

TEXTO ÁUREO
"Ora, a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam e a prova das coisas que se não veem." (Hb 11.1)

VERDADE PRÁTICA
A fé é a confiança irrestrita nas promessas de DEUS.

LEITURA DIÁRIA
Segunda - Hb 11.4 O sacrifício de Abel e a fé que ainda fala
Terça - Hb 11.5 O testemunho de Enoque e sua trasladação
Quarta - Hb 11.7 A confiança de Noé que o fez herdeiro da justiça
Quinta - Hb 11.8 A obediência de Abraão em sair para um lugar desconhecido
Sexta - Hb 11.22 A fidelidade de José e a ordem acerca de seus ossos
Sábado - Hb 11.24,25 A determinação de Moisés em se recusar a ter o gozo do pecado
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE - Hebreus 11.1-8,22-26,30-34
1 - Ora, a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam e a prova das coisas que se não veem. 2 - Porque, por ela, os antigos ?alcançaram testemunho. 3 - Pela fé, entendemos que os mundos, pela palavra de DEUS, foram criados; de maneira que aquilo que se vê não foi feito do que é aparente. 4 - Pela fé, Abel ofereceu a DEUS maior sacrifício do que Caim, pelo qual alcançou testemunho de que era justo, dando DEUS testemunho dos seus dons, e, por ela, depois de morto, ainda fala. 5 - Pela fé, Enoque foi trasladado para não ver a morte e não foi achado, porque DEUS o trasladara, visto como, antes da sua trasladação, alcançou testemunho de que agradara a DEUS. 6 - Ora, sem fé é impossível agradar-lhe, porque é necessário que aquele que se aproxima de DEUS creia que ele existe e que é galardoador dos que o buscam. 7 - Pela fé, Noé, divinamente avisado das coisas que ainda não se viam, temeu, e, para salvação da sua família, preparou a arca, pela qual condenou o mundo, e foi feito herdeiro da justiça que é segundo a fé. 8 - Pela fé, Abraão, sendo chamado, obedeceu, indo para um lugar que havia de receber por herança; e saiu, sem saber para onde ia.
22 - Pela fé, José, próximo da morte, fez menção da saída dos filhos de Israel e deu ordem acerca de seus ossos. 23 - Pela fé, Moisés, já nascido, foi escondido três meses por seus pais, porque viram que era um menino formoso; e não temeram o mandamento do rei. 24 - Pela fé, Moisés, sendo já grande, recusou ser chamado filho da filha de Faraó, 25 - escolhendo, antes, ser maltratado com o povo de DEUS do que por, um pouco de tempo, ter o gozo do pecado; 26 - tendo, por maiores riquezas, o vitupério de CRISTO do que os tesouros do Egito; porque tinha em vista a recompensa.
30 - Pela fé, caíram os muros de Jericó, sendo rodeados durante sete dias. 31 - Pela fé, Raabe, a meretriz, não pereceu com os incrédulos, acolhendo em paz os espias. 32 - E que mais direi? Faltar-me- a o tempo contando de Gideão, e de Baraque, e de Sansão, e de Jefté, e de Davi, e de Samuel, e dos profetas, 33 - os quais, pela fé, venceram ?reinos, praticaram a justiça, alcançaram promessas, fecharam as bocas dos leões, 34 - apagaram a força do fogo, escaparam do fio da espada, da fraqueza tiraram forças, na batalha se esforçaram, puseram em fugida os exércitos dos estranhos.
OBJETIVO GERAL
Apresentar os gigantes da fé segundo Hebreus 11 e o seu legado para a Igreja.
INTERAGINDO COM O PROFESSOR
Prezado(a) professor(a), estudaremos um dos capítulos mais conhecidos da Epístola aos Hebreus, a galeria dos heróis da fé que se encontra no capítulo 11. Esses heróis e heroínas eram pessoas comuns, sujeitos as intempéries da vida, mas a fé deles em DEUS fez com que superassem grandes obstáculos, fazendo com que o nome do Senhor fosse exaltado. O estudo dessa galeria nos mostra que a fé, embora sendo algo subjetivo, traz sempre resultados práticos.
É importante que você ressalte, no decorrer da lição, que estes heróis da fé, não tinham as Escrituras Sagradas como temos hoje, o que tornava o conhecimento deles a respeito de DEUS, se comparado a nós, limitado.
PONTO CENTRAL
A confiança em DEUS fez com que pessoas comuns se tornassem gigantes da fé.
Resumo da Lição 11, Os Gigantes da Fé e o seu Legado para a Igreja
I - A FÉ QUE GERA CONFIANÇA EM DEUS
1. O sacrifício de Abel.
2. O testemunho de Enoque.
3. A confiança de Noé.
II - A FÉ QUE FAZ VER O INVISÍVEL
1. A obediência de Abraão.
2. A fidelidade de José.
3. A determinação de Moisés.
III - A FÉ QUE DÁ PODER PARA AVANÇAR
1. A ousadia de Josué.
2. A coragem de Raabe.
3. O heroísmo de Gideão.
PARA REFLETIR - A respeito de os Gigantes da Fé e seu Legado para a Igreja, responda:
Qual elemento o autor aos Hebreus cita para falar que JESUS é superior a Abel? O sangue da aspersão (Hb 12.24).
Noé foi lembrado em qual Sermão do Senhor JESUS? No seu Sermão Escatológico de Mateus 24.
Abraão não é pai unicamente dos judeus. Explique. Segundo Gálatas 3.7, pela fé ele era pai de "todos os que creem".
Qual foi o pedido de José? Que na saída dos filhos de Israel do Egito levassem seus ossos (Hb 11.22).
Por que Jericó precisava ser destruída? Porque o ingresso na terra não poderia ser feito enquanto Jericó permanecesse de pé.
SÍNTESE DO TÓPICO I - A fé produz confiança irrestrita em DEUS.
SÍNTESE DO TÓPICO II - A fé nos faz ver o invisível e alcançar o impossível.
SÍNTESE DO TÓPICO III - A confiança em DEUS nos dá poder para avançar e vencer os obstáculos.
CONSULTE
Revista Ensinador Cristão - CPAD, nº 73, p41.
SUGESTÃO DE LEITURA
Heróis da Fé; Uma Jornada de Fé; Fé sob Fogo
Resumo rápido do Pr. Henrique da Lição 11, Os Gigantes da Fé e o seu Legado para a Igreja
INTRODUÇÃO
Depois de provar a supremacia de Cristo em relação aos profetas, aos anjos, a Moisés, a Arão, a Josué, seu sacerdócio superior e a superioridade da Nova Aliança, o autor aos Hebreus fala dos principais heróis da Fé do Antigo Testamento. A fé desses deveria ser seguida.
FÉ
Eis que a sua alma se incha, não é reta nele; mas o justo, pela sua fé, viverá. (ARC) Habacuque 2:4
Porque no evangelho é revelada a justiça de Deus, uma justiça que do princípio ao fim é pela fé, como está escrito: "O justo viverá pela fé".Romanos 1:17
É evidente que diante de Deus ninguém é justificado pela Lei, pois "o justo viverá pela fé". Gálatas 3:11
Mas o meu justo viverá pela fé. E, se retroceder, não me agradarei dele". Hebreus 10:38
I - A FÉ QUE GERA CONFIANÇA EM DEUS
1. O sacrifício de Abel.
Abel adorou a DEUS com a legítima e verdadeira adoração - deu sua vida - Deu sua vida em sacrifício, substituído por um animal e seu sangue, prefigurando o sacrifício de JESUS em nosso Lugar.
Como não podia se matar e oferecer seu sangue (sangue é vida), ofereceu um animal e seu sangue em seu lugar - até hoje isso fala da salvação pelo cordeiro de DEUS, substituto, que tira o pecado do mundo - JESUS. Só por Ele podemos ser salvos.
2. O testemunho de Enoque.
Enoque obteve testemunho que agradara a Deus e, pela fé, foi trasladado (Hb 11.5). O texto é claro ao afirmar que ele foi trasladado para não ver a morte. Retirado da terra antes do dilúvio, além de não provar a morte, ele não viu a destruição em massa da terra. Enoque é o tipo da Igreja arrebatada. Por ter agradado a Deus, foi retirado antes da grande catástrofe que atingiu o planeta. A Igreja que agrada ao Senhor, também será arrebatada antes da Grande Tribulação (Ap 3. 10).
Enoque representa a Igreja.
Como DEUS tinha que todo dia descer para falar com Enoque; DEUS o levou para conversar com ele lá em cima.
A igreja que tem comunhão com o ESPÍRITO SANTO, esta será levada para o céu.
Quanto a ser ou não Enoque que virá na Grande Tribulação como uma das duas testemunhas, não o podemos afirmar.
Para mim são os mesmos que vieram; Para outros serão novas pessoas; Para outros Enoque e Elias.
Cada um com suas suposições. No reino espiritual não existe lógica.
Lembrando que todos os sinais que vão fazer são os mesmos feitos por Moisés e Elias.
Se Enoque representa a igreja, jamais poderia voltar a terra e muito menos morrer.
Já a lei e os profetas, representados por Moisés e Elias duraram até João.
Somente duas pessoas são citadas na Bíblia que não experimentaram a morte, um é Elias, o profeta de Tisbe, o outro é Enoque.
3. A confiança de Noé.
Único a ouvir DEUS em meio a um povo pervertido.(Mt 24.37-39)
"Pela fé, Noé, divinamente avisado das coisas que ainda não se viam, temeu, e, para salvação da sua família, preparou a arca, pela qual condenou o mundo, e foi feito herdeiro da justiça que é segundo a fé" (Hb 11.7). Para salvação de sua família, construiu a Arca. Assim como Noé salvou sua família do Dilúvio, nós devemos salvar a nossa família da grande Tribulação que vem ai.
Noé foi Pregoeiro da justiça, revelando sua fé em DEUS e em suas promessas (2 Pedro 2:5). Pregou por 100 anos e você? Pretende pregar por quanto tempo? É preciso ter fé.
II - A FÉ QUE FAZ VER O INVISÍVEL
1. A obediência de Abraão.
"Pela fé Abraão, sendo chamado, obedeceu, saindo para um lugar que havia de receber por herança; e saiu, sem saber para onde ia." Hebreus 11:8
Sai-te para uma Terra que te mostrarei. Saiu sem saber para onde ia - Isso é fé. Eu coloco o pé e DEUS coloca depois o chão.
Sendo chamado, obedeceu - Feliz o homem que obedece a DEUS quando é chamado por Ele.
Promessa de um legítimo filho demorou 25 anos, mas Abraão creu - 100 tinha Anos e Sara tinha 90 anos quando nasceu Isaque (riso).
DEUS pede seu filho em Sacrifício - Maior prova na vida de Abraão. Aquele filho era mais valioso do que qualquer coisa para Abraão, mas, pela fé, era menos importante que DEUS.
Por causa de sua fé nunca construiu uma casa. Pela fé peregrinou na terra da promessa, como em terra alheia, habitando em tendas com Isaque e Jacó, herdeiros com ele da mesma promessa; porque esperava a cidade que tem os fundamentos, da qual o arquiteto e edificador é Deus”.(Hb 11:8-10).
Essa é a fé que agrada a DEUS a ponto de chamar Abraão de Amigo.
E se cumpriu a escritura que diz: E creu Abraão em Deus, e isso lhe foi imputado como justiça, e foi chamado amigo de Deus" Tiago 2:23
Os que têm o mesmo tipo de fé são chamados filhos de Abraão
“Assim como Abraão creu em Deus, e isso lhe foi imputado por justiça. Sabei pois que os que são da fé são filhos de Abraão.
Ora, não foi Abraão, nosso pai na fé, justificado por obras, quando ofereceu seu próprio filho Isaque sobre o altar?
