Escrita Lição 13, CPAD, Perseverando Na Fé Em CRISTO, 1Tr25, Com. Extras Pr Henrique, EBD NA TV

Escrita Lição 13, CPAD, Perseverando Na Fé Em CRISTO, 1Tr25, Com. Extras Pr Henrique, EBD NA TV
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Vídeo https://youtu.be/de_Ikz2gOhk?si=AWhWeuBl0ZuLhBhu
Escrita https://ebdnatv.blogspot.com/2025/03/escrita-licao-13-cpad-perseverando-na.html
Slides https://ebdnatv.blogspot.com/2025/03/slides-licao-13-cpad-perseverando-na-fe.html
PowerPoint https://pt.slideshare.net/slideshow/slides-licao-13-cpad-perseverando-na-fe-em-cristo-1tr25-pptx/276632024


ESBOÇO DA LIÇÃO 13, 1Tr25
I – DIANTE DAS HERESIAS É PRECISO PERSEVERANÇA
1. Os falsos mestres  
2. A experiência apostólica (vv.10,11)  
3. Entendendo o “querer” (v.12)  
4. Características dos enganadores (v.13) 
II – APRENDENDO, SENDO INTEIRADO E SABENDO
1. De quem Timóteo aprendeu as Sagradas Letras? (v. 14)     
2. Permanecendo firme nas Sagradas Letras (v.15)
3. A Bíblia é divinamente inspirada  
III – TENDO AS ESCRITURAS COMO O FUNDAMENTO
1. A autoridade apostólica  
2. Abrangência   
3. O manual de DEUS (vv. 16b,17)   
 
TEXTO ÁUREO
“E temos, mui firme, a palavra dos profetas, à qual bem fazeis em estar atentos, como a uma luz que alumia em lugar escuro, até que o dia esclareça, e a estrela da alva apareça em vosso coração.”  (2 Pe 1.19)
 
VERDADE PRÁTICA
A Bíblia Sagrada é o único instrumento moral e espiritual estabelecido por DEUS para aferir a nossa conduta diante do Criador, da sociedade, da pátria e da família.
 
LEITURA DIÁRIA
Segunda - Êx 5.1 A expressão "assim diz o SENHOR" é o selo da autoridade da Bíblia
Terça - Mc 7.13 As Escrituras Sagradas são a Palavra de DEUS
Quarta - Jo 10.35 O Senhor JESUS, a maior autoridade no céu e na terra, disse que a Bíblia é inerrante
Quinta - Hb 4.12 A Palavra de DEUS é poderosa para alcançar o mais íntimo do ser humano
Sexta - 1 Pe 1.25 A validade da Palavra de DEUS é para sempre
Sábado - 2 Pe 1.20,21 A Bíblia Sagrada foi produzida por homens movidos pelo ESPÍRITO SANTO
 
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE - 2 Timóteo 3.10-17
10 - Tu, porém, tens seguido a minha doutrina, modo de viver, intenção, fé, longanimidade, amor, paciência,
11 - perseguições e aflições tais quais me aconteceram em Antioquia, em Icônio e em Listra; quantas perseguições sofri, e o Senhor de todas me livrou.
12 - E também todos os que piamente querem viver em CRISTO JESUS padecerão perseguições.
13 - Mas os homens maus e enganadores irão de mal para pior, enganando e sendo enganados.
14 - Tu, porém, permanece naquilo que aprendeste e de que foste inteirado, sabendo de quem o tens aprendido.
15 - E que, desde a tua meninice, sabes as sagradas letras, que podem fazer-te sábio para a salvação, pela fé que há em CRISTO JESUS.
16 - Toda Escritura divinamente inspirada é proveitosa para ensinar, para redarguir, para corrigir, para instruir em justiça,
17 - para que o homem de DEUS seja perfeito e perfeitamente instruído para toda boa obra.
 
Hinos Sugeridos:  322, 456, 505 da Harpa Cristã

 

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SUBSÍDIOS EXTRAS PARA A LIÇÃO 13

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Os livros sagrados das diversas religiões incluem a Bíblia, o Alcorão, a Torá, os Vedas, o Tri-Pitakas, o Bhagavad-Gita, o Tao Te Ching, entre outros. 

 

Livros sagrados das religiões abraâmicas

·        Bíblia: A Bíblia cristã é um dos livros sagrados mais conhecidos do mundo. O Novo Testamento acrescenta à Bíblia a imagem de JESUS e Maria, que expressam a humanidade, o sofrimento e a redenção. 

·        Alcorão: O Alcorão é o livro sagrado do islamismo. Foi revelado a Maomé pelo anjo Gabriel, no século VII d.C. 

·        Torá: A Torá é uma das peças do Tanakh, que é o livro sagrado do judaísmo. 

·         

Outros livros sagrados 

·        Vedas: São considerados a Escritura Sagrada mais antiga da humanidade.

·        Tri-Pitakas: São livros sagrados.

·        Bhagavad-Gita: Também é conhecido como Sublime Canção, Canção do Senhor ou a Mensagem do Mestre.

·        Tao Te Ching: É o livro sagrado do Taoismo.

·        Analectos: São os textos sagrados do Confucionismo.

·         

Os livros sagrados guardam tradições, ensinamentos e muitas vezes heresias. 

 

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Impostores

γοης goes
de goao (lamentar-se); TDNT - 1:737,126; n m
1) lamentador, berrador
2) impostor, encantador (porque os encantamentos costumavam ser pronunciados de forma semelhante a um uivo)
3) enganador, impostor

 

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Perversos

πονηρος poneros
de um derivado de 4192; TDNT - 6:546,912; adj
1) cheio de labores, aborrecimentos, fadigas
1a) pressionado e atormentado pelos labores
1b) que traz trabalho árduo, aborrecimentos, perigos: de um tempo cheio de perigo à fidelidade e à fé cristã; que causa dor e problema
2) mau, de natureza ou condição má
2a) num sentido físico: doença ou cegueira
2b) num sentido ético: mau, ruim, iníquo
Sinônimos ver verbete 5908
A palavra é usada no caso nominativo em Mt 6.13. Isto geralmente denota um título no grego. Consequentemente CRISTO está dizendo, “livra-nos do mal”, e está provavelmente se referindo a Satanás.

 

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Quem

τις tis - tinōn
pode indicar plural
1) quem, que, o que

 

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Inspirado

θεοπνευστος theopneustos
1) inspirado por DEUS
1a) o conteúdo das escrituras

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Quatro pilares da igreja são: Palavra (Bíblia, fundamento dos profetas e apóstolos), Pão (comunhão), Amor prático (Ação Social, serviço), Missão Evangelística. 

Esses pilares são fundamentos que sustentam a comunidade cristã, orientando a fé, a adoração e a evangelização. 

Qual é o objetivo dos pilares?

Cada pilar desempenha um papel fundamental na construção da igreja e no fortalecimento dos crentes. 

Outras características da igreja:

·        A Igreja de JESUS CRISTO é descrita como una, santa, católica (universal) e apostólica 

·        A igreja de DEUS deve se firmar sobre cinco pilares: adoração, ensino, comunhão (união), proclamação (evangelismo e missões) e pureza (santidade).

 

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Sola Scriptura é uma expressão latina que significa "Somente a Escritura". É um dos princípios fundamentais da Reforma Protestante. 

A doutrina de Sola Scriptura afirma que a Bíblia é a única autoridade final em questões de fé e prática cristã. 

Princípios de Sola Scriptura

·        A Bíblia é a única fonte de autoridade para a fé e a prática cristã 

·        A Bíblia é a Palavra de DEUS e a única regra de fé e prática 

·        A Bíblia é a única palavra autorizada e inspirada por DEUS 

·        Toda e qualquer outra base de autoridade deve estar submissa à Bíblia 

Outros lemas da Reforma Protestante Solus Christus (somente CRISTO), Sola gratia (somente a graça), Sola fide (somente a fé), Soli Deo gloria (somente a DEUS a glória). 

 

 

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Instruções pastorais e pessoais. As Epístolas particulares abrangem instruções de natureza prática. Dentre outros temas, em 1 Timóteo, Paulo orienta o combate às heresias por meio da “sã doutrina” (1Tm 1.3,9,10). Em vista disso, o líder deve ser apto para ensinar (1Tm 3.2; 4.13,16). Em 2 Timóteo ratifica-se que o obreiro deve manejar “bem a palavra da verdade” (2Tm 2.15) a fim de produzir arrependimento nos que resistem (2Tm 2.25). Em Tito, o pastor deve contrapor os falsos ensinos (Tt 1.5,10,11), e para tanto é exortado a falar “o que convém à sã doutrina” (Tt 2.1). Em Filemom, a mensagem enfatiza o perdão. O transgressor arrependido deve ser recebido “mais do que servo, como irmão amado” (Fm 1.16).

 

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BEP - CPAD

1 carta de Paulo a Timóteo

Autor: Paulo

Tema: A Sã Doutrina e as Boas Obras

Data: Cerca de 65/66 d.C.

 

 

Considerações Preliminares

1 e 2 Timóteo e Tito — comumente chamadas “epístolas pastorais” — são cartas escritas por Paulo (1.1; 2 Tm 1.1; Tt 1.1) a Timóteo (em Éfeso) e Tito (em Creta) concernente ao cuidado pastoral das igrejas. Alguns críticos questionam a autoria destas cartas por Paulo, mas a igreja primitiva corroborava sua autoria paulina. Embora haja diferenças de estilo e de vocabulário nas epístolas pastorais ao compará-las com as outras cartas de Paulo, estas diferenças podem decorrer da avançada idade de Paulo e sua solicitude pessoal com os ministérios de Timóteo e de Tito. 

Paulo escreveu 1 Timóteo depois dos eventos relatados no fim de Atos a primeira prisão de Paulo em Roma (At 28) terminou, segundo parece, com a sua libertação (2 Tm 4.16,17). Posteriormente, segundo Clemente de Roma (cerca de 96 d.C.) e o Cânon Muratoriano (cerca de 190 d.C.), Paulo viajou de Roma, dirigindo-se para o oeste, até a Espanha, e ministrou a Palavra de DEUS ali, como era seu desejo há longo tempo (cf. Rm 15.23,24,28). Conforme relatam as Epístolas Pastorais, Paulo, a seguir, voltou à região do mar Egeu (especialmente Creta, Macedônia e Grécia) e aí continuou seu ministério. Durante esse período (cerca de 64,65 d.C.), Paulo comissionou Timóteo como seu representante apostólico para ministrar em Éfeso, e Tito para fazer o mesmo em Creta. Da Macedônia, Paulo escreveu sua primeira carta a Timóteo, e, pouco mais tarde, escreveu a Tito. Posteriormente, Paulo foi preso de novo em Roma, quando então escreveu uma segunda carta a Timóteo pouco antes do seu martírio em 67/68 (ver 2 Tm 4.6-8; ver também introdução a 2 Timóteo).

 

Propósito

Paulo teve um tríplice propósito ao escrever 1 Tm: (1) exortar o próprio Timóteo a respeito do seu ministério e da sua vida pessoal; (2) exortar Timóteo a defender a pureza do evangelho e seus santos padrões da corrupção causada por falsos mestres; e (3) dar a Timóteo instruções a respeito de vários assuntos e problemas de Éfeso.

 

Visão Panorâmica

Um dos cuidados principais que Paulo transmite ao seu jovem auxiliar é que Timóteo lute com denodo pela fé e refute os falsos ensinos que estavam comprometendo o poder salvífico do evangelho (1Tm 1.3-7; 4.1-8; 6.3-5,20,21). Paulo também instrui Timóteo a respeito das qualificações espirituais e pessoais dos dirigentes da igreja, e oferece um quadro geral das qualidades de um obreiro candidato a futuro pastor de igreja (ver a lista detalhada das qualidades de ministros e diáconos no esboço supra).

Entre outras coisas, Paulo ensina a Timóteo sobre o relacionamento pastoral com os vários grupos dentro da igreja, como as mulheres em geral (1Tm 2.9-15; 5.2), as viúvas (1Tm 5.3-16), os homens mais idosos e os mais jovens (5.1), os presbíteros (5.17-25), os escravos (6.1,2), os falsos mestres (6.3-6) e os ricos (1Tm 6.7-10,17-19). Paulo confia a Timóteo cinco tarefas distintas para ele cumprir (1Tm 1.18-20; 3.14-16; 4.11-16; 5.21-25; 6.20-21). Nesta epístola, Paulo exprime sua afeição a Timóteo como seu convertido e filho na fé, e estabelece um elevado padrão de piedade para a vida dele e da igreja. 

 

Características Especiais

Quatro características se projetam nesta epístola. (1) É dirigida diretamente a Timóteo como representante de Paulo na igreja de Éfeso, daí a carta ser muito pessoal e escrita com profunda emoção e sentimento. (2) Juntamente com 2 Tm, ressalta mais do que qualquer outra epístola do NT a responsabilidade pastoral de manter o evangelho puro e livre de falsos ensinos que enfraqueçam o seu poder salvífico. (3) Enfatiza o valor supremo do evangelho, a influência demoníaca corrutora do evangelho, a santa vocação da igreja e as altas qualificações que DEUS requer para os seus obreiros. (4) Fornece a orientação mais específica do NT sobre o correto relacionamento do pastor com os grupos sociais da igreja segundo a idade e sexo deles.

 

BEP - CPAD

2 Carta de Paulo a Timóteo

Autor: Paulo

Tema: Perseverança Inabalável na Fé

Data: Cerca de 67 d.C.

 

 

Considerações Preliminares

Esta é a última carta de Paulo. Ela foi escrita quando o imperador Nero procurava impedir a expansão da fé cristã em Roma, perseguindo severamente os crentes. E Paulo voltara a ser prisioneiro do imperador em Roma (1.16,17). Estava sofrendo privações como se fosse um criminoso comum (2.9), abandonado pela maioria dos seus amigos (1.15), e tinha consciência de que o seu ministério chegara ao fim, e que sua morte se aproximava (2Tm 4.6-8,18; ver introdução a 1 Timóteo para um exame mais completo da autoria e do contexto da epístola).

Paulo escreve a Timóteo como “amado filho” (1.2) e fiel cooperador (cf. Rm 16.21). Sua intimidade com Timóteo e sua confiança nele percebe-se no fato de o apóstolo mencioná-lo como seu cooperador na escrita de seis epístolas, de Timóteo haver permanecido consigo durante sua primeira prisão (Fp 1.1; Cl 1.1; Fm 1), e de lhe haver escrito duas cartas pessoais. Ante sua execução iminente, Paulo pede duas vezes a Timóteo que venha estar novamente com ele em Roma (4.9,21). Timóteo ainda residia em Éfeso quando Paulo lhe enviou esta segunda epistola (1 Tm 1.3; 2 Tm 1.18). Nesta epístola, o apóstolo envia saudações a Onesíforo que residia em Éfeso (1.16), e igualmente para o casal Áquila e Priscila (4.19).

 

Propósito

Sabendo Paulo que Timóteo era tímido e enfrentava adversidades no ministério, e divisando a sombria perspectiva de forte perseguição vinda de fora, contra a igreja, e da atividade nociva dos falsos mestres dentro dela, ele exorta Timóteo a defender o evangelho, a pregar a Palavra, a perseverar na tribulação e a cumprir sua missão.

 

Visão Panorâmica

No capítulo 1, Paulo assegura a Timóteo o seu incessante amor e orações, e exorta-o a nunca transigir na fidelidade ao evangelho, a guardar com diligência a verdade e a seguir o seu exemplo.

No capítulo 2, Paulo incumbe seu filho espiritual a preservar a fé, transmitindo suas verdades a homens fiéis que, por sua vez, ensinarão a outros (2.2). Admoesta o jovem pastor a sofrer as aflições como bom soldado (2.3), a servir a DEUS com diligência e a manejar corretamente a palavra da verdade (2Tm 2.15), a separar-se daqueles que se desviam da verdade apostólica (2.18-21), a manter-se puro (2.22) e a trabalhar com paciência como mestre (2Tm 2.23-26).

No capítulo seguinte, Paulo declara a Timóteo que o mal e a apostasia aumentarão (3.1-9), porém, ele precisa permanecer sempre, e em tudo, leal às Escrituras (3.10-17).

No capítulo final, Paulo incumbe Timóteo de pregar a Palavra e de cumprir todos os deveres do seu ministério (2Tm 4.1-5). Termina, informando a Timóteo quanto aos seus assuntos pessoais, quando ele já encarava a morte, e instando com o jovem pastor a vir logo ao seu encontro (2Tm 4.6-21).

 

Características Especiais

Há cinco características principais nesta epístola. (1) Contém as últimas palavras escritas por Paulo antes da sua execução por ordem de Nero, em Roma, uns 35 anos depois da sua conversão a CRISTO, na estrada de Damasco. (2) Contém uma das declarações mais claras, na Bíblia, a respeito da inspiração divina das Escrituras e do seu propósito (3.16,17); Paulo reafirma que as Escrituras devem ser interpretadas com exatidão pelos ministros da Palavra (2.15) e insiste que a Palavra de DEUS seja confiada a homens fiéis que, por sua vez, possam ensinar a outros (2.2). (3) Do começo ao fim da carta aparecem exortações sucintas, e.g., “despertes o dom de DEUS” (1.6), “não te envergonhes” (1.8), sofre pelo evangelho (1.8), “conserva o modelo das sãs palavras” (1.13), guarda a verdade (1.14), “fortifica-te na graça” (2.1), passa adiante a mensagem (2.2), sofre as aflições (2.3), sê diligente na Palavra (2.15), “evita os falatórios profanos” (2.16), “foge dos desejos da mocidade e segue a justiça” (2.22), acautela-te da apostasia que há de vir (3.1-9), permanece na verdade (3.14), “pregues a palavra” (4.2), “faze a obra de um evangelista” (4.5) e “cumpre o teu ministério” (4.5). (4) Os temas iterativos destas muitas exortações são: manter firme a fé (em JESUS CRISTO e no evangelho apostólico original), guardá-la da distorção e da corrupção, opor-se aos falsos mestres e pregar o evangelho com perseverança inabalável. (5) O testemunho de despedida de Paulo é um exemplo comovedor de coragem e esperança diante do martírio sentenciado (4.6-8).

 

 

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FALSOS MESTRES

Mc 13.22: “Porque se levantarão falsos cristos e falsos profetas e farão sinais e prodígios, para enganarem, se for possível, até os escolhidos

DESCRIÇÃO. O crente da atualidade precisa estar informado de que pode haver, nas igrejas, diversos obreiros corrompidos e distanciados da verdade, como os mestres da lei de DEUS, nos dias de JESUS (Mt 24.11,24). JESUS adverte, aqui, que nem toda pessoa que professa a CRISTO é um crente verdadeiro e que, hoje, nem todo escritor evangélico, missionário, pastor, evangelista, professor, diácono e outros obreiros são aquilo que dizem ser.

(1)            Esses obreiros “exteriormente pareceis justos aos homens” (Mt 23.28). Aparecem “vestidos como ovelhas” (Mt 7.15). Podem até ter uma mensagem firmemente baseada na Palavra de DEUS e expor altos padrões de retidão. Podem parecer sinceramente empenhados na obra de DEUS e no seu reino, demonstrar grande interesse pela salvação dos perdidos e professar amor a todas as pessoas. Parecerão ser grandes ministros de DEUS, líderes espirituais de renome, ungidos pelo ESPÍRITO SANTO. Poderão realizar milagres, ter grande sucesso e multidões de seguidores (ver Mt 7.21-23 notas; 24.11,24; 2Co 11.13-15).

(2)            Todavia, esses homens são semelhantes aos falsos profetas dos tempos antigos (ver Dt 13.3; 1Rs 18.40; Ne 6.12; Jr 14.14; Os 4.15), e aos fariseus do NT. Longe das multidões, na sua vida em particular, os fariseus entregavam-se à “rapina e de iniquidade” (Mt 23.25), “cheios de ossos de mortos e de toda imundícia” (Mt 23.27), “cheios de hipocrisia e de iniquidade” (Mt 23.28). Sua vida na intimidade é marcada por cobiça carnal, imoralidade, adultério, ganância e satisfação dos seus desejos egoístas.

(3)            De duas maneiras, esses impostores conseguem uma posição de influência na igreja. (a) Alguns falsos mestres e pregadores iniciam seu ministério com sinceridade, veracidade, pureza e genuína fé em CRISTO. Mais tarde, por causa do seu orgulho e desejos imorais, sua dedicação pessoal e amor a CRISTO desaparecem lentamente. Em decorrência disso, apartam-se do reino de DEUS (1Co 6.9,10; Gl 5.19-21; Ef 5.5,6) e se tornam instrumentos de Satanás, disfarçados em ministros da justiça (ver 2Co

11.15)  . (b) Outros falsos mestres e pregadores nunca foram crentes verdadeiros. A serviço de Satanás, eles estão na igreja desde o início de suas atividades (Mt 13.24-28,36-43). Satanás tira partido da sua habilidade e influência e promove o seu sucesso. A estratégia do inimigo é colocá-los em posições de influência para minarem a autêntica obra de CRISTO. Se forem descobertos ou desmascarados, Satanás sabe que grandes danos ao evangelho advirão disso e que o nome de CRISTO será menosprezado publicamente.

A PROVA. Quatorze vezes nos Evangelhos, JESUS advertiu os discípulos a se precaverem dos líderes enganadores (Mt 7.15; 16.6,11; 24.4,24; Mc 4.24; 8.15; 12.38-40; 13.5; Lc 12.1; 17.23;20.46; 21.8). Noutros lugares, o crente é exortado a pôr à prova mestres, pregadores e dirigentes da igreja (1Ts 5.21; 1 Jo 4.1). Seguem-se os passos para testar falsos mestres ou falsos profetas:

(1)            Discernir o caráter da pessoa. Ela tem uma vida de oração perseverante e manifesta uma devoção sincera e pura a DEUS? Manifesta o fruto do ESPÍRITO (Gl 5.22,23), ama os pecadores (Jo 3.16), detesta o mal e ama a justiça (Hb 1.9) e fala contra o pecado (Mt 23; Lc 3.18-20)?

(2)            Discernir os motivos da pessoa. O líder cristão verdadeiro procurará fazer quatro coisas: (a) honrar a CRISTO (2Co 8.23; Fp 1.20); (b) conduzir a igreja à santificação (At 26.18; 1Co 6.18; 2Co 6.16-18); (c) salvar os perdidos (1Co 9.19-22); e (d) proclamar e defender o evangelho de CRISTO e dos seus apóstolos (ver Fp 1.16; Jd 3).

(3)            Observar os frutos da vida e da mensagem da pessoa. Os frutos dos falsos pregadores comumente consistem em seguidores que não obedecem a toda a Palavra de DEUS (ver Mt 7.16).

(4)            Discernir até que ponto a pessoa se baseia nas Escrituras. Este é um ponto fundamental. Ela crê e ensina que os escritos originais do AT e do NT são plenamente inspirados por DEUS, e que devemos observar todos os seus ensinos (ver 2Jo 9-11)? Caso contrário, podemos estar certos de que tal pessoa e sua mensagem não provêm de DEUS.

(5)            Finalmente, verifique a integridade da pessoa quanto ao dinheiro do Senhor. Ela recusa grandes somas para si mesma, administra todos os assuntos financeiros com integridade e responsabilidade, e procura realizar a obra de DEUS conforme os padrões do NT para obreiros cristãos? (1Tm 3.3; _ 6.9,10).

Apesar de tudo que o crente fiel venha a fazer para avaliar a vida e o trabalho de tais pessoas, não deixará de haver falsos mestres nas igrejas, os quais, com a ajuda de Satanás, ocultam-se até que DEUS os desmascare e revele aquilo que realmente são.

 

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A BÍBLIA É O LIVRO TEXTO DA ESCOLA DOMINICAL

 

1. O currículo adotado. A Escola Dominical (ED) é por excelência “ensino bíblico”. As revistas que integram o currículo são de Lições Bíblicas. A Bíblia é o livro base para todo o seu ensino-aprendizagem (Jo 5.39). O currículo da ED preserva a autoridade suprema da Palavra de DEUS como única regra infalível de fé e prática (2Tm 3.14-17). Em vista disso, as doutrinas bíblicas reproduzidas no material didático servem como padrão para o viver diário e a formação do caráter cristão (Sl 119.105). O conteúdo expressa a ortodoxia professada pelas Assembleias de DEUS, contribui para manter a unidade doutrinária da igreja e atua como antídoto contra as heresias.

2. A prática pedagógica. No contexto da Escola Dominical é muito importante observar a metodologia, bem como o objetivo a ser alcançado em cada lição. Desse modo, torna-se indispensável que o texto bíblico seja o referencial permanente da prática pedagógica. Nesse sentido, o ensino não deve ser limitado a “transferência de conhecimento”, mas sobretudo, o estudo das verdades reveladas deve instruir, expor e corrigir o erro (2Tm 3.16), a fim de produzir verdadeira transformação na velha natureza humana (Ef 4.22,23). A ED terá cumprido o seu papel educacional cristão quando for perceptível as mudanças na vida dos alunos que atestem o Novo Nascimento e o crescimento espiritual (1Co 6.10-12).

3. O padrão ético e moral. A Bíblia é a principal fundamentação para a ética e a moral cristã. O texto bíblico é divinamente inspirado e, portanto, permanece inalterado (Mt 24.35). Os valores cristãos são permanentes, pois sua fonte de autoridade é imutável (1Pe 1.25). Em suma, a Palavra de DEUS não pode ser relativizada, revogada ou ajustada aos interesses humanos (Is 40.8). Assim, no propósito de cumprir o seu papel de instituição educadora, a Escola Dominical também atua como multiplicadora dos princípios éticos e dos valores morais da fé cristã. A Igreja que zela pelo ensino sólido das Lições Bíblicas não é influenciada pelo erro, mas estabelece o padrão moral e ético a ser observado pelos cristãos (1Tm 4.6; 2Tm 3.10).

 

Salmos 119.97-105.

97 — Oh! Quanto amo a tua lei! É a minha meditação em todo o dia.

98 — Tu, pelos teus mandamentos, me fazes mais sábio que os meus inimigos, pois estão sempre comigo.

99 — Tenho mais entendimento do que todos os meus mestres, porque medito nos teus testemunhos.

100 — Sou mais prudente do que os velhos, porque guardo os teus preceitos.

101 — Desviei os meus pés de todo caminho mau, para observar a tua palavra.

102 — Não me apartei dos teus juízos, porque tu me ensinaste.

103 — Oh! Quão doces são as tuas palavras ao meu paladar! Mais doces do que o mel à minha boca.

104 — Pelos teus mandamentos, alcancei entendimento; pelo que aborreço todo falso caminho.

105 — Lâmpada para os meus pés é tua palavra e luz, para o meu caminho.

 

A Bíblia é um verdadeiro guia para a nossa vida. Quem põe em prática seus ensinamentos será considerado um verdadeiro sábio. A Bíblia é um livro divino que nos ensina a sabedoria de todas as áreas da vida. Neste livro está presente o que precisamos para viver de maneira que glorifique a DEUS. Que os nossos alunos permitam que a Bíblia seja o guia da vida deles!

A Bíblia, quando obedecida, torna-se um verdadeiro guia para o viver cristão. CRISTO nos adverte ao exame das Escrituras porque nelas estão reveladas as palavras de vida eterna (Jo 5.39). Tiago assevera que a Palavra de DEUS transforma a nossa natureza, e nos conduz pela vereda da salvação (Tg 1.21). A Escritura sagrada é um alicerce constituído de sabedoria e prudência para a vida.

 

A PRESERVAÇÃO DA ORTODOXIA DOUTRINÁRIA PELA IGREJA

 

1. O perigo das infiltrações heréticas na igreja. Três textos nos alertam contra essas ameaças:

a) Atos 20.28-30 fala de “lobos cruéis” que entrariam no meio do povo de DEUS. Esses lobos representam falsos obreiros que só cuidam de si próprio, e não do rebanho do Senhor.

b) 2 Pedro 1.1,2 refere-se “aos que conosco alcançaram fé igualmente preciosa”. Essa fé preciosa deve ser vivida e ensinada a todas as pessoas.

c) Gálatas 1.6,10 menciona pessoas que experimentam a graça de DEUS e, facilmente, abandonam a “fé recebida” e a trocam por “outro evangelho”.

2. Fatos danosos que facilitam o surgimento de heresias e outros males semelhantes. Vejamos dois desses fatos ou casos que ocorrem e surgem no seio da Igreja, os quais ocasionam o surgimento de heresias e outros males semelhantes.

a) Imaturidade espiritual. Há uma nítida distinção entre uma criança e um adulto na fé cristã (1 Pe 2.2). O recém-nascido na fé requer cuidado especial por ser mais vulnerável às heresias. Tal pessoa quer experimentar tudo que lhe é oferecido. Há também, nesse contexto da imaturidade espiritual, os crentes movidos por emoção, os quais mudam de atitude ante o vento de doutrina que sopre diferentemente. São facilmente seduzidos quanto à fé por pessoas fraudulentas (2 Tm 4.3).

b) Subversão espiritual. Isso pode ocorrer com pessoas na igreja que, além de imaturas, são carnais, que se deixam levar por novas idéias, princípios e atitudes sem respaldo bíblico. Elas promovem confusão doutrinária, renegam a fé recebida, e forjam outras doutrinas fora dos princípios básicos da doutrina cristã defendidos na Bíblia Sagrada. Além disso, em nome de uma falsa revelação espiritual, contrariando toda a revelação bíblica, distorcem a verdade de acordo com suas conveniências pessoais e desvirtuam o texto bíblico de várias maneiras, para adaptá-lo ao seu modo de crer; aos seus conceitos pessoais.

 

“Doutrina e ortodoxia

1. Definição de doutrina. Na Bíblia Almeida Revista e Corrigida o termo ‘doutrina’ aparece cinqüenta vezes, enquanto na Almeida Revista Atualizada, cerca de trinta e nove vezes. Todas traduzem os termos leqach , torah e didachē por doutrina, classificando-a como ‘doutrina pura’ (Jó 11.4); ‘boa doutrina’ (Pv 4.2); ‘doutrina do sábio’ (Pv 13.14); ‘doutrina dos fariseus’ (Mt 16.12); ‘doutrina dos apóstolos’ (At 2.42); ‘doutrina do Senhor’ (At 13.12); ‘sã doutrina’ (1Tm 1.10); ‘doutrina de demônios’ (1Tm 4.1); ‘doutrina de DEUS’ (Tt 2.10); ‘doutrina de CRISTO’ (Hb 6.1); ‘doutrina de Balaão’ (Ap 2.14); ‘doutrina dos nicolaítas’ (Ap 2.16).

O termo ‘doutrina’ nos textos de Dt 32.2; Jó 11.4 e Pv 4.2, é a tradução do hebraico leqach , isto é, ‘ensino’, ‘aprendizagem’ ou ‘poder de persuasão’ de quem ensina (Pv 16.21).

Nas páginas do Novo Testamento, a palavra grega mais empregada é didachē , cujo sentido é ‘instrução’, ‘ensino’ ou ‘doutrina’ (Mc 1.22,27; 11.28; Jo 7.16,17; Mt 22.33).

2. Uso corrente. A igreja cristã primitiva usava o vocábulo didachē para referir-se à doutrina dos apóstolos (At 2.42), ou à doutrina do Senhor (At 13.12), que era, na verdade, a exposição do evangelho de CRISTO.

O apóstolo Paulo também usou o termo diversas vezes, a fim de descrever o conjunto de ensinos e crenças que compunham a pregação cristã primitiva (Rm 6.17; 16.17; Ef 6.4; 1Tm 1.3; 4.16; 6.3).

Essa mesma tradição, chamada posteriormente de ‘ kerygma ’ pelos teólogos, é mencionada na teologia paulina como ‘a pregação ( kerygma ) de JESUS CRISTO, conforme a revelação do mistério que desde tempos eternos esteve oculto’ (Rm 16.25; 1Co 1.21; 2.4; 15.14).

Segundo o apóstolo João, esse arcabouço de ensinos constitui a ‘doutrina de CRISTO’ (2Jo 1.9). A doutrina, portanto, é o conjunto de ensinos e crenças que constituem o cânon de fé e prática do cristão.

3. A proclamação da doutrina de CRISTO. O kerygma é tanto a mensagem, a pregação, quanto a substância do que é pregado. O kerysso era um arauto ou proclamador, conforme os textos de Mt 3.1; Mc 1.45; Lc 4.18,19; 12.3; At 10.37; Rm 2.21; Ap 5.2.

Os apóstolos foram comissionados por JESUS para serem os proclamadores do Reino de DEUS. JESUS capacitou formal e espiritualmente os apóstolos para que interpretassem a sua vida e os seus ensinos conforme as Escrituras do Antigo Testamento (Lc 24.44-47). Esse conjunto de interpretações (dos ensinos, vida, morte, ressurreição e exaltação de CRISTO) é chamado, nas Escrituras Neotestamentárias, de pregação, evangelho ou a doutrina de CRISTO (2 Jo v.9).

A doutrina de CRISTO, como se depreende de textos semelhantes ao de 2 João v.9, é o conjunto de todos os ensinos de CRISTO, como os encontramos em o Novo Testamento. Não se limita apenas às palavras ensinadas por JESUS, mas estende-se também ao mistério da encarnação do Verbo, ministério terreno, paixão, morte, ressurreição e exaltação de CRISTO. JESUS confiou aos seus apóstolos a transmissão de seus ensinos”.

 

APLICAÇÃO PESSOAL

A importância da doutrina bíblica para a vida abundante da igreja. As Escrituras Sagradas dão um enfoque todo especial à doutrina como sendo a substância da fé. Estamos vivendo tempos trabalhosos, onde a cada dia surgem novas filosofias heréticas. Estas somente poderão ser combatidas caso a Igreja se mantenha fiel e dedicada ao estudo da doutrina bíblica.

Que a instrução de Paulo a Timóteo seja observada com atenção em seu ministério: “Tem cuidado de ti mesmo e da doutrina...” (1Tm 4.16).

