Escrita Lição 13 Betel, O Filho de DEUS e a Vida Eterna – A Eterna Promessa da Salvação, 3Tr25, Com. Extras Pr. Henrique, EBD NA TV
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Silva
EBD, Editora Betel | 3° Trimestre De
2025 | TEMA: JESUS CRISTO, O FILHO DE DEUS: A verdade que
Transforma Milagres, Ensinamentos e a Promessa da Vida eterna no Evangelho de
João | Escola Bíblica Dominical
Escrita https://ebdnatv.blogspot.com/2025/09/escrita-licao-13-betel-o-filho-de-deus.html
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ESBOÇO DA LIÇÃO
1- NO FILHO DE DEUS ESTÁ A VIDA
1.1. Sentidos da palavra vida no NT
1.2. O efeito do pecado
1.3. O Filho de DEUS veio para dar vida
2- A VIDA ETERNA COM CRISTO
2.1. Crer em JESUS CRISTO
2.2. Receber a Palavra de DEUS
2.3. A relevância de praticar a Palavra de DEUS
3- A ESPERANÇA DOS SALVOS
3.1. A Esperança que impulsiona o discípulo
3.2. A dimensão futura da vida eterna
3.3. Estar onde JESUS CRISTO está
TEXTO ÁUREO
“Porque, como o Pai tem a vida em si mesmo, assim deu também ao
Filho ter a vida em si mesmo”, João 5.26.
VERDADE APLICADA
Permaneçamos em CRISTO, pois somente Ele tem as palavras de Vida
Eterna.
OBJETIVOS DA LIÇÃO
- Reconhecer que a Vida Eterna é mediada por CRISTO, o Autor
da Salvação.
- Compreender que não sabemos quando CRISTO virá, mas devemos estar
atentos.
- Reiterar que a vida eterna proporciona a entrada do crente na presença
de DEUS.
TEXTOS DE REFERÊNCIA – João 17.1-5, 11
1 JESUS falou assim, e, levantando seus olhos ao céu, disse: Pai, é
chegada a hora; glorifica a teu Filho, para que também o teu Filho te
glorifique a ti,
2 Assim como lhe deste poder sobre toda carne, para que dê a vida eterna a
todos quantos Lhe deste.
3 E a vida eterna é esta: que conheçam a ti só por único DEUS verdadeiro e a JESUS
CRISTO, a quem enviaste.
4 Eu glorifiquei-te na terra, tendo consumado a obra que me deste a fazer.
5 E agora glorifica-me tu, ó Pai, junto de ti mesmo, com aquela glória que
tinha contigo antes que o mundo existisse.
11 E eu já não estou mais no mundo; mas eles estão no mundo, e eu vou para ti.
Pai santo, guarda em teu nome aqueles que me deste, para que sejam um, assim
como nós.
LEITURAS COMPLEMENTARES
SEGUNDA | Jo 10.9 JESUS é a Porta para a Eternidade.
TERÇA | Jo 3.16 O amor de DEUS nos concede a Vida Eterna.
QUARTA | Ef 2.6 Ressuscitado em JESUS CRISTO.
QUINTA | 1Jo 2.25 A morte não é o fim.
SEXTA | Rm 6.23 Quem aceitar JESUS viverá para sempre.
SÁBADO | Jo 6.40 Quem crê no Filho tem a Vida Eterna.
HINOS SUGERIDOS: 90, 118, 209
MOTIVO DE ORAÇÃO - Ore para que alcancemos a Vida Eterna reservada
aos justos.
PONTO DE PARTIDA: O Filho de DEUS nos concede a Vida Eterna.
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SUBSÍDIOS EXTRAS – REVISTAS ANTIGAS E LIVROS
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VIDA - ζωη zoe
1) vida
1a) o estado de alguém que está cheio de vitalidade ou é animado
1b) toda alma viva
2) vida
2a) da absoluta plenitude da vida, tanto em essência como eticamente, que pertence a DEUS e, por meio dele, ao “logos” hipostático e a CRISTO, em quem o “logos” assumiu a natureza humana
2b) vida real e genuína, vida ativa e vigorosa, devota a DEUS, abençoada, em parte já aqui neste mundo para aqueles que colocam sua confiança em CRISTO, e depois da ressurreição a ser consumada por novas bênçãos (entre elas, um corpo mais perfeito) que permanecerão para sempre.
ETERNA - αιωνιος aionios
1) sem começo e nem fim, aquilo que sempre tem sido e sempre será
2) sem começo
3) sem fim, nunca termina, eterno
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Através Da Bíblia Livro Por Livro - Myer Pearlman
O capítulo 17 registra a grande oração intercessória de JESUS. Damos um simples esboço desta oração :
I. Oração por Si Mesmo (vers. 1-5).
1. Pela Sua própria glorificação.
II. Oração pelos Seus discípulos (vers. 6-19).
Pela sua preservação (v. 11).
Pela sua santificação (v. 17).
III. Oração por todos os fiéis (vers. 20-26).
Pela união (vers. 21, 22).
Pela sua presença com Ele (v. 24)
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Teologia Sistemática Pentecostal – CPAD (com algumas alterações e adições do Pr. Henrique)
Cristologia é o estudo que se ocupa dos atributos de CRISTO como DEUS e como Homem, bem como do relacionamento dessas duas naturezas. Nomes e títulos do Senhor JESUS CRISTO e as significações de cada um deles, além das características de sua perfeita humanidade.
Soteriologia
Em Tito 3.5, está escrito: “segundo a sua misericórdia nos salvou”. O verbo está no pretérito: “nos salvou”. Isso nos leva a refletir sobre a certeza dessa gloriosa salvação em CRISTO JESUS. Somos salvos mesmo? Temos visto casos de crentes antigos que descobrem, para a surpresa de muitos, que ainda não eram salvos segundo o evangelho!
Por que as igrejas de Éfeso e Corinto eram tão diferentes? Aos coríntios disse Paulo, inspirado pelo ESPÍRITO SANTO: “Vigiai justamente e não pequeis; porque alguns ainda não têm o conhecimento de DEUS; digo-o para vergonha vossa” (I Co 15.34). Apenas fazer parte de uma congregação formada por salvos não significa ser salvo!
A salvação não é coletiva, e sim individual. Vemos que, no passado, entre o povo de DEUS viveu um povo denominado o “vulgo” (Nm 11.4; Ex 12.38). Esse “vulgo” não era convertido e tornou-se em Israel uma perturbação, uma fonte de fraquezas, de desobediência, de rebeldia e de pecado. Em Lucas 15.8 JESUS contou uma parábola acerca de uma moeda perdida dentro de casa. E no livro de Ezequiel menciona-se uma ovelha “perdida” dentro do rebanho (34.4b). O leitor tem plena convicção da parte de DEUS de que está salvo mesmo, por CRISTO, segundo “o evangelho da vossa salvação”? (Ef 1.3, 13, 2.8; Rm 1.16,17; Tt 3.5).
Em Lucas 9.23, JESUS disse: “E dizia a todos: Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, e tome cada dia a sua cruz, e siga-me”. Observe a parte final do versículo: “e siga-me”. O que significa isso? É perseverar em seguir ao Senhor JESUS; é persistir em seguir os passos dEle. Enfim, implica ser um dos seus discípulos. Na aludida referência, JESUS não falou primeiramente de “vir a mim”, mas “vir após mim”.
O que é ser um discípulo dEle segundo o evangelho? Consideremos o texto de Lucas 14.26,27,33: Se alguém vier a mim e não aborrecer a seu pai, e mãe, e mulher; e filhos, e irmãos, e irmãs, e ainda também a sua própria vida, não pode ser meu discípulo. E qualquer que não levar a sua cruz e não vier após mim não pode ser meu discípulo. Assim, pois, qualquer de vós que não renuncia a tudo quanto tem não pode ser meu discípulo.
Como vemos no texto acima, o Senhor JESUS aplica um tríplice teste pelo qual se confirma um verdadeiro discípulo. Por três vezes, o Mestre disse: “não pode ser meu discípulo”. Somos — eu e o leitor — de fato discípulos de JESUS, ou apenas pensamos que o somos?
O QUE É SALVAÇÃO
O que é a salvação em CRISTO? A palavra “salvação” é de profundo significado e de infinito alcance. Muitos têm uma concepção muito pobre da inefável salvação consumada por JESUS, o que às vezes reflete numa vida espiritual descuidada e negligente, em que falta aquele amor ardente e total por JESUS e a busca constante de sua comunhão.
