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ESBOÇO DA LIÇÃO
I – O CORAÇÃO NA PERSPECTIVA BÍBLICA
1. O coração na Bíblia
2. A circuncisão do coração.
3. Um coração novo.
II – O CORAÇÃO DE QUEM ESTÁ EM DEUS
1. Um coração inclinado a DEUS.
2. Um coração consciente.
3. DEUS vê o coração.
III – PROMESSAS PARA O CORAÇÃO
1. Um coração feliz.
2. Um coração cheio de amor.
3. O penhor do ESPÍRITO no coração.
TEXTO ÁUREO
“E vos darei um coração novo e porei
dentro de vós um espírito novo; e tirarei o coração de pedra da vossa carne e
vos darei um coração de carne.” (Ez
36.26)
VERDADE PRÁTICA
O salvo em CRISTO JESUS tem um
coração novo, voltado para a Palavra de DEUS e disposto a fazer a sua vontade.
LEITURA DIÁRIA
Segunda - Jo
3.3-8 O coração deve ser regenerado pelo ESPÍRITO
Terça - Pv 4.23
Do coração procedem as saídas da vida
Quarta - Mt
15.18-20 O que sai do coração contamina o ser humano
Quinta - Lc
2.18,19 Guardando e conferindo tudo no coração
Sexta - Jr 20.12
DEUS vê o coração do ser humano
Sábado - Pv 17.22
O coração alegre é remédio da alma
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Romanos 2.25-29; Jeremias 31.31-34
Romanos 2
25 - Porque a circuncisão é, na
verdade, proveitosa, se tu guardares a lei; mas, se tu és transgressor da lei,
a tua circuncisão se torna em incircuncisão.
26 - Se, pois, a incircuncisão
guardar os preceitos da lei, porventura, a incircuncisão não será reputada como
circuncisão?
27 - E a incircuncisão que por
natureza o é, se cumpre a lei, não te julgará, porventura, a ti, que pela letra
e circuncisão és transgressor da lei?
28 - Porque não é judeu o que o é
exteriormente, nem é circuncisão a que o é exteriormente na carne.
29 - Mas é judeu o que o é no
interior, e circuncisão, a que é do coração, no espírito, não na letra, cujo
louvor não provém dos homens, mas de DEUS.
Jeremias 31
31 - Eis que dias vêm, diz o Senhor,
em que farei um concerto novo com a casa de Israel e com a casa de Judá.
32 - Não conforme o concerto que fiz
com seus pais, no dia em que os tomei pela mão, para os tirar da terra do
Egito, porquanto eles invalidaram o meu concerto, apesar de eu os haver
desposado, diz o Senhor.
33 - Mas este é o concerto que farei
com a casa de Israel depois daqueles dias, diz o Senhor: porei a minha lei no
seu interior e a escreverei no seu coração; e eu serei o seu DEUS, e eles serão
o meu povo.
34 - E não ensinará alguém mais a
seu próximo, nem alguém, a seu irmão, dizendo: Conhecei ao Senhor; porque todos
me conhecerão, desde o menor deles até ao maior, diz o Senhor; porque perdoarei
a sua maldade e nunca mais me lembrarei dos seus pecados.
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HINOS
SUGERIDOS: 15, 141, 447 da Harpa Cristã
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SUBSÍDIOS EXTRAS PARA A LIÇÃO 7
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CORAÇÃO
לב leb HEBRAICO
ser interior, mente, vontade, coração, inteligência - parte interior, meio - meio
(das coisas) - coração (do homem) - alma, coração (do homem) - mente,
conhecimento, razão, reflexão, memória - inclinação, resolução, determinação
(da vontade) - consciência - coração (referindo-se ao caráter moral) - como
lugar dos desejos - como lugar das emoções e paixões- como lugar da coragem.
καρδια kardia - GREGO
forma prolongada da palavra primária kar (Latim, cor “coração”);
denota o centro de toda a vida
física e espiritual - o vigor e o sentido da vida física
- o centro e lugar da vida espiritual - a
alma ou a mente, como fonte e lugar dos pensamentos, paixões, desejos,
apetites, afeições, propósitos, esforços - do entendimento, a faculdade e o
lugar da inteligência - da vontade e caráter - da alma na medida em que é
afetada de um modo ruim ou bom, ou da alma como o lugar das sensibilidades,
afeições, emoções, desejos, apetites, paixões - do meio ou da parte central ou
interna de algo, ainda que seja inanimado.
)))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))
Efésios 1.13 - Em quem também vós
estais (em JESUS), depois que ouvistes a palavra da verdade, o evangelho da
vossa salvação; e, tendo nele também crido, fostes selados com o Espírito Santo
da promessa; O qual é o penhor da nossa herança, para redenção da
possessão adquirida, para louvor da sua glória.
Só estamos em JESUS, ou seja,
salvos, depois de ouvirmos a pregação do evangelho e crermos nela (fé).
A promessa de DEUS de um coração
novo é um tema fundamental na Bíblia, especialmente no Antigo Testamento, e é
reforçada no Novo Testamento. Essa promessa está intimamente ligada à ideia da
renovação espiritual e da salvação.
Para os judeus a promessa é de um
derramar do ESPÍRITO SANTO no Milênio com o governo de JESUS. (Jl 2.28).
Para nós, os gentios salvos, as
promessas são superiores (Hb 8.6). Recebemos o derramar do ESPÍRITO SANTO (Atos
2) e vamos ser arrebatados (1Ts 4.17) para vivermos eternamente com JESUS na
Nova Jerusalém (Jo 14.1-3).
No livro de Ezequiel, capítulo 36,
versículos 26 e 27, está escrito:
"Dar-vos-ei coração novo e
porei dentro de vós um espírito novo; tirarei de vossa carne o coração de pedra
e vos darei coração de carne. Porei dentro de vós o meu ESPÍRITO e farei que
andeis nos meus estatutos e guardeis os meus juízos e os executeis."
Essa passagem enfatiza a
transformação que DEUS promete realizar em seu povo, substituindo o coração
endurecido e rebelde por um coração novo, sensível e obediente à sua vontade. O
coração de pedra representa a resistência e a dureza espiritual, enquanto o
coração de carne simboliza a capacidade de amar, sentir e responder à DEUS de
maneira autêntica.
No Novo Testamento, essa promessa é
reafirmada através da obra de JESUS CRISTO. Através da fé nele, os crentes
recebem um novo coração e são renovados pelo ESPÍRITO SANTO (2 Coríntios 5:17;
Efésios 4:24).
2 Coríntios 5:17 - Assim que, se
alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas já passaram; eis que
tudo se fez novo.
Efésios 4:24 - E vos revistais do
novo homem, que segundo Deus é criado em verdadeira justiça e santidade.
A promessa de um coração novo
inclui:
1. Renovação espiritual: Uma
transformação profunda que permite aos crentes viverem de acordo com os valores
e a vontade de DEUS.
2. Nova criação: Os crentes se
tornam novas criaturas em CRISTO, com uma natureza renovada.
3. Capacidade de amar: O coração
novo permite amar a DEUS e ao próximo de maneira mais profunda e autêntica.
4. Obediência: O coração novo está
disposto a seguir os mandamentos e a vontade de DEUS.
Essa promessa é um convite para
todos que desejam experimentar uma transformação espiritual profunda e viver em
harmonia com DEUS.
))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))
Porém o Senhor disse a Samuel:
Não atentes para a sua aparência, nem para a grandeza da sua estatura, porque o
tenho rejeitado; porque o Senhor não vê como vê o homem, pois o homem vê o que
está diante dos olhos, porém o Senhor olha para o coração.
Este versículo está em 1 Samuel
16:7.
Este é um dos versículos mais
conhecidos da Bíblia e destaca a diferença entre como DEUS e os seres humanos
avaliam as pessoas.
Ao escolher um novo rei para Israel,
Samuel estava procurando alguém com aparência física impressionante, mas DEUS o
corrigiu, enfatizando que:
- A aparência exterior não é o que
importa.
- O coração é o que verdadeiramente
importa.
Aqui estão algumas lições
importantes deste versículo:
1. DEUS não julga pelas aparências.
2. O coração é o refletor da
verdadeira natureza de uma pessoa.
3. A avaliação humana pode ser
enganosa.
4. DEUS busca a pureza e a
integridade do coração.
Este versículo também nos lembra de
que:
- O que importa não é o que os
outros pensam de nós.
- O que importa é o que DEUS pensa
de nós.
Outros versículos relacionados:
- "O Senhor examina os
corações" (Jeremias 17:10).
- "Crie em mim, ó DEUS, um
coração puro" (Salmos 51:10).
- "O coração que busca a DEUS
será recompensado" (Hebreus 11:6).
))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))
O homem interior
O homem interior na tradução da
versão KJV em inglês, de ko eso anthropos em Romanos 7.22; Efésios 3.16; 2 Coríntios 4.16 (na
última referência apenas ko eso aparece, com anthropos devendo, claramente, ser
entendido a partir do contexto imediato). É uma expressão paulina que se refere
à natureza racional, moral e espiritual do homem, que é a esfera total na qual
o ESPÍRITO SANTO efetua a sua obra convincente, renovadora e santificadora. Em
resumo, é o sinônimo da alma do homem. Desse modo, não é o “novo homem”, isto
é, a nova capacidade de servir a DEUS e à justiça, que DEUS misericordiosamente
dá ao pecador na regeneração.
Em Romanos 7.22, Paulo está
descrevendo a sua atitude em relação à lei divina como um fariseu hipócrita,
aquele que se gloria em sua própria justiça. (Para a defesa da opinião e
que Romanos
7.14-25 descreve Paulo ainda como um fariseu legalista. Como um
fariseu treinado, e possuindo um elevado respeito pela lei de DEUS, Paulo
poderia dizer que antes mesmo de sua conversão ele concordava e tinha prazer na
lei de DEUS. Mas não sendo regenerado na época de sua vida descrita em Romanos 7, Paulo teve que
admitir que naquela época não possuía nenhuma iluminação do ESPÍRITO SANTO, por
meio da qual pudesse obedecer à lei conforme seu sentido correto. Sendo este o
caso, Paulo poderia, entretanto, declarar que como um homem religioso altamente
treinado, ele respeitava a lei divina em seu “homem interior”.
De acordo com esta interpretação,
todos os crentes têm duas capacidades dentro de seu ser: servir ao pecado e
deleitar-se na lei de DEUS. Estas duas capacidades permanecem com o cristão
durante toda a vida na terra, com a constante possibilidade de conflito. Por
sua liberdade de escolha, o crente ativa a velha ou a nova capacidade. Isso é
Livre arbítrio.
Em 2 Coríntios 4.16, Paulo está
simplesmente expressando sua confiança de que, embora seu corpo físico se
desgastasse por causa do estresse e do esforço de seu trabalho, seu "homem
interior״, isto é, a sua alma e seu espírito seriam
renovados diariamente pelo ESPÍRITO SANTO.
Em Efésios 3.16, Paulo orou para
que os crentes efésios pudessem experimentar um novo avivamento do ESPÍRITO SANTO
no “homem interior”. Aqui ele estava meramente expressando seu desejo e a sua
súplica de que eles crescessem espiritualmente. R. L. R. - Dicionário Bíblico
Wycliffe
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Na perspectiva bíblica, o coração é
considerado o centro da vida espiritual, emocional e intelectual do ser humano.
Aqui estão algumas aspectos importantes sobre o coração na Bíblia:
1. Centro da vida espiritual: O
coração é considerado o local onde ocorre a conexão com DEUS (Efésios 3:16-19).
2. Sede das emoções: O coração é
associado às emoções, como amor, alegria, tristeza e medo (João 14:1-3).
3. Fonte das decisões: O coração é
onde são tomadas as decisões, boas ou más (Provérbios 4:23).
4. Necessidade de renovação: A
Bíblia enfatiza a necessidade de renovação do coração para seguir DEUS (Romanos
12:2).
5. Promessa de um coração novo: DEUS
promete dar um coração novo e renovado aos que se arrependem e buscam sua graça
(Ezequiel 36:26-27).
Algumas versículos bíblicos
importantes sobre o coração:
- "Porque do coração procedem
os pensamentos malignos" (Mateus 15:19).
- "O coração do homem é
enganoso" (Jeremias 17:9).
- "Crie em mim, ó DEUS, um
coração puro" (Salmos 51:10).
- "O coração que busca a DEUS
será recompensado" (Hebreus 11:6).
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O coração de quem está em DEUS,
segundo a Bíblia, é caracterizado por:
1. Amor: Amor por DEUS e pelo
próximo (1 Coríntios 13:1-3).
2. Humildade: Reconhecimento da
própria limitação e dependência de DEUS (Provérbios 22:4).
3. Pureza: Desejo de viver uma vida
santa e justa (Mateus 5:8).
4. Obediência: Disposição para
seguir os mandamentos de DEUS (João 14:15).
5. Gratidão: Reconhecimento da graça
e bênçãos de DEUS (Salmos 100:4-5).
6. Misericórdia: Compaixão e bondade
para com os outros (Mateus 5:7).
7. Paz: Tranquilidade interior,
mesmo em meio às dificuldades (Filipenses 4:7).
8. Alegria: Felicidade que vem de
viver em harmonia com DEUS (Salmos 16:11).
9. Esperança: Confiança na promessa
de salvação e vida eterna (Romanos 5:1-5).
10. Sabedoria: Discernimento para
tomar decisões certas (Provérbios 10:23).
Versículos bíblicos inspiradores:
- "O coração que busca a DEUS
será recompensado" (Hebreus 11:6).
- "Crie em mim, ó DEUS, um
coração puro" (Salmos 51:10).
- "O Senhor está perto dos que
têm coração quebrantado" (Salmos 34:18).
- "O coração do homem é
enganoso, mas DEUS examina os corações" (Jeremias 17:9-10).
Lembre-se de que o coração de quem
está em DEUS é um coração em constante transformação e crescimento espiritual.
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Aqui estão algumas promessas de DEUS
para o coração:
1. Um coração novo: "Dar-te-ei
um coração novo e colocarei dentro de ti um espírito novo" (Ezequiel
36:26).
2. Renovação: "Transformai-vos
pela renovação da vossa mente" (Romanos 12:2).
3. Paz: "A paz de DEUS, que
excede todo o entendimento, guardará os vossos corações" (Filipenses 4:7).
4. Consolo: "DEUS é o DEUS de
toda consolação" (2 Coríntios 1:3).
5. Fortalecimento: "O Senhor
fortalecerá o vosso coração" (1 Tessalonicenses 3:13).
6. Guiamento: "O coração do
homem planeja seu caminho, mas o Senhor dirige seus passos" (Provérbios
16:9).
7. Proteção: "O Senhor é o
refúgio do meu coração" (Salmos 91:2).
8. Pureza: "Crie em mim, ó DEUS,
um coração puro" (Salmos 51:10).
9. Esperança: "A esperança não
decepciona, porque o amor de DEUS foi derramado em nossos corações"
(Romanos 5:5).
10. Vida eterna: "A vida eterna
está nos corações dos que amam ao Senhor" (João 17:3).
Lembre-se de que essas promessas são
para aqueles que buscam e seguem DEUS.
Versículos bíblicos adicionais:
- "O Senhor está perto dos que
têm coração quebrantado" (Salmos 34:18).
- "O coração que busca a DEUS
será recompensado" (Hebreus 11:6).
- "Eu vos darei um coração que
conheça que eu sou o Senhor" (Jeremias 24:7).
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Soteriologia —
a Doutrina da Salvação – Pr. Antonio Gilberto (CPAD)
A SALVAÇÃO NO SENTIDO FACTUAL OBJETIVO
A SALVAÇÃO NO SENTIDO EXPERIMENTAL SUBJETIVO
A DOUTRINA DO PECADO
A DOUTRINA DA GRAÇA DE DEUS
A DOUTRINA DA EXPIAÇÃO PELO SANGUE
A DOUTRINA DA REDENÇÃO
A DOUTRINA DA PROPICIAÇÃO
A DOUTRINA DA FÉ SALVÍFICA
A DOUTRINA DO ARREPENDIMENTO
A DOUTRINA DA CONFISSÃO
A DOUTRINA DO PERDÃO DE PECADOS
A DOUTRINA DA REGENERAÇÃO ESPIRITUAL
A DOUTRINA DA IMPUTAÇÃO DA JUSTIÇA
DE DEUS
A DOUTRINA DA ADOÇÃO DE FILHOS
A DOUTRINA DA SANTIFICAÇÃO DO CRENTE
A DOUTRINA DA PRESCIÊNCIA DE DEUS
A DOUTRINA DA ELEIÇÃO DIVINA
A DOUTRINA DA PREDESTINAÇÃO
A DOUTRINA DA CHAMADA DIVINA PARA A
SALVAÇÃO
A DOUTRINA DA JUSTIFICAÇÃO
A DOUTRINA DO JULGAMENTO DO CRENTE
A DOUTRINA DA GLORIFICAÇÃO FUTURA
DOS SALVOS
Em Tito 3.5, está escrito:
“segundo a sua misericórdia nos salvou”. O verbo está no pretérito: “nos
salvou”. Isso nos leva a refletir sobre a certeza dessa gloriosa salvação em
Cristo Jesus. Somos salvos mesmo? Temos visto casos de crentes antigos que
descobrem, para a surpresa de muitos, que ainda não eram salvos segundo o
evangelho!
Por que as igrejas de Éfeso e
Corinto eram tão diferentes? Aos coríntios disse Paulo, inspirado pelo Espírito
Santo: “Vigiai justamente e não pequeis; porque alguns ainda não têm o
conhecimento de Deus; digo-o para vergonha vossa” (I Co 15.34). Apenas fazer
parte de uma congregação formada por salvos não significa ser salvo!
A salvação não é coletiva, e sim
individual. Vemos que, no passado, entre o povo de Deus viveu um povo
denominado o “vulgo” (Nm 11.4;
Ex 12.38). Esse “vulgo” não
era convertido e tornou-se em Israel uma perturbação, uma fonte de fraquezas,
de desobediência, de rebeldia e de pecado. Em Lucas 15.8 Jesus contou uma
parábola acerca de uma moeda perdida dentro de casa. E no livro de Ezequiel
menciona-se uma ovelha “perdida” dentro do rebanho (34.4b). O leitor tem plena
convicção da parte de Deus de que está salvo mesmo} Por Cristo, segundo “o
evangelho da vossa salvação”? (Ef
1.3; Rm 1.16,17; Tt 3.5).
Em Lucas 9.23, Jesus disse: “E
dizia a todos: Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, e tome cada
dia a sua cruz, e siga-me”. Observe a parte final do versículo: “e siga-me”. O
que significa isso? È perseverar em seguir ao Senhor Jesus; é persistir em
seguir os passos dEle. Enfim, implica ser um dos seus discípulos. Na aludida
referência, Jesus não falou primeiramente de “vir a mim”, mas “vir após mim”.
O que é ser um discípulo dEle
segundo o evangelho? Consideremos o texto de Lucas 14.26,27,33:
Se alguém vier a mim e não aborrecer
a seu pai, e mãe, e mulher; e filhos, e irmãos, e irmãs, e ainda também a sua
própria vida, não pode ser meu discípulo.
E qualquer que não levar a sua cruz
e não vier após mim não pode ser meu discípulo. Assim, pois, qualquer de vós
que não renuncia a tudo quanto tem não pode ser meu discípulo.
Como vemos no texto acima, o Senhor
Jesus aplica um tríplice teste pelo qual se confirma um verdadeiro discípulo.
Por três vezes, o Mestre disse: “não pode ser meu discípulo”. Somos — eu e o
leitor — de fato discípulos de Jesus, ou apenas pensamos que o somos?
O QUE É SALVAÇÃO
O que é a salvação em Cristo? A
palavra “salvação” é de profundo significado e de infinito alcance. Muitos têm
uma concepção muito pobre da inefável salvação consumada por Jesus, o que às
vezes reflete numa vida espiritual descuidada e negligente, em que falta aquele
amor ardente e total por Jesus e a busca constante de sua comunhão.
Salvação é uma milagrosa
transformação espiritual, operada na alma e na vida — no caráter — de toda a
pessoa que, pela fé, recebe Jesus Cristo como seu único Salvador pessoal (Ef 2.8,9; 2 Co 5.17; Jo 1.12; 3.5). Observe as afirmações
bíblicas “é nova criatura” (conversão) e “tudo se fez novo” (nova vida, novo e
íntegro caráter).
Não se trata apenas de livramento da
condenação do inferno; a salvação abarca todos os atos e processos redentores,
bem como transformadores da parte de Deus para com o ser humano e o mundo (isto
é, a criação), através de Jesus Cristo, nesta vida e na outra (Rm 13.11 I; Hb 7.25; 2 Co 3.18; Ef 3.19).
Pessoalmente — isto é, em relação à
pessoa —, a salvação que Cristo realiza abrange: a regeneração espiritual do
crente, aqui e agora (Tt 3.5;
2 Co 3.18); a redenção do
corpo do crente, no futuro (Rm
8.23; I Co 15.44); e a
glorificação integral do crente, também no futuro (Cl 3.4; Ef 5.27).
Como receber a salvação. Há três
passos necessários para um pecador receber a gloriosa salvação em Cristo.
Primeiro, reconhecer mediante o evangelho que é pecador (Rm 3.23). Segundo, confiar em
Jesus como o seu Salvador (Ato
16.31). Terceiro, confessar que o Senhor Jesus é o seu Salvador pessoal,
“Visto que... com a boca se faz confissão para a salvação” (Rm 10.10).
A obediência honesta do pecador
movido por Deus a esses três passos resultará na sua salvação, operando o
Espírito Santo e a Palavra. Isso não falha; não se trata de uma mera teoria; é
a verdade de Deus sobre a salvação do pecador, revelada aos homens segundo a
infalível Palavra de Deus e o testemunho da infinitude de salvos em Cristo por
toda parte.
Pleno conceito e convicção de
salvação. Vemos em Hebreus 2.3
uma cristalina verdade sobre a salvação: “... uma tão grande salvação”. O que
denota esta expressão? Ela diz respeito às riquezas imensuráveis da salvação;
às bênçãos subsequentes a ela; à eternidade infinita dela; ao seu alcance
imensurável; e à sua sublimidade.
Se todos os crentes tivessem uma
plena visão da salvação; se pudessem ver plenamente ao longe a tão grande
salvação que receberam, com certeza teriam atitudes diferentes no seu dia a dia.
Teríamos tanto regozijo, tanta motivação, tanto entusiasmo, tanta convicção,
tanto anseio e enlevo pelo céu, que não haveria na Terra um só salvo
descontente, descuidado, negligente e embaraçado com as coisas desta vida e
deste mundo!
Ademais, teríamos uma tão profunda
compreensão do que é o céu — e, por isso, teríamos tanto desejo de ir para lá—,
que o Diabo não teria na igreja um só fã, um só admirador de suas coisas, um só
aliado. Mas, há crentes que admiram e gostam das coisas do Maligno e se aliam a
ele. Por mais que não admitam, pelo fato de não atentarem para a “tão grande
salvação”, tornam-se vulneráveis às investidas do Tentador.
Visão atrofiada da salvação.
Inúmeros crentes, por terem uma visão atrofiada da salvação em Cristo, levam
uma vida comprometida com o mundo, descuidada, negligente, sem amor, sem
dedicação, sem ideal, sem uma busca constante da face do Senhor. Quais devem
ser os passos normais de uma vida salva:
Regeneração espiritual;
Plenitude do Espírito Santo;
Maturidade espiritual;
Dedicação ao Senhor no seu trabalho.
Necessidade e importância do estudo
da Soteriologia. A experiência da salvação deve ser seguida de um maior
conhecimento da salvação (I Tm
2.4b). Isso constitui o alicerce da vida cristã. A Palavra de Deus, em Hebreus 5.12-14,
enfatiza a importância de buscarmos esse maior conhecimento da salvação:
Porque, devendo já ser mestres pelo
tempo, ainda necessitais de que se vos torne a ensinar quais sejam os primeiros
rudimentos das palavras de Deus; e vos haveis feito tais que necessitais de
leite e não de sólido mantimento. Porque qualquer que ainda se alimenta de
leite não está experimentado na palavra da justiça, porque é menino. Mas o
mantimento sólido é para os perfeitos, os quais, em razão do costume, têm os
sentidos exercitados para discernir tanto o bem como o mal.
Bênçãos gloriosas decorrem da
salvação, e fazem parte dela. E primeiramente porque somos salvos que
experimentamos o batismo com o Espírito Santo, os dons espirituais, o
amadurecimento na fé, a chamada para o ministério evangélico etc.
Muitos crentes — e até obreiros! —,
em vez de sempre priorizaram o estudo da Escatologia (uma doutrina importante,
é verdade, inclusive parte integrante deste tratado teológico), deveriam
primeiro estudar Soteriologia, isto é, as doutrinas da nossa gloriosa salvação
em Cristo.
Há várias passagens das Santas
Escrituras que mostram o quanto é importante na vida cristã e na obra do
Senhor em geral, inclusive na evangelização, o conhecimento genuinamente
bíblico da salvação. Em Efésios
6.17 mencionam-se de início o capacete da salvação e a espada do Espírito.
Quando o apóstolo discorreu sobre a
armadura do cristão, e mencionou o capacete — o qual cobria totalmente a
cabeça, protegendo-a — enfatizou a plenitude do conhecimento e da experiência
da salvação. Assim como o capacete protegia (e protege) a cabeça, o
conhecimento bíblico da salvação em nossa mente é qual capacete espiritual,
como forma de proteção da nossa salvação, das investidas mentais de Satanás,
dos seus emissários, dos falsos mestres, da mídia corrompida, da literatura nociva
etc.
Em Lucas 1.77 está escrito: “para
dar ao seu povo conhecimento da salvação, na remissão dos seus pecados”.
Observe que, aqui, a ênfase recaí primeiramente no “conhecimento da salvação”,
e não no “sentimento da salvação”. É, pois, uma necessidade conhecer e
prosseguir em conhecer a salvação.
A Epístola de João trata desse
assunto — a sua mensagem aos salvos é: “sabemos”, “conhecemos”. Em Salmos 46.10 e 100.3, está
escrito: “Sabei”, e não “Senti”. E Jó, em meio a muitas lutas, bradou: “Eu sei
que o meu Redentor vive” (Jó
19.25). Quando compararmos Hebreus
8.10 com 10.16, vemos que essas passagens mostram que a lei divina deve
estar primeiro na mente do crente e depois no seu coração:
Porque este é o concerto que, depois
daqueles dias, farei com a casa de Israel, diz o Senhor: porei as minhas leis
no seu entendimento e em seu coração as escreverei; e eu lhes serei por Deus, e
eles me serão por povo. Este é o concerto que farei com eles depois daqueles
dias, diz o Senhor: Porei as minhas leis em seu coração e as escreverei em seus
entendimentos...
Em Apocalipse 12.3, o Diabo é
simbolizado no dragão com sete cabeças — o que indica plenitude de astúcia,
engano, cilada, maquinações. Isso denota que o príncipe das trevas sempre
investirá contra a nossa mente, como mencionamos acima, procurando incutir nela
dúvidas quanto à gloriosa salvação.
Ao tentar Jesus no deserto, o Diabo
procurou lançar dúvidas na sua mente: “Se tu és o Filho de Deus” (Mt 4.3,6). Por que o Inimigo não
logrou êxito? Porque o Filho de Deus tinha as leis de Deus na mente e no
coração, o que ficou evidente em suas três citações das Escrituras, todas
antecedidas da expressão “Está escrito” (vv.4,7,I0).
O valor da sã doutrina. Neste estudo
sobre a Soteriologia devemos ter em mente que estamos tomando como base a sã
doutrina (Tt 2.1). É da
palavra “sã” (gr. hygiaino) que vem o tão empregado termo “higiene”, o qual
denota higidez, saúde. A doutrina (ou a soma das doutrinas) quanto à salvação
deve ser, portanto, isenta de falsificação e contaminação.
Nesses últimos dias, seitas e
doutrinas falsas vêm contaminando as doutrinas bíblicas da salvação em Cristo.
Falsos mestres, falsificadores da Palavra de Deus, têm ingressado nas igrejas,
inclusive doutores (2Tm 4.3;
3.1-5; 2 Pe 2.1), torcendo as
Escrituras. E, quanto à Soteriologia, isso ocorre principalmente quanto à
eleição do povo de Deus, a predestinação e o livre-arbítrio, como veremos mais
adiante.
Em que consiste a salvação. È
importante, antes de avançarmos, respondermos a algumas perguntas. Em que
consiste a salvação para o caro leitor? No seu passado na fé? Ou seja, apenas
livramento da condenação do pecado? No seu presente na fé? Quer dizer, apenas
livramento do poder do pecado? Ou no seu futuro na fé? Isto é, apenas
livramento da presença do pecado?
Na verdade, a salvação consiste na
resposta afirmativa a todas as três perguntas mencionadas. A nossa “grande
salvação” em Cristo nos livra: da condenação, que outrora era uma realidade; do
poder do pecado, pois hoje ele não tem domínio sobre nós, se é que não “andamos
segundo a carne, mas segundo o espírito” (Rm 8.1b); e da presença do
pecado, haja vista a nossa glorificação futura.
O que não é salvação. É importante,
ainda nessa introdução à Soteriologia, apresentar algumas definições do que não
é a salvação em Cristo:
Apenas ter uma religião com o nome
de cristã. O que dizer dos seguidores do mormonismo, cujo nome da igreja é
Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias. São eles salvos por seguirem a uma
religião “cristã”?
Apenas frequentar ou tornar-se
membro de uma igreja local. Uma coisa é pertencer a uma igreja, e outra é
pertencer à Igreja.
Apenas ter e ler a Bíblia. Isso os
católicos romanos fazem!
Apenas professar um credo religioso.
Ser salvo é muito mais que adotar, seguir, abraçar dogmas.
Apenas praticar a “regra áurea” de Mateus 7.12. Boas obras não
salvam ninguém (Ef 2.8,9).
Apenas aspergir um infante com “água
benta”. Afinal, dependendo da idade da criança, sequer tem a capacidade de crer
para a salvação (Mc 16.16a; Rm
10.9).
Apenas batizar um adulto ou uma
criança. Batismo não salva, mas destina- se a quem já é salvo (Mc 16.16b).
Apenas “confirmar” um adepto da sua
confissão religiosa.
Apenas participar da Ceia do Senhor,
ou da Eucaristia.
Apenas ter um irrepreensível código
de conduta, bom testemunho, porte.
Apenas praticar sempre boas obras.
O que é salvação. E tudo o que Jesus
realizou e ensinou para levar uma raça pecadora à comunhão com um Deus santo.
Trata-se da redenção do ser humano do poder do pecado (I Pe 1.18,19). Ê, ainda, a libertação do
cativeiro espiritual (Rm 8.2).
E a saída do pecador dentre o poder das trevas do pecado (Cl 1.13). E, finalmente, é o
retorno do exílio espiritual do pecador para Deus (Ef 2.13). Isso é salvação em
resumo.
Como se vê, o homem não pode efetuar
a sua salvação, nem ao menos ajudar nisso (Ef 2.8,9; Tt 2.11; Jn 2.9b). Daí ter dito o
salmista: “A salvação vem do Senhor; sobre o teu povo seja a tua bênção” (SI 3.8). A salvação é pela
graça de Deus, e não por nosso esforço próprio, conquanto os salvos sejam
chamados para a prática das boas obras (Ef 2.10).
