Pr. Henrique, EBD NA TV, DONS DE CURAR, Lições Bíblicas, COMENTO REVISTAS CPAD, BETEL E CENTRAL GOSPEL, Moro em Jordanésia, Cajamar, SP, morava em Imperatriz, MA, Pr. IEADI, estudos bíblicos, vídeos aula, gospel, ESPÍRITO SANTO, JESUS, DEUS PAI, slides, de Ervália, MG, Canal YouTube Henriquelhas, Igreja Evangélica Assembleia de Deus ministério Belém, área 58, Santana de Parnaíba, SP.
Lição 12: Os Pecados de Omissão e de Opressão 1 parte
Lição 12: Os Pecados de Omissão e de Opressão 1 parte
Lição 12 - Os Pecados de Omissão e de Opressão LIÇÕES BÍBLICAS - 3º Trimestre de 2014 - CPAD - Para jovens e adultos Tema: FÉ E OBRAS - Ensinos de Tiago para uma Vida Cristã Autêntica Comentário: Pr. Eliezer de Lira e Silva
Complementos, ilustrações, questionários e vídeos: Ev. Luiz Henrique de Almeida Silva Questionário NÃO DEIXE DE ASSISTIR AOS VÍDEOS DA LIÇÃO ONDE TEMOS MAPAS, FIGURAS, IMAGENS E EXPLICAÇÕES DETALHADAS DA LIÇÃO http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/videosebdnatv.htm
TEXTO ÁUREO
"Aquele, pois, que sabe fazer o bem e o não faz comete pecado" (Tg 4.17).
VERDADE PRÁTICA
Os pecados de omissão e opressão são tão repulsivos diante de DEUS quanto às
demais transgressões.
LEITURA DIÁRIA
Segunda - Gn 3.1-24 A queda do ser humano
Terça - Is 59.2 O pecado nos separa de DEUS
Quarta - Jo 1.29 O Cordeiro de DEUS que tira o pecado
Quinta - Hb 9.22 Remissão pelo sangue de JESUS
Sexta - 1 Jo 1.7 O sangue de JESUS purifica de todo pecado
Sábado - 1 Rs 8.46 Não há quem não peque
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE - Tiago 4.17; 5.1-6
17 Aquele, pois, que sabe fazer o bem e o não faz comete pecado
1 Eia, pois, agora vós, ricos, chorai e pranteai por vossas misérias, que sobre
vós hão de vir. 2 As vossas riquezas estão apodrecidas, e as vossas vestes estão
comidas da traça. 3 O vosso ouro e a vossa prata se enferrujaram; e a sua
ferrugem dará testemunho contra vós e comerá como fogo a vossa carne.
Entesourastes para os últimos dias. 4
Eis que o salário dos trabalhadores que ceifaram as vossas terras e que por vós
foi diminuído clama; e os clamores dos que ceifaram entraram nos ouvidos do
Senhor dos Exércitos. 5 Deliciosamente, vivestes sobre a terra, e vos
deleitastes, e cevastes o vosso coração, como num dia de matança. 6 Condenastes
e matastes o justo; ele não vos resistiu.
INTERAÇÃO
Professor, na lição de hoje estudaremos a respeito dos pecados de omissão e
opressão. Também veremos a exortação de Tiago em relação ao julgamento dos ricos
impiedosos. O meio-irmão do Senhor adverte os ricos, não pela posse de bens
materiais, mais porque estes não eram bons mordomos dos seus bens. Segundo
Tiago, estes ricos exploravam os pobres (Tg 2.5,6). Atitude esta que DEUS
abomina.
O Senhor deseja que venhamos utilizar nossos recursos para ajudar as pessoas
necessitadas, não somente para o nosso deleite e prazer. Que possamos utilizar
nossos bens para promover o Evangelho e ajudar as pessoas, pois "a fé sem obras
é morta". Tiago mostra que os ricos estavam tão absortos em seus deleites que
nem se deram conta do juízo divino e da desgraça que se abateu sobre eles: "As
vossas riquezas estão apodrecidas, e as vossas vestes estão comidas da traça"
(5.2). Que venhamos utilizar nossos bens com sabedoria.
OBJETIVOS - Após esta
aula, o aluno deverá estar apto a:
Conscientizar-se dos perigos do pecado de omissão.
Mostrar que adquirir bens à custa da exploração alheia é pecado.
Saber que DEUS ouve o clamor dos trabalhadores injustiçados.
ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Professor, reproduza o quadro abaixo para os alunos. Utilize-o para mostrar como
a Palavra de DEUS identifica a riqueza. Enfatize que a riqueza não é e jamais
será um sinal de fé ou do favor divino. Explique que JESUS fez duras criticas
aqueles que amam os bens materiais. O Mestre declarou: "Quão dificilmente
entrarão no reino de DEUS os que têm riquezas" (Lc 18.24).
Resumo da Lição 12 - Os Pecados de Omissão e de Opressão.
I- O PECADO DE OMISSÃO (Tg 4.17)
1. A realidade do pecado.
2. O pecado de comissão (Gn 3.17-19).
3. O pecado de omissão (Tg 4.17).
II- O PECADO DE ADQUIRIR BENS À CUSTA DA EXPLORAÇÃO ALHEIA (Tg 5.1-3)
1. O julgamento divino sobre os comerciantes ricos (v.1).
2. O mal que virá (v.2).
3. A corrosão das riquezas e o juízo divino (v.3).
III- O ESCASSO SALÁRIO DOS TRABALHADORES “CLAMA” A DEUS (Tg 5.4-6)
1. O clamor do salário dos trabalhadores (v.4).
2. A regalia dos ricos que não temem a DEUS cessará (v.5).
3. O pobre não resiste à opressão do rico (v.6).
SINOPSE DO TÓPICO (1) - DEUS é santo e abomina tanto o pecado de comissão como o
de omissão.
SINOPSE DO TÓPICO (2) - A Palavra de DEUS condena àqueles que adquirirem
riquezas as custa da exploração dos pobres e necessitados.
SINOPSE DO TÓPICO (3) - DEUS ouve o clamor dos trabalhadores injustiçados. Ele é
justo e não aceita nenhuma forma de opressão e injustiça.
AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO I - Subsidio Bibliológico
"Por que contra o rico? (5.1-6)
Em Jerusalém, eram poucas as pessoas da classe alta que se mostravam sensíveis
ao Evangelho. Enquanto crescia a perseguição contra a igreja primitiva, muitos
crentes perderam sua fonte de subsistência e passaram a ser explorados pelos
poderosos. As investidas de Tiago contra os ricos são:
1) eles anseiam aumentar
a riqueza com o sofrimento dos outros;
2) defraudam seus empregados;
3) vivem de
maneira extravagante, e amam a boa vida; e,
4) matam os justos.
Temos condições de ser pacientes até mesmo quando provocados pela avidez dos
exploradores da riqueza. Pois, sabemos que CRISTO, o Juiz, está às portas (Tg
5.7-9)" RICHARDS, Lawrence O. Guia do Leitor da Bíblia: Uma análise de
Gênesis a Apocalipse capítulo por capítulo. 9. ed. Rio de Janeiro, CPAD,
2010, p. 875).
BIBLIOGRAFIA SUGERIDA
RICHARDS, Lawrence O. Comentário Histórico-Cultural do Novo Testamento. 1. ed.
Rio de Janeiro, CPAD, 2007.
ARRINGTON, French L; STRONSTD (Eds.). Comentário Bíblico Pentecostal Novo
Testamento. Vol. 2. 4. ed. Rio de Janeiro, CPAD, 2009.
SAIBA MAIS pela Revista
Ensinador Cristão CPAD - nº59. p.42.
COMENTÁRIOS DE VÁRIOS LIVROS - INTRODUÇÃO
Como destacamos no capítulo
10 deste livro, o apóstolo Tiago chama a atenção de seus leitores, mais
especificamente na abertura do capítulo 4, para as consequências trágicas da
omissão dos homens mais abastados em cuidar “dos órfãos e das viúvas” (Tg
1.27) assim como dos membros indigentes da sua comunidade (Tg 2.15,16). Tal
atitude, frisa o apóstolo, estava levando a mortes desnecessárias entre os
mais necessitados, de maneira que Tiago sugere que esses homens ricos que
pecavam por omissão, que pecavam por não atenderem aos mais carentes, eram,
indiretamente, assassinos (Tg 4.3; 5.6). Sim, porque os interesses egoístas
dessas pessoas — e que ficará ainda mais evidenciado no caso da diminuição
do salário devido aos trabalhadores pobres (Tg 5.4) — estavam levando
necessitados à morte. Ao lutarem apenas pelos seus próprios deleites, eles
estavam, na prática, mesmo que indiretamente, combatendo contra seus irmãos
necessitados, porque sua omissão custava a vida destes. Tratava-se,
portanto, de uma omissão criminosa.
Lembremos que a Epístola de
Tiago foi escrita, muito provavelmente, durante a grande fome que abateu a
Judeia por volta do ano 46 d.C. A data mais provável para a composição da
Carta de Tiago é entre 45 e 49 d.C., isto é, exatamente um período que
abrange a época dessa grande fome. Logo, quando Tiago viu que a morte de
alguns irmãos poderia ser poupada se não fosse a omissão dos mais ricos —
ainda mais que os ricos empregadores, motivados apenas por cobiça e egoísmo,
estavam em falta no pagamento dos salários dos seus trabalhadores, salário
este que, se honrado, supriria minimamente as necessidades destes —, o
apóstolo foi tomado de uma ira santa e escreveu as palavras contundentes que
abrem o capítulo 5 de sua carta, sobre as quais meditaremos a seguir.
Alexandre Coelho e Silas
Daniel. Fé e Obras, Ensinos de Tiago para uma Vida Cristã Autêntica.
Editora CPAD. pag. 137-138.
Lc 6.24 Os três versículos
seguintes contêm expressões de aflição (os “ais”) que expressam o oposto das
“bem-aventuranças” dos versículos anteriores. Embora a maioria das pessoas
do mundo veja os bens como desejáveis e um sinal das bênçãos de DEUS, JESUS
diz o oposto. Provavelmente, JESUS dirigia estes comentários às pessoas em
geral. JESUS não menospreza os bens propriamente ditos, mas sim o seu efeito
sobre as pessoas. Os bens fazem as pessoas se sentirem autossuficientes e
julgarem ter encontrado a felicidade que estavam procurando. Aqueles que
escolhem o conforto presente e não o caminho de DEUS têm a sua consolação
agora. Aqueles que tentam encontrar satisfação por intermédio da riqueza
irão descobrir que a riqueza é a única recompensa que terão e que não
durará.
Lc 6.25 A palavra fartos se
refere àqueles que têm tudo o que este mundo oferece. Nada lhes falta. Os
seus bens materiais e a “segurança” financeira os faz pensar que não
precisam de DEUS. Um dia, entretanto, eles terão fome. Isto pode não
acontecer nesta vida, mas eles irão descobrir que na eternidade, quando isto
realmente importa, eles serão os que irão sofrer. O Evangelho registra mais
adiante uma parábola sobre um homem rico e um pobre que ilustra este mesmo
ponto (veja 16.19-31). Praticamente da mesma maneira, aqueles que riem
descuidadamente um dia se lamentarão e chorarão por toda a eternidade. JESUS
não era contra o riso - na verdade, o riso é uma das maiores dádivas que
DEUS deu ao seu povo. JESUS estava falando da mesma atitude daqueles que são
ricos e satisfeitos nesta vida e reagem com risos superficiais a qualquer
menção a DEUS ou à eternidade.
Eles irão descobrir que
estavam errados, e irão lamentar-se e chorar para sempre.
Comentário do Novo
Testamento Aplicação Pessoal. Editora CPAD. Vol. 1. pag. 360.
Os tormentos (ou os “Ais”)
revelam os pecadores prósperos como pessoas infelizes, embora o mundo os
inveje. Não tivemos isto em Mateus. Pode parecer que a melhor interpretação
desses tormentos comparados com as bênçãos antecedentes seja a parábola do
rico e Lázaro. Lázaro tinha a bem-aventurança daqueles que são pobres, que
têm fome e que choram, e agora, portanto, no seio de Abraão todas as
promessas feitas àqueles que assim viveram, se cumpriram na vida dele. Mas o
homem rico teve os tormentos aqui citados uma vez que ele tinha o caráter
daqueles a quem esses tormentos são infligidos.
1. Aqui está um “ai” para
aqueles que são ricos, isto é, que confiam nas riquezas, que têm abundância
da riqueza terrena, e, ao invés de servirem a DEUS com ela, servem às suas
luxúrias; ai deles, porque já receberam a sua consolação, aquela na qual
depositaram a sua felicidade, e desejaram ficar com ela como herança, v. 24.
Eles já receberam seus
benefícios em vida, o que, em seu julgamento, eram as melhores coisas, e
tudo de melhor que possivelmente poderiam receber de DEUS. “Vocês que são
ricos são tentados a colocar os seus corações em um mundo sorridente, e a
dizer: Alma, descansa’ nos braços dele, ‘Este é o meu repouso para sempre;
aqui habitarei’; então, ‘ai de vós’”.
(1) É a loucura das pessoas
terrenas que fazem das coisas deste mundo - que são concebidas apenas para a
sua conveniência - a sua consolação. Satisfazem-se com elas, orgulham- se
delas, e fazem delas o seu paraíso na terra; e para elas os consolos de DEUS
são pequenos e sem importância.
(2) A sua miséria consiste
em serem despojadas delas, perdendo então a sua consolação. Que saibam, para
seu terror, que quando são separadas dessas coisas, existe um final de todo
o seu consolo, um derradeiro final, e nada restará para eles a não ser
angústia e tormento perpétuos.
2. Eis aqui um “ai” para
aqueles que estão fartos (v. 25), cujos corações superabundam em imaginações
(SI 73.7), que têm seus ventres preenchidos com os tesouros ocultos deste
mundo (SI 17.14), que, quando têm tudo em abundância, acham que têm o
suficiente, e pensam: “Rico sou, e estou enriquecido, e de nada tenho
falta”, Apocalipse 3.17. “Já estais fartos! Já estais ricos!”, 1 Coríntios
4.8. Eles estão cheios de si mesmos, sem DEUS e sem CRISTO. Ai dos tais,
porque eles terão fome, eles brevemente serão despojados e esvaziados de
todas as coisas das quais tanto se orgulham; e, quando deixarem para trás,
neste mundo, todas as coisas que são a sua plenitude, eles levarão consigo
tais desejos e luxúrias, pois o mundo para o qual vão não satisfará as suas
vontades. Porque todos os prazeres dos sentidos, dos quais eles estão
repletos agora, no inferno serão negados, e no céu serão substituídos.
HENRY. Matthew. Comentário
Matthew Henry Novo Testamento MATEUS A JOÃO Edição completa. Editora CPAD.
pag. 565.
I - O PECADO DE OMISSÃO (Tg 4.17)
1. A realidade do pecado.
I. Definição
No grego é amartia, Esse
termo é derivado de uma raiz que indica «errar o alvo», «fracassar».
