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Escrita Lição 10, CPAD, O Pecado Corrompeu A Natureza Humana, 1Tr25, Comentários Extras Pr Henrique, EBD NA TV
Escrita Lição 10, CPAD, O Pecado Corrompeu A Natureza Humana, 1Tr25, Comentários Extras Pr Henrique, EBD NA TV
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Silva
ESBOÇO DA LIÇÃO 10, CPAD, 1Tr25I – A DOUTRINA BÍBLICA DO PECADO E SUA EXTENSÃO1. O autor do pecado (Gn 3.1,2) 2. “Foram abertos os olhos de ambos” (Gn 3.7 .3. A consequência da Queda no Éden 4. Extensão do pecado II – A
HERESIA QUE NEGA O ADVENTO DO PECADO1. O Pelagianismo 2. A morte de JESUS em favor dos pecadores III – O PERIGO DESSA HERESIA PARA A VIDA DO CRENTE E DA IGREJA1. Pensamentos pelagianistas em nossos dias 2. O perigo TEXTO ÁUREO“Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de DEUS.” (Rm
3.23) VERDADE PRÁTICAO pecado é um elemento real na vida de todas as pessoas desde o
ventre materno. LEITURA DIÁRIA LEITURA BÍBLICA EM CLASSE - Gênesis 3.1,6,7; Romanos 5.12-14Gênesis 31 - Ora, a serpente era mais astuta que todas as alimárias do campo
que o Senhor DEUS tinha feito. E esta disse à mulher: É assim que DEUS disse:
Não comereis de toda árvore do jardim?6 - E, vendo a mulher que aquela árvore era boa para se comer, e
agradável aos olhos, e árvore desejável para dar entendimento, tomou do seu
fruto, e comeu, e deu também a seu marido, e ele comeu com ela.7 - Então, foram abertos os olhos de ambos, e conheceram que
estavam nus; e coseram folhas de figueira, e fizeram para si aventais.Romanos 512 - Pelo que, como por um homem entrou o pecado no mundo, e pelo
pecado, a morte, assim também a morte passou a todos os homens, por isso que
todos pecaram.13 - Porque até à lei estava o pecado no mundo, mas o pecado não é
imputado não havendo lei.14 - No entanto, a morte reinou desde Adão até Moisés, até sobre
aqueles que não pecaram à semelhança da transgressão de Adão, o qual é a figura
daquele que havia de vir.
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SUBSÍDIOS
EXTRAS PARA A LIÇÃO 10, CPAD
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Hamartiologia
— a Doutrina do Pecado (Elienai Cabral)
Teologia
Sistemática Pentecostal – CPAD
Um dos mais profundos
problemas da teologia e da filosofia é a existência e a ação do mal. Ao longo
da História, o mal tem sido motivo de estudo, pesquisa e discussão, de modo
especulativo, mas também de maneira séria. Haja vista o poder do mal impor-se de
modo natural na experiência humana, a preocupação com a sua origem desafia a
inteligência e aguça o interesse em descobri-lo na sua essência.
Neste campo da
realidade universal do mal entra a História da raça humana através da primeira
criatura: o homem. Este, por seu livre-arbítrio, cai na rede de engano do
agente do mal, o Diabo, e pratica o pecado de rebelião contra o Criador.
O que é pecado? Como
se manifesta? Como entrou no mundo? Essas perguntas têm deixado muitos
pensadores perplexos. Neste capítulo, trataremos da abordagem teológica e
também filosófica acerca do pecado e o que corretamente ensina a Bíblia sobre o
assunto.
Introdução
à Hamartiologia
A questão do mal é
tratada na Bíblia a partir do relato do livro de Gênesis sobre a Queda do
homem. O relato histórico descreve o princípio da tentação ao homem e seu
pecado, trazendo maldição para a sua vida pessoal e a toda a humanidade. As
questões levantadas ao longo da História sobre a Queda serão aclaradas neste
capítulo.
Na teologia cristã, a
doutrina do pecado ocupa grande espaço porque o cristianismo é a religião da
redenção da raça humana. De todas as doutrinas bíblicas, três delas são de
vasta amplitude porque tratam de DEUS, do pecado e da redenção. Existe uma
inter-relação entre essas três doutrinas. É impossível tratar do pecado sem
mencionar a redenção do pecador e, naturalmente, a sua relação com a sua fonte:
DEUS.
O termo
“hamartiologia” deriva de dois vocábulos da língua grega, a língua do Novo
Testamento: hamartia e logos, os quais significam “estudo acerca do pecado”. O
termo é aplicável ao pecado, seja este considerado um ato, seja considerado um
estado ou uma condição. O sentido do termo é que o pecado é um desvio do fim
(ou propósito) estabelecido por DEUS para determinado fato ou conduta humana.
O QUE É
PECADO
A palavra “pecado” é
sinônima de muitas outras usadas na Bíblia, as quais indicam conceitos bíblicos
distintos sobre o pecado. São vários os termos que amplificam o conceito de
pecado nas suas várias manifestações.
No Antigo Testamento.
Encontramos no Antigo Testamento pelo menos oito palavras básicas que
conceituam o pecado; no Novo Testamento, temos, pelo menos, doze outras que
descrevem as várias formas de manifestações negativas relacionadas com o termo
“pecado”. No étimo das palavras mencionadas no Antigo Testamento descobrimos a
abrangência do pecado em suas manifestações.
1)
Hattat. Este vocábulo, que aparece 522 vezes nas
páginas veterotestamentárias, e seu termo correlato no Novo Testamento —
hamartia — sugerem a ideia de “errar o alvo” ou “desviar-se do rumo”, como o
arqueiro antigo que atirava as suas flechas e errava o alvo. Porém, o termo
também sugere alguém que erra o alvo propositadamente; ou seja, que atinge
outro alvo intencionalmente.
Não se trata de uma ideia
passiva de erro, mas implica uma ação proposital. Significa que cada ser humano
tem da parte de DEUS um alvo definido diante de si para alcançá-lo. O termo em
apreço denota tanto a disposição de pecar como o ato resultante dela. Em
síntese, o homem não foi criado para o pecado; se pecou, foi por seu
livre-arbítrio, sua livre escolha (Lv 16.21; Sm 1.1; 51.4; 103.10; Is 1. 18; Dn 9.16; Os 12.8).
2)
Pesha. O sentido tradicional dessa palavra é
“transgredir”, “rebelar”, "revoltar-se”. Porém, uma variante forte para
defini-la implica o ato de invadir, de ir além, de rebelar-se. O termo aponta
para alguém que foi além dos limites estabelecidos (Gn 31. 36; I Rs 12.19; 2 Rs 3.5; Sm 51.13; 89.32; Is 1.2; Am 4.4).
3)
Raa. Outra palavra hebraica que tem seu equivalente
no grego — como kakos ou poneros — e traz a ideia básica de romper, quebrar;
“aquilo que causa dano, dor ou tristeza”. E um tipo de pecado deliberado,
malicioso, planejado, que provoca e enfurece. Dá a ideia de “ser mau” (Gn 8.21; Êx 33.4; Jr 11.11; Mq 2.1-3). Indica também algo injurioso e moralmente errado.
São os pecados expressos por violência (Gn 3.5; 38.7; Jz 11.27).
O profeta Isaías
profetizou que DEUS criou a luz e as trevas, a paz e o mal Is 4.57. E o mal em
forma de calamidade, ruína, miséria, aflição, infortúnio. DEUS não tem culpa do
mal existente, porque, na verdade, a responsabilidade pelos pecados cometidos
recai, à luz da Bíblia, sobre a criatura rebelde, transgressora e incriminada,
e não sobre o Criador.
4)
Rama quer dizer “enganar”; dá a ideia de prender numa
armadilha, num laço. Implica, portanto, um tipo de pecado em forma de cilada
para outrem cair. E uma forma de enganar e agir traiçoeiramente (SI 32.2;
34.13; 55.11; Jó 13.7; Is 53.9).
5)
Pata. E um termo que dá a ideia de seduzir. O sentido
literal da palavra é “ser aberto” ou “abrir espaço” para o pecado ter livre
curso. No Éden, Adão e Eva se deixaram seduzir pelo engano do pecado e pelo pai
do pecado (Satanás), personificado numa serpente (Gn 3.4-7).
6)
Shagag. O sentido aqui é “errar” ou “extraviar-se”,
como uma ovelha ou um bêbado (Is 28.7). E um tipo de erro pelo qual o transgressor
torna-se responsável, ante a lei divina que condena o seu erro — pecado (Lv 4.2; Nm 15.22).
7)
Rasha. Esta palavra aparece especialmente nos Salmos,
com a ideia de impiedade ou perversidade. O sentido metafórico é o pecado em
oposição à justiça (Êx 2.13; SI 9; SI 16; Pv 15.9; Ez 18.23).
8)
Ta a. Este vocábulo se refere ao ato de extravio
deliberado. Não se trata de algo acidental, e sim algo que uma pessoa comete
sem perceber o fruto negativo gerado pelos seus atos pecaminosos (Nm 15.22; Sl 58.3; 119.21; Is 53.6; Ez 44.10,15).
Existem outras
variantes do termo que ensinam sobre o pecado no Antigo Testamento, mas nos
detivemos apenas em oito deles que ilustram a diversidade e a perversidade do
pecado em suas várias manifestações.
No Novo Testamento. No
grego, a palavra “pecado” também tem vários sentidos, e alguns são correlatos
com os termos hebraicos. Todos esses vocábulos do grego bíblico descrevem o
pecado em seus vários aspectos. Apresentaremos uma lista menos extensa, mas
igualmente proveitosa para definir o incisivas das palavras mais incisivas e
usadas com mais frequência no Novo Testamento acerca do pecado.
1)
Hamartia. Já citada em correlação com kattaa (hb.),
seu sentido é “errar o alvo”, “perder o rumo”, “fracassar”. Indica que o
primeiro homem, no princípio, perdeu o rumo de sua vida e fracassou em não
atingir o padrão divino estabelecido para a sua vida. No Novo Testamento, os
escritores usaram o termo hamartia para designar o pecado.
Ainda que o sentido
equivalente no Antigo Testamento seja o de “errar o alvo”, nas páginas
neotestamentárias a palavra em apreço tem uma abrangência bem maior — possui um
sentido mais forte que a ideia de fracasso ou transgressão. Ela tem o sentido
de “poder de engano do pecado” (Rm 5.12; Hb 3.13); é mais que um fracasso. Trata-se de uma condição
responsável ou uma característica que implica culpabilidade.
2)
Kakia. No grego, relaciona-se com perversidade ou
depravação, como algo oposto à virtude. E um termo que descreve o caráter e a
disposição interiores, e não apenas os atos exteriores. Dele deriva-se outra
palavra, kakos, cujo sentido transcende a mal-estar físico ou doenças (Mc 1.32;
Mt 21.41; 24.48; At 9.13; Rm 12.17; 13,3,4,10; 16.19; I Tm 6.10).
3)
Adíkía. Denota injustiça, falta de integridade; como
alguém que abandona o caminho original. Em sentido amplo, esse termo refere-se
a qualquer conduta errada e significa, ainda, “agravo”, “ofensa feita a alguém”
(2 Co 12.13; Hb 8.12; Rm 1.18; 9.14). O texto de Romanos 1.18 descreve a injustiça como inimizade para com a
verdade. Em I João 5.17, o apóstolo João afirma que toda iniquidade (gr.
adikia) é pecado (gr. hamartia).
4)
Anomia ou anomos. Denotam ilegalidade; tais palavras
são traduzidas frequentemente como “iniquidade” ou “transgressão”. Porém, o
sentido literal de literal de anomia é “sem lei”. Quem transgride a lei de DEUS
pratica a iniquidade (Mt 13.41; 24.12; I Tm 1.9). O Anticristo é anomos— “o míquo” (2Ts 2.8).
5)
Apistia. Deriva de pistis — “crer”, “confiar” — e
significa “infidelidade”, “falta de fé” ou algum tipo de resistência ou
vergonha (Hb 3.12; I Tm I.13). Em I Timóteo 1.13 está escrito: “... alcancei misericórdia, porque o
fiz ignorantemente, na incredulidade [gr. apistia]”.
6)
Asebeia. Usado por Paulo nas epístolas com o sentido
de impiedade (Rm 1.18; 11.26; 2Tm 2.16;Tt 2.12; Jd vv.I5,I8). Portanto, a impiedade ou a
irreverência são a base da asebeia.
7)
Aselgeia. Denota relaxamento, licenciosidade ou mesmo
sensualidade. Em Judas v.4 encontramos dois termos que explicam essas palavras:
“... homens ímpios [asebeis] que convertem em dissolução [aselgeian,
‘libertinagem’] a graça de DEUS”. Esse termo descreve, pois, uma entrega sem
restrições à prática do pecado. Os especialistas o descrevem como algo maldito
que domina uma pessoa e a torna impudica de tal modo que perde totalmente o
senso de vergonha e, por isso, faz qualquer coisa degradante sem ocultar seu
pecado.
O termo em análise
significa, por conseguinte, “a pura e autossatisfação sem o menor pudor”, haja
vista o desejo pelos prazeres tornar a sua vítima despudorada, sem restrições.
As chamadas taras sexuais, a embriaguez e outras manifestações são típicas de
aselgeia. Sem dúvidas, trata-se de uma das palavras mais repulsivas do Novo
Testamento (Mt 7.22; 2 Co 12.21; G1 5.19; Ef 4.19; I Pe 4.3; Jd v.4; Rm 13.13; 2 Pe 2.2,7,18). A versão ARC traduz o termo por “libertinagem”,
enquanto a ARA prefere “dissolução”.
8)
Epitkymía. Significa “desejo”. Porém, é o contexto da
palavra encontrada no Novo Testamento que pode indicar o caráter moral do
desejo, se é bom ou mau. Coisas, como: motivo, intenção, direção e relação,
revelarão o caráter moral de epithymia (Mc 4.19; Lc 22.15; Fp 1.23; I Ts 2.17). De modo geral, o vocábulo quase sempre se
identifica com algo negativo e pecaminoso. Daí o significado poderá indicar
“desejo incontinente”, normalmente traduzido como “concupiscência”,
“paixão impura” (G1
5.24; Cl 3.5; I Ts 4.5;Tg I.I4; 2 Pe 2.10).
9)
Parabasis. Aparece nas páginas neotestamentárias umas
oito vezes. O significado primário do termo é “transgressão”, que dá a ideia
de alguém que não respeita as leis, passando dos limites estabelecidos.
Emprega-se esse vocábulo com o sentido de “desvio”, “violação” e
“transgressão”. No texto de Romanos 5.14, Paulo faz uma relação entre hamartia e parabasis,
ao afirmar: “No entanto, a morte reinou desde Adão até Moisés, até sobre
aqueles que não pecaram à semelhança da transgressão de Adão” (grifos do
autor).
O apóstolo Paulo não
está dizendo que os que pecaram desde Adão até Moisés estão livres de culpa, e
sim que aquelas gerações, não tendo a lei de Moisés, seu pecado era tão real
quanto ao dos que tinham a lei. Em I Timóteo 2.14 está escrito que Eva caiu em transgressão
(parabasis), ao ser enganada, porque ela foi rebelde contra a ordem divina. Não
se tratava de reduzir a culpa de Eva, e sim reconhecer que ela podia ter
evitado o pecado de desobediência.
10)
Paraptoma. Deriva de parapipto e significa “decair ao
lado de”, “perder o caminho”, “fracassar”. De modo geral, significa “lapso
moral” ou “uma ofensa pela qual a pessoa é responsável”.1 Vários
textos exemplificam o termo paraptoma (Mt 6.14; Rm 5.15-20; 2 Co 5.19; G1 6.19; Ef 2.I;Tg 5.16).
11)
Planao. Tem um sentido subjetivo de pecado porque se
refere àquele que se desgarra culposamente. A palavra “desgarrar” relaciona-se
com a ovelha que foge do aprisco (I Pe 2.25); também significa levar, por meio do engano, outras
pessoas ao mau caminho (Mt 24.5,6; I Jo 1.8).
Todas essas palavras,
segundo o seu étimo, descrevem o caráter geral do pecado. Porém, definiremos o
pecado, também, em outras perspectivas, para que entendamos toda a sua
abrangência na vida humana.
O HOMEM ANTES DA QUEDA
A Bíblia é a única
fonte segura concernente a criação do homem e seu estado original. De forma
simples e objetiva o Gênesis declara que, depois de tudo feito — especialmente,
o homem —, “viu DEUS que era muito bom” (Gn 1.31). Contudo, a Bíblia não só revela o primeiro estado
do homem, como relata a história da perda do seu primeiro estado de santidade,
pela Queda, e também a possibilidade de sua restauração (Cl 3.10; Ef 4.24).
Criado à imagem e
semelhança de DEUS (Gn 1.26,27). Em que consiste esta imagem de DEUS? Ao longo da
História, os teólogos vêm discutindo sobre as diferenças entre “imagem e
semelhança”. Porém, a distinção entre as duas características quase se confunde
com a diferença entre personalidade (ou pessoalidade) e espiritualidade. No
hebraico, as palavras “imagem” תְמוּנָה tmuna, grego εικών) e
“semelhança” (דִמיוֹן dameyon, no grego ομοιότητα) exprimem a ideia
de algo similar, mas não idêntico à coisa que representa ou de que é uma
“imagem”.
Há uma distância
infinita entre DEUS e a sua criatura-prima — o homem. Só CRISTO é a imagem
expressa da Pessoa de DEUS, como o Filho do Pai, que possui a mesma natureza
daquEle. Na verdade, a imagem divina no homem é como a sombra no espelho.
Mathew Henry, em seu
Comentário Bíblico, escreveu:
... a imagem de DEUS
no homem consiste em três coisas. (1) Em sua natureza e constituição, não do
corpo, pois DEUS não tem corpo, e sim de características da alma e espírito.
(2) Em seu lugar e autoridade, pois quando disse: “façamos o homem à nossa
imagem... e domina o homem recebeu autoridade sobre as criaturas inferiores (os
animais). (3) Em sua pureza e retidão. A imagem de DEUS no homem é revestida de
retidão e santidade (Ef 4.24; Cl 3.10).
O homem, como imagem
de DEUS, foi dotado de atributo moral, isto é, de justiça original. Porém, essa
justiça não era imutável; havia a possibilidade de pecado. Ele foi dotado de
livre-arbítrio. O homem foi criado com uma natureza santa, voltada naturalmente
para DEUS e sua vontade. Essa imagem divina no homem revela a natureza
religiosa dele, haja vista ter sido dotado de “espírito”, para manter comunhão
com o seu Criador.
A Queda distorceu e
avariou a imagem divina no homem. O destaque maior no relato da criação está na
palavra “imagem”: “E criou DEUS o homem à sua imagem, à imagem de DEUS o criou”
(Gn 1.27). Existem alguns ensinamentos de que o ser humano na
Queda perdeu a imagem de DEUS em si. Essa teoria é incoerente, pois a imagem e
a semelhança, de fato, se referem aos aspectos moral e espiritual, os quais
ainda persistem no ser humano, apesar de desfigurados e transtornados pela
Queda e o pecado subsequente.
Quanto à imagem moral,
o homem é constituído de intelecto, vontade e sentimento; isto é, as faculdades
da alma. Quanto à imagem espiritual, ele possui espírito e alma. Essas imagens
não integram a criação animal.
O homem perdeu a
santidade original, a pureza de atitudes. Seu caráter foi afetado; tornou-se o
ser humano pecaminoso. Seu intelecto foi corrompido pela mentira, pela
falsidade e pelo engano. Disse o sábio, em Eclesiastes que DEUS fez o homem
reto, mas ele se envolveu em muitas astúcias (7.29).
A imagem de DEUS no
homem está, pois, deturpada. Só é possível a sua restauração pela obra
expiatória de CRISTO. O corpo não é a imagem de DEUS, porque é formado do pó.
Porém, o Senhor soprou nele a nephesh — a vida física da alma que possui a
imagem e semelhança de DEUS (Gn 2.7). Os impulsos físicos, pois, encontram-se sob o
controle do espírito humano, a sua parte superior.
O primeiro homem
possuía um corpo e um espírito (e alma) perfeitamente adequados um ao outro.
Não havia conflito entre os impulsos pessoais e os espirituais. Era um tipo de
perfeição física e espiritual, mas não era uma perfeição absoluta, e sim
relativa e provisória (Gn 3.22).
Teorias
filosóficas
Ao longo da História,
a preocupação com a existência do mal tem provocado muitas perguntas e
respostas. O problema da presença do pecado no Universo é discutido por
filósofos, sociólogos, psicólogos e teólogos. Especialmente, no campo da
filosofia, há muitas teorias que tentam em vão analisar e definir o que é
pecado.
Conceitos antíteístas
e anticristãos. Há opiniões extremamente especulativas e arbitrárias sobre
esse assunto. Por isso, ao trazê-las à tona neste estudo, queremos destacar
dois elementos auxiliares para o estudo do pecado. O primeiro trata da natureza
metafísica do pecado, e o segundo, de sua natureza moral. Surgem, então, as
questões: O que é aquilo que denominamos pecado? Seria uma substância, um
princípio ou um ato? Significaria privação, negação ou defeito? Seria alguma
coisa relacionada com sentimento?
Essas perguntas se
relacionam com a natureza metafísica do pecado. Mas, e as questões sobre a
natureza moral do pecado? Como o pecado se relaciona com a lei de DEUS? Que
relação tem o pecado com a santidade e com a justiça? Algumas teorias sobre a
natureza do pecado são apresentadas ao longo da História, no estudo progressivo
das doutrinas cristãs. Algumas dessas teorias são incoerentes com a realidade
bíblica do pecado e, por isso, heréticas; mas outras merecem a nossa
apreciação.
1)
A primeira teoria filosófica e antibíblica que
mencionaremos é a que ensina a existência de um eterno princípio do mal. Ela se
difundiu e foi introduzida na igreja nos primeiros séculos da Era Cristã. Para
alguns, esse princípio original do mal se identificava como um ser pessoal.
Trata-se do gnosticismo. Para outros, seguidores do gnosticismo, dos
marcionistas e dos maniqueus, tal princípio era uma substância, uma matéria
eterna.
Esses dois princípios
não encontram respaldo na Palavra de DEUS e, por essa razão, são nulos. Tal
teoria vê o pecado como um mal físico que contamina o espírito humano. Por
isso, esse mal deve ser vencido por meios físicos. Trata-se de uma teoria que
insinua que o pecado é eterno e independente do DEUS Eterno. Sugere que DEUS é
limitado por um poder coeterno, que Ele não pode controlar. Ou seja, o mal tem
o seu próprio poder, assim como DEUS possui o seu.
A ideia sugerida por
essa teoria, de que o mal é um poder independente e sem controle, destrói, por
assim dizer, a natureza do pecado como um mal moral, haja vista fazer dele uma
substância inseparável da natureza humana. Dessa forma, não admite que o homem
possa se livrar do pecado.
Essa teoria
compromete, ainda, a responsabilidade humana, uma vez que atribui a sua origem
a um mal eterno. Claramente, a Bíblia refuta terminantemente essa teoria, pois
o pecado não é eterno; e, quando o homem pecou, fez isso por escolha
intencional e voluntária.
2)
Outra teoria filosófico-antibíblica é a que apresenta
o pecado como um mal necessário. Ela se baseia na lei de que toda a vida
implica ação e reação. Argumenta-se que, no Universo material, prevalece a
mesma lei pela qual os corpos celestes são conservados em suas órbitas pelo
equilíbrio de forças centrífugas e centrípetas. Ensina, ainda, que todas as
mudanças químicas são produzidas por atração e repulsão, e que a mesma lei deve
prevalecer no mundo moral; e que não pode haver bem sem mal.
Essa teoria ensina,
portanto, que, em relação ao homem, a sua vida é equilibrada por forças
contrárias e se desenvolve através do antagonismo; ou seja, por princípios
opostos, de modo que um mundo moral sem pecado é impossível. A essência dessa
teoria é a de que o pecado é a condição necessária para a existência do bem.
Defende-se por esse conceito a ideia de que “o pecado é um resultado
necessário, e decorrente, da limitação do ser finito do homem”2, “um
incidente do desenvolvimento imperfeito, fruto da ignorância e falta de poder;
portanto, o pecado não é um mal absoluto, mas relativo”.3
Não obstante, a
Palavra de DEUS ensina, refutando essa teoria, que se o bem não pode existir
sem o mal, o mal deixa de ser algo condenável e repulsivo diante de DEUS, e a
criatura humana deixa de ser responsável pelo pecado entranhado em sua
natureza. Entende-se, então, por essa teoria, que a natureza humana seria um
engano, e tudo quanto a Bíblia ensina contra o pecado, uma utopia.
3)
A terceira teoria falsa ensina que a fonte e a sede
do pecado estão na natureza sensorial do homem. Essa teoria separa e distingue
o corpo do espírito humano. Por ela entende-se que essa distinção especifica o
pecado como algo sensorial. Ensina que, mediante o corpo, o homem está ligado
ao mundo físico ou à natureza externa; e, por meio da alma, ao mundo espiritual
e a DEUS.
Essa teoria declara
que o homem é governado universalmente, sempre em grau pecaminoso, por sua
natureza sensorial. Em síntese, o negativo prevalece sobre o positivo, por
isso, o homem é vencido pelo pecado. Biblicamente, essa teoria é falsa e
equivocada, porque o pecado não é um ato ou estado sensorial no homem. Essa
teoria neutraliza a consciência de pecado e de culpa, porque faz do pecado um
mera debilidade.
A doutrina bíblica
ensina que a pecaminosidade do homem se identifica, metaforicamente, como
“carne”, que refere-se à sua natureza corrompida e pecaminosa, adquirida na
Queda. A Bíblia desmente a teoria que faz do corpo ou da natureza sensorial do
homem a fonte do pecado. Rejeita a ideia de que os pecados mais degradantes
cometidos pelo homem nada tenham a ver com o corpo. Pelo contrário, a Bíblia
diz que seremos julgados por aquilo que tivermos feito por meio do corpo, bem
ou mal (2 Co 5.10).
4)
Outra teoria filosófica ao tratar do caráter do
pecado declara que a essência do pecado é o egoísmo. A Bíblia declara que o
homem foi criado com perfeição e, portanto, seu ego correspondia ao ideal
divino do “livre-arbítrio”. Ora, pertencente a natureza original do homem, o
egoísmo não pode ser confundido com seu instinto de autopreservação e de
buscar as coisas que lhe dão prazer e satisfação.
Naturalmente, isto não
se constitui um estado pecaminoso. Buscar com retidão a felicidade e o prazer
na vida não significa, essencialmente, angariá-los em detrimento dos demais
seres. O que torna essa busca um modo egoístico negativo de se obter felicidade
é a força do pecado entranhada na natureza pecaminosa embutida no homem (Rm 5.12).
O egoísmo integra o
estado decaído do homem. Alguns teólogos declaram que “o pecado de Adão teve
origem no egoísmo, porque ele quis ser igual a DEUS”.4 Langston
entende que o egoísmo é o coração do pecado e é a origem do pecado. O pecado
veio de fora e a Bíblia o declara como transgressão da lei de DEUS (I Jo 3.4). Antes da manifestação do pecado na vida do homem
havia uma “lei escrita no seu coração” (Rm 2.15).
Definições
conceituais do pecado
Abordamos definições
de termos bíblicos relacionados com o pecado e, também, definições filosóficas.
Os estudiosos cristãos do assunto em apreço tentam definir de várias maneiras,
partindo do conceito mais expressivo e bíblico de que o pecado existe como um
ato, bem como um estado ou condição. Alguns nomes respeitados da história do
cristianismo, “Idade Média” em diante, conceituam teologicamente o pecado de
forma bem clara.
John Wesley, pai do
metodismo, definiu o pecado como uma transgressão voluntária de uma lei
conhecida. Um outro famoso teólogo da época ressaltou a natureza dupla do
pecado ao declarar que “a ideia primária designada pelo termo pecado nas
Escrituras é a falta de conformidade com a lei, uma transgressão da lei; o
fazer algo proibido, o deixar de fazer aquilo que é requerido”.
Augustus Hopkins
Strong, eminente professor de teologia nos Estados Unidos, escreveu sobre a
doutrina do Pecado em sua Teologia Sistemática de 1886, que “pecado é a falta
de conformidade com a lei moral de DEUS quer em ato, disposição ou estado”.3
W.T. Conner, em
Doctrína Cristiana, ao falar da natureza do pecado escreveu: “... definimos o
pecado como a rebelião contra a vontade de DEUS”; “o pecado, como algo
voluntário, implica conhecimento. Se o homem peca voluntariamente, então seu
pecado é contra a luz”.6 Paulo esclareceu que todo ser humano tem um
certo grau de conhecimento da lei moral de DEUS e, por isso, “não há um justo,
nenhum sequer” (Rm 3.10).
Charles Hodge escreveu
que “o pecado é falta de conformidade coma lei de DEUS” e “inclui culpa e
contaminação; a primeira expressa sua relação com a justiça; a segunda, sua
relação com a santidade de DEUS”.7
Outras definições de
pecado. E um ato livre e voluntário do ser humano, tendo em vista que ele é um
ser moral e, por isso, capaz de perceber o certo e o errado. O homem é um
agente moral livre para decidir o que fazer da sua vida, o qual deve seriamente
considerar Eclesiastes 11.9.
O pecado é um tipo de
mal. Nem todo mal é pecado. Existem males físicos resultantes da entrada do
pecado no mundo. Na esfera física temos um tipo de mal manifesto nas doenças e
enfermidades. Entretanto, na esfera ética, o mal tem sentido moral. Nesta esfera
moral atua o pecado. Os vários termos hebraicos e gregos das línguas originais
da Bíblia, quando falam do pecado apontam para o sentido ético, porque falam da
prática do pecado, ou seja, dos atos pecaminosos.
O pecado é, de fato,
uma ativa oposição a DEUS, uma transgressão das suas leis, que o homem, por
escolha própria (livre), resolveu cometer conforme relata
a Bíblia (Gn 3.1-6; Is 48.8; Rm 1.18-32; I Jo 3.4).
Louis Berkhof ensina
que o pecado tem caráter absoluto.8 Sem dúvida, seu conceito está
correto e é bíblico. Não se faz distinção ou graduação entre o bem e o mal,
porque o caráter é qualitativo. Uma pessoa boa não se torna má por uma
diminuição de sua bondade, mas quando se deixa envolver com o pecado. É uma
questão de qualidade, e não de quantidade.
O pecado não implica
um grau menor de bondade, mas algo negativo e absoluto. Biblicamente, não há
neutralidade nem meio termo quanto ao bem ou ao mal. O que é mal não é mais ou
menos mal. Ou se está do lado justo e certo ou se está do lado injusto e errado
(Mt 10.32,33; 12.30; Lc II.23;Tg 2.10).
