Lição
3, O DEUS Que Intervém Na História, 1 parte
Lições Bíblicas - 4º Trimestre de 2014 - CPAD
- Para jovens e adultos
Tema: A Integridade Moral e Espiritual - O
Legado Do Livro De Daniel Para A Igreja Hoje.
Comentários: Pr. Elienai Cabral
Complementos, ilustrações, questionários e vídeos: Ev. Luiz Henrique de
Almeida Silva
Questionário
NÃO DEIXE DE ASSISTIR AOS VÍDEOS DA LIÇÃO ONDE TEMOS MAPAS,
FIGURAS, IMAGENS E EXPLICAÇÕES DETALHADAS DA LIÇÃO
http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/videosebdnatv.htm
O livro do profeta Daniel, através do sonho do rei
Nabucodonosor, resume os grandes impérios do mundo: Babilônia,
Média/Pérsia, Grécia e Roma. O capítulo dois se divide em
Introdução, Três episódios e Conclusão.
TEXTO ÁUREO
"Falou Daniel e
disse: Seja bendito o nome de DEUS para todo o sempre, porque dele é a
sabedoria e a força; ele muda os tempos e as horas; ele remove os reis e
estabelece os reis; ele dá sabedoria aos sábios e ciência aos
inteligentes" (Dn 2.20,21).
VERDADE
PRÁTICA
DEUS intervém na
história, pois sua é a terra e os que nela habitam.
LEITURA DIÁRIA
Segunda - Dn 1.8;
Gn 39.7-9 A vida de Daniel lembra a de José
Terça - Jó
4.12-14; Dn 10.7-9 A sabedoria de Daniel lembra a de Jó
Quarta - At 1.7;
1 Ts 5.1 Os tempos e as estações pertencem a DEUS
Quinta - Gl 4.4 A
plenitude dos tempos
Sexta - 1 Ts 5.20
Não desprezeis as profecias
Sábado - Nm 12.6
DEUS fala de muitas maneiras
LEITURA
BÍBLICA EM CLASSE - Daniel 2.12-23
12 Então, o rei
muito se irou e enfureceu; e ordenou que matassem a todos os sábios de
Babilônia. 13 E saiu o decreto segundo o qual deviam ser mortos os
sábios; e buscaram Daniel e os seus companheiros, para que fossem
mortos. 14 Então, Daniel falou avisada e prudentemente a Arioque,
capitão da guarda do rei, que tinha saído para matar os sábios de
Babilônia. 15 Respondeu e disse a Arioque, encarregado do rei: Por que
se apressa tanto o mandado da parte do rei? Então, Arioque explicou o
caso a Daniel. 16 E Daniel entrou e pediu ao rei que lhe desse tempo,
para que pudesse dar a interpretação. 17 Então, Daniel foi para a sua
casa e fez saber o caso a Hananias, Misael e Azarias, seus companheiros,
18 para que pedissem misericórdia ao DEUS dos céus sobre este segredo, a
fim de que Daniel e seus companheiros não perecessem com o resto dos
sábios da Babilônia. 19 Então, foi revelado o segredo a Daniel numa
visão de noite; e Daniel louvou o DEUS do céu. 20 Falou Daniel e disse:
Seja bendito o nome de DEUS para todo o sempre, porque dele é a
sabedoria e a força; 21 ele muda os tempos e as horas; ele remove os
reis e estabelece os reis; ele dá sabedoria aos sábios e ciência aos
entendidos. 22 Ele revela o profundo e o escondido e conhece o que está
em trevas; e com ele mora a luz. 23 Ó DEUS de meus pais, eu te louvo e
celebro porque me deste sabedoria e força; e, agora, me fizeste saber o
que te pedimos, porque nos fizeste saber este assunto do rei.
INTERAÇÃO
Prezado
professor, estudaremos na lição de hoje o segundo capítulo do livro de
Daniel. Este capítulo revela o sonho de Nabucodonosor e o seu desafio
aos sábios do seu palácio. Tudo indica que o rei já sabia das
habilidades dos seus magos, por isso, os desafia a contarem o sonho e
sua interpretação. O que o rei desejava era humanamente impossível.
Por
isso, Daniel ora e pede a ajuda do Senhor. Temos um DEUS que revela os
seus mistérios aos seus profetas. Daniel, com a ajuda do Senhor,
revelou ao rei detalhes do sonho que ele vagamente lembrava. A imagem
vista
por Nabucodonosor representava sucessivos reinos futuros, até que o
rei
dos Reis venha e estabeleça o seu reino eterno.
OBJETIVOS -
Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
Conhecer o sonho
perturbador de Nabucodonosor.
Analisar a
atitude sábia de Daniel perante o rei.
Compreender a
interpretação do sonho de Nabucodonosor.
ORIENTAÇÃO
PEDAGÓGICA
Professor,
reproduza o quadro abaixo. Utilize-o para explicar aos alunos o sonho de
Nabucodonosor e a sua interpretação. Explane que a estátua do sonho
refere-se a quatro reinos mundiais que viriam: o Império Babilônico,
Medo-Persa, Grego e Romano. A "pedra" representava o reino eterno de
CRISTO. JESUS é a Rocha Eterna que desfará o império do Anticristo.
Resumo Da
Lição
3, O DEUS Que Intervém Na História
I.
O SONHO PERTURBADOR DE NABUCODONOSOR (Dn 2.1-15)
1. O tempo do
sonho (v.1).
2. A habilidade
dos sábios é desafiada no palácio (2.2).
3. O fracasso da
sabedoria pagã (2.3-13).
II. A ATITUDE SÁBIA DE DANIEL (2.16-30)
1. A cautela
de Daniel (vv.16-18).
2. DEUS
ainda revela mistérios (vv.19 -27).
3. O caráter
profético do sonho de Nabucodonosor (vv.28,29).
III. DANIEL CONTA O SONHO E INTERPRETA-O (2.31-45)
1. A correta
descrição do sonho (vv. 31-35).
2. A
interpretação dos elementos materiais da grande estátua (2.34-45).
a) "A cabeça de
ouro" (vv.32,36-38).
b) "O peito e os
braços de prata" (vv.32,39).
c) "Ventre e os
quadris" (vv.32,39).
d) "Pernas de
ferro" (v.33,40-43).
3. "A
pedra cortada, sem ajuda de mãos" (2.45).
SINOPSE DO TÓPICO
(1) O rei desafiou a habilidade de seus sábios, não revelando o conteúdo
do seu sonho. Os sábios tentaram, mas não conseguiram revelar o sonho do
monarca e seu significado
SINOPSE DO TÓPICO
(2) Daniel foi sábio e humilde ao pedir a ajuda do Todo-Poderoso, pois
somente Ele tem poder para revelar o futuro
SINOPSE DO TÓPICO
(3) Com a ajuda do Altíssimo, Daniel pôde revelar o sonho ao rei e a sua
interpretação.
BIBLIOGRAFIA
SUGERIDA
ZUCK, Roy B (Ed).
Teologia do Antigo Testamento. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2009.
LAHAYE, Tim.
Enciclopédia Popular de Profecia Bíblica. 5.ed. Rio de Janeiro: CPAD,
2013.
Revista Ensinador.
Editora CPAD. pag. 37.
Introdução (v.1)
O primeiro versículo introduz o sonho de
Nabucodonosor como ocorrência do segundo ano de reinado. Os
estudiosos do Antigo Testamento concordam que neste tempo o profeta
Daniel era bem jovem e há três anos ele fora deportado para a
Babilônia.
Primeiro Episódio (vv.2-13)
O primeiro relato do sonho imperial revela
Nabucodonosor chamando os Magos, os Astrólogos, os Encantadores, e
os Caldeus, isto é, todos os sábios e os feiticeiros do império para
interpretarem o sonho. Os intérpretes pediram ao rei que lhes
contasse o sonho para em seguida o decifrarem. Nabucodonosor recusou
afirmando: "se me não fizerdes saber o sonho e a sua interpretação,
sereis despedaçados, e as vossas casas serão feitas um monturo". O
rei não se contentava somente com a interpretação, pois os
adivinhadores teriam também de prenunciar o sonho.
Segundo Episódio (vv.14.24)
O capitão da guarda do rei, Arioque, saiu para matar
os sábios. Quando Daniel prudentemente o interrogou sobre a ordem
imperial. Recebendo a explicação de Arioque o profeta solicitou uma
audiência ao rei e pediu um tempo para contar o sonho e dar a
interpretação. Daniel procurou os seus amigos para buscarem a DEUS.
O Senhor os respondeu!
Terceiro e Ultimo Episódio (vv.25-45)
Levado por Arioque ao rei Nabucodonosor, Daniel lhe
contou o sonho e o interpretou. Chocado, o rei da Babilônia
prostrou-se aos pés de Daniel e reconheceu a sabedoria que lhe fora
dada pelo DEUS de Israel.
A conclusão do capítulo dois é surpreendente.
Nabucodonosor promoveu Daniel ao mais alto cargo imperial e a pedido
do profeta elevou os seus amigos Sadraque, Mesaque e Abede-Nego às
altas posições.
O segundo capítulo revela-nos que o Reino de DEUS não
se confunde com o reino dos homens. Segundo o conselho da sua
soberania, o Eterno intervém na história humana. Ele trabalha a fim
de que todos os moradores da Terra reconheçam a sua majestade e, em
CRISTO, resistamos as injustiças do governo humano.
Revista Ensinador.
Editora CPAD. pag. 37.
Observação minha - Ev. Luiz Henrique
- O exercício da função de Daniel no reino babilônico foi inaugurado
com uma revelação bombástica dada a ele para revelar um sonho de
Nabucodonosor a respeito dos futuros reinos da Terra. Daniel acabara
de ser apresentado ao rei e já disse a que veio. DEUS colocou Daniel
como o maior de todos os servos do rei para cuidar de seu povo.
COMENTÁRIOS DE VÁRIOS AUTORES DE LIVROS
INTRODUÇÃO
O capítulo dois do livro de Daniel se constitui da
revelação do plano divino para com o povo judeu e os povos gentios, para
os quais DEUS revela a sua soberania sobre os governos mundiais e o
estabelecimento do reino messiânico. DEUS intervém na história para
fazer valer seus desígnios na vida da humanidade. Neste capítulo, a
Babilônia aparece como dona do mundo e Nabucodonosor é o grande rei.
Aproximadamente em 604 a.C., num período em que a Babilônia atingiu o
seu apogeu, quando, de repente, a tranquilidade de Nabucodonosor foi
ameaçada por um sonho perturbador que o deixou sem dormir. Por
providência divina, o rei esqueceu o sonho para que os desígnios divinos
fossem revelados ao profeta visionário Daniel. Na primeira parte do
capítulo 2 temos a intervenção divina para salvar Daniel e seus amigos.
A ordem do texto ajudará a entender como DEUS trabalha nas
circunstâncias adversas.
Elienai
Cabral. Integridade Moral e Espiritual. O Legado do Livro de
Daniel para a Igreja Hoje. Editora CPAD. pag. 37.
O livro de Daniel compõe-se essencialmente de seis
histórias e quatro visões. As histórias ocupam os capítulos 1-6, e as
visões os capítulos 7-12. Agora
movemo-nos para a segunda história: O sonho de Nabucodonosor. Este longo
capítulo, como é natural, divide-se em duas grandes partes: vss. 1-13,
prólogo; e vss. 14-45, Daniel como intérprete de sonhos. Esta história
ensina a debilidade da sabedoria humana, em comparação com a sabedoria
conferida por DEUS” [Oxford Annotated Bible, na Introdução ao
capítulo). A história é um paralelo da experiência de José, em Gên. 41.
Os temas principais são: Toda a sabedoria humana é destituída
de valor quando confrontada com a sabedoria conferida por DEUS; uma
filosofia da história; as eras deste mundo são guiadas pelo decreto
divino; DEUS humilha os orgulhosos e eventualmente faz com que eles O
reconheçam. Ver como o teísmo domina o relato. O Criador continua
presente em toda a Sua criação — intervindo, recompensando e punindo.
CHAMPLIN,
Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por
versículo. Editora Hagnos. pag. 3376.
Esse capítulo é histórico, mas é a história de uma
profecia, por meio de um sonho e sua interpretação. O sonho de Faraó e a
interpretação de José diziam respeito somente aos anos de fartura e de
fome e o interesse do Israel de DEUS neles. Mas o sonho de Nabucodonosor
aqui, e a interpretação de Daniel deste sonho, parecem muito mais
elevados, para as quatro monarquias, e os interesses de Israel nelas, e
o reino do Messias, que deveria ser estabelecido no mundo sobre as suas
ruínas. Nesse capítulo temos:
I. A grande perplexidade em que ficou
Nabucodonosor por um sonho que havia esquecido, e a sua ordem aos magos
para lhe dizer do que se tratava. Algo que eles não podiam fazer (w.
1-11).
II. Ordens dadas para a destruição de todos os sábios da
Babilônia, e de Daniel entre os demais, com os seus companheiros (w.
12-15).
III. A revelação do segredo a ele, em resposta à oração, e a
ação de graças que ele ofereceu a DEUS por isso (w. 16-23).
IV. A sua
aceitação por parte do rei, e a revelação que ele lhe fez tanto do seu
sonho como de sua interpretação (w. 24-45).
V. A grande honra que
Nabucodonosor pôs sobre Daniel, como recompensa por esse serviço, e a
honra dos seus companheiros, com ele (w. 46-49).
Roy E.Swim.
Comentário Bíblico Beacon. Daniel. Editora CPAD. Vol. 4. pag. 828.
I – O SONHO PERTURBADOR DE
NABUCODONOSOR
(Dn 2.1-15)
1. Tempo do sonho(v.1).
“E no segundo ano do reinado de Nabucodonosor” (2.1).
