III – A FIDELIDADE A DEUS ANTE A FORNALHA ARDENTE (Dn 3.8-12)
1. Os jovens hebreus foram acusados e denunciados (vv.8-12).
A punição
foi inevitável. A ordem do rei não podia voltar atrás. Os inimigos dos três
jovens hebreus não deram tréguas aos judeus. Depois de acusados e
denunciados tiveram que enfrentar e submeter-se à punição do rei. Os seus
algozes foram os mesmos que haviam sido poupados anteriormente da pena de
morte no episódio do sonho do rei no capítulo 2 e não tiveram a menor
consideração com seus pares dentro do Palácio. O rei, tão logo foi informado
da desobediência dos jovens hebreus, ficou enfurecido e os chamou diante de
si. Foram interrogados e, mais uma vez ameaçados com a punição da fornalha
ardente, mas os servos do DEUS Altíssimo mantiveram sua fidelidade à fé
judaica. Eles não se intimidaram diante das ameaças porque sabiam que DEUS
poderia intervir naquela situação, e estavam prontos a serem queimados vivos
sem trair a sua fé.
Elienai Cabral. Integridade
Moral e Espiritual. O Legado do Livro de Daniel para a Igreja Hoje.
Editora CPAD. pag. 60.
Dn 3.8
Ora, no mesmo instante, se chegaram alguns homens caldeus. O rei se fizera
entender claramente. Ninguém poderia dizer-se ignorante da lei. Alguns
oficiais provinciais observaram que havia três jovens judeus que não
cumpriam seus “deveres religiosos”. Esses jovens estavam cometendo um claro
ato de traição. Não temos aqui menção ao grupo de judeus no cativeiro, mas
somente aos três jovens companheiros de Daniel, o que indica claramente que
as massas dos judeus estavam obedecendo ao edito real. O três tinham sido
colocados em posição de autoridade (ver Dan. 2.49 e 3.12, o que os tornara
conspícuos.
E
acusaram os judeus. Diz a Revised Standard Version: “acusaram
maliciosamente”.
Isso é
justificado pelas palavras literais: “e comeram seus pedaços”. Esta é uma
expressão idiomática no aramaico, que comumente significava “acusar” , o que
demonstra uma atitude virulenta. O aramaico também usava a expressão
“comeram a carne deles” (Quran, 49.12). Cf. as palavras akalo karsi, das
cartas de Tel-el-Amarna (e ver Sal. 27.2). Pode ter havido inveja política
na questão, em que um partido tentava derrubar outro. A única coisa pior do
que a perseguição política é a perseguição religiosa.
Dn 3.9
Disseram ao rei Nabucodonosor. Aqueles pequenos oficiais locais, em sua
tremenda inveja, certificaram-se de que o rei ouvisse sobre a clara infração
que tinham descoberto. Dessa maneira, demonstraram quão competentes e
patriotas eram revelando a questão assim que puderam. Demonstraram respeito
pelo rei, desejando que ele “vivesse para sempre”, e não dando valor algum à
vida dos três “criminosos”, “Um prefácio de lisonja foi seguido de perto
pela crueldade. Assim também, em Atos 24.2,3, onde Tértulo, ao acusar Paulo
diante de Félix, começou lisonjeando o governador romano” (Fausset, in Ioc.).
O restante dos judeus acompanhava o movimento de apostasia; Daniel era
importante e favorecido demais para alguém tentar atingi-lo. Assim sendo, a
ira recaiu sobre os três amigos de Daniel, que são mencionados por nome no
vs. 12.
Dn 3.10
Tu, ó rei, baixaste um decreto, Aqueles réprobos lembraram a Nabucodonosor
que fora ele próprio quem decretara, de modo “justo e sábio”, que, ao
começarem a tocar os instrumentos musicais (já listados por duas vezes nos
vss. 5 e 7), todos deveriam prostrar-se e adorar a imagem feita pelo
monarca. Os instrumentos tinham sido tocados, O decreto entrara em efeito.
Mas certos jovens preferiram desobedecer ao decreto real. Este versículo é
uma repetição virtual do vs. 5, onde são oferecidas notas expositivas.
Dn 3.11
Qualquer que não se prostrasse e não adorasse. Este versículo repete
essencialmente o vs. 6 — o resultado para quem não obedecesse ao decreto, ou
seja, a fornalha ardente. Ver notas alí. Aqueles homens ímpios e desvairados
agora “exigiam” que a execução ocorresse. Provavelmente eles seriam
galardoados de alguma maneira, ainda que somente com a satisfação de ver a
queda dolorosa de inimigos políticos que, além do mais, eram estrangeiros
desprezados.
Dn 3.12
Há uns homens judeus. Os réprobos não demoraram a identificar os
“traidores”: eram aqueles três estrangeiros, os desprezíveis cativos judeus,
a saber, Sadraque, Mesaque e Abede-Nego, homens desobedientes e ímpios que
ousavam desafiar o rei e o seu decreto, dignos da punição ameaçadora. Quanto
aos nomes desses três homens, seus nomes hebraicos originais e seus novos
nomes babilônicos, ver Dan. 1.6,7. O texto não menciona a razão pela qual
Daniel (que também, sem dúvida, desobedecera ao decreto real) não estava
entre os acusados.
Por isso
floresceram várias conjecturas: 1. Daniel era alto demais para ser tocado;
2. ele estaria viajando; 3. ele teria seu próprio julgamento severo
(capítulo 6), pelo que pôde ter-se mostrado culpado no caso, mas fora
deixado em paz propositadamente.