 

A BÍBLIA É UM ALICERCE PARA A VIDA

 

1. A Palavra de DEUS é alicerce. Importante ressaltar que a Bíblia é a única infalível revelação escrita, divinamente inspirada (2Tm 3.16; Ap 1.1). Quem ouve e coloca em prática a Palavra de DEUS é comparado a uma pessoa prudente cuja casa é alicerçada sobre a rocha (Mt 7.24). Nessa ilustração de JESUS, a casa simboliza a vida. A vida deve ser edificada nos ensinos de CRISTO a fim de alcançar a virtude e um destino glorioso (Jo 3.16). O próprio CRISTO é a rocha (1Co 10.4). Ele tem as palavras de vida eterna (Jo 6.68). A síntese desse grande ensinamento é que nem as crises dessa vida e nem a eternidade poderá abalar quem está firmado em CRISTO e na sua Palavra (Mt 7.25).

2. A Palavra de DEUS é luz. Os Salmos declaram que a Palavra de DEUS é “lâmpada para os pés” e “luz para o caminho” (Sl 119.105). Significa que a Bíblia possui orientações para cada passo do nosso viver e instruções para todo o curso da nossa vida. Pedro fala da Palavra como “uma luz que alumia em lugar escuro” (2Pe 1.19). Quer dizer que a luz das Escrituras dissipa a escuridão espiritual e nos conduz em segurança pelo caminho da vida eterna. CRISTO disse: “Eu sou a luz do mundo; quem me segue não andará em trevas” (Jo 8.12); e Paulo ensina que devemos andar como filhos da luz (Ef 5.8), isto é, afastados da prática do pecado (1Jo 3.6).

3. A Palavra de DEUS é imutável. Tendo a inspiração divina como pressuposto, ratificamos novamente que a Palavra de DEUS é a nossa autoridade final de fé e prática (2Pe 1.21). A Bíblia difere de outros livros porque seus ensinos são fidedignos e confiáveis, não erram e nem falham (Jo 10.35). Desse modo, o texto bíblico permanece inalterado (Mc 13.31). Por conseguinte, os princípios bíblicos têm aplicação hoje, assim como o tiveram antigamente (Is 55.11). Os padrões da ética e da moral cristã não sofrem mudanças (1Pe 1.20). Portanto, os valores cristãos são permanentes, pois a fonte de autoridade é permanente (Mt 5.18). Assim sendo, o comportamento e o caráter do cristão se alicerçam nas doutrinas bíblicas (Ef 2.20).

 

A BÍBLIA NOS TORNA PESSOAS SÁBIAS

 

1. O conceito de sabedoria. O substantivo hebraico para sabedoria é hokrnãh; e o seu correspondente em grego é sophia. Ambas as palavras têm o sentido de “habilidade”, “experiência” e “qualidade de quem é sábio”. A obra Teologia Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal assegura que “a sabedoria reúne o conhecimento da verdade com a experiência do cotidiano”. Significa que o conhecimento absorvido pela mente deve ser aplicado em todas as situações da vida (Pv 4.5-8). Nesse aspecto, o conhecimento sem a prática não produz sabedoria (Pv 3.7).

2. DEUS é a fonte da sabedoria. A sabedoria é um dos atributos divinos (Dn 2.20; Rm 16.27). Portanto, DEUS é a sua fonte (Pv 2.6; Ef 1.16,17). A sabedoria divina é inescrutável (Rm 11.33). Toda a sabedoria dos santos provém da parte de DEUS (Ef 1.8,9). Em resumo, visto que DEUS é a verdadeira sabedoria, as suas palavras e seus atos são igualmente sábios (Sl 19.7; Pv 3.19). Nesse sentido, todos que vivem de acordo com os preceitos da Palavra de DEUS são considerados pessoas sábias (1Co 2.6,7).

3. O temor é o princípio da sabedoria. A Bíblia registra que “O temor do Senhor é o princípio do saber” (Pv 1.7 — NAA). A frase “temor do Senhor” não significa ter medo de DEUS, mas expressa reverência e adoração (Dt 10.12). Essa atitude é o preceito pelo qual se inicia a sabedoria. O temor a DEUS produz entendimento (Rm 12.1,2). E, por meio da obediência às Escrituras, os cristãos passam a viver como pessoas sábias (Ef 5.15). Em contraste, os que rejeitam ao Senhor e à sua Palavra permanecem na ignorância (Sl 14.1).

4. Os benefícios da sabedoria. O salmista declara que o ato de meditar na Palavra de DEUS, o tornou mais sábio do que todos à sua volta (Sl 119.98-100). Essa afirmação significa que ele adquiriu sabedoria ao aplicar os preceitos do Senhor na sua vida. Salomão assegura que a pessoa sábia tem muitos benefícios (Pv 9.12). Dentre eles, acumula conhecimento (Pv 10.14); ganha almas (Pv 11.30); torna-se próspero (Pv 19.8); e exerce domínio próprio (Pv 29.11). Em vista disso, somos advertidos a empregar esforços na busca da sabedoria (Pv 4.7)

 

A transmissão escrita da Bíblia. Os chamados “livros canônicos” da Bíblia foram reunidos ao longo de 1600 anos; e isso se deu de forma especial e impressionantemente harmônica. Só a predominância da vontade de DEUS sobre a mente humana pode explicar como cerca de 40 escritores puderam escrever os livros da Bíblia a partir de condições e circunstâncias tão diversas.

a) DEUS, o único autor da Bíblia. A despeito de DEUS ser o único autor da Bíblia e de ter inspirado a todos os demais escritores, Ele mesmo se incumbiu dos primeiros registros das Escrituras: “E deu a Moisés (quando acabou de falar com ele no monte Sinai) as duas tábuas do Testemunho, tábuas de pedra, escritas pelo dedo de DEUS” (Êx 31.18; 32.16; Dt 4.13; 10.4). Trata-se, aqui, do Decálogo, um resumo eloquente e poderoso de toda ética bíblica.

b) Moisés, o primeiro escritor. DEUS ordenou a Moisés que escrevesse num livro as orientações a seu sucessor, Josué: “Então disse o Senhor a Moisés: Escreve isto para memória num livro e relata-o aos ouvidos de Josué…” (Êx 17.14). Moisés tornou-se, desta forma, o primeiro escritor humano das Sagradas Escrituras. A Bíblia afirma que ele “escreveu todas as palavras do Senhor” (Êx 24.4); e que também, por ordem divina, guardou o livro da Lei “ao lado da arca do concerto do Senhor” (Dt 31.26).

 

CONCEITUAÇÃO TEOLÓGICA DE INERRÂNCIA

 

1. O que é “inerrância bíblica”? Significa que a Bíblia é totalmente isenta de erros; quer no campo lógico ou no histórico. Ela é inerrante nos fatos que apresenta e nas doutrinas que declara. Afirmar que a Bíblia não contém erros é também reconhecer sua inspiração, autoridade e infalibilidade divinas. JESUS afirmou categoricamente: “A Escritura não pode falhar” (Jo 10.35).

2. Inerrância e infalibilidade. O conceito de inerrância da Bíblia está intimamente associado ao de infalibilidade. Pelo fato de não conter erros, ela é infalível. Tudo o que a Bíblia diz cumpre-se cabalmente: “Secou-se a erva, e caiu a sua flor; mas a palavra do Senhor permanece para sempre” (1Pe 1.24,25). Essa infalibilidade é consequência de a Palavra de DEUS nunca ter sido “produzida por vontade de homem algum, mas os homens santos de DEUS falaram inspirados pelo ESPÍRITO SANTO” (2Pe 1.21).

 

RAZÕES PELAS QUAIS A BÍBLIA É INERRANTE

 

1. Autoria divina. A autoria divina da Bíblia é o fundamento e a garantia de sua inerrância e infalibilidade. Há milhões de livros espalhados pelo mundo (Ec 12.12); e todos foram escritos por autores falhos, propensos a cometerem todo tipo de erro. Porém, o Autor da Bíblia, jamais falta: “DEUS não é homem, para que minta […] porventura, diria ele e não o faria? Ou falaria e não o confirmaria?” O Eterno não mente, não falha e não erra (Nm 23.19; Tg 1.17). Quando ele diz, faz; quando ele promete, cumpre.

2. Supervisão e orientação do ESPÍRITO SANTO (2Tm 3.16; 2Pe 1.19-21). Os livros da Bíblia foram escritos sob a supervisão e orientação do ESPÍRITO SANTO (Mc 12.36; 1Co 2.13). As Escrituras não são produto da perspicácia e criatividade da mente humana, mas é o resultado da ação sobrenatural de DEUS sobre ela: o ESPÍRITO inspirou (2Pe 1.19-21), ensinou (1Co 2.13) e revelou seus mistérios (Gl 1.12; Ef 3.2,3).

3. A Bíblia é a exata Palavra de DEUS. Do limiar ao fechamento do Cânon Sagrado, os escritores bíblicos reproduziram exatamente o que haviam recebido da parte de DEUS: “Nada acrescentareis à palavra que vos mando, nem diminuireis dela, para que guardeis os mandamentos do Senhor, vosso DEUS, que eu vos mando” (Dt 4.2). A Bíblia é a precisa Palavra do Senhor: ela é correta (Sl 33.4), perfeita (Sl 19.7), pura (Sl 119.140), e eterna (Is 40.8; Lc 21.33).

 

O CUMPRIMENTO DA BÍBLIA DEMONSTRA SUA INERRÂNCIA

 

1. O cumprimento das profecias. O principal fato que atesta a inerrância das Sagradas Escrituras é o cumprimento de suas profecias. Vejamos, pois, algumas das mais de 300 profecias messiânicas cabalmente cumpridas: a) a concepção virginal de JESUS (Is 7.14; Mt 1.22); b) o local do nascimento de JESUS (Mq 5.2; Mt 2.6); c) mãos e pés de JESUS furados e sua túnica sorteada (Sl 22.16,18; Jo 19.24,37), etc. Além dessas, muitas outras profecias cumpriram-se literalmente na história dos impérios antigos, das nações modernas, e na vida de muitos indivíduos.

2. A História confirma a Bíblia. Centenas de fatos e eventos bíblicos têm sido confirmados pela história secular. Entre tantos, encontramos: a) as duas deportações, de Israel e Judá, pelos assírios e babilônicos respectivamente (2Rs 17.6; 2Rs 24.10-17; Jr 25.11); b) a destruição de Jerusalém, profetizada por JESUS e cumprida no ano 70 d.C. (Mt 24.2); c) a restauração de Israel, predita em Ezequiel 36.25-27 e cumprida em Maio de 1948. A Palavra de DEUS é Fiel e verdadeira!

3. A verdadeira ciência confirma a Bíblia. A Bíblia não é um livro científico, mas a ciência inúmeras vezes constatou a veracidade das afirmações bíblicas nesta área, como por exemplo, a de que a Terra é “solta” no espaço. O patriarca Jó sabia disso há, aproximadamente, 1.500 anos a.C. (Jó 26.7); como também tinha conhecimento que no centro da Terra há fogo (Jó 28.5). Isaías, o profeta, há mais de mil anos antes da ciência moderna, já afirmava que a Terra é redonda (Is 40.22). Inúmeros achados arqueológicos também confirmam a veracidade da Bíblia. DEUS vela sobre sua Palavra para cumpri-la (Jr 1.12; Lc 21.33).

 

OS MANUSCRITOS BÍBLICOS

 

1. Formatos e materiais dos manuscritos bíblicos. O termo “manuscrito” refere-se às cópias dos originais das Escrituras (autógrafos) feitas à mão pelos escribas. Os mais significativos manuscritos bíblicos foram feitos nos formatos de rolo ou códice (Sl 40.7; Jr 36.2). Os principais materiais usados na escrita foram o papiro e o pergaminho; que eram preparados segundo a tradição judaica.

2. Os autógrafos. Trata-se dos manuscritos originais da Bíblia. Eles já não existem. Todavia, os originais do Antigo Testamento, por exemplo, foram meticulosamente copiados, originando os manuscritos mais antigos de que dispomos.

3. Falhas na transmissão escrita das palavras da Bíblia. Se compararmos as cópias dos textos originais entre si, encontraremos algumas variações entre elas, mesmo diante das mais rigorosas normas impostas aos escribas. Esses copistas não podiam escrever uma só palavra de memória. Antes de registrarem um vocábulo tinham de pronunciá-lo bem alto e, ao escreverem o nome do Senhor, tinham de limpar a pena com muita reverência. Cada letra e cada palavra eram contadas cuidadosamente e, caso encontrassem um único erro, inutilizavam imediatamente aquelas folhas, ou até mesmo todo o rolo. Há mais de duzentas mil variantes textuais nas cópias dos autógrafos. Nessa quantidade, observa-se, desde a troca de uma letra por outra até a de um nome por um pronome e vice-versa. Contudo, as incorreções encontradas nas cópias dos manuscritos, e repassadas a diversas versões dos textos bíblicos (variantes textuais), quando analisadas à luz do contexto geral da Bíblia, em nada comprometem o valor da mensagem sagrada, nem se constituem motivos para descrer da inerrância da Bíblia. Podemos afirmar com absoluta certeza, que os textos das Escrituras são plenamente confiáveis, e que as possíveis contradições são aparentes e humanas.

A Bíblia, na versão portuguesa, contém 66 livros, 1.189 capítulos, 31.173 versículos, 773.692 palavras e 3.566.480 letras. Em tudo isso, há menos de 0,5% de falhas. DEUS vela por sua Palavra (Jr 1.12).

 

A COMPLETUDE DA BÍBLIA

 

1. A Bíblia é completa em seu conteúdo. O conteúdo bíblico não pode sofrer quaisquer alterações, pois tudo o que foi escrito teve a supervisão e aprovação do ESPÍRITO SANTO (2Pe 1.20-21; Is 40.8).

2. A Bíblia é completa em sua mensagem. A mensagem das Escrituras é perfeitamente completa. Ela é fruto da revelação que DEUS fez de si mesmo à humanidade. Vejamos:

a) Completa em sua mensagem salvífica. A Bíblia é completa quanto à mensagem de salvação para o homem perdido. Ela está centrada no amor incondicional de DEUS à humanidade. Tanto é que JESUS, nosso amado Salvador, é o tema central desse SANTO Livro. Nas Escrituras não há lugar para outros salvadores ou mediadores (Jo 14.6; At 4.12; 1Tm 2.5).

b) Completa em sua mensagem sobre a história humana. A Bíblia mostra que a história da humanidade é linear: tem começo e fim. A partir da criação do primeiro casal, passando pela Queda e Redenção por meio de CRISTO, a história do homem chegará a seu desfecho num tempo em que a Escritura denomina “consumação dos séculos” (Mt 13.49; 28.20).

Após isso, (Mt 24.14; 1Co 15.24), DEUS continuará executando seus eternos propósitos para o universo: “novos céus e nova terra” surgirão (Is 65.17; 2Pe 3.13; Ap 21.1).

 

BENEFÍCIOS NO ESTUDO DA BÍBLIA

 

1. Crescer em conhecimento. Todo crente necessita ler e estudar a Bíblia diariamente, para crescer no conhecimento de nosso Senhor JESUS CRISTO (2Pe 3.18). Infelizmente, há em muitas igrejas, crentes fracos, franzinos, raquíticos espiritualmente, por falta de alimento, que é o conhecimento da Palavra de DEUS.

2. Evitar as “meninices”. Quando os crentes não lêem a Bíblia, nem tampouco a estudam, quase sempre, portam-se como meninos espirituais. Daí, porque há tanto emocionalismo nos cultos em muitas igrejas. Conforme afirma as Escrituras, tais pessoas, por não estarem fundamentadas na Palavra, são levadas “em roda por todo vento de doutrina, pelo engano dos homens que, com astúcia, enganam fraudulosamente” (Ef 4.14; Os 4.6; 6.3; Pv 4.7).

3. Meditação. “Oh! Quanto amo a tua lei! É a minha meditação em todo o dia!” (Sl 119.97). Como vemos, o salmista tinha prazer em ler e meditar na Palavra de DEUS. Meditar é ter uma atitude interior de reflexão, ponderação, e exame daquilo que estamos pensando. Hoje, com a agitação da vida moderna, é muito difícil refletirmos habitualmente.

4. Prevenção. Precisamos ter a Palavra de DEUS escondida em nosso coração para não pecarmos contra o Senhor (Sl 119.11). Um dos fatores que mais contribuem para a queda do crente é a falta de prevenção. Orar (Mt 26.41), ler e estudar a Bíblia, de maneira que o coração e a mente fiquem saturados da Palavra de DEUS, são atitudes preventivas imprescindíveis para vencermos todas as sutis tentações do Maligno.

 

A INFALIBILIDADE DA BÍBLIA

 

Ao tratar da infalibilidade da Palavra de DEUS, ousadamente expressou-se Carl F. Henry: “Há apenas uma única coisa realmente inevitável: é necessário que as Escrituras se cumpram”. O que isto significa? Simplesmente, que a Bíblia é infalível.

1. O que é a infalibilidade. É a qualidade, ou virtude, do que é infalível; é algo que jamais poderá falhar.

2. Definição teológica. Doutrina que ensina ser a Bíblia infalível em tudo o que diz. Eis porque a Palavra de DEUS pode ser assim considerada: 1) Suas promessas são rigorosamente observadas; 2) Suas profecias cumprem-se de forma detalhada e clara (haja vista as Setenta Semanas de Daniel); 3) O Plano de Salvação é executado apesar das oposições satânicas. Nenhuma de suas palavras jamais caiu, nem cairá, por terra.

3. A Bíblia dá testemunho de sua infalibilidade. Leia com atenção as seguintes passagens: Dt 18.22; Dn 9.2; Mt 1.22; Mc 13.31; At 1.3.

 

Como filhos de DEUS, não podemos afastar-nos jamais das Sagradas Escrituras; destas, todos dependemos vitalmente. Quanto mais as lermos, mais íntimos seremos de seu Autor. Tem você lido regularmente a Bíblia? Tem-na estudado todos os dias? Se você realmente deseja um avivamento, comece a ler com redobrado fervor o Livro dos livros. Sem a Bíblia não pode haver avivamento.

 

A autoridade apostólica de Paulo, exercida com tanta seriedade, fora lhe concedida pelo Senhor e encontrava-se fundamentada em seu relacionamento com DEUS e na integridade de seu caráter e ministério. Portanto, se estivermos conscientes de nosso chamado divino e exercermos com integridade nosso ministério, não devemos temer falsas acusações, pois essas sempre farão parte da vida de um servo fiel.

 

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Lição 2, A Inspiração Divina Da Bíblia

Lições Bíblicas - 1º Trimestre de 2022 - CPAD - Para adultos

Tema: A Supremacia das Escrituras, a Inspirada, Inerrante e Infalível Palavra de DEUS
Comentário: Pr. Douglas Baptista (Pr. Pres. Assembleia de DEUS Missão, Brasília, DF)
Complementos, ilustrações e vídeos: Pr. Henrique

 

 

TEXTO ÁUREO
“Toda a Escritura divinamente inspirada é proveitosa para ensinar, para redarguir, para corrigir, para instruir em justiça.”  (2 Tm 3.16)

 

VERDADE PRÁTICA
A inspiração da Bíblia Sagrada é divina, verbal e plenária. Portanto, a Bíblia toda nos ensina, corrige e instrui.

 

LEITURA DIÁRIA
Segunda - 2 Pe 1.21 Os autores bíblicos escreveram inspirados pelo ESPÍRITO SANTO
Terça - Rm 15.4 Tudo o que está escrito serve para o nosso ensino
Quarta - 2 Co 4.7 As Escrituras não estão condicionadas às limitações de seus autores humanos
Quinta - 1 Co 14.9-11 A linguagem bíblica busca alcançar a compreensão de todos
Sexta - Lc 24.44 CRISTO reconheceu a inspiração divina do Antigo Testamento
Sábado - 1 Pe 1.23 A Palavra inspirada pelo ESPÍRITO SANTO opera na regeneração dos pecadores


LEITURA BÍBLICA EM CLASSE - 2 Timóteo 3.14-17; 2 Pedro 1.19-21
2 Timóteo 3
14 - Tu, porém, permanece naquilo que aprendeste, e de que foste inteirado, sabendo de quem o tens aprendido, 15 - E que, desde a tua meninice, sabes as sagradas letras, que podem fazer-te sábio para a salvação, pela fé que há em CRISTO JESUS. 16 - Toda Escritura divinamente inspirada é proveitosa para ensinar, para redarguir, para corrigir, para instruir em justiça; 17 - Para que o homem de DEUS seja perfeito, e perfeitamente instruído para toda a boa obra.
2 Pedro 1
19 - E temos, mui firme, a palavra dos profetas, à qual bem fazeis em estar atentos, como a uma luz que alumia em lugar escuro, até que o dia esclareça, e a estrela da alva apareça em vosso coração. 20 - Sabendo primeiramente isto: que nenhuma profecia da Escritura é de particular interpretação. 21 - Porque a profecia nunca foi produzida por vontade de homem algum, mas os homens santos de DEUS falaram inspirados pelo ESPÍRITO SANTO.


PALAVRA-CHAVE - Inspiração

 

 

Resumo Lição 2, A Inspiração Divina Da Bíblia

I – A DOUTRINA DA INSPIRAÇÃO BÍBLICA
1. A inspiração bíblica é divina.
2. A inspiração bíblica é verbal.
3. A inspiração bíblica é plenária.
II – INSPIRAÇÃO DIVINA E OS AUTORES DA BÍBLIA
1. A Inspiração dos autores.
2. As limitações dos autores.
3. Os diferentes gêneros literários e figuras de linguagem.
4. A linguagem do senso comum.
III – O ESPÍRITO SANTO E A BÍBLIA
1. A inspiração do Antigo Testamento.

2. A inspiração do Novo Testamento.

3. A obra da regeneração e a iluminação.

 

 

Questionário

Cite pelo menos dois textos da Bíblia que comprovem a sua inspiração divina.


Cite as três evidências da inspiração divina da Bíblia e explique-as.

 

 

A INSPIRAÇÃO E A AUTORIDADE DAS ESCRITURAS - BEP - CPAD
2Tm 3.16,17 “Toda Escritura divinamente inspirada é proveitosa para ensinar, para redarguir, para corrigir, para instruir em justiça, para que o homem de DEUS seja perfeito e perfeitamente instruído para toda boa obra.”
O termo “Escritura”, conforme se encontra em 2Tm 3.16, refere-se principalmente aos escritos do AT (3.15). Há evidências, porém, de que escritos do NT já eram considerados Escritura divinamente inspirada por volta do período em que Paulo escreveu 2Tm (1Tm 5.18, cita Lc 10.7; 2Pe 3.15,16). Para nós, hoje, a Escritura refere-se aos escritos divinamente inspirados tanto do AT quanto do NT, i.e., a Bíblia. São (os escritos) a mensagem original de DEUS para a humanidade, e o único testemunho infalível da graça salvífica de DEUS para todas as pessoas.
Paulo afirma que toda a Escritura é inspirada por DEUS. A palavra “inspirada” (gr. theopneustos) provém de duas palavras gregas: Theos, que significa “DEUS”, e pneuo, que significa “respirar”. Sendo assim, “inspirado” significa “respirado por DEUS”. Toda a Escritura, portanto, é respirada por DEUS; é a própria vida e Palavra de DEUS. A Bíblia, nas palavras dos seus manuscritos originais, não contém erro; sendo absolutamente verdadeira, fidedigna e infalível. Esta verdade permanece inabalável, não somente quando a Bíblia trata da salvação, dos valores éticos e da moral, como também está isenta de erro em tudo aquilo que ela trata, inclusive a história e o cosmos (cf. 2Pe 1.20,21; note também a atitude do salmista para com as Escrituras no Sl 119).
Os escritores do AT estavam conscientes de que o que disseram ao povo e o que escreveram é a Palavra de DEUS (ver Dt 18.18; 2Sm 23.2). Repetidamente os profetas iniciavam suas mensagens com a expressão: “Assim diz o Senhor”.
JESUS também ensinou que a Escritura é a inspirada Palavra de DEUS até em seus mínimos detalhes (Mt 5.18). Afirmou, também, que tudo quanto Ele disse foi recebido da parte do Pai e é verdadeiro (Jo 5.19, 30,31; 7.16; 8.26). Ele falou da revelação divina ainda futura (i.e., a verdade revelada do restante do NT), da parte do ESPÍRITO SANTO através dos apóstolos (Jo 16.13; cf. 14.16,17; 15.26,27).
Negar a inspiração plenária (total - de todo seu conteúdo) das Sagradas Escrituras, portanto, é desprezar o testemunho fundamental de JESUS CRISTO (Mt 5.18; 15.3-6; Lc 16.17; 24.25-27, 44,45; Jo 10.35), do ESPÍRITO SANTO (Jo 15.26; 16.13; 1Co 2.12-13; 1Tm 4.1) e dos apóstolos (3.16; 2Pe 1.20,21). Além disso, limitar ou descartar a sua inerrância é depreciar sua autoridade divina.
Na sua ação de inspirar os escritores pelo seu ESPÍRITO, DEUS, sem violar a personalidade deles, agiu neles de tal maneira que escreveram sem erro (3.16; 2Pe 1.20,21; ver 1Co 2.12,13).
A inspirada Palavra de DEUS é a expressão da sabedoria e do caráter de DEUS e pode, portanto, transmitir sabedoria e vida espiritual através da fé em CRISTO (Mt 4.4; Jo 6.63; 2Tm 3.15; 1Pe 2.2).
As Sagradas Escrituras são o testemunho infalível e verdadeiro de DEUS, na sua atividade salvífica a favor da humanidade, em CRISTO JESUS. Por isso, as Escrituras são incomparáveis, eternamente completas e incomparavelmente obrigatórias. Nenhuma palavra de homens ou declarações de instituições religiosas igualam-se à autoridade delas.
Qualquer doutrina, comentário, interpretação, explicação e tradição deve ser julgado e validado pelas palavras e mensagem das Sagradas Escrituras (ver Dt 13.3).
As Sagradas Escrituras como a Palavra de DEUS devem ser recebidas, cridas e obedecidas como a autoridade suprema em todas as coisas pertencentes à vida e à piedade (Mt 5.17-19; Jo 14.21; 15.10; 2Tm 3.15,16; ver Êx 20.3). Na igreja, a Bíblia deve ser a autoridade final em todas as questões de ensino, de repreensão, de correção, de doutrina e de instrução na justiça (2Tm 3.16,17). Ninguém pode submeter-se ao senhorio de CRISTO sem estar submisso a DEUS e à sua Palavra como a autoridade máxima (Jo 8.31,32, 37).
Só podemos entender devidamente a Bíblia se estivermos em harmonia com o ESPÍRITO SANTO. É Ele quem abre as nossas mentes para compreendermos o seu sentido, e quem dá testemunho em nosso interior da sua autoridade (ver 1Co 2.12).
Devemos nos firmar na inspirada Palavra de DEUS para vencer o poder do pecado, de Satanás e do mundo em nossas vidas (Mt 4.4; Ef 6.12,17; Tg 1.21).
Todos na igreja devem amar, estimar e proteger as Escrituras como um tesouro, tendo-as como a única verdade de DEUS para um mundo perdido e moribundo. Devemos manter puras as suas doutrinas, observando fielmente os seus ensinos, proclamando a sua mensagem salvífica, confiando-as a homens fiéis, e defendendo-as contra todos que procuram destruir ou distorcer suas verdades eternas (ver Fp 1.16; 2Tm 1.13,14; 2.2; Jd 3). Ninguém tem autoridade de acrescentar ou subtrair qualquer coisa da Escritura (ver Dt 4.2; Ap 22.19).
Um fato final a ser observado aqui. A Bíblia é infalível na sua inspiração somente no texto original dos livros que lhe são inerentes. Logo, sempre que acharmos nas Escrituras alguma coisa que parece errada, ao invés de pressupor que o escritor daquele texto bíblico cometeu um engano, devemos ter em mente três possibilidades no tocante a um tal suposto problema: (a) as cópias existentes do manuscrito bíblico original podem conter inexatidão; (b) as traduções atualmente existentes do texto bíblico grego ou hebraico podem conter falhas; ou (c) a nossa própria compreensão do texto bíblico pode ser incompleta ou incorreta.

  

Capítulo I - Teologia Sistemática Pentecostal
Bibliologia — A Doutrina das Escrituras - Claudionor de Andrade

 

A POSIÇÃO CONSERVADORA

Os ortodoxos afirmamos que a Bíblia é a Palavra de DEUS. Dessa forma, colocamo-la no lugar em que ela tem de estar: como a nossa suprema e inques­tionável arbitra em matéria de fé e prática. Se a Escritura diz, é a nossa obrigação ser-lhe obediente sem quaisquer questionamentos. Ela é soberana! Os cristãos jamais deixaram de ser dogmáticos quanto à origem divina da Bíblia.


A Igreja Primitiva.

Firmados, principalmente, em 2 Timóteo 3.16 e 2 Pedro 1.20,21, os cristãos primitivos tinham os profetas hebreus como oráculos de DEUS. Igual deferência concediam eles aos escritos dos apóstolos de nosso Senhor e daqueles que lhes foram íntimos seguidores — Marcos e Lucas, por exemplo.
No século II, quando o herege Marcião se insurgiu contra as Sagradas Escrituras, tentando extirpar do cânon os livros apostólicos, por considerá-los escandalosa­mente judaicos, os líderes da igreja condenaram-no em uníssono e energicamente. Atuando como porta-voz dos pastores e bispos, Tertuliano escreveu Contra Marcião, numa apaixonada apologia do cânon atual da Bíblia Sagrada.
Orígenes de Alexandria, nascido no Egito por volta de 185, também saiu com presteza, a fim de defender o cânon das Sagradas Escrituras. Ele asseverou que tanto as Escrituras do Antigo quanto as do Novo Testamentos foram ins­piradas pelo mesmo ESPÍRITO SANTO. Logo, acrescenta o doutor alexandrino, “as Escrituras Sagradas foram redigidas pelo ESPÍRITO de DEUS”.
Nascido em 296, Atanásio tornou-se conhecido como o pai da ortodoxia em virtude de seu apaixonado zelo pela pureza doutrinária da fé cristã. A semelhança de seus predecessores, fez ele uma brilhante apologia da inspiração divina das Escrituras Sagradas como a Palavra de DEUS.


Os reformadores.

Ao deflagrar a Reforma Protestante, Martinho Lutero fez questão de ressaltar a importância da Bíblia Sagrada como a Palavra de DEUS. Se até àquele dia a igreja de Roma tinha as suas tradições como mais importantes que as Sagradas Escrituras, veio Lutero e afirmou que estas são a nossa única norma em matéria de fé e prática. Foi a partir desse ponto doutrinário que Lutero revolucionou espiritualmente a igreja de reformada sua época, levando os fiéis a depositarem toda a sua confiança no Antigo e no Novo Testamento.
Cognominando a Bíblia como o berço que traz o CRISTO, Lutero — natural de Eisleben, na Alemanha — defendeu ardorosamente a inspiração divina das Sagradas Escrituras. Exortava ele os cristãos a lerem a Palavra de DEUS sob a luz de CRISTO.
Até mesmo o herético João Calvino (calvinismo), de igual modo, sustentava a origem divina da Bíblia:
Visto que DEUS se comunicou por sua Palavra de Vida a todos os que Ele recebeu por sua graça, disso devemos inferir que os fez participantes da vida eterna. Eu digo que na Palavra de DEUS há tal eficácia de vida que a sua comunicação é uma segura e certa vivificação da alma. Entendo por comunicação não a geral e comum, que se propaga por céus e terra sobre todas as criaturas do mundo. Porque, conquanto esta vivificação que todas as coisas conforme a sua respectiva natureza diversa, todavia não livra nada nem ninguém da corrupção. Mas a comunicação a que me refiro é especial, e por esta a alma dos crentes é iluminada no conhecimento de DEUS e de algum modo é ligada a Ele.


Os pentecostais. A comunidade de fé pentecostal, formada principalmente pelas Assembleias de DEUS, sempre acreditou ser a Bíblia a inspirada, inerrante, infalível e completa Palavra de DEUS. Vejamos como se posicionaram alguns de nossos maiores e mais respeitados teólogos.
O missionário finlandês Lars Eric Bergstén, que, durante cinco décadas pe­regrinou pelo Brasil, ensinando a lídima doutrina bíblica, assim se posicionou acerca das Sagradas Escrituras:
DEUS, que antigamente falou “muitas vezes e de muitas maneiras aos país”, queria que a sua Palavra não ficasse guardada pelos homens apenas através da experiência com Ele ou pela tradição falada, isto é, os país contando para os seus filhos, etc. DEUS queria que as verdades reveladas fossem conservadas em um autêntico documento. Por isso, Ele mesmo tomou as providências para que suas palavras, revelações e acontecimentos — maravilhas operadas em meio ao seu povo —fossem escritos.
Antonio Gilberto, um dos maiores teólogos do Brasil, afirmou acerca da origem divina da Bíblia:
E a revelação de DEUS à humanidade. Seu autor ê DEUS mesmo. Seu real intérprete é o ESPÍRITO SANTO. Seu assunto central é o Senhor JESUS CRISTO.

