Escrita Lição 7, A Promessa De Um Coração Novo, 4Tr24, Com. Extras Pr. Henrique, EBD NA TV

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ESBOÇO DA LIÇÃO

I – O CORAÇÃO NA PERSPECTIVA BÍBLICA

1. O coração na Bíblia

2. A circuncisão do coração.

3. Um coração novo.

II – O CORAÇÃO DE QUEM ESTÁ EM DEUS

1. Um coração inclinado a DEUS.

2. Um coração consciente.

3. DEUS vê o coração.

III – PROMESSAS PARA O CORAÇÃO

1. Um coração feliz.

2. Um coração cheio de amor.

3. O penhor do ESPÍRITO no coração.

 

 

TEXTO ÁUREO

“E vos darei um coração novo e porei dentro de vós um espírito novo; e tirarei o coração de pedra da vossa carne e vos darei um coração de carne.”  (Ez 36.26)

 

VERDADE PRÁTICA

O salvo em CRISTO JESUS tem um coração novo, voltado para a Palavra de DEUS e disposto a fazer a sua vontade.

 

LEITURA DIÁRIA

Segunda - Jo 3.3-8 O coração deve ser regenerado pelo ESPÍRITO

Terça - Pv 4.23 Do coração procedem as saídas da vida

Quarta - Mt 15.18-20 O que sai do coração contamina o ser humano 

Quinta - Lc 2.18,19 Guardando e conferindo tudo no coração

Sexta - Jr 20.12 DEUS vê o coração do ser humano

Sábado - Pv 17.22 O coração alegre é remédio da alma

 

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

Romanos 2.25-29; Jeremias 31.31-34

Romanos 2

25 - Porque a circuncisão é, na verdade, proveitosa, se tu guardares a lei; mas, se tu és transgressor da lei, a tua circuncisão se torna em incircuncisão.

26 - Se, pois, a incircuncisão guardar os preceitos da lei, porventura, a incircuncisão não será reputada como circuncisão?

27 - E a incircuncisão que por natureza o é, se cumpre a lei, não te julgará, porventura, a ti, que pela letra e circuncisão és transgressor da lei?

28 - Porque não é judeu o que o é exteriormente, nem é circuncisão a que o é exteriormente na carne.

29 - Mas é judeu o que o é no interior, e circuncisão, a que é do coração, no espírito, não na letra, cujo louvor não provém dos homens, mas de DEUS.

Jeremias 31

31 - Eis que dias vêm, diz o Senhor, em que farei um concerto novo com a casa de Israel e com a casa de Judá.

32 - Não conforme o concerto que fiz com seus pais, no dia em que os tomei pela mão, para os tirar da terra do Egito, porquanto eles invalidaram o meu concerto, apesar de eu os haver desposado, diz o Senhor.

33 - Mas este é o concerto que farei com a casa de Israel depois daqueles dias, diz o Senhor: porei a minha lei no seu interior e a escreverei no seu coração; e eu serei o seu DEUS, e eles serão o meu povo.

34 - E não ensinará alguém mais a seu próximo, nem alguém, a seu irmão, dizendo: Conhecei ao Senhor; porque todos me conhecerão, desde o menor deles até ao maior, diz o Senhor; porque perdoarei a sua maldade e nunca mais me lembrarei dos seus pecados.

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SUBSÍDIOS EXTRAS PARA A LIÇÃO 7

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CORAÇÃO

 

לב leb HEBRAICO
ser interior, mente, vontade, coração, inteligência - parte interior, meio - meio (das coisas) - coração (do homem) - alma, coração (do homem) - mente, conhecimento, razão, reflexão, memória - inclinação, resolução, determinação (da vontade) - consciência - coração (referindo-se ao caráter moral) - como lugar dos desejos - como lugar das emoções e paixões- como lugar da coragem.

 

καρδια kardia - GREGO
forma prolongada da palavra primária kar (Latim, cor “coração”);

denota o centro de toda a vida física e espiritual - o vigor e o sentido da vida física
-  o centro e lugar da vida espiritual - a alma ou a mente, como fonte e lugar dos pensamentos, paixões, desejos, apetites, afeições, propósitos, esforços - do entendimento, a faculdade e o lugar da inteligência - da vontade e caráter - da alma na medida em que é afetada de um modo ruim ou bom, ou da alma como o lugar das sensibilidades, afeições, emoções, desejos, apetites, paixões - do meio ou da parte central ou interna de algo, ainda que seja inanimado.

 

 

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Efésios 1.13 - Em quem também vós estais (em JESUS), depois que ouvistes a palavra da verdade, o evangelho da vossa salvação; e, tendo nele também crido, fostes selados com o Espírito Santo da promessa; O qual é o penhor da nossa herança, para redenção da possessão adquirida, para louvor da sua glória.

 

Só estamos em JESUS, ou seja, salvos, depois de ouvirmos a pregação do evangelho e crermos nela (fé).

 

A promessa de DEUS de um coração novo é um tema fundamental na Bíblia, especialmente no Antigo Testamento, e é reforçada no Novo Testamento. Essa promessa está intimamente ligada à ideia da renovação espiritual e da salvação.

 

Para os judeus a promessa é de um derramar do ESPÍRITO SANTO no Milênio com o governo de JESUS. (Jl 2.28).

 

Para nós, os gentios salvos, as promessas são superiores (Hb 8.6). Recebemos o derramar do ESPÍRITO SANTO (Atos 2) e vamos ser arrebatados (1Ts 4.17) para vivermos eternamente com JESUS na Nova Jerusalém (Jo 14.1-3).

 

No livro de Ezequiel, capítulo 36, versículos 26 e 27, está escrito:

 

"Dar-vos-ei coração novo e porei dentro de vós um espírito novo; tirarei de vossa carne o coração de pedra e vos darei coração de carne. Porei dentro de vós o meu ESPÍRITO e farei que andeis nos meus estatutos e guardeis os meus juízos e os executeis."

 

Essa passagem enfatiza a transformação que DEUS promete realizar em seu povo, substituindo o coração endurecido e rebelde por um coração novo, sensível e obediente à sua vontade. O coração de pedra representa a resistência e a dureza espiritual, enquanto o coração de carne simboliza a capacidade de amar, sentir e responder à DEUS de maneira autêntica.

 

No Novo Testamento, essa promessa é reafirmada através da obra de JESUS CRISTO. Através da fé nele, os crentes recebem um novo coração e são renovados pelo ESPÍRITO SANTO (2 Coríntios 5:17; Efésios 4:24).

 

2 Coríntios 5:17 - Assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo.

Efésios 4:24 - E vos revistais do novo homem, que segundo Deus é criado em verdadeira justiça e santidade.

 

A promessa de um coração novo inclui:

 

1. Renovação espiritual: Uma transformação profunda que permite aos crentes viverem de acordo com os valores e a vontade de DEUS.

2. Nova criação: Os crentes se tornam novas criaturas em CRISTO, com uma natureza renovada.

3. Capacidade de amar: O coração novo permite amar a DEUS e ao próximo de maneira mais profunda e autêntica.

4. Obediência: O coração novo está disposto a seguir os mandamentos e a vontade de DEUS.

 

Essa promessa é um convite para todos que desejam experimentar uma transformação espiritual profunda e viver em harmonia com DEUS.

 

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 Porém o Senhor disse a Samuel: Não atentes para a sua aparência, nem para a grandeza da sua estatura, porque o tenho rejeitado; porque o Senhor não vê como vê o homem, pois o homem vê o que está diante dos olhos, porém o Senhor olha para o coração.

 

Este versículo está em 1 Samuel 16:7.

 

Este é um dos versículos mais conhecidos da Bíblia e destaca a diferença entre como DEUS e os seres humanos avaliam as pessoas.

 

Ao escolher um novo rei para Israel, Samuel estava procurando alguém com aparência física impressionante, mas DEUS o corrigiu, enfatizando que:

 

- A aparência exterior não é o que importa.

- O coração é o que verdadeiramente importa.

 

Aqui estão algumas lições importantes deste versículo:

 

1. DEUS não julga pelas aparências.

2. O coração é o refletor da verdadeira natureza de uma pessoa.

3. A avaliação humana pode ser enganosa.

4. DEUS busca a pureza e a integridade do coração.

 

Este versículo também nos lembra de que:

 

- O que importa não é o que os outros pensam de nós.

- O que importa é o que DEUS pensa de nós.

 

Outros versículos relacionados:

 

- "O Senhor examina os corações" (Jeremias 17:10).

- "Crie em mim, ó DEUS, um coração puro" (Salmos 51:10).

- "O coração que busca a DEUS será recompensado" (Hebreus 11:6).

 

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O homem interior

O homem interior na tradução da versão KJV em inglês, de ko eso anthropos em Romanos 7.22Efésios 3.162 Coríntios 4.16 (na última referência apenas ko eso aparece, com anthropos devendo, claramente, ser entendido a partir do contexto imediato). É uma expressão paulina que se refere à natureza racional, moral e espiritual do homem, que é a esfera total na qual o ESPÍRITO SANTO efetua a sua obra convincente, renovadora e santificadora. Em resumo, é o sinônimo da alma do homem. Desse modo, não é o “novo homem”, isto é, a nova capacidade de servir a DEUS e à justiça, que DEUS misericordiosamente dá ao pecador na regeneração.

Em Romanos 7.22, Paulo está descrevendo a sua atitude em relação à lei divina como um fariseu hipócrita, aquele que se gloria em sua própria justiça. (Para a defesa da opinião e que Romanos 7.14-25 descreve Paulo ainda como um fariseu legalista. Como um fariseu treinado, e possuindo um elevado respeito pela lei de DEUS, Paulo poderia dizer que antes mesmo de sua conversão ele concordava e tinha prazer na lei de DEUS. Mas não sendo regenerado na época de sua vida descrita em Romanos 7, Paulo teve que admitir que naquela época não possuía nenhuma iluminação do ESPÍRITO SANTO, por meio da qual pudesse obedecer à lei conforme seu sentido correto. Sendo este o caso, Paulo poderia, entretanto, declarar que como um homem religioso altamente treinado, ele respeitava a lei divina em seu “homem interior”.

De acordo com esta interpretação, todos os crentes têm duas capacidades dentro de seu ser: servir ao pecado e deleitar-se na lei de DEUS. Estas duas capacidades permanecem com o cristão durante toda a vida na terra, com a constante possibilidade de conflito. Por sua liberdade de escolha, o crente ativa a velha ou a nova capacidade. Isso é Livre arbítrio.

Em 2 Coríntios 4.16, Paulo está simplesmente expressando sua confiança de que, embora seu corpo físico se desgastasse por causa do estresse e do esforço de seu trabalho, seu "homem interior״, isto é, a sua alma e seu espírito seriam renovados diariamente pelo ESPÍRITO SANTO.

Em Efésios 3.16, Paulo orou para que os crentes efésios pudessem experimentar um novo avivamento do ESPÍRITO SANTO no “homem interior”. Aqui ele estava meramente expressando seu desejo e a sua súplica de que eles crescessem espiritualmente. R. L. R. - Dicionário Bíblico Wycliffe

 

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Na perspectiva bíblica, o coração é considerado o centro da vida espiritual, emocional e intelectual do ser humano. Aqui estão algumas aspectos importantes sobre o coração na Bíblia:

 

1. Centro da vida espiritual: O coração é considerado o local onde ocorre a conexão com DEUS (Efésios 3:16-19).

 

2. Sede das emoções: O coração é associado às emoções, como amor, alegria, tristeza e medo (João 14:1-3).

 

3. Fonte das decisões: O coração é onde são tomadas as decisões, boas ou más (Provérbios 4:23).

 

4. Necessidade de renovação: A Bíblia enfatiza a necessidade de renovação do coração para seguir DEUS (Romanos 12:2).

 

5. Promessa de um coração novo: DEUS promete dar um coração novo e renovado aos que se arrependem e buscam sua graça (Ezequiel 36:26-27).

 

Algumas versículos bíblicos importantes sobre o coração:

 

- "Porque do coração procedem os pensamentos malignos" (Mateus 15:19).

 

- "O coração do homem é enganoso" (Jeremias 17:9).

 

- "Crie em mim, ó DEUS, um coração puro" (Salmos 51:10).

 

- "O coração que busca a DEUS será recompensado" (Hebreus 11:6).

 

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O coração de quem está em DEUS, segundo a Bíblia, é caracterizado por:

1. Amor: Amor por DEUS e pelo próximo (1 Coríntios 13:1-3).

2. Humildade: Reconhecimento da própria limitação e dependência de DEUS (Provérbios 22:4).

3. Pureza: Desejo de viver uma vida santa e justa (Mateus 5:8).

4. Obediência: Disposição para seguir os mandamentos de DEUS (João 14:15).

5. Gratidão: Reconhecimento da graça e bênçãos de DEUS (Salmos 100:4-5).

6. Misericórdia: Compaixão e bondade para com os outros (Mateus 5:7).

7. Paz: Tranquilidade interior, mesmo em meio às dificuldades (Filipenses 4:7).

8. Alegria: Felicidade que vem de viver em harmonia com DEUS (Salmos 16:11).

9. Esperança: Confiança na promessa de salvação e vida eterna (Romanos 5:1-5).

10. Sabedoria: Discernimento para tomar decisões certas (Provérbios 10:23).

 

Versículos bíblicos inspiradores:

- "O coração que busca a DEUS será recompensado" (Hebreus 11:6).

- "Crie em mim, ó DEUS, um coração puro" (Salmos 51:10).

- "O Senhor está perto dos que têm coração quebrantado" (Salmos 34:18).

- "O coração do homem é enganoso, mas DEUS examina os corações" (Jeremias 17:9-10).

 

Lembre-se de que o coração de quem está em DEUS é um coração em constante transformação e crescimento espiritual.

 

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Aqui estão algumas promessas de DEUS para o coração:

1. Um coração novo: "Dar-te-ei um coração novo e colocarei dentro de ti um espírito novo" (Ezequiel 36:26).

2. Renovação: "Transformai-vos pela renovação da vossa mente" (Romanos 12:2).

3. Paz: "A paz de DEUS, que excede todo o entendimento, guardará os vossos corações" (Filipenses 4:7).

4. Consolo: "DEUS é o DEUS de toda consolação" (2 Coríntios 1:3).

5. Fortalecimento: "O Senhor fortalecerá o vosso coração" (1 Tessalonicenses 3:13).

6. Guiamento: "O coração do homem planeja seu caminho, mas o Senhor dirige seus passos" (Provérbios 16:9).

7. Proteção: "O Senhor é o refúgio do meu coração" (Salmos 91:2).

8. Pureza: "Crie em mim, ó DEUS, um coração puro" (Salmos 51:10).

9. Esperança: "A esperança não decepciona, porque o amor de DEUS foi derramado em nossos corações" (Romanos 5:5).

10. Vida eterna: "A vida eterna está nos corações dos que amam ao Senhor" (João 17:3).

 

Lembre-se de que essas promessas são para aqueles que buscam e seguem DEUS.

Versículos bíblicos adicionais:

 

- "O Senhor está perto dos que têm coração quebrantado" (Salmos 34:18).

- "O coração que busca a DEUS será recompensado" (Hebreus 11:6).

- "Eu vos darei um coração que conheça que eu sou o Senhor" (Jeremias 24:7).

 

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Soteriologia — a Doutrina da Salvação – Pr. Antonio Gilberto (CPAD)

 

A SALVAÇÃO NO SENTIDO FACTUAL OBJETIVO

A SALVAÇÃO NO SENTIDO EXPERIMENTAL SUBJETIVO

A DOUTRINA DO PECADO

A DOUTRINA DA GRAÇA DE DEUS

A DOUTRINA DA EXPIAÇÃO PELO SANGUE

A DOUTRINA DA REDENÇÃO

A DOUTRINA DA PROPICIAÇÃO

A DOUTRINA DA FÉ SALVÍFICA

A DOUTRINA DO ARREPENDIMENTO

A DOUTRINA DA CONFISSÃO

A DOUTRINA DO PERDÃO DE PECADOS

A DOUTRINA DA REGENERAÇÃO ESPIRITUAL

A DOUTRINA DA IMPUTAÇÃO DA JUSTIÇA DE DEUS

A DOUTRINA DA ADOÇÃO DE FILHOS

A DOUTRINA DA SANTIFICAÇÃO DO CRENTE

A DOUTRINA DA PRESCIÊNCIA DE DEUS

A DOUTRINA DA ELEIÇÃO DIVINA

A DOUTRINA DA PREDESTINAÇÃO

A DOUTRINA DA CHAMADA DIVINA PARA A SALVAÇÃO

A DOUTRINA DA JUSTIFICAÇÃO

A DOUTRINA DO JULGAMENTO DO CRENTE

A DOUTRINA DA GLORIFICAÇÃO FUTURA DOS SALVOS

 

Em Tito 3.5, está escrito: “segundo a sua misericórdia nos salvou”. O verbo está no pretérito: “nos salvou”. Isso nos leva a refletir sobre a certeza dessa gloriosa salvação em Cristo Jesus. Somos salvos mesmo? Temos visto casos de crentes antigos que descobrem, para a surpresa de muitos, que ainda não eram salvos segundo o evangelho!

Por que as igrejas de Éfeso e Corinto eram tão diferentes? Aos coríntios disse Paulo, inspirado pelo Espírito Santo: “Vigiai justamente e não pequeis; porque alguns ainda não têm o conhecimento de Deus; digo-o para vergonha vossa” (I Co 15.34). Apenas fazer parte de uma congregação formada por salvos não significa ser salvo!

A salvação não é coletiva, e sim individual. Vemos que, no passado, entre o povo de Deus viveu um povo denominado o “vulgo” (Nm 11.4; Ex 12.38). Esse “vulgo” não era convertido e tornou-se em Israel uma perturbação, uma fonte de fraquezas, de desobediência, de rebeldia e de pecado. Em Lucas 15.8 Jesus contou uma parábola acerca de uma moeda perdida dentro de casa. E no livro de Ezequiel menciona-se uma ovelha “perdida” dentro do rebanho (34.4b). O leitor tem plena convicção da parte de Deus de que está salvo mesmo} Por Cristo, segundo “o evangelho da vossa salvação”? (Ef 1.3; Rm 1.16,17; Tt 3.5).

Em Lucas 9.23, Jesus disse: “E dizia a todos: Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, e tome cada dia a sua cruz, e siga-me”. Observe a parte final do versículo: “e siga-me”. O que significa isso? È perseverar em seguir ao Senhor Jesus; é persistir em seguir os passos dEle. Enfim, implica ser um dos seus discípulos. Na aludida referência, Jesus não falou primeiramente de “vir a mim”, mas “vir após mim”.

O que é ser um discípulo dEle segundo o evangelho? Consideremos o texto de Lucas 14.26,27,33:

Se alguém vier a mim e não aborrecer a seu pai, e mãe, e mulher; e filhos, e irmãos, e irmãs, e ainda também a sua própria vida, não pode ser meu discípulo.

E qualquer que não levar a sua cruz e não vier após mim não pode ser meu discípulo. Assim, pois, qualquer de vós que não renuncia a tudo quanto tem não pode ser meu discípulo.

Como vemos no texto acima, o Senhor Jesus aplica um tríplice teste pelo qual se confirma um verdadeiro discípulo. Por três vezes, o Mestre disse: “não pode ser meu discípulo”. Somos — eu e o leitor — de fato discípulos de Jesus, ou apenas pensamos que o somos?

O QUE É SALVAÇÃO

O que é a salvação em Cristo? A palavra “salvação” é de profundo significado e de infinito alcance. Muitos têm uma concepção muito pobre da inefável salvação consumada por Jesus, o que às vezes reflete numa vida espiritual descuidada e negligente, em que falta aquele amor ardente e total por Jesus e a busca constante de sua comunhão.

Salvação é uma milagrosa transformação espiritual, operada na alma e na vida — no caráter — de toda a pessoa que, pela fé, recebe Jesus Cristo como seu único Salvador pessoal (Ef 2.8,9; 2 Co 5.17; Jo 1.12; 3.5). Observe as afir­mações bíblicas “é nova criatura” (conversão) e “tudo se fez novo” (nova vida, novo e íntegro caráter).

Não se trata apenas de livramento da condenação do inferno; a salvação abarca todos os atos e processos redentores, bem como transformadores da parte de Deus para com o ser humano e o mundo (isto é, a criação), através de Jesus Cristo, nesta vida e na outra (Rm 13.11 I; Hb 7.25; 2 Co 3.18; Ef 3.19).

Pessoalmente — isto é, em relação à pessoa —, a salvação que Cristo realiza abrange: a regeneração espiritual do crente, aqui e agora (Tt 3.5; 2 Co 3.18); a redenção do corpo do crente, no futuro (Rm 8.23; I Co 15.44); e a glorificação integral do crente, também no futuro (Cl 3.4; Ef 5.27).

Como receber a salvação. Há três passos necessários para um pecador receber a gloriosa salvação em Cristo. Primeiro, reconhecer mediante o evangelho que é pecador (Rm 3.23). Segundo, confiar em Jesus como o seu Salvador (Ato 16.31). Terceiro, confessar que o Senhor Jesus é o seu Salvador pessoal, “Visto que... com a boca se faz confissão para a salvação” (Rm 10.10).

A obediência honesta do pecador movido por Deus a esses três passos resultará na sua salvação, operando o Espírito Santo e a Palavra. Isso não falha; não se trata de uma mera teoria; é a verdade de Deus sobre a salvação do pecador, revelada aos homens segundo a infalível Palavra de Deus e o testemunho da infinitude de salvos em Cristo por toda parte.

Pleno conceito e convicção de salvação. Vemos em Hebreus 2.3 uma cristalina verdade sobre a salvação: “... uma tão grande salvação”. O que denota esta expressão? Ela diz respeito às riquezas imensuráveis da salvação; às bênçãos subsequentes a ela; à eternidade infinita dela; ao seu alcance imensurável; e à sua sublimidade.

Se todos os crentes tivessem uma plena visão da salvação; se pudessem ver plenamente ao longe a tão grande salvação que receberam, com certeza teriam atitudes diferentes no seu dia a dia. Teríamos tanto regozijo, tanta motivação, tanto entusiasmo, tanta convicção, tanto anseio e enlevo pelo céu, que não haveria na Terra um só salvo descontente, descuidado, negligente e embaraçado com as coisas desta vida e deste mundo!

Ademais, teríamos uma tão profunda compreensão do que é o céu — e, por isso, teríamos tanto desejo de ir para lá—, que o Diabo não teria na igreja um só fã, um só admirador de suas coisas, um só aliado. Mas, há crentes que admiram e gostam das coisas do Maligno e se aliam a ele. Por mais que não admitam, pelo fato de não atentarem para a “tão grande salvação”, tornam-se vulneráveis às investidas do Tentador.

Visão atrofiada da salvação. Inúmeros crentes, por terem uma visão atrofiada da salvação em Cristo, levam uma vida comprometida com o mundo, descuidada, negligente, sem amor, sem dedicação, sem ideal, sem uma busca constante da face do Senhor. Quais devem ser os passos normais de uma vida salva:

Regeneração espiritual;

Plenitude do Espírito Santo;

Maturidade espiritual;

Dedicação ao Senhor no seu trabalho.

Necessidade e importância do estudo da Soteriologia. A experiência da salvação deve ser seguida de um maior conhecimento da salvação (I Tm 2.4b). Isso constitui o alicerce da vida cristã. A Palavra de Deus, em Hebreus 5.12-14, enfatiza a importância de buscarmos esse maior conhecimento da salvação:

Porque, devendo já ser mestres pelo tempo, ainda necessitais de que se vos torne a ensinar quais sejam os primeiros rudimentos das palavras de Deus; e vos haveis feito tais que necessitais de leite e não de sólido mantimento. Porque qualquer que ainda se alimenta de leite não está experimentado na palavra da justiça, porque é menino. Mas o mantimento sólido é para os perfeitos, os quais, em razão do costume, têm os sentidos exercitados para discernir tanto o bem como o mal.

Bênçãos gloriosas decorrem da salvação, e fazem parte dela. E primeiramente porque somos salvos que experimentamos o batismo com o Espírito Santo, os dons espirituais, o amadurecimento na fé, a chamada para o ministério evangélico etc.

Muitos crentes — e até obreiros! —, em vez de sempre priorizaram o estudo da Escatologia (uma doutrina importante, é verdade, inclusive parte integrante deste tratado teológico), deveriam primeiro estudar Soteriologia, isto é, as dou­trinas da nossa gloriosa salvação em Cristo.

Há várias passagens das Santas Escrituras que mostram o quanto é impor­tante na vida cristã e na obra do Senhor em geral, inclusive na evangelização, o conhecimento genuinamente bíblico da salvação. Em Efésios 6.17 mencionam-se de início o capacete da salvação e a espada do Espírito.

Quando o apóstolo discorreu sobre a armadura do cristão, e mencionou o capacete — o qual cobria totalmente a cabeça, protegendo-a — enfatizou a plenitude do conhecimento e da experiência da salvação. Assim como o capace­te protegia (e protege) a cabeça, o conhecimento bíblico da salvação em nossa mente é qual capacete espiritual, como forma de proteção da nossa salvação, das investidas mentais de Satanás, dos seus emissários, dos falsos mestres, da mídia corrompida, da literatura nociva etc.

Em Lucas 1.77 está escrito: “para dar ao seu povo conhecimento da salvação, na remissão dos seus pecados”. Observe que, aqui, a ênfase recaí primeiramente no “conhecimento da salvação”, e não no “sentimento da salvação”. É, pois, uma necessidade conhecer e prosseguir em conhecer a salvação.

A Epístola de João trata desse assunto — a sua mensagem aos salvos é: “sa­bemos”, “conhecemos”. Em Salmos 46.10 e 100.3, está escrito: “Sabei”, e não “Senti”. E Jó, em meio a muitas lutas, bradou: “Eu sei que o meu Redentor vive” (Jó 19.25). Quando compararmos Hebreus 8.10 com 10.16, vemos que essas passagens mostram que a lei divina deve estar primeiro na mente do crente e depois no seu coração:

Porque este é o concerto que, depois daqueles dias, farei com a casa de Israel, diz o Senhor: porei as minhas leis no seu entendimento e em seu coração as escreverei; e eu lhes serei por Deus, e eles me serão por povo. Este é o concerto que farei com eles depois daqueles dias, diz o Senhor: Porei as minhas leis em seu coração e as escreverei em seus entendimentos...

Em Apocalipse 12.3, o Diabo é simbolizado no dragão com sete cabeças — o que indica plenitude de astúcia, engano, cilada, maquinações. Isso denota que o príncipe das trevas sempre investirá contra a nossa mente, como mencionamos acima, procurando incutir nela dúvidas quanto à gloriosa salvação.

Ao tentar Jesus no deserto, o Diabo procurou lançar dúvidas na sua mente: “Se tu és o Filho de Deus” (Mt 4.3,6). Por que o Inimigo não logrou êxito? Porque o Filho de Deus tinha as leis de Deus na mente e no coração, o que ficou evidente em suas três citações das Escrituras, todas antecedidas da expressão “Está escrito” (vv.4,7,I0).

O valor da sã doutrina. Neste estudo sobre a Soteriologia devemos ter em mente que estamos tomando como base a sã doutrina (Tt 2.1). É da palavra “sã” (gr. hygiaino) que vem o tão empregado termo “higiene”, o qual denota higidez, saúde. A doutrina (ou a soma das doutrinas) quanto à salvação deve ser, portanto, isenta de falsificação e contaminação.

Nesses últimos dias, seitas e doutrinas falsas vêm contaminando as doutrinas bíblicas da salvação em Cristo. Falsos mestres, falsificadores da Palavra de Deus, têm ingressado nas igrejas, inclusive doutores (2Tm 4.3; 3.1-5; 2 Pe 2.1), torcendo as Escrituras. E, quanto à Soteriologia, isso ocorre principalmente quanto à eleição do povo de Deus, a predestinação e o livre-arbítrio, como veremos mais adiante.

Em que consiste a salvação. È importante, antes de avançarmos, respondermos a algumas perguntas. Em que consiste a salvação para o caro leitor? No seu passado na fé? Ou seja, apenas livramento da condenação do pecado? No seu presente na fé? Quer dizer, apenas livramento do poder do pecado? Ou no seu futuro na fé? Isto é, apenas livramento da presença do pecado?

Na verdade, a salvação consiste na resposta afirmativa a todas as três perguntas mencionadas. A nossa “grande salvação” em Cristo nos livra: da condenação, que outrora era uma realidade; do poder do pecado, pois hoje ele não tem domínio sobre nós, se é que não “andamos segundo a carne, mas segundo o espírito” (Rm 8.1b); e da presença do pecado, haja vista a nossa glorificação futura.

O que não é salvação. É importante, ainda nessa introdução à Soteriologia, apresentar algumas definições do que não é a salvação em Cristo:

Apenas ter uma religião com o nome de cristã. O que dizer dos seguidores do mormonismo, cujo nome da igreja é Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias. São eles salvos por seguirem a uma religião “cristã”?

Apenas frequentar ou tornar-se membro de uma igreja local. Uma coisa é pertencer a uma igreja, e outra é pertencer à Igreja.

Apenas ter e ler a Bíblia. Isso os católicos romanos fazem!

Apenas professar um credo religioso. Ser salvo é muito mais que adotar, seguir, abraçar dogmas.

Apenas praticar a “regra áurea” de Mateus 7.12. Boas obras não salvam ninguém (Ef 2.8,9).

Apenas aspergir um infante com “água benta”. Afinal, dependendo da idade da criança, sequer tem a capacidade de crer para a salvação (Mc 16.16a; Rm 10.9).

Apenas batizar um adulto ou uma criança. Batismo não salva, mas destina- se a quem já é salvo (Mc 16.16b).

Apenas “confirmar” um adepto da sua confissão religiosa.

Apenas participar da Ceia do Senhor, ou da Eucaristia.

Apenas ter um irrepreensível código de conduta, bom testemunho, porte.

Apenas praticar sempre boas obras.

O que é salvação. E tudo o que Jesus realizou e ensinou para levar uma raça pecadora à comunhão com um Deus santo. Trata-se da redenção do ser humano do poder do pecado (I Pe 1.18,19). Ê, ainda, a libertação do cativeiro espiritual (Rm 8.2). E a saída do pecador dentre o poder das trevas do pecado (Cl 1.13). E, finalmente, é o retorno do exílio espiritual do pecador para Deus (Ef 2.13). Isso é salvação em resumo.

Como se vê, o homem não pode efetuar a sua salvação, nem ao menos ajudar nisso (Ef 2.8,9; Tt 2.11; Jn 2.9b). Daí ter dito o salmista: “A salvação vem do Senhor; sobre o teu povo seja a tua bênção” (SI 3.8). A salvação é pela graça de Deus, e não por nosso esforço próprio, conquanto os salvos sejam chamados para a prática das boas obras (Ef 2.10).