2. A fidelidade de José.
De escravo a governador da maior nação de sua época.
Tentado, mas sempre fiel a DEUS.
Acreditou que seu povo sairia do Egito e entraria e possuiria a terra Prometida.
Foi vendido, mas não se vendeu (At 7.9,10). A fé o manteve vivo no Egito. A fé de José o fez enxergar o invisível (Hb 11.22). José, pela fé, "viu" o Êxodo do povo judeu, ou seja, acreditou que DEUS os livraria de uma futura escravidão e os introduziria novamente na Terra Prometida - isso é fé de profeta.
A fé que nos faz enxergar o desconhecido e acreditar no futuro é a fé que agrada a DEUS.
3. A determinação de Moisés.
A vida de Moisés se divide em três etapas de 40 anos. Nasceu, tendo como pais Anrão e Joquebede e irmãos, Arão e Miriâ. Seus pais, pela fé, o esconderam da matança de Faraó. Criado como filho da filha de Faraó, Moisés aprendeu a ser construtor de cidades, general de exército, administrador público, etc... Por 40 anos aprendeu a ser grande. Pela fé Moisés deixou toda pompa do Egito e sua posição real para tentar libertar seu povo da escravidão e por isso passou 40 anos no deserto de Midiã, onde se casou com Zípora e teve dois filhos. DEUS chama Moisés ao Monte Horebe e lhe aparece na visão da Sarça e lhe convoca para a missão de tirar Seu povo da escravidão e os trazer até ali para O adorar. Por 40 anos Moisés conduz este povo para a Terra prometida crendo na promessa de DEUS para os levar até lá. Vê a Terra Prometida, mas lá não entra, pois representava a lei e pela lei ninguém herda a promessa de DEUS de descanso (salvação). (Hb 11.24,25). "Teve por maiores riquezas, o vitupério de Cristo do que os tesouros do Egito" (Hb 11.26). Sofreu por seu povo, deu a vida por seu povo.
Anrão e Joquebede tiveram fé para escondê-lo.
Moisés teve fé para se recusar a ser filho da filha de faraó e viver na pobreza a fim de libertar seu povo.
40 anos pelo deserto acreditando que entraria na terra prometida - entrou depois de morto (Monte da Transfiguração - Lucas 9:30).
III - A FÉ QUE DÁ PODER PARA AVANÇAR
1. A ousadia de Josué.
Substituir Moisés não era tarefa fácil. A integridade e a fé de Moisés eram insuperáveis. Era preciso fé em DEUS.
Entrar na Terra e destruir os inimigos exigia muita fé. Não era apenas entrar na terra, mas entrar e destruir os inimigos. O que tinha em mãos era um exército sem armas e sem prática. Era preciso fé em DEUS.
O maior desafio era o primeiro desafio - Jericó, a cidade dos muros intransponíveis. Paciência, Perseverança e muita Fé deveriam ser as armas utilizadas. Venceram pela fé (Hb 11.30).
Rodear jericó e gritar exigia fé sua e do povo, portanto, sua liderança era imprescindível.
2. A coragem de Raabe.
DE UMA GENTIA, PROSTITUTA (RAABE), DE UMA MOABITA (RUTE) E DE UMA OUTRA GENTIA QUE TEVE RELAÇÕES SEXUAIS COM SEU SOGRO (TAMAR) DESCENDERAM TODOS OS REIS DE ISRAEL E POR FIM, JESUS, NOSSO SALVADOR - ISSO É GRAÇA.
RAABE - Hebreus Cap. 11.31 Pela fé, Raabe, a meretriz, não pereceu com os incrédulos, acolhendo em paz os espias. Acreditou no DEUS de milagres.
Deus se agrada da fé. Uma gentia, prostituta, se torna uma ascendente de JESUS, oficialmente, ou seja, legalmente. Todos os reis de Israel são seus descendentes. Casou-se com um judeu, Salmom.
Daí veio Boaz, Obede, Jessé e depois Davi e todos os reis de Israel.
Pela fé Raabe, a meretriz, não pereceu com os incrédulos, acolhendo em paz os espias. (Hebreus 11:31).
E Salmom gerou, de Raabe, a Boaz; e Boaz gerou de Rute a Obede; e Obede gerou a Jessé (Mateus 1:5).
E de igual modo Raabe, a meretriz, não foi também justificada pelas obras, quando recolheu os emissários, e os despediu por outro caminho? (Tiago 2:25).
Os muros de Jericó caíram. Um pedaço do muro não caiu. Neste pedaço de muro que não caiu estava em cima uma casa, nesta casa tinha uma janela e nesta janela tinha um fio vermelho. Era a casa de Raabe, a prostituta, que teve fé em DEUS e foi justificada e santificada e se tornou a mãe dos reis de Israel. Glória a DEUS.
3. O heroísmo de Gideão.
Numa lista de heróis da fé o nome de Gideão aparece em primeiro lugar, não querendo dizer que ele seria o maior deles, pois na lista fala de Samuel e Daniel.
Gideão (Jerubaal - Juízes 7:1) foi um dos juízes durante a transição de Patriarcas para Reis, entre o povo de DEUS. (Hb 11.32). Gideão foi escolhido e designado por DEUS para livrar seu povo da opressão Midianita. Seria preciso fé para reunir um exército de 32 mil homens (Juízes 7.3) e depois mais fé ainda para ficar sem ele. DEUS tinha em mente um plano miraculoso. A fé de Gideão seria testada ao máximo. Com apenas 300 homens teria que vencer um exército de todos os midianitas e amalequitas, e os filhos do oriente que se ajuntaram contra ele e seu diminuto exército de israel. (Juízes 6:33).
Malhando trigo no Lagar (local de fazer suco de uva) - escondido dos Midianitas.
Prova com DEUS. Para saber que DEUS estava com ele fez 3 provas com DEUS. Mesmo assim ainda sua fé precisava ser fortalecida (Juízes 7.10).
Seu exército - 300 homens e suas buzinas e cântaros (Juízes 7:19). Venceu pela fé, pois com esse exército e material bélico jamias venceria.
CONCLUSÃO
A FÉ QUE GERA CONFIANÇA EM DEUS
O sacrifício de Abel e sua fé prefigurava o sacrifício de JESUS. Adoração perfeita. Uma vida sendo oferecida em lugar de outra. O testemunho de Enoque e sua fé sendo trasladado antes do dilúvio representa a igreja que será arrebatada antes da Grande Tribulação, igreja que mantém íntima comunhão com DEUS. A confiança de Noé e sua fé em DEUS salvou sua família e condenou a todos os outros que não entraram na arca, assim como nossa fé ajuda para que nossa família não perca a salvação.
A FÉ QUE FAZ VER O INVISÍVEL
A obediência e a fé de Abraão o fez amigo de DEUS e pai da fé daqueles que possuem o mesmo tipo de fé. Creu e obedeceu, vendo o futuro e desejando uma cidade celeste.
A fidelidade e a fé a DEUS de José em meio às tribulações de sua vida o tornaram governador da maior nação de sua época. A determinação de Moisés e sua fé em DEUS e sua promessa de uma Terra para seu povo o tornaram o homem mais manso da Terra e companheiro de um só homem que voltou à Terra depois de morrer, Elias., no Monte da Transfiguração.
A FÉ QUE DÁ PODER PARA AVANÇAR
A ousadia e a fé de Josué o fez líder de uma grande nação, em substituição a um grande herói da fé – Moisés. Teve fé para, sem armas humanas, derrotar a cidade mais fortificada de Canaã – Jericó. A coragem e a fé de Raabe a salvaram da destruição de Jericó e a tornaram a mãe de todos os reis de Israel e ascendente de JESUS. O heroísmo e a fé de Gideão o tornaram líder de Israel e reconhecido por toda sua nação como enviado por DEUS.
Revista CPAD - 3º Trimestre de 2001 - Título: Hebreus — “... os quais ministram em figura e sombra das coisas celestes” - Comentarista: Elinaldo Renovato
LIÇÃO 12- OS ELEMENTOS ESSENCIAIS DA FÉ:
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE - HEBREUS 11.1-6
1 Ora, a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam e a prova das coisas que se não vêem.
2 Porque, por ela, os antigos alcançaram testemunho. 3 Pela fé, entendemos que os mundos, pela palavra de DEUS, foram criados; de maneira que aquilo que se vê não foi feito do que é aparente.
4 Pela fé, Abel ofereceu a DEUS maior sacrifício do que Caim, pelo qual alcançou testemunho de que era justo, dando DEUS testemunho dos seus dons, e, por ela, depois de morto, ainda fala. 5 Pela fé, Enoque foi trasladado para não ver a morte e não foi achado, porque DEUS o trasladara, visto como, antes da sua trasladação, alcançou testemunho de que agradara a DEUS.
6 Ora, sem fé é impossível agradar-lhe, porque é necessário que aquele que se aproxima de DEUS creia que ele existe e que é galardoador dos que o buscam.
PONTO DE CONTATO:
Na lição passada, vimos o perigo da apostasia e suas conseqüências. Nesta lição, estudaremos a base da vida cristã: a fé. Querendo apresentar uma parte da história antiga para demonstrar a eficiência da fé, o escritor aos hebreus principia seu relato dizendo que a própria criação do universo é uma ilustração da fé. “Pela fé entendemos que os mundos, pela palavra de DEUS, foram criados” (v.3) A fé se baseia na Palavra de DEUS. Esta palavra consiste num poder invisível que produziu do invisível o universo, de maneira que o visível vio a existir das coisas que não aparecem.
CARACTERÍSTICAS | PERSONAGENS |
Fé caracterizada pela obediência irrestrita ao Senhor | Abraão |
Recebeu uma revelação especial de DEUS relativa ao dilúvio | Noé |
Agradou a DEUS por seu andar espiritual diante dEle | Enoque |
Aos olhos de DEUS seu sacrifício teve maior valor | Abel |
OBJETIVOS - Ao término da aula seu aluno deverá estar apto a:
Nomear os elementos que definem a fé.
Listar quatro heróis da fé mencionados nesta lição.
Estimar uma vida de fé ante as dificuldades da carreira cristã.
INTRODUÇÃO
Nesta lição, estudaremos um dos assuntos mais palpitantes da Bíblia: a Fé. Esta palavra tão pequena encerra em si grande conteúdo para os que de DEUS se aproximam. Sem ela não existiria a Igreja, não haveria salvos, esperança de vida futura, não poderíamos esperar um mundo melhor nem creríamos na Segunda Vinda de CRISTO. É por meio da fé que recebemos as bênçãos de DEUS. Esta preciosa e santíssima fé vem-nos através de CRISTO, para que ninguém tenha de que se gloriar (Hb 12.2).
I. CONCEITO DE FÉ
O escritor sacro não pretendeu simplesmente definir a fé, mas sim descrevê-la como elemento fundamental da vida cristã.
1. O firme fundamento.
Fundamento aqui significa muito mais que a mera certeza humana, fruto da lógica, ou do exercício da futurologia. Na visão cristã, tem o sentido de certeza inabalável, ou seja, temos convicção de que servimos a um DEUS onipotente, onisciente e onipresente, que vela por sua Palavra para a cumprir (cf. Jr 1.12; Is 43.13). Significa também certeza absoluta a respeito da nossa salvação. Ver 1 Jo 3.2. Assim, a certeza é o primeiro elemento essencial da verdadeira fé, isto é, “a fé que é por Ele” (At 3.16).
2. Das coisas que se esperam.
“A fé é o firme fundamento das coisas que se esperam...”. O segundo elemento essencial da fé é a esperança. Esta é consubstanciada na forte convicção de que aquilo que se espera da parte de DEUS há de acontecer sempre, independente das circunstâncias. Abraão creu que teria um filho segundo a promessa divina, fruto de sua união com Sara, mesmo quando a lógica humana dissesse o contrário.
