Escrita Lição 13, CPAD,
Perseverando Na Fé Em CRISTO, 1Tr25, Com. Extras Pr Henrique, EBD NA TV
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ESBOÇO DA LIÇÃO
13, 1Tr25
I – DIANTE
DAS HERESIAS É PRECISO PERSEVERANÇA
1. Os
falsos mestres
2. A experiência apostólica (vv.10,11)
3. Entendendo o “querer” (v.12)
4. Características dos enganadores (v.13)
II –
APRENDENDO, SENDO INTEIRADO E SABENDO
1. De quem
Timóteo aprendeu as Sagradas Letras? (v. 14)
2.
Permanecendo firme nas Sagradas Letras (v.15)
3. A Bíblia é divinamente inspirada
III – TENDO
AS ESCRITURAS COMO O FUNDAMENTO
1. A
autoridade apostólica
2. Abrangência
3. O manual de DEUS (vv. 16b,17)
TEXTO ÁUREO
“E temos, mui firme, a palavra dos profetas, à qual
bem fazeis em estar atentos, como a uma luz que alumia em lugar escuro, até que
o dia esclareça, e a estrela da alva apareça em vosso coração.” (2 Pe 1.19)
VERDADE PRÁTICA
A Bíblia Sagrada é o único instrumento moral e
espiritual estabelecido por DEUS para aferir a nossa conduta diante do Criador,
da sociedade, da pátria e da família.
LEITURA
DIÁRIA
Segunda - Êx 5.1 A expressão "assim diz o SENHOR" é o selo
da autoridade da Bíblia
Terça - Mc 7.13 As Escrituras Sagradas são a Palavra de DEUS
Quarta - Jo 10.35 O Senhor JESUS, a maior autoridade no céu e na
terra, disse que a Bíblia é inerrante
Quinta - Hb 4.12 A Palavra de DEUS é poderosa para alcançar o mais
íntimo do ser humano
Sexta - 1 Pe 1.25 A validade da Palavra de DEUS é para sempre
Sábado - 2 Pe 1.20,21 A Bíblia Sagrada foi produzida por homens movidos
pelo ESPÍRITO SANTO
LEITURA
BÍBLICA EM CLASSE - 2 Timóteo 3.10-17
10 - Tu, porém, tens
seguido a minha doutrina, modo de viver, intenção, fé, longanimidade, amor,
paciência,
11 - perseguições e
aflições tais quais me aconteceram em Antioquia, em Icônio e em Listra; quantas
perseguições sofri, e o Senhor de todas me livrou.
12 - E também todos os
que piamente querem viver em CRISTO JESUS padecerão perseguições.
13 - Mas os homens
maus e enganadores irão de mal para pior, enganando e sendo enganados.
14 - Tu, porém,
permanece naquilo que aprendeste e de que foste inteirado, sabendo de quem o
tens aprendido.
15 - E que, desde a
tua meninice, sabes as sagradas letras, que podem fazer-te sábio para a
salvação, pela fé que há em CRISTO JESUS.
16 - Toda Escritura
divinamente inspirada é proveitosa para ensinar, para redarguir, para corrigir,
para instruir em justiça,
17 - para que o homem
de DEUS seja perfeito e perfeitamente instruído para toda boa obra.
Hinos Sugeridos:
322, 456, 505 da Harpa Cristã
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SUBSÍDIOS EXTRAS PARA A LIÇÃO 13
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Os
livros sagrados das diversas religiões incluem a Bíblia, o Alcorão, a
Torá, os Vedas, o Tri-Pitakas, o Bhagavad-Gita, o Tao Te Ching, entre
outros.
Livros
sagrados das religiões abraâmicas
·
Bíblia: A Bíblia cristã
é um dos livros sagrados mais conhecidos do mundo. O Novo Testamento
acrescenta à Bíblia a imagem de JESUS e Maria, que expressam a humanidade, o
sofrimento e a redenção.
·
Alcorão: O Alcorão é o
livro sagrado do islamismo. Foi revelado a Maomé pelo anjo Gabriel, no
século VII d.C.
·
Torá: A Torá é uma das
peças do Tanakh, que é o livro sagrado do judaísmo.
·
Outros
livros sagrados
·
Vedas: São considerados
a Escritura Sagrada mais antiga da humanidade.
·
Tri-Pitakas: São livros
sagrados.
·
Bhagavad-Gita: Também é
conhecido como Sublime Canção, Canção do Senhor ou a Mensagem do Mestre.
·
Tao Te Ching: É o livro
sagrado do Taoismo.
·
Analectos: São os textos
sagrados do Confucionismo.
·
Os
livros sagrados guardam tradições, ensinamentos e muitas vezes heresias.
)))))))))))))))))))))))))))))))))))
Impostores
γοης goes
de goao (lamentar-se); TDNT - 1:737,126; n m
1) lamentador, berrador
2) impostor, encantador (porque os encantamentos costumavam ser pronunciados de
forma semelhante a um uivo)
3) enganador, impostor
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Perversos
πονηρος poneros
de um derivado de 4192; TDNT - 6:546,912; adj
1) cheio de labores, aborrecimentos, fadigas
1a) pressionado e atormentado pelos labores
1b) que traz trabalho árduo, aborrecimentos, perigos: de um tempo cheio de
perigo à fidelidade e à fé cristã; que causa dor e problema
2) mau, de natureza ou condição má
2a) num sentido físico: doença ou cegueira
2b) num sentido ético: mau, ruim, iníquo
Sinônimos ver verbete 5908
A palavra é usada no caso nominativo em Mt 6.13. Isto geralmente denota um
título no grego. Consequentemente CRISTO está dizendo, “livra-nos do mal”, e
está provavelmente se referindo a Satanás.
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Quem
τις tis - tinōn
pode indicar plural
1) quem, que, o que
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Inspirado
θεοπνευστος theopneustos
1) inspirado por DEUS
1a) o conteúdo das escrituras
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Quatro
pilares da igreja são: Palavra (Bíblia, fundamento dos profetas e
apóstolos), Pão (comunhão), Amor prático (Ação Social, serviço), Missão
Evangelística.
Esses
pilares são fundamentos que sustentam a comunidade cristã, orientando a fé, a
adoração e a evangelização.
Qual
é o objetivo dos pilares?
Cada
pilar desempenha um papel fundamental na construção da igreja e no
fortalecimento dos crentes.
Outras
características da igreja:
·
A Igreja de JESUS CRISTO é descrita como
una, santa, católica (universal) e apostólica
·
A igreja de DEUS deve se firmar sobre
cinco pilares: adoração, ensino, comunhão (união), proclamação (evangelismo e
missões) e pureza (santidade).
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Sola
Scriptura é uma expressão latina que significa "Somente a
Escritura". É um dos princípios fundamentais da Reforma
Protestante.
A
doutrina de Sola Scriptura afirma que a Bíblia é a única autoridade final em
questões de fé e prática cristã.
Princípios
de Sola Scriptura
·
A Bíblia é a única fonte de autoridade
para a fé e a prática cristã
·
A Bíblia é a Palavra de DEUS e a única
regra de fé e prática
·
A Bíblia é a única palavra autorizada e
inspirada por DEUS
·
Toda e qualquer outra base de autoridade
deve estar submissa à Bíblia
Outros
lemas da Reforma Protestante Solus Christus (somente CRISTO), Sola gratia
(somente a graça), Sola fide (somente a fé), Soli Deo gloria (somente a DEUS a
glória).
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Instruções
pastorais e pessoais. As Epístolas particulares abrangem
instruções de natureza prática. Dentre outros temas, em 1 Timóteo, Paulo
orienta o combate às heresias por meio da “sã doutrina” (1Tm 1.3,9,10). Em
vista disso, o líder deve ser apto para ensinar (1Tm 3.2; 4.13,16). Em 2
Timóteo ratifica-se que o obreiro deve manejar “bem a palavra da verdade” (2Tm
2.15) a fim de produzir arrependimento nos que resistem (2Tm 2.25). Em Tito, o
pastor deve contrapor os falsos ensinos (Tt 1.5,10,11), e para tanto é exortado
a falar “o que convém à sã doutrina” (Tt 2.1). Em Filemom, a mensagem enfatiza
o perdão. O transgressor arrependido deve ser recebido “mais do que servo, como
irmão amado” (Fm 1.16).
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BEP
- CPAD
1
carta de Paulo a Timóteo
Autor: Paulo
Tema: A Sã Doutrina e as Boas
Obras
Data: Cerca de 65/66 d.C.
Considerações Preliminares
1 e 2 Timóteo e Tito — comumente
chamadas “epístolas pastorais” — são cartas escritas por Paulo (1.1; 2
Tm 1.1; Tt
1.1) a Timóteo (em Éfeso) e Tito (em
Creta) concernente ao cuidado pastoral das igrejas. Alguns críticos questionam
a autoria destas cartas por Paulo, mas a igreja primitiva corroborava sua
autoria paulina. Embora haja diferenças de estilo e de vocabulário nas
epístolas pastorais ao compará-las com as outras cartas de Paulo, estas
diferenças podem decorrer da avançada idade de Paulo e sua solicitude pessoal
com os ministérios de Timóteo e de Tito.
Paulo escreveu 1 Timóteo depois
dos eventos relatados no fim de Atos a primeira prisão de Paulo em Roma (At
28) terminou, segundo parece, com a sua libertação (2
Tm 4.16,17). Posteriormente, segundo Clemente de Roma (cerca de 96 d.C.) e o
Cânon Muratoriano (cerca de 190 d.C.), Paulo viajou de Roma, dirigindo-se para
o oeste, até a Espanha, e ministrou a Palavra de DEUS ali, como era seu desejo
há longo tempo (cf. Rm 15.23,24,28). Conforme relatam as
Epístolas Pastorais, Paulo, a seguir, voltou à região do mar Egeu
(especialmente Creta, Macedônia e Grécia) e aí continuou seu ministério.
Durante esse período (cerca de 64,65 d.C.), Paulo comissionou Timóteo como seu
representante apostólico para ministrar em Éfeso, e Tito para fazer o mesmo em
Creta. Da Macedônia, Paulo escreveu sua primeira carta a Timóteo, e, pouco mais
tarde, escreveu a Tito. Posteriormente, Paulo foi preso de novo em Roma, quando
então escreveu uma segunda carta a Timóteo pouco antes do seu martírio em 67/68
(ver 2 Tm 4.6-8; ver também
introdução a 2 Timóteo).
Propósito
Paulo teve um tríplice propósito
ao escrever 1 Tm: (1) exortar o próprio Timóteo a respeito do seu ministério e
da sua vida pessoal; (2) exortar Timóteo a defender a pureza do evangelho e
seus santos padrões da corrupção causada por falsos mestres; e (3) dar a
Timóteo instruções a respeito de vários assuntos e problemas de Éfeso.
Visão Panorâmica
Um dos cuidados principais que
Paulo transmite ao seu jovem auxiliar é que Timóteo lute com denodo pela fé e
refute os falsos ensinos que estavam comprometendo o poder salvífico do
evangelho (1Tm 1.3-7; 4.1-8; 6.3-5,20,21). Paulo também
instrui Timóteo a respeito das qualificações espirituais e pessoais dos
dirigentes da igreja, e oferece um quadro geral das qualidades de um obreiro
candidato a futuro pastor de igreja (ver a lista detalhada das qualidades de
ministros e diáconos no esboço supra).
Entre outras coisas, Paulo ensina
a Timóteo sobre o relacionamento pastoral com os vários grupos dentro da
igreja, como as mulheres em geral (1Tm
2.9-15; 5.2), as viúvas (1Tm
5.3-16), os homens mais idosos e os mais
jovens (5.1), os presbíteros (5.17-25), os escravos (6.1,2), os falsos mestres
(6.3-6) e os ricos (1Tm
6.7-10,17-19). Paulo confia a Timóteo cinco tarefas distintas para ele cumprir (1Tm
1.18-20; 3.14-16; 4.11-16; 5.21-25; 6.20-21). Nesta epístola,
Paulo exprime sua afeição a Timóteo como seu convertido e filho na fé, e
estabelece um elevado padrão de piedade para a vida dele e da igreja.
Características Especiais
Quatro características se projetam
nesta epístola. (1) É dirigida diretamente a Timóteo como representante de
Paulo na igreja de Éfeso, daí a carta ser muito pessoal e escrita com profunda
emoção e sentimento. (2) Juntamente com
2 Tm, ressalta mais do que qualquer outra epístola do
NT a responsabilidade pastoral de manter o evangelho puro e livre de falsos
ensinos que enfraqueçam o seu poder salvífico. (3) Enfatiza o valor supremo do
evangelho, a influência demoníaca corrutora do evangelho, a santa vocação da
igreja e as altas qualificações que DEUS requer para os seus obreiros. (4)
Fornece a orientação mais específica do NT sobre o correto relacionamento do
pastor com os grupos sociais da igreja segundo a idade e sexo deles.
BEP
- CPAD
2 Carta de Paulo a Timóteo
Autor: Paulo
Tema: Perseverança Inabalável na
Fé
Data: Cerca de 67 d.C.
Considerações Preliminares
Esta é a última carta de Paulo.
Ela foi escrita quando o imperador Nero procurava impedir a expansão da fé cristã
em Roma, perseguindo severamente os crentes. E Paulo voltara a ser prisioneiro
do imperador em Roma (1.16,17). Estava sofrendo privações como se fosse um
criminoso comum (2.9), abandonado pela maioria dos seus amigos (1.15), e tinha
consciência de que o seu ministério chegara ao fim, e que sua morte se
aproximava (2Tm 4.6-8,18; ver introdução a 1 Timóteo para um exame mais completo da autoria e
do contexto da epístola).
Paulo escreve a Timóteo como
“amado filho” (1.2) e fiel cooperador (cf. Rm 16.21). Sua intimidade com
Timóteo e sua confiança nele percebe-se no fato de o apóstolo mencioná-lo como
seu cooperador na escrita de seis epístolas, de Timóteo haver permanecido
consigo durante sua primeira prisão (Fp
1.1; Cl
1.1; Fm
1), e de lhe haver escrito duas cartas pessoais. Ante
sua execução iminente, Paulo pede duas vezes a Timóteo que venha estar
novamente com ele em Roma (4.9,21). Timóteo ainda residia em Éfeso quando Paulo
lhe enviou esta segunda epistola (1
Tm 1.3; 2
Tm 1.18). Nesta epístola, o apóstolo
envia saudações a Onesíforo que residia em Éfeso (1.16), e igualmente para o
casal Áquila e Priscila (4.19).
Propósito
Sabendo Paulo que Timóteo era
tímido e enfrentava adversidades no ministério, e divisando a sombria
perspectiva de forte perseguição vinda de fora, contra a igreja, e da atividade
nociva dos falsos mestres dentro dela, ele exorta Timóteo a defender o evangelho,
a pregar a Palavra, a perseverar na tribulação e a cumprir sua missão.
Visão Panorâmica
No capítulo 1, Paulo assegura a
Timóteo o seu incessante amor e orações, e exorta-o a nunca transigir na
fidelidade ao evangelho, a guardar com diligência a verdade e a seguir o seu
exemplo.
No capítulo 2, Paulo incumbe seu
filho espiritual a preservar a fé, transmitindo suas verdades a homens fiéis
que, por sua vez, ensinarão a outros (2.2). Admoesta o jovem pastor a sofrer as
aflições como bom soldado (2.3), a servir a DEUS com diligência e a manejar
corretamente a palavra da verdade (2Tm
2.15), a separar-se daqueles que se
desviam da verdade apostólica (2.18-21), a manter-se puro (2.22) e a trabalhar
com paciência como mestre (2Tm
2.23-26).
No capítulo seguinte, Paulo
declara a Timóteo que o mal e a apostasia aumentarão (3.1-9), porém, ele
precisa permanecer sempre, e em tudo, leal às Escrituras (3.10-17).
No capítulo final, Paulo incumbe
Timóteo de pregar a Palavra e de cumprir todos os deveres do seu ministério (2Tm
4.1-5). Termina, informando a Timóteo
quanto aos seus assuntos pessoais, quando ele já encarava a morte, e instando
com o jovem pastor a vir logo ao seu encontro (2Tm
4.6-21).
Características Especiais
Há cinco características
principais nesta epístola. (1) Contém as últimas palavras escritas por Paulo
antes da sua execução por ordem de Nero, em Roma, uns 35 anos depois da sua
conversão a CRISTO, na estrada de Damasco. (2) Contém uma das declarações mais
claras, na Bíblia, a respeito da inspiração divina das Escrituras e do seu
propósito (3.16,17); Paulo reafirma que as Escrituras devem ser interpretadas
com exatidão pelos ministros da Palavra (2.15) e insiste que a Palavra de DEUS
seja confiada a homens fiéis que, por sua vez, possam ensinar a outros (2.2).
(3) Do começo ao fim da carta aparecem exortações sucintas, e.g., “despertes o
dom de DEUS” (1.6), “não te envergonhes” (1.8), sofre pelo evangelho (1.8),
“conserva o modelo das sãs palavras” (1.13), guarda a verdade (1.14),
“fortifica-te na graça” (2.1), passa adiante a mensagem (2.2), sofre as
aflições (2.3), sê diligente na Palavra (2.15), “evita os falatórios profanos”
(2.16), “foge dos desejos da mocidade e segue a justiça” (2.22), acautela-te da
apostasia que há de vir (3.1-9), permanece na verdade (3.14), “pregues a
palavra” (4.2), “faze a obra de um evangelista” (4.5) e “cumpre o teu
ministério” (4.5). (4) Os temas iterativos destas muitas exortações são: manter
firme a fé (em JESUS CRISTO e no evangelho apostólico original), guardá-la da
distorção e da corrupção, opor-se aos falsos mestres e pregar o evangelho com
perseverança inabalável. (5) O testemunho de despedida de Paulo é um exemplo
comovedor de coragem e esperança diante do martírio sentenciado (4.6-8).
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FALSOS MESTRES
Mc 13.22: “Porque se levantarão falsos cristos e falsos profetas e farão sinais e
prodígios, para enganarem, se for possível, até os escolhidos
DESCRIÇÃO. O crente da atualidade
precisa estar informado de que pode haver, nas igrejas, diversos obreiros
corrompidos e distanciados da verdade, como os mestres da lei de DEUS, nos dias
de JESUS (Mt 24.11,24). JESUS adverte, aqui, que nem toda pessoa que professa a CRISTO é um
crente verdadeiro e que, hoje, nem todo escritor evangélico, missionário,
pastor, evangelista, professor, diácono e outros obreiros são aquilo que dizem
ser.
(1)
Esses
obreiros “exteriormente pareceis justos aos homens” (Mt
23.28). Aparecem “vestidos como
ovelhas” (Mt 7.15). Podem até ter uma mensagem firmemente baseada na Palavra de DEUS e
expor altos padrões de retidão. Podem parecer sinceramente empenhados na obra
de DEUS e no seu reino, demonstrar grande interesse pela salvação dos perdidos
e professar amor a todas as pessoas. Parecerão ser grandes ministros de DEUS,
líderes espirituais de renome, ungidos pelo ESPÍRITO SANTO. Poderão realizar
milagres, ter grande sucesso e multidões de seguidores (ver Mt
7.21-23 notas;
24.11,24; 2Co
11.13-15).
(2)
Todavia,
esses homens são semelhantes aos falsos profetas dos tempos antigos (ver Dt
13.3; 1Rs 18.40; Ne
6.12; Jr
14.14; Os
4.15), e aos fariseus do NT. Longe das multidões, na sua vida em particular,
os fariseus entregavam-se à “rapina e de iniquidade” (Mt
23.25), “cheios de ossos de mortos e de
toda imundícia” (Mt 23.27), “cheios de
hipocrisia e de iniquidade” (Mt
23.28). Sua vida na intimidade é
marcada por cobiça carnal, imoralidade, adultério, ganância e satisfação dos
seus desejos egoístas.
(3)
De
duas maneiras, esses impostores conseguem uma posição de influência na igreja.
(a) Alguns falsos mestres e pregadores iniciam seu ministério com sinceridade,
veracidade, pureza e genuína fé em CRISTO. Mais tarde, por causa do seu orgulho
e desejos imorais, sua dedicação pessoal e amor a CRISTO desaparecem
lentamente. Em decorrência disso, apartam-se do reino de DEUS (1Co
6.9,10; Gl 5.19-21; Ef
5.5,6) e se tornam instrumentos de Satanás, disfarçados em ministros da
justiça (ver 2Co
11.15) . (b) Outros falsos mestres e pregadores nunca foram
crentes verdadeiros. A serviço de Satanás, eles estão na igreja desde o início
de suas atividades (Mt
13.24-28,36-43). Satanás tira partido
da sua habilidade e influência e promove o seu sucesso. A estratégia do inimigo
é colocá-los em posições de influência para minarem a autêntica obra de CRISTO.
Se forem descobertos ou desmascarados, Satanás sabe que grandes danos ao
evangelho advirão disso e que o nome de CRISTO será menosprezado publicamente.
A PROVA. Quatorze vezes nos
Evangelhos, JESUS advertiu os discípulos a se precaverem dos líderes
enganadores (Mt 7.15; 16.6,11; 24.4,24; Mc 4.24; 8.15;
12.38-40; 13.5; Lc
12.1; 17.23;20.46; 21.8). Noutros lugares, o crente é exortado a pôr à prova mestres,
pregadores e dirigentes da igreja (1Ts 5.21; 1
Jo 4.1). Seguem-se os passos para testar
falsos mestres ou falsos profetas:
(1)
Discernir
o caráter da pessoa. Ela tem uma vida de oração perseverante e manifesta uma
devoção sincera e pura a DEUS? Manifesta o fruto do ESPÍRITO (Gl
5.22,23), ama os pecadores (Jo
3.16), detesta o mal e ama a justiça (Hb
1.9) e fala contra o pecado (Mt
23; Lc
3.18-20)?
(2)
Discernir
os motivos da pessoa. O líder cristão verdadeiro procurará fazer quatro coisas:
(a) honrar a CRISTO (2Co 8.23; Fp
1.20); (b) conduzir a igreja à
santificação (At 26.18; 1Co
6.18; 2Co
6.16-18); (c) salvar os perdidos (1Co
9.19-22); e (d) proclamar e defender o
evangelho de CRISTO e dos seus apóstolos (ver Fp
1.16; Jd
3).
(3)
Observar
os frutos da vida e da mensagem da pessoa. Os frutos dos falsos pregadores
comumente consistem em seguidores que não obedecem a toda a Palavra de DEUS
(ver Mt 7.16).
(4)
Discernir
até que ponto a pessoa se baseia nas Escrituras. Este é um ponto fundamental.
Ela crê e ensina que os escritos originais do AT e do NT são plenamente
inspirados por DEUS, e que devemos observar todos os seus ensinos (ver 2Jo
9-11)? Caso contrário, podemos estar certos de que tal pessoa e sua mensagem
não provêm de DEUS.
(5)
Finalmente,
verifique a integridade da pessoa quanto ao dinheiro do Senhor. Ela recusa
grandes somas para si mesma, administra todos os assuntos financeiros com
integridade e responsabilidade, e procura realizar a obra de DEUS conforme os
padrões do NT para obreiros cristãos? (1Tm
3.3; _ 6.9,10).
Apesar de tudo que o crente fiel
venha a fazer para avaliar a vida e o trabalho de tais pessoas, não deixará de
haver falsos mestres nas igrejas, os quais, com a ajuda de Satanás, ocultam-se
até que DEUS os desmascare e revele aquilo que realmente são.
))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))
A
BÍBLIA É O LIVRO TEXTO DA ESCOLA DOMINICAL
1.
O currículo adotado. A Escola Dominical (ED) é por excelência “ensino
bíblico”. As revistas que integram o currículo são de Lições Bíblicas. A Bíblia
é o livro base para todo o seu ensino-aprendizagem (Jo 5.39). O currículo da ED
preserva a autoridade suprema da Palavra de DEUS como única regra infalível de
fé e prática (2Tm 3.14-17). Em vista disso, as doutrinas bíblicas reproduzidas
no material didático servem como padrão para o viver diário e a formação do
caráter cristão (Sl 119.105). O conteúdo expressa a ortodoxia professada pelas
Assembleias de DEUS, contribui para manter a unidade doutrinária da igreja e
atua como antídoto contra as heresias.
2.
A prática pedagógica. No contexto da Escola Dominical é muito
importante observar a metodologia, bem como o objetivo a ser alcançado em cada
lição. Desse modo, torna-se indispensável que o texto bíblico seja o
referencial permanente da prática pedagógica. Nesse sentido, o ensino não deve
ser limitado a “transferência de conhecimento”, mas sobretudo, o estudo das
verdades reveladas deve instruir, expor e corrigir o erro (2Tm 3.16), a fim de
produzir verdadeira transformação na velha natureza humana (Ef 4.22,23). A ED
terá cumprido o seu papel educacional cristão quando for perceptível as
mudanças na vida dos alunos que atestem o Novo Nascimento e o crescimento
espiritual (1Co 6.10-12).
3.
O padrão ético e moral. A Bíblia é a principal fundamentação para
a ética e a moral cristã. O texto bíblico é divinamente inspirado e, portanto,
permanece inalterado (Mt 24.35). Os valores cristãos são permanentes, pois sua
fonte de autoridade é imutável (1Pe 1.25). Em suma, a Palavra de DEUS não pode
ser relativizada, revogada ou ajustada aos interesses humanos (Is 40.8). Assim,
no propósito de cumprir o seu papel de instituição educadora, a Escola
Dominical também atua como multiplicadora dos princípios éticos e dos valores
morais da fé cristã. A Igreja que zela pelo ensino sólido das Lições Bíblicas
não é influenciada pelo erro, mas estabelece o padrão moral e ético a ser
observado pelos cristãos (1Tm 4.6; 2Tm 3.10).
Salmos
119.97-105.
97
— Oh!
Quanto amo a tua lei! É a minha meditação em todo o dia.
98
— Tu,
pelos teus mandamentos, me fazes mais sábio que os meus inimigos, pois estão
sempre comigo.
99
— Tenho
mais entendimento do que todos os meus mestres, porque medito nos teus
testemunhos.
100
— Sou
mais prudente do que os velhos, porque guardo os teus preceitos.
101
— Desviei
os meus pés de todo caminho mau, para observar a tua palavra.
102
— Não
me apartei dos teus juízos, porque tu me ensinaste.
103
— Oh!
Quão doces são as tuas palavras ao meu paladar! Mais doces do que o mel à minha
boca.
104
— Pelos
teus mandamentos, alcancei entendimento; pelo que aborreço todo falso caminho.
105
— Lâmpada
para os meus pés é tua palavra e luz, para o meu caminho.
A
Bíblia é um verdadeiro guia para a nossa vida. Quem põe em prática seus
ensinamentos será considerado um verdadeiro sábio. A Bíblia é um livro divino
que nos ensina a sabedoria de todas as áreas da vida. Neste livro está presente
o que precisamos para viver de maneira que glorifique a DEUS. Que os nossos
alunos permitam que a Bíblia seja o guia da vida deles!
A
Bíblia, quando obedecida, torna-se um verdadeiro guia para o viver cristão. CRISTO
nos adverte ao exame das Escrituras porque nelas estão reveladas as palavras de
vida eterna (Jo 5.39). Tiago assevera que a Palavra de DEUS transforma a nossa
natureza, e nos conduz pela vereda da salvação (Tg 1.21). A Escritura sagrada é
um alicerce constituído de sabedoria e prudência para a vida.
A
PRESERVAÇÃO DA ORTODOXIA DOUTRINÁRIA PELA IGREJA
1.
O perigo das infiltrações heréticas na igreja. Três textos nos
alertam contra essas ameaças:
a) Atos
20.28-30 fala de “lobos cruéis” que entrariam no meio do povo de DEUS.
Esses lobos representam falsos obreiros que só cuidam de si próprio, e não do
rebanho do Senhor.
b) 2
Pedro 1.1,2 refere-se “aos que conosco alcançaram fé igualmente preciosa”.
Essa fé preciosa deve ser vivida e ensinada a todas as pessoas.
c) Gálatas
1.6,10 menciona pessoas que experimentam a graça de DEUS e, facilmente,
abandonam a “fé recebida” e a trocam por “outro evangelho”.
2.
Fatos danosos que facilitam o surgimento de heresias e outros males
semelhantes. Vejamos
dois desses fatos ou casos que ocorrem e surgem no seio da Igreja, os quais
ocasionam o surgimento de heresias e outros males semelhantes.
a) Imaturidade
espiritual. Há uma nítida distinção entre uma criança e um adulto na fé
cristã (1 Pe 2.2). O recém-nascido na fé requer cuidado especial por ser mais
vulnerável às heresias. Tal pessoa quer experimentar tudo que lhe é oferecido. Há
também, nesse contexto da imaturidade espiritual, os crentes movidos por
emoção, os quais mudam de atitude ante o vento de doutrina que sopre
diferentemente. São facilmente seduzidos quanto à fé por pessoas fraudulentas
(2 Tm 4.3).
b) Subversão
espiritual. Isso pode ocorrer com pessoas na igreja que, além de imaturas,
são carnais, que se deixam levar por novas idéias, princípios e atitudes sem
respaldo bíblico. Elas promovem confusão doutrinária, renegam a fé recebida, e forjam
outras doutrinas fora dos princípios básicos da doutrina cristã defendidos na
Bíblia Sagrada. Além disso, em nome de uma falsa revelação espiritual,
contrariando toda a revelação bíblica, distorcem a verdade de acordo com suas
conveniências pessoais e desvirtuam o texto bíblico de várias maneiras, para
adaptá-lo ao seu modo de crer; aos seus conceitos pessoais.
“Doutrina
e ortodoxia
1. Definição
de doutrina. Na Bíblia Almeida Revista e Corrigida o termo ‘doutrina’
aparece cinqüenta vezes, enquanto na Almeida Revista Atualizada, cerca de
trinta e nove vezes. Todas traduzem os
termos leqach , torah e didachē por doutrina,
classificando-a como ‘doutrina pura’ (Jó 11.4); ‘boa doutrina’ (Pv 4.2);
‘doutrina do sábio’ (Pv 13.14); ‘doutrina dos fariseus’ (Mt 16.12); ‘doutrina
dos apóstolos’ (At 2.42); ‘doutrina do Senhor’ (At 13.12); ‘sã doutrina’ (1Tm
1.10); ‘doutrina de demônios’ (1Tm 4.1); ‘doutrina de DEUS’ (Tt 2.10);
‘doutrina de CRISTO’ (Hb 6.1); ‘doutrina de Balaão’ (Ap 2.14); ‘doutrina dos
nicolaítas’ (Ap 2.16).
O
termo ‘doutrina’ nos textos de Dt 32.2; Jó 11.4 e Pv 4.2, é a tradução do
hebraico leqach , isto é, ‘ensino’, ‘aprendizagem’ ou ‘poder de
persuasão’ de quem ensina (Pv 16.21).
Nas
páginas do Novo Testamento, a palavra grega mais empregada
é didachē , cujo sentido é ‘instrução’, ‘ensino’ ou ‘doutrina’ (Mc
1.22,27; 11.28; Jo 7.16,17; Mt 22.33).
2. Uso
corrente. A igreja cristã primitiva usava o
vocábulo didachē para referir-se à doutrina dos apóstolos (At 2.42),
ou à doutrina do Senhor (At 13.12), que era, na verdade, a exposição do
evangelho de CRISTO.
O
apóstolo Paulo também usou o termo diversas vezes, a fim de descrever o
conjunto de ensinos e crenças que compunham a pregação cristã primitiva (Rm
6.17; 16.17; Ef 6.4; 1Tm 1.3; 4.16; 6.3).
Essa
mesma tradição, chamada posteriormente de ‘ kerygma ’ pelos teólogos,
é mencionada na teologia paulina como ‘a pregação ( kerygma ) de JESUS
CRISTO, conforme a revelação do mistério que desde tempos eternos esteve
oculto’ (Rm 16.25; 1Co 1.21; 2.4; 15.14).
Segundo
o apóstolo João, esse arcabouço de ensinos constitui a ‘doutrina de CRISTO’
(2Jo 1.9). A doutrina, portanto, é o conjunto de ensinos e crenças que
constituem o cânon de fé e prática do cristão.
3. A
proclamação da doutrina de CRISTO. O kerygma é tanto a mensagem,
a pregação, quanto a substância do que é pregado. O kerysso era um
arauto ou proclamador, conforme os textos de Mt 3.1; Mc 1.45; Lc 4.18,19; 12.3;
At 10.37; Rm 2.21; Ap 5.2.
Os
apóstolos foram comissionados por JESUS para serem os proclamadores do Reino de
DEUS. JESUS capacitou formal e espiritualmente os apóstolos para que
interpretassem a sua vida e os seus ensinos conforme as Escrituras do Antigo
Testamento (Lc 24.44-47). Esse conjunto de interpretações (dos ensinos, vida,
morte, ressurreição e exaltação de CRISTO) é chamado, nas Escrituras
Neotestamentárias, de pregação, evangelho ou a doutrina de CRISTO (2 Jo v.9).
A
doutrina de CRISTO, como se depreende de textos semelhantes ao de 2 João v.9, é
o conjunto de todos os ensinos de CRISTO, como os encontramos em o Novo
Testamento. Não se limita apenas às palavras ensinadas por JESUS, mas
estende-se também ao mistério da encarnação do Verbo, ministério terreno,
paixão, morte, ressurreição e exaltação de CRISTO. JESUS confiou aos seus
apóstolos a transmissão de seus ensinos”.
APLICAÇÃO
PESSOAL
A
importância da doutrina bíblica para a vida abundante da igreja. As Escrituras
Sagradas dão um enfoque todo especial à doutrina como sendo a substância da fé.
Estamos vivendo tempos trabalhosos, onde a cada dia surgem novas filosofias
heréticas. Estas somente poderão ser combatidas caso a Igreja se mantenha fiel
e dedicada ao estudo da doutrina bíblica.
Que
a instrução de Paulo a Timóteo seja observada com atenção em seu ministério:
“Tem cuidado de ti mesmo e da doutrina...” (1Tm 4.16).
A
BÍBLIA É UM ALICERCE PARA A VIDA
1.
A Palavra de DEUS é alicerce. Importante ressaltar que a Bíblia é a
única infalível revelação escrita, divinamente inspirada (2Tm 3.16; Ap 1.1).
Quem ouve e coloca em prática a Palavra de DEUS é comparado a uma pessoa
prudente cuja casa é alicerçada sobre a rocha (Mt 7.24). Nessa ilustração de JESUS,
a casa simboliza a vida. A vida deve ser edificada nos ensinos de CRISTO a fim
de alcançar a virtude e um destino glorioso (Jo 3.16). O próprio CRISTO é a
rocha (1Co 10.4). Ele tem as palavras de vida eterna (Jo 6.68). A síntese desse
grande ensinamento é que nem as crises dessa vida e nem a eternidade poderá
abalar quem está firmado em CRISTO e na sua Palavra (Mt 7.25).