A salvação é chamada de novo
nascimento (Jo 3.5) e de
ressurreição (Cl 3.1), Não
obstante o pecador venha a desejar a “tão grande salvação”, é Jesus Cristo quem
o ressuscita dentre os mortos no pecado e o faz nascer de novo.
Afinal, um bebê nada pode fazer para
nascer, assim como um morto nada pode fazer para ressuscitar — toda ajuda tem
de vir de fora.
Introdução à Soteriologia
Soteriologia é em suma o conjunto de
doutrinas da salvação. Há pelo menos umas vinte doutrinas relacionadas com a
nossa gloriosa salvação em Cristo. Discorremos de modo resumido sobre as
doutrinas da salvação, a saber:
A doutrina do pecado (Rm 3.23; 5.12,20), pois o pecado é a causa
da perdição da humanidade.
A doutrina da graça de Deus (Tt 2.11; 3.4), haja vista ser a graça a
salvação quanto ao seu alcance.
A doutrina da expiação pelo sangue
(Lv I7.I I), uma vez que a expiação implica a salvação quanto ao pecado.
A doutrina da redenção (Ef 1.7), que trata da salvação
quanto a libertação e resgate do pecador.
A doutrina da propiciação (Ex 32.30), que enfatiza a
salvação como um ato benevolente de Deus.
A doutrina da fé salvífica (Ef 2.8), que trata do meio
requerido por Deus, da parte do pecador para a sua salvação.
A doutrina do arrependimento (Mc 1.14,15), que está intimamente
ligada à doutrina da fé salvífica.
A doutrina da confissão dos pecados
(Rm 10.9,10).
A doutrina do perdão dos pecados (Cl 3.13).
A doutrina da regeneração espiritual
(I Pe 1.3;Tt 3.5), que trata do que
ocorre no íntimo do pecador ao receber de Deus a salvação.
A doutrina da imputação da justiça
de Deus ao crente (Gn 15.6; Rm 4.2-11; 5.13; 2 Co 5.19; Fm v.I8;Tg 2.23).
A doutrina da adoção de filhos (Gl 4.5,6).
A doutrina da santificação do crente
(I Co 6.11; 2 Co 7.1), isto é, a
santificação posicionai, “em Cristo”, e também a progressiva, no tempo
presente.
A doutrina da presciência de Deus (I Pe 1.2).
A doutrina da eleição divina (I Pe 1.2).
A doutrina da predestinação dos
salvos (Rm 8.29).
A doutrina da chamada para a
salvação (Rm 8.30).
A doutrina da justificação somente
pela fé em Cristo (Rm 8.30),
haja vista ser a justificação a nossa salvação ante a presença de Deus.
A doutrina do julgamento do crente (2 Co 5.10; Rm 14.10). E uma doutrina relacionada
à Escatologia.
As doutrinas da glorificação dos
salvos (Rm 8.30) e da
salvação, nas eras divinas futuras (Ef 2.7; I Tm 1.17; Jo 1.29).
A SALVAÇÃO NO SENTIDO FACTUAL OBJETIVO
A salvação é um fato em si, isto é,
no sentido objetivo. Ela tem um lado objetivo (o lado divino), e um, subjetivo
(o humano). O primeiro refere-se a Deus como o Doador da salvação; e o segundo
refere-se ao homem como o recebedor.
No sentido objetivo, a salvação tem
três aspectos, todos simultâneos: a justificação, que nos declara justos (esse
aspecto tem a ver com a nossa posição diante de Deus: “em Cristo”); a
regeneração, que nos declara filhos (tem a ver com a nossa condição espiritual,
interior); a santificação, que nos declara santos, mediante a nossa fé no
sangue derramado de Jesus.
A salvação no seu sentido objetivo,
diante de Deus, não tem tempos, mas aspectos ou lados. Ao mesmo tempo em que
uma pessoa é pela fé em Cristo justificada, é também regenerada e santificada.
Justificação. E a mudança de posição
externa e legal do pecador diante de Deus: de condenado para justificado. Pela
justificação passamos a pertencer aos justos. Justificação é o tempo passado da
nossa salvação, mas sempre presente em nossa vida espiritual (I Co 6.11; Rm 8.30,33b; 5.1; 3.24; Gl 2.16).
Regeneração. E a mudança de condição
do pecador: de servo do pecado para filho de Deus. A regeneração é tão séria
diante de Deus, que a Bíblia chama-a de “batismo em Jesus” (I Co 12.13; Gl 3.27; Rm 6.3). Trata-se de um ato
interior, dentro do indivíduo, abrangendo também todo o seu ser. E um termo
ligado a família, filhos: “gerar”; é o novo nascimento (Jo 3.5). Mediante a regeneração
somos chamados “filhos de Deus” (cf. Gn 2.7; Jo 20.22; 15.5).
Santificação. E a mudança de caráter
(mudança subjetiva); e a mudança de serviço (mudança objetiva), “em Cristo”
(posicionai), como lemos em João
15.4 ;17.26.
A SALVAÇÃO NO SENTIDO EXPERIMENTAL SUBJETIVO
Na experiência humana, a salvação é
subjetiva. A salvação experimental tem três tempos (não aspectos): passado,
presente e futuro.
No passado. Justificação; é o que
Deus fez por nós. E a salvação da pena do pecado. Ela é referida na Bíblia como
ocorrida no passado da vida cristã.
... haveis sido justificados em nome
do Senhor Jesus e pelo Espírito do nosso Deus (I Co 6. Z l).
E aos que predestinou, a esses
também chamou; e aos que chamou, a esses também justificou... Quem intentará
acusação contra os escolhidos de DEUS. É Deus quem os justifica (Rm 8.30,33).
Sendo, pois, justificados pela fé,
temos paz com Deus por nosso Senhor Jesus Cristo (Rm 5.1).
Porque todos pecaram e destituídos
estão da glória de Deus, sendo justificados gratuitamente pela sua graça, pela
redenção que há em Cristo Jesus (Rm
3.23,24).
Sabendo que o homem não é justificado
pelas obras da lei, mas pela fé em Jesus Cristo, temos também crido em Jesus
Cristo, para sermos justificados pela fé de Cristo e não pelas obras da lei,
porquanto pelas obras da lei nenhuma carne será justificada (Gl 2.16).
No presente. Santificação em
conduta, diante do mundo. Ê a salvação do poder do pecado. E aquilo que Deus
faz em nós agora. Uma frutinha pode ser perfeita, e não ser madura.
Ora, amados, pois que temos tais
promessas, purifiquemo-nos de toda imundícia da carne e do espírito,
aperfeiçoando a santificação no temor de Deus (2 Co 7.1).
E o mesmo Deus de paz vos santifique
em tudo; e todo o vosso espírito, e alma, e corpo sejam plenamente conservados
irrepreensíveis para a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo (l Es 5.23).
Aquele que diz que está nele também
deve andar como ele andou (l Jo
2.6).
.. . operai a vossa salvação com
temor e tremor (Fp 2.12).
No futuro. Glorificação; é o que
Deus fará conosco na glória celestial (I Pe 1.5). Será a salvação da
presença do pecado. Trata-se da nossa inteira “conformação” com Jesus Cristo.
Amados, agora somos filhos de Deus,
e ainda não é manifesto o que havemos de ser. Mas sabemos que, quando ele se
manifestar; seremos semelhantes a ele; porque assim como é o veremos (1 Jo 3.2).
... nós mesmos, que temos as
primícias do Espírito, também gememos em nós mesmos, esperando a adoção, a
saber; a redenção do nosso corpo (Rm 8.23).
E isto digo, conhecendo o tempo, que
é já hora de despertarmos do sono; porque a nossa salvação está, agora, mais
perto de nós do que quando aceitamos a fé (Rm 13.11).
E, como aos homens está ordenado
morrerem uma vez, vindo, depois disso, o juízo,
assim também Cristo, oferecendo-se uma
vez; para tirar os pecados de muitos, aparecerá segunda vez; sem pecado•, aos
que o esperam para a salvação (Hb
9.27,28).
Evidências da salvação experimental.
São os testemunhos do Espírito em nosso interior (Rm 8.16); da Palavra de Deus (Ato 16.31); da nossa
consciência (I Jo 3.19); da
transformação da nossa vida (2
Co 5.17); dos frutos produzidos (Mt 5.8; 7.16-20); da aversão
ao pecado (I Jo 3.9); do
cumprimento da doutrina (2 Jo v.9); do amor (e comunhão) fraternal (Jo 13.35); e da vitória sobre
o mundo (I Jo 4.5).
A DOUTRINA DO PECADO
Embora haja nesta obra — no capítulo
anterior — um estudo específico sobre a doutrina do pecado, realçaremos aqui
alguns aspectos dessa doutrina, com o objetivo de estabelecer um elo entre
Hamartiologia e Soteriologia, haja vista ser incoerente estudar esta sem
aquela.
O estudo do pecado deve preceder ao
da graça salvadora de Deus (cf. I Jo 1.8; 2.2).
A Epístola aos Romanos enfatiza que
uma das principais finalidades da Lei é expor a hediondez do pecado (7.8,13b),
porque é depois de tomarmos conhecimento disso que passamos a valorizar a graça
de Deus em toda a sua extensão: “Veio, porém, a lei para que a ofensa
abundasse; mas, onde o pecado abundou, superabundou a graça” (5.20).
Introdução à doutrina do pecado. O
veredicto divino é claro: “Todos pecaram” (Rm 3.23). A Palavra de Deus
diz: “Não há um justo, nem um sequer” (Rm 3.10).; “... não há homem que não
peque” (I Rs 8.46).
Todos os seres humanos foram
nivelados à condição de pecadores, segundo a reta justiça do Senhor: “A
Escritura encerrou tudo debaixo do pecado” (GI 3.22). E ainda: “Deus
encerrou a todos debaixo da desobediência” (Rm 11.32). Mas, antes de
atingir a todos os homens, mediante a desobediência de Adão, o pecado teve
origem no mundo espiritual, na corte angelical (Is 14.12-17; Ez 28.15).
No ser humano, o pecado, sediado na
alma, domina a sua vontade e tem como instrumento orgânico o corpo humano. O
homem não é pecador primeiramente porque peca, mas peca porque é pecador. Ou
seja, cada indivíduo é um pecador por natureza. Por isso, em Israel, quando uma
mulher dava à luz, tinha de apresentar a Deus uma oferta pelo pecado (Lv 12.6; Lc 2.24).
Pelo que, como por um homem entrou o
pecado no mundo, e pelo pecado, a morte, assim também a morte passou a todos os
homens, por isso que todos pecaram (Rm 5.12).
Definição do pecado. Pecado é a
causa da perdição do homem. Uma das palavras que significa “pecado” (gr.
hamartia) denota tudo aquilo que não se conforma com a lei divina; não se
alinha com ela (Rm 5.20; I Jo 3.4a; 5.17b).
As Escrituras citam 372 formas de
pecado, e há centenas de outras não mencionadas na Bíblia. Na relação das
obras da carne, lemos, no fim dela: “e coisas semelhantes a estas, acerca das
quais eu vos declaro (...) que os que cometem tais coisas não herdarão o Reino
de Deus” (Gl 5.21).
Nas diversas admoestações bíblicas
preventivas quanto ao pecado, existem várias outras modalidades implícitas de
pecado, caso essas advertências forem descumpridas. Ê importante, aqui, termos
em mente a definição de alguns dos termos originais para pecado, haja vista
cada qual descrever um tenebroso aspecto da sua malignidade.
A palavra “transgressão” (hb. pesha'
e gr. bamartema) denota quebra das leis divinas; significa transpor a fronteira
da lei, do bem, da ordem, da decência: “O que encobre as suas transgressões
nunca prosperará...” (Pv 28.13).
Outro termo para pecado é “iniquidade”,
isto é, fora do prumo; fora de nível; do lado de fora; erro; afastar-se do
certo; errar o alvo — hb. hatta’t (Ez 18.20). O termo iniquidade
refere-se principalmente ao pecado do crente. No Novo Testamento, a palavra
correspondente é hamartano (Rm
3.23). Neste versículo, “pecaram” é literalmente “erraram o alvo”. E este
erro pode ser moral (2 Pe 2.18)
ou na doutrina (I Jo 4.6b).
Doutrina e moral devem andar juntas!
Já o vocábulo “pecado”, conforme se
registra em Romanos 5.12
("por um homem entrou o pecado [errar o alvo] no mundo”), diz respeito ao
desvio do alvo por Deus traçado, previsto, determinado, que é a glorificação
dEle. O pecado, pois, é um alvo que o ser humano acerta ao desviar-se do
propósito verdadeiro, que é a glória de Deus (Rm 3.23).
O homem foi criado por Deus para
viver na esfera divina, porém, ao pecar, sua natureza foi mudada, e a sua
inclinação natural é somente para pecar, mesmo que não pareça assim. Pecar, por
conseguinte, é o ser humano desviar-se de sua finalidade moral, que é exaltar a
Deus, e somente a Ele.
Outros quatro termos, quanto aos
principais significados de “pecado”, na Bíblia, são: “desobediência”, rebeldia,
má vontade para com Deus e a sua lei; “incredulidade”, falta de confiança em
Deus e de dependência dEle; “ilegalidade”, subversão, oposição à lei e à ordem
divinas; e “erro”, afastamento das normas divinas estabelecidas.
A lei divina da reprodução segundo a
sua espécie. Em Gênesis, vemos essa lei em evidência nos vegetais (1.11,12),
nos animais (1.24,25) e no ser humano, após o pecado (5.3). O homem fora criado
segundo a imagem de Deus (1.26), e não segundo a sua própria espécie!
Portanto, já nascemos
espiritualmente contaminados (Rm
5.12), como disse o salmista: “Eis que em iniquidade fui formado, e em
pecado me concebeu a minha mãe” (Sm
51.5). O homem tem dentro de si uma natureza pecaminosa. Por isso, todos
nós precisamos ser participantes da natureza divina, mediante a conversão (2 Pe 1.4).
Porque aqueles [nossos pais segundo
a carne], na verdade, por um pouco tempo, nos corrigiam como bem lhes parecia;
mas este [Deus Pai], para nosso proveito, para sermos participantes da sua
santidade (Hb 12.10).
O “homem natural” e o pecado.
A Palavra de Deus usa a expressão
“homem natural” (I Co 2.14),
numa referência clara ao estado do homem ainda não alcançado pela graça de
Deus. Ele está sob o pecado, espiritualmente morto, sob condenação e perdido.
Não há um justo. Como vimos, o
veredicto de Deus é claro: “Não há um justo; nem um sequer”. E importante que o
estudioso do assunto leia todo o capítulo de Romanos 9, principalmente os
versículos 9-26, que tratam especificamente dessa verdade, de que não há um
justo sequer. Todos os homens já nascem pecadores.
Para que o homem fosse justo — por
conta própria — diante de Deus, seria preciso que nunca praticasse o mal e
jamais quebrasse a lei divina. Além disso, seria preciso que sempre fizesse o
bem, como está escrito em Eclesiastes
7.20: “Que faça
bem, e nunca peque”. Há pessoas que
relativamente não pecam tanto, porém não estão sempre praticando o bem.
A principal definição divina para o
pecado. E a que está contida em passagens como
João 3.4 e 5.17. O termo
hamartema denota errar o alvo, desviar-se do caminho, perder-se (I Jo 3.4a; 5.17b). Já a palavra anomia,
contida em 3.4b, implica transgressão, desordem, rebeldia, subversão. Outro
termo que aparece nessas passagens é adikia (5.17a), cuja significação é
injustiça.
Em Salmos 41.4, o pecado é
definido como uma doença espiritual que faz enfermar a alma: “... sara a minha
alma, porque pequei contra ti”. Em I Pedro 2.24, na expressão
“fostes sarados”, o sentido é o mesmo, à luz do contexto. Essa denotação também
pode ser encontrada em outros textos:
E morador nenhum dirá: Enfermo
estou; porque o povo que habitar nela será absolvido da sua iniquidade (Is 33.24).
Porque serieis ainda castigados, se
vos rebelaríeis? E toda a cabeça está enferma, e todo o coração, fraco. Desde a
planta do pé até à cabeça não há nele coisa sã, senão feridas, e inchaços, e
chagas podres, não espremidas, nem ligadas, nem nenhuma delas amolecida com
óleo (Is 1.5,6).
Porque males sem número me têm
rodeado; as minhas iniquidades me prenderam, de modo que não posso olhar para
cima; são mais numerosos do que os cabelos da minha cabeça, pelo que desfalece
o meu coração (Sl 40.12).
E Jesus lhe disse: Vê; a tua fé te
salvou (Lc 18.42).
A tradução literal da passagem acima
é: “Vê; a tua fé te curou”. O termo grego aqui é sozo, “curar”, “salvar”,
“livrar” (cf. Lc 7.50; Mt 9.22).
A origem do pecado. A Palavra de
Deus apresenta, em Ezequiel28.I5,I6,
a origem do pecado: “Perfeito eras nos teus caminhos, desde o dia em que foste
criado, até que se achou iniquidade em ti. Na multiplicação do teu comércio, se
encheu o teu interior de violência, e pecaste; pelo que te lançarei, profanado,
fora do monte de Deus e te farei perecer, ó querubim protetor, entre pedras
afogueadas”. Esta descrição, ainda que de modo conotativo, relaciona-se a
Satanás e sua rebelião contra Deus.
O pecado é universal. Em Romanos 3.23, vemos outro
aspecto do pecado, a sua universalidade: “Porque todos pecaram e destituídos
estão da glória de Deus”. Aqui e em outras passagens correlatas fica evidente
que toda a humanidade, sem exceção, foi atingida pelo pecado.
A realidade do pecado. Ainda que
muitos procurem ignorar a existência do pecado, temos de considerar os
esmagadores testemunhos da realidade do pecado> na Bíblia (Hb 12.1; Sl 51.5), na História, na
consciência, no dia-a-dia. Perguntemos a Adão após a sua queda, a Davi, a
Jesus. Todos confirmarão que o pecado é uma realidade.
Evidências da realidade do pecado.
Elas são tão contundentes que é um absurdo negá-lo; é idiotice; é insanidade.
Algumas dessas evidências são: cada hospital; cada casa funerária; cada
cemitério; cada fechadura de porta; cada caixa forte de banco; cada alarme
contra ladrão; cada policial, guarda, soldado; cada tribunal; cada prisão; cada
dor, doença, deficiência, morte, tristeza, pranto, guerra.
O pecado e sua raiz. A Palavra de
Deus menciona a raiz da incredulidade como a geratriz do pecado (Jo 16.9; Hb 3.12) e também a do
egoísmo, isto é, do culto ao “eu”, da personalidade (Ez 28.7; Is 14.13,14; Rm 1.25). O egoísmo é uma
forma de rebeldia à vontade e à lei de Deus; existe também o egotismo,
endeusamento do homem por ele mesmo.
O pecado como ato. Olhemos, agora, à
luz da Palavra de Deus, para o interior do pecado, a fim de conhecermos
detalhadamente os seus aspectos. E importante, aqui, distinguirmos entre ato e
estado pecaminosos. A Bíblia apresenta o pecado como um ato nosso, perpetrado
por natureza e escolha deliberada:
Mas cada um é tentado, quando
atraído e engodado pela sua própria concupiscência.
Depois, havendo a concupiscência
concebido, dá à luz o pecado; e o pecado, sendo consumado, gera a morte Çl 1.14,15).
Segundo a Bíblia, o pecador não sabe
escolher o bem; ele sempre opta pelo mal. O filho pródigo não soube escolher o
bem; preferiu o pior (Lc
15.11-18). O pecado como um ato praticado é, pois, um efeito, e não uma
causa; a causa é o pecado congênito em nossa natureza decaída.
O crente carnal também não sabe
escolher o bem. Ló, por si mesmo, optou pelo pior, para ele e sua família (Gn 13.11,12). Esaú, de igual modo,
vendeu a sua primogenitura por um simples prato de lentilhas (Gn 25.29-34). E Marta
não soube escolher o melhor, como sua irmã, que representa um crente consagrado
(Lc 10.41,42).
O pecado como estado. Em Romanos 6.6, está escrito: “...
o nosso velho homem foi com ele [Cristo] crucificado, para que o corpo do
pecado seja desfeito, a fim de que não sirvamos mais ao pecado” — a expressão
“corpo do pecado” é uma referência ao corpo como instrumento do pecado; não é a
Bíblia querendo dizer que o pecado possui corpo tangível.
O pecado como um estado indica que
todos os homens estão propensos a pecar. É caracterizado pelo princípio da
rebelião contra Deus; trata-se de um poder maléfico; é um princípio gerador do
mal. Ou seja, é primeiramente uma causa, e consequentemente um efeito.
Como causa, o pecado é parte
integrante da nossa natureza herdada de Adão. Em resumo, o homem não é culpado
apenas pelos pecados cometidos; ele tem dentro de si uma natureza pecaminosa
que em si já é pecado.
A natureza do pecado. Há o pecado
praticado, isto é, cometido, que aparece na Bíblia no plural (I Jo 1.9). Para este tipo de
pecado há perdão de Deus, como vemos no “sacrifício pela culpa” (Lv 5.14-19). Mas há
também o pecado congênito, mencionado no singular (I Jo 1.7; SI 51.5; Rm 7.18,23). No caso deste tipo de
pecado, só há purificação no sangue de Jesus. Vemos isso tipificado no
“sacrifício pelo pecado” (Lv
4.1-12).
O pecado e sua prática. Quanto à
prática, há o pecado de comissão, que é fazer ou praticar a coisa errada (Tg
I.I5); e o de omissão, que significa deixar de fazer a coisa certa, justa.
Assim, pecado não é somente praticar o mal; deixar de fazer o que é certo é
também pecado.
Aquele, pois, que sabe jazer o bem e
não o faz comete pecado (Tg 4.11).
E, quanto a mim, longe de mim que eu
peque contra o SENHOR, deixando de orar por vós; antes, vos ensinarei o caminho
bom e direito (l Sm 12.23).
Mas, ainda quanto ao pecado por
omissão, a Palavra de Deus menciona vários exemplos, como o caso do servo
inútil, condenado porque não fez nada, apesar de ter recebido bens de seu
senhor para cuidar (Mt
25.24-30). Outro exemplo de omissão vemos na parábola das dez virgens. As
loucas não se prepararam (Mt
25.3). Temos outro exemplo no julgamento das nações: as omissas para com
Israel serão punidas (Mt
25.42-45).
Em Números 32.23a, está escrito:
“e, se não fizerdes assim, eis que pecastes contra o Senhor”. Deixar de cumprir
a lei de Deus é tanto pecado quanto transgredi-la (cf. Jz 5.23). A Palavra de Deus diz
que os ímpios serão lançados no inferno por omissão: “Os ímpios serão lançados
no inferno e todas as nações que se esquecem de Deus” (Sm 9.17).
Outrossim, todo pecado, seja ele
qual for, é praticado primeiramente contra Deus. Davi, além de pecar contra Bate-Seba,
Urias e si mesmo, pecou primeiramente contra Deus, o Legislador: “Contra ti,
contra ti somente pequei, e fiz o que a teus olhos é mal...” (Sm 51.4). O pródigo pecou
contra si mesmo e contra a sua família, mas primeiramente contra o seu pai, que
na parábola aponta para Deus (Lc
15.21).
A origem do pecado dentro do homem.
Na Palavra de Deus mencionam-se o pecado da carne (2 Co 7.1) e o do espírito (2 Co 7.1; Sm 66.18). Muitos acham que
pecado mesmo é o do assassino, do bandido, do ladrão, do viciado, do imoral, do
fornicário, do adúltero, da prostituta; pensam que é o engano, o calote, o
furto, o mundanismo e outros pecados predominantemente da carne.
Entretanto, os pecados do espírito
são às vezes piores que os pecados da carne acima mencionados. Davi cometeu
pecados da carne terríveis, a ponto de dizer, ao ser repreendido pelo Senhor:
“Pequei contra o Senhor” (2 Sm
12.13; Sm 51). Mas o
pecado do espírito que ele cometeu foi pior, levando-o a confessar: “Gravemente
pequei” (I Cr 21.8). “Toda iniquidade
é pecado” (I Jo 5.17).
Os fariseus do tempo em que Jesus
andou na Terra acusavam pessoas que cometiam pecados da carne, como a mulher
adúltera que Jesus perdoou, dizendo-lhe: “vai-te e não peques mais” (Jo 8.I-I I). Contudo, os mesmos
fariseus cometiam grandes pecados do espírito (Mt 23).
Vejamos alguns exemplos de pecados
do espírito: orgulho, soberba, vangloria, arrogância, inveja, ganância, cobiça,
ira, amargura, mau humor, ciúme doentio, hipocrisia, leviandade, irreverência
com o que é sagrado, mentira, egoísmo, roubar a Deus, quebra do Dia do Senhor,
mau testemunho, desonestidade, negligência na oração e quanto à Bíblia,
relaxamento com a obra de Deus etc.
As consequências do pecado. Na
Bíblia são mencionados o pecado para morte e o que não é para morte: “Se alguém
vir seu irmão cometer pecado que não é para morte, orará, e Deus dará a vida
àqueles que não pecarem para morte. Há pecado para morte, e por esse não digo
que ore” (I Jo 5.16).
O pecado para morte — dependendo de
sua gradação — traz como consequências: sofrimentos, morte espiritual, morte
física e até perdição eterna. São pecados que levam o seu praticante à morte
física prematura: desobediência deliberada (I Rs 13.26); incesto (I Co 5.5); murmuração (I Co 10.5); profanação (I Co 11.29-32);
desvio (Jr 16.5,6); tentar a Deus (Nm 14.29,32,35; 18.22; 27.12-14); falsidade (Ato 5.10); rebeldia — não
momentânea, mas como estado (Ef
6.3) —, etc.
Entretanto, há pecado que não é para
morte. Todo pecado é transgressão diante de Deus, mas nem todo pecado é igual
aos olhos de Deus. O pecado tem gradação, como se vê nas seguintes expressões
bíblicas: “grande pecado” (Êx
32.30,31; I Sm 2.17; Sl 25.11; Am 5.12); “maior pecado” (Jo 19.11); “muito grande
pecado” (I Sm 2.17; 2 Sm 24.10 com I Cr 21.8,17); “muitos pecados” (Lc 7.47); “multidão de
pecados” e “multiplicar pecados” (Ez 16.51; Os 13.2; Tg 5.20).
Qualquer pecado, mesmo perdoado, não
nos exime dos seus maus efeitos, das suas consequências; do seu castigo aqui (Sl 99.8; Nm 14.19-23). O perdão
de Deus nos exime da condenação como filhos de Deus, porém o castigo aqui tem a
ver com o nosso aprendizado espiritual aqui] há crentes que só aprendem
“apanhando”. E mais: o tempo não apaga, não desfaz o pecado:
Então, falou o copeiro-mor a Faraó,
dizendo: Dos meus pecados me lembro hoje (Gn 41.9).
... quando for outra vez, o meu Deus
me humilhe para convosco, e eu chore por muitos daqueles que dantes pecaram e
não se arrependeram da imundícia, e prostituição, e desonestidade que cometeram
2 Co 2.21.
O pecado e seu perdão. Quanto ao
perdão, a Bíblia menciona o pecado perdoável e o imperdoável em Mateus 12.31,32:
Portanto, eu vos digo: todo pecado e
blasfêmia se perdoará aos homens, mas a blasfêmia contra o Espírito não será
perdoada aos homens. E, se qualquer disser alguma palavra contra o Filho do
Homem> ser-lhe-á perdoado, mas, se alguém falar contra o Espírito Santo, não
lhe será perdoado, nem neste século nem no futuro.
O pecado imperdoável não diz
respeito a um ato isolado. Trata-se de um pecado contínuo, não cometido por
ignorância (cf. I Tm 1. 13).
A má interpretação disso tem causado aflição em muitas pessoas, que pensam ter
cometido o tal pecado.
No Capítulo 4 desta obra, há uma
explicação sobre o pecado imperdoável do ponto de vista da Pneumatologia.
Quanto à Soteriologia, tal pecado leva quem o pratica à condenação porque o tal
peca contra a única Pessoa da Trindade cuja obra no que concerne à nossa
salvação não está concluída. A obra do Pai foi consumada; a do Filho está
concluída, mas a do Espírito continua (cf. Jo 16.8).
A consumação do pecado. No que
concerne à sua consumação, há o pecado voluntário, consciente, deliberado (Mt 25.25; Lc 19.20-23; Js 7.21); e o involuntário,
inconsciente, não deliberado (SM
19.12; 90.8; Jr 17.9; Lv 4.I3-2I; 5.15,17; Nm 15.22-31). Este,
ainda que cometido de modo involuntário, por imprudência ou inconsciência, terá
a sua devida condenação.
Aqui no mundo, se alguém, por
ignorância, violar as leis da Física, sofrerá as consequências disso. Por
exemplo, se alguém saltar de um prédio de dez andares, mesmo não tendo
consciência de que a força da gravidade fará com que o seu corpo se estatele no
chão, a sua ignorância não impedirá a sua morte.
Quanto ao corpo humano, de acordo
com I Coríntios 6.18 — que
diz: “Fugi da prostituição. Todo pecado que o homem comete é fora do corpo; mas
o que se prostitui peca contra o seu próprio corpo” —, há dois tipos de pecado:
contra o corpo, que destrói primeiro o próprio pecador que o comete; e fora do
corpo, que arruína primeiro os outros, além de quem o comete.
O pecado relacionado ao crente. O
pecado conhecido e tolerado na vida do crente gera consequências terríveis,
como: perda das bênçãos de Deus, disciplina divina e da igreja, interrupção da
comunhão com Deus, cessação de operação divina por meio do crente e perda de
galardão no futuro.
O julgamento do pecado. Deus nem
sempre julga logo o pecado. Se Ele julgasse de imediato, nem este escritor
estaria mais aqui. A Palavra do Senhor diz: “Não nos tratou segundo os nossos
pecados, nem nos retribuiu segundo as nossas iniquidades” (SI 103.10).
Deus dá tempo para que o pecador se
corrija, se arrependa, mude. Em certas pessoas, o pecado é logo manifesto e
julgado; noutras, isso ocorre depois: “Os pecados de alguns homens são
manifestos, precedendo o juízo; e em alguns manifestam-se depois” (I Tm 5.24). Por quê?
O justo Juiz sabe de tudo isso. E,
como nos ensina a Palavra de Deus, nada julguemos antes de tempo, até que o
Senhor traga à luz as coisas ocultas e manifeste os desígnios dos corações, em
sua gloriosa vinda (I Co 4.5).
... nada há encoberto que não haja
de revelar-se; nem oculto que não haja de saber-
se (Mt 10.26).
... eis que pecastes contra o
SEKHOR; porém sentireis o vosso pecado, quando vos achar Nm 32.23).
Como triunfar sobre o pecado. Os
passos para vencer o pecado, triunfando sobre ele, são os seguintes:
Amar a Palavra de Deus, a ponto de
escondê-la no coração; isso faz com que o crente vença o pecado (Sm 119.11).
Crer no poder do sangue de Jesus,
isto é, no sacrifício expiatório que Ele realizou, a fim de que o pecado não
tenha domínio sobre nós (I Jo
1.9).
Confiar no poder do Espírito Santo,
o qual habita em nós e, se Ele exercer pleno predomínio em nosso viver, faz-nos
triunfar sobre o pecado (Rm 8.2).
