Complementos, ilustrações, questionários e vídeos: Ev. Luiz Henrique de Almeida Silva Questionário NÃO DEIXE DE ASSISTIR AOS VÍDEOS DA LIÇÃO ONDE TEMOS MAPAS, FIGURAS, IMAGENS E EXPLICAÇÕES DETALHADAS DA LIÇÃO http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/videosebdnatv.htm


VERDADE PRÁTICAO Senhor JESUS definiu de maneira clara a relação entre o Antigo e o Novo Testamento, entre a Lei e o Evangelho.

LEITURA DIÁRIASegunda – Ne 10.28,29 A lei de DEUS é a mesma lei de Moisés, o servo do Senhor
Terça – Mc 7.9-13 - O Senhor JESUS reconhecia a lei como a Palavra de DEUS
Quarta – Lc 24.44 - O Senhor JESUS é o centro e o cumprimento da lei e dos profetas
Quinta – Mt 23.23 - Nem todos os mandamentos têm o mesmo peso para o nosso DEUS
Sexta – Rm 10.4 - A lei testemunhava de antemão a salvação em CRISTO
Sábado – Jr 31.33 - CRISTO imprimiu a lei no mais profundo do coração humano LEITURA BÍBLICA EM CLASSE - Mateus 5.17-20; Romanos 7.7-12 Mateus 5.17 Não cuideis que vim destruir a lei ou os profetas; não vim abrogar, mas cumprir. 18 Porque em verdade vos digo que, até que o céu e a terra passem, nem um jota ou um til se omitirá da lei sem que tudo seja cumprido. 19 Qualquer, pois, que violar um destes menores mandamentos e assim ensinar aos homens será chamado o menor no Reino dos céus; aquele, porém, que os cumprir e ensinar será chamado grande no Reino dos céus. 20 Porque vos digo que, se a vossa justiça não exceder a dos escribas e fariseus, de modo nenhum entrareis no Reino dos céus.
Romanos 7.7 Que diremos, pois? É a lei pecado? De modo nenhum! Mas eu não conheci o pecado senão pela lei; porque eu não conheceria a concupiscência, se a lei não disesse: Não cobiçarás. 8 Mas o pecado, tomando ocasião pelo mandamento, despertou em mim toda a concupiscência: porquanto, sem a lei, estava morto o pecado. 9 E eu, nalgum tempo, vivia sem lei, mas, vindo o mandamento, reviveu o pecado, e eu morri; 10 e o mandamento que era para vida, achei eu que me era para morte. 11 Porque o pecado, tomando ocasião pelo mandamento, me enganou e, por ele, me matou. 12 Assim, a lei é santa; e o mandamento, santo, justo e bom. OBJETIVO GERALRessaltar o fato de que JESUS definiu, de maneira clara, a relação entre o Antigo e o Novo Testamento, entre a Lei e o Evangelho. OBJETIVOS ESPECÍFICOSMostrar o que significa "cumprir a lei".
Explicar que JESUS viveu a lei.
Ressaltar que a lei não pode ser revogada.
Enfatizar que a lei e o evangelho se completam. INTERAGINDO COM O PROFESSORProfessor, com a graça de DEUS, chegamos ao final do trimestre. Esperamos que cada lição tenha contribuído para o seu crescimento espiritual e de seus alunos.
É importante que nesta última lição você enfatize que ninguém pode ser justificado pelas obras da lei (Gl 2.16). O Decálogo nunca teve a função de salvar, mas de conduzir as pessoas a CRISTO, o único que cumpriu toda a lei (Gl 3.11, 24). A lei veio para apontar e condenar o pecado do homem (Rm 3.20; 7.7). A única maneira pela qual a humanidade pode ser redimida é pela fé em JESUS CRISTO. Contudo, não podemos nos esquecer de que a fé em JESUS é a chave para o cumprimento da lei. PONTO CENTRALNinguém pode ser salvo pelas obras da lei, porém ela é para os crentes em JESUS CRISTO.
Resumo da Lição 13 - A Igreja e a Lei de DEUSI. O QUE SIGNIFICA "CUMPRIR A LEI"?