2.
A Palavra de DEUS é luz. Os Salmos declaram que a Palavra de DEUS
é “lâmpada para os pés” e “luz para o caminho” (Sl 119.105). Significa que a
Bíblia possui orientações para cada passo do nosso viver e instruções para todo
o curso da nossa vida. Pedro fala da Palavra como “uma luz que alumia em lugar
escuro” (2Pe 1.19). Quer dizer que a luz das Escrituras dissipa a escuridão
espiritual e nos conduz em segurança pelo caminho da vida eterna. CRISTO disse:
“Eu sou a luz do mundo; quem me segue não andará em trevas” (Jo 8.12); e Paulo
ensina que devemos andar como filhos da luz (Ef 5.8), isto é, afastados da
prática do pecado (1Jo 3.6).
3.
A Palavra de DEUS é imutável. Tendo a inspiração divina como
pressuposto, ratificamos novamente que a Palavra de DEUS é a nossa autoridade
final de fé e prática (2Pe 1.21). A Bíblia difere de outros livros porque seus
ensinos são fidedignos e confiáveis, não erram e nem falham (Jo 10.35). Desse
modo, o texto bíblico permanece inalterado (Mc 13.31). Por conseguinte, os princípios
bíblicos têm aplicação hoje, assim como o tiveram antigamente (Is 55.11). Os
padrões da ética e da moral cristã não sofrem mudanças (1Pe 1.20). Portanto, os
valores cristãos são permanentes, pois a fonte de autoridade é permanente (Mt
5.18). Assim sendo, o comportamento e o caráter do cristão se alicerçam nas
doutrinas bíblicas (Ef 2.20).
A
BÍBLIA NOS TORNA PESSOAS SÁBIAS
1.
O conceito de sabedoria. O substantivo hebraico para sabedoria
é hokrnãh; e o seu correspondente em grego é sophia. Ambas as
palavras têm o sentido de “habilidade”, “experiência” e “qualidade de quem é
sábio”. A obra Teologia Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal assegura que
“a sabedoria reúne o conhecimento da verdade com a experiência do cotidiano”.
Significa que o conhecimento absorvido pela mente deve ser aplicado em todas as
situações da vida (Pv 4.5-8). Nesse aspecto, o conhecimento sem a prática não
produz sabedoria (Pv 3.7).
2.
DEUS é a fonte da sabedoria. A sabedoria é um dos atributos divinos
(Dn 2.20; Rm 16.27). Portanto, DEUS é a sua fonte (Pv 2.6; Ef 1.16,17). A
sabedoria divina é inescrutável (Rm 11.33). Toda a sabedoria dos santos provém
da parte de DEUS (Ef 1.8,9). Em resumo, visto que DEUS é a verdadeira
sabedoria, as suas palavras e seus atos são igualmente sábios (Sl 19.7; Pv
3.19). Nesse sentido, todos que vivem de acordo com os preceitos da Palavra de DEUS
são considerados pessoas sábias (1Co 2.6,7).
3.
O temor é o princípio da sabedoria. A Bíblia registra que “O temor do
Senhor é o princípio do saber” (Pv 1.7 — NAA). A frase “temor do Senhor” não
significa ter medo de DEUS, mas expressa reverência e adoração (Dt 10.12). Essa
atitude é o preceito pelo qual se inicia a sabedoria. O temor a DEUS produz
entendimento (Rm 12.1,2). E, por meio da obediência às Escrituras, os cristãos
passam a viver como pessoas sábias (Ef 5.15). Em contraste, os que rejeitam ao
Senhor e à sua Palavra permanecem na ignorância (Sl 14.1).
4.
Os benefícios da sabedoria. O salmista declara que o ato de meditar
na Palavra de DEUS, o tornou mais sábio do que todos à sua volta (Sl
119.98-100). Essa afirmação significa que ele adquiriu sabedoria ao aplicar os
preceitos do Senhor na sua vida. Salomão assegura que a pessoa sábia tem muitos
benefícios (Pv 9.12). Dentre eles, acumula conhecimento (Pv 10.14); ganha almas
(Pv 11.30); torna-se próspero (Pv 19.8); e exerce domínio próprio (Pv 29.11).
Em vista disso, somos advertidos a empregar esforços na busca da sabedoria (Pv
4.7)
A
transmissão escrita da Bíblia. Os chamados “livros canônicos” da Bíblia
foram reunidos ao longo de 1600 anos; e isso se deu de forma especial e
impressionantemente harmônica. Só a predominância da vontade de DEUS sobre a
mente humana pode explicar como cerca de 40 escritores puderam escrever os
livros da Bíblia a partir de condições e circunstâncias tão diversas.
a)
DEUS, o único autor da Bíblia. A despeito de DEUS ser o único autor da
Bíblia e de ter inspirado a todos os demais escritores, Ele mesmo se incumbiu
dos primeiros registros das Escrituras: “E deu a Moisés (quando acabou de falar
com ele no monte Sinai) as duas tábuas do Testemunho, tábuas de pedra, escritas
pelo dedo de DEUS” (Êx 31.18; 32.16; Dt 4.13; 10.4). Trata-se, aqui, do
Decálogo, um resumo eloquente e poderoso de toda ética bíblica.
b)
Moisés, o primeiro escritor. DEUS ordenou a Moisés que escrevesse num
livro as orientações a seu sucessor, Josué: “Então disse o Senhor a Moisés:
Escreve isto para memória num livro e relata-o aos ouvidos de Josué…” (Êx
17.14). Moisés tornou-se, desta forma, o primeiro escritor humano das Sagradas
Escrituras. A Bíblia afirma que ele “escreveu todas as palavras do Senhor” (Êx
24.4); e que também, por ordem divina, guardou o livro da Lei “ao lado da arca
do concerto do Senhor” (Dt 31.26).
CONCEITUAÇÃO
TEOLÓGICA DE INERRÂNCIA
1.
O que é “inerrância bíblica”? Significa que a Bíblia é totalmente
isenta de erros; quer no campo lógico ou no histórico. Ela é inerrante nos
fatos que apresenta e nas doutrinas que declara. Afirmar que a Bíblia não
contém erros é também reconhecer sua inspiração, autoridade e infalibilidade
divinas. JESUS afirmou categoricamente: “A Escritura não pode falhar” (Jo
10.35).
2.
Inerrância e infalibilidade. O conceito de inerrância da Bíblia está
intimamente associado ao de infalibilidade. Pelo fato de não conter erros, ela
é infalível. Tudo o que a Bíblia diz cumpre-se cabalmente: “Secou-se a erva, e
caiu a sua flor; mas a palavra do Senhor permanece para sempre” (1Pe 1.24,25).
Essa infalibilidade é consequência de a Palavra de DEUS nunca ter sido
“produzida por vontade de homem algum, mas os homens santos de DEUS falaram
inspirados pelo ESPÍRITO SANTO” (2Pe 1.21).
RAZÕES
PELAS QUAIS A BÍBLIA É INERRANTE
1.
Autoria divina. A autoria divina da Bíblia é o fundamento e a
garantia de sua inerrância e infalibilidade. Há milhões de livros espalhados
pelo mundo (Ec 12.12); e todos foram escritos por autores falhos, propensos a
cometerem todo tipo de erro. Porém, o Autor da Bíblia, jamais falta: “DEUS não
é homem, para que minta […] porventura, diria ele e não o faria? Ou falaria e
não o confirmaria?” O Eterno não mente, não falha e não erra (Nm 23.19; Tg
1.17). Quando ele diz, faz; quando ele promete, cumpre.
2.
Supervisão e orientação do ESPÍRITO SANTO (2Tm 3.16; 2Pe 1.19-21). Os livros da
Bíblia foram escritos sob a supervisão e orientação do ESPÍRITO SANTO (Mc
12.36; 1Co 2.13). As Escrituras não são produto da perspicácia e criatividade
da mente humana, mas é o resultado da ação sobrenatural de DEUS sobre ela: o ESPÍRITO
inspirou (2Pe 1.19-21), ensinou (1Co 2.13) e revelou seus mistérios (Gl 1.12;
Ef 3.2,3).
3.
A Bíblia é a exata Palavra de DEUS. Do limiar ao fechamento do Cânon
Sagrado, os escritores bíblicos reproduziram exatamente o que haviam recebido
da parte de DEUS: “Nada acrescentareis à palavra que vos mando, nem diminuireis
dela, para que guardeis os mandamentos do Senhor, vosso DEUS, que eu vos mando”
(Dt 4.2). A Bíblia é a precisa Palavra do Senhor: ela é correta (Sl 33.4),
perfeita (Sl 19.7), pura (Sl 119.140), e eterna (Is 40.8; Lc 21.33).
O
CUMPRIMENTO DA BÍBLIA DEMONSTRA SUA INERRÂNCIA
1.
O cumprimento das profecias. O principal fato que atesta a inerrância
das Sagradas Escrituras é o cumprimento de suas profecias. Vejamos, pois,
algumas das mais de 300 profecias messiânicas cabalmente cumpridas: a) a
concepção virginal de JESUS (Is 7.14; Mt 1.22); b) o local do nascimento de JESUS
(Mq 5.2; Mt 2.6); c) mãos e pés de JESUS furados e sua túnica sorteada (Sl
22.16,18; Jo 19.24,37), etc. Além dessas, muitas outras profecias cumpriram-se
literalmente na história dos impérios antigos, das nações modernas, e na vida
de muitos indivíduos.
2.
A História confirma a Bíblia. Centenas de fatos e eventos bíblicos têm
sido confirmados pela história secular. Entre tantos, encontramos: a) as duas
deportações, de Israel e Judá, pelos assírios e babilônicos respectivamente
(2Rs 17.6; 2Rs 24.10-17; Jr 25.11); b) a destruição de Jerusalém, profetizada
por JESUS e cumprida no ano 70 d.C. (Mt 24.2); c) a restauração de Israel,
predita em Ezequiel 36.25-27 e cumprida em Maio de 1948. A Palavra de DEUS é
Fiel e verdadeira!
3.
A verdadeira ciência confirma a Bíblia. A Bíblia não é um
livro científico, mas a ciência inúmeras vezes constatou a veracidade das
afirmações bíblicas nesta área, como por exemplo, a de que a Terra é “solta” no
espaço. O patriarca Jó sabia disso há, aproximadamente, 1.500 anos a.C. (Jó 26.7);
como também tinha conhecimento que no centro da Terra há fogo (Jó 28.5).
Isaías, o profeta, há mais de mil anos antes da ciência moderna, já afirmava
que a Terra é redonda (Is 40.22). Inúmeros achados arqueológicos também
confirmam a veracidade da Bíblia. DEUS vela sobre sua Palavra para cumpri-la
(Jr 1.12; Lc 21.33).
OS
MANUSCRITOS BÍBLICOS
1.
Formatos e materiais dos manuscritos bíblicos. O termo
“manuscrito” refere-se às cópias dos originais das Escrituras (autógrafos)
feitas à mão pelos escribas. Os mais significativos manuscritos bíblicos foram
feitos nos formatos de rolo ou códice (Sl 40.7; Jr 36.2). Os principais
materiais usados na escrita foram o papiro e o pergaminho; que eram preparados
segundo a tradição judaica.
2.
Os autógrafos. Trata-se
dos manuscritos originais da Bíblia. Eles já não existem. Todavia, os originais
do Antigo Testamento, por exemplo, foram meticulosamente copiados, originando
os manuscritos mais antigos de que dispomos.
3.
Falhas na transmissão escrita das palavras da Bíblia. Se compararmos as
cópias dos textos originais entre si, encontraremos algumas variações entre
elas, mesmo diante das mais rigorosas normas impostas aos escribas. Esses
copistas não podiam escrever uma só palavra de memória. Antes de registrarem um
vocábulo tinham de pronunciá-lo bem alto e, ao escreverem o nome do Senhor,
tinham de limpar a pena com muita reverência. Cada letra e cada palavra eram
contadas cuidadosamente e, caso encontrassem um único erro, inutilizavam
imediatamente aquelas folhas, ou até mesmo todo o rolo. Há mais de duzentas mil
variantes textuais nas cópias dos autógrafos. Nessa quantidade, observa-se,
desde a troca de uma letra por outra até a de um nome por um pronome e
vice-versa. Contudo, as incorreções encontradas nas cópias dos manuscritos, e
repassadas a diversas versões dos textos bíblicos (variantes textuais), quando
analisadas à luz do contexto geral da Bíblia, em nada comprometem o valor da
mensagem sagrada, nem se constituem motivos para descrer da inerrância da
Bíblia. Podemos afirmar com absoluta certeza, que os textos das Escrituras são
plenamente confiáveis, e que as possíveis contradições são aparentes e humanas.
A
Bíblia, na versão portuguesa, contém 66 livros, 1.189 capítulos, 31.173
versículos, 773.692 palavras e 3.566.480 letras. Em tudo isso, há menos de 0,5%
de falhas. DEUS vela por sua Palavra (Jr 1.12).
A
COMPLETUDE DA BÍBLIA
1.
A Bíblia é completa em seu conteúdo. O conteúdo bíblico não pode sofrer
quaisquer alterações, pois tudo o que foi escrito teve a supervisão e aprovação
do ESPÍRITO SANTO (2Pe 1.20-21; Is 40.8).
2.
A Bíblia é completa em sua mensagem. A mensagem das Escrituras é
perfeitamente completa. Ela é fruto da revelação que DEUS fez de si mesmo à
humanidade. Vejamos:
a)
Completa em sua mensagem salvífica. A Bíblia é completa quanto à mensagem
de salvação para o homem perdido. Ela está centrada no amor incondicional de DEUS
à humanidade. Tanto é que JESUS, nosso amado Salvador, é o tema central desse SANTO
Livro. Nas Escrituras não há lugar para outros salvadores ou mediadores (Jo
14.6; At 4.12; 1Tm 2.5).
b)
Completa em sua mensagem sobre a história humana. A Bíblia mostra que a
história da humanidade é linear: tem começo e fim. A partir da criação do
primeiro casal, passando pela Queda e Redenção por meio de CRISTO, a história
do homem chegará a seu desfecho num tempo em que a Escritura denomina
“consumação dos séculos” (Mt 13.49; 28.20).
Após
isso, (Mt 24.14; 1Co 15.24), DEUS continuará executando seus eternos propósitos
para o universo: “novos céus e nova terra” surgirão (Is 65.17; 2Pe 3.13; Ap
21.1).
BENEFÍCIOS
NO ESTUDO DA BÍBLIA
1.
Crescer em conhecimento. Todo crente necessita ler e estudar a
Bíblia diariamente, para crescer no conhecimento de nosso Senhor JESUS CRISTO
(2Pe 3.18). Infelizmente, há em muitas igrejas, crentes fracos, franzinos,
raquíticos espiritualmente, por falta de alimento, que é o conhecimento da
Palavra de DEUS.
2.
Evitar as “meninices”. Quando os crentes não lêem a Bíblia, nem
tampouco a estudam, quase sempre, portam-se como meninos espirituais. Daí,
porque há tanto emocionalismo nos cultos em muitas igrejas. Conforme afirma as
Escrituras, tais pessoas, por não estarem fundamentadas na Palavra, são levadas
“em roda por todo vento de doutrina, pelo engano dos homens que, com astúcia,
enganam fraudulosamente” (Ef 4.14; Os 4.6; 6.3; Pv 4.7).
3.
Meditação. “Oh!
Quanto amo a tua lei! É a minha meditação em todo o dia!” (Sl 119.97). Como
vemos, o salmista tinha prazer em ler e meditar na Palavra de DEUS. Meditar é
ter uma atitude interior de reflexão, ponderação, e exame daquilo que estamos
pensando. Hoje, com a agitação da vida moderna, é muito difícil refletirmos
habitualmente.
4.
Prevenção. Precisamos
ter a Palavra de DEUS escondida em nosso coração para não pecarmos contra o
Senhor (Sl 119.11). Um dos fatores que mais contribuem para a queda do crente é
a falta de prevenção. Orar (Mt 26.41), ler e estudar a Bíblia, de maneira que o
coração e a mente fiquem saturados da Palavra de DEUS, são atitudes preventivas
imprescindíveis para vencermos todas as sutis tentações do Maligno.
A
INFALIBILIDADE DA BÍBLIA
Ao
tratar da infalibilidade da Palavra de DEUS, ousadamente expressou-se Carl F.
Henry: “Há apenas uma única coisa realmente inevitável: é necessário que as
Escrituras se cumpram”. O que isto significa? Simplesmente, que a Bíblia é
infalível.
1.
O que é a infalibilidade. É a qualidade, ou virtude, do que é
infalível; é algo que jamais poderá falhar.
2.
Definição teológica. Doutrina que ensina ser a Bíblia infalível em tudo o
que diz. Eis porque a Palavra de DEUS pode ser assim considerada: 1) Suas
promessas são rigorosamente observadas; 2) Suas profecias cumprem-se de forma
detalhada e clara (haja vista as Setenta Semanas de Daniel); 3) O Plano de
Salvação é executado apesar das oposições satânicas. Nenhuma de suas palavras
jamais caiu, nem cairá, por terra.
3.
A Bíblia dá testemunho de sua infalibilidade. Leia com atenção
as seguintes passagens: Dt 18.22; Dn 9.2; Mt 1.22; Mc 13.31; At 1.3.
Como
filhos de DEUS, não podemos afastar-nos jamais das Sagradas Escrituras; destas,
todos dependemos vitalmente. Quanto mais as lermos, mais íntimos seremos de seu
Autor. Tem você lido regularmente a Bíblia? Tem-na estudado todos os dias? Se
você realmente deseja um avivamento, comece a ler com redobrado fervor o Livro
dos livros. Sem a Bíblia não pode haver avivamento.
A
autoridade apostólica de Paulo, exercida com tanta seriedade, fora lhe
concedida pelo Senhor e encontrava-se fundamentada em seu relacionamento com DEUS
e na integridade de seu caráter e ministério. Portanto, se estivermos
conscientes de nosso chamado divino e exercermos com integridade nosso
ministério, não devemos temer falsas acusações, pois essas sempre farão parte
da vida de um servo fiel.
))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))
Lição
2, A Inspiração Divina Da Bíblia
Lições
Bíblicas - 1º Trimestre de 2022 - CPAD - Para adultos
Tema: A
Supremacia das Escrituras, a Inspirada, Inerrante e Infalível Palavra de DEUS
Comentário: Pr. Douglas Baptista (Pr. Pres. Assembleia de DEUS Missão,
Brasília, DF)
Complementos, ilustrações e vídeos: Pr. Henrique
TEXTO
ÁUREO
“Toda
a Escritura divinamente inspirada é proveitosa para ensinar, para redarguir, para
corrigir, para instruir em justiça.” (2 Tm 3.16)
VERDADE
PRÁTICA
A
inspiração da Bíblia Sagrada é divina, verbal e plenária. Portanto, a Bíblia
toda nos ensina, corrige e instrui.
LEITURA
DIÁRIA
Segunda - 2 Pe 1.21 Os autores bíblicos escreveram inspirados pelo ESPÍRITO
SANTO
Terça - Rm 15.4 Tudo o que está escrito serve para o nosso ensino
Quarta - 2 Co 4.7 As Escrituras não estão condicionadas às limitações de seus
autores humanos
Quinta - 1 Co 14.9-11 A linguagem bíblica busca alcançar a compreensão de todos
Sexta - Lc 24.44 CRISTO reconheceu a inspiração divina do Antigo Testamento
Sábado - 1 Pe 1.23 A Palavra inspirada pelo ESPÍRITO SANTO opera na regeneração
dos pecadores
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE - 2 Timóteo 3.14-17; 2 Pedro 1.19-21
2 Timóteo 3
14 - Tu, porém, permanece naquilo que aprendeste, e de que foste inteirado,
sabendo de quem o tens aprendido, 15 - E que, desde a tua meninice, sabes as
sagradas letras, que podem fazer-te sábio para a salvação, pela fé que há em
CRISTO JESUS. 16 - Toda Escritura divinamente inspirada é proveitosa para
ensinar, para redarguir, para corrigir, para instruir em justiça; 17 - Para que
o homem de DEUS seja perfeito, e perfeitamente instruído para toda a boa obra.
2 Pedro 1
19 - E temos, mui firme, a palavra dos profetas, à qual bem fazeis em estar
atentos, como a uma luz que alumia em lugar escuro, até que o dia esclareça, e
a estrela da alva apareça em vosso coração. 20 - Sabendo primeiramente isto:
que nenhuma profecia da Escritura é de particular interpretação. 21 - Porque a
profecia nunca foi produzida por vontade de homem algum, mas os homens santos
de DEUS falaram inspirados pelo ESPÍRITO SANTO.
PALAVRA-CHAVE - Inspiração
Resumo
Lição 2, A Inspiração Divina Da Bíblia
I
– A DOUTRINA DA INSPIRAÇÃO BÍBLICA
1. A inspiração bíblica é divina.
2. A inspiração bíblica é verbal.
3. A inspiração bíblica é plenária.
II – INSPIRAÇÃO DIVINA E OS AUTORES DA BÍBLIA
1. A Inspiração dos autores.
2. As limitações dos autores.
3. Os diferentes gêneros literários e figuras de linguagem.
4. A linguagem do senso comum.
III – O ESPÍRITO SANTO E A BÍBLIA
1. A inspiração do Antigo Testamento.
2.
A inspiração do Novo Testamento.
3.
A obra da regeneração e a iluminação.
Questionário
Cite
pelo menos dois textos da Bíblia que comprovem a sua inspiração divina.
Cite as três evidências da inspiração divina da Bíblia e explique-as.
A
INSPIRAÇÃO E A AUTORIDADE DAS ESCRITURAS - BEP - CPAD
2Tm
3.16,17 “Toda Escritura divinamente inspirada é proveitosa para ensinar, para redarguir,
para corrigir, para instruir em justiça, para que o homem de DEUS seja perfeito
e perfeitamente instruído para toda boa obra.”
O termo “Escritura”, conforme se encontra em 2Tm 3.16, refere-se principalmente
aos escritos do AT (3.15). Há evidências, porém, de que escritos do NT já eram
considerados Escritura divinamente inspirada por volta do período em que Paulo
escreveu 2Tm (1Tm 5.18, cita Lc 10.7; 2Pe 3.15,16). Para nós, hoje, a Escritura
refere-se aos escritos divinamente inspirados tanto do AT quanto do NT, i.e., a
Bíblia. São (os escritos) a mensagem original de DEUS para a humanidade, e o
único testemunho infalível da graça salvífica de DEUS para todas as pessoas.
Paulo afirma que toda a Escritura é inspirada por DEUS. A palavra “inspirada”
(gr. theopneustos) provém de duas palavras gregas: Theos, que significa “DEUS”,
e pneuo, que significa “respirar”. Sendo assim, “inspirado” significa
“respirado por DEUS”. Toda a Escritura, portanto, é respirada por DEUS; é a
própria vida e Palavra de DEUS. A Bíblia, nas palavras dos seus manuscritos
originais, não contém erro; sendo absolutamente verdadeira, fidedigna e
infalível. Esta verdade permanece inabalável, não somente quando a Bíblia trata
da salvação, dos valores éticos e da moral, como também está isenta de erro em
tudo aquilo que ela trata, inclusive a história e o cosmos (cf. 2Pe 1.20,21;
note também a atitude do salmista para com as Escrituras no Sl 119).
Os escritores do AT estavam conscientes de que o que disseram ao povo e o que
escreveram é a Palavra de DEUS (ver Dt 18.18; 2Sm 23.2). Repetidamente os
profetas iniciavam suas mensagens com a expressão: “Assim diz o Senhor”.
JESUS também ensinou que a Escritura é a inspirada Palavra de DEUS até em seus
mínimos detalhes (Mt 5.18). Afirmou, também, que tudo quanto Ele disse foi
recebido da parte do Pai e é verdadeiro (Jo 5.19, 30,31; 7.16; 8.26). Ele falou
da revelação divina ainda futura (i.e., a verdade revelada do restante do NT),
da parte do ESPÍRITO SANTO através dos apóstolos (Jo 16.13; cf. 14.16,17;
15.26,27).
Negar a inspiração plenária (total - de todo seu conteúdo) das Sagradas
Escrituras, portanto, é desprezar o testemunho fundamental de JESUS CRISTO (Mt
5.18; 15.3-6; Lc 16.17; 24.25-27, 44,45; Jo 10.35), do ESPÍRITO SANTO (Jo
15.26; 16.13; 1Co 2.12-13; 1Tm 4.1) e dos apóstolos (3.16; 2Pe 1.20,21). Além
disso, limitar ou descartar a sua inerrância é depreciar sua autoridade divina.
Na sua ação de inspirar os escritores pelo seu ESPÍRITO, DEUS, sem violar a
personalidade deles, agiu neles de tal maneira que escreveram sem erro (3.16;
2Pe 1.20,21; ver 1Co 2.12,13).
A inspirada Palavra de DEUS é a expressão da sabedoria e do caráter de DEUS e
pode, portanto, transmitir sabedoria e vida espiritual através da fé em CRISTO
(Mt 4.4; Jo 6.63; 2Tm 3.15; 1Pe 2.2).
As Sagradas Escrituras são o testemunho infalível e verdadeiro de DEUS, na sua
atividade salvífica a favor da humanidade, em CRISTO JESUS. Por isso, as
Escrituras são incomparáveis, eternamente completas e incomparavelmente
obrigatórias. Nenhuma palavra de homens ou declarações de instituições
religiosas igualam-se à autoridade delas.
Qualquer doutrina, comentário, interpretação, explicação e tradição deve ser
julgado e validado pelas palavras e mensagem das Sagradas Escrituras (ver Dt
13.3).
As Sagradas Escrituras como a Palavra de DEUS devem ser recebidas, cridas e
obedecidas como a autoridade suprema em todas as coisas pertencentes à vida e à
piedade (Mt 5.17-19; Jo 14.21; 15.10; 2Tm 3.15,16; ver Êx 20.3). Na igreja, a
Bíblia deve ser a autoridade final em todas as questões de ensino, de
repreensão, de correção, de doutrina e de instrução na justiça (2Tm 3.16,17).
Ninguém pode submeter-se ao senhorio de CRISTO sem estar submisso a DEUS e à
sua Palavra como a autoridade máxima (Jo 8.31,32, 37).
Só podemos entender devidamente a Bíblia se estivermos em harmonia com o
ESPÍRITO SANTO. É Ele quem abre as nossas mentes para compreendermos o seu
sentido, e quem dá testemunho em nosso interior da sua autoridade (ver 1Co
2.12).
Devemos nos firmar na inspirada Palavra de DEUS para vencer o poder do pecado,
de Satanás e do mundo em nossas vidas (Mt 4.4; Ef 6.12,17; Tg 1.21).
Todos na igreja devem amar, estimar e proteger as Escrituras como um tesouro,
tendo-as como a única verdade de DEUS para um mundo perdido e moribundo.
Devemos manter puras as suas doutrinas, observando fielmente os seus ensinos,
proclamando a sua mensagem salvífica, confiando-as a homens fiéis, e
defendendo-as contra todos que procuram destruir ou distorcer suas verdades
eternas (ver Fp 1.16; 2Tm 1.13,14; 2.2; Jd 3). Ninguém tem autoridade de
acrescentar ou subtrair qualquer coisa da Escritura (ver Dt 4.2; Ap 22.19).
Um fato final a ser observado aqui. A Bíblia é infalível na sua inspiração
somente no texto original dos livros que lhe são inerentes. Logo, sempre que
acharmos nas Escrituras alguma coisa que parece errada, ao invés de pressupor
que o escritor daquele texto bíblico cometeu um engano, devemos ter em mente
três possibilidades no tocante a um tal suposto problema: (a) as cópias
existentes do manuscrito bíblico original podem conter inexatidão; (b) as
traduções atualmente existentes do texto bíblico grego ou hebraico podem conter
falhas; ou (c) a nossa própria compreensão do texto bíblico pode ser incompleta
ou incorreta.
Capítulo
I - Teologia Sistemática Pentecostal
Bibliologia — A Doutrina das Escrituras - Claudionor de Andrade
A
POSIÇÃO CONSERVADORA
Os
ortodoxos afirmamos que a Bíblia é a Palavra de DEUS. Dessa forma, colocamo-la
no lugar em que ela tem de estar: como a nossa suprema e inquestionável
arbitra em matéria de fé e prática. Se a Escritura diz, é a nossa obrigação
ser-lhe obediente sem quaisquer questionamentos. Ela é soberana! Os cristãos
jamais deixaram de ser dogmáticos quanto à origem divina da Bíblia.
A Igreja Primitiva.
Firmados,
principalmente, em 2 Timóteo 3.16 e 2 Pedro 1.20,21, os cristãos primitivos
tinham os profetas hebreus como oráculos de DEUS. Igual deferência concediam
eles aos escritos dos apóstolos de nosso Senhor e daqueles que lhes foram
íntimos seguidores — Marcos e Lucas, por exemplo.
No século II, quando o herege Marcião se insurgiu contra as Sagradas
Escrituras, tentando extirpar do cânon os livros apostólicos, por considerá-los
escandalosamente judaicos, os líderes da igreja condenaram-no em uníssono e
energicamente. Atuando como porta-voz dos pastores e bispos, Tertuliano
escreveu Contra Marcião, numa apaixonada apologia do cânon atual da Bíblia
Sagrada.
Orígenes de Alexandria, nascido no Egito por volta de 185, também saiu
com presteza, a fim de defender o cânon das Sagradas Escrituras. Ele asseverou
que tanto as Escrituras do Antigo quanto as do Novo Testamentos foram inspiradas
pelo mesmo ESPÍRITO SANTO. Logo, acrescenta o doutor alexandrino, “as
Escrituras Sagradas foram redigidas pelo ESPÍRITO de DEUS”.
Nascido em 296, Atanásio tornou-se conhecido como o pai da ortodoxia em
virtude de seu apaixonado zelo pela pureza doutrinária da fé cristã. A
semelhança de seus predecessores, fez ele uma brilhante apologia da inspiração
divina das Escrituras Sagradas como a Palavra de DEUS.
Os reformadores.
Ao
deflagrar a Reforma Protestante, Martinho Lutero fez questão de
ressaltar a importância da Bíblia Sagrada como a Palavra de DEUS. Se até àquele
dia a igreja de Roma tinha as suas tradições como mais importantes que as
Sagradas Escrituras, veio Lutero e afirmou que estas são a nossa única norma em
matéria de fé e prática. Foi a partir desse ponto doutrinário que Lutero
revolucionou espiritualmente a igreja de reformada sua época, levando os fiéis
a depositarem toda a sua confiança no Antigo e no Novo Testamento.
Cognominando a Bíblia como o berço que traz o CRISTO, Lutero — natural
de Eisleben, na Alemanha — defendeu ardorosamente a inspiração divina das
Sagradas Escrituras. Exortava ele os cristãos a lerem a Palavra de DEUS sob a
luz de CRISTO.
Até mesmo o herético João Calvino (calvinismo), de igual modo, sustentava a
origem divina da Bíblia:
Visto que DEUS se comunicou por sua Palavra de Vida a todos os que Ele recebeu
por sua graça, disso devemos inferir que os fez participantes da vida eterna.
Eu digo que na Palavra de DEUS há tal eficácia de vida que a sua comunicação é
uma segura e certa vivificação da alma. Entendo por comunicação não a
geral e comum, que se propaga por céus e terra sobre todas as criaturas do
mundo. Porque, conquanto esta vivificação que todas as coisas conforme a sua
respectiva natureza diversa, todavia não livra nada nem ninguém da corrupção.
Mas a comunicação a que me refiro é especial, e por esta a alma dos crentes é
iluminada no conhecimento de DEUS e de algum modo é ligada a Ele.
Os pentecostais. A comunidade de fé pentecostal, formada principalmente
pelas Assembleias de DEUS, sempre acreditou ser a Bíblia a inspirada,
inerrante, infalível e completa Palavra de DEUS. Vejamos como se posicionaram
alguns de nossos maiores e mais respeitados teólogos.
O missionário finlandês Lars Eric Bergstén, que, durante cinco décadas
peregrinou pelo Brasil, ensinando a lídima doutrina bíblica, assim se
posicionou acerca das Sagradas Escrituras:
DEUS, que antigamente falou “muitas vezes e de muitas maneiras aos país”,
queria que a sua Palavra não ficasse guardada pelos homens apenas através da
experiência com Ele ou pela tradição falada, isto é, os país contando para os
seus filhos, etc. DEUS queria que as verdades reveladas fossem conservadas em
um autêntico documento. Por isso, Ele mesmo tomou as providências para que suas
palavras, revelações e acontecimentos — maravilhas operadas em meio ao seu povo
—fossem escritos.
Antonio Gilberto, um dos maiores teólogos do Brasil, afirmou acerca da
origem divina da Bíblia:
E a revelação de DEUS à humanidade. Seu autor ê DEUS mesmo. Seu real intérprete
é o ESPÍRITO SANTO. Seu assunto central é o Senhor JESUS CRISTO.
A
INSPIRAÇÃO DIVINA DA BÍBLIA SAGRADA
As palavras escritas nas Escrituras devem ser consideradas palavras dadas pelo
ESPÍRITO SANTO. Basta ler a Bíblia para sentir, logo em suas palavras iniciais,
a presença do ESPÍRITO SANTO.
Que outro livro trouxe tanta mudança à humanidade como a Bíblia Sagrada?
Homero, Aristóteles, Camões, Karl Marx? O Capital de Marx, por exemplo, embora
considerado a “bíblia” do comunismo, é tão seco e árido que dificilmente alguém
consegue lê-lo do início ao fim. A Escritura, porém, vem sendo lida de geração
em geração com o mais vivo interesse. O imperador brasileiro Dom Pedro II
revelou que a lia cotidianamente.
Qual a diferença entre ela e os demais livros? Sem dúvida, a sua inspiração.
Definição etimológica. A palavra “inspiração” vem de dois vocábulos gregos:
theo, “DEUS”; e pneustos, “sopro”. Literalmente, significa: “aquilo que é dado
pelo sopro de DEUS”. Dado pelo ESPÍRITO SANTO.
Definição teológica. “Ação sobrenatural do ESPÍRITO SANTO sobre os escritores
sagrados, que os levou a produzir, de maneira inerrante, infalível, única e
sobrenatural, a Palavra de DEUS — a Bíblia Sagrada” (Dicionário Teológico, de
Claudionor de Andrade, CPAD).
