Lição 6 - A Queda Do Império Babilônico 1 parte
Lições Bíblicas - 4º Trimestre de 2014 - CPAD
- Para jovens e adultos
Tema: A Integridade Moral e Espiritual - O
Legado Do Livro De Daniel Para A Igreja Hoje.
Comentários: Pr. Elienai Cabral
Complementos, ilustrações, questionários e vídeos: Ev. Luiz Henrique de
Almeida Silva
Questionário
NÃO DEIXE DE ASSISTIR AOS VÍDEOS DA LIÇÃO ONDE TEMOS MAPAS,
FIGURAS, IMAGENS E EXPLICAÇÕES DETALHADAS DA LIÇÃO
http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/videosebdnatv.htm
TEXTO ÁUREO
"E te levantaste
contra o Senhor do céu, [...] além disso, deste louvores aos deuses de
prata, de ouro, de cobre, de ferro, de madeira e de pedra, que não veem, não
ouvem, nem sabem; mas a DEUS, em cuja mão está a tua vida e todos os teus
caminhos, a ele não glorificaste" (Dn 5.23).
VERDADE PRÁTICA
Se nos rebelarmos contra
o Soberano e SANTO DEUS, Ele nos abaterá.
LEITURA DIÁRIA
Segunda - Sl 2.1-4; Is
44.23-28 DEUS frustra os maus intentos
Terça - Êx 34.5-7; Na
1.3 DEUS é paciente e tardio em irar-se
Quarta - Nm 14.18-20
DEUS não tem ao culpado por inocente
Quinta - Gl 6.7De DEUS
não se zomba
Sexta - Is 42.8 DEUS não
dá a sua glória a outrem
Sábado - 1 Cr 29.10-14
DEUS é Senhor sobre reis e nações
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE - Dn 5.1,2,22-30
Dn 5.1
O rei Belsazar deu um grande banquete a mil dos seus grandes e bebeu vinho
na presença dos mil. 2 Havendo Belsazar provado o vinho, mandou trazer os
utensílios de ouro e de prata que Nabucodonosor, seu pai, tinha tirado do
templo que estava em Jerusalém, para que bebessem neles o rei, os seus
grandes e as suas mulheres e concubinas.
Dn 5.22
E tu, seu filho Belsazar, não humilhaste o teu coração, ainda que soubeste
de tudo isso. 23 E te levantaste contra o Senhor do céu, pois foram trazidos
os utensílios da casa dele perante ti, e tu, os teus grandes, as tuas
mulheres e as tuas concubinas bebestes vinho neles; além disso, deste
louvores aos deuses de prata, de ouro, de cobre, de ferro, de madeira e de
pedra, que não vêem, não ouvem, nem sabem; mas a Deus, em cuja mão está a
tua vida e todos os teus caminhos, a ele não glorificaste. 24 Então, dele
foi enviada aquela parte da mão, e escreveu-se esta escritura. 25 Esta,
pois, é a escritura que se escreveu: MENE, MENE, TEQUEL e PARSIM. 26 Esta é
a interpretação daquilo: MENE: Contou Deus o teu reino e o acabou.27TEQUEL:
Pesado foste na balança e foste achado em falta. 28 PERES: Dividido foi o
teu reino e deu-se aos medos e aos persas. 29 Então, mandou Belsazar que
vestissem Daniel de púrpura, e que lhe pusessem uma cadeia de ouro ao
pescoço, e proclamassem a respeito dele que havia de ser o terceiro
dominador do reino.30Naquela mesma noite, foi morto Belsazar, rei dos
caldeus.
OBJETIVOS - Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
Saber a respeito do
festim profano de Belsazar.
Compreender que o juízo
de DEUS é irrevogável.
Analisar a sentença
contra Belsazar e a queda da Babilônia
ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Professor, converse com
seus alunos explicando que Belsazar utilizou os utensílios do Templo em seu
banquete e DEUS condenou tal atitude. Em seguida faça a seguinte
indagação: "É licito utilizar aquilo que foi dedicado a DEUS, como o
edifício da igreja, para qualquer fim?" Ouça os seus alunos com atenção.
Incentive a participação de todos. Leia Ezequiel 44.23. Conclua enfatizando
que precisamos distinguir o que é santo do que é profano. Explique que não
podemos utilizar as dependências da igreja ou os objetos consagrados ao
Senhor, como instrumentos musicais, para outros fins. Precisamos ser
cuidadosos com o que pertence ao Todo-Poderoso.
Observações Minhas - Ev. Luiz Henrique
"É licito utilizar aquilo
que foi dedicado a DEUS, como o nosso corpo (que é templo do ESPÍRITO
SANTO), para qualquer fim?"
