Pr. Henrique, EBD NA TV, DONS DE CURAR, Lições Bíblicas, COMENTO REVISTAS CPAD, BETEL E CENTRAL GOSPEL, Moro em Jordanésia, Cajamar, SP, morava em Imperatriz, MA, Pr. IEADI, estudos bíblicos, vídeos aula, gospel, ESPÍRITO SANTO, JESUS, DEUS PAI, slides, de Ervália, MG, Canal YouTube Henriquelhas, Igreja Evangélica Assembleia de Deus ministério Belém, área 58, Santana de Parnaíba, SP.
Escrita Lição 8, CPAD, JESUS Viveu A Experiência Humana, 1Tr25, Comentários Extras Pr Henrique, EBD NA TV
Escrita Lição 8, CPAD, JESUS Viveu A Experiência Humana, 1Tr25, Comentários Extras Pr Henrique, EBD NA TV
Para nos ajudar PIX 33195781620 (CPF) Luiz Henrique de Almeida
Silva
Ou Conta Banco 237, Bradesco, Imperatriz, MA, Agência 2365-5 conta
corrente 0007074-2 - Luiz Henrique de Almeida Silva
https://youtu.be/K0lXQvJTJTQ?si=0uPr3GnSk4TQpzou
Vídeo
Escrita https://ebdnatv.blogspot.com/2025/02/escrita-licao-8-cpad-jesus-viveu.html
Slides https://ebdnatv.blogspot.com/2025/02/slides-licao-8-cpad-jesus-viveu.html
ESBOÇO DA LIÇÃO 8, CPAD, 1TR25
I – A EXPERIÊNCIA HUMANA NO MINISTÉRIO DE JESUS
1. Os debates com as autoridades religiosas
2. A vida social e religiosa de JESUS
3. Características próprias do ser humano
II – HERESIAS QUE NEGAM A HUMANIDADE DE JESUS
1. Apolinarismo
2. Reação da igreja
3. Monotelismo
III – COMO ESSAS HERESIAS SE APRESENTAM NOS DIAS ATUAIS
1. Quais países JESUS visitou quando esteve entre nós?
2. JESUS era visto como alguém da comunidade
TEXTO ÁUREO
E percorria JESUS toda a Galileia, ensinando nas suas sinagogas, e
pregando o evangelho do Reino, e curando todas as enfermidades e moléstias
entre o povo.” (Mt 4.23)
VERDADE PRÁTICA
O Senhor JESUS CRISTO teve vida social — amigos, parentes —,
interagia com as pessoas, e era conhecido dos vizinhos e moradores de Nazaré,
onde fora criado.
LEITURA DIÁRIA
Segunda - Mt 4.23-25 JESUS caminhava
por toda a Galileia, pregando, ensinado e curando enfermos
Terça - Mc 6.2,3 JESUS e sua família eram conhecidos na
cidade onde viviam
Quarta - Lc 4.16 A participação de JESUS no culto nas
sinagogas
Quinta - Lc 5.27-30 JESUS tinha vida social como qualquer
pessoa de sua época
Sexta - Jo 2.1,2 JESUS participou de um casamento em Caná da
Galileia, uma celebração comum da época
Sábado - Jo 4.7-10 JESUS procurava interagir com as pessoas
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE - João 1.43-51; Mateus 26.37,38,42
João 1
43 - No dia seguinte, quis JESUS ir à Galileia, e achou a Filipe, e
disse-lhe: Segue-me.
44 - E Filipe era de Betsaida, cidade de André e de Pedro.
45 - Filipe achou Natanael e disse-lhe: Havemos achado aquele de
quem Moisés escreveu na Lei e de quem escreveram os Profetas: JESUS de Nazaré,
filho de José.
46 - Disse-lhe Natanael: Pode vir alguma coisa boa de Nazaré?
Disse-lhe Filipe: Vem e vê.
47 - JESUS viu Natanael vir ter com ele e disse dele: Eis aqui um
verdadeiro israelita, em quem não há dolo.
48 - Disse-lhe Natanael: De onde me conheces tu? JESUS respondeu e
disse-lhe: Antes que Filipe te chamasse, te vi eu estando tu debaixo da
figueira.
49 - Natanael respondeu e disse-lhe: Rabi, tu és o Filho de DEUS,
tu és o Rei de Israel.
50 - JESUS respondeu e disse-lhe: Porque te disse: vi-te debaixo da
figueira, crês? Coisas maiores do que estas verás.
51 - E disse-lhe: Na verdade, na verdade vos digo que, daqui em
diante, vereis o céu aberto e os anjos de DEUS subirem e descerem sobre o Filho
do Homem.
Mateus 26
37 - E, levando consigo Pedro e os dois filhos de Zebedeu, começou
a entristecer-se e a angustiar-se muito.
38 - Então, lhes disse: A minha alma está cheia de tristeza até à
morte; ficai aqui e vigiai comigo.
42 - E, indo segunda vez, orou, dizendo: Meu Pai, se este cálice
não pode passar de mim sem eu o beber, faça-se a tua vontade.
http://www.cpad.com.br/harpa-crista-grande-90-anos-luxocor-preta-/p
Hinos Sugeridos: 344,
465, 481 da Harpa Cristã
))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))
SUBSÍDIOS EXTRAS PARA A LIÇÃO 8, CPAD, 1TR25
)))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))
Lição 3 - A Infância de JESUS
2º trimestre de 2015 - JESUS, o Homem Perfeito: O Evangelho de
Lucas, o Médico Amado.
Comentarista da CPAD: Pastor: José Gonçalves
Complementos, ilustrações, questionários e vídeos: Pr. Luiz
Henrique de Almeida Silva
TEXTO ÁUREO
"E crescia JESUS em sabedoria, e em estatura, e em graça para
com DEUS e os homens." (Lc 2.52)
VERDADE PRÁTICA
Crescer de forma integral e uniforme, como JESUS cresceu, deve ser
o alvo de todo cristão.
LEITURA DIÁRIA
Segunda - Lc 2. 40,52; Mc 6.31,32 JESUS ensina a respeito do
cuidado com o corpo
Terça - Lc 2.51 JESUS e o seu proceder familiar impecável
Quarta - Lc 4.16 JESUS CRISTO e a cultura do seu tempo
Quinta - Lc 12.50 JESUS e o desenvolvimento da personalidade
Sexta - Lc 20.19-26 JESUS e o controle emocional diante das dificuldades
Sábado - Lc 2.46-49 JESUS e o fortalecimento do espírito
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE - Lucas 2.46-49; 3.21,22
Lc 2.46 - E aconteceu que, passados três dias, o
acharam no templo, assentado no meio dos doutores, ouvindo-os e
interrogando-os. 47 - E todos os que o ouviam admiravam a sua inteligência e
respostas. 48 - E, quando o viram, maravilharam-se, e disse-lhe sua mãe: Filho,
por que fizeste assim para conosco? Eis que teu pai e eu, ansiosos, te
procurávamos. 49 - E ele lhes disse: Por que é que me procuráveis? Não sabeis
que me convém tratar dos negócios de meu Pai?
Lc 3.21 - E aconteceu que, como todo o povo
se batizava, sendo batizado também JESUS, orando ele, o céu se abriu, 22 - e o
ESPÍRITO SANTO desceu sobre ele em forma corpórea, como uma pomba; e ouviu-se
uma voz do céu, que dizia: Tu és meu Filho amado; em ti me tenho comprazido.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Mostrar que JESUS cresceu fisicamente.
Conhecer como se deu o crescimento social de
JESUS.
Saber como se deu o desenvolvimento
cognitivo (processo de aquisição do conhecimento) de JESUS.
Aprender como se deu o desenvolvimento
espiritual de JESUS.
CONHEÇA MAIS
*Os pais e irmãos de JESUS
"Não sabemos muito sobre a família de JESUS; entretanto, fica
claro, conforme o relato dos Evangelhos, que os pais, irmãos e irmãs de JESUS
eram muito conhecidos na cidade de Nazaré (Mt 13.54-56). Os primeiros anos da
vida de JESUS foram tão normais que as pessoas que o viram crescer ficaram
surpresas com o fato de que Ele pudesse ensinar com autoridade sobre DEUS e
fazer grandes milagres - achavam que era apenas um carpinteiro como José".
Leia mais em Guia Cristão de Leitura da Bíblia, CPAD, p. 28
Resumo da Lição 3 - A Infância de JESUS
I - JESUS CRESCEU FISICAMENTE
1. A dimensão corpórea de JESUS.
2. O cuidado com o corpo.
II - JESUS CRESCEU SOCIALMENTE
1. JESUS e a família.
2. JESUS e a cultura local.
III - JESUS CRESCEU PSICOLOGICAMENTE
1. A dimensão psicológica de JESUS.
2. JESUS e as emoções.
IV - JESUS CRESCEU ESPIRITUALMENTE
1. Crescendo na graça e fortalecendo o espírito.
2. JESUS e sua maioridade.
SÍNTESE DO TÓPICO I - JESUS
teve um crescimento físico normal, igual às crianças de sua idade.
SÍNTESE DO TÓPICO II - JESUS,
enquanto criança, teve um desenvolvimento social saudável.
SÍNTESE DO TÓPICO III - O
menino JESUS teve um desenvolvimento cognitivo saudável, compatível com cada
fase da vida.
SÍNTESE DO TÓPICO IV - Enquanto
criança, JESUS também teve um desenvolvimento espiritual saudável.
SUBSÍDIO HISTÓRICO
"A humanidade de JESUS. Teólogos têm se mostrado confusos
quanto à precisão do relacionamento entre a humanidade de JESUS e sua
divindade. Tudo o que podemos dizer, com certeza, é que JESUS é tanto DEUS
quanto homem. Como ser humano, descendente de Adão, nasceu e viveu uma vida
humana normal. Teve fome e exaustão física. Conheceu a rejeição e o sofrimento.
Gostava das celebrações nupciais e das festas. Sentiu pena do desamparado,
frustração da apatia de seus seguidores e ira pela indiferença dos líderes
religiosos diante do sofrimento humano. Era um ser verdadeiramente humano no
melhor e ideal sentido da palavra. Por tudo isso, é um exemplo para nós"
(RICHARDS, Lawrence O. Guia do Leitor da Bíblia. 1. ed. Rio de Janeiro: CPAD,
2005, p. 653).
SUBSÍDIO TEOLÓGICO I
"Os primeiros anos de vida de JESUS foram tão normais que as pessoas que o
viram crescer ficaram surpresas com o fato de que Ele pudesse ensinar com
autoridade sobre DEUS (Lc 2.46,47) e fazer grandes milagres - achavam que era
apenas um carpinteiro como José o fora antes dEle. Em meados do século II d.
C., histórias imaginativas começaram a ser escritas sobre o início da vida de
JESUS, afirmando que tinha poderes sobre-humanos. Por exemplo, na Infância de
CRISTO segundo Tomé, Ele forma passarinhos de barro e os traz à vida!"
(Guia Cristão de Leitura da Bíblia. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2013, p.28).
SUBSÍDIO TEOLÓGICO II
"Com a idade de 12 anos, um menino judeu se torna 'filho da lei'. Nesse
momento, ele aceita os deveres e obrigações religiosas aos quais os pais o
entregaram pelo rito da circuncisão. Para JESUS, isto acontece quando seus pais
sobem a Jerusalém para celebrar a Páscoa. O Antigo Testamento ordenava que a
pessoa do sexo masculino comparecesse em Jerusalém para três festas: a Páscoa,
o Pentecostes e os Tabernáculos (Êx 23.14-17). A dispersão dos judeus pelo
mundo tornou impossível que todos fizessem isto nos dias de José e Maria.
Apesar da distância, os judeus devotos faziam a jornada pelo menos uma vez por
ano para a Páscoa. Não era exigido que as mulheres comparecessem, contudo,
muitas iam" (Comentário Bíblico Pentecostal. 1.ed. Vol. 1. Rio de Janeiro:
CPAD, 2009, p. 331).
PARA REFLETIR - Sobre os ensinos do Evangelho de
Lucas, responda:
De que forma a lição mostra a dimensão corpórea de JESUS?
A lição mostra que JESUS cresceu como qualquer ser humano e, como tal,
JESUS viveu os limites dessa dimensão corpórea.
De que forma era estruturada a família nos dias de JESUS?
Os estudiosos observam que a família hebraica obedecia à seguinte estrutura
social: endógama - casam-se com parentes; patrilinear -
descendência pai-filho; patriarcal - poder do pai; patrilocal -
a mulher vai para a casa do marido; ampliada - reúne os
parentes próximos todos no grupo, e polígena - tem muitas
pessoas.
Como as Escrituras demonstram o equilíbrio psicológico de JESUS?
As Escrituras mostram que JESUS tinha total domínio sobre suas emoções. Ele
não sofria de nenhum distúrbio mental ou emocional.
De que forma a lição ilustra o crescimento de JESUS?
Ilustra como um crescimento saudável, perfeito.
Para você, o que é crescer de forma integral?
Apesar de a resposta ser pessoal, havendo entendido a lição é necessário
que o aluno responda, mais ou menos, nestes termos: É crescer de forma completa
- corpo, alma, espírito.
CONSULTE a Revista Ensinador Cristão -
CPAD, nº 62, p. 38.
SUGESTÃO DE LEITURA
- Ministério Dirigido por JESUS
- Razões para Crer
- Vincent II - comentário exegético e um estudo léxico gramatical.
Comentários de vários livros com algumas modificações do Pr. Luiz
Henrique
Versículo 39
Eles voltaram para a Galileia - É muito provável, que, assim como a
apresentação no templo, e as cerimônias de purificação em relação a ele e à sua
mãe, haviam sido realizadas, que a sagrada família voltou para a Galileia, como
Lucas aqui fala, foi nessa época que receberam a visita dos magos.
Observação do Pr. Luiz Henrique - Ali, em
Nazaré, continuaram até que Herodes iniciou a matança das crianças de dois
anos para baixo (idade provável de JESUS ai por volta de 2 meses, já que a
cerimônia de purificação de Maria foi realizada após 40 dias do nascimento da
criança (no caso de homem, 7 mais 33 dias - 40 dias, se fosse mulher seriam 14
dias mais 66 dias - 80 dias). Os magos acharam JESUS numa casa e não numa
manjedoura como diz Mateus 2.21. A matança das crianças foi revelada a eles
pelo Senhor, então eles fugiram para o Egito, onde continuaram até a morte de
Herodes; daí fizeram um segundo regresso a Nazaré, como está em Mateus 2.23.
Lucas 2.39 - E, quando acabaram de cumprir tudo segundo a lei
do Senhor, voltaram à Galileia, para a sua cidade de Nazaré.
Mateus 2.21 - E, entrando na casa (grifo nosso),
acharam o menino com Maria sua mãe e, prostrando-se, o adoraram; e abrindo os
seus tesouros, ofertaram-lhe dádivas: ouro, incenso e mirra.
Levíticos 12.2-6 - Fala aos filhos de Israel, dizendo: Se uma
mulher conceber e der à luz um menino, será imunda sete dias, assim como nos
dias da separação da sua enfermidade, será imunda. E no dia oitavo se
circuncidará ao menino a carne do seu prepúcio. Depois ficará ela trinta e
três dias no sangue da sua purificação; nenhuma coisa santa tocará e não
entrará no santuário até que se cumpram os dias da sua purificação. Mas, se der
à luz uma menina será imunda duas semanas, como na sua separação; depois ficará
sessenta e seis dias no sangue da sua purificação. E, quando forem
cumpridos os dias da sua purificação por filho ou por filha, trará um cordeiro
de um ano por holocausto, e um pombinho ou uma rola para expiação do pecado,
diante da porta da tenda da congregação, ao sacerdote.
