a própria vida, natureza e ESPÍRITO de DEUS habitando no
crente (1Jo 5.11,12; Jo 1.1; 15.4; 2 Pe 1.4). (4) Pela fé (1Jo 5.4), pela presença de CRISTO em nós, pelo poder das
Santas Escrituras (ver 1 Ts 2.10), todo crente pode viver a cada momento livre de
delitos e pecados contra DEUS.
3.10 FILHOS DE DEUS...
FILHOS DO DIABO. Este é o âmago e a conclusão dos ensinos de João em 1Jo
2.28-3.10. Ele acabou de advertir o crente no sentido de não se enganar quanto
à natureza da salvação (v. 7). Consequentemente, o crente deve rejeitar qualquer
teologia ou doutrina afirmando que a pessoa pode estar fora da comunhão com DEUS
(1.3), continuar a pecar, fazer as obras do diabo (v. 8), amar o mundo (2.15),
lesar o próximo (vv. 14-18), e ainda ser filho de DEUS, salvo, a caminho do
céu. Contrariamente a esse falso ensino, João cria claramente que quem continua
na prática de pecado conhecido (ver v. 9) "é do diabo" (v. 8), e
"não é de DEUS" (v. 10). Quem habitualmente pratica o pecado, e
afirma que tem a vida eterna e que é filho de DEUS, está enganado e "é
mentiroso" (2.4). Além disso, o que caracteriza um verdadeiro filho de DEUS
é o amor a DEUS, manifesto na guarda dos seus mandamentos (5.2) e na solicitude
sincera pelas necessidades espirituais e físicas doutros crentes (vv. 16,17).
3.15 NENHUM HOMICIDA
TEM... A VIDA ETERNA. A Bíblia geralmente faz uma distinção entre tipos
diferentes de pecados: pecados involuntários (Lv 4.2,13,22; 5.4-6; ver 4.2; Nm 15.31), pecados menos sérios (Mt 5.19), pecados voluntários (5.16,17) e os pecados que
levam à morte espiritual (5.16). João enfatiza que há certos pecados que o
crente nascido de novo não cometerá, porque nele permanece a vida eterna de CRISTO
(cf. 1Jo 2.11,15,16; 3.6-8,10,14,15; 4.20; 5.2; 2 Jo 9). Esses pecados, por causa da sua gravidade e da sua
origem no próprio espírito da pessoa, evidenciam uma rebelião resoluta da
pessoa contra DEUS, um afastamento de CRISTO, um decair da graça (JESUS e sua
obra salvífica) e uma cessação da vida vital da salvação (Gl 5.4). (1) Exemplos de pecados nos quais há evidência
clara de que a pessoa continua nos laços da iniquidade ou que caiu da graça
(JESUS e sua obra salvífica) e da vida eterna são: a apostasia (2.19; 4.6; Hb 10.26-31), o assassinato (v. 15; 2.11), a impureza ou
imoralidade sexual (Rm 1.21-27; 1 Co 5; Ef 5.5; Ap 21.8), abandonar a própria família (1 Tm 5.8), fazer o próximo pecar (Mt 18.6-10) e a crueldade (Mt 24.48-51). Esses pecados abomináveis evidenciam uma total
rejeição da honra devida a DEUS, e da solicitude amorosa para com o próximo
(cf. 1Jo 2.9,10; 3.6-10; 1 Co 6.9-11; Gl 5.19-21; 1 Ts 4.5; 2 Tm 3.1-5; Hb 3.7-19). Por isso, quem disser: "O ESPÍRITO SANTO
habita em mim, tenho comunhão com JESUS CRISTO e estou salvo por Ele", mas
pratica tais pecados, engana a si mesmo e "é mentiroso, e nele não está a
verdade" (1Jo 2.4; cf. 1Jo 1.6; 3.7,8). (2) O crente deve ter em mente que todos os
pecados, até mesmo os menos graves, podem levar ao enfraquecimento da vida
espiritual, à rejeição da direção do ESPÍRITO SANTO e, daí, à morte espiritual
(Rm 6.15-23; 8.5-13).
3.17 VENDO O SEU IRMÃO
NECESSITADO. O amor se expressa pela ajuda sincera aos necessitados,
compartilhando com eles nossos bens terrestres (cf. Tg 2.14-17). Recusar a doar parte do nosso alimento, das nossas
roupas, ou do nosso dinheiro para ajudar os necessitados, é fechar-lhes o nosso
coração (cf. Dt 15.7-11). Por amor devemos também contribuir com o nosso
dinheiro para ajudar a propagar o evangelho aos que ainda não o ouviram
(4.9,10).
3.22 PORQUE GUARDAMOS
OS SEUS MANDAMENTOS. Por que algumas orações são respondidas, e outras, não
João declara que uma vida de oração está vinculada à nossa dedicação a DEUS.
Obedecer aos mandamentos de DEUS, amá-lo e agradar-lhe (Jo 8.29; 2 Co 5.9; Ef 5.10; Hb 13.21) são condições indispensáveis para recebermos aquilo
que pedimos em oração (ver Sl 50.14,15; Pv 15.29; Is 59.1,2; Mt 6.15; Mc 11.25; Tg 5.16)
Jo 20.22 “E, havendo
dito isso, assoprou sobre eles e disse-lhes: Recebei o ESPÍRITO SANTO. ”
A outorga do ESPÍRITO SANTO
por JESUS aos seus discípulos no dia da ressurreição não foi o batismo no ESPÍRITO
SANTO como ocorreu no dia de Pentecoste (At 1.5; 2.4). Era,
realmente, a primeira vez que a presença regeneradora do ESPÍRITO SANTO e a
nova vida do CRISTO ressurreto saturavam e permeavam os discípulos.
(1)
Durante a última reunião de JESUS com seus
discípulos, antes da sua paixão e crucificação, Ele lhes prometeu que
receberiam o ESPÍRITO SANTO, como aquele que os regeneraria: “habita convosco,
e estará em vós” (14.17 veja). JESUS agora cumpre aquela promessa.
(2)
Da frase, “assoprou sobre eles”, em 20.22,
infere-se que se trata da sua regeneração. A palavra grega traduzida por
“soprou” (emphusao) é o mesmo verbo usado na Septuaginta (a tradução grega do
AT) em Gn 2.7, onde DEUS “soprou em seus narizes [de Adão] o fôlego da vida; e
o homem foi feito alma vivente”. É o mesmo verbo que se acha em Ez 37.9: “Assopra sobre estes mortos, para que vivam”. O uso
que João faz deste verbo neste versículo indica que JESUS estava lhes
outorgando o ESPÍRITO a fim de neles produzir nova vida e nova criação. Isto é,
assim como DEUS soprou para dentro do homem físico o fôlego da vida, e o homem
se tornou uma nova criatura (Gn 2.7), assim também, agora, JESUS soprou espiritualmente
sobre os discípulos, e eles se tornaram novas criaturas (ver o estudo A
REGENERAÇÃO acima). Mediante sua ressurreição, JESUS tornou-se em “espírito
vivificante” (1Co 15.45).