3. A prova das coisas que não se vêem.
A “prova” tem o significado de “convicção”, que é o terceiro elemento da fé. Aqui temos um ponto muito importante a considerar. Pessoas há que manipulam este texto para justificar a prática mística do que eles chamam de visualização mental para obtenção do que se deseja. Nesse meio estão certas ramificações da Confissão Positiva. Tal prática não tem apoio nas Escrituras Sagradas. No contexto do capítulo 11 de Hebreus, “as coisas que não se vêem” são as coisas de DEUS, “os bens futuros” (Hb 9.11), “as melhores promessas” (Hb 8.6). Isso porque tais “coisas” foram prometidas por DEUS em sua Palavra, e esta não pode falhar em nenhuma hipótese. Há “crentes” que, iludidos pelo seu próprio coração, asseveram que podem aplicar esse texto (v.1) a qualquer coisa. Por exemplo: “eu creio que DEUS vai me dar um carro novo, e uma bela casa”. Ora, isso é um desejo, mas não uma promessa de DEUS. Pode tornar-se real ou não. É algo condicional e circunstancial.
II. EXEMPLOS MARCANTES DE FÉ
1. Abel.
Foi exemplo de fé sacrificial. A Bíblia não diz em Gênesis 4 por que DEUS aceitou seu sacrifício e não o de seu irmão, o homicida Caim. Mas em Hebreus 11.4 podemos constatar o final da história: enquanto a oferta de Abel foi movida pela fé em DEUS (ver Jd v.11), Caim trilhou seu “caminho” sem fé. A idéia de que a oferta de Abel foi aceita por tratar-se de oferta com sangue (apontava para o sacrifício de
CRISTO) apesar de correta, é parcial, uma vez que a oblação de Caim, mesmo sendo de vegetais, também seria aceita por ser produto do seu trabalho como lavrador (Gn 4.3; ver v.7). Caim tinha má índole; era iracundo e “suas obras eram más” (1 Jo 3.12), por essas razões suas ofertas não foram aceitas pelo Senhor.
2. Enoque.
Exemplo de fé agradável. O pouco que a Bíblia fala sobre esse homem de DEUS encerra a grandeza de seu caráter e de sua fé: “E andou Enoque com DEUS; e não se viu mais, porquanto DEUS para si o tomou” (Gn 5.24). Se ele “andou com DEUS”, ou seja, viveu em íntima comunhão com o Eterno e no centro da sua vontade, diante da extrema incredulidade de seu tempo, foi porque tinha uma fé viva, que via o mundo melhor. Por isso, ainda na terra, antes da sua trasladação, “alcançou testemunho de que agradara a DEUS”. Sem fé não agradamos a DEUS (Hb 11.6).
3. Noé.
Exemplo de fé obediente e justa. Nunca ouvira falar de dilúvio, todavia, “divinamente avisado das coisas que não se viam, temeu” e obedeceu, preparando uma arca “para salvação da sua família”. Noé foi o primeiro homem na Bíblia a ser chamado justo. Isso nos traz uma lição de extremo valor: o homem de fé precisa ser justo diante de DEUS e dos homens.
4. Abraão.
É considerado o pai da fé provada. Quando foi chamado por DEUS, sequer imaginava para onde iria (v.8). Passou anos habitando em tendas, peregrinando “como em terra alheia” (v.9) e recebeu a promessa de que seria “uma grande nação” (Gn 12.2). O Todo-Poderoso mandou que ele olhasse para os céus e contasse as estrelas, se pudesse, dizendo que assim seria sua semente: “e creu ele no Senhor e foi-lhe imputado isto por justiça”. Mais tarde DEUS pediu-lhe em sacrifício seu único filho, Isaque. Sem relutar, o grande patriarca obedeceu piamente a voz do Altíssimo, crendo “que DEUS era poderoso para até dos mortos o ressuscitar” (v.17,18). O DEUS de Abraão é o nosso DEUS. Ele é fiel em cumprir sua palavra (cf.Jr 1.12).
III. VIRAM AS PROMESSAS DE LONGE
1. Todos estes morreram na fé.
Após destacar os quatro primeiros heróis da fé, o escritor declara que eles morreram na fé, “sem terem recebido as promessas, mas, vendo-as de longe...”. Como Paulo, combateram o bom combate, acabaram a carreira e guardaram a fé (2 Tm 4.7).
2. Viram as promessas de longe.
Era a fé fazendo-os olhar para o horizonte ao longe, sem chegar lá, porém contemplando o cumprimento das promessas. Certamente eles usufruíam a salvação em CRISTO porque criam na vida eterna, na entrada nos céus, na vitória sobre o mal e, sobretudo, no reinado eterno de DEUS.
3. Crendo nas promessas, abraçando-as e confessando-as (v.13).
A fé daqueles homens era tão forte e poderosa que, mesmo sem verem o cumprimento das promessas de DEUS, nelas creram e as abraçaram (cf. v.1). Eles consideravam-se “estrangeiros e peregrinos na terra”, porque esperavam uma pátria melhor, definitiva, no futuro, sendo aclamados por DEUS, “porque já lhes preparou uma cidade” (vv.13-16).
IV. HOMENS DOS QUAIS O MUNDO NÃO ERA DIGNO
Na última parte do texto em estudo, a Palavra de DEUS fala de forma comovente sobre dois tipos de heróis da fé. São eles:
1. Os lutadores. As Escrituras apresentam vários exemplos de lutadores. Eles “venceram reinos, praticaram a justiça, alcançaram promessas, fecharam as bocas dos leões, neutralizaram a força do fogo, escaparam do fio da espada”, tudo isso pela fé no Todo-Poderoso.
2. Os martirizados. Foram os que, na luta pela fé, foram açoitados, apedrejados, presos, aflitos, torturados e mortos: “não aceitando o seu livramento, para alcançarem uma melhor ressurreição” (vv.35-37). A história da Igreja registra outros grandiosos exemplos de fé e coragem entre os mártires do cristianismo.
3. Foram homens “dos quais o mundo não era digno”. O “mundo” que não é digno dos homens de DEUS é aquele que se opõe ao bem, e que dificulta a inquirição espiritual. Foi para esse mundo que JESUS apontou ao falar sobre a inevitabilidade das perseguições: “Se o mundo vos aborrece, sabei que, primeiro do que a vós, me aborreceu a mim” (Jo 15.18).
Os homens dos quais o mundo não era digno viram de longe as promessas, mas não as alcançaram, “provendo DEUS alguma coisa melhor a nosso respeito, para que eles, sem nós, não fossem aperfeiçoados” (vv.39,40).
CONCLUSÃO
Hoje para muitos, principalmente crianças e adolescentes que não conhecem a DEUS, os heróis são os ídolos humanos ou virtuais da TV e do cinema. Esses não passam de falsos ídolos e heróis que desencaminham seus admiradores para o mal. Contudo, a Bíblia nos inspira fé e perseverança, necessárias para que confiemos nas promessas de DEUS. Ela nos mostra em suas páginas a vida de homens e mulheres, crianças e adolescentes, jovens e adultos, que nos legaram exemplos extraordinários da verdadeira fé em DEUS.
Subsídio Bibliológico
“Encorajamento palas vitórias da fé (Cap.11). O autor, neste capítulo, destaca a fé como sendo a grande característica e o denominador comum do verdadeiro povo de DEUS em todos os tempos (cf. 10.38,39). Ele
menciona detalhadamente os heróis da fé que viviam sob a antiga aliança e cujos exemplos nos incentivam a sermos leais a DEUS, hoje.
O versículo 1 é muitas vezes citado como uma definição de fé, porém, na realidade é mais uma explicação das características da fé. Em poucas palavras, a fé é simplesmente confiança em DEUS e sua palavra (cf. Rm 10.17). Parafraseando o versículo, poderíamos dizer: “A fé significa que somos confiantes; temos a certeza (algo que serve de base ou apoio a qualquer coisa, como um alicerce, um fundamento, uma promessa ou um contrato) daquilo quer esperamos receber, a convicção da realidade das coisas invisíveis”.
Foi com essa atitude de fé que, naquele tempo, os heróis enfrentaram o futuro e aprenderam as coisas invisíveis. Os antigos alcançaram testemunho e o próprio DEUS também testificou da fé que possuíam, a qual
superou todos os obstáculos, sendo seus feitos registrados na Bíblia como homens de fé (v.2). A crença em DEUS como Criador de todas as coisas do universo é imprescindível para a vida de fé, qualquer que
seja sua manifestação (v.3). ‘Por isso, em primeiro lugar, o autor declara essa ação primária da fé, pela qual chegamos à plena certeza de que o mundo — a História e as eras — não resultou do acaso; é uma resposta à expressão da vontade de DEUS’ (Westcott).” (Comentário Bíblico — Hebreus, CPAD, pág. 158.)
“Creia que ele existe (Hb 11.6). Este versículo descreve as convicções integrantes da fé salvífica. (1) devemos crer na existência de um DEUS pessoal, infinito e santo, que tem cuidado de nós. (2) Devemos crer que Ele nos galardoará quando o buscarmos com sinceridade, sabendo que nosso maior galardão é a alegria e a presença do próprio DEUS. Ele é nosso escudo e nossa grande recompensa (Gn 15.1; Dt 4.29; Mt 7.7,8 nota; Jo 14.21). (3) Devemos buscar a DEUS com diligência e desejar ansiosamente a sua presença e graça.” (Bíblia de Estudo
Pentecostal, CPAD, pág. 1916.)
O Testemunho da Fé
Ora, a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam e a prova das coisas que se não vêem.
Este é o mais lido e conhecido dos 13 capítulos da Epístola aos Hebreus. Alguns escritores da Bíblia o tem denominado de “A Galeria dos Heróis da Fé”, visto que ela (a fé) encontra-se presente do começo ao fim deste capítulo, marcando cada acontecimento. Tudo aqui se dá pela fé. A expressão “pela fé” aparece cerca de 20 vezes, para mostrar o que a fé representa para a vida religiosa. Descobrimos aqui também que existem duas maneiras de DEUS aplicar a fé com relação ao cristão.
João Calvino, em um trecho de suas Institutas, define qualquer natureza de fé como parte integrante da salvação. Seja ela comum ou tida como fé especial, quando é demonstrada como sendo um dos dons de poder (cf. I Co 12.9). “Onde quer que exista fé viva, ela necessariamente deve ser acompanhada pela esperança da salvação eterna como doação divina mediante esta fé, pois se não tivermos esta esperança, por mais eloquentemente que discorramos sobre a fé, fica evidente que não temos fé nenhuma...” Há pessoas que são escolhidas para honrarem a fé, enquanto outras são determinadas por DEUS para que a fé os honre. Em outras palavras: uns morrem na fé, e outros morrem pela fé. Não pode haver bom fundamento sem o alicerce da fé, visto ser ela aqui apresentada como sendo “o fundamento principal” da nossa salvação (Ef 2.8,9).
Porque, por ela, os antigos alcançaram testemunho.
As Escrituras estão permeadas de diversos acontecimentos que foram promovidos pela fé. DEUS operou de várias maneiras, com o objetivo de honrar a fé dos seus servos que nEle depositaram a sua confiança. Alguns destes milagres operados em resposta a necessidades prementes, se visualizados dentro da lógica humana, seriam tidos como impossíveis. Mas sabemos que para DEUS nada é impossível, pois Ele opera quando quer e pode ultrapassar qualquer possibilidade daquilo que é impossível. “Porque para DEUS nada é impossível” (Lc 1.37). Aqui, portanto, cabe a frase que se delineia para o campo da fé quando esta opera milagres: “o milagre não se explica, se aceita”. E o testemunho da fé somente pode ser alcançado por meio da fé, porque sem fé é impossível que tal testemunho seja consolidado.