Mateus 2.12 - E, sendo por divina revelação avisados num sonho para
que não voltassem para junto de Herodes, partiram para a sua terra por outro
caminho.
Mateus 2.23 - E, ouvindo que Arquelau reinava na Judéia em lugar de
Herodes, seu pai, receou ir para lá; mas avisado num sonho, por divina
revelação, foi para as partes da Galileia.
E chegou, e habitou numa cidade chamada Nazaré, para que se cumprisse o que
fora dito pelos profetas: Ele será chamado Nazareno.
Versículo 40
A criança cresceu - Quanto ao seu corpo - estava em perfeita saúde.
Se fortalecia em espírito - Sua alma racional tornou-se forte e vigorosa.
Repleto de sabedoria - A divindade continuava a comunicar-se mais e mais, na
proporção do aumento do princípio racional. O leitor nunca deve esquecer que JESUS
era um homem perfeito, sem pecado. E a graça de DEUS estava sobre ele - A
palavra χαρις, não só significa graça na aceitação comum da palavra, (favor
imerecido), mas significa também favorecimento ou aprovação: é esse o
sentido mais adequado para ele aqui, quando aplicado à natureza humana de
nosso bendito Senhor; e, assim a maioria dos tradutores reconhecem Lucas 2:52.
CRISTO, que não conheceu pecado, cresceu no favor de DEUS; e, apesar de sua
natureza humana, recebeu o aumento da graça do ESPÍRITO SANTO. A partir disso,
aprendemos que, se um homem fosse tão puro e tão perfeito como o homem JESUS
CRISTO foi, ele cresceria tanto que se tornaria à imagem, e, consequentemente,
semelhança de DEUS. DEUS ama e concede maior graça a todas as pessoas, em proporção
com a proximidade que cada um procura Dele e se torna cada dia mais parecido
com Ele.
Versículo 41
Seus pais iam - a cada ano - Este era o costume anual, pois eram
intimados positivamente pela lei, Êxodo 23:17. Mas não parece que as crianças
eram obrigadas a estar presentes. Como JESUS já estava com 12 anos, era já um
jovem adolescente pronto para ser apresentado aos rabinos e teria dai para
frente que comparecer em Jerusalém três vezes no ano, Êxodo 34:23.
Lucas 2:42, diz que JESUS acompanha seus pais para a festa. Nesta
idade as crianças do sexo masculino eram obrigados a comparecer perante o
Senhor nas três festas públicas - a festa dos pães ázimos, de semanas, e dos
tabernáculos. De acordo com os cânones judaicos, era a idade em que eles eram
obrigados a começar a aprender uma profissão.
Versículo 44
Supondo que ele estava em companhia do outro(a) - Alguns supõem que
os homens e mulheres marcharam em grupos distintos, nestas ocasiões, o que é
muito provável; e que, por vezes, as crianças faziam companhia aos homens, às
vezes às mulheres. Isso pode ter levado José e Maria a agirem com um descuido
imperdoável. José, não vendo JESUS em companhia dos homens, poderia supor que
ele estava com sua mãe em companhia das mulheres; e Maria, não o vendo com ela,
poderia imaginar que Ele estava com José.
Foi um dia de viagem - Como
podem uma mãe e um pai passarem um dia inteiro sem olharem para seu maior
tesouro? Onde estavam os cuidados com a alimentação e amor da mãe? Quando
perceberam o descuido correram em busca do Menino por dois dias.
Como é que me procuráveis? -
Isso não está concebido como uma repreensão suave? Por que me buscam? Vocês
deveriam saber do meu ofício, que eu estou constantemente empregado na execução
da vontade do Altíssimo.
Negócios de meu Pai? - Εν τοις του πατρος μου , as
preocupações do meu pai. Alguns pensam que estas palavras devem ser traduzidas,
Na casa de meu Pai; que foi um motivo que eles deveriam tê-lo procurado apenas
no templo. Como se ele tivesse dito: Onde deve uma criança encontrada, senão na
casa de seu pai? Esta tradução é defendida por Grotius, Pearce, e outros; e é a
leitura do siríaco, mais tarde Persic, armênio e versões. Nosso Senhor
aproveitou esta oportunidade para instruir José e Maria a respeito de sua
natureza divina e missão. preocupações de Meu Pai. Isso
poderia ter sido facilmente mal interpretado. Aí mostra que Ele desceu do céu.
José não pensou no templo; ainda não entendia completamente o que estava
ocorrendo com JESUS. Como tardos de coração é o homem para creditar qualquer
coisa que vem de DEUS!
Versículo 51
Era-lhes sujeito - comportado em relação a eles
com toda a submissão obediente. Provavelmente sua dedicação ao trabalho com as
mãos no negócio do pai carpinteiro, conhecido na cidade, está aqui também
implícito: ver em Lucas 2:41. Nenhuma criança entre os judeus era educado na
ociosidade. Não é este o carpinteiro? Foi um ditado dos judeus que parecem ter
tido um conhecimento adequado do seu ofício, enquanto na casa de José. Veja
Mateus 13:55.
Versículo 52
JESUS crescia em sabedoria - Veja em
Lucas 2:40
As seguintes observações, tomadas principalmente do Sr. Claude,
sobre o tema exposto, valem bem a pena a atenção do leitor.
O nascimento de CRISTO é anunciado aos pastores.
1.DEUS revela sua graça não apenas ao grande e poderoso do mundo,
mas também ao mais simples e insignificante ser humano.
2.DEUS parece ter mais prazer em abençoar os menos favorecidos que
em distribuí-los entre pessoas de posição elevada. Aqui está um exemplo: Ele
enviou um anjo do céu para os pastores, e conduziu-os para o berço do Salvador
do mundo.
3.Neste encontro dos anjos e pastores, você vê uma característica
permanente da economia de JESUS CRISTO; em que as coisas mais elevadas e mais
sublimes são unidas com a mais vil e mais baixa. Em sua pessoa, o Verbo eterno
se une a uma criatura, a natureza divina para o ser humano, infinito a
enfermidade. Em sua cruz, embora ele aparece nu, coroado de espinhos, e
expostos a tristezas, mas, ao mesmo tempo, ele sacode a terra, e provoca
eclipse do sol. Aqui, nos mesmos moldes, são anjos familiarizadas com pastores;
anjos, para marcar sua majestade; pastores, a sua humildade.
4.Esta missão de anjos se relaciona com o fim para o qual o Filho
de DEUS veio ao mundo; pois ele veio para estabelecer uma comunhão entre DEUS e
os homens, e para fazer a paz entre os homens e anjos: a este deve ser
encaminhado o que diz Paulo, Colossenses 1:20, e que, havendo por
ele feito a paz pelo sangue da sua cruz, por meio dele reconciliasse consigo
mesmo todas as coisas, tanto as que estão na terra como as que estão nos céus.
Evangelho de Lucas - Adam Clarke
A INFÂNCIA DE JESUS
Nesta lição, devemos informar aos alunos que não existe nenhuma
narrativa extensa sobre a infância de JESUS na Bíblia. E se não está na Bíblia,
principalmente nos Evangelhos, não há outra fonte digna de confiança e
merecedora de crédito quanto à narrativa da infância de JESUS CRISTO.
Com essa afirmação queremos dizer que não há informação digna de confiança
porque os documentos extras bíblicos, que reclamam tal status, e tentam dar
conta desse lapso de tempo da infância de JESUS, são bem posteriores aos Evangelhos,
e foram influenciados pelo gnosticismo, uma heresia combatida pela Igreja do
primeiro século, fundamentalmente por intermédio das cartas apostólicas.
Em segundo lugar, por falta de material sobre a infância de JESUS,
muitas são as especulações sobre ela, não contribuindo em nada para o nosso
conhecimento sobre o Senhor e a sua história como menino.
É importante ressaltar na ministração da lição, a intenção do
evangelista em destacar a infância de JESUS. Ao analisarmos o contexto das
passagens que envolvem a infância e a adolescência do nosso Senhor, vemos que
Lucas não tem o objetivo de descrever a infância de JESUS numa
perspectiva biográfica. Embora haja dados biográficos no conteúdo, os
Evangelhos não são relatos preponderantemente biográficos. E não apresenta uma
preocupação cronológica com a estruturação das narrativas, embora o escrito Lucano
seja considerado, entre os Evangelhos, o mais cronológico.
O Evangelho de Lucas narra tudo o que sabemos sobre a infância e a
adolescência de JESUS. O objetivo de o evangelista narrá-lo é o de apresentar a
paternidade divina de nosso Senhor, pois Ele foi concebido no ventre de Maria
pelo ESPÍRITO SANTO. Nessa narrativa está presente "o anúncio do anjo
Gabriel a Maria sobre o nascimento de JESUS (Lc 1.26-38)"; "a
história do nascimento de JESUS e a presença de anjos juntamente com os
pastores de Belém (Lc 2.1-20)". Nosso Senhor foi uma criança comum,
crescendo e desenvolvendo- -se como qualquer criança da Antiga Palestina. Assim
o texto Lucano destaca a humanidade do nosso Senhor desde a tenra infância:
"a apresentação do menino ao Senhor no Templo (Lc 2.21 -40)"; "é
a única história do texto bíblico sobre JESUS na adolescência" (Lc
2.41-52). Portanto, a narrativa do nascimento de JESUS CRISTO está alocada no
Evangelho de Lucas como uma introdução de quem é a pessoa do meigo nazareno,
destacando sua paternidade divina e a sua característica humana.
Revista ensinador. Editora CPAD Ano 16 - N°
62. pag. 37.
COMENTÁRIO/INTRODUÇÃO
Os Anos Perdidos de JESUS
Há algum tempo encontrava-me manuseando um livro em uma livraria em
Curitiba (PR), quando um senhor se aproximou de mim. Após se identificar como
um teólogo tomou a iniciativa na construção de um diálogo. Através de sua fala
tomei conhecimento que possuía uma sólida formação acadêmica, visto ter se
formado em um conceituado Seminário evangélico brasileiro. Contou-me que a sua
fé estava sofrendo uma reviravolta porque, segundo disse, estava convencido de
que o ministério de JESUS não havia se limitado às terras bíblicas, porque, de
acordo com suas leituras, JESUS não teria se limitado a ficar na Palestina, mas
teria ido até a índia. Ali teria estudado com os monges e trabalhado a sua
espiritualidade! Perplexo, perguntei-lhe em que se baseava para fazer uma
afirmação tão ousada! Procurando ali mesmo nas prateleiras daquela livraria ele
encontrou o livro que o havia convencido a mudar de ideia. O livro falava algo
tipo: Os Anos Perdidos de JESUS.
1 A busca pelos supostos “anos perdidos de JESUS” tem sido objeto
de estudo de milhares de escritores em todo o mundo. Católicos, protestantes,
espíritas, ateus, agnósticos, artistas e cineastas têm feito um esforço enorme
para recontar a história de JESUS de Nazaré.
2 Alguns se atêm ao registro neotestamentário, mas outros vão muito
além daquilo que a Bíblia diz sobre o carpinteiro da Galileia. Para estes o
registro bíblico é insuficiente, visto que a igreja institucional teria
conspirado excluindo aqueles livros que continham relatos discordantes dos
textos canônicos. Fundamentados, portanto, em textos não canônicos, escritos na
sua maioria entre os séculos II e IV d. C., tentam descrever detalhes da
infância, adolescência e idade adulta de JESUS. Procuram dar voz àquilo que a
Bíblia silencia. Dessa forma seus argumentos não se fundamentam no que a Bíblia
diz, mas naquilo que ela não diz. Um exemplo clássico de um autor que foi até
as últimas consequências a esse respeito é Dan Brown, autor de O Código da
Vinci, um dos livros mais lidos do mundo e que foi adaptado para o cinema. A
tese de Brown, diga-se sem nenhum fundamento bíblico e histórico, é que JESUS
não é o Filho de DEUS, casou-se com Maria Madalena e a prole de ambos deu
início a uma linhagem sagrada.
José Gonçalves. Lucas, O Evangelho de JESUS, o
Homem Perfeito. Editora CPAD. pag. 36-37.
Colossenses 1:20, e que, havendo por ele feito a paz pelo sangue da
sua cruz, por meio dele reconciliasse consigo mesmo todas as coisas, tanto as
que estão na terra como as que estão nos céus.
Sim, DEUS estava «...em CRISTO...» porque o Filho de DEUS é o
agente ativo da reconciliação, em sua missão neste plano terreno. Essa
expressão pode ser considerada como vinculada a vários elementos da sentença, a
saber:
1. Com «...DEUS...» — «...DEUS estava em CRISTO...», o que expressa
a presença divina e a cooperação do Pai, em sua missão.
2. Outros pensam que a ligação é com «...reconciliação...»—DEUS
estaria reconciliando o mundo «em CRISTO», isto é, através de sua agência.
Nesse caso, isso seria um paralelo do versículo anterior, «...por meio de
CRISTO...», como declaração sobre como DEUS reconciliou o homem consigo
mesmo.
Ambas essas idéias são verdadeiras e aparecem inerentemente neste
versículo, não havendo maneira certa de dizer qual ideia é especialmente
indicada aqui. Se a segunda ideia está em foco, deveríamos compreender:
«DEUS, em CRISTO, reconciliava o mundo consigo mesmo». Mas se é a
primeira ideia que está em foco, deveríamos entender aqui: «DEUS, vivendo e
operando em CRISTO, reconciliava o mundo consigo mesmo». Se a segunda ideia é a
correta, então «...estava...» faz parte de uma frase verbal que está ligada ao
particípio «...reconciliando...» Mas se a primeira é que está correta, então
«...estava...» expressa a presença permanente de DEUS Pai com JESUS CRISTO, em
sua missão terrena. Ora, ambas as idéias são bíblicas, seja como for. Este
versículo assevera claramente que a reconciliação vem da parte de DEUS e é
oferecida ao homem, não dependendo do esforço humano por restaurar-se a DEUS;
por semelhante modo, assevera a divindade de todo esse processo, ou seja,
trata-se de algo que ultrapassa em muito aos esforços dos homens, conforme
também ensina toda esta secção.
Causas de nossa alienação de DEUS: A separação que existe entre o
homem natural e DEUS é que requer a reconciliação. James Reid (in loc.),
apresentou uma lista de quatro formas que essa separação assume:
1. A indiferença. O homem tem suas tribulações e fracassos, seus
desejos, seus anelos, seu senso de futilidade, mas com frequência não reconhece
que o seu problema é essencialmente de ordem espiritual. Deixou DEUS
inteiramente fora de sua vida, e preferiu enfatizar os valores terrenos, com
detrimento dos valores celestes. Por isso mesmo, ficou alienado do Pai
celestial.
