Lição
13 - A Multiforme Sabedoria de DEUS
LIÇÕES BÍBLICAS - 2º Trimestre de 2014 - CPAD
- Para jovens e adultos
Tema: Dons Espirituais e Ministeriais - Servindo a DEUS e
aos homens com poder extraordinário
Comentário: Pr. Elinaldo Renovato de Lima
Complementos, ilustrações, questionários e vídeos: Ev. Luiz Henrique de
Almeida Silva
Questionário
NÃO DEIXE DE ASSISTIR AOS VÍDEOS DA LIÇÃO ONDE TEMOS MAPAS,
FIGURAS, IMAGENS E EXPLICAÇÕES DETALHADAS DA LIÇÃO
http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/videosebdnatv.htm
Veja - http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/licao12-ofrutodoespirito-ofrutoeosdonsespirito.htm
TEXTO ÁUREO
“Para que, agora, pela
igreja, a multiforme sabedoria de DEUS seja conhecida dos principados e
potestades nos céus” (Ef 3.10).
VERDADE PRATICA
A multiforme sabedoria
de DEUS vai além da compreensão humana e é demonstrada ao mundo pela Igreja
de CRISTO.
LEITURA DIÁRIA
Segunda - Pv 2.6 DEUS dá
sabedoria
Terça - Pv 9-10 O
princípio da sabedoria
Quarta - Rm 11.33 A
insondável sabedoria divina
Quinta - Rm 11.34-36
Quem compreendeu o intento divino
Sexta - 1 Co 1.24
CRISTO, a Sabedoria de DEUS
Sábado - Ef 1.17 O
espírito de sabedoria e revelação
LEITURA BÍBLICA EM
CLASSE
Efésios 3.8-10; 1 Pedro
4.7-10 -Efésios 3.8 - A mim, o
mínimo de todos os santos, me foi dada esta graça de anunciar entre os
gentios, por meio do evangelho, as riquezas incompreensíveis de CRISTO 9 - e
demonstrar a todos qual seja a dispensação do mistério, que, desde os
séculos, esteve oculto em DEUS, que tudo criou; 10 - para que, agora, pela
igreja, a multiforme sabedoria de DEUS seja conhecida dos principados e
potestades nos céus,
1 Pedro 4 -7 - E já está próximo o
fim de todas as coisas; portanto, sede sóbrios e vigiai em oração. 8 - Mas,
sobretudo, tende ardente amor uns para com os outros, porque o amor cobrirá
a multidão de pecados,
9 - sendo hospitaleiros
uns para os outros, sem murmurações. 10 - Cada um administre aos outros o
dom como o recebeu, como bons despenseiros da multiforme graça de DEUS.
OBJETIVOS -
Após a aula, o aluno
deverá estar apto a;
Conhecer
o caráter diverso dos dons espirituais e ministeriais.
Estudar
as qualidades dos bons
despenseiros dos mistérios divinos.
Correlacionar
os dons espirituais
com o fruto do ESPÍRITO.
ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
PALAVRA-CHAVE -Multiforme: Várias
formas; diversas maneiras; numerosos estados.
RESUMO RÁPIDO - Ev. Luiz Henrique
A multiforme sabedoria
de DEUS é JESUS CRISTO em nós. JESUS mora em nós através do ESPÍRITO SANTO,
somos templo do
ESPÍRITO SANTO (1 Co
6.19) e em nenhuma religião se pode dizer que seu líder more no interior de
seus seguidores. Um islâmico não diz que Maomé mora nele; um budista não diz
que Buda mora nele; um contorcionista não diz que Confúcio vive dentro dele;
um espírita não diz que Alan Kardec mora dentro dele, etc... Como
transportamos JESUS em nós ELE se manifesta como antes: pregando, ensinando,
salvando, curando, libertando, batizando no ESPÍRITO SANTO, fazendo
milagres, etc...; esta é a multiforme sabedoria de DEUS.
I
- OS DONS ESPIRITUAIS E MINISTERIAIS
1. São
diversos.
9 do ESPÍRITO SANTO e 5
Ministeriais.
Dentro dos dons de revelação
temos: Palavra de Sabedoria (Revela Futuro); Palavra de Conhecimento (Revela
algo oculto no passado ou no presente); discernimento de espíritos (Revela a
fonte de certas mensagens ou ações).
Dentro dos dons de poder
temos: Fé (Fé sobrenatural, por exemplo: para ressuscitar mortos); Milagres
(ação sobrenatural sobre a natureza, mudando o natural); Dons de Curar
(Curas são muitas e em dois grupos distintos, doenças e enfermidades).
Dentro dos dons de Elocução
temos: Profecia (para edificação, exortação ou consolação; pode vir de três
fontes: Homem, Satanás ou DEUS; Devem ser julgadas); Dom de Línguas
(Variedade de línguas: Pelo menos 4 tipos: língua do batismo, para oração e
edificação; Língua para o estrangeiro; Língua para ser interpretada e Língua
para Intercessão - Rm 8).
Ministérios conforme Efésios
4.11 - Apóstolos, Profetas, Evangelistas, Pastores e Mestres.
2. São
amplos.
Os dons são muitos e ainda
se subdividem conforme a necessidade - dons de curar podem se multiplicar,
pois são muitas as doenças e enfermidades. Dom de Línguas pode se subdividir
em pelo menos 4 tipos de línguas. todos na igreja podem ter dons e alguém
sozinho pode ter muitos dons.
3.
Dádivas do Pai.
a) A
dádiva do amor.
Jo 3.16 - DEUS, o maior ser
que existe; possui o maior e mais perfeito sentimento que existe - o Amor;
ama o maior número de pessoas que se pode amar - o mundo inteiro de pessoas;
ama de uma maneira maior que se pode amar - dando o que se tem de mais
precioso - Seu Filho Único; para que cada um de nós possa ter a maior e
melhor vida que existe - a vida eterna.
DEUS prova que nos ama - "Mas
Deus prova o seu amor para conosco, em que Cristo morreu por nós, sendo nós
ainda pecadores".
Romanos 5:8.
b) A
dádiva da filiação divina.
"O mesmo Espírito testifica com o nosso
espírito que somos filhos de Deus. Romanos 8:16;
Porque todos os que são guiados pelo Espírito de Deus
esses são filhos de Deus. Romanos 8:14;
Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem
feitos filhos de Deus, aos que crêem no seu nome;
João 1:12. Somos filhos de DEUS mediante a fé em JESUS CRISTO como nosso
único Senhor e Salvador.
c) O
ministério da reconciliação.
E tudo isto provém de Deus, que nos
reconciliou consigo mesmo por Jesus Cristo, e nos deu o ministério da
reconciliação; 2 Coríntios 5:18;
Isto é, Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo,
não lhes imputando os seus pecados; e pôs em nós a palavra da reconciliação.
2 Coríntios 5:19; E não
somente isto, mas também nos gloriamos em Deus por nosso Senhor Jesus
Cristo, pelo qual agora alcançamos a reconciliação.
Romanos 5:11 - fomos reconciliados com DEUS, a parede de
separação foi removida por JESUS, agora temos paz com DEUS, somos agora
pregadores dessa mensagem de reconciliação de DEUS com os homens por meio de
Seu filho JESUS.
II -
BONS DESPENSEIROS DOS MISTÉRIOS DIVINOS
1. Com
sobriedade e vigilância.
Sobriedade é não ficar como
que tonto, ou cambaleante diante de várias doutrinas e heresias, temos que
ficar firmes na Palavra de DEUS e nos ensinos dos apóstolos, vigiando o
tempo todo para ver o cumprimento da Palavra de DEUS no nosso dia a dia,
sabendo que em breve JESUS virá nos buscar para estarmos para sempre com
ELE. (Bebida alcoólica tira a sensatez e a lucidez, portanto nem cheirá-la
seria prudente).
2.
Amor e hospitalidade.
O amor de DEUS deve inundar
nosso ser de tal forma que amemos ao nosso irmão como DEUS nos amam a todos.
Receber, acolher e cuidar dos irmãos em suas necessidades de moradia,
hospedagem, vestuário e alimentação é obrigação de todo crente.E
nós conhecemos, e cremos no amor que Deus nos tem. - Deus é amor; e quem
está em amor está em Deus, e Deus nele.
1 João 4:16; Amados, amemo-nos uns
aos outros; porque o amor é de Deus; e qualquer que ama é nascido de Deus e
conhece a Deus. 1 João 4:7
3. O
despenseiro deve administrar com fidelidade.
Ninguém deve reter seus
talentos e dons que DEUS lhe deu para ministrar aos outros Sua bondade e
misericórdia. Os dons não devem ser guardados ou escondidos, mas exercidos
com amor.
III -
OS DONS ESPIRITUAIS E O FRUTO DO ESPÍRITO
1. A
necessidade dos dons espirituais.
Os dons são capacitações do
ESPÍRITO SANTO (DEUS) para abençoar e equipar Seus filhos e também para
demonstrar seu senhorio sobre tudo e todos. Os dons são, também, armas de
guerra no combate ao reino de Satanás. Enquanto estivermos na Terra os dons
são imprescindíveis para a pregação do legítimo evangelho de nossos Salvador
e Senhor JESUS CRISTO.
2. Os
dons espirituais e o amor cristão
O que impulsiona e
motiva o crente a possuir e a ministrar os dons sobre os necessitados é
exatamente o amor. O amor é a mola mestra do cristianismo. Sem amor não há
conversões e sustentabilidade no discipulado. Sem amor não há união e não há
crescimento qualitativo da igreja.
3. A
necessidade do fruto do ESPÍRITO.
O fruto do ESPÍRITO é um só, no singular, mas
com 9 virtudes ou qualidades, toas advindas do ESPÍRITO SANTO. Assim quanto
mais nos deixamos dominar pelo ESPÍRITO SANTO, mais Suas qualidades
aparecerão em nossa vida. O fruto é implantado no crente no momento de sua
conversão (nascer de novo) assim como a semente do mal é implantada no ser
humano assim que o mesmo é gerado (herança de Adão). O fruto vem pronto, mas
só desabrocha quando o amor desabrochar no coração do crente. Daí em diante
aparecerão além do amor, também
gozo, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão, temperança.
Gálatas 5:22
Fim do resumo rápido.
Revista Ensinador Cristão
CPAD, n° 58, p.42.
Dons Espirituais e Dons
Ministeriais: Revelação - sabedoria, conhecimento e discernimento de
ESPÍRITO; Poder - fé, dons de curar e operação de maravilhas; Elocução -
profecia, variedades de línguas e interpretações de línguas; Apóstolos;
Profetas; Evangelistas; Pastores; Doutores. Quantas dádivas a serviço da
Igreja de CRISTO! Quantas formas de DEUS trabalhar pelo seu povo!
Diversidade na unidade! Unidade na diversidade! Por isso, o nosso Pai
Celestial age de acordo com a sua multiforme graça e sabedoria.