Em português, a palavra “inspirar” é originária do verbo latino inspirare, que
significa: “introduzir ar nos pulmões”. È um processo fisiológico tão
necessário à vida, que a mantém em pleno funcionamento. È algo automático;
independe de nossa vontade. Basta estarmos vivos para que o ar nos entre pela
boca e pelas narinas e nos chegue até os pulmões.
Assim também ocorreu com os santos profetas e apóstolos usados para escrever a
Bíblia Sagrada. O ESPÍRITO SANTO insuflou-lhes a Palavra de DEUS de tal forma,
que foram eles impulsionados a registrar os arcanos e desígnios divinos de
maneira sobrenatural, inerrante, infalível e singular. Nenhum outro livro foi
inspirado dessa forma; foi um milagre que se deu na área do conhecimento humano
e nunca mais se repetiu.
Inspiração verbal e plenária da Bíblia.
É
a doutrina que assegura ser a Bíblia, em sua totalidade, produto da inspiração
divina.
Plenária: todos os livros da
Bíblia, sem qualquer exceção, foram igualmente inspirados por DEUS.
Verbal: o ESPÍRITO SANTO
guiou os autores não somente quanto às idéias, mas também quanto às palavras
dos mistérios e concertos do Altíssimo (2Tm 3.16).
A inspiração plenária e verbal, todavia, não eliminou a participação dos
autores humanos na produção da Bíblia. Pelo contrário: foram eles usados de
acordo com seus traços personais, experiências e estilos literários (2 Pe
1.21).
Se no profeta Isaías deparamo-nos com um estilo sublime e clássico, em Amós
encontramos um prosa simples e humilde, como os campos palmilhados pelo
mensageiro campesino. E, se em Paulo encontramos um grego que se amolda à
dicção do heleno ático, em Marcos encontramos um grego humilde como humilde era
o seu autor. Contudo, tanto nos primeiros como nos segundos, não podemos negar
a exatidão e a ortodoxia da inspirada Palavra de DEUS.
A inspiração da Bíblia ê única.
Conforme
já dissemos, além da Bíblia, nenhum outro livro foi produzido de maneira
sobrenatural e inconfundivelmente divina. Eis porque a Palavra de DEUS é a
obra-prima por excelência da raça humana. Até mesmo os seus mais arrebatados
inimigos são obrigados a se curvar ante a sua beleza suprema e célica. Haja
vista em todas as universidades realmente importantes haver uma cadeira
dedicada ao idioma hebraico por causa da crescente importância da Bíblia.
Aliás, não fora a Palavra de DEUS, a civilização ocidental, como a conhecemos,
seria impossível. O que os gregos não lograram com a sua filosofia e lógica, a
Bíblia alcançou através de sua mensagem, que, embora singela, derrubou grandes
reinos e impérios.
Declaração doutrinária das Assembleias de DEUS no Brasil.
“Cremos
na inspiração verbal da Bíblia Sagrada, única regra infalível de fé normativa
para a vida e o caráter cristão”. A maioria das denominações evangélicas,
realmente conservadoras, tem a Bíblia como a inspirada Palavra de DEUS. Sem
esse artigo de fé, o evangelismo perde todo o seu conteúdo.
Evidências da inspiração divina da Bíblia.
Há
evidências que nos indicam ser a Bíblia a Palavra inspirada de DEUS? Basta uma
leitura das Sagradas Escrituras para se concluir, de imediato, terem sido elas
produto da ação direta do ESPÍRITO SANTO sobre os hagiógrafos, levando-os a
escrever os livros que fazem parte do cânon bíblico.
Entre as evidências, que nos indicam a procedência divina das Escrituras
Sagradas, podemos citar:
A influência na vida do ser humano.
Que
outro livro, a não ser a Bíblia, é capaz de transformar radicalmente o homem?
Temos testemunhos emocionantes de homens, mulheres, jovens e crianças que, no
contato com a Palavra de DEUS, se tornaram novas criaturas.
A influência na história da humanidade.
Ultrapassando
as fronteiras de Israel, de onde provieram quase todos os seus escritores, a
Bíblia foi a responsável direta pela criação da cultura ocidental. A influência
do SANTO Livro, aliás, ultrapassou o Ocidente e, hoje, faz com que a Palavra de
DEUS seja admirada em países que sempre se opuseram ao cristianismo. Haja vista
a China e o Japão. Até mesmo nos países árabes, que se deixam conduzir pelo
Alcorão, a influência das Escrituras é mais que notória.
A influência na vida moral da humanidade.
Sem
a Bíblia Sagrada, estaria a humanidade mergulhada em densas trevas espirituais
e morais. O homem em nada haveria de diferir das bestas feras. Todavia, a
moralidade que a Bíblia vem exigindo do ser humano, desde os Dez Mandamentos,
vem elevando os filhos de Adão aos mais altos ideais, impedindo que se
degenerem.
CAPÍTULO
TRÊS - TEOLOGIA SISTEMÁTICA STANLEY M. HORTON
A Palavra Inspirada de DEUS - John R. Higgins
A teologia, na sua tentativa de conhecer a DEUS e de tornado conhecido, parte
do princípio de que o conhecimento a respeito do Supremo Ser já tenha sido
revelado. Esta revelação é o fundamento de todas as afirmações e
pronunciamentos teológicos. O que não foi revelado não pode ser conhecido,
estudado ou explicado.
Noutras palavras, a revelação é o ato de tornar conhecido algo que antes era
desconhecido. O que estava escondido passa a ser conhecido. A mãe revela o que
está sendo assado no forno; o mecânico, o que deu pane no motor. Cada um destes
mistérios termina aí.
Embora a revelação ocorra em todas as áreas da vida, o termo acha-se
especialmente associado à religião. "Onde houver religião, aí haverá uma
reivindicação de revelação". As questões da fé centralizam-se no fato de
que DEUS fez-se conhecido aos seres humanos. O cristianismo é a religião
baseada na revelação que DEUS fez de si mesmo.
A Bíblia emprega vários termos em grego e hebraico para expressar o conceito da
revelação. O verbo hebraico gãlãh significa revelar por meio do ato de
descobrir ou de arrancar alguma coisa que cobre (Is 47.3). Frequentemente, é
usado no tocante à revelação (comunicada) que DEUS faz de si mesmo às pessoas:
"Certamente, o SENHOR DEUS não fará coisa alguma, sem primeiro revelar o
seu segredo aos seus servos, os profetas" (Am 3.7). A palavra grega
apokalupsis (revelação) está associada a esta ideia: tornar conhecido o Evangelho.
Paulo afirmou que não recebeu o Evangelho mediante instrução humana, mas
"pela revelação de JESUS CRISTO" (Gl 1.12). J. Oliver Buswell alega
que a palavra apokalupsis pode ser usada a respeito de pessoas, ou de objetos,
mas que, usualmente, refere-se a alguma verdade revelada. Por outro lado, é
DEUS quem manifesta ou se mostra (gr. phaneroõ) a si mesmo (1 Tm 3.16).
A revelação, noutras palavras, envolve não somente informações a respeito de
DEUS, mas a revelação que DEUS fez de si mesmo. Isso não significa, porém, que
devemos rejeitar a revelação proposicional e preferir a existencial. Pelo
contrário: "a revelação a respeito de DEUS é crucial para o conhecimento
de DEUS". Através de suas palavras e ações, DEUS torna conhecida a sua Pessoa,
seus caminhos, valores, propósitos e o seu plano de salvação. O alvo final da
revelação divina é que as pessoas venham a conhecer a DEUS de modo real e
pessoal.
Embora a revelação divina esteja frequentemente limitada ao desvendamento que
DEUS faz da própria Pessoa, em atos ou palavras, pode ela também ser
considerada a concatenação maior de eventos revelados. Essa definição da
revelação divina incluiria a reflexão e a inscrição (registrar a revelação na
forma escrita) pelos escritores inspirados, o processo da canonização desses
mesmos escritos e a iluminação pelo ESPÍRITO SANTO daquilo que DEUS de fato
revelou.
A
revelação divina é uma proclamação de vida, mas quando rejeitada, é uma
proclamação de morte (Dt 30.15; 2 Co 2.16).
Graciosamente, DEUS revelou-se a si mesmo, bem como os seus caminhos ao ser
humano. Sua autorrevelação abrange os séculos; é variada na sua forma, e
oferece comunhão privilegiada com o Criador. Essa revelação abundante, todavia,
não esgotou o mistério do DEUS eterno. Há aspectos de sua Pessoa e do seu
propósito que Ele optou por não tornar conhecidos (Dt 29.29; Jó 36.26; SI
139.6; Rm 11.33). A retenção deliberada de tais informações serve-nos de lembrança:
DEUS transcende a própria revelação. O que DEUS não revelou está além das
necessidades e possibilidades da descoberta humana.
A revelação tem sua base, mas também os seus limites, na vontade de DEUS... Os
seres humanos universalmente não possuem recursos naturais para delinearem a
natureza e a vontade divina. Nem sequer os dotados de capacidades especiais, ou
de notáveis qualidades religiosas, poderão, mediante as próprias capacidades,
aprofundar-se nos segredos do Infinito... e esclarecer, com o próprio poder e
iniciativa, os mistérios da eternidade
JESUS e seu Conceito das Escrituras
No fim do século I (no mais tardar) os escritos do Novo Testamento já haviam
sido completados; muitos destes, entre 20 e 30 anos apenas após a morte e
ressurreição de JESUS. Temos ainda a garantia de que até mesmo a narração dos
eventos foi orientada pelo ESPÍRITO SANTO a fim de que fossem evitados os erros
ocasionados por eventuais esquecimentos (Jo 14.26). Os evangelhos, que contam
detalhadamente a vida de JESUS, foram escritos por contemporâneos e testemunhas
oculares. Tais escritos, fartamente corroborados, fornecem informações
fidedignas a respeito de CRISTO e de seus ensinos. A autoridade da Palavra escrita
está ancorada na autoridade de JESUS. Posto que Ele nos é apresentado como o
DEUS encarnado, seus ensinos são verdadeiros e plenos de autoridade. Por isso,
o que JESUS ensina a respeito das Escrituras, determina sua justa reivindicação
à autoridade divina. JESUS dá testemunho consistente e enfático de que elas
são, de fato, a Palavra de DEUS.
Em especial, JESUS dirigia a sua atenção ao Antigo Testamento. Quando falava de
Adão, de Moisés, de Abraão ou de Jonas, Ele os tratava como a pessoas reais e
históricas. Às vezes, correlacionava situações que lhe diziam respeito com um
evento histórico do Antigo Testamento (Mt 12.39,40). Noutras ocasiões, buscava
num determinado fato do Antigo Testamento apoio, ou reforço, para alguma coisa
que estava ensinando (Mt 19.4,5). JESUS honrava as Escrituras do Antigo
Testamento, e enfatizava que Ele não viera abolir a Lei e os Profetas, mas
cumpri-los (Mt 5.17). As vezes, fustigava os líderes religiosos por haverem
elevado as próprias tradições acima das Escrituras (Mt 15.3; 22.29).
JESUS, nos seus ensinos, citou pelo menos quinze livros do Antigo Testamento, e
fez alusão a muitos outros. Tanto no modo de falar quanto nas declarações
específicas, demonstrava com clareza a sua estima pelas Escrituras do Antigo
Testamento como a Palavra de DEUS. Era a palavra e o mandamento de DEUS (Mc
7.6-13). Citando Gênesis 2.24, JESUS declarou: "O Criador [não Moisés]...
disse: Portanto, deixará o homem pai e mãe" (Mt 19.4,5). Disse que Davi
fez uma declaração "pelo ESPÍRITO SANTO" (Mc 12.36). A respeito de
uma declaração registrada em Êxodo 3.6, Ele perguntou: "Não tendes lido o
que DEUS vos declarou?" (Mt 22.31). Repetidas vezes, JESUS apelou à
autoridade do Antigo Testamento, citando a fórmula: "Está escrito"
(Lc 4.4). John W. Wenham assevera que JESUS entendia essa fórmula no sentido de
"DEUS diz!"
"Há uma objetividade grandiosa e sólida no uso do tempo pretérito perfeito
gegraptai, 'permanece escrito': 'aqui está o testemunho eterno e imutável do
DEUS Eterno, registrado por escrito para a nossa instrução'." O modo
decisivo de JESUS utilizar essa fórmula revela de modo enfático como ele
considerava a autoridade das Escrituras. "A Palavra escrita, portanto, é a
autoridade de DEUS para solucionar todas as disputas a respeito da doutrina ou
da prática. E a Palavra de DEUS nas palavras humanas; é a verdade divina em
linguagem humana". Os que gostariam de alegar que JESUS simplesmente se
acomodava ao modo judaico de entender as Escrituras, acompanhando passivamente
as supostas falsas crenças dos judeus nesse assunto, deixam totalmente
desapercebidos o seu tom enfático de plena aceitação e autoridade. Em vez de
acomodar-se às opiniões religiosas dos seus dias, Ele as corrigia, e colocava
as Escrituras de volta à sua suprema posição. Além disso, a acomodação à
mentira não é moralmente possível para o DEUS que é a mesma verdade (Nm 23.19;
Hb 6.18).
JESUS reivindicava a autoridade divina, não somente para as Escrituras do
Antigo Testamento, como também para seus próprios ensinos. O que ouve as suas
palavras e as pratica é sábio (Mt 7.24), porque os seus ensinos provêm de DEUS
(Jo 7.15-17; 8.26-28; 12.48-50; 14.10). JESUS é o semeador que semeia a boa
semente da Palavra de DEUS (Lc 8.1-13). Sua expressão frequente: "Eu,
porém, vos digo" (Mt 5.22), usada lado a lado com a total compreensão do
Antigo Testamento, demonstrava que "suas palavras levam toda a autoridade
das palavras de DEUS". "O céu e a terra passarão, mas as minhas
palavras não hão de passar" (Mt 24.35).
JESUS indicou, também, que haveria uma característica divina e especial no
testemunho que seus seguidores dariam dEle. O Senhor os havia treinado mediante
suas palavras e seu exemplo, e os comissionara para serem testemunhas até aos
confins da terra, ensinando as pessoas a guardar todas as coisas que Ele lhes
mandara (Mt 28.18-20). Ele lhes ordenara ainda que esperassem, em Jerusalém, a
vinda do ESPÍRITO SANTO, a quem o Pai enviaria em seu nome, para que tivessem
poder a fim de lhe servirem como testemunhas (Lc 24.49; Jo 14.26; At 1.8). O
ESPÍRITO SANTO faria os discípulos lembrar-se de tudo quanto JESUS lhes dissera
(Jo 14.26). O ESPÍRITO lhes ensinaria todas as coisas, guia-los-ia em toda a
verdade, contar-lhes-ia o que havia de acontecer, lançaria mão das coisas de
CRISTO e as faria conhecidas aos discípulos (Jo 14.26; 15.26,27; 16.13-15).
Foram cumpridas as promessas que JESUS fizera aos seus discípulos. O ESPÍRITO
SANTO inspirou alguns deles a escreverem a respeito do seu Senhor.
Consequentemente, tanto os escritos do Antigo, quanto os do Novo Testamento;
enfim, a Bíblia toda reivindica, de modo específico e direto, que é a revelação
especial da parte de DEUS.
A Inspiração das Escrituras
DEUS se revelou à sua criação. A inspiração diz respeito ao registro, ou à
escrita, dessa revelação divina. Posto que a Bíblia foi escrita por autores
humanos, devemos perguntar: "Em que sentido seus escritos poderão (ou não)
ser chamados a Palavra de DEUS?" Uma questão correlata diz respeito ao
grau (ou extensão) em que seus escritos podem ser considerados revelação de
DEUS.
A Base Bíblica para a Inspiração
Considerando que toda testemunha tem o direito de se expressar por si mesma,
será examinada, em primeiro lugar, a reivindicação que os próprios escritores
bíblicos fazem à inspiração divina. Muitos dos que compuseram as Escrituras
eram participantes, ou testemunhas oculares, dos eventos a respeito dos quais
escreveram.
O que era desde o princípio, o que vimos com os nossos olhos, o que temos
contemplado, e as nossas mãos tocaram da Palavra da vida (porque a vida foi
manifestada, e nós a vimos, e testificamos dela, e vos anunciamos a vida
eterna, que estava com o Pai e nos foi manifestada), o que vimos e ouvimos,
isso vos anunciamos (1 Jo 1.1-3).
Cada um deles, seja Moisés, Davi, Jeremias, Mateus, João, Pedro, ou Paulo,
escreveu com base em suas próprias experiências à medida que DEUS se revelava a
eles (Ex 4.1-17; SI 32; Jr 12; At 1.1-3; 1 Co 15.6-8; 2 Co 1.3-11; 2 Pe
1.14-18). Mas seus escritos eram mais que relatos de pessoas envolvidas.
Declaravam que escreviam não somente a respeito de DEUS, mas também em prol de
DEUS. A sua palavra era a Palavra de DEUS; a sua mensagem era a mensagem de
DEUS.
Em todo o Antigo Testamento, deparamo-nos com expressões tais como: "Falou
o SENHOR a Moisés, dizendo" (Ex 14.1); "A palavra que veio a
Jeremias, da parte do SENHOR, dizendo" (Jr 11.1); "Tu, pois, ó filho
do homem, profetiza... e dize: Assim diz o SENHOR DEUS" (Ez 39.1);
"Assim diz o SENHOR" (Am 2.1). Tais declarações são usadas mais de
3.800 vezes, e demonstram com clareza que os escritores tinham consciência de
estar entregando uma mensagem autorizada da parte de DEUS.
Os escritores do Novo Testamento não tinham, também, a menor dúvida de estarem
falando em nome de DEUS. JESUS não somente ordenou que os discípulos pregassem,
mas também lhes disse o que deviam pregar (At 10.41-43). Suas palavras não eram
"palavras de sabedoria humana, mas com as que o ESPÍRITO SANTO ensina,
comparando as coisas espirituais com as espirituais" (1 Co 2.13).
Esperavam que as pessoas reconhecessem que, por escrito, estavam elas recebendo
"mandamentos do Senhor" (cf. 1 Co 14.37). Paulo podia garantir aos
gálatas que, "acerca do que vos escrevo, eis que diante de DEUS testifico
que não minto" (Gl 1.20), porque o tinha recebido da parte de DEUS (Gl
1.6-20). Os tessalonicenses foram elogiados por terem recebido a mensagem
"não como palavra de homens, mas (segundo é, na verdade) como palavra de
DEUS" (1 Ts 2.13). Preceitos e mandamentos eram escritos à comunidade em
nome de JESUS, e deixar de observá-los podia ocasionar motivo para a exclusão
do desobediente (2 Ts 3.6-14). Assim como DEUS tinha falado através dos santos
profetas, agora o Senhor dava mandamentos através dos seus apóstolos (2 Pe
3.2). Receber a vida eterna está vinculado com o ato de crer no testemunho de
DEUS (registrado pelos discípulos) a respeito do seu Filho (ljo 5.10-12).
Nestes trechos, e em outros semelhantes, fica evidente que os escritores do
Novo Testamento estavam convictos de estarem declarando "todo o conselho
de DEUS" em obediência ao mandamento de CRISTO e sob a orientação do
ESPÍRITO SANTO (At 20.27). Os escritores do Novo Testamento também reconheciam
a autoridade total das Escrituras do Antigo Testamento, porque DEUS "falou
pelo ESPÍRITO SANTO" através dos autores humanos (At 4.24,25; Hb 3.7;
10.15,16).
Paulo escreveu a Timóteo, asseverando que as Escrituras podiam fazê-lo
"sábio para a salvação, pela fé que há em CRISTO JESUS" (2 Tm 3.15).
O valor das Escrituras deriva-se de sua origem. Paulo indica que o mérito das
Escrituras não está no escritor humano, mas no próprio DEUS. Ele afirma:
"Toda Escritura é inspirada por DEUS" (2 Tm 3.16). O termo
"inspiração" é derivado desse versículo, e aplicado à escrita da
Bíblia. A palavra grega empregada aqui é theopneustos que, literalmente,
significa "soprada por DEUS". As versões mais recentes dizem com
razão: "Toda Escritura é inspirada [soprada] por DEUS" (NVI). Paulo
não está dizendo que DEUS soprou alguma característica divina nos escritos
humanos das Escrituras, ou que toda a Escritura respira um ambiente de DEUS,
que fala dEle. O adjetivo grego (theopneustos) é claramente predicativo, e é
usado para identificar a fonte originária de todas as Escrituras. DEUS é o
Autor, em última análise. Logo, toda a Escritura é a voz de DEUS, a Palavra de
DEUS (At 4.25; Hb 1.5-13).
O contexto de 2 Timóteo 3.16 tem em vista as Escrituras do Antigo Testamento. A
declaração de Paulo é que a totalidade do Antigo Testamento é a revelação
inspirada da parte de DEUS. O fato de que o Novo Testamento ainda estava sendo
escrito, exclui a mesma reivindicação interna e explícita para ele. Mesmo
assim, algumas declarações específicas feitas pelos escritores do Novo
Testamento subentendem que a inspiração das Escrituras estende-se à Bíblia
inteira. Por exemplo, em 1 Timóteo 5.18 Paulo escreve: "Porque diz a
Escritura: Não ligarás a boca ao boi que debulha. E: Digno é o obreiro do seu
salário". Paulo está citando Deuteronômio 25.4 e Lucas 10.7, considerando
"Escritura" as citações tanto do Antigo quanto do Novo Testamento.
Além disso, Pedro refere-se a todas as epístolas de Paulo que, embora tratassem
a respeito da salvação divina, contêm "pontos difíceis de entender".
Por isso, algumas pessoas as "torcem e igualmente as outras Escrituras,
para sua própria perdição" (2 Pe 3.16, grifos nossos). Note que Pedro
coloca todas as Epístolas de Paulo na categoria de Escritura. Torcê-las é
torcer a Palavra de DEUS, resultando na destruição do transgressor. Os
escritores do Novo Testamento comunicam "com as palavras que o ESPÍRITO SANTO
ensina, comparando as coisas espirituais com as espirituais" (1 Co 2.13),
assim como JESUS prometera (Jo 14.26; 16.13-15).
Na sua segunda epístola, Pedro fala de sua morte iminente e do seu desejo de
que seus leitores se mantenham na verdade que ele já lhes havia compartilhado.
Mostra-lhes que a fé em CRISTO não é nenhuma invenção, e lembra-lhes de que ele
mesmo era testemunha ocular daqueles eventos. Pedro estava com CRISTO, vendo-o
e ouvindo-o pessoalmente (2 Pe 1.12-18). O apóstolo passa, então, a escrever de
algo mais firme que seu testemunho pessoal (2Pe 1.19). Falando das Escrituras,
afirma que os autores humanos eram "levados adiante" (pheromenoi)
pelo ESPÍRITO SANTO ao comunicarem as coisas de DEUS. O resultado disso era uma
mensagem não iniciada pelos desígnios humanos nem produzida pelo mero
raciocínio e pesquisa humanos (sem serem excluídas tais coisas). Pedro afiança:
"Sabendo primeiramente isto: que nenhuma profecia da Escritura é de
particular interpretação; porque a profecia nunca foi produzida por vontade de
homem algum, mas os homens santos de DEUS falaram inspirados pelo ESPÍRITO
SANTO" (2 Pe 1.20,21).
O emprego que Pedro faz da expressão "profecia da Escritura" é um
caso de pars pro tota. Ou seja: uma parte da Escritura representa a totalidade
desta. "O ímpeto que levou à escrita provinha do ESPÍRITO SANTO. Por essa
razão, os leitores de Pedro devem prestar atenção... pois não é simplesmente a
palavra dos homens, mas a Palavra de DEUS".
Em virtude de sua inspiração pelo ESPÍRITO SANTO, toda a Escritura é fonte de
autoridade. JESUS garante que até o menor dos mandamentos bíblicos é importante
e obrigatório:
"Porque em verdade vos digo que, até que o céu e a terra passem, nem um
jota ou um til se omitirá da lei sem que tudo seja cumprido. Qualquer, pois,
que violar um destes menores mandamentos e assim ensinar aos homens será
chamado o menor no Reino dos céus; aquele, porém, que os cumprir e ensinar será
chamado grande no Reino dos céus" (Mt 5.18,19).
A recompensa, ou o castigo, depende de nosso relacionamento com todos os
mandamentos, incluindo-se o menor deles. Acusado de blasfêmia por haver
reivindicado a própria divindade, JESUS apelou à expressão "sois
'deuses", que se acha no Salmo 82.6. Contra essa acusação, edificou a sua
defesa na verdade, já bem aceita, de que até mesmo uma frase relativamente
obscura das Escrituras não pode ser anulada (Jo 10.34,35). A razão por que não
podia ser anulada era que, mesmo como fragmento da Escritura, não deixava de
ser a Palavra de DEUS.
Porque
primeiramente vos entreguei o que também recebi: que CRISTO morreu por nossos
pecados, segundo as Escrituras, e que foi sepultado, e que ressuscitou ao
terceiro dia, segundo as Escrituras, 1 Coríntios 15:3,4 Paulo enfatiza as
escrituras como base de sua fé.
Modos de Inspiração
Uma vez aceito o testemunho que as Escrituras dão acerca de si mesmas, fica
mais que clara a sua divina inspiração. A medida que os autores humanos da
Bíblia a compunham, o próprio DEUS dava mostras inequívocas de achar-se
envolvido neste processo de comunicação. E posto que na maioria dos casos a
Bíblia não revela a forma de sua inspiração, várias teorias têm surgido a
respeito. Cinco opiniões básicas são consideradas resumidamente nesta seção.
Intuição natural. A inspiração é meramente uma perspiácia natural nos
assuntos espirituais, exercida por pessoas bem dotadas. Assim como alguns têm
aptidão para a matemática ou para a ciência, os escritores bíblicos teriam
aptidão para as ideias religiosas. Não se vê nisso qualquer envolvimento
especial de DEUS. A pessoa poderia ter a mesma inspiração natural para escrever
uma poesia ou para compor um hino.
Iluminação especial. A inspiração seria uma intensificação, ou
exaltação, divina das percepções religiosas que todos os cristãos têm em comum.
Os dons naturais dos escritores bíblicos teriam sido aguçados de alguma maneira
pelo ESPÍRITO SANTO, mas sem nenhuma orientação especial, ou comunicação da
verdade divina.
Orientação dinâmica. A inspiração é a orientação especial pelo ESPÍRITO
SANTO, dada aos escritores bíblicos, para garantir toda mensagem divina que
trata de matérias concernentes à fé religiosa e ao viver piedoso. A ênfase
recai nos pensamentos ou conceitos que DEUS, querendo fossem comunicados,
fornecia aos escritores humanos, aos quais dava plena liberdade quanto à
expressão natural. Os elementos da fé e da prática religiosas eram assim
orientados, mas as chamadas matérias não-essenciais dependiam totalmente
(segundo essa opinião) dos conhecimentos, experiências, e escolhas dos próprios
autores humanos.
Plenária verbal. A inspiração é a combinação entre a expressão natural
dos escritores e a iniciação e orientação especiais dos seus escritos
concedidas pelo ESPÍRITO SANTO. Mas o ESPÍRITO SANTO não somente dirigia os
pensamentos, ou conceitos dos escritores, como também supervisionava a seleção
das palavras para a totalidade do texto (e não somente para as questões de fé e
prática). O ESPÍRITO SANTO garantia a exatidão e a suficiência de tudo quanto
era escrito como a revelação da parte de DEUS.
Ditado divino. A inspiração é a superintendência infalível da reprodução
mecânica das palavras divinas à medida que o ESPÍRITO SANTO as ditava aos
autores bíblicos. Estes, como obedientes estenógrafos, tudo registravam segundo
as ordens especiais do ESPÍRITO SANTO quanto ao conteúdo, vocabulário e estilo.
Formulando um Conceito da Inspiração
O conceito de inspiração deve levar em conta tudo quanto é necessário para a
revelação divina ser comunicada com exatidão. O modo correto de inspiração deve
incluir todos os elementos que a Bíblia postula tanto no ato de inspirar quanto
nos efeitos desse ato. Deve também reservar um lugar apropriado à atividade de
DEUS e à atividade humana.
Ao examinarmos os dados fornecidos nas Escrituras, vários elementos envolvidos
no ato de inspirar são apresentados com clareza.
(1)
Toda a Escritura é respirada por DEUS, procede da boca de DEUS (2 Tm 3.16).
(2)
Os autores da Escritura falaram inspirados pelo ESPÍRITO SANTO (2 Pe 1.21).
(3)
Os escritores sagrados não falavam segundo a própria vontade, mas de acordo com
a vontade divina.
(4)
Todavia, eles tomavam parte ativa e dinâmica na produção das Escrituras. Não
eram meros robôs (Lc 20.42; Jo 12.39; At 3.22).
Semelhantemente, a Escritura fornece soluções quanto ao ato de inspirar.
(1)
Toda a Escritura é respirada por DEUS e, portanto, toda a Escritura é a Palavra
de DEUS (1 Co 14.37; 2 Tm 3.16).
2)
Toda a Escritura é proveitosa; é uma regra completa e suficiente para a fé e
prática (2 Tm 3.16,17).
(3)
Nenhuma linha da Escritura pode ser deixada de lado, anulada ou destruída; a
totalidade da Escritura tem de ser aceita em sua integridade e plenitude (Jo
10.35).
(4)
A Escritura é mais fidedigna que qualquer observação meramente humana, seja
empírica, seja científica, seja filosófica (2 Pe 1.12-19).
(5)
Nenhuma parte da Escritura é condicionada, quanto à sua veracidade, por nenhuma
limitação de seu autor humano (2 Pe 1.20). O condicionamento histórico normal,
bem como a pecaminosidade e finitude humanas, são contrabalançados pela
supervisão do ESPÍRITO SANTO.
À luz dessas observações, extraídas da própria Escritura, pode-se fazer uma
avaliação dos cinco modos de inspiração sugeridos.
Tais
conceitos, por considerarem a inspiração meramente um dom natural de
iluminação, não prestam a devida atenção ao fato de DEUS haver
"soprado" a Escritura. O conceito da orientação dinâmica, que
entende serem as questões de fé e práticas devidamente inspiradas, em contraste
com os assuntos mais corriqueiros, não fornece nenhum método seguro para
determinar o que é inspirado e o que não o é. Nem sequer leva em conta a
declaração bíblica de que toda a Escritura é inspirada, inclusive os versículos
tidos como obscuros.
O conceito do ditado divino na inspiração não reconhece devidamente o
elemento humano - os estilos, expressões e ênfases específicos dos escritores
de per si.
O conceito da inspiração verbal e plenária evita os exageros de se enfatizar
a atividade de DEUS a ponto de negligenciar a participação humana, ou de
enfatizar a contribuição humana a ponto de desprezar o envolvimento divino na
produção da Escritura.
A
totalidade da Escritura Sagrada é inspirada, pois seus autores a escreviam sob
a supervisão e orientação do ESPÍRITO SANTO. Isto permite variedades de estilo
literário, gramática, vocabulário e outras peculiaridades humanas. Afinal,
alguns escritores bíblicos tinham, sob o apanágio da providência de DEUS,
passado por longos anos de experiência e preparo incomparáveis. Eis por que
foram usados por DEUS para comunicar a sua mensagem (Moisés, Paulo).
Os conceitos da orientação dinâmica e os da inspiração verbal e plenária são
sustentados por muito eruditos; tais conceitos reconhecem a obra do ESPÍRITO
SANTO, bem como as diferenças óbvias nos vocabulários e estilos dos escritores.
Uma diferença importante entre as duas opiniões envolve a extensão da inspiração.
Reconhecendo ter havido orientação do ESPÍRITO SANTO, até onde esta se estende?
No tocante aos escritos bíblicos, os defensores das várias opiniões dinâmicas
sugeriram que a orientação do ESPÍRITO estendeu-se aos mistérios além do
alcance da razão humana, ou somente até à mensagem da salvação, ou ainda até as
palavras de CRISTO, ou talvez até certos assuntos (tais como as seções
didáticas ou proféticas, ou talvez a todas as matérias que se relacionam com a
fé e prática cristãs).
A
inspiração plenária e verbal sustenta, porém, que a orientação do ESPÍRITO
SANTO
estendia-se a todas as palavras dos documentos originais (os autógrafos).
No tocante à orientação do escritor pelo ESPÍRITO, tem-se sugerido que a
influência do ESPÍRITO estendeu-se somente ao impulso original para se
escrever, ou somente à seleção dos tópicos, ou apenas aos pensamentos ou ideias
do autor, conforme este achasse melhor.
Na
inspiração plenária e verbal, todavia, a orientação do ESPÍRITO estendia-se até
às próprias palavras que o escritor selecionava para expressar os seus
pensamentos. O ESPÍRITO SANTO não ditava as palavras, mas guiava o escritor
para que este, livremente, escolhesse as palavras que realmente expressavam a
mensagem de DEUS. (Por exemplo, o escritor poderia ter escolhido
"casa" ou "construção", segundo a sua preferência, mas não
poderia ter escolhido "campo", pois isso teria mudado o conteúdo da
mensagem.)
Qualquer combinação das sugestões no conceito da orientação dinâmica coloca-nos
numa posição de relatividade quanto à extensão da inspiração das Escrituras.
Esse posicionamento relativo requer seja aplicado algum princípio para
diferenciar as partes inspiradas das não-inspiradas (ou mais inspiradas e menos
inspiradas) da Bíblia. Vários princípios têm sido sugeridos: tudo quanto é
razoável; tudo quanto é necessário para a salvação; tudo quanto é valioso para
a fé e a prática; tudo quanto traz o Verbo; tudo quanto é querigma genuíno, ou
tudo aquilo sobre o qual o ESPÍRITO dá testemunho especial. Todos os princípios
desse tipo são subjetivos e centralizam-se no homem. Além disso, há o problema
de quem aplicará o princípio de modo decisivo. A hierarquia eclesiástica, os
estudiosos bíblicos e os teólogos, os cristãos individuais, todos desejariam o
poder de escolha. Em última análise, o conceito da orientação dinâmica acaba
derivando do homem a autoridade da Bíblia, em vez de derivá-la de DEUS. Somente
o conceito da inspiração plenária e verbal evita o problema da relatividade
teológica, sem deixar de levar em conta a variedade humana ao reconhecer que a
inspiração se estende à totalidade das Escrituras.
A inspiração plenária e verbal contém uma definição essencial no próprio
nome. E a crença de que a Bíblia é inspirada nas próprias palavras (verbal)
escolhidas pelos escritores. É inspiração plenária (plena, total, inteira)
porque todas as palavras, em todos os escritos originais (autógrafos), são
inspiradas. Uma definição mais técnica da inspiração segundo a perspectiva
plenária e verbal poderia ser esta: A inspiração é o ato especial do ESPÍRITO
SANTO mediante o qual motivou os escritores bíblicos a escrever, orientando-os
até mesmo no emprego das palavras, preservando-os de igual modo de todos os
erros ou omissões.
