06 maio 2025

Escrita Lição 8, CPAD, Lição De Humildade, 2Tr25, Com. Extra Pr. Henrique, EBD NA TV

Escrita Lição 8, CPAD, Lição De Humildade, 2Tr25, Com. Extra Pr. Henrique, EBD NA TV

Para nos ajudar PIX 33195781620 (CPF) Luiz Henrique de Almeida Silva

 


Vídeo https://youtu.be/P1rZeZ6OG4o?si=Y4PKzpm_3AZuOXgw

Escrita https://ebdnatv.blogspot.com/2025/05/escrita-licao-8-cpad-licao-de-humildade.html

Slides https://ebdnatv.blogspot.com/2025/05/slides-licao-8-cpad-licao-de-humildade.html

PowerPoint https://pt.slideshare.net/slideshow/slides-licao-8-cpad-uma-licao-de-humildade-2tr25-pptx/278916960


ESBOÇO DA LIÇÃO

I – UMA HISTÓRIA REAL SOBRE A HUMILDADE

1. O lava-pés.

2. O desenvolvimento da história

3. A mudança de paradigma

II – HUMILDADE IMPLICA AUTOCONHECIMENTO

1. Conhecendo a própria natureza

2. O exemplo deixado por JESUS

3. O maior no Reino de DEUS

III – HUMILDADE  X OSTENTAÇÃO 

1. Uma competição silenciosa

2. O caminho humilde de JESUS

3. Um convite à humildade

 

 

TEXTO ÁUREO

“Porque eu vos dei o exemplo, para que, como eu vos fiz, façais vós também.”

(Jo 13.15)

 

VERDADE PRÁTICA

A submissão e o serviço são características de maturidade e grandeza no percurso do crescimento espiritual do cristão.

 

LEITURA DIÁRIA

Segunda - Mt 11.29 Aprendendo a humildade com JESUS CRISTO

Terça - Jo 5.30 Humildemente nosso Senhor buscava fazer a vontade do Pai

Quarta - Fp 2.5,6 Cultivando o mesmo sentimento humilde de JESUS

Quinta - Lc 9.46,47; Mc 9.34 O perigo de cultivar o sentimento de proeminência 

Sexta - Jo 13.10,11 Uma palavra consoladora de JESUS aos discípulos

Sábado - Jo 13.12-17 JESUS traz sentido ao gesto do lava-pés com os discípulos

 

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE - João 13.1-10

1 - Ora, antes da festa da Páscoa, sabendo JESUS que já era chegada a sua hora de passar deste mundo para o Pai, como havia amado os seus que estavam no mundo, amou-os até ao fim.

2 - E, acabada a ceia, tendo já o diabo posto no coração de Judas Iscariotes, filho de Simão, que o traísse,

3 - JESUS, sabendo que o Pai tinha depositado nas suas mãos todas as coisas, e que havia saído de DEUS, e que ia para DEUS,

4 - levantou-se da ceia, tirou as vestes e, tomando uma toalha, cingiu-se.

5 - Depois, pôs água numa bacia e começou a lavar os pés aos discípulos e a enxugar-lhos com a toalha com que estava cingido.

6 - Aproximou-se, pois, de Simão Pedro, que lhe disse: Senhor, tu lavas-me os pés a mim?

7 - Respondeu JESUS e disse-lhe: O que eu faço, não o sabes tu, agora, mas tu o saberás depois.

8 - Disse-lhe Pedro: Nunca me lavarás os pés. Respondeu-lhe JESUS: Se eu te não lavar, não tens parte comigo.

9 - Disse-lhe Simão Pedro: Senhor, não só os meus pés, mas também as mãos e a cabeça.

10 - Disse-lhe JESUS: Aquele que está lavado não necessita de lavar senão os pés, pois no mais todo está limpo. Ora, vós estais limpos, mas não todos.

 

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Hinos Sugeridos: 187, 304, 377 da Harpa Cristã

 

PALAVRA-CHAVE - HUMILDADE

  

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SUBSÍDIOS EXTRAS PARA A LIÇÃO

LIÇÕES ANTIGAS E LIVROS

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O costume de LAVAR OS PÉS na época era devido aos viajantes andarem de sandálias e sujarem muito seus pés nas estradas empoeiradas. Não haviam automóveis e algum privilegiado que possuísse um animal ou uma carroça era um homem rico.

 

JESUS usou uma metáfora para ensinar espiritualmente sobre a sujeira a que estamos sujeitos:

Os discípulos estavam sempre ouvindo as palavras de JESUS, portanto estavam limpos por dentro.

Mas o contato com o estrada empoeirada sujava seus pés, assim, nosso contato com o mundo suja a cada um de nós por fora. Todos os dias devemos nos arrepender de nossos pecados, pois não há quem não peque.

 

Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados, e nos purificar de toda a injustiça. 1 João 1:9

 

Humildade (Mt 5.3). JESUS foi modesto em toda a sua maneira de viver (Mt 11.29). Ele demonstrou sua humildade ao despojar-se de sua glória (Fp 2.6,7); na irrestrita obediência à vontade do Pai (Jo 5.30; 6.39; Fp 2.8); quando lavou os pés dos discípulos (Jo 13.3-5); e ao relacionar-se com todas as pessoas, independentemente de sua raça ou posição social (Mt 9.11; 11.19; Jo 3.1-5; 4.1-30). A humildade é um aspecto do caráter imprescindível a todos os crentes (Ef 4.1,2; Cl 3.12), pois os humildes sempre alcançam o favor do Senhor (Tg 4.6).

 

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Comentários BEP - CPAD

13.5 LAVAR OS PÉS DOS DISCÍPULOS. O ato comovente de JESUS haver lavado os pés dos discípulos teve lugar na última noite da sua vida terrena. Ele assim fez (1) para demonstrar a seus discípulos quanto os amava; (2) para prefigurar o sacrifício de si mesmo na cruz; e (3) para comunicar a seus discípulos a verdade de que Ele os estava chamando para servirem uns aos outros em humildade. A ânsia de grandeza tinha sempre inquietado os discípulos (Mt 18.1-8; 20.20-27; Mc 9.33-37; Lc 9.46-48). CRISTO queria que eles percebessem que o desejo de ser o primeiro ? ser maior e receber mais honra que outros crentes ? é contrário ao espírito do seu Senhor (ver Lc 22.24-30 nota; Jo 13.12-17, 1 Pe 5.5).

  

13.8 SE EU TE NÃO LAVAR. Estas palavras falam da purificação espiritual do pecado mediante a cruz! Sem tal purificação ninguém pode pertencer a CRISTO (1 Jo 1.7)

  

13.14 LAVAR OS PÉS UNS OS OUTROS. A igreja primitiva parece ter seguido o exemplo de JESUS, obedecendo literalmente à sua admoestação, de humildemente lavar os pés uns dos outros, com amor. Por exemplo, em 1 Tm 5.10, Paulo declara que as viúvas não deviam ser sustentadas pela igreja, sem preencherem certos requisitos. Um desses era: "se lavou os pés aos santos".

  

13.22 SEM SABEREM DE QUEM ELE FALAVA. É importante notar que em nenhum momento os discípulos perceberam a infidelidade de Judas. Ele encobrira muito bem a sua hipocrisia. Ainda hoje, na igreja, há quem exteriormente pareça justo, mas, interiormente, não tem fé nenhuma em CRISTO e nem devoção a Ele.

  

13.26 O BOCADO MOLHADO. O ato de JESUS dar o pedaço de pão molhado a Judas era, sem dúvida, um apelo final para este abandonar seu pecado. Judas, no entanto, recusou-se a mudar de ideia, e Satanás entrou nele (v. 27; ver Lc 22.3).

  

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JESUS, o Servo - Texto: João 13.1-20

 

Introdução

Leia Filipenses 2.1-11. Havia algumas pequenas dissensões na igreja de Filipos. Alguns dos seus membros estavam fazendo as coisas por inveja e porfia, por discórdia, insinceramente. Faltava-lhes uma atitude mental humilde, pois não

estavam sabendo considerar “os outros superiores a si mesmo”. Para corrigir esta

condição, Paulo colocou diante deles o exemplo de JESUS, que “sendo em forma

de DEUS não teve por usurpação o ser igual a DEUS, mas aniquilou-se a si mesmo,

tomando a forma de servo”.

As palavras de Paulo são o comentário inspirado do incidente descrito no texto

em pauta. Estamos vendo JESUS, Senhor e Mestre, fazendo com condescendência

a tarefa mais servil, dando assim exemplo de serviço humilde e amoroso a todos

os seus seguidores, em todos os séculos. Ao narrar este incidente, o apóstolo

João está dizendo a cada um de nós: “De sorte que haja em vós o mesmo

sentimento que houve também em CRISTO JESUS”.

 

I - Preparando-se para a Ação (Jo 13.1,2)

1. A ocasião.

1) “Ora, antes da festa da Páscoa”. Logo a seguir, milhares de cordeiros estariam sendo sacrificados, em comemoração ao dia em que a aspersão do sangue nas vergas e nas ombreiras das portas redimiu o povo de DEUS do castigo que caiu sobre o Egito - uma noite que marcou a sua redenção e o começo da sua existência como nação. Foi uma ocasião apropriada para o sacrifício do Cordeiro de DEUS que tais sacrifícios profetizavam.

2) “Sabendo JESUS que já era chegada a sua hora de passar deste mundo para o Pai”. A leitura dos Evangelhos nos leva a perceber que a vida do Senhor foi regulada de acordo com um programa divino, de tal modo que muitas vezes a ira dos seus inimigos nada podia contra ele, porque “ainda não era chegada a sua hora” (Jo 7.30; cf. Jo 2.4; Lc 22.14).

3) “E, acabada a ceia”. A lavagem dos pés, um dever comum da hospitalidade naqueles tempos, era feita no início das refeições. Por causa do grande calor, usavam-se sandálias abertas, e a poeira das estradas sujava os pés dos viajantes. Quando a pessoa chegava de visita, o hospedeiro mandava um escravo remover as sandálias do visitante, lavando-lhe os pés, eliminando assim a sensação desagradável da poeira quente.

 

2. A negra traição. “Tendo já o diabo posto no coração de Judas Iscariotes, filho

de Simão, que o traísse”. CRISTO sabia disto, mas, mesmo assim, não o denunciou

aos outros. sua única arma era o amor. Na pessoa de Judas, a expressão máxima

do ódio do mundo vem contra Ele, e sua resposta é a bondade. Lava os pés de

Judas juntamente com os dos outros discípulos, e, no jardim, quando JESUS

recebe dele o beijo traiçoeiro, o chama de “amigo”. CRISTO tem compaixão pelo

miserável traidor que vendeu, não a Ele, e sim a sua própria alma! Neste

contexto, o relato da traição serve como pano de fundo para o inefável amor de

CRISTO.

 

3. O amor constante. “Tendo amado os seus que estavam no mundo, amou-os até

ao fim”. Se já existiu um homem no mundo com justos motivos para preocupar-se

com seus próprios assuntos, este era o Senhor JESUS. A sombra negra da traição, da fuga dos discípulos, da condenação e da crucificação eram um peso para a sua alma; ele, porém, preocupava-se apenas com o bem-estar dos seus discípulos. Desconsiderava seus próprios fardos a fim de encorajar os discípulos e prepará-los para as provações dos próximos dias.

 

4. O pano de fundo desalentador. A atitude dos apóstolos nesta ocasião ajuda a

ressaltar e explicar a ação de CRISTO em lavar os pés dos seus seguidores, assim

como o veludo preto dá realce à beleza de um brilhante. Por que ninguém tinha se oferecido para fazer este trabalho? Lucas nos informa que, justamente na época da Última Ceia, “houve também entre eles contenda, sobre qual deles parecia ser o maior” (Lc 22.24). Se qualquer um deles se tivesse oferecido para lavar os pés dos demais, teria se colocado na posição de servidor dos outros — exatamente o oposto do que cada um deles queria! Estavam procurando um servo — e acharam! (cf. Jo 13.4,5; Mc 10.45). O Senhor viu que seus mais íntimos seguidores não estavam em condições de participar da Santa Ceia e de escutar suas últimas palavras solenes antes de ser levado para a cruz; o espírito de cada um deles estava cheio de vis ambições e ciúmes. Algo de drástico devia ser feito para limpar seus corações tão manchados. É aí que passa a lavar-lhes os pés.

 

II - A Ação Levada a Efeito (Jo 13.4-11)

1. A condescendência de CRISTO. “Levantou-se da ceia, tirou os vestidos, e,

tomando uma toalha, cingiu-se. Depois deitou água numa bacia, e passou a lavar

os pés aos discípulos, e a enxugar-lhos com a toalha com que estava cingido”.

O Senhor levou a efeito esta tarefa servil em plena consciência da sua majestade

divina — “Sabendo que o Pai tinha depositado nas suas mãos todas as coisas, e

que ele havia saído de DEUS e ia para DEUS”. Este incidente exemplifica a obra

redentora de CRISTO. Tirou a vestimenta, assim como já se despojara da sua glória

celestial; sua condescendência em lavar os pés aos discípulos é uma ilustração da

humilhação de si mesmo a fim de purificar os homens pecadores; a ação de tomar as vestes de novo representa a sua volta à sua glória celestial.

 

2. A surpresa de Pedro. Pedro ficou olhando boquiaberto enquanto seu Senhor e Mestre abaixava-se para lavar- lhe os pés sujos. Finalmente, recuando os seus pés, conseguiu exclamar: “Senhor, tu lavas-me os pés a mim?” Estas palavras demonstram a reverência dos discípulos para com o Mestre. Não podiam suportar a ideia da troca da posição entre Mestre e servo. Foi um choque para eles — e era o que JESUS queria, pois pretendia ensinar-lhes uma lição inesquecível.

 

3. A explicação de CRISTO. “O que eu faço não o sabes tu agora, mas tu o saberás

depois.” A hesitação de Pedro foi tratada como a de João Batista: “Eu é que preciso ser batizado por ti, e tu vens a mim?”, disse o Batista. “Mas JESUS lhe respondeu: Deixa por enquanto, porque assim nos convém cumprir toda a justiça” (Mt 3.14,15). JESUS dará as explicações depois; o importante é deixá-lo fazer a sua obra.

 

4. A presunção de Pedro. Com típica impulsividade, Pedro exclamou, sem pensar: “Nunca me lavarás os pés” (cf. Mt 16.22). Esta expressão de obstinação, orgulho e justiça própria era um duplo golpe contra CRISTO:

1) Era contrária ao espírito da obra expiadora de CRISTO. Pedro não queria saber de nada que não estivesse à altura da dignidade pessoal de CRISTO; se, porém, achava que JESUS não devia se abaixar para limpar-lhe os pés, teria também de achar que JESUS não devia passar pela ignomínia da cruz para limpar-lhe a alma.