Nem tampouco apresenteis os vossos membros ao
pecado por instrumentos de iniquidade; mas apresentai-vos a Deus, como vivos
dentre mortos, e os vossos membros a Deus, como instrumentos de justiça.
Romanos 6:13.
Ou não sabeis que o vosso corpo é o templo
do Espírito Santo, que habita em vós, proveniente de Deus, e que não sois de
vós mesmos? 1 Coríntios 6:19.
Se alguém destruir o templo de Deus, Deus
o destruirá; porque o templo de Deus, que sois vós, é santo.
1 Coríntios 3:17.
Não sabeis vós que os vossos corpos são
membros de Cristo? Tomarei, pois, os membros de Cristo, e os farei membros
de uma meretriz? Não, por certo. 1 Coríntios 6:15.
A interpretação de Daniel equivale à
interpretação de línguas como dom do ESPÍRITO SANTO manifestado hoje, em
nossos dias.
É falado ou escrito algo em uma língua
desconhecida. O ESPÍRITO SANTO dá a interpretação, não a tradução, daquilo a
um servo de DEUS para que este informe o sentido correto a ser entendido.
E, se alguém falar em língua desconhecida,
faça-se isso por dois, ou quando muito três, e por sua vez, e haja
intérprete. 1 Coríntios 14:27.
Resumo da
Lição 6 - A Queda Do Império Babilônico
I. O
FESTIM PROFANO DE BELSAZAR
1. A zombaria de
Belsazar (Dn 5.1-4).
2. A insensatez e a
crueldade do autocrata Belsazar.
3. Uma festa profana.
II. O
IRREVOGÁVEL JUÍZO DE DEUS
1. O dedo de DEUS
escreve na parede (Dn 5.5).
2. A rainha lembrou-se
do profeta Daniel (Dn 5.6-12).
3. Daniel entra na
presença de Belsazar (Dn 5.13).
III. A
SENTENÇA CONTRA BELSAZAR E A QUEDA DE BABILÔNIA (5.22-28)
1. Os sábios não
decifraram as palavras escritas na parede (5.15).
2. As quatro palavras
"misteriosas" (Dn 5.25).
3. O fim repentino do
império babilônico (vv.30,31).
SINOPSE DO TÓPICO (1)
Belsazar não temia ao Senhor, por isso utilizou os objetos sagrados do
Templo em sua festa profana
SINOPSE DO TÓPICO (2) O
juízo de DEUS contra o profano rei Belsazar era irrevogável e se cumpriu
naquela mesma noite
SINOPSE DO TÓPICO (3)
DEUS é o justo juiz, Ele não aceita escárnio ou zombaria de homem algum.
AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO
- Subsídio Bibliológico
"Segurança falsa
O rei festejava com 'os
seus grandes', pois todos supunham estarem protegidos pelas muralhas
maciças. O que não podiam imaginar é que as forças persas haviam mudado o
curso do rio que atravessava a cidade. Com a queda do nível de água, o
inimigo simplesmente caminhou ao longo da cabeceira do rio, por baixo das
grades de proteção, e surpreendeu os babilônios no interior da cidade.
Devido à vastidão do
lugar, mesmo muito tempo depois que as áreas periféricas haviam sido
tomadas, os habitantes ainda continuavam a ignorar o que vinha ocorrendo,
pois, como estavam envolvidos na festa, continuaram dançando e se divertindo
até que, finalmente tomaram conhecimento do ocorrido. Que semelhança entre
tanta gente da atualidade, que se sente segura por trás dos muros da riqueza
ou da posição social, jamais imaginando que a ruína está tão perto, até que
seja tarde demais" (RICHARDS, Lawrence O. Guia do Leitor da Bíblia:
Uma análise de Gênesis a Apocalipse capítulo por capítulo. 1. ed. Rio
de Janeiro: CPAD, 2005, p.517).
BIBLIOGRAFIA SUGERIDA
ZUCK, Roy B (Ed).
Teologia do Antigo Testamento. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2009.
LAHAYE, Tim.
Enciclopédia Popular de Profecia Bíblica. 5. ed. Rio de Janeiro: CPAD,
2013.
Revista Ensinador Cristão. Editora CPAD. pag. 39.
"MENE, MENE, TEQUEL e PARSIM." Era o que estava escrito na parede
revestida por estuque do palácio real. Uma imagem assombrosa e amedrontadora
que colocou ponto final na festa do palácio. DEUS estava falando que chegara
ao fim o espetáculo do deboche da fé alheia.
O
capítulo cinco de Daniel retrata a imagem de uma festa no Palácio do
Co-Regente da Babilônia. Belsazar havia ordenado aos seus subordinados que
trouxessem os utensílios de ouro deportados do templo de Jerusalém. Com
estes utensílios o rei promoveria uma festa regada a vinhos para os
convivas. Era a festa do deboche! Do deboche da fé de um povo. Do deboche
dos costumes e hábitos de uma nação. Do deboche da cultura religiosa de um
povo. Do deboche do DEUS de uma nação.