Além de divina, a Igreja de
CRISTO é humana e terrena. Ela está alocada num tempo, cultura e realidades
sociais bem distintas uma das outras. As igrejas locais são a expressão da
Igreja Invisível. Esta é composta por todos os seres humanos dos quatro
cantos da Terra que têm em comum a fé centralizada em JESUS como Senhor e
Rei: África, Ásia, América Central, América do Norte, América do Sul,
Europa, Oceania e Antártida. Logo, os dons espirituais e ministeriais são
dados por DEUS a homens e mulheres objetivando servir o próximo, edificar a
igreja local e fazê-la atingir o estado perfeito de amor: "Antes, seguindo a
verdade em amor, cresçamos em tudo naquele que é a cabeça, CRISTO, do qual
todo o corpo, bem ajustado e ligado pelo auxílio de todas as juntas, segundo
a justa operação de cada parte, faz o aumento do corpo, para sua edificação
em amor" (Ef 4.15,16)
Precisamos
compreender os dons espirituais e ministeriais, não como superstição, mas
realização em DEUS para o serviço e bem-estar da Igreja de CRISTO espalhada
pelo mundo. Para isso que o Pai concede uns para apóstolos, profetas,
evangelistas, pastores e doutores. Enquanto mune a todos os crentes com dons
de profecia, discernimento de espíritos, cura, e tantos outros. Tudo para
demonstrar que, como na Santíssima Trindade, a relação do Pai com a sua
Igreja dar-se nos termos da diversidade e da multiforme graça e sabedoria
divina.
Após estudar um trimestre
sobre dons espirituais e ministeriais, instiga os alunos a buscarem essas
dádivas de nosso Senhor para instrumentalizá-los ao ponto de serem pessoas
espirituais reconhecidas pela prática do amor.
COMENTÁRIO - INTRODUÇÃO
Após o estudo sobre os dons
de DEUS, podemos constatar que sua sabedoria transcende a tudo o que se pode
entender com a limitada percepção do homem. Enquanto a sabedoria humana é
compartimentada ou segmentada em áreas do conhecimento, a sabedoria de DEUS
é multiforme. Ele a manifestou desde a criação, quando sua mente divina
imaginou trazer à realidade as coisas criadas, incluindo o universo imenso,
formado de planetas e estrelas, bem como o homem e os seres vivos da
natureza, numa demonstração de planejamento perfeito, jamais alcançado pela
mente humana.
O salmista teve a visão da
sabedoria e do poder criador de DEUS, ao exclamar: “O Senhor, quão variadas
são as tuas obras! Todas as coisas fizeste com sabedoria; cheia está a terra
das tuas riquezas” (SI 104.24). Só o homem incrédulo, em sua arrogância e
presunção, não percebe que a grandeza do universo, ou do macrocosmo, bem
como a imensa complexidade do microcosmo, observado nos microuniversos das
células ou das moléculas dos elementos da natureza, não podem ter sido fruto
do acaso cego, mas de uma mente sobrenatural, dotada de sabedoria e
inteligência além da imaginação limitada do homem. O sábio Salomão, em suas
reflexões sobre o universo, declarou:
A MULTIFORME SABEDORIA DE
DEUS
“O Senhor, com sabedoria,
fundou a terra; preparou os céus com inteligência” (Pv 3.19). A sabedoria de
DEUS e sua inteligência divina sempre agiram juntas para que o Eterno
alcançasse seus objetivos e propósitos, ao criar todas as coisas.
Mas foi no plano espiritual,
que transcende às coisas materiais do universo, que DEUS demonstrou sua
multiforme sabedoria de forma tão elevada, que é considerada um verdadeiro
mistério que só a revelação divina pôde trazer à luz, ao conhecimento do
homem, por meio do ESPÍRITO SANTO. Paulo diz que esse mistério foi revelado
de maneira muito especial, por misericórdia e bondade de DEUS, pelo ESPÍRITO
SANTO, “aos seus santos apóstolos e profetas”, bem como à Igreja do Senhor:
Essa multiforme sabedoria de
DEUS, que tudo criou pelo poder sobrenatural de sua palavra, a ponto de
trazer à existência todas as coisas, a partir de sua Palavra (Hb 11.3),
transformou-se em uma relação de amor para com o homem. Mesmo sabendo de
antemão que o homem iria cair em desobediência, em seu plano divino, por sua
graça e misericórdia, DEUS enviou JESUS, para salvar o homem da tragédia do
pecado. E CRISTO manifestou-se como a encarnação da sabedoria de DEUS: “Mas,
para os que são chamados, tanto judeus como gregos, lhes pregamos a CRISTO,
poder de DEUS e sabedoria de DEUS” (1 Co 1.24 — grifo nosso).
A Igreja — o Corpo de
CRISTO, reúne os “chamados, tanto judeus como gregos” ou gentios, para
proclamar a salvação de DEUS à humanidade. Por ser a representante de DEUS
na Terra, ela é alvo dos mais terríveis ataques do Inimigo de DEUS, que,
mesmo condenado em última instância, no Tribunal Divino, e sabendo que seu
fim é o lago de fogo, procura destruir a comunidade dos salvos e remidos por
CRISTO. Diante dessa realidade, DEUS tem concedido à igreja recursos
especiais, que são os dons espirituais e os dons ministeriais, já estudados
nos capítulos anteriores, para edificação e força para cumprir a sua missão.
Os dons concedem parte da multiforme sabedoria de DEUS a seus servos para
que saibam como agir, como viver, como proceder e atuar em amor, diante da
missão que lhes foi confiada de proclamar o evangelho por todo o mundo a
toda a criatura. Os dons ministeriais fazem parte da capacitação de DEUS a
homens chamados e preparados para exercer a liderança nas igrejas que reúnem
os salvos em CRISTO JESUS, até à sua vinda em glória para reinar para
sempre.
Elinaldo Renovato. Dons
espirituais & Ministeriais Servindo a DEUS e aos homens com poder
extraordinário. Editora CPAD. pag. 148-149.
SABEDORIA DE DEUS
I. Ideias Gerais
1. Essa sabedoria é um dos
atributos divinos (ver I Sm 2.3); é insondável (ver Rm 11.33); e é a base de
toda a bondade humana, sobretudo do bem-estar espiritual,
particularizando-se a salvação (ver Ef 1.8).
2. O evangelho contém os
tesouros da sabedoria divina (ver I Co 2.7).
3. Paulo fez contraste entre
a sabedoria humana (ensinada na filosofia) e a sabedoria de DEUS (que se
manifesta na mensagem do evangelho). A sabedoria humana gera o orgulho; a
sabedoria divina conduz à salvação da alma.
4. A sabedoria divina se
manifesta em CRISTO.
5. O próprio CRISTO é a
personificação da sabedoria divina, conforme ensinado em I Co 1.30. É CRISTO
quem proporciona aos homens os benefícios prometidos pela sabedoria divina.
Tudo quanto os homens podem
conhecer acerca da verdadeira sabedoria, precisam conhecer em CRISTO; pois,
para os homens, CRISTO é a sabedoria de DEUS. A sabedoria de DEUS é
demonstrada no seu plano, relativo à redenção da humanidade, plano esse que
concretiza algo que a sabedoria humana sob hipótese nenhuma poderia
concretizar. A palavra ou a mensagem da cruz é o tema central dessa
sabedoria (ver I Cor. 1.18). Por igual modo, essa sabedoria é a única que
permanecerá de pé sob o teste do juízo divino (ver I Co 1.19). Através da
sabedoria de DEUS é que o mundo inteiro pode ser potencialmente salvo (ver I
Cor. 1:31). Tudo isso pode parecer um escândalo, uma insensatez e uma pedra
de tropeço para os homens (ver I Co 1.22-23), mas JESUS CRISTO é a própria
personificação da sabedoria de DEUS (ver I Co 1.24,30). A grande verdade é
que a sabedoria de DEUS, que tantos homens reputam como insensatez, é mais
sábia que a sabedoria humana, porquanto cumpre aquilo que o engenho humano
está impossibilitado de fazer (ver I Co 1.25). Mas esse cumprimento só se
verifica no caso de homens humildes, que reconhecem sua ignorância
espiritual; pois DEUS dá iluminação espiritual a esses, mas resiste aos
soberbos (ver I Co 1.26-28). Sim, CRISTO é a verdadeira sabedoria de DEUS,
fazendo violento contraste com a falsa sabedoria humana.
II. DEUS Fez de JESUS
CRISTO Essa Sabedoria
1. Mediante os seus
decretos, baixados desde a eternidade.
2. Mediante a encarnação do
Filho de DEUS.
3. Mediante o ministério
terreno de JESUS CRISTO.
4. Mediante a sua exaltação
à mão direita de DEUS Pai, onde foi feito Senhor e CRISTO, e de onde brande
toda a autoridade, nos céus e na terra, segundo também lemos em Mt 28.18.
Ora, todos esses aspectos estavam designados de antemão com o propósito de
produzir a redenção humana.
III. Referências e
Ideias. A Sabedoria de DEUS
1. A sabedoria de DEUS é um
de seus atributos (ver I Sm 2.3 e Jó 9.4).
2. A sabedoria de DEUS é
descrita como perfeita (ver Jó 36.4 e 37.16).
3. É poderosa (ver Jó 36.5).
4. É universal (ver Jó
28.24; Dn 2.22 e Atos 15.18).
5. É infinita (ver Sl 147.5
e Rm 11.3).
6. É insondável (ver Is
40.28 e Rm 11.33).
7. É maravilhosa (ver Sl
139.6).
8. Ultrapassa a compreensão
humana (ver Sl 139.6).
9. É incomparável (ver Is
44.7 e Jr 10.7).
10. Não é derivada (ver Jó
21.22 e Is 40.44).
11.O evangelho contém os
tesouros da sabedoria divina (ver I Co 2.7).
12. A sabedoria dos santos é
derivada da sabedoria de DEUS (ver Ed 7.25).
13. Toda a sabedoria humana
deriva da sabedoria divina (ver Dn 2.2).
IV. A Multiforme
Sabedoria de DEUS se Torna Conhecida (Ef 3.10)
A palavra multiforme deriva
do termo grego polupoikilos, em forma adjetivada encontrada somente aqui em
todo o Novo Testamento, cujo significado é «variegado», «multilateral»,
usado para indicar quadros, flores e vestimentas de várias cores. Na versão
da Septuaginta (tradução do original hebraico do Antigo Testamento para o
grego, completada cerca de duzentos anos antes da era cristã), a capa de
«muitas cores» presenteada por Jacó a José é descrita por esta palavra (ver
Gn 37.3). Esse vocábulo pinta a sabedoria divina como algo que tem
muitíssimas facetas com os mais variados modos de manifestação e expressão,
por ser algo que é digno de ser contemplado, devido a suas muitas e
excelentes variações e realizações.
Gregório de Nissa (ver Hom.
viii, sobre Cantares de Salomão) nos fornece uma notável interpretação, a
que - vários expositores - aludem. Diz ele: «Antes da encarnação de nosso
Salvador, os poderes celestiais conheciam a sabedoria de DEUS como algo
simples e uniforme, que efetuava maravilhas de modo consoante com a natureza
de cada coisa. Nada havia nada de poikilon (multiforme, multicolorido). Mas
agora, por meio da oikonomia (dispensação, plano) que diz respeito à igreja
e à raça humana, a sabedoria de DEUS não é mais conhecida como algo
uniforme, e, sim, como algo polupoikilos (multiforme, variegado), produzindo
contrários por meio de contrastes, mediante a morte, a vida, a desonra, a
glória, o pecado e a retidão; mediante a maldição e a bênção; mediante a
fraqueza e o poder. O invisível se manifestou em carne. Veio para remir
cativos, sendo ele mesmo o adquiridor, e sendo ele mesmo o preço» (lD lB LAN
NTI).
CHAMPLIN, Russell Norman,
Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia. Vol. 6. Editora Hagnos.
pag. 9-10.
I - OS DONS ESPIRITUAIS E MINISTERIAIS
1. São diversos.
Os dons espirituais são
variados, como recursos usados pelo ESPÍRITO SANTO para manifestar o poder
de DEUS e sua multiforme sabedoria, através de instrumentos humanos, usados
para a edificação e o fortalecimento espiritual da igreja. Os dons devem ser
buscados com humildade e discernimento, sabendo que DEUS os concede por sua
graça. “Assim, também vós, como desejais dons espirituais, procurai sobejar
neles, para a edificação da igreja” (1 Co 14.12).