 

2) Era contrária ao senhorio de CRISTO: CRISTO não pode ser Senhor, se seu discípulo ousa dizer-lhe: “Tu nunca farás assim”. O requisito primário do discípulo é a entrega de si mesmo ao seu Mestre. Na prática, Pedro dizia ao seu Senhor: “Seja feita não a

tua vontade, mas a minha”.

 

5. A advertência de CRISTO. “Se eu te não lavar, não tens parte comigo”. Os que

não querem se entregar ao Mestre em atitude de amorosa obediência não podem

pertencer à companhia dos seus. Pedro não poderia participar da Última Ceia

antes de passar por aquela experiência que lhe ensinaria a humildade.

 

6. Pedro se entrega. “Senhor, não só os meus pés, mas também as mãos e a

cabeça”. Pedro, alarmado com esta ameaça de exclusão, vai rapidamente ao

outro extremo e, com a mesma impulsividade de antes, oferece-se para uma

lavagem inteira, como se dissesse: “Se o discipulado depende da lavagem, podes

me lavar o quanto quiseres”. Pedro, com suas emoções e impulsividade, sempre

deixava sua língua colocá-lo em situações difíceis. Se tivesse sabido ficar quieto,

deixando CRISTO levar a sua obra adiante, sem interferências e sugestões suas,

feitas como se tivesse sabedoria superior, a situação teria sido bem melhor. A

Pedro faltava ainda a lição de meiguice e humildade; havia, no entanto, por

detrás da impulsividade de Pedro, fervente amor pelo seu Mestre — e JESUS

bem sabia disto.

 

7. CRISTO tranquiliza os discípulos. “Aquele que já está lavado não necessita de

lavar senão os pés, pois no mais todo está limpo. Ora vós estais limpos, mas não

todos.”

7.1. A ilustração. Quem saísse de casa para visitar alguém, tendo se banhado e

vestido da melhor maneira possível, sujaria os pés pelo caminho, mas, ao chegar

à casa

do hospedeiro, somente precisaria lavar os pés, e não de um banho completo.

7.2. A explicação. JESUS sabia que seus discípulos estavam espiritualmente

limpos mediante seu ministério (Jo 15.3) e que, nos seus corações, amavam-no.

No entanto, a ambição apegara-se a eles pelo caminho, e CRISTO, tomando a bacia

e a toalha, estava mais interessado em limpar os sentimentos de orgulho, que

estragariam a espiritualidade da reunião de despedida, do que em lavar os pés.

Não se recusava a comer com os que não se lavavam devidamente (Mt 15.1,2),

mas não podia aceitar cear no meio dos discípulos enquanto estes olhavam com

ódio uns para os outros, recusando-se a conversar e demonstrando de todos os

modos possíveis maldade e amargura de espírito. A lavagem dos pés redundou

na lavagem dos corações; o grupo de homens orgulhosos e ressentidos voltou a

ser a companhia de discípulos humildes e amorosos. É assim que o ESPÍRITO de CRISTO continua operando nos corações humanos!

7.3. A aplicação. Pessoas salvas (“limpas”) podem colher várias formas de

imundícias do mundo por onde vão passando; portanto, precisam da lavagem

diária dos pés, ou seja, precisam do perdão de CRISTO pelas atitudes e ações

mundanas que praticam no ambiente do maligno.

Quando CRISTO fez a ressalva: “Nem todos estais limpos”, era porque Judas, por

mais limpos que seus pés estivessem após a lavagem, não tinha deixado CRISTO

limpar seu coração.

 

III - O Significado da Ação (Jo 13.12-17)

1. Devemos considerar sua ação. “Depois que lhes lavou os pés, e tomou os seus

vestidos, e se assentou outra vez à mesa, disse-lhes: Entendeis o que vos tenho

feito? Vós me chamais Mestre e Senhor, e dizeis bem, porque eu o sou”. Com

estas palavras JESUS prepara o caminho para inculcar o sentido espiritual da lição

prática que acabara de dar; faz os discípulos cônscios de que sua ação não fora

um esquecimento da dignidade da sua posição, e sim uma demonstração real da

sua natureza de Filho de DEUS e Salvador.

2. Devemos seguir o seu exemplo. “Ora se eu, Senhor e Mestre, vos lavei os pés,

vós deveis também lavar os pés uns aos outros. Porque eu vos dei o exemplo,

para que, como eu vos fiz, façais vós também. Na verdade, na verdade vos digo

que não é o servo maior do que seu senhor, nem o enviado maior do que aquele

que o enviou”. Com estas palavras JESUS tira as desculpas de qualquer discípulo

que imagina ser importante demais para fazer qualquer humilde serviço. Se o

Senhor e Mestre deixou de lado sua posição de dignidade e honra para servir

humildemente, qual servo que poderá recusar-se a tomar a mesma atitude?

Assim como ele disse a Pedro: “Se eu te não lavar, não tens parte comigo”, também queria que os discípulos entendessem que, recusando-se a lavar os pés

uns aos outros, recusando-se a servir uns aos outros em amor, não teriam parte

com ele.

Lavar os pés aos irmãos significa servi-los em humildade e amor (cf. At 20.35;

Rm 12.10; 15.1-3; 1 Co 9.22; Gl 5.13; 6.1,2). JESUS quer dizer que devemos estar

dispostos, como nosso Mestre, a deixar de lado os nossos direitos e privilégios e

nossa preocupação com as honras que queremos receber dos outros, e, vestindo a

humildade e o amor, trabalhar para tirar nosso próximo do lamaçal de infortúnios

em que o pecado o mergulhou.

Pedro, nas suas Epístolas, faz freqüentes alusões a algumas das suas experiências

narradas nos Evangelhos. Por exemplo, compare 1 Pedro 5.8 com Lucas

22.31,32 e 1 Pedro 5.2 com João 21.15-17. É muito provável que Pedro tivesse

em mente o incidente da lavagem dos pés quando escreveu aos cristãos:

“Semelhantemente vós, mancebos, sede sujeitos aos anciãos; e sede todos

sujeitos uns aos outros, e revesti-vos de humildade, porque DEUS resiste aos

soberbos, mas dá graça aos humildes” (1 Pe 5.5). No grego original, a palavra

traduzida por “cingir” provém de um termo que descreve o avental usado pelos

escravos em serviço, de modo que se pode interpretar assim a expressão:

“Vistam o avental da humildade para servir uns aos outros”. Foi exatamente isto

que o Senhor JESUS fez quando lavou os pés aos discípulos.

3. O galardão de quem segue o seu exemplo. “Se sabeis estas coisas, bem-aventurados

sois se as fizerdes” (v. 17). Uma coisa é ficar emocionado com a

história do evangelho, ser tomado de admiração pelo exemplo consistente de

CRISTO e pela sublimidade dos seus ensinos; outra coisa, e bem mais difícil, é sair

no meio do mundo ímpio e materialista e fazer tudo quanto aprendemos de

JESUS. A maioria das pessoas sabe mais do que realmente põe em prática;

devemos, portanto, transformar nossa admiração por CRISTO em imitação de

CRISTO. A verdade brilha mais quando é vivida do que quando apenas formulada

em palavras. Somente à medida que vivemos a verdade é que podemos

transformá-la em realidade para nós mesmos e para os outros.

 

IV - Ensinamentos Práticos

1. Respeitando CRISTO como Senhor. Pedro, ao exclamar: “Nunca me lavarás os

pés”, estava fazendo do seu próprio raciocínio e consciência a regra suprema da

sua conduta, violando assim o princípio de obediência que requer que a vontade

do Senhor, uma vez conhecida a nós, seja suprema em nossas vidas, quer

compreendamos sua razão de ser e seus motivos justos, quer não. O princípio da

disciplina militar - “Obedeçam às ordens e façam as perguntas depois” - também

pode ser aplicado à vida cristã. Há muitas coisas nos ensinos de CRISTO que parecem, à primeira vista, contrárias à razão e impossíveis de serem praticadas. Se fôssemos tomar a atitude de Pedro, diríamos a CRISTO que Ele não deveria ensinar doutrinas tão místicas ou fixar padrões de conduta tão idealistas. Quando Pedro recebeu, em época posterior, uma ordem divina que, segundo lhe parecia, contrariava a Lei de Moisés, respondeu: “De modo nenhum, Senhor” (At 10.14), sem perceber que a expressão “de modo nenhum” não condiz com a palavra “Senhor”. CRISTO é nosso Senhor exatamente até onde lhe obedecemos implicitamente; desobedecer-lhe é deixar de considerá-lo Senhor. Não devemos temer: se obedecermos às suas ordens, Ele tomará a responsabilidade pelos resultados, e nós não perderemos o galardão.

 

2. A humilhação de CRISTO - pedra de tropeço para muitos. Assim como Pedro

achava que a exaltada posição de CRISTO não condizia com o humilde serviço de

lavar os pés, há muitas pessoas que acham inaceitável DEUS ter chegado a nós na

Pessoa de seu Filho para sofrer humilhação, rejeição e morte a fim de salvar a

raça humana. Tal conduta, pensam, não condiz com a majestade divina. A

resposta para tais é a mesma que Pedro recebeu: “Se eu te não lavar, não tens

parte comigo”. Se não aceitamos a obra expiatória de CRISTO, que inclui sua

humilhação, seus sofrimentos e a sua morte, não há nenhuma lavagem de

regeneração para nossa salvação.

 

3. A purificação é essencial à comunhão. “Se eu te não lavar, não tens parte

comigo”. Somente ao reconhecer que precisamos ser purificados, e ao permitir

que Ele nos purifique, é que conseguimos ter comunhão com CRISTO e uns com

os outros: “Mas, se andarmos na luz, como ele na luz está, temos comunhão uns

com os outros, e o sangue de JESUS, seu Filho, nos purifica de todo o pecado” (1

Jo 1.7). Quem quiser sentar-se à mesa com CRISTO precisa ser limpo. Como os

discípulos, entra no cenáculo com a poeira do mundo, mas deve permitir que

JESUS purifique a sua alma de toda mancha.

 

4. O gracioso julgamento de CRISTO. “Vós estais limpos”, disse CRISTO a um grupo

de homens imperfeitos, que momentos antes tinham sobre si a imundícia da

ambição e dos motivos indignos, e que continuavam com as manchas das

imperfeições. CRISTO não confunde as manchas momentâneas com a habitual

impureza, nem a mancha parcial com a impureza total. Entende a diferença entre

a verdadeira apostasia e um sentimento passageiro que por uns momentos

perturba a comunhão. Não sentencia que caímos da sua graça porque cometemos

um pecado, expulsando-nos da sua presença. Não! conhecendo o nosso coração,

e reconhecendo que fomos completamente limpos pela regeneração, leva-nos a

entender que os nossos pés — que representam o nosso caminhar diário —

precisam ser lavados. O que mais tarde aconteceu a Pedro, que tornou necessário

que CRISTO lhe lavasse os pés, de modo espiritual? (cf. Mt 26.69-75).

 

Myer Pearlman - CPAD - Comentário Bíblico João

 

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HUMILDADE (Dicionário Bíblico Wycliffe, com algumas inserções do Pr. Henrique)

 

1.       O termo aparece apenas uma vez na versão KJV em inglês (Cl 3.12), e nenhuma vez na versão RSV em inglês, porém aparece 11 vezes na versão ARC em português. A palavra gr. tapeinophrosyne é usada outras seis vezes e traduzida na versão KJV em inglês como “humildade” de pensamento (Fp 2.3; Ef 4.2), e como “humildade” (At 20.19; Cl 2.18,23; 1 Pe 5.5). Várias versões o traduzem, de forma geral, como “humildade” (Fp 2.3; At 20.19; 1 Pe 5.5; Ef 4.2; Cl 2.18,23).

2.       Uma característica cristã, resumida em Romanos 12.3: “Porque... digo a cada um dentre vós que não saiba mais do que convém saber”. A humildade (gr. tapeinophrosyne, 1 Pe 5.5) é uma atitude mental de inferioridade (Ef 4.2; Pp 2.3), o oposto do orgulho (q.v.). É aquela graça específica desenvolvida no cristão pelo ESPÍRITO de DEUS, em que ele sinceramente reconhece que tudo o que tem e é deve-se ao DEUS Trino, que opera de forma dinâmica a seu favor. Ele então se submete voluntariamente à mão de DEUS (Tg 4.610־; 1 Pe 5.5-7). Assim, a humildade não deve ser equiparada a um piedoso complexo de inferioridade. Elá pode ser fingida pelos falsos mestres (Cl 2.18,23) por meio de atos de auto- humilhação.

Esta qualidade é louvada no AT (Pv 15.33; 18.12; 22.4). O termo heb. 'anatva (de 'anah, “ser afligido”) sugere que a humildade de espírito é frequentemente o resultado da aflição. A vida de muitos reis de Judá e de Israel foram avaliadas de acordo com esta característica (1 Rs 21.29; 2 Cr 32.26; 33.23; 34.27; 36.12). Humilhar-se é o primeiro passo para o verdadeiro avivamento (2 Cr 7.14; cf. Mq 6.8). O próprio DEUS, que é sublime e grandioso, deleita-se em habitar com aquele que tem um espírito contrito e humilde, a fim de avivá-lo (Is 57.15).

JESUS CRISTO, como o supremo exemplo de humildade (Mt 11.29), forneceu aos seus discípulos uma demonstração visível de humildade ao lavar-lhes os pés (Jo 13.3-16). Uma importante passagem cristológica no NT (Fp 2.5-11) encontra seu posto-chave no cultivo desse traço de JESUS CRISTO por parte do crente. F.R.H.

Dicionário Bíblico Wycliffe

 

As Escrituras dão testemunhos, de diversas maneiras, da humanidade de JESUS CRISTO. Ele era “Pilho de Abraão” (Mt 1.1); “da descendência de

Davi segundo a carne” (Rm 1.3), concebido pela virgem Maria (Lc 1.31), “nascido de mulher (Gl 4.4), nascido de Maria (Mt 1.25; 2.11; Lc 2.7), “se fez carne” (Jo 1.14; cf. Rm 1.3; 1 Tm 3.16). Ele foi um bebê (Mt 2.11,14,20,21; Lc 2.7,16), Ele “crescia em sabedoria, e em estatura” (Lc 2.52), trabalhou como carpinteiro (Mc 6.3), teve fome (Mt 4.2; Mc 11.12), teve sede (Jo 4.7; 19.28), viveu as emoções da alegria e da tristeza (Lc 10.21; Jo 12.27), foi crucificado, morreu, e ressuscitou dos mortos. Ele é claramente chamado de homem (Jo 1.30; At 17.31; Rm 5.15; 1 Co 15.21,47; 1 Tm 2.5; Hb 2.6-9). Quatro caracterizações resumem a doutrina da humanidade de CRISTO.

