Escrita Lição 9, CG, Barnabé, Filho da Consolação, 2Tr25, Com.
Extras Pr Henrique, EBD NA TV
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Silva
TEXTO BÍBLICO
BÁSICO
Atos
4.36,37
36- Então,
José, cognominado, pelos apóstolos, Barnabé (que, traduzido, é Filho da
Consolação), levita, natural de Chipre,
37- possuindo
uma herdade, vendeu-a, e trouxe o preço, e o depositou aos pés dos
apóstolos.
Atos
9.27,28
27- Então,
Barnabé, tomando-o consigo, o trouxe aos apóstolos e lhes contou como no
caminho ele vira ao Senhor, e este lhe falara, e como em Damasco falara
ousadamente no nome de JESUS.
28- E andava
com eles em Jerusalém, entrando e saindo.
Atos
11.22,25,26
22- E chegou a
fama destas coisas aos ouvidos da igreja que estava em Jerusalém; e enviaram
Barnabé até Antioquia,
25- E partiu
Barnabé para Tarso, a buscar Saulo; e, achando-o, o conduziu para
Antioquia.
26- E sucedeu
que todo um ano se reuniram naquela igreja e ensinaram muita gente. Em
Antioquia, foram os discípulos, pela primeira vez, chamados cristãos.
TEXTO AUREO
Porque
era homem de bem e cheio do ESPÍRITO SANTO e de fé. E muita
gente se uniu ao Senhor. Atos 11.24
OBJETIVOS -
Ao término do estudo bíblico, o aluno
deverá:
- reconhecer o caráter exemplar de Barnabé, descrito como um homem íntegro,
cheio do ESPÍRITO SANTO e de fé;
- compreender
o impacto de Barnabé como um missionário dedicado e frutífero na expansão
do evangelho;
- valorizar o amor demonstrado por Barnabé ao próximo, evidenciado em seu apoio
a Paulo e João Marcos, e sua importância na história do cristianismo.
ORIENTAÇÕES
PEDAGÓGICAS
Caro professor,
Barnabé é uma figura marcante das Escrituras, cujo exemplo evidencia o impacto
do caráter cristão na história da Igreja. Conhecido como Filho da Consolação
(At 4.36), ele desempenhou um papel essencial na obra evangelística.
O
desentendimento entre Paulo e Barnabé a respeito de João Marcos (At 15.36-40) é
frequentemente interpretado de forma negativa. Contudo, destacamos a coerência
de Barnabé ao defender Marcos, sua lealdade em momentos decisivos e sua visão
pastoral, focada em restaurar e capacitar novos líderes. Com o tempo, qualquer
divergência foi superada, como demonstrado pela reintegração de Marcos no
ministério de Paulo (2 Tm 4.11). 19 Boa aula!
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SUBSÍDIOS
EXTRAS PARA A LIÇÃO
REVISTAS
ANTIGASE LIVROS
LEIA TUDO E
ESTARÁ APTO A DAR UMA EXCELENTE AULA
))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))
Escrita Lição
11, Central Gospel, Barnabé, um Líder Desprendido e Solidário, 2Tr2023, Pr
Henrique, EBD NA TV
OBSERVAÇÃO – BARNABÉ
ERA APÓSTOLO
CHAMADA ao ministério de apóstolo em Antioquia da Síria, agora da Turquia.
Na igreja que estava em Antioquia havia alguns profetas e doutores, a saber:
Barnabé, e Simeão, chamado Níger, e Lúcio, cireneu, e Manaém, que fora criado
com Herodes, o tetrarca, e Saulo. E, servindo eles ao Senhor e jejuando, disse
o ESPÍRITO SANTO: Apartai-me a Barnabé e a Saulo para a obra a que os tenho
chamado.
Então, jejuando, e orando, e pondo sobre eles as mãos, os despediram. E assim
estes, enviados pelo ESPÍRITO SANTO, desceram a Selêucia e dali navegaram para
Chipre. Atos 13:1-4
Ouvindo, porém, isto os apóstolos Barnabé e Paulo, rasgaram as suas vestes e
saltaram para o meio da multidão, clamando Atos 14:14
E ele mesmo deu uns para apóstolos, e outros para profetas, e outros para
evangelistas, e outros para pastores e doutores, Efésios 4:11
Barnabé é
referência de uma liderança conciliadora.
Nesta lição,
estudaremos a respeito da liderança de Barnabé. “Ele se sentia atraído a
pessoas que podia encorajar e foi uma grande ajuda aos que estavam próximos. As
ações de Barnabé foram cruciais para a igreja Primitiva, de certa maneira,
podemos agradecer a ele por grande parte do Novo Testamento. DEUS usou seu
relacionamento com Paulo, em certo ponto, e com Marcos, em outro, para fazer
com que esses dois homens continuassem quando poderiam ter fracassado.
Quando Paulo
chegou a Jerusalém pela primeira vez depois da sua conversão, os cristãos
locais o receberam de maneira relutante, uma atitude bastante compreensível.
Eles pensavam que a história da sua conversão era um truque para capturar mais
cristãos. Mas Barnabé provou estar disposto a arriscar sua vida para se
encontrar com Paulo, e então convencer os outros de que seu antigo inimigo era,
agora, um crente em JESUS’ (Bíblia de Estudo Cronológica Aplicação Pessoal. Rio
de Janeiro: CPAD, 2015, p. 1557).
BARNABÉ |
|
QUALIDADES E REALIZAÇÕES |
• Um dos primeiros a vender posses para ajudar os
cristos de Jerusalém |
LIÇÕES DE VIDA |
• O incentivo é uma das maneiras mais eficazes de
ajudar. |
(Adaptado da
Bíblia de Estudo Cronológico Aplicação Pessoal CPAD. p.155)
- Atos 4.36,37
36 Então, José
cognominado pelos apóstolos. Barnabé (que, traduzido, é Filho da Consolação,
levita, natural de Chipre.
37 Possuindo
uma herdade, vendeu-a e trouxe o preço, e o depositou aos pés dos apóstolos.
Atos 15.36-39
36 Alguns dias
depois, disse Paulo a Barnabé: Tornemos a visitar nossos irmãos por todas as
cidades em que já anunciamos a palavra do Senhor para ver como estão.
37 E Barnabé
aconselhava que tomassem consigo a João, chamado Marcos.
38 Mas a Paulo
parecia razoável que não tomassem consigo aquele que desde a Panfília se tinha
apartado deles e não os acompanhou naquela obra.
39 E tal
contenda houve entre eles, que se apartaram um do outro. Barnabé, levando
consigo a Marcos, navegou para Chipre.
INTRODUÇÃO
Na lição deste
domingo, veremos que Barnabé desempenhou um papel imprescindível no início
da história da Igreja. Com base neste fato, estudaremos a vida, o
ministério e as qualidades da liderança deste homem que foi um instrumento
divino para o desenvolvimento espiritual e ministerial do apóstolo Paulo. Que a
liderança, na atualidade, venha seguir o exemplo de Barnabé, trabalhando pela
unidade em um tempo de divergências.
I- A PESSOA DE
BARNABÉ
1- Quem foi
Barnabé? São poucas as informações que a Bíblia oferece a respeito deste
servo de DEUS. Entretanto, os relatos que temos são significativos e indicam,
com admirável clareza, detalhes a respeito da personalidade, da fé e da
liderança deste homem que tanto tem a nos ensinar. O seu nome original é José,
a designação Barnabé foi dada pelos apóstolos, cujo significado é
“pacificador“, ou ainda, “consolador”. Seu nome diz muito sobre sua
personalidade e suas contribuições para a Igreja de CRISTO em seus primeiros
dias.
Nascido em
Chipre, Barnabé era da tribo de Levi, logo, era de família sacerdotal. Não se
tem informações precisas sobre o que pode ter levado este homem a Jerusalém,
embora haja quem defenda que a Igreja de CRISTO foi o fator preponderante para
a sua decisão, depois de ter ouvido o Evangelho por ocasião de uma de suas
viagens para a Festa do Pentecostes Isso é o que sabemos da origem e do nome de
Barnabé, o que é suficiente para a nossa reflexão a respeito de seu ministério
e o seu modelo de Liderança
2- Barnabé, um
homem generoso. Diferente de Judas Iscariotes, que adquiriu um campo
com o dinheiro que ganhou por ter traído JESUS (At 1.18), Barnabé vendeu a
propriedade que possuía e depositou todo o valor que ganhou, diante dos
apóstolos (At 4.37). Ao que tudo indica, a prática de depositar bens aos pés
dos apóstolos era algo comum na Igreja Primitiva, embora não fosse obrigatório.
Estes bens eram
administrados pelos próprios apóstolos que dentre outras finalidades, ajudava
os necessitados, atendendo-lhes as suas necessidades. Sendo assim, ao entregar
o que recebeu da venda de sua herdade. Barnabé demonstrou ser alguém generoso e
pronto a abençoar e ajudar os que mais precisavam.
3– Barnabé, um
homem fiel. Além de sua origem, de seu bom relacionamento com os apóstolos
e de sua generosidade, Barnabé é visto também como uma pessoa fiel, leal ao
Senhor e a liderança da igreja em Antioquia. A lealdade é uma qualidade de
elevada grandeza que geralmente é colocada à prova em tempos de adversidade.
Ser leal a alguém cuja popularidade está em alta, não é tarefa tão difícil.
No entanto,
Barnabé foi leal a Paulo, apresentando-o insistentemente aos apóstolos em um
momento em que as pessoas o temiam, os helenistas buscavam matá-lo e a igreja
em Jerusalém não queria recebê-lo (At 9.26). Ele também foi leal a Joao Marcos,
mesmo em sua ausência, insistindo com Paulo e defendendo a utilidade do jovem
obreiro, a fim de que pudessem levá-lo com eles em suas viagens missionárias
(At 15.36-39).
SUBSÍDIO 1
Professor(a),
explique aos alunos que “Barnabé era um levita de Chipre e membro da igreja
Primitiva de Jerusalém. Seu nome era José; o nome Barnabé lhe foi dado pelos
apóstolos para indicar o seu caráter (“Filho da Consolação” At 4.36). Foi o
primeiro homem mencionado por sua generosidade que vendeu uma propriedade e
trouxe o dinheiro da venda aos apóstolos para que as necessidades dos membros
mais pobres da igreja fossem supridas.
Ele aparece
novamente em Atos 9.27 prestando os seus bons serviços a Saulo de Tarso, quando
Saulo retornou a Jerusalém no terceiro ano após a sua conversão, Recomendando-o
aos apóstolos, afirmando que Saulo era um crente genuíno.’ (Dicionário Bíblico
Wycliffe. Rio de Janeiro: CPAD, p 263).
PROFESSOR(A), “Ideias
novas e inovadoras nos ajudam a encontrar novas maneiras para resolver antigos
problemas, a gerar novos produtos e processos para manter nossas organizações
crescendo, e continuar crescendo e nos aprimorando pessoalmente. Plutarco, da
Grécia antiga, afirmou: ‘Saiba como ouvir, e tirar proveito até mesmo daqueles
que se expressam mal.’ Algo engraçado ocorre quando não se faz do ouvir as
pessoas uma prática. Elas encontrarão outros que o façam. Sempre que cônjuges,
colegas, filhos ou amigos não acreditam mais que estejam sendo ouvidos,
buscarão quem lhes dê o que desejam (MAXWELL, JOHN C; DORNAN, Jim. Como
Tornar-se uma Pessoa de Influência. Rio de Janeiro: CPAD, pp. 104,105).
II- A LIDERANÇA
DE BARNABÉ
1- Um líder
experiente. Veremos algumas das qualidades que marcaram a liderança de
Barnabé. A primeira característica a ser considerada é a sua experiência
demonstrada na maneira como conduziu Paulo para ser introduzido na igreja. Ele
é referência de um líder com maturidade espiritual e emocional. Inicialmente, é
apresentado como um cristão verdadeiramente convertido, capaz de abrir mão de
um bem material para doá-lo em benefício de outros (At 4.37).
Uma das
principais evidências de uma vida cristã saudável, “à medida da
estatura completa de CRISTO” é a consciência de que há oportunidade no Corpo de
CRISTO para que todos desenvolvam seus dons e talentos (Ef 4.11). Assim como
Barnabé acreditou e investiu em Paulo, ele fez o mesmo com João Marcos (At
9.27,28; 15.36-39).
2- Um líder
dedicado. Além da maturidade, a dedicação e outra qualidade da liderança de
Barnabé. Ao lermos as referências bíblicas que se referem ao seu ministério,
percebemos o seu dinamismo e o seu empenho em prol do avanço do Reino de DEUS.
Um aspecto importante da dedicação de Barnabé é visto na sua disposição de
acompanhar Paulo em uma viagem cujo propósito era visitar novamente os irmãos
que se converteram a CRISTO nas cidades pelas quais já haviam passado. Ele
também se dedicou em conduzir e formar novos obreiros, como Joao Marcos e o
próprio apóstolo Paulo.
3- Um líder
confirmado. Podemos ver, por intermédio do exemplo de Barnabé, que uma
liderança de sucesso é reconhecida por DEUS e pela igreja de CRISTO. O texto
bíblico informa que: “Na igreja que estava em Antioquia havia alguns profetas e
doutores […] E, servindo eles ao Senhor e jejuando, disse o ESPÍRITO SANTO:
Apartai-me a Barnabé e a Saulo para a obra que os tenho chamado’ (At 13.1,2).
Barnabé foi uma escolha divina para que, junto de Paulo, fosse enviado para a
obra missionária.
SUBSÍDIO 2
Professor(a),
explique aos alunos que quando, alguns anos mais tarde, chegou a Jerusalém a
notícia de que uma evangelização em larga escala havia ocorrido em Antioquia da
Síria, por cristãos helenistas refugiados da perseguição que teve início na
Judéia após a morte de Estevão. Barnabé foi enviado até lá para investigar a
situação e agir da forma que julgasse ser mais apropriada. Não podiam ter
enviado um homem mais adequado.
Longe de
sentir-se chocado pelas inovações que ali encontrou, Barnabé sentiu prazer por
ver a graça de DEUS em ação na conversão dos pagãos em Antioquia, e assim
encorajou tanto os evangelistas quanto os novos convertidos com todas as suas
forças. Após algum tempo, ele sentiu necessidade de ter um colega que pudesse
ajudá-lo na supervisão daquela obra crescente e trouxe Paulo de Tarso para
ajudá-lo. (Dicionário Bíblico Wycliffe Rio de Janeiro. CPAD, p. 263).
III- ASPECTOS
PRÁTICOS DA LIDERANÇA DE BARNABÉ
1- A alegria de
Barnabé. A igreja que estava em Jerusalém enviou Barnabé para ver de perto o
que DEUS estava fazendo em Antioquia, e quando chegou, e viu a graça de DEUS,
se alegrou (At 11.23). Barnabé deixou de lado o exclusivismo judaico e pode se
alegrar com o fato de que os gentios estavam sendo alcançados pela graça
divina. Tal fato é uma clara demonstração de seu caráter cristão e
ministerial pautado em DEUS. O líder precisa se alegrar com os feitos do Senhor
na vida de seus liderados.
2- A mensagem
de Barnabé. Como líder, Barnabé atuou efetivamente no ministério da pregação e
provou a sua fidelidade a DEUS também como pregador. Não há um registro
detalhado e amplo na Bíblia a respeito da pregação de Barnabé, mas existe uma
referência que, além de indicar o conteúdo de sua pregação, confirma o seu
compromisso com a verdade do Evangelho. Observe o que ele anunciou ao chegar a
Antioquia: “Lhe exortou a todos a que, com firmeza de coração, permanecessem no
Senhor (At 11.23). Barnabé advertiu os crentes a permanecerem centrados e
firmados no Senhor JESUS e tudo indica que este era o alvo de sua mensagem
3- Barnabé, um
homem de bem e cheio do ESPÍRITO SANTO. Com base no que estudamos, fica
evidente que Barnabé foi um líder inspirador, cujas qualidades continuam
servindo de modelo para a liderança na atualidade. Ele foi um líder
bem-sucedido e o texto de Atos 11.24 se encarrega de mostrar que o
seu sucesso estava no fato de que “era homem de bem, e cheio do ESPÍRITO SANTO
e de fé […]”. Essas três qualidades resumem o perfil ministerial de Barnabé.
Como um líder cheio do ESPÍRITO SANTO, ele foi um homem de bem que buscou a
unidade entre os irmãos. Também foi um homem de fé que nunca deixou de
acreditar e trabalhar pelo avanço da evangelização dos povos e, como resultado
da sua liderança, a Bíblia afirma que “muita gente se uniu ao Senhor’ (At
11.24).
SUBSÍDIO 3
“Após um ano de
cooperação em Antioquia, Barnabé e Paulo deixaram aquela igreja para assumir um
ministério ainda mais extensivo. Os dois apóstolos atravessaram a ilha de
Chipre de Leste a Oeste, então, cruzaram a Ásia menor, onde pregaram o
Evangelho e fundaram igrejas nas cidades do sul da Galácia. O Jovem primo de
Barnabé (Cl 4.10), João Marcos de Jerusalém, os acompanhou na jornada até a
costa da Ásia Menor e então voltou para casa. (Dicionário Bíblico Wycliffe Rio
de Janeiro CPAD, p. 263).
CONCLUSÃO
Nesta lição,
refletimos a respeito de Barnabé, um líder importante na edificação e no
crescimento da Igreja no primeiro século. Ele cumpriu um papel importante na
formação espiritual e ministerial de Paulo e de João Marcos, além de ter sido
um incansável evangelista entre os gentios. As suas qualidades podem ser
resumidas como “homem de bem, cheio do ESPÍRITO SANTO e de fé” (At
11.24). Sua liderança foi confirmada por DEUS e reconhecida pelos homens.
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Barnabé e o seu
importante papel desempenhado na Igreja Primitiva.
Barnabé foi um
membro da Igreja Primitiva de Jerusalém, descendente da tribo de Levi,
originário de uma família sacerdotal judaico-cipriota. Em Atos 4:36, somos
informados que Barnabé vendeu uma propriedade, talvez em Chipre, e trouxe
o dinheiro da venda do imóvel aos apóstolos para que as necessidades dos
membros mais pobres da igreja de Jerusalém fossem supridas.
Sobre Barnabé,
Lucas escreve o
seguinte perfil no livro de Atos dos Apóstolos: Este, ali chegando e vendo
a graça de DEUS, ficou alegre e os animou a permanecerem fiéis ao Senhor,
de todo o coração. Ele era um homem bom, cheio do ESPÍRITO SANTO e de fé;
e muitas pessoas foram acrescentadas ao Senhor. (Atos 11:23,24)
O ministério de
Barnabé ficou mais notório quando chegou a Jerusalém a informação de que
na Antioquia da Síria os cristãos helenistas, que haviam se refugiado ali
devido à perseguição que se iniciou na Judéia após a morte de Estêvão,
estavam promovendo uma grande evangelização.
Barnabé, então,
foi enviado para lá, com o intuito de verificar a situação, e
agir conforme achasse mais apropriado. Ao chegar ali, Barnabé ficou
maravilhado por ver muitos gentios pagãos se convertendo ao Evangelho pela
graça de DEUS. Logo, ele foi de grande valia para que aquela evangelização
ganhasse ainda mais força. Barnabé era primo de João Marcos de Jerusalém
(Cl 4:10)
O que significa
Barnabé?
Poucas pessoas
se lembram, mas “Barnabé” foi um nome dado pelos apóstolos. Seu nome
verdadeiro era José (At 4:36). Lucas interpreta o nome Barnabé como “filho
da consolação” ou “filho da exortação”. Na verdade, a etimologia
desse nome não é tão fácil, e envolve alguma dificuldade com a transcrição
grega. O importante é que Lucas não se concentrou nessa questão da
etimologia, nem mesmo se propôs a apresentar uma explicação detalhada
sobre o assunto. O objetivo de Lucas era apenas indicar o caráter do
personagem, e isso foi plenamente cumprido.
Paulo e Barnabé
Barnabé teve
uma contribuição significativa no ministério do apóstolo Paulo. Em Atos
9:27 ele apresenta e recomenda Saulo de Tarso aos apóstolos, quando este
retornou a Jerusalém no terceiro ano após a sua conversão. Os cristãos
de Jerusalém estavam desconfiados sobre Saulo, muitos achavam que ele era
um espia. Então Barnabé convenceu-os que Saulo era um cristão
verdadeiro. Então Barnabé o levou aos apóstolos e lhes contou como, no
caminho, Saulo vira o Senhor, que lhe falara, e como em Damasco ele havia
pregado corajosamente em nome de JESUS. (Atos 9:27). Quando Barnabé
foi enviado para Antioquia, após algum tempo de trabalho, ele viu a
necessidade de auxílio naquela obra. Na ocasião, ele percebeu ser
uma oportunidade propícia para Paulo. Logo, mandou trazer Paulo. Ali foi o
início de uma grande obra missionária. Houve uma época de grande fome
e escassez e Paulo e Barnabé visitaram Jerusalém para levar uma oferta de
auxílio contra a fome que assolava a região (At 11:30). Na ocasião, foi
reconhecido o chamado de ambos para trabalharem entre os gentios (Gl 2:9).
Um fato
interessante é que mesmo Barnabé, acostumado a trabalhar com os gentios,
para não se indispor na presença do apóstolo Pedro quando este
não resistiu à pressão dos judaizantes, também interrompeu temporariamente
a comunhão na mesa com os irmãos gentios, e participou do que Paulo
chamou de “hipocrisia“. Pois, antes de chegarem alguns da parte de
Tiago, ele comia com os gentios. Quando, porém, eles chegaram, afastou-se
e separou-se dos gentios, temendo os que eram da circuncisão. Os
demais judeus também se uniram a ele nessa hipocrisia, de modo que até Barnabé
se deixou levar. (Gálatas 2:12,13). Apesar desse episódio, Barnabé demonstrou
em várias ocasiões que havia aceitado sem restrições os gentios na fé em JESUS CRISTO
(At 13:46). Isso podemos ver tanto pelo seu grande trabalho em Antioquia,
quanto pelos resultados da viagem juntamente com Paulo, onde, começando
por Chipre e indo até bem dentro da Ásia Menor, resultou na plantação de
várias comunidades cristãs predominantemente gentias.
Uma segunda vez
Barnabé e Paulo precisaram ir até Jerusalém, para participarem do Concílio
relatado no capítulo 15 do livro de Atos, onde foi discutido e decidido
com os líderes da igreja em Jerusalém, a maneira a qual os gentios
convertidos seriam admitidos à comunhão da Igreja de CRISTO. Na época,
grupos judaizantes estavam forçando cristãos gentios a observarem costumes
judaicos. Ficou certo nesse Concílio que isso deveria ser combatido, e que
os cristãos gentios não tinham qualquer obrigação concernente a esses costumes.
Na primeira
viagem de Paulo e Barnabé, até um determinado momento Barnabé era o líder.
Após o abandono de seu primo João Marcos, que desistiu da viagem e voltou
para Jerusalém, nitidamente Paulo assumiu a liderança. A deserção de João
Marcos causou impacto até mesmo na segunda viagem planejada por eles.
Barnabé insistiu que Marcos deveria ser incluído na viagem, porém Paulo
não aceitou, o que acabou dividindo o itinerário da viagem, com Barnabé
ficando em Chipre (At 15:36-40). Paulo seguiu com seus planos e Silas foi
quem o acompanhou.
Mesmo tendo
tomado rumos diferentes, a amizade entre Paulo e Barnabé não foi desfeita.
Todas as vezes que Paulo se refere a Barnabé, ele demonstra respeito,
afeição e estima, reconhecendo-o como seu companheiro missionário para os
gentios. (1Co 9:6) O próprio Paulo, anos mais tarde, escrevendo a Timóteo,
pediu que João Marcos fosse encontrar-se com ele, pois acreditava que ele
lhe seria muito útil para o ministério (2Tm 4:11). Isso pode significar
que Barnabé fez um ótimo Trabalho preparando João Marcos.
Nós nunca
saberemos o quanto Barnabé contribuiu para o grandioso ministério de
Paulo, isso apenas o próprio Paulo saberia responder. Sabemos que quando o
apóstolo escreveu a Primeira Epístola aos Coríntios, Barnabé ainda
estava vivo e sustentava-se sem depender das igrejas (1Co 9:6), de
maneira semelhante ao próprio Paulo.
O que mais
sabemos sobre a história de Barnabé?
Fora esses
relatos bíblicos, tudo o que se sabe sobre Barnabé é contado por algumas
tradições sem muita fundamentação. Tais tradições o associam com Roma e
Alexandria. Existe uma epístola anônima proveniente de Alexandria a qual
algumas dessas tradições o vinculam a ela. Além disso, Barnabé é
considerado entre um dos possíveis autores da Epístola aos Hebreus. Seu
nome tem sido ligado a essa carta desde os tempos de Tertuliano. Vale
ressaltar também que o Evangelho de Barnabé nada tem a ver com ele. Na verdade,
trata-se de uma obra medieval não-cristã.
(https://estiloadoracao.com/
Daniel Conegero)
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1- O GRANDE
LÍDER É DESPRENDIDO
1-1- Barnabé despojou-se de seus bens materiais
1-2- Barnabé compreendeu que chegara a hora de Paulo assumir a liderança
2- O GRANDE LÍDER É SOLIDÁRIO
2-1- Barnabé introduziu Saulo à igreja em Jerusalém
2-2- Barnabé introduziu Saulo à igreja em Antioquia
2-3- Barnabé tutoreou Marcos
3- O GRANDE LÍDER É UM HOMEM DE BEM, CHEIO DO ESPÍRITO SANTO E DE FÉ
3-1- Um homem de bem
3-2- Um homem cheio do ESPÍRITO SANTO
3-3- Um homem cheio de fé
Porque era homem de bem e cheio do ESPÍRITO SANTO e de fé. E muita gente se
uniu ao Senhor. Atos 11.24
Barnabé
destacou-se como líder por seu desprendimento;
Barnabé destacou-se como líder por sua humildade;
Barnabé destacou-se como líder por saber abrir o caminho da liderança para
outros.
Barnabé, O
filho da consolação é, sem sombra de dúvida, um dos maiores exemplos de
liderança do Novo Testamento. Seu caráter, desprendimento e humildade fazem
dele um homem notável e digno da nossa atenção. Nesta lição, procure focar a s
características singulares da liderança de Barnabé, que podem ser aplicadas à
vida de todos, indistintamente: o grande líder é desprendido e solidário; no
entanto, o grande líder cristão é, acima de tudo, um homem de bem, cheio do ESPÍRITO
SANTO e de fé.
1- O GRANDE
LÍDER É DESPRENDIDO
A história do cristianismo revela a grandeza
intelectual de alguns doutores da Igreja primitiva, muitos dos quais obtiveram
sua formação acadêmica na escola de Alexandria, ao norte da África. Barnabé era
um levita que figurava entre os profetas e doutores da igreja de Antioquia —
pessoas, aliás, altamente respeitadas (At 13.1; Ef 4.11). Quando o ESPÍRITO SANTO
chamou duas pessoas daquela igreja para a obra missionária, Ele citou os nomes
de Barnabé e Saulo (At 13.2). Conhecido pelo nome de José, procedente da ilha
de Chipre, este importante personagem neotestamentário era também chamado por
seus colegas de Barnabé, que significa filho de consolação (At 4.36).
SUBSÍDIO 1
Clemente de
Alexandria, um dos pais da Igreja, informa-nos que Barnabé fez parte do grupo
de 70 discípulos enviados por JESUS para realizar um trabalho específico de
evangelização (Lc 10.1-3). Quando lemos que Pedro era indouto (At 4.13),
significa que ele, um simples pescador da Galileia, não desfrutou dos mesmos
privilégios acadêmicos dos chamados doutores. Saulo, que não fez parte do grupo
dos Doze, teve a sua formação aos pés de Gamaliel, um respeitado rabino judaico
(At 22.3).
1-1- Barnabé despojou-se de seus bens materiais
A expectativa pela vinda do Senhor era tanta, que os crentes que possuíam
alguma propriedade vendiam-nas e depositavam os valores aos pés dos apóstolos.
Nada era mais importante para eles do que viver uma vida em comum (At
4.32,34). Barnabé era um homem de posses, mas, como estava completamente
entregue à causa do evangelho, renunciou aos bens que possuía, depositando os
valores aos pés dos apóstolos para dedicar-se exclusivamente à obra de DEUS (At
4.36,37). Esse episódio marca sua aparição nos relatos neotestamentários; e o
texto bíblico parece sugerir que ele foi o primeiro crente a proceder desta
forma, inspirando, assim, muitos cristãos a fazerem o mesmo. Com Barnabé
aprendemos que, embora o desprendimento não seja uma obrigatoriedade imposta
aos discípulos de JESUS, o homem de DEUS não deve ter o seu coração apegado às coisas
materiais (1 Tm 6.10,11).
1-2- Barnabé compreendeu que chegara a hora de Paulo assumir a liderança
Barnabé e Saulo chegaram à ilha de Pafos, e o procônsul Sérgio Paulo chamou-os
para ouvir deles a palavra de DEUS (At 13.7). Mas, um homem chamado Elimas,
encantador, tentava dissuadir o procônsul de tal intento (At 13.8). Discernindo
o espírito maligno que atuava em Elimas, Saulo, cheio do ESPÍRITO SANTO,
repreendeu o homem, que ficou cego no mesmo instante (At 13.9-11). A partir de
então, passasse a ler Paulo e Barnabé — até mesmo a versão hebraica do nome
Saulo é trocada para a versão grega, Paulo, que assume a liderança do grupo, e
Barnabé assente.