Não se trata de pecado
apenas porque se praticou algum ato pecaminoso. “O pecado não consiste apenas
em atos manifestos”.9 O pecado não é somente aquilo que se pratica
erradamente, mas é algo entranhado na natureza pecaminosa adquirida da raça
humana. E um estado pecaminoso que origina hábitos pecaminosos os quais se
manifestam na vida cotidiana.
Todas as tendências e
propensões pecaminosas típicas da natureza corrompida de cada um de nós
demonstram o estado pecaminoso do ser humano. A esse estado decaído, a Bíblia
denomina “carne”, o qual precisa ser superado pela nova vida em CRISTO, a vida
regenerada pelo ESPÍRITO (2 Co 5.17; Jo 3.5).
A ORIGEM DO PECADO NO UNIVERSO
A primeira
manifestação foi na esfera angelical. Os teólogos divergem quanto ao fato de
que a primeira manifestação de pecado tenha começado no céu. Sendo DEUS o
Criador de todas as coisas, não podemos atribuir a Ele a autoria do pecado.
Toda a Bíblia rejeita essa ideia quando diz: “Longe de DEUS a impiedade, e do
Todo-poderoso, a perversidade” (Jó 34.10).
Em outra passagem está
escrito que não há injustiça nEle (Dt 32.4; SI 92.15). Tiago, no Novo Testamento, disse que o
Senhor não pode ser tentado pelo mal (Tg I.13). Por isso, é blasfêmia
considerar DEUS como autor do pecado. Ora, duas passagens bíblicas que melhor
ilustram a origem do pecado no Céu são metafóricas (Is 14.12-14; Ez 28.12-17); daí a dificuldade na compreensão desses textos
pelos intérpretes. Do ponto de vista pentecostal esses textos falam do pecado iniciado
entre os anjos e pelo principal deles, o Querubim Lúcifer.
Os dois textos acima
mencionados são tidos como relacionados à queda de Lúcifer e o começo do
pecado no Universo. O primeiro (Isaías) refere-se ao rei caído da Babilônia,
cujo orgulho tornou-o soberbo; por isso, ele não pôde subsistir, com tirania e
orgulho, ante o DEUS Vivo. Diz o texto que esse rei era elevado e importante,
mas por seu orgulho foi cortado como uma árvore.
Segundo, a linguagem
metafórica, o texto sugere o relato a história da queda de Lúcifer, denominado
“estrela da manhã”, o qual, por sua rebelião foi expulso da presença de DEUS. O
segundo texto (Ezequiel) apresenta um lamento sobre o rei de Tiro, mas a
linguagem figurada ilustra a queda de Satanás.
O registro bíblico da
origem do pecado prossegue noutras referências que tratam do assunto. O que
fica claro é que o pecado foi originado por Satanás. Ele pecou antes de Adão e
Eva quando se apresentou na forma de uma serpente para tentar Eva (Gn 3.1-6; 2 Co 11.3). JESUS declarou que Satanás é homicida “desde o
princípio” (Jo 8.44; I Jo 3.8). A expressão “desde o princípio” não quer dizer que
este ser angélico foi sempre mau. Seu primeiro estado era de santidade. A
expressão “desde o princípio” indica no contexto da história da criação que Ele
se fez opositor do DEUS trino desde o início da criação do mundo.
Entretanto, antes da
criação do Universo material, os anjos já haviam sido criados. Mesmo
considerando as nossas dificuldades para entendermos plenamente a origem do
pecado no céu, sabemos que DEUS conhece todas as coisas e “faz todas as coisas
conforme o conselho da sua vontade” (Ef 1. 11).
O pecado entrou na
vida da humanidade através de Adão e Eva (Gn 3.1-19). Como isso aconteceu? A história bíblica descreve
como o pecado tomou-se uma realidade na vida da humanidade quando uma criatura
extraordinária e espiritual se materializou numa “serpente” (Gn 3.1-7) para enganar as mais belas criaturas da terra, o
homem e a mulher. Essa criatura é denominada em outras passagens como “a antiga
serpente”, o “Diabo” e “Satanás” (Ap 12.9; 20.2). Foi essa criatura que pecou desde o princípio e se
tomou inimiga da criação de DEUS e originou a catástrofe cósmica.
Pela soberana e sábia
vontade de DEUS permitiu-se que no Eden, o jardim idílico criado por DEUS para
que Adão e Eva vivessem felizes, Satanás penetrasse para tentá-los com astúcia
e engano. A história da criação da criatura humana relata que Adão e Eva foram
criados “bons” e colocados no Eden para desfrutarem de todas as benesses
daquele jardim e manter comunhão com seu Criador (Gn 1.26—2.25). Por serem criaturas, humanas e finitas, estavam
sujeitas a pecar.
DEUS, então,
estabeleceu para eles uma regra para não comerem de uma árvore denominada
“árvore do conhecimento do bem e do mal”, mas Eva se deixou enganar pela
insinuação diabólica da serpente e tomou do fruto, comeu e o deu ao seu marido
(Gn 3.6). Duvidaram da veracidade da palavra de DEUS e
acataram as insinuações do Inimigo. Daí desobediência, egotismo, rebeldia,
pecado, queda e suas consequências, que se transmitiram à toda posteridade de
Adão.
O pecado de Adão foi
um ato pessoal. Já consideramos o fato de que o pecado é um estado da vontade e
que esse estado egoísta da vontade é universal. Uma vez que o homem preferiu
obedecer ao seu “eu”, pervertendo sua própria vontade, também, tornou-se responsável
pelas consequências de sua transgressão.
Ele adquiriu uma
natureza corrompida e afetou universalmente toda criatura na terra. Seus atos
pecaminosos e suas disposições são frutos de seu estado corrupto inato. JESUS
explicou muito bem esse ponto quando disse: “... não há árvore boa que dê mau
fruto... o homem mau, do mau tesouro do seu coração tira o mal” (Lc 6.43-45; Mt 12.34).
Tentação e Queda não
são coisas míticas ou alegóricas. Tem havido a tentativa de pseudo-teólogos
tornarem o relato escriturístico da tentação e a Queda como algo alegórico. Não
há qualquer linguagem figurada em Gênesis 3 que negue o fato histórico relatado naquela
passagem. No desenrolar da tentação Satanás apelou aos apetites que poderiam
dar a Eva o prazer de fazer sua própria vontade em desobediência do Criador.
Satanás apelou aos sentidos egoísticos de Eva e ela deu ouvidos ao tentador em
vez de rejeitar e expulsar o tentador que visava levá-la a desobedecer a DEUS (Gn 3.1-3).
Satanás levou o casal
a duvidar da veracidade de DEUS insinuando que o Criador estaria tirando deles
o direito de conhecer coisas mais sublimes. Adão e Eva, então, pecaram e
deixaram que seus corações fossem corrompidos e afetasse seus apetites
naturais. Diz o relato bíblico que sua disposição interior manifestou-se em
atos. O texto diz, literalmente: “... ela tomou do seu fruto, e comeu, e deu
também ao seu marido, e ele comeu com ela” (Gn 3.6).
O homem seguiu a
indução do seu coração e fez a escolha do seu “eu” em desacordo com DEUS.
Portanto, o pecado surgiu de dentro do homem, do seu interior, e ele
transgrediu a lei do Senhor (Tg I.I5).
O PECADO ORIGINAL E
SUA AFETAÇÃO
Distinção entre pecado
original e culpa original. Na língua latina usa-se a expressão peccatum
originale, que se traduz literalmente por “pecado original”. Para entendermos o
assunto precisamos fazer distinção entre pecado original e culpa original.
1)
Por pecado
original entendemos que se trata do pecado herdado de nossos primeiros pais,
Adão e Eva, o qual passou a toda criatura humana.
2)
A culpa não é herdada, e sim imputada a cada
criatura. A expressão “pecado original” não se encontra na Bíblia de forma
literal, mas a sua manifestação está implícita na história da Queda; por isso,
o pecado original está na vida de todo ser humano desde o seu nascimento.
Outrossim, precisamos esclarecer que a expressão “pecado original” nada tem que
ver com a constituição original do homem, haja vista DEUS não o ter criado
pecador.
Toda criatura humana é
culpada em Adão e consequentemente tem sua natureza corrompida desde o
nascimento (SI 51.5; 58.3).
Pecados veniais e pecados
mortais. A igreja romana ensina e faz distinção entre pecados veniais e
mortais. Ao mesmo tempo, ela tem dificuldades em distinguir esses pecados. Tal
distinção não é bíblica, visto que todo pecado é anomia diante de DEUS — termo
grego que significa “falta de retidão”, “falta de obediência à lei”.
O Antigo Testamento
faz distinção entre os pecados cometidos intencionalmente e os praticados por
ignorância. Se cometido intencionalmente ou por ignorância, o pecado não
deixará de ser pecado, porque é um fato e torna a pessoa culpada diante de DEUS
(GI 6.1; Ef 4.18; I Tm I.I3; 5.24). No Novo Testamento, o apóstolo
Paulo deixou clara a ideia de que o grau do pecado é determinado pelo grau de
conhecimento (luz) que o pecador possua (Rm LI8-32).
A CULPA DO
PECADO
O que e qual é a culpa
do pecado? Ora, a culpa é o sentimento pessoal na consciência, de transgressão
de uma lei mediante o ato do pecado. Inclui a ideia dupla de responsabilidade
pelo ato praticado do pecado, assim como a punição (castigo) pelo pecado. A
punição, ou seja, a pena, segue automaticamente ao pecado.
A culpa é o estado ou
a condição delituosa de quem transgrediu a lei. A culpa toma forma de
condenação pela desaprovação de DEUS. Logo após Adão e Eva terem pecado, seus
olhos foram abertos, ou seja, tiveram consciência de suas culpas: “então foram
abertos os olhos de ambos, e conheceram que estavam nus” (Gn 3.7). A culpa é a convicção na consciência, pela
violação voluntária da lei de DEUS. O transgressor é conscientizado pela
consciência ou pela lei, que o seu ato exige expiação para que seja perdoado.
Já dissemos
anteriormente acerca da distinção entre pecado original e culpa original.
Pelágio, teólogo inglês, renegava a ideia do pecado original porque entendia
que os homens que nascem no mundo, desde a Queda, vivem no mesmo estado em que
Adão foi criado e que o pecado deste prejudicou apenas a ele próprio. Por isso,
essa teoria rejeita a ideia da hereditariedade do pecado sobre toda a raça
humana.
Pelágio ensinava que
Adão morreu pela constituição de sua natureza, tivesse ele pecado ou não.
Entretanto, o ensino claro da Bíblia a esse respeito não deixa dúvida de que a
culpa original refere-se àquela recebida por Adão e Eva após terem pecado
contra a lei de DEUS.
o viver em pecado
consiste então, em viver uma vida centralizada no “eu” e significa o fazer a
própria vontade como a da vida. Neste sentido o homem merece receber a punição
do seu pecado ( Rm 5.12).
A natureza da culpa.
Ainda que haja uma interligação entre os pontos destacados neste capítulo, ao
tratar da natureza da culpa, entendemos que o mérito da culpa é a punição.
Culpa, portanto, significa o merecimento da punição, por ter o culpado de
satisfazer a justiça divina pelo seu pecado praticado.
O apóstolo Paulo
escreveu aos romanos que “do céu se manifesta a ira de DEUS sobre toda a
impiedade e injustiça dos homens” (Rm 1.18). Ora, a ira de DEUS no contexto dessa passagem
significa a reação da santidade de DEUS contra o pecado; não importando se
tenha ocorrido por ato ou estado, o pecado acarreta a manifestação da justiça
de DEUS.
A culpa legal O
aspecto legal da culpa perante DEUS diz respeito ao fato de que quando Adão e
Eva cometeram o pecado contra a ordem divina, tornaram-se legalmente culpados e
dignos da pena estabelecida por DEUS. O Criador havia lhes dito que um só ato
de desobediência à sua palavra implicaria na pena de morte (Gn 2.17). O apóstolo Paulo entendeu essa questão doutrinária
e declarou que “o juízo veio de uma só ofensa, para condenação” (Rm 5.16).
Portanto, por um só
ato pecaminoso contra DEUS, Adão tomou-se incapaz de permanecer na presença
santa de DEUS. Essa ofensa de Adão tornou-se a culpa de toda sua descendência,
de toda a raça humana. Perante DEUS, legalmente, todos são culpados, “porque
todos pecaram e destituídos estão da glória de DEUS” (Rm 3.23).
Isso significa que em
Adão todos participaram da sua transgressão. A expressão “estão destituídos da
glória de DEUS” indica a necessidade de recuperação do primeiro estado de
glória de Adão antes da Queda. Significa a recuperação daquela realeza moral e
espiritual que o homem tinha, isto é, a imagem e semelhança de DEUS, deformada
pelo pecado. Foi o segundo Adão, JESUS CRISTO, quem veio a este mundo para
recuperar a glória perdida do homem (Rm 3.24-26).
A culpa não significa
mera propensão ao castigo. Isso significa que a culpa incorre mediante a
transgressão do pecador. Não há na justiça de DEUS o conceito de culpa
construtiva, porque o pecador é culpado por aquilo que tem praticado. Somos
culpados do pecado, tanto em relação a culpa original de nossos primeiros pais
quanto pelos pecados que cometemos hoje. Devemos entender que somos culpados
pela natureza pecaminosa herdada de Adão e Eva. Esse é o aspecto coletivo que
abrange todos os homens. Porém, cada um de nós é individualmente responsável
pelos seus próprios pecados.
A manifestação da
culpa na consciência humana. A culpa do pecado se manifesta na consciência, que
é o componente racional e moral do espírito humano, para sinalizar o certo e o
errado nas decisões do ser humano (Rm 2.15,16). Pela corrupção moral e espiritual do homem por
causa da Queda, há em todo homem uma disposição geral para o pecado e para
esconder ou negar a responsabilidade pelo pecado cometido, como fizeram Adão e
Eva (Gn 3.8-14).
Entende-se, portanto,
que a acusação de sua consciência contribuiu para assinalar a culpa do pecado.
Visto que o pecado é transgressão diante de um DEUS SANTO, o pecado é merecedor
de punição e reprovação divina. A culpa se manifesta como um resultado
objetivo, isto é, ela é produzida mediante o fato da prática do pecado e não
deve ser confundida com o papel da consciência que expõe a culpa
subjetivamente.
Ora, o que é
consciência subjetiva da culpa? O que está revelado em Levítico 5.17 esclarece bem este ponto, quando diz: “e, se alguma
pessoa pecar e fizer contra algum de todos os mandamentos do Senhor o que não
se deve fazer, ainda que o não soubesse, contudo, será ela culpada e levará a
sua iniquidade”.
A expressão “ainda que
o não soubesse” indica que a culpa implica inicialmente uma relação com DEUS
e, depois, uma relação com a consciência. O texto trata da prática do pecado
por ignorância, por não se saber que determinada ação seja pecaminosa. Então a
consciência age subjetivamente.
Um determinado teólogo
declarou que “o maior dos pecados é não estar consciente de nada”, isso porque
a consciência pode tornar-se cauterizada, pela multiplicação do pecado,
extinguindo no pecador a sensibilidade moral acerca do que é errado ou certo.
Por isso, quando andamos com DEUS segundo a sua justiça a partir da conversão,
somos por Ele santificados quanto ao pecado, e a nossa santificação subjetiva
pelo ESPÍRITO SANTO desenvolve em nós mais e mais a consciência da realidade do
pecado.
A culpa tem relação
com a lei moral de DEUS. “A culpa não faz parte da essência do pecado, mas é,
antes, uma relação com a sanção penal da lei”.10 Por isso, a culpa
só pode ser removida mediante a satisfação da lei. Visto que a justiça original
no homem tornou-se em “trapos de imundícia” (Is 64.6), a justiça requerida tem de ser vicária e pessoal.
Ela pode ser transferida de uma pessoa para outra, mas, nenhuma criatura humana
teria condições para assumir os pecados das demais, por sermos todos uma raça
de pecadores (Sm 14.1-3; Rm 3.9-12).
Veio JESUS CRISTO, da
parte de DEUS; se fez carne e habitou entre nós (Jo 1.14), assumindo a
penalidade da lei, causada pela nossa culpa, tomando-se o nosso substituto
vicário, justificando o homem dos seus pecados (Rm 4.24,25; 5.1,8). Adão cometeu o pecado e na qualidade de chefe
federal da raça humana; por ele foi imputada a todos os seus descendentes a
culpa do pecado. A Bíblia enfatiza este ensino quando declara que a morte é o
castigo do pecado, para todos os seus
descendentes (Rm 5.12-19; Ef 2.3; I Co 15.22).
Graus de culpa. Tem
havido interpretações equivocadas sobre esse ponto. Não obstante, é fato
bíblico que existem diferentes graus de culpa atribuídos a certos tipos de
pecados. Não encontra aqui respaldo a doutrina católica romana que distingue
pecados veniais e pecados mortais. Com esse conceito a Igreja Romana entende
que pode determinar o grau do pecado de uma pessoa e aplicar à mesma a
penitencia equivalente.
Ora, entendemos que
todo pecado é venial, isto é, pode ser perdoado. A exceção está no “pecado
contra o ESPÍRITO SANTO” (Mt I2.3I).Que tipos de pecados são esses para os
quais são atribuídos graus de culpa? Na realidade, existem pecados perdoáveis e
os pecados não perdoáveis, ou seja, pecados que são para a morte e pecados que
não são para a morte.
Em I João 5.16,17 está escrito:
Se alguém vir seu
irmão cometer pecado que não é para a morte; orará, e DEUS dará a vida àqueles
que não pecarem para morte. Há pecado para morte, e por esse não digo que ore.
Toda iniquidade é pecado, e há pecado que não é para morte.
Percebe-se que há um
contraste entre o pecado para a morte e o que não é para a morte. Há quem diga
que o pecado para morte é aquele que, sendo extremamente grave, conduz
inevitavelmente à morte eterna; e que o pecado que não é para a morte seria o
pecado venial; ou seja, o menos grave. São idéias sem suporte bíblico.
Outros afirmam que
esse texto refere-se a “pecados intencionais ou não”, sendo o último o pecado
perdoável, e o primeiro, não (Nm 15.22-30). Naturalmente, o sentido da palavra “morte” no
contexto dessa passagem refere-se à morte física, e isso se toma claro quando o
autor aconselha a orar para que tenha vida, e diz, literalmente: “orará, e DEUS
dará a vida àqueles que não pecarem para morte”.
Ora, a Bíblia afirma
que toda iniquidade é pecado (I Jo 5-17). Portanto, distinguir e graduar os
tipos de pecados é impraticável. É bem verdade que, em I Coríntios 11.30, Paulo fala de um tipo de juízo que afeta o crente
que peca até ao ponto de DEUS aplicar-lhe disciplina. Mas a morte física, aqui,
não significa morte eterna ou punição final, e sim morte que não é final.
Nessa esfera,
poderíamos apontar os pecados de ignorância e pecados de conhecimento, como
cita Strong:11 pecados da carne (Gl 5.19-21); o pecado de blasfêmia contra o ESPÍRITO SANTO (Mt 12.31,32).
Strong escreveu:
... o pecado contra o ESPÍRITO
SANTO não deve ser considerado como um simples ato isolado, mas também como o
sintoma exterior de um coração tão radical e irreversível contra DEUS que
nenhuma força que DEUS possa consistentemente usar o poupará.
Tal pecado, portanto,
só pode ser o clímax de um longo curso de endurecimento de si mesmo e
depravação de si mesmo.12
Em relação ao episódio
da blasfêmia dos fariseus contra JESUS entendemos que o pecado de blasfêmia
contra o ESPÍRITO SANTO refere-se, no ensino do Mestre, à atribuição voluntária
e consciente de seus adversários de que a obra que Ele fazia era demoníaca.
Tratava-se de uma rejeição presunçosa daquela casta religiosa à pessoa de JESUS
e a atribuição de ação demoníaca à obra do ESPÍRITO SANTO.
Realidade da ação do
pecado
Consequências do
pecado no mundo. Indiscutivelmente, o pecado trouxe graves consequências ao
Universo, especialmente à vida na Terra. A Bíblia faz várias declarações a
respeito da universalidade do pecado. Por exemplo, temos no Antigo Testamento
alguns exemplos, tais como: “não há homem que não peque” (I Rs 8.46); “porque à tua vista não há justo nenhum vivente” (Sm 143.2).
Paulo, em Romanos,
disse: “Não há um justo, nenhum sequer; não há quem faça o bem, nenhum sequer”
(Rm 3.10-12); “pois todos pecaram e carecem da gloria de DEUS” (Rm 3.23). O apóstolo João também disse: “Se dissermos que
não temos pecado nenhum, a nós mesmos nos enganamos, e a verdade não está em
nós” (I Jo 1.8).
A escolha preferencial
do “eu” em detrimento de DEUS. O pecado de Adão e Eva foi uma escolha feita por
ambos, uma escolha preferencial do “eu”, em detrimento de DEUS como objeto do
sentimento e fim principal de suas vidas. Preferiram atender aos ímpetos do seu
ego a fazer de DEUS o centro de suas vidas. Renderam-se incondicionalmente ao
seu ego em prejuízo do projeto do Criador para suas vidas.
O Dr. E.G. Robinson,
citado por Berkhof,13 escreveu que “enquanto o pecado como estado é
dessemelhança em relação a DEUS, como princípio é oposição a DEUS, e como ato é
transgressão à lei de DEUS”. Portanto, entendemos que o pecado não é,
meramente, algo de fora (ou externo), tampouco é o fruto de coação vinda de
fora, mas “é uma depravação dos sentimentos e uma perversão da vontade, que
constitui caráter íntimo do homem”.14 A realidade do pecado traz as consequências
inevitáveis que são a culpa e o castigo.
A HEREDITARIEDADE DO PECADO
Como um ato de pecado
individual afetou a todos? A Bíblia tem a resposta cabal desta questão. Paulo,
em Romanos disse “que todos pecaram” (Rm 3.23) e dá a ideia de que todos os seres humanos
participaram da transgressão de Adão; e, como indivíduos, tornaram-se
pecadores. Ele explica os efeitos do pecado de Adão: “Portanto, por um homem
entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a morte, assim também a morte passou a
todos os homens” (Rm 5.12).
Paulo não estava
falando de pecados factuais, do dia-a-dia, mas da herança do pecado. A morte,
como punição do pecado, tem um caráter universal, porque “a morte passou a
todos os homens”. Por causa do pecado de Adão, todos os seus descendentes
tomaram-se pecadores e culpados. Porém, DEUS providenciou a nossa expiação —
nas palavras de Paulo — outra vez: “Mas CRISTO morreu por nós, sendo nós ainda
pecadores” (Rm 5.8).
Portanto, o pecado é
hereditário. A sua universalidade deve-se à corrupção da natureza humana. E a
Palavra de DEUS afirma que o primeiro homem violou a vontade expressa de DEUS,
e, por consequência, toda a vida humana se corrompeu. Inevitavelmente, quando
o homem se depara com a idade da consciência moral, está tão identificado com
os maus impulsos existentes dentro de si que precisará esforçar-se para manter
o equilíbrio moral e espiritual de sua vida.
Não se trata meramente
de um impulso momentâneo da sua vontade, mas é algo implícito na sua natureza
pecaminosa, que é sinistro e obscuro. A tendência má que se revela numa criança
se percebe na semente dessa tendência má. Nesse sentido, toda criança é pecadora,
conquanto não tenha culpa pessoal. Não podemos cobrar responsabilidade pessoal
de uma criança recém-nascida.
A Bíblia e a
consciência moral dão testemunho da responsabilidade que temos de nossa vida,
apesar da natureza que temos herdado. Na verdade, a herança do pecado se
constituí numa condição de vida, para a qual precisamos da graça salvadora de CRISTO
para dominá-la. Por isso, mesmo como pecadores regenerados pelo ESPÍRITO SANTO
precisamos negar-nos a nós mesmos, tomar a nossa cruz e sermos crucificados com
CRISTO (G1 2.20).
Todo ser humano nasce
com uma natureza corrompida. Todos os atos pecaminosos das pessoas são frutos
de sua natureza pecaminosa. Ora, o que se entende por natureza
no contexto desse
estudo? Ê aquilo que é inato em cada pessoa, isto é, nasce com ela. JESUS,
disse, certa feita aos seus discípulos que “não há árvore boa que dê mau
fruto... o homem mau, do mau tesouro do seu coração tira o mal” (Lc 6.43-45).
Portanto, não há
criatura humana neste mundo que não tenha nascido com uma “natureza
corrompida”. E algo que faz parte do seu ser e é subjacente à sua própria
consciência. Por isso, toda criatura constitui-se pecadora diante de DEUS,
visto que o pecado em si é herança comum de todas as criaturas sobre a terra.
O salmista Davi
declarou que fora formado em iniquidade e concebido em pecado (Sm 51.5). Na
verdade, com isso, confessou não o pecado de sua mãe, e sim o seu próprio
pecado, e que esse estado — entendeu ele — vinha desde o momento de sua
concepção.
A natureza corrompida
e congênita de toda criatura humana. O apóstolo Paulo usou uma expressão forte
em Efésios, a qual merece a nossa apreciação: “éramos por natureza filhos da
ira” (2.3). A expressão “filhos da ira” denota o estado de condenação por causa
da herança do pecado que todos recebemos de nossos pais (Adão e Eva).
Entende-se por “natureza” algo inato e original distinto daquilo que se adquire
posteriormente.15
Sem dúvida, o apóstolo
coloca o texto no passado com o verbo “éramos”, para indicar que, ao sermos
regenerados pelo ESPÍRITO SANTO, fomos agraciados pela graça de DEUS. A criança
é despida de consciência moral, mas congenitamente possui a natureza
pecaminosa herdada. Por isso, a morte é a penalidade global que afeta todas as
pessoas e, inevitavelmente, afeta as crianças, haja vista elas morrerem como
todos os demais seres.
As crianças estão
colocadas num estado de pecado e, por isso, necessitam de regeneração e
salvação através de JESUS CRISTO. Naturalmente, elas são objeto de salvação
pela graça de CRISTO, que as salva, independentemente da consciência moral.
Contudo, a condição dos adultos é diferente da das crianças. O adulto precisa
de fé pessoal para ser salvo, e a Bíblia declara que CRISTO morreu por todos (2 Co 5.15).
No Juízo Final, as
pessoas serão julgadas mediante o teste da conduta pessoal, enquanto as
crianças, mesmo tendo uma tendência para mal, são incapazes de transgressão
pessoal; por isso, cremos que elas estarão entre os salvos (Mt 25.45,46).
Adão depois da Queda.
Já dissemos anteriormente que Adão e Eva, quando pecaram, perderam o direito
do primeiro estado de santidade em que foram criados e vieram a ser objeto de
várias mudanças negativas transcendentais.
I)
O casal submeteu-se ao domínio da morte espiritual. A
penalidade declarada por DEUS antes da Queda foi: “porque no dia em que dela
comeres, certamente morrerás” (Gn 2.17). Imediatamente ao ato pessoal do pecado, Adão e Eva
tiveram a sentença cumprida. Não só se tornaram culpados e submissos à
pena do pecado com a
limitação da vida física e a morte física posteriormente, mas imediatamente
ficaram sob a égide da morte espiritual, perdendo a comunhão livre que tinham
com DEUS, separando-se da relação com Ele.
2)
O juízo de DEUS veio também sobre Satanás e a
serpente usada por ele (Gn 3.14). O Criador predisse, então, o futuro conflito entre
CRISTO e o Diabo, conforme Gênesis 3.15: “E porei inimizade entre ti e a mulher e entre a
tua semente e a sua semente, esta te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o
calcanhar”.
A semente da mulher
foi JESUS CRISTO, que, sendo o Filho de DEUS, fez-se homem, para identificar-se
com os homens, e foi ferido no Calvário. JESUS morreu na cruz, mas não foi
retido na sepultura e na morte. Pelo contrário, pelo ESPÍRITO SANTO foi
ressuscitado e venceu a morte e o próprio Diabo. Ele morreu por toda a
humanidade; além disso, anulou a sentença da morte eterna aos que o aceitarem
como Salvador e Senhor.
3)
DEUS proferiu um juízo específico sobre a mulher,
Eva, a qual experimentaria a dor ao dar à luz seus filhos e seria submissa ao
seu marido (Gn
3.16)
. Quarto, uma maldição especial caiu sobre o homem,
Adão, o qual teria que lavrar a terra, agora maldita com espinhos e cardos,
para obter sua subsistência (v. 17).
A terra foi
amaldiçoada (Gn 3.17.18) e o efeito do pecado atingiria a vida dos
descendentes de Adão. Foi expulso do Jardim de DEUS e começou a experimentar a
dor e a luta para sobreviver. O pior em toda esta maldição foi Adão
experimentar a morte espiritual e, por isso, perder sua comunhão com o Criador
e sofrer a pena da morte física.
Três imputações. Como
resultado imediato da Queda, todo o gênero humano foi atingido. A Bíblia
menciona, pelo menos, três imputações decorrentes do pecado de Adão:
1)
Seu pecado foi
imputado à sua posteridade (Rm 5.12-14).
2)
Seu pecado foi
imputado a CRISTO (2 Co 5.21).
3)
DEUS imputou sua justiça sobre os que crêem em CRISTO
(Gn 3.15; 15.6; Sl 32.2; Rm 3.22; 4.3,8,21-25; 2 Co 5.21). Nesse sentido, a Bíblia revela que se efetuou uma
transferência de caráter judicial do pecado do homem para JESUS CRISTO, que
levou sobre a cruz o pecado da humanidade (Is 53.5; Jo 1.29; I Pe 2.24; 3.18).
Outra verdade, nesse
contexto, é o fato de que, de igual modo, DEUS efetuou a transferência, de
caráter judicial, da justiça de DEUS para o crente em CRISTO (2 Co 5.21), visto que o único modo de justificação ou
aceitação diante de DEUS era este. Por este ato justificador de CRISTO, o
crente passa a fazer parte da vida organística de CRISTO, isto é, do seu corpo
e, por conseguinte, participa de tudo o que CRISTO é.
Torna-se claro,
portanto, que a participação dos homens na Queda resultante do pecado não se
efetua quando cometem seus primeiros pecados, porque eles nascem sob a égide do
pecado, como criaturas caídas, procedentes de Adão. Os pecadores não se
convertem em pecadores por meio da prática de qualquer pecado individual, mas
eles pecam imbuídos pela sua própria natureza pecaminosa adquirida; por isso,
são pecadores.
O significado de estar
debaixo do pecado. O texto de Romanos 3.9 diz, literalmente: “Pois quê? Somos melhores do que
eles? De maneira nenhuma, pois já demonstramos que, tanto judeus como gregos,
todos estão debaixo do pecado”. Quando Paulo escreveu sobre esse assunto,
estava enfrentando discussões e polêmicas entre os cristãos convertidos em
Roma, cidade que reunia judeus e gentios.