(3)
O imperativo “Recebei o ESPÍRITO SANTO” estabelece o
fato que o ESPÍRITO, naquele momento histórico, entrou de maneira inédita nos
discípulos, para neles habitar. A forma verbal de “receber” está no aoristo
imperativo (gr. lebete, do verbo lambano), que denota um ato único de
recebimento. Este “recebimento” da vida pelo ESPÍRITO SANTO antecede a outorga
da autoridade de JESUS para eles (Jo 20.23), bem como do batismo no ESPÍRITO SANTO, pouco
depois, no dia de Pentecoste (At 2.4).
(4)
Antes dessa ocasião, os discípulos eram verdadeiros
crentes em CRISTO, e seus seguidores, segundo os preceitos do antigo concerto.
Porém, eles não eram plenamente regenerados no sentido da nova aliança. A
partir de então os discípulos passaram a participar dos benefícios do novo
concerto baseado na morte e ressurreição de JESUS (ver Mt 26.28; Lc 22.20; 1Co 11.25; Ef 2.15,16; Hb 9.15-17; ver o estudo A REGENERAÇÃO acima). Nasce uma
nova ordem espiritual, assim como no princípio DEUS soprou sobre o homem até
então inerte para de fato torná-lo criatura vivente na ordem material (Gn 2.7).
(5)
Este trecho é essencial para a compreensão do
ministério do ESPÍRITO SANTO entre o povo de DEUS: (a) os discípulos receberam
o ESPÍRITO SANTO (i.e., o ESPÍRITO SANTO passou a habitar neles e os regenerou)
antes do dia de Pentecoste; e (b) o derramamento do ESPÍRITO SANTO em At
2.4. Isto seguiu-se à primeira experiência. O batismo no ESPÍRITO no dia do
Pentecoste foi, portanto, uma segunda e distinta obra do ESPÍRITO neles.
(6)
Estas duas obras distintas do ESPÍRITO SANTO na vida
dos discípulos de JESUS são normativas para todo cristão. Isto é, todos os
autênticos crentes recebem o ESPÍRITO SANTO ao serem regenerados, e a seguir
precisam experimentar o batismo no ESPÍRITO SANTO para receberem poder para
serem suas testemunhas (At 1.5,8; 2.4; ver 2.39).
(7)
Não há qualquer fundamento bíblico para se dizer que
a outorga por JESUS do ESPÍRITO SANTO em 20.22 era tão somente uma
profecia simbólica da vinda do ESPÍRITO SANTO no Pentecoste. O uso do aoristo
imperativo para “receber” (ver supra) denota o recebimento naquele momento e
naquele lugar.
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Comentários extras do Pr. Henrique inseridos nos comentários de
livros
O apóstolo exalta o
amor de DEUS em nossa adoção (vv. 1,2). Ele então argumenta a favor da
santidade (v. 3) e contra o pecado (vv. 4-19). Ele ressalta a importância do
amor fraternal (vv. 11-18). Como assegurar nossos corações diante de DEUS (vv.
19-22). O preceito da fé (v. 23) e o benefício da obediência (v. 24).
A Adoção
O autor, tendo
mostrado a dignidade dos seguidores de CRISTO, que são nascidos dele e, por
isso, intimamente ligados com DEUS, agora faz o seguinte:
I
Ele mostra sua admiração pela graça (JESUS e
sua obra salvífica) que é a origem de uma concessão tão maravilhosa: “Vede
(observai) quão grande caridade (ou quão grande amor) nos tem concedido o PAI:
que fôssemos chamados, efetivamente chamados (Ele que chama coisas que não são,
e as faz ser o que elas não foram) filhos de DEUS”. O PAI adota todos os filhos
do seu Filho. O Filho na verdade os chama e os torna seus irmãos; e por meio
disso confere a eles o poder e dignidade de filhos de DEUS. O PAI eterno mostra
um amor transigente e maravilhoso ao fazer de pessoas como nós seus filhos –
nós que, por natureza, somos herdeiros do pecado, da culpa e do juízo de DEUS;
nós que pela prática somos filhos da corrupção, da desobediência e da
ingratidão! É estranho que o DEUS santo não se envergonha de ser chamado de
nosso PAI e de nos chamar seus filhos! Por essa razão:
II
O apóstolo infere a honra dos crentes acima do
reconhecimento do mundo. Os incrédulos pouco conhecem a respeito deles. “Por
isso (ou pelo que, por esse motivo) o mundo não nos conhece” (v. 1). O mundo
quase não conhece a verdadeira alegria que os seguidores genuínos de CRISTO
sentem. Eles são expostos às calamidades comuns da terra e do tempo; todas as
coisas acontecem a eles como a outros, ou melhor, eles estão sujeitos a uma
aflição maior, pois com frequência têm motivos para dizer: “Se esperamos em CRISTO
só nesta vida, somos os mais miseráveis de todos os homens” (1 Co 15.19). O mundo não-cristão, portanto, que anda de acordo
com o que vê, não conhece sua dignidade, seus privilégios, os prazeres que eles
possuem, nem para o que estão designados. O mundo pouco sabe que essas pessoas
pobres, modestas e menosprezadas são os protegidos do céu e serão os habitantes
de lá em breve. O mesmo havia acontecido com o seu Senhor, que também era
desconhecido aqui: “...porque não conhece a ele” (v. 1). O mundo não lembra que
uma grande pessoa residiu nesta terra; sim, o Criador habitou nela. Os judeus
não perceberam que o DEUS de Abraão, Isaque e Jacó era um dos seus e habitou em
seu próprio país. Ele veio aos seus e os seus não o receberam. Ele veio aos
seus e os seus o crucificaram; mas, certamente, “...se o conhecessem, nunca
crucificariam ao Senhor da glória” (1 Co 2.18). Que os seguidores de CRISTO se
contentem com uma passagem difícil aqui, já que estão em uma terra de
estrangeiros, entre pessoas que pouco os conhecem, sendo que seu Senhor foi
assim tratado antes deles. Então o apóstolo:
III
Exalta esses discípulos perseverantes na
antecipação da revelação certa de seu estado e dignidade. Aqui: 1. Sua relação
honrosa presente é declarada: “Amados (vocês muito bem podem ser nossos amados,
pois são amados de DEUS), agora somos filhos de DEUS” (v. 2). Temos a natureza
de filhos pela regeneração: temos o título, o ESPÍRITO e o direito à herança
dos filhos pela adoção. “...esta honra, tê-la-ão todos os santos” (veja Sl 149.9). 2. A descoberta da felicidade pertencente e
adequada a essa relação é negada: “...e ainda não é manifesto o que havemos de
ser” (v. 2). A glória pertencente à filiação e adoção é adiada e reservada para
outro mundo. Essa descoberta interromperia o curso de afazeres que agora
precisam continuar. Os filhos de DEUS precisam andar pela fé e viver pela
esperança. 3. O tempo da revelação dos filhos de DEUS em seu estado e glória