2- O GRANDE LÍDER É SOLIDÁRIO
Ninguém queria dar crédito à notícia de que Saulo se convertera. Os primeiros
convertidos à fé cristã achavam que se tratava de um engodo (At 9.21,26). “Não
é de se espantar que os discípulos em Jerusalém tenham inicialmente sido
cautelosos a respeito da conversão de Saulo, pois desejavam saber se aquela
transformação não era, na realidade, uma tentativa de ele infiltrar-se entre os
cristãos para, depois, prendê-los mais facilmente. O solidário Barnabé, que
tinha o dom do encorajamento, percebeu que Paulo verdadeiramente havia
entregado seu coração ao Senhor e o defendeu diante dos apóstolos (At 9.27).”
(RADMACHER; ALLEN; HOUSE, Central Gospel, 2010b).
2-1- Barnabé introduziu Saulo à igreja em Jerusalém
Barnabé tinha discernimento espiritual; Lucas, no livro de Atos, informa-nos:
Então, Barnabé, tomando [Saulo] consigo, o trouxe aos apóstolos e lhes contou
como no caminho ele vira ao Senhor, e este lhe falara, e como em Damasco falara
ousadamente no nome de JESUS (At 9.27). Saulo só foi aceito na igreja de
Jerusalém, porque Barnabé assegurou sua conversão. Ele tinha credibilidade na
igreja; por isso, não demorou para que os irmãos reconhecessem que o filho da
consolação tinha razão.
2-2- Barnabé introduziu Saulo à igreja em Antioquia
O filho da consolação agiu como tutor do apóstolo aos gentios. Barnabé observou
o comportamento de Saulo e viu nele a possibilidade de o evangelho ser levado a
muitos povos e nações. Encontramos aqui o exemplo bíblico de uma liderança
sensível para enxergar e abrir caminho para novos obreiros na seara de DEUS.
Quando a igreja em Jerusalém passou a sofrer uma perseguição movida contra os
crentes, alguns partiram para Samaria. Depois de um hiato no texto, o autor de
Atos volta ao assunto da dispersão, dizendo: E os que foram dispersos pela
perseguição que sucedeu por causa de Estêvão caminharam até à Fenícia, Chipre e
Antioquia, não anunciando a ninguém a palavra senão somente aos judeus (...). E
a mão do Senhor era com eles; e grande número creu e se converteu ao Senhor (At
11.19,21). A igreja em Jerusalém tomou conhecimento do fato e enviou Barnabé
até lá (At 11.22,23). A essa altura, Saulo estava em Tarso, sua cidade natal.
Novamente o filho da consolação saiu em busca de Saulo. O fato de Barnabé ter
sido designado pela Igreja para ir àquela cidade não lhe perturbou os sentidos
— humildemente, ele entendia que Saulo era um servo do Senhor da obra. E, por
isso, procurou por ele, em Tarso. Ambos permaneceram em Antioquia por um ano,
e, ali, pela primeira vez, os discípulos foram chamados de cristãos (At
11.25,26).
2-3- Barnabé tutoreou Marcos
Durante a primeira viagem missionária, ao chegarem a Panfília, o jovem João
Marcos, primo-sobrinho de Barnabé, que os acompanhava, voltou para a Jerusalém
(At 13.13),
provavelmente por ser muito jovem e não estar tão maduro para aquela tarefa.
Depois de retornarem da primeira viagem missionária, Paulo e Barnabé ficaram em
Antioquia, ensinando e pregando, com muitos outros, a palavra do Senhor (At
15.35). Dias depois, Paulo disse a Barnabé: Tornemos a visitar nossos irmãos
por todas as cidades em que já anunciamos a palavra do Senhor, para ver como
estão (At 15.36). Barnabé queria dar outra oportunidade ao jovem João Marcos,
mas Paulo discordava dele, baseado na experiência que tiveram na Panfília (At
15.38,19). Do mesmo modo como Barnabé responsabilizou-se por Saulo, dando-lhe
oportunidade de crescer no evangelho, agora ele tutoreava o mais moço em sua
caminhada de fé; afinal Paulo já era um homem suficientemente maduro e
experiente no trabalho. Valeu a pena ter investido em João Marcos. O próprio
Paulo enxergou nele, anos mais tarde, alguém útil para ele no ministério (2 Tm
4.11). Marcos também escreveu o Evangelho que leva o seu nome e, segundo a
tradição cristã, foi o amanuense das cartas de Pedro.
3- O GRANDE LÍDER É UM HOMEM DE BEM, CHEIO DO ESPÍRITO SANTO E DE FÉ
Além dos belos exemplos demonstrados por Barnabé, destacados até aqui, os
escritores sagrados não poupam elogios a ele: Porque era homem de bem e cheio
do ESPÍRITO SANTO e de fé. E muita gente se uniu ao Senhor (At 11.24).
3-1- Um homem de bem
A benignidade (gr. chrestotes) é tão íntima da bondade (gr. agathoosune), que
muitas vezes se confunde com ela. Nesse sentido, a benignidade tem relação com
o ato de fazer o bem a alguém. Há uma diferença relativa entre os homens bons e
maus (Rm 13.1-4). A benignidade de Barnabé em não se importar com o segundo
lugar na equipe missionária, quando ele era o primeiro, mostra que os vícios
característicos de uma pessoa má — como: egoísmo, ciúme, inveja, rancor, ódio,
intolerância e coisas assim — não faziam parte da sua natureza; por isso a
Bíblia o chama de homem de bem. Como bem declarou o salmista: Os passos de um
homem bom são confirmados pelo Senhor (Sl 37.23).
3-2- Um homem cheio do ESPÍRITO SANTO
O cristão cheio do ESPÍRITO reflete virtudes e capacidades de atuação na obra
de DEUS. Barnabé, cheio de ESPÍRITO SANTO, ganhou muitas almas para o Senhor
(At 11.24). Entretanto, como se confirma no livro de Atos dos Apóstolos, a
expressão cheio (ou cheios) do ESPÍRITO SANTO aparece mais nove vezes (além
desta). Observe:
- E todos foram cheios do ESPÍRITO SANTO e começaram a falar em outras línguas
(...) (At 2.4);
- Pedro, cheio do ESPÍRITO SANTO, enfrentou os magistrados (At 4.8);
- Cheios do ESPÍRITO SANTO, os crentes anunciavam com ousadia a Palavra de DEUS
(At 4.31);
- Para ser separado ao diaconato, era necessário ser cheio do ESPÍRITO SANTO
(At 6.3);
- Filipe, cheio do ESPÍRITO, ganhou Samaria para JESUS (At 6.5; 8.5);
- Estêvão, cheio do ESPÍRITO SANTO, viu a glória de DEUS (At 7.55);
- Antes de tornar-se o maior apóstolo da história do cristianismo, Paulo foi
cheio do ESPÍRITO SANTO (At 9.17);
- Cheio do ESPÍRITO SANTO, Paulo expulsou o demônio de Elimas (At 13.9); e
- Em Antioquia da Psídia, os crentes, cheios do ESPÍRITO SANTO, estavam também
cheios de alegria (At 13.52).
3-3- Um homem cheio de fé
Todo e qualquer livro sobre liderança será bem-vindo e acrescentará algo
relevante para os líderes, mas, no campo espiritual, é necessário ter fé. Ser
previsível, cuidadoso e prudente no terreno financeiro é absolutamente
necessário, mas deixar de dar passos arrojados, que demandem fé sobre algo que
o ESPÍRITO SANTO nos impele a fazer, não parece ser a postura adequada quando
se trata da expansão do Reino. Barnabé teve fé para abdicar das suas posses, a
fim de dedicar-se exclusivamente à obra de DEUS, sem receio de que lhe faltasse
algo. Também não lhe faltou fé para embrenhar-se no campo missionário,
enfrentando desafios e riscos de vida por onde passava. Barnabé viveu, ao lado
de Paulo, experiências da fé prodigiosa na operação de milagres. A vida
espiritual do filho da consolação foi completa.
CONCLUSÃO
Barnabé era respeitado na Igreja primitiva por seu preparo intelectual e por
sua seriedade espiritual. Ele exalava o perfume de CRISTO na sua liderança (2
Co 2.15), fazendo
transparecer o seu caráter, suas intenções e sua nobreza de espírito para que a
obra do Senhor saísse vencedora. Barnabé, com humildade, conseguiu reunir e
formar pessoas
para servirem a DEUS. Assim como Gamaliel teve importância na formação
intelectual de Paulo, Barnabé também tem o seu crédito pelo investimento que
fez na carreira ministerial de Paulo e João Marcos.
)))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))
DIFERENÇA ENTRE
TÍTULO ECLESIÁSTICO E MINISTÉRIO DADO POR CRISTO
Títulos
eclesiásticos é um obreiro (incluindo professores de EBD), diácono,
presbítero, evangelista e pastor, todos escolhidos por pessoas sem confirmação
de DEUS que confirma ministério com sinais prodígios e maravilhas. Talvez 90%
dos obreiros (incluindo professores de EBD), diáconos, evangelistas e, pastores
nunca foram escolhidos por JESUS, apenas foram escolhidos por seus líderes.
OLHA UMA
ESCOLHA DE DEUS Disse-lhe, porém, o Senhor: Vai, porque este é para mim um vaso
escolhido para levar o meu nome diante dos gentios, e dos reis, e dos filhos de
Israel. Atos 9:15 -Na igreja que estava em Antioquia havia alguns profetas e
doutores, a saber: Barnabé, e Simeão, chamado Níger, e Lúcio, cireneu, e
Manaém, que fora criado com Herodes, o tetrarca, e Saulo. E, servindo eles ao
Senhor e jejuando, disse o ESPÍRITO SANTO: Apartai-me a Barnabé e a Saulo para
a obra a que os tenho chamado. Então, jejuando, e orando, e pondo sobre eles as
mãos, os despediram. E assim estes, enviados pelo ESPÍRITO SANTO, desceram a
Selêucia e dali navegaram para Chipre. Atos 13:1-4 Os sinais do meu apostolado
foram manifestados entre vós, com toda a paciência, por sinais, prodígios e
maravilhas.
2 Coríntios 12:12 E DEUS, pelas mãos de Paulo, fazia maravilhas
extraordinárias, Atos 19:11
Um título
eclesiástico é uma honra. Aquele que recebe deve orar, jejuar, estudar a Bíblia
e evangelizar tendo fé em DEUS e seu poder. Buscando a confirmação de seu
ministério. Eu já trilhei por esses caminhos (fui diácono, presbítero,
missionário, pastor) até que tomei a decisão de crer em DEUS e em seu poder -
foi quando disse a Ele que queria que onde eu estivesse Ele estivesse comigo
confirmando minha pregação e ensino com sinais, prodígios e maravilhas.
E eles, tendo
partido, pregaram por todas as partes, cooperando com eles o Senhor e
confirmando a palavra com os sinais que se seguiram. Amém! Marcos 16:20
Objetivo dos
ministérios - Trabalho de edificação da igreja e evangelização mundial
querendo o
aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para edificação do corpo
de CRISTO, até que todos cheguemos à unidade da fé e ao conhecimento do
Filho de DEUS, a varão perfeito, à medida da estatura completa de CRISTO, para
que não sejamos mais meninos inconstantes, levados em roda por todo vento de
doutrina, pelo engano dos homens que, com astúcia, enganam fraudulosamente.
Antes, seguindo a verdade em amor, cresçamos em tudo naquele que é a cabeça,
CRISTO, do qual todo o corpo, bem-ajustado e ligado pelo auxílio de todas as
juntas, segundo a justa operação de cada parte, faz o aumento do corpo, para
sua edificação em amor. Efésios 4:12-16
Todos os dons
ministeriais são iguais em importância
Se faltar algum
sentido ao corpo humano, haverá grande prejuízo ao funcionamento de todo corpo;
Se faltar algum
ministério na igreja (corpo de CRISTO na Terra), haverá grande prejuízo ao
funcionamento de toda a Igreja.
Primeiro Dom
Ministerial é o de Apóstolo (enviado)
JESUS deu
homens à igreja. Ministérios são funções específicas de liderança para servir e
não para serem servidos.
JESUS deu
apóstolos à igreja, tanto no início da Igreja, como em toda sua trajetória.
Disse-lhes,
pois, JESUS outra vez: Paz seja convosco! Assim como o Pai me enviou, também eu
vos envio a vós. João 20:21
Assim como tu
me enviaste ao mundo, também eu os enviei ao mundo. João 17:18
Eu não rogo
somente por estes, mas também por aqueles que, pela sua palavra, hão de crer em
mim João 17:20
Primeiro
colegiado formado pelos apóstolos:
Ora, os nomes
dos doze apóstolos são estes: O primeiro, Simão, chamado Pedro, e André, seu
irmão; Tiago, filho de Zebedeu, e João, seu irmão; Filipe e Bartolomeu;
Tomé e Mateus, o publicano; Tiago, filho de Alfeu, e Lebeu, apelidado Tadeu;
Simão, o Zelote, e Judas Iscariotes, aquele que o traiu (sendo este substituído
por Matias - E, lançando-lhes sortes, caiu a sorte sobre Matias. E, por voto
comum, foi contado com os onze apóstolos. Atos 1:26). Mateus 10:2-4
Paulo foi
apóstolo do segundo colegiado quando os apóstolos do primeiro colegiado ainda
estavam vivos. Na convenção que houve em Jerusalém registrada no capítulo 15 de
Atos ninguém da liderança da igreja em Jerusalém se levantou contra o
apostolado de Paulo, mesmo porque DEUS confirmava o apostolado de Paulo com
sinais, prodígios e maravilhas. Além de Paulo, Barnabé, Tiago, irmão de JESUS,
Andrônico e Júnia, foram também denominados apóstolos.
O próprio Paulo
reconhece Matias como apóstolo substituto de Judas, o traidor.
1Corintios cap.
15 e vers. 5 diz: e foi visto por Cefas e depois pelos DOZE, e no versículo 8
Paulo diz que JESUS apareceu a ele próprio por último (fazendo distinção dos
12), indicando que JESUS apareceu primeiro aos 12 no verso 5.
A quem Paulo se
referiu em respeito aos 12?
Paulo aparece
no verso 8 como distinto dos 12, então a resposta é óbvia, não era Judas
Iscariotes pois ele não viu o CRISTO ressurreto e se perdeu, suicidando-se, portanto,
Matias viu, e quando Paulo fala que os 12 viram, já haviam feito a substituição
de Judas por Matias, pelo motivo de se referir aos 12 e não aos 11, Paulo
reconheceu ser Matias dos 12.
Pergunta da
lição 6.
Se o dom de apóstolo é atual, quem são os apóstolos nossos?
O apóstolo Paulo liderava homens de DEUS como Timóteo, Tito etc.
O apóstolo Paulo escrevia edificações, exortações e consolações aos seus
liderados, Chamava a atenção de alguns e corrigia outros.
Por que não temos ninguém em nossa igreja com nome de apóstolo?
Existem vários
apóstolos na Igreja hoje, porém não são reconhecidos pela Igreja. Por isso
mesmo existem muitos que fazem como Paulo que recebeu o chamado de JESUS e se
autoproclamou apóstolo.
Encontramos na
Bíblia, no Novo Testamento, além dos apóstolos do primeiro colegiado que
andaram com JESUS, os apóstolos seguintes da igreja, como Paulo, Barnabé,
Tiago, irmão de JESUS, Andronico e Júnia, entre outros.
At 14:14 Ouvindo, porém, isto, os apóstolos Barnabé e Paulo, rasgaram os seus
vestidos, e saltaram para o meio da multidão, clamando.
Gl 1:19 E não vi a nenhum outro dos apóstolos, senão a Tiago, irmão do SENHOR.
Rm 16:7 Saudai a Andrónico e a Júnia, meus parentes e meus companheiros na
prisão, os quais se distinguiram entre os apóstolos e que foram antes de mim em
CRISTO.
Assim
como o corpo humano possui 5 sentidos e para funcionar bem, de acordo com o
plano de DEUS, devem esses 5 sentidos estarem em pleno funcionamento e em
concordância com o restante do corpo; assim também a igreja, o corpo de CRISTO
na terra, possui 5 ministérios que deverão estar em pleno funcionamento e em
concordância com o restante do corpo para produzirem de acordo com o plano de
DEUS, fazendo a obra de DEUS com poder e com excelentes resultados - Almas para
CRISTO e edificação da Igreja..
assim nós, que
somos muitos, somos um só corpo em CRISTO, mas individualmente somos membros
uns dos outros. Romanos 12:5
Primeiros
apóstolos formavam o primeiro colégio apostólico - Fundamento da igreja. Deram
início à igreja de CRISTO na Terra logo após serem batizados no ESPÍRITO SANTO
- edificados sobre o fundamento dos apóstolos e dos profetas, de que JESUS
CRISTO é a principal pedra da esquina; Efésios 2:20
Outros
apóstolos - ministérios - pessoas dadas à igreja já formada pelos apóstolos do
primeiro colégio apostólico.
Exemplos: Paulo
(“o menor dos apóstolos” - 1 Co.15.9; Rm 1.1; 2 Co 1.1), Barnabé (At 14.14).
Havia “outros apóstolos”, a que Paulo se referia em sua carta aos romanos (Rm
16.7) e em outras epístolas (G1 1.19; 1 Ts 2.6,7).
O apóstolo é um
enviado por JESUS CRISTO para pregar o Evangelho em áreas ainda não alcançadas,
é um desbravador que vai abrir o trabalho em local ainda não evangelizado.
Evidente é que nas modernas metrópoles há espaço para apóstolos devido à falta
de penetração do evangelho por parte de nossas tradicionais igrejas. O apóstolo
Paulo gostava de permanecer mais tempo em cidades grandes, como Filipos, Éfeso
e Corinto, por exemplo. Creio que a maioria dos apóstolos modernos que surgiram
no Brasil, são apóstolos mesmo no sentido correto do ministério, a maioria tem
exercido seu ministério apostólico através da mídia, o meio mais eficaz de se
pregar o evangelho nos dias atuais. DEUS os abençoe pelos milhões de salvos que
estes têm ganhado para JESUS em nossa nação.
Existe 13º
apóstolo? Paulo foi esse 13º apóstolo? NÃO.
É necessário,
pois, que, dos varões que conviveram conosco todo o tempo em que o Senhor JESUS
entrou e saiu dentre nós, começando desde o batismo de João até ao dia em que
dentre nós foi recebido em cima, um deles se faça conosco testemunha da sua
ressurreição. Atos 1:21,22 - PAULO NÃO CUMPRE ESSES QUISITOS (não esteve com
JESUS vivo num corpo humano, não esteve no batismo de João Batista, não foi
testemunha ocular da ressurreição de JESUS).
Não existe 13º
apóstolo no primeiro colégio apostólico. A discussão é em torno de se admitir
Paulo ao invés de Matias no colégio apostólico. Uns acham que a escolha dos
apóstolos foi errada e não estava de acordo com a vontade de DEUS. Muitos acham
que tirar sortes não indicaria a pessoa certa. Muitos acham que Paulo é o
12º apóstolo porque teve um encontro pessoal com JESUS, aprendeu muito do
próprio JESUS e testificou da ressurreição de JESUS. Eu vejo que Paulo teve
especial tratamento por parte de DEUS, é o homem mais importante da bíblia para
mim, depois de JESUS, mas, para mim, ele foi um apóstolo à parte, de um
ministério totalmente diferente dos outros primeiros apóstolos. Se os apóstolos
foram escolhidos como representantes de Israel na Nova Aliança, Paulo foi
escolhido como apóstolo dos gentios, de um ministério voltado para todos os
povos que se arrependem de seus pecados e são salvos pela graça de DEUS. Paulo,
como precursor desse apostolado aos gentios tinha mesmo que ser especial em
todos os sentidos. Paulo pertence ao segundo apostolado, juntamente com
Barnabé, e os irmãos de JESUS (Tiago e Judas).
Ouvindo, porém,
isto os apóstolos Barnabé e Paulo, rasgaram as suas vestes e saltaram para o
meio da multidão, clamando Atos 14:14
E não vi a
nenhum outro dos apóstolos, senão a Tiago, irmão do Senhor. Gálatas 1:19
Para mim
"o que desligares na terra será desligado no céu".
Os próprios
apóstolos escolheram já que agora tinham autoridade para isso, dada pelo
próprio CRISTO, assim como depois tomaram várias decisões sobre o andamento da
igreja e até mesmo sobre o que deveria ser proibido aos gentios, no primeiro
concílio da igreja (Atos 15). Matias tinha as credenciais necessárias e tinha a
autoridade dada pelos apóstolos que agora eram os representantes legais de
CRISTO na terra.
Paulo era o
mais importante e mais credenciado para o novo ministério apostólico aos
gentios e assim ficou como o primeiro desse novo apostolado e não do primeiro
colégio apostólico.
Se nós
aceitarmos que Paulo é o 12º apóstolo vamos ter que aceitar que hoje existem
apóstolos do primeiro colégio apostólico, pois muitos apóstolos hoje alegam
terem se encontrado com CRISTO e terem recebido revelações Dele. Sendo que os
católicos apostólicos romanos querem dizer que o papa é substituto de Pedro e
de seu apostolado. Vamos concordar com eles? Creio que não. Seria o mesmo que
concordar com a reencarnação, doutrina totalmente antibíblica.
Se JESUS sabia
que Judas o trairia e que os discípulos colocariam Matias em seu lugar, é
evidente que se isso não tivesse apoio de DEUS, JESUS já teria deixado uma
ordem para os discípulos para substituírem Judas por Paulo, por exemplo, ou por
alguém, no caso, que eles conheceriam depois. Chance para isso ELE teve logo
após ressuscitar e passar 40 dias aparecendo aos discípulos. Não, ELE não deu
instruções sobre isso a nenhum apóstolo de seu primeiro colégio apostólico.
Matias era escolha de DEUS confirmada pelos apóstolos, mesmo sendo
com a ajuda de um artifício de sortes, no momento, o único que conheciam e que
confiavam que DEUS estava no controle. O importante aí não é o meio que usaram,
pois poderiam escolher tanto José como Matias, ambos com qualificações para
exercer a função. Usaram o método de tirar sortes apenas para saber qual dos
dois e não para saberem se era para escolher outro no lugar de Judas. Isso já
estava escrito na bíblia. creio que quem inspirou Pedro a fazer isto foi o ESPÍRITO
SANTO que estava nele desde o dia em que JESUS assoprou sobre eles e disse:
"Recebei o ESPÍRITO SANTO" (João 20:22). Portanto, já tinham o
ESPÍRITO SANTO a lhes guiar.
Paulo ao
escrever 1Corintios cap. 15 e vers. 5 diz: e foi visto por Cefas e depois pelos
DOZE, e no versículo 8 Paulo diz que JESUS apareceu a ele próprio por último
(fazendo distinção dos 12), indicando que JESUS apareceu primeiro aos 12 no
verso 5.
A quem Paulo se
referiu em respeito aos 12?
Paulo aparece
no verso 8 como distinto dos 12, então a resposta é óbvia, não era Judas
Iscariotes pois ele não viu o CRISTO ressurreto e se perdeu, portanto Matias
viu, e quando Paulo fala que os 12 viram, já havia feito a substituição de
Judas por Matias, pelo motivo de se referir aos 12 e não aos 11, e Paulo
reconheceu ser Matias dos 12.
Atualmente
percebemos que o ESPÍRITO SANTO continua a distribuir, os “dons espirituais”,
“repartindo particularmente a cada um como quer” (1 Co 12.11), e também JESUS
continua concedendo diversos ministérios à igreja, através de homens que ELE
mesmo escolheu ( Ef 4.11) e capacitou. O ESPÍRITO SANTO confirma esta chamada
com sinais, prodígios e maravilhas que executa através destes ministérios.
Os sinais do
meu apostolado foram manifestados entre vós, com toda a paciência, por sinais,
prodígios e maravilhas. 2 Coríntios 12:12
A JESUS
Nazareno, varão aprovado por DEUS entre vós com maravilhas, prodígios e sinais,
que DEUS por ele fez no meio de vós, como vós mesmos bem sabeis; Atos 2:22
E Estêvão,
cheio de fé e de poder, fazia prodígios e grandes sinais entre o povo. Atos 6:8
E muitos sinais
e prodígios eram feitos entre o povo pelas mãos dos apóstolos. E estavam todos
unanimemente no alpendre de Salomão. Atos 5:12
Então, toda a
multidão se calou e escutava a Barnabé e a Paulo, que contavam quão grandes
sinais e prodígios DEUS havia feito por meio deles entre os gentios. Atos 15:12
E eles, tendo
partido, pregaram por todas as partes, cooperando com eles o Senhor e
confirmando a palavra com os sinais que se seguiram. Amém! Marcos 16:20
testificando
também DEUS com eles, por sinais, e milagres, e várias maravilhas, e dons do
ESPÍRITO SANTO, distribuídos por sua vontade? Hebreus 2:4
Um dos maiores
equívocos, cometidos por muitos líderes de igrejas, nos dias presentes, é o de
entender que o título de “Apóstolo” lhes confere posição hierárquica superior
ao de pastor, evangelista, profeta ou mestre. Já são conhecidos exemplos
diversos de obreiros, que eram detentores do título de “pastor”, devidamente
ordenados por seus ministérios ou convenções, os quais arrogaram para si o
título de “apóstolo”, com o objetivo de se colocarem em posição ministerial
“superior”. Procedimento totalmente fora de propósito ou de fundamento
escriturístico. Esquecem-se tais “apóstolos”, que a maior função, no ministério
de CRISTO, é o de “servo fiel” (Nm 12.7; Hb 3.5; Mt 25.21-23). Também nos
lembremos de que Pastor não é maior que apóstolo, nem que evangelista, nem que
profeta, nem que mestre. Todos são ministros de CRISTO e estão a serviço do
corpo de CRISTO cuja cabeça é CRISTO.
Colégio
Apostólico:
PRIMEIRO GRUPO
Simão
Pedro------------------------------------O homem de pedra
André----------------------------------------------Irmão
de Pedro
Tiago e
João------------------------------------Filhos de Zebedeu, e filhos do trovão
SEGUNDO GRUPO
Filipe----------------------------------------------O
inquiridor sincero
Bartolomeu ou
Natanael-------------------O israelita em quem não havia dolo
Tomé---------------------------------------------O
melancólico
Mateus-------------------------------------------O
publicano (assim chamado apenas por si mesmo)
TERCEIRO GRUPO
Tiago (filho)
de Alfeu--------------------------(Marcos 15.40?)
Lebeu. ou
Tadeu, ou Judas de Tiago----O discípulo que tinha três nomes
Simão----------------------------------------------O
zelote
Judas, o homem
de Queriote--------------O traidor - Substituído por Matias.
Note que mesmo
João estando vivo na época de Paulo, muitos foram chamados de apóstolos, os
apóstolos do colégio apostólico nunca os desautorizaram e nem os condenou por
isso, Paulo até foi reconhecido por eles. Claro que foram aceitos como
apóstolos de ministério e não como os doze do primeiro colégio apostólico,
incluindo aí Matias.
COMENTÁRIOS
INTRODUÇÃO
A partir deste
capítulo, estudaremos acerca dos dons ministeriais, que identificam uma
diversidade enorme de funções, ofícios e atividades, de homens, chamados por
DEUS, e designados pela igreja local, para exercerem a operacionalidade de
serviços ou ministérios.
Os dons
ministeriais são indispensáveis ao “aperfeiçoamento dos santos, para a obra do
ministério, para edificação do corpo de CRISTO” (Ef 4.12). Neste estudo, o
texto básico para referência é o capítulo 4, da epístola de Paulo aos Efésios.
Se alguém é
chamado por JESUS mesmo para ser evangelista, ele mesmo é um “dom”, assim como
sua função de evangelizar. E assim por diante, se alguém é chamado por JESUS
mesmo para ser Pastor ele mesmo é um “dom”, assim como sua função de pastorear.
É JESUS quem escolhe o ministro, que concede os que podem ser chamados de
“homens-dons” à igreja. Evidente que hoje temos escolhas eclesiásticas para o
ministério, não sendo um chamado do próprio JESUS com confirmação do ESPÍRITO
SANTO.
Por isso,
o apóstolo Paulo diz “E ele mesmo deu uns para apóstolos, e outros para
profetas, e outros para evangelistas, e outros para pastores e doutores” (Ef
4.11). A expressão “ele mesmo deu” indica que o dom precede o ofício. Diz
Donald Gee: “Se ‘Ele concedeu, está fora de dúvida não pode haver ministério
divinamente ordenado sem o Seu dom”.
O primeiro dom
ministerial que estudaremos é o de apóstolo. Há uma controvérsia que atravessa
séculos acerca da atualidade do ministério de apóstolo. Há uma corrente de
estudiosos da Bíblia, que podemos chamar de “cessacionistas”, a exemplo do que
ocorre com a atualidade dos dons espirituais do ESPÍRITO SANTO, que também
entende que o ministério apostólico “cessou” com os primeiros discípulos de
CRISTO. Outros entendem que ainda existem apóstolos, hoje, ainda que numa
conotação um tanto diferente dos primeiros doze apóstolos de CRISTO.