NO SENTIDO ESTRITO -Normalmente, quando se
tratam dos dons espirituais, entende-se que eles são em número de nove. Essa
conclusão baseia-se na contagem dos dons, com base em 1 Coríntios 12:
“Porque a um, pelo ESPÍRITO, é dada a palavra da sabedoria; e a outro, pelo
mesmo ESPÍRITO, a palavra da ciência; e a outro, pelo mesmo ESPÍRITO, a fé;
e a outro, pelo mesmo ESPÍRITO, os dons de curar; e a outro, a operação de
maravilhas; e a outro, a profecia; e a outro, o dom de discernir os
espíritos; e a outro, a variedade de línguas; e a outro, a interpretação das
línguas” (1 Co 12.8-10).
De fato, a relação acima
indica que há nove tipos de dons espirituais, ou dons do ESPÍRITO SANTO. Sua
existência certamente denota a vontade de DEUS para que seu povo tenha saúde
e qualidade de vida.
Elinaldo Renovato. Dons
espirituais & Ministeriais Servindo a DEUS e aos homens com poder
extraordinário. Editora CPAD. pag. 150.
I Cor 12.8-11 a palavra da
sabedoria, é uma declaração espiritual, num dado momento, pelo ESPÍRITO,
sobrenaturalmente revelado a mente, o propósito e o caminho de DEUS aplicado
a uma situação específica. A palavra da ciência é uma revelação sobrenatural
de informação relativa a uma pessoa ou acontecimento, feita a um propósito
específico, normalmente peculiar tendo a ver com uma necessidade imediata. O
dom da fé é uma forma de fé que vai além da fé natural e da fé para
salvação. Ela confia sobrenaturalmente e não duvida em relação aos assuntos
específicos envolvidos. Os dons de curar são aquelas curas que DEUS realiza
sobrenaturalmente pelo ESPÍRITO. A operação de maravilhas é uma manifestação
de poder além do curso normal da lei natural. E uma permissão divina para se
fazer algo que não poderia ser feito naturalmente. Profecia é uma revelação
divina em nome do ESPÍRITO, uma revelação edificante do ESPÍRITO para o
momento (14.3), um discernimento súbito do ESPÍRITO, sugerindo exortação e
conforto (14.3,30). Discernir os espíritos é a capacidade de discernir o
mundo do espírito e, especialmente, detectar a verdadeira fonte das
circunstâncias ou motivos das pessoas. Variedade de línguas é o dom de falar
sobrenaturalmente em uma língua não conhecida ao indivíduo e em outras
línguas conforme o ESPÍRITO conceder. O plural permite diferentes formas,
algumas designadas especialmente para orar e cantar no ESPÍRITO, na maior
parte para adoração. A interpretação das línguas é o dom de transmitir a
mensagem transracional (mas não irracional) significativa do ESPÍRITO para
os outros, quando exercido em público. Não é a tradução de uma língua
estrangeira.
PLENITUDE. Bíblia de
Estudo Plenitude. Editora Sociedade Bíblica, do Brasil. pag. 1139.
2. São amplos.
A
sabedoria de DEUS é “multiforme”, e seu poder é ilimitado, de igual forma
ele concede à Igreja a sua “multiforme” graça. Após ensinar sobre os dons
espirituais, no capítulo 12 de 1 Coríntios, o apóstolo Paulo dirige sua
doutrina para a “excelência do amor fraternal”, no capítulo seguinte.
Elinaldo Renovato. Dons
espirituais & Ministeriais Servindo a DEUS e aos homens com poder
extraordinário. Editora CPAD. pag. 151.
Observação minha - Ev. Luiz
Henrique - Os dons devem ser movidos pelo amor daqueles que os possuem para
que se manifestem, caso contrário não haverá manifestação de DEUS. É o
desejo de ajudar aos outros que move os crentes possuidores de dons a se
deixarem ser usados pelo ESPÍRITO SANTO. O amor é a mola impulsora e propulsora dos dons.
3. Dádivas do Pai.
1) O dom do amor. A maior
manifestação do amor de DEUS foi o ter enviado a JESUS CRISTO para salvar o
perdido. Ele próprio declarou de modo solene e incisivo: “Porque DEUS amou o
mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigénito, para que todo aquele que
nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo 3.16 — grifo nosso). Esse
amor, traduzido como o amor “ágape”, é a mais profunda demonstração de DEUS,
que se doou, em CRISTO, para redimir o homem da sua constrangedora situação
como caído e longe do criador. CRISTO é o amor encarnado, que se “fez carne
e habitou entre nós” (Jo 1.14).
2) O dom da filiação divina.
Através da fé em CRISTO, DEUS torna o pecador seu filho, integrando-o na
família de DEUS. João registrou esse fato: “Mas a todos quantos o receberam
deu-lhes o poder de serem feitos filhos de DEUS-, aos que creem no seu nome”
(Jo 1.12 — grifo nosso). Ninguém pode conquistar esse poder (ou direito). E
resultado da graça e do amor de DEUS. “Assim que já não sois estrangeiros,
nem forasteiros, mas concidadãos dos Santos e da família de DEUS” (Ef 2.19).
3) O dom do batismo com o
ESPÍRITO SANTO. Na casa de Cornélio, enquanto Pedro ministrava a palavra, o
ESPÍRITO SANTO caiu sobre os que ali estavam, conforme Pedro afirmou: “como
nós no princípio”; sem dúvidas com o sinal exterior de línguas estranhas
(cf. At 2.4). “Portanto, se DEUS lhes deu o mesmo dom que a nós, quando
cremos no Senhor JESUS CRISTO, quem era, então, eu, para que pudesse
resistir a DEUS?” (At 11.17; At 1.5; 1 Ts 4.8).
4) O dom do crescimento.
Doutrinando a igreja em Corinto, Paulo reprovou a atitude de certos grupos
que se levantaram na congregação, causando dissensão, divisões internas e
partidarismo em torno dos apóstolos. Havia, certamente, quem atribuía a
Pedro, a Apolo e a Paulo a preeminência pelo sucesso da evangelização. Mas
Paulo, como bom servo de DEUS, lhes afirmou: “Eu plantei, Apolo regou; mas
DEUS deu o crescimento. Pelo que nem o que planta é alguma coisa, nem o que
rega, mas DEUS, que dá o crescimento” (1 Co 3.6,7). Esse crescimento é acima
de tudo espiritual.
5) O ministério da
reconciliação. Em sua segunda carta aos coríntios, Paulo, escrevendo sobre a
nova vida do salvo em CRISTO, explica que o milagre da salvação, que inclui
a regeneração, a justificação e a santificação, “provém de DEUS”, que nos
concedeu o “ministério da reconciliação”. “Assim que, se alguém está em
CRISTO, nova criatura é: as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez
novo. E tudo isso provém de DEUS, que nos reconciliou consigo mesmo por
JESUS CRISTO e nos deu o ministério da reconciliação, isto é, DEUS estava em
CRISTO reconciliando consigo o mundo, não lhes imputando os seus pecados, e
pôs em nós a palavra da reconciliação” (2 Co 5.17-19 — grifo nosso).
6) O espírito de fortaleza,
de amor e de moderação. Podemos dizer que DEUS nos dá o equilíbrio
espiritual, quando nos submetemos à sua vontade. De um lado, concede o
“espírito de temor”, para que o sirvamos com profundo respeito e reverência
(SI 128.1); de outro, dá-nos o “espírito de fortaleza”, ou de poder; mas,
para que esse poder não fique sem controle, concede o “espírito de amor e de
moderação” (cf. 2 Tm 1.7). Nenhum dom espiritual, no sentido estrito ou
amplo, tem seu exercício aprovado por DEUS, se não for por amor e com a
devida e sábia moderação. Quando isso não acontece, o detentor do dom tende
a aproveitar-se dele para sua promoção pessoal. O ESPÍRITO SANTO não
autoriza a glória para ninguém, exceto para CRISTO, o que é a sua missão (Jo
16.14).
Elinaldo Renovato. Dons
espirituais & Ministeriais Servindo a DEUS e aos homens com poder
extraordinário. Editora CPAD. pag. 151-152.
Jo 3. 16. Porque DEUS amou o
mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que
nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna (16). Esta é a primeira menção
ao amor de DEUS neste Evangelho. E um tema dominante no livro, embora pouco
se fale até o capítulo 13. DEUS amou o mundo de tal maneira. Aqui,
novamente, está a ideia do alcance universal. O evangelho é para todos os
homens. Nenhum deles está excluído. Isto descreve por que DEUS fez o que
fez. Ele amou! A palavra em grego é egapesen. Este é o amor que se move
pelos interesses do outro, sem pensar nos próprios interesses. É um amor que
deseja arriscar tudo por alguma vantagem para outra pessoa, que não
considera nenhum preço muito alto se outra pessoa puder receber algum
benefício. O tempo aoristo do verbo indica que o ato de amor de DEUS não é
limitado pelo tempo e simultaneamente é único e completo. É o amor absoluto!
Deu o seu Filho unigênito.
Embora este ato seja muito mais frequentemente descrito pelo verbo “enviar”
(e.g., 3.17,34; 6.29,38-40), aqui a ideia enfatizada é a do presente de DEUS
para o homem (cf. 4.10). Outra vez, o tempo do verbo dar se refere a um ato
absoluto e completo (cf. Hb 10.14). Ele deu o seu Filho unigênito, ou seja,
a Dádiva que era mais preciosa, e o título "unigênito" é acrescentado para
destacar este conceito.
... Todo aquele que nele crê
não pereça, mas tenha a vida eterna. As alternativas estão definidas. Elas
são a vida e a morte! A Dádiva de DEUS tornou possível que o homem faça a
escolha, a resposta da fé. Os verbos perecer e ter estão em tempos
diferentes no original. O primeiro está em aoristo e significa “de uma vez
por todas”, expulso para a escuridão exterior. O último está no presente,
indicando uma vida eterna presente, duradoura, eterna.
William M. Greathouse.
Comentário Bíblico Beacon. Editora CPAD. Vol. 8. pag. 51-52.
Jo 3.16 O Evangelho inteiro
encaminha-se para esse versículo. O amor de DEUS não está dirigido somente a
certo grupo de indivíduos, ele é oferecido ao mundo. O amor de DEUS não é
estático ou egoísta, mas se propaga e atrai outros para si. Aqui os atos de
DEUS definem o padrão do verdadeiro amor, a base de todos os seus
relacionamentos: quando você ama alguém está disposto a se sacrificar, com
ternura e de boa vontade, por essa pessoa. O amor sacrificial também é a
prática de procurar formas de atender às necessidades daqueles que são
amados. No caso de DEUS, esse amor é infinitamente prático, pois se dispõe a
salvar aqueles que não têm a esperança de se salvarem sozinhos. Mas DEUS
pagou um preço muito alto para nos salvar; Ele ofereceu o seu único Filho, o
maior preço que Ele podia pagar.
Essa oferta foi feita a todo
aquele que nele crê. “Crer” é mais do que aceitar intelectualmente que JESUS
é DEUS. Significa colocar a nossa fé e confiança naquele que é o único que
pode nos salvar. Significa eleger a CRISTO como o responsável pelos nossos
planos atuais, e pelo nosso destino eterno. Crer é ter certeza de que suas
palavras são seguras, e confiar nele para receber o poder de mudar.