2. A separação também pode assumir a forma de ressentimento contra
o Senhor DEUS. Essa pode assumir uma forma ativa e consciente, ou então
subconsciente. Alguns homens odeiam a DEUS, especialmente por causa do -
problema do mal, o moral e o natural. Os homens podem até mesmo aceitar a DEUS
como bom, dentro de um artigo de fé; mas se ressentem contra ele quando as
coisas não correm bem e a tragédia os atinge. Essa forma de alienação pode ser
um ressentimento contra toda e qualquer autoridade, e está identificada com
DEUS, direta ou indiretamente, por ser ele a autoridade suprema.
3. A alienação também se dá por causa do egoísmo, em que o
indivíduo busca somente os seus próprios interesses, até mesmo quando a sua
consciência reconhece a maldade das próprias ações, ou, pelo menos, quando
percebe que DEUS não vem apropriadamente servi-lo. O egoísmo aliena o homem do
homem, e também de DEUS. Já o amor é uma poderosa força que os une.
4. O senso de separação também pode ocorrer através do senso de
culpa, sobretudo se este for exagerado, mórbido. A psicologia tem revelado quão
prevalente é esse senso , destrutivo do bem-estar físico e espiritual do homem.
Em CRISTO é obtido o perdão dos pecados e a questão deveria ser
deixada nesse ponto, até onde o abandono ao pecado diz respeito. Porém, os
homens se castigam criando autoacusações mórbidas que estabelecem uma barreira
entre eles mesmos e DEUS, provocando a tribulação em suas vidas mentais e
espirituais. E daí resulta uma espécie de alienação entre eles e DEUS. Não
obstante, o senso de culpa é algo garantido pelo ESPÍRITO de DEUS, como parte
integrante da existência humana. Para os psicólogos é errôneo mudar o erro em
uma suposta razão, simplesmente para aliviar um complexo de culpa. É muito
melhor remover a causa do sentimento de culpa através da mudança de conduta.
Todos os pecados podem ser expiados por um homem honesto, e isso através da
restauração, até onde isso for possível, em qualquer dada circunstância, e
então através do arrependimento e do abandono do erro e das ações injuriosas.
CRISTO, O Agente
A reconciliação se torna uma realidade por meio dele. Essa é a
mensagem central do N. T., o que é reiterado de diversas maneiras. Em si mesmo,
o N. T., de acordo com certo ângulo, consiste de uma longa polêmica que busca
provar o ofício messiânico de JESUS, e como o CRISTO eterno se encarnou nele.
«...não imputando aos homens as suas transgressões...» (Com isso se
pode confrontar o trecho de Rom. 4:7,8). O oitavo versículo deste capítulo
encerra a mesma ideia, onde tal pensamento é comentado. O pecado não é
imputado sob a condição de fé; de outra maneira, se um homem não tem fé em
CRISTO e nem reconhece sua soberania, os seus pecados lhe serão imputados. O
termo grego «logidzomai», aqui utilizado, significa «levar em conta», «pôr na
conta de». Pois se os pecados não forem imputados à alma, isso significa que
seus efeitos deletérios não poderão prejudicá-la. Isso não significa que os
resultados derivados do pecado sejam removidos. Porquanto haveremos de colher
aquilo que tivermos semeado, embora sejamos perdoados, do mesmo modo que o
assassínio e o adultério de Davi lhe foram perdoados, mas mesmo assim teve ele
de sofrer as consequências de seus pecados. Pois o pecado macula, e não há como
evitar essa mácula, ainda que a alma escape da punição merecida.
«... .reconciliando consigo o mundo...» Não encontramos aqui uma
expiação limitada. O mundo inteiro está em foco, e não meramente os eleitos.
Pois o mundo inteiro é o objeto da reconciliação, embora isso só se torne
eficaz no caso daqueles que confiam em CRISTO. Em qualquer nível ou esfera, em
qualquer período da existência, assim deve suceder. (I João 2:2).
«....confiou a palavra de reconciliação...» Comentou Alford (in
loc.), sobre essas palavras: «Observemos que a reconciliação aqui aludida, bem
como no versículo próximo, vem de DEUS para nós, de modo absoluto e objetivo,
por meio do seu Filho; e que assim DEUS pode contemplar e tolerar
complacentemente um mundo pecaminoso, recebendo todos os que se aproximam dele
em CRISTO».
A Admirável Outorga
A outorga do ministério de reconciliação poderia ter sido feito aos
anjos ou a outros seres (talvez desconhecidos de nós). Porém, foi entregue ao
humilde homem, de tal maneira que, em amor, um ser humano pode ajudar a outro.
Isso agradou a DEUS, porquanto isso deu aos homens a oportunidade de viverem
segundo a lei do amor, que é a prova mesma da espiritualidade (ver I João 4:7).
Ouso dizer, entretanto, que essa missão não foi proporcionada exclusivamente ao
homem. Elevadíssimas forças estão envolvidas no uso de homens como agentes, os
quais (mui provavelmente), operam por si mesmos.
CHAMPLIN, Russell Norman, O Novo Testamento Interpretado
versículo por versículo. Editora Candeias. Vol. 4. pag. 348-349.
19 Uma “nova criação” começou. Não são as pessoas que alcançam a
DEUS com sua religiosidade, como pensavam os gentios devotos, da mesma forma
como os israelitas devotos. Não, DEUS é quem veio aos seres humanos perdidos.
“A saber, que DEUS estava em CRISTO, reconciliando consigo o mundo, não
imputando aos homens as suas transgressões.”
Foi de fato o próprio DEUS que “estava em CRISTO”. Quando
encontramos a CRISTO, deparamo-nos com o DEUS vivo. Porém não estava presente
de modo indefinido e bem genérico como “DEUS em CRISTO”. Sua presença em CRISTO
foi de uma espécie bem determinada, a saber, “reconciliando consigo o mundo”.
Como, porém, aconteceu essa sua obra de reconciliação? Paulo destaca que DEUS
afasta o maior empecilho que impedia uma “reconciliação”. Havia em nossa vida
toda o fardo da culpa, toda a profusão de incontáveis “transgressões”. Quando
DEUS as “imputa”, não pode haver reconciliação. Paulo não nos dirá
imediatamente como, afinal, o santo DEUS, o juiz justo do mundo, pode “não
imputar” a transgressão de seus mandamentos, tratando-a assim como não
acontecida.
“A saber, que DEUS estava em CRISTO reconciliando consigo o mundo.”
JESUS não age por conta própria em relação a DEUS e ao mundo. DEUS jamais é
“objeto”, nem mesmo objeto do Filho! Sempre e em todas as circunstâncias DEUS é
o soberano, que delibera e age a partir de si mesmo. Ele está plenamente
presente quando se trata da reconciliação do mundo. Em seguida, porém,
evidentemente é necessário que também a outra verdade seja testemunhada com
toda a clareza: esse DEUS reconciliador vem ao nosso encontro de nenhuma outra
forma senão exclusivamente em JESUS. Quem busca DEUS fora de JESUS, o
Crucificado, depara-se somente com a incontornável ira de DEUS. A reconciliação
do pecador com o DEUS santo existe unicamente em JESUS.
DEUS veio ao mundo em CRISTO. De uma vez por todas reconciliou
consigo o mundo no episódio passado no Calvário.
A ação de DEUS por intermédio de CRISTO vale para “o mundo” em sua
amplitude abrangente. Por princípio, nenhuma raça, nenhum povo, nenhuma pessoa
foi excluída dele. Justamente o “mundo”, esse mundo terrível cheio de
ateísmo, ódio, injustiça, mentira e egoísmo, tem necessidade da reconciliação.
Em razão disso, a ação reconciliadora de DEUS em CRISTO está direcionada para
ele.
Cabe notar mais uma coisa: DEUS reconciliou o mundo “consigo”, ou
seja, com ele, o DEUS vivo. Essa é a criação de uma nova comunhão. DEUS não
pára no “não lhes imputando as transgressões”. Ele quer e faz mais: pessoas
“reconciliadas” têm paz entre si e acesso uns aos outros. Em decorrência, por
causa da obra do CRISTO na cruz, não apenas escapamos ilesos da punição, não
apenas alcançamos a vida para nós mesmos, mas essa nova vida consiste
justamente na maravilhosa comunhão com DEUS, na condição de filhos e filhas de
DEUS.
A reconciliação, de DEUS, em CRISTO, de fato apenas nos alcança
porque vem a nós na mensagem, no evangelho. No entanto, o fato de que a
mensagem atinge e comove a nós, inimigos de DEUS, autocráticos, obstinados,
pessoas fechadas contra DEUS, isso por sua vez constitui integralmente uma obra
de DEUS. Por essa razão pertence direta e incondicionalmente à obra de
reconciliação: “imprimindo em nós a palavra da reconciliação”. Nessa declaração
Paulo deve ter em mente inicialmente que DEUS imprime a palavra da reconciliação
em seus mensageiros, de sorte que possam levá-la às pessoas com autoridade.
Contudo igualmente podemos lembrar o que acontece sob a proclamação e por meio
dela: agora a palavra também é “impressa” no coração dos ouvintes,
conferindo-lhes a reconciliação e tornando-os uma “nova criação”.
Werner de Boor. Comentário Esperança Cartas aos II
Corinto. Editora Evangélica Esperança.
I - JESUS CRESCEU FISICAMENTE
1. A DIMENSÃO CORPÓREA DE JESUS.
Ao contrário da literatura apócrifa, os textos canônicos, mesmo
sendo breves em seus relatos, revelam muito sobre o lado humano de JESUS. JESUS
nasceu e cresceu como qualquer outro menino da sua idade da Palestina dos seus
dias.
Os teólogos e educadores Eulálio Figueira e Sérgio Junqueira ao
descreverem a educação no antigo Israel no tempo de JESUS, fizeram uma
excelente exposição sobre essa dimensão humana de JESUS. Eles observam que
JESUS era semelhante a nós em tudo, menos no pecado (Hb 4.15), e que viveu o
mesmo processo de crescimento comum a todos os homens. Como todos os homens ele
cresceu nas dimensões biopsicossocial.
Lucas destaca que ele cresceu em sabedoria, tamanho e graça, diante
de DEUS e dos homens (Lc 2.52). Enquanto viveu em Nazaré, um vilarejo da
Galileia, JESUS “crescia e ficava forte, cheio de sabedoria, e a graça de DEUS
estava com ele” (Lc 2.40). Mesmo durante o seu ministério público, fazendo
discípulos, JESUS ia crescendo em contato com o povo. Cada ser humano que nasce
neste mundo, destacam esses expositores bíblicos, pertence a um determinado
lugar, a uma determinada família e a um determinado povo. Nasce, portanto,
sujeito a vários condicionamentos. Com JESUS também foi assim. Não há como
negar que fatores culturais, tais como o ambiente familiar, a língua e o lugar
onde nascemos marcam a vida de cada um de nós de forma profunda. Esses fatores
são independentes da nossa vontade. No entanto, fazem parte de nossa existência,
sendo, portanto, o ponto de partida para tudo aquilo que queremos realizar.
Elas fazem parte da realidade de cada um. Ao viver a nossa realidade, JESUS
viveu a encarnação. “E o Verbo se fez carne e habitou entre nós” (Jo 1.14).
Os diferentes aspectos desses condicionamentos da vida de JESUS,
inclusive o seu crescimento, como bem observaram Figueira e Junqueira, só se
tornaram possíveis devido a sua identificação plena com a raça humana. Em
outras palavras, para alcançar a humanidade, JESUS, o Filho de DEUS, se fez
homem como os demais. Ele nasceu e cresceu à semelhança dos demais humanos!
Todavia ao assim fazer, Ele não deixou de ser DEUS, nem tampouco perdeu os seus
atributos. Ele, portanto, abriu mão daqueles privilégios que lhes pertenciam
por ser Filho de DEUS. A teologia cristã denomina essa importante doutrina
bíblica de kenosis.
Paulo, o apóstolo, lançou luz sobre essa importante verdade em sua
carta aos Filipenses: “De sorte que haja em vós o mesmo sentimento que houve
também em CRISTO JESUS, que, sendo em forma de DEUS, não teve por usurpação ser
igual a DEUS. Mas aniquilou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se
semelhante aos homens; e, achado na forma de homem, humilhou-se a si mesmo,
sendo obediente até à morte e morte de cruz. Pelo que também DEUS o exaltou
soberanamente e lhe deu um nome que é sobre todo o nome, para que ao nome de
JESUS se dobre todo joelho dos que estão nos céus, e na terra, e debaixo da
terra, e toda língua confesse que JESUS CRISTO é o Senhor, para glória de DEUS
Pai” (Fp 2.5-11).
Ao analisar este texto, o teólogo Heber Carlos de Campos comenta:
“Quando dizemos que ele se ‘esvaziou’ não podemos dizer que ele
deixou de ser o que era — DEUS — mas que se colocou numa posição de alguém que
ficou, por algum tempo, sem a honra devida neste mundo. Ele foi tratado entre
os homens como alguém que não era visto no fulgor da glória divina. Embora ele
tivesse, mesmo aqui neste mundo, todos os atributos próprios de sua divindade,
sua divindade não foi manifestada de modo que todos os seus atributos fossem
vistos pelos homens de maneira inequívoca.”
Esse esvaziamento humilhante na vida de JESUS, observa Campos, não
foi algo fictício, mas real. JESUS não representou nada quando se humilhou
perante DEUS e os homens. Ele de fato tomou a condição de servo e dessa forma
viveu. Foi como servo que ele foi reconhecido em figura humana, pois somente os
homens podem assumir a natureza de servo.
Concluindo, diz ainda Heber Campos, “Paulo usa duas expressões que
são hebraísmos: ‘tornando-se semelhança aos homens’ e ‘reconhecido em figura
humana’. Essas duas expressões apontam para o fato de o Redentor ser real e
verdadeiramente homem. Embora a natureza humana tenha sido honrada pelos
privilégios de estar unida à divindade do Redentor, a condição em que o Verbo
assumiu a nossa humanidade era de humilhação. Ele a assumiu com todas as
características resultantes da nossa pecaminosidade. O seu sofrimento e as suas
dores não foram fictícios, mas reais, porque a sua humanidade era real. Ainda
que, segundo a sua divindade, o Redentor não pudesse ser contido pelo universo,
pois a sua divindade é semelhante à daquele que está acima e além do universo,
não obstante, quando ele encarnou, passou a fazer parte da criação, sendo um
homem como todos nós, tendo todas as propriedades que nós temos, inclusive
tomando a nossa forma física. Ele não era um fantasma, com apenas uma aparência
de homem, mas era de fato um ser humano como todos os outros que vieram da
família de Adão, embora não tivesse sido contado como culpado.”
Entendendo o estado de esvaziamento e humilhação de JESUS passamos
a compreender os condicionamentos que ele assumiu quando aqui viveu. JESUS, por
exemplo, aprendeu a viver nos limites de suas dimensões: corporal; social,
psicológica e espiritual.
José Gonçalves. Lucas, O Evangelho de JESUS, o
Homem Perfeito. Editora CPAD. pag. 38-41.
Lc 2.52. Entremetes, JESUS continuava fazendo progresso em
sabedoria e em estatura e em favor diante de DEUS e dos homens. Em sabedoria,
como já foi explicado em conexão com o semelhante versículo 40; em estatura, ou
seja, em crescimento físico, não em extensão da vida (como em Mt 6.27; Lc
12.25); e em favor diante de DEUS e dos homens. A última frase significa que
ele continuou experimentando de forma crescente a bondade de seu Pai e também a
amizade das pessoas que o rodeavam. As palavras de Provérbios se cumpriram
nele.