1. Completar a revelação.
2. Cumprimento das profecias.
3. O centro das Escrituras.
II. O SENHOR JESUS VIVEU A LEI
1. Preceitos cerimoniais.
2. Preceitos civis.
3. Preceitos morais.
III. A LEI NÃO PODE SER REVOGADA
1. JESUS revela seu pensamento sobre a lei.
2. "Até que o céu e a terra passem".
3. O menor mandamento (Mt 5.19).
IV. A LEI E O EVANGELHO
1. O papel da lei.
2. JESUS e Moisés estão do mesmo lado.
3. A justiça dos fariseus.
SÍNTESE DO TÓPICO I - As profecias se cumpriram em CRISTO e, por isso, as Escrituras expõem que toda Lei foi cumprida em JESUS.
SÍNTESE DO TÓPICO II - JESUS CRISTO viveu toda a Lei.
SÍNTESE DO TÓPICO III - JESUS CRISTO não veio revogar a lei, pois ela não pode ser anulada.
SUBSÍDIO DIDÁTICOPara iniciar o tópico faça a seguinte pergunta: "JESUS aboliu a lei?" Ouça os alunos e em seguida peça que leiam Mateus 5.17,18. Em seguida, explique que esse texto mostra a expressa e total obediência de JESUS à lei do Antigo Testamento, pois a lei não pode ser anulada.
Mostre que a "lei que o crente é obrigado a cumprir consiste nos princípios éticos e morais do Antigo Testamento (Rm 3.31; Gl 5.14); bem como nos ensinamentos de CRISTO e dos apóstolos (1 Co 7.19; Gl 6.2). Essas leis revelam a natureza e a vontade de DEUS para todos e continuam em vigor. As leis do Antigo Testamento destinadas à nação de Israel, tais como as leis sacrificais, cerimoniais, sociais ou cívicas, já não são obrigatórias (Hb 10.1-4)" (Bíblia de Estudo Pentecostal. Rio de Janeiro, CPAD, p. 1393).
Nenhuma parte da lei passará, nenhuma letra ou parte dela ficará em desuso até que tudo se cumpra.
SUBSÍDIO DIDÁTICOProfessor, explique aos alunos que "DEUS proíbe a cobiça de todo tipo quando fala da casa do vizinho, de sua esposa, servo, boi, jumento ou de qualquer coisa que lhe pertença (Êx 20.17). O Novo Testamento declara que a cobiça é uma forma de idolatria (Cl 3.5) ou adoração a deuses e posses, e a condena junto com outros pecados. O Senhor JESUS viu cobiça no jovem rico quando lhe citou os seis mandamentos da segunda tábua da lei, e então o desafio ao décimo mandamento ao ordenar que ele vendesse tudo que tinha e desse o dinheiro aos pobres" (Dicionário Wycliffe, CPAD, p. 428). PARA REFLETIR - Sobre o décimo mandamento:O que significa cumprir a Lei?
Significa que a manifestação do Filho de DEUS tornou explícito o que antes estava implícito, e assim o Senhor completou a revelação.
Devemos seguir a lei de CRISTO, a do amor, ou o sistema mosaico?
A lei mosaica se completa na lei de CRISTO e do amor.
JESUS não revogou a lei. Mas o que Ele fez?
Ele viveu no seu dia a dia toda a lei.
O que é vida no ESPÍRITO?
A vida no ESPÍRITO é ter comunhão com DEUS de maneira abundante e profunda.
Fale um pouco sobre a relação da lei com a graça.
A lei serviu para apontar o pecado e mostrar que homem algum poderia se tornar justo diante de DEUS. A graça é favor imerecido. Éramos pecadores e não merecíamos o amor de DEUS, mas Ele nos amou e nos livrou do pecado e do jugo da condenação que estava sobre nós. CONSULTE Revista Ensinador Cristão - CPAD, nº 61, p.42. Você encontrará mais subsídios para enriquecer a lição. São artigos que buscam expandir certos assuntos. SUGESTÃO DE LEITURA Marketing para a Escola Dominical Um mestre fora da lei Integridade Moral e Espiritual Comentários de vários livros com alguns acréscimos do Ev. Luiz Henrique Observação de Ev. Luiz Henrique - JESUS é a chave que abre e descortina toda a Bíblia para nós. Quer saber? Quer tirar dúvidas? Quer revelação? Quer ser sábio? Pergunte para JESUS. O que JESUS falou sobre isso? Aí está a resposta certa.