Trata-se do fracasso em não atingir um padrão conhecido, mas antes,
desviando-se do mesmo. Essa palavra, porém, veio a ter também um significado
geral, indicando o principio e as manifestações de pecado, sem dar qualquer
atenção a seu significado original. O trecho de I João 3:4 usa o vocábulo
anomia, «desregramento», desvio da verdade conhecida, da retidão moral. O
pecado tanto é um ato como é uma condição. É o «estado» dos homens sem
regeneração, que se manifesta na forma de numerosos e perversos atos. Pecar
é afastar-se daquilo que DEUS considera a «conduta ideal», do homem ideal,
exemplificado em JESUS CRISTO. Isso conduz à «impiedade» que consiste na
oposição a DEUS e a seus princípios, em autêntica rebelião da alma. E isso
leva à «parabasis», «transgressão» contra princípios piedosos reconhecidos.
Isso leva o individuo à «paranomia.., a «quebra da lei», o «afastamento» da
lei moral (ver Atos 23:3 e II Pede ?:16)__ Nossos pecados também são «passos
em falso», Isto é, «paraptoma, no grego (ver Mat, 6:14 e Efé. 2).
Propositadamente «caímos para um lado», «desviamo-nos pela tangente», apesar
de estarmos instruídos o bastante para não fazê-lo.
Desse modo, o N.T. descreve
o «pecado» sob boa variedade de modos, cada um dele com uso de um quadro
falado sobre o que isso significa. CRISTO JESUS é a cura de cada uma dessas
manifestações do pecado, pois a sua expiação apaga a divida; e a
santificação em CRISTO transforma o pecador, para que seja um ser santo e
celestial. E DEUS é fiel e justo, conferindo esse imenso beneficio aos
homens que se submetem a ele, isto é, que exercem fé em CRISTO e ao seu
mundo eterno (ver Heb. 11:1).
II Como transgressão da
Lei(I Jo 3:4)
O pecado é a transgressão da
lei. O autor sagrado oferece-nos uma definição possível de «pecado»,
bastante lata, mas não a única possível. O pecado pode ser praticado por
«omissão» (ver Tg. 4: 17); e os pagãos, que não tinham lei - no sentido de
uma legislação divinamente dada mesmo assim pecavam (ver o segundo capítulo
da epístola aos Romanos). A «lei», neste caso, certamente é a «lei mosaica»,
e não a nova lei do ESPÍRITO, revelada no evangelho. Porém, apesar de
poderem ser dadas outras definições de pecado, o autor sagrado não estava
interessado em qualquer delineamento completo do que pode ser o pecado. Para
o seu argumento, bastava que o chamasse de «transgressão da lei». O
«desregramento» dos gnósticos era ato condenado peremptoriamente na
legislação mosaica, pelo que o conceito de pecado como «transgressão da lei»
servia de instrumento adequado para ser usado contra os falsos mestres. E
possível que essa definição de pecado tenha sido escolhida porque os mestres
gnósticos negavam a autoridade do A.T. O autor afirma, por conseguinte, a
despeito do que os gnósticos asseveravam em contrário, que a lei de DEUS,
revelada no A.T., os condenava. Os gnósticos desconsideravam o sétimo
mandamento, além de outros similares.
Julgavam-se acima da lei. No
entanto, a lei os condenava. -É como se então o autor advertisse a seus
leitores: «Cuidai para que não sejais numerados entre eles. Corinto deve ser
confrontado com Moisés".
«A gravidade do pecado ou de
atos pecaminosos é salientada pela identificação dos mesmos com o
'desregramento'. termo que parece indicar o pecado em toda a sua enormidade
e blasfêmia, a julgar pela caracterização do anticristo, em 2 Ts. 2:7,8,
como o 'iníquo' , e suas atividades como o 'mistério da iniquidade'. O
trecho de Mt. 24:12 também cita o aumento da iniquidade como um dos sinais
da tribulação messiânica. Os cismáticos iluminados e jubilosos talvez dessem
excessiva importância ao fato de que não estavam acima de toda a lei, sem
apreciarem que não estavam 'sem lei para com DEUS, mas sob a lei de CRISTO'
(I Co. 9:21). Irineu aludiu aos hereges, que supunham que 'devido à nobreza
de sua natureza, em grau algum podiam contrair polução, sem importar o que
comessem ou fizessem' (Contra Heresias, 11. 14:5); e em outra oportunidade
fala daqueles para quem o bem e o mal são apenas questões de opinião humana
(op. cit., 11.32.1) ».
III A Natureza do Pecado.
1. O pecado é cósmico em sua
natureza. Nenhum ser humano peca sozinho. O pecado sempre fará parte de uma
rebelião cósmica contra DEUS e contra a retidão. I João 3:8 enfaticamente
assevera que aquele que «pratica o pecado" é do diabo. Esse ser maligno é
intitulado «o deus deste mundo» (ver 2 Cor. 4:4), e muitos são seus súditos
e escravos. Será necessária uma providência cósmica para remover o pecado, e
o julgamento tomará conta disso.
2. Mas o pecado também é
pessoal. Embora as forças satânicas forneçam a agitação (ver Ef. 6:11 e 55),
o individuo é responsável pelas suas ações, e, portanto, ele é convocado a
arrepender-se. O homem não pode alterar o quadro cósmico, mas pode ser
pessoalmente redimido.
3. Sem importar se cósmico
ou pessoal, o fato é que o pecado é, definidamente, uma questão de rebeldia.
O pecado tem por escopo
destruir uma alma eterna (ver I Pe. 2:1). O pecado é algo muito mais sério
do que aquilo que gostamos de pensar a seu respeito.
4. Foi preciso a missão de
CRISTO para dar solução ao problema do pecado (ver Rm. 5: 1; CI. 1:20 e Ef.
1:10).
IV. Como é que Todos Pecaram
Rm. 5:12
1. Alguns intérpretes dizem:
«Em Adão, isto é, todos os homens participaram, em Adão, do pecado original,
e contra esse pecado é que o juízo foi proferido. Essa ideia é frisada por
causa da analogia com o ato isolado de justiça que nos outorgou a
justificação. A expiação de CRISTO foi exatamente esse ato, mediante o qual
somos justificados, e não mediante inúmeros atos de justiça que porventura
pratiquemos. Por semelhante modo, somos julgados por causa de um único ato -
o pecado de Adão – do qual todos participamos. Há evidências rabínicas em
favor dessa ideia.
2. Outros afirmam que Rm.
5:12 fala de pecados individuais (e essa opinião é esposada pela maioria dos
intérpretes). Também há evidências rabínicas quanto a esse ponto de vista.
3. Talvez seja melhor
misturar esses dois pontos de vista. O homem nasce com o pecado original.
Ele pecou em Adão. Mas cada individuo também tem seu próprio pecado. E ambas
as modalidades o condenam. Isso está em consonância com os princípios
ensinados em Rm 2:6, o de que cada um será finalmente julgado de acordo com
suas próprias obras. O pecado de Adão é a raiz; os pecados da humanidade são
os ramos; e os pecados individuais são os frutos. A sentença de julgamento
recai sobre a árvore inteira, e não apenas sobre uma parte da mesma.
Como ilustração do que Paulo
procurava dizer aqui, podemos usar uma árvore, com suas raízes, com seu
desenvolvimento acima do solo e com seus frutos. A realidade de tudo quanto
uma árvore é, se origina de suas raízes. Uma árvore, entretanto, é bem mais
do que apenas as suas raízes; pois também consiste no grande tronco que se
eleva da superfície do chão.
Também inclui até mesmo os
seus frutos. Ora, outro tanto sucede no caso do pecado. A raiz é o pecado de
Adão, e o juízo divino foi pronunciado contra a raiz. Mas o pecado também
desenvolveu o seu tronco, visível para todos, o que representa o principio
do pecado, que opera neste mundo. Finalmente, o pecado tem os seus frutos, o
que significa os atos individuais de todos os homens. Ora, tais atos também
produzem o julgamento, determinando a intensidade do mesmo, porquanto a
declaração bíblica, frequentemente repetida, é que os homens serão julgados
de acordo com as suas obras. Portanto, para dizermos toda a verdade, o
pronunciamento original do julgamento foi contra a transgressão de Adão, de
cujo julgamento todos os homens são apresentados como participantes.
CHAMPLIN, Russell Norman,
Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia. Vol. 5. Editora Hagnos. pag.
145-146.
PECADO
Definição
O pecado é iniquidade, diz 1
João 3.4. A lei contra a qual se estima o pecado não é simplesmente a lei
mosaica, mas sim toda e qualquer revelação de DEUS durante todos os tempos.
Isto inclui os mandamentos específicos da Bíblia (tanto os negativos quanto
os positivos), os princípios bíblicos de conduta (por exemplo, 1 Co 10.31) e
leis que não se mencionam especificamente na Bíblia Sagrada, mas que podem
ser consideradas diretrizes dadas pelos líderes indicados por DEUS (por
exemplo, Hb 13.17; Ef 6.1). Portanto, o pecado não é somente alguma coisa
contrária ao que DEUS disse que o homem não deveria fazer, mas é também algo
contrário ao que DEUS não quer que o homem faça, com base nos princípios
revelados. Dessa forma, uma definição completa e inclusiva do pecado seria:
o pecado é tudo o que é contrário ao caráter de DEUS. Como a glória de DEUS
é a revelação do seu caráter, o pecado é uma insuficiência do homem em
relação à glória ou ao caráter de DEUS (Rm 3.23).
Os teólogos da Reforma
ressaltam que o caráter de DEUS está revelado na lei de DEUS. Eles ensinam
que isto é apresentado tanto positivamente, e de uma maneira geral nos Dez
Mandamentos, que ordenam o amor a DEUS e o amor aos homens (cf. Rm 13.8-10);
e negativamente (exceto para o quarto e o quinto mandamento) em uma forma
mais específica nas oito proibições contidas nas duas tábuas da lei. Com
base nisto é que o catecismo curto de Westminster define o pecado como "não
querer conformar-se a, ou transgredir, a lei de DEUS". No Sermão do monte, o
Senhor JESUS CRISTO estabelece as duas promulgações da lei, a negativa e a
positiva, como a base da vida cristã e o padrão da semelhança que DEUS
deseja para seus filhos (Mt 5.17,21,22,27,28,43-48);
A Origem do Pecado
Em nenhum lugar foi dito que
DEUS é o autor, ou o criador responsável pelo pecado. Ele não tenta a
ninguém para fazer o mal (Tg 1.13). Quando DEUS diz: "Eu... crio o mal" (Is
45.7) Ele está falando de desgraças ou de calamidades. Não é aceitável
nenhum ponto de vista em que de alguma maneira se faça DEUS o autor do
pecado, mesmo no sentido de que Ele é incapaz de evitar sua ocorrência ou
aparição.
A Bíblia indica que o pecado
originou-se em Satanás, em sua rebelião contra DEUS. Tudo o que o Antigo
Testamento dá a entender sobre a responsabilidade de Satanás é que "se achou
iniquidade" no rei de Tiro (Ez 28.15), uma evidente alusão ao diabo. Em seu
orgulho, ele tentou tornar-se semelhante ao Altíssimo (Is 14.12-14; cf. 1 Tm
3.6). Na experiência humana, o pecado originou-se na tentação de Adão e Eva
no Éden, quando eles rebelaram-se contra DEUS ao dar ouvidos à voz de
Satanás (Gn 3.1-6).
O
efeito do pecado de Adão na vida moral dos seus descendentes é o problema
envolvido no chamado "pecado original" e é o tema de diferentes pontos de
vista.
A Extensão do Pecado
A
Bíblia ensina o fato e a universalidade do pecado (1 Rs 8.46; Pv 20.9; Ec
7.20; Rm 3.23; 5.13,19; Ef 2.1-3; Tg 3.2; 1 Jo 1.8,10). Isto é o que
significa a depravação total ou a total incapacidade - a falta de mérito do
homem aos olhos de DEUS. O termo depravação refere-se à corrupção ou
contaminação da natureza humana como resultado do pecado de Adão. Segundo o
catecismo curto de Westminster, o pecado de Adão e Eva consiste tanto da
culpa do primeiro pecado de Adão quanto da consequente corrupção de toda a
sua natureza.
A depravação total está
relacionada com a penetração da maldade no homem, e em tudo o que ele faz,
resultando na impossibilidade por parte do homem de realizar o que é
verdadeiramente e espiritualmente bom aos olhos do santíssimo DEUS. No
entanto, isto não significa que o homem seja totalmente mau, de qualquer
modo, e que ele não consiga fazer boas coisas. Ele pode admirar e imitar
muitas coisas que são nobres e realizar o bem, como atos de justiça civil e
social. Mas todo esse bem não tem a capacidade de obter os favores de DEUS.
O homem é incapaz de agir com motivos completamente isentos de egoísmo,
somente para glorificar seu Criador, e em seu estado de pecado ele é
totalmente incapaz de reconciliar-se com o justo Governante do universo.
Esta doutrina apoia-se sobre
afirmações claras da Bíblia Sagrada. Em Gn 6.5 está declarado que "viu o
Senhor que a maldade do homem multiplicara-se sobre a terra e que toda
imaginação dos pensamentos de seu coração era só má continuamente", e Gn
8.21 complementa: "porque a imaginação do coração do homem é má desde sua
meninice". Estes versículos revelam a natureza interior do pecado do homem -
no "coração"; sua constância - "continuamente"; sua abrangência - só "má"; e
sua totalidade - toda a "imaginação". Isaías confessa que todas as nossas
boas obras são como trapo da imundícia (64.6), ensinando que o homem não
consegue realizar nenhuma boa obra que seja realmente aceitável aos olhos de
DEUS. O homem tem a tendência de pecar desde seu nascimento, desde o momento
da concepção (Salmos 5.15) e seu "coração" (sua natureza interior) é mais
enganosa e trapaceira do que qualquer outra coisa, e é desesperadamente
corrupta, incuravelmente enferma (Jr 17.9).
Em Rm, Paulo dedica a
primeira parte (1.18-3.20) à prova das proposições de que "todos pecaram e
destituídos estão da glória de DEUS" (3.23). Ele argumenta que os pagãos não
têm desculpa (1.18-32), o homem moral e justo permanece condenado por causa
da desobediência à sua consciência (2.1-16) e os judeus religiosos infringem
todas as leis escritas de que eles se vangloriam (2.17-3.8). O apóstolo
conclui que todos são completamente depravados, porque nenhum é justo,
nenhum faz o bem, são todos inúteis e os membros dos seus corpos são
instrumentos da iniquidade (3.9-20). João conclui que o mundo inteiro,
exceto os filhos regenerados de DEUS, permanecem (impotentes) sob o
poder do maligno (1 Jo 5.19).