Cada qual tentava
justificar sua posição diante de DEUS. Paulo, então, colocou ambos na mesma
condição e posição, quando disse: “Todos estão debaixo do pecado”. Uma vez que
pecado é transgressão da lei de DEUS, o próprio judeu que possuía a lei de DEUS
foi o primeiro a pecar contra ela.
O gentio, por outro
lado, não tinha a lei de Moisés, mas tinha a lei da consciência escrita no
coração e não podia justificar-se diante de DEUS, tanto quanto o judeu. Paulo
mostrou aos Romanos, em 3.10-12, a universalidade do pecado; e terminou
enunciando o veredicto final de DEUS contra o pecado em 3.19,20. O judeu tendo
a lei de Moisés não conseguiu justificar-se do pecado mediante as obras da lei,
e está incluído na universalidade da frase: todos estão debaixo do pecado”. O
remédio para o pecado está, não em algum mérito pessoal do pecador, mas no
mérito da obra expiatória de CRISTO que tira o pecador do estado de pecado e o
coloca “debaixo da graça salvadora de DEUS através de CRISTO JESUS (Rm 5.1). Vemos, então, que “o pecador é salvo com base
meritória, mas o mérito é daquEle que foi feito justiça de DEUS para ele”.16
Já dissemos que o
pecado é tanto um ato como um estado. E um ato porque o homem mesmo preferiu,
de seu livre-arbítrio, desobedecer à lei de DEUS, rebelando-se contra Ele.
Porém, o pecado implica um estado pecaminoso porque o homem quebrou a comunhão
e a relação com o seu Criador, separando-se dEle. Inevitavelmente, segue-se à
prática do pecado o juízo, ou seja, o castigo positivo (Gn 2.17; Rm 6.23).
O castigo imediato do
pecado. Em pontos anteriores já abordamos sobre o castigo sem aprofundar a sua
importância no contexto da doutrina do pecado. A partir do capítulo
3
de Gênesis, a Bíblia trata da Queda e dos efeitos
imediatos do pecado na vida do homem. Adão experimentou, de modo imediato, as consequências
do seu pecado após ter desobedecido a DEUS. Fugiu da presença de DEUS no jardim
do Éden (Gn 3.8) levando consigo o estigma do pecado e tomando-se
culpado aos olhos de DEUS.
1)
O pecado desfigurou a imagem divina do homem. Adão
não perdeu completamente a imagem divina porque em parte permaneceram nele os
elementos de pessoalidade dessa imagem, na sua alma e no seu espírito. Porém,
esses elementos da imagem foram desfigurados pelo pecado. Em que consistia a
imagem original de DEUS no homem? O texto de Gn 1.26,27 diz que o homem foi criado à imagem de DEUS. “Strong
define a pessoalidade, como imagem natural de DEUS e a santidade como imagem
moral de DEUS. Em relação à pessoalidade, o homem foi criado como ser pessoal e
isto o distingue dos seres irracionais”.17
Trata-se da capacidade
do homem para pensar, conhecer a si mesmo e relacionar-se com o mundo ao seu
redor e determinar o seu “eu” quanto ao certo e o errado, ao que é justo e o
que é injusto (Gn 9.6; I Co 11.7; Tg 3.9). Em relação à imagem moral, o homem foi dotado de
sentimento, inteligência e vontade que o capacita a ter escrúpulos e
autodeterminação quanto à justiça e santidade. Esse sentido moral da imagem
divina no homem revela-se na finalidade da sua criação que é a retidão. Diz a
Bíblia que “DEUS fez o homem reto” (Ec 7.29) e a justiça é essencial à sua imagem (Ef 4.24; Cl 3.10). Mas ele a distorceu por seu pecado afetando toda a
criação e sua descendência (Rm 5.12).
2)
O pecado deu origem a um estado pecaminoso que afetou
toda a raça humana. Myer Pearlman afirmou: “O efeito da Queda arraigou-se tão
profundamente na natureza humana, que Adão, como pai da raça humana, transmitiu
a seus descendentes a tendência ou inclinação para pecar”.18 Neste
aspecto toda criatura humana é pecadora porque adquiriu a imagem degenerada e
decaída de seu pai.
Ernesto Naville
escreveu: “Não digo que todos sejamos malfeitores manifestos, mas, sim, afirmo
que em cada um dos homens existe o princípio do egoísmo que é a natureza do
pecado”. Fará uma disposição entranhada no interior de cada criatura humana
para praticar o pecado (Ef 2.2,3), e Paulo ensina e atribui a universalidade do
pecado ao cabeça da raça humana (Rm 5.12).
O apóstolo Paulo
tratou profundamente da doutrina do pecado e ensina que os cristãos autênticos,
antes de serem alcançados pela graça de DEUS, mediante a obra expiatória de CRISTO,
viviam em ofensas e pecados, fazendo a vontade do
Diabo, da carne e dos
pensamentos, e por isso eram considerados “filhos da ira divina” (Ef 2.3).
Mais uma vez Myer
Pearlman esclarece esse assunto:
Esta condição moral da
alma é descrita de muitas maneiras: todos pecaram (Rm 3.9); todos estão debaixo da maldição (Cl 3.10); o homem natural é estranho às coisas de DEUS (l Co 2.14); o coração natural é enganoso e perverso (Jr 1 7.9); a natureza mental e moral é corrupta (Gn 6.5,12; 8.21; Rm 1,19-21); a mente carnal é inimizade contra DEUS (Rm S.
1,8); o pecador é escravo do pecado (Rm 6.11; 1.15); é controlado pelo príncipe das potestades do ar (Ef 2.2); está morto em ofensas e pecados (Ef 2.1); é filho da ira (Ef 2.3).19
3)
O pecado acarretou punições naturais e físicas na
vida do homem. Louis Berkhof diz que são “punições naturais e positivas” em que
as leis naturais da vida são violadas. São punições de ordem física que
resultam em doenças, dores e sofrimentos ao homem. Não se trata de punições
imediatas à qualquer prática de pecado, mas se trata daquelas doenças
impregnadas na terra, no ar e nas águas. Essas punições naturais resultam da
“maldição do pecado” no nosso planeta.
A promessa de cura e
redenção da Terra e do homem provém da pessoa de JESUS, o Filho de DEUS, que se
fez carne, habitou entre nós, para expiar a culpa do pecado dos homens (Gn 3.15; Is 53.4,5; Rm 5.21). Os sofrimentos da vida tomaram-se realidade na
vida cotidiana do homem, como resultado da penalidade do pecado.
Seu corpo físico
tomou-se presa de doenças e fraquezas provocando mal-estar e desconforto. Sua
vida mental e emocional ficou sujeita a angustias, tristezas, paixões sem
domínio e desejos conflitantes. Sua vontade perdeu a capacidade de escolha, e
conforme disse Paulo, toda a criação ficou sujeita à vaidade e escravidão (Rm 8.20). De certo modo, nosso sofrimento físico nos dá,
pela morte física, a esperança de obtermos, um dia, corpos transformados e
espirituais.
4)
O pecado gerou um contínuo conflito moral e
espiritual entre corpo e alma de cada criatura humana. Tão logo o homem pecou,
entranhou-se em seu ser um conflito entre sua natureza superior, expressa por
alma e espírito, e sua natureza inferior, manifesta através do corpo. O homem
se encontrou dividido em si mesmo, e sua natureza física e inferior, tornou-se
frágil e subjugada aos poderes do pecado (Rm 7.24).
O grande pregador
Charles H. Spurgeon falou em uma de suas pregações que “o mar todo fora do
navio não causa dano enquanto a água não penetra nele e enche-lhe o porão”.
Aprendemos com esse ensino de Spurgeon que o perigo está dentro de nós mesmos. É
interno e na linguagem metafórica da Bíblia esse perigo chama-se coração, que
é, de fato, o nosso maior inimigo, porque nos engana. A síntese dessa ideia é
que devemos ter o coração sob controle para que ele não nos engane.
Nesse fato está a
questão da tentação. Ela em si mesma não se constitui pecado, mas ela pode se
tornar em ocasião para o pecado. O Novo Testamento, especialmente, fala
constantemente sobre “carne e espírito” como opostos um ao outro (Gl 5.13,24; Mt 26-41). Esse conflito envolve a totalidade da
pessoa, porque a “carne” induz a volta ao domínio do pecado, no caso do
cristão. Porém, o cristão fortalece o seu espírito para vencer a carne e estar
submisso ao senhorio de CRISTO JESUS e do ESPÍRITO SANTO (Gl 5.16; Rm 8.4-14).
5)
O pecado despertou a consciência do homem. Diz o
texto literalmente: “Então, foram abertos os olhos de ambos, e conheceram que
estavam nus, e coseram folhas de figueira, e fizeram para si aventais” (Gn 3.7). Na verdade, quando os seus olhos foram abertos, os
olhos de suas almas, olhos do interior, uma forte convicção de que haviam
desobedecido a DEUS lhes sobreveio. Quando já era demasiado tarde,
compreenderam a loucura de haver comido do fruto proibido por DEUS.
A lei moral de suas
consciências deu o sinal quando descobriram que estavam nus. Esta consciência
de nudez os fez perceber que haviam perdido todas as honras e encantos da vida
no paraíso que DEUS havia feito para eles. Outrossim, ficaram envergonhados,
porque se viram frente ao desprezo e à perda da comunhão com o Criador. Ficaram
totalmente indefesos, porque, a partir da Queda, estavam sós, sem a presença do
Criador.
6)
O pecado trouxe ao homem a punição da morte física.
Paulo declarou que por um homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado, a
morte” (Rm 5.12). A palavra “morte”, thanatos (gr.), significa
separação das partes física e espiritual do ser humano. Indiscutivelmente, a
separação de corpo e alma faz parte da penalidade imediata do pecado. A Bíblia
diz que “o salário do pecado é a morte” (Rm 6.23).
Pelágio e seus
discípulos ensinaram que a morte física fazia parte do primeiro estado do homem
antes do pecado e que ele fora criado como um ser mortal. Naturalmente, esse
conceito errôneo foi rejeitado através da história. A igreja adotou uma posição
definida quanto a questão da morte, a saber, que a morte sempre se constituiu
uma penalidade do pecado.
O castigo
disciplinador Os teólogos procuram fazer distinção entre castigo, punição e
pena e, sem dúvida, há certa distinção que deve merecer a nossa apreciação.
Entretanto, preferi usar o termo castigo com abrangência ao modo de tratamento
de DEUS quanto aos pecados cotidianos dos cristãos e quanto aos pecados que
implicam o tratamento final de DEUS.
Nesse ponto,
especialmente, o castigo disciplinador relaciona-se com o comportamento do
cristão, e objetiva corrigido e repreendê-lo, a fim de que não se perca. A
doutrina no que tange a esse tipo de castigo revela que é possível até
mesmo morte prematura
do cristão como modo de disciplina divina e a salvação da alma (I Co 11.30-32). O autor da Carta aos Hebreus faz uma distinção
entre filhos e bastardos (Hb 12.6-8). Neste texto DEUS se mostra como “Pai amoroso que
corrige os filhos”; por isso, a correção tem sentido disciplinador.
Quando o escritor
emprega o termo “bastardo”, faz isso para distingui-lo do filho verdadeiro de DEUS,
aquele que aceita a correção do Pai (v.8). Chafer escreveu, em sua Teologia
Sistemática, que “a disciplina, numa forma ou outra, é a experiência universal
de todos os que são salvos; o ramo que produz fruto é podado, para que produza
mais fruto ainda (Jo 15.12)”.20
O castigo (a pena)
final do pecado. Se morte física significa separação de corpo e alma e é parte
da pena do pecado, entendemos que, de modo nenhum, a morte física venha significar
a penalidade final. Nas Escrituras a palavra morte é frequentemente usada com
sentido moral e espiritual. Isto significa que a verdadeira vida da alma e do
espírito, é a relação com a presença de DEUS. Portanto, a pena divina contra o
pecado do homem no Éden foi a separação da comunhão com o Criador.
A morte espiritual tem
dois sentidos especiais: um sentido é negativo e o outro é positivo. Em relação
à vida cristã, todo verdadeiro crente está morto para
o pecado, porque a pena do pecado foi
cancelada e ele está livre do domínio do pecado (Rm 6.14).Trata-se da separação da vida de pecado depois que
se aceita a CRISTO e é expiado por Ele. Porém, em relação ao futuro, o crente
terá a vida eterna, isto é, terá a redenção plena do corpo do pecado (Ap 21.27; 22.15).
Porém, o sentido
negativo de morte espiritual refere-se à morte no pecado. O crente está morto
para o pecado, mas o ímpio está morto espiritualmente no pecado. Significa que
o pecador vive um estado de vida separado de DEUS e de sua comunhão. Significa
estar “debaixo do pecado” e estar sob o seu domínio (Ef 2.1,5). O efeito desses dois sentidos é presente e
temporal. O pecador sem DEUS, no presente, está numa condição temporal de excomunhão
com DEUS, mas pela graça de DEUS poderá sair desse estado e morrer para o
pecado (Ef 4.18; Gn 2.17).
A punição final do
pecado é a morte eterna, ou seja, o juízo final contra o pecado (Hb 9.27). A morte eterna é a culminância e complementação da
morte espiritual. Diz respeito à repugnância da santidade divina que requer
justiça contra o pecado e contra o pecador impenitente. Significa a retribuição
positiva de um DEUS pessoal, tanto sobre o corpo como sobre a sua alma e
espírito (Mt 10.28; 2Ts 1.9; Hb 10.31; Ap 14.11).
Existem algumas
teorias que tentam anular a doutrina bíblica da morte eterna, como castigo
final do pecado. O universalismo ensina que DEUS é bom demais para excluir
alguém da sua presença no Céu, pois JESUS morreu por todos; por isso, ao final,
todos serão salvos. O restauracionismo é outra ideia equivocada e antibíblica,
porque ensina que DEUS vai restaurar todas as coisas ao final da história da
humanidade, quando então todos serão salvos.
A ideia do purgatório,
ensinada pela igreja romana, de que o purgatório é um período probatório pelo
qual, entre a morte e a ressurreição, os pecadores que morreram serão provados
e poderão se recuperar e se livrar da pena final de seus pecados. Por último, a
teoria da aniquilação ensina que, ao final de tudo, no juízo, todos os ímpios
serão aniquilados; isto é, extinguidos, como quem extingue uma folha de papel
no fogo que vira cinza. Interpretam erradamente 2 Tessalonicenses 1.9;
substituem a palavra “aniquilar” por “extinguir”. O sentido bíblico de
“aniquilar” é “banir” da presença de DEUS.
Portanto, morte eterna
é a eterna separação (banimento) da presença de DEUS e a impossibilidade de
arrependimento e salvação. Os ímpios são constituídos por aquelas pessoas que
rejeitaram conscientemente a graça de DEUS e, por isso, depois da morte física,
serão ressuscitados e comparecerão diante do Grande Trono Branco do Juízo de DEUS
e receberão a justa retribuição dos seus pecados com a morte eterna, sendo
lançados no Geena, isto é, o “lago de fogo eterno (Ap 20.14,15; Mt 5.22,29,30; 10.26; 23.14,15,33).
Existe uma distinção
entre a primeira e a segunda morte. A primeira é física; morre-se uma só vez (Hb 9.27); é temporal e para todas as pessoas no mundo:
justos e injustos. A “segunda” morte é espiritual e eterna; a “segunda” tem um
sentido moral, porque todos quantos irão passar por ela saberão e terão “consciência”
depois da primeira morte (At 24.15).
Uma das grandes
verdades acerca do castigo do pecado é que a justiça de DEUS o exige afim que
ninguém o acuse de injustiça. Pelo contrário, Ele é o Senhor que pratica a
misericórdia, juízo e justiça na terra (Jr 9.24).
A questão do pecado
encontra resposta e solução quando encontramos na Bíblia a declaração de Paulo
de que DEUS propôs JESUS CRISTO como propiciação pelo seu sangue, para receber
toda a carga da ira de DEUS contra o pecado (Rm 3.25; 2 Co 5.21; Gl 3.13). Significa que a cruz foi o meio pelo qual DEUS
castiga o pecado. O próprio DEUS, perfeito em justiça, tornou possível a
expiação dos pecados por aquele que se fez nosso justificador perfeito (Rm 3.26).
Notas
bibliográficas
1
Dicionário Introdutório de Teologia, II Vol. do Novo
Testamento, pp. 1598,1599.
2
STRONG, A.H., Teologia Sistemática, Hagnos, p. 159
3
STRONG, A.H., Teologia Sistemática, Hagnos, p. 159
4
LANGSTON, A.B., Esboço de Teologia Sistemática,
Juerp, p. 152
5
STRONG, A.H., Teologia Sistemática II Vol, Hagnos, p.
139
6
CONNER, W.T., Doctrina Cristiana, CBP, p. 157
7
HODGE, Charles, Teologia Sistemática, Hagnos,
pp.623,624
8
BERKHOF, L., Teologia Sistemática, Luz para o
Caminho, p.233
9
BERKHOF, L., Teologia Sistemática, Luz para o
Caminho, p.235
10
BERKHOF, L., Teologia Sistemática, Luz para o
Caminho, p.248
11
STRONG, A.H., Teologia Sistemática, Hagnos, p. 282
12
STRONG, A.H., Teologia Sistemática, Hagnos, p.284
13
STRONG, A.H., Teologia Sistemática, Hagnos, p. 173
14
STRONG, A.H., Teologia Sistemática, Hagnos, p.I73 13
STRONG, A.H., Teologia Sistemática, Hagnos, p. 182
16
SHAFER, L.S., Teologia Sistemática, Hagnos, p.718,
Vols.1,2
17
STRONG, A.H., Teologia Sistemática, Hagnos, p.88
18
PEARLMAN, Myer, Conhecendo as Doutrinas da Bíblia,
Vida, p. 135
19
PEARLMAN, Myer, Conhecendo as Doutrinas da Bíblia,
Vida, p. 135
20
CHAFER, L.S., Teologia Sistemática, Hagnos, p.755
QUESTIONÁRIO
1)
O que é o pecado?
2)
Como o pecado se manifesta?
3)
Como o pecado entrou no mundo?
4)
Cite três termos originais do Antigo Testamento por
meio dos quais se descreve o pecado e defina cada um deles.
5)
Cite três termos originais para pecado no Novo Testamento
e defina-os.
6)
Qual vocábulo grego é empregado com o sentido de “desvio”,
“violação” e “transgressão” nas páginas do Novo Testamento?
7)
Há diferenças entre “imagem” e “semelhança”? Se
existem, quais são elas?
8)
A Queda distorceu a imagem original do ser humano? Se
sim, em que sentido? Se não, por quê?
9)
Cite três teorias filosóficas contrárias ao que a
Palavra de DEUS diz sobre o pecado.
10) Como John Wesley, o pai do metodismo,
definiu o pecado?
11) Discorra sobre as entradas do pecado no
Universo e no mundo. Há diferença? Por quê?
12) Qual é o conceito exato de pecado
original?
13) O que significa a expressão “pecado
factual”?
14) Qual é a diferença entre os pecados venial
e mortal?
15) Que relação tem a culpa com a lei moral de
DEUS?
16) Discorra sobre as consequências do pecado
no mundo.
17) Assinale a alternativa correta:
a)
Todo ser humano nasce com a sua natureza corrompida,
b)
Só Adão teve a sua natureza corrompida; os demais
seres humanos são punidos tão-somente por causa dele.
c)
Todo ser humano nascido antes de CRISTO teve a sua
natureza corrompida.
d)
Os que viveram e vivem depois de CRISTO possuem uma
natureza pura longe do pecado.
e)
Nenhuma das anteriores.
18) Como resultado imediato da Queda, todo o
gênero humano foi atingido. A Bíblia menciona, pelo menos, três imputações
decorrentes do pecado de Adão. Quais são elas?
19) De acordo com Myer Pearlman:
a)
Adão transmitiu a seus descendentes a tendência ou
inclinação para pecar.
b)
Adão transmitiu apenas a seus descendentes mais
próximos a tendência
ou inclinação para
pecar.
c)
Adão não transmitiu a ninguém a tendência ou
inclinação para pecar.
d)
Nenhuma das anteriores.
20) Qual é o sentido bíblico do termo
“aniquilar” em 2Tessalonicenses 1.9?
4º Trimestre de 2017 - Título: A Obra da Salvação - JESUS CRISTO é o Caminho, e a Verdade e a Vida.
Comentarista: Pr. Claiton Ivan Pommerening, Assembleia de DEUS de Joinville, SC.
Complementos, Ilustrações e Vídeos: Pr. Luiz Henrique de Almeida Silva - 99-99152-0454.
TEXTO ÁUREO
"Qual é o homem que teme ao Senhor? Ele o ensinará no caminho que deve escolher." (Sl 25.12)
VERDADE PRÁTICA
O projeto primário de DEUS foi salvar a humanidade. Todavia, de acordo com sua soberania, concedeu o livre-arbítrio ao homem.
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE - João 3.14-21
14 - E, como Moisés levantou a serpente no deserto, assim importa que o Filho do Homem seja levantado, 15 - para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna. 16 - Porque DEUS amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna. 17 - Porque DEUS enviou o seu Filho ao mundo não para que condenasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por ele. 18 - Quem crê nele não é condenado; mas quem não crê já está condenado, porquanto não crê no nome do unigênito Filho de DEUS. 19 - E a condenação é esta: Que a luz veio ao mundo, e os homens amaram mais as trevas do que a luz, porque as suas obras eram más. 20 - Porque todo aquele que faz o mal aborrece a luz e não vem para a luz para que as suas obras não sejam reprovadas. 21 - Mas quem pratica a verdade vem para a luz, a fim de que as suas obras sejam manifestas, porque são feitas em DEUS.
PONTO CENTRAL - De acordo com sua soberania, DEUS concedeu o livre-arbítrio ao homem.
Resumo da Lição 8, Salvação e Livre-Arbítrio
I - A ELEIÇÃO BÍBLICA É SEGUNDO A PRESCIÊNCIA DIVINA
1. A eleição de Israel.
2. A eleição para a salvação.
3. A presciência divina.
II - ARMÍNIO E O LIVRE-ARBÍTRIO
1. Breve histórico de Jacó Armínio.
2. O livre-arbítrio.
3. O livre-arbítrio na Bíblia.
III - ELEIÇÃO DIVINA E LIVRE-ARBÍTRIO
1. A eleição divina.
2. Escolha humana e fatalismo.
3. A possibilidade da escolha humana.
PONTOS BÁSICOS DA DOUTRINA DE ARMÍNIO
1. A predestinação depende da forma de o pecador corresponder ao chamado da salvação. Logo: acha-se fundamentada na presciência divina; não é um ato arbitrário de DEUS, não é obrigado e nem escolhido previamente (Em quem também vós estais, depois que ouvistes a palavra da verdade, o evangelho da vossa salvação; e, tendo nele também crido, fostes selados com o ESPÍRITO SANTO da promessa; Efésios 1:13; Que quer que todos os homens se salvem, e venham ao conhecimento da verdade. 1 Timóteo 2:4).
2. CRISTO morreu, indistintamente, por toda a humanidade, mas somente serão salvos os que crerem (Mc 16.16; Mt 10.32; Rm 10.9)
3. O ser humano tem a capacidade de crer (todos, recebe a assistência do ESPÍRITO SANTO quando crê Jo 16.8) - (tem a capacidade de saber entre o bem e o mal - Eis que o homem é como um de nós, sabendo o bem e o mal
Gênesis 3:22.--- O homem sem DEUS conhece o bem e o mal desde Adão que escolheu e comeu da árvore, exatamente, do conhecimento do bem e do mal, e tem a opção, ou seja, o livre arbítrio de escolher entre o bem e o mal. Entre ser salvo ou não. A fé é pessoal e todo ser humano a tem. Se não a desenvolve para o lado de DEUS, a desenvolve para o lado de Satanás.
4. Apesar de sua infinitude, a graça (JESUS CRISTO e sua obra salvífica) pode ser resistida (E a condenação é esta: Que a luz veio ao mundo, e os homens amaram mais as trevas do que a luz, porque as suas obras eram más. João 3:19;
Jerusalém, Jerusalém, que matas os profetas e apedrejas os que te são enviados! Quantas vezes quis eu ajuntar os teus filhos, como a galinha ajunta os seus pintos debaixo das asas, e tu não quiseste! Mateus 23:37).
5. Nem todos os que aceitaram a CRISTO perseverarão (E, acabada a ceia, tendo já o diabo posto no coração de Judas Iscariotes, filho de Simão, que o traísse, João 13:2; E a palavra desses roerá como gangrena; entre os quais são Himeneu e Fileto; os quais se desviaram da verdade, dizendo que a ressurreição era já feita, e perverteram a fé de alguns 2Tm 2.17,18; Porque é impossível que os que já uma vez foram iluminados, e provaram o dom celestial, e se fizeram participantes do ESPÍRITO SANTO, e provaram a boa palavra de DEUS e as virtudes do século futuro, e recaíram sejam outra vez renovados para arrependimento; pois assim, quanto a eles, de novo crucificam o Filho de DEUS e o expõem ao vitupério. Hb 6.4-6).
PARA REFLETIR - A respeito da salvação e livre-arbítrio, responda:
Qual foi o propósito da eleição de Israel no Antigo Testamento? A eleição de Israel é específica e pontual. DEUS tinha um propósito de enviar o Salvador ao mundo por intermédio da nação judaica (Gl 3.16).
O que é a presciência divina? Presciência é a capacidade de DEUS saber todas as coisas de antemão e de interferir na história humana (O seu DEUS o ensina, e o instrui acerca do que há de fazer. Isaías 28:26).
O que é o livre-arbítrio? O livre-arbítrio é a possibilidade que os seres humanos têm de fazer escolhas e tomar decisões que afetam seu destino eterno, especificamente se tratando da salvação (Eis que o homem é como um de nós, sabendo o bem e o mal - Gênesis 3:22).
O que é a eleição segundo a Bíblia? A eleição é uma escolha soberana de DEUS que tem como objeto de seu amor todos os seres humanos. Não é uma obra que leva em conta o mérito humano, mas que é feita exclusivamente em CRISTO (Ef 1.4).
Qual é a vontade de DEUS quanto à salvação do ser humano? O nosso DEUS deseja que todo ser humano, espontânea e livremente, o ame de todo coração e mente. (Efésios 1:13; Que quer que todos os homens se salvem, e venham ao conhecimento da verdade. 1 Timóteo 2:4).
CONSULTE - Revista Ensinador Cristão - CPAD, nº 72, p40
EIS UMA GRANDE DIFERENÇA ENTRE O CALVINISMO E A BÍBLIA - PARA O CALVINISMO DEUS ESCOLHEU QUEM IRÁ SER SALVO E QUEM IRÁ SER CONDENADO ANTES DA FUNDAÇÃO DO MUNDO. PARA A BÍBLIA A GRAÇA SALVADORA SÓ PASSOU A EXISTIR APÓS JESUS MORRER E RESSUSCITAR E MORREU POR NÓS E PARA SALVAR A TODOS. DEUS EM SUA ONISCIENCIA VIU NO FUTURO OS QUE ACEITARIAM SEU FILHO E SE CONVERTERIAM, ASSIM OS CHAMOU DE FILHOS ANTES DELES EXISTIREM.
Resumo da Lição 8, Salvação e Livre-Arbítrio
INTRODUÇÃO
JESUS morreu por todos nós, na cruz, no calvário. Não merecemos e nunca poderíamos adquirir a salvação por nossos próprios esforços. Somente por decisão pessoal, e liberdade individual é que cada um pode ser incluído nessa salvação. (Ap 22.17; 2 Pe 3.9).
A salvação é pela graça de DEUS (JESUS levando sobre Ele nossos pecados e morrendo em nosso lugar).
A salvação só é possível mediante a fé individual no sacrifício de JESUS e em sua ressurreição (Mt 10.32; Mc 16.16; Rm 10.9).
I - A ELEIÇÃO BÍBLICA É SEGUNDO A PRESCIÊNCIA DIVINA
1. A eleição de Israel.
A eleição no Antigo Testamento - Justificação pela fé em DEUS e em suas promessas -
E não duvidou da promessa de DEUS por incredulidade, mas foi fortificado na fé, dando glória a DEUS, Romanos 4:20
Assim como Abraão creu em DEUS, e isso lhe foi imputado como justiça. Gálatas 3:6
A eleição de Israel veio por Abraão e sua posteridade que é CRISTO - Ora, as promessas foram feitas a Abraão e à sua descendência. Não diz: E às descendências, como falando de muitas, mas como de uma só: E à tua descendência, que é CRISTO. Gálatas 3:16. Da família de Abraão viria a nascer JESUS CRISTO.
A eleição de Israel não pode ser usada como base para fundamentar a salvação individual do crente.
Israel se rebelou contra o Senhor e desobedeceu à sua ordem por diversas vezes (Jr 6.30; 7.29). Foram até para o cativeiro babilônico. Paulo diz que só o remanescente é que será salvo.
Também Isaías clama acerca de Israel: Ainda que o número dos filhos de Israel seja como a areia do mar, o remanescente é que será salvo. Romanos 9:27
Não podemos repetir os mesmos erros do povo de DEUS do Antigo Testamento (1 Co 10.6,11).
A ELEIÇÃO DE ISRAEL FOI ESPECÍFICA, PONTUAL E COLETIVA (NÃO SERVE DE PARÂMETRO PARA ELEIÇÃO DA IGREJA)
Um povo foi escolhido para que dele nascesse JESUS. Os descendentes de Abraão pertencem a DEUS por força da aliança de DEUS com Abraão. Quando se fazia tal aliança tudo o que era de um se tornava também do outro. DEUS tem direito de interferir e de usar quem Ele desejar e do modo que desejar. Quando DEUS chama Abraão, isso é eleição de Abraão e sua descendência. Quando DEUS tem em vista JESUS no decorrer da descendência da família de Abraão, isso é específico. Como esta eleição não foi para salvação por pertencer a família de Abraão (ninguém seria salvo apenas por pertencer à família de Abraão, mas era necessário também obedecer às leis da aliança - Dt 28), mas para uma missão, ela não pode servir de parâmetro de algum plano de salvação humana, isso é ser pontual. Como este povo é uma nação e não apenas uma pessoa, essa eleição era coletiva. ------ Ora, as promessas foram feitas a Abraão e à sua descendência. Não diz: E às descendências, como falando de muitas, mas como de uma só: E à tua descendência, que é CRISTO. Gálatas 3:16 ------
2. A eleição para a salvação.
Predestinação Condicional - tem condição para ser salvo - Qual condição? Aceitar pela fé a JESUS como Senhor e Salvador. Rm 10.9. "A saber: Se com a tua boca confessares ao Senhor JESUS, e em teu coração creres que DEUS o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo". Romanos 10:9. Só somos salvos ou eleitos após ouvir a proclamação do evangelho e nele crermos e depois recebermos o
ESPÍRITO SANTO.