Há uma estreita semelhança entre essa descrição e o que se disse de
Samuel (em I Sm 2.21b, 26). Não obstante, note que no caso de JESUS
acrescenta-se “em sabedoria”.
Há também um grau de semelhança entre o que se disse acerca de
JESUS e o que se disse acerca de João Batista (1.80). Ainda, porém, que João
crescesse e se fortalecesse em espírito, é somente em relação com Samuel e
JESUS que temos o acréscimo: "... continuava a progredir ... em favor
diante de DEUS e dos homens".
Quanto ao progresso da fé de Maria, veja João 2.5; Atos 1.14.
Quanto a José, salvo a menção de seu nome na genealogia (Lc 3.32), não há mais
referência a ele no terceiro Evangelho. Possivelmente, tenha morrido antes que
JESUS começasse seu ministério público.
HENDRIKSEN. William. Comentário do Novo
Testamento. Lucas I. Editora Cultura Cristã. pag. 258-259.
2. O CUIDADO COM O CORPO.
O tempo imperfeito dos verbos «ioro» e «vinham», vinculados ao
termo muitos, indica que houve grande interesse em assistir ao ministério de
ensino de JESUS, de modo que se formou um movimento popular em tomo de sua
pessoa. Alguns intérpretes vêem aqui, por igual modo, um «movimento político»,
algo da ordem do que ocorrera no caso de João Batista. Não se pode duvidar que
houve tal movimento, pois o povo esperava encontrar em JESUS um campeão da
causa da independência, que os livrasse do domínio romano.
Contudo, isso não significava que JESUS fosse um
ativista político radical, conforme alguns eruditos têm pensado. O mais
provável é que a verdade da questão é que quando o povo, finalmente, descobriu
que JESUS não cabia dentro da noção que tinham de um «salvador político»,
voltaram-se irados contra ele, disso resultando a crucificação. Seja como for,
as grandes multidões que seguiam a JESUS, faziam-no principalmente por ser ele
capaz de ajudá-las física e espiritualmente. Os que podem ajudar nesses campos
são sempre procurados, até mesmo quando são muito menos poderosos que JESUS.
EM MEIO a toda essa atividade, JESUS buscava, para si mesmo e para
seus discípulos, períodos de descanso.—Todos sabem que isso é necessário à vida
e ao bem-estar, e se o próprio grande JESUS viu ser mister buscar esse
descanso, muito mais nós. Podemos estar certos, porém, que esses períodos de
descanso eram oportunidades em que ele se entregava à meditação, à oração e à
renovação espiritual e não apenas a diversões e prazeres, o que, infelizmente,
se dá no caso de homens menos espirituais. A maioria dos homens, em contraste
com JESUS, ao buscarem períodos de relaxamento, usam os mesmos para atividades
carnais e prazeres mundanos.
Outra lição que se pode tirar deste texto é que o <descanso» é
«merecido» pelo trabalho árduo. Aquele que pouco ou nada faz dificilmente
precisa de períodos de descanso. A vida ociosa é uma maldição, não sendo
meritória e nem desejável para ninguém. Desenvolvemos a espiritualidade através
do cumprimento apropriado de nossa missão; e essa missão necessariamente
envolve muito trabalho.
O ENCONTRO com o próprio eu. Todo homem tem o direito e a
necessidade de repousar ocasionalmente. Ninguém deve existir somente para fazer
parte de uma grande máquina. O desenvolvimento espiritual de cada qual é
questão individual. Certo homem de negócios, de nome Charles Lamb, queixou-se
de nunca ser apenas «Charles Lamb», mas «Charles lamb & Cia.»
Todo homem precisa de um encontro consigo mesmo; ou melhor, com
muitos desses encontros, a fim de fazer o inventário de sua vida e a fim de
tomar novas determinações sobre como poderá servir melhor ao próximo e a si
mesmo, de acordo com os padrões espirituais. William Blake, o famoso poeta
inglês, era conhecido por sua força espiritual, obtida mediante sua capacidade
de ter comunhão intima com DEUS.
O costumeiro barco surge em cena de novo, evidentemente muito usado
por JESUS e seus discípulos, Lucas deixa de lado esse detalhe. Porém, diz (ver
Luc. 9:10) que o lugar desértico para onde foram pertencia à área da cidade de
Betsaida, num lugar não muito distante de Cafarnaum, afastado do mar, na
direção norte. JESUS quis afastar-se do povo por motivo de descanso, mas também
por causa da morte recente de João. Isso poderia ter despertado «sentimentos
políticos» entre o povo, ameaçando transformar o movimento espiritual de JESUS
em outro levante político apenas. JESUS nada queria ter com esses
levantes.
«O ponto de partida provavelmente foi Cafarnaum; e como estava à
beira-mar era o lugar mais provável para o encontro após a viagem. Marcos diz
‘a um lugar desértico’. Lucas diz que eles foram para Betsaida, a saber, a
cidade do lado leste do lago. Mas quando conta a história da multiplicação de
pães, também diz que o lugar era desértico (ver Luc. 9:10,12)». (Gould, in
loc.).
CHAMPLIN, Russell Norman, O Novo Testamento Interpretado
versículo por versículo. Editora Candeias. Vol. 1. pag. 710.
Mc 6.31 E ele lhes disse: Vinde, à parte, num lugar deserto.
Encerrada a missão, JESUS renova o chamado imperioso ao discipulado (1.17) e
para estar com ele (3.14), como ele valia antes do envio de 6.7. Para este
estar-com-ele Marcos desenvolveu um sentido especial (cf. opr 1). Sempre de
novo os discípulos, separados do povo, receberam revelações especiais sobre o
“mistério do reinado de DEUS”, sobre a pessoa de JESUS (4.10,34). A mesma coisa
se anuncia aqui. O campo Cristológico se abre. O lugar deserto, como lugar
pouco habitado, serve de quadro para isto.
A partir daqui a sequência também ganha seu sentido decisivo: Vinde
repousar um pouco. A convivência, como mostra o fim do versículo, também
incluía refeições conjuntas. Comer com JESUS (1.31; 2.15), porém, era, muito
distante de um banquete massificado, uma degustação da salvação (cf. 1.31). Com
isto o “repousar” adquire um sentido pleno. Com certeza ele não objetiva
simplesmente parar com alguma coisa, ficar sem movimento, também não afundar em
si mesmo. Passagens como Mt 11.28; At 3.20; 7.49; 2Ts 1.7; Hb 3.7–4.13; Ap
14.13; Gn 2.2; Sl 95.11; Is 63.14; Jr 6.16; 31.2 retratam um descanso que
demonstra a participação na salvação de DEUS. “Entrar no descanso” está em
paralelo com “entrar no reino de DEUS”. Acima de tudo, o que mostra o caminho e
“dá descanso” (Lutero: refrigera) é a revelação da vontade de DEUS em sua
Palavra. Evidentemente este é o contexto em Mt 11.28; 1Co 16.18; Fm 7; Hb 3.7.
Portanto, devemos entender o descanso em nosso texto de modo tão pouco
destacado como a comida. O objetivo é a restauração da pessoa toda em corpo,
alma e espírito, com JESUS, o mestre divino. É verdade: Descansem um pouco! O
que gozamos ainda é o “pequeno” descanso, um prelúdio antes do grande concerto
final. Este “pouco” de DEUS, todavia, sempre é algo grande para nós, ou seja, a
ajuda decisiva.
A frase seguinte descreve a situação que motivou a ordem de JESUS:
porque eles não tinham tempo nem para comer, visto serem numerosos os que iam e
vinham. O movimento era fruto das curas que JESUS efetuava, como mostra o v.
56. Assim como em 1.38, surgiram pressões que entravam em conflito com a
vontade de DEUS. O Senhor, porém, retoma a iniciativa da ação.
32 Então, foram sós no barco para um lugar solitário. Portanto,
eles embarcaram para, no isolamento, “descansar” e “comer”, ou seja, estamos
diante de um trecho típico com os doze e a identidade de JESUS no centro, bem
como a dos seus discípulos. O resultado de fato é este, apesar dos contratempos
iniciais e das circunstâncias incomuns no fim. Uma multidão enorme é incluída
desta vez no descanso (v. 39s) e na refeição (v. 42).
Adolf Pohl. Comentário Esperança Evangelho de Marcos. Editora
Evangélica Esperança.
Trabalhar sem descanso; nunca tirar férias; realizar todas as
tarefas difíceis relativas à atividade missionária ou ministerial, e não fazer
nenhum retiro para relaxamento, reflexão e oração, simplesmente não funciona.
Até mesmo JESUS, devido a sua natureza humana e a grande responsabilidade que
pesava sobre os seus ombros, necessitava de períodos de tranquilidade (1.35).
E, pelo fato de conhecer completamente todas as necessidades dos seus
discípulos, ele os convidou a ir com ele para um lugar solitário, onde poderiam
descansar.
O que revelou a urgência da necessidade do descanso foi o fato de
uma multidão tumultuada e exigente, com as pessoas constantemente indo e vindo,
haver tomado até mesmo a tarefa básica de se alimentarem, uma coisa impossível.
Resultado: “Foram sós”, ou seja, JESUS e os Doze, sem ninguém mais,
retiraram-se para um lugar tranquilo, na vizinhança de Betsaida Júlia. Veja
Lucas 9.10 e C.N.T. sobre João, Vol. I, pp. 216, 217. Eles usaram um barco para
deslocarem-se para o lado nordeste do mar. Era aquele barco o mesmo mencionado
em 3.9; 4.1 e 5.2? Ou é esse um caso onde o artigo grego não deveria ser
traduzido, de modo que a tradução mais exata seria “de barco”, em vez de “no
barco”? A passagem paralela de Mateus 14.13 parece favorecer essa
possibilidade. No entanto, qualquer uma das duas opções são boas alternativas,
e traduções excelentes de ambas podem ser citadas.
HENDRIKSEN. William. Comentário do Novo
Testamento. Marcos. Editora Cultura Cristã. pag. 317-318.
II - JESUS CRESCEU SOCIALMENTE
1. JESUS E A FAMÍLIA.
«Não compreenderam...» A declaração do vs. 50, de que não
compreenderam o sentido das palavras da resposta de JESUS, demonstra além de
qualquer dúvida que Lucas estava procurando ensinar algo de especial no vs. 49,
as primeiras palavras registradas de JESUS, acerca de sua pessoa, de seu
ministério, de suas relações sem-par com DEUS Pai etc., pois de outra forma
essas palavras não teriam sido difíceis de entender, isto é, nada haveria de
especial nelas para seus pais legais compreenderem. A experiência humana
ensina que todos os seres humanos, por mais abençoados que sejam,
ocasionalmente vacilam e duvidam, e todos nós tendemos a não aprender dessas
lições. Lembremo-nos, igualmente, que quando JESUS se fez homem e realizou
muitos milagres notáveis e inegáveis, nem os seus próprios irmãos, vizinhos e
amigos creram nele, na sua própria cidade adotiva de Nazaré. O que encontramos
aqui, entretanto, é uma demonstração de quão longo e difícil é o processo do
aprendizado espiritual. Esperamos muito mais da parte dos antigos do que
nós mesmos produzimos ou somos. «Seja como for, é patente que o escritor
do evangelho não tinha consciência de incoerência alguma entre as últimas e
as primeiras narrativas sobre a infância de CRISTO» (Ellicott, in
loc.). Não obstante, o texto, no vs. 51, indica que Maria não ficou
totalmente sem compreensão, mas que continuava a entesourar todas essas
ocorrências em seu coração, arquivando todos os acontecimentos que
circundavam a vida de seu Filho e refletindo a respeito deles; e assim, sem
dúvida, gradualmente foi obtendo um conhecimento mais profundo sobre o que
significaria a vida dele, no tocante à sua identidade especial.
CHAMPLIN, Russell Norman, O Novo Testamento Interpretado
versículo por versículo. Editora Candeias. Vol. 2. pag. 39-40.
1. Ele era sujeito aos seus pais. Embora uma vez, para mostrar que
era mais do que um simples homem, Ele tivesse se afastado dos seus pais, para
tratar dos negócios do seu Pai celestial, Ele não fez disto um hábito, por
muitos anos depois disto, mas “era-lhes sujeito”. JESUS obedecia às suas ordens
e ia e vinha conforme eles lhe diziam, e, aparentemente, trabalhava com o seu
pai no ofício de carpinteiro. Ele deu às crianças um exemplo para que sejam
obedientes e respeitosas aos seus pais, no Senhor. Tendo “nascido de mulher”,
Ele estava sob a lei do quinto mandamento, para ensinar à descendência de
crentes que assim deveriam ser para que Ele os aprovasse, como uma descendência
fiel. Embora os seus pais fossem pobres e humildes, embora o seu pai fosse
apenas o seu suposto pai, ainda assim Ele era sujeito a eles; embora Ele
estivesse fortalecido no espírito, e cheio de sabedoria, ou melhor, embora Ele
fosse o Filho de DEUS, ainda assim era sujeito aos seus pais; como, então,
responderão aqueles que, sendo tolos e fracos, ainda assim são desobedientes
aos seus pais?
2. A sua mãe, embora não compreendesse perfeitamente as palavras do
seu Filho, ainda assim as guardava no coração, esperando que no futuro elas lhe
fossem explicadas, e então ela as compreenderia completamente, e saberia como
fazer uso delas. Ainda que possamos negligenciar as palavras dos homens, por
serem obscuras (Si non vis intelligi debes negligi - Se não for compreensível,
não tem valor), não devemos pensar a mesma coisa a respeito das palavras de
DEUS. Aquilo que, a princípio, é obscuro, para que não saibamos o que fazer
pode, no futuro, ficar claro e fácil; portanto, nós devemos guardá-lo para o
futuro. Veja João 2.22. Nós podemos, em outra ocasião, encontrar uso para
aquilo que não nos parece ter utilidade agora. Um aluno memoriza aquelas regras
gramaticais cujo uso ele não compreende no presente, porque lhe foi dito que no
futuro elas lhe terão utilidade; a mesma coisa nós devemos fazer com as
palavras de CRISTO.
HENRY. Matthew. Comentário Matthew Henry Novo Testamento
MATEUS A JOÃO Edição completa. Editora CPAD. pag. 538.
Sua perfeita obediência. “E desceu com eles, e foi para Nazaré, e
era-lhes sujeito”. Com estas palavras, informa-nos Lucas não ser a declaração
no verso 49 um repúdio ao dever filial. Embora Filho de DEUS, JESUS não exigia
isenção de responsabilidades, obrigações e fardos da vida. Ainda na agonia da
cruz, preocupou-se com o futuro de sua mãe (Jo 19.26).
Myer Pearlman. Lucas, O Evangelho do Homem Perfeito. Editora
CPAD. pag. 65.
2. JESUS E A CULTURA LOCAL.
CULTURA
Ha muitas definições da cultura, como:
1. Um empreendimento coletivo, segundo o qual os homens conseguem
estabelecer um estilo de vida distinto, com base em valores comuns.
2. Aquele todo complexo que inclui conhecimentos, crenças,
artes, princípios morais, leis, costumes e quaisquer outras
capacidades e hábitos adquiridos pelos homens, como membros da
sociedade,.. (B.B. Tylor).