A
ação divina
O
quinto capítulo do livro de Daniel demonstra um DEUS soberano que perscruta
a motivação do coração humano. Ele fez isso com o rei Belsazar. Este caiu na
mesma tentação do seu avô, Nabucodonosor. E adoeceu de alma pensando fazer
com o poder imperial o que bem entendesse sem ser alvejado pelas suas
escolhas. Belsazar escolheu o caminho mais sórdido e absurdo: o da
profanação da identidade religiosa e cultural de um povo, e das coisas
consagradas a DEUS. Somente para mostrar que ele, Belsazar, era mais
importante que o DEUS de Israel. Entretanto, o rei mal sabia que estava sob
o olhar desse DEUS.
Para
a motivação de Belsazar foi dado um xeque mate: MENE, MENE, TEQUEL e PARSIM.
Estas palavras são a mensagem de DEUS revelada a Daniel: "Esta é a
interpretação daquilo: MENE: Contou DEUS o teu reino e o acabou. TEQUEL:
Pesado foste na balança e foste achado em falta. PERES: Dividido foi o teu
reino e deu-se aos medos e aos persas". Naquela noite o DEUS de Israel
acabara com a festa do deboche das coisas consagradas a DEUS e do Seu povo.
E Belsazar morreu ali mesmo.
Revista Ensinador Cristão. Editora CPAD. pag. 39.
COMENTÁRIOS DE DIVERSOS ESCRITORES
INTRODUÇÃO
Indiscutivelmente Nabucodonosor foi o mais importante dos reis da Babilônia.
Seus feitos arquitetônicos construindo cidades e palácios e sua ousadia
política, além de demonstrar uma inteligência espetacular apresentam a sua
história.
Depois da morte de Nabucodonosor em 562 a.C., Evil-Merodaque o sucedeu no
trono e, dois anos depois foi assassinado por Neriglissar, seu cunhado, mas
quem veio a assumir o Trono foi Nabonido, genro de Nabucodonosor, o qual
gerou o filho chamado Belsazar. Este, veio a ser co-regente com seu pai,
três anos depois. Era um homem blasfemo e não sabia respeitar princípios.
Sua história contém elementos de crueldade e total inclemência com os
subordinados do reino. Foi, também, um homem devasso que não sabia respeitar
a história nem aos valores do reino.
Este
capítulo descreve e registra o reinado de Nabonido por 17 anos (556-539 a.C.).
Quando foi a Arábia, deixou a seu filho Belsazar como co-regente na capital
do império. Ele havia sido nomeado por seu pai como seu representante na
Babilônia. Era, portanto, a segunda pessoa mais importante do reino. Alguns
anos haviam se passado e ao final de sua co-regência, Belsazar não contava
com a invasão dos exércitos da Média e da Pérsia na Babilônia. O império
caiu nas mãos dessa aliança medo-persa e um novo reino se instalou.
O
capítulo cinco relata essa invasão na capital babilônica. Belsazar fazia uma
festa regada a vinho e sexo, quando DEUS escreveu na parede do palácio a
sentença de morte e queda do império babilônico. Está registrado, também, o
desrespeito com os valores religiosos das nações e como, de forma abusiva e
irresponsável, ele mandou buscar os vasos sagrados do templo de Jerusalém
para embebedar-se com vinho nos mesmos, Belsazar ultrapassou a medida da
paciência de DEUS e, na noite de sua festa, foi morto e o reino da Babilônia
foi ocupado pelos medos e persas em 539 a.C.
Nesta
história aprendemos que ninguém zomba de DEUS. Sua soberania jamais poderá
ser questionada por simples mortais. Na onisciência divina os fatos futuros,
presentes e passados são do inteiro conhecimento de DEUS. A queda do Império
Babilônico havia sido profetizado pelo profeta Isaías,pelo menos uns 150
anos antes de acontecer (Is 14.3-5; 47.1,5). O profeta Jeremias também
profetizou sobre tudo o que aconteceria com Israel e as invasões de
Jerusalém e Judá, bem como anunciou a destruição da Babilônia (Jr 50.2;
51.53,58).
Elienai Cabral. Integridade Moral e Espiritual. O Legado do Livro de
Daniel para a Igreja Hoje. Editora CPAD. pag. 77-78.
