Lição 3 - Não Terás Outros deuses 2 parte

Lição 3 - Não Terás Outros deuses 2 parte

A RELIGIÃO EGÍPCIA
A. Os deuses dos egípcios. Fundamentalmente a religião egípcia estava bem situada em suas práticas e horizontes. Os egípcios em cada distrito tendiam a adorar as suas deidades locais, principalmente, ao invés de algumas grandes figuras de importância nacional ou cósmica.
À luz disto, o monoteísmo revelado do AT não precisava esperar até depois do exílio babilônico para ser manifestado ou formulado. No Período Posterior, a fama externa de Amon de Tebas cresceu com o eclipse do Império, Ptá similarmente reiniciou o papel principal de artíficies locais — deus de Mênfis, e Rá continuou tradicionalmente como parte da teologia real — Osíris e Isis com seu filho Hórus ganharam uma maior popularidade geral, enquanto que os deuses e deusas do Delta receberam mais proeminência com a aquisição das cidades do Delta sob o governo dos reis do Egito Baixo nas dinastias posteriores.
Finalmente, o próprio Faraó deve ser reconhecido entre os deuses. Ele era seu representante na terra, e entre os egípcios era um homem que mexia com o mundo dos deuses. O rei vivo era tido como Hórus, e o morto como Osíris; um novo rei recebia um direito de sucessão que não se podia desafiar, ao menos parcialmente por virtude de dar-se o apropriado enterro ao seu predecessor de modo filial como fez Hórus por Osíris.
MERRILL C. TENNEY. Enciclopédia da Bíblia. Editora Cultura Cristã. Vol. 2. pag. 332-335. 
3. Como Israel preservou o monoteísmo de Abraão?
A IDOLATRIA DO MUNDO ANTIGO
Abraão nasceu em Ur dos caldeus, cidade da Mesopotâmia (Gn 11.27-31). Seus ancestrais serviam a outros deuses (Js 24.2,15). A localização geográfica é a Mesopotâmia, entre os rios Tigre e Eufrates, no atual Iraque. Os babilônios adoravam a diversos deuses, que eram personificações da natureza, como Sin, o deus-sol de Ur e Harã; Istar, a deusa do amor e da guerra; e Enlil, deus do vento e da terra. Bel era o nome de outra divindade (do acádico, belo, "senhor"), equivalente a Baal, deus dos cananeus. Com o tempo, Bel veio a ser identificado como Marduque ou Merodaque, o patrono da cidade de Babilônia, que se tornou o principal deus no panteão babilônico (Is 46.1; Jr 51.44). Os assírios adoravam, entre outros deuses, a Adrameleque e a Nisroque (2 Rs 17.31; 19.37; Is 37.38).
Os textos hieroglíficos das pirâmides enumeram cerca de duzentos deuses e relatos mitológicos. Os antigos egípcios empregavam o termo Ta Neteru, "terra dos deuses", para o seu país. Havia uma proliferação de deuses e templos no Egito, e cada grande cidade contava com suas tríades de acordo com as dinastias: em Ábidos, Osíris, ísis e Hórus; em Mênfis, Ptah, Sekhmet e Nefertum, e, em Tebas, Amom, Mut e Khonsu. O templo do sol, bêth shemeshp em hebraico, "casa do sol" ür 43.13), é termo traduzido por "Heliópolis" na LXX, vindo do grego, hêliou póleõs,24 "cidade do sol". Não confundir com a cidade de Bete-Semes, em Judá (2 Rs 14.11). Aqui se trata da antiga cidade egípcia de Om, seu nome hebraico, ou Heliópolis, em grego (Gn 41.45, 50 LXX). A cidade era dedicada ao deus-sol, conhecido também como Rá; é a atual Tell el Hisn, 16 km ao nordeste do Cairo.
Os cananeus adoravam a Baal (Jz 6.31), Baal-Berite (Jz 8.33). Seu plural é baalim. Baal era também conhecido pelas cidades onde eram cultuados: Baal-Peor, da cidade de Peor (Dt 4.3; Os 9.10), Baal-Meom, da cidade de Meom (Nm 32.38; Ez 25.9) e Baal-Zefom (Nm 33.7). Astarote ou Astarte (Jz 10.6), identificada em nossas versões como "postes sagrados", deusa Cananéia da fertilidade" era deusa nacional dos sidônios (1 Rs 11.5, 33). Aparece como "bosque" na Versão Almeida Corrigida, "poste-ídolo" na Atualizada, e "Aserins" na Tradução Brasileira. São os ídolos de madeira e de pedras (Jr 3.9; Dt 4.28). A madeira simbolizava a fertilidade feminina, a deusa Aserá, mãe dos deuses cananeus; e a pedra representava a fertilidade masculina na religião dos cananeus.
Quemos ou Camos era o deus nacional dos moabitas (Nm 21.29; Jz 11.24; I Rs 11.7, 33; II Rs 23.13; Jr 48.7, 13, 46). Malcam ou Milcom (I Rs 11.33) era o deus nacional dos amonitas. Milcom, em hebraico milkom, e Moloque, molech, em hebraico, seriam dois deuses ou nomes diferentes do mesmo deus? (I Rs 11.5, 7, 33). Parecem ser nomes alternativos. O termo malkãm significa "seu rei", mas a Septuaginta, a Vulgata Latina e a Peshita traduzem esta palavra como nome próprio. É uma questão de vocalização da palavra. As consoantes hebraicas aqui são exatamente as mesmas - mlkm) e o texto antigo era consonantal. Dagom e Baal-Zebube eram deuses dos filisteus (Jz 16.23-24; II Rs 1.2-3, 6,16).
Os gregos do período do Novo Testamento tinham vários deuses: Zeus, o pai dos deuses; Hermes, o deus mensageiro; Afrodite, a deusa do amor; Dionísio, o deus do vinho; Atenas, ou Pala Atenas, nascida da cabeça de Zeus, deusa padroeira da cidade de Atenas. Hesíodo, em sua obra Teogonia, a Origem dos Deuses, apresenta uma lista interminável deles. Para os romanos, o pai dos deuses era Júpiter; o deus correspondente a Hermes era Mercúrio (At 14.11-13); Afrodite era similar a Vênus e assim por diante.
Esses deuses da mitologia greco-romana apresentavam os mesmos vícios e as mesmas características dos humanos: ódio, inveja, ciúme, imperfeições... eles comiam, bebiam etc. Era muito comum um homem ter o seu deus devocional, prestando-lhes cultos em particular, além de oferecer libações a outros deuses. Por isso havia nas casas romanas os penates ou nichos, espécies de altar com uma representação do deus adorado naquele lar. Em Éfeso, a deusa Diana, Ártemis para os romanos, era cultuada no templo daquela cidade, que era uma das sete maravilhas do mundo antigo. Mas os seus adoradores também tinham miniaturas da imagem de Diana em seus penates. Demétrio, de Éfeso, era fabricante de nichos (At 19.24). Os mesmos adoradores desses deuses participavam também do culto do imperador.
Esequias Soares. Os Dez Mandamentos. Valores Divinos para uma Sociedade em Constante Mudança. Editora CPAD. pag. 29-31. 
Panteões Nacionais
O Antigo Testamento frequentemente menciona os deuses das várias nações vizinhas a Israel em termos gerais. Aqui podemos encontrar praticamente todas as nações com as quais Israel teve contato. Normalmente a palavra "panteão" é usada na lista e na discussão dos deuses de qualquer grupo étnico ou político. No entanto, este é um anacronismo ilusório. A expressão semita significa "a assembleia dos deuses". Este conclave deve ser visto como uma reunião para tomada de decisões ou ações (por exemplo, o senado de alguns países pode se reunir sem a presença de todos os senadores) e não como um catálogo formal e metódico das divindades adoradas por um povo em particular. Com esta distinção em mente, podemos observar os seguintes panteões mencionados na Bíblia.