Pela fé, entendemos que os mundos, pela palavra de DEUS, foram criados; de maneira que aquilo que se vê não feito do que é aparente.
A insistência do homem em não atribuir a criação ao supremo poder de DEUS é pura ilusão. DEUS criou os céus
pelo supremo poder da palavra (I Cr 16.26; Jó 26.13; SI 8.3; 33.6; 96.5; 136.5; Pv 8.27). Criou também os céus e a terra (Êx 20.11; 31.17; Ne 9.6; SI 89.11,12; 102.25; 115.3,15,16; 121.2; 124.8; 134.3; 146.6; Pv 3.19; Is 37.16; 42.5; 44.24; 51.13,16; Jr 10.12; 32.17; 51.15; Zc I2.1; At
4.24; 14.15; Ef 3.9; 2 Pe 3.5; Ap 4.11; 10.6; 13.8). DEUS os criou em seis dias (Ex 20.11; 31.17). São sustentados pelo poder de sua palavra (SI 33.9; 148.5; Hb 1.3; 2 Pe 3.5). Partes desses céus criados por DEUS, isto é, o céu atmosférico e o céu estelar, passarão com grande estrondo no Dia do Senhor. O apóstolo Pedro usou uma terminologia grega literária: O substantivo rhoizos era usado no grego antigo a propósito do zunido da flecha ou para aludir ao rugido de um incêndio ou, provavelmente, ao enrolamento dos céus como pergaminho.
Pela fé, Abel ofereceu a DEUS maior sacrifício do que Caim, pelo qual alcançou testemunho de que era justo, dando DEUS testemunho dos seus dons, e, por ela, depois de morto, ainda fala.
Abel e Caim eram dois irmãos que nasceram dos mesmos pais e no mesmo lar. Um dia, os dois ofereceram a DEUS sacrifícios como forma de agradecimento pela prosperidade alcançada por ambos. “... Abel foi pastor de ovelhas, e Caim foi lavrador da terra. E aconteceu, ao cabo de dias, que Caim trouxe do fruto da terra uma oferta ao Senhor. E Abel também trouxe dos primogênitos das suas ovelhas e da sua gordura; e atentou o Senhor para Abel e para a sua oferta. Mas para Caim e para a sua oferta não atentou...” (Gn 4.2-5). A aceitação de Abel e a rejeição de Caim por parte de DEUS deu-se por dois motivos distintos: Abel era justo — pertencia a DEUS (Mt 23.35), Caim era injusto pertencia ao maligno (I Jo 3.12). Caim não alcançou nenhum testemunho; Abel, pelo contrário, alcançou o testemunho da fé que o tornou imortal, e mesmo “depois de morto [seu testemunho], ainda fala”.
A Fé através dos Séculos
Pela fé, Enoque foi trasladado para não ver a morte e não foi achado, porque DEUS o trasladara, visto como, antes da sua trasladarão, alcançou testemunho de que agradara a DEUS.
A história de Enoque se encontra em Gênesis 5.18-24 e começa assim: “E viveu Jarede cento e sessenta e dois anos e gerou a Enoque. E viveu Jarede, depois que gerou a Enoque, oitocentos anos e gerou filhos e filhas... e viveu Enoque sessenta e cinco anos e gerou a Metusalém. E andou Enoque com DEUS, depois que gerou a Metusalém, trezentos anos e gerou filhos e filhas. E foram todos os dias de Enoque trezentos e sessenta e cincos anos. E andou Enoque com DEUS; e não se viu mais, porquanto DEUS para si o tomou”. No versículo 5 deste capítulo da Epístola aos Hebreus é exaltada a fé deste grande homem
de DEUS, dizendo que ele “.f o i trasladado para não ver a morte”, e em Judas 14 nos é dito que Enoque era também profeta de DEUS. Enoque teve o mesmo privilégio que teve Elias, outro profeta de DEUS que fora arrebatado vivo, sendo levado ao céu num carro de fogo por meio de um redemoinho (2 Rs 2.11).
Ora, sem fé é impossível agradar-lhe, porque é necessário que aquele que se aproxima de DEUS creia que ele existe e que égalardoador dos que o buscam.
O assunto principal abordado no presente capítulo — a fé
compreende ainda Hebreus 10.38 até 12.2, e marca cinco períodos de suma importância:
1°A fé no período da criação (1-3). Esta fé assinala que o que hoje existe, já houve um tempo quando não existia.
2° A fé no período primordial (4-7). Notemos que começa não com Adão, mas com Abel. No caso de Abel, era fé no sacrifício oferecido a DEUS; no de Enoque, fé na comunhão com DEUS; no de Noé, fé que testifica.
3° A fé no período dos patriarcas (8-22). O escritor fala primeiro da fé e das coisas invisíveis (8-16), depois da fé e das coisas improváveis (17-22). Abraão creu que DEUS era capaz de ressuscitar os mortos. A fé de Isaque aceitou a determinação divina, que pôs de lado as consagradas leis de herança. Na esfera espiritual, nossos propósitos muitas vezes sofrem modificações por DEUS, e somente pela fé é que podemos aproveitar as lições que disso advêm.
4° A fé durante o período israelita (23-40). Notemos particularmente no caso de Moisés como sua fé era sempre a “visão do invisível” — era o que ele percebia com DEUS. E vemos ainda que ele, por essa fé, recusou (24) as vantagens do mundo; escolheu (25) uma sorte aparentemente desprezível; deu valor (26) ao privilégio de sofrer com o povo de DEUS; enxergou (27) aquilo que o olho natural não percebe; deixou a terra onde nascera e não temeu, mas ficou firme, como quem enxerga o invisível.
5o A fé cristã iniciada por JESUS (12.1,2). Esta fé assinala o período da dispensação da graça, quando o homem é salvo e justificado por ela. Em JESUS, a fé e a graça justificam e salvam os homens. “Sendo justificados gratuitamente pela sua graça...” — “Sendo, pois, justificados pela fé...” (Rm 3.24; 5.1). E o apóstolo Paulo acrescenta: “Porque pela graça sois salvos, por meio da fé...” (Ef 2.8).
7 Pela fé, Noé, divinamente avisado das coisas que ainda não se viam, temeu, e, para salvação da sua família, preparou a arca, pela qual condenou o mundo, e foi feito herdeiro da justiça que é segundo a fé.
A história que marcou a fé deste grande patriarca encontra-se narrada em Gênesis 5—10, além de outras passagens que falam dele, seja no texto ou no contexto (Is 54.9; Ez 14.14,20; Mt 24.37-39; Lc 17.26,27; I Pe 3.20; 2Pe 2.5). Noé já era um homem reto quando DEUS lhe deu a ordem de construir a arca. E com fidelidade ele cumpriu essa ordem. Ele cresceu na retidão, tornando-se herdeiro da própria justiça de DEUS. Noé foi o décimo e último dos patriarcas antediluvianos; era filho de Lameque, que tinha 182 anos de idade quando Noé nasceu (Gn 5.28,29). Ele creu naquilo que nunca tinha visto, porque fora DEUS quem falara. A construção da arca para sua salvação e de sua família, talvez por um período de 100 anos, era mesmo um ato de fé, porque nesse tempo ainda nem se quer chovia (cf. Gn 2.5,6;8.22).
Pela fé, Abraão, sendo chamado, obedeceu, indo para um lugar que havia de receber por herança; e saiu, sem saber para onde ia.
Os estudiosos destacam cerca de “sete maneiras” pelas quais a fé operava em Abraão:
1° — Abraão foi “chamado” por DEUS para deixar a sua terra natal e tornar-se um peregrino, em busca de um país melhor. A fé exigiu “ação aventurosa” da sua parte (v. 8).
2o — A fé de Abraão o tornou um peregrino. Ele tinha uma herança, mas não entrou na posse da mesma. Sua peregrinação o levou a reconhecer que nesta terra não tinha habitação certa, e que a herança do crente não pode estar neste mundo — Devemos, portanto, aguardar uma herança celestial (w. 9,10).
3o — A fé foi um poder miraculoso, nele operante, bem como naqueles que com ele andavam, como Sara e outros (w. 11,12).
4o — A fé abre a “dimensão eterna” à vida; leva o indivíduo a reconhecer que o ser humano realmente pertence a um mundo espiritual e superior (v. 16).
5° — A fé nos ensina que DEUS é o nosso DEUS; que não há limite para a glória, pois na filiação o infinito é trazido ao que é finito (v. 16).
6° — A fé nos ensina que há um sacrifício supremo a ser feito à vontade de DEUS, a fim de que se cumpra em nós tudo quanto foi por Ele designado (v. 17).
o — A fé nos ensina a esperar o impossível, porquanto dependemos do poder de DEUS, que transmite vida e opera milagres (v. 19).
Abraão e sua Descendência
Pela fé, habitou na terra da promessa, como em terra alheia, morando em cabanas com Isaque e Jacó, herdeiros com ele da mesma promessa.
Esses três patriarcas: Abraão, Isaque e Jacó, são mencionados freqüentemente, porque suas vidas representam três gerações de homens que viveram dentro dos limites da mesma fé. Suas vidas cobriram todo o período de peregrinação na Terra Prometida. Depois de Jacó, veio a descendência que foi levada ao cativeiro egípcio. Seus nomes são tomados para exemplificar a própria existência de DEUS, quando deles testifica, dizendo: “Eu sou o DEUS de Abraão, o DEUS de Isaque e o DEUS de Jacó...” (Mt 22.32). Aqui no texto em foco, DEUS se apresenta particularmente a cada patriarca. Ele bem poderia dizer: “Eu sou o DEUS de Abraão, de Isaque e de Jacó”, resumindo assim tempo e espaço. Contudo, Ele usou a extensão de seu nome para cada um deles, quando disse: “Eu sou o DEUS de Abraão, o DEUS de Isaque e o DEUS de Jacó”. Isso fala da fé extensiva e progressiva que vai passando de pai para filho. Jacó pertencia a uma família que tinha vivido na fé. De Timóteo se diz que a fé que ele professava foi herdada de sua família cristã piedosa, como escreve Paulo: “trazendo à memória a fé não fingida que em ti há, a qual habitou primeiro em tua avó Lóide e em tua mãe Eunice, e estou certo de que também habita em ti” (2Tm 1.5). A fé de sua avó Lóide e de sua mãe Eunice, e o ensinamento das “sagradas letras” em sua meninice lhe fizeram idôneo, sábio e capaz para o desempenho espiritual de sua vida e de seu ministério (2Tm 3.15).
Porque esperava a cidade que tem fundamentos, da qual o artífice e construtor é DEUS.
O escritor sagrado faz aqui alusão à Jerusalém celestial, da qual o artífice e construtor é DEUS. Ela encontra-se edificada sobre um alto e sublime monte (Ap 21.10). Ela desce do céu para receber os remidos, pois é impossível construir uma cidade santa aqui na terra (cf. Fp 4.20). O fato de ser chamada de “cidade mãe” corresponde à alegoria que Paulo faz em Gálatas 4.22-26, quando diz: “... está escrito que Abraão teve dois filhos, um da escrava e outro da livre. Todavia, o que era da escrava nasceu segundo a carne, mas o que era da livre, por promessa, o que se entende por alegoria; porque estes são os dois concertos: um, do monte Sinai, gerando filhos para a servidão, que é Agar. Ora, esta Agar é Sinai, um monte da Arábia, que corresponde à Jerusalém que agora existe, pois é escrava com seus filhos. Mas a Jerusalém que é de cima é livre, a qual é mãe de todos nós”. Durante sua peregrinação, Abraão nunca optou por morar na cidade de Jerusalém. Cremos que se este fosse o seu desejo, ele teria toda a liberdade de fazê-lo. Esta cidade fazia parte de sua herança e Melquisedeque, que nesta época era rei e sacerdote ali, era amigo de Abraão e de sua parentela. Mas Abraão não se aproveitou de nenhuma destas circunstâncias, pois tinha em mente uma outra linda cidade — a cidade do DEUS vivo, a Jerusalém celestial —, por esta razão se declarou peregrino aqui na terra durante a sua vida.
