Complementos, ilustrações, questionários e vídeos: Ev. Luiz Henrique de Almeida Silva Questionário NÃO DEIXE DE ASSISTIR AOS VÍDEOS DA LIÇÃO ONDE TEMOS MAPAS, FIGURAS, IMAGENS E EXPLICAÇÕES DETALHADAS DA LIÇÃO http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/videosebdnatv.htm veja LIÇÃO 12, ZACARIAS, O REINADO MESSIÂNICO - 4º Trimestre de 2012 http://www.youtube.com/playlist?list=PL9TsOz8buX1_ZiGvlR4p5ETqRtT6ABKj2 http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/videosebdnatv-2trim2012.htm (Arrebatamento, Governo do Anticristo, Milênio, Formosa Jerusalém, Juízo Final)
TEXTO ÁUREO
"E o reino, e o domínio, e a majestade dos reinos debaixo de todo o céu
serão dados ao povo dos santos do Altíssimo; o seu reino será um reino
eterno, e todos os domínios o servirão, e lhe obedecerão" (Dn 7.27).
VERDADE PRÁTICA
Enquanto os impérios humanos caem, o Reino de DEUS se expande através de
JESUS CRISTO.
LEITURA DIÁRIA
Segunda - Hb 1.3 JESUS é rei eternamente
Terça - Dn 2.44 O reino do Messias será único e eterno
Quarta - Dn 7.14 O reino do Messias é invencível
Quinta - Ap 19.15 JESUS, o Rei dos reis
Sexta - Ap 20.4 O reino milenial de CRISTO
Sábado - Mt 6.33; Mc 4.11; Mt 12.28 A realidade do Reino de DEUS
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE - Daniel 7.3-8,13,14
Daniel 7.3 E quatro animais grandes, diferentes uns dos outros, subiam do
mar. 4 O primeiro era como leão e tinha asas de águia; eu olhei até que lhe
foram arrancadas as asas, e foi levantado da terra e posto em pé como um
homem; e foi-lhe dado um coração de homem. 5 Continuei olhando, e eis aqui o
segundo animal, semelhante a um urso, o qual se levantou de um lado, tendo
na boca três costelas entre os seus dentes; e foi-lhe dito assim:
Levanta-te, devora muita carne. 6 Depois disso, eu continuei olhando, e eis
aqui outro, semelhante a um leopardo, e tinha quatro asas de ave nas suas
costas; tinha também esse animal quatro cabeças, e foi-lhe dado domínio. 7
Depois disso, eu continuava olhando nas visões da noite, e eis aqui o quarto
animal, terrível e espantoso e muito forte, o qual tinha dentes grandes de
ferro; ele devorava, e fazia em pedaços, e pisava aos pés o que sobejava;
era diferente de todos os animais que apareceram antes dele e tinha dez
pontas. 8 Estando eu considerando as pontas, eis que entre elas subiu outra
ponta pequena, diante da qual três das pontas primeiras foram arrancadas; e
eis que nessa ponta havia olhos, como olhos de homem, e uma boca que falava
grandiosamente.
Daniel 7.13 Eu estava olhando nas minhas visões da noite, e eis que vinha
nas nuvens do céu um como o filho do homem; e dirigiu-se ao ancião de dias,
e o fizeram chegar até ele.14 E foi-lhe dado o domínio, e a honra, e o reino, para que todos os povos, nações e línguas o servissem; o seu domínio é um domínio eterno, que não passará, e o seu reino, o único que não será destruído.
INTERAÇÃO O texto bíblico que vamos estudar é todo o capítulo sete de Daniel. OBJETIVOS - Após a aula, o aluno deverá estar apto a: Descrever e explicar a visão dos quatro animais. Identificar o clímax da visão do profeta. Compreender a volta de JESUS à luz do capitulo sete de Daniel. Resumo da Lição 8 - Os Impérios Mundiais E O Reino Do Messias I. A VISÃO DOS QUATRO ANIMAIS (Dn 7.1-8) 1. A visão. 2. A interpretação. II. O CLÍMAX DA VISÃO PROFÉTICA 1. Tronos, "ancião de dias" e juízo divino (vv.9-14). 2. O "Filho do Homem" (vv.13,14). 3. A Grande Tribulação (vv.24,25). III. A VINDA DO FILHO DO HOMEM 1. A visão (vv.13,14). 2. "Os santos do Altíssimo" (v.18). 3. A destruição do Anticristo (vv.26,27). SINOPSE DO TÓPICO (1) - Em Daniel 7.1-8 o profeta recebe visões sobre os quatro animais que simbolizavam os quatros grandes impérios do mundo SINOPSE DO TÓPICO (2) - O clímax da visão profética de Daniel marca o advento da grande tribulação, do filho do homem e do juízo divino. SINOPSE DO TÓPICO (3) - O profeta Daniel viu o dia em que virá o Messias e Ele julgará tanto os grandes quanto os pequenos. BIBLIOGRAFIA SUGERIDA LAHAYE, Tim; HINDSON, Ed. Enciclopédia Popular de Profecia Bíblica. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2004. GILBERTO, Antonio. Daniel & Apocalipse. Rio de Janeiro: CPAD, 2006. Revista Ensinador Cristão CPAD nº 60. p.39. Prezado professor, a partir deste capítulo, o sete, iniciaremos outro gênero de narrações sobre o profeta Daniel e os seus amigos. Até o capítulo seis o gênero predominante no livro é classificado como história. Mas a partir do capítulo sete, o gênero que passa a dominar a obra é o das visões de Daniel. Uma série de visões dadas por DEUS ao profeta é revelada a respeito do futuro do mundo e do Reino de DEUS.