Terminologia
São inúmeros os termos que
denotam o pecado e o mal em hebraico. Na verdade, existem mais palavras para
o mal do que para o bem. Há pelo menos oito palavras básicas: (1) Heb. ra',
"terrível" ou "temível" (Gn 28.17), "mau", é usada para denotar alguma coisa
nociva ou prejudicial e não se restringe a coisas moralmente más. (2) Heb.
rasha', "maldade" (Êx 2.13), que é sempre usada no sentido de uma culpa
moral resultante da confusão de uma vida sem regras. (3) Heb. 'asham,
"culpa" (Gn 26.10), quase sempre limitada ao ritual relacionado com o
Tabernáculo e com o Templo em Levítico, Números e Ezequiel. (4) Heb. hata',
hattat (Êx 20.20), que literalmente significa "errar o caminho", "errar o
alvo" (Jz 20.16; Jó 5.24; Pv 8.36), e inclui o conceito de cometer um erro
deliberadamente - e não simplesmente um engano inocente. (5) Heb. 'awon,
"iniquidade" (1 Sm 3.13), que frequentemente significa "culpa", estando os
dois conceitos - de iniquidade e de culpa - intimamente relacionados. Tem a
conotação de desonestidade, ou de afastar-se intencionalmente do caminho
correto da justiça de DEUS. (6) Heb. shagag, shaga, "errar" (Is 28.7),
quando usado em relação à lei, claramente implica que o pecador, na sua
ignorância, é responsável por conhecer a lei (Lv 5.18; cf. 4.3,13). (7) Heb.
ía'o, "andar errado"(Ez 48.11), indica que o erro é sempre deliberado e não
acidental. (8) Heb. pasha', "rebelar-se" (2 Rs 3.5,7; Is 1.2), que é
normalmente traduzido como "prevaricar" (1 Rs 8.50; Jr 2.8,29). O uso dessas
palavras conduz a algumas conclusões relativas à doutrina do pecado como
revelada no Antigo Testamento: (1) A ideia de pecado é a de algo que é
fundamentalmente uma desobediência a DEUS. (2) Embora a desobediência
envolva tanto aspectos positivos quanto negativos, a ênfase está
definitivamente na aceitação positiva do mal e não simplesmente na omissão
negativa do bem. Em outras palavras, o pecado não é simplesmente errar o
alvo (como tantas vezes é definido), mas sim atingir o alvo errado
deliberadamente, e com conhecimento. (3) O pecado toma formas variadas, e os
israelitas tinham pleno conhecimento da forma particular que seu pecado
tomava, pela disponibilidade de tantas palavras variadas.
O Novo Testamento usa 13
palavras básicas para descrever o pecado: (1) Gr. kakos, "mau" (Rm 13.3),
denota o mal moral, embora em algumas ocasiões seja usada para denotar o mal
físico. (2) Gr. poneros "iniquidade" (Mt 5.45), que com duas exceções é
usada referindo-se à iniquidade moral. (3) Gr. asebes, "impiedoso" (Rm
1.18), que é o oposto de ensebes, "piedoso", e, frequentemente, aparece com
outras palavras para pecado como em 1 Timóteo 1.9. (4) Gr. enochos,
"culpado" (Tg 2.10; Mt 26.66), normalmente denota uma culpa que é merecedora
da morte. (5) Gr. hamartia, "prostituição" ou "impureza" (1 Co 6.13),
qualquer afastamento do caminho da justiça; é a palavra mais abrangente para
pecado. (6) Gr. adikia, "injustiça" (1 Co 6.9), significa qualquer
comportamento injusto no sentido mais amplo. (7) Gr. anomos, "transgressor"
(1 Tm 1.9), que significa o desrespeito à lei, algumas vezes traduzida como
iniquidade. (8) Gr. parabates, "transgressor" (Tg 2.9,11), normalmente
refere-se à transgressão da lei mosaica e sempre a alguma lei específica.
(9) Gr. agnoeo, "ser ignorante", algumas vezes usada para descrever a
ignorância inocente (Rm 1.13), e algumas vezes a ignorância culpável (Rm
10.3; Ef 4.18). (10) Gr. planao, "desviar-se" (1 Pe 2.25), que sempre
significa errar com culpa ou ser enganado (por exemplo, Tt 3.3), com a
possível exceção de Tiago 5.19. (11) Gr. paraptoma, "uma ofensa" (Gl 6.1),
que na maior parte das referências é uma transgressão deliberada. (12) Gr.
hypocrites, "hipocrisia" (1 Tm 4.2). (13) Gr. parapipto, "recair" ou
"desviar-se" (Hb 6.6), que implica uma deliberada apostasia (q.v.). Algumas
conclusões podem ser obtidas a partir do uso dessas palavras, com respeito à
doutrina do pecado no Novo Testamento: (1) Sempre existe um padrão claro,
contra o qual se comete o pecado. (2) Em última análise, qualquer pecado é
uma rebelião contra DEUS e uma transgressão dos seus padrões.
(3) O mal pode assumir
múltiplas formas.
(4) A responsabilidade do
homem é definida e claramente compreendida.
Punição e Remédio
A Bíblia Sagrada afirma que
a punição do pecado é a morte - tanto física quanto espiritual (Ez 18.4,20;
Rm 5.12; 6.16,21,23; Tg 1.15). Depois do pecado, Adão e Eva acabaram
morrendo fisicamente (Gn 2.17; 3.19), mas eles imediatamente viveram a morte
espiritual, a separação de DEUS (Gn 3.8-10; cf. Ef 2.1,5,12; 4.18). O
remédio para o pecado consta de duas partes: (1) o perdão (q.v.), que apaga
a culpa do pecado; e, (2) a justificação (q.v.) que é uma declaração da
justiça positiva imputada por DEUS sobre o crente. Tudo isto se baseia na
obra de CRISTO, em sua morte expiatória (Rm 3.24-26), e é assegurado pela fé
nele.
O pecado nunca será
erradicado do crente nesta vida (1 Jo 1.8-10); O ESPÍRITO SANTO é dado para
que o crente possa impedir que o pecado reine em seu corpo (Rm 6.1-13;
8.1-4). Seus inimigos, no entanto, são poderosos e persistentes. As
tentações deste mundo, o Diabo e a carne somente podem ser enfrentados
através da utilização da provisão de DEUS (Gl 5.16,24; Ef 6.10ss.). O pecado
persistente na vida do cristão traz o castigo (Hb 12.6) e algumas vezes a
morte física (1 Co 11.30). A intercessão de CRISTO garante a segurança da
salvação do crente (Hb 7.25; 1 Jo 2.1), embora seja necessária a confissão
para a restauração da comunhão (1 Jo 1.9). As recompensas podem ser perdidas
se a comunhão não for mantida (1 Co 3.15).
PFEIFFER .Charles F.
Dicionário Bíblico Wycliffe. Editora CPAD. pag. 1484-1487.
2. O pecado de comissão (Gn 3.17-19).
A Ordem
que Fixou Limites (2.15-17)
Quando DEUS colocou o homem
no jardim (15), Ele lhe deu duas tarefas: para lavrá-lo e o guardar. Em
contexto agrícola, lavrar significa cultivar, ação que inclui o ato de podar
videiras.
Quando ordenou o SENHOR DEUS
ao homem (16), Ele deixou claro sua relação soberana com o homem e a relação
subordinada do homem com Ele. DEUS tinha este direito, porque Ele é o
Criador e o homem é a criatura.
Para expressar proibição,
aqui é empregada a maneira mais forte possível em hebraico para colocar a
árvore da ciência do bem e do mal (17) fora da alçada do homem. Visto que o
discurso direto é inerentemente pessoal, a ordem: Não comerás, é pessoal e a
qualidade do negativo hebraico a coloca em negação permanente. A importância
da ordem é aumentada pela severidade do castigo. Isto é muito forte na
sintaxe hebraica, sendo que a força é um tanto quanto mantida na tradução
com a palavra certamente.
George Herbert Livingston,
B.D., Ph.D. Comentário Bíblico Beacon Vol. 1 Gênesis a Deuteronômio. pag.
37-38.
I - A autoridade de DEUS
sobre o homem, como uma criatura que tinha razão e liberdade de decisão. O
Senhor DEUS ordenava que o homem, que agora era uma pessoa pública, o pai e
representante de toda a humanidade, recebesse a lei, assim como tinha
recentemente recebido uma natureza, para si mesmo e para todos os seus. DEUS
ordenava a todas as criaturas, de acordo com a sua capacidade. O curso
definido da natureza é uma lei, Salmos 148.6; 104.9. As feras têm seus
respectivos instintos, mas o homem foi criado capaz de desempenhar um
serviço racional, e portanto recebeu, não somente as ordens de um Criador,
mas as ordens de um Príncipe e um Mestre. Embora Adão fosse um homem
grandioso, um homem muito bom e um homem muito feliz, ainda assim o Senhor
DEUS lhe deu ordens. E o mandamento não representou nenhum menosprezo à sua
grandeza, nem reprovação à sua bondade, nem alguma diminuição de alguma
forma à sua felicidade. Devemos reconhecer o direito que DEUS tem de nos
governar, e de que nossas próprias obrigações sejam governadas por Ele. E
nunca permitir que nenhuma vontade própria nossa entre em contradição ou em
competição com a santa vontade de DEUS.
II - A declaração particular
desta autoridade, ao prescrever ao homem o que ele deveria fazer, e em que
termos deveria estar com o seu Criador. Aqui temos:
1. Uma confirmação da sua
atual liberdade, com a concessão. “De toda árvore do jardim comerás
livremente”. Isto era não somente uma concessão de liberdade a ele, de tomar
os deliciosos frutos do paraíso como recompensa pelos seus cuidados e
esforços para lavrá-lo e guardá-lo (1 Co 9.7,10), mas, além disto, uma
garantia de vida para ele, vida imortal, desde que houvesse a sua
obediência. Pois, estando a árvore da vida colocada no meio do jardim (v.
9), como o seu coração e a sua alma, DEUS a visava particularmente com esta
concessão. E, por isto, quando, depois da sua rebelião, esta concessão é
cancelada, não se sabe de nenhuma outra árvore do jardim sendo proibida a
ele, exceto a árvore da vida (cap. 3.22), da qual está escrito que ele
poderia ter comido e vivido eternamente, isto é, nunca ter morrido, nem
perdido jamais a sua felicidade. “Permaneça santo como você é, em
conformidade com a vontade do seu Criador, e permanecerá feliz como é,
desfrutando do favor do seu Criador, seja neste paraíso ou em outro melhor”.
Assim, mediante a condição da obediência pessoal perfeita e perpétua, Adão
teria assegurado o paraíso a si mesmo e aos seus herdeiros, para sempre.
2. Um teste à sua
obediência, com a dor da perda de toda a sua felicidade: Mas da outra
árvore, que está muito próxima à árvore da vida (pois está escrito que ambas
estão no meio do jardim), e que é chamada de árvore da ciência do bem e do
mal, dela não comerás. Porque, no dia em que dela comeres, certamente
morrerás. Como se Ele tivesse dito: “Saiba, Adão, que agora você depende do
seu próprio bom comportamento, você foi colocado no paraíso em teste. Seja
submisso, seja obediente, e viverá para sempre. Caso contrário, você será
tão infeliz como agora é feliz”. Aqui:
(1) Adão é ameaçado com a
morte, em caso de desobediência: “Certamente morrerás” - o que denota uma
sentença segura e terrível, da mesma forma como, na primeira parte deste
concerto, “Comerás” indica uma concessão livre e plena. Observe que: [1] Até
mesmo Adão, em inocência, foi intimidado com uma ameaça. O medo é um dos
instrumentos da alma, pelo qual ela é dominada e controlada. Se até ele,
então, precisou desta barreira, muito mais precisamos nós, agora. [2] A
punição contida na ameaça é a morte: “Morrerás”, isto é: A árvore da vida
lhe será proibida, junto com todo o bem que ela representa, junto com toda a
felicidade que você tem, seja em posses ou em expectativas. E você ficará
sujeito à morte, e a todas as misérias que a antecipam e acompanham. [3]
Isto foi ameaçado como a consequência imediata do pecado: “No dia em que
dela comeres, certamente morrerás”, isto é: “Você se tornará mortal, e
passível de morrer. A concessão da imortalidade será revogada, e aquela
defesa será removida de você. Você se tornará odioso até à morte, como um
malfeitor condenado que está morto na lei” (Adão só recebeu um indulto
porque deveria ser a raiz da humanidade). “Na verdade, os arautos e
precursores da morte imediatamente o dominarão, e a sua vida, a partir de
então, será uma vida agonizante: e isto, certamente; é uma regra definida,
pois: A alma que pecar, essa morrerá’”.
(2) Adão é tentado com um
mandamento positivo: não comer o fruto da árvore da ciência. Agora, era
muito adequado testar a sua obediência com um mandamento como este: [1]
Porque a razão deste mandamento se originava puramente na vontade do
Legislador. Adão tinha, na sua natureza, uma aversão àquilo que era mau por
si só, e, portanto, ele só é tentado em algo que era mau porque era
proibido. E, sendo uma questão pequena, era mais adequada para testar a sua
obediência. [2] Porque esta restrição está colocada sobre os desejos da
carne e da mente, que, na natureza corrupta do homem, são as duas grandes
fontes de pecado. Esta proibição controlava tanto o seu apetite aos deleites
sensoriais quanto a sua ambição de conhecimento curioso, para que o seu
corpo pudesse ser governado pela sua alma, e a sua alma, pelo seu DEUS.
O homem tinha toda esta
tranquilidade e felicidade no estado de inocência, tendo tudo o que o
coração pudesse desejar para torná-lo tranquilo e feliz. Como DEUS foi bom
para ele! Quantos favores Ele acumulou sobre ele! Como eram fáceis as regras
que Ele lhe deu! Como era generoso o concerto que Ele fez com o homem! Ainda
assim, o homem, uma criatura com honra, não compreendeu os seus próprios
interesses, mas logo se tornou como os animais que perecem.
HENRY. Matthew. Comentário
Matthew Henry Antigo Testamento Gênesis a Deuteronômio. Editora CPAD. pag.
15-16.
3. O pecado de omissão (Tg 4.17).
Os
pecados de omissão serão julgados por DEUS tanto quanto os demais pecados
cometidos. Como afirma Matthew Henry, “aquele que não faz o bem que ele sabe
que deve fazer e aquele que faz o mal que ele sabe que não deve fazer serão
condenados”.
Em segundo lugar, a partir
do contexto desse enunciado do apóstolo Tiago, entendemos que ele está
afirmando aqui também que “pecados de omissão podem facilmente se tornar
pecados de comissão”.
Ou seja, além de ser um mal
em si mesmo, o pecado de omitir-se deliberadamente ainda pode ser praticado
de forma a colaborar conscientemente para outros males, de maneira que ele
é, nesses casos, também um pecado de comissão.
A frase ao final do texto
sobre a falibilidade dos projetos humanos (Tg4.13-16). Diz Tiago ao final
desta passagem: “Aquele, pois, que sabe fazer o bem e o não faz comete
pecado” (Tg 4.17). Não que essa frase não possa ter alguma relação com o
tema da falibilidade dos projetos humanos, mas ele está mais relacionado com
o tema que vem a seguir. Antes, porém, de adentrarmos no tema dos versículos
1 a 6 do capítulo 5, é preciso destacar algumas lições que estão implícitas
no enunciado do apóstolo sobre o pecado de omissão.
Alexandre Coelho e Silas
Daniel. Fé e Obras, Ensinos de Tiago para uma Vida Cristã Autêntica.
Editora CPAD. pag. 138-139.
