Escrita Lição 2, Betel, Em Permanente Vigilância, O Chamado à
Santidade e à Preparação, 1Tr25, Com. Extras Pr. Henrique, EBD NA TV
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ESBOÇO
DA LIÇÃO 2 BETEL 1Tr2025
1-
AS IGREJAS DA ÁSIA
1.1.
Éfeso
1.2. Laodiceia
1.3.
A permanente vigilância
2-
O MOVIMENTO MONTANISTA
2.1. O propósito do
Movimento Montanista
2.2. Os excessos do
Movimento Montanista
2.3.
O afastamento da Doutrina dos Apóstolos
3-
LIÇÕES E ALERTAS DOS PRIMEIROS SÉCULOS
3.1.
Lidando com exageros e equivocas
3.2.
O contínuo autoexame
3.3.
O contínuo avivamento
TEXTO ÁUREO
"E isto digo, conhecendo o tempo, que é já hora de
despertarmos do sono; porque a nossa salvação está agora mais perto de nós do
que quando aceitamos a fé", Romanos 13. ·11
VERDADE APLICADA
As experiências e os avivamentos do passado não nos dispensam de
viver em constante vigilância e oração.
TEXTOS DE REFERÊNCIA - Apocalipse 2.1-5
1. Escreve ao anjo da igreja que está em Éfeso: Isto
diz aquele que tem na sua destra as sete estrelas, que anda no meio dos sete
castiçais de ouro.
2. Eu sei as tuas obras, e o teu trabalho, e a tua
paciência, e que não podes sofrer os maus; e puseste à prova os que dizem ser
apóstolos, e o não são, e tu os achaste mentirosos.
3. E sofreste, e tens paciência; e trabalhaste pelo meu nome, e não
te cansaste.
4. Tenho, porém, contra ti que deixaste a tua primeira
caridade.
5. Lembra-te, pois, de onde caíste, e
arrepende-te, e pratica as primeiras obras; quando não brevemente a ti virei e
tirarei do seu lugar o teu castiçal, se não te arrependeres
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SUBSÍDIOS EXTRAS PARA A LIÇÃO 2, BETEL 1Tr25
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ÉFESO, A IGREJA DO AMOR ESQUECIDO
RESUMO
I. ÉFESO, UMA IGREJA SINGULAR
1. Paulo em Éfeso.
2. A solidez doutrinária de
Éfeso.
3. Uma igreja de ministros
excelentes.
II. O PROBLEMA DE ÉFESO
1. Um grave problema.
2. O primeiro amor.
3. Amnésia do amor.
III. VOLTANDO AO PRIMEIRO AMOR
Esquecer o primeiro amor é
queda espiritual.
1. Rica em obras, pobre em
amor.
2. Amar é a mais elevada das
obras.
IV. LEMBRANDO SE DO PRIMEIRO
AMOR
"Lembra-te, pois, de onde
caíste, ...." (Ap 2.5).
1. Lembrar-se de onde caiu.
2. Voltar à prática das
primeiras obras.
3. Amar a vinda de CRISTO.
LEITURA - Apocalipse 2.1-7
1 - Escreve ao anjo da igreja
que está em Éfeso: Isto diz aquele que tem na sua destra as sete estrelas, que
anda no meio dos sete castiçais de ouro: 2- Eu sei as tuas obras, e o teu
trabalho, e a tua paciência, e que não podes sofrer os maus; e puseste à prova
os que dizem ser apóstolos e o não são e tu os achaste mentirosos; 3 - e
sofreste e tens paciência; e trabalhaste pelo meu nome e não te cansaste. 4 -
Tenho, porém, contra ti que deixaste o teu primeiro amor. 5 - Lembra-te, pois,
de onde caíste, e arrepende-te, e pratica as primeiras obras; quando não,
brevemente a ti virei e tirarei do seu lugar o teu castiçal, se não te
arrependeres. 6 - Tens, porém, isto: que aborreces as obras dos nicolaítas, as
quais eu também aborreço. 7 - Quem tem ouvidos ouça o que o ESPÍRITO diz às
igrejas: Ao que vencer, dar-lhe-ei a comer da árvore da vida que está no meio
do paraíso de DEUS.
2.2 QUE DIZEM SER APÓSTOLOS. Um dos principais cuidados de
JESUS, ao dirigir sua mensagem final às sete igrejas, foi preveni-las da
apostasia por tolerar falsos mestres, profetas ou apóstolos, que distorciam a
Palavra de DEUS ou enfraqueciam seu poder e autoridade nas igrejas.
(1) CRISTO ordena que as
igrejas testem todos os que alegam autoridade espiritual.
(2) Note que CRISTO censurou
as igrejas de Pérgamo (vv. 14-16) e Tiatira (v. 20) por acolherem, ao invés de
resistirem, os que eram desleais à verdade e padrões da Palavra de DEUS.
2.4 DEIXASTE A TUA PRIMEIRA CARIDADE. Isto se refere ao primeiro e
profundo amor e dedicação que os efésios tinham por CRISTO e sua Palavra (Jo
14.15,21; 21; 15.10).
(1) Esta advertência nos
ensina que conhecer a doutrina correta, obedecer a alguns dos mandamentos e ir
aos cultos na igreja não bastam (Mt 5.17). A igreja deve ter, acima de tudo,
amor sincero a JESUS CRISTO e sua Palavra como um todo (2 Co 11.3; cf. Dt
10.12).
(2) O amor sincero a CRISTO
resulta em devoção sincera a Ele, em pureza de vida e em amor à verdade (2 Co
11.3; ver Mt 22.37,39; Jo 21.15).
2.5 TIRAREI... O TEU CASTIÇAL. CRISTO rejeitará toda congregação ou
igreja que não se arrepender de sua falta de amor e obediência ao Senhor JESUS
CRISTO, e a removerá do seu reino.
2.6 ABORRECES AS OBRAS DOS NICOLAÍTAS, AS QUAIS EU TAMBÉM ABORREÇO. Os
nicolaítas (cf. v. 15) eram certamente adeptos do ensino de Balaão (cf. v.15),
i.e., que a imoralidade sexual não afeta nossa salvação em CRISTO. O NT declara
o contrário; tais pessoas não herdarão o reino de DEUS (1 Co 6.9,10). DEUS
abomina o ensino herético que diz podermos ser salvos e, ao mesmo tempo, viver
na devassidão. Repelir aquilo que DEUS abomina é característica principal de
quem é leal a CRISTO (Sl 139.21; Pv 8.13; ver Jo 3.19).
2.7 AO QUE VENCER. O vencedor (gr. nikon) é aquele que, mediante a graça
de DEUS recebida através da fé em CRISTO, experimentou o novo nascimento e
permanece constante na vitória sobre o pecado, o mundo e Satanás. (1) Cercado
de muita oposição e apostasia, o vencedor se recusa a conformar-se com o mundo
e a impiedade dentro da igreja (v. 24). Ele ouve e atende aquilo que o ESPÍRITO
diz às igrejas (v. 7), permanece fiel a CRISTO até ao fim (v. 26) e aceita
somente o padrão de DEUS para a vida cristã, revelado na sua santa Palavra
(3.8).
(2) Nas igrejas de DEUS, o
vencedor, e somente o vencedor, comerá da árvore da vida (v. 7), não sofrerá o
dano da segunda morte (v. 11), receberá o maná escondido e um novo nome no céu
(v. 17), terá autoridade sobre as
nações (v. 26), seu nome não será removido do livro da vida, será honrado por
CRISTO diante do Pai e dos anjos (3.5), permanecerá com DEUS no seu templo,
terá sobre si o nome de DEUS, de CRISTO e da Nova Jerusalém (3.12) e será para
sempre filho de DEUS (21.7).
(3) O segredo da sua vitória é
a morte expiadora de CRISTO, seu próprio testemunho fiel acerca de JESUS e a
perseverança no amor a CRISTO até à morte (12.11; cf. 1 Jo 5.4). Note que, ou
vencemos o pecado, o mundo, e Satanás, ou somos por eles vencidos, acabando por
sermos lançados no lago de fogo (v. 11; 3.5; 20.15; 21.8). Não há grupo neutro.
Amor - Intenso afeto por outra
pessoa; devoção e dedicação.
INTRODUÇÃO
Sabemos Que As Igrejas Da Ásia (Atual Turquia) Mencionadas
Nas Cartas De JESUS Aos Seus Pastores E Líderes, Através De João, Na Ilha De
Patmos, Já Não Existem Mais. O Resultado Funesto Da Falta De Obediência E
Observância Do Primeiro Amor As Destruiu.
Vamos Iniciar Nessa Lição Um Estudo Detalhado Do
Que Ocorreu Para Que Tamanha Tragédia Pudesse Acontecer.
Quais As Igrejas?
As 7 Mencionadas, Significando Uma Totalidade -
Também Significando Perigos Que Todas As Igrejas De Todas As Épocas
Enfrentariam.
Estudaremos Qual Era A Situação De Cada Uma -
Comparemos Com As Que Temos Hoje Para Aprendermos E Não Cairmos Nas Mesmas
Transgressões E Recebermos Os Mesmos Castigos Que Elas Receberam.
Iniciaremos pela Igreja em Éfeso:
Seu pecado maior - Caída espiritualmente pela falta
de amor a DEUS
Solução - Arrepender-se e voltar a demonstrar
internamente e externamente este amor.
PRIMEIRA CARTA: À IGREJA DE
ÉFESO - Comentário Bíblico do Livro do Apocalipse - Comentário Bíblico do Livro
do Apocalipse - Severino Pedro da Silva
I. “...Ao
anjo da igreja”. Nada se sabe de certo quem era esse “anjo” nos dias em que
esta carta estava sendo enviada, a não ser aquilo que depreende do texto em
foco. Segundo o relato de Lucas em Atos 20, quando Paulo visitou a Ásia Menor,
“...de Mileto mandou a Éfeso, chamar os anciãos da igreja. E, logo que chegaram
juntos dele, disse-lhes...Olhai pois por vós, e por todo o rebanho sobre que o ESPÍRITO
SANTO vos constituiu bispos, para apascentardes a igreja de DEUS, que ele
resgatou com seu próprio sangue” (At 20.17, 18, 28). Quando Paulo falou essas
palavras, Timóteo era o pastor (anjo) da igreja de Éfeso (1Tm 1.3) e
provavelmente Tíquico tenha sido seu substituto (At 20.4; Ef 6.21; 2Tm 4.12). O
“anjo” a que JESUS se refere bem pode ser este último.
1. ÉFESO. O nome significa “desejado”. Situação Geográfica: a cidade de Éfeso
se encravava no pequeno Continente da Ásia Menor. “Esta era a capital da
província romana da Ásia. Com Antioquia da Síria e Alexandria no Egito,
formavam o grupo das três maiores cidades do litoral leste do Mar Mediterrâneo.
O seu tempo da “Diana dos efésios” (At 19.28) foi considerado uma das sete
maravilhas do mundo antigo”. Pelo menos duas vezes, Paulo esteve nessa cidade
(At 18.19 e 19.1). Em sua terceira viagem por aquela região, ele não chegou até
lá, mas estando em Mileto “mandou a Éfeso, a chamar os anciãos da Igreja”. Essa
igreja recebeu duas cartas: uma de Paulo (epístola aos efésios), e outra de CRISTO
(à que está em foco). A primeira em 64 d. C., a segunda em 96 d. C.
2. Notem-se as sete coisas comuns a todas as sete mensagens: (a) Todas são
dirigidas “ao anjo da igreja”. 2.1, 8, 12, 18; 3.1, 7, 14. (b) Cada mensagem
tem uma descrição abreviada daquele que a envia, tirada da visão de CRISTO
glorificado, no primeiro capítulo. (c) CRISTO afirma a cada igreja: “Sei”. 2.2,
9, 13, 19; 3.1, 8, 15. (d) Todas as mensagens têm ou uma palavra de louvor ou
censura. 2.4, 9, 14, 20; 3.2, 8-10, 16. (e) CRISTO lembra Sua Vinda e o que há
de acontecer conforme a conduta da própria pessoa, a todas as sete igrejas. (f)
A cada igreja é repetido a frase: “Quem tem ouvidos, ouça o que o ESPÍRITO diz
às igrejas”. 2.7, 11, 17, 29; 3.6, 13, 22. (g) Cada vez, há promessa explícita,
para os vencedores do bom combate da fé: “JESUS diz: O que vencer!”. (Cf. 2.7,
11, 17, 26; 3.5, 12, 21).
ÉFESO, A IGREJA DO AMOR
ESQUECIDO.
Éfeso se tornara uma grande cidade com
aproximadamente 500.000 habitantes. pertencia à Ásia menor de então, hoje,
cidade com praticamente 100% de muçulmanos, pertencente à Turquia. Devido à sua
localização geográfica privilegiada se tornou um parada obrigatória de todos os
navios que iam e vinham desde a África, Egito, Israel, e demais países desta
região, até Roma, capital de um vasto império na época. Era centro político,
econômico e religioso de sua época. seus habitantes passaram a ouvir falar de
JESUS a partir da segunda viagem missionária de Paulo e passaram a conhecer
mais profundamente a respeito do evangelho a partir da terceira viagem
missionária de Paulo até ali, quando passou cerca de 3 anos ensinado a palavra
de DEUS em uma escola de um certo Tirano. (Atos 19:9 Mas, como alguns deles se
endurecessem e não obedecessem, falando mal do Caminho perante a multidão,
retirou-se deles, e separou os discípulos, disputando todos os dias na escola
de um certo Tirano).
Vemos que o evangelho em Éfeso floresceu em meio a demonstrações de poder e
milagres de DEUS ali. (Atos 19:6 E, impondo-lhes Paulo as mãos, veio sobre eles
o ESPÍRITO SANTO; e falavam línguas, e profetizavam).
Foram enviadas duas cartas a
Éfeso: a primeira enviada por Paulo entre 60-64 d.C. (Ef 1.1-2), e a segunda
enviada por CRISTO, através de João, por volta do ano 96 d.C. (Ap 2.1-7).
Pelo que parece a igreja de
Éfeso possuía todos os ministérios de JESUS em operação (E ele mesmo concedeu
uns para apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas e outros
para pastores e mestres - Ef 4.11). Daí a explicação de seu sucesso na obra de
DEUS.
Paulo já detectava a falta de amor a DEUS presente
na Igreja depois de sua partida. (Efésios 6:23-24 Paz seja com os irmãos, e
amor com fé da parte de DEUS Pai e da do Senhor JESUS CRISTO. A graça seja com
todos os que amam a nosso Senhor JESUS CRISTO em sinceridade. Amém).
Como o tempo é inimigo da paixão, o que era amor se tornou rotina e o que tinha
valor espiritual passou a ter valor material.
JESUS, que tudo vê e sabe,
cerca de apenas 60 anos após ser fundada esta igreja, revela a João sua
situação deplorável e lhe dita uma carta para que lhe fosse entregue a fim de
poupá-la da destruição que lhe sobreviria dentro em breve por sua falta de amor
para com seu Senhor.
O problema do desvio
espiritual da igreja, do esfriamento, dignos de arrependimento urgente, era a
falta do primeiro amor.
Esse primeiro amor era detectado por DEUS na
motivação das obras feitas e não na quantidade delas.
”Porque importa que todos nós compareçamos perante o Tribunal de CRISTO,
para que cada um receba segundo o bem ou o mal que tiver feito por meio do
corpo.” (II Cor. 5:10).
O Que Será Julgado?
a) Os Motivos — I Cor. 4:1-5 — DEUS, naquele
dia, “manifestará os desígnios do coração” (v.5). Não basta servir; é preciso
servir por amor. Você trabalha porque ama ao Senhor, ou porque quer se engrandecer?
b) Os Materiais — I Cor. 3:12-15 — O Senhor
também irá testar se aquilo que você construiu está de acordo com a Palavra de
DEUS (é ouro, prata, pedras preciosas), ou se é invenção humana (madeira, feno,
palha). Você procura, no seu serviço cristão, fazer o que DEUS manda, ou você
está se esforçando (em vão) para promover teorias humanas?
c) Os Métodos — II Cor. 5:10 — Cada um
receberá segundo o bem ou o mal que tiver feito. Mesmo que seus motivos
sejam sinceros, e mesmo que aquilo que está sendo feito seja correto, os seus
métodos têm a aprovação divina? Por exemplo, você se contenta em “pregar a
CRISTO, e este crucificado”, ou acha necessário utilizar métodos humanos mais
“modernos”? ”Cada um veja como edifica” (I Cor. 3:10). Trabalhe por motivos
sinceros, construa algo que DEUS aprovará, e somente utilize meios que Ele
recomenda. Do contrário, a sua obra será queimada.
Será que estamos tão ocupados fazendo a obra de
DEUS que nem nos lembramos de conversar com ELE, de ouvi-lo, de perguntar-Lhe
sua opnião, de O adorarmos?
Além do abandono do primeiro amor na realização das
obras, passamos a amar mais as obras do que a DEUS e ao próximo. Amamos
presidir, construir, ensinar, pregar, orar, cantar, tocar, ofertar etc., porque
todas estas coisas ajudam na autopromoção, no louvor que vem dos homens. Quando
o primeiro amor é abandonado, em lugar de altruísmo e da glória de DEUS, nos
tornamos egoístas e buscamos o reconhecimento dos nossos feitos aqui e agora.