Salvação é uma milagrosa transformação espiritual, operada na alma e na vida — no caráter — de toda a pessoa que, pela fé, recebe JESUS CRISTO como seu único Salvador pessoal (Ef 2.8,9; 2 Co 5.17; Jo 1.12; 3.5). Observe as afirmações bíblicas “é nova criatura” (conversão) e “tudo se fez novo” (nova vida, novo e íntegro caráter).
Não se trata apenas de livramento da condenação do inferno; a salvação abarca todos os atos e processos redentores, bem como transformadores da parte de DEUS para com o ser humano e o mundo (isto é, a criação), através de JESUS CRISTO, nesta vida e na outra (Rm 13.11 I; Hb 7.25; 2 Co 3.18; Ef 3.19).
Pessoalmente — isto é, em relação à pessoa —, a salvação que CRISTO realiza abrange: a regeneração espiritual do crente, aqui e agora (Tt 3.5; 2 Co 3.18); a redenção do corpo do crente, no futuro (Rm 8.23; I Co 15.44); e a glorificação integral do crente, também no futuro (Cl 3.4; Ef 5.27).
Como receber a salvação. Há três passos necessários para um pecador receber a gloriosa salvação em CRISTO. Primeiro, reconhecer mediante o evangelho que é pecador (Rm 3.23). Segundo, confiar em JESUS como o seu Salvador (Ato 16.31). Terceiro, confessar que o Senhor JESUS é o seu Salvador pessoal, “Visto que... com a boca se faz confissão para a salvação” (Rm 10.10).
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A Oração Intercessória de CRISTO - João 17. 1-5
Com. Bíblico - Matthew Henry (Exaustivo) AT e NT (com algumas alterações e adições do Pr. Henrique)
Aqui temos:
I
As circunstâncias desta oração, v. 1. CRISTO fez muitas orações solenes nos dias da sua carne (às vezes, Ele passava a noite inteira em oração), mas nenhuma das suas orações está registrada de maneira tão completa como esta. Observe:
1. O momento em que Ele fez esta oração. Depois de ter dado o adeus anterior aos seus discípulos, Ele fez esta oração, para que a ouvissem. De modo que: (1) Foi uma oração feita depois de um sermão. Depois de ter falado de DEUS a eles, Ele passou a falar com DEUS, por eles. Observe que nós devemos pregar para aqueles por quem oramos. Aquele que deveria profetizar sobre os ossos secos também deveria orar: “Vem… ó espírito, e assopra sobre estes…”. E a palavra pregada seria objeto de oração, pois DEUS dá o crescimento. (2) Foi uma oração feita depois de uma ordenança para o futuro, uma refeição de aliança, primeiro a última páscoa e depois a primeira santa ceia. Depois que CRISTO e seus discípulos tinham comido juntos a refeição de Páscoa e a Ceia do Senhor, e Ele lhes tinha dado uma exortação adequada, Ele encerrou a solenidade com esta oração, para que DEUS preservasse neles as boas impressões da ordenança. (3) Foi uma oração familiar. Os discípulos de CRISTO eram sua família, e, para dar um bom exemplo aos chefes de famílias, Ele, como filho de Abraão, não somente ensinou sua casa (Gn 18.19), mas, como filho de Davi, abençoou sua casa (2 Sm 6.20), orou por eles e com eles. (4) Foi uma oração de separação. Quando nós e nossos amigos nos separamos, é bom que seja com oração, Atos 20.36. CRISTO estava partindo pela morte, e esta partida deveria ser santificada e suavizada pela oração. Jacó, à morte, abençoou os doze patriarcas. Moisés, à morte, abençoou as doze tribos. Da mesma maneira, aqui JESUS, à morte, abençoou os doze apóstolos e os futuros apóstolos e discípulos de todas as nações. (5) Foi uma oração que era uma introdução ao seu sacrifício, que Ele estava prestes a oferecer na terra, especificando os favores e as bênçãos que deveriam ser comprados pelo mérito da sua morte em benefício daqueles que eram seus, como uma escritura que regulamenta a aplicação de uma multa, dirigindo-a aos propósitos e às intenções pelos quais ela será cobrada. CRISTO orou, então, como um sacerdote, oferecendo sacrifício, em virtude do qual todas as orações devem ser feitas. (6) Foi uma oração que era uma amostra da sua intercessão, a qual Ele vive eternamente fazendo por nós, dentro do véu. Não que no seu estado exaltado Ele se dirija ao seu PAI fazendo uma humilde petição, como quando estava na terra. Não, sua intercessão no céu é uma apresentação do seu mérito ao seu PAI, obtendo o benefício a todos os seus escolhidos.
2. A expressão exterior de fervoroso desejo que Ele usou nesta oração: Ele levantou os olhos ao céu, como tinha feito antes (Jo 11.41). Não que CRISTO precisasse disto para empenhar sua atenção, mas porque Ele se satisfazia, desta maneira, em santificar este gesto àqueles que o usam, e justificá-lo contra aqueles que o ridicularizam. Este gesto significa o levantar da alma a DEUS, na oração, Salmos 25.1. Sursum corda (erguei os corações) era antigamente usado como uma convocação à oração: Levantem os corações, levantem-nos para o céu. Para lá, nós devemos dirigir nossos desejos na oração, e de lá, devemos esperar receber as boas coisas pelas quais oramos.
A primeira parte da oração propriamente dita, na qual CRISTO ora por si mesmo. Observe aqui:
1. Ele ora a DEUS como um PAI: “Levantando os olhos ao céu, disse: PAI”. Observe que, assim como a oração deve ser feita somente a DEUS, também é nosso dever, na oração, considerá-lo como um PAI, e chamá-lo de nosso PAI. Todos os que têm o ESPÍRITO de adoção são ensinados a clamar “Aba, PAI”, v. 25. Pois nos será muito útil na oração, tanto para a orientação quanto para o encorajamento, chamar a DEUS como esperamos encontrá-lo.
2. Ele orou, primeiro, por si mesmo. Embora CRISTO, como DEUS, recebesse orações, CRISTO, como homem, orava. Desta maneira, convinha-lhe cumprir toda a justiça. Foi dito a Ele, assim como é dito a nós: “Pede-me, e eu te darei”, Salmos 2.8. O Senhor precisou pedir a ajuda do PAI em relação àquilo que Ele comprou. E será que nós esperamos conseguir de outra maneira aquilo que nunca merecemos, aquilo a que sem dúvida perdemos o direito, sem sequer orarmos? O fato de que o mensageiro divino, CRISTO, orou várias vezes enquanto cumpria sua missão, correspondendo-se com o Céu, confere honra à oração. Da mesma maneira, isto dá grande incentivo às pessoas que oram, e nos faz esperar que nem mesmo a oração dos desamparados será desprezada. Houve um tempo quando aquele que advoga por nós teve uma causa própria para solicitar, uma grande causa, de cujo sucesso dependia toda a sua honra como Mediador, e isto Ele devia solicitar usando o mesmo método que nos é prescrito, por meio de “orações e súplicas” (Hb 5.7), de modo que Ele conhece o coração de quem suplica (Êx 23.9), Ele conhece o caminho. Observe que CRISTO começou orando por si mesmo, e depois orou pelos seus discípulos. Esta caridade deve começar em casa, embora não deva terminar ali. Nós devemos amar e orar pelos nossos vizinhos, como por nós mesmos, e por isso devemos, de uma maneira adequada, amar e orar por nós mesmos primeiro. CRISTO orou muito menos por si mesmo do que orou pelos seus discípulos. Nossas orações pela igreja não devem ser relegadas para um canto das nossas orações. Ao suplicar por todos os nossos irmãos, os santos, nós temos espaço suficiente para nos expandirmos, e não nos limitarmos. Aqui há duas petições que CRISTO apresenta por si mesmo, e as duas são, de fato, a mesma petição – que Ele pudesse ser glorificado. Mas esta única petição, “glorifica-me”, é apresentada duas vezes, porque tem uma dupla referência. Ao prosseguimento da sua missão: Glorifica-me, para que Eu possa glorificar-te, fazendo o que foi combinado que seria feito, vv. 1-3. E ao cumprimento da sua missão até aqui: Glorifica-me, pois Eu te glorifiquei. Eu fiz minha parte, e agora, Senhor, faz a tua, vv. 4,5.
(1) Aqui CRISTO pede para ser glorificado, para glorificar a DEUS (v. 1): “Glorifica a teu Filho”, de acordo com tua promessa, “para que também o teu Filho te glorifique a ti”, de acordo com seu entendimento. Observe aqui:
[1] O que Ele pede na oração – que Ele possa ser glorificado neste mundo: “‘É chegada a hora’ em que todos os poderes das trevas contribuirão para difamar teu Filho. Agora, PAI, glorifique-o”.