A Igreja e a Lei de DEUS
Quando JESUS de Nazaré veio ao mundo terreno, Ele mostrou que a principal razão da sua vinda era esta: "Eu vim para que tenham vida e a tenham com abundância" (Jo 10.10).
JESUS de Nazaré é a Palavra encarnada. É o cumprimento de toda a lei: "E JESUS disse-lhe: Amarás o Senhor, teu DEUS, de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu pensamento. Este é o primeiro e grande mandamento. E o segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Desses dois mandamentos dependem toda a lei e os profetas (Mt 22.34-40)". Não podemos fazer com a Lei de CRISTO o que os escribas fizeram com os Dez Mandamentos: Atentar para a dureza da Lei e esquecer-se do olhar amoroso que ela nos demanda.
Mais importante que obedecer a letra é alcançar o espírito da Lei, que é CRISTO. Assim o apóstolo Paulo ratifica: "Com efeito: Não adulterarás, não matarás, não furtarás, não darás falso testemunho, não cobiçarás, e, se há algum outro mandamento, tudo nesta palavra se resume: Amarás ao teu próximo como a ti mesmo. O amor não faz mal ao próximo; de sorte que o cumprimento da lei é o amor" (Rm 13.9,10). Quer cumprir a Lei de DEUS de todo coração? Ame! Contra o amor não há lei. Por quê? O amor é o cumprimento da lei. Em vez de decorarmos uma lista de "pode não pode", devemos fazer tudo baseado no amor — naturalmente a Bíblia não se refere ao amor romântico das telas de Hollywood, mas à disposição de se fazer o que tem de ser feito em favor do outro, segundo o Evangelho —, então cumpriremos a lei de DEUS na íntegra. O nosso Senhor resumiu toda a lei ao dizer que o seu objetivo é levar os homens à plenitude do amor. Aqui está o seu significado: "E disto demanda a Lei e os Profetas" (Mt 22.40).
Precisamos relembrar que o Decálogo tem uma divisão natural que versa sobre o relacionamento do homem com DEUS e do homem com o seu próximo. A nossa relação com a lei de DEUS deve se dar nestes termos: vertical, amando a DEUS de todo coração e alma; horizontal, amando o próximo como a si mesmo. Mais do que quaisquer perspectivas de interpretação, o mais importante é nos conscientizarmos da importância dos princípios eternos de DEUS revelados na sua Palavra e interpretados pela pessoa bendita de JESUS de Nazaré. Por isso, toda leitura do Antigo Testamento precisa e deve ser feita tendo JESUS como a chave hermenêutica da nossa leitura e interpretação.
Revista ensinador. Editora CPAD Ano 16 - N° 61. pag. 42.
COMENTÁRIO/INTRODUÇÃO
Os Dez Mandamentos encabeçam os demais preceitos entregues por DEUS a Moisés no monte Sinai desde Êxodo 19.16-19 até Levítico 26.46; 27.34. Esses preceitos são identificados com frequência como estatutos, juízos, leis e mandamentos. Muitos deles são repetidos nos livros de Números e Deuteronômio. Todo esse sistema legal integra o Pentateuco, que aparece na Bíblia como lei, livro da lei, lei de Moisés, lei de DEUS, lei do Senhor.
É oportuno aqui esclarecer o que a Bíblia quer dizer quando usa as palavras "lei de DEUS". O termo aparece sete vezes nas Escrituras, quatro no Antigo Testamento e três no Novo, e em nenhum lugar diz respeito ao Decálogo. As quatro primeiras ocorrências se referem a toda a lei de Moisés, ao Pentateuco, como livro: "Josué escreveu estas palavras no livro da Lei de DEUS" Os 24.26); "E leram o livro, na Lei de DEUS... ele lia o livro da Lei de DEUS" (Ne 8.8,18); "e convieram num anátema e num juramento, de que andariam na Lei de DEUS, que foi dada pelo ministério de Moisés, servo de DEUS; e de que guardariam e cumpririam todos os mandamentos do SENHOR, nosso Senhor, e os seus juízos e os seus estatutos" (Ne 10.29). Assim, as expressões "lei de DEUS", "lei do Senhor" e "lei de Moisés" dizem respeito à mesma coisa (Ne 8.1, 8, 18; Lc 2.22, 23). Trata-se do Pentateuco no seu todo, e não apenas do Decálogo, do livro, e não das tábuas de pedra.