1.       A realidade deve ser enfatizada em oposição a qualquer ponto de vista que afirme ou implique em mera aparência ou semelhança. Foi essa heresia que João foi obrigado a combater, dizendo que ela era do anti cristo (1 Jo 4.1-3). No entanto, existem maneiras mais sutis, com as quais a realidade da humanidade de CRISTO pode ser comprometida. A natureza humana é finita e, portanto, existem limitações inseparáveis da humanidade de JESUS. O significado de muitas das suas palavras e ações no tempo em que Ele estava em carne estarão perdidas, se não forem levadas em conta as suas palavras e ações em termos de sua natureza nu mana, e desta forma com as limitações correspondentes a estas. Evidente a esse respeito é o texto em Mateus 24.36, onde, sem representar um problema, é um indicador claro do conhecimento limitado que a sua consciência humana possuía, e da sua dependência das revelações para enfrentar tudo o que viria em seu raio de ação.

2.       A integridade da humanidade de CRISTO quer dizer que Ele possuía todas as qualidades essenciais à humanidade. Ele era corpo e espírito. Tinha conhecimento, sentimento e vontade humanos, que não estavam submersos nas qualidades da Divindade que Ele também possuía. O zelo com que a igreja deve manter essa integridade aparece naquilo que era central em sua missão. Ele sofreu e morreu em uma natureza humana. Seria uma infração contra a realidade da expiação tentar enfraquecer, de qualquer maneira, a inteireza com que Ele agiu, em termos de sua natureza humana.

3.       A pureza de JESUS (que jamais pecou) distingue a sua natureza humana da de todos os demais. As limitações não devem ser comparadas com fraquezas de pecados nem com a falibilidade. Desde a sua concepção, Ele foi gerado de modo santo (Lc 1.35); nascido de uma virgem. Ele foi santo, inocente, imaculado e separado dos pecadores (Hb 7.26), e ninguém poderia condená-lo por algum pecado (Jo 8.46). Embora tentado de todas as maneiras, como nós também o somos, ainda assim é o adjetivo “sem pecado” que lhe confere a capacidade de compadecer-se e conceder a sua graça e a sua virtude incomparáveis (Hb 4.15).

4.       Â continuidade da Sua humanidade é indispensável para o cumprimento do seu ministério celestial. Na morte, o corpo e o espírito foram separados, o corpo permaneceu no sepulcro e o espírito partiu para junto do Pai. Mas o corpo e o espírito se reuniram na ressurreição. Na integridade da natureza humana, constituída tanto física quanto mentalmente, Ele subiu aos céus, e continua o seu ministério mediador até que no seu segundo advento Ele retorne com essa mesma natureza humana, para julgar o mundo e consumar o reino de DEUS. J. M. Dicionário Bíblico Wycliffe

 

O título “CRISTO" quer dizer “ungido": refere-se ao ofício que é desempenhado como consequência do propósito de salvação e redenção oferecidos por DEUS. É mais adequado, portanto, falar, em primeiro Lugar, em termos da humilhação do Filho de DEUS. Aquele título evidencia a sua identidade eterna e Divina, e a sua humilhação só pode ser entendida no contexto de tal dignidade.

Teria sido uma humilhação para o eterno Filho de DEUS vir a este mundo e tornar-se homem sob as condições terrenas mais ideais, uma humilhação simplesmente por causa da disparidade entre DEUS e o homem. No entanto, não foi a um mundo ideal que o Filho de DEUS veio, mas a este mundo de pecado, de sofrimento e de morte. Todas as circunstâncias da sua vinda foram condicionadas por esses fatos. Ele não veio somente para lidar com o pecado, o sofrimento e a morte; Ele os tomou sobre si, como aquele que pagaria pelos pecados, para dar fim ao pecado e abolir a morte para o seu povo, A cruz de CRISTO foi uma auto humilhação que chegou aos níveis mais baixos que se pode imaginar. Devido à dignidade da sua pessoa como aquele que sempre foi “em forma de DEUS” e “igual a DEUS” (Fp 2.6), e à condenação que Ele tomou sobre si mesmo, como aquele que pagaria pelos pecados, não existe um paralelo para essa humilhação; ela é inimitável e impossível de se repetir. A humilhação começou com a geração no útero por meio do ESPÍRITO SANTO e na concepção por uma virgem. A entrada e o desenvolvimento no útero de uma mulher que era pecadora, como todos os demais membros da sua raça, indicam a sua condescendência. JESUS não compartilhou do pecado de Maria, mas compartilhou a sua essência. As condições nas quais JESUS nasceu em Belém expressam a humilhação por meio da qual Ele deveria cumprir o plano da sua vinda. A humilde condição de vida em Nazaré, o batismo por João no Jordão, a tentação no deserto, os sofrimentos com o cansaço, a fome e a sede, as perseguições, as zombarias e os insultos durante o seu julgamento perante o sumo sacerdote e Pilatos, a agonia no Getsêmani - tudo exemplifica a humilhação sofrida, que chegou ao seu clímax no Calvário.

A humilhação não terminou na cruz. O seu espírito e alma foram para o inferno, mas o seu corpo ficou no sepulcro. O Filho de DEUS estava no sepulcro, no que diz respeito ao seu corpo, e Ele esteve sob o poder da morte durante algum tempo. A humilhação terminou somente com a ressurreição. A ressurreição foi a primeira etapa daquela honra por meio da qual lhe é conferida a maior exaltação que se possa imaginar (Fp 2.9).

¹⁶ E, sem dúvida alguma, grande é o mistério da piedade: DEUS se manifestou em carne, foi justificado no ESPÍRITO, visto dos anjos, pregado aos gentios, crido no mundo, recebido acima na glória. 1 Timóteo 3:16

E puseram a sua sepultura com os ímpios, e com o rico na sua morte; ainda que nunca cometeu injustiça, nem houve engano na sua boca.

¹⁰ Todavia, ao Senhor agradou moê-lo, fazendo-o enfermar; quando a sua alma se puser por expiação do pecado, verá a sua posteridade, prolongará os seus dias; e o bom prazer do Senhor prosperará na sua mão.

¹¹ Ele verá o fruto do trabalho da sua alma, e ficará satisfeito; com o seu conhecimento o meu servo, o justo, justificará a muitos; porque as iniquidades deles levará sobre si.

¹² Por isso lhe darei a parte de muitos, e com os poderosos repartirá ele o despojo; porquanto derramou a sua alma na morte, e foi contado com os transgressores; mas ele levou sobre si o pecado de muitos, e intercedeu pelos transgressores. Isaías 53:9-12

J. M. Dicionário Bíblico Wycliffe

 

 

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Efésios 4
1 - Rogo-vos, pois, eu, o preso do Senhor, que andeis como é digno da vocação com que fostes chamados, 2 - Com toda a humildade e mansidão, com longanimidade, suportando-vos uns aos outros em amor, 3 - Procurando guardar a unidade do ESPÍRITO pelo vínculo da paz. 4 - Há um só corpo e um só ESPÍRITO, como também fostes chamados em uma só esperança da vossa vocação;

 

As principais virtudes fundamentais para manter a Igreja unida são  – humildade, mansidão e longanimidade.

 

– PARA HAVER UNIDADE É PRECISO HUMILDADE

1. O modo digno do viver cristão.

"Andem de modo digno da vocação” (4.1). O crente é filho de DEUS, é membro do corpo de CRISTO, portanto deve portar-se dignamente.

Não sabeis vós que os vossos corpos são membros de CRISTO? Tomarei, pois, os membros de CRISTO e fá-los-ei membros de uma meretriz? Não, por certo. Ou não sabeis que o que se ajunta com a meretriz faz-se um corpo com ela? Porque serão, disse, dois numa só carne. Mas o que se ajunta com o Senhor é um mesmo espírito. Fugi da prostituição. Todo pecado que o homem comete é fora do corpo; mas o que se prostitui peca contra o seu próprio corpo. Ou não sabeis que o nosso corpo é o templo do ESPÍRITO SANTO, que habita em vós, proveniente de DEUS, e que não sois de vós mesmos? Porque fostes comprados por bom preço; glorificai, pois, a DEUS no vosso corpo e no vosso espírito, os quais pertencem a DEUS. 1 Coríntios 6:15-20

 

A união e intimidade com DEUS pelo ESPÍRITO SANTO que nele habita, faz com que o crente seja luz em meio às trevas, seja exemplo para todos, seja representante de CRISTO em meio ao mundo que jaz no maligno.

JESUS, vendo a multidão, subiu a um monte, e, assentando-se, aproximaram-se dele os seus discípulos; e, abrindo a boca, os ensinava, dizendo: Bem-aventurados os pobres de espírito, porque deles é o Reino dos céus; bem-aventurados os que choram, porque eles serão consolados; bem-aventurados os mansos, porque eles herdarão a terra; bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque eles serão fartos; bem-aventurados os misericordiosos, porque eles alcançarão misericórdia; bem-aventurados os limpos de coração, porque eles verão a DEUS; bem-aventurados os pacificadores, porque eles serão chamados filhos de DEUS; bem-aventurados os que sofrem perseguição por causa da justiça, porque deles é o Reino dos céus; bem-aventurados sois vós quando vos injuriarem, e perseguirem, e, mentindo, disserem todo o mal contra vós, por minha causa. Exultai e alegrai- porque é grande o vosso galardão nos céus; porque assim perseguiram os profetas que antes de vós. Vós sois o sal da terra; e, se o sal for insípido, com que se há de salgar? Para nada mais presta, senão para se lançar fora e ser pisado pelos homens. Vós sois a luz do mundo; não se pode esconder uma cidade edificada sobre um monte; nem se acende a candeia e se coloca debaixo do alqueire, mas, no velador, e dá luz a todos que estão na casa. Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem o vosso Pai, que nos céus. Mateus 5:1-16

 

A Palavra de DEUS nos apresenta pelo menos três virtudes essenciais, a humildade, a mansidão e a longanimidade (4.2) para seguirmos unidos a DEUS e a Igreja na realização da obra de DEUS.

Estas três virtudes essenciais são produzidas e são do ESPÍRITO SANTO, sendo desenvolvidas no crente a partir de sua comunhão com o mesmo ESPÍRITO SANTO, em CRISTO e em louvor e glória ao PAI.

 

2. A humildade.

 

HUMILDADE -  (Strong português) - ταπεινοφροσυνη tapeinophrosune
1) ter uma opinião humilde de si mesmo
2) senso profundo de insignificância (moral)
3) modéstia, humildade, submissão de mente

 

A. O termo aparece 11 vezes na versão ARC em português.

A palavra gr. tapeinophrosyne é usada outras seis vezes e traduzida na versão KJV em inglês como “humildade” de pensamento (Fp 2.3; Ef 4.2), e como “humildade” (Act 20.19; Cl 2.18,23; 1 Pe 5.5). Várias versões o traduzem, de forma geral, como “humildade” (Fp 2.3; Act 20.19; 1 Pe 5.5; Ef 4.2; Cl 2.18,23).

 


B. Uma característica cristã.

É aquela graça específica desenvolvida no cristão pelo ESPÍRITO de DEUS, em que ele sinceramente reconhece que tudo o que tem e é deve-se ao DEUS Trino, que opera de forma dinâmica a seu favor. Ele então se submete voluntariamente à mão de DEUS (Tg 4.610־; 1 Pe 5.5-7). Assim, a humildade não deve ser equiparada a um piedoso complexo de inferioridade. Ela pode ser fingida pelos falsos mestres (Cl 2.18,23) por meio de atos de auto humilhação.
Esta qualidade é louvada no AT (Pv 15.33; 18.12; 22.4). O termo heb. 'anatva (de 'anah, “ser afligido”) sugere que a humildade de espírito é frequentemente o resultado da aflição. A vida de muitos reis de Judá e de Israel foram avaliadas de acordo com esta característica (1 Rs 21.29; 2 Cr 32.26; 33.23; 34.27; 36.12). Humilhar-se é o primeiro passo para o verdadeiro avivamento (2 Cr 7.14; cf. Mq 6.8). O próprio DEUS, que é sublime e grandioso, deleita-se em habitar com aquele que tem um espírito contrito e humilde, a fim de avivá-lo (Is 57.15).
JESUS CRISTO, como o supremo exemplo de humildade (Mt 11.29), forneceu aos seus discípulos uma demonstração visível de humildade ao lavar-lhes os pés (Jo 13.3-16). Uma importante passagem cristológica no NT (Fp 2.5-11) encontra seu posto-chave no cultivo desse traço de JESUS CRISTO por parte do crente. F.R.H.

 

Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração, e encontrareis descanso para a vossa alma. Mateus 11:29

De sorte que haja em vós o mesmo sentimento que houve também em CRISTO JESUS,
que, sendo em forma de DEUS, não teve por usurpação ser igual a DEUS. Mas aniquilou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens; e, achado na forma de homem, humilhou-se a si mesmo, sendo obediente até à morte e morte de cruz. Filipenses 2:5-8

 

A humildade, muitas vezes, é confundida com covardia, falta de amor-próprio ou alguma coisa negativa, porém, para o cristão é uma qualidade aprendida de JESUS.

“não teve por usurpação ser igual a DEUS. Mas aniquilou-se a si mesmo, tomando a forma de servo” (Fp 2.6,7). JESUS deixou todas as prerrogativas divinas para se tornar como um de nós, para assim, ser nosso parente próximo e nos comprar para DEUS (Lv 25.12, 47-55; 1 Co 6.20, 7.23 - nossa redenção), tomando sobre Ele nossos pecados e doenças e enfermidades e maldições e morrendo por nós na cruz (Is 53.4; Mt 8.17;  Gl 3.13; 1 Pe 2. 24, 5.7).

 

JESUS demonstrou na prática a humildade ao lavar os pés dos apóstolos (Jo 13.13-15).

Esta virtude essencial é produzida pelo ESPÍRITO SANTO, sendo desenvolvida no crente a partir de sua comunhão com o mesmo ESPÍRITO SANTO, em CRISTO e em louvor e glória ao PAI.

 


3. A verdadeira humildade.

Humildade expressa a modéstia, em oposição ao orgulho e a arrogância (2 Co 12.20). Favorece o bem da coletividade no lugar do egoísmo (Jo 17.21-23). Coopera para a harmonia nos relacionamentos e promove a unidade no Corpo de CRISTO (1 Co 12.25).