O ministério sacerdotal de Cristo.
Ele venceu todas as coisas, e, se estivermos nEle, também venceremos o pecado
(Hb 4.15,16).
A nossa fé depositada em Jesus
Cristo também nos faz triunfar sobre o pecado (Fp 3.9).
Finalmente, a nossa total submissão
e entrega a Cristo (Rm 6.14).
E submissão implica ser obediente à sua vontade e também agradar-lhe por amor.
Conclusão. A nossa recomendação
final, ao concluir este tópico sobre a doutrina do pecado é, como diz o
escritor sacro: “Evita o pecado!” A Palavra de Deus admoesta: “Meus filhinhos
(...) não pequeis” (1 Jo 2.1).
Lembre-se de que “Obedecer é melhor do que sacrificar” (I Sm 15.22). E “sacrificar”,
aqui, também pode significar “remediar”.
Evitemos, pois, os pecados vindos de
dentro; e, de fora: “A ninguém imponhas precipitadamente as mãos, nem
participes dos pecados alheios; conserva-te a ti mesmo puro” (I Tm 5.22).
A DOUTRINA DA GRAÇA DE DEUS
AGRAÇA DE DEUS É JESUS E SUA OBRA
SALVÍFICA.
Na matéria Soteriologia, a ênfase
recai sobre a graça de Deus para salvar o pecador. E, por essa razão, não
discorrermos sobre a grafa comum, extensiva a todos os homens: “Abres a mão e
satisfazes os desejos de todos os viventes”. Aqui não se trata de graça
salvadora; diz respeito ao favor de Deus dispensado bondosamente aos seres
humanos, no sentido de prover os meios de subsistência a todos, sem distinção (Sl 104.10-30).
Graça relacionada com a salvação. E
a atitude (ou provisão) graciosa do Senhor para com o indigno transgressor da
sua lei (cf. Rm 3.9-26).
Ela resulta da parte de Deus para com o pecador em: misericórdia (I Tm 1.2; 2Tm 1.2; Tt 1.4; 2 Jo3; Jd v.2I); benevolência (Lc 2.14b); paz (resultado da
misericórdia de Deus no coração do homem); gozo (que é mais interior), bem como
alegria, beleza e adorno espirituais — que são mais externos (cf. Rm 12.6).
No original, graça é charis, donde
vêm “charme”, “carismático” (no sentido exato), “caridade”, “agradável”,
“atraente”, “agradecer”, “gratidão”.
A vossa palavra seja sempre
agradável, temperada com sal, para que saibais como vos convém responder a cada
um (Cl 4.6).
... segundo o beneplácito de sua
vontade, para louvor e glória da sua graça, pela qual nos fez agradáveis a si
no Amado (Ef 1.5,6).
O nosso assunto diz respeito à graça
de Deus para salvar. A provisão divina para com o indigno transgressor da lei
existia desde o Antigo Testamento (Ex 33.13; Jr 3.12; 31.2). A passagem de Atos 15.10,11 não deixa dúvidas quanto a
isso:
Agora, pois, por que tentais a Deus,
pondo sobre a cerviz dos discípulos um jugo que nem nossos pais nem nós podemos
suportar? Mas cremos que seremos salvos pela graça do Senhor Jesus Cristo, como
eles também.
No Novo Testamento, a graça de Deus
para salvar o pecador é mencionada de maneira mais direta (Ef 2.7,8; I Tm 1.13,16; Rm 5.20; Jo 1.16,17).
Porque a graça de Deus se há manifestado,
trazendo salvação a todos os homens (Tt 2.11).
Mas, quando apareceu a benignidade e
caridade de Deus, nosso Salvador) para com os homens, não pelas obras de
justiça que houvéssemos feito, mas, segundo a sua misericórdia, nos salvou pela
lavagem da regeneração e da renovação do Espírito Santo (Tt 3.4,5).
De acordo com Efésios 2.5,6, o pecador está morto, e
nessa condição não pode ajudar em nada. Como efetuaria ele a sua própria
ressurreição? Assim como não pudemos ajudar em nada quando do nosso primeiro
nascimento, muito menos em nosso segundo (novo) nascimento. Tudo é pela graça,
para que o homem não tenha de que se gloriar.
Tudo é pela graça de DEUS (JESUS).
Na vida do crente, ela gera crescimento na fé (2 Pe 3.18). E por meio dela
que triunfamos contra o mal (Rm
6.14; Hb 13.9; Ato 4.33; 2 Co 12.9) e trabalhamos para
o Senhor (Hb 12.28; I Co 3.10; 15.10; 2 Co 6.1). Por ela, falamos (Sm 45.2; Cl 4.6); cantamos (Cl 3.16); e tratamos (Rt 2.10).
É pela graça também que somos
capacitados a dar a Deus e ao próximo (2 Co 8.1,6,7). Essa liberalidade pela
graça, para dar a Deus, leva-nos a fazer isso em quatro sentidos:
Dar-nos a nós mesmos inteiramente ao
Senhor.
Dar-lhe o nosso tempo; a nossa vida.
Dar-lhe os nossos talentos.
Dar-lhe o nosso dinheiro.
A Palavra de Deus menciona, no
Antigo Testamento, a liberalidade do crente para com o Senhor: “E ali trareis
os vossos holocaustos, e vossos sacrifícios, e os vossos dízimos, e a oferta
alçada da vossa mão, e os vossos votos, e as vossas ofertas voluntárias, e os
primogênitos das vossas vacas e das vossas ovelhas” (Dt 12.6-7)
. Vemos aqui sete tipos de ofertas,
todas implicando finanças.
Nós devemos tanto a Deus, que, no
viver para com Ele, e no trabalho dEle, mesmo fazendo o nosso melhor e o máximo
que pudermos, não vamos além do dever (Lc 17.1). Ou seja, nunca
ingressaremos no mérito! Nesse caso, a graça de Deus é mais abundante na vida
daqueles que são humildes (Tg
4.6). A humildade é, pois, o fio condutor da graça (I Pe 5.5).
A graça de Deus em resumo. Diante do
exposto, a graça de Deus é o dom da salvação em Cristo, como dádiva de Deus ao
pecador, indigno e merecedor do justo juízo de Deus (Tt 2.11).
Ela é o poder sustentador de Deus,
que nos mantém firmes e perseverantes na fé, depois de salvos (2 Co 12.9), como lemos em 2 Timóteo 2.1: “Tu, pois, meu
filho, fortifica-te na graça que há em Cristo Jesus”.
A graça do Senhor é a dádiva das
bênçãos diárias que recebemos dEle, sem merecê-las (Jo 1. 16). E, ainda, a dádiva
da capacitação divina no crente, para este realizar a obra de Deus (I Co 15.10; Hb 12.28). Atentemos, pois,
para a recomendação da Palavra de Deus, em I Coríntios 3.10: “Segundo a
graça de Deus que me foi dada, pus eu, como sábio arquiteto, o fundamento, e
outro edifica sobre ele; mas veja cada um como edifica sobre ele”.
A DOUTRINA DA EXPIAÇÃO PELO SANGUE
Em Isaías 53.10, está escrito
acerca da obra expiatória de Cristo:
Todavia; ao Senhor agradou o moê-lo;
fazendo-o enfermar; quando a sua alma se puser por expiação do pecado} verá a
sua posteridade; prolongará os dias; e o bom prazer do Senhor prosperará na sua
mão.
A doutrina em apreço é chamada de
kilasmologia. Expiação, para nós do Novo Testamento, é a morte de Jesus em
nosso lugar para poder nos remir do pecado; salvar-nos do pecado — expiar é
tirar o pecado: “Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo” (Jo 1.29). Expiação tem a ver
com o pecado (Lv 4; 16; 23).
Quatro palavras para a salvação. Há
quatro grandes palavras doutrinárias empregadas na Bíblia para nos revelar a
extensão do valor da morte de Jesus, isto é, do seu sangue remidor, para tirar
os nossos pecados. Tão vasto e infinito é o alcance da obra efetuada por Jesus
que um só vocábulo das Escrituras não pode resumi-la.
A palavra “expiação” aplica-se em
relação ao pecado em se tratando da salvação quanto ao seu alcance, que é
infinito (Sm 103.12; Is 53.10). Já “redenção” diz
respeito à salvação em relação ao pecador e seu pecado. Outro termo,
“propiciação”, aplica-se à salvação quanto à transgressão; isto é, a salvação
considerando o ser humano como o transgressor. E a quarta palavra é
“imputação”, que se relaciona com a salvação quanto ao seu “creditamento”. Ou
seja, a justiça de Deus “lançada em nossa conta”, pela fé no próprio Deus (cf. Fp 4.17; Mt 6.12; Fm v.I8; Rm 4.3).
Portanto, a salvação é tão grande e
tão rica que uma só palavra não abarca o seu significado! Glória a Deus!
Tecnicamente, a palavra “expiar” —
hb. kapar— significa “encobrir”, “cobrir”, “ocultar”, “tirar da vista”. A
primeira menção dessa palavra nas Escrituras está em Gênesis 6.14 (hb. kapar,
“betumarás”, ARC; “calafetarás”, ARA) e ilustra muito bem o seu emprego através
da própria Bíblia, como a Palavra de Deus.
Biblicamente, expiar é pagar,
quitar, tirar os pecados de alguém, perdoar, mediante um sacrifício reparador
exigido, mas também propiciador. Expiar, pois, é tirar o pecado mediante a
morte de alguém como substituto do culpado e condenado. No nosso caso, foi
Jesus que morreu por nós, pecadores perdidos (Is 53.10; Jo 1.29; Ap 13.8; 2 Co 5.21). Sem expiação pelo
sangue não há perdão do pecado (Lv
4.35).
A expiação aplaca o Legislador, por
satisfazer a sua Lei, violada que foi, pela culpa do pecado como ato praticado
(Lv 5), bem como manchada e
ultrajada pelo pecado como estado, na natureza do pecador (Lv 4). Neste capítulo, vemos
quatro categorias universais de pecadores e a expiação de seus pecados mediante
o sangue expiador.
Mas a expiação vai além. Ela também
torna o Legislador benevolente para com o transgressor perdoado. Essa
decorrência da expiação é chamada de propiciação.
A necessidade da expiação. A
expiação pelo sangue foi necessária para dar satisfação à Lei divina — caso
contrário, essa Lei seria vã — e seu Legislador escarnecido.
A pecaminosidade da natureza e dos
atos do homem também tornou necessária a expiação divina.
Jesus, para expiar nossos pecados,
bastava morrer por nós na cruz; mas, para nos justificar diante de Deus e sua
Lei violada, era preciso que Ele ressuscitasse (Rm 4.25;
. Desse modo, a nossa ressurreição
espiritual (isto é, a nossa regeneração) dependia da ressurreição dEle (I Pe 1.3; Cl 3.1). Glória a Deus porque
Jesus ressuscitou!
Há diferença entre a expiação, a
redenção e a propiciação, todas realizadas por Jesus Cristo. A expiação é do
pecado do pecador; a redenção é da pessoa do pecador; e a propiciação tem a ver
com Deus em relação ao pecador já perdoado (cf Lc 18.13; I Jo 2.2). A salvação de
criancinhas inocentes — apesar de pecadores por natureza — decorre da expiação
efetuada por Cristo, e não primeiramente da redenção.
A obra expiatória de Cristo. No
Antigo Testamento, a expiação dos pecados na nação “durava” um ano apenas! O
que ocorria anualmente no solene Dia da Expiação, mencionado em Levítico 16, era que a sentença
de morte que pairava sobre todos, por causa do condenável e criminoso pecado,
praticado pelo povo diariamente, era prorrogado por mais doze meses. Ora, isso
apenas aumentava a dívida espiritual desse povo para com Deus, cada ano que passava
(Hb 9.25; 10.1-3).
Cristo na cruz, pelo seu sangue
expiou os nossos pecados uma vez para sempre — “... porque isso fez ele, uma
vez, oferecendo-se a si mesmo” (Hb
7.27); “Doutra maneira, necessário lhe fora padecer muitas vezes desde a
fundação do mundo; mas, agora, na consumação dos séculos, uma vez se
manifestou, para aniquilar o pecado pelo sacrifício de si mesmo” (Hb 9.26) —, mas a salvação só
se realiza na vida de cada pecador quando este aceita o Redentor, Jesus Cristo.
A DOUTRINA DA REDENÇÃO
Como já vimos, redenção tem a ver
com a pessoa do pecador. Ela é realizada por Jesus Cristo: “Em quem temos a
redenção pelo seu sangue, a remissão das ofensas, segundo as riquezas da sua
graça” (Ef 1.7). Pois “...
por seu próprio sangue, entrou uma vez no santuário, havendo efetuado uma
eterna redenção” (Hb 9.12).
Definição de redenção. Nos dias
bíblicos, redenção é a libertação de um escravo, mediante um resgate — gr.
lytron (este termo aparece em Mateus
20.28) —, além de retirar esse escravo do mercado de escravos, para não
mais ficar exposto à venda. Redenção sempre requer o preço a ser pago para
garantir a liberdade do escravo.
Há sete principais palavras
originais no Novo Testamento para redenção:
Agorazo, “compraste” (Ap 5.9). Comprar na praça. O
pecador estava na praça do mercado de escravos, vendido ao pecado e servindo a
Satanás: “Assim,
meus irmãos, também vós estais
mortos para a lei pelo corpo de Cristo, para que sejais doutro, daquele que
ressuscitou de entre os mortos, a fim de que demos fruto para Deus” (Rm 7.4).
Exagorazo, “resgatou” (Gl 3.13). Comprar o escravo na
praça e retirá-lo de lá, para que não fosse mais exposto à venda: “Ele nos
tirou da potestade das trevas e nos transportou para o Reino do Filho do seu
amor” Cl 1.13.
Lytroo, “resgatados” (I Pe 1.18,19). Pagar o preço exigido
pelo resgate de um escravo e libertá-lo.
Lytrosis, “redenção” (Hb 9.12). Libertar mediante o
pagamento de resgate. È um termo mais vigoroso do que lytroo,
Apolytrosis, “redenção” (Ef 1.7). È empregado em Lucas 21.28 para significar
soltura, libertação, livramento, desprendimento do povo de Deus, ao sair deste
mundo opressor e escravisador, para ficar eternamente com o Senhor. Este termo
é uma forma mais vigorosa que lytrosis.
Antilyron (I Tm 2.6). A troca de uma
pessoa por outra; ou seja, a redenção de vida por vida, no caso de um cativo,
escravo ou prisioneiro.
Lytron (Êx 21.30; Mt 20.28; Mac 10.45). O resgate pago
pela redenção de um cativo, escravo ou prisioneiro de guerra.
A redenção do pecador. A nossa
redenção espiritual foi planejada e decidida por Deus antes da fundação do
mundo (I Pe 1.18,19; Ap 13.8). Essa redenção, em
Cristo, é formosa e claramente ilustrada em Levítico 25 — principalmente
nos versículos 25, 48 e 49 — e Rute
2.20; 3.9-13; 4.1-9. Nessas passagens, o
termo go’el significa “parente remidor”, o qual tinha de ser consanguíneo do
escravo. Vemos claramente no papel desse parente remidor um tipo de nosso
Redentor, o Senhor Jesus (Tt
2.14).
O tríplice resultado da redenção. A
nossa redenção efetuada por Jesus resulta na conversão da alma, pois esta foi
perdida pelo homem, na sua Queda (Gn
2.17; Ez 18.20).
Outro resultado da redenção é a
nossa ressurreição, isto é, a redenção do corpo. O homem perdeu o seu corpo ao
perder o direito a comer da árvore da vida, no Éden, devido à Queda: “Então,
disse o Senhor Deus: Eis que o homem é como um de nós, sabendo o bem e o mal;
ora, pois, para que não estenda a sua mão, e tome também da árvore da vida, e
coma, e viva eternamente” (Gn
3.22).
A redenção resulta também em domínio
da terra. O ser humano perdeu a terra ao pecar (Gn 1.28). Em João 1.29, vemos que Jesus é o
Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo (cf. Ap 5.1-5,9). Na Segunda Vinda de Cristo,
começará a redenção da terra, que fora amaldiçoada depois da Queda: “maldita é
a terra” (Gn 3.17).
A DOUTRINA DA PROPICIAÇÃO
Em Êxodo 32.30, está escrito: “E
aconteceu que, no dia seguinte, Moisés disse ao povo: Vós pecastes grande
pecado; agora, porém, subirei ao Senhor; porventura, farei propiciação por
vosso pecado”. Propiciar é aplacar; tornar benevolente o ofendido, mediante uma
oferta judicial e expiatória, e que seja aceita.
Definição. A propiciação resulta da
expiação. A palavra portuguesa “propiciação” deriva do latim propitío, “unir”,
“reconciliar”, “pacificar”. O conceito pagão de propiciação é aplacar um deus
irado, vingativo (cf. I Rs
18.26,29). Mas, à luz
da Palavra de Deus, implica satisfazer a Lei divina violada e, desse modo,
remover aquilo que impedia Deus de fazer extravasar e fluir o seu amor, sua
benevolência e suas bênçãos sobre o pecador, salvando-o.
Propiciar a Deus não foi só
satisfazê-lo, reparando a sua Lei e a sua vontade ultrajadas, mas torná-lo
benevolente e abençoador do ofensor. Aqui na Terra quando o próximo é ofendido
e reparado, ele não quer ser benevolente nem abençoador do ofensor.
Jesus é a nossa propiciação (Rm 3.25; I Jo 4.10). Como nosso Sumo
Sacerdote, Ele é tanto a nossa propiciação, como o nosso propiciatório. “E ele
é a propiciação pelos nossos pecados e não somente pelos nossos, mas também
pelos de todo o mundo” (I Jo 2.2).
A reconciliação do homem com Deus é
resultado da propiciação pelo sangue de Jesus — gr. katallage, “reconciliação”
(Rm 5.11). Assim como a
expiação leva à propiciação, esta leva à reconciliação. Cristo, ao consumar a
expiação dos nossos pecados, consumou também a nossa reconciliação com Deus e
com o nosso próximo (Ef 2.16,17).
Porque, se nós, sendo inimigos,
fomos reconciliados com Deus pela morte de seu Filho, muito mais, estando já
reconciliados, seremos salvos pela sua vida. E não somente isto, mas também nos
gloriamos em Deus por nosso Senhor Jesus Cristo, pelo qual agora alcançamos a
reconciliação (Rm 5.10,1 1).
Em 2 Coríntios 5.18,19, está escrito: “E tudo isso
provém de Deus, que nos reconciliou consigo mesmo por Jesus Cristo e nos deu o
ministério da reconciliação, isto é, Deus estava em Cristo reconciliando
consigo o mundo, não lhes imputando os seus pecados, e pôs em nós a palavra da
reconciliação”. Vemos, aqui, que Ele nos deu o ministério da reconciliação (v.
18) e pôs em nós a palavra da reconciliação (v. 19).
A reconciliação que vem da expiação
efetuada por Cristo abrange tudo o que foi criado, na terra e nos céus (Cl 1.20; Hb 9.12). Cristo, pelo seu
sangue, promoveu a paz, já que nós não podíamos. Em hebraico, um dos termos
para salvação é shalom, “paz”, “saúde”, “integridade”, “completude”.
Ilustração de propiciação. Em Lucas 18.13 (ARA) está
escrito do humilde e indigno publicano, da parábola proferida por Jesus: “O
Deus, sê propício [gr. hílaskomaí] a mim, [o] pecador”. Literalmente, o
publicano da parábola mencionada em Lucas 18.9-14 estava
dizendo: “Deus, olha para mim, o pior pecador, assim como tu olhas para o
sangue propiciador aspergido sobre o propiciatório, na arca da aliança”. Deus
teve prazer em responder à sua oração! (v. 14).
A DOUTRINA DA FÉ SALVÍFICA
Fé não é crer sem provas — ela é
baseada na maior de todas as provas: a Palavra de Deus. A fé é um fato, mas
também um ato (Tg 2.17,26; Mt 17.20); manifesta-se por
ações, por obras — “como um grão de mostarda”. Há dois aspectos da fé: ativo e
passivo. A fé ativa diz respeito a nosso viver, nosso agir, nosso trabalhar
para Deus. Já a passiva se relaciona com a fidelidade do crente ao Senhor e sua
firme perseverança.
Como a fé salvífica se manifesta. A
fé salvífica tem a ver com o pecador em relação a Deus (Ef 1.13; Ef 2.8,9; Ato 16.31), pois “... sem fé
é impossível agradar-lhe, porque é necessário que aquele que se aproxima de
Deus creia que ele existe e que é galar- doador dos que o buscam” (Hb 11.6).
A pergunta que o jovem rico devia
ter feito, em Mateus 19.16,
seria: “Em quem devo crer para ser salvo?”, e não “Que devo fazer para me
salvar?” Salvação não é o que eu devo fazer, mas em quem devo crer para me
salvar (Ato 16.31).
Em Romanos 10.9,10 está escrito: “Se, com a
tua boca, confessares ao Senhor Jesus e, em teu coração, creres que Deus o
ressuscitou dos mortos, serás salvo. Visto que com o coração se crê para a
justiça, e com a boca se faz confissão para a salvação”. De acordo com a
passagem acima, o pecador confessa a Cristo e crê nEle como Senhor e Salvador —
rende-se a Ele (Jo 9.38; Rm 4.3).
A fé natural. E a fé “da cabeça”,
natural, que não resulta em salvação. A Palavra de Deus diz que até os demônios
crêem que há um só Deus e estremecem diante de tal fato (Tg 2.19). A fé que Tomé teve,
inicialmente, foi meramente “da cabeça”. Daí Jesus lhe ter dito: “Porque me
viste, Tomé, creste” (Jo 20.29a).
Isso também aconteceu com Marta:
Disse-lhe Marta: Eu sei que há de
ressuscitar na ressurreição do último Dia. Disse-lhe Jesus: Não te hei dito
que, se creres, verás a glória de Deus? (Jo 11.24,40).
Uma pessoa pode, por conseguinte,
crer só com a mente, e não com o coração. A fé natural — também chamada de
“pensamento positivo” — é de grande utilidade nas relações humanas, mas
inoperante e sem valor para a salvação.
A defesa da fé. Textos como 2 Timóteo 4.7 e Filipenses
I.16 mostram que o crente deve defender a sua fé nesse mundo de tanta confusão
e antagonismo quanto à fé. O apóstolo Paulo disse: “Combati o bom combate (...)
guardei a fé”. Isso significa que devemos viver pela fé cada dia, sem
esmorecer, defendendo o evangelho de nosso Senhor Jesus Cristo. A fé deve ser
conservada, pois é essencial à vida cristã (Rm 1.17; Gl 2.20; 2 Pe 1.5; Hb 11.6).
Outras expressões da fé. A
significação do termo “fé” varia, no Novo Testamento. Em Gálatas 5.22, ela é uma das
virtudes do fruto do Espírito, expressando fidelidade. Há ainda outras
expressões da fé: um dom do Espírito (I Co 12.9), o evangelho
completo (2Tm 4.7), a
confiança absoluta em Deus, como proteção ou “escudo” (Ef 6.17), além de uma fé que
santifica (Fp 3.9).
A DOUTRINA DO ARREPENDIMENTO
A fé se relaciona com Deus; o
arrependimento, com o pecado. O arrependimento, pois, é uma doutrina básica
quanto à salvação (Mt 3.2; 4.17; Lc 13.3; Mc 6.12). Foi por isso que
Jesus ordenou que “em seu nome, se pregasse o arrependimento e a remissão dos
pecados, em todas as nações, começando por Jerusalém” (Lc 24.47).
O verdadeiro arrependimento é o que
produz convicção do pecado; contrição do pecado; confissão do pecado; abandono
do pecado; e conversão do pecado. Se essas cinco reações por parte do homem
não ocorrerem, não se trata de arrependimento verdadeiro, completo, mas apenas
tristeza e remorso: “Porque a tristeza segundo Deus opera arrependimento para a
salvação, da qual ninguém se arrepende; mas a tristeza do mundo opera a morte”
(2 Co 7.10).
Para que o homem não se glorie, o
verdadeiro arrependimento é obra de Deus (Ato 5.31; 11.18; 2 Tm 2.25; Rm 2.4). Até o abrir do coração
do pecador para o evangelho vem de Deus: “E certa mulher, chamada Lídia (...)
nos ouvia, e o Senhor lhe abriu o coração para que estivesse atenta ao que
Paulo dizia” (Ato 16.14).
Isso ocorre pela exposição da Palavra de
Deus, que conduz a pessoa ao
arrependimento, sendo ela crente ou não (Ato 2.37,38,41; Jn 3).
Uma das características sempre
presente nos verdadeiros avivamentos, bem como entre um povo que se mantém
avivado espiritualmente, é o arrependimento profundo.
O arrependimento deve sempre
acompanhar o crente durante toda a sua vida. Isso demonstra sua humildade e
fá-lo zeloso de Deus e de suas coisas. Davi, por exemplo, era um crente que
sabia se arrepender e chorar diante de Deus; e por isso venceu. O Filho Pródigo
iniciou o caminho de subida, de volta ao pai, a partir do momento em que
começou a se arrepender (Lc 15. 11-24).
A DOUTRINA DA CONFISSÃO
No original, o verbo homologeo (gr.)
e o substantivo homologia são os termos para confissão. Confessar é dizer de
coração o que Deus diz sobre nós na sua Palavra (Rm 10.9,10; Lv 5.5; Sm 38.18; I Jo 1.9). No sentido bíblico,
confissão não se refere primeiramente a confessar pecados. Significa concordar
com o que Deus diz sobre nós — e dEle — na sua Palavra, bem como reconhecer os
nossos pecados e faltas como sendo nossos e admitir os nossos erros, falhas,
pecados e declará-los (Ato
19.18).
Vemos em Hebreus 3.1 que Jesus Cristo é
o Sacerdote da nossa confissão, isto é, a quem confessamos quanto à nossa
salvação e tudo o mais pertinente à fé. Em I João 1.9, está escrito: “Se
confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados
e nos purificar de toda a injustiça”.
Elementos da confissão. De acordo
com o I João 1.9, a
confissão deve ser contrita e definida: “nossos pecados”. Observe que são
“pecados” (plural). Outro elemento é a renúncia ao pecado (Pv 28.13). E, quanto for o
caso, a confissão deve ser com restituição.
Confissão secreta. E a confissão
feita somente a Deus. Confissão de pecados cometidos pelo crente e conhecidos
somente por ele e Deus. Tais pecados devem ser confessados secretamente ao
Senhor, dependendo isso da base bíblica desse crente e da confiança plena e
firme no que Deus declara na sua Palavra.
Confissão pessoal. E a confissão
feita a pessoas contra quem pecamos. Nesse caso, antes de irmos a Deus
contritamente, temos de tratar com o ofendido ou o cúmplice, pois a comunhão espiritual
é tanto vertical (comunhão com Deus) como horizontal— comunhão com o próximo (I
Jo I.7a).
Confissão pública. E a confissão
feita à igreja, à congregação. São pecados conhecidos, cometidos contra a
coletividade cristã.
A DOUTRINA DO PERDÃO DE PECADOS
É importante distinguir perdão
divino (I Jo 1.9) de perdão
humano (Cl 3.13).
Do lado divino, perdão é a cessação
da ira moral e santa de Deus contra o pecado, e o seu cancelamento ou anulação.
Visto do lado humano, o perdão é o alívio ou remissão da culpa do pecado, que
oprime a consciência culpada.
Perdão é a remissão da punição do
pecado, o qual leva à perdição eterna (Nm 23.21; Rm 8.33,34). Para nós, seres humanos,
que, pela Queda, herdamos uma natureza pecaminosa e pecadora, parece fácil o
perdão, e parece fácil Deus nos perdoar; isso por sermos todos uma raça de
pecadores. Porém, com um Deus santíssimo em quem não há pecado, o caso é diferente!
Ora, até o homem acha difícil
perdoar quando é injustiçado. Quanto mais Deus! Deus nos perdoa porque Ele é
amor; mas saibamos que o seu perdão é baseado na mais perfeita justiça (I Jo 1.9).
Perdão judicial. E para o descrente.
A condição exigida por Deus para esse perdão é a conversão do pecador:
“Arrependei-vos, pois, e convertei-vos, para que sejam apagados os vossos
pecados, e venham, assim, os tempos do refrigério pela presença do Senhor” (At
3.19). O meio exigido, portanto, é a fé em Deus.
Perdão doméstico. E para o filho de
Deus; da casa de Deus. A condição exigida é a confissão dos pecados com
arrependimento e o abandono desses pecados.
Se confessarmos os nossos pecados}
ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda
injustiça 1 Jo l.9
O que encobre as suas transgressões
nunca prosperará; mas o que as confessa e deixa alcançará misericórdia (Pv 28.13).
O meio exigido é também a fé em
Deus, e segundo a Palavra. Se a condição exigida por Deus para perdoar o crente
faltoso fosse uma nova conversão, seria necessário nos convertermos
constantemente...
As consequências de o crente não
querer perdoar. O crente se recusar a perdoar, não querer perdoar de forma
alguma, é uma atitude que afeta comunhão com Deus, individual e coletivamente.
Afeta, ainda, a nossa comunhão com os irmãos — com a igreja —, bem como o nosso
caráter cristão e a nossa saúde em geral (cf. Mt 18.34,35).
Jesus, no seu ensino, no “Pai
Nosso”, o único assunto que Ele repetiu três vezes foi o perdão; isto é,
perdoarmos aos outros (Mt 6.12,14,15). O momento ideal para o
crente perdoar o seu ofensor é durante a oração (Mt 11.25). Até nisso a oração
é uma bênção! Crente que ora pouco, também perdoa pouco (ou nunca).
Além do perdão entre os irmãos, deve
haver reparação, quando for o caso (cf. Ef 5.28; Ato 16.33; Lv 4—6).
Falou mais o Senhor a Moisés;
dizendo: Dize aos filhos de Israel: Quando homem ou mulher fizer algum de todos
os pecados humanos transgredindo contra o Senhor; tal alma culpada ê. E
confessará o pecado que fez; então, restituirá pela sua culpa segundo a soma
total, e lhe acrescentará o seu quinto•, e o dará àquele contra quem se fez
culpado (Nm 5.5-1).
A DOUTRINA DA REGENERAÇÃO ESPIRITUAL
O termo regeneração tem a ver com a
nossa inclusão na família de Deus (I Pe 1.3,23; Tt 3.5). Em Gênesis 1.27, temos a criação
natural do homem; em Efésios
2.10, temos a sua criação espiritual.
Regeneração é o ato interior da
conversão, efetuada na alma pelo Espírito Santo. Conversão é mais o lado
exterior e visível da regeneração. Uma pessoa verdadeiramente regenerada pelo
Espírito Santo é também convertida (cf. Lc 22.32).
Sendo regenerado pelo Espírito
Santo, o crente é declarado filho de Deus (Jo
. O que ocasiona a regeneração
espiritual não é primeiramente a justificação pela fé, mas a comunicação da
vida de Cristo — da “vida eterna” ao pecador arrependido. Justificação tem a
ver com o pecado do pecador; regeneração tem a ver com a natureza do pecador.
Justificação é imputada por Deus; regeneração é comunicada por Deus.