Lembra-te, pois, de onde caíste, arrepende-te e
volta à prática das primeiras obras; e, se não, venho a ti e moverei do seu
lugar o teu candeeiro, caso não te arrependas. (Ap 2.5)
“Certamente o Senhor DEUS não fará coisa alguma,
sem primeiro revelar o seu segredo aos seus servos, os profetas.” (Amós
3:7)
DEUS sempre agiu desta forma. Sempre que ia fazer
alguma coisa Ele avisava antes. Sempre avisou ao homem antes de fazer algo. Na
versão da Bíblia na Linguagem de Hoje este verso está transcrito:
“Por acaso, o Senhor DEUS faz alguma coisa sem revelar aos seus servos, os
profetas?” (Amós 3:7).
Veja o caso de Sodoma e Gomorra: DEUS primeiro
avisou a Abraão o que fazer para que ele intercedesse por Ló e sua família.
Avisou primeiro a Moisés antes de amaldiçoar o povo
para que Moisés intercedesse. Assim enviou essa carta a Éfeso e depois as
outras cartas às outras igrejas com a finalidade de adverti-los sobre seus
pecados com o objetivo de causar-lhes arrependimento para que o juízo contido
nas cartas não fosse aplicado como aí prometido.
Lembrança de onde parou na vida espiritual e
começou a voltar à vida anterior à conversão é o primeiro passo para que se
tenha um ponto de partida para o arrependimento e consequente perdão.
JESUS está aqui afirmando que o deixar o primeiro
amor é pecado gravíssimo (caíste) e precisa de arrependimento urgente, depois
deve-se voltar a praticar as verdadeiras obras de amor e por amor a DEUS.
O juízo está definido - Remoção do corpo de CRISTO.
Quem tem ouvidos, ouça o que o ESPÍRITO dias às
igrejas: Ao vencedor, dar-lhe-ei que se alimente da árvore da vida que se
encontra no paraíso de DEUS. (Ap 2.7)
É preciso
ter ouvidos espirituais e não apenas ouvidos no corpo físico. É preciso ouvir
com o coração aberto para DEUS. Com o arrependimento vem a promessa de morada
na cidade santa - a nova Jerusalém.
(Strong português)
Εφεσος Ephesos - provavelmente de origem estrangeira; n pr loc
Éfeso = “permitida”
1) cidade marítima da Ásia Menor, capital da Jônia e, sob o domínio Romano, da
Ásia proconsular, situada entre Esmirna e Mileto
INTERAÇÃO
Uma característica marcante da
igreja de Éfeso era a sua intolerância à heresia. Quanto à doutrina, era
ortodoxa e implacável. Mas quanto à prática do amor, tornara-se heterodoxa,
fria e seca. A carta à igreja dos efésios nos ensina que a ortodoxia uma vez
praticada sem amor, esfria e mata a verdadeira espiritualidade. Não podemos, a
pretexto de "zelar" pela verdade, desconsiderar o cultivo de uma
profunda espiritualidade banhada em amor. A nossa mensagem deve tocar mentes e
corações. Assim, como o Senhor requereu da igreja de Éfeso, devemos voltar ao
primeiro amor e encharcarmo-nos do Evangelho da Graça de DEUS.
ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
O ensino sistemático da
Bíblia (ortodoxia) requer de seus leitores uma ação concreta no caminho
existencial da vida (ortopraxia). A igreja de Éfeso era poderosa nas
Escrituras, mas atrofiada na prática do amor cristão. JESUS de Nazaré
ensinou-nos que devemos ouvir e praticar a sua palavra. Então, seremos
comparados ao homem que edificou a sua casa na rocha (Mt 7.24). Eis o nosso
grande desafio: ouvir, aprender e agir segundo as Escrituras. Conclua a aula
dizendo que "ortodoxia sem ortopraxia" é incompatível com o
ensinamento das Escrituras. Use o esquema da página seguinte para lhe auxiliar
nessa afirmação.
ORTODOXIA |
ORTOPRAXIA |
Do gr. orthodoxos. Qualidade de uma declaração
doutrinária que se acha de acordo com o ensino no Antigo e no Novo Testamentos.
Ortodoxia é, também, o conjunto de doutrinas provindas da Bíblia, e tidas
como verdadeiras de conformidade com os credos, concílios e convenções da
Igreja. |
Do gr. orthopraxia. É o exercício prático, a
partir de uma profunda reflexão teórica. É a ação feita após a apreensão de
um conceito. No caso da fé cristã, é a ação executada segundo a doutrina
bíblica (ou Ortodoxia) ensinada por JESUS de Nazaré. |
A solidez doutrinária denotava
a singularidade da igreja de Éfeso.
O grave problema de Éfeso era
a amnésia do primeiro amor.
Embora rica em obras, a igreja
de Éfeso se esqueceu de que amar é a mais elevada das obras.
Lembrar-se de onde caiu é o
primeiro passo para se voltar ao primeiro amor.
AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO I -
Subsídio Teológico "Introdução às Sete Cartas
Igrejas são como pessoas. Não
há duas iguais. Cada uma tem sua própria personalidade, forma e tamanho.
Possuem suas próprias forças e fraquezas, vivendo também em lugares diferentes.
Isto acontecia no primeiro
século. JESUS endereçou-se às igrejas de Apocalipse 2 e 3, porque elas não
eram iguais. Cada uma tinha sua identidade e personalidade.
Consequentemente, o que JESUS
tem a dizer a cada igreja é algo singular. Cada carta é feita sob medida; leva
em conta as necessidades específicas, forças e fraquezas de cada congregação.
Cada carta segue um padrão
comum.
I. O cenário. Em primeiro lugar,
JESUS identifica cada igreja pela cidade em que se localiza.
II. O remetente. Cada carta
tem uma descrição única de JESUS CRISTO, o remetente. Cada uma ajusta-se
apropriadamente às necessidades de cada igreja.
III. As virtudes. O Senhor
elogia cada igreja - exceto Laodiceia - pelo serviço particular que lhe presta.
IV. O pecado. Cada igreja é
admoestada, algumas vezes severamente, por causa de seu compromisso com o
mundo. Há duas exceções, Esmirna e Filadélfia, as mais perseguidas"
(LAWSON, Steven J. As Setes Igrejas do Apocalipse: O Alerta Final para o seu
povo. 5.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2004, pp.73,74).
BIBLIOGRAFIA SUGERIDA
ARRINCTON, French L;
STRONS-TAD, Roger (Eds.; Comentário Bíblico Pentecostal do Novo Testamento,
l.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2003.
AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO II -
Subsídio Sociocultural "O Cenário da igreja de Éfeso".
Uma viagem à velha Éfeso era
como ir hoje à Nova Iorque ou Los Angeles. Era uma próspera metrópole, a mais
proeminente cidade da Ásia Menor. Localizada no Rio Caster, a três milhas do
Mar Egeu, Éfeso era o maior centro comercial da Ásia. Aí, embarcavam-se as
mercadorias através do Mediterrâneo, subindo o Caster, onde eram distribuídas
ao mundo todo.
Éfeso ficava na encruzilhada
do mundo. Aqui, entrelaçavam-se quatro grandes estradas, trazendo negociantes e
mercadores das mais importantes províncias romanas. Os efésios, por isso, eram
mui avançados culturalmente. Eram cosmopolitas nas artes, dramas e urbanização.
Éfeso era uma cidade livre.
Por sua lealdade a Roma, estava autorizada a ter governo próprio. Nela, não
havia guarnição romana. Nenhuma opressão pairava sobre a cidade. Era imune à
influência e à tirania romanas.
Éfeso era também o centro do
paganismo. Uma das sete maravilhas do velho mundo está ali - o templo de Diana.
Lugar de intensa idolatria, o templo era tão extenso quanto dois campos de
futebol. Nele, floresciam a prostituição, as bebedeiras e as orgias. Não admira
que tantos negócios viessem ao templo de Diana.
No templo, criminosos achavam
asilo. Era um céu para o perverso. Com suas prostitutas, eunucos, dançarinas e
cantores, era o esgoto da iniquidade. Mas no meio dessa cidade, DEUS plantara
uma próspera igreja. É melhor desempenhar uma missão nas portas do inferno do
que pregar ao coral dos anjos. DEUS sempre constrói sua Igreja onde as
circunstâncias parecem menos favoráveis. Esta é a graça de DEUS.
O Remetente
Para esta igreja, localizada
em meio à tamanha idolatria e imoralidade, JESUS identifica-se da seguinte
maneira:
Escreve ao anjo da igreja que
está em Éfeso: Isto diz aquele que tem na sua destra as sete estrelas, que anda
no meio dos sete castiçais de ouro... (Ap 2.1)
O Remetente não é nominado.
Mas, obviamente, trata-se de JESUS CRISTO. Ele é o mesmo que se revelara a João
na estrondosa visão de Patmos. É o próprio Senhor ditando e elaborando a carta.
JESUS dirige a carta ao anjo
da igreja. A palavra anjo significa mensageiro. Refere-se ao que tem como
ministério primordial levar a mensagem à congregação. Hoje, o chamaríamos de
pastor ou ancião. “É através dele que esta mensagem é trazida à igreja”
(LAWSON, Steven J. As Setes Igrejas do Apocalipse: O Alerta Final para o seu
povo. 5.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2004, pp.79,80).
LIÇÃO 3, ÉFESO, A IGREJA DO AMOR ESQUECIDO
Lições Bíblicas do 2º
Trimestre de 2012 - CPAD - Jovens e Adultos
“As Sete Cartas do Apocalipse
— A mensagem Final de CRISTO à Igreja”.
Comentários da revista da
CPAD: Pr. Claudionor Correa de Andrade
Consultor Doutrinário e
Teológico da CPAD: Pr. Antonio Gilberto
Complementos, ilustrações e
vídeos: Pr. Luiz Henrique de Almeida Silva
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LAODICEIA, UMA IGREJA MORTA
RESUMO
I. A IDENTIFICAÇÃO DE JESUS
1. A testemunha fiel e verdadeira.
2. O princípio da criação de DEUS.
II. A SITUAÇÃO ESPIRITUAL DA IGREJA DE LAODICEIA
1. Mornidão espiritual.
2. Arrogância espiritual.
3. Falta de percepção do próprio eu.
III. COMO REAVIVAR UMA IGREJA MORNA
1. Ouro refinado pelo fogo.
2. Vestiduras brancas.
3. Colírio.
LEITURA - Apocalipse 3.14-22
14 E ao anjo da igreja que está em Laodiceia escreve: Isto diz o
Amém, a testemunha fiel e verdadeira, o princípio da criação de DEUS. 15 Eu sei
as tuas obras, que nem és frio nem quente. Tomara que foras frio ou quente! 16
Assim, porque és morno e não és frio nem quente, vomitar-te-ei da minha boca.
17 Como dizes: Rico sou, e estou enriquecido, e de nada tenho falta (e não
sabes que és um desgraçado, e miserável, e pobre, e cego, e nu), 18
aconselho-te que de mim compres ouro provado no fogo, para que te enriqueças, e
vestes brancas, para que te vistas, e não apareça a vergonha da tua nudez; e
que unjas os olhos com colírio, para que vejas. 19 Eu repreendo e castigo a
todos quantos amo; sê, pois, zeloso e arrepende-te. 20 Eis que estou à porta e
bato; se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, entrarei em sua casa e com
ele cearei, e ele, comigo. 21 Ao que vencer, lhe concederei que se assente
comigo no meu trono, assim como eu venci e me assentei com meu Pai no seu
trono. 22 Quem tem ouvidos ouça o que o ESPÍRITO diz às igrejas.
3.15,16 FRIO NEM QUENTE... MORNO. Esta é a descrição da condição
espiritual da igreja de Laodiceia.
(1) A igreja morna é aquela que transige com o mundo e, em
comportamento, se assemelha à sociedade ímpia ao seu redor; professa o
cristianismo, mas, na realidade, é espiritualmente "desgraçada e
miserável" (vv. 17,18).
(2) CRISTO faz a esta igreja uma séria advertência no tocante ao
seu julgamento contra a mornidão espiritual (vv. 15-17).
(3) CRISTO faz também um convite sincero para que se arrependa e
seja restaurada a uma posição de fé, justiça, revelação e comunhão (vv. 18,19).
(4) Nesta era de igreja morna, firmes são as promessas de CRISTO às
igrejas vencedoras. Ele virá a elas com bênçãos e no poder do ESPÍRITO SANTO
(vv. 20-22), e abrirá uma porta para que possam glorificar o seu nome e
proclamar o evangelho eterno (v. 8).
3.20 SE ALGUÉM OUVIR A MINHA VOZ. A igreja de Laodiceia, em sua próspera autossuficiência
e seu mundanismo (vv. 15-18), tinha rejeitado o Senhor JESUS CRISTO. O convite
de CRISTO, como estando fora da porta da igreja, é um apelo seu por comunhão
com qualquer pessoa que se arrepender da mornidão espiritual (v. 21).
3.22 O ESPÍRITO... ÀS IGREJAS. Devemos sempre ter em mente a distinção entre as
igrejas locais e o ESPÍRITO SANTO. As igrejas estão subordinadas ao ESPÍRITO de
DEUS e à sua Palavra inspirada (2 Tm 3.15,16; 1 Pe 1.24,25; 2 Pe 1.20,21). Essa
distinção entre o ESPÍRITO e as igrejas locais pode ser expressa através das
seguintes verdades bíblicas:
(1) O ESPÍRITO não é propriedade das igrejas, nem de qualquer
instituição humana. Ele é o ESPÍRITO de DEUS e de CRISTO, e não o ESPÍRITO das
igrejas (v. 1). O ESPÍRITO é livre para operar onde quiser, de conformidade com
os padrões justos de DEUS (Jo 1.33; 4.24; 7.39; 14.17).
(2) O ESPÍRITO SANTO representa o senhorio atual de CRISTO sobre as
igrejas. O ESPÍRITO e a sua Palavra são a autoridade final. As igrejas devem
constantemente julgar suas normas de fé e conduta pelo ESPÍRITO. Uma igreja não
deve depositar fé noutra igreja; nem obedecer ou seguir outra igreja. O
ESPÍRITO e a Palavra inspirada são maiores do que as igrejas históricas.
(3) O ESPÍRITO SANTO permanecerá em qualquer igreja, somente à
medida que esta permanecer fiel a CRISTO e à sua Palavra e observar o que o
ESPÍRITO disser às igrejas (2.5,16,22,23; 3.3,15,16).
SÉTIMA CARTA; À IGREJA DE LAODICÉIA ( Apocalipse - Versículo
por Versículo Autor: Severino Pedro da Silva
Editora: CPAD Ano: 2002)
14. “E ao anjo da igreja que está em Laodiceia escreve: Isto diz o
Amém, a testemunha fiel e verdadeira, o princípio da criação de DEUS”.
I. “...Ao anjo da Igreja”. O leitor deve observar que em todas as
igrejas, a mensagem inicia-se com a expressão: “...ao anjo da igreja”, e
concomitantemente, já estamos familiarizados com esses seres denominados de
“anjos” (mensageiros), que no contexto divino são chamados de “estrelas” (cf.
1.20; 2.1, 8, 12, 18; 3.1, 7, 14). Podemos deduzir daquilo que é depreendido,
de (Cl 4.12, 13), onde lemos: “Saúda-vos Epafras, que é dos vossos, servos de
CRISTO, combatendo sempre por vós em oração, para que vos conserveis firmes,
perfeitos e consumados em toda a vontade de DEUS. Pois eu lhe dou testemunho de
que tem grande zelo por vós, e pelos que estão em Laodiceia...”. Que Epafras,
tenha sido pastor nesta igreja, é bem evidente, mas, não podemos afirmar que
trinta anos depois, o mesmo ainda se encontrava ali.
1. LAODICÉIA. O nome significa “Laodice” (em alusão a Laodice
esposa de Antíoco II). Outros, porém, vêm nessa palavra grega o significado de
“poko”, “juízo” ou “costume”. Situação Geográfica: Laodiceia era uma cidade da
província romana da Ásia Menor. A cidade recebeu este nome em alusão à esposa
de Antíoco II (Theos), que tinha o nome de Laodice. “Já que Laodice era nome
feminino, nos tempos do Novo Testamento, seis cidades receberam tal nome, no
período helenista. Por essa razão, a Laodiceia do presente texto, era chamada
de “Laodiceia do Lico”, isto é, conforme asseverava Estrabão; 578”, in loc. O
trecho de Colossenses 4.13-16 mostra-nos que, nos tempos de Paulo (talvez em 64
d. C.), Laodiceia já contava com uma igreja organizada e próspera.
2. Isto diz o Amém. Como já ficou demonstrado em comentário
anterior a este, o Senhor JESUS, quando se apresenta a cada igreja, primeira
faz uma pequena introdução, depois prossegue. A palavra “Amém” veio sem
tradução do hebraico para o grego e do grego para o português. Seu significa
original traz a ideia de cuidar ou de edificar. O sentido derivado, que chegou
até nós, traz a ideia de alguma coisa que é afirmada, ou confirmada
positivamente; este é o seu sentido original. O termo é aplicado aqui à pessoa de
CRISTO, por ser Ele o sim de DEUS em todas as promessas (cf. 2 Co 1.19-20).
Neste livro do Apocalipse, o termo “Amém” envolve quatro usos distintos:
(a) O “amém” inicial, em que as palavras de quem fala são tomadas
como palavras daquele que profere o “amém” (cf. Ap 5.14; 7.12; 19.4 e 22.20).
Nas páginas do Antigo Testamento há instâncias desse uso em 1Rs 1.26; Jr 11.5 e
28.6, e ss.
(b) O “Amém” isolado, em que qualquer sentença suplementar fora
eliminado. Talvez isso é o que se tem em Ap 5.14, ver ainda tal uso,
igualmente, em Dt 27.15, 26 e Ne 5.13, e ss.