JESUS aceitou o nosso
castigo e pagou o preço pelos nossos pecados para evitar a nossa morte. Aqui
a palavra perecer (ou morte) não significa a morte física, pois todos nós
iremos morrer algum dia, mas se refere a uma eternidade longe de DEUS.
Aqueles que creem receberão essa bênção, a nova vida que JESUS comprou para
nós, a vida eterna com DEUS.
Comentário do Novo
Testamento Aplicação Pessoal.
Editora CPAD. Vol 1. pag. 503.
Ef 2.19 - Os gentios não são
mais estrangeiros nem forasteiros. Estas palavras descrevem pessoas que
vivem em um país que não é o seu, sem qualquer dos direitos de cidadania
daquele país. Os gentios eram “estrangeiros” em relação aos judeus, bem como
a qualquer esperança (sem CRISTO) de um relacionamento com DEUS (2.12). Esta
era a sua antiga posição. Por causa de CRISTO, entretanto, os gentios
tornaram-se cidadãos, com todos aqueles que haviam sido chamados para serem
os concidadãos dos Santos. Os judeus e os gentios que depositam a sua fé em
JESUS CRISTO como seu Salvador tornam-se membros da família de DEUS. (Veja
Fp 3.20; Hb 3.2-6.)
Comentário do Novo
Testamento Aplicação Pessoal.
Editora CPAD. Vol 2. pag. 328.
Neste ponto, o apóstolo
volta a falar sobre o estado dos gentios e repete o linguajar do versículo
12. Por CRISTO, eles não são mais estrangeiros (xenoi) — “visitantes
estrangeiros sem direitos na comunidade” — e forasteiros (paroikoi) —
“residentes estrangeiros com direitos temporários e limitados”. A atual
relação com DEUS na qualidade de redimidos do Senhor não é nem um pouquinho
inferior aos judeus.
“Concidadãos dos Santos”
(19a)
Nesta metáfora, retirada da
vida citadina, o apóstolo garante aos gentios que “os seus nomes estão
inscritos no mesmo rol cívico com todos a quem ‘o Senhor contará quando
somar as pessoas”’. Antigamente, os judeus eram os santos, cidadãos da
cidade de DEUS, e os gentios eram os estrangeiros. A situação não é mais
esta. Os crentes gentios fazem parte do novo Israel (G1 6.16), que é formado
por todos os cristãos. Eles compartilham todos os direitos e privilégios
deste novo povo.
Willard H. Taylor.
Comentário Bíblico Beacon. Editora CPAD. Vol. 9. pag. 142-143.
II Cor 5.18,19 Esta
renovação de vida não é nenhuma obra humana. O próprio DEUS já iniciou o
trabalho. Somente DEUS pode permitir que as pessoas se aproximem dele.
Somente DEUS pode satisfazer as suas exigências de justiça. Somente DEUS
pode salvar. DEUS é o Autor e o Consumador da salvação (veja Hb 12.2). DEUS
reconciliou seu povo consigo mesmo por JESUS CRISTO.
Quando confiam em CRISTO, os
crentes já não são mais inimigos de DEUS. Por meio da obra expiatória de
CRISTO na cruz, DEUS tornou os crentes parte da sua família. JESUS morreu no
nosso lugar para que nós pudéssemos desfrutar da comunhão com DEUS (1 Co
15.3). Como nós, os crentes, fomos reconciliados com DEUS, recebemos o
ministério da reconciliação, para levar as pessoas a se reconciliarem com
Ele. Como Paulo tinha se reconciliado por intermédio de CRISTO, tornou-se a
sua missão pregar aquela mensagem. Caso os coríntios tivessem se esquecido
do ponto central da mensagem de Paulo para eles, o apóstolo o repetiu; DEUS
estava em CRISTO reconciliando consigo o mundo, não lhes imputando os seus
pecados. DEUS, por intermédio da morte de CRISTO na cruz, estava trazendo de
volta todas as pessoas - judeus e gregos, igualmente - que tinham pecado (Rm
5.10; Ef 2.14-17). Embora fôssemos inimigos de DEUS, CRISTO nos alcançou e
nos salvou da destruição certa. Ele até mesmo nos lavou para que pudéssemos
nos aproximar de DEUS com corações limpos (Cl 1.21,22).
Esta é verdadeiramente uma
mensagem maravilhosa.
Comentário do Novo
Testamento Aplicação Pessoal.
Editora CPAD. Vol 2. pag. 215.
A reconciliação, com uma
dupla noção:
1. Como um privilégio
inquestionável (w. 18,19). A reconciliação pressupõe a ruptura de uma
amizade. O pecado causou essa ruptura. Ele quebrou a amizade entre DEUS e o
homem. O coração do pecador é preenchido de inimizade contra DEUS, e DEUS é
ofendido verdadeiramente pelo pecador.
No entanto, existe a
possibilidade da reconciliação; o DEUS ofendido do céu está disposto a se
reconciliar. E perceba: (1) Ele apontou o Mediador da reconciliação. Ele nos
reconciliou consigo por meio de JESUS CRISTO (v. 18). DEUS deve ser
reconhecido do início ao fim na tarefa e cumprimento do Mediador. Todas as
coisas relacionadas à nossa reconciliação com JESUS CRISTO vêm de DEUS, que
pela mediação de JESUS CRISTO reconciliou o mundo consigo mesmo. Ele
colocou-se na condição de ser reconciliado com os ofensores, sem causar
qualquer agravo ou insulto à sua justiça ou santidade. Ele não imputa ao
homem as suas transgressões e desiste do rigor do primeiro concerto, que foi
quebrado, não insistindo na vantagem que Ele poderia ter legitimamente
contra nós pela quebra da aliança. Ele está disposto a formar um novo pacto,
uma nova aliança de graça, e, de acordo com o teor dela, Ele está livre para
perdoar todos os nossos pecados e justificar livremente, pela sua graça,
todo aquele que crer. (2) Ele estabeleceu o “...ministério da reconciliação”
(v. 18). Pela inspiração de DEUS, foram escritas as Escrituras, que contêm a
palavra da reconciliação, mostrando-nos que a paz foi feita pelo sangue da
cruz, que a reconciliação foi operada, e nos orientou em como podemos estar
interessados por ela. Ele estabeleceu o ofício do ministério, que é o
ministério da reconciliação.
Os ministros devem abrir e
proclamar aos pecadores os termos da misericórdia e reconciliação e
persuadi-los a concordar com eles.
2. A reconciliação é
entendida aqui como nosso dever indispensável (v. 20). Da mesma forma que
DEUS está pronto a ser reconciliado conosco, nós também devemos nos
reconciliar com Ele. E é o grande alvo e plano do evangelho que a palavra da
reconciliação prevaleça contra os pecadores para que abandonem a sua
inimizade contra DEUS. Ministros fiéis são embaixadores de CRISTO, enviados
parar tratar com os pecadores acerca de paz e reconciliação: Eles vêm em
nome de DEUS, com suas súplicas, e agem em nome de CRISTO, fazendo aquilo
que Ele fez quando esteve nesta terra e o que Ele deseja que seja feito
agora que está no céu. Que condescendência maravilhosa! Embora DEUS não
possa ser considerado um perdedor na disputa ou desavença, nem um ganhador
na paz, no entanto, pelos seus ministros Ele suplica para que os pecadores
abandonem a sua inimizade e aceitem os termos que Ele oferece, para que
possam ser reconciliados com Ele, com todos os seus atributos, com todas as
suas leis, e com todas as suas providências, e creiam no Mediador, e aceitem
a redenção e concordem com todo o seu evangelho. Para nos encorajar a fazer
isso, o apóstolo acrescenta o que deveria ser bem entendido e devidamente
considerado por nós (v. 21), a saber: (1) A pureza do Mediador: Ele “...não
conheceu pecado”. (2) O sacrifício que ofereceu: Ele foi feito “...pecado
por nós”; não um pecador, mas pecado, isto é, uma oferta pelo pecado, um
sacrifício pelo pecado. (3) O fim e desígnio de tudo isso:
“...para que, nele, fôssemos
feitos justiça de DEUS” e justificados livremente pela graça de DEUS pela
redenção que está em CRISTO JESUS. Observe: [1] Como CRISTO, que não
conheceu pecado, foi feito pecado por nós, para que nós, que não temos
justiça própria, fôssemos feitos nele justiça de DEUS. [21 Nossa
reconciliação com DEUS somente ocorre por meio de JESUS CRISTO e pelo seu
mérito.
Portanto, devemos somente
confiar nele e na sua justiça.
HENRY. Matthew.
Comentário Matthew Henry Novo Testamento ATOS A APOCALIPSE Edição completa.
Editora CPAD. pag. 525.
Para Paulo e para os
coríntios a reconciliação foi realizada. O caminho agora está aberto para
todos, e ao apóstolo foi confiado o ministério da reconciliação. Este é o
clímax da passagem e a razão final pela qual ele não pode viver para si
mesmo (13-15). A sua tarefa é anunciar a novidade aos homens, isto é (“neste
sentido”), DEUS estava em CRISTO reconciliando consigo o mundo. Nenhuma
vírgula deve ser colocada depois de CRISTO (cf. ASV, RSV), pois o que Paulo
quer destacar é o que DEUS fez em CRISTO. O elo (Rm 5.9-10) entre a
reconciliação e a justificação (12) é mostrado na palavra imputando
(“levando em conta”, ASV; cf, Rm 4.3-8). A obra da reconciliação, no
entanto, não está completa no que diz respeito ao mundo, pois DEUS pôs
(“depositou”, Weymouth) em Paulo a palavra da reconciliação (cf. 1 Co 1.18).
A palavra (logos), segundo Cullmann, “é a revelação final e definitiva como
tal”. A palavra da reconciliação é a essência do ministério da
reconciliação. A palavra qualifica plenamente todas as fases do ministério.
Este ministério não trata basicamente de dar bons conselhos, mas sim de
comunicar aos homens as boas-novas do que DEUS fez em CRISTO pelo mundo.
Frank G. Carver.
Comentário Bíblico Beacon. Editora CPAD. Vol. 8. pag. 435-436.
II - BONS DESPENSEIROS DOS MISTÉRIOS DIVINOS
1. Com sobriedade e
vigilância.
Despenseiros são as pessoas
que tomam conta da despensa de uma casa, ou do lugar onde são guardados os
alimentos e outros itens necessários à manutenção da família. O apóstolo
Pedro exorta os destinatários da sua primeira carta, quanto à iminente vinda
de JESUS, fazendo solene advertência sobre como os cristãos devem
comportar-se, “como bons despenseiros da multiforme graça de DEUS” (1 Pe
4.10).
O DESPENSEIRO DEVE SER
SÓBRIO E VIGILANTE
Deve guardar a sobriedade e
vigilância, em oração (1 Pe 4.7); essa advertência refere-se à simplicidade
que deve caracterizar um servo de DEUS, sobretudo aquele que tem a
liderança, na casa do Senhor. Fala da constante vigilância sobre a vida
cristã, ante os ataques diuturnos do Adversário. Ele anda como leão,
buscando destruir vidas preciosas. O que administra o rebanho de DEUS deve
saber retirar da “despensa” de DEUS o melhor alimento. E vigiar por suas
vidas. É Pedro quem dá idêntica advertência em sua primeira carta: “Sede
sóbrios, vigiai, porque o diabo, vosso adversário, anda em derredor,
bramando como leão, buscando a quem possa tragar” (1 Pe 5.8; Mt 26.41).
Elinaldo Renovato. Dons
espirituais & Ministeriais Servindo a DEUS e aos homens com poder
extraordinário. Editora CPAD. pag. 152-153.