1. Os deuses dos amonitas (Jz 10.6). O principal deus era Moloque ou Milcom.
2. Os deuses dos amorreus (Js 24.2,15; Jz 6.10; 1 Rs 21.26; 2 Rs 21.11). Como pouca literatura dos amorreus chegou até nós, precisamos depender de fontes secundárias e inferências para o nosso conhecimento desse panteão. Evidentemente, era parecido com o panteão cananeu posterior. O templo de Ishtar em Mari e o templo de Dagom na Babilônia eram, provavelmente, santuários dos amorreus. Dagom, Hadade e Anate parecem ter sido divindades dos amorreus, impostas por estes aos cananeus, quando invadiram a região do médio Eufrates, como se pode inferir das descobertas em Ras Shamra (Oldenburg, The Conflict Between El and Baal, pp. 146-163).
3. Os deuses dos assírios (Na 1.14) passaram a fazer parte da jurisdição do Antigo Testamento entre os séculos IX a VII a. C. O principal deus deste panteão era Assur, substituindo o sumério Ea. O panteão assírio era parecido com o da Babilônia. Nas duas localidades, as divindades semitas substituíram os antigos deuses sumérios, em alguns casos absorvendo as suas supostas funções e os seus títulos.
4. Os deuses dos babilônios (Is 21.9; Ed 1.7) foram importantes para Israel nos séculos finais do período dos reis e durante o exílio. Existiam mais de 700 divindades listadas na Babilônia. Os conquistadores semitas dos sumérios aceitaram os deuses nativos e adicionaram os seus próprios. Esta situação foi posteriormente complicada pelo fato de que cada cidade-estado passou a ter o seu próprio panteão.
Em Lagash, nos tempos antigos, Anu, o deus do paraíso, era adorado juntamente com Antu, a sua esposa. Em Eridu, o deus principal era Enlil, deus da terra, que mais tarde foi sucedido por Merodaque. A esposa de Enlil era Damkina, e o seu filho era Merodaque. Essas figuras (exceto Merodaque) eram todas sumárias. Outros deuses da Babilônia incluíam Sin (a suméria Nanna), o deus-lua; Shamash, o deus-sol e filho de Sin; Ningal, a esposa de Sin; Ishtar (a suméria Innina), a deusa da fertilidade, e o seu esposo Tamuz; Allatu (a suméria Ereshkigal), a deusa do inferno; Namtar, o mensageiro do deus da morte; Irra, o deus das pestes; Kingsu, a deusa do caos; Apsu, o deus das profundezas do mar; Nabu, o santo patrono da ciência e do aprendizado; e Nusku, o deus do fogo. Veja Babilônia.
5. Os deuses dos cananeus (q.v.) são mencionados juntamente com os dos demais habitantes de Canaã, em uma relação com a conquista da terra pelos hebreus. Outras tribos mencionadas em Êxodo 23.23; 34.11-17; Juízes 3.5ss., e outras passagens, incluem os amorreus, os heteus, os ferezeus, os heveus e os jebuseus. Exceto para os heteus, e possivelmente os heveus (talvez os horeus, ou hurrianos; cf. a versão grega de Genesis 34.2; Josué 9.7), as demais tribos eram fortes aliadas dos cananeus e provavelmente adoravam as mesmas divindades. O mesmo era verdade sobre os sírios mencionados em Juízes 10.6, mas provavelmente houve alguma mudança naquele panteão nos últimos tempos. O panteão cananeu é o mais conhecido dos textos mitológicos de Ras Shamra, embora outras informações venham de Filo de Byblos e de fontes bíblicas, assim como de curtos textos literários em aramaico e em fenício. O principal deus e criador era El. Seu filho (às vezes chamado de seu neto) Baal era o deus das tempestades e da vegetação. Ele era chamado de "aquele que predomina", "o exaltado, deus da terra". Na mitologia, Baal é entronizado em uma montanha no norte. Durante o reinado de Acabe, ele tornou-se o principal deus de Israel. Aserá era a esposa de El e a mãe de 70 deuses. Nos textos de Ras Shamra, a deusa Anate é a irmã, e frequentemente, a esposa de Baal, mas, no Antigo Testamento, Astarote (isto é, Aserá) é normalmente a sua esposa. Em Tiro, a pátria de Jezabel, Aserá é a esposa de Baal (1 Rs 15.13; 18.19; 2 Rs 21.7; 23.4). Outros deuses cananeus proeminentes eram Dagom, Moloque, Resefe e Rimom (veja abaixo), e Mot (a morte).
6. Os deuses do Egito são mencionados na história pré-monárquica antiga dos hebreus, e novamente no período entre os séculos VII e VI a. C.(Êx 12.12; Js 24.14; Jr 43.12,13; 46.25). Como os deuses do Egito estavam em constante modificação, fusão e sincretismo, dependendo parcialmente da sorte política da província ou cidade onde uma divindade em particular era soberana, é difícil fornecer uma breve pesquisa do "panteão" egípcio. No entanto, o principal deus era conhecido por diferentes nomes em diferentes lugares e épocas. Em Heliópolis ele era conhecido como Aten-Re-Khepri; em Elefantina, como Khnum-Re; em Tebas, como Amon-Re (veja abaixo); e em Amarna (q.v.), como Aton-Re. Re, o deus-sol, era assim fundido com o deus local da província. Observam-se tríades de deuses principais em várias épocas: Ptah, Sekhmet, Nefer Tem; Amon-Re, Mut e Khonsu; Osíris, Isis e Horus. Todas estas são tríades pai-mãe-filho.
Segundo os textos das pirâmides, o Livro dos Mortos, e outros exemplares da literatura egípcia antiga, existiam mais de 1200 divindades conhecidas pelos egípcios. As principais eram as seguintes: Apis, o touro de Mênfis (Êx 32; 1 Rs 12.25-33 podem se referir à sua adoração); Hapi, o deus do Nilo; Hator, a deusa do amor e da beleza; Ma'at, o deus da justiça e da ordem; Sotis, a estrela do cão; Sihor, o deus do inferno; Shu, o deus do ar; Thot, o deus escrivão.
7. Os deuses dos edomitas são, às vezes, mencionados como os deuses de Seir (2 Cr 25.14; cf. versículo 20).
8. Os deuses dos heteus, embora não mencionados pelo nome no Antigo Testamento, têm uma referência indireta em Êxodo 23.23,24; 34.11-15; Juízes 3.5,6. O principal deus heteu, Teshub, era um deus das tempestades, grosseiramente equivalente a Baal. Portanto, é possível que os heteus tenham adorado as divindades dos cananeus como um resultado de seu contato com este povo, embora os nomes idolatria (Ex 20.3-5; 32.35; Nm 25.1-9; Dt 5.7-9). Por trás do terrível julgamento de Joel 1.4-20 estava a queda de Israel na idolatria (cf. Jl 2.12ss.). O cativeiro é representado como sendo o resultado da adoração a outros deuses (2 Rs 22.17).
PFEIFFER .Charles F. Dicionário Bíblico Wycliffe. Editora CPAD. pag. 761-764.
 
 
Observação do Ev. Luiz Henrique - Embora rodeado por todos esses deuses Israel procurou se manter fiel à crença de seu patriarca maior, Abraão. Abraão, desde seu inicio, procurou crer mais nos ensinos dos antigos conhecidos de DEUS (semitas - de Noé, Sem até Naor) do que nos religiosos de sua época que adoravam a vários deuses. Chamado por DEUS Abraão recebeu de DEUS a incumbência de ser pai de uma multidão de filhos que professariam a mesma fé que ele tivera em um único DEUS. Abraão se tornou amigo de DEUS e assim ensinou a seus empregados e descendentes a também o serem. A intimidade de Abraão com DEUS era algo notório a todos os que o conheciam, inclusive a seus conhecidos e seus inimigos. Abrão se manteve por toda sua vida fiel às suas convicções de que só havia um DEUS e que esse DEUS era um DEUS presente e mais poderoso do que qualquer outro ser existente. Abraão era homem de fé.
