Escrita Lição
7, BETEL, Não Matarás, Protegendo e Preservando a Vida como um Fundamento Moral
Universal, 4Tr24, Comentários Extras do Pr Henrique, EBD NA TV
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PIX 33195781620 (CPF) Luiz Henrique de Almeida Silva
EBD, Revista Editora Betel , 4° Trimestre De 2024, Tema, OS DEZ MANDAMENTOS – Estabelecendo Princípios e Valores Morais, Sociais e Espirituais Imutáveis para uma Vida Abençoada, Escola Bíblica Dominical
ESBOÇO DA LIÇÃO
1- ASPECTOS
ESSENCIAIS DO SEXTO MANDAMENTO
1.1. O Aspecto
Espiritual Do Mandamento
1.2. O Aspecto
Legal Do Mandamento
1.3. O Aspecto
Intencional Do Mandamento
2- JESUS CRISTO
E O SEXTO MANDAMENTO
2.1. Uma
questão do coração
2.2. Uma Ação Motivada
Pela Ira
2.3. Tratando
Do Coração
3- O RESPEITO
AO DOM DA VIDA
3.1. O Cuidado
Em Preservar A Vida
3.2. Um Código
A Ser Respeitado
3.3. A Violação
Do Mandamento
TEXTO ÁUREO
“De palavras de
falsidade te afastarás e não matarás o inocente e o justo; porque não
justificarei o ímpio.” Êxodo 23.7
VERDADE
APLICADA
Faz parte das
responsabilidades do discípulo de CRISTO a preservação e proteção da vida e uma
constante vigilância ao estado do coração.
OBJETIVOS DA
LIÇÃO
Expor o aspecto espiritual e legal do sexto mandamento.
Mostrar a interpretação de JESUS do sexto mandamento.
Falar sobre o desrespeito à vida e responsabilidade.
TEXTOS DE
REFERÊNCIA - ÊXODO 20.13; NÚMEROS 35.16-19
- ÊXODO 20.13
13- Não matarás.
- NÚMEROS 35
16- Porém, se a ferir com instrumento de ferro,
e morrer, homicida é; certamente o homicida morrerá.
17- Ou, se a ferir com pedra à mão, de que possa morrer, e ela morrer, homicida
é; certamente o homicida morrerá.
18- Ou, se a ferir com instrumento de pau que tiver na mão, de que possa
morrer, e ela morrer, homicida é; certamente morrerá o homicida. 19. O vingador
do sangue matará o homicida; encontrando-o, matá-lo-á.
LEITURAS
COMPLEMENTARES
SEGUNDA | Êx 21.1-16 As leis acerca dos servas e dos homicidas.
TERÇA | Nm 35.9-34 As cidades de refúgio.
QUARTA | Dt 19.14-21 Acerca dos limites e das testemunhas.
QUINTA | Mt 5.21 Ouvistes que foi dito aos antigos: Não matarás.
SEXTA | Mt 15.19 Coração: sede dos maus pensamentos.
SÁBADO | Tg 1.27 Devemos nos guardar da corrupção do mundo.
HINOS SUGERIDOS: 299, 440, 491
MOTIVO DE
ORAÇÃO - Ore por um coração que rejeita tudo
o que é agradável à carne.
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SUBSÍDIOS
EXTRAS PARA A LIÇÃO 7
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História da Interpretação do decálogo
O AT sustenta que a lei é o padrão do
comportamento aceitável. Ocasionalmente o aspecto cerimonial é proeminente, mas
os profetas enfatizam os aspectos éticos. As mensagens deles são mais bem
compreendidas contra o contexto do Decálogo (por exemplo, Jr 7.9).
JESUS aplicou o Decálogo ao plano da
motivação. Paulo em suas epístolas aos Romanos e Gálatas enfatizou que a lei é
escrita no coração e é proclamada para dar conhecimento do pecado. O NT, assim
como o AT, liga o Decálogo a Moisés.
Exceto pelos Gnósticos (veja Gnosticismo),
os Patriarcas da Igreja geralmente reconhecem a origem Mosaica da lei. Justino
mantinha uma diferença entre a lei moral e a cerimonial. Acadêmicos medievais
tanto cristãos como judeus ensinavam a origem Mosaica da lei. Aquino introduziu
uma divisão tripla da lei: moral, cerimonial e judicial.
Os reformadores explicaram o Decálogo,
declararam sua autoria Mosaica e fizeram ecoar a ênfase Paulina, Wesley
promulgou os pontos de vista de Paulo. Justino e os reformadores sustentaram
que a lei leva ao Evangelho, enquanto que o Evangelho leva a uma maior
obediência à lei.
A “crítica elevada” levou à primeira
negação da tradição Mosaica. Partes do Decálogo foram consideradas como o
resultado do desenvolvimento evolutivo de adoração ancestral, ambiente nômade,
ou de uma vida agrícola fixa. Alguns pensavam que Moisés inicialmente criou a
lei, e que ela evoluiu. Outros sustentavam que a lei é tão altamente evoluída
que Moisés não tinha ligação com ela, mas que Moisés criou apenas um Decálogo
ritual.
As tendências atuais dos estudos bíblicos
indicam um crescente apoio à origem Mosaica. As qualidades nobres do Decálogo
estão sendo datadas como cada vez mais antigas.
A Visão Tradicional da Origem
O ponto de vista tradicional afirma que
Deus deu a lei através de Moisés. As duas versões do Decálogo vieram de Moisés
- a versão do Êxodo (Êx 20.1-17} como citada nas tábuas de pedra, e o
relato de Deuteronômio (Dt 5.6- 21), da forma que Moisés as transmitiu. A
visão tradicional é apoiada por três milênios de tradição, e por argumentos
estilísticos. A versão de Deuteronômio tem um estilo exortativo. A tradição
Mosaica coincide com esse fato. Todas as variações em Deuteronômio 5.6-21 podem ser interpretadas como exortativas.
Além do mais, a maioria dos acadêmicos reconhece um estilo subjacente comum às
duas versões.
O testemunho da história consubstancia a
posição tradicional. Na própria história de Israel, o ministério dos profetas
torna-se um enigma sem a existência da lei. Os profetas declaram o ideal ainda
não atingido por Israel, acusando-o de quebra da aliança. Mendenhall declara
que os tratados de suserania hitita do 2° milênio a.C. contêm paralelos com o
Decálogo. Isso significa que o Decálogo era historicamente apropriado à era
Mosaica.
Alguns alegam que o Decálogo em Êxodo 20 interrompe a narrativa, mas que uma
leitura de Êxodo 20.19,22 indica que o Decálogo não é uma
interrupção. Wellhausen procura enfatizar aparentes contradições sobre autoria
em Êxodo 34.1 (indicando que Deus escreveu nas tábuas)
e em 34.28 (que Moisés escreveu nelas), alegando que tal flagrante
inconsistência em tão curto espaço é improvável. Mas o Senhor, e não Moisés, é
o sujeito lógico da expressão “E escreveu...” na segunda metade do versículo
28.
Opiniões Críticas Sobre a Origem
Existem duas visões críticas básicas sobre
a origem do Decálogo. Alguns o consideram um código legislativo primitivo
copiado por Moisés, e que se expandiu com o passar dos anos. Outros alegam que
o Decálogo não foi precedido de dez rígidos mandamentos Mosaicos, mas por um
decálogo ritual.
A primeira opinião enfatiza a brevidade de
vários mandamentos, e o fato de que nos mais longos um mandamento breve é
evidente. Contudo, quando as supostas adições são removidas, existem 13
mandamentos. Assim, três mandamentos devem ser arbitrariamente eliminados. O
chamado material interpretativo é essencial para se ter dez mandamentos.
Aqueles que acham que o precursor do
Decálogo foi ritualístico apelam para Êxodo 20.23-26; 22; 23.10-19; 34 para prová-lo, mas não concordam quanto a
quais são os dez mandamentos originais. Aqueles que têm esta opinião não
conseguem justificar as sessões narrativas satisfatoriamente. Além disso, os
dois mandamentos supostamente “tardios”, o segundo e o quarto, estão em
evidência nesses decálogos rituais.
Todas as posições críticas sobre a origem
do Decálogo têm um compromisso subjacente com o desenvolvimento evolutivo da
lei e da religião, e com uma descrença na revelação sobrenatural.
Divisão do Decálogo
Os judeus, os católicos e os luteranos
combinam as proibições contra o politeísmo e a idolatria em uma só. Os judeus
estabeleceram a afirmação introdutória (Êx 20.2) como o primeiro mandamento, enquanto os
católicos e os luteranos dividem o mandamento contra a cobiça. As igrejas
Ortodoxa e Reformada consideram Êxodo 20.2 como introdutório, a proibição contra o
politeísmo como o primeiro mandamento, e a proibição da idolatria como o
segundo mandamento.
A segunda opinião é superior porque ela
faz uma distinção entre politeísmo e idolatria. Essa visão evita
artificialmente que se dívida o décimo mandamento, e que se faça um mandamento
de Êxodo 20.2, que não é nem um mandamento nem uma
proibição.
Conteúdo dos Mandamentos
1. Primeiro
mandamento (Êx 20.3; Dt 5.7). Esse mandamento declara a obrigação da
lealdade a Jeová. O israelita não deveria ter outro deus. Deus esperava uma
fidelidade única a si mesmo. O termo “diante” significa estar perante a face de
alguém. Assim ele significa “em frente a” ou “na presença de”. Não deveria
haver rival para o Senhor em se tratando da afeição do coração.
2. Segundo
mandamento (Êx 20.4-6; Dt 5.8- 10). Essa é uma ordem dupla que proíbe que
se faça e que se adore imagens. Como Jeová é o Criador, representá-lo como um
ser criado é uma blasfêmia. O mandamento nos relembra que a nossa vida está
envolvida com a vida de outras pessoas, e não podemos escapar deste fato. Nossa
conduta tem implicações para nós mesmos e para outros, não em termos de culpa,
mas de consequências.
3. Terceiro
mandamento (Êx 20.7; Dt 5.11). Esse mandamento clama por reverência a
Jeová. Ninguém deve abusar do nome dele, e isto revela sua natureza. As
palavras “em vão” têm vários significados possíveis. Alguns sugerem que seu
Nome não poderia ser usado em conjunto com a feitiçaria. Outros mantêm que o
Nome de Deus não poderia ser usado em assuntos sem grande importância. Outros
ainda acreditam que a ideia estava voltada aos juramentos profanos, e que a
expressão “em vão” significa aparecer de mãos vazias perante a Divindade, ou
usar o Nome de Deus em um juramento e não cumprir o prometido. O mandamento
provavelmente não tem em vista um tipo específico de mau uso do Nome de Deus,
mas proíbe qualquer mau uso de seu Nome.
4. Quarto
mandamento (Êx 20.8-11; Dt 5.12- 15). Esse é um mandamento positivo
concernente ao uso apropriado do tempo. O trabalho de um homem deveria ocupar 6
dias, mas o sétimo deve ser consagrado a Deus, seguindo o padrão da criação.
As passagens em Êxodo 20.11 e Deuteronômio 5.14,15 não são contraditórias. Ambas recomendam
um dia em sete e declaram o sábado como uma ocasião para descanso. O livro de
Deuteronômio não dá nenhuma razão para o padrão de um dia em sete. Deuteronômio 5.14,15 repete a ordem sem o padrão, citando o
ímpeto do Êxodo. Em Deuteronômio, o Êxodo é constantemente citado como uma
motivação para diversas observações religiosas, e assim ele não é de uma
importância particular aqui. Os textos em Êxodo 20.2 e Deuteronômio 5.6 também mencionam o Êxodo como o ímpeto à
obediência. Esse mandamento no Êxodo é redigido em linguagem universal.
Contudo, quando Moisés exorta, “lembra-te”, ele o adapta a Israel (Êx 5.15).
Existem muitas opiniões quanto à maneira
de se observar o sábado. Contudo o Decálogo simplesmente manda que ele seja
santificado, isto é, separado para Deus. Isso envolve descanso físico de
trabalhos diários para homens e animais. As referências à criação e ao Êxodo
implicam em que deve ser atribuído um conteúdo religioso ao sábado, O chefe da
família é responsável pela observação do sábado em todo o seu domicílio.
5. Quinto
mandamento (Êx 20.12; Dt 5.16), O israelita deve honrar seu pai e sua
mãe. O quarto mandamento cita a responsabilidade que os pais têm de prover um
ambiente apropriado que inclua o descanso para seus filhos, embora esse
mandamento lide com a responsabilidade dos filhos. Honrar aos pais envolve
respeito e obediência. Os filhos têm o dever de viver de modo que honre a seus
pais.
6. Sexto
mandamento (Êx 20,13; Dt 5.17). A tradução mais precisa seria: “Não
assassinarás4 (de rasah). Ele não proíbe que se tire a vida de um animal, nem
mesmo a vida humana sob certas circunstâncias. Ele se refere aos assassinatos
que se originam do ódio.
7. Sétimo
mandamento (Êx 20,14; Dt 5.18). Esse mandamento proíbe o adultério.
Alguns acreditam que o adultério é cometido com a esposa de outro homem,
enquanto as relações com uma mulher solteira são permissíveis (fornicação).
Outros sustentam que o mandamento bane relações com qualquer pessoa que não
seja o seu próprio cônjuge. As palavras para adultério e fornicação são às
vezes utilizadas como mutuamente intercambiáveis, de modo que não há uma
distinção completa. Oséias e Jeremias condenam a fornicação, mas mesmo assim em
suas listas de pecados, o único pecado de natureza sexual é o adultério,
sugerindo que ele é inclusivo (cf. Os 4.2,12; Jr 2.20; 7.9; 23.14). Como o adultério é a única perversão
sexual mencionada no Decálogo, deve-se entender que ele inclua a fornicação.
8. Oitavo
mandamento (Êx 20.15; Dt 5.19). Esse mandamento proíbe o furto, isto é,
tomar para si algo que pertença a outrem. Assim, ele aprova o direito de
propriedade. O homem pode possuir aquilo que é o resultado justo de seu
trabalho, ou um presente. Porém ao homem se proíbe furtar aquilo que é de
propriedade de outro.
9. Nono
mandamento (Ex 20.16; Dt 5.20). Esse mandamento é uma exortação à fala
honesta. Embora lide especificamente com o testemunho em uma corte, ele proíbe
todo o falso testemunho como sendo impróprio ao povo de Deus. As palavras dos
homens são ao interesse de Deus.
10. Décimo
mandamento (Êx 20.17; Dt 5.21). Esse mandamento traz o padrão divino da
vida interior, O mandamento não se opõe a todo desejo, mas apenas proíbe o
desejo ardente, por coisas que não são nossas, de forma tão intensa que se
torne a dinâmica de nossa vida. Os desejos do coração devem estar de acordo com
os desejos de Deus para a vida de cada um (Sl 37.4; 10.17). R. B. D.
A Atitude do NT Quanto ao Decálogo
Deve-se lembrar que o Decálogo não é uma
unidade por si só e isolada, mas uma parte integrante da lei Mosaica. Os
contextos de Êxodo e Deuteronômio são suficientes para indicar isso, mas o
quarto mandamento (a observação do sábado) torna isso especialmente óbvio, pois
é em outra parte da lei Mosaica que encontramos as recomendações detalhadas
concernentes à sua observação. Em um sentido, esse mandamento, apesar de
incluído no que é comumente chamado de lei ética ou moral, é mais cerimonial do
que moral, e sua violação era punível com sanções civis, O ponto é que a
divisão da lei Mosaica em moral, cerimonial e civil pode se tomar bastante
artificial. A lei como um sistema de governo do povo de Deus pode se manter ou
cair como um sistema integral (cf. Tg 2.11,12); os próprios judeus a consideravam uma
unidade indivisível. Esse sistema como tal chegou a um fim ao ser cumprido por
Cristo, que era o seu objetivo e sua finalidade (Rm 10.4; Gl 2.19-21; 3.13; 5.11).
Isso não significa, entretanto, que os
mandamentos relativos à moralidade na lei sejam anulados no sentido de que a
imoralidade seja agora legítima. Muito pelo contrário, pois os princípios
atemporais de certo e errado, incorporados no Decálogo, são em essência
repetidos no NT como parte das regras da vida para os cristãos (não há um
mandamento que corresponda ao quarto mandamento). Mas nem isso é simples
repetição, já que há um avanço que supera as afirmações do AT. Apesar de Cristo
citar do quinto ao nono mandamento como um resumo dos deveres do homem para com
os homens, é seguindo a Jesus que se chega à salvação (Mt 19.16-30; Mc 10.17-29; Lc 18.18-30).
No Sermão do Monte, o Senhor Jesus Cristo
se coloca como a autoridade superior à lei, corrigindo a errônea interpretação
judaica desta, esclarecendo o seu verdadeiro intento e significado (Mt 5.17-46; cf. Mt 15.36־; Mc 2.23-28). Ele cita especificamente o sexto e o
sétimo mandamentos e, então, afirma que a ira está na raiz do assassinato e que
a luxúria é adultério no coração. Assim, o Senhor radicaliza as afirmações do
Decálogo nesses pontos estendendo os mandamentos ao reino dos pensamentos (Mt 5,21-32). Ele também resumiu as obrigações do
homem para com Deus e seus irmãos através da palavra “amor*, pois o homem que
tem em seu coração amor por Deus e pelo próximo não pecará contra nenhum deles
(Mt 22.36-40; cf. Jo 13.34,35). Paulo desenvolveu o mesmo conceito (Rm 13.8-10; Gl 5.14).
Embora existam princípios de certo e
errado nos Dez Mandamentos que são eternamente válidos, o NT não repete
simplesmente os preceitos que ainda são os deveres do crente, mas também os
internaliza e indica o amor como sendo a essência que preenche todos os
requisitos para com o próximo e para com Deus. O Decálogo não deve ser
considerado o ponto mais alto do dever cristão. Este conceito pode ser entendido
a partir do NT, que especifica a implicação de se experimentar e viver o amor
enquanto se é guiado pelo Espírito Santo.
Bibliografia. Alva J. McClain, Law and
Grace, Chicago, Moody Press, 1967. G. Schrenk, “Entale”, TDNT, II 544-556. S.
N. G. - Dicionário Bíblico Wycliffe – CPAD
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Lição 8 - Não
Matarás
Lições Bíblicas
- 1º Trimestre de 2015 - CPAD - Para adultos
Tema: OS DEZ
MANDAMENTOS - Valores Imutáveis Para Uma Sociedade Em Constante Mudança
Comentários:
Pr. Esequias Soares
Complementos, ilustrações, questionários e vídeos: Pr. Luiz Henrique de Almeida
Silva
Resumo da Lição
8 - Não Matarás
I. O SEXTO MANDAMENTO
1. Abrangência.
2. Objetivo.
3. Contexto.
II. IMPORTÂNCIA
1. Da vida.
2. Não matar.
3. Etimologia.
III.
PROCEDIMENTO JURÍDICO
1. Significado do homicídio.
2. Homicídio
doloso (Nm 35.16-21).
3. Homicídio
culposo (Nm 35.22-25).
IV. PUNIÇÃO
1. O sangue de Abel.
2. O vingador.
3. Expiação
pela vida.
TEXTO ÁUREO
"De palavras de falsidade te afastarás e
não matarás o inocente e o justo; porque não justificarei o ímpio." (Êx
23.7)
VERDADE PRÁTICA
O direito à
vida é um bem pessoal e inalienável; sua preservação e proteção devem ser parte
da responsabilidade do homem cristão
LEITURA DIÁRIA
Segunda - Gn 9.5,6 A vida deve ser protegida
porque o homem é a imagem de DEUS
Terça - Dt 19.4 Pena para o homicídio culposo, quando não há intenção de matar
Quarta - Dt 27.24,25 Pena para o homicídio doloso, quando há intenção de matar
Quinta - 1 Sm 2.6 Somente DEUS, o Doador da vida, tem o direito de tirá-la
Sexta - Mt 5.21,22 O Senhor JESUS condenou o assassinato e o ódio
Sábado - Jo 10.10 O Senhor JESUS veio para que todos tenham vida
LEITURA BÍBLICA
EM CLASSE - Êxodo 20.13; Números 35.16-25
Êxodo 20.13 Não matarás.
Números 35.16 Porém, se a ferir com instrumento de ferro, e morrer,
homicida é; certamente o homicida morrerá. 17 Ou, se a ferir com pedra à
mão, de que possa morrer, e ela morrer, homicida é; certamente o homicida
morrerá. 18 Ou, se a ferir com instrumento de madeira que tiver na mão, de que
possa morrer, e ela morrer, homicida é; certamente morrerá o homicida.
19 O vingador do sangue matará o homicida: encontrando-o, matá-lo-á. 20 Se
também a empurrar com ódio, ou com intento lançar contra ele alguma coisa, e
morrer; 21 ou por inimizade a ferir com a sua mão, e morrer, certamente morrerá
o feridor; homicida é; o vingador do sangue, encontrando o homicida, o matará.
22 Porém, se a empurrar de improviso, sem inimizade, ou contra ela lançar algum
instrumento sem desígnio; 23 ou sobre ela fizer cair alguma pedra sem o ver, de
que possa morrer, e ela morrer, e ele não era seu inimigo nem procurava o seu
mal, 24 então, a congregação julgará entre o feridor e o vingador do sangue,
segundo estas leis. 25 E a congregação livrará o homicida da mão do vingador do
sangue, e a congregação o fará voltar à cidade do seu refúgio onde se tinha
acolhido; e ali ficará até à morte do sumo sacerdote, a quem ungiram com o
santo óleo.
OBJETIVO GERAL
Apresentar o sexto mandamento, ressaltando o
propósito de DEUS pela proteção da vida.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Tratar a abrangência e o objetivo do sexto mandamento.
Ressaltar a importância da vida para DEUS.
Apresentar o significado jurídico do homicídio.
Descrever a punição do homicida.
INTERAGINDO COM O PROFESSOR
Vivemos em uma sociedade marcada pela violência; por isso, esta é uma
oportunidade ímpar para tratar a respeito do sexto mandamento - não matarás.
Para muitos que não conhecem a DEUS e a sua Palavra, a vida humana parece ter
perdido o seu valor. Todos os dias milhares de pessoas matam e morrem por
coisas triviais. A vida é um dom de DEUS e, ao cometer um homicídio, além de
estar infringindo a lei dos homens, a pessoa está indo contra o próprio autor e
galardoador da vida, DEUS.
PONTO CENTRAL
A vida é um dom de DEUS e ninguém tem o direito
de tirá-la.
SÍNTESE DO TÓPICO I - DEUS criou e deseja preservar a vida humana.
SÍNTESE DO TÓPICO II - É DEUS quem dá ao homem o fôlego de vida e somente Ele
tem o direito legal de pôr fim à vida.
SÍNTESE DO TÓPICO III - Ao tirar a vida de alguém, o homicida está infringindo
a lei dos homens e agindo diretamente contra o próprio autor da vida, DEUS
SÍNTESE DO TÓPICO IV - Não havia expiação para homicídio doloso; já para o
homicídio culposo, havia as cidades de refúgio
PARA REFLETIR
O homem tem o direito de tirar a vida do outro?
Não. A vida é um dom de DEUS e homem algum tem o direito de tirá-la.
O que você entende por "a santidade da vida"?
A vida é um dom divino e, por isso, santa.
Por que ninguém tem o direito de tirar a vida do outro?
Porque ela é um dom de DEUS. Logo, somente Ele tem o direito de dar fim aos
dias de uma pessoa.
DEUS perdoa quem comente o assassinato?
Se houver arrependimento sincero, Ele perdoa.
Quanto ao "aborto", a posição do crente deve ser contrária. Comente.
Sim. O aborto é o assassinato de uma vida.
VOCABULÁRIO
Homicídio
culposo - Quando uma pessoa mata outra, mas
sem que tivesse esta intenção.
Homicídio
doloso - Quando uma pessoa mata outra com a
intenção de matar.
Comentários
diversos com algumas alterações do EV. Luiz Henrique
Praticamente
todos os teólogos concordam que a imagem de DEUS não foi completamente
destruída na humanidade decaída: ela foi manchada, mas não completamente
apagada. Essa era a concepção de Agostinho e Calvino (1509-1564), e também era
a concepção de Lutero (1483-1546) . A Bíblia é bastante clara ao afirmar que
todos os seres humanos são portadores da imagem de DEUS. Conforme mencionado
anteriormente, é errado matar (Gn 9.6) ou até mesmo amaldiçoar os seres humanos
(Tg 3.9) por esta razão.
O Princípio da
Uniformidade
Mesmo que
intuitivamente saibamos que não devemos fazer mal aos outros, continuamos
precisando ouvir a voz da razão a nos dizer, por exemplo, que o disparo de uma
arma de fogo em direção a outra pessoa pode lhe fazer mal. E sabemos disso por
causa do princípio da uniformidade. Toda a nossa experiência passada nos diz
que um revolver pode matar uma pessoa (o que representa um mal muito grande).
Da mesma forma que o princípio da causalidade é necessário para compreender a
revelação natural de DEUS, a lei da uniformidade é necessária para compreender
que é errado tirar a vida de uma pessoa de forma intencional. JESUS costumava
colocar a sua opinião em contraponto com falsas visões a respeito da Bíblia.