A salvação é chamada de novo nascimento (Jo 3.5) e de ressurreição (Cl 3.1), Não obstante o pecador venha a desejar a “tão grande salvação”, é Jesus Cristo quem o ressuscita dentre os mortos no pecado e o faz nascer de novo.

Afinal, um bebê nada pode fazer para nascer, assim como um morto nada pode fazer para ressuscitar — toda ajuda tem de vir de fora.

Introdução à Soteriologia

Soteriologia é em suma o conjunto de doutrinas da salvação. Há pelo menos umas vinte doutrinas relacionadas com a nossa gloriosa salvação em Cristo. Discorremos de modo resumido sobre as doutrinas da salvação, a saber:

 

A doutrina do pecado (Rm 3.23; 5.12,20), pois o pecado é a causa da perdição da humanidade.

A doutrina da graça de Deus (Tt 2.11; 3.4), haja vista ser a graça a sal­vação quanto ao seu alcance.

A doutrina da expiação pelo sangue (Lv I7.I I), uma vez que a expiação implica a salvação quanto ao pecado.

A doutrina da redenção (Ef 1.7), que trata da salvação quanto a libertação e resgate do pecador.

A doutrina da propiciação (Ex 32.30), que enfatiza a salvação como um ato benevolente de Deus.

A doutrina da fé salvífica (Ef 2.8), que trata do meio requerido por Deus, da parte do pecador para a sua salvação.

A doutrina do arrependimento (Mc 1.14,15), que está intimamente ligada à doutrina da fé salvífica.

A doutrina da confissão dos pecados (Rm 10.9,10).

A doutrina do perdão dos pecados (Cl 3.13).

A doutrina da regeneração espiritual (I Pe 1.3;Tt 3.5), que trata do que ocorre no íntimo do pecador ao receber de Deus a salvação.

A doutrina da imputação da justiça de Deus ao crente (Gn 15.6; Rm 4.2-11; 5.13; 2 Co 5.19; Fm v.I8;Tg 2.23).

A doutrina da adoção de filhos (Gl 4.5,6).

A doutrina da santificação do crente (I Co 6.11; 2 Co 7.1), isto é, a santificação posicionai, “em Cristo”, e também a progressiva, no tempo presente.

A doutrina da presciência de Deus (I Pe 1.2).

A doutrina da eleição divina (I Pe 1.2).

A doutrina da predestinação dos salvos (Rm 8.29).

A doutrina da chamada para a salvação (Rm 8.30).

A doutrina da justificação somente pela fé em Cristo (Rm 8.30), haja vista ser a justificação a nossa salvação ante a presença de Deus.

A doutrina do julgamento do crente (2 Co 5.10; Rm 14.10). E uma doutrina relacionada à Escatologia.

As doutrinas da glorificação dos salvos (Rm 8.30) e da salvação, nas eras divinas futuras (Ef 2.7; I Tm 1.17; Jo 1.29).

 

A SALVAÇÃO NO SENTIDO FACTUAL OBJETIVO

A salvação é um fato em si, isto é, no sentido objetivo. Ela tem um lado objetivo (o lado divino), e um, subjetivo (o humano). O primeiro refere-se a Deus como o Doador da salvação; e o segundo refere-se ao homem como o recebedor.

No sentido objetivo, a salvação tem três aspectos, todos simultâneos: a justificação, que nos declara justos (esse aspecto tem a ver com a nossa posição diante de Deus: “em Cristo”); a regeneração, que nos declara filhos (tem a ver com a nossa condição espiritual, interior); a santificação, que nos declara santos, mediante a nossa fé no sangue derramado de Jesus.

A salvação no seu sentido objetivo, diante de Deus, não tem tempos, mas aspectos ou lados. Ao mesmo tempo em que uma pessoa é pela fé em Cristo justificada, é também regenerada e santificada.

Justificação. E a mudança de posição externa e legal do pecador diante de Deus: de condenado para justificado. Pela justificação passamos a pertencer aos justos. Justificação é o tempo passado da nossa salvação, mas sempre presente em nossa vida espiritual (I Co 6.11; Rm 8.30,33b; 5.1; 3.24; Gl 2.16).

Regeneração. E a mudança de condição do pecador: de servo do pecado para filho de Deus. A regeneração é tão séria diante de Deus, que a Bíblia chama-a de “batismo em Jesus” (I Co 12.13; Gl 3.27; Rm 6.3). Trata-se de um ato interior, dentro do indivíduo, abrangendo também todo o seu ser. E um termo ligado a família, filhos: “gerar”; é o novo nascimento (Jo 3.5). Mediante a regeneração somos chamados “filhos de Deus” (cf. Gn 2.7; Jo 20.22; 15.5).

Santificação. E a mudança de caráter (mudança subjetiva); e a mudança de serviço (mudança objetiva), “em Cristo” (posicionai), como lemos em João 15.4 ;17.26.

A SALVAÇÃO NO SENTIDO EXPERIMENTAL SUBJETIVO

Na experiência humana, a salvação é subjetiva. A salvação experimental tem três tempos (não aspectos): passado, presente e futuro.

No passado. Justificação; é o que Deus fez por nós. E a salvação da pena do pecado. Ela é referida na Bíblia como ocorrida no passado da vida cristã.

... haveis sido justificados em nome do Senhor Jesus e pelo Espírito do nosso Deus (I Co 6. Z l).

E aos que predestinou, a esses também chamou; e aos que chamou, a esses também justificou... Quem intentará acusação contra os escolhidos de DEUS. É Deus quem os justifica (Rm 8.30,33).

Sendo, pois, justificados pela fé, temos paz com Deus por nosso Senhor Jesus Cristo (Rm 5.1).

Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus, sendo justificados gratuitamente pela sua graça, pela redenção que há em Cristo Jesus (Rm 3.23,24).

Sabendo que o homem não é justificado pelas obras da lei, mas pela fé em Jesus Cristo, temos também crido em Jesus Cristo, para sermos justificados pela fé de Cristo e não pelas obras da lei, porquanto pelas obras da lei nenhuma carne será justificada (Gl 2.16).

No presente. Santificação em conduta, diante do mundo. Ê a salvação do poder do pecado. E aquilo que Deus faz em nós agora. Uma frutinha pode ser perfeita, e não ser madura.

Ora, amados, pois que temos tais promessas, purifiquemo-nos de toda imundícia da carne e do espírito, aperfeiçoando a santificação no temor de Deus (2 Co 7.1).

E o mesmo Deus de paz vos santifique em tudo; e todo o vosso espírito, e alma, e corpo sejam plenamente conservados irrepreensíveis para a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo (l Es 5.23).

Aquele que diz que está nele também deve andar como ele andou (l Jo 2.6).

.. . operai a vossa salvação com temor e tremor (Fp 2.12).

No futuro. Glorificação; é o que Deus fará conosco na glória celestial (I Pe 1.5). Será a salvação da presença do pecado. Trata-se da nossa inteira “conformação” com Jesus Cristo.

Amados, agora somos filhos de Deus, e ainda não é manifesto o que havemos de ser. Mas sabemos que, quando ele se manifestar; seremos semelhantes a ele; porque assim como é o veremos (1 Jo 3.2).

... nós mesmos, que temos as primícias do Espírito, também gememos em nós mesmos, esperando a adoção, a saber; a redenção do nosso corpo (Rm 8.23).

E isto digo, conhecendo o tempo, que é já hora de despertarmos do sono; porque a nossa salvação está, agora, mais perto de nós do que quando aceitamos a fé (Rm 13.11).

E, como aos homens está ordenado morrerem uma vez, vindo, depois disso, o juízo,

assim também Cristo, oferecendo-se uma vez; para tirar os pecados de muitos, aparecerá segunda vez; sem pecado•, aos que o esperam para a salvação (Hb 9.27,28).

Evidências da salvação experimental. São os testemunhos do Espírito em nosso interior (Rm 8.16); da Palavra de Deus (Ato 16.31); da nossa consciência (I Jo 3.19); da transformação da nossa vida (2 Co 5.17); dos frutos produzidos (Mt 5.8; 7.16-20); da aversão ao pecado (I Jo 3.9); do cumprimento da doutrina (2 Jo v.9); do amor (e comunhão) fraternal (Jo 13.35); e da vitória sobre o mundo (I Jo 4.5).

 

A DOUTRINA DO PECADO

Embora haja nesta obra — no capítulo anterior — um estudo específico sobre a doutrina do pecado, realçaremos aqui alguns aspectos dessa doutrina, com o objetivo de estabelecer um elo entre Hamartiologia e Soteriologia, haja vista ser incoerente estudar esta sem aquela.

O estudo do pecado deve preceder ao da graça salvadora de Deus (cf. I Jo 1.8; 2.2).

A Epístola aos Romanos enfatiza que uma das principais finalidades da Lei é expor a hediondez do pecado (7.8,13b), porque é depois de tomarmos conhecimento disso que passamos a valorizar a graça de Deus em toda a sua extensão: “Veio, porém, a lei para que a ofensa abundasse; mas, onde o pecado abundou, superabundou a graça” (5.20).

Introdução à doutrina do pecado. O veredicto divino é claro: “Todos pecaram” (Rm 3.23). A Palavra de Deus diz: “Não há um justo, nem um sequer” (Rm 3.10).; “... não há homem que não peque” (I Rs 8.46).

Todos os seres humanos foram nivelados à condição de pecadores, segun­do a reta justiça do Senhor: “A Escritura encerrou tudo debaixo do pecado” (GI 3.22). E ainda: “Deus encerrou a todos debaixo da desobediência” (Rm 11.32). Mas, antes de atingir a todos os homens, mediante a desobediência de Adão, o pecado teve origem no mundo espiritual, na corte angelical (Is 14.12-17; Ez 28.15).

No ser humano, o pecado, sediado na alma, domina a sua vontade e tem como instrumento orgânico o corpo humano. O homem não é pecador primei­ramente porque peca, mas peca porque é pecador. Ou seja, cada indivíduo é um pecador por natureza. Por isso, em Israel, quando uma mulher dava à luz, tinha de apresentar a Deus uma oferta pelo pecado (Lv 12.6; Lc 2.24).

Pelo que, como por um homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado, a morte, assim também a morte passou a todos os homens, por isso que todos pecaram (Rm 5.12).

Definição do pecado. Pecado é a causa da perdição do homem. Uma das palavras que significa “pecado” (gr. hamartia) denota tudo aquilo que não se conforma com a lei divina; não se alinha com ela (Rm 5.20; I Jo 3.4a; 5.17b).

As Escrituras citam 372 formas de pecado, e há centenas de outras não men­cionadas na Bíblia. Na relação das obras da carne, lemos, no fim dela: “e coisas semelhantes a estas, acerca das quais eu vos declaro (...) que os que cometem tais coisas não herdarão o Reino de Deus” (Gl 5.21).

Nas diversas admoestações bíblicas preventivas quanto ao pecado, existem várias outras modalidades implícitas de pecado, caso essas advertências forem descumpridas. Ê importante, aqui, termos em mente a definição de alguns dos termos originais para pecado, haja vista cada qual descrever um tenebroso aspecto da sua malignidade.

A palavra “transgressão” (hb. pesha' e gr. bamartema) denota quebra das leis divinas; significa transpor a fronteira da lei, do bem, da ordem, da decência: “O que encobre as suas transgressões nunca prosperará...” (Pv 28.13).

Outro termo para pecado é “iniquidade”, isto é, fora do prumo; fora de nível; do lado de fora; erro; afastar-se do certo; errar o alvo — hb. hatta’t (Ez 18.20). O termo iniquidade refere-se principalmente ao pecado do crente. No Novo Testamento, a palavra correspondente é hamartano (Rm 3.23). Neste versículo, “pecaram” é literalmente “erraram o alvo”. E este erro pode ser moral (2 Pe 2.18) ou na doutrina (I Jo 4.6b). Doutrina e moral devem andar juntas!

Já o vocábulo “pecado”, conforme se registra em Romanos 5.12 ("por um homem entrou o pecado [errar o alvo] no mundo”), diz respeito ao desvio do alvo por Deus traçado, previsto, determinado, que é a glorificação dEle. O pecado, pois, é um alvo que o ser humano acerta ao desviar-se do propósito verdadeiro, que é a glória de Deus (Rm 3.23).

O homem foi criado por Deus para viver na esfera divina, porém, ao pecar, sua natureza foi mudada, e a sua inclinação natural é somente para pecar, mesmo que não pareça assim. Pecar, por conseguinte, é o ser humano desviar-se de sua finalidade moral, que é exaltar a Deus, e somente a Ele.

Outros quatro termos, quanto aos principais significados de “pecado”, na Bíblia, são: “desobediência”, rebeldia, má vontade para com Deus e a sua lei; “incredulidade”, falta de confiança em Deus e de dependência dEle; “ilegalidade”, subversão, oposição à lei e à ordem divinas; e “erro”, afastamento das normas divinas estabelecidas.

A lei divina da reprodução segundo a sua espécie. Em Gênesis, vemos essa lei em evidência nos vegetais (1.11,12), nos animais (1.24,25) e no ser humano, após o pecado (5.3). O homem fora criado segundo a imagem de Deus (1.26), e não segundo a sua própria espécie!

Portanto, já nascemos espiritualmente contaminados (Rm 5.12), como disse o salmista: “Eis que em iniquidade fui formado, e em pecado me concebeu a minha mãe” (Sm 51.5). O homem tem dentro de si uma natureza pecaminosa. Por isso, todos nós precisamos ser participantes da natureza divina, mediante a conversão (2 Pe 1.4).

Porque aqueles [nossos pais segundo a carne], na verdade, por um pouco tempo, nos corrigiam como bem lhes parecia; mas este [Deus Pai], para nosso proveito, para sermos participantes da sua santidade (Hb 12.10).

 

O “homem natural” e o pecado.

A Palavra de Deus usa a expressão “homem natural” (I Co 2.14), numa referência clara ao estado do homem ainda não alcançado pela graça de Deus. Ele está sob o pecado, espiritualmente morto, sob conde­nação e perdido.

Não há um justo. Como vimos, o veredicto de Deus é claro: “Não há um justo; nem um sequer”. E importante que o estudioso do assunto leia todo o capítulo de Romanos 9, principalmente os versículos 9-26, que tratam espe­cificamente dessa verdade, de que não há um justo sequer. Todos os homens já nascem pecadores.

Para que o homem fosse justo — por conta própria — diante de Deus, seria preciso que nunca praticasse o mal e jamais quebrasse a lei divina. Além disso, seria preciso que sempre fizesse o bem, como está escrito em Eclesiastes 7.20: “Que faça

bem, e nunca peque”. Há pessoas que relativamente não pecam tanto, porém não estão sempre praticando o bem.

A principal definição divina para o pecado. E a que está contida em passagens como

João 3.4 e 5.17. O termo hamartema denota errar o alvo, desviar-se do cami­nho, perder-se (I Jo 3.4a; 5.17b). Já a palavra anomia, contida em 3.4b, implica transgressão, desordem, rebeldia, subversão. Outro termo que aparece nessas passagens é adikia (5.17a), cuja significação é injustiça.

Em Salmos 41.4, o pecado é definido como uma doença espiritual que faz enfermar a alma: “... sara a minha alma, porque pequei contra ti”. Em I Pedro 2.24, na expressão “fostes sarados”, o sentido é o mesmo, à luz do contexto. Essa denotação também pode ser encontrada em outros textos:

E morador nenhum dirá: Enfermo estou; porque o povo que habitar nela será absolvido da sua iniquidade (Is 33.24).

Porque serieis ainda castigados, se vos rebelaríeis? E toda a cabeça está enferma, e todo o coração, fraco. Desde a planta do pé até à cabeça não há nele coisa sã, senão feridas, e inchaços, e chagas podres, não espremidas, nem ligadas, nem nenhuma delas amolecida com óleo (Is 1.5,6).

Porque males sem número me têm rodeado; as minhas iniquidades me prenderam, de modo que não posso olhar para cima; são mais numerosos do que os cabelos da minha cabeça, pelo que desfalece o meu coração (Sl 40.12).

E Jesus lhe disse: Vê; a tua fé te salvou (Lc 18.42).

A tradução literal da passagem acima é: “Vê; a tua fé te curou”. O termo grego aqui é sozo, “curar”, “salvar”, “livrar” (cf. Lc 7.50; Mt 9.22).

A origem do pecado. A Palavra de Deus apresenta, em Ezequiel28.I5,I6, a origem do pecado: “Perfeito eras nos teus caminhos, desde o dia em que foste criado, até que se achou iniquidade em ti. Na multiplicação do teu comércio, se encheu o teu interior de violência, e pecaste; pelo que te lançarei, profanado, fora do monte de Deus e te farei perecer, ó querubim protetor, entre pedras afogueadas”. Esta descrição, ainda que de modo conotativo, relaciona-se a Satanás e sua rebelião contra Deus.

O pecado é universal. Em Romanos 3.23, vemos outro aspecto do pecado, a sua universalidade: “Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus”. Aqui e em outras passagens correlatas fica evidente que toda a humanidade, sem exceção, foi atingida pelo pecado.

A realidade do pecado. Ainda que muitos procurem ignorar a existência do pecado, temos de considerar os esmagadores testemunhos da realidade do pe­cado> na Bíblia (Hb 12.1; Sl 51.5), na História, na consciência, no dia-a-dia. Perguntemos a Adão após a sua queda, a Davi, a Jesus. Todos confirmarão que o pecado é uma realidade.

Evidências da realidade do pecado. Elas são tão contundentes que é um absurdo negá-lo; é idiotice; é insanidade. Algumas dessas evidências são: cada hospital; cada casa funerária; cada cemitério; cada fechadura de porta; cada caixa forte de banco; cada alarme contra ladrão; cada policial, guarda, soldado; cada tribunal; cada prisão; cada dor, doença, deficiência, morte, tristeza, pranto, guerra.

O pecado e sua raiz. A Palavra de Deus menciona a raiz da incredulidade como a geratriz do pecado (Jo 16.9; Hb 3.12) e também a do egoísmo, isto é, do culto ao “eu”, da personalidade (Ez 28.7; Is 14.13,14; Rm 1.25). O egoísmo é uma forma de rebeldia à vontade e à lei de Deus; existe também o egotismo, endeusamento do homem por ele mesmo.

O pecado como ato. Olhemos, agora, à luz da Palavra de Deus, para o interior do pecado, a fim de conhecermos detalhadamente os seus aspectos. E importante, aqui, distinguirmos entre ato e estado pecaminosos. A Bíblia apresenta o pecado como um ato nosso, perpetrado por natureza e escolha deliberada:

Mas cada um é tentado, quando atraído e engodado pela sua própria concupiscência.

Depois, havendo a concupiscência concebido, dá à luz o pecado; e o pecado, sendo consumado, gera a morte Çl 1.14,15).

Segundo a Bíblia, o pecador não sabe escolher o bem; ele sempre opta pelo mal. O filho pródigo não soube escolher o bem; preferiu o pior (Lc 15.11-18). O pecado como um ato praticado é, pois, um efeito, e não uma causa; a causa é o pecado congênito em nossa natureza decaída.

O crente carnal também não sabe escolher o bem. Ló, por si mesmo, optou pelo pior, para ele e sua família (Gn 13.11,12). Esaú, de igual modo, vendeu a sua primogenitura por um simples prato de lentilhas (Gn 25.29-34). E Marta não soube escolher o melhor, como sua irmã, que representa um crente consagrado (Lc 10.41,42).

O pecado como estado. Em Romanos 6.6, está escrito: “... o nosso velho homem foi com ele [Cristo] crucificado, para que o corpo do pecado seja desfeito, a fim de que não sirvamos mais ao pecado” — a expressão “corpo do pecado” é uma referência ao corpo como instrumento do pecado; não é a Bíblia querendo dizer que o pecado possui corpo tangível.

O pecado como um estado indica que todos os homens estão propensos a pecar. É caracterizado pelo princípio da rebelião contra Deus; trata-se de um poder maléfico; é um princípio gerador do mal. Ou seja, é primeiramente uma causa, e consequentemente um efeito.

Como causa, o pecado é parte integrante da nossa natureza herdada de Adão. Em resumo, o homem não é culpado apenas pelos pecados cometidos; ele tem dentro de si uma natureza pecaminosa que em si já é pecado.

A natureza do pecado. Há o pecado praticado, isto é, cometido, que aparece na Bíblia no plural (I Jo 1.9). Para este tipo de pecado há perdão de Deus, como vemos no “sacrifício pela culpa” (Lv 5.14-19). Mas há também o pecado con­gênito, mencionado no singular (I Jo 1.7; SI 51.5; Rm 7.18,23). No caso deste tipo de pecado, só há purificação no sangue de Jesus. Vemos isso tipificado no “sacrifício pelo pecado” (Lv 4.1-12).

O pecado e sua prática. Quanto à prática, há o pecado de comissão, que é fazer ou praticar a coisa errada (Tg I.I5); e o de omissão, que significa deixar de fazer a coisa certa, justa. Assim, pecado não é somente praticar o mal; deixar de fazer o que é certo é também pecado.

Aquele, pois, que sabe jazer o bem e não o faz comete pecado (Tg 4.11).

E, quanto a mim, longe de mim que eu peque contra o SENHOR, deixando de orar por vós; antes, vos ensinarei o caminho bom e direito (l Sm 12.23).

Mas, ainda quanto ao pecado por omissão, a Palavra de Deus menciona vários exemplos, como o caso do servo inútil, condenado porque não fez nada, apesar de ter recebido bens de seu senhor para cuidar (Mt 25.24-30). Outro exemplo de omissão vemos na parábola das dez virgens. As loucas não se prepararam (Mt 25.3). Temos outro exemplo no julgamento das nações: as omissas para com Israel serão punidas (Mt 25.42-45).

Em Números 32.23a, está escrito: “e, se não fizerdes assim, eis que pecastes contra o Senhor”. Deixar de cumprir a lei de Deus é tanto pecado quanto transgredi-la (cf. Jz 5.23). A Palavra de Deus diz que os ímpios serão lançados no inferno por omissão: “Os ímpios serão lançados no inferno e todas as nações que se esquecem de Deus” (Sm 9.17).

Outrossim, todo pecado, seja ele qual for, é praticado primeiramente contra Deus. Davi, além de pecar contra Bate-Seba, Urias e si mesmo, pecou primeira­mente contra Deus, o Legislador: “Contra ti, contra ti somente pequei, e fiz o que a teus olhos é mal...” (Sm 51.4). O pródigo pecou contra si mesmo e contra a sua família, mas primeiramente contra o seu pai, que na parábola aponta para Deus (Lc 15.21).

A origem do pecado dentro do homem. Na Palavra de Deus mencionam-se o pecado da carne (2 Co 7.1) e o do espírito (2 Co 7.1; Sm 66.18). Muitos acham que pecado mesmo é o do assassino, do bandido, do ladrão, do viciado, do imoral, do fornicário, do adúltero, da prostituta; pensam que é o engano, o calote, o furto, o mundanismo e outros pecados predominantemente da carne.

Entretanto, os pecados do espírito são às vezes piores que os pecados da carne acima mencionados. Davi cometeu pecados da carne terríveis, a ponto de dizer, ao ser repreendido pelo Senhor: “Pequei contra o Senhor” (2 Sm 12.13; Sm 51). Mas o pecado do espírito que ele cometeu foi pior, levando-o a confessar: “Gravemente pequei” (I Cr 21.8). “Toda iniquidade é pecado” (I Jo 5.17).

Os fariseus do tempo em que Jesus andou na Terra acusavam pessoas que co­metiam pecados da carne, como a mulher adúltera que Jesus perdoou, dizendo-lhe: “vai-te e não peques mais” (Jo 8.I-I I). Contudo, os mesmos fariseus cometiam grandes pecados do espírito (Mt 23).

Vejamos alguns exemplos de pecados do espírito: orgulho, soberba, vangloria, arrogância, inveja, ganância, cobiça, ira, amargura, mau humor, ciúme doentio, hipocrisia, leviandade, irreverência com o que é sagrado, mentira, egoísmo, roubar a Deus, quebra do Dia do Senhor, mau testemunho, desonestidade, negligência na oração e quanto à Bíblia, relaxamento com a obra de Deus etc.

As consequências do pecado. Na Bíblia são mencionados o pecado para morte e o que não é para morte: “Se alguém vir seu irmão cometer pecado que não é para morte, orará, e Deus dará a vida àqueles que não pecarem para morte. Há pecado para morte, e por esse não digo que ore” (I Jo 5.16).

O pecado para morte — dependendo de sua gradação — traz como consequências: sofrimentos, morte espiritual, morte física e até perdição eterna. São pecados que levam o seu praticante à morte física prematura: desobediência deliberada (I Rs 13.26); incesto (I Co 5.5); murmuração (I Co 10.5); profanação (I Co 11.29-32); desvio (Jr 16.5,6); tentar a Deus (Nm 14.29,32,35; 18.22; 27.12-14); falsidade (Ato 5.10); rebeldia — não momentânea, mas como estado (Ef 6.3) —, etc.

Entretanto, há pecado que não é para morte. Todo pecado é transgressão diante de Deus, mas nem todo pecado é igual aos olhos de Deus. O pecado tem gradação, como se vê nas seguintes expressões bíblicas: “grande pecado” (Êx 32.30,31; I Sm 2.17; Sl 25.11; Am 5.12); “maior pecado” (Jo 19.11); “muito grande pecado” (I Sm 2.17; 2 Sm 24.10 com I Cr 21.8,17); “mui­tos pecados” (Lc 7.47); “multidão de pecados” e “multiplicar pecados” (Ez 16.51; Os 13.2; Tg 5.20).

Qualquer pecado, mesmo perdoado, não nos exime dos seus maus efeitos, das suas consequências; do seu castigo aqui (Sl 99.8; Nm 14.19-23). O perdão de Deus nos exime da condenação como filhos de Deus, porém o castigo aqui tem a ver com o nosso aprendizado espiritual aqui] há crentes que só aprendem “apanhando”. E mais: o tempo não apaga, não desfaz o pecado:

Então, falou o copeiro-mor a Faraó, dizendo: Dos meus pecados me lembro hoje (Gn 41.9).

... quando for outra vez, o meu Deus me humilhe para convosco, e eu chore por muitos daqueles que dantes pecaram e não se arrependeram da imundícia, e prostituição, e desonestidade que cometeram 2 Co 2.21.

O pecado e seu perdão. Quanto ao perdão, a Bíblia menciona o pecado perdoável e o imperdoável em Mateus 12.31,32:

Portanto, eu vos digo: todo pecado e blasfêmia se perdoará aos homens, mas a blasfêmia contra o Espírito não será perdoada aos homens. E, se qualquer disser alguma palavra contra o Filho do Homem> ser-lhe-á perdoado, mas, se alguém falar contra o Espírito Santo, não lhe será perdoado, nem neste século nem no futuro.

O pecado imperdoável não diz respeito a um ato isolado. Trata-se de um pecado contínuo, não cometido por ignorância (cf. I Tm 1. 13). A má interpretação disso tem causado aflição em muitas pessoas, que pensam ter cometido o tal pecado.

No Capítulo 4 desta obra, há uma explicação sobre o pecado imperdoá­vel do ponto de vista da Pneumatologia. Quanto à Soteriologia, tal pecado leva quem o pratica à condenação porque o tal peca contra a única Pessoa da Trindade cuja obra no que concerne à nossa salvação não está concluída. A obra do Pai foi consumada; a do Filho está concluída, mas a do Espírito continua (cf. Jo 16.8).

A consumação do pecado. No que concerne à sua consumação, há o pecado vo­luntário, consciente, deliberado (Mt 25.25; Lc 19.20-23; Js 7.21); e o involuntário, inconsciente, não deliberado (SM 19.12; 90.8; Jr 17.9; Lv 4.I3-2I; 5.15,17; Nm 15.22-31). Este, ainda que cometido de modo involuntário, por imprudência ou inconsciência, terá a sua devida condenação.

Aqui no mundo, se alguém, por ignorância, violar as leis da Física, sofrerá as consequências disso. Por exemplo, se alguém saltar de um prédio de dez andares, mesmo não tendo consciência de que a força da gravidade fará com que o seu corpo se estatele no chão, a sua ignorância não impedirá a sua morte.

Quanto ao corpo humano, de acordo com I Coríntios 6.18 — que diz: “Fugi da prostituição. Todo pecado que o homem comete é fora do corpo; mas o que se prostitui peca contra o seu próprio corpo” —, há dois tipos de pecado: contra o corpo, que destrói primeiro o próprio pecador que o comete; e fora do corpo, que arruína primeiro os outros, além de quem o comete.

O pecado relacionado ao crente. O pecado conhecido e tolerado na vida do crente gera consequências terríveis, como: perda das bênçãos de Deus, disciplina divina e da igreja, interrupção da comunhão com Deus, cessação de operação divina por meio do crente e perda de galardão no futuro.

O julgamento do pecado. Deus nem sempre julga logo o pecado. Se Ele julgasse de imediato, nem este escritor estaria mais aqui. A Palavra do Senhor diz: “Não nos tratou segundo os nossos pecados, nem nos retribuiu segundo as nossas iniquidades” (SI 103.10).

Deus dá tempo para que o pecador se corrija, se arrependa, mude. Em certas pessoas, o pecado é logo manifesto e julgado; noutras, isso ocorre depois: “Os pecados de alguns homens são manifestos, precedendo o juízo; e em alguns manifestam-se depois” (I Tm 5.24). Por quê?

O justo Juiz sabe de tudo isso. E, como nos ensina a Palavra de Deus, nada julguemos antes de tempo, até que o Senhor traga à luz as coisas ocultas e ma­nifeste os desígnios dos corações, em sua gloriosa vinda (I Co 4.5).

... nada há encoberto que não haja de revelar-se; nem oculto que não haja de saber-

se (Mt 10.26).

... eis que pecastes contra o SEKHOR; porém sentireis o vosso pecado, quando vos achar Nm 32.23).

Como triunfar sobre o pecado. Os passos para vencer o pecado, triunfando sobre ele, são os seguintes:

Amar a Palavra de Deus, a ponto de escondê-la no coração; isso faz com que o crente vença o pecado (Sm 119.11).

Crer no poder do sangue de Jesus, isto é, no sacrifício expiatório que Ele realizou, a fim de que o pecado não tenha domínio sobre nós (I Jo 1.9).

Confiar no poder do Espírito Santo, o qual habita em nós e, se Ele exercer pleno predomínio em nosso viver, faz-nos triunfar sobre o pecado (Rm 8.2).