Além dos 12
apóstolos de CRISTO, que integraram o chamado “Colégio Apostólico”, vemos, no
Novo Testamento, que outros apóstolos foram levantados por DEUS, sem que nenhum
se considerasse sucessor de outro. Paulo e Barnabé não pertenciam ao “grupo dos
12”; mas eram apóstolos, credenciados por DEUS para realizar a missão que lhes
foi confiada (1 Co 1.1; Cl 1.1; At 13.46); Tiago, “irmão do Senhor”, também
recebia a qualificação de apóstolo (Gl 1.19).
(Elinaldo
Renovato. Dons espirituais & Ministeriais Servindo a DEUS e aos homens com
poder extraordinário. Editora CPAD. Pag. 70-72.
Com vários
acréscimos e modificações do Pr. Henrique)
Observação -
Atualmente percebemos que o ESPÍRITO SANTO continua a distribuir, os “dons
espirituais”, “repartindo particularmente a cada um como quer” - 1 Co 12.11, e
também JESUS continua concedendo diversos ministérios à igreja, através de
homens que ELE mesmo escolheu e o ESPÍRITO SANTO confirmou com sinais,
prodígios e maravilhas- Ef 4.11).
Aquele que
desceu é também o mesmo que subiu acima de todos os céus, para cumprir todas as
coisas. E ele mesmo deu uns para apóstolos, e outros para profetas, e outros
para evangelistas, e outros para pastores e doutores, querendo o
aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para edificação do corpo
de CRISTO, até que todos cheguemos à unidade da fé e ao conhecimento do Filho
de DEUS, a varão perfeito, à medida da estatura completa de CRISTO, Efésios
4:10,13.
“os apóstolos,
os profetas, os evangelistas, os pastores e mestres”. Diferentemente do v. 7,
onde se falava da distribuição de dons individuais para todos os membros da
igreja, Paulo aqui designa determinadas pessoas como dom de CRISTO. Em vista da
proximidade do presente trecho com Ef 1.20-23 é preciso chamar atenção para o
fato de que em Ef 1.22 o CRISTO exaltado foi “concedido” como cabeça sobre a
igreja toda. Logo CRISTO é a “dádiva principal” para sua igreja, no seio da
qual ele próprio “concede” determinadas pessoas.
De modo diverso
da listagem análoga em 1 Co 12.28-30, Paulo emprega aqui o artigo definido para
cada uma das pessoas. Isso permitiria concluir que na carta aos Efésios não se
trata da tarefa em geral, mas do grupo claramente delimitado de representantes incumbidos
do serviço específico. Essa diferença também é constatável em relação a Rm
12.6s, onde são arroladas não as respectivas pessoas, mas cada uma das
atividades: profecia, diaconia, exortação etc.
No mesmo
sentido Paulo havia falado também em Ef 2.20 do “fundamento dos apóstolos e
profetas” e em Ef 3.5 de “seus santos apóstolos e profetas”. Diante das demais
considerações em Ef 4.12ss, parece que essa ênfase se refere especificamente às
tarefas de proclamação, direção e ensino. Por isso não são mencionados aqui
outros dons da graça que aparecem em Rm 12 e 1 Co 12.
Não se deve
esquecer que também na primeira carta aos Coríntios os dons e as pessoas
agraciadas com eles aparecem no começo das respectivas listas, de modo que o
tratamento do conflito causado por fenômenos entusiastas é marcado por uma
clara premissa: isso diz respeito em 1 Co 12.8 à palavra da sabedoria e à
palavra do conhecimento, dadas pelo ESPÍRITO, e em 1 Co 12.28 “primeiramente a
apóstolos, em segundo lugar a profetas, e em terceiro lugar, a mestres”. A
combinação de “profetas e mestres” ocorre em At 13.1. Em 1Tm 2.7 (também em 2Tm
1.11). Paulo relaciona consigo mesmo o serviço de “pregador” (cf.
“evangelista”), apóstolo e mestre (dos gentios). É digno de nota que também
esse trecho está visivelmente próximo de Ef 4.4ss: a confissão do único DEUS e do
único Mediador entre DEUS e os humanos, que se “deu” como pagamento de resgate,
é seguida pela transição para a investidura de Paulo como “arauto” desse evento
de salvação.
Segundo esse
pensamento CRISTO presenteou sua igreja com dons, i. é, com pessoas incumbidas
e capacitadas que possuem uma relevância fundamental para a construção e o
crescimento da igreja. Trata-se aqui daqueles que proclamaram e explicaram o
evangelho da salvação em JESUS CRISTO de acordo com a situação atual dos
ouvintes, bem como firmaram, exortaram e encorajaram as incipientes igrejas
através dessa palavra.
Nesse contexto
duas coisas são irrenunciáveis: a importância das referidas pessoas como
“detentores de cargo” não vem delas mesmas. Pelo contrário, são presentes do
Senhor à igreja dele. Elas, por sua vez, receberam seus dons daquele que é o
verdadeiro presente para a igreja (Ef 1.23). Possuem importância fundamental
para a constituição da igreja, motivo pelo qual de forma alguma podem ser
arbitrariamente substituídos.
Ef 4.13 A
edificação, o crescimento do corpo de CRISTO, estão direcionados para um alvo
que é indicado neste versículo. A expressão “chegar” pode significar
literalmente alcançar um lugar (diversas vezes em At: p. ex., At 16.1; 18.19;
etc.), mas também pode ser usada em sentido figurado (o fim dos tempos chegou:
1 Co 10.11). Assim como aqui, em Fp 3.11 ela implica a atenta orientação rumo
ao alvo visado, quando Paulo afirma de si: “para alcançar a ressurreição dentre
os mortos”.
Eberhard Hahn.
Comentário Esperança Efésios. Editora Evangélica Esperança (Com vários
acréscimos e modificações do Pr. Henrique).
A Classificação
dos Dons (Ef 4.11)
Nesta passagem,
Paulo está interessado em apresentar os ofícios necessários para a expansão e
sustento da igreja. CRISTO deu à igreja os apóstolos: (Obs. Minha – Pr.
Henrique - Plantadores de igrejas - Os apóstolos eram os dirigentes. CRISTO os
investiu com dons extraordinários, poder para operar milagres e uma infalibilidade
para anunciar sua verdade). Os missionários, se tivessem autoridade apostólica
concedidos pela Igreja e dons do ESPÍRITO SANTO presentes em seu ministério, se
fossem enviados só para locais sem crentes, poderiam ser considerados hoje como
apóstolos.
Sendo eles
colocados para darem testemunho do CRISTO vivo através dos seus milagres e
doutrina, Ele os enviou a espalhar o evangelho e a implantar e governar
igrejas;
Os profetas
tinham o seu dom especial era o de ministério inspirado (Palavra de sabedoria -
revelação do futuro - Atos 11.28 e 21.11 - e de conhecimento – revelação de
fatos que ocorriam sem o conhecimento geral, dom da fé para ressuscitar mortos,
curas e milagres; Os evangelistas eram pregadores itinerantes, que iam de lugar
em lugar para ganhar os incrédulos (cf. 2 Tm 4.5), de modo muito semelhante
como se faz hoje e eram tremendamente usados em curas e expulsão de demônios,
milagres e dom da fé; Pastores de um rebanho de comunicantes; a palavra grega
(poimen) empregada aqui significa, literalmente, “pastor de ovelhas”. A tarefa
dos pastores é alimentar o rebanho e protegê-lo dos perigos espirituais – eram
conselheiros e organizadores do trabalho da igreja – neles operava muito o dom
de discernimento de espíritos para julgarem as profecias e descobrirem falsos
mestres e falsos profetas o meio da igreja; doutores representam uma classe de
responsabilidade grande na área do ensino da igreja – Neles operava nerles os
dons de curar, a profecia, as línguas e interpretação de línguas. Não é nada
fixado ou pré-determinado. Cada um busca o Dom melhor para equipar seu
ministério e o ESPÍRITO SANTO vai concedendo assim que necessário.
Os cinco
ministérios são concedidos pelo ESPÍRITO e dados por CRISTO à sua igreja.
Estes dons
ministeriais são dados para promover a edificação, exortação e consolação a
igreja e para evangelização eficiente. Uma vez mais, Paulo usa três frases,
cada uma iniciada com a preposição grega eis: 1) à unidade da fé; 2) a varão
perfeito; 3) à medida da estatura completa de CRISTO. Estas não são idéias
paralelas. A primeira fala do meio da maturidade, a segunda fala da realidade
da maturidade e a terceira fala da medida da maturidade. Uma tradução melhor do
versículo seria esta: “Assim, todos finalmente atingiremos a unidade inerente
em nossa fé e em nosso conhecimento do Filho de DEUS, e chegaremos à
maturidade, medida por nada menos que a estatura completa de CRISTO” (NEB).A
unidade da fé e do conhecimento do Filho de DEUS constitui o meio do amadurecimento
(cf. RA).
A varão
perfeito refere-se ao nível de maturidade coletiva e individual na igreja, no
qual o poder de DEUS se manifesta inteiramente em santidade e justiça. Tal
estado será atingido em seu significado máximo futuramente, quando possuirmos a
graça de CRISTO na perfeição da ressurreição (cf. Fp 3.7-16).
Evidente que
vamos sendo aperfeiçoados até o dia do arrebatamento, quando então seremos
semelhantes a CRISTO, nunca igual. Paulo procurava a santificação e a perfeição
imitando a CRISTO e ele mesmo confessa nunca a ter atingido completamente.
Nosso objetivo
é continuar nesta busca sempre.
Segui a paz com
todos e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor, Hebreus 12:14
Não que já a
tenha alcançado ou que seja perfeito; mas prossigo para alcançar aquilo para o
que fui também preso por CRISTO JESUS. Filipenses 3:12
Willard H.
Taylor. Comentário Bíblico Beacon. Editora CPAD. Vol. 9. pag.160-162. E algumas
adaptações, mudanças e alguns acréscimo meus - Pr. Henrique.
PASTOR -
MINISTÉRIO ECLESIÁSTICO OU MINISTÉRIO DE CRISTO?
Pastor -
ministério eclesiástico (humano)- escolhido por homens.
Pastor - Dom de
CRISTO - Ministério ou pessoa dada por CRISTO a igreja - (Sobrenatural,
confirmado por DEUS com sinais, prodígios e maravilhas
Os sinais do
meu apostolado foram manifestados entre vós, com toda a paciência, por sinais,
prodígios e maravilhas. 2 Coríntios 12:12.
Varões
israelitas, escutai estas palavras: A JESUS Nazareno, varão aprovado por DEUS
entre vós com maravilhas, prodígios e sinais, que DEUS por ele fez no meio de
vós, como vós mesmos bem sabeis; Atos 2:22.
testificando
também DEUS com eles, por sinais, e milagres, e várias maravilhas, e dons do
ESPÍRITO SANTO, distribuídos por sua vontade? Hebreus 2:4
QUANDO A
ESCOLHA É FEITA POR DEUS É CONFIRMADA POR SINAIS PRODÍGIOS E MARAVILHAS.
I - O
COLÉGIO APOSTÓLICO
Primeiro
colégio apostólico:
Ora, os nomes
dos doze apóstolos são estes: O primeiro, Simão, chamado Pedro, e André, seu
irmão; Tiago, filho de Zebedeu, e João, seu irmão; Filipe e Bartolomeu; Tomé e
Mateus, o publicano; Tiago, filho de Alfeu, e Lebeu, apelidado Tadeu; Simão, o
Zelote, e Judas Iscariotes, aquele que o traiu. Mateus 10:2-4
1. O termo
“apóstolo”.
(Strong
português) - αποστολος - apostellein - apóstolos - Em hebraico shalah
1) um delegado, mensageiro, alguém enviado com ordens
1a) especificamente aplicado aos doze apóstolos de CRISTO (primeiro colegiado)
1b) num sentido mais amplo aplicado a outros apóstolos cristãos eminentes
(segundo colegiado e até nossos dias)
1b1) Barnabé e Paulo (At 14.14)
1b2) Andrônico e Júnia (Rm 16:7)
1b3) Irmãos de
JESUS, Judas (Mt 13.55; Jd 1.1) e Tiago (Gl 1.19; At 15.13).
E algumas
adaptações, mudanças e alguns acréscimo meus - Pr. Henrique.
Na língua
grega, em que foi escrito o Novo Testamento, a palavra apóstolo tem o
significado de um enviado, um mensageiro ou um delegado. “Apóstolos. Um
delegado; especialmente um embaixador do evangelho; oficialmente, uma pessoa
comissionada por CRISTO [um apóstolo’] (com poderes miraculosos): — apóstolo,
mensageiro, aquele que é enviado”.
Essa é a
conceituação de apóstolo, em seu sentido original. Apóstolo não é qualquer
pessoa que “vai” ou que é mandada por alguém, numa visão humana. “O apóstolo é
enviado por CRISTO do mesmo modo pelo qual foi Ele enviado pelo Pai; e pelo
menos com algo quanto de tudo implica autoridade e poder, e graça e amor”.
Elinaldo
Renovato. Dons espirituais & Ministeriais Servindo a DEUS e aos homens com
poder extraordinário. Editora CPAD. pag. 72.
O termo grego
apóstolos vem de αποστολος - Apostellein - apóstolos, no grego - do
verbo apostellein, “enviar”, “remeter”. A Septuaginta utiliza o grego apóstolos
para traduzir o hebraico shalah e seus termos derivados. O substantivo e o
verbo são usados pela LXX para traduzir o hebraico shalah e seus derivativos.
Estas palavras gregas e hebraicas são ocasionalmente usadas para mensageiros
com ênfase naquele que envia, de forma que o agente se toma uma extensão da
personalidade e da influência do mestre (Gn 45.4-8; 1 Rs 14.6). K. H.
Rengstorf, T. W. Manson e outros tentaram rastrear a palavra do NT e chegar ao
termo judaico shaliah (usado em relação a um representante cujas funções não
podem ser transferidas; representante da autoridade religiosa, seja de um
indivíduo ou de um grupo; agente de DEUS). A palavra Apostolos, usada para
“mensageiro” ou “agente”, também é encontrada no grego clássico (Heródoto i.21;
v. 38; cf. Eurípedes, Iphigeneia in Aulis, 688). No NT a palavra “apóstolo” é
usada tanto em um sentido amplo quanto estrito. Todo apostolado é centrado em
JESUS, que é o Apóstolo (Hb 3.1-6) enviado por DEUS para ser o Salvador do
mundo (1 Jo 4.14). Embora João não use o substantivo, ele frequentemente usa o
verbo e descreve as funções do Senhor JESUS como o Apóstolo de DEUS. Ele foi
enviado por DEUS (Jo 7.28,29; 8.42) para falar as palavras de DEUS (3.34), para
fazer as obras (5.36; 6.29) e a vontade (6.38) de DEUS, para revelar a DEUS
(5.37-47), para dar a vida eterna (17.2,3). Todo o apostolado subsequente tem
seu centro em DEUS através de JESUS CRISTO (Jo 17.18-26; 20.21-23) e é mediador
de CRISTO em palavra e pessoa (Mt 10.40; Lc 10.16).
Mateus e Marcos usam o termo “apóstolo” apenas uma vez para se referirem aos
doze que foram enviados em uma viagem missionária (Mt 10.2; Mc 6.30). Aqui,
este termo designa uma função ao invés de uma posição. Durante o ministério de
JESUS, os doze não eram, a princípio, mensageiros, mas, homens selecionados que
foram iniciados no reino vindouro e, portanto, consideravam seu dever conclamar
o povo de Israel ao arrependimento e, em última análise, julgá-lo (Mt
19.28-30).
Lucas, frequentemente, e quase que exclusivamente, chama os doze de “apóstolos”
(Lc 6.13; 9.10; 17.5; 22.14; 24.10; At 1.26; 2.43; 4.35,37; 5.2,12,18; 8.1.
Exceções: Lc 11.49; At 14.4,14). Os apóstolos foram testemunhas oculares das
atividades de JESUS na terra e consequentemente testificaram que JESUS era o
Senhor ressurreto (Lc 24.45-48; 1 Jo 1.1- 3). Os pré-requisitos para a
substituição apostólica nesta função única são dados em At 1.21,22.
É necessário,
pois, que, dos varões que conviveram conosco todo o tempo em que o Senhor JESUS
entrou e saiu dentre nós, começando desde o batismo de João até ao dia em que
dentre nós foi recebido em cima, um deles se faça conosco testemunha da sua
ressurreição. Atos 1:21,22
A lista de
apóstolos de Lucas (Lc 6.14- 16; At 1.13) corresponde à lista dos doze dadas em
Mateus 10.2-4 e Marcos 3.16-19.
Mateus lista os discípulos aos pares, supostamente como enviados por JESUS,
Tadeu (em Mateus e Marcos) era idêntico a Judas o filho de Tiago (em Lucas).
Pedro, Tiago e João formavam um círculo íntimo dentre os doze, e estavam
presentes no episódio da transfiguração (Mt 17,1-9; Mc 9.2-10; Lc 9.28-36) e no
Getsêmani (Mt 26.36-46; Mc 14.32-42; Lc 22.39-46). Os doze foram selecionados
para ser os companheiros de JESUS e proclamar o Evangelho (Mc 3.14). Durante o
ministério de JESUS, os doze serviram como seus representantes, uma função
compartilhada por outros (Lc 10.1).
Aparentemente, a posição dos apóstolos não foi fixada permanentemente antes da
ressurreição (Mt 19.28-30; Lc 22.28-34; cf. Jo 21.15- 18). O CRISTO ressurreto
fez deste grupo seleto de testemunhas do seu ministério e ressurreição,
apóstolos e testemunhas permanentes de que Ele é o Senhor, os comissionou como
missionários, os instruiu a ensinar e batizar (Mt 28.18-20; Mc 16.15-18; Lc
24.46- 48), e completou o processo com o envio do ESPÍRITO SANTO no Pentecostes
(Lc 24.49; At 1.1-8; 2.1-13) e capacitação com Dons do ESPÍRITO SANTO daí para
frente. No período inicial, os 12 apóstolos eram os únicos ensinadores e
líderes da igreja, e outros ofícios foram derivados deles (At 6.1-6; 15.4). O
apostolado não implicava em uma liderança permanente. Embora Pedro tenha
iniciado missões aos judeus (Atos 2) e aos gentios (At 10.1-11.18), Tiago o
substituiu como líder entre os judeus, e Paulo como líder entre os gentios.
Paulo usa o termo “apóstolo” em um sentido amplo para um mensageiro ou agente
(2 Co 8.23; Fp 2.25; e possivelmente em Rm 16.7). Geralmente, porém, Paulo usa
a palavra para um grupo de testemunhas que havia visto o Senhor ressurreto e
que havia recebido um chamado específico para um apostolado. Este grupo era
maior que os doze (At 15.5,6). Incluído neste grupo estava Tiago, o irmão do
Senhor (At 15.13; Gl 1.19), Paulo (Rm 1.1; 1 Co 1.1; 9.1,2; 15.8-10; Gl 2.7,8),
provavelmente Barnabé (1 Co 9.1-6; Gl 2.9; cf. At 14.4.14), Tiago, irmão do
Senhor (Gl 1.19; At 15.13) e possivelmente outros (Rm 16.7). No entanto, o
Senhor ressurreto, de quem Paulo se tornou uma testemunha é idêntico ao JESUS
histórico de quem os doze também testemunharam. Consequentemente, a proclamação
de Paulo deve ser idêntica à dos doze (1 Co 15.11; Gl 1.18; 2.7-10; cf. At 15).
João enfatiza a obra do ESPÍRITO que testemunha através das palavras dos
apóstolos (Jo 15.26,27). Através da pregação do Evangelho, JESUS CRISTO, o
Senhor ressurreto, é contemporâneo aos ouvintes, e os coloca no mesmo patamar
das testemunhas oculares (cf. 1 Co 3.21-23).
Os membros da igreja são sacerdotes, reis, servos de DEUS e santos que usam
seus dons para a edificação da igreja como um todo (1Co 12.1-11; 1 Pe 2.9; Ap
1.6; 5.8,10; 7.3), pregam e ensinam o evangelho e, como os apóstolos, são
mediadores de CRISTO Mt 25.40,45; Mc 9.37; Lc 9.48) e reinarão com Ele (Ap
3.21).
Os apóstolos, porém, através do testemunho de sua palavra, sempre serão a norma
e os arautos do fundamento sobre o qual CRISTO edifica a sua igreja (Ef 2.20;
Ap 18.20; 21.14). Os apóstolos são as primeiras dádivas de CRISTO para a sua
igreja (Ef 4.11) e os ministros estabelecidos por DEUS na igreja (1 Co
12.28,29).
Dicionário Bíblico Wycliffe E algumas adaptações, mudanças e alguns acréscimo
meus - Pr. Henrique.
2- O colégio
apostólico. (prefiro usar primeiro colégio apostólico)
Entende-se por
“Colégio apostólico” o grupo dos 12 primeiros discípulos de JESUS, que foram
convidados por Ele para dar início ao seu ministério terreno. Primeiramente,
Ele os fez discípulos ou seguidores. JESUS foi o Apóstolo Líder do Grupo dos
Doze. Ele foi enviado pelo Pai (Jo 20.21). Foram três anos aproximadamente, em
que eles aprenderam as verdades de DEUS com o maior Mestre da História. Após o
seu discipulado, aos pés de CRISTO, e o recebimento do batismo com o ESPÍRITO
SANTO (Lc 24.49; At 1.8), aqueles 12 foram enviados para proclamar o evangelho,
ou as Boas-Novas de salvação (Lc 6.13). Eles constituíram a base ministerial
para o crescimento, o desenvolvimento e a expansão do Reino de DEUS e da Igreja
de CRISTO, por todo o mundo. Eles aprenderam com JESUS, usando o poder de DEUS
para confirmar tanto seus ministérios apostológicos quanto a Palavra de DEUS. E
eles, tendo partido, pregaram por todas as partes, cooperando com eles o Senhor
e confirmando a palavra com os sinais que se seguiram. Amém! Marcos 16:20. Os
sinais do meu apostolado foram manifestados entre vós, com toda a paciência,
por sinais, prodígios e maravilhas.
2 Coríntios 12:12
Elinaldo
Renovato. Dons espirituais & Ministeriais Servindo a DEUS e aos homens com
poder extraordinário. Editora CPAD. pag. 72-73. E algumas adaptações, mudanças
e alguns acréscimo meus - Pr. Henrique.
A escolha que
JESUS fez dos doze discípulos que gradualmente se reuniram ao seu redor é uma
importante referência na história do evangelho.
Tal ato divide
o ministério do nosso Senhor em duas partes provavelmente muito semelhantes
quanto à duração, mas diferentes quanto à extensão e a importância do trabalho
realizado em cada uma. No período inicial JESUS trabalhou sozinho; suas obras
milagrosas estavam confinadas a uma área limitada, e seu ensino era, em sua
maior parte, de caráter elementar. Mas na ocasião em que os doze foram
escolhidos, a obra do reino "assumiu dimensões que requeriam organização e
divisão de trabalho. O ensino de JESUS estava começando a ser de natureza mais
profunda e elaborada, e suas atividades beneficentes estavam crescendo muito.
E provável que
a escolha de um número limitado de discípulos para ser seus companheiros
íntimos e constantes tenha se tornado uma necessidade para CRISTO, em
consequência de seu próprio sucesso ao fazer discípulos. Seus seguidores eram
tão numerosos a ponto de serem um impedimento aos seus movimentos,
especialmente nas longas jornadas que marcam a parte posterior de seu
ministério. Era impossível que todos os que criam pudessem então continuar a
segui-lo de modo literal, para onde quer que Ele fosse: o grande número de
pessoas agora poderia ser apenas de seguidores ocasionais. Mas era seu desejo
que alguns homens escolhidos estivessem consigo em todos os momentos e em todos
os lugares — seus companheiros de viagem em todas as suas jornadas,
testemunhando toda a sua obra e ministrando às suas necessidades diárias. E
assim, nas palavras singulares de Marcos: “E subiu ao monte e chamou para si os
que ele quis; e vieram a ele. E nomeou doze para que estivessem com ele...”.
Estes doze,
contudo, como sabemos, deveriam ser mais que meros companheiros de viagem ou
servos comuns do Senhor JESUS CRISTO. Eles deveriam ser, então, aprendizes da
doutrina cristã, e ocasionais cooperadores das obras do reino, e mais tarde
agentes treinados, escolhidos por CRISTO para propagar a fé depois que Ele
deixasse a terra. A partir do momento em que foram escolhidos, de fato, os doze
iniciaram um aprendizado regular para o grande ofício do apostolado, no curso
do qual deveriam aprender, na privacidade de um relacionamento íntimo diário
com seu Mestre, como deveriam ser, agir, crer, e ensinar como suas testemunhas
e seus embaixadores no mundo. Doravante o treinamento desses homens deveria ser
uma parte constante e proeminente da obra pessoal de CRISTO. Ele os orientava à
noite a respeito do que deveriam falar de dia, e falava aos seus ouvidos o que
nos anos posteriores anunciariam publicamente.
A ocasião em
que ocorreu essa eleição (embora não se conheça tal data com precisão) é fixa
em relação a certos eventos-chave da história do evangelho. João se refere aos
doze como uma companhia organizada na ocasião em que o Senhor realizou o
milagre de alimentar mais de cinco mil pessoas, e do discurso sobre o Pão da
vida na sinagoga de Cafarnaum, proferido pouco tempo após aquele milagre. Desse
fato aprendemos que os doze foram escolhidos pelo menos um ano antes da
crucificação; pois o milagre da multiplicação dos alimentos ocorreu, de acordo
com o quarto evangelista, logo após a festa da Páscoa. A partir das palavras
ditas por JESUS aos homens que havia escolhido, transmitindo a sua pergunta em
relação à fidelidade devida a ele depois da multidão tê-lo abandonado: “Não vos
escolhi a vós os doze? E um de vós é um diabo”, concluímos que a escolha não
era tão recente. Os doze haviam estado juntos durante tempo suficiente para dar
ao falso discípulo a oportunidade de mostrar o seu verdadeiro caráter.
Voltando agora
aos evangelistas sinópticos, encontramo-los tentando estabelecer a posição da
eleição em referência a dois outros eventos ainda mais importantes. Mateus fala
pela primeira vez dos doze como um corpo distinto em relação à sua missão na
Galileia. Ele não diz, contudo, que foram escolhidos imediatamente antes e com
referência direta a tal missão. Antes, fala como se a fraternidade apostólica
já existisse anteriormente, sendo estas as suas palavras: “E, chamando os seus
doze discípulos...”
Lucas, por
outro lado, faz um relato formal da eleição, como um prefácio de seu relatório
do Sermão da Montanha, dando a impressão de que um evento ocorreu logo após o
outro. Finalmente, a narrativa de Marcos confirma o ponto de vista sugerido por
essas observações de Mateus e Lucas, isto é, os doze foram chamados pouco antes
da realização do Sermão da Montanha, e um tempo considerável antes de terem
sido enviados em missão para pregar e curar. Está escrito: “E subiu ao monte e
chamou para si os que ele quis” — a subida obviamente se refere à ocasião em
que JESUS subiu antes de pregar seu grande discurso, subiu a orar antes de
escolher. Marcos continua: “E nomeou doze para que estivessem com ele e os
mandasse a pregar e para que tivessem o poder de curar as enfermidades e
expulsar os demônios”. Aqui há uma alusão feita a uma intenção da parte de
CRISTO de enviar seus discípulos em uma missão, mas a intenção não é
representada e imediatamente executada. Nem pode ser dito que a execução
imediata esteja implícita, embora não tenha sido expressa; o evangelista faz um
relato da missão como consta em vários capítulos seguintes em seu Evangelho,
iniciando com estas palavras: “Chamou a si os doze, e começou a enviá-los de
dois a dois...”. Era o treinamento na evangelização Veja que curas, expulsão de
demônios e milagres estavam incluídos (Curai os enfermos, limpai os leprosos,
ressuscitai os mortos, expulsai os demônios; de graça recebestes, de graça dai.
Mateus 10:8).
Não
podemos determinar com exatidão em que período do ministério de nosso Senhor o
sermão em si deve ser precisamente alocado. Nossa opinião, contudo, é que o
Sermão da Montanha foi proferido próximo ao primeiro ministério prolongado de
CRISTO na Galileia, durante o tempo passado entre as duas visitas a Jerusalém
em ocasiões de festas mencionadas no segundo e no quinto capítulo do Evangelho
de João.
O número da
companhia apostólica é significativo e, sem dúvida, uma questão de escolha,
assim como a composição daquele grupo seleto. Um número maior de homens
elegíveis poderia ser facilmente encontrado no círculo de discípulos que, mais
tarde, não se tornou menor que setenta auxiliares na obra evangelística; e um
número menor pode ter servido a todos os propósitos presentes ou futuros do
apostolado. O número doze foi recomendado por óbvias razões simbólicas.
Do número
do grupo apostólico passamos para as pessoas que o compõem. Sete dos doze — os
primeiros sete na lista de Marcos e Lucas, presumindo que Bartolomeu seja
Natanael — são pessoas já conhecidas por nós. Dois dos cinco restantes — o
primeiro e o último — conheceremos bem à medida que avançarmos na história.