 

Estas três virtudes essenciais são produzidas e são do ESPÍRITO SANTO, sendo desenvolvidas no crente a partir de sua comunhão com o mesmo ESPÍRITO SANTO, em CRISTO e em louvor e glória ao PAI. Não há quem possa desenvolver tal conduta sem que o ESPÍRITO SANTO o transforme (Gl 5.16).

Nada de orgulho portanto, pois, tudo vem de DEUS e é para DEUS. - Digo, porém: Andai em ESPÍRITO e não cumprireis a concupiscência da carne. Gálatas 5:16

Mas o fruto do ESPÍRITO é: amor, gozo, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão, temperança. Contra essas coisas não há lei. E os que são de CRISTO crucificaram a carne com as suas paixões e concupiscências. Se vivemos no ESPÍRITO, andemos também no ESPÍRITO. Não sejamos cobiçosos de vanglórias, irritando-nos uns aos outros, invejando-nos uns aos outros. Gálatas 5:22-26

 

Importante frisar que o FRUTO (um fruto só) é do ESPÍRITO SANTO. Possui 9 qualidades, ou virtudes, ou atributos, ou aspectos. Quanto maior submissão ao ESPÍRITO SANTO, mais aparecem as tais qualidades.

 

 

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CRISTO Lavando os Pés dos Discípulos. A Necessidade de Obediência

João 13. 1-17

É geralmente dado como certo pelos comentaristas que a lavagem dos pés dos discípulos por parte de CRISTO, e o sermão que se seguiu, aconteceram na mesma noite em que Ele foi traído, e na mesma reunião em que Ele comeu a Páscoa e instituiu a Ceia do Senhor. Mas eles não estão de acordo quanto a se a lavagem dos pés ocorreu antes da solenidade haver começado, ou depois de ter terminado, ou ainda entre a ceia da Páscoa e a instituição da Ceia do Senhor. Este evangelista reúne aquelas passagens que os outros haviam omitido, habilmente omite aquelas que os outros haviam relatado, ocasionando alguma dificuldade em juntá-las. Se assim foi, nós supomos que Judas saiu (v. 30) para preparar os homens que iriam prender o Senhor JESUS no jardim. Mas o Dr. Lightfoot é claramente da opinião de que isso foi feito e dito, tudo o que está relatado até o final do capítulo 14, não na ceia da Páscoa, pois aqui foi dito que (v. 1) “antes da festa da Páscoa”, na ceia em Betânia, dois dias antes da Páscoa (sobre a qual lemos em Mateus 26.2-6), Maria, pela segunda vez, ungiu a cabeça de CRISTO com seu vaso de unguento. Ou poderia ser em qualquer outra ceia em qualquer noite antes da Páscoa, não como a que houve na casa de Simão, o leproso, mas nos próprios alojamentos dele, onde Ele não tinha ninguém, senão seus discípulos, à sua volta, e podia estar mais à vontade com eles.

Nestes versículos, nós temos o relato de CRISTO lavando os pés de seus discípulos. Era um ato de natureza singular. Não se tratava de nenhum milagre, a menos que chamemos isso de um milagre de humildade. Maria havia há pouco ungido a cabeça de JESUS. Agora, para que sua aceitação desse fato não se parecesse com um apego à ostentação, Ele logo em seguida equilibra isso com este gesto de humilhação. Mas por que CRISTO faria isso? Se os pés dos discípulos precisavam ser lavados, eles próprios poderiam lavá-los. Um homem sábio não fará uma coisa que pareça estranha e incomum, senão por razões muito boas e por consideração. Nós estamos certos de que isso não foi por brincadeira ou diversão. Não, o procedimento foi muito solene, e continuou com grande seriedade, e quatro razões são aqui sugeridas de por que CRISTO fez isso: 1. Para que pudesse afirmar seu amor por seus discípulos, vv. 1,2. 2. Para que pudesse dar um exemplo de sua própria humildade e condescendência voluntárias, vv. 3-5. 3. Para que pudesse lhes passar a ideia de uma lavagem espiritual, a qual é referida em sua conversa com Pedro, vv. 6-11. 4. Para que pudesse dar a eles um exemplo, vv. 12-17. E o esclarecimento dessas quatro razões levará à exposição de toda a história.

I

 CRISTO lavou os pés de seus discípulos para que pudesse dar uma prova do grande amor com o qual Ele os amou, amou-os até o fim, v. 1,2.

1. O fato de nosso Senhor JESUS ter “amado os seus que estavam no mundo”, amando-os “até ao fim”, é estabelecido aqui como uma verdade indubitável, v. 1.

(1) Isto é verdadeiro para os discípulos que eram seus seguidores imediatos, em especial os doze. Eles eram os seus no mundo, sua família, sua escola, seus amigos íntimos. Ele não teve filhos para chamar de seus, mas adotou os discípulos, e os recebeu como se fossem seus. Ele tinha aqueles que eram seus no outro mundo, mas os deixou, durante certo tempo, para cuidar dos seus neste mundo. Esses Ele amou, chamou-os para fazer parte de sua comunhão, conversava amigavelmente com eles, sempre cuidava deles, e de seu conforto e honra. Ele permitia-lhes ficar muito à vontade com Ele, e era paciente com suas fraquezas. Ele os amou até o fim, e seu amor por eles permaneceu enquanto viveu, e após sua ressurreição. Ele nunca retirou sua bondade. Embora houvesse algumas pessoas de qualidade que aderiram à sua causa, Ele nunca abandonou seus velhos amigos para abrir espaço para novos, mas continuou apegado a seus pobres pescadores. Eles eram fracos e falhos em conhecimento e graça, tolos e esquecidos, e, embora os censurasse com frequência, Ele nunca deixou de amar e de cuidar deles.

(2) Isso é verdadeiro para todos os crentes, porque esses doze patriarcas eram os representantes de todas as tribos do Israel espiritual de DEUS. Observe que: [1] Nosso Senhor JESUS tem no mundo um povo que é seu. Seu, porque lhe foi dado pelo Pai, Ele o comprou e pagou um preço elevado por ele, e o separou para si. Seu, porque eles se devotaram a Ele como um povo eleito. “Seus”. Onde se disse “seus” dos que “não o receberam”, a expressão é tous idious – suas próprias pessoas, como a esposa e os filhos de um homem são seus, as pessoas com quem ele mantém um relacionamento permanente. [2] CRISTO tem um amor cordial pelos seus que estão no mundo. Ele os amou com um amor repleto de boa vontade quando se deu pela redenção deles. Ele os ama com um amor de complacência quando os aceita em comunhão consigo. Embora eles estejam neste mundo, um mundo de trevas e distância, de pecado e corrupção, Ele os ama. Ele estava agora indo ter com os seus no céu, os espíritos dos homens justos ali aperfeiçoados, mas Ele parece mais voltado para os seus na terra, porque a maioria deles precisava de seus cuidados. O filho enfermo é aquele que geralmente requer mais cuidados. [3] Aqueles a quem CRISTO ama, Ele ama até o fim. Ele é constante em seu amor para com seu povo. Ele descansará no amor de seu povo. Ele ama com um amor eterno (Jr 31.3), eterno desde suas deliberações até suas consequências. Nada pode separar um crente “do amor de CRISTO”. Ele ama os seus, eis telos – até a perfeição, pois Ele aperfeiçoará aquilo que lhes diz respeito, os levará àquele mundo onde o amor é prefeito.

2. CRISTO manifestou seu amor pelos seus ao lavar os pés de seus discípulos, como aquela boa mulher (Lc 7.38) demonstrou seu amor por Ele ao lavar e enxugar seus pés. Desse modo, Ele desejava mostrar que, assim como seu amor por eles era constante, também era condescendente – que, dando prosseguimento aos desígnios deste amor, Ele estava disposto a se humilhar –, e que as glórias de sua condição elevada, nas quais Ele estava agora adentrando, não deveriam ser obstáculo, de maneira alguma, para a generosidade que Ele tinha para com seus escolhidos. E desse modo, Ele confirmaria a promessa que tinha feito a todos os santos de que “os fará assentar à mesa, e, chegando-se, os servirá” (Lc 12.37). Ele os exaltará de forma tão incrível e surpreendente como um senhor que serve aos seus servos. Os discípulos haviam acabado de revelar a fraqueza de seu amor por Ele, ao se indignarem pelo unguento que fora derramado sobre sua cabeça (Mt 26.8), no entanto Ele logo em seguida dá essa prova de seu amor por eles. Nossas fraquezas contrastam com as bondades de CRISTO, e as realçam.

3. Ele escolheu esse momento para fazer isso, um pouco antes de sua última Páscoa, por duas razões:

(1) Porque Ele sabia “que já era chegada a sua hora de passar deste mundo para o Pai”. A hora que Ele havia esperado por um longo tempo. Observe aqui: [1] A mudança que nosso Senhor JESUS estava prestes a empreender. Ele devia partir. Ela começou com sua morte, e foi completada em sua ascensão. Como o próprio CRISTO, assim todos os crentes, em virtude de sua união com Ele, quando deixam o mundo, deixando seus corpos vão para o Pai, e passam a estar presentes com o Senhor. É a partida do mundo, este mundo cruel, insultuoso, descrente e traiçoeiro, este mundo de trabalho, trabalho árduo e tentações, este vale de lágrimas. É caminhar para o Pai, para a visão do “Pai dos espíritos”, e a bênção de desfrutar dele como nosso DEUS e Pai. [2] O momento desta mudança: “Era chegada a sua hora”. Ela é, às vezes, chamada a hora de seus inimigos (Lc 22.53), a hora do triunfo deles; às vezes, sua hora, a hora de seu triunfo, a hora que Ele tivera em vista desde o princípio. O período de seus sofrimentos estava fixado em uma hora, e a duração deles, apenas por uma hora. [3] Sua antevisão dela: Ele sabia que sua hora era chegada. Ele sabia desde o início que ela chegaria, e quando chegaria, mas agora Ele sabia que ela havia chegado. Nós não sabemos quando nossa hora chegará, e então o que devemos fazer em uma preparação de rotina para ela nunca deve ser negligenciado, mas, quando sabemos pelos sinais que é chegada nossa hora, devemos nos dedicar vigorosamente a uma preparação efetiva, como nosso mestre o fez, 2 Pedro 3.14. Agora fazia parte da visão imediata de sua partida que Ele lavasse os pés de seus discípulos, de modo que, assim como sua própria cabeça acabara de ser ungida na expectativa do dia de seu sepultamento, os pés deles deveriam ser lavados em preparação para o dia de sua consagração através da descida do ESPÍRITO SANTO, cinquenta dias depois, assim como os sacerdotes eram lavados, Levítico 8.6. Quando virmos nosso dia se aproximando, deveremos fazer todo o bem que pudermos para aqueles que deixaremos para trás.

(2) Porque agora o Diabo já havia “posto no coração de Judas… que o traísse”, v. 2. Estas palavras, em um parêntese, podem ser consideradas: [1] Como rastreando a traição de Judas até sua origem. Era um pecado de tal natureza, que evidentemente carregava a imagem e a assinatura do Diabo. Não sabemos que meios de acesso o Diabo tem ao coração dos homens, e através de quais métodos ele lança suas sugestões, e as mistura de forma indiscernível com aqueles pensamentos que são os naturais do coração. Mas existem alguns crimes tão excessivamente pecaminosos em sua própria natureza, e para os quais existe tão pouca tentação do mundo e da carne, que é óbvio que Satanás coloca os ovos deles em um coração disposto a ser o ninho para incubá-los. O fato de Judas trair um mestre tão bom, traí-lo por tão pouco, e sob nenhuma provocação, era uma inimizade tão clara contra DEUS, que não podia ser forjada senão pelo próprio Satanás, que, com isso, pensou que arruinaria o reino do Redentor, mas, de fato, arruinou o seu próprio. [2] Como indicando uma razão pela qual CRISTO agora lavava os pés dos seus discípulos. Em primeiro lugar, estando Judas agora resolvido a traí-lo, o momento de sua partida não podia estar longe. Estando essa questão definida, é fácil concordar com o apóstolo Paulo: “Eu já estou sendo oferecido”. Note que, quanto mais mal-intencionados percebermos que nossos inimigos estão contra nós, mais habilmente devemos nos preparar para o pior. Em segundo lugar, estando Judas agora caindo na armadilha, e o Diabo apontando para Pedro e para os demais (Lc 22.31), CRISTO iria fortalecer os seus contra ele. Se o lobo agarrou um do rebanho, é tempo de o pastor olhar bem para o resto. Os antídotos devem ser aplicados quando a infecção começa. O Dr. Lightfoot observa que os discípulos tinham aprendido com Judas a murmurar, por ocasião da unção que foi oferecida a CRISTO. Compare João 12.4ss. com Mateus 26.8. E para que aqueles que aprendiam com Judas não aprendessem o pior, Ele os fortalece através de uma lição de humildade contra os ataques mais perigosos. Em terceiro lugar, Judas, que estava agora conspirando para traí-lo, era “um dos doze”. Agora CRISTO mostraria, através da lavagem de seus pés, que Ele não planejava abandonar a todos eles pelos erros de um. Embora um membro do seu conselho fosse um diabo e um traidor, eles jamais deveriam se sentir mal por causa disso. CRISTO ama sua igreja, embora existam hipócritas nela, e ainda tinha carinho para com seus discípulos, mesmo havendo um Judas entre eles e Ele soubesse disso.

II

 CRISTO lavou os pés de seus discípulos para nos dar um exemplo de sua própria e maravilhosa humildade, e mostrar como Ele era modesto e condescendente, e para que o mundo inteiro soubesse o quanto Ele podia humilhar-se por amor aos seus. Isto está indicado nos versículos 3-5. JESUS, sabendo, e agora considerando de fato, e talvez discursando sobre suas virtudes como Mediador, e dizendo a seus amigos que “o Pai tinha depositado nas suas mãos todas as coisas… levantou-se da ceia”, e, para grande surpresa dos companheiros, que desejavam saber o que Ele iria fazer, “começou a lavar os pés aos discípulos”.

1. Aqui está a justa glorificação do Senhor JESUS. Coisas gloriosas são ditas aqui a respeito de CRISTO como Mediador.

(1) O Pai havia “depositado nas suas mãos todas as coisas”, havia dado a Ele dignidade em tudo, e poder sobre tudo, como possuidor do céu e da terra, de acordo com os grandes desígnios de sua missão. Veja Mateus 11.27. O acerto e a conciliação de todas as questões em divergência entre DEUS e os homens foram depositadas em suas mãos como o grande árbitro e juiz, e a administração do reino de DEUS entre os homens, em todos os seus aspectos, fora confiada a Ele, de forma que todas as ações, tanto de autoridade quanto de julgamento, passavam por suas mãos. Ele é “herdeiro de tudo”.