3. A totalidade da invenção e da realização humana, incluindo todos
os princípios, essenciais e sobre a natureza física e o
comportamento humano, bem como todas as experiências pessoais e sociais
que eles têm acumulado, intercambiado e transmitido, por meio de
instrumentos e símbolos.
4. Todas as expressões criativas dos homens, em todos os campos do
empreendimento humano.
5. Em sentido limitado, a expressão que os homens têm conseguido
nas artes liberais.
6. Essa palavra vem do latim colere, cultivar. Portanto, a cultura
é um cultivo, sem importar os meios empregados para tanto.
O vocábulo não entrou na linguagem senão já no século XVIII, embora
o uso possa ser percebido ao longo da história, mas expresso de muitas formas
diferentes.
CHAMPLIN, Russell Norman, Enciclopédia de Bíblia Teologia e
Filosofia. Vol. 1. Editora Hagnos. pag. 1029-1030.
A educação judaica era primeiramente religiosa e, até a época do
Novo Testamento, dava-se em casa. Era dever do pai instruir seu filho sobre as
tradições religiosas (Ex 12.26,27; Dt 4.9; 6.7).
Era essencial que a criança aprendesse a ler as Escrituras.
Felizmente, o alfabeto hebraico com suas vinte e duas letras era muito mais
fácil do que as centenas de caracteres cuneiformes e hieroglíficos
dos vizinhos de Israel. Em Isaías 28.10, "mandamento e mais
mandamento" é literalmente "s após s, e q após q", uma
referência ao ensino do alfabeto. Em Isaías 10.19, lemos: "E o resto das
árvores da sua floresta será tão pouco, que um menino as poderá contar". O
homem jovem de Juízes 8.14 "escreveu" os nomes dos anciãos da cidade.
O ensino formal longe de casa não foi atestado até a era
intertestamentária. Ben Sirach (aprox. 180 a. C.) fala de uma "casa de
aprendizagem" (gr. oikos paideias, em heb. bethmidrash). Sob Jason
(175-171 a. C), o sumo sacerdote helenizante, um ginásio foi estabelecido em
Jerusalém (1 Mac 1.14; 2 Mac 4.9; Josefo, Ant. xii.5.1). No helenismo, o
ginásio era a principal instituição educacional.
Simon ben Shetah (aprox. 75 a. C.) decretou uma lei que estabelecia
que as crianças deveriam ir à escola. O desenvolvimento decisivo, entretanto,
veio com a ordem de Josué ben Gamala, sumo sacerdote em 63-65 a. C, de que cada
cidade deveria ter uma escola para crianças a partir de seis anos de idade.
De acordo com a declaração de Judah ben Tema (século II a. C) em
Pirke Aboth 5.21, o programa de estudos a ser desempenhado era: (a) as
Escrituras - aos cinco anos; (b) o Mishnah - tradições orais - aos dez anos;
(c) a chegada da idade - aos treze anos; e (d) o Talmude - comentários sobre o
Mishnah - aos quinze anos. Esperava-se que os rapazes se casassem aos dezoito
anos. As meninas recebiam educação em casa, e frequentemente eram feitos
casamentos arranjados quando tinham doze ou treze anos. Elas iam à sinagoga, e
algumas conheciam bem as Escrituras (cf. alusões do Antigo Testamento no
"Magnificai" de Maria, Lc 1.46-55).
A maioria dos pais não podia permitir que seus filhos tivessem mais
do que o ensino primário. Alguns rabinos desprezavam aqueles que haviam
estudado somente as Escrituras, tendo-os como ignorantes, 'am-ha'arets,
"pessoas da terra" (cf. Jo 7.15; At 4.13). Aqueles que estudavam para
se tornarem rabinos continuavam sua educação na academia de Jerusalém, e eram
ordenados com aproximadamente vinte e dois anos de idade. As classes do
primário reuniam-se nas sinagogas, tendo o hazzan, ou responsável pelos rolos,
como professor. O professor tinha que ser um homem casado; nenhuma mulher tinha
permissão para ensinar (cf. 1 Tm 2.12). As crianças de várias idades
sentavam-se no chão diante do professor. A criança aprenderia a ler as
Escrituras em voz alta, começando por Levítico. Em continuação, a criança
prosseguia no conhecimento da maior parte das Escrituras, embora alguns livros
do AT, como, por exemplo, Cantares de Salomão, não eram ensinados aos alunos
imaturos.
A ênfase era colocada na memorização, e o método era a repetição.
Dizia-se que um professor do Mishnah chegava a repetir uma lição 400 vezes! Os
açoites eram usados nos casos de alunos recalcitrantes. O Mishnah não
considerava o professor culpado se o aluno morresse em consequência de tais
repreensões. A palavra hebraica para educação, musar, origina-se da raiz ysr,
"castigar, disciplinar". O ensino dos meninos começava ao amanhecer e
frequentemente continuava até o pôr-do-sol. Algumas pessoas têm questionado se
eles tinham horário de almoço! O período de aulas era reduzido para quatro
horas durante os meses quentes de julho e agosto. No dia que antecedia o sábado
havia apenas meio período de aulas, e as aulas eram suspensas por ocasião das
festividades religiosas. A academia de Jerusalém para futuros rabinos era
famosa por ter professores como Hilel e Samai (século I a. C). Aqui Paulo
estudou aos pés do ilustre neto de Hilel, Gamaliel (At 22.3). Gamaliel era um
dos poucos rabinos que permitia que os alunos aprendessem o grego. Os rabinos,
como regra geral, não recebiam qualquer pagamento por ensinarem, mas se
sustentavam trabalhando como moleiros, sapateiros, alfaiates, oleiros etc. (cf.
At 18.3). De fato, cada pai tinha o dever de ensinar um ofício a seu filho.
PFEIFFER .Charles F. Dicionário Bíblico Wycliffe. Editora
CPAD. pag. 598-599.
A Sinagoga. Os eruditos supõem que, como
uma instituição formal, a sinagoga desenvolveu-se durante o cativeiro
babilônico. A palavra «sinagoga» encontra-se em Sal. 74:8, mas ali significa
apenas «assembleia», não havendo qualquer alusão à instituição que recebeu esse
nome. A palavra aparece por cinquenta e seis vezes no Novo Testamento. Antes do
exílio babilônico, o templo era o centro de todas as
atividades religiosas. Quando o templo foi destruído, então as sinagogas
tornaram-se células dessa atividade, bem como de aprendizado. Ê possível,
contudo, que as sinagogas tenham surgido antes mesmo do exílio babilônico,
e que este apenas consolidou a importância das mesmas. Seja como for, a
sinagoga tornou-se um centro de todas as atividades religiosas, sociais e de
instrução. Na sinagoga não havia altar e nem sacrifícios. O estudo e a leitura
ida Tora, bem como a oração, tornaram-se as atividades centrais ali. A sinagoga
era o centro do governo de Israel. Ela provia uma espécie de sistema de
educação de adultos em massa, onde a Tora era estudada sistematicamente, semana
após semana. Todos quantos frequentavam a sinagoga tornavam-se
estudantes da lei. Quando o povo judeu não mais era capaz de entender o
hebraico, as explicações eram feitas em aramaico.
O Desenvolvimento de Escolas. A
primeira escola de um judeu era o seu lar. Os mestres eram os pais e os alunos
eram os filhos. O lar nunca perdeu a sua importância como o lugar primário de
aprendizado. Então surgiram as escolas de profetas, que dirigiram o primeiro
ensino sistemático e constante fora dos lares. Eles encontravam em Moisés a sua
grande inspiração (Deu. 34:10; 18:15 ss). Os profetas tomaram-se os mestres e
instrutores de Israel de uma classe de homens eruditos, que se tornaram líderes
da nação. Pela época da monarquia, havia grupos ou companhias de profetas, de
tal modo que eles formaram uma classe distinta dentro da nação (I Sam. 10:5,10;
19:20). Os «filhos dos profetas» eram os discípulos das escolas que haviam sido
formadas. Ver I Reis 19:16; II Reis 2:3 ss. Então surgiram as sinagogas; que
representaram um passo vital no desenvolvimento das escolas, conforme nós as
conhecemos. Entretanto, nenhuma escola era separada da sinagoga e nenhum
sistema escolar formal formou-se em Israel, senão já dentro do período
helenista e isso por motivo de competição com as escolas gregas. A literatura
rabínica informa-nos que um sistema escolar compulsório foi criado pelos
fariseus, no século I a. C. Sabemos que Simão ben Shetach (75 a. C.) ensinava
às pessoas de uma maneira sistemática e regular; mas o texto que ele usava era
a Tora. Em Israel não havia educação liberal. As escolas elementares, para as
crianças, não parecem ter surgido antes do século I d. C. Joseph ben Gamala
(cerca de 65 d. C.) tentou fazer a educação elementar tomar-se compulsória e
universal, com escolas onde as crianças entravam com seis ou sete anos de
idade. As escolas elementares eram chamadas Casa do Livro. O currículo
continuava sendo, essencialmente, orientado segundo a Bíblia. Toda e qualquer
referência às ciências, em quaisquer de suas formas, era feita de modo
inteiramente incidental. Foram desenvolvidas escolas secundárias para os alunos
mais promissores. A religião continuava sendo o centro de todas as
atividades educacionais. Além da Bíblia e da Mishnah, foi instituído o debate
teológico. As escolas que funcionavam desse modo eram chamadas Casas de Estudo.
Finalmente, foram formadas academias autênticas, que eram reputadas a lugares
sagrados, e não apenas lugares de aprendizagem. O Talmude
resultou das atividades dessas escolas e grandes líderes se salientaram então,
como Hilel, Shamai e Gamaliel. Paulo educou-se na escola de Gamaliel.
Isso significa que, em Israel, havia três instituições de ensino
diferentes: a sinagoga, as escolas elementares e as academias, ou casas de
estudos. As academias funcionavam separadas das sinagogas, em seus próprios
edifícios, ou talvez na residência do mestre principal.
O Lar. O lar era a unidade básica da
sociedade, bem como a primeira escola que um menino judeu conhecia. O Antigo
Testamento mostra o grande valor dado às crianças e grande responsabilidade
pesava sobre os ombros dos pais, porquanto os filhos eram tidos como dons de
DEUS (Jó 5:25; Sal. 127:3; 128:3,4. Ver também Gên. 18,19 e Deu. 11:19 quanto à
importância da instrução doméstica). As crianças eram treinadas em seus
deveres, religiosos ou outros (I Sam. 16:11; II Reis 4:18). O treinamento
artístico fazia parte da instrução recebida (Juí. 21:21; Lam. 5:14). Às meninas
eram ensinadas prendas domésticas, por suas mães (Êxo. 35:25; II Sam. 13:8). Os
meninos aprendiam negócios e ofícios. As casas numerosas, como aquelas de
pessoas ricas, estavam sujeitas a uma instrução global (Gên. 18:19). O elemento
religioso sempre ocupava o primeiro plano (Deu. 6:4-9; Sal. 78:3-6; Pro. 4:3).
Algumas poucas mulheres, segundo todas as aparências, eram bem educadas e
chegaram a tomar-se líderes (Jz. 4:4 ss, II Reis 22:14-20).
CHAMPLIN, Russell Norman, Enciclopédia de Bíblia Teologia e
Filosofia. Vol. 2. Editora Hagnos. pag. 270-271.
III - JESUS CRESCEU PSICOLOGICAMENTE
1. A DIMENSÃO PSICOLÓGICA DE JESUS.
Por fim JESUS também possuía as dimensões psíquica e espiritual.
David Nichols sublinha que foi JESUS mesmo quem reconheceu sua dimensão
psicológica quando empregou a palavra grega psichê (alma) para descrever o que
ocorria no seu interior quando agonizava no Getsêmani. JESUS, portanto, teve
consciência de suas emoções quando externou em diferentes momentos de sua vida
sentimentos de alegria e tristeza. “Então, chegou JESUS com eles a um lugar
chamado Getsêmani e disse a seus discípulos: Assentai-vos aqui, enquanto vou
além orar. E, levando consigo Pedro e os dois filhos de Zebedeu, começou a
entristecer-se e a angustiar-se muito. Então, lhes disse: A minha alma está
cheia de tristeza até à morte; ficai aqui e vigiai comigo” (Mt 26.36-38).
Por outro lado, observa Nichols, JESUS também tinha consciência de
sua dimensão espiritual. Lucas nos informa que JESUS mesmo usou o termo grego
pneuma, traduzido em português como espírito, quando expirou na cruz do
calvário (Lc 23.46). Nichols destaca que no contexto do evangelho de Lucas, a
palavra “espírito” (pneuma) sem sombra de dúvidas indica a dimensão da
existência humana que continuará na eternidade depois da morte. Esse é um fato
relevante porque demonstra que foi como um ser humano, de carne e osso, que
JESUS morreu.
José Gonçalves. Lucas, O Evangelho de JESUS, o
Homem Perfeito. Editora CPAD. pag. 43.
«...infância...» O termo grego é «brephos»,
palavra usada para indicar «embrião humano» ou «feto». (Ver Plutarco Mor. 1052;
Dióscuro 5,74; Josefo, Antiq. 20,18). Mas também era usado com o significado de
«bebê», «infante». (Ver I Macabeus 1:61; II Macabeus 6:10 e Josefo, Guerras dos
Judeus 6,205). Esse vocábulo indica que desde a idade mais infantil possível,
quando uma criança começa a falar, Timóteo já vinha recebendo treinamento
religioso específico. Esses mui dificilmente se afastam da fé, embora possa
haver modificações posteriores, ao passo que a experiência humana mostra-nos
que aqueles que se converteram mais tarde na vida se afastam mais facilmente da
fé, em favor de alguma outra coisa. Os costumes judaicos comuns obrigavam os
pais a darem início ao treinamento religioso sério de seus filhos ao chegarem
ao seu quinto ano de vida. Filo, em «Led ad Caium», pág. 562, cap. 16; Josefo,
em «Apion» I. 12; o terceiro capítulo de Susana e IV Macabeus 18:9 confirmam
isso.
«...sagradas letras...» No
original grego temos «...escritos santos...» ou «...Sagradas Escrituras...»,
uma alusão ao A .T ., pois, naquele tempo, não havia ainda o «cânon» do N. T.,
e nem mesmo todos os livros do N. T. tinham sido escritos. Sendo normalmente
uma alusão às Escrituras do A. T., essa expressão algumas vezes se reduz a «as
Escrituras», conforme se vê em Mat. 21:42; 22:29; Luc. 24:27; João 5:39 e I
Cor. 15:3.
Algumas vezes tal palavra é usada para indicar alguma passagem
particular das Escrituras, um trecho selecionado. Algumas vezes essa palavra
aparece no singular, e de outras vezes aparece no plural. (Ver a forma plural
em I Ped. 2:6 e em II Ped. 1:20 e A s referências dadas acima são exemplos de
seu uso no plural. O trecho de Rom. 1:2 diz «Santas Escrituras» («graphais
agiais»), ao passo que aqui temos «Sagradas Escrituras», expressão que aparece
exclusivamente aqui, em todo o N. T. Essa expressão se encontra em Josefo,
Proem. to Ant. 3; Apion I e em Filo, Vit. Mos. 3:39, etc. Os livros do A. T.
são focalizados nessa expressão (porquanto havia vários «cânones» do A. T. nos
dias de Paulo), segundo se vê nas notas expositivas sobre o versículo seguinte,
acerca das «Escrituras». Essas «Sagradas Escrituras», pois, são contrastadas
com as fontes «estranhas» utilizadas pelos gnósticos, como seus mitos, suas
imaginações, suas religiões misteriosas e seus livros de mágica e
encantamento. (Ver Atos 19:19).