próprios é determinado; e isso ocorrerá quando seu irmão mais velho vier para
chamar e reunir a todos: “Mas sabemos que, quando ele se manifestar, seremos
semelhantes a ele”. A partícula ean, geralmente traduzida por se, é aqui
traduzida por quando; pois se observa que a partícula hebraica ´am (à qual se
pensa que ela corresponde) significa isso, como o Dr. Whitby notou aqui; e não
somente ean é às vezes usada para otan, mas alguns manuscritos até mesmo trazem
aqui otan, quando. E, dessa forma parece apropriado traduzi-la dessa forma em João 14.3, em que lemos: “...se eu for e vos preparar
lugar...”; porém mais natural e propriamente: “...quando eu for e vos preparar
lugar, virei outra vez e vos levarei para mim mesmo, ou paralepsomai – eu vos
levarei comigo, para que, onde eu estiver, estejais vós também”. Quando a
Cabeça da igreja, o Filho unigênito do PAI, aparecer nas nuvens, o
arrebatamento, os seus membros, os adotados de DEUS, aparecerão e serão
manifestados juntamente com Ele. Eles podem então esperar na fé, esperança e
desejo intenso, pela revelação do Senhor JESUS; assim como também a criação
aguarda pela sua perfeição e “...a manifestação dos filhos de DEUS” (Rm 7.19). Os filhos de DEUS serão conhecidos e manifestos
pela semelhança com a Cabeça da igreja: “...seremos semelhantes a ele” – Seus
corpos desprezíveis serão feitos como o corpo glorioso de JESUS CRISTO; serão
preenchidos com vida, luz e bem-aventurança a partir dele. “Quando CRISTO, que
é a nossa vida, se manifestar, então, também vós vos manifestareis com ele em
glória” (Cl 3.4). Então: 4. A semelhança deles com JESUS é
sustentada pela visão que terão dele: “...seremos semelhantes a ele; porque
assim como é o veremos”. A semelhança com Ele será a causa daquela visão que
terão dele.
No final da Grande
Tribulação, todos o verão, mas não como aqueles que foram arrebatados, não como
Ele é, ou seja, para aqueles no céu. Os perversos o verão em seu olhar de
censura, no terror de sua majestade e no esplendor de suas perfeições
vingativas; mas os da fé o verão no sorriso e beleza de sua face, na
correspondência e bondade de sua glória, na harmonia e amabilidade de suas
perfeições santas. A semelhança com Ele lhes permitirá vê-lo como os
bem-aventurados do céu o vêem. Ou a visão dele será a causa da semelhança
deles, será uma visão transformadora: eles serão transformados na mesma imagem
pela visão bem-aventurada que terão dele no arrebatamento.
IV
O apóstolo então ressalta o compromisso dos
filhos de DEUS na continuidade da santificação: “E qualquer que nele tem esta
esperança purifica-se a si mesmo, como também ele é puro” (v. 3). Os filhos de DEUS
sabem que seu Senhor é santo e puro; Ele tem o coração e os olhos puros demais
para admitir que qualquer contaminação ou impureza habitem nele. Aqueles,
então, que esperam viver com Ele precisam buscar a maior pureza possível,
afastando-se do mundo, da carne e do pecado; eles precisam crescer na graça (JESUS
e sua obra salvífica) e na santidade. Não apenas o Senhor ordena que façam
isso, mas a sua nova natureza os inclina a fazer o mesmo; sim, a esperança em
alcançar o céu os forçará a fazê-lo. Eles sabem que seu sumo sacerdote é santo,
inocente e imaculado. Eles sabem que seu DEUS e PAI é supremo e santo, que toda
a sociedade é pura e santa, que sua herança é uma herança de santos na luz. É
uma contradição que esse tipo de esperança tolere o pecado e a impureza. E,
portanto, assim como somos santificados pela fé, devemos ser santificados pela
esperança. Para sermos salvos pela esperança precisamos ser purificados pela
esperança. É a esperança dos hipócritas, e não de DEUS, que concede uma
permissão para a satisfação de desejos e concupiscências impuras.
A Marca dos
Filhos de DEUS
O apóstolo, depois de
citar a obrigação do crente para com a pureza da sua esperança em relação ao
céu e a comunhão com CRISTO em glória no dia de sua aparição, agora prossegue
no sentido de encher a mente dos crentes com múltiplos argumentos contra o
pecado e toda participação nos trabalhos infrutíferos e impuros das trevas. Ele
raciocina e argumenta:
I
Com base na natureza do pecado e seu mal
intrínseco. Ela está em oposição à lei divina: “Qualquer que comete o pecado
também comete iniquidade (ou transgride a lei, versão RA) (ou, qualquer que
comete pecado comete perversidade, ou aberração da lei); porque o pecado é iniquidade
(ou transgressão da lei, versão RA) ou é ilegal” (v. 4). O pecado é a
destituição ou a privação da harmonia e conformidade com a lei divina, essa lei
que é a transcrição da natureza e da pureza divinas, que contém sua vontade
para o governo do mundo, que é adequada à natureza racional e é permitida para
o bem do mundo, que mostra ao homem o caminho da felicidade e da paz e o conduz
ao autor da sua natureza e da lei. A concretização do pecado agora é a rejeição
da lei divina, que é a rejeição da autoridade divina e, consequentemente, do
próprio DEUS.
II
Com base no plano e missão do Senhor JESUS CRISTO
no mundo e para o mundo, que era remover pecados: “E bem sabeis que ele se
manifestou para tirar os nossos pecados; e nele não há pecado” (v. 5). O Filho
de DEUS tornou-se visível e foi conhecido em nossa natureza. Ele veio para
exaltar e defender a lei divina, pela obediência ao preceito e pela sujeição e
sofrimento debaixo da sanção penal, sob a maldição dela. Ele veio, portanto,
para tirar os nossos pecados, tirar a culpa deles através de seu próprio
sacrifício, tirar a realização deles ao implantar uma nova natureza em nós
(pois somos santificados graças à sua morte) e nos dissuadir e salvar por meio
do seu próprio exemplo, e (ou pois) nele não havia pecado; ou Ele tira o
pecado, para que possamos nos amoldar a Ele, “...e nele não há pecado”. Aqueles
que esperam ter comunhão com CRISTO no futuro devem buscar a comunhão com Ele
no presente, na maior pureza possível. E o povo cristão deveria conhecer e
considerar o grande motivo da vinda do Filho de DEUS: foi para tirar o nosso
pecado: “E bem sabeis (e esse conhecimento deve ser profundo e eficaz) que ele
se manifestou para tirar os nossos pecados”.