O ministério sacerdotal de Cristo. Ele venceu todas as coisas, e, se esti­vermos nEle, também venceremos o pecado (Hb 4.15,16).

A nossa fé depositada em Jesus Cristo também nos faz triunfar sobre o pecado (Fp 3.9).

Finalmente, a nossa total submissão e entrega a Cristo (Rm 6.14). E submis­são implica ser obediente à sua vontade e também agradar-lhe por amor.

Conclusão. A nossa recomendação final, ao concluir este tópico sobre a dou­trina do pecado é, como diz o escritor sacro: “Evita o pecado!” A Palavra de Deus admoesta: “Meus filhinhos (...) não pequeis” (1 Jo 2.1). Lembre-se de que “Obedecer é melhor do que sacrificar” (I Sm 15.22). E “sacrificar”, aqui, também pode significar “remediar”.

Evitemos, pois, os pecados vindos de dentro; e, de fora: “A ninguém imponhas precipitadamente as mãos, nem participes dos pecados alheios; conserva-te a ti mesmo puro” (I Tm 5.22).

 

A DOUTRINA DA GRAÇA DE DEUS

AGRAÇA DE DEUS É JESUS E SUA OBRA SALVÍFICA.

Na matéria Soteriologia, a ênfase recai sobre a graça de Deus para salvar o pecador. E, por essa razão, não discorrermos sobre a grafa comum, extensiva a todos os homens: “Abres a mão e satisfazes os desejos de todos os viventes”. Aqui não se trata de graça salvadora; diz respeito ao favor de Deus dispensado bondosamente aos seres humanos, no sentido de prover os meios de subsistência a todos, sem distinção (Sl 104.10-30).

Graça relacionada com a salvação. E a atitude (ou provisão) graciosa do Senhor para com o indigno transgressor da sua lei (cf. Rm 3.9-26). Ela resulta da parte de Deus para com o pecador em: misericórdia (I Tm 1.2; 2Tm 1.2; Tt 1.4; 2 Jo3; Jd v.2I); benevolência (Lc 2.14b); paz (resultado da misericórdia de Deus no coração do homem); gozo (que é mais interior), bem como alegria, beleza e adorno espirituais — que são mais externos (cf. Rm 12.6).

No original, graça é charis, donde vêm “charme”, “carismático” (no sentido exato), “caridade”, “agradável”, “atraente”, “agradecer”, “gratidão”.

A vossa palavra seja sempre agradável, temperada com sal, para que saibais como vos convém responder a cada um (Cl 4.6).

... segundo o beneplácito de sua vontade, para louvor e glória da sua graça, pela qual nos fez agradáveis a si no Amado (Ef 1.5,6).

O nosso assunto diz respeito à graça de Deus para salvar. A provisão divina para com o indigno transgressor da lei existia desde o Antigo Testamento (Ex 33.13; Jr 3.12; 31.2). A passagem de Atos 15.10,11 não deixa dúvidas quanto a isso:

Agora, pois, por que tentais a Deus, pondo sobre a cerviz dos discípulos um jugo que nem nossos pais nem nós podemos suportar? Mas cremos que seremos salvos pela graça do Senhor Jesus Cristo, como eles também.

No Novo Testamento, a graça de Deus para salvar o pecador é mencionada de maneira mais direta (Ef 2.7,8; I Tm 1.13,16; Rm 5.20; Jo 1.16,17).

Porque a graça de Deus se há manifestado, trazendo salvação a todos os homens (Tt 2.11).

Mas, quando apareceu a benignidade e caridade de Deus, nosso Salvador) para com os homens, não pelas obras de justiça que houvéssemos feito, mas, segundo a sua misericórdia, nos salvou pela lavagem da regeneração e da renovação do Espírito Santo (Tt 3.4,5).

De acordo com Efésios 2.5,6, o pecador está morto, e nessa condição não pode ajudar em nada. Como efetuaria ele a sua própria ressurreição? Assim como não pudemos ajudar em nada quando do nosso primeiro nascimento, muito menos em nosso segundo (novo) nascimento. Tudo é pela graça, para que o homem não tenha de que se gloriar.

Tudo é pela graça de DEUS (JESUS). Na vida do crente, ela gera crescimento na fé (2 Pe 3.18). E por meio dela que triunfamos contra o mal (Rm 6.14; Hb 13.9; Ato 4.33; 2 Co 12.9) e trabalhamos para o Senhor (Hb 12.28; I Co 3.10; 15.10; 2 Co 6.1). Por ela, falamos (Sm 45.2; Cl 4.6); cantamos (Cl 3.16); e tratamos (Rt 2.10).

É pela graça também que somos capacitados a dar a Deus e ao próximo (2 Co 8.1,6,7). Essa liberalidade pela graça, para dar a Deus, leva-nos a fazer isso em quatro sentidos:

Dar-nos a nós mesmos inteiramente ao Senhor.

Dar-lhe o nosso tempo; a nossa vida.

Dar-lhe os nossos talentos.

Dar-lhe o nosso dinheiro.

A Palavra de Deus menciona, no Antigo Testamento, a liberalidade do crente para com o Senhor: “E ali trareis os vossos holocaustos, e vossos sacrifícios, e os vossos dízimos, e a oferta alçada da vossa mão, e os vossos votos, e as vossas ofertas voluntárias, e os primogênitos das vossas vacas e das vossas ovelhas” (Dt 12.6-7)

. Vemos aqui sete tipos de ofertas, todas implicando finanças.

Nós devemos tanto a Deus, que, no viver para com Ele, e no trabalho dEle, mesmo fazendo o nosso melhor e o máximo que pudermos, não vamos além do dever (Lc 17.1). Ou seja, nunca ingressaremos no mérito! Nesse caso, a graça de Deus é mais abundante na vida daqueles que são humildes (Tg 4.6). A humildade é, pois, o fio condutor da graça (I Pe 5.5).

A graça de Deus em resumo. Diante do exposto, a graça de Deus é o dom da salvação em Cristo, como dádiva de Deus ao pecador, indigno e merecedor do justo juízo de Deus (Tt 2.11).

Ela é o poder sustentador de Deus, que nos mantém firmes e perseverantes na fé, depois de salvos (2 Co 12.9), como lemos em 2 Timóteo 2.1: “Tu, pois, meu filho, fortifica-te na graça que há em Cristo Jesus”.

A graça do Senhor é a dádiva das bênçãos diárias que recebemos dEle, sem merecê-las (Jo 1. 16). E, ainda, a dádiva da capacitação divina no crente, para este realizar a obra de Deus (I Co 15.10; Hb 12.28). Atentemos, pois, para a recomendação da Palavra de Deus, em I Coríntios 3.10: “Segundo a graça de Deus que me foi dada, pus eu, como sábio arquiteto, o fundamento, e outro edifica sobre ele; mas veja cada um como edifica sobre ele”.

 

A DOUTRINA DA EXPIAÇÃO PELO SANGUE

Em Isaías 53.10, está escrito acerca da obra expiatória de Cristo:

Todavia; ao Senhor agradou o moê-lo; fazendo-o enfermar; quando a sua alma se puser por expiação do pecado} verá a sua posteridade; prolongará os dias; e o bom prazer do Senhor prosperará na sua mão.

A doutrina em apreço é chamada de kilasmologia. Expiação, para nós do Novo Testamento, é a morte de Jesus em nosso lugar para poder nos remir do pecado; salvar-nos do pecado — expiar é tirar o pecado: “Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo” (Jo 1.29). Expiação tem a ver com o pecado (Lv 4; 16; 23).

Quatro palavras para a salvação. Há quatro grandes palavras doutrinárias em­pregadas na Bíblia para nos revelar a extensão do valor da morte de Jesus, isto é, do seu sangue remidor, para tirar os nossos pecados. Tão vasto e infinito é o alcance da obra efetuada por Jesus que um só vocábulo das Escrituras não pode resumi-la.

A palavra “expiação” aplica-se em relação ao pecado em se tratando da salvação quanto ao seu alcance, que é infinito (Sm 103.12; Is 53.10). Já “redenção” diz res­peito à salvação em relação ao pecador e seu pecado. Outro termo, “propiciação”, aplica-se à salvação quanto à transgressão; isto é, a salvação considerando o ser humano como o transgressor. E a quarta palavra é “imputação”, que se relaciona com a salvação quanto ao seu “creditamento”. Ou seja, a justiça de Deus “lançada em nossa conta”, pela fé no próprio Deus (cf. Fp 4.17; Mt 6.12; Fm v.I8; Rm 4.3).

Portanto, a salvação é tão grande e tão rica que uma só palavra não abarca o seu significado! Glória a Deus!

Tecnicamente, a palavra “expiar” — hb. kapar— significa “encobrir”, “co­brir”, “ocultar”, “tirar da vista”. A primeira menção dessa palavra nas Escrituras está em Gênesis 6.14 (hb. kapar, “betumarás”, ARC; “calafetarás”, ARA) e ilustra muito bem o seu emprego através da própria Bíblia, como a Palavra de Deus.

Biblicamente, expiar é pagar, quitar, tirar os pecados de alguém, perdoar, mediante um sacrifício reparador exigido, mas também propiciador. Expiar, pois, é tirar o pecado mediante a morte de alguém como substituto do culpado e condenado. No nosso caso, foi Jesus que morreu por nós, pecadores perdidos (Is 53.10; Jo 1.29; Ap 13.8; 2 Co 5.21). Sem expiação pelo sangue não há perdão do pecado (Lv 4.35).

A expiação aplaca o Legislador, por satisfazer a sua Lei, violada que foi, pela culpa do pecado como ato praticado (Lv 5), bem como manchada e ultrajada pelo pecado como estado, na natureza do pecador (Lv 4). Neste capítulo, vemos quatro categorias universais de pecadores e a expiação de seus pecados mediante o sangue expiador.

Mas a expiação vai além. Ela também torna o Legislador benevolente para com o transgressor perdoado. Essa decorrência da expiação é chamada de propiciação.

A necessidade da expiação. A expiação pelo sangue foi necessária para dar satisfação à Lei divina — caso contrário, essa Lei seria vã — e seu Legislador escarnecido.

A pecaminosidade da natureza e dos atos do homem também tornou necessária a expiação divina.

Jesus, para expiar nossos pecados, bastava morrer por nós na cruz; mas, para nos justificar diante de Deus e sua Lei violada, era preciso que Ele ressuscitasse (Rm 4.25;

. Desse modo, a nossa ressurreição espiritual (isto é, a nossa regeneração) depen­dia da ressurreição dEle (I Pe 1.3; Cl 3.1). Glória a Deus porque Jesus ressuscitou!

Há diferença entre a expiação, a redenção e a propiciação, todas realizadas por Jesus Cristo. A expiação é do pecado do pecador; a redenção é da pessoa do pecador; e a propiciação tem a ver com Deus em relação ao pecador já perdoado (cf Lc 18.13; I Jo 2.2). A salvação de criancinhas inocentes — apesar de pecadores por natureza — decorre da expiação efetuada por Cristo, e não primeiramente da redenção.

A obra expiatória de Cristo. No Antigo Testamento, a expiação dos pecados na na­ção “durava” um ano apenas! O que ocorria anualmente no solene Dia da Expiação, mencionado em Levítico 16, era que a sentença de morte que pairava sobre todos, por causa do condenável e criminoso pecado, praticado pelo povo diariamente, era prorrogado por mais doze meses. Ora, isso apenas aumentava a dívida espiritual desse povo para com Deus, cada ano que passava (Hb 9.25; 10.1-3).

Cristo na cruz, pelo seu sangue expiou os nossos pecados uma vez para sempre — “... porque isso fez ele, uma vez, oferecendo-se a si mesmo” (Hb 7.27); “Doutra maneira, necessário lhe fora padecer muitas vezes desde a fundação do mundo; mas, agora, na consumação dos séculos, uma vez se manifestou, para aniquilar o pecado pelo sacrifício de si mesmo” (Hb 9.26) —, mas a salvação só se realiza na vida de cada pecador quando este aceita o Redentor, Jesus Cristo.

 

A DOUTRINA DA REDENÇÃO

Como já vimos, redenção tem a ver com a pessoa do pecador. Ela é realizada por Jesus Cristo: “Em quem temos a redenção pelo seu sangue, a remissão das ofensas, segundo as riquezas da sua graça” (Ef 1.7). Pois “... por seu próprio sangue, entrou uma vez no santuário, havendo efetuado uma eterna redenção” (Hb 9.12).

Definição de redenção. Nos dias bíblicos, redenção é a libertação de um escravo, mediante um resgate — gr. lytron (este termo aparece em Mateus 20.28) —, além de retirar esse escravo do mercado de escravos, para não mais ficar exposto à venda. Redenção sempre requer o preço a ser pago para garantir a liberdade do escravo.

Há sete principais palavras originais no Novo Testamento para redenção:

Agorazo, “compraste” (Ap 5.9). Comprar na praça. O pecador estava na praça do mercado de escravos, vendido ao pecado e servindo a Satanás: “Assim,

meus irmãos, também vós estais mortos para a lei pelo corpo de Cristo, para que sejais doutro, daquele que ressuscitou de entre os mortos, a fim de que demos fruto para Deus” (Rm 7.4).

Exagorazo, “resgatou” (Gl 3.13). Comprar o escravo na praça e retirá-lo de lá, para que não fosse mais exposto à venda: “Ele nos tirou da potestade das trevas e nos transportou para o Reino do Filho do seu amor” Cl 1.13.

Lytroo, “resgatados” (I Pe 1.18,19). Pagar o preço exigido pelo resgate de um escravo e libertá-lo.

Lytrosis, “redenção” (Hb 9.12). Libertar mediante o pagamento de resgate. È um termo mais vigoroso do que lytroo,

Apolytrosis, “redenção” (Ef 1.7). È empregado em Lucas 21.28 para significar soltura, libertação, livramento, desprendimento do povo de Deus, ao sair deste mundo opressor e escravisador, para ficar eternamente com o Senhor. Este termo é uma forma mais vigorosa que lytrosis.

Antilyron (I Tm 2.6). A troca de uma pessoa por outra; ou seja, a redenção de vida por vida, no caso de um cativo, escravo ou prisioneiro.

Lytron (Êx 21.30; Mt 20.28; Mac 10.45). O resgate pago pela redenção de um cativo, escravo ou prisioneiro de guerra.

A redenção do pecador. A nossa redenção espiritual foi planejada e decidida por Deus antes da fundação do mundo (I Pe 1.18,19; Ap 13.8). Essa redenção, em Cristo, é formosa e claramente ilustrada em Levítico 25 — principalmente nos versículos 25, 48 e 49 — e Rute 2.20; 3.9-13; 4.1-9. Nessas passagens, o termo go’el significa “parente remidor”, o qual tinha de ser consanguíneo do escravo. Vemos claramente no papel desse parente remidor um tipo de nosso Redentor, o Senhor Jesus (Tt 2.14).

O tríplice resultado da redenção. A nossa redenção efetuada por Jesus resulta na conver­são da alma, pois esta foi perdida pelo homem, na sua Queda (Gn 2.17; Ez 18.20).

Outro resultado da redenção é a nossa ressurreição, isto é, a redenção do corpo. O homem perdeu o seu corpo ao perder o direito a comer da árvore da vida, no Éden, devido à Queda: “Então, disse o Senhor Deus: Eis que o homem é como um de nós, sabendo o bem e o mal; ora, pois, para que não estenda a sua mão, e tome também da árvore da vida, e coma, e viva eternamente” (Gn 3.22).

A redenção resulta também em domínio da terra. O ser humano perdeu a terra ao pecar (Gn 1.28). Em João 1.29, vemos que Jesus é o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo (cf. Ap 5.1-5,9). Na Segunda Vinda de Cristo, co­meçará a redenção da terra, que fora amaldiçoada depois da Queda: “maldita é a terra” (Gn 3.17).

 

A DOUTRINA DA PROPICIAÇÃO

Em Êxodo 32.30, está escrito: “E aconteceu que, no dia seguinte, Moi­sés disse ao povo: Vós pecastes grande pecado; agora, porém, subirei ao Senhor; porventura, farei propiciação por vosso pecado”. Propiciar é aplacar; tornar benevolente o ofendido, mediante uma oferta judicial e expiatória, e que seja aceita.

Definição. A propiciação resulta da expiação. A palavra portuguesa “propiciação” deriva do latim propitío, “unir”, “reconciliar”, “pacificar”. O conceito pagão de propi­ciação é aplacar um deus irado, vingativo (cf. I Rs 18.26,29). Mas, à luz da Palavra de Deus, implica satisfazer a Lei divina violada e, desse modo, remover aquilo que impedia Deus de fazer extravasar e fluir o seu amor, sua benevolência e suas bênçãos sobre o pecador, salvando-o.

Propiciar a Deus não foi só satisfazê-lo, reparando a sua Lei e a sua vontade ultrajadas, mas torná-lo benevolente e abençoador do ofensor. Aqui na Terra quando o próximo é ofendido e reparado, ele não quer ser benevolente nem abençoador do ofensor.

Jesus é a nossa propiciação (Rm 3.25; I Jo 4.10). Como nosso Sumo Sacerdote, Ele é tanto a nossa propiciação, como o nosso propiciatório. “E ele é a propiciação pelos nossos pecados e não somente pelos nossos, mas também pelos de todo o mundo” (I Jo 2.2).

A reconciliação do homem com Deus é resultado da propiciação pelo san­gue de Jesus — gr. katallage, “reconciliação” (Rm 5.11). Assim como a expiação leva à propiciação, esta leva à reconciliação. Cristo, ao consumar a expiação dos nossos pecados, consumou também a nossa reconciliação com Deus e com o nosso próximo (Ef 2.16,17).

Porque, se nós, sendo inimigos, fomos reconciliados com Deus pela morte de seu Filho, muito mais, estando já reconciliados, seremos salvos pela sua vida. E não somente isto, mas também nos gloriamos em Deus por nosso Senhor Jesus Cristo, pelo qual agora alcançamos a reconciliação (Rm 5.10,1 1).

Em 2 Coríntios 5.18,19, está escrito: “E tudo isso provém de Deus, que nos reconciliou consigo mesmo por Jesus Cristo e nos deu o ministério da reconci­liação, isto é, Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não lhes imputando os seus pecados, e pôs em nós a palavra da reconciliação”. Vemos, aqui, que Ele nos deu o ministério da reconciliação (v. 18) e pôs em nós a palavra da reconciliação (v. 19).

A reconciliação que vem da expiação efetuada por Cristo abrange tudo o que foi criado, na terra e nos céus (Cl 1.20; Hb 9.12). Cristo, pelo seu sangue, promoveu a paz, já que nós não podíamos. Em hebraico, um dos termos para salvação é shalom, “paz”, “saúde”, “integridade”, “completude”.

Ilustração de propiciação. Em Lucas 18.13 (ARA) está escrito do humilde e indigno publicano, da parábola proferida por Jesus: “O Deus, sê propício [gr. hílaskomaí] a mim, [o] pecador”. Literalmente, o publicano da parábola mencionada em Lucas 18.9-14 estava dizendo: “Deus, olha para mim, o pior pecador, assim como tu olhas para o sangue propiciador aspergido sobre o propiciatório, na arca da aliança”. Deus teve prazer em responder à sua oração! (v. 14).

 

A DOUTRINA DA FÉ SALVÍFICA

Fé não é crer sem provas — ela é baseada na maior de todas as provas: a Palavra de Deus. A fé é um fato, mas também um ato (Tg 2.17,26; Mt 17.20); manifesta-se por ações, por obras — “como um grão de mostarda”. Há dois aspectos da fé: ativo e passivo. A fé ativa diz respeito a nosso viver, nosso agir, nosso trabalhar para Deus. Já a passiva se relaciona com a fidelidade do crente ao Senhor e sua firme perseverança.

Como a fé salvífica se manifesta. A fé salvífica tem a ver com o pecador em relação a Deus (Ef 1.13; Ef 2.8,9; Ato 16.31), pois “... sem fé é impossível agradar-lhe, porque é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que ele existe e que é galar- doador dos que o buscam” (Hb 11.6).

A pergunta que o jovem rico devia ter feito, em Mateus 19.16, seria: “Em quem devo crer para ser salvo?”, e não “Que devo fazer para me salvar?” Salvação não é o que eu devo fazer, mas em quem devo crer para me salvar (Ato 16.31).

Em Romanos 10.9,10 está escrito: “Se, com a tua boca, confessares ao Senhor Jesus e, em teu coração, creres que Deus o ressuscitou dos mortos, serás salvo. Visto que com o coração se crê para a justiça, e com a boca se faz confissão para a salvação”. De acordo com a passagem acima, o pecador confessa a Cristo e crê nEle como Senhor e Salvador — rende-se a Ele (Jo 9.38; Rm 4.3).

A fé natural. E a fé “da cabeça”, natural, que não resulta em salvação. A Palavra de Deus diz que até os demônios crêem que há um só Deus e estremecem diante de tal fato (Tg 2.19). A fé que Tomé teve, inicialmente, foi meramente “da cabeça”. Daí Jesus lhe ter dito: “Porque me viste, Tomé, creste” (Jo 20.29a). Isso também aconteceu com Marta:

Disse-lhe Marta: Eu sei que há de ressuscitar na ressurreição do último Dia. Disse-lhe Jesus: Não te hei dito que, se creres, verás a glória de Deus? (Jo 11.24,40).

Uma pessoa pode, por conseguinte, crer só com a mente, e não com o coração. A fé natural — também chamada de “pensamento positivo” — é de grande utilidade nas relações humanas, mas inoperante e sem valor para a salvação.

A defesa da fé. Textos como 2 Timóteo 4.7 e Filipenses I.16 mostram que o crente deve defender a sua fé nesse mundo de tanta confusão e antagonismo quanto à fé. O apóstolo Paulo disse: “Combati o bom combate (...) guardei a fé”. Isso significa que devemos viver pela fé cada dia, sem esmorecer, defendendo o evangelho de nosso Senhor Jesus Cristo. A fé deve ser conservada, pois é essencial à vida cristã (Rm 1.17; Gl 2.20; 2 Pe 1.5; Hb 11.6).

Outras expressões da fé. A significação do termo “fé” varia, no Novo Testamen­to. Em Gálatas 5.22, ela é uma das virtudes do fruto do Espírito, expressando fidelidade. Há ainda outras expressões da fé: um dom do Espírito (I Co 12.9), o evangelho completo (2Tm 4.7), a confiança absoluta em Deus, como proteção ou “escudo” (Ef 6.17), além de uma fé que santifica (Fp 3.9).

 

A DOUTRINA DO ARREPENDIMENTO

A fé se relaciona com Deus; o arrependimento, com o pecado. O arrepen­dimento, pois, é uma doutrina básica quanto à salvação (Mt 3.2; 4.17; Lc 13.3; Mc 6.12). Foi por isso que Jesus ordenou que “em seu nome, se pregasse o arrependimento e a remissão dos pecados, em todas as nações, começando por Jerusalém” (Lc 24.47).

O verdadeiro arrependimento é o que produz convicção do pecado; contrição do pecado; confissão do pecado; abandono do pecado; e conver­são do pecado. Se essas cinco reações por parte do homem não ocorrerem, não se trata de arrependimento verdadeiro, completo, mas apenas tristeza e remorso: “Porque a tristeza segundo Deus opera arrependimento para a salvação, da qual ninguém se arrepende; mas a tristeza do mundo opera a morte” (2 Co 7.10).

Para que o homem não se glorie, o verdadeiro arrependimento é obra de Deus (Ato 5.31; 11.18; 2 Tm 2.25; Rm 2.4). Até o abrir do coração do pecador para o evangelho vem de Deus: “E certa mulher, chamada Lídia (...) nos ouvia, e o Senhor lhe abriu o coração para que estivesse atenta ao que Paulo dizia” (Ato 16.14). Isso ocorre pela exposição da Palavra de

Deus, que conduz a pessoa ao arrependimento, sendo ela crente ou não (Ato 2.37,38,41; Jn 3).

Uma das características sempre presente nos verdadeiros avivamentos, bem como entre um povo que se mantém avivado espiritualmente, é o arrependimento profundo.

O arrependimento deve sempre acompanhar o crente durante toda a sua vida. Isso demonstra sua humildade e fá-lo zeloso de Deus e de suas coisas. Davi, por exemplo, era um crente que sabia se arrepender e chorar diante de Deus; e por isso venceu. O Filho Pródigo iniciou o caminho de subida, de volta ao pai, a partir do momento em que começou a se arrepender (Lc 15. 11-24).

 

A DOUTRINA DA CONFISSÃO

No original, o verbo homologeo (gr.) e o substantivo homologia são os termos para confissão. Confessar é dizer de coração o que Deus diz sobre nós na sua Palavra (Rm 10.9,10; Lv 5.5; Sm 38.18; I Jo 1.9). No sentido bíblico, confissão não se refere primeiramente a confessar pecados. Significa concordar com o que Deus diz sobre nós — e dEle — na sua Palavra, bem como reconhecer os nossos pecados e faltas como sendo nossos e admitir os nossos erros, falhas, pecados e declará-los (Ato 19.18).

Vemos em Hebreus 3.1 que Jesus Cristo é o Sacerdote da nossa confissão, isto é, a quem confessamos quanto à nossa salvação e tudo o mais pertinente à fé. Em I João 1.9, está escrito: “Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda a injustiça”.

Elementos da confissão. De acordo com o I João 1.9, a confissão deve ser con­trita e definida: “nossos pecados”. Observe que são “pecados” (plural). Outro elemento é a renúncia ao pecado (Pv 28.13). E, quanto for o caso, a confissão deve ser com restituição.

Confissão secreta. E a confissão feita somente a Deus. Confissão de pecados cometidos pelo crente e conhecidos somente por ele e Deus. Tais pecados devem ser confessados secretamente ao Senhor, dependendo isso da base bíblica desse crente e da confiança plena e firme no que Deus declara na sua Palavra.

Confissão pessoal. E a confissão feita a pessoas contra quem pecamos. Nesse caso, antes de irmos a Deus contritamente, temos de tratar com o ofendido ou o cúmplice, pois a comunhão espiritual é tanto vertical (comunhão com Deus) como horizontal— comunhão com o próximo (I Jo I.7a).

Confissão pública. E a confissão feita à igreja, à congregação. São pecados co­nhecidos, cometidos contra a coletividade cristã.

 

A DOUTRINA DO PERDÃO DE PECADOS

É importante distinguir perdão divino (I Jo 1.9) de perdão humano (Cl 3.13).

Do lado divino, perdão é a cessação da ira moral e santa de Deus contra o pecado, e o seu cancelamento ou anulação. Visto do lado humano, o perdão é o alívio ou remissão da culpa do pecado, que oprime a consciência culpada.

Perdão é a remissão da punição do pecado, o qual leva à perdição eterna (Nm 23.21; Rm 8.33,34). Para nós, seres humanos, que, pela Queda, herdamos uma natureza pecaminosa e pecadora, parece fácil o perdão, e parece fácil Deus nos perdoar; isso por sermos todos uma raça de pecadores. Porém, com um Deus santíssimo em quem não há pecado, o caso é diferente!

Ora, até o homem acha difícil perdoar quando é injustiçado. Quanto mais Deus! Deus nos perdoa porque Ele é amor; mas saibamos que o seu perdão é baseado na mais perfeita justiça (I Jo 1.9).

Perdão judicial. E para o descrente. A condição exigida por Deus para esse per­dão é a conversão do pecador: “Arrependei-vos, pois, e convertei-vos, para que sejam apagados os vossos pecados, e venham, assim, os tempos do refrigério pela presença do Senhor” (At 3.19). O meio exigido, portanto, é a fé em Deus.

Perdão doméstico. E para o filho de Deus; da casa de Deus. A condição exigida é a confissão dos pecados com arrependimento e o abandono desses pecados.

Se confessarmos os nossos pecados} ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça 1 Jo l.9

O que encobre as suas transgressões nunca prosperará; mas o que as confessa e deixa alcançará misericórdia (Pv 28.13).

O meio exigido é também a fé em Deus, e segundo a Palavra. Se a condição exigida por Deus para perdoar o crente faltoso fosse uma nova conversão, seria necessário nos convertermos constantemente...

As consequências de o crente não querer perdoar. O crente se recusar a perdoar, não querer perdoar de forma alguma, é uma atitude que afeta comunhão com Deus, individual e coletivamente. Afeta, ainda, a nossa comunhão com os irmãos — com a igreja —, bem como o nosso caráter cristão e a nossa saúde em geral (cf. Mt 18.34,35).

Jesus, no seu ensino, no “Pai Nosso”, o único assunto que Ele repetiu três vezes foi o perdão; isto é, perdoarmos aos outros (Mt 6.12,14,15). O momento ideal para o crente perdoar o seu ofensor é durante a oração (Mt 11.25). Até nisso a oração é uma bênção! Crente que ora pouco, também perdoa pouco (ou nunca).

Além do perdão entre os irmãos, deve haver reparação, quando for o caso (cf. Ef 5.28; Ato 16.33; Lv 4—6).

Falou mais o Senhor a Moisés; dizendo: Dize aos filhos de Israel: Quando homem ou mulher fizer algum de todos os pecados humanos transgredindo contra o Senhor; tal alma culpada ê. E confessará o pecado que fez; então, restituirá pela sua culpa segundo a soma total, e lhe acrescentará o seu quinto•, e o dará àquele contra quem se fez culpado (Nm 5.5-1).

 

A DOUTRINA DA REGENERAÇÃO ESPIRITUAL

O termo regeneração tem a ver com a nossa inclusão na família de Deus (I Pe 1.3,23; Tt 3.5). Em Gênesis 1.27, temos a criação natural do homem; em Efésios 2.10, temos a sua criação espiritual.

Regeneração é o ato interior da conversão, efetuada na alma pelo Espírito Santo. Conversão é mais o lado exterior e visível da regeneração. Uma pessoa verdadeiramente regenerada pelo Espírito Santo é também convertida (cf. Lc 22.32).

Sendo regenerado pelo Espírito Santo, o crente é declarado filho de Deus (Jo

. O que ocasiona a regeneração espiritual não é primeiramente a justifica­ção pela fé, mas a comunicação da vida de Cristo — da “vida eterna” ao pecador arrependido. Justificação tem a ver com o pecado do pecador; regeneração tem a ver com a natureza do pecador. Justificação é imputada por Deus; regeneração é comunicada por Deus.

Bem vês que a fé cooperou com as suas obras e que, pelas obras, a fé foi aperfeiçoada, e cumpriu-se a Escritura, que diz: E creu Abraão em Deus, e foi-lhe isso imputado como justiça, e foi chamado o amigo de Deus (Tg 2.22,23).