Tg 4.17 Somos ensinados a
viver à altura das nossas convicções em toda a nossa conduta, e, não importa
se estamos tratando com DEUS ou com os homens. Que nos empenhemos em nunca
agir contra o nosso próprio conhecimento (v. 17): “Aquele, pois, que sabe
fazer o bem e o não faz comete pecado”. E o pecado agravado; é pecado com
testemunha; e significa ter a pior testemunha contra a sua própria
consciência. Observe:
1. Isso está imediatamente
conectado com a lição clara de dizer: “Se o Senhor quiser, e se vivermos,
faremos isto ou aquilo”. Eles talvez estejam dispostos a dizer: “Isso é uma
coisa muito óbvia; quem não sabe que todos dependemos do DEUS Todo-poderoso
para viver, para respirar e para todas as coisas?” Se você de fato sabe
isso, então sempre que você agir de forma contrária a essa dependência,
lembre-se disto:
“Aquele, pois, que sabe
fazer o bem e o não faz comete pecado”.
2. Os pecados de omissão
serão julgados, assim como os pecados cometidos. Aquele que não faz o bem
que ele sabe que deve fazer e aquele que faz o mal que ele sabe que não deve
fazer serão condenados. Que então nos empenhemos para que a consciência seja
corretamente informada, e que então seja fiel e continuamente obedecida.
Pois, “...se o nosso coração nos não condena, temos confiança para com DEUS”
(1 Jo 3.21); mas se “...dizeis: Vemos (e não agimos de acordo com nossa
vista), por isso, o vosso pecado permanece” (Jo 9.41).
HENRY. Matthew. Comentário
Matthew Henry Novo Testamento ATOS A APOCALIPSE Edição completa. Editora
CPAD. pag. 846.
Tg 4:17 A fim de resumir seu
pensamento, Tiago acrescenta um provérbio conclusivo que alguns supõem
poderia ter sido um ensino de JESUS, por causa do tom e do tema: Aquele,
pois, que sabe o bem que deve fazer e não o faz, comete pecado.
Aparentemente, apenas reprova o pecado da omissão: Quando uma pessoa sabe o
que deveria fazer (e.g., dar algo a um pobre), mas negligencia esse ato de
caridade, não desperdiçou apenas uma oportunidade de obedecer — tal pessoa
pecou. No entanto, o contexto levanta esse ensino da arena da verdade
genérica e coloca-o nas vidas desses negociantes. Há claramente algo que
eles “sabem” que “devem” fazer e pelo que são responsáveis (Lucas 12:47-48),
que é obedecer a DEUS e segui-lo nos negócios. Entretanto, seus interesses
comerciais com frequência os induzem a planejar segundo os padrões do mundo,
e a acumular bens, à semelhança do rico louco (Lucas 12:13-21). Nas
Escrituras, fazer o bem frequentemente é praticar atos de caridade (Tiago
1:21-25 e Gálatas 6:9). Portanto, Tiago pode estar sugerindo que eles
planejam segundo o mundo porque são motivados pelo mundo, visto que DEUS tem
seu próprio modo de investir dinheiro: dá-lo aos pobres (Mateus 6:19-21). Se
levassem a DEUS em consideração, não estariam, com certeza, tentando
melhorar seu padrão de vida; DEUS os conduziria ao alívio dos que sofrem ao
seu redor, isto é, a fazer o bem.
Tendo falado a cristãos
cujos corações estavam sendo seduzidos pelo mundo, Tiago dirige a atenção, a
seguir, aos incrédulos ricos. Tiago os condena sem rebuços, com linguagem
parecida à do Senhor JESUS (Lucas 6:20-26), a fim de desviar os cristãos da
sedução das riquezas, e prepará-los para suportar o teste do sofrimento nas
mãos dos ricos.
Peter H. Davids. Comentário
Bíblico Contemporâneo. Editora Vida. pag. 148.
Tg 4.17 Aparecem com
frequência as oportunidades de fazermos bem aos outros, especialmente no
suprimento de suas necessidades físicas (ver Tia. 2:14 e ss.; 1:27, como
parte da definição do autor do que é a fé religiosa), simplesmente porque
tal necessidade é universal. Na história intitulada a Bela Lenda, vê-se um
crente ocupado na contemplação de uma visão de CRISTO; então surge a
oportunidade de distribuir pão aos famintos, que interromperia o seu êxtase.
Aquele crente todavia, tinha uma ideia bem esclarecida de seus deveres
religiosos; e assim, de pronto deixou de lado sua visão mística a fim de
alimentar aos famintos. Ao retornar, encontrou CRISTO no mesmo lugar, que
aprovou o que ele fez, dizendo-lhe: se tivesses ficado, eu me teria ido
embora.
O autor sagrado vê
claramente essa lição. Nossa fé religiosa não pode ser guardada dentro de
nós. Trata-se de uma experiência mística e deve continuar como tal, pois
temos contato com o ESPÍRITO SANTO no nível da alma, mas deve ser algo
prático, generoso, altruísta. Em outras palavras, deve ser uma expressão de
amor, tal como DEUS é amor e «deu» seu Filho a um mundo necessitado. O
trecho de Mat. 25:35 e ss. ensina a importante lição que amamos a DEUS
amando a outros, dando o necessário para eles, ajudando-os em suas
necessidades físicas. Poucos homens podem amar a DEUS diretamente, mediante
a contemplação da alma, mas todos podem amá-lo indiretamente, amando ao
próximo. É nesse ponto que deve começar o amor de DEUS. Este comentário
provê várias notas longas sobre o amor, com poesias ilustrativas. Ver João
3:16 quanto ao «amor de DEUS»; ver João 14:21 e 15:10 quanto ao amor como
«norma diretiva na família de DEUS»; ver Gál. 5:22 quanto ao amor como um
dos aspectos do «fruto do ESPÍRITO»; e ver o décimo terceiro capítulo da
epístola aos Coríntios quanto ao «elogio ao amor».
O autor sagrado, pois, como
que dizia: «Aquele que sabe que deve amar, porém, não ama, está pecando».
Consideremos, ainda, os seguintes pontos a respeito:
1. Tal indivíduo talvez seja
um bom teólogo teórico; mas não é um bom discípulo de CRISTO, pois ele é o
padrão de como todos nós devemos amar, e ele «foi por toda a parte, fazendo
o bem» (ver Atos 10:38). Se falharmos nesse ponto, ainda não teremos
avançado muito em nossa transformação moral segundo a sua imagem, que
resulta do desenvolvimento espiritual. À fé devemos acrescentar a «gentileza
fraternal» (ver II Ped. 1:6,7).
2. Para o autor sagrado, as
boas obras são realizações dos exercícios religiosos apropriados, bem como o
cuidado com a santidade pessoal (obras feitas no tocante a DEUS) e práticas
de bondade em favor de outros (ver Tg. 2:14). Portanto, neste lugar, o autor
sagrado pode ter querido incluir a ideia que um homem deve ter cuidado com a
natureza e a qualidade de suas práticas religiosas, e certamente
incluiríamos a santificação prática (ver I Ts. 4:3). Porém, sua preocupação
principal é a expressão do amor fraternal. Não fazer isso, é pecar.
3. Fica subentendido, embora
não seja uma interpretação direta, que ele quis ensinar que cada crente tem
uma missão sem-par a cumprir, sendo um instrumento ímpar nas mãos de DEUS
(ver Ap. 2:17). Tudo quanto faz parte de sua existência diária, como seja, a
sua expressão religiosa, etc., deveria ter por alvo o cumprimento dessa
missão. Ele deveria ocupar-se em cumprir sua missão com grande intensidade
de propósitos, realizando seu trabalho específico, levando-o à perfeição; e
isso para seu próprio benefício e para beneficio de seus semelhantes. Mas,
se vier a falhar nesse particular, estará pecando contra DEUS, que lhe
conferiu vida e lhe dá muitas oportunidades para cumprir a sua missão.
4. JESUS falou de coisas
«deixadas por fazer», mas que são mais urgentes e eticamente vitais do que
outras (ver Mt. 25:41-45). Assim é que com frequência nos ocupamos de
atividades que são legítimas, embora secundárias, esquecendo-nos das
questões primárias. Isso também é pecado, embora não estejam sendo cometidos
atos abertos de pecado. Mas há um desperdício das energias da vida, que são
desviadas para coisas de valor secundário, quando nossas vidas deveriam ser
dedicadas à realização de boas obras.
5. Assim também a passagem
de I Sm. 12:23 mostra que o deixar de orar por alguém, que também está em
grande necessidade, é um pecado de omissão. Esse princípio geral tem muitas
aplicações possíveis. Um professor, preguiçoso na realização de seus
deveres, comete pecado contra aqueles a quem deveria estar ajudando mais
conscienciosamente. O pastor que negligencia seus deveres e se contenta em
apenas pregar no domingo, também está pecando. Outro tanto faz o pastor ou
mestre evangélico que se recusa a aprimorar-se, mas antes, se torna
espiritual e intelectualmente preguiçoso, prejudicando seu povo; esses
estarão pecando porque seu povo fica estagnado em sua vida espiritual, por
falta da instrução e do encorajamento apropriados.
6. O homem que pode melhorar
a vida espiritual de outros, impedindo que caiam em pecado, se não o fizer,
será culpado em parte desses pecados. «Todo aquele que estiver em posição de
impedir que sejam cometidos pecados por parte de membros de sua casa, mas se
refreia em fazê-lo, torna-se culpado dos pecados daqueles» (Shabbath 54b).
7. Alguns estudiosos pensam
que o pecado aqui focalizado não é o pecado de omissão, mas antes, que é o
pecado de alguém que sabe obviamente as coisas boas que devem ser feitas, em
qualquer dada situação, mas, ao invés disso, praticam as coisas erradas.
Porém, a maioria dos intérpretes prefere continuar com a idéia do «pecado de
omissão», como aquela falha aqui em foco.
8. O pecado contra a luz
(não corresponder à mesma) deve ser incluído na aplicação deste versículo.
9. O pecado de não se
aproximar de DEUS, por motivo de orgulho e de egocentrismo, é um pecado
básico de omissão.
10. Este versículo não é
passagem estritamente legalista, que repreende aos judeus cristãos por não
estarem cumprindo as leis cerimoniais. Mas trata-se de passagem elevadamente
ética em sua natureza, e mui ampla em sua aplicação. - «Embora a asserção
possa parecer descabida entre nós, provocando comentários contraditórios,
não me cansarei de asseverar que cada um de nós deveria fazer mais bem do
que faz: e, portanto, nos devemos humilhar ao extremo, por termos praticado
tão pouco bem no mundo» (Woods, in loc.).
«Aqueles que se dedicam a
bons planos, e que observam devidamente suas oportunidades de praticar o
bem, usualmente percebem que suas "oportunidades para tanto crescem de modo
admirável. E quando uma pedra é lançada em uma poça, um círculo segue-se a
outro, estendendo-se quem sabe até onde!» (Cotton Mather).
«Aquele servo, porém, que
conheceu a vontade de seu senhor e não se aprontou, nem fez segundo a sua
vontade, será punido com muitos açoites» (Luc. 12:47).
Quanto melhor instruídos
ficamos, como crentes, tanto maior será a nossa responsabilidade. «Se alguém
quer vir após mim, a si mesmo se negue, tome a sua cruz e siga-me» (Mat.
16:24). Geralmente aceitamos essa responsabilidade mui superficialmente. De
fato, dificilmente a aquilatamos conforme devemos fazê-lo. Na moderna igreja
evangélica, temos visto pouquíssimo interesse pelas qualidades espirituais
dos membros, mas muito interesse pelo número deles.
«Por longo tempo, as táticas
têm visado induzir o maior número possível, todos quantos for possível, para
que entrem no cristianismo.
(Kierkegaard,
citado por P.T. Forsyth, Positive Preaching and Modem Mind, introdução).
O trecho de Rm. 1:21
mostra-nos que a grande rebelião dos pagãos contra DEUS começou pelo pecado
de omissão. Eles conheciam a DEUS, mas não o glorificaram como tal. Não
demoraram a fazer do «eu» o seu deus, tornando-se vãos em suas imaginações.
E não passou muito tempo para fazerem imagens de feras, de pássaros, etc., a
fim de adorá-las.
CHAMPLIN, Russell Norman, O
Novo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Candeias. Vol.
6. pag. 72.
Lição 12 - Os Pecados de Omissão e de Opressão LIÇÕES BÍBLICAS - 3º Trimestre de 2014 - CPAD - Para jovens e adultos Tema: FÉ E OBRAS - Ensinos de Tiago para uma Vida Cristã Autêntica Comentário: Pr. Eliezer de Lira e Silva
Complementos, ilustrações, questionários e vídeos: Ev. Luiz Henrique de Almeida Silva Questionário NÃO DEIXE DE ASSISTIR AOS VÍDEOS DA LIÇÃO ONDE TEMOS MAPAS, FIGURAS, IMAGENS E EXPLICAÇÕES DETALHADAS DA LIÇÃO http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/videosebdnatv.htm



R I Q U E Z A S | |
A sua busca insaciável e avarenta é idolatria | Cl 3.5 |
Segundo JESUS é um obstáculo à salvação | Mt 19.24; 13.22 |
Transmite um falso senso de segurança, enganam | Lc 12.15-21 |
Exigem total fidelidade do coração. | Mt 6.21 |
Levam as pessoas a caírem em tentação. | 1 Tm 6.9 |
O amor a elas é raiz de muitos males. | 1 Tm 6.10 |

Lição 12: Os Pecados de Omissão e de Opressão 2 parte
Lição 12: Os Pecados de Omissão e de Opressão 2 parte
II - O PECADO DE ADQUIRIR BENS À CUSTA DA EXPLORAÇÃO ALHEIA
(Tg 5.13)
1. O julgamento divino sobre os comerciantes ricos (v.1).
Curiosamente, ao iniciar no
capítulo 5 sua contundente condenação aos ricos opressores, Tiago usa as
mesmas palavras do versículo 9 do capítulo 4, quando ele estava falando aos
seus leitores sobre a necessidade de se separarem do mundo e se submeterem à
vontade de DEUS, e que isso inclui indispensavelmente uma atitude de
arrependimento sincero: “Senti as vossas misérias, e lamentai, e chorai;
converta-se o vosso riso em pranto, e o vosso gozo, em tristeza”. Essa
atitude é sintetizada na expressão “Humilhai-vos perante o Senhor” (Tg
4.10a). No capítulo 5, ele conclama os ricos opressores a essa mesma
atitude, isto é, a essa humilhação diante de DEUS, ressaltando que o juízo
de DEUS é certo se não se arrependerem: “Eia, pois, agora vós ricos, chorai
e pranteai por vossas misérias, que sobre vós hão de vir” (Tg 5.1).
A contraposição à humildade
é a soberba, que aparece aqui encarnada na vida desses ricos opressores.
Como salienta o teólogo Lawrence Richards ao comentar essa passagem da
Epístola de Tiago, “aqueles que confiam nas riquezas e menosprezam os
direitos dos outros para acumulá-las são a antítese das pessoas humildes que
DEUS deseja que os crentes se tornem. Estes homens ricos personificam o
sistema do mundo, que Tiago afirma ser hostil a DEUS. Eles valorizam as
coisas materiais, que não têm valor duradouro, e desdenham os seres humanos,
que DEUS afirma que têm valor supremo. A sua vida na terra, que é uma vida
de ‘delícias e deleites’, serve apenas para prepará-los para o ‘dia de
matança’ [Tg 5.5], o juízo divino”.