III
Com base na oposição ao pecado e numa união ou
adesão real com o Senhor JESUS CRISTO: “Qualquer que permanece nele não peca”
(v. 6). Pecar aqui é o mesmo que cometer pecados (vv. 8,9) e cometer pecados é
viver na prática do pecado. Assim como uma união vital com o Senhor JESUS
quebrou o poder do pecado no coração e na natureza, da mesma forma a
continuidade nela impede a regência e o predomínio do pecado na vida e na
conduta do cristão. Ou a expressão negativa é colocada aqui no lugar da
positiva: não peca, isto é, ele é obediente, ele guarda os mandamentos (em
sinceridade e no curso ordinário da vida) e faz o que é agradável à sua vista
(como está no v. 22). Esses que permanecem em CRISTO permanecem em sua aliança
com Ele e, consequentemente, estão atentos contra o pecado que é contrário a
isso. Eles permanecem na poderosa luz e no conhecimento dele; e, portanto, pode
ser concluído que aquele “...que peca (permanece na prática constante do
pecado) não o viu (sua mente não foi afetada por um discernimento espiritual
sadio dele), nem o conheceu (não teve um conhecimento experimental dele)”. A
renúncia à prática do pecado é a grande evidência da união espiritual com o
Senhor JESUS CRISTO, da continuidade nessa união e do conhecimento salvífico
dele.
IV
Com base na relação entre o pecado e o diabo e, nisso, no plano e ofício de JESUS CRISTO contra o ofício do diabo.
1. Da relação entre o pecador e o diabo. Assim como em outro lugar pecadores e santos são distinguidos (embora santos, em grande medida, sejam chamados de pecadores), cometer pecado aqui é praticá-lo assim como os pecadores o praticam, que são distintos dos santos, para viver sob o seu poder e domínio; e aquele que pratica o pecado é do diabo; sua natureza pecaminosa é inspirada pelo diabo, está de acordo com ele e é agradável a ele; e ele pertence ao grupo, interesse e reino do diabo. Este é o autor e patrocinador do pecado, e tem sido um praticante dele, um tentador e instigador dele, desde o início do mundo. E, por isso, precisamos ver como ele se manifesta. 2. Do plano e ofício de JESUS CRISTO contra o diabo: “Para isto o Filho de DEUS se manifestou: para desfazer as obras do diabo” (v. 8). O diabo planejou e se esforçou para destruir a obra de DEUS neste mundo. O Filho de DEUS empenhou-se na batalha santa contra ele. Ele veio ao nosso mundo e foi manifestado em carne, para que pudesse derrotá-lo e dissolver suas obras. Ele desatará e dissolverá o pecado cada vez mais, até que o tenha destruído por completo. Não sirvamos ou toleremos o que Filho de DEUS veio destruir!
VI
Com base na conexão entre a regeneração e o abandono do pecado: “Qualquer que é nascido de DEUS não comete pecado”. Ser nascido de DEUS é ser renovado interiormente e restaurado a uma integridade ou retidão santa de natureza pelo poder do ESPÍRITO de DEUS. Alguém assim não comete pecado, não põe em prática a iniquidade nem pratica a desobediência, que é contrária à sua nova natureza e ao caráter regenerado de seu espírito; pois, como o apóstolo acrescenta: “...a sua semente permanece nele”, ou a palavra de DEUS em sua luz e poder permanece nele (com em 1 Pe 1.23: sendo de novo gerados, não de semente corruptível, mas da incorruptível, pela palavra de DEUS, viva e que permanece para sempre), ou o que é nascido do ESPÍRITO é espírito, o princípio original da santidade permanece nele. A graça (JESUS e sua obra salvífica) renovadora é um princípio permanente. O cristianismo, na sua origem, não é uma habilidade, uma destreza e prática adquirida, mas uma nova natureza. E, assim, consequentemente, a pessoa regenerada não pode pecar. Eu suponho que nenhum intérprete criterioso entenderia que ele não possa cometer um ato pecaminoso. Isso seria contrário ao capítulo 1João 1.9, em que confessar os pecados é nosso dever e está implícito que o nosso privilégio é ter nossos pecados perdoados. Ele, portanto, não pode pecar, no sentido em que o apóstolo escreve: ele não pode cometer pecado. Ele não pode continuar na conduta e prática do pecado. Ele não pode pecar de modo a ser denominado um pecador em oposição a um santo ou servo de DEUS. Repito, ele não pode pecar comparativamente, como pecava antes de ser nascido de DEUS, e como outros que não nasceram de DEUS o fazem. A razão é “...porque é nascido de DEUS”, o que corresponde a toda essa inibição e impedimento. 1. Existe uma luz em sua mente que irá mostrar-lhe o mal e a perversidade do pecado. 2. Existe uma inclinação em seu coração no sentido de repugnar e odiar o pecado. 3. Existe o princípio ou disposição espiritual seminal, que quebra a força e plenitude dos atos pecaminosos. Eles não procedem de tal poder pleno ou corrupção como ocorre em outros, nem obtêm a plenitude de coração, espírito e consentimento que obtêm em outros. “O ESPÍRITO cobiça contra a carne. E, portanto, a respeito de tal pecado pode ser dito: já o não faço eu, mas o pecado que habita em mim”. O pecado da pessoa não é computado na conta do evangelho, onde a propensão e estrutura da mente e do espírito estão contra ele. 4. Existe uma disposição para a humilhação e arrependimento do pecado, quando cometido. Aquele que é nascido de DEUS não pode pecar. Aqui podemos trazer à lembrança a distinção da impotência moral e natural. A pessoa não-regenerada é moralmente incapaz para o que é religiosamente bom. A pessoa regenerada, para sua felicidade, é incapaz de servir ao pecado. Existe um impedimento, um embargo (como podemos dizer), colocado sobre seus poderes pecaminosos. Vai contra sua natureza pecar tranquila e deliberadamente. Frequentemente falamos a respeito de uma pessoa de conhecida integridade: “Ele não pode mentir, enganar e cometer outras perversidades”. “Como, pois, faria eu este tamanho mal e pecaria contra DEUS?” (Gn 29.9). E assim aqueles que permanecem na vida pecaminosa demonstram claramente que não são nascidos de DEUS.
Com base na distinção entre os filhos de DEUS e os filhos do diabo. Eles têm naturezas diferentes. “Nisto são manifestos os filhos de DEUS e os filhos do diabo” (v. 10). No mundo (de acordo com a antiga distinção) existe a semente de DEUS e a semente da serpente. A semente da serpente é identificada por essas duas marcas:
1. Pela negligência da fé em DEUS: “...qualquer que não pratica a justiça (omite e despreza os direitos e deveres de DEUS, pois a fé cristã é nossa justiça em relação a DEUS, ou é o dar a Ele o que lhe é devido, e quem não fizer isso conscientemente) não é de DEUS”, mas, pelo contrário, é do diabo. O diabo é o pai das almas injustas e ímpias.