«...tornar-te sábio...» Temos
aqui menção à sabedoria espiritual. As promessas messiânicas, bem como as
interpretações que lhes dão a igreja cristã, mostram claramente como é que DEUS
outorga aos homens a salvação, e como ela pode e deve ser recebida. Aqueles que
são «sábios» perceberão o significado de tudo isso, tirando benefícios
espirituais dessa sabedoria celestial. A aceitação da mensagem bíblica, em que
o indivíduo se firma fortemente sobre ela, permitindo assim que a sua vida seja
transformada, produzirá o conhecimento teórico, doutrinário, prático e místico,
bem como a experiência espiritual, o que leva um ser humano à vida eterna.
(Comparar com João 5:39, quanto ao fato que as autoridades judaicas criam que,
nas «Escrituras», um homem recebe a vida eterna; e esses são aqueles que falam
acerca de CRISTO, de tal modo que ele é o meio dessa vida.
CHAMPLIN, Russell Norman, O Novo Testamento Interpretado
versículo por versículo. Editora Candeias. Vol. 5. pag. 394.
«Crescia o menino...». Temos aqui uma espécie de sumário da vida
inicial de JESUS, tal como Lucas já provera um sumário semelhante acerca da
vida de João Batista, em Luc. 1:80. João Batista internou-se no deserto,
vivendo como asceta, certamente como os essênios também costumavam fazer. Mas JESUS
viveu como menino comum, no seio de sua família. João «crescia» no espírito.
Mas JESUS era cheio de sabedoria e desfrutava do favor tanto de DEUS como dos
homens. O texto subentende o crescimento e o desenvolvimento espiritual de
JESUS, e isso não nos deve surpreender, porquanto era homem autêntico.
Desenvolvia-se tal como devia. Aprendeu a falar e a escrever. Falava-se o
hebraico nas escolas e o aramaico nas conversas diárias. Também aprendeu a
comunicar-se com DEUS, e precisamos aprender a fazer outro tanto, segundo o
modelo por ele deixado. JESUS estava sendo «aperfeiçoado», como também lemos no
trecho de Heb. 2:10. Passou pelas mesmas experiências pelas quais devemos
passar, e precisou aprender por meio dos seus sofrimentos. Contudo, sempre se
mostrou obediente, e desenvolveu-se como todo homem deve desenvolver-se. Tal é
o ensino da encarnação e da humanidade de CRISTO. A igreja tende a esquecer-se
de que JESUS também foi homem, e com demasiada frequência subestima a
importância da vida terrena de JESUS. Agiu do modo que fez porque desenvolveu
as capacidades espirituais para tanto, e esse desenvolvimento está
disponível a todos os homens. JESUS compartilhou de nossa natureza e de
nossa existência, a fim de que pudéssemos compartilhar de sua natureza e de sua
vida celestiais.
«...enchendo-se de sabedoria,..». O particípio, no grego,
subentende um processo contínuo de ser cheio, e por isso transmite o mesmo
pensamento expresso no vs. 52 sobre o aumento de sua sabedoria. «A alma de
JESUS era humana, isto é, sujeita às condições e limitações do conhecimento
humano, e teve de aprender como devem fazê-lo todas as almas humanas. JESUS era
também verdadeiro homem, segundo este texto mostra.
«...e crescia JESUS em sabedoria, estatura e graça, diante de DEUS
e dos homens... » Este versículo é uma repetição virtual de Luc. 2:40. Todos
os comentários feitos ali se aplicam aqui também, especialmente
as considerações que condenam o docetismo, a heresia que fazia
da humanidade de JESUS o ato de um mero fantasma, e não a de um
homem autêntico, que precisasse aprender, desenvolver-se e amadurecer,
como todos os homens devem (ver Heb. 2:10; 5:9). Infelizmente, apesar da humanidade
de CRISTO ser declarada na igreja moderna, contudo, tão pouco do que JESUS
fez ou foi é reputado como resultante de sua humanidade desenvolvida que,
na realidade, o que encontramos é apenas outra modalidade de docetismo,
com o resultado de que o sentido da vida terrena de JESUS é inteiramente
eliminado do pensamento e do ensino cristão. Ver Fil. 2:7, sobre a natureza da
Humana de CRISTO.
Contamos apenas com essas palavras para descrever cerca de dezoito
anos da existência terrena de JESUS, anos passados em Nazaré como carpinteiro, provavelmente
como o único carpinteiro da cidade.
É bem provável que José tivesse falecido durante esse período,
e o sustento da família passou para os ombros de JESUS, por ser o filho
primogênito. JESUS desenvolveu a sua vida espiritual como homem, obtendo
assim poderes admiráveis, que ele posteriormente usou para benefício de seus
semelhantes humanos, Justino Mártir (150 d.C.) diz-nos que em seu tempo,
diversos objetos de madeira, que eram reputados feitos pelas mãos de
JESUS, eram intensamente procurados.
CHAMPLIN, Russell Norman, O Novo Testamento Interpretado
versículo por versículo. Editora Candeias. Vol. 2. pag. 36;40.
E o menino crescia... (v.40): Sobre o desenvolvimento que o Senhor
quer ver nos Seus filhos, vede 2 Pe 3.18; 1 Pe 2.1; 2 Pe 1.5-8; Hb 5.11-6.3.
JESUS, apesar de ser o Filho de DEUS e Senhor de tudo, era tão
humano como qualquer outro menino. Não convém pensar que era um menino anormal,
com mentalidade de adulto, desenvolvido, nem que quando “se esvaziou, tomando a
forma de servo”, deixou de ser divino. Era sempre Aquele que estava com o Pai
antes que houvesse mundo. Quando, porém, se encarnou, foi feito “em todas as
coisas à nossa semelhança, mas sem pecado.” Era um menino inteiramente normal e
o nosso exemplo para criar filhos. Ele crescia física, intelectual e
espiritualmente:
1) Fisicamente. “Crescia” (v.40) “em estatura” (v.52). O Moço não
era nazareno melancólico, pálido e doentio. O labor na oficina de carpinteiro e
a obediência às leis de DEUS contribuíram para o desenvolvimento do físico. O
servo de DEUS carece de corpo sadio e robusto.
2) Intelectualmente, “Cheio de sabedoria” (v.40), “crescia JESUS em
sabedoria” (v.52). Enquanto se desenvolvia no físico, crescia intelectualmente;
não se tornou gigante em mentalidade de criança.
3) Espiritualmente. “A graça de DEUS estava sobre Ele.” O menino
JESUS tinha, também, de crescer, como homem, no conhecimento do DEUS invisível
e guardar o contato com Ele por oração e leitura da Sua Palavra. O Seu
crescimento era simétrico; enquanto crescia em corpo, crescia igualmente em
mente, mas não foi de forma alguma a custo do Seu desenvolvimento espiritual.
Orlando S. Boyer. Espada Cortante 2. Editora CPAD.
pag. 47.
Como Ele a passou, v. 40. Em todas as coisas, lhe era conveniente
ser semelhante aos seus irmãos, e por isto Ele passou a infância como as outras
crianças, embora sem pecado; ou melhor, com indicações manifestas de uma divina
natureza em si. Como as outras crianças, Ele cresceu em estatura física, e
aperfeiçoou a compreensão da sua alma humana, para que o seu corpo natural
pudesse ser um modelo do seu corpo espiritual que, embora animado por um
ESPÍRITO perfeito, ainda assim faz o aumento de si mesmo, até chegar a “varão
perfeito”, Efésios 4.13,16. Mas:
(1) Enquanto as outras crianças são frágeis em entendimento e
determinação, Ele se fortalecia em espírito. Pelo ESPÍRITO de DEUS, a sua alma
humana foi dotada de um vigor extraordinário, e todas as suas faculdades
realizavam as suas funções de uma maneira extraordinária. Ele raciocinava com
veemência, e o seu juízo era objetivo e penetrante.
(2) Enquanto as outras crianças têm tolices nos seus corações, que
se manifestam em tudo o que dizem ou fazem, Ele estava cheio de sabedoria, não
devido a qualquer vantagem de instrução ou educação, mas pela obra do ESPÍRITO
SANTO; tudo o que Ele fazia e dizia era sabiamente feito e sabiamente dito,
para a sua idade.
(3) Enquanto as outras crianças mostravam que a corrupção da
natureza estava nelas, e o joio do pecado crescia juntamente com o trigo da
razão, Ele deixava transparecer que nada além da graça de DEUS estava nele (o
trigo crescia sem joio) e que, enquanto as outras crianças eram, por natureza,
filhos da ira, Ele era enormemente amado, e cheio da graça de DEUS; pois DEUS o
amava, e o apreciava, e tinha um carinho especial por Ele.
HENRY. Matthew. Comentário Matthew Henry Novo Testamento
MATEUS A JOÃO Edição completa. Editora CPAD. pag. 535.
2. JESUS E AS EMOÇÕES.
Lc 20.24-26 - 24 Mostrai-me um denário. De quem é a
imagem e a inscrição que ele tem? Responderam: De César. 25 Disse-lhes então:
Dai, pois, a César o que é de César, e a DEUS o que é de DEUS. 26 E não
puderam apanhá-lo em palavra alguma diante do povo; e admirados da sua
resposta, calaram-se.
A confusão em que se viram colocados, v. 26.
1. A armadilha se quebrou; eles “não puderam apanhá-lo em palavra
alguma diante do povo”. Eles não conseguiram agarrar-se a nada que pudesse
inflamar nem o governador nem o povo contra Ele.
2. CRISTO é honrado - até mesmo a ira do homem foi feita para
honrá-lo. Eles se maravilharam com a sua resposta, pois foi muito discreta e
irrepreensível, e tal evidência daquela sabedoria e sinceridade faziam brilhar
o rosto.
3. Suas bocas se fecharam: “Maravilhados com sua resposta,
calaram-se”. Eles não conseguiram nada para objetar, e não lhe perguntaram mais
nada, para que Ele não os envergonhasse e não os expusesse.
HENRY. Matthew. Comentário Matthew Henry Novo Testamento
MATEUS A JOÃO Edição completa. Editora CPAD. pag. 698.
Lucas dá uma descrição mais completa do efeito sobre os
questionadores do que os demais Sinotistas. Revelaram-se incapazes de
apanhá-lo. A pergunta deles parecia certeira para produzir o efeito desejado,
mas revelara-se um rojão molhado. Ficaram, portanto, admirados, e foram
reduzidos ao silêncio.
Leon L. Morris. Lucas. Introdução e Comentário.
Editora Vida Nova. pag. 271.
As palavras do Senhor evidenciam o equilíbrio correto entre o dever
e a obrigação perante as autoridades e perante DEUS. A segunda parte da frase
constitui uma fundamentação da primeira, contendo ao mesmo tempo uma restrição,
o limite correto da obediência.
Os ardilosos interrogadores que pretendiam armar uma cilada para o
Senhor foram cabalmente dispersos por meio dessa resposta sucinta, porém sábia.
Todos os sinóticos relatam a admiração dos interrogadores que se patenteou em
seguida.
Fritz Rienecker. Comentário Esperança Evangelho de
Lucas. Editora Evangélica Esperança.
IV - JESUS CRESCEU ESPIRITUALMENTE
1. CRESCENDO NA GRAÇA E FORTALECENDO O ESPÍRITO.
JESUS assumiu estes condicionamentos lá onde pesam mais, isto é, no
meio dos pobres (2 Co 8.9; Mt 13.55; Fp 2.6,7; Hb 4.15; 5.8). Ele se formou
“crescendo em sabedoria, tamanho e graça, diante de DEUS e dos homens” (Lc
2.52). Estes três aspectos do crescimento em sabedoria, tamanho e graça se
misturam entre si. Crescer em sabedoria é assimilar os conhecimentos da
experiência humana diária, acumulada ao longo dos séculos nas tradições e
costumes do povo. Isso se aprende convivendo na comunidade natural do povoado.
Crescer em tamanho é nascer pequeno, crescer aos poucos e tornar-se adulto. É o
processo de todo ser humano, com suas alegrias e tristezas, amores e raivas,
descobertas e frustrações. Isto se aprende convivendo na família com os pais,
os avós, os irmãos e as irmãs, com os tios e tias, sobrinhos e sobrinhas.
Crescer em graça é descobrir a presença de DEUS na vida, a sua ação em tudo que
acontece, o seu chamado ao longo dos anos da vida, a vocação, a semente de DEUS
na raiz do próprio ser. Isto se aprende na comunidade de fé, nas celebrações,
na família, no silêncio, na contemplação, na oração, na luta de cada dia, nas
contradições da vida e, em tantas outras oportunidades”.
José Gonçalves. Lucas, O Evangelho de JESUS, o
Homem Perfeito. Editora CPAD. pag. 39.
Ele cresceu em sabedoria. A mãe, a natureza, a Escritura Sagrada, a
vida e a oração representaram os ricos recursos que haviam sido proporcionados
ao menino JESUS para amadurecer em direção de um saber claro e saudável.
Há algo admiravelmente grandioso em uma vida conduzida com
sabedoria, na qual tudo é aquilatado e praticado à luz da eternidade, onde se
aprende a incluir a totalidade da vida terrena - com suas preocupações,
sofrimentos e alegrias, suas necessidades e demandas diárias, seus
constrangimentos e tentações - de forma cada vez mais completa no grande acorde
básico do “Uma coisa só importa”, perguntando em todas as situações: Como o
Senhor no céu pensa a esse respeito, e como você pensará a respeito disso um
dia, quando a terra estiver a seus pés e você se encontrar na luz da
eternidade? Isso é sabedoria. Posicionar-se dessa maneira aqui na terra a
partir do mirante da eternidade - isso é sabedoria. Adquirir nela cada vez mais
treino, experiência e agilidade - isso significa “crescer em sabedoria”.
Até onde posso ir em cada situação? Até que ponto devo falar ou
silenciar no convívio com outros? Quando devemos dizer ao próximo que pecou
contra nós, em particular? Quando e por quanto tempo temos de suportá-lo
calados? E onde precisamos ceder, onde insistir em nossos direitos? Até que
ponto devemos consolar ou primeiramente exortar um sofredor? Quanto descanso
podemos requerer para nós? Quando e de que maneira temos de ajudar o empregado
que falta ao trabalho? Até que ponto podemos ser “tudo para todos”? Como
devemos posicionar-nos diante dos partidos na igreja e no Estado? Essas
perguntas não são respondidas abrindo a Bíblia e selecionando mecanicamente um
versículo qualquer, mas relacionando corretamente o conhecimento de DEUS e do
mundo obtido pela palavra de DEUS, e quando levamos em consideração, mediante
sábia apreciação, a situação e as pessoas envolvidas naquela ocasião.
Ele cresceu em graça diante de DEUS e das pessoas. Aqui temos de
pensar em um crescimento da graça da aprovação divina e da benignidade paterna
sobre esse menino JESUS. Desde o começo ele foi objeto da graça, porém quanto
mais ele crescia e o poder de DEUS se disseminava nele, quanto mais ele
superava todas as tentações com fé e sabedoria, aprendendo a obediência, tanto
mais também se avolumava a graça de DEUS sobre ele. Novamente deparamo-nos aqui
com uma parte de sua humilhação, que é inegavelmente a maior e mais misteriosa.