 

A DOUTRINA DA IMPUTAÇÃO DA JUSTIÇA DE DEUS

Imputação é o lançamento ou creditamento da justiça de Cristo a nosso favor, mediante a nossa fé em Cristo (Rm 4.3ss; Gl 2.16ss; 3.6-8; Gn 15.6;Tg 2.23). “O Senhor Justiça Nossa” (Jr 23.6). “Mas vós sois dele em Jesus Cristo, o qual para nós foi feito por Deus (...) justiça” (I Co 1.30).

O princípio da doutrina da imputação da justiça de Deus é visto em passa­gens como Gênesis 3.21; 6.14 (hb.); e 15.6. Em Filemom v. 18 e Filipenses 4.17 vemos a imputação ilustrada na prática natural:

E, se te fez algum dano ou te deve alguma coisa, põe isso na minha conta.

Não que procure dádivas, mas procuro o fruto que aumente a vossa conta.

Assim como a justiça divina é imputada ao que nEle crê, ao ímpio impenitente são imputados os seus pecados contra Deus (Sm 32.2). E também, da mesma for­ma, à nossa conta podem ser imputados males que cometemos contra o próximo (2Tm 4.16; Ato 7.60; I Ts 4.6; Mt 6.12 — “as nossas dívidas”).

Somos feitos justos diante de Deus, não primeiramente pela influência da moral cristã sobre nós, mas primacialmente pela imputação da justiça (retidão) de Deus sobre nós, pela fé em Jesus Cristo. Aleluia ao Deus Trino!

Respondida está, por Deus, a pergunta de Jó, de antanho: “Como seria justo o homem perante Deus, e como seria puro aquele que nasce da mulher?” (Jó 25.4).

 

A DOUTRINA DA ADOÇÃO DE FILHOS

A adoção de filhos é mencionada em textos como Romanos 8.15; Efésios 1.5; e João 1.12.

Porque não recebestes o espírito de escravidão, para, outra vez, estardes em temor; mas recebestes o espírito de adoção de filhos, pelo qual clamamos: Aba, Pai.

[Deus Pai ] ... nos predestinou para filhos de adoção por Jesus Cristo, para si mesmo, segundo o beneplácito de sua vontade.

Mas a todos quantos o receberam deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus: aos que crêem no seu nome.

A expressão “adoção de filhos” é uma única palavra no original: huiothesis — de huios, “filho”, e thesis, “posição”. A ideia da adoção de filhos também se encontra no Antigo Testamento (Êx 2.10 com Hb 11.24; Êx 4.22 com Os 11.1 e Mt 2.15).

Em Efésios 1.4,5 está escrito que fomos predestinados por Deus para adoção de filhos, antes da fundação do mundo; portanto, antes da existência do homem. Isso exclui qualquer mérito humano e somente revela a graça infinita de Deus.

Na antiga Grécia. A adoção de filhos, na antiga Grécia, nada tinha a ver com a filiação da criança, e sim com a sua posição em relação à família (gr. huiothesis). Por meio do ato da adoção, o “filho”, ao atingir a idade necessária, passava à posição de herdeiro da família. Daí a expressão bíblica “adoção de filhos” (Gl 4.4,5).

O ato da “adoção de filhos” passou dos gregos para os romanos, e assim chegou aos tempos do Novo Testamento e da igreja. Biblicamente, então, Deus “adota” a quem já é seu filho.

No presente. Há bênçãos desfrutadas já nesta vida, decorrentes da adoção, como: o nosso nome de família: “chamados filhos de Deus” (I Jo 3.1; Ef 3.14,15); o testemunho do Espírito Santo em nosso interior, de que somos filhos de Deus (Rm 8.16); o recebimento do Espírito Santo (Rm 8.15; Lc 11.11-13); a disciplina da parte de Deus que nos é ministrada, como seus filhos: “Se estais sem disciplina (...) sois então bastardos, e não filhos” (Hb 12.8; cf. vv.6-11); a nossa herança celestial, declarada e garantida por Deus (Rm 8.17); e a redenção do nosso corpo.

Por meio da adoção, os nossos nomes foram registrados no livro da vida do Cordeiro (Lc 10.20; Fp 4.3; Ap 17.8; 3.5; 13.8; 20.12,15; 21.27).

No futuro. Em Romanos 8.23, vemos que os nossos privilégios quanto à adoção de filhos de Deus têm ainda um lado futuro: “... gememos em nós mesmos, espe­rando a adoção, a saber, a redenção do nosso corpo”. Isso se dará à vinda de Jesus para levar a sua Igreja.

Vede quão grande caridade nos tem concedido o Pai: que fôssemos chamados filhos de Deus.

Por isso, o mundo não nos conhece, porque não conhece a ele. Amados, agora somos filhos de Deus, e ainda não é manifesto o que havemos de ser. Mas sabemos que, quando ele se manifestar, seremos semelhantes a ele; porque como é o veremos. E qualquer que nele tem esta esperança purifica-se a si mesmo, como também ele é puro (l Jo 3.1-3).

 

A DOUTRINA DA SANTIFICAÇÃO DO CRENTE

A justificação efetuada por Deus para nos salvar põe-nos em correto rela­cionamento com Ele. Já a santificação comprova a realidade da justificação em nossa vida, manifestando seus frutos em nós; em nossa vida.

Santo é aquele crente que vive separado do pecado, do mal, do mundo (mundanismo), e dedicado a Deus e ao seu serviço. Observe as palavras de Paulo em Atos 27.23: “Porque, esta mesma noite, o anjo de Deus, de quem eu sou e a quem sirvo, esteve comigo”.

O       cristão tem duas naturezas: uma humana, herdada de Adão, pela geração natural; e outra, divina, através da geração espiritual (I Pe 1.23). Daí a santificação do crente ter dois aspectos: um diante de Deus, e outro, diante de si mesmo e do mundo (I Jo 3.3; 2 Co 7.1; Hb 12.14; Mt 5.16). Essas duas naturezas do crente são vistas em Gálatas 5.17 e Romanos 6—8.

Em Levítico 20.8 — “Eu sou o Senhor que vos santifica” — vemos a santifi­cação do crente diante de Deus, mas, no versículo 7, menciona-se a santificação crente diante de si mesmo e do mundo: “Santificai-vos e sede santos” (cf. I Pe LI5).

Santificação de objetos, eventos, datas, pessoas, animais. Esse aspecto da santificação é muito comum em relação ao Tabernáculo e seus objetos, e seus oficiantes, os quais pertenciam somente a Deus, como vemos nos livros de Êxodo e Deuteronômio. Esse aspecto da santificação implica um só sentido, que é a posse de Deus, e a dedicação e separação desses elementos para o serviço de Deus.

Alguns exemplos desses elementos santos:

Eventos e datas (Êx 20.8; Dt 5.12; Lv 25.10; 23.2).

O Templo (I Rs 9.3).

O altar dos holocaustos (Ex 29.37).

As vestes sacerdotais (Êx 28.2; 29.29; 40.13).

Pessoas (Êx 13.12; 28.41; 29.1,44; I Sm 16.5; I Cr 15.14; 2 Cr 29.5).

Animais (Nm 18.17; Êx 13.2b).

Nesse sentido, os templos atuais da igreja são santificados a Deus, bem como os objetos dedicados ao serviço dEle.

Santificação de pessoas. Há dois principais sentidos de santificação do crente em relação a Deus. O primeiro diz respeito à separação do mal para pertencer a Deus

“Ser-me-eis santos, porque eu, o Senhor, sou santo” (Lv 20.26). E o sentido negativo da santificação, pois se ocupa do “não farás isso; não farás aquilo”, etc; é separar-se para Deus.

O       segundo sentido de santificação do crente é o positivo. O crente, já separado do mal, dedica-se a Deus para o seu serviço, ocupa-se em fazer algo para Ele: “De sorte que, se alguém se purificar destas coisas, será vaso para honra, santificado e idôneo para uso do Senhor e preparado para toda boa obra” (2Tm 2.21). Paulo, ao falar de Deus, disse: “de quem eu sou e a quem eu sirvo” (Ato 27.23).

A santificação é dúplice. Ser santo não é somente evitar o pecado, mas tam­bém servir ao Senhor, com a vida; com os talentos; com os dons; com os bens; com a casa; com o tempo; com as finanças; com os serviços, inclusive mão de obra. Por isso, muitos crentes não conseguem viver uma vida santa; eles não vivem pecando continuadamente, mas não querem nada com as coisas do Senhor, nem com a sua obra, nem com a igreja para zelar por ela e promovê-la.

Os tempos da santificação. A santificação de pessoas quanto à vida cristã abrange três tempos:

Santificação passada e instantânea (I Co 6.II;Hb 10.10,14; Fp 1.1; I Co 1.2; Jo 15.4). E aspectual e posicionai, isto é, o crente estando “em Cristo” (Cl 1.20; Fp I.I). O crente posicionalmente “em Cristo” não pode ser mais santo do que o é no momento da sua conversão, pois a santidade de Cristo é a sua santidade (c£ I Jo 4.17). Na Igreja Romana, alguns são “canonizados” (feitos santos) depois de mortos, mas no Remo de Deus é diferente: os salvos são santos aqui, enquanto estão vivos!

Santificação presente e progressiva (2 Co 7.1). E temporal, vivencial. Ê a santifi­cação experimental, ou seja, na experiência humana, no dia-a-dia do crente (I Ts 5.23; Hb 13.12 — “para santificar o seu povo”). A santificação posicionai e a experimental (progressiva) são vistas juntas nestas passagens: Hebreus 12.10 com 12.14; Filipenses 3.15 com 3.12; João 15.4 com 15.5;

Coríntios 1.2; Filipenses I.I; e Levítico 20.7 com 20.8.

Santificação futura e completa (Ef 5.27; I Ts 3.13). È plena; trata-se da santi­ficação final do crente (I Jo 3.2). Ela ocorrerá à Segunda Vinda de Jesus, para levar os seus (I Jo 3.2; Ef 5.26,27). Seremos então mudados: “num momento, num abrir e fechar de olhos, ante a última trombeta; porque a trombeta soará, e os mortos ressuscitarão incorruptíveis, e nós seremos transformados” (I Co 15.52).

Os meios divinos de santificação:

Deus, o Pai (I Ts 5.23). Deus, o Filho (Hb 10.10; 13.12; Mt 1.21). Deus,

Espírito Santo (I Pe 1.2), cujo título principal — Espírito Santo — já indica a sua missão principal: santificar.

A correção divina. E um meio de santificação (Hb 12.10,11).

A Palavra de Deus. Lida, crida, estudada, ouvida, amada, meditada, pregada, ensinada, obedecida, vivida, memorizada (SI 119.II; Jo 15.3; 17.17; SI 119.9; Ef 5.26).

A paz de Deus em nós. Seu cultivo, sua busca, sua promoção (Hb 12.14;

1Ts 5.23a). Nestas duas passagens, a paz está ligada à santificação do crente.

A fé em Deus. Esta, baseada na sua Palavra, é um meio divino de santi­ficação (Rm 4; Hb 11.33; 2Ts 2.13b; Ato 26.18; 15.9).

Alerta divino. A Palavra de Deus tem um alerta para a igreja quanto à san­tificação: “Segui a paz com todos e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor” (Hb 12.14). E ainda: “Em todo tempo sejam alvas as tuas vestes, e nunca falte o óleo sobre a tua cabeça” (Ec 9.8). Tenhamos cuidado com a falsa santidade, enganosa, sectarista, farisaica e exclusivista (2 Tm 3.5); sigamos a verdadeira santidade (Ef 4.24).

 

A DOUTRINA DA PRESCIÊNCIA DE DEUS

A presciência de Deus é o seu pré-conhecimento de todas as coisas (I Pe 1.2; Rm 8.29). Ela é parte do seu atributo de onisciência. Ele pré-conhece todas as coisas sobre o homem, mas não as evita, por ser o homem livre e responsável por seus atos. No caso do pecado de Adão, o Senhor sabia disso na sua presciência; porém, não o evitou, por ter Adão livre-arbítrio.

No caso de Judas Iscariotes, vemos que ele, que foi escolhido por Jesus como um dos doze (Jo 6.70; Lc 6.13), “tirava” — e não apenas “tirou” — da bolsa o que ali se lançava, o que indica um ato voluntário, preconcebido e continuado (Jo

. E mais: a Palavra de Deus diz que Judas “se desviou”, o que denota ato voluntário, consciente e gradual (At 1.25). E importante enfatizar que ele não nasceu marcado para trair Jesus; apenas enquadrou-se nas condições da profecia sobre aquele que seria o traidor.

O rei Saul — que fora enviado por Deus (I Sm 9.15-17); ungido por Ele (I Sm 10.1); mudado (I Sm 10.9); possuído pelo Espírito (I Sm 10.10); que profetizara pelo Espírito (I Sm 10.10-13); edificara um altar ao Senhor (I Sm 14.35) — também desviou-se, ao edificar “uma coluna para si” (I Sm 15.12) e envolver-se, em seguida, em práticas espíritas. Por fim, morreu como suicida; distanciado de Deus.

Demas foi um obreiro que trabalhou com o apóstolo Paulo, porém se des­viou, como lemos em 2 Timóteo 4.10: “Porque Demas me desamparou, amando o presente século...” Outros que também “naufragaram na fé”, desviando-se do caminho da verdade, foram Himeneu e Alexandre (I Tm 1.19,26). Basta ler a biografia desses obreiros para chegar à conclusão de que eles es­colheram o seu próprio caminho, haja vista a presciência de Deus não forçar a livre-vontade do homem.

O Todo-Poderoso, como onisciente, conquanto conheça de antemão os que o rejeitarão, não interfere, por ter Ele criado o homem dotado de livre- arbítrio. Deus não viola esse princípio. Sim, o Senhor não criou o homem como um autômato, um robô, mas como ser moral, responsável por seus atos, com a faculdade de decisão e livre-escolha — se bem que essas faculdades estão grandemente prejudicadas pelo efeito deletério do pecado, principalmente os de incredulidade e rebeldia.

 

A DOUTRINA DA ELEIÇÃO DIVINA

“Eleição” e “escolha” são apenas um termo, no original: eeloge. A eleição “olha” para o aspecto passado da nossa salvação (I Pe 1.2; Ef 1.4). Eleição divina é, pois, a nossa escolha para a salvação, feita por Deus. Nós, pecadores por natureza, não sabemos escolher, mas o Senhor nos escolhe (Jo 15.16).

É claro que a eleição, em si, não implica salvação:

Mas devemos sempre dar graças a Deus, por vós, irmãos amados do Senhor, por vos ter Deus elegido desde o princípio para a salvação, em santificação do Espírito e fé da verdade (2 Ts 2.13).

eleitos segundo a presciência de Deus Pai, em santificação do Espírito, para a obediência e aspersão do sangue de Jesus Cristo: graça e paz vos sejam multiplicadas (l Pe 1.2).

Na Bíblia mencionam-se a eleição divina coletiva, como a de Israel (Is 45.4;

e a da Igreja (Ef 1.4); e a individual, como a de Abraão (Ne 7.9) e a de cada crente (Rm 8.29). A vocação e a eleição do crente, do seu lado humano. Em 2 Pedro LIO lemos: “Portanto, irmãos, procurai fazer cada vez mais firme a vossa vocação e eleição; porque, fazendo isto, nunca jamais tropeçareis”.

A escolha divina ocorre da maneira como é descrita em I Ts 1.4-10. Ela se dá pelo recebimento do evangelho, pela fé, e permanência em Cristo, mediante a santificação daqueles que se convertem dos ídolos ao Deus vivo e verdadeiro, a fim de servi-lo “e esperar dos céus a seu Filho, a quem ressuscitou dos mortos, a saber, Jesus, que nos livra da ira futura” (v. 10).

Deus não elege uns para a salvação, e outros, para a perdição. O homem é capaz de fazer a livre-escolha. E a graça de Deus não é irresistível, como muitos ensinam, valendo-se do falacioso chavão “Uma vez salvo, salvo para sempre”.

 

A DOUTRINA DA PREDESTINAÇÃO

A predestinação “olha” para o aspecto futuro de nossa salvação (Rm 9.29; Ef 1.5,11). Segundo as Escrituras, ela é o nosso predestino. A salva­ção não é um decreto divino, pois isso seria um fatalismo cego e impróprio atribuído a Deus.

O decreto de Deus. A expressão em apreço, conforme mencionada em Romanos 8.28 (gr. prothesis) aparece em outras passagens como “decreto”, “propósito” (Rm 9.11; Ef 1.11; 3.11; 2 Tm 1.9). Trata-se do eterno propósito de Deus, segundo o desígnio de sua própria vontade, pelo qual Ele preordenou, para a sua glória, tudo o que acontece. Esta definição é geral e não abrange especificamente a salvação da humanidade, como a que se segue.

Deus decretar é uma coisa; a execução por Ele desse decreto, outra, como lemos em 2 Timóteo 1.9: “[Deus,] que nos salvou e chamou com

uma santa vocação; não segundo as nossas obras, mas segundo o seu pró­prio propósito e graça que nos foi dada em Cristo Jesus, antes dos tempos dos séculos”.

Alguns fatores implícitos na execução do decreto de Deus são:

O tempo determinado por Deus, isto é, o “quando” do Senhor.

A condicionalidade ou a incondicionalidade do seu decreto (2Tm 1.9).

O decreto da criação do mundo, que teve lugar na eternidade passada,

só foi executado por Deus “no princípio” (Gn 1.1). Apesar de o decreto do advento de Jesus vir da eternidade (Ap 13.8; I Pe 1.20), o seu cumprimento só ocorreu em Belém. O Remo, preparado desde a fundação do mundo, só será desfrutado no futuro (Mt 25.34).

Da mesma forma, o decreto da nossa eleição para a salvação é eterno, mas só começou a se cumprir quando Cristo veio (2Tm 1.9; Rm 8.28; 9.11,23,24; 16.25; Ef 1.9; 3.11).

... [Deus, o Pai] nos elegeu nele [Cristo] antes da fundação do mundo, para que fôssemos santos e irrepreensíveis diante dele em caridade (Ef 1.4,1l).

E os gentios, ouvindo isto, alegraram-se eglorifuaram a palavra do Senhor; e creram todos quantos estavam ordenados para a vida eterna (At 13.48).

Predestinação divina e livre-escolha humana. Na Bíblia temos tanto a predestinação divina como a livre-escolha humana, em relação à salvação; mas não uma predes­tinação em que uns são destinados à vida eterna, e outros, à perdição eterna. Mas a Palavra de Deus não apresenta uma livre-escolha humana como se a salvação dependesse de obras, esforços e méritos humanos.

Os extremos nesse assunto (e noutros) é que são maléficos, propalando en­sinos que a Bíblia não contém. A ênfase inconsequente à soberania de Deus no tocante à salvação leva a pessoa a crer que a sua conduta e procedimento nada têm com a sua salvação. Por outro lado, a ênfase inconsequente à livre-vontade (livre-arbítrio) do homem conduz ao engano de uma salvação dependente de obras, conduta e obediência humanas.

Ora, somos salvos, não por aquilo que fazemos ou deixamos de fazer para Deus, mas pelo que Jesus já fez por nós, uma vez para sempre. Há muitos por aí tendo a salvação dependente de suas obras, obediência, conduta, santidade etc. Não é de admirar que os tais caiam e não se levantem, e que quando pequem duvidem da sua salvação.

Na realidade, parece incoerente e irreconciliável que algo predestinado por Deus admita livre-escolha ou livre-vontade. Mas, só porque não entendemos algo, ou entendemo-lo apenas em parte, deixa ele de existir? A conversão, por exemplo, tem muito de misterioso:

Não te maravilhes de te ter dito: Necessário vos é nascer de novo. O vento assopra onde quer, e ouves a sua voz, mas não sabes donde vem, nem para onde vai; assim é todo aquele que é nascido do Espírito. Nicodemos respondeu e disse-lhe: Como pode ser isso? Jesus respondeu e disse-lhe: Tu és mestre de Israel e não sabes isso?

Jo 3.1-10).

Há muitas coisas com as quais convivemos em nosso dia a dia, e que não as entendemos bem, ou quase nada, e, contudo, não queremos passar sem elas: o sono (semi-hibernação), os sonhos (o mundo onírico), o metabolismo basal, a teoria eletrônica, a eletricidade, o vento, a água suspensa no espaço (infinitas toneladas!), etc.

Há quem afirme que uma pessoa verdadeiramente salva não poderá jamais perder-se. Mas, quanto a isso, precisamos ver o que realmente a Bíblia diz, não esquecendo os são princípios da exegese bíblica, e o que essas pessoas deduzem do que a Bíblia diz.

Calvinismo e Arminianismo. Muitos têm seguido cegamente a João Calvino

teólogo francês, radicado na Suíça, falecido em 1564 —, o qual pregava a predestinação como uma eleição arbitrária de indivíduos; como graça irresistível e impossibilidade de perda da salvação.

Outros têm seguido as idéias de Jacobus Arminius, teólogo holandês falecido em 1609, o qual pregava doutrinas conflitantes quanto à salvação e a sua segu­rança. Um perigo fatal a que pode levar o arminianismo é o crente depender de suas obras, de sua conduta, de seu porte, de sua obediência pessoal, para a sua salvação (Hb 9.12). Nesse extremo campeia a falsa santidade, sendo o homem enganado pelo seu próprio coração (Jr 17.9).

No caso da predestinação e da livre-escolha, no tocante à salvação, a ten­dência humana é rejeitar uma ou outra. Os arminianistas extremistas rejeitam a predestinação, e os calvinistas extremistas rejeitam o livre-arbítrio.

Entretanto, um exame atento e livre de preconceito da Palavra de Deus mostra que, através da obra redentora de Jesus, Deus destinou de antemão (predestinou) todos os homens à salvação: “quem quiser, tome de graça da água da vida” (Ap 22.17; Is 45.22; 55.1; Mt 11.28,29; 2 Co 6.2; I Tm 2.4). De acordo com João 12.32, todos podem ser atraídos a Cristo. Mas nem todos querem seguir a Cristo.

 

A predestinação segundo os predestinalistas.

Estes dizem que o homem, decaído como está, no seu estado de depravação total, é incapaz de fazer livre-escolha concernente a sua salvação, pois está incapacitado espiritualmente para isso. Então Deus elege o homem para a salvação.

Segundo essa teoria, Deus elege uns para a salvação, comunicando-lhes também a fé. Os demais, não-escolhidos, estão perdidos. Isso equivale a dizer que Cristo morreu apenas pelos “escolhidos”.

Do raciocínio acima decorre outro: que a graça de Deus é irresistível, isto é, a graça de Deus não pode ser recusada por aqueles a quem Deus escolhe salvar. Segundo o predestinalismo, a salvação é um decreto divino, e a conversão é simplesmente o início da execução desse decreto. O termo “decreto” é extraído de textos como Romanos 8.28: “E sabemos que todas as coisas contribuem juntamente para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados por seu decreto”.

Afirmam também os predestinalistas que a vida eterna em Cristo é um dom de Deus, e que uma vez recebida não pode ser jamais perdida em consequência de qualquer ato ou determinação da vontade humana. E que se, de fato, o crente nasceu de novo, está eternamente salvo. Caso venha a desviar-se, comprometerá, sim, o seu galardão, mas jamais perderá a sua salvação, nem cairá em apostasia. Ê como alguém que, estando a bordo de um navio, escorrega e cai, porém con­tinua a bordo.

Finalmente, dizem que o crente salvo “está escondido com Cristo em Deus” (Cl 3.3), e que o Inimigo jamais o achará, nem jamais o arrebatará dessa posição. Em abono dessa predestinação fatalista, os predestinalistas citam textos como João 6.37; 10.28,29; Romanos 8.28-30; Efésios 1.4,5; 2 Ts 2.13; Eclesiastes 3.14; Filipenses 1.6; I Pedro 1.2; e Apocalipse 17.8 — mas sem interpretá-los à luz de seus respectivos contextos imediato e remoto.

Ora, proceder como acima exposto é adaptar a Bíblia ao raciocínio humano; ou seja, ao modo humano de pensar, como se a Palavra de Deus dependesse de argumentos humanos.

A Bíblia é contrária ao predestinalismo. A Palavra de Deus não afirma que Cristo morreu apenas pelos eleitos. Cristo morreu por todos, e não somente pelos eleitos (I Tm 2.4,6; I Jo 2.2; 2 Pe 3.9; Ato 2.21; 10.43;Tt 2.11; Hb 2.9; Jo 3.15,16; 2 Co 5.14; Ap 22.17). Ora, aqui não se trata somente de “eleitos”, mas de “todos” que quiserem ser salvos. O falso ensino de que Cristo teria morrido apenas pelos eleitos pode conduzir a um desinteresse pela evangelização, haja vista Deus já ter separados os perdidos que vão para o inferno.

Qualquer pessoa que crê em Jesus torna-se um dos escolhidos de Deus, pois somos eleitos em Cristo (Ef 1.4). Em Mateus 22.1-14, vemos que todos os convidados foram “chamados”; porém “escolhidos” foram os que aceitaram o convite do rei. No versículo 14, a expressão “muitos são chamados, mas poucos escolhidos” revela, portanto, que das multidões que ouvem o evangelho apenas uma pequena parte crê em Cristo e o segue.

Deus elegeu para si um povo chamado Igreja, e não indivíduos, isoladamente. Somos predestinados porque somos parte da Igreja de Deus; não somos parte da Igreja porque fomos antes, individualmente, predestinados. Se, na Igreja, como Corpo de Cristo, alguém individualmente se desvia, e não volta, a eleição da Igreja não se altera.

De igual modo foi a eleição de Israel. O Senhor elegeu aquele povo para si; não indivíduos de per si. E tanto que milhares de israelitas se desviaram, porém a eleição de Israel, como povo, prosseguiu.

A livre-escolha do homem é uma realidade inconteste. A Bíblia acentua a cada passo a responsabilidade do homem no tocante à sua salvação. Deus oferece a salvação e, mediante o seu Espírito, convence o pecador do seu pecado, da justiça e do juízo O homem aceita a salvação ou rejeita-a (Is 1.19,20; Js 24.15; Dt 30.19; Jo 1.11,12; 3.15,16,19; Ap 22.17; Lc 13.34; Ato 7.51; I Rs 18.21; I Tm 4.1; 2 Cr 15.2; Mac 16.16; Hb 2.3; 3.12; 12.25).

Não existe graça irresistível. O homem através dos tempos tem resistido a Deus, por sua incredulidade e rebeldia (At 7.51; I Ts 5.19; Pv 1.23-30; Mt 23.37; 2 Pe 2.21; Hb 6.6,7; Tg 5.19). Ora, a ação do Espírito Santo no pecador, para que se salve, é persuasiva, e não compulsória: “Assim que, sabendo o temor que se deve ao Senhor, persuadimos os homens à fé, mas somos manifestos a Deus; e espero que, na vossa consciência, sejamos também manifestos” (2 Co 5.11).

Um cristão salvo pode vir a se perder; pode, sim, desviar-se, cair em peca­do e perecer, caso não se arrependa ante a insistência do Espírito Santo (Ez 18.24,26; 33.18; Hb 3.12-14; 5.9; I Tm 4.1; 5.15; 12.25; 2 Pe 3.17; 2.20-22; Rm 11.21,22; ITs 5.15; Dt 30.19; I Cr 28.9; 2 Cr 15.2; I Co 10.12; Jo 15.6). Essa verdade fica ainda mais evidente quando consideramos o “se” condicional quanto à salvação (Hb 2.3; 3.6,14; Cl 1.22,23), bem como a condição: “ao que vencer”, que aparece sete vezes em Apocalipse 2 e 3.

As palavras de Jesus em João 6.37 — “Todo o que o Pai me dá, esse virá a mim, e o que vem a mim de maneira nenhuma o lançarei fora” — significam que Deus destinou à salvação, não somente este ou aquele indivíduo, mas sim todo aquele que nEle crê (Jo 3.16). Ou seja, tal passagem refere-se ao fato de Deus aceitar o pecador quando este vem a Ele.

Outro texto empregado pelos predestinalistas é João 10.27,28: “As minhas ovelhas ouvem a minha voz, e eu conheço-as, e elas me seguem; e dou-lhes a vida eterna, e nunca hão de perecer, e ninguém as arrebatará das minhas mãos”. Note

que o versículo 27 mostra as condições da ovelha, para que ela nunca venha a perecer, nem sair das mãos de Jesus e do Pai (cf. Jo 6.67).

Se não há perigo de queda definitiva para o crente, por que a Bíblia adverte com tanta ênfase para que ninguém caia (I Co 10.12; Hb 3.12; Jo 15.6; I Tm 4.1 [“apostatarão”]; 2Ts 2.3 [“apostasia”]; Pv 16.18; 28.14; Ap 2.4,5)?

Porque; se viverdes segundo a carne, morrereis... (Rm 8.13).

Portanto, irmãos, procurai Jazer cada vez mais firme a vossa vocação e eleição; porque, fazendo isto, nunca jamais tropeçareis (2 Pe 1.10).

Antes, subjugo o meu corpo e o reduzo à servidão, para que, pregando aos outros, eu mesmo não venha de alguma maneira a ficar reprovado (l Co 9.27).

... porquanto vos desviastes do SENHOR, o Senhor não será convosco ÍNm 14.43).

O verdadeiro significado da predestinação. Em I Timóteo 2.4, está escrito: “Deus quer que todos os homens se salvem”. Nisto está incluído o mundo inteiro que queira. De fato, todos os que verdadeiramente crêem, se salvam; somos testemunhas disso. O Senhor predestinou à salvação todo aquele que aceitar a Jesus. A própria aceitação já é um dom de Deus, para que ninguém se glorie julgando que assim contribuiu para a sua salvação.

A predestinação fatalista da alma, como ensinada pelos calvinistas, bem como a dependente de obras humanas, propalada pelos arminianistas, não têm apoio na Palavra de Deus. O termo original de onde provém a nossa palavra “predestinação” (gr. proorizo) significa “destinar de antemão”, “predeterminar”, “preestabelecer”, “prefixar”, “preeleger” etc.

Esse vocábulo aparece seis vezes no Novo Testamento, variavelmente tradu­zido, dependendo da versão utilizada. Na versão Revista e Corrigida (ARC), a palavra aparece nas seguintes passagens:

Atos 4.28 — “anteriormente determinado”.

 Romanos 8.29 — “predestinou”.

 Romanos 8.30 — “predestinou”.

I Coríntios 2.7 — “ordenou antes”.

Efésios 1.5—“predestinou”.

Efésios 1.11 — “predestinados”.

A predestinação que a Bíblia realmente ensina não é a de uns para a vida eter­na e a de outros para a perdição eterna. A predestinação é para os que quiserem ser salvos, conforme lemos em 2 Tessalonicenses 2.13 e 2 Timóteo 2.10: “Deus nos escolheu desde o princípio para a salvação”; “Escolhidos para que também alcancem a salvação”.