CHAMPLIN, Russell Norman,
Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pag.
3384-3385.
As
pessoas ingratas têm memória curta (v. 8). Os caldeus tinham sido poupados
da morte pela intervenção de Daniel e seus amigos (Dn 2.5,18). Agora eles,
de forma ingrata, acusam as pessoas que lhes ajudaram, no passado, a se
livrar da morte. A ingratidão é uma atitude que fere as pessoas e entristece
a DEUS. A acusação dos caldeus é maliciosa. A palavra hebraica significa
“comer a carne de alguém”.
As
pessoas invejosas tentam se promover buscando a destruição dos concorrentes
(v. 12). Os caldeus usam a arma da bajulação ao rei antes de acusar os
judeus. Eles acrescentam um fato inverídico: “Não fizeram caso de ti”. Eles
não querem informar, mas distorcer os fatos e destruir os judeus. Isso,
apenas porque esses judeus foram constituídos sobre os negócios da
província. A inveja foi o pecado que levou Lúcifer a ser um querubim
descontente, mesmo no céu, e a tornar-se um demônio. A inveja provoca
contendas, brigas, mortes e desastres. As pessoas fiéis, entretanto,
entendem que fidelidade é uma questão inegociável. A fidelidade a DEUS é
mais importante que a preservação da própria vida. Esses jovens entenderam
que agradar a DEUS é mais importante que preservar a própria vida. A
principal lição desse texto não é o livramento miraculoso, mas a fidelidade
inegociável.
Três
jovens têm coragem de discordar de todos; de preferir a morte ao pecado.
Estão dispostos a morrer, não a pecar. Transigir era uma palavra que não
constava do vocabulário deles.
A
fidelidade incondicional não é uma barganha com DEUS. Muitas vezes, nossa
fidelidade a DEUS nos levará à fornalha, à cova dos leões, à prisão, a
sermos rejeitados pelo grupo, a sermos despedidos de uma empresa, a sermos
rejeitados na escola. Nosso compromisso não é com o sucesso, mas com a
fidelidade a DEUS.
Ceder à
pressão da maioria pode destruir sua vida mais que o fogo da fornalha.
Muitos jovens crentes são tentados a ceder. Jovens cristãos são instados a
se embriagar com seus amigos ou a perder a virgindade antes do casamento.
São tentados a mentir aos pais, a ver filmes indecentes, a curtir músicas
maliciosas do mundo. O mundo tem sua própria fornalha ardente à espera
daqueles que não se conformam em adorar seus ídolos. E a fornalha de ser
desprezado, ridicularizado. Os que são fiéis a DEUS são chamados de
retrógrados. Cuidado com a opinião da maioria, ela pode estar errada e, via
de regra, está.
LOPES. Hernandes Dias.
DANIEL Um homem amado no céu. Editora Hagnos. pag. 53-54.
E
estranho ver que Sadraque, Mesaque, e Abede-Nego estavam presentes nessa
reunião, sabendo, provavelmente, qual era o intento dessa convocação.
Podemos supor que Daniel estivesse ausente porque os seus negócios o
requisitavam, ou porque ele tivesse a dispensa do rei para se retirar, a
menos que suponhamos que ele estivesse tão elevado no favor do rei que
ninguém ousasse se queixar dele pela sua desobediência. Mas por que os seus
companheiros não se afastaram do caminho? Certamente porque queriam obedecer
ao rei até onde fosse possível, e estariam prontos a dar um testemunho
público contra essa idolatria grosseira. Eles não acharam suficiente não se
prostrarem diante da imagem, mas, estando no evento, se viram obrigados a
ficar de pé diante dela, embora fosse a estátua que o rei, seu senhor, havia
levantado, e uma estátua de ouro para aqueles que a adorassem. Então: IA
denúncia é trazida ao rei por alguns caldeus, contra esses três homens que
não obedeceram ao decreto real (v. 8). Talvez esses caldeus que os acusaram
fossem alguns daqueles magos ou astrólogos que foram particularmente
chamados de caldeus (cap. 2.2,4). Eles eram aqueles que guardavam rancor
contra os companheiros de Daniel por causa dele, devido ao fato de ele
tê-los ofuscado junto com esses companheiros. Os amigos de Daniel, por suas
orações, tinham obtido a misericórdia que salvou a vida desses caldeus. Mas
estes retribuíram o bem com o mal. Eram adversários daqueles que
demonstraram amor. Isto também aconteceu com Jeremias, que intercedeu diante
de DEUS por aqueles que mais tarde cavaram uma cova para a sua vida (Jr
18.20). Não devemos estranhar o fato de nos depararmos com homens ingratos.
Ou talvez esses fossem os caldeus que esperavam pelos cargos aos quais esses
homens foram promovidos, e invejavam o favorecimento deles. E quem pode
suportar a inveja? Eles apelaram ao próprio rei a respeito do decreto.
Apresentaram-se com o devido respeito à sua majestade, fazendo a saudação
habitual: “O rei, vive eternamente!” (como se não visassem nada além da
honra do rei, e quisessem servir aos seus interesses, quando, na verdade,
estavam colocando sobre o rei aquilo que ameaçava a ruína dele e do seu
reino). Então pedem licença: 1. Para lembrá-lo da lei que ele havia feito
recentemente, pela qual toda sorte de pessoa, sem exceção de nação ou
língua, deveria se prostrar e adorar a imagem de ouro. Eles também o
lembraram da penalidade que pela lei deveria ser infligida aos que se
recusassem: deveriam ser lançados no meio do forno de fogo ardente (w.