Bem vês que a fé cooperou com as
suas obras e que, pelas obras, a fé foi aperfeiçoada, e cumpriu-se a Escritura,
que diz: E creu Abraão em Deus, e foi-lhe isso imputado como justiça, e foi
chamado o amigo de Deus (Tg
2.22,23).
A DOUTRINA DA IMPUTAÇÃO DA JUSTIÇA
DE DEUS
Imputação é o lançamento ou
creditamento da justiça de Cristo a nosso favor, mediante a nossa fé em Cristo
(Rm 4.3ss; Gl 2.16ss; 3.6-8; Gn 15.6;Tg 2.23). “O Senhor Justiça
Nossa” (Jr 23.6). “Mas vós
sois dele em Jesus Cristo, o qual para nós foi feito por Deus (...) justiça” (I Co 1.30).
O princípio da doutrina da imputação
da justiça de Deus é visto em passagens como Gênesis 3.21; 6.14 (hb.); e 15.6. Em Filemom
v. 18 e Filipenses 4.17
vemos a imputação ilustrada na prática natural:
E, se te fez algum dano ou te deve
alguma coisa, põe isso na minha conta.
Não que procure dádivas, mas procuro
o fruto que aumente a vossa conta.
Assim como a justiça divina é
imputada ao que nEle crê, ao ímpio impenitente são imputados os seus pecados
contra Deus (Sm 32.2). E
também, da mesma forma, à nossa conta podem ser imputados males que cometemos
contra o próximo (2Tm 4.16;
Ato 7.60; I Ts 4.6; Mt 6.12 — “as nossas
dívidas”).
Somos feitos justos diante de Deus,
não primeiramente pela influência da moral cristã sobre nós, mas primacialmente
pela imputação da justiça (retidão) de Deus sobre nós, pela fé em Jesus Cristo.
Aleluia ao Deus Trino!
Respondida está, por Deus, a
pergunta de Jó, de antanho: “Como seria justo o homem perante Deus, e como
seria puro aquele que nasce da mulher?” (Jó 25.4).
A DOUTRINA DA ADOÇÃO DE FILHOS
A adoção de filhos é mencionada em
textos como Romanos 8.15; Efésios 1.5; e João 1.12.
Porque não recebestes o espírito de
escravidão, para, outra vez, estardes em temor; mas recebestes o espírito de
adoção de filhos, pelo qual clamamos: Aba, Pai.
[Deus Pai ] ... nos predestinou para
filhos de adoção por Jesus Cristo, para si mesmo, segundo o beneplácito de sua
vontade.
Mas a todos quantos o receberam
deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus: aos que crêem no seu nome.
A expressão “adoção de filhos” é uma
única palavra no original: huiothesis — de huios, “filho”, e thesis, “posição”.
A ideia da adoção de filhos também se encontra no Antigo Testamento (Êx 2.10 com Hb 11.24; Êx 4.22 com Os 11.1 e Mt 2.15).
Em Efésios 1.4,5 está escrito que fomos
predestinados por Deus para adoção de filhos, antes da fundação do mundo;
portanto, antes da existência do homem. Isso exclui qualquer mérito humano e
somente revela a graça infinita de Deus.
Na antiga Grécia. A adoção de
filhos, na antiga Grécia, nada tinha a ver com a filiação da criança, e sim com
a sua posição em relação à família (gr. huiothesis). Por meio do ato da adoção,
o “filho”, ao atingir a idade necessária, passava à posição de herdeiro da
família. Daí a expressão bíblica “adoção de filhos” (Gl 4.4,5).
O ato da “adoção de filhos” passou
dos gregos para os romanos, e assim chegou aos tempos do Novo Testamento e da
igreja. Biblicamente, então, Deus “adota” a quem já é seu filho.
No presente. Há bênçãos desfrutadas
já nesta vida, decorrentes da adoção, como: o nosso nome de família: “chamados
filhos de Deus” (I Jo 3.1; Ef 3.14,15); o testemunho do Espírito
Santo em nosso interior, de que somos filhos de Deus (Rm 8.16); o recebimento do
Espírito Santo (Rm 8.15; Lc 11.11-13); a
disciplina da parte de Deus que nos é ministrada, como seus filhos: “Se estais sem
disciplina (...) sois então bastardos, e não filhos” (Hb 12.8; cf. vv.6-11); a nossa
herança celestial, declarada e garantida por Deus (Rm 8.17); e a redenção do
nosso corpo.
Por meio da adoção, os nossos nomes
foram registrados no livro da vida do Cordeiro (Lc 10.20; Fp 4.3; Ap 17.8; 3.5; 13.8; 20.12,15; 21.27).
No futuro. Em Romanos 8.23, vemos que os
nossos privilégios quanto à adoção de filhos de Deus têm ainda um lado futuro:
“... gememos em nós mesmos, esperando a adoção, a saber, a redenção do nosso
corpo”. Isso se dará à vinda de Jesus para levar a sua Igreja.
Vede quão grande caridade nos tem
concedido o Pai: que fôssemos chamados filhos de Deus.
Por isso, o mundo não nos conhece,
porque não conhece a ele. Amados, agora somos filhos de Deus, e ainda não é manifesto
o que havemos de ser. Mas sabemos que, quando ele se manifestar, seremos
semelhantes a ele; porque como é o veremos. E qualquer que nele tem esta
esperança purifica-se a si mesmo, como também ele é puro (l Jo 3.1-3).
A DOUTRINA DA SANTIFICAÇÃO DO CRENTE
A justificação efetuada por Deus
para nos salvar põe-nos em correto relacionamento com Ele. Já a santificação
comprova a realidade da justificação em nossa vida, manifestando seus frutos em
nós; em nossa vida.
Santo é aquele crente que vive
separado do pecado, do mal, do mundo (mundanismo), e dedicado a Deus e ao seu
serviço. Observe as palavras de Paulo em Atos 27.23: “Porque, esta
mesma noite, o anjo de Deus, de quem eu sou e a quem sirvo, esteve comigo”.
O cristão
tem duas naturezas: uma humana, herdada de Adão, pela geração natural; e outra,
divina, através da geração espiritual (I Pe 1.23). Daí a santificação
do crente ter dois aspectos: um diante de Deus, e outro, diante de si mesmo e
do mundo (I Jo 3.3; 2 Co 7.1; Hb 12.14; Mt 5.16). Essas duas naturezas
do crente são vistas em Gálatas
5.17 e Romanos 6—8.
Em Levítico 20.8 — “Eu sou o
Senhor que vos santifica” — vemos a santificação do crente diante de Deus,
mas, no versículo 7, menciona-se a santificação crente diante de si mesmo e do
mundo: “Santificai-vos e sede santos” (cf. I Pe LI5).
Santificação de objetos, eventos,
datas, pessoas, animais. Esse aspecto da santificação é muito comum em relação
ao Tabernáculo e seus objetos, e seus oficiantes, os quais pertenciam somente a
Deus, como vemos nos livros de Êxodo e Deuteronômio. Esse aspecto da
santificação implica um só sentido, que é a posse de Deus, e a dedicação e
separação desses elementos para o serviço de Deus.
Alguns exemplos desses elementos
santos:
Eventos e datas (Êx 20.8; Dt 5.12; Lv 25.10; 23.2).
O Templo (I Rs 9.3).
O altar dos holocaustos (Ex 29.37).
As vestes sacerdotais (Êx 28.2; 29.29; 40.13).
Pessoas (Êx 13.12; 28.41; 29.1,44; I Sm 16.5; I Cr 15.14; 2 Cr 29.5).
Nesse sentido, os templos atuais da
igreja são santificados a Deus, bem como os objetos dedicados ao serviço dEle.
Santificação de pessoas. Há dois
principais sentidos de santificação do crente em relação a Deus. O primeiro diz
respeito à separação do mal para pertencer a Deus
“Ser-me-eis santos, porque eu, o
Senhor, sou santo” (Lv 20.26).
E o sentido negativo da santificação, pois se ocupa do “não farás isso; não
farás aquilo”, etc; é separar-se para Deus.
O segundo
sentido de santificação do crente é o positivo. O crente, já separado do mal,
dedica-se a Deus para o seu serviço, ocupa-se em fazer algo para Ele: “De sorte
que, se alguém se purificar destas coisas, será vaso para honra, santificado e
idôneo para uso do Senhor e preparado para toda boa obra” (2Tm 2.21). Paulo, ao falar de
Deus, disse: “de quem eu sou e a quem eu sirvo” (Ato 27.23).
A santificação é dúplice. Ser santo
não é somente evitar o pecado, mas também servir ao Senhor, com a vida; com os
talentos; com os dons; com os bens; com a casa; com o tempo; com as finanças;
com os serviços, inclusive mão de obra. Por isso, muitos crentes não conseguem
viver uma vida santa; eles não vivem pecando continuadamente, mas não querem
nada com as coisas do Senhor, nem com a sua obra, nem com a igreja para zelar
por ela e promovê-la.
Os tempos da santificação. A
santificação de pessoas quanto à vida cristã abrange três tempos:
Santificação passada e instantânea (I Co 6.II;Hb 10.10,14; Fp 1.1; I Co 1.2; Jo 15.4). E aspectual e
posicionai, isto é, o crente estando “em Cristo” (Cl 1.20; Fp I.I). O crente
posicionalmente “em Cristo” não pode ser mais santo do que o é no momento da
sua conversão, pois a santidade de Cristo é a sua santidade (c£ I Jo 4.17). Na Igreja Romana,
alguns são “canonizados” (feitos santos) depois de mortos, mas no Remo de Deus
é diferente: os salvos são santos aqui, enquanto estão vivos!
Santificação presente e progressiva
(2 Co 7.1). E temporal,
vivencial. Ê a santificação experimental, ou seja, na experiência humana, no
dia-a-dia do crente (I Ts 5.23;
Hb 13.12 — “para
santificar o seu povo”). A santificação posicionai e a experimental
(progressiva) são vistas juntas nestas passagens: Hebreus 12.10 com 12.14; Filipenses 3.15 com 3.12; João 15.4 com 15.5;
Coríntios 1.2; Filipenses I.I; e Levítico 20.7 com 20.8.
Santificação futura e completa (Ef 5.27; I Ts 3.13). È plena; trata-se
da santificação final do crente (I
Jo 3.2). Ela ocorrerá à Segunda Vinda de Jesus, para levar os seus (I Jo 3.2; Ef 5.26,27). Seremos então mudados:
“num momento, num abrir e fechar de olhos, ante a última trombeta; porque a
trombeta soará, e os mortos ressuscitarão incorruptíveis, e nós seremos
transformados” (I Co 15.52).
Os meios divinos de santificação:
Deus, o Pai (I Ts 5.23). Deus, o Filho (Hb 10.10; 13.12; Mt 1.21). Deus,
Espírito Santo (I Pe 1.2), cujo título
principal — Espírito Santo — já indica a sua missão principal: santificar.
A correção divina. E um meio de
santificação (Hb 12.10,11).
A Palavra de Deus. Lida, crida,
estudada, ouvida, amada, meditada, pregada, ensinada, obedecida, vivida,
memorizada (SI 119.II; Jo 15.3;
17.17; SI 119.9; Ef 5.26).
A paz de Deus em nós. Seu cultivo,
sua busca, sua promoção (Hb
12.14;
1Ts 5.23a). Nestas duas
passagens, a paz está ligada à santificação do crente.
A fé em Deus. Esta, baseada na sua
Palavra, é um meio divino de santificação (Rm 4; Hb 11.33; 2Ts 2.13b; Ato 26.18; 15.9).
Alerta divino. A Palavra de Deus tem
um alerta para a igreja quanto à santificação: “Segui a paz com todos e a
santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor” (Hb 12.14). E ainda: “Em todo
tempo sejam alvas as tuas vestes, e nunca falte o óleo sobre a tua cabeça” (Ec 9.8). Tenhamos cuidado com a
falsa santidade, enganosa, sectarista, farisaica e exclusivista (2 Tm 3.5); sigamos a verdadeira
santidade (Ef 4.24).
A DOUTRINA DA PRESCIÊNCIA DE DEUS
A presciência de Deus é o seu
pré-conhecimento de todas as coisas (I Pe 1.2; Rm 8.29). Ela é parte do seu
atributo de onisciência. Ele pré-conhece todas as coisas sobre o homem, mas não
as evita, por ser o homem livre e responsável por seus atos. No caso do pecado
de Adão, o Senhor sabia disso na sua presciência; porém, não o evitou, por ter
Adão livre-arbítrio.
No caso de Judas Iscariotes, vemos
que ele, que foi escolhido por Jesus como um dos doze (Jo 6.70; Lc 6.13), “tirava” — e não
apenas “tirou” — da bolsa o que ali se lançava, o que indica um ato voluntário,
preconcebido e continuado (Jo
. E mais: a Palavra de Deus diz que
Judas “se desviou”, o que denota ato voluntário, consciente e gradual (At
1.25). E importante enfatizar que ele não nasceu marcado para trair Jesus;
apenas enquadrou-se nas condições da profecia sobre aquele que seria o traidor.
O rei Saul — que fora enviado por
Deus (I Sm 9.15-17);
ungido por Ele (I Sm 10.1);
mudado (I Sm 10.9); possuído
pelo Espírito (I Sm 10.10);
que profetizara pelo Espírito (I Sm 10.10-13);
edificara um altar ao Senhor (I
Sm 14.35) — também desviou-se, ao edificar “uma coluna para si” (I Sm 15.12) e envolver-se, em
seguida, em práticas espíritas. Por fim, morreu como suicida; distanciado de
Deus.
Demas foi um obreiro que trabalhou
com o apóstolo Paulo, porém se desviou, como lemos em 2 Timóteo 4.10: “Porque Demas
me desamparou, amando o presente século...” Outros que também “naufragaram na
fé”, desviando-se do caminho da verdade, foram Himeneu e Alexandre (I Tm 1.19,26). Basta ler a biografia
desses obreiros para chegar à conclusão de que eles escolheram o seu próprio
caminho, haja vista a presciência de Deus não forçar a livre-vontade do homem.
O Todo-Poderoso, como onisciente,
conquanto conheça de antemão os que o rejeitarão, não interfere, por ter Ele
criado o homem dotado de livre- arbítrio. Deus não viola esse princípio. Sim, o
Senhor não criou o homem como um autômato, um robô, mas como ser moral,
responsável por seus atos, com a faculdade de decisão e livre-escolha — se bem
que essas faculdades estão grandemente prejudicadas pelo efeito deletério do
pecado, principalmente os de incredulidade e rebeldia.
A DOUTRINA DA ELEIÇÃO DIVINA
“Eleição” e “escolha” são apenas um
termo, no original: eeloge. A eleição “olha” para o aspecto passado da nossa
salvação (I Pe 1.2; Ef 1.4). Eleição divina é,
pois, a nossa escolha para a salvação, feita por Deus. Nós, pecadores por
natureza, não sabemos escolher, mas o Senhor nos escolhe (Jo 15.16).
É claro que a eleição, em si, não
implica salvação:
Mas devemos sempre dar graças a
Deus, por vós, irmãos amados do Senhor, por vos ter Deus elegido desde o
princípio para a salvação, em santificação do Espírito e fé da verdade (2 Ts 2.13).
eleitos segundo a presciência de
Deus Pai, em santificação do Espírito, para a obediência e aspersão do sangue
de Jesus Cristo: graça e paz vos sejam multiplicadas (l Pe 1.2).
Na Bíblia mencionam-se a eleição
divina coletiva, como a de Israel (Is 45.4;
e a da Igreja (Ef 1.4); e a individual, como a
de Abraão (Ne 7.9) e a de
cada crente (Rm 8.29). A
vocação e a eleição do crente, do seu lado humano. Em 2 Pedro LIO lemos:
“Portanto, irmãos, procurai fazer cada vez mais firme a vossa vocação e
eleição; porque, fazendo isto, nunca jamais tropeçareis”.
A escolha divina ocorre da maneira
como é descrita em I Ts
1.4-10. Ela se dá pelo recebimento do evangelho, pela fé, e permanência em
Cristo, mediante a santificação daqueles que se convertem dos ídolos ao Deus
vivo e verdadeiro, a fim de servi-lo “e esperar dos céus a seu Filho, a quem
ressuscitou dos mortos, a saber, Jesus, que nos livra da ira futura” (v. 10).
Deus não elege uns para a salvação,
e outros, para a perdição. O homem é capaz de fazer a livre-escolha. E a graça
de Deus não é irresistível, como muitos ensinam, valendo-se do falacioso chavão
“Uma vez salvo, salvo para sempre”.
A DOUTRINA DA PREDESTINAÇÃO
A predestinação “olha” para o
aspecto futuro de nossa salvação (Rm 9.29; Ef 1.5,11). Segundo as Escrituras,
ela é o nosso predestino. A salvação não é um decreto divino, pois isso seria
um fatalismo cego e impróprio atribuído a Deus.
O decreto de Deus. A expressão em
apreço, conforme mencionada em Romanos
8.28 (gr. prothesis) aparece em outras passagens como “decreto”,
“propósito” (Rm 9.11; Ef 1.11; 3.11; 2 Tm 1.9). Trata-se do eterno
propósito de Deus, segundo o desígnio de sua própria vontade, pelo qual Ele
preordenou, para a sua glória, tudo o que acontece. Esta definição é geral e
não abrange especificamente a salvação da humanidade, como a que se segue.
Deus decretar é uma coisa; a
execução por Ele desse decreto, outra, como lemos em 2 Timóteo 1.9: “[Deus,] que nos
salvou e chamou com
uma santa vocação; não segundo as
nossas obras, mas segundo o seu próprio propósito e graça que nos foi dada em
Cristo Jesus, antes dos tempos dos séculos”.
Alguns fatores implícitos na
execução do decreto de Deus são:
O tempo determinado por Deus, isto
é, o “quando” do Senhor.
A condicionalidade ou a incondicionalidade
do seu decreto (2Tm 1.9).
O decreto da criação do mundo, que
teve lugar na eternidade passada,
só foi executado por Deus “no
princípio” (Gn 1.1). Apesar
de o decreto do advento de Jesus vir da eternidade (Ap 13.8; I Pe 1.20), o seu cumprimento
só ocorreu em Belém. O Remo, preparado desde a fundação do mundo, só será
desfrutado no futuro (Mt 25.34).
Da mesma forma, o decreto da nossa
eleição para a salvação é eterno, mas só começou a se cumprir quando Cristo
veio (2Tm 1.9; Rm 8.28; 9.11,23,24; 16.25; Ef 1.9; 3.11).
... [Deus, o Pai] nos elegeu nele
[Cristo] antes da fundação do mundo, para que fôssemos santos e irrepreensíveis
diante dele em caridade (Ef 1.4,1l).
E os gentios, ouvindo isto,
alegraram-se eglorifuaram a palavra do Senhor; e creram todos quantos estavam
ordenados para a vida eterna (At 13.48).
Predestinação divina e livre-escolha
humana. Na Bíblia temos tanto a predestinação divina como a livre-escolha
humana, em relação à salvação; mas não uma predestinação em que uns são
destinados à vida eterna, e outros, à perdição eterna. Mas a Palavra de Deus
não apresenta uma livre-escolha humana como se a salvação dependesse de obras,
esforços e méritos humanos.
Os extremos nesse assunto (e
noutros) é que são maléficos, propalando ensinos que a Bíblia não contém. A
ênfase inconsequente à soberania de Deus no tocante à salvação leva a pessoa a
crer que a sua conduta e procedimento nada têm com a sua salvação. Por outro
lado, a ênfase inconsequente à livre-vontade (livre-arbítrio) do homem conduz
ao engano de uma salvação dependente de obras, conduta e obediência humanas.
Ora, somos salvos, não por aquilo
que fazemos ou deixamos de fazer para Deus, mas pelo que Jesus já fez por nós,
uma vez para sempre. Há muitos por aí tendo a salvação dependente de suas
obras, obediência, conduta, santidade etc. Não é de admirar que os tais caiam e
não se levantem, e que quando pequem duvidem da sua salvação.
Na realidade, parece incoerente e
irreconciliável que algo predestinado por Deus admita livre-escolha ou
livre-vontade. Mas, só porque não entendemos algo, ou entendemo-lo apenas em
parte, deixa ele de existir? A conversão, por exemplo, tem muito de misterioso:
Não te maravilhes de te ter dito:
Necessário vos é nascer de novo. O vento assopra onde quer, e ouves a sua voz,
mas não sabes donde vem, nem para onde vai; assim é todo aquele que é nascido
do Espírito. Nicodemos respondeu e disse-lhe: Como pode ser isso? Jesus
respondeu e disse-lhe: Tu és mestre de Israel e não sabes isso?
Há muitas coisas com as quais
convivemos em nosso dia a dia, e que não as entendemos bem, ou quase nada, e,
contudo, não queremos passar sem elas: o sono (semi-hibernação), os sonhos (o
mundo onírico), o metabolismo basal, a teoria eletrônica, a eletricidade, o
vento, a água suspensa no espaço (infinitas toneladas!), etc.
Há quem afirme que uma pessoa
verdadeiramente salva não poderá jamais perder-se. Mas, quanto a isso,
precisamos ver o que realmente a Bíblia diz, não esquecendo os são princípios
da exegese bíblica, e o que essas pessoas deduzem do que a Bíblia diz.
Calvinismo e Arminianismo. Muitos
têm seguido cegamente a João Calvino
teólogo francês, radicado na Suíça,
falecido em 1564 —, o qual pregava a predestinação como uma eleição arbitrária
de indivíduos; como graça irresistível e impossibilidade de perda da salvação.
Outros têm seguido as idéias de
Jacobus Arminius, teólogo holandês falecido em 1609, o qual pregava doutrinas
conflitantes quanto à salvação e a sua segurança. Um perigo fatal a que pode
levar o arminianismo é o crente depender de suas obras, de sua conduta, de seu
porte, de sua obediência pessoal, para a sua salvação (Hb 9.12). Nesse extremo
campeia a falsa santidade, sendo o homem enganado pelo seu próprio coração (Jr 17.9).
No caso da predestinação e da
livre-escolha, no tocante à salvação, a tendência humana é rejeitar uma ou
outra. Os arminianistas extremistas rejeitam a predestinação, e os calvinistas
extremistas rejeitam o livre-arbítrio.
Entretanto, um exame atento e livre
de preconceito da Palavra de Deus mostra que, através da obra redentora de
Jesus, Deus destinou de antemão (predestinou) todos os homens à salvação: “quem
quiser, tome de graça da água da vida” (Ap 22.17; Is 45.22; 55.1; Mt 11.28,29; 2 Co 6.2; I Tm 2.4). De acordo com João 12.32, todos podem ser
atraídos a Cristo. Mas nem todos querem seguir a Cristo.
A predestinação segundo os
predestinalistas.
Estes dizem que o homem, decaído
como está, no seu estado de depravação total, é incapaz de fazer livre-escolha
concernente a sua salvação, pois está incapacitado espiritualmente para isso.
Então Deus elege o homem para a salvação.
Segundo essa teoria, Deus elege uns
para a salvação, comunicando-lhes também a fé. Os demais, não-escolhidos, estão
perdidos. Isso equivale a dizer que Cristo morreu apenas pelos “escolhidos”.
Do raciocínio acima decorre outro:
que a graça de Deus é irresistível, isto é, a graça de Deus não pode ser
recusada por aqueles a quem Deus escolhe salvar. Segundo o predestinalismo, a
salvação é um decreto divino, e a conversão é simplesmente o início da execução
desse decreto. O termo “decreto” é extraído de textos como Romanos 8.28: “E sabemos que
todas as coisas contribuem juntamente para o bem daqueles que amam a Deus,
daqueles que são chamados por seu decreto”.
Afirmam também os predestinalistas
que a vida eterna em Cristo é um dom de Deus, e que uma vez recebida não pode
ser jamais perdida em consequência de qualquer ato ou determinação da vontade
humana. E que se, de fato, o crente nasceu de novo, está eternamente salvo.
Caso venha a desviar-se, comprometerá, sim, o seu galardão, mas jamais perderá
a sua salvação, nem cairá em apostasia. Ê como alguém que, estando a bordo de
um navio, escorrega e cai, porém continua a bordo.
Finalmente, dizem que o crente salvo
“está escondido com Cristo em Deus” (Cl 3.3), e que o Inimigo jamais
o achará, nem jamais o arrebatará dessa posição. Em abono dessa predestinação
fatalista, os predestinalistas citam textos como João 6.37; 10.28,29; Romanos 8.28-30; Efésios 1.4,5; 2 Ts 2.13; Eclesiastes 3.14; Filipenses 1.6; I Pedro 1.2; e Apocalipse 17.8 — mas sem
interpretá-los à luz de seus respectivos contextos imediato e remoto.
Ora, proceder como acima exposto é
adaptar a Bíblia ao raciocínio humano; ou seja, ao modo humano de pensar, como
se a Palavra de Deus dependesse de argumentos humanos.
A Bíblia é contrária ao
predestinalismo. A Palavra de Deus não afirma que Cristo morreu apenas pelos
eleitos. Cristo morreu por todos, e não somente pelos eleitos (I Tm 2.4,6; I Jo 2.2; 2 Pe 3.9; Ato 2.21; 10.43;Tt 2.11; Hb 2.9; Jo 3.15,16; 2 Co 5.14; Ap 22.17). Ora, aqui não se
trata somente de “eleitos”, mas de “todos” que quiserem ser salvos. O falso
ensino de que Cristo teria morrido apenas pelos eleitos pode conduzir a um
desinteresse pela evangelização, haja vista Deus já ter separados os perdidos
que vão para o inferno.
Qualquer pessoa que crê em Jesus
torna-se um dos escolhidos de Deus, pois somos eleitos em Cristo (Ef 1.4). Em Mateus 22.1-14, vemos
que todos os convidados foram “chamados”; porém “escolhidos” foram os que
aceitaram o convite do rei. No versículo 14, a expressão “muitos são chamados,
mas poucos escolhidos” revela, portanto, que das multidões que ouvem o
evangelho apenas uma pequena parte crê em Cristo e o segue.
Deus elegeu para si um povo chamado
Igreja, e não indivíduos, isoladamente. Somos predestinados porque somos parte
da Igreja de Deus; não somos parte da Igreja porque fomos antes,
individualmente, predestinados. Se, na Igreja, como Corpo de Cristo, alguém
individualmente se desvia, e não volta, a eleição da Igreja não se altera.
De igual modo foi a eleição de
Israel. O Senhor elegeu aquele povo para si; não indivíduos de per si. E tanto
que milhares de israelitas se desviaram, porém a eleição de Israel, como povo,
prosseguiu.
A livre-escolha do homem é uma
realidade inconteste. A Bíblia acentua a cada passo a responsabilidade do homem
no tocante à sua salvação. Deus oferece a salvação e, mediante o seu Espírito,
convence o pecador do seu pecado, da justiça e do juízo O homem aceita a
salvação ou rejeita-a (Is 1.19,20; Js 24.15; Dt 30.19; Jo 1.11,12; 3.15,16,19; Ap 22.17; Lc 13.34; Ato 7.51; I Rs 18.21; I Tm 4.1; 2 Cr 15.2; Mac 16.16; Hb 2.3; 3.12; 12.25).
Não existe graça irresistível. O
homem através dos tempos tem resistido a Deus, por sua incredulidade e rebeldia
(At 7.51; I Ts 5.19; Pv 1.23-30; Mt 23.37; 2 Pe 2.21; Hb 6.6,7; Tg 5.19). Ora, a ação do
Espírito Santo no pecador, para que se salve, é persuasiva, e não compulsória:
“Assim que, sabendo o temor que se deve ao Senhor, persuadimos os homens à fé,
mas somos manifestos a Deus; e espero que, na vossa consciência, sejamos também
manifestos” (2 Co 5.11).
Um cristão salvo pode vir a se
perder; pode, sim, desviar-se, cair em pecado e perecer, caso não se arrependa
ante a insistência do Espírito Santo (Ez 18.24,26; 33.18; Hb 3.12-14; 5.9; I Tm 4.1; 5.15; 12.25; 2 Pe 3.17; 2.20-22; Rm 11.21,22; ITs 5.15; Dt 30.19; I Cr 28.9; 2 Cr 15.2; I Co 10.12; Jo 15.6). Essa verdade fica ainda
mais evidente quando consideramos o “se” condicional quanto à salvação (Hb 2.3; 3.6,14; Cl 1.22,23), bem como a condição: “ao
que vencer”, que aparece sete vezes em Apocalipse 2 e 3.
As palavras de Jesus em João 6.37 — “Todo o que o Pai
me dá, esse virá a mim, e o que vem a mim de maneira nenhuma o lançarei fora” —
significam que Deus destinou à salvação, não somente este ou aquele indivíduo,
mas sim todo aquele que nEle crê (Jo 3.16). Ou seja, tal
passagem refere-se ao fato de Deus aceitar o pecador quando este vem a Ele.
Outro texto empregado pelos
predestinalistas é João 10.27,28: “As minhas ovelhas ouvem
a minha voz, e eu conheço-as, e elas me seguem; e dou-lhes a vida eterna, e
nunca hão de perecer, e ninguém as arrebatará das minhas mãos”. Note
que o versículo 27 mostra as
condições da ovelha, para que ela nunca venha a perecer, nem sair das mãos de
Jesus e do Pai (cf. Jo 6.67).
Se não há perigo de queda definitiva
para o crente, por que a Bíblia adverte com tanta ênfase para que ninguém caia
(I Co 10.12; Hb 3.12; Jo 15.6; I Tm 4.1 [“apostatarão”]; 2Ts 2.3 [“apostasia”]; Pv 16.18; 28.14; Ap 2.4,5)?
Porque; se viverdes segundo a carne,
morrereis... (Rm 8.13).
Portanto, irmãos, procurai Jazer
cada vez mais firme a vossa vocação e eleição; porque, fazendo isto, nunca
jamais tropeçareis (2 Pe 1.10).
Antes, subjugo o meu corpo e o
reduzo à servidão, para que, pregando aos outros, eu mesmo não venha de alguma
maneira a ficar reprovado (l Co 9.27).
... porquanto vos desviastes do SENHOR,
o Senhor não será convosco ÍNm 14.43).
O verdadeiro significado da
predestinação. Em I Timóteo 2.4,
está escrito: “Deus quer que todos os homens se salvem”. Nisto está incluído o
mundo inteiro que queira. De fato, todos os que verdadeiramente crêem, se
salvam; somos testemunhas disso. O Senhor predestinou à salvação todo aquele
que aceitar a Jesus. A própria aceitação já é um dom de Deus, para que ninguém
se glorie julgando que assim contribuiu para a sua salvação.
A predestinação fatalista da alma,
como ensinada pelos calvinistas, bem como a dependente de obras humanas,
propalada pelos arminianistas, não têm apoio na Palavra de Deus. O termo
original de onde provém a nossa palavra “predestinação” (gr. proorizo)
significa “destinar de antemão”, “predeterminar”, “preestabelecer”, “prefixar”,
“preeleger” etc.
Esse vocábulo aparece seis vezes no
Novo Testamento, variavelmente traduzido, dependendo da versão utilizada. Na
versão Revista e Corrigida (ARC), a palavra aparece nas seguintes passagens:
Atos 4.28 — “anteriormente
determinado”.
Romanos
8.29 — “predestinou”.
Romanos
8.30 — “predestinou”.
I Coríntios 2.7 — “ordenou
antes”.
Efésios 1.5—“predestinou”.