Predestinação Condicional é a pregada por Armínio, a mesma que seguimos e acreditamos, pois concorda com a bíblia.
A Igreja está predestinada a ir para o céu - A Igreja vai para o céu - Paulo sempre usa o plural para falar sobre predestinação, pois fala de Igreja, outros autores como Pedro sempre falam no plural, porque falam a respeito da igreja e não de pessoas individuais.
Se Paulo é o teólogo da predestinação fatalista então deveria falar como se ele mesmo estivesse salvo para sempre.
Irmãos, quanto a mim, não julgo que o haja alcançado; mas uma coisa faço, e é que, esquecendo-me das coisas que atrás ficam, e avançando para as que estão diante de mim, Prossigo para o alvo, pelo prêmio da soberana vocação de DEUS em CRISTO JESUS. Filipenses 3:13,14.
Porque em nada me sinto culpado; mas nem por isso me considero justificado, pois quem me julga é o Senhor. 1 Coríntios 4:4.
Antes subjugo o meu corpo, e o reduzo à servidão, para que, pregando aos outros, eu mesmo não venha de alguma maneira a ficar reprovado. 1 Coríntios 9.27.
DEUS deseja que todos sejam salvos, e para isso têm que responder afirmativamente pela fé ao ouvir o evangelho (At 2.37; 1 Tm 2.3,4; 2 Pe 3.9). As Escrituras mostram claramente que quem crer será salvo, mas quem não crer será condenado (Mc 16.16).
3. A presciência divina.
Eleitos segundo a presciência de DEUS Pai, em santificação do ESPÍRITO, para a obediência e aspersão do sangue de JESUS CRISTO: Graça e paz vos sejam multiplicadas. 1 Pedro 1:2.
Presciência não é predeterminação. Presciência é saber antes, é ter ciência antes. DEUS em sua onisciência sabe o que vai acontecer no futuro mesmo antes de acontecer.
Como DEUS sabe quem será salvo, Ele tem o direitos de interferir na vida do crente, desde que tenha sido autorizado pelo mesmo no futuro.
DEUS em sua soberania nos concedeu o livre-arbítrio mesmo já sabendo que o desobedeceríamos muitas vezes e que a maioria de suas criaturas não aceitariam seu filho como único Salvador e Senhor.
II - ARMÍNIO E O LIVRE-ARBÍTRIO
1. Breve histórico de Jacó Armínio.
Na verdade não somos arminianos. Somos Bíblicos.
Jacó Armínio (*1560 +1609) nasceu na Holanda - Livre Arbítrio x Predestinação, Graça Irresistível x Vontade Permissiva... Para todos os que se interessam pela teologia, não é segredo que o mundo protestante/evangélico se divide em arminianos e calvinistas. A bem da verdade, o esquema de doutrina teológica conhecido durante os últimos dois séculos como Arminianismo não recebeu essa denominação pelo fato de Armínio ter sido o seu autor, mas porque ele coletou e incorporou, em um único sistema, as observações dispersas e frequentemente incidentais dos patriarcas cristãos e dos primeiros clérigos protestantes e também explicou e defendeu este esquema de forma mais plena e definitiva do que qualquer outro autor anterior.
A igreja evangélica brasileira em sua grande maioria, se identifica com a visão arminiana, porém, por mais paradoxal que seja, até a presente data, não possuía traduzida para o português toda a extensão do pensamento deste importante teólogo reformado. Isto levava a sui generis situação onde muitos evangélicos brasileiros, inclusive pastores, se reconheçam como arminianos sem, de fato, terem lido uma linha sequer de seus escritos acerca da Predestinação, Providência Divina, o livre-arbítrio, a Graça de DEUS, A divindade do filho de DEUS e a justificação do homem, entre diversos outros assuntos.
http://www.cpad.com.br/as-obras-de-arminio-264883/p
2. O livre-arbítrio.
Segundo o Dicionário Teológico - livre-arbítrio [Do lat. liberum arbitrium] é a liberdade de escolha. Capacidade que possui o ser humano de pensar ou agir tendo como única motivação a sua vontade.
LIVRE-ARBÍTRIO - Teologia Sistemática de Charles Finney
Muitas passagens, incluindo a oração de Daniel 9, demonstram que a reação dos homens faz uma diferença no esquema final das coisas. A obediência ou a desobediência determinam a direção [dos eventos] porque o livre-arbítrio do homem é real. Caso contrário, as advertências proféticas e exortações ao arrependimento não fariam sentido (Is 1.18-20). De igual modo, as admoestações com relação a uma vida santa também seriam palavras vazias (Lv 19.2) e o modelo da fidelidade de Daniel se tornaria irrelevante.
LIVRE-ARBÍTRIO: Faculdade ou poder dos agentes morais em escolher, decidir entre objetos de escolha sem força ou por necessidade.
Gálatas 5.1-12: Fomos Chamados para a Liberdade
a) 5.1-3: O jugo da escravidão
Nos três versículos que se seguem, o apóstolo fala da liberdade e sua implicação se caso os gálatas aceitassem a circuncisão. Para o apóstolo, a prática da circuncisão é algo que somente escraviza, e se caso viessem a aceitá-la, tudo o que eles aprenderam ou creram sobre JESUS perde todo o seu valor. CRISTO de nada aproveitará se adotarem práticas da lei.
# V 1 - Foi para a liberdade que CRISTO nos libertou. Aqui parece, à primeira vista, haver repetição; mas sem dúvida o apóstolo quer ressaltar a incongruidade de qualquer outro resultado. Por meio da lei a existência humana fica na ignorância, fica fundada sobre a falsidade de suas promessas e, portanto, sobre a falsidade dos esforços com que se lhe serve. Finalmente, a liberdade que liberta do pecado e da mentira, libertando da lei e também da morte (Rm 7.9-11; 5.21; 5.12; 6.21,23; 1 Co 15.56). A libertação por CRISTO ocorre naturalmente na entrega de sua vida (Gl 1.14; 2.20, 3.13; 4.4). Paulo pensa aqui no acontecimento histórico da cruz de CRISTO, pelo qual tanto os gálatas quanto todos os cristãos foram chamados “para a liberdade”. Não se toca aqui na questão da imputação e aprovação da liberdade.
Portanto, permaneçam firmes e não se deixem submeter novamente a um jugo de escravidão. A consequência que se deduz do fato da liberdade outorgada por CRISTO é que os gálatas devem permanecer firmes nela. A palavra liberdade é usada aqui no sentido absoluto. Eles são exortados, com base na liberdade em CRISTO, a tomar posição firme. A utilização da palavra “submeter”, que aqui é de uso passivo, tem um sentido de “não permitir que um novo jugo seja imposto sobre eles”. O uso da palavra “novamente (palin) refere-se ao estado anterior dos gálatas”. Dobrar-se debaixo do jugo da escravidão, novamente, contradiz a situação de liberdade em que os gálatas foram colocados pela ação de CRISTO. Paulo desejava guardá-los da recaída. EM SUMA, FOMOS LIBERTOS DA ESCRAVIDÃO DE UM DONO TIRANO E SEM PIEDADE - O PECADO - POR TRÁS DELE NOSSAS CONCUSPISCÊNCIAS E SATANÁS. AGORA SOMOS LIVRES PARA SERVIR, POR AMOR, A UM NOVO DONO - JESUS (QUE NOS LIVRA DO PECADO POR SUA MORTE NA CRUZ).
3. O livre-arbítrio na Bíblia.
Cooperação Com DEUS na Salvação
Quanto à doutrina da salvação, existem hoje duas correntes de interpretação: uma comprometida com o “determinismo”, e a outra com o “livre arbítrio”.
a) O Determinismo
O cristão determinista crê que DEUS predeterminou de antemão os salvos e os perdidos, independentemente da escolha humana. A salvação, portanto, é uma conseqüência inteiramente da graça de DEUS. Neste caso, a fé é expressa, não como uma decisão da parte do crente, mas, sim, como uma resposta à irresistível atuação de DEUS sobre o espírito do homem. Quanto aos predestinados á perdição eterna, segundo o determinismo, embora querendo ser salvos, lhes é negado este direito. Vieram ao mundo, podem ouvir a pregação do evangelho, porém jamais se salvarão, uma vez que DEUS decretou de antemão a perdição deles.
b) O Livre Arbítrio
Segundo esta corrente de interpretação, todos os tratos de DEUS com o homem, inclusive a eleição e a predestinação, estão baseados nas decisões que o homem toma, uma vez que é um agente livre para aceitar ou rejeitar o dom de DEUS. Mais que isto, todos os homens têm igual oportunidade de buscar a DEUS, ouvir o evangelho, se arrependerem de seus pecados e serem salvos.
c) Cooperando Com a Salvação
Os defensores do determinismo estão equivocados quando salientam demasiadamente a verdade da majestade, da graça e do poder de DEUS, em detrimento da insuficiência do homem para fazer qualquer coisa sem o auxilio divino. Ignoram a capacidade de decisão do homem quanto à determinação do seu futuro eterno. De igual modo os defensores do livre arbítrio correm o risco de enfatizar a livre agência do homem, reduzindo a fé a um ritual sem vida, levando o cristão a uma obediência apenas à letra do evangelho, esquecendo-se do poder de DEUS operante na sua vida. A salvação, como experiência prática, só é possível com a cooperação do crente. Quanto a isto diz o apóstolo Paulo: “de sorte que, meus amados, assim como sempre obedecestes, não só na minha presença, mas muito mais agora, na minha ausência, assim também operai a vossa salvação com temor e tremor; porque DEUS é o que opera em vós tanto o querer como o efetuar, segundo a sua boa vontade” (Fp 2.12,13).
III - ELEIÇÃO DIVINA E LIVRE-ARBÍTRIO
1. A eleição divina.
A ELEIÇÃO ACONTECE APÓS A CONVERSÃO.
A Igreja está predestinada a ir para o céu - A Igreja vai para o céu - Paulo sempre usa o plural para falar sobre predestinação, pois fala de Igreja, outros autores como Pedro sempre falam no plural, porque falam a respeito da igreja e não de pessoas individuais.
1 Pe 1.2 - A eleição é segundo a presciência de DEUS Pai
eleitos segundo a presciência de DEUS Pai, em santificação do ESPÍRITO, para a obediência e aspersão do sangue de JESUS CRISTO: graça e paz vos sejam multiplicadas.
A PRESCIÊNCIA DE DEUS. A presciência divina é o eterno amor e propósito de DEUS para com o seu povo, a igreja (ver Rm 8.29). Os "eleitos" são o conjunto dos verdadeiros crentes, escolhidos em harmonia com a resolução divina de redimir a igreja pelo "sangue de JESUS CRISTO", em "santificação do ESPÍRITO". Todos os crentes devem participar da sua eleição, procurando diligentemente tornar mais firme sua vocação e eleição (ver 2 Pe 1.5,10).
A predestinação (gr. proorizo) significa “decidir de antemão” e se aplica aos propósitos de DEUS inclusos na eleição. A eleição é a escolha feita por DEUS, “em CRISTO”, de um povo para si mesmo (a igreja verdadeira). A predestinação abrange o que acontecerá ao povo de DEUS (todos os crentes genuínos em CRISTO).
(1) DEUS predestina seus eleitos a serem: (a) chamados (Rm 8.30); justificados (Rm 3.24; 8.30); (c) glorificados (Rm 8.30); (d) conformados à imagem do Filho (Rm 8.29); (e) SANTOS e inculpáveis (1.4); (f) adotados como filhos (1.5); (g) redimidos (1.7); (h) participantes de uma herança (1.14); (i) para o louvor da sua glória (1.12; 1Pe 2.9); (j) participantes do ESPÍRITO SANTO (1.13; Gl 3.14); e (l) criados em CRISTO JESUS para boas obras (2.10).
(2) A predestinação, assim como a eleição, refere-se ao corpo coletivo de CRISTO (i.e., a verdadeira igreja), e abrange indivíduos somente quando inclusos neste corpo mediante a fé viva em JESUS CRISTO (1.5, 7, 13; cf. At 2.38-41; 16.31).
2. Escolha humana e fatalismo.
CALVINISMO RADICAL - João Calvino - Uns nasceram para Salvação eterna outros para perdição eterna.
ARMINIANISMO - Jacobus Arminos - DEUS é Soberano, porém o homem possui o Livre-arbítrio, a salvação é para todos, porém só para quem aceitar a JESUS como Salvador e Senhor.
O Calvinismo radical leva o homem a viver de qualquer maneira, pois já está salvo. (Batistas tradicionais, presbiterianos, etc...Liberdade do corpo)
A teologia do merecimento - leva o homem a pensar que pode ganhar a salvação pelas obras. (Espiritismo, catolicismo, islamismo, judaísmo, budismo, hinduísmo etc.)
O ensino da livre-vontade do homem, sem a participação de DEUS, pode conduzir ao engano de uma salvação dependente de obras, conduta e obediência humanas.
A DOUTRINA DA ELEIÇÃO DIVINA
“Eleição” e “escolha” são apenas um termo, no original: eeloge. A eleição “olha” para o aspecto passado da nossa salvação (I Pe 1.2; Ef 1.4). Eleição divina é, pois, a nossa escolha para a salvação, feita por DEUS. Nós, pecadores por natureza, não sabemos escolher, mas o Senhor nos escolhe (Jo 15.16).
E claro que a eleição, em si, não implica salvação:
Mas devemos sempre dar graças a DEUS, por vós, irmãos amados do Senhor, por vos ter DEUS elegido desde o princípio para a salvação, em santificação do ESPÍRITO e fé da verdade (2 Ts 2.13).
eleitos segundo a presciência de DEUS Pai, em santificação do ESPÍRITO, para a obediência e aspersão do sangue de JESUS CRISTO: graça e paz vos sejam multiplicadas (l Pe 1.2).
Na Bíblia mencionam-se a eleição divina coletiva, como a de Israel (Is 45.4; e a da Igreja (Ef 1.4); e a individual, como a de Abraão (Ne 7.9) e a de cada crente (Rm 8.29). A vocação e a eleição do crente, do seu lado humano. Em 2 Pedro LIO lemos: “Portanto, irmãos, procurai fazer cada vez mais firme a vossa vocação e eleição; porque, fazendo isto, nunca jamais tropeçareis”.
A escolha divina ocorre da maneira como é descrita em I Ts 1.4-10. Ela se dá pelo recebimento do evangelho, pela fé, e permanência em CRISTO, mediante a santificação daqueles que se convertem dos ídolos ao DEUS vivo e verdadeiro, a fim de servi-lo “e esperar dos céus a seu Filho, a quem ressuscitou dos mortos, a saber, JESUS, que nos livra da ira futura” (v.10).
DEUS não elege uns para a salvação, e outros, para a perdição. O homem é capaz de fazer a livre-escolha. E a graça de DEUS não é irresistível, como muitos ensinam, valendo-se do falacioso chavão “Uma vez salvo, salvo para sempre”.
3. A possibilidade da escolha humana.
Predestinação Condicional - tem condição para ser salvo - Qual condição? Aceitar pela fé a JESUS como Senhor e Salvador. Rm 10.9. "A saber: Se com a tua boca confessares ao Senhor JESUS, e em teu coração creres que DEUS o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo". Romanos 10:9. Predestinação Condicional é a arminiana, a mesma que seguimos e acreditamos.
Vês aqui, hoje te tenho proposto a vida e o bem, e a morte e o mal; Porquanto te ordeno hoje que ames ao Senhor teu DEUS, que andes nos seus caminhos, e que guardes os seus mandamentos, e os seus estatutos, e os seus juízos, para que vivas, e te multipliques, e o Senhor teu DEUS te abençoe na terra a qual entras a possuir. Porém se o teu coração se desviar, e não quiseres dar ouvidos, e fores seduzido para te inclinares a outros deuses, e os servires, Então eu vos declaro hoje que, certamente, perecereis; não prolongareis os dias na terra a que vais, passando o Jordão, para que, entrando nela, a possuas; Os céus e a terra tomo hoje por testemunhas contra vós, de que te tenho proposto a vida e a morte, a bênção e a maldição; escolhe pois a vida, para que vivas, tu e a tua descendência, Amando ao Senhor teu DEUS, dando ouvidos à sua voz, e achegando-te a ele; pois ele é a tua vida, e o prolongamento dos teus dias; para que fiques na terra que o Senhor jurou a teus pais, a Abraão, a Isaque, e a Jacó, que lhes havia de dar. Deuteronômio 30:15-20.
A alma que pecar, essa morrerá; o filho não levará a iniquidade do pai, nem o pai levará a iniquidade do filho. A justiça do justo ficará sobre ele e a impiedade do ímpio cairá sobre ele. Mas se o ímpio se converter de todos os pecados que cometeu, e guardar todos os meus estatutos, e proceder com retidão e justiça, certamente viverá; não morrerá. De todas as transgressões que cometeu não haverá lembrança contra ele; pela justiça que praticou viverá. Desejaria eu, de qualquer maneira, a morte do ímpio? diz o Senhor DEUS; Não desejo antes que se converta dos seus caminhos, e viva? Mas, desviando-se o justo da sua justiça, e cometendo a iniquidade, fazendo conforme todas as abominações que faz o ímpio, porventura viverá? De todas as justiças que tiver feito não se fará memória; na sua transgressão com que transgrediu, e no seu pecado com que pecou, neles morrerá. Dizeis, porém: O caminho do Senhor não é direito. Ouvi agora, ó casa de Israel: Porventura não é o meu caminho direito? Não são os vossos caminhos tortuosos? Desviando-se o justo da sua justiça, e cometendo iniquidade, morrerá por ela; na iniquidade, que cometeu, morrerá. Mas, convertendo-se o ímpio da impiedade que cometeu, e procedendo com retidão e justiça, conservará este a sua alma em vida. Pois que reconsidera, e se converte de todas as suas transgressões que cometeu; certamente viverá, não morrerá. Ezequiel 18:20-28
CONCLUSÃO
A Eleição Bíblica é Segundo a Presciência Divina, DEUS nos viu, no futuro, aceitando a seu filho JESUS como salvador e senhor, Assim, fomos incluídos ou aceitos como filhos.
A Eleição De Israel como povo de DEUS se deu na chamada de Abraão, para que dele nascesse seu filho JESUS.
A Eleição Para a nossa Salvação se deu ao aceitarmos a JESUS como salvador e senhor.
A Presciência Divina significa DEUS já nos viu confessando a JESUS como salvador e Senhor antes mesmo de o fazermos, por isso antes da fundação do mundo, já nos incluiu como seus filhos.
Armínio reconhece o Livre-Arbítrio, ou seja, a capacidade dada por DEUS ao ser humano para escolher entre ser salvo ou não, aceitar a JESUS como salvador (Graça de DEUS) ou não.
Num Breve Histórico De Jacó Armínio podemos encontrar em narrativas diversas que era um teólogo e pastor holandês.
PONTOS BÁSICOS DA DOUTRINA DE ARMÍNIO
1. A predestinação depende da forma de o pecador corresponder ao chamado da salvação. Logo: acha-se fundamentada na presciência divina; não é um ato arbitrário de DEUS (Em quem também vós estais, depois que ouvistes a palavra da verdade, o evangelho da vossa salvação; e, tendo nele também crido, fostes selados com o ESPÍRITO SANTO da promessa; Efésios 1:13; Que quer que todos os homens se salvem, e venham ao conhecimento da verdade. 1 Timóteo 2:4).
2. CRISTO morreu, indistintamente, por toda a humanidade, mas somente serão salvos os que crerem (Mc 16.16; Mt 10.32; Rm 10.9).
3. Como o ser humano não tem a capacidade de crer, precisa da assistência da graça divina (tem a capacidade de saber entre o bem e o mal - Eis que o homem é como um de nós, sabendo o bem e o mal
Gênesis 3:22 - O ESPÍRITO SANTO ajuda quando o homem deseja DEUS - convencendo-o do pecado, da justiça e do juízo - Jo 16.8).
4. Apesar de sua infinitude, a graça pode ser resistida (E a condenação é esta: Que a luz veio ao mundo, e os homens amaram mais as trevas do que a luz, porque as suas obras eram más. João 3:19).
5. Nem todos os que aceitaram a CRISTO perseverarão (E, acabada a ceia, tendo já o diabo posto no coração de Judas Iscariotes, filho de Simão, que o traísse, João 13:2).
Extraído de Dicionário Teológico , CPAD, p. 62.
O Livre-Arbítrio Na Bíblia é a Faculdade ou poder dos agentes morais em escolher, decidir entre objetos de escolha sem força ou por necessidade. A eleição Divina, o Livre-Arbítrio são doutrinas bíblicas. Uma distorção dessas doutrinas bíblicas é a da Escolha Humana sem nenhuma participação de DEUS e outra é do Fatalismo que condena todo homem ao inferno.
ALGUMAS OBSERVAÇÕES
Mas devemos sempre dar graças a DEUS por vós, irmãos amados do Senhor, por vos ter DEUS elegido desde o princípio para a salvação, em santificação do ESPÍRITO, e fé da verdade; 2 Tessalonicenses 2:13
Como é difícil para calvinista entender as coisas espirituais. Também não têm revelação de DEUS. Só entendem as coisas literais, pela razão humana. Mas vamos lá - vou tentar ajudar
PRESCIÊNCIA DE DEUS (CONTIDA NA ONISCIÊNCIA) - DEUS vê o futuro como se fosse presente - para DEUS não existe passado, presente e futuro - ELE é eterno.
ELE viu o dia em que aceitamos a JESUS (a fé é pessoal - somos justificados porque cremos - para o calvinista ele pensa que ninguém pode ter fé, para eles a fé para ser salvo e é dada por DEUS, mas veja, se fosse assim DEUS seria culpado de a pessoa não ter fé para ser salvo).
Se fosse como o calvinismo ensina DEUS estaria condenando trilhões de pessoas ao inferno. Se fosse Antigo Testamento ainda vá lá, pois JESUS não tinha morrido por nós e os inimigos de DEUS eram para serem destruídos - Mas estamos na época da graça. JESUS morreu por amor a todos e DEUS prova seu amor em que CRISTO morreu por nós sendo nós ainda pecadores.
DEUS nos escolheu desde o princípio porque viu no futuro cada um de nós aceitando a seu filho.
Todos recebemos o ESPÍRITO SANTO quando cremos e ELE nos inclui no corpo de CRISTO que é a Igreja. Somos declarados santos por isso. Somos justificados por causa de CRISTO morrendo por nós, por nossos pecados.
Essas 5 respostas ai explicam bem direitinho o versículo acima.
“Antes mesmo de te formar no ventre materno, Eu te escolhi; antes que viesses ao mundo, Eu te separei e te designei para a missão de profeta para as nações!” Jeremias, 1.5
Jeremias foi escolhido por DEUS com uma missão - Não está dizendo que foi salvo por DEUS, foi escolhido para ser profeta - ele poderia escolher ficar com DEUS ou não. Poderia se desviar como Isaias se desviou e foi morar com seu parente Rei Uzias. Só quando Uzias morreu é que ele passou a ver e escutar a DEUS novamente.
No Antigo Testamento DEUS tinha um tratamento especial com a nação de Israel para que dessa nação nascesse JESUS. DEUS interferia para que a nação não fosse totalmente extinta. (Se o Senhor dos exércitos não nos deixara alguns sobreviventes, já como Sodoma seríamos, e semelhantes a Gomorra – Is 1.9).
Hoje estamos no tempo da Graça e JESUS já morreu por nós. A menina dos olhos de DEUS agora é a Igreja - No milênio voltará a ser Israel.
Louvando a DEUS, e caindo na graça de todo o povo. E todos os dias acrescentava o Senhor à igreja aqueles que se haviam de salvar. Atos 2:47
Se todos os dias A IGREJA ganhava almas, é evidente que todo dia tinha que alguém ser acrescentado ao corpo de CRISTO - a Igreja - veja que sempre a predestinação e eleição trata no plural pois está tratando da Igreja - Corpo de CRISTO na terra. Toda vez que alguém aceita a JESUS este alguém é acrescentado à Igreja.
E aos que predestinou a estes também chamou; e aos que chamou a estes também justificou; e aos que justificou a estes também glorificou. Romanos 8.30
A predestinação sempre está se relacionando à coletividade - a igreja. é como um navio indo para o céu (navio simboliza a Igreja) - Todos os salvos pertencem à igreja e estão predestinados a chegarem no céu pois o destino do navio é o céu. Na presciência de DEUS todos os que aceitaram a JESUS fazem parte da igreja, portanto com destino certo - o céu. Porém a igreja nem existia no plano humano quando DEUS viu a igreja no futuro. JESUS nem tinha morrido ainda efetivamente quando DEUS fez a predestinação. Todos que fazem parte da igreja foram justificados, santificados e glorificados. Quem recebe o ESPÍRITO SANTO tem todas essas características quando se converte. Mas todos nós, com rosto descoberto, refletindo como um espelho a glória do Senhor, somos transformados de glória em glória na mesma imagem, como pelo ESPÍRITO do Senhor. 2 Coríntios 3:18
A GLÓRIA DE MOISÉS (ROSTO BRILHAVA), APARECIA DO LADO DE FORA E DESVANECIA, OU SEJA, PASSAVA (REPRESENTANDO A LEI). NOSSA GLÓRIA DO LADO DE DENTRO. ESPÍRITO SANTO - SOMOS TEMPLO - QUANTO MAIS COMUNHÃO COM O ESPÍRITO SANTO, MAIS A GLÓRIA SE MANIFESTA. NÃO É PASSAGEIRA, MAS ETERNA.
E, se o ministério da morte, gravado com letras em pedras, veio em glória, de maneira que os filhos de Israel não podiam fitar os olhos na face de Moisés, por causa da glória do seu rosto, a qual era transitória, Como não será de maior glória o ministério do ESPÍRITO? Porque, se o ministério da condenação foi glorioso, muito mais excederá em glória o ministério da justiça. Porque também o que foi glorificado nesta parte não foi glorificado, por causa desta excelente glória. Porque, se o que era transitório foi para glória, muito mais é em glória o que permanece. Tendo, pois, tal esperança, usamos de muita ousadia no falar. E não somos como Moisés, que punha um véu sobre a sua face, para que os filhos de Israel não olhassem firmemente para o fim daquilo que era transitório. Mas os seus sentidos foram endurecidos; porque até hoje o mesmo véu está por levantar na lição do velho testamento, o qual foi por CRISTO abolido; E até hoje, quando é lido Moisés, o véu está posto sobre o coração deles. Mas, quando se converterem ao Senhor, então o véu se tirará. Ora, o Senhor é o ESPÍRITO; e onde está o ESPÍRITO do Senhor, aí há liberdade. Mas todos nós, com rosto descoberto, refletindo como um espelho a glória do Senhor, somos transformados de glória em glória na mesma imagem, como pelo ESPÍRITO do Senhor. 2 Coríntios 3:7-18
Viu como é simples refutar todas as ideias calvinistas? O problema é que são literais e desprovidos da revelação divina - quem mandou desprezarem as manifestações do ESPÍRITO SANTO? Agora ficaram sem revelação. Viraram apenas uma seita. Agem como computadores que juntam versículos bíblicos sem entendimento espiritual.
Nomes de principais escritores calvinistas heréticos - John Piper, Tim Keller, Mark Dever, Alister McGrath (e até bem pouco tempo, Mark Driscoll) nos Estados Unidos e no Reino Unido e, aqui no Brasil, Ver. Augustus Nicodemus Lopes, Davi Charles Gomes, Franklin Ferreira, Jonas Madureira, Hernandes Dias Lopes, Paulo Júnior (Igreja Aliança do Calvário - Franca /São Paulo), Antônio Carlos Costa, Renato Vargens, Heber Carlos Campos Jr e outros calvinistas.
Denominações Protestantes (“evangélicas”) seguidoras do calvinismo.
Igreja Evangélica Brasileira
Igreja Cristã Maranata
Aliança das Igrejas Evangélicas Congregacionais do Brasil
Congregação Cristã no Brasil
Igreja Cristã de Nova Vida
Igreja Reformada Suíça.
Igreja Reformada Neerlandesa e Igreja Protestante Evangélica Holandesa.
Igreja Reformada Francesa - a igreja dos Huguenotes
Igreja Reformada Hungara
Igreja da Escócia
Igreja Presbiteriana do Brasil
Igreja Presbiteriana Unida do Brasil
Igreja Presbiteriana Independente do Brasil
Igreja Presbiteriana Conservadora do Brasil
Igreja Presbiteriana da Reforma no Brasil
Igreja Evangélica Presbiteriana de Portugal
Igreja Congregacional.
Aliança das Igrejas Evangélicas Congregacionais do Brasil
União das Igrejas Evangélicas Congregacionais do Brasil
Igreja Anglicana Reformada do Brasil
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COMENTÁRIOS DE DIVERSOS AUTORES
A DOUTRINA DA PRESCIÊNCIA DE DEUS - Soteriologia a Doutrina da Salvação (Teologia Sistemática Pentecostal)
A presciência de DEUS é o seu pré-conhecimento de todas as coisas (I Pe 1.2; Rm 8.29). Ela é parte do seu atributo de onisciência. Ele pré-conhece todas as coisas sobre o homem, mas não as evita, por ser o homem livre e responsável por seus atos. No caso do pecado de Adão, o Senhor sabia disso na sua presciência; porém, não o evitou, por ter Adão livre-arbítno.
SOTERIOLOGIA
O LADO DIVINO DA SALVAÇÃO
Muitos antes de o homem pensar em DEUS, ele já estar no pensamento de DEUS. Antes mesmo de o convertido clamar a DEUS, DEUS já o tem atraído pelo o ESPÍRITO SANTO. Paulo escreve este esforço de DEUS, nas seguintes e sublimes palavras: “e sabemos que todas as coisas contribuem juntamente para o bem daqueles que amam a DEUS, daqueles que são chamados por seu decreto. Porque os que dantes conheceu, também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos. E aos que predestinou, a esses também chamou; e aos que chamou, a esses também justificou; e aos que justificou, a esses também glorificou” (Rm 8.28-30).