Eleição é o ato divino pelo qual Deus escolhe ou elege um povo para si, para salvá-lo (2Ts 2.13). Predestinação é o ato de Deus determinar o futuro desse povo. No Novo Testamento, esse povo é a Igreja, o Corpo de Cristo, o povo salvo (Ef 1.22,23).

Na predestinação de Deus para a Igreja está a sua conformação à imagem do Filho de Deus (Rm 8.29), a sua chamada para a salvação (Rm 8.30), a sua justificação (Rm 8.30) e a sua glorificação (Rm 8.30). Essa conformação depende de chamada, justificação e glorificação do crente. E depende, ainda, da santidade de Deus (Ef 1.4) e da adoção de filhos (Ef 1.5).

Outrossim, a eleição divina não consiste somente na soberania de Deus, mas também na sua graça (Rm 11.5).

A real segurança da salvação. O crente está seguro quanto à sua salvação enquanto permanecer em Cristo (Jo 15.1-6). Não há segurança fora de Jesus e do seu aprisco. Não há segurança espiritual para ninguém, estando em pecado (cf. Rm 8.13; Hb 3.6; 5.9). Jesus guarda o crente do pecado; e não no pecado.

Somos mantidos em Cristo pelo seu poder, mediante a nossa fé nEle (I Pe 1.5; Jd v.20; 2 Co I.24b). A salvação é eterna para os que obedecem ao Senhor (Hb 5.9; I Co 15.1,2). Estamos em pé pela fé em Cristo, e não pela predestinação: “tu estás em pé pela fé” (Rm 11.20); “se é que permaneceis firmes e fundados na fé” (Cl 1.22,23); “Deus é salvador de todos, mas prin­cipalmente dos fiéis [lit. “dos que crêem”]” (I Tm 4.10).

Há vários outros textos que também mostram a segurança do crente somente enquanto este está em Cristo:

Pois que tão encarecidamente me amou, também eu o livrarei; pô-lo-ei num alto retiro, porque conheceu o meu nome (Sl 91.14).

Tenho posto o Senhor continuamente diante de mim; por isso que ele está à minha mão direita, nunca vacilarei (Sl 16.8).

Porque nos tornamos participantes de Cristo, se retivermos firmemente o princípio da nossa confiança até ao fim (Hb 3.14).

...eu sei em quem tenho crido e estou certo de que é poderoso para guardar o meu depósito até àquele Dia (2 Tm 1.12).

[Senhor Jesus Cristo, j o qual vos confirmará também até ao fim, para serdes irrepreensíveis no Dia de nosso Senhor Jesus Cristo (l Co 1.8).

O crente deve obedecer a Deus; não para que a sua obediência o salve ou o mantenha salvo, mas como uma expressão da sua salvação, do seu amor e da sua gratidão para com aquEle que o salvou. Não nos tornamos salvos por aquilo que fazemos ou deixamos de fazer, mas pela fé em Jesus Cristo (At 16.31). A conservação da salvação também vem pela fé em Cristo, pois está escrito: “O justo viverá da fé” (Rm I.17).

Conclusão. A doutrina da predestinação como ensinada pelo calvinismo só leva em conta a soberania de Deus, e não a sua graça (Rm 11.5; Tt 2.11) e a sua justiça (SI 145.17; Rm 3.21; 1.17; 10.3). Em Ezequiel 18.23 ;33.11 vemos que Deus quer que o ímpio se converta, e não apenas os eleitos e predestinados. Deus jamais predestinaria alguém ao inferno sem lhe dar oportunidade de salvação. Isso aviltaria a natureza dEle.

Se todos já estão predestinados quanto ao seu destino eterno, então não há lugar para escolha, decisão ou livre-arbítrio por parte do homem. Entretanto, te­mos essa escolha mencionada e exposta em vários textos bíblicos, como vimos.

Que Deus nos conceda cada dia uma visão espiritual cada vez mais ampla e profunda, a fim de compreendermos a sublimidade da gloriosa salvação que Jesus Cristo consumou; da qual, pela graça de Deus, já somos participantes. Glória, pois, a Ele!

A doutrina da predestinação situando o crente na presciência de Deus não está na Bíblia para motivar choques de idéias, especulações ou coisas semelhantes; mas para, de modo carinhoso, Deus encorajar o crente. Através dela, o Senhor está mostrando que antes que o mundo existisse, e o homem nascesse, Ele antecedeu- se e antecipou-se a tudo, prevendo problemas e dificuldades em nosso caminho e nos mostrando que é poderoso para nos levar a salvo para o seu Remo celestial (2Tm 4.18, ARA).

Tendo por certo isto mesmo: que aquele que em vós começou a boa obra a aperfeiçoará até ao Dia de Jesus Cristo (Fp 1.6).

Ora, àquele que é poderoso para vos guardar de tropeçar e apresentar-vos irrepreensíveis, com alegria, perante a sua glória (..) seja glória e majestade; domínio e poder, antes de todos os séculos, agora e para todo o sempre. Amém! (Jd vv.24,25).

 

A DOUTRINA DA CHAMADA DIVINA PARA A SALVAÇÃO

Essa chamada não se refere apenas à salvação, mas também ao plano de Deus para a vida do crente, como lemos em Efésios 4.1-15, especialmente nos versículos11 a 15:

E ele [Cristo] mesmo deu uns apóstolos, e outros para profetas, e outros para evangelistas, e outros para pastores e doutores, querendo o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para edificação do corpo de Cristo, até que todos cheguemos à unidade da fé e ao conhecimento do Filho de Deus, a varão perfeito, à medida da estatura completa de Cristo, para que não sejamos mais meninos inconstantes... Antes, seguindo a verdade em caridade, cresçamos em tudo naquele que é a cabeça, Cristo.

Em Efésios I.18 vemos também nessa chamada a esperança divina para a qual Deus nos chamou: “tendo iluminados os olhos do vosso entendimento, para que saibais qual seja a esperança da sua vocação e quais as riquezas da glória da sua herança nos santos”. Na nossa chamada para a salvação temos o cumprimento da nossa eleição: “Assim, os derradeiros serão primeiros, e os primeiros, derra­deiros, porque muitos são chamados, mas poucos, escolhidos” (Mt 20.16). Leia também Mateus 22.14.

 

A DOUTRINA DA JUSTIFICAÇÃO

Justificação é o ato judicial de Deus, pelo qual Ele declara justo diante dEle o pecador que põe sua fé para a salvação em Jesus, ficando assim isento de culpa e condenação (Rm 8.30). A justificação é um ato e também um processo, como a santificação experimental na vida do crente; ela é primeiramente um ato de Deus.

O que é justificar? E Deus declarar justo diante dEle o transgressor que crê em Jesus como o seu Salvador pessoal (Rm 4.3-5; 8.33). Justificar, como Deus justifica, é mais que perdoar. Em teologia sistemática, a justificação precede a santificação, mas na Bíblia a santificação precede a justificação (I Co 6.11), que também é um processo — “justificação de vida” (Rm 5.18).

Diferenças entre justificar e perdoar. O perdão remove a condenação do pecado; a justificação nos declara justos diante de Deus; isto é, como se nunca tivéssemos pecado! Quão maravilhosa é a graça de Deus! Aleluia!

Somente Deus pode perdoar e também justificar a um só tempo. O homem jamais pode fazer isso; ele pode relativamente perdoar, mas não justificar — declarar justo um transgressor da lei. Como é possível um Deus perfeitamente justo perdoar e também justificar o ímpio, transgressor, sobrecarregado de delitos e pecados?

Mediante o seu amor, Deus substituiu o culpado pelo inocente. O imaculado Cordeiro de Deus, no Calvário, pelo amor divino, nos substituiu, levando sobre si os nossos pecados.

Verdades fundamentais da justificação pela fé, As verdades fundamentais da justificação pela fé em Deus são: (I) a sua origem, que é a graça de Deus (Rm 3.24;Tt 3.7); a sua base, o sangue de Jesus (Rm 5.9); o seu meio, a fé (Rm 5.1; 3.25); o seu testemunho perante os homens são as obras (Tg 2.24); e a sua causa instrumental é a ressurreição de Jesus Cristo (Rm 4.25).

 

A DOUTRINA DO JULGAMENTO DO CRENTE

A doutrina do julgamento do crente é geralmente estudada, em teologia sis­temática, sob a escatologia. Trata-se do Tribunal de Cristo, isto é, o julgamento da igreja após o seu arrebatamento (2 Co 5.10; Rm 14.10; I Jo 4.17). É o dia da prestação de conta da nossa vida; da nossa mordomia cristã, da nossa diaconia ante o citado Tribunal.

Segundo a Palavra de Deus, o julgamento do crente é tríplice. No passado, o crente foi julgado em Cristo, no Calvário, como pecador (2 Co 5.21). No presente, ele é julgado como filho de Deus, durante a sua vida (I Co 11.31). No futuro, será julgado como servo de Deus, quanto à sua fidelidade no serviço prestado a Deus (2 Co 5.10).

Não será um julgamento de pecados do crente (Rm 8.1; Jo 5.24), mas das obras do crente (Ap 22.12; 14.13). Todos os crentes serão julgados, e não ape­nas alguns. Este autor e o leitor — eu e tu — também:   todos havemos de

comparecer ante o tribunal de Cristo” (Rm 14.10). “... para que cada um receba segundo o que tiver feito por meio do corpo, ou bem ou mal” (2 Co 5.10).

Os critérios do julgamento. Os critérios de julgamento do crente no Tribunal de Cristo envolvem: a “lei da liberdade cristã” (Tg 2.12), haja vista sermos livres para fazermos ou não a vontade de Deus (vamos responder por essa liberdade diante do Senhor naquele dia); a qualidade do trabalho que fazemos para Deus (Mt 20.1-16); vemos neste ensino de Jesus que muitos crentes trabalharão a vida toda (“o dia todo”, v. 12), mas receberão a recompensa de quem trabalhou apenas “uma hora”. Não será primeiramente a quantidade de trabalho que será julgada, e sim primeiramente a qualidade desse trabalho.

Outros critérios de julgamento serão: o “material” empregado no trabalho feito para Deus (I Co 3.8,12-15); a conduta do crente por meio do seu corpo (2 Co 5.10

; o modo como tratamos nossos irmãos na fé (Rm 14.10; Tg 5.9; Ef 6.8; Cl 3.25); e os motivos secretos do nosso coração que nos levaram aos respectivos atos (I Co 4.5; Rm 2.16).

Um aviso a todos os que ensinam na casa de Deus: o seu julgamento será maior, mais rigoroso e mais exigente:

Meus irmãos, muitos de vós não sejam mestres; sabendo que receberemos mais duro juízo (Tg 3.1).

Qualquer; pois, que violar um destes menores mandamentos e assim ensinar aos homens será chamado o menor no Reino dos céus; aquele, porém, que os cumprir e ensinar será chamado grande no Reino dos céus (Mt 5.19).

 

A DOUTRINA DA GLORIFICAÇÃO FUTURA DOS SALVOS

Em Romanos 8.30 Deus tem tanta certeza da realização da nossa glorificação, que declara o fato no tempo passado! Isso também ocorre com outros grandes mi­lagres da salvação, como a cura divina, também declarados pelos profetas no tempo passado do verbo: “Mas ele foi ferido pelas nossas transgressões e moído pelas nossas iniquidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e, pelas suas pisaduras, fomos sarados” (Is 53.5).

Uma forma de glória divina era, possivelmente, o vestuário original de Adão e Eva antes de pecarem (Gn 2.25; Rm 3.23; Sm 104.1,2; I Pe 1.7). Maior ainda será a glória da Igreja (Mt 13.43; Cl 3.4; Rm 8.18; I Co 15.43; Fp 3.21). A salvação começa com a redenção da alma; prossegue com a redenção do corpo; e culmina com a glorificação do crente integral. Daí o autor de Hebreus ter chamado essa gloriosa obra de Deus de “uma tão grande salvação” (Hb 2.3).

Ainda quanto à nossa glorificação integral, a Palavra de Deus menciona a salvação nas eras divinas e futuras. João Batista, inspirado pelo Espírito, disse que Jesus é o Cordeiro que tira o pecado do mundo — kosmos. Isso só acontecerá plenamente no futuro.

Em Efésios 2.7, vemos isso, onde a palavra para “eras” é aiõnios, termo que se traduz por “séculos” em I Timóteo 1.17:

[Deus nos vivificou juntamente com Cristo e nos fez assentar nos lugares celestiais] para mostrar nos séculos vindouros as abundantes riquezas de sua graça, pela sua benignidade para conosco em Cristo Jesus.

Ora, ao Rei dos séculos, imortal, invisível, ao único Deus seja honra e glória para todo o sempre. Amém!

Cite a referência do Evangelho Segundo São Lucas que trata do tríplice teste do discipulado cristão.

Dê a definição de salvação e cite, e comente, as três refe­rências bíblicas mencionadas neste capítulo.

O que abrange a salvação pessoal; isto é, em que consiste ela?

Cite os passos que o pecador deve dar para receber a sal­vação em Jesus.

Umas das principais finalidades da Lei divina é expor o quê?

Quanto aos aspectos do pecado, cite os dois principais.

Em que consiste o pecado de omissão?

O que é a graça de Deus, segundo a Bíblia?

Cite as quatro grandes palavras bíblicas que revelam a extensão e grandiosidade da expiação.

Além de satisfazer e aplacar o Supremo Legislador (Deus), que mais efetua a expiação?

Mencione o tríplice resultado da redenção efetuada por Jesus em nosso lugar.

Cite o conceito bíblico de propiciação.

Dê referências bíblicas sobre Jesus como a nossa propi­ciação.

O que produz o verdadeiro arrependimento?

Que é a “adoção de filhos”, conforme Romanos 8.15?

O que é um santo, segundo a definição dada neste capí­tulo?

Cite os meios divinos de santificação do crente; e mencione também as respectivas referências.

A predestinação do crente, segundo as Escrituras, tem a ver com o quê?

Cite três dos critérios de julgamento do crente perante o Tribunal de Cristo.

A salvação começa com a redenção da alma; prossegue com a redenção do corpo; e culmina com o quê?

 

 

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Lição 7, A Necessidade do Novo Nascimento

3º Trimestre de 2017 - Título: A Razão da Nossa Fé: Assim Cremos, assim Vivemos

Comentarista: Pr. Pres. Esequias Soares, Assembleia de DEUS, Jundiaí, SP

Complementos, ilustrações e vídeos: Pr. Luiz Henrique de Almeida Silva - 99-99152-0454

FIGURAS ILUSTRATIVAS USADAS NOS VÍDEOS - https://ebdnatv.blogspot.com.br/2017/08/figuras-da-licao-7-necessidade-do-novo.html

 

 

TEXTO ÁUREO
"Não te maravilhes de te ter dito: Necessário vos é nascer de novo." (Jo 3.7)

 


VERDADE PRÁTICA
Cremos na necessidade absoluta do novo nascimento pela graça de DEUS, mediante a fé em JESUS CRISTO.
 

 

 

LEITURA DIÁRIA (comentários BEP - CPAD)

Segunda - Jo 3.3-8 O novo nascimento é nascer do ESPÍRITO

3.3 NASCER DE NOVO. Água - Palavra de DEUS. ESPÍRITO – Ação do ESPÍRITO SANTO.

3.5 NASCER DA ÁGUA. JESUS certamente se referia à obra purificadora do ESPÍRITO SANTO no novo nascimento. Em Tt 3.5, Paulo fala da "lavagem da regeneração e da renovação do ESPÍRITO SANTO".

3.8 O VENTO... DO ESPÍRITO. Assim como o vento, embora invisível, é identificado por sua atividade e pelo seu sonido, assim também o ESPÍRITO SANTO é observado pela sua atividade sobre os nascidos de novo e pelo seu efeito sobre eles.

 

Terça - 2 Co 5.17 A fé salvífica faz do pecador uma nova criatura em CRISTO JESUS

.17 NOVA CRIATURA É. Mediante a palavra criativa de DEUS (4.6), os que aceitam JESUS CRISTO pela fé, são feitos novas criaturas, pertencendo totalmente a DEUS e constituindo o seu povo, onde impera o ESPÍRITO SANTO (Rm 8.14; Gl 5.25; Ef 2.10). O crente é uma nova criatura (Gl 6.15; Ef 2.10; 4.24; Cl 3.10), renovada segundo a imagem de DEUS (2Co 4.16; 1 Co 15.49; Ef 4.24; Cl 3.10), que compartilha da sua glória (3.18), que experimenta a renovação do conhecimento (Cl 3.10) e do entendimento (Rm 12.2), e que vive em santidade (Ef 4.24).

 

Quarta - At 10.43 O perdão dos pecados está disponível a todos

Depois de terminar seu relato da base histórica para a mensagem do evangelho - a morte e a ressurreição de CRISTO -, Pedro anunciou-lhes as boas-novas: "Todo aquele que nele crê recebe a remissão de pecados" (At 10:43; ver 2:21). Os ouvintes tomaram para si a expressão "todo aquele"; aplicaram-na à própria vida, creram em JESUS CRISTO e foram salvos.

Justificação (vv. 44-48). Pedro estava apenas começando sua mensagem quando a congregação creu, e o ESPÍRITO SANTO interrompeu a reunião (At 11:15). Aqui, DEUS ESPÍRITO também o interrompe, e Pedro não chega a terminar seu sermão! Como seria bom se os pregadores de hoje sofressem interrupções desse tipo!

O ESPÍRITO SANTO dava testemunho aos seis judeus presentes de que esses gentios haviam, verdadeiramente, nascido de novo. 

 

Quinta - Tt 3.5 O novo nascimento significa regeneração

3.5 A LAVAGEM DA REGENERAÇÃO. Isto se refere ao novo nascimento do crente, visto simbolicamente no batismo cristão. A "renovação do ESPÍRITO SANTO" refere-se à outorga constante da vida divina aos crentes à medida que se submetem a DEUS (cf. Rm 12.2).


Sexta - 2 Co 5.18,19 Fomos reconciliados com DEUS pela morte de JESUS

5.18 NOS RECONCILIOU CONSIGO MESMO. A reconciliação (gr. katallage) é um dos aspectos da obra de CRISTO como redenção. Refere-se à restauração do pecador à comunhão com DEUS. (1) O pecado e a rebelião da raça humana trouxeram como resultado, hostilidade contra DEUS e alienação dEle (Ef 2.3; Cl 1.21). Essa rebelião provoca a ira de DEUS e seu julgamento (Rm 1.18,24-32; 1 Co 15.25,26; Ef 5.6). (2) Mediante a morte expiatória de CRISTO, DEUS removeu a barreira do pecado e abriu um caminho para a volta do pecador a DEUS (v.19; Rm 3.25; 5.10; Ef 2.15,16). (3) A reconciliação entra em vigor mediante o arrependimento e a fé pessoal em CRISTO, do pecador (Mt 3.2; Rm 3.22). (4) A igreja recebeu de DEUS o ministério da reconciliação (v. 18), para conclamar todas as pessoas a se reconciliarem com Ele (v. 20; ver Rm 3.25).

 

Sábado - Jo 1.12 Fomos adotados como filhos de DEUS pela fé em JESUS

1.12 RECEBERAM... CRÊEM. Este versículo retrata claramente como a fé salvífica é tanto um ato instantâneo (Ef 1.13 – ouvimos e cremos) como uma atitude da vida inteira. (1) Para alguém se tornar filho de DEUS, deve "receber" (gr. elabon, de lambano) a CRISTO. O tempo pretérito do aoristo aqui denota um ato definido de fé. (2) Após este ato de fé, de receber a CRISTO como Salvador, deve haver da parte do pecador uma ação contínua de crer. O verbo "crer" (gr. pisteuosin, de pisteuo) é um particípio presente ativo, indicando a necessidade da perseverança no crer. A fé genuína precisa continuar após o ato inicial da pessoa aceitar a CRISTO para que ela seja salva. "Aquele que perseverar até ao fim será salvo" (Mt 10.22; 24.12,13; Cl 1.21-23; Hb 3.6, 12-15).


LEITURA BÍBLICA EM CLASSE - João 3.1-12
1 - E havia entre os fariseus um homem chamado Nicodemos, príncipe dos judeus. 2 - Este foi ter de noite com JESUS e disse-lhe: Rabi, bem sabemos que és mestre vindo de DEUS, porque ninguém pode fazer estes sinais que tu fazes, se DEUS não for com ele. 3 - JESUS respondeu e disse-lhe: Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer de novo não pode ver o Reino de DEUS. 4 - Disse-lhe Nicodemos: Como pode um homem nascer, sendo velho? Porventura, pode tornar a entrar no ventre de sua mãe e nascer? 5 - JESUS respondeu: Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer da água e do ESPÍRITO não pode entrar no Reino de DEUS. 6 - O que é nascido da carne é carne, e o que é nascido do ESPÍRITO é espírito. 7 - Não te maravilhes de te ter dito: Necessário vos é nascer de novo. 8 - O vento assopra onde quer, e ouves a sua voz, mas não sabes donde vem, nem para onde vai; assim é todo aquele que é nascido do ESPÍRITO. 9 - Nicodemos respondeu e disse-lhe: Como pode ser isso? 10 - JESUS respondeu e disse-lhe: Tu és mestre de Israel e não sabes isso? 11 - Na verdade, na verdade te digo que nós dizemos o que sabemos e testificamos o que vimos, e não aceitais o nosso testemunho. 12 - Se vos falei de coisas terrestres, e não crestes, como crereis, se vos falar das celestiais?

 

 

OBJETIVO GERAL  - Compreender a necessidade absoluta do novo nascimento pela graça de DEUS.

 

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Apresentar Nicodemos como um líder religioso bem-intencionado;

Compreender o que é o novo nascimento;

Explicar por que é necessário nascer de novo.

 

INTERAGINDO COM O PROFESSOR
Professor, na lição de hoje estudaremos a respeito do novo nascimento (Jo 3.3). Procure, no decorrer da lição, enfatizar o fato de que o novo nascimento é uma das principais doutrinas da fé cristã e que ninguém pode fazer parte do Reino de DEUS se não nascer de novo (Jo 3.3). Mediante a fé em JESUS experimentamos uma profunda transformação de vida. Essa mudança radical não é apenas exterior, mas interior. Contudo, temos visto que atualmente muitos, como Nicodemos, não conseguem compreender a necessidade e a importância do nascer novamente. O Senhor JESUS mostrou a Nicodemos, e a nós, que religião alguma tem condição de transformar o homem. Somente Ele pode nos conceder uma nova natureza mediante a fé.

 

Alguém que diz ter se convertido e continua no pecado, por exemplo, bebendo bebida alcóolica ou fumando, é porque não nasceu de novo, continua em seus pecados.


PONTO CENTRAL - Cremos na necessidade do novo nascimento.

 

Resumo da Lição 7, A Necessidade do Novo Nascimento

I - UM LÍDER RELIGIOSO BEM-INTENCIONADO
1. Quem era Nicodemos?

2. Os fariseus.

3. Os sinais efetuados por JESUS.

II - O NOVO NASCIMENTO

1. É necessário nascer de novo (v.7).

2. Regeneração.

3. A perplexidade de Nicodemos.

III - UMA NECESSIDADE

1. O estado humano.

2. Saulo de Tarso.

3. O centurião Cornélio.

SÍNTESE DO TÓPICO I - Nicodemos era um líder religioso bem-intencionado

SÍNTESE DO TÓPICO II - JESUS afirmou a necessidade do novo nascimento

SÍNTESE DO TÓPICO III - O novo nascimento é uma necessidade para toda criatura.

 

SUBSÍDIO DIDÁTICO Top 1
Professor, explique aos alunos que Nicodemos era um fariseu e membro do Sinédrio. Para mostrar as principais características desse grupo religioso, reproduza o quadro abaixo.
"Fariseus
Era um dos principais grupos de liderança religiosa em Israel no período de JESUS. Os fariseus eram mais interessados na religião, ao passo que os saduceus se interessavam mais pela política.

(Extraído e adaptado de Bíblia de Estudo Cronológica Aplicação Pessoal, CPAD, 2015, p. 1288.)

 

CONHEÇA MAIS Top 1

*Conversão

"[Do hb. sub, voltar atrás; do gr. metanoeo, voltar; e, do lat. conversionem, transformação] Mudança que DEUS opera na vida do que aceita CRISTO como o seu Salvador pessoal, modificando-lhe radicalmente a maneira de ser, pensar e agir. A conversão é o lado objetivo e externo do novo nascimento. Por intermédio dela, o pecador arrependido mostra ao mundo a obra que CRISTO operou em seu interior: a regeneração. Em suma: o novo nascimento tem dois lados: um subjetivo e outro objetivo." Para conhecer mais, leia Dicionário Teológico, CPAD, p.115.

 

SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO Top 2
"O novo nascimento no Evangelho de João
Encontramos a única menção explícita ao novo nascimento na conversa de JESUS com Nicodemos (3.1-21). JESUS fala a Nicodemos: 'Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer de novo não pode ver o Reino de DEUS' (v. 3). A réplica de Nicodemos: 'Como pode um homem nascer, sendo velho? Porventura, pode tornar a entrar no ventre de sua mãe e nascer?' (v. 4), indica que ele entendeu o comentário de JESUS na esfera humana, física. A interpretação errônea de Nicodemos fornece a JESUS a oportunidade de esclarecer o que queria dizer. Ele fala da necessidade de um novo nascimento espiritual, não de um segundo nascimento físico (vv. 6-8). A interpretação errônea e o esclarecimento resultante dela são refletidos em um jogo de palavras no versículo 3 (repetidas no v. 7). A palavra grega aõthen, traduzida por 'novo', na NVI, pode querer dizer 'de novo' ou 'de cima'. Contudo, o fato de Nicodemos entendê-la com o sentido de 'de novo' leva-o a concluir que JESUS fala de um segundo nascimento físico, mas a resposta de JESUS, registrada nos versículos 6-8, mostra que Ele se refere à necessidade de um nascimento espiritual, um nascimento 'de cima'. Esse novo nascimento não é resultado de nenhum ato humano (cf. v.6), é obra do ESPÍRITO SANTO (v. 8). É necessária a atividade sobrenatural do ESPÍRITO de DEUS para realizar esse novo nascimento espiritual no indivíduo. Ele não consiste apenas em percepção ou compreensão mais excelente, mas na completa transformação do indivíduo (cf. 2 Co 5.17)" (ZUCK, Roy B. Teologia do Novo Testamento. 1.ed. Rio de Janeiro, CPAD, 2008, pp. 245-6).

As pessoas precisam de uma experiência nova com CRISTO.

 

SUBSÍDIO DIDÁTICO Top 3
Professor, copie o esquema abaixo no quadro. Utilize-o para explicar aos alunos o fato de que Paulo era um homem extremamente religioso, conhecedor da Lei, porém sedento espiritualmente. A religiosidade não implica em relacionamento com DEUS. Todavia, Paulo teve um encontro com CRISTO, confessou seus pecados, entregou-se inteiramente a JESUS e passou a ter uma nova vida, que implica num relacionamento íntimo e pessoal com JESUS. Mais tarde Paulo aprendeu o que é padecer pelo Senhor. Por intermédio desse "vaso escolhido" a igreja tornou-se basicamente gentia.

Resumo da vida de Paulo
Nascido em Tarso — Capital da Cilícia (At 22.3)
Fariseu — (At 23.6)
Cidadão romano — (At 22.25-28)
Fazedor de tendas — (At 18.3)
Aluno de Gamaliel — (At 22.3)
Guardava a Lei — (At 26.5)
Um encontro com JESUS mudou sua vida — (At 9)
Foi batizado — (At 9.18)
Suas últimas palavras — (2 Tm 4.6-8)

 

PARA REFLETIR - A respeito da necessidade do novo nascimento, responda:
Por que o diálogo de Nicodemos com JESUS ainda impressiona as pessoas até hoje? Esse diálogo impressiona as pessoas ainda hoje, pois nele está o que consideramos ser o texto áureo da Bíblia (Jo 3.16).
O que atraiu Nicodemos a JESUS? Os milagres que JESUS havia realizado.
O que significa nascer de novo, da água e do ESPÍRITO? Nascer de novo é nascer da água e do ESPÍRITO, e isso significa regeneração. É o início de uma nova vida, quando o pecador se torna nova criatura (2 Co 5.17) criada em CRISTO JESUS (Ef 2.10). Trata-se de uma experiência profunda com JESUS, e não de mera mudança de religião.
Qual a vontade de DEUS em relação às suas criaturas? Que creiam em JESUS CRISTO para perdão dos pecados e experimentem o novo nascimento.
Como o apóstolo Paulo passou a se ver depois de sua experiência com CRISTO? Depois de sua experiência com JESUS, ele se considerou o principal entre os pecadores (1 Tm 1.15) e descreveu o seu estado de miséria diante de DEUS igualando-se aos demais pecadores (Tt 3.3).

 

CONSULTE - Revista Ensinador Cristão - CPAD, nº 71, p39.

SUGESTÃO DE LEITURA - Vincent Vol. I, Hermenêutica Fácil e Descomplicada e Teologia Sistemática Pentecostal

 

Disponibilizamos novamente o cremos para que seja lido nas Escolas Bíblicas Dominicais.