Daniel volta aos primeiros anos de sua vida no Palácio da Babilônia
entre os anos 603 e 602 a.C., e relata a experiência que teve com
Nabucodonosor quando o mesmo teve um sonho. O texto apresenta um
aparente conflito de datas quando fala do “segundo ano do reinado de
Nabucodonosor”, porque no primeiro capítulo nos deparamos com os três
anos de treinamento de Daniel e seus companheiros. Segundo os
historiadores, tanto os judeus quanto os babilônios contavam as frações
de um ano como um ano inteiro, por isso, a vigência do terceiro ano,
obedecia a cronologia do calendário da Babilônia. Os estudiosos procuram
aclarar essa cronologia em que explicam o seguinte: No ano 605 a 604
a.C., Nabucodonosor torna-se rei. Era seu primeiro ano de reinado,
quando Daniel e seus companheiros tiveram o seu primeiro treinamento
palaciano. Em 604-603 a.C., no segundo ano de Nabucodonosor, foi quando
o mesmo teve o sonho e ficou perturbado pela lembrança e os detalhes do
mesmo. Já era o terceiro ano de treinamento de Daniel e seus
companheiros, quando deveriam se apresentar diante do rei.
“Nabucodonosor teve sonhos” (2.1). Entre os muitos modos
de DEUS falar e revelar a sua vontade aos homens estão os sonhos. É uma
via especial pela qual DEUS revela sua vontade. Segundo o Dicionário
Aurélio, “sonho pode ser “sequência de fenômenos psíquicos com imagens,
atos, figuras e ideias que, involuntariamente ocorrem durante sono de
uma pessoa”. Pode ser a sequência de pensamentos, de ideias vagas, mais
ou menos agradáveis, mais ou menos incoerentes, às quais o espírito se
entrega em estado de vigília. Naturalmente, temos que entender que nem
todo sonho é alguma revelação. Sabe-se, também, que os sonhos podem
advir de imagens que o subconsciente absorve durante o dia e que se
manifestam durante o sono. As vezes, incompreensíveis e fantasiosos e,
outras vezes, com sequência de imagens que se formam na mente e
expressam a preocupação que está na mente da pessoa. No campo
espiritual, DEUS se utiliza desses recursos da natureza humana para
falar aos seus servos. Não existe uma regra que favoreça a ideia de que
DEUS tenha que falar por meios de sonhos e visões. E apenas um modo pelo
qual DEUS se revela, tanto a crentes como a não crentes. Nabucodonosor
era um rei pagão que servia a outros deuses, mas o DEUS de Daniel usou
uma via indireta de revelar a esse rei o seu próprio futuro e o das
nações do mundo.
“e o seu espírito se perturbou, e passou-lhe o sono”
(2.1). Não foi a primeira vez que DEUS falou a pessoas que não lhe
serviam nem o reconheciam como DEUS. Nos tempos de Faraó do Egito,
quando a família de Israel ainda se formava, para ser o grande povo,
posteriormente, Jeová deu sonhos a Faraó. José, como escravo no Egito, é
vendido por seus irmãos, foi o homem que DEUS escolheu para aparecer
diante de Faraó e revelar-lhe os detalhes do seu sonho (Gn 41). O sonho
de Faraó tinha a ver com o seu próprio reino no Egito. Porém, a
Nabucodonosor, rei da Babilônia, DEUS revelou em sonho a política
mundial a partir do seu próprio império. Naturalmente, o seu sonho era
fruto de sua preocupação com o futuro do seu império. Ele se perturbou
em espírito porque precisava entender do que se tratava aquele sonho.
DEUS intervém de modo espetacular para honrar os seus servos que viviam
naquele palácio e Daniel foi lembrado como alguém que sabia interpretar
sonhos.
Elienai
Cabral. Integridade Moral e Espiritual. O Legado do Livro de
Daniel para a Igreja Hoje. Editora CPAD. pag. 37-39.
A perplexidade em que se encontrava Nabucodonosor por
motivo de um sonho que havia tido, mas que havia esquecido (v. 1): Ele
teve uns sonhos, isto é, um sonho que consistia de diversas partes
distintas, ou que encheu o seu pensamento como se tivessem sido muitos
sonhos. Salomão fala de uma multidão de sonhos, estranhamente
incoerentes, nos quais há diversas vaidades (Ec 5.7). Esse sonho de
Nabucodonosor não tinha nada de mais em si além do que poderia ser
comparado com muitos sonhos comuns, nos quais são freqüentemente
representadas aos homens coisas tão estanhas quanto as que são
mencionadas aqui. Mas houve algo na impressão que causou nele, que
trouxe consigo uma incontestável evidência da sua origem divina e do seu
significado profético. Observe que os maiores homens não estão isentos,
mas estão ainda mais expostos aos cuidados e aflições da mente que
perturbam o seu descanso à noite, enquanto o sono do homem trabalhador é
doce e profundo, e o sono do homem sóbrio e moderado é livre dos sonhos
confusos. A abundância dos ricos não deixará que eles durmam por causa
da preocupação, e os excessos dos glutões e bêbados não deixarão que
eles durmam tranquilos por
causa dos sonhos. Mas o que foi registrado aqui não foi fruto de
causas naturais. Nabucodonosor era um perturbador do Israel de DEUS. Mas
DEUS aqui o perturbou, sim, porque aquele que criou a alma pode fazer a
sua espada se aproximar dela. Ele tinha os seus guardas ao seu redor,
mas eles não podiam impedir a perturbação do seu espírito. Não
conhecemos a inquietude de muitos que vivem em grande pompa e prazeres
deste mundo. Olhamos para dentro das suas casas, e somos tentados a
invejá-los. Mas, se pudéssemos olhar para dentro dos seus corações,
sentiríamos pena deles. Todos os tesouros e todos os prazeres dos filhos
dos homens que estavam sob o domínio desse poderoso monarca, não podiam
lhe conseguir um pequeno repouso quando o seu sono fugia devido às
perturbações da sua mente. Mas DEUS dá aos seus amados o sono, sim,
àqueles que consideram o Senhor como o seu descanso.
Roy E. Swim.
Comentário Bíblico Beacon. Daniel. Editora CPAD. Vol. 4. pag. 828.
Nabucodonozor teve um sonho que lhe tirou o sono. Seu
sonho perturbou
seu espírito (v.l). A palavra “perturbou” significa
golpear. O rei foi golpeado e encheu-se de ansiedade, insegurança e
medo.
Seu sonho revelou a fragilidade dos poderosos.
Aparentemente nada nem ninguém podia ameaçar a fortaleza do reino de Nabucodonosor.
Ele tinha poder, riqueza e fama. Sua palavra era lei. Suas ordens não
podiam ser questionadas. Mas, agora o rei foi abalado. Sentiu que alguém
maior que ele o ameaçava. A segurança de seu império estava ameaçada por
algo fora de seu controle, algo invisível e além deste mundo. Ficou
inseguro, inquieto e perturbado.
LOPES.
Hernandes Dias. DANIEL Um homem amado no céu. Editora Hagnos.
pag. 41-42.
2. A habilidade dos sábios é desafiada no palácio (2.2).
“o rei mandou chamar” (2.2). O rei desafiou a habilidade
desse grupo de sábios, magos, adivinhos e encantadores dentro do palácio
para que revelassem o seu sonho e dessem a interpretação. Nabucodonosor
ficou agitado pelo sonho, mas o esqueceu. Entretanto, o rei sabia que o
sonho era importante e que trazia uma simbologia relacionada com o seu
reino e o seu futuro. Naqueles tempos os reis tinham a pretensão de
serem privilegiados com sonhos divinamente inspirados (1 Rs 3.5-14; Gn
20.3). Porém, quando não podiam interpretá-los, convocava os sacerdotes
caldeus que serviam na corte para que adivinhassem e interpretassem os
sonhos (1.4).
"magos, os astrólogos, os encantadores e os caldeus”
(2.2). O Império Babilônico tinha
uma mescla de culturas e religiões. Essa casta de “magos, astrólogos,
encantadores e caldeus (sábios)” serviam no palácio para prescreverem,
adivinharem, promoverem encantamentos e os caldeus eram próprios da
Babilônia. Os magos possuíam conhecimentos nas ciências ocultas; os
astrólogos procuravam ler os corpos celestes para predizerem eventos
futuros; os encantadores realizavam exorcismos e invocavam os espíritos
malignos e dos mortos; os caldeus pertenciam a uma casta de sacerdotes
dentro do Palácio que lidavam com mistérios e códigos próprios para
adivinharem e interpretarem sonhos. Neste contexto, Daniel e seus
companheiros ainda não faziam parte oficialmente dos que se apresentavam
diante do Rei, porque estavam no período do treinamento imposto pelo
Rei. Porém, a ira de Nabucodonosor se acendeu de tal modo que não
escaparia ninguém que estivesse dentro do palácio sem sofrer a pena do
rei.
Elienai
Cabral. Integridade Moral e Espiritual. O Legado do Livro de
Daniel para a Igreja Hoje. Editora CPAD. pag. 39-40.
Dn 2.2. Os magos, os encantadores, os feiticeiros e os
caldeus.
Feiticeiros. No hebraico, mekashshepîm. Possivelmente de uma raiz semita
significando "cortar"; daí, picar os elementos para poções mágicas e
fórmulas. Consequentemente o grego pharmakoi, isto é, farmacêutico.
Mestres modernos preferem uma ideia complementar
de "recitadores de ditos mágicos, feiticeiros". A mesma raiz aparece no
acadiano em relação a feiticeiros e feiticeiras. A prática da feitiçaria
é proibida pelo VT (Êx. 22:18, na Bíblia Hebraica, v. 17, feitiçaria,
no feminino; Dt. 18:10; Is. 47:9).
Caldeus. Não usado no amplo sentido
etnológico de 1:4, mas no estreito sentido profissional, indicando a
classe sacerdotal da religião babilônica. Embora seja usado neste
sentido apenas em Daniel, dentro dos livros bíblicos, era comumente
usado assim pelos escritores clássicos, dos quais o mais antigo é
Heródoto (Histories 1, 181, c. 440 A.C.; veja Driver, op. cit., págs.
12-16 e Young, op. cit., págs. 271-273). A maioria das autoridades
concorda que os quatro termos não foram usados indicativamente mas antes
distributivamente para incluir todas as categorias de conselheiros
reais.
Roy E.Swim.
Comentário Bíblico Beacon. Daniel. Editora CPAD. Vol. 4. pag. 506.
3. O fracasso da sabedoria pagã (2.3-13).
“E os caldeus disseram ao rei em aramaico” (2.4). É
interessante destacar que o aramaico era a língua dos caldeus que se
originou na Mesopotâmia e se estendeu até o Ocidente. Como o aramaico
era a língua oficial do império, Daniel, conhecedor da língua, não só
falava o aramaico, mas a partir de Daniel 2.4 até ao final do capítulo 7
do seu livro, Daniel escreveu somente em aramaico, que era a língua
popular imposta pela Babilônia. Posteriormente, o povo judeu adotou o
aramaico como língua do dia a dia judaico até a chegada do domínio
grego. A língua grega foi adotada pelo povo judeu, mesmo que não
tivessem abandonado o hebraico tradicional do povo judeu.
A dificuldade dos caldeus e seus magos para trazerem à
tona o sonho do rei (2.4).
Nabucodonosor suspeita que os seus magos e
encantadores se aproveitavam da situação para quererem usar de engano
com vãs palavras e os ameaça com pena de morte (2.13). Essa casta de
sábios, magos e encantadores era mantida pelo palácio para prestarem
serviços especiais ao Rei. Porém, diante do desafio, eles foram
incapazes e inoperantes para revelarem o sonho do rei. Por isso, o rei
deu o decreto segundo o qual deviam ser mortos todos os sábios do
palácio, uma vez que não podiam resolver o problema do rei.
O conflitivo diálogo do Rei com os sábios e magos do
palácio (2.5-9).
Nenhum homem das castas sacerdotais e dos sábios
conseguiu descobrir o sonho do rei. A tensão palaciana provocou a ira do
rei que esperava daqueles homens respostas que eles não podiam dar.
Nenhum deles pode trazer à lembrança o sonho do rei. O rei ameaçou com a
pena de morte para aqueles sábios e magos que viviam à custa do palácio
e não podiam resolver o problema do rei. Estava entre os sábios do
palácio, Daniel e seus companheiros que acabaram por correr o risco de morte com os outros sábios
do palácio.
O desespero dos caldeus e sábios do palácio (2.10,11). Os
caldeus e todos os sábios do palácio, desesperados ante a ameaça de
Nabucodonosor, apenas disseram ao rei: “Não há ninguém sobre a terra que
possa declarar a palavra ao rei” (2.10). No versículo 11 está escrito
assim: “Porque o assunto que o rei requer é difícil; e ninguém há que o
possa declarar diante do rei”. Ora, esses sábios e magos do palácio não
só confessavam sua incapacidade de revelar o sonho, mas admitiam que,
apesar de suas pretensões de comunicação com os espíritos, reconheciam
que havia algo mais poderoso que eles. Referiam-se a “deuses cuja morada
não é com a carne” (v. 11). Todos os demais sábios do palácio eram
politeístas. Somente Daniel e seus amigos eram monoteístas. Quando
Daniel teve a oportunidade de se apresentar diante do Rei, disse-lhe:
“Há um DEUS no céu, o qual revela os mistérios” (2.28).
Elienai
Cabral. Integridade Moral e Espiritual. O Legado do Livro de
Daniel para a Igreja Hoje. Editora CPAD. pag. 40-41.
Dn 2.6 Mas se me declarardes o sonho e a sua
interpretação...
Qualquer indivíduo, dentre os magos, ou a coletividade
deles, se fosse capaz de dizer qual fora o sonho esquecido do rei, e
então o interpretasse corretamente, obteria riquezas e honras e seria
elevado a um alto ofício no reino. E o rei disse: “Portanto, agora façam
isso!”. Talvez o rei tenha raciocinado que, se um vidente não pudesse
lembrar o passado, então também não poderia predizer o futuro.