Apesar de cada palavra da Bíblia ser inspirada por DEUS, a sua veracidade
depende do contexto, isto é: ela pode registrar autoritativamente o conteúdo
inspirado e verídico de uma mentira. Quando, por exemplo, a serpente disse a
Eva que esta não morreria se comesse do fruto proibido, estava, sem dúvida
alguma, mentindo - pois Eva morreria! (Gn 3.4,5). No entanto, posto que a
totalidade da Bíblia seja inspirada, as palavras do tentador, embora falsas,
foram registradas com exatidão.
A inspiração verbal e plenária era a opinião da Igreja Primitiva.
Durante
os oito primeiros séculos da Igreja, nenhum líder eclesiástico, de vulto, ousou
sustentar outra opinião. Procedimento similar foi adotado pelas igrejas cristãs
ortodoxas até ao século XVIII. A inspiração plenária e verbal continua sendo o
conceito sustentado pelo evangelicalismo.
A inspiração verbal e plenária eleva o conceito da inspiração até à plena
infalibilidade, posto que todas as palavras são, em última análise, palavras de
DEUS. A Escritura é infalível porque é a Palavra de DEUS, e DEUS é infalível.
Nas
últimas décadas do século XX, alguns procuraram apoiar o conceito da inspiração
plenária e verbal sem o corolário da infalibilidade. Como resposta, livros
foram escritos, conferências, realizadas, e organizações formadas na tentativa
de firmar o modo histórico de se entender a inspiração das Escrituras Sagradas.
Uma fileira de fortes adjetivos tem sido acrescentada à expressão
"plenária e verbal" até ao ponto de alguns insistirem que esta
opinião teológica seja chamada "inspiração verbal plenária, infalível,
inerrante, ilimitada". Quando investigamos o significado de tantos
qualificativos, constatamos que é exatamente isto o que significa a
"inspiração plenária e verbal"!
O ESPÍRITO SANTO e a Palavra
A Inspiração
As Escrituras eram sopradas por DEUS a medida que o ESPÍRITO SANTO inspirava
seus autores a escrever em prol de DEUS. Por causa de sua iniciação e
superintendência, as palavras dos escritores eram verdadeiramente a Palavra de
DEUS. Pelo menos em alguns casos, os escritores bíblicos tinham consciência de
que a sua mensagem não era meramente sabedoria humana, mas "as palavras
que o ESPÍRITO SANTO ensina" (1 Co 2.13).
Os próprios autores sagrados tinham consciência da qualidade inspirada dos
escritos que compunham a Palavra de DEUS, conforme o demonstram expressões tais
como: "O próprio Davi disse pelo ESPÍRITO SANTO" (Mc 12.36); "O
ESPÍRITO do SENHOR falou por mim" (2 Sm 23.2); "Varões irmãos,
convinha que se cumprisse a Escritura que o ESPÍRITO SANTO predisse pela boca
de Davi" (At 1.16); "Bem falou o ESPÍRITO SANTO a nossos pais pelo
profeta Isaías" (At 28.25); "Portanto, como diz o ESPÍRITO SANTO, se
ouvirdes hoje a sua voz" (Hb 3.7); "E também o ESPÍRITO SANTO no-lo
testifica, porque, depois de haver dito: Este é o concerto que farei" (Hb
10.15,16). Sendo assim, sejam quais forem os escritores - Moisés, Davi, Lucas, Paulo
ou desconhecidos (a nós) - escreveram eles "inspirados pelo ESPÍRITO
SANTO" (2 Pe 1.21 ou "movidos pelo ESPÍRITO SANTO" ARA).
Alguns consideram (erroneamente) que a inspiração pelo ESPÍRITO envolvia
um ditado mecânico da Escritura, apelando ao herético teólogo João Calvino.
Várias vezes, Calvino realmente emprega o termo "ditado" em conjunção
com a inspiração pelo ESPÍRITO. Por exemplo: "Seja quem for que serviu de
escrevente dos Salmos, parece que o ESPÍRITO SANTO ditou pela sua
boca uma forma comum de oração para a Igreja na sua aflição”.
O ESPÍRITO SANTO, fazendo uso das respectivas personalidades dos vários
autores, e de suas experiências, capacidades e estilos, supervisionava-lhes os
escritos a fim de garantir que a mensagem de DEUS fosse comunicada
integralmente e com toda a exatidão. Conforme JESUS prometera aos seus
discípulos, o ESPÍRITO os guiaria à verdade, trazendo-lhes à lembrança as suas
palavras, e ensinar-lhes-ia tudo quanto era necessário à revelação divina (Jo
14-16).
A doutrina da iluminação do ESPÍRITO envolve a obra do ESPÍRITO SANTO na
pessoa, levando-a a aceitar, entender e apropriar-se da Palavra de DEUS.
Anteriormente, já havíamos considerado várias evidências internas e externas
que confirmam ser a Bíblia a Palavra de DEUS. No entanto, mais poderosa e mais
convincente que todas elas é o testemunho interior do ESPÍRITO SANTO. Embora as
evidências sejam importantes, e o ESPÍRITO SANTO possa fazer uso delas, em
última análise é a voz autorizada do ESPÍRITO, no coração humano, que produz a
convicção de que a Escritura é, de fato, a Palavra de DEUS.
Sem o ESPÍRITO SANTO, a humanidade nem aceita, nem entende as verdades oriundas
de DEUS. A rejeição da verdade divina pelos incrédulos acha-se vinculada à sua
falta de entendimento espiritual. As coisas de DEUS são por eles consideradas
loucuras (1 Co 1.22,23;2.14). JESUS descreveu os incrédulos como aqueles que
ouvem mas não compreendem (Mt 13.13-15). Por causa do pecado "se tornaram
nulos em seus próprios raciocínios, obscurecendo-se-lhes o coração
insensato" (Rm 1.21 - ARA). "O DEUS deste século cegou os
entendimentos dos incrédulos, para que não lhes resplandeça a luz do
evangelho" (2 Co 4.4). Sua única esperança para receberem o entendimento
espiritual, ou para perceberem a verdade da parte de DEUS, é a iluminação do
ESPÍRITO (Ef 1.18; 1 Jo 5.20). Essa percepção espiritual inicial resulta na
regeneração, mas também abre a porta para uma nova vida de crescimento no
conhecimento divino.
Embora as promessas de João 14-16, a respeito da orientação e ensino a serem
ministrados pelo ESPÍRITO SANTO, façam referência especial aos discípulos de
JESUS que seriam usados para escrever o Novo Testamento, há um sentido contínuo
em que esse ministério do ESPÍRITO relaciona-se a todos os cristãos. "O
mesmo Ensinador também continua a sua obra de ensino dentro de nós, não por
meio de trazer uma nova revelação, mas por meio de trazer novo entendimento,
nova compreensão, nova iluminação. Mas Ele faz mais do que nos mostrar a verdade.
Ele nos coloca dentro da verdade, e ajuda-nos a pô-la em prática".
É importante manter juntas a Palavra escrita de DEUS e a iluminação do ESPÍRITO
SANTO: O que o ESPÍRITO ilumina é a verdade da Palavra de DEUS, e não algum
conteúdo místico oculto nessa revelação. A mente humana não é deixada de lado,
mas vivificada à medida que o ESPÍRITO SANTO elucida a verdade. "A
revelação é derivada da Bíblia, e não da experiência, nem do ESPÍRITO SANTO
como uma segunda fonte de informação paralela à Escritura e independente
desta". Nem sequer os dons de expressão vocal, dados pelo ESPÍRITO SANTO,
têm a mínima igualdade com as Escrituras, pois eles também devem ser julgados
pelas Escrituras (1 Co 12.10; 14.29; 1 Jo 4.1), pois podem a pessoa pode
alterar a mensagem do ESPÍRITO SANTO que lhe foi dada. O ESPÍRITO SANTO nem
altera nem aumenta a verdade da revelação divina dada nas Escrituras. Estas
servem como padrão objetivo necessário e exclusivo através das quais a voz do
ESPÍRITO SANTO continua a ser ouvida.
A iluminação do ESPÍRITO SANTO não visa ser um atalho para se chegar ao
conhecimento bíblico, nem um substituto do estudo sincero da Palavra de DEUS.
Pelo contrário: é à medida que estudamos as Escrituras que o ESPÍRITO SANTO vai
nos outorgando entendimento espiritual, que inclui tanto a crença quanto a
persuasão. "As pesquisas filológicas e exegéticas não são usualmente
"locais" para sua operação, pois é no coração do próprio intérprete
que Ele opera, criando aquela receptividade interior pela qual a Palavra de
DEUS é realmente 'ouvida'." O crente cheio do ESPÍRITO, fazendo como
que a Palavra seja ouvida pelo coração, e não apenas pela cabeça, produz uma
convicção a respeito da verdade que resulta numa apropriação zelosa desta mesma
Palavra (Rm 10.17; Ef 3.19; 1 Ts 1.5; 2.13).
A neo-ortodoxia tende a confundir a inspiração com a iluminação ao
considerar que as Escrituras "se tornam" a Palavra de DEUS quando o
ESPÍRITO SANTO aplica seus escritos aos corações humanos. Segundo a
neo-ortodoxia, a Escritura é revelação somente quando e onde o ESPÍRITO SANTO
fala de modo existencial. O texto bíblico não tem nenhum significado objetivo
específico. "Posto que não existem verdades reveladas, mas somente
verdades da revelação, o modo de uma pessoa interpretar um encontro com DEUS
pode ser diferente da maneira como outra pessoa entende igual situação".
Os evangélicos, contudo, consideram a Escritura como a Palavra escrita e
objetiva de DEUS, inspirada pelo ESPÍRITO na ocasião em que foi escrita. A
comunicação verdadeira a respeito de DEUS está presente na forma proposicional,
quer a reconheçamos, quer a rejeitemos. A autoridade da Escritura é intrínseca
devido à inspiração, e não depende da iluminação. E independente do testemunho
do ESPÍRITO SANTO, e antecede a este. O ESPÍRITO SANTO ilumina o que Ele já tem
inspirado, e a sua iluminação encontra-se vinculada exclusivamente com a
Palavra escrita e a vontade de DEUS.
A Palavra Escrita e o Verbo Vivo
A revelação que DEUS fez de si mesmo centraliza-se em JESUS CRISTO. Ele é o
Logos de DEUS. Ele é o Verbo Vivo, o Verbo encarnado, que revela o DEUS eterno
em termos humanos. O título Logos só pode ser encontrado nos escritos joaninos,
embora o emprego do termo haja sido relevante na filosofia grega daqueles dias.
Alguns têm procurado uma ligação entre a linguagem de João e a dos estóicos,
dos primeiros gnósticos, ou dos escritos de Filo de Alexandria. Estudos mais
recentes sugerem que João foi influenciado primariamente pelos seus alicerces
no Antigo Testamento e na fé cristã. E provável, porém, que tivesse consciência
das conotações mais amplas do termo, e que a tivesse empregado deliberadamente,
com o propósito de transmitir um significado adicional e especial.
O Logos é identificado com a Palavra de DEUS na Criação e também com sua
Palavra autorizada (a lei para toda a humanidade). João deixa nossa imaginação
atônita quando introduz o Logos eterno, o Criador de todas as coisas, o próprio
DEUS, como o Verbo que se encarnou a fim de habitar entre a sua criação (Jo
1.1-3,14). "DEUS nunca foi visto por alguém. O filho unigénito, que está
no seio do Pai, este o fez conhecer" (Jo 1.18). O Verbo Vivo tem sido
visto, ouvido, tocado, e agora proclamado mediante a Palavra escrita (1 Jo
1.1-3). Quando do encerramento do cânon sagrado, o Logos vivo de DEUS, o Fiel e
Verdadeiro, está em estado de prontidão no Céu, prestes a voltar à Terra como
Rei dos reis e Senhor dos senhores (Ap 19.11-16).
A suprema revelação de DEUS acha-se no seu Filho. Durante muitos séculos,
mediante as palavras dos escritores do Antigo Testamento, DEUS havia se
revelado progressivamente. Tipos, figuras, sombras e prefigurações desdobravam
paulatinamente o plano de DEUS para a redenção da humanidade (Cl 2.17). Depois,
na plenitude dos tempos, DEUS enviou o seu Filho para revelar o Pai de forma
mais perfeita e para executar aquele gracioso plano mediante a sua morte na
Cruz (1 Co 1.17-25; Gl 4-4). Toda a revelação bíblica, antes e depois da
Encarnação de CRISTO, centraliza-se nEle. As muitas fontes originárias e
maneiras da revelação anterior indicavam e prenunciavam a sua vinda à terra
como homem. Toda a revelação subsequente engrandece e explica a sua vinda. A revelação
que DEUS fez de si mesmo começou pequena e misteriosa, progrediu no decurso do
tempo, e chegou ao seu ponto culminante na Encarnação do seu Filho. JESUS é a
revelação mais completa de DEUS. Todos os escritos inspirados que se seguem
após a sua vinda não acrescentam nenhuma revelação maior, mas engrandecem a
importância de sua Encarnação. "[O ESPÍRITO] não falará de si mesmo, mas
dirá tudo o que tiver ouvido e vos anunciará o que há de vir" (Jo 16.13).
Na Pessoa de JESUS CRISTO, coincidem entre si a Fonte e o Conteúdo da
revelação. Ele não era mais um meio de comunicar a revelação divina, conforme o
foram os profetas e apóstolos. Ele mesmo é "o resplendor da sua glória, e
a expressa imagem da sua pessoa" (Hb 1.3). Ele é "o caminho, e a
verdade, e a vida"; conhecer a Ele é conhecer também o Pai (Jo 14-6-7). Os
profetas diziam: "Veio a mim a Palavra do Senhor", mas JESUS
afirmava: "Eu vos digo"! JESUS inverteu o uso do termo
"amém", começando assim as suas declarações: "Na verdade [hb.
Amen], na verdade te digo" (Jo 3.3). Tendo Ele falado, a verdade foi
declarada de modo imediato e inquestionável.
CRISTO é a chave que revela o significado das Escrituras (Lc 24.25-27; Jo
5.39,40; At 17.2,3; 28.23; 2 Tm 3.15). Elas testificam dEle e da salvação que
Ele outorga mediante a sua morte. O enfoque que as Escrituras dedicam a CRISTO
não justifica, porém, o abandono irresponsável do texto bíblico nas áreas que
parecem ter poucas informações abertamente cristológicas. Clark H. Pinnock
lembra-nos, com toda a sabedoria, que "CRISTO é o Guia hermenêutico no
significado das Escrituras, e não seu bisturi crítico". A atitude do
próprio CRISTO para com a totalidade das Escrituras era de total confiança e de
plena aceitação. A revelação especial em CRISTO e nas Escrituras é consistente,
coerente e conclusiva. Encontramos CRISTO através das Escrituras, e estas nos
revelam a vida eterna em CRISTO. "Estes, porém, foram escritos para que
creiais que JESUS é o CRISTO, o Filho de DEUS, e para que, crendo, tenhais vida
em seu nome" (Jo 20.31).
TEOLOGIA SISTEMÁTICA - Govaski
TEORIA
DA INSPIRAÇÃO PLENÁRIA OU VERBAL
Todas
as partes da Bíblia são igualmente inspiradas e os escritores não foram usados
inconscientes, mas cooperava com eles o ESPÍRITO SANTO, que os capacitava.
Homens santos escreveram a Bíblia com as palavras de seu vocabulário, mas numa
influenciante presença do ESPÍRITO SANTO, escrevendo a PALAVRA DE DEUS.
REVELAÇÃO
X INSPIRAÇÃO:
Revelação
é a ação de DEUS que se dá a conhecer ao Escritor e que o homem sozinho, nada
pode saber (Dn.12.8; 1 Pe. 1:10,11). Inspiração não implica em revelação. Toda
a Bíblia foi inspirada, mas nem toda ela foi revelada: Ex. de Revelação:
Gênesis, sonhos de José, escritos de Paulo (Gl. 1:11; Ef.3:3).
DECLARAÇÃO
BÍBLICA X DECLARAÇÃO NA BÍBLIA
A
Bíblia não mente, mas registra mentiras de ímpios e do diabo, declarações não
inspiradas por DEUS, mas registradas; verifique quem, para quem, e quando se
fala.
BIBLIOLOGIA
- As Grandes Doutrinas da Bíblia - Raimundo de Oliveira
INTRODUÇÃO
Chamada
"Escritura Sagrada", "Sagradas Escrituras", simplesmente
"Escrituras" ou "Palavra de DEUS", a Bíblia se constitui na
única regra de fé e de conduta do cristão. Ela contém a mente de DEUS, o estado
espiritual do homem, o caminho da salvação, a condenação dos impenitentes, e a
felicidade dos santos. Suas doutrinas são santas, seus preceitos são leis, suas
histórias são verídicas e suas decisões irrevogáveis. Compreender a origem,
propósito e alcance da Bíblia Sagrada é condição indispensável a todos quantos
buscam compreender a boa, santa e agradável vontade de DEUS, e a estarem
habilitados a cumpri-la em suas vidas diariamente.
A
INSPIRAÇÃO DAS ESCRITURAS
O uso do termo inspiração tem a finalidade de designar a influência
controladora que DEUS exerceu sobre os escritores da Bíblia. Tem a ver com a
habilidade comunicada pelo ESPÍRITO SANTO, de receber a mensagem divina e de
registrá-la com absoluta exatidão. O que diferencia a Bíblia dos demais livros
do mundo é a sua inspiração divina. É devido à sua inspiração que a Bíblia é
chamada A Palavra de DEUS.
1. O Fato da Inspiração das Escrituras
É muito interessante compreendermos a contribuição exata do fato de que a
inspiração divina das Escrituras resume o propósito divino da revelação (2 Pd
1.19-21). Este é um assunto que precisa ser exposto com a mais absoluta clareza
face às objeções contra ele levantadas. Contra a crença de que as Escrituras
resumem em si a totalidade do propósito da revelação divina, levantam-se os
seguintes argumentos:
a) CRISTO Versus Apóstolos
Este conceito consiste em distinguir entre a crença de CRISTO e a dos
apóstolos, supostamente em níveis diferentes. Tem o propósito de apresentar
CRISTO em oposição aos apóstolos, procurando salvá-los das errôneas tradições
dos judeus, incluindo evidentemente a crença na inerrância das Escrituras.
Procurando dar bases escriturísticas a essa errônea interpretação, os seus
defensores valem-se de passagens bíblicas isoladas, tais como: Mateus 22.29;
Marcos 12.24 e João 5.39. Porém os apóstolos imitavam JESUS em tudo - Vede
Pedro e Paulo, por exemplo (2 Pe 3.18; 1 Co 11.1).
b) Acomodação
Segundo este argumento, os apóstolos criam que a inerrância das Escrituras
judaicas se constituía numa teoria insustentável. Deste modo, em vez de
adotarem uma linha de interpretação revolucionária, os escritores do Novo
Testamento teriam decidido por acomodar a sua linguagem à realidade espiritual
dos seus dias. Um dos principais defensores deste argumento disse que "as
Escrituras do Novo Testamento estão completamente dominadas pelo espírito de
sua época. Assim o seu testemunho concernente â inspiração das Escrituras
carece de valor independente". Porém Pedro e Paulo defendem veementemente
as escrituras como Palavra de DEUS, inspirada pelo ESPÍRITO SANTO. (2 Pe 1.21;
1 Co 2.13).
c) Ignorância
Os defensores deste argumento dizem que os apóstolos eram "homens sem
letras e indoutos" (At 4.13), e, portanto, estavam sujeitos a errar, e que
CRISTO, devido à sua encarnação, sabia apenas um pouco acima dos seus
contemporâneos. Ainda, segundo este argumento, uma vez que CRISTO não teve
acesso às descobertas científicas do nosso tempo, não podia ter estado muito
acima do nível cultural da sua própria época. Porém JESUS já aos doze anos
aproximadamente dava aulas aos judeus (Lc 2.46, 47).
d) Contradição
Sempre tem havido quem discuta no tocante à suposta "contradição",
"inexatidão" e "inconsistência" das Escrituras. Segundo
esses críticos, um livro não pode ter tão grande valor como o atribuído à
Bíblia, quando contém todos estes elementos. Esses argumentos quanto à
inspiração e inerrância das Escrituras, não têm nada de novo. A negação da
origem divina da Bíblia tem aparecido em todas as gerações com maior ou menor
intensidade neste mundo onde medra a incredulidade. A raiz do problema está no
que se há de aceitar como última palavra no assunto: Devemos aceitar o
ensinamento da Bíblia acerca de si mesma, ou aceitar o ensinamento
contraditório de homens?
2. O Que a Bíblia Diz Acerca da Sua Inspiração
Como qualquer outra doutrina bíblica, a doutrina da inspiração deriva das
Escrituras. A Bíblia mesma testifica abundantemente da sua inspiração e
sustenta o ponto de vista mais estrito com respeito ao assunto. Os escritores
do Antigo Testamento tinham consciência de que escreviam aquilo que o Senhor
lhes mandava (Êx 17.14; 34.27; Nm 33.2; Is 8.1;30.8; Jr 25.13;30.2; Ez 24.1; Dn
12.4) Os profetas tinham consciência de que eram portadores duma mensagem
divina, e, portanto, a introduziam com fórmulas, como: "Assim diz o
Senhor" - "Veio a mim a palavra do Senhor, dizendo" -
"Assim me mostrou o Senhor Jeová", etc. Estas fórmulas se referem à
palavra falada, porém se aplicam também à palavra escrita (Jr 36.27,32; Ez
24.1; Dn 12.4). Os escritores do Novo Testamento com frequência citam passagens
do Antigo Testamento como palavra de DEUS ou do ESPÍRITO SANTO (Mt 15.4; Hb
1.5; 3.7; 4.3; 5.6; 7.21). Paulo fala de suas próprias palavras como palavras
que o ESPÍRITO lhe havia ensinado (1 Co 2.13), e alega que é CRISTO quem fala a
ele (2 Co 13.3).Sua mensagem aos tessalonicenses é "a palavra de DEUS” (1
Ts 2.13). Finalmente, diz na passagem clássica da inspiração: "Toda a
Escritura divinamente inspirada é proveitosa para ensinar, para redarguir
(contradizer os falsos mestres), para corrigir, para instruir em justiça "
(2 Tm 3.16).
3.
A Natureza da Inspiração das Escrituras
Ao considerar a natureza da inspiração das Escrituras, atente-se primeiramente
para dois conceitos errôneos, porém comuns, conhecidos como: "inspiração
mecânica" e "inspiração dinâmica".
a) Inspiração Mecânica
Com frequência se tem concebido o processo da inspiração das Escrituras duma
maneira mecânica. Segundo este conceito, DEUS simplesmente ditava o que os
autores humanos dos livros da Bíblia deviam escrever.
As
investigações, porém, têm mostrado que este conceito é insustentável. A Bíblia
mesma dá prova de que os seus escritores não eram meros instrumentos passivos
na produção dos seus livros, mas sim, eles eram autores no verdadeiro sentido
da palavra. Em alguns casos os escritos da Bíblia são resultados de
investigações históricas, pois se referem a essas investigações (Lc 1.1-4), e
às vezes fazem menção de suas fontes, como os livros de Samuel, Reis, Crônicas,
etc. Noutros casos os autores registram as suas próprias experiências pessoais,
como nos Salmos, nos livros proféticos, em Atos, e nas Epístolas. Cada escritor
tinha estilo próprio. O estilo de Isaías não é como o de Ezequiel, nem o estilo
de Paulo ê como o de Pedro.
Está
claro e evidente que se o ESPÍRITO SANTO ditava o que deveria ser escrito, toda
a bíblia teria um mesmo estilo literário - o do ESPÍRITO SANTO. Portanto é
falsa esta ideia.
b) A Inspiração Dinâmica
Face ao conceito mecânico da inspiração das Escrituras, vários eruditos nos
séculos XVIII e XIX optaram pelo que chamaram "inspiração dinâmica".
Esta teoria rejeita a ideia duma operação direta do ESPÍRITO SANTO sobre a
produção dos livros da Bíblia. Se assim fosse verdade o ESPÍRITO SANTO estaria
ele mesmo mentindo a seu próprio respeito, pois em várias passagens se dá ao
ESPÍRITO SANTO a inspiração da Bíblia (Mc 12.36; At 21.11; Hb 3.7).
c) A Inspiração Orgânica
O conceito de Inspiração geralmente aceito nos círculos cristãos
conservadores, se denomina inspiração "plenária" ou
"orgânica". O termo "orgânico" põe em relevo o fato de que
DEUS não usou os escritores da Bíblia, no sentido mecânico, como se eles fossem
robôs, mas que atuou sobre eles de forma orgânica, em harmonia com as leis do
ser interior desses escritores. Isto é, DEUS os usou tal qual eram, com seu
caráter e temperamento, seus dons e talentos, sua educação e cultura, seu
vocabulário e estilo; iluminou as suas mentes, os impulsionou a escrever,
excluindo a influência do pecado sobre suas atividades literárias.
Na verdade, DEUS os guiou na seleção de suas palavras e na expressão de seus
pensamentos. Este conceito apresenta os escritores da Bíblia, não como simples
amanuenses, mas como verdadeiros autores da Bíblia. Ás vezes eles registravam
comunicações diretas de DEUS, e em outras ocasiões escreviam os resultados de
suas próprias investigações históricas, ou registravam suas experiências. Isto
explica a individualidade dos livros da Bíblia, posto que cada escritor tinha
seu próprio estilo e firmou em sua produção literária seu selo pessoal e as
marcas da época em que viveu.
4.
Provas da Inspiração da Bíblia
Dentre outras provas da inspiração da Bíblia, a dar-lhe patente divina,
destacam-se as seguintes:
a) A Aprovação da Bíblia por JESUS
JESUS aprovou a Bíblia ao lê-la, ao ensiná-la, ao chamá-la "a palavra
de DEUS", e ao cumpri-la (Lc 4.16-20; 24.27; Mc 7.13; Lc 24.44).Quanto ao
Novo Testamento, em João 14.26, o Senhor antecipadamente pôs nele o selo de sua
aprovação divina, ao declarar: "Mas aquele Consolador, o ESPÍRITO SANTO,
que o Pai enviará em meu nome, esse vos ensinará todas as coisas, e vos fará
lembrar tudo quanto vos tenho dito". Assim sendo, o que os apóstolos
ensinaram e escreveram não foi a recordação deles mesmos, mas a do ESPÍRITO
SANTO.
JESUS disse ainda que o ESPÍRITO nos guiaria em "toda a verdade" (Jo
16.13,14). Portanto, no Novo Testamento temos a essência da revelação divina.
b) O Testemunho do ESPÍRITO SANTO no Crente
O mesmo ESPÍRITO que conduz o pecador a aceitar a JESUS como Salvador
pessoal, convence o neoconvertido da origem divina das Escrituras. Não é
necessário que o novo crente faça um curso neste sentido, não. A crença na
autoria e inspiração divina das Escrituras é algo que se dá instantaneamente.
Todo convertido confirma que a Bíblia é a Palavra de DEUS.
c) O Fiel Cumprimento da Profecia
Inúmeras profecias se cumpriram no passado, em sentido parcial ou total;
inúmeras outras cumprem-se em nossos dias, e muitas outras cumprir-se-ão no
futuro. O cumprimento contínuo das profecias bíblicas é uma prova da sua origem
divina. O que DEUS disse, sucederá (Jr 1.12). Glória, pois, a DEUS, por tão
sublime livro!
d) A Perenidade das Escrituras
O tempo não exerce nenhuma influência sobre a Bíblia. É o livro mais antigo
do mundo, e ao mesmo tempo o mais moderno. O jornal de amanhã não se lhe
sobrepuja em atualidade. Em mais de vinte séculos de progresso em todas as
áreas da ciência, homem algum tem sido capaz de melhorar a Bíblia, nem de fazer
outro livro que lhe exceda em valor. Um livro de origem puramente humana, após
tantos milênios de uso, já teria caducado e, se conservado, com certeza estaria
guardado nalgum museu, ou então já teria sido consumido pelas traças. Esta é
mais uma irrefutável prova da origem sobrenatural das Escrituras.
5. A História da Igreja Aprova a Inspiração das Escrituras
Os grandes líderes espirituais cujos nomes a História da Igreja faz menção
elevam as suas vozes em defesa da inspiração, inerrância e infalibilidade das
Escrituras. Seja qual tenha sido o meio pelo qual Agostinho chegou ao
entendimento de que a Bíblia é a Palavra de DEUS, sua posição quanto a
inspiração e inerrância das Escrituras, brota espontânea e abundantemente nos
seus escritos.
Os Reformadores adotaram sem questionar e sem reservas a declaração acerca da
inspiração, e até mesmo da inspiração verbal da Bíblia. Lutero se mostra
consistente quando o ouvimos trovejar no fim da sua vida: "Logo, ou cremos
redondamente, e totalmente e completamente, ou nada cremos: o ESPÍRITO SANTO
não se deixa cortar ou separar, de modo que deixasse uma parte ser ensinada ou
crida de modo verdadeiro, a outra parte de modo falso... Pois é moda dos
hereges começarem primeiramente com um único artigo, mas depois todos devem ser
totalmente negados, como um anel que não tem mais valor quando tem uma quebra
ou corte, ou um sino que, quando está rachado num lugar, não soará mais, e é
totalmente inútil". João Wesley levanta quatro argumentos grandes e
poderosos que nos induzem a crer que a Bíblia precisa ser de origem divina: os
milagres, as profecias, a bondade da doutrina e o caráter moral dos escritores.
Todos os milagres fluem do poder divino; a bondade da doutrina, da bondade
divina, e o caráter moral dos escritores, da santidade divina. Deste modo o
cristianismo é constituído sobre quatro grandes pilares: o poder, a compreensão,
a bondade e a santidade de DEUS.
O poder divino é a fonte de todos os milagres; a compreensão divina, a da
bondade da doutrina; a santidade divina, a do caráter moral dos escritores.
Prosseguindo no seu esforço de provar a origem divina das Escrituras.
a) Ela não podia ser a invenção de homens bons ou de anjos, pois eles não
fariam nem poderiam fazer um livro contando mentiras durante todo o tempo em
que o estavam escrevendo, dizendo: "Assim diz o Senhor" quando o
livro era a sua própria invenção.
b) Ela não podia ser invenção de homens maus ou de demônios pois eles não
fariam um livro que impõe todos os deveres, proíbe todos os pecados e condena
as suas almas ao inferno por toda a eternidade.
c) Eu tiro, portanto, a conclusão de que a Bíblia precisa ter sido dada por
inspiração divina (Coletânea da Teologia de João Wesley – Imprensa Metodista –
Pág. 18).
JESUS Chamou a Bíblia de "a Palavra de DEUS"
"Porém vós dizeis: Se um homem disser ao pai ou à mãe: Aquilo que poderias
aproveitar de mim é Corbã, isto é, oferta ao Senhor; nada mais lhe deixais
fazer por seu pai ou por sua mãe, invalidando assim a palavra de DEUS pela
vossa tradição, que vós ordenastes. E muitas coisas fazeis semelhantes a
estas" (Mc 7.11-13).
JESUS Cumpriu a Bíblia
"E disse-lhes [JESUS]: São estas as palavras que vos disse estando ainda
convosco. Que convinha que se cumprisse tudo o que de mim estava escrito na lei
de Moisés, e nos profetas, e nos Salmos" (Lc 24.44).
JESUS
também afirmou que as Escrituras são a verdade (Jo 17.17).
Ele
viveu e procedeu de acordo com elas (Lc 18.31). Declarou que o escritor Davi
falou pelo ESPÍRITO SANTO (Mc 12.35,36). No deserto, ao derrotar o inimigo,
fê-lo citando a Palavra de DEUS (Dt 8.3; 6.13,16; Mt 4.1-11).
SUBSÍDIOS
DA LIÇÃO A Inspiração Divina Da Bíblia DA CPAD - 1Tr22
AUXÍLIO
TEOLÓGICO TOP1
“A Inspiração Divina da Bíblia
O que diferencia a Bíblia de todos os demais livros do mundo é a sua inspiração
divina (Jó 32.8; 2 Tm 3.16; 2 Pe 1.21). É devido à inspiração divina que ela é
chamada a Palavra de DEUS [...] ̶ Que vem a ser ‘inspiração divina’? ̶ Para
melhor compreensão, vejamos primeiro o que é inspiração. No sentido
fisiológico, é a inspiração do ar para dentro dos pulmões. É pela inspiração do
ar que temos fôlego para falar. Daí o ditado ‘Falar é fôlego’. Quando estamos
falando, o ar é expelido dos pulmões: é o que chamamos de expiração. Pois bem,
DEUS, para falar a sua Palavra através dos escritores da Bíblia, inspirou neles
o seu ESPÍRITO! Portanto, inspiração divina é a influência sobrenatural do
ESPÍRITO SANTO como um sopro, sobre os escritores da Bíblia, capacitando-os a
receber e transmitir a mensagem divina sem mistura de erro. A própria Bíblia
reivindica para si a inspiração de DEUS, pois a expressão ‘Assim diz o Senhor’,
como carimbo de autenticidade divina, ocorre mais de 2.600 vezes nos seus 66
livros; isso além de outras expressões equivalentes” (GILBERTO, Antonio. A
Bíblia através dos Séculos: A história e formação do Livro dos livros. 2.ed.
Rio de Janeiro: CPAD, 2019, p.41).
AMPLIANDO
O CONHECIMENTO TOP2
A
Inspiração
“As Escrituras eram sopradas por DEUS à medida que o ESPÍRITO SANTO inspirava
seus autores a escrever em prol de DEUS. Por causa de sua incitação e
superintendência, as palavras dos escritores eram verdadeiramente a Palavra de
DEUS. Pelo menos em alguns casos, os escritores bíblicos tinham consciência de
que a sua mensagem não era meramente sabedoria humana, mas ‘as palavras que o
ESPÍRITO SANTO ensina’ (1 Co 2.13)”. Amplie mais o seu conhecimento, lendo a
Teologia Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal, CPAD, p.115.