SÓBRIO ou SOBRIEDADE - 1. A palavra grega nepho,
com suas derivadas, significa ser livre da embriaguez e de todas as formas
de excesso; consequentemente, ser calmo, moderado, sereno, ter autocontrole
e ser tranquilo no pensamento e nas ações (1 Ts 5.6,8; 1 Tm 3.2,11; 2 Tm
4.5; Tt 1.8; 2.2; 1 Pe 1.13; 4.7; 5.8).
2. A palavra grega
sophroneo, com suas derivadas, significa estar em seu juízo perfeito, ser
razoável ou sensato, agir prudente ou cuidadosamente (Mc 5.15; 1 Tm 3.2; Tt
1.8; 2.2,12; 1 Pe 4.7). É a antítese de existente, "estar fora de si" (2 Co
5.13); portanto significa exercer autocontrole não se entregando a paixões
desenfreadas (Tt 2.6) nem ao orgulho (Rm 12.3). Sua forma nominal,
sophrosyne, "sobriedade" (1 Tm 2.9,15) tem o sentido de moderação, e
consequentemente modéstia e castidade (cf. Tt 2.5).
PFEIFFER .Charles F.
Dicionário Bíblico Wycliffe. Editora CPAD. pag. 1845.
«...temperante...» No grego
é «nephalios», que significa «temperado» especialmente no uso do vinho,
«sóbrio». Noutros pontos do N.T., essa palavra é usada em I Tim. 3:11 e Tito
2:2; mas é usada sob forma diferente, a forma verbal, em I Tes. 5:6,8; II
Tim. 4:5; I Ped. 1:13; 4:7 e 5:8. Esse termo pode significar «ajuizado», sem
qualquer vinculação à ideia de bebidas alcoólicas, embora se possa pensar em
um uso temperado de bebidas fortes.
Contudo, a fim de ser
evitada a má aparência do mal, bem como da tentação ao alcoolismo, talvez
seja melhor a abstinência total. (Ver o trecho de Efé. 5:18 quanto à nota
expositiva geral contra o «alcoolismo»). Notar as palavras existentes no
terceiro versículo deste capítulo, «...não dado ao vinho...», que reforça o
que é dito neste versículo. Todo o pastor deveria evitar as leviandades da
juventude.
«...sóbrio...» é tradução de
«sophron», vocábulo grego que quer dizer «prudente», «previdente»,
«autocontrolado», ao passo que, quando aplicado a mulheres, esse adjetivo
significava «casta», «decente», «modesta». Em todo o N.T. é usado somente
aqui e em Tito 1:8 e 2:2,5, isto é, dentro das «epístolas pastorais».
Trata-se de um dos cento e setenta e cinco termos usados exclusivamente nas
«epístolas pastorais», e não no restante do N.T..
« ...modesto...» No grego é
«kosmos», que significa «digno», «bem comportado», «sereno», palavra usada
exclusivamente aqui e em I Tim. 2:9. Portanto, é uma daquelas cento e
setenta e cinco palavras usadas somente nas «epístolas pastorais», em todo o
N.T.. Seu significado básico é «ordeiro». O «kosmos» (palavra correlata) é a
«beleza organizada» da criação de DEUS.
A forma verbal, «kosmeo»,
significa «ordenar», «arranjar» ou «adornar», mas também «dirigir». Um líder
espiritual, sobretudo um pastor ou «supervisor» deveria ser autocontrolado,
ordeiro, dono de boa conduta e de boa reputação.
CHAMPLIN, Russell Norman,
O Novo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora
Candeias. Vol. 5. pag. 309.
2. Amor e
hospitalidade.
O DESPENSEIRO DEVE SER
AMOROSO
Em segundo lugar, o
despenseiro de CRISTO deve ter “ardente amor uns para com os outros, porque
o amr cobrirá a multidão de pecados” (1 Pe 4.8); todo crente fiel deve ser
despenseiro de DEUS; mas, como já refletimos, o obreiro, pastor, dirigente,
ou líder de uma igreja, pastoreia ovelhas que não são suas. E cada ovelha é
diferente da outra, em temperamento, formação, visão das coisas, e nem
sempre é dócil e obediente. Há crentes que dão muito trabalho aos líderes.
Como despenseiro da graça de DEUS, o obreiro deve demonstrar amor em todas
as ocasiões, no trato com todo o tipo de ovelha. Com as mais fracas, deve
ser mais compreensivo; com as mais fortes, deve ser incentivador de sua fé e
testemunho; com as feridas, deve ter sempre o bálsamo do amor e da
compreensão; e com as que pecam, fazer uso da disciplina com amor, sem abuso
de autoridade. Enfim, em qualquer situação o despenseiro deve ter amor. É
característica do verdadeiro discípulo de JESUS (Jo 13.34,35).
O DESPENSEIRO DEVE SER
HOSPITALEIRO
Deve ter hospitalidade para
com “os outros, sem murmurações” (1 Pe 4.9); já foi visto que hospitalidade
é acolhimento, bom trato com todas as pessoas, na administração da igreja
local; ou do crente com seus irmãos, familiares, amigos e pessoas em geral.
“Não vos esqueçais da hospitalidade, porque, por ela, alguns, não o sabendo,
hospedaram anjos” (Hb 13.2). Há quem faça acepção de pessoas, discriminando
os mais humildes ou menos favorecidos na vida humana. Essa não é atitude do
despenseiro da casa de DEUS. Esse deve ser sempre atencioso com todos,
ajudando-os em suas necessidades espirituais emocionais e físicas, dentro de
suas possibilidades. Não agir assim, é pecado (Dt 16.19; Tg 2.9).
Elinaldo Renovato. Dons
espirituais & Ministeriais Servindo a DEUS e aos homens com poder
extraordinário. Editora CPAD. pag. 153-154.
I Ped 4.8 O amor, o apoio e
o incentivo mútuos também seriam uma grande defesa. Nenhum cristão é uma
ilha; ninguém está sozinho.
Quando os crentes sentem o
profundo amor da comunhão, eles têm a rede de apoio que pode ajudá-los em
meio a qualquer crise. A mesma ideia de que a caridade cobrirá a multidão de
pecados é encontrada em Provérbios 10.12: “O ódio excita contendas, mas o
amor cobre todas as transgressões”. Pedro pode ter citado este provérbio, ou
um provérbio da sua época que se baseava ligeiramente neste versículo. Isto
não significa que o amor ignore, não preste atenção, ou tente esconder o
pecado. Na verdade, Pedro provavelmente estava pensando novamente nas suas
palavras de 4.1,2, de que os crentes devem viver o resto de sua vida de
acordo com a vontade de DEUS, e não conforme os desejos humanos. Sendo
crentes, eles devem deixar de pecar. A “cobertura dos pecados”, portanto, é
a capacidade que os crentes têm de perdoar uns aos outros, porque CRISTO os
perdoou.A caridade age como um
amortecedor, suavizando as irritações e os solavancos que são causados pelos
companheiros de fé. I Ped 4.9 Ser hospitaleiro é
diferente de receber bem; é diferente de um entretenimento social. Receber
bem concentra-se no anfitrião - a casa deve estar impecável; a comida deve
estar bem preparada e ser abundante; o anfitrião deve parecer relaxado e ter
um bom temperamento. Ser hospitaleiro, por outro lado, é algo que se
concentra nos convidados. As suas necessidades - sejam um lugar onde se
hospedar, alimentos, um ouvido atento, ou aceitação — são a principal
preocupação. Isto pode acontecer em uma casa desarrumada; pode acontecer ao
redor de uma mesa de jantar em que o prato principal é uma sopa. Os crentes
não devem hesitar em compartilhar os seus recursos com aqueles que precisam
de uma refeição ou de um alojamento somente por estarem muito ocupados, ou
por não terem condições de receber bem. A hospitalidade é uma forte
expressão de amor e caridade, que Pedro já havia ordenado que os crentes
demonstrassem (4.8).
Comentário do Novo
Testamento Aplicação Pessoal.
Editora CPAD. Vol 2. pag. 728-729.
Demonstrando Hospitalidade,
4.9,10
Onde houver um viver
vigilante haverá um viver digno. Isso significa que cada um deve usar aquilo
que possui, embora seja modesto e escasso, para suprir as necessidades dos
companheiros cristãos. Nos dias de Pedro isso podia ter significado aqueles
que haviam sido forçados a sair de suas casas pela perseguição ou estavam
fazendo uma longa jornada. Os cristãos devem ser hospitaleiros [...] sem
murmurações, mesmo que isso signifique um peso adicional para eles. Reclamar
do preço rouba as bênçãos de compartilhar com nossos irmãos.
O motivo por trás dessa
generosidade é o amor: amor ao irmão necessitado e amor ao Pai celestial, de
quem recebemos toda boa dádiva (cf. 1 Co 4.7). Nossos dons e talentos não
são para uso próprio. Eles são uma responsabilidade de DEUS para serem
usados como Ele intenta, como bons despenseiros (10) devem usá-los: para
abençoar outros. Esse serviço é um ministério, quer seja de talentos,
dinheiro, influência ou outras bênçãos que DEUS concedeu de maneira tão
abundante; e todos receberam dons que podem ser compartilhados (cf. Rm 12 e
1 Co 12).
Roy S. Nicholson.
Comentário Bíblico Beacon. Editora CPAD. Vol. 10. pag. 239.
Nos dias de Pedro, os hotéis
eram raros e distantes uns dos outros. As hospedarias eram caras e imorais.
Os crentes em viagem encontravam abrigo nos lares de seus irmãos na fé. Não
há que duvidar que o acolhimento a pregadores e crentes em viagem se tomou
uma carga que podia ser sentida pesadamente pelos crentes. Agravando mais
ainda a situação, visto que os edifícios eclesiásticos eram poucos, os lares
eram usados como lugar de comunhão e culto. De fato, a causa missionária,
tanto no passado como no presente, deve uma soma incalculável àqueles cujos
lares foram abertos e que, em amor persistente e duradouro, praticaram a
hospitalidade sem murmuração... Nosso Senhor deu novo sentido a tal
hospitalidade, relacionando-a consigo mesmo: , ...era forasteiro e me
hospedastes... sempre que o fizestes a um destes meus pequeninos irmãos, a
mim o fizestes' (Mat. 25:35,40)». (Homrighausen, in loc.). De fato, sem a prática
literal dessa virtude, as missões da igreja cristã teriam sido impossíveis».
(Bigg, in loc.).
O crente que aceita a
hospitalidade de outro deve ser suficientemente sábio para não permanecer
por tempo demais. O trecho de Eclesiástico 29:25-28 descreve como um
estranho que exagera da hospitalidade recebida, primeiramente recebe
trabalhos manuais para fazer, e então é expulso. É sinal de amor e
consideração, da parte do hospedado, não exigir uma benevolência exagerada
de seu hospedeiro.
O judaísmo e o cristianismo
primitivo enfatizavam grandemente a importância das esmolas. A "religião
pura" é definida como a visita aos órfãos e às viúvas, em suas aflições,
isto é, mediante a ministração às suas necessidades, além de conservar-se o
crente imaculado do mundo. Tal ministração é a prática da regra áurea de
CRISTO, uma duplicação do seu amor. Portanto, esse "ministério" é apenas a
concretização da lei do amor, mencionada no oitavo versículo deste capítulo.Todo crente é um mordomo, e
não um proprietário daquilo que possui. O mordomo deve mostrar-se ativo no
uso de seus bens em favor de outrem, e não na tentativa de juntar mais ainda
para si mesmo. ·...despenseiros...· Cada
pessoa é ímpar e tem uma missão sem igual, agora e na eternidade. Ele recebe
habilidades necessárias para o exercício apropriado de sua missão. Também
recebe os meios financeiros para poder realizar sua obra.