10,11). Não pode ser negado que essa era a lei. Ela deveria ser considerada,
quer fosse uma lei justa ou não. 2. Para informá-lo de que esses três
homens, Sadraque, Mesaque, e Abede-Nego, não haviam obedecido ao seu decreto
(v. 12). E provável que Nabucodonosor não tivesse qualquer propósito
específico de apanhá-los em uma armadilha ao fazer a lei, porque então ele
mesmo estaria de olho neles, e não teria precisado dessa informação. Mas os
seus inimigos, que buscavam uma oportunidade contra eles, aproveitaram isso,
e se apressaram a acusá-los. Para agravar a situação, e incitar mais o rei
contra os servos de DEUS: (1) Eles o lembram da dignidade com que os
criminosos tinham sido favorecidos. Embora fossem judeus, estrangeiros,
cativos, homens de uma nação e religião desprezíveis, o rei os havia
constituído sobre os negócios da província de Babilônia. Era, portanto, uma
ingratidão e uma insolência intolerável desobedecerem à ordem do rei, depois
de terem recebido tantos favores daquele monarca. E, além disso, a elevada
posição em que estavam tornava a recusa deles ainda mais escandalosa. Isto
seria um mau exemplo, e teria uma má influência sobre os outros. Portanto,
era necessário que essa atitude fosse punida com muito rigor. Desse modo, os
príncipes que são suficientemente incitados contra pessoas inocentes
geralmente têm muitos ao redor deles que farão tudo o que puderem para
agravar a situação. (2) Eles sugerem que isso foi feito maliciosamente,
obstinadamente, e em desprezo ao monarca e à sua autoridade: “Eles não
fizeram caso de ti. A teus deuses não servem, nem a estátua de ouro, que
levantaste, adoraram.”
HENRY. Matthew. Comentário
Matthew Henry Antigo Testamento Isaías a Malaquias. Editora CPAD. pag.
839-840.
2. A resposta corajosa dos jovens hebreus (Dn 3.16-18).
“agora,
se estais prontos” (3.15). Eles estavam prontos, não para obedecer a
imposição do rei quanto à sua fé. Eles estavam prontos, sim, para manter a
sua fé no DEUS que podia mudar toda aquela situação. Aqueles jovens
entendiam que fidelidade é algo inegociável. A fidelidade desses jovens era
mais que uma qualidade de caráter, era uma confiança inabalável em DEUS que
haveria de intervir naquela situação. A resposta resultava do conhecimento
prévio que tinham do mandamento divino: “Não terás outros deuses diante de
mim. Não farás imagem de escultura, nem alguma semelhança do que há em cima
nos céus, nem em baixo na terra, nem nas águas debaixo da terra. Não te
encurvarás a elas nem as servirás; porque eu, o Senhor, teu DEUS, sou DEUS
zeloso, que visito a maldade dos pais nos filhos até a terceira e quarta
geração daqueles que me aborrecem” (Ex 20.3-5). DEUS busca homens e mulheres
que tenham a fibra de manter a fidelidade a Ele mesmo quando ameaçados.
“Não
necessitamos de te responder sobre este negócio” (3.16). A confiança em DEUS
e a certeza de que DEUS faria alguma coisa lhes deu a convicção de que valia
a pena enfrentar a fornalha pelo nome de Jeová.
Elienai Cabral. Integridade
Moral e Espiritual. O Legado do Livro de Daniel para a Igreja Hoje.
Editora CPAD. pag. 60-61.
Dn 3.16
Responderam Sadraque, Mesaque e Abede-Nego ao rei. O rei não precisou mandar
tocar de novo a música, nem os três cativos vacilaram , debateram e ficaram
jogando na tentativa de escapar do inevitável, por meio de argumentos
espertos. O caso era fácil: eles precisavam ser fiéis a Yahweh e entregaram
sua vida nas mãos Dele, incondicionalmente. Assim , os três judeus
responderam que não tinham necessidade de defender-se. A defesa deles era
Yahweh, ou então não tinham defesa algum a. Se ser alguém leal a Yahweh era
um crime, então eles eram os piores criminosos, pois a lealdade deles era
grande e sem hesitações.
“A
hesitação ou a parlamentação com o pecado é fatal. Uma decisão sem hesitação
é a única vereda segura quando a vereda do dever é clara (ver Mat.
10.19,28)” (Fausset, in Ioc.). “Há certa demonstração de orgulho aqui, como
no caso da resposta de Daniel ao rei, em Dan. 5.17. Era um orgulho derivado
da consciência de que, na qualidade de servos de DEUS, eles eram superiores
a qualquer potentado, e, assim, não precisavam de sua clemência ou de seus
dons" (Arthur Jeffery, in Ioc.).
Dn 3.17
Se o nosso DEUS, a quem servimos, quer livrar-nos... Elohim, o Poder
(relativo a Elah, a palavra caldaica que aparece neste versículo), era
capaz. Eles estavam dispostos a submeter o Senhor a teste. Esperavam
livramento — ser tirados da fornalha, e não postos dentro dela. Esse seria
um livramento da mão perversa do rei idólatra. A tarefa era impossível para
a instrumentalidade humana.
Nesse
caso, somente o Ser divino poderia fazê-lo. Ocasionalmente, todos os homens
enfrentam situações em que “somente DEUS é capaz” e então são obrigados a
entregar a vida nas mãos Dele.