(c) O “Amém” final, proferido pelo próprio orador (ver Ap 1.6, 7)
isso também se acha no Antigo Testamento, somente nas quatro divisões dos
salmos, nos subtítulos, em Sl 41.14; 72.19; 78.52 e 106.48, e ss.
(d) O “Amém” personificado, isto é, CRISTO (Ap 3.14), que talvez
siga o mesmo, segundo se diz, fraseado de (Is 65.16), “o DEUS do Amém” ou “o
DEUS da Verdade”, conforme algumas traduções traduzem aquela passagem de
Isaías.
15. “Eu sei as tuas obras, que nem és frio nem quente: Oxalá foras
frio ou quente!”.
I. “...nem és frio nem quente”. “Somos informados que Laodiceia não
tinha suprimento de água própria, mas que tinha de ser servida por um aqueduto.
Nesse caso, a água chegava morna. Os laodicenses se assemelhavam à sua água. O
simbolismo fala sobre a indiferença “religiosa”, sobre a superficialidade,
sobre a falta de resolução” (cf. Hb 8.5 e 9.23).
1. Três coisas marcantes devem ser analisadas na carta a igreja de Laodiceia:
(a) O “tu és” da mornidão; (b) O “dizes” da autocomplacência (a
igreja não tinha paixão nem emoção) e (c) O “és” da condenação infalível e
terrível do Senhor. O Apóstolo Paulo, escrevendo aos colossenses cerca de 32
anos atrás, disse: “quero se saibais quão grande combate tenho por vós, e pelos
que estão em Laodiceia...” Cl 2.1a. Ele observou que o quente ali estava
ficando “morno”. Cerca de trinta e dois anos mais tarde, isso se concretizou. A
mensagem à igreja de Laodiceia é a última às sete igrejas da Ásia Menor. Das
sete cartas, é a mais triste, sendo o contrário da carta a Filadélfia. Enquanto
Filadélfia não tem coisa alguma de censura, esta não tem qualquer coisa de
aprovação. Laodiceia era totalmente desagradável ao Senhor, e isso não por
causa de seus pecados (tais como os repreendidos em Pérgamo e Tiatira), mas por
causa da sua apatia, seu indiferentismo. DEUS quer que seus filhos sejam
“fervorosos no espírito” (cf. Rm 12.11).
16. “Assim, porque és morno, e não és frio nem quente,
vomitar-te-ei da minha boca”.
I. “...és morno”. Em toda a extensão da Bíblia, a palavra “morno” é
usada somente aqui. Três temperaturas são mencionadas neste versículo: “Frio”,
“Quente” e “Morno”. Mas intermediária foi considerado por JESUS CRISTO a pior
de todas elas, pois expressa apatia espiritual”. JESUS predisse a primeira em
(Mt 24.12); Paulo falou da terceira em (Rm 12.11), ver ainda (Sl 41.1 e At
18.25).
1. Vomitar-te-ei da minha boca. O estado de mornidão na criatura
que aceita a CRISTO e não o segue com sinceridade, é muito triste sob vários
aspectos: (a) Fica “coxeando entre dois pensamentos...” (1Rs 18.21), à
semelhança da “onda do mar”. Ver Tg 1.6; (b) “O seu coração está dividido...”.
Ver Os 10.2a; (c) Ele serve ao Senhor: “...porém não com o coração inteiro”.
Ver 2 Cr 25.2b; (d) “É um bolo que não foi virado”. Ver Os 7.8b. São eles, em
nossos dias, os que querem servir a DEUS e as riquezas (Mt 6.24), e por cuja
razão ficam pendurados “entre o céu e a terra” como Absalão, o jovem ambicioso
(cf. 2Sm 18.9). O resultado é ouvir do Senhor: “Vomitar-te-ei da minha boca”. O
termo “vomitar” no grego é “emeo”, significa também “cuspir”. Desse termo é que
deriva o vocábulo moderno: “emético”, um agente que causa vômito”. O organismo
humano, não suporta substância morna; o Filho de DEUS também não suportará
crentes rotulados; só os que forem fiéis (cf. Hb 6.4-8). Laodiceia em suma
representa a igreja “morna” que JESUS “vomitará” no dia do arrebatamento. (Como
contexto demonstrativo: Mt 25.10-12).
17. “Como dizes: Rico sou, e estou enriquecido, e de nada tenho
falta; e não sabes que és um desgraçado, e miserável, e pobre, e cego, e nu”.
I. “...Rico sou”. O poder absoluto corrompe! Isto pode ser
analisado tanto no campo secular como espiritual. Há criaturas que não se
deixam mais admoestar; e vão a perdição (cf. Ec 4.13). A experiência do servo
de DEUS deve estar aquém da direção divina, pois sem ela jamais atingiremos o
alvo (ver. Jr 9.1-14). O pastor de Laodiceia dizia consigo mesmo (à semelhança
do fariseu): “Rico sou” (Cf. Lc 18.11 e Ap 3.17).
1. Estou enriquecido. O orgulho cegou-lhe os olhos da alma. Isso
serve de advertência para todos: o orgulho é pecado (Pv 21.4); mas dificilmente
existe algo mais importante para o indivíduo carnal. Consideremos os pontos
seguintes: (a) O orgulho é odioso para CRISTO. Pv 8.13; (b) Origina-se na
justiça própria. Lc 18.11; (c) Deriva da inexperiência espiritual. 1Tm 3.6; (d)
Contamina o homem. Mt 7.20, 22; (e) Endurece a mente. Dn 5.20; (f) Impede a
inquirição espiritual. Sl 10.4; (g) É uma das grandes características do diabo.
1 Tm 3.6, e também dos ímpios. Rm 1.30; (h) Impede o aprimoramento espiritual.
Pv 26.12; (i) Os orgulhosos eventualmente serão humilhados por DEUS. Is 2.12;
(j) O orgulho espiritual, segundo Paulo tornar-se-á muito comum nos últimos dias
(2Tm 3.2). O anjo dessa igreja, tinha todas essas características em grua
supremo.
18. “Aconselho-te que de mim compres ouro provado no fogo, para que
te enriqueças; e vestidos brancos, para que te vistas, e não apareças a
vergonha da tua nudez; e que unjas os teus olhos com colírio, para que vejas”.
I. “...unjas os teus olhos”. Transcrevemos aqui a oração feita por
um justo para que DEUS guardasse seus olhos da cegueira espiritual: “Põe
colírio nos meus olhos, Senhor (Ap 3.18). Eles são maus; e porque são maus,
expõem-me o corpo a trevas mui perigosas (Mt 6.23). Ajuda-me, ó DEUS puro e
santo, a erguê-los para CRISTO JESUS, autor e consumador da fé (Hb 12.2); a
pô-los na brancura virginal dos lírios (Mt 6.28); a elevá-los para os montes e
depois olhar para o alto donde vem socorro (Sl 121.1). Não quero apenas
ouvir-te a voz, Senhor, mas verte-te (Jó 42.5). E como te verei com estes
olhos? Aponta-me o Siloé (Jo 9.7), em cujas águas possa remover o lodo
restaurador dos meus olhos enfermos. Porque hei de prender, apavorado, meus
olhos às forças desta vida, se, fitando o Senhor, possa caminhar sobre ondas
revoltas sem perigo de naufragar (Mt 14.29). Que consolo há em saber que os
teus olhos repousam sobre os justos (1 Pd 3.12)”. Se o pastor de Laodiceia
tivesse feito essa oração, há muito que se teria arrependido. É sabido, segundo
alguns historiadores que, em Laodiceia havia uma Escola de Medicina que
fabricava um pó oftálmico. Mas a “terra Frigia” (cinza da Frigia?) não curava a
cegueira espiritual da Igreja.
19. “Eu repreendo e castigo a todos quantos amo: Sê, pois, zeloso e
arrepende-te”.
I. “...arrepende-te”. DEUS exorta através de JESUS “a todos os
homens, e em todo o lugar que se arrependam; Porquanto tem determinado um dia
que com justiça há de julgar o mundo...” (At 17.30a). Sobre o “arrependimento”,
o Novo Testamento usa o termo grego “metanoia” por sessenta vezes. Essa palavra
tem diversos significados e diversas aplicações, sendo, porém, seu sentido
primário: “uma mudança de parecer ou pensamento” para com o pecado e para com a
vontade de DEUS. O “arrependimento” é o primeiro aspecto da experiência inicial
da salvação experimentada pelo crente, experiência essa que é chamada de
conversão. A conversão autêntica é uma parte essencial e a prova da
regeneração. A regeneração é a obra de DEUS no íntimo e a conversão é a
exteriorização, da salvação, por parte do homem, através do arrependimento e da
fé. Pedleton dar a ideia de que a palavra: “arrependimento” e a tradução que
tem, no Novo Testamento, abrange também o sentido primário de “reflexão
posterior”, e, com sentido secundário, “mudança de pensamento”. No presente
versículo a exortação de CRISTO, não é dirigida àqueles que estão sem salvação,
mas aos que professam segui-lo, e são tidos como pertencentes a Ele. JESUS não
lhes diz “arrepende-te e sê zeloso. E sim “sê”, pois, zeloso e arrepende-te”.
Isto porque até diante de si próprios passavam por se terem arrependidos.
1. Eu repreendo e castigo. (Contexto reflexivo). “A aplicação da
disciplina pode ser em forma de advertência pessoal (Mt 18.15); visitação
acompanhada (1Co 4.19-21); advertência pública (1Tm 5.20); comunicação escrita
(2Co 7.8-10); exortação pessoal (Gl 6.1); suspensão (2Ts 3.14, 15; Tt 3.10);
exclusão do rol de membros. Mt 12.17b”.
20. “Eis que estou à porta, e bato: se alguém ouvir a minha voz, e
abrir a porta, entrarei em sua casa, e com ele cearei, e ele comigo”.
I. “...Eis que estou a porta, e bato”. A porta à qual CRISTO bate é
a porta da vida do indivíduo, da igreja, ou da comunidade.
1. “A famosa pintura de HOLMAN HUNT, em que CRISTO aparece diante
da porta, a bate, não mostra a maçaneta do lado de fora. Quando Sir Noel Paton
pintou o famoso quadro representando o Rei coroado de espinho batendo à porta,
foi censurado por que se esquecera de incluir a maçaneta na porta. Mas o
célebre pintou de propósito omitira a maçaneta. É que só pode ser aberta pelo
lado de dentro. Um homem conhecido na cidade, levou, certa feita, seu filho
pequeno, para ver esse quadro. O menino ficou ali pensando, por alguns
momentos, e então perguntou: “Porque não abrem a porta?”. O pai respondeu que
não podiam ouvi-lo batendo. O menino considerou a resposta por uns momentos,
mas não ficou satisfeito com a mesma. “Não”, disse o garoto? “é que estão
ocupados no quartinho dos fundos, fazendo outras coisas, e nem sabem que JESUS
está batendo à porta”. Nesta resposta há grande discernimento! Os crentes de Laodiceia
viviam atarefados com seu comércio, com seus banquetes sociais, com suas
riquezas introspectivas, e nem se quer ouviram JESUS bater e falar. O bater de
CRISTO, na vida, se verifica de muitas maneiras: no testemunho tranquilo da
oração, no sermão do pregador, na lição da escola dominical, na leitura da
Palavra de DEUS, mediante alguns tragédia, enfermidade, mediante abalo,
mediante a razão, mediante a vitória, mediante a perda, mediante a alegria,
mediante a felicidade, mediante a dor, mediante a morte – a última e
contundente maneira de DEUS falar! (cf. Hb 1.1).
21. “Ao que vencer lhe concederei que se assente comigo no meu
trono; assim como eu venci, e me assentei com meu Pai no seu trono”.
I. “...no meu trono”. Até escritores pagãos e helenistas
focalizaram essa ideia em seus escritos. O livro de Enoque conta com certo
número de referências similares a esta em foco. O Eleito, o Messias,
assentar-se-á em seu trono de Glória no porvir. Isso também pode ser comparado
aos trechos de (Cl 3.1; Hb 1.8; ver: Fl 2.9-11: CRISTO está entronizado). E nas
passagens de (Mt 19.28; 25.31 e Lc 22.29) vê-se que CRISTO será entronizado por
sua “Parousia” ou segunda vinda. As Escrituras nos dão entender que, presentemente,
JESUS não se encontra assentado no seu trono. Passagens como (Ap 3.21 e 12.5),
reafirmam essa tese: “...seu filho (JESUS) foi arrebatado para DEUS e para o
seu trono”. Por isso, essa promessa de JESUS, é escatológica: “Ao que vencer
lhe concederei que se assente comigo no meu trono (de JESUS); assim como eu
venci e me assentei com meu Pai no seu trono (de DEUS)”. O trono de CRISTO é o
trono de seu Pai, Davi, durante o Milênio, em Jerusalém, Ele ocupará este
trono. (2 Sm 7.12, 13; Lc 1.32; At 15.14-18). CRISTO não está atualmente nesse
trono, mas à destra, segundo se diz, do Pai, no trono no céu, como o Grande
Sumo Sacerdote de nossa confissão (cf. Mc 16.19; Hb 4.14).
22. “Quem tem ouvidos, ouça o que o ESPÍRITO diz às igrejas”.
I. “Quem tem ouvidos, ouça”. (O final). Pela última vez, no
Apocalipse, temos, juntas, estas onze palavras: “Quem tem ouvidos ouça o que o
ESPÍRITO diz às igrejas”. “O ouvir dos meus ouvidos...é ouvir meditação a voz
de DEUS. (Cf. Jó 42.5 e Sl 85.8)”. Por cuja razão, nosso Senhor diz: “Vede,
pois, como ouvis...” (Lc 8.18a).
1. “Às igrejas. A palavra “igreja” (gr. Ekklesia) nasceu pela
primeira vez dos lábios de nosso Senhor JESUS CRISTO (Mt 16.18 e 18.17, duas
vezes). Nesse sentido ocorre por 119 vezes no Novo Testamento (só três vezes
nos Evangelhos: Mt 16.18 e 18.17). Nessas 119 vezes em que o termo aparece, 109
vezes, surge no texto bíblico como igreja local, e encontramos cerca de 10
vezes no Novo Testamento a palavra Igreja com o sentido Universal. “Nestes
primeiros capítulos (isto é, 1, 2 e 3) do Apocalipse encontramos a palavra
“igreja” (singular) ou “igrejas” (plural) 19 vezes (cf. 1.11, 20; 2.1, 7, 8,
11, 12, 17, 18, 23, 29; 3.1, 6, 7, 13, 14, 22, etc), mas agora, no presente
versículo, ela desaparece, e só reaparecerá, no capítulo 22.16. Durante o tempo
da Grande Tribulação, a Igreja não estará na terra e, sim, com CRISTO na recamara
celestial (cf. Ct 2.17; Ap 3.10).
JESUS EXIGE FOGO ESPIRITUAL
Os Laodicenses tinham uma boa
opinião sobre si mesmos, mas JESUS não.
JESUS não faz nenhum elogio à igreja de Laodiceia.
Laodiceia era uma das cidades mais importantes da Ásia Menor e a
capital da província romana da Frígia Pacaciana. A cidade foi
originalmente chamada de Dióspole (Diospolis) e Roa (Rhoas), mas recebeu o nome
de Laodiceia em homenagem a Laódice, esposa de Antíoco II Teos, que a
reconstruiu.
Laodiceia ficava no principal cruzamento de estradas dos vales da
Ásia Menor, na atual Turquia. Era comercialmente muito próspera e importante.
Os crentes de Laodiceia ao invés de se parecerem com CRISTO, se
pareciam com sua cidade, rica exteriormente, mas pobre interiormente. A cidade
era permissiva para todo tipo de pecado. Os crentes eram acomodados, frios
espiritualmente, sem caráter, amigos do mundo, não vigiavam. O que importava
para eles era sua vida material em detrimento da vida espiritual. Tinham uma
religião, mas não um coração voltado para seu salvador.
Laodiceia era a cidade mais rica da Frígia, conhecida por sua
produção de lã preta e brilhante, por seus serviços bancários e por produtos
feitos de pó frígio misturado com óleo - pomada para os ouvidos e colírio. Os
aquedutos forneciam água mineral de fontes termais situadas 10 quilômetros ao sul.
As águas chegavam a Laodiceia com uma temperatura morna, e seu sabor, devido ao
alto teor de minerais, era sempre nauseante. https://pt.wikipedia.org/wiki/Laodiceia_(Fr%C3%ADgia)
03-10-2025.
Tornou-se uma das primeiras sedes do cristianismo, sendo a Epístola aos Colossenses também
escrita para a igreja de Laodiceia (Colossenses
2 e Colossenses 4) e para a igreja de Hierápolis,
além do destino principal que era a cidade de Colossos, pois
as três cidades eram bem próximas.
Podemos destacar em seu sítio arqueológico:
·
Dois Teatros (grande e pequeno)
·
Ninfeu
·
Templo jônico
·
Ginásio
·
Estádio
·
Aqueduto
Situava-se ao longo de rotas comerciais que levavam aos principais
portos da costa. De uma perspectiva cristã, porém, Laodiceia teve uma história
conturbada. Às vezes a igreja de Laodiceia parecia forte e próspera; outras
vezes, a igreja vacilou nos seus compromissos com Cristo.
Uma das descobertas arqueológicas mais intrigantes em Laodiceia é
uma coluna quebrada localizada na ágora central. Esculpida na coluna está uma
menorá de sete braços flanqueada por um lulav (ramo de palmeira) e um shofar
(chifre de carneiro), dois símbolos judaicos comuns, encontrados especialmente
nas sinagogas. As chamas podem ser vistas tremeluzindo acima das sete lâmpadas
da menorá. Além disso, uma cruz (provavelmente adicionada posteriormente)
emerge da lâmpada central. Quem adicionou a cruz teve cuidado para não
danificar a menorá, o lulav ou o shofar.