Orientações Professor, para explicar didaticamente o primeiro tópico da lição recomendamos que ministrasse a aula de acordo com a descrição do tópico I: a descrição da visão e, posteriormente, a interpretação da visão. Descreva o primeiro animal, o segundo, o terceiro e o quarto. Então, em seguida, trabalhe a questão da interpretação destes animais. Leve em conta que a interpretação evangélica conservadora tende a compreender estes quatro animais como sendo os quatro impérios do mundo: Babilônia, Pérsia, Grécia e Roma. Estes impérios representam o período de tempo desde Daniel até a segunda vinda de CRISTO. Considere também que os muitos interpretes de Daniel tendem a colocar a profecia do capítulo 7 e 8 como uma continuação do capítulo 2. Lá os impérios são representados por uma grande estátua com cabeça de ouro; peito e braços de prata; ventre e quadris de bronze; pés de ferro e de barro. Entretanto, a estátua é derrubada por uma pedra. Esta pedra é o Reino de DEUS destruindo toda a concepção humana de imperialismo. Na visão de Daniel, agora no capítulo 7, além do primeiro, do segundo e do terceiro, o quarto animal traz algo bastante específico: "dez chifres" e um "chifre pequeno". Quando o professor explicar estes elementos considere que ao longo dos anos muitas especulações foram feitas a respeito dessas duas figuras. Não vá além do que menciona o texto bíblico. No passado, muitos crentes sinceros consideraram Hitler o pequeno chifre, isto é, o Anticristo. Outros consideraram Stalin o líder mundial. Alguns disseram que o Comunismo iria gerar o Anticristo. Outros ainda compreenderam que o papa João Paulo II era o Anticristo. A história provou que todas estas especulações não se sustentaram. Não sabemos a respeito do Anticristo porque simplesmente a sua identidade não foi ainda declarada. Ao que parece, nem saberemos. Não seremos arrebatados antes? Boa aula! Revista Ensinador Cristão. Editora CPAD. pag. 40. COMENTÁRIOS DE DIVERSOS AUTORES INTRODUÇÃO Os estudiosos do livro de Daniel dividem o livro em duas partes, histórica e profética. Os capítulos 1 a 6 o identificam como históricos, mesmo contendo uma parte profética no capítulo 2. Os capítulos 7 a 12 são tratados como sendo proféticos. É interessante notar que os acontecimentos dos capítulos 7 e 8 antecedem os descritos nos capítulos 5 e 6. Se no capítulo 6, Daniel já passava dos 80 anos de idade, no capítulo 7, ele tinha aproximadamente uns 70 anos. Quando Daniel organizou o seu livro tratando das interpretações dos sonhos nos capítulos 2 e 6 e as visões que ele recebeu de DEUS as separou da parte histórica. No capítulo 7 inicia-se, essencialmente, a parte profética do livro de Daniel, o verdadeiro Apocalipse do Antigo Testamento. A visão do capítulo 2 foi dada a um rei pagão, o rei Nabucodonosor e a visão do capítulo 7 foi dada a um servo de DEUS, o príncipe Daniel. A Nabucodonosor a visão revela o lado político e material dos impérios, representados na figura da grande Estátua. A Daniel DEUS revelou o lado moral e espiritual desses impérios representados pelas figuras dos quatro animais. Os fatos são os mesmos, mas o objetivo das duas visões difere nas finalidades. DEUS mostra a decadência desses impérios e o surgimento do reino eterno do Messias. Igualmente, os acontecimentos preditos e proféticos nos capítulos 7 a 12 se darão em sequência cronológica. As duas primeiras visões dos capítulos 7 e 8 se deram antes da festa de Belsazar, descrita no capítulo 5. Porém, a visão do capítulo 9 precedeu à experiência de Daniel na cova dos leões no capítulo 6. Já, a quarta visão de Daniel (cap.10 a 12) se deu no “ano terceiro de Ciro,rei da Pérsia”(Dn 10.1). Elienai Cabral. Integridade Moral e Espiritual. O Legado do Livro de Daniel para a Igreja Hoje. Editora CPAD. pag. 97-98. Nesse capítulo, temos: I. A visão de Daniel dos quatro animais (1-8). II. Sua visão do trono de domínio e juízo de DEUS (9-14). III. A explicação dessas visões, que lhe foram dadas por um anjo que estava presente (15-28). E difícil dizer se essas visões procuram antecipar o fim dos tempos, ou se elas deveriam ter um rápido cumprimento. Nem mesmo os intérpretes mais criteriosos estão completamente de acordo neste ponto. HENRY. Matthew. Comentário Matthew Henry Antigo Testamento Isaías a Malaquias. Editora CPAD. pag. 868. O livro de Daniel é chamado de “O Apocalipse do Antigo Testamento”. Ele trata da saga dos reinos do mundo e da vitória triunfal do Reino de CRISTO. É um livro escatológico e apocalíptico. O capítulo 7 está dividido em duas grandes partes: os versículos 1 a 14 retratam o sonho de Daniel; os versículos 15 a 28, a interpretação do sonho. Daniel 7 trata do desenrolar da história humana até o fim do mundo. Se olharmos apenas para os reinos deste mundo somos o povo menos favorecido da terra, mas se olharmos para o trono de DEUS somos o povo mais feliz da terra. Os impérios do mundo surgem, prosperam e desaparecem, mas o Reino de CRISTO permanece para sempre. LOPES. Hernandes Dias. DANIEL Um homem amado no céu. Editora Hagnos. pag. 89-90.
I – A VISÃO DOS QUATROS ANIMAIS (Dn 7.1-8)
1. A visão.
Daniel, em sua visão, viu “os quatro ventos do céu que agitavam o
Mar Grande” (7.2) e que simbolizam os poderes celestiais movimentando o mundo
nos quatro pontos cardeais. São ventos que representam as grandes comoções
políticas, os conflitos bélicos e sociais nas nações do mundo.
“mar grande”(v. 2) e “subiam do mar”(v. 3). O “Mar Grande” tem
sido interpretado de dois modos: Alguns estudiosos veem o “mar grande” como
sendo a humanidade. o “mar”, nas profecias escatológicas da Bíblia
é interpretado, também, como sendo “as nações gentílicas” (Is 17.12,13).
Também “o
Mar Grande” pode se referir ao Mar Mediterrâneo. O versículo 3 diz que “subiam do mar” e isto
indica que se trata das nações adjacentes ao Mediterrâneo. Uma das razões é
que, o último império do capítulo 2 e 7, é o Império Romano, cujas dimensões
alcançavam as nações gentílicas adjacentes a Roma.
Esses animais são diferentes uns dos outros e possuem
características que revelam a brutalidade daqueles dias de forma irracional
porque as ações desses animais ultrapassarão o nível da racionalidade. Era o
retrato que DEUS dava desses impérios nas figuras animalescas do texto para
revelar o surgimento deles ao longo da vida de Israel e do mundo, bem como,
destacar o último grande império mundial sob a égide de Satanás,
representado pelo Anticristo.
“o primeiro era como leão e tinha asas de águia” (7.4.). O
leão, do mundo animal, o rei dos animais, simboliza a Babilônia,
profetizado, também, pelo Profeta Jeremias (Jr 4.6,7). Comparando as visões
do capítulo 2, a “cabeça de ouro”(Dn 2.32,37,38) é a “Babilônia”
representada no capítulo 7 pelo “leão com asas de águia” (Dn 7.4),
percebemos o paralelo entre os dois capítulos. DEUS se utiliza de figuras do
conhecimento cultural do homem para revelar verdades morais e espirituais,
por isso, na visão de Daniel DEUS usou figuras do mundo animal. No reino
animal, o leão é o predador maior, portanto o rei. Aqui no capítulo 7 o leão
representa o Império Babilônico e as “asas de águia” fala da conquista em
extensão desse império que foi o maior do mundo naquela época. Na natureza,
na fauna animal, o leão e a águia são os animais nobres. O leão é símbolo do
rei dos animais terrestres e a águia é identifica como a rainha das aves do
céu. Os dois, o leão e a águia representam a Babilônia pela ostentação de
domínio e riqueza que tinha em relação ao mundo de então. O leão lembra a
bravura, a violência e a força bruta sobre suas presas. Foi o que
Nabucodonosor fez com as nações que subjugou sob seu domínio. A águia lembra
a rapidez e a voracidade. Portanto, o domínio da Babilônia aconteceu entre
os anos 605-539 a. C. Na visão, Daniel viu que o fim chegou para a Babilônia
quando lhe “foram arrancadas as asas” (7.4) e isto lembra o fato quando
Nabucodonosor que ficou demente, agindo como animal do campo, porque não
soube reconhecer a soberania divina. Ora, uma águia sem asas significa um
poder desfeito, sem capacidade de voar. Depois de “arrancadas as asas”, diz
o texto que o mesmo “foi posto em dois pés como homem”, e na sua recuperação
voltou à racionalidade e passou a agir como homem normal. Com esta
experiência, Nabucodonosor teve que reconhecer a soberania divina e lhe dar
a glória que só pertence a DEUS (Dn 4.24,25,32,33,36,37).
O segundo grande animal da visão é UM URSO (7.5). O urso,
pela sua força e voracidade é quase tão formidável quanto o leão. E um
animal pesado que tem um apetite voraz, carnívoro e que estraçalha suas
presas sem dificuldade. E um animal que age com ataques súbitos e
inesperados. Na interpretação de Daniel, esse “urso” representa o segundo
império que sucedeu ao babilônico que foi o “império medo-persa” (Dn 2.39).