Ele despojou-se até mesmo de seu relacionamento original com o Pai. O Criador
se rebaixou até sua criatura, que cresce e amadurece interiormente por meio da
obediência.
No entanto, JESUS também cresceu em graça diante das pessoas.
Afinal, de agora em diante o rapaz de doze anos mantinha cada vez mais contato
com as pessoas. Em breve, pois, sua natureza amável, obediente, solícita,
afetuosa e correta conquistou os corações das pessoas, de sorte que o tratavam
com amizade e favor. Apesar de sua profunda condição pecaminosa, o mundo sempre
respeita secretamente a grandeza de uma mentalidade inatacável, das obras e
virtudes da bem-aventurança. Foi isso que também aconteceu com o Senhor. É uma
maravilhosa dádiva de DEUS quando alguém encontra graça também diante dos seres
humanos. Essa amabilidade repleta e santificada da mente de CRISTO, em atitude
e caráter, que atrai e conquista involuntariamente as pessoas, é algo sumamente
belo.
Fritz Rienecker. Comentário Esperança Evangelho de
Lucas. Editora Evangélica Esperança.
2. JESUS E SUA MAIORIDADE.
Capacitado pelo ESPÍRITO
Desde o primeiro capítulo deste livro chamo a atenção para a
teologia carismática de Lucas. JESUS foi capacitado pelo ESPÍRITO SANTO para
realizar as obras de DEUS. Talvez em nenhum outro ponto ela é mais clara quanto
no contexto da kenosis de nosso Senhor. JESUS como homem, vivendo as limitações
que a encarnação lhe proporcionou, dependeu durante todo o seu ministério da
ação do ESPÍRITO SANTO. Esse é um fato observado por todos os manuais de
teologia sistemática.
Heber Campos, por exemplo, destaca que o Filho, em si mesmo, não
precisava de suporte ou da ajuda do ESPÍRITO SANTO, mas quando o Verbo se fez
carne, assumindo a nossa humanidade, ele se colocou na condição de Servo
necessitando do socorro do ESPÍRITO SANTO para exercer o seu ministério. Por
essa razão, citando a passagem de Isaías 61, JESUS diz de si mesmo: “O ESPÍRITO
do Senhor está sobre mim, pelo que me ungiu para evangelizar os pobres;
enviou-me para proclamar libertação aos cativos e restauração da vista aos
cegos, para pôr em liberdade os oprimidos” (Lc 4.18). JESUS precisou, por causa
de sua humanidade, do suporte do ESPÍRITO SANTO para realizar o seu ministério.
DEUS não quebra as suas leis nem mesmo com o seu Filho. Ao encarnar, Ele se
tornou como um de nós, carente da ação do Alto para poder realizar sua missão
entre os homens.
José Gonçalves. Lucas, O Evangelho de JESUS, o
Homem Perfeito. Editora CPAD. pag. 43-44.
Os sábios atônitos. Nesse período, o Templo exercia profundo
fascínio sobre o menino JESUS, porque chegara a um momento crítico de sua vida:
a consciência de sua natureza e missão divinas afetava-o poderosamente. O
escritor foi inspirado a incluir este incidente para deixar claro aos leitores
que, aos doze anos de idade, JESUS estava ciente de sua condição de Filho de
DEUS e de que tinha uma missão a cumprir. Nada mais natural, portanto, fosse
Ele encontrado na casa do seu Pai, “assentado no meio dos doutores, ouvindo-os,
e interrogando-os”. Diz-se que havia uma sinagoga (casa de reuniões) dentro do
Templo, onde os grandes ensinadores de Israel ministravam nos sábados e
feriados religiosos. No decurso das preleções, os rabinos faziam perguntas aos
ouvintes, que, por sua vez, tinham licença para interrogar o mestre. “E todos
os que o ouviam admiravam a sua inteligência e respostas”. E, se o debate era
acerca do Messias e sua obra - o que é bem provável -, podemos entender a
estupefação dos mestres ante as perguntas e respostas do menino. Sabendo ser o
Messias, JESUS debatia o assunto com clareza, unção e autoridade.
Myer Pearlman. Lucas, O Evangelho do Homem Perfeito. Editora
CPAD. pag. 64-65.
No batismo de JESUS vemos a presença da trindade e a capacitação do
ESPÍRITO SANTO para que JESUS iniciasse seu ministério.
Até os trinta anos, JESUS permaneceu na cidade de Nazaré e
trabalhou como carpinteiro, para só após ajudar sua família, exercer seu
ministério de treinamento de seus discípulos e pregação do evangelho no poder e
unção do ESPÍRITO SANTO.
ELABORADO: Pb Alessandro Silva
(http://estudaalicaoebd.blogspot.com.br/) com
algumas modificações do Pr. Luiz Henrique.
Referências Bibliográficas (outras estão acima)
Bíblia de estudo - Aplicação Pessoal.
Bíblia de Estudo Almeida. Revista e Atualizada. Barueri, SP:
Sociedade Bíblica do Brasil, 2006.
Bíblia de Estudo Palavras-Chave Hebraico e Grego. Texto bíblico
Almeida Revista e Corrigida.
Bíblia de Estudo Pentecostal. Traduzida em português por João
Ferreira de Almeida, com referências e algumas variantes. Revista e Corrigida,
Edição de 1995, Flórida- EUA: CPAD, 1999.
BÍBLIA ILUMINA EM CD - BÍBLIA de Estudo NVI EM CD - BÍBLIA Thompson
EM CD.
CPAD - http://www.cpad.com.br/ -
Bíblias, CD'S, DVD'S, Livros e Revistas. BEP - Bíblia de Estudos Pentecostal.
VÍDEOS da EBD na TV, DE LIÇÃO INCLUSIVE
http://estudaalicaoebd.blogspot.com.br/ -
Pb Alessandro Silva
Orlando S. Boyer. Espada Cortante 2. Editora CPAD.
pag. 47
José Gonçalves. Lucas, O Evangelho de JESUS, o Homem
Perfeito. Editora CPAD. pag. 43
Myer Pearlman. Lucas, O Evangelho do Homem Perfeito. Editora
CPAD. pag. 64-65
Fritz Rienecker. Comentário Esperança Evangelho de
Lucas. Editora Evangélica Esperança
HENRY. Matthew. Comentário Matthew Henry Novo Testamento
MATEUS A JOÃO Edição completa. Editora CPAD. pag. 698
PFEIFFER .Charles F. Dicionário Bíblico Wycliffe. Editora
CPAD. pag. 598-599.
))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))
Onde Jesus esteve dos 12 aos 30 anos de idade?
https://biblia.com.br/perguntas-biblicas/1133/
Pr. Alberto R. Timm, Ph. D.
Alguns sugerem que nesse período Cristo Se afastou da Palestina
para viver em algum lugar do Extremo Oriente, Índia, por exemplo. Outros
propõem que nessa época Ele tenha Se ausentado da Terra para visitar outros
planetas...
Como os evangelhos não mencionam explicitamente
o que ocorreu com Cristo dos 12 aos 30 anos de idade, muitas pessoas se sentem
na liberdade de conjecturar a esse respeito. Alguns sugerem que nesse período
Cristo Se afastou da Palestina para viver em algum lugar do Extremo Oriente.
Outros propõem que nessa época Ele tenha Se ausentado da Terra para visitar
outros planetas. Já um terceiro grupo alega que Ele permaneceu na Palestina,
vivendo uma vida moral relativamente depravada. Mas, por mais originais que sejam
essas teorias não passam meras especulações humanas, destituídas de base
bíblica e de comprovação histórica.
A despeito do silêncio bíblico sobre esses 18 anos da vida de
Jesus, existem fortes evidências bíblicas de que Ele continuou residindo em
Nazaré até o início do Seu ministério público. Somos informados de que, após a
Sua visita a Jerusalém, aos 12 anos de idade, Jesus regressou com José e Maria
“para Nazaré; e era-lhes submisso” (Lucas 2:51); que Ele foi criado naquela
mesma cidade (Lucas 4:16); que Ele veio “de Nazaré da Galileia” para ser
batizado por João Batista no rio Jordão (Marcos 1:9); e que, após o
aprisionamento deste, Jesus “deixando Nazaré, foi morar em Cafarnaum” (Mateus
4:12 e 13).
Por haver residido em Nazaré todos esses anos, Jesus era conhecido
pelos Seus contemporâneos como “Nazareno” (ver Mateus 2:23; 26:71; Marcos 1:24;
10:47; 16:6; Lucas 4:34; 18:37; 24:39; João 1:45; 18:5, 7; 19:19; Atos 2:22;
3:6; 4:10; 6:14; 22:8; 26:9), e os Seus seguidores, como a “seita dos nazarenos”
(Atos 24:5). Próximo ao final do Seu ministério público na Galileia, Jesus
retornou a Nazaré, qualificada nos Evangelhos de “a sua terra” (Mateus 13:54;
Marcos 6:1), sendo reconhecido pelos próprios nazarenos como “o carpinteiro”
(Marcos 6:3) e o “filho do carpinteiro” (Mateus 13:55).
Eles jamais O teriam reconhecido como tal se Ele não houvesse
exercido tal profissão naquela cidade antes do início do Seu ministério
público.
Algumas pessoas alegam que João Batista não conhecia a Cristo até
ser este batizado por ele (ver João 1:31 e 33), porque Jesus havia Se mudado de
Nazaré para outra localidade. Esse argumento não é válido, em primeiro lugar
porque ambos estavam geograficamente distanciados um do outro. Enquanto Jesus
permaneceu em Nazaré da Galileia (Marcos 1:9), João Batista residia na Judeia
(Lucas 1:39, 40, 65 e 80). Além disso, a questão envolvida não era tanto o
relacionamento pessoal entre eles, mas o fato de João não haver até então
identificado quem seria o prometido Messias (comparar com Mateus 11:2 e 3;
Lucas 7:18 e 19).
Embora Jesus houvesse exercido a profissão de carpinteiro em Nazaré
até os 30 anos de idade, Suas atividades durante esse período não foram
registradas nos Evangelhos por não serem tão significativas quanto os eventos
relacionados com o próprio ministério de Cristo.
Não podemos nos esquecer de que os Evangelhos não são biografias
exaustivas de Jesus, e sim “evangelhos” com um conteúdo biográfico restrito ao
seu específico propósito salvífico (ver João 20:30 e 31).
Biblia.com.br
))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))
Escrita Lição 8, CPAD, JESUS Viveu A Experiência Humana, 1Tr25,
Comentários Extras Pr Henrique, EBD NA TV
Para nos ajudar PIX 33195781620 (CPF) Luiz Henrique de Almeida
Silva
Ou Conta Banco 237, Bradesco, Imperatriz, MA, Agência 2365-5 conta
corrente 0007074-2
Luiz Henrique de Almeida Silva
ESBOÇO DA LIÇÃO 8, CPAD, 1TR25
I – A EXPERIÊNCIA HUMANA NO MINISTÉRIO DE JESUS
1. Os debates com as autoridades religiosas
2. A vida social e religiosa de JESUS
3. Características próprias do ser humano
II – HERESIAS QUE NEGAM A HUMANIDADE DE JESUS
1. Apolinarismo
2. Reação da igreja
3. Monotelismo
III – COMO ESSAS HERESIAS SE APRESENTAM NOS DIAS ATUAIS
1. Quais países JESUS visitou quando esteve entre nós?
2. JESUS era visto como alguém da comunidade
TEXTO ÁUREO
E percorria JESUS toda a Galileia, ensinando nas suas sinagogas, e
pregando o evangelho do Reino, e curando todas as enfermidades e moléstias
entre o povo.” (Mt 4.23)
VERDADE PRÁTICA
O Senhor JESUS CRISTO teve vida social — amigos, parentes —,
interagia com as pessoas, e era conhecido dos vizinhos e moradores de Nazaré,
onde fora criado.
LEITURA DIÁRIA
Segunda - Mt 4.23-25 JESUS caminhava
por toda a Galileia, pregando, ensinado e curando enfermos
Terça - Mc 6.2,3 JESUS e sua família eram conhecidos na
cidade onde viviam
Quarta - Lc 4.16 A participação de JESUS no culto nas
sinagogas
Quinta - Lc 5.27-30 JESUS tinha vida social como qualquer
pessoa de sua época
Sexta - Jo 2.1,2 JESUS participou de um casamento em Caná da
Galileia, uma celebração comum da época
Sábado - Jo 4.7-10 JESUS procurava interagir com as pessoas
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE - João 1.43-51; Mateus 26.37,38,42
João 1
43 - No dia seguinte, quis JESUS ir à Galileia, e achou a Filipe, e
disse-lhe: Segue-me.
44 - E Filipe era de Betsaida, cidade de André e de Pedro.
45 - Filipe achou Natanael e disse-lhe: Havemos achado aquele de
quem Moisés escreveu na Lei e de quem escreveram os Profetas: JESUS de Nazaré,
filho de José.
46 - Disse-lhe Natanael: Pode vir alguma coisa boa de Nazaré?
Disse-lhe Filipe: Vem e vê.
47 - JESUS viu Natanael vir ter com ele e disse dele: Eis aqui um
verdadeiro israelita, em quem não há dolo.
48 - Disse-lhe Natanael: De onde me conheces tu? JESUS respondeu e
disse-lhe: Antes que Filipe te chamasse, te vi eu estando tu debaixo da
figueira.
49 - Natanael respondeu e disse-lhe: Rabi, tu és o Filho de DEUS,
tu és o Rei de Israel.
50 - JESUS respondeu e disse-lhe: Porque te disse: vi-te debaixo da
figueira, crês? Coisas maiores do que estas verás.
51 - E disse-lhe: Na verdade, na verdade vos digo que, daqui em
diante, vereis o céu aberto e os anjos de DEUS subirem e descerem sobre o Filho
do Homem.
Mateus 26
37 - E, levando consigo Pedro e os dois filhos de Zebedeu, começou
a entristecer-se e a angustiar-se muito.
38 - Então, lhes disse: A minha alma está cheia de tristeza até à
morte; ficai aqui e vigiai comigo.
42 - E, indo segunda vez, orou, dizendo: Meu Pai, se este cálice
não pode passar de mim sem eu o beber, faça-se a tua vontade.
http://www.cpad.com.br/harpa-crista-grande-90-anos-luxocor-preta-/p
Hinos Sugeridos: 344,
465, 481 da Harpa Cristã
PLANO DE AULA
1. INTRODUÇÃO
A presente lição aborda a perspectiva da experiência humana da
pessoa de JESUS CRISTO. Nosso Senhor teve uma vida social em que Ele interagia
com pessoas de toda sorte, iniciando em Nazaré, chegando a Jerusalém. Além da
vida social, nosso Senhor tinha uma vida religiosa, pois Ele era judeu. Com
isso, muitas das características humanas podem ser atestadas nas histórias de JESUS
conforme reveladas na Bíblia.
2. APRESENTAÇÃO DA LIÇÃO
A) Objetivos da Lição: I) Identificar a experiência humana no
ministério de JESUS; II) Explicar as heresias que negam a humanidade de JESUS;
III) Reconhecer como essas heresias se apresentam atualmente.