Pela fé, também a mesma Sara recebeu a virtude de conceber e deu à luz já fora da idade; porquanto teve por fiel aquele que lho tinha prometido.
Aqui, o autor fala da esterilidade de Sara e no versículo seguinte, do amortecimento de Abraão; a fé curou os dois e Sara tornou-se fértil. Abraão era um homem idoso, que já passara da idade de gerar filhos, e sua esposa, Sara, era estéril; porém, DEUS consertou tudo aquilo, porque para Ele nada é impossível (Gn 18.14; Lc 1.37). Quando abrimos o Novo Testamento, observamos que o DEUS Todo-poderoso permanece o mesmo. Isabel e Zacarias “... eram ambos justos perante DEUS, vivendo irrepreensivelmente em todos os mandamentos e preceitos do Senhor. E não tinham filhos, porque Isabel era estéril, e ambos eram avançados em idade” (Lc 1.6,7). Contudo, o DEUS que operou milagrosamente no idoso casal do Antigo Testamento, concedendo-lhes Isaque, também operou eficazmente aqui no Novo Testamento, dando a Zacarias e a Isabel o profeta João Batista. O segredo de se honrar a DEUS com a fé é começar a crer na possibilidade de suas promessas. Jó cria em qualquer dessas possibilidades quando disse: “Bem sei eu que tudo podes, e nenhum dos teus pensamentos pode ser impedido” (Jó 42.1,2).
Pelo que também de um, e esse já amortecido, descenderam tantos, em multidão, como as estrelas do céu, e como a areia inumerável que está na praia do mar.
A promessa de DEUS a Abraão era de que ele se tornaria pai de uma multidão de filhos. Isto se cumpriu não apenas literalmente, como também no aspecto espiritual da promessa divina para com o patriarca. Ele foi pai de Ismael, que se tornou o progenitor dos árabes meridionais. Depois da morte de Sara, Abraão casou com Quetura e dela gerou seis filhos: “Zinrã, e Jocsã, e Medã, e Midiã, e Isbaque, e Suá” (Gn 25.1,2). Abraão aconselhou a todos que se fossem se estabelecer na terra oriental; “eles assumiram um estilo de vida nômade e [segundo alguns historiadores], por fim, alcançaram toda a vasta península sírio-árabe”1. Ali, estes descendentes de Abraão, hoje subdivididos em vários povos árabes do Oriente Médio, formaram várias nações. Porém o pacto de DEUS com Abraão falava de uma extensão maior de famílias que viriam através do filho da promessa — Isaque. E assim, todas as nações, todas as raças, foram incluídas como beneficiárias da fé de Abraão, sendo CRISTO a figura central em todos estes acontecimentos.
Todos estes morreram na fé, sem terem recebido as promessas, mas, vendo-as de longe, e crendo nelas, e abraçando-as, confessaram que eram estrangeiros e peregrinos na terra.
Abraão e seus descendentes mais próximos, tais como Isaque, Jacó e os patriarcas filhos de Jacó, peregrinaram na terra de Canaã, e alguns deles foram ali sepultados na cova de Macpela, nos carvalhais de Manre, na cidade de Hebrom (Gn 49.29-32; 50.5-13). Contudo, durante suas vidas aqui na terra, eles não chegaram a alcançar a posse total daquela terra que fora dada por DEUS a Abraão por meio de um juramento.
Mas eles morreram na fé — quer dizer, na confiança de que DEUS era fiel para cumprir seu juramento, confirmando aquela terra por herança perpetua à descendência de Abraão. Com efeito, porém, o anseio maior destes servos de DEUS era uma pátria celestial, por esta razão ”... confessaram que eram estrangeiros e peregrinos na terra”. Essa confissão feita pelos patriarcas durante os tempos de suas peregrinações era tanto oral como moral. Eles confessavam a DEUS com suas palavras e com seus exemplos, o que também serve de modelo para a Igreja cristã do Pentecostes ao arrebatamento (Fp 2.15).
A Pátria Celestial
14 Porque os que isso dizem claramente mostram que buscam uma pátria.
O escritor sagrado continua até o versículo 16 com o mesmo argumento, mostrando que os patriarcas buscavam uma pátria melhor do que aquela onde tinham nascido e viviam: eles buscavam a pátria celestial. O objetivo dessa argumentação é mostrar àqueles cristãos e aos demais santos de todos os tempos que a verdadeira pátria dos salvos não é aquela onde eles nasceram ou viveram, mas a pátria celestial. Paulo aspirava por esta pátria divina, e dela falou: “Mas a nossa cidade está nos céus, donde também esperamos o Salvador, o Senhor Jesus CRISTO” (Fp 3.20). A terra da promessa sempre foi almejada pelo povo de DEUS em ambos os Testamentos. Os judeus, quando se encontram fora de sua pátria, sempre aspiram para a ela voltarem. Outros cristãos de todo o mundo também amam esta pátria e sempre que têm a oportunidade, vão conhecê-la e
nela adorar ao Senhor. Mas a aspiração das almas sequiosas pela presença de DEUS não é esta pátria terrena, e sim, a celestial.
E se, na verdade, se lembrassem daquela de onde haviam saído, teriam oportunidade de tornar.
Abraão, Isaque e Jacó possuíam tudo o que as pessoas bem- sucedidas têm aqui neste mundo. Eles possuíam riquezas, bens diversificados e glórias que os grandes de seus dias possuíam. Se Abraão quisesse voltar para Ur, cidade de seu nascimento, poderia bem fazê-lo. Isaque, quando seu pai morreu, ficou também com suas riquezas. O mesmo aconteceu também com Jacó que, além de sua riqueza adquirida em Arã, herdou a parte que lhe cabia, quando Isaque morreu. Contudo, nenhum deles se valeu de suas riquezas e de seu poder para voltar à terra de seus ancestrais, mas permaneceram firmes na terra onde DEUS havia manifestado seu propósito para com eles. Em figura de retórica, isso significa que jamais o cristão deve voltar para a terra de onde veio (o mundo), mas deve avançar até alcançar a verdadeira terra que mana leite e mel (o céu), a capital da nova terra, em que habita a justiça (2 Pe 3.13).
Mas, agora, desejam uma melhor, isto é, a celestial.
Pelo que também DEUS não se envergonha deles, de se chamar seu DEUS, porque já lhes preparou uma cidade.
Em algumas versões, como a Revista e Atualizada, por exemplo, ao invés de “... uma [pátria] melhor”, lê-se: “uma pátria superior”, indicando que aquela pátria que dera a Abraão e aos seus descendentes o direito de cidadania não era a verdadeira pátria permanente prometida por DEUS. Restava, portanto, uma outra pátria, a celestial. Naquela pátria superior, DEUS já lhes preparou uma cidade, “... a nova Jerusalém, que de DEUS descia do céu” (Ap 21.2). Assim relatou o escritor desta epístola, em 12.23, quando descrevia a chegada destes peregrinos à pátria por eles almejada: “Mas chegastes ao monte de Sião, e à cidade do DEUS vivo, à Jerusalém celestial, e aos muitos milhares de anjos”. Hoje, qualquer cidade do mundo, pequena ou grande, não oferece a segurança que seus cidadãos gostariam de nela encontrar. Mas na cidade de DEUS cada cidadão se sentirá seguro, porque “... não entrará nela coisa alguma que contamine e cometa abominação...” (Ap 21.27).
Isaque como Símbolo do Sacrifício de CRISTO
Pela fé, ofereceu Abraão a Isaque, quando foi provado, sim, aquele que recebera as promessas ofereceu o seu unigênito.
Quando Isaque tinha crescido e se tornara um rapaz formoso, aos olhos de seus pais e também aos olhos de todos, Abraão ouviu a voz de DEUS. Esta era a oitava vez que DEUS falara com ele, dando-lhe sua orientação divina. Mas esta mensagem não trazia o mesmo teor daquelas anteriores, conforme escreve o autor sagrado: “E aconteceu, depois destas coisas, que tentou DEUS a Abraão e disse-lhe: Abraão! E ele disse: Eis-me aqui. E disse: Toma agora o teu filho, o teu único filho, Isaque, a quem amas, e vai-te à terra de Moriá, e oferece-o ali em holocausto sobre uma das montanhas, que eu te direi” (Gn 22.1,2). O Alcorão diz que no monte Moriá foi oferecido Ismael, o primeiro filho de Abraão com a escrava egípcia. Mas é impossível que Moisés tenha se enganado quando escrevia o Pentateuco, trocando Isaque por Ismael. Isaque, o filho da promessa, foi o filho que DEUS ordenara a Abraão para tal sacrifício.
Sendo-lhe dito: Em Isaque será chamada a tua descendênàa, considerou que DEUS era poderoso para até dos mortos o ressuscitar.
Martinho Lutero traz uma meditação de grande inspiração no tocante a este acontecimento, dizendo: “Abraão o amarrou e deitou sobre a lenha. O pai ergueu o cutelo. O corpo de Isaque exposto àquele imenso cutelo afiado, que caminhava em direção a sua garganta inocente. Se tivesse DEUS dormita- do por um instante, o jovem estaria morto. Eu não poderia ter contemplado. Não posso fazer meus pensamentos prosseguirem. O jovem era uma ovelha para o matadouro. Nunca, na história, houve tal obediência, salvo somente a de CRISTO. Mas DEUS estava observando, bem como todos os anjos. O Pai ergueu a faca; o corpo não estremeceu. O anjo clamou: Abraão, Abraão!’ Vemos como a majestade divina está às portas, na hora da morte. Dizemos: ‘Em meio à vida, morremos’. DEUS responde: ‘Sim, e em meio à morte, vivemos”’.
E daí também, em figura, ele o recobrou.
Muitos comentaristas vêem aqui nesta alegoria a morte e ressurreição de CRISTO. E JESUS parece querer ligar o oferecimento de Isaque no monte Moriá com sua morte na cruz, quando disse aos judeus: “Abraão, vosso pai, exultou por ver o meu dia, e viu-o, e alegrou-se. Disseram-lhe, pois, os judeus: Ainda não tens cinquenta anos e viste Abraão? Disse-lhes Jesus: Em verdade, em verdade vos digo que, antes que Abraão existisse, eu sou” (Jo 8.56-58). Podemos ver ali no Moriá, como também aqui no pensamento do autor, uma verdadeira alegoria (Gn 22.1-19).
Abraão — representa DEUS
Isaque nesse momento — o pecador
O monte Moriá — o Calvário
O cordeiro — JESUS
A árvore — a cruz
As pontas que seguravam o cordeiro ao arbusto — os cravos.
O fato de JESUS afirmar ser “antes de Abraão”, e não posterior a ele, confirma aquilo que JESUS disse aos judeus, quando estes questionaram sua idade, dizendo: “Ainda não tens cinqüenta anos e viste Abraão?”, ao que JESUS lhes respondeu: “Em verdade, em verdade vos digo que, antes que Abraão existisse, eu sou” (Jo 8.57,58). Portanto, CRISTO é antes de Abraão.
O cordeiro substituiu Isaque, e o Cordeiro de DEUS (JESUS) foi o substituto do pecador (I Jo 2.1,2).
Pela fé, Isaque abençoou Jacó e Esaú, no tocante às coisas futuras.