 
III. EXEGESE DO PRIMEIRO MANDAMENTO
A Palavra. Esse termo vem do grego, ex, «fora», e agein, «guiar», ou seja, «liderar» ou «explicar". A palavra portuguesa exegese é usada para indicar «narrativa», «tradução» ou «interpretação». Dentro do contexto teológico, a ênfase recai sobre a interpretação de modos formais de explicação que podem ser aplicados a algum texto, a fim de se compreender o seu sentido. Na linguagem técnica, a exegese aponta para a interpretação de alguma passagem literâria especifica, ao mesmo tempo em que os princípios gerais aplicados em tais interpretações são chamados hermenêutica.
CHAMPLIN, Russell Norman, Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia. Vol. 2. Editora Hagnos. pag. 617. 
1. Outros deuses.
Estudos de críticos conservadores mostram que a ideia de henoteísmo (crêr em um DEUS supremo e admitir que existe outros deuses) no primeiro mandamento não se sustenta. Esse mandamento é considerado o mais genérico e o menos detalhado do Decálogo. O rabino Benno Jacob se pronunciou sobre o assunto da seguinte forma: "Nós não podemos ajudar, mas responder porque este mandamento não era usado para prover uma lição dogmática final acerca das falsas deidades, mas isto foi precisamente o que o Decálogo procurou evitar" (JACOB, 1992, p. 546). Ele explica. É que no Sinai só existiam Javé e Israel, e nada havia a ser dito sobre as nações e seus deuses, portanto o rabino acrescenta: "Não existia outro deus para o Decálogo". A mais rudimentar regra da hermenêutica diz que nunca se deve interpretar um texto isoladamente, fora do seu contexto. Aqui, esse contexto mostra a proibição de sacrificar e servir a outros deuses é absoluta e sem concessão, o que remete ao monoteísmo (Êx 22.20; 23.13; 34.14; Dt 6.4, 14; 13.2). É assim que essas e outras passagens do Pentateuco explicam o primeiro mandamento. Existe um só DEUS e DEUS é um só; esse pensamento permeia a Bíblia inteira (2 Rs 19.15; Jo 17.3).
Os ídolos, de fato, não são deuses (Dt 32.21; Gl 4.8). Apenas são chamados assim por existirem na mente dos seus adoradores (1 Co 8.5), mas não reais de fato. O objeto de adoração dos gentios são representações demoníacas; os pagãos adoram os próprios demônios (Lv 17.7; Dt 32.17; 1 Co 10.20). Não existe DEUS além de Javé (Is 44.6; 45.5, 6). Os cristãos devem manter distância dos ídolos (1 Co 10.14; 1 Jo 5.21).
Esequias Soares. Os Dez Mandamentos. Valores Divinos para uma Sociedade em Constante Mudança. Editora CPAD. pag. 35-36. 
Gn 1.26 - “Façamos o homem à nossa imagem." Por que DEUS utiliza a forma plural? Um ponto de vista alega que esta é uma referência à Trindade — DEUS PAI, JESUS CRISTO e o ESPÍRITO SANTO - as três pessoas - um só DEUS. Outra visão explica que a finalidade da palavra no plural é denotar majestade. Os reis tradicionalmente usam a forma plural ao referir-se a si mesmos. Em Jó 33.4 e Salmos 104.30, sabemos que o ESPÍRITO de DEUS esteve presente na criação. Em Colossenses 1.16, vemos que CRISTO, Filho de DEUS, estava trabalhando na criação.
BÍBLIA APLICAÇÃO PESSOAL. Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal. Editora CPAD. pag. 6. 
Gn 1.26 DISSE DEUS FAÇAMOS. Esta expressão contém uma referencia primeva ao DEUS trino e uno. O uso da primeira pessoa no plural [“nós”, oculto] indica que há pluralidade em DEUS (Sl 2.7; Is 48,16). A revelação da característica trina e una de DEUS só se torna clara, porém, quando chegamos ao Novo Testamento (Lc 3.21-22).
STAMPIS. Donald C. (Ed) Bíblia de Estudo Pentecostal: Antigo e Novo testamento. Rio de Janeiro: CPAD, 1995. 
Êxo 20.3 Não terás outros deuses. Neste ponto, o monoteísmo substitui todas as outras possíveis noções de DEUS. Todavia, não basta acreditar na existência de um DEUS. Esse DEUS único precisa ser reconhecido e obedecido como a autoridade moral de todos os atos humanos. Também só há um DEUS no atinente à questão da adoração e do serviço espirituais. O DEUS único merece toda honra. Isso labora contra o panteísmo e todo o seu caos.
A nação de Israel estava cercada por povos que eram leais a um número impressionante de divindades. As pragas do Egito tinham mostrado que só Yahweh é DEUS (ver Êxo. 5.2 e 6.7). Há uma profunda verdade na idéia que um homem só pode adorar a um DEUS. JESUS abordou essa questão em Mateus 6.24. Os homens adoram aquelas coisas que lhes parecem importantes, incluindo o dinheiro. Há deuses externos e internos. Mas todos eles são deuses falsos.
Os vss. 4-6 descrevem e ampliam o primeiro mandamento. Os católico-romanos e os luteranos (e também muitos intérpretes judeus) pensam que esses versículos formam, conjuntamente, o primeiro mandamento. Mas a maioria dos outros grupos protestantes e evangélicos fazem desses versículos um mandamento distinto.
Yahweh é um DEUS zeloso que não tolera rivais (vs. 5; 34.14). Naturalmente, temos nisso uma linguagem antropomórfica. Divindades rivais seriam algo contrário ao caráter único de DEUS. E um deus que não é único não é o verdadeiro DEUS. Ver os vss. 22,23. A desobediência ao primeiro mandamento foi a principal razão dos cativeiros, finalmente, Israel sofreu.
CHAMPLIN, Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 388. 
Êxo 20.3 — Não terás outros deuses. O Senhor não deveria ser visto por Israel como um deus qualquer entre todos os outros, e nem como o melhor deles. Ele era e é o único DEUS vivo. Ele, e somente Ele, deveria ser adorado, obedecido e louvado pelos israelitas. A história bíblica apresenta a crença em um único DEUS desde o começo da história de Israel como uma nação. O primeiro mandamento é uma comprovação disso. E tal fato não foi uma realização de Israel. Este povo foi apenas o receptor das revelações divinas.
EarI D. Radmacher: Ronald B. Allen: H. Wayne House. O Novo Comentário Bíblico Antigo Testamento com recursos adicionais. Editora Central Gospel. pag. 164-165.  
2. O ponto de discussão.
Diante de mim (3) significa “lado a lado comigo ou além de mim”. DEUS não esperava que Israel o abandonasse; Ele sabia que o perigo estava na tendência de prestar submissão igual a outros deuses. Este mandamento destaca o monoteísmo do judaísmo e do cristianismo.
“O primeiro mandamento proíbe todo tipo de idolatria mental e todo afeto imoderado a coisas terrenas e que podem ser percebidas com os sentidos.” Não existe verdadeira felicidade sem DEUS, porque Ele é a Fonte de toda a alegria. Quem busca alegria em outros lugares quebra o primeiro mandamento e acaba na penúria e em meio a acontecimentos trágicos.
Leo G. Cox. Comentário Bíblico Beacon. Êxodo. Editora CPAD. pag. 189. 
Diante de mim. Literalmente “à minha face” . Esta frase vagamente incomum também parece ser usada em relação ao ato de tomar uma segunda esposa enquanto a primeira ainda estivesse viva. Tal uso, de uma quebra de um relacionamento pessoal exclusivo, ajuda a explicar o seu significado aqui. A frase está relacionada à descrição de YHWH como um “ DEUS zeloso” , no versículo 5. Alguns comentaristas modernos sugerem que “ diante de YHWH” ou “ a presença de YHWH” no restante da Torah são referências ao altar de YHWH (23:17). Vêem, portanto, uma referência ao culto israelita: nenhum outro deus pode ser adorado simultaneamente com YHWH num santuário comum, como era de praxe, por exemplo, na religião cananita. Não há dúvida de que isto é verdade, mas parece ser uma explicação inadequada. Seja qual for, porém, a maneira de encararmos os detalhes da passagem, seu sentido principal é claro: por causa da natureza de YHWH e do que YHWH fez por Israel, Ele não dividirá Seu louvor com quem quer que seja: Ele é único.