Sua vida de prazeres e luxo
estava sendo para eles como o período de engorda do gado para logo depois
ser abatido (Tg 5.5).
Como afirmamos no capítulo
4, a Bíblia nos ensina que as riquezas em si não são pecado, mas apenas o
amor às riquezas, o apegar-se a elas, a avareza, a cobiça, o egoísmo e a
soberba. As Escrituras ensinam que o cristão que “possui riquezas e bens não
deve julgar-se rico em si, e sim administrador dos bens de DEUS (Lc
12.31-48)”, e deve ser “generoso, pronto a ajudar o carente, e rico em boas
obras (Ef 4.28; 1 Tm 6.17-19)”.
Além do mais, uma vez que
Tiago conclama os ricos opressores a prantearem e chorarem, isso significa
dizer, à luz do uso dessas mesmas expressões no capítulo 4 (v. 9), que ele
“espera que reconheçam sua dependência de DEUS e se arrependam de seus
pecados”; e “se assim o fizerem, então o ‘abatimento’ (Tg 1.10) provocado
por sua ‘miséria’ os levará a se humilharem perante o Senhor, e Ele os
exaltará (Tg 4.10; cf. Tg 1.9)”.
Alexandre Coelho e Silas
Daniel. Fé e Obras, Ensinos de Tiago para uma Vida Cristã Autêntica.
Editora CPAD. pag. 139-140.
Tg 5.1 Estes ricos
provavelmente não são crentes, mas pessoas não-crentes e ricas (talvez as
mesmas pessoas a que se fez referência em 2.6). Muito provavelmente, os
ricos proprietários de terras são o objeto da repreensão mordaz de Tiago.
Estas pessoas vivem em ambientes de luxo, repletas de alimentos e dinheiro.
Mas há terríveis misérias, que sobre eles hão de vir não se tratando de
sofrimentos terrenos, mas eternos -, e eles devem se lamentar de tristeza
pelo que perderão. As palavras “chorai e pranteai” eram frequentemente
usadas no Antigo Testamento pelos profetas para descrever a reação dos
ímpios quando o Dia do Senhor (o dia do juízo de DEUS) chegasse (veja Is
13.6; 15.3; Am 8.3). JESUS disse que entre aqueles que fossem excluídos do
reino de DEUS haveria pranto e ranger de dentes (Mt 8.12; 22.13; 24.51;
25.30).
Comentário do Novo
Testamento Aplicação Pessoal. Editora CPAD. Vol. 2. pag. 687.
Tg 5.1 No bloco anterior
Tiago falou de pessoas seguras de si que pensam não precisar de DEUS. É
possível que agora tenha lembrado da objeção: “No entanto, não deixam de ter
êxito e prosperar. Têm todos os trunfos na mão e os usam. Nós pessoas
humildes temos de sofrer muito debaixo dessa situação.” Em decorrência,
Tiago apresenta neste trecho o que acontece com a riqueza vinda de DEUS. No
presente caso as pessoas de que se fala não são primordialmente membros da
igreja (ainda que vários do seu âmbito tiveram e têm de se confrontar com a
pergunta: “Senhor, sou eu?”). A princípio os ricos fora da igreja não devem
ter visto a carta (como também ocorreu com as palavras proféticas sobre a
Babilônia, Assíria, Tiro, etc. – Is 13-23; Jr 46-51; etc. – que não foram
proclamadas nessas cidades). Mas a palavra serviu para deixar as coisas
claras.
1 – “Vós ricos”, em grego
ploúsios (v. 1).
Tg 5.1 a) No Sl 73.12
consta: “Os ímpios aumentam suas riquezas”. Lá se mostra a figura de pessoas
teimosas: “Falam com altivez.” “São sólidos como um palácio.” Qualquer meio
lhes convém. “Fazem o que bem entendem” (Sl 73.4,8). Na verdade não é válida
a equação: rico = ímpio, pobre = devoto. Também Abraão era rico (Gn 13.2).
Mas com certeza os ricos estão majoritariamente do outro lado. Muitos não
teriam enriquecido se tivessem sido escrupulosos nos métodos. Ademais é
notório que o ser humano é sujeito a transformar sua riqueza em ídolo e
então pensar que já não precisa de DEUS. Também nos evangelhos os ricos
muitas vezes participavam da oposição (Mt 23.14; Lc 16.14). O próprio JESUS
descreve em suas parábolas dois personagens ricos para os quais a
propriedade veio a ser fatal: o rico que ignorava Lázaro que jazia à sua
porta (Lc 16.19ss) e o rico agricultor que se satisfazia com sua riqueza,
acreditando poder usá-la exclusivamente em prol de si mesmo (Lc 12.16-21).
JESUS sentencia: “É mais fácil passar um camelo pelo fundo de uma agulha do
que entrar um rico no reino de DEUS” (Mt 19.24; Lc 18.25). E Paulo escreve:
“Ora, os que querem ficar ricos caem em tentação e cilada” (1Tm 6.9).
b) Também hoje muitas
pessoas são ateístas não tanto por causa de dúvidas intelectuais, mas porque
no fundo pensam não precisar de DEUS e por confiarem nos bens, na boa
posição, em suas capacidades. São esses seus ídolos. Geralmente nem mesmo é
necessária grande quantidade de bens, posição e inteligência para que alguém
se considere “rico” no sentido do presente trecho. – Nenhum de nós está
livre do risco de transformar suas propriedades e garantias maiores ou
menores em ídolos: conta bancária, casa, bons ganhos constantes. Então
existirá também o perigo de permanecermos “sentados” em tudo isso. “A
avareza é uma raiz de todos os males” (1Tm 6.10). Leva a uma atitude errônea
perante DEUS e pessoas.
c) Para a última jornada da
história universal anuncia-se que o anticristo controlará tudo e boicotará
os que se mantêm fiéis a JESUS (Ap 13.17). Aqui se explicita outra linha que
perpassa a Escritura: há seres humanos cuja consciência está presa a DEUS,
que perseveram singela e inabalavelmente do lado de DEUS e são prejudicados
em todos os sentidos porque o diabo é o “príncipe deste mundo”. Nos salmos
eles são chamados de “necessitados” (Sl 10.2,12; 12.5; 34.2,7; 74.19-22;
etc.). JESUS os chama de “pobres”. Mas declara: “Bem-aventurados vós, os
pobres” (Lc 6.20).
Fritz Grunzweig. Comentário
Esperança Carta De Tiago. Editora Evangélica Esperança.
«...Atendei agora...»
Literalmente temos aqui «Vinde, agora...», no sentido de «Vede, agora...»,
uma incisiva chamada à atenção, no estilo da diatribe. «... chorai
lamentando...» Em Tg. 4:9, a lamentação e o choro são vinculados ao
arrependimento, o que conduz à restauração da alma. Em contraste com isso,
aqui temos uma lamentação provocada pelo julgamento inevitável. Não há aqui
qualquer chamada ao arrependimento. «As lamentações, diferentemente de Tg.
4:9, não são uma expressão de humilde arrependimento, e, sim, de remorso e
terror sem alívio» (Poteat, in loc.). Tudo isso, naturalmente, mostra a
intensidade com que o autor sagrado sentia os erros sociais em que os pobres
eram oprimidos pelos ricos.
Não é verdade que muitos são
reduzidos a escravos virtuais, que recebem salários ridículos por um
trabalho árduo, que lhes consome longas horas? O avanço do comunismo no
mundo não tem resultado essencialmente do fato de ser um bom sistema
econômico, pois a experiência não tem demonstrado isso; pelo contrário, seu
progresso se deve aos abusos do capitalismo.
Consideremos os aluguéis que
são cobrados, o preço das consultas aos médicos, etc. Nessas, e noutras
áreas, exerce-se uma feroz pressão econômica, que muitos governos não
conseguem controlar, ou se recusam a fazê-lo.
«...chorai...» No grego é
Maio», «chorar», com frequência usada com o sentido de «chorar pelos
mortos», sentido tristeza e desespero. Esse é: o choro daqueles que
antecipam um juízo severo, e não o choro dos penitentes. (Comparar com Apo.
6:15-16 e Joel 1:5).
«...lamentando...» No grego,
«ololudzo», termo usado para indicar «chorar em voz alta», «uivos de
lamentação». Era termo usado para descrever a palavra anterior. O «choro»
será em altos uivos de lamentação.
«...desventuras...» No grego
é «talaiporia», «misérias». Há uma alusão direta aos «sofrimentos dos
condenados», ao julgamento, embora certas tristeza, provocadas pelo
infortúnio, talvez não estejam excluídas do pensamento do autor sagrado.
«...sobrevirão...» No grego
é usado o particípio presente—agora mesmo elas começam a concretizar-se,
imediatamente antes da «parousia» (ou segundo advento de CRISTO).
CHAMPLIN, Russell Norman, O
Novo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Candeias. Vol.
6. pag. 73.
2. O mal que virá (v.2).
Observação do Ev. Luiz
Henrique - Creio eu que Tiago já poderia estar prenunciando não só a vinda
de JESUS no arrebatamento, mas poderia também estar se referindo à
destruição de Jerusalém que em breve aconteceria. No ano 70 o general Tito
invadiria Jerusalém e poria fogo inclusive no templo. De que adiantaria
agora as riquezas acumuladas pelos ricos? Tudo seria destruido e tudo
confiscado pelo governo romano. O mesmo se deu com os crentes que não
venderam suas propriedades para ajudar aos pobres e necessitados da Igreja.
Bem fez Barnabé que vendeu propriedade para ajudar aos pobres e ganhou
galardão no céu.
Tg 5.2 Ambos os verbos deste
versículo e o primeiro verbo do versículo seguinte estão no tempo perfeito.
Ropes os descreve habilmente como "declarações pitorescas e figurativas da
verdadeira inutilidade desta riqueza à vista daquele que conhece o valor do
que é permanente e eterno" (op. cit., pág. 284). A riqueza deve ser usada
para bons propósitos, não entesourada.
Charles F. Pfeiffer.
Comentário Bíblico Moody. Editora Batista Regular. pag. 23.
Tg 5.2 a) O fato da mudança
de tom. Tiago vê aproximar-se o que os ricos ainda não veem: “Atenção,
agora, ricos, chorai lamentando, por causa das vossas desventuras, que vos
sobrevirão!” Assim como em geral o dono da casa ergue a taça no início de
uma festividade e brinda como sinal de que a festa está começando:
“Atenção!”, assim Tiago convoca agora para o lamento. Ainda estão “numa
boa”. Porém isso acabará em breve. Devem preparar-se desde já. Isso é
semelhante às palavras de Jeremias, que já entoava o lamento fúnebre (cf. Jr
4.19ss; etc.) quando muitos ainda se consideravam seguros em Jerusalém.
“Como o mundo jaz cego e morto! Dorme em segurança e presume que a aflição
do grande dia ainda está distante e remota” (J. C. Rube; cf. também Lc
17.26-30).
Tg 5.2 b) A causa da
guinada. “Vossa riqueza está apodrecida”: provavelmente tem-se em mente as
ricas reservas de víveres que foram estocados e agora se deterioraram. Era
muito melhor guardar esses estoques do que dá-los aos pobres (Sl 41.2; Pv
19.17; Sir 4.1-6; Mt 5.42; 25.40; Lc 6.38; Gl 6.9s; Hb 13.16). Talvez também
se visasse aguardar tempos em que se poderia vendê-los a preços vis. –
“Vossas roupas estão comidas de traças”: os antigos não tinham dinheiro em
moeda, como hoje. Acumulavam-se sobretudo valores materiais, tecidos, vestes
preciosas etc. Também João Batista convocou – de forma audível para muitos
em Israel – a um comportamento diferente (Lc 3.11). Novamente somos
lembrados aqui do Sermão do Monte (Mt 6.20).
Fritz Grunzweig. Comentário
Esperança Carta De Tiago. Editora Evangélica Esperança.
Tg 5.2 Essas palavras
indicam a decadência das riquezas: o ouro e a prata, apesar de serem
naturalmente resistentes à ferrugem ou corrosão, serão sobrenaturalmente
corroídos. As riquezas representadas pelas vestes luxuosas serão dilapidadas
pelas traças terrenas, sendo totalmente consumidas no julgamento, o qual é
anunciado como algo iminente e inevitável.
«...roupagens comidas de
traça...» Os povos orientais daquela época gastavam grandes somas em
dinheiro adquirindo roupas caras; e isso envolvia tanto trajes femininos
como masculinos. Tal era o perigo constante das traças que estas logo podiam
estragar e inutilizar tais roupas, enfetando-as. Porém, o futuro julgamento
ainda é uma perspectiva mais temível, quando o juízo mostrar-se mais
destruidor do que as traças terrenas. O julgamento é um supercorrosivo.
Alguns intérpretes pensam
que este versículo, do ponto de vista espiritual, pronuncia denúncia contra
as riquezas, como se estas fossem já sujeitas a certa espécie de decadência:
estão corroídas, perfuradas pelas traças e enferrujadas. «A sua ferrugem
testificará contra vós no dia do julgamento, mostrando quão sem valor é
aquilo em que confiais. E a inutilidade de vossas riquezas será então a
vossa ruína, porquanto continuais a amontoar para vós mesmos somente o fogo
do inferno». (Ropes, in loc.).
Notemos aqui os verbos no
perfeito, «sesepen» (corruptas) e «gengonen» (comidas pelas traças)
e«katiotai»(enferrujadas, no segundo versículo), que descrevem graficamente
o «estado» de corrupção e inutilidade em que as riquezas já se encontram, do
ponto de vista espiritual. Mas há estudiosos que pensam que esses verbos no
perfeito indicam antes a «antecipação profética», como se o juízo já tivesse
tido lugar. «Todas as vossas riquezas perecerão no dia do juízo. Sua
ferrugem testificará contra vós de antemão, sobre vossa própria vindoura
destruição; e o juízo, quando houver destruído vossas possessões, cairá
sobre vós. Tendes acumulado tesouros para os próprios dias do julgamento!»
(Huther, in loc.).
«Vossas riquezas estão se
embolorando na corrupção, e vossas vestes, guardadas em vã superfluidade,
estão comidas pelas traças; embora ofusquem aos homens com o seu resplendor,
de fato, já estão cancerosas; são abomináveis aos olhos de DEUS; a ira
divina soprou sobre elas e as ressecou; já começam a encolher-se e ser
destruídas». (Bispo Wordsworth, in loc.).
Ê extremamente difícil
perceber-se que as verdadeiras riquezas de um homem são medidas por quanto
ele dá de si mesmo, de suas possessões materiais e não por quanto ele é
capaz de reter para si mesmo. (Ver Marc. 8:35: «Quem quiser, pois, salvar a
sua vida, perdê-la-á; e quem perder a vida por causa de mim e do evangelho,
salvà-la-á»).
CHAMPLIN, Russell Norman, O
Novo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Candeias. Vol.
6. pag. 73.