Por exemplo, no Sermão do Monte, JESUS afirmou de maneira enfática:
"Ouvistes que foi dito aos antigos: Não matarás; mas qualquer que matar
será réu de juízo. Eu, porém, vos digo que qualquer que, sem motivo, se
encolerizar contra seu irmão será réu de juízo, e qualquer que chamar a seu
irmão de raca será réu do Sinédrio; e qualquer que lhe chamar de louco será réu
do fogo do inferno” (Mt 5.21,22). Esta fórmula (“Ouvistes que foi dito [...] Eu
porém, vos: digo [...]”) ou outra similar é repetida à exaustão nos versículos
subsequentes (cf. Mt 5:23-48). Abraão (Gn 22), um homem devoto a lei de DEUS,
que declara: “Não matarás”, foi requisitado por DEUS a oferecer o próprio filho
em sacrifício. Incapaz de explicar a sua atitude para qualquer pessoa ou de
justificá-la diante de um tribunal humano, Abraão suspendeu o ético e deu um
“salto de Fé” em direção ao religioso. Ao fazer isto, ele destronou o ético,
sem destruí-lo. A ética foi somente suspensa de forma temporária, não
permanentemente descartada, a fim de mostrar o valor transcendente do religioso
(experimental) sobre o ético (moral). Fato e valor nem sempre podem ser
separados. Paulo deixou isto claro quando falou sobre a Ressurreição, e desde o
início DEUS o deixou claro quando falou sobre o assassinato: matar um outro ser
humano não somente é um ataque contra o “fato” da sua integridade; é também um
ataque contra a imagem de DEUS (Gn 9.6). Uma ação contra um corpo (o factual) é
também um ataque sobre uma pessoa (que tem valor). As duas coisas são
inseparáveis neste mundo.
(Ex 1.17,19).
“Portanto, DEUS fez bem às parteiras. E o povo se aumentou e se fortaleceu
muito”
DEUS abençoou
as parteiras por recusarem matar as crianças e as perdoou pela mentira que
disseram para salvar as vidas de seu povo (ou elas chegavam de propósito atrasadas
e as parteiras hebreias já tinham feito o que era para fazer sem precisar
delas?).
Corpo
A palavra
bíblica corpo (hebraico: basar e grego: soma) é normalmente utilizada para o
aspecto exterior (material) da natureza humana. JESUS disse: “Não temais os que
matam o corpo e não podem matar a alma; temei, antes, aquele que pode fazer
perecer no inferno a alma e o corpo” (Mt 10.28). O corpo, portanto, pode
decompor-se e ser destruído; na verdade, o corpo que é considerado “morto ”
quando o espírito o deixa (Tg 2.26). Contudo, o corpo pode ser reconstituído
por DEUS, e ele será ressuscitado na ressurreição dos mortos. Semeia-se o corpo
em corrupção, ressuscitará incorruptível. Semeia-se em ignomínia, ressuscitará
em glória. Semeia-se em fraqueza, ressuscitará com vigor. Semeia-se corpo
animal, ressuscitará corpo espiritual. Se há corpo animal, há também corpo
espiritual [...] convém que isto que é corruptível se revista da
incorruptibilidade e que isto que é mortal se revista da imortalidade. (1 Co
15.42-44, 53).
Imagem inclui o
corpo. João 14.9 ..."Aquele que vê
a mim, vê o Pai; como podes dizer: ‘mostra-nos
o Pai’"?
É comum os
teólogos cristãos limitarem a imagem de DEUS a alma. Contudo isto e contrário
ao ensino bíblico:
(1) A mente e o
corpo são uma unidade.
(2) A matéria é
boa e reflete a glória de DEUS (Gn 1.31; SI 19.1; 1 Tm 4.4).
(3) O macho e a
fêmea (que acarreta em corpos) são a imagem de DEUS (Gn 1.27).
(4) Matar o
corpo é errado, porque nele está incluso a imagem de DEUS (Gn 9.6).
(5) JESUS na
forma física encarnada se chama a si mesmo “a imagem de DEUS” (2 Co 4.4; Cl
1.15; Hb 1.3; 1 Jo 1.1).
(6) A
ressurreição do corpo revela que ele faz parte da pessoa inteira feita à imagem
de DEUS.
CRISTO como
Sacerdote
JESUS se
ofereceu em nosso favor [...] E dou a minha vida pelas ovelhas” (Jo 10.10,15).
A morte expiatória de CRISTO foi sacrificatória. Ele morreu em nosso lugar como
substituto pelos nossos pecados (Is 53.4-7; 2 Co 5.21; Hb 7—10; 1 Pe 2.24;
3.18).
Existe,
entretanto, uma lei moral objetiva - Mesmo que o nosso entendimento a seu
respeito tenha sido obscurecido pelo pecado. A lei moral de DEUS é reflexiva a
partir da sua própria natureza: Ela é prescritiva ( “Não matarás [•••”),
perfeita (SI 19.7), objetiva (não subjetiva) e universal (destinada a todas as
pessoas, em todos os lugares —cf. Rm 2.15).
Não desejarmos
que nos façam algumas coisas que fazemos para os outros (tal como matar,
mentir, roubar ou ser infiéis).
Mesmo aqueles
que dizem que não há problema em mentir, trapacear, roubar e matar, apesar
disto, mostram, por suas reações, quando são afetados, que sabem que estes atos
são errados.
Examinando mais
de perto, o castigo eterno revela ser não apenas justo como necessário. Por um
lado, somente um castigo eterno irá compensar os pecados cometidos contra um
DEUS eterno. Os pecados cometidos em qualquer tempo são perpetrados contra o
Ser Eterno; analogamente, embora possa ser necessário apenas um minuto para
matar alguém, o castigo merecido é correspondente à prisão perpetua. Nenhum
pecado pode ser tolerado enquanto DEUS existir; pelo fato de Ele ser eterno, o
castigo pelo pecado também deverá ser eterno. A justiça de DEUS exige um
castigo eterno porque “o horror de qualquer crime deve ser medido de acordo com
o valor ou dignidade da pessoa contra o qual ele foi cometido” (Edwards, in:
Davidson, “RD”, in: JE T S , 50)51. Pecar contra um DEUS infinito é cometer um
pecado infinito digno de um castigo infinito (Edwards, WJE, 2.83).
Teologia
Sistemática Norman Geisler Livro 1
O sexto
mandamento é “Não matarás”. Que,
a. Requer todo
o cuidado no uso dos meios adequados para a preservação de nossas vidas e a
vida dos outros. A vida é e deve ser querida a um homem; autopreservação é o
primeiro princípio por natureza e cada método deve ser legalmente utilizado
para preservar a vida, como alimentos, remédios, sono e outros; evitando tudo o
que tende a prejudicar a saúde e colocar em risco a vida (Jó 2:4; 1 Tm 5:23);
b. Proíbe o
tirar a própria vida, o assassinato de toda espécie como o fratricídio, o
parricídio, o homicídio e suicídio, pois esta lei é “contra os assassinos de
pais e mães, de assassinos e homicidas” e destruidores de si mesmos (1 Tm 1:1).
Nenhum homem tem o direito de tirar sua própria vida nem a vida do outro, pois
é contrário à autoridade de DEUS, o criador soberano da vida, (Dt 32:39); à lei
da natureza (Atos 16:28) e à bondade de DEUS, que dá a vida, (Jó 10:12, Atos
17:28). O matar também é contrário ao amor de um homem a si mesmo, ao seu
vizinho e é um prejuízo para a comunidade ou bem público, privando assim o rei
de seu súdito. Mas não que a vida não possa ser tirada numa guerra lícita que,
às vezes, é de DEUS, que “faz a paz e cria o mal”, o mal da guerra, e pelas
mãos do magistrado civil, que porta a espada da justiça, e a usa para a punição
de crimes capitais. Matar também é legítimo em autodefesa (1 Cr 5:22; Is 45:7;
Gn 9:6; Rm 13:4; Ex 22:2);
c. Toda
intemperança, comer e beber sem moderação, que tendem a destruir a vida, toda
ira pecaminosa, ira indevida, paixões desordenadas, brigas, golpes, contendas,
habitações e outras são violações deste direito (Pv 23:1, 2; Mt 5:21- 22).
“Projeto
Castelo Forte” site www.projetocasteloforte.com.br.
MMA, lutas
corporais diversas como box, etc...e todo esporte que pode causar morte são
pecado, está colocando a vida de outrem em risco.
ABORTO, pílulas
e camisinhas, tudo isso é matar - é pecado contra a vida. Na bíblia não se
encontra controle de natalidade, mas se encontra pessoas clamando por filhos.
"Eis que os filhos são herança do Senhor, e o fruto do ventre o seu
galardão." Salmos 127:3
"Não
matarás" (Êx 20:13). Lemos agora em 1 Pedro 4:15: "Que nenhum de vós
padeça como homicida". A norma divina quanto a tirar a vida de outro ser
humano não é menos estrita sob a revelação cristã do que o foi sob o judaísmo.
Não se pode tolerar o homicídio na dispensação cristã. "Mas a vós, que
isto ouvis, digo: Amai a vossos inimigos, fazei bem aos que vos odeiam;"
Lucas 6:27
DEUS é o Senhor
da vida! Por isso ordenou: Não matarás. Um mandamento que nem sempre o povo de
Israel obedeceu.
Cidades de
Refúgio foram criadas em Israel para defender alguém que pudesse ser morto por
causa de um assassinato por legítima defesa ou sem querer. Pois os criminosos
que praticavam crimes hediondos pagariam com a própria vida. Não seria justo
uma pessoa que matou outra para se defender ou sem querer pagar com o mesmo
preço. DEUS é justo!
Não matarás. O termo hebraico raçaíh é uma palavra comparativamente rara para
“matar” e normalmente indica o assassinato violento de um inimigo pessoal
(Hyatt): “ Não assassinarás” é uma tradução viável. O mandamento é pronunciado
da forma mais geral possível, mas a lei claramente distinguia entre o
assassinato propriamente dito e o homicídio acidental ou não premeditado
(21:12-14). Evidentemente este mandamento jamais foi entendido pelos israelitas
como uma proibição à pena de morte (21:15), embora esta normalmente seja
expressa por um verbo correspondente a “ morrer” , e não pelo verbo “ matar” .
Além disso, não havia pacifistas ao tempo do Velho Testamento. Quer a luz da
revelação mais completa no Novo Testamento exija tais conclusões ou não, estas
não podem ser provadas exclusivamente a partir do Velho Testamento. Como no
versículo 16, a proibição parece ser destinada a evitar o assassinato do
“próximo” , um membro da mesma comunidade da aliança. Em qualquer caso, a
santidade da vida, como dom de DEUS, é estabelecida: daí a “culpa do sangue”
ser uma realidade terrível, desde o tempo de Caim (Gn 4:10).
Não será
culpado do sangue. Matar um ladrão que tenta perfurar
uma parede de tijolos para entrar na casa (Ez 12:5) é homicídio justificável,
se acontecer depois do escurecer. O arrombador pode ser um assassino armado, no
entender do dono da casa. Sua morte pode até mesmo ser acidental, resultado de
uma luta cega no meio da noite. À luz do dia, entretanto, o dono da casa não
tem desculpa se matar o arrombador: além do mais, ele é capaz de identificar o
indivíduo. É típico da benevolente legislação israelita que até mesmo um ladrão
tenha seus direitos. Este tipo de homicídio justificável (que não produz culpa
de sangue) é usado como metáfora em Jeremias 2:34.
ÊXODO -
Introdução e Comentário - Por R. Alan Cole, Ph. D. - SOCIEDADE RELIGIOSA
EDIÇÕES VIDA NOVA e ASSOCIAÇÃO RELIGIOSA EDITORA MUNDO CRISTÃO
BEP - CPAD
Gênesis 9.6
Quem derramar o sangue do homem, pelo homem o seu sangue será derramado; porque
DEUS fez o homem conforme a sua imagem.
Por causa do
apelo à violência e ao derramamento de sangue que surge no coração humano (cf.
6.11; 8.21), DEUS procurou salvaguardar a intocabilidade da vida humana,
reprimindo o homicídio na sociedade. Ele assim fez, de duas maneiras: (1)
Acentuou o fato de que o ser humano foi criado à imagem de DEUS (1.26), e assim
sua vida é sagrada aos seus olhos; (2) instituiu a pena de morte, ordenando que
todo homicida seja castigado com a morte (cf. Êx 21.12,14; 22.2; Nm 35.31; Dt
19.1-13; ver Rm 13.4). Existe autoridade para o governo usar a espada no NT -
At 25.11; Rm 13.4; Mt 26.52.
Êx 20.13 NÃO
MATARÁS. O sexto mandamento proíbe o
homicídio deliberado, intencional, ilícito. DEUS ordena a pena de morte para a
violação desse mandamento (ver Gn 9.6). O NT condena, não somente o homicídio
mas também o ódio, que leva alguém a desejar a morte de outrem (1 Jo 3.15), bem
como qualquer outra ação ou influência maléfica que cause a morte espiritual de
alguém (ver Mt 5.22; 18.6).
1 João 3.15
Qualquer que aborrece a seu irmão é homicida. E vós sabeis que nenhum homicida tem permanente nele a vida eterna.
A Bíblia
geralmente faz uma distinção entre tipos diferentes de pecados: pecados
involuntários (Lv 4.2,13,22; 5.4-6; ver 4.2; Nm 15.31), pecados menos sérios
(Mt 5.19), pecados voluntários (5.16,17) e os pecados que levam à morte
espiritual (5.16). João enfatiza que há certos pecados que o crente nascido de
novo não cometerá, porque nele permanece a vida eterna de CRISTO (cf.
2.11,15,16; 3.6-8,10,14,15; 4.20; 5.2; 2 Jo 9). Esses pecados, por causa da sua
gravidade e da sua origem no próprio espírito da pessoa, evidenciam uma
rebelião resoluta da pessoa contra DEUS, um afastamento de CRISTO, um decair da
graça e uma cessação da vida vital da salvação (Gl 5.4). (1) Exemplos de
pecados nos quais há evidência clara de que a pessoa continua nos laços da
iniquidade ou que caiu da graça e da vida eterna são: a apostasia (2.19; 4.6;
Hb 10.26-31), o assassinato (v. 15; 2.11), a impureza ou imoralidade sexual (Rm
1.21-27; 1 Co 5; Ef 5.5; Ap 21.8), abandonar a própria família (1 Tm 5.8),
fazer o próximo pecar (Mt 18.6-10) e a crueldade (Mt 24.48-51). Esses pecados
abomináveis evidenciam uma total rejeição da honra devida a DEUS, e da
solicitude amorosa para com o próximo (cf. 2.9,10; 3.6-10; 1 Co 6.9-11; Gl
5.19-21; 1 Ts 4.5; 2 Tm 3.1-5; Hb 3.7-19). Por isso, quem disser: "O
ESPÍRITO SANTO habita em mim, tenho comunhão com JESUS CRISTO e estou salvo por
Ele", mas pratica tais pecados, engana a si mesmo e "é mentiroso, e
nele não está a verdade" (2.4; cf. 1.6; 3.7,8). (2) O crente deve ter em
mente que todos os pecados, até mesmo os menos graves, podem levar ao
enfraquecimento da vida espiritual, à rejeição da direção do ESPÍRITO SANTO e,
daí, à morte espiritual (Rm 6.15-23; 8.5-13).
Mateus 5.22 Eu, porém, vos digo que qualquer que, sem motivo, se encolerizar
contra seu irmão será réu de juízo, e qualquer que chamar a seu irmão de raca
será réu do Sinédrio; e qualquer que lhe chamar de louco será réu do fogo do
inferno.
JESUS não se
refere à ira justa contra os ímpios e iníquos (cf. Jo 2.13-17); Ele condena o
ódio vingativo, que deseja, de modo injusto, a morte doutra pessoa. Raca é um
termo de desprezo que provavelmente significa tolo, estúpido . Chamar alguém de
louco, com ira e desprezo, pode indicar um tipo de atitude de coração,
conducente ao perigo do fogo do inferno.
Tu não deverás
matar.
Este
mandamento, que é geral, proíbe o assassinato de todo tipo.
1. Todas as
ações em que a vida de nossos semelhantes pode ser abreviada .
2. Todas as
guerras para estender o império, o comércio, as leis sanguinárias, pela
operação de que a vida dos homens pode ser tirado por crimes de relativamente
insignificante demérito.
4. Todos as más
disposições que levam os homens a desejar o mal, ou meditar mal contra, um
outro, pois, diz a Escritura, Ele que odeia a seu irmão em seu coração é um
assassino.
5. Todos que
sentem falta de caridade para os necessitados e aflitos, pois quem tem em seu
poder para salvar a vida de outro por uma aplicação temporal de socorro,
alimento, vestuário, e não o faz, a pessoa ou cai ou é consumida por esta
razão, está na mira de DEUS um assassino. Aquele que negligencia para salvar a
vida é, de acordo com uma máxima indiscutível de direito, o mesmo que aquele
que leva embora.
6. Todos os
motins ou revoltas em excesso, toda embriagues e gula, todas inatividades e
preguiça, e todas as mortificações supersticiosas e abnegações, pelo qual a
vida pode ser destruída ou reduzida, todos estes são pontos claros de pecados
contra o sexto mandamento.
CLARKE, Adam,
Adam Clarke’s - Comentários de Êxodo
INTRODUÇÃO
O homem foi
feito à imagem e semelhança de DEUS, é a coroa da criação e o representante de DEUS
na terra investido de autoridade sobre as demais criaturas (Gn 1.26, 27; SI
8.5, 6). Todos os seres humanos vieram de um só casal (At 17.26). O respeito à
vida é o respeito a DEUS. A primeira tábua do Decálogo se refere à santidade de
DEUS, e a segunda, à santidade da vida. O sexto mandamento inicia a série de
proibições absolutas expressas com duas palavras num ritmo lógico. Começa com a
proteção da vida, o bem maior e inalienável, em seguida vem a proteção da
família, a célula mater da sociedade; depois aparece a proteção da propriedade,
dos bens e da honra.
O respeito à
vida é o princípio dos deveres para com o próximo, a ordem divina de amar o
próximo como JESUS nos amou (Jo 13.34). "Não matarás” proíbe o homicídio e
os pecados vinculados à violência, tais como "o tirar a nossa vida ou a de
outrem, exceto no caso de justiça pública, guerra legítima, ou defesa
necessária; a negligência ou retirada dos meios lícitos ou necessários para a
preservação da vida; a ira pecaminosa, o ódio, a inveja, o desejo de
vingança".
O homicídio é o
maior crime que um ser humano pode cometer. A proibição do assassinato, apesar
de constar dos códigos de leis anteriores ao sistema mosaico, contudo, já havia
sido estabelecida pelo próprio Criador desde o limiar da raça humana: "Quem
derramar o sangue do homem, pelo homem o seu sangue será derramado; porque DEUS
fez o homem conforme a sua imagem" (Gn 9.6). É contra DEUS que o assassino
está desferindo seu golpe ao tirar a vida de alguém. A imagem é a representação
de uma pessoa ou coisa. Quando os iraquianos derrubaram, destruíram e
esmiuçaram a estátua de Saddam Hussein em Bagdá, em 2003, não estavam
simplesmente atacando um bloco trabalhado de pedra; era a imagem do ditador que
estava ali representada.
Esequias
Soares. Os Dez Mandamentos. Valores Divinos para uma Sociedade em
Constante Mudança. Editora CPAD. pag. 87-88.
O sexto
mandamento afirma de forma sucinta, mas vigorosa: “Não matarás” (Êx 20.13),
tradução do verbo aceita pela maioria das versões modernas, com acerto, uma vez
que, claramente, o intento não era excluir o homicídio na guerra, na vingança e
outros casos sancionados pela lei. Ele também não cobre casos de homicídio
culposo ou de homicídio acidental visto que estes, por definição, são
involuntários e, portanto, não podem ser proibidos.
Esse
mandamento, como todos os outros até aqui, também tem raiz em solo antigo,
muito anterior ao do surgimento de Israel como povo da aliança. Assim, esse
mandamento, como os outros, são de escopo universal e nunca devem ser cancelados.
“Quem derramar sangue do homem, pelo homem seu sangue será derramado; porque à
imagem de DEUS foi o homem criado” (Gn 9.6).
Eugene H.
Merrill. Teologia do Antigo Testamento. Editora Shedd Publicações. pag.
334-335.
A palavra
hebraica rasah ê a única sem paralelo em outras sociedades do segundo milênio
a. C, Ela identifica "morte de pessoas” e inclui assassinatos premeditados
executados com hostil intenção e mortes acidentais ou homicídio culposo. Dentro
da comunidade da aliança, precisava-se tomar um grande cuidado para que ninguém
perdesse a vida, mesmo por acidente. O termo rasah não é aplicado em mortes na
guerra ou em execuções judiciais.
RICHARDS.
Lawrence O. Guia do Leitor da Bíblia. Uma análise de Gênesis a
Apocalipse capítulo por capítulo. Editora CPAD. pag. 64.
I. O
SEXTO MANDAMENTO
1.
ABRANGÊNCIA.
Para um leitor
desatento ou menos avisado da Bíblia pode parecer haver uma contradição entre o
mandamento "Não matarás" (Êx 20.13; Dt 5.17) e a guerra justa
prescrita no capítulo 20 de Deuteronômio ou ainda a pena capital estabelecida
na lei de Moisés por diversos tipos de crimes e pecados, tema discutido mais
adiante. Ninguém pode afirmar e negar algo ao mesmo tempo. O que acontece é que
"Não matarás" se trata de um termo genérico que não expressa com
precisão o pensamento do sexto mandamento, pois no hebraico, língua original em
que o texto foi produzido, está registrado lô tirtsãh, literalmente "não
assassinarás" ou "não cometerás assassinato". A proibição,
portanto, diz respeito ao homicídio premeditado, à violência, ao assassinato de
um inimigo pessoal.
Esequias
Soares. Os Dez Mandamentos. Valores Divinos para uma Sociedade em
Constante Mudança. Editora CPAD. pag. 88-89.
A vida é a
possessão humana mais estimada e é errado privar alguém da vida sem justa
causa. A história de Israel mostra que este mandamento não é absoluto. Houve a
adição de outras cláusulas, como o homicídio desculpável (21.13), o homicídio
acidental (Nm 35.23) e o homicídio justificável (22.2). Israel também foi
autorizado a matar os inimigos. Não há exegese racional que condene a pena de
morte ou a guerra simplesmente com base neste mandamento.
JESUS
esclareceu seu significado quando o citou: “Não matarás” (Mt 19.18). Não há
justificativa para a instigação de motins e rebeliões desnecessárias ou outras
condições semelhantes que levem ao derramamento de sangue. Há responsabilidade
evidente pelo cuidado adequado em viagens, projetos construtivos e jogos
esportivos onde haja perigo. Esforços individuais e comunitários são
necessários para a preservação da vida humana.
Leo G. Cox. Comentário
Bíblico Beacon. Êxodo. Editora CPAD. pag. 191.
Êx 20.13. Não
matarás. Os três próximos mandamentos são lei apodíctica em sua forma mais
concisa. O hebraico emprega apenas duas palavras. O termo hebraico raca é uma
palavra comparativamente rara para “ matar” e normalmente indica o assassinato
violento de um inimigo pessoal (Hyatt): “ Não assassinarás” é uma tradução
viável. O mandamento é pronunciado da forma mais geral possível, mas a lei
claramente distinguia entre o assassinato propriamente dito e o homicídio
acidental ou não premeditado (21:12-14). Evidentemente este mandamento jamais
foi entendido pelos israelitas como uma proibição à pena de morte (21:15),
embora esta normalmente seja expressa por um verbo correspondente a “ morrer” ,
e não pelo verbo “ matar” . Além disso, não havia pacifistas ao tempo do Velho
Testamento. Quer a luz da revelação mais completa no Novo Testamento exija tais
conclusões ou não, estas não podem ser provadas exclusivamente a partir do
Velho Testamento.
R. Alan Cole,
Ph. D. ÊXODO Introdução e Comentário. Editora Vida Nova. pag. 153.
2.
OBJETIVO.
O Senhor JESUS CRISTO
discordou das autoridades religiosas de sua geração, dos escribas e fariseus
que restringiam o sexto mandamento ao derramamento de sangue: "Ouvistes
que foi dito aos antigos: Não matarás; mas qualquer que matar será réu de
juízo. Eu, porém, vos digo que qualquer que, sem motivo, se encolerizar contra
seu irmão será réu de juízo, e qualquer que chamar a seu irmão de raca será réu
do Sinédrio; e qualquer que lhe chamar de louco será réu do fogo do
inferno" (Mt 5.21, 22). JESUS não está aqui contrapondo o preceito da lei,
mas a interpretação rabínica desse preceito, pois ao longo dos anos a tradição
havia despido o sexto mandamento de seu real significado. É verdade que o sexto
mandamento diz: "Não matarás" (Êx 20.13; Dt 5.17); é também verdade
que o homicida será submetido a julgamento (Nm 35.30, 31). Mas a questão é que
"Não matarás" não se restringe somente a isso; inclui pensamentos e
palavras, ira e insultos. O mais grave é que as autoridades religiosas de
Israel nada ensinavam sobre a condenação divina ao homicídio, como se o castigo
fosse restrito aos tribunais civis. JESUS trouxe à tona o espírito do sexto
mandamento.
Esequias
Soares. Os Dez Mandamentos. Valores Divinos para uma Sociedade em
Constante Mudança. Editora CPAD. pag. 89.
Observação do
EV. Luiz Henrique - Quando alguém xinga a outro, isso já é um princípio de
assassinato que poderá ser levado a cabo se o outro revidar. Por isso JESUS
ensina que o xingar alguém é pecado, pois aí já existe a intensão de
assassinato, oculta ainda e por enquanto.
«Não matarás».
Sexto mandamento, Êx. 20:13. Mas também é um mandamento dado antes da lei—Gên.
9:5,6.
- Quem matar
estará sujeito a julgamento». Essas palavras não se acham no V. T., mas foram
acrescentadas pelas autoridades judaicas. A adição reduziu o crime ao ato de
assassinar, tornando-o passível somente das penas da lei civil. Em cada cidade
havia tribunais (Deut. 16:18). Segundo Josefo, cada corte ou tribunal era
constituída por sete homens (outros dizem 23 homens), que tinham poder de vida
e morte. É óbvio que a morte por apedrejamento só podia ser infligida pelo
sinédrio (veja Mat. 22:23), e era o sinédrio que tratava de questões que
envolvessem heresia ou blasfêmia.