Um detalhe interessante é que o texto diz: “o qual se levantou de um lado”
(v. 5). Em outras versões, a compreensão se amplia com a forma como está
escrito, quando diz: “com uma das patas levantada, pronto para atacar”,
conforme está na Bíblia Viva. Subentende-se que o urso não está dormindo,
mas está pronto para atacar e foi o que fez, unindo a Média e a Pérsia, num
ataque violento contra os exércitos de Nabonido. Na visão, o urso tinha
“três costelas entre os dentes” que podem representar o domínio sobre três
pequenas nações conquistadas por Ciro e por Dario. O Império Medo-persa foi
formado com a união das duas nações: a Média e a Pérsia. No capítulo 2, o
peito e os braços da colossal estátua simbolizavam o império que sucedeu ao
Babilônico, que é o medo-persa. Os dois braços simbolizavam a Média e a
Pérsia que se aliaram para atacar a Babilônia e formar um governo só. Em
relação a visão de Daniel, “o grande urso” se levantou de um lado, ou seja,
se levantou para atacar com voracidade e foi o que fez.
Diz mais o texto que o tinha “três costelas entre os dentes”
(v. 5). Os estudiosos escatológicos discutem sobre “as três costelas” entre
os dentes do grande urso, que podiam representar três outras nações que
foram conquistadas por esse império. A maioria desses estudiosos entende que
se tratava da Babilônia, da Lídia, na Ásia Menor e do Egito. Essas nações
fizeram uma coligação para suplantar as ameaças de dois reis, Dario e Ciro.
Essas três nações (Babilônia, Lídia e Egito) não conseguiram reagir porque
“o urso” atacou com força voraz e muita violência e os desfez. As “costelas
entre os dentes” era o resultado de outra ordem divina para o ataque do
Urso, quando diz: ”Levanta-te, devora muita carne”. Segundo a história e as
profecias bíblicas, especialmente, de Isaías, Ciro da Pérsia foi usado por
DEUS e é chamado o seu “ungido” para desfazer a força da Babilônia (Is
44.28; 45.5). DEUS usou um rei pagão para fazer o que ele estabeleceu em sua
soberana vontade para punir aquelas nações e para restaurar o seu povo em
Jerusalém. Porém, na presciência divina, haveria um tempo para os sucessos
do Império Medo-persa e esse tempo chegaria com o surgimento de outro
animal: um leopardo.
O terceiro grande animal da visão é um LEOPARDO COM QUATRO
ASAS (7.6). A primeira frase que aparece na sequência da visão depois do
segundo animal, o urso, foi a seguinte: “Depois disso, eu continuei
olhando”. Essa frase dá a entender que os animais apareceram na visão em
sequência. Não apareceram todos ao mesmo tempo, mas um depois do outro,
porque DEUS queria facilitar a compreensão do seu servo Daniel em todos os
detalhes da visão. O terceiro animal, portanto, era um leopardo, ou
semelhante a um leopardo. A característica principal desse animal era a sua
agilidade, a sua rapidez. Acima de tudo, esse leopardo não era semelhante
aos leopardos comuns porque ele tinha “quatro asas nas costas” e tinha,
também, “quatro cabeças”. DEUS toma a figura desse animal extraordinário,
porque não havia no mundo animal nenhum semelhante. Esse leopardo era uma
representação da Grécia, que, com estupenda velocidade e crueldade
conquistou o mundo de então que estava sob o domínio medo-persa. O leopardo
comum, além de ser carnívoro, é capaz de ataques súbitos e inesperados. Esse
ágil e forte leopardo representa, sem dúvida, ao reino grego sob a força
militar de Alexandre em 331 a. C. Como figura mítica, esse leopardo tinha
quatro asas de ave e quatro cabeças. As asas indicam o império depois da
morte de Alexandre (323 a. C.). O Império Grego, no capítulo 2 é representado
no sonho da Estátua de Nabucodonosor representado pelo “ventre e as coxas de
cobre” (Dn 2.32). No capítulo 7, Daniel vê o leopardo alado e com quatro
cabeças como o Império Grego que veio com Alexandre, o Grande, da Macedônia.
Em dez anos, Alexandre com enorme rapidez dominou o Império Medo-persa em
334 a. C., e expandiu o seu domínio na Europa e na índia. Ele tinha uma
obsessão em conquistar outros territórios, e o fez com quatro principais
generais de guerra.
O texto diz que “foi-lhe dado o domínio” (v. 6) e, de fato,
rapidamente Alexandre conquistou as nações ao redor e a influência do seu
domínio, especialmente, na cultura, foi capaz de tornar-se referencial
cultural para o mundo inteiro até os tempos modernos. Porém, em 323 a. C.,
Alexandre teve uma morte súbita e o seu reino foi dividido por seus quatro
generais.
1- A Cassandro, foi-lhe dado a Macedônia e a Grécia; 2- A Ptolomeu I, a
Palestina e o Egito; 3- A Selêuco I, foi-lhe dado a Síria;
4- A Lisímaco, foi-lhe
dado a Ásia Menor e Trácia.
Na linguagem bíblica, a figura da “cabeça” simboliza governo
(Is 7.8,9; Ap 13.3,12) e “as quatro cabeças” do leopardo representam os
quatro generais que repartiram entre si o império depois da morte de
Alexandre, o Grande. O leopardo, como um todo, diz o texto no versículo 6
que “foi lhe dado o domínio”. Naturalmente, entende-se, antes de tudo, que
DEUS tem o cetro de governo do universo e deu ao rei grego o poder de
dominar por um pequeno período de tempo. No projeto divino prevalece a sua
soberania que domina sobre as nações do mundo. Esses quatro generais se
tornaram reis nas regiões designadas e se destacaram pela mesma ambição de
glória e de poder como seu líder e desenvolveram conflitos entre si e
lutaram entre si. Segundo outra visão que Daniel teve acerca desse mesmo
império no capítulo 11.4: “o seu reino será quebrado, e repartido para os
quatro ventos do céu, mas não para a sua posteridade”. Mais uma vez, ninguém
rouba o cetro de governo de DEUS. O Império Grego também passou e foi
superado por outro mais forte e violento, o Império Romano. O leopardo audaz
foi abatido pelo “animal terrível e espantoso” (Dn7.7).
Elienai Cabral.
Integridade Moral e Espiritual. O Legado do Livro de Daniel para a Igreja
Hoje. Editora CPAD. pag. 99-103.
I - As circunstâncias dessa visão. Daniel havia interpretado
o sonho de Nabucodonosor, e agora ele mesmo é honrado com revelações divinas
semelhantes (v. 1): Ele teve visões da sua cabeça em sua cama, quando estava
dormindo. Assim DEUS às vezes revelava aos filhos dos homens tanto a si
mesmo como também os seus pensamentos. Sim, quando caía um sono profundo
sobre eles (Jó 33.15). Pois quando estamos mais isolados do mundo, e
afastados das coisas dos sentidos, estamos mais aptos para a comunhão com
DEUS. Mas quando estava acordado, ele escreveu o sonho para seu próprio
proveito, para que não o esquecesse como um sonho que se desvanece. E ele
contou o resumo dos assuntos para os seus irmãos judeus, para o proveito
deles, e lhes entregou por escrito, para que pudesse ser comunicado àqueles
que estavam longe, e fosse preservado para seus filhos que viriam depois,
que veriam essas coisas se cumprirem. Os judeus, interpretando mal algumas
das profecias de Jeremias e Ezequiel, se animaram com esperanças de que,
depois de seu retorno para a sua própria terra, desfrutariam uma
tranquilidade total e ininterrupta. Mas, para que não se iludissem dessa
forma, e suas desventuras se tornassem duplamente dolorosas pelo
desapontamento, DEUS faz com que saibam através desse profeta que terão
tribulações: as promessas de sua prosperidade deveriam ser cumpridas nas
bênçãos espirituais do reino da graça. CRISTO diz aos seus discípulos que
eles devem esperar perseguições, e as promessas nas quais confiam serão
cumpridas nas bênçãos eternas do reino da glória.