Oh,
Senhor, concede-nos tal graça!
Ao serem
submetidos a teste, eles também estavam submetendo Yahweh a teste.
Dn 3.18
Se não, fica sabendo, ó rei. Se eles seriam livrados ou não, não fazia
nenhuma diferença. Eles sabiam que a idolatria estava errada, mesmo quando
se tratasse da idolatria do governo, a lei da terra, mas eles não se
envolveriam nisso, sem importar o que essa atitude lhes custaria. O tema
principal da história, pois, emerge: O martírio é preferível à apostasia,
uma lição que poucos judeus, na época do ataque babilônico e
do cativeiro, tinham aprendido. Judá estava perdida em sua
idolatria-adultério-apostasia. Este livro praticamente não usa o nome divino
Yahweh, o qual, para os judeus piedosos, tinha-se tornado santo demais para
que fosse proferido. Portanto, o nome DEUS é usado aqui, e aquele título
especial é evitado.
CHAMPLIN, Russell Norman,
Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pag.
3385.
Eles
respondem algo com que todos concordam, que eles ainda permanecem firmes em
sua decisão de não adorarem a estátua de ouro (w. 16-18). Temos aqui um
exemplo de firmeza e magnanimidade que são raramente encontrados. Chamamos
esses servos de DEUS de “os três jovens”, mas deveríamos chamá-los de “os
três campeões”, “as três preciosidades do reino de DEUS entre os homens”.
Eles não explodiram em qualquer violência ou paixão imoderada contra aqueles
que adoravam a imagem de ouro, não os insultaram ou os afrontaram. Nem se
lançaram precipitadamente a um tribunal, ou saíram do seu caminho para ir ao
martírio da corte. Mas, quando foram devidamente chamados à prova de fogo,
se comportaram corajosamente, com uma conduta e coragem que convinha aos
sofredores de uma causa tão nobre. O rei não foi tão ousado e mal ao fazer
esse ídolo, mas eles foram corajosamente bons quando testemunharam contra
ele. Eles mantiveram a sua calma de uma forma admirável e exemplai; não
chamaram o rei de tirano ou de idólatra (a causa de DEUS não precisa da ira
do homem), mas, com uma calma e tranquilidade de espírito exemplar, eles
deram sua resposta, pela qual resolveram aceitar as conseqüências. Observe:
1. O
desprezo bondoso e generoso deles em relação à morte, e a nobre indiferença
com a qual olham para o dilema que lhes é apresentado: “O Nabucodonosor, não
necessitamos de te responder sobre este negócio”. Eles não lhe negam com mau
humor uma resposta, nem permanecem mudos. Mas lhe dizem que não estão
preocupados com isso. Não há necessidade de uma resposta (assim se lê). Eles
decidem não obedecer, e o rei está decidido que eles morrerão se não
obedecerem. A questão, portanto, está decidida, e por que isso deveria ser
discutido? Mas
é melhor
ler: “Não queremos dar uma resposta para ti, nem temos de procurar uma, mas
viemos preparados”.
(1) Eles
não precisavam de tempo para deliberar a respeito desse negócio. Pois não
tiveram a mínima hesitação se iriam obedecer ou não. Era uma questão de vida
ou morte, e alguns diriam que eles poderiam ter pensado melhor antes de
decidir. A vida é desejável, e a morte é terrível. Mas quando o pecado e a
obrigação que estavam envolvidos no caso foram imediatamente determinados
pela letra do segundo mandamento, e nenhum espaço foi deixado para se
questionar o que era certo, então a vida e a morte que estavam envolvidos no
caso não deveriam ser consideradas. Note que aqueles que querem evitar o
pecado não devem negociar com a tentação. Quando aquilo a que somos atraídos
ou aquilo que nos aterroriza é manifestadamente mal, o impulso deve ser
rejeitado com indignação e repulsa, sem que haja qualquer hesitação. Não
queira discutir o assunto, mas diga então, como CRISTO nos ensinou: “Para
trás de mim, Satanás”.
(2) Eles
não precisavam de tempo para planejar como responderiam. Enquanto fossem
defensores de DEUS, chamados para testemunhar a favor de sua causa, eles não
tinham dúvidas de que lhes seria dado na mesma hora o que deveriam falar (Mt
10.19). Eles não estavam planejando uma resposta evasiva, quando uma
resposta direta estava sendo esperada deles. Não, nem iriam rogar ao rei que
não insistisse nisso. Não há nada na resposta deles que pareça alguma
saudação. Eles não começaram como os seus acusadores: “O rei, vive
eternamente!” Também não fizeram nenhuma insinuação ardilosa, a captandam
benevolentiam - para deixá-lo de bom humor, mas disseram tudo de forma clara
e direta: “O Nabucodonosor, não precisamos te responder sobre este negócio”.
Observe que aqueles que fazem da sua obrigação a sua preocupação principal,
não precisam se preocupar com as várias situações que possam vir a
enfrentar.
2. A
forte confiança deles em DEUS e a sua dependência dele (v. 17). Foi isso que
os capacitou a olhar para a morte com tanto desprezo, a morte em seu
esplendor, a morte em todos os seus terrores. Eles confiavam no DEUS vivo, e
por esta fé escolheram antes sofrer do que pecar. Por essa razão não temeram
a ira do rei, mas resistiram, porque, pela fé, tinham o seu olhar fixo
Naquele que é invisível (Hb 11.25,27): “Se for assim, se formos trazidos a
essa dificuldade, se formos lançados na fornalha de fogo ardente a menos que
sirvamos aos teus deuses, saiba, então:” (1) “Que embora não adoremos os
teus deuses, não somos ateus. Há um DEUS que podemos chamar de nosso, a quem
nós fielmente estamos ligados.” (2) “Que servimos a esse DEUS precioso.