(2) Ele veio de DEUS. Isso implica em que Ele estava no princípio com DEUS, e tinha existência e glória, não apenas antes que nascesse neste mundo, mas antes que o próprio mundo fosse criado, e que, quando Ele veio ao mundo, veio como embaixador de DEUS, comissionado por Ele. Ele veio de DEUS como o Filho de DEUS, e o enviado de DEUS. Os profetas do Antigo Testamento foram levantados e usados por DEUS, mas CRISTO veio diretamente dele.

(3) Ele “ia para DEUS”, para ser glorificado com Ele, com a mesma glória que Ele tinha com DEUS desde a eternidade. Aquele que vem de DEUS deverá ir para DEUS. Aqueles que nascem do céu são destinados ao céu. Assim como CRISTO veio de DEUS, para ser o representante dele na terra, da mesma forma Ele foi para DEUS, para ser nosso representante no céu, e é um alivio para nós pensarmos no quanto Ele é bem-vindo lá. Ele foi trazido para perto do “ancião de dias”, Daniel 7.13. Foi-lhe dito: “Assenta-te à minha mão direita”, Salmos 110.1.

(4) Ele sabia de tudo isso. Não era como um príncipe no berço, que não sabe nada sobre a glória para a qual nasceu, ou como Moisés, que não sabia que sua face brilhava. Não, Ele tinha uma visão completa de todas as honras de sua condição elevada, e mesmo assim se humilhou a tal ponto. Mas como isso se encaixa aqui? [1] Como um estímulo para que Ele agora deixasse rapidamente quaisquer que fossem as lições e legados que tivesse que deixar para seus discípulos, porque era agora chegada sua hora, quando Ele deveria despedir-se deles e ser elevado acima daquela convivência familiar que nesse momento Ele tinha com eles, v. 1. [2] Pode se encaixar como aquilo que o apoiou em seus sofrimentos, e manteve seu ânimo ao longo de sua batalha tão feroz. Judas agora o estava traindo, e Ele sabia disso, e sabia quais seriam as consequências. Porém, sabendo também “que havia saído de DEUS, e que ia para DEUS”, Ele não recuou, mas foi em frente com ânimo. [3] Isso parece se inserir como um realce para sua condescendência, para torná-la ainda mais admirável. As razões da graça divina são, algumas vezes, descritas nas Escrituras como estranhas e surpreendentes (como Is 57.17,18; Os 2.13,14). Assim, aqui isto é concedido como um incentivo a CRISTO para humilhar-se, o que, ao contrário, poderia ter sido um motivo para Ele mostrar pompa, pois os pensamentos de DEUS não são como os nossos. Compare esta passagem com aquelas que prefaciam os exemplos mais notáveis da graça, com as demonstrações da glória divina, como, por exemplo, Salmos 68.4,5; Isaías 57.15; 66.1,2.

2. Apesar disso, eis aqui a humilhação voluntária de nosso Senhor JESUS. Conhecendo JESUS sua própria glória como DEUS, e sua própria autoridade e poder como Mediador, seria de se pensar que deveria seguir-se um ritual como este: Ele se levantaria da mesa, tiraria suas vestes habituais, requisitaria togas, ordenaria que mantivessem distância, e o homenageassem. Mas não, aconteceu algo totalmente contrário. Ele passou a dar o maior de todos os exemplos de humildade. Observe que uma bem fundamentada certeza do céu e da felicidade, em vez de fazer um homem inchar de orgulho, o tornará e o manterá muito humilde. Aqueles que desejarem ser considerados semelhantes a CRISTO, compartilhando seu espírito, devem procurar conservar seus pensamentos humildes em meio aos maiores progressos. CRISTO se humilhou, lavando os pés de seus discípulos.

(1) O ato em si era degradante e servil, e para o qual servos do mais baixo posto eram utilizados. “Eis aqui a tua serva”, disse Abigail, “servirá de criada para lavar os pés dos criados de meu senhor”. Deixe-me com o trabalho mais humilde, 1 Samuel 25.41. Se ele tivesse lavado as mãos ou os rostos deles, isso teria sido uma grande condescendência (Eliseu “deitava água sobre as mãos de Elias”, 2 Reis 3.11), mas o fato de CRISTO ter se humilhado a fazer um trabalho como este, bem poderia despertar nossa admiração. Assim, Ele nos ensinou que nada está abaixo de nós quando se trata de podermos ser úteis para a glória de DEUS e para o bem de nossos irmãos.

(2) A condescendência era ainda maior porque Ele fez isso para seus próprios discípulos, que, por si só, eram de uma condição humana baixa e desprezível em relação aos nobres deste mundo. Seus pés, é provável, eram raramente lavados, e, portanto, muito sujos. Em relação a Ele, eles eram seus pupilos, seus servos, e, como tal, deveriam ter lavado os pés dele. Eles dependiam dele e esperavam todas as coisas de suas mãos. Muitas das grandes mentes, por outro lado, farão coisas baixas para bajular seus superiores. Elas progridem através da humilhação, e galgam postos pela bajulação. Mas o fato de CRISTO fazer isso por seus discípulos não poderia ser um gesto de astúcia nem um desejo de agradar. Esta foi, de fato, uma atitude de pura humildade.

(3) Ele levantou-se da mesa para fazer isso. Embora interpretemos como tendo acontecido no fim da ceia (v. 2), isto é mais bem interpretado como estando a ceia em andamento, ou estando Ele ceando, pois se assentou outra vez à mesa (v. 12), e o encontramos molhando o bocado (v. 26), de modo que Ele fez isso no meio de sua refeição, e, com isso, nos ensinou: [1] A não considerarmos uma perturbação, nem motivo justo para qualquer intranquilidade, sermos chamados durante nossa refeição para prestarmos a DEUS ou aos nossos irmãos qualquer serviço concreto, valorizando mais o cumprimento do nosso dever do que nossa necessidade de alimento, Jó 4.34. CRISTO não interromperia suas pregações para fazer um favor aos seus parentes mais próximos (Mc 3.33), mas abandonaria sua ceia para mostrar seu amor pelos seus discípulos. [2] A não sermos muito requintados com relação ao nosso alimento. Lavar pés sujos na hora da ceia teria feito revirar muitos estômagos sensíveis, mas CRISTO fez isso, não para que pudéssemos aprender a ser rudes e sujos (a higiene e a devoção andam juntas), mas para ensinar-nos a não sermos cuidadosos, a não fazermos nossa vontade, mas a dominarmos a sensibilidade do apetite, dando às boas maneiras seu devido lugar, e nada mais.

(4) Ele se colocou nos trajes de um servo para realizar essa tarefa: Ele “tirou as vestes” da parte superior, para que pudesse dedicar-se a esse serviço mais livremente. Nós devemos nos direcionar para o dever como aqueles que estão decididos a não se agarrar à ostentação, mas a se esforçar. Devemos nos despojar de tudo aquilo que alimentaria nosso orgulho ou nos atrasaria em nosso caminho e nos impediria de fazer o que temos de fazer, devemos cingir os lombos do nosso entendimento, como aqueles que com fervor se prendem ao trabalho.

(5) Ele fez isso com toda a humildade que poderia existir, passou decididamente por todas as etapas do serviço, e não ignorou nenhuma delas. Ele o fez como se tivesse sido acostumado a servir dessa maneira. Ele mesmo o fez sozinho, e não teve ninguém para ajudá-lo nisso. Ele cingiu-se com a toalha, assim como os servos cobrem seu braço com um lenço, ou colocam um avental diante do seu corpo. Ele despejou água na bacia, das talhas que estavam ao lado (Jo 2.6), e então lhes lavou os pés, e, para completar o serviço, enxugou-os. Alguns acham que Ele não lavou os pés de todos eles, mas de apenas quatro ou cinco, sendo isso considerado suficiente para atingir a finalidade. Mas eu não vejo nada que sustente essa hipótese, pois, em outras ocasiões em que Ele fez alguma distinção ou exceção, isso é mencionado, e a lavagem dos pés de todos eles, sem exceção, nos mostra uma caridade universal, que é extensiva a todos os discípulos de CRISTO, até mesmo ao menor deles.

(6) Nada parece indicar que Ele não tenha lavado os pés de Judas entre os demais, pois ele estava presente, v. 26. De fato, um dos atributos de uma viúva é que ela tenha lavado os pés dos santos (1 Tm 5.10), e havia algum conforto nisso, mas o bendito JESUS aqui lavou os pés de um pecador, o pior dos pecadores, o pior para Ele, que, naquele momento, estava planejando traí-lo.

Muitos intérpretes consideram a lavagem dos pés dos discípulos por parte de CRISTO como um simbolismo de toda a sua missão. Ele sabia que era igual a DEUS, e que todas as coisas eram suas, e Ele levantou-se de sua mesa em glória, despojou-se de seu manto de luz, cingiu-se com nossa natureza, tomou para si a forma de servo, não veio para ser servido, mas para servir, derramou seu sangue, derramou sua alma até à morte, e, através disso, preparou uma bacia para nos lavar dos nossos pecados, Apocalipse 1.5.

III

 CRISTO lavou os pés de seus discípulos para que este ato pudesse representar para eles uma lavagem espiritual, e a purificação da alma das contaminações do pecado. Isso é claramente declarado em sua conversa com Pedro sobre este assunto, vv. 6-11, na qual podemos observar:

1. A surpresa de Pedro ao ver seu Mestre cuidando desse serviço degradante (v. 6): Ele se aproximou de Simão Pedro, com sua toalha e uma bacia, e ordenou-lhe que expusesse seus pés para serem lavados. Crisóstomo presume que primeiro Ele lavou os pés de Judas, que prontamente aceitou a honra, e ficou feliz em ver seu Mestre se rebaixar desse modo. Porém, é mais provável que, ao realizar esse serviço (que é expresso pela frase “começou a lavar”, v. 5), o Senhor tenha começado por Pedro, para que os demais não se recusassem, por não terem ouvido a explicação contida no diálogo anterior entre o Senhor e Pedro. Quer CRISTO tenha se dirigido primeiro a Pedro ou não, quando se dirigiu a ele, Pedro ficou surpreso com a proposta: “Senhor”, diz ele, “tu lavas-me os pés a mim?” Aqui há uma ênfase que deve ser colocada sobre os termos “tu” e “mim”, e a colocação das palavras é notável, sy mou – O que! Tu a mim? Tu mihi lavas pedes? Quid est tu? Quid est mihi? Cogitanda sunt potius quam dicenda – Tu lavas-me os pés a mim? O que é esse tu? E quanto a mim? Essas coisas devem ser contempladas mais do que expressadas. Aug., in loc. “Por que tu, nosso Senhor e Mestre, a quem nós conhecemos e acreditamos ser o Filho de DEUS, o Salvador e Soberano do mundo, fazes isso por mim, um inútil verme da terra, um homem pecador, Senhor? Devem lavar meus pés essas mãos que com um toque têm purificado os leprosos, dado a visão aos cegos e ressuscitado aos mortos?” Assim disse Theophylact, e, apoiando-se nele, o Dr. Taylor. De muito bom grado, Pedro teria pego a bacia e a toalha, e lavado os pés de seu Mestre, e ficado orgulhoso dessa honra, Lucas 17.7,8. “Isso teria sido natural e normal. Mas o fato de o meu Mestre lavar meus pés é de uma impropriedade como nunca houve. Permitir isto seria uma falta de delicadeza para com Ele, um paradoxo tão grande, que eu não posso entender. É esse ‘o costume dos homens?’” Observe que as condescendências de CRISTO, especialmente suas condescendências para conosco, das quais tomamos conhecimento através da sua graça, são, de forma justa, motivo de nossa admiração, Jo 14.22. Quem sou eu, Senhor DEUS? E qual é a casa de meu pai?

2. A imediata resposta que CRISTO deu a essa pergunta que indicava surpresa. Isto, ao menos, era suficiente para calar suas objeções (v. 7): “O que eu faço, não o sabes tu, agora, mas tu o saberás depois”. Aqui estão duas razões pelas quais Pedro deveria se submeter ao que CRISTO estava fazendo:

(1) Porque, no momento, ele estava desinformado no tocante a isso, e não devia opor-se àquilo que ele não entendia, mas concordar com a vontade e a sabedoria de alguém que podia dar uma boa razão para tudo aquilo que dizia e fazia. CRISTO ensinaria Pedro a ter uma obediência completa: “‘O que eu faço, não o sabes tu, agora’, e, consequentemente, não és um juiz adequado para isso, mas deves acreditar que isso é o melhor a ser feito, porque eu o estou fazendo”. Observe que nossa consciência de que trabalhamos sob a ignorância, e nossa incapacidade de avaliar o que DEUS faz, deveria nos tornar indulgentes e modestos em nossas censuras aos seus procedimentos. Veja Hebreus 11.8.

(2) Porque, nesse ato, havia alguma coisa importante, cujo significado Pedro saberia mais tarde: “‘Tu o saberás depois’, por que necessitas ser lavado, quando fores culpado do abominável pecado de me negar”, segundo alguns. “Tu o saberás, quando, no desempenho da função de um apóstolo, fores usado na purificação daqueles que carregam seu fardo de pecados e contaminações, daqueles que estão apegados à iniquidade”, segundo o Dr. Hammond. Observe que: [1] Nosso Senhor JESUS faz muitas coisas cujo significado nem mesmo seus próprios discípulos conhecem por hora, mas o saberão depois. O que Ele fez quando se tornou homem por nós e o que Ele fez quando se tornou um verme, e não um homem, por nós, o que Ele fez quando viveu nossa vida e o que Ele fez quando renunciou a ela, não podia ser compreendido, senão mais tarde, e parecia, então, que isso convinha a Ele, Hebreus 2.17. Providências subseqüentes explicam as anteriores, e nós percebemos posteriormente qual era o objetivo benevolente de eventos que pareciam totalmente opostos, e situações em que o modo como pensávamos estava a ponto de se mostrar correto. [2] A lavagem dos pés dos discípulos por CRISTO tinha um significado que eles próprios só entenderam mais tarde, quando CRISTO explicou que ela era uma espécie de lavagem da regeneração, e quando o ESPÍRITO foi derramado do céu sobre eles. Devemos deixar que CRISTO use seus próprios métodos, tanto em suas leis quanto em suas providências, e assim descobriremos, através dos resultados, que Ele faz tudo da melhor maneira possível.