“Belsazar” (5-1). Por muitos anos a referência a Belsazar foi utilizada como
prova de que o livro de Daniel carecia de precisão histórica e teria como
origem uma data recente. Foi então que os arqueólogos descobriram evidências
não somente de sua existência, mas também de seu papel de regente de seu
pai, Nabonide! Assim se explica a promessa de Belsazar de fazer de Daniel “o
terceiro no governo do seu reino”, quando o próprio Belsazar era apenas o
segundo mais importante! Os dados apresentados como prova de que a data do
livro seria recente, acabou por evidenciar que fora escrito centenas de anos
antes do que se supunha, antes mesmo de que os registros históricos da era
tivessem sido perdidos.
“Teu
pai” (5.11, 18). Apesar dessas referências, Nabucodonosor não era o pai
biológico de Belsazar. Este era filho de Nabonide, que assassinara
Labashi-Marduk, filho de Neriglissar, genro de Nabucodonosor que, por sua
vez, matara o filho do grande rei Evil-Merodaque! As expressões “filho de” e
“pai de” eram usadas comumente no mundo antigo para indicar os sucessores e
predecessores de reis, tivessem ou não parentesco de verdade.
RICHARDS. Lawrence O. Guia do Leitor da Bíblia. Uma análise de Gênesis a
Apocalipse capítulo por capítulo. Editora CPAD. pag. 517.
Queda
do Império Caldeu, 5.1-31
A
primeira metade do livro de Daniel é o registro de uma série de encontros
cruciais entre o orgulho e poder de homens insignificantes e o grande e
bondoso DEUS. Este, em última análise, dirige as ações dos homens quer eles
reconheçam isso, quer não. O incidente desse quinto capítulo serve como
clímax da jornada meteórica ao longo da história do reino Babilônico.
Após
a morte de Nabucodonosor, o seu filho, Evil-Merodaque, o sucedeu no trono.
Esse é o rei que deu honra especial ao rei Joaquim, depois de 37 anos de
exílio, ao soltá-lo da prisão e designar-lhe uma pensão (Jr 52.31-34; 2 Rs
25.27-30).
Depois de dois anos, Neriglissar, o cunhado de Evil-Merodaque, liderou uma
revolta e o assassinou. Neriglissar tinha se casado com uma das filhas de
Nabucodonosor e reivindicava um certo direito real, especialmente por meio
do seu filho, Labashi-Marduque. Mas o jovem não recebeu apoio e logo foi
morto pelos seus amigos de confiança. Os generais e líderes políticos
escolheram Nabonido, outro genro de Nabucodonosor, um auxiliar experimentado
e de confiança durante a maior parte do seu reinado. Nitocris, filha de
Nabucodonosor, deu um filho a Nabonido. Seu nome era Belsazar. Por causa do
seu sangue real, Belsazar, três anos após a ascensão de Nabonido ao trono,
foi feito co-regente com seu pai. Ele tinha a incumbência de governar a
cidade e província da Babilônia. Esse foi o rei Belsazar descrito por
Daniel, como os caracteres cuneiformes têm revelado após décadas de confusão
sobre a sua identidade, mesmo entre estudiosos conservadores.
Roy
E. Swim. Comentário Bíblico Beacon. Daniel. Editora CPAD. Vol. 4. pag. 515.
I - O FESTIM PROFANO DE
BELSAZAR
1. A
zombaria de Belsazar (Dn 5.1-4).
“na
presença dos mil” (5.1). Refere-se aos convidados de Belsazar na frente dos
quais ele bebeu vinho, como uma demonstração libertina diante dos seus
convidados iniciando a bacanal dentro do palácio. Poderia ter sido mais uma
festa palaciana na Babilônia se a festa promovida por Belsazar não tivesse
sido uma festa de escárnio ao DEUS dos cativos judeus.
“mandou trazer os utensílios de ouro e de prata... que seu pai Nabucodonosor
tinha tirado do templo que estava em Jerusalém” (5.2,3). Belsazar não teve
escrúpulos nem respeito com os utensílios sagrados trazidos de Jerusalém
como espólio de guerra por seu avô Nabucodonosor. Ele foi um homem sensual e
sacrílego, pois não tinha o menor respeito por coisas sagradas. Além de
desafiar o poder de Jeová e querer usurpá-lo, Belsazar foi mais longe e fez
escárnio da verdadeira religião para satisfazer seus intentos baixos,
frívolos e profanos. Quando o teor alcoólico subiu à cabeça de Belsazar,
então mandou trazer os “vasos sagrados do templo de Jerusalém” para serem
usados em suas orgias com suas mulheres e prostitutas. A profanação das
coisas santas sempre foi condenada pelo Senhor (Dn 1.3;Am 6.6; Is 52.11).
Elienai Cabral. Integridade Moral e Espiritual. O Legado do Livro de
Daniel para a Igreja Hoje. Editora CPAD. pag. 78-79.