Efésios 1.11 —
“predestinados”.
A predestinação que a Bíblia
realmente ensina não é a de uns para a vida eterna e a de outros para a
perdição eterna. A predestinação é para os que quiserem ser salvos, conforme
lemos em 2 Tessalonicenses 2.13 e 2 Timóteo 2.10: “Deus nos
escolheu desde o princípio para a salvação”; “Escolhidos para que também
alcancem a salvação”.
Eleição é o ato divino pelo qual
Deus escolhe ou elege um povo para si, para salvá-lo (2Ts 2.13). Predestinação é o
ato de Deus determinar o futuro desse povo. No Novo Testamento, esse povo é a
Igreja, o Corpo de Cristo, o povo salvo (Ef 1.22,23).
Na predestinação de Deus para a
Igreja está a sua conformação à imagem do Filho de Deus (Rm 8.29), a sua chamada para a
salvação (Rm 8.30), a sua
justificação (Rm 8.30) e a
sua glorificação (Rm 8.30).
Essa conformação depende de chamada, justificação e glorificação do crente. E
depende, ainda, da santidade de Deus (Ef 1.4) e da adoção de filhos (Ef 1.5).
Outrossim, a eleição divina não
consiste somente na soberania de Deus, mas também na sua graça (Rm 11.5).
A real segurança da salvação. O
crente está seguro quanto à sua salvação enquanto permanecer em Cristo (Jo 15.1-6). Não há
segurança fora de Jesus e do seu aprisco. Não há segurança espiritual para
ninguém, estando em pecado (cf. Rm
8.13; Hb 3.6; 5.9). Jesus guarda o crente do
pecado; e não no pecado.
Somos mantidos em Cristo pelo seu
poder, mediante a nossa fé nEle (I
Pe 1.5; Jd v.20; 2 Co I.24b). A salvação é eterna para os que obedecem ao
Senhor (Hb 5.9; I Co 15.1,2). Estamos em pé pela fé em
Cristo, e não pela predestinação: “tu estás em pé pela fé” (Rm 11.20); “se é que
permaneceis firmes e fundados na fé” (Cl 1.22,23); “Deus é salvador de
todos, mas principalmente dos fiéis [lit. “dos que crêem”]” (I Tm 4.10).
Há vários outros textos que também
mostram a segurança do crente somente enquanto este está em Cristo:
Pois que tão encarecidamente me
amou, também eu o livrarei; pô-lo-ei num alto retiro, porque conheceu o meu
nome (Sl 91.14).
Tenho posto o Senhor continuamente
diante de mim; por isso que ele está à minha mão direita, nunca vacilarei (Sl 16.8).
Porque nos tornamos participantes de
Cristo, se retivermos firmemente o princípio da nossa confiança até ao fim (Hb 3.14).
...eu sei em quem tenho crido e
estou certo de que é poderoso para guardar o meu depósito até àquele Dia (2 Tm 1.12).
[Senhor Jesus Cristo, j o qual vos
confirmará também até ao fim, para serdes irrepreensíveis no Dia de nosso
Senhor Jesus Cristo (l Co 1.8).
O crente deve obedecer a Deus; não
para que a sua obediência o salve ou o mantenha salvo, mas como uma expressão
da sua salvação, do seu amor e da sua gratidão para com aquEle que o salvou.
Não nos tornamos salvos por aquilo que fazemos ou deixamos de fazer, mas pela
fé em Jesus Cristo (At 16.31). A conservação da salvação também vem pela fé em
Cristo, pois está escrito: “O justo viverá da fé” (Rm I.17).
Conclusão. A doutrina da
predestinação como ensinada pelo calvinismo só leva em conta a soberania de
Deus, e não a sua graça (Rm
11.5; Tt 2.11) e a sua
justiça (SI 145.17; Rm 3.21;
1.17; 10.3). Em Ezequiel 18.23 ;33.11 vemos que Deus quer que
o ímpio se converta, e não apenas os eleitos e predestinados. Deus jamais
predestinaria alguém ao inferno sem lhe dar oportunidade de salvação. Isso
aviltaria a natureza dEle.
Se todos já estão predestinados
quanto ao seu destino eterno, então não há lugar para escolha, decisão ou
livre-arbítrio por parte do homem. Entretanto, temos essa escolha mencionada e
exposta em vários textos bíblicos, como vimos.
Que Deus nos conceda cada dia uma
visão espiritual cada vez mais ampla e profunda, a fim de compreendermos a
sublimidade da gloriosa salvação que Jesus Cristo consumou; da qual, pela graça
de Deus, já somos participantes. Glória, pois, a Ele!
A doutrina da predestinação situando
o crente na presciência de Deus não está na Bíblia para motivar choques de
idéias, especulações ou coisas semelhantes; mas para, de modo carinhoso, Deus
encorajar o crente. Através dela, o Senhor está mostrando que antes que o mundo
existisse, e o homem nascesse, Ele antecedeu- se e antecipou-se a tudo,
prevendo problemas e dificuldades em nosso caminho e nos mostrando que é
poderoso para nos levar a salvo para o seu Remo celestial (2Tm 4.18, ARA).
Tendo por certo isto mesmo: que
aquele que em vós começou a boa obra a aperfeiçoará até ao Dia de Jesus Cristo
(Fp 1.6).
Ora, àquele que é poderoso para vos
guardar de tropeçar e apresentar-vos irrepreensíveis, com alegria, perante a
sua glória (..) seja glória e majestade; domínio e poder, antes de todos os
séculos, agora e para todo o sempre. Amém! (Jd vv.24,25).
A DOUTRINA DA CHAMADA DIVINA PARA A
SALVAÇÃO
Essa chamada não se refere apenas à
salvação, mas também ao plano de Deus para a vida do crente, como lemos em Efésios 4.1-15,
especialmente nos versículos11
a 15:
E ele [Cristo] mesmo deu uns
apóstolos, e outros para profetas, e outros para evangelistas, e outros para
pastores e doutores, querendo o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do
ministério, para edificação do corpo de Cristo, até que todos cheguemos à
unidade da fé e ao conhecimento do Filho de Deus, a varão perfeito, à medida da
estatura completa de Cristo, para que não sejamos mais meninos inconstantes...
Antes, seguindo a verdade em caridade, cresçamos em tudo naquele que é a
cabeça, Cristo.
Em Efésios I.18 vemos também nessa
chamada a esperança divina para a qual Deus nos chamou: “tendo iluminados os
olhos do vosso entendimento, para que saibais qual seja a esperança da sua
vocação e quais as riquezas da glória da sua herança nos santos”. Na nossa
chamada para a salvação temos o cumprimento da nossa eleição: “Assim, os
derradeiros serão primeiros, e os primeiros, derradeiros, porque muitos são
chamados, mas poucos, escolhidos” (Mt 20.16). Leia também Mateus 22.14.
A DOUTRINA DA JUSTIFICAÇÃO
Justificação é o ato judicial de
Deus, pelo qual Ele declara justo diante dEle o pecador que põe sua fé para a
salvação em Jesus, ficando assim isento de culpa e condenação (Rm 8.30). A justificação é um
ato e também um processo, como a santificação experimental na vida do crente;
ela é primeiramente um ato de Deus.
O que é justificar? E Deus declarar
justo diante dEle o transgressor que crê em Jesus como o seu Salvador pessoal (Rm 4.3-5; 8.33). Justificar, como Deus
justifica, é mais que perdoar. Em teologia sistemática, a justificação precede
a santificação, mas na Bíblia a santificação precede a justificação (I Co 6.11), que também é um
processo — “justificação de vida” (Rm 5.18).
Diferenças entre justificar e
perdoar. O perdão remove a condenação do pecado; a justificação nos declara
justos diante de Deus; isto é, como se nunca tivéssemos pecado! Quão
maravilhosa é a graça de Deus! Aleluia!
Somente Deus pode perdoar e também
justificar a um só tempo. O homem jamais pode fazer isso; ele pode
relativamente perdoar, mas não justificar — declarar justo um transgressor da
lei. Como é possível um Deus perfeitamente justo perdoar e também justificar o
ímpio, transgressor, sobrecarregado de delitos e pecados?
Mediante o seu amor, Deus substituiu
o culpado pelo inocente. O imaculado Cordeiro de Deus, no Calvário, pelo amor
divino, nos substituiu, levando sobre si os nossos pecados.
Verdades fundamentais da
justificação pela fé, As verdades fundamentais da justificação pela fé em Deus
são: (I) a sua origem, que é a graça de Deus (Rm 3.24;Tt 3.7); a sua base, o sangue
de Jesus (Rm 5.9); o seu
meio, a fé (Rm 5.1; 3.25); o seu testemunho
perante os homens são as obras (Tg
2.24); e a sua causa instrumental é a ressurreição de Jesus Cristo (Rm 4.25).
A DOUTRINA DO JULGAMENTO DO CRENTE
A doutrina do julgamento do crente é
geralmente estudada, em teologia sistemática, sob a escatologia. Trata-se do
Tribunal de Cristo, isto é, o julgamento da igreja após o seu arrebatamento (2 Co 5.10; Rm 14.10; I Jo 4.17). É o dia da
prestação de conta da nossa vida; da nossa mordomia cristã, da nossa diaconia
ante o citado Tribunal.
Segundo a Palavra de Deus, o
julgamento do crente é tríplice. No passado, o crente foi julgado em Cristo, no
Calvário, como pecador (2 Co
5.21). No presente, ele é julgado como filho de Deus, durante a sua vida (I Co 11.31). No futuro, será
julgado como servo de Deus, quanto à sua fidelidade no serviço prestado a Deus
(2 Co 5.10).
Não será um julgamento de pecados do
crente (Rm 8.1; Jo 5.24), mas das obras do
crente (Ap 22.12; 14.13). Todos os crentes
serão julgados, e não apenas alguns. Este autor e o leitor — eu e tu — também: todos havemos de
comparecer ante o tribunal de
Cristo” (Rm 14.10). “...
para que cada um receba segundo o que tiver feito por meio do corpo, ou bem ou
mal” (2 Co 5.10).
Os critérios do julgamento. Os
critérios de julgamento do crente no Tribunal de Cristo envolvem: a “lei da
liberdade cristã” (Tg 2.12),
haja vista sermos livres para fazermos ou não a vontade de Deus (vamos
responder por essa liberdade diante do Senhor naquele dia); a qualidade do
trabalho que fazemos para Deus (Mt 20.1-16); vemos
neste ensino de Jesus que muitos crentes trabalharão a vida toda (“o dia todo”,
v. 12), mas receberão a recompensa de quem trabalhou apenas “uma hora”. Não
será primeiramente a quantidade de trabalho que será julgada, e sim
primeiramente a qualidade desse trabalho.
Outros critérios de julgamento
serão: o “material” empregado no trabalho feito para Deus (I Co 3.8,12-15); a conduta do
crente por meio do seu corpo (2
Co 5.10
; o modo como tratamos nossos irmãos
na fé (Rm 14.10; Tg 5.9; Ef 6.8; Cl 3.25); e os motivos
secretos do nosso coração que nos levaram aos respectivos atos (I Co 4.5; Rm 2.16).
Um aviso a todos os que ensinam na
casa de Deus: o seu julgamento será maior, mais rigoroso e mais exigente:
Meus irmãos, muitos de vós não sejam
mestres; sabendo que receberemos mais duro juízo (Tg 3.1).
Qualquer; pois, que violar um destes
menores mandamentos e assim ensinar aos homens será chamado o menor no Reino
dos céus; aquele, porém, que os cumprir e ensinar será chamado grande no Reino
dos céus (Mt 5.19).
A DOUTRINA DA GLORIFICAÇÃO FUTURA
DOS SALVOS
Em Romanos 8.30 Deus tem tanta
certeza da realização da nossa glorificação, que declara o fato no tempo
passado! Isso também ocorre com outros grandes milagres da salvação, como a
cura divina, também declarados pelos profetas no tempo passado do verbo: “Mas
ele foi ferido pelas nossas transgressões e moído pelas nossas iniquidades; o
castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e, pelas suas pisaduras, fomos
sarados” (Is 53.5).
Uma forma de glória divina era,
possivelmente, o vestuário original de Adão e Eva antes de pecarem (Gn 2.25; Rm 3.23; Sm 104.1,2; I Pe 1.7). Maior ainda será a
glória da Igreja (Mt 13.43;
Cl 3.4; Rm 8.18; I Co 15.43; Fp 3.21). A salvação começa
com a redenção da alma; prossegue com a redenção do corpo; e culmina com a
glorificação do crente integral. Daí o autor de Hebreus ter chamado essa
gloriosa obra de Deus de “uma tão grande salvação” (Hb 2.3).
Ainda quanto à nossa glorificação
integral, a Palavra de Deus menciona a salvação nas eras divinas e futuras.
João Batista, inspirado pelo Espírito, disse que Jesus é o Cordeiro que tira o
pecado do mundo — kosmos. Isso só acontecerá plenamente no futuro.
Em Efésios 2.7, vemos isso, onde a
palavra para “eras” é aiõnios, termo que se traduz por “séculos” em I Timóteo 1.17:
[Deus nos vivificou juntamente com
Cristo e nos fez assentar nos lugares celestiais] para mostrar nos séculos
vindouros as abundantes riquezas de sua graça, pela sua benignidade para
conosco em Cristo Jesus.
Ora, ao Rei dos séculos, imortal,
invisível, ao único Deus seja honra e glória para todo o sempre. Amém!
Cite a referência do Evangelho
Segundo São Lucas que trata do tríplice teste do discipulado cristão.
Dê a definição de salvação e cite, e
comente, as três referências bíblicas mencionadas neste capítulo.
O que abrange a salvação pessoal;
isto é, em que consiste ela?
Cite os passos que o pecador deve
dar para receber a salvação em Jesus.
Umas das principais finalidades da
Lei divina é expor o quê?
Quanto aos aspectos do pecado, cite
os dois principais.
Em que consiste o pecado de omissão?
O que é a graça de Deus, segundo a
Bíblia?
Cite as quatro grandes palavras bíblicas
que revelam a extensão e grandiosidade da expiação.
Além de satisfazer e aplacar o
Supremo Legislador (Deus), que mais efetua a expiação?
Mencione o tríplice resultado da
redenção efetuada por Jesus em nosso lugar.
Cite o conceito bíblico de
propiciação.
Dê referências bíblicas sobre Jesus
como a nossa propiciação.
O que produz o verdadeiro
arrependimento?
Que é a “adoção de filhos”, conforme
Romanos 8.15?
O que é um santo, segundo a
definição dada neste capítulo?
Cite os meios divinos de
santificação do crente; e mencione também as respectivas referências.
A predestinação do crente, segundo
as Escrituras, tem a ver com o quê?
Cite três dos critérios de
julgamento do crente perante o Tribunal de Cristo.
A salvação começa com a redenção da
alma; prossegue com a redenção do corpo; e culmina com o quê?
)))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))
Lição 7, A Necessidade do Novo Nascimento
3º Trimestre de 2017 - Título:
A Razão da Nossa Fé: Assim Cremos, assim Vivemos
Comentarista: Pr. Pres. Esequias
Soares, Assembleia de DEUS, Jundiaí, SP
Complementos, ilustrações e vídeos:
Pr. Luiz Henrique de Almeida Silva - 99-99152-0454
FIGURAS ILUSTRATIVAS USADAS NOS
VÍDEOS - https://ebdnatv.blogspot.com.br/2017/08/figuras-da-licao-7-necessidade-do-novo.html
TEXTO ÁUREO
"Não te maravilhes de te ter dito: Necessário vos é nascer de novo."
(Jo 3.7)
VERDADE PRÁTICA
Cremos na necessidade absoluta do novo nascimento pela graça de DEUS, mediante
a fé em JESUS CRISTO.
LEITURA DIÁRIA (comentários BEP - CPAD)
Segunda - Jo 3.3-8 O novo nascimento
é nascer do ESPÍRITO
3.3 NASCER DE NOVO. Água - Palavra
de DEUS. ESPÍRITO – Ação do ESPÍRITO SANTO.
3.5 NASCER DA ÁGUA. JESUS certamente
se referia à obra purificadora do ESPÍRITO SANTO no novo nascimento. Em Tt 3.5, Paulo fala da
"lavagem da regeneração e da renovação do ESPÍRITO SANTO".
3.8 O VENTO... DO ESPÍRITO. Assim
como o vento, embora invisível, é identificado por sua atividade e pelo seu
sonido, assim também o ESPÍRITO SANTO é observado pela sua atividade sobre os
nascidos de novo e pelo seu efeito sobre eles.
Terça - 2 Co 5.17 A fé salvífica faz
do pecador uma nova criatura em CRISTO JESUS
.17 NOVA CRIATURA É. Mediante a
palavra criativa de DEUS (4.6), os que aceitam JESUS CRISTO pela fé, são feitos
novas criaturas, pertencendo totalmente a DEUS e constituindo o seu povo, onde
impera o ESPÍRITO SANTO (Rm
8.14; Gl 5.25; Ef 2.10). O crente é uma nova
criatura (Gl 6.15; Ef 2.10; 4.24; Cl 3.10), renovada segundo a
imagem de DEUS (2Co 4.16; 1 Co 15.49; Ef 4.24; Cl 3.10), que compartilha da
sua glória (3.18), que experimenta a renovação do conhecimento (Cl 3.10) e do entendimento (Rm 12.2), e que vive em
santidade (Ef 4.24).
Quarta - At 10.43 O perdão dos
pecados está disponível a todos
Depois de terminar seu relato da
base histórica para a mensagem do evangelho - a morte e a ressurreição de
CRISTO -, Pedro anunciou-lhes as boas-novas: "Todo aquele que
nele crê recebe a remissão de pecados" (At 10:43; ver 2:21). Os
ouvintes tomaram para si a expressão "todo aquele"; aplicaram-na
à própria vida, creram em JESUS CRISTO e foram salvos.
Justificação (vv. 44-48). Pedro
estava apenas começando sua mensagem quando a congregação creu, e o
ESPÍRITO SANTO interrompeu a reunião (At 11:15). Aqui, DEUS
ESPÍRITO também o interrompe, e Pedro não chega a terminar seu
sermão! Como seria bom se os pregadores de hoje sofressem interrupções desse
tipo!
O ESPÍRITO SANTO dava testemunho aos
seis judeus presentes de que esses gentios haviam, verdadeiramente,
nascido de novo.
Quinta - Tt 3.5 O novo nascimento
significa regeneração
3.5 A LAVAGEM DA REGENERAÇÃO. Isto
se refere ao novo nascimento do crente, visto simbolicamente no batismo
cristão. A "renovação do ESPÍRITO SANTO" refere-se à outorga
constante da vida divina aos crentes à medida que se submetem a DEUS (cf. Rm 12.2).
Sexta - 2 Co 5.18,19 Fomos reconciliados com DEUS pela morte de JESUS
5.18 NOS RECONCILIOU CONSIGO MESMO.
A reconciliação (gr. katallage) é um dos aspectos da obra de CRISTO como
redenção. Refere-se à restauração do pecador à comunhão com DEUS. (1) O pecado
e a rebelião da raça humana trouxeram como resultado, hostilidade contra DEUS e
alienação dEle (Ef 2.3; Cl 1.21). Essa rebelião
provoca a ira de DEUS e seu julgamento (Rm 1.18,24-32; 1 Co 15.25,26; Ef 5.6). (2) Mediante a morte
expiatória de CRISTO, DEUS removeu a barreira do pecado e abriu um caminho para
a volta do pecador a DEUS (v.19;
Rm 3.25; 5.10; Ef 2.15,16). (3) A reconciliação entra
em vigor mediante o arrependimento e a fé pessoal em CRISTO, do pecador (Mt 3.2; Rm 3.22). (4) A igreja recebeu
de DEUS o ministério da reconciliação (v. 18), para conclamar todas as pessoas
a se reconciliarem com Ele (v. 20; ver Rm 3.25).
Sábado - Jo 1.12 Fomos adotados como
filhos de DEUS pela fé em JESUS
1.12 RECEBERAM... CRÊEM. Este
versículo retrata claramente como a fé salvífica é tanto um ato instantâneo (Ef
1.13 – ouvimos e cremos) como uma atitude da vida inteira. (1) Para alguém se
tornar filho de DEUS, deve "receber" (gr. elabon, de lambano) a
CRISTO. O tempo pretérito do aoristo aqui denota um ato definido de fé. (2)
Após este ato de fé, de receber a CRISTO como Salvador, deve haver da parte do
pecador uma ação contínua de crer. O verbo "crer" (gr. pisteuosin, de
pisteuo) é um particípio presente ativo, indicando a necessidade da
perseverança no crer. A fé genuína precisa continuar após o ato inicial da
pessoa aceitar a CRISTO para que ela seja salva. "Aquele que perseverar
até ao fim será salvo" (Mt
10.22; 24.12,13; Cl 1.21-23; Hb 3.6, 12-15).
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE - João 3.1-12
1 - E havia entre os fariseus um homem chamado Nicodemos, príncipe dos judeus.
2 - Este foi ter de noite com JESUS e disse-lhe: Rabi, bem sabemos que és
mestre vindo de DEUS, porque ninguém pode fazer estes sinais que tu fazes, se
DEUS não for com ele. 3 - JESUS respondeu e disse-lhe: Na verdade, na verdade
te digo que aquele que não nascer de novo não pode ver o Reino de DEUS. 4 -
Disse-lhe Nicodemos: Como pode um homem nascer, sendo velho? Porventura, pode
tornar a entrar no ventre de sua mãe e nascer? 5 - JESUS respondeu: Na verdade,
na verdade te digo que aquele que não nascer da água e do ESPÍRITO não pode
entrar no Reino de DEUS. 6 - O que é nascido da carne é carne, e o que é
nascido do ESPÍRITO é espírito. 7 - Não te maravilhes de te ter dito:
Necessário vos é nascer de novo. 8 - O vento assopra onde quer, e ouves a sua
voz, mas não sabes donde vem, nem para onde vai; assim é todo aquele que é
nascido do ESPÍRITO. 9 - Nicodemos respondeu e disse-lhe: Como pode ser isso?
10 - JESUS respondeu e disse-lhe: Tu és mestre de Israel e não sabes isso? 11 -
Na verdade, na verdade te digo que nós dizemos o que sabemos e testificamos o
que vimos, e não aceitais o nosso testemunho. 12 - Se vos falei de coisas
terrestres, e não crestes, como crereis, se vos falar das celestiais?
OBJETIVO GERAL - Compreender a
necessidade absoluta do novo nascimento pela graça de DEUS.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Apresentar Nicodemos como um líder
religioso bem-intencionado;
Compreender o que é o novo
nascimento;
Explicar por que é necessário nascer
de novo.
INTERAGINDO COM O PROFESSOR
Professor, na lição de hoje estudaremos a respeito do novo nascimento (Jo 3.3).
Procure, no decorrer da lição, enfatizar o fato de que o novo nascimento é uma
das principais doutrinas da fé cristã e que ninguém pode fazer parte do Reino
de DEUS se não nascer de novo (Jo 3.3). Mediante a fé em JESUS experimentamos
uma profunda transformação de vida. Essa mudança radical não é apenas exterior,
mas interior. Contudo, temos visto que atualmente muitos, como Nicodemos, não
conseguem compreender a necessidade e a importância do nascer novamente. O
Senhor JESUS mostrou a Nicodemos, e a nós, que religião alguma tem condição de
transformar o homem. Somente Ele pode nos conceder uma nova natureza mediante a
fé.
Alguém que diz ter se convertido e
continua no pecado, por exemplo, bebendo bebida alcóolica ou fumando, é porque
não nasceu de novo, continua em seus pecados.
PONTO CENTRAL - Cremos na necessidade do novo nascimento.
Resumo da Lição 7, A Necessidade do
Novo Nascimento
I - UM LÍDER RELIGIOSO
BEM-INTENCIONADO
1. Quem era Nicodemos?
2. Os fariseus.
3. Os sinais efetuados por JESUS.
II - O NOVO NASCIMENTO
1. É necessário nascer de novo (v.7).
2. Regeneração.
3. A perplexidade de Nicodemos.
III - UMA NECESSIDADE
1. O estado humano.
2. Saulo de Tarso.
3. O centurião Cornélio.
SÍNTESE DO TÓPICO I - Nicodemos era
um líder religioso bem-intencionado
SÍNTESE DO TÓPICO II - JESUS afirmou
a necessidade do novo nascimento
SÍNTESE DO TÓPICO III - O novo
nascimento é uma necessidade para toda criatura.
SUBSÍDIO DIDÁTICO Top 1
Professor, explique aos alunos que Nicodemos era um fariseu e membro do
Sinédrio. Para mostrar as principais características desse grupo religioso,
reproduza o quadro abaixo.
"Fariseus
Era um dos principais grupos de liderança religiosa em Israel no período de
JESUS. Os fariseus eram mais interessados na religião, ao passo que os saduceus
se interessavam mais pela política.
(Extraído e adaptado de Bíblia de
Estudo Cronológica Aplicação Pessoal, CPAD, 2015, p. 1288.)
CONHEÇA MAIS Top 1
*Conversão
"[Do hb. sub, voltar atrás; do
gr. metanoeo, voltar; e, do lat. conversionem, transformação] Mudança que DEUS
opera na vida do que aceita CRISTO como o seu Salvador pessoal, modificando-lhe
radicalmente a maneira de ser, pensar e agir. A conversão é o lado objetivo e
externo do novo nascimento. Por intermédio dela, o pecador arrependido mostra
ao mundo a obra que CRISTO operou em seu interior: a regeneração. Em suma: o
novo nascimento tem dois lados: um subjetivo e outro objetivo." Para
conhecer mais, leia Dicionário Teológico, CPAD, p.115.
SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO Top 2
"O novo nascimento no Evangelho de João
Encontramos a única menção explícita ao novo nascimento na conversa de JESUS
com Nicodemos (3.1-21). JESUS fala a Nicodemos: 'Na verdade, na verdade te digo
que aquele que não nascer de novo não pode ver o Reino de DEUS' (v. 3). A
réplica de Nicodemos: 'Como pode um homem nascer, sendo velho? Porventura, pode
tornar a entrar no ventre de sua mãe e nascer?' (v. 4), indica que ele entendeu
o comentário de JESUS na esfera humana, física. A interpretação errônea de
Nicodemos fornece a JESUS a oportunidade de esclarecer o que queria dizer. Ele
fala da necessidade de um novo nascimento espiritual, não de um segundo
nascimento físico (vv. 6-8). A interpretação errônea e o esclarecimento
resultante dela são refletidos em um jogo de palavras no versículo 3 (repetidas
no v. 7). A palavra grega aõthen, traduzida por 'novo', na NVI, pode querer
dizer 'de novo' ou 'de cima'. Contudo, o fato de Nicodemos entendê-la com o
sentido de 'de novo' leva-o a concluir que JESUS fala de um segundo nascimento
físico, mas a resposta de JESUS, registrada nos versículos 6-8, mostra que Ele
se refere à necessidade de um nascimento espiritual, um nascimento 'de cima'.
Esse novo nascimento não é resultado de nenhum ato humano (cf. v.6), é obra do
ESPÍRITO SANTO (v. 8). É necessária a atividade sobrenatural do ESPÍRITO de
DEUS para realizar esse novo nascimento espiritual no indivíduo. Ele não
consiste apenas em percepção ou compreensão mais excelente, mas na completa transformação
do indivíduo (cf. 2 Co 5.17)" (ZUCK, Roy B. Teologia do Novo Testamento.
1.ed. Rio de Janeiro, CPAD, 2008, pp. 245-6).
As pessoas precisam de uma
experiência nova com CRISTO.
SUBSÍDIO DIDÁTICO Top 3
Professor, copie o esquema abaixo no quadro. Utilize-o para explicar aos alunos
o fato de que Paulo era um homem extremamente religioso, conhecedor da Lei,
porém sedento espiritualmente. A religiosidade não implica em relacionamento
com DEUS. Todavia, Paulo teve um encontro com CRISTO, confessou seus pecados,
entregou-se inteiramente a JESUS e passou a ter uma nova vida, que implica num
relacionamento íntimo e pessoal com JESUS. Mais tarde Paulo aprendeu o que é
padecer pelo Senhor. Por intermédio desse "vaso escolhido" a igreja
tornou-se basicamente gentia.
Resumo da vida de Paulo
Nascido em Tarso — Capital da Cilícia (At 22.3)
Fariseu — (At 23.6)
Cidadão romano — (At 22.25-28)
Fazedor de tendas — (At 18.3)
Aluno de Gamaliel — (At 22.3)
Guardava a Lei — (At 26.5)
Um encontro com JESUS mudou sua vida — (At 9)
Foi batizado — (At 9.18)
Suas últimas palavras — (2 Tm 4.6-8)
PARA REFLETIR - A respeito da
necessidade do novo nascimento, responda:
Por que o diálogo de Nicodemos com JESUS ainda impressiona as pessoas até hoje?
Esse diálogo impressiona as pessoas ainda hoje, pois nele está o que
consideramos ser o texto áureo da Bíblia (Jo 3.16).
O que atraiu Nicodemos a JESUS? Os milagres que JESUS havia realizado.
O que significa nascer de novo, da água e do ESPÍRITO? Nascer de novo é nascer
da água e do ESPÍRITO, e isso significa regeneração. É o início de uma nova
vida, quando o pecador se torna nova criatura (2 Co 5.17) criada em CRISTO
JESUS (Ef 2.10). Trata-se de uma experiência profunda com JESUS, e não de mera
mudança de religião.
Qual a vontade de DEUS em relação às suas criaturas? Que creiam em JESUS CRISTO
para perdão dos pecados e experimentem o novo nascimento.
Como o apóstolo Paulo passou a se ver depois de sua experiência com CRISTO? Depois
de sua experiência com JESUS, ele se considerou o principal entre os pecadores
(1 Tm 1.15) e descreveu o seu estado de miséria diante de DEUS igualando-se aos
demais pecadores (Tt 3.3).
CONSULTE - Revista Ensinador Cristão
- CPAD, nº 71, p39.
SUGESTÃO DE LEITURA - Vincent Vol. I,
Hermenêutica Fácil e Descomplicada e Teologia Sistemática Pentecostal
Disponibilizamos novamente o cremos
para que seja lido nas Escolas Bíblicas Dominicais.