R. Alan Cole, Ph. D. ÊXODO Introdução e Comentário. Editora Vida Nova. pag. 148. 
3. O politeísmo.
São três as principais formas de adoração no paganismo do Antigo Oriente Médio: politeísmo, henoteísmo e monolatria. Foi nesse contexto que viveram os patriarcas do Gênesis e em que a nação de Israel foi formada.
O politeísmo é a crença em muitos deuses. O termo deriva de duas palavras gregas, polys, "muito", e theos, "DEUS". Era a religião dos antigos mesopotâmios, egípcios, gregos, romanos e do atual hinduísmo. O henoteísmo é uma forma primitiva de religião que admite a existência de muitos deuses; no entanto, apenas um deles tem a supremacia. O termo, aplicado em 1881 por F. Max Muller, historiador alemão das religiões, significa literalmente "um DEUS", do grego heis/hen, o numeral "um", e theos, "DEUS". A forma henoteísta deve ser definida como uma crença em um DEUS, mas admitindo a existência de outros deuses, como ocorre à doutrina das atuais testemunhas de Jeová.
A palavra monolatria vem de monos, "único", e latreia, "serviço sagrado, culto". O termo surgiu com o orientalista alemão Julius Wellhausen (1844-1918). Define-se como adoração ou culto "de uma deidade única para cada grupo étnico-político (clã, tribo, povo), não para toda a humanidade, de sorte que se admitem tantos deuses legítimos como povos" (GUERRA, 2001, p. 613). Assim, o henoteísmo deve ser entendido como uma forma de crença do qual a monolatria é o tipo correspondente de adoração. A ideia de henoteísmo e monolatria formarem um estágio intermediário entre politeísmo e monoteísmo não tem sustentação bíblica, visto que a religião original da raça humana era monoteísta. Não se conhecia a idolatria antes do dilúvio. A Bíblia afirma que todas essas formas falsas de adoração são uma degeneração do monoteísmo original (Rm 1.21-25).
Esequias Soares. Os Dez Mandamentos. Valores Divinos para uma Sociedade em Constante Mudança. Editora CPAD. pag. 28-29. 
POLITEÍSMO. Essa palavra vem do grego, poli, -muitos-, e theóe, "deus.., ou seja, a crença de que existem muitos deuses. Isso contrasta com o monoteísmo, a crença na existência de um único DEUS, e com o henoteísma, a crença de que apesar de existirem muitos deuses, somos responsáveis diante de um só DEUS.
Só as três grandes fés: a do judaísmo, a do cristianismo e a do islamismo têm adotado uma forte posição monoteísta. Contudo, os judeus e os maometanos vêem o conceito trinitariano cristão como uma forma velada de monoteísmo. Dentro do cristianismo moderno, os mórmons defendem um politeísmo teórico. De acordo com o mormonismo, na verdade existiriam muitos deuses; mas, na prática, eles promovem um triteismo: haveria três deuses com os quais temos algo a tratar, o Pai, o Filho e o ESPÍRITO SANTO, que seriam pessoas separadas e deuses distintos uns dos outros, e não meras hipóstases (vide) de uma única essência divina.
CHAMPLIN, Russell Norman, Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia. Vol. 5. Editora Hagnos. pag. 321.
 
IV. O MONOTEÍSMO
1. Os mandamentos, os estatutos e os juízos.
Dt 6.1 Mandamentos... estatutos... juízos. Temos aqui a tríplice designação da legislação mosaica, conforme já tínhamos visto em Deu. 5.31. Estatutos e juízos figuram como que formando um par em Deu. 4.1,5,8,14,45 e 5.1. E Deu. 6.20 reitera essa tripla designação. Talvez não devamos estabelecer distinções muito nítidas entre esses três termos, pois parecem ser apenas uma referência múltipla aos muitos preceitos baixados por Moisés. Alguns estudiosos têm sugerido que os “mandamentos'' são os dez mandamentos, e os outros dois vocábulos apontam para desenvolvimentos e ampliações posteriores do núcleo original da lei. O que fica claro, contudo, é que está em pauta a complexa legislação mosaica, referida por meio de vários termos. Toda essa grande complexidade precisava ser ensinada (Deu. 5.31), conhecida e observada (5.31-33), para que então houvesse vida (4.1 e 5.33).
... se te ensinassem. A idéia de instrução é reiterada aqui. Ver Deu. 5.31.
Para que os cumprisses na terra. Ou seja, na Terra Prometida, dada a Israel por meio do Pacto Abraãmico (Gên. 15.18). Os três discursos de Moisés (que perfazem o volume maior de Deuteronômio) exortavam o povo de Israel para que obedecesse à lei, como meio de conquista e de vida boa e longa na Terra Prometida. Os filhos de Israel precisavam instruir à geração mais jovem quanto aos seus deveres na Terra Prometida. Por motivo de desobediência, a geração anterior havia perecido no deserto, com as exceções únicas de Calebe e Josué (ver Deu. 1.34 ss.).
A lei destinava-se a todas as “gerações” dos filhos de Israel (ver Êxo. 29.42; 31.16). Esses estatutos eram “perpétuos” (Êxo. 29.42; 31.16; Lev. 3.17 e 16.29). Os hebreus não antecipavam um fim para o seu sistema religioso. Mas ele terminou, e isso serviu de instrumento para o começo do cristianismo. Todos os sistemas terminam e assim tornam-se instrumentos de avanço. Essa evolução é que é “perpétua”. A epístola aos Hebreus mostra como e por qual motivo o Antigo Pacto terminou, a fim de que o Novo Pacto pudesse tomar o lugar daquele e percorrer o seu próprio curso.
CHAMPLIN, Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 781, 784. 
MONOTEÍSMO (Antigo Testamento Interpretado - Comentário de Champlin AT V.7)
Definição
Essa palavra vem do grego mónos, «único», e théos, «DEUS». Portanto, ela indica aquele ensino de que só existe um DEUS. Isso pode ser contrastado com o henoteísmo, que admite uma pluralidade de deuses, embora afirme ter relações somente com um deles, que merece a nossa adoração e obediência.
Distinções
1. Conforme acabamos de notar, deve-se fazer a distinção entre o monoteísmo e o henoteísmo.
2. Deve-se distinguir o monoteísmo das várias formas do teísmo. O ensino do teísmo é que DEUS (ou deuses) está interessado nos homens, intervindo em sua história, recompensando ou punindo, dependendo dos méritos de cada um. O monoteísmo ensina que só existe um DEUS que tem interesse pelo homem.
3. Deve-se distinguir o monoteísmo do deísmo (Deus que não se comunica com suas criaturas). Apesar do deísmo poder ser monoteísmo, difere deste ao asseverar que DEUS não se interessa pelos homens, pois deixou o mundo ser governado por leis naturais, ao abandonar a sua criação. DEUS também não intervém, não recompensa e nem castiga. E apesar do deísmo poder ser monoteísta, usualmente o monoteísmo envolve a idéia teísta de que DEUS continua interessado pela sua criação, intervindo, etc.
4. Deve-se distinguir entre o monoteísmo e o politeísmo. Ambas as posições ensinam que DEUS (ou deuses) tem interesse pelo homem, mas o politeísmo postula a existência de muitos deuses. O triteísmo é uma forma de politeísmo que tem sido defendida por alguns cristãos que não aceitam a doutrina da Trindade. Os mórmons de nossos dias são triteístas práticos, embora sejam politeístas teóricos.