 

Cremos (Confissão de Fé)

1. Na inspiração divina verbal e plenária da Bíblia Sagrada, única regra infalível de fé e prática para a vida e o caráter cristão (2 Tm 3.14-17);

2. Em um só DEUS, eternamente subsistente em três pessoas distintas que, embora distintas, são iguais em poder, glória e majestade: o Pai, o Filho e o ESPÍRITO SANTO; Criador do Universo, de todas as coisas que há nos céus e na terra, visíveis e invisíveis, e, de maneira especial, os seres humanos, por um ato sobrenatural e imediato, e não por um processo evolutivo (Dt 6.4; Mt 28.19; Mc 12.29; Gn 1.1; 2.7; Hb 11.3 e Ap 4.11);

3. No Senhor JESUS CRISTO, o Filho Unigênito de DEUS, plenamente DEUS, plenamente Homem, na concepção e no seu nascimento virginal, em sua morte vicária e expiatória, em sua ressurreição corporal dentre os mortos e em sua ascensão vitoriosa aos céus como Salvador do mundo (Jo 3.16-18; Rm 1.3,4; Is 7.14; Mt 1.23; Hb 10.12; Rm 8.34 e At 1.9);

4. No ESPÍRITO SANTO, a terceira pessoa da Santíssima Trindade, consubstancial com o Pai e o Filho, Senhor e Vivificador; que convence o mundo do pecado, da justiça e do juízo; que regenera o pecador; que falou por meio dos profetas e continua guiando o seu povo (2 Co 13.13; 2 Co 3.6,17; Rm 8.2; Jo 16.11; Tt 3.5; 2 Pe 1.21 e Jo 16.13);

5. Na pecaminosidade do homem, que o destituiu da glória de DEUS e que somente o arrependimento e a fé na obra expiatória e redentora de JESUS CRISTO podem restaurá-lo a DEUS (Rm 3.23; At 3.19);

6. Na necessidade absoluta do novo nascimento pela graça de DEUS mediante a fé em JESUS CRISTO e pelo poder atuante do ESPÍRITO SANTO e da Palavra de DEUS para tornar o homem aceito no Reino dos Céus (Jo 3.3-8, Ef 2.8,9);

7. No perdão dos pecados, na salvação plena e na justificação pela fé no sacrifício efetuado por JESUS CRISTO em nosso favor (At 10.43; Rm 10.13; 3.24-26; Hb 7.25; 5.9);

8. Na Igreja, que é o corpo de CRISTO, coluna e firmeza da verdade, una, santa e universal assembleia dos fiéis remidos de todas as eras e todos os lugares, chamados do mundo pelo ESPÍRITO SANTO para seguir a CRISTO e adorar a DEUS (1 Co 12.27; Jo 4.23; 1 Tm 3.15; Hb 12.23; Ap 22.17);

9. No batismo bíblico efetuado por imersão em águas, uma só vez, em nome do Pai, e do Filho, e do ESPÍRITO SANTO, conforme determinou o Senhor JESUS CRISTO (Mt 28.19; Rm 6.1-6; Cl 2.12);

10. Na necessidade e na possibilidade de termos vida santa e irrepreensível por obra do ESPÍRITO SANTO, que nos capacita a viver como fiéis testemunhas de JESUS CRISTO (Hb 9.14; 1 Pe 1.15);

11. No batismo no ESPÍRITO SANTO, conforme as Escrituras, que nos é dado por JESUS CRISTO, demonstrado pela evidência física do falar em outras línguas, conforme a sua vontade (At 1.5; 2.4; 10.44-46; 19.1-7);

12. Na atualidade dos dons espirituais distribuídos pelo ESPÍRITO SANTO à Igreja para sua edificação, conforme sua soberana vontade para o que for útil (1 Co 12.1-12);

13. Na segunda vinda de CRISTO, em duas fases distintas: a primeira — invisível ao mundo, para arrebatar a sua Igreja antes da Grande Tribulação; a segunda — visível e corporal, com a sua Igreja glorificada, para reinar sobre o mundo durante mil anos (1 Ts 4.16, 17; 1 Co 15.51-54; Ap 20.4; Zc 14.5; Jd 1.14);

14. No comparecimento ante o Tribunal de CRISTO de todos os cristãos arrebatados, para receberem a recompensa pelos seus feitos em favor da causa de CRISTO na Terra (2 Co 5.10);

15. No Juízo Final, onde comparecerão todos os ímpios: desde a Criação até o fim do Milênio; os que morrerem durante o período milenial e os que, ao final desta época, estiverem vivos. E na eternidade de tristeza e tormento para os infiéis e vida eterna de gozo e felicidade para os fiéis de todos os tempos (Mt 25.46; Is 65.20; Ap 20.11-15; 21.1-4).

16. Cremos, também, que o casamento foi instituído por DEUS e ratificado por nosso Senhor JESUS CRISTO como união entre um homem e uma mulher, nascidos macho e fêmea, respectivamente, em conformidade com o definido pelo sexo de criação geneticamente determinado (Gn 2.18; Jo 2.1,2; Gn 2.24; 1.27).

 

 

 

Resumo Rápido do Pr. Henrique da Lição 7, A Necessidade do Novo Nascimento

 

COMENTÁRIO/INTRODUÇÃO

NASCER DA ÁGUA E DO ESPÍRITO - ÁGUA - PALAVRA DE DEUS PREGADA - CONVENCIMENTO E REVELAÇÃO DO ESPÍRITO SANTO

Sendo de novo gerados, não de semente corruptível, mas da incorruptível, pela palavra de DEUS, viva, e que permanece para sempre. 1 Pedro 1:23 (grifo nosso)

Não pelas obras de justiça que houvéssemos feito, mas segundo a sua misericórdia, nos salvou pela lavagem da regeneração e da renovação do ESPÍRITO SANTO, Tito 3:5 (grifo nosso)
Para a santificar, purificando-a com a lavagem da água, pela palavra, Efésios 5:26 (grifo nosso)

Visto como na sabedoria de DEUS o mundo não conheceu a DEUS pela sua sabedoria, aprouve a DEUS salvar os crentes pela loucura da pregação. 1 Coríntios 1:21 (grifo nosso)
Nicodemos padrão de vida exemplar, era religioso, mas isso não fazia dele um salvo. Precisava de JESUS. Era-lhe necessário nascer de novo.

Cornélio tinha prática de uma religiosidade sincera, era religioso, mas isso não fazia dele um salvo. Precisava de JESUS. Era-lhe necessário nascer de novo.

Paulo tinha padrão de vida exemplar, era religioso, mas isso não fazia dele um salvo. Precisava de JESUS. Era-lhe necessário nascer de novo.

Nesta lição veremos a necessidade e o que é nascer de novo.


I - UM LÍDER RELIGIOSO BEM-INTENCIONADO
1. Quem era Nicodemos?

Muito pouco se sabe a respeito dele. Seu nome é grego e significa "vencedor do povo". Era fariseu, um príncipe do povo (Jo 3.1) e membro do sinédrio (Jo 7.50). Nicodemos viu em JESUS algo que não existe em nenhum dos seres humanos, mas ainda assim parece que não queria ser visto pelo povo conversando com o Mestre. Talvez isso justifique o fato de ter ido à noite se encontrar com o Senhor (v.2). Nicodemos nunca mais foi o mesmo depois desse encontro com JESUS (Jo 7.51; 19.39). Esse diálogo impressiona as pessoas ainda hoje, pois nele está o que consideramos ser o texto áureo da Bíblia (Jo 3.16).

 

Quem era Nicodemos?

Um fariseu, líder dos judeus (iarchon, “governador”, palavra usada muitas vezes como título dos membros do Sinédrio, cf. João 7.50, “Nicodemos, que era um deles”) um mestre em Israel, e provavelmente um homem abastado (Jo 3.1,10; 19.39). Sua visita noturna a JESUS deu ocasião ao discurso sobre o nascimento espiritual registrado em João 3.1-10.

Nicodemos só é mencionado (no NT) no Evangelho de João.

(1) Ele procurou JESUS durante a noite, e o Senhor lhe ensinou a doutrina do novo nascimento (Jo 3.1-10) ;

(2) Ele defendeu JESUS perante os principais sacerdotes e os fariseus - o Sinédrio (Jo 7.46-52);

(3) Ele ajudou José de Arimatéia na preparação do corpo de JESUS para o sepultamento (Jo 19.38-42).

Nada se sabe com certeza sobre sua família ou antecedentes. Tem havido tentativas para identificá-lo com o Nicodemos ben Gorion mencionado no Talmude. Depois de sua participação no sepultamento de JESUS, Nicodemos desapareceu da narrativa do NT. Porém, em um relato apócrifo da paixão e ressurreição de CRISTO, várias vezes intitulado Evangelho de Nicodemos e Atos de Pilatos, são feitas outras referências a ele. Embora o NT não afirme que Nicodemos tenha, posteriormente, se tornado um cristão, existe uma forte possibilidade deste fato ter ocorrido.

A tradição cristã diz que ele foi batizado por Pedro e João, sofreu muitas provações nas mãos de judeus hostis, foi privado de suas funções no Sinédrio e expulso de Jerusalém por causa de sua fé em CRISTO.

Dicionário Whicliffe - CPAD - B. M. W.


2. Os fariseus.

Acredita-se que o termo fariseu deriva do verbo hebraico parask, isto é, “dividir ou separar”. Portanto, os fariseus eram “o povo separado”. Porém, tanto a origem desse grupo judeu como do nome que recebeu ainda são incertos. A “separação” da qual o nome está falando poderia referir-se a uma separação geral das impurezas ou do mundo, ou poderia estar ligada a alguma situação histórica em particular. Por exemplo, os fariseus poderiam ter surgido como a expressão de uma rígida abstenção dos costumes pagãos na época de Esdras e de Neemias (ç.u.), ou da recusa de adotar costumes gregos mesmo sob a ameaça de morte na época de Antíoco Epifânio (q.v.), ou da ruptura que aconteceu em 165 a.C,, após a reconquista do Templo, entre os macabeus (q.v) e os “piedosos” ou Chasidim, que estavam dispostos a lutar pela liberdade religiosa, mas não pela independência política. Todas essas possibilidades foram levantadas como teorias, e todas podem ser consideradas como a personificação de alguns aspectos do espírito farisaico; mas as evidências não são conclusivas para nenhuma delas.

A primeira referência aos fariseus, como um grupo existente em Israel, foi feita durante o reinado de João Hircano (135-104 a.C.). De acordo com Josefo, nessa época eles exerciam grande influência junto às massas. Hircano foi um de seus discípulos, mas por causa de desentendimentos ele separou-se e juntou-se aos saduceus (Ant. xiii.10. 5. f.). Em uma observação repleta de presságios, Josefo acrescenta: “Por causa disso, naturalmente, cresceu o ódio das massas por ele e seus filhos” (ibid). Consta, também, que Hircano deixou de observar certos “regulamentos” que os fariseus haviam estabelecido para o povo. Josefo explica que “os fariseus haviam transmitido ao povo certos regulamentos (nomima) herdados das gerações anteriores, mas que não haviam sido registrados na lei de Moisés (ttonwi), por essa razão eles foram rejeitados pelo grupo saduceu” (10. xiii.6).

Esse relato serve para realçar o principal fator que existe em qualquer definição do farisaísmo - o conceito da tradição, de uma contínua expansão da lei oral. Ele também indica que, na época de Hircano, o farisaísmo já era um florescente movimento com grande influência sobre a população. Além disso, a referência à transmissão de regulamentos que haviam sido herdados das gerações anteriores sugere alguma continuidade com o passado. Portanto, aqueles que têm procurado acompanhar os fariseus desde os Chasidim, que lutaram ao lado de Judas Macabeus, até a nova dedicação do Templo (1 Mac 2.42ss.; 7.13ss.; 2 Mac 14.6) podem ter chegado muito próximo da verdade. Embora algumas de suas características tenham raízes que se estendem até tempos remotos, o farisaísmo que conhecemos a partir de fontes disponíveis parece ter se originado como uma resposta judaica ao desafio da cultura grega no início do segundo século a.C.

Em uma época bastante posterior, quando o farisaísmo já havia se tornado a expressão normativa do judaísmo, os hiatos históricos foram preenchidos de forma a fazer crer que a lei oral havia sido estabelecida pelo próprio Moisés, via Josué, os anciãos, os profetas, os homens da Grande Sinagoga fundada por Esdras, e também por homens como Simeão, o Justo, e Antígono de Socho (séculos IV e III a.C.) até os “pares” (zugoth) de mestres investidos de autoridade (por exemplo, Semaías e Abtalion, Hilel e Shammai) e o rabinos que vieram depois deles (veja o tratado de Mishna, conhecido como PirkeAboth, capítulo 1), Vale a pena notar que a origem dos “pares” coincide aproximadamente com o momento em que os fariseus começaram a constar em nossas fontes. É muito provável que a era dos macabeus tenha marcado o seu verdadeiro aparecimento, embora eles afirmassem que seus ancestrais espirituais haviam sido homens como Esdras, que haviam confirmado e explicado a Torá. Eles podem até ter possuído algumas tradições orais que remontavam até o início da época posterior ao Exílio.

Depois da ruptura com a casa real hasmoneana, representada por João Hircano, o destino político dos fariseus sofreu algumas flutuações. Eles tornaram-se os líderes de uma contínua oposição popular ao seu sucessor, Alexandre Janeu (10376־ a.C.), de forma que em seu leito de morte, impressionado pela influência que exerciam sobre as massas, Alexandre insistiu com sua esposa Salomé Alexandra (76-67 a.C.) que trabalhasse mais próxima deles (Josefo, Ant. xiii. 15.5.). Os tradicionais regulamentos herdados “dos pais” foram restabelecidos, e os fariseus tornaram-se o poder por detrás do trono, livres para vingar as injustiças que acreditavam ter sido feitas contra eles por Alexandre (ibid., xiii. 16.1; cf. Wars i.5. 2. f.). Na luta pelo poder que se seguiu à morte de Alexandra, parece que os fariseus se tornaram um terceiro partido que não apoiava nenhum de seus dois filhos; eles requisitaram aos romanos que abolissem o reinado judaico (que os sacerdotes haviam usurpado depois da revolta dos macabeus) e o retomo ao antigo tipo de regulamento sacerdotal (Ant. xiv. 3.2). Essa expectativa não se realizou, mas os romanos realmente puseram um ponto final a essa disputa entre facções quando Pompeu capturou o Templo, invadiu o santuário, exilou um dos filhos de Alexandra e indicou o outro (Hircano II) como sumo sacerdote e representante do rei. A independência política, conquistada de maneira tão nobre no século anterior, foi novamente perdida quando o povo judeu passou a sofrer o domínio romano em 63 a.C.

Depois da conquista de Pompeu, os fariseus, em sua maior parte, tomaram-se politicamente conformados. Embora houvesse alguns zelotes destacando-se entre eles, os fariseus formavam um grupo que procurava evitar conflitos com Roma, e somente depois de muita relutância foram finalmente arrastados para a malograda revolta do ano 70 d.C. Depois da destruição de Jerusalém, foram os fariseus que se incumbiram de recolher os fragmentos da fé e da vida judaica e reconstruir o judaísmo que conhecemos por meio dos escritos dos rabinos. A situação era análoga àquela que havia prevalecido após o exílio na Babilônia; não havia uma nação judaica e a unidade do povo expressava-se através da lei, da sinagoga e das boas obras. A esperança escatológica não estava ligada à atividade revolucionária, mas à intervenção divina, e isso em seu momento oportuno. Dessa forma, desde o ano 70 d.C. o judaísmo tomou-se o rebento daquilo que previamente havia sido apenas um grupo entre vários outros — os fariseus.

Se os Salmos de Salomão mostram o farisaísmo sob o seu melhor aspecto, o NT mostra o que de pior havia nele. Na época de JESUS, parece que os fariseus formavam um grupo de laicos (isto é, homens que não eram sacerdotes), em que alguns de seus membros haviam sido especialmente treinados no estudo das Escrituras. Havia os escribas, e foi contra estes e contra os fariseus que o Senhor JESUS dirigiu algumas de suas mais severas denúncias. O Senhor não contestava categoricamente aquilo que aqueles homens ensinavam na sinagoga: “Na cadeira de Moisés, estão assentados os escribas e fariseus” (Mt 23.2ss.); seus ensinos deveriam ser seguidos. Mas eles eram hipócritas porque não viviam de acordo com seus elevados padrões de justiça. Colocavam sobre o povo um jugo que eles próprios não estavam dispostos a suportar (Mt 23.4) e faziam uso da casuística para fugir ao espírito da lei, enquanto exigiam que ela fosse cumprida à risca (Mt 23.16-22; cf. Mc 7.9-13). Os fariseus gloriavam-se em sua justiça própria e só faziam boas obras para serem vistos pelos homens (cf. Mt 23.5-12; 6.1-6,16-18; Lc 18.9-14). João Batista havia chamado os fariseus de “raça de víboras” que se apoiavam de forma complacente sobre a filiação deles à Abraão (Mt 3.7ss.). O Senhor JESUS confirmou esse veredicto (Mt 23.33) acrescentando que eram como “sepulcros caiados” (23.27) e filhos, não dos “profetas e dos justos”, para quem haviam construído túmulos bem elaborados, mas daqueles que haviam assassinado esses mesmos profetas e homens justos, desde Abel até Zacarias (23.29-36). Eram “condutores cegos” de outros cegos, que procuravam encontrar muitos prosélitos, mas na realidade deixavam os homens fora do Reino dos céus (Mt 15.14; 23.13-15).

Esse pensamento do NT é bem conhecido, mas não devemos nos esquecer de que naquela ocasião os fariseus eram vistos sob uma luz um pouco mais favorável (por exemplo, Lc 7.36ss.; 13.3 lss.). Foram atribuídas a Gamaliel (.q.v.) algumas das boas qualidades que Josefo encontrou nos fariseus - moderação, renúncia a castigos severos, consciência da soberania divina e também da responsabilidade humana (Atos 5.33-39; cf. Josefo, Ant. xiii. 5.9; 10.6; Wars ii.8.14). Paulo tinha sido um fariseu antes de sua conversão e aparentemente considerava esse grupo como a mais elevada expressão da “justiça que há na lei” (Fp 3.4-6; cf. Gl 1.14). Também não devemos nos esquecer de que mesmo sendo denunciados por JESUS, os fariseus eram capazes de pesquisar e de fazer uma rigorosa autocrítica. O Talmude descreve, de forma jocosa, sete classes de fariseus. Entre eles existiam os “fariseus de ombro” que levavam as suas boas obras em seus ombros, para que pudessem ser vistos pelos homens; os “fariseus pilão”, cuja cabeça era curvada como o pilão em um almofariz como um sinal de falsa humildade. Porém, existiam aqueles que verdadeiramente amavam a DEUS, e que eram como Abraão (veja, por exemplo, Ber. 9,14b; Sot. 5,20c; Sot. 22b, explicados de forma muito conveniente na obra de C. G. Montefiore e H. Loewe A Rabbinic Anthology, p. 1385).

Uma definição do farisaísmo poderia começar insistindo que ele era legal, mas não literal. Era uma religião que “construiu uma cerca em volta da lei” (Pirke Aboth 1.1), selecionando os regulamentos legais do AT, muitos dos quais eram dirigidos aos sacerdotes levitas e tornando-os relevantes e aplicáveis a cada judeu. Isso foi feito através de seu sistema de interpretação oral da tradição. Eles levaram a lei ao alcance de cada homem, de forma que em um sentido diferente de Martinho Lutero, o farisaísmo representou o *sacerdócio do crente”. Para o fariseu sincero, a lei não representava uma “letra morta”, como havia sido explicada e interpretada pelos escribas, mas a sua própria vida.

Então, por que o Senhor JESUS denunciou o farisaísmo? Em parte por causa da hipocrisia de alguns de seus representantes, que “diziam, mas não praticavam” (Mt 23.3), e em parte porque o farisaísmo, em sua honesta tentativa de adaptar a eterna lei de DEUS às mutáveis condições humanas, havia comprometido a justa e absoluta exigência divina (Mt 15.3). Ao aplicarem a si mesmos e a seus seguidores certos deveres exteriores, eles haviam realmente dado uma forma mais fácil à justiça, um objetivo que seria alcançável através de uma certa obediência, para que quando esses atos fossem realizados os fariseus pudessem pensar que haviam feito tudo o que deles era exigido. Contra essa atitude, JESUS disse que mesmo quando tais exigências tivessem sido cumpridas, o servo de DEUS ainda não poderia permanecer seguro. A exigência ética ainda estava presente; ele ainda seria um “servo inútil” (Lc 17.10). Portanto, JESUS disse aos seus discípulos: “Se a vossa justiça não exceder a dos escribas e fariseus, de modo nenhum entrareis no Reino dos céus” (Mt 5.20). Dicionário Whicliffe - CPAD - J. R. M.

 

JESUS disse que nós temos que superar a prática dos fariseus. Porque vos digo que, se a vossa justiça não exceder a dos escribas e fariseus, de modo nenhum entrareis no reino dos céus. Mateus 5:20

Exemplo. Jejuavam dois dias por semana. Faziam 3 horas de oração ao dia (3 orações de 1 hora cada). Davam esmolas. Estudavam e ensinavam a palavra de DEUS com afinco. Faziam discípulos. Davam seus dízimos e ofertas fielmente.
 

3. Os sinais efetuados por JESUS.

Nicodemos foi atraído a JESUS devido aos milagres por Ele realizados. “estando ele em Jerusalém pela Páscoa, durante a festa, muitos, vendo os sinais que fazia, creram no seu nome" (Jo 2.23).

 "ninguém pode fazer estes sinais que tu fazes, se DEUS não for com ele" (v.2).

Os sinais, prodígios e maravilhas confirmam e atestam a procedência de JESUS.
Homens israelitas, escutai estas palavras: A JESUS Nazareno, homem aprovado por DEUS entre vós com maravilhas, prodígios e sinais, que DEUS por ele fez no meio de vós, como vós mesmos bem sabeis; Atos 2:22

Esta era a oração dos apóstolos: “Agora, pois, Senhor, olha para as suas ameaças e concede a teus servos que falem com toda ousadia a tua Palavra, enquanto estendes a mão para curar, e para que se façam sinais e prodígios pelo nome do teu SANTO Filho JESUS.”

E porque oravam por sinais e prodígios? Porque queriam eles com tamanha ansiedade, que DEUS demonstrasse sinais e prodígios? E porque queriam eles que DEUS estendesse Sua mão para curar? 

Porque os sinais e prodígios ajudaram a trazer as pessoas ao Senhor JESUS. Ajudaram a trazer o povo à fé salvadora. “E a multidão dos que criam no Senhor, assim homens como mulheres, crescia cada vez mais.”

Esse não é um exemplo isolado no livro de Atos. Era algo padrão. Contamos, pelo menos 17 vezes no livro de Atos, onde um milagre realizado ajuda a levar à conversão. Temos visto o milagre de Pentecostes que resultou em 3.000 conversões, e o milagre do homem aleijado em Atos 3:6, que levou à conversão de 2.000 pessoas (Atos 4:4). Atos 9:34 – 35 e 40, 42, são os exemplos mais claros. Pedro cura a Enéias e Lucas diz, “E viram-no todos os que habitavam em Lida e em Sarona, os quais se converteram ao Senhor.” Pedro ressuscita Tabita, e Lucas diz, “E foi isto notório por toda Jope, e muitos creram no Senhor.”

Não existe dúvida de que a operação de milagres – sinais e prodígios – ajuda a trazer as pessoas a CRISTO. Isto é o que Lucas deseja que vejamos e esta, certamente, é a razão por que o Cristãos oraram em Atos 4:30 pedindo para que DEUS estendesse sua mão para curar e para operar sinais e prodígios. Isto ajuda a trazer as pessoas a CRISTO.

 

“Nós podemos produzir um grande número de convertidos - graças a DEUS por isso - e isto acontece regularmente nas igrejas evangélicas a cada Domingo. Mas a necessidade de hoje é demasiado grande para isso. A necessidade de hoje é a de uma autenticação de DEUS, do sobrenatural, do espiritual, do eterno, e isto poderá ser sua resposta dada graciosamente, ouvindo nosso clamor e outra vez derramando Seu ESPÍRITO sobre nós, e enchendo-nos da mesma maneira em que Ele continuamente enchia a igreja em seus primeiros dias.” (Joy Unspeakable, p. 278, em inglês).
O que necessitamos é uma poderosa demonstração do poder de DEUS que obrigaria as pessoas a prestarem atenção, e a olhar, e a ouvir… (Veja Atos 8 - Filipe). Esta a razão porque eu insisto em que orem por sinais e prodígios. “Quando DEUS age, Ele pode fazer em um minuto muito mais do que o homem, com sua organização, pode fazer em 50 anos.” (Revival, pp. 121 -122, em inglês). Martyn Lloyd-Jones.


II - O NOVO NASCIMENTO

1. É necessário nascer de novo (v.7).

João 3.1-12
1 - E havia entre os fariseus um homem chamado Nicodemos, príncipe dos judeus. 2 - Este foi ter de noite com JESUS e disse-lhe: Rabi, bem sabemos que és mestre vindo de DEUS, porque ninguém pode fazer estes sinais que tu fazes, se DEUS não for com ele. 3 - JESUS respondeu e disse-lhe: Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer de novo não pode ver o Reino de DEUS. 4 - Disse-lhe Nicodemos: Como pode um homem nascer, sendo velho? Porventura, pode tornar a entrar no ventre de sua mãe e nascer? 5 - JESUS respondeu: Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer da água e do ESPÍRITO não pode entrar no Reino de DEUS. 6 - O que é nascido da carne é carne, e o que é nascido do ESPÍRITO é espírito. 7 - Não te maravilhes de te ter dito: Necessário vos é nascer de novo. 8 - O vento assopra onde quer, e ouves a sua voz, mas não sabes donde vem, nem para onde vai; assim é todo aquele que é nascido do ESPÍRITO. 9 - Nicodemos respondeu e disse-lhe: Como pode ser isso? 10 - JESUS respondeu e disse-lhe: Tu és mestre de Israel e não sabes isso? 11 - Na verdade, na verdade te digo que nós dizemos o que sabemos e testificamos o que vimos, e não aceitais o nosso testemunho. 12 - Se vos falei de coisas terrestres, e não crestes, como crereis, se vos falar das celestiais?

 

NOVO - Strong Português - ανωθεν anothen
1) de cima, de um lugar mais alto
1a) de coisas que vem do céu ou de DEUS
2) do primeiro, do início
3) de novo, mais uma vez

 

Para viver na terra - nascimento físico - de baixo - Nascer para o mundo.

Para viver no céu - Nascimento espiritual - de cima - Nascer para o reino de DEUS. Nascer de novo - “anothen”, “de cima” -

 

Renascer significa experimentar a obra criativa e que traz vida, que é realizada pelo ESPÍRITO SANTO. Ele regenera (Jo 3.5) aqueles que estão mortos em transgressões e pecados para que possam ser espiritualmente vivificados (Ef 2,1,5) e transformados de filhos do Diabo (Jo 8.44; Ef 2,2,31 em filhos e filhas de DEUS (Jo 1.12; Rm 8,16,17), Ao nascer novamente, a pessoa se torna participante da natureza divina de CRISTO (Gl 2.20; Ef 2.10; Cl 1.27; 1 Pe 1.23; 2 Pe 1.4).

São várias as interpretações da expressão “nascer da água e do ESPÍRITO’' (Jo 3.5). Tanto no Evangelho de João (veja 1.33; 7.37-39) como no AT (veja Ez 36.25-27; Is 44.3) esses dois elementos aparecem reunidos. Nos dias de Nicodemos, o ministério de João Batista, que enfatizava a purificação através do arrependimento e da vinda do ESPÍRITO, fora bastante ilustrativo. A água era o sinal; a obra de purificação pelo ESPÍRITO era o significado literal. Ambas são importantes e, em conjunto, complementam o conceito de arrependimento e fé (Atos 20.21) que traz a salvação.

A necessidade do novo nascimento. DEUS preveniu Adão que no dia em que se rebelasse contra Ele, pela desobediência aos seus mandamentos, morreria (Gn 2.17). Ele morreu espiritualmente, quando comeu do fruto proibido (Rm 5.12 ); com a consequência de que, a despeito do quanto seus descendentes pudessem vir a ser moralmente justos e obedientes às leis, cada homem, em seu coração, seria totalmente pecador e depravado. O homem passaria a ter uma natureza decaída e, por estar cego em relação ao pecado, seria incapaz de se salvar (Jo 3.6; Sl 51.5; 1 Co 2.14; Rm 8.7,8) e, por isso, precisaria ser purificado de seus pecados para que tivesse sua salvação pessoal (Sl 51.7; Mt 26.28; Jo 13.8; Tt 3.5; Hb 1.3; 10.14).

CRISTO explicou a Nicodemos, membro da suprema corte dos judeus (o Sinédrio) e um dos principais teólogos de sua época, que deveria necessariamente nascer de novo (ou “de cima" como alguns traduziram o termo anothen em João 3.3-7). Pois “o que é nascido da came é carne* - através de nossos pais experimentamos o nascimento físico e entramos no mundo como seres humanos, e “o que é nascido do ESPÍRITO é espírito” - através do ESPÍRITO SANTO recebemos um nascimento espiritual e nos tornamos filhos de DEUS.

Os testes do novo nascimento. Uma das razões pelas quais os homens às vezes ignoram a doutrina do novo nascimento, é que não perceberam que esse fato está evidenciado não só em João 3, mas também em 1 João. Em sua epístola, João aborda mais profundamente o assunto do novo nascimento e revela os sinais ou provas pelos quais um homem pode saber se realmente nasceu de novo

(1) Esse homem não vive em pecado (1 Jo 3.9; 5.18).

(2) Ele sente um verdadeiro amor cristão pelos semelhantes (4.7,20; cf. 3.14,15), particularmente pelos irmãos cristãos (5.1).

(3) Ama a DEUS e tenta, a todo custo, obedecer aos seus mandamentos (5.2,3).

(4) Vence o mundo, isto é, vive uma vida cristã vitoriosa (5.4,5).

Quando essas evidências estão ausentes, o homem não passa de um cristão nominal, e portanto não foi salvo, ou é um cristão que está vivendo uma vida frustrada e de derrotas. Veja Nova Criatura; Regeneração. Dicionário Whicliffe - CPAD - R. A. K. e W. M. D.

 

2. Regeneração.

Mas quando apareceu a benignidade e caridade de DEUS, nosso Salvador, para com os homens, 5Não pelas obras de justiça que houvéssemos feito, mas segundo a sua misericórdia, nos salvou pela lavagem da regeneração e da renovação do ESPÍRITO SANTO, Que abundantemente ele derramou sobre nós por JESUS CRISTO nosso Salvador;  Para que, sendo justificados pela sua graça, sejamos feitos herdeiros segundo a esperança da vida eterna. Tito 3.5-7
A LAVAGEM DA REGENERAÇÃO. Isto se refere ao novo nascimento do crente, visto simbolicamente no batismo cristão. A "renovação do ESPÍRITO SANTO" refere-se à outorga constante da vida divina aos crentes à medida que se submetem a DEUS (cf. Rm 12.2)

3.6 ABUNDANTEMENTE ELE DERRAMOU SOBRE NÓS. A referência de Paulo neste versículo à obra do ESPÍRITO SANTO relembra o seu derramamento no dia do Pentecoste, e a partir daí (cf. At 2.33; 11.15), DEUS provê um suprimento abundante e adequado da sua graça e poder, como resultado do novo nascimento e da operação do ESPÍRITO SANTO em nós.

 

REGENERAÇÃO - Strong Português - παλιγγενεσια paliggenesia
1) novo nascimento, reprodução, renovação, recreação, regeneração
1a) por isso renovação, regeneração, produção de uma nova vida consagrada a DEUS, mudança radical de mente para melhor. A palavra é frequentemente usada para denotar a restauração de algo ao seu estado primitivo, sua renovação, como a renovação ou restauração da vida depois da morte
 

A REGENERAÇÃO - BEP - CPAD

Jo 3.3: “JESUS respondeu e disse-lhe: Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer de novo não pode ver o Reino de DEUS.”