Temos nos dedicado à sua honra. Estamos empenhados em sua obra, e dependemos
dele para nos proteger, suprir as nossas necessidades, e nos recompensar”.
(3) “Que temos plena certeza de que este DEUS é capaz de nos livrar da
fornalha de fogo ardente. Quer Ele nos livre ou não, temos certeza de que
Ele pode impedir que sejamos lançados na fornalha, ou de nos resgatar dela.”
Note que os servos fiéis de DEUS confiarão que o Senhor é capaz de
sustentá-los nos seus serviços, controlando e dominando todos os poderes que
são armados contra eles. ‘Senhor, se quiseres, tu podes’. (4) “Que temos
motivos para esperar que Ele nos livre”, em parte porque, em um vasto
comparecimento de idólatras como esse, seria muito oportuno, para a honra do
seu nome grandioso, livrá-los, e em parte porque Nabucodonosor o havia
desafiado a fazer isto - Quem é o DEUS que irá vos livrar? DEUS às vezes se
manifesta de forma extraordinária para calar as blasfêmias do inimigo, como
também para responder as orações do seu povo (SI 74.18-22; Dt 32.27). “Mas,
se Ele não nos livrar da fornalha ardente, Ele nos livrará da tua mão”.
Nabucodonosor pode apenas atormentar e matar o corpo. E, depois disso, não
há mais nada que ele possa fazer. Então eles são afastados do seu alcance, e
livrados da sua mão. Observe que os bons pensamentos a respeito de DEUS, e
uma plena certeza de que Ele está conosco enquanto estivermos com Ele, nos
ajudará muito a passarmos pelos sofrimentos. E, se Ele for por nós, não
precisaremos temer o que os homens possam nos fazer, mesmo que tentem fazer
o pior. DEUS nos livrará da morte ou na morte.
3. A
firme decisão deles de permanecerem fiéis aos seus princípios, quaisquer que
possam ser as conseqüências (v. 18): “Mas se não for assim, mesmo que DEUS
ache por bem não nos livrar da fornalha ardente (o que sabemos que Ele pode
fazer), se Ele permitir que caiamos na tua mão, saiba ó rei, que não
serviremos estes deuses, embora eles sejam os teus deuses, nem adoraremos
esta imagem de ouro, embora tu mesmo a tenhas levantado”. Eles não estão
envergonhados nem com medo de reconhecer a sua religião, e dizem ao rei,
face a face, que não têm medo dele, e que não lhe prestarão obediência. Se
eles tivessem consultado a carne e o sangue, muito poderia ter sido dito
para trazê-los a uma concordância, especialmente diante da impossibilidade
de evitar a morte, uma morte tão sofrida. (1) Não foi exigido que eles
renunciassem ao seu próprio DEUS, ou que abandonassem a sua adoração. Não,
nem que por uma confissão ou declaração verbal reconhecessem essa imagem de
ouro como sendo um deus, mas apenas se prostrassem diante dela, o que eles
poderiam fazer com uma reserva secreta em seus corações pelo DEUS de Israel,
detestando essa idolatria interiormente, assim como Naamã se inclinou na
casa de Rimom. (2) Eles não iriam cair no caminho da idolatria. Era exigido
deles apenas um simples gesto, que seria feito em um minuto, e o perigo
teria acabado, e poderiam depois disso declarar a sua tristeza por isso.
(3) O rei
que ordenou isso tinha um poder absoluto. Eles estavam sujeitos a ele, não
só como súditos, mas como cativos. E, se eles fizessem isso, seria puramente
por coerção e coação, o que serviria para desculpá-los. (4) Ele havia sido o
benfeitor deles, os havia educado e favorecido, e em gratidão a ele, eles
deveriam ir até onde pudessem, embora isso fosse exigir demais de sua
consciência. (5) Eles estavam agora sendo forçados a entrar em um país
estranho, e para aqueles que eram assim forçados a sair, foi dito, na
verdade: “Vai, serve a outros deuses” (1 Sm 26.19). Foi considerado como
certo que, na disposição deles, eles serviriam a outros deuses, e isto se
tornou uma parte do juízo (Dt 4.28). Eles poderiam ser desculpados se
tivessem seguido a corrente que era muito forte. (6) Os seus reis, os seus
príncipes, os seus pais, e os seus sacerdotes também, levantaram ídolos até
mesmo no Templo de DEUS, e os adoraram ali, e não só se incli
naram diante deles, mas levantaram altares, queimaram incenso, e ofereceram
sacrifícios a esses ídolos, sim, até mesmo os seus próprios filhos. Não
adoraram todas as dez tribos, por muitas gerações, deuses de ouro em Dã e
Betei? Serão eles mais exigentes do que os seus pais? Communis errorfacitjus
- O que todos fazem deve estar certo. (7) Se eles concordassem salvariam as
suas vidas e manteriam os seus cargos, e assim estariam em condições de
prestar um grande serviço aos seus irmãos na Babilônia, e por muito tempo.