«EU, PORÉM». JESUS
assume a posição de outro Moisés mostrando a correta interpretação das leis já
existentes, expondo o conteúdo espiritual dessas leis, em lugar do sentido
superficial e legalista (ver vs. 38). No grego, o eu é enfático («as multidões
estavam maravilhadas da sua doutrina; porque ele as ensinava como quem tem
autoridade, e não como os escribas»)—Mat. 7:28,29).
Sem motivo. Os
melhores e mais antigos mss (gregos) omitem a frase.
Irar...estará
sujeito a julgamento». Entre os judeus havia três níveis de culpa, tratados
pelos tribunais próprios e com julgamento próprio. A condenação mais severa era
a que determinava o lançamento do corpo no vale de Hinom ou Geena, porque
mostrava a grande desgraça da pessoa, ilustrando assim a gravidade do crime. Os
níveis de culpa e julgamento também diferem no reino do Messias. JESUS mostra
que todos os homens são «irmãos» (como na história do bom samaritano, Luc.
10:25-37). Assim ele elevou a dignidade da raça humana, bem como cada indivíduo
dessa raça. Atribuindo tal valor a cada homem da raça, dificilmente um
assassinaria a outro. Para JESUS, a atitude de «ira» contra um membro da
humanidade é crime sério; tão sério que merece o mesmo castigo imposto ao
assassínio (ver vs. 21). JESUS não advoga que a ira seja punida com a morte,
mas ilustra, com essas palavras, quão sério era para ele esse pecado. A
presença da ira indica a falta de amor. O amor ao próximo foi classificado como
segundo mandamento na ordem da importância. (Ver Luc. 10:27). Portanto, dentro
do espírito da lei, aquele que se ira contra outrem quebra o espírito de um dos
mais importantes mandamentos.
Um insulto.
Tradução livre do hebraico raca. A palavra não consta em algumas traduções como
KJ AC IB. O sentido da palavra não é claro. As opiniões são as seguintes;
1.Palavra sem sentido, interjeição, som que indica ódio, mas sem definição
própria; 2. equivalente (mas sem o mesmo significado) ao grego «su», que
tem o sentido de «você», mas às vezes com ódio, manifesto no tom da voz; 3.
«Cuspir», termo usado para os heréticos; 4. «Vão», provavelmente com o sentido
de «tolo» (Tia. 2:20—«homem insensato» talvez seja o equivalente no grego).
Essa é a ideia mais comum, e tem ilustração no V. T., em Jui. 9:4; 11:3; Pro.
2:11.
«ESTARÁ sujeito
a julgamento do tribunal», que significa julgamento do sinédrio (Mat. 22:23), o
conselho supremo judaico, que tinha poder de vida e morte e podia infligir a
pena de apedrejamento (morte vergonhosa), pois tratava dos casos de heresia e
blasfêmia.
«2b/o». Há
várias ideias sobre o sentido dessa palavra: 1. Por acaso, as letras dessa
palavra grega concordam com as letras de certo termo hebraico que significa
«rebelde». Alguns acham que esse é o sentido que o autor quis dar aqui, como se
tivesse usado outra palavra hebraica, como já usara «raca». Moisés e seu irmão
não puderam entrar na terra prometida, nem em parte, porque usaram esse termo
quando repreenderam o povo de Israel (ver Núm. 20:10). 2. Provavelmente a
palavra é grega, e significa «tolo». O termo era forte. JESUS mesmo usou essas
palavras contra os escribas e fariseus, em Mat. 23:17,19.
Estará sujeito
ao fogo do inferno*. De fato, ao fogo da «Geena», o vale de Hinom, um vale
estreito e escuro, ao sul de Jerusalém, onde o fogo queimava continuamente.
Antes os judeus idólatras haviam usado o vale para sacrificar seus próprios
filhos. Mais tarde o lugar foi usado como monturo da cidade. Além do lixo, eram
jogados ali os corpos dos animais e dos criminosos. O fogo que queimava o lixo
subia continuamente do vale, e por isso o lugar se tomou símbolo do inferno.
HÁ TRÊS
classificações de pecados, cada qual com sua própria pena. Todas as três
envolviam assassinato: 1. Ira contra um ser humano, condenação,
morte infligida por um tribunal inferior.
2. Ódio contra outrem, condenação, morte infringida por um
tribunal superior: morte por apedrejamento (morte de herético).
3. Ódio intenso corra alguém— condenação, morte vergonhosa,
pública, símbolo do juízo da alma. Assim JESUS ilustrou o sexto
mandamento. Mostrou que a intenção que provoca o ato físico é passível da mesma
condenação que o próprio ato.
Eu, porém, vos
digo».
Originalmente,
a palavra traduzida aqui como amai, significava «acolher, entreter, agradar,
contentar», e é na LXX que vemos seu variegado uso. Porém, no N. T. com
frequência o termo denota o amor de DEUS ao homem e o amor do homem a DEUS (ver
I João 3-5), bem como a benevolência que busca o bem-estar material e
espiritual do próximo (ver I Cor. 13). Vê-se claramente, portanto, que o
conceito de amor foi altamente elevado no uso do N. T. O amor é o verdadeiro
teste do caráter de um homem. Uma das principais lições que devemos aprender,
na jornada desta vida, é como amar aos outros. Pode-se ver o que significa o
amor, se considerarmos a atitude que cada qual tem para consigo mesmo. Quase
todos fazem tudo quanto está ao seu alcance, procurando seu próprio benefício.
Temos o cuidado de prover todas as nossas necessidades físicas, nossa educação
e os cuidados médicos quando adoecemos etc. Amar a um amigo ou a um inimigo,
por conseguinte, equivale a transferir para eles o cuidado que
cada qual tem por si mesmo. Amar a nossos semelhantes como amamos a nós mesmos
seria a perfeita transferência destes cuidados que exercemos por nós.
É muito raro que alguém faça assim, mesmo de vez em quando, mas essa é a
grande lição que nos compete aprender, aquela que é exigida pela ética cristã.
Quando, finalmente, estivermos transformados segundo a imagem de CRISTO, então amaremos
desse modo, porque foi assim que ele nos amou.
Amai os vossos
inimigos. Poderíamos compreender estas palavras se elas fossem «Não detestai os
vossos inimigos»; mas a ideia de amarmos os nossos inimigos é
por demais elevada. JESUS não permite o ódio em quem quer que seja. O
ódio, em si, não é humano. «Esse é o mais sublime conceito moral jamais dado à
humanidade» (Adam Clarke). Ninguém, exceto JESUS, poderia ter proferido tais
palavras com convicção. A base desse mandamento é que DEUS ama ao mundo
inteiro, de modo geral, sem acepção de Pessoas (João 3:16), e que CRISTO agiu
do mesmo modo (Rom. 5:6-10). Paulo escreveu: «Não te deixes vencer do mal, mas
vence o mal com o bem» (Rom. 12:21). JESUS mostra, neste passo, que a lei do
amor é a lei mais importante (Luc. 10:27), e que o amor a DEUS implica em amor
aos homens. Mais do que isso, significa que essa extensão do amor a DEUS
(extensão essa que abrange todos os homens) ocupa o segundo lugar, na ordem da
importância, entre todos os mandamentos. Nesta passagem JESUS mostra que esse
amor, quando compreendido corretamente, se aplica até aos inimigos porque, de
conformidade com a atitude de DEUS, eles também são próximos, sim, e mais do
que isso, são irmãos em certo sentido.
«ORAI pelos que
vos perseguem». Provavelmente a ideia central é a de perseguição religiosa. O
ódio mais persistente e profundo é aquele citado pelas diferenças religiosas.
Mas até os que perseguem por causa da diferença da religião também devem ser
objeto de nosso amor e de nossas orações. Provavelmente essas são as pessoas
mais difíceis de ser amadas. Parece que poucos, além de JESUS, têm sido capazes
de cumprir esse conceito moral. Certos comentaristas declaram que esse
conceito—«Amai os vossos inimigos»—não se encontra em nenhum outro livro de
nenhum outro povo, considerado «inspirado» por DEUS ou pelos deuses. Talvez
a ideia mais aproximada dessa atitude, entre os antigos, foi a
atitude manifestada por Sócrates, conforme foi registrado por Platão.
«Abençoai os
que vos amaldiçoam, fazei o bem aos que vos odeiam». Essas palavras se acham
nas traduções KJ AC F M e nos mss DEKLMSU Delta Fam Pi.
CHAMPLIN,
Russell Norman, O Novo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora
Candeias. Vol. 1. pag.310-311; 337.
Mt 5-22 “Eu,
porém, vos digo que qualquer que, sem motivo, se encolerizar contra seu irmão
será réu de juízo”. JESUS ensinou que seus seguidores não deveriam nem pensar
em se encolerizar a ponto de cometer um assassinato, pois já teriam então
cometido um assassinato em seu coração. Aqui, a palavra “cólera” se refere a um
desespero planejado e revoltado que sempre ameaça fugir do controle, levando à
violência, aflição emocional, maior tensão mental, prejuízo espiritual e, sim,
até à morte. A cólera nos impede de desenvolver um espírito agradável a DEUS. JESUS
acrescentou; “e qualquer que chamar a seu irmão de raca [ou tolo] será réu do
Sinédrio”. Rebaixar-se a ponto de insultar ou chamar um companheiro crente de
nomes ofensivos, torna a pessoa sujeita a um processo. Pronunciar palavras
encolerizadas ou ofender as pessoas revela um coração distante de DEUS. “ E
qualquer que lhe chamar de louco será réu do fogo do inferno”.
Na Bíblia são
usadas três palavras em conexão com o castigo eterno: (1) A palavra Seol, ou
“sepultura”, é usada no Antigo Testamento para significar o lugar dos mortos,
geralmente entendido como debaixo da terra (veja Jó 24.19; SI 16.10; Is 38.10).
A palavra Hades é o termo grego para o submundo, o reino dos mortos. E usada no
Novo Testamento em lugar de Seol (veja Mt 16.18; Ap 1.18; 20.13,14). A palavra
Geena (ou inferno) tinha esse nome por causa do Vale de Hinom, perto de
Jerusalém, onde crianças eram sacrificadas no fogo aos deuses pagãos (veja 2 Rs
23.10; 2 Cr 28.3).
Mt 5.43,44
“Ouvistes que foi dito: Amarás o teu próximo e aborrecerás o teu inimigo”. Os
fariseus interpretavam Levítico 19.18 como um ensino de que deviam amar apenas
aqueles que retribuíam esse amor. A palavra próximo refere-se a alguém da mesma
nacionalidade e fé. Embora nenhum verso da Bíblia diga explicitamente
“aborrecerás o teu inimigo”, os fariseus podem ter reinterpretado alguma das
passagens do Antigo Testamento a respeito do ódio pelos inimigos de DEUS (veja,
por exemplo, SI 139.19-22 e 140.9-11). Mas JESUS explicou: “Amai a vossos
inimigos... e orai pelos que vos maltratam e vos perseguem”. Se você puder
fazer isso, estará mostrando realmente que JESUS é o Senhor da sua vida. Ele
explicou aos seus seguidores que deviam viver de acordo com um padrão mais
elevado do que aquele esperado pelo mundo — um padrão que é impossível alcançar
simplesmente com a força humana. As pessoas que experimentaram o amor de DEUS
entendem o que significa ser amado sem reservas. Somente com a ajuda do ESPÍRITO
de DEUS seu povo poderá amar e orar por aqueles que procuram lhe fazer o mal
(veja Rm 12.14-21).
Comentário do
Novo Testamento Aplicação Pessoal.
Editora CPAD. Vol. 1. pag. 40; 44-45.
A lei de DEUS
não olha para a ação, ela vê mais fundo, observa a origem da ação, a
mentalidade que está por detrás dela. “Pois do coração procedem os maus
pensamentos: homicídio…” (Mt 15.19). Dessa maneira JESUS vai à raiz, ele é
radical (radix = raiz), mostrando-nos que a ira é igual ao assassinato.
Schlatter explica: “Para os judeus era difícil reconhecer a natureza culposa de
processos interiores do coração (i. é, os processos na alma e as atividades
mentais)”.
Quando JESUS
afirma: Eu, porém, vos digo: aquele que se irar contra seu irmão estará sujeito
ao julgamento, as palavras “vos” e “irmão” apontam para os discípulos. É para
eles que vale essa palavra do Senhor, porque os discípulos formam uma
irmandade.
Nessa irmandade
não pode existir a ira. Que significa irar-se? Com base no texto original, a
ira pode mostrar-se em duas direções: Para dentro e para fora.
Vista para
dentro, a ira equivale a estar amargurado, estar raivoso contra o irmão, ficar
exasperado, carregar rancor dentro de si, distanciar-se do irmão, manter-se
separado dele, consumir-se intimamente.
Para fora,
irar-se significa estar agitado, enfurecer-se, agredir, ser duro, injusto,
externar uma mentalidade áspera, ter acessos de cólera.
Tudo isso é
assassinato do irmão.
É transgressão
do mandamento: Não matarás.
É uma palavra
muito séria de JESUS, que alumia para dentro do último cantinho de nosso
coração e nos julga e purifica continuamente. Nosso constante fracasso é
trazido à luz. Ter de admitir sempre de novo esse fracasso nos preserva de toda
confiança no poder próprio e destroça integralmente toda presunção e todo
orgulho. “O homem vê o exterior, porém o Senhor, o coração” (1Sm 16.7). Quando
no coração se encontram todos os tipos citados de ira, o discípulo já se tornou
culpado do julgamento, porque tornou-se um assassino do irmão. Como JESUS é
extremamente severo com os seus! A sua palavra é “apta para discernir os
pensamentos e propósitos do coração” (Hb 4.12).
Passamos para o
segundo aspecto.
Quando a
revolta interior ou a fúria exterior são seguidas do duro e amargo insulto
raka, i. é, “cabeça oca, não faz parte de nós”, então esse assassino do irmão
deve ser julgado pelo tribunal supremo desta terra, o Sinédrio (quanto ao
Sinédrio, cf. o exposto sobre 2.4).
Em o terceiro
ponto:
Quem se deixa
arrastar pela ira ao ponto de agredir o irmão com uma palavra ofensiva como
tolo, i. é, “vá para o inferno, desgraçado (descrente)”, esse próprio deverá ir
para o inferno.
De tudo o que
foi dito resulta para os membros da comunidade de JESUS que cada um precisa
cuidar com extrema exatidão do seu relacionamento com o irmão e examinar sempre
de novo, à luz da palavra de DEUS, seus pensamentos e suas palavras, e
perguntar-se: Como estou em relação a meu irmão? Como ele está comigo? Tão logo
um tiver amargura no coração em relação ao outro, ou inveja, ódio, desprezo,
satisfação malévola, contrariedade, ou quando um guarda rancor do outro, quando
um, irritado, lança uma palavra dura contra o outro, isso é assassinato.
Qualquer aborrecimento que continua corroendo o coração é assassinato do irmão.
Lutero afirma:
“Tantos membros quantos você possui, tantas maneiras você poderá achar de
matar, seja com a mão, a língua, o coração, o gesto, olhando alguém
amargamente… não gostando de ouvir falar dele: tudo isso significa „matar‟.
Porque nesse caso o coração e tudo o que há em você está disposto a desejar que
ele já estivesse morto. E, ainda que a mão fique parada, a língua silencie, os
olhos e ouvidos se escondam, de fato o coração está cheio de assassinato e
homicídio.”
Essa atitude,
entretanto, não é apenas assassinar o irmão, mas também escarnecer de DEUS.
Pois enquanto persistir o rancor contra o irmão, estará interrompida também a
ligação com DEUS. Podemos notá-lo logo quando tentamos orar (cf. At 9.5c).
Num estado
desses, desonraríamos a DEUS se quiséssemos entoar hinos de louvor com a
comunidade em oração.
Entendemos
agora por que JESUS acrescenta os v. 23-26 diretamente depois da palavra do
assassinato e da ira.
Após a
advertência de teor negativo dos v. 21s, JESUS segue com dois exemplos
positivos: Que sejam o lema de nossa vida não a amargura, irritação, inveja e
ódio, mas sim o amor e a disposição para a paz.
Mais uma última
vez neste capítulo JESUS faz reluzir com força a palavra da retaliação do amor
ágape!
Para
entendermos a palavra do amor ao inimigo, precisamos olhar para Lv 19. Com
grande densidade se declara, nesse capítulo, a vigência dos deveres de amar o
amigo, irmão e concidadão. Aos poucos os fariseus, que eram apenas uma parte
restrita do povo, passaram a interpretar esse capítulo no sentido de que todos
os deveres de amor arrolados tinham validade somente para o círculo deles. O
fariseu chamava de irmão, companheiro, amigo e próximo apenas a outro fariseu.
Os demais eram para ele somente povo comum. Por isso o fariseu desprezava “o
outro” (Lc 18.9).
Faziam parte
dos “outros” os publicanos e pecadores, que não cumpriam os mandamentos de DEUS.
A consequência era a inimizade entre os fariseus e “os outros”, os publicanos e
pecadores (am haarez = povo comum). Essa inimizade entre fariseus e pecadores
não perdia em nada para a inimizade entre judeus e gentios, e às vezes até era
mais forte (Tt 3.3).
Na opinião dos
fariseus tratava-se de uma inimizade por causa de DEUS. Pensavam no Salmo
139.21s: “Não aborreço eu, Senhor, os que te aborrecem? […] Aborreço-os com
ódio consumado; para mim são inimigos de fato”. Por isso os fariseus achavam
que, por amor a DEUS, precisavam odiar todos aqueles que não cumprem os
mandamentos de DEUS. Sim, diziam até que o povo, que não sabe nada da lei, é
maldito (cf. Jo 7.49)! JESUS, agora, afirma: Amem os seus inimigos! Desse modo
ele anula todo o ódio como tal. Inclusive o chamado ódio religioso! Não é essa
a atitude que convém ao ser humano. Pois a missão de JESUS não era odiar os
pecadores; ele veio para salvar os pecadores… Ao dizer, ainda, para os
discípulos: Orem pelos que perseguem vocês, ele está se referindo aos
perseguidores como sendo os fariseus, pois eram eles que perseguiam JESUS e
também seus discípulos. – Portanto, seguidores de JESUS devem reagir à
inimizade com amor, à perseguição com oração. – Assim, brilha mais uma vez com
toda clareza a lei da retaliação do amor ágape!
Fritz
Rienecker. Comentário Esperança Evangelho de Mateus. Editora Evangélica
Esperança.
3.
CONTEXTO.
Antes de ser
julgado pelo tribunal de DEUS, o homem é julgado pelo tribunal da consciência.
O apóstolo deixa isso claro: Quando, pois, os gentios, que não têm lei,
procedem, por natureza, de conformidade com a lei, não tendo lei, servem eles
de lei para si mesmos. Estes mostram a norma da lei gravada no seu coração,
testemunhando-lhes também a consciência e os seus pensamentos, mutuamente
acusando-se ou defendendo-se (2.14,15).
Embora todos os
homens sejam pecadores e estejam em estado de depravação total, nem
todos se reduziram a um estado aviltante de decadência moral. Nem todos
são bandidos, vilões, ladrões, adúlteros e assassinos. Há muitas pessoas que
honram aos pais, são fiéis ao cônjuge, são bondosas com os filhos, têm um
coração voltado para os pobres, promovem a honestidade no governo, revelam
coragem na luta contra o crime, são honestas em seus negócios e comprometidas
com os castiços valores morais.
Como explicar o
fato de que, embora muitas dessas pessoas não tenham a lei, agem como se a
conhecessem? E que essas pessoas servem de lei para si mesmas, pois quando DEUS
as criou as fez pessoas morais e autoconscientes. De tal forma que elas
demonstram por seu comportamento que as exigências da lei estão gravadas em seu
coração (2.15). Além de revelar-se aos homens nas obras da criação (1.20), DEUS
também se revelou a eles em sua consciência (1.19; 2.14,15). A consciência é um
tribunal interior instalado por DEUS dentro dos homens, por meio do qual eles
são julgados todos os dias. E aquele senso íntimo do certo e do errado. A
consciência é um alarme que dispara toda vez que alguém transgride a lei. O
filósofo alemão Emmanuel Kant dizia: “Duas coisas me encantam: o céu estrelado
acima de mim e a lei moral dentro de mim”. Todo ser humano tem uma noção inata
do bem e do mal. Mesmo os gentios que não têm lei, têm a lei gravada em seu
coração, e esta os acusa e os defende como num julgamento no qual interagem a promotoria
e a defesa. Essa consciência dá ao homem a capacidade de estar acima de si
mesmo e de ver os seus atos e o seu caráter objetivamente. Antes de o homem ser
julgado no tribunal de DEUS, ele já é julgado no tribunal da consciência. É bem
verdade que o pecado obscureceu essa consciência, mas não a anulou de todo.
LOPES.
Hernandes Dias. ROMANOS O Evangelho segundo Paulo. Editora Hagnos. pag.
115-116.
Rm 2.15 Todas
as culturas e nações, não importando quão diferentes sejam, têm o
reconhecimento comum de que algumas coisas são certas e outras são erradas. Os
gentios que não conhecem a lei de DEUS têm em seus corações uma sensibilidade
moral que equivale ao que a lei de DEUS exige. A consciência é um monitor
interno que nos informa quando cometemos um erro. O que a lei faz para o judeu,
a consciência faz para o gentio, atuando como a lei de DEUS escrita no seu
coração.
Comentário do
Novo Testamento Aplicação Pessoal.
Editora CPAD. Vol. 2. pag. 27-28.
Rm 2.14 Paulo
meramente quis demonstrar que a consciência humana, ativa e instrutiva, ainda
mesmo quando não conta com qualquer revelação específica, pode aproximar-se, de
maneira realmente notável, do conhecimento da moral que é requerida pela lei de
Moisés, a qual foi uma lei revelada pelo próprio DEUS.
Paulo salienta
que não pode haver mais de um tipo de lei, e supõe que qualquer lei, aprovada
pela consciência humana, será similar à lei de Moisés. Mediante essa teologia,
a possessão de qualquer lei deve condenar afinal, pois o homem não vive e nem
pode viver à altura do que a sua consciência requer dele, se essa consciência é
inspirada por DEUS, o que Paulo supõe como ponto assentado.
Parece que ele
dá a entender (embora não chegue a afirmá-lo) que DEUS dá atenção aos pagãos
piedosos, como foi o caso de Cornélio, por exemplo, no décimo capítulo de Atos.
Isso parece indicar que quando um homem (qualquer homem) busca a luz, DEUS, em
algum lugar, de alguma maneira', providência para que ele receba a luz.
Apesar do fato
de que o número dos eleitos será finalmente pequeno, a despeito de quando e de
onde os homens terão a oportunidade de aceitar a CRISTO, a missão de CRISTO tem
efeitos universais. (Efé. 1:10 e João 12:32).
«...Estes
mostram a norma da lei, gravada nos seus corações, testemunhando-lhes também a
consciência, e os seus pensamentos mutuamente acusando-se ou defendendo-se...»
Este versículo apresenta uma expansão das ideias expostas no versículo
anterior, onde a tese é apresentada em termos gerais. Essa tese é que existe
realmente uma lei da consciência, desenvolvida pela razão, através da
observância da natureza, mesmo sem qualquer revelação divina direta, que cria
uma consciência extremamente parecida com aquela revelada pelo impulso divino
através da lei mosaica. Essa lei da consciência fica fazendo parte do próprio
coração, ou homem interior, e não pode ser ignorada. Mostra-se mais ativa nos
pagãos mais nobres, como um Sêneca ou um Sócrates, mas, em última análise, se
faz presente em todos os gentios. (Paulo o emprega, ver Rom. 1:21).
A consciência é
um veículo natural da razão, utilizando-se dos informes prestados pela razão,
em seus cálculos morais. Paulo não duplica aqui a tese que aparece no trecho de
João 16:8-11, que diz que o ESPÍRITO SANTO está diretamente envolvido, onde
também ele figura como quem dá aos homens o conteúdo da consciência moral
deles, provavelmente porque fazia uma referência especial aos tempos anteriores
à vinda de CRISTO à terra; mas não podemos duvidar que o apóstolo dos gentios
concordaria em que o ESPÍRITO SANTO, além das evidências fornecidas pela
natureza ou pela razão natural, desenvolve dentro dos homens a consciência do
bem e do mal, deixando-os moralmente sem desculpas. Pelo menos isso faz parte
do ensinamento bíblico sobre o assunto.
No nível dos
pensamentos, os homens também julgam uns aos outros, e não apenas cada qual a
si próprio, o que significa que essa atividade é social. Com base nesses
julgamentos, leis escritas são preparadas; e a ideia geral de Paulo parece ser
que tais leis contêm uma quantidade significativa de material, comparável com o
conteúdo da legislação mosaica. Ora, essas acusações e absolvições também fazem
parte da busca intelectual, tal como acontece na filosofia. Embora muitos
filósofos tivessem falado como deuses e tivessem vivido como beberrões,
todavia, havia entre eles uma comunidade superior em muito àquela que de
ordinário prevalecia entre os gentios, pelo menos do ponto de vista moral.
«Notemos a
similaridade desse conflito de consciência, com o seu testemunho, conforme é
descrito aqui, com a forma mais elevada e detalhada do mesmo conflito no
crente. (Ver Rom.7:16)». (Alford, in loc.).
«...norma da
lei...» Os eruditos estão divididos quanto ao sentido dessas palavras. As
principais opiniões são as três enumeradas abaixo;
1. O sentido
essencial de suas exigências, isto é, os requisitos da lei moral mosaica.
2. A conduta
exigida por tal conhecimento.
3. Fica inclusa
uma porção significativa da intenção dos dez mandamentos, ainda que em formas e
modos de expressão variados.