 

 

A INSPIRAÇÃO DIVINA DA BÍBLIA SAGRADA
As palavras escritas nas Escrituras devem ser consideradas palavras dadas pelo ESPÍRITO SANTO. Basta ler a Bíblia para sentir, logo em suas palavras iniciais, a presença do ESPÍRITO SANTO.
Que outro livro trouxe tanta mudança à humanidade como a Bíblia Sagrada? Homero, Aristóteles, Camões, Karl Marx? O Capital de Marx, por exemplo, embora considerado a “bíblia” do comunismo, é tão seco e árido que dificilmente alguém consegue lê-lo do início ao fim. A Escritura, porém, vem sendo lida de geração em geração com o mais vivo interesse. O imperador brasileiro Dom Pedro II revelou que a lia cotidianamente.
Qual a diferença entre ela e os demais livros? Sem dúvida, a sua inspiração.
Definição etimológica. A palavra “inspiração” vem de dois vocábulos gregos: theo, “DEUS”; e pneustos, “sopro”. Literalmente, significa: “aquilo que é dado pelo sopro de DEUS”. Dado pelo ESPÍRITO SANTO.
Definição teológica. “Ação sobrenatural do ESPÍRITO SANTO sobre os escritores sagrados, que os levou a produzir, de maneira inerrante, infalível, única e sobrenatural, a Palavra de DEUS — a Bíblia Sagrada” (Dicionário Teológico, de Claudionor de Andrade, CPAD).
Em português, a palavra “inspirar” é originária do verbo latino inspirare, que significa: “introduzir ar nos pulmões”. È um processo fisiológico tão necessário à vida, que a mantém em pleno funcionamento. È algo automático; independe de nossa vontade. Basta estarmos vivos para que o ar nos entre pela boca e pelas narinas e nos chegue até os pulmões.
Assim também ocorreu com os santos profetas e apóstolos usados para escrever a Bíblia Sagrada. O ESPÍRITO SANTO insuflou-lhes a Palavra de DEUS de tal forma, que foram eles impulsionados a registrar os arcanos e desígnios divinos de maneira sobrenatural, inerrante, infalível e singular. Nenhum outro livro foi inspirado dessa forma; foi um milagre que se deu na área do conhecimento humano e nunca mais se repetiu.


Inspiração verbal e plenária da Bíblia.

É a doutrina que assegura ser a Bíblia, em sua totalidade, produto da inspiração divina.

Plenária: todos os livros da Bíblia, sem qualquer exceção, foram igualmente inspirados por DEUS.

Verbal: o ESPÍRITO SANTO guiou os autores não somente quanto às idéias, mas também quanto às palavras dos mistérios e concertos do Altíssimo (2Tm 3.16).
A inspiração plenária e verbal, todavia, não eliminou a participação dos autores humanos na produção da Bíblia. Pelo contrário: foram eles usados de acordo com seus traços personais, experiências e estilos literários (2 Pe 1.21).
Se no profeta Isaías deparamo-nos com um estilo sublime e clássico, em Amós encontramos um prosa simples e humilde, como os campos palmilhados pelo mensageiro campesino. E, se em Paulo encontramos um grego que se amolda à dicção do heleno ático, em Marcos encontramos um grego humilde como humilde era o seu autor. Contudo, tanto nos primeiros como nos segundos, não podemos negar a exatidão e a ortodoxia da inspirada Palavra de DEUS.


A inspiração da Bíblia ê única.

Conforme já dissemos, além da Bíblia, nenhum outro livro foi produzido de maneira sobrenatural e inconfundivelmente divina. Eis porque a Palavra de DEUS é a obra-prima por excelência da raça humana. Até mesmo os seus mais arrebatados inimigos são obrigados a se curvar ante a sua beleza suprema e célica. Haja vista em todas as universidades realmente importantes haver uma cadeira dedicada ao idioma hebraico por causa da crescente importância da Bíblia.
Aliás, não fora a Palavra de DEUS, a civilização ocidental, como a conhecemos, seria impossível. O que os gregos não lograram com a sua filosofia e lógica, a Bíblia alcançou através de sua mensagem, que, embora singela, derrubou grandes reinos e impérios.
Declaração doutrinária das Assembleias de DEUS no Brasil.

“Cremos na inspiração verbal da Bíblia Sagrada, única regra infalível de fé normativa para a vida e o caráter cristão”. A maioria das denominações evangélicas, realmente conservadoras, tem a Bíblia como a inspirada Palavra de DEUS. Sem esse artigo de fé, o evangelismo perde todo o seu conteúdo.


Evidências da inspiração divina da Bíblia.

Há evidências que nos indicam ser a Bíblia a Palavra inspirada de DEUS? Basta uma leitura das Sagradas Escrituras para se concluir, de imediato, terem sido elas produto da ação direta do ESPÍRITO SANTO sobre os hagiógrafos, levando-os a escrever os livros que fazem parte do cânon bíblico.


Entre as evidências, que nos indicam a procedência divina das Escrituras Sagradas, podemos citar:
A influência na vida do ser humano.

Que outro livro, a não ser a Bíblia, é capaz de transformar radicalmente o homem? Temos testemunhos emocionantes de homens, mulheres, jovens e crianças que, no contato com a Palavra de DEUS, se tornaram novas criaturas.


A influência na história da humanidade.

Ultrapassando as fronteiras de Israel, de onde provieram quase todos os seus escritores, a Bíblia foi a responsável direta pela criação da cultura ocidental. A influência do SANTO Livro, aliás, ultrapassou o Ocidente e, hoje, faz com que a Palavra de DEUS seja admirada em países que sempre se opuseram ao cristianismo. Haja vista a China e o Japão. Até mesmo nos países árabes, que se deixam conduzir pelo Alcorão, a influência das Escrituras é mais que notória.


A influência na vida moral da humanidade.

Sem a Bíblia Sagrada, estaria a humanidade mergulhada em densas trevas espirituais e morais. O homem em nada haveria de diferir das bestas feras. Todavia, a moralidade que a Bíblia vem exigindo do ser humano, desde os Dez Mandamentos, vem elevando os filhos de Adão aos mais altos ideais, impedindo que se degenerem.

 

 

CAPÍTULO TRÊS - TEOLOGIA SISTEMÁTICA STANLEY M. HORTON
A Palavra Inspirada de DEUS - John R. Higgins


A teologia, na sua tentativa de conhecer a DEUS e de tornado conhecido, parte do princípio de que o conhecimento a respeito do Supremo Ser já tenha sido revelado. Esta revelação é o fundamento de todas as afirmações e pronunciamentos teológicos. O que não foi revelado não pode ser conhecido, estudado ou explicado.
Noutras palavras, a revelação é o ato de tornar conhecido algo que antes era desconhecido. O que estava escondido passa a ser conhecido. A mãe revela o que está sendo assado no forno; o mecânico, o que deu pane no motor. Cada um destes mistérios termina aí.
Embora a revelação ocorra em todas as áreas da vida, o termo acha-se especialmente associado à religião. "Onde houver religião, aí haverá uma reivindicação de revelação". As questões da fé centralizam-se no fato de que DEUS fez-se conhecido aos seres humanos. O cristianismo é a religião baseada na revelação que DEUS fez de si mesmo.
A Bíblia emprega vários termos em grego e hebraico para expressar o conceito da revelação. O verbo hebraico gãlãh significa revelar por meio do ato de descobrir ou de arrancar alguma coisa que cobre (Is 47.3). Frequentemente, é usado no tocante à revelação (comunicada) que DEUS faz de si mesmo às pessoas: "Certamente, o SENHOR DEUS não fará coisa alguma, sem primeiro revelar o seu segredo aos seus servos, os profetas" (Am 3.7). A palavra grega apokalupsis (revelação) está associada a esta ideia: tornar conhecido o Evangelho. Paulo afirmou que não recebeu o Evangelho mediante instrução humana, mas "pela revelação de JESUS CRISTO" (Gl 1.12). J. Oliver Buswell alega que a palavra apokalupsis pode ser usada a respeito de pessoas, ou de objetos, mas que, usualmente, refere-se a alguma verdade revelada. Por outro lado, é DEUS quem manifesta ou se mostra (gr. phaneroõ) a si mesmo (1 Tm 3.16).
A revelação, noutras palavras, envolve não somente informações a respeito de DEUS, mas a revelação que DEUS fez de si mesmo. Isso não significa, porém, que devemos rejeitar a revelação proposicional e preferir a existencial.  Pelo contrário: "a revelação a respeito de DEUS é crucial para o conhecimento de DEUS". Através de suas palavras e ações, DEUS torna conhecida a sua Pessoa, seus caminhos, valores, propósitos e o seu plano de salvação. O alvo final da revelação divina é que as pessoas venham a conhecer a DEUS de modo real e pessoal.
Embora a revelação divina esteja frequentemente limitada ao desvendamento que DEUS faz da própria Pessoa, em atos ou palavras, pode ela também ser considerada a concatenação maior de eventos revelados. Essa definição da revelação divina incluiria a reflexão e a inscrição (registrar a revelação na forma escrita) pelos escritores inspirados, o processo da canonização desses mesmos escritos e a iluminação pelo ESPÍRITO SANTO daquilo que DEUS de fato revelou.

 

A revelação divina é uma proclamação de vida, mas quando rejeitada, é uma proclamação de morte (Dt 30.15; 2 Co 2.16).
Graciosamente, DEUS revelou-se a si mesmo, bem como os seus caminhos ao ser humano. Sua autorrevelação abran­ge os séculos; é variada na sua forma, e oferece comunhão privilegiada com o Criador. Essa revelação abundante, toda­via, não esgotou o mistério do DEUS eterno. Há aspectos de sua Pessoa e do seu propósito que Ele optou por não tornar conhecidos (Dt 29.29; Jó 36.26; SI 139.6; Rm 11.33). A retenção deliberada de tais informações serve-nos de lem­brança: DEUS transcende a própria revelação. O que DEUS não revelou está além das necessidades e possibilidades da descoberta humana.
A revelação tem sua base, mas também os seus limites, na vontade de DEUS... Os seres humanos universalmente não possuem recursos naturais para delinearem a natureza e a vontade divina. Nem sequer os dotados de capacidades especiais, ou de notáveis qualidades religiosas, poderão, mediante as próprias capacidades, aprofundar-se nos segredos do Infinito... e esclarecer, com o próprio poder e iniciativa, os mistérios da eternidade

JESUS e seu Conceito das Escrituras
No fim do século I (no mais tardar) os escritos do Novo Testamento já haviam sido completados; muitos destes, entre 20 e 30 anos apenas após a morte e ressurreição de JESUS. Temos ainda a garantia de que até mesmo a narração dos eventos foi orientada pelo ESPÍRITO SANTO a fim de que fossem evitados os erros ocasionados por eventuais esquecimentos (Jo 14.26). Os evangelhos, que contam detalhadamente a vida de JESUS, foram escritos por contemporâneos e testemunhas oculares. Tais escritos, fartamente corroborados, fornecem informações fidedignas a respeito de CRISTO e de seus ensinos. A autoridade da Palavra escrita está ancorada na autoridade de JESUS. Posto que Ele nos é apresentado como o DEUS encarnado, seus ensinos são verdadeiros e plenos de autoridade. Por isso, o que JESUS ensina a respeito das Escrituras, determina sua justa reivindicação à autoridade divina. JESUS dá testemunho consistente e enfático de que elas são, de fato, a Palavra de DEUS.
Em especial, JESUS dirigia a sua atenção ao Antigo Testamento. Quando falava de Adão, de Moisés, de Abraão ou de Jonas, Ele os tratava como a pessoas reais e históricas. Às vezes, correlacionava situações que lhe diziam respeito com um evento histórico do Antigo Testamento (Mt 12.39,40). Noutras ocasiões, buscava num determinado fato do Antigo Testamento apoio, ou reforço, para alguma coisa que estava ensinando (Mt 19.4,5). JESUS honrava as Escrituras do Antigo Testamento, e enfatizava que Ele não viera abolir a Lei e os Profetas, mas cumpri-los (Mt 5.17). As vezes, fustigava os líderes religiosos por haverem elevado as próprias tradições acima das Escrituras (Mt 15.3; 22.29).
JESUS, nos seus ensinos, citou pelo menos quinze livros do Antigo Testamento, e fez alusão a muitos outros. Tanto no modo de falar quanto nas declarações específicas, demonstrava com clareza a sua estima pelas Escrituras do Antigo Testamento como a Palavra de DEUS. Era a palavra e o mandamento de DEUS (Mc 7.6-13). Citando Gênesis 2.24, JESUS declarou: "O Criador [não Moisés]... disse: Portanto, deixará o homem pai e mãe" (Mt 19.4,5). Disse que Davi fez uma declaração "pelo ESPÍRITO SANTO" (Mc 12.36). A respei­to de uma declaração registrada em Êxodo 3.6, Ele perguntou: "Não tendes lido o que DEUS vos declarou?" (Mt 22.31). Repetidas vezes, JESUS apelou à autoridade do Antigo Testamento, citando a fórmula: "Está escrito" (Lc 4.4). John W. Wenham assevera que JESUS entendia essa fórmula no sentido de "DEUS diz!"
"Há uma objetividade grandiosa e sólida no uso do tempo pretérito perfeito gegraptai, 'permanece escrito': 'aqui está o testemunho eterno e imutável do DEUS Eterno, registrado por escrito para a nossa instrução'." O modo decisivo de JESUS utilizar essa fórmula revela de modo enfático como ele considerava a autoridade das Escrituras. "A Palavra escrita, portanto, é a autoridade de DEUS para solucionar todas as disputas a respeito da doutrina ou da prática. E a Palavra de DEUS nas palavras humanas; é a verdade divina em linguagem humana". Os que gostariam de alegar que JESUS simplesmente se acomodava ao modo judaico de entender as Escrituras, acompanhando passivamente as supostas falsas crenças dos judeus nesse assunto, deixam totalmente desapercebidos o seu tom enfático de plena aceitação e autoridade. Em vez de acomodar-se às opiniões religiosas dos seus dias, Ele as corrigia, e colocava as Escrituras de volta à sua suprema posição. Além disso, a acomodação à mentira não é moralmente possível para o DEUS que é a mesma verdade (Nm 23.19; Hb 6.18).
JESUS reivindicava a autoridade divina, não somente para as Escrituras do Antigo Testamento, como também para seus próprios ensinos. O que ouve as suas palavras e as pratica é sábio (Mt 7.24), porque os seus ensinos provêm de DEUS (Jo 7.15-17; 8.26-28; 12.48-50; 14.10). JESUS é o semeador que semeia a boa semente da Palavra de DEUS (Lc 8.1-13). Sua expressão frequente: "Eu, porém, vos digo" (Mt 5.22), usada lado a lado com a total compreensão do Antigo Testamento, demonstrava que "suas palavras levam toda a autoridade das palavras de DEUS". "O céu e a terra passarão, mas as minhas palavras não hão de passar" (Mt 24.35).
JESUS indicou, também, que haveria uma característica divina e especial no testemunho que seus seguidores dariam dEle. O Senhor os havia treinado mediante suas palavras e seu exemplo, e os comissionara para serem testemunhas até aos confins da terra, ensinando as pessoas a guardar todas as coisas que Ele lhes mandara (Mt 28.18-20). Ele lhes ordenara ainda que esperassem, em Jerusa­lém, a vinda do ESPÍRITO SANTO, a quem o Pai enviaria em seu nome, para que tivessem poder a fim de lhe servirem como testemunhas (Lc 24.49; Jo 14.26; At 1.8). O ESPÍRITO SANTO faria os discípulos lembrar-se de tudo quanto JESUS lhes dissera (Jo 14.26). O ESPÍRITO lhes ensinaria todas as coisas, guia-los-ia em toda a verdade, contar-lhes-ia o que havia de acontecer, lançaria mão das coisas de CRISTO e as faria conhecidas aos discípulos (Jo 14.26; 15.26,27; 16.13-15).
Foram cumpridas as promessas que JESUS fizera aos seus discípulos. O ESPÍRITO SANTO inspirou alguns deles a escreverem a respeito do seu Senhor. Consequentemente, tanto os escritos do Antigo, quanto os do Novo Testamento; enfim, a Bíblia toda reivindica, de modo específico e direto, que é a revelação especial da parte de DEUS.


A Inspiração das Escrituras
DEUS se revelou à sua criação. A inspiração diz respeito ao registro, ou à escrita, dessa revelação divina. Posto que a Bíblia foi escrita por autores humanos, devemos perguntar: "Em que sentido seus escritos poderão (ou não) ser chamados a Palavra de DEUS?" Uma questão correlata diz respeito ao grau (ou extensão) em que seus escritos podem ser considerados revelação de DEUS.


A Base Bíblica para a Inspiração
Considerando que toda testemunha tem o direito de se expressar por si mesma, será examinada, em primeiro lugar, a reivindicação que os próprios escritores bíblicos fazem à inspiração divina. Muitos dos que compuseram as Escrituras eram participantes, ou testemunhas oculares, dos eventos a respeito dos quais escreveram.
O que era desde o princípio, o que vimos com os nossos olhos, o que temos contemplado, e as nossas mãos tocaram da Palavra da vida (porque a vida foi manifestada, e nós a vimos, e testificamos dela, e vos anunciamos a vida eterna, que estava com o Pai e nos foi manifestada), o que vimos e ouvimos, isso vos anunciamos (1 Jo 1.1-3).

Cada um deles, seja Moisés, Davi, Jeremias, Mateus, João, Pedro, ou Paulo, escreveu com base em suas próprias experiências à medida que DEUS se revelava a eles (Ex 4.1-17; SI 32; Jr 12; At 1.1-3; 1 Co 15.6-8; 2 Co 1.3-11; 2 Pe 1.14-18). Mas seus escritos eram mais que relatos de pessoas envolvidas. Declaravam que escreviam não somente a respeito de DEUS, mas também em prol de DEUS. A sua palavra era a Palavra de DEUS; a sua mensagem era a mensagem de DEUS.
Em todo o Antigo Testamento, deparamo-nos com expressões tais como: "Falou o SENHOR a Moisés, dizendo" (Ex 14.1); "A palavra que veio a Jeremias, da parte do SENHOR, dizendo" (Jr 11.1); "Tu, pois, ó filho do homem, profetiza... e dize: Assim diz o SENHOR DEUS" (Ez 39.1); "Assim diz o SENHOR" (Am 2.1). Tais declarações são usadas mais de 3.800 vezes, e demonstram com clareza que os escritores tinham consciência de estar entregando uma mensagem autorizada da parte de DEUS.
Os escritores do Novo Testamento não tinham, também, a menor dúvida de estarem falando em nome de DEUS. JESUS não somente ordenou que os discípulos pregassem, mas também lhes disse o que deviam pregar (At 10.41-43). Suas palavras não eram "palavras de sabedoria humana, mas com as que o ESPÍRITO SANTO ensina, comparando as coisas espirituais com as espirituais" (1 Co 2.13). Esperavam que as pessoas reconhecessem que, por escrito, estavam elas recebendo "mandamentos do Senhor" (cf. 1 Co 14.37). Paulo podia garantir aos gálatas que, "acerca do que vos escrevo, eis que diante de DEUS testifico que não minto" (Gl 1.20), porque o tinha recebido da parte de DEUS (Gl 1.6-20). Os tessalonicenses foram elogiados por terem recebido a mensagem "não como palavra de homens, mas (segundo é, na verdade) como palavra de DEUS" (1 Ts 2.13). Preceitos e mandamentos eram escritos à comunidade em nome de JESUS, e deixar de observá-los podia ocasionar motivo para a exclusão do desobediente (2 Ts 3.6-14). Assim como DEUS tinha falado através dos santos profetas, agora o Senhor dava mandamentos através dos seus apóstolos (2 Pe 3.2). Receber a vida eterna está vinculado com o ato de crer no testemunho de DEUS (registrado pelos discípulos) a respeito do seu Filho (ljo 5.10-12).
Nestes trechos, e em outros semelhantes, fica evidente que os escritores do Novo Testamento estavam convictos de estarem declarando "todo o conselho de DEUS" em obediência ao mandamento de CRISTO e sob a orientação do ESPÍRITO SANTO (At 20.27). Os escritores do Novo Testamento também reconheciam a autoridade total das Escrituras do Antigo Testamento, porque DEUS "falou pelo ESPÍRITO SANTO" através dos autores humanos (At 4.24,25; Hb 3.7; 10.15,16).
Paulo escreveu a Timóteo, asseverando que as Escrituras podiam fazê-lo "sábio para a salvação, pela fé que há em CRISTO JESUS" (2 Tm 3.15). O valor das Escrituras deriva-se de sua origem. Paulo indica que o mérito das Escrituras não está no escritor humano, mas no próprio DEUS. Ele afirma: "Toda Escritura é inspirada por DEUS" (2 Tm 3.16). O termo "inspiração" é derivado desse versículo, e aplicado à escrita da Bíblia. A palavra grega empregada aqui é theopneustos que, literalmente, significa "soprada por DEUS". As versões mais recentes dizem com razão: "Toda Escritura é inspirada [soprada] por DEUS" (NVI). Paulo não está dizendo que DEUS soprou alguma característica divina nos escritos humanos das Escrituras, ou que toda a Escritura respira um ambiente de DEUS, que fala dEle. O adjetivo grego (theopneustos) é claramente predicativo, e é usado para identificar a fonte originária de todas as Escrituras. DEUS é o Autor, em última análise. Logo, toda a Escritura é a voz de DEUS, a Palavra de DEUS (At 4.25; Hb 1.5-13).
O contexto de 2 Timóteo 3.16 tem em vista as Escrituras do Antigo Testamento. A declaração de Paulo é que a totalidade do Antigo Testamento é a revelação inspirada da parte de DEUS. O fato de que o Novo Testamento ainda estava sendo escrito, exclui a mesma reivindicação interna e explícita para ele. Mesmo assim, algumas declarações específicas feitas pelos escritores do Novo Testamento subenten­dem que a inspiração das Escrituras estende-se à Bíblia inteira. Por exemplo, em 1 Timóteo 5.18 Paulo escreve: "Porque diz a Escritura: Não ligarás a boca ao boi que debulha. E: Digno é o obreiro do seu salário". Paulo está citando Deuteronômio 25.4 e Lucas 10.7, considerando "Escritura" as citações tanto do Antigo quanto do Novo Testamento. Além disso, Pedro refere-se a todas as epístolas de Paulo que, embora tratassem a respeito da salvação divina, contêm "pontos difíceis de entender". Por isso, algumas pessoas as "torcem e igualmente as outras Escrituras, para sua própria perdição" (2 Pe 3.16, grifos nossos). Note que Pedro coloca todas as Epístolas de Paulo na categoria de Escritura. Torcê-las é torcer a Palavra de DEUS, resultando na destruição do transgressor. Os escritores do Novo Testamento comunicam "com as palavras que o ESPÍRITO SANTO ensina, comparando as coisas espirituais com as espirituais" (1 Co 2.13), assim como JESUS prometera (Jo 14.26; 16.13-15).
Na sua segunda epístola, Pedro fala de sua morte iminente e do seu desejo de que seus leitores se mantenham na verdade que ele já lhes havia compartilhado. Mostra-lhes que a fé em CRISTO não é nenhuma invenção, e lembra-lhes de que ele mesmo era testemunha ocular daqueles eventos. Pedro estava com CRISTO, vendo-o e ouvindo-o pessoalmente (2 Pe 1.12-18). O apóstolo passa, então, a escrever de algo mais firme que seu testemunho pessoal (2Pe 1.19). Falando das Escrituras, afirma que os autores humanos eram "levados adiante" (pheromenoi) pelo ESPÍRITO SANTO ao comunicarem as coisas de DEUS. O resultado disso era uma mensagem não iniciada pelos desígnios humanos nem produzida pelo mero raciocínio e pesquisa humanos (sem serem excluídas tais coisas). Pedro afiança: "Sabendo primeiramente isto: que nenhuma profecia da Escritura é de particular interpretação; porque a profecia nunca foi produzida por vontade de homem algum, mas os homens santos de DEUS falaram inspirados pelo ESPÍRITO SANTO" (2 Pe 1.20,21).
O emprego que Pedro faz da expressão "profecia da Escritura" é um caso de pars pro tota. Ou seja: uma parte da Escritura representa a totalidade desta. "O ímpeto que levou à escrita provinha do ESPÍRITO SANTO. Por essa razão, os leitores de Pedro devem prestar atenção... pois não é simplesmente a palavra dos homens, mas a Palavra de DEUS".
Em virtude de sua inspiração pelo ESPÍRITO SANTO, toda a Escritura é fonte de autoridade. JESUS garante que até o menor dos mandamentos bíblicos é importante e obrigatório:
"Porque em verdade vos digo que, até que o céu e a terra passem, nem um jota ou um til se omitirá da lei sem que tudo seja cumprido. Qualquer, pois, que violar um destes menores mandamentos e assim ensinar aos homens será chamado o menor no Reino dos céus; aquele, porém, que os cumprir e ensinar será chamado grande no Reino dos céus" (Mt 5.18,19).

A recompensa, ou o castigo, depende de nosso relaciona­mento com todos os mandamentos, incluindo-se o menor deles. Acusado de blasfêmia por haver reivindicado a própria divindade, JESUS apelou à expressão "sois 'deuses", que se acha no Salmo 82.6. Contra essa acusação, edificou a sua defesa na verdade, já bem aceita, de que até mesmo uma frase relativamente obscura das Escrituras não pode ser anu­lada (Jo 10.34,35). A razão por que não podia ser anulada era que, mesmo como fragmento da Escritura, não deixava de ser a Palavra de DEUS.

 

Porque primeiramente vos entreguei o que também recebi: que CRISTO morreu por nossos pecados, segundo as Escrituras, e que foi sepultado, e que ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras, 1 Coríntios 15:3,4 Paulo enfatiza as escrituras como base de sua fé.

 


Modos de Inspiração
Uma vez aceito o testemunho que as Escrituras dão acerca de si mesmas, fica mais que clara a sua divina inspiração. A medida que os autores humanos da Bíblia a compunham, o próprio DEUS dava mostras inequívocas de achar-se envolvido neste processo de comunicação. E posto que na maioria dos casos a Bíblia não revela a forma de sua inspiração, várias teorias têm surgido a respeito. Cinco opiniões básicas são consideradas resumidamente nesta seção.
Intuição natural. A inspiração é meramente uma perspi­ácia natural nos assuntos espirituais, exercida por pessoas bem dotadas. Assim como alguns têm aptidão para a matemática ou para a ciência, os escritores bíblicos teriam aptidão para as ideias religiosas. Não se vê nisso qualquer envolvimento especial de DEUS. A pessoa poderia ter a mesma inspiração natural para escrever uma poesia ou para compor um hino.
Iluminação especial. A inspiração seria uma intensificação, ou exaltação, divina das percepções religiosas que todos os cristãos têm em comum. Os dons naturais dos escritores bíblicos teriam sido aguçados de alguma maneira pelo ESPÍRITO SANTO, mas sem nenhuma orientação especial, ou comunicação da verdade divina.
Orientação dinâmica. A inspiração é a orientação especial pelo ESPÍRITO SANTO, dada aos escritores bíblicos, para garantir toda mensagem divina que trata de matérias concernentes à fé religiosa e ao viver piedoso. A ênfase recai nos pensamentos ou conceitos que DEUS, querendo fossem comunicados, fornecia aos escritores humanos, aos quais dava plena liberdade quanto à expressão natural. Os elementos da fé e da prática religiosas eram assim orientados, mas as chamadas matérias não-essenciais dependiam totalmente (segundo essa opinião) dos conhecimentos, experiências, e escolhas dos próprios autores humanos.
Plenária verbal. A inspiração é a combinação entre a expressão natural dos escritores e a iniciação e orientação especiais dos seus escritos concedidas pelo ESPÍRITO SANTO. Mas o ESPÍRITO SANTO não somente dirigia os pensamentos, ou conceitos dos escritores, como também supervisionava a seleção das palavras para a totalidade do texto (e não somente para as questões de fé e prática). O ESPÍRITO SANTO garantia a exatidão e a suficiência de tudo quanto era escrito como a revelação da parte de DEUS.
Ditado divino. A inspiração é a superintendência infalível da reprodução mecânica das palavras divinas à medida que o ESPÍRITO SANTO as ditava aos autores bíblicos. Estes, como obedientes estenógrafos, tudo registravam segundo as ordens especiais do ESPÍRITO SANTO quanto ao conteúdo, vocabulário e estilo.
Formulando um Conceito da Inspiração
O conceito de inspiração deve levar em conta tudo quanto é necessário para a revelação divina ser comunicada com exatidão. O modo correto de inspiração deve incluir todos os elementos que a Bíblia postula tanto no ato de inspirar quanto nos efeitos desse ato. Deve também reservar um lugar apropriado à atividade de DEUS e à atividade humana.
Ao examinarmos os dados fornecidos nas Escrituras, vários elementos envolvidos no ato de inspirar são apresentados com clareza.

(1) Toda a Escritura é respirada por DEUS, procede da boca de DEUS (2 Tm 3.16).

(2) Os autores da Escritura falaram inspirados pelo ESPÍRITO SANTO (2 Pe 1.21).

(3) Os escritores sagrados não falavam segundo a própria vontade, mas de acordo com a vontade divina.

(4) Todavia, eles tomavam parte ativa e dinâmica na produção das Escrituras. Não eram meros robôs (Lc 20.42; Jo 12.39; At 3.22).
Semelhantemente, a Escritura fornece soluções quanto ao ato de inspirar.

(1) Toda a Escritura é respirada por DEUS e, portanto, toda a Escritura é a Palavra de DEUS (1 Co 14.37; 2 Tm 3.16).

2) Toda a Escritura é proveitosa; é uma regra completa e suficiente para a fé e prática (2 Tm 3.16,17).

(3) Nenhuma linha da Escritura pode ser deixada de lado, anulada ou destruída; a totalidade da Escritura tem de ser aceita em sua integridade e plenitude (Jo 10.35).

(4) A Escritura é mais fidedigna que qualquer observação meramente humana, seja empírica, seja científica, seja filosófica (2 Pe 1.12-19).

(5) Nenhuma parte da Escritura é condicionada, quanto à sua veracidade, por nenhuma limitação de seu autor humano (2 Pe 1.20). O condicionamento histórico normal, bem como a pecaminosidade e finitude humanas, são contrabalançados pela supervisão do ESPÍRITO SANTO.


À luz dessas observações, extraídas da própria Escritura, pode-se fazer uma avaliação dos cinco modos de inspiração sugeridos.

Tais conceitos, por considerarem a inspiração meramente um dom natural de iluminação, não prestam a devida atenção ao fato de DEUS haver "soprado" a Escritura. O conceito da orientação dinâmica, que entende serem as questões de fé e práticas devidamente inspiradas, em contraste com os assuntos mais corriqueiros, não fornece nenhum método seguro para determinar o que é inspirado e o que não o é. Nem sequer leva em conta a declaração bíblica de que toda a Escritura é inspirada, inclusive os versículos tidos como obscuros.
O conceito do ditado divino na inspiração não reconhece devidamente o elemento humano - os estilos, expressões e ênfases específicos dos escritores de per si.
O conceito da inspiração verbal e plenária evita os exageros de se enfatizar a atividade de DEUS a ponto de negligenciar a participação humana, ou de enfatizar a contribuição humana a ponto de desprezar o envolvimento divino na produção da Escritura.

A totalidade da Escritura Sagrada é inspirada, pois seus autores a escreviam sob a supervisão e orientação do ESPÍRITO SANTO. Isto permite variedades de estilo literário, gramática, vocabulário e outras peculiaridades humanas. Afinal, alguns escritores bíblicos tinham, sob o apanágio da providência de DEUS, passado por longos anos de experiência e preparo incomparáveis. Eis por que foram usados por DEUS para comunicar a sua mensagem (Moisés, Paulo).
Os conceitos da orientação dinâmica e os da inspiração verbal e plenária são sustentados por muito eruditos; tais conceitos reconhecem a obra do ESPÍRITO SANTO, bem como as diferenças óbvias nos vocabulários e estilos dos escritores. Uma diferença importante entre as duas opiniões envolve a extensão da inspiração. Reconhecendo ter havido orientação do ESPÍRITO SANTO, até onde esta se estende? No tocante aos escritos bíblicos, os defensores das várias opiniões dinâmicas sugeriram que a orientação do ESPÍRITO estendeu-se aos mistérios além do alcance da razão humana, ou somente até à mensagem da salvação, ou ainda até as palavras de CRISTO, ou talvez até certos assuntos (tais como as seções didáticas ou proféticas, ou talvez a todas as matérias que se relacionam com a fé e prática cristãs).

A inspiração plenária e verbal sustenta, porém, que a orientação do ESPÍRITO SANTO estendia-se a todas as palavras dos documentos originais (os autógrafos).
No tocante à orientação do escritor pelo ESPÍRITO, tem-se sugerido que a influência do ESPÍRITO estendeu-se somente ao impulso original para se escrever, ou somente à seleção dos tópicos, ou apenas aos pensamentos ou ideias do autor, conforme este achasse melhor.

Na inspiração plenária e verbal, todavia, a orientação do ESPÍRITO estendia-se até às próprias palavras que o escritor selecionava para expressar os seus pensamentos. O ESPÍRITO SANTO não ditava as palavras, mas guiava o escritor para que este, livremente, escolhesse as palavras que realmente expressavam a mensagem de DEUS. (Por exemplo, o escritor poderia ter escolhido "casa" ou "construção", segundo a sua preferência, mas não poderia ter escolhido "campo", pois isso teria mudado o conteúdo da mensagem.)
Qualquer combinação das sugestões no conceito da orientação dinâmica coloca-nos numa posição de relatividade quanto à extensão da inspiração das Escrituras. Esse posicionamento relativo requer seja aplicado algum princípio para diferenciar as partes inspiradas das não-inspiradas (ou mais inspiradas e menos inspiradas) da Bíblia. Vários princípios têm sido sugeridos: tudo quanto é razoável; tudo quanto é necessário para a salvação; tudo quanto é valioso para a fé e a prática; tudo quanto traz o Verbo; tudo quanto é querigma genuíno, ou tudo aquilo sobre o qual o ESPÍRITO dá testemunho especial. Todos os princípios desse tipo são subjetivos e centralizam-se no homem. Além disso, há o problema de quem aplicará o princípio de modo decisivo. A hierarquia eclesiástica, os estudiosos bíblicos e os teólogos, os cristãos individuais, todos desejariam o poder de escolha. Em última análise, o conceito da orientação dinâmica acaba derivando do homem a autoridade da Bíblia, em vez de derivá-la de DEUS. Somente o conceito da inspiração plenária e verbal evita o problema da relatividade teológica, sem deixar de levar em conta a variedade humana ao reconhecer que a inspiração se estende à totalidade das Escrituras.
A inspiração plenária e verbal contém uma definição essencial no próprio nome. E a crença de que a Bíblia é inspirada nas próprias palavras (verbal) escolhidas pelos escritores. É inspiração plenária (plena, total, inteira) porque todas as palavras, em todos os escritos originais (autógrafos), são inspiradas. Uma definição mais técnica da inspiração segundo a perspectiva plenária e verbal poderia ser esta: A inspiração é o ato especial do ESPÍRITO SANTO mediante o qual motivou os escritores bíblicos a escrever, orientando-os até mesmo no emprego das palavras, preservando-os de igual modo de todos os erros ou omissões.
Apesar de cada palavra da Bíblia ser inspirada por DEUS, a sua veracidade depende do contexto, isto é: ela pode registrar autoritativamente o conteúdo inspirado e verídico de uma mentira. Quando, por exemplo, a serpente disse a Eva que esta não morreria se comesse do fruto proibido, estava, sem dúvida alguma, mentindo - pois Eva morreria! (Gn 3.4,5). No entanto, posto que a totalidade da Bíblia seja inspirada, as palavras do tentador, embora falsas, foram registradas com exatidão.