Cremos (Confissão de Fé)
1. Na inspiração divina verbal
e plenária da Bíblia Sagrada, única regra infalível de fé e prática para a
vida e o caráter cristão (2 Tm 3.14-17);
2. Em um só DEUS, eternamente
subsistente em três pessoas distintas que, embora distintas, são iguais em
poder, glória e majestade: o Pai, o Filho e o ESPÍRITO SANTO; Criador do
Universo, de todas as coisas que há nos céus e na terra, visíveis e invisíveis,
e, de maneira especial, os seres humanos, por um ato sobrenatural e imediato, e
não por um processo evolutivo (Dt 6.4; Mt 28.19; Mc 12.29; Gn 1.1; 2.7; Hb 11.3
e Ap 4.11);
3. No Senhor JESUS CRISTO, o
Filho Unigênito de DEUS, plenamente DEUS, plenamente Homem, na concepção e no
seu nascimento virginal, em sua morte vicária e expiatória, em sua ressurreição
corporal dentre os mortos e em sua ascensão vitoriosa aos céus como Salvador do
mundo (Jo 3.16-18; Rm 1.3,4; Is 7.14; Mt 1.23; Hb 10.12; Rm 8.34 e At 1.9);
4. No ESPÍRITO SANTO, a
terceira pessoa da Santíssima Trindade, consubstancial com o Pai e o Filho,
Senhor e Vivificador; que convence o mundo do pecado, da justiça e do juízo;
que regenera o pecador; que falou por meio dos profetas e continua guiando o
seu povo (2 Co 13.13; 2 Co 3.6,17; Rm 8.2; Jo 16.11; Tt 3.5; 2 Pe 1.21 e Jo
16.13);
5. Na pecaminosidade do homem,
que o destituiu da glória de DEUS e que somente o arrependimento e a fé na obra
expiatória e redentora de JESUS CRISTO podem restaurá-lo a DEUS (Rm 3.23; At
3.19);
6. Na necessidade absoluta do
novo nascimento pela graça de DEUS mediante a fé em JESUS CRISTO e pelo poder
atuante do ESPÍRITO SANTO e da Palavra de DEUS para tornar o homem aceito no
Reino dos Céus (Jo 3.3-8, Ef 2.8,9);
7. No perdão dos pecados, na
salvação plena e na justificação pela fé no sacrifício efetuado por JESUS
CRISTO em nosso favor (At 10.43; Rm 10.13; 3.24-26; Hb 7.25; 5.9);
8. Na Igreja, que é o corpo de
CRISTO, coluna e firmeza da verdade, una, santa e universal assembleia dos
fiéis remidos de todas as eras e todos os lugares, chamados do mundo pelo
ESPÍRITO SANTO para seguir a CRISTO e adorar a DEUS (1 Co 12.27; Jo 4.23; 1 Tm
3.15; Hb 12.23; Ap 22.17);
9. No batismo bíblico efetuado
por imersão em águas, uma só vez, em nome do Pai, e do Filho, e do ESPÍRITO
SANTO, conforme determinou o Senhor JESUS CRISTO (Mt 28.19; Rm 6.1-6; Cl 2.12);
10. Na necessidade e na
possibilidade de termos vida santa e irrepreensível por obra do ESPÍRITO SANTO,
que nos capacita a viver como fiéis testemunhas de JESUS CRISTO (Hb 9.14; 1 Pe
1.15);
11. No batismo no ESPÍRITO
SANTO, conforme as Escrituras, que nos é dado por JESUS CRISTO, demonstrado
pela evidência física do falar em outras línguas, conforme a sua vontade (At
1.5; 2.4; 10.44-46; 19.1-7);
12. Na atualidade dos dons
espirituais distribuídos pelo ESPÍRITO SANTO à Igreja para sua edificação,
conforme sua soberana vontade para o que for útil (1 Co 12.1-12);
13. Na segunda vinda de CRISTO,
em duas fases distintas: a primeira — invisível ao mundo, para arrebatar a sua
Igreja antes da Grande Tribulação; a segunda — visível e corporal, com a sua
Igreja glorificada, para reinar sobre o mundo durante mil anos (1 Ts 4.16, 17;
1 Co 15.51-54; Ap 20.4; Zc 14.5; Jd 1.14);
14. No comparecimento ante o
Tribunal de CRISTO de todos os cristãos arrebatados, para receberem a
recompensa pelos seus feitos em favor da causa de CRISTO na Terra (2 Co 5.10);
15. No Juízo Final, onde
comparecerão todos os ímpios: desde a Criação até o fim do Milênio; os que
morrerem durante o período milenial e os que, ao final desta época, estiverem
vivos. E na eternidade de tristeza e tormento para os infiéis e vida eterna de
gozo e felicidade para os fiéis de todos os tempos (Mt 25.46; Is 65.20; Ap
20.11-15; 21.1-4).
16. Cremos, também, que o
casamento foi instituído por DEUS e ratificado por nosso Senhor
JESUS CRISTO como união entre um homem e uma mulher, nascidos macho e
fêmea, respectivamente, em conformidade com o definido pelo sexo de criação
geneticamente determinado (Gn 2.18; Jo 2.1,2; Gn 2.24; 1.27).
Resumo Rápido do Pr. Henrique da
Lição 7, A Necessidade do Novo Nascimento
COMENTÁRIO/INTRODUÇÃO
NASCER DA ÁGUA E DO ESPÍRITO - ÁGUA
- PALAVRA DE DEUS PREGADA - CONVENCIMENTO E REVELAÇÃO DO ESPÍRITO SANTO
Sendo de novo gerados, não de
semente corruptível, mas da incorruptível, pela palavra de DEUS, viva, e que
permanece para sempre. 1 Pedro 1:23 (grifo nosso)
Não pelas obras de justiça que
houvéssemos feito, mas segundo a sua misericórdia, nos salvou pela lavagem da
regeneração e da renovação do ESPÍRITO SANTO, Tito 3:5 (grifo nosso)
Para a santificar, purificando-a com a lavagem da água, pela palavra, Efésios
5:26 (grifo nosso)
Visto como na sabedoria de DEUS o
mundo não conheceu a DEUS pela sua sabedoria, aprouve a DEUS salvar os crentes pela
loucura da pregação. 1 Coríntios 1:21 (grifo nosso)
Nicodemos padrão de vida exemplar, era religioso, mas isso não fazia dele um
salvo. Precisava de JESUS. Era-lhe necessário nascer de novo.
Cornélio tinha prática de uma
religiosidade sincera, era religioso, mas isso não fazia dele um salvo.
Precisava de JESUS. Era-lhe necessário nascer de novo.
Paulo tinha padrão de vida exemplar,
era religioso, mas isso não fazia dele um salvo. Precisava de JESUS. Era-lhe
necessário nascer de novo.
Nesta lição veremos a necessidade e
o que é nascer de novo.
I - UM LÍDER RELIGIOSO BEM-INTENCIONADO
1. Quem era Nicodemos?
Muito pouco se sabe a respeito dele.
Seu nome é grego e significa "vencedor do povo". Era fariseu, um
príncipe do povo (Jo 3.1) e membro do sinédrio (Jo 7.50). Nicodemos viu em
JESUS algo que não existe em nenhum dos seres humanos, mas ainda assim parece
que não queria ser visto pelo povo conversando com o Mestre. Talvez isso
justifique o fato de ter ido à noite se encontrar com o Senhor (v.2). Nicodemos
nunca mais foi o mesmo depois desse encontro com JESUS (Jo 7.51; 19.39). Esse
diálogo impressiona as pessoas ainda hoje, pois nele está o que consideramos
ser o texto áureo da Bíblia (Jo 3.16).
Quem era Nicodemos?
Um fariseu, líder dos judeus
(iarchon, “governador”, palavra usada muitas vezes como título dos membros do
Sinédrio, cf. João 7.50,
“Nicodemos, que era um deles”) um mestre em Israel, e provavelmente um homem
abastado (Jo 3.1,10; 19.39). Sua visita noturna a JESUS
deu ocasião ao discurso sobre o nascimento espiritual registrado em João 3.1-10.
Nicodemos só é mencionado (no NT) no
Evangelho de João.
(1) Ele procurou JESUS durante a
noite, e o Senhor lhe ensinou a doutrina do novo nascimento (Jo 3.1-10) ;
(2) Ele defendeu JESUS perante os
principais sacerdotes e os fariseus - o Sinédrio (Jo 7.46-52);
(3) Ele ajudou José de Arimatéia na
preparação do corpo de JESUS para o sepultamento (Jo 19.38-42).
Nada se sabe com certeza sobre sua
família ou antecedentes. Tem havido tentativas para identificá-lo com o
Nicodemos ben Gorion mencionado no Talmude. Depois de sua participação no
sepultamento de JESUS, Nicodemos desapareceu da narrativa do NT. Porém, em um
relato apócrifo da paixão e ressurreição de CRISTO, várias vezes intitulado
Evangelho de Nicodemos e Atos de Pilatos, são feitas outras referências a ele.
Embora o NT não afirme que Nicodemos tenha, posteriormente, se tornado um
cristão, existe uma forte possibilidade deste fato ter ocorrido.
A tradição cristã diz que ele foi
batizado por Pedro e João, sofreu muitas provações nas mãos de judeus hostis,
foi privado de suas funções no Sinédrio e expulso de Jerusalém por causa de sua
fé em CRISTO.
Dicionário Whicliffe - CPAD - B. M.
W.
2. Os fariseus.
Acredita-se que o termo fariseu
deriva do verbo hebraico parask, isto é, “dividir ou separar”. Portanto, os
fariseus eram “o povo separado”. Porém, tanto a origem desse grupo judeu como
do nome que recebeu ainda são incertos. A “separação” da qual o nome está
falando poderia referir-se a uma separação geral das impurezas ou do mundo, ou
poderia estar ligada a alguma situação histórica em particular. Por exemplo, os
fariseus poderiam ter surgido como a expressão de uma rígida abstenção dos
costumes pagãos na época de Esdras e de Neemias (ç.u.), ou da recusa de adotar
costumes gregos mesmo sob a ameaça de morte na época de Antíoco Epifânio
(q.v.), ou da ruptura que aconteceu em 165 a.C,, após a reconquista do Templo,
entre os macabeus (q.v) e os “piedosos” ou Chasidim, que estavam dispostos a
lutar pela liberdade religiosa, mas não pela independência política. Todas
essas possibilidades foram levantadas como teorias, e todas podem ser
consideradas como a personificação de alguns aspectos do espírito farisaico; mas
as evidências não são conclusivas para nenhuma delas.
A primeira referência aos fariseus,
como um grupo existente em Israel, foi feita durante o reinado de João Hircano
(135-104 a.C.). De acordo com Josefo, nessa época eles exerciam grande
influência junto às massas. Hircano foi um de seus discípulos, mas por causa de
desentendimentos ele separou-se e juntou-se aos saduceus (Ant. xiii.10. 5. f.).
Em uma observação repleta de presságios, Josefo acrescenta: “Por causa disso,
naturalmente, cresceu o ódio das massas por ele e seus filhos” (ibid). Consta,
também, que Hircano deixou de observar certos “regulamentos” que os fariseus
haviam estabelecido para o povo. Josefo explica que “os fariseus haviam
transmitido ao povo certos regulamentos (nomima) herdados das gerações
anteriores, mas que não haviam sido registrados na lei de Moisés (ttonwi), por
essa razão eles foram rejeitados pelo grupo saduceu” (10. xiii.6).
Esse relato serve para realçar o
principal fator que existe em qualquer definição do farisaísmo - o conceito da
tradição, de uma contínua expansão da lei oral. Ele também indica que, na época
de Hircano, o farisaísmo já era um florescente movimento com grande influência
sobre a população. Além disso, a referência à transmissão de regulamentos que
haviam sido herdados das gerações anteriores sugere alguma continuidade com o
passado. Portanto, aqueles que têm procurado acompanhar os fariseus desde os
Chasidim, que lutaram ao lado de Judas Macabeus, até a nova dedicação do Templo
(1 Mac 2.42ss.; 7.13ss.; 2 Mac 14.6) podem ter chegado
muito próximo da verdade. Embora algumas de suas características tenham raízes
que se estendem até tempos remotos, o farisaísmo que conhecemos a partir de
fontes disponíveis parece ter se originado como uma resposta judaica ao desafio
da cultura grega no início do segundo século a.C.
Em uma época bastante posterior,
quando o farisaísmo já havia se tornado a expressão normativa do judaísmo, os
hiatos históricos foram preenchidos de forma a fazer crer que a lei oral havia
sido estabelecida pelo próprio Moisés, via Josué, os anciãos, os profetas, os
homens da Grande Sinagoga fundada por Esdras, e também por homens como Simeão,
o Justo, e Antígono de Socho (séculos IV e III a.C.) até os “pares” (zugoth) de
mestres investidos de autoridade (por exemplo, Semaías e Abtalion, Hilel e
Shammai) e o rabinos que vieram depois deles (veja o tratado de Mishna,
conhecido como PirkeAboth, capítulo 1), Vale a pena notar que a origem dos
“pares” coincide aproximadamente com o momento em que os fariseus começaram a
constar em nossas fontes. É muito provável que a era dos macabeus tenha marcado
o seu verdadeiro aparecimento, embora eles afirmassem que seus ancestrais
espirituais haviam sido homens como Esdras, que haviam confirmado e explicado a
Torá. Eles podem até ter possuído algumas tradições orais que remontavam até o
início da época posterior ao Exílio.
Depois da ruptura com a casa real
hasmoneana, representada por João Hircano, o destino político dos fariseus
sofreu algumas flutuações. Eles tornaram-se os líderes de uma contínua oposição
popular ao seu sucessor, Alexandre Janeu (10376־
a.C.), de forma que em seu leito de morte, impressionado pela influência que
exerciam sobre as massas, Alexandre insistiu com sua esposa Salomé Alexandra
(76-67 a.C.) que trabalhasse mais próxima deles (Josefo, Ant. xiii. 15.5.). Os
tradicionais regulamentos herdados “dos pais” foram restabelecidos, e os
fariseus tornaram-se o poder por detrás do trono, livres para vingar as
injustiças que acreditavam ter sido feitas contra eles por Alexandre (ibid.,
xiii. 16.1; cf. Wars i.5. 2. f.). Na luta pelo poder que se seguiu à morte de
Alexandra, parece que os fariseus se tornaram um terceiro partido que não
apoiava nenhum de seus dois filhos; eles requisitaram aos romanos que abolissem
o reinado judaico (que os sacerdotes haviam usurpado depois da revolta dos
macabeus) e o retomo ao antigo tipo de regulamento sacerdotal (Ant. xiv. 3.2).
Essa expectativa não se realizou, mas os romanos realmente puseram um ponto
final a essa disputa entre facções quando Pompeu capturou o Templo, invadiu o
santuário, exilou um dos filhos de Alexandra e indicou o outro (Hircano II)
como sumo sacerdote e representante do rei. A independência política,
conquistada de maneira tão nobre no século anterior, foi novamente perdida
quando o povo judeu passou a sofrer o domínio romano em 63 a.C.
Depois da conquista de Pompeu, os
fariseus, em sua maior parte, tomaram-se politicamente conformados. Embora
houvesse alguns zelotes destacando-se entre eles, os fariseus formavam um grupo
que procurava evitar conflitos com Roma, e somente depois de muita relutância
foram finalmente arrastados para a malograda revolta do ano 70 d.C. Depois da
destruição de Jerusalém, foram os fariseus que se incumbiram de recolher os
fragmentos da fé e da vida judaica e reconstruir o judaísmo que conhecemos por
meio dos escritos dos rabinos. A situação era análoga àquela que havia
prevalecido após o exílio na Babilônia; não havia uma nação judaica e a unidade
do povo expressava-se através da lei, da sinagoga e das boas obras. A esperança
escatológica não estava ligada à atividade revolucionária, mas à intervenção
divina, e isso em seu momento oportuno. Dessa forma, desde o ano 70 d.C. o
judaísmo tomou-se o rebento daquilo que previamente havia sido apenas um grupo
entre vários outros — os fariseus.
Se os Salmos de Salomão mostram o
farisaísmo sob o seu melhor aspecto, o NT mostra o que de pior havia nele. Na
época de JESUS, parece que os fariseus formavam um grupo de laicos (isto é,
homens que não eram sacerdotes), em que alguns de seus membros haviam sido
especialmente treinados no estudo das Escrituras. Havia os escribas, e foi
contra estes e contra os fariseus que o Senhor JESUS dirigiu algumas de suas
mais severas denúncias. O Senhor não contestava categoricamente aquilo que
aqueles homens ensinavam na sinagoga: “Na cadeira de Moisés, estão assentados
os escribas e fariseus” (Mt 23.2ss.);
seus ensinos deveriam ser seguidos. Mas eles eram hipócritas porque não viviam
de acordo com seus elevados padrões de justiça. Colocavam sobre o povo um jugo
que eles próprios não estavam dispostos a suportar (Mt 23.4) e faziam uso da
casuística para fugir ao espírito da lei, enquanto exigiam que ela fosse
cumprida à risca (Mt
23.16-22; cf. Mc
7.9-13). Os fariseus gloriavam-se em sua justiça própria e só faziam boas
obras para serem vistos pelos homens (cf. Mt 23.5-12; 6.1-6,16-18; Lc 18.9-14). João
Batista havia chamado os fariseus de “raça de víboras” que se apoiavam de forma
complacente sobre a filiação deles à Abraão (Mt 3.7ss.). O Senhor JESUS
confirmou esse veredicto (Mt
23.33) acrescentando que eram como “sepulcros caiados” (23.27) e filhos,
não dos “profetas e dos justos”, para quem haviam construído túmulos bem
elaborados, mas daqueles que haviam assassinado esses mesmos profetas e homens
justos, desde Abel até Zacarias (23.29-36). Eram “condutores cegos” de outros
cegos, que procuravam encontrar muitos prosélitos, mas na realidade deixavam os
homens fora do Reino dos céus (Mt
15.14; 23.13-15).
Esse pensamento do NT é bem
conhecido, mas não devemos nos esquecer de que naquela ocasião os fariseus eram
vistos sob uma luz um pouco mais favorável (por exemplo, Lc 7.36ss.; 13.3 lss.). Foram
atribuídas a Gamaliel (.q.v.) algumas das boas qualidades que Josefo encontrou
nos fariseus - moderação, renúncia a castigos severos, consciência da soberania
divina e também da responsabilidade humana (Atos 5.33-39; cf.
Josefo, Ant. xiii. 5.9; 10.6; Wars ii.8.14). Paulo tinha sido um fariseu antes
de sua conversão e aparentemente considerava esse grupo como a mais elevada
expressão da “justiça que há na lei” (Fp 3.4-6; cf. Gl 1.14). Também não devemos
nos esquecer de que mesmo sendo denunciados por JESUS, os fariseus eram capazes
de pesquisar e de fazer uma rigorosa autocrítica. O Talmude descreve, de forma
jocosa, sete classes de fariseus. Entre eles existiam os “fariseus de ombro”
que levavam as suas boas obras em seus ombros, para que pudessem ser vistos
pelos homens; os “fariseus pilão”, cuja cabeça era curvada como o pilão em um
almofariz como um sinal de falsa humildade. Porém, existiam aqueles que
verdadeiramente amavam a DEUS, e que eram como Abraão (veja, por exemplo, Ber.
9,14b; Sot. 5,20c; Sot. 22b, explicados de forma muito conveniente na obra de
C. G. Montefiore e H. Loewe A Rabbinic Anthology, p. 1385).
Uma definição do farisaísmo poderia
começar insistindo que ele era legal, mas não literal. Era uma religião que
“construiu uma cerca em volta da lei” (Pirke Aboth 1.1), selecionando os
regulamentos legais do AT, muitos dos quais eram dirigidos aos sacerdotes
levitas e tornando-os relevantes e aplicáveis a cada judeu. Isso foi feito
através de seu sistema de interpretação oral da tradição. Eles levaram a lei ao
alcance de cada homem, de forma que em um sentido diferente de Martinho Lutero,
o farisaísmo representou o *sacerdócio do crente”. Para o fariseu sincero, a
lei não representava uma “letra morta”, como havia sido explicada e
interpretada pelos escribas, mas a sua própria vida.
Então, por que o Senhor JESUS
denunciou o farisaísmo? Em parte por causa da hipocrisia de alguns de seus
representantes, que “diziam, mas não praticavam” (Mt 23.3), e em parte porque o
farisaísmo, em sua honesta tentativa de adaptar a eterna lei de DEUS às
mutáveis condições humanas, havia comprometido a justa e absoluta exigência
divina (Mt 15.3). Ao
aplicarem a si mesmos e a seus seguidores certos deveres exteriores, eles
haviam realmente dado uma forma mais fácil à justiça, um objetivo que seria
alcançável através de uma certa obediência, para que quando esses atos fossem
realizados os fariseus pudessem pensar que haviam feito tudo o que deles era
exigido. Contra essa atitude, JESUS disse que mesmo quando tais exigências
tivessem sido cumpridas, o servo de DEUS ainda não poderia permanecer seguro. A
exigência ética ainda estava presente; ele ainda seria um “servo inútil” (Lc 17.10). Portanto, JESUS
disse aos seus discípulos: “Se a vossa justiça não exceder a dos escribas e
fariseus, de modo nenhum entrareis no Reino dos céus” (Mt 5.20). Dicionário Whicliffe
- CPAD - J. R. M.
JESUS disse que nós temos que
superar a prática dos fariseus. Porque vos digo que, se a vossa justiça não
exceder a dos escribas e fariseus, de modo nenhum entrareis no reino dos
céus. Mateus 5:20
Exemplo. Jejuavam dois dias por
semana. Faziam 3 horas de oração ao dia (3 orações de 1 hora cada). Davam
esmolas. Estudavam e ensinavam a palavra de DEUS com afinco. Faziam discípulos.
Davam seus dízimos e ofertas fielmente.
3. Os sinais efetuados por JESUS.
Nicodemos foi atraído a JESUS devido
aos milagres por Ele realizados. “estando ele em Jerusalém pela Páscoa, durante
a festa, muitos, vendo os sinais que fazia, creram no seu nome" (Jo 2.23).
"ninguém pode fazer estes
sinais que tu fazes, se DEUS não for com ele" (v.2).
Os sinais, prodígios e maravilhas
confirmam e atestam a procedência de JESUS.
Homens israelitas, escutai estas palavras: A JESUS Nazareno, homem aprovado por
DEUS entre vós com maravilhas, prodígios e sinais, que DEUS por ele fez no meio
de vós, como vós mesmos bem sabeis; Atos 2:22
Esta era a oração dos apóstolos:
“Agora, pois, Senhor, olha para as suas ameaças e concede a teus servos que
falem com toda ousadia a tua Palavra, enquanto estendes a mão para curar, e
para que se façam sinais e prodígios pelo nome do teu SANTO Filho JESUS.”
E porque oravam por sinais e
prodígios? Porque queriam eles com tamanha ansiedade, que DEUS demonstrasse
sinais e prodígios? E porque queriam eles que DEUS estendesse Sua mão para
curar?
Porque os sinais e prodígios
ajudaram a trazer as pessoas ao Senhor JESUS. Ajudaram a trazer o povo à fé
salvadora. “E a multidão dos que criam no Senhor, assim homens como mulheres,
crescia cada vez mais.”
Esse não é um exemplo isolado no
livro de Atos. Era algo padrão. Contamos, pelo menos 17 vezes no livro de Atos,
onde um milagre realizado ajuda a levar à conversão. Temos visto o milagre de
Pentecostes que resultou em 3.000 conversões, e o milagre do homem aleijado em
Atos 3:6, que levou à conversão de 2.000 pessoas (Atos 4:4). Atos 9:34 – 35 e
40, 42, são os exemplos mais claros. Pedro cura a Enéias e Lucas diz, “E
viram-no todos os que habitavam em Lida e em Sarona, os quais se converteram ao
Senhor.” Pedro ressuscita Tabita, e Lucas diz, “E foi isto notório por toda
Jope, e muitos creram no Senhor.”
Não existe dúvida de que a operação
de milagres – sinais e prodígios – ajuda a trazer as pessoas a CRISTO. Isto é o
que Lucas deseja que vejamos e esta, certamente, é a razão por que o Cristãos
oraram em Atos 4:30 pedindo para que DEUS estendesse sua mão para curar e para
operar sinais e prodígios. Isto ajuda a trazer as pessoas a CRISTO.
“Nós podemos produzir um grande
número de convertidos - graças a DEUS por isso - e isto acontece regularmente
nas igrejas evangélicas a cada Domingo. Mas a necessidade de hoje é demasiado
grande para isso. A necessidade de hoje é a de uma autenticação de DEUS, do
sobrenatural, do espiritual, do eterno, e isto poderá ser sua resposta dada
graciosamente, ouvindo nosso clamor e outra vez derramando Seu ESPÍRITO sobre
nós, e enchendo-nos da mesma maneira em que Ele continuamente enchia a igreja
em seus primeiros dias.” (Joy Unspeakable, p. 278, em inglês).
O que necessitamos é uma poderosa demonstração do poder de DEUS que obrigaria
as pessoas a prestarem atenção, e a olhar, e a ouvir… (Veja Atos 8 - Filipe).
Esta a razão porque eu insisto em que orem por sinais e prodígios. “Quando DEUS
age, Ele pode fazer em um minuto muito mais do que o homem, com sua
organização, pode fazer em 50 anos.” (Revival, pp. 121 -122, em inglês). Martyn
Lloyd-Jones.
II - O NOVO NASCIMENTO
1. É necessário nascer de novo
(v.7).
João 3.1-12
1 - E havia entre os fariseus um homem chamado Nicodemos, príncipe dos judeus.
2 - Este foi ter de noite com JESUS e disse-lhe: Rabi, bem sabemos que és
mestre vindo de DEUS, porque ninguém pode fazer estes sinais que tu fazes, se
DEUS não for com ele. 3 - JESUS respondeu e disse-lhe: Na verdade, na verdade
te digo que aquele que não nascer de novo não pode ver o Reino de DEUS. 4 -
Disse-lhe Nicodemos: Como pode um homem nascer, sendo velho? Porventura, pode
tornar a entrar no ventre de sua mãe e nascer? 5 - JESUS respondeu: Na verdade,
na verdade te digo que aquele que não nascer da água e do ESPÍRITO não pode
entrar no Reino de DEUS. 6 - O que é nascido da carne é carne, e o que é
nascido do ESPÍRITO é espírito. 7 - Não te maravilhes de te ter dito:
Necessário vos é nascer de novo. 8 - O vento assopra onde quer, e ouves a sua
voz, mas não sabes donde vem, nem para onde vai; assim é todo aquele que é
nascido do ESPÍRITO. 9 - Nicodemos respondeu e disse-lhe: Como pode ser isso?
10 - JESUS respondeu e disse-lhe: Tu és mestre de Israel e não sabes isso? 11 -
Na verdade, na verdade te digo que nós dizemos o que sabemos e testificamos o
que vimos, e não aceitais o nosso testemunho. 12 - Se vos falei de coisas
terrestres, e não crestes, como crereis, se vos falar das celestiais?
NOVO - Strong Português - ανωθεν
anothen
1) de cima, de um lugar mais alto
1a) de coisas que vem do céu ou de DEUS
2) do primeiro, do início
3) de novo, mais uma vez
Para viver na terra - nascimento
físico - de baixo - Nascer para o mundo.
Para viver no céu - Nascimento
espiritual - de cima - Nascer para o reino de DEUS. Nascer de novo - “anothen”,
“de cima” -
Renascer significa experimentar a
obra criativa e que traz vida, que é realizada pelo ESPÍRITO SANTO. Ele
regenera (Jo 3.5) aqueles
que estão mortos em transgressões e pecados para que possam ser espiritualmente
vivificados (Ef 2,1,5) e transformados de filhos do
Diabo (Jo 8.44; Ef 2,2,31 em filhos e filhas de DEUS (Jo 1.12; Rm 8,16,17), Ao nascer novamente, a
pessoa se torna participante da natureza divina de CRISTO (Gl 2.20; Ef 2.10; Cl 1.27; 1 Pe 1.23; 2 Pe 1.4).
São várias as interpretações da
expressão “nascer da água e do ESPÍRITO’' (Jo 3.5). Tanto no Evangelho de
João (veja 1.33; 7.37-39) como no AT (veja Ez 36.25-27; Is 44.3) esses dois elementos
aparecem reunidos. Nos dias de Nicodemos, o ministério de João Batista, que
enfatizava a purificação através do arrependimento e da vinda do ESPÍRITO, fora
bastante ilustrativo. A água era o sinal; a obra de purificação pelo ESPÍRITO
era o significado literal. Ambas são importantes e, em conjunto, complementam o
conceito de arrependimento e fé (Atos 20.21) que traz a
salvação.
A necessidade do novo nascimento. DEUS
preveniu Adão que no dia em que se rebelasse contra Ele, pela desobediência aos
seus mandamentos, morreria (Gn
2.17). Ele morreu espiritualmente, quando comeu do fruto proibido (Rm 5.12 ); com a consequência
de que, a despeito do quanto seus descendentes pudessem vir a ser moralmente
justos e obedientes às leis, cada homem, em seu coração, seria totalmente
pecador e depravado. O homem passaria a ter uma natureza decaída e, por estar
cego em relação ao pecado, seria incapaz de se salvar (Jo 3.6; Sl 51.5; 1 Co 2.14; Rm 8.7,8) e, por isso, precisaria ser
purificado de seus pecados para que tivesse sua salvação pessoal (Sl 51.7; Mt 26.28; Jo 13.8; Tt 3.5; Hb 1.3; 10.14).
CRISTO explicou a Nicodemos, membro
da suprema corte dos judeus (o Sinédrio) e um dos principais teólogos de sua
época, que deveria necessariamente nascer de novo (ou “de cima" como
alguns traduziram o termo anothen em João 3.3-7). Pois “o que
é nascido da came é carne* - através de nossos pais experimentamos o nascimento
físico e entramos no mundo como seres humanos, e “o que é nascido do ESPÍRITO é
espírito” - através do ESPÍRITO SANTO recebemos um nascimento espiritual e nos
tornamos filhos de DEUS.
Os testes do novo nascimento. Uma
das razões pelas quais os homens às vezes ignoram a doutrina do novo
nascimento, é que não perceberam que esse fato está evidenciado não só em João 3, mas também em 1 João.
Em sua epístola, João aborda mais profundamente o assunto do novo nascimento e
revela os sinais ou provas pelos quais um homem pode saber se realmente nasceu
de novo
(1) Esse homem não vive em pecado (1 Jo 3.9; 5.18).
(2) Ele sente um verdadeiro amor
cristão pelos semelhantes (4.7,20; cf. 3.14,15), particularmente pelos irmãos
cristãos (5.1).
(3) Ama a DEUS e tenta, a todo
custo, obedecer aos seus mandamentos (5.2,3).
(4) Vence o mundo, isto é, vive uma
vida cristã vitoriosa (5.4,5).
Quando essas evidências estão
ausentes, o homem não passa de um cristão nominal, e portanto não foi salvo, ou
é um cristão que está vivendo uma vida frustrada e de derrotas. Veja Nova
Criatura; Regeneração. Dicionário Whicliffe - CPAD - R. A. K. e W. M. D.
2. Regeneração.
Mas quando apareceu a benignidade e
caridade de DEUS, nosso Salvador, para com os homens, 5Não pelas obras de
justiça que houvéssemos feito, mas segundo a sua misericórdia, nos salvou pela
lavagem da regeneração e da renovação do ESPÍRITO SANTO, Que abundantemente ele
derramou sobre nós por JESUS CRISTO nosso Salvador; Para que, sendo
justificados pela sua graça, sejamos feitos herdeiros segundo a esperança da
vida eterna. Tito 3.5-7
A LAVAGEM DA REGENERAÇÃO. Isto se refere ao novo nascimento do crente, visto
simbolicamente no batismo cristão. A "renovação do ESPÍRITO SANTO"
refere-se à outorga constante da vida divina aos crentes à medida que se
submetem a DEUS (cf. Rm 12.2)
3.6 ABUNDANTEMENTE ELE DERRAMOU
SOBRE NÓS. A referência de Paulo neste versículo à obra do ESPÍRITO SANTO
relembra o seu derramamento no dia do Pentecoste, e a partir daí (cf. At 2.33;
11.15), DEUS provê um suprimento abundante e adequado da sua graça e poder,
como resultado do novo nascimento e da operação do ESPÍRITO SANTO em nós.