«...gravada nos
seus corações...» Isso faz contraste com a lei de Moisés, escrita em tábuas de
pedra, e, em seguida, em livros sagrados; mas essas palavras igualmente
enfatizam a permanência e realidade dessa lei, tal como a sua distinta
veracidade. Não tem ela menos valor do que as leis morais escritas nos livros
sagrados, ainda que gravada de forma diferente, e ainda que venha a ser
conhecida pelos homens por meios diferentes. (Ver II Cor. 3:7; Jer. 31:33,
quanto a ideias similares). Por igual modo, o antigo poeta e dramatista grego,
Sófocles, como também Platão, o maior de todos os filósofos, falaram sobre leis
orais e escritas, as leis indeléveis dos deuses, contidas nos corações dos
homens. E Plutarco se referiu a uma lei «que não foi externamente escrita nos
livros, mas foi implantada no coração do homem». O conceito geral, portanto,
era muito generalizado, como também muito antigo.
«...testemunhando-lhes...»
Os homens exibem evidências da existência dessa lei, mediante os seguintes
modos de expressão: 1. Por seus pensamentos íntimos; 2. Mediante o juízo que
fazem de outros; 3. Pelas leis tradicionais da sociedade; 4. Pelas atividades
filosóficas e religiosas; 5. Pelo reconhecimento da existência de princípios
justos; 6. Pela tentativa de conduzirem uma vida moral superior; 7. Por terem
uma lei da consciência bem firmada.
«...a
consciência...» Em sua forma mais alta, a consciência é uma função da alma, a
verdadeira inteligência e guia do homem, que conhece inerentemente; e uma vez
que ela seja melhorada, empírica e racionalmente, torna-se o código moral do
universo. A consciência opera por intermédio da mente, o que explica a menção
que Paulo faz dos «...pensamentos...», os quais aprovam ou acusam, tanto aos
seus próprios possuidores como aos seus semelhantes.
«...mutuamente...»
Essa palavra tem sido considerada de várias maneiras pelos intérpretes, a
saber:
1. Alguns
pensam que o sentido dessa palavra é «uns com os outros», isto é, «seus
pensamentos entre eles», pensamento contra pensamento, numa espécie de debate
mental.
2. Outros
pensam que o sentido é «alternativamente», isto é, nesse debate, os pensamentos
algumas vezes absolvem e às vezes condenam.
3. Outros
pensam em uma combinação dessas possibilidades, — «pensamento contra
pensamento, em um conflito íntimo», tudo ocorrido dentro de cada indivíduo.
4. Finalmente,
outros pensam em «acusações ou vindicações», entre gentios e gentios, numa
espécie de debate entre comunidades, em comparação e contraste de conceitos
morais, do que resulta o debate.
Na realidade,
não há modo adequado de resolvermos essa questão, ainda que seja mais provável
que devamos compreender que esse debate ocorre no nível mental das pessoas
envolvidas, e não pessoalmente umas contra as outras. No entanto, aquela outra
atividade de debates entre comunidades, tal como os debates que havia entre as
escolas filosóficas, era uma realidade inegável; devemos compreender que tais
debates, pelo menos, faziam parte do quadro geral aqui apresentado, sem
importar se este versículo menciona isso ou não diretamente.
«Esse processo
judicial, que ocorre neste versículo como algo que tem lugar no coração do
homem, é precursor daquele grande julgamento que haverá no fim do mundo».
(Philip Schaff, in loc., no Comentário de Lange).
CHAMPLIN,
Russell Norman, O Novo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora
Candeias. Vol. 3. pag. 596-597.
II.
IMPORTÂNCIA
1.
DA VIDA.
SUICÍDIO
Não encontramos
nenhum ensino direto sobre o suicídio na Bíblia, a não ser o "Não
matarás". Existem apenas três casos de suicídio no Antigo Testamento, e o
verbo "suicidar" não aparece nenhuma vez na Bíblia. Saul "se
lançou sobre a sua espada e morreu com ele" (1 Sm 31.5). Aitofel "se
enforcou: e morreu e foi sepultado na sepultura de seu pai" (2 Sm 17.23).
Zinri "queimou sobre si a casa do rei, e morreu (1 Rs 16.18). Além desses
três breves relatos que mencionam suicídios, há mais um no Novo Testamento, o de
Judas Iscariotes (Mt 27.3-5). Não há unanimidade sobre a morte de Sansão,
muitos não consideram suicídio. Os estoicos e epicureus viam o suicídio como
saída honrosa da vida. O hinduísmo e o budismo aprovam o suicídio, encarando-o
como uma "peça das rodas do carma". Na verdade, é o resultado do
fracasso espiritual na maioria dos casos atuais tanto quanto nos casos
registrados na Bíblia. O suicídio é auto assassinato, uma vez que a nossa vida
não nos pertence. Quem não crê em DEUS e perdeu a esperança da vida futura, às
vezes, procura na auto aniquilação refúgio para escapar de suas misérias e das
intempéries e dos açoites da vida. É, no entanto, inconcebível que um cristão
chegue a tal extremo: "É o abandono do posto ao qual DEUS nos destinou. É
uma recusa deliberada de submeter-nos à sua vontade. É um crime que
não admite arrependimento e, consequentemente, envolve a perda da
alma" (HODGE, 2001, p. 1294). A vida é um dom de DEUS, e ninguém tem o
direito de tirá-la (Gn 9.6; Jó 33.4). Isso vale para a nossa vida e também para
a vida dos outros. Moisés, Elias e Jonas pediram a morte, mas DEUS não os
atendeu (Nm 11.15; 1 Rs 19.4; Jn 4.3). O fim da vida é prerrogativa exclusiva
de DEUS (SI 31.15; Ec 8.8). Ele sabe a hora em que a vida humana deve cessar e
é o soberano de toda a existência e de todo o universo (Dt 32.29; 1 Sm 2.6; 2
Rs 5.7).
Esequias
Soares. Os Dez Mandamentos. Valores Divinos para uma Sociedade em
Constante Mudança. Editora CPAD. pag. 93.
VIDA No AT, a
vida é mencionada principalmente por nephesh e hay. Basicamente, nephesh
significa "respiração", "alma", "vida como existência
individual" ou "ser". Em conexão com a vida ela significa: (1) o
princípio da vida, aquele que respira (Gn 9.4,5; 35.18; Lv 17.11; 1 Rs
17.21,22); (2) a vida física (1 Sm 22.23; 23.15); (3) os animais vivos (Gn
9.10,12); (4) os seres humanos (Gn 36.6; 46.15-27). A palavra hebraica hay no
singular geralmente refere-se à vida animal (KJV, "animais
selvagens", Gn 7.14; Êx 23.11; Lv 11.2; 26.6,22; Jó 5.23). A forma plural
é quase sempre usada para a vida humana e parece que estão envolvidos a
intensidade ou os vários aspectos da vida. No AT a vida está associada a uma
correta relação com DEUS, e, sem esta, a verdadeira vida é impossível (Dt 8.3;
30.15,19,20). DEUS é o soberano da vida (Gn 2.7; Nm 16.22). O AT prevê uma vida
que é alcançada através da ressurreição (Jó 19. 25-27; SI 16.10; Is 26.19; Dn
12.2).
No NT, foram
empregadas três palavras básicas.
A mais comum é zoe,
que basicamente considera o princípio da vida (cf. Jo 6.63). Ela pode
referir-se: (1) à vida física (At 17.25; 1 Co 15.19); (2) à vida de DEUS (Jo
5.26; Ef 4.18; Rm 5.10); ou (3) à vida de CRISTO no crente (2 Co 4.10,11; Cl
3.4). Essa nova vida (Rm 6.4) é uma dádiva presente (Jo 5.24), é eterna (Jo
6.51), tem uma manifestação futura (Rm 5.17; 2 Co 5.4; 1 Tm 4.8), e é recebida
através da fé (Jo 3.16). O Próprio Senhor JESUS CRISTO é a nossa vida (Jo
11.25; 14.6; Cl 3.4; 1 Jo 5.11,12,20).
A segunda
palavra do NT é bios que, basicamente, considera os aspectos
exteriores da vida neste mundo. Ela (ou seu cognato) descreve a nossa vida
terrena atual em relação a: (1) duração (1 Pe 4.2,3); (2) funções (Lc 8.14; 1
Tm 2.2; 2 Tm 2.4); (3) conduta (At 26.4); e (4) meios de subsistência (Mc
12.44; Lc 8.43; 15.12,30; 1 Jo 3.17). Ela nunca é usada em relação à vida
eterna.
A terceira
palavra é psyche, que é frequentemente traduzida como
"alma", e corresponde à palavra hebraica nephesh. Ela descreve,
fundamentalmente, a vida natural. Com respeito à vida, esta palavra
multifacetada pode referir-se aos seguintes aspectos: (1) ao fôlego da vida (em
latim, anima), a força vital que anima o corpo, ou o princípio da vida que
deixa o corpo quando ocorre a morte (Lc 12.20; At 20.10; Ap 8.9); (2) à vida
física (Mt 2.20; Mc 10.45; Lc 12.22); (3) ao ser que possui vida, seja humano
ou animal (1 Co 15.45; Ap 16.3); (4) ao centro da personalidade (Lc 12.19; Jo
12.27); e (5) à existência interior do homem que pode ser salva, perdida,
tentada e santificada (Tg 1.21; Mc 8.16; 1 Pe 2;11; 3 Jo 2).
PFEIFFER
.Charles F. Dicionário Bíblico Wycliffe. Editora CPAD. pag. 2016.
Gn 9.6 A
dignidade do homem, que foi criado à imagem de DEUS, não permite que alguém
cometa impunemente o pecado capital, o homicídio. A declaração parece ser uma
antiga expressão judicial que sugere que esse crime vinha sendo repudiado desde
os tempos mais remotos. Coisa alguma é dita sobre tirar vingança desse tipo de
crime, embora a questão seja elaborada com detalhes pela legislação mosaica.
Alguns sugerem que a pena máxima só deve ser imposta no caso
de assassinato, mas as leis de muitos países ao redor do mundo
requerem a pena capital para outros crimes, como é o caso do crime de traição,
mormente em tempos de guerra. Por igual modo, o sequestro é algumas vezes
castigado com a pena de morte. Contrariamente ao que dizem alguns, a pena de
morte não existe somente para impedir o crime, mas também para fazer justiça.
CHAMPLIN,
Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora
Hagnos. pag. 79.
Gn 9.6 A
instrução, aqui, é que os assassinos que premeditam os seus crimes devem
morrer. Este é o pecado que aqui se deseja evitar através do terror da punição.
(1) DEUS punirá os assassinos: Da mão do homem e da mão do irmão de cada um
requererei a vida do homem, isto é, Eu vingarei, sobre o assassino, o sangue do
assassinado, 2 Crônicas 24.22. Quando DEUS requer a vida de um homem da mão
daquele que a tirou injustamente, o assassino não pode entregá-la, e, por esta
razão, deve entregar a sua própria vida no lugar dela. Esta é a única maneira
que resta para se fazer a restituição. Observe que o DEUS justo certamente fará
uma inquisição pelo sangue, mesmo que os homens não possam fazê-la, ou não
queiram fazê-la. Uma vez ou outra, neste mundo ou no vindouro, o Senhor
descobrirá assassinos escondidos, que estão ocultos dos olhos dos homens, e
punirá assassinos confessos que tentam se justificar, algo que seria difícil
demais para a mão do homem. (2) O magistrado deve punir os assassinos (v. 6):
Quem derramar o sangue do homem, seja por causa da provocação repentina, ou
tendo premeditado isso (porque a ira excessiva traz consigo o assassinato de
coração, como também a propensão à malícia, Mateus 5.21,22), terá o seu sangue
derramado por outro homem, isto é, pelo magistrado ou por quem quer que seja
designado a ser o vingador do sangue, ou que tenha esta permissão. Há aqueles
que são ministros de DEUS para este propósito, para ser uma proteção ao
inocente, sendo um terror aos maliciosos e malfeitores, e eles não devem trazer
debalde a espada, Romanos 13.4.
Antes do
dilúvio, como parece pela história de Caim, DEUS tomou o castigo de homicídio
em suas próprias mãos. Mas agora Ele entregou este juízo aos homens, a
princípio aos chefes de família, e depois aos chefes das nações, que deveriam
ser fiéis à confiança neles depositada. Note que aquele que cometesse um assassinato
deliberadamente deveria ser sempre punido com a morte. Este é um pecado que o
Senhor não perdoaria nem mesmo em um príncipe (2 Rs 24.3,4), e que, portanto,
um príncipe jamais deveria perdoar em um súdito. Há uma razão anexa para esta
lei: Porque, no princípio, DEUS fez o homem conforme a sua imagem. O homem é
uma criatura querida de seu Criador, e, portanto, deve ser assim para nós. Se DEUS
colocou honra sobre o homem, não sejamos nós aqueles que procuram colocar o
desprezo sobre este. Aquilo que restou da imagem de DEUS ainda está sobre o
homem caído, de modo que aquele que mata injustamente desfigura a imagem de DEUS
e o desonra. Quando DEUS permitiu que os homens matassem seus animais, Ele os
proibiu de matar os seus escravos. Porque estes são de uma natureza muito mais
nobre e excelente, sendo não apenas criaturas de DEUS, mas a sua imagem, Tiago
3.9. Todos os homens possuem, ao menos, uma parte da imagem de DEUS sobre si
mesmos. Mas os magistrados têm, além disso, a imagem do seu poder, e os santos
têm a imagem da sua santidade. Assim sendo, aqueles que derramarem o sangue de
príncipes ou santos incorrerão em uma culpa dupla.
HENRY. Matthew.
Comentário Matthew Henry Antigo Testamento Gênesis a Deuteronômio. Editora
CPAD. pag. 64.
Gn 9.6 Um homem
é acusado do crime de homicídio; deste crime que ele é culpado ou não é: se ele
é culpado de assassinato, ele deve morrer, se não, que ele seja punido de
acordo com o demérito de seu crime, mas sem ofensa mas é pelo assassinato que
ele deveria perder a sua vida. Tirar a vida de outro é a maior ofensa que se
pode cometer contra o indivíduo e contra a sociedade, e o maior castigo que um
homem pode sofrer por tal crime é a perda de sua própria vida. Como punição
deve ser sempre proporcional aos crimes, então a mais alta punição devido ao
maior crime não deve ser aplicada por um delito menor. A lei de DEUS e dos
ditames eternos da razão dizer que, se um homem matar outro, a perda de sua
própria vida é ao mesmo tempo a maior pena que ele pode pagar, e um equivalente
para a sua ofensa, tanto quanto a sociedade civil está em causa. Se a morte do
assassino for a maior penalidade que ele pode pagar pelo crime que cometeu, em
seguida, a imposição de tal punição para qualquer delito menor é uma injustiça
e crueldade, e só serve para confundir as reivindicações de justiça.
ADAM CLARKE. Comentário
Bíblico de Adam Clarke.
Questões éticas
à luz da Bíblia
Daremos, aqui,
uma síntese de algumas questões éticas, com algumas respostas indicadas por
certas correntes de pensamento.
4.1 O Cristão e
a Guerra.
É certo um
crente, militar, ir à guerra e, ali, tirar a vida de seus semelhantes, por
ordem do governo de seu país? Ou, na guerra do dia a dia, um policial crente
atirar num bandido que lhe ameaça a vida?
1) O Ativismo diz que sim. Usam o argumento bíblico de que o governo é ordenado
por DEUS. No VT, DEUS usou a guerra para destruir povos ímpios. No Novo
Testamento, JESUS manda dar a “César o que é de César, e a DEUS o que é de DEUS”
(Mt 22.21); Paulo diz que as autoridades são dadas por DEUS e devem ser
obedecidas (Rm 13.1-7).
2) O Pacifismo diz que não. Também usam a Bíblia que diz: “não matarás (Êx
20.13). A guerra, dizem, é um assassinato em massa. JESUS mandou amar os
inimigos, e não matá-los (Mt 5.44). JESUS mandou Pedro guardar a espada (Mt
26.52).
3) O
seletivismo diz que é certo participar de
algumas guerras. Resume os argumentos anteriores, usando, também, a Bíblia.
Para eles, nem sempre se deve obedecer o governo. Ex. Os três hebreus (Dn 3),
Daniel (Dn 6), que não obedeceram ao rei. Os apóstolos desobedeceram a ordem de
não pregar (At 4 e 5). Assim, se uma guerra não é justificada, não se deve
aceitá-la; entretanto, há guerras justificáveis. DEUS mandou destruir nações
ímpias (Js 10.40; 20.16,17). Nações más devem ser destruídas por ordem de DEUS.
4) O
hierarquismo: reconhece que o governo é dado por DEUS,
mas não está acima de DEUS (1 Pe 2.13). Entre “César” e DEUS, o cristão fica
com DEUS. Assim, se a razão maior para a punição de um ditador, de um
governante assassino, a guerra é justificável. Ex. O caso de Hitler, que foi
combatido na segunda guerra mundial.
4.1 O cristão e
a responsabilidade social.
Biblicamente,
todo cristão tem responsabilidade social. Caim não cuidou disso. A lei áurea
indica isso (Mt 7.12). O Bom Samaritano (Lc 10.30) demonstra essa
responsabilidade.
4.2 O cristão e
o controle da natalidade (o planejamento familiar)
DEUS disse:
“crescei e multiplicai-vos e enchei a terra” (Gn 1.28). Mas DEUS não deu um
multiplicador. Logo, ter um filho ou dois já é multiplicação. No VT não ter
filhos era constrangedor (1 Sm 20).
Os filhos são
galardão do Senhor (Sl 127.3). Para ter filhos, cremos que o casal deve orar
muito, para que nasçam debaixo da bênção de DEUS. E, para não tê-los, deve orar
muito mais, para não contrariar a vontade de DEUS. A limitação de filhos por
vaidade é pecado, mas por necessidade, como no caso de doença da mãe, que lhe
cause risco de vida cremos ser moralmente justificável; mas isso depende da
consciência de cada um diante de DEUS, pois o que não é de fé é pecado (Rm
14.23).
4.3 O cristão e
o aborto
A vida foi
criada por DEUS (Gn 1.27,28). A vida foi dada por DEUS (At 17.26). Por isso,
somente DEUS pode tirá-la. A concepção de um ser humano é algo “terrível e
maravilhoso” (Sl 139.14). DEUS escolhe pessoas desde o ventre (Ex. Is 49.1; Jr
1.5; Lc 1.15; 1.31-35). Se uma mãe comete aborto, como fica o plano de DEUS? Há
abortos que não são pecados: natural, quando por doença, morte do feto;
acidental, resultante de fatores como susto, queda, acidente etc.; aborto
terapêutico: para salvar a vida da mãe. Mas há abortos pecaminosos: por razões
egoístas; por estética (pecado), por razões eugênicas (para evitar nascer um
filho com defeito); o aborto provocado é um crime, é covardia (a vítima não
pode defender-se).
4.4 O cristão e
a eutanásia
Eutanásia quer
dizer “boa morte”. Refere-se a tirar a vida de um doente terminal, que sofre
muito, não tendo mais solução evitando prolongar sua dor, desligando aparelhos,
aplicando injeção letal etc. é certo para o cristão? A Bíblia diz: “não
matarás”.
Há quem diga
que deixar “morrer misericordiosamente” (Geisler) não é o mesmo que “matar
misericordiosamente”. É um dilema para o cristão, pois cremos que sempre há
possibilidade de que faça um milagre, mesmo no instante final e, até mesmo
ressuscitar um morto. Cremos não é correto tirar a vida de ninguém que está
doente, mas deve-se envidar todo esforço na tentativa de sua cura, seja por
medicamentos, seja pela oração da fé (Tg 5.15,16).
4.5 O cristão e
o suicídio
Há suicídio por
si mesmo (egoísta) e o suicídio pelos outros (altruísta). De qualquer forma, é
a destruição da vida. Só DEUS pode tirá-la, pois só Ele a deu. A pessoa que
deve amar a si mesmo como os outros (Mt 22.39; cf. Ef 5.29).
Há quem cite o
caso de Sansão (Jz 16.30) como exemplo e suicídio aprovado por DEUS. Não vemos
assim. Há casos em que uma pessoa morre, sacrificando-se por outra ou por
outras. Um bombeiro entra no fogo e salva várias pessoas, mas ele morre; um
soldado lança-se sobre uma granada, impedindo que muitos companheiros pereçam.
Isso não é suicídio. É sacrifício. JESUS fez um sacrifício por nós, morreu em
nosso lugar, levou sobre o castigo que era para nós.
4.6 O cristão e
a doação de órgãos humanos
A lei do país
diz que, se a pessoa não declarar em documento, seus órgãos podem ser retirados
para salvar vidas de pessoas doentes. Como o cristão deve ver isso? Há quem
diga que não deve aceitar. Há quem diga que não há problema. O problema é que o
cristão crê em milagre. Se um parente sofre acidente, entra em “morte
cerebral”, e o enfermeiro tirar seus órgãos, não impedirá a possibilidade do
milagre? E na ressurreição, como ficam os órgãos?
Entendemos que
doar órgão é um ato de amor. E deve ser voluntário. A lei é de certa forma
autoritária. Se o cristão doar seus órgãos não peca. Se não quiser doar, também
não peca. Na ressurreição, não há problema, pois ressuscitaremos em “corpo
glorioso”(Fp 3.21), “corpo espiritual” (1 Co 15.42,43), que não precisará de
órgãos “físicos”, ainda que será o corpo sepultado que vai ressuscitar,
transformado, em corpo glorioso.
4.7 O cristão e
a pena de morte
No Antigo
Testamento, a pena de morte era determinada por DEUS (Gn 9.6; Êx 21.25; Lv
20.10). No Novo Testamento, vemos Ananias e Safira passando pela pena de morte
(At 5.3). Vemos em Rm 13.1-2, que a autoridade tem o direito de trazer “a
espada”, mas tudo sob a égide da autoridade dada por DEUS e não por leis
humanas, que são falhas. A justiça humana é falha. Há os “erros judiciários”,
em que um inocente foi morto em lugar do culpado. Há as perseguições políticas,
os abusos da autoridade. Assim, cremos que o cristão não deve ser favorável à
pena capital, mas à prisão perpétua, em casos de crimes hediondos.
4.8 O cristão e
a mentira
Geisler conta o
caso do capitão Bucher, que, tendo seu navio atacado por piratas, estes o
obrigaram a fazer certas confissões que não eram verdadeiras, sob pena de matar
toda a tripulação. O capitão aceitou e a tripulação foi salva. Ele mentiu?
Errou? Ou não?
As parteiras
hebreias mentiram a Faraó, quando este mandou que elas matassem todo o varão
hebreu, e DEUS as abençoou por isso (Êx 1.15-21). Elas erraram? Raabe contou
uma mentira para salvar os espias de Israel (Js 2.1-6). E DEUS a abençoou.
Nesse casos, cremos que não houve a mentira no sentido comum, de prejudicar
alguém, mas “omissão da verdade” em prol de uma causa maior.
ÉTICA DO
COMPORTAMENTO CRISTÃO - Pr. Elinaldo Renovato de Lima
BIBLIOGRAFIA
- Bíblia
Sagrada, ERC. Editora Vida, ed.1982
- Carlson,
Raymond e outros. O Pastor Pentecostal. Casa Publicadora das Assembleias de DEUS,
Rio, 1999
- Champlins e
Bentes, Enciclopédia da Bíblia, Teologia e Filosofia. Candeia, São Paulo, 1995
- Ferreira,
Ebenézer Soares. Manual da Igreja e do Obreiro. Juerp, Rio, 1982.
- Geisler,
Norman. Ética Cristã. Vida Nova, São Paulo, 1988
- Mac Arthur
Jr, John. Ministério Pastoral. Casa Publicadora das Assembleias de DEUS, Rio,
1999
2.
NÃO MATAR.
O verbo
hebraico rãtsah,ss "assassinar, matar", cuja ideia é matar com
violência e matar de maneira injusta. Aparece aqui, no Decálogo, pela primeira
vez (Êx 20.13). Foi encontrado um só cognato nas línguas semíticas, no antigo
árabe do norte, que indica "quebrar em pedaço, estilhaçar, golpear".
Apesar de sua predominância como termo legal nas 47 ocorrências no Antigo
Testamento, e de ser usado na linguagem cotidiana, nenhuma raiz foi encontrada
nos códigos de lei do Antigo Oriente Médio.
Esequias
Soares. Os Dez Mandamentos. Valores Divinos para uma Sociedade em
Constante Mudança. Editora CPAD. pag. 90.
O sexto
mandamento afirma de forma sucinta, mas vigorosa: “Não matarás” (Êx 20.13), ou
"não assassinarás".
Esse
mandamento, como todos os outros até aqui, também tem raiz em solo antigo,
muito anterior ao do surgimento de Israel como povo da aliança. Assim, esse
mandamento, como os outros, são de escopo universal e nunca devem ser
cancelados. Já examinamos o texto da chamada aliança noética que adverte: “Quem
derramar sangue do homem, pelo homem seu sangue será derramado; porque à imagem
de DEUS foi o homem criado” (Gn 9.6). A especial crueza do homicídio
premeditado repousa na extinção da vida de alguém criado à imagem de DEUS. Por
isso, a única punição adequada é o governo, em nome de DEUS, administrar a
penalidade máxima, a pena capital (cf. Rm 13.4).
Observação do
Evangelista Henrique - O julgamento humano é falho e muitas vezes tendencioso,
por isso a melhor solução é a prisão perpétua, pois o assassino terá tempo de
se arrepender e ainda poderá ser salvo. O assassino merece morrer - a
misericórdia de DEUS não o pune e a graça de DEUS o salva.
O homem, como
imagem de DEUS, está no cerne da proibição de matar, pois ele não só carrega a
imagem de DEUS, como, de alguma maneira, reflete a DEUS. Ele é, de fato, essa
imagem, o substituto ou vice regente por intermédio do qual DEUS exerce sua
soberania sobre toda a criação. Assim, pode-se entender a humanidade como o
embaixador do Reino do céu enviado pelo Rei a fim de representá-lo nos negócios
do Reino. O homem, como tal, carrega toda a autoridade magistral desse Rei e
deve ser tratado como se fosse o Rei. Portanto, matá-lo é o mesmo que atacar a DEUS,
pelo menos simbolicamente, e é um ato tão grave de sublevação que a única
punição adequada é a aplicação da lex talionis. Isso é verdade quer o
perpetrador ou a vítima seja israelita, quer não seja; pois, conforme já
argumentamos, a lei é global em seu intento, cobrindo a gama completa das
inter-relações humanas.