O PAI glorificou o Filho na terra, em primeiro lugar, até mesmo nos seus sofrimentos, pelos sinais e prodígios que os acompanhavam. Quando aqueles que vieram para levá-lo foram atingidos por uma palavra, quando Judas confessou que JESUS era inocente, Herodes e os sacerdotes não viram nele culpa alguma, o declararam justo, quando o sol se escureceu e o véu do Templo rasgou-se em dois, então o PAI não somente justificou, mas glorificou o Filho.
Em segundo lugar, até mesmo pelos seus sofrimentos. Quando Ele foi crucificado, Ele foi magnificado, foi glorificado, Jo 13.31. Foi na cruz que Ele derrotou Satanás e a morte. Seus espinhos formaram uma coroa, e Pilatos, na inscrição acima da sua cabeça, escreveu mais do que pensava, rei dos judeus.
Em terceiro lugar, muito mais depois dos seus sofrimentos. O PAI glorificou o Filho quando o ressuscitou dos mortos, apresentou-o abertamente a testemunhas escolhidas, e derramou o ESPÍRITO para apoiar e defender sua causa, e para estabelecer seu reino entre os homens. É isto o que Ele pede na oração, e insiste.
[2] O que Ele alega para reforçar seu pedido.
Em primeiro lugar, Ele alega o parentesco: “Glorifica a teu Filho”, teu Filho como DEUS, como Mediador. É em consideração a isto que os gentios lhe são dados por herança, pois “tu és meu Filho”, Salmos 2.7,8. O Diabo o tinha tentado a renunciar à sua filiação, com uma oferta dos reinos deste mundo, mas Ele rejeitou a oferta com desdém, e confiou no seu PAI para sua promoção, e aqui se dirige a Ele, para pedir isto. Observe que aqueles que receberam a adoção de filhos podem, com fé, orar pela herança de filhos. Se santificados, então glorificados: “PAI, glorifica a teu Filho”.
Em segundo lugar, Ele alega o tempo: “É chegada a hora”. A ocasião pré-fixada e uma hora designada. A hora da paixão de CRISTO foi determinada no conselho de DEUS. Ele sempre tinha dito que sua hora ainda não era chegada, mas agora ela era chegada, e Ele sabia disto. “O homem não conhece o seu tempo” (Ec 9.12), mas o Filho do homem conhecia o seu. Ele se refere à sua hora como “esta hora” (Jo 12.27), e aqui, “a hora”. Compare com Marcos 14.35; João 16.21. Pois a hora da morte do Redentor, como também a hora do nascimento do Redentor, são as horas mais notáveis, e, sem dúvida, as mais críticas, que jamais houve desde que o relógio do tempo foi colocado em movimento. Nunca houve uma hora como a hora da morte do Salvador, nem qualquer hora jamais provocou reflexões e expectativas tão grandes, e nenhum outro fato, depois dela, será capaz de despertar tamanho interesse.
1. “A hora é chegada, a hora na qual Eu preciso ser reconhecido”. Agora é a hora em que esta grande questão chega a uma crise. Depois de muitos conflitos, agora tem lugar a batalha decisiva entre o céu e o inferno, e a grande causa na qual se iniciam juntas a honra de DEUS e a felicidade do homem agora deve ser vencida ou perdida para sempre. Os dois campeões, Davi e Golias, Miguel e o diabo, agora começam a batalha. Soa a trombeta para uma luta que resultará irremediavelmente fatal, para um ou para o outro. “Agora glorifica a teu Filho, agora da-lhe a vitória sobre os principados e as potestades, agora permite que a ferida no seu calcanhar provoque a ferida na cabeça da serpente, agora permite que teu Filho seja apoiado de modo a não falhar nem ser desencorajado”. Quando Josué saiu conquistando, e para conquistar, está escrito: “O Senhor engrandeceu a Josué”. Da mesma maneira, Ele glorificou ao seu Filho, quando fez da sua cruz sua carruagem triunfal.
2. “É chegada a hora em cujo término Eu espero ser coroado. É chegada a hora em que Eu devo ser glorificado, sentando-me à sua direita”. Entre Ele e esta glória, haveria uma cena sangrenta de sofrimento. Mas, como seria curta, Ele fala como se não se importasse com ela: É chegada a hora em que Eu devo ser glorificado, e Ele não esperava que isto acontecesse antes desta hora e nem podia porque o salário do pecado é a morte (Rm 6.23). Os cristãos fiéis, em uma hora de provação, particularmente na hora da morte, assim podem pedir: “Agora que é chegada a hora, ajude-me, manifeste-se a mim. Agora que o tabernáculo terrestre será desfeito, é chegada a hora em que Eu devo ser glorificado”, 2 Coríntios 5.1.
Em terceiro lugar, Ele apela ao interesse do PAI: “Para que também o teu Filho te glorifique a ti”, pois Ele tinha consagrado toda a sua missão à honra do seu PAI. Ele desejava ser conduzido triunfalmente em meio aos seus sofrimentos à sua glória, para que pudesse glorificar ao PAI de duas maneiras:
1. Pela morte na cruz, que, em breve, Ele iria experimentar. A expressão: “PAI, glorifica o teu nome”, expressava a grande intenção dos seus sofrimentos, que era a de recuperar a honra ferida do seu PAI, entre os homens, e, por meio da sua satisfação, alcançar a glória de DEUS, que o homem, pelo seu pecado, não alcançou: “PAI, reconheça-me nos meus sofrimentos, para que Eu possa lhe honrar através deles”.
2. Pela doutrina da cruz, que agora, em pouco tempo, seria divulgada ao mundo, pela qual o reino de DEUS seria restabelecido entre os homens. Ele ora para que seu PAI honre seus sofrimentos, e os coroe, de modo a não somente remover o escândalo da cruz, mas torná-lo, àqueles que são salvos, a sabedoria de DEUS e o poder de DEUS. Se DEUS não tivesse glorificado a CRISTO crucificado, ressuscitando-o dos mortos, toda a sua missão teria sido esmagada. Por isto, “glorifica-me, para que eu também te glorifique”. Com isto, JESUS nos ensinou:
(1) O que almejar nas nossas orações, em todos os nossos desejos – a honra de DEUS. Se nosso objetivo principal for glorificar a DEUS, outras coisas devem ser procuradas e obtidas através da subordinação e subserviência ao Senhor. “Faça isto e aquilo pelo seu servo, para que seu servo possa lhe glorificar. Dê-me saúde, para que eu possa lhe glorificar com meu corpo, sucesso, para que eu possa lhe glorificar com minha situação social” etc. “Santificado seja o teu nome” deve ser nossa primeira petição, que deve determinar nosso objetivo em todas as outras petições, 1 Pedro 4.11.
(2) Ele nos ensinou o que esperar. Se nós, sinceramente, nos dispusermos a glorificar ao nosso PAI, Ele não deixará de fazer por nós o que é necessário para nos capacitar a glorificá-lo, para nos dar a graça que Ele julgar suficiente, e a oportunidade que Ele julgar conveniente. Mas, se nós, secretamente, honrarmos a nós mesmos mais do que a Ele, é justo que Ele nos abandone aos nossos próprios conselhos, e então, em lugar de honrar a nós mesmos, nos envergonharemos.
Em quarto lugar, Ele apela à sua comissão (vv. 2,3). Ele deseja glorificar ao seu PAI, em conformidade com a comissão que lhe foi dada, e no desempenho dela: “Glorifica a teu Filho, assim como lhe deste poder, glorifica-o na execução dos poderes que lhe deste”, esta é a conexão com a petição. Ou: para que o Filho possa glorificar-te, de acordo com o poder que lhe foi dado, esta é a conexão com o apelo. Agora, veja aqui o poder do Mediador.
a. A origem do seu poder: “Tu lhe deste poder”. Ele tem o poder vindo de DEUS, a quem pertence todo o poder. O homem, na sua condição caída, deve, para recuperar-se, estar sujeito a um novo modelo de governo, que não pode ser erigido senão por uma comissão especial sob o selo do céu, dirigida ao empreendedor deste glorioso trabalho, e que o constitui como único árbitro da grande diferença que havia, e o único fiador da grande aliança que haveria, entre DEUS e o homem. Para este ofício, Ele recebeu seu poder, que deveria ser exercido de uma maneira distinta do seu poder e governo como Criador. Observe que o rei da igreja não é usurpador, como é o príncipe deste mundo. O direito de governar que CRISTO possui é incontestável.
b. A extensão do seu poder: Ele tem “poder sobre toda a carne”. (a) Sobre toda a humanidade. Ele tem poder no mundo dos espíritos, e sobre ele. As forças do mundo superior e invisível se sujeitam a Ele (1 Pe 3.22). Mas, sendo agora o Mediador entre DEUS e o homem, aqui Ele mostra o poder que tem sobre toda a carne. Eles eram homens que Ele deveria alcançar e salvar. Além deles, Ele tinha um remanescente que lhe tinha sido dado, e, portanto, toda aquela classe de seres foi colocada debaixo de seus pés. (b) Sobre a humanidade considerada corrupta e decadente, pois ela é chamada “carne”, Gênesis 6.3. Se ela não tivesse, neste sentido, sido carne, não teria necessitado de um Redentor. Sobre esta raça pecadora, o Senhor JESUS tem todo o poder, e todo juízo, a respeito dela, é entregue a Ele, o poder de ligar ou desligar, absolver ou condenar, o poder, na terra, de perdoar ou não os pecados. CRISTO, como Mediador, tem em suas mãos o governo sobre todo o mundo. Ele é o glorioso rei das nações, e tem todo o poder até mesmo sobre aqueles que não o conhecem, nem obedecem ao seu Evangelho. Aquele a quem Ele não governa, Ele domina, Salmos 22.28; 72.8; Mateus 28.18; Jo 3.35.
c. A grande intenção e o grande desígnio deste poder: “Para que dê a vida eterna a todos quantos lhe deste”. Aqui está exposto o mistério da nossa salvação.