Dn 2.7,8 Responderam segunda vez, e disseram. Os magos
insistiram em ouvir primeiramente o sonho, mas este desaparecera da
memória do rei. Para preservar os sonhos, uma pessoa geralmente tem de
anotá-los por escrito imediatamente. Se não fizer isso, na maior parte
dos casos, os sonhos são esquecidos. Eles se encontram nos arquivos do
cérebro, mas não podem ser lembrados conscientemente. O rei acusou os “magos” de tentarem
“ganhar tempo”, pois falavam e não agiam (vs. 8). O rei mencionou
novamente despedaçá-los e destruir suas casas (vs. 5), caso eles não
conseguissem fazer o que era requisitado. E por causa dessa tremenda
ameaça eles tentavam ganhar tempo, esperando que algo acontecesse, sem
que tivessem de revelar sua total ignorância. Se eles continuassem
tentando ganhar tempo, o rei poderia esquecer a questão ou então
relembrar o sonho.
Dn 2.9 Isto é: Se não me fazeis saber o sonho... Aqueles
psíquicos profissionais ocupavam sua posição de confiança com o
conselheiros do rei, por serem capazes de realizar o seu serviço.
Se os magos não dessem resposta ao rei, não passariam de
mentirosos comuns. Eles tinham
acordado em enganar ao monarca. Continuavam a contar mentiras, esperando
alguma mudança da parte do rei, conforme é sugerido no vs. 8.
Dn 2.10,11 Não há mortal sobre a terra que possa revelar
o que o rei exige. Os psíquicos profissionais da Babilônia apelaram
então para a história. Não havia nenhum caso registrado de homem, rei ou
não, que tivesse feito tal exigência a um psíquico, para receber com
sucesso a resposta que buscava. Nabucodonosor exigia o tipo de coisa que
somente um deus seria capaz de realizar (vs. 11). Aqueles homens
confessaram as limitações de sua profissão, limitações que desaparecem
quando o ESPÍRITO de DEUS está envolvido.
Daniel mostrou estar à altura da tarefa. A sabedoria
humana, pois, aparece nesse caso com o débil, e esse é um dos grandes
temas do capítulo. “Os deuses não vivem no meio do povo" (afirmaram
eles), pelo que não podiam ser invocados para ajudar, Mas Yahweh, o DEUS
de Daniel, estava sempre presente, e daria poder a Seu servo para fazer
o que somente o poder divino era capaz de realizar. O judaísmo é
glorificado às expensas do paganismo, e esse é, igualmente, um tem a do
livro de Daniel. Aqueles magos tinham deuses deístas, os quais nunca
intervém na histeria humana, mas estão em algum outro lugar, ocupados em
seus próprios negócios.
Dn 2.12,13 Então o rei muito se irou e enfureceu.
Nabucodonosor perdeu a paciência e ordenou um decreto terrível: toda a
classe dos psíquicos profissionais (magos de vários tipos) seria
executada. Entre eles estavam Daniel e seus amigos. Torna-se óbvio,
através do vs. 13, que Daniel, em sua educação geral, fora treinado para
ser um dos sábios (o grupo combinado dos mágicos, astrólogos e
feiticeiros, vs. 2). Os judeus
naturalmente estabeleciam uma distinção: Daniel era inspirado por
Yahweh, e os demais eram dotados apenas de sabedoria humana, inspirados
quem sabe por qual tipo de poderes estranhos.
“ ... a coletividade inteira de sábios, que, de acordo
com Dan. 1.20, incluía Daniel e seus amigos. A expressão “sábios” ocorre
onze vezes no livro como nome geral para os sábios da corte, e duas
vezes (2.27 e 5.15) com o nome para uma classe como: astrólogos,
mágicos, encantadores. No Oriente Próximo, esses adivinhos, feiticeiros
sacerdotais etc. formavam uma espécie de classe. O rei estava decidido a
livrar-se daquele corpo inteiro de sábios. Decreto: A mesma palavra era
usada para indicar uma sentença judicial (vs. 9)”.
CHAMPLIN,
Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por
versículo. Editora Hagnos. pag. 3378-3379.
As Exigências Impossíveis do Déspota (Dn 2.4-13)
Os representantes
sacerdotais, os caldeus (4), tornaram-se os porta-vozes para o restante
do grupo e pediram uma descrição mais exata do problema. Eles pediram
detalhes específicos do sonho antes de aventurar uma interpretação. Esse
pedido irritou o rei. Ele os acusou de falar até que se mude o tempo
(9), i.e., simplesmente protelando para conseguir mais tempo. Se a
habilidade sobrenatural deles era genuína, eles deveriam garantir sua
interpretação ao contar-lhe o sonho. Isso, obviamente, tirou a máscara
da sua hipocrisia, porque não tinham meios de contar-lhe o sonho.
Visto que o rei tinha tornado isso uma questão de vida ou
morte para todos os sábios, eles começaram desesperadamente a procurar
uma forma de sobrevivência. Quando descobriram que nem mesmo o rei
poderia ajudá-los porque havia esquecido seu sonho, eles perceberam como
a sua situação era desesperadora. Postos contra a parede, eles foram
impelidos à verdade. Porquanto a coisa que o rei requer é difícil, e
ninguém há que a possa declarar diante do rei, senão os deuses, cuja
morada não é com a carne (11).
Keil1 insiste em que o rei, na verdade, não tinha
esquecido o sonho, mas estava determinado a testar a veracidade das
habilidades desses denominados sábios. Se eles pudessem relatar os
detalhes do seu sonho, ele estaria certo de que a interpretação deles
teria validade. Mas se eles não tinham a habilidade nem mesmo de
descrever o sonho, a professa habilidade sobrenatural deles era uma
farsa e o castigo horrendo com que o rei os havia ameaçado seria o seu
justo destino. Quer o sonho tenha sido esquecido, quer não, a situação
dos sábios havia se tornado desesperadora.
O castigo decretado por Nabucodonosor era bastante comum
entre os babilônios (veja 3.29). O despedaçamento de cativos de guerra
havia sido praticado até pelos hebreus (1 Sm 15.33) como uma
manifestação de julgamento extremo. Nabucodonosor acrescentou a esse
horror o confisco de propriedade e a profanação das casas das vítimas,
tornando-as um monturo (5), i.e., depósitos de lixo públicos.
Roy E. Swim.
Comentário Bíblico Beacon. Daniel. Editora CPAD. Vol. 4. pag. 506.
A impotência dos sábios (v.10,11)
A teologia dos sábios deste mundo é deficiente (v. 11).
Eles reconhecem que há uma divindade acima e além, mas
não têm uma visão do DEUS pessoal, presente entre Seu povo (Is 57.15).
A prepotência dos poderosos (v.5,8,12,13)
Nabucodonosor revela
sua prepotência até mesmo na hora da perturbação de espírito. Ele
demonstrou isso de três maneiras. Primeiro, exigindo dos homens o que
eles não poderiam oferecer (v. 5,10,11). Há coisas que são impossíveis
aos homens. Exigir deles isso é um ato de prepotência. Os magos da
Babilônia tinham limitações.
Segundo, oferecendo vantagens financeiras e promoções (v.
6). O rei tem poder e riqueza nas mãos. Com essas duas armas deseja o
mundo aos seus pés. Terceiro, determinando o extermínio dos sábios para
satisfazer um capricho pessoal (v. 5,8,9,12,13). O rei não respeitou a
limitação dos sábios. Acusou-os de esperteza (v. 8), conspiração (v. 9)
e determinou o extermínio sumário deles (v. 12). Reinhold Niebuhr diz
que esse sentimento de insegurança, bem como esse complexo de ansiedade,
é a causa da tirania política moderna. Quanto mais alto um homem sobe,
mais medo ele tem de perder o poder, mais inseguro se torna. Isso prova
que o poder, a riqueza e a fama não dão segurança ao homem nem
satisfazem sua alma.
LOPES.
Hernandes Dias. DANIEL Um homem amado no céu. Editora Hagnos.
pag. 42-43.
II – ATITUDE SÁBIA DE DANIEL
1. A cautela de Daniel (vv. 16-18).
A atitude de Daniel que adiou a sentença de morte dos
sábios da Babilônia Daniel “falou avisada e prudentemente com Arioque, o
capitão da guarda do rei” (2.14). Quando o chefe da Guarda do rei
recebeu ordens para matar a todos os sábios da Babilônia, inclusive a
Daniel e seus companheiros, Deu entrou em ação interferindo naquele
episódio. Ele deu inteligência a Daniel para falar com Arioque e
pedir-lhe tempo para a execução ordenada pelo rei. Arioque deu a
entender que não poderia adiar o mandado do rei (2.15). Daniel pediu que
Arioque pedisse ao rei para ser ouvido e foi-lhe concedida a audiência
com o Rei. Daniel achou graça diante de Arioque porque DEUS amenizou seu
coração para que a soberana vontade de DEUS prevalecesse naquele
situação. Foi-lhe concedida a oportunidade de se apresentar diante do
Rei e ele, com respeito ao Rei e com palavras prudentes se identificou e
pediu tempo ao rei para trazer, posteriormente, a revelação do sonho.
Daniel pede tempo ao Rei para trazer a revelação (2.16).
Daniel foi ousado com a iniciativa de entrar na presença do rei e
pedir-lhe tempo a fim de poder trazer-lhe a revelação do sonho. Sua
ousadia não era essencialmente dele, porque Daniel tinha algo muito mais
forte que era a sua fé no seu DEUS, o DEUS de Israel. Daniel conhecia o
seu DEUS e havia entendido que nada há que não possa ser revelado por
Ele. Daniel convidou seus amigos para orarem ao Senhor com eficiência,
até porque suas vidas estavam sob a mesma pena emitida pelo rei contra
todos os sábios do palácio. Ele não agiu isoladamente, mas procurou seus
amigos Ananias, Misael e Azarias para orarem a DEUS e obterem a resposta
divina. Ele sabia que o mistério do sonho do rei só poderia ser revelado
através da oração. Ele sabia que a oração é o canal mais eficaz de obter
respostas de DEUS às nossas necessidades (2.17,18). Os sonhos são um dos
modos de DEUS falar com o homem e revelar sua vontade.
A revelação dos mistérios de DEUS pela oração (2.18,19)
“Então foi revelado o mistério a Daniel numa visão de
noite” (2.19). No versículo 18 está escrito que “Daniel foi para a sua
casa” que era o lugar da sua intimidade com DEUS, onde ninguém mais o
perturbaria. Foi na sua casa que ele pediu ao Pai que revelasse aquele
mistério a fim de salvar a sua própria vida e a dos seus amigos hebreus,
bem como dos demais sábios do palácio. Sua intimidade com DEUS lhe
propiciou a graça divina para receber a revelação do sonho do rei em
visão de noite. Uma prova indiscutível de que DEUS se utiliza desses
meios para revelar a sua glória aos seus servos.
Elienai
Cabral. Integridade Moral e Espiritual. O Legado do Livro de
Daniel para a Igreja Hoje. Editora CPAD. pag. 41-43.
Dn 2.16 Foi Daniel ter com o rei e lhe pediu designasse o
tempo. Daniel aproximou-se ousadamente do rei, sem dúvida com a mediação
de Arioque (ver o vs. 24), solicitando uma entrevista pessoal. Dessa
forma, Daniel deixaria a questão descansar, satisfazendo a demanda do
rei por informações. Daniel dependia do auxílio da fonte divina, Yahweh.
Ele não tinha tal confiança em si mesmo. “A providência sem dúvida
influenciou sua mente. A Daniel seria concedido algum favor especial”
(Fausset, in loc.). A hora era de ousadia, e não de humildade, pelo que
o profeta agiu com grande decisão. A humildade seria apropriada para uma
ocasião menos dramática.
Dn 2.17 Então Daniel foi para casa. O Apoio da Oração.
Tanto a experiência quanto a experimentação (incluindo a de variedade
científica) mostram que a oração é m ais poderosa quando feita em grupo.
Energias espirituais geradas por pessoas unidas em um propósito não
podem ser geradas por indivíduos comuns. Dessa forma, Daniel buscou
apoio na oração. Ele apelou para seus três amigos. Quatro amigos tinham
uma só mente, e esperavam grandes coisas da parte de Yahweh.
Dn 2.18 Para que pedissem misericórdia ao DEUS do céu.
‘Naquele tempo de testes, Daniel manteve a calma. Ele voltou para casa,
procurou seus três amigos, e, juntos, eles oraram pedindo misericórdia
da parte do DEUS do céu.
No contexto do livro de Daniel, aponta para Yahweh com o
o DEUS Altíssimo, em contraste com os deuses babilônicos ausentes (ver o
vs. 11). Os babilônios tinham uma espécie de deísmo idólatra, pois a
força criativa era vista com o inativa entre os homens, porquanto
abandonara sua criação às leis naturais. Em contraste com isso, a fé dos
hebreus era teísta. O teísmo ensina que o poder criativo continua no
universo, intervindo, recompensando e punindo, de acordo com as demandas
da lei moral. “O DEUS do céu é o equivalente judaico do nome cananeu
Ba’al samem.
Esse era o título que os persas usavam para referir-se ao
DEUS dos judeus. Parece que caiu de uso em tempos posteriores, por
assemelhar-se muito ao termo grego Zeus Ouranioá' (Arthur Jeffery, in
loc.).
CHAMPLIN,
Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por
versículo. Editora Hagnos. pag. 3379.
DEUS Concede a Daniel a Interpretação (2.14-23)
Embora Daniel e seus companheiros tivessem escapado da
convocação do rei, não escaparam da inclusão no decreto de matar os
sábios (14). Eles também estavam entre aqueles que seriam executados.