AUXÍLIO DE EDUCAÇÃO CRISTÃ TOP2
“Fundamentos bíblicos para uma filosofia de ensino
Uma filosofia cristã de ensino começa na Bíblia e faz parte do conceito maior
de educação cristã. A Palavra de DEUS oferece mais do que o conteúdo do ensino
cristão; fornece também a estrutura filosófica essencial. Questões
fundamentais, como: ‘Por que ensinar?’; ‘Que resultados devemos esperar?’;
‘Quem é o mediador do ensino cristão?’; ‘Como devemos ensinar?’; e ‘A quem
devemos ensinar?’ encontram respostas provocativas na Bíblia. Um mandato e uma
meta claramente definidos emaranham-se de forma precisa com os notáveis
discernimentos das Escrituras sobre o professor, o aluno e DEUS para, com isso,
formar uma superestrutura estável. Cada ensinador cristão constrói uma
filosofia pessoal de ensino ao entender, correta ou incorretamente, a estrutura
bíblica. Portanto, o desafio de construir uma filosofia verdadeiramente cristã
começa de maneira correta examinando cada parte do componente fornecido pela
Bíblia” (GANGEL, Kenneth O; HENDRICKS, Howard G (Eds.). Manual de Ensino para o
Educador Cristão: Compreendendo a natureza, as bases e o alcance do verdadeiro
ensino cristão. 4.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2005, p.66).
REVISANDO O CONTEÚDO
1. O que as Escrituras reivindicam?
As Escrituras reivindicam que a mensagem bíblica veio da parte de DEUS.
2. O que é Inspiração Plenária?
A inspiração plenária da Bíblia é a inspiração total e completa, tanto do
Antigo quanto do Novo Testamento.
3. Cite um gênero literário e três figuras de linguagens.
Narrativa; parábola, hipérbole e metáforas.
4. Quais os dois pressupostos básicos de inspiração divina do Novo Testamento?
O Novo Testamento possui dois pressupostos básicos de sua inspiração: a) a
promessa de CRISTO de enviar o ESPÍRITO SANTO para guiar os discípulos (Jo
14.26); b) os escritos bíblicos que vindicam esse cumprimento (At 2.4; 1 Co
2.10; Ef 3.5).
5. O que não é possível acontecer sem que haja o mover do ESPÍRITO SANTO?
Sem o mover do ESPÍRITO não é possível nem aceitar e nem entender a Palavra de
DEUS (Mt 13.15; 1 Co 2.14).
))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))
4º
Trimestre de 2018 - As Parábolas de JESUS: As Verdades e Princípios
Divinos para uma Vida Abundante
Comentarista: Wagner
Tadeu Gaby, pastor presidente da Assembleia de DEUS em Curitiba (PR)
Complementos,
Ilustrações e Vídeos: Pr. Luiz Henrique de Almeida Silva - 99-99152-0454.
Vídeo
- https://www.youtube.com/watch?v=24d0XVwAml4
TEXTO ÁUREO
“E
DEUS não fará justiça aos seus escolhidos, que clamam a ele de dia e de noite,
ainda que tardio para com eles?” (Lc 18.7).
VERDADE
PRÁTICA
Quanto
mais perseverarmos na fé, melhor entenderemos a vontade de DEUS.
LEITURA
DIÁRIA
Segunda
– Hb 11.1 O firme fundamento e a prova das coisas que se não veem
Terça – Ef 2.8,9 A salvação é pela graça, mediante a fé, para que ninguém se
glorie
Quarta – Mt 17.20 A fé não precisa ser grande, mas tem de ser íntegra e
verdadeira
Quinta – Hb 11.6 É preciso acreditar, pois sem fé é impossível agradar a DEUS
Sexta – Mt 9.2 Uma fé que, de tão evidente, pode até ser vista
Sábado – 1 Pe 1.9 O alvo supremo da fé não consiste em receber “bênçãos”
LEITURA
BÍBLICA EM CLASSE - Lucas 18.1-8
1
– E contou-lhes também uma parábola sobre o dever de orar sempre e nunca
desfalecer, 2 – dizendo: Havia numa cidade um certo juiz, que nem a DEUS temia,
nem respeitava homem algum. 3 – Havia também naquela mesma cidade uma certa
viúva e ia ter com ele, dizendo: Faze-me justiça contra o meu adversário. 4 –
E, por algum tempo, não quis; mas, depois, disse consigo: Ainda que não temo a
DEUS, nem respeito os homens, 5 – todavia, como esta viúva me molesta, hei de
fazer-lhe justiça, para que enfim não volte e me importune muito. 6 – E disse o
Senhor: Ouvi o que diz o injusto juiz. 7 – E DEUS não fará justiça aos seus
escolhidos, que clamam a ele de dia e de noite, ainda que tardio para com eles?
8 – Digo-vos que, depressa, lhes fará justiça. Quando, porém, vier o Filho do
Homem, porventura, achará fé na terra?
OBJETIVO
GERAL - Estimular a perseverança na fé.
OBJETIVOS
ESPECÍFICOS
Interpretar
a parábola do juiz iníquo;
Destacar a bondade de um DEUS justo;
Ressaltar a postura da viúva a respeito da oração, da perseverança e da fé.
INTERAGINDO
COM O PROFESSOR
A
aula de hoje é uma grande oportunidade para estimular os alunos a perseverarem
na fé e na oração. Este é o grande desafio do ensino: Romper a barreira do
discurso levando os educandos à prática. A parábola do juiz iníquo mostra
exatamente isso. O interesse de JESUS era levar os seus discípulos a serem
perseverantes e pessoas de oração. Em tempos de “determinismo profético”, nada
mais sensato e necessário que ensinar acerca da fé e da oração.
PONTO
CENTRAL - A perseverança na fé e na oração é decisiva para o desenvolvimento
espiritual.
Resumo da Lição 4, Perseverando na Fé
I – INTERPRETANDO A PARÁBOLA DO JUIZ INÍQUO
1. Uma parábola difícil.
2.
O juiz.
3.
A viúva.
4.
O caso e a perseverança.
II
– A BONDADE DE UM DEUS JUSTO
1. DEUS é bom.
2.
DEUS é justo.
3.
DEUS assume a nossa causa.
III
– A PERSEVERANÇA DA VIÚVA É UMA IMAGEM PARA NÓS
1. Oração.
2.
Perseverança.
3.
Fé.
RESUMO
RÁPIDO da Lição 4, Perseverando na Fé - Pr. Henrique
INTRODUÇÃO
Nesta
parábola estudaremos a Perseverança na fé, que é a mensagem central, ou
objetivo de JESUS, ao contá-la. A Perseverança aqui é buscada por DEUS em cada
crente através da oração com fé de que DEUS ouve nossas orações e as atende,
segundo sua vontade.
A
perseverança na fé é uma das exortações bíblicas mais urgentes nos dias de
hoje. Sobretudo, quando acompanhada da oração, pois esta também é de suma
importância, visto ser a forma de comunicação vital dos discípulos com o Pai
soberano nestes tempos perigosos até o estabelecimento final do Reino de DEUS.
Esta parábola, também conhecida como a “parábola da viúva persistente”, mostra
que a oração intermitente em tempos de crise é o meio pelo qual os discípulos
do Reino se valem da justiça do Pai a seu favor.
Ó tu que ouves as orações, a ti virá toda a carne. Salmos 65:2
ORAÇÃO
- (Strong Português) προσευχομαι proseuchomai
1) oferecer orações, orar
I – INTERPRETANDO A PARÁBOLA DO JUIZ INÍQUO
1. Uma parábola difícil.
Devido
ao título dado à parábola (“A parábola do juiz iníquo”), alguns a vêm com certo
grau de dificuldade para o bom entendimento de seu real ensino. Não conseguem
ver o contraste desse juiz com o DEUS bondoso e misericordioso que temos. A
Perseverança na oração com fé é a mensagem que JESUS queria nos passar ao
contar esta parábola.
2.
O juiz.
Na
estrutura jurídica da época de JESUS existiam dois sistemas de tribunais: o
judaico e o gentílico. Creio que este juiz era perverso e julgava em uma
pequena localidade e a mulher só tinha essa maneira de apelação, não podendo
pagar um advogado, pois a condição de muitas viúvas da época era desesperadora
e sofriam com juízes corruptos ou desumanos.
3.
A viúva.
As
viúvas recém enviuvadas eram reconhecidas pelas suas roupas típicas, as quais
indicavam sua situação (Gn 38.14,19). Não sabemos a idade desta viúva e nem
quanto tempo estava enviuvada, muito menos quanto tempo sua causa já estava na
mão desse juiz para ser julgada. Cremos que esta viúva não tinha filhos e
algumas viúvas, para se sustentarem, acabavam caindo na prostituição, ou se
tornavam escravas da família do marido, ou de algum senhor a quem o esposo
desta devia dinheiro. Muitas dependiam do dinheiro do templo em Jerusalém.
Também, dependiam dos donos de grandes plantações que deixavam algo sobrar nos
cantos de suas roças para sustentar viúvas, órfãos e estrangeiros. Não havia
uma assistência social adequada e permanente.
Muitas
são as viúvas de destaque na bíblia, o Senhor estava com elas para as guardar e
livrar do mal, estava com elas e não as deixou passar fome e nem necessidade.
Ana
alcançou a promessa de DEUS e pode colocar em seus braços o seu salvador.
A
viúva da oferta pequena, mas de grande valor, recebeu elogios daquele que
recebe as ofertas.
A
viúva de Sarepta recebeu alimentação e o milagre da ressurreição de seu filho
que provavelmente morreria e não ressuscitaria se o profeta de DEUS, Elias, não
estivesse por ali.
A
viúva do azeite multiplicado recebeu alimento e seus filhos de volta antes que
fossem levados como escravos.
Noemi
e Rute receberam alimento e o nome na genealogia de JESUS.
A
viúva de Naim recebeu seu filho de volta a vida.
Maria
recebe a maior honra - a de ser mãe de seu salvador.
4.
O caso e a perseverança.
Não
nos é dito que tipo de causa a mulher tinha para ser julgada. Poderia ser
herança, dívidas do marido, Terras arrendadas, etc... O juiz do caso, por ter
declarado ele mesmo que não temia a DEUS e não respeitava os homens poderia ser
corrupto e dar preferências a fazendeiros ricos nas causas que julgava. A Viúva
não tendo mais ninguém para que pudesse pedir ajuda e apelar, procurou o juiz
por várias vezes, importunando-o para que julgasse sua causa, lhe dando ganho
de causa. Por isso, ao final, o juiz cede para não ser mais incomodado, isto é,
“molestado” pela mulher que o importuna.
II
– A BONDADE DE UM DEUS JUSTO
1. DEUS é bom.
“E
DEUS não fará justiça aos seus escolhidos, que clamam a ele de dia e de noite,
ainda que tardio para com eles?” (v.7). Oração é o meio pelo qual nos chegamos
a DEUS buscando por solução parta todos os nossos problemas.
JESUS
revela aqui o contraste entre aquele juiz iníquo e nosso DEUS e Pai. Enquanto
aquele juiz era perverso, o nosso DEUS é bondoso e misericordioso. Enquanto
aquele juiz prorrogou a sentença de propósito, nosso DEUS sabe a hora certa
para nos abençoar. Enquanto aquele juiz resolveu atender a viúva por causa de
sua importunação, nosso DEUS nos atende porque nos ama.
“quanto
mais vosso Pai que está nos céus, dará bens aos que lhe pedirem?” (Mt 7.11).
Nós, sendo maus, sabemos abençoar nossos filhos, imagine DEUS!
“Pedi,
e dar-se-vos-á; buscai e encontrareis; batei, e abrir-se-vos-á” (Mt 7.7). Nosso
DEUS está pronto a nos ouvir e nos abençoar.
Na
parábola que estamos estudando, encontramos a viúva clamando, e este é o
recurso utilizado por JESUS para, mais uma vez, ensinar sobre a oração e nos
lembrar que DEUS é bom.
Toda
a boa dádiva e todo o dom perfeito vem do alto, descendo do Pai das luzes, em
quem não há mudança nem sombra de variação. Tiago 1:17
E
JESUS lhe disse: Por que me chamas bom? Ninguém há bom senão um, que é DEUS.
Marcos 10:18
JESUS lhe disse: Por que me chamas bom? Ninguém há bom, senão um, que é DEUS.
Lucas 18:19
2.
DEUS é justo.
"Havia
numa cidade um certo juiz, que nem a DEUS temia, nem respeitava homem
algum" (Lc 18:2). O Juiz da parábola era injusto.
DEUS
é justo, DEUS é Justiça Nossa.
Preste
atenção ao contraste da parábola. Nosso DEUS é o contrário daquele juiz da
parábola.
Abraão
chamou o Senhor de “Juiz de toda a Terra” (Gn 18.25). A justiça de DEUS é tão
elevada que, assim como a paz de CRISTO, excede a todo nosso entendimento (Is
56.1).
Porque os olhos do Senhor estão sobre os justos, E os seus ouvidos atentos às
suas orações; Mas o rosto do Senhor é contra os que fazem o mal. 1 Pedro 3:12
Que
diremos pois? Que os gentios, que não buscavam a justiça, alcançaram a justiça?
Sim, mas a justiça que é pela fé.
Romanos 9:30
Porquanto, não conhecendo a justiça de DEUS, e procurando estabelecer a sua
própria justiça, não se sujeitaram à justiça de DEUS. Porque o fim da lei é
CRISTO para justiça de todo aquele que crê. Romanos 10:3,4.
A
justiça de DEUS é CRISTO.
3.
DEUS assume a nossa causa.
JESUS
conta a parábola a respeito de uma viúva que necessitava de justiça, mas o
ensino e objetivo de JESUS é ensinar sobre a oração com Fé perseverante. O
dever de orar sempre e nunca desfalecer, isto é, a perseverar.
Podemos
também absorvermos o ensino de que DEUS é grande, poderoso e terrível, que não
faz acepção de pessoas, nem aceita recompensas; que faz justiça ao órfão e à
viúva e ama o estrangeiro, dando-lhe pão e veste” (Dt 10.17,18).
III
– A PERSEVERANÇA DA VIÚVA É UMA IMAGEM PARA NÓS
Qual
é o conceito bíblico de perseverança?
Perseverar
remonta a ideia de permanecer, resistir, em nosso caso, não desistir da fé
cristã em tempos de tentação, aflição, angústia, provação e perseguição.
Aponte
alguns meios promotores de perseverança.
Alguns
meios são: cultivar a vida de oração; submeter-se ao senhorio de CRISTO no
enfrentamento das provações; manter o coração e a mente protegidos sob o escudo
da fé para desfazer as investidas de Satanás; cultivar a humildade que livra da
queda e do tropeço; em tudo dar graças pela vontade de DEUS; e, por fim,
cultivar a esperança, mantendo os olhos na eternidade, aguardando o nosso
Salvador voltar.
PERSEVERAR
É INSISTIR ATÉ RECEBER, SEM NUNCA DESFALECER.
1. Oração.
JESUS
está voltando e precisamos evangelizar os povos para que conheçam o Salvador e
Senhor. Para isso temos que perseverar em oração com fé em sua volta iminente.
Uma
das características distintivas do Evangelho de Lucas é a oração (3.21; 5.16;
6.12; 9.18,28,29; 10.21,22; 11.1; 22.41-46; 23.46). Vemos JESUS que é DEUS,
orando antes de cada grande crise da sua vida, ou seja, chegando a orar pelos
seus agressores (Lc 23.34). Antes de escolher seus discípulos JESUS orou. Antes
de ser preso JESUS orou. Por ser um homem de oração, JESUS exortou seus
discípulos a fazerem o mesmo (Lc 11.2; 22.40,46). Siga o mestre - ORE.
Os
apóstolos deixaram tudo para se dedicarem à doutrina e à oração.
Mas
nós perseveraremos na oração e no ministério da palavra. Atos 6:4
E perseveravam na doutrina dos apóstolos, e na comunhão, e no partir do pão, e
nas orações. Atos 2:42
Exemplos
de Oração perseverante
Abraão,
Isaque, Jacó, Daniel, Ezequias
Jacó,
porém, ficou só; e lutou com ele um homem, até que a alva subiu. Gênesis 32:24
Lutou com o anjo, e prevaleceu; chorou, e lhe suplicou; em Betel o achou, e ali
falou conosco, Oséias 12:4
Então disse: Não te chamarás mais Jacó, mas Israel; pois como príncipe lutaste
com DEUS e com os homens, e prevaleceste. Gênesis 32:28
E vendo este que não prevalecia contra ele, tocou a juntura de sua coxa, e se
deslocou a juntura da coxa de Jacó, lutando com ele. Gênesis 32:25
A
oração pode ser respondida imediatamente (Elias e fogo sobre altar), pode
demorar um pouco a ser respondida (Ex. Elias e chuva) e pode demorar muito a
ser respondida (ex. Abrão para nascer Isaque - Isaque para nascer seus filhos
Esaú e Jacó).
2.
Perseverança.
A
oração deve ser com perseverança para que recebamos o resultado desejado.
Desistir ou pausar a oração acarreta perda de ritmo na reposta e consequente
recomeço.
Devemos
estar atentos à volta do Senhor para nos levar para Si. Vigiemos e oremos com
perseverança. Esforça-te e tem bom ânimo, foi dito a Josué por 10 vezes.
Esforça-te,
e tem bom ânimo; porque tu farás a este povo herdar a terra que jurei a seus
pais lhes daria. Josué 1:6
Todo o homem, que for rebelde às tuas ordens, e não ouvir as tuas palavras em
tudo quanto lhe mandares, morrerá. Tão-somente esforça-te, e tem bom ânimo
.Josué 1:18
Tão-somente esforça-te e tem mui bom ânimo, para teres o cuidado de fazer
conforme a toda a lei que meu servo Moisés te ordenou; dela não te desvies, nem
para a direita nem para a esquerda, para que prudentemente te conduzas por onde
quer que andares. Josué 1:7
3.
Fé.
“Quando,
porém, vier o Filho do Homem, porventura, achará fé na terra?” (v.8b).
A
fé tem sumido da igreja. Não se vê mais milagres, não se vê mais conversões em
massa, Não se vê mais batismos no ESPÍRITO SANTO em massa. Não se encontra mais
a Igreja em massa reunida na EBD.
Mudemos
esta situação, começando por mim, diga cada um.
A
fé que JESUS busca em nós é aquela fé que, em meio às dificuldades e às
perseguições, transforma-se em fidelidade e coragem para testemunhar diante dos
homens (Lc 9.26; 12.9). A fim de preservarmos este tipo de fé, precisamos
cultivar uma vida de oração constante e persistente.
A
fé vem pelo ouvir e o ouvir pela Palavra de DEUS.
Devemos
ler a bíblia de forma audível. Escutar a bíblia trás fé. Devemos frequentar a
Igreja, a Escola Bíblica Dominical etc.
CONCLUSÃO
I
– INTERPRETANDO A PARÁBOLA DO JUIZ INÍQUO
É uma parábola difícil se a interpretarmos pelo título dado por muitos.
O
juiz da parábola não teme a DEUS e nem respeita homem algum. É iníquo.
A
viúva não possui advogados e necessita que sua causa seja julgada.
O
caso estava parado porque o juiz não julgava a causa, mas a perseverança da
viúva constrangeu o juiz a julgar a causa.
II
– A BONDADE DE UM DEUS JUSTO
DEUS, ao contrário daquele juiz, é bom e julga retamente nossas causas.
DEUS,
ao contrário daquele juiz, é justo e julga retamente nossas causas.
3.
DEUS assume a nossa causa.
III
– A PERSEVERANÇA DA VIÚVA É UMA IMAGEM PARA NÓS
A Oração é a chave da vitória. É Crer que há alguém que nos ouve e ajuda.
A
Perseverança nos faz prosseguir, sem nunca recuar, até atingirmos nossos
objetivos..
A
Fé nos impulsiona a continuarmos até recebermos nossa vitória, sem nos
importarmos com as intempéries.
COMENTÁRIOS
DIVERSOS
COMENTÁRIOS
DA BEP - CPAD
18.1
O DEVER DE ORAR SEMPRE. O empenho constante de JESUS era levar seus seguidores
a reconhecerem a necessidade de estarem continuamente em oração, para cumprirem
a vontade de DEUS na suas vidas). Desta parábola da viúva que perseverava em
oração, aprendemos que: (1) Os crentes devem perseverar em oração em todo
tempo, até a volta de JESUS (vv. 7,8; Rm 12.12; Cl 4.2; Ef 6.18; 1 Ts 5.17).
(2) Nesta vida, temos um adversário (v. 3), que é Satanás (1 Pe 5.8). A oração
pode nos proteger do Maligno (Mt 6.13). (3) Através da oração, os filhos de
DEUS devem clamar-lhe contra o pecado e por justiça (v. 7). (4) A oração
perseverante é considerada como fé (v. 8). (5) Nos últimos dias antes da volta
de CRISTO haverá um aumento de oposição diabólica às orações dos fiéis (1 Tm
4.1). Por causa de Satanás e dos prazeres do mundo, muitos deixarão de ter uma
vida de perseverante oração (Lc 8.14; Mt 13.22; Mc 4.19)
18.7 ESCOLHIDOS... CLAMAM... DE DIA E DE NOITE. Os verdadeiros escolhidos de
DEUS (i.e., os que perseveram na fé e na santidade) nunca cessarão de clamar a
DEUS pela volta de CRISTO à terra, a fim de destruir o poder de Satanás e o
presente sistema iníquo deste mundo. Perseverarão na oração, para DEUS depressa
fazer justiça (vv. 3,8) e para CRISTO reinar em justiça, sabendo que a sua
segunda vinda é a única esperança veraz para este mundo (cf. Jo 14.2; 1 Ts
5.2,3; 2 Ts 2.8; Ap 19.11-21).
18.8 LHES FARÁ JUSTIÇA. Quando JESUS voltar para aqueles que a Ele clamam dia e
noite (v. 7), Ele porá fim às suas aflições, seu sofrimento e perseguição da
parte de um mundo hostil e maligno e os levará para estar com Ele (Jo 14.2,3
notas). Na sua vinda, os fiéis serão arrebatados... nas nuvens, a encontrar o
Senhor nos ares (1 Ts 4.17). Então, DEUS julgará os ímpios na sua justiça (1 Ts
5.2,3,9).
18.8 ACHARÁ FÉ NA TERRA? Esta pergunta de JESUS, provavelmente, indica que à
medida que se aproxima a volta de CRISTO, o mal se tornará cada vez pior, de
modo que muitos da igreja se apartarão da fé em CRISTO (Mt 24.11-13,24; 1 Tm
4.1; ver os estudos A GRANDE TRIBULAÇÃO; O PERÍODO DO ANTICRISTO; e A APOSTASIA
PESSOAL). À medida que o fim se aproxima, a preocupação de todo crente deve
ser: estou perseverando na fé, firme na oração, buscando a DEUS para que
prevaleça a justiça e sua santa causa triunfe em tudo, para sempre? Ou estou
tão preocupado com as coisas desta vida, que não anseio pela volta de CRISTO e
seu reino eterno? (Ap 19; 20; 21; 22)
ORAÇÃO
DE INTERCESSÃO
Substantivo.
enteuxis
(IvtcuÇiç) denota primariamente “iluminação em, encontro com” (cognato de B);
então, “conversação"; por conseguinte, “petição”, significado frequente
nos papiros; é termo técnico para descrever a aproximação a um rei, e, assim,
para se chegar a DEUS em “intercessão”. É traduzido em 1 Tm 4.5 por
“oração"; no plural, ocorre em 1 Tm 2.1 (ou seja. buscando a presença
e ouvindo de DEUS em favor de outros).
sinônimos
proseuche, deesis.
B.
Verbos.
1.
entunchanõ (evTvyxái/b)), primariamente “concordar com, harmonizar-se com,
encontrar-se para conversar"; portanto, “fazer petição",
especialmente “fazer intercessão, pleitear com uma pessoa”, quer a favor ou
contra outros: (a) contra (At 25.24, “tem falado”, ou seja, contra Paulo); cm
Rm11.2, refere-se a Elias que “fala” a DEUS contra Israel; (b) a favor, em Rm
8.27, acerca da obra intercessora do ESPÍRITO SANTO em favor dos santos: Rm 8.34, a respeito
de semelhante obra intercessora de JESUS; o mesmo se dá em Hb 7.25.
2.
huperentunchanò ( tm c p e i/T ir y x á v iij) , “fazer petição” ou “interceder
em favor de outrem” (formado de huper, “em favor de”), é usado em Rm 8.26,
acerca do trabalho do ESPÍRITO SANTO em fazer “intercessão” (veja Rm 8.27).
(Dicionário
Vine - CPAD)
A
JUSTIÇA HUMANA, UM TRAPO SUJO
A terceira obrigação que a sociedade impõe sobre o indivíduo, a de obedecer as
leis e ser punido em caso de infração, tornou-se mais pesada e complexa em
vista da ocupação romana.
A Judéia, por ser um país anexado, estava sujeita à justiça do imperador: os
seus edicta, mandata, decreta e rescrita era a lei, como em todas as outras
províncias imperiais; o representante do senhor, o procurador, era então o juiz
supremo em todos os casos exceto naqueles que envolvessem judeus possuidores do
título de cidadão romano, pois estes tinham o direito de apelar para César
— o direito que Paulo veio a exercer.
É bastante provável que os romanos administrassem a justiça até mesmo nas
pequenas tetrarquias dos descendentes de Herodes. Mesmo assim, de acordo com
sua prática invariável, os romanos deixavam ao povo do país uma grande
autonomia nos assuntos legais e administrativos. Não viam mal algum em que os
casos fossem julgados segundo as leis judias, fora de seus tribunais. Eles
não interferiam exceto para acalmar os ânimos exacerbados, e reservavam-se
apenas as mais sérias decisões, como vemos pelo desempenho de Pilatos
no julgamento de CRISTO.
A lei era antiquíssima entre os judeus e altamente aperfeiçoada, que é o mesmo
que dizer que sua essência era religiosa. A Bíblia supriu Israel com todos
detalhes legais básicos, da mesma forma que o Corão atua hoje como um
código civil e penal para o mundo islâmico. Isto sempre fora assim entre o
Povo Escolhido; pelo menos mantinham essa prática desde quando Moisés disse,
"O povo vem a mim para consultar a DEUS; quando tem alguma questão
vem a mim, para que eu a julgue entre um e outro, e lhes declare os
estatutos de DEUS e as suas leis”.
Essa origem explica a natureza essencial de todo o sistema: a Lei, em seu
aspecto civil e penal, não se interessava realmente em recompensar a parte
prejudicada nem apresentar um exemplo, e ainda menos em corrigir um
transgressor, mas unicamente em satisfazer um DEUS que aborrecia o erro. O
mandamento fundamental da Lei Judaica foi resumido na fórmula admirável de Levítico:
"Santos sereis, porque eu, o Senhor vosso DEUS, sou santo", e o
propósito da lei humana era concretizar este ideal na terra. "O ESPÍRITO
de DEUS", dizia o tratado Mak-koth, "deve brilhar sobre a Beth Din, a
casa do julgamento." Mas os seguidores de Javé conheciam perfeitamente
como a natureza humana pecaminosa abre um grande abismo entre o ideal e
sua aplicação, e desprezavam toda justiça simplesmente humana, desprezo esse esplendidamente
expresso por Isaías, que a comparou com um "trapo de imundícia".
JUÍZES E TRIBUNAIS
A constituição dos tribunais de justiça mostra muito claramente a fusão entre a
lei e a religião. O Grande Sinédrio era um tribunal de justiça e um conselho
político e, como vimos, uma escola de teologia. Nós na verdade o conhecemos
melhor sob este aspecto, devido ao julgamento de JESUS e, mais tarde, o de
Paulo. Como tribunal de justiça era o mais alto de todos, sendo tanto a última
corte de apelação como uma espécie de corte suprema que
tratava judicialmente dos casos mais graves acima de tudo, isto é, os
referentes â religião. Quando este tribunal estava em sessão plenária, com
o Ab Beth Din como presidente, reunia-se no Lis-cat Haggazith, o salão das
pedras polidas, que datava da época do rei Jannaeus. Este fazia parte do
Templo e ficava dentro do recinto sagrado, mas se abria para o Pátio dos
Gentios, no qual todos podiam entrar: os juizes entravam pelo lado do
Templo e o acusado pelo outro lado.
Quando se tratava de assuntos menos importantes não era preciso reunir os 70
membros do Sinédrio; 23 bastavam para tornar válida uma halakha, uma
deliberação, mas foi estabelecido que o juiz só podia sair se tivesse certeza
que o quorum continuaria completo depois de sua partida. As sessões eram
realizadas nas segundas e quintas-feiras e nunca aos sábados ou dias de
grandes festas. Acontecia às vezes que o Grande Sinédrio se reunisse à noite,
mas nesse caso não tinha permissão de votar uma sentença de morte. Parece
que o poder do tribunal declinou muito logo depois da morte de CRISTO, pois
Herodes Agripa e depois dele os procuradores não confiavam no mesmo por razões
políticas: impediram até que se reunisse no salão de pedras polidas. Em todo
caso, sobreviveu â queda de Jerusalém e movendo-se de lugar para lugar,
durou até o final do quarto século. O lugar onde se reúnem agora os judeus
praticantes, Bet Shearim, se orgulha de ter sido uma de suas últimas sedes.
Mas, muito antes disto ele tinha perdido a sua jurisdição territorial devido a
uma decen-tralização atribuída por Josefo a Gabinius.40 Quatro "tribunais
de vinte e três juízes" (isto é, juntas semelhantes às dos parlamentos da
França pré-revolucionária) foram estabelecidos em Jerico, Seforis na
Galiléia, Amate e Gadara. Todavia, durante um longo período tinham existido
tribunais locais, "pequenos sinédrios". Toda comunidade regularmente constituída
possuía o seu, que julgava ps casos menores; mas suas sentenças não podiam
ir além das chibatadas, e apenas 39 açoites, mesmo assim.41 Compunha-se no
geral de três membros, pelo menos em teoria; pois os rabinos ensinavam que
nenhum ser humano pode julgar sozinho exceto o Todo-poderoso";42
entretanto, como era difícil às vezes encontrar pessoas competentes nos
distritos rurais, foi resolvido que "um só homem podia decidir sem
colegas ou assessores, se as partes declarassem publicamente que aceitariam
a sua decisão."43
As regras quanto às qualificações do juiz eram bastante exigentes. "Nas
causas civis, qualquer israelita está qualificado para julgar," diziam os
rabinos, "mas nas criminais, apenas sacerdotes,44 podem ser
escolhidos como juízes." Existe uma passagem no tratado sanhedrin que
mostra o juiz ideal, um homem cheio de dignidade, apto para falar as
"setenta línguas", não necessitando então de intérprete,
familiarizado com as artes mágicas, estando, pois, preparado contra a astúcia
de feiticeiros e outros necromantes.46 Não deveria ser jovem nem
velho demais, nem um eunuco; não deveria ser também homem de coração duro,
acrescentou o rabino Judá.46 Os juízes não recebiam pagamentos. "As
sentenças de qualquer homem que tenha recebido remuneração são
inválidas."47
Todo um exército de secretários, recepcionistas, homens encarregados de
executar as ordens da corte e aqueles a quem os gregos chamavam ironicamente de
hyperetes, remadores de reserva, ou pessoas completa mente inúteis, rodeavam os
juízes. 0 mais importante dentre esses homens era o hazzam, tantas vezes
mencionado na literatura talmúdica: um personagem importante, um misto de
bedel, recepcionista, escriturário do tribunal, açoitador oficial e carcereiro.
0 evangelho de Mateus mostra quão poderoso era.48
As atividades também se processavam segundo planos cuidadosos. Dezenas e até
centenas de versículos bíblicos estabelecem as regras para as mesmas e os
doutores da Lei as estudaram tão profundamente que não havia sem dúvida um
único detalhe deixado ao acaso. O tratado Sanhedrin contém uma coleção desses
preceitos, sua meticulosidade faz honra ao senso jurídico dos rabinos e
aos seus sentimentos de imparcialidade.49 Nenhum caso era introduzido pelo que
designaríamos como promotor público. Nos casos civis a iniciativa partia
dos interessados; nos criminais, exigia-se um acusador. Cabia então à
pessoa prejudicada ou aos parentes da vítima, ou mesmo a qualquer pessoa
que tivesse suspeita ou conhecimento de um crime, levar o fato aos juízes
e iniciar o processo. Uma mulher adúltera, por exemplo, podia
ser denunciada pelo marido ou pelo clamor popular. Este modo de proceder
mostrava-se menos perigoso do que se poderia supor, pois os acusadores
recebiam severos castigos no caso de acusações contra pessoas inocentes.
Os desprezíveis anciãos que acusaram falsamente a casta Susana foram
sentenciados à morte quando ela foi salva no último instante pelo jovem Daniel;
e em memória deste acontecimento o falso acusador sempre sofria o castigo que a
vítima inocente teria recebido.60
Devia ser realizado um inquérito antes do julgamento e os resultados do mesmo
eram reunidos e entregues a dois secretários. No dia marcado, cada secretário
tinha em seu poder documentos relativos a um dos lados, no caso de um
assunto civil; nas questões criminais um dos secretários ficava com os
papéis da defesa e o outro os da acusação. Alguns doutores, como o rabino
Judá, insistiam em ter um terceiro secretário nos casos em que a vida de alguém
estivesse em risco, a fim de certificar-se de que a votação fosse feita
adequadamente.
As reuniões, particularmente as do Grande Sinédrio, eram muito formais e
solenes. 0 presidente, o Ab Beth Dín no caso da corte suprema, ficava sentado
no meio de um grande semicírculo; à sua direita e sua esquerda
alinhavam-se os setenta juízes por ordem de idade. O público, constituído
em sua maior parte pelos discípulos dos rabinos que faziam parte
do conselho, ficava sentado á frente deles. Por trás desse grupo, de pé, postavam-se
inúmeros serviçais, recepcionistas, bedéis e guardas. O Shema Israel era
recitado antes de iniciar-se a sessão. Mesmo um julgamento apressado,
irregular, como o de JESUS, dava uma impressão de solenidade.