“presciência” é o aspecto da onisciência relacionado com o fato de DEUS conhecer todos os eventos e possibilidades futuros. No que diz respeito à salvação, a presciência de DEUS não afeta as decisões do homem, nem o seu livre arbítrio. As ações de um homem não são permitidas ou impedidas simplesmente porque são previstas ou conhecidas de antemão, por DEUS. No Novo Testamento, o termo “presciência” aparece, inclusive com conceitos paralelos, nos seguintes textos: Romanos 3.25; Atos 26.5; Romanos 8.29; 11.2; 1 Pd 1.20; 2 Pd 3.17; Atos 2.23 e 1 Pd 1.2. Estas passagens destacam três importantes fatos relacionados com o conceito de “presciência”. Primeiramente significa de fato “saber alguma coisa de antemão”. Alguns estudiosos da Bíblia negam que esta palavra envolva conhecimento, e então alegam que significa “amor de antemão”, porque conhecer pode ser usado como uma expressão correspondente, para amar. Entretanto quando a mesma palavra grega é usada em casos não-teológicos, esses mesmos estudiosos nunca interpretam o termo por “amor de antemão. Por exemplo, em Atos 26.5, o termo se refere a homens que conheciam a reputação de Paulo muito antes da sua chegada a Roma; e em 2 Pedro 3.17 a palavra é usada para designar um conhecimento prévio acerca dos falsos mestres.
A palavra “eleição” no contexto da doutrina da salvação, não significa que DEUS escolheu alguns para serem salvos e outros para a perdição, sem qualquer participação da pessoa nessa escolha. No que diz respeito à salvação, eleição é a escolha de DEUS de algumas pessoas para a salvação e privilégios, baseada na escolha inicial feita Por essas mesmas pessoas. Atentemos para o que diz o apóstolo Paulo: “como também nos elegeu nele antes da fundação do mundo, para que fôssemos santos e irrepreensíveis diante dele em caridade” (Ef 1.4). Deste modo o “mérito” de sermos escolhidos não se baseia em nós mesmos, mas no “mérito” de estarmos em CRISTO. Assim como estamos “em” CRISTO, assim também fomos feitos dignos de sermos escolhidos (eleitos) por DEUS. A maior dificuldade em entender a eleição está no fator tempo. Daí a freqüência com que surge a seguinte pergunta: “se a pessoa é ‘eleita’ antes de lançados os fundamentos da terra, como, pois, a eleição pode ser baseada na fé em CRISTO?” Pedro responde a esta pergunta, dizendo o seguinte: “eleitos segundo a presciência de DEUS Pai, em santificação do ESPÍRITO, para a obediência e aspersão do sangue de JESUS CRISTO” (1 Pd 1.2). Baseado no seu conhecimento quanto à decisão que o crente tomaria, DEUS o elegeu, antes mesmo de lançados os fundamentos da terra.
A doutrina da predestinação é uma das mais consoladoras doutrinas da Bíblia. Sua essência repousa no fato de que DEUS tem um plano geral e original para o mundo, e que seus propósitos jamais serão frustrados. Negativamente analisada, certamente que a predestinação não é uma manipulação da parte de DEUS das escolhas do homem. Isto o rebaixaria à posição de um fantoche, sem poder de escolha nem vontade. A predestinação nunca predetermina as escolhas dos homens, mas, sim, preordena as escolhas de DEUS no que concerne ao seu relacionamento com as inclinações, necessidades e escolhas dos homens. Sabendo de todas as possibilidades futuras, bem como os corações dos homens, DEUS fez um plano dos seus atos: atos estes que resultarão em maior glória para DEUS, na salvação do maior número de pecadores, e que contribuirão com o desenvolvimento da mais perfeita obediência de seus servos (Rm 8.28,29). A fim de entender a predestinação, é necessário distinguir entre predestinação e fatalismo. Fatalismo é uma crença herética que atribui as ações e escolhas do homem ao “determinismo” de DEUS. Ou melhor, DEUS decide o que o homem será e fará. Mediante o planejamento predeterminado por DEUS (a predestinação), a salvação é oferecida a todas as pessoas (Act 4.27,28) e é possível a todos quantos buscam a DEUS (Act 17.26,27). Por causa desta provisão, nenhuma pessoa poderá, em qualquer tempo, acusar DEUS de não lhe ter dado oportunidade para crer e se salvar (Rm 1.20). DEUS não apenas planeja uma maneira de todos os povos conhecerem a salvação, como também tem um plano para ajudar os crentes a progredirem na sua vida espiritual. “Também os predestinou para serem conforme a imagem de seu Filho” (Rm 8.29). Este plano, no entanto, depende da disposição do crente de corresponder em obediência a DEUS (Jr 15.19). DEUS “nos predestinou para ele, para adoção de filhos, por meio de JESUS CRISTO” (Ef 1.5). Fomos “predestinados... a fim de sermos para louvor da sua glória, nós, os que de antemão esperamos em CRISTO” (Ef 1.11,12).
DEUS jamais força alguém a aceitá-Lo, mas certamente convida todos os homens a receberem a salvação. Para isto DEUS dispõe da sua graça e do poder do ESPÍRITO SANTO. Os atos de graça, mediante os quais DEUS concede a salvação e ajuda o homem a alcançá-la, são conhecidos como “chamamento de DEUS” (Rm 8.28). É importante compreender que o chamamento de DEUS para a salvação, é tanto universal quanto irresistível. Há três argumentos nas Escrituras quanto ao chamamento universal de DEUS aos homens para a salvação. São eles: DEUS deseja que todos os homens sejam salvos (2 Pd 3.9) mas não obriga o homem a aceitar a salvação, quer o homem queira, ou não. Os crentes são conclamados a “proclamar” o evangelho ao mundo inteiro e a “persuadir” os homens a aceitá-lo (Mt 28.19; 2 Co 5.11). A natureza universal do chamamento de DEUS é revelado no “convite da Escritura”. Lendo passagens como João 3.16; Isaias 55.1 e Mateus 11.28, notamos que o convite para a salvação não é seletivo, mas sim, coletivo, para todos quantos o atenderem. Não obstante o chamamento de DEUS seja dirigido a todos os homens, ele pode ser rejeitado (Jo 5.40; Act 7.51; Rm 10.21; Hb 10.29). O fato do chamamento de DEUS ser universal não faz a salvação um fato incondicionalmente universal. Assim como a redação através de CRISTO é suficiente para todas as pessoas, mas eficazmente para o que crê, assim também a chamada de DEUS é válida para o mundo inteiro, mas aplicável unicamente àqueles que a atendem.
Quanto à doutrina da salvação, existem hoje duas correntes de interpretação: uma comprometida com o “determinismo”, e a outra com o “livre arbítrio”.
a) O Determinismo
O cristão determinista crê que DEUS predeterminou de antemão os salvos e os perdidos, independentemente da escolha humana. A salvação, portanto, é uma consequência inteiramente da graça de DEUS. Neste caso, a fé é expressa, não como uma decisão da parte do crente, mas, sim, como uma resposta à irresistível atuação de DEUS sobre o espírito do homem. Quanto aos predestinados á perdição eterna, segundo o determinismo, embora querendo ser salvos, lhes é negado este direito. Vieram ao mundo, podem ouvir a pregação do evangelho, porém jamais se salvarão, uma vez que DEUS decretou de antemão a perdição deles.
b) O Livre Arbítrio
Segundo esta corrente de interpretação, todos os tratos de DEUS com o homem, inclusive a eleição e a predestinação, estão baseados nas decisões que o homem toma, uma vez que é um agente livre para aceitar ou rejeitar o dom de DEUS. Mais que isto, todos os homens têm igual oportunidade de buscar a DEUS, ouvir o evangelho, se arrependerem de seus pecados e serem salvos.
c) Cooperando Com a Salvação
Os defensores do determinismo estão equivocados quando salientam demasiadamente a verdade da majestade, da graça e do poder de DEUS, em detrimento da insuficiência do homem para fazer qualquer coisa sem o auxilio divino. Ignoram a capacidade de decisão do homem quanto à determinação do seu futuro eterno. De igual modo os defensores do livre arbítrio correm o risco de enfatizar a livre agência do homem, reduzindo a fé a um ritual sem vida, levando o cristão a uma obediência apenas à letra do evangelho, esquecendo-se do poder de DEUS operante na sua vida. A salvação, como experiência prática, só é possível com a cooperação do crente. Quanto a isto diz o apóstolo Paulo: “de sorte que, meus amados, assim como sempre obedecestes, não só na minha presença, mas muito mais agora, na minha ausência, assim também operai a vossa salvação com temor e tremor; porque DEUS é o que opera em vós tanto o querer como o efetuar, segundo a sua boa vontade” (Fp 2.12,13).
O LADO HUMANO DA SALVAÇÃO
A salvação é obra de DEUS em favor do homem, e não do homem em favor de DEUS. Como já vimos, o homem é completamente incapaz de agradar a DEUS por si só, pois leva sobre si a sentença de “morte espiritual”. Por este motivo DEUS mesmo tomou a iniciativa de prover a salvação independentemente dos méritos e possibilidades do homem. Há, porém, uma coisa que DEUS não faz no que diz respeito à salvação do homem: DEUS não o obriga a aceitá-la. Antes de experimentar a conversão, o homem precisa desejá-la, dando lugar à operação divina.
1. O Que é Conversão
O termo “conversão”, literalmente, significa “virar-se para a direção oposta”. De acordo com a Bíblia, é o ato pelo qual o pecador se volta do pecado para JESUS CRISTO, tanto para obter perdão dos pecados como para liberta-se deles. Isso inclui livramento da pena do pecado. Embora nitidamente ligada ao arrependimento, a conversão difere dele, uma vez que o arrependimento enfatiza o aspecto negativo do abandono ou saída do pecado, enquanto que a conversão enfatiza o aspecto positivo da volta para CRISTO (1 Ts 1.9). O arrependimento nos retira de todos os amores ou inclinações pecaminosas, enquanto que a conversão nos faz voltar para o Esposo. O arrependimento produz tristeza pelo pecado, já a conversão produz alegria por causa do perdão e livramento da pena do pecado. O arrependimento nos leva à cruz; a conversão nos leva ao túmulo vazio do Salvador ressuscitado. A conversão fala do abandono da vida de pecador para abraçar a vida real e verdadeira oferecida por DEUS através de JESUS CRISTO (Act 14.15; 26.18; Ez 18.30). A verdadeira conversão envolve dois atos da parte do pecador: Dar as costas ao “eu” e ao pecado e crer em DEUS, voltando-se para Ele e abraçando a vida eterna (Act 26.30; Mt 7.14; 1 Ts 1.8,9). Se a pessoa não se chega a DEUS, buscando-o, a conversão é incompleta. O simples fato de rejeitar o pecado, resultado somente numa reforma humana provisória e não em transformação divina e plena.
O arrependimento envolve uma completa mudança de pensamento sobre o pecado e a percepção da necessidade de um Salvador. O arrependimento faz o homem ficar tão contristado por causa do pecado, que ele aceita com alegria tudo o que DEUS requer para uma vida de retidão. A fé é o correlativo conseqüente do arrependimento. Os dois juntos – arrependimento e fé – constituem a conversão. A isso pode adicionar-se a obra divina do perdão. “Arrependimento para com DEUS e a fé em nosso Senhor JESUS CRISTO” (Act 20.21) necessariamente caminham juntos. O arrependimento para salvação é encorajado pelo conhecimento de que DEUS é propício ao pecador, não em fazer vista grossa ao seu pecado mas em mandar o seu Filho para morrer em lugar do pecador. A fé em CRISTO é encorajada pela compreensão do propósito e significado da sua morte. É então a pregação da cruz que induz o pecador ao arrependimento e a fé. O arrependimento não é a mesma coisa que remorso. O remorso é um beco sem saída; o arrependimento é estrada transitável. O remorso olha só para os nossos pecados; o arrependimento olha para além dos nossos pecados – para o calvário. O remorso nos devolve para nós mesmos; o arrependimento nos faz voltar para DEUS. O remorso nos faz odiar a nós mesmos, muito embora possamos ao mesmo tempo amar nossos pecados; o arrependimento nos leva a odiar nossos pecados e amar nosso Senhor num único ato. O remorso é a tristeza do mundo que “produz morte”; o arrependimento é “a tristeza segundo DEUS” e conduz à salvação (2 Co 7.10). Os passos que levam o homem ao arrependimento, uma vez DEUS operando, são: reconhecimento do pecado, tristeza pelo pecado e abandono do pecado.
Arrependimento é dizer “Não”, ao pecado, enquanto que a fé na salvação, é dizer “Sim”, a DEUS. Este é o lado afirmativo da conversão. Enquanto o arrependimento dá ênfase aos nossos pecados, a fé fixa os nossos olhos em CRISTO. A fé é um relacionamento vivo com CRISTO, baseado no amor, confiança e consagração da vida e da vontade a Ele. A fé não é um mero assentimento intelectual, mas um relacionamento pessoal com DEUS (Gl 2.19,20). A fé não é uma emoção que passa de uma pessoa para outra, mas uma convicção interior da pessoa (2 Tm 1.12). A fé não se dirige a um credo ou crença doutrinária, mas a uma pessoa (Cl 2.5). Fé não é um ato isolado na vida, mas uma maneira de se viver (Rm 1.17). A fé não é uma simples confissão, mas uma dedicação ou entrega, evidenciada pelas “obras da fé”, na vida da pessoa (Tg 2.18). A palavra “fé” aparece cerca de 240 vezes no Novo Testamento, nem sempre se referindo à fé para a salvação. A fé salvadora é mais do que um assentimento mental ou reação; é um relacionamento vivo entre duas pessoas: DEUS e o homem. Pela impossibilidade do pecador autogerar a fé salvadora em beneficio próprio, a Bíblia a apresenta como um dom de DEUS (Fp 1.29; Hb 12.2; Rm 12.3).
É POSSÍVEL PERDER A SALVAÇÃO?
No V Século da nossa era, Agostinho pontificou que o crente, em circunstância alguma, poderá perder a salvação. Segundo ele, o crente uma vez salvo, permaneceria salvo por toda a eternidade, independentemente das suas ações ou atitudes. Esta declaração deu início a um debate doutrinário e teológico que permanece até os nossos dias.
1. O Argumento das Escrituras
Um dos maiores argumentos bíblicos, segundo o qual o crente pode perder a salvação, é a frequente menção do condicional "se", com respeito à salvação. As porções bíblicas dadas a seguir demonstram que a salvação como uma experiência humana, depende da situação do crente, e é manifesta em expressões bíblicas tais como: "Permanecer em CRISTO", "Continuar na fé", "andar na luz", "não retroceder", etc. Segue-se uma lista de trechos das Escrituras onde estas frases aparecem.
-"Se alguém não permanecer em mim, será lançado fora" (Jo 15.6).
A Bíblia contém muitas advertências acerca do perigo de cair da graça divina. Paulo advertiu os santos que achavam que fazendo o que quisessem mesmo assim estariam salvos: "Aquele, pois, que pensa estar em pé, veja que não caia” (1 Co 10.12). O escritor da epístola aos Hebreus advertiu que é possível deixar o coração encher-se de descrença, ao ponto de perder a salvação: "Tende cuidado, irmãos, jamais aconteça haver em qualquer de vós perverso coração de incredulidade que vos afaste do DEUS vivo" (Hb 3.12). A epístola de Judas leva-nos a meditar nos santos do Antigo Testamento, nos dias de Moisés, quando diz: "Quero, pois, lembrar-vos que o Senhor, tendo libertado um povo tirando-o da terra do Egito, destruiu, depois, os que não creram" (Jd v.5). Há uma exortação severa de João, que não deixa dúvida alguma quanto à possibilidade de alguém perder a sua salvação: "O vencedor, de nenhum modo sofrerá o dano da segunda morte” (Ap 2.11). “Conserva o que tens, para que ninguém tome a tua coroa" (Ap 3.11).
A Bíblia não apenas ensina sobre a possibilidade de se perder a salvação, como também registra casos de várias pessoas que viraram as costas para DEUS, perdendo por completo a comunhão com Ele. No Antigo Testamento, lemos acerca de Saul que "DEUS lhe mudou o coração" e que "o ESPÍRITO de DEUS se apossou de Saul" (1 Sm 10.9,10). Mais tarde, porém, tomou-se possuído dum espírito maligno, e acabou a sua vida cometendo suicídio. Está dito de Salomão, que na sua juventude "amava ao Senhor, andando nos preceitos de Davi, seu pai" (1 Rs 3.3). Mais tarde, porém, ele rejeitou a DEUS e começou a adorar os falsos deuses (1 Rs 11.1-8). Felizmente, em tempo, retornou a DEUS, não porque fosse predestinado à salvação, mas porque deu lugar ao arrependimento no seu coração. No Novo Testamento, o exemplo mais destacado dum desviado e apóstata, éo de Judas Iscariotes. Judas no princípio era um verdadeiro crente, pois jamais CRISTO confiaria a um pecador o ministério de evangelizar curar enfermos e expulsar demônios (Mt 10.7,8). Porém, já por ocasião da última Ceia Judas havia abandonado a fé. CRISTO sabia que Judas ja não fazia parte do grupo dos salvos. O próprio Judas confirmou isto, quando traiu a CRISTO e cometeu suicídio. Himeneu e Alexandre, dois dos cooperadores de Paulo pós manterem a fé e boa consciência, naufragaram na fé, pelo que Paulo os entregou a Satanás (1 Tm 1.19,20). Demas, outro associado ministerial de Paulo é declarado um ajudante fiel. Estava presente quando Paulo escrevia suas epístolas aos Colossenses e a Filemom (Cl 4.14; Fl v.24). Paulo mesmo o chamou de "cooperador" seu. É, pois, difícil compreender que Demas não fosse um crente verdadeiramente salvo. Apesar disto, mais tarde abandonou a fé, literalmente perdeu a salvação, por causa do seu "amor' ao presente século" (2 Tm 4.10). Apesar de tudo, o crente não tem porque ter medo. Pois aquele que não dormita e nem dorme, "aquele que te guarda" (Sl 121.3), diz: "Sê fiel até a morte, e dar-te-ei a coroa da vida” (Ap 2.10).
GOVERNO MORAL - Teologia Sistemática de Charles Finney
A ideia básica de governo é a de direção, orientação, controle por meio de uma regra ou leis ou de acordo com elas.
Todo governo é e deve ser ou moral ou físico; ou seja, toda direção e controle devem ser exercidos de acordo com uma lei moral ou física; pois não pode haver leis que não sejam morais nem físicas.
O governo físico é controle exercido por uma lei de necessidade ou força, em distinção à lei do livre-arbítrio ou liberdade. É o controle da substância, em oposição ao livre-arbítrio. O único governo de tal substância, no que se distingue do livre-arbítrio, é capaz, é e precisa ser físico.
Estados e mudanças, de matéria ou mente, que não sejam atos de livre-arbítrio, devem estar sujeitos à lei de necessidade. Devem, portanto, pertencer ao departamento do governo físico. O governo físico, pois, é a administração da lei física, ou da lei de força.
O governo moral consiste na declaração e administração da lei moral. É o governo do livre-arbítrio pelos motivos, em contraposição ao governo da substância pela força. O governo físico preside e controla os estados físicos e as mudanças de substância ou constituição, e todos os estados e mudanças involuntários. O governo moral preside e controla ou procura controlar os atos do livre-arbítrio: rege os estados e mudanças de mente inteligentes e voluntários. É um governo de motivações, em oposição ao governo de força — controle exercido, ou que se procura exercer, de acordo com a lei de liberdade, em oposição à lei da necessidade. É a administração da moral em oposição à lei física.
O governo moral inclui a dispensação de recompensas e punições, sendo administrado por meios muito complicados e vastos como o total das obras, e a providência, os caminhos e a graça de DEUS.
A agência moral implica a posse de livre-arbítrio. Por livre-arbítrio entende-se o poder de escolher ou recusar-se a escolher, em cada situação, em obediência à obrigação moral. Livre-arbítrio implica o poder de gerar e tomar escolhas próprias e de exercer nossa soberania em cada situação de escolha em questões morais — de decidir ou escolher de acordo com o dever ou não em todos os casos de obrigação moral. Que o homem não pode estar sob a obrigação moral de executar uma impossibilidade absoluta é uma verdade primeira da razão. Mas a causalidade do homem, toda sua capacidade de causalidade para executar ou fazer algo está em sua vontade. Se não puder ter vontade, nada pode fazer. Toda sua liberdade deve consistir em sua capacidade de desejar. Suas ações externas e seus estados mentais estão ligados às ações de sua vontade por uma lei de necessidade. Se desejo mover meus músculos, eles precisam mover-se, a menos que haja paralisia dos nervos de movimento voluntário ou uma resistência que se oponha ao poder de minhas volições e as vença. As sequências de escolha ou volição estão sempre sob a lei da necessidade e, a menos que a vontade seja livre, o homem não possui liberdade; e se ele não possui liberdade, não é um agente moral, ou seja, é incapaz de ações morais e de caráter moral. O livre-arbítrio, portanto, no sentido acima definido, deve ser uma condição da agência moral e, é claro, da obrigação moral.
Assim como a consciência fornece a afirmação racional de que a necessidade é um atributo da afirmação da razão e dos estados da sensibilidade, de maneira igualmente inequívoca também fornece a afirmação racional de que a liberdade é um atributo das ações da vontade. Tenho consciência da afirmação de que eu poderia desejar diferente do que desejo em cada caso de obrigação moral, assim como tenho consciência da afirmação de que, em relação às verdades da intuição, não posso afirmar outra coisa senão o que afirmo. Tenho consciência de afirmar que sou livre quanto à vontade, assim como de afirmar que não sou livre ou voluntário quanto a meus sentimentos e intuições.
A consciência de afirmar a liberdade da vontade, ou seja, da capacidade de desejar de acordo com a obrigação moral ou de recusar-me a fazê-lo é uma condição necessária para a afirmação da obrigação. Por exemplo, nenhum homem afirma, nem pode afirmar, sua obrigação de desfazer todos os atos de sua vida passada e refazer toda a vida. Ele não pode afirmar estar sob tal obrigação, simplesmente porque não pode deixar de afirmar sua impossibilidade. Ele só pode afirmar sua obrigação de arrepender-se e obedecer a DEUS no futuro, porque ele tem consciência de afirmar sua capacidade de fazer isso. A consciência da afirmação da capacidade de atender a alguma requisição é uma condição necessária da afirmação da obrigação de obedecer a tal requisição. Assim, nenhum agente moral pode afirmar estar sob a obrigação de executar uma impossibilidade.
Teologia Sistemática de Charles Finney - O homem está sujeito à obrigação moral.
Que o homem possui intelecto e sensibilidade, ou a capacidade de saber e sentir, não tem sido, pelo que eu saiba, contestado. Em teoria, o livre-arbítrio no homem tem sido negado. Ainda assim, os mesmos que o negam têm, em seu julgamento parcial, pressuposto a liberdade da vontade humana, do mesmo modo que os defensores mais dedicados do livre-arbítrio humano e de maneira tão completa quanto eles. Aliás, ninguém jamais conseguiu nem conseguirá, na prática, questionar a liberdade da vontade humana, sem ser com justiça acusado de insanidade. Por uma necessidade de sua natureza, cada agente moral tem consciência de que é livre. Ele já não pode esconder de si mesmo esse fato ou anular por argumentos a convicção de sua veracidade, assim como não pode especular e levar-se a não acreditar na existência dele mesmo. Ele pode, por especulação, negar ambos, mas na realidade tem consciência de ambos. Que ele existe e que é livre são verdades igualmente bem conhecidas, e conhecidas precisamente da mesma maneira, ou seja, são intuídas — são vistas à luz delas mesmas, em virtude da constituição de seu ser. Eu disse que o homem tem consciência de possuir as capacidades de um agente moral. Ele também possui a ideia do valor, do certo e do errado; disso ele tem consciência. Mas nada mais é necessário para fazer o homem ou qualquer outro ser estar sujeito à obrigação moral, e a posse dessas capacidades, juntamente com uma luz suficiente sobre assuntos morais para desenvolver as idéias que acabam de ser mencionadas.
JUDAS - Jo 6.64 SABIA, JESUS DESDE O PRINCÍPIO.
Isto pode significar que JESUS sabia quando Judas começou a desviar-se da sua fé original e quando planejou traí-lo. Judas tinha o mesmo livre-arbítrio que os outros onze discípulos. Ele foi a princípio um crente em JESUS e um amigo familiar da sua confiança (13.18; Sl 41.9), conforme demonstra o fato de CRISTO ter revelado confiança total em Judas (João 2.23,24; Mt 10.1-15). Posteriormente, Judas se desviou (At 1.25) pela sua própria escolha. Ele não foi obrigado a trair JESUS. A traição a JESUS foi profetizada somente quanto à sua ocorrência, mas não quanto ao seu praticante. A pessoa específica que trairia a CRISTO não estava predestinada desde a eternidade. O afastamento e o desvio de Judas para ficar com os inimigos de JESUS e a consequente tragédia que se seguiu, deve servir de advertência a todo seguidor de CRISTO, no sentido de não rejeitar as admoestações do ESPÍRITO a respeito da amizade com o mundo e o afastamento de CRISTO (Hb 10.29; 11.25; Tg 4.4).
A NECESSIDADE DE UMA RESPOSTA AGORA (Contra o Calvinismo- Dr. Roger Olson.)
Esta introdução tem o título “Por quê Este Livro Agora?”. De fato, por quê um livro Contra o Calvinismo? O aumento da reflexão teológica séria e comprometimento entre jovens cristãos não é uma coisa boa? Por quê derramar água fria sobre as chamas de espiritualidade do avivamento entre a juventude? Levo esta consideração muito a sério.
Todavia, creio que é chegado o tempo para que alguém aponte as falhas e fraquezas neste tipo específico de calvinismo — o tipo amplamente abraçado e promovido por líderes e seguidores do movimento jovem, incansável e reformado. Mas a promoção do que considero um sistema falho não advêm apenas deles. A mesma teologia da soberania absoluta de DEUS pode ser encontrada em Calvino (talvez sem o aspecto da expiação limitada), Edwards (de maneira extrema, conforme explicarei), Boettner, Boice. Sproul e inúmeros outros popularizadores do calvinismo. Mas então, qual é o erro em acreditar e celebrar a soberania de DEUS? Absolutamente nenhum! Mas, a soberania pode e frequentemente é levada a excessos — fazendo de DEUS o autor do pecado e do mal — que é algo que poucos calvinistas admitem, mas é o que se segue do que eles ensinam como a “consequência lógica e necessária” (uma expressão técnica de certa forma confusa geralmente utilizada pelos próprios calvinistas para salientar os efeitos temerosos que enxergam nas teologias não calvinistas).
Você pode acessar o fenômeno da Internet chamado Youtube e assistir vários clipes de vídeos de proponentes do novo calvinismo fazendo declarações chocantes acerca da soberania de DEUS, incluindo que DEUS causa calamidades e horrores “para sua glória” John Piper publicou um sermão, hoje muito conhecido, poucos dias após os acontecimentos terroristas nas Torres Gêmeas de 11 de setembro de 2001, declarando que DEUS não apenas permitiu tais eventos, mas que os causou 1. Ele desde então tem publicado outras declarações semelhantes em que atribui a DEUS desastres naturais e calamidades horrendas. Piper não está sozinho; muitos dos novos calvinistas e seus mentores estão afirmando agressivamente que esta visão de DEUS é a única que é bíblica e razoável.
Claro, a definição de “reformado” depende grandemente da igreja e do pensador que reivindica o termo. Na verdade, a organização mundial chamada Comunhão Mundial de Igrejas Reformadas (CM1R) inclui muitas denominações e igrejas que, de forma alguma, abraçam todo o sistema da TULIP. (De fato, surpreendendo a muitos calvinistas, a CMIR inclui algumas igrejas arminianas que acreditam no livre-arbítrio e que negam o controle meticuloso e providencial de DEUS de todos os acontecimentos!) Eu me considero reformado no sentido amplo — não luterano inserido na ampla corrente protestante que se estende da reforma suíça liderada originalmente por Ulrico Zuínglio (1484 - 1531).
Acredito que alguém precise, por fim, se levantar e, em amor, dizer um “Não!” com firmeza às afirmações ofensivas frequentemente feitas por calvinistas acerca da soberania de DEUS. Levadas a sua conclusão lógica, até mesmo o inferno e os que sofrerão eternamente nele são preordenados por DEUS, DEUS é, desse modo, retratado, no melhor cenário, como moralmente ambíguo e, no pior cenário, um monstro moral. Cheguei ao ponto de dizer que este tipo de calvinismo, que atribui tudo à vontade e o controle de DEUS, torna difícil (pelo menos para mim) enxergar a diferença entre DEUS e o diabo. Alguns de meus amigos calvinistas se sentiram ofendido com essa afirmação, mas eu continuo a acreditar que ela seja uma questão válida que valha a pena ser acompanhada. Quando digo isso quero dizer que se eu calvinista e acreditasse no que estas pessoas ensinam, eu teria dificuldade em dizer a diferença entre DEUS e Satanás. Falarei mais a esse respeito de maneira pormenorizada durante o curso deste livro.
Alguns calvinistas acusam os não calvinistas de rejeitarem sua teologia da soberania de DEUS em razão do amor humanista latente pelo livre--arbítrio. Um colega calvinista, que se tornou um autor bem conhecido de livros reformados, uma vez me indagou se eu considerava a possibilidade de que minha crença no livre-arbítrio fosse uma prova de humanismo não reconhecido em meu pensamento. Não é necessário dizer que rejeito essa suposição. A questão é que eu, assim como a maioria dos cristãos não calvinistas, abraço o livre-arbítrio por dois motivos (além do fato de acreditarmos que o conceito esteja suposto na Bíblia): o livre-arbítrio é necessário para conservar a responsabilidade humana pelo pecado e o mal e também por ele ser necessário para eximir DEUS da responsabilidade pelo pecado e o mal. Posso dizer com toda a sinceridade (como a maioria dos evangélicos não calvinistas o faz) que eu não dou a mínima para o livre-arbítrio a não ser por estes motivos.
Argumentarei no decorrer deste livro que o calvinismo rígido não é a única e nem a melhor forma de se interpretar a Bíblia. Ele é uma interpretação possível de textos isolados, mas à luz de todo o testemunho da Escritura ele não é viável. Além do mais, argumentarei que o calvinismo rígido permanece em tensão com a antiga fé da igreja cristã e muito da herança da fé evangélica. Alguns de seus princípios fundamentais não podem ser encontrados antes de Agostinho, pai da igreja, no século V, e outros não podem ser encontrados antes de um herético chamado GottschalK (aproximadamente 867) ou a partir dele até o sucessor de Calvino, Theodore Beza.
Por fim, argumentarei que o calvinismo rígido entra em contradições; ele não pode ser feito inteligível — e o cristianismo deve ser inteligível. Por “inteligível” eu não quero dizer filosoficamente racional; quero dizer capaz de ser entendido. Uma contradição pura é evidente sinal de erro; até mesmo a maioria dos calvinistas concorda com isso. A maior contradição é a de que DEUS é confessado como perfeitamente bom ao mesmo tempo em que é descrito como autor do pecado e do mal. Não digo que todos os calvinistas admitem que sua teologia torna DEUS o autor do pecado e do mal; muitos negam isso. Mas mostrarei que tal é a “consequência lógica e necessária” do que dizem sobre DEUS.