3. A corrosão das riquezas e o juízo divino (v.3).
No capítulo 5, Tiago mais
uma vez chama a atenção para a transitoriedade e a deterioração natural das
riquezas (Tg 5.2,3). Ele já havia feito essa alusão no capítulo 1, usando
como analogia a beleza passageira da flor (w. 10,11).
Um aspecto importante das
palavras de Tiago nos versículos 2 e 3 é que, ao afirmar que as riquezas
daqueles ricos opressores estavam apodrecidas, com vestes comidas de traça e
ouro e prata enferrujados, o apóstolo estava destacando também que os bens
daqueles homens haviam perdido o seu propósito. “O fato de as vestes
representarem o alimento das traças, o dinheiro guardado se tornar manchado
e o ouro e a prata enferrujarem, não sendo utilizados por seus donos quando
poderiam ter sido destinados aos pobres, indica que foram afastados da
função a qual DEUS lhes destinou. Se os ricos aceitarem a vontade de DEUS
como a sua própria, então usarão suas posses para suprir as necessidades dos
semelhantes (Tg 2.15,16) em vez de viver em luxurias e deleites (Tg 5.5;
cf.Tg4.3).
Alexandre Coelho e Silas
Daniel. Fé e Obras, Ensinos de Tiago para uma Vida Cristã Autêntica.
Editora CPAD. pag. 141.
Tg 5.3 Os metais preciosos
acumularam-se e estragaram-se sem ter sido usados. Quando a riqueza não é
usada para ajudar os outros, ela perde o seu valor. Tiago nos adverte de que
até mesmo o que parece ser mais indestrutível (ouro e prata) estará
condenado se não for colocado em um bom uso. A inutilidade do ouro e da
prata acumulados os comerá como fogo no inferno. Então, se revelará a
avareza, o egoísmo e a maldade dos ricos. Eles deixaram de fazer o bem com o
que tinham, e isto é pecado (4.17).
Poucas pessoas no mundo
ocidental podem ler esta passagem com entendimento e não ficar pelo menos
marcadas pela sua verdade. Nós provavelmente adicionamos uma nova dimensão
ao problema, porque não acumulamos para preservar para mais tarde, mas
acumulamos para gastar, ou até mesmo para desperdiçar. Os crentes da
atualidade encontram-se participando da tendência da sociedade de consumir
tanto quanto possível sem considerar as condições em outras partes do mundo,
ou até mesmo o que vamos deixar para os nossos filhos e netos. Será que a
nossa ferrugem não dará testemunho contra nós nos últimos dias?
Comentário do Novo
Testamento Aplicação Pessoal. Editora CPAD. Vol. 2. pag. 687-688.
Tg 5.3 “Vosso ouro e vossa
prata enferrujaram”: os antigos ainda não tinham a possibilidade de limpar
metais nobres de outras substâncias da forma como nós. Por isso era possível
que em certas condições também ouro e prata oxidassem. Todas as jóias e
outros objetos metálicos de valor experimentavam forte depreciação. Em suma:
aquilo em que consiste a riqueza é passageiro, está sujeito à
transitoriedade geral, também hoje: muda o “clima” na economia de um país.
As ações caem. Empresas de renome pedem concordata ou têm de ser vendidas
com urgência; não resta muita coisa aos donos antigos. Instala-se o
desemprego. Bons cargos se perdem. Outros ramos da economia são prejudicados
também. Caem as receitas de impostos. Uma coisa está ligada à outra. O chão
treme sob os pés. Ou pode ser até mesmo que grasse pelo país o arado da
guerra e da revolução; grandes personalidades de ontem tornam-se hoje
mendigos.
c) Bens não usados
transformam-se em acusação: “Sua ferrugem há de ser por testemunho contra
vós mesmos”: Na grande data do juízo de DEUS servirão de testemunhas contra
eles os mantimentos deteriorados e as roupas, bem como o dinheiro estocado e
depreciado, que não manteve seu brilho, por assim dizer, por não circular
nas mãos de terceiros. Também nós um dia seremos questionados: “O que você
fez com sua vida, com seus dons, com sua profissão e sua propriedade, bem
como com as pessoas necessitadas que coloquei diante de você?” São perguntas
dirigidas não apenas ao “mundo”, mas também a nós. Isso inicia com as
pessoas que encontramos, estendendo-se até as tarefas de amplitude mundial.
Em nossa época fala-se muito, mas apenas se fala, de “ajuda para o
desenvolvimento”. Várias pessoas a transformam praticamente em substituto
para o evangelho que perderam. Talvez seja por isso que quase não suportamos
mais ouvir a palavra. Não obstante, um dia seremos questionados: Vocês
ouviram muito sobre a miséria daqueles povos distantes, mais do que no
passado. E vocês também tinham mais possibilidades de fazer algo, mais que
no passado. O que foi que vocês cristãos ocidentais abastados fizeram nessa
área?
d) A conexão de nosso
destino com o de nossos bens. “Sua ferrugem há de devorar, como fogo, a
vossa carne”: a ruína do que foi acumulado contagia aquele que acumulou e
que se prendeu às coisas acumuladas. O ídolo arrasta o idólatra junto em sua
própria ruína. É como quando um cachorro está acorrentado na varanda de uma
propriedade rural, e as construções se desfazem em chamas. O pobre animal
uiva e força a corrente, tentando se soltar. Finalmente, porém, é esmagado
na queda do telhado em chamas. Assim acontece com o ser humano que se deixou
amarrar a esse mundo e seus bens. João escreve: “O mundo passa, bem como a
sua concupiscência; aquele, porém, que faz a vontade de DEUS permanece
eternamente” (1Jo 2.17). É extremamente importante soltar-se do mundo e
ligar-se a JESUS. Ele declara: “A (vontade e a) obra de DEUS é esta: que
creiais naquele que por ele foi enviado.” (Jo 6.29). “Todo o que comete
pecado é escravo do pecado… Se, pois, o Filho vos libertar, verdadeiramente
sereis livres” (Jo 8.34,36).
Fritz Grunzweig. Comentário
Esperança Carta De Tiago. Editora Evangélica Esperança.
Tg 5.3 «...gastos de
ferrugens..." O ouro e a prata não se desgastam dessa maneira, pelo que
sabemos que o autor sagrado falava sobre a «ferrugem sobrenatural, sobre o
eventual poder consumidor do julgamento, que reduzirá as falsas riquezas dos
homens ao nada.
«...para testemunho contra
vós mesmos...» No dia do juízo, as falsas riquezas de um homem, sendo
consumidas, servirão de testemunho contra ele: mostrarão como ele desbaratou
a sua vida, servindo a si mesmo, enquanto seus semelhantes padeciam
necessidade. A estes o rico conveniente terá ignorado, ao passo que o
dinheiro lhe era abundante, deixando-o a gozar no seu lazer. Esqueceu-se das
necessidades do espírito e serviu antes ao corpo e ao mundo. Deveria ser
chamado por causa disso, a prestar contas; pois todos os homens serão
julgados segundo as suas obras (ver Rom. 2:6 e Apo. 20:12). A redução das
riquezas terrenas ao nada, no juizo, será um «sinal visível», claro e
inequívoco, de que o indivíduo em questão merece o juízo que está prestes a
receber.
«...devorar, como fogo as
vossas carnes...» A perecibilidade das riquezas indica a ruína dos ricos:
estes perecerão todos juntos; aquilo a que os ricos deram tanto valor, e no
que confiaram, será o motivo de sua perdição. A ideia ou simbolismo
apresentado é o de metais corroídos; e nesse processo, emana grande calor,
como de fogo, que consome o indivíduo que os amealhara. Ou talvez devamos
pensar em uma corrente enferrujada, enrolada e apertada em torno do
indivíduo, a qual consome o indivíduo com sua ferrugem envenenada. (Ver
Eclesiástico 34:31 quanto a uma figura simbólica um tanto similar).
Figuradamente, a «carne» indica o próprio homem, visto como alguém
destroçado no juízo, mas sem haver qualquer alusão literal à destruição do
corpo.
Alguns eruditos pensam que a
palavra fogo, que há no versículo, está ligada ao que se segue, e não ao que
precede. Assim, ao invés de dizer-se que a carne do homem foi comida como
que pelo fogo, dever-se-ia imaginar: «...ajuntastes fogo, amontoando vossos
tesouros». A diferença, na estrutura da sentença, depende de como a
pontuarmos. Ocasionalmente isso se torna questão de interpretação, porquanto
os manuscritos originais não tinham qualquer pontuação. Seja como for, um
bom sentido é conseguido. No segundo caso, o próprio tesouro é visto como
algo imbuído das chamas da Gehena, tornando-se o motivo mesmo da perdição do
rico.
(Ver Isa. 30:33; Judite
16:17; Mat. 5:22 quanto ao fogo da Gehena. Tiago 3:6 alude a isso).
Quanto a outras passagens
bíblicas com uma mensagem similar à que se vê no presente versículo, ver
Mat. 6:19; Marc. 10:21; Luc. 18:22; Rom. 2:5; Pro. 1:13; 2:7; Tobias 4:9; IV
Esdras 6:5, 7:77; Testamento dos Doze Patriarcas, Levi, 13:5).
«...nos últimos dias...»
Essa expressão é compreendida de diversas maneiras no N.T., a saber:
1. Pode significar «os dias
do Messias», quando CRISTO viveu no seu primeiro advento, pintado como algo
que precederá imediatamente uma gigantesca transformação nas condições das
vidas dos homens. Isso significaria os «últimos dias» da comunidade judaica,
conforme ela existia nos tempos de JESUS, antes de qualquer transformação
revolucionária.
2. Também pode aludir à
dispensação do evangelho, vista como algo que precede cronologicamente o
retorno de CRISTO, e quando, então, ele estabelecerá o estado eterno.
3. Pode-se referir-se à
«última porção» da dispensação desse evangelho.
4. Pode ser uma referência
aos dias do juízo, propriamente dito. Os intérpretes normalmente pensam na
terceira ou na quarta dessas posições. Os ricos seriam então vistos como
ridículos, a amontoarem riquezas nos «dias preliminares» mesmo do segundo
advento de CRISTO, como se estivessem fazendo algum negócio importante em
seu leito de morte. Ou a ideia pode ser o quão inútil é, para os ricos,
viverem esse tipo de vida autocentralizada, porque aquilo que eles
amontoaram está destinado meramente à destruição certa, quando do julgamento
(o qual é visto como iminente, ver o sétimo versículo).
Já que há uma referência à
«parousia», no sétimo versículo, supomos que os «últimos dias», deste
versículo, indicam aqueles dias que antecederão imediatamente a segunda
vinda de CRISTO, quando ele vier para julgar. O autor sagrado não sabia por
quanto tempo perduraria a era da graça. Tal como outros escritores sagrados
do N.T., ele via a segunda vinda de CRISTO como ocorrência não distante, e
que talvez ocorresse até mesmo durante sua vida terrena. (ver I Cor. 15:51 e
I Tes. 4:15. Quanto a outras referências aos «últimos dias», no N.T., ver
João 6:39; 6:37; Atos 2:17; II Tim. 3:1; Heb. 1:2 e II Ped. 3:3. Ver também
a expressão «último tempo», em I Ped. 1:5,20).
CHAMPLIN, Russell Norman, O
Novo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Candeias. Vol.
6. pag. 74.
III - O ESCASSO SALÁRIO DOS TRABALHADORES “CLAMA” A DEUS
(Tg 5.4-6)
1. O clamor do salário dos trabalhadores (v.4).
O principal pecado desses
ricos opressores era, segundo a denúncia clara do apóstolo Tiago, o não
pagamento dos salários devidos. Tiago afirma que os trabalhadores que
ceifavam nas terras desses ricos, na hora de serem pagos pelos seus
trabalhos, em vez de receberem o salário combinado, tinham o seu pagamento
distorcido, reduzido, diminuído (Tg 5.4). E mais: além de cometerem o pecado
de não pagarem o salário devido, esses ricos estavam cometendo indiretamente
assassinato, conforme a denúncia contundente de Tiago, que afirma que o não
pagamento desses ricos aos pobres trabalhadores lançara estes em uma
situação de miséria e morte. Diz o apóstolo: “Condenastes e matastes o
justo; ele não vos resistiu” (Tg 5.6). Como resultado dessa atitude, DEUS
resistirá a esses ricos criminosos (Tg 4.6); seu juízo virá sobre eles (Tg
5.1).
Desde o Antigo Testamento,
ainda na Lei de Moisés, encontramos a proibição divina de o empregador
oprimir o empregado. Ela se encontra em Deuteronômio 24.14, mesma passagem
que assevera que o trabalhador tinha direito ao salário devido e este não
poderia ser de forma alguma atrasado. Afirma expressamente o próprio DEUS,
conforme registrado por Moisés: “No seu dia, lhe darás o seu salário, e o
sol se não porá sobre isso; porquanto pobre é, e sua alma se atém a isso;
para que não clame contra ti ao Senhor, e haja em ti pecado”. Na Nova Versão
Internacional, a mesma passagem é assim vertida para o português:
“Paguem-lhe o seu salário diariamente, antes do pôr do sol, pois ele é
necessitado e depende disso. Se não, ele poderá clamar ao Senhor contra
você, e você será culpado de pecado”.
Ao desrespeitarem esse
mandamento divino, esses ricos opressores estavam acumulando culpa sobre as
suas cabeças, preparando-se para o juízo divino. Seu enriquecimento era
fraudulento, o que já era frisado no capítulo 2 da Epístola de Tiago, quando
o apóstolo afirma: “Mas vós desonrastes o pobre. Porventura, não vos oprimem
os ricos e não vos arrastam aos tribunais?” (Tg 2.6). Isto é, os ricos
opressores chegaram às raias dos tribunais, devido a seu crime, mas saíram
vencedores. Essa é a razão pela qual Tiago afirma no capítulo 5, versículo
6, que o inocente pobre “não vos resistiu”, isto é, não resistiram aos
ricos, mas foram condenados.
Como frisa o teólogo A. F.
Harper, essa expressão “não vos resistiu” refere-se, provavelmente, ao fato
de que “o pobre não tinha uma defesa legal adequada”, de maneira que, “nos
tribunais, os ricos influentes têm condenado e devastado’ [condenado e
matado] o pobre que não tem condições de pagar o salário de um advogado ou o
suborno para o juiz”. Conclui Harper: “O desamparo da vítima somente aumenta
a culpa do opressor. Quando o desejo por riqueza se torna tão intenso ao
ponto de tirar a vida de outra pessoa, a ganância tornou-se assassina”.
Eis o centro da denúncia de
Tiago no capítulo 5: a prática desses ricos maus de “acumular fortuna
pessoal deixando de pagar seus empregados (v.4) é a base da acusação
específica de Tiago quando menciona ‘matar o justo’ (v.6), porque tirar o
pão de um semelhante é cometer assassinato; privar um empregado do salário é
derramar seu sangue”. Sem o seu salário, esses pobres trabalhadores, que
dependiam exclusivamente desses salários para sobreviver, não poderiam viver
por muito tempo — definhariam até a morte.