As outras três aparecem somente em Romanos, e nenhuma delas diz respeito ao Decálogo: "Porque, segundo o homem interior, tenho prazer na lei de DEUS... Dou graças a DEUS por JESUS CRISTO, nosso Senhor. Assim que eu mesmo, com o entendimento, sirvo à lei de DEUS, mas, com a carne, à lei do pecado" (Rm 7.22, 25). O termo "lei" aparece cerca de 70 vezes nesta epístola com amplo significado, cuja explanação não cabe aqui. A "lei de DEUS" neste contexto contrasta a "lei do pecado", mostrando tratar-se de um princípio. A outra ocorrência é no capítulo seguinte: "Porquanto a inclinação da carne é inimizade contra DEUS, pois não é sujeita à lei de DEUS, nem, em verdade, o pode ser" (Rm 8.7). O homem carnal não tem lei nem se submete à vontade de DEUS que o apóstolo chama de "lei de DEUS".
Esequias Soares. Os Dez Mandamentos. Valores Divinos para uma Sociedade em Constante Mudança.Editora CPAD. pag. 140-141.
Os judeus usavam o termo a Lei em quatro acepções diferentes:
(1) Usavam-no para designar aos Dez Mandamentos.
(2) Usavam-no para designar os cinco primeiros livros da Bíblia, essa porção das Escrituras que também se conhece como o Pentateuco – que significa literalmente "Os cinco rolos" – e que era para os judeus a Lei por excelência e a parte mais importante das Escrituras.
(3) Usavam a expressão A Lei e os Profetas para denotar a totalidade das Escrituras; era uma espécie de descrição ampla que abrangia a totalidade do Antigo Testamento.
(4) E também a usavam para descrever a lei oral, ou dos escribas.
Nos tempos de JESUS o último destes significados era o mais frequente, e é precisamente esta lei dos escribas a que tanto JESUS como Paulo condenavam de maneira radical.
O que era, pois essa lei dos escribas?
No Antigo Testamento mesmo achamos muito poucas regras e regulamentos; o que lá contém são grandes e amplos princípios que cada pessoa deve tomar e interpretar sob a guia de DEUS, aplicando-os às situações concretas de sua vida. Os Dez Mandamentos não são um estatuto de regras concretas; são, cada um deles, grandes princípios dos quais cada indivíduo tem que extrair suas próprias normas de vida. Os judeus dos tempos de JESUS não acreditavam que esses princípios gerais fossem suficientes. Sustentavam que a Lei era divina, e que com ela DEUS tinha pronunciado sua última palavra, e que portanto nela deviam estar contidas todas as coisas. De modo que, se algo não aparecia explicitamente na lei, devia estar contido em forma implícita. Sustentavam, por conseguinte, que era possível extrair da lei, por um procedimento lógico de dedução, regras e estatutos que fixassem o que era correto para todo homem, em qualquer situação da vida. Surgiu assim uma casta de especialistas na Lei, chamados escribas, que se dedicaram a fazer dos grandes princípios da Lei, literalmente milhares e milhares de regras, estatutos e regulamentos.
A melhor forma de compreender o significado desta interpretação da Lei é vendo como funcionava. A Lei estabelecia que o dia de sábado devia ser santificado, e que durante suas vinte e quatro horas ninguém pode fazer trabalho algum. Este é um grande princípio. Mas esses legalistas judeus eram apaixonados pelas definições. De maneira que se perguntavam, para começar: o que é "trabalho"? Fizeram-se longas listas de atividades que deviam considerar-se trabalhos. Por exemplo, levar uma carga é um trabalho, e portanto não se podiam levar-se cargas no dia de sábado. Mas então se fazia necessário definir o que era uma carga. De modo que a lei dos escribas estabelece que "carga" é "uma quantidade de comida equivalente em peso a um figo seco, suficiente vinho para encher uma taça, leite para um gole, mel para cobrir uma ferida, a quantidade de azeite que forneceria a unção de alguma das partes mais pequenas do corpo, água suficiente para umedecer uma pálpebra, papel para redigir nele uma declaração de alfândega, a tinta que pode requerer a escritura de duas letras do alfabeto, e uma cana com a qual possa fazer uma pena para escrever" – e assim sucessivamente, até o infinito. Deste modo, passavam-se horas e dias discutindo se se podia ou não levantar um abajur para trocá-lo de lugar, no dia de sábado, ou se o alfaiate pecava ao levar por descuido uma agulha cravada em sua túnica, se uma mulher podia levar um alfinete, ou uma peruca, e até se podiam usar-se no dia de sábado, dentes postiços ou uma perna artificial, ou se se podia levantar a um menino. Estas coisas eram, para eles, a essência de sua religião. A religião deles era um legalismo de regras e normas ridiculamente detalhistas.