5. Alguns distinguem o monoteísmo do trinitarismo, pois pensam que, apesar de todas as tentativas e «contorções», o caso do trinitarismo está longe de estar provado. Para eles, o trinitarismo é apenas uma forma velada e sofisticada de triteísmo.
6. Deve-se distinguir o monoteísmo do panteísmo. De acordo com os padrões cristãos, o panteísmo é uma forma de ateísmo, porque apesar de falar acerca de DEUS, faz tudo ser parte de DEUS, e assim destrói a distinção entro DEUS e a sua criação, quanto à questão de essência. O panteísmo propõe a existência de uma única essência, a divina, e todas as coisas seriam, finalmente, parte da essência divina. 
Idéias Usualmente Associadas ao Monoteísmo
1. DEUS como um Ser absoluto e infinito usualmente é um conceito associado ao monoteísmo. Pelo menos os teólogos cristãos referem-se ao DEUS único dessa maneira. Nenhuma das coisas alistadas nesta seção, entretanto, é absolutamente necessária como corolário do monoteísmo. Os mórmons acreditam em um DEUS finito, que tem os seus próprios problemas. A idéia de um único DEUS finito ocasionalmente aparece entre os teólogos cristãos.
2. DEUS é dotado de vida necessária e independente. DEUS não pode deixar de existir e a sua vida não depende de qualquer causa externa ou fator sustentador. Ele é a sua própria causa e sustentador.
3. DEUS como criador. O DEUS único criou tudo. A idéia de DEUS como arquiteto ou organizador, entretanto, é uma forma possível de monoteísmo. Nesse caso, a matéria é considerada etema. Sua forma seria modificada por DEUS, manipulando materiais já existentes. O mesmo poderia ter-se dado com o ESPÍRITO, por ocasião da formação do mundo espiritual.
4. Personalidade: o DEUS pessoal. Usualmente, o monoteísmo assevera que DEUS ê uma pessoa, e não alguma força cósmica impessoal
5. Moralidade. DEUS põe em vigor aquilo que é correto, sendo ele a origem do que é certo. Ele castiga o mal. Tem DEUS muitas virtudes morais que os homens precisam emular, especialmente a virtude do amor, que é a base onde florescem todas as demais virtudes.
6. DEUS é tanto imanente quanto transcendente. DEUS faz-se presente, mas em um outro sentido. DEUS está completamente acima de nossa experiência e conhecimento. Usualmente, o monoteísmo assevera que DEUS pode ser conhecido, mas limita isso em consonância com os homens finitos. Se DEUS pode ser conhecido, então, o agnosticismo labora em erro. Podemos ter um conhecimento válido de DEUS, e não precisamos dizer: «Não sabemos se DEUS existe ou não». DEUS, como alguém que pode ser conhecido também nega a avaliação negativa do ateísmo bem como as limitações do positivismo lógico, posições que querem fazer-nos acreditar que qualquer proposição sobre um ser divino é destituída de sentido.
7. O DEUS único é Pai. Essa é a proposição mais consoladora da religião. Porquanto garante para o homem um teísmo baseado no amor. DEUS cuida de nós como o faria um pai. 
Monoteísmo na Bíblia
1. Os capítulos primeiro e segundo do livro do Gênesis, a história da criação, indicam uma única operação divina. Pode ser verdade, conforme dizem muitos teólogos, que a fé religiosa original dos hebreus fosse henoteista, e não monoteísta. Mas o relato da criação foi escrito em uma época da história de Israel em que o monoteísmo já estava bem firmado. Seções posteriores do Antigo Testamento talvez reflitam uma fé religiosa mais primitiva. O trecho de Deu. 4:7 poderia ser um reflexo do henoteísmo. Outras nações tinham deuses, mas não defendiam os seus adoradores, como o DEUS dos hebreus fazia em favor deles. Posteriormente, todos os outros deuses foram tidos por falsos. Como é óbvio, esse ponto é intensamente disputado, sendo inconclusivas as evidências em prol de um período mais remoto. É inegável que os antepassados de Abraão eram politeístas (ver Gên. 35:2; Jos. 24:2). Permanece em dúvida quanto desse politeísmo entrou nas vidas dos patriarcas. A história dos ídolos do lar que Raquel ocultou e que, posteriormente, Jacó sepultou, antes de retornar à Terra Prometida, indica definidamente um tempo em que o monoteísmo ainda não havia prevalecido totalmente. Ver Gênesis 31 e 32. O trecho de Gên. 35:2 ss registra o fato de que Jacó desfez-se dos «deuses estranhos». Sem dúvida isso indicou uma definida preferência pelo monoteísmo, e não que o monoteísmo só se estabeleceu relativamente tarde na história do povo de Israel, embora ainda dentro do período dos patriarcas.
2. Os Dez Mandamentos.
Essas leis encerravam provisões em favor de um monoteísmo prático, mesmo que não de um monoteísmo absolutamente teórico. «Não terás outros deuses diante de mim», declarou Yahweh (Êxo. 20:3). E é interessante que essas palavras são ligadas ao fato (mencionado no vs. 2) de que foi esse o DEUS que tirou Israel da terra do Egito.
3. O conflito de Elias com os profetas de Baal não afirma claramente o monoteísmo, mas o fato de que pôs a ridículo os deuses de seus adversários, com toda a idolatria envolvida, mostra um provável monoteísmo teórico, e, certamente, um monoteísmo prático. Ver I Reis 2:8-24.
4. Os Profetas. Durante esse período da história de Israel, do século VIII a. C. em diante, encontramos um claro monoteísmo teórico e prático. O trecho de Isa. 46:9 é enfático a esse respeito: «Lembrai- vos das cousas passadas da antiguidade; que eu sou DEUS e não há outro, eu sou DEUS, e não há outro semelhante a mim». O trecho de Salmos 115:4-8, que ridiculariza a idolatria, é uma forte afirmação em favor do monoteísmo.
5. O judaísmo do período intertestamental contava com um intransigente monoteísmo.
6. No Novo Testamento. Paulo, no primeiro capítulo de Romanos, escreve alicerçado sobre o monoteísmo.
Antigo Testamento Interpretado - Comentário de Champlin AT V.7  
2. O maior de todos os mandamentos.
Dt 6.4 Temos aqui a introdução ao maior de todos os mandamentos, o amor (vs. 5).
Os versículos 4 e 5 fazem parte do que chamamos Shema (hb. “ouve”). Este é o credo do judaísmo. O SENHOR, nosso DEUS, é o único SENHOR ou “O Senhor é o nosso DEUS, o Senhor é um” são traduções válidas. Os judeus consideram a palavra hebraica Yahweh muito sagrada para ser pronunciada e, por isso, a substituem pela palavra Adonai, “meu Senhor”. Yahweh quer dizer, literalmente, “Ele é” ou “Ele se toma, Ele vem.
ARC traduz por “JEOVÁ” ou “SENHOR” (assim, em letras maiúsculas) todas as vezes que, no original, ocorre a palavra hebraica Yahweh. (N. do T.) a ser”. Moffatt a traduz por “o Eterno”. Os dizeres do versículo 4 declaram que o Senhor é o DEUS de Israel, que ele é o único DEUS e que ele é o mesmo em todos os lugares. Esta descrição estava em oposição aos deuses das nações circunvizinhas, particularmente a Baal que era adorado de diferentes formas e com diferentes ritos em diversas localidades.
A palavra único não é incompatível com a doutrina cristã da Trindade, ou seja, três Pessoas da mesma substância em uma deidade. Com efeito, a palavra DEUS está, via de regra, na forma plural nas Bíblias hebraicas como também neste versículo.
Leo G. Cox. Comentário Bíblico Beacon. Êxodo. Editora CPAD. pag. 433-434. 
Dt 6.4. Ouve Israel. Israel é convidado a responder a Javé com a mesma plenitude de amor demonstrada por Javé em favor de Seu povo. No Novo Testamento o versículo 5 é apresentado por JESUS como o primeiro e grande mandamento (Mt 22: 36-38. Cf. Mc 12: 29-34; Lc 10: 27, 28).