II - A própria visão, que prediz as evoluções dos governos
naquelas nações, sob cuja influência estaria a congregação dos judeus nas
eras seguintes mencionou os quatro ventos combatendo no mar grande (v. 2). Este é o ponto importante devido
ao qual os reis das nações estão lutando em suas guerras, que são tão
turbulentas e violentas quanto a batalha dos ventos. Mas como é o mar
sacudido, e agitado, quão terríveis são as suas concussões, e quão violentas
são as suas convulsões, enquanto os ventos estão em luta para decidir qual
deles terá o poder exclusivo de atormentá-lo! Note que este mundo é como um
mar violento e tempestuoso, graças aos ventos orgulhosos e ambiciosos que o
atormentam. Ele viu quatro grandes animais surgirem do mar, das águas
agitadas, nas quais as mentes ambiciosas adoram pescai’. Os monarcas e as
monarquias são representados por animais, porque muito frequentemente é pelo
furor selvagem e pela tirania que são engrandecidos e mantidos. Esses
animais eram diferentes uns dos outros (v. 3), de tamanhos diferentes, para
denotar as diferentes índoles e o aspecto geral das nações em cujas mãos
eles estavam alojados. (1) O primeiro animal era como um leão (v. 4). Esse
representava a monarquia caldeia que era forte e feroz, e tornava os reis
absolutos. Algumas
vezes a coragem de uma nação estranhamente se deteriora, e ela se torna
covarde e fraca, de maneira que aquela que era a cabeça das nações em uma ou
duas gerações se torna a cauda delas. (2) O segundo animal era semelhante a
um urso (v. 5). Este simbolizava a monarquia persa, menos poderosa e
generosa do que a anterior, mas não menos voraz. Esse urso se levantou de um
lado contra o leão, e logo o dominou. Ele levantou um império. Assim alguns
o interpretam. A Pérsia e a Média, que na estátua de Nabucodonosor eram os
dois braços ligados a um peito, agora estabeleceram um governo conjunto.
Esse urso tinha em sua boca três costelas entre os dentes, os restos das
nações que ele havia devorado, que eram o símbolo de sua voracidade, e ainda
um indício de que embora ele tivesse devorado muito, não poderia devorar
tudo. Algumas costelas, que não pôde conquistar, ficaram grudadas em seus
dentes. Como conseqüência disso, foi-lhe dito: “Levanta-te, devora muita
carne”. Deixa em paz os ossos, as costelas, pois estes não podem ser
subjugados. (3) O terceiro animal era semelhante a um leopardo (v. 6). Este
representava a monarquia grega fundada por Alexandre, o Grande, que era
ágil, astucioso, e cruel como um leopardo. Ele tinha quatro asas como as de
uma ave. O leão parece ter tido apenas duas asas. Mas o leopardo tinha
quatro, pois embora Nabucodonosor fosse rápido em suas conquistas, Alexandre
foi muito mais. Em um período de seis anos ele conquistou todo o império da
Pérsia, uma grande parte fora da Ásia, tornou-se senhor da Síria, Egito,
índia, e outras nações. Esse animal tinha quatro cabeças. Na morte de
Alexandre suas conquistas foram divididas entre seus quatro chefes
militares. O domínio foi dado a esse animal.
Foi dado por DEUS, o Único de quem vem a promoção.
(4) O quarto animal era mais feroz, terrível e nocivo do que
qualquer um deles, diferente de todos os outros. Não há nenhuma entre as
feras com a qual ele possa ser comparado (v. 7). Os eruditos não estão de
acordo a respeito desse animal desconhecido. Alguns entendem que seja o
império romano, que, quando se encontrava em sua glória, abrangia dez
reinos: Itália, França, Espanha, Alemanha, Britânia, Sarmatia, Pannonia,
Ásia, Grécia e Egito. E então a pequena ponta que ascendeu através da queda
de três das outras pontas (v. 8) entendem ser o império turco, que ascendeu
no lugar da Ásia, Grécia e Egito. Outros entendem ser este quarto animal o
reino da Síria, a família dos selêucidas, que era muito cruel e opressora
para com a nação dos judeus, como encontramos em Josefo e na história dos
macabeus. E nisso esse império era diferente daqueles que vieram antes, pois
nenhum dos poderes precedentes forçou os judeus a renunciarem à sua
religião, mas os reis da Síria o fizeram, e aproveitaram-se deles
barbaramente. Seus exércitos e comandantes eram os grandes dentes de ferro
com os quais devoraram e fizeram em pedaços o povo de DEUS, e eles
pisotearam seus restos. Supõe-se, então, que as dez pontas sejam os dez reis
que reinaram sucessivamente na Síria. Portanto, a ponta pequena é Antíoco
Epifânio, o último dos dez, que de uma forma ou de outra debilitou
gradativamente três dos reis, e conquistou o governo. Ele era um homem de
grande engenhosidade, e então foi dito que tinha olhos iguais aos de um
homem. Ele era muito destemido e ousado, e tinha uma boca que falava
grandiosamente. Nós o encontraremos novamente nessas profecias.
HENRY. Matthew.
Comentário Matthew Henry Antigo Testamento Isaías a Malaquias. Editora CPAD.
pag. 868-869.
Dn 7.7: "... eis aqui o quarto animal. O presente versículo
coloca em cena o quarto Império Mundial. E o Império Romano. Esse poderoso
Império, desde sua fundação, tem como capital a cidade de Roma. E cidade das
mais antigas da península itálica, está edificada sobre “sete colinas” que
João, o apóstolo do amor, chama de “sete montes” (Ap 17.9). Nos dias do
Império, essas sete colinas eram chamadas: Aventino, Palatino, Célio,
Esquilino, Vidimal, Quirinal e o Capitólio. A cidade ficava à margem
esquerda do rio Tibre, a 24 quilômetros da desembocadura desse rio no mar
Tirreno, na costa ocidental da península itálica. O seu fundador foi um
habitante do Lácio (donde vem a palavra latino), chamado Rômulo, que, junto
com seu irmão Rêmulo, foi amamentado pela loba do Capitólio. (Lenda). No
capítulo 2.33, deste livro, esse Império é representado pelas “pernas de
ferro” do majestoso colosso visto pelo monarca Nabucodonosor, em seu sonho
escatológico. Não é contemplado com os dois Impérios (Medo-persa e o Greco-
macedônio) anteriores, que eram unificados pelo “peito e ventre” da imagem;
mas segue um paralelismo até sua consumação. Na simbologia profética, esse
paralelismo é representado pelas pernas da estátua. (2.33). No campo simbólico, esse Império pode ter também sua
representação nos “frutos” da árvore do sonho do rei Nabucodonosor (Dn
4.14). A maneira como os romanos conquistaram o Império Greco-macedônio
todos conhecem. Os romanos conquistaram o Ocidente e voltaram depois suas
vistas para o Oriente. Apoderaram-se da Grécia, Síria, Palestina e outros
países. Tornaram-se senhores do mundo. Quando Matatias começou a lutar pela
independência de seu país, os romanos eram fracos; agora, porém, eram os
dominadores do mundo. O anjo deixou bem claro para Daniel quem seria o
quarto animal, quando disse: “O quarto animal será o quarto reino na terra”
(v. 23). Todos os estudiosos das profecias de Daniel sabem a quem esta
passagem se refere. E ao Império Romano, o quarto reino mundial. Esta fera
terrível não há nada a que ela se compare. A descrição salienta apenas o
caráter destruidor da fera, como segue:
“Terrível...” O Império Romano foi, de fato, “terrível” em
todos os seus aspectos; JESUS CRISTO, o nosso Senhor, foi morto sob a força
brutal deste terrível poder. Os próprios judeus sofreram muito sob esse
sistema de governo desumano. O Velho Testamento deixa a Palestina como uma
satrapia persa. Abrimos o Novo Testamento e ali encontramos a dominação
romana no apogeu da sua força.