Dada a importância da Ásia Menor para o apóstolo Paulo e outros
primeiros seguidores de Jesus, não deveria ser surpresa que uma igreja do
século IV tenha sido descoberta recentemente no oeste da Turquia. A Turquia
anunciou no final de Janeiro de 2011 que uma igreja grande e bem preservada
tinha sido encontrada em Laodiceia através de um radar de penetração no solo.
De acordo com o diretor de escavações Celal Şimşek, da Universidade de
Pamukkale, a igreja foi construída durante o reinado de Constantino (306-337) e
destruída por um terremoto no início do século VII. Existem 11 absides - uma
voltada para o leste e cinco cada nos lados norte e sul. Mosaicos florais e
geométricos, bem como pavimentos opus sectile cobrem os pisos. O batistério de
mármore em forma de cruz, localizado no final de um longo corredor no lado
norte da igreja, é um dos mais antigos e mais bem preservados já descobertos.
Laodicéia é mencionada várias vezes no Novo Testamento, tanto na
carta de Paulo aos Colossenses (2:1, 4:13-16) quanto no Livro do Apocalipse, no
qual é uma das sete igrejas na Ásia [Menor] a receber a mensagem revelou a João
que o “tempo está próximo” (Apocalipse 1:3, 11, 3:14-22). A carta de Paulo
sugere que Laodiceia tinha uma comunidade cristã muito antiga, com laços
estreitos com aquela de Colosso (18 milhas de distância), possivelmente tendo
sido evangelizada pelo discípulo de Paulo, Epafras, que é mencionado pelo nome
na epístola.
No Livro do Apocalipse, porém, os Laodicenses são castigados por
serem “mornos, nem frios nem quentes” e por não reconhecerem a sua carência
espiritual no meio da sua riqueza e prosperidade materiais (Apocalipse
3:16-17). As ruínas da antiga Laodiceia indicam que seus moradores eram de fato
bastante abastados, sem dúvida beneficiando-se de sua posição numa movimentada
rota comercial. De acordo com Estrabão, historiador grego do primeiro século, Laodiceia
também abrigava uma conhecida escola de medicina. O rei selêucida Antíoco II da
Síria fundou Laodiceia ad Lyceum (como é mais apropriadamente chamada) entre
261 e 253 a.C. e nomeou-o em homenagem à sua esposa, Laodiceia. Os vestígios
dos períodos helenístico e romano incluem dois teatros, um estádio e um ninfeu,
uma fonte monumental que continuou em uso até o período bizantino (séculos
IV-VII), quando foi murada e convertida em estrutura cristã.
A sede do bispo foi localizada em Laodiceia muito cedo e continua
sendo uma sede titular da Igreja Católica Romana hoje, embora a cidade seja
desabitada e a sede do bispo esteja vaga desde 1968. Em 363-364 d.C., clérigos
de toda a Ásia Menor reuniu-se no Concílio regional de Laodiceia para discutir
questões de conduta clerical e leiga e para especificar os textos oficiais do
cânon bíblico. O concílio incluiu o Livro de Baruque e a Epístola de Jeremias
em seu cânon do Antigo Testamento, mas não incluiu o Livro do Apocalipse no
Novo Testamento. (O posterior Concílio ecumênico de Calcedônia em 451 e o
Concílio Quinisexto de 692 confirmaram todas as decisões do Concílio de Laodiceia,
embora o cânone bíblico difira um pouco hoje.) É possível que a igreja
recém-descoberta seja o mesmo edifício onde o clero da Ásia Menor reuniram-se
para realizar o influente Concílio de Laodiceia, mas certamente ainda há muito
a ser revelado e estudado aqui.
Parece que a cidade produzia um tipo de Lã colorida.
A cidade de Laodiceia não possuía águas termais, mas sim águas
morna e de baixa qualidade.
·
A água de Laodiceia
era morna e tinha um sabor desagradável devido ao alto teor de minerais.
·
A qualidade da
água era tão ruim que a cidade ficou conhecida por ter água não potável.
·
Muitas pessoas
vomitavam após beber a água de Laodiceia.
Na Bíblia, o nome Laodiceia significa "povo
reinante". A cidade era um importante centro comercial, famoso pela
sua lã negra, que era usada para fazer roupas finas e caras
Podemos imaginar a igreja de Laodiceia sendo examinada com um
termômetro espiritual na mão de JESUS.
O crente deve ter fervor espiritual, ser cheio do ESPÍRITO SANTO.
Se o crente está frio é porque está caído e se está morno é porque
está comprometido com o mundo.
Laodiceia não tinha problema teológico nem moral. Seu problema não
era com falsos mestres ou heresias. A imoralidade não é mencionada. JESUS não lhes
acusou de hereges, malfeitores ou perseguidores. Seu problema era a frieza
espiritual. Não se importavam em dar lugar e comunhão ao ESPÍRITO SANTO. Eram
apenas religiosos.
Estavam satisfeitos com sua condição financeira e social. Estavam até
agradecidos a DEUS por isso. Não se importavam em ter DEUS em comunhão, mas em
ser representantes de DEUS apenas (o mesmo pensamento religioso judaico).
Para JESUS é melhor ser frio e saber disso do que ser morno e enganar-se
a si mesmo achando que está tudo bem.
Ser morno é ser cego espiritual, é não amar a vinda de JESUS.
Laodiceia pensava ser rica, mas era pobre. Pensava ser espiritual,
mas era fria, Pensava ver, mas era cega, Pensava enganar até mesmo a DEUS.
A igreja dizia não precisar de nada, era rica, autossuficiente, se
alguém ficava doente podia pagar médicos, se ficava com dificuldades
financeiras havia bancos e amigos ricos, se precisasse de salvação dava alto
dízimo, pensando conquistar assim o favor de DEUS.
Era pobre, nua e cega. Moravam num poderoso centro
médico, bancário e comercial.
Estavam convencidos e vaidosos.
Não podiam comprar a salvação. Não tinham vestes de salvação. Não viam
com os olhos de DEUS.
JESUS vomita, ou seja, joga fora o falso que estava
dentro da igreja. A igreja de Laodiceia fechou. Não existe mais. O juízo de DEUS
veio sobre ela.
O REINO DE DEUS É: "Justiça, paz e alegria no Espírito
Santo" é uma expressão bíblica que aparece em Romanos 14:17, que diz:
"Porque o Reino de Deus não é comida nem bebida, mas justiça, paz e
alegria no Espírito Santo".
A expressão pode ser interpretada da seguinte forma:
·
Justiça: A
construção de pessoas e comunidades com bondade e imparcialidade.
·
Paz: A
plenitude nos relacionamentos, consigo mesmo, com o outro e com Deus.
·
Alegria: Um
sentimento na alma, produzido pelo Espírito Santo, que faz ver a beleza de Deus
e Seu agir no mundo.
A expressão completa é: "Porque o Reino de Deus não é comida
nem bebida, mas justiça, paz e alegria no Espírito Santo; aquele que assim
serve a Cristo é agradável a Deus e aprovado pelos homens"
JESUS CRISTO dá conselhos em vez de ordens
"Aconselho-te que compres DE MIM...”. A vida cristã tem preço.
Fomos comprados pelo sangue de JESUS e temos obrigação de sermos fervorosos,
orando, jejuando, evangelizando, estudando a Palavra de DEUS.
A salvação é de graça e pela graça, mediante a fé (Ef 2.8,9).
A maior riqueza do crente é a salvação eterna. As melhores vestes são
da justiça e da santidade. Nossos olhos foram abertos e iluminados.
Em tudo JESUS CRISTO nos supre.
JESUS CRISTO chama a igreja a uma mudança de vida - v. 19
"Eu disciplino e repreendo a quantos amo. Sê, pois, zeloso e
arrepende-te".
JESUS CRISTO não desiste da igreja. Apesar da sua condição, ele a
ama. Antes de revelar o seu juízo (vomitar da sua boca) ele demonstra a sua
misericórdia (repreendo e disciplino aqueles que amo).
A pedra precisa ser lapidada para brilhar. A uva precisa ser
prensada para produzir vinho. O trigo deve ser amassado para produzir pão, a
rosa é esmagada para produzir perfume, a azeitona é esmagada para produzir azeite.
JESUS CRISTO deseja salvar do juízo
final, por isso, repreende e disciplina.
Onde existe disciplina e repreensão existe amor.
Eis que estou à porta, e bato; se alguém ouvir a minha voz, e abrir
a porta, entrarei em sua casa, e com ele cearei, e ele, comigo.
Passou por Belém um casal que batia em cada porta procurando abrigo
para nascer o salvador. Não encontrou uma casa sequer que O obrigasse.
O trinco da porta de nosso coração é por dentro, só nós mesmos
podemos abrir para JESUS entrar. Porém, haverá um dia em que a porta será no
céu e só JESUS poderá abrir. Pense nisso! Quem abre aqui Ele abre lá. Quem
fecha aqui, Ele fecha lá.
“Se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, eu entrarei e farei
companhia a ele, e ele a mim” é uma passagem bíblica do Apocalipse 3:20
A igreja de Laodiceia recebe a sétima e última carta. Infelizmente a situação espiritual dessa igreja era miserável. Uma igreja em que os bens materiais sobejavam, mas desprovida espiritualmente. Nem quente, nem fria, uma igreja morna, indiferente a Palavra de DEUS. Porém, o Senhor JESUS a amava e por isso aconselhou que buscasse um genuíno avivamento (Ap 3.18). O Senhor JESUS não quer que seus filhos se percam. Ele é aquele que traz o nosso pecado tona, nos ensina como abandoná-lo e nos perdoa quando de coração sincero nos arrependemos.
Apocalipse 3.15: "Eu sei as tuas obras, que nem és frio nem quente. Tomara que foras frio ou quente!"
De que maneira podemos nos manter fervorosos? A prática da Palavra de DEUS nos faz fortes e fervorosos. A oração e o jejum e evangelização nos afasta da mornidão espiritual.
A riqueza da igreja não está em seus bens materiais, mas em sua comunhão com o Senhor
A igreja de Laodiceia vivia de aparência e mentiras. Ela era morna e arrogante espiritualmente.
O Senhor JESUS não desiste da Igreja, Ele a aconselha a buscar um grande e poderoso avivamento.
AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO - Subsídio Teológico
"Laodiceia era um rico centro de comércio. A prosperidade era a causa da mornidão daquela igreja. Eles haviam se tornado ricos e cheios de bens materiais. Com o dinheiro que já tinham, multiplicavam ainda mais suas posses. Estavam, agora, tão envolvidos com a vida material que eram induzidos a negligenciar a espiritual (Mt 13.22). Esta igreja não havia sofrido nenhuma perseguição. Não havia sido invadida pelas falsas doutrinas nem pelos falsos apóstolos. Para as outras igrejas essa situação era excelente e ideal. Os cristãos de Laodiceia haviam se tornado tão satisfeitos e eufóricos com as coisas que o dinheiro pode comprar, que foram levados a perder o desejo pelas coisas de DEUS. Infelizmente , não haviam aprendido ainda a 'viver em prosperidade' (Fp 4.12) Como resultado, sua satisfação era falsa por ignorarem as coisas de DEUS" (HORTON, Stanley M. Apocalipse. As coisas que brevemente devem acontecer. 2.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2001, pp.57,58).
BIBLIOGRAFIA SUGERIDA
HORTON, Stanley M. Apocalipse. As coisas que brevemente devem acontecer. 2. ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2001.
LIÇÃO 9, LAODICEIA, UMA IGREJA MORTA
Lições Bíblicas do 2º Trimestre de 2012 - CPAD - Jovens e Adultos
“As Sete Cartas do Apocalipse — A mensagem Final de CRISTO à Igreja”.
Comentários da revista da CPAD: Pr. Claudionor Correa de Andrade
Consultor Doutrinário e Teológico da CPAD: Pr. Antonio Gilberto
Complementos, ilustrações e vídeos: Pr. Luiz Henrique de Almeida Silva
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Montanismo: o protesto anabatista
A igreja visível de JESUS CRISTO foi fundada no século l, e no final deste século morreu o último apóstolo. No século ll, depois que a igreja passou por grande perseguição, muitos dos que tinham negado a fé, e traiçoeiramente entregado os irmãos aos inimigos apresentaram-se para novamente serem recebidos como membros. Muitas congregações receberam sem nenhuma exigência os traidores da fé, enquanto as igrejas pastoreadas por Montano e outros recusaram-se a fazê-lo. Montano dizia que os apóstatas evidenciaram pelo seu comportamento que nunca tinham sido verdadeiros crentes, e então, exigia deles frutos de arrependimento que assinalassem uma verdadeira conversão, e depois disso os tais deveriam ser novamente batizados, sendo que o novo batismo é que seria o primeiro e verdadeiro batismo. Foi por este fato que passaram a chamar os montanistas de ANABATISTAS (Rebatizadores):
"Insistiam em que os que tinham abjurado a fé sob a perseguição, provaram por este ato que NUNCA foram crentes e para serem readmitidos na igreja deveriam ser rebatizados, e é por isso que são chamados, por alguns autores modernos "ANABATISTAS." (O CRISTIANISMO ATRAVÉS DOS SÉCULOS, Muirhead, Volume l, 3ª edição, Casa Publicadora Batista, 1951,p. 86)
Os montanistas não fizeram nenhuma inovação, mas simplesmente deram continuidade a igreja apostólica:
"...sustentavam as doutrinas básicas das igrejas apostólicas..."(Idem) "Não foi uma nova forma do cristianismo: foi a volta ao velho; à igreja primitiva, em oposição à corrupção do Cristianismo corrente, A velha igreja exigia pureza de vida; a nova tinha entrado em combinação com o mundo e estava satisfeita com o arranjo, e por isso, eles romperam com ela." (SHAFF-HERZOG ENCYCLOPAEDIA, Il, p. 1562)
Os montanistas tiveram duas significativas mártires: Perpétua e Felicidade, sendo impossível não se emocionar com "A paixão das Santas Felicidade e Perpétua". Contudo, sua maior conquista foi o brilhantíssimo. Tertuliano, o maior apologista da religião cristã de todos os tempos, e o primeiro a formular de forma sistemática a doutrina da Trindade deu apoio a eles.
Tertuliano, antes de filiar-se ao montanismo, "tinha escrito muita coisa sobre a IGREJA VERDADEIRA, tendo por fim descoberto que ela estava entre os anabatistas-montanistas. A maior obra de Tertuliano foi escrita sob o ponto de vista montanista, e isto muito animou e fez crescer o florescente movimento de revivicação espiritual. Irineu, ilustre doutor da igreja antiga, foi simpático ao movimento e procurou evitar a sua condenação pela igreja fria, o que não adiantou muito.
O historiador Williston Wolker disse que o Montanismo foi "um movimento de origem distintivamente cristã" e afirmou que Tertuliano foi "o homem que tinha a mais profunda consciência do pecado que encontramos em qualquer outro homem, depois de Paulo até os seus dias". Eusébio relata que a literatura montanista teria gozado de vasta aceitação entre os cristãos da Gália e que estes teriam advogado uma atitude mais simpática para com o movimento. Segundo o mesmo relato, eles teriam intercedido em favor dos montanistas diante do bispo romano Eleutério, exibindo várias cartas endereçadas por seus mártires aos cristãos da Ásia e da Frígia. No norte da África os montanistas parecem ter encontrado ainda mais simpatia.
No tempo de Epifânio, o movimento parece ter tido adeptos na Frígia, Galácia, Capadócia, Cilícia e em Constantinopla. Há evidência de que os sucessores de Constantino tenham repetidamente criado leis contra os montanistas.
"O movimento espalhou-se rapidamente por toda a Ásia Menor, Norte da África e ganhou muitos adeptos mesmo em Roma, conquistando a simpatia dos moralistas e pios. As doutrinas de Montano ganharam tanto terreno especialmente na Ásia Menor, que houve diversos concílios para suprimi-las, e por fim, foram oficialmente condenadas. O movimento, porém, continuou por séculos, e oportunamente foi incorporado em outros movimentos reformadores. Na Frigia, Os montanistas entraram em contato com os paulicianos e, provavelmente com eles se fundiram." (O CRISTIANISMO ATRAVÉS DOS SÉCULOS, p.87)
"Alguns Batistas também se dizem herdeiros de uma sucessão apostólica. Apesar da apostasia da maioria, algumas igrejas seus pastores guardam a fé apostólica. Grupos conhecidos como MONTANISTAS, novacianos, valdenses e anabatistas permaneciam fiéis aos princípios apostólicos" (TEOLOGIA DOS PRINCÍPIOS BATISTAS, John Ianders, p.96)
O movimento Montanista foi confirmado por DEUS através do derramamento pentecostal do ESPÍRITO SANTO.
"Quando Montanus terminou de ser batizado (156) entrou em êxtase e começou a falar em línguas. A maioria das pessoas não sabia mais do que se tratava. Apenas duas mulheres souberam entender o que estava acontecendo com Montanus, Prisca e Maxmila. Isso testemunhava que a glossolalia não era mais conhecida na Igreja de seus dias, era pobre em relação à Igreja antiga, pois lá a glossolalia fora algo normal." (A IGREJA NO IMPÉRIO ROMANO, Martin N. Dreher, p. 36).