Quando Daniel ficou sabendo da natureza do decreto e do motivo da sua
severidade, imediatamente se dirigiu ao rei. O fato de ter esse tipo de
acesso testemunha a alta posição que havia herdado nos exames ocorridos
tão recentemente (1.19-20). Na presença de Nabucodonosor, Daniel
corajosamente prometeu que daria a interpretação (16), se lhe desse
tempo. O rei, antes tão furioso com as manipulações desesperadas dos
sábios, estava evidentemente impressionado com a sinceridade, firmeza e
confiança de Daniel.
A própria ação de Daniel foi coerente com o homem de DEUS
que era. Ele chamou seus três companheiros para juntos com ele passar um
tempo em oração intercessora fervorosa. A resposta a essa oração não
demorou a chegar. Quando Daniel recebeu o sonho em uma visão noturna,
ele irrompeu em um hino de louvor exultante a DEUS.
Roy E.Swim. Comentário Bíblico
Beacon.
Daniel.
Editora CPAD. Vol. 4. pag.
507.
A intervenção de Daniel (v. 14-18)
Daniel toma três atitudes importantes na solução daquele
intrincado problema. Em primeiro lugar, ele vai ao rei e pede tempo
(v.16). Daniel tem iniciativa e ousadia. Ele não foge, não se esconde,
nem tenta enrolar o rei. Ele reconhece sua limitação, mas demonstra
confiança na intervenção divina.
Em segundo lugar, Daniel vai aos amigos e pede oração (v.
17). Quando, para o mundo, só resta o desespero, para os filhos de DEUS
ainda há o recurso da oração. Os magos suplicaram ao rei da Babilônia
que lhes contasse o sonho, mas Daniel fez o mesmo pedido ao Rei dos
reis, o Senhor DEUS Todo-Poderoso. Daniel compreendeu a importância de
termos um grupo de oração. Ele sabia que quando os crentes se unem em
oração, isto agrada a DEUS, e a vitória é certa. Precisamos buscar ajuda
nas pessoas certas na hora da crise.
Em terceiro lugar, Daniel vai a DEUS e pede misericórdia
(v. 18). Ele ora ao DEUS do céu. O nosso DEUS está acima do céu, isto é,
acima do sol, da lua e das estrelas que os babilônios adoravam. Enquanto
os caldeus adoravam os astros, Daniel adorava o DEUS criador dos astros.
Ele revela sua fé no DEUS vivo. Daniel chega a DEUS pedindo
misericórdia. A oração é um ato de humildade, não de arrogância.
LOPES.
Hernandes Dias. DANIEL Um homem amado no céu. Editora Hagnos.
pag. 43-44.
2. DEUS ainda revela mistérios (vv. 19-27).
Daniel oferece a DEUS sua ação de Graças pela revelação
(2.20-23)
Daniel exalta a DEUS reconhecendo que Ele tem todo o
poder e sabedoria acima do poder de Nabucodonosor e de todos os sábios e
poderosos do mundo. Só Ele poderia revelar, por sua onisciência, as
coisas obscuras ao homem comum. A resposta veio a Daniel em sonho pelo
qual ele bendisse ao Senhor (w. 19,20). Como Criador do universo, a
terra estava sob o seu controle e providência, porque só Ele tem o poder
de mudar o tempo e as estações do ano (v. 21;At 1.7).
Daniel teve a revelação e imediatamente foi procurar o
homem responsável por cumprir a ordem do rei. Contou-lhe o que DEUS lhe
revelara e pediu que o mais depressa possível o introduzisse à presença
do rei para contar-lhe a revelação do sonho real. A semelhança do que
DEUS revelou a José no Egito (Gn 41), Daniel foi agraciado por DEUS pela
revelação .
Elienai
Cabral. Integridade Moral e Espiritual. O Legado do Livro de
Daniel para a Igreja Hoje. Editora CPAD. pag. 43.
Dn 2.19 Então foi revelado o mistério a Daniel. O
mistério do sonho do rei foi resolvido por meio de um a visão noturna.
Talvez esse termo fosse distinguido dos sonhos com o algo superior,
conforme se vê em Joel 2.28. Mas parece que no livro de Daniel o sonho
espiritual é considerado de mesmo nível que as visões. É verdade que na
experiência humana algum as vezes precisam os de uma orientação especial
que vem por meio da inspiração mística. A Daniel foi conferida essa
bênção, em sua hora de necessidade. Oh, Senhor, concedemos tal graça! O
próprio Daniel algum as vezes mostrou-se incapaz de obter orientação por
sua sabedoria, a qual era muito superior à nossa. Assim sendo, é óbvio
que, algumas vezes, precisam os de orientação especial por meio de
eventos extraordinários. Cf. este versículo com Gên. 46.2 e Jó 33.14,15.
Daniel e seus amigos oraram durante a noite, e eis que no meio da noite
a resposta chegou. Algumas vezes precisamos de respostas rápidas!
Daniel estava abordando um mistério, mas, através da
oração, até mistérios podem ser revelados pela sabedoria de DEUS (vs.
30)”.
Dn 2.20 Disse Daniel: Seja bendito o nome de DEUS. A
grande vitória alcançada foi a inspiração para o significativo hino de
agradecimento e louvor ao Poder que prestara grande favor aos jovens
judeus. Os que conhecem a literatura poética, conforme ela existia na
antiga nação de Israel, dizem-nos que o poema a seguir consiste em
quatro estrofes de três e quatro linhas, sendo corretamente classificado
como um hino. Trata-se de um tem a que louvava a sabedoria e o poder de
DEUS. Cf. I Cor. 1.24. DEUS intervém na história humana, e nós
agradecemos e O louvamos por isso. Encontramos sentimentos similares em
Sal. 41.13; Jó 12.12,12; Nee. 9.5 e Est. 1.13.
O segredo foi revelado facilmente, pois DEUS sabe de
tudo. A visão noturna deu a Daniel toda a informação de que ele
precisava, e eram informações salvadoras. A fonte dessas informações foi
o DEUS do céu. Ver as notas expositivas sobre o vs. 18 quanto a esse
título. A oração dos quatro amigos mostrou ser realmente poderosa.
Dn 2.27 Respondeu Daniel na presença do rei, e disse.
Daniel não piscou quando seu olhar encontrou o olhar do rei. Ele sabia
que tinha consigo a resposta divina. Ele concordou com os psíquicos
profissionais: somente um deus poderia resolver aquele caso (vs. 11).
Mas como Daniel tinha consigo o seu DEUS, tudo estava bem. A casta
inteira dos magos foi mencionada por suas partes constitutivas: sábios,
encantadores, magos, astrólogos, adivinhos, tal como se vê no vs. 2.
Eles estavam certos quanto a um detalhe. Eles não podiam, nem individual
nem coletivamente, solucionar o problema do rei. Porém, um único
indivíduo, com a ajuda divina, poderia resolver o problema do rei. E
Daniel era esse homem. O profeta, pois, estava mostrando a debilidade da
sabedoria divina, que não é inspirada pela Fonte divina de toda a
sabedoria; e é possível ser essa a mensagem principal que a história
tenciona ensinar. Pode ficar subentendido que os sábios da Babilônia não
conseguiriam solucionar o problema, mesmo que se consorciassem com os
deuses (falsas divindades). Há coisas que só podem ser resolvidas pelo
DEUS do céu (vs. 28). Poderes preditivos são atribuídos somente a DEUS.
Cf. Gên. 20.3; 41.16,25,28; Núm. 22.35. Estudos demonstram que o poder
de prever o futuro é uma habilidade natural da psique humana, e
certamente existem profetas não bíblicos na antiguidade e na
modernidade, Mas isso era ignorado pelos hebreus. Esse fato, porém, não
enfraquece o argumento de Daniel (vs. 28).
CHAMPLIN,
Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por
versículo. Editora Hagnos. pag. 3379-3380.
Lição 3, O DEUS Que Intervém Na História, 2 parte
Sonhos e visões em Daniel
A habilidade dada por DEUS a Daniel de interpretar sonhos
e visões (Dn 1.17) foi importante para sua função como conselheiro do
rei da Babilônia,
Nabucodonosor, um homem de sonhos problemáticos e misteriosos.
A seguinte comparação de um sonho de Nabucodonosor com um
sonho e com uma visão de Daniel revela um tema recorrente no livro de
Daniel: a frequente sucessão de reinos.
No sonho de Nabucodonosor, havia uma estátua cuja cabeça
[era] de ouro fino; peito e braços, de prata\ ventre e coxas, de cobre;
pernas, de ferro e pés, em parte de ferro e em parte de barro (Dn 2.32).
No sonho de Daniel, havia um animal semelhante a um leão,
masque tinha asas de águia: um semelhante a um urso, masque tinha na
boca três costelas entre os seus dentes; um semelhante a um leopardo,
mas que tinha quatro asas de ave nas suas costas, e um, diferente de
todos os animais que apareceram antes dele, cujos dentes grandes eram de
ferro e que, além disso, possuía dez chifres] (Dn 7.4-7).
Na visão de Daniel, havia um carneiro, o qual tinha duas
pontas, uma mais alta do que a outra (Dn 8.3) e um bode com uma ponta
notável entre os olhos. Em um dado momento, o bode se engrandeceu e
[...] a grande ponta foi quebrada, e subiram no seu lugar quatro
[também] notáveis [...] e de uma delas saiu uma ponta mui pequena (Dn
8.5-9).
Na interpretação dada por DEUS a Daniel, a Babilônia se
estabeleceria como o primeiro império mundial (Dn 2.38; 7.17); a Babilônia,
como o segundo império (Dn 2.39; 7.17; 8.20); a Grécia derrubaria o
império medo-persa e se estabeleceria como o terceiro (Dn 2.39; 7.17;
8.21); e a Roma derrubaria a Grécia e se estabeleceria como o quarto (Dn
2.40-43; 7.17).
EarI D. Radmacher: Ronald B. Allen: H. Wayne House.
O Novo
Comentário Bíblico Antigo
Testamento
com recursos adicionais.
Editora Central Gospel. pag.
1278.
Dn 2.19. Coisas que estavam ocultas para os sábios da
Babilônia foram reveladas a Daniel. Onde os primeiros haviam sido
impotentes (10), o DEUS do céu se mostrou capaz de revelar aos Seus
servos o que estes precisavam saber. Numa visão de noite ("visão
noturna", BJ), Daniel “viu" o que o rei
tinha visto em seu sonho e ainda compreendeu do que se
tratava. Pelo uso do conceito 'Visões noturnas" em Jó 4:13 e 33: 15,
parece que aquele que recebia a visão se achava num sono profundo,
embora dele não se diga que estivesse sonhando (talvez pelo fato de que
as imagens não vinham da sua própria mente, mas por uma intervenção
direta de DEUS).
Dn 2.20-23. O fato de ter sido socorrido encontrou
expressão em um hino espontâneo de gratidão ao único DEUS que poderia
atender de tal modo a uma oração; mas havia também temor e espanto pelo
fato de esse mesmo DEUS, invisível e infinitamente grande, ter estado
diretamente em contato pessoal com ele. Este último pensamento está por
trás da primeira linha do seu luno: o nome de Detis é revelado somente
pelo próprio DEUS (cf. Êx 6:3; Jz 13:17, 18) e representa ao que pode
ser conhecido a Seu respeito. Daniel acabara de ver algo da sua
sabedoria e poder, tendo recebido de DEUS o poder compartilhar desses
atributos divinos (23). O poder de DEUS, explicitamente aqui de
controlar a ordem natural e de governar a política humana, antecipa já o
sentido do sonho, que o autor até então ainda não revelara. A sabedoria
de DEUS, da mesma forma, é todo abrangente (22). ilimitada; a ênfase que
perpassa o texto, contudo, está no fato de DEUS colocar Sua sabedoria à
disposição: ele dá sabedoria ... e entendimento.. ele revela,. me
deste... me fizeste saber... nos fizeste saber (aos que juntos oraram
pedindo por conhecimento do sonho do rei). Sabedoria aos sábios (21)
significa não que só os sábios recebem o dom da sabedoria “extra”, mas
que onde houver sabedoria, esta foi recebida como um dom do único DEUS
que é a sua fonte. De conformidade com isso, há uma ênfase neste salmo
sobre o Doador. Nas linhas 3-5 ele é enfático e do mesmo modo a ti na
linha 6. Esta miraculosa resposta à oração relembra Daniel de tudo que
ouvira dos maravilhosos feitos de DEUS no passado, sentindo assim a
continuidade entre ele e os que foram antes dele; por isso, louva ao
DEUS de meus pais (23).
Este pequeno salmo é um modelo de ação de graças. Nenhuma
palavra é meramente repetitiva; cada uma das primeiras 9 linhas
enaltecendo a grandeza de DEUS faz a sua contribuição própria ao cântico
de louvor, estando todas relacionadas com a experiência de Daniel. As
últimas 4 linhas expressam a sua própria admiração pelo privilégio de
compartilhar da sabedoria e poder de DEUS (cf. o v. 20; as mesmas
palavras são repetidas no aramaico.
ligando assim o fim do salmo com o seu início). A
simetria e beleza da poesia fazem também a sua contribuição ao louvor a
DEUS.
Dn 2.24. Faltava agora ir ter com Arioque, dando-lhe as
boas novas de que as execuções não precisariam ter lugar, pois Daniel
pode revelar e Dn 2.25. Arioque deprecia as credenciais de Daniel,
creditando a si próprio o ter achado alguém que satisfizesse os desejos
do rei.
Dn 2.26. A pergunta do rei traz implicada a
incredulidade: “Podes tu...? ”
Joyce G. Baldwin,. Daniel Introdução e Comentário.
Editora Vida Nova. pag. 95-97.
3. O caráter profético do sonho de Nabucodonosor
(vv.28-29).