Em Gênesis 27; 28, encontramos Isaque abençoando a seus dois filhos, Jacó e Esaú. Jacó foi abençoado, ouvindo seu pai pronunciar as seguintes palavras: “Assim, pois, te dê DEUS do orvalho dos céus, e das gorduras da terra, e abundância de trigo e de mosto. Sirvam-te povos, e nações se encurvem a ti; sê senhor de teus irmãos, e os filhos da tua mãe se encurvem a ti; malditos sejam os que te amaldiçoarem, e benditos sejam os que te abençoarem” (Gn 27.28,29). Na bênção conferida a Esaú, por outro lado, foi-lhe dito que ele deveria habitar longe “das gorduras da terra e sem orvalho dos céus”, conforme está escrito: “Então, respondeu Isaque, seu pai, e disse-lhe: Eis que a tua habitação será longe das gorduras da terra e no orvalho dos céus. E pela tua espada viverás e ao teu irmão servirás. Acontecerá, porém, que, quando te libertares, então, sacudirás o seu jugo do teu pescoço” (Gn 27.39,40). Estas profecias têm se cumprido fielmente nas vidas destes dois povos, porque elas foram proferidas pela fé, e DEUS honrou a fé — porque a fé honra a DEUS!
As Gerações Posteriores
Pela fé, Jacó, próximo da morte, abençoou cada um dos filhos de José e adorou encostado à ponta do seu bordão.
Podemos destacar três fases da vida de Jacó:
Ele nasceu lutando; Viveu enganando; Morreu abençoando.
Nasceu lutando. A primeira batalha de Jacó foi com seu irmão ainda no ventre materno. “E os filhos lutavam dentro dela; então, disse: Se assim é, por que sou eu assim? E foi-se a perguntar ao Senhor. E o Senhor lhe disse: Duas nações há no teu ventre, e dois povos se dividirão das tuas entranhas: um povo será mais forte do que o outro povo, e o maior servirá ao menor” (Gn 25.22,23). Jacó também lutou “... com DEUS e com os homens”, quando atravessava o ribeiro de Jaboque (Gn 32.28). Na primeira batalha, Jacó nasceu fisicamente — na segunda, nasceu espiritualmente (Gn 32.30). Ele ainda participou de uma outra batalha com os amorreus por causa de ”... um pedaço de terra”, cujos detalhes não nos são revelados. Contudo, esta batalha aconteceu — e nela Jacó foi vitorioso (Gn 48.22)
Viveu enganando. O lado negativo de Jacó foi o engano. Talvez seu nome tenha exercido alguma influência sobre isso, pois sua vida mudou quando DEUS mudou o seu nome de Jacó para Israel. Jacó quer dizer “suplantador”, ou “enganador”, enquanto Israel significa “aquele que luta com DEUS”. Jacó enganou seu pai (Gn 27.29), seu irmão (Gn 27.36), seu sogro algumas vezes (Gn 30). Foi também enganado diversas vezes (Gn 29; 30). Ali operava a lei do mais esperto: “enganado e sendo enganados” (2Tm 3.13).
Jacó morreu abençoando. Após seu encontro com DEUS no vale de Jaboque, Jacó se transformou em um novo homem, e a partir daí ele é mencionado por diversas vezes abençoando.
Abençoou seus 12 filhos (Gn 49.28);
Finalmente, morreu adorando.
Pela fé, José, próximo da morte, fez menção da saída dos filhos de Israel e deu ordem acerca de seus ossos. Já bem perto de sua morte, José profetizou a libertação dos filhos de Israel do jugo egípcio, dizendo: “Certamente, vos visitará DEUS, e fareis transportar os meus ossos daqui” (Gn 50.25).
José recebeu de DEUS um discernimento especial no tocante à posse da Terra Prometida. Isso explica o seu desejo de que seus ossos fossem conduzidos quando DEUS provesse a grande libertação de seu povo, e ali em Canaã fossem sepultados como símbolo da participação na liberdade conferida por DEUS. Quando “... subiram os filhos de Israel da terra do Egito armados. E tomou Moisés os ossos de José consigo, porquanto havia este estreitamente ajuramentado aos filhos de Israel, dizendo: Certamente DEUS vos visitará; fazei, pois, subir daqui os meus ossos convosco” (Ex 13.18,19). O desejo deste grande servo de DEUS foi por ele e pelo povo eleito cumprido! “Também enterraram em Siquém os ossos de José, que os filhos de Israel trouxeram do Egito, naquela parte do campo que Jacó comprara aos filhos de Hamor...” (Js 24.32).
Moisés e o Êxodo
Pela fé, Moisés, já nasàdo, foi escondido três meses por seus pais, porque viram que era um menino formoso; e não temeram o mandamento do rei.
Esconder uma criança saudável e robusta com poder absoluto de chorar, espernear e gritar em alta voz foi realmente um ato de fé. Contudo, chegou um momento quando seus pais “não podendo, porém, mais escondê-lo”, usaram novamente o poder da fé. Moisés foi colocado numa “arca de junco” e esta lançada nas correntezas do rio Nilo. Mas a mão divina guiou aquela pequena “embarcação” até onde se encontrava a filha do monarca egípcio que, vendo Moisés chorando: "... moveu-se de compaixão dele”. A partir daí, a fé e a proteção divina estavam presentes na vida daquele que DEUS havia escolhido para libertar o seu povo da escravidão.
Pela fé, Moisés, sendo já grande, recusou ser chamado filho da filha de Faraó,
Ser chamado filho da filha do monarca egípcio era um dos maiores privilégios daquela época. Recusar tamanho privilégio era, portanto, um verdadeiro ato de fé. Moisés foi alvo da misericórdia de DEUS e também da bondade da princesa egípcia Thermuthis (segundo Flávio Josefo, é o nome da princesa que adotou Moisés. Alguns historiadores afirmam ainda que seu nome seria Hatchepsute2 ), filha de Faraó, que passeava pela margem do rio Nilo, “... viu a arca no meio dos juncos, e enviou a sua criada, e a tomou. E, abrindo-a, viu o menino, e eis que o menino chorava; e moveu-se de compaixão dele...” (Êx 2.5,6). Thermuthis, não tendo filhos, “... o adotou; e chamou o seu nome Moisés e disse: Porque das águas o tenho tirado” (Êx 2.10).
escolhendo, antes, ser maltratado com o povo de DEUS do que, por um pouco de tempo, ter o gozo do pecado;
Somente a eternidade poderá nos revelar o que a fé pode fazer para honrar a DEUS, como a decisão de Moisés em escolher
ser maltratado ao lado de um grupo de escravos, sofrendo debaixo do julgo egípcio. Tal decisão levou Moisés a ser odiado por Faraó e pelos seus súditos. Josefo nos informa que antes mesmo da morte do egípcio por Moisés, os súditos de Faraó aconselharam ao rei que o mandasse matar. O monarca prestou ouvidos a tais palavras, porque a grande fama de Moisés já lhe causava inveja e ele começava a temer que o sobrepujasse também. Mas Moisés nada disso temeu; ele sabia que DEUS tinha um plano para sua vida com relação a Israel. E pelos inúmeros incidentes que marcaram sua vida, ele era, portanto, a pessoa escolhida por DEUS para a libertação de seu povo (cf. At 7.25). O Diabo usou de todos os meios sombrios de destruição e de todas as suas artimanhas para que Moisés não se tornasse o grande libertador do povo de DEUS, buscando assim frustrar o plano divino para com este povo. Mas DEUS operou milagrosamente em tudo, e mais uma vez, como sempre, o Diabo foi derrotado.
tendo, por maiores riquezas, o vitupério de CRISTO do que os tesouros do Egito; porque tinha em vista a recompensa.
Quem conhece o Egito sabe que ali existem alguns dos maiores tesouros da humanidade encontrados pela arqueologia. O museu de Antiguidade do Cairo revela todos os detalhes dessa suntuosidade. Basta contemplar os tesouros que foram encontrados no túmulo de Tutankamon, no Vale dos Reis, monarca egípcio assassinado aos 18 anos de idade. Este achado deu-se em 4 de novembro de 1922, por Howard Carter. O sarcófago onde se encontrava o corpo do rei é recoberto de ouro e pesa cerca de 1.800 libras (cerca de 816 quilos). Sua máscara mortuária consta de 200 quilos de ouro incrustado com lápis-lazúli, turquesas e coralinas. Além de mais quatro sarcófagos — todos recobertos de ouro, inúmeros objetos, em sua maioria de ouro ou pedras preciosas, foram também ali encontrados. Além dos tesouros de Tutankamon, outros achados preciosíssimos relacionados à vida dos faraós têm sido encontrados pela arqueologia ou por pessoas comuns. Flávio Josefo também nos diz que quando Faraó colocou Moisés em seus braços, para agradar a sua filha, mandou que colocassem na cabeça de Moisés um diadema. Moisés, como uma criança que se diverte, tirou-o e o jogou no chão, pisando-lhe em cima. Muitos destes “tesouros do Egito” foram descobertos, inclusive em escavações mais recentes. Contudo, Moisés teve por “... maiores riquezas o vitupério de CRISTO... porque tinha em vista a recompensa” do porvir.
Pela fé, deixou o Egito, não temendo a ira do rei; porque ficou firme, como vendo o invisível.
Ver o invisível parece contraditório quando visualizado na esfera humana. Pois se é invisível, como pode alguém ver? Talvez por esta razão alguns tradutores traduziram esta parte final do versículo, “... como quem vê aquele que é invisível”. Nesse caso seria uma referência direta a DEUS ou a CRISTO. Mesmo havendo esta emenda de tradução, o sentido original deve ser aqui conservado. “Como vendo o invisível” está de acordo com o argumento e a tese principal daquilo que foi dito no início no tocante à definição da fé. Ela é “... o firme fundamento das coisas que se esperam e a prova das coisas que se não vêem”. Moisés não estava vendo o futuro com os olhos naturais — mas estava vendo e crendo nele, com os olhos da fé. Ele sabia que “as coisas que o olho não viu, e o ouvido não ouviu, e não subiram ao coração do homem são as que DEUS preparou para os que o amam” (I Co 2.9); por esta razão ficou firme na esperança de recebê-las.
28 Pela fé, celebrou a Páscoa e a aspersão do sangue, para que o destruidor dos primogênitos lhes não tocasse.
Tudo relacionado com a Páscoa tinha um significado profundo e um infinito alcance. Ela apontava para CRISTO, que é a “... nossa Páscoa” (I Co 5.7). Como também aquele sangue que oferecia proteção contra o malho destruidor da ira divina tinha também uma significação toda especial. O sangue do cordeiro ordinário, por si mesmo, sem a mistura da fé, não podia oferecer proteção alguma, mas aquele sangue apontava para o tempo em que JESUS morreria como o Cordeiro de DEUS que tira o pecado do mundo. E assim como o sangue aspergi- do nos umbrais das portas do povo escolhido lhe garantiu proteção contra o anjo destruidor, também o sangue de JESUS nos oferece proteção contra o avanço das forças do mal, que possibilitam a destruição das almas. A promessa de DEUS era esta: “... vendo eu sangue, passarei por cima de vós, e não haverá entre vós praga de mortandade” (Ex 12.13).
Pela fé, passaram o mar Vermelho, como por terra seca; o que intentando os egípcios, se afogaram.