(a) Aqui o PAI está transferindo os eleitos para o Redentor, e entregando-os a Ele, como sua incumbência e sob sua responsabilidade, como a coroa e recompensa pela sua missão. Ele tem um poder soberano sobre toda a raça decadente, mas um interesse peculiar nos escolhidos restantes, que formam um remanescente. Todas as coisas foram colocadas debaixo dos seus pés, mas estes foram entregues na sua mão.
(b) Aqui o Filho está se empenhando em assegurar a felicidade daqueles que lhe foram dados, para poder dar-lhes a vida eterna. Veja como é grande a autoridade do Redentor. Ele tem vidas e coroas para dar, vidas eternas que nunca morrem, coroas imortais que nunca perdem o brilho. Considere agora como é grande o Senhor JESUS, que tem tal honra no seu dom, e como Ele é gracioso em dar a vida eterna àqueles que Ele se empenha para salvar. [a] Ele os santifica neste mundo, dá-lhes a vida espiritual, que é a vida eterna em broto ou embrião, Jo 4.14. A graça na alma é o céu na alma. [b] Ele os glorificará no mundo porvir. A felicidade deles será completa na visão e no usufruto de DEUS. Isto só é mencionado porque pressupõe todas as outras partes da sua missão, ensinando-os, fazendo a expiação por eles, santificando-os, e preparando-os para a vida eterna, e, na verdade, tudo mais estava de acordo com isto. Nós somos chamados ao seu reino e à sua glória, e gerados para a herança. Aquilo que vem por último, na execução, foi realizado primeiro, na intenção, e é a vida eterna.
(c) Aqui está a subserviência ao domínio universal do Redentor: Ele tem poder sobre toda a carne, com o objetivo de poder dar a vida eterna aos escolhidos. Observe que o domínio de CRISTO sobre os filhos dos homens está de acordo com a salvação dos filhos de DEUS. Todas as coisas são por amor deles, 2 Coríntios 4.15. Todas as leis, ordenanças e promessas de CRISTO, que são dadas a todos, destinam-se efetivamente a transmitir a vida espiritual, e assegurar a vida eterna, a todos os que foram dados a CRISTO. Ele foi constituído como cabeça da igreja sobre todas as coisas. A administração dos reinos da providência e da graça está colocada na mesma mão, para que todas as coisas possam contribuir para o bem dos escolhidos.
d. Aqui está mais uma explicação deste grande desígnio (v. 3): “‘A vida eterna é esta’, que Eu tenho poder para dar e me comprometi a dar, esta é sua natureza, e este é o caminho que conduz a ela, conhecer ‘a ti só por único DEUS verdadeiro’, e a todas as revelações e princípios da religião natural, ‘e a JESUS CRISTO, a quem enviaste’, como Mediador, e as doutrinas e leis daquela santa religião que Ele instituiu, para a recuperação do homem do seu estado decadente”. Aqui temos:
(a) O grande objetivo que a religião cristã nos apresenta, que é a vida eterna, a felicidade de uma alma imortal na visão e no convívio com o DEUS eterno. Isto Ele devia revelar a todos, e assegurar a todos os que lhe eram dados. Por meio do Evangelho, a vida e a imortalidade são trazidas à luz, tornam-se possíveis, uma vida que transcende a esta tanto em excelência quanto em duração.
(b) O caminho seguro para alcançar este abençoado objetivo, que é pelo correto conhecimento de DEUS e de JESUS CRISTO: “A vida eterna é esta: que conheçam a ti”, o que pode ser interpretado de duas maneiras: [a] A vida eterna está no conhecimento de DEUS e de JESUS CRISTO. O princípio presente desta vida é o conhecimento de DEUS e de CRISTO, com fé. A perfeição futura daquela vida será o conhecimento completo de DEUS e de CRISTO. Aqueles que são trazidos à união com CRISTO, e que têm uma vida de comunhão com DEUS em CRISTO, sabem, até certo ponto, por experiência, o que é a vida eterna, e dirão: “Se isto é o céu, o céu é doce”. Veja Salmos 17.15. [b] O conhecimento de DEUS e de CRISTO leva à vida eterna. Esta é a maneira como CRISTO dá a vida eterna, pelo conhecimento daquele que nos chamou (2 Pe 1.3), e esta é a maneira pela qual nós podemos recebê-la. A religião cristã nos mostra o caminho para o céu,
em primeiro lugar, dirigindo-nos a DEUS, como o autor e a felicidade da nossa existência, pois CRISTO morreu para nos levar a DEUS. Conhecê-lo como nosso Criador, amá-lo, obedecer a Ele, sujeitar-se a Ele, e confiar nele, como nosso governador, proprietário e benfeitor – devotar-se a Ele como nosso Senhor soberano, depender dele como nosso principal bem, e dirigir tudo ao seu louvor como nosso objetivo mais elevado –, isto é a vida eterna. Aqui DEUS é chamado de único DEUS verdadeiro, para distingui-lo dos falsos deuses dos pagãos, que eram falsificações e fingidores, não da pessoa do Filho, de quem se diz expressamente que é o DEUS verdadeiro e a vida eterna (1 Jo 5.20), e que, neste texto, é proposto como o objeto da mesma consideração religiosa que o PAI. É certo que existe somente um DEUS vivo e verdadeiro, que é o DEUS que nós adoramos. Ele é o DEUS verdadeiro, e não um mero nome ou noção. Ele é único DEUS verdadeiro, e todos os que se apresentam como seus rivais são vaidades e mentiras. O serviço a Ele é a única religião verdadeira.
[1] Com que consolação CRISTO reflete sobre a vida que viveu na terra: “Eu glorifiquei-te... tendo consumado a obra que me deste a fazer”. Ela está consumada. Ele não reclama da pobreza e da desgraça nas quais tinha vivido, na vida cansativa que tinha tido na terra, como qualquer homem de tristezas. Ele ignora isto, e se satisfaz em rever o serviço que tinha prestado ao seu PAI e o progresso que tinha tido na sua missão. Isto está registrado aqui, em primeiro lugar, para a honra de CRISTO, porque sua vida na terra, em todos os aspectos, correspondeu completamente aos objetivos da sua vinda a este mundo. Observe que:
1. Nosso Senhor JESUS tinha recebido uma obra para fazer, por aquele que o enviou. Ele não veio ao mundo para ficar sem fazer nada, mas para andar fazendo o bem, e para cumprir toda a justiça. Seu PAI lhe deu sua obra, seu trabalho na vinha, o indicou para a obra e também o ajudou a realizá-la.
3. Nós devemos perseverar em fazer nosso trabalho até o fim dos nossos dias. Não devemos nos sentar até que o tenhamos concluído e cumprido, como um assalariado dos nossos dias.
Em terceiro lugar, está registrado para o incentivo de todos aqueles que descansam nele. Se Ele concluiu a obra que lhe foi dada a fazer, então Ele é um Salvador completo, e não realizou sua obra pela metade. E aquele que terminou sua obra por nós, irá terminá-la em nós, até o dia de CRISTO.
[2] Veja com que confiança CRISTO espera a alegria que está diante dele (v. 5): “Agora, glorifica-me tu, ó PAI”. É nisto que Ele confia, e não pode ser-lhe negado.