No dia de sábado não se podia escrever. Mas era necessário definir o que devia considerar-se escritura. A definição de escritura que propuseram era:
"Quem escreve duas letras do alfabeto, com sua mão direita ou com sua mão esquerda, sejam do mesmo tipo ou de dois tipos diferentes, com tintas diferentes ou em idiomas diferentes, sendo sábado, é culpado de pecado. Embora escreva essas duas letras por descuido, também peca, tenha-as escrito com tinta, giz vermelho, pintura, vitríolo, ou algo que deixe uma marca permanente. Também peca quem escreve em um canto de duas paredes, ou em dois tabletes de seu livro de contas, se as duas letras podem ser lidas juntas… Mas se escrever com fluido escuro, com suco de frutas, ou sobre o pó do caminho, na areia ou utilizando qualquer outro elemento de escritura que não produza uma marca permanente, não é pecado… Se se escreve uma letra no piso e outra na parede da casa, ou em duas páginas diferentes de um livro, de tal maneira que não se possam ler juntas, não é pecado."
Esta é uma passagem típica da Lei dos escribas; e isto é o que para o judeu ortodoxo da época de JESUS constituía a verdadeira religião e o verdadeiro serviço a DEUS.
Curar era um trabalho, e portanto não se podia fazer no sábado, Mas, evidentemente, isto devia definir-se com maior exatidão. Permitia-se curar quando a vida do doente corria perigo, e especialmente quando o problema afetava os ouvidos, o nariz ou a garganta. Entretanto, até nestes casos, só se podia fazer aquilo que impedisse a piora do paciente. Não se podia fazer nada para que melhorasse. Podia enfaixar uma ferida, mas não colocar-lhe unguento algum; podia tapar um ouvido inflamado, mas sem lhe acrescentar medicação alguma.
Os escribas eram os encarregados de elaborar estas normas e regulamentos. Os fariseus, cujo nome significa "separados", eram os que se separavam de toda atividade comum para dedicar-se a observar todas estas regulamentações e estatutos.
Podemos nos dar conta dos extremos a que chegou este sistema tendo em mente os seguintes fatos. Durante muitas gerações a lei dos escribas se transmitiu de maneira oral e foi conservada na memória de geração após geração de escribas. Para meados do século III d. C., foi posta por escrito e se codificou um resumo desta tradição oral. Este "resumo" se conhece como a Mishnah; contém sessenta e três tratados sobre distintos temas relacionados com a lei, e em nosso idioma constitui um volume de umas oitocentas páginas. A erudição judia posterior se ocupou de escrever comentários da Mishnah. Estes se conhecem como talmudes. O Talmud de Jerusalém está contido em doze volumes, e o Talmud de Babilônia alcança, em sua versão impressa, sessenta volumes.
Para o judeu ortodoxo dos tempos de JESUS, a obediência a DEUS envolvia a observância de milhares de regras e estatutos legalistas; consideravam literalmente essas meticulosas disposições como questões de vida ou morte, que tinham que ver com seu destino eterno. Evidentemente, quando JESUS fala da lei que não passará, não se refere a essas regras e estatutos, pois ele mesmo os quebrantou repetidas vezes, e repetidas vezes os condenou, Não era isso o que ele entendia por "a Lei", pois essa classe de leis tanto JESUS como Paulo as condenaram.
BARCLAY. William. Comentário Bíblico. Mateus. pag. 138-141.

Craig a. Evans. Comentário Bíblico Contemporâneo. Lucas. Editora Vida. pag. 399.