Porque eles eram jovens, e estavam prosperando. Mas há o suficiente naquela
única palavra de DEUS com a qual se deve responder e calar estes e muitos
outros argumentos carnais: Não te inclinarás diante de nenhuma imagem, nem a
adorarás. Eles sabem que devem obedecer a DEUS antes de ao homem. Eles
devem, antes, sofrer do que pecar, e não devem fazer o mal para que o bem
possa vir. Portanto, nenhuma dessas coisas os toca. Eles estão decididos,
antes, a morrer em sua integridade do que a viver em sua iniquidade.
Enquanto os seus irmãos, que ainda permaneciam em sua própria terra, estavam
adorando imagens espontaneamente, eles na Babilônia não seriam levados a
isso pela força, mas, curiosamente, se mostravam mais zelosos contra a
idolatria estando em um país idólatra. E verdadeiramente, considerando todas
as coisas, guardá-los dessa obediência pecaminosa era um milagre tão grande
no reino da graça quanto guardá-los da fornalha ardente era um milagre no
reino da natureza. Esses eram aqueles que anteriormente decidiram não se
contaminar com a porção do manjar do rei, e, naquele momento, eles decidiram
tão corajosamente não se contaminar com os seus deuses. Observe que, uma
firme renúncia, uma forte devoção a DEUS e ao dever, em ocasiões menores,
nos qualificará e nos preparará para fazer o mesmo em ocasiões maiores. E
nisto devemos ser resolutos em nunca, sob nenhum pretexto, adorarmos
imagens, ou fazermos “uma aliança” com aqueles que o fazem.
HENRY. Matthew. Comentário
Matthew Henry Antigo Testamento Isaías a Malaquias. Editora CPAD. pag.
840-842.
“Não necessitamos de te
responder sobre este negócio”. O presente versículo mostra os três jovens
hebreus diante do poderoso monarca; eles, tecnicamente, são culpados diante
daquela corte, e nada há que os três possam dizer em sua defesa. Eles
responderam ao rei dizendo: “Não necessitamos de te responder”. Há uma
interpretação feita com base no original aramaico, que diz: “Nós não te
responderemos! DEUS te responderá! Ele pode, tanto nos livrar como nos
entregar nas tuas mãos, depende dele”. O verdadeiro cristão não faz sua
defesa prévia, mas deixa tudo por conta do Senhor que disse: “Não vos
vingueis a vós mesmos, amados, mas dai lugar à ira, porque está escrito:
Minha é a vingança; eu recompensarei, diz o Senhor”. E evidente, portanto,
que DEUS recompensará, tanto o ofendido como o ofensor: o primeiro com sua
bênção; o segundo com seu castigo.
"... o nosso DEUS, a quem
nós servimos...” O presente texto, declara claramente a posição dos três
jovens hebreus, quanto à ordem do rei. Eles apelam tanto para “providência”
como para “o poder de DEUS”. Seja como for, DEUS livra como quer! Se DEUS
usasse a providência no presente caso, os moços não teriam ido para dentro
do forno de fogo ardente, porém, é evidente que o monarca não teria
reconhecido a soberania do Criador. (Ver v 29). Assim, DEUS permitiu que
seus servos fossem parar ali; não os livrou do forno, mas os livrou no
forno. DEUS permitiu que José, mesmo inocente, fosse parar na prisão, vítima
de uma calúnia da mulher de Potifar, capitão da guarda de Faraó (Gn cap.
40), mas dali DEUS o exaltou, fazendo-o assentar-se no trono, ao lado de
Faraó. DEUS é sempre o mesmo, tanto no passado como no presente. Ele não
muda. O apóstolo Paulo entendeu isso, quando disse: “E sabemos que todas as
coisas contribuem juntamente para o bem daqueles que amam a DEUS, daqueles
que são chamados por seu decreto” (Rm 8.28).
"... não serviremos a teus
deuses...” Os jovens judeus, como já ficou demonstrado em outro capítulo
deste livro, mesmo numa terra de cativeiro, permaneceram fiéis à lei do seu
DEUS, que dizia: “Não terás outros deuses diante de mim (Ex 20.3). E
perfeitamente compreensível que DEUS, disposto a ser o único DEUS suficiente
e o recurso sobrenatural do seu povo proíba um apelo a quaisquer outros
poderes sobrenaturais. Por isso, entendemos que o espiritismo é proibido a
quem crê num DEUS vivo. No conceito divino, é impossível a criatura humana
fazer uma representação superior à sua própria idéia, e por isso é-lhe
impossível apresentar dignidade à divindade, pois DEUS há de ser
infinitamente superior ao nosso mais sublime pensamento. Nabucodonosor não
compreendia esse princípio emanado do supremo DEUS, mas aqueles hebreus sim,
o conheciam muito bem.
Severino Pedro da Silva.
Daniel versículo por versículo.
Editora CPAD.
3. Reação à intimidade (Dn 3.16-18).
“Eis que
o nosso DEUS, a quem servimos; é que nos pode livrar” (3.17). Esta
declaração dos três judeus tinha a convicção da intervenção de DEUS naquela
situação. O rei ficou enfurecido e intimidado, além dos jovens terem sido
desafiados na sua fé com a ousadia do Rei em dizer-lhes: “Quem é o DEUS que
vos poderá livrar das minhas mãos?” (Dn 3.15), eles não tiveram dúvidas de
que valia a pena permanecerem fiéis a DEUS. Então, sem temor e com grande fé
responderam ao Rei: “Eis que o nosso DEUS, a quem nós servimos, é que nos
pode livrar; ele nos livrará do forno de fogo ardente e da tua mão, ó rei.