Em primeiro lugar, veja aqui o que Ele pedia na oração: “Glorifica-me”, como antes, v. 1. Nenhuma das repetições nas orações devem ser consideradas como repetições inúteis. CRISTO orava dizendo as mesmas palavras (Mt 26.44), e mesmo assim orava fervorosamente. Ele devia pedir mesmo por aquilo que seu PAI lhe tinha prometido, e assegurado, orando. As promessas não se destinam a substituir as orações, mas a guiar nossos desejos e fundamentar nossas esperanças. A glorificação de CRISTO inclui todas as honras, os poderes e as alegrias do seu estado exaltado. Veja como esta glorificação está descrita. 1. É uma glória com DEUS. Não somente: “Glorifica meu nome na terra”, mas: “Glorifica-me junto de ti mesmo”. Estar com seu PAI era o paraíso, era o céu, como em Provérbios 8.30; Daniel 7.13; Hebreus 8.1. Observe que as mais brilhantes glórias do Redentor exaltado seriam exibidas dentro do véu, onde o PAI manifesta sua glória. Os louvores do mundo superior são oferecidos àquele que está assentado sobre o trono e ao Cordeiro, em conjunto (Ap 5.13), e as orações do mundo inferior atraem a graça e a paz de DEUS, nosso PAI, e nosso Senhor JESUS CRISTO, em conjunto. E desta maneira, o PAI o glorificou junto de si mesmo.
2. É a glória que Ele tinha com DEUS antes que o mundo existisse. Com isto, fica evidente: (1) Que JESUS CRISTO, como DEUS, tinha sua existência antes que o mundo existisse, uma existência eterna com o PAI. O Evangelho nos familiariza com aquele que existia antes de todas as coisas, e por quem todas as coisas existem. (2) Que sua glória com o PAI é desde a eternidade, assim como sua existência com o PAI, pois Ele era, desde a eternidade, o resplendor da glória de seu PAI, Hebreus 1.3. Como DEUS, ao criar o mundo, somente declarou sua glória, mas não acrescentou nada a ela, assim CRISTO empreendeu a obra da redenção, não porque precisasse de glória, pois tinha uma glória com o PAI antes que o mundo existisse, mas porque nós precisávamos de glória.
(3) Que JESUS CRISTO, no seu estado de humilhação, se despiu de sua glória, e a escondeu com um véu. Embora ainda fosse DEUS, Ele era DEUS manifestado na carne, não na sua glória. Ele abandonou esta glória por algum tempo, como uma obrigação que Ele iria cumprir através da sua missão, de acordo com a indicação do seu PAI.
(4) Que, no seu estado exaltado, Ele retomou esta glória, e se revestiu outra vez com suas vestes anteriores de luz. Tendo cumprido sua missão, Ele reposcere pignus – retoma sua garantia com este pedido: “Glorifica-me tu”. Ele ora para que sua natureza humana possa progredir até a mais elevada honra possível, tendo seu corpo transformado em um corpo glorioso, e para que a glória da divindade pudesse agora se manifestar na pessoa do Mediador, do Emanuel, do DEUS-homem. Ele não ora para ser glorificado com os príncipes e nobres da terra. Não, Ele, que conhecia os dois mundos, e que podia escolher em qual desejaria ter sua promoção, escolheu a glória do outro mundo, por exceder, e muito, toda a glória deste. Ele tinha desprezado os reinos deste mundo e sua glória, quando Satanás os ofereceu, e por isto podia, mais corajosamente, reivindicar as glórias do outro mundo. Que o mesmo espírito esteja em nós. “Senhor, dê as glórias deste mundo a quem desejar dá-las, mas permita-me ter minha quota de glória no mundo que há de vir. Não importa que eu seja difamado com os homens, mas PAI, glorifique-me junto de si mesmo”.
Em segundo lugar, veja aqui o que Ele alegou: Eu “glorifiquei-te”, e agora, em consideração a isto, “glorifica-me tu”. Pois: 1. Havia uma justiça e uma admirável conveniência no fato de que, se DEUS era glorificado nele, devia glorificá-lo em si mesmo, como Ele tinha observado, Jo 13.32. Havia um valor tão infinito no que CRISTO fez para glorificar ao seu PAI, que Ele, com justiça, merecia todas as glórias do seu estado exaltado. Se o PAI tinha um acréscimo na sua glória, através da humilhação do Filho, era adequado que o Filho não sofresse, como consequência, alguma perda na sua glória. 2. Estava de acordo com o concerto que havia entre eles, que, se o Filho fizesse da sua alma uma oferta pelo pecado, Ele deveria dividir os despojos com os poderosos (Is 53.10,12), e o reino seria seu. E isto Ele visava, e nisto confiava, em meio aos seus sofrimentos. Foi pelo gozo que lhe estava proposto que Ele suportou a cruz, e agora, no seu estado exaltado, o Senhor JESUS ainda espera a finalização da sua exaltação, porque Ele aperfeiçoou sua missão, Hebreus 10.13. 3. Esta era a evidência mais adequada da aceitação e da aprovação do PAI à obra que Ele tinha concluído. Pela glorificação de CRISTO, nós nos satisfazemos porque DEUS está satisfeito, e com isto foi dada uma verdadeira demonstração de que o PAI se comprazia nele, como seu Filho amado. 4. Assim devemos aprender que aqueles, e somente aqueles, que glorificam a DEUS na terra, e perseveram na obra que DEUS lhes deu para fazer, serão glorificados com o PAI quando não mais estiverem neste mundo. Não que possamos merecer a glória, como CRISTO mereceu, mas o fato de glorificarmos a DEUS é necessário como uma evidência do nosso interesse em CRISTO, por meio de quem a vida eterna é o dom gratuito de DEUS.
¹⁷ Por isto o Pai me ama, porque dou a minha vida para tornar a tomá-la. ¹⁸ Ninguém ma tira de mim, mas eu de mim mesmo a dou; tenho poder para a dar, e poder para tornar a tomá-la. Este mandamento recebi de meu Pai. João 10:17,18
JESUS tinha poder para dar sua vida e tornar a tomá-la de volta. Ele nunca pecou, portanto, a morte não tinha poder sobre Ele. Morreu porque decidiu dar a vida por nós e fazer a vontade do Pai. ¹² Meditarei também em todas as tuas obras, e falarei dos teus feitos. Salmos 77:12.
A Oração Intercessória de CRISTO - João 17. 11-16
Depois das alegações gerais com as quais CRISTO recomendou seus discípulos aos cuidados de seu PAI, seguem-se as petições particulares que Ele apresenta por eles, e:
1. Todas elas se relacionam com as bênçãos espirituais, nas coisas celestiais. Ele não pede que eles possam ser ricos e grandiosos neste mundo, que possam construir propriedades e conseguir promoções, mas que possam ser mantidos afastados do pecado, e capacitados para sua missão, e levados com segurança ao céu. Observe que a prosperidade da alma é a melhor prosperidade, pois CRISTO veio comprar e conceder aquilo que está relacionado com a alma, e nos ensina, desta maneira, a buscar estas bênçãos em primeiro lugar, tanto para os outros quanto para nós mesmos.
O pedido propriamente dito: Guarde-os do mundo. Havia duas maneiras de serem guardados do mundo:
1. Sendo tirados dele. Mas Ele não pede que eles sejam guardados assim: “Não peço que os tires do mundo”. Isto é:
(1) “Não peço que eles possam ser rapidamente removidos pela morte”. Se o mundo os atormentar, a maneira mais imediata de protegê-los seria tirá-los rapidamente dele, levando-os a um mundo melhor, que os trataria melhor. Envie carros e cavalos de fogo por eles, para levá-los ao céu. Jó, Elias, Jonas, Moisés, quando aconteceu algo que os afligiu, pediram para serem tirados do mundo, mas CRISTO não desejava pedir isto para seus discípulos, por dois motivos: [1] Porque Ele veio para vencer, e não para tolerar aquelas paixões descontroladas, que tornam os homens impacientes na vida e importunos para a morte. A vontade de DEUS é que nós tomemos nossa cruz, e não a deixemos para trás. [2] Porque Ele tinha um trabalho para que eles realizassem no mundo. O mundo, embora cansado deles (At 22.22), e, portanto, indigno deles (Hb 11.38), podia poupá-los, ainda que em más condições. Portanto, por piedade por este mundo obscuro, CRISTO não desejava que estas luzes fossem removidas dele, mas permanecessem nele, especialmente para o bem daqueles, no mundo, que viriam a crer nele por meio da sua palavra. Que eles não sejam tirados do mundo em que seu Mestre está. Eles deverão, cada um da sua maneira, morrer como um mártir, mas não até que tenham concluído seu testemunho. Observe que, em primeiro lugar, a remoção das pessoas boas deste mundo é uma coisa que não se deve desejar, de maneira nenhuma, mas deve ser temida e considerada no coração, Isaías 57.1. Em segundo lugar, embora CRISTO ame aos seus discípulos, Ele não os envia imediatamente ao céu, assim que são efetivamente chamados, mas os deixa por algum tempo neste mundo, para que possam fazer o bem e glorifiquem a DEUS sobre a terra, amadurecendo para o céu. Muitas pessoas boas são poupadas para viver, porque dificilmente pode-se permitir que morram.