Alguém disse que nenhuma teologia que não possa ser pregada na frente dos portões de Auschwitz é digna de ser crida. Eu, sob meu ponto de vista, não poderia ficar de pé na frente daqueles portões e pregar uma versão da soberania de DEUS que faça do extermínio de seis milhões de judeus, incluindo muitas crianças, parte da vontade e plano de DEUS de maneira que DEUS o tenha preordenado e o tornado certo4. Quero que os jovens calvinistas (e outros) saibam e, ao menos passem a reconhecer e lidar com as consequências inevitáveis e insuperáveis do que esta forma radical de teologia reformada ensina. E quero dar a seus amigos, familiares e mentores espirituais a munição a ser utilizada para solapar esta, por vezes, exagerada confiança na solidez de seu sistema de crença.
De maneira semelhante a Edwards, Sproul rejeita o rótulo “determinismo” para sua forte visão da soberania divina ele entende que
“determinismo” quer dizer “força externa” . Ele admite, juntamente com Edwards e todos os outros calvinistas rígidos, que DEUS determina todas as coisas, mas ele prefere não chamar essa “determinação” divina de “determinismo” IS. Podemos só nos perguntar que diferença isso realmente faz. Continuarei a chamar esta visão de determinismo divino seguindo a definição simples de “determinismo” (conforme dada em vários dicionários e enciclopédias), de que “todo evento se torna necessário por eventos e condições antecedentes” '9. Esse certamente é o caso com a crença de Edwards e de Sproul e da maioria dos outros calvinistas acerca da soberania de DEUS.
Vamos agora nos voltar para a descrição de Sproul da soberania providencial de DEUS. Sproul é bem conhecido por fazer afirmações um tanto quanto enfáticas e extremas acerca da doutrina calvinista. Por exemplo, em Eleitos de DEUS, ele escreve que qualquer pessoa que não concorde com sua crença (conforme expressa na Confissão de Fé de Westminster) acerca da predestinação deve ser um “ateu convicto”. Para Sproul (e muitos outros calvinistas) a predestinação é mais do que um conceito acerca da soberania de DEUS em decidir quem será salvo e quem não será salvo; ela também é um conceito acerca da “soberania total" de DEUS em todas as cosias. No capítulo 3 eu citei a afirmação de Sproul que não pode haver uma única molécula sequer no universo que não esteja sob o controle de DEUS. Ele é famoso por perguntar ao público se eles acreditam na soberania total de DEUS, no sentido de que eu aqui, chamo de determinismo divino. Então ele pergunta quantos são ateus. As pessoas que não levantaram suas mãos em resposta à sua primeira pergunta, ele diz, deveriam levantar suas mãos na segunda pergunta. Sua conclusão, claro, é que “se DEUS não é soberano, então ele não é DEUS. Pertence a DEUS como DEUS ser soberano”’.
O que é estranho acerca disto é que em Eleitos de DEUS, Sproul afirma que “eruditos e líderes cristãos” podem discordar acerca desta doutrina, mas então ele diz que qualquer um que não concordar com ele deve ser um ateu convicto. Ele não deveria se surpreender se alguns “eruditos e líderes cristãos” se ofendessem com essa sugestão Muitos cristãos concordam com ele que a soberania de DEUS é uma parte essencial da natureza de DEUS sem concordar com sua interpretação dessa soberania.
Então, qual é realmente a doutrina de Sproul da predestinação/pro-vidência? Obtemos uma forte dica em sua definição de predestinação: “Ela inclui tudo o que vem a acontecer no tempo e espaço”7. Em outras palavras, a predestinação, em seu sentido mais amplo, é simplesmente outra palavra para a determinação de DEUS de todos os eventos: providência meticulosa. Ele afirma que tudo o que acontece é a vontade de DEUS . Para concluir isso, ele escreve:
Em outras palavras, “uma molécula indisciplinada poderia destruir todas as promessas que DEUS já fez acerca do desfecho da história” . Sproul continua a fazer uma distinção entre os dois sentidos da vontade de DEUS: a vontade decretiva de DEUS e a vontade permissiva de DEUS. Tal distinção pode aliviar alguma ansiedade acerca do papel de DEUS no mal, mas então ele tira com uma mão aquilo que ele deu com a outra: “o que DEUS permite, ele decreta permitir”. Em outras palavras, a permissão de DEUS é disposta e até mesmo permissão determinante; ela meramente reflete e promulga os decretos eternos de DEUS. Assim, até mesmo o pecado jaz tanto dentro da vontade decretiva de DEUS quanto da vontade permissiva de DEUS. A última, não determina a primeira em nenhuma forma ou caso contrário DEUS não seria soberano. O que DEUS permite, ele decretou permitir - incluindo o pecado. A forma como Sproul explica o relacionamento entre a vontade decretiva de DEUS e a vontade permissiva de DEUS tende a desmoronar as duas juntas. O espectro de um DEUS que deseja o pecado e o mal ainda paira sobre ele.
A fim de obter um entendimento mais completo da doutrina do Sproul da soberania providencial de DEUS, é útil olhar para sua visão de livre-arbítrio. Por um lado, diferente de alguns calvinistas, Sproul afirma que Adão e Eva caíram por seu próprio livre-arbítrio: “o calvinismo vê Adão pecando por seu próprio livre-arbítrio, e não por coação divina.”. Ademais, sobre a queda, ele diz:
“Adão lançou-se no poço [da depravação e morte espiritual]. Em Adão, nós todos nos lançamos no poço. DEUS não nos atirou dentro do poço”. Alguns dos leitores de Sproul são falsamente consolados por isso - como se isso aliviasse o problema da escolha soberana de DEUS de que Adão pecaria. Mas isso não está claro de jeito algum.
É importante analisar mais atentamente o que Sproul quer dizer por “livre-arbítrio” Lá ele se volta ao compatibilismo de Edwards, no qual o “livre-arbítrio” é simplesmente fazer o que você quer fazer mesmo se você não puder fazer o contrário. Assim como Edwards (em muitas formas, o mentor de Sproul), Sproul argumenta que “sempre escolhemos de acordo com a inclinação que é mais forte no momento”15 16. Isso também seria verdadeiro para Adão, pois tanto Edwards quanto Sproul estão simplesmente explicando o que “livre-arbítrio” sempre significa. Sproul explica ainda mais: “Há um motivo para toda escolha que fazemos. Em um sentido limitado, toda escolha que fazemos é determinada". Determinada pelo quê? Pelas nossas inclinações e motivos interiores.
A questão para Sproul e para todos os calvinistas que usam esta abordagem é esta: de onde a má inclinação de Adão vinha? Para eles, ela não poderia vir do livre-arbítrio porque o livre-arbítrio é simplesmente agir sobre as inclinações de alguém. Posteriormente neste capítulo eu explorarei este dilema do calvinismo mais plenamente. Aqui eu quero simplesmente levantar o problema para as típicas explicações de Sproul e de outros calvinistas da queda da humanidade para o pecado e o mal e o envolvimento de DEUS nisso. Uma dica do que está por vir: parece logicamente necessário, por esta descrição de livre-arbítrio e soberania de DEUS, traçar a primeira inclinação do mal para DEUS como sua fonte, que, claro, nenhum calvinista quer fazer!
A LIBERDADE DE DEUS E A RESPONSABILIDADE HUMANA (Contra o Calvinismo- Dr. Roger Olson.)
Pelo menos dois outros problemas surgem diretamente do relato do calvinismo rígido da soberania de DEUS. Não apenas a reputação de DEUS como boa é impugnada, mas também a liberdade de DEUS em relação á criação e a responsabilidade humana para o mal são colocadas em dúvida.
Já toquei no problema da liberdade de DEUS. Ela aparecerá mais uma vez em todo este livro porque isso é um assunto no cerne do debate sobre o calvinismo. Até mesmo alguns teólogos reformados acreditam que o calvinismo rígido clássico de maneira eficaz, se não inadvertidamente, minimiza a liberdade de DEUS - que é altamente irônico, pois todos os calvinistas reivindicam que sua visão de DEUS é projetada para proteger a transcendência de DEUS, incluindo sua liberdade.
Muitos calvinistas argumentam que só o calvinismo protege DEUS de ser feito dependente das criaturas. Boettner, por exemplo, defende que o calvinismo trata-se da absoluta liberdade de DEUS de ser condicionado por qualquer pessoa ou qualquer coisa fora de si mesmo. Na verdade, para Boettner, todo o esquema do calvinismo, embora apoiado pela Escritura, pode ser derivado da ideia da eternidade de DEUS. Assim sendo, quando DEUS criou o mundo ele o fez com “perfeita liberdade”1. Helm também se apoia na ideia da transcendência de DEUS ou total alteridade para dizer que as criaturas não podem afetar a vontade divina. DEUS é totalmente livre do condicionamento humano ou qualquer outro: “Nenhuma decisão humana pode mudar a vontade divina sobre qualquer assunto” . Sproul escreve acerca da autossuficiência de DEUS como absolutamente crucial à deidade de DEUS e deixa claro por isso que DEUS é livre de qualquer dependência de qualquer coisa fora de si mesmo para qualquer coisa que ele é ou faça.
A pergunta é, todavia, se ao menos algumas versões do calvinismo inadvertidamente tornam DEUS dependente do mundo para algo que ele precise - sua própria autoglorificação através da manifestação de todos os seus atributos de maneira igual. Este é um tema que perpassa a maioria do calvinismo rígido - que tudo o que DEUS faz na criação e redenção é para sua glória. Esta ideia do propósito de DEUS é traçada, ao menos, a Edwards, mas Boettner a expressa melhor com sua resposta ao motivo pelo qual DEUS permitiu o pecado no mundo:
O pecado... é permitido a fim de que a misericórdia de DEUS possa ser mostrada em seu perdão, e que Sua justiça possa ser mostrada em sua punição. Sua entrada é o resultado de um projeto estabelecido que DEUS formou na eternidade, e através do qual Ele planejou revelar-se a Si mesmo para Sua criaturas racionais como completo e totalmente iluminado em todas as perfeições concebíveis”.
Piper, assim como Edwards, defende que o propósito de DEUS em tudo o que acontece é a exibição de sua glória. Edwards explicou claramente, e Piper concorda, que o propósito em tudo, incluindo o mal, é a plena manifestação de todos os seus atributos, incluindo a justiça e a ira”.
Em uma reviravolta irônica, esta explicação do propósito de DEUS na criação e redenção, incluindo o pecado e o mal, volta para assombrar Edwards e a maioria dos calvinistas após ele. (Sugestões disso também podem ser encontradas em Calvino). Aparentemente, DEUS precisa que o mundo seja como ele é, incluindo o pecado, mal, sofrimento inocente, redenção e reprovação (inferno), a fim de manifestar seus atributos e, assim, glorificar a si mesmo. DEUS poderia ter se abstido disso? Não, de acordo com Edwards, que afirmou a “a determinação necessária da vontade de DEUS em todas as coisas pelas quais ele entende comomais apropriadas e melhores” .
As negações de Edwards e de outros calvinistas da liberdade libertária como incoerente e a adoção do compatibilismo, mesmo em DEUS (ex. o livre-arbítrio de DEUS é controlado por seus motivos mais fortes) levam diretamente para a ideia de que a criação do mundo, por DEUS, como o “teatro de sua glória” era necessária e não verdadeiramente livre no sentido de que tal não poderia ter sido de maneira contrária. Esta conclusão lógica a partir desta forte visão de soberania é contrária à forte ênfase na transcendência de DEUS e liberdade de condicionamento. Ela também é contrária à ortodoxia cristã tradicional! E ela também minimiza toda a ideia de criação e redenção sendo apenas unicamente pela graça, pois o que é necessário não pode ser pela graça.
O filósofo evangélico Bruce A. Little corretamente critica Piper e outros que pensam como ele. De acordo com Piper, ele corretamente observa, DEUS ordena o mal (assim como todas as demais coisas) para glorificar a si mesmo7. Ele nota que “Piper cuidadosamente utiliza suas palavras para dizer que DEUS tem um propósito para todo o mal nesta terra: fazer com que a glória de CRISTO brilhe mais claramente... a morte tortuosa [de uma criança] é parte de sua vontade. A posição não apenas torna o mal necessário ao propósito de DEUS, ela faz de DEUS único moralmente responsável pelo mal” 8. Little e outros críticos chegam bem perto de expor a extensão radical desta visão da soberania de DEUS, incluindo o mal. É que DEUS deve criar, permitir o pecado e o mal, redimir e rejeitar a fim de cumprir o potencial de sua própria autoglorificação.
Claro, poucos calvinistas irão colocar a questão desta forma, mas é a “consequência lógica e necessária” do que alguns deles dizem acerca do propósito de DEUS na criação e a necessidade das ações de DEUS oriundas de seu caráter. O resultado é que DEUS não é verdadeiramente livre em relação à criação no sentido de ser capaz de fazer o contrário a criar, permitir (tornar certo) o mal, redimir e condenar para sua glória.
O segundo dos dois problemas que seguem da doutrina calvinista da providência de DEUS é a inevitável mudança da responsabilidade pelo pecado e o mal; das criaturas para DEUS. Mais uma vez, todos os calvinistas dizem que DEUS não é responsável pelo pecado e o mal, ainda que ele os preordene e os tornem certos, e que as criaturas são responsáveis, ainda que elas não possam fazer o contrário do que fazem.
Em suas Institutas, Calvino reivindica que “a providência de DEUS não nos justifica nossa malignidade”. Aos que alegam que a providência de DEUS realmente faz de DEUS, e não o pecador, o responsável pelo mal, ele diz: "... fora com essa petulância canina, a qual na realidade pode ladrar, à distância, contra a justiça de DEUS. não, porém, tocá-la!” . Sua explicação é que embora as pessoas não façam coisas más ‘‘a menos que ele [DEUS] as tenha desejado”, eles as fazem motivados por uma “inclinação má”. Portanto, ainda que eles não possam fazer o contrário do que fazem, e ainda que “suas maldades sejam cometidas unicamente pela dispensação de DEUS” , DEUS não é culpado e eles são.
O que Calvino claramente quer dizer é que o “mal” jaz nas intenções do coração e que não nas próprias ações. Uma vez que DEUS preordena e torna certas as ações com um bom motivo (indubitavelmente para sua glória!), ele não pode ser tido como responsável pelos males deles. Antes, a pessoa que faz o mal, o faz por não poder deixar de fazer (pois é compelida por um motivo mau e, por fim, por DEUS), é a única culpada.
O que Edwards disse a esse respeito? Já vimos que Edwards acreditava e argumentava que DEUS “torna o pecado certo de maneira infalível” ao “reter sua ação e energia”. Acerca dos pecadores, ele escreveu que “DEUS os abandona para com eles mesmos [de maneira que eles] necessariamente pecam”. Mas, Edwards alegava, DEUS não faz o mal por desejar o mal. Isto porque a culpajaz inteiramente na disposição má do coração que se formou em Adão e em nós, pela permissão de DEUS, tornando-a necessária. Aqui está a citação de Edwards mais clara acerca do assunto: “Para DEUS... ter a disposição [controle] deste assunto [a queda], concernente a reter estas influências, sem as quais a natureza será corrupta, não é ser o autor do pe”
Observem algumas coisas aqui. Primeiro, Edwards acreditava e ensinava que a natureza humana (e talvez a natureza criada em geral, incluindo os anjos) se tornariam necessariamente corruptos e pecariam sem a influência divina sobrenatural. Todos os calvinistas que seguem a linha Edwards nesse ponto (e a maioria segue) devem estar fazendo a mesma suposição. O correlato necessário disso é que a natureza humana não foi criada boa. Isso equipara a finitude a algo que “não é bom”. Claro, ninguém jamais pensou que a natureza finita é metafisicamente perfeita assim como DEUS é perfeito. Ela é capaz de corrupção. Mas dizer que ela necessariamente se tornará corrupta sem a influência sobrenatural de DEUS é colocar em xeque a bondade da criação de DEUS.
Segundo, Edwards está dizendo que DEUS reteve a influência necessária, e ele deve querer dizer que ele a retirou, pois caso contrário a queda teria acontecido imediatamente. De qualquer forma, DEUS poderia ter preservado Adão de pecar; ele escolheu não preservá-la, sabendo infalivelmente que Adão cairia se ele retirasse seu poder sobrenatural preservador.
Terceiro, a queda de Adão e todas suas consequências (incluindo o sequestro, estupro e morte da garotinha) foram desejados por DEUS e tornado certo por DEUS. Quarto, Edwards em nenhum lugar explica a origem da disposição má de Adão que o tornou culpado, e não DEUS. Mas sua doutrina da providência divina, que é soberania exaustiva até os mínimos detalhes, parece exigir que tudo na criação, incluindo todos os motivos e disposições, está sob o controle de DEUS e é tornado certo por DEUS. Entretanto, neste argumento Edwards parece estar dizendo que a disposição má de Adão simplesmente veio a existir do nada. Mas isso é proibido pela forte doutrina de Edwards da soberania de DEUS e por sua negação do livre-arbítrio libertário. Tudo vem de algum lugar! Se a inclinação má que levou Adão a pecar veio dele mesmo, de maneira autônoma, tal seria uma enorme concessão ao arminianismo!
John E. Smith, erudito em Edwards, editor de The Works ofjonathan Edwards, comenta que “deve ser, então, que DEUS, em sua sabedoria, conta uma natureza má necessária sujeita à culpa moral” E, à luz da afirmação de Edwards em outra parte que “nada pode acontecer, mais o que for a vontade e o prazer de DEUS devem acontecer... esta linguagem extraordinariamente forte parece colocar Edwards na posição de tornar DEUS a causa eficaz de todo pecado e mal” . Smith critica Edwards por falhar em considerar adequadamente o pecado de Adão e a ausência de culpa em DEUS e, falando da defesa de DEUS da parte de Edwards, “Edwards termina imperfeitamente”
Voltemos a Boettner. O que ele disse acerca da responsabilidade de DEUS pelo pecado e o mal? Fiel a sua doutrina da providência meticulosa, ele não hesitou em afirmar “a influência absoluta de DEUS sobre os pensamentos e intenções do coração [do homem]. Todavia, ele defendeu, as pessoas estão escravizadas pelo pecado por sua própria culpa. Como esta escravidão ao pecado começou? Boettner repete os argumentos de Edwards. Mesmo a queda de Adão e Eva foi “ordenada nos conselhos secretos de DEUS”, e DEUS utilizou esta influência sobre seus pensamentos e intenções para tornar certa a queda. “Todavia”, Boettner alegou, “DEUS de maneira alguma coagiu o homem a cair. Ele simplesmente reteve aquela graça coerciva imerecida com a qual Adão infalivelmente não teria caído, graça esta que Ele não tinha nenhuma obrigação de conceder”. De acordo com Boettner, assim como Edwards antes dele, este é o motivo pelo qual DEUS não é responsável pelo pecado e o mal e os seres humanos são. Todos desde Adão herdaram essa natureza corrompida e também se expressam pecaminosamente em razão dela.
Assim, de acordo com Boettner, a única maneira de DEUS ter sido o responsável pelo primeiro pecado de Adão é se ele o houvesse compelido a pecar. Simplesmente tornar certo seu pecado ao reter “a graça coerciva” de forma alguma faz de DEUS o responsável por ele. Duas perguntas surgem. Primeiro, quem acredita que uma pessoa que torna certa que outra pessoa irá cometer um crime, de maneira que a pessoa que. na verdade, comete o crime por não poder fazer o contrário, não é cúmplice do crime? Qualquer um que assiste a série de televisão Law & Order sabe que a pessoa ou a companhia que seduz uma pessoa para cometer um crime, ainda que indiretamente, é tão culpada quando a pessoa que comete o crime. E a pessoa que comete o crime é culpada apenas na medida em que ela era capaz de evitar cometer tal crime. Eu pergunto, se você estivesse em um júri e se tornasse convencido (a) pelas provas que o réu não poderia ter feito senão cometer a ofensa, você votaria pela condenação ou pela absolvição? Eu me arrisco que o senso comum dita que os jurados, em tais casos, votam pela absolvição.
Segundo, Boettner acredita que DEUS de forma alguma devia a Adão a graça coerciva necessária para não pecar. Considero tal coisa debatível. Mas a questão aqui não é se DEUS devia a graça a ele, mas se o DEUS que é amor, revelado mais plenamente em JESUS CRISTO, teria removido a graça, e assim, portanto, tornando certo que Adão cairia e com todas as consequências advindas da queda. O argumento de Boetnner que DEUS de forma alguma devia a graça coerciva a Adão certamente faz DEUS parecer indiferente, principalmente quando DEUS então culpa a Adão por pecar quando ele lhe criou com uma natureza tão fraca que o pecar era inevitável. Parece que, neste relato, DEUS configurou Adão para pecar. Me lembra o antigo poema humorístico acerca do teólogo holandês supralapsariano Francisco Gomaro, que atormentou Armínio por não aceitar este relato rígido da soberania de DEUS e de tudo que a acompanha:
Franciscus Gomarus was a supralpsarius; He actually gave Adam an excuse.
God had decreed,
Foreordained Adam’s deed.
God pre-cooked Adam’s goose.
Francisco Gomaro era supralapsário;
Ele, na verdade, deu a Adão uma desculpa.
DEUS havia decretado,
De Adão preordenado o pecado. Dando a Adão, de antemão, a culpa.
E o que dizer de outros calvinistas? O que eles dizem sobra a responsabilidade de DEUS e a responsabilidade humana pela queda e todas as suas consequências? Helm repete os argumentos de Edwards e Boettner acerca da ordenação de DEUS do mal e o ato de torná-lo certo. DEUS não causa as ações más, mas “as determina” por “retenção divina” :0°. Ele alega que apenas a causa imediata de um ato mau pode ser considerado culpado dele . Creio que isso seja enganoso porque vai contra o senso comum e a lei natural. Jeremy Evans está certo: “a responsabilidade última... reside onde a causa última está” .
John Piper evita as explicações tortuosas de outros calvinistas e simplesmente diz que ele não sabe como é que DEUS preordena o torna certo o pecado e o mal e, entretanto, os pecadores são responsáveis e DEUS não é. Ele diz que isto é, no final das contas, um mistério que não pode ser aliviado pelo raciocínio humano. A Bíblia simplesmente diz ambos: DEUS preordena o mal e os humanos são, mesmo assim, responsáveis” .
Muitos críticos do calvinismo rígido, incluindo este escritor, acreditam que uma grave contradição jaz no cerne desta forte visão da soberania de DEUS que inclui o ato de DEUS preordenar e tornar o mal certo - principalmente quando ela é explicada pelo mecanismo de “retenção” ou “retirada" da parte de DEUS da graça necessária de sorte que Adão caiu (e toda sua posteridade com ele) infalivelmente por desígnio de DEUS. Eu levo a sério o fato de que os calvinistas raramente atribuem a culpa do pecado a DEUS; eles quase sempre dizem que DEUS é moralmente puro e imaculado e que toda a culpa pelo pecado está com as criaturas pecaminosas. Mas o problema é que isso contradiz sua forte visão da soberania de DEUS que inclui a determinação de DEUS para o mal.
Quem pode culpar os que temem que isso inevitavelmente leve a consequência lógica e necessária de que DEUS seja o autor do pecado e do mal e que DEUS, portanto, assume a responsabilidade primária por eles? Exceto por um simples ato de força de vontade para abraçar o que é ininteligível, o que impede alguém que acredita nisso de ir adiante e dizer que as criaturas não são responsáveis e que DEUS é? O que alguém precisa enfrentar é a pergunta concernente a qual lado desta doutrina de dois lados; a saber, a soberania determinante e absoluta de DEUS e a responsabilidade única dos humanos pelo mal, a pessoa deva abraçar. A pessoa não pode, de fato, abraçar as duas sem que caia em contradição. Apelar para o mistério não é apropriado; a contradição não é um mistério. assim como Sproul enfaticamente argumenta em Eleitos de DEUS, eu concordo com ele quando ele escreve que “para os cristãos, abraçar ambos os polos de uma clara contradição é cometer suicídio intelectual”28. Lidarei mais com este problema da inteligibilidade na conclusão.
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LIÇÃO 5 - A SOBERANIA DE DEUS E O LIVRE-ARBÍTRIO HUMANO
LIÇÕES BÍBLICAS ALUNO - JOVENS E ADULTOS - 4º TRIMESTRE DE 2008 - O
DEUS DO LIVRO E O LIVRO DE DEUS
Comentários do Pr. Elinaldo Renovato de Lima
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE:
Isaías 43
11 - Eu, eu sou o Senhor, e fora de mim não há
Salvador.
12 - Eu anunciei, e eu salvei, e eu o fiz
ouvir, e deus estranho não houve entre vós, pois vós sois as minhas
testemunhas, diz o Senhor; eu sou DEUS.
13 - Ainda antes que houvesse dia, eu
sou; e ninguém há que possa fazer escapar das minhas mãos; operando
eu, quem impedirá?
Efésios 1
4 - Como também nos elegeu nele antes da fundação do mundo,
para que fôssemos santos e irrepreensíveis diante dele em caridade,
S e nos predestinou para filhos de adoção por JESUS CRISTO,
para si mesmo, segundo o beneplácito de sua vontade.
João 3
16 - Porque DEUS amou o mundo de tal maneira que deu o seu
Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida
eterna.
ELEIÇÃO do povo de DEUS: Êx 6:7; Dt 4:37; 7:6; Mt 25:34; Jo 15:16;
Gl 4:30; Ef 1:4; 1Pe 1:2.
PREDESTINAÇÃO: Pv 16:4; At 4:28; Rm 8:29; 9:11; Ef 1:4; 3:11; 1Pe
1:20.
POVO DE DEUS: Referido como os escolhidos: Mt 24:22,31; Lc 18:7; Rm 8:33; 2Tm
2:10; 1Pe 1:2.
Chamados escolhidos: Dt 7:6; Sl 4:3; 1Co 1:26; Ef 1:4; Tg 2:5; 1Pe
2:10.
SOMENTE O VERSÍCULO A SEGUIR DEVERIA SER SUFICIENTE PARA SABERMOS
SOBRE PREDESTINAÇÃO E LIVRE-ARBÍTRIO, PORÉM COMO SÃO MUITAS AS DÚVIDAS VEREMOS
DETALHADAMENTE SOBRE ESSE ASSUNTO NESTA LIÇÃO.
E também nele que vós estais, depois que ouvistes a palavra da
verdade, o evangelho da vossa salvação. Tendo nele crido, fostes
selados com o ESPÍRITO SANTO da promessa. (Ef 1.13). grifo nosso.
1- Nós só estamos em CRISTO depois que ouvimos a palavra da
verdade.
2- Nós ouvimos o evangelho da salvação.
3- Nós acreditamos nessa pregação.
4- Aí então, recebemos o selo do ESPÍRITO SANTO da promessa.
5- Daí para frente estamos predestinados para a salvação, antes não
estávamos.
Isso é bem claro, mas vamos ainda nos dedicar ao estudo fazendo uma
analogia:
No tocante à eleição e predestinação, podemos aplicar a analogia de
um grande navio viajando para o céu. DEUS escolhe o navio (a igreja) para ser
sua própria nau. CRISTO é o Capitão e Piloto desse navio. Todos os que desejam
estar nesse navio eleito, podem fazê-lo mediante a fé viva em CRISTO. Enquanto
permanecerem no navio, acompanhando seu Capitão, estarão entre os eleitos. Caso
alguém abandone o navio e o seu Capitão, deixará de ser um dos eleitos. A
predestinação concerne ao destino do navio e ao que DEUS preparou para quem
nele permanece. DEUS convida todos a entrar a bordo do navio eleito mediante
JESUS CRISTO e nele permanecer até o fim da viagem (arrebatamento e vida eterna
com DEUS em um novo corpo, corpo celeste, incorruptível).
SOBERANIA DE
DEUS X LIVRE-ARBÍTRIO DO HOMEM
Se não houvesse Livre-arbítrio os homens seriam fantoches
ou robôs.
ÁRABES – Maktub ( “Está escrito”) Doutrina
do Destino- Uns nascem para serem pobres e sofrerem e outros para serem
ricos e viverem bem. "O universo poderia estar lá,
conspirando para que seusucesso fosse inevitável e vivem assim...
acreditando que tudo está escrito e que apesar do livre arbítrio, sempre chegam
ao encontro do que lhes foi
destinado...
CALVINISMO RADICAL - João
Calvino - Uns nasceram para Salvação eterna outros para perdição
eterna.
ARMINIANISMO - Jacobus Arminos
- DEUS é Soberano, porém o homem possui
o Livre-arbítrio, a salvação é para todos, porém só para quem
aceitar a JESUS como Salvador e Senhor.
O Calvinismo radical leva o homem a viver de qualquer maneira, pois
já está salvo. (Batistas tradicionais, presbiterianos, neo-pentecostais,
etc...Liberdade do corpo)
Arminianismo radical no livre-arbítrio leva o homem a pensar que
pode ganhar a salvação pelas obras. (Espiritismo, catolicismo, islamismo,
judaismo, budismo, hinduismo, etc... justificação pelas obras)
Observação – Se não houvesse o livre-arbítrio o homem não seria
semelhante a DEUS.
RESUMO DAS DOUTRINAS CALVINISMO E ARMINIANISMO |
|
CALVINISMO João Calvino (Noyon, 10 de Julho de 1509 — Genebra, 27 de
Maio de 1564) foi um teólogo cristão francês que sistematizou a predestinação
absoluta, só para os pré-eleitos, sem direito de escolha. |
ARMINIANISMO Jacó Armínio (James Arminius, Jacob Harmenszoon; 10 de
outubro de 1560 – 19 de outubro de 1609) foi um teólogo neerlandês que
sistematizou a predestinação para todos os que aceitarem a salvação em JESUS,
levando em conta o Livre-arbítrio. |
Predestinação garantida desde o nascimento |
Predestinação Condiciona |
Expiação de JESUS particular – Só para eleitos |
Expiação Universal – Para todos – Para quem quer |
Depravação Geral |
Livre-arbítrio |
Perseverança dos salvos – Basta estar na Igreja |
Qualquer um pode rejeitar a salvação (Rejeitar a graça) |
Graça Irrestível – Uma vez salvo, salvo para sempre |
Pode cair da graça |
ELEIÇÃO E PREDESTINAÇÃO (CPAD - BEP EM CD)
Ef 1.4,5 “Como também nos elegeu nele antes da fundação do
mundo, para que fôssemos santos e irrepreensíveis diante dele em caridade,
e
nos predestinou para filhos de adoção por JESUS CRISTO, para si
mesmo, segundo o beneplácito de sua vontade.”
ELEIÇÃO.