A inspiração verbal e plenária era a opinião da Igreja Primitiva.

Durante os oito primeiros séculos da Igreja, nenhum líder eclesiástico, de vulto, ousou sustentar outra opinião. Procedimento similar foi adotado pelas igrejas cristãs ortodoxas até ao século XVIII. A inspiração plenária e verbal continua sendo o conceito sustentado pelo evangelicalismo.
A inspiração verbal e plenária eleva o conceito da inspiração até à plena infalibilidade, posto que todas as palavras são, em última análise, palavras de DEUS. A Escritura é infalível porque é a Palavra de DEUS, e DEUS é infalível.

Nas últimas décadas do século XX, alguns procuraram apoiar o conceito da inspiração plenária e verbal sem o corolário da infalibilidade. Como resposta, livros foram escritos, conferências, realizadas, e organizações formadas na tentativa de firmar o modo histórico de se entender a inspiração das Escrituras Sagradas. Uma fileira de fortes adjetivos tem sido acrescentada à expressão "plenária e verbal" até ao ponto de alguns insistirem que esta opinião teológica seja chamada "inspiração verbal plenária, infalível, inerrante, ilimitada". Quando investigamos o significado de tantos qualificativos, constatamos que é exatamente isto o que significa a "inspiração plenária e verbal"!



O ESPÍRITO SANTO e a Palavra
A Inspiração

As Escrituras eram sopradas por DEUS a medida que o ESPÍRITO SANTO inspirava seus autores a escrever em prol de DEUS. Por causa de sua iniciação e superintendência, as palavras dos escritores eram verdadeiramente a Palavra de DEUS. Pelo menos em alguns casos, os escritores bíblicos tinham consciência de que a sua mensagem não era meramente sabedoria humana, mas "as palavras que o ESPÍRITO SANTO ensina" (1 Co 2.13).
Os próprios autores sagrados tinham consciência da qualidade inspirada dos escritos que compunham a Palavra de DEUS, conforme o demonstram expressões tais como: "O próprio Davi disse pelo ESPÍRITO SANTO" (Mc 12.36); "O ESPÍRITO do SENHOR falou por mim" (2 Sm 23.2); "Varões irmãos, convinha que se cumprisse a Escritura que o ESPÍRITO SANTO predisse pela boca de Davi" (At 1.16); "Bem falou o ESPÍRITO SANTO a nossos pais pelo profeta Isaías" (At 28.25); "Portanto, como diz o ESPÍRITO SANTO, se ouvirdes hoje a sua voz" (Hb 3.7); "E também o ESPÍRITO SANTO no-lo testifica, porque, depois de haver dito: Este é o concerto que farei" (Hb 10.15,16). Sendo assim, sejam quais forem os escritores - Moisés, Davi, Lucas, Paulo ou desconhecidos (a nós) - escreveram eles "inspirados pelo ESPÍRITO SANTO" (2 Pe 1.21 ou "movidos pelo ESPÍRITO SANTO" ARA).
Alguns consideram (erroneamente) que a inspiração pelo ESPÍRITO envolvia um ditado mecânico da Escritura, apelando ao herético teólogo João Calvino. Várias vezes, Calvino realmente emprega o termo "ditado" em conjunção com a inspiração pelo ESPÍRITO. Por exemplo: "Seja quem for que serviu de escrevente dos Salmos, parece que o ESPÍRITO SANTO ditou pela sua boca uma forma comum de oração para a Igreja na sua aflição”.
O ESPÍRITO SANTO, fazendo uso das respectivas personalidades dos vários autores, e de suas experiências, capacidades e estilos, supervisionava-lhes os escritos a fim de garantir que a mensagem de DEUS fosse comunicada integralmente e com toda a exatidão. Conforme JESUS prometera aos seus discípulos, o ESPÍRITO os guiaria à verdade, trazendo-lhes à lembrança as suas palavras, e ensinar-lhes-ia tudo quanto era necessário à revelação divina (Jo 14-16).

 

A doutrina da iluminação do ESPÍRITO envolve a obra do ESPÍRITO SANTO na pessoa, levando-a a aceitar, entender e apropriar-se da Palavra de DEUS. Anteriormente, já havíamos considerado várias evidências internas e externas que confirmam ser a Bíblia a Palavra de DEUS. No entanto, mais poderosa e mais convincente que todas elas é o testemunho interior do ESPÍRITO SANTO. Embora as evidências sejam importantes, e o ESPÍRITO SANTO possa fazer uso delas, em última análise é a voz autorizada do ESPÍRITO, no coração humano, que produz a convicção de que a Escritura é, de fato, a Palavra de DEUS.
Sem o ESPÍRITO SANTO, a humanidade nem aceita, nem entende as verdades oriundas de DEUS. A rejeição da verdade divina pelos incrédulos acha-se vinculada à sua falta de entendimento espiritual. As coisas de DEUS são por eles consideradas loucuras (1 Co 1.22,23;2.14). JESUS descreveu os incrédulos como aqueles que ouvem mas não compreendem (Mt 13.13-15). Por causa do pecado "se tornaram nulos em seus próprios raciocínios, obscurecendo-se-lhes o coração insensato" (Rm 1.21 - ARA). "O DEUS deste século cegou os entendimentos dos incrédulos, para que não lhes resplandeça a luz do evangelho" (2 Co 4.4). Sua única esperança para receberem o entendimento espiritual, ou para perceberem a verdade da parte de DEUS, é a iluminação do ESPÍRITO (Ef 1.18; 1 Jo 5.20). Essa percepção espiritual inicial resulta na regeneração, mas também abre a porta para uma nova vida de crescimento no conhecimento divino.
Embora as promessas de João 14-16, a respeito da orientação e ensino a serem ministrados pelo ESPÍRITO SANTO, façam referência especial aos discípulos de JESUS que seriam usados para escrever o Novo Testamento, há um sentido contínuo em que esse ministério do ESPÍRITO relaciona-se a todos os cristãos. "O mesmo Ensinador também continua a sua obra de ensino dentro de nós, não por meio de trazer uma nova revelação, mas por meio de trazer novo entendimento, nova compreensão, nova iluminação. Mas Ele faz mais do que nos mostrar a verdade. Ele nos coloca dentro da verdade, e ajuda-nos a pô-la em prática".
É importante manter juntas a Palavra escrita de DEUS e a iluminação do ESPÍRITO SANTO: O que o ESPÍRITO ilumina é a verdade da Palavra de DEUS, e não algum conteúdo místico oculto nessa revelação. A mente humana não é deixada de lado, mas vivificada à medida que o ESPÍRITO SANTO elucida a verdade. "A revelação é derivada da Bíblia, e não da experiência, nem do ESPÍRITO SANTO como uma segunda fonte de informação paralela à Escritura e independente desta". Nem sequer os dons de expressão vocal, dados pelo ESPÍRITO SANTO, têm a mínima igualdade com as Escrituras, pois eles também devem ser julgados pelas Escrituras (1 Co 12.10; 14.29; 1 Jo 4.1), pois podem a pessoa pode alterar a mensagem do ESPÍRITO SANTO que lhe foi dada. O ESPÍRITO SANTO nem altera nem aumenta a verdade da revelação divina dada nas Escrituras. Estas servem como padrão objetivo necessário e exclusivo através das quais a voz do ESPÍRITO SANTO continua a ser ouvida.
A iluminação do ESPÍRITO SANTO não visa ser um atalho para se chegar ao conhecimento bíblico, nem um substituto do estudo sincero da Palavra de DEUS. Pelo contrário: é à medida que estudamos as Escrituras que o ESPÍRITO SANTO vai nos outorgando entendimento espiritual, que inclui tanto a crença quanto a persuasão. "As pesquisas filológicas e exegéticas não são usualmente "locais" para sua operação, pois é no coração do próprio intérprete que Ele opera, criando aquela receptividade interior pela qual a Palavra de DEUS é realmente 'ouvida'."  O crente cheio do ESPÍRITO, fazendo como que a Palavra seja ouvida pelo coração, e não apenas pela cabeça, produz uma convicção a respeito da verdade que resulta numa apropriação zelosa desta mesma Palavra (Rm 10.17; Ef 3.19; 1 Ts 1.5; 2.13).
A neo-ortodoxia tende a confundir a inspiração com a iluminação ao considerar que as Escrituras "se tornam" a Palavra de DEUS quando o ESPÍRITO SANTO aplica seus escritos aos corações humanos. Segundo a neo-ortodoxia, a Escritura é revelação somente quando e onde o ESPÍRITO SANTO fala de modo existencial. O texto bíblico não tem nenhum significado objetivo específico. "Posto que não existem verdades reveladas, mas somente verdades da revelação, o modo de uma pessoa interpretar um encontro com DEUS pode ser diferente da maneira como outra pessoa entende igual situação".
Os evangélicos, contudo, consideram a Escritura como a Palavra escrita e objetiva de DEUS, inspirada pelo ESPÍRITO na ocasião em que foi escrita. A comunicação verdadeira a respeito de DEUS está presente na forma proposicional, quer a reconheçamos, quer a rejeitemos. A autoridade da Escritura é intrínseca devido à inspiração, e não depende da iluminação. E independente do testemunho do ESPÍRITO SANTO, e antecede a este. O ESPÍRITO SANTO ilumina o que Ele já tem inspirado, e a sua iluminação encontra-se vinculada exclusivamente com a Palavra escrita e a vontade de DEUS.

 


A Palavra Escrita e o Verbo Vivo
A revelação que DEUS fez de si mesmo centraliza-se em JESUS CRISTO. Ele é o Logos de DEUS. Ele é o Verbo Vivo, o Verbo encarnado, que revela o DEUS eterno em termos humanos. O título Logos só pode ser encontrado nos escritos joaninos, embora o emprego do termo haja sido relevante na filosofia grega daqueles dias. Alguns têm procurado uma ligação entre a linguagem de João e a dos estóicos, dos primeiros gnósticos, ou dos escritos de Filo de Alexandria. Estudos mais recentes sugerem que João foi influenciado primariamente pelos seus alicerces no Antigo Testamento e na fé cristã. E provável, porém, que tivesse consciência das conotações mais amplas do termo, e que a tivesse empregado deliberadamente, com o propósito de transmitir um significado adicional e especial.
O Logos é identificado com a Palavra de DEUS na Criação e também com sua Palavra autorizada (a lei para toda a humanidade). João deixa nossa imaginação atônita quando introduz o Logos eterno, o Criador de todas as coisas, o próprio DEUS, como o Verbo que se encarnou a fim de habitar entre a sua criação (Jo 1.1-3,14). "DEUS nunca foi visto por alguém. O filho unigénito, que está no seio do Pai, este o fez conhecer" (Jo 1.18). O Verbo Vivo tem sido visto, ouvido, tocado, e agora proclamado mediante a Palavra escrita (1 Jo 1.1-3). Quando do encerramento do cânon sagrado, o Logos vivo de DEUS, o Fiel e Verdadeiro, está em estado de prontidão no Céu, prestes a voltar à Terra como Rei dos reis e Senhor dos senhores (Ap 19.11-16).
A suprema revelação de DEUS acha-se no seu Filho. Durante muitos séculos, mediante as palavras dos escritores do Antigo Testamento, DEUS havia se revelado progressivamente. Tipos, figuras, sombras e prefigurações desdobravam paulatinamente o plano de DEUS para a redenção da humanidade (Cl 2.17). Depois, na plenitude dos tempos, DEUS enviou o seu Filho para revelar o Pai de forma mais perfeita e para executar aquele gracioso plano mediante a sua morte na Cruz (1 Co 1.17-25; Gl 4-4). Toda a revelação bíblica, antes e depois da Encarnação de CRISTO, centraliza-se nEle. As muitas fontes originárias e maneiras da revelação anterior indicavam e prenunciavam a sua vinda à terra como homem. Toda a revelação subsequente engrandece e explica a sua vinda. A revelação que DEUS fez de si mesmo começou pequena e misteriosa, progrediu no decurso do tempo, e chegou ao seu ponto culminante na Encarnação do seu Filho. JESUS é a revelação mais completa de DEUS. Todos os escritos inspirados que se seguem após a sua vinda não acrescentam nenhuma revelação maior, mas engrandecem a importância de sua Encarnação. "[O ESPÍRITO] não falará de si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido e vos anunciará o que há de vir" (Jo 16.13).
Na Pessoa de JESUS CRISTO, coincidem entre si a Fonte e o Conteúdo da revelação. Ele não era mais um meio de comunicar a revelação divina, conforme o foram os profetas e apóstolos. Ele mesmo é "o resplendor da sua glória, e a expressa imagem da sua pessoa" (Hb 1.3). Ele é "o caminho, e a verdade, e a vida"; conhecer a Ele é conhecer também o Pai (Jo 14-6-7). Os profetas diziam: "Veio a mim a Palavra do Senhor", mas JESUS afirmava: "Eu vos digo"! JESUS inverteu o uso do termo "amém", começando assim as suas declarações: "Na verdade [hb. Amen], na verdade te digo" (Jo 3.3). Tendo Ele falado, a verdade foi declarada de modo imediato e inquestionável.
CRISTO é a chave que revela o significado das Escrituras (Lc 24.25-27; Jo 5.39,40; At 17.2,3; 28.23; 2 Tm 3.15). Elas testificam dEle e da salvação que Ele outorga mediante a sua morte. O enfoque que as Escrituras dedicam a CRISTO não justifica, porém, o abandono irresponsável do texto bíblico nas áreas que parecem ter poucas informações abertamente cristológicas. Clark H. Pinnock lembra-nos, com toda a sabedoria, que "CRISTO é o Guia hermenêutico no significado das Escrituras, e não seu bisturi crítico". A atitude do próprio CRISTO para com a totalidade das Escrituras era de total confiança e de plena aceitação. A revelação especial em CRISTO e nas Escrituras é consistente, coerente e conclusiva. Encontramos CRISTO através das Escrituras, e estas nos revelam a vida eterna em CRISTO. "Estes, porém, foram escritos para que creiais que JESUS é o CRISTO, o Filho de DEUS, e para que, crendo, tenhais vida em seu nome" (Jo 20.31).

 


TEOLOGIA SISTEMÁTICA - Govaski

TEORIA DA INSPIRAÇÃO PLENÁRIA OU VERBAL
Todas as partes da Bíblia são igualmente inspiradas e os escritores não foram usados inconscientes, mas cooperava com eles o ESPÍRITO SANTO, que os capacitava. Homens santos escreveram a Bíblia com as palavras de seu vocabulário, mas numa influenciante presença do ESPÍRITO SANTO, escrevendo a PALAVRA DE DEUS.

 

 

REVELAÇÃO X INSPIRAÇÃO:
Revelação é a ação de DEUS que se dá a conhecer ao Escritor e que o homem sozinho, nada pode saber (Dn.12.8; 1 Pe. 1:10,11). Inspiração não implica em revelação. Toda a Bíblia foi inspirada, mas nem toda ela foi revelada: Ex. de Revelação: Gênesis, sonhos de José, escritos de Paulo (Gl. 1:11; Ef.3:3).

 

DECLARAÇÃO BÍBLICA X DECLARAÇÃO NA BÍBLIA
A Bíblia não mente, mas registra mentiras de ímpios e do diabo, declarações não inspiradas por DEUS, mas registradas; verifique quem, para quem, e quando se fala.

 

 

 

BIBLIOLOGIA - As Grandes Doutrinas da Bíblia - Raimundo de Oliveira

 

INTRODUÇÃO
Chamada "Escritura Sagrada", "Sagradas Escrituras", simplesmente "Escrituras" ou "Palavra de DEUS", a Bíblia se constitui na única regra de fé e de conduta do cristão. Ela contém a mente de DEUS, o estado espiritual do homem, o caminho da salvação, a condenação dos impenitentes, e a felicidade dos santos. Suas doutrinas são santas, seus preceitos são leis, suas histórias são verídicas e suas decisões irrevogáveis. Compreender a origem, propósito e alcance da Bíblia Sagrada é condição indispensável a todos quantos buscam compreender a boa, santa e agradável vontade de DEUS, e a estarem habilitados a cumpri-la em suas vidas diariamente.

 A INSPIRAÇÃO DAS ESCRITURAS
O uso do termo inspiração tem a finalidade de designar a influência controladora que DEUS exerceu sobre os escritores da Bíblia. Tem a ver com a habilidade comunicada pelo ESPÍRITO SANTO, de receber a mensagem divina e de registrá-la com absoluta exatidão. O que diferencia a Bíblia dos demais livros do mundo é a sua inspiração divina. É devido à sua inspiração que a Bíblia é chamada A Palavra de DEUS.


1. O Fato da Inspiração das Escrituras
É muito interessante compreendermos a contribuição exata do fato de que a inspiração divina das Escrituras resume o propósito divino da revelação (2 Pd 1.19-21). Este é um assunto que precisa ser exposto com a mais absoluta clareza face às objeções contra ele levantadas. Contra a crença de que as Escrituras resumem em si a totalidade do propósito da revelação divina, levantam-se os seguintes argumentos:
a) CRISTO Versus Apóstolos
Este conceito consiste em distinguir entre a crença de CRISTO e a dos apóstolos, supostamente em níveis diferentes. Tem o propósito de apresentar CRISTO em oposição aos apóstolos, procurando salvá-los das errôneas tradições dos judeus, incluindo evidentemente a crença na inerrância das Escrituras. Procurando dar bases escriturísticas a essa errônea interpretação, os seus defensores valem-se de pas­sagens bíblicas isoladas, tais como: Mateus 22.29; Marcos 12.24 e João 5.39. Porém os apóstolos imitavam JESUS em tudo - Vede Pedro e Paulo, por exemplo (2 Pe 3.18; 1 Co 11.1).
b) Acomodação
Segundo este argumento, os apóstolos criam que a inerrância das Escrituras judaicas se constituía numa teoria insustentável. Deste modo, em vez de adotarem uma linha de interpretação revolucionária, os escritores do Novo Testamento teriam decidido por acomodar a sua linguagem à realidade espiritual dos seus dias. Um dos principais defensores deste argumento disse que "as Escrituras do Novo Testamento estão completamente dominadas pelo espírito de sua época. Assim o seu testemunho concernente â inspiração das Escrituras carece de valor independente". Porém Pedro e Paulo defendem veementemente as escrituras como Palavra de DEUS, inspirada pelo ESPÍRITO SANTO. (2 Pe 1.21; 1 Co 2.13).
c) Ignorância
Os defensores deste argumento dizem que os apóstolos eram "homens sem letras e indoutos" (At 4.13), e, portanto, estavam sujeitos a errar, e que CRISTO, devido à sua encarnação, sabia apenas um pouco acima dos seus contemporâneos. Ainda, segundo este argumento, uma vez que CRISTO não teve acesso às descobertas científicas do nosso tempo, não podia ter estado muito acima do nível cultural da sua própria época. Porém JESUS já aos doze anos aproximadamente dava aulas aos judeus (Lc 2.46, 47).
d) Contradição
Sempre tem havido quem discuta no tocante à suposta "contradição", "inexatidão" e "inconsistência" das Escrituras. Segundo esses críticos, um livro não pode ter tão grande valor como o atribuído à Bíblia, quando contém todos estes elementos. Esses argumentos quanto à inspiração e inerrância das Escrituras, não têm nada de novo. A negação da origem divina da Bíblia tem aparecido em todas as gerações com maior ou menor intensidade neste mundo onde medra a incredulidade. A raiz do problema está no que se há de aceitar como última palavra no assunto: Devemos aceitar o ensinamento da Bíblia acerca de si mesma, ou aceitar o ensinamento contraditório de homens?

 


2. O Que a Bíblia Diz Acerca da Sua Inspiração
Como qualquer outra doutrina bíblica, a doutrina da inspiração deriva das Escrituras. A Bíblia mesma testifica abundantemente da sua inspiração e sustenta o ponto de vista mais estrito com respeito ao assunto. Os escritores do Antigo Testamento tinham consciência de que escreviam aquilo que o Senhor lhes mandava (Êx 17.14; 34.27; Nm 33.2; Is 8.1;30.8; Jr 25.13;30.2; Ez 24.1; Dn 12.4) Os profetas tinham consciência de que eram portadores duma mensagem divina, e, portanto, a introduziam com fórmulas, como: "Assim diz o Senhor" - "Veio a mim a palavra do Senhor, dizendo" - "Assim me mostrou o Senhor Jeová", etc. Estas fórmulas se referem à palavra falada, porém se aplicam também à palavra escrita (Jr 36.27,32; Ez 24.1; Dn 12.4). Os escritores do Novo Testamento com frequência citam passagens do Antigo Testamento como palavra de DEUS ou do ESPÍRITO SANTO (Mt 15.4; Hb 1.5; 3.7; 4.3; 5.6; 7.21). Paulo fala de suas próprias palavras como palavras que o ESPÍRITO lhe havia ensinado (1 Co 2.13), e alega que é CRISTO quem fala a ele (2 Co 13.3).Sua mensagem aos tessalonicenses é "a palavra de DEUS” (1 Ts 2.13). Finalmente, diz na passagem clássica da inspiração: "Toda a Escritura divinamente inspirada é proveitosa para ensinar, para redarguir (contradizer os falsos mestres), para corrigir, para instruir em justiça " (2 Tm 3.16).

 

3. A Natureza da Inspiração das Escrituras
Ao considerar a natureza da inspiração das Escrituras, atente-se primeiramente para dois conceitos errôneos, porém comuns, conhecidos como: "inspiração mecânica" e "inspiração dinâmica".
a) Inspiração Mecânica
Com frequência se tem concebido o processo da inspiração das Escrituras duma maneira mecânica. Segundo este conceito, DEUS simplesmente ditava o que os autores humanos dos livros da Bíblia deviam escrever.

As investigações, porém, têm mostrado que este conceito é insustentável. A Bíblia mesma dá prova de que os seus escritores não eram meros instrumentos passivos na produção dos seus livros, mas sim, eles eram autores no verdadeiro sentido da palavra. Em alguns casos os escritos da Bíblia são resultados de investigações históricas, pois se referem a essas investigações (Lc 1.1-4), e às vezes fazem menção de suas fontes, como os livros de Samuel, Reis, Crônicas, etc. Noutros casos os autores registram as suas próprias experiências pessoais, como nos Salmos, nos livros proféticos, em Atos, e nas Epístolas. Cada escritor tinha estilo próprio. O estilo de Isaías não é como o de Ezequiel, nem o estilo de Paulo ê como o de Pedro.

Está claro e evidente que se o ESPÍRITO SANTO ditava o que deveria ser escrito, toda a bíblia teria um mesmo estilo literário - o do ESPÍRITO SANTO. Portanto é falsa esta ideia.
b) A Inspiração Dinâmica
Face ao conceito mecânico da inspiração das Escrituras, vários eruditos nos séculos XVIII e XIX optaram pelo que chamaram "inspiração dinâmica". Esta teoria rejeita a ideia duma operação direta do ESPÍRITO SANTO sobre a produção dos livros da Bíblia. Se assim fosse verdade o ESPÍRITO SANTO estaria ele mesmo mentindo a seu próprio respeito, pois em várias passagens se dá ao ESPÍRITO SANTO a inspiração da Bíblia (Mc 12.36; At 21.11; Hb 3.7).
c) A Inspiração Orgânica
O conceito de Inspiração geralmente aceito nos círculos cristãos conservadores, se denomina inspiração "plenária" ou "orgânica". O termo "orgânico" põe em relevo o fato de que DEUS não usou os escritores da Bíblia, no sentido mecânico, como se eles fossem robôs, mas que atuou sobre eles de forma orgânica, em harmonia com as leis do ser interior desses escritores. Isto é, DEUS os usou tal qual eram, com seu caráter e temperamento, seus dons e talentos, sua educação e cultura, seu vocabulário e estilo; iluminou as suas mentes, os impulsionou a escrever, excluindo a influência do pecado sobre suas atividades literárias.
Na verdade, DEUS os guiou na seleção de suas palavras e na expressão de seus pensamentos. Este conceito apresenta os escritores da Bíblia, não como simples amanuenses, mas como verdadeiros autores da Bíblia. Ás vezes eles registravam comunicações diretas de DEUS, e em outras ocasiões escreviam os resultados de suas próprias investigações históricas, ou registravam suas experiências. Isto explica a individualidade dos livros da Bíblia, posto que cada escritor tinha seu próprio estilo e firmou em sua produção literária seu selo pessoal e as marcas da época em que viveu.

 

4. Provas da Inspiração da Bíblia
Dentre outras provas da inspiração da Bíblia, a dar-lhe patente divina, destacam-se as seguintes:
a) A Aprovação da Bíblia por JESUS
JESUS aprovou a Bíblia ao lê-la, ao ensiná-la, ao cha­má-la "a palavra de DEUS", e ao cumpri-la (Lc 4.16-20; 24.27; Mc 7.13; Lc 24.44).Quanto ao Novo Testamento, em João 14.26, o Senhor antecipadamente pôs nele o selo de sua aprovação divina, ao declarar: "Mas aquele Consolador, o ESPÍRITO SANTO, que o Pai enviará em meu nome, esse vos ensinará todas as coisas, e vos fará lembrar tudo quanto vos tenho dito". Assim sendo, o que os apóstolos ensinaram e escreveram não foi a recordação deles mesmos, mas a do ESPÍRITO SANTO.
JESUS disse ainda que o ESPÍRITO nos guiaria em "toda a verdade" (Jo 16.13,14). Portanto, no Novo Testamento temos a essência da revelação divina.
b) O Testemunho do ESPÍRITO SANTO no Crente
O mesmo ESPÍRITO que conduz o pecador a aceitar a JESUS como Salvador pessoal, convence o neoconvertido da origem divina das Escrituras. Não é necessário que o novo crente faça um curso neste sentido, não. A crença na autoria e inspiração divina das Escrituras é algo que se dá instantaneamente. Todo convertido confirma que a Bíblia é a Palavra de DEUS.
c) O Fiel Cumprimento da Profecia
Inúmeras profecias se cumpriram no passado, em sentido parcial ou total; inúmeras outras cumprem-se em nossos dias, e muitas outras cumprir-se-ão no futuro. O cumprimento contínuo das profecias bíblicas é uma prova da sua origem divina. O que DEUS disse, sucederá (Jr 1.12). Glória, pois, a DEUS, por tão sublime livro!
d) A Perenidade das Escrituras
O tempo não exerce nenhuma influência sobre a Bíblia. É o livro mais antigo do mundo, e ao mesmo tempo o mais moderno. O jornal de amanhã não se lhe sobrepuja em atualidade. Em mais de vinte séculos de progresso em todas as áreas da ciência, homem algum tem sido capaz de melhorar a Bíblia, nem de fazer outro livro que lhe exceda em valor. Um livro de origem puramente humana, após tantos milênios de uso, já teria caducado e, se conservado, com certeza estaria guardado nalgum museu, ou então já teria sido consumido pelas traças. Esta é mais uma irrefutável prova da origem sobrenatural das Escrituras.

5. A História da Igreja Aprova a Inspiração das Escrituras
Os grandes líderes espirituais cujos nomes a História da Igreja faz menção elevam as suas vozes em defesa da inspiração, inerrância e infalibilidade das Escrituras. Seja qual tenha sido o meio pelo qual Agostinho chegou ao entendimento de que a Bíblia é a Palavra de DEUS, sua posição quanto a inspiração e inerrância das Escrituras, brota espontânea e abundantemente nos seus escritos.
Os Reformadores adotaram sem questionar e sem reservas a declaração acerca da inspiração, e até mesmo da inspiração verbal da Bíblia. Lutero se mostra consistente quando o ouvimos trovejar no fim da sua vida: "Logo, ou cremos redondamente, e totalmente e completamente, ou nada cremos: o ESPÍRITO SANTO não se deixa cortar ou separar, de modo que deixasse uma parte ser ensinada ou crida de modo verdadeiro, a outra parte de modo falso... Pois é moda dos hereges começarem primeiramente com um único artigo, mas depois todos devem ser totalmente negados, como um anel que não tem mais valor quando tem uma quebra ou corte, ou um sino que, quando está rachado num lugar, não soará mais, e é totalmente inútil". João Wesley levanta quatro argumentos grandes e poderosos que nos induzem a crer que a Bíblia precisa ser de origem divina: os milagres, as profecias, a bondade da doutrina e o caráter moral dos escritores. Todos os milagres fluem do poder divino; a bondade da doutrina, da bondade divina, e o caráter moral dos escritores, da santidade divina. Deste modo o cristianismo é constituído sobre quatro grandes pilares: o poder, a compreensão, a bondade e a santidade de DEUS.
O poder divino é a fonte de todos os milagres; a compreensão divina, a da bondade da doutrina; a santidade divina, a do caráter moral dos escritores. Prosseguindo no seu esforço de provar a origem divina das Escrituras.
a) Ela não podia ser a invenção de homens bons ou de anjos, pois eles não fariam nem poderiam fazer um livro contando mentiras durante todo o tempo em que o estavam escrevendo, dizendo: "Assim diz o Senhor" quando o livro era a sua própria invenção.
b) Ela não podia ser invenção de homens maus ou de demônios pois eles não fariam um livro que impõe todos os deveres, proíbe todos os pecados e condena as suas almas ao inferno por toda a eternidade.
c) Eu tiro, portanto, a conclusão de que a Bíblia precisa ter sido dada por inspiração divina (Coletânea da Teologia de João Wesley – Imprensa Metodista – Pág. 18).


JESUS Chamou a Bíblia de "a Palavra de DEUS"
"Porém vós dizeis: Se um homem disser ao pai ou à mãe: Aquilo que poderias aproveitar de mim é Corbã, isto é, oferta ao Senhor; nada mais lhe deixais fazer por seu pai ou por sua mãe, invalidando assim a palavra de DEUS pela vossa tradição, que vós ordenastes. E muitas coisas fazeis semelhantes a estas" (Mc 7.11-13).
JESUS Cumpriu a Bíblia
"E disse-lhes [JESUS]: São estas as palavras que vos disse estando ainda convosco. Que convinha que se cumprisse tudo o que de mim estava escrito na lei de Moisés, e nos profetas, e nos Salmos" (Lc 24.44).

JESUS também afirmou que as Escrituras são a verdade (Jo 17.17).

Ele viveu e procedeu de acordo com elas (Lc 18.31). Declarou que o escritor Davi falou pelo ESPÍRITO SANTO (Mc 12.35,36). No deserto, ao derrotar o inimigo, fê-lo citando a Palavra de DEUS (Dt 8.3; 6.13,16; Mt 4.1-11).

 

 

SUBSÍDIOS DA LIÇÃO A Inspiração Divina Da Bíblia DA CPAD - 1Tr22

 

AUXÍLIO TEOLÓGICO TOP1
“A Inspiração Divina da Bíblia
O que diferencia a Bíblia de todos os demais livros do mundo é a sua inspiração divina (Jó 32.8; 2 Tm 3.16; 2 Pe 1.21). É devido à inspiração divina que ela é chamada a Palavra de DEUS [...] ­ ̶ Que vem a ser ‘inspiração divina’? ­ ̶ Para melhor compreensão, vejamos primeiro o que é inspiração. No sentido fisiológico, é a inspiração do ar para dentro dos pulmões. É pela inspiração do ar que temos fôlego para falar. Daí o ditado ‘Falar é fôlego’. Quando estamos falando, o ar é expelido dos pulmões: é o que chamamos de expiração. Pois bem, DEUS, para falar a sua Palavra através dos escritores da Bíblia, inspirou neles o seu ESPÍRITO! Portanto, inspiração divina é a influência sobrenatural do ESPÍRITO SANTO como um sopro, sobre os escritores da Bíblia, capacitando-os a receber e transmitir a mensagem divina sem mistura de erro. A própria Bíblia reivindica para si a inspiração de DEUS, pois a expressão ‘Assim diz o Senhor’, como carimbo de autenticidade divina, ocorre mais de 2.600 vezes nos seus 66 livros; isso além de outras expressões equivalentes” (GILBERTO, Antonio. A Bíblia através dos Séculos: A história e formação do Livro dos livros. 2.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2019, p.41).

 

AMPLIANDO O CONHECIMENTO TOP2
A Inspiração
“As Escrituras eram sopradas por DEUS à medida que o ESPÍRITO SANTO inspirava seus autores a escrever em prol de DEUS. Por causa de sua incitação e superintendência, as palavras dos escritores eram verdadeiramente a Palavra de DEUS. Pelo menos em alguns casos, os escritores bíblicos tinham consciência de que a sua mensagem não era meramente sabedoria humana, mas ‘as palavras que o ESPÍRITO SANTO ensina’ (1 Co 2.13)”. Amplie mais o seu conhecimento, lendo a Teologia Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal, CPAD, p.115.