"... espantoso”. O texto em foco, se consolida em uma
profecia de alcance muito vasto. A própria história secular diz que este
Império deixou atrás de si um rastro de sangue. Ele era espantoso até mesmo
para seus próprios governantes; ali havia muita traição e maldade. Só em
falar na palavra “romano” todo o mundo tremia. (Ver Jo19.12, 13; At
16.37-39).
"... muito forte”. Essa expressão e outras correlatas se
coadunam muito bem com a natureza desse império, que é o ferro visto nas
pernas do majestoso colosso do sonho do rei, conforme Dn 2. Esse Império
desenvolveu os três emblemas consolidados nas composições anteriores: O
domínio do leão, a força do urso e a rapidez do leopardo; por essa razão,
tornou-se “terrível, e espantoso, e muito forte”.
"... tinha dentes grandes de ferro”. O animal tinha a mesma
natureza das pernas e pés da estátua descrita em Daniel 2.33, 41. Isto é,
composto de ferro e barro. O Império Romano tinha o mais poderoso arsenal
militar em sua época. Seus dentes (exércitos) pontiagudos, eram adversários
velozes como cavaleiros, fortes como leões, venenosos como serpentes, e
lançavam elementos que cegavam e queimavam com poder mortal. É descrito,
portanto, que eles eram forças mortais poderosas, maliciosas, e incansáveis.
Eram, em suma, como diz a profecia divina: verdadeiros dentes grandes de
ferro.
Observação minha - Ev. Luiz
Henrique - Pode ser que "dentes de ferro" signifiquem as espadas romanas -
Gládios - com as quais Roma atacava e vencia seus adversários (O
gládio era a espada utilizada pelas legiões romanas).
“Ele devorava...” O presente texto, fala do que fez de fato o
Império Romano. Ele conquistou, em pouco tempo, o mundo civilizado; subjugou
todos os reinos, dominou todos os povos, tornando-se, assim, o senhor do
mundo. Ele fez mesmo, como diz o texto em foco: devorou toda a terra. Essa
foi a interpretação dada pelo próprio ser angelical, no versículo 23, do
presente capítulo: “O quarto animal será o quarto reino na terra, o qual
será diferente de todos os reinos; e devorará toda a terra...”
"... fazia em pedaços”. A primeira coisa que fazia o Império
Romano após conquistar uma nação, era dividir suas terras em regiões,
tetrarquias, províncias e distritos. Roma, depois de conquistar o mundo,
dividiu-o em regiões chamadas “províncias”. A divisão dos romanos era
semelhante às satrapias dos persas. A Judéia foi anexada à Síria, e ambas,
com outros pequenos países, constituíram uma província romana. Nos dias de
JESUS como pessoa humana, encontramos o território da Palestina dividido em
4 ou 5 regiões, como por exemplo: Galiléia, Samaria, Judéia, Peréia e
Decápolis. Os próprios judeus foram despedaçados por esses dentes
(exércitos) de ferro, e, ainda hoje encontram-se judeus em todas
as partes do mundo. (Ver Mt 21.44).
“E pisava aos pés o que sobejava”. O texto em foco salienta o
que já ficou demonstrado no capítulo 2.33 da estátua terrível que tinha os
seus pés de ferro. O Império Romano só tinha dois objetivos consigo em suas
grandes conquistas: matar e reduzir à escravidão. As Sagradas Escrituras
falam com intensidade sobre esses “pés” em várias partes (Ver Dn 2.33, 34,
41,42; 7.7,19, 23; 8.10,13). Outras expressões com o mesmo sentido são
vistas no Novo Testamento (Lc 21.24, “pisada”, “pisarão”; Ap 11.2 “pisarão”;
Ap 13.2, observe a expressão “seus pés”). As Escrituras são proféticas e se
combinam entre si em cada detalhe! Até o “mapa geográfico” do país sede
deste Império é a “figura de um pé” (mapa da península Itálica)!
“Era diferente de todos os animais”. Na interpretação feita
pelo anjo a Daniel, ele lembra isso ao profeta do Senhor, dizendo: “o quarto
animal será o quarto reino na terra, o qual será diferente de todos os
reinos. Realmente é o que diz a profecia de Daniel; o Império Romano,
durante sua existência, de 754 a. C. a 455 d. C. (1209 anos), foi diferente de
todos os reinos que já existiram no mundo. Ele era, no campo profético, o
emblema expressivo do reinado cruel do Anticristo, a Besta que subiu do mar
(Ver Ap 13.1 e ss.).
“E tinha dez pontas”. O animal espantoso do texto em foco
tinha dez pontas como tinham dez dedos os pés da estátua do capítulo 2. As dez pontas vistas em alinhamento na cabeça da fera
simbolizam dez reis que “se levantarão” no tempo do fim. Eles não existiram
nos dias do Império. Observe bem a frase: “se levantarão”. João, o vidente
de Patmos, descreve a mesma coisa em Ap 13.1. O fato de estarem em
alinhamento como em alinhamento estavam os dez dedos da estátua do cap. 2,
quer dizer que esses reis escatológicos governarão ao mesmo tempo (Ap
17.12). Alguns deles (três) receberão poder apenas por “uma hora” mas depois
cairão (Ap 17.12).
Dn 7.8: “Estando eu considerando...” A presente passagem nos
dá a entender que existia um espaço de tempo para que essas pontas se
mobilizassem. Os intérpretes históricos procuram encaixar essas profecias
dentro da história secular. Segundo eles, nesta identificação ocorre um fato
a comprovar sua exatidão perfeita, quando diz: “... diante da qual [do
pequeno chifre] três das pontas primeiras foram arrancadas”. Com efeito, em
prol da ascensão do “papado” foram extirpadas três nações representadas
pelas dez pontas. Essas três nações, alojadas por sinal na península
Itálica, são os povos Hérulos, Ostrogodos e Lombardos. Para nós, essa
maneira de interpretar o texto é muito lógica, mas não se coaduna com a tese
principal. Os intérpretes contemporâneos são de opinião que o Mercado Comum
Europeu é o princípio de formação desta grande profecia. Para os intérpretes
futuristas (o que nós aceitamos), a ponta pequena que subiu por último, é o
Anticristo que, após estar tudo pronto aparecerá no cenário mundial. Ele
fará uma aliança com dez monarcas escatológicos, porém com sua ascensão,
três destes reis serão afastados, e apenas sete lhe apoiarão. (Ver Dn 7.8,
20, 24; Ap 17.12, 16 e ss.).
Severino Pedro da
Silva. Daniel vercículo por vercículo. Editora CPAD. pag. 127-138.