Esta breve passagem (4-9) tem sido conhecida pelos judeus durante séculos como o Shema (sPma', ouve em hebraico) e é recitada junto com Deuteronômio 11: 13—21 e Números 15: 37-41 como oração diária. A referência à colocação das leis de DEUS como frontal entre os olhos é comentada em 6: 8. A prescrição do versículo 4 tem sido considerada como uma maneira positiva de enunciar as ordens negativas dos dois primeiros mandamentos do Decálogo (5: 7-10). Esta confissão central da fé israelita consiste de apenas quatro palavras, Javé, nosso DEUS, Javé, Um. A expressão tem sido entendida de várias maneiras. Traduções possíveis são: Javé nosso DEUS, Javé é um”, “Javé é nosso DEUS, Javé é um”, “Javé é nosso DEUS, Javé somente”. Seja qual for a tradução escolhida, o significado essencial é claro. Javé deveria ser o único objeto da adoração, lealdade e amor de Israel. A palavra “um” ou “Único” implica em monoteísmo, mesmo que não o afirme com todas as sutilezas da formulação teológica.
O monoteísmo bíblico tinha uma expressão prática e existencial que levaria ao abandono de pontos de vista como a monolatria. Mesmo que alguém em Israel admitisse a existência de outros deuses, a afirmação de que somente Javé era Soberano e único objeto da obediência de Israel fazia soar o toque fúnebre para quaisquer posições inferiores ao monoteísmo.
R. Alan Cole, Ph. D. ÊXODO Introdução e Comentário. Editora Vida Nova. pag. 50-51.
3. A Trindade na unidade.
O monoteísmo é instituído como confissão de fé na lei de Moisés, e o Decálogo introduz esta doutrina. O monoteísmo é a crença em um só DEUS, como sugere a própria palavra: monos, "único", e theos, "DEUS". O termo é usado para designar a crença em um e somente um DEUS. A ênfase nesta unidade contrasta de maneira visível com o henoteísmo e a monolatria, além do politeísmo. Os patriarcas do Gênesis, Abraão, Isaque e Jacó, eram monoteístas e instruíram seus descendentes nessa crença (Dt 13.6; 28.64; Jr 19.4).
O DEUS de Israel revelado no Antigo Testamento é o mesmo DEUS do cristianismo (Mc 12.29-32). O Senhor JESUS não somente ratificou o monoteísmo judaico do Antigo Testamento, como também afirmou que o DEUS Javé de Israel, mencionado em Deuteronômio 6.4-6, é o mesmo DEUS que ele veio revelar à humanidade (Jo 1.18). O monoteísmo cristão é trinitário porque a sua base é de um só DEUS que subsiste em três pessoas distintas: o Pai, o Filho e o ESPÍRITO SANTO (Mt 28.19). O monoteísmo judaico é chamado de monoteísmo ético, pois Javé é um DEUS com propósito ético e a afirmação de um só DEUS é feita com base ética. Os Dez Mandamentos são chamados de "Decálogo Ético". A doutrina de DEUS é uma "questão de vida ou morte", pois, JESUS disse: "E a vida eterna é esta: que conheçam a ti só por único DEUS verdadeiro e a JESUS CRISTO, a quem enviaste" (Jo 17.3).
O apóstolo Paulo anunciava aos gentios o mesmo DEUS de seus antepassados: "O DEUS de nossos pais de antemão te designou para que conheças a sua vontade, e vejas aquele Justo, e ouças a voz da sua boca" (At 22.14). Veja o que ele ensina nas epístolas: "Todavia para nós há um só DEUS, o Pai, de quem é tudo e para quem nós vivemos; e um só Senhor, JESUS CRISTO, pelo qual são todas as coisas, e nós por ele" (1 Co 8.6); "Ora, o medianeiro não o é de um só, mas DEUS é um" (Gl 3.20); "Um só DEUS e Pai de todos, o qual é sobre todos, e por todos, e em todos vós" (Ef 4.6). A fé cristã não admite a existência de outro DEUS além do DEUS de Israel (Mc 12.32). É o monoteísmo judaico-cristão.
Esequias Soares. Os Dez Mandamentos. Valores Divinos para uma Sociedade em Constante Mudança. Editora CPAD. pag. 36-37. 
TRINDADE
A igreja primitiva, oposta ao politeísmo, com o AT ensinando que há um só DEUS, foi logo forçada a questionar: Quem é JESUS CRISTO? Era Ele apenas um homem? É Ele um anjo? Ou é Ele um DEUS? E se Ele é um DEUS, existem dois Deuses? Próximo ao início do século IV, um forte grupo na Igreja, sob a liderança de Ario, afirmava que CRISTO era um anjo criado. Atanásio comandava a ortodoxia e garantiu a condenação do Arianismo no Concílio de Nicéia em 325 d. C. A decisão foi repetida e o Credo de Nicéia recebeu sua forma final no Concílio de Constantinopla em 381 d. C. O debate no concílio centrou-se no significado do título Filho de DEUS. Os arianos sustentaram que o Filho nem sempre tinha existido; o Filho ou Palavra é uma criatura, uma obra, não o mesmo, em essência, com o Pai e, portanto, não era o verdadeiro DEUS.
Atanásio, ao contrário, criou uma distinção entre a filiação moral, no sentido de que todo crente é um filho de DEUS, e uma filiação natural, como Isaque era filho de Abraão. Então, se CRISTO fosse Filho apenas no sentido moral, Ele não seria diferente de nós e não seria o único Filho de DEUS. A isso, os arianos respondiam que CRISTO é o único Filho de DEUS porque Ele veio a ser unicamente através do Pai, enquanto todos os outros são gerados pelo Pai através do Filho. Mas essa construção, alegava Atanásio, nos tornaria filhos de CRISTO ao invés de filhos de DEUS. CRISTO, então, nos separaria de DEUS ao invés de nos unir a Ele. O debate se aprofundou em detalhes. Ario usou Provérbios 8.22, "O Senhor DEUS me criou antes de tudo, antes das suas obras mais antigas" (RSV), para provar que CRISTO era uma criatura. Atanásio referenciou o verso à natureza humana de CRISTO. O concílio, por fim, rejeitou a afirmativa de Ario de que o Filho é como o Pai, assim como o estanho se assemelha à prata, e adotou o Credo de Nicéia para o qual o Filho é dito ser um em essência com o Pai. Alguns críticos ridicularizam a teologia e o concílio por ter discutido tão violentamente a respeito da importância da letra "i". O ponto em debate era se JESUS CRISTO era da "mesma essência" (homoousios) do Pai (e, portanto, DEUS por inteiro) ou de "essência similar" (homoiousios) ao Pai (e, portanto, alguém menor do que DEUS). A diferença que a letra "i" faz é bem maior do que a existente entre prata e estanho; é a diferença entre DEUS e uma criatura.
A doutrina da Trindade também é acusada de ter introduzido na cristandade temas pagãos da filosofia grega. Nada poderia estar mais longe da verdade. Em primeiro lugar, os argumentos de Atanásio não utilizam nem a linguagem, tampouco os conceitos da filosofia grega; eles são completamente bíblicos. Segundo, foi Ário e não Atanásio quem utilizou argumentos pagãos ao permitir que honras fossem prestadas a um ser que ele considerava inferior a DEUS. E terceiro, o Credo de Nicéia removeu elementos pagãos que haviam aparecido em Orígenes e outros teólogos anteriores.