Eugene H.
Merrill. Teologia do Antigo Testamento. Editora Shedd Publicações. pag.
334-335.
Esse mandamento
proíbe o homicídio. O Antigo Testamento justificava, contudo, certas formas de
homicídio. Um escravo podia ser morto sem que seu proprietário fosse punido
(Êxo. 21.21). Quem invadisse uma casa podia ser morto, sem sanções contra quem
lhe tirasse a vida (Êxo. 22.2). O sexto mandamento não proibia os sacrifícios
de animais. Matar alguém, durante as batalhas, não era considerado um crime
(Deu. 20.1-4). Presume-se que o suicídio era proibido, embora não seja
especificamente mencionado.
O homicídio
insulta DEUS, e não somente o homem, porquanto interfere no propósito de DEUS
que se está cumprindo nos homens. Desde os dias do Antigo Testamento, tem
aumentado o respeito pela vida humana; mas o homem está ainda muito longe de
ter um autêntico respeito pela sacralidade da vida humana. Os homens chamam de
yusías certas guerras. Mas é muito raro que ocorra uma guerra dessas. Há
ocasiões em que se torna imprescindível guerrear contra os psicopatas, como
certamente foi Hitler, a fim de serem salvas muitas vidas. Mas mesmo assim,
multas vítimas inocentes são ceifadas, até mesmo por parte dos chamados poderes
justos. Ficamos perplexos diante das chamadas matanças justas, que,
presumivelmente, teriam sido impulsionadas por Yahweh.
O trecho de
Mateus 5.21,22 expande o sexto mandamento para que inclua o ódio, a inveja, a
má vontade e o assassinato de caráter. A ira indevida e pensamentos maliciosos,
que se expressem em palavras ou ações, devem ser compreendidos como implicações
desse sexto mandamento.
CHAMPLIN,
Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora
Hagnos. pag. 392-393.
A vida é a
possessão humana mais estimada e é errado privar alguém da vida sem justa
causa. A história de Israel mostra que este mandamento não é absoluto. Houve a
adição de outras cláusulas, como o homicídio desculpável (21.13), o homicídio
acidental (Nm 35.23) e o homicídio justificável (22.2). Israel também foi
autorizado a matar os inimigos. Não há exegese racional que condene a pena de
morte ou a guerra simplesmente com base neste mandamento. JESUS esclareceu seu
significado quando o citou: “Não matarás” (Mt 19.18).
Não há
justificativa para a instigação de motins e rebeliões desnecessárias ou outras
condições semelhantes que levem ao derramamento de sangue. Há responsabilidade
evidente pelo cuidado adequado em viagens, projetos construtivos e jogos
esportivos onde haja perigo. Esforços individuais e comunitários são
necessários para a preservação da vida humana.
Leo G. Cox. Comentário
Bíblico Beacon. Êxodo. Editora CPAD. pag. 191.
3.
ETIMOLOGIA.
Há mais oito
verbos hebraicos no Antigo Testamento para designar a matança: hãrag,
"destruir, matar, assassinar, ferir, golpear" (Gn 4.8); zãvah,'
"sacrificar, abater", que diz respeito ao abate de animal para
sacrifício, mas se aplica também ao abate de seres humanos (2 Rs 23.20); tãvah,
"abater, trucidar, matar, massacrar", empregado para o abate de
animais ou de pessoas numa guerra (Is 34.2, 6; Jr 48.15); müt "morrer,
matar, mandar executar" (Gn 2.17; 18.25; 1 Rs 17.18); nãchãh, "ferir,
golpear, abater, matar" (Êx 21.12; Nm 22.23; Êx 7.17; 17.6.); nqph
"pôr abaixo, derrubar, cortar" (Jó 19.26); qãtal, "matar"
(Jó 13.15; 24.14; SI 139.19) ,shãhat, "executar, matar, abater", que
aparece 84 vezes no Antigo Testamento, indicando o ato de matar animais (Gn
37.31) e pessoas (Is 57.5; Ez 16.21). No entanto, na maioria das vezes, o termo
diz respeito ao abate de animais no ritual de sacrifício (1 Sm 1.25).
Parece que os
verbos hãrag, müt e qãtal estão no mesmo contexto de rãtsah. Esta é a conclusão
apresentada no The Theological Dictionary of the Old Testament [O Dicionário
Teológico do Antigo Testamento] que apresenta como argumento o paralelismo
entre "matar" [hãrag] a viúva e "tirar a vida" [rãtsah] (Sl
94.6) e da mesma forma o paralelismo entre rãtsah e qãtal. "De madrugada
levanta o homicida, [rôtsêah] mata \yiqtãl] o pobre e necessitado e de noite é
como o ladrão" (Jó 24.14). Apresenta também o uso alternativo de müt,
qãtal e rãtsah na instrução jurídica da pena capital (Nm 35.19, 21, 27, 30).
Assim, esses três verbos parecem indicar o assassinato no sentido vasto, sem
detalhes adicionais sobre a maneira de praticar o homicídio. Com isso, o
referido dicionário conclui:
Estes sinônimos
têm ajudado a definir o significado de rãtsah e como assassinato culpável pelo
uso da força.
A natureza do
ato é deixada completamente indefinida. Negativamente, é digno de nota que
rãtsah nunca é usado para assassinato em batalha nem em autodefesa. Nunca é
usado para suicídio. Afirma-se frequentemente que também não é empregado para a
execução da pena de morte; no entanto, é contraditado por Nm 35.30, em que a
raiz denota que a execução de um assassino pelo vingador do sangue é
devidamente autorizada (BOTTERWECK, RINGGREN, FABRY, vol. XIII, 2004, p. 632).
Não há
necessidade de discutir sobre o aborto e a eutanásia porque "Não
matarás" inclui de maneira direta a proibição dos referidos crimes. Isso é
visto em toda a Bíblia com clareza meridiana. A polêmica existe para quem
procura desafiar o sexto mandamento, principalmente por quem adota um estilo de
vida contrário à vontade de DEUS.
Esequias
Soares. Os Dez Mandamentos. Valores Divinos para uma Sociedade em
Constante Mudança. Editora CPAD. pag. 89-91.
Êxo 20.13 — O
sexto, o sétimo, o oitavo e o nono mandamentos foram moldados para construir
uma sociedade coesa na antiga Israel. Cada um foi baseado nos valores que DEUS
pôs sobre os seres humanos (sua vida seus relacionamentos, sua propriedade e
sua reputação). Todos esses parâmetros foram reafirmados no Novo Testamento, O
sexto mandamento, não matarás, não proibiu todos os tipos de execução. A
própria Lei permitia que fosse tirada a vida como punição por alguns crimes (Êx
21.15-17,23), assim como no caso de guerra (Êx 17.8-16). O assassinato
intencional de outra pessoa (fora a legítima concessão de pena de morte ou a
guerra) violava flagrantemente a santidade da vida. Isso incluía as mortes
praticadas por oficiais de estado (leia a história de Nabote em 1 Rs 21).
A primeira
execução registrada na Bíblia foi o assassinato de Abel por Caim (Gn 4-8-14).
Entretanto, a morte de JESUS, baseada em falsas acusações e julgamento ilegal,
foi a mais terrível execução de todos os tempos.
EarI D. Radmacher: Ronald B. Allen: H.
Wayne House. O Novo Comentário Bíblico Antigo Testamento com recursos adicionais. Editora
Central Gospel. pag. 166.
III.
PROCEDIMENTO JURÍDICO
1.
SIGNIFICADO DO HOMICÍDIO.
Punição capital
é, obviamente, uma forma de homicídio, e o Antigo Testamento não meramente
permite este ato, mas o exige como vingança contra certos crimes. Crimes que
exigiram punição capital incluíram homicídio premeditado (Êxo. 20.13; Gên.
9.6); violência contra os pais (Êxo. 21.15); sequestro (Êxo. 21.16; Deu. 24.7);
abuso verbal contra os pais (Êxo. 21.17), O quinto mandamento foi justamente
contra este ato (Êxo. 20.12). Tal desrespeito era considerado uma forma de
homicídio dos pais, embora não matasse literalmente.
Em alguns
casos, a punição capital podia ser evitada mediante negociação com os parentes
da vítima. Eram eles quem decidiam que multa seria exigida. Provavelmente tais
multas eram pesadas. Ver. Êxo. 21.30 para um exemplo deste tipo de negociação.
O primeiro assassino, Caim, que matou seu irmão Abel, foi exilado por Yahweh,
mas esta forma de punição não achou lugar na legislação mosaica.
Esequias
Soares. Os Dez Mandamentos. Valores Divinos para uma Sociedade em
Constante Mudança. Editora CPAD. pag. 393.
Esse vocábulo
vem do latim homo; «homem», e caedere, «matar" ou «cortar". Em latim,
um assassino é um homicida, tal como em português. Apesar de que, estritamente
falando, a morte de um homem, provocada por um animal, poderia ser chamada de
um homicídio, o termo refere-se sempre à morte de um ser humano provocada por
outro ser humano. Universalmente, os homicídios são divididos em
justificáveis e criminosos (ou não justificáveis).
O homicídio justificado, por sua vez, é classificado sob
diferentes títulos. Algumas autoridades categorizam o suicídio com base nas
definições acima, embora, como é óbvio, o suicídio seja uma categoria
(do ponto de vista moral) do homicídio.
O sexto
mandamento da lei mosaica condena todo homicídio ilegal (ver Êxo.
20:13). A lei do amor, ensinada por CRISTO, engloba a condenação do
homicídio (ver Mat. 22:29). O assassino é tratado como um dos crimes humanos
mais horrendos, nas Escrituras Sagradas, devendo ser punido com a morte do
culpado (Núm. 35:31). Caim foi o primeiro homicida do mundo (Gên. 4:8). No entanto,
recebeu o equivalente a uma sentença perpétua. Casos de homicídio justificável,
como nas execuções de criminosos, são ilustrados em trechos bíblicos como Gên.
9:6 e Núm. 31:7,8. JESUS defendeu a mulher apanhada em flagrante adultério, e
impediu a sua execução, ainda que, de acordo com as normas
veterotestamentárias, ela devesse ser, sumariamente, executada. Ver João 8:7.
Porém, o N. T. concorda com o A. T., em defesa da lei (ver I Ped. 2:13,14); e
se as leis requerem punição capital para os casos de homicídio não
justificável, podemos encontrar textos de prova neotestamentários que aprovam
isso.
CHAMPLIN,
Russell Norman, Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia. Vol. 3.
Editora Hagnos. pag. 153-154.
IMAGEM,
SEMELHANÇA
No hebraico,
tIeIem, «imagem». Essa palavra, que tem a mesma forma no aramaico, é usada por
trinta e duas vezes: Gên, 1:26,27; 5:3; 9:6; Núm. 33:52; I Sam. 6:5,11; II Reis
11:18; 11, 23:17; Sal. 39:6; 73:20; Eze. 7:20; 16:17; 23:14; Amós5:26; Dan.
2:31,32,34,35; 3:1-3,5,7,10,12,14,15,18,19. No grego, eikôn, palavra que
aparece por vinte e três vezes no Novo Testamento: Mat. 22:20; Mat. 12:16; Luc.
20:24; Rom. 1:23; 8:29; I Cor. 11:7; 15:49; II Cor. 3:18; 4:4; Col. 1:15;
,3:10; Heb. 10:1; Apo. 13:14,15; 14:9,11; 15:2; 16:2; 19:20; 20:4.
Imagem. O homem
foi criado à imagem de DEUS; e também haverá de receber a imagem de CRISTO
(Gên. 1:26,27 e Rorn, 8:29). As palavras são plásticas, e seria legitimo
pressionar a ideia de que a participação na natureza essencial está em pauta.
Por outra parte, as palavras podem envolver a ideia de semelhança, sem a
participação na natureza básica. Os teólogos usualmente explicam que o homem
participa da natureza moral e espiritual de DEUS, embora não de sua divindade
essencial. Porém, a mensagem do evangelho é que o homem poderá vir a participar
da natureza essencial do Pai e do Filho (II Cor. 3:18; Col. 2:10; II Ped. 1:4).
JESUS CRISTO aparece como o eikon do Pai (II Cor. 4:4); e, uma vez mais, coisa
alguma pode ser provada somente pelo apelo ao significado da palavra.
Semelhança. Sob
esse título devemos estudar três palavras gregas diferentes, cada qual com seu
sentido especializado, a saber: morphê (forma), homoloma (semelhança) e schema
(formato).
1. Morphê, Esse
vocábulo pode significar mera aparência externa, embora também possa indicar a
participação na essência. O fato de que o trecho de Fil. 2:6 salienta que o
Filho é igual ao Pai, força-nos a aceitar aqui a interpretação que pensa em
identidade de natureza essencial.
2. Homoloma,
Quando CRISTO tomou a forma (morphê) de servo, também assumiu a semelhança
(homotoma) de ser humano (Fil, 2:7). Novamente, a palavra bomoloma poderia
apontar simplesmente para a ideia de aparência, mas não de substância idêntica
com a humanidade, em cujo caso a palavra apoiaria as ideias docéticas. No
entanto, por si mesma, a palavra também pode indicar a participação na
essência, que produz a forma ou semelhança, o que, por sua vez, indicaria a
real e essencial participação na natureza humana, por parte de JESUS CRISTO.
Podemos supor que CRISTO não poderia ter tido a semelhança da natureza humana,
sem ter também a substância dessa natureza; no entanto, nada podemos prover
através do mero apelo ao sentido das palavras empregadas. O exame de um léxico
mostrará ao leitor a ambiguidade de que venho falando.
3. Schema,
Lemos em Filipenses 2:7 que CRISTO adquiriu a «figura humana». Isso
indica a aparência externa, o formato. O formato externo deste mundo,
conforme se aprende em I Cor. 7:31, está passando.
Esse termo
grego refere-se à aparência externa e não à essência. De fato, se Paulo tivesse
empregado somente essa palavra, teríamos de aceitar o docetismo. Uma
vez mais, podemos supor que CRISTO assumiu a figura humana, mas isso
porque participava da verdadeira natureza humana, e não que fosse humano
somente na aparência. A descrição paulina sobre a humilhação de CRISTO não é
teologicamente precisa, e os vocábulos por ele usados não devem ser
pressionados. Antes, o ensino geral deve ser extraído de vários textos
correlatos.
CHAMPLIN,
Russell Norman, Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia. Vol. 3.
Editora Hagnos. pag. 244.
Observação do
Pr. Henrique - CRISTO em tudo se tornou semelhante ao homem, sem deixar de ser
DEUS. 100% Homem e 100% DEUS.
Mas esvaziou-se
a si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens;
Filipenses 2:7
IMAGEM DE DEUS
- O homem, criado à imagem de DEUS, é distinto de todas as outras criaturas.
Ele é único por ter sido feito para viver em comunhão com seu Criador, e ser
responsável diante dele. DEUS fez o homem com algumas características que Ele
mesmo possui, como um ser pessoal, e para si mesmo, em um relacionamento
"Eu-você" (Gn 1.26,27; 5.1,2; 9.6; 1 Co 11.7; Ef 4.24; Cl 3.10; Tg
3.9). Somente através de uma resposta obediente a DEUS, é que o homem pode
verdadeiramente cumprir o propósito para o qual foi criado. É somente em JESUS CRISTO
que a imagem de DEUS pode ser vista perfeitamente; ele é o homem verdadeiro e
perfeito (Cl 1.15; 2 Co 4.4).
Três aspectos
dessa doutrina podem ser distinguidos:
1. A imagem
como foi criada por DEUS. A imagem de DEUS tem uma semelhança natural ou formal
com DEUS, que consiste em personalidade, pois isto é essencialmente o que DEUS
é, um ESPÍRITO pessoal. Kenosis.
2. A imagem
depois da queda. A desobediência trouxe consequências desastrosas para a imagem
original de DEUS no primeiro homem. O pecado deteriorou toda a semelhança
natural (personalidade), de forma que a mente, as emoções e vontades do homem
tornaram-se corruptas (depravação total).
3. A imagem
restaurada por CRISTO. Por meio da redenção que está em CRISTO, o crente é
regenerado. Ele é renovado em conhecimento, seus sentimentos são reorientados,
sua vontade é transformada, seu corpo torna-se o templo do ESPÍRITO SANTO.
PFEIFFER
.Charles F. Dicionário Bíblico Wycliffe. Editora CPAD. pag. 953-955.
Gn 9.5,6 - DEUS
aqui explica por que o assassinato é tão errado: matar uma pessoa significa
matar alguém feito à imagem e semelhança de DEUS. Porque todos os seres humanos
são feitos à imagem de DEUS, todas as pessoas possuem as qualidades que as
distinguem dos animais: moralidade, raciocínio, criatividade e autoestima.
Quando interagimos com as outras pessoas, estamos interagindo com seres humanos
feitos por DEUS, aos quais Ele oferece a vida eterna. DEUS deseja que
reconheçamos a sua imagem em todas as pessoas.
BÍBLIA
APLICAÇÃO PESSOAL. Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal. Editora CPAD.
pag. 18.
Gn 9.6 segundo
a sua imagem. A razão por que o ser humano podia matar animais, mas nem animais
e nem o ser humano podia matar um ser humano, está no fato de que somente o ser
humano foi criado à imagem de DEUS.
MAC ARTHUR. Bíblia
de Estudo. Sociedade Bíblica do Brasil. pag. 29.
2.
HOMICÍDIO DOLOSO (NM 35.16-21).
Homicídio Não
Justificado
A expressão
«homicídios premeditados» é usada para distinguir tais casos dos homicídios
justificáveis. Além disso, esses homicídios premeditados são divididos em
homicídios de primeiro grau e homicídios de segundo grau. Os homicídios de
primeiro grau incluem casos não somente em que houve malícia, mas também
premeditação, com o propósito voluntário e planejamento deliberado de destruir
a vida alheia. A condição mental que leva a essa classe de homicídios,
geralmente, chama-se «premeditação maliciosa». E, se alguém termina por matar a
uma pessoa a quem não queria matar, por causa de alguma vicissitude das
circunstâncias, embora o tenha feito com aquela atitude mental, isso é
considerado como um homicídio premeditado com «transferência de intenção».
Exemplifiquemos a situação com a ilustração de um homem que ataca a outro, o
qual é defendido por uma terceira pessoa. Essa terceira pessoa é morta, mas não
a vítima tencionada. Isso ainda envolve um homicídio premeditado de
primeiro grau. Esses homicídios de primeiro grau também incluem casos como
a morte provocada durante um assalto ou outro crime semelhante. Todos os
indivíduos envolvidos em casos de incêndio culposo, furto, estupro e roubo que
resultem em mortes, embora estas não tenham sido planejadas, são culpados de
homicídio de primeiro grau. Além disso, em alguns países, matar um policial ou
outro oficial do governo é considerado, automaticamente, um homicídio de
primeiro grau. Homicídio de segundo grau. Esse caso também não
é justificável, embora considerado menos culpado que os homicídios
de primeiro grau. Por exemplo, os crimes que envolvem paixão, quando um
homem mata a um amante ou sedutor de sua esposa. Ou então, os crimes cometidos
durante discussões ou brigas, embora não houvesse malicia e premeditação
anteriores.
Os homicídios
não justificáveis podem assumir a forma de um acidente, provocado pelo descuido
com que alguém agia, sendo um acidente que poderia ter sido evitado. Um homem
que se alcoolize e mate a outrem em um acidente, em resultado de estar
embriagado, não pode justificar o seu crime. Porém, casos assim não envolvem
homicídio de primeiro ou de segundo grau. Esses casos são rotulados como
homicídio culposo. Mas, se uma morte foi causada por puro acidente, então
trata-se de homicídio involuntário. Dentro dessa categoria cabem aqueles casos
em que, por exemplo, os pais não cuidam apropriadamente de seus filhos, no
tocante à saúde e à alimentação, e eles chegam a morrer por causa disso.
CHAMPLIN,
Russell Norman, Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia. Vol. 3.
Editora Hagnos. pag. 154.
Como orientação
a todos, são dados exemplos para mostrar a diferença entre homicídio culposo e
homicídio doloso (assassinato premeditado). O homicídio culposo estava sujeito
à cláusula das cidades de refúgio, ao passo que o homicídio doloso estava
sujeito a outras leis e era punível com a morte.
A morte causada
por instrumentos especificados era, à primeira vista, prova de que o
assassinato fora planejado. Eram instrumento de ferro (16), pedra na mão (17)
ou instrumento de madeira (18; “instrumento de pau”, ARA) na mão. Quando a
premeditação era patente, o vingador poderia matar o homicida (19)
imediatamente. A mesma regra se aplicava se a vítima fosse ferida por inimizade
(21), ou seja, por qualquer instrumento usado com a intenção de prejudicar
outrem e com o propósito de matar.
Lauriston J. Du
Bois. Comentário Bíblico Beacon. Números. Editora CPAD. pag. 395.
Num 35.16-21.
São dados vários exemplos definindo o assassinato. Se havia evidências claras
de premeditação, o criminoso devia ser condenado por assassinato, e, portanto,
exigia-se a sua morte. O tipo de arma usada era prova do intento assassino,
como ferramenta de ferro ou ferramenta de pedra ou de madeira com cabo (16-18).
Contudo, a arma usada era irrelevante se sabia-se que o assassino odiava
antecipadamente a sua vítima; um simples soco que levasse à morte era
assassinato, se houvesse evidência de inimizade anterior (21).
Gordon J.
Wenham. Números Introdução e Comentário. Editora Vida Nova. pag.
247-248.
3.
HOMICÍDIO CULPOSO (NM 35.22-25).
Homicídio
Justificado.
Poderíamos
estar justificados por tirar a vida a outrem? A Bíblia e as leis
civis, de modo geral, respondem com um «sim». Abaixo damos as formas
justificáveis de homicídio:
1. Segundo se
vê no Antigo Testamento, a execução religiosa, por causa de crimes morais ou
religiosos. E não meramente por causa de crimes civis, ocorreu com frequência.
Nos países árabes. por seguirem o Alcorão (vide), até hoje há execuções
religiosas ocasionais; mas, nos países ocidentais, esse tipo de
execução não é mais considerado justificável.
2. Por motivo
de defesa própria.
3. O ato de
matar que resulta da tomada da defesa de alguém que esteja correndo perigo ou
esteja sendo ameaçado ou assaltado de alguma maneira grave. A pessoa defendida
não precisa pertencer à família do defensor.
4. Uma pessoa
pode matar a outrem, de modo justificável, a fim de impedir um crime de
qualquer tipo, mesmo que tal crime não ameace a vida daquele contra quem isso é
feito. Por exemplo, um guarda, em um banco, pode tirar a vida a um assaltante
do banco. Ou um homem pode matar a um estuprador em potencial, que ameace
executar a sua ação.
5. Execuções
determinadas pelo Estado. Os criminosos que tiverem cometido crimes graves,
usualmente, quando tiraram a vida de alguém, em muitos países do mundo são, por
sua vez, executados com a pena capital.
6. Em tempos de
guerra, os soldados não somente são solicitados a matar, mas também são tidos
por heróis quando matam a muitos. Audey Murphy, um famoso soldado do exército
norte-americano, de certa feita, estando sozinho, matou mais de duzentos
soldados alemães, destruiu vários tanques e equipamento pesado, e as pessoas
nunca deixaram de admirar-se de seus feitos, não só nessa, mas também em outras
ocasiões. Ele era uma máquina de matar, e tornou-se um herói nacional por causa
de sua incrível habilidade. Na Bíblia, os trinta heróis guerreiros de Davi
ficaram com seus nomes gloriosamente registrados, por haver matado a muitos
homens.
7. Homicídios
Acidentais. Temos aí um caso de homicídio desculpável, e não tanto de homicídio
justificável, porquanto esses homicídios acidentais resultam da falta de
cuidado, de estados de alcoolismo. etc. A lei é que decide quais punições devem
ser aplicadas, como breves períodos de encarceramento ou de detenção doméstica.
etc.
Acidentes puros
e inevitáveis, quando alguém mata, por exemplo, uma criança que passa correndo,
atravessando o trajeto de um veículo, não são castigados segundo a lei. Os
homicídios desculpáveis, com frequência, são denominados «homicídios não
premeditados», uma classe de matança sem culpa, diante dos quais a justiça não
se manifesta senão a fim de inocentar.
CHAMPLIN,
Russell Norman, Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia. Vol. 3.
Editora Hagnos. pag. 153-154.
Entretanto,
mesmo naqueles dias se admitia que podia haver homicídio não intencional. Se
empurrar (apunhalar) uma pessoa de improviso, sem inimizade, ou contra ela
lançar algum instrumento sem desígnio (22), ou sobre ela fizer cair alguma
pedra sem o ver e nem procurava o seu mal (23), o assassino estaria sujeito à
lei de refúgio. A congregação (24) o julgaria e, se fosse inocente de
assassinato premeditado, o livraria da mão do vingador do sangue. Mas o
assassino tinha de ficar na cidade de refúgio, para a qual fugiu, até à morte
do sumo sacerdote (25).
Esta lei
destacava a importância da intenção como ingrediente básico para determinar a
natureza do crime. Este princípio é reconhecido na maioria dos países
civilizados como fator importante na determinação da culpa ou inocência do
suspeito. E também fator principal no conceito bíblico de pecado. E a
“transgressão voluntariosa” e não o “deslize involuntário” que DEUS julga como
pecado.
Lauriston J. Du
Bois. Comentário Bíblico Beacon. Números. Editora CPAD. pag. 395.