(2) “Eu não rogo que eles possam ser totalmente liberados e isentos dos problemas deste mundo, e removidos do trabalho árduo e do terror que nele há, indo a algum lugar tranquilo e seguro, para ali viverem sem ser perturbados. Não é esta a preservação que Eu desejo para eles”. Non ut omni molestia liberati otium et delicias colant, sed ut inter media pericula salvi tamen maneant Dei auxilio – Não que, estando livres de todos os problemas, eles possam se deleitar em uma esplêndida tranquilidade, mas que, com a ajuda de DEUS, possam ser preservados em um cenário de perigo. Não que possam ser preservados de todos os conflitos com o mundo, mas para que não sejam subjugados por ele. Não que, como desejava Jeremias, pudessem deixar seu povo, e apartar-se deles (Jr 9.2), mas que, como Ezequiel, seus rostos pudessem ser duros contra os rostos dos homens ímpios, Ezequiel 3.8. Representa maior honra para um soldado cristão, pela fé, subjugar o mundo do que, por um voto monástico, afastar-se dele, e representa mais para a honra de CRISTO servi-lo em uma cidade do que servi-lo em uma cela de prisão.
2. Outra maneira é protegendo-os da corrupção que existe no mundo, e Ele roga que assim eles possam ser guardados, vv. 11,15. Aqui estão três seções desta petição:
(1) “PAI santo, guarda em teu nome aqueles que me deste”.
[1] CRISTO agora os estava deixando, mas eles não deviam pensar que sua proteção também se afastava deles. Não, aqui, e de modo que eles pudessem ouvir, Ele os entrega à custódia do seu PAI e PAI deles. Observe que é um consolo indescritível de todos os crentes o fato de que o próprio CRISTO os entregue aos cuidados de DEUS. Não podem deixar de estar seguros aqueles a quem o DEUS Todo-poderoso guarda, e Ele não pode deixar de guardar àqueles a quem o Filho do seu amor lhe entrega, e em virtude disto nós podemos, com fé, entregar a guarda das nossas almas a DEUS, 1 Pedro 4.19; 2 Timóteo 1.12.
Em primeiro lugar, aqui Ele os coloca sob a proteção divina, para que não sejam destruídos pela maldade dos seus inimigos, para que eles, e todos os seus interesses, possam ter o cuidado particular da providência divina: “Guarda suas vidas até que tenham realizado seu trabalho. Guarda seus consolos, e não permita que eles sejam destruídos pelas dificuldades com que se depararem. Guarda seus interesses no mundo, e não permita que eles se extingam”. A esta oração, deve-se a maravilhosa preservação do ministério do Evangelho e da igreja do Evangelho, no mundo, até hoje. Se DEUS não tivesse graciosamente guardado a ambos, e prosseguido com ambos, eles teriam sido extintos e perdidos há muito tempo.
Em segundo lugar, Ele os coloca sob a instrução divina, para que não se afastem do seu dever, nem sejam desviados pela traição dos seus próprios corações: “Conserva-os na sua integridade, conserva-os discípulos, conserva-os concentrados no seu dever”. Nós precisamos do poder de DEUS, não somente para nos colocar em um estado de graça, mas para nos conservar nele. Veja Jo 10.28,29; 1 Pedro 1.5.
[2] Ele ora ao PAI, usando os títulos que Ele lhe atribui, e ora por eles, reforçando assim a petição.
Em primeiro lugar, Ele se dirige a DEUS como um “PAI santo”. Quando nos entregamos, e a outros, aos cuidados divinos, podemos receber incentivo: 1. Do atributo da sua santidade, pois ela está envolvida na preservação dos seus santos. Ele jurou pela sua santidade, Salmos 89.35. Se Ele é um DEUS santo e odeia o pecado, Ele tornará santos os que são seus, e os protegerá do pecado, que eles também odeiam e temem como o maior mal. 2. Desta relação com o PAI, em que Ele nos mantém, por meio de CRISTO. Se Ele é um PAI, Ele irá cuidar dos seus próprios filhos, irá ensiná-los e protegê-los. Quem mais faria isto?
Em segundo lugar, JESUS fala deles como aqueles que o PAI lhe tinha dado. Aquilo que nós recebemos, como presentes do nosso PAI, nós podemos, confortavelmente, entregar aos cuidados do nosso PAI. “PAI, guarda as graças e os consolos que me deste, os filhos que me deste, o ministério que recebi de ti”.
(2) Guarda-os “em teu nome”. Isto é: [1] Guarda-os por amor ao teu nome, segundo alguns. “Teu nome e tua honra se relacionam com a preservação deles, assim como a minha, pois ambos irão sofrer, caso se revoltem ou naufraguem”. Os santos do Antigo Testamento frequentemente rogavam pelo seu nome, e podem, com mais consolo, rogar desta maneira, aqueles que estão realmente mais preocupados com a honra do nome de DEUS do que com qualquer interesse próprio. [2] Guarda-os em teu nome, segundo outros. Assim está o original, en to onomati. “Guarda-os no conhecimento e no temor do teu nome. Guarda-os na profissão e no serviço ao teu nome, custe-lhes o que custar. Guarda-os no interesse do teu nome, e permite que eles sejam sempre fiéis a ti. Guarda-os nas tuas verdades, nas tuas ordenanças, no caminho dos teus mandamentos”.
[3] Guarda-os pelo teu nome, ou por meio do teu nome, segundo outros. “Guarda-os pelo teu próprio poder, na tua própria mão. Guarda-os, tu mesmo, empenha-te por eles. Que eles sejam tua preocupação imediata. Guarda-os por aqueles meios de preservação que tu mesmo indicaste, e pelos quais te fizeste conhecido. Guarda-os pela tua palavra e pelas tuas ordenanças. Que teu nome seja a torre da fortaleza deles, que teu tabernáculo seja o pavilhão deles”.
[1] “Livra-os do maligno, do Diabo e de todos os seus instrumentos, do maligno e de todos os seus filhos. Livra-os de Satanás como um tentador, de modo que ele não tenha permissão de tentá-los, ou de modo que sua fé não fraqueje. Livra-os dele como um destruidor, de modo que ele não os leve ao desespero”.
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LIÇÃO 13 BETEL, O FILHO DE DEUS E A VIDA ETERNA, NA ÍNTEGRA COMONA
REVISTA
Escrita Lição 13 Betel, O Filho de DEUS e a Vida Eterna – A Eterna
Promessa da Salvação, 3Tr25, Com. Extras Pr. Henrique, EBD NA TV
Para nos ajudar PIX 33195781620 (CPF) Luiz Henrique de Almeida
Silva
EBD, Editora Betel | 3° Trimestre De
2025 | TEMA: JESUS CRISTO, O FILHO DE DEUS: A verdade que
Transforma Milagres, Ensinamentos e a Promessa da Vida eterna no Evangelho de
João | Escola Bíblica Dominical
ESBOÇO DA LIÇÃO
1- NO FILHO DE DEUS ESTÁ A VIDA
1.1. Sentidos da palavra vida no NT
1.2. O efeito do pecado
1.3. O Filho de DEUS veio para dar vida
2- A VIDA ETERNA COM CRISTO
2.1. Crer em JESUS CRISTO
2.2. Receber a Palavra de DEUS
2.3. A relevância de praticar a Palavra de DEUS
3- A ESPERANÇA DOS SALVOS
3.1. A Esperança que impulsiona o discípulo
3.2. A dimensão futura da vida eterna
3.3. Estar onde JESUS CRISTO está
TEXTO ÁUREO
“Porque, como o Pai tem a vida em si mesmo, assim deu também ao
Filho ter a vida em si mesmo”, João 5.26.
VERDADE APLICADA
Permaneçamos em CRISTO, pois somente Ele tem as palavras de Vida
Eterna.
OBJETIVOS DA LIÇÃO
- Reconhecer que a Vida Eterna é mediada por CRISTO, o Autor
da Salvação.
- Compreender que não sabemos quando CRISTO virá, mas devemos estar
atentos.
- Reiterar que a vida eterna proporciona a entrada do crente na presença
de DEUS.
TEXTOS DE REFERÊNCIA – João 17.1-5, 11
1 JESUS falou assim, e, levantando seus olhos ao céu, disse: Pai, é
chegada a hora; glorifica a teu Filho, para que também o teu Filho te
glorifique a ti,
2 Assim como lhe deste poder sobre toda carne, para que dê a vida eterna a
todos quantos Lhe deste.