A doutrina da eterna geração do Filho, por exemplo, indicada nas palavras do Credo de Nicéia, "Unigênito de Seu Pai antes de todos os mundos", evita o erro de que o Logos, ao invés de ser um Filho eterno seja uma criação voluntária pela qual DEUS se isola da contaminação da criação do mundo. Como a ênfase na eterna geração evita esse erro, a ênfase na geração eterna mostra que o Filho não é um passo em uma série descendente de emanações, e que embora a filiação por geração seja uma relação necessária, a criação é um ato voluntário. Para os cristãos ativos hoje, a questão da Trindade muitas vezes toma a forma da defesa da divindade de CRISTO e a da personalidade do ESPÍRITO SANTO. Esta defesa é requerida em dois casos. A teologia liberal tende a um CRISTO puramente humano e as Testemunhas de Jeová ressuscitam o arianismo ao fazer de CRISTO um anjo criado. O material escritural é o mesmo, independente de qual grupo seja considerado, embora as Testemunhas de Jeová sejam mais propensas a dar atenção às Escrituras do que os liberais.
O primeiro versículo do Evangelho de João é frequentemente citado pelas Testemunhas de Jeová. Elas inevitavelmente sustentam que a tradução correta é: "No princípio era o Verbo e o Verbo estava com DEUS e o Verbo era um deus". A resposta do cristão começa com o próprio versículo. Aqui encontramos uma expressão idiomática grega particular, o uso anarthous do nome, isto é, o uso do nome sem o artigo definido. Em grego, quando o narrador queria indicar ou designar uma pessoa ou objeto, ele usava o artigo; mas quando queria reforçar uma qualidade ou natureza dos mesmos, ele excluía o artigo. Portanto, a tradução literal de João 1.1 seria: "E o Verbo era da mesma natureza ou qualidade de DEUS" (cf. a mesma expressão idiomática em Hebreus 1.2, onde algumas versões trazem corretamente a expressão "seu Filho", embora o texto grego traga simplesmente o termo "filho"). A evidência adicional para provar que João não poderia ter ensinado que CRISTO era uma criatura a quem foi concedido o título honorífico de "DEUS" é claramente encontrada nos versos imediatamente seguintes a João 1.1. Outras passagens declaram diretamente a divindade de CRISTO, como Hebreus 1.5-8, "A qual dos anjos disse jamais: Tu és meu Filho?... Mas, do Filho, diz: Ó DEUS, o teu trono subsiste pelos séculos dos séculos" (cf. Tt 2.13). Outro verso nesse sentido, cujas duas partes os liberais tentaram separar, inserindo um ponto final entre eles é: "CRISTO... o qual é sobre todos, DEUS bendito eternamente" (Rm 9.5). Outras bem conhecidas afirmações da divindade de CRISTO estão contidas na bênção apostólica (2 Co 13.13 e 13.14 em algumas versões) e na fórmula batismal (Mt 28.19). Referências adicionais selecionadas entre um grande número de referências disponíveis são: Mateus 11.27; João 5.23; Atos 10.36; 20.28; Romanos 10.9; Colossenses 2.9; 1 Tessalonicenses 3.11; 1 Pedro 1.2.
O fato de o termo Senhor ser a tradução, em grego, do termo Jeová utilizado no AT é, em si mesmo, uma evidência da divindade de CRISTO e também nos convida a comparar passagens do AT e do NT; por exemplo, Isaías 40.3 com Mateus 3.3; Salmo 24.7,10 com 1 Coríntios 2.8; Jeremias 23.5,6 com 1 Coríntios 1.30; e Provérbios 16.4 com Colossenses 1.16.
Pode-se também supor que o AT antecipa a doutrina da Trindade ao utilizar um termo no plural, Elohim, em Genesis 1.26, e mais claramente quando se trata do Anjo do Senhor em Genesis 16; 18; 19. No caso do ESPÍRITO SANTO, não é tanto sua divindade que é questionada, mas sua personalidade distinta. O ESPÍRITO SANTO é uma pessoa; este é um fato que pode ser plenamente entendido. Embora o nome ESPÍRITO seja do gênero neutro em grego, os pronomes relativos ao ESPÍRITO são masculinos (ao contrário da tradução de Romanos 8.16 na versão KJV em inglês). Vários textos deixam bastante claro que Ele é uma pessoa distinta tanto do Pai como do Filho: Mateus 3.16; Lucas 4.18; João 15.26; 16.7; Atos 5.32; Hebreus 9.14 etc.
Alguns, às vezes, rejeitam a doutrina da Trindade por pensar que ela não está explicitamente declarada nas Escrituras (1 Jo 5.7 não consta em alguns textos gregos). Mas esta doutrina está claramente implícita no testemunho dado pelas Escrituras quanto à verdadeira e completa divindade do Pai, do Filho e do ESPÍRITO SANTO, mantendo uma distinção de pessoas; em outras palavras, há três pessoas em um único DEUS.
PFEIFFER .Charles F. Dicionário Bíblico Wycliffe. Editora CPAD. pag. 1966-1968. 
Definição. Os crentes comuns, e até mesmo a maioria dos mestres cristãos, se fossem solicitados a definir a trindade, apresentariam uma definição "triteísta", e não uma definição "trinitária", Diriam haver três pessoas divinas, Pai, Filho e ESPÍRITO SANTO, e que são uma só pessoa. Porém, se fossem pressionados a explicar melhor suas idéias, diriam que essas três pessoas são "distintas".
A doutrina trinitária, entretanto, não contempla pessoas distintas. Se assim fosse, tudo se reduziria ao "triteismo". Em outras palavras, haveria três pessoas e, por conseguinte, três deuses, pois cada pessoa é vista dotada de existência separada das outras duas. A maioria dos argumentos apresentados em favor do "trinitarianismo", na realidade dá apoio ao "triteismo", No trinitarianismo, fala-se da essência de DEUS, como algo que está sujeito à distinção em três pessoas, mas sem qualquer divisão que permita a distinção em três pessoas diversas. Não há "três deuses", e nem meramente três modos de manifestação divina. Antes, todas as pessoas são co-extensivas, co-iguais e co-eternas. Contudo, sem importar que tipo de analogia ou argumento usemos, a fim de demonstrar essa doutrina, em algum ponto não conseguiremos explicar-nos devidamente, pois simplesmente não sabemos como pode haver três, e, ao mesmo tempo, um só, porquanto a mente dos homens terrenos não se presta muito bem para entender a matemática celeste. Por conseguinte, as analogias e explanações invariavelmente se inclinam por apoiar o "triteísrno", e não o "trinitarianisrno". Até mesmo as explicações antigas, que falavam de três "hipóstases" de "uma só substância", chegavam perigosamente perto do triteismo, se é que não eram expressões dessa posição. A palavra trindade significa a "união de três partes ou expressões em uma só". Porém, se postularmos três pessoas separadas, teremos caído no triteísmo, mesmo que digamos que essas três pessoas possuem o mesmo tipo de natureza. Muitos homens existem; compartilham do mesmo "tipo de natureza"; mas não perfazem "um" único individuo.
Se dissermos que DEUS é um só, em seu ser essencial, mas que a essência divina existe em três formas ou modos de ser, cada forma constituindo uma pessoa, embora participem da mesma essência, ainda assim teremos caído no triteísmo, se porventura estivermos concebendo três pessoas distintas, com existências individuais. Agostinho falava da trindade em termos de "relações internas", ou seja, aspectos de um único ser divino. Em DEUS não há qualquer divisão, mas tão-somente simplicidade e unidade perfeitas. Aceitando essa forma de definição, que é verdadeiramente trinitária, encontramos dificuldade em harmonizar essas idéias com as descrições dadas pelo NT, acerca das pessoas e das obras das três pessoas divinas. O que isso significa e que, sem importar qual definição apresentemos sobre a "trindade", nossas mentes permanecem insatisfeitas, porquanto simplesmente não podemos aprender o conceito "trinitário",já que não temos qualquer experiência sobre algo que seja, ao mesmo tempo, três e um. Portanto, nossas mentes não podem entender o conceito trinitariano, quando é apresentado realmente como tal, e não como forma velada do triteísmo.