Belsazar (nome que significa “Oh, Bel, protege o rei”) é de origem
posterior. A Septuaginta confunde esse nome com Beltessazar. Temos em
Belsazar um rei para todos os propósitos práticos, mesmo que ele não tivesse
sido um rei no sentido real. As inscrições nunca o mencionam com o um rei
que estivesse governando.
Mas
não há razão alguma para duvidarmos do fato de que seu pai o investiu com
poderes reais, pelo que a palavra rei, que aparece neste texto, pode ser
considerada correta o bastante para não estar sujeita a críticas e censura.
Coregente é termo forte demais para descrever a situação.
Aqui
se demonstra que a vontade divina acaba dominando no fim, e que todo
sacrilégio deve ser punido. Ademais, o fim do império babilônico foi o
início de uma nova esperança para Judá. Agora os judeus poderiam voltar para
reconstruir Jerusalém, por meio dos graciosos decretos de Ciro.
Dn
5.1 O rei Belsazar deu um grande banquete. O “rei”, que era um homem vão,
ofereceu um vasto banquete para mil convidados! O rei continuava a beber
vinho na presença dos convidados, que também continuavam a beber só para
fazer-lhe companhia. Talvez esteja em vista algum a festividade oficial
não identificada. Os vss. 30-31 mostram que tudo isso ocorreu nas vésperas
da queda da Babilônia, em 538 A. C. Se supusermos que Daniel tenha sido
levado para o cativeiro aos 16 anos de idade (em 605 A. C.), chegarem os à
conclusão de que ele tinha cerca de 83 anos por esse tempo. “As inscrições
contemporâneas deixam claro que a Babilônia foi capturada sem que se
aplicasse um golpe sequer, e que Nabonido foi imediatamente feito
prisioneiro. A própria inscrição de Ciro (Dario?) sugere que ele foi recebido com
alegria pela população. Uma tradição posterior, entretanto, informa que a
cidade foi conquistada por meio de um assalto noturno, enquanto os
habitantes celebravam uma festa. Há traços dessa tradição em Heródoto (Hist.
1.191), bem com o em Xenofonte (Cyropaedia, V II.5.15-31)” (Arthur
Jeffery, in loc.).
A
arqueologia descobriu um vasto salão na cidade de Babilônia, com pouco mais
de 50 m de comprimento, cujas paredes eram emplastradas. Esse é um lugar de
dimensões suficientes para que ali tivesse ocorrido o banquete mencionado,
com seus mil convidados.
CHAMPLIN, Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por
versículo. Editora Hagnos. pag. 3391.
Vários fatos marcantes nos chamam a atenção nesse texto de Daniel:
Em
primeiro lugar, Babilônia estava sendo tomada enquanto o rei estava
festejando (Dn 5.2-4,30). Naquela noite, o rei Dario estava desviando o
curso do rio Eufrates e marchando pelo leito do rio para entrar na
inexpugnável cidade da Babilônia para tomá-la. O império estava caindo, e o
rei estava se banqueteando. Aquela era sua última noite, e o rei estava se
embriagando.
Em
segundo lugar, o rei dá uma grande festa no dia de sua grande ruína (Dn
5.1). Ele estava fazendo uma festa nababesca no dia mais fatídico de sua
vida. Osvaldo Litz diz que quanto maior a festa, maior a glória do festeiro.
Eles
querem diversão e prazeres. A maior cidade do mundo estava sendo tomada, e o
rei e os nobres estavam bebendo e se divertindo. Eles estavam à beira de um
abismo e não se apercebiam disso. Muitas pessoas também não se apercebem do
risco que correm. Estão à beira da morte, nas barras do juízo de DEUS e
continuam anestesiadas pelos seus pecados.
Em
terceiro lugar, o rei lidera seus nobres em uma festa dissoluta, de
embriaguez e de sensualidade na noite de seu juízo (Dn 5.2,3). Outro erro do
rei foi o abuso da bebedeira. A embriaguez promove a dissolução (Ef 5.18). A
bebedeira é um espetáculo indigno que produz consequências desastrosas. Quem
bebe está soltando os freios do domínio próprio à beira de um abismo:
acidentes de trânsito, brigas, assaltos, arrombamentos, delitos sexuais,
adultérios e assassinatos têm muitas vezes sua origem no álcool. O rei deu
uma grande festa. Gostava de pompa. Vivia para o prazer. Usava o poder
apenas para corromper-se e deleitar-se no pecado. Era a festa dos excessos,
da embriaguez desavergonhada. Onde as pessoas se entregam à bebedeira, não
há bom-senso nem equilíbrio. O caminho da embriaguez é o caminho da ruína. A
estrada da embriaguez é o caminho da vergonha, da derrota e da morte.
LOPES. Hernandes Dias. DANIEL Um homem amado no céu. Editora Hagnos. pag.
71-72.