3 E a vida eterna é esta: que conheçam a ti só por único DEUS verdadeiro e a JESUS
CRISTO, a quem enviaste.
4 Eu glorifiquei-te na terra, tendo consumado a obra que me deste a fazer.
5 E agora glorifica-me tu, ó Pai, junto de ti mesmo, com aquela glória que
tinha contigo antes que o mundo existisse.
11 E eu já não estou mais no mundo; mas eles estão no mundo, e eu vou para ti.
Pai santo, guarda em teu nome aqueles que me deste, para que sejam um, assim
como nós.
LEITURAS COMPLEMENTARES
SEGUNDA | Jo 10.9 JESUS é a Porta para a Eternidade.
TERÇA | Jo 3.16 O amor de DEUS nos concede a Vida Eterna.
QUARTA | Ef 2.6 Ressuscitado em JESUS CRISTO.
QUINTA | 1Jo 2.25 A morte não é o fim.
SEXTA | Rm 6.23 Quem aceitar JESUS viverá para sempre.
SÁBADO | Jo 6.40 Quem crê no Filho tem a Vida Eterna.
HINOS SUGERIDOS: 90, 118, 209
MOTIVO DE ORAÇÃO - Ore para que alcancemos a Vida Eterna reservada
aos justos.
PONTO DE PARTIDA: O Filho de DEUS nos concede a Vida Eterna.
INTRODUÇÃO
Nesta lição,
estudaremos alguns aspectos de um tema bem presente no Evangelho de João: a
vida. Diante da realidade e da influência do pecado na existência humana, DEUS,
por amor, enviou o Seu Filho, que tem vida e concede vida. Veremos as respostas
necessárias por parte do ser humano para desfrutar da Vida Eterna no presente e
no futuro glorioso reservado a todos que permanecerem em CRISTO JESUS.
1- NO FILHO DE
DEUS ESTÁ A VIDA
Um assunto
importante no Evangelho de João é a vida, e está presente no início
(1.4) e no final (20.31) do livro. Vemos que o conceito de vida é relevante não
somente no evangelho, mas também em outros escritos de João.
1.1. Sentidos
da palavra vida no NT
Conforme
o Dicionário VINE (2016, p. 1057), a palavra “vida” é usada no NT
como: “princípio; vida no sentido absoluto; vida como DEUS a tem; aquilo que o
Pai tem em Si mesmo (Jo 5.26); a qual o Filho manifestou no mundo (1 Jo 1.2)”.
Em outro sentido, a palavra se refere à vida física do ser humano e sua
existência em si (Lc 16.25; At 17.25). Encontramos o termo também no sentido de
“vida eterna” daqueles que estão em CRISTO JESUS (Jo 3.15-16; 5.24; Fp 2.16).
Assim, ao conhecer o que as Escrituras revelam sobre a vida, nosso entendimento
vai além da existência física e da realidade debaixo do sol. O Senhor DEUS fez
o ser humano um “ser vivente” (Gn 2.7) e tem propósitos conosco que não estão
limitados às ações de sobrevivência física (comer, beber, multiplicar-se), mas
inclui a comunhão com Ele durante a vida debaixo do sol e também por toda a
eternidade (Jo 5.28,29; At 17.25-28).
Wycliffe
Dicionário Bíblico (2019, p.2016): ” “Vida Eterna, uma frase que aparece 30
vezes no NT, na versão KJV em inglês, das quais 15 usos ocorrem no Evangelho e
nas epístolas de João; e 43 vezes na versão RSV em inglês, com 25 ocorrências
nos escritos de João. A palavra “eterna” (aionios) é derivada da palavra que
significa “era”, um período indefinido de tempo, e, dessa forma, duradouro, e
consequentemente infinito. A vida eterna refere-se invariavelmente à vida de DEUS,
ou ao estado futuro dos justos (Mt 25.46). Os escritos de João a definem em
termos de conhecimento, fazendo dela sinônimo da experiência de DEUS (Jo 17.3).
A vida eterna não pode ser adquirida pelos homens, mas lhes é conferida como
uma dádiva em resposta a fé (Jo 3.15-16; 1Jo 5.1; Rm 6.23), e torna-se uma
fonte perpétua de poder e refrigério (Jo 4.14)”.
1.2. O efeito
do pecado
O pecado afetou
a vida física, conforme o Criador já tinha anunciado ao primeiro casal:
“certamente morrerás” (Gn 2.17). Mas também o relacionamento com DEUS, pois a
pessoa que ainda não nasceu de novo está separada da “vida de DEUS” (Ef 4.18),
estando espiritualmente morta (Ef 2.1). Vide a parábola que JESUS contou sobre
o filho que voltou à casa do pai. Em dois versículos, o Senhor usou estas
frases: “estava morto, e reviveu” (Lc 15.24,32). O Apóstolo Paulo escreveu que
aquele que vive dominado pela prática pecaminosa, “vivendo, está morto” (1Tm
5.6). Todo ser humano depende da luz da Palavra de DEUS e da ação do ESPÍRITO SANTO
para não viver espiritualmente enganado, achando-se vivo quando, na verdade, DEUS
diz que está morto (Ap. 3.1).
Francis
Foulkes (1983, pp. 58-59), comenta sobre Efésios 2.1: “O problema do homem não
é simplesmente o fato de estar em desarmonia no seu ambiente e com os seus
semelhantes, pois todos os homens estão “alheios à vida de DEUS” (4.18), o que
significa com respeito à verdadeira natureza espiritual que estão “mortos (…)
nos delitos e pecados”. […] Esta morte não é basicamente física, mas a perda da
vida espiritual recebida, da vida de comunhão com DEUS e da consequente
capacidade de atividade e desenvolvimento espirituais. Descreve a condição
atual do ser humano, e na realidade a Bíblia frequentemente fala do homem como
estando espiritualmente morto devido ao pecado (Ez 37.1-4; Rm 6.23; 7.10,24; Cl
2.13), e necessitando de nada menos que uma nova vida da parte de DEUS (Ef
5.14; Jo 3.3; 5.24)”.
1.3. O Filho de
DEUS veio para dar vida
O Apóstolo João
registrou que no Filho de DEUS, que se fez carne e habitou entre nós, está a
vida (Jo 1.4). Ele tem vida e dá vida. O Evangelho de João registra
que os estudiosos da Lei buscavam ter Vida Eterna por intermédio do estudo das
Escrituras. A questão é que, quando veio o Filho de DEUS, aqueles mesmos
estudiosos não creram nEle. Eles não perceberam que a vida estava nAquele de
quem as mesmas Escrituras que eles estudavam testemunhava (Jo 5.39,40).
R.N.
Champlin (2014, pp. 452-453), comentando sobre João 5.39, menciona um texto de
Lange’s Commentary: “Conheciam a casca da Bíblia, mas ignoravam a amêndoa que
estava dentro dela. Rebuscavam as Escrituras minuciosas, pedante e
supersticiosamente, na letra; mas não sentiam simpatia nenhuma pela alma que
nelas habitam . Idolatravam o volume escrito, ao mesmo tempo que resistiam à
palavra viva ali contida”.
EU ENSINEI QUE:
O Pai promete
Vida Eterna a todo aquele que crer no Filho.
2- A VIDA
ETERNA COM CRISTO
João não se
limitou a escrever que a vida estava no Filho de DEUS, mas procurou expor a
necessidade de receber essa vida e a possibilidade de desfrutar a Vida Eterna.
Essa exposição, que envolve a vida como dádiva de DEUS, é feita num contexto
cristológico e soteriológico.
2.1. Crer em JESUS
CRISTO
Considerando o
exposto no tópico anterior, o Filho de DEUS tem vida e dá vida, vemos que João
enfatiza a relevância da fé em JESUS CRISTO como o enviado de DEUS ao mundo
para nos salvar dos nossos pecados. Logo no início do evangelho, encontramos:
“aos que crêem no seu nome” (Jo 1.12). Fé é a exigência para a pessoa receber a
Vida Eterna (Jo 3.16). A mensagem no Evangelho de João revela que as bênçãos e
privilégios que o Filho de DEUS veio proporcionar com Sua vinda à terra,
inclusive ser membro da família de DEUS e ter a vida eterna, são desfrutadas
por todos que creem no Filho (Jo 3.36).
Revista
Betel Dominical (4° Trimestre de 2017. Professor, pp. 52-53): “É importante
estarmos atentos para não confundir a fé que salva e sustenta a vida cristã com
outros tipos de fé. Existe a “fé natural”: a semeia na terra crendo que vai
colher; é possuída por todos em diferentes graus e situações do cotidiano.