Mas se
descobrisse que tinha sido um acidente ou engano, e que o golpe tinha sido
desferido sem qualquer desígnio contra a vida da pessoa assassinada, ou
qualquer outra, então o homicida continuaria a salvo na cidade de refúgio, e o
vingador de sangue não poderia agir contra ele, v. 25. Ali ele deveria
permanecer, banido da sua própria casa e privado do seu patrimônio, até a morte
do sumo sacerdote. E, se em alguma ocasião ele saísse daquela cidade ou dos
seus arrabaldes, ele sairia da proteção da lei, e o vingador de sangue, se o
encontrasse, poderia matá-lo, w. 26-28. Agora: [1] Com a preservação da vida do
assassino, DEUS deseja nos ensinar que os homens não devem sofrer por aquilo
que é sua desgraça e não seu crime, por algo que é um ato da Providência e não
o seu próprio ato, pois “DEUS o fez encontrar nas suas mãos”, Êxodo 21.13. [2]
Com a expulsão do assassino da sua própria cidade, e o seu confinamento na
cidade de refúgio, onde seria, de certa maneira, um prisioneiro, DEUS desejava
nos ensinar a alimentar um terror e um horror à culpa do sangue, e a sermos
muito cuidadosos com a vida. O Senhor quer que sempre temamos que, por engano
ou negligência, a morte de alguém seja ocasionada. [3] Com a limitação do
período de confinamento do criminoso à morte do sumo sacerdote, era atribuída
uma honra a este sagrado ofício. O sumo sacerdote devia ser considerado como
uma bênção tão grande para o seu país, que por ocasião da sua morte a tristeza
do povo deveria sufocar todos os outros ressentimentos. Sendo as cidades de
refúgio, todas elas, cidades dos levitas, e o sumo sacerdote sendo o líder
daquela tribo e, consequentemente, tendo um domínio peculiar sobre estas
cidades, aqueles que nelas estivessem confinados poderiam ser adequadamente
considerados seus prisioneiros, e por isto a morte do sumo sacerdote deveria
ser a sua libertação.
HENRY. Matthew.
Comentário Matthew Henry Antigo Testamento Gênesis a Deuteronômio. Editora
CPAD. pag. 557.
CIDADES DE
REFÚGIO
LEITURA BÍBLICA
- Josué 20.2, 3.
2 - Fala aos
filhos de Israel, dizendo: Apartai para vós as cidades de refúgio, de que vos
falei pelo ministério de Moisés; 3 - para que fuja para ali o homicida que
matar alguma pessoa por erro e não com intento; para que vos sejam refúgio do
vingador do sangue.
O comentário a
seguir foi feito pelo pastor Antônio Neves de Mesquita:
"O princípio
visado por estas cidades de refúgio era evitar que um criminoso involuntário
sofresse as consequências do seu ato. Poderia acontecer que um homem matasse
outro, ou mesmo o ferisse involuntariamente. Muito naturalmente, a família do
morto ou ferido se vingaria imediatamente, sem haver tempo de se fazer luz
sobre os motivos do crime. Era o crime punido pelo populacho, crime sempre
agravado por outros crimes. Não era esta a melhor maneira de sanear a sociedade
de um possível elemento mau. As multidões são cegas e cometem atos apenas
motivados pelo contágio psicológico gerado em tais tumultos. Os linchamentos
são atos desvairados de uma multidão inconsciente que nem tempo teve para
refletir sobre se o criminoso teria cometido o crime em legitima defesa ou
devido a circunstâncias que só em processo regular pode ser apurado.
"Para
evitar crimes sobre crime, DEUS proveu no pais seis cidades de refúgio, três do
lado oriental e três do lado ocidental do Jordão. Todo criminoso involuntário
se refugiaria ali até ser julgado, e, no caso de ser inocente, lá ficaria até
que morresse o sumo sacerdote, quando então podia sair sem ser molestado.
Além das seis cidades de refúgio, havia ainda o santuário, no qual um criminoso
poderia se refugiar agarrando-se aos chifres do altar. Quando Adonias soube que
Salomão havia sido escolhido para rei em lugar de seu pai Davi, temendo a
Salomão, foi agarrar-se com os chifres do altar e lá ficou até que Salomão
prometeu poupar-lhe a vida (1Reis 1.5053). Eram modos de poupar a vida de
possíveis inocentes. Alguns juristas têm visto nessa instituição uma espécie de
"Habeas-corpus", medida jurídica que visa a garantir a vida de quem
esteja inocentemente ameaçado, e, como o instituído é de origem inglesa, é bem
possível que os ingleses se hajam baseado na Bíblia, para instituir esta medida
salvadora dos inocentes. Numa palavra, DEUS é DEUS de Justiça, e não pode
compadecer-se com qualquer forma de injustiça.
"As
condições eram:
(1) Não
aborrecer a pessoa ferida. Deveria ser averiguado se o ferido ou morto não era
inimigo do criminoso, de modo a dar-se o crime.
(2) O crime
podia ocorrer mesmo no meio do trabalho, como o cortar de uma árvore, em que o
machado se soltasse do cabo e ferisse o companheiro.
(3) Evitar que
o parente do criminoso, com o "o sangue esquentado", tentasse vingar
a morte do parente morto ou ferido.
(4) Evitar os
crimes de irresponsabilidade, como os cometido por multidões açuladas.
(5) No caso de
ficar provado que houve intenção dolosa, o criminoso seria retirado da cidade e
julgado de acordo com a Lei, que era a de Talião, "dente por dente e olho
por olho", lei esta que JESUS modificou, aplicando-lhe a lei do amor,
naquilo em que o mesmo amor coubesse. Israel deveria ser uma nação justa,
porque justo é seu DEUS; não deveria ser nação sanguinária, violenta e eivada
de paixões. Deveria ser povo modelo. Nada mais, nada menos, o que CRISTO,
séculos depois, veio ensinar, quando estabeleceu os fundamentos de uma
sociedade modelar baseada no respeito e no amor.
CIDADE DE
REFÚGIO
A instituição
legal que assegura um lugar de refúgio a um criminoso, especialmente um
assassino perseguido pela justiça e pelos vingadores da vítima, encontra-se em
todas as partes e em todos os tempos. Entre os hititas havia cidades de asilo,
administradas por sacerdotes. Perto de Antioquia havia o santuário de Dafne,
consagrado a ApoIo, no qual Onias se refugiou, e de onde a autoridade pública
somente o pôde arrancar, valendo-se da traição (fato ocorrido no período dos
Macabeus).
Em Números
35.9-34, está registrada a ordem de DEUS a Moisés para estabelecer cidades de
refúgio na Palestina. A partir de então, essa ordem foi várias vezes repetida,
e essas repetições estão registradas na Bíblia.
A organização
que DEUS traçou para o povo de Israel, através das ordens dadas a Moisés, era
modelar, perfeita e completa até nos mínimos detalhes. Nem mesmo a organização
judicial foi esquecida.
DEUS ordenou a
Moisés que estabelecesse seis cidades de refúgio, logo que tomasse posse da
terra de Canaã.
Como se vê, as
cidades eram em número de seis. Serviam para acolher e guardar em segurança
aqueles que, por erro ou por engano, matassem alguém, até que eles
comparecessem perante o tribunal, para que fossem julgados.
Essa medida
acauteladora era sábia e necessária, pois, naqueles dias, qualquer que
derramasse sangue, com sangue pagaria o seu ato. Chamamos a atenção dos
leitores para este detalhe: os parentes do ferido ou do morto tinham o direito
de vingar a morte do ente querido, matando o homicida onde quer que o
encontrassem. Foi para evitar enganos ou injustiças na aplicação da lei que
dava ao parente o direito de tirar a vida ao que a vida sacrificou do seu
próximo, que se estabeleceram as cidades de refúgio.
O homicida
somente estava garantido dentro da cidade de refúgio. Se por quaisquer
circunstâncias ele se afastasse dela, o vingador de sangue podia feri-lo de
morte onde o encontrasse.
Agora
mencionaremos os seus nomes:
Cades, Siquém e
Hebrom. Essas três primeiras estavam situados do lado ocidental do Jordão.
Bezer, Ramote e
Golam. As três estavam situadas do lado oriental do Jordão.
Cada morte
verificada numa tribo ou família exigia a morte de dois membros da família ou
tribo agressora. Quase sempre a vingança recaía sobre a pessoa mais importante
da família ou da tribo, isto é, sobre o chefe. Ora, é claro que quanto mais
elevada a posição da vítima, tanto maior seria o ódio e o desejo de vingança de
seus parentes. Em certos casos, tribos e famílias odiavam-se e guerreavam entre
si durante gerações sucessivas. As cidades de refúgio, portanto, segregando o
culpado e entregando-o ao tribunal para ser julgado, contribuíam para abrandar
o ódio entre os inimigos e fazia arrefecer o desejo de vingança, de modo que as
contendas entre as famílias e tribos diminuíam e até se extinguiam.
Segundo uma
cláusula, provavelmente mais recente, por ocasião da morte do sumo sacerdote
havia uma espécie de anistia a todos os foragidos, e eles podiam regressar às
suas propriedades.
Para finalizar,
conheçamos o significado da palavra refúgio e a aplicação que o salmista lhe
dava: "Pois [DEUS] tens sido o meu refúgio e uma torre forte contra
inimigo" (Sl 61.3). A palavra refúgio, para o povo cristão, tem um
sentido mais objetivo do que as cidades que protegiam aquele que as procuravam.
Para os cristãos, o verdadeiro refúgio, o perfeito abrigo, é JESUS CRISTO, o
filho de DEUS, no qual todas as almas, além de refúgio e segurança, encontram
também, orientação para a vida e remédio para a morte.
Tesouro de
conhecimentos bíblicos - Conde, Emílio, 1901-1971, CPAD, Rio de Janeiro - RJ
CIDADES DE
REFÚGIO
Entre as 48 cidades dadas aos levitas em
Israel, seis, por ordem de DEUS, foram indicadas como cidades de refúgio, ou
asilo, para o “homicida” (Nm 35.6,7). O próprio Moisés escolheu três delas no
lado leste do rio Jordão: Bezer para os rubenitas, Ramote, em Gileade, para os
gaditas; e Golã, em Basã, para os manassitas (Dt 4.41- 43). Mais tarde, na época de Josué, as
outras três foram indicadas na parte oeste do Jordão: Quedes na montanha de
Naftali, Siquém na montanha de Efraim, e Hebrom na montanha de Judá (Js 20.7). Elas estavam convenientemente situadas
nas regiões norte, central e sul da terra em que habitavam. Seriam construídas
e mantidas abertas estradas para essas importantes cidades (Dt 19.3).
Um costume antigo, que se diz existente
ainda hoje no Oriente Próximo, era o de que o parente mais próximo de um homem
assassinado deveria agir como “vingador do sangue” (Nm 35.12,19; Dt 19.12). Permitiu-se que esse costume
continuasse durante a Lei de Moisés, mas com algumas restrições. Se alguém
matasse outra pessoa sem a intenção de fazê-lo (“por erro”, Nm 35.15), poderia fugir imediatamente para uma
dessas cidades de refúgio e ali encontrar acolhida. O assassino deliberado, que
tivesse matado intencionalmente, não tinha o direito de reivindicar esse
privilégio (Nm 35.16ss.). No entanto, aquele que tivesse direito
ao privilégio estaria a salvo do vingador, enquanto estivesse dentro da sua
cidade de refúgio. Quando morresse o sumo sacerdote, ele estaria livre para
deixar a cidade e ir a sua casa novamente em segurança (Nm 35.25- 28).
Em Hebreus 6.18 está indicado que as cidades de refúgio
eram um tipo de CRISTO. “O apóstolo faz alusão a isso quando fala daqueles que
fugiram procurando um refúgio, e também da esperança oferecida a eles”
(Fairbaírn, Imperial Standard Bible Encyclopaedia, IV, 161). Nós procuramos o
refúgio em CRISTO, e nele estamos a salvo do Vingador do sangue divino (Rm 5.9; 8.1,31,34). O maior pecado dessa era - o
assassinato de JESUS CRISTO - é classificado por DEUS como um sinal de
ignorância (Atos 3.17; 1Co 2.7,8). Os homens não salvos têm apenas uma
ligeira percepção da “pecaminosidade do
pecado”. O santuário está aberto para todos aqueles que buscarem refúgio em
CRISTO (Jo 6.37). Os salvos nunca mais abandonarão esta
“cidade de refúgio” porque o seu Sumo Sacerdote jamais morrerá (Hb 7.25). G. C. L. - Dicionário Bíblico Wycliffe
– CPAD
IV.
PUNIÇÃO
1. O
SANGUE DE ABEL.
A voz do sangue
de teu irmão clama. O perverso coração de Caim se endureceu; mas DEUS ouvia o
clamar amargo da vítima. As vítimas silentes não estão de fato silentes, exceto
para os homens. O solo havia repudiado o ato de Caim. O sangue derramado
clamava por vingança. Testemunhas se tinham levantado contra ele. Ele tinha
tido todo o cuidado para evitar tal testemunho; mas este não pudera ser
abafado.
Sangue. No
hebraico temos o plural, “sangues”, o que, para alguns intérpretes, indica que
os descendentes de Abel, ou dos justos, continuariam a clamar contra os abusos
cometidos pelos pecadores. Assim, o Targum de Onkelos diz: “A voz do sangue das
sementes ou gerações que deveriam vir de teu irmão”. Naturalmente, não há
registro de que Abel teve filhos. Assim, podemos entender que todas as gerações
de seres humanos, dali por diante, haveriam de relembrar aquele horrendo crime.
A justiça divina não esquece nenhum ferimento.
CHAMPLIN,
Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora
Hagnos. pag. 46.
Gn 4.10.
Costumamos falar de erros que “ clamam” por reparação. O Novo Testamento
combina com o Velho Testamento nisto, e desenvolve a metáfora (por ex., Ap
6:9,10; Lc 18:7,8) que, todavia, deve ser vista como metáfora. Em tocante
contraste, o sangue de JESUS CRISTO clama pela graça (Hb 12:24).
Gn 4.11,12. O
impenitente Caim ouve palavras mais severas do que as dirigidas a Adão, para
quem a maldição foi indireta, não tendo ele ouvido: “ És... maldito” .
Derek Kidner. Gênesis.
Introdução e Comentário. Editora Vida Nova. pag. 71.
Mas Caim não
pôde evitar o SENHOR (9). Logo se desenvolveu a cena de julgamento. A voz do
sangue do teu irmão clama a mim desde a terra (10) é vívida expressão
idiomática que significa: “Tu podes tentar esquecer teu ato de violência, mas
eu não posso. O que quer que aconteça com meus filhos é questão de preocupação
pessoal para mim”. O privilégio de cultivar a vida vegetal foi tomado de Caim e
ele foi banido para o deserto, a fim de ser fugitivo e errante (12).
George Herbert Livingston, B.D., Ph.D. Comentário
Bíblico Beacon. Gênesis. Vol.1. pag. 44.
Hb12.24 Os
crentes também vêm a JESUS como mediador de uma nova aliança entre DEUS e o
povo. O único acesso a DEUS é por intermédio de JESUS CRISTO, que é “o caminho”
(Jo 14.6). Este novo concerto ultrapassa em muito o antigo concerto; ninguém
que entendesse o novo concerto poderia jamais escolher inteligentemente voltar
ao modo antigo. Nós chegamos ao sangue da aspersão, porque somente por meio dele
nós podemos receber o gracioso perdão de DEUS.
Em contraste
com o sangue redentor de CRISTO, o sangue de Abel é retratado como pedindo
vingança. Abel é mencionado aqui porque o seu sacrifício é o primeiro
mencionado na Bíblia e porque este sacrifício forneceu o ímpeto para o sistema
sacrificial do antigo concerto. O sangue de Abel pedia vingança; o sangue de CRISTO
fala “melhor”, chamando todas as pessoas ao arrependimento. A morte de CRISTO
trouxe paz e esperança. O sangue de CRISTO trouxe o fim do antigo concerto e
selou o novo.
Comentário do
Novo Testamento Aplicação Pessoal.
Editora CPAD. Vol. 2. pag. 641.
Aqui nesta
passagem, o escritor sagrado fala da superioridade do sangue de CRISTO sobre o
sangue de Abel, o primeiro mártir da fé. DEUS respondeu à “voz do sangue” que
clamava por justiça desde a terra, pedindo por justiça (Gn 4.10). Mas no texto
em foco, o sangue de CRISTO fala melhor do que o sangue de Abel, pois este fala
lá do céu e clama por salvação. A morte deste justo não deixa de ser
importante, porque seu exemplo de fé tem trazido ao povo eleito e ao
cristianismo edificação espiritual de suma importância. Contudo, sua morte não
tem o significado que tem a morte de CRISTO, o Filho de DEUS. O de Abel era, de
fato, um sangue justo, mas não podia purificar ninguém. O de CRISTO, pelo
contrário, por si mesmo, sem nenhum acréscimo, “... nos purifica de todo
pecado” (I Jo 1.7).
Severino Pedro
Da Silva. Epistola aos Hebreus coisas novas e grandes que DEUS preparou
para você. Editora CPAD. pag. 263-264.
2. O
VINGADOR.
VINGADOR DO
SANGUE
Esse termo é
aplicado ao parente mais próximo de uma pessoa assassinada (ver II Sam.
14:7,11; Jos. 20:3,5,9; Sal. 8:2), que tinha o direito de vingar o homicídio.
As culturas antigas, antes mesmo de Moisés, incorporavam essa provisão. Ver
Gên. 9:5. Todos os membros de uma tribo eram considerados como de um só sangue,
pelo que um crime de sangue que afetasse a um dos membros envolvia todos os
outros membros; e o parente mais próximo tinha a responsabilidade, e não apenas
o direito, de vingar o crime. A lei mosaica permitia que o vingador matasse o
assassino, mas ninguém mais da família do assassino (ver Deu. 24:16; II Reis
14:6 e II Crô. 25:4). Provisões extraordinárias foram decretadas para o caso de
homicídios acidentais, havendo cidades de refúgio e lugares seguros para os
homicidas não-intencionais, onde estes eram protegidos do vingador do sangue.
Essa provisão reconhecia gradações de culpa, o que está incluído em quase todas
as legislações. A vingança pelo sangue derramado persistia durante o reinado de
Davi (ver II Sam. 14:7,8; II Crô. 19: 10). De fato, a prática sempre foi
generalizada, sem importar se sancionada por lei, ou não. Os ofensores, mesmo
quando condenados, usualmente recebiam sentenças leves.
Prática no seio
do cristianismo. Muitos cristãos estão certos de que as provisões do Antigo
Testamento não somente permitem, mas também exigem a punição capital. Certas
leis, em todos os países cristãos, têm sido influenciadas pelas provisões do
Antigo Testamento. Porém, outros cristãos não veem qualquer solução na
violência, preferindo apelar para a restauração e a aplicação da lei do amor,
mesmo no caso dos mais empedernidos criminosos. Ainda outros cristãos tomam uma
posição intermediária, dizendo que cada caso precisa ser julgado por seus
próprios méritos. Assim, alguns casos são melhor resolvidos por meio da punição
capital, mas não outros. Nenhum crente verdadeiro, entretanto, quererá reverter
a posição da antiga lei, tomando vingança pessoalmente e ignorando as leis que
regulamentam esses crimes. Aqueles que se opõem à punição capital tomam uma
posição intermediária, apontando para o caso de Paulo. Sem dúvida ele foi
culpado de muitos assassinatos, embora nunca tivesse pessoalmente matado
alguém. Mas enviava as pessoas para a morte certa. No entanto, foi perdoado, e
sabemos qual foi o resultado disso. Assim também, atualmente. Talvez a melhor
solução seja a posição intermediária, que evita ambas as posições extremas. O
meio-termo usualmente é o melhor. (ND UN Z)
CHAMPLIN,
Russell Norman, Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia. Vol. 6.
Editora Hagnos. pag. 660-661.
No AT, se um
homem matasse outro, o parente mais próximo do assassinado tinha a obrigação de
revidar essa morte, e era chamado de 'Vingador de sangue" (em hebraico
go'el haddam). Essa prática talvez possa ser rastreada até Genesis 9.5s.,
quando, após o Dilúvio, DEUS estabeleceu uma lei para a humanidade pela qual
aquele que derramasse o sangue de outrem deveria ter seu sangue derramado por
outro homem. A Antiguidade nos mostra a permanência dessa regra entre muitas
nações e tribos. No decorrer do tempo, não é de se admirar que essa lei de
vingança tenha incluído, junto com o assassinato intencional, também a morte
acidental, e essa prática tenha sido a fonte de uma contenda feudal
absolutamente nociva entre tribos e indivíduos.
A necessidade
de interromper essa tradição foi tão intensamente sentida na época mosaica que
nos regulamentos do pacto (Êx 20.22-23.33) foi introduzida uma clara distinção
entre o assassinato intencional e acidental e foram feitas provisões para a
salvaguarda do inocente (Êx 21.12-14) Isso levou à instituição de cidades de
refúgio (q.v.; Nm 35.9-34; Js 20.1-9) onde um homem que tivesse acidentalmente
matado alguém poderia refugiar-se contra o vingador de sangue e permanecer
seguro até que um tribunal declarasse sua culpa ou inocência. No primeiro caso,
ele seria entregue às devidas autoridades, mas no segundo exemplo, ele poderia
pleitear asilo na cidade de refúgio até à morte do sumo sacerdote encarregado.
Então, todo o caso era declarado encerrado, evidentemente um costume jurídico
comparável ao término de nosso período estatutário de limitações.
PFEIFFER
.Charles F. Dicionário Bíblico Wycliffe. Editora CPAD. pag. 1758-1759.
VINGADOR DO
SANGUE, remidor ( remidor do sangue).
O significado
do verbo é soltar, libertar, redimir, vindicar; nos casos de homicídio,
vindicar o direito da vítima à vida, e libertar a terra da poluição que segue o
derramamento de sangue sem justa causa. Neste sentido, vingar não é
simplesmente buscar uma vingança mesquinha, mas vindicar a justiça em favor de
alguém, reparar um erro exigindo do malfeitor satisfação pela ofensa cometida.
No Antigo
Testamento, o goel (redentor, vingador) é aquele — geralmente o parente mais
próximo (o que “goel” consequentemente passou a significar) — encarregado de
vindicar a justiça, tanto resgatando a propriedade da família, que foi
desapropriada ou vendida à força, ou (no caso do go'el had’dam- vingador do
sangue) vingando a morte ilegal de um membro da família.
O vingador do
sangue é uma figura que aparece na justiça primitiva. De acordo com os costumes
antigos, era um direito, ou até uma obrigação do parente mais próximo vingar a
morte de alguém da família. Talvez por isso Caim temeu por sua vida depois de
matar Abel (Gn 4.14) e Lameque se justificou (Gn 4.23,24). Também é provável
que Yahweh tenha sancionado esse tipo de justiça retaliativa na sociedade ainda
não institucionalizada do período imediatamente após o dilúvio, quando anunciou
o princípio de requerer e retaliar registrado em Gênesis 9.5,6.
Por ser a
vingança individual de sangue muito comum no Oriente Médio, antes da formação
do povo de Israel, é evidente que não foi Moisés quem instituiu o costume. A
legislação mosaica, entretanto, o reconhecia e permitia; o Vingador do Sangue
era uma figura bem conhecida em Israel, pelo menos até a época de Davi (2Sm
14.7,8).
Deve-se notar,
porém, que a legislação mosaica não deixou o costume da vingança individual sem
regulamentação. Primeiro, a lei fez uma distinção entre homicídios acidentais e
deliberados (Dt 19.4,5; Nm 35.22). Segundo, providenciava um escape da ira do vingador,
estabelecendo cidades de refúgio, para as quais qualquer homicida podia fugir
para escapar da reação imediata e (talvez) equivocada do vingador (Nm 35.9-15).
Terceiro, interpunha entre o homicida e o vingador o julgamento legal dos
anciãos, representantes reconhecidos da sociedade como um todo (Dt 19.12).
Quarto, estipulava que nenhuma pessoa devia ser morta pelo vingador mediante o
testemunho de apenas uma pessoa (Nm 35.30). Por estas provisões, o antigo
costume da vingança individual de sangue foi, de fato, considerado ilegal: o
vingador, assim, tomou-se quase um carrasco público.
DEUS ordenou a
Moisés que estabelecesse seis cidades de refúgio “para que, nelas, se acolha o
homicida que matar alguém involuntariamente” (Nm 35.11). Se o homicida fosse
apanhado e executado pelo Vingador antes de chegar a uma dessas cidades, a lei
nada poderia fazer por ele. Entretanto, uma vez dentro da segurança da cidade
de refúgio, o homicida seria julgado pelos anciãos. Se fosse considerado
inocente de crime deliberado (assassinato), estaria isento da punição, podendo
ficar naquela cidade até a morte do sumo sacerdote (Nm 35.25), quando então
podia ir embora em segurança. Se fosse considerado culpado, ser-lhe-ia negado
asilo, ficando então à mercê do Vingador.
Sob esta
legislação está o princípio geral de que a vida deve ser paga com outra vida.
Muitos cristãos acreditam que esta regra representa um princípio legítimo,
sendo assim válido para todas as épocas. Consequentemente, acreditam que a pena
de morte é um requisito divino perpétuo e inviolável. Outros cristãos acreditam
que “vida por vida” não chega a ser um princípio, considerando a pena capital
desumana e contrária ao princípio do Evangelho de amor. Outro grupo de
cristãos, endossando o princípio da justiça retaliativa, acredita que a pena de
morte é permissível, quando efetuada dentro de um processo judicial adequado —
embora não seja um mandamento; além disso, dentro das circunstâncias da nossa
existência humana, não é desejável. Nenhum cristão hoje apoiaria o antigo
Vingador do Sangue.
MERRILL C.
TENNEY. Enciclopédia da Bíblia. Editora Cultura Cristã. Vol. 1. pag.
1138-1139.
3.
EXPIAÇÃO PELA VIDA.