Os céticos têm oferecido inúmeras explicações técnicas para negar a possibilidade da operação divina na travessia do mar Vermelho. Porém, todas elas, têm sido rejeitadas pelo povo de DEUS em geral e também por aqueles que crêem na possibilidade dos milagres de DEUS. A Bíblia afirma que DEUS ordenou a Moisés, dizendo: “levanta a tua vara, e estende a tua mão sobre o mar, e fende-o, para que os filhos de Israel passem pelo meio do mar em seco... Então, Moisés estendeu a sua mão sobre o mar, e o Senhor fez retirar o mar por um forte vento oriental toda aquela noite; e o mar tornou-se em seco, e as águas foram partidas. E os filhos de Israel entraram pelo meio do mar em seco; e as águas lhes foram como muro à sua direita e à sua esquerda” (Êx 14.16,21,22). Qualquer outra explicação fora deste contexto não se harmoniza nem com a tese e nem com o argumento principal. Tudo foi possível pelo caminho da fé. Os egípcios intentaram fazer a mesma trajetória, seguindo pelo mesmo caminho pelas vias naturais - mas “... se afogaram”. Eles ignoraram que aquele caminho aberto pelo sopro das narinas de DEUS era exclusivamente para o seu povo. E isto é confirmado pelo profeta Isaías, séculos depois, quando diz: “E ali haverá um alto caminho, um caminho que se chamará O Caminho SANTO; o imundo não passará por ele, mas será para o povo de DEUS; os caminhantes, até mesmo os loucos, não errarão” (Is 35.8).
Diversos Livramentos e Vitórias mediante a Fé
Pela fé, caíram os muros de Jericó, sendo rodeados durante sete dias.
A queda dos muros de Jericó foi um ato de fé. A fé cooperou e DEUS operou com a fé de seu povo. Apenas uma parte
do muro ficou de pé, mas isso só foi possível por causa da fé — a fé de Raabe. O restante todo foi “abaixo”. Isto significa que eles não caíram nem para a direita e nem para a esquerda, mas foram pressionados por uma força sobrenatural e caíram abaixo. DEUS assim operou para facilitar o acesso a “... todos os homens de guerra”, para efetuarem a conquista da cidade ao mesmo tempo. Isto fica subentendido em (Js 6.20), que diz: “o povo subiu à cidade, cada qual em frente de si”. O que a fé produziu tem sido confirmado pelo testemunho da História. As investigações arqueológicas com suas pás, picaretas e tábuas cronológicas confirmam em cada detalhe a descrição bíblica da tomada da cidade de Jericó pelo povo eleito.
Pela fé, Raabe, a meretriz não pereceu com os incrédulos, acolhendo em paz os espias.
O capítulo 11 faz menção apenas de duas mulheres usando seus nomes — uma delas é Raabe. Ela também é citada na genealogia de nosso Senhor (Mt 1.5) e Tiago apresenta-lhe como exemplo da fé e das boas obras cristãs, dizendo: “E de igual modo Raabe, a meretriz, não foi também justificada pelas obras, quando recolheu os emissários e os despediu por outro caminho?” (Tg 2.25) Lendo Josué 2.15, encontramos a casa de Raabe, a meretriz, edificada sobre o muro da cidade. Confrontando esta passagem com Josué 6.22, fica subentendido que a única parte do muro que não caiu foi exatamente aquela onde se encontrava a casa de Raabe. Ali naquela casa foi colocado um “... cordão de escarlata”, símbolo do sangue de CRISTO, o que fez com que DEUS passasse por cima. “...
vendo eu sangue, passarei por cima de vós” (Ex 12.13). Hoje, o sangue de JESUS nos oferece uma segurança ainda maior. Aquele sangue livrava Israel da morte física; o de JESUS, da morte eterna. Isso é glorioso, não?
E que mais direi? Faltar-me-ia o tempo contando de Gideão, e de Baraque, e de Sansão, e de Jefté, e de Davi, e de Samuel, e dos profetas,
Neste versículo há um resumo da vida de vários personagens da Bíblia, cujas vidas e exemplos foram marcados por acontecimentos onde a fé milagrosamente esteve presente. Aqui está a lista desses heróis da fé: Gideão (Jz 6—9), Baraque (Jz 5), Sansão (Jz 13—16), Jefté (Jz II; 12), Davi (I Sm 16 e ss), Samuel (I Sm I e ss); depois todos os profetas — estão aqui em foco os profetas do Antigo Testamento. Os maiores e os menores, isto é, desde Samuel até João Batista. Todos foram homens de elevado desenvolvimento espiritual e de caráter marcado pela pureza e pela santidade, sendo dignos exemplos de fé. O escritor citou aqui alguns nomes de maneira abreviada, alegando que lhe faltava tempo, talvez por causa de sua morte ou de uma outra atividade que requeria sua presença urgentemente. Contudo, a pequena lista de nomes aqui deixada já é suficiente para que nós e nossos filhos edifiquemos nossa fé em tudo aquilo que DEUS fez, faz e pode fazer, em qualquer dispensação (Hb 2.1).
os quais, pela fé, venceram reinos, praticaram a justiça, alcançaram promessas, fecharam as hocas dos leões,
Alguns personagens das Escrituras estiveram envolvidos com leões; entre eles destacamos: Sansão. “Desceu, pois, Sansão com seu pai e com sua mãe a Timna; e, chegando às vinhas de Timna, eis que um filho de leão, bramando, lhe saiu ao encontro. Então, o Espírito do Senhor se apossou dele tão possantemente, que o fendeu de alto a baixo, como quem fende um cabrito, sem ter nada na sua mão...” (Jz 14.5,6)Benaia. “Também Benaia, filho de Joiada, filho de um valente varão, grande em obras, de Cabzeel; ele feriu dois fortes leões de Moabe; e também desceu e feriu um leão dentro de uma cova, no tempo da neve” (I Cr 11.22).
O profeta de Judá. O profeta que profetizou contra Jeroboão, ainda que de maneira inversa, pois o seu caso, exemplifica aqueles que não honraram a fé. “E sucedeu que, depois que comeu pão e depois que bebeu água, albardou ele o jumento para o profeta que fizera voltar. Foi-se, pois, e um leão o encontrou no caminho e o matou” (I Rs 13.23,24).
Daniel. “Então, o rei ordenou que trouxessem a Daniel, e o lançaram na cova dos leões. E, falando o rei, disse a Daniel:
O teu DEUS, a quem tu continuamente serves, ele te livrará...” (Dn 6.16-22).
Paulo. O apóstolo Paulo também falou do poder da fé que fechou a boca de um tal leão, que queria lhe devorar. “... o Senhor assistiu-me e fortaleceu-me... e fiquei livre da boca do leão” (2Tm 4.17).
Pedro. Na conclusão de sua primeira epístola, Pedro nos adverte: “... o diabo, vosso adversário, anda em derredor, bramando como leão, buscando a quem possa traga; ao qual resisti firmes na fé...” (I Pe 5.8,9). As palavras de Pedro, aqui, são uma figura do inimigo de nossas almas, mencionado como leão “buscando a quem possa tragar”, o qual só pode ser ven-
cido pelo poder de DEUS, mediante a fé. A promessa divina para os santos é que pisaremos pela fé o leão e a áspide; calcarás aos pés o filho do leão e a serpente” (SI 91.13). Estas palavras são aplicadas diretamente a nosso Senhor JESUS Cristo, pois falavam de sua vitória sobre o Diabo; mas por extensão, elas podem também ser aplicadas a todos os santos, de todos os tempos.
apagaram aforça do fogo, escaparam do fio da espada, da fraqueza tiraram forças, na batalha se esforçaram, puseram em fugida dos exércitos dos estranhos.
Quando Israel andava no deserto, uma parte do povo que se encontrava na última parte do arraial murmurou, e em resposta a sua murmuração contra DEUS e contra Moisés, o Senhor mandou fogo que os consumiu. “Então, o povo clamou a Moisés, e Moisés orou ao Senhor, e o fogo se apagou” (Nm 11.1,2). Por outro lado, os três companheiros de Daniel — Sadraque, Mesaque e Abede-Nego — foram salvos por DEUS da fornalha de fogo ardente do rei Nabucodonosor. O próprio rei testemunhou dizendo: “vejo quatro homens soltos, que andam passeando dentro do fogo, e nada há de lesão neles”. Tudo isso foi possível porque o quarto homem, chamado Filho de DEUS pelo rei, estava ali com seus servos (Dn 3.25). Ele é o autor e consumador da nossa fé, e nEle encontramos a confirmação de todas as promessas de DEUS, que “são nele sim, e por ele o Amém, para glória de DEUS, por nós” (2 Co 1.20). A fé, no campo físico, pode apagar a furia do fogo, mas também, no campo espiritual, pode apagar todos os dardos inflamados do maligno que são enviados para destruir os filhos de DEUS (cf. Is 43.2; Ef 6.16).
IX. Sofrimentos pela Fé
As mulheres receberam, pela ressurreição, os seus mortos; uns foram torturados, não aceitando o seu livramento, para alcançarem uma melhor ressurreição;
Podemos deduzir deste versículo duas linhas de pensamento, para que possamos chegarmos a uma conclusão satisfatória.
As mulheres que receberam pela ressurreição os seus mortos devem ser aquelas que no Antigo e no Novo Testamentos foram envolvidas em tais acontecimentos. São elas: a viúva de Sarepta, de Sidom (I Rs 17.17-24); a sunamita (2 Rs 4.1737); a mãe, irmã ou a esposa do homem que tocou nos ossos de Eliseu (2 Rs 13.21); a viúva de Naim (Lc 7.I2-I5); a esposa de Jairo, principal da sinagoga (Lc 8.51-56); Marta e Maria (Jo 11.1 -45), que receberam as boas novas da ressurreição de JESUS; Maria Madalena, Joana e Maria, mãe de Tiago, e as outras que com elas estavam (Lc 24.1-10); as irmãs de Jope (At 9.36-41); a mãe e irmãs de Eutico (At 20.9-12).
2° As mulheres cujos entes queridos ressuscitaram por ocasião da ressurreição de JESUS. Por eles serem “santos”, foram incluídos pela fé neste grupo de santos (Mt 27.52,53). Estes, em sua maioria, eram santos do Antigo Testamento, mas é obvio que alguns deles morrem durante a vida terrena do Senhor JESUS, e foram ali incluídos como primícias da ressurreição da imortalidade (I Co 15.23).
E outros experimentaram escárnios e açoites, e até cadeias eprisões.
Estes sofrimentos que são mencionados aqui, e que foram suportados pelos santos de ambos os pactos, foram infligidos pelo Diabo como armas mortais contra o povo de DEUS. José foi lançado numa prisão embora fosse inocente (Gn); Micaías foi aprisionado por ordem de Acabe (I Rs 22.27,28); Jeremias foi lançado no calabouço (Jr 37.15,16).
O próprio JESUS foi escarnecido (Mt 27.29; Lc 23.11). Alguns foram presos: Pedro e João (At 4.3; 5.18), Paulo e Silas (At 16.19,23,24); foram açoitados (At 5.40; 16.22,33; 2 Co). E nos anos que se seguiram, inúmeros cristãos sofreram também essas coisas (cf. Ap 2.10, etc.). Atualmente, de acordo com notícias vindas de todas as partes do mundo, há cristãos que se encontram aprisionados em vários países, muitos deles até mesmo sendo mortos por causa de sua fé e do Evangelho da glória de DEUS.
Foram apedrejados, serrados, tentados, mortos a fio de espada; andaram vestidos de peles de ovelhas e de cabras, desamparados, aflitos e maltratados.