Daniel revela ao rei que o sonho tinha um caráter
profético e escatológico (2.26-29) “Podes tu jazer-me saber o sonho que
tive e a sua interpretação? ” (2.26). O rei Nabucodonosor está ainda
incrédulo de que aquele jovem ousado pudesse trazer a revelação do seu
sonho. Ele não conhecia o poder do DEUS de Daniel. DEUS não se deixaria
zombar por um rei pagão, adorador de deuses fictícios existentes na
Babilônia. Daniel não se engrandece nem ostenta qualquer virtude própria
capaz de revelar segredos. Daniel foi objetivo e demonstrou sua audácia
diante do rei, não se apressando em dar a revelação do sonho antes de
dizer ao rei que ele não era mais sábio que os demais, destacando o fato
de que a revelação devia-se unicamente ao seu DEUS, ao DEUS de Israel,
cujo propósito era o de tornar conhecidos os seus planos ao rei da
Babilônia.
“Há um DEUS no céu, o qual revela os mistérios” (2.27).
Daniel fez questão de dizer ao rei que o mistério do seu sonho “nem
sábios, nem astrólogos, nem adivinhos o podem declarar ao rei” (v. 27),
mas fez questão de ressaltar que “há um DEUS no céu o qual revela os
mistérios” (v. 28). O sonho do rei dizia respeito ao próprio reino da
Babilônia, mas continha uma visão futura dos próximos reinos que
haveriam de suceder ao reino da Babilônia. Daniel usou a expressão “fim
dos dias” (v.28) que é escatológica e não significa simplesmente a
sucessão dos impérios representados no texto. Segundo a escatologia
judaica do Antigo Testamento “o fim dos dias” pode significar todo o
espaço de tempo desde o começo do cumprimento da profecia até a
inauguração do reino messiânico na terra.
A preocupação do Rei com o seu reino no futuro (2.29)
No sonho do rei, ainda que ele tenha tido dificuldades
para entender o seu significado, estava revelado o porquê do sonho, ou
seja, causa ou o motivo do sonho que dizia respeito à preocupação do rei
quanto ao seu futuro e o futuro do seu reino. Na verdade, DEUS usou um
ímpio para algo especial acerca do futuro do povo de Israel e das nações
do mundo. O esquecimento do rei acerca do seu sonho e a inquietação
acerca do mesmo por não ter se lembrado tinha o dedo de DEUS para
revelar a sua glória através do seu servo Daniel.
“a mim me foi revelado esse mistério” (2.30). Não havia
presunção ou vaidade no coração de Daniel quando atribui a si a
revelação do mistério, mas era uma demonstração da sua humildade e
reconhecimento pela soberania do seu DEUS. Daniel professa solenemente
que não há nenhum mérito seu na revelação do mistério, mas a glória
pertence ao DEUS que revelou a ele, por sua imensurável graça e poder.
Elienai
Cabral. Integridade Moral e Espiritual. O Legado do Livro de
Daniel para a Igreja Hoje. Editora CPAD. pag. 43-44.
Dn 2.28 Mas há um DEUS nos céus. Onde psíquicos
profissionais e sábios e deuses pagãos falham, o DEUS do céu é
bem-sucedido. Ver o vs. 18 quanto a esse título. A expressão “nos
últimos dias" é sempre usada do ponto de vista do autor, e não de nosso
século! Portanto, significa “mais tarde” ou, talvez, “em tempos remotos
do nosso”, e não necessariamente nos últimos dias, imediatamente antes
da era do reino etc. Se as profecias deste capítulo atingem a época dos
romanos, então o tempo estava bastante afastado de Daniel para merecer a
expressão; mas a verdade é que a visão de Daniel mergulhou num tempo
ainda mais distante. “Do ponto de vista de Jacó (ver Gên. 49.1), isso
significou o fim da ocupação de Israel da Terra de Canaã. Do ponto de
vista de Balaão (ver Núm. 24.4), significou o fim da independência de
Moabe e Edom... Mais freqüentemente, porém, essa frase é usada
escatologicamente para indicar o fim da era presente, os últimos dias
antes do Reino de DEUS, a nova era. O teu sonho e as visões da tua
cabeça. Se Joel 2.28 faz distinção entre as duas coisas, no livro de
Daniel esses termos parecem sinônimos.
Ambas as coisas são consideradas reveladoras dos
propósitos e da vontade de DEUS, uma maneira pela qual um homem pode
olhar para além dos limites do conhecimento humano ordinário. Daniel
não tomou o crédito para si mesmo.
Dn 2.29 Estando tu, ó rei, no teu leito. A Nabucodonosor,
embora fosse ele um rei pagão, foi dada uma visão. A tentativa de
limitar as visões aos judeus e aos cristãos não passa nos testes da
investigação. O Logos opera universalmente, e Ele tem agentes e servos
não cristãos. Os Logoi Sperm atikoi (as sementes do Logos) estão por
toda a parte. Ver sobre esse termo na Enciclopédia de Bíblia, Teologia
e Filosofia.
DEUS é aquele que revela, e Ele não escolhe,
necessariamente, agentes que merecem nossa aprovação. O rei pode ter
estado a meditar sobre o futuro. Seu coração (a sede da inteligência)
estava ativo. Mas a visão ocorreu espontaneamente, de acordo com o
propósito divino.
Escopo da Visão. A visão cobriu a história do mundo em
grandes lances, a começar pelos tempos de Nabucodonosor, tocando de leve
em vários impérios mundiais e terminando com o reino eterno. “Esse mesmo
periodo é chamado de ‘tempo dos gentios’, em Luc. 21.24" (J. Dwight
Pentecost).
CHAMPLIN,
Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por
versículo. Editora Hagnos. pag. 3380-3381.
Ele confirmou o rei em sua opinião de que o sonho cuja
lembrança ele estava desejoso de recuperar era realmente valioso. Ele
tinha uma mensagem de grande importância e de vasta conseqüência, e não
era um sonho comum, a diversão ociosa de uma imaginação ridícula e
luxuriante, que não valesse a pena se lembrar ou contar novamente, mas
era uma revelação divina, um raio de luz lançado em sua mente vindo do
mundo superior, relacionado aos grandes assuntos e reviravoltas deste
mundo inferior. DEUS, nesse sonho, revelou ao rei o que aconteceria nos
últimos dias (v. 28), isto é, nos dias que estavam por vir, chegando até
ao estabelecimento do reino de CRISTO no mundo, que deveria ocorrer nos
últimos dias (Hb 1.1). Além disso, “os pensamentos que subiram à tua
mente não foram as repetições do que havia sido antes, como os nossos
sonhos geralmente são” (v. 29):
Omnia quae sensu volvuntur vota diurno Tempore sopito
reddit amica quies. Os sentimentos que nutrimos durante todo o dia
Freqüentemente se misturam com os cochilos agradáveis da noite.
Claudiano
“Mas foram predições do que há de ser depois disso, e que
Aquele que revela os segredos te fez saber. Portanto, tens o dever de
aceitar o sinal e procurar entendê-lo.” Observe que as coisas que
deverão acontecer no futuro são coisas secretas, que somente DEUS pode
revelar. E o que Ele revelou sobre essas coisas, especialmente com
referência aos últimos dias, ao fim dos tempos, deve ser muito séria e
diligentemente analisado e considerado por cada um de nós. Alguns
entendem que os pensamentos que subiram à mente do rei em sua cama,
sobre o que havia de ser depois disso, eram os próprios pensamentos que
teve quando estava acordado. Pouco antes de dormir, e de ter tido esse
sonho, ele estava distraindo a sua própria mente com aquilo que seria o
resultado da sua grandeza crescente, pensando no que aconteceria mais
tarde com o seu reino. E assim, o sonho foi uma resposta a estes
pensamentos. DEUS, desse modo, prepara os homens para as revelações que
Ele, por tão grande bondade, pretende fazer.
HENRY.
Matthew. Comentário Matthew Henry Antigo Testamento Isaías a
Malaquias. Editora CPAD. pag. 833.
III – DANIEL CONTA O SONHO E INTERPRETA-O (2.31-45)
1. A correta descrição do sonho (vv. 31-35).
O sonho de Nabucodonosor tinha uma estrutura de uma
mensagem profética. Os estudiosos veem o capítulo 2 apenas numa
perspectiva histórica, porque os quatro impérios pagãos que a visão
anunciava já passaram. Porém, a visão tinha também um sentido
escatológico, porque estabelece ao final o reino universal de CRISTO. É
algo que DEUS tem preparado para o futuro. A visão contém quatro
divisões principais.
A imagem da grande estátua (2.31 -33)
A estátua que Nabucodonosor viu tinha uma cabeça de ouro
(v.32); o peito e os braços eram de prata (v.32); o ventre e as coxas da
estátua eram de cobre (v.32); as pernas eram de ferro (v.33) e os pés da
estátua continham ferro e barro (v.33). No versículo 34 temos “uma pedra
que foi cortada, sem mãos”, a qual feriu a estátua nos pés destruindo-a
completamente. Naqueles tempos, o misticismo e a utilização de figuras
de representação faziam parte das crendices existentes na cultura pagã.
Na mente de Nabucodonosor havia essa cultura e DEUS aproveita para
revelar realidades presentes e futuras daquele império através de
sonhos.Todavia o rei esqueceu o sonho mas sabia que havia sonhado algo
importante que tinha algum significado para si mesmo e para o seu
império.
Elienai
Cabral. Integridade Moral e Espiritual. O Legado do Livro de
Daniel para a Igreja Hoje. Editora CPAD. pag. 44-45.
Dn 2.31 Tu, ó rei, estavas vendo. A Essência dos Sonhos e
das Visões. O rei vira uma imagem gigantesca e grotesca, sob a forma de
um imenso homem. A imagem rebrilhava como bronze fundido; era
“gigantesca, rebrilhante e assustadora” (NCV). A imagem exalava poder e
esplendor. Os sonhos espirituais envolvem imagens incomuns que deixam a
pessoa estonteada, e foi isso o que aconteceu a Nabucodonosor. Os
antigos do Oriente Próximo e Médio costumavam fazer imagens colossais,
mas essa imagem tomou de surpresa o próprio Nabucodonosor, embora ele
fosse um ativo construtor.
“Suas dimensões e sua aparência eram formidáveis, fazem
ao rei
parecer insignificante diante dela” (J. Dwight Pentecost, in Ioc.).
Os vss. 31-36 fornecem a visão. Em seguida, os vss. 36-38
dão a interpretação. Conforme veremos, as
várias porções da imagem representavam reinos mundiais.
“Havia algo na fisionomia da imagem que era ameaçador e
terrível. A forma inteira, tão gigantesca, encheu o rei com profunda
admiração, pois lhe pareceu terrível. Talvez isso denote o terror que os
reis, sobretudo os arbitrários e despóticos, projetam sobre seus
súditos” (John Gill, in Ioc.).
Dn 2.32,33 A cabeça era de fino ouro. Os Elementos da
Imagem Representam Quatro Reinos:
1. A cabeça era de ouro
2. Os braços e o peito eram de prata
3. O ventre e as coxas eram de bronze
4. As pernas eram de ferro, enquanto os artelhos eram
parte de ferro e parte de barro Essas quatro partes representam quatro
reinos, que surgiriam sucessivamente. Seriam impérios mundiais. Os vss.
37-43 dão as interpretações sobre as figuras.
Observações sobre os Itens. 32-33:
1. Note o leitor a qualidade descendente dos metais:
ouro, prata, bronze, ferro, ferro misturado com barro.
2. O grego de épocas remotas, Hesíodo, falava em eras do
mundo em termos de metais. Aqui descem os do ouro ao barro. A descida
parece ser de valor, e não de força. O quarto reino seria mais forte que
os demais, tal como o ferro é mais forte (porém menos valioso) que os
outros metais listados.
3. A prata é um metal nobre, mas não tão valioso quanto o
ouro. O bronze é ainda menos valioso, porém mais forte que a prata.
Provavelmente está em vista o cobre, que, misturado com o estanho, fica
mais forte do que o simples cobre, e essa liga produz o bronze.
4. O ferro é o mais forte e o mais útil dos metais
listados, mas essa força é debilitada pela mistura com o barro, ou
melhor, com o barro cozido, duro, mas não tão duro quanto um metal. O
barro cozido fala de vulnerabilidade e fraqueza inerente, a despeito da
demonstração de força. Todos os reinos, como é natural, têm os pés
feitos de barro.
5. Os quatro reinos representam toda a história da
humanidade, contada rapidamente, e o Reino de DEUS é o quinto reino. A
vasta porção da história do mundo é deixada de fora. A visão é um
símbolo do que acontece no mundo e mostra as limitações do escopo do
profeta, que só podia ver essa parte do total, e teve de fazê-la
representar os reinos do mundo, ou os tempos dos gentios (ver Luc.
21.24).
Dn 2.34 Quando estavas olhando, uma pedra foi cortada.
Temos aqui, na “pedra”, o quinto império, não feito por mãos humanas. A
pedra era uma Grande Pedra, que demoliu a imagem, em suas partes de
metal. A imagem e suas diversas partes eram produtos humanos e, por isso
mesmo, teriam de chegar ao fim. Eram apenas temporais. Já a Grande Pedra
é eterna, e não está sujeita à dissolução.
Com um simples golpe nos pés, ela levou a imagem feita
pelo homem a cair em forma de poeira, ou seja, de forma irrecuperável.
A interpretação sobre essa Pedra aparece nos vss. 44-45.
Dn 2.35 Então foi juntamente esmiuçado o ferro, o barro,
o bronze, a prata e o ouro. Continua aqui o poder destruidor da Grande
Pedra. Os metais, de várias qualidades, não puderam resistir ao golpe da
Grande Pedra, e todos se reduziram a uma poeira finíssima, que o vento
levou embora. As eiras eram lugares abertos situados de tal maneira que
podiam ser tangidos por qualquer brisa que passasse, para que o grão,
lançado ao alto, fosse facilmente separado da palha, que era então
levada pelo vento. Essa é uma figura usada com freqüência nas
Escrituras. Cf. Osé.13.3; Sal. 35.5; Jó 21.18; Isa. 41.15,16; Mat. 3.12.