Vejamos agora algumas características do Montanismo:
1) Ênfase na piedade: “No entanto, o fato de que Tertuliano e outros entendiam o montanismo como pneumático e reformador, disseminado em quase todo o mundo cristão da época, parece implicar que o montanismo foi recebido como uma renovação e continuação da Piedade neotestamentária.” (VOX SCRIPTURAE, 4:2, Setembro de 1994, p. 182).
2) O Sacerdócio universal de todos os crentes: “Estudando as doutrinas dos montanistas, nota-se que eles se opuseram à hierarquia, sustentaram o sacerdócio universal dos crentes, praticaram rigorosa disciplina...” (O CRISTIANISMO ATRAVÉS DOS SÉCULOS, p. 86), “A hierarquia e o sacramentalismo não eram aceitos pelo movimento.” (A IGREJA NO IMPÉRIO ROMANO, p. 36).
3) Martírio: “O martírio, por seu turno, era supervalorizado.” (A IGREJA NO IMPÉRIO ROMANO, p. 36).
4) Separação da Igreja em relação ao Estado e antimilitarismo: “A importância dessa questão pode ser vista na figura de TERTULIANO, que pode ser caracterizado como o mais ferrenho representante do antimilitarismo... Em seu antimilitarismo, fazia uso do seguinte argumento: Em certa ocasião, JESUS tirou a espada de Pedro. Por isso, a profissão de soldado e a fé cristã são inconciliáveis.” (A IGREJA NO IMPÉRIO ROMANO, p. 32).
5) Não aceitavam mulheres como pastoras: Tertuliano escreveu: “Mas a petulância da mulher, que já usurpou o direito de ensinar, não arrogue também o direito de batizar. Não! A menos que surgissem algumas novas bestas semelhantes à antiga. Aquela pretendia suprimir o batismo; uma outra quer administrá-lo ela mesma. E se essas mulheres invocam os escritos que erroneamente levam o nome de Paulo e citam o exemplo de Tecla para defender o direito de ensinar e batizar, saibam que foi um presbítero da Ásia que elaborou esse escrito, como que cobrindo sua própria autoridade com a de Paulo. Depois de reconhecida a fraude e tendo confessado que agiu por amor a Paulo, foi deposto. De fato, como seria fidedigno que o apóstolo desse à mulher o poder de ensinar e batizar, ele que só com restrição permitiu que as esposas se instruíssem? Disse: Devem silenciar e perguntar a seus próprios maridos em casa”.
6) A Bíblia como única regra de fé: Tertuliano escreveu: “a regra de fé e única, inalterável e irreformável” (De virginibus velandis 1). Mostrando que a fé se baseava na Bíblia e não na filosofia grega (racional), Tertuliano dizia “Jerusalém nada tem a ver com Atenas”, “Creio porque é absurdo”.
Algumas pessoas diziam que o montanismo não cria na Trindade, mas defendia o unitarismo. Isso, todavia, não era verdade, pois é do conhecimento de todos que Tertuliano foi o primeiro a sistematizar a doutrina da Trindade. Tertuliano, em defesa do montanismo, atribuiu ao Paracleto que, segundo cria falava por meio de Montano, as seguintes palavras: “DEUS gerou a Palavra, assim como a raiz gera a árvore, a fonte o riacho, o solo o raio” (Adversus Praxaen 8).
Apolônio disse que Montano teria renomeado de "Jerusalém" as pequenas cidades frigias de Pepuza e Timion, dando a entender que o servo acreditava que lá seria o local onde desceria a Jerusalém celestial. Weizsacher, todavia, afirma que "essas duas cidades foram assim denominadas não no contexto da Jerusalém celeste, mas sim no da Jerusalém de Atos - da recriação de uma igreja primitiva altamente organizada, mas espiritualmente orientada" Tertuliano (Adversus Marcionem 3:24) esperava a descida escatológica da Nova Jerusalém, porém na Judéia, e indicava que a Nova Profecia (Montanismo) teria partilhado dessa mesma esperança. Aproveitamos aqui a oportunidade para dizer que os Montanistas eram pré-milenistas: "Os montanistas também eram pré-milenistas." (OPÇÕES CONTEMPORÂNEAS NA ESCATOLOGIA, Millard J. Erickson, p.79)
Algumas acusações contra os montanistas eram tão aberrantes que não receberam qualquer crédito na época, tais como a acusação feita por Apolônio de que eles eram dados a gula, suborno e imoralidade, e a de que sacrificavam crianças.
Alguns dizem que os montanistas acreditavam numa terceira revelação que estaria ocorrendo diretamente do ESPÍRITO, depois do Antigo e Novo Testamento. Esta acusação é desmentida por Frederick Dale Bruner, que explica que para o montanista a Era do ESPÍRITO era apenas o que os pentecostais modernos chamam de CHUVA SERÔDIA, ou seja, o avivamento último da igreja.
Finalmente, Montanismo foi o grito anabatista que até hoje se faz ouvir!
https://www.espadaluminosa.org/post/montanismo-o-protesto-anabatista
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História do movimento pentecostal
por Artigo compilado - 6 de maio de 2016
em Destaques, História da Igreja, História Geral
https://www.cacp.app.br/historia-do-movimento-pentecostal/
I – ORIGENS DO MOVIMENTO PENTECOSTAL
Há muitas controvérsias com respeito ao início do Movimento Pentecostal, que é assim chamado porque resgatou a plenitude da experiência de Atos 2, ocorrida durante a festa judaica de Pentecostes. Os dons do ESPÍRITO, os chamados “sinais”, foram prometidos por JESUS (Marcos 16.17-20). Além do episódio de Atos 2, vemos o derramamento do ESPÍRITO SANTO em várias partes do livro de Atos. Em alguns casos, os dons do ESPÍRITO SANTO são frisados: línguas e profecias, principalmente (Atos 10.45-46).
O batismo no ESPÍRITO SANTO, com evidência de falar em outras línguas, conhecidas ou desconhecidas para quem ouve, mas sempre desconhecida para quem fala, foi extremamente comum no início da Igreja. Os dons espirituais eram exercidos constantemente.
O apóstolo Paulo dedicou parte de sua Primeira Epístola aos Coríntios para falar do uso correto dos dons espirituais (1Coríntios 12-14). Após o período apostólico, os sinais continuaram a todo vapor, principalmente no primeiro século.
Registros Após o Período Apostólico
O jornalista Emilio Conde, considerado “O apóstolo da imprensa pentecostal”, que militou na Redação da CPAD desde os anos 20 (quando ainda não existia a Casa oficialmente) até seu falecimento em 1971, é, sem dúvida, um dos mais notáveis historiadores do Movimento Pentecostal. Ele registrou os primeiros passos do pentecostalismo no Brasil em sua obra História das Assembleias de DEUS (CPAD) e relatou as origens e o avanço do pentecostalismo no mundo em seu livro O Testemunho dos Séculos (CPAD).
Segundo Conde, O testemunho dos séculos foi escrito com o auxílio da biblioteca pessoal do missionário sueco Samuel Nyström e das informações de seus colegas ingleses Howard Carter e Donald Gee, e de seu amigo norte-americano Stanley Frodsham, redator da revista Pentecostal Evangel e autor do clássico With Signs Following.
No brilhante prefácio de O Testemunho dos Séculos, o missionário sueco Samuel Nyström ressalta que um dos motivos pelos quais há poucos registros históricos da manifestação dos dons espirituais antes do século 19 é que os historiadores, cessacionistas em sua totalidade, omitiram de suas obras manifestações como profecias e línguas estranhas, que quando eventualmente citadas eram apresentadas, nas palavras de Nyström, como “excentricidades passageiras, coisas inconvenientes até para serem descritas”.
Outro fator é que os casos de glossolalia (como o fenômeno das línguas estranhas é descrito tecnicamente) foram realmente muito raros depois do terceiro século até o período da Reforma Protestante, já que o advento da Igreja Católica Romana, com seus dogmas heréticos que afetaram até o conceito de salvação, acabou jogando a cristandade em uma profunda era de trevas espirituais. Some-se a isso a má vontade dos historiadores e temos esta escassez de registros. A glossolalia só voltou a ganhar registros significativos quando retornou com força total nos séculos 19 e 20.
Até o terceiro século, além do registro bíblico, temos somente seis registros. Um deles é citado por Emílio Conde em O Testemunho dos Séculos. Conde menciona uma história narrada pelo reverendo Frederic William Farrar (1831-1903), historiador e deão da Catedral de Canterbury, na Inglaterra. Em suas pesquisas sobre a Igreja Primitiva, Farrar registra a visita às escondidas de um príncipe britânico da Corte Romana a uma reunião cristã. Segundo a narrativa, em dado momento da reunião, “línguas estranhas foram ouvidas
As palavras que pronunciavam eram elevadas, solenes e cheias de significação misteriosa. Não falavam a sua própria língua, mas parecia que falavam toda qualidade de idiomas, embora não se pudesse dizer se hebraico, grego, latim ou persa. Isso se deu com uns e outros, segundo o impulso poderoso que operava na ocasião”, transcreve Farrar, que em seguida declara: “O príncipe os ouvira falar em línguas. Ele fora testemunha ocular do fenômeno pentecostal que o paganismo não conhecia”.
Esse era um culto na Igreja Primitiva do primeiro século. É só a partir do terceiro século d.C. que a frequência dos dons espirituais não é mais a mesma, pois não era mais divulgada pela imprensa dominada por reformadores cessacionistas.
Tertuliano e o Montanismo
O segundo registro diz respeito a um movimento espiritual do segundo século, liderado por um homem chamado Montano. O movimento surgiu na Frígia, Ásia Menor Romana (Turquia), em meados do segundo século, e visava ao despertamento espiritual da igreja. É que algumas comunidades cristãs estavam esfriando espiritualmente, inclusive olvidando os dons espirituais, tão comuns no primeiro século. O adepto mais famoso do montanismo, como ficou conhecido o movimento, foi Tertuliano, um dos Pais da Igreja.
Montano não tinha cargos eclesiásticos. Ele e três mulheres ricas, Priscila, Quintila e Maximila, percorriam as cidades pregando a necessidade de viver uma vida de santidade para estar pronto para a Vinda de CRISTO. Havia línguas estranhas, interpretação de línguas, revelação e profecias. As três mulheres profetizavam. Nas profecias, DEUS falava por meio delas na primeira pessoa: “Eu, o Senhor…”
Os bispos da Ásia Menor se reuniram e condenaram o movimento por volta do ano 160 dC. O que chamava a atenção dos bispos não era tanto as línguas estranhas, mas as profecias e o poder de mobilização do movimento, que combatia a frieza espiritual da igreja e o formalismo da liderança.
Tertuliano defendeu os montanistas. Porém, após a morte de Tertuliano, como faltou orientação bíblica para os fervorosos avivalistas, o movimento acabou descambando em exageros e heresias. Alguns chegaram a afirmar que a Nova Jerusalém seria estabelecida na Frigia, para onde se dirigiam os fiéis. Em sua ânsia por santidade, os montanistas passaram a pregar um asceticismo rigoroso, com celibato, jejuns e abstinência de carne.
Isolado, sem apoio e cheio de excessos, o montanismo foi combatido veementemente como heresia no terceiro e quarto séculos, devido, principalmente, à sua total rejeição da eclesiologia tradicional. Finalmente, com o advento do catolicismo romano, o montanismo desapareceu. Mesmo assim, muitos teólogos afirmam que, ao excluir o montanismo, a igreja do segundo século perdeu, pois o movimento era uma contraposição ao crescente formalismo e ao mundanismo entre alguns cristãos reformados. A igreja verdadeira se afastou dos cristãos nominais para se dedicarem ao trabalho evangelístico e aos cultos de adoração a DEUS, sempre avivados pela presença de DEUS confirmada pelos batismos e dons do ESPÍRITO SANTO.
Outro mal foi a redução da expectativa da Volta de CRISTO e da operação dos dons espirituais na comunidade cristã. “Ao invés de condenar a prática dos dons espirituais, a igreja teria lucrado se a regulasse à luz das Escrituras”, ressalta o teólogo Paulo Romeiro. Em outras palavras, como diziam os antigos romanos, “o abuso não é justificativa para impedir o uso”.
Orígenes, Irineu e Agostinho
O terceiro registro veio de um anticristão que é citado por um dos Pais da Igreja. Celso, um filósofo pagão que odiava os cristãos, menciona em um de seus discursos do segundo século (176 dC) que os seguidores de CRISTO falavam em línguas estranhas. O discurso de Celso é citado literalmente nas obras Contra Heresias e Comentário de João, de Orígenes (254 dC).
Orígenes cita-o para comprovar que no segundo século os cristãos falavam em línguas estranhas. Ou seja, já na época de Orígenes, línguas estranhas não eram tão comuns. Em seu discurso, Celso afirma que os cristãos são “estranhos” e “fanáticos”, e que em suas reuniões “falam palavras ininteligíveis para as quais uma pessoa racional não consegue encontrar significado”. Ele diz que são línguas “muito obscuras”. A Igreja Verdadeira Nesta Época Já Se Afastava Completamente Das Reformadas.
Além de Tertuliano e Orígenes, apenas mais dois Pais da Igreja citam o falar em línguas estranhas: Irineu e Agostinho.
Irineu era discípulo de Policarpo, que por sua vez foi discípulo do apóstolo João. Ele foi bispo em Lyon, na França. A igreja de Irineu era uma das poucas comunidades cristãs da época em que os dons espirituais ainda estavam em plena atividade. Em seus escritos do início do terceiro século, Irineu afirma: “Temos em nossas igrejas irmãos que possuem dons proféticos e, pelo ESPÍRITO SANTO, falam toda classe de idiomas”.
Veio, então, o quarto século, o advento do catolicismo romano, seus dogmas espúrios e o consequente engessamento da igreja. Mesmo assim, há registros de que, no quarto século, Pacômio, o fundador do primeiro mosteiro, falava em grego e latim sem nunca ter estudado essas línguas. Pacômio nunca explicou o caso e todos começaram a atribuir essas suas habilidades ao ESPÍRITO SANTO.
Aostinho quando escreve Cidade de DEUS, anos depois já no quinto século, no ocaso de seu ministério, ele transparece não acreditar mais na contemporaneidade de todos os dons espirituais. É evidente que entre idólatras e comprometidos com o sistema político já não se manifestava nem o batismo com O ESPÍRITO SANTO E Nem Os Dons, Mas A Igreja Verdadeira Marchava Fora Dos Arraiais Católicos Apostólicos Romanos E Igrejas Reformadas, Cheia Do ESPÍRITO SANTO.
Elas só voltam à tona da Reforma Protestante em diante Que Ensinava Que Aquilo Era Para A Época De Atos Somente. Existiram casos entre os séculos 5 e 15, pois o ESPÍRITO SANTO nunca deixou de atuar plenamente na História, mas foram poucos os que ficaram registrados para a posteridade.
II – MANIFESTAÇÕES NOS SÉCULOS 12 A 19
Depois dos casos de línguas estranhas nos primeiros séculos, só a partir do século 12 surgem novamente referências concretas a línguas estranhas nos registros históricos. No século 12, Pedro Valdo, rico comerciante francês do Delfinado (Leste da França), resolve dar todos os seus bens aos pobres e reúne os fiéis dispostos a lutar com ele contra o luxo e a opulência do clero romanista. Nascem, assim, os valdenses, caracterizados pelo desejo por um “evangelismo puro”.
Por só reconhecerem “a autoridade dos Evangelhos”, os valdenses foram excomungados em 1182. Perseguidos por Roma, espalharam-se na região de Lyon, depois na Provença e até ao Norte da Itália e à região da Catalunha.
Segundo registros históricos, “os primeiros valdenses falavam em línguas desconhecidas”. Esses registros são ressaltados pelo jornalista norte-americano John Sherrill, em uma pesquisa que fez sobre o Movimento Pentecostal antes de aceitar ao pentecostalismo, e que foi publicada posteriormente sob o título They Speak in Other Tangues.
Nos séculos seguintes, há referências a manifestações espirituais entre albigenses e outros grupos, mas nada muito direto no que concerne a línguas estranhas. O pré-reformador Girolamo Savonarola, do século 15, por exemplo, era usado em profecia e tinha visões, mas não há referência à glossolalia em seu ministério. De qualquer forma, isso mostra que os dons espirituais ainda estavam sendo usados, mesmo que não em sua plenitude, como nos primeiros séculos da Igreja. Afinal, se a principal doutrina, a da Salvação, ainda precisava ser resgatada, o que dizer das demais?
Por isso, só após a Reforma Protestante os registros aumentam. Há casos entre os Anabatistas.
No século 17, entre os Quacres, há registros de línguas estranhas. W. C. Braithwait, no seu relato sobre as primeiras reuniões dos Quacres, escreveu: “Esperando no Senhor, recebemos com frequência o derramamento do ESPÍRITO sobre nós e falamos em novas línguas”.
No mesmo período, há glossolalia entre os pietistas. O Movimento Pietista nasceu na Alemanha, em 1666. Em seu livro The Pilgrim Church, na página 468, o historiador Edmund Hamer Broadbent (1861-1945) cita registros de línguas em cultos pietistas nos séculos 17 e 18: “Um estranho êxtase espiritual vinha sobre alguns ou sobre todos, e começavam a falar em línguas. De quando em quando essas manifestações se repetiam. A muitos deles, estas coisas pareciam mostrar que, agora, eram um só coração e uma só alma no Senhor”.
No século 19, há um boom de registros de glossolalia. Em 1830, na Escócia, uma jovem de Fernicarry, chamada Mary Campbell, planejava tomar-se missionária. Ela começou a orar por isso e, em uma certa noite daquele ano, quando orava junto com outros amigos, Campbell sentiu poderosamente a presença divina e começou a falar em um idioma que não conhecia. No começo, pensou que se tratava de uma língua que a ajudaria na obra missionária, mas nunca pôde identificar que idioma era aquele.