E, se não, fica sabendo, ó rei, que não serviremos a teus deuses nem
adoraremos a estátua de ouro que levantaste” (Dn 3.17,18). Esta resposta dos
jovens hebreus se confrontada com o cristianismo de muitos crentes hoje nos
deixa preocupados. Quão facilmente cedemos; negamos nossa fé; fugimos do
caminho da provação, mas DEUS conta com crentes fiéis que sejam capazes de
responder às ameaças satânicas de que não as tememos.
“E, se
não” (3.18). Duas palavras pequenas foram capazes de mostrar a todo o
Império da Babilônia que aqueles jovens tinham um DEUS diferente que lhes
dava a certeza de que ninguém pode confrontar Jeová. Eles sabiam que nada os
demoveria de sua fé e eles não a negariam, mesmo que fossem queimados vivos
naquela fornalha. Na vida cristã, estas duas palavrinhas “se não” estão
fazendo na confissão de fé de tantos crentes. Satanás, nosso arqui-inimigo,
quer que nos rendamos às ameaças e armadilhas preparadas para sufocar a
nossa fé (1 Pe 5.8).
“não
serviremos a teus deuses” (3.18). Os três jovens foram ousados. Não
transigiram, nem cederam às ameaças. Eles não trocaram o seu DEUS pelos
deuses de Nabucodonosor. A ira do rei manifestou-se com exagero ao ordenar
que se aquecesse muito mais a fornalha. Eles não foram livrados da fornalha
porque DEUS os esperava dentro daquela fornalha ardente. A fornalha tem o
poder da intimidação, que pode nos levar à desistência de nossos valores
espirituais. A verdade é que nem sempre podemos evitar a fornalha das
angústias, das decepções pessoais, das enfermidades físicas. Aqueles jovens
hebreus não se deixaram intimidar, mas foram ousados em não transigir, nem
ceder às ameaças.
Eles
enfrentaram a fornalha ardente sem temor (3.19-22)
Os judeus
foram lançados na fornalha. Diz o texto que tudo que dizia respeito a eles
em termos materiais, suas roupas e chapéus foram atados juntamente com eles
e lançados na fornalha ardente. Os homens que os lançaram caíram mortos pela
chama do fogo e todos inimigos do lado de fora imaginavam que os judeus
seriam reduzidos a cinza dentro da fornalha.
“O
aspecto do quarto homem é semelhante ao filho dos deuses" (3.23-25). Foram
lançados três judeus, mas um quarto homem os esperava dentro da fornalha. O
poder do quarto homem visto pelo rei dentro da fornalha os tornou incólumes
e nenhum fio de cabelo se queimou. Esse quarto homem não era outro senão o
próprio DEUS entre eles que os tornou aptos a superarem a força do fogo
destruidor. E uma perfeita identificação com a Pessoa de JESUS CRISTO, o
Filho de DEUS. Não era um anjo enviado de DEUS. Ele era, teofanicamente, o
próprio DEUS. É interessante que Ele não apagou o fogo, nem tirou os três
hebreus da fornalha. Ele os capacitou a estarem e passarem pelo meio do fogo
sem serem destruídos. Tudo isso porque aqueles hebreus confiaram na
providência divina que tem o poder de intervir, a tempo e fora de tempo,
para nos livrar da destruição. As vezes, a vontade permissiva de DEUS nos
ensina que DEUS pode permitir que soframos tribulações, angústias e
dissabores como o fogo da fornalha, mas Ele nos livra no tempo próprio. Sua
presença imanente é capaz de impedir que as chamas das tribulações nos
destruam.
O poder
providencial de DEUS os tornou incólumes no meio da fornalha (3.26-28). O
impacto ante à visão que o rei teve ao olhar para dentro da fornalha deixou
o rei perplexo e todos os que estavam com ele. Os jovens hebreus estavam
vivos e tranquilos andando no meio da fornalha. DEUS honrou aqueles judeus.
O rei e seus príncipes tiveram que reconhecer o poder do DEUS de Israel. A
providência divina não só os protegeu da força do fogo, mas os manteve vivos
para testemunharem da grandeza desse DEUS. O rei reconhecia que o DEUS dos
judeus era poderoso, mas não o aceitava como seu DEUS. Para o rei, era mais
um entre outros deuses, mas na mente e no coração dos jovens hebreus, Ele
era o Único DEUS sobre todos os demais. O apóstolo Paulo nos dá uma lição
preciosa de fé e disposição para servir a DEUS, quando diz: “Porque, se
vivemos, para o Senhor vivemos; se morremos, para o Senhor morremos. Quer,
pois, vivamos, quer morramos, somos do Senhor” (Rm 14.8).
Uma
doxologia do rei ao DEUS de Israel (3.29,30). Ainda que Nabucodonosor não
tenha desistido dos seus deuses, reconheceu a religião judaica em seu
império, especialmente, para os exilados judeus. Ele fez um decreto
reconhecendo a grandeza do DEUS dos judeus e admitiu que nenhum outro deus
poderia fazer o que Ele fez ao livrar os judeus dentro da fornalha ardente.
Restaurados e promovidos dentro do império (3.30). Os três jovens foram
restaurados às suas posições palacianas e investidos de autoridade da parte
do rei. Segundo o Comentário de Charles Pfeiffer, da Editora Batista
Regular: “A vitória da fé tinha cinco objetivos: (1) Foram soltos de suas
amarras (v. 25); (2) Foram protegidos do mal (v. 27); (3) Foram confortados
na provação (vv. 24,25,28); (4) Seu DEUS foi glorificado (v. 29); (5) Como
servos de DEUS foram recompensados (v. 30).