Tomé, chamado Dídimo ou o Gêmeo, aparece como um homem de coração terno, mas de
temperamento melancólico, pronto para morrer por seu Senhor, mas lento para
crer em sua ressurreição. Judas Iscariotes é conhecido em todo o mundo como o
Traidor. Ele aparece pela primeira vez nessa lista de apóstolos com o título
infame marcado em sua testa: “Judas Iscariotes, aquele que o traiu”. A presença
de um homem capaz de trair entre os discípulos eleitos é um mistério no qual
não devemos tentar penetrar. Meramente fazemos aqui uma observação histórica
sobre Judas — ele parece ter sido o único não galileu entre os doze. Seu
sobrenome veio aparentemente de seu lugar de origem, Queriote; e no livro de
Josué podemos constatar que existia uma cidade com tal nome na fronteira do sul
da tribo de Judá.
Os três nomes
que restam são extremamente obscuros. Tiago, filho de Alfeu. O próximo na lista
de Mateus e Marcos é apontado por muitos como sendo o irmão deste Tiago. Lebeu
e Tadeu dos dois primeiros Evangelhos, encontrarmos na lista de Lucas o nome
Judas “... de Tiago”. A elipse nesta designação foi preenchida pela palavra
irmão, e presume-se que o Tiago aludido seja Tiago, filho de Alfeu.
Independentemente de quão tentador esses resultados possam ser, não podemos
considerá-los como apurados, e devemos nos satisfazer com a ideia de que em
meio aos doze havia um segundo Tiago, além do irmão de João e filho de Zebedeu,
e também um segundo Judas, que novamente aparece como um interlocutor na
conversa de despedida entre JESUS e seus discípulos na noite anterior à
crucificação, cuidadosamente distinguido do traidor, pelo evangelista, através
da anotação parentética: “não o Iscariotes”. Este Judas, que é o próprio Lebeu
ou Tadeu, foi chamado de discípulo de três nomes.
O discípulo a
quem reservamos o último lugar, como aquele que fica no topo de todas as
listas, é Simão. Este segundo Simão é desconhecido, enquanto o primeiro é
notório, porque não é mencionado na história do evangelho, exceto nas listas
dos apóstolos; e assim, pouco se sabe a respeito dele, o apelido anexado ao seu
nome leva a uma informação curiosa e interessante. Ele é chamado de kananita
(não de cananita), o que é uma designação política e não geográfica, como
consta no termo grego que Lucas usou para substituir o termo hebraico, chamando
o discípulo do qual falamos de Simão, o zelote. Este apelido, zelote, relaciona
Simão indiscutivelmente ao famoso partido que surgiu da rebelião sob a
coordenação de Judas nos dias da taxação, aproximadamente vinte anos antes do
início do ministério de CRISTO, quando a Judéia e Samaria ficaram sob o comando
direto do governo de Roma, e o censo populacional foi feito com a intenção de
se impor uma tributação subsequente.
Que fenômeno
singular foi a presença desse ex-zelote entre os discípulos de JESUS! Dois
homens não poderiam diferir mais em relação ao seu espírito, metas, e
pretensões do que Judas (o líder dos zelotes) e JESUS de Nazaré. Um era um
político descontente; o outro, completamente vencedor, daria a César o que era
de César. O primeiro desejava a restauração do reino de Israel, adotando como
lema: “Nós não temos um Senhor ou Mestre, exceto DEUS”; o segundo desejava a
fundação do reino que não era nacional, e sim universal; não deste mundo, e sim
“puramente espiritual”. Os métodos empregados pelos dois eram tão diferentes
quanto os seus objetivos e fins. Um havia recorrido às armas carnais de guerra,
a espada e o punhal; o outro confiava apenas na força bondosa e amável, porém
onipotente, da verdade.
Não sabemos o
que levou Simão a deixar Judas (o líder dos zelotes) para seguir JESUS; mas ele
fez uma troca feliz para si, pois anos depois o partido que ele abandonou
atraiu a ruína para si e seu país devido a seu patriotismo fanático,
inconsequente e inútil. Embora a insurreição de Judas fosse subjugada, o fogo
do descontentamento ainda queimava no peito dos seus adeptos; e com o tempo,
eclodiu na fogueira de uma nova rebelião, que fez surgir uma luta mortal contra
o poder gigantesco de Roma, e terminou na destruição da capital do judaísmo, e
na dispersão do povo judeu.
A escolha desse
discípulo para ser um apóstolo fornece uma outra ilustração do desprezo de
CRISTO pela sabedoria humana. Não era seguro transformar um ex-zelote em um
apóstolo, porque ele poderia ser o meio de transformar JESUS e os seus
seguidores em objetos de suspeitas políticas. Mas o Autor da nossa fé estava
disposto a correr este risco. Ele desejava ganhar tanto discípulos das classes
perigosas como das classes desprezadas, e queria que também estivessem
representados entre os doze.
É uma surpresa
agradável pensar que Simão, o zelote, e Mateus, o publicano, homens de posições
opostas, estivessem juntos e em comunhão naquele pequeno grupo de doze pessoas.
Na pessoa desses dois discípulos os extremos se tocam — o ex-coletor de impostos
e aquele que odiava os impostos: o judeu que não era patriota, que havia se
degradado ao se tornar um servo do governante estrangeiro, e o judeu patriota,
que se irritava com o domínio estrangeiro, e suspirava pela emancipação.
Esta união dos
opostos não era acidental, mas havia sido designada por JESUS como uma profecia
daquilo que aconteceria no futuro. Ele desejava que os doze fossem a igreja em
miniatura ou como o seu embrião; e assim, Ele os escolheu para que a distinção
entre publicanos e zelotes não existisse, e então na igreja do futuro não
deveria haver nem gregos nem judeus, circuncisão ou incircuncisão, escravos ou
livres, mas somente CRISTO — Ele é tudo em todos e todos estão nele. Estes eram
os nomes dos doze conforme consta nas listas dos evangelistas. Quanto à ordem
são apresentados, examinando-se cautelosamente as listas, podemos observar que
elas contêm três grupos de quatro pessoas, e em cada um deles os mesmos nomes
são sempre encontrados, embora a ordem não seja a mesma. O primeiro grupo
inclui aqueles que são mais conhecidos, o segundo inclui aqueles que são pouco
menos conhecidos, e o terceiro inclui aqueles que são os menos conhecidos de
todos, exceto no caso do traidor, que ficou muito bem conhecido. Pedro, a
figura mais proeminente entre os doze, está no topo de todas as listas, e Judas
Iscariotes no rodapé, cuidadosamente designado, conforme já foi observado, como
o traidor.
E, quando já
era dia, chamou a si os seus discípulos, e escolheu doze deles, a quem também
deu o nome de apóstolos: Simão, ao qual também chamou Pedro, e André, seu
irmão; Tiago e João; Filipe e Bartolomeu; Mateus e Tomé; Tiago, filho de Alfeu,
e Simão, chamado Zelote; Judas, filho de Tiago, e Judas Iscariotes, que foi o
traidor. Lucas 6:13-16
Estes foram os
homens que JESUS escolheu para o acompanharem enquanto estivesse nesta terra, e
para dar continuidade à sua obra depois de sua partida. Estes são os homens que
a igreja celebra como “a companhia gloriosa dos apóstolos”. O louvor é merecido;
mas a glória dos doze não era deste mundo. Sob um ponto de vista mundano,
alguns podem considerá-los, de fato, uma companhia insignificante — um grupo de
pobres e iletrados galileus provincianos, totalmente desprezados, privados das
características sociais mais elevadas, com mínimas chances de serem escolhidos
por alguém que valorizasse as considerações da prudência.
Por que JESUS
escolheu tais homens? Teria Ele sido levado por sentimentos de antagonismo por
aqueles que possuíam vantagens sociais, ou uma predileção por homens de sua
própria classe? Não; sua escolha foi feita com base na verdadeira sabedoria. Se
Ele escolheu principalmente os galileus, não foi por preconceito provincial
contra aqueles do sul; se, como algumas pessoas pensam, Ele escolheu dois ou
mesmo quatro de seu próprio parentesco, não foi por nepotismo; se Ele escolheu
homens rudes, ignorantes, humildes, não foi movido pela inveja do conhecimento,
da cultura, ou da boa origem. Se qualquer mestre, homem rico, ou governante
estivesse disposto a se entregar sem reservas ao serviço do reino, nenhuma
objeção teria sido feita a ele em virtude de suas habilidades, posses ou
títulos. O caso de Saulo de Tarso, o pupilo de Gamaliel, prova a verdade dessa
afirmação. Nem mesmo o próprio Gamaliel poderia ter impedido que Paulo se
tornasse um discípulo do Nazareno. Mas sim! Nem ele nem nenhuma de suas ordens
chegariam tão longe. Por esta razão o desprezado Senhor não teve nenhuma
oportunidade de mostrar sua disposição de aceitá-los como discípulos e
escolhê-los como apóstolos.
A verdade é que
JESUS quis se contentar com pescadores, publicanos, e antigos zelotes como
apóstolos. Eles eram o melhor que se poderia obter. Aqueles que se consideravam
melhores, eram também muito orgulhosos para se tornarem discípulos, e por isso
se excluíram do que o mundo considera agora como a honra de serem os príncipes
escolhidos do reino. A aristocracia civil e religiosa se gabava de sua
descrença. Os cidadãos de Jerusalém se sentiram, por um momento, interessados
no jovem entusiasta que havia purificado o templo com um chicote de correias
curtas; mas a fé deles era superficial e sua atitude era defensiva, e por isso
JESUS não se entregou a eles, porque sabia o que havia no interior de cada um
deles. Alguns poucos eram simpatizantes sinceros, mas não estavam decididos
quanto ao seu ingresso na eleição para o apostolado. Nicodemos mal era capaz de
dizer uma tímida palavra apologética a favor de CRISTO, e José de Arimatéia foi
um discípulo “secretamente”, por medo dos judeus. Estes dificilmente seriam os
homens certos para ser enviados como missionários da cruz — homens tão presos
aos laços sociais e conexões partidárias, e tão escravizados pelo medo dos
homens. Os apóstolos do cristianismo devem ser feitos de material rígido.
E assim JESUS
preferiu optar pelos homens da Galileia: rústicos, porém simples, sinceros e
motivados. E Ele ficou bastante satisfeito com sua escolha, e devotadamente
agradeceu a seu Pai por ter-lhe concedido homens como esses. JESUS não
desprezaria a erudição, a posição, a riqueza, o requinte, voluntariamente
deixados em razão de seu serviço; mas preferia homens devotos que não tivessem
nenhuma dessas vantagens a homens não devotos que tivessem todas elas. E com
uma forte razão; isso importava muito pouco, exceto aos olhos do preconceito
contemporâneo, para o qual a posição social ou mesmo a história prévia dos doze
teria algum significado. O importante é que eram espiritualmente qualificados
para o trabalho que foram chamados a fazer. Ou seja, o que importa não é o
exterior do homem, mas o seu interior.
A. B. BRUCE. O
Treinamento dos Doze. Editora CPAD. pag. 44-54. (Com algumas adaptações,
mudanças e alguns acréscimo meus - Pr. Henrique)
E eis que sobre
vós envio a promessa de meu Pai; ficai, porém, na cidade de Jerusalém, até que
do alto sejais revestidos de poder. Lucas 24:49
“Até que do
alto sejais revestidos de poder”. Depois que o poder desceu, os apóstolos
não se tornaram menos racionais, porém mais racionais; não loucos, mas sóbrios;
não meros entusiastas inflamados e vazios, mas entusiastas equilibrados, claros
e dignos expositores da verdade divina, tal como o relato de Lucas sobre o seu
ministério. Em resumo, estavam prestes a ser diferentes daquilo que foram no
passado, e mais parecidos com o seu Mestre: e não mais ignorantes, infantis,
fracos, carnais, mas iniciados nos mistérios do Reino, e habitualmente sob a
direção do ESPÍRITO de graça e santidade. CURAS, SINAIS, PRODÍGIOS E MARAVILHAS
PASSARAM A FAZER PARTE DE SUAS VIDAS. ELES ENTENDERAM A IMPORTÂNCIA
DESSES SINAIS, CURAS, PRODÍGIOS E MARAVILHAS, E PEDIRAM A DEUS QUE ISTO
ESTIVESSE SEMPRE COM ELES.
E, ouvindo eles
isto, unânimes levantaram a voz a DEUS e disseram: Senhor, tu és o que fizeste
o céu, e a terra, e o mar, e tudo o que neles há; que disseste pela boca de
Davi, teu servo: Por que bramaram as gentes, e os povos pensaram coisas vãs?
Levantaram-se os reis da terra, e os príncipes se ajuntaram à uma contra o
Senhor e contra o seu Ungido. Porque, verdadeiramente, contra o teu santo Filho
JESUS, que tu ungiste, se ajuntaram, não só Herodes, mas Pôncio Pilatos, com os
gentios e os povos de Israel, para fazerem tudo o que a tua mão e o teu
conselho tinham anteriormente determinado que se havia de fazer. Agora,
pois, ó Senhor, olha para as suas ameaças e concede aos teus servos que falem
com toda a ousadia a tua palavra, enquanto estendes a mão para curar, e para
que se façam sinais e prodígios pelo nome do teu santo Filho JESUS. E, tendo
eles orado, moveu-se o lugar em que estavam reunidos; e todos foram cheios do
ESPÍRITO SANTO e anunciavam com ousadia a palavra de DEUS. Atos 4:24-31
Tal poder
prometido era evidentemente indispensável para que fossem bem-sucedidos. Os
títulos oficiais não seriam o mais importante, e sob certos aspectos poderiam
ser vãos — apóstolos, evangelistas, pastores, professores, governantes; as
vestes clericais seriam vãs se a alma dos onze não fosse vestida com esta peça
de roupa do poder divino. Vãos, então, e igualmente vãos agora. O mundo PRECISA
ser evangelizado por homens investidos de autoridade e poder, que têm
experimentado o batismo no ESPÍRITO SANTO, que são capacitados com dons do
ESPÍRITO SANTO, e que estão visivelmente imbuídos do poder divino da sabedoria,
amor e zelo. O poder prometido era indispensável, e também era, em sua
natureza, algo a ser simplesmente esperado. Os discípulos foram instruídos a
esperar até que viesse. Não deveriam tentar fazer nada sem ele, nem tentar
alcançá-lo. Não poderiam sair de Jerusalém enquanto não recebessem. E foram
sábios o suficiente para seguir as instruções. Entenderam completamente que o
poder era necessário, e que não poderia ser alcançado, mas que deveria vir
sobre eles. Nem todos são igualmente sábios. Muitos virtualmente assumem que o
poder do qual CRISTO falou pode ser dispensado, e que, de fato, não é uma
realidade, mas uma quimera. Outros, mais devotados, acreditam no poder, mas não
na impotência do homem de investir-se dele por si mesmo. Estes tentam ganhar o
poder por meio de seu próprio trabalho, ou assumem para si e para outros uma
situação de frenesi e entusiasmo. O fracasso, mais cedo ou mais tarde, convence
essas pessoas de seus erros, mostrando que os resultados espirituais são
produzidos por algo mais do que eloquência, intelecto, dinheiro e organização;
mostra, também, que o verdadeiro poder espiritual não pode ser produzido, como
faíscas elétricas, por fricção ou estímulo, mas deve, soberana e graciosamente,
vir do alto.
A. B. BRUCE. O
Treinamento dos Doze. Editora CPAD. pag. 573-574. (Com algumas adaptações,
mudanças e alguns acréscimo meus - Pr. Henrique)
E, naqueles
dias, levantando-se Pedro no meio dos discípulos (ora a multidão junta era de
quase cento e vinte pessoas), disse: Varões irmãos, convinha que se cumprisse a
Escritura que o ESPÍRITO SANTO predisse pela boca de Davi, acerca de Judas, que
foi o guia daqueles que prenderam a JESUS; porque foi contado conosco e
alcançou sorte neste ministério. Ora, este adquiriu um campo com o galardão da
iniquidade e, precipitando-se, rebentou pelo meio, e todas as suas entranhas se
derramaram. E foi notório a todos os que habitam em Jerusalém, de maneira que
na sua própria língua esse campo se chama Aceldama, isto é, Campo de Sangue.
Porque no Livro dos Salmos está escrito: Fique deserta a sua habitação, e não
haja quem nela habite; e: Tome outro o seu bispado. É necessário, pois, que,
dos varões que conviveram conosco todo o tempo em que o Senhor JESUS entrou e
saiu dentre nós, começando desde o batismo de João até ao dia em que dentre nós
foi recebido em cima, um deles se faça conosco testemunha da sua ressurreição.
E apresentaram dois: José, chamado Barsabás, que tinha por sobrenome o Justo, e
Matias. E, orando, disseram: Tu, Senhor, conhecedor do coração de todos, mostra
qual destes dois tens escolhido, para que tome parte neste ministério e
apostolado, de que Judas se desviou, para ir para o seu próprio lugar. E,
lançando-lhes sortes, caiu a sorte sobre Matias. E, por voto comum, foi contado
com os onze apóstolos. Atos 1:15-26
Sobre Judas
Iscariotes
Ao invés de um
destino sem-par, com CRISTO, em glória exaltada, Judas Iscariotes desceu ao seu
lugar exclusivo de punição. A expressão «...seu próprio lugar...» tem deixado
perplexos a muitos intérpretes, razão pela qual muitos sentidos diversos têm
sido vinculados à mesma.
Cada indivíduo
merece a sua própria recompensa ou retribuição, e esse galardão ou castigo é
distintivo para cada pessoa. Assim sendo, foi dito acerca de Judas Iscariotes
que ele foi para aquele lugar de castigo distintivamente seu, o «seu próprio
lugar». Ou seja, o inferno, lugar de tormento até o dia do juízo final, quando
será lançado no lago de fogo e enxofre (acréscimo meu - Pr.
Henrique).
Sobre Matias
Atos 1.26. O método
de «lançar sortes» consistia em colocar pedras ou tabuinhas, com nomes
escritos, em um vaso, o qual era sacudido até que um deles caísse. Aquele cujo
nome estivesse nessa pedra ou tabuinha, era considerado como a pessoa escolhida
por DEUS, porquanto pensava-se que de algum modo o Senhor DEUS é quem causara
aquela ação particular (nos lembremos de que ainda não eram batizados no
ESPÍRITO SANTO - poderiam ter perguntado diretamente a JESUS ou ao ESPÍRITO
SANTO).
(E.H. Plumptre, in loc.).
«...recair
sobre Matias...» Sem importar qual método de lançamento de sortes foi usado, o
resultado é que Matias foi considerado apóstolo por escolha divina, porquanto
se aceitou o fato de que DEUS havia dirigido o salto da sorte para fora do vaso
ou urna. Desse modo Matias tomou lugar, junto com os outros onze apóstolos, no
ofício apostólico.
Com base nessa
circunstância, ficamos sabendo da grande fé dos apóstolos na providência
divina, e que eles não criam que as coisas acontecessem por acaso.
CHAMPLIN,
Russell Norman, O Novo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora
Candeias. Vol. 3. pag. 38; 40-41.
Atos 21/22
Pedro constata inicialmente as exigências imprescindíveis a um “apóstolo”. Um
“apóstolo” é acima de tudo uma “testemunha da ressurreição de JESUS”. A
ressurreição de JESUS é – obviamente mediante ligação indissolúvel com sua cruz
– o evento decisivo que realmente faz do evangelho um evangelho. Sem o
acontecimento do dia da Páscoa, o “cristianismo” jamais teria surgido no mundo.
Não teria significado extremo para nós e para o mundo todo o fato de que o ser
humano JESUS de Nazaré viveu, ensinou, curou, amou e sofreu, se esse JESUS não
tivesse sido despertado por DEUS e transformado em nosso “Senhor e CRISTO” (cf.
At 2.32-36; 3.13-15; 4.10-12; 13.38s; 17.30s). JESUS foi “designado Filho de
DEUS com poder, segundo o espírito de santidade pela ressurreição dos mortos”
(Rm 1.4). Essa ressurreição dentre os mortos, contudo, constitui ao mesmo tempo
o “impossível”, o humanamente inconcebível e por isso escandaloso, irritante e
ridículo (At 17.32). Por isso o testemunho originário do apostolado, fundador
da igreja, somente pode ser prestado nesse mundo alienado de DEUS por aquela
pessoa que presenciou pessoalmente o fato inaudito da ressurreição de JESUS e
que experimentou sua verdade. Essa ressurreição, porém, não é um evento isolado
em si. JESUS, e unicamente JESUS, é aquele que ressuscitou dentre os mortos,
subiu ao PAI e está a direita de DEUS intercedendo por nós! (Rm 8.34). E
precisamente JESUS é, como o Ressuscitado, de fato o Salvador glorioso de que
os pecadores precisam. Por isso a testemunha de sua ressurreição igualmente
precisa ter conhecido bem a JESUS pessoalmente.
Matias, então,
é “apóstolo” não como pessoa isolada e solitária, mas – já falávamos disso –
unicamente como membro do grupo de apóstolos. Por isso precisa ter estado em
contado desde o início com esse grupo a que deverá pertencer integralmente. Ele
deve exercer o ministério “conosco”.
Atos 25 Expõem
diante de DEUS a necessidade resposta a suas orações. É o que podemos fazer na
oração. Judas se demitiu da “vaga neste ministério e envio”, para ir “para seu
próprio lugar”, i. é, para a perdição. O lugar vazio precisa ser preenchido e
assumido por outro.
Atos 26 O
Senhor deve decidir agora através do sorteio. O texto não deixa inequivocamente
claro se eles “lançam sortes por eles” (assim traduz A. Schlatter) ou se fazem
que os dois tirem a sorte. Seja como for, o sorteio indicou Matias como aquele
que foi eleito pelo Senhor, e “foi acrescentado aos onze apóstolos” [NVI].
Portanto, tão
vivos e múltiplos eram os acontecimentos no começo da igreja! Pedro age a
partir de si com sua própria autoridade. Na igreja existem homens que a
lideram. Mas então ele convoca a própria igreja para agir, depois que lhe
mostrou sobre o que deve dirigir sua atenção. E em oração a igreja entrega a
última decisão na mão do Senhor, recorrendo uma vez, aqui no começo, ao método
do sorteio. Não se implanta nenhum princípio, nem “episcopal”, nem
“democrático”, nem tampouco se estabelece um direito de gozar constantemente da
maravilhosa direção através do Senhor. De forma livre fez-se justiça a tudo,
conforme a respectiva situação demandava.
Será que a
igreja podia esperar durante anos por algo incerto? Para isso ela teria
necessidade de uma instrução clara do Senhor.
Sobretudo,
porém, Paulo nunca se considerou entre os “Doze”, aos quais diferencia
expressamente de si em 1 Co 15.5 (e que foi visto por Cefas e depois pelos
doze. 1 Coríntios 15:5) como sendo um grupo especial. Em sua característica
numérica, os Doze se dirigiam a Israel. Quem desejasse pertencer a eles de fato
precisava ter vivenciado, como Pedro está demandando aqui, a história especial
de DEUS no âmbito de Israel desde o movimento de arrependimento desencadeado
por João até o último desfecho na ascensão de JESUS. Nesse sentido, Paulo não
podia ser um apóstolo. Em vista disso, Paulo se considerou pessoalmente uma
exceção muito peculiar, num novo ministérios apostólico, o da Igreja: 1 Co
15.8-10. Ele tinha consciência de ser um “apóstolo das nações”, embora, nessa
tarefa, fosse plena e integralmente um “apóstolo” – Paulo lutou com todas as
forças pelo reconhecimento de seu envio e autoridade apostólicos – mas não como
um dos “Doze”, que juntos exerciam seu ministério em Jerusalém, sobretudo em
prol de Israel.
Werner de Boor.
Comentário Esperança Atos. Editora Evangélica Esperança. (Com algumas
adaptações, mudanças e alguns acréscimo meus - Pr. Henrique)
O escolhido
para assumir o lugar de Judas deve ser alguém que tenha estado associado com
JESUS, desde o seu batismo por João até a sua ascensão. A principal função do
apóstolo é ser testemunha da ressurreição.
Matias
(“presente de Jeová”) assumiu o seu lugar com os onze apóstolos. Depois do
Pentecostes, não se lê mais que os discípulos tenham lançado sortes. O ESPÍRITO
SANTO, que passou a habitar em cada um, guiava-os.
Ralph Earle.
Comentário Bíblico Beacon. Editora CPAD. Vol. 8. pag. 213.
Lc 24. 49. O
JESUS ressurreto tem o poder para enviar o ESPÍRITO. A promessa de meu Pai é
uma designação incomum do ESPÍRITO SANTO, e ressalta o lugar da promessa divina
na Sua vinda. Os discípulos não devem tentar a tarefa da evangelização com seus
próprios parcos recursos, mas, sim, devem aguardar a vinda do ESPÍRITO sobre
eles. O equipamento que Ele forneceria é descrito de forma pitoresca em termos
de os discípulos serem revestidos de poder do alto. A nota de poder é
significante, e do alto lembrava a eles (e nos lembra também) qual é a fonte de
todo o verdadeiro poder para a evangelização - DEUS.
I. Howard
Marshall. Atos. Introdução e Comentário. Editora Vida Nova. pag. 322.
3. A
singularidade dos doze.
A
característica fundamental do apóstolo é ser alguém que tem uma missão a
cumprir, enviado por quem tem autoridade espiritual para fazê-lo. Em seu
discipulado, os doze apóstolos foram preparados para o cumprimento da missão
mais importante que um mortal poderia receber. Serem embaixadores do Reino de
DEUS. Não poderiam ser pessoas desprovidas de qualificações especiais. Eram
homens comuns, humanamente detentores de virtudes e defeitos, mas tiveram um
treinamento aos pés do Mestre dos mestres. E demonstraram possuir algumas
qualidades especiais.
A) Foram
chamados por JESUS
Em seu ministério,
JESUS teve muitos discípulos (Mt 8.21; 9.57-62). Mas, para cumprir a grande
missão, JESUS selecionou apenas 12, e lhes deu credenciais e poder para se
tornarem apóstolos. “E, chamando a si os seus doze discípulos...” (Mt 10.1a).
Lucas anotou a eleição dos 12 dentre muitos outros. Após passar uma noite
inteira em oração a DEUS, “chamou a si os seus discípulos, e escolheu doze
deles a quem deu nome de apóstolos” (Lc 6.12 — grifo nosso).
B) Receberam
autoridade espiritual
JESUS “deu-lhes
autoridade sobre os espíritos imundos, para expulsarem, e para curarem toda
sorte de doenças e enfermidades” (Mt 10.1; Mc 3.15). Inicialmente, essa
autoridade foi concedida aos doze. E, na Grande Comissão, além de mandar que
seus discípulos pregassem o evangelho por todo o mundo, a toda a criatura,
disse que os sinais e maravilhas haveriam de seguir a todos os que nEle
cressem. Não apenas aos doze, mas “aos que crerem”, ou seja, a todos os seus
discípulos (Mc 16.17, 18). É importante destacar que os doze receberam esse
poder por impartição, ou seja, JESUS lhes designou e capacitou tirando Dele o
poder e transferindo a eles. No início e progresso da Igreja vieram os
Dons do ESPÍRITO SANTO para os capacitar para a tarefa de evangelização e
confirmação tanto deles mesmos como discípulos de JESUS quanto confirmação da
Palavra que pregavam (Mc 16.15-20; Atos).
E eles, tendo
partido, pregaram por todas as partes, cooperando com eles o Senhor e
confirmando a palavra com os sinais que se seguiram. Amém! Marcos 16:20
D) Tinham
delegação de CRISTO
Os 12 apóstolos
não foram apenas “enviados”, mas tiveram um mandato especial. JESUS lhes disse;
“Disse-lhes, pois, JESUS outra vez: Paz seja convosco; assim como o Pai
me enviou, também eu vos envio a vós. E, havendo dito isto, assoprou sobre
eles e disse-lhes: Recebei o ESPÍRITO SANTO.
A autoridade
delegada aos apóstolos foi tão grande, que eles tinham poder para perdoar
pecados ou retê-los. JESUS os enviou, do mesmo modo como Ele fora enviado pelo
Pai (Jo 20.21-23).
Podemos
imaginar o que os doze sentiram, ao ouvir aquelas palavras! Serem enviados por
CRISTO, e como CRISTO o fora por seu Pai! Os que entenderam bem a missão devem
ter sentido o grande peso de sua responsabilidade. Os que haviam sido
pescadores, antes, podiam guardar as redes e suspender a pescaria. Mas, uma vez
feitos “pescadores de homens” (Mt 4.19; Mc 1.17), não poderiam suspender a
missão. Os que outrora tinham outras atividades não tinham como voltar atrás. O
mundo nunca mais foi o mesmo depois de CRISTO, e depois que seus apóstolos
começaram a cumprir a Grande Comissão (Mc 16.15).
Receberam poder
para pregar e testemunhar
Mas recebereis
a virtude do ESPÍRITO SANTO, que há de vir sobre vós; e ser-me-eis testemunhas
tanto em Jerusalém como em toda a Judeia e Samaria e até aos confins da terra.
Atos 1:8
Mas a
manifestação do ESPÍRITO é dada a cada um para o que for útil. Porque a um,
pelo ESPÍRITO, é dada a palavra da sabedoria; e a outro, pelo mesmo ESPÍRITO, a
palavra da ciência; e a outro, pelo mesmo ESPÍRITO, a fé; e a outro, pelo mesmo
ESPÍRITO, os dons de curar; e a outro, a operação de maravilhas; e a outro, a
profecia; e a outro, o dom de discernir os espíritos; e a outro, a variedade de
línguas; e a outro, a interpretação das línguas. 1 Coríntios 12:7-10
Elinaldo
Renovato. Dons espirituais & Ministeriais Servindo a DEUS e aos homens com
poder extraordinário. Editora CPAD. pag. 73-74.