B) Motivação: A experiência humana de JESUS marca uma
referência para o desenvolvimento de
nossos relacionamentos com outras pessoas.
C) Sugestão de Método: Na presente lição há duas palavras
importantes na Teologia, que também fazem parte de um vocabulário técnico em
Teologia: Apolinarismo; Monotelismo. Por isso, sugerimos que providencie um
Dicionário Teológico, editado pela CPAD. Após destacar essas palavras, leia com
sua classe antes de tratá-las diretamente no tópico respectivo. É muito
importante que os alunos se familiarizem com termos técnicos que é bem provável
que muitos nunca ouviram falar.
3. CONCLUSÃO DA LIÇÃO
A) Aplicação: A Bíblia revela que o nosso Senhor teve uma vida
social e religiosa, ou seja, Ele viveu a experiência humana. Essa experiência
de JESUS torna-se um grande parâmetro para o nosso relacionamento com as
pessoas, quer do ponto de vista do Corpo de CRISTO quer fora do Corpo de CRISTO.
4. SUBSÍDIO AO PROFESSOR
A) Revista Ensinador Cristão.
Vale a pena conhecer essa revista que traz reportagens, artigos, entrevistas e
subsídios de apoio à Lições Bíblicas Adultos. Na edição 100, p.40, você
encontrará um subsídio especial para esta lição.
B) Auxílios Especiais: Ao final do tópico, você encontrará auxílios
que darão suporte na preparação de sua aula: 1) O texto "A Humanidade de CRISTO",
logo após o primeiro tópico, aprofunda o tema da experiência humana de JESUS;
2) O texto "JESUS CRISTO Homem", ao final do segundo tópico,
aprofunda uma resposta bíblica aos que negam a humanidade de JESUS.
PALAVRA-CHAVE - EXPERIÊNCIA
COMENTÁRIO - INTRODUÇÃO
O Senhor JESUS não viveu como anacoreta, ou seja, como monge ou
eremita em retiro solitariamente, isolado da sociedade, e nem ensinou essa
prática aos seus discípulos. Pelo contrário, a narrativa bíblica descreve que
Ele teve vida social e religiosa. A presente lição pretende mostrar alguns
aspectos da experiência humana de CRISTO.
I – A EXPERIÊNCIA HUMANA NO MINISTÉRIO DE JESUS
1. Os debates com as autoridades religiosas
Os principais opositores de JESUS foram os fariseus, os saduceus e
os herodianos. Esses debates revelam o ensino de JESUS sobre a ética, os
princípios morais e as responsabilidades civis que temos.
a) Os fariseus.
O nome vem do hebraico prushim que significa “separados”, porque
não concordavam com os saduceus. Defendiam a tradição acima das Escrituras (Mt 15.3, 6) e a separação do Estado da
religião. Eram membros do sinédrio e tornaram-se alvo das críticas de JESUS (Mt 22.15). O apóstolo Paulo declara que o
grupo dos fariseus, ao qual pertencia antes de sua conversão, era a mais severa
seita do judaísmo (At 26.5; Gl 1.14; Fp 3.5).
b) Os saduceus.
O nome vem de Zadoque, família que detinha o cargo de Sumo
Sacerdote desde Salomão (1Rs 2.35)
até pouco antes do surgimento desses grupos. Eram, como os fariseus, uma facção
dentro do judaísmo (At 5.17),
alegavam aceitar apenas os cinco livros de Moisés, o Pentateuco, com certa
reserva, pois não acreditavam em anjos, espíritos e nem na ressurreição (At 23.8) e rejeitavam os demais livros do
Antigo Testamento. Muitos deles eram sacerdotes, e exerciam fortes influências
no sinédrio. Eram inimigos mortais de JESUS. Uniram-se aos fariseus, superando
todos os obstáculos ideológicos a fim de somar as forças e matarem a JESUS.
c) Os herodianos.
Eram os apoiadores da dinastia de Herodes, uma espécie de
marqueteiros, buscando convencer o povo para impedir um governo direto de Roma.
Foram instituídos com interesses nacionalistas e eram a favor dos impostos. O
discurso de JESUS também os incomodava. Formaram conselho com os fariseus com o
propósito de matar JESUS e, assim, livrar-se dEle (Mc 3.6). Estavam associados aos fariseus
na questão do tributo (Mt 22.16; Mc 12.13).
2. A vida
social e religiosa de JESUS
O Mestre
participava de uma vida social intensa. A escolha dos seus discípulos como
Filipe, André, Pedro e Natanael aconteceu num ambiente entre amigos (Jo 1.43-46). Os dois primeiros capítulos de
Lucas apresentam um começo muito humano de CRISTO, apresentando amigos,
vizinhos, parentes, como Zacarias, Isabel. Os “filhos de Zebedeu”, João e Tiago
(Mt 26.37),
eram primos de JESUS; Zebedeu era um pescador da Galileia (Mc 1.19, 20) e marido de Salomé (Mt 27.56; Mc 15.40), irmã de Maria, mãe de JESUS (Jo 19.25). Lucas descreve o desenvolvimento
físico e mental de JESUS que crescia em estatura e em sabedoria (Lc 2.40, 52). Ele interagia com as pessoas
independentemente de sua condição social e espiritual, “publicanos e pecadores”
(Mt 9.10, 11),
“fariseus” e “a mulher pecadora” (Lc 7.37-39) e a mulher samaritana (Jo 4.9-15).
3.
Características próprias do ser humano
JESUS nasceu de uma mulher, embora gerado pela
ação sobrenatural do ESPÍRITO SANTO. Seu nascimento, contudo, foi normal e
comum como o de qualquer bebê (Lc 2.6-7). Ele sofreu, chorou e sentiu
angústia (Hb 13.12; Lc 19.41; Mt 26.37); sentiu sono, fome, sede e cansaço
(Mt 8.24; Jo 4.6; 19.28); JESUS morreu. A diferença é que,
não ficou morto como qualquer pessoa, mas ressuscitou ao terceiro dia, passando
pelo ardor da morte (1 Co 15.3-4).
Ainda como homem, Ele dependia tanto da oração como também do ESPÍRITO SANTO (Lc 4.1, 14; 5.16; 6.12). O Senhor JESUS CRISTO, em sua
experiência humana, participou de nossa fraqueza física e emocional, mas não de
nossa fraqueza moral e espiritual (Jo 8.46; Hb 4.15).
AMPLIANDO O
CONHECIMENTO
“A ENCARNAÇÃO:
DEUS PÔDE SE TORNAR HOMEM, SEM DEIXAR DE SER DEUS?
A resposta a
esta pergunta é ‘sim’. Não apenas é possível, como aconteceu, no tempo e no
espaço. Teólogos neo-ortodoxos (pensadores do século XX, fortemente
influenciados por Karl Barth) disseram que a pergunta é impossível de responder
logicamente, porque a fé é um paradoxo ilógico e pode ser vista somente pelos
olhos da fé. Em anos recentes, teólogos liberais negaram a realidade da
encarnação, alegando que é um mito e não é verdadeira, em nenhum sentido
objetivo. [...] Deste modo, eles consideraram um absurdo a declaração de que JESUS
CRISTO era plenamente DEUS e plenamente humano (como tanto a Bíblia como
confissões históricas de cristãos afirmaram).” Amplie mais o seu conhecimento,
lendo a Bíblia de Estudo
Apologética Cristã, editada pela CPAD, p.1892.
SINÓPSE I - Nosso
Senhor viveu tanto a vida social quanto a religiosa, confirmando assim a sua
experiência humana.
AUXÍLIO
DOUTRINÁRIO
“A HUMANIDADE
DE CRISTO
As Escrituras
Sagradas apresentam diversas características humanas em JESUS. O relato de sua
infância enfoca o seu desenvolvimento físico, intelectual e espiritual: ‘E
crescia JESUS em sabedoria, e em estatura, e em graça para com DEUS e os homens
[...]. E o menino crescia e se fortalecia em espírito, cheio de sabedoria; e a
graça de DEUS estava sobre ele’ (Lc 2.40,52). O profeta Isaías anunciou de
antemão sobre Emanuel: ‘manteiga e mel comerá, até que ele saiba rejeitar o mal
e escolher o bem’ (Is 7.15). Ele
tornou-se homem para suprir a necessidade de salvação da humanidade” (Declaração de Fé das Assembleias de DEUS.
Rio de Janeiro: CPAD, 2017, pp.50-51).
II – HERESIAS
QUE NEGAM A HUMANIDADE DE JESUS
1. Apolinarismo
Apolinário foi
bispo de Laodiceia, nasceu provavelmente em 310 d.C. e morreu em 392. O
Apolinarismo é a doutrina que nega que JESUS encarnado teve espírito humano.
Usando a linguagem teológica de Apolinário, os elementos constitutivos do ser
humano são sōma, “carne ou corpo”; a psychē, “alma animal”, a sede dos desejos,
paixões, apetites; e, pneuma, “alma racional”. Em relação a JESUS, dizia que
Ele possuía um sōma humano e uma psychē humana, mas não um pneuma humano.
Segundo Apolinário, o Verbo (Jo 1.1, 14)
teria ocupado o lugar da alma na encarnação, com isso negando que JESUS tivesse
espírito humano.
2. Reação da
igreja
A humanidade
plena de JESUS está clara no Novo Testamento, que fala do corpo físico de CRISTO
(Lc 24.36-40; Jo 2.21; Hb 10.10) e também da alma e do espírito (Mt 26.38; Lc 23.46). Essa humanidade de JESUS é igual
à nossa (Hb 2.14,17 —
NTLH). A diferença é a sua impecabilidade. De modo que Ele é o verdadeiro homem
(1 Tm 2.5). O
Apolinarianismo foi declarado heresia no Concílio da Calcedônia em 451.
3. Monotelismo
É a doutrina
cristológica do patriarca Sérgio de Constantinopla, que ensinava haver em CRISTO
uma só vontade. O termo vem de duas palavras gregas, monos, único”, e thelēma, “vontade, desejo”. Era uma
tentativa de conciliar a teologia monofisita com o Credo de Calcedônia, que
reafirmava as duas naturezas intactas, separadas e inconfundíveis em uma só
pessoa, em JESUS. O Terceiro Concílio de Constantinopla em 681 considerou o
monotelismo heresia. Reconhecemos as vontades de CRISTO (Mc 14.36). É evidente que as ações de CRISTO
como caminhar, comer, beber, interagir com as pessoas são puramente humanas,
mas são produzidas pela natureza humana sob a direção divina. Ao perdoar
pecados, era a manifestação da vontade de CRISTO na natureza divina (Lc 5.20-22). Sofrônio, patriarca de Jerusalém,
em 633, refutou o monotelismo dizendo que existe em JESUS duas vontades sendo a
humana submissa à divina.
SINÓPSE II - O
Apolinarismo e o Monotelismo são duas heresias que negam a humanidade de JESUS.
AUXÍLIO
TEOLÓGICO
“JESUS CRISTO
HOMEM
A Bíblia ensina
tanto a divindade como a humanidade de CRISTO: ‘E todo o espírito que confessa
que JESUS não veio em carne não é de DEUS...’ (1 Jo 4.3). O ensino da humanidade de CRISTO,
no entanto, não neutraliza a sua divindade, pois os Evangelhos revelam as duas
naturezas: a humana e a divina. Os Evangelhos revelam atributos característicos
do ser humano em JESUS, Ele nasceu de uma mulher, embora gerado pela ação
sobrenatural do ESPÍRITO SANTO, o ato do nascimento em si foi normal e comum
como o de qualquer ser humano. Diz a Palavra de DEUS: ‘E aconteceu que, estando
eles ali, se cumpriram os dias em que ela havia de dar à luz. E deu à luz o seu
filho primogênito, e envolveu-o em panos, e deitou-o numa manjedoura, porque
não havia lugar para eles na estalagem’ (Lc 2.6,7)” (SOARES, Esequias. Manual de Apologética Cristã. Rio
de Janeiro: CPAD, 2002, pp. 85-6).
III – COMO
ESSAS HERESIAS SE APRESENTAM NOS DIAS ATUAIS
1. Quais países
JESUS visitou quando esteve entre nós?
Podemos afirmar
que JESUS visitou, durante sua vida terrena, três países, Egito (Mt 2.14-15),
Israel, o centro de suas atividades, e Fenícia, atual Líbano. Mas, não faltam
crenças bizarras sobre a vida de JESUS. Não somente o Movimento Nova Era, mas
vários grupos ocultistas costumam ensinar que JESUS esteve na Índia, e os
mórmons declaram que Ele esteve nos Estados Unidos. A Bíblia, porém, nada disso
menciona e ensina-nos a rejeitarmos as fábulas (1 Tm 4.7). Os Evangelhos não mostram um JESUS
estranho em sua comunidade e muito menos um forasteiro (Mt 13.55-57; Jo 7.15, 27, 41, 42).
2. JESUS era
visto como alguém da comunidade
Essa invenção
desses esotéricos contraria o relato dos Evangelhos (Lc 4.22-24), onde o Senhor JESUS é apresentado
como alguém que era natural na comunidade de seu povo, Israel, e não como um
estrangeiro. Sua maneira de viver e o seus ensinos refletem a cultura judaica,
e nada há que se pareça com a cultura hindu: “Não é este o carpinteiro, filho
de Maria e irmão de Tiago, e de José, e de Judas, e de Simão? E não estão aqui
conosco suas irmãs? E escandalizavam-se nele” (Mc 6.2,3). Ora, tal atitude do povo não se
justificaria se JESUS fosse um recém-chegado da Índia.
SINÓPSE III - Ao
esvaziar a experiência humana de JESUS, muitos grupos ocultistas distorcem a
vida e a obra de CRISTO no mundo.
CONCLUSÃO
É nosso
compromisso seguir o exemplo de JESUS no relacionamento com as pessoas. É
importante que nunca nos esqueçamos os pontos essenciais da presente lição
sobre a verdadeira identidade do Senhor JESUS. Ele é o DEUS verdadeiro em toda
a sua plenitude igual ao Pai. E como homem, em toda a sua plenitude, viveu e
andou entre nós, seres humanos.
REVISANDO O
CONTEÚDO
1. Quais os
principais opositores de JESUS com quem Ele debatia?
Os fariseus, os
saduceus e os herodianos.
2. Como sabemos
que o Senhor JESUS teve vida social e religiosa?
Ele interagia
com as pessoas independentemente de sua condição social e espiritual,
“publicanos e pecadores” (Mt 9.10, 11), “fariseus” e “a mulher pecadora” (Lc 7.37-39) e a mulher samaritana (Jo 4.9-15).
3. O que
ensinam as doutrinas apolinarianista e monotelista?
O Apolinarismo
é a doutrina que nega que JESUS encarnado teve espírito humano. O Monotelismo é
a doutrina cristológica do patriarca Sérgio de Constantinopla, que ensinava
haver em CRISTO uma só vontade.
4. Quais
concílios declararam heresias o Apolinarianismo e o Monotelismo?
No Concílio da
Calcedônia em 451 e o Terceiro Concílio de Constantinopla em 681,
respectivamente.
5. Como os
Evangelhos apresentam JESUS?
Os Evangelhos
não mostram um JESUS estranho em sua comunidade e muito menos um forasteiro (Mt 13.55-57; Jo 7.15, 27, 41, 42).