AUXÍLIO DE EDUCAÇÃO CRISTÃ TOP2
“Fundamentos bíblicos para uma filosofia de ensino
Uma filosofia cristã de ensino começa na Bíblia e faz parte do conceito maior de educação cristã. A Palavra de DEUS oferece mais do que o conteúdo do ensino cristão; fornece também a estrutura filosófica essencial. Questões fundamentais, como: ‘Por que ensinar?’; ‘Que resultados devemos esperar?’; ‘Quem é o mediador do ensino cristão?’; ‘Como devemos ensinar?’; e ‘A quem devemos ensinar?’ encontram respostas provocativas na Bíblia. Um mandato e uma meta claramente definidos emaranham-se de forma precisa com os notáveis discernimentos das Escrituras sobre o professor, o aluno e DEUS para, com isso, formar uma superestrutura estável. Cada ensinador cristão constrói uma filosofia pessoal de ensino ao entender, correta ou incorretamente, a estrutura bíblica. Portanto, o desafio de construir uma filosofia verdadeiramente cristã começa de maneira correta examinando cada parte do componente fornecido pela Bíblia” (GANGEL, Kenneth O; HENDRICKS, Howard G (Eds.). Manual de Ensino para o Educador Cristão: Compreendendo a natureza, as bases e o alcance do verdadeiro ensino cristão. 4.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2005, p.66).



REVISANDO O CONTEÚDO
1. O que as Escrituras reivindicam?
As Escrituras reivindicam que a mensagem bíblica veio da parte de DEUS.
2. O que é Inspiração Plenária?
A inspiração plenária da Bíblia é a inspiração total e completa, tanto do Antigo quanto do Novo Testamento.
3. Cite um gênero literário e três figuras de linguagens.
Narrativa; parábola, hipérbole e metáforas.
4. Quais os dois pressupostos básicos de inspiração divina do Novo Testamento?
O Novo Testamento possui dois pressupostos básicos de sua inspiração: a) a promessa de CRISTO de enviar o ESPÍRITO SANTO para guiar os discípulos (Jo 14.26); b) os escritos bíblicos que vindicam esse cumprimento (At 2.4; 1 Co 2.10; Ef 3.5).
5. O que não é possível acontecer sem que haja o mover do ESPÍRITO SANTO?
Sem o mover do ESPÍRITO não é possível nem aceitar e nem entender a Palavra de DEUS (Mt 13.15; 1 Co 2.14).

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 Lição 4, Perseverando na Fé

4º Trimestre de 2018 - As Parábolas de JESUS: As Verdades e Princípios Divinos para uma Vida Abundante

Comentarista: Wagner Tadeu Gaby, pastor presidente da Assembleia de DEUS em Curitiba (PR)

Complementos, Ilustrações e Vídeos: Pr. Luiz Henrique de Almeida Silva - 99-99152-0454.

 

Slides -  https://www.slideshare.net/henriqueebdnatv/slides-da-lio-4-perseverando-na-f-5-partes-4tr18-pr-henrique-ebd-na-tv

Vídeo - https://www.youtube.com/watch?v=24d0XVwAml4

 

 TEXTO ÁUREO

“E DEUS não fará justiça aos seus escolhidos, que clamam a ele de dia e de noite, ainda que tardio para com eles?” (Lc 18.7).

 

VERDADE PRÁTICA
Quanto mais perseverarmos na fé, melhor entenderemos a vontade de DEUS.

  

LEITURA DIÁRIA
Segunda – Hb 11.1 O firme fundamento e a prova das coisas que se não veem
Terça – Ef 2.8,9 A salvação é pela graça, mediante a fé, para que ninguém se glorie
Quarta – Mt 17.20 A fé não precisa ser grande, mas tem de ser íntegra e verdadeira
Quinta – Hb 11.6 É preciso acreditar, pois sem fé é impossível agradar a DEUS
Sexta – Mt 9.2 Uma fé que, de tão evidente, pode até ser vista
Sábado – 1 Pe 1.9 O alvo supremo da fé não consiste em receber “bênçãos”

 

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE - Lucas 18.1-8
1 – E contou-lhes também uma parábola sobre o dever de orar sempre e nunca desfalecer, 2 – dizendo: Havia numa cidade um certo juiz, que nem a DEUS temia, nem respeitava homem algum. 3 – Havia também naquela mesma cidade uma certa viúva e ia ter com ele, dizendo: Faze-me justiça contra o meu adversário. 4 – E, por algum tempo, não quis; mas, depois, disse consigo: Ainda que não temo a DEUS, nem respeito os homens, 5 – todavia, como esta viúva me molesta, hei de fazer-lhe justiça, para que enfim não volte e me importune muito. 6 – E disse o Senhor: Ouvi o que diz o injusto juiz. 7 – E DEUS não fará justiça aos seus escolhidos, que clamam a ele de dia e de noite, ainda que tardio para com eles? 8 – Digo-vos que, depressa, lhes fará justiça. Quando, porém, vier o Filho do Homem, porventura, achará fé na terra?

 

OBJETIVO GERAL - Estimular a perseverança na fé.

 

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Interpretar a parábola do juiz iníquo;
Destacar a bondade de um DEUS justo;
Ressaltar a postura da viúva a respeito da oração, da perseverança e da fé.

 

INTERAGINDO COM O PROFESSOR
A aula de hoje é uma grande oportunidade para estimular os alunos a perseverarem na fé e na oração. Este é o grande desafio do ensino: Romper a barreira do discurso levando os educandos à prática. A parábola do juiz iníquo mostra exatamente isso. O interesse de JESUS era levar os seus discípulos a serem perseverantes e pessoas de oração. Em tempos de “determinismo profético”, nada mais sensato e necessário que ensinar acerca da fé e da oração.

 

PONTO CENTRAL - A perseverança na fé e na oração é decisiva para o desenvolvimento espiritual.


Resumo da Lição 4, Perseverando na Fé

I – INTERPRETANDO A PARÁBOLA DO JUIZ INÍQUO
1. Uma parábola difícil.

2. O juiz.

3. A viúva.

4. O caso e a perseverança.

II – A BONDADE DE UM DEUS JUSTO
1. DEUS é bom.

2. DEUS é justo.

3. DEUS assume a nossa causa.

III – A PERSEVERANÇA DA VIÚVA É UMA IMAGEM PARA NÓS
1. Oração.

2. Perseverança.

3. Fé.

 

 

RESUMO RÁPIDO da Lição 4, Perseverando na Fé - Pr. Henrique

 

INTRODUÇÃO

Nesta parábola estudaremos a Perseverança na fé, que é a mensagem central, ou objetivo de JESUS, ao contá-la. A Perseverança aqui é buscada por DEUS em cada crente através da oração com fé de que DEUS ouve nossas orações e as atende, segundo sua vontade.

A perseverança na fé é uma das exortações bíblicas mais urgentes nos dias de hoje. Sobretudo, quando acompanhada da oração, pois esta também é de suma importância, visto ser a forma de comunicação vital dos discípulos com o Pai soberano nestes tempos perigosos até o estabelecimento final do Reino de DEUS. Esta parábola, também conhecida como a “parábola da viúva persistente”, mostra que a oração intermitente em tempos de crise é o meio pelo qual os discípulos do Reino se valem da justiça do Pai a seu favor.
Ó tu que ouves as orações, a ti virá toda a carne. Salmos 65:2

 

ORAÇÃO - (Strong Português) προσευχομαι proseuchomai
1) oferecer orações, orar

 


I – INTERPRETANDO A PARÁBOLA DO JUIZ INÍQUO
1. Uma parábola difícil.

Devido ao título dado à parábola (“A parábola do juiz iníquo”), alguns a vêm com certo grau de dificuldade para o bom entendimento de seu real ensino. Não conseguem ver o contraste desse juiz com o DEUS bondoso e misericordioso que temos. A Perseverança na oração com fé é a mensagem que JESUS queria nos passar ao contar esta parábola.

 

2. O juiz.

Na estrutura jurídica da época de JESUS existiam dois sistemas de tribunais: o judaico e o gentílico. Creio que este juiz era perverso e julgava em uma pequena localidade e a mulher só tinha essa maneira de apelação, não podendo pagar um advogado, pois a condição de muitas viúvas da época era desesperadora e sofriam com juízes corruptos ou desumanos.

3. A viúva.

As viúvas recém enviuvadas eram reconhecidas pelas suas roupas típicas, as quais indicavam sua situação (Gn 38.14,19). Não sabemos a idade desta viúva e nem quanto tempo estava enviuvada, muito menos quanto tempo sua causa já estava na mão desse juiz para ser julgada. Cremos que esta viúva não tinha filhos e algumas viúvas, para se sustentarem, acabavam caindo na prostituição, ou se tornavam escravas da família do marido, ou de algum senhor a quem o esposo desta devia dinheiro. Muitas dependiam do dinheiro do templo em Jerusalém. Também, dependiam dos donos de grandes plantações que deixavam algo sobrar nos cantos de suas roças para sustentar viúvas, órfãos e estrangeiros. Não havia uma assistência social adequada e permanente.

Muitas são as viúvas de destaque na bíblia, o Senhor estava com elas para as guardar e livrar do mal, estava com elas e não as deixou passar fome e nem necessidade.

Ana alcançou a promessa de DEUS e pode colocar em seus braços o seu salvador.

A viúva da oferta pequena, mas de grande valor, recebeu elogios daquele que recebe as ofertas.

A viúva de Sarepta recebeu alimentação e o milagre da ressurreição de seu filho que provavelmente morreria e não ressuscitaria se o profeta de DEUS, Elias, não estivesse por ali.

A viúva do azeite multiplicado recebeu alimento e seus filhos de volta antes que fossem levados como escravos.

Noemi e Rute receberam alimento e o nome na genealogia de JESUS.

A viúva de Naim recebeu seu filho de volta a vida.

Maria recebe a maior honra - a de ser mãe de seu salvador.

 

4. O caso e a perseverança.

Não nos é dito que tipo de causa a mulher tinha para ser julgada. Poderia ser herança, dívidas do marido, Terras arrendadas, etc... O juiz do caso, por ter declarado ele mesmo que não temia a DEUS e não respeitava os homens poderia ser corrupto e dar preferências a fazendeiros ricos nas causas que julgava. A Viúva não tendo mais ninguém para que pudesse pedir ajuda e apelar, procurou o juiz por várias vezes, importunando-o para que julgasse sua causa, lhe dando ganho de causa. Por isso, ao final, o juiz cede para não ser mais incomodado, isto é, “molestado” pela mulher que o importuna.

 

II – A BONDADE DE UM DEUS JUSTO
1. DEUS é bom.

“E DEUS não fará justiça aos seus escolhidos, que clamam a ele de dia e de noite, ainda que tardio para com eles?” (v.7). Oração é o meio pelo qual nos chegamos a DEUS buscando por solução parta todos os nossos problemas.

JESUS revela aqui o contraste entre aquele juiz iníquo e nosso DEUS e Pai. Enquanto aquele juiz era perverso, o nosso DEUS é bondoso e misericordioso. Enquanto aquele juiz prorrogou a sentença de propósito, nosso DEUS sabe a hora certa para nos abençoar. Enquanto aquele juiz resolveu atender a viúva por causa de sua importunação, nosso DEUS nos atende porque nos ama.

“quanto mais vosso Pai que está nos céus, dará bens aos que lhe pedirem?” (Mt 7.11). Nós, sendo maus, sabemos abençoar nossos filhos, imagine DEUS!

 “Pedi, e dar-se-vos-á; buscai e encontrareis; batei, e abrir-se-vos-á” (Mt 7.7). Nosso DEUS está pronto a nos ouvir e nos abençoar.

Na parábola que estamos estudando, encontramos a viúva clamando, e este é o recurso utilizado por JESUS para, mais uma vez, ensinar sobre a oração e nos lembrar que DEUS é bom.

Toda a boa dádiva e todo o dom perfeito vem do alto, descendo do Pai das luzes, em quem não há mudança nem sombra de variação. Tiago 1:17

E JESUS lhe disse: Por que me chamas bom? Ninguém há bom senão um, que é DEUS. Marcos 10:18
JESUS lhe disse: Por que me chamas bom? Ninguém há bom, senão um, que é DEUS. Lucas 18:19

 

2. DEUS é justo.

"Havia numa cidade um certo juiz, que nem a DEUS temia, nem respeitava homem algum" (Lc 18:2). O Juiz da parábola era injusto.

DEUS é justo, DEUS é Justiça Nossa.

Preste atenção ao contraste da parábola. Nosso DEUS é o contrário daquele juiz da parábola.

Abraão chamou o Senhor de “Juiz de toda a Terra” (Gn 18.25). A justiça de DEUS é tão elevada que, assim como a paz de CRISTO, excede a todo nosso entendimento (Is 56.1).
Porque os olhos do Senhor estão sobre os justos, E os seus ouvidos atentos às suas orações; Mas o rosto do Senhor é contra os que fazem o mal. 1 Pedro 3:12

Que diremos pois? Que os gentios, que não buscavam a justiça, alcançaram a justiça? Sim, mas a justiça que é pela fé.
Romanos 9:30
Porquanto, não conhecendo a justiça de DEUS, e procurando estabelecer a sua própria justiça, não se sujeitaram à justiça de DEUS. Porque o fim da lei é CRISTO para justiça de todo aquele que crê. Romanos 10:3,4.

A justiça de DEUS é CRISTO.

 

3. DEUS assume a nossa causa.

JESUS conta a parábola a respeito de uma viúva que necessitava de justiça, mas o ensino e objetivo de JESUS é ensinar sobre a oração com Fé perseverante. O dever de orar sempre e nunca desfalecer, isto é, a perseverar.

Podemos também absorvermos o ensino de que DEUS é grande, poderoso e terrível, que não faz acepção de pessoas, nem aceita recompensas; que faz justiça ao órfão e à viúva e ama o estrangeiro, dando-lhe pão e veste” (Dt 10.17,18).

 

III – A PERSEVERANÇA DA VIÚVA É UMA IMAGEM PARA NÓS

Qual é o conceito bíblico de perseverança?

Perseverar remonta a ideia de permanecer, resistir, em nosso caso, não desistir da fé cristã em tempos de tentação, aflição, angústia, provação e perseguição.

Aponte alguns meios promotores de perseverança.

Alguns meios são: cultivar a vida de oração; submeter-se ao senhorio de CRISTO no enfrentamento das provações; manter o coração e a mente protegidos sob o escudo da fé para desfazer as investidas de Satanás; cultivar a humildade que livra da queda e do tropeço; em tudo dar graças pela vontade de DEUS; e, por fim, cultivar a esperança, mantendo os olhos na eternidade, aguardando o nosso Salvador voltar.

PERSEVERAR É INSISTIR ATÉ RECEBER, SEM NUNCA DESFALECER.


1. Oração.

JESUS está voltando e precisamos evangelizar os povos para que conheçam o Salvador e Senhor. Para isso temos que perseverar em oração com fé em sua volta iminente.

Uma das características distintivas do Evangelho de Lucas é a oração (3.21; 5.16; 6.12; 9.18,28,29; 10.21,22; 11.1; 22.41-46; 23.46). Vemos JESUS que é DEUS, orando antes de cada grande crise da sua vida, ou seja, chegando a orar pelos seus agressores (Lc 23.34). Antes de escolher seus discípulos JESUS orou. Antes de ser preso JESUS orou. Por ser um homem de oração, JESUS exortou seus discípulos a fazerem o mesmo (Lc 11.2; 22.40,46). Siga o mestre - ORE.

Os apóstolos deixaram tudo para se dedicarem à doutrina e à oração.

Mas nós perseveraremos na oração e no ministério da palavra. Atos 6:4
E perseveravam na doutrina dos apóstolos, e na comunhão, e no partir do pão, e nas orações. Atos 2:42

Exemplos de Oração perseverante

Abraão, Isaque, Jacó, Daniel, Ezequias

Jacó, porém, ficou só; e lutou com ele um homem, até que a alva subiu. Gênesis 32:24
Lutou com o anjo, e prevaleceu; chorou, e lhe suplicou; em Betel o achou, e ali falou conosco, Oséias 12:4
Então disse: Não te chamarás mais Jacó, mas Israel; pois como príncipe lutaste com DEUS e com os homens, e prevaleceste. Gênesis 32:28
E vendo este que não prevalecia contra ele, tocou a juntura de sua coxa, e se deslocou a juntura da coxa de Jacó, lutando com ele. Gênesis 32:25

 

A oração pode ser respondida imediatamente (Elias e fogo sobre altar), pode demorar um pouco a ser respondida (Ex. Elias e chuva) e pode demorar muito a ser respondida (ex. Abrão para nascer Isaque - Isaque para nascer seus filhos Esaú e Jacó).

 

 

2. Perseverança.

A oração deve ser com perseverança para que recebamos o resultado desejado. Desistir ou pausar a oração acarreta perda de ritmo na reposta e consequente recomeço.

Devemos estar atentos à volta do Senhor para nos levar para Si. Vigiemos e oremos com perseverança. Esforça-te e tem bom ânimo, foi dito a Josué por 10 vezes.

Esforça-te, e tem bom ânimo; porque tu farás a este povo herdar a terra que jurei a seus pais lhes daria. Josué 1:6
Todo o homem, que for rebelde às tuas ordens, e não ouvir as tuas palavras em tudo quanto lhe mandares, morrerá. Tão-somente esforça-te, e tem bom ânimo .Josué 1:18
Tão-somente esforça-te e tem mui bom ânimo, para teres o cuidado de fazer conforme a toda a lei que meu servo Moisés te ordenou; dela não te desvies, nem para a direita nem para a esquerda, para que prudentemente te conduzas por onde quer que andares. Josué 1:7

 

3. Fé.

“Quando, porém, vier o Filho do Homem, porventura, achará fé na terra?” (v.8b).

A fé tem sumido da igreja. Não se vê mais milagres, não se vê mais conversões em massa, Não se vê mais batismos no ESPÍRITO SANTO em massa. Não se encontra mais a Igreja em massa reunida na EBD.

Mudemos esta situação, começando por mim, diga cada um.

A fé que JESUS busca em nós é aquela fé que, em meio às dificuldades e às perseguições, transforma-se em fidelidade e coragem para testemunhar diante dos homens (Lc 9.26; 12.9). A fim de preservarmos este tipo de fé, precisamos cultivar uma vida de oração constante e persistente.

 

A fé vem pelo ouvir e o ouvir pela Palavra de DEUS.

Devemos ler a bíblia de forma audível. Escutar a bíblia trás fé. Devemos frequentar a Igreja, a Escola Bíblica Dominical etc.

 

 

CONCLUSÃO

I – INTERPRETANDO A PARÁBOLA DO JUIZ INÍQUO
É uma parábola difícil se a interpretarmos pelo título dado por muitos.

O juiz da parábola não teme a DEUS e nem respeita homem algum. É iníquo.

A viúva não possui advogados e necessita que sua causa seja julgada.

O caso estava parado porque o juiz não julgava a causa, mas a perseverança da viúva constrangeu o juiz a julgar a causa.

II – A BONDADE DE UM DEUS JUSTO
DEUS, ao contrário daquele juiz, é bom e julga retamente nossas causas.

DEUS, ao contrário daquele juiz, é justo e julga retamente nossas causas.

3. DEUS assume a nossa causa.

III – A PERSEVERANÇA DA VIÚVA É UMA IMAGEM PARA NÓS
A Oração é a chave da vitória. É Crer que há alguém que nos ouve e ajuda.

A Perseverança nos faz prosseguir, sem nunca recuar, até atingirmos nossos objetivos..

A Fé nos impulsiona a continuarmos até recebermos nossa vitória, sem nos importarmos com as intempéries.

 

 

COMENTÁRIOS DIVERSOS

 

COMENTÁRIOS DA BEP - CPAD

18.1 O DEVER DE ORAR SEMPRE. O empenho constante de JESUS era levar seus seguidores a reconhecerem a necessidade de estarem continuamente em oração, para cumprirem a vontade de DEUS na suas vidas). Desta parábola da viúva que perseverava em oração, aprendemos que: (1) Os crentes devem perseverar em oração em todo tempo, até a volta de JESUS (vv. 7,8; Rm 12.12; Cl 4.2; Ef 6.18; 1 Ts 5.17). (2) Nesta vida, temos um adversário (v. 3), que é Satanás (1 Pe 5.8). A oração pode nos proteger do Maligno (Mt 6.13). (3) Através da oração, os filhos de DEUS devem clamar-lhe contra o pecado e por justiça (v. 7). (4) A oração perseverante é considerada como fé (v. 8). (5) Nos últimos dias antes da volta de CRISTO haverá um aumento de oposição diabólica às orações dos fiéis (1 Tm 4.1). Por causa de Satanás e dos prazeres do mundo, muitos deixarão de ter uma vida de perseverante oração (Lc 8.14; Mt 13.22; Mc 4.19)
18.7 ESCOLHIDOS... CLAMAM... DE DIA E DE NOITE. Os verdadeiros escolhidos de DEUS (i.e., os que perseveram na fé e na santidade) nunca cessarão de clamar a DEUS pela volta de CRISTO à terra, a fim de destruir o poder de Satanás e o presente sistema iníquo deste mundo. Perseverarão na oração, para DEUS depressa fazer justiça (vv. 3,8) e para CRISTO reinar em justiça, sabendo que a sua segunda vinda é a única esperança veraz para este mundo (cf. Jo 14.2; 1 Ts 5.2,3; 2 Ts 2.8; Ap 19.11-21).
18.8 LHES FARÁ JUSTIÇA. Quando JESUS voltar para aqueles que a Ele clamam dia e noite (v. 7), Ele porá fim às suas aflições, seu sofrimento e perseguição da parte de um mundo hostil e maligno e os levará para estar com Ele (Jo 14.2,3 notas). Na sua vinda, os fiéis serão arrebatados... nas nuvens, a encontrar o Senhor nos ares (1 Ts 4.17). Então, DEUS julgará os ímpios na sua justiça (1 Ts 5.2,3,9).
18.8 ACHARÁ FÉ NA TERRA? Esta pergunta de JESUS, provavelmente, indica que à medida que se aproxima a volta de CRISTO, o mal se tornará cada vez pior, de modo que muitos da igreja se apartarão da fé em CRISTO (Mt 24.11-13,24; 1 Tm 4.1; ver os estudos A GRANDE TRIBULAÇÃO; O PERÍODO DO ANTICRISTO; e A APOSTASIA PESSOAL). À medida que o fim se aproxima, a preocupação de todo crente deve ser: estou perseverando na fé, firme na oração, buscando a DEUS para que prevaleça a justiça e sua santa causa triunfe em tudo, para sempre? Ou estou tão preocupado com as coisas desta vida, que não anseio pela volta de CRISTO e seu reino eterno? (Ap 19; 20; 21; 22)

 

ORAÇÃO DE INTERCESSÃO

Substantivo.

enteuxis (IvtcuÇiç) denota primariamente “iluminação em, encontro com” (cognato de B); então, “conversação"; por conseguinte, “petição”, significado frequente nos papiros; é termo técnico para descrever a aproximação a um rei, e, assim, para se chegar a DEUS em “intercessão”. É traduzido em 1  Tm 4.5 por “oração"; no plural, ocorre em 1 Tm 2.1 (ou seja. buscando a presença e ouvindo de DEUS em favor de outros).

sinônimos proseuche, deesis.

B. Verbos.

1. entunchanõ (evTvyxái/b)), primariamente “concordar com, harmonizar-se com, encontrar-se para conversar"; portanto, “fazer petição", especialmente “fazer intercessão, pleitear com uma pessoa”, quer a favor ou contra outros: (a) contra (At 25.24, “tem falado”, ou seja, contra Paulo); cm Rm11.2, refere-se a Elias que “fala” a DEUS contra Israel; (b) a favor, em Rm 8.27, acerca da obra intercessora do ESPÍRITO  SANTO em favor dos santos: Rm 8.34, a respeito de semelhante obra intercessora de JESUS; o mesmo se dá em Hb 7.25.

2. huperentunchanò ( tm c p e i/T ir y x á v iij) , “fazer petição” ou “interceder em favor de outrem” (formado de huper, “em favor de”), é usado em Rm 8.26, acerca do trabalho do ESPÍRITO SANTO em fazer “intercessão” (veja Rm 8.27).

(Dicionário Vine - CPAD)

 

A JUSTIÇA HUMANA, UM TRAPO SUJO
A terceira obrigação que a sociedade impõe sobre o indivíduo, a de obedecer as leis e ser punido em caso de infração, tornou-se mais pesada e complexa em vista da ocupação romana.
A Judéia, por ser um país anexado, estava sujeita à justiça do imperador: os seus edicta, mandata, decreta e rescrita era a lei, como em todas as outras províncias imperiais; o representante do senhor, o procurador, era então o juiz supremo em todos os casos exceto naqueles que envolvessem judeus possuidores do título de cidadão romano, pois estes tinham o direito de apelar para César — o direito que Paulo veio a exercer.
É bastante provável que os romanos administrassem a justiça até mesmo nas pequenas tetrarquias dos descendentes de Herodes. Mesmo assim, de acordo com sua prática invariável, os romanos deixavam ao povo do país uma grande autonomia nos assuntos legais e administrativos. Não viam mal algum em que os casos fossem julgados segundo as leis judias, fora de seus tribunais. Eles não interferiam exceto para acalmar os ânimos exacerbados, e reservavam-se apenas as mais sérias decisões, como vemos pelo desempenho de Pilatos no julgamento de CRISTO.
A lei era antiquíssima entre os judeus e altamente aperfeiçoada, que é o mesmo que dizer que sua essência era religiosa. A Bíblia supriu Israel com todos detalhes legais básicos, da mesma forma que o Corão atua hoje como um código civil e penal para o mundo islâmico. Isto sempre fora assim entre o Povo Escolhido; pelo menos mantinham essa prática desde quando Moisés disse, "O povo vem a mim para consultar a DEUS; quando tem alguma questão vem a mim, para que eu a julgue entre um e outro, e lhes declare os estatutos de DEUS e as suas leis”.
Essa origem explica a natureza essencial de todo o sistema: a Lei, em seu aspecto civil e penal, não se interessava realmente em recompensar a parte prejudicada nem apresentar um exemplo, e ainda menos em corrigir um transgressor, mas unicamente em satisfazer um DEUS que aborrecia o erro. O mandamento fundamental da Lei Judaica foi resumido na fórmula admirável de Levítico: "Santos sereis, porque eu, o Senhor vosso DEUS, sou santo", e o propósito da lei humana era concretizar este ideal na terra. "O ESPÍRITO de DEUS", dizia o tratado Mak-koth, "deve brilhar sobre a Beth Din, a casa do julgamento." Mas os seguidores de Javé conheciam perfeitamente como a natureza humana pecaminosa abre um grande abismo entre o ideal e sua aplicação, e desprezavam toda justiça simplesmente humana, desprezo esse esplendidamente expresso por Isaías, que a comparou com um "trapo de imundícia".
JUÍZES E TRIBUNAIS
A constituição dos tribunais de justiça mostra muito claramente a fusão entre a lei e a religião. O Grande Sinédrio era um tribunal de justiça e um conselho político e, como vimos, uma escola de teologia. Nós na verdade o conhecemos melhor sob este aspecto, devido ao julgamento de JESUS e, mais tarde, o de Paulo. Como tribunal de justiça era o mais alto de todos, sendo tanto a última corte de apelação como uma espécie de corte suprema que tratava judicialmente dos casos mais graves acima de tudo, isto é, os referentes â religião. Quando este tribunal estava em sessão plenária, com o Ab Beth Din como presidente, reunia-se no Lis-cat Haggazith, o salão das pedras polidas, que datava da época do rei Jannaeus. Este fazia parte do Templo e ficava dentro do recinto sagrado, mas se abria para o Pátio dos Gentios, no qual todos podiam entrar: os juizes entravam pelo lado do Templo e o acusado pelo outro lado.
Quando se tratava de assuntos menos importantes não era preciso reunir os 70 membros do Sinédrio; 23 bastavam para tornar válida uma halakha, uma deliberação, mas foi estabelecido que o juiz só podia sair se tivesse certeza que o quorum continuaria completo depois de sua partida. As sessões eram realizadas nas segundas e quintas-feiras e nunca aos sábados ou dias de grandes festas. Acontecia às vezes que o Grande Sinédrio se reunisse à noite, mas nesse caso não tinha permissão de votar uma sentença de morte. Parece que o poder do tribunal declinou muito logo depois da morte de CRISTO, pois Herodes Agripa e depois dele os procuradores não confiavam no mesmo por razões políticas: impediram até que se reunisse no salão de pedras polidas. Em todo caso, sobreviveu â queda de Jerusalém e movendo-se de lugar para lugar, durou até o final do quarto século. O lugar onde se reúnem agora os judeus praticantes, Bet Shearim, se orgulha de ter sido uma de suas últimas sedes.
Mas, muito antes disto ele tinha perdido a sua jurisdição territorial devido a uma decen-tralização atribuída por Josefo a Gabinius.40 Quatro "tribunais de vinte e três juízes" (isto é, juntas semelhantes às dos parlamentos da França pré-revolucionária) foram estabelecidos em Jerico, Seforis na Galiléia, Amate e Gadara. Todavia, durante um longo período tinham existido tribunais locais, "pequenos sinédrios". Toda comunidade regularmente constituída possuía o seu, que julgava ps casos menores; mas suas sentenças não podiam ir além das chibatadas, e apenas 39 açoites, mesmo assim.41 Compunha-se no geral de três membros, pelo menos em teoria; pois os rabinos ensinavam que nenhum ser humano pode julgar sozinho exceto o Todo-poderoso";42 entretanto, como era difícil às vezes encontrar pessoas competentes nos distritos rurais, foi resolvido que "um só homem podia decidir sem colegas ou assessores, se as partes declarassem publicamente que aceitariam a sua decisão."43
As regras quanto às qualificações do juiz eram bastante exigentes. "Nas causas civis, qualquer israelita está qualificado para julgar," diziam os rabinos, "mas nas criminais, apenas sacerdotes,44 podem ser escolhidos como juízes." Existe uma passagem no tratado sanhedrin que mostra o juiz ideal, um homem cheio de dignidade, apto para falar as "setenta línguas", não necessitando então de intérprete, familiarizado com as artes mágicas, estando, pois, preparado contra a astúcia de feiticeiros e outros necromantes.46 Não deveria ser jovem nem velho demais, nem um eunuco; não deveria ser também homem de coração duro, acrescentou o rabino Judá.46 Os juízes não recebiam pagamentos. "As sentenças de qualquer homem que tenha recebido remuneração são inválidas."47
Todo um exército de secretários, recepcionistas, homens encarregados de executar as ordens da corte e aqueles a quem os gregos chamavam ironicamente de hyperetes, remadores de reserva, ou pessoas completa mente inúteis, rodeavam os juízes. 0 mais importante dentre esses homens era o hazzam, tantas vezes mencionado na literatura talmúdica: um personagem importante, um misto de bedel, recepcionista, escriturário do tribunal, açoitador oficial e carcereiro. 0 evangelho de Mateus mostra quão poderoso era.48
As atividades também se processavam segundo planos cuidadosos. Dezenas e até centenas de versículos bíblicos estabelecem as regras para as mesmas e os doutores da Lei as estudaram tão profundamente que não havia sem dúvida um único detalhe deixado ao acaso. O tratado Sanhedrin contém uma coleção desses preceitos, sua meticulosidade faz honra ao senso jurídico dos rabinos e aos seus sentimentos de imparcialidade.49 Nenhum caso era introduzido pelo que designaríamos como promotor público. Nos casos civis a iniciativa partia dos interessados; nos criminais, exigia-se um acusador. Cabia então à pessoa prejudicada ou aos parentes da vítima, ou mesmo a qualquer pessoa que tivesse suspeita ou conhecimento de um crime, levar o fato aos juízes e iniciar o processo. Uma mulher adúltera, por exemplo, podia ser denunciada pelo marido ou pelo clamor popular. Este modo de proceder mostrava-se menos perigoso do que se poderia supor, pois os acusadores recebiam severos castigos no caso de acusações contra pessoas inocentes. Os desprezíveis anciãos que acusaram falsamente a casta Susana foram sentenciados à morte quando ela foi salva no último instante pelo jovem Daniel; e em memória deste acontecimento o falso acusador sempre sofria o castigo que a vítima inocente teria recebido.60
Devia ser realizado um inquérito antes do julgamento e os resultados do mesmo eram reunidos e entregues a dois secretários. No dia marcado, cada secretário tinha em seu poder documentos relativos a um dos lados, no caso de um assunto civil; nas questões criminais um dos secretários ficava com os papéis da defesa e o outro os da acusação. Alguns doutores, como o rabino Judá, insistiam em ter um terceiro secretário nos casos em que a vida de alguém estivesse em risco, a fim de certificar-se de que a votação fosse feita adequadamente.
As reuniões, particularmente as do Grande Sinédrio, eram muito formais e solenes. 0 presidente, o Ab Beth Dín no caso da corte suprema, ficava sentado no meio de um grande semicírculo; à sua direita e sua esquerda alinhavam-se os setenta juízes por ordem de idade. O público, constituído em sua maior parte pelos discípulos dos rabinos que faziam parte do conselho, ficava sentado á frente deles. Por trás desse grupo, de pé, postavam-se inúmeros serviçais, recepcionistas, bedéis e guardas. O Shema Israel era recitado antes de iniciar-se a sessão. Mesmo um julgamento apressado, irregular, como o de JESUS, dava uma impressão de solenidade.
Um ponto bastante curioso no processo judaico era o fato da evidência circunstancial, por mais forte que fosse, ser inadmissível. Testemunhas, principalmente testemunhas oculares, eram exigidas, pois as pessoas que tivessem ouvido mas não visto não recebiam crédito. Quando desejavam embaraçar um suspeito, era comum esconder duas testemunhas atrás de uma cortina, arranjada de modo que pudessem ver o prisioneiro, iluminado por duas lâmpadas. Exigiam-se duas testemunhas51 como na lei romana, a qual continha o axioma do testis unus — “o testemunho de um único indivíduo jamais deve ser aceito". A responsabilidade das testemunhas era, portanto, excessivamente grande, tão pesada que tinham como obrigação "atirar a primeira pedra” no culpado para cuja condenação tinham concorrido.52
Foi este costume que sugeriu a JESUS a terrível lição dada por Ele aos que acusaram a mulher apanhada em adultério — "Aquele que dentre vós estiver sem pecado, seja o primeiro que lhe atire pedra ..." Por outro lado, quando as falsas testemunhas eram descobertas, elas sofriam o mesmo castigo que tencionavam aplicar ao acusado.53 As testemunhas eram portanto escolhidas com o máximo cuidado: mulheres, menores, escravos, surdos, mudos e cegos eram todos descartados como pessoas que mentiam facilmente; os parentes próximos do acusado também estavam impedidos. Isto eliminava o falso testemunho? A leitura dos Salmos e Provérbios e até mesmo dos Dez Mandamentos basta para duvidarmos que fosse assim, mesmo descontando os famosos julgamentos de JESUS e de Estêvão.54 Mas, para evitar tal coisa, uma interrogação escrupulosa era feita: em que ano, dia e hora a testemunha vira o crime ser cometido? Conhecia o acusado? Tinha advertido o mesmo de que estava prestes a transgredira Lei? Qualquer variação nos detalhes — por exemplo a diferença entre a aroeira e a azinheira no julgamento de Susana — devia ser interpretada a favor do acusado; da mesma forma que qualquer mudança de opinião ou retratação de uma afirmativa anterior. Por último, o tribunal tinha o direito de exigir da testemunha um juramento muito solene: havendo inúmeros deles — por DEUS, pelo Céu, por Jerusalém, pelo Templo, pela consolação de Israel, pelos meus filhos, pela minha porção no Paraíso. No Sermão do Monte,55 o evangelho diz claramente que esses juramentos não evitavam o falso testemunho, e que a este eles acrescentavam também o perjúrio. Mas os inumeráveis conselhos para que demonstrassem prudência e sinceridade dados pelos rabinos aos que deviam apresentar evidência na corte, sem dúvida lhes conferiam grandes honras.
Depois de ouvidos os acusadores e as testemunhas, o acusado apresentava sua própria defesa. Ao que parece, não havia em Israel verdadeiros advogados como em Roma. Todavia, certas "testemunhas" deveriam certamente ter desenvolvido essa função e depois disso o tribunal deliberava e pronunciava a sentença. Grandes precauções legais eram tomadas a fim de que o veredicto fosse inteiramente justo, principalmente nos processos criminais. Por exemplo, durante a deliberação um dos juizes podia apresentar um argumento a favor do acusado, mas nunca contra ele. Os membros mais jovens do tribunal votavam em primeiro lugar, como acontece com os menos graduados em nossos conselhos de guerra. Nos casos de absolvição bastava uma maioria relativa, enquanto sempre que se tratasse de uma sentença de morte era exigido que houvesse dois votos a mais do que a maioria absoluta. Se o Sinédrio se mostrava unânime em sua condenação, a sentença era "adiada", cuja expressão alguns rabinos interpretavam como significando "absolvição devida a preconceito", e outro como indicando "sujeita a reflexão" pelo menos por uma noite. 0 veredicto era executado de imediato no caso de absolvição do acusado, mas adiado por vinte e quatro horas se fosse contra ele.
Deve ser concedido que todas essas exigências são dignas de elogio. Seriam sempre acatadas? Duvidamos. Em períodos difíceis ou quando as mentes se achavam perturbadas por paixões violentas, não seriam esses belos princípios esquecidos? No julgamento de JESUS a ilegalidade é tão flagrante que em nossos dias comissões de teólogos e juristas judeus repetidamente reestudaram o caso; e o periódico Jerusalem afirmou que a condenação foi "um dos erros mais terríveis jamais cometidos pelos homens"“ Mas no livro The Wars oftheJews, Jose-fo relata o julgamento verdadeiramente abominável de um certo Zacharias ben Baris diante do Sinédrio em 67 A.C., que, embora inocente, foi mesmo assim morto no próprio Templo.67 As melhores leis jamais bastaram para tornar perfeita a justiça humana: os "trapos de imundícia" de Isaías estão sempre conosco.
A LEI CIVIL
Os três códigos bíblicos contém mais informação sobre a justiça criminal do que a civil. Mas sobre essas bases algo incompletas os rabinos conseguiram criar todo um sistema legal. Por exemplo, existem nada menos do que três tratados do Talmude dedicados aos prejuízos e compensações e coisas semelhantes. São eles: os três Baba, ou portões — o Baba Kamma, Baba Mesia e Baba Bathra. Pelo fato de seguirem princípios fundamentais seria de supor que tivessem produzido um código civil conciso; mas na verdade era excessiva mente detalhado e até curiosamente minucioso em certos aspectos.
Já vimos a essência da lei civil no que se refere aos direitos pessoais e ao casamento,68 ambos baseados no conceito religioso da sociedade e na defesa da família como uma unidade social. 0 homem livre, adulto, era a única pessoa considerada como uma entidade civil completa com todos os direitos civis. 0 chefe da família tinha autoridade sobre a esposa, o filho menor, afilha solteira e o escravo. A Lei ou os costumes estabeleciam, porém, limites para esta autoridade, negando ao homem o poder de vida e morte protegendo a esposa e o escravo israelita. Decretos especiais estipulavam a lei relativa ao estrangeiro, o forasteiro, o guer. O Livro da Aliança já lembrara os israelitas que eles haviam sido guers no Egito69 e que recordando sua própria infelicidade deveriam ser bondosos com os estrangeiros. Deuteronômio tinha afirmado que quem quer que negasse ao guer os seus direitos seria amaldiçoado.80 Levítico avançava ainda mais ao ordenar: "Uma e a mesma lei havereis, assim para o estrangeiro como para o natural".61 Este é um dos pontos em que a lei judia se mostrava muito mais generosa do que a romana, e Josefo está certo em elogiar a "justiça do legislador de Israel em relação aos estrangeiros", que é ainda mais notável, comenta ele corretamente "em que povo algum jamais teve tanto cuidado quanto nós em manter inalterados nossos ritos tradicionais".62 Existe um marcante contraste entre o exclusivismo judeu, sua recusa em manter qualquer contato com os pagãos impuros, e esta generosidade em sua Lei. Paulo era o herdeiro do que havia de mais excelente, mais humano, nas tradições de seu povo quando exclamou: "Pois não há distinção entre judeu e grego, uma vez que o mesmo é o Senhor de todos"63
Temos pouca informação sobre a lei da herança, embora isto forme uma parte considerável da legislação das sociedades bem organizadas. Os textos relevantes se acham distribuídos pelo Pentateuco, mas alguns podem ser também encontrados em Jó, Josué e nos livros históricos de' Reis. Ela parece ter sido desenvolvida depois da volta do exílio sob a influência da lei helénica: havia, por exemplo o costume de "fazer testamento na forma devida e apropriada" mencionado por Paulo ao escrever aos seus amigos na Galácia;64e isto com certeza constituía uma novidade. Os rabinos tinham estudado o assunto com grande zelo e cuidadosamente regularam as condições em que um testamento era válido. A herança comum, em separado daquela afetada pelos testamentos, se processava da seguinte forma: os filhos ou os parentes mais próximos do sexo masculino eram os herdeiros, mas não a viúva; e as filhas não tinham direito a uma parte dela a não ser que se casassem na família, embora por outro lado tivessem
de ser mantidas pelos irmãos até sua maioridade. O primogênito entre os filhos tinha uma posição privilegiada segundo Deuteronômio,66 a qual era ainda certamente mantida nos dias de CRISTO, como pode ser visto na parábola do Filho Pródigo.66 O patrimônio era dividido em partes iguais e o filho mais velho ficava com duas delas. A parábola também mostra que já se praticava o recebimento da herança por antecipação.
A parte da Lei relativa a direitos ou obrigações civis fica limitada na Bíblia a algumas regras sobre propriedade, compra e venda, empréstimos, promessas e dívidas, mas os rabinos edificaram um grande corpo de legislação detalhada a respeito. Por exemplo, eles estabeleceram o direito a uma propriedade perdida subsequentemente achada e a diferença entre um empréstimo e um depósito; estipularam regras para a locação de propriedade legítima e pessoal, sem esquecer-se dos casos do ano de treze meses;67 estabeleceram o prazo que poderia decorrer entre a venda e a entrega; e isso tão precisamente quanto os romanos fixaram a lei dos direitos de posse e prescrição de propriedade.