Todos os dons de DEUS se
originam em sua graça. Essa é a fonte de tudo de bom que possuímos.
Portanto, quando ministramos a outros, em qualquer sentido que seja,
meramente espalhamos ao redor a graça de DEUS, do modo que nos foi apontado.
Se nos recusarmos a contribuir, logo deixaremos de receber. Quando o povo de
Israel ficou cobiçoso e recolheu mais maná do que era mister para o
suprimento de um dia, o maná se estragou e soltou mau cheiro, tomando-se
inútil. Assim, o homem que recebe, mas não dá logo se tornará inútil como
despenseiro da graça do DEUS, e sua alma será estragada, perdendo toda a
similaridade com a natureza espiritual de CRISTO. O próprio CRISTO veio para
servir, e não para ser servido. (Ver Mat. 20:28). «...multiforme graça...» No
grego, o adjetivo é ·poikilos·, «diversificado», «de muitas espécies>>. A
graça divina se manifesta de muitos modos e se concretiza na vida humana de
muitas maneiras. Cada crente recebeu tal graça, e está na obrigação moral de
concedê-la a outros. ·...graça...» (Efé. 2:8). O
que possuímos que não tenhamos recebido de DEUS? Pois quem é que te faz
sobressair? O que tens tu que não tenhas recebido? E se o recebeste, por que
te vanglorias, como se o não tiveras recebido?» (I Cor. 4:7). Alguns agem
como se o que têm fora produzido por eles mesmos. Concede-nos graça tal que
possamos cumprir tua vontade E proferir tuas palavras e andar diante de teu
rosto.
CHAMPLIN, Russell Norman,
O Novo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora
Candeias. Vol. 6. pag. 156-157.
Heb 13.2 Um incentivo
adicional a este tipo de hospitalidade vem do registro bíblico de que, com a
sua hospitalidade, alguns, não o sabendo, hospedaram anjos. Isto aconteceu
com Abraão (Gn 18.1-14) e Ló (Gn 19.1- 3). A hospitalidade estendida aos
anjos e recebida por eles mostra a importância da hospitalidade que os
cristãos devem oferecer uns aos outros. E melhor oferecer hospitalidade
generosamente do que perder a oportunidade de receber anjos. Heb 13.3 A terceira
instrução concentra-se nos presos. Já houve uma alusão a esta recomendação
em 10.32-34. Os crentes devem se compadecer dos prisioneiros, especialmente
de (mas sem se limitar a) cristãos aprisionados pela sua fé. JESUS disse que
os seus seguidores seriam seus representantes quando visitassem pessoas na
prisão (Mt 25.36). Outros que eram maltratados - espancados, assaltados,
atacados, ou humilhados – também precisavam ser lembrados. Os crentes devem
sofrer com eles e compartilhar a sua tristeza (veja também 1 Co 12.26; 2Tm
1.16).
Comentário do Novo
Testamento Aplicação Pessoal.
Editora CPAD. Vol 2. pag. 643.
Devemos ser atenciosos com
todos que sofrem adversidades, de qualquer tipo, como se nós mesmos
estivéssemos sendo maltratados no corpo. Se no momento não estamos passando
por tribulações semelhantes isto não deve ser motivo de presunção e,
certamente, nenhuma evidência de favoritismo divino; nem é uma garantia para
o futuro. Estar no corpo é ser igualmente exposto a todos os riscos que
pertencem à vida na terra. Os cristãos muitas vezes são protegidos
sobrenaturalmente, mas nem sempre. Eles não estão imunes a doenças ou
isentos de sofrimento. Por que DEUS permitiu que Tiago fosse morto por
Herodes, mas poupou Pedro de maneira miraculosa? Por que Ele permite todas
as outras injustiças aparentes? Isto é um mistério que está escondido em sua
soberania inescrutável e perfeita.
Richard S. Taylor.
Comentário Bíblico Beacon. Editora CPAD. Vol. 10. pag. 123.
3. O despenseiro deve
administrar com fidelidade.
O DESPENSEIRO DEVE
ADMINISTRAR BEM A GRAÇA DE DEUS
Aqui, entendemos que cada
crente é um despenseiro de DEUS. Pedro adverte quanto a sua mordomia,
dizendo: “Cada um administre aos outros o dom como o recebeu, como bons
despenseiros da multiforme graça de DEUS. Se alguém falar, fale segundo as
palavras de DEUS; se alguém administrar, administre segundo o poder que DEUS
dá, para que em tudo DEUS seja glorificado por JESUS CRISTO, a quem pertence
a glória e o poder para todo o sempre. Amém” (1 Pe 4.10, 11).
O DESPENSEIRO DEVE SER FIEL
Escrevendo aos coríntios,
Paulo ensina que devemos ser vistos pelos homens, todos os crentes, como
“ministros de CRISTO e despenseiros dos mistérios de DEUS” (1 Co 4.1). A
palavra ministro vem de diáconos, ou servo. Diante de DEUS, cada um deve ser
servo a serviço da igreja e de sua missão na Terra. Tendo em vista sua
grande missão, diante de DEUS, da Igreja e dos homens, os despenseiros devem
ser fiéis em tudo. Os “mistérios de DEUS” não têm nada a ver com coisas
ocultistas, esoteristas ou místicas. A Bíblia nos declara que significa esse
mistério. Paulo, aos colossenses, diz: “o mistério que esteve oculto desde
todos os séculos e em todas as gerações e que, agora, foi manifesto aos seus
santos-, aos quais DEUS quis fazer conhecer quais são as riquezas da glória
deste mistério entre os gentios, que é CRISTO em vós, esperança da glória
(Cl 1.26,27). Aí, temos “o mistério” revelado: “CRISTO em vós, esperança da
glória”! Esse mistério foi revelado “para que, agora, pela igreja, a
multiforme sabedoria de DEUS seja conhecida dos principados e potestades nos
céus” (Ef 3.10).
Elinaldo Renovato. Dons
espirituais & Ministeriais Servindo a DEUS e aos homens com poder
extraordinário. Editora CPAD. pag. 154.
I Ped 4.10 Muitos crentes
receberam um ou mais dons espirituais da parte de DEUS - um talento ou uma
habilidade concedidos pelo ESPÍRITO SANTO que podem ser usados no ministério
da igreja. Os dons espirituais ajudam o povo de DEUS a servir e amar uns aos
outros (4.8) e a prosseguir em sua tarefa de divulgar o Evangelho. Alguns
destes dons tão variados estão listados em Romanos 12.6-8, I Coríntios
12.4-11,27-31, e Efésios 4.11,12. Quando os crentes reconhecem humildemente
a sua parceria no corpo de CRISTO, os seus dons podem ser usados de maneira
eficaz.Quando os crentes usam os
seus dons no serviço humilde aos outros, a graça de DEUS pode fluir deles.
Os dons que DEUS dá aos crentes são tão variados e multifacetados quanto os
próprios crentes. Assim como a graça de DEUS varia ao tratar as pessoas, os
dons de DEUS (dados devido à sua graça) também variam na administração da
sua graça como corpo de CRISTO na terra. Administrá-los bem significa não
ocultar os dons, mas usá-los como devem ser usados - para servir e edificar
o corpo de CRISTO. I Ped 4.11 Pedro encorajou
os crentes para que usassem os seus dons (4.10). Os homens e mulheres que
falam devem ser responsáveis pelo que dizem, falando segundo as palavras de
DEUS. Da mesma maneira, aqueles que foram dotados com habilidades que se
centram em ajudar aos outros também têm uma responsabilidade - não servir
com as suas próprias forças, mas segundo o poder que DEUS dá. Se os crentes
servirem unicamente com as suas próprias forças, ou para parecerem bons aos
olhos dos outros, eles começarão a pensar que servir é uma tarefa exaustiva.
Mas servir com o poder de DEUS significa ser capaz de fazer mais do que é
pedido, e fazê-lo com um único objetivo: para que DEUS seja glorificado por
JESUS CRISTO. Quando os crentes usarem os seus dons como DEUS ordena (para
ajudar os outros e edificar a igreja), os outros verão a JESUS CRISTO neles
e glorificarão ao Senhor pela ajuda que receberam.
Comentário do Novo
Testamento Aplicação Pessoal.
Editora CPAD. Vol 2. pag. 729.
(1) A regra é que, qualquer
que seja o dom, comum ou extraordinário, quaisquer que sejam o poder, a
habilidade ou a capacidade para fazer o bem que nos foram dados, devemos
administrar, ou servir, uns aos outros com eles, não nos considerando
senhores, mas somente “...bons despenseiros da multiforme graça”, ou dos
diversos dons de DEUS. Aprenda: [1] Seja qual for a habilidade que tivermos
para fazer o bem, precisamos reconhecê-la como um dom de DEUS e atribuí-lo à
sua graça. [2] Quaisquer dons que tenhamos recebido, devemos considerá-los
como recebidos para o uso uns aos outros. Não podemos tomá-los para nós
mesmos, nem escondê-los num lenço, mas servir com eles aos outros da melhor
maneira que conseguirmos. [3] Ao recebermos os multiformes dons de DEUS,
precisamos considerar-nos apenas despenseiros, e agir de acordo com isso. Os
talentos que nos são confiados são bens do nosso Senhor, e precisam ser
empregados de acordo com a orientação dele. E se exige de um despenseiro que
seja encontrado fiel.
(2) O apóstolo exemplifica
as suas orientações acerca dos dons em dois aspectos particulares: falar e
administrar, acerca dos quais ele dá estas regras: [1] “Se alguém, seja um
ministro em público, seja um cristão numa reunião particular, falar ou
ensinar, precisa fazê-lo segundo as palavras de DEUS”, que nos orientam
acerca dos assuntos da nossa fala. O que os cristãos em particular ou os
ministros em público ensinam e falam precisa ser a pura palavra e os
oráculos de DEUS. Acerca da maneira de falar, precisa ser com seriedade,
reverência e solenidade, que convém à santa e divina palavra. [2] “Se alguém
administrar, ou como um diácono, distribuindo donativos da igreja e cuidando
dos pobres, ou como pessoa particular, por meio de dádivas e contribuições
de caridade, administre segundo o poder que DEUS dá”. Aquele que recebeu
abundância e habilidades de DEUS deve administrar com abundância, e de
acordo com sua habilidade. Essas regras devem ser seguidas e praticadas para
este fim, “...para que em tudo, em todos os seus dons, ministrações e
serviços, DEUS seja glorificado” (v.11), “...para que vejam as vossas boas
obras e glorifiquem o vosso Pai que está nos céus” (Mt 5.16), “...por JESUS
CRISTO” (v. 11), que obteve e concedeu esses dons aos homens (Ef 4.8), e
unicamente por meio de quem nós e nossos serviços são aceitáveis a DEUS (Hb
13.15), a quem, JESUS CRISTO, “...pertence a glória e o poder para todo o
sempre. Amém.” Aprenda que, em primeiro lugar, é dever dos cristãos em
particular e dos ministros em público falar uns aos outros das coisas de
DEUS (Ml 3.16; Ef 4.29; SI 145.10-12). Em segundo lugar, importa seriamente
a todos os pregadores do evangelho manter-se próximos da palavra de DEUS, e
tratar essa palavra como os oráculos de DEUS. Em terceiro lugar os cristãos
não devem somente cumprir com as suas obrigações, mas precisam cumpri-las
com vigor e de acordo com as suas melhores habilidades. Em quarto lugar, em
todos os deveres e serviços da vida devemos almejar a glória de DEUS como o
nosso propósito principal; todas as outras coisas precisam ser submetidas a
isso, que vai santificar nossos atos e coisas comuns (1 Co 10.31). Em quinto
lugar, DEUS não é glorificado por nada do que fazemos se não oferecermos
isso a Ele por meio da mediação e dos méritos de JESUS CRISTO. Em tudo DEUS
seja glorificado por JESUS CRISTO, que é o único caminho para o Pai. Em
sexto lugar, a adoração que o apóstolo presta a JESUS CRISTO e o fato de lhe
atribuir louvor e domínio eternos provam que JESUS CRISTO é o DEUS
Altíssimo, bendito acima de tudo para sempre. Amém.