Eles foram
convocados pessoalmente pelo Senhor.
Quem foram
aqueles que CRISTO ordenou para ser seus apóstolos ou embaixadores; eram seus
discípulos (v. 1). Ele os tinha chamado, havia algum tempo, para que fossem
discípulos, seus seguidores imediatos e ajudantes constantes, e naquela ocasião
Ele lhes disse que eles deveriam ser pescadores de homens, promessa que Ele
agora cumpria. CRISTO normalmente concede honras e graças em estágios; a luz de
ambas, como a luz da manhã, brilha cada vez mais. Durante todo o tempo, CRISTO
manteve esses doze:
A. Em uma
situação de experiência. Embora conheça o ser humano, e soubesse desde o início
o que havia neles (Jo 6.70), ainda assim Ele usou este método para dar um
exemplo à sua igreja. Observe que sendo o ministério uma grande
responsabilidade, era conveniente que os homens fossem testados durante algum
tempo, antes que ele lhes fosse confiado. “E também estes sejam primeiro
provados” (1 Tm 3,10). Portanto, “a ninguém imponhas precipitadamente as mãos”
(1 Tm 5.22), mas deixai que esta pessoa seja, primeiramente, observada como um
candidato em experiência, porque os pecados de alguns homens vão adiante, e
outros os seguem.
B. Em uma
condição de preparação. Todo o tempo JESUS esteve preparando-os para esta
grande obra. Observe que aqueles que CRISTO designa e chama para qualquer
serviço, Ele primeiramente, de certa maneira, os prepara e qualifica, para
tanto. Ele os preparou:
(1) Levando-os
para estar com Ele. Observe que o melhor preparativo para a
obra do ministério é o conhecimento e a comunhão com JESUS CRISTO.
Aqueles que o servem devem estar com Ele (Jo 12.26). Paulo teve CRISTO
revelado, não somente para ele, mas nele, antes que fosse pregá-lo entre os
gentios (GI 1.16). Pelos atos vivos de fé e pela prática frequente de orações e
meditações, esta comunhão com CRISTO deve ser mantida e preservada, e essa é
uma qualificação essencial para a obra do ministério.
(2)
Ensinando-os. Eles estavam com Ele como alunos, e Ele os ensinava em
particular, além do benefício que eles obtinham com a sua pregação pública. Ele
lhes abriu as Escrituras e ampliou sua compreensão para entenderem as
Escrituras. Foi-lhes permitido conhecer os mistérios do Reino dos céus e para
eles estes mistérios foram esclarecidos. Aqueles que são designados para serem
professores devem, antes, serem aprendizes; eles devem receber, antes que
possam dar; eles devem ser capazes de ensinar outros (2 Tm 2.2). As verdades do
Evangelho devem ser entregues a eles, antes que sejam encarregados de ser
ministros do Evangelho. Dar a autoridade de ensinar a homens que não têm
capacidade para isto não é nada mais que uma zombaria a DEUS e à igreja; é
mandar mensagens pelas mãos de um tolo (Pv 26.6). CRISTO ensinou os seus
discípulos antes de enviá-los (cap. 5.2), e depois, quando ampliou a missão
deles, deu-lhes instruções mais amplas (At 1.3).
Qual foi a
comissão que Ele lhes deu?
A. Ele os
chamou para que viessem até Ele (v. 1).
Ele os tinha
chamado antes, para que o seguissem; agora Ele os chama para que venham até
Ele, admitindo-os a uma familiaridade maior, e não mais os conservando a uma
certa distância, de onde eles tinham observado até então. Aqueles que se
humilharem, serão exaltados. Dizia-se que os sacerdotes, sob a lei,
aproximavam-se de DEUS mais que as outras pessoas; a mesma coisa pode ser dita
sobre os ministros do Evangelho; eles são chamados a se aproximarem de CRISTO,
o que, assim como é uma honra, também deve lhes provocar um certo respeito e
temor. Lembremo-nos de que CRISTO será santificado naqueles que se aproximam
dele. Percebe-se que quando os discípulos iam receber instruções, eles se
aproximavam de JESUS por sua própria vontade (cap, 5.1). Mas agora que eles
seriam ordenados, Ele os chamou.
Convém aos
discípulos de CRISTO que se predisponham mais a aprender do que a ensinar. No
sentido da nossa própria ignorância, devemos procurar oportunidades de sermos
ensinados, e da mesma maneira nós devemos esperar por um chamado, um chamado
claro, antes de assumir a responsabilidade de ensinar aos outros; pois nenhum
homem deve apropriar-se dessa honra,
B. Ele lhes deu
poder, exousian, autoridade no seu nome, para convocar os homens à obediência,
e para a confirmação daquela autoridade que também coloca os demônios sob
sujeição. Toda a autoridade legítima deriva de JESUS CRISTO. Todo o poder é
dado a Ele, sem limites, e os poderes subordinados são ordenados por Ele.
Ele coloca
sobre os seus ministros um pouco da sua honra, assim como Moisés colocou um
pouco da sua honra sobre Josué. Note que é uma prova inegável da plenitude do
poder que CRISTO usava como Mediador o fato de que Ele pudesse distribuir o seu
poder àqueles a quem Ele usava, e os capacitasse a realizar, em seu nome, os
mesmos milagres que Ele realizava. Ele lhes deu poder sobre os espíritos
imundos, e sobre todos os tipos de enfermidades.
Observe que o
desígnio do Evangelho é vencer o mal e curar o mundo. Estes pregadores foram
enviados, destituídos de todas as vantagens externas que os pudessem
recomendar. Eles não tinham riqueza, nem aprendizado, nem títulos honoríficos,
e eram muito poucos; portanto, era essencial que eles tivessem algum poder
extraordinário que os colocasse acima dos escribas.
(1 ) Ele lhes
deu poder contra os espíritos imundos, para expulsá-los. Observe que o poder
entregue aos ministros de CRISTO está diretamente apontado contra o diabo e o
seu reino. O diabo, sendo um espírito imundo, trabalha tanto em erros
doutrinários (Ap 16.13) como em concupiscências (2 Pe 2.10); e, nos dois casos,
os ministros têm uma acusação contra ele. CRISTO lhes deu o poder de expulsá-lo
dos corpos das pessoas; mas isto deveria significar a destruição do reino
espiritual do diabo, como também de todas as suas obras; para este propósito, o
Filho de DEUS se manifestou.
(2) Ele lhes
deu poder para curar todos os tipos de enfermidades. Ele os autorizou a
realizar milagres para a confirmação da sua doutrina, para provar que ela era
de DEUS; e eles deviam realizar milagres úteis para exemplificá-la, para provar
que ela não apenas era confiável, mas digna de toda a aceitação; que o desígnio
do Evangelho é curar e salvar. Os milagres de Moisés eram, muitos deles, para a
destruição. Os milagres que CRISTO realizou, e designou aos seus apóstolos que
realizassem, eram todos para a edificação, e evidenciavam que Ele era não
apenas o grande Professor e Governante, mas também o grande Redentor do mundo.
Observe que a ênfase é colocada sobre a extensão do seu poder, sobre toda
enfermidade, e todo mal, sem a exceção nem mesmo daqueles que são
reconhecidamente incuráveis, e com a censura dos médicos. Na graça do
Evangelho, existe uma pomada para cada ferida, um remédio para cada doença. Não
existe doença espiritual tão maligna, tão inveterada, mas existe suficiência de
poder em CRISTO para a sua cura. Que ninguém, portanto, diga que não existe
esperança, ou que a brecha é tão grande quanto o mar a ponto de não poder ser
curada.
Pedro é nomeado
em primeiro lugar, porque ele foi o primeiro a ser chamado ou porque ele era o
mais entusiasmado deles, e em todas as ocasiões ele se fazia a voz dos demais,
e além disso ele seria o apóstolo da circuncisão.
Mas isso não
lhe deu nenhum poder sobre os demais apóstolos, nem existe a menor marca de que
qualquer supremacia lhe tenha sido dada, ou mesmo reivindicada por ele, neste
grupo sagrado. Os Dons são impulsionados pela fé que cada um tem em JESUS e sua
autoridade, e no ESPÍRITO SANTO.
HENRY. Matthew.
Comentário Matthew Henry Novo Testamento MATEUS A JOÃO Edição completa. Editora
CPAD. pag. 118-120. (Com algumas adaptações, mudanças e alguns acréscimo meus -
Pr. Henrique)
Marcos
(3.13-19) e Lucas (6.12-16) declaram que JESUS os escolheu ou nomeou depois de
uma noite de oração e desceu com eles a certo lugar plano do monte para
entregar o Sermão do Monte (Lc 6.17).
A. T.
ROBERTSON. Comentário Mateus & Marcos. À Luz do Novo Testamento Grego.
Editora CPAD. pag. 115-116.
A aliança
antiga estava alicerçada sobre as doze tribos de Israel. A nova aliança deveria
ser construída sobre os doze apóstolos. – Do mesmo modo como o sumo sacerdote
trazia sobre o peito de sua vestimenta litúrgica os nomes das doze tribos,
assim JESUS, o novo e verdadeiro sumo sacerdote, carrega no coração os nomes
dos doze apóstolos. – O Apocalipse de João fala das doze portas da nova
Jerusalém, sobre as quais estão inscritos os nomes das doze tribos. Entre cada
par de portas encontra-se uma imponente pedra retangular como fundamento do
muro da cidade, e sobre cada uma dessas pedras está escrito com letras
luminosas o nome de cada um dos apóstolos (Ap. 21.12ss). Desse modo está
assegurada a unidade da Antiga e da Nova Aliança. Na vocação dos doze, essa
unidade ficou documentada (ao convocar os doze, JESUS estabelece sua
reivindicação sobre todo o povo de Israel!).
No contexto
judaico, a máxima demonstração de poder é realizar milagres. É com isso, pois,
que inicia a incumbência do Senhor JESUS aos apóstolos.
Fritz
Rienecker. Comentário Esperança Evangelho de Mateus. Editora Evangélica
Esperança.
Homem nenhum
havia sido tão privilegiado como estes, e ainda assim um deles tinha um
demônio, e demonstrou ser um traidor (v. 16). Apesar disso, quando o escolheu,
CRISTO não se enganou a respeito dele. Todos tiveram oportunidade de serem
instrumentos de DEUS.
HENRY. Matthew.
Comentário Matthew Henry Novo Testamento MATEUS A JOÃO Edição completa. Editora
CPAD. pag. 563.
Lc 6.13. JESUS
passou a noite nas montanhas, vigiando em oração. Mais de uma vez Lucas
salientou essa necessidade íntima que o Redentor tinha de orar, que com
frequência impelia JESUS a lugares ermos (Lc 4.42; 5.16). Contudo os termos
aqui utilizados contêm uma ênfase muito especial. A palavra “vigiar por toda a
noite” ocorre unicamente aqui.
A escolha dessa
expressão incomum, bem como a forma verbal analítica (imperfeito e particípio),
destacam a persistência determinada e incessante dessa vigília noturna. A
expressão proseuché tou theou, literalmente “oração de DEUS”, é também única no
Novo Testamento. Essa formulação não designa nenhum pedido peculiar, mas um
estado da mais profunda devoção na presença santa e direta de DEUS, uma
invocação que transita para a mais íntima comunhão com DEUS. Durante essa noite
JESUS apresentou a DEUS sua obra no estágio decisivo em que ingressara naquele
momento, aconselhando-se com ele. Durante essa longa luta de oração, por toda a
noite, JESUS provavelmente havia apresentado todos os seus discípulos
individualmente a seu Pai, para que o Pai designasse aqueles que o Filho
deveria tornar emissários da salvação. O que será que os discípulos, que haviam
se ajuntado em grande número em torno de JESUS, sentiram quando JESUS, como um
general, chamou um por um do meio deles, até que ficasse completo o número dos
doze?
“Simão”,
começou ele. Com quanta expectativa cada novo nome era aguardado! Com que
estremecimento cada um ouvia, então, o chamado do próprio nome. Dentre o grupo
de discípulos “ele escolheu os doze”, “aos quais também chamou de apóstolos”.
Isso é significativo. Os demais discípulos tiveram de tolerar que esses doze
obtivessem uma posição especial do Senhor. O Redentor os havia escolhido em
virtude de ordem divina. DEUS é soberano.
Os discípulos
não têm outra opção a não ser obedecer a esse Senhor extraordinário. “Chamou-os
a si”. Mas, se desejou aqueles que o Pai lhe concedeu, de agora em diante
sabemos a quem recorrer quando desejamos chegar ao Pai. Porque ele os “ordenou”
para duas finalidades.
1)
Primeiramente, devem estar junto dele. Devem perseverar com ele em suas
tentações até chegarem ao Getsêmani; afinal, devem tornar-se testemunhas dele
até os confins do mundo (At 1.8). Precisavam conhecer suas “horas silenciosas”,
conviver com ele no dia a dia, observar seu trabalho, obter uma visão dos
mistérios de sua sabedoria de educador, e até mesmo familiarizar-se com os
objetivos de sua ação. Deveriam aprender a Olhar, vigiai e orai, porque não
sabiam quando chegaria o tempo. (Marcos 13:33).
2) O segundo
aspecto é que eles partilharão de sua autoridade. Dessa maneira ele
providência, de certo modo, pernas e pés, línguas e lábios que levem adiante
sua obra.
Mateus relata a
convocação e o credenciamento dos apóstolos em uma ocasião (Mt 10.1ss), e Lucas
o faz em dois trechos, mais precisamente como segue: de acordo com Lucas, o
primeiro passo de JESUS foi nomeá-los, provavelmente para que passassem a ser
seus alunos de modo especial. Isso aconteceu aqui em Lc 6.12-16. A capacitação
é relatada em Lc 9.1-6, onde JESUS lhes confere a autoridade para servir como
apóstolos. O relato mais preciso indica que esse deve ter sido o processo.
Mateus reúne em uma só ocasião as duas ações de JESUS. Isso tem a ver com sua
característica de enfatizar tão-somente o aspecto doutrinário e fundamental.
Dessa forma o
Redentor obteve, portanto, um grupo de auxiliares para sua obra. Ele, o
maravilhoso canal da poderosa benignidade de DEUS, fora multiplicado por doze.
Mas de antemão os doze não obtiveram nem poder nem incumbência para a ação
espiritual propriamente dita.
Essas passagens
não devem levar à conclusão de que a tarefa dos apóstolos consistia tão somente
em ser testemunhas de JESUS. O próprio nome expressa mais, cf. 2Co 5.20: “Somos
mensageiros de CRISTO… e rogamos que vos reconcilieis com DEUS.”
Com a escolha
dos doze estava organizada a obra de JESUS. Passou do estágio de fenômeno local
e isolado para o estágio de instituição que abrange e cuja intenção arrebata
povos e épocas. A obra do Senhor obteve um solo histórico firme e uma
perspectiva clara para o futuro, com todas as suas esperanças e todos os seus
perigos. JESUS lhes ensinou a pregar o evangelho do reino de DEUS com sinais,
prodígios e maravilhas acontecendo para confirmarem a autoridade de DEUS sobre
Ele e confirmar as palavras de DEUS.
Fritz
Rienecker. Comentário Esperança Evangelho de Lucas. Editora Evangélica
Esperança. (Com algumas adaptações, mudanças e alguns acréscimo meus - Pr.
Henrique)
Lc 6.13.
Um discípulo
era um aprendiz, um estudante. No século I, o estudante não estudava
simplesmente uma matéria; estudava com um mestre. Há um elemento de ligação
pessoal no “discípulo” que falta no “estudante.” Deste grupo maior de
aderentes, JESUS escolheu doze. JESUS nunca estabeleceu uma organização. Estes
doze homens representam a totalidade da Sua máquina administrativa. Alguns
deles eram claramente homens de destaque, mas, de modo geral, parecem ter sido
nada mais do que medianos. A maioria deles deixou pouquíssimas marcas na
história da igreja. JESUS preferia operar, naqueles tempos como também agora,
através de pessoas perfeitamente comuns.
A estes doze
JESUS deu o nome de apóstolos. O termo é derivado do verbo “enviar" e
significa “uma pessoa enviada ” “um mensageiro.” Lucas emprega a palavra seis
vezes (com mais vinte e oito em Atos), ao passo que cada um dos demais
Evangelistas a emprega uma só vez (é possível que Marcos a tenha duas vezes,
dependendo da solução de um problema textual).
Nos Evangelhos,
o grupo usualmente é referido simplesmente como “os doze.” Marcos explica que
JESUS os escolheu “para estarem com ele e para os enviar a pregar, e a exercer
a autoridade de expelir demônios” (Mc 3:14-15). Esta expressão ressalta a noção
de missão e a centralidade da pregação na sua função.
Leon L. Morris.
Lucas. Introdução e Comentário. Editora Vida Nova. pag. 118-119.
Os Apóstolos
receberam autoridade do Senhor.
A maneira de
DEUS confirmar o ministro, sua chamada e confirmar sua Palavra é: “E estes
sinais seguirão aos que crerem”.
Quem crer e for
batizado será salvo; mas quem não crer será condenado.
E estes sinais seguirão aos que crerem: em meu nome, expulsarão demônios;
falarão novas línguas; pegarão nas serpentes; e, se beberem alguma coisa
mortífera, não lhes fará dano algum; e imporão as mãos sobre os enfermos e os
curarão. Marcos 16:16-18
Primeiro - crer.
Segundo - ser batizado.
Terceiro - expulsarão demônios.
Quarto - falarão Novas Línguas (sinal de que foi batizado no ESPÍRITO SANTO).
Quinto - pegarão nas serpentes e, se beberem alguma coisa mortífera, não lhes
fará dano algum.
Sexto - imporão as mãos sobre os enfermos e os curarão
Em Marcos
16.15-20, os cristãos primitivos (e nós) expulsamos muitos demônios em
nome de JESUS (3.15; 6.7,13; At 8.7,16,18; 19.12). Tanto eles falaram em
línguas (como nós) (At 2.4; 10.46; 19.6; 1 Co 12.10,28; 14.2-40). Paulo foi
picado por uma víbora sem sofrer o dano de seu veneno letal (At 28.3-6). Eles
impuseram as mãos sobre os enfermos para curá-los (como nós) (At 28.8). Não
vemos no Novo Testamento nenhuma alusão a ingestão de veneno.
Estes sinais
foram dados como credenciais dos apóstolos (Hb 2.1-4; Rm 15.19; 2Co 12.12).
Cremos que DEUS
pode e tem dado seus dons e sinais onde e quando quer, a quem quer, livre e
soberanamente, segundo o seu beneplácito, para o louvor da sua própria glória,
para a salvação dos eleitos e a edificação dos santos. A grande ênfase de
Marcos é que quando a Igreja proclama a mensagem de DEUS, o próprio DEUS
confirma essa mensagem com a manifestação do seu poder (Mc 16.20; 1 Co 2.4; 1Ts
1.5), transformando vidas, atraindo as pessoas irresistivelmente pelo seu poder
sobrenatural. A Igreja é chamada para ser um sinal do CRISTO vivo e ressurreto
no mundo. William Barclay conclui o seu comentário de Marcos afirmando que a
vida cristã é a vida vivida na presença e no poder daquele que foi crucificado
e ressuscitou.
II - O APÓSTOLO
PAULO
1. Saulo e sua
conversão.
Chamado por
DEUS
“Paulo (chamado
apóstolo de JESUS CRISTO, pela vontade de DEUS), e o irmão Sóstenes (1 Co 1.1;
2 Co 1.1; Gl 1.1). O chamado de Paulo foi bem diferente. A caminho de Damasco,
com ordens dos sacerdotes para prender os cristãos, foi interrompido por JESUS,
de maneira sobrenatural e impactante.
No chão, Paulo
teve o chamado de DEUS de forma tão dramática, que caiu, ouvindo a potente voz
do Senhor, que o abatera em seu orgulho e presunção, quando julgava estar
fazendo a vontade de DEUS no zelo do judaísmo (At 9.4; 22.7; At 9.10-19). DEUS
tem seus caminhos e suas maneiras de agir, às vezes muito estranhas (cf. Is
28.21). Diante de um chamado tão singular e diferente dos demais apóstolos,
Paulo tinha razão em dizer que era chamado pela vontade de DEUS e não dos
homens. Seu nome em hebraico era Saulo (hb. Sha'ul, o que foi pedido) - Seu
nome em grego era Paulo (gr. Paulus, baixo, pequeno, humilde), foi convocado
pelo ESPÍRITO SANTO para ser enviado para a missão evangelística (At 13.8).
Lembrando
também que Paulo ouviu de Estêvão um maravilhoso testemunho de fé em DEUS e
comunhão íntima com JESUS.
Mas ele,
estando cheio do ESPÍRITO SANTO e fixando os olhos no céu, viu a glória de DEUS
e JESUS, que estava à direita de DEUS, e disse: Eis que vejo os céus abertos e
o Filho do Homem, que está em pé à mão direita de DEUS. Mas eles gritaram com
grande voz, taparam os ouvidos e arremeteram unânimes contra ele. E,
expulsando-o da cidade, o apedrejavam. E as testemunhas depuseram as suas
vestes aos pés de um jovem chamado Saulo. E apedrejaram a Estêvão, que em
invocação dizia: Senhor JESUS, recebe o meu espírito. E, pondo-se de joelhos,
clamou com grande voz: Senhor, não lhes imputes este pecado. E, tendo dito
isto, adormeceu. Atos 7:55-60
Elinaldo
Renovato. Dons espirituais & Ministeriais Servindo a DEUS e aos homens com
poder extraordinário. Editora CPAD. pag. 75. (Com algumas adaptações,
mudanças e alguns acréscimo meus - Pr. Henrique)
Da Terra das
Tendas Negras
Paulo dava sua
aprovação à medida que cada testemunha apanhava uma pedra, erguia-a acima da
cabeça e a atirava para ferir e aleijar o homem lá embaixo. Então Paulo ouviu a
voz de Estêvão. Em dor, mas com clareza, ele falava como se a alguém invisível,
mas próximo: "Senhor JESUS, recebe o meu espírito".
Tentando
dominar a dor, ele se ajoelhou em oração. Paulo não podia deixar de ouvir as
palavras que saíam com volume espantoso de alguém a morrer: "Senhor, não
lhes imputes este pecado."
A próxima pedra
tombou-o ao chão. O mártir perdera a consciência. A multidão continuou a
apedrejá-lo.
Paulo nasceu
numa cidade situada entre as montanhas e o mar. É provável que o ano tenha sido
1 d.C, mas os detalhes originais do local do seu nascimento são escassos. A
indicá-lo, temos a reivindicação do próprio apóstolo: "Eu sou judeu de
Tarso, cidade não insignificante da Cilicia... Da linhagem de Israel, da tribo
de Benjamim, hebreu de hebreus".
Tarso era a
principal cidade da fértil planície da Cilicia, no extremo Sudoeste da Ásia
Menor.
Antíoco IV, por
volta de 170 a.C, introduziu na cidade uma colônia de judeus. Estes,
além de direitos e privilégios. É provável que os ancestrais de Paulo
estivessem entre esses judeus que, por sua vez, devem ter saído da obscura
cidade de Giscala, na Galileia.
É possível que
o pai de Paulo tenha sido um mestre na arte de fabricar tendas. O pano era
tecido dos longos pelos de bodes pretos que pastavam, como ainda hoje
o fazem, nas encostas do Tauro.
Da mãe de Paulo
nada se sabe. Ele tinha pelo menos uma irmã (E o filho da irmã de Paulo, tendo
ouvido acerca desta cilada, foi, e entrou na fortaleza, e o anunciou a Paulo.
Atos 23:16). A família detinha a cobiçada posição de cidadania romana, pois a
cidade se tornou colônia romana.
O terceiro
nome, chamado cognome, era Paulus. Por ocasião do ritual da circuncisão, no
oitavo dia de vida, ele também havia recebido um nome judaico:
"Saulo". Este foi escolhido ou por causa do seu significado,
"pedido", ou em honra do benjamita mais famoso de toda a história, o
rei Saul.
Saulo era o
nome usado em casa, ressaltando que a herança judaica lhe era a coisa mais
importante nos seus primeiros anos. Paulo, desde a infância, aprendeu grego, a
língua franca de então, latim, a língua dos dominadores romanos e em casa a
família falava o aramaico, a língua da Judeia, derivada do hebraico.
A escola anexa
à sinagoga de Tarso não ensinava nada mais que o texto hebraico da sagrada lei.
Paulo aprendeu a escrever os caracteres hebraicos em papiro e, desta forma,
pouco a pouco formou seus próprios rolos das Escrituras. Aos treze anos de
idade, Paulo já havia dominado a história judaica, a poesia dos salmos e a
majestosa literatura dos profetas. Ele estava preparado para a escola superior.
É provável
que no ano em que Augusto morreu, 14 d.C, Paulo, ainda adolescente, tenha sido
enviado, por mar, à Palestina, e tenha subido os montes na direção de
Jerusalém.
Durante os
seguintes seis anos ele se sentou aos pés de Gamaliel, neto do mestre supremo
dos judeus Hillel que, alguns anos antes, falecera com mais de cem anos de
idade. Sob o frágil e gentil Gamaliel, em contraste com os líderes da escola
rival de Shammai, Paulo aprendeu a dissecar um texto até revelar dezenas de
possíveis significados. Aprendeu também a fazer uma exposição, pois o rabi,
além de advogado de acusação ou de defesa dos que quebravam a lei sagrada, era
também pregador. Paulo excedeu a seus contemporâneos. Sua mente poderosa
poderia levá-lo a ocupar um lugar no Sinédrio, no Corredor das Pedras Polidas,
e torná-lo um "governador dos judeus". Por ser o estado judaico uma
teocracia em que as mesmas pessoas exerciam funções religiosas e civis, os
setenta e um membros do Sinédrio eram igualmente juízes, senadores e mestres
espirituais. O tribunal tomava decisões supremas em todos os assuntos
religiosos e dentro da pequena liberdade de se governarem a si mesmos permitida
pelo romanos. Alguns dos membros do tribunal procediam do sacerdócio
hereditário. Outros eram advogados e rabis.
Tivesse Paulo
permanecido aí durante o ministério de JESUS de Nazaré, certamente teria
argumentado com ele, à semelhança dos outros fariseus. Nos anos posteriores ele
se referiu com frequência à morte de JESUS por crucificação, mas jamais
confessou-se sua testemunha ocular.
Uma de suas
cartas sugere que ele tinha forte inclinação missionária. Onde quer que os
judeus adoravam, os simpatizantes gentios eram admitidos como "tementes a
DEUS". Fariseus como Paulo instavam a que os tementes a DEUS se fizessem
prosélitos, judeus completos: deviam submeter-se ao simples, mas doloroso
ritual da circuncisão, e então honrar as exigências cerimoniais e pessoais da
lei em todo o seu rigor. O fardo podia ser pesado, mas a recompensa era grande,
pois ganhariam o favor de DEUS.
Logo depois de
seu trigésimo aniversário Paulo voltou a Jerusalém.
Em Jerusalém,
podiam desincumbir-se das obrigações mais complicadas e mais dignas da lei, e
demonstrar zelo onde este seria notado. Paulo também podia combater o movimento
lançado por JESUS de Nazaré. Tarso deve ter recebido ecos dos ensinos e das
reivindicações do novo profeta e dos estranhos relatos de milagres, e até mesmo
da notícia de que ele havia ressurgido dentre os mortos.
Segundo se
acredita, Paulo era baixo; seu porte, porém, era tal que ele sobressaía em
qualquer multidão. Possuía rosto um tanto oval e sobrancelhas cerradas. Por
causa da boa vida que levava, talvez fosse gordo. Ele devia usar barbas, já que
os judeus desprezavam o costume romano de se barbear. E sua barba preta
juntamente com seu vestuário de bainha azul, mais o talismã preso a um
turbante, mostravam seu orgulho de ser fariseu. Ao andar pelos pátios do Templo
ele revelava a arrogância inevitável de um homem cujos ancestrais e ações o
tornaram importante. Ele praticava fielmente o interminável ciclo de
purificações rituais de pratos e xícaras e de sua própria pessoa. Ele guardava
os jejuns semanais — entre o nascer e o pôr do sol — e repetia as orações diárias
na progressão e número exatos. Ele sabia o que lhe era devido: saudações
respeitosas, grande precedência, lugar proeminente na sinagoga.
Paulo teria
apoiado o fariseu que, vendo JESUS permitir que uma prostituta lhe lavasse os
pés com as lágrimas e os ungisse com bálsamo, achava ser isto prova de que o
homem não podia ser profeta. O quadro imortal que JESUS pintou do fariseu e do
publicano (coletor de impostos) orando no Templo, ter-se-ia ajustado a Paulo.
Como aquele fariseu, Paulo estava seguro de merecer o favor de DEUS.
Nos dois anos
seguintes à execução de JESUS, a cidade santa se enchera daqueles que
acreditavam que JESUS ressurgira dentre os mortos.
Não foi por
acaso que as testemunhas lançaram suas vestes "aos pés de um jovem chamado
Saulo". Conheciam a responsabilidade dele. Ele, porém, não atirou uma
única pedra. Ele observava e aprovava — e ouviu Estêvão clamar: "Senhor
JESUS, recebe o meu espírito!" "Senhor, não lhes imputes este
pecado." E a ágil mente de Paulo viu e repudiou a essência dessa oração.