2. O leão (7.4). Corresponde à cabeça de ouro da estátua do
capítulo 2, isto é, Babilônia (2.32,37,38).
3. O urso (7.5) corresponde ao peito de prata do capítulo 2,
isto é, à Medo-Pérsia (2.32,39).
4. O leopardo (7.6) corresponde ao ventre de bronze do
capítulo 2, isto é, à Grécia (2.32,39).
5. O quarto animal (7.7,8,11,19-24) corresponde às pernas e
pés da estátua do capítulo 2, ou seja, ao Império Romano, e ainda à sua
última forma de expressão, por ocasião da vinda de JESUS.
A visão do quarto animal com seus detalhes foi tão
impressionante, que Daniel concentrou sua atenção sobre ele, querendo saber
a que se referia (vv. 19,20).
6. O chifre pequeno (7.8) representa o futuro Anticristo.
Ele, ao emergir entre os dez reinos, abaterá três reis. Essa expressão do
Império Romano em dez reinos ainda não ocorreu, pois quando esse império
deixou de existir tinha apenas duas formas, correspondentes às duas pernas
da estátua do capítulo 2, isto é, o Império Romano do Ocidente e o Império
Romano do Oriente. O primeiro caiu em 476 d. C. O segundo, em 1453. A divisão
do império em dois deu-se em 395 d. C. Portanto, os fatos proféticos do
versículo 8 são ainda futuros, como bem mostra o livro de Apocalipse. O
versículo 8 em apreço revela também que o Anticristo será muito inteligente
{"olhos" - vv. 8,20), e também um orador inflamado e magnetizador de massas
("boca que falava com insolência" - vv. 8,20). Com isso concorda Apocalipse
13.5,6.
Antônio Gilberto.
DANIEL & APOCALIPSE Como entender o plano de DEUS Para os últimos dias.
Editora CPAD.
2. A interpretação.
A semelhança do capítulo 2, o Império Romano aparece no sonho
de Nabucodonosor representado pelas “pernas de ferro e os pés, em parte de
ferro e em parte de barro” (2.33). No capítulo 7, o Império Romano aparece
na visão de Daniel como um “animal terrível e espantoso” (Dn 7.7). Esse
quarto animal não se parece com qualquer outro tipo do mundo animal. Não
havia nada comparável do mundo animal. O profeta percebe que era um animal,
um monstro mítico o qual define como um animal “terrível e espantoso”. A
característica que se destacava nesse animal era a sua força e poder de
destruição. Esse animal tinha “dentes de ferro” que triturava tudo o que
estivesse à sua frente, indicando força e insensibilidade no trato com
coisas vivas (v. 23). A força desse império foi demonstrada pela força
militar que se tornou o maior referencial da sua conquista. Esse é o império
sequente que veio depois do medo-persa.
“terrível e espantoso” (7.7). Esse animal deixou seus rastros
de morte e destruição por onde passava. O Império Romano é caracterizado
pela dureza do ferro que é um símbolo do poder militar. Pelo poder militar,
o Império Romano impôs sua força brutal, com violência e dureza, inclusive
nos tempos da vida terrestre de JESUS CRISTO. Os sofrimentos impingidos na
prisão, martírio e crucificação de JESUS revelam a força bruta das milícias
romanas contra as pessoas. Em relação ao quarto animal, Daniel o vê como
“terrível e espantoso”. Isto lembra, não só as proezas romanas, mas a
violência como cultura e entretenimento, quando levavam seus prisioneiros às
arenas romanas para serem devorados por animais carnívoros e famintos,
enquanto a elite e o povo assistiam com aplausos e gritos (At 19.12-18;At
16.36-39). Nos tempos cristãos, ainda sob a égide romana, milhares de
cristãos foram martirizados nessas arenas e circos, especialmente, em Roma.
O império se impunha pela força bruta, por isso, “tinha dentes grandes de
ferro” que a tudo destruía e triturava. Diz o texto que a tudo que tomava
nos dentes “fazia em pedaços”. No versículo 23, Daniel explica e interpreta
a figura desse quarto animal representando um reino em que a crueldade seria
a marca do império desde 241 a. C. até 476 d. C. Esse império é visto numa
perspectiva escatológica, pois cremos que, mesmo que aparente e fisicamente
tenha deixado de existir, historicamente, num tempo especial ele ressurgirá
com força reunindo as forças gentílicas das nações do mundo, especialmente,
as nações adjacentes ao “Mar Grande”, o Mediterrâneo, e mostrará sua força
sob a liderança do Anticristo.
“Estando eu considerando as pontas (chifres), eis que entre
elas subiu outra ponta pequena (chifre)” (7.8). Em outras versões, a
tradução apresenta de forma direta como “chifre pequeno” que surge entre os
demais chifres no espantoso animal. Esse “chifre pequeno” representa,
escatologicamente, “o homem do pecado” ou “o filho da perdição” (2 Ts 2.3)
que surgirá num determinado tempo designado por DEUS identificado como o
“anticristo”. Esse personagem aparecerá, literalmente, no “último tempo”, ou
seja, na Grande Tribulação, blasfemando contra o Altíssimo até que venha o
juízo de DEUS sobre ele. Os dez chifres do quarto animal representam a força
desse terrível animal. Conforme a visão, Daniel vê sair do meio da cabeça
desse espantoso animal, entre os dez chifres um “chifre pequeno” que tem
olhos e uma boca que “fala insolências”. Falar insolências significa falar
com desrespeito às instituições e pessoas. Significa ser desaforado e é
exatamente o que o personagem do “chifre pequeno” fazia e fará na pele do
Anticristo. Esse “chifre pequeno” surgirá entre os outros chifres do “animal
terrível espantoso”, ou seja, entre os dez reinos no último tempo como está
profetizado e interpretado por Daniel nos versículos 24 e 25, quando diz:
”E, quanto às dez pontas, daquele mesmo reino se levantarão dez reis; e
depois deles se levantará outro, o qual será diferente dos primeiros e
abaterá a três reis. E proferirá palavras contra o Altíssimo, e destruirá os
santos do Altíssimo, e cuidará em mudar os tempos e a lei; e eles serão
entregues nas suas mãos por um tempo, e tempos, e metade de um tempo”. Esse
chifre pequeno será um homem que aparecerá no “último tempo” e blasfemará
contra DEUS, até que lhe venha o juízo divino.
“o chifre pequeno” (7.8). Tanto em Daniel 7.8 como em
Apocalipse 13.1,5,6, as profecias apontam para um personagem dos últimos
tempos, o Anticristo. A relação das profecias dadas a Daniel no Antigo
Testamento e a João, o apóstolo, no Novo Testamento, nos mostra que os dois
apontam para o governante simbolizado por esse “chifre pequeno” e que o
mesmo adquire personalidade porque tem “uma boca que fala grandiosamente”.
Falar coisas grandes sugere que este Líder fará promessas políticas
persuasivas, especialmente, para enganar o povo de Israel e todo o mundo,
que ficarão pasmados com a eloquência desse personagem. Assim como os
discursos de líderes políticos do mundo influenciam nações e políticos com
decisões que podem ser para a guerra ou para a paz, o Anticristo terá um
poder enorme de persuasão entre as nações. É desse modo que o Anticristo
fará um pacto com Israel no período da Grande Tribulação. Segundo a visão
escatológica de Daniel, esse Líder (o “chifre pequeno”) representado pelo
Anticristo será investido de autoridade e fará fortes ameaças para manipular
os governos de todo o mundo naquela época. Ele dirá grandes blasfêmias
contra DEUS e, arrogantemente terá uma postura zombeteira contra DEUS e
contra o povo de Israel. O apóstolo João, em sua visão apocalíptica no
capítulo 13.6 diz: “Abriu a boca contra DEUS, para blasfemar do seu nome, e
do seu tabernáculo, e dos que habitam no céu”. Hoje, nosso mundo parece
estar sob a síndrome desse líder futuro que mostra os seus primeiros sinais
e se não mostrou a sua cara ainda é porque a Igreja de CRISTO está na terra.