PENA DE MORTE
A maior
dificuldade do sexto mandamento é a suposta contradição entre "Não
matarás" e a guerra e a pena capital. Mas o verbo rãtsah nunca é usado em
referência a assassinatos em batalha ou autodefesa. O seu emprego uma única vez
na execução da pena de morte (Nm 35.30) é uma exceção; segundo Koehler &
Baumgartner (vol. II, 2001, p. 1283), tal uso parece ser a causa da maior
dificuldade. No entanto, considerando que originalmente a ideia do referido
verbo era de vingança de sangue (CHILDS, 1976, p. 420), a exceção do seu uso na
pena capital não muda o objetivo do mandamento em tela, que é a preservação da
vida e a proibição do assassinato premeditado, ou seja, o homicídio com
malícia.
A pena de morte
é um dos temas mais controvertidos da atualidade, mas ela é bíblica e foi o
próprio DEUS quem a instituiu logo após o Dilúvio (Gn 9.6). DEUS não permitiu
que ela fosse executada no caso de Caim (Gn 4.15). A lei de Moisés traz
instruções específicas sobre o procedimento jurídico do homicídio doloso,
quando há intenção de matar, e do homicídio culposo, quando não há intenção de
matar.
O capítulo 35
de Números aborda exclusivamente esse tema. A pena capital não viola o sexto
mandamento porque não se trata de assassinato malicioso e violento de um
inimigo pessoal. É uma exigência da justiça para manter o bem-estar e a
segurança do povo e preservar a sociedade. Seu objetivo não era restaurar a
vida do assassinado ou reparar o prejuízo, pois somente DEUS pode dar a vida;
era conter o crime. DEUS delegou aos governantes a autoridade de dirigir
legitimamente o Estado. A execução de uma pena capital é determinada pelo
Estado, depois de julgamentos e de todo processo legal, tendo o réu amplos
direitos de defesa. A lei de Moisés exige pelo menos duas testemunhas, sem as
quais o processo não terá validade legal (Nm 35.30; Dt 17.6).
A lei de Moisés
traz a lista de crimes e pecados punidos com a morte: assassinato premeditado
(Êx 21.12, 13), invocação de mortos (Lv 20.27), sequestro (êx21.16), blasfêmia
(Lv 24.10-13), falsos profetas (Dt 13.5-10), sacrifício a falsos deuses (Êx
22.20), filhos rebeldes (Dt 21.8-21), ferir e amaldiçoar o pai ou a mãe (Êx
21.15, 17, Lv 20.9), adultério e estupro (Lv 20.10-21; Dt 22.22- 24),
bestialidade (Êx 22.19; Lv 20.15, 16), homossexualismo (Lv 20.13), incesto (Lv
20. 11, 12, 14) e a profanação do sábado (Êx 31.14, 15; 35.2).
O Novo
Testamento reconhece a pena de morte, mas não se trata de um mandamento
cristão. O Senhor JESUS se referiu a ela de maneira indireta quando disse que
não veio destruir e nem ab-rogar a lei, mas cumpri-la na sua íntegra (Mt 5.17,
18). Ele também se referiu à lei de maneira direta: "Porque DEUS ordenou,
dizendo: Honra a teu pai e a tua mãe; e: Quem maldisser ao pai ou à mãe, que
morra de morte" (Mt 15.4). Esses dados reaparecem na passagem paralela (Mc
7.10). JESUS combinou o sexto mandamento (Êx 20.12; Dt 5.16) com a pena
estabelecida no sistema mosaico contra seus infratores (Êx 21.17; Lv 20.9), mas
não fez nenhuma observação contrária à pena de morte. Em Marcos, JESUS afirma
que "Moisés disse" (Mc 7.10); no entanto, aqui o texto declara:
"DEUS ordenou". É evidente que toda a lei procede de DEUS, e Moisés,
como mediador entre DEUS e Israel, foi o promulgador da lei. O apóstolo Paulo
segue a mesma linha de pensamento. Ele reconhece a legitimidade da lei e admite
a pena capital na legislação de um país (Rm 13.1-6).
Não há no Novo
Testamento revelação contrária. O ESPÍRITO SANTO permitiu que essa lei
permanecesse para proteger a vida de inocentes. Os grupos de direitos humanos
devem se preocupar também com os humanos direitos. Eles devem pensar no valor
da vida da vítima dos homicidas. A inaplicabilidade da pena capital se deve ao
mau uso que as autoridades vêm fazendo desse preceito ao longo dos séculos,
desde os tempos bíblicos (1 Rs 21.1-16; Mc 6.16-29; At 7.55-60). O maior
exemplo está na morte de JESUS, que prova não haver justiça na terra. Isso é
condenável à luz do Novo Testamento.
Todos
reconhecem que a pena de morte é uma lei que fere o espírito de perdão, amor e
misericórdia, que formam a essência do cristianismo; no entanto, ela está
presente no Novo Testamento. A diferença do Antigo Testamento é que ali a lei
prescreve como parte de um sistema legal, e aqui não é mandamento, conselho ou
incentivo. O Novo Testamento apenas reconhece que a pena capital existe. É como
a bomba atômica: existe mas não é para ser usada. Ela não vai resolver, como
nunca resolveu, o problema da violência e da criminalidade, e serve para
satisfazer caprichos de ditadores cruéis, muitos deles considerados fora da lei
pela comunidade internacional. Em resumo, a pena de morte combate à violência
com outra violência. A solução está na mensagem transformadora do Calvário. JESUS
deu o exemplo ao absolver a mulher adúltera dessa sentença 0o 8.1-11).
O presente
estudo não busca trazer soluções para questões complexas como a guerra e a pena
de morte. O assunto também não se esgota aqui. Essas coisas não se resolvem com
um simples discurso baseado em "Não matarás". É uma reflexão sobre a
dignidade do indivíduo, como ser humano, e sobretudo por ser a vida um dom de DEUS
e somente o Criador ter o direito de tirá-la. O direito à vida é natural e
inalienável e é parte da responsabilidade do homem, como seu administrador. O
verbo rãtsah, na legislação mosaica, tem o sentido de proibir o homicídio
premeditado, ou seja, o assassinato violento de um inimigo pessoal.
Esequias
Soares. Os Dez Mandamentos. Valores Divinos para uma Sociedade em
Constante Mudança. Editora CPAD. pag. 94-97.
No antigo
Oriente Médio, o costume era que, se uma vida fosse tirada, mesmo que por
acidente, esta tinha de ser vingada por um membro da família da vítima. Em
resposta a tal prática, DEUS ordenou que seis cidades levíticas, a serem
escolhidas na terra, servissem de cidades de refúgio. Uma pessoa culpada de um
homicídio não intencional poderia escapar da vingança do parente da vítima
refugiando-se nessas cidades (Js 20). Não importaria onde esse indivíduo
morasse, sempre haveria um lugar seguro a uma distância razoável, pois todos
esses povoados seriam alocados estrategicamente por toda a terra— três a leste
do Jordão, e três a oeste.
O termo
hebraico traduzido como refúgio ou asilo designa um lugar de escape do
vingador, que era o homem que protegia os direitos da família, aquele que
tomava as atitudes corretas (o vocábulo hebraico para vingador ê o mesmo
utilizado para se referir a Boaz, traduzido como parente remidor Rt 2.1).
A busca por
refúgio não era uma atitude pessoal exercida por um cidadão. Algumas regras
determinavam se a proteção era aplicável a uma situação específica, e os
julgamentos aconteceriam para cada caso (Nm 35.22-25). As normas para a busca
de refúgio nas cidades apropriadas para tal fim foram estabelecidas
considerando-se alguns detalhes:
(1) o homicídio
deveria ter acontecido de forma acidental e não premeditada (Nm 35.16-21);
(2) a pessoa
tinha de partir imediatamente para a cidade de refúgio, e só ficava a salvo do vingador
quando estivesse dentro da vila;
(3) o indivíduo
não estaria em segurança se decidisse sair da cidade de refúgio. Basicamente, a
execução não intencional de alguém tinha como pena a prisão virtual em uma
cidade murada (Nm 35.26-28);
(4) a limitação
à perseguição do ofensor tinha como base a morte do sumo sacerdote. Quando este
morria, o vingador não podia mais seguir o assassino, para executá-lo. o
refugiado estava livre para voltar para casa (Nm 35.25,28);
(5) a lei do
asilo protegia tanto o estrangeiro, como o cidadão (Nm 35.15);
(6) o ofensor
não tinha direito de pagar um resgate, em vez de partir para ou estar na cidade
de refúgio. Caso isso acontecesse, uma pessoa pobre ficaria em grande
desvantagem (Nm 53.31).
Por meio de
todos esses regulamentos específicos, DEUS demonstrou Sua graciosa preocupação
pelo inocente. Ele proveu um lugar para que o homem culpado pudesse encontrar
misericórdia e segurança da brutal prática primitiva de vingar-se das mortes
dos familiares.
EarI D. Radmacher: Ronald B. Allen: H.
Wayne House. O Novo Comentário Bíblico Antigo Testamento com recursos adicionais. Editora
Central Gospel. pag. 305.
ELABORADO: Pb
Alessandro Silva (http://estudaalicaoebd.blogspot.com.br/) com algumas modificações do Pr. Luiz
Henrique.
))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))
CIDADES DE
REFÚGIO
JESUS (JOSUÉ) Capítulo 20
1 Falou mais
DEUS a JESUS:
2 Dize aos filhos de ISRAEL: Designai para vós as cidades de refúgio, de que
vos falei por intermédio de MOISÉS (Moisés),
3 a fim de que fuja para ali o homicida, que tiver matado alguma pessoa
involuntariamente, e não com intento; e elas vos servirão de refúgio contra o
vingador do sangue.
4 Fugindo ele para uma dessas cidades, apresentar-se-á à porta da mesma, e
exporá a sua causa aos anciãos da tal cidade; então eles o acolherão ali e lhe
darão lugar, para que habite com eles.
5 Se, pois, o vingador do sangue o perseguir, não lhe entregarão o homicida,
porquanto feriu a seu próximo sem intenção e sem odiá-lo dantes.
6 E habitará nessa cidade até que compareça em juízo perante a congregação, até
que morra o sumo sacerdote que houver naqueles dias; então o homicida voltará,
e virá à sua cidade e à sua casa, à cidade donde tiver fugido.
7 Então designaram a Quedes na Galileia, na região montanhosa de Naftali, a
Siquém na região montanhosa de Efraim, e a Quiriate-Arba (esta é Hebrom) na
região montanhosa de Yaohudáh (Judá).
8 E, além do Yardayan (Jordão) na altura de Yericoh para o oriente, designaram
a Bezer, no deserto, no planalto da tribo de Rúben a Ramote, em Gileade, da
tribo de Gade, e a Golan, em Basan, da tribo de Manassés.
9 Foram estas as cidades designadas para todos os filhos de Israel, e para o
estrangeiro que peregrinasse entre eles, para que se acolhesse a elas todo
aquele que matasse alguma pessoa involuntariamente, para que não morresse às
mãos do vingador do sangue, até se apresentar perante a congregação.
Introdução
Quando DEUS PAI
retirou Israel do Egito, levando-o para Canaã, estabeleceu leis que regulassem
as relações do Altíssimo com os Hebreus, e destes entre si. Dentre estas leis
estava a "Lei de Talião" (Lei antiga pela qual se vingava o delito
infligido ao culpado o mesmo mal que ele praticara) (Êx 21:23-25), que imputava
ao homicida a pena de morte.
Mas o que fazer
com aquele que matou por acidente, sem intenção? Morreria como um homicida
qualquer? Promoveu assim DEUS PAI as cidades de refúgio.
O que eram as
Cidades de Refúgio?
As cidades de
refúgio representavam, em linguagem jurídica hodierna, um "habeas
corpus" a favor do criminoso não culpado, ou cujo crime não tivesse sido
apurado adequadamente. Em caso de homicídio, pela lei, caberia ao parente mais
próximo do falecido a responsabilidade de aplicar a "Lei de Talião"
ao homicida, e isto poderia ser feito a qualquer hora e em qualquer lugar,
exceto na cidade de refúgio, onde o homicida que não matara intencionalmente
poderia aguardar seu julgamento em segurança. (Nm 35:11,12)
O refugiado não
poderia sair da cidade. Se o fizesse, correria por sua conta o que acontecesse,
pois o vingador o apanharia, e não haveria apelo para ele. A cidade de refúgio
protegia tanto aos filhos de Israel quanto ao estrangeiro (Nm 35:15) e
representava para o homicida perseguido e fugitivo, segurança e descanso ao
mesmo tempo, tornando-se assim, um tipo perfeito de JESUS o Messias, que recebe
todos quantos tiverem acesso a Ele (Jo 6:37) uma figura expressiva de JESUS
CRISTO Nosso Salvador. Somente estando em JESUS CRISTO, o refúgio de ULHIM, o
pecador estará para sempre livre da sentença mortífera do pecado. (João 5:24)
As cidades de
refúgio eram bem fortificadas e muradas, com portas nas extremidades, que
podiam ser fechadas para impedir a chegada do vingador.
A localização
das Cidades e seus significados
As cidades de
refúgio, em número de seis, simbolizam a Pessoa de JESUS CRISTO Homem. Seus
nomes são simbólicos para nós, como veremos abaixo. As cidades de refúgio
estavam situadas da seguinte forma: três cidades a oriente e três a ocidente,
do lado do Yardayan (Jordão). DEUS PAI, em Sua misericórdia, não quis deixar o
homicida sem um refúgio onde pudesse escapar do vingador do sangue; pelo
contrário, segundo o Seu amor determinou que essas cidades, fossem situadas de
forma a que, sempre que houvesse necessidade de refúgio, pudesse estar à mão.
Como se percebe, as cidades estavam geograficamente bem distribuídas; além
disso, tomou-se o cuidado de se construir estradas bem pavimentadas, de forma a
facilitar ao máximo o acesso.
Estas cidades
eram parte da herança levítica de 48 cidades (Nm 35:6) e, portanto,
administradas pelos levitas. Segundo determinação do Altíssimo, haveria seis
cidades de refúgio (Ex 35:13; Dt 19:2,7), três de cada lado do Yardayan
(Jordão) (Ex 35:14).
Moisés escolheu
as três primeiras (Dt 4:41-43; Js20:8):
1) Bezer, no
deserto, na terra plana, território de Rubén (Sudeste) (Dt 4:43; Js 10:8). O
nome significa "fortaleza", e aparece apenas cinco vezes na Bíblia.
Para quem vinha do Egito a Canaã, logo ao atravessas o território de Moabe,
avistava Bezer, à distância, por sua estratégia topográfica. Temos na cidade de
Bezer a representatividade do Odmorul JESUS CRISTO como a fortaleza de todos os
que nele confiam. Para quem sai do Egito e vem a Canaã de ULHIM, é necessário
passar por JESUS o Ungido, Nossa Fortaleza. (SL 43:2; Is 52:1; 2 Tm 1:7)
2) Ramote, em
Gileade, território de Gade (Leste) Dt 4:43). Era uma das cidades mais
fortificadas do território gadita. O nome quer dizer "altura"
"exaltado", refere-se a JESUS CRISTO, o nosso Ramote elevado a mão
direita do Pai. O termo aplicado por Paulo "exaltou" no seu sentido
mais amplo quer dizer "elevar às mais elevadas alturas",
"exaltar excelsamente", "exaltar supremamente", uma
expressão enfática que indica a natureza elevadíssima e grandiosa da exaltação
do Ungido (Fl 2:9). JESUS CRISTO é a principal autoridade universal, superior a
todos os nomes que possam ser mencionados agora e por toda a eternidade. Quando
o pecador se aproxima de JESUS CRISTO, o nosso Ramote espiritual,
automaticamente assume uma posição gloriosa. (Ef 2:5,6)
3) Golã, em
Basã, território de Manasses (Nordeste) (Js 20:8). Era uma cidade situada numa
belíssima planície. O nome de Golã significa "gozo ou exilo". JESUS,
o nosso Golã espiritual, pagou o preço do desterro, ou seja, de rejeição, para
tornar-nos cidadãos dos céus. Foi rejeitado; pelo mundo (Jo 1:10); por sua
própria nação (Jo 1:21); pelo seu próprio país (Mc 6:4); por sua própria cidade
(Lc 4:29); por seus próprios familiares (Jo 7:5); pelos escribas, sumo
sacerdotes e anciãos (Lc 9:12) e pelos seus próprios seguidores (Mc 14:71).
As outras três
foram escolhidas por Israel, sob o comando de JESUS filho de Num (Josué) (Js
20:7):
1) Quedes, na
região da Galileia, território de Naftali (Norte) (Js 20:7) Em quedes
contemplamos JESUS CRISTO, o SANTO de ULHIM, que é refúgio para os impuros (Ap
3:7). O atributo que preconiza JESUS o Ungido como filho de DEUS é sua natureza
santa (Jo 8:46). Ele é a santidade requerida aos fiéis ( 1P 1:16 )
2) Siquém, na
montanha, território de Efraim (Centro-oeste, cerca de 70 Km ao Norte de
JERUSALÉM) (Js 20:7) Esta cidade está plantada num vale fertilíssimo. E é a
primeira cidade mencionada no livro de Gênesis (Gn 12:6). Foi ali que YAOHUcaf
enterrou os deuses estranhos, sob o carvalho Gn 36:1-4). Nesta cidade de refúgio
encontramos topologicamente JESUS CRISTO tendo o principado sobre os seus
ombros (Is 9:6); Ele é o príncipe da vida (At 3:15); príncipe salvador (At
5:31); príncipe e Juiz (At 7:27), príncipe da salvação (Hb 2:10) e príncipe dos
reis da terra (Ap 1:5) Em Siquém temos a vitória sobre todo principado e
potestades da trevas.
3) Hebrom, na
montanha, território de Judá (Sul-sudeste, aproximadamente 36 Km ao Sul de
JERUSALÉM ) (Js 20:7). Cidade de refúgio importantíssima ao sul de Canaã. O
nome moderno de Hebrom é El-Kalil, "o amigo". A Bíblia faz 69 referências
a ela e significa "união", "companhia",
"camaradagem" - temos nesta cidade de refúgio um tipo de JESUS CRISTO
como o nosso melhor amigo e companheiro (Lc 7:34; Jo 11:1; Jo 15:13,15; Sl
27:10). Muitas vezes as cidades de refúgio são mencionadas na Escrituras. Elas
nos lembram JESUS o Ungido, o perfeito refúgio, que nos salva da ira de ULHIM.
(Dt 19:1-14; 1Co 6:54-81; Nm 35:9-28). As cidades de refúgio eram um resultado
da misericórdia de DEUS PAI, que dura para todo o sempre. Estejamos sempre
prontos a proclamar JESUS CRISTO a todos os povos, porque de todos os povos Ele
é o perfeito refúgio.
Segurança na
Cidade
Ao determinar a
construção das seis cidades de refúgio, DEUS PAI não estava querendo com isso
proteger o assassino, mas dar um lugar de refúgio àquele que cometia homicídio
involuntário. JESUS é muito mais que aquelas cidades, é o refúgio para os
culpados. (Jo 1:29)
Todo Hebreu
sabia que, caso matasse alguém sem intenção de fazê-lo, o único lugar onde
poderia estar seguro seria numa cidade de refúgio. Entretanto, os levitas, que
as administravam, só lhes davam abrigo uma vez satisfeitas algumas exigências
que deveriam ser observadas antes, durante e após o asilo. Se algum homicida
caísse nas mãos do vingador de sangue, não era por falta de um refúgio, mas
porque não tinha se utilizado dele. Estavam tomadas todas as precauções
necessárias: as cidades estavam nomeadas e bem edificadas, e eram publicamente
conhecidas. Tudo fora disposto de forma simples.
No instante em
que cruzava a soleira da porta, o homicida involuntário estava tão seguro
quanto a provisão de DEUS PAI o podia tornar. Se um cabelo da sua cabeça
pudesse ser tocado, dentro dos limites da cidade, isso teria sido uma desonra e
um opróbrio infligidos a ordenação de ULHIM.. Verdade é que devia ter cuidado.
Não devia atrever-se a sair fora da porta. Dentro ele estava perfeitamente
seguro. Fora estava inteiramente exposto. Nem se quer podia visitar os seus
amigos. ansiava pela morte do sumo sacerdote, que devia restitui-lo a sua
herança e ao seu povo. ULHIM é o nosso refúgio (Sl 46:1). Não somente este
salmo, em foco, fala de ULHIM como sendo "nosso refúgio" mas outros
textos da Bíblia falam a mesma coisa. (2Sm 22:3; Sl 9:9; 14:6; 18:2; 59:16;
61:3; 62:8; Jr 17:17; Jl 3:16; Hb 6:18). Neste sentido ULHIM é apresentado
metaforicamente como sendo um "lugar de refúgio" "lugar de
proteção" e "esconderijo".
Condições para
concessão do asilo
Qualquer um
podia pedir asilo na cidade de refúgio, inclusive o estrangeiro (Nm35:15). A
concessão, todavia, estava condicionada a natureza do crime: se culposo,
concedia-se o asilo, se doloso, executava-se o homicida. Era dever do homicida
empregar toda a sua energia para alcançar os recintos sagrados, pois sabia que
se o vingador do sangue conseguisse por mão nele, não haveria esperança. Só
havia uma coisa a fazer e essa era escapar para não morrer, fugir do castigo
eminente e encontrar um abrigo seguro dentro das portas da cidade do refúgio.
Uma vez ali, nenhum mal o podia alcançar.
A Reclusão
Uma vez
conduzido a uma cidade de refúgio, o homicida cumpria sua pena de reclusão por
tempo indefinido, enquanto durasse a vida do sumo sacerdote. Caso o vingador do
sangue o encontrasse fora dos limites da cidade de refúgio poderia mata-lo (Nm
35:26,27)
A Duração do
Refúgio
Um assassino
não podia comprar a vida por dinheiro, assim também o homicida não podia
comprar a sua liberdade. Ambos haviam concebido a morte de um ser humano e só a
morte de um homem podia fazer a expiação pela morte. O sumo sacerdote de Israel
prefigurava o Ministério Sacerdotal de JESUS (Hb 4:9). Com a morte do Ungido, o
sumo sacerdote, podemos voltar a vida de pureza espiritual e não temer as
acusações de satã. Assim meus amados estamos livres dos vingadores espirituais
e amparados pela lei da liberdade encontrada no sangue revificador de Nosso
Sumo sacerdote JESUS CRISTO (Jo 8:35,36)
A Liberdade do
Refugiado
Pela lei, a
reclusão na cidade de refúgio estava condicionada a morte do sumo sacerdote
(Nm35:25), quando e somente então o homicida poderia deixar o asilo sem perder
a proteção legal. Se o vingador do sangue o ferisse depois da morte do sumo
sacerdote, cometeria homicídio doloso e seria punido com a morte.
O Sacerdote e o
Culpado
É importante
ressaltar a harmonia do simbolismo aqui encontrado. Aquele que por acaso,
matasse o seu semelhante, dependeria, para retornar a liberdade, da morte do
sumo sacerdote. JESUS CRISTO consumou esta obra suprema morrendo pelos pecados
do mundo inteiro. (Mt 1:12; Jo 1:29) Nesta obra expiatória figuram a sua morte,
ressurreição e ascensão. Com a morte do sacerdote Ele garante nossa vitória.
Como sacerdote vivo e ressurrecto Ele nos garante proteção eterna. Ele não
somente morreu por nós como também vive por nós. (Rm 8:34; 4:25; 5:10) A MORTE
DE SUMO SACERDOTE JESUS E NOSSA LIBERDADE
JESUS sendo o
Filho de DEUS, pode oferecer um sacrifício de valor eterno e infinito,
conquistando nossa liberdade espiritual. Ele assumiu a natureza humana,
identificando-se com o gênero humano e assim sofreu o castigo que era nosso, a
fim de que pudéssemos escapar da situação de culpados. Ele, que era sem pecado
por natureza, que nunca havia cometido um pecado sequer em sua vida, se fez
pecado, tomando nosso lugar. "Aquele que não conheceu pecado, o fez pecado
por nós" (2 Co 5:21) Em primeiro lugar, o homicida, na cidade de refúgio,
não estava isento de Juízo, (Js 20:5). Mas para o renascido em JESUS o Ungido
não existe e não pode haver juízo, pela razão mais simples de todas as razões.
JESUS CRISTO sofreu o juízo em seu lugar. Por outro lado, havia também a
possibilidade de o homicida cair nas mãos do vingador ao sair fora das portas
da cidade. O renascido em JESUS CRISTO não pode perecer jamais: está tão seguro
como o próprio Salvador.. Por fim, quanto ao homicida, era uma questão de
segurança temporária e de vida neste mundo. Quanto aos renascidos em JESUS
CRISTO é uma questão de eterna salvação e vida eterna no mundo vindouro.
Conclusão
Há pelo menos
dois aspectos distintos nas cidades de refúgio que se tomados na sua menção
simbólica, dão nos duas boas lições práticas para a Oholyao de hoje. A primeira
diz respeito a cidade - único refúgio possível contra o vingador do sangue -
assim como JESUS é o único refúgio possível contra as consequências dos nossos
pecados. (Rm 7:11; 6:23; Jo 3:15) A outra lição relaciona-se a morte do sumo
sacerdote - condição necessária para a liberdade - que é um tipo claro da
liberdade proporcionada pela morte do Ungido. (Hb 4:15; 5:9)
Então meu
irmão: é tempo de fugir. Escapa-te para ali... Escapa-te para um lugar de amor
e aceitação. JESUS CRISTO. Nossa cidade de refúgio.
Estudo Retirado de http://www.geocities.com/
As cidades refúgio Prof. Anísio Renato de Andrade
O Velho
Testamento nos causa admiração por diversas razões, mas, particularmente,
devido à existência de leis, costumes e circunstâncias culturais muito
diferentes das que vivemos agora. É o caso das "cidades refúgio", as
quais eram 6 cidades previamente escolhidas, para as quais um assassino
acidental poderia fugir e obter acolhimento (Nm.35.6).