Um ponto bastante curioso no processo judaico era o fato da evidência
circunstancial, por mais forte que fosse, ser inadmissível. Testemunhas,
principalmente testemunhas oculares, eram exigidas, pois as pessoas que
tivessem ouvido mas não visto não recebiam crédito. Quando desejavam
embaraçar um suspeito, era comum esconder duas testemunhas atrás de uma
cortina, arranjada de modo que pudessem ver o prisioneiro, iluminado por duas
lâmpadas. Exigiam-se duas testemunhas51 como na lei romana, a qual continha o
axioma do testis unus — “o testemunho de um único indivíduo jamais deve
ser aceito". A responsabilidade das testemunhas era, portanto,
excessivamente grande, tão pesada que tinham como obrigação "atirar a
primeira pedra” no culpado para cuja condenação tinham concorrido.52
Foi este costume que sugeriu a JESUS a terrível lição dada por Ele aos que
acusaram a mulher apanhada em adultério — "Aquele que dentre vós estiver
sem pecado, seja o primeiro que lhe atire pedra ..." Por outro lado,
quando as falsas testemunhas eram descobertas, elas sofriam o mesmo
castigo que tencionavam aplicar ao acusado.53 As testemunhas eram portanto
escolhidas com o máximo cuidado: mulheres, menores, escravos, surdos, mudos e
cegos eram todos descartados como pessoas que mentiam facilmente; os
parentes próximos do acusado também estavam impedidos. Isto eliminava o falso
testemunho? A leitura dos Salmos e Provérbios e até mesmo dos Dez
Mandamentos basta para duvidarmos que fosse assim, mesmo descontando os famosos
julgamentos de JESUS e de Estêvão.54 Mas, para evitar tal coisa, uma
interrogação escrupulosa era feita: em que ano, dia e hora a testemunha vira o
crime ser cometido? Conhecia o acusado? Tinha advertido o mesmo de que
estava prestes a transgredira Lei? Qualquer variação nos detalhes — por
exemplo a diferença entre a aroeira e a azinheira no julgamento de Susana
— devia ser interpretada a favor do acusado; da mesma forma que qualquer
mudança de opinião ou retratação de uma afirmativa anterior. Por último, o
tribunal tinha o direito de exigir da testemunha um juramento muito
solene: havendo inúmeros deles — por DEUS, pelo Céu, por Jerusalém, pelo
Templo, pela consolação de Israel, pelos meus filhos, pela minha porção no
Paraíso. No Sermão do Monte,55 o evangelho diz claramente que esses juramentos
não evitavam o falso testemunho, e que a este eles acrescentavam também o
perjúrio. Mas os inumeráveis conselhos para que demonstrassem prudência e
sinceridade dados pelos rabinos aos que deviam apresentar evidência na
corte, sem dúvida lhes conferiam grandes honras.
Depois de ouvidos os acusadores e as testemunhas, o acusado apresentava sua
própria defesa. Ao que parece, não havia em Israel verdadeiros advogados como
em Roma. Todavia, certas "testemunhas" deveriam certamente ter
desenvolvido essa função e depois disso o tribunal deliberava e pronunciava a
sentença. Grandes precauções legais eram tomadas a fim de que o veredicto
fosse inteiramente justo, principalmente nos processos criminais. Por exemplo,
durante a deliberação um dos juizes podia apresentar um argumento a favor do
acusado, mas nunca contra ele. Os membros mais jovens do tribunal votavam
em primeiro lugar, como acontece com os menos graduados em nossos
conselhos de guerra. Nos casos de absolvição bastava uma maioria relativa,
enquanto sempre que se tratasse de uma sentença de morte era exigido que
houvesse dois votos a mais do que a maioria absoluta. Se o Sinédrio se
mostrava unânime em sua condenação, a sentença era "adiada",
cuja expressão alguns rabinos interpretavam como significando "absolvição
devida a preconceito", e outro como indicando "sujeita a
reflexão" pelo menos por uma noite. 0 veredicto era executado de imediato
no caso de absolvição do acusado, mas adiado por vinte e quatro horas se
fosse contra ele.
Deve ser concedido que todas essas exigências são dignas de elogio. Seriam
sempre acatadas? Duvidamos. Em períodos difíceis ou quando as mentes se achavam
perturbadas por paixões violentas, não seriam esses belos princípios
esquecidos? No julgamento de JESUS a ilegalidade é tão flagrante que em nossos
dias comissões de teólogos e juristas judeus repetidamente reestudaram o caso;
e o periódico Jerusalem afirmou que a condenação foi "um dos erros mais
terríveis jamais cometidos pelos homens"“ Mas no livro The Wars oftheJews,
Jose-fo relata o julgamento verdadeiramente abominável de um certo Zacharias
ben Baris diante do Sinédrio em 67 A.C., que, embora inocente, foi mesmo assim
morto no próprio Templo.67 As melhores leis jamais bastaram para tornar
perfeita a justiça humana: os "trapos de imundícia" de Isaías
estão sempre conosco.
A LEI CIVIL
Os três códigos bíblicos contém mais informação sobre a justiça criminal do que
a civil. Mas sobre essas bases algo incompletas os rabinos conseguiram criar
todo um sistema legal. Por exemplo, existem nada menos do que três
tratados do Talmude dedicados aos prejuízos e compensações e coisas
semelhantes. São eles: os três Baba, ou portões — o Baba Kamma, Baba Mesia
e Baba Bathra. Pelo fato de seguirem princípios fundamentais seria de supor que tivessem
produzido um código civil conciso; mas na verdade era excessiva mente detalhado
e até curiosamente minucioso em certos aspectos.
Já vimos a essência da lei civil no que se refere aos direitos pessoais e ao
casamento,68 ambos baseados no conceito religioso da sociedade e na defesa da
família como uma unidade social. 0 homem livre, adulto, era a única pessoa
considerada como uma entidade civil completa com todos os direitos civis. 0
chefe da família tinha autoridade sobre a esposa, o filho menor, afilha
solteira e o escravo. A Lei ou os costumes estabeleciam, porém, limites para
esta autoridade, negando ao homem o poder de vida e morte protegendo a
esposa e o escravo israelita. Decretos especiais estipulavam a lei relativa ao
estrangeiro, o forasteiro, o guer. O Livro da Aliança já lembrara os israelitas
que eles haviam sido guers no Egito69 e que recordando sua própria
infelicidade deveriam ser bondosos com os estrangeiros. Deuteronômio tinha
afirmado que quem quer que negasse ao guer os seus direitos seria
amaldiçoado.80 Levítico avançava ainda mais ao ordenar: "Uma e a mesma lei
havereis, assim para o estrangeiro como para o natural".61 Este é um
dos pontos em que a lei judia se mostrava muito mais generosa do que a
romana, e Josefo está certo em elogiar a "justiça do legislador de Israel
em relação aos estrangeiros", que é ainda mais notável, comenta ele
corretamente "em que povo algum jamais teve tanto cuidado quanto nós em
manter inalterados nossos ritos tradicionais".62 Existe um marcante
contraste entre o exclusivismo judeu, sua recusa em manter qualquer
contato com os pagãos impuros, e esta generosidade em sua Lei. Paulo era o
herdeiro do que havia de mais excelente, mais humano, nas tradições de seu
povo quando exclamou: "Pois não há distinção entre judeu e grego, uma vez
que o mesmo é o Senhor de todos"63
Temos pouca informação sobre a lei da herança, embora isto forme uma parte considerável
da legislação das sociedades bem organizadas. Os textos relevantes se acham
distribuídos pelo Pentateuco, mas alguns podem ser também encontrados em Jó,
Josué e nos livros históricos de' Reis. Ela parece ter sido desenvolvida depois
da volta do exílio sob a influência da lei helénica: havia, por exemplo o
costume de "fazer testamento na forma devida e
apropriada" mencionado por Paulo ao escrever aos seus amigos na
Galácia;64e isto com certeza constituía uma novidade. Os rabinos tinham
estudado o assunto com grande zelo e cuidadosamente regularam as condições em
que um testamento era válido. A herança comum, em separado daquela afetada
pelos testamentos, se processava da seguinte forma: os filhos ou os
parentes mais próximos do sexo masculino eram os herdeiros, mas não a
viúva; e as filhas não tinham direito a uma parte dela a não ser que se
casassem na família, embora por outro lado tivessem
de ser mantidas pelos irmãos até sua maioridade. O primogênito entre os filhos
tinha uma posição privilegiada segundo Deuteronômio,66 a qual era ainda
certamente mantida nos dias de CRISTO, como pode ser visto na parábola do Filho
Pródigo.66 O patrimônio era dividido em partes iguais e o filho mais velho
ficava com duas delas. A parábola também mostra que já se praticava o
recebimento da herança por antecipação.
A parte da Lei relativa a direitos ou obrigações civis fica limitada na Bíblia
a algumas regras sobre propriedade, compra e venda, empréstimos, promessas e
dívidas, mas os rabinos edificaram um grande corpo de legislação detalhada a
respeito. Por exemplo, eles estabeleceram o direito a uma propriedade perdida subsequentemente
achada e a diferença entre um empréstimo e um depósito; estipularam regras
para a locação de propriedade legítima e pessoal, sem esquecer-se dos casos do
ano de treze meses;67 estabeleceram o prazo que poderia decorrer entre a
venda e a entrega; e isso tão precisamente quanto os romanos fixaram a lei dos
direitos de posse e prescrição de propriedade.
CRIMES E DELITOS LEVES; CASTIGOS
... (Falta uma parte)... Os preceitos bíblicos e as decisões dos
rabinos sobre todos esses assuntos mostram uma grande dose de reflexão,
bom-senso jurídico e sentimento de justiça. Não era assassinato, por exemplo,
matar um ladrão durante a noite, mas matá-lo à luz do dia constituía
crime, pois durante o dia ele poderia ter sido apanhado vivo.69
Mas de toda espécie de perversidade, a pior e mais imperdoável aos olhos da lei,
eram os crimes contra a religião. Isto era perfeitamente natural, devido à
natureza sagrada de todas as instituições judaicas. Para o povo de DEUS
não havia maior falta do que rebelar-se contra o Senhor; de certa forma tal ato
assemelhava-se bastante ao que nossos códigos profanos chamam de alta traição.
Esses crimes chocantes foram sempre castigados em Israel; a
própria Aliança cuidava disso. Deve ser, porém, admitido que a lista dos
mesmos tinha-se estendido consideravelmente no decorrer dos séculos, e no
período mais recente os doutores da Lei, esses especialistas, haviam alargado
de muito a área em que tais crimes podiam ser cometidos.
A idolatria, como é natural, era crime; assim como a prática da magia,
necromancia e até mesmo a adivinhação. A blasfêmia se achava também inclusa, e
ela se estendia até o simples uso errado do Nome SANTO. E pode ser
admitido que tudo isso era perfeitamente certo. Mas a violação do sábado
constituía, outrossim, crime passível de morte; e a recusa em permitir
a circuncisão de um filho ou deixar de celebrar a Páscoa eram coisas tão
graves que o criminoso devia ser expulso. Nos primeiros dias, o homem que
se masturbava ou se deitava com mulhe.r menstruada era tratado como
criminoso. No período posterior, porém, a tendência dos sacerdotes e dos
escribas foi de considerar todos os que desobedecessem a menor lei
eclesiástica, principalmente as relativas ao pagamento das ofertas e do dízimo
ao Templo,70 como ateus e rebeldes contra DEUS. Não existe qualquer dúvida
que nos dias de CRISTO, a crescente influência dos fariseus tinha fornecido ao
judeu, o judeu comum, inúmeras ocasiões para a prática de crimes e delitos
leves.
O castigo era severo. S6 havia uma sentença para todos os crimes contra a
religião — a pena de morte. Foi esta a acusação sob a qual nosso Senhor veio a
ser condenado. O mesmo se aplicava a inúmeros outros crimes que as leis
modernas tratam com mais brandura: entre eles (e sob certas condições,
como vimos) achava-se o adultério.71 A morte também se aplicava a quem
quer que escravizasse um judeu livre, a quem quer que usasse pesos falsos, à
filha de sacerdote que se prostituísse, à mulher que se casasse ocultando
sua impureza. Mas na época de CRISTO a severidade do sistema judeu foi mitigada
por uma decisão feita pouco antes pelos romanos. "Quarenta anos antes da
destruição do Templo," diz o tratado Sanhedrin, "os julgamentos
envolvendo a pena de morte foram retirados da corte."72 Outros escritores
julgam que as autoridades judaicas mantinham ainda o direito de examinar
esses casos, mas o procurador romano reservava-se a prerrogativa de autorizar
ou anular a sentença.
As antiquíssimas leis tribais relativas a crimes e danos eram ainda válidas em
teoria. A lex talionis, a mais famosa delas, é mencionada na Bíblia não menos
que três vezes: "olho por olho, dente por dente, mão por mão, pé por
pé, queimadura por queimadura, ferimento por ferimento, golpe por golpe,",
e, naturalmente, "vida por vida".73 Parece um mandamento chocante,
mas talvez o seu alvo fosse de fato limitar o excesso de vingança na antiguidade,
afim de evitar que se tomasse "sete vezes vingança de Caim; de
Lameque, porém, setenta vezes sete," ou "que um homem fosse morto por
um ferimento e um jovem por um pisão".74 Os séculos tinham abrandado seu
rigor, permitindo que a retaliação literal só fosse aplicada em casos de
assassinato deliberado ou de ferimentos tão graves que a pessoa jamais voltasse
a trabalhar. É bastante improvável que nos dias de CRISTO a iex talionis fosse
ainda imposta: a indenização em dinheiro tomara o seu lugar. Isto está longe de
afirmar que o povo estivesse preparado para aceitar a grande lição do evangelho
que condenava redondamente o velho costume de olho por olho e dente por
dente, pedindo aos homens^que perdoassem tudo, dizendo-lhes que
"voltassem a outra face”.76
A iex talionis fazia parte do princípio geral de vingança: por parte da
comunidade e da família, em uma palavra, a vingança de DEUS. Um crime abalava a
ordem divina das coisas e um castigo proporcional restaurava esta ordem.
Sendo esta, de fato, a única justificativa para a pena dé morte, que já
foi mostrada mais de uma centena de vezes como sendo um exemplo inútil e
que não pode indenizar o prejudicado de forma alguma a não ser através desta
satisfação psicológica da vingança. Os ditames bíblicos mostravam-se assim
absolutos com relação ao assunto: "Se alguém derramar o sangue do
homem, pelo homem se derramará o seu”.76 A vingança era um dever sagrado
da família. O parente mais próximo do assassinado deveria constituir-se
como goel, o vingador do sangue. Neste ponto, novamente, a Lei fez o
máximo para limitar os efeitos deste sistema desastroso: a vingança não
seria a mesma no caso de homicídio deliberado como no de morte não
premeditada;77 não devendo atingir os membros inocentes da família do
culpado.78 Haveria um "preço de sangue", uma lista dos pagamentos
que o criminoso ou sua família podiam fazer a fim de evitar o castigo, como
mais tarde foi o caso nas leis germânicas. É certo que havia no que se refere a
ferimentos e danos, assim como no caso da morte de um escravo, quando a
soma a ser paga montava a trinta moedas de prata, aquelas bem conhecidas
trinta peças que Judas pagou para trair JESUS; mas é duvidoso que tal
pagamento pudesse ser feito quando a vítima era um homem livre. Parece
grandemente improvável que os ordeiros romanos permitissem que qualquer
tipo de vendeta continuasse num país ocupado por
eles. .
A lei criminal era rigorosa e seus castigos e penas muito rígidos. As multas
por golpes e danos, por negligência culpável (por ter cavado um fosso ou cisterna
sem avisar as pessoas, por exemplo), por difamação e calúnia, pela sedução
de virgens e por roubo tinham sido todas cuidadosamente estabelecidas: o
homem que roubasse um boi, por exemplo, tinha de devolver dois.79 Os castigos
físicos impostos em virtude da iex talionis não são exatamente determinados na
Bíblia, mas os rabinos falam de um número certo. A única mutilação permitida
pelas Escrituras é o corte da mão da mulher que ajudasse o marido numa
luta, agarando o oponente de maneira indelicada.80 Os golpes com bastão
deviam ser comuns, talvez como uma simples medida policial sem qualquer
ordem do juiz, diferindo assim do terrível açoitamento dos contribuintes
relutantes, como acontecia no Egito. No tempo dos primeiros hebreus, as prisões serviam
apenas para assegurar que o acusado não escapasse,81 ou, sob os reis, para
servir como instrumento de disciplina,82 mas na época de Esdras e Neemias
elas tornaram-se uma forma de castigo,83 principalmente para os devedores
insolventes. 0 Novo Testamento se refere repetidamente a isto.84 A situação dos
presos ficava ainda mais desagradável quando prendiam seus pés no tronco, o que
aconteceu a Paulo e seu discípulo Silas em Filipos.85 Tem-se também a
impressão de que a fórmula frequentemente reiterada na Bíblia: "serão
eliminados do seu povo" ou "ficará perdido para o seu povo"
não significa morte mas expulsão, o que em si já indicava excomunhão
religiosa.88
As formas de execução eram muitas e variadas. O tratado Sanhedrin fala de
quatro: apedrejamento, queima, decapitação e estrangulamento. Esta ordem de
gravidade parece estranha, principalmente quando nos lembramos que a queima era
executada jogando o condenado num monturo, onde ficava enterrado até a cintura
enquanto o seu tronco era envolto em tecido de cânhamo e dois executores
forçavam-lhe a boca para enfiar nela um bastão aceso. Este era o tipo de morte
aplicado ao homem que se deitasse com mãe e filha ou para a filha
de sacerdote que se prostituísse. O filho que batesse no pai era
estrangulado, o mesmo acontecendo ao fajso profeta. Isto era feito com um
garrote.
Os castigos mais comuns e mais conhecidos eram o açoitamento e o apedrejamento.
O primeiro ou era um castigo completo em si mesmo ou uma adição à pena de
morte. Existe grande probabilidade de terem sido os romanos que
introduziram na Palestina o costume de açoitar os conedenados.87 No
açoitamento comum acontecia às vezes da vítima morrer sob os golpes, e por
esta razão a Lei Judaica estabelecia que os açoites não passassem de quarenta
e ordenava que só chegassem aos trinta e nove, por temer que exatamente o
quadragésimo viesse a provocar a morte.89 A lei romana não conhecia esta
medida de humanidade. Os chicotes usados pelo executor judeu, feitos com uma,
três ou quatro tiras, eram muito menos cruéis do que os dos romanos, com
pontas de chumbo ou osso de carneiro, que laceravam a pele a cada golpe.
Foi sem dúvida a esse segundo tipo de castigo que nosso Senhor teve de
sujeitar-se, amarrado a uma coluna baixa e entregue à brutalidade dos
lictores.89
O apedrejamento era um castigo capital e nada mais. Era a execução hebraica
típica, antiquíssima e continuamente mencionada na Bíblia. Este foi o castigo
que os acusadores da mulher apanhada em adultério queiram aplicar-lhe, e aquele
sob o qual morreu Estêvão, o primeiro dos mártires cristãos. Deuteronômio
afirma claramente tratar-se de um castigo infligido pela comunidade inteira: os
acusadores e as testemunhas da acusação deveriam atirar as primeiras pedras e
depois deles o restante do povo.90 No tratado Sanhedrin existe uma outra
informação que faz este tipo de morte parecer um tanto menos bárbaro: o condenado
devia ser levado a um penhasco "da altura de dois homens" e um dos
acusadores o atirava para trás e para baixo, evidentemente para atordoá-lo com
a queda ou quebrar-lhe a espinha: somente depois disto eram atiradas as pedras,
e a primeira deveria ser dirigida ao seu coração.
Poderíamos ser tentados a pensar, em vista de morte de JESUS, que a
crucificação fosse um castigo comum em Israel; mas, na verdade, ela foi
importada pelos gregos e romanos. Os israelitas não crucificavam nem
enforcavam originalmente os condenados à morte: seus corpos deviam ser
"pendurados no madeiro".91 A crucificação, essa forma hedionda de
execução — crudellissimum taeterrimumque, nas palavras de Cícero — tinha
vindo provavelmente da Fenícia, e era sem dúvida usada apenas para os
escravos rebeldes. Espalhou-se, porém, por todo o mundo antigo e foi dito
que alcançou Roma na época de Tarquinius Superbus. Alexandre Janeu fez uso dela
em larga escala na Judéia, na execução dos fariseus derrotados.92
0 lugar da execução ficava fora das portas da cidade,93 e ali os postes
perpendiculares estavam fixados permanentemente: o condenado era levado para
fora e amarrado ou pregado pelas mãos a uma travessa menor que levantavam
por meio de cordas até o alto do poste ou até que alcançasse uma fenda
cortada no mesmo. Os homens eram executados com as costas voltadas para a
cruz, e olhando para os espectadores; as mulheres, na posição inversa.
Uma espécie de suporte ou apoio entre as pernas impedia que o corpo
cedesse devido ao peso, a fim de que a morte não sobreviesse muito
rapidamente. De fato, ela não ocorria durante horas e horas, sendo causada
no final por uma crescente asfixia, uma condição tetânica dos músculos, fome e,
acima de tudo, sede, para não falar dos ferimentos feitos pelos odiosos
pássaros que sempre rodeavam o lugar. Havia um mandamento em Deuteronômio
que proibia que os cadáveres fossem deixados no madeiro durante a noite;94
assim sendo, se a morte demorasse muito, eles quebravam as pernas do
crucificado ou traspassavam o seu lado com uma espada ou lança.
Tudo isto é com certeza hediondo, mas embora a guilhotina e a cadeira elétrica
possam ser tidas como menos cruéis, serão realmente menos repulsivas? De
qualquer modo, havia uma tendência contra a pena de morte na opinião
judaica: o Talmude a menciona.96 E a Lei Judia supria até certos serviços ao
condenado completamente omissos nos códigos modernos; era ordenado, por
exemplo, que houvesse um guarda montado junto ao lugar da execução, com
revezamentos, para que no caso das autoridades judiciais assim o desejarem
poderem sustar a ação legal até o último minuto. 0 condenado recebia
também obrigatoriamente uma "bebida forte" como a chamam os
Provérbios,96 aparentemente um hipnótico feito de incenso ou mirra
dissolvido em vinho ou vinagre — o mesmo que foi oferecido a JESUS. Havia
sociedades de mulheres piedosas, semelhantes às confrarias de penitentes na
Idade Média, que cuidavam deste dever. Na falta delas, as autoridades
municipais ficavam incumbidas do mesmo.97 Esta era a última prova de bondade
que a comunidade de Israel mostrava ao mais desgraçado de seus membros.
O
juiz injusto ( 18: 1-8 ) - Comentário Bíblico Wesleyana
1 E falou-lhes uma parábola a fim de que eles dever de orar sempre,
e nunca desfalecer; 2 ditado: Havia em certa cidade um juiz que
não temia a DEUS, nem respeitava o homem: 3 e havia uma viúva
naquela cidade; e ela veio e foi-lhe, dizendo: Faze-me justiça contra o
meu adversário. 4 E ele não iria por um tempo, mas depois disse
consigo: Ainda que não temo a DEUS, nem respeito os
homens, 5 todavia, como esta viúva me, I perturba vingar dela,
para que ela não me desgastar por ela não continue a vir. 6 E disse o
Senhor: Ouvi o que diz o juiz injusto. 7 E DEUS não fará
justiça aos seus escolhidos, que clamam a ele de dia e de noite,
e ainda que ele é longânimo para com eles? 8 Digo-vos
que ele depressa lhes fará justiça. No entanto, quando o Filho do homem,
porventura achará fé na terra?
O Evangelho de Lucas é o grande Evangelho de oração
(ver Introdução ). Capítulo 11 contém a chamada Oração
do Senhor e da parábola do amigo importuno à meia-noite. Este capítulo
começa com a parábola do juiz iníquo (ou o importuna Widow) e a parábola do
fariseu e do publicano.
O objetivo desta parábola é afirmado no primeiro verse- que eles dever de
orar sempre, e nunca desfalecer . Isto está diretamente relacionado
com o que precede. "A conexão é que, embora o tempo do retorno de
CRISTO para libertar Seu povo é escondido deles, mas eles devem não cessamos de
orar por livramento." Esse mesmo comando para orar continuamente, na
sequência de uma declaração de que ninguém sabe a hora de A vinda de CRISTO, é
encontrado em 21:36 e também em Marcos 13:33 . É claro
que a oração incessante é o mais importante preparação para a Segunda Vinda.
A palavra traduzida como deveria é dei , o que significa,
literalmente, "é necessário," Esta parábola ensina que a oração
persistente não é apenas um direito, mas uma necessidade. Só aqui e no
versículo 9 encontramos o propósito e significado de uma parábola
dado como um prefácio para ele. Para desmaiar é literalmente "a
perder o ânimo." É uma palavra favorita de Paulo.
A exortação a rezar sempre (cf. 1 Ts. 5:17 - "Orai sem
cessar"). é contrário ao ensino judaico "que DEUS não deve ser
cansado com oração incessante ... Um homem não deveria orar mais do que três
vezes por dia . Orações por hora são proibidos. "
A descrição do juiz- não temia a DEUS, e não consideraram o
homem (v. 2 ) -Mostra que ele estava completamente incapacitado
para manter esta posição. Ele era um cínico sem consciência
moral. Provavelmente, ele é pensado como um Oficial Gentile.
Na mesma cidade, era uma viúva que veio vindo (imperfeito ",
continuou vindo") para o juiz com o pedido: Faze-me justiça contra o
meu adversário (v. 3 ). Arndt e Gingrich traduzir esta:
"Veja por que eu recebo justiça contra o meu adversário." No grego há
um jogo de palavras que é difícil trazer para fora em
Inglês. Vinga e adversário são desenvolvidos a partir da
mesma raiz, que significa " justiça.
" Adversário propriamente significa "um oponente em uma
ação judicial." Parece provável que alguma pessoa rica foi tomar medidas
legais contra a pobre mulher, talvez encerrando uma hipoteca sobre a casa dela
e ameaçando levá-lo com ela. JESUS acusou os escribas de fazer isto
"os que devoram as casas das viúvas, sob pretexto de longas orações"
( Marcos 12:40 ). Assim, a viúva manteve articulado com o juiz,
"Reivindicar meus direitos contra o meu adversário." O status de uma
viúva no antigo Oriente foi muito infeliz. Uma e outra vez os israelitas
foram advertidos contra as viúvas que oprimem, mas muitas vezes esse pecado
cruel foi perpetrado.
No início, o juiz manteve a recusa (imperfeito) para cuidar do caso da
mulher. Mas, finalmente, sua persistência usava-o para baixo. Embora
ele não temia a DEUS, nem sequer tem respeito pelo homem, mas ele decidiu tomar
uma atitude, para que ela não me desgastar por ela não continue a
vir (v. 5 , literalmente, "chegando ao final)." Esta
tradução é melhor do que "cansar-me" (KJV), que é demasiadamente
fraca. O verbo em grego é muito forte. Literalmente significa "à
greve sob o olhar, dar um olho roxo." Pode ser encontrada somente aqui e
em 1 Cor. 9:27 , onde Paulo diz: "Mas eu bater e machucar o
meu corpo" (Goodspeed). Provavelmente, a palavra é usada
metaforicamente em ambas as passagens, mas somos tentados a admitir a
possibilidade de que a mulher exasperado pode literalmente dar ao juiz um olho
roxo. Não é provável, no entanto, que isso poderia acontecer.
Em seguida, JESUS fez a aplicação. Se um juiz injusto iria finalmente se
render a súplica persistente, quanto mais que um DEUS fiel do amor justiça
aos seus escolhidos , que clamam continuamente a Ele (v. 7 ).
O significado exato da última cláusula do versículo 7 - e ainda
assim ele é longânimo para com eles -é disputado. Geldenhuys objetos
à palavra ainda nesta versão. Será notado que o termo está em
itálico, o que indica que não está no original. Ele prefere a versão em inglês
revista (1881), onde se lê: ". E ele é longânimo para com eles"
Plummer sugere: "enquanto ele é lento para agir para eles." O Verson
Revised Standard dá uma inclinação diferente, colocando isso na forma de uma
pergunta: "Será que ele vai atrasar muito tempo sobre eles?" - o que
implica uma resposta negativa. Isso parece se encaixar melhor com o que se
segue no versículo 8 .
A parábola termina com uma pergunta inquietante: No entanto, quando o
Filho do homem, porventura achará fé na
terra? Desde pistis ( fé ) carrega o artigo definido,
alguns tomam isso como "a fé", ou seja, o cristianismo. Outros
referem que a confiança pessoal. Geldenhuys diz que ela "refere-se
claramente à fé que está aqui a ser discutido-fé em JESUS como o CRISTO, o
Messias Filho do Homem, através do qual DEUS julgará a causa dos eleitos."
O
Juiz Iníquo - Lucas 18. 1-8 - Com. Bíblico - Matthew Henry (Exaustivo) AT e NT
Esta parábola tem a sua chave pendurada na porta; o sentido e o plano dela são
prefixados. CRISTO a disse com esta intenção, para nos ensinar que os homens
deveriam orar sempre e nunca desfalecer, v. 1. Supõe-se que todo o povo de DEUS
compõe-se de pessoas de oração. Todos os filhos de DEUS mantêm tanto um contato
constante como um contato ocasional com Ele, enviando-lhe as suas orações de
forma regular, e também em cada situação de emergência. É nosso privilégio e
honra podermos orar. É nosso dever; devemos orar, pecamos se negligenciamos
esta bênção. Este deve ser o nosso trabalho constante; devemos orar sempre, é o
que o dever de todos os dias exige. Devemos orar, e nunca nos cansar de orar,
nem pensar em parar de orar até que as nossas orações sejam recebidas em meio
ao louvor eterno. Mas o que parece ser particularmente pretendido aqui, é nos
ensinar a constância e a perseverança em nossos pedidos por algumas misericórdias
espirituais que estamos buscando, com relação a nós ou à igreja de DEUS. Quando
estivermos orando pedindo forças contra os nossos inimigos espirituais, as
nossas luxúrias e corrupções – que são os nossos piores inimigos – devemos
persistir em oração, devemos orar e não desfalecer, porque não buscaremos a
face de DEUS em vão. Assim, devemos igualmente em nossas orações, pedir a
libertação do povo de DEUS das mãos de seus perseguidores e opressores.
I
CRISTO mostra, através de uma parábola, o poder da importunação entre os homens
– que serão dominados por ela, quando nada mais os influenciar – para fazerem o
que é justo e certo. Ele lhe dá um exemplo de uma causa honesta que teve êxito
diante de um juiz iníquo, não por retidão ou compaixão dela, mas puramente por
meio da importunação. Observe aqui: 1. O mau caráter do juiz que estava em
certa cidade. Ele não temia a DEUS, nem respeitava homem algum. Ele não tinha
absolutamente nenhuma preocupação por sua consciência ou por sua reputação. Não
temia a ira de DEUS contra si, nem a censura dos homens a seu respeito. Ele não
se importava em cumprir o seu dever para com DEUS, nem para com o homem; ele
era um perfeito estranho tanto para a piedade como para a honra, e não tinha
noção de nenhuma delas. Não é estranho que aqueles que rejeitaram o temor ao
seu Criador sejam totalmente indiferentes aos seus semelhantes; onde não existe
o temor a DEUS, nenhuma coisa boa deve ser esperada. Tal predomínio da falta de
religiosidade e da falta de humildade é ruim em qualquer pessoa, porém muito
pior em um juiz, que tem em sua mão um grande poder. Ao utilizar este poder,
ele deveria ser guiado pelos princípios de religião e justiça; pois, se não
for, em vez de fazer o bem com o seu poder, ele estará correndo o risco de
fazer o mal. A impiedade no lugar do juízo foi um dos males mais cruéis que
Salomão viu debaixo do sol, Eclesiastes 3.16. 2. O caso aflito de uma pobre
viúva que precisou fazer o seu apelo ao juiz, por estar sendo maltratada e
defraudada por alguém que pensava em vencê-la com poder e terror. Ela
manifestadamente tinha o direito a seu favor; mas, parece que, ao solicitar que
lhe fosse feita justiça, ela não se deteve às formalidades da lei, mas fazia
uma solicitação pessoal ao juiz todos os dias talvez em sua própria casa,
clamando: Faze-me justiça contra o meu adversário; não que ela desejasse
vingança por qualquer coisa que o adversário tivesse feito contra ela, mas que
ele fosse obrigado a restituir os bens dela que estavam em suas mãos, e que
ninguém mais pudesse oprimi-la. Note que as viúvas pobres têm, frequentemente,
muitos adversários que cruelmente se aproveitam de seu estado de fraqueza e
desamparo para invadir os seus direitos, e defraudá-las do pouco que possuem. E
os magistrados são particularmente ordenados, não só a não fazer violência às
viúvas (Jr 22.3), mas a fazer justiça ao órfão e tratar da causa das viúvas (Is
1.17), e serem seus patronos e protetores. Assim, eles agem como deuses, porque
o Senhor DEUS é assim, Salmos 68.5. 3. A dificuldade e a falta de estímulo que
ela encontrou em seu caso: E por algum tempo, não quis. De acordo com a sua
prática habitual, ele a reprovou, não deu atenção à sua causa, mas consentiu
com todo o mal que o adversário dela lhe fez; porque ela não tinha nenhum
suborno para oferecer àquele iníquo, nenhum homem importante a quem ele
admirasse para falar por ela, de forma que ele não se inclinava a reparar as
suas injustiças. E ele mesmo estava consciente do motivo de sua lentidão, e só
podia reconhecer dentro de si mesmo que nem temia a DEUS nem respeitava ao
homem. É triste que um homem conheça os seus próprios erros, e não se preocupe
em corrigi-los. 4. Conseguir o que queria importunando continuamente este juiz
injusto (v. 5): “Como esta viúva me molesta, me causa uma dificuldade contínua,
eu ouvirei a sua causa, e lhe farei justiça; nem tanto para que o seu clamor
não me traga uma má fama, mas para que o seu clamor não me aborreça; porque ela
está decidida a não me dar descanso até que seja atendida. Portanto, eu o
farei, para me poupar de todo este transtorno”. Assim ela conseguiu que a
justiça fosse feita através de um anseio contínuo; ela suplicava na porta do
juiz, o seguia nas ruas, o solicitava em julgamentos abertos, e a sua súplica
era: Faze-me justiça contra o meu adversário. O juiz injusto foi obrigado a
atendê-la, para se ver livre dela; porque a sua consciência, mesmo sendo tão
má, não o levaria a mandá-la para a prisão por considerar que a sua insistência
fosse uma afronta ao tribunal.
II
O Senhor emprega esta parábola para encorajar o seu povo a orar com fé e fervor,
e perseverar nesse particular.
1. Ele lhes assegura que DEUS Pai, por fim, será misericordioso para com eles
(v. 6): Ouvi o que diz o injusto juiz, como ele reconhece ter sido vencido pela
importunação constante, e DEUS não fará justiça aos seus escolhidos? Observe:
(1) O que é que eles desejam e esperam: que DEUS fizesse justiça aos seus escolhidos.
Note: [1] Há um povo no mundo que é o povo de DEUS, os seus eleitos, um povo de
sua escolha, um povo escolhido. E o Senhor tem um cuidado especial em tudo o
que faz por eles; isto se deve ao fato de serem seus escolhidos. O Senhor
assume uma responsabilidade em relação àqueles que Ele escolhe. [2] Os
escolhidos de DEUS enfrentam muitos transtornos e oposição neste mundo; há
muitos adversários que lutam contra eles; Satanás é o seu grande adversário.