Elienai Cabral. Integridade
Moral e Espiritual. O Legado do Livro de Daniel para a Igreja Hoje.
Editora CPAD. pag. 61-63.
O
equilíbrio e a calma dos três servos do DEUS Altíssimo estavam em claro
contraste com a fúria incontida do rei. A ousadia da fé deles era equiparada
à sua serenidade. Os três responderam ao rei Nabucodonosor: Não necessitamos
de te responder (“defender-nos”, NVI) sobre este negócio. Eis que o nosso
DEUS, a quem nós servimos, é que nos pode livrar; ele nos livrará do forno
de fogo ardente e da tua mão, ó rei.
E, se
não, fica sabendo, ó rei, que não serviremos a teus deuses nem adoraremos a
estátua de ouro que levantaste (16-18).
A
verdadeira fé não está ligada às circunstâncias nem às conseqüências. Ela
está fundada na imutável fidelidade de DEUS. E a fé é decisiva no que tange
à questão da fidelidade no crente. Poderia ter parecido algo de menor valor
racionalizar apenas um pouco. Afinal, eles não deviam uma certa consideração
ao rei? Porventura, eles não poderiam dobrar seus joelhos, mas ficar em pé
em seus corações? Uma pequena concessão à limitada compreensão das coisas
divinas por parte do rei seria uma questão insignificante.
Mas não!
A reputação do caráter do DEUS vivo e verdadeiro dependia desse momento.
Multidões de pagãos de muitos países estavam observando. Quer DEUS os
libertasse das chamas, quer não, eles deveriam ser fiéis em honrar o seu
nome.
Roy E. Swim. Comentário
Bíblico Beacon. Daniel. Editora CPAD. Vol. 4. pag. 510.
A firmeza
(v. 13-18)
E
importante entender que não fomos chamados para sermos advogados de DEUS,
mas Suas testemunhas (v.16-18). Os três jovens não entraram numa discussão
infrutífera. Eles não tentaram defender DEUS. Eles apenas testemunharam
dEle, mostrando que estavam prontos a morrer, mas não a ser infiéis a DEUS. Nabucodonosor tenta intimidá-los,
dizendo que deus nenhum poderia livrá-los de sua mão (v. 15). Mas eles não
tentam defender a reputação de DEUS, procuram apenas obedecê-Lo (v. 16,17).
É
importante entender, também, que nossa fé não pode ser arrogante (v. 17,18).
Os três jovens dizem que DEUS pode livrar, mas não dizem que DEUS o fará.
Eles não são donos da agenda de DEUS. Eles não decretam nada para DEUS. Eles
não dizem: “Eu não aceito isto”; “Eu rejeito aquilo”; “Eu repreendo o fogo”;
“O rei está amarrado”.
Eles não
determinam o que DEUS deve fazer. Nem sempre é da vontade de DEUS livrar
Seus filhos dos padecimentos e da morte. O patriarca Jó, no auge da sua dor
gritou: “Ainda que DEUS me mate, eu ainda confiarei nele” (Jó 13:15 ARA).
Tiago, Paulo, John Huss, William Tyndale foram mortos, não poupados. Às
vezes, DEUS livra Seus filhos da morte; outras vezes, da morte. Não importa,
pois “se vivemos para o Senhor vivemos; se morremos, para o Senhor morremos.
De sorte que, quer vivamos quer morramos, somos do Senhor” (Rm 14.8).
Devemos
ser fiéis a DEUS, não apenas pelo que DEUS faz, mas por quem DEUS é (v.
17,18). Aqueles jovens não serviam a DEUS por causa dos benefícios
recebidos. A religião deles não era um negócio, uma barganha com DEUS. Eles
serviam a DEUS por causa do caráter de DEUS.
Eles
tinham uma fé teocêntrica, não antropocêntrica.
Hoje as
pessoas buscam a DEUS, não por causa de DEUS, mas por causa das dádivas de
DEUS. Querem bênçãos, não DEUS.
Devemos
fazer o que é certo e deixar as conseqüências nas mãos de DEUS (v. 17,18).
Nossa função é sermos fiéis, não administrar resultados. Olyott,
corretamente, diz que é melhor ser morto prematuramente e encontrar o reto
Juiz em paz que viver um pouco mais com vida repreensível e encontrá-Lo em
terror.17 Precisamos continuar crendo em DEUS apesar das circunstâncias.
Viver não é preciso, andar com DEUS sim. A morte por causa de CRISTO não é
uma tragédia, mas uma promoção. Os que morrem no Senhor são bem-aventurados.
Ainda hoje, muitos cristãos preferem a morte nas prisões à liberdade no
pecado. Prova disso é que mais da metade de todos os mártires da história
viveram no século 20.
LOPES. Hernandes Dias.
DANIEL Um homem amado no céu. Editora Hagnos. pag. 54-56.
ELABORADO:
Pb Alessandro Silva (http://estudaalicaoebd.blogspot.com.br/)
com
algumas modificações do Ev. Luiz Henrique.
Questionário
da Lição
4 - A Providência Divina Na Fidelidade Humana
Responda conforme a
revista da CPAD do 4º Trimestre de 2014 - Para jovens e adultos
TEMA: A INTEGRIDADE MORAL E
ESPIRITUAL - O LEGADO DO LIVRO DE DANIEL PARA A IGREJA HOJE.
Comentário: Pr.
Elienai Cabral
Complete os espaços
vazios e marque com "V" as respostas verdadeiras e com "F" as
falsas.
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