"Senhor, não lhes imputes este pecado", significava, no ensino de
Estêvão: "Senhor, tomaste sobre ti mesmo o pecado deles. Que eles creiam
em ti, que te conheçam e que te amem."
Durante o
restante do verão em que Estêvão foi morto (provavelmente 31 d.C.) e por
todo o inverno seguinte as autoridades judaicas, tendo Paulo como principal
agente, deram início a uma repressão sistemática.
Ele atacou como
um animal, rasgando sua presa. Não era a triste eficiência de um oficial
obedecendo a ordens desagradáveis. Seu coração, bem como sua mente, estavam
engajados com a precisão de um inquisidor que desmascara a traição. Seu ímpeto
chegou ao ponto de reduzir uma comunidade vigorosa de âmbito urbano à
impotência e pôr seus líderes em fuga ou em esconderijos. Ele foi de casa em
casa. Então realizou interrogatórios nas sinagogas durante as reuniões. Todo
suspeito, homem ou mulher, tinha de se pôr de pé na presença dos anciãos
enquanto Paulo, como representante do sumo sacerdote, lhes ordenava que
amaldiçoassem a JESUS. Se se recusassem, seriam formalmente acusados, mas
tinham o direito antigo de usar em sua defesa a fórmula: "Tenho algo a argumentar
em favor de minha absolvição."
Assim, Paulo
ouviu as histórias e as crenças de muitos daqueles que chamavam a JESUS de
"Senhor". Muitos haviam estado com JESUS em Jerusalém ou tinham ido à
Galileia a fim de encontrá-lo, e estes repetiam as suas palavras.
Repetidamente, as mesmas frases, as mesmas parábolas eram apresentadas ao
tribunal da sinagoga. Paulo não se surpreendia com a exatidão dessas histórias,
uma vez que todos os rabis insistiam em que seus discípulos aprendessem os seus
ditos com perfeição, até mesmo reproduzindo a tonalidade de sua voz. E os
ditos, quer Paulo desejasse quer não, foram imediatamente armazenados na
biblioteca em expansão de seu arguto cérebro.
Alguns dos
nazarenos defendiam sua devoção relatando a influência de JESUS sobre seus
corpos, como o cego de nascença a quem o Senhor curara, que teria respondido a
Paulo de modo tão insolente quanto respondera aos indignados fariseus depois do
milagre. Alguns tinham visto JESUS cambalear na direção do Gólgota e tinham-no
observado morrer. Muitos insistiam tê-lo visto vivo depois de morto, não como
fantasma, mas real — a despeito da surra que lhe havia arrancado a pele e
desnudado as costas, e o choque, a exaustão e a exposição à crucificação romana
com seu término inevitável por sufocação, se a morte não chegasse primeiro. A
maioria dos acusados, contudo, não reivindicava ser testemunhas oculares, mas
convertidos daqueles que o eram, particularmente de Simão chamado Pedro ou
"Pedra".
Vez após vez,
um discípulo tímido e sem grande influência, de educação medíocre e sem graças
sociais, era atirado na presença do tribunal. Depois de algumas frases o homem
se transformava: começava a falar claramente, com firme convicção. Era quase
como se alguém lhe estivesse dizendo o que falar.
Atirou-os nos
calabouços. Um ou dois talvez tenham sido apedrejados. Paulo parece sugerir tal
coisa ("Quando eram mortos, eu dava o meu voto contra eles"), mas os
romanos limitavam estritamente os direitos judaicos à pena capital. A maioria
era punida por meio de espancamento público, as "quarenta chicotadas menos
uma" que não eram nada agradáveis para os de estômago fraco.
Ele permanecia
impassível enquanto homens e mulheres saíam cambaleando com as costas inchadas
e ensanguentadas.
Para o final do
inverno chegaram notícias de que os seguidores de JESUS fugidos de Jerusalém
não se deixaram intimidar, mas propagavam as suas doutrinas onde quer que
fossem — em Samaria, com êxito impressionante, e no Norte, na direção de
Damasco. Paulo foi furioso à presença do sumo sacerdote. "Respirando ainda
ameaças e morte" como descreve o seu primeiro biógrafo, ele pediu cartas
para as sinagogas, autorizando-o a prender homens e mulheres que seguissem o
"caminho" e trazê-los amarrados para Jerusalém. Como primeiro
objetivo, ele sugeriu Damasco. Embora a disciplina do Sinédrio se estendesse
aos judeus de todos os lugares, os romanos não gostavam de perturbações. Mas
Damasco, embora cidade romana, possuía duas grandes comunidades que contavam
com certa medida de autogoverno: os árabes leais ao rei Nabateu que vivia em
sua capital de rocha em Petra, e os judeus. É provável que Paulo pretendesse
perseguir e castigar os cristãos da Fenícia e depois os de Antioquia, a grande
capital romana da Síria. Ele tinha toda uma vida pela frente.
Ele partiu na
primavera, assim que as viagens tiveram início, à primeira luz da manhã, sob a
forte luminosidade dos montes da Judeia. Deve ter ido de jumento. Teriam
passado perto do local em que Estêvão fora assassinado. Se tomaram a estrada
que atravessava Samaria, passaram por montes pedregosos acarpetados de
variegadas flores primaveris, e no segundo dia tiveram um breve vislumbre das
neves distantes do monte Hermom que domina a estrada para Damasco. No quarto ou
no quinto dia chegaram ao mar da Galileia. Paulo teria encontrado aqui mais
pessoas do que em Jerusalém as quais juravam ter visto a JESUS vivo de novo,
com cicatrizes nas mãos e nos pés.
Paulo
atravessou o Jordão usando a ponte romana e subiu as escarpas desnudas. Agora
ele tinha conhecimento do que JESUS havia feito e dito, até mesmo da tonalidade
da sua voz, da sua aparência e caráter, este homem que era quase da mesma idade
de Paulo.
Paulo jamais
sugere que à medida que a sua pequena caravana avistou o monte Hermom ele tenha
pesado os fatores a favor e contra JESUS. Este fora um impostor blasfemo e
estava morto.
A Estrada de
Damasco
O último dia da
viagem deixava para trás o Hermom, cujos cumes, ainda sob a neve, erguiam-se
acima dos montes marrons recobertos de flores brancas. Mas a montanha já não
parecia particularmente alta porque eles estavam perto demais para ver o pico,
e o planalto de Damasco encontra-se a uma altitude de mais de 600 metros.
Estavam
encorajados a prosseguir até ao fim da jornada, em vez de pararem, como em
outras ocasiões, antes do meio-dia. O meio-dia primaveril não causaria
insolação. Paulo e seu grupo continuaram a caminhar. Um homem, na retaguarda,
conduzia os burros ligados por uma corda. A estrada estava vazia.
O céu estava
claro e azul. A memória de Paulo enfatiza que não havia nem tempestade nem
vento forte, como sugerem os que buscam uma explicação natural para o
acontecimento. Ele não estava perto de um colapso nervoso nem prestes a sofrer
um ataque epiléptico; ele nem mesmo tinha pressa.
"Quase ao
meio-dia, repentinamente grande luz do céu brilhou ao redor de mim... uma luz
mais brilhante do que o sol, brilhando ao meu redor e ao redor de meus
companheiros de viagem."
Todos eles
caíram por terra, apavorados com o fenômeno.
Não se tratava
de apenas um relâmpago, mas de luz terrível e inexplicável. Parece que Paulo
permaneceu prostrado, enquanto seus companheiros se levantaram cambaleando.
Para ele somente, a intensidade da luz aumentou.
Paulo ouviu uma
voz, ao mesmo tempo calma e autoritária, dizer-lhe em aramaico: "Saulo,
Saulo, por que me persegues?"
Ele levantou os
olhos. No centro da luz que o impedia de ver ao derredor, ele encarou um homem
de mais ou menos a sua idade. Paulo não podia acreditar no que ouvia e via.
Todas as suas convicções, intelecto, treinamento, reputação e autoestima
exigiam que JESUS não estivesse vivo novamente. Assim, procurando ganhar tempo,
ele replicou: "Quem és, Senhor?" A expressão de tratamento podia não
significar nada mais que "Excelência". Provavelmente se lembrou que
Estêvão teve a visão desse mesmo que agora falava com ele.
"Eu sou
JESUS, a quem tu persegues; mas, levanta-te, e entra na cidade, onde te dirão o
que te convém fazer."
Então ele
soube. Em um segundo, que mais pareceu uma eternidade, Paulo viu as feridas nas
mãos e nos pés de JESUS, viu-lhe o rosto e compreendeu que estava vendo ao
Senhor, vivo, como Estêvão e outros haviam dito, e que JESUS amava não apenas
aos que Paulo perseguia, mas também ao próprio Paulo: "Dura coisa é
recalcitrares contra os aguilhões." Nem uma palavra de reprovação.
Paulo jamais
admitira a si mesmo sentir as pontadas de um aguilhão ao enfurecer-se contra
Estêvão e seus discípulos. Mas agora, instantaneamente, se conscientizava de
que estivera lutando contra JESUS. E lutando contra si mesmo, contra sua
consciência, sua falta de poder, contra as trevas e o caos de sua alma. DEUS
pairou sobre este caos e o levou ao momento de nova criação. Só faltava o
consentimento de Paulo.
Paulo se
quebrou.
Ele tremia e
não estava em condições de pesar os prós e os contras para a mudança de ideias.
Sabia apenas ter ouvido uma voz e visto o Senhor, e que nada mais importava a
não ser descobrir a sua vontade e obedecer a ela.
"Que
farei, Senhor?"
Aqui ele usa o
mesmo tratamento de antes, mas toda a obediência e adoração, e todo o amor no
céu e na terra entraram nessa única palavra "Senhor". Naquele momento
ele se sentia totalmente perdoado, totalmente amado. Em suas próprias palavras:
"Porque DEUS que disse: Das trevas resplandecerá luz — ele mesmo
resplandeceu em nossos corações, para iluminação do conhecimento da glória de
DEUS na face de CRISTO."
"Levanta-te",
ouviu ele, "e entra na cidade, onde te dirão o que te convém fazer."
Ele havia confiado. Agora tinha de obedecer — a uma primeira ordem humilhante,
quase trivial.
Ao se pôr de
pé, estava cego. Estendeu a mão aos companheiros, agora ainda mais espantados
ouvindo Paulo responder ao inaudível, os quais o conduziram. Os animais de
carga e de montaria alcançaram a pequena caravana que se dirigia a Damasco em
maravilhado silêncio.
Paulo entrou
cegamente no desconhecido. Mas ele não se encontrava em trevas, e sim em luz.
"Não podia ver por causa do brilho dessa luz." Embora o azul do céu,
a poeira vermelha da estrada e o verde do oásis desaparecessem, pouca falta
faziam. A luz lhe infundia os olhos cegos e a mente. Andando, em obediência a
esse primeiro mandamento de seu novo Mestre, Paulo fez a primeira grande
descoberta: JESUS permanecia a seu lado, não na forma de um corpo crucificado e
ressurreto, mas como alguém invisível, contudo, presente.
Passaram pelo
mau cheiro do caravançarai, calmo no início da tarde, e entraram na cidade pela
Rua Direita, espaçosa e cheia de colunas, que dividia a cidade ao meio. Esta
rua também estava relativamente calma, pois as lojas e estandes ainda estavam
fechados para a sesta do meio-dia, e as janelas das casas, por causa do sol,
permaneciam cerradas. Chegaram à casa de um damasceno chamado Judas,
provavelmente um rico mercador judeu, hospedeiro digno de um representante do
Sinédrio. Os anciãos da sinagoga deviam estar à espera de Paulo, pois até os
nazarenos sabiam que ele estava a caminho a fim de persegui-los. Ambos os
grupos o perderam de vista. A escolta o entregou e desapareceu. Ele não pediu
nada a Judas, a não ser o quarto de hóspede — recusando até mesmo a comida — e
estar a sós.
O tempo perdeu
o significado. Ele ouviu a trombeta vespertina, o cantar dos galos na manhã
seguinte e o ruído de carroças no calçamento. Ouviu os gritos dos comerciantes
anunciando seus produtos, percebeu o murmúrio distante de barganhadores, e o
relinchar ocasional de um burro. Então, a calma do meio-dia. Paulo passou o
tempo deitado, totalmente desperto, a não ser por uma ou duas horas de sono, ou
ajoelhado ao lado da cama. Ele não queria companhia humana, mas desejava estar
a sós com o Senhor JESUS, como agora o chamava. Logo ele se esqueceu da fome e
da sede. Sua personalidade toda estava em mudança. Ao permitir que a luz de
CRISTO iluminasse os recessos de sua alma, ele estava sendo virado do avesso.
"Saulo,
Saulo, por que me persegues?" Agora ele podia responder a essa pergunta
com as palavras do Salmo de Davi: "Tem misericórdia de mim, ó DEUS,
segundo a tua benignidade: segundo a multidão das tuas misericórdias, apaga as
minhas transgressões... Contra ti, contra ti somente pequei."
Paulo se sentia
imundo e nojento. Vi a mim mesmo e fiquei horrorizado." O
assassínio sempre é absoluto à consciência despertada do assassino. Nem foi
somente assassínio e crueldade. Ele havia blasfemado, insultado e perseguido ao
Senhor, cuja resposta fora procurá-lo e mostrar-lhe o amor que ultrapassava
tudo o que Paulo antes conhecia. Quanto mais ele, em cegueira, se banhava nesse
amor, à medida que as horas passavam velozes, tanto mais ele se quebrava ante a
enormidade de seus feitos.
Ele supunha que
estivesse servindo a DEUS, que estivesse caindo na graça divina. Ele havia
disposto seus padrões de bondade, tinha-se comparado com os outros e visto que
era bom. Mas agora, em contraste com JESUS cujo ESPÍRITO lhe invadia, ele sabia
que sua pureza não passava de contrafação do inexpressivamente Puro, suas boas
ações nada mais eram que uma paródia da Bondade. Ele havia sido mental e
espiritualmente hostil a DEUS, embora o tivesse honrado com os lábios. Ele se
ocupara do mal, embora praticasse seus ritos religiosos. Ele se isolara
totalmente, arrastando-se para tão longe quanto pudesse da luz cegante que era
DEUS.
Contudo, JESUS
o havia apanhado. Paulo, desse dia em diante, citaria esse fato entre as provas
indiscutíveis da ressurreição, não importando o quanto os homens pudessem
zombar dele ou chamá-lo de mentiroso. DEUS, de maneira incrível, havia
levantado do sepulcro o corpo morto de JESUS de modo que ele estava vivo e
aparecera a Paulo, não com o propósito de o humilhar ou destruir, ou vingar o
sangue dos perseguidos, mas para salvar o perseguidor e sobrepujá-lo com amor e
perdão. Paulo sabia, do fundo do coração, que JESUS era o Messias, o CRISTO, o
Salvador do mundo. Esta não era uma conclusão tirada da lógica fria, embora
essa um dia haveria de chegar. Ia além do intelecto. Ele sabia porque conhecia
a JESUS.
E, conhecendo a
JESUS, ele compreendia o que tinha acontecido na cruz.
Paulo, em seu
orgulho e conhecimento, tinha rejeitado a JESUS porque homem algum poderia ser
pendurado no madeiro a menos que tivesse sido amaldiçoado. Agora, à medida que
enfrentava o seu pecado, ele via, com uma intuição irresistível, que JESUS
deveras sofrera uma maldição sobre a cruz, mas não a dele; era a maldição de
Paulo e de todos os homens. Cada hora passada em cegueira na casa de Judas,
cada dia do restante de sua vida, revelaria um pouco mais da largura, do
comprimento, da altura e da profundidade das boas novas, mas o coração estava
seguro delas, agora e para sempre: o amor de CRISTO, "o Filho de DEUS que
me amou e a si mesmo se deu por mim". Paulo podia, instantaneamente, ser
tratado como alguém que jamais pecou, ser recebido com amor e confiança. Quanto
mais ele olhava com olhos cegos para o brilho da luz, tanto mais distinto se
apresentava o fato revelado naquele instante na estrada de Damasco: o perdão
era uma dádiva, inteira e perfeita, porque era o próprio CRISTO. Não podia ser
merecido. Mérito humano algum podia superar o pecado humano; mas, ao possuir a
CRISTO, Paulo tinha tudo.
Na casa de
Judas, ele podia ter gritado o que escreveria no futuro: "Enviou DEUS aos
nossos corações o ESPÍRITO de seu Filho". "O mistério que estivera
oculto dos séculos e das gerações; agora, todavia, se manifestou. . . CRISTO em
vós". "Para mim, o viver é CRISTO!" Ele já sentia o impulso de
orar. Não apenas as orações formais da gloriosa liturgia judaica, mas a
conversação de um filho com seu Pai. Ao falar com JESUS, ele falava com o Pai,
ao adorar o Pai, ele conversava com o Filho. Ele contou ao Senhor tudo o que
lhe ia no coração. Ele intercedeu com urgência por aqueles que havia
perseguido, especialmente pelos que forçara a blasfemar; pelos nazarenos de
Damasco que o aguardavam com temor; por seus amigos judeus e por seus
superiores.
Com a oração,
veio a fome das palavras de JESUS. Como uma ovelha recém-nascida que, mesmo
antes de conseguir pôr-se de pé procura instintivamente o peito da mãe, Paulo
tinha fome do conhecimento de tudo o que JESUS havia dito e feito. Até à sua
conversão ele havia sido indiferente às palavras de CRISTO. Desde o instante em
que disse: "Que farei, Senhor?" ele aceitou a sua autoridade, e agora
era de importância transcendental saber o que JESUS tinha ordenado, prometido,
prevenido e predito; conhecer a atitude do Mestre para com aqueles que o
odiavam e para com os que o amavam, saber tudo o que ele ensinou a respeito do
Pai e de si mesmo, seus veredictos em todos os assuntos do comportamento e
destino humanos.
Paulo possuía
ainda outro anseio: espalhar esta grande descoberta. Contudo, ele tinha de
esperar. O mandamento do Mestre fora: "Entra na cidade, onde te dirão o
que te convém fazer." Esperando, ele ouviu a trombeta vespertina, o cantar
dos galos e o ruído de carroças e novamente a trombeta vespertina. Finalmente,
na calma da terceira aurora, enquanto orava, recebeu a revelação do que viria a
seguir.
No quarto de
uma pequena casa da rua chamada Direita um judeu de meia-idade estava deitado
entre dormindo e acordado.
Ananias,
honrado membro da comunidade judaica de Damasco e também seguidor de JESUS
CRISTO, não se surpreendeu nem hesitou ao ouviu uma voz chamar o seu nome:
"Ananias!" "Eis-me aqui, Senhor." "Dispõe-te, e vai à
rua que se chama Direita e, na casa de Judas, procura por Saulo, apelidado de
Tarso; pois ele está orando, e viu entrar um homem, chamado Ananias, e
impor-lhe as mãos, para que recuperasse a vista."
Ananias ficou
espantado. Seu Senhor devia ter-se enganado. É provável que Ananias tenha
assistido a pequenas reuniões dos nazarenos que, com a notícia de que Saulo, o
Perseguidor, se aproximava, oraram pedindo que o Senhor os livrasse,
aparentemente, sem esperar que sua oração fosse atendida.
"Senhor",
respondeu Ananias, "de muitos tenho ouvido a respeito desse homem, quantos
males tem feito aos teus santos em Jerusalém; e para aqui trouxe autorização
dos principais sacerdotes para prender a todos os que invocam o teu nome."
Disse a voz:
"Vai, porque este é para mim um instrumento escolhido". O Senhor, a
seguir, confirmou e ampliou o seu mandamento.
Com isso,
Ananias levantou-se e foi.
Caminhando
apressado pela viela e desviando-se dos carregadores de água que voltavam do
rio, no momento em que o sol despontava nos penhascos do norte, ele quase
gritava: "Aleluia!" Então o braço do Senhor não se encolhera. Ele o
havia estendido para curar, e o lobo se deitaria com o cordeiro como na antiga
profecia. E ele, o obscuro Ananias, de quem jamais se ouviu falar nem antes nem
depois, fora escolhido para batizar a Saulo, o primeiro exemplo de um padrão
histórico, segundo o qual os grandes embaixadores de CRISTO, por mais
preparados que sejam de outros modos, são levados à sua vocação por intermédio
de insignificantes agentes.
Ananias, levado
imediatamente à presença de Paulo, permaneceu em pé ao lado da cama.
Ele via um
rosto que passara de profundo sofrimento à paz. A pele se enrugava onde a boa
vida de fariseu tinha sido esgotada pelo jejum; podiam-se ainda perceber as
rugas feitas pela crueldade; a barba era irregular e os olhos fixos. Contudo,
era um rosto descontraído, como se Paulo tivesse visto o pior e já não o
temesse, tivesse olhado o melhor e soubesse que estava sendo reconstruído em
seu molde.
Ananias pôs as
mãos na cabeça de Paulo.
"Saulo,
irmão", começou ele (e engoliu em seco ao chamar o assassino dos seus
amigos de "irmão", mas a alegria tragou a hesitação), "o Senhor
me enviou, a saber, o próprio JESUS que te apareceu no caminho por onde vinhas,
para que recuperes a vista e fiques cheio do ESPÍRITO SANTO."
Naquele
instante umas como que escamas caíram dos olhos de Paulo. Ele viu Ananias. E o
viu claramente. Paulo recuperou a vista instantânea e completamente.
Ananias
desincumbiu-se do restante das suas ordens: "O DEUS de nossos pais de
antemão te escolheu para conheceres a sua vontade, ver o Justo e ouvir uma voz
da sua própria boca, porque terás de ser sua testemunha diante de todos os
homens, das coisas que tens visto e ouvido." Paulo ouviria mais, disse
ele, diretamente do Senhor JESUS, que lhe daria um vislumbre da dureza e da dor
à medida que se aventurassem juntos, não só aos filhos de Israel, grandes e
pequenos, escravos e reis — mas também a "todos os homens", a quem o
fariseu Saulo desprezara e rejeitara.
A seguir,
Ananias proferiu mais palavras, entregues como se da parte do próprio JESUS:
"Envio-te para lhes abrir os olhos e convertê-los das trevas para a luz, e
da potestade de Satanás para DEUS, a fim de que recebam eles remissão de
pecados e herança entre os que são santificados pela fé em mim."
O alcance e a
implicação dessa comissão deixaram Paulo sem fala.
Disse mais
Ananias: "Por que te demoras? Levanta-te, recebe o batismo e lava os teus
pecados, invocando o nome dele."
Ananias
ajudou-o a deixar a cama. Os seguidores do Caminho, como João Batista,
batizavam por imersão num rio ou numa corrente de águas. Paulo estava fraco
depois de seu prolongado jejum, mas com sua vontade férrea, pode ter insistido
em caminhar, apoiado em Ananias, os oitenta metros até o rio Abana, fora do
muro norte da cidade.
Paulo, embora
advertido de que viriam tempestades, nessa ocasião podia tornar suas as
palavras do Salmo 19: "Os céus proclamam a glória de DEUS... o sol... se
regozija como herói, a percorrer o seu caminho."
Paulo sentia
bem-estar, descontração de toda a tensão, agudeza de percepção e paz mental.
Andando pela rua Direita, que, como todas as ruas orientais era uma miscelânea
de cores, barulhos e movimentos, ou entrando no bazar de especiarias ou na rua
dos trabalhadores em metal, ele estava apaixonado com a humanidade toda.
Damasco, por ser uma cidade de fronteira, atraía tipos variados: árabes,
judeus, partos com seus chapéus cônicos, e soldados romanos. Paulo sabia ter
sido enviado a todos — e a seu próprio povo, os judeus, porque até mesmo eles,
com exceção dos que tinham visto a JESUS, possuíam somente um vislumbre da
aparência de DEUS.
Naquela noite,
em companhia de Ananias, Paulo ficou conhecendo o pequeno grupo de nazarenos.
Se alguns fugitivos de Jerusalém estavam entre eles — o que é possível — foi um
momento de grande emoção quando os que haviam sido chicoteados sob as ordens de
Paulo lhe deram o beijo da paz e, como prova de sua união uns com os outros e
com JESUS, partilharam com ele o pão e o vinho, símbolos do corpo e do sangue
do Senhor, como o próprio Senhor ensinara na noite em que foi traído.
Um incidente
ainda mais extraordinário ocorreu no sábado seguinte na sinagoga mais
importante de Damasco. Os anciãos e a congregação não faziam ideia da conversão
de Paulo. Ele não a revelara nem mesmo a Judas. Os nazarenos, contudo, que
sabiam que as coisas correriam de modo diferente, estavam orando enquanto
acompanhava Paulo, ainda vestido como fariseu e trajando uma veste de barras
azuis, tendo no turbante um talismã de couro, até à plataforma e lhe entregava
o rolo da Lei.
Ele leu a
passagem designada e devolveu o rolo. No instante de pausa, antes de começar a
falar, ele se maravilhou da estratégia divina mediante a qual, nos séculos
passados, levantaram-se sinagogas em incontáveis cidades gentias — prontas para
o dia em que, sob a sua liderança, se transformariam nos baluartes de uma
grande cruzada para JESUS CRISTO! Como ele tinha visto a verdade, certamente
que eles também a veriam. Ele e eles haviam sido separados para espalhar as
boas novas de JESUS CRISTO entre os gentios. E começariam em Damasco.
Então ele
proclamou: "JESUS é o Filho de DEUS." Paulo atacou com a mesma
veemência e paixão que caracterizaram sua perseguição. As palavras tropeçavam
umas nas outras enquanto ele contava como o Senhor lhe aparecera, que o Senhor
estava vivo e que os amava. E a reação não foi nada parecida com a que ele
esperava. Os adoradores ficaram espantados e horrorizados. Longe de se
convencerem, ficaram com raiva. Esse vira-casaca, recebido como representante
do sumo sacerdote, se declarava representante de JESUS.
Paulo se
surpreendeu. Nos dias que se seguiram ele se sentiu como Moisés que
"pensou que seus patrícios compreenderiam que DEUS lhes estava oferecendo
libertação por seu intermédio, mas não compreenderam." Ainda mais, sua
impaciência com os nazarenos aumentou. Ele se reunia com eles todas as noites,
mas poucos tinham recordações de JESUS. Possuíam vários dos seus ditos, os
quais haviam sido repetidos por aqueles que o tinham conhecido, mas isso não
satisfazia a Paulo. Ele tinha fome de evidência de primeira mão. Contudo, não
podia voltar a Jerusalém. Ainda que os apóstolos, que haviam conhecido a JESUS
melhor do que ninguém, confiassem nele imediatamente, Paulo não devia
arriscar-se a cair nas garras de um sumo sacerdote enfurecido, que se
encarregaria de fazê-lo desaparecer mediante o estrangulamento, apedrejamento
ou prisão perpétua.
De noite, na
casa de Judas ou talvez agora na casa de Ananias, ele se revirava na cama,
frustrado. E a glória dos dias de cegueira estava a desvanecer. Finalmente, ele
disse ao Senhor que deixaria tudo nas suas mãos. A paz voltou. Nenhuma voz ou
luz revelou o próximo passo, somente a convicção crescente de que devia sair
sozinho, não levando nada a não ser os rolos das Escrituras. Não era dos
apóstolos que Paulo necessitava, mas de JESUS somente; não de uma cidade, mas
do deserto.
O passo
seguinte foi fácil. Damasco era o ponto final de uma das grandes rotas de
especiarias que vinham do país da mirra e do incenso, ao sul da Arábia, e da
Ponta da África. As caravanas de camelos voltavam trazendo moedas e mercadorias
do mundo romano. O filho de um importante comerciante não teve dificuldade
alguma em conseguir passagem.
JOHN POLLOCK. O
Apóstolo. Editora Vida. (Observação, Com acréscimos e modificações minhas
- Pr. Henrique)
2. Um homem
preparado para servir.
Paulo foi
buscar mais conhecimento íntimo com JESUS no mesmo monte onde DEUS falara com
Moisés. Foi para a Arábia e lá recebeu revelações como o que aconteceu na Santa
Ceia do Senhor JESUS com seus discípulos, antes de morrer na cruz. (Obs. Pr.
Henrique).
nem tornei a
Jerusalém, a ter com os que já antes de mim eram apóstolos, mas parti para a
Arábia e voltei outra vez a Damasco. Gálatas 1:17
Porque eu
recebi do Senhor o que também vos ensinei: que o Senhor JESUS, na noite em que
foi traído, tomou o pão; 1 Coríntios 11:23
Paulo foi
escolhido e capacitado pelo ESPÍRITO SANTO para fazer a obra de apóstolo aos
gentios.
Na igreja que
estava em Antioquia havia alguns profetas e doutores, a saber: Barnabé, e
Simeão, chamado Níger, e Lúcio, cireneu, e Manaém, que fora criado com Herodes,
o tetrarca, e Saulo. E, servindo eles ao Senhor e jejuando, disse o ESPÍRITO
SANTO: Apartai-me a Barnabé e a Saulo para a obra a que os tenho chamado.