A escolha por DEUS daqueles que crêem em CRISTO é uma doutrina
importante (ver Rm 8.29-33; 9.6-26; 11.5, 7, 28; Cl 3.12; 1Ts 1.4; 2Ts
2.13; Tt 1.1). A eleição (gr. eklegoe) refere-se à escolha feita por DEUS,
em CRISTO, de um povo para si mesmo, a fim de que sejam santos e inculpáveis
diante dEle (cf. 2Ts 2.13). Essa eleição é uma expressão do amor de DEUS,
que recebe como seus todos os que recebem seu Filho JESUS (Jo 1.12). A
doutrina da eleição abarca as seguintes verdades:
(1) A eleição é cristocêntrica, i.e., a eleição de pessoas ocorre somente em
união com JESUS CRISTO. DEUS nos elegeu em CRISTO para a salvação
(1.4; ver v. 1). O próprio CRISTO é o primeiro de todos os eleitos
de DEUS. A respeito de JESUS, DEUS declara: “Eis aqui o meu servo, que
escolhi” (Mt 12.18; cf. Is 42.1,6; 1Pe 2.4). Ninguém é eleito sem estar
unido a CRISTO pela fé.
(2) A eleição é feita em CRISTO, pelo seu sangue; “em quem [CRISTO]... pelo seu
sangue” (1.7). O propósito de DEUS, já antes da criação (1.4), era ter um
povo para si mediante a morte redentora de CRISTO na cruz. Sendo assim, a
eleição é fundamentada na morte sacrificial de CRISTO, no Calvário, para nos
salvar dos nossos pecados (At 20.28; Rm 3.24-26).
(3) A eleição em CRISTO é em primeiro lugar coletiva, i.e., a eleição de um
povo (1.4,5, 7, 9; 1Pe 1.1; 2.9). Os eleitos são chamados “o seu
[CRISTO] corpo” (1.23; 4.12), “minha igreja” (Mt 16.18), o “povo adquirido”
por DEUS (1Pe 2.9) e a “noiva” de CRISTO (Ap 21.9). Logo, a eleição é
coletiva e abrange o ser humano como indivíduo, somente à medida que este
se identifica e se une ao corpo de CRISTO, a igreja verdadeira
(1.22,23; ver Robert Shank, Elect in the Son (Eleitos no Filho). É uma
eleição como a de Israel no AT (ver Dt 29.18-21; 2Rs 21.14 ).
(4) A eleição para a salvação e a santidade do corpo de CRISTO são
inalteráveis. Mas individualmente a certeza dessa eleição depende da
condição da fé pessoal e viva em JESUS CRISTO, e da perseverança na união com
Ele. O apóstolo Paulo demonstra esse fato da seguinte maneira:
(a) O propósito eterno de DEUS para a igreja é que sejamos
“santos e irrepreensíveis diante dele” (1.4). Isso se refere tanto ao perdão
dos pecados (1.7) como à santificação e santidade. O povo eleito de DEUS
está sendo conduzido pelo ESPÍRITO SANTO em direção à santificação e à
santidade (ver Rm 8.14; Gl 5.16-25). O apóstolo enfatiza repetidas vezes o
propósito supremo de DEUS (ver 2.10; 3.14-19; 4.1-3, 13,14; 5.1-18).
(b) O cumprimento desse propósito para a igreja como corpo não
falhará: CRISTO a apresentará “a si mesmo igreja gloriosa... santa e
irrepreensível” (5.27).
(c) O cumprimento desse propósito para o crente como indivíduo
dentro da igreja é condicional. CRISTO nos apresentará “santos e
irrepreensíveis diante dele” (1.4), somente se continuarmos na fé. A Bíblia
mostra isso claramente: CRISTO irá “vos apresentar santos, e
irrepreensíveis, e inculpáveis, se, na verdade, permanecerdes fundados e
firmes na fé e não vos moverdes da esperança do evangelho” (Cl 1.22,23).
(5) A eleição para a salvação em CRISTO é oferecida a todos (Jo 3.16,17;
1Tm 2.4-6; Tt 2.11; Hb 2.9), e torna-se uma realidade para cada pessoa
consoante seu prévio arrependimento e fé, ao aceitar o dom da salvação em
CRISTO (2.8; 3.17; cf. At 20.21; Rm 1.16; 4.16). Mediante a fé, o ESPÍRITO
SANTO admite o crente ao corpo eleito de CRISTO (a igreja) (1 Co 12.13), e
assim ele torna-se um dos eleitos. Daí, tanto DEUS quanto o homem têm
responsabilidade na eleição (ver Rm 8.29; 2Pe 1.1-11).
A PREDESTINAÇÃO.
A predestinação (gr. proorizo) significa “decidir de antemão” e se
aplica aos propósitos de DEUS inclusos na eleição. A eleição é a escolha
feita por DEUS, “em CRISTO”, de um povo para si mesmo (a igreja
verdadeira). A predestinação abrange o que acontecerá ao povo de DEUS (todos os
crentes genuínos em CRISTO).
(1) DEUS predestina seus eleitos a serem:
(a) chamados (Rm 8.30); justificados (Rm 3.24; 8.30);
(c) glorificados (Rm 8.30);
(d) conformados à imagem do Filho (Rm 8.29);
(e) santos e inculpáveis (1.4);
(f) adotados como filhos (1.5);
(g) redimidos (1.7);
(h) participantes de uma herança (1.14);
(i) para o louvor da sua glória (1.12; 1Pe 2.9);
(j) participantes do ESPÍRITO SANTO (1.13; Gl 3.14); e
(l) criados em CRISTO JESUS para boas obras (2.10).
(2) A predestinação, assim como a eleição, refere-se ao corpo coletivo de
CRISTO (i.e., a verdadeira igreja), e abrange indivíduos somente
quando inclusos neste corpo mediante a fé viva em JESUS CRISTO (1.5, 7, 13; cf.
At 2.38-41; 16.31).
Selados:
É a marca de DEUS. Os Israelitas eram selados com a circuncisão
feita na carne, por meio de mãos humanas, era sinal de aliança entre DEUS e seu
povo. Agora somos selados , circuncidados no CORAÇÃO, pela palavra de DEUS que
faz um profundo corte em nossa alma e nos dá o ESPÍRITO SANTO como selo de
possessão de DEUS.
PENHOR = Ver Jo 14
CADA PESSOA TEM DIREITO Á SALVAÇÃO
A- Basta arrepender-se, At 3.19
B- Basta ter fé em JESUS, Jo 3.16
C- Basta apropriar-se da salvação garantida, Jo 1.12
LEITURAS IMPORTANTES:
Dt 7.7-11 - O amor de DEUS é o fundamento da eleição de Israel
7 O SENHOR não tomou prazer em vós, nem vos escolheu, porque a
vossa multidão era mais do que a de todos os outros povos, pois vós éreis menos
em número do que todos os povos, 8 mas porque o SENHOR vos amava; e, para
guardar o juramento que jurara a vossos pais, o SENHOR vos tirou com mão forte
e vos resgatou da casa da servidão, da mão de Faraó, rei do Egito. 9 Saberás,
pois, que o SENHOR, teu DEUS, é DEUS, o DEUS fiel, que guarda o concerto e a
misericórdia até mil gerações aos que o amam e guardam os seus mandamentos; 10
e dá o pago em sua face a qualquer dos que o aborrecem, fazendo-o perecer;
não será remisso para quem o aborrece; em sua face lho pagará. 11 Guarda,
pois, os mandamentos, e os estatutos, e os juízos que hoje te mando fazer.
MISERICÓRDIA... AOS QUE O AMAM. DEUS escolheu Israel movido pelo
seu amor aos israelitas (vv. 7,8). Além disso, DEUS prometeu que cumpriria
fielmente o seu concerto e usaria de misericórdia de geração em geração, para
com os "que o amam e guardam os seus mandamentos" (cf. 6.4-9). Não
somente o amor de DEUS dependia dessa atitude de amor e obediência, mas também
disso dependia a prosperidade deles (vv. 13,14), sua saúde (v. 15) e seu
triunfo militar (vv. 16-18).
Ap 13.8 - DEUS amou o mundo desde a sua fundação (presciência)
E adoraram-na todos os que habitam sobre a terra, esses cujos nomes
não estão escritos no livro da vida do Cordeiro que foi morto desde a fundação
do mundo.
CORDEIRO QUE FOI MORTO DESDE A FUNDAÇÃO DO MUNDO. A morte redentora
de CRISTO, pela salvação da humanidade, foi determinada por DEUS desde o início
da criação do mundo (ver 17.8; Gn 3.15; 1 Pe 1.18-20).
17.8- ESCRITOS NO LIVRO DA VIDA, DESDE A FUNDAÇÃO DO MUNDO. Estas palavras não
poderão ser usadas para comprovar a eleição predeterminada do indivíduo para a
salvação, ou perdição; pois, de acordo com a Bíblia, o nome de alguém pode ser
apagado do livro da vida por infidelidade e abandono da fé (3.5; ver 13.8; cf.
Sl 69.28).
Gn 3.15 ESTA TE FERIRÁ A CABEÇA, E TU LHE FERIRÁS O CALCANHAR. Este
versículo contém a primeira promessa implícita do plano de DEUS para a redenção
do mundo. Prediz a vitória final da raça humana e de DEUS contra Satanás e o
mal. É uma profecia do conflito espiritual entre a semente da mulher (i.e., o
Senhor JESUS CRISTO) e a semente da serpente (i.e., Satanás e os seus
seguidores; ver v.1). DEUS promete aqui, que CRISTO nasceria de uma mulher (cf.
Is 7.14), e que Ele seria ferido ao ser crucificado, porém, ressuscitaria
dentre os mortos para destruir completamente (i.e., ferir ) Satanás, o pecado e
a morte, para salvar a humanidade (Is 53.5; Mt 1.20-23; 1Pe 1.18-20 As
Escrituras deixam claro que a morte sacrificial de CRISTO na cruz é a razão da
redenção do crente, i.e., sua libertação da escravidão ao pecado (cf. Ef 1.7;
ver Hb 9.14).
1 Pe 1.2 - A eleição é segundo a presciência de DEUS Pai
eleitos segundo a presciência de DEUS Pai, em santificação do
ESPÍRITO, para a obediência e aspersão do sangue de JESUS CRISTO: graça e paz
vos sejam multiplicadas.
A PRESCIÊNCIA DE DEUS. A presciência divina é o eterno amor e propósito de DEUS
para com o seu povo, a igreja (ver Rm 8.29). Os "eleitos" são o
conjunto dos verdadeiros crentes, escolhidos em harmonia com a resolução divina
de redimir a igreja pelo "sangue de JESUS CRISTO", em
"santificação do ESPÍRITO". Todos os crentes devem participar da sua
eleição, procurando diligentemente tornar mais firme sua vocação e eleição (ver
2 Pe 1.5,10).
A predestinação (gr. proorizo) significa “decidir de antemão” e se aplica aos
propósitos de DEUS inclusos na eleição. A eleição é a escolha feita por DEUS,
“em CRISTO”, de um povo para si mesmo (a igreja verdadeira). A predestinação
abrange o que acontecerá ao povo de DEUS (todos os crentes genuínos em CRISTO).
(1) DEUS predestina seus eleitos a serem: (a) chamados (Rm 8.30); justificados
(Rm 3.24; 8.30); (c) glorificados (Rm 8.30); (d) conformados à imagem do Filho
(Rm 8.29); (e) SANTOS e inculpáveis (1.4); (f) adotados como filhos (1.5); (g)
redimidos (1.7); (h) participantes de uma herança (1.14); (i) para o louvor da
sua glória (1.12; 1Pe 2.9); (j) participantes do ESPÍRITO SANTO (1.13; Gl
3.14); e (l) criados em CRISTO JESUS para boas obras (2.10).
(2) A predestinação, assim como a eleição, refere-se ao corpo coletivo de
CRISTO (i.e., a verdadeira igreja), e abrange indivíduos somente quando
inclusos neste corpo mediante a fé viva em JESUS CRISTO (1.5, 7, 13;
cf. At 2.38-41; 16.31).
Ef 1.5-9 - Predestinados para sermos filhos de adoção (presciência)
5 que, mediante a fé, estais guardados na virtude de DEUS, para a
salvação já prestes para se revelar no último tempo, 6 em que vós grandemente
vos alegrais, ainda que agora importa, sendo necessário, que estejais por um
pouco contristados com várias tentações, 7 para que a prova da vossa fé, muito
mais preciosa do que o ouro que perece e é provado pelo fogo, se ache em
louvor, e honra, e glória na revelação de JESUS CRISTO; 8 ao qual, não o
havendo visto, amais; no qual, não o vendo agora, mas crendo, vos alegrais com
gozo inefável e glorioso, 9 alcançando o fim da vossa fé, a salvação da alma.
No tocante à eleição e predestinação, podemos aplicar a analogia de um grande
navio viajando para o céu. DEUS escolhe o navio (a igreja) para ser sua própria
nau. CRISTO é o Capitão e Piloto desse navio. Todos os que desejam estar nesse
navio eleito, podem fazê-lo mediante a fé viva em CRISTO.
Enquanto permanecerem no navio, acompanhando seu Capitão, estarão entre os
eleitos. Caso alguém abandone o navio e o seu Capitão, deixará de ser um dos
eleitos. A predestinação concerne ao destino do navio e ao que DEUS preparou
para quem nele permanece. DEUS convida todos a entrar a bordo do navio eleito
mediante JESUS CRISTO.
Ef 1.11-13 - A predestinação é conforme o propósito de DEUS
(presciência)
11 nele, digo, em quem também fomos feitos herança, havendo sido
predestinados conforme o propósito daquele que faz todas as coisas, segundo o
conselho da sua vontade, 12 com o fim de sermos para louvor da sua glória, nós,
os que primeiro esperamos em CRISTO; 13 em quem também vós estais, depois que
ouvistes a palavra da verdade, o evangelho da vossa salvação; e, tendo nele
também crido, fostes selados com o ESPÍRITO SANTO da promessa;
FOSTES SELADOS COM O ESPÍRITO SANTO. Como "selo", o ESPÍRITO
SANTO é dado ao crente como a marca ou evidência de propriedade de DEUS. Ao
outorgar-nos o ESPÍRITO, DEUS nos marca como seus (ver 2 Co 1.22). Assim, temos
a evidência de que somos filhos adotados por DEUS, e que a nossa redenção é
real, pois o ESPÍRITO SANTO está presente em nossa vida (cf. Gl 4.6). Podemos
saber que realmente pertencemos a DEUS, pois o ESPÍRITO SANTO nos regenera e
renova (Jo 1.12,13; 3.3-6), nos liberta do poder do pecado (Rm 8.1-17; Gl
6.16-25), nos faz conscientes de que DEUS é nosso Pai (v. 5; Rm 8.15; Gl 4.6) e
nos enche de poder para testemunhar (At 1.8; 2.4).
O ESPÍRITO SANTO. O ESPÍRITO SANTO e seu lugar na redenção do
crente é um dos pontos principais desta carta. O ESPÍRITO SANTO no crente: (1)
é a marca ou sinal de propriedade de DEUS (v. 13); (2) é a primeira
"porção" ou "quinhão" da herança do crente [traduzido
"penhor"] (v. 14); (3) é o ESPÍRITO de sabedoria e de revelação (v.
17); (4) ajuda o crente a aproximar-se de DEUS (2.18); (5) edifica os crentes
como templo SANTO (2.21,22); (6) revela o mistério de CRISTO (3.4,5); (7)
fortalece o crente com poder, no homem interior (3.16); (8) promove a unidade
da fé cristã, na completa semelhança de CRISTO (4.3,13); (9) entristece-se com
o pecado na vida do crente (4.30); (10) quer repetidamente encher e capacitar o
crente (5.18); e (11) ajuda na oração e na guerra espiritual (6.18).
Rm 8.29 - Predestinados para sermos conforme à imagem de CRISTO
(presciência)
Porque os que dantes conheceu, também os predestinou para serem
conformes à imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre
muitos irmãos.
OS QUE DANTES CONHECEU. Neste versículo, conhecer de antemão é o equivalente a
amar de antemão e é usado no sentido de "ter como objeto de estima
afetiva" e "optar por amar desde a eternidade" (cf. Êx 2.25; Sl
1.6; Os 13.5; Mt 7.23; 1 Co 8.3; Gl 4.9; 1 Jo 3.1). (1) A presciência de DEUS,
aqui, significa que Ele determinou desde a eternidade, amar e redimir a raça
humana através de CRISTO (5.8; Jo 3.16). O objeto da presciência (ou do amor
eterno) de DEUS aparece no plural e refere-se à igreja. Isso significa que o
amor eterno de DEUS objetiva, principalmente, o corpo coletivo de CRISTO (Ef
1.4; 2.4; 1 Jo 4.19) e somente tem a ver com indivíduos à medida que estes
integram esse corpo coletivo, mediante a fé permanente em CRISTO e a sua união
com Ele (Jo 15.1-6). (2) O corpo coletivo de CRISTO alcançará a glorificação no
porvir (v. 30). O crente, considerado à parte, não alcançará a glorificação,
caso ele venha a separar-se do corpo de CRISTO, amado de antemão pelo Pai, e
deixar de conservar sua fé no Senhor (vv. 12-14,17; Cl 1.21-23)
CONCLUSÃO:
No próprio Éden, DEUS concede a liberdade para o homem escolher entre o certo e o errado, entre a vida e a morte, entre a natureza divina e a natureza carnal (Gn 3.1-13; Dt 30.19).
A chamada para a salvação
A chamada é universal. |
O termo "chamada", no original, é traduzido em Efésios
1.18 por "vocação", ou "chamamento". Diz respeito ao
gracioso ato divino pelo qual Ele chama os pecadores para a salvação em
JESUS CRISTO , a fim de que sejam SANTOS (Rm 8.29,30; 11.5,6; Gl
1.6,15). |
Esta chamada ocorre mediante a proclamação do Evangelho (Jo
1.10,11; At 13.46; 17.30; 1 Co 1.9, 18,24; 2 Ts 1.8-10; 2.14). |
|
Segundo as Escrituras, é da vontade de DEUS que todos os homens
sejam salvos (At 17.30; 1 Tm 2.3,4; 2 Pe 3.9 cf. Mt 9.13;). É uma vocação que
opera para a salvação, fundamentada na escolha do homem (At 13.46-48). |
|
A vocação divina para a salvação do homem é uma obra da qual a
Trindade participa: é atribuída ao Pai (1 Co 1.9; 1 Ts 2.12; 1 Pe 5.10) ao
Filho (Mt 1.28; Lc 5.32; Jo 7.37) e ao ESPÍRITO SANTO (Jo 14.16,17,26;
16.8-11; Jo 15.26; At 5.31,32). |
A SALVAÇÃO
É para todos, individualmente. |
A salvação é algo efetuado por DEUS de forma pessoal e singular
onde a fé é considerada vital: "...todo aquele que nele crê..." (Jo
3.16); "...aquele que vem..." (Jo 6.37); "...todo aquele que
invocar..." (Rm 10.13); "...eu nele..." (Jo 15.5). |
DEUS nos predestinou para Ele, para a adoção de filhos, por meio
de JESUS CRISTO, segundo o beneplácito de sua vontade (Ef 1.5). A eleição divina foi feita com base em seu amor por todos os
seres humanos (Jo 3.16; 1 Tm 2.3,4). O cuidado de DEUS também é visto até
mesmo para com os rebeldes (Ez 33.11). |
|
Pedro afirma que DEUS não faz acepção de pessoas (At
10.34). |
|
A decisão é pessoal, com consequências eternas em nossa
vida. "quem crer e for batizado será salvo; mas quem não crer será
condenado" (Mc 16.16)."Se com tua boca confessares... "(Rm
10.9). Os que não aceitam a JESUS como seu Salvador são os únicos
responsáveis pelos seus atos, visto ser a vontade de DEUS que todos os homens
se salvem (2 Tm 2.3,4). |
|
O interesse de JESUS por todos é manifesto em sua pergunta,
quando realçou claramente a dureza dos corações daqueles que o recusaram:
"... não quereis vir a mim para terdes vida?" (Jo 5.40 cf. Mt
23.37). O evangelho é um presente de DEUS para todas as pessoas, cabe a cada
uma delas aceitá-lo ou não. JESUS convida a cada um, indistintamente:
"Vinde a mim..." (Mt 11.28); "... Aquele que tem sede venha e
quem quiser receba de graça da água da vida" (Ap 22.17). |
A vontade soberana de DEUS é que todos sejam salvos, porém esta salvação está condicionada à fé em JESUS CRISTO.
É a partir da aceitação da graça de DEUS que a revelação pelo ESPÍRITO SANTO é dada ao arrependido pecador, então a misericórdia de DEUS é demonstrada e este que a partir daí está predestinado à vida eterna com DEUS, desde que permaneça em sua fé no filho de DEUS.
RESUMO DA LIÇÃO 5 - 4 TRIMESTRE DE 2008
A SOBERANIA DE DEUS E O LIVRE-ARBÍTRIO HUMANO
Há diferentes formas de interpretação quanto ao assunto "soberania de DEUS e livre-arbítrio humano"
I - A ONIPOTÊNCIA DE DEUS
1. DEUS é Onipotente. Ele tudo pode: " ... operando eu, quem impedirá?" (ls 43.13).
2. A Onipotência e a vontade de DEUS.
Os atributos de DEUS revelam o seu maravilhoso e irrepreensível caráter. "pode fazer tudo o que quer, mas não quer fazer tudo o que pode".
II - A SOBERANIA DE DEUS E O LIVRE-ARBÍTRIO HUMANO
DEUS, ao criar o homem, proveu-o de livre-arbítrio.
1. Vontade permissiva e livre-arbítrio. o homem pode rejeitar a salvação.
2. Vontade diretiva e predestinação. Vontade diretiva de DEUS opera em conformidade com sua sabedoria e soberania.
III - PREDESTINAÇÃO E LIVRE-ARBÍTRIO
1. A predestinação e o livre-arbítrio. A Bíblia enfatiza tanto a doutrina da predestinação divina, quanto o ensinamento do livre-arbítrio humano.
2. A obra redentora e a presciência de DEUS. Uma interpretação bíblica livre de qualquer preconceito mostrará claramente que DEUS predestinou
todos os homens à salvação, mediante a obra redentora de JESUS, portanto, a predestinação fatalista contradiz dois atributos divinos:
a justiça o amor.
IV - OBSERVAÇÕES DOUTRINÁRIAS
1. A segurança salvífica. O crente está seguro quanto a sua salvação enquanto ele permanece em CRISTO (Jo 15.1-6).
2. A predestinação fatalista. Este ensino só considera a soberania de DEUS, e não sua graça e justiça (Rm 11.5; 3.21; Tt 2.11).
CONCLUSÃO: As doutrinas da predestinação divina e do livre-arbítrio humano não estão na Bíblia para motivar controvérsias, especulação ou
coisas semelhantes, mas para encorajar o crente.
ARMINIANISMO segundo o dicionário Wycliffe
O Arminianismo é uma forma de teologia protestante que possui ao menos alguma semelhança com os ensinamentos de James Arminius (1560-1609). Em sua forma original, refere-se principalmente à doutrina que diz que a predestinação está condicionada à resposta que o homem (de forma livre) dá à graça de DEUS - o ensino de Arminius era semelhante ao dos protestantes Jonh Wesley e dos evangélicos conservadores deste século, tal como o falecido H. Orton Wiley (veja Christian Theology, vol. 3. 1940-46). Na sua forma menos autêntica, está associado ao Socinianismo, Unitarianismo, Latitudinarianismo, e outras teologias liberais, que levaram ao extremo certas idéias desenvolvidas por Arminius, principalmente sua tolerância e ênfase à liberdade humana. Lambertus Jacobus van Holl, referindo-se a estas idéias, fala sobre “o aumento do envolvimento do Arminianismo na teologia liberal” (“From Arminius to ARMINIANISMO in Dutch Theology”, Man’s Faith and Freedom, p. 27).
Os Antecedentes do Arminianismo
Arminius não originou o que se chama hoje de Arminianismo, mas foi apenas o seu principal expoente. Logo depois de ter se associado a tais ensinos, como a predestinação condicional, um grande número de eruditos ou seguia naquela direção ou ensinava aquela doutrina.
É bem sabido o fato de que o erudito Erasmo ensinou sobre a liberdade humana, em uma visão oposta à visão Agostiniana de Lutero, embora Erasmo fosse humanista e, portanto, bem diferente de Arminius, que viveu em uma época posterior.
Melancton parece ter gravitado na direção da predestinação condicional (veja Caspar Brandt, The Life of James Arminius, pp. 32-34).
Os Anabatistas, conhecidos mais tarde como Menonitas ensinaram que a condição para a salvação é universal, e que os homens dão o voto decisivo na sua condenação ou libertação. Embora Zwingli e Calvino tenham ensinado a predestinação incondicional, essa visão não era universalmente sustentada, e nem mesmo em sua própria terra, a Suíça. Em Zurique, o ilustre Bullinger questionou durante um certo tempo os ensinamentos de Calvino; e Jerome Bolsec e Charles Perrot, ambos de Genebra, também se opunham a essa visão.
Na Holanda, algumas décadas antes do Sínodo de Dort (1618-19), a maioria dos ministros estava inclinada à predestinação condicional. Theodore Beza, genro e sucessor de Calvino na Academia de Genebra, onde muitos ministros foram treinados para as igrejas Reformadas, começou a esperar que muitos dos estudantes dos Países Baixos fossem condicionalistas - embora ele próprio fosse um supralapsariano, ou seja, aquele que crê que a decisão de eleger alguns e condenar outros foi feita antes da criação e queda de Adão.
Na recém fundada universidade em Leyden, na Holanda, durante os seis anos em que Arminius ali estudou, a maioria dos professores era “Arminiana” (1775-1781). Nem a Confissão Belga nem o Catecismo de Heidelberg, os dois maiores credos das igrejas Reformadas, tinham ensinado a predestinação incondicional antes dos Canones de Dort - a não ser no caso de alguma inferência. Arminius estava certo de que eles não haviam ensinado claramente aquela doutrina.
Na Inglaterra, em 1595,foi negado o grau de Bacharel em Divindade de Cambridge a William Barrett, porque ele rejeitou as visões calvinistas de William Perkins, de Cambridge. Nesta época, o teólogo Peter Baro foi destituído da sua posição em Cambridge pela mesma razão (veja Carl Bangs, “Arminius and the Reformation”, Church History, junho de 1961, p. 7).
Mas, dentre todos, Arminius era indubitavelmente o mais capacitado, “De todos os agentes daquele movimento [o retrocesso do Calvinismo], embora tão fértil de poderosos, ninguém desempenhou papel mais notável, proeminente e exasperante do que Arminius” (John Guthrie, “Translator’s Preface". The Life of James Arminius, by Caspar Brandt. P. XIV).
A “Declaração de Sentimentos de Arminius” (veja The Writings of James Arminius, I, 193), apresentada por ele perante as autoridades governamentais em Hague, em 1608, transmite suas próprias idéias e dá 20 argumentos contra o supralapsarianismo da Universidade de Leyden Francis Gomarus. Os argumentos de Arminius, condensados, dizem que a doutrina é falsa porque ela transforma DEUS em autor do pecado.
É nesse tratado também que Arminius apresenta sua distinta doutrina dos decretos divinos. Enquanto os supralapsarianos ensinavam que o decreto de salvar e condenar alguns indivíduos precedia o decreto de criá-los, Arminius ensinava que o primeiro decreto era enviar CRISTO para redimir os homens pecadores; o segundo era receber na graça aqueles que se arrependessem e cressem; o terceiro era ajudar todos os homens a se arrepender e crer (graça impeditiva); e o quarto era salvar e condenar os indivíduos de acordo com o conhecimento prévio de DEUS, de uma forma em que eles responderiam livremente ao dom da graça.
É importante também, para um melhor entendimento dos ensinos de Arminius, notar sua visão de liberdade humana. Em relação a isso ele não era um pelagiano, embora fosse acusado disto durante a sua vida. Ao contrário do antigo Pelágio, ele acreditava na queda da raça humana causada pelo pecado de Adão; e embora acreditasse que o “poder do arbítrio” estivesse retido no homem depois da queda, acreditava não ser possível para os homens caídos, sem a ajuda da graça impeditiva, exercer esta capacidade de liberdade em direção a qualquer coisa boa. Sobre o homem caído, natural, Arminius escreveu: “Neste estado, o livre arbítrio do homem em relação ao bem verdadeiro não está apenas ferido, mutilado, débil, torto e enfraquecido; mas também preso, destruído, e perdido. E estas forças não estarão apenas debilitadas e inutilizadas a menos que sejam assistidas pela graça divina, e não terão mais qualquer poder exceto aquele que lhe for instilado por esta preciosa graça. Porque CRISTO disse, ‘Sem mim, nada podeis fazer’”. (The Writings of Arminius, ed. por Nichols, I, 526).
Ele também escreveu: “A mente, neste estado é escura, destituída do conhecimento da salvação, e de acordo com o apóstolo, incapaz das coisas que se relacionam ao ESPÍRITO de DEUS. Porque ‘o homem natural não compreende as coisas do ESPÍRITO de DEUS" (1 Co 2.14; ibid.). Simultaneamente a esta escuridão do espírito e perversidade de coração, está a fraqueza absoluta de todos os poderes para realizar o que é verdadeira mente bom, e negligenciar a perpetração daquilo que é maligno” (ibid., pg 527). Como suporte, ele cita as palavras de CRISTO: “Não pode a árvore... má dar frutos bons”. (Mt. 7.18), e “como podeis vós dizer boas coisas, sendo maus?” (Mt 12.34). Dentre outros fundamentos, ele também cita João 6.44. “Ninguém pode vir a mim, se o Pai, que me enviou, o não trouxer”. Depois de citar João 8.36. “Se, pois, o Filho vos libertar, verdadeiramente, sereis livres”, ele diz. “Segue-se que a nossa vontade não é livre desde a primeira queda; ou seja, não é livre para o bem a menos que seja liberta pelo Filho através do seu ESPÍRITO” (ibid., pg 528).
Arminius tentou fazer uma teologia realmente bíblica. Ele sentiu que a filosofia estoica, ao invés da Bíblia, era a base da doutrina da predestinação incondicional de Agostinho; porque os estóicos ensinaram que existe uma lei de necessidade escrita dentro da própria natureza da existência, à qual tanto o homem quanto DEUS estão sujeitos. Arminius também sentiu que os credos frequentemente se tomavam mais autoritários do que as Escrituras, e acreditava que tanto a Confissão Belga quanto o Catecismo de Heidelberg deveriam ser interpretados, ou talvez corrigidos através da Bíblia.
Arminius era também irônico, embora fosse um homem pacífico e amoroso, que clamava não por uma uniformidade rígida de crença, mas por tolerância. É irônico que durante seus últimos anos e logo após a sua morte, o povo holandês tenha se posicionado de forma tão apaixonada quanto à questão da predestinação, de tal forma que muitos chegaram a se perguntar se a questão poderia causar uma guerra civil.