2. Pelo ódio aos colegas cristãos: “...e não ama a seu irmão” (v.10). Verdadeiros cristãos devem ser amados por causa de DEUS e CRISTO. Aqueles que não amam dessa forma, mas os menosprezam, odeiam e perseguem, ainda têm a natureza serpentina habitando neles.
1 João 3:11-13
O apóstolo, depois de anunciar que uma das marcas dos filhos do diabo é o ódio pelos irmãos, aproveita a ocasião:
I
Para recomendar o amor fraternal cristão, e isso a partir da excelência ou da antiguidade ou da primazia da prescrição relacionada a isso: “Porque esta é a mensagem (a missão e incumbência) que ouvistes desde o princípio (isso estava entre as principais partes do cristianismo prático): que nos amemos uns aos outros” (v.11). Devemos amar o Senhor JESUS e valorizar seu amor e, consequentemente, amar todos os nossos irmãos em CRISTO.
II
Para dissuadir o que é contrário a isso, ou seja, toda má vontade para com os irmãos, de acordo com o exemplo de Caim. Sua inveja e perversidade deveriam nos deter de fomentar um sentimento semelhante, e isso pelos seguintes motivos: 1. Ele mostrou que era semelhante ao primogênito da semente da serpente; mesmo ele, o mais velho do primeiro homem, era do maligno. Ele imitou e se tornou semelhante ao primeiro maligno, o diabo. 2. Sua maldade não tinha restrições; ela chegou a ponto de planejar e executar o homicídio, e isso de alguém próximo, no princípio do mundo, quando havia poucos para povoá-lo. Ele “...matou a seu irmão” (v. 12). O pecado, tolerado, não conhece limites. 3. Ele tinha tanto do diabo em si que chegou a assassinar seu próprio irmão por inveja. Ele estava aborrecido com a superioridade da adoração de Abel e o invejou por causa do benefício e a aceitação que tinha com DEUS. E por causa disso ele martirizou seu irmão. “E por que causa o matou? Porque as suas obras eram más, e as de seu irmão, justas” (v. 12). A perversidade nos ensina a odiar e retaliar o que deveríamos admirar e imitar. E, então:
III
Para concluir que não é de admirar que homens bons sejam tratados da mesma forma hoje: “Meus irmãos, não vos maravilheis, se o mundo vos aborrece” (v. 13). A natureza serpentina ainda continua no mundo. A grande serpente reina no mundo como o deus deste mundo. Não se admire, então, se o mundo serpentino odeia e sibila para você que pertence à semente da mulher que irá esmagar a cabeça da serpente.
1 João 3:14-19
O apóstolo amado fala pouco a respeito do amor sagrado, mas ele precisa se estender no reforço dele, como o faz aqui por intermédio de vários argumentos e estímulos.
I
Que esse amor é uma marca de nossa justificação cristã, de nossa transição a um estado de vida: “Nós sabemos que passamos da morte para a vida, porque amamos os irmãos” (v. 14). Por natureza, somos os filhos da ira e herdeiros da morte. Pelo evangelho (a aliança ou promessa do evangelho) nosso estado concernente a outro mundo é alterado e mudado. Passamos da morte para a vida, da culpa da morte ao direito à vida, e essa transição efetua-se pela fé no Senhor JESUS: “Aquele que crê no Filho tem a vida eterna, mas aquele que não crê no Filho não verá a vida, mas a ira de DEUS sobre ele permanece” (Jo 3.36). Agora podemos estar seguros dessa mudança feliz: “Nós sabemos que passamos da morte para a vida”; podemos sabê-lo pelas evidências de nossa fé em CRISTO, da qual o amor a nossos irmãos é uma delas, o que nos leva a caracterizar esse amor como uma marca tão clara de nosso estado justificado. Não é zelo por um grupo específico na fé comum, ou uma afeição por aqueles que são da mesma denominação e possuem sentimentos semelhantes aos nossos. Mas esse amor:
II
O ódio por nossos irmãos é, ao contrário, um sinal de nosso estado mortal, de nossa permanência debaixo da sentença legal da morte: “...quem não ama a seu irmão (seu irmão em CRISTO) permanece na morte” (v. 14). Ele ainda permanece debaixo da maldição e condenação da lei. O apóstolo argumenta sobre isso por meio de um silogismo claro: “Vocês sabem que nenhum assassino tem a vida eterna permanecendo em sua vida de pecado; mas aquele que odeia a seu irmão é um assassino, e, portanto, vocês precisam saber que aquele que odeia a seu irmão não tem a vida eterna permanecendo nele” (v. 15). Ou: ele permanece na morte, de acordo com o versículo 14. “Qualquer que aborrece a seu irmão é homicida”; pois o ódio por uma pessoa é, enquanto prevalecer, um ódio da vida e felicidade, e naturalmente tende a desejar a extinção dela. Caim odiou e, então, matou a seu irmão. O ódio fechará as entranhas da compaixão para com os pobres irmãos e irá, por meio disso, expô-los às angústias da morte. O ódio, em todas as épocas, tem atingido os irmãos com nomes de má fama, características odiosas e calúnias e os têm exposto à perseguição e à espada. Não é de admirar, então, que aquele que tem um conhecimento razoável do coração humano ou é ensinado por aquele que o conhece plenamente, que conhece a tendência e resultado natural das paixões vis e violentas e, que, conhece, sobretudo, a plenitude da lei divina, declare aquele que odeia a seu irmão um homicida. Aquele que, pela estrutura e inclinação de seu coração, é um assassino não tem permanente nele a vida eterna; pois aquele que age assim apresenta a inclinação da carne, “...e a inclinação da carne é morte” (Rm 8.6). O apóstolo, pela expressão tem permanente nele a vida eterna, pode querer dizer a possessão de um princípio interno de vida eterna, semelhante à do Salvador: “...mas aquele que beber da água que eu lhe der nunca terá sede, nunca será totalmente destituído dela; porque a água que eu lhe der se fará nele uma fonte de água a jorrar para a vida eterna” (Jo 4.14). E, por causa disso, alguns podem estar inclinados a pensar que a passagem da morte para a vida (v. 14) não significa a mudança relativa em nossa justificação de vida, mas a mudança real feita na regeneração para a vida; e, assim, a permanência na morte mencionada no versículo 14 é uma continuação na morte espiritual, como geralmente é chamada, ou a permanência no estado corrupto mortal da natureza. Mas como essas passagens mais naturalmente denotam o estado da pessoa, seja ela julgada para a vida ou para a morte, assim a transição relativa da morte para a vida pode muito bem ser provada ou refutada pela possessão ou não possessão do princípio interior da vida eterna, já que o lavar da culpa do pecado está inseparavelmente unido ao lavar da imundície e do poder do pecado. “Mas haveis sido lavados, mas haveis sido santificados, mas haveis sido justificados em nome do Senhor JESUS e pelo ESPÍRITO do nosso DEUS” (1 Co 6.11).