[3] O que é desejado e esperado é que DEUS os preserve e os proteja, e que a
sua mão opere neles; que Ele assegure o interesse da igreja no mundo e a sua
graça em cada coração.
(2) O que é exigido do povo de DEUS a fim de obter isto: eles devem clamar a
Ele de dia e de noite; não que o Senhor precise da queixa deles, ou que possa
ser movido por suas súplicas, mas Ele lhes atribuiu este dever, e lhes prometeu
agir com misericórdia. Devemos ser específicos ao orarmos contra os nossos
inimigos espirituais, como fez o apóstolo Paulo: Por isto eu roguei ao Senhor
três vezes, que isto pudesse se afastar de mim; como esta viúva importuna.
Senhor, mortifique esta corrupção. Senhor, me arme contra esta tentação.
Devemos nos preocupar com as igrejas perseguidas e oprimidas, e orar para que
DEUS lhes faça justiça, e as coloque em segurança. E nisto devemos ter muita
urgência; devemos clamar com um desejo ardente; devemos clamar de dia e de
noite, como aqueles que acreditam que a sua oração será finalmente ouvida.
Devemos lutar com DEUS, como aqueles que sabem valorizar a bênção, e que não
terão uma resposta negativa. O povo que ora a DEUS é admoestado a não se cansar
de clamar, Isaías 62.6,7.
(3) Que falta de estímulo eles talvez possam enfrentar em suas orações e
expectativas. O Senhor pode ser muito paciente com eles, e pode não se
manifestar a eles no momento que esperam, em resposta às suas orações. Ele é
makrothymon ep autois – o Senhor exerce a paciência para com os adversários do
seu povo, e não se vinga deles. E Ele exercita a paciência do seu povo, e não
peleja imediatamente por eles em algumas circunstâncias. Ele foi muito paciente
em relação ao clamor devido aos pecados dos egípcios que oprimiam Israel, e
devido ao clamor e às dores daqueles que eram oprimidos.
(4) Que garantia eles têm de que a misericórdia virá finalmente, embora ela
possa demorar, e como é apoiada pelo que o juiz injusto disse: Se esta viúva
prevaleceu sendo importuna, muito mais prevalecerão os escolhidos de DEUS.
Porque: [1] Esta viúva era uma estranha, não tendo qualquer relacionamento com
o juiz; mas o povo que suplica a DEUS é o seu povo escolhido, a quem Ele
conhece, e ama, em quem tem prazer, e com quem sempre se preocupa. [2] Ela era
apenas uma, mas o povo suplicante de DEUS é composto por muitos, e todos vão a
Ele com o mesmo propósito, e concordam em pedir o que precisam, Mateus 18.19.
Assim como os santos no céu cercam o trono de glória unidos por seus louvores,
os santos na terra cercam o trono da graça unidos por suas orações. [3] Ela foi
até um juiz que ordenou que ela mantivesse distância; nós vamos a um Pai que
ordena que nos aproximemos dele com ousadia, e nos ensina a clamar, Aba, Pai.
[4] Ela foi até um juiz injusto; nós vamos a um Pai justo (Jo 17.25), que pensa
em sua própria glória e no conforto das suas pobres criaturas, especialmente
aquelas que estão em aflição, como viúvas e órfãos. [5] Ela foi até este juiz
puramente por sua própria conta; mas o próprio DEUS está empenhado na causa que
estamos solicitando; e podemos dizer, Vem, ó Senhor, pleiteie a tua própria causa;
e o que farás ao teu grande Nome? [6] Ela não tinha amigos para falar por ela,
e acrescentar força à sua petição, e usar de influência a seu favor mais que
ela própria; mas nós temos um Advogado junto ao Pai, o seu próprio Filho, que
vive para interceder por nós, e que tem um interesse poderoso e dominante no
céu. [7] Ela não tinha nenhuma promessa de que as coisas seriam agilizadas,
não, nem qualquer estímulo; mas nós temos o cetro de ouro à nossa disposição,
somos admoestados a pedir, com a promessa de que seremos atendidos. [8] Ela
podia ter acesso ao juiz apenas em certas ocasiões; mas nós podemos clamar a
DEUS de dia e de noite, a qualquer hora, e assim podemos esperar prevalecer
pela importunação. [9] A importunação dela era irritante ao juiz, e ela poderia
temer que ele se colocasse contra ela; mas a nossa importunação é agradável a
DEUS; a oração do justo é o seu prazer, e, portanto, podemos esperar, será mais
eficaz, se for uma oração efetiva e fervorosa.
2. Ele lhes sugere que, apesar disso, começarão a ficar cansados de esperar por
Ele (v. 8): “Porém, embora tais garantias sejam dadas – de que DEUS fará
justiça aos seus escolhidos – quando vier o Filho do Homem, porventura achará
fé na terra?” O Filho do Homem virá para fazer justiça aos seus escolhidos,
para defender a causa do seu povo ferido em todas as épocas, e no grande dia
Ele virá finalmente para julgar as controvérsias de Sião. Agora, quando Ele
vier, achará fé na terra? A pergunta sugere uma forte negativa: Não, não
achará; Ele mesmo prevê isto.
(1) Isto supõe que é somente na terra que há motivos para se ter fé; porque os
pecadores no inferno estão sentindo aquilo em que se recusaram a crer, e os
santos no céu estão desfrutando daquilo em que creram.
(2) Isto supõe que a fé é a grande qualidade que JESUS CRISTO procura. Ele
abaixa seus olhos sobre os filhos dos homens, e não pergunta, Há inocência?
mas, Há fé? Ele indaga sobre a fé daqueles que lhe pedem curas.
(3) Isto supõe que se houvesse fé, embora tão pequena, ele a descobriria, e a acharia.
Seus olhos estão sobre o crente mais fraco e mais obscuro.
(4) É predito que, quando CRISTO vier para defender a causa do seu povo, ele
achará apenas pouca fé em comparação com o que se poderia esperar. Isto é: [1]
Em geral, Ele encontrará apenas poucas pessoas boas, poucas que sejam realmente
e verdadeiramente boas. Muitas têm a forma e o aspecto de piedade, mas poucas
têm fé, são sinceras e honestas; Ele encontrará pouca fidelidade entre os
homens; faltam os fiéis, Salmos 12.1,2. Mesmo até o fim dos séculos ainda
haverá ocasião para a mesma queixa. O mundo não ficará melhor, não enquanto
estiver se tratando deste período. Este período é mau, e será mau, e o pior de
todos será aquele que antecederá a vinda de CRISTO; os últimos tempos serão os
mais perigosos. [2] Em particular, o Senhor encontrará poucos que tenham fé no
tocante à sua vinda. Quando vier fazer justiça aos seus escolhidos, o Senhor
olhará se não há qualquer fé para ajudar e apoiar, e se admirará por não
encontrá-la, Isaías 59.16; 63.5. Isto sugere que CRISTO, tanto em suas vindas
específicas para o alívio de seu povo, quanto em sua vinda geral no final dos
tempos, pode, e irá, retardar a sua vinda até que, em primeiro lugar, as
pessoas ímpias comecem a desafiá-la, e a dizer, Onde está a promessa de sua
vinda? 2 Pedro 3.4. Eles o desafiarão a vir (Is 5.10; Am 5.19); e a sua demora
os endurecerá na impiedade em que vivem, Mateus 24.48. Em segundo lugar, até
mesmo o seu próprio povo começará a perder as esperanças, e a concluir que Ele nunca
virá, por não ter vindo de acordo com os cálculos e estimativas que eles
fizeram. O tempo determinado pelo Senhor DEUS para aparecer ao seu povo é
aquele em que as coisas chegarão ao último extremo, quando Sião começar a
dizer, O Senhor me abandonou. Veja Isaías 49.14; 40.27. Mas este é o nosso
conforto; que, quando o tempo designado chegar, parecerá que a incredulidade do
homem não tornou a promessa de DEUS sem efeito.
A
ORAÇÃO EFICAZ
1Rs 18.42b-45 “Elias subiu ao cume do Carmelo, e se inclinou por terra, e meteu
o seu rosto entre os seus joelhos. E disse ao seu moço: Sobe agora e olha para
a banda do mar. E subiu, e olhou, e disse: Não há nada. Então, disse ele: Torna
lá sete vezes. E sucedeu que, à sétima vez, disse: Eis aqui uma pequena nuvem,
como a mão de um homem, subindo do mar. Então, disse ele: Sobe e dize a Acabe:
Aparelha o teu carro e desce, para que a chuva te não apanhe. E sucedeu que,
entretanto, os céus se enegreceram com nuvens e vento, e veio uma grande chuva;
e Acabe subiu ao carro e foi para Jezreel”.
A oração é uma comunicação multifacetada entre os crentes e o Senhor. Além de
palavras como “oração” e “orar”, essa atividade é descrita como invocar a DEUS
(Sl 17.6). Invocar o nome do Senhor (Gn 4.26), clamar ao Senhor (Sl 3.4),
levantar nossa alma ao Senhor (Sl 25.1), buscar ao Senhor (Is 55.6),
aproximar-se do trono da graça com confiança (Hb 4.16) e chegar perto de DEUS
(Hb 10.22).
MOTIVOS PARA A ORAÇÃO.
A
Bíblia apresenta motivos claros para o povo de DEUS orar.
(1) Antes de tudo, DEUS ordena que o crente ore. O mandamento para orarmos vem
através dos salmistas (1Cr 16.11; Sl 105.4), dos profetas (Is 55.6; Am 5.4,6),
dos apóstolos (Ef 6.17,18; Cl 4.2; 1Ts 5.17) e do próprio Senhor JESUS (Mt
26.41; Lc 18.1; Jo 16.24). DEUS aspira a comunhão conosco; mediante a oração,
mantemos o nosso relacionamento com Ele.
(2)
A oração é o elo de ligação que carecemos para recebermos as bênçãos de DEUS, o
seu poder e o cumprimento das suas promessas. Numerosas passagens bíblicas
ilustram esse princípio. JESUS, por exemplo, prometeu aos seus seguidores que
receberiam o ESPÍRITO SANTO se perseverassem em pedir, buscar e bater à porta
do seu Pai celestial (Lc 11.5-13). Por isso, depois da ascensão de JESUS, seus
seguidores reunidos permaneceram em constante oração no cenáculo (At 1.14) até
o ESPÍRITO SANTO ser derramado com poder (At 1.8) no dia de Pentecostes (At
2.1-4). Quando os apóstolos se reuniram após serem libertos da prisão pelas
autoridades judaicas, oraram fervorosamente para o ESPÍRITO SANTO lhes conceder
ousadia e autoridade divina para falarem a palavra dEle. “E, tendo eles orado,
moveu-se o lugar em que estavam reunidos; e todos foram cheios do ESPÍRITO
SANTO e anunciavam com ousadia a palavra de DEUS” (At 4.31). O apóstolo Paulo
freqüentemente pedia oração em seu próprio favor, sabendo que a sua obra não
prosperaria se os crentes não orassem por ele (Rm 15.30-32; 2Co 1.11; Ef 6.18,
20; Fp 1.19; Cl 4.3,4). Tiago declara inequivocamente que o crente pode receber
a cura física em resposta à “oração da fé” (Tg 5.14,15).
(3) DEUS, no seu plano de salvação da humanidade, estabeleceu que os crentes
sejam seus cooperadores no processo da redenção. Em certo sentido, DEUS se
limita às orações santas, de fé e incessantes do seu povo. Muitas coisas não
serão realizadas no reino de DEUS se não houver oração intercessória dos crentes
(ver Êx 33.11). Por exemplo: DEUS quer enviar obreiros para evangelizar. CRISTO
ensina que tal obra não será levada a efeito dentro da plenitude do propósito
de DEUS sem as orações do seu povo: “Rogai, pois, ao Senhor da seara que mande
ceifeiros para a sua seara” (Mt 9.38). Noutras palavras, o poder de DEUS para
cumprir muitos dos seus propósitos é liberado somente através das orações
contritas do seu povo em favor do seu reino. Se não orarmos, poderemos até
mesmo estorvar a execução do propósito divino da redenção, tanto para nós
mesmos, como indivíduos, quanto para a igreja coletivamente.
REQUISITOS
DA ORAÇÃO EFICAZ.
Nossa
oração para ser eficaz precisa satisfazer certos requisitos.
(1) Nossas orações não serão atendidas se não tivermos fé genuína, verdadeira.
JESUS declarou abertamente: “Tudo o que pedirdes, orando, crede que o
recebereis e tê-lo-eis” (Mc 11.24). Ao pai de um menino endemoninhado, Ele
falou assim: “Tudo é possível ao que crê” (Mc 9.23). O autor de Hebreus
admoesta-nos assim: “Cheguemo-nos com verdadeiro coração, em inteira certeza de
fé” (Hb 10.22), e Tiago encoraja-nos a pedir com fé, não duvidando (Tg 1.6; cf.
5.15).
(2)
Além disso, a oração deve ser feita em nome de JESUS. O próprio JESUS expressou
esse princípio ao dizer: “E tudo quanto pedirdes em meu nome, eu o farei, para
que o Pai seja glorificado no Filho. Se pedirdes alguma coisa em meu nome, eu o
farei” (Jo 14.13,14). Nossas orações devem ser feitas em harmonia com a pessoa,
caráter e vontade de nosso Senhor (ver Jo 14.13).
(3) A oração só poderá ser eficaz se feita segundo a perfeita vontade de DEUS.
“E esta é a confiança que temos nele: que, se pedirmos alguma coisa, segundo a
sua vontade, ele nos ouve” (1Jo 5.14).Uma das petições da oração modelo de
JESUS, o Pai Nosso, confirma esse fato: “Seja feita a tua vontade, tanto na
terra como no céu” (Mt 6.10; Lc 11.2; note a oração do próprio JESUS no
Getsêmani, Mt 26.42). Em muitos casos, sabemos qual é a vontade de DEUS, porque
Ele no-la revelou na Bíblia. Podemos ter certeza que será eficaz toda oração
realmente baseada nas promessas de DEUS constantes da sua Palavra. Elias tinha
certeza de que o DEUS de Israel atenderia a sua oração por meio do fogo e,
posteriormente, da chuva, porque recebera a palavra profética do Senhor (18.1)
e estava plenamente seguro de que nenhum deus pagão era maior do que o Senhor
DEUS de Israel, nem mais poderoso (18.21-24).
(4) Não somente devemos orar segundo a vontade de DEUS, mas também devemos
estar dentro da vontade de DEUS, para que Ele nos ouça e atenda. DEUS nos dará
as coisas que pedimos, somente se buscarmos em primeiro lugar o seu reino e sua
justiça (ver Mt 6.33). O apóstolo João declara que “qualquer coisa que lhe
pedirmos, dele a receberemos, porque guardamos os seus mandamentos e fazemos o
que é agradável à sua vista” (1Jo 3.22). Obedecer aos mandamentos de DEUS,
amá-lo e agradá-lo são condições prévias indispensáveis para termos resposta às
orações. Tiago ao escrever que a oração do justo é eficaz, refere-se tanto à
pessoa que foi justificada pela fé em CRISTO, quanto à pessoa que está a viver
uma vida reta, obediente e temente a DEUS — tal qual o profeta Elias (Tg 5.16-18;
Sl 34.13,14). O AT acentua este mesmo ensino. DEUS tornou claro que as orações
de Moisés pelos israelitas eram eficazes por causa do seu relacionamento
obediente com o Senhor e da sua lealdade a Ele (ver Êx 33.17). Por outro lado,
o salmista declara que se abrigarmos o pecado em nossa vida, o Senhor não
atenderá as nossas orações (Sl 66.18; ver Tg 4.5). Eis a razão principal por
que o Senhor não atendia as orações dos israelitas idólatras e ímpios (Is
1.15). Mas se o povo de DEUS arrepender-se e voltar-se dos seus caminhos
ímpios, o Senhor promete voltar a atendê-lo, perdoar seus pecados e sarar a sua
terra (2Cr 7.14; cf. 6.36-39; Lc 18.14). Note que a oração do sumo sacerdote
pelo perdão dos pecados dos israelitas no Dia da Expiação não seria atendida se
antes o seu próprio estado pecaminoso não fosse purificado (ver Êx 26.33).
(5) Finalmente, para uma oração eficaz, precisamos ser perseverantes. É essa a
lição principal da parábola da viúva importuna (Lc 18.1-7; ver 18.1). A
instrução de JESUS: “Pedi... buscai... batei”, ensina a perseverança na oração
(ver Mt 7.7,8). O apóstolo Paulo também nos exorta à perseverança na oração (Cl
4.2; 1Ts 5.17). Os santos do AT também reconheciam esse princípio. Por exemplo,
foi somente enquanto Moisés perseverava em oração com suas mãos erguidas a
DEUS, que os israelitas venciam na batalha contra os amalequitas (ver Êx
17.11). Depois de Elias receber a palavra profética de que ia chover, ele
continuou em oração até a chuva começar a cair (18.41-45). Numa ocasião anterior,
esse grande profeta orou com insistência e fervor, para DEUS devolver a vida ao
filho morto da viúva de Sarepta, até que sua oração foi atendida (17.17-23).
PRINCÍPIOS
E MÉTODOS BÍBLICOS DA ORAÇÃO EFICAZ.
(1)
Quais são os princípios da oração eficaz?
(a)
Para orarmos com eficácia, devemos louvar e adorar a DEUS com sinceridade (Sl
150; At 2.47; Rm 15.11..
(b) Intimamente ligada ao louvor, e de igual importância, vem a ação de graças
a DEUS (Sl 100.4; Mt 11.25,26; Fp 4.6).
(c)
A confissão sincera de pecados conhecidos é vital à oração da fé (Tg 5.15,16;
Sl 51; Lc 18.13; 1Jo 1.9).
(d)
DEUS também nos ensina a pedir de acordo com as nossas necessidades, segundo
está escrito em Tiago: deixamos de receber as coisas de que precisamos, ou
porque não pedimos, ou porque pedimos com motivos injustos (Tg 4.2,3; Sl
27.7-12; Mt 7.7-11; Fp 4.6).
(e)
Devemos orar de coração pelos outros, especialmente oração intercessória (Nm
14.13-19; Sl 122.6-9; Lc 22.31,32; 23.34).(2) Como devemos orar? JESUS acentua
a sinceridade do nosso coração, pois não somos atendidos na oração simplesmente
pelo nosso falar de modo vazio (Mt 6.7). Podemos orar em silêncio (1Sm 1.13) ou
em voz alta (Ne 9.4; Ez 11.13). Podemos orar com nossas próprias palavras, ou
usando palavras diretas das Escrituras. Podemos orar com a nossa mente, ou
podemos orar através do ESPÍRITO (i.e., em línguas, 1Co 14.14-18). Podemos até
mesmo orar através de gemidos, i.e., sem usar qualquer palavra humana (Rm
8.26), sabendo que o ESPÍRITO levará a DEUS esses pedidos inaudíveis. Ainda
outro método de orar é cantar ao Senhor (Sl 92.1,2; Ef 5.19,20; Cl 3.16). A
oração profunda ao Senhor será, às vezes, acompanhada de jejum (Ed 8.21; Ne
1.4; Dn 9.3,4; Lc 2.37; At 14.23; ver Mt 6.16).
(3) Qual a posição apropriada, do corpo, na oração? A Bíblia menciona pessoas
orando em pé (8.22; Ne 9.4,5), sentadas (1Cr 17.16; Lc 10.13), ajoelhadas (Ed
9.5; Dn 6.10; At 20.36), acamadas (Sl 63.6), curvadas até o chão (Êx 34.8; Sl
95.6), prostradas no chão (2Sm 12.16; Mt 26.39) e de mãos levantadas aos céus
(Sl 28.2; Is 1.15; 1Tm 2.8).
EXEMPLOS DE ORAÇÃO EFICAZ.
A
Bíblia está cheia de exemplos de orações que foram poderosas e eficazes.
(1) Moisés fez numerosas orações intercessórias às quais DEUS atendeu, mesmo
depois de Ele dizer a Moisés que ia proceder de outra maneira.
(2) Sansão, arrependido, orou pedindo uma última oportunidade de cumprir sua
missão máxima de derrotar os filisteus; DEUS atendeu essa oração ao lhe dar
forças suficientes para derrubar as colunas do prédio onde os inimigos estavam
exaltando o poder dos seus deuses (Jz 16.21-30).
(3) DEUS respondeu às orações de Elias em pelo menos quatro grandes ocasiões;
em todas elas redundaram em glória ao DEUS de Israel (17-18; Tg 5.17,18).
(4) O rei Ezequias adoeceu e Isaías lhe declarou que morreria (2Rs 20.1; Is
38.1). Ezequias, reconhecendo que sua vida e obra estavam incompletas, virou o
rosto para a parede e orou intensamente a DEUS para que prolongasse sua vida.
DEUS mandou Isaías retornar a Ezequias para garantir a cura e mais quinze anos
de vida (2Rs 20.2-6; Is 38.2-6).
(5) Não há dúvida de que Daniel orou ao Senhor na cova dos leões, pedindo para
não ser devorado por eles, e DEUS atendeu o seu pedido (Dn 6.10,16-22).
(6) Os cristãos primitivos oraram incessantemente a DEUS pela libertação de
Pedro da prisão, e DEUS enviou um anjo para libertá-lo (At 12.3-11; cf. 12.5).
Tais exemplos devem fortalecer a nossa fé e encher-nos de disposição para
orarmos de modo eficaz, segundo os princípios delineados na Bíblia.
1
Crônicas 16.8; 10-17; João 15.16
1
Crônicas 16.8 - Louvai ao SENHOR, invocai o seu nome, fazei conhecidos entre os
povos os seus feitos. 10 - Gloriai-vos no seu santo nome; alegre-se o coração
dos que buscam o SENHOR. 11 - Buscai ao SENHOR e a sua força; buscai a sua face
continuamente. 12 - Lembrai-vos das suas maravilhas que tem feito, dos seus
prodígios, e dos juízos da sua boca. 13 - Vós, semente de Israel, seus servos,
vós, filhos de Jacó, seus eleitos. 14 - Ele é o SENHOR, nosso DEUS; em toda a
terra estão os seus juízos. 15 - Lembrai-vos perpetuamente do seu concerto e da
palavra que prescreveu para mil gerações; 16 - do concerto que fez com Abraão e
do seu juramento a Isaque; 17 - o qual também a Jacó ratificou por estatuto, e
a Israel por concerto eterno,
João
15.16 - Não me escolhestes vós a mim, mas eu vos escolhi a vós, e vos nomeei,
para que vades e deis fruto, e o vosso fruto permaneça, a fim de que tudo
quanto em meu nome pedirdes ao Pai ele vos conceda.
O
QUE É ORAÇÃO?
A
oração é o meio que DEUS proveu ao homem, a fim de que este viesse a
estabelecer um relacionamento de comunhão contínua com Ele.
A
QUEM ORAR E QUANDO ORAR?
1.
Devemos orar a DEUS.
2.
Quando tudo está bem.
3.
No dia da angústia e da adversidade.
COMO
ORAR?
1.
Com reverência.
2.
Com fé e humildade.
3.
Priorizando o Reino de DEUS e seus valores eternos.
ONDE
ORAR E POR QUEM ORAR?
1.
O lugar da oração.
2.
Orar pela igreja de DEUS.
3.
Orar por todos os homens e pelas autoridades constituídas (1 Tm 2.1,2).
Não
há limite para o crente viver uma vida de constante e crescente oração.
Objetivos
da oração
"[n.]
Todos já nos sentimos impulsionados a orar com mais intensidade nos momentos de
decisão e de angústias; não podemos viver distanciados da presença divina.
1.
Buscar a presença de DEUS. 'Quando tu disseste: Buscai o meu rosto, o meu
coração te disse a ti: O teu rosto Senhor, buscarei' (SI 27.8). Seja nos
primeiros alvores do dia, seja nas últimas trevas da noite, o salmista jamais
deixava de ouvir o chamado de DEUS para contemplar-lhe a face. Tem você
suspirado pelo Senhor? Ou já não consegue ouvi-Lo? O sorriso de DEUS é tudo o
que você precisa para vencer as insídias humanas.
2.
Agradecê-Io pelos imerecidos favores. Se nos limitarmos às petições, nossa
oração jamais nos enlevará ao coração do Pai. Mas se, em tudo, lhe dermos
graças, até mesmo pelas tribulações que nos sitiam a alma, haveremos de ser, a
cada manhã, surpreendidos pelos cuidados divinos. J. Blanchard é mui
categórico: 'nenhum homem pode orar biblicamente, se orar egoisticamente'.
3.
Interceder pelo avanço do Reino de DEUS. Na Oração Dominical, insta-nos o
Senhor JESUS a orar: 'Venha teu Reino' (Mt 6.1 O). No Antigo Testamento, os
judeus rogavam a DEUS que jamais permitisse que suas possessões viessem a cair
em mãos gentias. Basta ler o Salmo 136 para se enternecer com o cuidado dos
israelitas por sua herança espiritual e territorial" (ANDRADE, Claudionor.
As Disciplinas da vida Cristã. Como alcançar a verdadeira
espiritualidade. Rio de
Janeiro,
CPAD, 2008, pp. 36-8).
LUCAS
18:1-8 - Moody
1.
Disse-lhes JESUS uma parábola. Grande parte do discurso acima encontra paralelo
em Mateus 24, mas esta parábola é exclusiva de Lucas. Mostra que ele estava
fazendo uma aplicação imediata da profecia de JESUS. Estar preparado para sua
volta está condicionado à oração.
2. Um juiz. Talvez o juiz fosse um magistrado romano, que não tivesse nenhum
interesse particular nas necessidades do povo judeu.
3. Vinha (gr. êrcheto) está no imperfeito, o que lhe dá a entender que ela
aparecia frequentemente no tribunal. Julga a minha causa (gr. ekdikêson contra)
não é um pedido de vingança, mas de uma sentença que a protegesse de suas
injustiças.
4. Não a quis atender. O verbo expressa mais o seu estado de espírito e não uma
simples atitude. A persistência da viúva esgotou a obstinação do juiz.
5. Esta viúva me importuna. Literalmente, para que ela não me deixe com um olho
preto. O grego hypôpiazê pode significar "molestar" ou
"prejudicar a reputação".
7. Escolhidos. Lucas usa esta palavra só duas vezes: uma vez falando do Messias
(23:35), e outra vez falando do povo que ele escolheu e chamou.
8. Achará porventura fé na terra? A pergunta retórica implica que a fé será
escassa. As palavras de nosso Senhor não predizem uma melhoria geral das
condições espirituais no mundo antes de sua volta.
O
R A Ç Ã O
EM
NOME DE JESUS (Jo 16:23-26)
CONSIDERAÇÕES
SOBRE ORAÇÃO:
A-
Talvez A Primeira Oração Na Bíblia: Gn 4:26
B-
DEUS Ouve As Orações: Sl 65:2
C-
Temos A Ajuda Do ESPÍRITO SANTO: Rm 8:26
D-
Temos A Ajuda De JESUS: Rm 8:34
E-
As Nossas Orações Chegam Ao Céu: Ap 5:8
F-
Sobem Para DEUS Com O Incenso: Ap 8:34
G-
Foi-Nos Dado Ordem Para Orarmos: 1 Cr 16:11; Mc 13:33
H-
Quando Orar? Todo O Tempo: Ef 6:18; 1 Ts 5:17
I-
Com Qual Tipo De Oração Devemos Orar? Toda: Ef 6:18
J-
Resposta Prometida: Is 58:9; Lc 11:9
K-
Uma Forma De Oração: Pública, Ou Em Família (Oração De Concordância): Mt 18:19;
At 1:14; At 4:24,37
L-
Condição De Quem
Ora:
*Contrição:
2cr 7:14 *Sinceridade: Jr 29:13 *Fé: Mc 11:24 *Justiça: Tg 5:16
*Obediência:1jo3.22
M-
Brevidade Na Oração: Ec 5:2; Mt 6:7
N-
Postura Ou Posição Na
Oração
*Em
Pé: 1 Rs 8:22; Lc 18:11
*Assentado:At2:2
*Ajoelhado:Dn6:10;Lc22:41
*Deitado:Is38:2;Sl4:4;Sl6:6
*Prostrado:Mt26:39;Js5:14
*Inclinado:Ex4:31;Ex12:27;Ex34:8;1rs18:42
O-
Outra Forma De Oração: Secreta: Mt 6:6
P-
Oração Pela Manhã: Mc 1:35; Dn 6:10; Sl 55:17
Q-
Oração À Tarde: Dn 6:10; At 3:1; Sl 55:17
R-
Oração À Noite: Lc 6:12; Dn 6:10; Sl 55:17
S-
Oração Pública De JESUS: Lc 3:21
T-
Oração Perdoadora: Mt 6: 14,15
U-
Tipos De Oração:
U.1-
Arrependimento:
(Confissão,
Contrição) 2 Cr 6:27; 1 Jo 1:9; At 11:18; Jó 42:6; Ez 18:32; Mt 4:17; Lc
13:3,15:7
U.2-
Agradecimento:
(Ação
De Graças) Cl 3:15, 4:2; 1 Tm 2:1,2, 4:3,4; Ef 5:20; Fp 4:6; 2 Ts 1:3; Ap 7:12
U.3-
Louvor:
(Pelo
Que DEUS Fez, Faz E Fará) Sl 100:4; Sl 150:2,6; Sl 67:3; Hb 13:15; At 2:47; Ap
5:12, 19:5
U.4-
Adoração:
(Pelo
Que DEUS É ) Sl 29:2; Ap 7:11,12; Jo 4:24; Sl 89:9; Sl 93 Todo. Veja Adoração
U.5-
Petição:
(Pedido
Por Si Mesmo, Com Súplica) Tg 4:3; 1 Tm 2:1; Lc 11:9; Jo 15:7; Fp 4:6 Vontade
DEUS 1 Jo 5:14
U.6-
Entrega:
(Lançamento,
Transferência De Problemas) Lc 23:46; At 4:34; 1 Pe 5:7
U.7-
Consagração:
(A
Vontade De DEUS É Perfeita) Lc 22:42; At 4:29; 13:2
U.8-
Intercessão:
(Orando
Pelos Outros, Colocando-Se No Lugar De Outrem, Indo A DEUS A Favor De E
Resistindo A Satanás Que Está Contra). É Um Encontro Com DEUS E Um Confronto
Com Satanás.
A
intercessão é tão importante que DEUS quando vai fazer algo que influencie o
quotidiano humano, ELE primeiro fala aos seus servos na terra para que estes
intercedam para que aconteça, caso seja bom, ou intercedam para que não
aconteça, caso seja mau. (2 Rs 24.2; Jr 25.4; Jn ) Amós 3.7 = Certamente o
Senhor JEOVÁ não fará coisa alguma, sem ter revelado o seu segredo aos seus
servos, os profetas.
Exemplo: Quando DEUS quis destruir Sodoma e Gomorra primeiro falou com Abraão
(Gn 18.17), quando DEUS quis destruir o povo hebreu, primeiro falou com Moisés
(Ex 32.9,10), Quando quis enviar libertação do cativeiro primeiro falou com
Daniel (Dn 9.2), quando quis castigar o povo de Israel primeiro falou com seus
profetas (Jr 7.25; 11.7; Jr 25.4; 26.5; 29.19; 35.15; 44.4). Quando quis mandar
o salvador, primeiro falou com os profetas (Dt 18.15; At 28.25; Hb 1.1).
Note
que ao pensar em destruir Sodoma e Gomorra, DEUS não se lembrou de Ló e sua
família, mas de Abraão, porque Abraão era um Intercessor (Gn 19.29).
Quando
nosso filho, ou filha, ou mãe, ou pai, ou marido, ou esposa, ou parente, ou
amigo, ou conhecido, ou desconhecido, qualquer pessoa estiver em perigo, DEUS
recorrerá a nós para orarmos intercedendo, isso se nós estivermos ali na brecha
(Ez 22.30), para interceder, ou seja estivermos prontos para orar
costumeiramente todos os dias em favor daqueles que precisam de nossas orações.
VEJA
Lc 13.1-9 = É por isso que às vezes cai um avião, ou outra catástrofe acontece
e escapa uma pessoa só, ela tinha um intercessor orando por ela e os outro não.
Ez
22.30 E busquei dentre eles um homem que estivesse tapando o muro e estivesse
na brecha perante mim por esta terra, para que eu não a destruísse; mas a
ninguém achei.
Is 53:12; Jo 17:9; Rm 8:34; Hb
7:25; 1 Tm 2:1; 1 Sm 19:4, 25:24; Fm 10; Jó 9:32-35; Is 62:6, 59:16;
Ez
22:30,31: SE NÃO TIVER INTERCESSOR A IGREJA FECHA
Exemplo
De Abrahão: Gn 18:17, 19:29 – De Moisés: Gn 32:10-14; 32:32, 33:18
Obs.:
Veja Estudo Sobre Dons (Dom De Línguas, Quem Ora Em Línguas Edifica-Se A Si
Mesmo E Pode Chegar A Ser Usado Pelo ESPÍRITO SANTO Na Oração Intercessória Com
Gemidos Inexprimíveis.http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/licao10-ldc-osdonsespirituais.htm
JESUS
É Intercessor Como Homem E Como DEUS.
DEUS
Está Na Terra, Dentro De Nós (ESPÍRITO SANTO); O Homem Está No Céu Num Corpo De
Homem (Glorificado. Em JESUS CRISTO, Nosso Intercessor)
ORAÇÃO
PAI-NOSSO (LC 11.1-4 E MT 6.7-15 )
NA
VERDADE JESUS NÃO NOS ENSINOU “O QUE ORAR”, E SIM “COMO ORAR”; PROIBINDO-NOS DE
FICAR
REPETINDO
SEMPRE A MESMA ORAÇÃO. (NOS EVANGELHOS AS ORAÇÕES PAI-NOSSO SÃO DIFERENTES)
LUCAS
11.1-4
1
Estava JESUS em certo lugar orando e, quando acabou, disse-lhe um dos seus
discípulos: Senhor, ensina-nos a orar, como também João ensinou aos seus
discípulos. 2 Ao que ele lhes disse: Quando orardes, dizei: Pai, santificado
seja o teu nome; venha o teu reino; 3 dá-nos cada dia o nosso pão cotidiano;
4
e perdoa-nos os nossos pecados, pois também nós perdoamos a todo aquele que nos
deve; e não nos deixes entrar em tentação, (mas livra-nos do mal.)