“Os fragmentos desapareceram tão completamente que nem um traço deles
podia ser encontrado. Assim mostram Sal. 103.16; Jó 7.10; 20.9 e Apo.
20.11. A finalidade do golpe desfechado pelo Pedra foi assim indicada,
uma característica da literatura apocalíptica” (Arthur Jeffery, in
Ioc.). A Pedra veio a tornar-se uma grande montanha, que encheu toda a
terra.
CHAMPLIN,
Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por
versículo. Editora Hagnos. pag. 3381.
Devido a serem tremendas para os seus
inimigos, e temidas por todos à sua volta, a forma dessa imagem é
considerada terrível. Tanto as características do rosto como a postura
do corpo a tornavam assim. Mas o que era mais notável nessa imagem eram
os diferentes metais dos quais ela era composta - a cabeça de ouro (o
metal mais valioso e mais durável), o peito e os braços de prata (o
segundo metal em termos de valor), a barriga e os lados (ou coxas) de
bronze, as pernas de ferro (metais ainda mais inferiores), e por fim os
pés, parcialmente de ferro e parcialmente de barro. Veja como são as
coisas deste mundo: quanto mais nos aproximamos delas, menos valor
aparentam. Na vida de um homem a juventude é a cabeça de ouro, mas ela
fica cada vez menos digna da nossa estima. A velhice é metade barro.
Nesta etapa, o homem tem o seu vigor físico extremamente reduzido. E
assim com o mundo, as épocas posteriores trazem consigo a degeneração. A
primeira era da igreja cristã, a da reforma, era uma cabeça de ouro.
Mas, em minha opinião, se é que esta comparação pode ser feita, vivemos
em uma era que é de ferro e de barro. Alguns fazem uma alusão a isto na
descrição do hipócrita, cuja prática não está de acordo com o seu
conhecimento. Ele tem uma cabeça de ouro, mas pés de ferro e de barro:
ele conhece o seu dever, mas não o cumpre. Alguns observam que nas
visões de Daniel as monarquias foram representadas por quatro animais
(cap. 7), porque ele olhava para a sabedoria de baixo para cima. Nesta
situação elas se tornavam terrenas e sensuais, e um poder tirânico,
tendo, nelas mesmas, mais características dos animais do que do homem. E
assim a visão estava de acordo com a noção que Daniel tinha das coisas.
Mas para Nabucodonosor, um príncipe gentio, elas foram representadas por
uma imagem vistosa e pomposa de um homem, porque ele era um admirador
dos reinos deste mundo e da glória deles. Para ele, a visão era tão
encantadora que estava impaciente para vê-la outra vez. Mas o que
aconteceu com essa imagem? A parte seguinte do sonho nos mostra que ela
está calcinada, e foi transformada em nada. Ele viu uma pedra cortada da
montanha por um poder invisível, sem mãos, e esta pedra caiu sobre os
pés da imagem, que eram de ferro e de barro, e os despedaçou. E então,
consequentemente, a imagem deve cair, e assim o ouro, a prata, o bronze,
e o ferro foram todos despedaçados juntos, e esmiuçados de tal forma que
se tornaram como a pragana das eiras no estio, e ali não seria achado
nem sinal deles. Mas a pedra cortada do monte tornou-se um grande
monte, e encheu a terra. Veja como DEUS pode provocar grandes efeitos
através de causas fracas e improváveis. Quando Ele quer, um pequenino
pode se tornar mil. Talvez a destruição desta imagem de ouro, de prata,
de bronze, e de ferro tivesse a intenção de representar a extinção da
idolatria do mundo no devido tempo. Os ídolos dos gentios são de prata e
de bronze, como era esta imagem, e elas perecerão na terra e debaixo
destes céus (Jr 10.11; Is 2.18). E seja qual for o poder que destruir a
idolatria, ele estará no caminho preparado para glorificar e exaltar a
si mesmo, como esta pedra que, após esmiuçar a imagem, tomou-se um
grande monte.
HENRY.
Matthew. Comentário Matthew Henry Antigo Testamento Isaías a
Malaquias. Editora CPAD. pag. 834.
2. A interpretação dos elementos materiais da grande
estátua (2.34-45).
Em primeiro lugar, “a cabeça de ouro” (w.32,36-38)
representava o próprio Rei Nabucodonosor, o rei mais poderoso da terra
na época. Sua palavra era lei e governou por 41 anos e transformou a
Babilônia no maior império do mundo. Obteve grandes conquistas e alargou
suas fronteiras e domínio tomando posse das riquezas das nações
conquistadas, inclusive dos reinos de Judá e de Israel. Em segundo
lugar, “o peito e os braços de prata” (vv.32,39) simbolizavam o império
que sucedeu a Nabucodonosor, o Império Medo-persa. Os dois braços
ligados pelo peito simbolizam a união dos medos e dos persas. Nesse
tempo prevaleceu muito mais as leis instituídas que a autoridade dos
reis desses povos. Em terceiro lugar, Daniel fala do “ventre e os
quadris” da estátua (vv.32,39) que eram de cobre e representavam o
terceiro reino que sucedeu ao medo-persa, o Império Grego. Foi Alexandre Magno, o grande rei e
general, que dominou o mundo inteiro até desintegrar-se com a sua morte.
Em quarto lugar, aparece as “pernas de ferro” (v.33,40-43) que
representavam o último império dessa visão, o Império Romano. Esta
interpretação baseia-se na visão política de um rei pagão. Em quinto
lugar, "os pés de ferro e barro ” indicavam a fragilidade dessa grande
estátua. A mistura de ferro e barro não dá liga, nem sustenta aquele
império que viria, o Romano. Ainda que não seja citado o Império Romano,
o contexto histórico e profético denuncia que se tratava desse império.
As pernas de ferro indicavam a dureza do poder militar que tornou Roma
muito forte, mas diluiu-se moralmente demonstrando a fragilidade do
barro. Os elementos constitutivos da estátua são materiais porque
indicam esta visão política para a compreensão de Nabucodonosor.
Elienai Cabral. Integridade Moral e Espiritual.
O Legado do Livro de Daniel para a Igreja Hoje. Editora CPAD. pag.
45-46.
Dn 2.37 O autor deixa claro que Nabucodonosor e seu
império babilônico eram a cabeça de ouro. Esse monarca era um rei de
reis entre os homens, pleno de grande força e glória. Foi o “DEUS do
céu” (Dan. 2.18) que predestinou esse reino e seu rei.
Pois Yahweh é quem se encarrega dos destinos humanos, individuais e
coletivos (as nações). DEUS é soberano. Ele é tanto o Criador como o Interventor em Sua criação,
recompensando, punindo e dirigindo em consonância com a lei moral. “Rei
de reis” era um título comumente dado aos reis da Pérsia (ver
Esd.7.12). Encontra-se em inscrições do antigo Oriente Próximo e Médio,
incluindo o caso de reis vassalos, como os reis armênios ou os reis
selêucidas. É usado para indicar Nabucodonosor, em Eze. 36.7 e Isa.
36.4. O título, claramente, é atribuído a Yahweh e, então, a JESUS, o
Rei-Messias. Cf. Dan. 47.5; Jer. 27.6,7; Apo. 17.14 e 19.16. Cf. Jer.
52.32.
Dn 2.38 A cujas mãos foram entregues os filhos dos
homens. Continua aqui a descrição do poder do “rei dos reis”
(Nabucodonosor). A cabeça de ouro era a cabeça de tudo em seus dias.
Yahweh havia entregado todas as coisas em suas mãos, tanto os seres
humanos com o os animais. Nabucodonosor se tornou o governante universal
do mundo conhecido em sua época, através de muitas e brutais conquistas
que não deixaram adversário de pé. Os “animais do campo são animais
ferozes, e não domesticados. A Septuaginta adiciona “e os peixes do mar,
o que, obviamente, é secundário. Os monarcas antigos do Oriente Próximo
e Médio (incluindo Salomão) tinham seus jardins zoológicos particulares,
onde criavam toda a espécie de animais estranhos, desconhecidos nas
regiões onde esses reis governavam. A expressão, seja como for,
enfatizava a universalidade do governo de Nabucodonosor. A vida, tanto
animal quanto humana, foi posta a seus pés. Cf. isso com o vs. 44 deste
mesmo capitulo e também com 7.17,24. O império neobabiiônico durou de
626 a 539 A.C., ou seja, oitenta e sete anos.
Ouro provavelmente refere-se às riquezas da Babilônia, e
não à sua força. Dignidade e glória fazem parte da figura como
descrições que os versículos esclarecem.
O Peito e os Braços de Prata (2.39a)
Dn 2.39ª Depois de ti se levantará outro reino. Este
segundo reino (mencionado em meio versículo) significa:
1. os medos e os
persas; ou 2. De acordo com alguns intérpretes antigos e modernos,
apenas os medos. O império medo-persa, em seu conjunto, perdurou por
mais de duzentos anos (539-330 A.C.). Eles conquistaram a Babilônia em
539 A.C.
O Ventre e as Coxas de Bronze (2.39b)
Dn 2.39b Esse terceiro reino, de acordo com vários
intérpretes antigos e modernos é formado:
1. pelos persas, em distinção
aos medos; ou 2. pelo império grego. O leitor deve tomar consciência de
que a identificação do quarto império como Roma não aconteceu senão
quando Roma realmente apareceu, e então a interpretação do quarto
império foi ajustada a esse fato. O quarto rei dos medos, Artiages, foi
traído por suas próprias tropas em 550 A. C., e seu poder foi entregue a
Ciro, o persa, que tinha sido um de seus vassalos. Foi dessa forma que
Ciro se tomou o cabeça do reino medo-persa. Assim também, nos capítulos
5 e 6 de Daniel, essas duas potências aparecem intimamente ligadas. Ver vss. 32-33, que preenchem detalhes quanto à
natureza desses reinos.
As Pernas de Ferro, com os Artelhos em parte de Barro
Cozido (vs. 40)
Dn 2.40 O quarto reino será forte como ferro. Esse quarto
reino era:
1. ou o império de Alexandre. 2. Ou Roma. No início
prevalecia a primeira dessas posições, mas a segunda passou a predominar
quando Roma apareceu. O quinto capítulo sofre a mesma variação quanto à
interpretação. O ferro é o mais forte dos metais, e certamente essa
interpretação se adapta à Grécia ou a Roma. Mas a mistura de ferro
cozido com ferro (vs. 41) fala de uma fraqueza inerente e,
provavelmente, de divisão, como quando o império grego foi dividido
entre os quatro generais de Alexandre. A descrição do vs. 40 pode
aplicar-se igualmente bem a Alexandre ou aos romanos, pois ambos se
ocuparam de uma conquista mundial, quebrando e subjugando os povos.
Como o ferro quebra todas as cousas. “Todos os outros
reinos" é a tradução da NCV, que contudo provavelmente está incorreta.
A ideia não
é que esse poder esmagaria todos os reinos que existiram antes, mas,
antes, que esmagaria todos os oponentes de sua própria época e, assim,
obteria domínio mundial.
Alexandre derrotou todos os oponentes e espalhou o idioma
e a cultura grega por todas as partes. O mundo foi “helenizado". Mas
outro tanto sucedeu com Roma, que se transformou no maior dos impérios
antigos, quando o mar Mediterrâneo se tornou o “lago" romano. O latim
veio a tornar-se outro idioma universal, e, através do latim vulgar,
espalhou-se por toda a Europa. Linguagens separadas surgiram a partir do
latim vulgar, incluindo o nosso idioma português, a última das línguas
neolatinas a desenvolver-se, sendo a caçula desses idiomas.
Dn 2.41,42 Quanto ao que viste dos pés e dos dedos. Esse
poderoso quarto império tinha herdado fraquezas porque seus pés eram
feitos de ferro e barro cozido, um misto de fortalezas e fraquezas.
Neste ponto não são mencionados os dez artelhos, mas é natural
vinculá-los aos dez chifres de Dan. 7.24. Se a Grécia está em vista,
então a divisão do reino significa a distribuição do império de
Alexandre entre os seus quatro generais, quando ele morreu. As duas
pernas, nesse caso, apontariam para as duas principais divisões dessa
divisão, os selêucidas e os ptolomeus. Mas a palavra “dividido”, aqui
usada, poderia ser mais bem traduzida por “composto”, uma referência à
mistura do ferro e do barro cozido que representa fortaleza e fraqueza.
Mas se Roma está em pauta, então pode estar em mira a
divisão desse império em dez partes subordinadas. A visão
dispensacionalista deste versículo, em seguida, liga os dez artelhos, e
os dez chifres, aos dez chifres de Apo. 17.3.
Esses dez chifres, por parte de alguns estudiosos, são
então as dez nações do Mercado Comum Europeu, ou dez centros de poder no
mundo, concebidos como um reavivamento do império romano nos últimos
dias, o qual será encabeçado pelo anticristo. Visto que o Mercado Comum
Europeu consiste agora em mais do que dez nações membros, a teoria do
“poder central” atualmente é mais popular. Não sabemos o quanto dessa
forma de interpretação está correta e quanto dela não passa de fantasia.
Os críticos pensam que é ridículo tentar adaptar tais profecias (ou
história!) ao mundo conhecido atualmente.
Barro de oleiro. Dizem assim muitas traduções, mas barro
cozido (ver o vs. 33) provavelmente é o que está em vista. O barro
cozido é aparentemente duro, mas inerentemente fraco, e o fato de estar
misturado com o ferro tornava a liga mais precária. O barro cozido é
quebradiço, embora pareça ser forte. O vs. 43 diz “barro cozido” (NIV),
mas algumas traduções dizem “barro de lodo”, conforme se vê em nossa
versão portuguesa.