Por fim, um dos ensinos
importantes desse texto que abre o capítulo 5 de Tiago é que DEUS está
atento ao clamor dos que sofrem injustiças na terra. DEUS não está alheio às
injustiças que acontecem e, conforme assevera o apóstolo, aqueles que
praticam maldades contra inocentes, que oprimem os outros, que promovem
injustiças, receberão a sua paga inexoravelmente (Tg 5.1), ou ainda aqui na
terra ou na eternidade se não se arrependerem.
Outra coisa que aprendemos é
que, assim como Tiago se colocou como uma voz contra esses opressores, uma
voz em favor daqueles inocentes oprimidos, o cristão deve também erguer sua
voz contra as injustiças nesse mundo e a favor das vítimas inocentes.
E se você está sofrendo
alguma injustiça na sua vida, lembre- se: DEUS não está blindado em um canto
do Universo, surdo e cego, sem atentar para a sua causa. Não! Ele simpatiza
com a sua causa. Ele não suporta a injustiça, e Ele sabe muito bem tudo o
que você está passando. O Senhor dos Exércitos — isto é, aquEle que peleja
por nós — está ouvindo o seu clamor (Tg 5.4b).
Alexandre Coelho e Silas
Daniel. Fé e Obras, Ensinos de Tiago para uma Vida Cristã Autêntica.
Editora CPAD. pag. 141-145.
Tg 5.4 Estes trabalhadores
do campo trabalhavam para as pessoas ricas durante o dia e seriam pagos no
final do dia. Eram lavradores pobres. Muito provavelmente, eles tinham sido
forçados a sair das suas próprias terras por execução de alguma hipoteca, e
então eram contratados pelo proprietário rico de uma propriedade maior. Eles
viviam à margem da fome extrema — o salário de hoje comprava a comida de
amanhã. Se um trabalhador não recebesse o seu pagamento, toda a sua família
passaria fome. Se o proprietário se recusasse a pagar, havia pouca coisa ou
nada que o trabalhar pudesse fazer. O dinheiro que deveria ter sido entregue
ao trabalhador também era uma evidência contra estas pessoas ricas. O clamor
pelo salário retido dos trabalhadores e dos que ceifaram entraram nos
ouvidos do Senhor dos Exércitos. O único recurso que os pobres tinham era
clamar a DEUS. Se estivermos enfrentando a opressão, a fé exige que nós nos
lembremos de que DEUS é a nossa força e o nosso defensor. Circunstâncias
temporárias não alteram a soberania de DEUS. DEUS nos protegerá do mal
espiritual nesta vida e nos dará as alegrias que nós desejamos na vida
porvir. Ele nos assegurará que a justiça será feita e julgará os opressores.
Comentário do Novo
Testamento Aplicação Pessoal. Editora CPAD. Vol. 2. pag. 688.
Tg 5:4 Além do mais, Tiago
sabe que as riquezas acumuladas em geral indicam injustiça. Na Palestina, em
geral, tratava-se de injustiça contra os trabalhadores rurais. Vede! o
salário dos trabalhadores que ceifaram os vossos campos, e que por vós foi
retido com fraude, está clamando. O sistema econômico da Palestina utilizava
trabalhadores braçais diaristas, em vez de escravos, em parte porque o
escravo (Tiago 4:13-5:20) passaria a custar mais, caso ele convertesse ao
judaísmo. Esses trabalhadores contratados eram os filhos jovens das famílias
de camponeses expulsas de suas terras por causa de bancarrota, quando as
hipotecas das propriedades venceram e não havia como pagá-las. Tais
trabalhadores viviam da mão à boca. O salário de hoje é para comprar o
desjejum de amanhã. Quando o salário não era pago no fim do dia, a família
passava fome. A despeito de uma porção de mandamentos no Antigo Testamento
(Levítico 19:13; Deuteronômio 24:14-15), os ricos descobriam jeitos de reter
o salário dos trabalhadores (e.g., Jeremias 22:13; Malaquias 3:5). O
fazendeiro poderia retê-lo até o fim da época de colheita, a fim de garantir
que o camponês viria trabalhar; poderia apelar para uma minúcia técnica a
fim de provar que o contrato não foi cumprido; ou poderia alegar estar
cansado demais para pagar o salário no fim do dia. Se o trabalhador
reclamasse, o patrão o poria na lista negra; se fosse aos tribunais, o rico
teria os melhores advogados. Assim é que Tiago retrata o dinheiro no bolso
dos ricos, dinheiro que deveria ter sido usado para pagar os trabalhadores
que clamam por justiça. Os clamores não deixaram de ser ouvidos por alguém:
os clamores dos ceifeiros chegaram aos ouvidos do Senhor Todo-poderoso.
Visto tratar-se de ceifeiros, não pode haver desculpa de falta de dinheiro;
há montões de cereais para serem vendidos. O trabalhador faminto apelou aos
prantos para o único recurso que tem: DEUS. Ao mencionar o Senhor
Todo-poderoso, Tiago lembra seu leitor de Isaías 5:9, onde as pessoas que
adquirem grandes latifúndios são condenadas.
Todos os judeus sabiam o que
acontecia às pessoas condenadas por Isaías, e também sabiam que os ouvidos
de DEUS estão abertos para os pobres (Salmo 17:1-6; 18:6; 31:2), de modo que
a declaração de Tiago inclui a ameaça de julgamento.
Peter H. Davids. Comentário
Bíblico Contemporâneo. Editora Vida. pag. 150-151.
Tg 5.4 a) Acumular bens ao
invés de fazer o bem por meio deles. “Tesouros acumulastes…”: O que
acontecerá se – analisado à luz do dia – isso for basicamente o denominador
principal daquilo que queremos e praticamos? Pessoas trabalhadoras e
parcimoniosas correm esse perigo. Será que aquilo que investimos na
construção do reino de DEUS e em prol da carência de nossos semelhantes se
situa em patamares análogos ao que contribuímos para a poupança da casa
própria? – Como agravante é acrescentado: “nos últimos dias.” Desde a vinda
de JESUS na realidade vigoram os “últimos tempos” (Hb 1.2). Quando, porém,
colocamos a Bíblia aberta ao lado do jornal nos dias de hoje, impõe-se a
impressão de que agora se manifestam de maneira notória os citados
presságios do retorno de JESUS. Nesse caso, de fato importa para nós algo
diferente do que “ter sucesso na vida”. “Livra-te, salva a tua vida” (Gn
19.17) e a de outros. JESUS declara: “Assim como foi nos dias de Noé, será
também nos dias do Filho do Homem: comiam, bebiam, casavam e davam-se em
casamento, até ao dia em que Noé entrou na arca, e veio o dilúvio e destruiu
a todos. O mesmo aconteceu nos dias de Ló…” (Lc 17.27s).
4 b) Violação não apenas do
amor, mas igualmente do direito (cf. Lv 19.13; Dt 24.14; Jr 22.13). “Eis que
o salário dos trabalhadores que ceifaram os vossos campos e que por vós foi
retido com fraude está clamando; e os clamores dos cortadores penetraram até
aos ouvidos do Senhor dos Exércitos”: não somente deixaram de doar, mas
tampouco deram o que era devido (até mesmo por um serviço que lhes trouxe
muitos rendimentos). Também nós cristãos temos de nos submeter a
interrogatório nesse aspecto. Paulo diz: “Não fiqueis devendo nada a
ninguém” (Rm 13.8). Talvez façamos muitas coisas voluntariamente no sentido
do amor cristão (o que possivelmente nos rende certo reconhecimento).
Contudo geralmente deixamos de fazer o que simplesmente teria sido nosso
dever e o que todos consideram óbvio (motivo pelo qual não rende nenhuma
admiração). Primeiro temos de satisfazer a justiça, antes de praticarmos o
amor. Primeiro temos de pagar as contas antigas e assalariar com justiça
nossos colaboradores, antes de fazermos grandes donativos. É possível atuar
ocasionalmente de maneira cristã, e ao mesmo tempo negligenciar os pais
idosos, o cônjuge e os próprios filhos. “Se alguém não tem cuidado dos seus
e especialmente dos da própria casa, tem negado a fé e é pior do que o
descrente” (1Tm 5.8). Como pregadores e pastores podemos ter grande alcance
pela mensagem falada e escrita e ter um nome, e ao mesmo tempo negligenciar
os enfermos, os idosos e a população de risco na própria congregação e
igreja. “O que se requer dos administradores é que cada um deles seja
encontrado fiel” (1Co 4.2). Somos administradores com tudo o que temos e
somos. Tudo é propriedade dada em custódia. Importa, então, ser fiel no
lugar em que DEUS nos colocou.
O salário retido “grita” a
DEUS como o sangue de Abel (Gn 4.10) e como o pecado de Sodoma (Gn 18.20).
Surpreendentemente DEUS se importa também com a realidade social e nosso
comportamento em sociedade. Não queremos ficar em dívida nem nos aproveitar
da parte contrária, sejamos empregadores ou empregados. Também categorias
profissionais inteiras devem receber o que lhes cabe, p.ex., a classe
camponesa, porque “todo trabalhador é digno de seu salário” (cf. Lc 10.7).
Faz parte do “salário” também a moradia digna e a obtenção do devido
reconhecimento, sem ser degradado para cidadão de segunda categoria.
Fritz Grunzweig. Comentário
Esperança Carta De Tiago. Editora Evangélica Esperança.
2. A regalia dos ricos que não temem a DEUS cessará (v.5)
Tg 5.5 Os estilos de vida
dos ricos e famosos podem interessar aos meios de comunicação, mas são
nocivos para DEUS. Estes ricos, que tomaram as terras dos pobres e depois se
recusaram a pagar os seus merecidos salários, mostraram uma enorme falta de
consideração e um grande egoísmo. A isto, eles acrescentaram uma atitude de
desperdício e autoindulgência que DEUS detesta. Uma vida de luxo e de
satisfação de cada capricho não tem basicamente nenhum valor. O dinheiro não
significará nada quando CRISTO retornar, de modo que nós devemos passar o
nosso tempo acumulando tesouros que terão valor no reino eterno de DEUS. O
dinheiro em si não é o problema; os líderes cristãos precisam de dinheiro
para viver e sustentar as suas famílias; os missionários precisam de
dinheiro para ajudar a transmitir o Evangelho; as igrejas precisam de
dinheiro para realizar eficazmente o seu trabalho. E o amor ao dinheiro que
leva à iniquidade (I Tm 6.10) e que faz com que alguns subjuguem a outros
para conseguir mais. Esta é uma advertência a todos os cristãos que são
tentados a adotar padrões mundanos em lugar dos padrões de DEUS (Rm 12.1,2)
e um encorajamento a todos aqueles que são oprimidos pelos ricos.
Para estas pessoas ricas, o
seu tesouro é a riqueza mundana. Elas aproveitaram a vida, banqueteando-se
como no dia da matança de um animal. Ironicamente, Tiago diz que elas são
como animais gordos preparados para a matança, no dia em que vier o
julgamento de DEUS (veja Jr 12.1-3).
Comentário do Novo
Testamento Aplicação Pessoal. Editora CPAD. Vol. 2. pag. 688.
O mal do versículo 5 é mais
uma faceta do espírito egoísta refletido nos versículos 2-3. As riquezas
condenam todo aquele que as usa para um prazer puramente pessoal. A Bíblia
Viva parafraseia as palavras de forma correta: “Vocês gastaram seus anos
aqui na terra divertindo-se, satisfazendo todos os seus caprichos”. Há
várias interpretações da frase num dia de matança (cf. Jr 12.3). As
diferenças dependem do significado da preposição. Num (em um) pode
significar “em”, “no”, “por meio de”, “para”. Matthew Henry viu nessa frase
uma referência às festas judaicas em que muitos sacrifícios eram oferecidos.
“Vocês vivem como se cada dia fosse um dia de sacrifícios, uma festa; e,
dessa forma, seus corações são engordados e nutridos para a estupidez,
imbecilidade, orgulho e insensibilidade, em detrimento da miséria e aflição
dos outros”.
De acordo com o contexto
parece que a preposição en em relação ao dia do julgamento pode ser melhor
traduzida por “para”. Uma tradução recente interpreta esse versículo da
seguinte maneira: “Vocês viveram na terra luxuosamente, engordando-se como
gado — e o dia para a matança chegou”. Moffatt ressalta e aguça o conceito:
“como para o dia de matança”. A finalidade dessa seção inteira é resumida
por Moffatt da seguinte maneira: “Vocês precisam pagar com a sua vida pelo
deleite cruel que custou a vida de suas vítimas, as vítimas da sua opressão
social e judicial”.
A. F. Harper. Comentário
Bíblico Beacon. Tiago. Editora CPAD. Vol. 10. pag. 190.
Tg 5.5 Realizar festas
dispendiosas enquanto outros passam fome. “Tendes vivido regaladamente sobre
a terra; tendes vivido nos prazeres; tendes engordado o vosso coração”:
Afirma-se: “Também tive de trabalhar. Afinal, também devo ter o direito de
aproveitar alguma coisa!” As pessoas moram muito bem. Viajam em férias para
locais longínquos. Afirma-se sobre o rico agricultor que ele “não foi rico
para DEUS” (Lc 12.21). Para si próprio, porém, foi rico. Não deixou faltar
nada em casa: “Alma minha, come e bebe!” Porém para DEUS ele foi pobre,
miserável. O que Tiago está escrevendo aqui não pode ser repassado
simplesmente às “instâncias” do mundo. Trata-se de um questionamento que
vale também para nós.
Novamente consta uma ênfase
semelhante à do v. 3: ademais “no dia da matança”. Primeiramente poderíamos
imaginar o dia em que os animais cevados eram mortos para banquetes e
celebrações festivas. No entanto, sofriam privações os trabalhadores que
haviam recolhido a safra e aos quais continuava sendo negado o salário, ou
que era pecaminosamente mantido baixo. Contudo no judaísmo daquele tempo, em
consonância com passagens como Jr 12.3, a expressão “o dia da matança” é
significado consistente do grande dia do juízo, no qual DEUS proclama e
executa sua sentença. A palavra significa: mesmo enquanto já está raiando o
dia do juízo, procura-se persistir no intuito de buscar divertimentos.
Fritz Grunzweig. Comentário
Esperança Carta De Tiago. Editora Evangélica Esperança.
3. O pobre não resiste à opressão do rico (v.6).
Um ponto importante a ser
frisado aqui é o uso que Tiago faz do termo “justo” no versículo 6, quando
afirma “Condenastes e matastes o justo; ele não vos resistiu”. A ideia clara
do uso desse termo nessa passagem para se referir a esses pobres
trabalhadores oprimidos é que o apóstolo quer destacar a seus leitores o
fato de que eles não eram homens maus sofrendo alguma represália dos seus
chefes ricos pela sua maldade. Não. Eles eram homens inocentes.
Tiago não está aqui
atribuindo alguma bondade inata aos pobres pelo simples fato de serem
pobres. Ele estava, sim, preocupado em enfatizar o fato de que aqueles
homens não mereciam o que seus empregadores estavam fazendo com eles. Ele
estava dizendo que aqueles pobres empregados haviam trabalhado honestamente,
ceifando as terras de seus senhores, mas receberam em troca um salário aquém
do combinado e de suas necessidades, quando os seus empregadores tinham
condições de pagar o salário prometido, que garantia a subsistência daqueles
pobres homens.