CRIMES E DELITOS LEVES; CASTIGOS
... (Falta uma parte)... Os preceitos bíblicos e as decisões dos rabinos sobre todos esses assuntos mostram uma grande dose de reflexão, bom-senso jurídico e sentimento de justiça. Não era assassinato, por exemplo, matar um ladrão durante a noite, mas matá-lo à luz do dia constituía crime, pois durante o dia ele poderia ter sido apanhado vivo.69
Mas de toda espécie de perversidade, a pior e mais imperdoável aos olhos da lei, eram os crimes contra a religião. Isto era perfeitamente natural, devido à natureza sagrada de todas as instituições judaicas. Para o povo de DEUS não havia maior falta do que rebelar-se contra o Senhor; de certa forma tal ato assemelhava-se bastante ao que nossos códigos profanos chamam de alta traição. Esses crimes chocantes foram sempre castigados em Israel; a própria Aliança cuidava disso. Deve ser, porém, admitido que a lista dos mesmos tinha-se estendido consideravelmente no decorrer dos séculos, e no período mais recente os doutores da Lei, esses especialistas, haviam alargado de muito a área em que tais crimes podiam ser cometidos.
A idolatria, como é natural, era crime; assim como a prática da magia, necromancia e até mesmo a adivinhação. A blasfêmia se achava também inclusa, e ela se estendia até o simples uso errado do Nome SANTO. E pode ser admitido que tudo isso era perfeitamente certo. Mas a violação do sábado constituía, outrossim, crime passível de morte; e a recusa em permitir a circuncisão de um filho ou deixar de celebrar a Páscoa eram coisas tão graves que o criminoso devia ser expulso. Nos primeiros dias, o homem que se masturbava ou se deitava com mulhe.r menstruada era tratado como criminoso. No período posterior, porém, a tendência dos sacerdotes e dos escribas foi de considerar todos os que desobedecessem a menor lei eclesiástica, principalmente as relativas ao pagamento das ofertas e do dízimo ao Templo,70 como ateus e rebeldes contra DEUS. Não existe qualquer dúvida que nos dias de CRISTO, a crescente influência dos fariseus tinha fornecido ao judeu, o judeu comum, inúmeras ocasiões para a prática de crimes e delitos leves.
O castigo era severo. S6 havia uma sentença para todos os crimes contra a religião — a pena de morte. Foi esta a acusação sob a qual nosso Senhor veio a ser condenado. O mesmo se aplicava a inúmeros outros crimes que as leis modernas tratam com mais brandura: entre eles (e sob certas condições, como vimos) achava-se o adultério.71 A morte também se aplicava a quem quer que escravizasse um judeu livre, a quem quer que usasse pesos falsos, à filha de sacerdote que se prostituísse, à mulher que se casasse ocultando sua impureza. Mas na época de CRISTO a severidade do sistema judeu foi mitigada por uma decisão feita pouco antes pelos romanos. "Quarenta anos antes da destruição do Templo," diz o tratado Sanhedrin, "os julgamentos envolvendo a pena de morte foram retirados da corte."72 Outros escritores julgam que as autoridades judaicas mantinham ainda o direito de examinar esses casos, mas o procurador romano reservava-se a prerrogativa de autorizar ou anular a sentença.
As antiquíssimas leis tribais relativas a crimes e danos eram ainda válidas em teoria. A lex talionis, a mais famosa delas, é mencionada na Bíblia não menos que três vezes: "olho por olho, dente por dente, mão por mão, pé por pé, queimadura por queimadura, ferimento por ferimento, golpe por golpe,", e, naturalmente, "vida por vida".73 Parece um mandamento chocante, mas talvez o seu alvo fosse de fato limitar o excesso de vingança na antiguidade, afim de evitar que se tomasse "sete vezes vingança de Caim; de Lameque, porém, setenta vezes sete," ou "que um homem fosse morto por um ferimento e um jovem por um pisão".74 Os séculos tinham abrandado seu rigor, permitindo que a retaliação literal só fosse aplicada em casos de assassinato deliberado ou de ferimentos tão graves que a pessoa jamais voltasse a trabalhar. É bastante improvável que nos dias de CRISTO a iex talionis fosse ainda imposta: a indenização em dinheiro tomara o seu lugar. Isto está longe de afirmar que o povo estivesse preparado para aceitar a grande lição do evangelho que condenava redondamente o velho costume de olho por olho e dente por dente, pedindo aos homens^que perdoassem tudo, dizendo-lhes que "voltassem a outra face”.76
A iex talionis fazia parte do princípio geral de vingança: por parte da comunidade e da família, em uma palavra, a vingança de DEUS. Um crime abalava a ordem divina das coisas e um castigo proporcional restaurava esta ordem. Sendo esta, de fato, a única justificativa para a pena dé morte, que já foi mostrada mais de uma centena de vezes como sendo um exemplo inútil e que não pode indenizar o prejudicado de forma alguma a não ser através desta satisfação psicológica da vingança. Os ditames bíblicos mostravam-se assim absolutos com relação ao assunto: "Se alguém derramar o sangue do homem, pelo homem se derramará o seu”.76 A vingança era um dever sagrado da família. O parente mais próximo do assassinado deveria constituir-se como goel, o vingador do sangue. Neste ponto, novamente, a Lei fez o máximo para limitar os efeitos deste sistema desastroso: a vingança não seria a mesma no caso de homicídio deliberado como no de morte não premeditada;77 não devendo atingir os membros inocentes da família do culpado.78 Haveria um "preço de sangue", uma lista dos pagamentos
que o criminoso ou sua família podiam fazer a fim de evitar o castigo, como mais tarde foi o caso nas leis germânicas. É certo que havia no que se refere a ferimentos e danos, assim como no caso da morte de um escravo, quando a soma a ser paga montava a trinta moedas de prata, aquelas bem conhecidas trinta peças que Judas pagou para trair JESUS; mas é duvidoso que tal pagamento pudesse ser feito quando a vítima era um homem livre. Parece grandemente improvável que os ordeiros romanos permitissem que qualquer tipo de vendeta continuasse num país ocupado por eles.    .
A lei criminal era rigorosa e seus castigos e penas muito rígidos. As multas por golpes e danos, por negligência culpável (por ter cavado um fosso ou cisterna sem avisar as pessoas, por exemplo), por difamação e calúnia, pela sedução de virgens e por roubo tinham sido todas cuidadosamente estabelecidas: o homem que roubasse um boi, por exemplo, tinha de devolver dois.79 Os castigos físicos impostos em virtude da iex talionis não são exatamente determinados na Bíblia, mas os rabinos falam de um número certo. A única mutilação permitida pelas Escrituras é o corte da mão da mulher que ajudasse o marido numa luta, agarando o oponente de maneira indelicada.80 Os golpes com bastão deviam ser comuns, talvez como uma simples medida policial sem qualquer ordem do juiz, diferindo assim do terrível açoitamento dos contribuintes relutantes, como acontecia no Egito. No tempo dos primeiros hebreus, as prisões serviam apenas para assegurar que o acusado não escapasse,81 ou, sob os reis, para servir como instrumento de disciplina,82 mas na época de Esdras e Neemias elas tornaram-se uma forma de castigo,83 principalmente para os devedores insolventes. 0 Novo Testamento se refere repetidamente a isto.84 A situação dos presos ficava ainda mais desagradável quando prendiam seus pés no tronco, o que aconteceu a Paulo e seu discípulo Silas em Filipos.85 Tem-se também a impressão de que a fórmula frequentemente reiterada na Bíblia: "serão eliminados do seu povo" ou "ficará perdido para o seu povo" não significa morte mas expulsão, o que em si já indicava excomunhão religiosa.88
As formas de execução eram muitas e variadas. O tratado Sanhedrin fala de quatro: apedrejamento, queima, decapitação e estrangulamento. Esta ordem de gravidade parece estranha, principalmente quando nos lembramos que a queima era executada jogando o condenado num monturo, onde ficava enterrado até a cintura enquanto o seu tronco era envolto em tecido de cânhamo e dois executores forçavam-lhe a boca para enfiar nela um bastão aceso. Este era o tipo de morte aplicado ao homem que se deitasse com mãe e filha ou para a filha de sacerdote que se prostituísse. O filho que batesse no pai era estrangulado, o mesmo acontecendo ao fajso profeta. Isto era feito com um garrote.
Os castigos mais comuns e mais conhecidos eram o açoitamento e o apedrejamento. O primeiro ou era um castigo completo em si mesmo ou uma adição à pena de morte. Existe grande probabilidade de terem sido os romanos que introduziram na Palestina o costume de açoitar os conedenados.87 No açoitamento comum acontecia às vezes da vítima morrer sob os golpes, e por esta razão a Lei Judaica estabelecia que os açoites não passassem de quarenta e ordenava que só chegassem aos trinta e nove, por temer que exatamente o quadragésimo viesse a provocar a morte.89 A lei romana não conhecia esta medida de humanidade. Os chicotes usados pelo executor judeu, feitos com uma, três ou quatro tiras, eram muito menos cruéis do que os dos romanos, com pontas de chumbo ou osso de carneiro, que laceravam a pele a cada golpe. Foi sem dúvida a esse segundo tipo de castigo que nosso Senhor teve de sujeitar-se, amarrado a uma coluna baixa e entregue à brutalidade dos lictores.89
O apedrejamento era um castigo capital e nada mais. Era a execução hebraica típica, antiquíssima e continuamente mencionada na Bíblia. Este foi o castigo que os acusadores da mulher apanhada em adultério queiram aplicar-lhe, e aquele sob o qual morreu Estêvão, o primeiro dos mártires cristãos. Deuteronômio afirma claramente tratar-se de um castigo infligido pela comunidade inteira: os acusadores e as testemunhas da acusação deveriam atirar as primeiras pedras e depois deles o restante do povo.90 No tratado Sanhedrin existe uma outra informação que faz este tipo de morte parecer um tanto menos bárbaro: o condenado devia ser levado a um penhasco "da altura de dois homens" e um dos acusadores o atirava para trás e para baixo, evidentemente para atordoá-lo com a queda ou quebrar-lhe a espinha: somente depois disto eram atiradas as pedras, e a primeira deveria ser dirigida ao seu coração.
Poderíamos ser tentados a pensar, em vista de morte de JESUS, que a crucificação fosse um castigo comum em Israel; mas, na verdade, ela foi importada pelos gregos e romanos. Os israelitas não crucificavam nem enforcavam originalmente os condenados à morte: seus corpos deviam ser "pendurados no madeiro".91 A crucificação, essa forma hedionda de execução — crudellissimum taeterrimumque, nas palavras de Cícero — tinha vindo provavelmente da Fenícia, e era sem dúvida usada apenas para os escravos rebeldes. Espalhou-se, porém, por todo o mundo antigo e foi dito que alcançou Roma na época de Tarquinius Superbus. Alexandre Janeu fez uso dela em larga escala na Judéia, na execução dos fariseus derrotados.92
0 lugar da execução ficava fora das portas da cidade,93 e ali os postes perpendiculares estavam fixados permanentemente: o condenado era levado para fora e amarrado ou pregado pelas mãos a uma travessa menor que levantavam por meio de cordas até o alto do poste ou até que alcançasse uma fenda cortada no mesmo. Os homens eram executados com as costas voltadas para a cruz, e olhando para os espectadores; as mulheres, na posição inversa. Uma espécie de suporte ou apoio entre as pernas impedia que o corpo cedesse devido ao peso, a fim de que a morte não sobreviesse muito rapidamente. De fato, ela não ocorria durante horas e horas, sendo causada no final por uma crescente asfixia, uma condição tetânica dos músculos, fome e, acima de tudo, sede, para não falar dos ferimentos feitos pelos odiosos pássaros que sempre rodeavam o lugar. Havia um mandamento em Deuteronômio que proibia que os cadáveres fossem deixados no madeiro durante a noite;94 assim sendo, se a morte demorasse muito, eles quebravam as pernas do crucificado ou traspassavam o seu lado com uma espada ou lança.
Tudo isto é com certeza hediondo, mas embora a guilhotina e a cadeira elétrica possam ser tidas como menos cruéis, serão realmente menos repulsivas? De qualquer modo, havia uma tendência contra a pena de morte na opinião judaica: o Talmude a menciona.96 E a Lei Judia supria até certos serviços ao condenado completamente omissos nos códigos modernos; era ordenado, por exemplo, que houvesse um guarda montado junto ao lugar da execução, com revezamentos, para que no caso das autoridades judiciais assim o desejarem poderem sustar a ação legal até o último minuto. 0 condenado recebia também obrigatoriamente uma "bebida forte" como a chamam os Provérbios,96 aparentemente um hipnótico feito de incenso ou mirra dissolvido em vinho ou vinagre — o mesmo que foi oferecido a JESUS. Havia sociedades de mulheres piedosas, semelhantes às confrarias de penitentes na Idade Média, que cuidavam deste dever. Na falta delas, as autoridades municipais ficavam incumbidas do mesmo.97 Esta era a última prova de bondade que a comunidade de Israel mostrava ao mais desgraçado de seus membros.

 

 O juiz injusto ( 18: 1-8 ) - Comentário Bíblico Wesleyana
1  E falou-lhes uma parábola a fim de que eles dever de orar sempre, e nunca desfalecer; 2  ditado: Havia em certa cidade um juiz que não temia a DEUS, nem respeitava o homem: 3  e havia uma viúva naquela cidade; e ela veio e foi-lhe, dizendo: Faze-me justiça contra o meu adversário. 4  E ele não iria por um tempo, mas depois disse consigo: Ainda que não temo a DEUS, nem respeito os homens, 5  todavia, como esta viúva me, I perturba vingar dela, para que ela não me desgastar por ela não continue a vir. 6 E disse o Senhor: Ouvi o que diz o juiz injusto. 7  E DEUS não fará justiça aos seus escolhidos, que clamam a ele de dia e de noite, e ainda que ele é longânimo para com eles? 8  Digo-vos que ele depressa lhes fará justiça. No entanto, quando o Filho do homem, porventura achará fé na terra?
O Evangelho de Lucas é o grande Evangelho de oração (ver Introdução ). Capítulo 11 contém a chamada Oração do Senhor e da parábola do amigo importuno à meia-noite. Este capítulo começa com a parábola do juiz iníquo (ou o importuna Widow) e a parábola do fariseu e do publicano.
O objetivo desta parábola é afirmado no primeiro verse- que eles dever de orar sempre, e nunca desfalecer . Isto está diretamente relacionado com o que precede. "A conexão é que, embora o tempo do retorno de CRISTO para libertar Seu povo é escondido deles, mas eles devem não cessamos de orar por livramento." Esse mesmo comando para orar continuamente, na sequência de uma declaração de que ninguém sabe a hora de A vinda de CRISTO, é encontrado em 21:36 e também em Marcos 13:33 . É claro que a oração incessante é o mais importante preparação para a Segunda Vinda.
A palavra traduzida como deveria é dei , o que significa, literalmente, "é necessário," Esta parábola ensina que a oração persistente não é apenas um direito, mas uma necessidade. Só aqui e no versículo 9 encontramos o propósito e significado de uma parábola dado como um prefácio para ele. Para desmaiar é literalmente "a perder o ânimo." É uma palavra favorita de Paulo.
A exortação a rezar sempre (cf. 1 Ts. 5:17 - "Orai sem cessar"). é contrário ao ensino judaico "que DEUS não deve ser cansado com oração incessante ... Um homem não deveria orar mais do que três vezes por dia . Orações por hora são proibidos. "
A descrição do juiz- não temia a DEUS, e não consideraram o homem (v. 2 ) -Mostra que ele estava completamente incapacitado para manter esta posição. Ele era um cínico sem consciência moral. Provavelmente, ele é pensado como um Oficial Gentile.
Na mesma cidade, era uma viúva que veio vindo (imperfeito ", continuou vindo") para o juiz com o pedido: Faze-me justiça contra o meu adversário (v. 3 ). Arndt e Gingrich traduzir esta: "Veja por que eu recebo justiça contra o meu adversário." No grego há um jogo de palavras que é difícil trazer para fora em Inglês. Vinga e adversário são desenvolvidos a partir da mesma raiz, que significa " justiça. " Adversário propriamente significa "um oponente em uma ação judicial." Parece provável que alguma pessoa rica foi tomar medidas legais contra a pobre mulher, talvez encerrando uma hipoteca sobre a casa dela e ameaçando levá-lo com ela. JESUS acusou os escribas de fazer isto "os que devoram as casas das viúvas, sob pretexto de longas orações" ( Marcos 12:40 ). Assim, a viúva manteve articulado com o juiz, "Reivindicar meus direitos contra o meu adversário." O status de uma viúva no antigo Oriente foi muito infeliz. Uma e outra vez os israelitas foram advertidos contra as viúvas que oprimem, mas muitas vezes esse pecado cruel foi perpetrado.
No início, o juiz manteve a recusa (imperfeito) para cuidar do caso da mulher. Mas, finalmente, sua persistência usava-o para baixo. Embora ele não temia a DEUS, nem sequer tem respeito pelo homem, mas ele decidiu tomar uma atitude, para que ela não me desgastar por ela não continue a vir (v. 5 , literalmente, "chegando ao final)." Esta tradução é melhor do que "cansar-me" (KJV), que é demasiadamente fraca. O verbo em grego é muito forte. Literalmente significa "à greve sob o olhar, dar um olho roxo." Pode ser encontrada somente aqui e em 1 Cor. 9:27 , onde Paulo diz: "Mas eu bater e machucar o meu corpo" (Goodspeed). Provavelmente, a palavra é usada metaforicamente em ambas as passagens, mas somos tentados a admitir a possibilidade de que a mulher exasperado pode literalmente dar ao juiz um olho roxo. Não é provável, no entanto, que isso poderia acontecer.
Em seguida, JESUS fez a aplicação. Se um juiz injusto iria finalmente se render a súplica persistente, quanto mais que um DEUS fiel do amor justiça aos seus escolhidos , que clamam continuamente a Ele (v. 7 ).
O significado exato da última cláusula do versículo 7 - e ainda assim ele é longânimo para com eles -é disputado. Geldenhuys objetos à palavra ainda nesta versão. Será notado que o termo está em itálico, o que indica que não está no original. Ele prefere a versão em inglês revista (1881), onde se lê: ". E ele é longânimo para com eles" Plummer sugere: "enquanto ele é lento para agir para eles." O Verson Revised Standard dá uma inclinação diferente, colocando isso na forma de uma pergunta: "Será que ele vai atrasar muito tempo sobre eles?" - o que implica uma resposta negativa. Isso parece se encaixar melhor com o que se segue no versículo 8 .
A parábola termina com uma pergunta inquietante: No entanto, quando o Filho do homem, porventura achará fé na terra? Desde pistis ( fé ) carrega o artigo definido, alguns tomam isso como "a fé", ou seja, o cristianismo. Outros referem que a confiança pessoal. Geldenhuys diz que ela "refere-se claramente à fé que está aqui a ser discutido-fé em JESUS como o CRISTO, o Messias Filho do Homem, através do qual DEUS julgará a causa dos eleitos."

 

 