HENRY. Matthew.
Comentário Matthew Henry Novo Testamento ATOS A APOCALIPSE Edição completa.
Editora CPAD. pag. 879-880,
O ministro é um mordomo fiel
(4.1-6)
Paulo ainda está corrigindo
o mesmo problema identificado desde o capítulo 1, a divisão na igreja em
virtude do culto à personalidade. O mundo estava entrando na igreja de
Corinto e a filosofia do mundo conduzia os seus assuntos internos.
Corinto era uma cidade grega
e o grande hobby dessa cidade era ir para a praça, a ágora, a fim de escutar
os grandes filósofos e pensadores discutirem suas idéias e exporem a maneira
como viam o mundo ao seu redor. Eles se identificavam com um ou outro líder,
com esse ou aquele filósofo. Eles acabavam se tornando seguidores de homens.
Centrando-se em seus
líderes, os coríntios estavam prestando fidelidade a homens; homens de DEUS
é verdade, mas apenas homens. Essa era a maneira que o mundo se comportava e
ensinava. Sempre que a igreja segue os grandes nomes e gira em torno de
homens, está imitando o mundo.
Uma vez que eles estavam
acostumados a vivenciar isso no mundo, queriam, agora, fazer o mesmo dentro
da igreja. Por isso, diziam: Eu sou de Paulo, eu de Apolo, eu de Cefas e eu
de CRISTO.
Como Paulo combate essa
idéia do culto à personalidade?
Após afirmar que os obreiros
da igreja são apenas servos ou diáconos, ele prossegue em seu argumento,
dizendo que eles são escravos condenados à morte que trabalham sob as ordens
de um superior (4.1). Vamos examinar alguns pontos importantes:
Em primeiro lugar, o
obreiro é um escravo sentenciado à morte. Paulo escreve: “Assim,
pois, importa que os homens nos considerem como ministros de CRISTO” (4.1).
A palavra “ministro” na língua portuguesa representa o primeiro escalão do
governo. O ministro é uma pessoa que ocupa uma alta posição política, de
grande projeção na liderança, e tem em suas mãos um grande poder e
autoridade. Se olharmos a palavra “ministro” no campo religioso, estaremos
falando de alguém que exerce a função de líder na igreja local. Todavia, a
palavra usada pelo apóstolo Paulo para definir o ministro nos dá uma idéia
totalmente contrária. A palavra grega usada é huperetes, que significa um
remador de galés (navios).
Essa palavra era utilizada
para a classe mais simples de servos. Os ministros são meros servos de
CRISTO. Eles não têm autoridade procedente deles mesmos. A palavra huperetes
só aparece aqui em todo o Novo Testamento. Nos grandes navios romanos
existiam as galés, que eram porões onde trabalhavam os escravos sentenciados
à morte. Aqueles escravos sentenciados à morte prestavam um serviço antes de
morrer. Eles tinham os seus pés amarrados com grossas correntes e
trabalhavam à exaustão sob o flagelo dos chicotes até à morte. Paulo diz
que o ministro não deve ser colocado no pedestal como o dono da igreja ou
como o capitão do navio, antes deve ser visto como um escravo que serve ao
capitão até à morte. Paulo está dizendo para não colocarmos os holofotes
sobre um homem, porque importa que os homens nos considerem como huperetes e
não como capitães do navio. O obreiro da igreja é um escravo já sentenciado
à morte, que deve obedecer as ordens do capitão do navio, o Senhor JESUS
CRISTO.Em segundo lugar, o
obreiro é um mordomo que obedece as ordens do seu Senhor (4.1). Paulo
usa agora uma nova figura. Ele diz que o obreiro é um despenseiro ou
mordomo. A palavra grega usada por Paulo é oikonomos, de onde vem a nossa
palavra mordomo. O ministro é um despenseiro, aquele que toma conta da
casa do seu senhor. Em relação ao dono da casa, o mordomo era um
escravo, mas em relação aos outros serviçais, ele era o superintendente. Sua
função era cuidar dos interesses do seu senhor. Ele cuidava da alimentação
da casa. Ele prestava contas, não aos seus colegas, mas ao seu senhor.Os mistérios de DEUS
representam aqui o evangelho, a Palavra de DEUS. O mordomo ou oikonomos era
a pessoa que cuidava da despensa, da dieta, da alimentação de toda a
família. O oikonomos era um administrador, mordomo, dirigente de uma casa,
com freqüência um escravo de confiança que era encarregado de todos os
negócios do lar. A palavra enfatiza que a pessoa recebe uma grande
responsabilidade, pela qual deve prestar contas. O que isso nos sugere?
a) Não era competência do
mordomo prover o alimento para a família; essa era uma responsabilidade do
dono, do senhor da casa. O ministro do evangelho não tem de prover o
alimento, porque esse já foi providenciado. Esse alimento é a Palavra de
DEUS. Compete ao ministro dar a Palavra de DEUS ao povo. O ministro não é
o provedor, ele é o garçom que serve as mesas. Ele não coloca alimento
na despensa, mas prepara o alimento e o serve. Ele não pode sonegar o
alimento que está na despensa, ou adulterá-lo nem substituí-lo por outro.
Ele precisa ser íntegro e fiel, dando ao povo o mesmo alimento que o dono da
casa proveu para a família.Sabemos, porém, que é
possível ter na despensa os melhores alimentos e, mesmo assim, ter na mesa a
pior refeição. A competência do mordomo era pegar a riqueza do alimento que
estava na despensa, que é a Palavra de DEUS, e preparar uma refeição
gostosa, saborosa, e balanceada: Leite para a criança, alimento sólido para
aqueles que podem suportá-lo. Não é conveniente preparar a mesma refeição
todos os dias. O ministro precisa ensinar todo o desígnio de DEUS. Paulo
diz: “Toda a Escritura é inspirada por DEUS é útil para o ensino, para a
repreensão, para a correção, para a educação na justiça, a fim de que o
homem de DEUS seja perfeito e perfeitamente habilitado para toda boa obra”
(2Tm 3.16, 17).
b) Nao era função do mordomo
buscar nova provisão ou servir qualquer alimento que não fosse provido pelo
senhor. A Palavra de DEUS deve ser ensinada de formas variadas. Paulo diz
para ensinarmos todo o conselho de DEUS (At 20.27). Ainda temos profetas e
apóstolos como tinham as igrejas primitivas! Eles pregavam mensagens de
revelação. Quando os profetas diziam Assim diz o Senhor, eles estavam
recebendo uma mensagem inspirada, inédita, e nova da parte de DEUS. Nem
sempre essa mensagem iria fazer parte do cânon das Escrituras.
Mesmo que um anjo descesse
do céu e pregasse outra mensagem que vá além daquela que está nas
Escrituras, deve ser prontamente rejeitada e considerada como anátema!
(G11.6-9).
c) A função do mordomo era
servir as mesas com integridade.
O ministro não é um filósofo
que cria a sua própria filosofia. Não é assim o despenseiro. Ele não cria
uma doutrina, uma teologia ou uma idéia a fim de aplica-la e ensiná-la. Cabe
a ele transmitir o que recebeu. E Paulo sempre usa essa expressão: “[Eu] vos
entreguei o que também recebi” (ICo 15.3). O despenseiro não pode entregar o
que não recebeu. E o que é que ele recebeu? E o que está na Palavra! Sendo
assim, o despenseiro não podia mudar o alimento. De igual forma, nós não
podemos mudar a mensagem. Também o despenseiro não podia adulterar o
alimento, ou seja, ele não podia mudar o conteúdo, a substância, e a
essência do alimento.Nós não podemos mudar nem
diluir a Palavra de DEUS. Ainda, o despenseiro não podia acrescentar nenhum
alimento no cardápio além daquele que estava na despensa. Nós não podemos
pregar o evangelho e mais alguma coisa. E o evangelho, somente o evangelho
e, todo o evangelho. Finalmente, o despenseiro não podia reter as iguarias
que o senhor da casa havia provido para toda a casa, para toda a família.
Ele tinha de distribuir todo o alimento que o seu senhor providenciara para
a família e para o restante da casa. E isso significa dizer que o
despenseiro precisa pregar para a igreja todo o conselho de DEUS. Não pode
pregar apenas as doutrinas da sua preferência. A melhor maneira de fazer
isso é pregando expositivamente, livro por livro. Essa é a maneira mais
adequada de se colocar na mesa todas as iguarias providenciadas pelo Senhor.
LOPES, Hernandes Dias. 1
Coríntios Como resolver conflitos na Igreja. Editora Hagnos. pag. 69-74.
III - OS DONS ESPIRITUAIS E O FRUTO DO ESPÍRITO
1. A necessidade dos
dons espirituais.
No capítulo 2, vimos o
Propósito dos Dons Espirituais. Neste item, podemos identificar a
necessidade dos dons para as igrejas em todos os tempos e lugares. Hoje,
mais do que nunca, com o esfriamento do amor e a multiplicação da iniquidade
(cf. Mt 24.12), a Igreja do Senhor JESUS necessita de mais poder, de mais
unção, de “mais demonstração do ESPÍRITO e de poder” (1 Co 2.4). Os teólogos
cessacionistas, que ensinam que os dons espirituais cessaram com o
fechamento do Cânon do Novo Testamento, e não há mais necessidade deles,
cometem equívoco elementar em sua exegese sobre a atualidade dos dons. O
fechamento do Cânon nada tem a ver com doutrina. Quer dizer que não se pode
acrescentar mais nenhum livro ao Novo Testamento.
No que concerne aos dons
espirituais, os ensinos cessacionistas não se firmam na boa interpretação da
Bíblia, porque carecem de fundamento escriturístico. Eles se baseiam em
premissas equivocadas, que aprenderam com seus mentores, nos seminários, ou
em seus tratados teológicos. Para esses teólogos, suas conclusões
cessacionistas tornaram-se dogmas, a exemplo do que ocorreu na teologia
católica. São postulados intocáveis, sagrados, infalíveis. Eles defendem,
corretamente, o postulado da “Sola Scriptura”, fundamento da Reforma, mas,
em seus estudos, valorizam mais a opinião dos teólogos do que a própria
Palavra de DEUS. Em nenhum lugar, na Bíblia, está escrito que os dons
espirituais deixaram de operar na igreja. Os dons espirituais, hoje, são
mais necessários do que no tempo dos apóstolos. Há uma “frente fria”,
passando pelos seminários, por faculdades teológicas, e por muitas igrejas,
em que não se vê a presença de DEUS, através dos dons espirituais, ou dos
sinais do poder de DEUS, na vida das pessoas.
Elinaldo Renovato. Dons
espirituais & Ministeriais Servindo a DEUS e aos homens com poder
extraordinário. Editora CPAD. pag. 155.
Ap 3.15,16 -
Conheço
as tuas obras, que nem és frio nem quente; quem dera foras frio ou quente!
Assim, porque és morno, e não és frio nem quente, vomitar-te-ei da minha
boca.
Conheço as tuas obras, que nem és frio
nem quente; quem dera foras frio ou quente!