3. A recusa peremptória de Pedro em permitir que CRISTO lavasse seus pés (v. 8): “Nunca me lavarás os pés”. “Não, nunca”. Assim está no original. É a linguagem de uma resolução firme. Sendo assim: (1) Aqui havia uma demonstração de humildade e modéstia por parte do Senhor. Em vista disto, Pedro parecia ter, e sem dúvida realmente tinha, um grande respeito por seu Mestre, como ele o admitira, Lucas 5.8. Dessa maneira, muitos são enganados pensando que serão recompensados por uma humildade voluntária que está de acordo com seu próprio pensamento, e não de acordo com a vontade do Senhor (Cl 2.18,23). Nossa renúncia deve estar de acordo com aquilo que CRISTO ordena ou aceita, pois: (2) Sob essa aparência de humildade, havia uma verdadeira contradição à vontade do Senhor JESUS: “Eu lavarei teus pés”, diz CRISTO. “Nunca me lavarás”, diz Pedro. “Isso não é uma coisa apropriada”, querendo se fazer, desse modo, mais sábio do que CRISTO. Não é humildade, mas deslealdade, colocar de lado as dádivas do Evangelho, como se fossem preciosas demais para serem concedidas a nós ou boas demais para serem verdadeiras.

4. A persistência de CRISTO em sua oferta, e a boa razão pela qual Pedro deveria aceitá-la: “Se eu te não lavar, não tens parte comigo”. Isto pode ser entendido: (1) Como uma severa advertência contra a desobediência: “Se eu te não lavar, se tu continuares insubmisso, e não acatares a vontade de seu Mestre em algo tão pequeno, não serás reconhecido como um dos meus discípulos, mas serás merecidamente rejeitado e expulso por não cumprir ordens”. Vários dos antigos entendem isso desse modo. Se Pedro se julgar mais sábio do que seu Mestre, e discutir as ordens que deveria obedecer, ele, na verdade, estará renunciando sua fidelidade, e dizendo aquilo que outros disseram: “‘Que parte temos nós com Davi’, no Filho de Davi?” E assim virá sua perdição, e ele não terá parte com o Senhor. Que ele não tenha mais condutas que lhe serão prejudiciais, pois “o obedecer é melhor do que o sacrificar”, 1 Samuel 15.22. Ou: (2) Como uma declaração da necessidade da lavagem espiritual, e assim eu penso que deva ser entendido: “Se eu não lavar tua alma da contaminação do pecado, não terás parte comigo, nenhum interesse em mim, nenhuma comunhão comigo, nenhum benefício através de mim”. Observe que todos aqueles, e somente aqueles, que são espiritualmente lavados por CRISTO, é que têm parte em CRISTO. [1] Toda a felicidade de um cristão está associada a ter parte em CRISTO, ou com CRISTO, a ser participante de CRISTO (Hb 3.14), a compartilhar esses privilégios inestimáveis que resultam da união e do relacionamento com Ele. Esta é aquela boa parte cuja posse é a única coisa indispensável. [2] Para que tenhamos parte em CRISTO, é necessário que Ele nos lave. Todos aqueles a quem CRISTO reconhece e salva, Ele justifica e santifica, e estas bênçãos estão incluídas no ato de lavá-los. Não podemos participar de sua glória se não participamos de seu mérito e justiça, como também de seu ESPÍRITO e graça.

5. Mais do que a submissão de Pedro, seu fervoroso pedido para ser lavado por CRISTO, v. 9. Observe o significado de suas palavras: “Senhor, não só os meus pés, mas também as mãos e a cabeça”. Como o pensamento de Pedro mudou rapidamente! Quando o erro de sua compreensão foi reparado, a determinação deturpada de sua vontade foi logo modificada. Não devemos ser tão radicais em qualquer decisão (exceto em nossa decisão de seguir a CRISTO), porque podemos logo enxergar razões para voltar atrás. Devemos ser cuidadosos ao assumirmos um compromisso que exija persistência. Observe:

(1) Como Pedro está preparado para retroceder naquilo que tinha dito: “Senhor, que tolo fui eu ao proferir algo tão precipitado!” Agora que a lavagem dele parecia ser um ato da autoridade e da graça de CRISTO, ele a aceita. Mas Pedro não gostou quando esta lhe parecia apenas um ato de humilhação. Observe que: [1] Homens bons, quando percebem seus erros, não se recusarão a se retratar. [2] Cedo ou tarde, CRISTO fará com que todos pensem como Ele.

(2) Como ele é inoportuno para a graça purificadora do Senhor JESUS, e o poder universal desta graça maravilhosa precisa estar até mesmo sobre suas mãos e sua cabeça. Observe que a separação de CRISTO, e a exclusão de ter participação nele, é o mal mais temível aos olhos de todos os que são esclarecidos, pelo temor do qual eles serão persuadidos a fazer qualquer coisa. E por medo disso, devemos ser sinceros em nossas orações a DEUS, para que Ele nos lave, justifique e santifique. “Senhor, que eu não seja removido da tua presença. Torne-me merecedor de ti, pela lavagem da regeneração. Senhor, lave não apenas meus pés, de todas as contaminações que se prendem a eles, mas também minhas mãos e minha cabeça, das manchas que contraíram, e da sujeira imperceptível que se origina na transpiração do meu próprio corpo”. Observe que aqueles que verdadeiramente desejam ser santificados, desejam sê-lo por completo, e ter o corpo inteiro, com todas as suas partes e forças, purificado, 1 Tessalonicenses 5.23.

6. A explicação de CRISTO deste símbolo, na medida que ele representa uma lavagem espiritual.

(1) Com referência aos seus discípulos que lhes eram fiéis (v. 10): “Aquele que está lavado”, que é completamente lavado no banho (como era habitualmente praticado nessas regiões), tendo lavadas sua cabeça e suas mãos, e tendo apenas sujado seus pés ao caminhar para casa quando retorna para sua casa, “não necessita de lavar senão os pés”. Pedro havia ido de um extremo ao outro. No princípio, ele não queria deixar CRISTO lavar seus pés, e agora ele desconsidera o que CRISTO havia feito por ele em seu batismo (o que era expresso através disso), e clama para que suas mãos e sua cabeça sejam lavadas. Agora CRISTO o instrui quanto ao significado. Ele precisa lavar seus pés, mas não suas mãos e sua cabeça. [1] Veja aqui qual é o conforto e o privilégio daqueles que estão em uma condição justificada; Eles são lavados por CRISTO, e cada partícula é purificada, isto é, eles são bondosamente aceitos por DEUS, como se fossem justos. E, embora pequemos, não precisamos ser justificados exatamente como no início, pois os pecados que cometemos não são voluntários. Por esta razão, não precisamos ser frequentemente batizados quando nos arrependemos de nossas falhas cotidianas. A evidência de uma condição justificada pode estar oculta, e seu conforto, suspenso, apesar de o privilégio ainda não ter sido cancelado ou retirado. Embora tenhamos oportunidade de nos arrependermos diariamente, “os dons e a vocação de DEUS são sem arrependimento”. O coração pode ser varrido e enfeitado, e ainda assim continuar sendo o palácio do Diabo. Mas, se ele for lavado, pertencerá a CRISTO, e o Senhor não o desperdiçará, nem o lançará fora. [2] Veja qual deveria ser a preocupação diária daqueles que, através da graça, estão em uma condição justificada, e isto é lavar os pés. Purificarem-se da culpa que contraem diariamente através das fraquezas e das negligências, pelo renovado exercício do arrependimento, com uma perseverança confiante na virtude do sangue de CRISTO. Nós também devemos lavar nossos pés através da vigilância constante contra tudo o que contamina, pois devemos purificar nosso caminho, e lavar nossos pés levando isso em conta, Salmos 119.9. Os sacerdotes, quando eram consagrados, eram purificados com água, e, embora depois não precisassem ser lavados completamente, ainda assim, sempre que iam ministrar, eles deviam lavar seus pés e suas mãos, sob pena de morte, Êxodo 30.19,20. A provisão feita para nossa purificação não deveria nos tornar presunçosos, mas sim ainda mais cautelosos. “Já lavei os meus pés. Como os tornarei a sujar?” Do perdão de ontem, nós deveríamos extrair um argumento contra a tentação de hoje.

(2) A acusação a Judas: “Vós estais limpos, mas não todos”, v. 10,11. Ele declara seus discípulos limpos, limpos através da palavra que Ele lhes havia falado, Jo 15.3. Ele próprio os lavou e depois disse: “Vós estais limpos”. Mas Ele exclui Judas: “Mas não todos”. Eles eram todos batizados, mesmo Judas, mas não todos limpos. Muitos possuem o símbolo, mas não aquilo que ele representa. Observe que: [1] Mesmo entre aqueles que são chamados discípulos de CRISTO, e manifestam relação com Ele, existem alguns que não estão limpos, Provérbios 30.12. [2] “O Senhor conhece os que são seus”, e aqueles que não são, 2 Timóteo 2.19. A visão de CRISTO pode distinguir entre o precioso e o vil, o puro e o impuro. [3] Quando aqueles que chamam a si mesmos de discípulos mais tarde mostram ser traidores, no final, sua apostasia é, até certo ponto, uma evidência de sua hipocrisia desde o princípio. [4] CRISTO percebe que é necessário deixar seus discípulos saberem que não estão completamente limpos, para que possamos todos desconfiar a respeito de nós mesmos (Sou eu, Senhor? Sou eu que estou entre os limpos, mas ainda assim não estou limpo?), e para que, quando os hipócritas forem descobertos, isso não possa ser surpresa nem obstáculo para nós.

IV

 CRISTO lavou os pés de seus discípulos para estabelecer diante de nós um exemplo. E esta foi a explicação que Ele lhes deu a respeito daquilo que tinha feito, vv. 12-17. Observe:

1. Com que solenidade Ele nos deu explicações sobre o significado do que tinha feito (v. 12): “Depois que lhes lavou os pés”, Ele disse: “Entendeis o que vos tenho feito?”

(1) Ele adiou a explicação até que tivesse terminado aquela atividade: [1] Para testar a submissão e a obediência absoluta deles. O que Ele fez, eles só saberiam mais tarde, para que pudessem aprender a sujeitar-se à sua vontade quando não conseguissem encontrar um motivo para ela. [2] Porque era apropriado encerrar o enigma e desvendá-lo. O Senhor também agiria da mesma forma em todo o seu empreendimento, quando seus sofrimentos terminassem, quando Ele tivesse retomado as vestes de sua condição exaltada e estivesse pronto para se sentar novamente. Então Ele abriria o entendimento de seus discípulos, e derramaria sobre eles seu ESPÍRITO, Lucas 24.45,46.

(2) Antes que explicasse seu ato, Ele lhes perguntou se podiam interpretá-lo: “Entendeis o que vos tenho feito?” Ele colocou essa questão para eles, não apenas para conscientizá-los da ignorância em que estavam, e da necessidade que tinham de ser instruídos (como Zc 4.5,13: “Não sabes tu o que isto é? E eu disse: Não, Senhor meu”.), mas para aumentar seus desejos e expectativas por instrução: “Quero que saibais, e, se prestardes atenção, Eu vos direi”. Observe que é vontade de CRISTO que os símbolos sagrados sejam explicados, e que seu povo esteja familiarizado com o significado deles. Por outro lado, embora extremamente importantes, eles são sem importância para aqueles que não conhecem o significado das coisas. Portanto, eles são levados a perguntar: “Que culto é este vosso?” Êxodo 12.26.

2. No que Ele fundamenta aquilo que tinha para dizer (v. 13): “‘Vós me chamais Mestre e Senhor’, me dais esses títulos, ao falardes de mim, ao falardes comigo, ‘e dizeis bem, porque eu o sou’. Vós sois estudantes para mim, e eu desempenho o papel de um mestre para vós”. Observe que: (1) JESUS CRISTO é nosso Mestre e Senhor. Ele, que é nosso Redentor e Salvador, é, em função disso, nosso Senhor e Mestre. Ele é nosso Mestre, didaskalos – nosso professor e instrutor em todas as verdades e preceitos necessários, como um profeta nos revelando a vontade de DEUS. Ele é nosso Senhor, kyrios – nosso soberano e dono, que tem autoridade e domínio sobre nós. (2) É apropriado aos discípulos de CRISTO chamá-lo de Mestre e Senhor, não como um elogio, mas como um fato, não através de coerção, e sim com prazer. O devoto Sr. Herbert, quando mencionava o nome de CRISTO, costumava acrescentar: meu Mestre, e desse modo se expressa, no tocante a isso, em um de seus poemas:

Que doce som ouço ao dizer: meu Mestre, dirigindo-me ao meu Mestre!

Como o âmbar-gris deixa um doce aroma em quem o prova,

Assim, estas palavras deixam um doce contentamento,

Uma fragrância oriental: meu Mestre.

(3) Chamar CRISTO de Mestre e Senhor é uma obrigação nossa ao recebermos e observarmos as instruções que Ele nos dá. CRISTO, dessa forma, estabeleceria um compromisso da obediência deles a uma ordem que era desagradável para a carne e para o sangue. Se CRISTO for nosso Mestre e Senhor, e o chamarmos frequentemente assim, por nosso próprio consentimento, nós estamos comprometidos pela honra e honestidade a ser obedientes a Ele.

3. A lição que JESUS nos ensinou por meio desse ato de lavar os pés dos discípulos: “Vós deveis também lavar os pés uns aos outros”, v. 14.

(1) Alguns têm interpretado isso literalmente, e pensam que essas palavras correspondem ao estabelecimento de uma prática permanente na igreja, que os cristãos deveriam, de uma maneira religiosa e solene, lavar os pés uns dos outros, como prova do amor condescendente de uns pelos outros. Ambrósio interpretou desse modo, e exercitava isso na igreja de Milão. Agostinho disse que esperava que aqueles cristãos que ainda não o tivessem feito com suas mãos, o fizessem com seus corações em humildade. Mas ele enfatizava: É muito melhor fazê-lo com as mãos também, quando houver oportunidade, como em 1 Timóteo 5.10. Aquilo que CRISTO fez, os cristãos não devem desdenhar, mas sim fazer. Calvino disse que o papa, na observância anual dessa cerimônia na quinta-feira da semana da paixão, é mais exatamente um imitador de CRISTO do que seu seguidor, pois a obrigação imposta, de acordo com CRISTO, era mútua: “Lavai os pés uns aos outros”. E Jansênio disse: Está feito, Frigidè et dissimiliter – Friamente, e ao contrário do modelo original.