REGENERAÇÃO - Strong Português -
παλιγγενεσια paliggenesia
1) novo nascimento, reprodução, renovação, recreação, regeneração
1a) por isso renovação, regeneração, produção de uma nova vida consagrada a
DEUS, mudança radical de mente para melhor. A palavra é frequentemente usada
para denotar a restauração de algo ao seu estado primitivo, sua renovação, como
a renovação ou restauração da vida depois da morte
A REGENERAÇÃO - BEP - CPAD
Jo 3.3: “JESUS respondeu e
disse-lhe: Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer de novo não
pode ver o Reino de DEUS.”
Em 3.1-8, JESUS trata de uma das
doutrinas fundamentais da fé cristã: a regeneração (Tt 3.5), ou o nascimento
espiritual. Sem o novo nascimento, ninguém poderá ver o reino de DEUS, i.e.,
receber a vida eterna e a salvação mediante JESUS CRISTO. Apresentamos a
seguir, importantes fatos a respeito do novo nascimento.
A regeneração é a nova criação e
transformação da pessoa (Rm
12.2; Ef 4.23,24), efetuadas por DEUS e o
ESPÍRITO SANTO (3.6; Tt 3.5).
Por esta operação, a vida eterna da parte do próprio DEUS é outorgada ao crente
(3.16; 2Pe 1.4; 1Jo 5.11), e este se torna um
filho de DEUS (1.12; Rm 8.16,17; Gl 3.26) e uma nova criatura (2Co 5.17; Cl 3.10). Já não se conforma
com este mundo (Rm 12.2),
mas é criado segundo DEUS “em verdadeira justiça e santidade” (Ef 4.24).
A regeneração é necessária porque, à
parte de CRISTO, todo ser humano, pela sua natureza inerente e pecadora, é
incapaz de obedecer a DEUS e de agradar-lhe (Sl 51.5; 58.3; Rm 8.7,8; 5.12; 1Co 2.14).
A regeneração tem lugar naquele que
se arrepende dos seus pecados, volta-se para DEUS (Mt) e coloca a sua fé
pessoal em JESUS CRISTO como seu Senhor e Salvador (ver 1.12).
A regeneração envolve a mudança da
velha vida de pecado em uma nova vida de obediência a JESUS CRISTO (2Co 5.17; Ef 4.23,24; Cl 3.10). Aquele que realmente
nasceu de novo está liberto da escravidão do pecado (ver 8.36; Rm 6.14-23), e passa a
ter desejo e disposição espiritual de obedecer a DEUS e de seguir a direção do
ESPÍRITO (Rm 8.13,14). Vive uma vida de retidão
(1Jo
, ama aos demais crentes (1Jo 4.7), evita uma vida de
pecado (1Jo 3.9; 5.18) e não ama o mundo ( 1Jo 2.15,16).
Quem é nascido de DEUS não pode
fazer do pecado uma prática habitual na sua vida (ver 1Jo 3.9). Não é possível
permanecer nascido de novo sem o desejo sincero e o esforço vitorioso de
agradar a DEUS e de evitar o mal (1Jo 2.3-11, 15-17, 24-29; 3.6-24; 4.7,8, 20; 5.1), mediante uma comunhão
profunda com CRISTO (ver 15.4) e a dependência do ESPÍRITO SANTO (Rm 8.2-14).
Aqueles que continuam vivendo na
imoralidade e nos caminhos pecaminosos do mundo, seja qual for a religião que
professam, demonstram que ainda não nasceram de novo (1Jo 3.6,7).
Assim como uma pessoa nasce do
ESPÍRITO ao receber a vida de DEUS, também pode extinguir essa vida ao
enveredar pelo mal e viver em iniquidade. As Escrituras afirmam: “se viverdes
segundo a carne, morrereis” (Rm
8.13). Ver também Gl
5.19-21, atentando para a expressão “como já antes vos disse” (v. 21).
O novo nascimento não pode ser
equiparado ao nascimento físico, pois o relacionamento entre DEUS e o salvo é
questão do espírito e não da carne (3.6). Logo, embora a ligação física entre
um pai e um filho nunca possa ser desfeita, o relacionamento de pai para filho,
que DEUS quer manter conosco, é voluntário e dissolúvel durante nosso período
probatório na terra (ver Rm
8.13). Nosso relacionamento com DEUS é condicionado pela nossa fé em CRISTO
durante nossa vida terrena; fé esta demonstrada numa vida de obediência e amor
sinceros (Hb 5.9; 2Tm 2.12).
REGENERAÇÃO - Dicionário Whicliffe -
CPAD
Este assunto não é apresentado de
forma muito proeminente no AT, embora possa ser visto em passagens como Isaías 57.15 e Salmo 51.10. No entanto, pode
ser inferido a partir das passagens que falam de uma regeneração nacional.
Passagens que falam da salvação de todo Israel por ocasião da segunda vinda de CRISTO,
indicam a regeneração dos israelitas sobreviventes (Jr 24.7; 31.31ss.; 32.38ss.; Ez 11.19; 36.24-27; 37.14; Rm 11.26). Zacarias 12.10-14 ; 13.6 refere-se ao
arrependimento de indivíduos judeus.
No NT, o termo palingenesia é usado
em relação à restauração escatológica (Mt 19.28) de todas as coisas.
Em Tito, na única outra vez em que a palavra é usada, ela se refere à salvação
do indivíduo (Tt 3.5).
Outras expressões do NT são usadas para a mesma verdade, mas todas têm em comum
a ideia de uma mudança dramática semelhante, e denominada novo nascimento. O
novo nascimento significa renascer ou nascer do alto (Jo 3.3; 1 Pe 1.23), ser nascido de DEUS
(Jo 1.13), ser gerado por DEUS
(1 Pe 1.3), ser vivificado (Ef 2.5; Cl 2.13). Esta renovação
ocorre pelo poder do ESPÍRITO SANTO (Jo 3.5; Tt 3.5) e faz do homem uma nova
criatura (q.v.; 2 Co 5.17; Ef 2.5; 4.24).
A regeneração deve ser distinguida
da justificação. A justificação muda o relacionamento do crente com DEUS. A
regeneração afeta sua natureza moral e espiritual e a transforma. A
justificação remove sua culpa; a regeneração, sua atrofia espiritual, de forma
que ele passa da morte espiritual para a vida espiritual. A justificação traz o
perdão dos pecados; a regeneração, a renovação da vida espiritual para que o
indivíduo possa atuar como um filho de DEUS.
A regeneração também deve ser
distinguida da santificação (q.v.). A santificação, ou a vida de crescimento
progressivo na graça, começa somente após a regeneração e continua até que o
crente vá estar com CRISTO. Contudo, a santificação é citada em termos
similares à regeneração. O cristão é exortado a ser transformado pela renovação
de sua mente (Rm 12.2), a
revestir-se do novo homem (Ef 4.22-24; Cl 3.9,10), e a considerar- se morto
para o pecado, mas vivo para DEUS (Rm 6.3-11). Estas
passagens mostram que o período de santificação do crente começa com sua
regeneração.
Os teólogos da Reforma fazem uma
distinção adicional e colocam a regeneração antes da fé, mostrando que o ESPÍRITO
SANTO deve trazer nova vida antes que o pecador possa, pela capacitação de DEUS,
exercitar a fé e aceitar a JESUS CRISTO. No entanto, isto não significa que a
regeneração possa ocorrer sem que a fé imediatamente a suceda, porque elas
estão unidas (Ef 2.8). Uma
não ocorre sem a outra.
As igrejas Católica Romana e
Anglicana ensinam uma forma de regeneração batismal, e algumas igrejas da
Reforma até falam da regeneração ocorrendo “antes, durante, ou depois do
batismo". As Escrituras, porém, não ensinam a regeneração batismal de moído
algum. Embora Pedro fale do batismo salvando o crente (1 Pe 3.21), ele diz que a
regeneração é causada pela Palavra de DEUS (1 Pe 1.23), como faz Tiago (Tg 1.18). Parece claro que o
que Pedro quer dizer é que o batismo no ESPÍRITO salva, a aplicação real do
sangue de CRISTO pelo ESPÍRITO SANTO aos nossos pecados na regeneração. CRISTO
coloca tal ênfase no ato de fé de aceitá-lo como Salvador (Jo 3.16,36; 5.24), que qualquer
regeneração, sem um conhecimento racional dele e uma aceitação pessoal não é
sequer considerada. As objeções nas Escrituras para a circuncisão e para a
observação da lei como um meio de regeneração mostram que qualquer ensino de
uma eficácia de batismo ex opere operato também não tem lugar. A Palavra de DEUS
fornece o conteúdo daquilo em que uma pessoa deve crer para ser salva, e o
batismo significa e confessa o poder purificador do sangue de CRISTO para
remover os pecados; mas a fé salvadora, dada como um dom ao homem no momento da
regeneração, é a condição. R. A. K.- Dicionário Whicliffe - CPAD
Uma Teoria Absurda do espiritismo
(Seitas e Heresias).
Procurando dar sentido bíblico à
absurda teoria da reencarnação, Allan Kardec lança mão do capítulo 3 de João
para dizer que JESUS ensinou sobre a reencarnação. Os tradutores da obra de
Allan Kardec, O Evangelho Segundo o Espiritismo, usaram a versão bíblica do
padre Antônio Pereira de Figueiredo como texto base de sua tradução, grifando o
versículo 3 do citado capítulo de João: "Na verdade te digo que não pode
ver o reino de DEUS senão aquele que renascer de novo" (ênfase minha),
quando o versículo naquela versão é escrito da seguinte forma: "Na
verdade, na verdade, te digo, que não pode ver o reino de DEUS, senão aquele
que nascer de novo" (ênfase minha).
"Renascer" já significa
nascer de novo, enquanto "renascer de novo" constitui-se numa
intolerável redundância, mas não sem propósito por parte do espiritismo, que
por tudo procura provar que a absurda teoria da reencarnação tem fundamento na
Bíblia.
3. A perplexidade de Nicodemos.
Muita gente pensa que DEUS está
preocupado com religião. Mas essas pessoas estão enganadas, pois a vontade de
DEUS é a comunhão com as suas criaturas inteligentes. O problema é que existe
uma barreira que se chama pecado (Is
59.2). Foi de DEUS a iniciativa de comunicação com Adão logo após a Queda (Gn
3.8-10). Quando DEUS mandou Moisés levantar o tabernáculo, manifestou o
desejo de habitar no meio do seu povo (Êx
25.8). Por fim, DEUS assumiu a forma humana, “e o Verbo se fez carne e
habitou entre nós" (Jo
1.14). O novo nascimento é a restauração da comunhão com DEUS, e não
significa seguir um conjunto de regras religiosas ou éticas. Isso estava muito
longe da forma de pensar de Nicodemos e de muitos religiosos ainda hoje.
Foi de DEUS a iniciativa de
comunicação com Adão logo após a Queda.
III - UMA NECESSIDADE
1. O estado humano.
Estávamos mortos - distanciados de
DEUS - separados de DEUS por causa de nossos pecados - Por Adão o pecado
incluiu a todos na morte espiritual - Todos pecaram e estavam condenados a
nunca experimentarem da glória de DEUS. Todos merecíamos um salário - a morte -
éramos filhos da ira.
E vos vivificou, estando vós mortos
em ofensas e pecados, Efésios 2:1
E, quando vós estáveis mortos nos pecados, e na incircuncisão da vossa carne,
vos vivificou juntamente com ele, perdoando-vos todas as ofensas, Colossenses
2:13
Estando nós ainda mortos em nossas ofensas, nos vivificou juntamente com CRISTO
(pela graça sois salvos), Efésios 2:5
Portanto, como por um homem entrou o
pecado no mundo, e pelo pecado a morte, assim também a morte passou a todos os
homens por isso que todos pecaram. Romanos 5:12
Porque todos pecaram e destituídos
estão da glória de DEUS; Romanos 3:23
Porque o salário do pecado é a
morte, mas o dom gratuito de DEUS é a vida eterna, por CRISTO JESUS nosso
Senhor. Romanos 6:23
Entre os quais todos nós também
antes andávamos nos desejos da nossa carne, fazendo a vontade da carne e dos
pensamentos; e éramos por natureza filhos da ira, como os outros também.
Efésios 2:3
2. Saulo de Tarso.
PAULO - Segundo seu próprio
testemunho - Um israelita circuncidado da tribo de Benjamin, que falava a
língua aramaica em sua casa, herdeiro da tradição do farisaísmo, estrito
observador das exigências da Torá, e mais avançado no judaísmo do que seus
contemporâneos, era o primeiro e o mais proeminente entre os judeus (Fp 3.5,6; Gl 1.14). “Eu sou fariseu,
filho de fariseu! No tocante à esperança e ressurreição dos mortos sou
julgado!” (Atos 23.6).
Mesmo depois desta afirmação, ele declarou: “Sirvo ao DEUS de nossos pais,
crendo tudo quanto está escrito na Lei e nos Profetas” (Atos 24.14).
Contudo, ele era um judeu da
Dispersão, nascido em Tarso da Cilícia, um lugar que não era insignificante (Atos 21.39), Quando criança
viveu no meio da cultura grega, um lugar de educação e comércio. “Era a cidade
cujas instituições reuniam melhor e mais completamente, o caráter oriental e
ocidental” (Ramsay, Cities, p. 88).
Tal ambiente provavelmente acarretou
alguns problemas para um judeu. Primeiro, ele seria membro de uma minoria, e
até certo ponto, um grupo desprezado. Segundo, um judeu seria confrontado com o
problema do relacionamento social com os gentios. Ele aprendeu a entendê- los a
ponto de poder dizer: “Fiz-me tudo para todos” (1 Co 9.22).
Foi para Jerusalém e foi educado por
Gamaliel (Atos 22.3). A
tríade das palavras: (1) “nascido”, (2) “criado” e (3) "instruído” (Atos 22.3) era uma ordem
literária única (veja também Atos
7.20- 22i, indicando que enquanto o lugar de nascimento de Paulo foi Tarso,
sua criação, tanto em casa como na escola, foi em Jerusalém.
Paulo passou um período de 8 a 10 anos na Síria e
Cilícia (veja Gl
1.21—2.1; cf. Atos 9.30)
enquanto adulto, e assim tornou-se profundamente consciente da cultura do mundo
em que vivia. Estes foram anos de preparação para aquele ministério em que
ficou conhecido como o “apóstolo dos gentios”.
Paulo era um cidadão romano (Atos 16.37-39; 22.25-28), e esta
foi uma posse premiada, porque se estimava que um a dois terços da população do
império romano era da classe dos escravos e, portanto, sem cidadania romana.
Paulo reconheceu o valor de ambas as cidadanias, a de Tarso (Atos 21.39) e a romana (Atos
22.2528־). É interessante notar a diferença na
estimativa destas respectivas cidadanias aos olhos do capitão romano Cláudio
Lísias. A primeira apenas estabeleceu o fato de que Paulo não era um egípcio (Atos 21.38); a segunda lhe
deu uma imunidade aos açoites.
Paulo aparentemente herdou sua
cidadania romana de seu pai: “Eu na verdade nasci (um cidadão)”. Alguns dos
privilégios contidos nesta cidadania eram: (1) a garantia do julgamento
(perante César, se exigido, cf. Atos
25.11) nos casos de acusação; (2) imunidade legal dos açoites antes da
condenação. e (3) imunidade em relação à crucificação, a pior forma de pena de
morte, no caso de condenação.
Nestas epístolas, Paulo não só
defendeu fortemente a manutenção da lei e da ordem (o fundamento do governo
romano), mas também se referiu frequentemente à cidadania. Os crentes em CRISTO
já não são “estrangeiros, nem forasteiros, mas concidadãos dos santos” (Ef 2,19). Sua cidadania era do
céu (Fp 3.20). A palavra
aparece novamente em Filipenses
1,27, e poderia ser literalmente traduzida da seguinte forma: “Cumpram suas
obrigações como cidadãos” (Lightfoot). Tal ênfase era particularmente
significativa aos destinatários da carta aos filipenses, porque a cidade era
uma colônia romana (Atos 16.12);
e eles, sem dúvida, lembravam-se de que Paulo havia ali apelado para sua
cidadania romana.
Conversão
Em sua carta aos Gálatas, Paulo
referiu-se a seu modo de vida anterior no judaísmo, e como “sobremaneira
perseguia a Igreja de DEUS e a assolava” (Gl 1.13). Naquela hora ele
acreditava que ao seguir aquele caminho, estava servindo a DEUS e mantendo a
pureza da lei. A passagem em Gaiatas 1.15 não mostra nenhuma indicação de ter
havido um intervalo neste esforço de agradar a DEUS durante a época da sua
conversão. E em Filipenses 3.6
ele mostrava sua “perfeição quanto à justiça que há na lei”.
Enquanto as narrativas em Atos,
assim como as notas nas cartas, parecem indicar sua “súbita” conversão, alguns
argumentam que certas experiências devem tê-lo preparado previamente. Seu
consentimento na morte de Estevão (Atos 7.58-8.1), e o
fervor da sua campanha de casa em casa contra aqueles do Caminho (Atos 8.3; 9.1,2; 22.4; 26.10,11) dificilmente não o
afetariam; sua furiosa jornada em direção a Damasco representou o clímax dos
seus esforços.
De qualquer modo, há dois elementos
na história que são claros: (1) Paulo estava convencido de que tinha visto o
Senhor ressurrecto; e, (2) Sua vida foi radicalmente mudada daquele dia em
diante. A base da sua afirmação para o apostolado reside naquela experiência.
Mais uma vez ele insiste nisso (veja 1 Co 9.1; 15.8-15; Gal 1.15-17; cf. Atos 9.3-8; 22.6-11; 26.12-18). Visto que
ele não era um dos doze discípulos, e não tinha nem um chamado do Senhor JESUS,
e tinha perseguido seus seguidores, a necessidade da revelação pessoal de CRISTO
para Paulo parece visível.
A mudança foi primeiramente indicada
pela resposta de Paulo à voz celestial: “Senhor, que farei?” (Atos 22.10). Em Gálatas 2.20, ele mostra que
tinha um novo relacionamento com CRISTO (2 Co 5.16,17).
Segundo, a mudança foi evidenciada
pela mensagem que Paulo começou a pregai nas sinagogas de Damasco (precisamente
no lugar onde ele pretendia prender os discípulos do Senhor JESUS, cf. Atos 9.1,2). Ele [JESUS] “é o Filho de DEUS”
(Atos 9.20), Agora, ele
assumia a tarefa de provar “que aquele era o CRISTO” (Atos 9.22). Pouco tempo antes,
ele imaginava que “contra o nome de JESUS, o Nazareno, devia... praticar muitos
atos”, tentando forçar seus seguidores a blasfemar (dizer “JESUS é anátema” cf.
1 Co 12.3), perseguindo-os
como um animal selvagem (Atos 26.9-11).
Terceiro, houve uma mudança no
sentido da sua missão. Ele estava convencido de que havia sido chamado por DEUS
“para que o pregasse [o filho de DEUS] entre os gentios” (Gl 1.16). Na verdade, este era
o meio pelo qual Israel seria finalmente restaurada e abençoada por DEUS (Rm 11.25-27).
Finalmente, houve uma mudança no
próprio Paulo. Isto foi mostrado de várias formas. Por exemplo, veja uma
mudança no seu senso de valores em Filipenses 3.7-14. Em 1 Coríntios 13, encontramos
“um hino de amor” escrito por alguém que tanto odiou. Também podemos observar
Epístola a Filemom, escrita em tons de ternura e sensibilidade, ao contrário do
seu comportamento exigente e rigoroso de outrora.
CRISTO apareceu a ele - assim como
certamente apareceu a outros depois da ressurreição (cf. 1 Co 15.5-8).
Principais Ensinos
O pensamento de Paulo era complexo.
O problema da compreensão das suas idéias é mais complicado pela falta de um
desenvolvimento sistemático. Os judeus não sabiam nada sobre a abordagem da
teologia sistemática; o Mishna mostra, como alguns reconhecem, a total falta de
concordância sobre os temas, por grandes estudiosos judeus de qualquer período.
A doutrina da justificação pela fé.
Esta grande verdade foi experimentada pela primeira vez pelo próprio Paulo (cf.
Gl 2.16), formando o ponto
central de sua mensagem missionária (cf. Atos 13.33,39), e tornou-se o fundamento
em suas cartas para as igrejas. Ela é central particularmente nas cartas aos
Gálatas (3-4) e Romanos (3.21-5.21), e até mesmo onde não foi repetidamente
elaborada supõe-se que seja a base para a experiência cristã (1 Co 6,11; 2 Co 5.16-21; Ef 2.8,9). A justiça de DEUS é
atribuída ao homem pela fé, e não como o resultado de suas obras ou méritos (Rm 3.22; 10.4; Gl 2.16; 3.22; Fp 3.9).
Se um homem crê em DEUS, ele mudou
de ideia (arrependimento) sobre várias coisas.
Para Paulo, estar “em CRISTO”
significava ser liberto da escravidão do pecado e da lei. Um exemplo poderoso
desta verdade encontra- se em Romanos 6-8. Uma pessoa torna-se viva “para DEUS,
em CRISTO JESUS” (6.11); ela recebe a “vida eterna, por CRISTO JESUS, nosso
Senhor” (6.23); não há mais condenação para aqueles que estão “em CRISTO JESUS,
nosso Senhor” (8.1); e nada pode nos separar do amor de DEUS “que está em CRISTO
JESUS” (8.39). Tudo isto contrasta com estar “na carne” (8.8) e experimentar a
escravidão do pecado “que habita” em cada um de nós (7.17). O resultado da
verdade é que CRISTO está em nós pelo seu ESPÍRITO, para nos dar esta vitória
(8.9-11).
O Senhor JESUS transmitia a ideia de
que sua Parousia messiânica poderia ocorrer em um futuro próximo, e a vivida
esperança de seus ouvintes determinou a conduta que demonstraram. Esta mesma
expectativa foi evidenciada pelos primeiros discípulos (cf. Atos 1.6-11; 3.19-21), e também por
Paulo.
*Da primeira até a última carta, o
pensamento de Paulo está sempre uniformemente dominado pela expectativa do
retomo imediato do Senhor JESUS, do julgamento e da glória messiânica" (A.
Schweitzer, The Mysticism of St. Paul, p. 52).
Porém, muitos ainda reagem contra os
excessos deste ponto de vista. Não havia apenas uma mudança da ênfase da
esperança da parousia à felicidade presente, como A. M. Hunter entende (Paul
and kis Predecessor, ver ed. 1961), mas havia também “uma mudança gradual desde
a escatologia apocalíptica à não apocalíptica”. É possível que a distinção
entre a escatologia e aquilo que é apocalíptico tenha um propósito aqui. Paulo,
na verdade acreditava firmemente na segunda vinda de CRISTO como é evidente em
muitas passagens de suas cartas (1 Ts 4.13-5.11; 2 Ts 1-2; 1 Co 15; Rm 13.11,12). Ele ainda percebeu o
perigo com entusiasmo excessivo, uma atitude repressiva em relação à parousia.
A menos que se exercesse algum controle, como essas igrejas poderiam ter
sobrevivido em uma sociedade como a do Império Romano do primeiro século? Na verdade,
ele disse: “Acontecerá - mas não ainda”. Enquanto isso, os crentes deveriam
ocupar-se com dedicação e atenção às responsabilidades do dia a dia. “Se alguém
não quiser trabalhar, não coma também” (2 Ts 3.10); este é um forte
lembrete da atenção que deve ser dada às obrigações diárias. Paulo enxergava a
salvação dos gentios como um fato necessário e preliminar para a salvação final
de Israel. De forma contrária à crença escatológica judaica, na qual a ordem
estava invertida (Israel, depois os gentios), Paulo ensinou que os “ramos da
oliveira” seriam primeiros enxertados, e depois os “ramos naturais” seriam
enxertados na sua própria oliveira (Rm 11.13-27). Então,
desse modo, todo Israel seria salvo.
Paulo esperava ansiosamente a
segunda vinda como um resultado lógico da ressurreição do Senhor JESUS CRISTO.
Ele tornou-se “as primícias dos que dormem” (1 Co 15.20) ao ser
ressuscitado dentre os mortos por DEUS Pai; do mesmo modo, aqueles que são de CRISTO
serão vivificados na sua vinda (15.23). Naquele dia, todos os inimigos serão
destruídos, incluindo a morte, e o propósito de DEUS de “tornar a congregar em CRISTO
todas as coisas" (Ef 1.10)
será cumprido. W. M. D.
DEUS NÃO TEM NETO - SÓ FILHO
Ninguém no mundo nasce cristão;
todos os seres humanos nascem pecadores (Rm
3.23; 5.12).
A salvação é individual e pessoal. Por isso, até mesmo aquele que nasceu num
lar cristão, apesar do privilégio de ter sido criado num ambiente cristão e de
ter recebido uma valiosa herança espiritual dos pais, precisa receber a JESUS
como Salvador pessoal para se tornar filho de DEUS (Jo
1.12). Ninguém é salvo simplesmente por pertencer a uma religião ou seguir
a tradição de seus antepassados. Saulo de Tarso era muito religioso - era
pertencente do judaísmo (At
26.5; Gl
1.14; Fp
3.5). Depois de sua experiência com JESUS, ele se considerou o principal
entre os pecadores (1
Tm 1.15) e descreveu o seu estado de miséria diante de DEUS igualando-se
aos demais pecadores: "insensatos, desobedientes, extraviados, servindo a
várias concupiscências e deleites, vivendo em malícia e inveja, odiosos,
odiando-nos uns aos outros" (Tt
3.3).
3. O centurião Cornélio.
Quem Foi O Centurião Cornélio?
Este homem representa dois aspectos
importantes em particular: ele é o primeiro gentio (que foi registrado) a se
converter ao cristianismo; e a história de sua conversão é contada duas vezes.
Sem contar a tripla repetição da memorável conversão de Saulo, esta é única em
Atos. A conversão de Cornélio é relatada em Atos 10. Pedro, quando
censurado em Jerusalém por comer com gentios incircuncisos, contou novamente-
te o incidente como a sua melhor defesa (Atos 11.1-18). No
famoso Concílio de Jerusalém (48 d.C.), ele fez alusão a este significativo
evento como prova da intenção de DEUS de salvar os gentios pela graça, de forma
independente da lei mosaica (Atos 15.7-11).
Cornélio é identificado como um
centurião da corte italiana estabelecida em Cesaréia (Atos 10.1). Visto que em 82
a.C. Públio Cornélio Sulla libertou 10.000 escravos, dando a eles o nome de
família Cornélio, este era um nome comum no império romano desta época, e
também muito honrado.
O centurião é descrito como um homem
“piedoso e temente a DEUS, com toda a sua casa, o qual fazia muitas esmolas ao
povo e, de contínuo, orava a DEUS” (Atos 10.2). Há uma disputa
considerável sobre o que isso significa exatamente. Seria ele um verdadeiro
prosélito do judaísmo? A maioria dos estudiosos concorda que não, e ele tem
sido normalmente rotulado como um “prosélito de portão”. Mas Kirsopp Lake
afirma que não existia uma categoria como esta. Os adoradores gentios nas
sinagogas judaicas eram considerados prosélitos apenas se fossem circuncidados
e observassem todas as regras da lei mosaica (“Prosélitos e Tementes a DEUS”,
Beginnings of Chri&tianity, V, 74-96). Cornélio não era um prosélito, mas
um homem temente a DEUS. A palavra grega para “temente” significa “pio,
piedoso”. Fica evidente que Cornélio havia aceitado o monoteísmo, e adorava ao DEUS
verdadeiro na sinagoga. E também fica igualmente claro que, antes disso, ele
não tinha ouvido o Evangelho Cristão de forma explícita. Na visão que teve, ele
foi instruído a buscar Pedro, que lhe declararia como poderia ser salvo (Atos 11.12-14).
Pedro pregou sobre a salvação através do nome de JESUS (Atos 10.43). Cornélio e seus
companheiros aceitaram a mensagem de CRISTO e o ESPÍRITO SANTO foi derramado
sobre eles (Atos 10.44). -
Dicionário Whicliffe - CPAD. E.
O texto termina mostrando que o centurião Cornélio e os demais gentios de sua
casa foram batizados em nome do Senhor JESUS, deixando claro que DEUS tem
apenas um único povo, e que o chamado de sua graça não está baseado em qualquer
distinção de nacionalidade. Ali era a internacionalização da Igreja, onde
judeus e gentios formam um único corpo.
Não existe salvação sem JESUS (Jo
14.6). Nicodemos e Paulo eram israelitas e professavam a religião dos seus
antepassados, Abraão, Isaque, Jacó, Samuel, Davi e outros patriarcas, reis e
profetas do Antigo Testamento. Mas Cornélio era romano e, mesmo assim, talvez
por influência da religião judaica, era "piedoso e temente a DEUS, com
toda a sua casa, o qual fazia muitas esmolas ao povo e, de contínuo, orava a
DEUS" (At
10.2). Observe que essas atitudes de Cornélio tinham a aprovação divina (At
10.4). Mas ninguém é salvo pelas obras (Gl
2.16). Por isso o apóstolo Pedro foi enviado para falar a Cornélio sobre a
salvação em CRISTO. A descrição bíblica da conduta de Cornélio se repete ao
longo da história humana nas mais diversas culturas e civilizações. A conversão
envolve fé, arrependimento e regeneração. A salvação é um dom de DEUS mediante
a fé em JESUS (Ef
2.8,9).
É nossa tarefa como cristãos e
comunicadores do evangelho falar sobre a necessidade do novo nascimento.
CONCLUSÃO
Nicodemos era um líder religioso
bem-intencionado, porém, não reconheceu JESUS como DEUS. Nicodemos era um
fariseu muito religioso, mas não salvo, foi atraído a JESUS pelos sinais
efetuados por Ele.
O novo nascimento deve ser buscado
porque é necessário para haver a regeneração. Nicodemos ficou perplexo com o
ensino de JESUS. O Novo Nascimento é uma necessidade devido ao estado humano de
morte espiritual. Saulo de tarso e o centurião Cornélio eram religiosos como
bom testemunho de sua religiosidade, as precisavam de um encontro com JESUS
para serem salvos.
Precisamos levar o evangelho a todas
as pessoas, pois sempre encontraremos os religioso como Nicodemos, Paulo e
Cornélio que estão esperando para ouvir o evangelho e se converterem ao Senhor
JESUS.
Comentários de diversas Bíblias,
Dicionários e comentários Bíblicos
A REGENERAÇÃO DO SER HUMANO NAS
SAGRADAS ESCRITURAS
Para nascer é preciso morrer.
A ideia de que o batismo é o ato
pelo qual os pecados são perdoados, inadvertidamente seguida, ainda hoje, por
grupos religiosos que se dizem evangélicos, é uma sutil humanização da doutrina
da regeneração.
A regeneração
Quando correspondemos ao
chamado divino e ao convite do ESPÍRITO e da Palavra, DEUS realiza atos
soberanos que nos introduzem na família do seu Reino: regenera os que estão
mortos nos seus delitos e pecados; justifica os que estão condenados diante de um
DEUS santo; e adota os filhos do inimigo. Embora estes atos ocorram
simultaneamente naquele que crê, e possível examiná-los separadamente.