O exemplo de DEUS em CRISTO deveria inflamar nossos corações com esse amor santo: “Conhecemos a caridade nisto: que ele deu a sua vida por nós, e nós devemos dar a vida pelos irmãos” (v. 16). O grande DEUS deu o seu Filho para morrer por nós. Mas já que o apóstolo João declarou que o Verbo era DEUS e que Ele se fez carne por nós, eu não vejo por que não podemos interpretar isso em relação a DEUS, a Palavra. Aqui está o amor do próprio DEUS, daquele que em sua própria pessoa é DEUS, embora não seja o PAI, que assumiu uma vida, para que pudesse dar sua vida por nós! Aqui está a magnanimidade, o milagre, o mistério do amor divino, que DEUS redimiu sua igreja com o seu próprio sangue! Certamente devemos amar aqueles que DEUS amou da maneira que Ele amou; certamente devemos fazer isso se tivermos algum amor por DEUS.
IV
O apóstolo, após apresentar esse exemplo de amor ardente e comovente, e seu motivo, procura então mostrar-nos qual deveria ser a disposição e efeito do nosso amor cristão. 1. Ele deve ser, no mais alto grau, tão fervoroso que nos torne propensos a sofrer e, mesmo, morrer para o bem da igreja, para a segurança e salvação dos queridos irmãos: “...e nós devemos dar a vida pelos irmãos” (v. 16), em nossas ministrações e serviços a eles (e, ainda que seja oferecido por libação sobre o sacrifício e serviço da vossa fé, folgo e me regozijo com todos vós, Fp 2.17) ou em nos expor a perigos, quando assim chamados, para a segurança e preservação daqueles que são mais úteis para a glória de DEUS e a edificação da igreja do que nós. “Os quais pela minha vida expuseram a sua cabeça; o que não só eu lhes agradeço, mas também todas as igrejas dos gentios” (Rm 16.4). Quão mortificados os cristãos deveriam estar para esta vida! Quão preparados para se desfazer dela! E quão assegurados de uma vida melhor! 2. Ele deve ser, no próximo estágio, compassivo, liberal e comunicativo para as necessidades dos irmãos: “Quem, pois, tiver bens do mundo e, vendo o seu irmão necessitado, lhe cerrar o seu coração, como estará nele a caridade de DEUS?” (v. 17). É da vontade de DEUS que alguns irmãos em CRISTO sejam pobres, para o exercício da caridade e amor daqueles que são ricos. E DEUS se agrada em dar a alguns irmãos em CRISTO os bens deste mundo, para que possam exercer sua graça (JESUS e sua obra salvífica) na comunicação aos santos pobres. E esses que possuem os bens deste mundo precisam amar a DEUS e os seus irmãos mais ainda e estar dispostos a distribuí-los por sua causa. Fica claro aqui que esse amor aos irmãos está fundado no amor a DEUS, de acordo com o apóstolo: “...como estará nele a caridade de DEUS?” Esse amor aos irmãos é amor a DEUS neles; e onde não existe esse amor neles não existe, de forma alguma, esse verdadeiro amor a DEUS. 3. Eu queria sugerir o terceiro e mais baixo estágio no versículo seguinte; mas o apóstolo me impediu de fazê-lo, ao mostrar que esse último amor caridoso e comunicativo, em pessoas capacitadas, é o mais baixo compatível com o amor de DEUS. Mas pode haver outros frutos desse amor; e, assim, o apóstolo deseja que em tudo esse amor seja não fingido e operante, de acordo com as circunstâncias: “Meus filhinhos (meus queridos filhos em CRISTO), não amemos de palavra, nem de língua, mas por obra e em verdade” (v. 18). Elogios e adulações não convêm aos cristãos, mas expressões sinceras de afeição santa e serviços ou labores de amor, sim. Então:
Esse amor evidenciará nossa sinceridade na religião cristã e nos dará esperança com respeito a DEUS: “E nisto conhecemos que somos da verdade e diante dele asseguraremos nosso coração” (v. 19). É uma grande felicidade sermos assegurados de nossa integridade em relação à fé cristã. Aqueles que são assegurados dessa forma terão uma santa coragem e confiança para com DEUS; eles podem apelar a Ele quando estiverem sob censuras e condenações do mundo. O modo de chegar ao conhecimento de nossa própria verdade e retidão no cristianismo e garantir nossa paz interior é fluir no amor e nas obras de amor para com nossos irmãos em CRISTO.
1 João 3:20-22
O apóstolo, depois de anunciar que é possível haver, mesmo entre nós, um privilégio como o de uma segurança ou persuasão sadia de coração em relação a DEUS, procura então:
I
Estabelecer o tribunal da consciência e asseverar a autoridade dele: “...sabendo que, se o nosso coração nos condena, maior é DEUS do que o nosso coração e conhece todas as coisas” (v. 20). Nosso coração aqui é nosso poder judicial interior, essa habilidade nobre e excelente que nos permite ter uma noção clara de nós mesmos, de nosso espírito, nossas inclinações e ações e, de acordo com isso, fazer um julgamento do nosso estado perante DEUS; o mesmo ocorre com a consciência ou o poder da autoconsciência moral. Esse poder pode agir como testemunha, juiz e executor da sentença, acusando ou escusando, condenando ou justificando; ele é colocado nessa posição pelo próprio DEUS: a alma do homem, assim capacitada e habilitada, é a lâmpada do Senhor, uma luminária acesa e estabelecida por DEUS, a qual esquadrinha todo o mais íntimo do ventre, levando a um escrutínio e vendo o esconderijo privado e as transações secretas do homem interior (Pv 20.27). A consciência é o representante de DEUS, conclama a corte em seu nome e age por Ele. “A indagação de uma boa consciência para com DEUS” (1 Pe 3.21). DEUS é o supremo juiz da corte: “...se o nosso coração nos condena, maior é DEUS do que o nosso coração...”, superior ao nosso coração e consciência em poder e julgamento; consequentemente, a ação e o julgamento da corte são a ação e o julgamento de DEUS; portanto: 1. Se a nossa consciência nos condena, DEUS também o faz: “...sabendo que, se o nosso coração nos condena, maior é DEUS do que o nosso coração e conhece todas as coisas” (v. 20). DEUS é uma testemunha maior que nossa consciência e sabe mais a respeito de nós do que ela: Ele conhece todas as coisas; Ele é um Juiz maior do que a nossa consciência; pois, pelo fato de ser supremo, sua sentença valerá e será plena e completamente executada. Esse parece ser o desígnio de outro apóstolo, quando diz: “...porque em nada me sinto culpado, isto é, naquilo que sou desaprovado por alguns. Não estou consciente de qualquer culpa ou infidelidade