Foi em julho de 1822 que Irving, então com 30 anos, foi convidado a pastorear uma pequena congregação da Igreja da Escócia em Londres, a Caledonian Chapel. No início do ano seguinte, as multidões que se reuniam para ouvi-lo eram tão grandes que um novo templo precisou ser construído: a majestosa catedral de Regent Square. Em 1827, quando o novo templo foi inaugurado, cerca de mil pessoas frequentavam os cultos regularmente, fazendo dela a maior igreja da capital inglesa.
A fama de Irving se devia ao fato de ser um pregador eloquente. Um historiador diz que “nenhum ídolo e nenhum pecado escapavam do açoite profético de suas denúncias abrasadoras. Mesmo assim, a alta sociedade londrina acorria para ouvi-lo, inclusive distintas personalidades do mundo político e intelectual, como Canning, Lord Liverpool, Bentham e Coleridge. Embora os seus sermões se estendessem em média por duas horas, era preciso reservar lugares com dias de antecedência”.
A partir de 1825, Irving começou a se reunir com amigos na casa do banqueiro Henry Drummond, em Albury Park, para estudar escatologia e “buscar o Senhor, pedindo um derramamento do ESPÍRITO SANTO”. Então, em 1830, surgiram ocorrências de glossolalia e profecias na Escócia. Um ano depois, no final de 1831, surgiram também línguas e profecias nos cultos de Regent Square, a igreja pastoreada por Irving, que recusou-se a proibi-las. Sema línas depois, Irving foi afastado do pastorado de Regent Square. Mais de 600 pessoas o acompanharam. Após a morte de Irving aos 42 anos, devido à tuberculose, esse grupo fundou a Igreja Apostólica de Londres, que aos poucos se diluiu.
Em 1854, falando de um avivamento em uma igreja evangélica da Nova Inglaterra, um crente chamado V. P. Simmons escreveu impressionado: “Em 1854, o ancião F. G. Mathewson falou em línguas, enquanto o ancião Edward Burnham interpretou as mesmas.
Em 1855, jornais publicam que, dentro da Rússia czarista, um pequeno grupo dissidente da Igreja Ortodoxa Grega falava línguas e profetiza. Em 1873, Robert Boyd escreve sobre uma campanha que o célebre evangelista Dwight Lyman Moody fez em Sunderland, Inglaterra: “Quando cheguei às salas da Associação Cristã de Moços, encontrei a reunião em fogo. Os jovens estavam falando em línguas e profetizando. Que significaria isso? Somente que Moody pregara para eles naquela tarde”.
Nada se sabe sobre Moody ter falado em línguas alguma vez. Se o fez, foi de forma particular. Sabe-se, porém, que muitos dos que o seguiam falavam em línguas e ele não os criticava por isso. Moody cria em uma “segunda bênção” subsequente à salvação, que consistia em um “revestimento de poder do Alto”, que ele e R. A. Torrey chamaram de “batismo no ESPÍRITO SANTO”.
Em meio ao avivamento do século 19 nos Estados Unidos (que começou em 1857 e se estendeu até perto do final do século), e que teve como protagonistas principalmente Charles Finney e Moody, as ocorrências de glossolalia aumentaram. Eventualmente, pessoas falavam em línguas nas campanhas de Moody e Finney. Finney cria também em uma “segunda bênção”, mas, como Moody, não a vinculava às línguas. Nesse período surgiu, também, o Movimento de Santidade ou Holiness, como é conhecido em inglês, de onde surgiria o que foi chamado Movimento Pentecostal no início do século 20.
Nessa época, R. B. Swan, pastor em Providence, Rhode Island (EUA), escreveu: “Em 1875, nosso Senhor começou a derramar sobre nós de seu ESPÍRITO. Minha esposa, eu e alguns irmãos começamos a proferir algumas poucas a palavras em uma língua desconhecida”. Em 1879, mais outro caso: um crente chamado Jethro Walthall, do Estado de Arkansas, falou em línguas. Quando o denominado Movimento Pentecostal se inicia, o caso de Walthall é relembrado e ele escreve: “Quando tive essa experiência, nada sabia do ensino bíblico acerca do batismo no ESPÍRITO SANTO ou do falar em línguas”. Como Walthall, muitas pessoas passaram pela mesma experiência nos séculos anteriores, em sua devoção pessoal com DEUS, mas por essa doutrina estar relegada naquele período, guardaram essas experiências para si. A verdadeira Igreja não parou nunca de existir e o ESPÍRITO SANTO sempre concedia batismos e dons aos que buscavam e criam.
Outro caso ocorreu na viagem do teólogo F. B. Meyer (1847-1929) à Estônia no final do século 19. Meyer conta que visitou congregações batistas e viu ”uma poderosa ação do ESPÍRITO SANTO”. Escrevendo a crentes em Londres, ele diz: “O dom de línguas é ouvido abertamente nas reuniões, especialmente nas vilas, mas também nas cidades(…). O pastor da Igreja Batista disse-me que muitas vezes as línguas irrompem em suas reuniões e, quando elas são interpretadas, têm como significado: ‘JESUS está vindo. JESUS está perto. Esteja pronto. Não seja negligente’. Quando as línguas são escutadas, incrédulos que porventura estejam na audiência ficam grandemente impressionados”.
Em 1880, na Suíça, uma crente chamada Mary Gerber declara que em momentos especiais de alegria, que descreve como “entregar meu duro coração ao ESPÍRITO SANTO”, entoa cânticos espirituais em um idioma que lhe é desconhecido. Anos depois, em visita aos Estados Unidos, Mary estava orando por uma amiga enferma quando começou a cantar e a profetizar fluentemente em inglês, para espanto dela e de sua amiga.
Um outro caso em especial ocorreu na Armênia, em 1880. Membros da Igreja Presbiteriana da vila de Kara Kala pediram a DEUS um derramamento do ESPÍRITO SANTO e vivenciaram um vivenciaram um avivamento com línguas estranhas, revelações e profecias. Nesse avivamento, é profetizado um grande mover de DEUS para o final do século, atingindo todo o mundo. Essa profecia se cumpre com o advento do chamado pelos escritores da época como Movimento Pentecostal (não entendiam que desde o pentecostes nunca cessou o enchimento do ESPÍRITO SANTO).
Todos esses casos foram apenas um prelúdio do que aconteceria em dezembro de 1900 e que deu início ao chamado pelos escritores da época como Movimento Pentecostal.
III – O AVIVAMENTO DA MANSÃO DE STONE
Já vimos que surgiram no século 19 os pregadores da “segunda bênção”. Homens de DEUS como Dwight Lyman Moody, R. A. Torrey, A. B. Simpson, Andrew Murray, A. J. Gordon, F. B. Meyer e Charles Grandison Finney passaram a ensinar, à luz da Bíblia, que a nomenclatura bíblica “batismo no ESPÍRITO SANTO” não era sinônimo de conversão, mas uma experiência subsequente à conversão e que se caracterizava por ser um revestimento de poder do Alto para dinamizar o serviço cristão.
Moody, Simpson e principalmente Torrey enfatizavam que todo cristão deveria buscar esse revestimento de poder. Os pregadores da segunda bênção criam na contemporaneidade dos dons espirituais. Era comum ouvir registros de que em algumas reuniões havia línguas estranhas, profecia, cura divina etc.
Dowie, Lake e Woodworth
Nesse período, grandes servos de DEUS começaram a se destacar, principalmente manifestando dons de cura. Alguns deles foram os norte-americanos John Alexander Dowie, John Graham Lake e Maria Woodworth Etter. Lake foi curado em 1886, aos 16 anos, após oração de Dowie em seu Divine Healing Home (Lar de Cura Divina), em Chicago. Ele se convertera em uma reunião do Exército da Salvação, mas passou a congregar na Igreja Metodista ainda adolescente.
Em 1891, John Lake casou com Jennie Stevens, e dias depois descobriu que sua esposa estava com tuberculose e uma incurável doença do coração. Durante anos ele orou por ela, até que, depois de ler Atos 10.38, orou pela cura de sua esposa com fé na Palavra de DEUS e viu o milagre acontecer. Era 28 de abril de 1898. A partir dessa data Lake não seria mais o mesmo.
Em 1907, sabendo do Avivamento da Rua Azusa (que abordaremos mais adiante), Lake jejuou pedindo a DEUS o batismo no ESPÍRITO com a evidência da glossolalia. Ao final do jejum, recebeu a bênção e iniciou seu ministério evangelístico com manifestação da cura divina. Direcionado pelo ESPÍRITO, foi para a África do Sul. Antes de morrer, voltou aos Estados Unidos, onde continuou pregando até partir para a eternidade em 1935. Quando isso ocorreu, as igrejas sul africanas Missão de Fé Apostólica e Cristã Sião, ambas fundadas por ele naquele país, já contavam, juntas, com mais 100 mil membros e 600 congregações na África do Sul.
Maria Woodworth Etter converteu-se a CRISTO em 1857, na Igreja dos Discípulos. Passou um tempo com os Quakers e depois voltou à Igreja dos Discípulos. Quando pregava em uma congregação da sua igreja, foi batizada no ESPÍRITO SANTO com Evidência de línguas estranhas. Etter entendera que o revestimento de poder do Alto que recebera viera acompanhado de línguas. Sua pregação era acompanhada por visões, profecias, milagres, línguas e libertações. Quando o Avivamento de Azusa começou, Etter se juntou a ele.
Charles Parham e a Mansão de Stone
Foi só com Charles Fox Parham que a Doutrina do Batismo do ESPÍRITO SANTO passou a ser entendida como é hoje. Foi ele quem resgatou a compreensão, bastante clara nos tempos apostólicos, de que as línguas estranhas eram evidência externa do batismo no ESPÍRITO.
Tudo ocorreu quando Parham, um professor de Teologia pertencente à Igreja Metodista, resolveu abrir um seminário em Topeka, Kansas. Ele abriu a Escola Bíblica Betel, como passou a ser conhecida, em uma casa que pertencera a um tal de Stone, que fizera um trabalho malfeito ao construir o lugar. Por isso, o casarão passou a ser chamado a “tolice de Stone”. Era outubro de 1900 quando ele começou as aulas para cerca de 40 estudantes. Alguns deles já haviam estudado em outros institutos bíblicos.
O que atraiu esses alunos foi o fato de a proposta de Parham consistir em promover um ano de estudos onde ele e os demais alunos estudariam sobre “como descobrir o poder que capacitará a Igreja a enfrentar o desafio do novo século”. Seria um ano de treinamento com estudo da Palavra, oração e evangelismo. Cada aluno teria um período de três horas do dia dedicadas exclusivamente à oração. Conta-se que alguns passavam a noite orando. Era também uma “escola de fé”, como se chamava, já que nenhuma taxa seria cobrada para moradia e alimentação. O objetivo da escola era, em síntese, preparar-se para a obra do Senhor e clamar a DEUS por um novo avivamento para as igrejas.
O Avivamento Começa
Em 25 de dezembro de 1900, depois de estudarem sobre Arrependimento, Conversão, Consagração, Santificação, Cura Divina e Segunda Vinda de JESUS, Parham precisou viajar, mas deixou uma tarefa para seus alunos. Disse ele: “Em nossos estudos, nos deparamos com um problema: E o segundo capítulo de Atos? (…)Tendo ouvido tantas entidades religiosas reivindicarem diferentes provas para a evidência do recebimento do batismo recebido no Dia de Pentecostes, quero que vocês estudem diligentemente qual é a evidência bíblica do batismo no ESPÍRITO, para que possamos apresentar ao mundo alguma coisa incontestável, que corresponda de forma absoluta com a Palavra”. Três dias depois, Parham retorna e seus alunos apresentam a seguinte resposta: a prova irrefutável em cada ocasião era que eles falavam em línguas, e mesmo nas passagens bíblicas onde as línguas não são citadas na experiência do batismo no ESPÍRITO, elas estão claramente implícitas. Parham concordou com a resposta e passou a sistematizar a doutrina.
Porém, em 1 de janeiro de 1901, a Escola Bíblica Betel saiu da teoria para a prática. Em um período de oração, a aluna Agnes Ozman, de 18 anos, pediu para que Parham e os demais alunos impusessem as mãos sobre ela pedindo o batismo no ESPÍRITO SANTO. Eram 11 horas daquele dia quando Ozman se tornou a primeira pessoa ali a receber o batismo no ESPÍRITO consciente de que as línguas eram sua evidência externa. O poder sobre ela foi tamanho que passou três dias sem conseguir falar em inglês. Ozman transbordava no ESPÍRITO toda hora, louvando a DEUS em línguas em todos os momentos. Nos demais dias, todos os outros receberam o batismo, inclusive o próprio Parham, que foi um dos últimos.
O Significado das Línguas
Conta Parham que as línguas de Ozman pareciam com chinês, língua que ela não conhecia. No dia seguinte, um tcheco presente confirmou que Ozman falou em boêmio. Por isso, inicialmente Parham pensou que as línguas estranhas tinham um propósito missionário. Ele cria que, assim como as línguas de Atos 2, a glossolalia consistia sempre em línguas existentes que eram desconhecidas para quem as recebia pelo ESPÍRITO, mas que tinham um propósito evangelístico.
Essa precipitação de Parham teve um efeito positivo e outro negativo. Primeiro, porque o Movimento Pentecostal começou enfatizando muito o trabalho missionário, que tinha tudo a ver com o revestimento de poder do Alto (Atos 1.8). Porém, nem sempre as línguas correspondiam a uma língua existente, o que frustraria Parham e seus companheiros mais à frente, até que compreenderam que as línguas estranhas não são necessariamente alguma língua existente.
Um pastor negro leigo, chamado William Joseph Seymour, compreendeu isso logo. Ele foi aluno de Parham, quando este começou a viajar pelo país ensinado a descoberta que fizera.
IV – SEYMOUR E O AVIVAMENTO DA RUA AZUSA
Com o derramamento do ESPÍRITO SANTO na Escola Bíblica Betel, em Topeka, Kansas, a doutrina bíblica do batismo no ESPÍRITO SANTO com evidência externa de falar em outras línguas como está na bíblia foi redescoberta e sistematizada. Porém, apesar de Charles Fox Parham e seus alunos se dedicarem à divulgação desse ensinamento nos Estados Unidos, não foi com eles que o Movimento Pentecostal ganhou notoriedade. O mundo só foi dar conta desse movimento espiritual em 1906, por meio da instrumentalidade de um homem negro e simples, amante da Palavra de DEUS: William Joseph Seymour. Foi ele o homem que DEUS usou para dar início ao célebre Avivamento da Rua Azusa.
Avivamento da Rua Azusa.
Tudo começou quando Neely Terry, uma moradora de Los Angeles que frequentava uma pequena Igreja da Santidade, fez uma viagem a Houston, Texas, em 1905. Ela frequentou a igreja que William Seymour estava pastoreando. Embora Seymour não tivesse recebido ainda o batismo no ESPÍRITO SANTO com a evidência do falar em outras línguas, estava convencido que era bíblico e pregava esta mensagem com grande fervor.
Seymour aprendeu a doutrina do batismo no ESPÍRITO SANTO assistindo às aulas que Parham ministrava no país sobre o assunto. Quando Parham chegou em sua região, ele foi até lá ouvi-lo. Porém, como as leis de segregação nos Estados Unidos ainda eram fortes nessa época, Seymour não pôde assistir às aulas dentro da sala. Nessa época, as leis determinavam que os negros não podiam assistir a uma aula na mesma sala dos alunos brancos. Por isso, ele teve que colocar uma cadeira no corredor, diante da porta da sala e, dali, assistiu atentamente a todas as aulas de Parham. Após o curso, inflamado pelo que aprendera, William Seymour passou a pregar a mensagem pentecostal no Texas.
Impressionada com o caráter e a mensagem de Seymour, ao retornar à Califórnia, Neely Terry relatou à sua igreja sobre as mensagens avivadas de Seymour e convidaram-no para visitá-los. Ele concordou em ir. Só que o empreendimento evangelístico, que havia sido inicialmente previsto para durar um mês, acabou durando anos. Os planos de DEUS eram diferentes.
Seymour chegou a Los Angeles em 22 de fevereiro de 1906, e dentro de dois dias estava pregando na Igreja da Santidade de Los Angeles. Ele pregou sobre regeneração, santificação, cura divina e o batismo no ESPÍRITO SANTO com a evidência do falar em outras línguas. Julia Hutchins, líder da igreja, rejeitou o ensino de Seymour e, dentro de poucos dias, fechou as portas da igreja para ele. O presbitério da igreja rejeitou o ensino de Seymour. No entanto, em meio à perseguição, Seymour continuou firme e inabalável em seu trabalho para o Senhor. Os membros daquela igreja que creram na pregação de Seymour começaram a realizar reuniões com ele em suas casas. Alguns sentiram-se compelidos a passar horas em oração e outros tiveram visões confirmando que DEUS iria abençoá-los em Los Angeles com um derramamento espiritual.
O grupo continuou a se reunir para oração e adoração, realizando cultos na casa de Richard e Ruth Asbery na 214 Bonnie Brae Street. Outros tiveram informações a respeito dos cultos e começaram a frequentá-los, incluindo algumas famílias brancas que moravam próximas de Igrejas da Santidade.