Dn
5.1: “O rei Belsazar deu um grande banquete a mil dos seus grandes, e bebeu
vinho na presença dos mil.
"...
um grande banquete...” O presente versículo tem seu paralelo no primeiro
capítulo do livro de Ester, livro que marca também um período do cativeiro.
Ali há um banquete semelhante a este, em que alguém também perdeu sua coroa.
Belsazar era um príncipe caldeu, e, como tal não devia beber, pois a Bíblia
exorta a respeito. (Ver Pv 31.4). A advertência divina é mais sublime do que
a atitude deste monarca; ela recomenda a todos: “Melhor é ir a casa onde há
luto do que ir a casa onde há banquete, porque ali se vê o fim de todos os
homens” (Ec 7.2). O rei, em sua orgia e devassidão, viu o fim de seu reino e
de seus grandes naquela mesma noite. Os homens sempre falham, mas a Palavra
de DEUS não (Jr 1.11,12). O rei Herodes pereceu ferido pela mão poderosa de
um anjo, porque não deu glória a DEUS, quando podia ter dado (At 12.23). A
grande advertência divina é: "... qualquer que a si mesmo se exaltar será
humilhado e aquele que a si mesmo se humilhar será exaltado”. Belsazar, pelo
que fica depreendido do texto em foco, não se humilhou e por essa razão foi
reduzido a nada. Neste banquete real, podemos observar o extremo descuido
daquela gente. O inimigo estava às portas da cidade, enquanto que todos os
grandes do reino se encontravam reunidos numa bebedeira. O comandante Ciro
(Dario?),
já se encontrava desviando o curso do rio Eufrates, que passava pelo meio da
cidade, e após, entrou pelo leito seco do rio. Ele tomou a cidade de
“assalto” naquela mesma noite. Assim Babilônia foi sacudida pelos dois
“tufões de vento do Sul, que tudo assola” (Dario e Ciro). (Ver Is 21.1).
Paulo diz que “os que se embebedam embebedam-se de noite” (1 Ts 5.7); o rei
Belsazar escolheu essa hora sombria da noite, e nela pereceu.
Severino Pedro da Silva. Daniel versículo por versículo. Editora
CPAD. pag. 91-92.
2. A
insensatez e a crueldade do autocrata Belsazar.
Sua
insensatez era demonstrada pelo pouco caso que fazia do próprio reino sem se
importar com o fato de que seu pai estava fora da Babilônia. Sua insensatez
foi demonstrada nas ações libertinas cuja preocupação era o seu próprio
prazer com bacanais com sexo e bebidas alcoólicas. O sábio Salomão
referiu-se a esse tipo de festa e disse: “Melhor é ir a casa onde há luto do
que ir a casa onde há banquete, porque ali se vê o fim de todos os homens”
(Ec 7.2). Foi o que aconteceu com Belsazar que, em sua orgia e devassidão,
acabou por ver o fim do seu reino e dos seus convidados naquela mesma noite
em que a mão escreveu o seu juízo na parede do salão de festas.
Belsazar promoveu uma festa de profanação das coisas sagradas (5.3). Na
verdade, Belsazar não tinha o menor escrúpulo com coisas sagradas. Ele era
um dissoluto e soberbo que, não apenas bebeu vinho nos vasos sagrados da
Casa de DEUS em Jerusalém, mas encheu a medida do cálice da ira divina. Como
era um homem dissoluto, promovia festanças para se entregar à bebedeira. A
Babilônia era uma cidade de opulência e luxúria e no palácio imperial se
promovia constantemente festas que homenageavam seus deuses, os deuses dos
caldeus. Enquanto seu pai Nabonido estava no campo de batalha defendendo o
reino da Babilônia contra as forças dos medos e dos persas, ele pouco se
preocupava, senão satisfazer suas paixões. A festa era incompatível com a
situação instável de enfraquecimento do reino da Babilônia, mas ele preferiu
dar vazão aos seus instintos pecaminosos sem se preocupar com aquela
situação. Belsazar era homem cruel. Acostumado a ter o que quisesse, não
media dificuldades para fazer valer sua vontade, tanto para matar seus
oponentes como para se cercar de pessoas da mesma estirpe. Naquele momento
festivo as províncias do reino já haviam caído nas mãos dos inimigos, e
Ciro (Dario?), da Pérsia, com seus exércitos estava cercando a capital que seria, de
fato, a conquista final do novo império que o sucederia.
Elienai Cabral. Integridade Moral e Espiritual. O Legado do Livro de
Daniel para a Igreja Hoje. Editora CPAD. pag. 79-80.