Dn 2.43 Quanto ao que viste do ferro misturado com barro
de lodo. O ferro e o barro são elementos precários quando se misturam,
sem importar se o barro estiver cozido ou em sua forma semilíquida. O
resultado é a fraqueza, conforme vimos no vs. 42. Houve
uma mistura dos homens fortes de Alexandre com as filhas das nações,
pelo que o caráter grego distintivo foi poluído. O próprio Alexandre
encorajava casamentos mistos, com povos conquistados, em sua visão
universalista das coisas, e ele, como é natural, seria o rei do império
mundial. Os reis selêucidas e ptolomeus continuaram a política dos
casamentos mistos, e em breve o que era grego transformou-se em apenas
outra forma de expressão gentílica. Se Roma está em mira, então temos o
declínio gradual da força romana. A descentralização destruiu o império
romano. A anarquia passou a reinar em alguns lugares: houve o governo da
plebe, ou seja, das classes populares. Em outros lugares, a democracia
enfraqueceu o poder centralizado, e o resultado foi a fragmentação.
Portanto, vários tipos de “casamento” debilitaram o que antes fora muito
forte. Não está em vista a mistura do cristianismo com o paganismo, na
época da igreja, embora certamente isso tenha acontecido e continue
acontecendo.
CHAMPLIN,
Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por
versículo. Editora Hagnos. pag. 3382.
A interpretação desse sonho. Vejamos agora qual é o
significado disso. Ela veio de DEUS. Portanto, convém que consigamos a
explicação que Ele se dispõe
a nos dar. Ao que parece, Daniel tinha os seus
companheiros consigo, e fala por eles bem como por si mesmo, quando diz:
A interpretação dele diremos (v. 36). Agora:
1. Essa imagem representava os reinos da terra que
governariam sucessivamente entre as nações, e teriam influência sobre as
questões da congregação judaica. As quatro monarquias não eram
representadas por quatro estátuas diferentes, mas por uma única imagem,
pelo fato de todas elas serem de um mesmo espírito e caráter, e por
todas serem mais ou menos contrárias à igreja. Foi o mesmo poder,
conferido a apenas quatro nações diferentes, ficando as duas primeiras
ao oriente da Judéia, e as outras duas ao ocidente.
(1) A cabeça de ouro
representava a monarquia dos caldeus, que estava em ação (w. 37,38): Tu,
ó rei, és (ou antes, serás) rei de reis, um monarca universal, a quem
muitos reis e reinos serão tributários. Ou, Tu és o mais elevado dos
reis sobre a terra neste momento (como um servo dos servos é o servo
mais inferior). Tu ultrapassas em brilho a todos os outros reis. Mas que
ele não atribua a sua elevação à sua própria política e coragem. Não.
Foi o DEUS dos céus que deu a ti um reino, poder, força, e glória, um
reino que exerce grande autoridade, permanece firme, e brilha
intensamente, agindo através de um exército poderoso, com um poder
arbitrário. Note que o maior dos príncipes não tem nenhum poder além
daquele que lhe é dado do alto. A extensão do seu domínio é apresentada
(v. 38): onde quer que habitem filhos de homens, em todas as nações
daquela parte do mundo. Ele era príncipe sobre todas elas, sobre elas e
tudo o que lhes pertencesse, sobre todo o seu gado, não só aquele que
possuíssem, mas aquele que fosse fera e naturalmente selvagem, ou seja, os
animais do campo e as aves do céu. Ele era senhor de todos os bosques,
florestas, e animais de caça, e ninguém tinha permissão de caçar sem a
sua autorização. Assim “tu és a cabeça de ouro; tu, e teu filho, e o
filho de teu filho, por setenta anos.” Compare esta palavra com Jeremias
25.9,11, especialmente com Jeremias 27.5-7. Havia outros reinos
poderosos no mundo nessa época, como o dos citas. Mas foi o reino da
Babilônia que reinou sobre os judeus, e isto iniciou o governo que
continuou na sucessão aqui descrita até o tempo de CRISTO. Ele é chamado
de cabeça, por sua sabedoria, eminência, e poder absoluto, uma cabeça de
ouro por causa de sua riqueza (Is 14.4). Era uma cidade de ouro. Alguns
posicionam essa monarquia começando em Ninrode, e depois percorrendo
todos os reis da Assíria, cerca de cinquenta monarcas ao todo, e
calculam que ela tenha durado mais de 1.600 anos. Mas ela não foi uma
monarquia tão longa, de extensão e poder tão vastos quanto a que aqui é
descrita, nem algo semelhante a essa. Portanto, outros consideram que
somente Nabucodonosor, Evil-Merodaque e Belsazar pertencessem a essa
cabeça de ouro. Eles tinham um trono glorioso e alto, e talvez
exercessem um poder mais despótico do que qualquer dos reis que viveram
antes deles. Nabucodonosor reinou quarenta e cinco anos ininterruptos.
Evil-Merodaque, vinte e três anos ininterruptos, e Belsazar, três. A
Babilônia era a metrópole deles. E Daniel esteve com eles, neste local,
durante setenta anos.
(2) O peito e os braços de prata representavam a
monarquia dos medos e persas, das quais o rei recebe informações
bastante resumidas: E, depois de ti, se levantará outro
reino, inferior ao teu (v. 39), não tão rico, poderoso,
ou vitorioso. Este reino foi fundado por Dario, o medo, e Ciro, o persa,
em aliança um com o outro. Portanto, ele é representado por dois braços
que se encontram no peito. Ciro era persa por parte de pai, e medo por
parte de mãe. Alguns calculam que essa segunda monarquia durou 130 anos.
Outros calculam 204 anos. O primeiro cálculo está mais de acordo com a
cronologia das Escrituras.
(3) A barriga e as coxas de bronze
representavam a monarquia dos gregos, fundada por Alexandre, que
derrotou Dario Codomano, o último dos imperadores persas. Este é o
terceiro reino, de bronze, inferior à monarquia persa em riqueza e
extensão de domínio. Mas com Alexandre, pelo poder da espada, o reino
dominará sobre toda a terra. Porque Alexandre vangloriou-se de ter
conquistado o mundo, e então sentou e chorou porque não tinha outro
mundo para conquistar. (4) As pernas e pés de ferro representavam a
monarquia romana. Alguns creem que
isto diz respeito à parte final da monarquia grega, os dois impérios
da Síria e do Egito, o primeiro governado pela família dos Selêucidas,
de Seleuco, o segundo pela família de Lagidae, de Ptolomeu Lago. Estes
formam as duas pernas e os pés dessa imagem: Grótio, Júnio e Broughton
entendem desta maneira. Mas a opinião mais aceita tem sido a de que a
referência feita aqui seja à monarquia romana, porque foi na época desta
monarquia, e quando ela estava no seu auge, que o reino de CRISTO foi
estabelecido no mundo pela pregação do Evangelho eterno. O reino romano
era forte como o ferro (v. 40). O testemunho disso é o domínio desse
reino contra todos aqueles que contenderam com ele por muitos anos. Esse
reino despedaçou o império grego e depois disso destruiu boa parte da
nação dos judeus. Durante a parte final da monarquia romana ele
enfraqueceu muito, e se dividiu em dez reinos, que eram como os dedos
desses pés. Alguns deles eram fracos como o barro, e outros fortes como
o ferro (v. 42). Várias tentativas foram feitas para misturá-los e
uni-los para o fortalecimento do império, mas foi tudo em vão: Não se
ligarão um ao outro (v. 43). Esse império dividiu o governo por muito
tempo entre o senado e o povo, os nobres e os comuns, mas eles não se
fundiram inteiramente. Houve guerras civis entre Mário e Sila, César e
Pompeu, cujos aliados eram como o ferro e o barro. Alguns entendem essas
palavras como uma referência aos tempos de declínio desse império,
quando, para o fortalecimento do império contra as irrupções das nações
bárbaras, os ramos da família real se casaram entre si. Mas a política
não teve o efeito desejado, quando chegou o dia da queda desse império.
3. A pedra cortada, sem ajuda de mãos (2.45).
Os reinos descritos de cima para baixo representados na
grande estátua revelam a progressiva decadência dos reinos desse mundo,
pois começam no ouro e terminam no barro. Esta “pedra” representa o
reino que virá que é o Reino messiânico de CRISTO intervindo no poder
dos reinos do mundo. Ele é a pedra cortada que virá para desfazer no
último tempo o poder mundial do Anticristo (Dn 2.45; SI 118.22; Zc
12.3). O sentido da pedra cortada vinda do monte indica figuradamente a
vinda de CRISTO que esmiuçará o domínio configurado dos 10 dedos dos pés
da estátua, formando um grande montão (Dn 2.44,45).
Elienai
Cabral. Integridade Moral e Espiritual. O Legado do Livro de
Daniel para a Igreja Hoje. Editora CPAD. pag. 46.
Dn 2.44,45 Mas, nos dias destes reis, o DEUS do céu
suscitará um reino. O quinto reino é o Reino Divino da era do reino e do
Messias. Este versículo interpreta a Grande Pedra dos vss. 34-35. O
reino universal de DEUS destruirá todos os outros reinos, reduzindo-os a
um pó tão fino que qualquer brisa será capaz de soprar para longe. Mas o
próprio reino do Messias será invencível e indestrutível. Perdurará para
sempre. Tornar-se-á ímpar e único. Os dispensacionalístas vêem os dez
artelhos como, especificamente, reinos a serem esmigalhados. A Grande
Pedra é a Rocha, o Messias. Cf. Sal. 118.22; Isa. 8.14; 28.16; I Ped.
2.6-8. A Grande Pedra tornou-se uma montanha, tão poderosa e imensa será
(ver Dan. 2.35). Essa montanha encherá toda a terra. A montanha
simboliza um grande reino. Essa montanha é distinta da imagem. É de
origem divina e tem uma qualidade eterna, ao passo que a imagem feita
pelo homem é reduzida a pó. “Os reinos anteriores tinham sido destruídos
ou pela corrupção interna ou por algum conquistador vindo de fora. Mas
esse novo reino nunca será destruído, pois permanecerá para sempre. A
soberania de DEUS jamais passará... O escritor sacro, pois, estava
dizendo que o Novo Reino não será apenas outro reino, que chegou e logo
passará. Não estará nas mãos de algum grupo nacional, mas nas mãos de
DEUS" (Arthur Jeffery, in Ioc.). Esse intérprete passa então a fazer do
quinto reino a nação de Israel, o que, em certo sentido, é verdadeiro,
porquanto o reino do Messias será manifestado através da restaurada
nação de Israel. No entanto, será mais do que isso.
“Por ocasião de Sua volta, o Messias subjugará todos os
reinos a Seus pés, levando-os assim ao fim (ver Apo. 11.15; 19.11-20). E
então Ele governará para sempre no milênio e no estado eterno” (J.
Dwight Pentecost, in Ioc.). Os pré-milenaristas acreditam que o reino
messiânico será estabelecido por ocasião do segundo advento de CRISTO.
CHAMPLIN,
Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por
versículo. Editora Hagnos. pag. 3382-3383
Tendo Daniel então interpretado o sonho, a satisfação de
Nabucodonosor foi tão grande, que não o interrompeu nenhuma vez. A
interpretação foi tão completa, a ponto de o rei não ter perguntas a
fazer, e foi tão clara que ele não teve nenhuma objeção a fazer. E
assim, o homem de DEUS encerra tudo com uma declaração solene:
1. Da origem divina desse sonho: O DEUS grande (assim ele
o chama, para expressar os seus próprios pensamentos elevados a respeito
dele, e para gerar o mesmo na mente desse grande rei) fez saber ao rei o
que há de ser depois disso, o que os deuses dos magos não puderam fazer.
E assim, uma confirmação completa foi dada a esse grande argumento que
Isaías havia muito tempo antes exortado contra os idólatras, e
particularmente os idólatras da Babilônia, quando ele desafiou os deuses
que eles adoravam a anunciarem as coisas que ainda haviam de vir, para
que soubessem que eram de fato deuses (Is 41.23). Através de tudo isso,
Daniel provou que o DEUS de Israel é o DEUS verdadeiro, que só Ele é
capaz de declarar o final de todas as coisas desde o princípio (Is
46.10).
2. Da inequívoca certeza das coisas preditas por esse sonho.
Aquele que faz saber essas coisas é o mesmo que as criou e as
determinou, e por sua providência as realizará. E temos a certeza de que
o seu conselho permanecerá, e não poderá ser alterado. Portanto, o sonho
é certo e a sua interpretação é segura. Observe que podemos confiar em
tudo aquilo que DEUS quiser nos revelar.
HENRY.
Matthew. Comentário Matthew Henry Antigo Testamento Isaías a
Malaquias. Editora CPAD. pag. 836.
A pedra cortada sem mãos representava o reino de JESUS
CRISTO, que deveria ser estabelecido no mundo na época do império
romano, e sobre as ruínas do império de Satanás nos reinos do mundo.
Esta é a pedra cortada do monte sem mãos, pois Ele não seria levantado
nem apoiado pelo poder humano nem pela política humana. Nenhuma mão
visível deveria agir no seu estabelecimento, mas isto deveria ser feito
invisivelmente pelo ESPÍRITO do Senhor dos Exércitos. Essa foi a pedra
que os edificadores rejeitaram, porque não foi cortada pelas mãos deles,
mas agora se tornou a pedra fundamental, a pedra de esquina.
Quando esses reis estiverem
competindo uns com os outros, e em todas as lutas em que cada uma das
partes em conflito quiser encontrar a sua própria razão, DEUS fará a sua
própria obra e cumprirá os seus próprios conselhos. Todos esses reis são
inimigos do reino de CRISTO. No entanto, Ele será estabelecido, o que
constitui um desafio a todos eles.