Assim, em 9 de abril de 1906, o derramamento teve início quando Edward Lee foi batizado no ESPÍRITO SANTO e começou a falar em línguas, após Seymour ter orado com ele. Os dois então se dirigiram à casa dos Asbery. Lá cantaram um hino, oraram e testemunharam, seguindo-se uma pregação de Seymour usando Atos 2.4 como texto-chave. Após a mensagem, Lee levantou suas mãos e começou a falar em línguas. O ESPÍRITO de DEUS se moveu sobre aqueles crentes reunidos e seis outras pessoas começaram a falar em línguas naquela mesma noite. Jennie Moore, que mais tarde se casaria com William Seymour, estava entre elas. Foi a primeira mulher em Los Angeles a receber o batismo no ESPÍRITO SANTO. Ela começou a cantar em línguas e a tocar piano sob o poder de DEUS, sem nunca antes ter aprendido a tocar esse instrumento.
Poucos dias mais tarde, em 12 de abril, William Seymour finalmente recebeu o batismo no ESPÍRITO SANTO, aproximadamente às quatro horas da manhã, depois de ter orado a noite toda.
Uma testemunha ocular, Emma Cotton, mais tarde relembrou aquelas experiências: eles clamaram durante três dias e três noites. As pessoas vinham de todas as partes. Perto da manhã seguinte, não havia como entrar na casa. Conta-se que algumas pessoas que conseguiam entrar na casa caíam sob o poder de DEUS sem que houvesse alguém que as sugestionasse a isso, e toda a cidade ficou agitada. Clamaram ali até o chão da casa ceder, mas ninguém ficou ferido. Durante aqueles três dias, muitas pessoas que tinham vindo só para ver o que estava acontecendo receberam o batismo no ESPÍRITO SANTO. Os doentes ficaram curados e muitos aceitavam JESUS ao entrarem na casa.
Após o derramamento inicial do ESPÍRITO SANTO em Los Angeles, cresceu o interesse pelos cultos de oração. As multidões tornaram-se tão grandes para a casa dos Asbury em Bonnie Brae Street, que foram levadas para o quintal da casa. Logo este espaço também se tornou pequeno. O grupo descobriu então um prédio disponível na Azusa Street, número 312, que tinha sido construído originalmente como uma Igreja Metodista Africana. Tendo sido abandonado, o galpão foi usado como um estábulo para abrigar feno e animais. No entanto, foi consertado e limpo em preparação para os cultos.
Dentro poucos dias, a imprensa de Los Angeles tomou conhecimento sobre os cultos de avivamento realizado na Azusa Street Mission e por reportagens em jornais publicadas por todo os Estados Unidos e no mundo. Milhares tomavam conhecimento do avivamento e eram atraídos para os cultos em Azusa. Todos se reuniam em adoração: homens, mulheres, crianças, negros, brancos, hispânicos, asiáticos, ricos, pobres, analfabetos e graduados. Foram arrebanhados para Los Angeles tanto céticos como famintos espirituais.
Em setembro 1906, um repórter de um jornal local desaprovou os eventos ocorridos e escreveu que a Azusa Street Mission era uma “vergonhosa mistura de raças (…) eles clamavam e faziam grande barulho o dia inteiro e noite adentro. Essas pessoas parecem ser loucas, com problemas mentais ou enfeitiçadas. Elas afirmam estar cheias do ESPÍRITO. Elas têm um caolho, analfabeto e negro como seu pregador que fica de joelhos a maior parte do tempo com a sua cabeça escondida entre engradados de leite feitos de madeira. Não fala muito, mas às vezes pode ser ouvido gritando ‘Arrependei-vos'(…) Eles cantam repetidamente a mesma canção, ‘O Consolador Chegou’”.
Em poucos meses, a Azusa Street Mission, que passou a se chamar Apostolic Faith Mission (Missão de Fé Apostólica), mesmo nome que Gunnar Vingren e Daniel Berg deram à igreja fundada por eles no Brasil, e que só passou a se chamar Assembleia de DEUS oficialmente em 1918), tornou-se a maior igreja da cidade, com cerca de 1,3 mil pessoas frequentando os cultos diariamente, e o fervor do avivamento continuou por três anos.
Os cultos eram realizados de domingo a domingo, três vezes por dia: pela manhã, à tarde e à noite, com o prédio sempre lotado. A mensagem era o amor de DEUS, e a unidade e a igualdade eram prioridades. O historiador Frank Bartleman observou sobre Azusa: “A ‘linha da cor’ foi removida pelo sangue de JESUS”. Também às mulheres eram dadas posições de liderança na Missão. O jornal The Apostolic Faith, publicado pela missão, alcançou a distribuição mundial, com tiragem de mais de 50 mil exemplares por edição.
V – O MOVIMENTO PENTECOSTAL SE ESPALHA
Vimos que foi em Topeka que o Movimento Pentecostal foi encetado, mas foi no Avivamento da Rua Azusa que ele ganhou notoriedade. Jornalistas, crentes e líderes cristãos de todo o mundo vinham a Azusa para ver o que estava acontecendo. Ali, os não-crentes se convertiam a CRISTO e os cristãos eram incendiados, voltando às suas cidades trazendo a boa nova. Dessa forma, o movimento espalhou-se para todo o mundo.
Falaremos resumidamente sobre alguns dos principais pioneiros do Movimento Pentecostal no mundo.
Pentecostes na Europa
Um dos pioneiros do Movimento Pentecostal na Europa foi Thomas Barratt, um pastor norueguês metodista que teve contato com Azusa e trabalhou no florescimento de igrejas pentecostais na Noruega, Suécia e Inglaterra. Barratt influenciou o pastor batista sueco Lewi Pethrus, que foi o pioneiro do Movimento Pentecostal naquele país.
Pethrus atentou para a realidade do batismo no ESPÍRITO SANTO como uma segunda bênção, subsequente à aalvação, lendo os escritos de A. J. Gordon, um dos pregadores da segunda bênção no século 19. Porém, foi Barratt quem convenceu Pethrus a buscar o batismo no ESPÍRITO SANTO. A Igreja Filadélfia, pastoreada por Pethrus, enviaria missionários para a nascente Assembleia de DEUS no Brasil. Ele esteve presente nas convenções gerais da AD brasileira em 1930 (quando foi criada a CGADB), em Natal, e em 1951, em Porto Alegre.
Na Inglaterra, um dos maiores nomes do pentecostalismo nascente foi o pastor Donald Gee. Gee e o teólogo judeu pentecostal Myer Pearlman, da AD nos EUA, foram os dois nomes que sistematizaram as doutrinas pentecostais. Charles Parham foi quem sistematizou a Doutrina do Batismo no ESPÍRITO SANTO, mas foram Gee e Pearlman que sistematizaram toda a Teologia pentecostal. Gee, por exemplo, foi o primeiro a sistematizar a doutrina acerca do uso correto dos dons espirituais.
Na Alemanha, um dos líderes do Movimento da Santidade naquele país, Jonathan Paul, semeou a mensagem pentecostal. Na Itália, um forte pentecostalismo brotou por meio dos parentes de imigrantes italianos nos Estados Unidos. Muitos desses imigrantes tiveram contato direto com o Avivamento de Azusa e retornaram à sua terra para pregar a mensagem pentecostal aos seus parentes.
O pioneiro do Movimento Pentecostal na Rússia foi Ivan Voronaev, um imigrante russo nos Estados Unidos. Em 1919, ele fundou a primeira Igreja Pentecostal Russa em Manhattan, Nova Iorque. Em 1920, Voronaev, de volta à Rússia, começou um ministério em Odessa. Após nove anos, depois de incrivelmente fundar nesse curtíssimo período de tempo 350 congregações na Rússia, Polônia e Bulgária, Voronaev foi preso pela polícia soviética. Acabou morrendo na prisão.
Na Holanda, após lerem exemplares do jornal Apostolic Faith (da Missão de Azusa) falando sobre o Avivamento em Azusa e notícias nos jornais seculares de 1906 sobre o assunto, alguns cristãos holandeses resolveram clamar pela mesma bênção. Assim, em 1907, DEUS batizou a esposa do pastor G. R. Polman. No ano seguinte, foi a vez do próprio Polman. Em 1912, foi inaugurado o primeiro templo pentecostal em Amsterdã. Depois foi a vez de Roterdã, Hilversum, Utrecht, Ilha Terschelling e Haarlem.
O pastor Smith Wigglesworth, um dos grandes nomes da história do Movimento Pentecostal, foi um dos instrumentos de DEUS para levar a mensagem pentecostal à Suíça. Ele trabalhou principalmente na cidade de Berne. Wigglesworth foi batizado no ESPÍRITO SANTO em um trabalho dirigido pelo pastor Thomas Barratt, de quem já falamos. Também trabalhou na África do Sul.
No País de Gales, o pastor Alexander A. Boddy foi um poderoso arauto divino, fazendo conferências pentecostais naquele país e depois pela Europa. Boddy tomou conhecimento do avivamento lendo os primeiros exemplares do jornal Apostolic Faith.
Pentecostes na Ásia
O Movimento Pentecostal na China começou em 1907, com a chegada dos irmãos A. G. Garr, vindos da Califórnia, Estados Unidos, e acesos pelo fogo de Azusa. Suas conferências evangelísticas alcançaram centenas de pessoas em Macau, Hong Kong e Cantão, com dezenas de conversões e batismos no ESPÍRITO SANTO.
Mas, um dos grandes nomes do pentecostalismo na China em seu início é, sem duvida, Nettie Noorman. Ela já era missionária naquele país quando soube do Avivamento da Rua Azusa. Resolveu, então, em vez de só ouvir falar, conferir o que estava acontecendo. Assim, em outubro de 1906, Noorman deixou a China rumo a Los Angeles. Ali, certifícou-se de que Azusa tratava-se mesmo de obra divina. Então, clamou pelo batismo no ESPÍRITO SANTO, recebendo-o. De volta à China, os sinais se seguiram: curas divinas, milagres, batismos no ESPÍRITO SANTO e muitas conversões a CRISTO. Depois de Noorman, muitos outros missionários na China receberam o batismo no ESPÍRITO SANTO, sendo igualmente usados por DEUS para a expansão do Evangelho de CRISTO.
O Movimento Pentecostal chegou à Índia também devido ao Avivamento da Rua Azusa. Alguns evangélicos ali receberam notícias do que DEUS estava fazendo em Los Angeles. Um deles, chamado Max Wood Morehead, afirmou na época: “Se esta notícia do que DEUS está fazendo em Los Angeles é verdadeira, o dom de línguas será visto na Igreja em todo o mundo, assim como hoje, em todos os lugares, os crentes já creem em cura divina”.
O estopim do avivamento foi uma conferência realizada em Calcutá, Índia, reunindo missionários e obreiros. Lá a doutrina concernente ao batismo no ESPÍRITO SANTO com evidência externa de línguas estranhas foi exposta pela primeira vez. Não houve batismos no ESPÍRITO SANTO, mas alguns dos presentes abriram seu coração para a importância dessa mensagem para a Igreja.
No mesmo ano, a missionária S. C. Easton abriu as portas para os irmãos Garr, testemunhas oculares de Azusa e batizados no ESPÍRITO SANTO. Pessoas que foram até lá para corrigir os pentecostais acabaram saindo tocados pelo ESPÍRITO SANTO. Um deles conta: “Comecei a crer que eu era a pessoa que necessitava de endireitar-se, e não o evangelista” (Testemunho dos Séculos, Emílio Conde, CPAD). Nos anos seguintes a mensagem pentecostal espalhou-se entre os cristãos na Índia.
Na Coreia do Sul, depois da guerra entre as duas Coreias, um jovem pastor assembleiano chamado Paul Yonggi Cho, formado em Teologia em um curso do Instituto Bíblico das Assembleias de DEUS na Coreia, foi usado por DEUS para um grande avivamento naquele país, com muitos sinais, principalmente curas divinas. Hoje, sua igreja, a Igreja do Evangelho Pleno em Seul, é uma das maiores do mundo.
Pentecostes na África
O pentecostes chegou ao Egito em 1907. Um jovem chamado Alexander Paul, natural do Egito, foi batizado no ESPÍRITO SANTO nos Estados Unidos. Quando seus amigos cristãos no Egito receberam a notícia do que havia acontecido, pediram que alguém fosse até eles instruí-los acerca dessa bênção. O evangelista G. S. Breslford foi enviado e, com o apoio de missionários em Jerusalém que já haviam recebido o batismo no ESPÍRITO SANTO, fundou o primeiro trabalho pentecostal em Assiout, no Egito.
Em 1911, foi fundado um orfanato mantido pelos irmãos pentecostais em Assiout, que atendia cerca de 700 órfãos. Em poucos anos, havia congregações também em Alexandria e Cairo, algumas com centenas de crentes.
O Movimento Pentecostal chegou no Congo em 1915, por meio dos missionários pentecostais William Burton e James Salter. O trabalho começou na vila de Mwanza. Em dez anos, a obra se desenvolveu tanto que, nesse período já havia alcançado três tribos, sete estações centrais, estava com 17 missionários como auxiliares e cem evangelistas nativos, todos batizados no ESPÍRITO SANTO.
A África do Sul também recebeu a chama do Movimento Pentecostal, por meio do trabalho incansável e fervoroso de homens como o norte-americano Johh Lake. Direcionado pelo ESPÍRITO, ele foi para a África do Sul. Antes de morrer, voltou aos Estados Unidos, onde continuou pregando até partir para a Eternidade em 1935. Quando isso ocorreu, as igrejas sul africanas Missão de Fé Apostólica e Cristã Sião, ambas fundadas por ele naquele país, já contavam, juntas, com mais 100 mil membros e 600 congregações na África do Sul. Nos anos 60, esse número já havia subido para mais de 120 mil.
VI – BRASIL: O MAIOR MOVIMENTO PENTECOSTAL DO MUNDO
No início do século 20, apesar da presença marcante de imigrantes europeus de origem protestante e do valoroso trabalho de missionários de igrejas evangélicas tradicionais dos Estados Unidos, nosso país era ainda quase que totalmente católico romano. Foi só com o advento do Movimento Pentecostal que aconteceu uma explosão de crescimento do Evangelho no Brasil. O avanço da evangelização do nosso país se deve, sem dúvida, ao pentecostalismo, e especialmente a sua vertente mais tradicional, a Assembleia de DEUS.
A origem das Assembleias de DEUS no Brasil está intimamente ligada ao reavivamento espiritual que varreu o mundo no início do século 20, encetado na América do Norte, e que teve como seu maior expoente o Avivamento da Rua Azusa.
Azusa e o Evangelho no Brasil
Quando os missionários Gunnar Adolf Vingren e Daniel Hõgberg fundaram a primeira igreja pentecostal no Brasil em 18 de junho de 1911, denominaram-na Missão da Fé Apostólica. A escolha do nome foi inspirada no Avivamento de Azusa, sob a liderança do pastor afro-americano William J. Seymour.
O nome do jornal de Azusa era Apostolic Faith (Fé Apostólica), que acabou dando nome àquela abençoada igreja de Los Angeles, que passou a se chamar Missão da Fé Apostólica. A igreja, bem como seu periódico, muito conhecidos por Vingren e Berg, eram tão populares por pregar a restauração para os nossos dias da manifestação do ESPÍRITO conforme os tempos apostólicos, que quando Bennet Freeman Lawrence escreveu a primeira história do Movimento Pentecostal em 1916, não pensou duas vezes em dar à sua obra o nome de The Apostolic Faith Restored.
O avivamento na Rua Azusa era famoso em todo o mundo. Não era à toa que os jornais seculares da época chamavam aquele lugar de “O endereço mundial do Movimento Pentecostal”. Apesar de terem sido incendiados pela chama pentecostal em Chicago, foi em Azusa que Berg e Vingren naturalmente se inspiraram ao escolherem o nome da igreja que fundavam no Brasil.
Entretanto, sete anos depois, Gunnar Vingren e Daniel Berg, agora acompanhados dos missionários Otto Nelson e Samuel Nyström, acharam por bem mudar o nome da igreja de Missão da Fé Apostólica para Assembleia de DEUS. Por que essa mudança? A inspiração também veio dos Estados Unidos
Quando o Movimento Pentecostal se espalhou pelos Estados Unidos, a primeira reação das igrejas evangélicas tradicionais, assustadas com aquilo que lhes era novo, foi excluir os crentes que abraçavam a mensagem pentecostal. Foi assim que, de 1901 a 1914, surgiram em profusão, em todos os cantos dos EUA, denominações pentecostais com os nomes mais variados. Porém, em 1914, os líderes dessas jovens e fervorosas igrejas resolveram unir-se. Foi assim que, em 2 de abril daquele ano, em um ato histórico, a maioria esmagadora das denominações pentecostais norte-americanas se fundiu fundando uma única igreja, denominada Assembleia de DEUS. Esse encontro, realizado de 2 a 12 de abril, reuniu cerca de 300 ministros pentecostais e delegados de todos os EUA, e foi conhecido como o primeiro Concílio Geral das Assembleias de DEUS.
A primeira resolução do Concílio Geral, proferida pelo seu líder, o ex-pastor batista do Texas, E. N. Bell (que foi presidente do Concílio até 1925, quando faleceu), objetivava deixar clara a posição dos pentecostais em relação à ortodoxia bíblica: “Essas Assembleias opõem-se a toda Alta Crítica radical da Bíblia, a todo o modernismo, a toda incredulidade na igreja e à filiação a ela de pessoas não-salvas, cheias de pecado e de mundanismo; e acreditam em todas as verdades bíblicas genuínas sustentadas por todas as igrejas verdadeiramente evangélicas”.