tolerada em minha mordomia e ministério. Mas nem por isso me considero justificado; não é pela minha própria consciência que eu preciso, no fim das contas, permanecer em pé ou cair; a justificação ou sentença justificadora de minha consciência ou da minha autoconsciência não determinará a controvérsia entre tu e mim; assim como tu não apelas à sua sentença, assim também não será determinado pela sua decisão; pois quem me julga (de forma suprema e decisiva), e por cujo julgamento tu e eu precisamos ser determinados, é o Senhor” (1 Co 4.4). Ou: 2. Se a consciência nos absolve, DEUS também o faz: “Amados, se o nosso coração nos não condena, temos confiança para com DEUS” (v. 21). Então temos certeza de que Ele nos aceita agora e nos absolverá no grande dia da prestação de contas. Mas, possivelmente, alguma alma arrogante pode dizer aqui: “Estou contente com isso; meu coração não me condena e, portanto, posso concluir que DEUS também não o fará”. Mas, de acordo com o versículo anterior, alguma alma piedosa trêmula estará pronta a clamar: “DEUS, me perdoe! Meu coração ou consciência me condena; preciso então esperar infalivelmente a condenação de DEUS?”. Mas que essas pessoas saibam que os erros da testemunha não são considerados aqui nas ações do tribunal; ignorância, erro, predisposição, parcialidade e presunção podem ser considerados erros dos oficiais do tribunal ou dos ajudantes do juiz (como a mente, vontade, apetite, paixão, disposição sensual ou mente perturbada), ou do júri, que deu um veredicto falso, não do próprio juiz; consciência – syneidesis – é corretamente autoconsciência. Atos de ignorância e erro não são atos da autoconsciência, mas de algum poder equivocado; e o tribunal da consciência é aqui descrito no seu processo, de acordo com a constituição original dele pelo próprio DEUS, de acordo com esse processo, o que está firmado na consciência está firmado no céu; portanto, ouçamos a consciência, permitamos que seja bem informada e estejamos dispostos a diligentemente prestar atenção a ela.
Indicar o privilégio daqueles que têm uma boa consciência em relação a DEUS. Eles têm um interesse no céu e no tribunal acima; suas solicitações são ouvidas ali: “...e qualquer coisa que lhe pedirmos, dele a receberemos” (v. 22). Admite-se que os peticionários não desejam ou não tencionam desejar qualquer coisa que seja contrária à honra e glória do tribunal ou ao seu próprio bem espiritual e então eles podem esperar receber as boas coisas que estão pedindo; e essa suposição pode muito bem ser feita com respeito aos peticionários, ou muito bem se pode pressupor que eles recebam as boas coisas que pedem, considerando sua qualificação e prática: “...porque guardamos os seus mandamentos e fazemos o que é agradável à sua vista” (v. 22). Almas obedientes estão preparadas para bênçãos e elas têm a promessa de serem ouvidas: aqueles que cometem coisas que não agradam a DEUS não podem esperar que Ele ouça e atenda às suas orações (Sl 66.18; Pv 28.9).
1 João 3:23-24
Após mencionar que a qualificação dos verdadeiros peticionários em relação ao céu é guardar os mandamentos e agradar a DEUS, o autor prossegue da seguinte maneira:
I
Ele nos revela o que esses mandamentos primária e sumariamente são; eles são compreendidos nesse mandamento duplo: “E o seu mandamento é este: que creiamos no nome de seu Filho JESUS CRISTO e nos amemos uns aos outros, segundo o seu mandamento” (v. 23). Crer no nome de seu Filho JESUS CRISTO é:
1. Discernir o que Ele é, de acordo com o seu nome, ter uma visão intelectual de sua pessoa e função, como o Filho de DEUS e o Salvador ungido do mundo. “Que todo aquele que vê o Filho e crê nele tenha a vida eterna” (Jo 6.40).
3. Concordar e nos sujeitar a Ele como nosso Redentor e restaurador do nosso relacionamento com DEUS.
4. Acreditar e confiar nele com respeito à execução plena e final de seu ofício salvador. “E em ti confiarão os que conhecem o teu nome” (Sl 9.10). “Porque sei em quem tenho crido e estou certo de que é poderoso para guardar o meu depósito até àquele Dia” (2 Tm 1.12). Essa fé é um requisito necessário para aqueles que são os peticionários prevalecentes diante de DEUS, porque é pelo Filho que precisamos ir ao PAI; nossa pessoa precisa ser aceita ou deve agradar ao PAI pela sua graça (JESUS e sua obra salvífica) e justiça (Ef 1.6); pela sua compra, todos os nossos desejos abençoados precisam chegar e nossas orações precisam ser ouvidas e respondidas por meio de sua intercessão.
Ele nos expõe a bem-aventurança da obediência a esses mandamentos. As pessoas obedientes desfrutam da comunhão com DEUS: “E aquele que guarda os seus mandamentos, e especialmente aqueles da fé e amor, nele está, e ele nele” (v. 24). Nós habitamos em DEUS por meio de um relacionamento alegre com Ele e união espiritual com Ele, por meio de seu Filho e por meio de uma convivência santa com Ele; e DEUS habita em nós por sua palavra e nossa fé fixada nele e pela ação de seu ESPÍRITO. Então ocorre a prova da sua habitação divina: “E nisto conhecemos que ele está em nós: pelo ESPÍRITO que nos tem dado” (v. 24), pela disposição e composição sagrada de alma que Ele conferiu a nós, que, sendo um espírito de fé em DEUS e CRISTO, e de amor a DEUS e aos homens, mostra-se como sendo de DEUS.
Com. Bíblico - Matthew Henry (Exaustivo) AT e NT)
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1- OS FILHOS DE DEUS: DESTINO E DEVER
1.1. O destino superior reservado aos filhos de DEUS
1.2. O dever dos filhos de DEUS
2- OS FILHOS DO DIABO: A INFLUÊNCIA SATÂNICA E A VITÓRIA DE CRISTO
2.1. A paternidade satânica e sua mentoria sobre os ímpios
2.2. A distinção entre as duas sementes
2.3. A derrota definitiva das obras do diabo
2.4. A justiça como expressão do amor divino
3- AS MARCAS DISTINTIVAS DOS FILHOS DE DEUS
3.1. O amor como evidência da nova vida
3.2. A solidariedade como reflexo da justiça divina
3.3. A consciência como testemunho da transformação pelo ESPÍRITO
3.4. A oração eficaz como resultado da comunhão com CRISTO
3.5. A fé como fundamento da vida espiritual
3.6. A obediência como selo da verdadeira filiação
1- Vede quão grande amor nos tem concedido o PAI: que fôssemos chamados filhos de DEUS. Por isso, o mundo não nos conhece, porque não conhece a ele.