Em 3.1-8, JESUS trata de uma das doutrinas fundamentais da fé cristã: a regeneração (Tt 3.5), ou o nascimento espiritual. Sem o novo nascimento, ninguém poderá ver o reino de DEUS, i.e., receber a vida eterna e a salvação mediante JESUS CRISTO. Apresentamos a seguir, importantes fatos a respeito do novo nascimento.

A regeneração é a nova criação e transformação da pessoa (Rm 12.2; Ef 4.23,24), efetuadas por DEUS e o ESPÍRITO SANTO (3.6; Tt 3.5). Por esta operação, a vida eterna da parte do próprio DEUS é outorgada ao crente (3.16; 2Pe 1.4; 1Jo 5.11), e este se torna um filho de DEUS (1.12; Rm 8.16,17; Gl 3.26) e uma nova criatura (2Co 5.17; Cl 3.10). Já não se conforma com este mundo (Rm 12.2), mas é criado segundo DEUS “em verdadeira justiça e santidade” (Ef 4.24).

A regeneração é necessária porque, à parte de CRISTO, todo ser humano, pela sua natureza inerente e pecadora, é incapaz de obedecer a DEUS e de agradar-lhe (Sl 51.5; 58.3; Rm 8.7,8; 5.12; 1Co 2.14).

A regeneração tem lugar naquele que se arrepende dos seus pecados, volta-se para DEUS (Mt) e coloca a sua fé pessoal em JESUS CRISTO como seu Senhor e Salvador (ver 1.12).

A regeneração envolve a mudança da velha vida de pecado em uma nova vida de obediência a JESUS CRISTO (2Co 5.17; Ef 4.23,24; Cl 3.10). Aquele que realmente nasceu de novo está liberto da escravidão do pecado (ver 8.36; Rm 6.14-23), e passa a ter desejo e disposição espiritual de obedecer a DEUS e de seguir a direção do ESPÍRITO (Rm 8.13,14). Vive uma vida de retidão (1Jo

, ama aos demais crentes (1Jo 4.7), evita uma vida de pecado (1Jo 3.9; 5.18) e não ama o mundo ( 1Jo 2.15,16).

Quem é nascido de DEUS não pode fazer do pecado uma prática habitual na sua vida (ver 1Jo 3.9). Não é possível permanecer nascido de novo sem o desejo sincero e o esforço vitorioso de agradar a DEUS e de evitar o mal (1Jo 2.3-11, 15-17, 24-29; 3.6-24; 4.7,8, 20; 5.1), mediante uma comunhão profunda com CRISTO (ver 15.4) e a dependência do ESPÍRITO SANTO (Rm 8.2-14).

Aqueles que continuam vivendo na imoralidade e nos caminhos pecaminosos do mundo, seja qual for a religião que professam, demonstram que ainda não nasceram de novo (1Jo 3.6,7).

Assim como uma pessoa nasce do ESPÍRITO ao receber a vida de DEUS, também pode extinguir essa vida ao enveredar pelo mal e viver em iniquidade. As Escrituras afirmam: “se viverdes segundo a carne, morrereis” (Rm 8.13). Ver também Gl 5.19-21, atentando para a expressão “como já antes vos disse” (v. 21).

O novo nascimento não pode ser equiparado ao nascimento físico, pois o relacionamento entre DEUS e o salvo é questão do espírito e não da carne (3.6). Logo, embora a ligação física entre um pai e um filho nunca possa ser desfeita, o relacionamento de pai para filho, que DEUS quer manter conosco, é voluntário e dissolúvel durante nosso período probatório na terra (ver Rm 8.13). Nosso relacionamento com DEUS é condicionado pela nossa fé em CRISTO durante nossa vida terrena; fé esta demonstrada numa vida de obediência e amor sinceros (Hb 5.9; 2Tm 2.12).

 

REGENERAÇÃO - Dicionário Whicliffe - CPAD

Este assunto não é apresentado de forma muito proeminente no AT, embora possa ser visto em passagens como Isaías 57.15 e Salmo 51.10. No entanto, pode ser inferido a partir das passagens que falam de uma regeneração nacional. Passagens que falam da salvação de todo Israel por ocasião da segunda vinda de CRISTO, indicam a regeneração dos israelitas sobreviventes (Jr 24.7; 31.31ss.; 32.38ss.; Ez 11.19; 36.24-27; 37.14; Rm 11.26). Zacarias 12.10-14 ; 13.6 refere-se ao arrependimento de indivíduos judeus.

No NT, o termo palingenesia é usado em relação à restauração escatológica (Mt 19.28) de todas as coisas. Em Tito, na única outra vez em que a palavra é usada, ela se refere à salvação do indivíduo (Tt 3.5). Outras expressões do NT são usadas para a mesma verdade, mas todas têm em comum a ideia de uma mudança dramática semelhante, e denominada novo nascimento. O novo nascimento significa renascer ou nascer do alto (Jo 3.3; 1 Pe 1.23), ser nascido de DEUS (Jo 1.13), ser gerado por DEUS (1 Pe 1.3), ser vivificado (Ef 2.5; Cl 2.13). Esta renovação ocorre pelo poder do ESPÍRITO SANTO (Jo 3.5; Tt 3.5) e faz do homem uma nova criatura (q.v.; 2 Co 5.17; Ef 2.5; 4.24).

A regeneração deve ser distinguida da justificação. A justificação muda o relacionamento do crente com DEUS. A regeneração afeta sua natureza moral e espiritual e a transforma. A justificação remove sua culpa; a regeneração, sua atrofia espiritual, de forma que ele passa da morte espiritual para a vida espiritual. A justificação traz o perdão dos pecados; a regeneração, a renovação da vida espiritual para que o indivíduo possa atuar como um filho de DEUS.

A regeneração também deve ser distinguida da santificação (q.v.). A santificação, ou a vida de crescimento progressivo na graça, começa somente após a regeneração e continua até que o crente vá estar com CRISTO. Contudo, a santificação é citada em termos similares à regeneração. O cristão é exortado a ser transformado pela renovação de sua mente (Rm 12.2), a revestir-se do novo homem (Ef 4.22-24; Cl 3.9,10), e a considerar- se morto para o pecado, mas vivo para DEUS (Rm 6.3-11). Estas passagens mostram que o período de santificação do crente começa com sua regeneração.

Os teólogos da Reforma fazem uma distinção adicional e colocam a regeneração antes da fé, mostrando que o ESPÍRITO SANTO deve trazer nova vida antes que o pecador possa, pela capacitação de DEUS, exercitar a fé e aceitar a JESUS CRISTO. No entanto, isto não significa que a regeneração possa ocorrer sem que a fé imediatamente a suceda, porque elas estão unidas (Ef 2.8). Uma não ocorre sem a outra.

As igrejas Católica Romana e Anglicana ensinam uma forma de regeneração batismal, e algumas igrejas da Reforma até falam da regeneração ocorrendo “antes, durante, ou depois do batismo". As Escrituras, porém, não ensinam a regeneração batismal de moído algum. Embora Pedro fale do batismo salvando o crente (1 Pe 3.21), ele diz que a regeneração é causada pela Palavra de DEUS (1 Pe 1.23), como faz Tiago (Tg 1.18). Parece claro que o que Pedro quer dizer é que o batismo no ESPÍRITO salva, a aplicação real do sangue de CRISTO pelo ESPÍRITO SANTO aos nossos pecados na regeneração. CRISTO coloca tal ênfase no ato de fé de aceitá-lo como Salvador (Jo 3.16,36; 5.24), que qualquer regeneração, sem um conhecimento racional dele e uma aceitação pessoal não é sequer considerada. As objeções nas Escrituras para a circuncisão e para a observação da lei como um meio de regeneração mostram que qualquer ensino de uma eficácia de batismo ex opere operato também não tem lugar. A Palavra de DEUS fornece o conteúdo daquilo em que uma pessoa deve crer para ser salva, e o batismo significa e confessa o poder purificador do sangue de CRISTO para remover os pecados; mas a fé salvadora, dada como um dom ao homem no momento da regeneração, é a condição. R. A. K.- Dicionário Whicliffe - CPAD

 

Uma Teoria Absurda do espiritismo (Seitas e Heresias).

Procurando dar sentido bíblico à absurda teoria da reencarnação, Allan Kardec lança mão do capítulo 3 de João para dizer que JESUS ensinou sobre a reencarnação. Os tradutores da obra de Allan Kardec, O Evangelho Segundo o Espiritismo, usaram a versão bíblica do padre Antônio Pereira de Figueiredo como texto base de sua tradução, grifando o versículo 3 do citado capítulo de João: "Na verdade te digo que não pode ver o reino de DEUS senão aquele que renascer de novo" (ênfase minha), quando o versículo naquela versão é escrito da seguinte forma: "Na verdade, na verdade, te digo, que não pode ver o reino de DEUS, senão aquele que nascer de novo" (ênfase minha).

"Renascer" já significa nascer de novo, enquanto "renascer de novo" constitui-se numa intolerável redundância, mas não sem propósito por parte do espiritismo, que por tudo procura provar que a absurda teoria da reencarnação tem fundamento na Bíblia.

 

3. A perplexidade de Nicodemos.

Muita gente pensa que DEUS está preocupado com religião. Mas essas pessoas estão enganadas, pois a vontade de DEUS é a comunhão com as suas criaturas inteligentes. O problema é que existe uma barreira que se chama pecado (Is 59.2). Foi de DEUS a iniciativa de comunicação com Adão logo após a Queda (Gn 3.8-10). Quando DEUS mandou Moisés levantar o tabernáculo, manifestou o desejo de habitar no meio do seu povo (Êx 25.8). Por fim, DEUS assumiu a forma humana, “e o Verbo se fez carne e habitou entre nós" (Jo 1.14). O novo nascimento é a restauração da comunhão com DEUS, e não significa seguir um conjunto de regras religiosas ou éticas. Isso estava muito longe da forma de pensar de Nicodemos e de muitos religiosos ainda hoje.

Foi de DEUS a iniciativa de comunicação com Adão logo após a Queda.

 

III - UMA NECESSIDADE

1. O estado humano.

Estávamos mortos - distanciados de DEUS - separados de DEUS por causa de nossos pecados - Por Adão o pecado incluiu a todos na morte espiritual - Todos pecaram e estavam condenados a nunca experimentarem da glória de DEUS. Todos merecíamos um salário - a morte - éramos filhos da ira.

E vos vivificou, estando vós mortos em ofensas e pecados, Efésios 2:1
E, quando vós estáveis mortos nos pecados, e na incircuncisão da vossa carne, vos vivificou juntamente com ele, perdoando-vos todas as ofensas, Colossenses 2:13
Estando nós ainda mortos em nossas ofensas, nos vivificou juntamente com CRISTO (pela graça sois salvos), Efésios 2:5

Portanto, como por um homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a morte, assim também a morte passou a todos os homens por isso que todos pecaram. Romanos 5:12

Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de DEUS; Romanos 3:23

Porque o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de DEUS é a vida eterna, por CRISTO JESUS nosso Senhor. Romanos 6:23

Entre os quais todos nós também antes andávamos nos desejos da nossa carne, fazendo a vontade da carne e dos pensamentos; e éramos por natureza filhos da ira, como os outros também. Efésios 2:3

 

2. Saulo de Tarso.

 

PAULO - Segundo seu próprio testemunho - Um israelita circuncidado da tribo de Benjamin, que falava a língua aramaica em sua casa, herdeiro da tradição do farisaísmo, estrito observador das exigências da Torá, e mais avançado no judaísmo do que seus contemporâneos, era o primeiro e o mais proeminente entre os judeus (Fp 3.5,6; Gl 1.14). “Eu sou fariseu, filho de fariseu! No tocante à esperança e ressurreição dos mortos sou julgado!” (Atos 23.6). Mesmo depois desta afirmação, ele declarou: “Sirvo ao DEUS de nossos pais, crendo tudo quanto está escrito na Lei e nos Profetas” (Atos 24.14).

Contudo, ele era um judeu da Dispersão, nascido em Tarso da Cilícia, um lugar que não era insignificante (Atos 21.39), Quando criança viveu no meio da cultura grega, um lugar de educação e comércio. “Era a cidade cujas instituições reuniam melhor e mais completamente, o caráter oriental e ocidental” (Ramsay, Cities, p. 88).

Tal ambiente provavelmente acarretou alguns problemas para um judeu. Primeiro, ele seria membro de uma minoria, e até certo ponto, um grupo desprezado. Segundo, um judeu seria confrontado com o problema do relacionamento social com os gentios. Ele aprendeu a entendê- los a ponto de poder dizer: “Fiz-me tudo para todos” (1 Co 9.22).

Foi para Jerusalém e foi educado por Gamaliel (Atos 22.3). A tríade das palavras: (1) “nascido”, (2) “criado” e (3) "instruído” (Atos 22.3) era uma ordem literária única (veja também Atos 7.20- 22i, indicando que enquanto o lugar de nascimento de Paulo foi Tarso, sua criação, tanto em casa como na escola, foi em Jerusalém.

Paulo passou um período de 8 a 10 anos na Síria e Cilícia (veja Gl 1.21—2.1; cf. Atos 9.30) enquanto adulto, e assim tornou-se profundamente consciente da cultura do mundo em que vivia. Estes foram anos de preparação para aquele ministério em que ficou conhecido como o “apóstolo dos gentios”.

Paulo era um cidadão romano (Atos 16.37-39; 22.25-28), e esta foi uma posse premiada, porque se estimava que um a dois terços da população do império romano era da classe dos escravos e, portanto, sem cidadania romana. Paulo reconheceu o valor de ambas as cidadanias, a de Tarso (Atos 21.39) e a romana (Atos 22.2528־). É interessante notar a diferença na estimativa destas respectivas cidadanias aos olhos do capitão romano Cláudio Lísias. A primeira apenas estabeleceu o fato de que Paulo não era um egípcio (Atos 21.38); a segunda lhe deu uma imunidade aos açoites.

Paulo aparentemente herdou sua cidadania romana de seu pai: “Eu na verdade nasci (um cidadão)”. Alguns dos privilégios contidos nesta cidadania eram: (1) a garantia do julgamento (perante César, se exigido, cf. Atos 25.11) nos casos de acusação; (2) imunidade legal dos açoites antes da condenação. e (3) imunidade em relação à crucificação, a pior forma de pena de morte, no caso de condenação.

Nestas epístolas, Paulo não só defendeu fortemente a manutenção da lei e da ordem (o fundamento do governo romano), mas também se referiu frequentemente à cidadania. Os crentes em CRISTO já não são “estrangeiros, nem forasteiros, mas concidadãos dos santos” (Ef 2,19). Sua cidadania era do céu (Fp 3.20). A palavra aparece novamente em Filipenses 1,27, e poderia ser literalmente traduzida da seguinte forma: “Cumpram suas obrigações como cidadãos” (Lightfoot). Tal ênfase era particularmente significativa aos destinatários da carta aos filipenses, porque a cidade era uma colônia romana (Atos 16.12); e eles, sem dúvida, lembravam-se de que Paulo havia ali apelado para sua cidadania romana.

Conversão

Em sua carta aos Gálatas, Paulo referiu-se a seu modo de vida anterior no judaísmo, e como “sobremaneira perseguia a Igreja de DEUS e a assolava” (Gl 1.13). Naquela hora ele acreditava que ao seguir aquele caminho, estava servindo a DEUS e mantendo a pureza da lei. A passagem em Gaiatas 1.15 não mostra nenhuma indicação de ter havido um intervalo neste esforço de agradar a DEUS durante a época da sua conversão. E em Filipenses 3.6 ele mostrava sua “perfeição quanto à justiça que há na lei”.

Enquanto as narrativas em Atos, assim como as notas nas cartas, parecem indicar sua “súbita” conversão, alguns argumentam que certas experiências devem tê-lo preparado previamente. Seu consentimento na morte de Estevão (Atos 7.58-8.1), e o fervor da sua campanha de casa em casa contra aqueles do Caminho (Atos 8.3; 9.1,2; 22.4; 26.10,11) dificilmente não o afetariam; sua furiosa jornada em direção a Damasco representou o clímax dos seus esforços.

De qualquer modo, há dois elementos na história que são claros: (1) Paulo estava convencido de que tinha visto o Senhor ressurrecto; e, (2) Sua vida foi radicalmente mudada daquele dia em diante. A base da sua afirmação para o apostolado reside naquela experiência. Mais uma vez ele insiste nisso (veja 1 Co 9.1; 15.8-15; Gal 1.15-17; cf. Atos 9.3-8; 22.6-11; 26.12-18). Visto que ele não era um dos doze discípulos, e não tinha nem um chamado do Senhor JESUS, e tinha perseguido seus seguidores, a necessidade da revelação pessoal de CRISTO para Paulo parece visível.

A mudança foi primeiramente indicada pela resposta de Paulo à voz celestial: “Senhor, que farei?” (Atos 22.10). Em Gálatas 2.20, ele mostra que tinha um novo relacionamento com CRISTO (2 Co 5.16,17).

Segundo, a mudança foi evidenciada pela mensagem que Paulo começou a pregai nas sinagogas de Damasco (precisamente no lugar onde ele pretendia prender os discípulos do Senhor JESUS, cf. Atos 9.1,2). Ele [JESUS] “é o Filho de DEUS” (Atos 9.20), Agora, ele assumia a tarefa de provar “que aquele era o CRISTO” (Atos 9.22). Pouco tempo antes, ele imaginava que “contra o nome de JESUS, o Nazareno, devia... praticar muitos atos”, tentando forçar seus seguidores a blasfemar (dizer “JESUS é anátema” cf. 1 Co 12.3), perseguindo-os como um animal selvagem (Atos 26.9-11).

Terceiro, houve uma mudança no sentido da sua missão. Ele estava convencido de que havia sido chamado por DEUS “para que o pregasse [o filho de DEUS] entre os gentios” (Gl 1.16). Na verdade, este era o meio pelo qual Israel seria finalmente restaurada e abençoada por DEUS (Rm 11.25-27).

Finalmente, houve uma mudança no próprio Paulo. Isto foi mostrado de várias formas. Por exemplo, veja uma mudança no seu senso de valores em Filipenses 3.7-14. Em 1 Coríntios 13, encontramos “um hino de amor” escrito por alguém que tanto odiou. Também podemos observar Epístola a Filemom, escrita em tons de ternura e sensibilidade, ao contrário do seu comportamento exigente e rigoroso de outrora.

CRISTO apareceu a ele - assim como certamente apareceu a outros depois da ressurreição (cf. 1 Co 15.5-8).

Principais Ensinos

O pensamento de Paulo era complexo. O problema da compreensão das suas idéias é mais complicado pela falta de um desenvolvimento sistemático. Os judeus não sabiam nada sobre a abordagem da teologia sistemática; o Mishna mostra, como alguns reconhecem, a total falta de concordância sobre os temas, por grandes estudiosos judeus de qualquer período.

A doutrina da justificação pela fé. Esta grande verdade foi experimentada pela primeira vez pelo próprio Paulo (cf. Gl 2.16), formando o ponto central de sua mensagem missionária (cf. Atos 13.33,39), e tornou-se o fundamento em suas cartas para as igrejas. Ela é central particularmente nas cartas aos Gálatas (3-4) e Romanos (3.21-5.21), e até mesmo onde não foi repetidamente elaborada supõe-se que seja a base para a experiência cristã (1 Co 6,11; 2 Co 5.16-21; Ef 2.8,9). A justiça de DEUS é atribuída ao homem pela fé, e não como o resultado de suas obras ou méritos (Rm 3.22; 10.4; Gl 2.16; 3.22; Fp 3.9).

Se um homem crê em DEUS, ele mudou de ideia (arrependimento) sobre várias coisas.

Para Paulo, estar “em CRISTO” significava ser liberto da escravidão do pecado e da lei. Um exemplo poderoso desta verdade encontra- se em Romanos 6-8. Uma pessoa torna-se viva “para DEUS, em CRISTO JESUS” (6.11); ela recebe a “vida eterna, por CRISTO JESUS, nosso Senhor” (6.23); não há mais condenação para aqueles que estão “em CRISTO JESUS, nosso Senhor” (8.1); e nada pode nos separar do amor de DEUS “que está em CRISTO JESUS” (8.39). Tudo isto contrasta com estar “na carne” (8.8) e experimentar a escravidão do pecado “que habita” em cada um de nós (7.17). O resultado da verdade é que CRISTO está em nós pelo seu ESPÍRITO, para nos dar esta vitória (8.9-11).

O Senhor JESUS transmitia a ideia de que sua Parousia messiânica poderia ocorrer em um futuro próximo, e a vivida esperança de seus ouvintes determinou a conduta que demonstraram. Esta mesma expectativa foi evidenciada pelos primeiros discípulos (cf. Atos 1.6-11; 3.19-21), e também por Paulo.

*Da primeira até a última carta, o pensamento de Paulo está sempre uniformemente dominado pela expectativa do retomo imediato do Senhor JESUS, do julgamento e da glória messiânica" (A. Schweitzer, The Mysticism of St. Paul, p. 52).

Porém, muitos ainda reagem contra os excessos deste ponto de vista. Não havia apenas uma mudança da ênfase da esperança da parousia à felicidade presente, como A. M. Hunter entende (Paul and kis Predecessor, ver ed. 1961), mas havia também “uma mudança gradual desde a escatologia apocalíptica à não apocalíptica”. É possível que a distinção entre a escatologia e aquilo que é apocalíptico tenha um propósito aqui. Paulo, na verdade acreditava firmemente na segunda vinda de CRISTO como é evidente em muitas passagens de suas cartas (1 Ts 4.13-5.11; 2 Ts 1-2; 1 Co 15; Rm 13.11,12). Ele ainda percebeu o perigo com entusiasmo excessivo, uma atitude repressiva em relação à parousia. A menos que se exercesse algum controle, como essas igrejas poderiam ter sobrevivido em uma sociedade como a do Império Romano do primeiro século? Na verdade, ele disse: “Acontecerá - mas não ainda”. Enquanto isso, os crentes deveriam ocupar-se com dedicação e atenção às responsabilidades do dia a dia. “Se alguém não quiser trabalhar, não coma também” (2 Ts 3.10); este é um forte lembrete da atenção que deve ser dada às obrigações diárias. Paulo enxergava a salvação dos gentios como um fato necessário e preliminar para a salvação final de Israel. De forma contrária à crença escatológica judaica, na qual a ordem estava invertida (Israel, depois os gentios), Paulo ensinou que os “ramos da oliveira” seriam primeiros enxertados, e depois os “ramos naturais” seriam enxertados na sua própria oliveira (Rm 11.13-27). Então, desse modo, todo Israel seria salvo.

Paulo esperava ansiosamente a segunda vinda como um resultado lógico da ressurreição do Senhor JESUS CRISTO. Ele tornou-se “as primícias dos que dormem” (1 Co 15.20) ao ser ressuscitado dentre os mortos por DEUS Pai; do mesmo modo, aqueles que são de CRISTO serão vivificados na sua vinda (15.23). Naquele dia, todos os inimigos serão destruídos, incluindo a morte, e o propósito de DEUS de “tornar a congregar em CRISTO todas as coisas" (Ef 1.10) será cumprido. W. M. D.

 

DEUS NÃO TEM NETO - SÓ FILHO

Ninguém no mundo nasce cristão; todos os seres humanos nascem pecadores (Rm 3.23; 5.12). A salvação é individual e pessoal. Por isso, até mesmo aquele que nasceu num lar cristão, apesar do privilégio de ter sido criado num ambiente cristão e de ter recebido uma valiosa herança espiritual dos pais, precisa receber a JESUS como Salvador pessoal para se tornar filho de DEUS (Jo 1.12). Ninguém é salvo simplesmente por pertencer a uma religião ou seguir a tradição de seus antepassados. Saulo de Tarso era muito religioso - era pertencente do judaísmo (At 26.5; Gl 1.14; Fp 3.5). Depois de sua experiência com JESUS, ele se considerou o principal entre os pecadores (1 Tm 1.15) e descreveu o seu estado de miséria diante de DEUS igualando-se aos demais pecadores: "insensatos, desobedientes, extraviados, servindo a várias concupiscências e deleites, vivendo em malícia e inveja, odiosos, odiando-nos uns aos outros" (Tt 3.3).

 

3. O centurião Cornélio.

Quem Foi O Centurião Cornélio?

Este homem representa dois aspectos importantes em particular: ele é o primeiro gentio (que foi registrado) a se converter ao cristianismo; e a história de sua conversão é contada duas vezes. Sem contar a tripla repetição da memorável conversão de Saulo, esta é única em Atos. A conversão de Cornélio é relatada em Atos 10. Pedro, quando censurado em Jerusalém por comer com gentios incircuncisos, contou novamente- te o incidente como a sua melhor defesa (Atos 11.1-18). No famoso Concílio de Jerusalém (48 d.C.), ele fez alusão a este significativo evento como prova da intenção de DEUS de salvar os gentios pela graça, de forma independente da lei mosaica (Atos 15.7-11).

Cornélio é identificado como um centurião da corte italiana estabelecida em Cesaréia (Atos 10.1). Visto que em 82 a.C. Públio Cornélio Sulla libertou 10.000 escravos, dando a eles o nome de família Cornélio, este era um nome comum no império romano desta época, e também muito honrado.

O centurião é descrito como um homem “piedoso e temente a DEUS, com toda a sua casa, o qual fazia muitas esmolas ao povo e, de contínuo, orava a DEUS” (Atos 10.2). Há uma disputa considerável sobre o que isso significa exatamente. Seria ele um verdadeiro prosélito do judaísmo? A maioria dos estudiosos concorda que não, e ele tem sido normalmente rotulado como um “prosélito de portão”. Mas Kirsopp Lake afirma que não existia uma categoria como esta. Os adoradores gentios nas sinagogas judaicas eram considerados prosélitos apenas se fossem circuncidados e observassem todas as regras da lei mosaica (“Prosélitos e Tementes a DEUS”, Beginnings of Chri&tianity, V, 74-96). Cornélio não era um prosélito, mas um homem temente a DEUS. A palavra grega para “temente” significa “pio, piedoso”. Fica evidente que Cornélio havia aceitado o monoteísmo, e adorava ao DEUS verdadeiro na sinagoga. E também fica igualmente claro que, antes disso, ele não tinha ouvido o Evangelho Cristão de forma explícita. Na visão que teve, ele foi instruído a buscar Pedro, que lhe declararia como poderia ser salvo (Atos 11.12-14). Pedro pregou sobre a salvação através do nome de JESUS (Atos 10.43). Cornélio e seus companheiros aceitaram a mensagem de CRISTO e o ESPÍRITO SANTO foi derramado sobre eles (Atos 10.44). - Dicionário Whicliffe - CPAD. E.


O texto termina mostrando que o centurião Cornélio e os demais gentios de sua casa foram batizados em nome do Senhor JESUS, deixando claro que DEUS tem apenas um único povo, e que o chamado de sua graça não está baseado em qualquer distinção de nacionalidade. Ali era a internacionalização da Igreja, onde judeus e gentios formam um único corpo.

 

Não existe salvação sem JESUS (Jo 14.6). Nicodemos e Paulo eram israelitas e professavam a religião dos seus antepassados, Abraão, Isaque, Jacó, Samuel, Davi e outros patriarcas, reis e profetas do Antigo Testamento. Mas Cornélio era romano e, mesmo assim, talvez por influência da religião judaica, era "piedoso e temente a DEUS, com toda a sua casa, o qual fazia muitas esmolas ao povo e, de contínuo, orava a DEUS" (At 10.2). Observe que essas atitudes de Cornélio tinham a aprovação divina (At 10.4). Mas ninguém é salvo pelas obras (Gl 2.16). Por isso o apóstolo Pedro foi enviado para falar a Cornélio sobre a salvação em CRISTO. A descrição bíblica da conduta de Cornélio se repete ao longo da história humana nas mais diversas culturas e civilizações. A conversão envolve fé, arrependimento e regeneração. A salvação é um dom de DEUS mediante a fé em JESUS (Ef 2.8,9).

É nossa tarefa como cristãos e comunicadores do evangelho falar sobre a necessidade do novo nascimento.

 

CONCLUSÃO

Nicodemos era um líder religioso bem-intencionado, porém, não reconheceu JESUS como DEUS. Nicodemos era um fariseu muito religioso, mas não salvo, foi atraído a JESUS pelos sinais efetuados por Ele.

O novo nascimento deve ser buscado porque é necessário para haver a regeneração. Nicodemos ficou perplexo com o ensino de JESUS. O Novo Nascimento é uma necessidade devido ao estado humano de morte espiritual. Saulo de tarso e o centurião Cornélio eram religiosos como bom testemunho de sua religiosidade, as precisavam de um encontro com JESUS para serem salvos.

Precisamos levar o evangelho a todas as pessoas, pois sempre encontraremos os religioso como Nicodemos, Paulo e Cornélio que estão esperando para ouvir o evangelho e se converterem ao Senhor JESUS.

 

 

Comentários de diversas Bíblias, Dicionários e comentários Bíblicos

 

A REGENERAÇÃO DO SER HUMANO NAS SAGRADAS ESCRITURAS

Para nascer é preciso morrer.

A ideia de que o batismo é o ato pelo qual os pecados são perdoados, inadvertidamente seguida, ainda hoje, por grupos religiosos que se dizem evangélicos, é uma sutil humanização da doutrina da regeneração.

 

A regeneração

 Quando correspondemos ao chamado divino e ao convite do ESPÍRITO e da Palavra, DEUS realiza atos soberanos que nos introduzem na família do seu Reino: regenera os que estão mortos nos seus delitos e pecados; justifica os que estão condenados diante de um DEUS santo; e adota os filhos do inimigo. Embora estes atos ocorram simultaneamente naquele que crê, e possível examiná-los separadamente.

A regeneração e a ação decisiva e instantânea do ESPÍRITO SANTO, mediante a qual Ele cria de novo a natureza interior. O substantivo grego (palingenesia) traduzido por "regeneração" aparece apenas duas vezes no Novo Testamento. Mateus 19.28 emprega-o com referência aos tempos do fim. Somente em Tito 3.5 se refere a renovação espiritual do indivíduo. Embora o Antigo Testamento tenha em vista a nação de Israel, a Bíblia emprega várias figuras de linguagem para descrever o que acontece. 0 Senhor "tirara da sua carne o coração de pedra e lhes dará um coração de carne" (Ez 11.19). DEUS diz: "Espalharei água pura sobre vos, e ficareis purificados... E vos darei um coração novo e porei dentro de vós um espírito novo... E porei dentro de vos o meu espírito e farei que andeis nos meus estatutos" (Ez 36.25,27). DEUS colocará a sua lei "no seu interior e a escreverá no seu coração" Jr 31.33). Ele "circuncidará o teu coração... para amares ao Senhor" (Dt 30.6).