O Juiz Iníquo - Lucas 18. 1-8 - Com. Bíblico - Matthew Henry (Exaustivo) AT e NT
Esta parábola tem a sua chave pendurada na porta; o sentido e o plano dela são prefixados. CRISTO a disse com esta intenção, para nos ensinar que os homens deveriam orar sempre e nunca desfalecer, v. 1. Supõe-se que todo o povo de DEUS compõe-se de pessoas de oração. Todos os filhos de DEUS mantêm tanto um contato constante como um contato ocasional com Ele, enviando-lhe as suas orações de forma regular, e também em cada situação de emergência. É nosso privilégio e honra podermos orar. É nosso dever; devemos orar, pecamos se negligenciamos esta bênção. Este deve ser o nosso trabalho constante; devemos orar sempre, é o que o dever de todos os dias exige. Devemos orar, e nunca nos cansar de orar, nem pensar em parar de orar até que as nossas orações sejam recebidas em meio ao louvor eterno. Mas o que parece ser particularmente pretendido aqui, é nos ensinar a constância e a perseverança em nossos pedidos por algumas misericórdias espirituais que estamos buscando, com relação a nós ou à igreja de DEUS. Quando estivermos orando pedindo forças contra os nossos inimigos espirituais, as nossas luxúrias e corrupções – que são os nossos piores inimigos – devemos persistir em oração, devemos orar e não desfalecer, porque não buscaremos a face de DEUS em vão. Assim, devemos igualmente em nossas orações, pedir a libertação do povo de DEUS das mãos de seus perseguidores e opressores.
I
CRISTO mostra, através de uma parábola, o poder da importunação entre os homens – que serão dominados por ela, quando nada mais os influenciar – para fazerem o que é justo e certo. Ele lhe dá um exemplo de uma causa honesta que teve êxito diante de um juiz iníquo, não por retidão ou compaixão dela, mas puramente por meio da importunação. Observe aqui: 1. O mau caráter do juiz que estava em certa cidade. Ele não temia a DEUS, nem respeitava homem algum. Ele não tinha absolutamente nenhuma preocupação por sua consciência ou por sua reputação. Não temia a ira de DEUS contra si, nem a censura dos homens a seu respeito. Ele não se importava em cumprir o seu dever para com DEUS, nem para com o homem; ele era um perfeito estranho tanto para a piedade como para a honra, e não tinha noção de nenhuma delas. Não é estranho que aqueles que rejeitaram o temor ao seu Criador sejam totalmente indiferentes aos seus semelhantes; onde não existe o temor a DEUS, nenhuma coisa boa deve ser esperada. Tal predomínio da falta de religiosidade e da falta de humildade é ruim em qualquer pessoa, porém muito pior em um juiz, que tem em sua mão um grande poder. Ao utilizar este poder, ele deveria ser guiado pelos princípios de religião e justiça; pois, se não for, em vez de fazer o bem com o seu poder, ele estará correndo o risco de fazer o mal. A impiedade no lugar do juízo foi um dos males mais cruéis que Salomão viu debaixo do sol, Eclesiastes 3.16. 2. O caso aflito de uma pobre viúva que precisou fazer o seu apelo ao juiz, por estar sendo maltratada e defraudada por alguém que pensava em vencê-la com poder e terror. Ela manifestadamente tinha o direito a seu favor; mas, parece que, ao solicitar que lhe fosse feita justiça, ela não se deteve às formalidades da lei, mas fazia uma solicitação pessoal ao juiz todos os dias talvez em sua própria casa, clamando: Faze-me justiça contra o meu adversário; não que ela desejasse vingança por qualquer coisa que o adversário tivesse feito contra ela, mas que ele fosse obrigado a restituir os bens dela que estavam em suas mãos, e que ninguém mais pudesse oprimi-la. Note que as viúvas pobres têm, frequentemente, muitos adversários que cruelmente se aproveitam de seu estado de fraqueza e desamparo para invadir os seus direitos, e defraudá-las do pouco que possuem. E os magistrados são particularmente ordenados, não só a não fazer violência às viúvas (Jr 22.3), mas a fazer justiça ao órfão e tratar da causa das viúvas (Is 1.17), e serem seus patronos e protetores. Assim, eles agem como deuses, porque o Senhor DEUS é assim, Salmos 68.5. 3. A dificuldade e a falta de estímulo que ela encontrou em seu caso: E por algum tempo, não quis. De acordo com a sua prática habitual, ele a reprovou, não deu atenção à sua causa, mas consentiu com todo o mal que o adversário dela lhe fez; porque ela não tinha nenhum suborno para oferecer àquele iníquo, nenhum homem importante a quem ele admirasse para falar por ela, de forma que ele não se inclinava a reparar as suas injustiças. E ele mesmo estava consciente do motivo de sua lentidão, e só podia reconhecer dentro de si mesmo que nem temia a DEUS nem respeitava ao homem. É triste que um homem conheça os seus próprios erros, e não se preocupe em corrigi-los. 4. Conseguir o que queria importunando continuamente este juiz injusto (v. 5): “Como esta viúva me molesta, me causa uma dificuldade contínua, eu ouvirei a sua causa, e lhe farei justiça; nem tanto para que o seu clamor não me traga uma má fama, mas para que o seu clamor não me aborreça; porque ela está decidida a não me dar descanso até que seja atendida. Portanto, eu o farei, para me poupar de todo este transtorno”. Assim ela conseguiu que a justiça fosse feita através de um anseio contínuo; ela suplicava na porta do juiz, o seguia nas ruas, o solicitava em julgamentos abertos, e a sua súplica era: Faze-me justiça contra o meu adversário. O juiz injusto foi obrigado a atendê-la, para se ver livre dela; porque a sua consciência, mesmo sendo tão má, não o levaria a mandá-la para a prisão por considerar que a sua insistência fosse uma afronta ao tribunal.
II
O Senhor emprega esta parábola para encorajar o seu povo a orar com fé e fervor, e perseverar nesse particular.
1. Ele lhes assegura que DEUS Pai, por fim, será misericordioso para com eles (v. 6): Ouvi o que diz o injusto juiz, como ele reconhece ter sido vencido pela importunação constante, e DEUS não fará justiça aos seus escolhidos? Observe:
(1) O que é que eles desejam e esperam: que DEUS fizesse justiça aos seus escolhidos. Note: [1] Há um povo no mundo que é o povo de DEUS, os seus eleitos, um povo de sua escolha, um povo escolhido. E o Senhor tem um cuidado especial em tudo o que faz por eles; isto se deve ao fato de serem seus escolhidos. O Senhor assume uma responsabilidade em relação àqueles que Ele escolhe. [2] Os escolhidos de DEUS enfrentam muitos transtornos e oposição neste mundo; há muitos adversários que lutam contra eles; Satanás é o seu grande adversário. [3] O que é desejado e esperado é que DEUS os preserve e os proteja, e que a sua mão opere neles; que Ele assegure o interesse da igreja no mundo e a sua graça em cada coração.
(2) O que é exigido do povo de DEUS a fim de obter isto: eles devem clamar a Ele de dia e de noite; não que o Senhor precise da queixa deles, ou que possa ser movido por suas súplicas, mas Ele lhes atribuiu este dever, e lhes prometeu agir com misericórdia. Devemos ser específicos ao orarmos contra os nossos inimigos espirituais, como fez o apóstolo Paulo: Por isto eu roguei ao Senhor três vezes, que isto pudesse se afastar de mim; como esta viúva importuna. Senhor, mortifique esta corrupção. Senhor, me arme contra esta tentação. Devemos nos preocupar com as igrejas perseguidas e oprimidas, e orar para que DEUS lhes faça justiça, e as coloque em segurança. E nisto devemos ter muita urgência; devemos clamar com um desejo ardente; devemos clamar de dia e de noite, como aqueles que acreditam que a sua oração será finalmente ouvida. Devemos lutar com DEUS, como aqueles que sabem valorizar a bênção, e que não terão uma resposta negativa. O povo que ora a DEUS é admoestado a não se cansar de clamar, Isaías 62.6,7.
(3) Que falta de estímulo eles talvez possam enfrentar em suas orações e expectativas. O Senhor pode ser muito paciente com eles, e pode não se manifestar a eles no momento que esperam, em resposta às suas orações. Ele é makrothymon ep autois – o Senhor exerce a paciência para com os adversários do seu povo, e não se vinga deles. E Ele exercita a paciência do seu povo, e não peleja imediatamente por eles em algumas circunstâncias. Ele foi muito paciente em relação ao clamor devido aos pecados dos egípcios que oprimiam Israel, e devido ao clamor e às dores daqueles que eram oprimidos.
(4) Que garantia eles têm de que a misericórdia virá finalmente, embora ela possa demorar, e como é apoiada pelo que o juiz injusto disse: Se esta viúva prevaleceu sendo importuna, muito mais prevalecerão os escolhidos de DEUS. Porque: [1] Esta viúva era uma estranha, não tendo qualquer relacionamento com o juiz; mas o povo que suplica a DEUS é o seu povo escolhido, a quem Ele conhece, e ama, em quem tem prazer, e com quem sempre se preocupa. [2] Ela era apenas uma, mas o povo suplicante de DEUS é composto por muitos, e todos vão a Ele com o mesmo propósito, e concordam em pedir o que precisam, Mateus 18.19. Assim como os santos no céu cercam o trono de glória unidos por seus louvores, os santos na terra cercam o trono da graça unidos por suas orações. [3] Ela foi até um juiz que ordenou que ela mantivesse distância; nós vamos a um Pai que ordena que nos aproximemos dele com ousadia, e nos ensina a clamar, Aba, Pai. [4] Ela foi até um juiz injusto; nós vamos a um Pai justo (Jo 17.25), que pensa em sua própria glória e no conforto das suas pobres criaturas, especialmente aquelas que estão em aflição, como viúvas e órfãos. [5] Ela foi até este juiz puramente por sua própria conta; mas o próprio DEUS está empenhado na causa que estamos solicitando; e podemos dizer, Vem, ó Senhor, pleiteie a tua própria causa; e o que farás ao teu grande Nome? [6] Ela não tinha amigos para falar por ela, e acrescentar força à sua petição, e usar de influência a seu favor mais que ela própria; mas nós temos um Advogado junto ao Pai, o seu próprio Filho, que vive para interceder por nós, e que tem um interesse poderoso e dominante no céu. [7] Ela não tinha nenhuma promessa de que as coisas seriam agilizadas, não, nem qualquer estímulo; mas nós temos o cetro de ouro à nossa disposição, somos admoestados a pedir, com a promessa de que seremos atendidos. [8] Ela podia ter acesso ao juiz apenas em certas ocasiões; mas nós podemos clamar a DEUS de dia e de noite, a qualquer hora, e assim podemos esperar prevalecer pela importunação. [9] A importunação dela era irritante ao juiz, e ela poderia temer que ele se colocasse contra ela; mas a nossa importunação é agradável a DEUS; a oração do justo é o seu prazer, e, portanto, podemos esperar, será mais eficaz, se for uma oração efetiva e fervorosa.
2. Ele lhes sugere que, apesar disso, começarão a ficar cansados de esperar por Ele (v. 8): “Porém, embora tais garantias sejam dadas – de que DEUS fará justiça aos seus escolhidos – quando vier o Filho do Homem, porventura achará fé na terra?” O Filho do Homem virá para fazer justiça aos seus escolhidos, para defender a causa do seu povo ferido em todas as épocas, e no grande dia Ele virá finalmente para julgar as controvérsias de Sião. Agora, quando Ele vier, achará fé na terra? A pergunta sugere uma forte negativa: Não, não achará; Ele mesmo prevê isto.
(1) Isto supõe que é somente na terra que há motivos para se ter fé; porque os pecadores no inferno estão sentindo aquilo em que se recusaram a crer, e os santos no céu estão desfrutando daquilo em que creram.
(2) Isto supõe que a fé é a grande qualidade que JESUS CRISTO procura. Ele abaixa seus olhos sobre os filhos dos homens, e não pergunta, Há inocência? mas, Há fé? Ele indaga sobre a fé daqueles que lhe pedem curas.
(3) Isto supõe que se houvesse fé, embora tão pequena, ele a descobriria, e a acharia. Seus olhos estão sobre o crente mais fraco e mais obscuro.
(4) É predito que, quando CRISTO vier para defender a causa do seu povo, ele achará apenas pouca fé em comparação com o que se poderia esperar. Isto é: [1] Em geral, Ele encontrará apenas poucas pessoas boas, poucas que sejam realmente e verdadeiramente boas. Muitas têm a forma e o aspecto de piedade, mas poucas têm fé, são sinceras e honestas; Ele encontrará pouca fidelidade entre os homens; faltam os fiéis, Salmos 12.1,2. Mesmo até o fim dos séculos ainda haverá ocasião para a mesma queixa. O mundo não ficará melhor, não enquanto estiver se tratando deste período. Este período é mau, e será mau, e o pior de todos será aquele que antecederá a vinda de CRISTO; os últimos tempos serão os mais perigosos. [2] Em particular, o Senhor encontrará poucos que tenham fé no tocante à sua vinda. Quando vier fazer justiça aos seus escolhidos, o Senhor olhará se não há qualquer fé para ajudar e apoiar, e se admirará por não encontrá-la, Isaías 59.16; 63.5. Isto sugere que CRISTO, tanto em suas vindas específicas para o alívio de seu povo, quanto em sua vinda geral no final dos tempos, pode, e irá, retardar a sua vinda até que, em primeiro lugar, as pessoas ímpias comecem a desafiá-la, e a dizer, Onde está a promessa de sua vinda? 2 Pedro 3.4. Eles o desafiarão a vir (Is 5.10; Am 5.19); e a sua demora os endurecerá na impiedade em que vivem, Mateus 24.48. Em segundo lugar, até mesmo o seu próprio povo começará a perder as esperanças, e a concluir que Ele nunca virá, por não ter vindo de acordo com os cálculos e estimativas que eles fizeram. O tempo determinado pelo Senhor DEUS para aparecer ao seu povo é aquele em que as coisas chegarão ao último extremo, quando Sião começar a dizer, O Senhor me abandonou. Veja Isaías 49.14; 40.27. Mas este é o nosso conforto; que, quando o tempo designado chegar, parecerá que a incredulidade do homem não tornou a promessa de DEUS sem efeito.

 

A ORAÇÃO EFICAZ
1Rs 18.42b-45 “Elias subiu ao cume do Carmelo, e se inclinou por terra, e meteu o seu rosto entre os seus joelhos. E disse ao seu moço: Sobe agora e olha para a banda do mar. E subiu, e olhou, e disse: Não há nada. Então, disse ele: Torna lá sete vezes. E sucedeu que, à sétima vez, disse: Eis aqui uma pequena nuvem, como a mão de um homem, subindo do mar. Então, disse ele: Sobe e dize a Acabe: Aparelha o teu carro e desce, para que a chuva te não apanhe. E sucedeu que, entretanto, os céus se enegreceram com nuvens e vento, e veio uma grande chuva; e Acabe subiu ao carro e foi para Jezreel”.

A oração é uma comunicação multifacetada entre os crentes e o Senhor. Além de palavras como “oração” e “orar”, essa atividade é descrita como invocar a DEUS (Sl 17.6). Invocar o nome do Senhor (Gn 4.26), clamar ao Senhor (Sl 3.4), levantar nossa alma ao Senhor (Sl 25.1), buscar ao Senhor (Is 55.6), aproximar-se do trono da graça com confiança (Hb 4.16) e chegar perto de DEUS (Hb 10.22).

MOTIVOS PARA A ORAÇÃO.

A Bíblia apresenta motivos claros para o povo de DEUS orar. 
(1) Antes de tudo, DEUS ordena que o crente ore. O mandamento para orarmos vem através dos salmistas (1Cr 16.11; Sl 105.4), dos profetas (Is 55.6; Am 5.4,6), dos apóstolos (Ef 6.17,18; Cl 4.2; 1Ts 5.17) e do próprio Senhor JESUS (Mt 26.41; Lc 18.1; Jo 16.24). DEUS aspira a comunhão conosco; mediante a oração, mantemos o nosso relacionamento com Ele.

(2) A oração é o elo de ligação que carecemos para recebermos as bênçãos de DEUS, o seu poder e o cumprimento das suas promessas. Numerosas passagens bíblicas ilustram esse princípio. JESUS, por exemplo, prometeu aos seus seguidores que receberiam o ESPÍRITO SANTO se perseverassem em pedir, buscar e bater à porta do seu Pai celestial (Lc 11.5-13). Por isso, depois da ascensão de JESUS, seus seguidores reunidos permaneceram em constante oração no cenáculo (At 1.14) até o ESPÍRITO SANTO ser derramado com poder (At 1.8) no dia de Pentecostes (At 2.1-4). Quando os apóstolos se reuniram após serem libertos da prisão pelas autoridades judaicas, oraram fervorosamente para o ESPÍRITO SANTO lhes conceder ousadia e autoridade divina para falarem a palavra dEle. “E, tendo eles orado, moveu-se o lugar em que estavam reunidos; e todos foram cheios do ESPÍRITO SANTO e anunciavam com ousadia a palavra de DEUS” (At 4.31). O apóstolo Paulo freqüentemente pedia oração em seu próprio favor, sabendo que a sua obra não prosperaria se os crentes não orassem por ele (Rm 15.30-32; 2Co 1.11; Ef 6.18, 20; Fp 1.19; Cl 4.3,4). Tiago declara inequivocamente que o crente pode receber a cura física em resposta à “oração da fé” (Tg 5.14,15).
(3) DEUS, no seu plano de salvação da humanidade, estabeleceu que os crentes sejam seus cooperadores no processo da redenção. Em certo sentido, DEUS se limita às orações santas, de fé e incessantes do seu povo. Muitas coisas não serão realizadas no reino de DEUS se não houver oração intercessória dos crentes (ver Êx 33.11). Por exemplo: DEUS quer enviar obreiros para evangelizar. CRISTO ensina que tal obra não será levada a efeito dentro da plenitude do propósito de DEUS sem as orações do seu povo: “Rogai, pois, ao Senhor da seara que mande ceifeiros para a sua seara” (Mt 9.38). Noutras palavras, o poder de DEUS para cumprir muitos dos seus propósitos é liberado somente através das orações contritas do seu povo em favor do seu reino. Se não orarmos, poderemos até mesmo estorvar a execução do propósito divino da redenção, tanto para nós mesmos, como indivíduos, quanto para a igreja coletivamente.

 

REQUISITOS DA ORAÇÃO EFICAZ.

Nossa oração para ser eficaz precisa satisfazer certos requisitos.
(1) Nossas orações não serão atendidas se não tivermos fé genuína, verdadeira. JESUS declarou abertamente: “Tudo o que pedirdes, orando, crede que o recebereis e tê-lo-eis” (Mc 11.24). Ao pai de um menino endemoninhado, Ele falou assim: “Tudo é possível ao que crê” (Mc 9.23). O autor de Hebreus admoesta-nos assim: “Cheguemo-nos com verdadeiro coração, em inteira certeza de fé” (Hb 10.22), e Tiago encoraja-nos a pedir com fé, não duvidando (Tg 1.6; cf. 5.15).

(2) Além disso, a oração deve ser feita em nome de JESUS. O próprio JESUS expressou esse princípio ao dizer: “E tudo quanto pedirdes em meu nome, eu o farei, para que o Pai seja glorificado no Filho. Se pedirdes alguma coisa em meu nome, eu o farei” (Jo 14.13,14). Nossas orações devem ser feitas em harmonia com a pessoa, caráter e vontade de nosso Senhor (ver Jo 14.13).
(3) A oração só poderá ser eficaz se feita segundo a perfeita vontade de DEUS. “E esta é a confiança que temos nele: que, se pedirmos alguma coisa, segundo a sua vontade, ele nos ouve” (1Jo 5.14).Uma das petições da oração modelo de JESUS, o Pai Nosso, confirma esse fato: “Seja feita a tua vontade, tanto na terra como no céu” (Mt 6.10; Lc 11.2; note a oração do próprio JESUS no Getsêmani, Mt 26.42). Em muitos casos, sabemos qual é a vontade de DEUS, porque Ele no-la revelou na Bíblia. Podemos ter certeza que será eficaz toda oração realmente baseada nas promessas de DEUS constantes da sua Palavra. Elias tinha certeza de que o DEUS de Israel atenderia a sua oração por meio do fogo e, posteriormente, da chuva, porque recebera a palavra profética do Senhor (18.1) e estava plenamente seguro de que nenhum deus pagão era maior do que o Senhor DEUS de Israel, nem mais poderoso (18.21-24).
(4) Não somente devemos orar segundo a vontade de DEUS, mas também devemos estar dentro da vontade de DEUS, para que Ele nos ouça e atenda. DEUS nos dará as coisas que pedimos, somente se buscarmos em primeiro lugar o seu reino e sua justiça (ver Mt 6.33). O apóstolo João declara que “qualquer coisa que lhe pedirmos, dele a receberemos, porque guardamos os seus mandamentos e fazemos o que é agradável à sua vista” (1Jo 3.22). Obedecer aos mandamentos de DEUS, amá-lo e agradá-lo são condições prévias indispensáveis para termos resposta às orações. Tiago ao escrever que a oração do justo é eficaz, refere-se tanto à pessoa que foi justificada pela fé em CRISTO, quanto à pessoa que está a viver uma vida reta, obediente e temente a DEUS — tal qual o profeta Elias (Tg 5.16-18; Sl 34.13,14). O AT acentua este mesmo ensino. DEUS tornou claro que as orações de Moisés pelos israelitas eram eficazes por causa do seu relacionamento obediente com o Senhor e da sua lealdade a Ele (ver Êx 33.17). Por outro lado, o salmista declara que se abrigarmos o pecado em nossa vida, o Senhor não atenderá as nossas orações (Sl 66.18; ver Tg 4.5). Eis a razão principal por que o Senhor não atendia as orações dos israelitas idólatras e ímpios (Is 1.15). Mas se o povo de DEUS arrepender-se e voltar-se dos seus caminhos ímpios, o Senhor promete voltar a atendê-lo, perdoar seus pecados e sarar a sua terra (2Cr 7.14; cf. 6.36-39; Lc 18.14). Note que a oração do sumo sacerdote pelo perdão dos pecados dos israelitas no Dia da Expiação não seria atendida se antes o seu próprio estado pecaminoso não fosse purificado (ver Êx 26.33).
(5) Finalmente, para uma oração eficaz, precisamos ser perseverantes. É essa a lição principal da parábola da viúva importuna (Lc 18.1-7; ver 18.1). A instrução de JESUS: “Pedi... buscai... batei”, ensina a perseverança na oração (ver Mt 7.7,8). O apóstolo Paulo também nos exorta à perseverança na oração (Cl 4.2; 1Ts 5.17). Os santos do AT também reconheciam esse princípio. Por exemplo, foi somente enquanto Moisés perseverava em oração com suas mãos erguidas a DEUS, que os israelitas venciam na batalha contra os amalequitas (ver Êx 17.11). Depois de Elias receber a palavra profética de que ia chover, ele continuou em oração até a chuva começar a cair (18.41-45). Numa ocasião anterior, esse grande profeta orou com insistência e fervor, para DEUS devolver a vida ao filho morto da viúva de Sarepta, até que sua oração foi atendida (17.17-23).

 

PRINCÍPIOS E MÉTODOS BÍBLICOS DA ORAÇÃO EFICAZ. 
(1) Quais são os princípios da oração eficaz?

(a) Para orarmos com eficácia, devemos louvar e adorar a DEUS com sinceridade (Sl 150; At 2.47; Rm 15.11.. 
(b) Intimamente ligada ao louvor, e de igual importância, vem a ação de graças a DEUS (Sl 100.4; Mt 11.25,26; Fp 4.6).

(c) A confissão sincera de pecados conhecidos é vital à oração da fé (Tg 5.15,16; Sl 51; Lc 18.13; 1Jo 1.9).

(d) DEUS também nos ensina a pedir de acordo com as nossas necessidades, segundo está escrito em Tiago: deixamos de receber as coisas de que precisamos, ou porque não pedimos, ou porque pedimos com motivos injustos (Tg 4.2,3; Sl 27.7-12; Mt 7.7-11; Fp 4.6).

(e) Devemos orar de coração pelos outros, especialmente oração intercessória (Nm 14.13-19; Sl 122.6-9; Lc 22.31,32; 23.34).(2) Como devemos orar? JESUS acentua a sinceridade do nosso coração, pois não somos atendidos na oração simplesmente pelo nosso falar de modo vazio (Mt 6.7). Podemos orar em silêncio (1Sm 1.13) ou em voz alta (Ne 9.4; Ez 11.13). Podemos orar com nossas próprias palavras, ou usando palavras diretas das Escrituras. Podemos orar com a nossa mente, ou podemos orar através do ESPÍRITO (i.e., em línguas, 1Co 14.14-18). Podemos até mesmo orar através de gemidos, i.e., sem usar qualquer palavra humana (Rm 8.26), sabendo que o ESPÍRITO levará a DEUS esses pedidos inaudíveis. Ainda outro método de orar é cantar ao Senhor (Sl 92.1,2; Ef 5.19,20; Cl 3.16). A oração profunda ao Senhor será, às vezes, acompanhada de jejum (Ed 8.21; Ne 1.4; Dn 9.3,4; Lc 2.37; At 14.23; ver Mt 6.16).
(3) Qual a posição apropriada, do corpo, na oração? A Bíblia menciona pessoas orando em pé (8.22; Ne 9.4,5), sentadas (1Cr 17.16; Lc 10.13), ajoelhadas (Ed 9.5; Dn 6.10; At 20.36), acamadas (Sl 63.6), curvadas até o chão (Êx 34.8; Sl 95.6), prostradas no chão (2Sm 12.16; Mt 26.39) e de mãos levantadas aos céus (Sl 28.2; Is 1.15; 1Tm 2.8).

EXEMPLOS DE ORAÇÃO EFICAZ.

A Bíblia está cheia de exemplos de orações que foram poderosas e eficazes. 
(1) Moisés fez numerosas orações intercessórias às quais DEUS atendeu, mesmo depois de Ele dizer a Moisés que ia proceder de outra maneira.
(2) Sansão, arrependido, orou pedindo uma última oportunidade de cumprir sua missão máxima de derrotar os filisteus; DEUS atendeu essa oração ao lhe dar forças suficientes para derrubar as colunas do prédio onde os inimigos estavam exaltando o poder dos seus deuses (Jz 16.21-30). 
(3) DEUS respondeu às orações de Elias em pelo menos quatro grandes ocasiões; em todas elas redundaram em glória ao DEUS de Israel (17-18; Tg 5.17,18). 
(4) O rei Ezequias adoeceu e Isaías lhe declarou que morreria (2Rs 20.1; Is 38.1). Ezequias, reconhecendo que sua vida e obra estavam incompletas, virou o rosto para a parede e orou intensamente a DEUS para que prolongasse sua vida. DEUS mandou Isaías retornar a Ezequias para garantir a cura e mais quinze anos de vida (2Rs 20.2-6; Is 38.2-6). 
(5) Não há dúvida de que Daniel orou ao Senhor na cova dos leões, pedindo para não ser devorado por eles, e DEUS atendeu o seu pedido (Dn 6.10,16-22).
(6) Os cristãos primitivos oraram incessantemente a DEUS pela libertação de Pedro da prisão, e DEUS enviou um anjo para libertá-lo (At 12.3-11; cf. 12.5). Tais exemplos devem fortalecer a nossa fé e encher-nos de disposição para orarmos de modo eficaz, segundo os princípios delineados na Bíblia.

 

1 Crônicas 16.8; 10-17; João 15.16

1 Crônicas 16.8 - Louvai ao SENHOR, invocai o seu nome, fazei conhecidos entre os povos os seus feitos. 10 - Gloriai-vos no seu santo nome; alegre-se o coração dos que buscam o SENHOR. 11 - Buscai ao SENHOR e a sua força; buscai a sua face continuamente. 12 - Lembrai-vos das suas maravilhas que tem feito, dos seus prodígios, e dos juízos da sua boca. 13 - Vós, semente de Israel, seus servos, vós, filhos de Jacó, seus eleitos. 14 - Ele é o SENHOR, nosso DEUS; em toda a terra estão os seus juízos. 15 - Lembrai-vos perpetuamente do seu concerto e da palavra que prescreveu para mil gerações; 16 - do concerto que fez com Abraão e do seu juramento a Isaque; 17 - o qual também a Jacó ratificou por estatuto, e a Israel por concerto eterno,

João 15.16 - Não me escolhestes vós a mim, mas eu vos escolhi a vós, e vos nomeei, para que vades e deis fruto, e o vosso fruto permaneça, a fim de que tudo quanto em meu nome pedirdes ao Pai ele vos conceda.

 

O QUE É ORAÇÃO?

A oração é o meio que DEUS proveu ao homem, a fim de que este viesse a estabelecer um relacionamento de comunhão contínua com Ele.

A QUEM ORAR E QUANDO ORAR?

1. Devemos orar a DEUS.

2. Quando tudo está bem.

3. No dia da angústia e da adversidade.

COMO ORAR?

1. Com reverência.

2. Com fé e humildade.

3. Priorizando o Reino de DEUS e seus valores eternos.

ONDE ORAR E POR QUEM ORAR?

1. O lugar da oração.

2. Orar pela igreja de DEUS.

3. Orar por todos os homens e pelas autoridades constituídas (1 Tm 2.1,2).

Não há limite para o crente viver uma vida de constante e crescente oração.

 

Objetivos da oração

"[n.] Todos já nos sentimos impulsionados a orar com mais intensidade nos momentos de decisão e de angústias; não podemos viver distanciados da presença divina.

1. Buscar a presença de DEUS. 'Quando tu disseste: Buscai o meu rosto, o meu coração te disse a ti: O teu rosto Senhor, buscarei' (SI 27.8). Seja nos primeiros alvores do dia, seja nas últimas trevas da noite, o salmista jamais deixava de ouvir o chamado de DEUS para contemplar-lhe a face. Tem você suspirado pelo Senhor? Ou já não consegue ouvi-Lo? O sorriso de DEUS é tudo o que você precisa para vencer as insídias humanas.

2. Agradecê-Io pelos imerecidos favores. Se nos limitarmos às petições, nossa oração jamais nos enlevará ao coração do Pai. Mas se, em tudo, lhe dermos graças, até mesmo pelas tribulações que nos sitiam a alma, haveremos de ser, a cada manhã, surpreendidos pelos cuidados divinos. J. Blanchard é mui categórico: 'nenhum homem pode orar biblicamente, se orar egoisticamente'.

3. Interceder pelo avanço do Reino de DEUS. Na Oração Dominical, insta-nos o Senhor JESUS a orar: 'Venha teu Reino' (Mt 6.1 O). No Antigo Testamento, os judeus rogavam a DEUS que jamais permitisse que suas possessões viessem a cair em mãos gentias. Basta ler o Salmo 136 para se enternecer com o cuidado dos israelitas por sua herança espiritual e territorial" (ANDRADE, Claudionor. As Disciplinas da vida Cristã. Como alcançar a verdadeira espiritualidade. Rio de

Janeiro, CPAD, 2008, pp. 36-8).

 

LUCAS 18:1-8 - Moody

1. Disse-lhes JESUS uma parábola. Grande parte do discurso acima encontra paralelo em Mateus 24, mas esta parábola é exclusiva de Lucas. Mostra que ele estava fazendo uma aplicação imediata da profecia de JESUS. Estar preparado para sua volta está condicionado à oração.
2. Um juiz. Talvez o juiz fosse um magistrado romano, que não tivesse nenhum interesse particular nas necessidades do povo judeu.
3. Vinha (gr. êrcheto) está no imperfeito, o que lhe dá a entender que ela aparecia frequentemente no tribunal. Julga a minha causa (gr. ekdikêson contra) não é um pedido de vingança, mas de uma sentença que a protegesse de suas injustiças.
4. Não a quis atender. O verbo expressa mais o seu estado de espírito e não uma simples atitude. A persistência da viúva esgotou a obstinação do juiz.
5. Esta viúva me importuna. Literalmente, para que ela não me deixe com um olho preto. O grego hypôpiazê pode significar "molestar" ou "prejudicar a reputação".
7. Escolhidos. Lucas usa esta palavra só duas vezes: uma vez falando do Messias (23:35), e outra vez falando do povo que ele escolheu e chamou.
8. Achará porventura fé na terra? A pergunta retórica implica que a fé será escassa. As palavras de nosso Senhor não predizem uma melhoria geral das condições espirituais no mundo antes de sua volta.

   

O  R  A  Ç  à O

EM NOME DE JESUS (Jo 16:23-26)

CONSIDERAÇÕES SOBRE ORAÇÃO:

 

A-    Talvez A Primeira Oração Na Bíblia: Gn 4:26

B-    DEUS Ouve As Orações: Sl 65:2

C-    Temos A Ajuda Do ESPÍRITO SANTO: Rm 8:26

D-    Temos A Ajuda De JESUS: Rm 8:34

E-    As Nossas Orações Chegam Ao Céu: Ap 5:8

F-    Sobem Para DEUS Com O Incenso: Ap 8:34

G-    Foi-Nos Dado Ordem Para Orarmos: 1 Cr 16:11; Mc 13:33

H-    Quando Orar? Todo O Tempo: Ef 6:18; 1 Ts 5:17

I-    Com Qual Tipo De Oração Devemos Orar? Toda: Ef 6:18

J-    Resposta Prometida: Is 58:9; Lc 11:9

K-    Uma Forma De Oração: Pública, Ou Em Família (Oração De Concordância): Mt 18:19; At 1:14; At 4:24,37

L-    Condição De Quem Ora:                 

*Contrição: 2cr 7:14 *Sinceridade: Jr 29:13  *Fé: Mc 11:24 *Justiça: Tg 5:16 *Obediência:1jo3.22

M-    Brevidade Na Oração: Ec 5:2; Mt 6:7

N-    Postura Ou Posição Na Oração                                      

*Em Pé: 1 Rs 8:22; Lc 18:11

*Assentado:At2:2

*Ajoelhado:Dn6:10;Lc22:41

*Deitado:Is38:2;Sl4:4;Sl6:6

*Prostrado:Mt26:39;Js5:14

*Inclinado:Ex4:31;Ex12:27;Ex34:8;1rs18:42

 O-    Outra Forma De Oração: Secreta: Mt 6:6

 P-    Oração Pela Manhã: Mc 1:35; Dn 6:10; Sl 55:17

 Q-    Oração À Tarde: Dn 6:10; At 3:1; Sl 55:17

 R-    Oração À Noite: Lc 6:12; Dn 6:10; Sl 55:17

 S-    Oração Pública De JESUS: Lc 3:21

 T-    Oração Perdoadora: Mt 6: 14,15

 U-    Tipos De Oração:

 U.1-    Arrependimento: 

(Confissão, Contrição) 2 Cr 6:27; 1 Jo 1:9; At 11:18; Jó 42:6; Ez 18:32; Mt 4:17; Lc 13:3,15:7

 U.2-    Agradecimento: 

(Ação De Graças) Cl 3:15, 4:2; 1 Tm 2:1,2, 4:3,4; Ef 5:20; Fp 4:6; 2 Ts 1:3; Ap 7:12

 U.3-    Louvor: 

(Pelo Que DEUS Fez, Faz E Fará) Sl 100:4; Sl 150:2,6; Sl 67:3; Hb 13:15; At 2:47; Ap 5:12, 19:5

 U.4-    Adoração: 

(Pelo Que DEUS É ) Sl 29:2; Ap 7:11,12; Jo 4:24; Sl 89:9; Sl 93 Todo. Veja Adoração

 U.5-    Petição: 

(Pedido Por Si Mesmo, Com Súplica) Tg 4:3; 1 Tm 2:1; Lc 11:9; Jo 15:7; Fp 4:6 Vontade DEUS 1 Jo 5:14

 U.6-    Entrega: 

(Lançamento, Transferência De Problemas) Lc 23:46; At 4:34; 1 Pe 5:7

 U.7-    Consagração: 

(A Vontade De DEUS É Perfeita) Lc 22:42; At 4:29; 13:2

 U.8-    Intercessão: 

(Orando Pelos Outros, Colocando-Se No Lugar De Outrem, Indo A DEUS A Favor De E Resistindo A Satanás Que Está Contra). É Um Encontro Com DEUS E Um Confronto Com Satanás.

A intercessão é tão importante que DEUS quando vai fazer algo que influencie o quotidiano humano, ELE primeiro fala aos seus servos na terra para que estes intercedam para que aconteça, caso seja bom, ou intercedam para que não aconteça, caso seja mau. (2 Rs 24.2; Jr 25.4; Jn ) Amós 3.7 = Certamente o Senhor JEOVÁ não fará coisa alguma, sem ter revelado o seu segredo aos seus servos, os profetas.
Exemplo: Quando DEUS quis destruir Sodoma e Gomorra primeiro falou com Abraão (Gn 18.17), quando DEUS quis destruir o povo hebreu, primeiro falou com Moisés (Ex 32.9,10), Quando quis enviar libertação do cativeiro primeiro falou com Daniel (Dn 9.2), quando quis castigar o povo de Israel primeiro falou com seus profetas (Jr 7.25; 11.7; Jr 25.4; 26.5; 29.19; 35.15; 44.4). Quando quis mandar o salvador, primeiro falou com os profetas (Dt 18.15; At 28.25; Hb 1.1). 

Note que ao pensar em destruir Sodoma e Gomorra, DEUS não se lembrou de Ló e sua família, mas de Abraão, porque Abraão era um Intercessor (Gn 19.29). 

Quando nosso filho, ou filha, ou mãe, ou pai, ou marido, ou esposa, ou parente, ou amigo, ou conhecido, ou desconhecido, qualquer pessoa estiver em perigo, DEUS recorrerá a nós para orarmos intercedendo, isso se nós estivermos ali na brecha (Ez 22.30), para interceder, ou seja estivermos prontos para orar costumeiramente todos os dias em favor daqueles que precisam de nossas orações.

VEJA Lc 13.1-9 = É por isso que às vezes cai um avião, ou outra catástrofe acontece e escapa uma pessoa só, ela tinha um intercessor orando por ela e os outro não.

 

Ez 22.30 E busquei dentre eles um homem que estivesse tapando o muro e estivesse na brecha perante mim por esta terra, para que eu não a destruísse; mas a ninguém achei.

 

Is 53:12; Jo 17:9; Rm 8:34; Hb 7:25; 1 Tm 2:1; 1 Sm 19:4, 25:24; Fm 10; Jó 9:32-35; Is 62:6, 59:16;

Ez 22:30,31: SE NÃO TIVER INTERCESSOR A IGREJA FECHA

Exemplo De Abrahão: Gn 18:17, 19:29 – De Moisés: Gn 32:10-14; 32:32, 33:18

Obs.: Veja Estudo Sobre Dons (Dom De Línguas, Quem Ora Em Línguas Edifica-Se A Si Mesmo E Pode Chegar A Ser Usado Pelo ESPÍRITO SANTO Na Oração Intercessória Com Gemidos Inexprimíveis.http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/licao10-ldc-osdonsespirituais.htm

 

JESUS É Intercessor Como Homem E Como DEUS.

DEUS Está Na Terra, Dentro De Nós (ESPÍRITO SANTO); O Homem Está No Céu Num Corpo De Homem (Glorificado. Em JESUS CRISTO, Nosso Intercessor)

 

 

ORAÇÃO PAI-NOSSO (LC 11.1-4  E  MT 6.7-15 )  

 

NA VERDADE JESUS NÃO NOS ENSINOU “O QUE ORAR”, E SIM “COMO ORAR”; PROIBINDO-NOS DE FICAR

REPETINDO SEMPRE A MESMA ORAÇÃO. (NOS EVANGELHOS AS ORAÇÕES PAI-NOSSO SÃO DIFERENTES)

 

LUCAS 11.1-4

1 Estava JESUS em certo lugar orando e, quando acabou, disse-lhe um dos seus discípulos: Senhor, ensina-nos a orar, como também João ensinou aos seus discípulos. 2 Ao que ele lhes disse: Quando orardes, dizei: Pai, santificado seja o teu nome; venha o teu reino; 3 dá-nos cada dia o nosso pão cotidiano;

4 e perdoa-nos os nossos pecados, pois também nós perdoamos a todo aquele que nos deve; e não nos deixes entrar em tentação, (mas livra-nos do mal.)