Não obstante, o NT ensina que só há um DEUS, e que há três pessoas divinas. Como isso pode ser, não sabemos dizê-lo. Tomás de Aquino estava com a razão, ao asseverar que algumas doutrinas cristãs transcendem à razão e à percepção dos sentidos estão sujeitas à apreensão exclusiva da fé. O fato de que a mente humana não é capaz de entender uma doutrina não significa que tal doutrina não seja veraz. Por conseguinte, afirmamos a verdade da idéia trinitariana, porquanto certas passagens do NT, quando consideradas em seu conjunto, exigem essa idéia, ainda que as nossas explicações a respeito fiquem muito aquém de nos satisfazer plenamente. Também aceitamos a divindade e a humanidade de CRISTO, mescladas no homem JESUS de Nazaré, mas não há maneira de explicar tal coisa, acerca de como ela pode ser verdadeira. Isso envolve uma dimensão do conhecimento e da verdade que as nossas mentes ainda não conseguiram atingir. Por que haveríamos de pensar que não há "mistérios" presentes em qualquer sistema de conhecimento que envolva considerações sobre a realidade última? A verdadeira definição e compreensão sobre a trindade continua sendo um mistério para nós; no entanto, possuímos excelentes indicações, nas páginas do NT, de que isso representa a verdade sobre a natureza e a pessoa de DEUS, e que o l';IT, não procura nos ensinar o ''triteismo''.
História. É verdade, naturalmente, que o termo "trindade" não se acha no NT, e nem em qualquer documento há uma definição clara de "trindade". Rejeitamos enfaticamente a germinidade do trecho de I João 5:7a, Bb, conforme o mostram as notas expositivas acima, em favor de cuja rejeição há evidências irresistíveis. Contudo, o "conceito" da "trindade" é algo que se faz necessário pelo aspecto "total" da divindade, segundo esta é exposta nas páginas do N. T.
O vocábulo "trindade" evidentemente foi pela primeira vez usado por Tertuliano, na última década do século II d. C., mas não encontrou lugar na teologia formal da Igreja até o século IV d. C. Essa doutrina recebeu ampla expressão, pela primeira vez, em resultado da obra de pais capadócios da Igreja (meados do século IV d. C.  e mais tarde), a saber, Basílio, Gregório de Nissa e Gregório Nazianzeno. Eles formularam as idéias de distinção hipostática e de unidade substancial; mas algumas de suas explicações são claramente triteístas, e não trinitárias, o que se verifica sempre quando alguém tenta explanar. O que está em foco. A doutrina da trindade recebeu declaração formal na carta sinodal do concílio realizado em Constantinopla, em 382 d. C.   (preservado por Teodoreto, História Eclesiástica, v.9). Ainda antes, tal como no credo de Nicéia, em 325 d. C; e nos escritos dos pais da Igreja Inácio, Irineu, Tertuliano e Orígenes, podem ser encontradas fórmulas trinitárias. O conceito da trindade, pois, é quase tão antigo como o "cânon" do próprio NT, tendo surgido na história eclesiástica quase tão prontamente quanto qualquer teologia formal.
Tertuliano falava de "uma substância, três pessoas".
Após o século IV d. C., a posição trinitária se tornou o padrão da Igreja, ainda que, periodicamente, tivesse sofrido ataques e negações. Os principais desses ataques foram o monoteísmo hebreu, o arianismo, o sabelianismo, o socinianismo e o unitarismo. A heresia gnóstica, naturalmente, antes disso, já vinha assediando a Igreja por cento e cinquenta anos, desde os próprios dias apostólicos; essa heresia não tinha o conceito trinitário (ver CoL 2.18 no NTI).
É verdade, naturalmente, que os primitivos cristãos, sem teologia sofisticada, não formularam qualquer "conceito trinitário". Somente muitas décadas de reflexão desenvolveram esse pensamento. Tal "reflexão", porém, foi frutífera, deixando transparecer certas verdades que a Igreja primitiva não possuía e nem descreveu de modo formal.
Crentes individuais têm negado, duvidado ou ignorado essa verdade, a qual não deve tornar-se base de nossa comunhão uns com os outros. É crente o indivíduo que reconhece a JESUS CRISTO como Salvador (Col. 2: 19). Um homem pode fazer isso sem mostrar-se sofisticado em sua teologia ao ponto de formular um conceito trinitário.
Significação e importância da doutrina da trindade. Essa doutrina nos é revelada nas Escrituras por uma razão, não por mera curiosidade. Sugerimos os seguintes aspectos importantes dessa doutrina:
a. Confere-nos a compreensão acerca da natureza de DEUS e, por conseguinte, da nossa própria, pois o homem também é uma espécie de trindade, formada de corpo, alma e ESPÍRITO. Desse modo aprendemos, uma vez mais, que o homem foi criado segundo a imagem de DEUS; e esse é o significado da existência toda, porquanto DEUS é o alvo da vida, a saber, DEUS Pai (ver Cor. 8:6) e o Filho (ver o primeiro capítulo da epístola aos Efésios, sobretudo o vigésimo terceiro versículo, e o trecho de Cal. 1:16).
b. Assim como DEUS é triúno, mas cada pessoa divina tem sua função e propósito, mas todas concordam em um único propósito, assim também o homem, apesar de ser um ser extremamente complexo, pois combina aspectos espirituais e materiais, tem um grande propósito na existência.
c. O conceito da trindade ensina-nos como DEUS opera em sua criação: DEUS Pai é o planejador de todas as coisas, incluindo a redenção humana; o Filho é o agente em tudo, criador tanto da antiga como da nova criação; e o ESPÍRITO SANTO é o enviado de ambos, procurando realizar a missão do Filho durante sua ausência, especialmente a transformação dos homens remidos segundo a imagem e a natureza do Filho, que é a redenção mesma da humanidade. Todas as doutrinas cristãs, pois, têm alguma relação com o conceito da trindade. A redenção humana está a ela vinculada.
d. O conceito da trindade tira da idéia de estagnação o conceito de DEUS agora e por toda a eternidade. DEUS é dinâmico, pois nele existe plenitude de vida, sendo Ele a sua própria fonte originaria.
e. Esse conceito nega o "deísmo" (Deus que não se comunica com suas criaturas - DEUS longe do ser humano), que é a doutrina que DEUS é tão transcendental que não pode e não tem qualquer coisa a ver com sua criação; bem pelo contrário, o "Filho" subentende que haverá outros filhos de DEUS. Ele veio em busca dos homens para concretizar esse ideal; o ESPÍRITO SANTO, na qualidade de "paracleto" e agente de CRISTO, de seu alter ego (ou alterego - do latim alter = outro egus = eu -  coisas que estão no Ego de uma determinada pessoa), mostra que DEUS sempre está com os homens, com o propósito de conduzi-los ao seio da família divina, para que sejam irmãos do Filho de DEUS (ver 11 Cor. 3:18 e Rom. 8:29). Por conseguinte, o conceito da trindade subentende o "teísmo", ou seja, que DEUS está conosco e visa o nosso beneficio.
f. O conceito da trindade subentende unidade na diversidade; e essa é uma lição objetiva concernente ao mundo como DEUS trata com sua criação. CRISTO é o centro de tudo (unidade), mas os homens, uma vez remidos, não perdem a sua individualidade, embora assumam a imagem e natureza de CRISTO e venham a compartilhar de toda a plenitude de DEUS (Ver Efé. 3: 19 e Col. 2: 10). O dualismo não se acha no coração central do Universo, embora agora se manifeste, por causa da presença do pecado.
g. O trinitarianistrio limita os "rivais" ao poder de DEUS. Chama de "falsos", a todos os demais supostos deuses. DEUS, na qualidade de benevolência suprema, portanto, garante o triunfo do bem em todo o Universo.
CHAMPLIN, Russell Norman, Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia. Vol. 1. Editora Hagnos. pag.496-498. 
ELABORADO: Pb Alessandro Silva (http://estudaalicaoebd.blogspot.com.br/) com algumas modificações do Ev. Luiz Henrique.  
Veja http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/alianca.htm