2- Amados, agora somos filhos de DEUS, e ainda não é manifesto o que havemos de ser. Mas sabemos que, quando ele se manifestar, seremos semelhantes a ele; porque assim como é o veremos.
3- E qualquer que nele tem esta esperança purifica-se a si mesmo, como também ele é puro.
8 - Quem pratica o pecado é do diabo, porque o diabo vive pecando desde o princípio. Para isto o Filho de DEUS se manifestou: para desfazer as obras do diabo.
10 - Nisto são manifestos os filhos de DEUS e os filhos do diabo: qualquer que não pratica ajustiça e não ama a seu irmão não é de DEUS.
14- Nós sabemos que passamos da morte para a vida, porque amamos os irmãos; quem não ama a seu irmão permanece na morte.
15- Qualquer que aborrece a seu irmão é homicida. E vós sabeis que nenhum homicida tem permanente nele a vida eterna.
16- Conhecemos o amor nisto: que ele deu a sua vida por nós, e nós devemos dar a vida pelos irmãos.
17 - Quem, pois, tiver bens do mundo e, vendo o seu irmão necessitado, lhe cerrar o seu coração, como estará nele o amor de DEUS?
18 - Meus filhinhos, não amemos de palavra, nem de língua, mas por obra e em verdade.
"Porque esta é a mensagem que ouvistes desde o princípio: que nos amemos uns aos outros." (1 João 3.11)
2ª feira: 1 João 3.4; Êxodo 34.7 DEUS é justo e misericordioso.
3ª feira: 1 João 3.9; 5.18 Quem é nascido de DEUS não vive em pecado.
4ª feira: 1 João 3.9; Gênesis 3.5; Gálatas 4.4 CRISTO veio vencer o pecado e cumprir o Tempo.
5ª feira: Colossenses 2.15 CRISTO triunfou sobre os poderes na cruz.
6ª feira: 1 Timóteo 5.3,9,10 Cuide das viúvas; valorize sua fé e boas obras.
Sábado: 1 João 3.19-21 Com coração limpo, temos confiança diante de DEUS.
- Reconhecer que os filhos de DEUS se destacam pela prática da justiça e do amor.
- Compreender que aqueles que não pertencem a DEUS são identificados pela ausência de justiça e caridade.
- Perceber que o verdadeiro amor se manifesta por meio de ações concretas.
Prezado professor, esta lição ressalta a diferença entre os filhos de DEUS e os filhos do diabo, destacando a justiça e o amor como marcas da identidade cristã. Incentive a reflexão pessoal à luz das Escrituras. Para engajar a turma, divida-a em grupos e proponha a análise de dilemas morais com base em 1João 3. Reforce a importância da coerência entre fé e prática. Boa aula!
Palavra introdutória
Esta lição apresenta um contraste fundamental entre os filhos de DEUS e os filhos do diabo, demonstrando que a identidade espiritual de cada indivíduo se revela por suas atitudes. João não deixa margem para neutralidade: aqueles que praticam a justiça e o amor evidenciam sua filiação divina, enquanto os que persistem no pecado manifestam a influência do maligno.
DEUS se revela a Moisés como aquele que guarda a beneficência em milhares; que perdoa a iniquidade, e a transgressão, e o pecado; que ao culpado não tem por inocente (Êx 34.7). Iniquidade é "maldade"; transgressão é "quebra de regra"; e pecado é "errar o alvo". Embora cada termo tenha sua especificidade, todos convergem para o mesmo significado: afronta a DEUS.
Conscientes de nossa filiação divina e do extraordinário futuro que nos aguarda, cabe-nos cultivar uma vida santa (1Jo 3.3). Nesse contexto, João confronta os antinomistas ao afirmar que quem pratica o pecado também pratica iniquidade, porque o pecado é iniquidade (1Jo 3.4), destacando que a retidão é uma característica essencial dos filhos de DEUS, e não o contrário. João reforça ainda que JESUS se manifestou para tirar os nossos pecados; e nele não há pecado (1Jo 3.5), apresentando CRISTO como o modelo de santidade que devemos seguir.
No Antigo Testamento, especialmente no Decálogo do Sinai, as leis possuem caráter preventivo, sendo introduzidas pela negação: Não terás outros deuses (...); Não farás para ti imagem (...); Não tomarás o nome do Senhor teu DEUS em vão (...); Não matarás (...) (Êx 20.1-17). Para João, no entanto, a justiça dos filhos de DEUS não se define pela negação do mal, mas pela afirmação do amor: Amarás (1Jo 4.7,8)!
João adverte os crentes a não se surpreenderem com a hostilidade do mundo, pois essa oposição já era prevista (1Jo 3.13). Afinal, JESUS os prevenira sobre as aflições da vida, encorajando-os com Sua vitória sobre o mundo (Jo 16.33) e destacando que essa rejeição ocorre porque os filhos de DEUS não pertencem ao sistema mundano (Jo 15.18,19). Consciente dessa realidade, o apóstolo enfatiza a inevitabilidade do conflito, visto que todo o mundo está no maligno (1Jo 5.19), tornando os crentes estrangeiros em um ambiente dominado pelas forças do mal.
A verdadeira fé se expressa na prática do amor ao próximo. João adverte que aquele que possui recursos e ignora a necessidade alheia não pode afirmar que o amor de DEUS habita nele (1Jo 3.17). Esse compromisso com o bem do outro não se limita a palavras, mas se concretiza em ações (1Jo 3.18). A Igreja de CRISTO, movida pela maior de todas as virtudes, pratica a solidariedade sem ostentação ou interesses ocultos. Desde seus primórdios, o Corpo de CRISTO demonstrou cuidado com os verdadeiramente carentes, fazendo da assistência aos necessitados uma marca distintiva do povo de DEUS (cf. 1Tm 5.3).
O uso recorrente do termo "mandamento" não decorre apenas de sua familiaridade com a tradição judaica, mas reforça que a prática do amor não é facultativa, e sim uma exigência divina. A obediência a esse mandamento evidencia a presença de DEUS na vida do salvo, pois é pelo ESPÍRITO SANTO que essa comunhão se confirma. Assim, não se obedece para que DEUS habite no crente, mas porque Ele já habita nele, capacitando-o a viver em conformidade com Sua vontade.
Este capítulo (1Jo 3) revela, de forma clara e inegociável, a distinção entre os filhos de DEUS e os filhos do diabo, evidenciada não apenas por palavras, mas pelas atitudes de cada um. João não suaviza sua mensagem: quem não ama carrega em si o espírito de morte; quem se entrega ao pecado pertence ao maligno; mas aquele que ama manifesta a nova vida em DEUS. Diante dessa verdade, cada coração é chamado a refletir: De quem sou filho?
1. Como João define aquele que odeia seu irmão? R.: Como homicida.
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