Existe a “fé exclusivamente intelectual” (crê na existência de DEUS, acredita
que JESUS CRISTO é o Filho de DEUS. Não é suficiente apenas conhecer, pois os
demônios também conhecem a Pessoa e as Obras de DEUS (Tg 2.19). Há pessoas que
professam a “fé utilitária”, baseada somente nos desejos e interesses humanos
(Jo 2.23-24; 12.42-43). É a fé que não conduz ao comprometimento e à renúncia.
A pessoa crê, mas não está disposta a se arrepender e passar a viver de acordo
com a vontade de DEUS”.
2.2. Receber a
Palavra de DEUS
Há uma íntima
conexão entre crer em JESUS, ter Vida Eterna, ser de DEUS e como lidamos com a
Palavra de DEUS. O Evangelho de João enfatiza bem essa conexão: (a) 5.24 quem
ouve a Palavra de JESUS e crê em DEUS tem a vida eterna; (b) 5.47 -quem é de DEUS
escuta as Palavras de DEUS; (c) 17.6 – JESUS, em Sua oração, menciona que as
pessoas dadas ao Senhor como Seus discípulos são caracterizadas por ter
recebido as palavras que lhes foram entregues pelo Filho de DEUS enquanto nesta
terra. Nosso Senhor disse que Suas Palavras transmitidas aos Seus discípulos
“são espírito e vida” (Jo 6.63). Portanto, não podemos desprezar, desvalorizar
ou colocar em “segundo plano” as Escrituras Sagradas ao longo da nossa jornada
cristã. É uma questão de vida.
D.
A. Carson (2007, p. 303) comenta sobre João 6.63: “As palavras de JESUS
corretamente entendidas e absorvidas, geram vida, cf. 5.24. Se as palavras de JESUS
nesse discurso forem corretamente captadas, então o povo, em vez de rejeitar a JESUS,
o verá como o pão do céu, aquele que dá sua carne pela vida do mundo, aquele
que é o único que provê vida eterna, e eles o receberam e creram nele, provarão
a vida eterna imediatamente e desfrutarão da promessa de que ele os
ressuscitará no último dia […] Não é possível se alimentar de CRISTO sem se
alimentar das palavras de CRISTO, porque crer realmente em JESUS não pode estar
separado de realmente crer nas palavras de JESUS (5.46,47)”.
2.3. A
relevância de praticar a Palavra de DEUS
No Evangelho de
João, Nosso Senhor JESUS CRISTO foi claro ao afirmar que não é suficiente
conhecer a Palavra de DEUS, concordar, ter em mente, se o discípulo de CRISTO
não a aplicar no dia a dia. Até mesmo para entender a Palavra de DEUS é
preciso, antes, disposição para cumprir, fazer a vontade de DEUS (Jo 7.17).
Precisamos nos aproximar das Escrituras com um compromisso de fé que resulte em
comprometimento em cumprir a vontade de DEUS. Esse comprometimento parece que
estava faltando em muitos que manifestavam crer em JESUS (Jo 8.30,31).
F.
F. Bruce (1987, p. 173), comenta sobre João 8.31: “Permanecer nas palavras de JESUS
significa aderir ao seu ensino – orientar a vida por ele. O poder com que ele
falava já levara alguns dos seus ouvintes a crer nele, mas ser discípulo é algo
constante; é um estilo de vida. Um verdadeiro discípulo está em sintonia com a
instrução do seu mestre, e a aceita, não cegamente, mas com inteligência. A
instrução do mestre torna-se regra de fé e prática do discípulo “. Ou seja,
como em João 13.17, a bem-aventurança está interligada a um ponto crucial, que
vai além de ouvir, compreender e concordar com a Palavra de DEUS: é preciso
praticar.
EU ENSINEI QUE:
Após Sua morte,
JESUS ressuscitou e voltou ao Céu para nos preparar para o lugar.
3- A ESPERANÇA
DOS SALVOS
O Evangelho de
João não destaca somente o desfrutar da Vida Eterna por aquele que crê, recebe JESUS
e permanece em Suas Palavras ao longo da jornada nesta terra, mas também pontua
alguns aspectos que compõem a realidade futura do discípulo de CRISTO.
3.1. A
Esperança que impulsiona o discípulo
A esperança no
retorno de JESUS CRISTO gera a certeza de que as dores e os sofrimentos da vida
terrena são pequenos diante dos bens eternos preparados para os filhos de DEUS
(Jo 14.3). No Livro de Apocalipse, João ressalta que vamos morar com o Pai em
Seu Tabernáculo Eterno: seremos o Seu povo; e Ele, o nosso DEUS (Ap
21.3). Lá não haverá pranto, nem morte, nem clamor, nem dor (Ap 21.4). Tamanha
esperança nos motiva a perseverar em CRISTO JESUS, pois nEle está a Vida Eterna
(Jo 3.15).
Bispo
Primaz Manoel Ferreira (2016, p.106): “Diante de tudo que a Palavra de DEUS nos
apresenta, concluímos que todo cristão pode e deve crer que o Senhor JESUS
voltará. A vinda de JESUS não pode, em hipótese alguma, apavorar o salvo.
Devemos viver motivados, alegres, deixando CRISTO viver através de nós porque,
quando esse momento chegar, valerá todas as afrontas e sofrimentos que já
vivemos (1 Jo 3.2; Ap 21.2,3).
3.2. A dimensão
futura da vida eterna
Nosso Senhor
declarou que, no fim desta era, os que morreram em CRISTO participarão da
ressurreição para a vida (Jo 5.29). É uma garantia que foi revelada pelo
próprio Senhor em um outro momento: Jo 6.40,54. Todo aquele que crê no Filho de
DEUS, e nEle permanece, já tem uma experiência parcial da Vida Eterna e vive na
esperança de participar da dimensão futura desta vida em CRISTO.
O Apóstolo Paulo, escrevendo sobre essa dimensão futura, registrou:
“partir e estar com CRISTO, porque isto é ainda muito melhor” (Fp 1.23). Hoje,
já desfrutamos da bênção de viver em CRISTO (“tem a vida eterna”, Jo 5.24), mas
o discípulo de JESUS também vive na esperança de vivenciar a “glória que em nós
há de ser revelada” (Rm 8.17).
William
Barros (2022, L.13): “Toda a tragédia que acometeu a raça humana desde a Queda
de Adão será finalmente superada por um novo tempo. Um tempo sem Satanás e seus
demônios, sem a maldição do pecado e suas consequências terríveis, vistas ao
longo da história do homem (Ap 21.4). Assim, vemos que a morte, o último
inimigo do homem, será definitivamente derrotada (1Co 15.54). Esse propósito
será agora cumprido, e DEUS habitará com o homem (Ap 21.3). Que tempo glorioso
será este!”
3.3. Estar onde
JESUS CRISTO está
No início do
chamado “discurso de despedida”, o Senhor prepara os discípulos para Sua
partida. Inicia dizendo que eles não poderiam ir para onde Ele estava indo (Jo
13.33). Podemos imaginar o espanto, a preocupação e a apreensão daqueles que
ali estavam. E, então, Nosso Senhor lhes diz: “Não fiquem tristes e
preocupados”, Jo 14.1. A mensagem foi que deveriam continuar crendo na
provisão, no cuidado e nas promessas do Senhor. Um dia Ele voltará para buscar
os Seus que estão nesta terra. Os que morreram em CRISTO serão ressuscitados, e
os que estiverem vivos em CRISTO serão transformados (Jo 14.3; 1Ts 4.13-18).
Para estar com o Senhor por toda a eternidade, é preciso viver no Senhor
enquanto nesta terra.
F.
F. Bruce (1987, p. 255) comenta sobre João 14.2-3: “A casa de meu Pai já foi
mencionada por JESUS em outro sentido, em 2.16: “a casa de meu Pai” é o templo
de Jerusalém. Aqui, todavia, a casa (oikia) de meu Pai obviamente não é na
terra; é o lar celestial para onde JESUS está indo e onde sua gente também tem
um lugar prometido. Antes, durante a mesma semana, JESUS havia dito: “Onde eu
estou, ali estará também o meu servo” (12.26); agora ele amplia esta promessa
dizendo que levará seus seguidores pessoalmente para lá”.
EU ENSINEI QUE:
Morar no Céu e
desfrutar a Vida Eterna é o desejo dos salvos em CRISTO.
CONCLUSÃO
Que o ESPÍRITO SANTO
nos ajude a permanecer em CRISTO, pois somente Ele tem as Palavras da Vida
Eterna” (Jo 6.68). JESUS CRISTO é o Bom e Perfeito Pastor que pode prover tudo
o que precisamos para viver plenamente.
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