Destacamos aqui alguns episódios em que os santos foram envolvidos. Entre os que foram apedrejados, destacamos Nabote (I Rs 21.8-14); Zacarias, filho do sacerdote Joiada (2 Cr 24.20,21); Estêvão (At 7.59) e Paulo (At 14.19; 2 Co 11.25. Tentaram também fazer isso com JESUS em várias ocasiões, mas não conseguiram (Jo 10.31,32; 11.8). Outros profetas foram apedrejados em Jerusalém (Mt 21.35;23.37) e outros, ainda, serrados. O Talmude babilônico diz que o profeta Isaías morreu assim. Segundo a tradição, ele foi amarrado a uma árvore e subsequentemente, esta foi serrada em duas partes. Esta mesma tradição afirma que os heróis Macabeus também morreram assim. Muitos outros, pela fé, foram mortos ao fio da espada. Outros, pela fé, escaparam do fio da espada (v. 34). 85 sacerdotes do Senhor com suas famílias morreram assim, por ordem de Saul (I Sm 22.18,19). O profeta Elias, quando encontrava-se escondido numa caverna no monte Horebe, lamuriou-se a DEUS, dizendo que um grande número de seus profetas haviam sido mortos ao fio da espada (I Rs 19.10,14). A parte final deste versículo apresenta circunstâncias de natureza geral: “andaram vestidos de peles de ovelhas e de cabras, desamparados, aflitos e maltratados”. Sofrimentos estes que estão presentes ao longo de toda a vida dos santos (cf. 1Pe 5.9).
(homens dos quais o mundo não era digno), errantes pelos desertos, e montes, e pelas covas e cavernas da terra.
Somente o céu, a pátria celestial, é digno da presença destes homens santos que foram mencionados aqui. Contudo, por um pouco de tempo, DEUS permitiu que eles passagem por aqui, a fim de deixar-nos exemplo para que sigamos as suas pisadas. Alguns têm pensado que Paulo tenha sido de fato o autor desta epístola, e que este capítulo 11 foi esboçado por ele quando passava pela antiga Via Apia, que dá acesso às catacumbas — cemitério subterrâneo que posteriormente serviu de refúgio aos cristãos. Quando seguia para sua prisão domiciliar, onde passou dois anos até ser condenado à morte, ao ser transferido para o cárcere Mamertino (At 28.30), Paulo foi conduzido através da Porta San Sebastiano, comumente conhecida como Porta Appia, do outro lado da qual inicia-se a chamada strada delle catacombe: a Appia antica. E, de fato, ao longo desta via que se encontram os cunículos escavados na pedra porosa e utilizados, originalmente, para abrigar os despojos dos mártires que ocupavam os cubículos e de famílias cristãs que eram sepultadas, por sua vez, em simples lóculos. Assim, profeticamente falando, as “covas e cavernas da terra” apontavam para este sentido.
E todos estes, tendo tido testemunho pela fé, não alcançaram a promessa,
O desejo de todos os santos do Antigo Testamento era ver JESUS CRISTO fisicamente e ser testemunha de sua ressurreição. O próprio Mestre falou disso a seus compatriotas, dizendo: “Mas bem-aventurados os vossos olhos, porque vêem, e os vossos ouvidos, porque ouvem. Porque em verdade vos digo que muitos profetas e justos desejaram ver o que vós vedes e não o viram; e ouvir o que vós ouvis, e não o ouviram” (Mt 13.16,17). A maior satisfação do sacerdote Simeão foi contemplar a JESUS fisicamente diante de seus olhos. “Ele, então, o tomou em seus braços, e louvou a DEUS, e disse: Agora, Senhor, podes despedir em paz o teu servo, segundo a tua palavra, pois já os meus olhos viram a tua salvação” (Lc 2.28-30). Abraão, só em ver o dia de CRISTO, alegrou-se (Jo 8.56). O mesmo conceito pode ser aplicado aos santos que morreram antes do arrebatamento da Igreja. Contudo, foi-lhes assegurado que todos ressuscitarão naquele glorioso dia (I Ts 4.13-18).
40- provendo DEUS alguma coisa melhor a nosso respeito, para que eles, sem nós, não fossem aperfeiçoados.
A perfeição é tanto individual como coletiva. Mas ela somente pode ser encontrada em CRISTO e por meio de CRISTO, poi Ele é o centro e o caminho para a perfeição almejada por cada cristão. Paulo falou dessa perfeição; ele desejava que todos os santos fossem aperfeiçoados. “Até que todos cheguemos à unidade da fé e ao conhecimento do Filho de DEUS, a varão perfeito, à medida da estatura completa de CRISTO” (Ef 4.13). A perfeição plena dessas testemunhas do Antigo Testamento dar-se-á por ocasião da ressurreição e trasladação de todos os santos que morreram na fé e viveram por ela em ambas as dispensações, no dia do arrebatamento da Igreja. Ali, diante do poder de DEUS, todos seremos transformados e receberemos o corpo da imortalidade. E isso que Paulo chama de “... adoção, a saber, a redenção do nosso corpo” (Rm 8.23).
SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO PTE1
"Três coisas são mencionadas a respeito da fé de Abel: (1) Ele é elogiado por ser um adorador de DEUS. A Escritura somente diz que 'pela fé, Abel ofereceu a DEUS maior [melhor] sacrifício do que Caim', porque o sacrifício de Abel era uma expressão de adoração que envolvia toda a sua vida e fé. Apresentou toda a sua fé a DEUS, não manteve qualquer reserva. Isto representou total devoção ao Senhor, não simplesmente uma cerimônia religiosa. Pela fé, adentrou a mais profunda realidade espiritual e interior do sacrifício ao DEUS invisível.
(2) 'Alcançou testemunho de que era justo'. Caim não era justo; DEUS lhe disse que sua oferta somente seria aceitável se fizesse o que era certo (Gn 4.3-7). DEUS rejeito a adoração de Caim porque seu coração não era justo. Abel, por outro lado, demonstra a íntima relação entre a retidão e a fé em 10.38. Sua adoração agradou a DEUS porque vivia e agia pela fé como um homem justo.
(3) Foi mencionado por seu testemunho. Abel morreu como o primeiro mártir profético da história (cf. Lc 11.50,51); seu testemunho duradouro passou por sucessivas gerações e continua a falar da vida de fé que agrada a DEUS, como homem fiel que adora a DEUS de todo o seu coração" (ARRINGTON, French L.; STRONSTAD, Roger (Ed.) COMENTÁRIO Bíblico Pentecostal Novo Testamento. 2.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2004, p. 1612).
CONHEÇA MAIS PTE2
Fé - "No Novo Testamento o verbo pisteuõ ('creio, confio') e o substantivo pistis ('fé') ocorrem 480 vezes. Poucas vezes o substantivo reflete a ideia da fidelidade como no Antigo Testamento (por exemplo, Mt 23.23; Rm 3.3; Gl 5.22; Tt 2.10; Ap 13.10). Pelo contrário, normalmente funciona como um termo técnico, usado quase exclusivamente para se referir à confiança ilimitada (com obediência e total dependência) em DEUS (Rm 4.24), em CRISTO (At 16.31), no Evangelho (Mc 1.15) ou no nome de CRISTO (Jo 1.12)". Para conhecer mais leia "Teologia Sistemática. Uma Perspectiva Pentecostal", CPAD, pp.369-70.
SUBSÍDIO DIDÁTICO PTE2
"Fé no período patriarcal (11.8-22)
O período patriarcal do Antigo Testamento se estende de Abraão a José. Abraão é como o centro das atenções; somente um verso é dedicado a Isaque (v. 20), Jacó (v. 21) e José (v. 22). Isto é compreensível, já que Abraão, o homem de fé por excelência no Antigo Testamento, desempenha um papel central no princípio da história hebraica e na obra do plano de salvação de DEUS. No Novo Testamento, Abraão é mencionado mais extensivamente do que qualquer outra figura do Antigo Testamento. Aqui em Hebreus 11, três principais episódios da vida de Abraão são mencionados para ilustrar três importantes faces de sua jornada de fé.
1) Ao obedecer ao chamado de DEUS para partir de Ur dos Caldeus para uma terra prometida desconhecida, Abraão demonstrou fé no futuro não visto (11.8-10).
2) Durante longos anos de espera pelo filho e descendentes prometidos em circunstâncias humanamente impossíveis, Abraão demonstrou fé na promessa impossível (11.11,12).
3) Quando DEUS pediu que sacrificasse Isaque (seu único filho da promessa), Abraão demonstrou fé em meio à prova ou ao teste severo (11.17-19). Além destes modos em que a fé está poderosamente ilustrada, um parêntese em 11.13-16 chama a atenção para uma linha comum de fé que percorre a vida de Abraão e dos outros patriarcas" (ARRINGTON, French L.; STRONSTAD, Roger (Ed.) COMENTÁRIO Bíblico Pentecostal Novo Testamento. 2.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2004, p. 1614).
SUBSÍDIO TEOLÓGICO PTE3
"Pela fé, Raabe, a meretriz, e sua família foram poupadas durante a destruição de Jericó (11.31; cf. Js 6.23). Com exceção de Sara (Hb 11.11), Raabe é a única mulher mencionada pelo nome, na lista dos heróis da fé em Hebreus 11. Sua fé é revelada por ter acolhido e ocultado dois espiais enviados por Josué a Jericó antes da conquista. É também evidente em sua confissão - 'Bem sei que o Senhor vos deu esta terra' (Js 2.9) - uma fé baseada naquilo que ouviu e creu sobre o relatório do milagroso Êxodo de Israel do Egito, e das vitórias de Israel a leste do Jordão, antes de rodearem Jericó (Js 2.10-13). 'Pela fé' ela creu que o DEUS de Israel era o DEUS do céu e da terra. Além disso, Raabe demonstrou sua fé arriscando o 'presente por causa da perseverança futura. Deste modo, quando Jericó foi conquistada e seus habitantes destruídos, Raabe 'não pereceu com os incrédulos' (isto é, os desobedientes da cidade). Raabe foi poupada - uma mulher gentílica, prostituta secular, pecadora contumaz - este é um clássico exemplo, no Antigo Testamento pelo fato de DEUS ser rico em misericórdia e abundante em graça, é salva pela graça através da fé (cf. Ef 2.3-9)" (ARRINGTON, French L.; STRONSTAD, Roger (Ed.) COMENTÁRIO Bíblico Pentecostal Novo Testamento. 2.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2004, pp. 1624,25).
Bíblia de estudo - Aplicação Pessoal.
CPAD - http://www.cpad.com.br/ - Bíblias, CD'S, DVD'S, Livros e Revistas. BEP - Bíblia de Estudos Pentecostal.
CHAMPLIN, R.N. O Novo e o Antigo Testamento Interpretado versículo por Versículo.
Conhecendo as Doutrinas da Bíblia - Myer Pearman - Editora Vida
Comentário Bíblico Beacon, v.5 - CPAD.
Comentário Bíblico TT W. W. Wiersbe
Comentário Bíblico Expositivo - Novo Testamento - Volume I - Warren W. Wiersbe
CRISTOLOGIA - A doutrina de JESUS CRISTO - Esequias Soares - CPAD
Dicionário Bíblico Wycliffe - CPAD
GARNER, Paul. Quem é quem na Bíblia Sagrada. VIDA
http://www.gospelbook.net, www.ebdweb.com.br, http://www.escoladominical.net, http://www.portalebd.org.br/, Bíblia The Word.
O Novo Dicionário da Bíblia - J.D.DOUGLAS.
O NOVO DICIONÁRIO DA BÍBLIA – Edições Vida Nova – J. D. Douglas
Peq.Enc.Bíb. - Orlando Boyer - CPAD
Revista Ensinador Cristão - CPAD.
Revista CPAD - 3º Trimestre de 2001 - Título: Hebreus — “... os quais ministram em figura e sombra das coisas celestes” - Comentarista: Elinaldo Renovato
SÉRIE Comentário Bíblico - HEBREUS - As coisas novas e grandes que DEUS preparou para vocè - SEVERINO PEDRO DA SILVA
STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.
Teologia Sistemática Pentecostal - A Doutrina da Salvação - Antonio Gilberto - CPAD
Teologia Sistemática - Conhecendo as Doutrinas da Bíblia - A Salvação - Myer Pearman - Editora Vida
Teologia Sistemática de Charles Finney
VÍDEOS da EBD na TV, DE LIÇÃO INCLUSIVE - http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/videosebdnatv.htm