Esse é um reino que não conhece
declínio, não corre o risco de ser destruído, e não admitirá qualquer
sucessão ou revolução. Ele nunca será destruído por alguma força
estrangeira invasora, como ocorre com muitos outros reinos. O fogo e a
espada não podem consumi-lo. Os poderes conjuntos da terra e do inferno
não podem privar os súditos do seu Príncipe ou o Príncipe dos seus
súditos. Esse reino não será deixado para outros povos, como acontece
com os reinos desta terra. Assim como CRISTO é um monarca que não tem
sucessor (porque Ele mesmo reinará para sempre), o seu reino também é
uma monarquia que não está sujeita a nenhuma revolução.
É um reino que será vitorioso sobre toda a oposição. Ele
despedaçará e consumirá todos esses reinos, assim como a pedra cortada
do monte sem mãos esmiuçará a imagem (w. 44,45). O reino de CRISTO
assolará todos os outros reinos, sobreviverá a eles, e florescerá quando
eles afundarem com o seu próprio peso. Eles ficarão tão destruídos, que
não se conhecerá mais o seu lugar. Todos os reinos que aparecerem contra
o reino de CRISTO serão quebrados com uma vara de ferro, como um vaso de
oleiro (SI 2.9). E nos reinos que se sujeitarem ao reino de CRISTO, a
tirania, a idolatria, e tudo o que for reprovado neles serão quebrados. Está chegando o dia em
que JESUS CRISTO abaterá todo governo, principado, e potestade, e
colocará todos os seus inimigos debaixo dos seus pés. E então essa
profecia terá o seu pleno cumprimento no momento preparado pelo Senhor
DEUS, e não antes (1 Co 15.24,25). O nosso Salvador parece se referir a
isso (Mt 21.44), quando, falando de si mesmo como a pedra rejeitada
pelos edificadores judeus, Ele diz que aquele sobre quem esta pedra cair
ficará reduzido a pó.
Ele será um reino eterno. Aqueles reinos da terra que
haviam despedaçado todos ao seu redor vieram, em sua vez, a ser
despedaçados da mesma maneira. Mas o reino de CRISTO despedaçará outros
reinos e permanecerá para sempre. O seu trono será como os dias do céu.
A sua semente e os seus súditos serão como as estrelas do céu, não só
inumeráveis, mas imutáveis. Do aumento do governo de CRISTO, e da paz de
CRISTO, não haverá fim. O Senhor reinará para sempre, não só até o fim
dos tempos, mas quando o tempo e os dias não mais existirem. E DEUS será
tudo em todos por toda a eternidade.
HENRY.
Matthew. Comentário Matthew Henry Antigo Testamento Isaías a
Malaquias. Editora CPAD. pag. 834-836.
ELABORADO:
Pb Alessandro Silva (http://estudaalicaoebd.blogspot.com.br/)
com
algumas modificações do Ev. Luiz Henrique.
Questionário
da
Lição 3, O DEUS Que
Intervém Na História
Responda conforme a
revista da CPAD do 4º Trimestre de 2014 - Para jovens e adultos
TEMA: A INTEGRIDADE MORAL E
ESPIRITUAL - O LEGADO DO LIVRO DE DANIEL PARA A IGREJA HOJE. Comentário: Pr.
Elienai Cabral
Complete os espaços
vazios e marque com "V" as respostas verdadeiras e com "F" as
falsas.
TEXTO ÁUREO
1- Complete:
"Falou Daniel e disse: Seja bendito o nome de DEUS para
todo o sempre, porque dele é a _________________________
e a força; ele muda os _________________________
e as horas; ele __________________________ os reis e estabelece os reis; ele dá sabedoria aos
sábios e ciência aos inteligentes" (Dn 2.20,21).
VERDADE PRÁTICA
2- Complete:
DEUS ___________________________ na ___________________________,
pois sua é a ___________________________ e os que nela
habitam.
I- O SONHO PERTURBADOR DE NABUCODONOSOR (Dn 2.1-15)
3- Qual o tempo do sonho (v.1) de Nabucodonosor?
( ) O primeiro versículo demonstra um aparente conflito de datas.
( ) A expressão "segundo ano do reinado de Nabucodonosor" contrasta com
os três anos de treinamento de Daniel e de seus companheiros descritos no
primeiro capítulo.
( ) Segundo estudiosos do Antigo Testamento, tanto os judeus quanto os
babilônios contavam as frações de um ano como ano inteiro.
( ) Por isso, a vigência do segundo ano para a cultura do reino de Judá
era o terceiro ano do reinado de Nabucodonosor.
( ) Por isso, a vigência do terceiro ano para a cultura do reino de Judá
era o segundo ano do reinado de Nabucodonosor.
4- De que maneira a habilidade dos sábios é desafiada no palácio (2.2)?
( ) Ao esquecer-se do sonho, Nabucodonosor desafiou as habilidades dos
sábios palacianos em revelar e interpretar o que ele havia sonhado.
( ) O sonho perturbou o rei, pois Nabucodonosor suspeitava que a
simbologia do que sonhara tinha relação com o reino e com o futuro do
império.
( ) Naqueles tempos, os reis tinham a pretensão de ser privilegiados com
sonhos divinamente inspirados.
( ) Quando sonhavam, requeriam então o trabalho dos sacerdotes adivinhos.
( ) Estes serviam à corte e interpretavam os sonhos de seus senhores.
( ) Os sacerdotes adivinhos eram também chamados de magos, astrólogos,
encantadores ou apenas "sábios sacerdotes".
( ) Os sacerdotes adivinhos eram também chamados de magos, astrólogos,
encantadores ou apenas "caldeus".
5- Como se deu o fracasso da sabedoria pagã (2.3-13)?
( ) Conforme descrito no capítulo dois, percebemos que Nabucodonosor
suspeitava da lisura e honestidade dos seus magos conselheiros.
( ) Será que estes magos se aproveitavam de estratégias para enganar e
ameaçar as pessoas com palavras vãs? Esta dúvida deveria ser passada a
limpo.
( ) Então o imperador desafiou-os a não somente adivinhar o sonho, mas
interpretá-lo.
( ) O rei decretou ainda a pena capital para todos os sábios do palácio
caso não desvendassem o sonho.
( ) Diante do desafio, os magos revelaram-se incapazes de decifrar o
sonho do rei Nabucodonosor, bem como saberem o seu conteúdo.
( ) O problema era que, por serem
advinhos, Daniel e os seus amigos
poderiam ser igualmente atingidos por esse decreto.
( ) O problema era que, por serem nobres, Daniel e os seus amigos
poderiam ser igualmente atingidos por esse decreto.
II- A ATITUDE SÁBIA DE DANIEL (2.16-30)
6- Como se deu a cautela de Daniel (vv.16-18) para desvendar o sonho de
Nabucodonosor?
( ) Daniel entrou na presença do rei e pediu-lhe um tempo para desvendar
o sonho. O objetivo era receber a resposta de DEUS acerca do conteúdo do
sonho de Nabucodonosor.
( ) O profeta Daniel não agiu isoladamente. Antes,
convocou todos os judeus para que juntos orassem a DEUS pedindo-lhe
orientação espiritual sobre o assunto, a fim de que eles não perecessem com
os sábios da Babilônia.
( ) O profeta Daniel não agiu isoladamente. Antes, procurou os seus
amigos Hananias, Misael e Azarias para juntos orarem a DEUS pedindo-lhe
orientação espiritual sobre o assunto, a fim de que eles não perecessem com
os sábios da Babilônia.
( ) A ousadia da fé do profeta, demonstrada neste episódio, ilustra-nos
quão essencial é para o crente viver uma vida de confiança e inteira
dependência de DEUS.
( ) Há coisas na vida do crente que demandam oração perseverante. Para
obtermos resposta do Senhor, a oração ainda é o canal mais eficaz.
7- Como Daniel poderia provar que DEUS revelava mistérios (vv.19 -27)? E
nós?
( ) Depois de Daniel e os seus companheiros terem buscado a DEUS em
oração, o Senhor revelou o que o rei havia sonhado e também o que o sonho
significava.
( ) Daniel exaltou e alegrou-se em DEUS porque o Altíssimo interveio na
história humana.
( ) Quem pode livrar como o Senhor? Quem pode impedir a sua ação? Sábio
algum do mundo!
( ) Ninguém poderia perscrutar o pensamento e a consciência de um homem
poderoso como o rei da Babilônia. Mas o Senhor dos Exércitos não só podia
como o fez.
( ) Ele é o Criador; o homem, criatura! O mundo está sob a providência de
DEUS, pois Ele tem poder de mudar os tempos e as estações do ano, de remover
e estabelecer reis.
( ) Ele ajuda o homem a conduzir a história humana!
( ) Ele conduz a história humana!
8- Como é o caráter profético do sonho de Nabucodonosor (vv.28,29)? O que
foi revelado ao profeta Daniel?
( ) Daniel se esforçou após saber que
se tornaria governador do império Caldeu.
( ) Em síntese, DEUS mostrou que o sonho do rei dizia respeito a
Babilônia, bem como aos acontecimentos futuros envolvendo outros reinos.
( ) A expressão "fim dos dias" merece ser destacada. Segundo a
escatologia judaica, essa é uma expressão do Antigo Testamento que significa
o espaço de tempo, desde o início do cumprimento da profecia no império
babilônico até o estabelecimento do reinado de CRISTO na terra.
( ) Outro ponto digno de nota é que Daniel não expressa nenhum interesse
de ter os créditos da revelação. Para o profeta, a revelação do mistério é
mérito somente de DEUS.
( ) A glória pertence ao Todo-Poderoso que, pela sua imensurável graça,
desvenda os mistérios terrenos e espirituais aos pequeninos deste mundo.
III. DANIEL CONTA O SONHO E INTERPRETA-O (2.31-45)
9- Qual a correta descrição do sonho de Nabucodonosor (vv. 31-35)?
( ) O sonho do imperador babilônico era profético.
( ) O sonho do imperador babilônico era
escatológico e histórico.
( ) Nabucodonosor viu uma estátua constituída por uma cabeça de
ouro; peito e braços de prata; ventre e coxas de cobre; pernas de ferro; e pés de ferro e de barro.
( ) O versículo 34 relata "uma pedra que foi cortada, sem mãos" a qual
feriu os pés da estátua, destruindo-a completamente.
( ) Os quatro impérios pagãos, mencionados simbolicamente na profecia já
existiram, comprovando a veracidade da visão profética.
( ) A visão da "pedra que foi cortada, sem mãos" ainda não se cumpriu,
pois trata-se do reino universal de JESUS CRISTO que ainda não foi
literalmente estabelecido.
10- Qual a interpretação dos elementos materiais da grande estátua
(2.34-45)? Complete:
a ) "A cabeça de ouro " (vv.32,36-38).
Exemplificava o reino da
__________________________. Nabucodonosor a governou por 41 anos
e a transformou no império mais poderoso da época.
b) "O peito e os braços de prata" (vv.32,39).
Trata-se do império Medo-__________________________.
Os dois braços ligados pelo peito representam a união dos Medos e dos ___________________________.
c) " Ventre e os quadris" (vv.32,39).
Retrata o império
_________________________.
Foi Alexandre Magno que dominou o mundo inteiro constituindo assim um
dos impérios mais extensos na história da humanidade até a sua morte
__________________________.
d) "Pernas de ferro" (v.33,40-43).
Refere-se ao último império da história, o
__________________________.
Os pés de ferro e barro indicam a ___________________________
deste império. A mistura entre ferro e barro não ocorre. O império __________________________,
por um lado era poderoso (ferro), mas por outro, frágil e ___________________________ (barro).
11- O que significa "A pedra cortada, sem ajuda de mãos" (2.45)?
( ) Esta "pedra" representa o império de CRISTO interferindo nos
impérios do
mundo.
( ) Esta "pedra" representa o reino de CRISTO intervindo nos reinos do
mundo.
( ) CRISTO é a pedra cortada que desfará o poder mundial do Anticristo.
( ) A pedra cortada vinda do monte significa, figuradamente, a vinda do
Rei esmiuçando o domínio imperial e pagão deste século.
( ) CRISTO é quem regerá as nações para sempre!
CONCLUSÃO
12- Complete:
A revelação da __________________________
provou ao rei Nabucodonosor a ___________________________
do DEUS de Israel. Nação a qual o rei havia levado em
__________________________,
destruído a Cidade Santa e o seu __________________________
(2 Cr 36.11-23). O DEUS desta nação revelou a Daniel e aos seus
companheiros o futuro dos ___________________________
ao longo da existência humana (Dn 2.46-49).
__________________________ compreendeu isto. E
nós? O quanto valorizamos e amamos o DEUS soberano?
RESPOSTAS DO QUESTIONÁRIO EM http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/videosebdnatv.htm
Referências Bibliográficas (outras estão acima)
Bíblia de estudo - Aplicação Pessoal.
Bíblia de Estudo Almeida. Revista e Atualizada.
Barueri, SP: Sociedade Bíblica do Brasil, 2006.
Bíblia de Estudo Palavras-Chave Hebraico e
Grego. Texto bíblico Almeida Revista e Corrigida.
Bíblia de Estudo Pentecostal. Traduzida em
português por João Ferreira de Almeida, com referências e algumas variantes.
Revista e Corrigida, Edição de 1995, Flórida- EUA: CPAD, 1999.
BÍBLIA ILUMINA EM CD - BÍBLIA de Estudo NVI EM
CD - BÍBLIA Thompson EM CD.
CPAD - http://www.cpad.com.br/ -
Bíblias, CD'S, DVD'S, Livros e Revistas. BEP - Bíblia de Estudos
Pentecostal.
VÍDEOS da EBD na TV, DE LIÇÃO INCLUSIVE - http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/videosebdnatv.htm
www.ebdweb.com.br
www.escoladominical.net
www.gospelbook.net
www.portalebd.org.br/
http://estudaalicaoebd.blogspot.com.br/
-
Pb Alessandro Silva