Segurança falsa. O rei festejava com “os seus grandes”, pois todos supunham
estarem protegidos pelas muralhas maciças. O que não podiam imaginar é que
as forças persas haviam mudado o curso do rio que atravessava a cidade. Com
a queda do nível da água, o inimigo simplesmente caminhou ao longo da
cabeceira do rio, por baixo das grades de proteção, e surpreendeu os
babilônios no interior da cidade. Uns 80 anos mais tarde, o escritor grego,
Heródoto escrevia. “Se os babilônios tivessem sido alertados da estratégia
de Ciro (Dario?) (...) teriam aferrolhado todas as portas das ruas que passavam por
sobre o rio, além de destacarem sentinelas em ambas as margens por toda a
corrente, o que faria com que o inimigo fosse surpreendido como se tivesse
caído numa armadilha (...) Devido à vastidão do lugar, mesmo muito tempo
depois que as áreas periféricas haviam sido tomadas, os habitantes ainda
continuavam a ignorar o que vinha ocorrendo, pois, como estavam envolvidos
na festa, continuaram dançando e se divertindo até que, finalmente tomaram
conhecimento do ocorrido”. Que semelhança entre tanta gente da atualidade,
que se sente segura por trás dos muros da riqueza ou da posição social,
jamais imaginando que a ruína está tão perto, até que seja tarde demais.
RICHARDS. Lawrence O. Guia do Leitor da Bíblia. Uma análise de Gênesis a
Apocalipse capítulo por capítulo. Editora CPAD. pag. 517.
Não é
fácil reconstruir os acontecimentos que envolvem a queda de Babilônia. A
assim chamada Crônica de Nabonido102 está incompleta, mas fala do retorno de
Nabonido a Babilônia para as comemorações do festival de ano novo. A data
está faltando, mas conjetura-se que seja “décimo sétimo ano", pois os
exércitos de Ciro (Dario?) já vinham se aproximando. O mês Tasritu (sétimo mês) é
mencionado em conexão com o ataque de Ciro (Dario?) ao exército babilônico em Opis,
às margens do Tigre, e a revolta da cidade e seu massacre. “O dia 15 de
Sípar marcou uma vitória sem lutas. Nabonido fugiu. No dia 16 Gobrias,
governador de Guti, e o exército de Ciro (Dario?) entraram em Babilônia, sem
oposição”. Presumivelmente foi este o evento a que Daniel 530 se refere,
embora somente no mês seguinte Ciro (Dario?) tenha entrado em pessoa na cidade (2 de
novembro de 539).
Visto
sob esse transfundo, o banquete de Belsazar foi pura bravata, o último
estertor de um rei apavorado, tentando sem sucesso afogar os seus temores.
Não é de se admirar que o pânico tomou conta dele fazendo-o passar vexame
assim que algo inesperado aconteceu. O fato de seu pai ter abandonado a
capital, deixando que ele enfrentasse o inimigo faz com que se fique com um
pouco de pena deste príncipe fraco e sacrílego.
Joyce
G. Baldwin,. Daniel Introdução e Comentário. Editora Vida Nova. pag. 127.
3.
Uma festa profana.
“e
beberam neles o rei, seus grandes, as suas mulheres e concubinas” (5.3,4). A
despeito da opulência e grandeza da cidade ostentando um palácio imperial
onde havia festas, luxúria, prazeres, riquezas e exibição de
maldades,Belsazar não teve nenhuma sensibilidade com os vasos sagrados, que
certamente eram taças de ouro e de prata e que serviam aos atos litúrgicos
do Templo de DEUS em Jerusalém. No versículo 4 diz que “beberam o vinho e
deram louvores aos deuses... ”. Era uma festa dedicada aos deuses (ídolos)
do império, mas que continha degeneradas orgias com homens e mulheres, muita
glutonaria e bebedice. A intenção libertina de Belsazar era desafiar os
outros deuses, principalmente, o DEUS de Israel, amado e reverenciado pelos
cativos judeus dentro do palácio. Havia dentro do palácio uma forte
influência satânica. Não há dúvida de que os demônios trabalham para
desfazer tudo o que diz respeito a DEUS e, tomar aquelas taças sagradas do
templo de DEUS, fazia parte da estratégia de Satanás para profanar as coisas
de DEUS. O apóstolo Paulo escreveu aos coríntios, algo que confirma esse
fato: “As coisas que os gentios sacrificam, as sacrificam aos demônios e não
a DEUS” (1 Co 10.20).
Elienai Cabral. Integridade Moral e Espiritual. O Legado do Livro de
Daniel para a Igreja Hoje. Editora CPAD. pag. 80.