 

MATEUS 6.7-15

7 E, orando, não useis de vãs repetições, como os gentios; porque pensam que pelo seu muito falar serão ouvidos.8 Não vos assemelheis, pois, a eles; porque vosso Pai sabe o que vos é necessário, antes de vós lho pedirdes. 9 Portanto, orai vós deste modo: Pai nosso que estás nos céus, santificado seja o teu nome; 10 venha o teu reino, seja feita a tua vontade, assim na terra como no céu; 11 o pão nosso de cada dia nos dá hoje; 12 e perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós também temos perdoado aos nossos devedores; 13 e não nos deixes entrar em tentação; mas livra-nos do mal. Porque teu é o reino e o poder, e a glória, para sempre, Amém. 14 Porque, se perdoardes aos homens as suas ofensas, também vosso Pai celestial vos perdoará a vós; 15 se, porém, não perdoardes aos homens, tampouco vosso Pai perdoará vossas ofensas.

 

Filiação Divina: Pai nosso que estás nos céus

Exaltação ao nome de DEUS: Santificado seja o Teu nome

Estabelecimento do Reino de DEUS: Venha o Teu Reino

Submissão: Seja feita a Tua vontade, assim na terra como é no céu.

Provisão: “O pão nosso de cada dia nos dá hoje”

Perdão Pessoal: “E perdoa-nos as nossas dívidas”

Proteção: “Não nos deixes cair em tentação”

Libertação: “Livra-nos do mal”

Exaltação: “Porque Teu é o reino e o poder, e a glória, para sempre. Amem”

Ajuda insejec@uol.com.br -(adaptação Ev. Luiz Henrique de Almeida Silva)

 

 

QUE ACONTECE QUANDO A IGREJA ORA?

(Pastor Geziel Gomes)

I. EXISTEM TRÊS TIPOS BÁSICOS DE ORAÇÃO

1. A oração individual, At 9.11
2. A oração em grupo, At 16.26
3. A oração coletiva, At 2.42

II. AS GRANDES VANTAGENS DA ORAÇÃO COLETIVA

1. Ela fortalece a união do povo de DEUS
2. Ela multiplica a nossa fé
3. Ela tem garantias de pronta resposta, Mt 21.22

III. TIPOS DE oração QUE A IGREJA NUNCA DEVERIA FAZER

1. A oração sem fé - ela invalida a Palavra de DEUS. Tg 1.6
2. A oração sem humildade - oração de revolta. oração ou afronta?
2.1 ela despreza a vontade de DEUS, Mt 6.10
2.2 ela insulta a DEUS
2.3 ela cega a mente do crente, impedindo de discernir a vontade de DEUS,
Rm 8.28
3. A oração sem reverencia - ela afasta a presença de DEUS
4. A oração sem temor e unção do ESPÍRITO.

IV. VOCÊ SABIA QUE DEIXAR DE ORAR É UM PECADO?

1. Leia I Samuel 12.23
2. Deixar de orar é pecado de desobediência, I Ts 5.17; Lc 18.1
3. Deixar de orar é um pecado de desprezo da alma para com DEUS
4. Deixar de orar é um convite a viver em incredulidade
5. Deixar de orar é perder a chave que a abre o Celeiro de DEUS
6. Deixar de orar é a maneira mais perfeita de afastar-se de DEUS
7. Deixar de orar significa deixar de abastecer a alma com o gozo do Céu

V. QUE ACONTECE QUANDO A IGREJA DEIXA DE ORAR?

1. O povo de DEUS começa a experimentar escassez, Mt 6.11
2. Muitos dentre o povo de DEUS morrem prematuramente, II Cr 16.12,13
3. Muitos que estão prestes a morrer alcançam sua cura, Is 38.1
4. A Obra de DEUS sofre e se debilita, II Cr 7.14
5. A salvação de almas pode ser reduzida
6. Se a Igreja deixa de orar, suas prioridades mudam (passatempos/piadas/tv/lazer)

VI. QUE ACONTECEU QUANDO A IGREJA PRIMITIVA OROU?

1. Aconteceu um grande Movimento, At 4.31

1.a na casa:   Moveu-se o lugar em que estavam reunidos
1.b nos corações dos crentes:   Todos foram cheios do espírito SANTO
1.c na Cidade:   Anunciavam com ousadia a palavra de DEUS

2. Aconteceu um grande livramento, At 12.5-17

2.a Essa oração atraiu os anjos
2.b Essa oração cegou e imobilizou os guardas da prisão
2.c Essa oração abriu as portas do cárcere

3. Aconteceu um avivamento missionário

3.a Eles serviam, jejuavam e oravam
3.b O  Senhor levantou os primeiros missionários
3c. A Obra missionária nunca mais terminou

 

 

A PRÁTICA NA ORAÇÃO:

1. Definição 

A prática da oração é a arte de entrar no SANTO dos Santos e de se colocar na presença do próprio DEUS em espírito, por meio da fé, valendo-se do sacrifício de CRISTO, e falar com DEUS com toda liberdade por meio da palavra audível ou silenciosa.

Conforme esta definição, qual o pré-requisito para orar?

2. Resultados da oração 

A oração é um instrumento pelo qual confessamos duas coisas ao mesmo tempo: a estreiteza de nossos recursos e a extrema largueza dos recursos de poder e do amor de DEUS. A prática da oração é um dos mais extraordinários meios de graça de que o homem pode dispor.

Descubra nos textos três efeitos distintos da oração em nossa vida. Tome nota.

Fp 4.6-7                                       Mt 7.7-8 e Tg 5.16b
Tg 4.2-3, 1 Pe 3.7 e Pv 28.9

Podemos verificar que a oração produz resultados psicológicos (paz de espírito, tranquilidade), espirituais (maior sentido de vida) e concretos (atendimento real do pedido feito).

3. Elementos da oração 

A maior parte de nossas orações são de súplica. Não deveria ser assim. No contexto bíblico, a oração tem pelo menos seis elementos. Eles não precisam estar presentes numa única prece, mas devem ser lembrados sempre.

Descubra quais são esses elementos, verificando os textos indicados.

2 Cr 7.3                        Sl 103.2
Sl 51.1-9                       1 Sm 1.15
Tg 5.16 e Mt 5.44                  Jr 33.3 e Mt 7.7

4. O sim e o não 

DEUS diz sim a muitas de nossas orações. É animador listar os sins de DEUS nas orações contidas na história bíblica. Veja alguns exemplos. Escreva os nomes dos personagens e seus pedidos, de acordo com as referências.

Gn 25.21                      Êx 2.23-25
Jz 13.8-9                      2 Rs 20.5
Lc 1.13                         At 10.4

Mas DEUS diz não também a não poucas orações, mesmo que elas sejam proferidas por pessoas de caráter e de fé. Leia estes textos e anote da mesma maneira.

Dt 3.23-27                     2 Sm 12.15-20
2 Co 12.7-9

5. Oração e ação 

Lutero dizia: “É preciso orar como se todo trabalho fosse inútil e trabalhar como se todo orar fosse em vão”. É o que acontece do início ao fim do livro de Neemias. Você ficará impressionado ao procurar as passagens que descrevem como ele conciliava oração e ação (Ne 1.4; 2.4-5; 4.4-6; 4.9; 6.9 e assim por diante). Sublinhe o que encontrar em sua própria Bíblia e tire suas conclusões.

6. Frequência da oração 

Pense por um momento: Você ora todos os dias? Quantas vezes? Na hora de levantar e de deitar ou às refeições? Somente em caso de doença ou morte? Leia as passagens abaixo e anote os períodos de oração que elas sugerem.

Sl 55.17 e Dn 6.10                  Lc 6.12
Ne 2.4 e Lc 22.44                1 Ts 5.17

Porque a oração é de grande importância e porque o homem é naturalmente indisciplinado, é bom que haja algum horário fixo de oração. O que não dispensa o “orai sem cessar”, que é a manutenção do espírito de oração em todos os momentos e circunstâncias, que caracteriza a nossa total dependência de DEUS.

7. Sugestões 

1) Antes de orar, pare e pense um pouco em DEUS e seus atributos. Com certeza, você iniciará sua oração da maneira correta: com uma palavra de adoração que partirá do fundo da alma.

2) Lembre-se de que a oração não substitui a leitura da Bíblia. As duas práticas são essenciais para o seu crescimento na vida cristã. Sem a Bíblia, as orações podem tornar-se sem conteúdo, egoístas e até mesmo erradas (Tg 4.3).

3) Tente “balancear” suas orações com adoração, ações de graça, confissão, extravasamento, intercessão e súplica.

4) Peça sem constrangimento. Não é necessário substituir a súplica pelo louvor. É DEUS quem abre a porta da oração e diz: “Pede-me”. Mas não peça apenas saúde, cura física, sucesso, prosperidade, felicidade. Ore por virtudes e valores espirituais. Insista até obter resposta.

5) Reserve horários especiais no dia para oração, sem deixar de aplicar o “orai sem cessar”.

8. Oração 

Senhor DEUS, obrigado por ter acesso a ti pela oração. Ensina-me a orar.
Ajuda-me a orar mais.

Amém. 

Extraído Revista Ultimato 269

 

 

SÍNTESE DO TÓPICO I - Os detalhes da parábola não são o principal a ser entendido, mas sim sua mensagem central.

SÍNTESE DO TÓPICO II - Além da perseverança na oração e na fé, a parábola destaca a bondade, a justiça e o fato de que DEUS assume as causas dos menos favorecidos.

SÍNTESE DO TÓPICO III - A parábola ensina que a oração, a perseverança e a fé, evidenciadas na atitude da viúva, são marcas que devem ser encontradas em todo discípulo de JESUS.

SUBSÍDIO EXEGÉTICO TOP1
“A Parábola do Juiz e da Viúva enfoca a oração persistente. Claro que JESUS não está ensinando que DEUS é como um juiz injusto. A parábola é dita num estilo ‘quanto mais’. Se um homem iníquo finalmente responde os clamores de uma viúva, quanto mais um DEUS justo ouvirá as orações dos seus filhos.
“A parábola fala sobre uma situação da vida real. O juiz não tem reverência a DEUS ou respeito pelos direitos das pessoas. Uma viúva pobre envolvida num processo na mesma cidade pleiteia com o juiz insensível para decidir em favor dela contra um adversário (v.3). Por um longo tempo ele não faz nada, ignorando os clamores por justiça. Como outras viúvas naquela sociedade, ela é impotente e entre a mais vulnerável das pessoas. Ela é dependente dos outros para cuidar dela” (ARRINGTON, F. L. In ARRINGTON, French L.; STRONDAD, Roger (Eds.). Comentário Bíblico Pentecostal. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2003, p.435).

 

SUBSÍDIO PRÁTICO-TEOLÓGICO TOP2
“A aplicação é clara e simples. Uma viúva pode obter justiça de um juiz que não teme a DEUS e não tem nenhuma consideração pelos seus semelhantes, simplesmente pela sua vinda contínua. Quanto mais deveria um cristão ter fé e crer que um DEUS justo, bom e amoroso responderá as suas orações, embora Ele possa demorar – ou seja, embora às vezes pareça que a resposta demora! Depressa, lhes fará justiça, ou seja, subitamente, inesperadamente, mas não necessariamente quando eles pensam que a resposta deve vir” (CHILDERS, Charles. Comentário Bíblico Beacon. Vol.6. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2006, p.467).

 

CONHEÇA MAIS - TOP2 - *O Cuidado de DEUS com as Viúvas
“DEUS é o socorro e o auxílio [das viúvas]: Dt 10.18; Sl 68.5; 146.9; Pv 15.25. DEUS tem expectativa que o seu povo cuide das viúvas (Is 10.2; Jr 7.6), principalmente os juízes e líderes e DEUS apresenta o seu testemunho contra os opressores das viúvas (Ml 3.5). A trilogia de ‘viúvas, orfãos e estrangeiros’ é uma descrição-padrão das pessoas que estão em situação vulnerável.” Para conhecer mais leia Compreendendo todas as Parábolas de JESUS, CPAD, p.630.

 

SUBSÍDIO DEVOCIONAL TOP3
“JESUS ensina uma importante lição a respeito da oração, nas parábolas do amigo importuno e do juiz injusto. Ambas ilustram a frequentemente citada promessa de JESUS: ‘Pedi e dar-se-vos-á; buscai, e encontrareis; batei, e abrir-se-vos-á. Porque aquele que pede, recebe; e o que busca, encontra; e, ao que bate, se abre’ (Mt 7.7,8; veja Lc 11.9,10).
“Os três imperativos em Mateus 7.7 (‘pedi’, ‘buscai’ e ‘batei’) são verbos que originalmente estão no presente ativo. Por conseguinte, o sentido dessa passagem é: ‘Continuai pedindo, até receberdes; continuai buscando, até encontrardes; continuai batendo, até que vos seja aberta a porta’. Muito diferente da incredulidade, a importunação e a persistência demonstram a firme determinação de se alcançar um fim desejado, ao mesmo tempo que evidenciam a fé que prevalece contra todos os obstáculos” (BICKET, Zenas J.; BRANDT, Robert L. Teologia Bíblica da Oração. 6ª reimpressão. Rio de Janeiro: CPAD, 2006, p.206).

 

PARA REFLETIR - A respeito de “Perseverando na Fé”, responda:
O que devemos levar em conta na interpretação dessa parábola?
Devemos levar em conta o propósito que levou JESUS a contar essa parábola.
Segundo a lição, é necessário interpretar, ao pé da letra, cada detalhe das parábolas?
Não é preciso interpretar, ao pé da letra, cada detalhe de todas as parábolas.
Qual foi a decisão inédita tomada pela viúva da parábola?
Ela toma uma decisão inédita, pois não escolhe advogados (talvez sua condição nem o permitisse), nem defensores públicos, mas contra o costume de seu ambiente, decide apresentar, pessoalmente, a instância ao juiz.
Qual é o elemento de contraste dessa parábola?
O juiz de nossa parábola é iníquo, injusto; DEUS, a quem servimos, por outro lado, é justo. Nisto consiste o elemento de contraste dessa parábola.
O último tópico da lição destaca três coisas que, segundo a parábola, não devem faltar na vida do cristão. Quais são elas?
Oração, perseverança e fé.

 

CONSULTE - Revista Ensinador Cristão - CPAD, nº 76, p38.

 

AJUDA BIBLIOGRÁFICA

Teologia Sistemática de Charles Finney

BÍBLIA ILUMINA EM CD - BÍBLIA de Estudo NVI EM CD - BÍBLIA Thompson EM CD.

Bíblia de estudo - Aplicação Pessoal.
CPAD - http://www.cpad.com.br/ - Bíblias, CD'S, DVD'S, Livros e Revistas. BEP - Bíblia de Estudos Pentecostal.

Conhecendo as Doutrinas da Bíblia - Myer Pearman - Editora Vida

Comentário Bíblico Beacon, v.5 - CPAD.

CRISTOLOGIA - A doutrina de JESUS CRISTO - Esequias Soares - CPAD

Dicionário Bíblico Wycliffe - CPAD

GARNER, Paul. Quem é quem na Bíblia Sagrada. VIDA

http://www.gospelbook.net, www.ebdweb.com.br, http://www.escoladominical.net, http://www.portalebd.org.br/, Bíblia The Word.

O Novo Dicionário da Bíblia - J.D.DOUGLAS.
Peq.Enc.Bíb. - Orlando Boyer - CPAD

Revista Ensinador Cristão - CPAD.
STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.

Teologia Sistemática Pentecostal - A Doutrina da Salvação - Antonio Gilberto - CPAD

Teologia Sistemática - Conhecendo as Doutrinas da Bíblia - A Salvação - Myer Pearman - Editora Vida

Teologia Sistemática de Charles Finney

HOUAISS, Antônio. Dicionário da Língua Portuguesa. OBJETIVA.
Levítico - introdução e comentário - R.K.Harrinson - Série Cultura Bíblica - Sociedade Religiosa Edições Vida Nova - São Paulo - SP

Guia Básico de Interpretação da Bíblia - CPAD

Pequeno Atlas Bíblico - CPAD Hermenêutica Fácil e Descomplicada - CPAD


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REVISTA, LIÇÃO 13 NA ÍNTEGRA

 

Escrita Lição 13, CPAD, Perseverando Na Fé Em CRISTO, 1Tr25, Com. Extras Pr Henrique, EBD NA TV

Para nos ajudar PIX 33195781620 (CPF) Luiz Henrique de Almeida Silva

 

ESBOÇO DA LIÇÃO 13, 1Tr25

I – DIANTE DAS HERESIAS É PRECISO PERSEVERANÇA

1. Os falsos mestres  

2. A experiência apostólica (vv.10,11)  

3. Entendendo o “querer” (v.12)  

4. Características dos enganadores (v.13) 

II – APRENDENDO, SENDO INTEIRADO E SABENDO

1. De quem Timóteo aprendeu as Sagradas Letras? (v. 14)     

2. Permanecendo firme nas Sagradas Letras (v.15)

3. A Bíblia é divinamente inspirada  

III – TENDO AS ESCRITURAS COMO O FUNDAMENTO

1. A autoridade apostólica  

2. Abrangência   

3. O manual de DEUS (vv. 16b,17)   

 

TEXTO ÁUREO

“E temos, mui firme, a palavra dos profetas, à qual bem fazeis em estar atentos, como a uma luz que alumia em lugar escuro, até que o dia esclareça, e a estrela da alva apareça em vosso coração.”  (2 Pe 1.19)

 

VERDADE PRÁTICA

A Bíblia Sagrada é o único instrumento moral e espiritual estabelecido por DEUS para aferir a nossa conduta diante do Criador, da sociedade, da pátria e da família.

 

LEITURA DIÁRIA

Segunda - Êx 5.1 A expressão "assim diz o SENHOR" é o selo da autoridade da Bíblia

Terça - Mc 7.13 As Escrituras Sagradas são a Palavra de DEUS

Quarta - Jo 10.35 O Senhor JESUS, a maior autoridade no céu e na terra, disse que a Bíblia é inerrante

Quinta - Hb 4.12 A Palavra de DEUS é poderosa para alcançar o mais íntimo do ser humano

Sexta - 1 Pe 1.25 A validade da Palavra de DEUS é para sempre

Sábado - 2 Pe 1.20,21 A Bíblia Sagrada foi produzida por homens movidos pelo ESPÍRITO SANTO

 

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE - 2 Timóteo 3.10-17

10 - Tu, porém, tens seguido a minha doutrina, modo de viver, intenção, fé, longanimidade, amor, paciência,

11 - perseguições e aflições tais quais me aconteceram em Antioquia, em Icônio e em Listra; quantas perseguições sofri, e o Senhor de todas me livrou.

12 - E também todos os que piamente querem viver em CRISTO JESUS padecerão perseguições.

13 - Mas os homens maus e enganadores irão de mal para pior, enganando e sendo enganados.

14 - Tu, porém, permanece naquilo que aprendeste e de que foste inteirado, sabendo de quem o tens aprendido.

15 - E que, desde a tua meninice, sabes as sagradas letras, que podem fazer-te sábio para a salvação, pela fé que há em CRISTO JESUS.

16 - Toda Escritura divinamente inspirada é proveitosa para ensinar, para redarguir, para corrigir, para instruir em justiça,

17 - para que o homem de DEUS seja perfeito e perfeitamente instruído para toda boa obra.

 

Hinos Sugeridos:  322, 456, 505 da Harpa Cristã

 

PLANO DE AULA

1. INTRODUÇÃO

Ao longo deste trimestre estudamos as principais heresias que ameaçam a identidade da Igreja de CRISTO, mostrando seus enganos e, frontalmente, as respostas bíblicas que as contrapõem. Na presente lição, a última deste trimestre, vamos refletir a respeito da perseverança que devemos demonstrar com a fé que herdamos. Como cristãos, somos herdeiros do cristianismo bíblico e histórico.   

2. APRESENTAÇÃO DA LIÇÃO

A) Objetivos da Lição: I) Mostrar que diante das heresias é preciso ter perseverança; II) Enfatizar a necessidade de sempre aprender com a Palavra de DEUS; III) Considerar as Escrituras como o fundamento da vida cristã.

B) Motivação: Na fé cristã, a fonte de autoridade é a Bíblia, a Palavra de DEUS. Nesse aspecto, a Palavra de DEUS é documento final em matéria de doutrina e valores que devem nortear a vida do crente. O que faz, do ponto de vista histórico, uma igreja não se tornar herege é a perseverança em ter a Bíblia como suficiente e autoritativa em nossas vidas.     

C) Sugestão de Método: Estamos encerrando mais um trimestre. Antes de iniciar a exposição desta última lição, sugerimos que você faça uma breve revisão dos principais temas que estudamos ao longo do trimestre. É muito importante que contextualizemos os nossos alunos a respeito do assunto geral do trimestre. Cada lição se encontra dentro de um tema principal que é o fenômeno da nova aparência de antigas heresias. Após a revisão, inicie o conteúdo desta semana.

3. CONCLUSÃO DA LIÇÃO

A) Aplicação: A Palavra de DEUS é um guia seguro para as nossas vidas. Trata-se, portanto, de um livro que revela a vontade de DEUS para a nossa. Por isso, quem tem a Bíblia como a bússola de sua vida não cairá nos caminhos heterodoxos das mais diversas heresias que atuam em nossos dias.

4. SUBSÍDIO AO PROFESSOR

A) Revista Ensinador Cristão. Vale a pena conhecer essa revista que traz reportagens, artigos, entrevistas e subsídios de apoio à Lições Bíblicas Adultos. Na edição 100, p.42, você encontrará um subsídio especial para esta lição.

B) Auxílios Especiais: Ao final do tópico, você encontrará auxílios que darão suporte na preparação de sua aula: 1) O texto "Tempos difíceis para o cristão", logo após o primeiro tópico, destaca o contexto de falsos ensinos contra os quais o cristão perseverante terá que lutar; 2) O texto "O que Significa Dizer que DEUS Inspirou a Bíblia?", ao final do terceiro tópico, aprofunda a característica autoritativa da Bíblia como Palavra de DEUS.

 

PALAVRA-CHAVE - PERSEVERANÇA

 

COMENTÁRIO – INTRODUÇÃO 

As religiões mundiais e os movimentos dissidentes delas possuem diversos escritos sagrados. No Cristianismo, a fonte de autoridade é a Bíblia Sagrada. A autoridade bíblica deriva sua origem em DEUS, o que nos permite chamar a Bíblia de a Palavra de DEUS. Isso encerra a superioridade das Escrituras como plena e total garantia de infalibilidade, mas não falta quem indevidamente reivindica essa mesma autoridade ou até mais que as Escrituras.

 

I – DIANTE DAS HERESIAS É PRECISO PERSEVERANÇA

1. Os falsos mestres  

As duas epístolas a Timóteo, classificadas com justiça como “Epístolas Pastorais” juntamente com a epístola a Tito, destacam-se também pelo seu caráter apologético. São refutações às heresias contra as “fábulas ou as genealogias intermináveis” (1 Tm 1.4; 4.7; Tt 3.9), e a expressão, “falsamente chamada ciência” (1 Tm 6.20), sem dúvida, é um combate ao pensamento gnóstico, que começou a surgir e chegou ao ápice no século 2. Irineu de Lião (135-204) combateu o tal sistema em sua obra Contra as Heresias. O apóstolo Paulo está combatendo dois principais grupos heréticos em sua geração: os gnósticos de sua geração, como combateu as heresias judaicas, também de sua época, os falsos “doutores da lei” (1 Tm 1.7), da “circuncisão” (Tt 1.10) e as “fábulas judaicas” (Tt 1.14).

 

2. A experiência apostólica (vv.10,11)  

O apóstolo elogia a perseverança de Timóteo na fé e na doutrina em tempos tão difíceis (v. 10). As perseguições são uma referência à experiência da primeira viagem missionária juntamente com Barnabé (At 13.8-12,50; 14.5-7,19). É verdade que Timóteo se integrou à comitiva de Paulo em Listra na sua segunda viagem missionária (At 16.1-3). Isso aconteceu depois dessas perseguições, e Timóteo, nessa época, ainda não fazia parte da comitiva paulina, contudo deve ter sido testemunha ocular de algumas dessas perseguições, pois vivia na região e a sua mãe era crente, sem dúvida, membro da igreja.

 

3. Entendendo o “querer” (v.12)           

O verbo “querer” em “todos os que piamente querem viver em CRISTO JESUS padecerão perseguições” é mais que um simples desejo, mas uma resolução, ou seja, um propósito de coração, é uma vida com propósito. Sofrer pela causa do Evangelho é motivo para glorificar a DEUS “porque sobre vós repousa o ESPÍRITO da glória de DEUS” (1 Pe 4.14). É isso que DEUS espera de cada um de nós na atualidade.

 

4. Características dos enganadores (v.13)     

 

O termo usado pelo apóstolo para “enganadores” ou “impostores” é goēs, uma palavra que aparece uma só vez no Novo Testamento e nenhuma na Septuaginta, usado na antiga literatura grega como “embusteiro, impostor, feiticeiro, charlatão, encantador”, então, essas pessoas denunciadas por Paulo pertencem ao campo religioso. Isso indica que o apóstolo está se referindo a ensinadores e doutrinadores de mentiras, a falsos mestres, em nada diferem dos falsos doutores. Nenhum deles teve futuro promissor (2 Pe 2.1-3).

 

SINÓPSE I - A perseverança na fé e na doutrina é fundamental diante das heresias.

 

AUXÍLIO BIBLIOLÓGICO

“TEMPOS DIFÍCEIS PARA O CRISTÃO

[...] 3.13 - Não espere que os falsos mestres e as pessoas más mudem de comportamento sozinhos. Deixados a sós, eles irão de mal a pior. Se tiver oportunidade, corrija-os de modo que os conduza de volta à fé em CRISTO. Lute pela verdade, especialmente para proteger os cristãos mais jovens.

3.14 - Cercado pelos falsos mestres e pelas inevitáveis pressões de um ministério crescente, Timóteo poderia facilmente ter abandonado a sua fé ou modificado a sua doutrina. Uma vez mais Paulo aconselhou Timóteo a olhar para seu passado e a permanecer nos ensinos básicos a respeito de JESUS, que são eternamente verdadeiros. Como Timóteo, estamos cercados de falsos ensinos. Mas não devemos permitir que a nossa sociedade distorça ou coloque empecilhos à eterna verdade de DEUS. Dedique diariamente um tempo para refletir sobre o fundamento de sua fé cristã, encontrado na Palavra de DEUS, que são as grandes verdades que edificam sua vida” (Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2013, pp.1715).

 

II – APRENDENDO, SENDO INTEIRADO E SABENDO

1. De quem Timóteo aprendeu as Sagradas Letras? (v. 14)        

O contexto em 2 Timóteo 3.10-17 mostra que a fonte de autoridade do aprendizado de Timóteo são “as sagradas letras”, as Escrituras Sagradas, que são inspiradas por DEUS. Interessante que no versículo 14 o apóstolo emprega o pronome relativo, “de quem”, em “sabendo de quem o tens aprendido”, no plural grego, tinōn, literalmente ,“dos quais”, isso permite as seguintes traduções: “Você sabe quem foram os seus mestres na fé cristã” (NTLH); “pois conhece aqueles de quem aprendeu” (NVT); “confiar naqueles de quem você aprendeu” (NBV). Desde a infância (v. 15) seria uma referência natural à sua mãe Eunice e à sua avó Loide (2 Tm 1.5) e ao próprio apóstolo Paulo (2 Tm 2.2).

 

2. Permanecendo firme nas Sagradas Letras (v.15)

Timóteo é exortado a permanecer firme “naquilo que aprendeu” e que “acredita”, ou de “que foste inteirado” por duas razões principais: a) porque sabia de quem tinha aprendido; b) porque são as “sagradas letras”, os escritos sagrados, a Bíblia. O que ele aprendeu de sua mãe e de sua avó era uma herança espiritual muito útil para o exercício de seu ministério sob orientação paulina. Aprendemos com isso a importância da educação nos caminhos do Senhor desde a infância no lar (Dt 6.4-8; Pv 22.6). O ensino cristão deve começar em casa, no lar (Dt 6.6-9). A igreja, por meio da Escola Bíblica Dominical, apoia e complementa essa formação. Esse princípio vale para os nossos dias.

 

3. A Bíblia é divinamente inspirada  

Está escrito que “toda a Escritura é inspirada por DEUS” (v.16 - NAA). O termo grego theopneustos, “inspirada por DEUS, divinamente inspirada”, vem das palavras Theos, “DEUS”, e pneo, “respirar, soprar”. É oportuno saber a abrangência da inspiração do texto sagrado “toda Escritura” e, também, seus autores humanos, pois, “os homens santos de DEUS falaram inspirados pelo ESPÍRITO SANTO” ou: “movidos pelo ESPÍRITO SANTO” (2 Pe 1.21 – TB, NAA). Esse caráter especial e único da “palavra dos profetas” a torna única no gênero. Ela pode fazer qualquer pessoa sábia para a salvação em JESUS e é proveitosa para ensinar, repreender, corrigir, instruir em justiça (vv.15-17). Nenhuma literatura no mundo possui essa prerrogativa.

 

SINÓPSE II - Quem aprende da Palavra de DEUS persevera e permanece na verdade.

 

III – TENDO AS ESCRITURAS COMO O FUNDAMENTO

1. A autoridade apostólica  

A Igreja se submete inquestionavelmente à autoridade dos apóstolos do Novo Testamento. Sabemos que essa é a vontade de DEUS. Se os Evangelhos de Mateus e Lucas, ou pelo menos um deles, são colocados no mesmo nível do Antigo Testamento (1 Tm 5.18; Dt 25.4; Mt 10.10; Lc 10.7), e da mesma forma as epístolas paulinas (2 Pe 3.15,16), isso é uma forma de reconhecer definitivamente o Novo Testamento como Escritura inspirada. Assim, todos os livros da Bíblia têm o mesmo grau de inspiração e a mesma autoridade; logo, devemos dar a mesma atenção e credibilidade tanto aos profetas do Antigo Testamento como aos apóstolos do Novo.

 

2. Abrangência   

Em muitas passagens no Novo Testamento, o termo “Escritura” ou no plural, “Escrituras”, se refere ao Antigo Testamento algumas dezenas de vezes (Mt 21.42; Mc 12.10; Lc 24.27; Jo 2.22; 5.39). Mas o contexto da expressão paulina “toda Escritura é inspirada por DEUS” não se restringe apenas ao Antigo Testamento e sabemos disso porque a intenção do ESPÍRITO SANTO é mostrar que se trata de todos os 66 livros da Bíblia: “para que vos lembreis das palavras que primeiramente foram ditas pelos santos profetas e do mandamento do Senhor e Salvador, mediante os vossos apóstolos” (2 Pe 3.2), Antigo e Novo Testamento.

 

3. O manual de DEUS (vv. 16b,17)   

Além de ser valiosa para os quatro propósitos pastorais: a Bíblia é “proveitosa para ensinar, para redarguir (contradizer os falsos mestres), para corrigir, para instruir em justiça”, não somente para os obreiros, mas para equipar qualquer pessoa que leia as Escrituras para “toda a boa obra” (v.17). Estaríamos à deriva no mundo sem essas palavras, pois elas nos levam à luz de CRISTO (Sl 119.105).

 

SINÓPSE III - Toda a Palavra de DEUS é autoritativa e regra fundamental para a nossa vida.

 

AUXÍLIO BIBLIOLÓGICO

“O QUE SIGNIFICA DIZER QUE DEUS INSPIROU A BÍBLIA?

Dizer que DEUS inspirou a Bíblia equivale a dizer que o ESPÍRITO SANTO motivou e supervisou, de forma sobrenatural, aqueles que receberam as profecias e revelações apostólicas, em todo o processo de redação de seus livros escriturais. Muitos outros livros têm coautores, de modo que não precisamos imaginar que as Escrituras tenham que ser uma produção humana ou divina. As Sagradas Escrituras originaram-se, não da vontade de seus autores humanos, mas da vontade do DEUS ESPÍRITO SANTO (2 Pe 1.20,21). Os autores bíblicos afirmaram mais de três mil vezes ter recebido as suas mensagens do Senhor. DEUS, o ESPÍRITO SANTO, “inspirou” (soprou ou originou) as Escrituras, por intermédio de autores humanos (2 Tm 3.16).

DEUS preparou estes porta-vozes conscientes, ativamente proféticos e apostólicos (e seus secretários) providencialmente, por sua hereditariedade, por seu caráter, pelo vocabulário que usavam e pelo seu estilo de escrita. No momento apropriado, em todos os processos da escrita, eles foram “inspirados pelo ESPÍRITO SANTO” (2 Pe 1.21). Este significado técnico da inspiração não se aplica a nenhuma suposta revelação fora da Bíblia, ou a qualquer literatura que possa, de uma maneira geral, ser considerada inspirada” (Bíblia de Estudo Apologética Cristã. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2017, p.1930).

 

CONCLUSÃO

A Bíblia é um guia seguro para toda a humanidade, e não somente para a Igreja. Ela é a única revelação de DEUS escrita para o ser humano e a fonte de autoridade espiritual para aferir a nossa conduta diante de DEUS, da sociedade e da família. Trata-se de uma orientação segura para a vida humana, a nação de Israel e a Igreja, bem como as exortações para o mundo, incluindo o aspecto político, social e religioso das nações.

 

REVISANDO O CONTEÚDO

1. Quais os dois principais grupos heréticos que o apóstolo Paulo combatia?

O apóstolo Paulo está combatendo dois principais grupos heréticos em sua geração: os gnósticos de sua geração, como combateu as heresias judaicas, também de sua época, os falsos “doutores da lei” (1 Tm 1.7), da “circuncisão” (Tt 1.10) e as “fábulas judaicas” (Tt 1.14).

2. Qual a fonte de autoridade do aprendizado de Timóteo?

A fonte de autoridade do aprendizado de Timóteo são “as sagradas letras”, as Escrituras Sagradas, que são inspiradas por DEUS.

3. Onde deve começar o ensino cristão?

O ensino cristão deve começar em casa, no lar (Dt 6.6-9).

4. Qual a abrangência da inspiração do texto sagrado?

Antigo e Novo Testamento.

5. Como estaríamos no mundo sem a Bíblia?

Estaríamos à deriva no mundo sem essas palavras, pois elas nos levam à luz de CRISTO (Sl 119.105).