Arminius seguiu interesses práticos ao invés de simplesmente especulativos. Ele escreveu: “Porque a teologia que pertence a este mundo é prática... A teologia teórica pertence ao outro mundo... Por esta razão, devemos revestir o objeto da nossa teologia de tal modo que ela nos incline à adoração a DEUS, e nos persuada completa mente e nos traga a esta prática” (Writings, I, 60).
Durante séculos pensou-se que Arminius já teria sido um supralapsariano Calvinista, e que tivesse abraçado a doutrina da predestinação condicional. Supõe-se que esta mudança tenha se dado depois de lhe terem pedido que apoiasse o supralapsarianismo, contra o tipo de predestinação condicional que o humanista holandês Richard Coornhert estava defendendo, e contra o sublapsarianismo de certos ministros da cidade de Delft - o sublapsarianismo seria uma visão em que o decreto de DEUS para salvar ou condenar alguns indivíduos teria sido tomada depois do pecado voluntário e queda de Adão. Peter Bertius afirmou que Arminius mudou do supralapsarianismo para predestinação condicional. Bertius fez esta afirmação em um discurso fúnebre na época da morte de Arminius, o que parece ter influenciado aqueles que escreveram sobre Arminius desde então.
Embora esta questão não tenha sido resolvida, Carl Bangs, a principal autoridade da atualidade nas questões sobre Arminius, deu um exemplo interessante em relação à teoria de que Arminius havia sido um condicionalista durante todos os anos, e não se casou anteriormente com o supralapsarianismo (veja Carl O. Bangs, Arminius and Reformed Theology, Univ. of Chicago Library, 1958). Bangs cita o fato de que a única evidência elementar contrária é a afirmação de Bertius, mas que Bertius não era tão próximo de Arminius quanto alguns pensaram. Bangs também diz que Beza queria que seus alunos holandeses fossem condicionalistas, e assim não se chocava com Arminius, mas ao invés disso recomendava-o amplamente na conclusão dos seus estudos. Quanto ao motivo pelo qual teria sido solicitado a Arminius apoiar o supralapsarianismo , Bangs sustenta que, (1) primeiro solicitaram a outra pessoa, Martin Lydius, que por sua vez pediu a Arminius; e que (2) talvez este pedido se destinasse a diminuí-lo, junto com seu condicionalismo, em campo aberto, Um fator que isto não explica, entretanto, é porque Arminius teria aceitado tal tarefa, se de fato já era um oponente do supralapsarianismo.
O Arminianismo na Holanda
Em 1610, um ano depois da morte de Arminius, 42 ministros e dois educadores se encontraram em Hague, e prepararam e assinaram um documento que concordava de maneira geral com o que Arminius havia ensinado. Escrito por John Uytenbogaert, o amigo mais próximo de Arminius desde os tempos de estudante em Genebra, ele veio a se chamar Remonstrance, e os seus assinantes, Remonstrantes. Este documento, dirigido ao governo da Holanda, enumerava cinco doutrinas sustentadas por Uytenbogaert e seus associados, e era destinado a ganhar permissão oficial, para a promulgação daquelas doutrinas nas igrejas Reformadas da Holanda.
A Remonstrance discute certos problemas e também ressalta cinco diferenças doutrinárias entre o Calvinismo e o que foi rapidamente chamado de Arminianismo. Na primeira parte do documento, os Remonstrantes tratam da parte das confissões na igreja, e afirma que elas eram úteis, mas que poderiam ser mudadas a qualquer momento, e que apenas as Escrituras possuem uma autoridade imutável.
Uma afirmação interessante na primeira parte do documento, também á a sua visão de que as autoridades seculares têm o direito de entrar em disputas teológicas, a fim de preservar a paz e evitar cismas. Os Remonstrantes provavelmente imaginaram que as autoridades seculares seriam mais tolerantes e mais objetivas como árbitros de disputas teológicas, do que as autoridades eclesiásticas. Com exceção da questão relacionada à dúvida de que se daria ao estado o direito de dominar a igreja, este foi um passo dos Remonstrantes que, se fosse seguido nos anos seguintes na Holanda, poderia bem ter garantido ao Arminianismo um status oficial. Porém, uma corte eclesiástica foi convocada mais tarde (1618-19), e condenou o Arminianismo.
A segunda parte da Remonstrance rejeita os cinco artigos do Calvinismo e estabelece as cinco posições opostas dos Remonstrantes. A primeira das cinco, de forma resumida, é o que se deve chamar de predestinação condicional. o propósito de DEUS de salvar aqueles que se arrependerem e crerem, e condenar aqueles que não o fizerem.
O segundo ponto principal da posição dos Remonstrantes é que CRISTO morreu “por todos os homens, e por cada um deles em particular”, e não simplesmente por um segmento da raça humana que foi previamente destinada para a salvação (veja Philip Schaff, The Creeds of Christendom, III, 545ss).
O terceiro ponto está relacionado ao que pode ser chamado de graça impeditiva - o propósito de DEUS de ajudar homens pecadores a se voltarem a Ele.
O quarto ponto é que esta graça pode ser resistida, e não, como os Calvinistas diziam, irresistivelmente recebida.
O quinto e último ponto é que tendo se tornado “incorporados a CRISTO pela verdadeira fé”. CRISTO “impede que eles caiam”, desde que apenas continuem a crer. Mas embora os Remonstrantes sejam cuidadosos sobre esta questão, eles insinuam que se uma pessoa salva não continuar a cooperar com CRISTO ela se tornará “destituída da graça (salvadora)”.
Quando a Remonstrance foi publicada, o grupo Calvinista lançou a Contra ■ Remonstrance, na qual deram a sua resposta.
O Arminianismo é Declarado Ilegal na Holanda
A Holanda agora estava dividida. Em 1610 e 1612 foram feitas conferências para ajudara superar a disputa, mas não foram bem sucedidas. Em 1614 o governo proibiu as discussões de púlpito destas doutrinas. Então em 1617, o Príncipe Maurice, que era a favor do Calvinismo, requereu um sínodo nacional para se reunir em Dort no ano seguinte. De acordo com as Memórias de Simon Episcopius, este príncipe foi arrolado pelos Calvinistas do lado da controvérsia contra o grande homem do Estado van Olden Barnevelt. Maurice estava enciumado e com medo dele, e viu na disputa religiosa unia oportunidade única de unir as províncias sob o seu controle.
Decidiu-se fazer do encontro em Dort um sínodo nacional para a União Holandesa, composta de seis representantes de cada uma das sete províncias. Estes representantes deviam ser escolhidos pelos sínodos provinciais; e por causa de certas manobras, até mesmo das províncias da Holanda e de Utrecht, onde os Arminianos eram maioria, quase todos os representantes eram Calvinistas. Na verdade, ao todo havia apenas três Arminianos dentre 42 representantes oficiais; e somado aos oficiais, 33 representantes estrangeiros foram convidados como visitantes, todos eles Calvinistas. Além de tudo isso, os três membros Arminianos foram impedidos pelas regras de defender o Arminianismo , e deixaram as sessões antes de fazer o juramento “Calvinista” como representantes. Embora ao orador Arminiano era permitido em algumas ocasiões responder às acusações feitas contra eles, não havia debate aberto sobre os méritos das duas teologias.
Este sínodo condenou o Arminianismo como heresia, e proibiu sua propagação nos Países Baixos - nos sete estados, ou seja, em sete dos 17 estados que compreendiam os Países Baixos, sendo os sete oficialmente chamados de República das Províncias Unidas, ou a
República Holandesa. As sessões do sínodo foram concluídas em maio de 1619, tendo começado em novembro de 1618. Em julho de 1619, a sentença do sínodo foi aprovada pelo governo e os líderes Arminianos foram banidos ou presos. Era ilegal realizar encontros com Remonstrantes, apoiar ou acolher qualquer um de seus ministros. Espiões foram contratados para relatar aos líderes se qualquer um deles retomasse para visitar suas famílias, e cerca de 18.000 tornaram-se mártires, mortos por mercenários contratados pelo grupo Contra-Remonstrante.
Fora da Holanda
Arminius e Arminianos em geral sempre mencionam o fato de que os patriarcas tanto do Latim quanto do Grego antes de Agostinho (354-420) eram condicionalistas. Já se havia dito que os Menonitas que prosperaram na Alemanha eram Arminianos.
Os Moravianos, que se mudaram para os maiores estados de Count Zinzendorf na Alemanha, e que partiram dali como missionários para muitas partes do mundo, eram Arminianos. Sua crença de que qualquer um pode ser salvo, introduziu-os em um extensivo e comprometido trabalho missionário, em uma época em que poucos cristãos estavam dispostos a fazê-lo. Foi através do trabalho deles na América e na Inglaterra, que Peter Bõhler encontrou John Wesley em Londres, e ajudou-o a ter a experiência de receber um coração estranhamente aquecido. Na Inglaterra, havia alguns predestinacionistas antes do casamento de Arminius com aquela doutrina de disputas e publicações. Peter Baro. em Cambridge já foi mencionado. Seu sucessor (1608), John Playfere, lecionou e publicou sobre o livre arbítrio e a possibilidade de redenção para todos os homens. Assim também fez o Arcebispo Laud no início do séc. XVII, embora ele tenha ido ao extremo do ensino pelagiano. negando o pecado de Adão e Eva veja John Fletcher, Works, II, 276, 277).Os Quakers, místicos e não doutrinários em seus interesses, embora “Arminianos sem Arminius”, ainda assim ensinaram basicamente o mesmo que Arminius - que qualquer um pode ser salvo.
John Goodwin ensinou o Arminianismo na Inglaterra na metade do séc. XVII e influenciou diretamente Wesley nessa direção (veja a dissertação de Ph.D de William Strickland’s sobre Goodwin. Univ. Vanderbilt, 1967). Jeremy Taylor e William Law também ensinaram o Arminianismo e da mesma forma ajudaram a formar o fundador do Metodismo. Muitos teólogos ingleses anteriores à época de John Wesley (1703-1791) ensinaram um Arminianismo que poderia ser classificado como uma aberração. As contaminações dos Pelagianos, Socinianos, Arianos, Universalistas e Latitudinarianos foram introduzidas na oposição Arminiana a Calvino. É por isto que John Wesley escreveu: “Dizer: ‘Este homem é um Arminiano’ tem, nos ouvintes, o mesmo efeito de dizer, ‘Este é um cachorro louco’. Eles começam a tremer imediatamente...” (Veja a resposta à pergunta, “O que é um Arminiano?” na obra The Works of John Wesley, X, 358). Quando Wesley iniciou a edição de um periódico em 1778, ele teve coragem suficiente para chamá-lo de A Revista Arminiana.
Na verdade, existiam e ainda existem tanto na Inglaterra como no País de Gales, dois braços do movimento Arminiano. Geoffrey Nuttall, em um artigo apresentado em 1960 na Holanda, no quatro centésimo aniversário do nascimento de Arminius, disse: “O Arminianismo autoconfesso na Inglaterra deve ser encontrado, essencialmente, em um ou outro dentre dois movimentos contrastantes. Um destes dois movimentos leva ao Arianismo, Socinianismo, e Unitarianismo, e eventualmente diminui em número e influência. O outro permanece Trinitariano e Evangélico, e aumenta”. (“The Influence of Arminianism in England”, Man's Faith and Freedom, ed. por G. O. McCulloh,1962, p. 50). Nuttall, na verdade, faz o traçado do braço “não autêntico” nos registros das congregações locais no País de Gales e na Inglaterra, e sustenta - através de um estudo histórico em primeira- mão - a sua afirmação, de que a facção não autêntica decresce em números.
Não era necessário tal estudo para provar que o outro braço do Arminianismo Wesleyano , o “Arminianismo sob fogo”, tendia a aumentar em números e influência. Tão efetiva, de fato, é a influência do Arminianismo Wesleyano, que estudantes universitários na Inglaterra, anos atrás, encontraram-se escrevendo sobre o tema: “Desde Wesley Somos Todos Arminianos”.
O Metodismo é o nome do movimento em que o Arminianismo foi mais amplamente disseminado na América. Através do ensino de que qualquer um pode ser salvo, os missionários metodistas (tanto os leigos quanto aqueles que eram formalmente ordenados) espalhavam a doutrina da predestinação condicional, enquanto a fronteira da América avançava para o oeste. Assim, o metodismo se tornou a maior denominação protestante dos Estados Unidos, sendo somente superada pelos Batistas do Sul na década de 1950.
Além de ser promulgado na América através do Metodismo, o Arminianismo original foi ensinado neste país pela United Brethren, pelo Exército da Salvação, e por muitas denominações Wesleyanas, incluindo a igreja do Nazareno, dentre outros numerosos grupos. J. K. G.
https://www.youtube.com/watch?v=g8vFMrEvc1k
Completo 72min
https://ebdnatv.blogspot.com.br/2017/11/figuiras-da-licao-8-salvacao-e-livre.html
Slides
https://www.slideshare.net/henriqueebdnatv/slides-lio8-salvao-e-livre-arbtrio
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REVISTA NA ÍNTEGRA – LIÇÃO 10, CPAD, 1Tr25
Escrita Lição 10, CPAD, O Pecado Corrompeu A Natureza Humana,
1Tr25, Comentários Extras Pr Henrique, EBD NA TV
Para nos ajudar PIX 33195781620 (CPF) Luiz Henrique de Almeida
Silva
ESBOÇO DA LIÇÃO 10, CPAD, 1Tr25
I – A DOUTRINA BÍBLICA DO PECADO E SUA EXTENSÃO
1. O autor do pecado (Gn 3.1,2)
2. “Foram abertos os olhos de ambos” (Gn 3.7)
3. A consequência da Queda no Éden
4. Extensão do pecado II – A
HERESIA QUE NEGA O ADVENTO DO PECADO
1. O Pelagianismo
2. A morte de JESUS em favor dos pecadores
III – O PERIGO DESSA HERESIA PARA A VIDA DO CRENTE E DA IGREJA
1. Pensamentos pelagianistas em nossos dias
2. O perigo
TEXTO ÁUREO
“Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de DEUS.” (Rm
3.23)
VERDADE PRÁTICA
O pecado é um elemento real na vida de todas as pessoas desde o
ventre materno.
LEITURA DIÁRIA
Segunda - Sl 51.5 A corrupção humana vem desde a
concepção no ventre materno
Terça - Sl 58.3 O pecado vem desde a madre e
acompanha toda a vida humana
Quarta - Is 1.6 O pecado corrompeu a natureza
humana na sua totalidade
Quinta - Ec 7.20 Não há ser humano no mundo que não
peque
Sexta - Rm 3.10-12 Todos se
extraviaram, não há quem faça o bem
Sábado - 1 Jo 3.4 O pecado
significa iniquidade, transgressão da lei de DEUS
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE - Gênesis 3.1,6,7; Romanos 5.12-14
Gênesis 3
1 - Ora, a serpente era mais astuta que todas as alimárias do campo
que o Senhor DEUS tinha feito. E esta disse à mulher: É assim que DEUS disse:
Não comereis de toda árvore do jardim?
6 - E, vendo a mulher que aquela árvore era boa para se comer, e
agradável aos olhos, e árvore desejável para dar entendimento, tomou do seu
fruto, e comeu, e deu também a seu marido, e ele comeu com ela.
7 - Então, foram abertos os olhos de ambos, e conheceram que
estavam nus; e coseram folhas de figueira, e fizeram para si aventais.
Romanos 5
12 - Pelo que, como por um homem entrou o pecado no mundo, e pelo
pecado, a morte, assim também a morte passou a todos os homens, por isso que
todos pecaram.
13 - Porque até à lei estava o pecado no mundo, mas o pecado não é
imputado não havendo lei.
14 - No entanto, a morte reinou desde Adão até Moisés, até sobre
aqueles que não pecaram à semelhança da transgressão de Adão, o qual é a figura
daquele que havia de vir.
Hinos Sugeridos: 39, 192, 491 da Harpa Cristã
PLANO DE AULA
1. INTRODUÇÃO
A realidade do pecado é o tema da lição desta semana. O ser humano
foi criado à imagem e semelhança de DEUS, conforme a sua santidade e perfeição.
Contudo, o advento do Pecado distorceu essa imagem e estabeleceu graves
problemas que perpassam a história humana. Infelizmente, houve um movimento
dentro da Igreja que procurou negar essa realidade pecaminosa. Podemos perceber
sua influência em nossos dias.
2. APRESENTAÇÃO DA LIÇÃO
A) Objetivos da Lição: I) Explicar a doutrina bíblica do pecado e
sua extensão; II) Mostrar a heresia que nega o advento do pecado; III) Pontuar
o perigo dessa heresia para a vida do crente e da Igreja.
B) Motivação: O problema do advento do pecado não significa que não
haja esperança para o ser humano. Se ele não mergulhar em seu egoísmo,
reconhecer que é um pecador e crer no Salvador, ele encontrará plena salvação
na pessoa bendita de JESUS. Nele, nem tudo está perdido para o ser humano.
C) Sugestão de Método: Com o propósito de auxiliá-lo para a
preparação de sua aula, sugerimos que, durante a semana, você leia um capítulo
de um livro de História da Igreja a respeito de Pelágio e Agostinho. A CPAD tem
como sugestão as obras: "História da Igreja"
e "DEUS e o seu Povo".
Sugerimos a leitura desse assunto em uma dessas obras para que você aprofunde o
Tópico II com a classe. Leve para a aula os seus apontamentos, talvez uma
porção do texto de uma dessas obras com o objetivo de enriquecer a exposição do
segundo tópico.
3. CONCLUSÃO DA LIÇÃO
A) Aplicação: Há uma necessidade de conhecermos a nossa base
doutrinária a fim de não sermos atraídos por falsos ensinamentos que não honram
a Palavra de DEUS. A falta de conhecimento bíblico gera graves problemas
doutrinários. Consequentemente, os graves problemas doutrinários geram
problemas na vida cristã.
4. SUBSÍDIO AO PROFESSOR
A) Revista Ensinador Cristão.
Vale a pena conhecer essa revista que traz reportagens, artigos, entrevistas e
subsídios de apoio à Lições Bíblicas Adultos. Na edição 100, p.41, você
encontrará um subsídio especial para esta lição.
B) Auxílios Especiais: Ao final do tópico, você encontrará auxílios
que darão suporte na preparação de sua aula: 1) O texto "A Realidade do
Pecado", ao final do primeiro tópico, aprofunda o assunto sobre o pecado;
2) O texto "Tentação e Queda não são coisas míticas ou alegóricas",
logo após o segundo tópico, aprofunda a reflexão da historicidade do pecado.
PALAVRA-CHAVE – PECADO
COMENTÁRIO -
INTRODUÇÃO
O ser humano
criado em santidade à imagem de DEUS, foi corrompido pelo pecado de tal modo
que somente em CRISTO é possível a sua restauração a DEUS. O capítulo 3 de Gênesis
relata como o pecado entrou na humanidade e, em Romanos 5, o apóstolo Paulo
mostra a extensão dessa corrupção em todos os seres humanos. A presente lição
pretende mostrar a origem e a dimensão do pecado na humanidade e refutar, à luz
da Bíblia, as principais crenças inadequadas.
I – A DOUTRINA
BÍBLICA DO PECADO E SUA EXTENSÃO
1. O autor do
pecado (Gn 3.1,2)
Adão podia
comer livremente de toda árvore do jardim, mas foi advertido para não comer da
árvore “da ciência do bem e do mal, dela não comerás; porque, no dia em que
dela comeres, certamente morrerás” (Gn 2. 17). A Bíblia nos conta que o autor do
pecado, a serpente que enganou Eva, é o próprio “diabo e Satanás, a antiga
serpente” (Ap 12.9); o
maioral dos demônios (Mt 12.24; 25.41). Era originalmente o querubim
ungido, perfeito em sabedoria e formosura (Ez 28.12-15) que se rebelou contra DEUS e foi
expulso do céu (Is 14.12-15).
Com sua queda, vieram com ele os anjos que aderiram à rebelião, e uma parte
deles continua em prisão (2 Pe 2.4; Jd 6).
Essa é uma possível explicação para a origem dos demônios. A intromissão da
serpente no jardim já era o querubim expulso agindo por meio dela. Assim, o
pecado não teve a sua origem no Éden.
2. “Foram
abertos os olhos de ambos” (Gn 3.7 .
Quando o casal
comeu do fruto proibido, ambos perceberam que estavam nus, envergonharam-se e
procuraram se esconder da presença de DEUS (Gn 3.7,8). Era a ruptura imediata da
comunhão com o Criador, é a morte espiritual, pois morte significa separação (Is 59.2). O pecado separa o ser humano de DEUS.
Nessa ocasião, ainda no Éden, DEUS anunciou a vinda do Redentor (Gn 3.15) e, em seguida, pronunciou a
sentença do casal (Gn 3.16-19) e
à sua posteridade. Foi por causa dessa desobediência que o pecado entrou no mundo
e, com ele, a morte (Rm 5.12).
Esse desastre é conhecido como a Queda da humanidade.
3. A
consequência da Queda no Éden
A Bíblia não
mostra como essa transmissão do pecado de Adão passou a todos os humanos, mas
afirma sua realidade: “Pelo que, como por um homem entrou o pecado no mundo, e
pelo pecado, a morte, assim também a morte passou a todos os homens, por isso
que todos pecaram” (Rm 5.12).
Essa é a revelação mais contundente sobre como a transgressão passou para toda
a humanidade. Esse pensamento é reiterado mais adiante (v.19; 1 Co 15.49).
4. Extensão do
pecado
O pecado se
estende a todas as pessoas e corrompeu na sua totalidade, corpo, alma, espírito
(Rm 2.9; 8.10; 2 Co 7.1), intelecto e vontade (Is 1.3; Jr 17.9), consciência e razão (1 Tm 4.2; Tt 1.15). Tudo isso diz respeito à
extensão, dos pés à cabeça (Is 1.5,6) e não se refere à intensidade. O ser humano está incapacitado de
conhecer a DEUS por seus próprios esforços. Mas a imagem de DEUS, no ser humano
caído, não foi erradicada, está desfigurada, mas não aniquilada (Gn 9.6; Tg 3.9). Isso inclui também o livre-arbítrio,
pois os pecadores têm liberdade de escolha (Js 24.15; Jo 7.17; 2 Pe 3.5; Ap 22.17).
SINÓPSE I - Cientes de que a luta do crente não é contra carne ou
sangue, é preciso estar revestido de toda O pecado não teve sua origem no Éden,
mas em Satanás, a antiga serpente.
AUXÍLIO BIBLIOLÓGICO - REALIDADE DO PECADO
“A raça humana está ligada a DEUS mediante a fé na sua palavra como
a verdade absoluta. Satanás, porque sabia disso, procurou destruir a fé que Eva
tinha no que DEUS dissera, causando dúvidas contra a palavra divina. Satanás
insinuou que DEUS não estava falando sério no que dissera ao casal. Noutras
palavras, a primeira mentira proposta por Satanás foi uma forma de
antinominianismo, negando o castigo da morte pelo pecado e apostasia. Um dos
pecados capitais da humanidade é a falta de fé na Palavra de DEUS. É admitir
que, de certo modo, DEUS não fala sério sobre o que Ele diz da salvação, da
justiça, do pecado, do julgamento e da morte. A mentira mais persistente de
Satanás é que o pecado proposital e a rebelião contra DEUS, sem arrependimento,
não causarão, em absoluto, a separação de DEUS e a condenação eterna.
Satanás, desde o princípio da raça humana, tenta os seres humanos a
crer que podem ser semelhantes a DEUS, inclusive decidindo por contra própria o
que é bom e o que é mau. Os seres humanos, na sua tentativa de serem ‘como DEUS’,
abandonam o DEUS onipotente e daí surgem os falsos deuses. O ser humano
procura, hoje, obter conhecimento moral e discernimento ético partindo de sua
própria mente e desejos, e não da Palavra de DEUS. Porém, só DEUS tem o direito
de determinar aquilo que é bom ou mau” (Bíblia de Estudo Pentecostal.
Rio de Janeiro: CPAD, 1995, pp.34-36).
II – A HERESIA
QUE NEGA O ADVENTO DO PECADO
1. O
Pelagianismo
O Pelagianismo
é a heresia mais antiga na história da igreja no tocante à pecaminosidade no
gênero humano. O nome vem de Pelágio, monge erudito britânico (360-420) que se
transferiu para Roma em 409. Foi contemporâneo de Agostinho de Hipona
(354-430).
a) Conteúdo
doutrinário. A princípio, a sua doutrina teve acolhida popular e não era
considerada herética porque parecia se tratar de um assunto meramente ético e
não teológico. A controvérsia não foi desencadeada com o próprio Pelágio, mas
com Celéstio, jurista romano de origem britânica, um dos principais porta-vozes
das ideias pelagianas. A fonte da doutrina pelagiana são os escritos dos seus
oponentes, não existe nada da lavra do próprio Pelágio. O que se sabe, com
certeza, sobre a sua teologia se resume nisto: o ser humano não nasce em
pecado, a transgressão de Adão não afeta diretamente os outros, não existe
pecado original, não existe a corrupção geral do gênero humano. Esses são
alguns pontos do pensamento deles. O Pelagianismo foi condenado no Concílio de
Éfeso em 431.
b) Resposta
bíblica. O Pecado Original é aquele que veio da Queda de Adão, a Bíblia
afirma que a transgressão de Adão levou toda a humanidade ao pecado e isso é
uma verdade bíblica (Rm 5.12).
Esse homem pelo qual o pecado se estendeu à toda humanidade é Adão (Rm 5.14). A evidência incontestável dessa
transmissão do pecado de Adão para a sua posteridade é a morte (Rm 5.12b). A corrupção do gênero humano é um
fato incontestável revelado nas Escrituras (Sl 51.5; Is 1.5,6; Rm 3.10-12) e confirmado na própria
experiência humana.
2. A morte de JESUS
em favor dos pecadores
Por essa razão,
o Alcorão nega a crucificação e a morte de JESUS. Com esse argumento, conclui
que não havia necessidade de JESUS morrer pelos pecados da humanidade, por isso
o Alcorão rejeita o sacrifício de JESUS. A cruz de CRISTO sempre foi um
escândalo para o mundo, uma ofensa para os que estão nas trevas (1 Co 1.23).
SINÓPSE II - O Pelagianismo é a heresia que nega a realidade do
advento do Pecado.
AUXÍLIO TEOLÓGICO - “TENTAÇÃO E QUEDA NÃO SÃO COISAS MÍTICAS OU
ALEGÓRICAS
A história bíblica descreve como o pecado tomou-se uma realidade na
vida da humanidade quando uma criatura extraordinária e espiritual se
materializou numa ‘serpente’ (Gn 3.1-7) para enganar as mais belas criaturas da terra, o homem e a
mulher. Essa criatura é denominada em outras passagens como ‘a antiga
serpente’, o ‘Diabo’ e ‘Satanás’ (Ap 12.9; 20.2). Foi essa criatura que pecou desde
o princípio e se tomou inimiga da criação de DEUS e originou a catástrofe
cósmica. [...]
Tem havido a tentativa de pseudo-teólogos tornarem o relato
escriturístico da tentação e a Queda como algo alegórico. Não há qualquer
linguagem figurada em Gênesis 3 que negue o fato histórico relatado naquela
passagem. No desenrolar da tentação, Satanás apelou aos apetites que poderiam
dar a Eva o prazer de fazer sua própria vontade em desobediência do Criador.
Satanás apelou aos sentidos egoísticos de Eva e ela deu ouvidos ao tentador em
vez de rejeitar e expulsar o tentador que visava levá-la a desobedecer a DEUS (Gn 3.1-3). Satanás levou o casal a duvidar
da veracidade de DEUS insinuando que o Criador estaria tirando deles o direito
de conhecer coisas mais sublimes. Adão e Eva, então, pecaram e deixaram que
seus corações fossem corrompidos e afetasse seus apetites naturais” (GILBERTO,
Antônio, et al. Teologia
Sistemática Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, p.312).
III – O PERIGO
DESSA HERESIA PARA A VIDA DO CRENTE E DA IGREJA
1. Pensamentos
pelagianistas em nossos dias
Essas ideias
estão ainda hoje nas religiões reencarnacionistas que negam a Queda do Éden. O
movimento religioso denominado Ciência Cristã nega a existência do pecado; no
Mormonismo, a transgressão de Adão não passou para a raça humana, cada pessoa é
responsável somente pelos seus próprios pecados. Devemos conhecer bem aquilo em
que nós cremos e também o ponto de vista do outro para sabermos conversar.
Essas pessoas estão entre nós no dia a dia, e importa saber como identificar a
teologia antibíblica delas como também apresentar o Evangelho que as conduza à
salvação porque JESUS morreu por elas também (Jo 3.16; 1 Co 15.3; 1 Tm 1.15). E nessa missão, temos a ajuda do ESPÍRITO
SANTO (Lc 12.12).
2. O perigo
Quando as
pessoas não conhecem bem as crenças e as práticas de sua igreja, terminam
atraídas facilmente por ensinos diferentes, que às vezes lhes parece correto, e
por isso nem examinam seus fundamentos (1 Ts 5.21; 1 Jo 4.1). O analfabetismo bíblico é o drama
do século que tem levado essas pessoas para o erro doutrinário.
SINÓPSE III
Os pensamentos pelagianistas podem ser percebidos por meio das religiões
reencarnacionistas, da Ciência Cristã, do mormonismo.
CONCLUSÃO
Mesmo nesse
estado de corrupção total, nem tudo está perdido, há esperança. Desde a Queda
de Adão no Éden, DEUS tem demonstrado seu amor e cuidado com a posteridade do
primeiro casal. DEUS não nos abandonou. Em seu amor e misericórdia, “nos
vivificou juntamente com CRISTO (pela graça sois salvos)” (Ef 2.5).
REVISANDO O
CONTEÚDO
1. Quem é o
autor do pecado?
A Bíblia nos
conta que o autor do pecado, a serpente que enganou Eva, é o próprio “diabo e
Satanás, a antiga serpente”.
2. Qual a
passagem bíblica mais contundente que mostra que herdamos a transgressão de
Adão?
“Pelo que, como
por um homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado, a morte, assim também a
morte passou a todos os homens, por isso que todos pecaram” (Rm 5.12).
3. Em que se
resume o Pelagianismo?
O ser humano
não nasce em pecado, a transgressão de Adão não afeta diretamente os outros,
não existe pecado original, não existe a corrupção geral do gênero humano.
4. Qual a
evidência incontestável da transmissão do pecado de Adão para toda a
humanidade?
A evidência
incontestável dessa transmissão do pecado de Adão para a sua posteridade é a
morte (Rm 5.12b).
5. Quais grupos
religiosos representam hoje algumas das ideias do pelagianismo?
As religiões
reencarnacionistas, Ciência Cristã e mormonismo.