Então, jejuando, e orando, e pondo sobre eles as mãos, os despediram. E assim
estes, enviados pelo ESPÍRITO SANTO, desceram a Selêucia e dali navegaram para
Chipre. Atos 13:1-4
Os sinais do
meu apostolado foram manifestados entre vós, com toda a paciência, por sinais,
prodígios e maravilhas. 2 Coríntios 12:12
Pr. Henrique
Paulo teve
experiências com DEUS
Um verdadeiro
apóstolo é homem que deve ter comunhão e experiência com DEUS. Paulo, não
obstante não ter convivido com JESUS como os demais apóstolos, teve
experiências espirituais que os outros não tiveram. E essas experiências
fortaleceram sua vida espiritual e solidificaram o seu relacionamento com
CRISTO. Ele diz que teve “visões e revelações do Senhor” (1 Co 12.1); com
bastante modéstia, falando na terceira pessoa, diz que “foi arrebatado ao
terceiro céu”... “e ouviu palavras inefáveis, que ao homem não é lícito falar”
(1 Co 12.2,4). Que palavras foram essas, só DEUS e Paulo sabem.
Elinaldo
Renovato. Dons espirituais & Ministeriais Servindo a DEUS e aos homens com
poder extraordinário. Editora CPAD. pag. 75.
O prazer com
que ele olha para a vida que tinha vivido (v. 7): Combati o bom combate, acabei
a carreira etc. Ele não temia a morte, porque tinha o testemunho da sua
consciência de que pela graça de DEUS ele tinha, em alguma medida,
correspondido às expectativas do propósito da vida. Como cristão, como
ministro, ele tinha combatido o bom combate. Ele tinha realizado o serviço,
passado pelas dificuldades da sua batalha e tinha sido um instrumento ao levar
avante as gloriosas vitórias do Redentor exaltado sobre os poderes das trevas.
Sua vida foi
uma carreira, e ele a tinha concluído. Como sua batalha tinha sido cumprida,
assim sua corrida tinha acabado. “Guardei a fé. Guardei as doutrinas do
evangelho e nunca neguei nenhuma delas”. Note que, em primeiro lugar, a vida de
um cristão, mas especialmente de um ministro, é um combate e uma corrida, às
vezes comparada a um ou ao outro nas Escrituras. Em segundo lugar, esse é um
bom combate, uma boa milícia. A causa é boa, e a vitória é certa, se
continuarmos fiéis e corajosos. Em terceiro lugar, devemos combater esse
bom combate, devemos concluí-lo e terminar nossa carreira. Não devemos parar
até que sejamos mais do que vencedores por aquele que nos amou (Rm 8.37). Em
quarto lugar, é um grande consolo para um santo moribundo quando ele pode olhar
para trás e dizer como nosso apóstolo: “Combati etc. Guardei a fé, a doutrina
da fé e a graça da fé”.
Se pudermos
falar da mesma maneira, ao nos aproximar do final dos nossos dias, sentiremos
um consolo inexprimível.
Portanto,
precisamos continuar nos esforçando, contando com a graça de DEUS, para que
possamos terminar nossa carreira com alegria (At 20.24).
[3] O prazer
com que ele olha para a vida futura (v. 8): Desde agora, a coroa da justiça me
está guardada etc. Ele havia sofrido perda por CRISTO, mas estava certo de que
ganharia a CRISTO (Fp 3.8). Que isso possa servir de ânimo para Timóteo para
suportar as dificuldades como um bom soldado de JESUS CRISTO, que há uma coroa
da vida para ele, a glória e a alegria que abundantemente compensarão todas as
dificuldades e privações do combate presente. Observe: Ela é chamada de coroa
da justiça, porque será a recompensa dos nossos serviços, que o Senhor não
esquecerá, porque não é injusto para esquecer, e porque a nossa santidade e
justiça serão aperfeiçoadas e serão a nossa coroa. DEUS a dará como justo juiz.
Essa coroa da justiça não era somente para Paulo, como se pertencesse somente
aos apóstolos, aos ministros famosos e aos mártires, mas para todos os que
amarem a sua vinda. Observe: A natureza de todos os santos é amar a vinda de
JESUS CRISTO: eles amaram a sua primeira vinda, quando Ele apareceu para tirar o
pecado pelo sacrifício de si mesmo (Hb 9.26). Eles têm prazer em refletir a
respeito dela. Eles aguardam ansiosos pela segunda vinda de CRISTO naquele
grande Dia. Eles a amam e a aguardam com ansiedade. Em relação àqueles que amam
a vinda de JESUS CRISTO, Ele virá para a alegria deles.
Existe uma
coroa de justiça reservada para eles, que na segunda vinda de JESUS CRISTO será
dada a eles (Hb 9.28).
Amém! Ora, vem,
Senhor JESUS! (veja Ap 22.20).
HENRY. Matthew.
Comentário Matthew Henry Novo Testamento ATOS A APOCALIPSE Edição completa.
Editora CPAD. pag. 719-720. (Observação, Com acréscimos e modificações
minhas - Pr. Henrique)
Paulo exorta
Timóteo a não se esquecer da parte sobrenatural de seu ministério, sem a qual
não alcançaria êxito.
Por este
motivo, te lembro que despertes o dom de DEUS, que existe em ti pela imposição
das minhas mãos. 2 Timóteo 1:6
Não desprezes o dom que há em ti, o qual te foi dado por profecia, com a
imposição das mãos do presbitério. 1 Timóteo 4:14
I Tm 4.7
Combati o bom combate. Aquilo para o que Timóteo foi convocado (1Tm 6.12) foi
cumprido pessoalmente pelo apóstolo e suportado até o vitorioso fim. Ele
“proclamou o evangelho de DEUS mediante grande luta”. Agora acabou a luta,
esgotou-se a luta da vida, o bom combate chegou a bom fim. Ele lutou contra
poderes sombrios da maldade, contra Satanás, contra vícios judaicos, cristãos e
gentílicos, hipocrisia, violência, conflitos e imoralidades em Corinto,
fanáticos e desleixados em Tessalônica, gnósticos helenistas judeus em Éfeso e
Colossos, e não por último – no poder do ESPÍRITO SANTO – o velho ser humano
dentro de si mesmo, tribulações externas e temores internos. Acima de tudo e em
tudo, porém, lutou em prol do evangelho, a grande luta de sua vida, seu bom
combate.
Completei a
corrida. A imagem do atleta competidor que alcançou a meta e por quem espera a
coroa da vitória. Nada pôde deter sua trajetória, por nada ele foi interrompido
significativamente. Agora tampouco poderes mundanos destruirão sua vida de
forma autocrática, ele é “prisioneiro do Senhor”. O que ele anunciou aos
anciãos de Éfeso na despedida se cumpriu agora: “Todavia, não me importo, nem
considero a minha vida de valor algum para mim mesmo, se tão-somente puder
terminar a corrida e completar o ministério que o Senhor JESUS me confiou, de
testemunhar o evangelho da graça de DEUS.”
Guardei a fé.
Será que se deve traduzir aqui com a frase que se tornou linguajar corrente
“Guardei a fidelidade”? Sem dúvida tem-se em vista “a fidelidade até a morte”;
é intencional a ligação com 2Tm 2.11-13; também a fidelidade do administrador,
do qual se demanda prestação de contas no juízo; a aprovação do colaborador e
sua paciência até o fim no trabalho penoso, quando os frutos estão maduros.
Tudo está englobado, mas antes de tudo e em tudo vale uma só coisa: “Aqui se
trata da perseverança dos santos, os que guardam fielmente os mandamentos de
DEUS e a fé em JESUS.” “Guardei a fé”, isso é o alfa e o ômega, origem e alvo
daquele que por ocasião do primeiro aprisionamento confessou: CRISTO é minha
vida e morrer para mim é lucro. Poder crer até o fim, ser sustentado na fé em
JESUS, receber constantemente essa fé renovada e aprofundada: essa é a graça
máxima, dádiva imerecida, exaltação da fidelidade de DEUS.
O soldado, o
corredor, o administrador (agricultor) – todas as três metáforas que Paulo
lançou a Timóteo para encorajá-lo, todas direcionadas para o fim dos tempos,
cumpriram-se em Paulo. Essas declarações não são marcadas pelo enaltecimento
próprio, mas pela gratidão e adoração àquele que o tornou forte na luta, que o
conduziu à perfeição, que o presenteou com a fé e o preservou.
Hans Bürki.
Comentário Esperança Cartas aos I Timóteo. Editora Evangélica
Esperança. (Observação, Com acréscimos e modificações minhas - Pr.
Henrique)
3. “O menor dos
apóstolos”.
Paulo era um
homem de grande cultura
Desmistificando
a crença ou “doutrina” de que DEUS só usa pessoas de pouca instrução, o exemplo
de Paulo é bem marcante. Era homem de alto conhecimento bíblico e teológico,
discípulo de Gamaliel, um dos mestres do judaísmo (At 22.3).
Paulo era um
intelectual poliglota. Falava hebraico, por ser judeu e fariseu (At 22.2); por
ser cidadão romano (At 22.25), falava latim; suas epístolas foram escritas em
grego, o que dá a entender que, sendo um homem culto de sua época, falava a
língua helênica; e, como judeu zeloso, certamente, falava o aramaico, que era
língua usual, nos meios intelectuais de sua época. Em sua soberania, e segundo
seus propósitos divinos, JESUS resolveu contrariar a lógica humana, e chamar um
perseguidor do evangelho para ser salvo e fazer dele um apóstolo dos mais
destacados entre os que quis escolher.
Enquanto alguns
de seus primeiros discípulos, do grupo dos Doze, eram humildes pescadores,
cobrador de imposto, político e outros de menor grau de instrução, Paulo era um
homem intelectual, que haveria de levar o evangelho aos gentios, ou gentes de
todas as nações, fora de Israel, inclusive aos “reis” ou governantes de povos
estrangeiros. Além dessa característica marcante, em seu ministério, Paulo foi
o grande teólogo e intérprete dos evangelhos de CRISTO. Dos 27 livros do Novo
Testamento, 13 foram escritos por ele. E ainda resta dúvida se a epístola aos
hebreus também foi de sua autoria.
Não foi por
acaso que Paulo foi o primeiro apóstolo a levar o evangelho de CRISTO à Europa.
Ele foi o grande evangelizador do Império Romano (Rm 15.24,28). Em suas viagens
missionárias, levou o evangelho de CRISTO a cidades de Israel, passou pela
Turquia, pela Ásia Menor; pregou na Macedônia, na Acaia, na Grécia, centro
cultural da Europa, à época; e, em sua última viagem missionária, reviu
discípulos nas igrejas que fundara, e terminou em Roma, para onde foi levado
preso, e pregou na capital do Império mundial da época. Concluiu sua
extraordinária missão, declarando solenemente: “Combati o bom combate, acabei a
carreira, guardei a fé” (2 Tm 4.7).
Elinaldo
Renovato. Dons espirituais & Ministeriais Servindo a DEUS e aos homens com
poder extraordinário. Editora CPAD. pag. 75-76. (Observação, Com
acréscimos e modificações minhas - Pr. Henrique)
Paulo quis
salientar diversas coisas através desse símbolo: Seu aparecimento súbito e
aparentemente fora de tempo entre as fileiras apostólicas; sua «imaturidade»
por ocasião de seu aparecimento; sua «inferioridade» natural diante dos outros
apóstolos, exceto a graça de DEUS; e, no entanto, quão grande é a graça de DEUS
que tal pessoa veio a tomar-se, por assim dizer, o principal dentre todos os
apóstolos. E foi assim que Paulo completou a lista de testemunhas da
ressurreição de CRISTO, aludindo a si mesmo. JESUS foi visto após sua morte, e
estava vivo. E isso constitui um fato histórico digno de confiança. Conforme
disse Sir William Barrett: «O que quer que os mais humildes homens afirmem, com
base em sua própria experiência, isso é digno de ser ouvido; porém, aquilo que
até mesmo os homens mais habilidosos negam, em sua ignorância, jamais merece um
momento sequer de atenção».
Paulo se
considerava bem pouca coisa. As palavras «...o menor dos apóstolos...» nada têm
a ver com sua estatura física, ou seu poder espiritual ou suas realizações;
porquanto, nessas coisas, ele foi realmente o maior de todos. Por igual modo,
isso não se pode referir à sua dedicação, ao seu propósito e à sua
espiritualidade genuína, pois, uma vez mais, nessas coisas, ele foi o maior de
todos os apóstolos. Mas temos aqui a estimativa humilde em que Paulo tinha a si
mesmo, no que concerne ao seu «valor pessoal», que ele poderia ter a fim de
merecer tão elevado ofício. Em si mesmo, dificilmente ele era digno de ser ao
menos um crente comum e possuir a vida eterna, em JESUS CRISTO, porquanto
perseguira miseravelmente à igreja de DEUS. A dor de consciência se mostra
clara aqui. Ele aprisionara para serem assassinadas a mulheres e crianças
inocentes, entre suas outras vítimas. Não admira, pois, que ele visse a si
mesmo como o menor dos apóstolos e que se não fora a graça divina, nem ao menos
era digno de ser chamado «apóstolo». (Comparar essa autodepreciação de Paulo
com os trechos de Efé. 3:8 e I Tim. 1:15. Quanto às suas perseguições
anteriores contra os cristãos, ver as passagens de Atos 8:3; Gál. 1:13 e Fil.
3:6).
Paulo havia
dito que era ele qual um «aborto» entre os apóstolos; e essa era outra razão
para ter-se em tão pouca conta. Ele empregou aqui o termo grego «ikanos», que é
traduzido aqui por «digno». Mas essa não é a mesma palavra grega «aksios», a
palavra grega ordinariamente traduzida por «digno». Antes, o termo aqui usado
significa «competente», «adequado» (comparar com II Cor. 2:16). Ele não via
qualquer mérito em si mesmo, como explicação de por que DEUS lhe outorgara tão
estupenda graça. Contudo, a graça não lhe fora dada em vão, conforme sucede
quando o livre arbítrio de um homem teimoso interfere com os planos divinos.
Pelo contrário, a vontade de Paulo correspondia aos impulsos divinos; e isso
era tudo que o Senhor requeria da parte dele. Seu «aborto» violento, para fora
do judaísmo, fora uma necessidade; porque ele fora um destruidor; e, através
desse processo, normalmente jamais teria vindo aos pés de CRISTO, e muito menos
poderia ter assumido a posição de sua mais importante testemunha.
Todavia, a
grande mancha de culpa de sua vida jamais foi olvidada pelo apóstolo Paulo (ver
Gál. 1:3; I Tim. 1:12-14 e Atos 26:9). Por igual modo, não foi eliminado o
princípio da colheita segundo a semeadura; porquanto existe uma lei que dita
que tudo quanto um homem semear, isso também terá de colher. É o mesmo caso de
Davi, o qual, mesmo depois de haver-se arrependido de seus pecados e de ter
sido perdoado, teve de sofrer as consequências. Paulo ainda teria de pagar
pelos erros cometidos. Ele, o grande perseguidor, tornou-se o grande
perseguido. Aquele que havia encarcerado a outros, agora era frequentemente
encarcerado. Aquele que havia assassinado a outros, finalmente foi morto. Essa
é uma grande lei, que não admite qualquer exceção, até mesmo quando o perdão
entra em operação. (Ver Gál. 6:7,8). «Houve ocasiões em que esse fato terrível
(o de ter perseguido a igreja) confrontava a Paulo como um pesadelo. E quem não
compreende essa forma de contribuição?» (Robertson, in loc.).
«Embora DEUS o
tivesse perdoado, o próprio Paulo dificilmente se perdoaria por seu pecado
passado». (Faucett, in loc.). O trecho de Efé. 3:8 apresenta Paulo a dizer algo
ainda mais depreciativo a seu respeito. Lá ele aparece como «...o menor de
todos os santos...».
CHAMPLIN,
Russell Norman, O Novo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora
Candeias. Vol. 4. pag. 239-241. (Observação, Com acréscimos e modificações
minhas - Pr. Henrique)
I Cor 9.2
Ademais, não falta o ― selo à sua incumbência apostólica: ―Porque o selo de meu
apostolado sois vós no Senhor. Como os coríntios podem duvidar da autenticidade
de sua incumbência? Nesse caso também deveriam colocar em dúvida a
autenticidade de sua condição cristã e sua existência como igreja de JESUS. “Se
não sou apóstolo para outros, certamente o sou (pelo menos) para vós” [tradução
do autor]. Essa é a sucinta e contundente ―defesa de seu apostolado contra os
que se posicionam como juízes contra ele em Corinto.
Werner de Boor.
Comentário Esperança Cartas aos I Corinto. Editora Evangélica Esperança.
I Cor 9.2 Paulo
enfatiza a prova de seu apostolado, dada no primeiro versículo deste capítulo,
onde diz que os próprios crentes de Corinto eram uma prova de seu ministério.
Quanto a outros, que tão-somente tinham ouvido falar sobre Paulo, mas nunca
tinham contemplado o seu poderoso ministério em primeira mão, era possível que
se desculpassem por não reconhecer nele o grande homem de DEUS, de fé e poder
como ele era. Mas os crentes de Corinto não podiam apresentar essa mesma
desculpa. Acima de outros, tinham de reconhecer como CRISTO operava por
intermédio dele. Paulo estivera entre aqueles coríntios por nada menos de
dezoito meses, isto é, por mais tempo do que estivera entre qualquer outro
grupo de pessoas, excetuando Éfeso.
«...selo...»
Essa era a marca da autenticação, nas culturas antiga e moderna. O «selo» ou
«caminho» da autoridade, impresso sobre um documento, é necessário para dar-lhe
legalidade. Ora, os labores tão bem-sucedidos de Paulo serviam-lhe de selo, de
autenticação. Entre esses labores havia o estabelecimento do evangelho na
cidade de Corinto. Paulo não poderia ter conseguido tal coisa, a menos que
tivesse sido preparado para tanto pelo ESPÍRITO de DEUS. Através do dons
espirituais, que resultavam em poderosos sinais e grandes maravilhas, além de
uma pregação eloquente e convincente, homens e mulheres ficavam convictos do
poder de CRISTO, atuante nesse apóstolo. Nisso consistia o selo autenticador de
Paulo.
Os sinais do
meu apostolado foram manifestados entre vós, com toda a paciência, por sinais,
prodígios e maravilhas. 2 Coríntios 12:12 (Observação, Com acréscimos e
modificações minhas - Pr. Henrique)
Principais
selos do ministério de Paulo - Sinais e Almas para CRISTO - são comprovações,
são autenticações de seu ministério dado por JESUS CRISTO.
Os sinais do
meu apostolado foram manifestados entre vós, com toda a paciência, por sinais,
prodígios e maravilhas. 2 Coríntios 12:12
Se eu não sou
apóstolo para os outros, ao menos o sou para vós; porque vós sois o selo do meu
apostolado no Senhor. 1 Coríntios 9:2
«...mediante os
sinais e portentos que ele operara entre eles, como diz Crisóstomo, alicerçado
em II Cor. 12:11-13...a conversão era a grande prova». (Alford, in loc.).
De que maneiras
eram utilizados esses selos?
1. Servia de
sinal de autenticidade e autoridade, como o selo que José recebeu, na qualidade
de representante de Faraó.
2. Servia para
testificar e confirmar a autenticidade de documentos. (Ver Jer. 32:11-14; Nee.
9:38 e Dan. 9:24).
3. Servia para
impedir a leitura de um documento ou livro. Simbolicamente, pois, esse tipo de
selo representa algo oculto ou ainda não revelado.
Neste texto, o
selo de que Paulo fala servia essencialmente como «autenticação» de seu
ministério, como uma «testemunha», como uma confirmação do mesmo.
CHAMPLIN,
Russell Norman, O Novo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora
Candeias. Vol. 4. pag. 131. (Observação, Com acréscimos e modificações
minhas - Pr. Henrique)
III -
APOSTOLICIDADE ATUAL (Ef 4.11)
1. Ainda há
apóstolos?
Aplicamos este
termo ao que já vimos no item 1.1, ao “Colégio Apostólico”, ou aos Doze
discípulos que foram selecionados por JESUS, e enviados como apóstolos para dar
início à Grande Comissão (Mc 16.15). Apóstolos como eles, não existem mais.
Eles eram apóstolos no sentido estrito da palavra, e nas circunstâncias em que
foram chamados e enviados por JESUS, como homem na Terra. Fizeram parte do
primeiro colégio apostólico. Como esses não existem mais, porém, o ministério
apostólico da Igreja está em pleno exercício (Ef 4.11).
1) Estiveram
com CRISTO, durante todo o seu ministério terreno.
Os
Doze (incluindo aqui Judas, o traidor) aprenderam aos pés de JESUS, o
Mestre dos mestres, no mais perfeito curso de evangelização e discipulado que
alguém poderia realizar. Próximo à sua morte, JESUS lhes disse: “E vós sois os
que tendes permanecido comigo nas minhas tentações” (Lc 22.28). Ter visto a
CRISTO, como home, vivo, é condição sinequanom para exercer tal ministério.
Porém, ver a CRISTO ressurreto não é condição exclusiva, pois Paulo também o
viu (1 Co 9.1,2). Mas o terem aceito seu chamado diretamente de sua parte desde
o batismo de João Batista; de terem caminhado durante cerca de três anos e
meio, ao seu lado, ouvindo sua palavra, e vendo seus milagres; de terem comido
e dormido ao seu lado, muitas vezes sem ter “onde reclinar a cabeça” (Mt 8.20);
só os Doze compartilharam momentos tão expressivos da humanidade, bem como da
divindade de CRISTO (podemos incluir aqui outros dois discípulos, mas estes não
foram escolhidos por JESUS como homem - José e Matias).
2) Eles
estiveram com JESUS, após a sua ressurreição
Outros
discípulos também estiveram com JESUS, como Maria Madalena, por exemplo. Mas os
que compartilharam da companhia do Senhor, de modo privado e especial, foram os
11, visto que Judas traiu o Mestre e foi para o seu destino
trágico (Observação minha - Pr. Henrique - Então agora eram 13 nesta
ocasião já que os apóstolos disseram que José e Matias tinham acompanhado o
mesmo que eles do ministério de JESUS, porém não foram escolhidos quando os
doze foram).
“Chegada,
pois, a tarde daquele dia, o primeiro da semana, e cerradas as portas onde os
discípulos, com medo dos judeus, se tinham ajuntado, chegou JESUS, e pôs-se no
meio, e disse-lhes: Paz seja convosco! E, dizendo isso, mostrou-lhes as mãos e
o lado. De sorte que os discípulos se alegraram, vendo o Senhor. Disse-lhes,
pois, JESUS outra vez: Paz seja convosco! Assim como o Pai me enviou, também eu
vos envio a vós” (Jo 20.19-21). Enviar significa - apostolar, tornar apóstolo.
3) Receberam a
Grande Comissão
O mandato para
evangelizar o mundo é destinado a todos os crentes em JESUS, a toda a Igreja do
Senhor. Mas os Doze receberam a ordem missionária, diretamente da boca de
JESUS (Mc 16.15). JESUS não disse aos Doze que eles fizessem apóstolos, mas
sim, discípulos em todas as nações (Mt 28.18-20).
4) Os Doze
terão seus nomes nos fundamentos da Nova Jerusalém (Aqui Matias sim. Não
Judas e nem Paulo)
Esse importante
detalhe, registrado no Apocalipse, certamente, constitui argumento mais que
suficiente para se entender, que o apostolado especial dos Doze, que
constituíam o primeiro Colégio Apostólico, não é repetido em nenhuma fase da
História da Igreja. João viu esse singular privilégio, concedido unicamente aos
que seguiram JESUS, durante o seu ministério terreno (Ap 21.12-14), mas também
viu nascer o segundo apostolado, tendo como integrantes Tiago, irmão de JESUS
que assumiu preeminência entre os apóstolos do primeiro colegiado, Andrônico,
Júnias, Paulo e Barnabé; estes sendo apóstolos da igreja (At 15.Ef 4.11).
Para confirmar
definitivamante que havia apóstolos depois dos doze primeiros, Tiago, irmão de
JESUS era líder entre eles todos, em Jeruslám e não tinha sido escolhido por
JESUS entre os doze primeiros apóstolos. O Tiago, irmão de João, já havia sido
morto por Herodes (e matou à espada Tiago, irmão de João. Atos 12:2 ).
E, havendo-se
eles calado, tomou Tiago a palavra, dizendo: Varões irmãos, ouvi-me. Atos 15:13
E não vi a
nenhum outro dos apóstolos, senão a Tiago, irmão do Senhor. Gálatas 1:19
Note que mesmo
João estando vivo na época de Paulo, muitos foram chamados de apóstolos, claro
que apóstolos como ministério e não como os doze primeiros.
Elinaldo
Renovato. Dons espirituais & Ministeriais Servindo a DEUS e aos homens com
poder extraordinário. Editora CPAD. pag. 77-78. (Observação, Com
acréscimos e modificações minhas - Pr. Henrique)
ERA APOSTÓLICA,
A época que tem início a partir do Pentecostes (aprox. 30 d.C.) até a morte do
apóstolo João (aprox. 100 d.C.) é aquela em que os apóstolos estavam exercendo
a sua influência entre as igrejas. Esta era prontamente se divide nos períodos
pré-paulino (aprox. 30-40 d.C), paulino (aprox. 40-67 d.C.) e pós-paulino
(aprox. 67-100 d.C). Durante o primeiro período, o cristianismo esteve
grandemente confinado a Jerusalém e ao povo judeu. Não houve nenhuma tentativa
de fazer um rompimento definitivo com o judaísmo até então. A vida da igreja
foi marcada pela simplicidade, pureza e poder. No período paulino ocorreu uma
transição de uma igreja judaica para gentio-judaica com uma expansão
correspondente ao tamanho do império. Vários problemas começaram a tomar forma,
tais como a perversão judaísta na Galácia, irregularidades em Corinto e a
heresia em Colossos. A principal figura do período pós-paulino foi o apóstolo
João, cuja morte trouxe o final da Era Apostólica primeira, dada por
CRISTO (dos doze primeiros apóstolos escolhidos por JESUS). Nesta época, o
cristianismo havia sido firmemente plantado em todas as terras de Jerusalém a
Roma (Observação minha - Pr. Henrique - agora com os apóstolos do
ministério referidos por Paulo em Ef 4.11).
PFEIFFER
.Charles F. Dicionário Bíblico Wycliffe. Editora CPAD. pag.
161. (Observação, Com acréscimos e modificações minhas - Pr. Henrique)
Note que mesmo
João estando vivo na época de Paulo, muitos foram chamados de apóstolos, claro
que apóstolos como ministério e não como os doze primeiros.
Mt 19.28 — Os
apóstolos jamais se esqueceram da promessa de JESUS sobre o lugar que ocupariam
no Seu Reino; isso era algo que ainda estava muito vivo na mente deles em Atos
1.15-26.
EarI D. Radmacher: Ronald B. Allen: H.
Wayne House. O Novo Comentário Bíblico Novo
Testamento com recursos adicionais. Editora Central Gospel. pag. 58-59.
2. Apóstolos
fora dos doze.
Matias foi
escolhido pelos onze e não foi reprovado por Paulo e muito menos por JESUS. O
método de escolha foi totalmente correto, pois ainda não haviam sido batizados
no ESPÍRITO SANTO e provaram ter total confiança e fé em DEUS para Ele
escolhesse qual pedra sairia se referindo ao apóstolo escolhido por Ele.
Tiago, irmão de
JESUS e escritor de um dos livros do Novo Testamento, foi colocado como
apóstolo entre os primeiros apóstolos e assumiu posição de eminência entre eles
(At 15.13).
Andrônico e
Júnias (Saudai a Andrônico e a Júnia, meus parentes e meus companheiros na
prisão, os quais se distinguiram entre os apóstolos e que foram antes de mim em
CRISTO. Romanos 16:7)
Paulo e Barnabé
(Ouvindo, porém, isto os apóstolos Barnabé e Paulo, rasgaram as suas vestes e
saltaram para o meio da multidão, clamando Atos 14:14)
Esses são nomes
de apóstolos que assumiram o ministério de apóstolos depois dos doze primeiros.
Sei que muitos
foram ensinados por mestres do passado e achavam que Paulo é que tinha que ser
escolhido no lugar de Matias, mas isso não é verdade. O próprio Paulo fala de
doze apóstolos colocando Matias entre eles.
e que foi visto
por Cefas e depois pelos doze. 1 Coríntios 15:5 - Judas já havia morrido e
Matias já havia sido incluído entre os apóstolos.
Já ressaltamos
o envio dos “setenta” discípulos, que, sendo enviados, de dois em dois,
cumpriram o papel de apóstolos. Mas, além deles, o Novo Testamento também cita
outros exemplos de apóstolos, como Paulo, que se considerou a si mesmo “o menor
dos apóstolos” por ter perseguido “a igreja de DEUS” (1 Co.15.9; Rm 1.1; 2 Co
1.1); ele viu a JESUS CRISTO (1 Co 9.1). Tiago, irmão de JESUS (Barnabé também
foi reconhecido como apóstolo (At 14.14). Havia “outros apóstolos”, a que Paulo
se referia em sua carta aos romanos (Rm 16.7) e em outras epístolas (G1 1.19; 1
Ts 2.6,7).
A) A liderança
dos apóstolos
Segundo o
comentário da Bíblia de Estudo Pentecostal, os apóstolos “Eram homens de
reconhecida e destacada liderança espiritual, ungidos com poder para
defrontar-se com os poderes das trevas e confirmar o Evangelho com milagres.
Cuidavam do estabelecimento de igrejas, segundo a verdade e pureza
apostólicas”. Eles tinham a mensagem “original” de CRISTO.