O Novo Testamento apresenta a figura do ser criado de novo (2 Co 5.17) e a da renovação (Tt 3.5), porém a mais comum é a e nascer gr. gennaõ, gerar ou dar à luz) . JESUS disse: "Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer de novo não pode ver o Reino de DEUS" 003.3). Pedro declara que DEUS, em sua grande misericórdia) "nos gerou de novo para uma viva esperança" (1 Pe 1.3). E uma obra que somente DEUS realiza. Nascer de novo diz respeito a uma transformação radical. Mas ainda se faz mister um processo de amadurecimento. A regeneração é o início do nosso crescimento no conhecimento de DEUS, na nossa experiência de CRISTO e do ESPÍRITO e no nosso caráter moral. (Teologia sistemática – Stanley M.Horton – CPAD)

 

 

A REGENERAÇÃO


Jo 3.3: “JESUS respondeu e disse-lhe: Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer de novo não pode ver o Reino de DEUS.” 

Em 3.1-8, JESUS trata de uma das doutrinas fundamentais da fé cristã: a regeneração (Tt 3.5), ou o nascimento espiritual. Sem o novo 
nascimento, ninguém poderá ver o reino de DEUS, i.e., receber a vida eterna e a salvação mediante JESUS CRISTO.

 Apresentamos a seguir, 
importantes fatos a respeito do novo nascimento.

(1) A regeneração é a nova criação e transformação da pessoa (Rm 12.2; Ef 4.23,24), efetuadas por DEUS e o ESPÍRITO SANTO (3.6; Tt 3.5). Por esta operação, a vida eterna da parte do próprio DEUS é outorgada ao crente (3.16; 2Pe 1.4; 1Jo 5.11), e este se torna um filho de DEUS (1.12; Rm 8.16,17; Gl 3.26) e uma nova criatura (2Co 5.17; Cl 3.10). Já não se conforma com este mundo (Rm 12.2), mas é criado segundo DEUS “em verdadeira justiça e santidade” (Ef 4.24).

(2) A regeneração é necessária porque, à parte de CRISTO, todo ser humano, pela sua natureza inerente e pecadora, é incapaz de obedecer a DEUS e de agradar-lhe (Sl 51.5; 58.3; Rm 8.7,8; 5.12; 1Co 2.14).

(3) A regeneração tem lugar naquele que se arrepende dos seus pecados, volta-se para DEUS (Mt 3.2) e coloca a sua fé pessoal em JESUS CRISTO como seu Senhor e Salvador (ver 1.12).

(4) A regeneração envolve a mudança da velha vida de pecado em uma nova vida de obediência a JESUS CRISTO (2Co 5.17; Ef 4.23,24; Cl 3.10). Aquele que realmente nasceu de novo está liberto da escravidão do pecado (ver 8.36; Rm 6.14-23), e passa a ter desejo e disposição espiritual de obedecer a DEUS e de seguir a direção do ESPÍRITO(Rm 8.13,14). Vive uma vida de retidão (1Jo 2.29), ama aos demais crentes (1Jo 4.7), evita uma vida de pecado (1Jo 3.9; 5.18) e não ama o mundo ( 1Jo 2.15,16).

(5) Quem é nascido de DEUS não pode fazer do pecado uma prática habitual na sua vida (ver 1Jo 3.9). Não é possível permanecer nascido de novo sem o desejo sincero e o esforço vitorioso de agradar a DEUS e de evitar o mal (1Jo 2.3-11, 15-17, 24-29; 3.6-24; 4.7,8,20; 5.1), mediante uma comunhão profunda com CRISTO (ver 15.4) e a dependência do ESPÍRITO SANTO (Rm 8.2-14).

(6) Aqueles que continuam vivendo na imoralidade e nos caminhos pecaminosos do mundo, seja qual for a religião que professam, demonstram que ainda não nasceram de novo (1Jo 3.6,7).

(7) Assim como uma pessoa nasce do ESPÍRITO ao receber a vida de DEUS, também pode extinguir essa vida ao enveredar pelo mal e viver em iniquidade. As Escrituras afirmam: “se viverdes segundo a carne, morrereis” (Rm 8.13). Ver também Gl 5.19-21, atentando para a expressão “como já antes vos disse” (v. 21).

(8) O novo nascimento não pode ser equiparado ao nascimento físico, pois o relacionamento entre DEUS e o salvo é questão do espírito e não da carne (3.6). Logo, embora a ligação física entre um pai e um filho nunca possa ser desfeita, o relacionamento de pai para filho, que DEUS quer manter conosco, é voluntário e dissolúvel durante nosso período probatório na terra (ver Rm 8.13). Nosso relacionamento com DEUS é condicionado pela nossa fé em CRISTO durante nossa vida terrena; fé esta demonstrada numa vida de obediência e amor sinceros (Hb 5.9; 2Tm 2.12).

 

1. O homem foi criado por DEUS em perfeição.

Só o DEUS Altíssimo, Pessoal e Onipotente, a quem rendemos toda honra e glória, seria capaz disso!

O homem não surgiu do acaso, como ensinam os humanistas,

O homem foi criado à imagem e semelhança de DEUS (Gn 1.26,27).

DEUS é a causa primária de todas as coisas, inclusive o ser humano.

O homem que veio à existência em estado de perfeição espiritual, moral, psíquica e física.

O homem é um complexo aparelho psíquico consciente e perfeito, capaz de pensar e agir por vontade própria, que o reveste de responsabilidade moral por seus feitos e de característica singular, acima de todos os seres da Criação (Gn 1.28-31).

O homem foi criado num corpo completo, funcional e com uma anatomia perfeita.

DEUS, soprou-lhe o espírito (Gn 2.7) a fim de propiciar-lhe comunhão

 

 

2. O homem pecou e foi afetado pelo pecado.

Satanás interagindo enganosamente com o livre-arbítrio do homem, seduziu-o e por meio dele (o homem), introduziu o pecado e a morte no mundo (Rm 5.12).

Um dos principais significados do vocábulo pecado é errar o alvo.

O propósito de DEUS para a raça humana foi desvirtuado pela desobediência de nossos primeiros pais (Gn 2.15-17).

O pecado passou a contaminar todo homem que vem ao mundo, tornando-o presa fácil de Satanás.

Mediante a disseminação de ideologias materialistas, como a que estamos estudando hoje, o pecado, afasta a humanidade cada vez mais de DEUS.

 

 

3. O homem necessita da regeneração.

 

"Mas DEUS, não tendo em conta os tempos da ignorância, anuncia agora a todos os homens, e em todo lugar, que se arrependam" (AT 17.30).

No próprio juízo de DEUS ao primeiro casal, extensivo a toda raça humana, veio também implícita a promessa de sua redenção (Gn 3.15)

Na época exata, o Filho Unigênito de DEUS tomou a forma de homem para, através de sua obra vicária, redimir o ser humano de seus pecados e das mãos de Satanás (vv. 24-26; Fp 2.5-11).

A parte de DEUS está perfeitamente consumada, como claramente expõe reiteradamente a Epístola aos Hebreus.

Basta ao homem crer na providência divina e pela fé salvífica em CRISTO, aceitá-la, ao invés de dar ouvidos ao pós-modernismo humanista, que o leva cada vez mais para o abismo.

CRISTO veio para restaurar todas as coisas, a partir do homem (Mt 19.28; At 3.21).

Quando o pecador se arrepende de seus pecados e aceita a JESUS como seu Salvador, ele experimenta a nova vida em CRISTO, gerada pelo poder do ESPÍRITO SANTO, que nele passa a habitar após receber a salvação.

 

 

CONCLUSÃO

Assim, enquanto o mundo continua em busca da nova humanidade através dos caminhos do pós-modernismo humanista, negando a necessidade da regeneração bíblica, nós, os cristãos redimidos pelo sangue de CRISTO, reafirmamos com ousadia os fundamentos da sua doutrina, sem a qual o revestir-se do novo homem jamais poderá ser alcançado.

 

 

A REGENERAÇÃO DOS DISCÍPULOS

 

 


Jo 20.22 “E, havendo dito isso, assoprou sobre eles e disse-lhes: Recebei o ESPÍRITO SANTO.”

 



A outorga do ESPÍRITO SANTO por JESUS aos seus discípulos no dia da ressurreição não foi o batismo no ESPÍRITO SANTO como ocorreu no dia de Pentecoste (At 1.5; 2.4).

 

 

 

Era, realmente, a primeira vez que a presença regeneradora do ESPÍRITO SANTO e a nova vida do CRISTO ressurreto saturavam e permeavam os discípulos.
 

 

 

Regeneração: Ato que se dá na vida de quem aceita a CRISTO, tornando-o partícipe da vida e da natureza divina.

(1) Durante a última reunião de JESUS com seus discípulos, antes da sua paixão e crucificação, Ele lhes prometeu que receberiam o ESPÍRITO SANTO, como aquele que os regeneraria: “habita convosco, e estará em vós” (14.17). JESUS agora cumpre aquela promessa.

(2) Da frase, “assoprou sobre eles”, em 20.22, infere-se que se trata da sua regeneração. A palavra grega traduzida por “soprou” (emphusao) é o mesmo verbo usado na Septuaginta (a tradução grega do AT) em Gn 2.7, onde DEUS “soprou em seus narizes [de Adão] o fôlego da vida; e o homem foi feito alma vivente”. É o mesmo verbo que se acha em Ez 37.9: “Assopra sobre estes mortos, para que vivam”. O uso que João faz deste verbo neste versículo indica que JESUS estava lhes outorgando o ESPÍRITO a fim de neles produzir nova vida e nova criação. Isto é, assim como DEUS soprou para dentro do homem físico o fôlego da vida, e o homem se tornou uma nova criatura (Gn 2.7), assim também, agora, JESUS soprou espiritualmente sobre os discípulos, e eles se tornaram novas criaturas. Mediante sua ressurreição, JESUS tornou-se em “espírito vivificante” (1Co 15.45).

(3) O imperativo “Recebei o ESPÍRITO SANTO” estabelece o fato que o ESPÍRITO, naquele momento histórico, entrou de maneira inédita nos discípulos, para neles habitar. A forma verbal de “receber” está no aoristo imperativo (gr. lebete, do verbo lambano), que denota um ato único de recebimento. Este “recebimento” da vida pelo ESPÍRITO SANTO antecede a outorga da autoridade de JESUS para eles (Jo 20.23), bem como do batismo no ESPÍRITO SANTO, pouco depois, no dia de Pentecoste (At 2.4).

(4) Antes dessa ocasião, os discípulos eram verdadeiros crentes em CRISTO, e seus seguidores, segundo os preceitos do antigo concerto. Porém, eles não eram plenamente regenerados no sentido da nova aliança. A partir de então os discípulos passaram a participar dos benefícios do novo concerto baseado na morte e ressurreição de JESUS (ver Mt 26.28; Lc 22.20; 1Co 11.25; Ef 2.15,16; Hb 9.15-17. Foi, também, nessa ocasião, e não no Pentecoste, que a igreja nasceu, i.e., uma nova ordem espiritual, assim como no princípio DEUS soprou sobre o homem até então inerte para de fato torná-lo criatura vivente na ordem material (Gn 2.7).

(5) Este trecho é essencial para a compreensão do ministério do ESPÍRITO SANTO entre o povo de DEUS: (a) os discípulos receberam o ESPÍRITO SANTO (i.e., o ESPÍRITO SANTO passou a habitar neles e os regenerou) antes do dia de Pentecoste; e (b) o derramamento do ESPÍRITO SANTO em At 2.4. Isto seguiu-se à primeira experiência. O batismo no ESPÍRITO no dia do Pentecoste foi, portanto, uma segunda e distinta obra do ESPÍRITO neles.

(6) Estas duas obras distintas do ESPÍRITO SANTO na vida dos discípulos de JESUS são normativas para todo cristão. Isto é, todos os autênticos crentes recebem o ESPÍRITO SANTO ao serem regenerados, e a seguir precisam experimentar o batismo no ESPÍRITO SANTO para receberem poder para serem suas testemunhas

 (At 1.5,8; 2.4; ver 2.39).

(7) Não há qualquer fundamento bíblico para se dizer que a outorga por JESUS do ESPÍRITO SANTO em 20.22 era tão somente uma profecia simbólica da vinda do ESPÍRITO SANTO no Pentecoste. O uso do aoristo imperativo para “receber” (ver supra) denota o recebimento naquele momento e naquele lugar.

 

 

Perfil de Liderança – BIBLICA - DA LIDERANÇA CRISTÃ - John C. Maxwell 

JESUS - Filho de DEUS, líder de DEUS. (Jo 3.1-21)

Um fariseu chamado Nicodemos reconheceu que havia algo especial em JESUS, algo que o punha à parte de todos os outros religiosos que ele já havia encontrado. JESUS parecia ter uma autoridade exclusiva em cada coisa que dizia ou fazia. Por essa razão, esse zeloso líder corretamente confessou a JESUS: "Ninguém pode fazer estes sinais que tu fazes, se DEUS não estiver com ele" (Jo 3.2). Com essa afirmação, Nicodemos mostrou o quanto ele estava perto de compreender a verdadeira identidade de JESUS CRISTO.

Em seu diálogo com Nicodemos, bem como em seu encontro com a mulher samaritana junto ao poço, na série de milagres que JESUS realizou e em seus ensinamentos que seguem (Jo 4—6), JESUS propôs a si mesmo, em palavras e feitos, como Aquele que DEUS tinha enviado para ser o Salvador do mundo.

Nicodemos reconheceu que JESUS tinha sido enviado por DEUS, mas, na verdade, havia muito mais nele do que isso. JESUS não tinha apenas sido enviado por DEUS; ele era também o próprio DEUS encarnado, o Filho de DEUS, ou seja, o DEUS verdadeiro e vivo.

Visto que nenhum de nós pode reclamar a elevada herança de JESUS, também nenhum de nós pode querer equiparar-se à liderança que ele teve enquanto esteve entre nós em forma humana. Mas nós podemos olhar para ele como o modelo e exemplo de liderança perfeita e suplicar ao ESPÍRITO SANTO (como ele o fez) para que nos capacite em nossa liderança.

 

 

REGENERAÇÃO - DICIONÁRIO  WHICLIFFE

Este assunto não é apresentado de forma muito proeminente no AT, embora possa ser visto em passagens como Isaías 57.15 e Salmo 51.10. No entanto, pode ser inferido a partir das passagens que falam de uma regeneração nacional. Passagens que falam da salvação de todo Israel por ocasião da segunda vinda de CRISTO, indicam a regeneração dos israelitas sobreviventes (Jr 24.7; 31.31ss.; 32.38ss.; Ez 11.19; 36.24-27; 37.14; Rm 11.26). Zacarias 12.10-14 ; 13.6 refere-se ao arrependimento de indivíduos judeus.

No NT, o termo palingenesia é usado em relação à restauração escatológica (Mt 19.28) de todas as coisas. Em Tito, na única outra vez em que a palavra é usada, ela se refere à salvação do indivíduo (Tt 3.5). Outras expressões do NT são usadas para a mesma verdade, mas todas têm em comum a ideia de uma mudança dramática semelhante, e denominada novo nascimento. O novo nascimento significa renascer ou nascer do alto (Jo 3.3; 1 Pe 1.23), ser nascido de DEUS (Jo 1.13), ser gerado por DEUS (1 Pe 1.3), ser vivificado (Ef 2.5; Cl 2.13). Esta renovação ocorre pelo poder do ESPÍRITO SANTO - Teologia. Vale a pena conhecer essa revista que traz reportagens, artigos, entrevistas e subsídios de apoio à Lições Bíblicas Adultos. Na edição 99, p. 39, você encontrará um subsídio especial para esta lição.

B) Auxílios Especiais: Ao final do tópico, você encontrará auxílios que darão suporte na preparação de sua aula: 1) O texto "A MENTE", localizado após o primeiro tópico, destaca o conceito de coração, mais especificamente, quando se refere à mente humana; 2) O texto "NICODEMOS VISITA JESUS À NOITE (Jo 3.1-21)", localizado após o segundo tópico, explica a compreensão de Reino de DEUS concedida a todo aquele que experimenta o "Novo Nascimento".

 

PALAVRA-CHAVE - Coração

 

COMENTÁRIO/INTRODUÇÃO

O coração tem uma perspectiva bíblica muito singular. A palavra se refere à realidade da vida interior de cada pessoa. Por isso que, ao longo da Bíblia, nos deparamos com conselhos que nos incentivam a cuidar do coração, e guardá-lo de todas as influências maléficas. O coração, segundo a Bíblia, é o centro da vida. As promessas para o coração são o tema desta lição.

 

 

I – O CORAÇÃO NA PERSPECTIVA BÍBLICA

1. O coração na Bíblia

Na Bíblia, raramente, a palavra “coração” é usada como referência ao órgão físico (2 Sm 18.14; 2 Rs 9.24). De modo geral, essa palavra se refere ao “homem interior” a fim de revelar o centro da vida mental, emocional e espiritual do ser humano. Desse modo, o apóstolo Paulo faz referência ao “homem exterior” (o corpo físico) e ao homem interior (alma e espírito), que constitui o ser humano em sua integralidade: corpo, alma e espírito (Hb 4.12). É para a dimensão desse “homem interior” que a Bíblia aplica a palavra “coração”, tudo o que faz parte da nossa alma e espírito.

 

2. A circuncisão do coração

O texto da Leitura Bíblica em Classe apresenta Romanos 2.25-29 num contexto em que o apóstolo Paulo ensina o sentido da verdadeira circuncisão da Nova Aliança. De fato, a circuncisão foi um ato físico estabelecido por DEUS para os descendentes de Abraão. Contudo, no Novo Testamento, o que atesta a Nova Aliança não é mais uma marca física (Rm 2.28), mas a obra realizada pelo ESPÍRITO SANTO no coração da pessoa (Rm 2.29). Essa é a verdadeira circuncisão! Essa é uma obra exclusiva do ESPÍRITO que nos capacita a ser um seguidor do Senhor JESUS e estabelecer um relacionamento pessoal com DEUS. Sem essa circuncisão do coração é impossível manter um relacionamento vivo com o Pai (Jo 3.3-8).

 

3. Um coração novo

Esse ensino do apóstolo Paulo remonta o profeta Jeremias 31.31-34 a respeito de uma Nova Aliança que rompe com a forma da Antiga. Essa Nova Aliança não seria mais conhecida pelas marcas físicas, ritualísticas e externas, mas teria a ver com o interior da pessoa, pois DEUS escreveria a sua Lei no “coração”, poria a sua Lei no interior da Casa de Israel (Jr 31.33). Assim, DEUS daria um coração novo ao seu povo. Por isso, o apóstolo Paulo faz referência a essa obra com a Palavra “espírito” em vez da “letra” (Rm 2.29), pois a Lei de DEUS estaria dentro do ser humano que passasse pela obra de regeneração promovida pelo ESPÍRITO SANTO (Jo 3.6,7). Portanto, de maneira geral, a palavra “coração” se refere ao que está no interior do ser humano (Pv 4.23; Mt 15.18-20).   

 

AMPLIANDO O CONHECIMENTO - “KARDIA

Forma prolongada de uma palavra primária, káp (Kar, em latim, cor, ‘coração’); o coração, i.e., (figurado) os pensamentos ou sentimentos (a mente); também (por analogia) o meio: – coração partido. Um substantivo que significa coração, a sede e o centro de circulação, e, portanto, da vida humana. Em o Novo Testamento é usado apenas em sentido figurado: I – Como sede dos desejos, sentimentos, afetos, paixões, impulsos, i. e., o coração ou a mente (Mt 5.8,28); [...] II – Como sede do intelecto, significando a mente, o entendimento (Mt 13.15); [...] III – Em sentido figurado: o coração de alguma coisa, o meio ou a parte central, i.e., o coração da terra (Mt 12.40) [...].” Amplie mais o seu conhecimento, lendo Bíblia de Estudo Palavras-Chave: Hebraico e Grego, editada pela CPAD, p.2252.

 

SINÓPSE I

O coração se refere ao “homem interior” para revelar o centro da vida mental, emocional e espiritual do ser humano.

 

AUXÍLIO TEOLÓGICO - A MENTE

“O coração refere-se à mente, mas não ao cérebro e, nesse caso, não envolve a fisiologia humana. Trata-se de uma metáfora e, embora a neurofisiologia do coração possa ser interessante por si só, não tem relação com esse uso da linguagem. Deuteronômio 6.5 dá a ordem de amar a DEUS de todo o coração, alma e poder. Quando a ordem é repetida nos Evangelhos, ocorre com três variações (Mt 22.37; Mc 12.30; Lc 10.27). Comum a todas as três é a adição da palavra ‘mente’. Ao acrescentarem ‘mente’, os escritores dos Evangelhos querem ter certeza de que o público ouve JESUS, só que a adição é baseada no fato de que o significado da palavra hebraica para referir-se à coração inclui a mente. As atividades mentais do coração metafórico são abundantes. O coração é onde a pessoa pensa (Gn 6.5; Dt 7.17; 1 Cr 29.18; Ap 18.7), onde a pessoa compreende e tem entendimento (1 Rs 3.9; Jó 17.4; Sl 49.3; Pv 14.13; Mt 13.15). O coração faz planos e tem intenções (Gn 6.5; 8.21; Pv 20.5; 1 Cr 29.18; Jr 23.20). A pessoa crê com o coração (Lc 24.25; At 8.37; Rm 10.9). O coração é o lugar da sabedoria, discernimento e habilidade (Êx 35.34; 36.2; 1 Rs 3.9; 10.24). O coração é o lugar da memória (Dt 4.9; Sl 119.11). O coração desempenha o papel da consciência (2 Sm 24.10; 1 Jo 3.20, 21)” (LONGMAN III, Tremper. Dicionário Bíblico Baker. Rio de Janeiro: CPAD, 2023, p. 407).

 

II – O CORAÇÃO DE QUEM ESTÁ EM DEUS

1. Um coração inclinado a DEUS

Quando uma pessoa recebe a CRISTO como seu Salvador, ela passa pelo processo do Novo Nascimento, da Regeneração. Por isso, ela passa a enxergar o Reino de DEUS e, ao mesmo tempo, a própria necessidade espiritual. A respeito disso, nosso Senhor diz: “Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer de novo não pode ver o Reino de DEUS” (Jo 3.3). Assim, quem tem um coração regenerado, transformado, participa do Reino de DEUS e, consequentemente, se inclina para as coisas do ESPÍRITO a fim de viver de acordo com os mandamentos de DEUS (Rm 8.5,6).

 

2. Um coração consciente

Como centro da vida interior do ser humano, no coração meditamos, ponderamos e avaliamos, como fez Maria, a mãe de JESUS, ao ouvir o que os pastores diziam acerca do menino: “E todos os que a ouviram se maravilharam do que os pastores lhes diziam. Mas Maria guardava todas essas coisas, conferindo-as em seu coração” (Lc 2.18,19). Assim, quem recebe um coração novo, transformado pela nova natureza a partir da Palavra de DEUS, tem a capacidade de guardar seu coração e o que se passa ao seu redor, de maneira que possa desejar fazer a boa, agradável e perfeita vontade de DEUS (Rm 12.2; Fp 4.8,9).

 

3. DEUS vê o coração

No livro do Profeta Jeremias está escrito: “Tu, pois, ó Senhor dos Exércitos, que provas o justo e vês os pensamentos e o coração, veja eu a tua vingança sobre eles, pois te descobri a minha causa” (Jr 20.12). A partir desse texto, podemos depreender que o coração do ser humano é um lugar que poucos podem conhecer, adentrar e contemplar. É o local mais escondido  da pessoa. Contudo, a Bíblia diz que DEUS vê o coração. Ele contempla o ser humano por dentro e por fora. O Criador formou o homem em sua integralidade, tanto a vida exterior quanto a interior, e, por isso, Ele contempla e conhece bem o coração de cada pessoa. Assim, quem foi regenerado e transformado é contemplado por DEUS em todas as dimensões do coração.

 

SINÓPSE II

O coração novo é inclinado para DEUS, consciente da sua vontade e sabe que DEUS conhece todas as coisas.

 

AUXÍLIO TEOLÓGICO

NICODEMOS VISITA JESUS À NOITE (Jo 3.1-21).

“[...] O fato de uma pessoa precisar nascer novamente se referia a um nascimento espiritual, mas Nicodemos entendeu que JESUS se referia a um renascimento físico. Mas o que JESUS podia esperar que Nicodemos soubesse sobre o Reino? A partir das Escrituras ele poderia saber que o Reino seria governado por DEUS, seria finalmente restaurado na terra e iria incorporar o povo de DEUS. JESUS revelou a esse piedoso fariseu que o Reino seria disponibilizado a todo o mundo (Jo 3.16), não apenas aos judeus, e que Nicodemos não faria parte dele a não ser que nascesse novamente (3.5). Esse era um conceito revolucionário: o Reino é pessoal, e não nacional ou étnico, e as exigências para entrar nele são o arrependimento e o novo nascimento espiritual. Mais tarde, JESUS ensinou que o Reino de DEUS já havia começado no coração dos crentes (Lc 17.21), e estará plenamente realizado quando Ele voltar para julgar o mundo e abolir a iniquidade para sempre (Ap 21—22). [...] Somente o DEUS ESPÍRITO SANTO concede a nova vida do céu (ser ‘nascido do ESPÍRITO’). Ao mesmo tempo em que DEUS coloca o seu precioso ESPÍRITO em nós, recebemos um espírito humano novo e regenerado. É o ESPÍRITO de DEUS, e não o nosso esforço, que nos torna filhos de DEUS (1.12). A descrição de JESUS retifica a esperança dos homens de poderem, de alguma forma, herdar a virtude de seus pais, de conquistá-la pelo bom comportamento, pela formação recebida na igreja, ou por se associarem às pessoas certas. Em determinado momento, devemos ser capazes de responder à pergunta, ‘Será que já nasci do ESPÍRITO?’” (Comentário do Novo Testamento – Aplicação Pessoal. Vol. 1. Rio de Janeiro: CPAD, 2009, pp. 501, 502).

 

III – PROMESSAS PARA O CORAÇÃO

1. Um coração feliz

Quando o ser humano tem um novo coração, como resultado da obra realizada por DEUS por meio de seu ESPÍRITO, a felicidade é uma realidade. Em seu Sermão do Monte, o Senhor JESUS traz uma lista de bem-aventuranças, isto é, um estado de felicidade para quem manifesta as virtudes do Reino de DEUS (Mt 5.1-9). Isso significa que a felicidade para o cristão não se encontra em coisas materiais, mas em praticar aquilo que agrada a DEUS. Em Provérbios, lemos: “O coração alegre serve de bom remédio, mas o espírito abatido virá a secar os ossos” (Pv 17.22). Como consequência dessa felicidade, a alegria se instala no coração. Hoje, sabemos pela ciência que a alegria no coração, isto é, no interior, produz reações químicas que contribuem para o equilíbrio e a manutenção da saúde humana. A pessoa que procura a presença de DEUS, no seu dia a dia, tem a alegria do Senhor, que é a nossa força (Ne 8.10).

A pessoa que procura a presença de DEUS, no seu dia a dia, tem alegria do Senhor, que é a nossa força.”

 

2. Um coração cheio de amor

O amor é a essência do Cristianismo. Sem ele, não existe a verdadeira expressão e identidade do que significa ser cristão. O apóstolo Paulo escreve: “E a esperança não traz confusão, porquanto o amor de DEUS está derramado em nosso coração pelo ESPÍRITO SANTO que nos foi dado” (Rm 5.5). Essa palavra mostra que o amor de DEUS está derramado no coração daqueles que têm o ESPÍRITO SANTO e, por isso, o coração transformado. Por isso, o coração do salvo está cheio de amor. Dessa forma, podemos viver o que o apóstolo Paulo escreveu: “E, sobre tudo isto, revesti-vos de amor, que é o vínculo da perfeição. E a paz de DEUS, para a qual também fostes chamados em um corpo, domine em vossos corações; e sede agradecidos” (Cl 3.14,15).

 

3. O penhor do ESPÍRITO no coração

Em sua Segunda Carta aos Coríntios, o apóstolo Paulo escreve: “Mas o que nos confirma convosco em CRISTO e o que nos ungiu é DEUS, o qual também nos selou e deu o penhor do ESPÍRITO em nossos corações” (2 Co 1.21,22). Aqui, esse texto bíblico mostra que o penhor do ESPÍRITO SANTO é a garantia de nossa salvação, dada por DEUS e testificada em nosso coração. Além dessa garantia, o “penhor do ESPÍRITO SANTO”, também chamado de “penhor da nossa herança”, é garantia de vitória para a Igreja do Senhor JESUS CRISTO (Ef 1.13,14). Portanto, o ESPÍRITO SANTO é a maior garantia de que DEUS cumprirá integralmente todas as promessas feitas à sua Igreja.

 

SINÓPSE III

DEUS tem promessas de um coração novo, feliz, cheio do amor que é derramado pelo ESPÍRITO SANTO.

 

CONCLUSÃO

Nesta lição, estudamos a promessa de “um coração novo” para a Igreja. Ninguém pode ver o coração, pois ele se refere ao interior de cada um. A pessoa pode falar uma coisa e pensar outra, pode prometer uma coisa e proceder de modo diferente. Tudo isso faz parte das fraquezas da condição humana. Contudo, mediante sua Onisciência, DEUS sabe de tudo e de todas as coisas, tanto do universo quanto do coração do ser humano. Ele é o Senhor que esquadrinha o nosso coração, prova os pensamentos e recompensa a cada um conforme suas ações (Jr 17.10).

 

REVISANDO O CONTEÚDO

1. A que a palavra “coração” se refere?

A palavra se refere à realidade da vida interior de cada pessoa.

2. O que atesta a obra da Nova Aliança?

O que atesta a Nova Aliança não é mais uma marca física (Rm 2.28), mas a obra realizada pelo ESPÍRITO SANTO no coração da pessoa (Rm 2.29).

3. Qual é a capacidade de quem recebe o coração novo?

Tem a capacidade de guardar seu coração e o que se passa a seu redor, de maneira que possa desejar a fazer a boa, agradável e perfeita vontade de DEUS (Rm 12.2; Fp 4.8,9).

4. Qual é a essência do Cristianismo?

O amor é a essência do Cristianismo. Sem ele, não existe a verdadeira expressão e identidade do que significa ser cristão.

5. O que pode ser testificado em nosso coração?

O penhor do ESPÍRITO SANTO é a garantia de nossa salvação, dada por DEUS e testificada em nosso coração.