Assim, porque és morno, e não és frio nem quente, vomitar-te-ei da minha
boca.
Apocalipse 3:15-16
Esta alusão ao abastecimento
de água de Laodicéia é uma metáfora adequada para as atividades desta
igreja. Laodicéia sempre tinha tido um problema com o seu abastecimento de
água. A cidade de Hierápolis, a noroeste, era famosa pelas suas fontes
minerais de águas quentes. Um aqueduto tinha sido construído para trazer
água das fontes à cidade. Mas, quando a água chegava à cidade, ela não
estava nem quente nem refrescante - somente morna e cheia de minerais
(impura), de maneira que tinha um sabor terrível. De acordo com CRISTO,
estes crentes não eram nem frios nem quentes, mas mornos, tão insípidos
quanto a água morna que chegava à cidade.
Muitos pensaram que as
palavras “quente” e “frio” se referem à espiritualidade, e que CRISTO
preferiria ter pessoas “frias” (sem nenhuma fé, ou sem nenhum tipo de
crescimento) a crentes “mornos” (que tinham um pouco de fé). Eles
interpretaram a palavra “frio” como sendo negativa, e “quente”, como sendo
positiva, com a palavra “morno” como um meio-termo entre estes dois estados.
Na verdade, tanto “frio” quanto “quente” devem ser interpretados como
estados positivos. CRISTO desejava que aquela igreja tivesse uma pureza
refrescante (fria), ou um valor terapêutico (quente), mas ela não tinha nada
disso.
Comentário do Novo
Testamento Aplicação Pessoal.
Editora CPAD. Vol 2. pag. 848-849.
Laodicéia Não É Quente Nem
Fria (Ap 3.15-17)
Encontravam-
se num perigoso estado intermediário - a mornidão espiritual. Não estavam
mais desejosos de corresponder ao movimento do ESPÍRITO, nem estavam frios o
suficiente para perceber quão grandes eram suas necessidades. Além de nada
fazerem à obra de DEUS, não respondiam ao seu chamado ao arrependimento. Por
isso, JESUS deseja que fossem frios ou quentes, pois, assim, poderia fazer
alguma coisa por eles.
O Senhor aquieta-se quando
lida com um povo a quem não pode usar nem abençoar. Os de Laodicéia não se
opunham ao Senhor, mas também não se aproximavam dEle. Como água morna não
serve para se beber, de igual modo os crentes mornos jamais se tornarão
aptos a seguir a CRISTO.
Por isso, Ele os "cuspirá"
(literalmente, "vomitar"), ou rejeita-los-á.
HORTON. Staleym. M.
Serie
Comentário Bíblico Apocalipse As coisas que Brevemente devem
acontecer. Editora CPAD.
Ap 3.15 O inquérito judicial
trata essa igreja como um bloco único. Não há os demais (Ap 2.24) ou alguns
(Ap 3.4 [BLH]) que se mantêm fiéis. Conheço as tuas obras, que nem és frio
nem quente. Água fervente ou fria tem utilidade. Contudo, a quem
fortaleceria ou refrescaria água morna? Nessa passagem, ela está sendo
oferecida a CRISTO, pois ele a degusta em sua boca (v. 16). Ela o repugna.
Ele é hóspede em Laodicéia e, com a maior tranqüilidade, os anfitriões
servem-lhe água morna. Servem-no com seu serviço lerdo, com seus cultos
sonolentos, com orações de ladainhas e com seu cuidado pastoral negligente.
Conheço, diz o Senhor diante dessa atividade. Obviamente ele o sabe, pois
ele tem de experimentá-lo. Toda a mornidão na comunidade, toda atitude lerda
e desligada, também diante das pessoas, fere a ele. O que é feito a um de
seus mais humildes irmãos, é praticado contra ele.
Não somente CRISTO, também
Satanás conhece a maré espiritual baixa da comunidade (cf. o comentário a Ap
3.1). Por isso ele os deixa integralmente em paz. Por isso não se informa
nada sobre tentação e perseguição, negação, apostasia ou abalos. Tudo está
intacto e tudo se realiza. O quadro de membros não dá razão para
preocupações. Sim, os membros mornos consideram o Senhor JESUS CRISTO tão
inócuo, que nem sequer se desligam.
Quem dera fosses frio ou
quente! Essa exclamação denota uma avaliação definida. O grau mais alto é
quente, p. ex., nos termos de Rm 12.11: sede fervorosos de espírito. Depois
segue-se na escala de valores a rejeição clara e fria. No nível mais baixo,
porém, está a mornidão. É nele que se abafa de modo suave, mas determinado,
o ardor e rugir do ESPÍRITO, evitando-se de toda forma ser um adversário.
Normalmente, esse caminho intermediário entre os extremos é considerado o
equilíbrio áureo. Contudo, o cristão nem a favor nem contra na verdade não
se encontra no meio, mas sim em queda livre, no ponto mais baixo da escala
de valores.
Entre a acusação e a palavra
de ameaça normalmente encontra-se o chamado ao arrependimento. Na presente
missiva, porém, precipita-se uma ira tão incandescida sobre a situação da
comunidade que a ameaça é acrescentada no mesmo fôlego. Isso não significa
que não seja mais possível o arrependimento, pois mais adiante segue-se o
convite para ele. Antes significa que diante da igreja amornada não se
apresenta nenhum Senhor morno. Seu ardor é esperança para todos os mornos.
16 Assim, porque és morno e
nem és quente nem frio, estou a ponto de vomitar-te da minha boca. Com
vistas a quatro igrejas o Senhor dissera: Tenho algo contra ti! Agora é
declarado: Tu me repugnas! Esse é o ápice da condenação. Ainda assim – ele
ainda suporta os insuportáveis por algum tempo. Justamente nesse ponto
segue-se uma palavra de arrependimento extraordinária, um lutar e requestar
por Laodicéia.
Adolf Pohl. Comentário
Esperança Apocalipse. Editora Evangélica Esperança.
2. Os dons espirituais
e o amor cristão.
No capítulo 12, de sua
primeira Carta aos Coríntios, o apóstolo Paulo discorre de maneira
inigualável sobre os dons espirituais. Ele termina o capítulo sobre os dons,
dizendo: “Portanto, procurai com zelo os melhores dons; e eu vos mostrarei
um caminho ainda mais excelente” (1 Co 12.31). Na sequência do tema dos dons
espirituais, ele continua seu ensino, demonstrando o valor do amor em ação,
ou da caridade, no uso dos dons espirituais. E prova, de modo cabal, que os
dons sem o amor de DEUS não significam nada. O amor, no exercício dos dons
espirituais, é o “caminho mais excelente”.No capítulo 13 de Coríntios,
sobre a “excelência do amor”, Paulo refere-se a vários dons espirituais,
afirmando que sem amor de nada adianta ter tais dons (1 Co 13.1-3).
Elinaldo Renovato. Dons
espirituais & Ministeriais Servindo a DEUS e aos homens com poder
extraordinário. Editora CPAD. pag. 153-154.
I Cor 12.31 Um caminho ainda
mais excelente não é uma comparação negativa entre dons e amor, visto que o
advérbio ainda indica a continuação do assunto. Todas as manifestações do
ESPÍRITO devem, ao mesmo tempo, manifestar o lado do amor, pois o amor é a
questão definitiva que está por trás de todas as coisas. PLENITUDE. Bíblia de
Estudo Plenitude. Editora Sociedade Bíblica, do Brasil. pag. 1190.
1Co 12.31b Em 1Co 12.31a -
Paulo incentivou os coríntios a buscar com zelo os dons especialmente
valiosos do ESPÍRITO. A essa solicitação ele poderia ter acrescentado sem
problemas as explanações de 1Co 14. Pois ali fala do valor dos dons
espirituais. No entanto, ele interrompe seu raciocínio para dizer aos
coríntios algo decisivo. “Muito além disso eu vos mostro um caminho”
[tradução do autor]. Não sabemos se o muito além disso deve ser ligado ao
verbo, como em 2Co 1.8; 4.17 ou se pertence, como adjetivo, ao caminho. De
acordo com a construção da frase ambas as alternativas são possíveis. Na
primeira opção o próprio Paulo estaria sob a impressão de que neste momento
sua instrução à igreja ultrapassa amplamente tudo o que disse até agora,
atingindo aqui seu verdadeiro ápice. No segundo caso estaríamos sendo
lembrados de que a expressão caminho – sobretudo em Atos – é usada para
designar o cristianismo propriamente dito (At 9.2; 24.14; mas também 13.10;
16.17; 18.25). Paulo está mostrando aos coríntios em que consiste a essência
do cristianismo e porque ele é um “caminho” tão inusitado, que sobrepuja a
tudo.
Segue-se o cântico dos
cânticos sobre o amor. Porém 1Co 13 não tem nada de efusão lírica! Esse
capítulo não tem nada a ver com um cântico. Ele é um dos ensinamentos mais
sérios exatamente diante das aflições da vida da igreja de Corinto. É uma
poderosa palavra de condenação e ao mesmo tempo uma palavra sobre
derradeiras e vívidas certezas.Paulo escreve sobre o amor.
Este é realmente o conceito central. Mas precisamente por isso Paulo tem um
receio perceptível de falar a esse respeito. Parece até que ele já está
vendo com que facilidade essa palavra pode ser mal-compreendida. Também na
carta aos Romanos o amor de DEUS, que está em CRISTO JESUS, nosso Senhor é a
certeza definitiva e que sustenta a tudo. Porém Paulo seleciona
primeiramente a dura palavra da justiça de DEUS, fazendo com que todo o
capítulo seja dominado por esse tópico, antes de colocar o amor de DEUS
diante da igreja em Rm 5.5ss e Rm 8.35-39. De igual maneira ele mencionou o
amor pela primeira vez na presente carta apenas em 1Co 8.1. E agora, em 1Co
13, ele o coloca no centro, obviamente com uma intensidade e determinação
incomparáveis.Como todo o NT, ele escolhe
o termo agape para amor, que praticamente não era usado no mundo em que
vivia o cristianismo. Ele conhecia o eros, o amor desejoso, que obviamente
no caso de alguém como Platão também podia conter o mais nobre anseio, mas
que ainda assim não deixa de ser um amor desejoso, voltado para o próprio
eu. Com agape, no entanto, o primeiro cristianismo designava a experiência
maravilhosa que tivera a partir de DEUS em CRISTO: um amor que não quer nada
para si, mas entrega e sacrifica tudo, especialmente para indignos,
culpados, inimigos, para pessoas que não podem retribuir nada nem agradecer
realmente. Por isso esse agape é em primeiro lugar e em sua origem o amor de
DEUS (1Co 13.13; 1Jo 4.16), o amor de CRISTO (2Co 5.14; Gl 2.20), o amor do
ESPÍRITO (Rm 15.30). Ele não é uma possibilidade humana, não é a maior
virtude. Muito menos ele é o que corriqueiramente entendemos por amor, até
mesmo por amor cristão. Até mesmo o mundo é muito bem capaz de produzir, sem
o cristianismo, um pouco de cordialidade e disposição para ajudar. O
costumeiro amor cristão verdadeiramente ainda não seria o caminho para
“muito além disso”. Ele ainda não é o fazer a mais de que JESUS falou em Mt
5.43-48. O agape somente pode ser proporcionado em CRISTO por intermédio do
ESPÍRITO SANTO (Rm 5.5b) como uma realidade radicalmente nova, oposta à
velha natureza egocêntrica. Assim, porém, ele é o que importa no ser cristão
agora e na eternidade.
Werner de Boor.
Comentário Esperança Cartas aos I Corinto. Editora Evangélica Esperança.