MATEUS
6.7-15
7
E, orando, não useis de vãs repetições, como os gentios; porque pensam que pelo
seu muito falar serão ouvidos.8 Não vos assemelheis, pois, a eles; porque vosso
Pai sabe o que vos é necessário, antes de vós lho pedirdes. 9 Portanto, orai
vós deste modo: Pai nosso que estás nos céus, santificado seja o teu nome; 10
venha o teu reino, seja feita a tua vontade, assim na terra como no céu; 11 o
pão nosso de cada dia nos dá hoje; 12 e perdoa-nos as nossas dívidas, assim
como nós também temos perdoado aos nossos devedores; 13 e não nos deixes entrar
em tentação; mas livra-nos do mal. Porque teu é o reino e o poder, e a glória,
para sempre, Amém. 14 Porque, se perdoardes aos homens as suas ofensas, também
vosso Pai celestial vos perdoará a vós; 15 se, porém, não perdoardes aos
homens, tampouco vosso Pai perdoará vossas ofensas.
Filiação
Divina: Pai nosso que estás nos céus
Exaltação
ao nome de DEUS: Santificado seja o Teu nome
Estabelecimento
do Reino de DEUS: Venha o Teu Reino
Submissão: Seja
feita a Tua vontade, assim na terra como é no céu.
Provisão: “O
pão nosso de cada dia nos dá hoje”
Perdão
Pessoal: “E perdoa-nos as nossas dívidas”
Proteção: “Não
nos deixes cair em tentação”
Libertação:
“Livra-nos do mal”
Exaltação: “Porque
Teu é o reino e o poder, e a glória, para sempre. Amem”
Ajuda insejec@uol.com.br -(adaptação Ev.
Luiz Henrique de Almeida Silva)
QUE
ACONTECE QUANDO A IGREJA ORA?
(Pastor
Geziel Gomes)
I.
EXISTEM TRÊS TIPOS BÁSICOS DE ORAÇÃO
1.
A oração individual, At 9.11
2. A oração em grupo, At 16.26
3. A oração coletiva, At 2.42
II.
AS GRANDES VANTAGENS DA ORAÇÃO COLETIVA
1.
Ela fortalece a união do povo de DEUS
2. Ela multiplica a nossa fé
3. Ela tem garantias de pronta resposta, Mt 21.22
III.
TIPOS DE oração QUE A IGREJA NUNCA DEVERIA FAZER
1.
A oração sem fé - ela invalida a Palavra de DEUS. Tg 1.6
2. A oração sem humildade - oração de revolta. oração ou afronta?
2.1 ela despreza a vontade de DEUS, Mt 6.10
2.2 ela insulta a DEUS
2.3 ela cega a mente do crente, impedindo de discernir a vontade de DEUS,
Rm 8.28
3. A oração sem reverencia - ela afasta a presença de DEUS
4. A oração sem temor e unção do ESPÍRITO.
IV.
VOCÊ SABIA QUE DEIXAR DE ORAR É UM PECADO?
1.
Leia I Samuel 12.23
2. Deixar de orar é pecado de desobediência, I Ts 5.17; Lc 18.1
3. Deixar de orar é um pecado de desprezo da alma para com DEUS
4. Deixar de orar é um convite a viver em incredulidade
5. Deixar de orar é perder a chave que a abre o Celeiro de DEUS
6. Deixar de orar é a maneira mais perfeita de afastar-se de DEUS
7. Deixar de orar significa deixar de abastecer a alma com o gozo do Céu
V.
QUE ACONTECE QUANDO A IGREJA DEIXA DE ORAR?
1.
O povo de DEUS começa a experimentar escassez, Mt 6.11
2. Muitos dentre o povo de DEUS morrem prematuramente, II Cr 16.12,13
3. Muitos que estão prestes a morrer alcançam sua cura, Is 38.1
4. A Obra de DEUS sofre e se debilita, II Cr 7.14
5. A salvação de almas pode ser reduzida
6. Se a Igreja deixa de orar, suas prioridades mudam
(passatempos/piadas/tv/lazer)
VI.
QUE ACONTECEU QUANDO A IGREJA PRIMITIVA OROU?
1.
Aconteceu um grande Movimento, At 4.31
1.a
na casa: Moveu-se o lugar em que estavam reunidos
1.b nos corações dos crentes: Todos foram cheios do espírito SANTO
1.c na Cidade: Anunciavam com ousadia a palavra de DEUS
2.
Aconteceu um grande livramento, At 12.5-17
2.a
Essa oração atraiu os anjos
2.b Essa oração cegou e imobilizou os guardas da prisão
2.c Essa oração abriu as portas do cárcere
3.
Aconteceu um avivamento missionário
3.a
Eles serviam, jejuavam e oravam
3.b O Senhor levantou os primeiros missionários
3c. A Obra missionária nunca mais terminou
A
PRÁTICA NA ORAÇÃO:
1.
Definição
A
prática da oração é a arte de entrar no SANTO dos Santos e de se colocar na
presença do próprio DEUS em espírito, por meio da fé, valendo-se do sacrifício
de CRISTO, e falar com DEUS com toda liberdade por meio da palavra audível ou
silenciosa.
Conforme
esta definição, qual o pré-requisito para orar?
2.
Resultados da oração
A
oração é um instrumento pelo qual confessamos duas coisas ao mesmo tempo: a
estreiteza de nossos recursos e a extrema largueza dos recursos de poder e do
amor de DEUS. A prática da oração é um dos mais extraordinários meios de graça
de que o homem pode dispor.
Descubra
nos textos três efeitos distintos da oração em nossa vida. Tome nota.
Fp
4.6-7
Mt 7.7-8 e Tg 5.16b
Tg 4.2-3, 1 Pe 3.7 e Pv 28.9
Podemos
verificar que a oração produz resultados psicológicos (paz de espírito, tranquilidade),
espirituais (maior sentido de vida) e concretos (atendimento real do pedido
feito).
3.
Elementos da oração
A
maior parte de nossas orações são de súplica. Não deveria ser assim. No
contexto bíblico, a oração tem pelo menos seis elementos. Eles não precisam
estar presentes numa única prece, mas devem ser lembrados sempre.
Descubra
quais são esses elementos, verificando os textos indicados.
2
Cr
7.3
Sl 103.2
Sl
51.1-9
1 Sm 1.15
Tg 5.16 e Mt
5.44
Jr 33.3 e Mt 7.7
4.
O sim e o não
DEUS
diz sim a muitas de nossas orações. É animador listar os sins de DEUS nas
orações contidas na história bíblica. Veja alguns exemplos. Escreva os nomes
dos personagens e seus pedidos, de acordo com as referências.
Gn
25.21
Êx 2.23-25
Jz
13.8-9
2 Rs 20.5
Lc
1.13
At 10.4
Mas
DEUS diz não também a não poucas orações, mesmo que elas sejam proferidas por
pessoas de caráter e de fé. Leia estes textos e anote da mesma maneira.
Dt
3.23-27
2 Sm 12.15-20
2 Co 12.7-9
5.
Oração e ação
Lutero
dizia: “É preciso orar como se todo trabalho fosse inútil e trabalhar como se
todo orar fosse em vão”. É o que acontece do início ao fim do livro de Neemias.
Você ficará impressionado ao procurar as passagens que descrevem como ele
conciliava oração e ação (Ne 1.4; 2.4-5; 4.4-6; 4.9; 6.9 e assim por diante).
Sublinhe o que encontrar em sua própria Bíblia e tire suas conclusões.
6.
Frequência da oração
Pense
por um momento: Você ora todos os dias? Quantas vezes? Na hora de levantar e de
deitar ou às refeições? Somente em caso de doença ou morte? Leia as passagens
abaixo e anote os períodos de oração que elas sugerem.
Sl
55.17 e Dn
6.10
Lc 6.12
Ne 2.4 e Lc
22.44
1 Ts 5.17
Porque
a oração é de grande importância e porque o homem é naturalmente
indisciplinado, é bom que haja algum horário fixo de oração. O que não dispensa
o “orai sem cessar”, que é a manutenção do espírito de oração em todos os
momentos e circunstâncias, que caracteriza a nossa total dependência de DEUS.
7.
Sugestões
1)
Antes de orar, pare e pense um pouco em DEUS e seus atributos. Com certeza,
você iniciará sua oração da maneira correta: com uma palavra de adoração que
partirá do fundo da alma.
2)
Lembre-se de que a oração não substitui a leitura da Bíblia. As duas práticas
são essenciais para o seu crescimento na vida cristã. Sem a Bíblia, as orações
podem tornar-se sem conteúdo, egoístas e até mesmo erradas (Tg 4.3).
3)
Tente “balancear” suas orações com adoração, ações de graça, confissão,
extravasamento, intercessão e súplica.
4)
Peça sem constrangimento. Não é necessário substituir a súplica pelo louvor. É
DEUS quem abre a porta da oração e diz: “Pede-me”. Mas não peça apenas saúde,
cura física, sucesso, prosperidade, felicidade. Ore por virtudes e valores
espirituais. Insista até obter resposta.
5)
Reserve horários especiais no dia para oração, sem deixar de aplicar o “orai
sem cessar”.
8.
Oração
Senhor
DEUS, obrigado por ter acesso a ti pela oração. Ensina-me a orar.
Ajuda-me a orar mais.
Amém.
Extraído Revista
Ultimato 269
SÍNTESE
DO TÓPICO I - Os detalhes da parábola não são o principal a ser entendido, mas
sim sua mensagem central.
SÍNTESE
DO TÓPICO II - Além da perseverança na oração e na fé, a parábola destaca a
bondade, a justiça e o fato de que DEUS assume as causas dos menos favorecidos.
SÍNTESE
DO TÓPICO III - A parábola ensina que a oração, a perseverança e a fé,
evidenciadas na atitude da viúva, são marcas que devem ser encontradas em todo
discípulo de JESUS.
SUBSÍDIO
EXEGÉTICO TOP1
“A
Parábola do Juiz e da Viúva enfoca a oração persistente. Claro que JESUS não
está ensinando que DEUS é como um juiz injusto. A parábola é dita num estilo
‘quanto mais’. Se um homem iníquo finalmente responde os clamores de uma viúva,
quanto mais um DEUS justo ouvirá as orações dos seus filhos.
“A parábola fala sobre uma situação da vida real. O juiz não tem reverência a
DEUS ou respeito pelos direitos das pessoas. Uma viúva pobre envolvida num
processo na mesma cidade pleiteia com o juiz insensível para decidir em favor
dela contra um adversário (v.3). Por um longo tempo ele não faz nada, ignorando
os clamores por justiça. Como outras viúvas naquela sociedade, ela é impotente
e entre a mais vulnerável das pessoas. Ela é dependente dos outros para cuidar
dela” (ARRINGTON, F. L. In ARRINGTON, French L.; STRONDAD, Roger (Eds.).
Comentário Bíblico Pentecostal. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2003, p.435).
SUBSÍDIO
PRÁTICO-TEOLÓGICO TOP2
“A
aplicação é clara e simples. Uma viúva pode obter justiça de um juiz que não
teme a DEUS e não tem nenhuma consideração pelos seus semelhantes, simplesmente
pela sua vinda contínua. Quanto mais deveria um cristão ter fé e crer que um
DEUS justo, bom e amoroso responderá as suas orações, embora Ele possa demorar
– ou seja, embora às vezes pareça que a resposta demora! Depressa, lhes fará
justiça, ou seja, subitamente, inesperadamente, mas não necessariamente quando
eles pensam que a resposta deve vir” (CHILDERS, Charles. Comentário Bíblico
Beacon. Vol.6. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2006, p.467).
CONHEÇA
MAIS - TOP2 - *O Cuidado de DEUS com as Viúvas
“DEUS
é o socorro e o auxílio [das viúvas]: Dt 10.18; Sl 68.5; 146.9; Pv 15.25. DEUS
tem expectativa que o seu povo cuide das viúvas (Is 10.2; Jr 7.6),
principalmente os juízes e líderes e DEUS apresenta o seu testemunho contra os
opressores das viúvas (Ml 3.5). A trilogia de ‘viúvas, orfãos e estrangeiros’ é
uma descrição-padrão das pessoas que estão em situação vulnerável.” Para
conhecer mais leia Compreendendo todas as Parábolas de JESUS, CPAD, p.630.
SUBSÍDIO
DEVOCIONAL TOP3
“JESUS
ensina uma importante lição a respeito da oração, nas parábolas do amigo
importuno e do juiz injusto. Ambas ilustram a frequentemente citada promessa de
JESUS: ‘Pedi e dar-se-vos-á; buscai, e encontrareis; batei, e abrir-se-vos-á.
Porque aquele que pede, recebe; e o que busca, encontra; e, ao que bate, se
abre’ (Mt 7.7,8; veja Lc 11.9,10).
“Os três imperativos em Mateus 7.7 (‘pedi’, ‘buscai’ e ‘batei’) são verbos que
originalmente estão no presente ativo. Por conseguinte, o sentido dessa
passagem é: ‘Continuai pedindo, até receberdes; continuai buscando, até
encontrardes; continuai batendo, até que vos seja aberta a porta’. Muito
diferente da incredulidade, a importunação e a persistência demonstram a firme
determinação de se alcançar um fim desejado, ao mesmo tempo que evidenciam a fé
que prevalece contra todos os obstáculos” (BICKET, Zenas J.; BRANDT, Robert L.
Teologia Bíblica da Oração. 6ª reimpressão. Rio de Janeiro: CPAD, 2006, p.206).
PARA
REFLETIR - A respeito de “Perseverando na Fé”, responda:
O
que devemos levar em conta na interpretação dessa parábola?
Devemos levar em conta o propósito que levou JESUS a contar essa parábola.
Segundo a lição, é necessário interpretar, ao pé da letra, cada detalhe das
parábolas?
Não é preciso interpretar, ao pé da letra, cada detalhe de todas as parábolas.
Qual foi a decisão inédita tomada pela viúva da parábola?
Ela toma uma decisão inédita, pois não escolhe advogados (talvez sua condição
nem o permitisse), nem defensores públicos, mas contra o costume de seu ambiente,
decide apresentar, pessoalmente, a instância ao juiz.
Qual é o elemento de contraste dessa parábola?
O juiz de nossa parábola é iníquo, injusto; DEUS, a quem servimos, por outro
lado, é justo. Nisto consiste o elemento de contraste dessa parábola.
O último tópico da lição destaca três coisas que, segundo a parábola, não devem
faltar na vida do cristão. Quais são elas?
Oração, perseverança e fé.
CONSULTE
- Revista Ensinador Cristão - CPAD, nº 76, p38.
AJUDA
BIBLIOGRÁFICA
Teologia
Sistemática de Charles Finney
BÍBLIA
ILUMINA EM CD - BÍBLIA de Estudo NVI EM CD - BÍBLIA Thompson EM CD.
Bíblia
de estudo - Aplicação Pessoal.
CPAD - http://www.cpad.com.br/ - Bíblias, CD'S, DVD'S, Livros e
Revistas. BEP - Bíblia de Estudos Pentecostal.
Conhecendo
as Doutrinas da Bíblia - Myer Pearman - Editora Vida
Comentário
Bíblico Beacon, v.5 - CPAD.
CRISTOLOGIA
- A doutrina de JESUS CRISTO - Esequias Soares - CPAD
Dicionário
Bíblico Wycliffe - CPAD
GARNER,
Paul. Quem é quem na Bíblia Sagrada. VIDA
http://www.gospelbook.net, www.ebdweb.com.br, http://www.escoladominical.net, http://www.portalebd.org.br/,
Bíblia The Word.
O
Novo Dicionário da Bíblia - J.D.DOUGLAS.
Peq.Enc.Bíb. - Orlando Boyer - CPAD
Revista
Ensinador Cristão - CPAD.
STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.
Teologia
Sistemática Pentecostal - A Doutrina da Salvação - Antonio Gilberto - CPAD
Teologia
Sistemática - Conhecendo as Doutrinas da Bíblia - A Salvação - Myer Pearman -
Editora Vida
Teologia
Sistemática de Charles Finney
HOUAISS,
Antônio. Dicionário da Língua Portuguesa. OBJETIVA.
Levítico - introdução e comentário - R.K.Harrinson - Série Cultura Bíblica -
Sociedade Religiosa Edições Vida Nova - São Paulo - SP
Guia
Básico de Interpretação da Bíblia - CPAD
Pequeno
Atlas Bíblico - CPAD Hermenêutica Fácil e Descomplicada - CPAD
REVISTA,
LIÇÃO 13 NA ÍNTEGRA
Escrita Lição 13, CPAD,
Perseverando Na Fé Em CRISTO, 1Tr25, Com. Extras Pr Henrique, EBD NA TV
Para nos ajudar
PIX 33195781620 (CPF) Luiz Henrique de Almeida Silva
ESBOÇO DA LIÇÃO
13, 1Tr25
I – DIANTE
DAS HERESIAS É PRECISO PERSEVERANÇA
1. Os
falsos mestres
2. A experiência apostólica (vv.10,11)
3. Entendendo o “querer” (v.12)
4. Características dos enganadores (v.13)
II –
APRENDENDO, SENDO INTEIRADO E SABENDO
1. De quem
Timóteo aprendeu as Sagradas Letras? (v. 14)
2.
Permanecendo firme nas Sagradas Letras (v.15)
3. A Bíblia é divinamente inspirada
III – TENDO
AS ESCRITURAS COMO O FUNDAMENTO
1. A
autoridade apostólica
2. Abrangência
3. O manual de DEUS (vv. 16b,17)
TEXTO ÁUREO
“E temos, mui firme, a palavra dos profetas, à qual
bem fazeis em estar atentos, como a uma luz que alumia em lugar escuro, até que
o dia esclareça, e a estrela da alva apareça em vosso coração.” (2 Pe 1.19)
VERDADE PRÁTICA
A Bíblia Sagrada é o único instrumento moral e
espiritual estabelecido por DEUS para aferir a nossa conduta diante do Criador,
da sociedade, da pátria e da família.
LEITURA
DIÁRIA
Segunda - Êx 5.1 A expressão "assim diz o SENHOR" é o selo
da autoridade da Bíblia
Terça - Mc 7.13 As Escrituras Sagradas são a Palavra de DEUS
Quarta - Jo 10.35 O Senhor JESUS, a maior autoridade no céu e na
terra, disse que a Bíblia é inerrante
Quinta - Hb 4.12 A Palavra de DEUS é poderosa para alcançar o mais
íntimo do ser humano
Sexta - 1 Pe 1.25 A validade da Palavra de DEUS é para sempre
Sábado - 2 Pe 1.20,21 A Bíblia Sagrada foi produzida por homens movidos
pelo ESPÍRITO SANTO
LEITURA
BÍBLICA EM CLASSE - 2 Timóteo 3.10-17
10 - Tu, porém, tens
seguido a minha doutrina, modo de viver, intenção, fé, longanimidade, amor,
paciência,
11 - perseguições e
aflições tais quais me aconteceram em Antioquia, em Icônio e em Listra; quantas
perseguições sofri, e o Senhor de todas me livrou.
12 - E também todos os
que piamente querem viver em CRISTO JESUS padecerão perseguições.
13 - Mas os homens
maus e enganadores irão de mal para pior, enganando e sendo enganados.
14 - Tu, porém,
permanece naquilo que aprendeste e de que foste inteirado, sabendo de quem o
tens aprendido.
15 - E que, desde a
tua meninice, sabes as sagradas letras, que podem fazer-te sábio para a
salvação, pela fé que há em CRISTO JESUS.
16 - Toda Escritura
divinamente inspirada é proveitosa para ensinar, para redarguir, para corrigir,
para instruir em justiça,
17 - para que o homem
de DEUS seja perfeito e perfeitamente instruído para toda boa obra.
Hinos Sugeridos:
322, 456, 505 da Harpa Cristã
PLANO DE AULA
1. INTRODUÇÃO
Ao longo deste trimestre estudamos as principais
heresias que ameaçam a identidade da Igreja de CRISTO, mostrando seus enganos
e, frontalmente, as respostas bíblicas que as contrapõem. Na presente lição, a
última deste trimestre, vamos refletir a respeito da perseverança que devemos
demonstrar com a fé que herdamos. Como cristãos, somos herdeiros do cristianismo
bíblico e histórico.
2. APRESENTAÇÃO DA LIÇÃO
A) Objetivos da Lição: I) Mostrar que diante das
heresias é preciso ter perseverança; II) Enfatizar a necessidade de sempre
aprender com a Palavra de DEUS; III) Considerar as Escrituras como o fundamento
da vida cristã.
B) Motivação: Na fé cristã, a fonte de autoridade é a
Bíblia, a Palavra de DEUS. Nesse aspecto, a Palavra de DEUS é documento final
em matéria de doutrina e valores que devem nortear a vida do crente. O que faz,
do ponto de vista histórico, uma igreja não se tornar herege é a perseverança
em ter a Bíblia como suficiente e autoritativa em nossas vidas.
C) Sugestão de Método: Estamos encerrando mais um
trimestre. Antes de iniciar a exposição desta última lição, sugerimos que você
faça uma breve revisão dos principais temas que estudamos ao longo do
trimestre. É muito importante que contextualizemos os nossos alunos a respeito
do assunto geral do trimestre. Cada lição se encontra dentro de um tema
principal que é o fenômeno da nova aparência de antigas heresias. Após a
revisão, inicie o conteúdo desta semana.
3. CONCLUSÃO DA LIÇÃO
A) Aplicação: A Palavra de DEUS é um guia seguro para
as nossas vidas. Trata-se, portanto, de um livro que revela a vontade de DEUS
para a nossa. Por isso, quem tem a Bíblia como a bússola de sua vida não cairá
nos caminhos heterodoxos das mais diversas heresias que atuam em nossos dias.
4. SUBSÍDIO AO PROFESSOR
A) Revista Ensinador Cristão. Vale a pena conhecer essa revista que traz
reportagens, artigos, entrevistas e subsídios de apoio à Lições Bíblicas
Adultos. Na edição 100, p.42, você encontrará um subsídio especial para esta
lição.
B) Auxílios Especiais: Ao final do tópico, você
encontrará auxílios que darão suporte na preparação de sua aula: 1) O texto
"Tempos difíceis para o cristão", logo após o primeiro tópico,
destaca o contexto de falsos ensinos contra os quais o cristão perseverante
terá que lutar; 2) O texto "O que Significa Dizer que DEUS Inspirou a
Bíblia?", ao final do terceiro tópico, aprofunda a característica
autoritativa da Bíblia como Palavra de DEUS.
PALAVRA-CHAVE - PERSEVERANÇA
COMENTÁRIO
– INTRODUÇÃO
As religiões mundiais e os movimentos dissidentes
delas possuem diversos escritos sagrados. No Cristianismo, a fonte de
autoridade é a Bíblia Sagrada. A autoridade bíblica deriva sua origem em DEUS,
o que nos permite chamar a Bíblia de a Palavra de DEUS. Isso encerra a
superioridade das Escrituras como plena e total garantia de infalibilidade, mas
não falta quem indevidamente reivindica essa mesma autoridade ou até mais que
as Escrituras.
I – DIANTE
DAS HERESIAS É PRECISO PERSEVERANÇA
1. Os
falsos mestres
As duas epístolas a Timóteo, classificadas com
justiça como “Epístolas Pastorais” juntamente com a epístola a Tito,
destacam-se também pelo seu caráter apologético. São refutações às heresias
contra as “fábulas ou as genealogias intermináveis” (1 Tm 1.4; 4.7; Tt 3.9), e
a expressão, “falsamente chamada ciência” (1 Tm 6.20), sem dúvida, é um combate
ao pensamento gnóstico, que começou a surgir e chegou ao ápice no século 2.
Irineu de Lião (135-204) combateu o tal sistema em sua obra Contra as Heresias.
O apóstolo Paulo está combatendo dois principais grupos heréticos em sua
geração: os gnósticos de sua geração, como combateu as heresias judaicas,
também de sua época, os falsos “doutores da lei” (1 Tm 1.7), da “circuncisão”
(Tt 1.10) e as “fábulas judaicas” (Tt 1.14).
2. A experiência apostólica (vv.10,11)
O apóstolo elogia a perseverança de Timóteo na fé e
na doutrina em tempos tão difíceis (v. 10). As perseguições são uma referência
à experiência da primeira viagem missionária juntamente com Barnabé (At
13.8-12,50; 14.5-7,19). É verdade que Timóteo se integrou à comitiva de Paulo
em Listra na sua segunda viagem missionária (At 16.1-3). Isso aconteceu depois
dessas perseguições, e Timóteo, nessa época, ainda não fazia parte da comitiva
paulina, contudo deve ter sido testemunha ocular de algumas dessas perseguições,
pois vivia na região e a sua mãe era crente, sem dúvida, membro da igreja.
3. Entendendo o “querer” (v.12)
O verbo “querer” em “todos os que piamente querem
viver em CRISTO JESUS padecerão perseguições” é mais que um simples desejo, mas
uma resolução, ou seja, um propósito de coração, é uma vida com propósito.
Sofrer pela causa do Evangelho é motivo para glorificar a DEUS “porque sobre
vós repousa o ESPÍRITO da glória de DEUS” (1 Pe 4.14). É isso que DEUS espera
de cada um de nós na atualidade.
4. Características dos enganadores (v.13)
O termo usado pelo apóstolo para “enganadores” ou
“impostores” é goēs, uma palavra que aparece uma só vez no Novo Testamento e
nenhuma na Septuaginta, usado na antiga literatura grega como “embusteiro,
impostor, feiticeiro, charlatão, encantador”, então, essas pessoas denunciadas
por Paulo pertencem ao campo religioso. Isso indica que o apóstolo está se
referindo a ensinadores e doutrinadores de mentiras, a falsos mestres, em nada
diferem dos falsos doutores. Nenhum deles teve futuro promissor (2 Pe 2.1-3).
SINÓPSE I - A perseverança na fé e na doutrina é
fundamental diante das heresias.
AUXÍLIO BIBLIOLÓGICO
“TEMPOS DIFÍCEIS PARA O CRISTÃO
[...] 3.13 - Não espere que os falsos mestres e as
pessoas más mudem de comportamento sozinhos. Deixados a sós, eles irão de mal a
pior. Se tiver oportunidade, corrija-os de modo que os conduza de volta à fé em
CRISTO. Lute pela verdade, especialmente para proteger os cristãos mais jovens.
3.14 - Cercado pelos falsos mestres e pelas inevitáveis
pressões de um ministério crescente, Timóteo poderia facilmente ter abandonado
a sua fé ou modificado a sua doutrina. Uma vez mais Paulo aconselhou Timóteo a
olhar para seu passado e a permanecer nos ensinos básicos a respeito de JESUS,
que são eternamente verdadeiros. Como Timóteo, estamos cercados de falsos
ensinos. Mas não devemos permitir que a nossa sociedade distorça ou coloque
empecilhos à eterna verdade de DEUS. Dedique diariamente um tempo para refletir
sobre o fundamento de sua fé cristã, encontrado na Palavra de DEUS, que são as
grandes verdades que edificam sua vida” (Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2013, pp.1715).
II – APRENDENDO, SENDO INTEIRADO E SABENDO
1. De quem Timóteo aprendeu as Sagradas Letras? (v.
14)
O contexto em 2 Timóteo 3.10-17 mostra que a fonte de
autoridade do aprendizado de Timóteo são “as sagradas letras”, as Escrituras
Sagradas, que são inspiradas por DEUS. Interessante que no versículo 14 o
apóstolo emprega o pronome relativo, “de quem”, em “sabendo de quem o tens
aprendido”, no plural grego, tinōn, literalmente ,“dos quais”, isso permite as
seguintes traduções: “Você sabe quem foram os seus mestres na fé cristã”
(NTLH); “pois conhece aqueles de quem aprendeu” (NVT); “confiar naqueles de
quem você aprendeu” (NBV). Desde a infância (v. 15) seria uma referência
natural à sua mãe Eunice e à sua avó Loide (2 Tm 1.5) e ao próprio apóstolo
Paulo (2 Tm 2.2).
2.
Permanecendo firme nas Sagradas Letras (v.15)
Timóteo é exortado a permanecer firme “naquilo que
aprendeu” e que “acredita”, ou de “que foste inteirado” por duas razões
principais: a) porque sabia de quem tinha aprendido; b) porque são as “sagradas
letras”, os escritos sagrados, a Bíblia. O que ele aprendeu de sua mãe e de sua
avó era uma herança espiritual muito útil para o exercício de seu ministério
sob orientação paulina. Aprendemos com isso a importância da educação nos
caminhos do Senhor desde a infância no lar (Dt 6.4-8; Pv 22.6). O ensino cristão
deve começar em casa, no lar (Dt 6.6-9). A igreja, por meio da Escola Bíblica
Dominical, apoia e complementa essa formação. Esse princípio vale para os
nossos dias.
3. A Bíblia é divinamente inspirada
Está escrito que “toda a Escritura é inspirada por DEUS”
(v.16 - NAA). O termo grego theopneustos, “inspirada por DEUS, divinamente
inspirada”, vem das palavras Theos, “DEUS”, e pneo, “respirar, soprar”. É
oportuno saber a abrangência da inspiração do texto sagrado “toda Escritura” e,
também, seus autores humanos, pois, “os homens santos de DEUS falaram
inspirados pelo ESPÍRITO SANTO” ou: “movidos pelo ESPÍRITO SANTO” (2 Pe 1.21 –
TB, NAA). Esse caráter especial e único da “palavra dos profetas” a torna única
no gênero. Ela pode fazer qualquer pessoa sábia para a salvação em JESUS e é
proveitosa para ensinar, repreender, corrigir, instruir em justiça (vv.15-17).
Nenhuma literatura no mundo possui essa prerrogativa.
SINÓPSE II - Quem aprende da Palavra de DEUS
persevera e permanece na verdade.
III – TENDO
AS ESCRITURAS COMO O FUNDAMENTO
1. A
autoridade apostólica
A Igreja se submete inquestionavelmente à autoridade
dos apóstolos do Novo Testamento. Sabemos que essa é a vontade de DEUS. Se os
Evangelhos de Mateus e Lucas, ou pelo menos um deles, são colocados no mesmo
nível do Antigo Testamento (1 Tm 5.18; Dt 25.4; Mt 10.10; Lc 10.7), e da mesma
forma as epístolas paulinas (2 Pe 3.15,16), isso é uma forma de reconhecer
definitivamente o Novo Testamento como Escritura inspirada. Assim, todos os
livros da Bíblia têm o mesmo grau de inspiração e a mesma autoridade; logo,
devemos dar a mesma atenção e credibilidade tanto aos profetas do Antigo
Testamento como aos apóstolos do Novo.
2. Abrangência
Em muitas passagens no Novo Testamento, o termo
“Escritura” ou no plural, “Escrituras”, se refere ao Antigo Testamento algumas
dezenas de vezes (Mt 21.42; Mc 12.10; Lc 24.27; Jo 2.22; 5.39). Mas o contexto
da expressão paulina “toda Escritura é inspirada por DEUS” não se restringe
apenas ao Antigo Testamento e sabemos disso porque a intenção do ESPÍRITO SANTO
é mostrar que se trata de todos os 66 livros da Bíblia: “para que vos lembreis
das palavras que primeiramente foram ditas pelos santos profetas e do mandamento
do Senhor e Salvador, mediante os vossos apóstolos” (2 Pe 3.2), Antigo e Novo
Testamento.
3. O manual de DEUS (vv. 16b,17)
Além de ser valiosa para os quatro propósitos
pastorais: a Bíblia é “proveitosa para ensinar, para redarguir (contradizer os
falsos mestres), para corrigir, para instruir em justiça”, não somente para os
obreiros, mas para equipar qualquer pessoa que leia as Escrituras para “toda a
boa obra” (v.17). Estaríamos à deriva no mundo sem essas palavras, pois elas
nos levam à luz de CRISTO (Sl 119.105).
SINÓPSE III - Toda a Palavra de DEUS é autoritativa e
regra fundamental para a nossa vida.
AUXÍLIO BIBLIOLÓGICO
“O QUE SIGNIFICA DIZER QUE DEUS INSPIROU A BÍBLIA?
Dizer que DEUS inspirou a Bíblia equivale a dizer que
o ESPÍRITO SANTO motivou e supervisou, de forma sobrenatural, aqueles que
receberam as profecias e revelações apostólicas, em todo o processo de redação
de seus livros escriturais. Muitos outros livros têm coautores, de modo que não
precisamos imaginar que as Escrituras tenham que ser uma produção humana ou
divina. As Sagradas Escrituras originaram-se, não da vontade de seus autores
humanos, mas da vontade do DEUS ESPÍRITO SANTO (2 Pe 1.20,21). Os autores bíblicos afirmaram mais de três mil
vezes ter recebido as suas mensagens do Senhor. DEUS, o ESPÍRITO SANTO,
“inspirou” (soprou ou originou) as Escrituras, por intermédio de autores
humanos (2 Tm 3.16).
DEUS preparou estes porta-vozes conscientes,
ativamente proféticos e apostólicos (e seus secretários) providencialmente, por
sua hereditariedade, por seu caráter, pelo vocabulário que usavam e pelo seu
estilo de escrita. No momento apropriado, em todos os processos da escrita,
eles foram “inspirados pelo ESPÍRITO SANTO” (2 Pe 1.21). Este significado técnico da inspiração não se
aplica a nenhuma suposta revelação fora da Bíblia, ou a qualquer literatura que
possa, de uma maneira geral, ser considerada inspirada” (Bíblia de Estudo
Apologética Cristã. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2017, p.1930).
CONCLUSÃO
A Bíblia é um guia seguro para toda a humanidade, e
não somente para a Igreja. Ela é a única revelação de DEUS escrita para o ser
humano e a fonte de autoridade espiritual para aferir a nossa conduta diante de
DEUS, da sociedade e da família. Trata-se de uma orientação segura para a vida
humana, a nação de Israel e a Igreja, bem como as exortações para o mundo,
incluindo o aspecto político, social e religioso das nações.
REVISANDO O CONTEÚDO
1. Quais os dois principais grupos heréticos que o
apóstolo Paulo combatia?
O apóstolo Paulo está combatendo dois principais
grupos heréticos em sua geração: os gnósticos de sua geração, como combateu as
heresias judaicas, também de sua época, os falsos “doutores da lei” (1 Tm 1.7), da “circuncisão” (Tt 1.10) e as “fábulas judaicas” (Tt 1.14).
2. Qual a fonte de autoridade do aprendizado de
Timóteo?
A fonte de autoridade do aprendizado de Timóteo são
“as sagradas letras”, as Escrituras Sagradas, que são inspiradas por DEUS.
3. Onde deve começar o ensino cristão?
O ensino cristão deve começar em casa, no lar (Dt 6.6-9).
4. Qual a abrangência da inspiração do texto sagrado?
Antigo e Novo Testamento.
5. Como estaríamos no mundo sem a Bíblia?
Estaríamos à deriva no mundo sem essas palavras, pois
elas nos levam à luz de CRISTO (Sl 119.105).