Mas não há dúvida, o espírito do Anticristo, movido pelo Diabo, está agindo
e preparando o cenário mundial para o seu advento. Os líderes atuais do
planeta, para governar as nações, usam recursos do materialismo, da
idolatria, mas terão uma retórica vazia com discursos inflamados para acusar
as nações que ainda possuem um pouco de temor a DEUS. Esse líder será, sem
dúvida, um líder político, mas irá explorar a religiosidade dos seres
humanos e mostrará, entre outras simulações, alguém que terá aparência
religiosa para enganar os povos religiosos do mundo, explorando o fanatismo
religioso dos povos com o objetivo de tirar proveito para si. Vivemos tempos
de rebelião e oposição contra DEUS quando o Diabo prepara o mundo para a
plataforma do Anticristo.
O juízo divino contra o império sob o domínio do “chifre
pequeno” está declarado assim: “estive olhando até que o animal foi morto, e
o seu corpo desfeito, e entregue para ser queimado pelo fogo” (7.11). O
juízo de DEUS, sentado em seu Trono de Justiça e Juízo, rodeado de seus
anjos, é lançado para por fim a soberba do Anticristo e seus aliados
naqueles dias. Ele acabará como os demais. A semelhança dos reis profanos,
soberbos e arrogantes como Nabucodonosor, Antíoco Epifânio, Herodes, Nero,
Hitler e outros que tiveram uma liderança de destruição e morte, desafiando
a DEUS e não reconhecendo a sua Soberania, foram destruídos porque só DEUS é
DEUS Todo-Poderoso e tem o cetro de autoridade e governo do mundo.
O apóstolo João profetizou o fim do Anticristo naqueles dias,
à semelhança da visão de Daniel 7.11,12, ele viu e revelou em Apocalipse
19.11,17-19: “E vi o céu aberto, e eis um cavalo branco. O que estava
assentado sobre ele chama-se Fiel e Verdadeiro e julga e peleja com justiça.
E vi um anjo que estava no sol, e clamou com grande voz, dizendo a todas as
aves que voavam pelo meio do céu: Vinde e ajuntai-vos à ceia do grande DEUS,
para que comais a carne dos reis, e a carne dos tribunos, e a carne dos
fortes, e a carne dos cavalos e dos que sobre eles se assentam, e a carne de
todos os homens, livres e servos, pequenos e grandes, e vi a besta, e os
reis da terra, e os seus exércitos reunidos, para fazerem guerra àquele que
estava assentado sobre o cavalo e ao seu exército”. Esse cavalo branco e seu
cavaleiro de Ap 19.11 não são os mesmos do capítulo 6.2. Lá no capítulo 6 de
Apocalipse, o personagem é o Anticristo e no capítulo 19, o personagem é o
próprio CRISTO, descendo do céu para destruir o Anticristo e seus comparsas
no período da Grande Tribulação. Assim como o personagem do “chifre pequeno”
de Dn 7 foi morto e destruído, o futuro Anticristo será destruído pelo poder
da vinda de CRISTO. O tempo de domínio do personagem do “chifre pequeno”
terá seu fim, porque a profecia diz que “foi lhe dada prolongação de vida
até certo espaço de tempo” (Dn 7.12).
“a ponta pequena (o chifre pequeno) fazia guerra contra os
santos e os vencia” (7.21). Este chifre pequeno é a encarnação do
Anticristo, forte e robusto, que fará guerra contra Israel e produzirá
grande sofrimento e perda em Israel naqueles dias. Será um líder com grande
domínio de massas e politicamente atrativo e atrairá apoio das nações contra
Israel. Mas seu poder será desarraigado por um poder maior, o poder do
“Filho do Homem”, JESUS CRISTO que o destruirá e tomará posse de um reino
prometido, poderoso e consolidador.A Bíblia declara que o Anticristo será,
de fato, o último líder mundial antes de CRISTO, o Messias desejado e
sonhado por Israel.
“o tempo em que os santos do Altíssimo possuirão o reino”
(7.22). Esse tempo será cumprido ao final da grande Tribulação, ou seja,
especialmente depois do segundo período da “semana profetizada por Daniel
(Dn 9.27). O “ancião de dias”, subjetivamente é DEUS Pai quem declara que o
tempo da possessão do reino havia chegado. Até o final dos dias da “última
semana”, o “chifre pequeno” será quebrado para sempre. Seu reino será
aniquilado. A destruição desse rei blasfemo e déspota acontecerá
inevitavelmente quando se terá cumprido o período de três anos e meio, ou
seja, o período que compreende ao “tempo, tempos e metade de um tempo”. E,
exatamente, na metade da semana da Grande Tribulação. Esse período é
identificado como o “tempo dos gentios” no qual as nações gentílicas
dominarão o mundo e massacrarão a Israel. O tempo dos gentios terminará com
o fim da “última semana” de Daniel 9.27, ou seja, dos sete anos da Grande
Tribulação.
(7.23,24) Nestes dois versículos Daniel dá a interpretação da
identidade e das ações do quarto animal que é o Império Romano. Descreve a
sua força, domínio e glória, bem como, o juízo que virá sobre esse império e
a sua destruição pelo poder da vinda de CRISTO, a sua parousia com poder e
glória (2Ts 2.8 e Ap 19.20).
Elienai Cabral.
Integridade Moral e Espiritual. O Legado do Livro de Daniel para a Igreja
Hoje. Editora CPAD. pag. 104-106;108-109;111.
Dn 7.17 “São
quatro reis”. A grande visão dada a Daniel se adapta perfeitamente com a
interpretação verdadeira. Aqueles grandes impérios eram de fato discernidos
quanto ao seu verdadeiro caráter de bestas ferozes. Em linhas gerais, esses
grandes animais são discernidos pelo tempo e pela história, como segue: 1) O
leão (tipificando o Império da Babilônia). O versículo 4 do capítulo em
foco, determina essa interpretação: Numa simbologia perfeita, o monarca
caldeu é ali representado. Tem também respaldo bíblico em outras partes das
Escrituras Sagradas (Jr 4.7; 49.19; Hc 1.8; ver Ez 17.3). 2) O urso
simbolizava o Império Medo-persa. Esta fera se “levantou de um lado”. As três costelas na
sua boca representam as três primeiras potências conquistadas por Ciro
(Babilônia, Lídia, na Asia Menor, e Egito). 3) O leopardo representa o
Império Greco-Macedônio. As 4 asas, significam seus 4 generais; as 4
cabeças, as quatro realezas fundadas por estes generais depois da morte de
Alexandre. 4) A fera terrível representa o Império Romano.
7.19: “Então tive
desejo de conhecer a verdade a respeito do quarto animal, que era diferente
de todos os outros, muito terrível; cujos dentes eram de ferro e as suas
unhas de metal; que devorava, fazia em pedaços e pisava a pés o que
sobrava”.