A regeneração e a ação decisiva e
instantânea do ESPÍRITO SANTO, mediante a qual Ele cria de novo a natureza
interior. O substantivo grego (palingenesia) traduzido por
"regeneração" aparece apenas duas vezes no Novo Testamento. Mateus
19.28 emprega-o com referência aos tempos do fim. Somente em Tito 3.5 se refere
a renovação espiritual do indivíduo. Embora o Antigo Testamento tenha em vista
a nação de Israel, a Bíblia emprega várias figuras de linguagem para descrever
o que acontece. 0 Senhor "tirara da sua carne o coração de pedra e lhes
dará um coração de carne" (Ez 11.19). DEUS diz: "Espalharei água pura
sobre vos, e ficareis purificados... E vos darei um coração novo e porei dentro
de vós um espírito novo... E porei dentro de vos o meu espírito e farei que
andeis nos meus estatutos" (Ez 36.25,27). DEUS colocará a sua lei "no
seu interior e a escreverá no seu coração" Jr 31.33). Ele
"circuncidará o teu coração... para amares ao Senhor" (Dt 30.6).
O Novo Testamento apresenta a figura
do ser criado de novo (2 Co 5.17) e a da renovação (Tt 3.5), porém a mais comum
é a e nascer gr. gennaõ, gerar ou dar à luz) . JESUS disse: "Na verdade,
na verdade te digo que aquele que não nascer de novo não pode ver o Reino de
DEUS" 003.3). Pedro declara que DEUS, em sua grande misericórdia)
"nos gerou de novo para uma viva esperança" (1 Pe 1.3). E uma obra
que somente DEUS realiza. Nascer de novo diz respeito a uma transformação
radical. Mas ainda se faz mister um processo de amadurecimento. A regeneração é
o início do nosso crescimento no conhecimento de DEUS, na nossa experiência de
CRISTO e do ESPÍRITO e no nosso caráter moral. (Teologia sistemática – Stanley
M.Horton – CPAD)
Apresentamos a seguir, |
(1) A regeneração é a nova criação
e transformação da pessoa (Rm 12.2; Ef 4.23,24), efetuadas por DEUS e o
ESPÍRITO SANTO (3.6; Tt 3.5). Por esta operação, a vida eterna da parte do
próprio DEUS é outorgada ao crente (3.16; 2Pe 1.4; 1Jo 5.11), e este se torna
um filho de DEUS (1.12; Rm 8.16,17; Gl 3.26) e uma nova criatura (2Co 5.17;
Cl 3.10). Já não se conforma com este mundo (Rm 12.2), mas é criado segundo
DEUS “em verdadeira justiça e santidade” (Ef 4.24). |
(2) A regeneração é necessária
porque, à parte de CRISTO, todo ser humano, pela sua natureza inerente e
pecadora, é incapaz de obedecer a DEUS e de agradar-lhe (Sl 51.5; 58.3; Rm
8.7,8; 5.12; 1Co 2.14). |
|
(3) A regeneração tem lugar
naquele que se arrepende dos seus pecados, volta-se para DEUS (Mt 3.2) e
coloca a sua fé pessoal em JESUS CRISTO como seu Senhor e Salvador (ver
1.12). |
|
(4) A regeneração envolve a
mudança da velha vida de pecado em uma nova vida de obediência a JESUS CRISTO
(2Co 5.17; Ef 4.23,24; Cl 3.10). Aquele que realmente nasceu de novo está
liberto da escravidão do pecado (ver 8.36; Rm 6.14-23), e passa a ter desejo
e disposição espiritual de obedecer a DEUS e de seguir a direção do
ESPÍRITO(Rm 8.13,14). Vive uma vida de retidão (1Jo 2.29), ama aos demais
crentes (1Jo 4.7), evita uma vida de pecado (1Jo 3.9; 5.18) e não ama o mundo
( 1Jo 2.15,16). |
|
(5) Quem é nascido de DEUS não
pode fazer do pecado uma prática habitual na sua vida (ver 1Jo 3.9). Não é
possível permanecer nascido de novo sem o desejo sincero e o esforço
vitorioso de agradar a DEUS e de evitar o mal (1Jo 2.3-11, 15-17, 24-29;
3.6-24; 4.7,8,20; 5.1), mediante uma comunhão profunda com CRISTO (ver 15.4)
e a dependência do ESPÍRITO SANTO (Rm 8.2-14). |
|
(6) Aqueles que continuam vivendo
na imoralidade e nos caminhos pecaminosos do mundo, seja qual for a religião
que professam, demonstram que ainda não nasceram de novo (1Jo 3.6,7). |
|
(7) Assim como uma pessoa nasce do
ESPÍRITO ao receber a vida de DEUS, também pode extinguir essa vida ao
enveredar pelo mal e viver em iniquidade. As Escrituras afirmam:
“se viverdes segundo a carne, morrereis” (Rm 8.13). Ver também Gl 5.19-21,
atentando para a expressão “como já antes vos disse” (v. 21). |
|
(8) O novo nascimento não pode ser
equiparado ao nascimento físico, pois o relacionamento entre DEUS e o salvo é
questão do espírito e não da carne (3.6). Logo, embora a ligação física entre
um pai e um filho nunca possa ser desfeita, o relacionamento de pai para
filho, que DEUS quer manter conosco, é voluntário e dissolúvel durante nosso
período probatório na terra (ver Rm 8.13). Nosso relacionamento com DEUS é
condicionado pela nossa fé em CRISTO durante nossa vida terrena; fé esta
demonstrada numa vida de obediência e amor sinceros (Hb 5.9; 2Tm 2.12). |
1. O homem foi criado por DEUS em
perfeição. Só o DEUS Altíssimo, Pessoal e
Onipotente, a quem rendemos toda honra e glória, seria capaz disso! |
O homem não surgiu do acaso, como
ensinam os humanistas, |
O homem foi criado à imagem e
semelhança de DEUS (Gn 1.26,27). |
|
DEUS é a causa primária de todas
as coisas, inclusive o ser humano. |
|
O homem que veio à existência em
estado de perfeição espiritual, moral, psíquica e física. |
|
O homem é um complexo aparelho
psíquico consciente e perfeito, capaz de pensar e agir por vontade própria,
que o reveste de responsabilidade moral por seus feitos e de característica
singular, acima de todos os seres da Criação (Gn 1.28-31). |
|
O homem foi criado num corpo
completo, funcional e com uma anatomia perfeita. |
|
DEUS, soprou-lhe o espírito (Gn
2.7) a fim de propiciar-lhe comunhão |
2. O homem pecou e foi afetado
pelo pecado. |
Satanás interagindo enganosamente
com o livre-arbítrio do homem, seduziu-o e por meio dele (o homem),
introduziu o pecado e a morte no mundo (Rm 5.12). |
Um dos principais significados do
vocábulo pecado é errar o alvo. |
|
O propósito de DEUS para a raça
humana foi desvirtuado pela desobediência de nossos primeiros pais (Gn
2.15-17). |
|
O pecado passou a contaminar todo
homem que vem ao mundo, tornando-o presa fácil de Satanás. |
|
Mediante a disseminação de
ideologias materialistas, como a que estamos estudando hoje, o pecado, afasta
a humanidade cada vez mais de DEUS. |
3. O homem necessita da
regeneração. "Mas DEUS, não tendo em conta
os tempos da ignorância, anuncia agora a todos os homens, e em todo lugar,
que se arrependam" (AT 17.30). |
No próprio juízo de DEUS ao
primeiro casal, extensivo a toda raça humana, veio também implícita a
promessa de sua redenção (Gn 3.15) |
Na época exata, o Filho Unigênito
de DEUS tomou a forma de homem para, através de sua obra vicária, redimir o
ser humano de seus pecados e das mãos de Satanás (vv. 24-26; Fp 2.5-11). |
|
A parte de DEUS está perfeitamente
consumada, como claramente expõe reiteradamente a Epístola aos Hebreus. |
|
Basta ao homem crer na providência
divina e pela fé salvífica em CRISTO, aceitá-la, ao invés de dar ouvidos ao
pós-modernismo humanista, que o leva cada vez mais para o abismo. |
|
CRISTO veio para restaurar todas
as coisas, a partir do homem (Mt 19.28; At 3.21). |
|
Quando o pecador se arrepende de
seus pecados e aceita a JESUS como seu Salvador, ele experimenta a nova vida
em CRISTO, gerada pelo poder do ESPÍRITO SANTO, que nele passa a habitar após
receber a salvação. |
CONCLUSÃO
Assim, enquanto o mundo continua em
busca da nova humanidade através dos caminhos do pós-modernismo humanista,
negando a necessidade da regeneração bíblica, nós, os cristãos redimidos pelo
sangue de CRISTO, reafirmamos com ousadia os fundamentos da sua doutrina, sem a
qual o revestir-se do novo homem jamais poderá ser alcançado.
Era, realmente, a primeira vez que
a presença regeneradora do ESPÍRITO SANTO e a nova vida do CRISTO ressurreto
saturavam e permeavam os discípulos. Regeneração: Ato que se dá na vida
de quem aceita a CRISTO, tornando-o partícipe da vida e da natureza divina. |
(1) Durante a última reunião de
JESUS com seus discípulos, antes da sua paixão e crucificação, Ele lhes
prometeu que receberiam o ESPÍRITO SANTO, como aquele que os regeneraria:
“habita convosco, e estará em vós” (14.17). JESUS agora cumpre aquela promessa. |
(2) Da frase, “assoprou sobre
eles”, em 20.22, infere-se que se trata da sua regeneração. A palavra grega
traduzida por “soprou” (emphusao) é o mesmo verbo usado na Septuaginta (a
tradução grega do AT) em Gn 2.7, onde DEUS “soprou em seus narizes [de Adão]
o fôlego da vida; e o homem foi feito alma vivente”. É o mesmo verbo que se
acha em Ez 37.9: “Assopra sobre estes mortos, para que vivam”. O uso que João
faz deste verbo neste versículo indica que JESUS estava lhes outorgando o
ESPÍRITO a fim de neles produzir nova vida e nova criação. Isto é, assim como
DEUS soprou para dentro do homem físico o fôlego da vida, e o homem se tornou
uma nova criatura (Gn 2.7), assim também, agora, JESUS soprou espiritualmente
sobre os discípulos, e eles se tornaram novas criaturas. Mediante sua
ressurreição, JESUS tornou-se em “espírito vivificante” (1Co 15.45). |
|
(3) O imperativo “Recebei o
ESPÍRITO SANTO” estabelece o fato que o ESPÍRITO, naquele momento histórico,
entrou de maneira inédita nos discípulos, para neles habitar. A forma verbal
de “receber” está no aoristo imperativo (gr. lebete, do verbo lambano), que
denota um ato único de recebimento. Este “recebimento” da vida pelo ESPÍRITO
SANTO antecede a outorga da autoridade de JESUS para eles (Jo 20.23), bem
como do batismo no ESPÍRITO SANTO, pouco depois, no dia de Pentecoste (At
2.4). |
|
(4) Antes dessa ocasião, os
discípulos eram verdadeiros crentes em CRISTO, e seus seguidores, segundo os
preceitos do antigo concerto. Porém, eles não eram plenamente regenerados no
sentido da nova aliança. A partir de então os discípulos passaram a participar
dos benefícios do novo concerto baseado na morte e ressurreição de JESUS (ver
Mt 26.28; Lc 22.20; 1Co 11.25; Ef 2.15,16; Hb 9.15-17. Foi, também, nessa
ocasião, e não no Pentecoste, que a igreja nasceu, i.e., uma nova ordem
espiritual, assim como no princípio DEUS soprou sobre o homem até então
inerte para de fato torná-lo criatura vivente na ordem material (Gn 2.7). |
|
(5) Este trecho é essencial para a
compreensão do ministério do ESPÍRITO SANTO entre o povo de DEUS: (a) os
discípulos receberam o ESPÍRITO SANTO (i.e., o ESPÍRITO SANTO passou a
habitar neles e os regenerou) antes do dia de Pentecoste; e (b) o
derramamento do ESPÍRITO SANTO em At 2.4. Isto seguiu-se à primeira
experiência. O batismo no ESPÍRITO no dia do Pentecoste foi, portanto, uma segunda
e distinta obra do ESPÍRITO neles. |
|
(6) Estas duas obras distintas do
ESPÍRITO SANTO na vida dos discípulos de JESUS são normativas para todo
cristão. Isto é, todos os autênticos crentes recebem o ESPÍRITO SANTO ao
serem regenerados, e a seguir precisam experimentar o batismo no ESPÍRITO SANTO
para receberem poder para serem suas testemunhas (At 1.5,8; 2.4; ver 2.39). |
|
(7) Não há qualquer fundamento
bíblico para se dizer que a outorga por JESUS do ESPÍRITO SANTO em 20.22 era
tão somente uma profecia simbólica da vinda do ESPÍRITO SANTO no Pentecoste.
O uso do aoristo imperativo para “receber” (ver supra) denota o recebimento
naquele momento e naquele lugar. |
Perfil de Liderança – BIBLICA - DA
LIDERANÇA CRISTÃ - John C. Maxwell
JESUS - Filho de DEUS, líder de
DEUS. (Jo 3.1-21)
Um fariseu chamado Nicodemos
reconheceu que havia algo especial em JESUS, algo que o punha à parte de todos
os outros religiosos que ele já havia encontrado. JESUS parecia ter uma
autoridade exclusiva em cada coisa que dizia ou fazia. Por essa razão, esse
zeloso líder corretamente confessou a JESUS: "Ninguém pode fazer estes
sinais que tu fazes, se DEUS não estiver com ele" (Jo 3.2). Com essa afirmação,
Nicodemos mostrou o quanto ele estava perto de compreender a verdadeira
identidade de JESUS CRISTO.
Em seu diálogo com Nicodemos, bem
como em seu encontro com a mulher samaritana junto ao poço, na série de
milagres que JESUS realizou e em seus ensinamentos que seguem (Jo 4—6), JESUS
propôs a si mesmo, em palavras e feitos, como Aquele que DEUS tinha enviado
para ser o Salvador do mundo.
Nicodemos reconheceu que JESUS tinha
sido enviado por DEUS, mas, na verdade, havia muito mais nele do que isso.
JESUS não tinha apenas sido enviado por DEUS; ele era também o próprio DEUS
encarnado, o Filho de DEUS, ou seja, o DEUS verdadeiro e vivo.
Visto que nenhum de nós pode
reclamar a elevada herança de JESUS, também nenhum de nós pode querer
equiparar-se à liderança que ele teve enquanto esteve entre nós em forma
humana. Mas nós podemos olhar para ele como o modelo e exemplo de liderança
perfeita e suplicar ao ESPÍRITO SANTO (como ele o fez) para que nos capacite em
nossa liderança.
REGENERAÇÃO - DICIONÁRIO
WHICLIFFE
Este assunto não é apresentado de
forma muito proeminente no AT, embora possa ser visto em passagens como Isaías 57.15 e Salmo 51.10. No entanto, pode
ser inferido a partir das passagens que falam de uma regeneração nacional.
Passagens que falam da salvação de todo Israel por ocasião da segunda vinda de CRISTO,
indicam a regeneração dos israelitas sobreviventes (Jr 24.7; 31.31ss.; 32.38ss.; Ez 11.19; 36.24-27; 37.14; Rm 11.26). Zacarias 12.10-14 ; 13.6 refere-se ao
arrependimento de indivíduos judeus.
No NT, o termo palingenesia é usado
em relação à restauração escatológica (Mt 19.28) de todas as coisas.
Em Tito, na única outra vez em que a palavra é usada, ela se refere à salvação
do indivíduo (Tt 3.5).
Outras expressões do NT são usadas para a mesma verdade, mas todas têm em comum
a ideia de uma mudança dramática semelhante, e denominada novo nascimento. O
novo nascimento significa renascer ou nascer do alto (Jo 3.3; 1 Pe 1.23), ser nascido de DEUS
(Jo 1.13), ser gerado por DEUS
(1 Pe 1.3), ser vivificado (Ef 2.5; Cl 2.13). Esta renovação
ocorre pelo poder do ESPÍRITO SANTO - Teologia. Vale a pena conhecer essa
revista que traz reportagens, artigos, entrevistas e subsídios de apoio à
Lições Bíblicas Adultos. Na edição 99, p. 39, você encontrará um subsídio
especial para esta lição.
B) Auxílios Especiais: Ao final do
tópico, você encontrará auxílios que darão suporte na preparação de sua aula:
1) O texto "A MENTE", localizado após o primeiro tópico, destaca o
conceito de coração, mais especificamente, quando se refere à mente humana; 2)
O texto "NICODEMOS VISITA JESUS À NOITE (Jo 3.1-21)",
localizado após o segundo tópico, explica a compreensão de Reino de DEUS
concedida a todo aquele que experimenta o "Novo Nascimento".
PALAVRA-CHAVE - Coração
COMENTÁRIO/INTRODUÇÃO
O coração tem uma perspectiva
bíblica muito singular. A palavra se refere à realidade da vida interior de
cada pessoa. Por isso que, ao longo da Bíblia, nos deparamos com conselhos que
nos incentivam a cuidar do coração, e guardá-lo de todas as influências
maléficas. O coração, segundo a Bíblia, é o centro da vida. As promessas para o
coração são o tema desta lição.
I – O CORAÇÃO NA PERSPECTIVA BÍBLICA
1. O coração na Bíblia
Na Bíblia, raramente, a palavra
“coração” é usada como referência ao órgão físico (2 Sm 18.14; 2 Rs 9.24). De
modo geral, essa palavra se refere ao “homem interior” a fim de revelar o
centro da vida mental, emocional e espiritual do ser humano. Desse modo, o
apóstolo Paulo faz referência ao “homem exterior” (o corpo físico) e ao homem
interior (alma e espírito), que constitui o ser humano em sua integralidade:
corpo, alma e espírito (Hb 4.12). É para a dimensão desse “homem interior” que
a Bíblia aplica a palavra “coração”, tudo o que faz parte da nossa alma e
espírito.
2. A circuncisão do coração
O texto da Leitura Bíblica em Classe
apresenta Romanos 2.25-29 num contexto em que o apóstolo Paulo ensina o sentido
da verdadeira circuncisão da Nova Aliança. De fato, a circuncisão foi um ato
físico estabelecido por DEUS para os descendentes de Abraão. Contudo, no Novo
Testamento, o que atesta a Nova Aliança não é mais uma marca física (Rm 2.28),
mas a obra realizada pelo ESPÍRITO SANTO no coração da pessoa (Rm 2.29). Essa é
a verdadeira circuncisão! Essa é uma obra exclusiva do ESPÍRITO que nos
capacita a ser um seguidor do Senhor JESUS e estabelecer um relacionamento
pessoal com DEUS. Sem essa circuncisão do coração é impossível manter um
relacionamento vivo com o Pai (Jo 3.3-8).
3. Um coração novo
Esse ensino do apóstolo Paulo
remonta o profeta Jeremias 31.31-34 a respeito de uma Nova Aliança que rompe
com a forma da Antiga. Essa Nova Aliança não seria mais conhecida pelas marcas
físicas, ritualísticas e externas, mas teria a ver com o interior da pessoa,
pois DEUS escreveria a sua Lei no “coração”, poria a sua Lei no interior da
Casa de Israel (Jr 31.33). Assim, DEUS daria um coração novo ao seu povo. Por
isso, o apóstolo Paulo faz referência a essa obra com a Palavra “espírito” em
vez da “letra” (Rm 2.29), pois a Lei de DEUS estaria dentro do ser humano que
passasse pela obra de regeneração promovida pelo ESPÍRITO SANTO (Jo 3.6,7).
Portanto, de maneira geral, a palavra “coração” se refere ao que está no
interior do ser humano (Pv 4.23; Mt 15.18-20).
AMPLIANDO O CONHECIMENTO - “KARDIA
Forma prolongada de uma palavra
primária, káp (Kar, em latim, cor, ‘coração’); o coração, i.e., (figurado) os
pensamentos ou sentimentos (a mente); também (por analogia) o meio: – coração
partido. Um substantivo que significa coração, a sede e o centro de circulação,
e, portanto, da vida humana. Em o Novo Testamento é usado apenas em sentido
figurado: I – Como sede dos desejos, sentimentos, afetos, paixões, impulsos, i.
e., o coração ou a mente (Mt 5.8,28);
[...] II – Como sede do intelecto, significando a mente, o entendimento (Mt 13.15); [...] III – Em sentido figurado: o coração de
alguma coisa, o meio ou a parte central, i.e., o coração da terra (Mt 12.40) [...].” Amplie mais o seu conhecimento, lendo Bíblia
de Estudo Palavras-Chave: Hebraico e Grego, editada pela CPAD, p.2252.
SINÓPSE I
O coração se refere ao “homem
interior” para revelar o centro da vida mental, emocional e espiritual do ser
humano.
AUXÍLIO TEOLÓGICO - A MENTE
“O coração refere-se à mente, mas
não ao cérebro e, nesse caso, não envolve a fisiologia humana. Trata-se de uma
metáfora e, embora a neurofisiologia do coração possa ser interessante por si
só, não tem relação com esse uso da linguagem. Deuteronômio 6.5 dá a ordem de
amar a DEUS de todo o coração, alma e poder. Quando a ordem é repetida nos
Evangelhos, ocorre com três variações (Mt 22.37; Mc 12.30; Lc 10.27). Comum a todas
as três é a adição da palavra ‘mente’. Ao acrescentarem ‘mente’, os escritores
dos Evangelhos querem ter certeza de que o público ouve JESUS, só que a adição
é baseada no fato de que o significado da palavra hebraica para referir-se à
coração inclui a mente. As atividades mentais do coração metafórico são
abundantes. O coração é onde a pessoa pensa (Gn 6.5; Dt 7.17; 1 Cr 29.18; Ap 18.7), onde a pessoa compreende e tem entendimento (1 Rs 3.9; Jó 17.4; Sl
49.3; Pv 14.13; Mt 13.15). O
coração faz planos e tem intenções (Gn 6.5; 8.21; Pv 20.5; 1
Cr 29.18; Jr 23.20). A pessoa crê com o coração (Lc 24.25; At 8.37; Rm
10.9). O coração é o lugar da sabedoria, discernimento e habilidade (Êx 35.34; 36.2; 1
Rs 3.9; 10.24). O coração é o lugar da memória (Dt 4.9; Sl 119.11). O coração
desempenha o papel da consciência (2 Sm 24.10; 1 Jo 3.20, 21)” (LONGMAN III, Tremper. Dicionário Bíblico
Baker. Rio de Janeiro: CPAD, 2023, p. 407).
II – O CORAÇÃO DE QUEM ESTÁ EM DEUS
1. Um coração inclinado a DEUS
Quando uma pessoa recebe a CRISTO
como seu Salvador, ela passa pelo processo do Novo Nascimento, da Regeneração.
Por isso, ela passa a enxergar o Reino de DEUS e, ao mesmo tempo, a própria
necessidade espiritual. A respeito disso, nosso Senhor diz: “Na verdade, na
verdade te digo que aquele que não nascer de novo não pode ver o Reino de DEUS”
(Jo 3.3). Assim, quem tem um coração regenerado, transformado, participa do
Reino de DEUS e, consequentemente, se inclina para as coisas do ESPÍRITO a fim
de viver de acordo com os mandamentos de DEUS (Rm 8.5,6).
2. Um coração consciente
Como centro da vida interior do ser
humano, no coração meditamos, ponderamos e avaliamos, como fez Maria, a mãe de JESUS,
ao ouvir o que os pastores diziam acerca do menino: “E todos os que a ouviram
se maravilharam do que os pastores lhes diziam. Mas Maria guardava todas essas
coisas, conferindo-as em seu coração” (Lc 2.18,19). Assim, quem recebe um
coração novo, transformado pela nova natureza a partir da Palavra de DEUS, tem
a capacidade de guardar seu coração e o que se passa ao seu redor, de maneira
que possa desejar fazer a boa, agradável e perfeita vontade de DEUS (Rm 12.2;
Fp 4.8,9).
3. DEUS vê o coração
No livro do Profeta Jeremias está
escrito: “Tu, pois, ó Senhor dos Exércitos, que provas o justo e vês os
pensamentos e o coração, veja eu a tua vingança sobre eles, pois te descobri a
minha causa” (Jr 20.12). A partir desse texto, podemos depreender que o coração
do ser humano é um lugar que poucos podem conhecer, adentrar e contemplar. É o
local mais escondido da pessoa. Contudo,
a Bíblia diz que DEUS vê o coração. Ele contempla o ser humano por dentro e por
fora. O Criador formou o homem em sua integralidade, tanto a vida exterior
quanto a interior, e, por isso, Ele contempla e conhece bem o coração de cada
pessoa. Assim, quem foi regenerado e transformado é contemplado por DEUS em
todas as dimensões do coração.
SINÓPSE II
O coração novo é inclinado para DEUS,
consciente da sua vontade e sabe que DEUS conhece todas as coisas.
AUXÍLIO TEOLÓGICO
NICODEMOS VISITA JESUS À NOITE (Jo 3.1-21).
“[...] O fato de uma pessoa precisar
nascer novamente se referia a um nascimento espiritual, mas Nicodemos entendeu
que JESUS se referia a um renascimento físico. Mas o que JESUS podia esperar
que Nicodemos soubesse sobre o Reino? A partir das Escrituras ele poderia saber
que o Reino seria governado por DEUS, seria finalmente restaurado na terra e
iria incorporar o povo de DEUS. JESUS revelou a esse piedoso fariseu que o
Reino seria disponibilizado a todo o mundo (Jo 3.16), não
apenas aos judeus, e que Nicodemos não faria parte dele a não ser que nascesse
novamente (3.5). Esse era um conceito revolucionário: o
Reino é pessoal, e não nacional ou étnico, e as exigências para entrar nele são
o arrependimento e o novo nascimento espiritual. Mais tarde, JESUS ensinou que
o Reino de DEUS já havia começado no coração dos crentes (Lc
17.21), e estará plenamente realizado quando Ele voltar para julgar o mundo
e abolir a iniquidade para sempre (Ap 21—22). [...]
Somente o DEUS ESPÍRITO SANTO concede a nova vida do céu (ser ‘nascido do ESPÍRITO’).
Ao mesmo tempo em que DEUS coloca o seu precioso ESPÍRITO em nós, recebemos um
espírito humano novo e regenerado. É o ESPÍRITO de DEUS, e não o nosso esforço,
que nos torna filhos de DEUS (1.12). A descrição de JESUS
retifica a esperança dos homens de poderem, de alguma forma, herdar a virtude
de seus pais, de conquistá-la pelo bom comportamento, pela formação recebida na
igreja, ou por se associarem às pessoas certas. Em determinado momento, devemos
ser capazes de responder à pergunta, ‘Será que já nasci do ESPÍRITO?’” (Comentário
do Novo Testamento – Aplicação Pessoal. Vol. 1. Rio de Janeiro: CPAD, 2009,
pp. 501, 502).
III – PROMESSAS PARA O CORAÇÃO
1. Um coração feliz
Quando o ser humano tem um novo
coração, como resultado da obra realizada por DEUS por meio de seu ESPÍRITO, a
felicidade é uma realidade. Em seu Sermão do Monte, o Senhor JESUS traz uma
lista de bem-aventuranças, isto é, um estado de felicidade para quem manifesta
as virtudes do Reino de DEUS (Mt 5.1-9). Isso significa que a felicidade para o
cristão não se encontra em coisas materiais, mas em praticar aquilo que agrada
a DEUS. Em Provérbios, lemos: “O coração alegre serve de bom remédio, mas o
espírito abatido virá a secar os ossos” (Pv 17.22). Como consequência dessa
felicidade, a alegria se instala no coração. Hoje, sabemos pela ciência que a
alegria no coração, isto é, no interior, produz reações químicas que contribuem
para o equilíbrio e a manutenção da saúde humana. A pessoa que procura a
presença de DEUS, no seu dia a dia, tem a alegria do Senhor, que é a nossa
força (Ne 8.10).
A pessoa que procura a presença de DEUS,
no seu dia a dia, tem alegria do Senhor, que é a nossa força.”
2. Um coração cheio de amor
O amor é a essência do Cristianismo.
Sem ele, não existe a verdadeira expressão e identidade do que significa ser
cristão. O apóstolo Paulo escreve: “E a esperança não traz confusão, porquanto
o amor de DEUS está derramado em nosso coração pelo ESPÍRITO SANTO que nos foi
dado” (Rm 5.5). Essa palavra mostra que o amor de DEUS está derramado no
coração daqueles que têm o ESPÍRITO SANTO e, por isso, o coração transformado.
Por isso, o coração do salvo está cheio de amor. Dessa forma, podemos viver o
que o apóstolo Paulo escreveu: “E, sobre tudo isto, revesti-vos de amor, que é
o vínculo da perfeição. E a paz de DEUS, para a qual também fostes chamados em
um corpo, domine em vossos corações; e sede agradecidos” (Cl 3.14,15).
3. O penhor do ESPÍRITO no coração
Em sua Segunda Carta aos Coríntios,
o apóstolo Paulo escreve: “Mas o que nos confirma convosco em CRISTO e o que
nos ungiu é DEUS, o qual também nos selou e deu o penhor do ESPÍRITO em nossos
corações” (2 Co 1.21,22). Aqui, esse texto bíblico mostra que o penhor do ESPÍRITO
SANTO é a garantia de nossa salvação, dada por DEUS e testificada em nosso
coração. Além dessa garantia, o “penhor do ESPÍRITO SANTO”, também chamado de
“penhor da nossa herança”, é garantia de vitória para a Igreja do Senhor JESUS CRISTO
(Ef 1.13,14). Portanto, o ESPÍRITO SANTO é a maior garantia de que DEUS
cumprirá integralmente todas as promessas feitas à sua Igreja.
SINÓPSE III
DEUS tem promessas de um coração
novo, feliz, cheio do amor que é derramado pelo ESPÍRITO SANTO.
CONCLUSÃO
Nesta lição, estudamos a promessa de
“um coração novo” para a Igreja. Ninguém pode ver o coração, pois ele se refere
ao interior de cada um. A pessoa pode falar uma coisa e pensar outra, pode
prometer uma coisa e proceder de modo diferente. Tudo isso faz parte das
fraquezas da condição humana. Contudo, mediante sua Onisciência, DEUS sabe de
tudo e de todas as coisas, tanto do universo quanto do coração do ser humano.
Ele é o Senhor que esquadrinha o nosso coração, prova os pensamentos e
recompensa a cada um conforme suas ações (Jr 17.10).
REVISANDO O CONTEÚDO
1. A que a palavra “coração” se
refere?
A palavra se refere à realidade da
vida interior de cada pessoa.
2. O que atesta a obra da Nova
Aliança?
O que atesta a Nova Aliança não é
mais uma marca física (Rm 2.28), mas a obra realizada
pelo ESPÍRITO SANTO no coração da pessoa (Rm 2.29).
3. Qual é a capacidade de quem
recebe o coração novo?
Tem a capacidade de guardar seu
coração e o que se passa a seu redor, de maneira que possa desejar a fazer a
boa, agradável e perfeita vontade de DEUS (Rm 12.2; Fp 4.8,9).
4. Qual é a essência do
Cristianismo?
O amor é a essência do Cristianismo.
Sem ele, não existe a verdadeira expressão e identidade do que significa ser
cristão.
5. O que pode ser testificado em
nosso coração?
O penhor do ESPÍRITO SANTO é a
garantia de nossa salvação, dada por DEUS e testificada em nosso coração.