Esta
determinação constava da lei ditada por DEUS a Moisés. Vemos, nessa questão, a
providência divina para proteger aqueles que matassem alguém por acidente.
Entretanto, o assassino intencional não teria direito à proteção das cidades
refúgio. Ele seria morto pelo seu crime.
Ao estudarmos
as histórias bíblicas, principalmente as do Velho Testamento, precisamos
vislumbrar o que elas têm em comum com a nossa realidade. Hoje, um homicida não
tem um lugar determinado para onde possa fugir e ficar legalmente protegido.
Entretanto, todos nós somos originalmente culpados diante de DEUS, ainda que
não sejamos homicidas. "Todos pecaram e destituídos estão da glória de DEUS"
(Rm.3.23). Nossa culpa nos induz à fuga. Nossa natureza nos diz:
"Fuja!" Para onde fugiremos? Muitos procuram argumentos racionais,
filosóficos etc. para justificarem seus erros e pecados. Este é o lugar de
fuga que escolheram. Outros optam por negar o erro cometido. Existem
ainda aqueles que culpam outra pessoa. Cada um foge em uma direção.
Quando Caim matou seu irmão, sua ação seguinte foi fugir da presença do Senhor.
E nós, para onde fugiremos? Como escaparemos do castigo pelas nossas faltas?
A Bíblia diz:
"Aquele que habita no esconderijo do Altíssimo, à sombra do
Onipotente descansará." (Sl.91.1). Ao contrário do que fez Caim, devemos
correr em direção a DEUS, e não correr de DEUS. O salmista Davi escreveu:
"O Senhor é o nosso refúgio e fortaleza" (Salmo 46.1).
"Tu és o lugar em que me escondo; tu me preservas da angústia; tu
me cinges de alegres cantos de livramento." (Salmo 32.7). Aleluia!
O próprio DEUS,
através da obra redentora de CRISTO, providenciou o nosso refúgio, nossa cidade
forte, que é o fato de estarmos acolhidos debaixo da sua graça e da sua
misericórdia. Devemos estar escondidos em CRISTO, justificados, não por nossas
explicações humanas, mas pelo sangue do Cordeiro. Esse esconderijo não é um
covil, de onde se planeja sair para cometer outros erros. De modo nenhum; mas é
o lugar de segurança de todos aqueles que se arrependeram e querem acertar.
"Filhinhos,
estas coisas vos escrevo para que não pequeis; e, se alguém pecar, temos um
advogado para com o Pai, JESUS CRISTO, o justo." (I Jo.2.1).
Em caso de
utilização impressa do presente material, favor mencionar o nome do autor:
Anísio Renato de Andrade – Bacharel em Teologia.
Para
esclarecimento de dúvidas em relação ao conteúdo, encaminhe mensagem para anisiora@mg.trt.gov.br
Consideremos
Números 35:15-34, passagem das mais relevantes exatamente porque trata das
cidades de refúgio. O Criador faz uma distinção básica entre quem mata sem
querer e quem mata de propósito. Designa seis cidades para acolher e proteger o
homicida sem querer, exatamente para evitar a morte de homicida
"inocente" (matou sem querer) (Dt. 19:5-6). Mas atenção para um detalhe que enfatiza
sobremaneira o valor que o Criador atribui ao "sangue". O
"sangue" tem um valor tão elevado que se o homicida inocente sair da
cidade de refúgio (por qualquer motivo, e antes da morte do sumo sacerdote) e
for encontrado e executado pelo "vingador do sangue", esse vingador
"não será culpado" (Num. 35:27, 32). Mesmo sem querer, o homicida tinha derramado
sangue, e as consequências eram sérias. Agora, para o assassino não havia
misericórdia--"o homicida será morto" (v. 16); "o homicida será
morto" (v. 17); "o homicida será morto" (v. 18); "o
vingador . . . matá-lo-á" (v. 19); "o vingador matá-lo-á" (v.
21); "será morto" (v. 30). Enfim, "Não aceitareis resgate pela
vida do homicida, que é culpado de morte.
Ele certamente morrerá" (v. 31).
http://www.esgm.org/portugues/pena_de_vida.doc
A Cidade de
Refúgio
(1) Estabeleça
a cidade de refúgio (1-6)
DEUS mandou Josué preparar as cidades
de refúgio, para que os que mataram alguém, por engano, escapassem da vingança.
A cidade de refúgio mostra a misericórdia de DEUS. Nela havia os sacerdotes e
os anciãos que protegiam Israel da ira e do julgamento de DEUS, carregando o
seu pecado. Eles não deviam entregar o criminoso ao vingador e sim protegê-lo
até que ele fosse julgado segundo a lei. Isto porque ele matou o seu vizinho
sem querer e sem o aborrecer. Assim, DEUS protege os que cometeram o pecado por
engano. DEUS sabe bem a fraqueza do homem.
(2) JESUS, a
nossa cidade de refúgio (7-9)
Israel, obedecendo à palavra de DEUS,
separou seis cidades de refúgio em cada região. Suas localizações permitiam ao
fugitivo se esconder em um dia. A cidade de refúgio simboliza a autoridade da
lei e a dignidade do homem. Ainda mais, simbolizavam JESUS CRISTO que foi
revelado no evangelho. Todos nós cometemos pecados (Rm 3:23). Então devemos
pagar o salário do pecado. Mas nós podemos nos refugiar em JESUS e nEle não há
condenação. (Rm 8:1)
“JESUS, o meu refúgio.”
HEBROM
Se pronuncia HEE
bruhn. Seu significado original é ALIANÇA.
1. Hebrom é uma
cidade situada a uns 31 km a sudoeste de Jerusalém na estrada de Berseba.
Embora a cidade esteja em um vale não profundo, ela está 927m de altura, acima
do nível do mar, tornando-a uma das cidades "mais altas" na
Palestina.
Originariamente
era chamada em Gênesis 23:2 de Quiriate-Arba (cidade dos quatro), porque de
acordo com a tradição judaica , perto dessa cidade encontra-se a caverna de
Macpela, onde estão enterrados Adão, Abraão, Isaque e Jacó. Por isso o nome A
Cidade dos Quatro. Lendo Números 13:22, somos informados pela Bíblia que Hebrom
era uma cidade muito antiga, tendo sido construída antes de Zoã (Tanis) no
Egito. Os 12 espias hebreus em sua missão de observar a Terra Prometida viram
Hebrom.
A região de
Hebrom é rica de história bíblica. Abraão gastou muito tempo Manre na região de
Hebrom. (Gn:13:18) Abraão estava vivendo em Manre quando seu sobrinho Ló foi
capturado pela confederação dos reis. (Gn.14:1-13). Foi em Hebrom que Abraão
teve seu nome mudado pelo Senhor - de Abrão para Abraão, que significa o pai de
muitas nações. Foi em Hebrom que os anjos revelaram para Abraão que ele teria
um filho, o qual se chamaria Isaque. (Gn.18:1-5) Mais tarde Sara, esposa de
Abraão passou para o Senhor em Hebrom. (Gn.23:2) Em Hebrom, Abraão comprou uma
caverna de Macpela para realizar o funeral de Sara, e torná-la o cemitério de
sua família. (Gn.23:9)
Durante o
período de conquista da terra prometida, Josué matou o Rei de Hebrom. (Js.
10:3-27). Hebrom foi também designada como uma das Cidades De Refúgio.
(Js.20:7) Davi reinou durante seus primeiros 7 anos em Israel na cidade de
Hebrom. (2 Sm.2:11) Depois ele estabeleceu Jerusalém como sua capital de
governo.
Quando Absalão
se rebelou contra seu pai Davi, ele tornou Hebrom seu quartel general. (2
Sm.15:7-12) O rei Roboão fortificou a cidade Hebrom para se proteger. (2
Cr.11:10-12) A descoberta de uma jarro que possuía um selo real, feito a mão
que data do oitavo ou sétimo século A.C., testifica que Hebrom foi o depósito
chave de alimento para o exército de Uzias, rei de Israel na época. (2
Cr.26:11)
2. Hebrom era o
terceiro filho de Coate, que era filho de Levi. (Êx.6:18) Levi deu origem à
tribo dos levitas em Israel, tribo esta, que cuidava das coisas sagradas do
Senhor no Tabernáculo e no Templo. Portanto Hebrom era um levita. Hebrom foi
tio de Moisés, Arão e Miriam, que eram irmãos de Moisés. Seus descendentes eram
chamados de hebronitas. (Nm.3:27)
Igreja
Hebrom
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Aborto é
legalizado em 77 países mediante apenas solicitação; confira quais
)))))))))))))))))))))))))))))))))))))
Aborto
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REVISTA BETEL
4TR-2024 NA ÍNTEGRA
Escrita Lição
7, BETEL, Não Matarás, Protegendo e Preservando a Vida como um fundamento
Moral, 4Tr24, Comentários Extras do Pr Henrique, EBD NA TV
Escola Bíblica
Dominical Lições Bíblicas Adultos BETEL
EBD, Revista
Editora Betel , 4° Trimestre De 2024, Tema, OS DEZ MANDAMENTOS – Estabelecendo Princípios e
Valores Morais, Sociais e Espirituais Imutáveis para uma Vida Abençoada, Escola
Bíblica Dominical
ESBOÇO DA LIÇÃO
1- ASPECTOS
ESSENCIAIS DO SEXTO MANDAMENTO
1.1. O Aspecto
Espiritual Do Mandamento
1.2. O Aspecto
Legal Do Mandamento
1.3. O Aspecto
Intencional Do Mandamento
2- JESUS CRISTO
E O SEXTO MANDAMENTO
2.1. Uma
questão do coração
2.2. Uma Ação
Motivada Pela Ira
2.3. Tratando
Do Coração
3- O RESPEITO
AO DOM DA VIDA
3.1. O Cuidado
Em Preservar A Vida
3.2. Um Código
A Ser Respeitado
3.3. A Violação
Do Mandamento
TEXTO ÁUREO
“De palavras de
falsidade te afastarás e não matarás o inocente e o justo; porque não
justificarei o ímpio.” Êxodo 23.7
VERDADE
APLICADA
Faz parte das
responsabilidades do discípulo de CRISTO a preservação e proteção da vida e uma
constante vigilância ao estado do coração.
OBJETIVOS DA
LIÇÃO
Expor o aspecto espiritual e legal do sexto mandamento.
Mostrar a interpretação de JESUS do sexto mandamento.
Falar sobre o desrespeito à vida e responsabilidade.
TEXTOS DE
REFERÊNCIA - ÊXODO 20.13; NÚMEROS 35.16-19
- ÊXODO 20.13
13- Não matarás.
- NÚMEROS 35
16- Porém, se a ferir com instrumento de ferro,
e morrer, homicida é; certamente o homicida morrerá.
17- Ou, se a ferir com pedra à mão, de que possa morrer, e ela morrer, homicida
é; certamente o homicida morrerá.
18- Ou, se a ferir com instrumento de pau que tiver na mão, de que possa
morrer, e ela morrer, homicida é; certamente morrerá o homicida. 19. O vingador
do sangue matará o homicida; encontrando-o, matá-lo-á.
LEITURAS
COMPLEMENTARES
SEGUNDA | Êx 21.1-16 As leis acerca dos servos e dos homicidas.
TERÇA | Nm 35.9-34 As cidades de refúgio.
QUARTA | Dt 19.14-21 Acerca dos limites e das testemunhas.
QUINTA | Mt 5.21 Ouvistes que foi dito aos antigos: Não matarás.
SEXTA | Mt 15.19 Coração: sede dos maus pensamentos.
SÁBADO | Tg 1.27 Devemos nos guardar da corrupção do mundo.
HINOS SUGERIDOS: 299, 440, 491
MOTIVO DE
ORAÇÃO - Ore por um coração que rejeita tudo
o que é agradável à carne.
INTRODUÇÃO
Esse ainda é um
mandamento bem aceito em muitas nações. Praticamente ninguém aprova que se tire
a vida de ninguém. Ele é tão contrário à natureza que existe um tipo de
proibição contra ele em todas as culturas [Êx 20.13].
PONTO DE
PARTIDA: DEUS é o doador da vida.
1- ASPECTOS
ESSENCIAIS DO SEXTO MANDAMENTO
Este mandamento
não se refere ao homicídio involuntário, mas ao homicídio, ao fato de tirar a
vida com premeditação e traição, motivado por desejos perversos, ambiciosos ou
desleais [Gn 9.6].
1.1. O ASPECTO ESPIRITUAL DO MANDAMENTO
O aspecto fundamental do mandamento é o significado sagrado da vida
humana. O sentido sagrado da vida é derivado de duas verdades: 1) Somos
feitos à imagem de DEUS; 2) DEUS é o doador da vida [Gn 1.26;
Gn 2.7]. Na Aliança, Na ética, a questão do assassinato e suas implicações são
abordadas pela primeira vez e essa importante verdade (“feitos à imagem de DEUS”)
é mencionada [Gn 9.6]. A outra verdade tem a ver com o fato de que DEUS é o
doador da vida e aquele que tem o direito de determinar a vida de cada criatura.
Este mandamento destina-se a lembrar não apenas a nação de Israel, mas a todos
os seres humanos de todos os tempos que eles devem se esforçar para ser
cuidadosos nos assuntos da vida para que ninguém perca a vida
injustificadamente nas mãos de seus semelhantes.
Por que precisamos valorizar a vida? Justamente por causa
desse sentido sagrado que ela tem. Amar a vida é uma forma de adorar a DEUS. Da
mesma forma que um artista renomado assina uma obra de arte de valor
inestimável, o Senhor colocou Sua marca em cada um de nós quando nos fez à Sua
imagem e semelhança. Isso é o que torna cada vida preciosa. Tirar uma vida é
violar a soberania divina sobre a vida e a morte [Êx 20.13; Mt 5.21].
1.2. O ASPECTO LEGAL DO MANDAMENTO
Mesmo que o assassinato fosse considerado um pecado gravíssimo,
contudo a lei estabelecia critérios para o julgamento, a fim de evitar
precipitações, injustiças e enganos. Havia a necessidade de testemunhas para
que o assassinato fosse comprovado (Nm 35.30]. O objetivo disso era evitar
injustiças e abusos na execução de sentenças ou na busca de vingança. Era a
maneira da sociedade israelita de fazer as coisas certas [Êx 23.7].
Agora, como lidar com a situação de mentiras ou falsos testemunhos? O nono
mandamento fala contra a mentira. Êxodo 20.16 e Deuteronômio 19.16-21
trazem uma séria advertência sobre as falsas testemunhas: estas deveriam sofrer
a punição do acusado contra quem dessem falso testemunho.
O assassinato, o crime de tirar a vida, varia em caráter;
de acordo com a natureza da vida destruída e de acordo com a natureza da ação
do destruidor. A vida é tríplice: do corpo, da mente(alma) e do espírito: e o
assassinato, contra cada um, pode ser deliberado ou descuidado, resultante da
ação ou da inação. Temos como assassinato deliberado a vida tomada de malícia
premeditada. Temos como assassinato inativo o homicídio resultante de negligência
ou ignorância culposa [Tg 4.17].
1.3. O ASPECTO INTENCIONAL DO MANDAMENTO
O que fazer com os casos de homicídio involuntário? Os casos
incluíam acidentes, matar outro ser humano em legítima defesa, defender sua
família ou defender seus bens e propriedades. Para este tipo de caso, DEUS
havia criado o sistema de cidades de refúgio. O sistema era que, após o
homicídio involuntário, o assassino poderia fugir para uma dessas cidades de
refúgio para evitar cair nas mãos de um familiar da vítima que queria vingança
[Nm 35.15-21]. O assassino permaneceria lá até que o sumo sacerdote morresse,
ou então, se o assassinato não fosse um acidente, os anciãos da cidade de
refúgio deveriam entregá-lo ao familiar vingador (Dt 19.11-13].
DEUS criou leis de proteção em casos premeditados e em
casos acidentais. O julgamento não deveria ser feito com base em apenas um lado
da história. Ambos os lados deveriam ser levados em conta. O julgamento não
deveria ser precipitado, deveria ser analisado se houve intenção ou se a morte
foi acidental. Nesse caso, a pessoa não seria culpada de assassinato e não
poderia ser entregue pela congregação ao vingador [Nm 35.16-29]
EU ENSINEI QUE: DEUS é o doador
da vida.
2- JESUS CRISTO E O SEXTO MANDAMENTO
JESUS apresentou quão amplo é o alcance do sexto mandamento para os
cristãos. Ele não somente proíbe o assassinato e a violência, como também as
palavras provocativas e os maus pensamentos contra o próximo.
2.1. Uma Questão Do Coração
Na interpretação do Senhor JESUS CRISTO, matar é tanto uma ação
interior quanto exterior [Mt 5.21-26]. O Senhor JESUS CRISTO dirige essas
palavras em oposição aos ensinos dos escribas e fariseus, que se concentravam
no aspecto externo da Lei, no aspecto ritual, mas que davam pouca importância
ao aspecto interno, o que afeta o coração e, portanto, afeta a conduta. O
Senhor fala claramente que do coração, isto é, da sede de nossos pensamentos,
sentimentos, emoções e motivações, é que surge toda classe de mal [Mt 15.19]. O
coração não regenerado é a origem da intenção, sentimento e ação homicida
porque está focado em tudo que rejeita a piedade, e se foca em tudo o que é
agradável ao nível da carne. Lembremos que o primeiro homicídio aconteceu
porque um homem se deixou ser dominado pela ira [Gn 4.6].
D. Martyn Lloyd-Jones (Estudos no Sermão do Monte, Editora Fiel, 2017, p.
299): “A lei diz: “Não matarás”; mas isso não significa apenas “Não cometerás suicídio.
Interpretar essa injunção de maneira tão limitada é meramente definir a lei de
tal modo que somos capacitados a imaginar que podemos escapar dela. No entanto,
podemos ser culpados, da maneira mais grave possível, de termos desobedecido a
esse mandamento. Nosso Senhor, pois, passou a esclarecer como isso pode ser.
Esse mandamento, disse JESUS, inclui não somente o homicídio físico literal,
mas também a ira sem motivo, guardada no coração, contra algum irmão.. Vide o
exemplo de Caim que, alertado a se conter, a dominar o desejo, não se conteve e
a ira o dominou ao ponto de matar seu próprio irmão (Gn 4.6].
2.2. Uma Ação Motivada Pela Ira
No Sermão da Montanha, o Senhor faz uma interpretação
magistral do sexto mandamento e mostra como um coração não regenerado dominado
pela ira pecaminosa é basicamente um coração com motivações homicidas. Os
fariseus ensinavam que o assassinato consistia em tirar a vida de alguém. Mas o
Senhor disse que o mandamento se estendia não apenas ao ato em si, mas também à
atitude por trás dele. Na interpretação dada por JESUS, o criminoso aos olhos
de DEUS não era somente daquele que praticava o assassinato, mas, principalmente,
aquele que abrigava em seu interior a ira contra seu irmão; o mesmo sucedia ao
que pensava em adulterar, esse era tão culpado quanto o que cometia o
adultério. A questão não está limitada ao comportamento, à ação externa, mas
também o que deseja o coração.
Se existe algo que a todo custo devemos manter, esse é o
equilíbrio emocional, principalmente quando emocionalmente somos injustiçados e
ofendidos por alguém. A Bíblia ensina diretamente sobre como devemos lidar com
a ira [Tg 1.20; Cl 3.8]. Nenhum de nós está isento de sentir raiva ou
indignação, isso é inevitável. No entanto, devemos sempre vigiar e procurar
conter essa perigosa paixão dentro de nós [Ef 4.26]. O historiador Sêneca
descreveu a ira como “uma loucura passageira”.
2.3. Tratando Do Coração
Nosso Senhor JESUS CRISTO mostrou
que não são somente o assassinato e a violência que são proibidos por ele, mas
até mesmo palavras provocantes e pensamentos irados [Mt 5.21-26]. A “raiz da
amargura” de onde brota o assassinato é uma paixão feroz ou algum desejo desordenado [Hb 12.15].
Para estarmos a salvo de impulsos
assassinos, devemos andar em ESPÍRITO, buscar crescermos em CRISTO e constante
vigilância e oração.
“O amor é o
cumprimento da lei”; e a menos que um homem realmente “ame os irmãos”, ele não
tem segurança contra ser surpreendido com violência contra eles, o que pode
resultar em morte (Rm 13.10].
John Stott afirmou:
“Nem toda ira é maligna (…) e até mesmo os seres humanos pecadores podem, às
vezes, sentir a ira justa. Mesmo sendo pecadores, devemos assegurar que até
mesmo esta ira justa seja tardia em aparecer e rápida em desaparecer”. Aos
olhos de DEUS, aquele que se ira contra seu irmão, sem motivo, está sujeito a
julgamento como se houvesse cometido homicídio [Mt 5.22a]. A justiça esperada
dos filhos de DEUS não consiste apenas em evitar o assassinato, mas, também,
que a ira nos domine em nossas relações pessoais.
EU ENSINEI QUE: JESUS
apresentou quão amplo é o alcance do sexto mandamento para os cristãos.
3- O RESPEITO AO DOM DA VIDA
O sexto mandamento tem implicações importantes para a sociedade
contemporânea. Há um grande desrespeito insensível à vida, e a morte está em
toda a parte. Como bons servos temos o dever de preservá-la, pois é dom de DEUS
e somente Ele tem pleno direito e poder de estabelecer o tempo de existência na
terra [Gn 9.6; Dt 32.39].
3.1. O Cuidado Em Preservar A Vida
O sexto mandamento trata especificamente do cuidado em preservar a
vida. “Não matarás” define o cuidado que devemos ter tanto com as nossas vidas
quanto com a de nossos semelhantes. A vida é sagrada, não num
sentido panteísta, mas no sentido de que ela surgiu pela vontade de DEUS.
Nossa tarefa sempre será cuidar dela, nunca a extinguir. A vida deve ser
considerada sagrada por se tratar de uma dádiva divina, a qual somente DEUS tem
o direito de tirá-la, seja por ordem expressa ou por seu próprio julgamento [Êx
21.12-14]. Esta é uma lei universal, tanto para as nações quanto para os
indivíduos. Desse modo, “o não matarás” se torna um poderoso e radical convite
a vivermos em paz [Tg 3.18; Hb 12.14].
“Não matarás, é um princípio a proteção da vida, sendo
uma grande influência nos tratados internacionais e nas normas internacionais
sobre direitos humanos. Este mandamento, ao enfatizar a dignidade da vida, tem
um grande impacto no direito e na ética global, promovendo um mundo em que a
vida é protegida e respeitada. Portanto, preservar a vida não é uma obrigação
moral e espiritual do indivíduo, mas também uma obrigação universal, expressa
através das mais elevadas aspirações da humanidade pela paz, justiça e respeito
mútuo.
3.2. Um Código A Ser Respeitado
Desde os primórdios, mesmo antes da lei ser escrita no Sinai, esse
código moral já fazia parte da vida humana. Caim sabia que, após ter
matado Abel, alguém viria ao seu encontro para o acerto de contas [Gn 4.14;
9.6]. “Não matarás” já era um mandamento antigo, o respeito à vida era
conhecido na Antiguidade pelos mesopotâmios, egípcios e gregos, entre outros. O
Código de Hamurabi (1750 a.C.), rei da Babilônia, é um exemplo clássico,
contudo, não se revestia de autoridade divina. Mas agora é introduzido de uma
forma nova. Essa é a primeira distinção entre os códigos antigos e a revelação
do Sinai. A outra é que DEUS pôs Sua lei no coração e na consciência dos demais
povos [Rm 1.19; 2.14-15).
Esse mandamento é muito abrangente e consiste em uma
proibição absoluta [Ex 20.13; Dt 5.17]. O sexto mandamento é um dos mais
curtos, cujo significado mais próximo é: “assassinar”. A palavra hebraica usada
aqui é “ratsach”. Ela identifica a “morte de pessoas”; e inclui assassinatos
premeditados executados com hostil intenção e mortes acidentais ou homicídios
culposos. Dentro da comunidade israelita, havia um cuidado todo especial para
que ninguém perdesse a vida, mesmo por acidente. Esse termo não é aplicado em
mortes na guerra ou em execuções judiciais.
3.3. A Violação Do Mandamento
O nível de desrespeito e descaso com a vida humana é alarmante.
Vivemos em um tempo de desumanização, mas sobretudo em um tempo em que não há
temor de DEUS. Quando falamos das diferentes formas de desobediência aberta e
deliberada ao sexto mandamento, certamente as mais escandalosas nos vêm à
mente, como: problemas, crimes passionais, processos por herança, processos
entre famílias etc. Tendemos a pensar na violação do sexto mandamento em termos
da ilegalidade que eles representam do ponto de vista das leis humanas. No
entanto, os seres humanos inventaram maneiras legais de violar o sexto
mandamento onde o aborto e a eutanásia transitam normalmente. DEUS é quem dá o
fôlego de vida e, portanto, dEle deve ser sempre a última palavra.
Embora tudo o que temos presenciado seja degradante,
ainda existe esperança para todos os que abrigam tais motivações pecaminosas e
assassinas. CRISTO é a solução para este mundo pecador. Ele tem a completa
transformação de nossas mentes e comportamento. A ira se troca por mansidão e
paciência, a ira homicida se transforma em atitudes de perdão e atos de
misericórdia. JESUS é o grande Salvador que todo grande pecador precisa [Lc
19.10]. 192919
EU ENSINEI QUE: O sexto
mandamento tem implicações importantes para a sociedade contemporânea.
CONCLUSÃO
Convictos do que as Escrituras Sagradas revelam acerca da vontade
de DEUS e das inclinações pecaminosas da natureza humana, perseveremos no andar
em ESPÍRITO [Gl 5.16, 25], para sermos agentes de defesa da vida, não apenas
evitando prejudicar o próximo, mas promovendo a paz, harmonia e um ambiente
saudável, de acordo com a Palavra de DEUS, visando o testemunho cristão, o
bem da sociedade e a glória de DEUS.