Dn
5.4 Beberam o vinho, e deram louvores aos deuses. Aqueles réprobos levaram
muito à frente sua tola questão. Não só profanaram precipitadamente o que
era santo, mas chegaram a usar os vasos sagrados para honrar suas falsas
deidades, tornando os vasos do templo parte de sua adoração idólatra. Foi
uma apropriação vergonhosamente indébita do que pertencia a Yahweh. Por tal
ato, eles pagaram um preço altíssimo. É provável que a festa não tenha sido
religiosa, mas os babilônios misturavam terrivelmente as questões do Estado
com as questões religiosas, pelo que em qualquer ocasião poderiam misturar a
idolatria com suas atividades. “Até nos banquetes oficiais era costumeiro
oferecer libação aos deuses locais, o que era feito com as palavras
apropriadas de louvor. Esse detalhe, como é óbvio, aumenta o crime de
Belsazar” (Arthur Jeffery, in loc.). Os deuses da Babilônia foram
festivamente servidos, havendo presentes toda a espécie de riqueza material,
como ouro, prata, bronze, ferro, madeira e pedra, algo que o autor sagrado
adicionou a fim de mostrar a extensão das transgressões idólatras dos
culpados. “A perda do sentido do sagrado é sempre um dos sinais da
decadência moral... Talvez a perda de respeito pelo que é sagrado para
outros seja um sinal inevitável de nossas traições interiores" (Gerald
Kennedy, comentando sobre como aqueles homens usavam coisas sagradas em suas
orgias de vinho).
CHAMPLIN, Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por
versículo. Editora Hagnos. pag. 3392.
Dn
5.4: “Beberam o vinho, e deram louvores aos deuses de ouro, e de prata, e de
cobre, e de ferro, e de madeira, e de pedra”.
O
presente texto nos mostra quão grande foi o desrespeito daquela gente à
santidade divina; eles não só beberam, mas deram também “louvores” àqueles
que, por natureza, não são deuses. DEUS adverte, através do profeta Isaías,
quando diz: “Eu sou o Senhor; este é o meu nome; a minha glória pois a
outrem não darei, nem meu louvor às imagens de escultura” (Is 42.8). O rei e
seus grandes não deram ouvidos à mensagem divina, que está sempre a clamar.
Eles não podiam dar, pois estavam embriagados; cinco vezes lemos nesse
capítulo que eles beberam. Um escritor observa o seguinte: “Os adoradores,
no festim de Belsazar, sentiram a animação do álcool e adoraram os ídolos
mortos dando-lhes louvores”. Mas, no Pentecoste, encontra-se o segredo da
inspiração verdadeira: “Todos foram cheios do ESPÍRITO SANTO... e falavam
das grandezas de DEUS” (At cap. 2). Paulo, o apóstolo, adverte seus
leitores: “Não vos embriagueis com vinho [como fez Belsazar], em que há
contenda, mas enchei-vos do ESPÍRITO”. Os efeitos nocivos do vício têm
trazido consequências drásticas, tanto à pessoa humana (sentido individual),
como também à própria sociedade (sentido coletivo). Portanto, é evidente
que, principalmente as autoridades, não devem beber (Pv 31.4).
Severino Pedro da Silva. Daniel versículo por versículo. Editora
CPAD. pag. 93-94.
O rei
promove uma festa de profanação das coisas sagradas (Dn 5.3). O rei, além de
se entregar à embriaguez, dá mais um passo na direção de sua ruína. Ele
manda trazer os vasos do templo para profaná-los de forma estúpida e infame.
Profanar as coisas de DEUS é um grave pecado. Usar os vasos do templo,
consagrados para o culto ao Senhor, numa festa profana, numa bacanal, foi
uma terrível ofensa à santidade de DEUS. Belsazar fez pior que o seu avô. Este
saqueou o templo de Jerusalém e levou os vasos sagrados para o templo de seu
deus (Dn 1.2), mas Belsazar usou-os de modo sacrílego, para acrescentar um
pouco de novidade a sua última orgia de bebedeira. O rei estava zombando de
DEUS ao escarnecer das coisas de DEUS. Aquele gesto de profanação era também
uma afronta e um abuso ao povo de DEUS. A cena é de desprezo ao DEUS do céu,
o DEUS a respeito de quem Belsazar ouvira desde a meninice, e de rejeição ao
testemunho que recebera.
O rei
coloca os vasos do templo do Senhor nas mãos de seus convidados e lidera a
orgia. Escarnecem do sagrado e exaltam o profano.
O rei
promove uma festa idolátrica ao dar louvor aos deuses fabricados por mãos
humanas (Dn 5.4). Além de profanar as coisas de DEUS, o rei ainda usa os
vasos do templo para louvar suas falsas divindades. A idolatria é um pecado
ofensivo a DEUS. A idolatria é uma expressão de profunda cegueira
espiritual. Ela provoca a ira de DEUS.
LOPES. Hernandes Dias. DANIEL Um homem amado no céu. Editora Hagnos. pag.
72-73.