(2) Mas indubitavelmente isso deve ser entendido figurativamente. É uma indicação esclarecedora, mas não sacramental, como a Ceia do Senhor. Esta era uma parábola para os olhos, e nosso Mestre tencionava nos ensinar três coisas por meio dela: [1] Uma humilde condescendência. Nós devemos aprender com nosso Mestre a ser humildes de coração (Mt 11.29), e caminhar com toda humildade. Devemos pensar humildemente a nosso próprio respeito e respeitosamente com relação aos nossos irmãos, e não considerar nada como inferior a nós, senão o pecado. Devemos considerar aquilo que pareça simples, mas que tenda a favorecer a glória de DEUS e o bem de nossos irmãos, como fez Davi (2 Sm 6.22): “Ainda mais do que isto me envilecerei”. CRISTO ensinava frequentemente a humildade aos seus discípulos, e eles haviam esquecido a lição, mas agora Ele os ensina de uma maneira que, seguramente, jamais poderiam esquecer. [2] Uma condescendência para ser útil. Lavar os pés uns aos outros é rebaixar-se aos trabalhos mais baixos por amor, pelo verdadeiro bem e benefício uns dos outros, como o bendito Paulo, que, embora independente de todos, se fez servo de todos, e o bendito JESUS, que não veio para ser servido, mas para servir. Não devemos nos ressentir de cuidar e nos esforçarmos, e gastarmos tempo, e nos rebaixarmos pelo bem daqueles com os quais não temos nenhuma obrigação em particular, até mesmo de nossos subordinados, que, como tais, não estão em condições de nos fazer qualquer retribuição. Lavar os pés depois de viajar contribui tanto para a decência quanto para o conforto da pessoa, de modo que lavar os pés uns aos outros é levar em conta tanto o apreço quanto o bem-estar uns dos outros, fazendo o que pudermos tanto no sentido de elevar o respeito por nossos irmãos quanto para deixá-los à vontade. Veja 1 Coríntios 10.24; Hebreus 6.10. O dever é mútuo. Nós devemos aceitar a ajuda de nossos irmãos e igualmente fornecê-la a eles. [3] Uma atitude de servir voltada à santificação uns dos outros: “Vós deveis também lavar os pés uns aos outros”, das contaminações do pecado. Agostinho entende isso nesse sentido, assim como muitos outros. Nós não podemos responder pelos pecados uns dos outros, isso compete apenas a CRISTO, mas podemos ajudar uns aos outros a nos purificarmos do pecado. Nós devemos, em primeiro lugar, lavar a nós mesmos. Essa caridade deve começar em casa (Mt 7.5), mas não deve terminar lá. Nós devemos nos entristecer pelos defeitos e desatinos de nossos irmãos, mas muito mais por suas grandes contaminações (1 Co 5.2), devemos lavar com lágrimas os pés sujos de nossos irmãos. Nós devemos reprová-los lealmente, e fazer o que pudermos para trazê-los ao arrependimento (Gl 6.1), e devemos admoestá-los, para impedir sua queda na lama. Isso é lavar-lhes os pés.

4. Aqui está a confirmação e o reforço dessa ordem a partir do exemplo do que CRISTO acabara de fazer: “Se eu, Senhor e Mestre, vos lavei os pés, vós deveis também lavar os pés uns aos outros”. Ele mostra a força deste argumento em duas coisas:

(1) “Eu sou vosso Mestre, e vós sois meus discípulos, e por isto deveríeis aprender comigo (v. 15), pois, nessas, como em outras coisas, ‘eu vos dei o exemplo’ do que deveis fazer pelos outros, como Eu vos fiz”. Observe: [1] Que bom professor é CRISTO. Ele ensina através do exemplo, bem como da doutrina, e por isto Ele veio a este mundo, e habitou entre nós, para que pudesse estabelecer para nós um modelo de todas essas graças e deveres que sua santa religião ensina, e este é um modelo sem qualquer traço falso. Por meio dele, Ele tornou suas próprias leis mais compreensíveis e confiáveis. CRISTO é um comandante como Gideão, que disse para seus soldados: “Olhai para mim e fazei como eu fizer” (Jz 7.17); como Abimeleque, que disse: “O que me vistes fazer, apressai-vos a fazê-lo assim como eu” (Jz 9.48); e como César, que chamava seus soldados, não de milites – soldados, mas de commilitones – companheiros de armas, e cuja palavra habitual não era Ite illue, mas Venite huc, não ir, mas vir. [2] Que bons alunos devemos ser. Uma vez que JESUS nos deu um modelo para que pudéssemos seguir, devemos fazer como Ele fez, para que possamos ser como Ele foi neste mundo (1 Jo 4.17), e andar como Ele andou, 1 João 2.6. O exemplo de CRISTO contido aqui deve ser seguido em especial por sacerdotes, em quem especialmente as graças da humildade e do amor sagrado devem mostrar-se, e através do exercício destas, eles efetivamente devem servir aos interesses de seu Mestre e aos propósitos de seu ministério. Quando CRISTO enviou seus apóstolos como seus representantes, era com este encargo, para que eles não se apresentassem com pompa, nem fizessem as coisas com pulso forte, mas se fizessem “tudo para todos”, 1 Coríntios 9.22. “Aquilo que eu fiz por vossos pés sujos, vocês devem fazer pelas almas corrompidas dos pecadores: lavai-as”. Alguns que supõem que este ato tenha sido realizado durante a celebração da Páscoa, pensam que ele implica em uma regra para admitir aqueles que desejam participar da Ceia do Senhor, com a finalidade de assegurar que eles tenham sido primeiramente lavados e purificados pelo novo nascimento, sendo inculpáveis nos assuntos que conversam, e em seu modo de falar, e então estes podem ser levados para dentro dos limites do altar de DEUS. Mas todos os cristãos são aqui igualmente ensinados a condescender no amor uns com os outros, e a fazê-lo como CRISTO o fez, voluntariamente e gratuitamente. Não devemos ser mercenários a serviço do amor, nem fazê-lo com relutância.

(2) “Eu sou vosso Mestre, e vós sois meus discípulos, e por essa razão não podeis considerar que esteja abaixo de vossa capacidade fazer aquilo que me vistes fazer, não importa como isso possa parecer baixo, pois (v. 16) ‘não é o servo maior do que o seu senhor, nem o enviado, maior do que aquele que o enviou’, mesmo que seja enviado com toda a pompa e poder de um embaixador”. CRISTO havia argumentado isso (Mt 10.24,25) como uma razão pela qual eles não deveriam achar estranho se sofressem como Ele sofreu. Aqui JESUS sugere isso como uma razão para que não pensassem que era demais para eles se humilharem como Ele o fez. Eles não devem considerar uma degradação para si mesmos, aquilo que Ele não considerou uma degradação para si. Talvez os discípulos estivessem intimamente desgostosos por causa desse preceito de lavarem os pés uns dos outros, considerado incompatível com a respeitabilidade à qual eles esperavam ser elevados em breve. Para evitar tais pensamentos, CRISTO faz com que se lembrem de seu posto como seus servos. Eles não eram melhores que seu Mestre, e o que era condizente com a dignidade dele, era ainda mais condizente com a deles. Se Ele era humilde e condescendente, seria impróprio para eles serem orgulhosos e presunçosos. Observe que: [1] Cada um de nós deve tomar muito cuidado consigo mesmo, para que a graciosa condescendência de CRISTO para conosco e nossos progressos não sofram as deturpações da natureza, o que faria com que tivéssemos um conceito elevado a nosso próprio respeito, desvalorizando a Ele. Devemos ter em mente que não somos maiores do que nosso Senhor. [2] Não importa o quanto nosso Mestre fique feliz em condescender em nosso favor, muito mais nós devemos condescender para estar de acordo com Ele. CRISTO, ao se humilhar, dignificou a humildade, e a honrou, e obrigou seus seguidores a não se considerarem superiores a ninguém, exceto ao pecado. Nós geralmente dizemos àqueles que menosprezam alguma atitude ou atividade: Ela será tão boa quanto você a considerou, e nunca será tão ruim quanto você pensou. E com certeza assim será, principalmente se nosso Mestre a fez. Quando vemos nosso Mestre servindo, não podemos deixar de perceber como seremos indignos se formos arrogantes.

5. Nosso Salvador encerra esta parte de seu discurso com uma intimação da necessidade da obediência deles a estas instruções: “Se sabeis essas coisas”, ou, visto que vós as conheceis, “bem-aventurados sois se as fizerdes”. A maior parte do povo pensava: Bem-aventurados são aqueles que se levantam e dominam. Lavando os pés de outros, ninguém jamais alcançará posições e primazias. Mas CRISTO diz, apesar disto: Bem-aventurados são aqueles que se inclinam e obedecem, “se sabeis essas coisas”. Isto pode ser entendido, ou como a insinuação de uma dúvida sobre se eles as conheciam ou não. Tão forte era a ideia deles de um reino temporal, que isto era uma questão sobre se eles podiam acolher a noção de um dever tão contrário àquela ideia. Ou como a aceitação de que eles conheciam estas coisas. Visto que eles tinham tantos preceitos excelentes dados a eles, recomendados por um tão excelente padrão, isto será necessário para a complementação de sua alegria, que eles procedam adequadamente. (1) Isto é aplicável à ordem de CRISTO em geral. Note que, embora seja uma grande vantagem conhecer nosso dever, ainda assim não completaremos nossa alegria, se não cumprirmos nosso dever. O conhecimento tem como fim a prática. Aquele conhecimento, portanto, é vão e infrutífero, o que não é reduzido à prática. Na verdade, ele agravará o pecado e a ruína, Lucas 12.47,48; Tiago 4.17. É conhecendo e praticando que nos manifestaremos como do reino de CRISTO, e sábios construtores. Veja Salmos 103.17,18. (2) Isto é para ser aplicado particularmente a esta ordem à humildade e utilidade. Nada é mais bem conhecido, nem mais prontamente reconhecido, do que isto, que nós devemos ser humildes. E, portanto, embora muitos reconheçam a si mesmos como impetuosos e imoderados, poucos reconhecerão a si mesmos como orgulhosos, pois isto é um pecado tão inescusável, e tão odioso, como qualquer outro. E, ainda assim, como deve ser visto pouco da humildade verdadeira, daquela sujeição e condescendência mútuas, a respeito das quais a lei de CRISTO tanto insiste! A maioria conhece estas coisas tão bem quanto espera que outros devam, em conformidade com as quais, fazer a eles, submetendo-se a eles, e servindo-os, mas não tão bem quanto fazem então eles mesmos. Com. Bíblico - Matthew Henry (Exaustivo) AT e NT

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Lição 8, 2TR25, NA ÍNTEGRA COMO NA REVISTA

 

Escrita Lição 8,  CPAD, Lição De Humildade, 2Tr25, Com. Extra Pr. Henrique, EBD NA TV

Para nos ajudar PIX 33195781620 (CPF) Luiz Henrique de Almeida Silva

 

ESBOÇO DA LIÇÃO

I – UMA HISTÓRIA REAL SOBRE A HUMILDADE

1. O lava-pés.

2. O desenvolvimento da história

3. A mudança de paradigma

II – HUMILDADE IMPLICA AUTOCONHECIMENTO

1. Conhecendo a própria natureza

2. O exemplo deixado por JESUS

3. O maior no Reino de DEUS

III – HUMILDADE  X OSTENTAÇÃO 

1. Uma competição silenciosa

2. O caminho humilde de JESUS

3. Um convite à humildade

  

TEXTO ÁUREO

“Porque eu vos dei o exemplo, para que, como eu vos fiz, façais vós também.”

(Jo 13.15)

 

VERDADE PRÁTICA

A submissão e o serviço são características de maturidade e grandeza no percurso do crescimento espiritual do cristão.

 

LEITURA DIÁRIA

Segunda - Mt 11.29 Aprendendo a humildade com JESUS CRISTO

Terça - Jo 5.30 Humildemente nosso Senhor buscava fazer a vontade do Pai

Quarta - Fp 2.5,6 Cultivando o mesmo sentimento humilde de JESUS

Quinta - Lc 9.46,47; Mc 9.34 O perigo de cultivar o sentimento de proeminência 

Sexta - Jo 13.10,11 Uma palavra consoladora de JESUS aos discípulos

Sábado - Jo 13.12-17 JESUS traz sentido ao gesto do lava-pés com os discípulos

 

 

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE - João 13.1-10

1 - Ora, antes da festa da Páscoa, sabendo JESUS que já era chegada a sua hora de passar deste mundo para o Pai, como havia amado os seus que estavam no mundo, amou-os até ao fim.

2 - E, acabada a ceia, tendo já o diabo posto no coração de Judas Iscariotes, filho de Simão, que o traísse,

3 - JESUS, sabendo que o Pai tinha depositado nas suas mãos todas as coisas, e que havia saído de DEUS, e que ia para DEUS,

4 - levantou-se da ceia, tirou as vestes e, tomando uma toalha, cingiu-se.

5 - Depois, pôs água numa bacia e começou a lavar os pés aos discípulos e a enxugar-lhos com a toalha com que estava cingido.

6 - Aproximou-se, pois, de Simão Pedro, que lhe disse: Senhor, tu lavas-me os pés a mim?

7 - Respondeu JESUS e disse-lhe: O que eu faço, não o sabes tu, agora, mas tu o saberás depois.

8 - Disse-lhe Pedro: Nunca me lavarás os pés. Respondeu-lhe JESUS: Se eu te não lavar, não tens parte comigo.

9 - Disse-lhe Simão Pedro: Senhor, não só os meus pés, mas também as mãos e a cabeça.

10 - Disse-lhe JESUS: Aquele que está lavado não necessita de lavar senão os pés, pois no mais todo está limpo. Ora, vós estais limpos, mas não todos.

 

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PLANO DE AULA

1. INTRODUÇÃO

O tema do nosso estudo é a humildade. Meditaremos sobre um texto bíblico que narra um momento profundo e impactante do ministério de JESUS: ao lavar os pés dos discípulos, Ele nos ensina que a verdadeira grandeza do cristão está no serviço humilde. Os três tópicos desta lição abordarão 1) o exemplo prático e histórico de humildade dado por CRISTO; 2) fará a relação entre humildade e autoconhecimento, reconhecendo os próprios limites; 3) promoverá um contraste entre humildade e ostentação. Essa lição nos encoraja a refletir sobre como essa mensagem desafia nossa postura diante de DEUS e do próximo, preparando os nossos corações para aprender e aplicar esse exemplo em nossas próprias vidas.

2. APRESENTAÇÃO DA LIÇÃO

A) Objetivos da Lição: I) Abordar o exemplo prático e histórico de humildade dado por CRISTO; II) Correlacionar a humildade com o autoconhecimento; III) Promover contraste entre humildade e ostentação.

B) Motivação: A ação de JESUS ao lavar os pés dos discípulos demonstra que a humildade não é sinal de fraqueza, mas sim uma virtude capaz de transformar vidas. Este ensinamento questiona os padrões de orgulho e ostentação da sociedade contemporânea, convidando-nos a reconhecer os nossos próprios limites enquanto valorizamos o serviço altruísta. Devemos perceber a humildade como um traço fundamental do caráter cristão, espelhando o exemplo de CRISTO nas suas interações diárias.