“Então tive
desejo de conhecer a verdade a respeito do quarto animal’. O grande
interesse de Daniel, na presente visão, não se prendia tanto ao futuro dos
santos, pois esse ele sabia que estava controlado e já estabelecido pelo
próprio DEUS, mas está concentrado no “terrível” animal, cujo governo
deveria perdurar por um pouco, mas precederia aquele que, apesar de ser tão
glorioso, ainda se encontrava distante (comp. Mc 1.15). “Além da explicação
dada pelo anjo a Daniel, os dentes dessa fera, cujo simbolismo se encontra
já comentado no versículo 7 deste capítulo, correspondem a um dos elementos
da estátua”.
“... as suas
unhas de metal. Na visão presenciada por Daniel, logo a princípio, quando
descreve o caráter destruidor da fera (v. 7) não se mencionam as “unhas” do
animal espantoso, mas elas agora, aparecem na interpretação dada pelo ser
celestial. Isso esclarece o que ficou demonstrado. O Império Romano não só
usava seus “dentes”, isto é, seus exércitos destruidores, mas também, após
conquistar todo o mundo civilizado, se servia das pequenas “unhas”
(pequenas tribos), nas fronteiras do Império, que trabalhavam na defesa
contra possíveis tribos invasoras.
Dn 7.20: "...
tinha olhos”. Isso também nos é dito na descrição do animal do versículo 8
deste capítulo. O Anticristo, como já ficou demonstrado, possuirá, no campo
cultural, um notável saber (Ver 7.8, 20; Ap 13.5); ele será um elemento
altamente inteligente, por isso será um grande orador e, sem dúvida, um
filósofo notável (comp. 7.23 e 11.34), e um político habilidoso (Ap 13.4),
tudo isso, e mais ainda, são características que farão dele um super-homem
de Satanás; ele será possuído por forças invisíveis do mal, pois nos é dito,
em Ap 13.2, que o dragão “lhe deu o seu poder, e o seu trono, e grande
poderio”. Todas essas habilidades possuídas pelo homem do pecado, são
verdadeiros “olhos da inteligência”.
“... uma boca que
falava grandiosamente”. A presente expressão encontra seu paralelo em Ap
13.5, onde lemos: “E foi-lhe dada uma boca para proferir grandes coisas e
blasfêmias; e deu-se-lhe poder para continuar por 42 meses”. Isso é dito
porque, conforme já vimos, esse homem, apesar de possuir naturalmente grande
inteligência e autoridade, não poderá ser explicado somente sobre bases
humanas. Por isso seis vezes (o número de homem) é dito que esse poder “lhe
foi dado” (Ap 13.2, 5, 14, 15).
Dn 7.23: “Disse
assim: O quarto animal será o quarto reino na terra, o qual será diferente
de todos os reinos; e devorará toda a terra, e a pisará aos pés, e a fará em
pedaços”.
“O quarto animal
será o quarto reino na terra”. O presente texto descreve, com muita
precisão, o que fez o Império Romano no apogeu da sua glória. Ele reduziu
todos os povos à escravidão; devorou toda a terra. Os romanos conquistaram
primeiro o Ocidente e voltaram depois suas vistas para o Oriente.
Apoderaram-se primeiro da Grécia, Síria, Palestina, incluindo a “terra
formosa” (a terra de Israel) e outras nações circunvizinhas. Tornaram-se
senhores do mundo, isso já estava predito: "... o quarto reino... devorará
toda a terra”. Quando Matatias começou a lutar pela independência de seu
país, os romanos eram fracos em poderio político; agora, porém, eram os
dominadores do mundo. Este Império fez, de fato, tudo quanto estava predito
a seu respeito. Semelhantemente, num futuro próximo, o Anticristo, fará
tudo, e mais ainda, do que ele (o Império Romano) realizou durante sua
existência.
Severino Pedro da
Silva. Daniel vercículo por vercículo. Editora CPAD. pag. 142-146.
A Interpretação
do Anjo (7.15-28)
O quarto
animal (7.19-26).
Esse quarto
animal, explica o anjo, será o quarto reino na terra, o qual será diferente
de todos os reinos; e devorará toda a terra, e a pisará aos pés, e a fará em
pedaços (23).
Roma
identificada. Young, apoiando a posição de que esse quarto animal
representava o Império Romano, diz: “É provavelmente correto concordar com a
visão tradicional de que esse quarto império é Roma. Isso já era expresso na
época de Josefo, e tem sido amplamente aceito. Podemos citar Crisóstomo,
Jerônimo, Agostinho, Lutero, Calvino como alguns dos comentaristas que
concordam com essa posição, ou que são, pelo menos, partidários da mesma. Em
tempos posteriores, estudiosos como E. W. Hengstenberg, H. Ch. Hávernick,
Cari Paul Caspari, Karl Friedrich Keil, Edward Pusey e Robert Dick Wilson
[apoiaram essa teoria]”.
Young apresenta
duas razões de a teoria romana ter obtido a supremacia no Novo Testamento e
ter sido aceita pelos intérpretes desde então.
a) “Nosso Senhor
identificou-se como o Filho do Homem, a figura celestial de Daniel 7, e
conectou a ‘abominação da desolação’ com a futura destruição do Templo (Mt
24)”.
b) “Paulo usou a
linguagem de Daniel para descrever o Anticristo, e o livro de Apocalipse
empregou o simbolismo de Daniel 7 para referir-se aos poderes que existiam
naquela época e aos poderes futuros.
“A razão de a
teoria do Império Romano tornar-se tão predominante na igreja primitiva é
porque ela é encontrada no Novo Testamento, não porque os homens pensavam
que tinham achado uma saída simples para a dificuldade”.
O que
significa a “ponta pequena” (“pequeno chifre”, w. 8,11,20-22,24-26)?
Intérpretes conservadores concordam quase de maneira universal em que o
pequeno chifre de Daniel 7 é o Anticristo, que deverá vir no final dos
tempos. Jerônimo insistia nesta teoria, contrariando Porfírio. Poucos que
aceitam a inspiração sobrenatural de Daniel têm questionado a argumentação
de Jerônimo. No entanto, inúmeros estudiosos insistem em que o pequeno
chifre nesse capítulo não deve ser identificado com o pequeno chifre (ponta
pequena) do capítulo 8. Quanto ao pequeno chifre — a audácia profana —, o
egoísmo crescente desse ser humano que surge do solo político da história
humana o distingue como a culminação da iniquidade e impiedade. Sua
caracterização como tendo olhos de homem (8) sugere que ele é um homem de
caráter extraordinário, possuindo inteligência, sagacidade e uma percepção
muito além da dos seus contemporâneos. Ele vencerá o mundo pela
racionalidade e lógica tanto quanto pela força armada. A expressão boca que
falava grandiosamente (8) indica habilidade na eloquência, persuasão, um
poder de comunicação que serve como arma de guerra contra DEUS e o homem.
Esse é o “homem
do pecado, o filho da perdição, o qual se opõe e se levanta contra tudo o
que se chama DEUS ou se adora; de sorte que se assentará, como DEUS, no
templo de DEUS, querendo parecer DEUS” (2 Ts 2.3-4). Esse é o “mistério da
injustiça” (2 Ts 2.7), “o iníquo” (2 Ts 2.8). E impossível que esse perverso
seja identificado com Antíoco Epifânio. Esse tirano estava morto havia cerca
de duzentos anos na época de Paulo. Ele pode simbolizar “o iníquo”, mas
Paulo colocou o Anticristo no fim dos tempos, na culminação do conflito
entre DEUS e o Anti-DEUS.
Roy E. Swim.
Comentário Bíblico Beacon. Daniel. Editora CPAD. Vol. 4. pag. 523-524.
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