Quando os missionários suecos no Brasil souberam do ocorrido, acharam por bem admitir o mesmo nome para a igreja pentecostal brasileira, como uma demonstração de sintonia com os irmãos pentecostais norte-americanos, já que, oficialmente, o Movimento Pentecostal nascera nos Estados Unidos, espalhando-se rapidamente por todo o mundo.
Daniel Berg e Gunnar Vingren chegaram a Belém do Pará em 19 de novembro de 1910, e ninguém poderia imaginar que aqueles dois jovens suecos estavam para iniciar um movimento que alteraria profundamente o perfil religioso e até social do Brasil por meio da pregação de JESUS CRISTO como o único e suficiente Salvador da Humanidade, do Batismo no ESPÍRITO SANTO como uma bênção subsequente à Salvação e da atualidade dos dons espirituais.
Em poucas décadas, a Assembleia de DEUS, a partir de Belém do Pará, onde nasceu, começou a penetrar em todas as vilas e cidades até alcançar os grandes centros urbanos como São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Porto Alegre. Em virtude de seu fenomenal crescimento, os pentecostais começaram a fazer diferença no cenário religioso brasileiro. De repente, o clero católico despertou para uma possibilidade jamais imaginada: o Brasil poderia vir a tornar-se, no futuro, uma nação protestante.
Hoje, estima-se que os evangélicos no Brasil sejam quase 20% da população brasileira, mais de 30 milhões de pessoas, sendo praticamente metade deles assembleianos. Isso faz da Assembleia de DEUS no Brasil o maior Movimento Pentecostal do mundo.
Principais Ondas do Pentecostalismo
Desde a chegada do Movimento Pentecostal no Brasil, três ondas já se passaram. A Primeira Onda foi de 1910 a 1950, quando a Assembleia de DEUS e a Congregação Crista do Brasil (CCB) eram as únicas igrejas de caráter pentecostal no país. Esta última, porém, anos depois de sua fundação, passou a manifestar crenças que fazem com que hoje muitos evangélicos não a considerem evangélica, mas, sim, uma seita.
Antes de apresentar essas peculiaridades, Gunnar Vingren foi amigo de Luigi Francescon, fundador da CCB. Antes de vir ao Brasil, Francescon pertencia à comunidade italiana em Los Angeles, tendo recebido o batismo no ESPÍRITO SANTO em um trabalho fruto do Avivamento de Azusa.
A segunda onda foi de 1950 a 1975 e foi marcada pelas cruzadas de evangelismo e cura divina. A inspiração veio dos EUA. Ali, nesse período, grandes nomes surgiram com ministérios de cura divina, tais como William Branham, que começou bem-sucedido ministério em 1946, mas terminou mal, pois começou a ensinar heresias em meados dos anos 50. Faleceu em 1965. Hoje existe uma seita em torno de seu nome – Tabernáculo da Fé. Outros nomes foram os então pastores assembleianos T. L. Osborn e Oral Roberts. Ambos começaram seus ministérios em 1947. Kathleen Kulman foi outro grande nome. Em 1949, o pastor batista Billy Graham começa suas famosas cruzadas, mas nelas não há orações por cura divina, nem batismos com o ESPÍRITO SANTO ou manifestação de dons, pois era Batista Tradicional.
No Brasil, influenciados por esses movimentos, nasceram movimentos evangelísticos itinerantes, que se tornaram igrejas. O primeiro foi a Cruzada Nacional de Evangelização (1950), que se tornou a Igreja do Evangelho Quadrangular, denominação que já existia nos EUA. Depois surgiram O Brasil para CRISTO, fundado em 1955 pelo ex-diácono assembleiano Manoel de Melo; a Igreja de Nova Vida, fundada no Rio de Janeiro por um descendente de pioneiros do Avivamento de Azusa; a Igreja DEUS é Amor, fundada pelo ex-assembleiano Davi Miranda; e Casa da Bênção (1964) e Sinais e Prodígios (1970). Todos esses movimentos começaram como cruzadas de cura divina e exorcismo.
Nessa época, também surgem as primeiras grandes cruzadas evangelísticas nas Assembleias de DEUS e o movimento de renovação nas igrejas tradicionais: Convenção Batista Nacional (1965), com Enéas Tognini, e Igreja Presbiteriana Renovada (1975). Até o Movimento Católico Carismático surge nessa época (1967).
A Terceira Onda, que também é chamada de neopentecostalismo, começou no final dos anos 70 e perdura até hoje, influenciando muitas igrejas. Seus grandes expoentes são as comunidades evangélicas e as igrejas Universal do Reino de DEUS (1977), saída da Igreja de Nova Vida; Igreja Internacional da Graça (1980), dissidente da Universal; igreja Renascer em CRISTO (1986). Além destas, há dezenas de outras, surgidas nos anos 90 e início deste século.
Publicado pelo Jornal Mensageiro da Paz – 1º Semestre de 2006
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Escrita Lição 2, Betel, Em Permanente Vigilância, O Chamado à Santidade e à Preparação, 1Tr25, Com. Extras Pr. Henrique, EBD NA TV
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ESBOÇO DA LIÇÃO 2 BETEL 1Tr2025
1- AS IGREJAS DA ÁSIA
1.1. Éfeso
1.2. Laodiceia
2- O MOVIMENTO MONTANISTA
2.1. O propósito do Movimento Montanista
3- LIÇÕES E ALERTAS DOS PRIMEIROS SÉCULOS
3.1. Lidando com exageros e equívocos
3.2. O contínuo autoexame
3.3. O contínuo avivamento
TEXTO ÁUREO
"E isto digo, conhecendo o tempo, que é já hora de despertarmos do sono; porque a nossa salvação está agora mais perto de nós do que quando aceitamos a fé", Romanos 13.11.
VERDADE APLICADA
As experiências e os avivamentos do passado não nos dispensam de viver em constante vigilância e oração.
TEXTOS DE REFERÊNCIA - Apocalipse 2.1-5
1. Escreve ao anjo da igreja que está em Éfeso: Isto diz aquele que tem na sua destra as sete estrelas, que anda no meio dos sete castiçais de ouro.
INTRODUÇÃO
Nos tempos apostólicos, algumas igrejas locais já mostravam sinais de esfriamento espiritual e relaxamento no cuidado com a vida espiritual. Essa realidade continuou pelos primeiros séculos e resultou no surgimento de diferentes movimentos de busca de renovação no seio da Igreja. Nesta lição, vamos extrair algumas lições desses movimentos e compreender a relevância do autoexame, da vigilância e da oração.
1- AS IGREJAS DA ÁSIA
Ao final da era apostólica, algumas igrejas locais já apresentavam desvios doutrinários e esfriamento espiritual conforme o conteúdo das cartas enviadas às sete igrejas localizadas na Ásia (Ap 1.4). Exilado na ilha de Patmos, o Apóstolo João foi instruído pelo Senhor a escrever tais cartas, cujos conteúdos contêm louvores, admoestações e conselhos específicos para as comunidades cristãs naquela região (Ap 1.11).
1.1. Éfeso
A igreja de Éfeso é enaltecida por seu trabalho e sua paciência, refutando aqueles que se diziam apóstolos; mas, na verdade, eram mentirosos (Ap 2.2). Isso deixa claro que uma das características marcantes da igreja de Éfeso era a intolerância à heresia. Entretanto, o julgamento fica por conta do esfriamento no exercício do amor. Éfeso tornou-se uma igreja fria, indo na contramão dos ensinamentos apostólicos: "Tenho, porém, contra ti que deixaste o teu primeiro amor” Ap 2.4. A recomendação é que a igreja se lembre de onde caiu, se arrependa e volte a praticar as suas primeiras obras (Ap 2.5).
Rubens Szczerbacki (200. p.4 7-48): "Aqueles que rejeitavam a doutrina do Evangelho, ou seja, o caráter da Triunidade ou o valor do sacrifício de JESUS, eram tidos por mentirosos. O Senhor sente quando o amor mais ardente diminui. Observemos, nesse ponto, o caráter composto da carta: endereçada aos efésios, tem o objetivo de alertar não só àqueles, mas à toda Igreja, em qualquer tempo. Há crentes, especialmente recém-convertidos, que ao se encontrarem com o Senhor são capazes de largarem tudo por amor do Seu nome, por amor a obra. Porém com o passar do tempo, envolvido em perseguições ou angústias, muitos tomam-se mornos,
qualidade espiritual que abomina o Senhor”.
1.2. Laodiceia
de DEUS, os crentes de Laodiceia foram exortados a ser zelosos e arrepender-se (Ap 3.19). Os que ficam em cima do muro, mantendo uma posição neutra em relação às coisas de DEUS, causam náuseas ao Senhor.
Warren W. Wiersbe (2020, p.738): "A vida cristã tem três “temperaturas espirituais”, um coração fervoroso, ardente por DEUS (Lc 24.32); um coração frio (Mt 24.12); e um coração morno (Ap 3.16). O cristão morno é acomodado, complacente e alheio às próprias necessidades. Quem é frio pelo menos sente falta de calor! Ao crer em JESUS
CRISTO, há motivos de sobra para ser “fervorosos de espírito” (Rm 12.11). As orações fervorosas também são essenciais (Cl 4.12). A igreja de Laodiceia era independente, presunçosa e segura de si. “Não precisamos de coisa alguma!”. Enquanto alimentava essa atitude, seu poder espiritual se deteriorava e sua riqueza material e suas estatísticas impressionantes não passavam de mortalhas para um cadáver em decomposição. O Senhor estava fora da igreja, tentando entrar (Ap 3.20)”. O Senhor
diz que está batendo à porta, do lado de fora. Notemos que o Senhor está revelando
que ainda havia oportunidade para mudar o estado daquela igreja.
1.3. A permanente vigilância
Ainda no início da igreja, muitos não expressavam mais o mesmo vigor de antes: faltava ânimo para a leitura da Palavra, o louvor se tornou morno e a adoração era sem vida. Quando a indiferença e a sonolência tomam conta da caminhada cristã, pode ser sinal de esfriamento espiritual, um estado que deve ser revertido com urgência para evitar que esfriemos na fé, como aconteceu com as igrejas de Éfeso e Laodiceia. Se não voltar logo ao primeiro amor, jamais viveremos o refrigério de um amplo, intenso e necessário avivamento.
Vigilância é o estado de quem se mantém atento a todos os aspectos da vida, inclusive o espiritual. A necessidade de vigilância é um assunto presente na aflição de JESUS no Getsêmani, quando Ele diz a Pedro, João e Tiago: "ficai aqui e vigiai comigo" (Mt 26.38). Estejamos vigilantes, pois o esfriamento tende a começar de maneira sutil e, gradativamente, toma dimensões que comprometem a vida espiritual em sua
totalidade.
2- O MOVIMENTO MONTANISTA
O movimento montanista surgiu na metade do século 2, em Ardaban (ou Ardabau), aldeia que ficava na fronteira entre as províncias romanas da Frígia e da Mísia, na Ásia Menor. Os montanistas pregavam uma nova revelação concedida a eles. Veremos, aqui, a conexão desse movimento com o pentecostalismo.
2.1. O propósito do Movimento Montanista.
Earle E. Cairns (1988, p. 83). "O montanismo representou o protesto perene suscitado dentro da Igreja quando se aumenta a força da instituição e se diminui a dependência do ESPÍRITO de DEUS. Infelizmente, estes movimentos geralmente se afastam da Bíblia, entusiasmados que ficam pela reforma que desejam. O movimento montanista foi e é um aviso para que a Igreja não esqueça que a organização e a doutrina não podem ser separadas da satisfação do lado emocional da natureza do homem e do anseio
2.2. Os excessos do Movimento Montanista Ainda que este movimento fosse uma tentativa de resgatar a manifestação dos dons espirituais, Montano alegava, segundo seus críticos, que as
Vinson Synan (2009, p. 34): "Muitos estudiosos agora sentiam que a Igreja havia exagerado em sua reação ao montanismo, ao afirmar que os dons carismáticos mais espetaculares, embora
experimentados pela igreja apostólica, haviam sido revogados com a definição do cânon das Escrituras. Essa opinião foi emitida por Agostinho e encontrou eco entre os estudiosos nos séculos seguintes”.
2.3. O afastamento da Doutrina dos Apóstolos
contínuo, sob a indispensável ação do ESPÍRITO e à luz das Escrituras (2Co 13.5; Ef 5.18; 1 Ts 5.19-21).
Eddie Hyatt (2021, p. 52): “A Reação da Igreja ao montanismo contribuiu para um desaparecimento cada vez mais rápido dos dons espirituais. À altura do terceiro século, Orígenes já diria explicitamente que “esses sinais diminuíram”. A liberdade do ESPÍRITO foi substituída pelos rituais cerimoniais e pela ordem eclesial. O golpe final no aspecto carismático da Igreja viria com a conversão de Constantino e com a
aquisição de poder e influência terrenas por parte da Igreja”.
3- LIÇÕES E ALERTAS DOS PRIMEIROS
SÉCULOS
A partir dos relatos bíblicos e históricos, é possível extrair lições e alertas para uma jornada cristã vitoriosa, seguindo sempre no poder do ESPÍRITO SANTO e no direcionamento da Palavra de DEUS. É preciso evitar que o comodismo, o esfriamento e a indiferença nos impeçam de servir a DEUS agradavelmente, com reverência e piedade, (Hb 12.28).
3.1. Lidando com exageros e equívocos
É preciso prudência para lidar com os exageros e equívocos que venham a surgir na Igreja. Para isso, é bom refletir sobre como Paulo lidou com a questão do uso dos dons espirituais na igreja em Corinto. Havia exageros ali, pois parece que alguns ignoravam o propósito dos dons enquanto outros se sentiam superiores. O apóstolo, então, escreveu sobre a unidade do Corpo de CRISTO, a responsabilidade de cada membro, o propósito dos dons, a necessidade de ordem e decência e o caminho ainda mais excelente: o amor (1Co 12-14). Isso significa que houve instrução, correção e esclarecimento, mas sem extinguir, desprezar ou proibir as manifestações dos dons espirituais.
Bispo Abner Ferreira (2017, p. 79-80): “Somente uma leitura superficial do Novo Testamento alimentará a ideia de que o desempenho dos dons espirituais na época apostólica era perfeito e isento de abuso ou engano. Assim, tendo sempre as Escrituras como nosso fundamento, verificamos que há necessidade de evitar os dois extremos:
considerar qualquer abuso no uso dos dons como atestado de que tudo é falso e engano ou considerar como infalível a manifestação dos dons espirituais e, assim, resistir à instrução e correção”.
3.2. O contínuo autoexame
Podemos extrair algumas lições das cartas às Igrejas de Éfeso e Laodiceia:
( 1) Como ocorreu com Israel no período do AT, não é suficiente manter atividades religiosas se o estado espiritual do povo é de indiferença,
caracterizado por um formalismo vazio e uma conduta incoerente com o padrão bíblico;
(2) Experiências e avivamentos do passado não nos dispensam de cultivar um viver de constante
oração, vigilância e autoexame;
(3) O autoexame deve ser feito com a ajuda do ESPÍRITO SANTO e à luz da Palavra de DEUS, pois não somos suficientemente capazes de discernir o nosso real estado espiritual apenas com conhecimentos e sentimentos humanos.
Roger Stronstad (2020, p. 285) comenta sobre o fato de que no Apocalipse, "JESUS primeiro adverte a Igreja, que é tipificado ou representada pelas
sete igrejas, sobre suas efetivas e/ou potenciais atitudes e ações erradas (Ap 2.1-3.22). Muitos leitores poderão se surpreender por esse fato. Uma razão para essa surpresa é que muitos cristãos
esperam que assim que seus pecados são perdoados, o exclusivo interesse de JESUS por eles está em seu conforto, segurança e inclusive prosperidade individual, familiar e/ou da própria comunidade. No entanto, JESUS tem um conjunto diferente de valores e padrões do que essas expectativas autosservidoras. Os padrões de JESUS são a fé, a santidade, a verdade etc., e esses padrões são tão primitivos como os primórdios
da nação de Israel e se estendem pelas gerações dessa nova Eclésia, a Igreja”.
3.3. O contínuo avivamento
aos últimos dias: esfriamento do amor, apostasia da fé e aparência de piedade são alguns deles. Portanto, é fundamental que a Igreja não se distraia com o crescimento numérico, as grandes realizações e o reconhecimento político e social, deixando de perceber os sutis ataques e investidas do inimigo e do mundo. Façamos nossa a oração dos primeiros cristãos, registrada em Atos 4.29, e tenhamos em mente as exortações que encontramos em 1 Tessalonicenses 5.16-23.
Pr. Marcos Sant’Anna (2019, p. 25):
Ecdesia semper reformanda (A igreja deve sempre ser reformada). Movimento pentecostal do início do século XX sempre em movimento, buscando contínua renovação para não deixar o primeiro amor; manter-se vigilante quanto às doutrinas bíblicas (inclui zelo e honestidade no estudo e na exposição das Escrituras); não ser tolerante com a iniquidade ( considerando que “carisma, não nos isenta do constante aperfeiçoamento do (caráter cristão em nós); manter-se dependente da ação do ESPÍRITO SANTO, conscientes de que a Igreja, que é peregrina e forasteira neste mundo, é enviada ao mundo como testemunha de JESUS, até que Ele venha!”.
CONCLUSÃO
Desde o AT, o povo de DEUS passou por momentos de avivamento e de esfriamento. A presente geração de fiéis não deve ficar indiferente à mensagem que o Senhor enviou às sete igrejas na Ásia: “Ouça o que o ESPÍRITO diz às igrejas”, Ap 2.7, 11, 17, 29; 3.6, 13, 22), pois assim DEUS revela o verdadeiro estado da Igreja, Sua vontade e Sua provisão.