C) Sugestão de Método: Para finalizar a aula e consolidar o aprendizado sobre "Uma Lição de Humildade", proponha a seguinte atividade: distribua um pedaço de papel a cada aluno e solicite que escrevam acerca de uma atitude humilde que tenham observado ou praticado recentemente. Recolha e leia algumas de forma anônima, relacionando-as com a atitude de JESUS ao lavar os pés dos seus discípulos em João 13.1-10. Aproveite este momento para exemplificar os temas da lição, ressaltando o caso histórico de humildade (Tópico I), a influência do autoconhecimento na construção de um caráter humilde (Tópico II) e a comparação da humildade com a ostentação (Tópico III).  Conclua a aula estimulando que eles integrem a humildade nas suas rotinas diárias, favorecendo uma aplicação prática da mensagem assimilada.

3. CONCLUSÃO DA LIÇÃO

A) Aplicação: O exemplo de JESUS é um chamado para demonstrarmos humildade em nossas atitudes diárias, seja servindo ao próximo, seja renunciando ao orgulho. Ele nos ensina que a verdadeira grandeza está em viver para servir, refletindo o caráter de CRISTO em todos os nossos relacionamentos. Essa prática reforça o testemunho cristão e aumenta a influência da igreja na sociedade.

4. SUBSÍDIO AO PROFESSOR

A) Revista Ensinador Cristão. Vale a pena conhecer essa revista que traz reportagens, artigos, entrevistas e subsídios de apoio à Lições Bíblicas Adultos. Na edição 101, p.40, você encontrará um subsídio especial para esta lição.

B) Auxílios Especiais: Ao final do tópico, você encontrará auxílios que darão suporte na preparação de sua aula: 1) O texto "Lavar os Pés aos Discípulos", localizado após o primeiro tópico, apresenta uma contextualização do episódio do Lava-Pés; 2) No final do terceiro tópico, o texto "O Serviço Amoroso" mostra uma reflexão significativa a respeito da perspectiva do serviço humilde.

  

COMENTÁRIO - INTRODUÇÃO 

Nesta lição, iremos analisar a narrativa do capítulo 13 do Evangelho de João. Este episódio bíblico retrata o ato de JESUS conhecido como “Lava-Pés”, onde Ele ensina, através do seu exemplo, a relevância da humildade para aqueles que o seguem. Este capítulo oferece-nos uma valiosa lição sobre a humildade na vida cristã. A partir do exemplo de JESUS, somos convidados a servir o próximo de forma humilde.

  

PALAVRA-CHAVE - HUMILDADE 

I – UMA HISTÓRIA REAL SOBRE A HUMILDADE

1. O lava-pés 

Nesta passagem do Evangelho segundo João, quando JESUS lavou os pés, Ele utiliza o exemplo de um servo da casa onde se encontrava com os discípulos para transmitir uma lição sobre a humildade dentro do Reino de DEUS. O capítulo menciona que este episódio ocorreu pouco antes da Páscoa (13.1), quando Ele celebrou a última Ceia Pascal com os seus discípulos. Nesta ceia, o nosso Senhor instituiu o que viria a ser conhecido como Santa Ceia ou Ceia do Senhor, um encontro solene que realizamos atualmente. Durante essa ocasião, JESUS rompeu o protocolo tradicional da Ceia Pascal, conferindo-lhe um significado único: ao lavar os pés dos seus discípulos, Ele ilustra a humildade como uma virtude essencial para os seus seguidores na expansão da Igreja pelo mundo. 

2. O desenvolvimento da história 

No capítulo 13, o Mestre tomou uma bacia com água e uma toalha, levantou as pontas das suas vestes e atou-as à cintura. Pegou nas mangas longas e largas das suas roupas masculinas típicas da época e amarrou-as atrás do pescoço. Este gesto era uma forma de “cingir-se” para realizar trabalho, permitindo que tivesse as mãos e as pernas livres para realizar a tarefa do ato de “Lava-Pés”. Este costume nos tempos bíblicos fazia parte dos cuidados prestados aos convidados por parte do senhor da casa. Ao chegar à residência designada para a Ceia, JESUS verificou que não havia nenhum servo disponível para lavar os pés dos convivas.

 3. A mudança de paradigma 

Como anfitrião daquela ceia, após o encerramento dessa reunião única e tradicional — surpreendendo os discípulos — o nosso Senhor começou a ensinar através do Lava-Pés que o caminho do Reino de DEUS é trilhado com humildade (Jo 13.2,4). Ele mostrou que a humildade representa a verdadeira grandeza espiritual do seguidor do Evangelho. Por isso, utilizou um gesto cotidiano para exemplificar esta atitude humilde. É evidente, neste episódio, que o Cristianismo só se tornará eficaz e alcançará o propósito do Reino de DEUS se os valores ensinados pelo Mestre forem realmente praticados pelos seus seguidores. Entre esses valores destaca-se a humildade genuína interiorizada nos corações dos discípulos, recebendo especial atenção do divino Mestre, que era manso e humilde de coração (Mt 11.29). 

SINÓPSE I - O exemplo histórico de humildade que nosso Senhor deu aos discípulos é prático, atual e atemporal.

 

AUXÍLIO BIBLIOLÓGICO - “LAVAR OS PÉS AOS DISCÍPULOS

Esse ato dramático de lavar pés, geralmente realizado por servos, ocorreu na última noite da vida de JESUS na terra. JESUS fez isso (1) para demonstrar aos seus discípulos o quanto Ele os amava; (2) para prenunciar (isto é, prever simbolicamente) o seu sacrifício voluntário na cruz; e (3) para transmitir a verdade de que aqueles que o seguem devem servir, humildemente, uns aos outros. O desejo de ser grande atormentava continuamente os discípulos (Mt 18.1-4: 20.20-27; Mc 9.33-37; Lc 9.46-48). CRISTO queria que eles percebessem que o desejo de ser o primeiro – ser superior e honrado acima dos outros – é exatamente o oposto da atitude dele. JESUS desejava que seus discípulos imitassem sua maneira (veja Lc 22.24-30, nota; Jo 13.12-17; 1Pe 5.5).

[...] A igreja primitiva parece ter seguido o exemplo de JESUS e, literalmente, obedecido seu mandamento de humildemente lavar os pés uns dos outros. Por exemplo, em 1Tm 5.10, Paulo declara que as viúvas só poderiam receber um cuidado especial por parte da igreja caso se qualificassem de acordo com determinados padrões e ações. Um desses atos era “lavar os pés dos santos”. As bênçãos de DEUS sempre dependem de colocarmos a sua Palavra em prática (v. 17)” (Bíblia de Estudo Pentecostal Edição Global. Rio de Janeiro: CPAD, 2022, pp.1880,81).

  II – HUMILDADE IMPLICA AUTOCONHECIMENTO

1. Conhecendo a própria natureza 

JESUS tinha plena consciência de quem era, entendia o seu papel e a sua relevância como Senhor e Mestre: “JESUS, sabendo que o Pai tinha colocado nas suas mãos todas as coisas, e que havia saído de DEUS, e que ia para DEUS” (Jo 13.3). Neste contexto, Ele deliberadamente trocou o seu papel de Senhor pelo de um simples servo para ensinar aos seus discípulos a importância da humildade. Dessa forma, é essencial que conheçamos a nossa natureza. Devido ao pecado, temos dificuldade em nos submeter aos outros e em nos humilhar; frequentemente preferimos olhar de cima para baixo, raramente de baixo para cima. Assim sendo, JESUS CRISTO, na sua posição de Senhor e Mestre, ensina-nos a virtude da humildade: “Eu vos dei o exemplo” (Jo 13.15).

2. O exemplo deixado por JESUS

Pense no Verbo Divino, repleto de glória e poder, que abdica da sua majestade para vivenciar a experiência humana. Como menciona o Evangelho: “não busco a minha vontade, mas a vontade do Pai, que me enviou” (Jo 5.30). Assim sendo, enquanto Verbo Divino, Ele tornou-se carne e uniu-se à nossa condição. Esta compreensão doutrinária sobre a encarnação de JESUS confere um significado ainda mais profundo ao episódio do lava-pés, onde estava o DEUS Encarnado lavando os pés de pessoas comuns. À luz deste exemplo, não deveria ser tão difícil servir aos outros ou submeter-nos à liderança dos nossos irmãos; desviar a nossa própria vontade em favor da vontade divina deveria ser algo natural. No entanto, a nossa natureza pecaminosa torna árdua a prática do serviço e o cultivo da humildade. Por isso mesmo, o apóstolo Paulo faz este apelo: “De sorte que haja em vós o mesmo sentimento que houve também em CRISTO JESUS, que, sendo em forma de DEUS, não teve por usurpação ser igual a DEUS” (Fp 2.5-6). 

3. O maior no Reino de DEUS 

O nosso Senhor percebia que existiam momentos em que os seus discípulos se preocupavam com quem seria considerado o maior (Lc 22.25-27). Contudo, Ele — sendo DEUS e não reivindicando igualdade com DEUS (Fp 2.5) — ensinava aos discípulos qual deveria ser o verdadeiro espírito entre eles; especialmente após sua partida: no Reino de DEUS prevalece sempre a ideia de “o primeiro serve o último”. Portanto, no Reino de DEUS deve haver humildade como verdadeira motivação para o serviço; nunca egoísmo ou interesses pessoais. 

 

SINÓPSE II - A virtude da humildade possibilita-nos reconhecer as nossas limitações e, dessa forma, evitar a armadilha da soberba.

 

III – HUMILDADE  X OSTENTAÇÃO 

1. Uma competição silenciosa 

JESUS estava ciente de que, entre os seus discípulos, existia uma competição discreta em busca de proeminência e liderança, como é retratado nos Evangelhos (Lc 9.46,47; Mc 9.34). Já havia preocupações entre eles sobre quem ocuparia o lugar mais destacado num eventual reino de JESUS. O que JESUS demonstra é que tal espírito não deve prevalecer entre seus seguidores. Os líderes na causa do Mestre não podem iniciar a sua jornada de forma errada.

  2. O caminho humilde de JESUS 

Através do episódio do lava-pés, nosso Senhor revelou que o caminho dos seus discípulos não se alicerça no sucesso material, na notoriedade ou na ambição, mas sim na capacidade de servir o próximo de maneira humilde. Desta forma, a Igreja de CRISTO estaria em desacordo com a dinâmica mundana da ostentação e da presunção. O serviço amoroso e humilde é característico da Igreja de CRISTO. Assim, não haveria espaço para disputas, a fama seria deixada de lado e a ambição afastada. Por meio do exemplo modesto de JESUS no episódio do lava-pés, as consciências dos discípulos foram despertadas (Jo 13.13,14).

3. Um convite à humildade

A vida e os ensinamentos do nosso Salvador constituem um convite para aprendermos com Ele sobre mansidão e humildade (Mt 11.29). Nesse sentido, somos convidados por JESUS a cultivar um coração humilde, desprovido das armadilhas da ambição, da ostentação e do egoísmo. Somos chamados a partilhar dos mesmos sentimentos que pautaram a sua vida e ministério terreno (Fp 2.5-8). Assim sendo, a lição do lava-pés é um apelo para vivermos uma existência de humildade diante de DEUS em todas as circunstâncias da vida.

 

SINÓPSE III - A humildade não compete, ela coopera; a humildade não busca notoriedade, ela busca o servir; a humildade não obriga, ela convida.

 

AUXÍLIO BÍBLICO-TEOLÓGICO  -  O SERVIÇO AMOROSO

“Tendo lavado os pés dos discípulos e vestido a sua túnica, JESUS, estando à mesa, outra vez perguntou aos discípulos: Entendeis o que vos tenho feito? (12) Macgregor comenta: “Quando ‘veste a sua túnica’, JESUS assume a sua vida novamente (10.17ss.) no poder do ESPÍRITO, e assim esclarece todas as coisas” (7). Sem esperar por uma resposta, JESUS explicou que isto tinha sido um exemplo (15), ou modelo, “que estimula ou deve estimular alguém a imitá-lo”. Da mesma forma que Ele, seu Mestre (literalmente, “Ensinador”) e Senhor, lhes tinha feito, assim deveriam fazer uns aos outros (13-14; cf. 34). Hoskyns diz: “Seu ato de lavar os pés dos discípulos expressa a própria essência da autoridade cristã”. Não parece haver qualquer evidência de que JESUS quisesse que a lavagem dos pés fosse instituída como um sacramento. Mas fica claro que Ele estava ensinando, pelo exemplo básico e axiomático, embora paradoxal, que a única maneira de ser “o maior” (Lc 22.24) ou de ser bem-aventurado (17) é tomar a estrada do serviço amoroso (13.34) e do sacrifício (10.15), baseado no conhecimento da vontade de DEUS para nós. A palavra traduzida como bem-aventurado no texto das Beatitudes é makarioi (Mt 5.3-12)” (Comentário Bíblico Beacon. Vol. 7. Rio de Janeiro: CPAD, 2024, p.117).

 

CONCLUSÃO

Nesta lição, abordamos a relevância da virtude da humildade para um melhor autoconhecimento. Deste modo, começamos a perceber os nossos limites e aquilo que nos diz respeito ou não. Compreendemos que a humildade se opõe a uma cultura de ostentação, à busca desenfreada pela fama e a outros objetivos que nada têm a ver com a simplicidade do Evangelho. Dessa forma, podemos seguir o caminho humilde do nosso Senhor.

  

REVISANDO O CONTEÚDO

1. Segundo João 13, como se manifestava o ato de “cingir-se”?

No capítulo 13, o Mestre tomou uma bacia com água e uma toalha, levantou as pontas das suas vestes e atou-as à cintura. Pegou nas mangas longas e largas das suas roupas masculinas típicas da época e amarrou-as atrás do pescoço.

2. Conforme a lição, o que a humildade representa?

A humildade representa a verdadeira grandeza espiritual do seguidor do Evangelho.

3. Por qual razão JESUS trocou os papéis de Senhor e Servo em João 13, segundo a lição?

Ele deliberadamente trocou o seu papel de Senhor pelo de um simples servo para ensinar aos seus discípulos a importância da humildade.

4. O que JESUS percebia sobre os discípulos, conforme abordado na lição?

O nosso Senhor percebia que existiam momentos em que os seus discípulos se preocupavam com quem seria considerado o maior (Lc 22.25-27).

5. Para quê propósito a vida e os ensinamentos de JESUS nos convidam?

A vida e os ensinamentos do nosso Salvador constituem um convite para aprendermos com Ele sobre mansidão e humildade (Mt 11.29).