Portanto, o referido
versículo não pode ser usado como argumento para sustentar a Teologia da
Libertação, que ensina o equívoco de que os pobres são justos diante de DEUS
pelo simples fato de serem pobres, o que não encontra base alguma nas
Sagradas Escrituras. Como afirma uma antiga e precisa regra básica de
hermenêutica bíblica, texto sem olhar o contexto é pretexto.
Alexandre Coelho e Silas
Daniel. Fé e Obras, Ensinos de Tiago para uma Vida Cristã Autêntica.
Editora CPAD. pag. 142-143.
Tg 5.6 A condenação e a
morte de pessoas justas provavelmente eram tanto ativas como passivas. As
pessoas inconvenientes podem realmente ter sido assassinadas, mas é mais
provável que as pessoas pobres que não podiam pagar as suas dívidas fossem
lançadas na prisão ou forçadas a vender todas as suas posses. Sem meios de
sustento, e sem oportunidades até mesmo para trabalhar para pagar suas
dívidas, estas pessoas pobres e suas famílias frequentemente morriam de
fome. DEUS também considerava isto um assassinato. De uma maneira ou de
outra, no sistema injusto, isto era legal. O pobre não tinha como resistir.
O seu único recurso contra os ricos iníquos era clamar a DEUS. As condições
que Tiago está descrevendo podem parecer desesperadoras. Muitos dos ricos
não se arrependerão. Entretanto, os crentes podem viver com esperança,
porque CRISTO está voltando. Ele trará juízo e justiça. Tiago agora passa a
falar a respeito da volta de CRISTO.
Comentário do Novo
Testamento Aplicação Pessoal. Editora CPAD. Vol. 2. pag. 688-689.
O versículo 6 reflete a
riqueza desonesta adquirida por meio de ações fraudulentas da justiça. Em
2.6, Tiago refere-se aos ricos que “vos arrastam aos tribunais”. Ele não vos
resistiu provavelmente significa que o pobre não tinha uma defesa legal
adequada. Nos tribunais, os ricos influentes têm “condenado e devastado”
(Phillips) o pobre que não tem condições de pagar o salário de um advogado
ou o suborno para o juiz. O desamparo da vítima somente aumenta a culpa do
opressor. Quando o desejo por riqueza se torna tão intenso a ponto de
planejar tirar a vida de outra pessoa, a ganância tornou-se assassina.
A. F. Harper. Comentário
Bíblico Beacon. Tiago. Editora CPAD. Vol. 10. pag. 190.
Tg 5.6 O poder propiciado
pela riqueza também é malversado em relação à liberdade, honra e vida de
terceiros. “Condenastes e matastes o justo”: aqui devemos pensar
primeiramente em JESUS. Foi condenado por aqueles que possuíam influência,
riqueza e poder. A perseguição ao jovem cristianismo por parte do judaísmo
igualmente se deu por meio de pessoas com influência, riqueza e poder. O
mesmo aconteceu durante a perseguição secular aos cristãos por parte do
poderoso Império Romano. Tampouco é diferente quando cristãos sofrem nos
dias de hoje. Acima de tudo isso valerá no último trajeto da igreja de JESUS
durante a tribulação do anticristo. – “Ele (porém) não se opõe a vós”:
também isso valia inicial e principalmente para JESUS. “Não se contrapôs”.
Não porque não tivesse poder, mas porque não o usou, em acordo com a vontade
do Pai: “Posso rogar a meu Pai, e ele me mandaria neste momento mais de doze
legiões de anjos. Como, porém, se cumpririam as Escrituras? É assim que deve
acontecer” (Mt 26.53s). O que vale para CRISTO vale também para os cristãos.
JESUS diz a Pedro: “Embainha a tua espada; pois todos os que lançam mão da
espada à espada perecerão” (Mt 26.52). É assim que também temos de
compreender a palavra de Rm 13.1ss, escrita aos cristãos de Roma nos dias de
alguém como Nero: “Quem resiste às autoridades, resiste à ordem de DEUS”,
sobretudo à ordem que ele deu a seu Filho e aos seguidores dele para a
caminhada: a ordem de sofrer (cf. Rm 13.2; Mt 16.24; At 14.22). Por isso a
igreja de JESUS, particularmente também na tribulação do fim, está proibida
de se defender: “Se alguém matar à espada, necessário é que seja morto à
espada. Aqui está a perseverança e a fidelidade dos santos” (Ap 13.10;
14.12). É muito importante permanecer também sob esse aspecto no caminho do
discipulado de JESUS: “Ele não se contrapôs” (cf. Ap 14.4).
Fritz Grunzweig. Comentário
Esperança Carta De Tiago. Editora Evangélica Esperança.
ELABORADO:
Pb Alessandro Silva (http://estudaalicaoebd.blogspot.com.br/)
com
algumas modificações do Ev. Luiz Henrique.
RESPOSTAS DO QUESTIONÁRIO EM http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/videosebdnatv.htm
Referências Bibliográficas
Alexandre Coelho e Silas
Daniel. Fé e Obras, Ensinos de Tiago para uma Vida Cristã Autêntica. Editora
CPAD. pag. 15-16.
Bíblia de estudo - Aplicação Pessoal.
Bíblia de Estudo Almeida. Revista e Atualizada.
Barueri, SP: Sociedade Bíblica do Brasil, 2006.
Bíblia de Estudo Palavras-Chave Hebraico e
Grego. Texto bíblico Almeida Revista e Corrigida.
Bíblia de Estudo Pentecostal. Traduzida em
português por João Ferreira de Almeida, com referências e algumas variantes.
Revista e Corrigida, Edição de 1995, Flórida- EUA: CPAD, 1999.
BÍBLIA ILUMINA EM CD - BÍBLIA de Estudo NVI EM
CD - BÍBLIA Thompson EM CD.
CPAD - http://www.cpad.com.br/ -
Bíblias, CD'S, DVD'S, Livros e Revistas. BEP - Bíblia de Estudos
Pentecostal.
VÍDEOS da EBD na TV, DE LIÇÃO INCLUSIVE - http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/videosebdnatv.htm
www.ebdweb.com.br
www.escoladominical.net
www.gospelbook.net
www.portalebd.org.br/
http://estudaalicaoebd.blogspot.com.br/
-
Pb Alessandro Silva
Questionário da
Lição 12 - Os Pecados de Omissão e de Opressão
Responda conforme a
revista da CPAD do 3º Trimestre de 2014 - Para jovens e adultos
Tema:
FÉ E OBRAS - Ensinos de Tiago para uma Vida
Cristã Autêntica
Complete os espaços
vazios e marque com "V" as respostas verdadeiras e com "F" as
falsas.
TEXTO ÁUREO
1- Complete:
"Aquele, pois, que sabe fazer o
______________________
e o
_______________________
faz comete _______________________"
(Tg 4.17).
VERDADE PRÁTICA
2- Complete:
Os pecados de ________________________ e _______________________ são tão
______________________ diante
de DEUS quanto às demais transgressões.
I. O PECADO DE OMISSÃO (Tg 4.17)
3- como é a realidade do pecado?
( ) Um dia o homem resolveu involuntariamente desobedecer a DEUS.
( ) Um dia o homem resolveu voluntariamente
desobedecer a DEUS.
( ) O pecado, então, tornou-se uma realidade fatal.
( ) A partir dessa atitude rebelde, todas as relações dos seres
humanos entre si, com o Criador e com a criação, foram distorcidas.
( ) A humanidade e a criação sofrem e gemem como
vítimas da vaidade humana.
( ) Não somos capazes de, por nós mesmos, vencermos o pecado!
( ) Em JESUS toda essa grave realidade pode ser superada, pois o Pai
enviou o seu Filho para que morresse por nós e, assim, resgatasse-nos da
miséria do pecado.
4- Como acontece o pecado de comissão (Gn 3.17-19)?
( ) A partir da realidade do pecado algumas formas de pecados podem
ser verificadas nas Escrituras.
( ) Uma delas é o pecado de omissão, ou seja, realizar aquilo que é
expressamente condenado por DEUS.
( ) Uma delas é o pecado de comissão, ou seja, realizar aquilo que é
expressamente condenado por DEUS.
( ) Os nossos pais, Adão e Eva, foram proibidos de comer do fruto da
árvore do bem e do mal.
( ) Ainda assim dela comeram.
( ) Realizar conscientemente o que DEUS de antemão condenou é um
atentado à sua santidade e justiça.
5- Como acontece o pecado de omissão (Tg 4.17)?
( ) Essa forma de transgredir as leis divinas, muitas vezes, é
ignorada entre o povo de DEUS.
( ) As consequências do seu julgamento não serão
menores diante do Altíssimo.
( ) Não é apenas deixando de obedecer a lei expressa de DEUS que
incorremos em pecado, mas de igual modo, quando omitimo-nos de fazer o
bem pecamos contra DEUS e a sua justiça.
( ) Não é apenas deixando de obedecer a lei expressa de DEUS que
incorremos em pecado, mas de igual modo, quando omitimo-nos de fazer o
bem entristecemos DEUS e sua alegria.
II. - O PECADO DE ADQUIRIR BENS À CUSTA DA EXPLORAÇÃO ALHEIA (Tg 5.1-3)
6- Qual o julgamento divino sobre os comerciantes ricos (v.1)?
( ) Não é a primeira vez que Tiago menciona os ricos em sua epístola.
( ) Aqui há uma particularidade, enquanto nos outros textos o
meio-irmão do Senhor faz advertências ou denúncias contra os ricos, o
quinto capítulo apresenta o juízo divino contra eles.
( ) Da forma em que o texto da epístola está construído, percebemos
que não há indício algum de que a sentença divina é exclusiva para os
que conhecem a DEUS, deixando “os ricos ignorantes” de fora do juízo
divino.
( ) O alvo aqui são todos os ricos crentes que
conduzem os seus negócios de maneira desonesta e opressora contra os
menos favorecidos.
( ) O alvo aqui são todos os ricos, crentes ou descrentes, que
conduzem os seus negócios de maneira desonesta e opressora contra os
menos favorecidos.
7- De que modo o mal virá (v.2)?
( ) A Bíblia afirma que a confiança dos ricos embora
não esteja amparada nos bens
que possuem, elas contaminam o ser humano.
( ) A Bíblia afirma que a confiança dos ricos está amparada nos bens
que possuem.
( ) Não atentando para a brevidade da vida e a transitoriedade dos
bens materiais, eles orgulham-se e confiam na quantidade de bens que
possuem.
( ) Tiago diz que as riquezas dos ricos desonestos e arrogantes estão
apodrecidas e as suas roupas comidas pela traça, isto é, brevemente elas
se mostrarão ineficazes para garantir-lhes o futuro.
( ) Os ricos opressores terão uma triste surpresa em suas vidas!
8- Como é a corrosão das riquezas e o juízo divino (v.3)? Complete:
JESUS de Nazaré falou do mesmo assunto no Sermão da
______________________, ao advertir que “não [devemos ajuntar]
______________________ na terra, onde a traça e a ferrugem tudo v, e
onde os ladrões minam e roubam” (Mt 6.19). Sabemos que nos dias atuais,
muitos ignoram esta admoestação do Senhor, dizendo que não é bem isso
que Ele quis dizer. Ora, então do que se tratava o assunto do nosso
Senhor, senão do perigo de se ______________________ bens neste mundo? A
arrogância demonstrada pelo ______________________ insensato revela esse
desvario do nosso tempo (Lc 12.15-21). Olhando para os dois textos
citados, tanto o de Mateus quanto o de Lucas, é impossível não
atentarmos para essas duas perspectivas: a denúncia para o
______________________ da riqueza e a revelação profética do
______________________ divino contra a confiança
nela (Ap 3.17; 6.15; 13.16).
III. O ESCASSO SALÁRIO DOS TRABALHADORES “CLAMA” A DEUS (Tg 5.4-6)
9- Como é o clamor do salário dos trabalhadores (v.4) diante de DEUS?
( ) O Evangelho alcança pessoas de todos os tipos e classes sociais.
( ) Muitos que constituem a classe alta econômica de nossa nação têm
crido em CRISTO.
( ) Outros filhos do nosso meio têm emergido e alcançado altos
patamares econômicos.
( ) De funcionários, tornaram-se patrões, juízes, políticos, etc.
( ) É preciso advertir que a Bíblia tem conselhos divinos claros para
a ética do homem cristão que se tornou rico ou do rico que se tornou
cristão.
( ) Neste quarto versículo, com tons graves, o líder da igreja de
Jerusalém levanta-se como um profeta veterotestamentário bradando contra
a injustiça social.
( ) Tiago evoca a Graça, isto é, utiliza a Escritura do
segundo
testamento para fundamentar a sua redação epistolar.
( ) Tiago evoca a Lei, isto é, utiliza a Escritura do primeiro
testamento para fundamentar a sua redação epistolar.
( ) O meio-irmão do Senhor adverte que o Todo-Poderoso certamente se
levantará contra toda a sorte de opressão e injustiça!
10- Como a regalia dos ricos que não temem a DEUS cessará (v.5)?
( ) O versículo cinco lembra a denúncia proferida por JESUS em Lucas
16.19-31, quando o Senhor fala acerca do mendigo Lázaro e do rico
opressor:
( ) O versículo cinco lembra a denúncia proferida por JESUS em Lucas
16.19-31, quando o Senhor fala acerca do homem que colheu muito e
guardou em seu celeiro:
( ) Uma vida regalada que não se importava com o futuro e com o
próximo, vivendo festejos como se o fim nunca fosse chegar.
( ) Deleitando-se em suas riquezas, mal pensava o rico que
entesourava para si juízos de DEUS.
11- O pobre não resiste à opressão do rico (v.6), qual a solução para
este?
( ) Há severas condenações no Antigo Testamento contra a opressão dos
menos favorecidos.
( ) O fato de essa advertência aparecer em o Novo Testamento indica a
gravidade dessa atitude.
( ) Muitos podem se perguntar por que a Bíblia é tão dura contra os
ricos injustos.
( ) Uma vez que eles estão economicamente bem posicionados, o pobre,
ou “justo”, sucumbe à sua opressão, restando a eles apenas DEUS para
defendê-los.
( ) Uma vez que eles estão economicamente bem posicionados, o pobre,
ou “justo”, sucumbe à sua opressão, restando a eles apenas a igreja os
juízes para
defendê-los.
( ) Assim, mesmo que o pecado de opressão continue sendo consumado,
entendemos biblicamente que o Senhor dos Exércitos continua a ouvir o
clamor dos pobres!
CONCLUSÃO
12- Complete:
As advertências de Tiago são relevantes e oportunas para os nossos
______________________. Quanto engano tem sido cometido por ensinamentos
deturpados em nome de uma suposta ________________________. Tal teologia
tem levado muitas pessoas a tornarem-se _______________________. Tiago
nos exorta a demonstrarmos uma fé verdadeira, não apenas de palavras,
mas principalmente em ______________________ (Tg 2.14-26). De igual
maneira, conforme a lição de hoje, o nosso desafio é vivermos um estilo
de vida segundo o _______________________, onde a simplicidade, a
modéstia e o contentamento devem ser as suas ________________________.
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