- A minha
palavra e a minha pregação não consistiram em palavras persuasivas de sabedoria
humana, mas em demonstração do ESPÍRITO e de poder, 1 Coríntios 2:4
- Os sinais do
meu apostolado foram manifestados entre vós, com toda a paciência, por sinais,
prodígios e maravilhas. 2 Coríntios 12:12
- E digo isto
para que ninguém vos engane com palavras persuasivas. Porque, ainda que esteja
ausente quanto ao corpo, contudo, em espírito, estou convosco, regozijando-me e
vendo a vossa ordem e a firmeza da vossa fé em CRISTO. Como, pois, recebestes o
Senhor JESUS CRISTO, assim também andai nele, arraigados e edificados nele e
confirmados na fé, assim como fostes ensinados, crescendo em ação de graças.
Tende cuidado para que ninguém vos faça presa sua, por meio de filosofias e vãs
sutilezas, segundo a tradição dos homens, segundo os rudimentos do mundo e não
segundo CRISTO; porque nele habita corporalmente toda a plenitude da divindade.
Colossenses 2:4-9
B) A
itinerância dos apóstolos
Diz, ainda, a
Bíblia de Estudo Pentecostal que os apóstolos “Eram servos itinerantes que
arriscavam suas vidas em favor do nome de nosso Senhor JESUS CRISTO e da
propagação do evangelho (At 11.21-26; 13.50; 14.19-22; 15;25,26). Um verdadeiro
apóstolo de CRISTO deve ser, antes de tudo, um servo ou um servidor e não
alguém em grau de superioridade ou supremacia entre os outros. deve viver em
santidade e humildade, repartindo com os outros m4 ministérios suas
responsabilidades eclesiásticas e ministeriais. Se há salário, deve ser
repartido igualmente entre os cindo ministérios arrolados em Efésios 4.11 -
Apóstolos - Profetas - Evangelistas - Pastores - Mestres.
C) A ordem de
fazer discípulos
A expressão
“ensinai todas as nações”, no texto bíblico original (Mt 28.19), escrito em
grego, tem o sentido de fazer discípulos. A tradução mais aproximada seria
“ide, fazei discípulos em todas as nações”. “O propósito da Grande Comissão é
fazer discípulos que observarão os mandamentos de CRISTO e serão pregadores e
ministros do evangelho daí para frente também. Este é o único imperativo direto
no texto original deste versículo”. De modo mais didático e direto, lemos, na
Bíblia de Estudo Palavras-Chave sobre o versículo de Mt 28.19: “3.100
(mathêteuo), intransitivo, tornar-se um aluno, transitivo, ser discípulo, i.e.,
inscrever-se como estudante: ser discípulo, instruir, ensinar.
O termo
correlato, mathetês (3101), “discípulo.
Ser discípulo
de alguém (Mt 27.57); treinar como discípulo, ensinar, instruir; por exemplo, a
Grande Comissão (Mt 28.19). Também Mateus 13.52; Atos 14.21”.5.
Elinaldo
Renovato. Dons espirituais & Ministeriais Servindo a DEUS e aos homens com
poder extraordinário. Editora CPAD. pag. 78-80. (Observação, Com
acréscimos e modificações minhas - Pr. Henrique)
3. O ministério
apostólico atual.
Os
missionários, se tivessem autoridade apostólica concedidos pela Igreja e dons
do ESPÍRITO SANTO presentes em seu ministério, se fossem enviados só para
locais sem crentes e se fossem sustentados pelo mesmo salário dos pastores,
poderiam ser considerados hoje como apóstolos.
Como
demonstrado, o ministério dos Doze, ou do primeiro colégio apostólico (incluído
aí Matias), não se repete. Nenhum dos Setenta, nem qualquer dos apóstolos da
Igreja Primitiva; ou dos tempos antigos, modernos, atuais, ou futuros, jamais
terá seu nome nos fundamentos da Nova Jerusalém. Aqueles Doze foram únicos. Não
há sucessão apostólica, como entende a Igreja Católica. Referindo-se aos
apóstolos de JESUS do primeiro colegiado, no sentido especial, a Bíblia de
Estudo Pentecostal diz: “O ministério de apóstolo nesse sentido restrito é
exclusivo, e dele não há repetição. Os apóstolos originais do Novo Testamento
escolhidos por JESUS, em forma humana, não têm sucessores”.
Atualmente, o
que podemos ver como ministério de caráter apostólico, é o trabalho dos
apóstolos de CRISTO como Tiago, irmão do Senhor, Andrônico, Júnias, Paulo e
Barnabé o foram e que hoje fazem o mesmo tipo de trabalho abrindo e coordenando
o trabalho de novas Igrejas. Onde deixamos espaço sem evangelizar se torna
campo missionário a ser ocupado por um apóstolo e os missionários a eles
inseridos.
Paulo ensina
que JESUS, depois de subir ao alto e levar “cativo o cativeiro”, “deu dons aos
homens”. Observando o texto bíblico, de Efésios 4.11, lemos: “E ele mesmo deu
uns para apóstolos, e outros para profetas, e outros para evangelistas, e
outros para pastores e doutores, querendo o aperfeiçoamento dos santos, para a
obra do ministério, para edificação do corpo de CRISTO” (Ef 4.11,12). Esses
“homens-dons”, concedidos por DEUS e seus ofícios ou ministérios, têm por
finalidade alcançar a “unidade do ESPÍRITO” (Ef 4.3), visando “o
aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério” e a “edificação do corpo
de CRISTO”.
O ministério
de apóstolo deve ser desenvolvido, na atualidade, ao lado dos demais
ministérios, indispensáveis à unidade e à edificação do corpo de CRISTO, em pé
de igualdade e importância.
Homens como
John Wesley, Gunnar Vingren, Daniel Berg, e tantos outros, em tempos mais
recentes, podem ser considerados verdadeiros apóstolos de JESUS. São homens que
expuseram suas vidas para levar a mensagem do evangelho aos mais longínquos
lugares do mundo.
Elinaldo
Renovato. Dons espirituais & Ministeriais Servindo a DEUS e aos homens com
poder extraordinário. Editora CPAD. pag. 80-81. (Observação, Com
acréscimos e modificações minhas - Pr. Henrique)
Revista da CPAD
do 2º Trimestre de 2014/2021 - Para jovens e adultos
Tema: Dons
Espirituais e Ministeriais - Servindo a DEUS e aos homens com poder
extraordinário
https://youtube.com/playlist?list=PL9TsOz8buX18YTbJ5SPuRcwvOxLMBDvaF
SUBSÍDIOS DA
LIÇÃO 6, 2º TRIMESTRE DE 2014/2021
INTERAGINDO COM
O PROFESSOR
Prezado professor, já estudamos nas lições anteriores os dons espirituais de
poder, de elocução e de revelação. A partir da lição desta semana você terá a
oportunidade ímpar de estudar e ensinar a respeito dos dons ministeriais. Estes
dons se encontram relacionados em Efésios 4.11. Estas dádivas divinas são
igualmente importantes e necessárias para que a igreja cumpra a sua missão
neste mundo e os crentes cresçam "na graça e conhecimento de nosso Senhor
e Salvador, JESUS CRISTO" (2 Pe 3.18). Sabemos que o ministério
apostólico, segundo os moldes do colégio dos doze, não existe mais, todavia o
dom ministerial descrito em Efésios 4.11 continua em plena vigência. Por isso,
precisamos orar para que DEUS levante apóstolos a fim de que o Evangelho seja
pregado a todas as nações.
SÍNTESE DO
TÓPICO I - O verdadeiro apostolado é centrado única e exclusivamente em JESUS
CRISTO, pois Ele é o Apóstolo enviado pelo Pai.
SÍNTESE DO TÓPICO II - No Novo Testamento a santidade é a semelhança do caráter
de CRISTO.
SÍNTESE DO TÓPICO III - Segundo Efésios 4.11 o dom ministerial de apóstolo está
em plena vigência na igreja atual.
ORIENTAÇÃO
PEDAGÓDICA
Professor, para introduzir a lição de forma dinâmica, faça a seguinte
indagação: “Quais são os dons ministeriais?” Ouça os alunos com atenção e em
seguida leia a relação descrita em Efésios 4.11. Depois, utilizando o quadro da
página seguinte, explique a respeito do termo apóstolo e faça um pequeno resumo
a respeito deste dom. Enfatize que DEUS continua levantando apóstolos em nosso
tempo. Conclua orando para que o Senhor distribua este dom entre os seus
alunos.
SUBSÍDIO TEOLÓGICO TOP1
“JESUS é o supremo Sumo Sacerdote e Apóstolo (Hb 3.1). A palavra apóstolo era
usada, no entanto, para qualquer mensageiro nomeado e comissionado a algum
propósito. Epafrodito foi um mensageiro (apóstolo) nomeado pela igreja em
Filipos e enviado a Paulo (Fp 2.25). Os companheiros de Paulo eram os
mensageiros (apóstolos) enviados pelas igrejas e por elas comissionados (2 Co
8.23). Os doze, apenas, eram apóstolos específicos. Depois de uma noite em
oração, JESUS os escolheu do meio de um grupo de discípulos e os chamou
apóstolos (Lc 6.13). Pedro recomendou que os doze tinham um ministério e
supervisão especiais (At 2. 20,25,26), provavelmente tendo em mente a promessa
de que eles futuramente julgariam (governariam) as 12 tribos de Israel (Mt
19.28). Sendo assim, nenhum apóstolo foi escolhido, depois de Matias, para
estar entre os doze. Nem foram nomeados substitutos, quando estes foram
martirizados. Na Nova Jerusalém há apenas 12 alicerces, com os nomes dos 12
apóstolos inscritos neles (Ap 21.14). Os doze, portanto, eram um grupo
limitado, e realizavam uma função especial na pregação, no ensino e no
estabelecimento da Igreja, além de testificar da ressurreição de CRISTO, com
poder. Ninguém mais pode ser um apóstolo no sentido em que eles foram” (HORTON,
Stanley M. A Doutrina do ESPÍRITO SANTO no Antigo e Novo Testamento. 12.ed. Rio
de Janeiro: CPAD, 2012, p.287).
DOM APOSTÓLICO – Efésios 4.11
Apóstolo - “Aquele que é enviado”.
O verdadeiro apóstolo - Baseia-se na pessoa e obra de JESUS CRISTO, o Apóstolo
por excelência (Hb 3.1). -
O Colégio
Apostólico - O grupo dos doze primeiros discípulos enviados por JESUS.
Os apóstolos atuais - Missionários enviados pela Igreja do Senhor.
CONHEÇA MAIS
TOP2
“O termo ‘apóstolo’ se aplica a certos líderes cristãos no NT. O verbo
apostello significa enviar alguém em missão especial como mensageiro [...].
Apóstolos, no sentido geral, continuam sendo essenciais para DEUS na igreja. Se
as igrejas cessarem de enviar pessoas assim, cheias do ESPÍRITO SANTO, a
propagação do evangelho em todo o mundo ficará estagnada. Por outro lado,
enquanto a igreja produzir e enviar tais pessoas, cumprirá a sua tarefa
missionária e permanecerá fiel à grande comissão do Senhor (Mt 28.18-20).” Para
ler mais, consulte a Bíblia de Estudo Pentecostal, editada pela CPAD, p.1814.
SUBSÍDIO TEOLÓGICO TOP3 - “APÓSTOLO
Os apóstolos foram testemunhas oculares das atividades de JESUS na terra e
consequentemente testificaram que JESUS era o Senhor ressurreto (Lc 24.45-48; 1
Jo 1.1-3). Os pré-requisitos para a substituição apostólica nesta função única
são dados em At 1.21,22. A lista de apóstolos de Lucas (Lc 6.14-16; At 1.13)
corresponde à lista dos doze dadas em Mateus 10.2-4 e Marcos 3.16-19. Mateus
lista os discípulos aos pares, supostamente como enviados por JESUS. Tadeu (em
Mateus e Marcos) era idêntico a Judas o filho de Tiago (em Lucas). Pedro, Tiago
e João formavam um círculo íntimo dentre os doze, e estavam presentes no
episódio da transfiguração (Mt 17.1-9; Mc 9.2-10; Lc 9.28-36) e no Getsêmani
(Mt 26.36-46; Mc 14.32-42; Lc 22.39-46). Os doze foram selecionados para ser os
companheiros de JESUS e proclamar o Evangelho (Mc 3.14). Durante o ministério
de JESUS, os doze serviram como seus representantes, uma função compartilhada
por outros (Lc 10.1)” (PFEIFFER, Charles F.; REA, John; VOS, Howard F. (Eds.).
Dicionário Bíblico Wycliffe. 1 ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2009, p. 162).
PARA REFLETIR -
A respeito de “O Ministério de Apóstolo”, responda:
Segundo as epístolas aos Efésios e aos Coríntios, quantos e quais são os dons
ministeriais?
São cinco dons: Apóstolos, profetas, evangelistas, pastores e doutores.
De acordo com o Dicionário Bíblico Wycliffe, defina o termo grego apóstolos.
Apostolos origina do verbo apostellein que diz respeito a “enviar”, “remeter”.
Qual era a cidadania do apóstolo Paulo?
Ele era judeu de cidadania romana.
De acordo com a lição, ainda existem apóstolos?
Nos moldes do colégio dos doze, o ministério apostólico não existe mais.
Todavia o dom ministerial de apóstolo citado em Efésios 4.11 está em plena
vigência.
Na atualidade, quem são os verdadeiros apóstolos?
Os missionários QUE POSSUEM TOTAL
AUTORIDADE PARA ABRIR IGREJAS ONDE NÃO HÁ.
)))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))
Lição
9, CG, Barnabé, Filho da Consolação, 2Tr25, NA ÍNTEGRA
Escrita Lição 9, CG, Barnabé, Filho da Consolação, 2Tr25, Com.
Extras Pr Henrique, EBD NA TV
Para nos ajudar PIX 33195781620 (CPF) Luiz Henrique de Almeida
Silva
ESBOÇO DA LIÇÃO
1. O HOMEM
EXEMPLAR
1.1. O cipriota
de caráter notável
1.2.
Generosidade e compromisso
1.3. A piedade
que transforma
1.4.Humilde no
serviço ao Senhor
2. O
MISSIONÁRIO
2.1. A primeira
viagem missionária: liderança e transição
2.2. Pregação e milagres nas cidades da Galácia
2.3. Barnabé no
concílio de Jerusalém: defesa da inclusão gentílica
3. O
COMPANHEIRO FIEL
3.1.
Companheiro de Paulo: encorajador e fiador espiritual
3.2.
Companheiro de João Marcos: restaurador de potencial
4. LIÇÕES DA
VIDA DE BARNABÉ PARA A JORNADA DE
FÉ
4.1. A
generosidade que inspira comunhão
4.2. A
humildade em servir com outros
4.3.
Perseverança em meio aos desafios
4.4. A inclusão como reflexo do evangelho
4.5. O poder
transformador do encorajamento
TEXTO BÍBLICO
BÁSICO
Atos
4.36,37
36- Então,
José, cognominado, pelos apóstolos, Barnabé (que, traduzido, é Filho da
Consolação), levita, natural de Chipre,
37- possuindo
uma herdade, vendeu-a, e trouxe o preço, e o depositou aos pés dos
apóstolos.
Atos
9.27,28
27- Então,
Barnabé, tomando-o consigo, o trouxe aos apóstolos e lhes contou como no
caminho ele vira ao Senhor, e este lhe falara, e como em Damasco falara
ousadamente no nome de JESUS.
28- E andava
com eles em Jerusalém, entrando e saindo.
Atos 11.22,25,26
22- E chegou a
fama destas coisas aos ouvidos da igreja que estava em Jerusalém; e enviaram
Barnabé até Antioquia,
25- E partiu
Barnabé para Tarso, a buscar Saulo; e, achando-o, o conduziu para
Antioquia.
26- E sucedeu
que todo um ano se reuniram naquela igreja e ensinaram muita gente. Em
Antioquia, foram os discípulos, pela primeira vez, chamados cristãos.
TEXTO AUREO
Porque
era homem de bem e cheio do ESPÍRITO SANTO e de fé. E muita
gente se uniu ao Senhor. Atos 11.24
OBJETIVOS -
Ao término do estudo bíblico, o aluno
deverá:
- reconhecer o caráter exemplar de Barnabé, descrito como um homem íntegro,
cheio do ESPÍRITO SANTO e de fé;
- compreender
o impacto de Barnabé como um missionário dedicado e frutífero na expansão
do evangelho;
- valorizar o amor demonstrado por Barnabé ao próximo, evidenciado em seu apoio
a Paulo e João Marcos, e sua importância na história do cristianismo.
ORIENTAÇÕES
PEDAGÓGICAS
Caro professor, Barnabé é uma figura marcante das Escrituras, cujo
exemplo evidencia o impacto do caráter cristão na história da Igreja. Conhecido
como Filho da Consolação (At 4.36), ele desempenhou um papel essencial na obra
evangelística.
O desentendimento entre Paulo e Barnabé a respeito de João Marcos
(At 15.36-40) é frequentemente interpretado de forma negativa. Contudo,
destacamos a coerência de Barnabé ao defender Marcos, sua lealdade em momentos
decisivos e sua visão pastoral, focada em restaurar e capacitar novos líderes.
Com o tempo, qualquer divergência foi superada, como demonstrado pela
reintegração de Marcos no ministério de Paulo (2 Tm 4.11). 19 Boa
aula!
COMENTÁRIO - Palavra
introdutória
Barnabé, cujo nome original era José, recebeu dos apóstolos o
cognome Barnabé, que significa "Filho da Consolação" (At 4.36), um
reflexo de seu caráter encorajador e de seu ministério marcado por atos de
incentivo e exortação à fé. Ele enfrentou desafios ministeriais e pessoais,
como as pressões mencionadas em Gálatas 2.11-13, mas destacou-se por sua
integridade e por virtudes como honestidade, generosidade, piedade e humildade
(At 4.36,37; 9.27; 11.24-26; 14.12-15).
1. O HOMEM EXEMPLAR
Clemente de Alexandria, um dos primeiros pais da Igreja, afirma que
Barnabé integrou o grupo dos 70 discípulos enviados por JESUS para uma missão
evangelística específica (Lc 10.1-3). Um exemplo notável de sua dedicação ao
evangelho foi sua atuação em Antioquia, onde, cheio de fé e do ESPÍRITO SANTO,
exortou os novos convertidos a permanecerem firmes no Senhor, fortalecendo sua
fé e consolidando a comunidade cristã naquele lugar (At 11.23,24).
1.1. O cipriota de caráter notável
Assim como Paulo, Barnabé não era natural da Judeia, o que lhe
conferiu vantagens significativas, como o domínio da língua grega, essencial
para sua atuação missionária na Ásia Menor e em outras regiões do Império
Romano.
Barnabé era natural de Chipre (At 4.36), uma ilha estratégica do
Império Romano, conhecida por sua rica diversidade cultural, abrigando povos
diversos, como egípcios, fenícios, gregos e romanos. O fato de ele ser
cipriota, de ascendência judaica, pertencente à tribo de Levi, provavelmente
contribuiu para transpor fronteiras sociais, favorecendo sua interação com os
gentios.
1.2. Generosidade e compromisso
Barnabé demonstrou generosidade e desprendimento ao vender uma
propriedade e entregar o valor aos pés dos apóstolos (At 4.37). Esse gesto,
alinhado ao espírito de partilha da Igreja primitiva (At 4.34,35),
possivelmente inspirou outros cristãos a segui- rem seu exemplo. No entanto,
apesar de sua doação, Barnabé não dispunha de riquezas que garantissem seu sus-
tento permanente - como Paulo destaca em sua primeira Carta aos Coríntios, ele
trabalhava para prover suas próprias necessidades (1 Co 9.6).
Observação 1
A palavra apóstolo é de origem grega e significa
"enviado". Em Atos 14.14, Lucas refere-se a Barnabé como apóstolo não
por ele fazer parte do grupo oficial dos doze escolhidos por JESUS, mas como
forma de evidenciar a natureza da sua missão, a força de seu caráter e a
grandeza de sua fé.
1.3. A piedade que transforma
Barnabé demonstrou uma fé piedosa ao acolher e apoiar Saulo de
Tarso e apresentá-lo aos apóstolos (At 9.26,27). Ele foi o primeiro a acreditar
na genuinidade da conversão daquele que se tornaria o apóstolo dos gentios,
defendendo-o diante dos discípulos que ainda desconfiavam de suas intenções.
Sua postura acolhedora e discernente revelava sua confiança no poder
transformador do Altíssimo.
Observação 2
"O evangelho proclamado em Antioquia tinha grande
potencial para alcançar outras áreas do mundo. Além disso, a cidade era dotada
de diversidade cultural e não era controlada por grupos religiosos
majoritários, o que tornava os seus habitantes mais abertos à verdade da
mensagem do evangelho." (RADMACHER; ALLEN; HOUSE, Central
Gospel, 2010b, p. 317).
1.4.Humilde no serviço ao Senhor
Barnabé foi enviado pela igreja de Jerusalém a Antioquia, uma
cidade cosmopolita e receptiva à mensagem do evangelho (At 11.19- 22). Ali, ele
se alegrou ao testemunhar a graça de DEUS e exortou os novos crentes a
permanecerem comprometidos com o Senhor (At 11.22-24).
Reconhecendo a necessidade de apoio, Barnabé buscou Saulo em Tarso,
confiando que ele seria essencial para o trabalho naquela região (At 11.25).
Juntos, fundaram uma igreja onde, pela primeira vez, os seguidores de JESUS
foram chamados de cristãos (At 11.26).
2. O MISSIONÁRIO
Barnabé desempenhou um papel central na expansão das boas novas,
evangelizando judeus e gentios em um contexto multicultural durante a primeira
viagem missionária com Paulo. Sua liderança foi essencial para a fundação de
comunidades cristãs em diversas regiões do Império Romano. Além disso, sua
disposição em defender a inclusão dos gentios marcou sua significativa
participação no concílio de Jerusalém, fortalecendo a mensagem de que a
salvação é acessível a todos (At 15.12).
2.1. A primeira viagem missionária: liderança
e transição
Antes da primeira viagem missionária, Barnabé liderava e apoiava
Paulo como mentor (At 9.26,27). Durante a jorna- da, Paulo gradualmente assumiu
a liderança, dada sua personalidade dinâmica e dom de pregação (At
13.13,16,46).
A viagem começou em Antioquia (da Síria), onde a Igreja os
comissionou para a obra missionária (At 13.1-3), e seguiu para Chipre, terra
natal de Barnabé. Em Salamina, Barnabé e Paulo pregaram nas sinagogas (At
13.4,5), e, em Pafos, testemunharam a conversão do procônsul Sérgio Paulo,
apesar da oposição de Elimas (At 13.6-12).
A jornada continuou até Antioquia da Pisídia, onde Paulo e Barnabé
expuseram como DEUS cumprira as promessas do Antigo Testamento (At 13.14-37).
Rejeitados pelos judeus locais, começaram a pregar aos gentios, o que resultou
em grande aceitação, mas também em perseguições (At 13.45-52).
2.2. Pregação e milagres nas cidades
da Galácia
Seguindo um plano estratégico de pregar primeiro nas sinagogas,
Barnabé e Paulo visitaram Icônio, onde alcançaram tanto judeus quanto gentios,
apesar da oposição crescente (At 14.1-3). Diante de um motim incitado
pelos incrédulos, fugiram para Listra e Derbe (At 14.5-7).
Em Listra, testemunharam um grande milagre ao curar um paralítico
(At 14.8-10), o que levou a população a confundi-los com divindades locais,
identificando Barnabé como Júpiter e Paulo como Mercúrio. Essa confusão gerou
agitação e, posteriormente, forte oposição (At 14.11-19).
2.3. Barnabé no concílio de Jerusalém: defesa da inclusão
gentílica
No concílio de Jerusalém, Barnabé representou a igreja de Antioquia
no debate sobre a inclusão dos gentios sem a exigência da circuncisão (At
15.2). Esse tema, levantado por cristãos de origem farisaica, buscava impor aos
não judeus o cumprimento da Lei Mosaica (At 15.5).
Barnabé relatou os sinais e maravilhas realizados entre os pagãos
(At 15.12), contribuindo para a decisão final de não sujeitar os novos
convertidos a tais exigências. Essa resolução permitiu o crescimento da Igreja
conforme o plano de DEUS, reafirmando a salvação pela graça e não por práticas
ritualísticas da Lei (At 15.22-29).
3. O COMPANHEIRO FIEL
Barnabé
destacou-se por seu companheirismo e sua habilidade em encorajar os que estavam
ao seu redor. Apesar de ter uma personalidade distinta da de Paulo, estabeleceu
com ele uma parceria fundamental no início da Igreja primitiva. Posteriormente,
defendeu João Marcos - como se observará na próxima lição -, contribuindo
decisivamente para o desenvolvimento do ministério de ambos. Sua postura
exemplifica um espírito de reconciliação e uma liderança marcada pela
compaixão.
3.1. Companheiro de Paulo: encorajador e
fiador espiritual
Quando Paulo enfrentou resistência na igreja de Jerusalém (At
9.22,26), Barnabé desempenhou um papel crucial como fiador espiritual,
validando a autenticidade de sua conversão. Ele apresentou Saulo aos apóstolos,
relatando sua visão de CRISTO e sua ousadia ao pregar em Damasco, garantindo
sua aceitação como irmão na fé (At 9.27). Esse gesto não apenas mudou o curso
da história de Paulo, mas também da Igreja, mostrando que Barnabé compreendia a
importância de incluir novos convertidos, independentemente de seu
passado.
3.2. Companheiro de João Marcos: restaurador
de potencial
João Marcos, sobrinho de Barnabé (CI 4.10), acompanhou os apóstolos
na igreja em Antioquia (At 12.25; 13.5). No entanto, ele deixou abruptamente a
equipe missionária e retornou a Jerusalém (At 13.13). Apesar da discordância de
Paulo, que considerou a atitude de Marcos um erro, Barnabé viu um grande
potencial no jovem e decidiu permanecer ao seu lado, retornando com ele a
Chipre (At 15.36-39).
O tempo provou que Barnabé estava certo. João Marcos amadureceu e
se tornou útil para o ministério, como evidenciado pela declaração de Paulo a
Timóteo (2 Tm 4.11).
4. LIÇÕES DA VIDA DE BARNABÉ PARA A JORNADA DE FÉ
Os atos de Barnabé nos inspiram a viver uma fé prática, moldada
pelo amor, pela generosidade e pela humildade. A seguir, exploramos as lições
que sua vida nos oferece.
4.1. A generosidade que inspira comunhão
Barnabé deu exemplo de desprendimento ao vender uma propriedade
para beneficiar a Igreja (At 4.37). Seu gesto nos desafia a priorizar as
necessidades do Corpo de CRISTO acima de quaisquer ambições. Ele nos ensina que
generosidade é um ato de fé que promove a união e edifica a comunidade dos
crentes, mostrando que tudo o que temos pertence ao Senhor.
4.2. A humildade em servir com outros
Apesar de sua
liderança inicial, Barnabé reconheceu o dom de Paulo e trabalhou ao seu lado
sem buscar protagonismo (At 11.25,26). Sua decisão de levar Paulo para
Antioquia e dividir responsabilidades demonstra a humildade de um líder que não
teme compartilhar o ministério. Ele nos ensina que o verdadeiro serviço a DEUS
é colaborativo e visa ao crescimento do Reino, não à exaltação pessoal.
4.3. Perseverança em meio aos desafios
Barnabé enfrentou oposição, rejeição e perseguição em sua jornada
missionária (At 13.45; 14.19), mas permaneceu fiel à sua missão. Ele nos
inspira a perseverar em meio às dificuldades, confiando que DEUS sustenta
aqueles que trabalham para o avanço do evangelho. Sua resiliência nos encora-
ja a não desistir diante dos desafios, mas a encontrar forças no Senhor para
prosseguir.
4.4. A inclusão como reflexo do
evangelho
Ao participar do concílio de Jerusalém, Barnabé defendeu a inclusão
dos gentios na Igreja sem a imposição da Lei Mosaica (At 15.12). Sua postura
nos lembra que a fé cristã supera todas as tradições humanas. Ele nos ensina
que o evangelho é uma mensagem de graça, acolhimento e unidade, chamando-nos a
eliminar preconceitos e abraçar todos aqueles que DEUS traz para Sua
família.
4.5. O poder transformador do encorajamento
Barnabé mostrou que o encorajamento pode transformar vidas e
fortalecer a Igreja. Ele acolheu Paulo quando ninguém confiava em sua conversão
(At 9.26,27) e defendeu João Mar- cos em meio ao fracasso inicial (At
15.36-39). Assim, aprende- mos que acreditar no potencial de outros, mesmo
quando falham, é uma forma de refletir o amor de DEUS em nossas ações.
CONCLUSÃO
Barnabé nos deixa lições que perpassam gerações: encorajar, servir,
ser generoso, incluir e perseverar. Que sua vida nos inspire a viver uma fé
prática e impactante, refletindo o caráter de CRISTO em nossas ações
diárias. Como Barnabé, sejamos Filhos da Consolação em um mundo que
tanto precisa de esperança e amor.
ATIVIDADE PARA
FIXAÇÃO
1. Por qual
motivo instaurou-se o concílio em Jerusalém?
R.:O tema da
discussão desse Concílio foi a posição dos judeus em relação à aceitação de
gentios cristãos como membros da Igreja (At 15).