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13 abril 2016
Lição 3, Justificação, somente pela fé em Jesus Cristo, 2Tr16, Ev Henrique, EBD NA TV
Lição 3, Justificação, somente pela fé em Jesus Cristo2º trimestre de 2016 - Maravilhosa Graça - O Evangelho de JESUS CRISTO Revelado Na Carta Aos Romanos
Comentarista da CPAD: Pr. José GonçalvesComplementos, ilustrações, questionários e vídeos: Ev. Luiz Henrique de Almeida SilvaNÃO DEIXE DE ASSISTIR AOS VÍDEOS DA LIÇÃO ONDE TEMOS MAPAS, FIGURAS, IMAGENS E EXPLICAÇÕES DETALHADAS DA LIÇÃOhttp://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/videosebdnatv.htmEstudo sobre nossos assunto de 2006 - http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/licao4-salvacao-ajustificacaopelafeemcristo.htmAQUI VOCÊ VÊ PONTOS DIFÍCEIS DA LIÇÃO - POLÊMICOS
TEXTO ÁUREO “E não duvidou da promessa de Deus por incredulidade, mas foi fortificado na fé, dando glória a Deus” (Rm 4.20).
VERDADE PRÁTICA A justificação dos pecados diante de Deus ocorre somente pela fé.

LEITURA DIÁRIASegunda — Rm 4.2 Abraão foi justificado pela fé e não pelas obras da carne Terça — Rm 4.3 Abraão creu em Deus e por isso Ele o aceitou e justificou Quarta — Rm 4.6 Feliz é o homem a quem Deus imputa a sua justiça Quinta — Rm 4.7 Felizes são aqueles a quem o Senhor perdoa as iniquidades Sexta — Rm 4.9 A Palavra de Deus afirma que a fé foi imputada como justiça a Abraão Sábado — Rm 4.16 Salvação somente pela fé, mediante a graça divina LEITURA BÍBLICA EM CLASSE - Romanos 4.17-22. 17 — (como está escrito: Por pai de muitas nações te constituí), perante aquele no qual creu, a saber, Deus, o qual vivifica os mortos e chama as coisas que não são como se já fossem.18 — O qual, em esperança, creu contra a esperança que seria feito pai de muitas nações, conforme o que lhe fora dito: Assim será a tua descendência.19 — E não enfraqueceu na fé, nem atentou para o seu próprio corpo já amortecido (pois era já de quase cem anos), nem tampouco para o amortecimento do ventre de Sara.20 — E não duvidou da promessa de Deus por incredulidade, mas foi fortificado na fé, dando glória a Deus;21 — e estando certíssimo de que o que ele tinha prometido também era poderoso para o fazer.22 — Pelo que isso lhe foi também imputado como justiça. OBJETIVO GERAL Explicar que somos justificados diante de Deus somente pela fé e não pelas obras da carne. OBJETIVOS ESPECÍFICOS Abaixo, os objetivos específicos referem-se ao que o professor deve atingir em cada tópico. Por exemplo, o objetivo I refere-se ao tópico I com os seus respectivos subtópicos. I. Abalizar que a justificação manifestada em Jesus Cristo veio para salvar judeus e gentios;II. Mostrar que Paulo procurou responder, de forma bíblica, as contestações que seus interlocutores faziam quanto à justificação;III. Explicar como Paulo utilizou o exemplo de Abraão para tratar a respeito da justificação pela fé. INTERAGINDO COM O PROFESSOR Professor, a lição de hoje trata a respeito de uma das doutrinas mais importantes apresentadas por Paulo na Epístola de Romanos — a justificação pela fé. Ressalte, no decorrer de toda a lição, que ninguém pode ser justificado diante de Deus pela Lei ou pelas obras da carne. O caminho da justificação é somente pela fé na obra expiatória de Jesus Cristo. Paulo mostra que Cristo é o único caminho para que judeus e gentios sejam absolvidos da penalidade do pecado. O apóstolo, de maneira sábia, utiliza o exemplo do patriarca Abraão para desfazer a ideia errada que os judeus tinham de que a aceitação de Deus era obtida mediante as obras da Lei.Glória a Deus, pois na Nova Aliança, tudo que recebemos da parte do Senhor, inclusive a salvação, é decorrente única e exclusivamente da graça de Deus.
PONTO CENTRAL A justificação diante de Deus é somente pela fé. Resumo da Lição 3, Justificação, somente pela fé em Jesus CristoI. A JUSTIFICAÇÃO MANIFESTADA (Rm 3.21-26) 1. Um culpado que é inocentado. 2. Um prisioneiro que é libertado. 3. Um inocente que é culpado. II. A JUSTIFICAÇÃO CONTESTADA (Rm 3.27-31)1. A justificação se opõe à salvação meritória. 2. A justificação se opõe ao orgulho nacionalista. 3. A justificação se opõe ao antinomismo.III. A JUSTIFICAÇÃO EXEMPLIFICADA (Rm 4.1-25)1. Abraão, circuncisão e justificação (Rm 4.1-8). 2. Abraão, promessa e justificação (Rm 4.9-17). 3. Abraão, ressurreição e justificação (Rm 4.18-25). PARA REFLETIR A respeito da Carta aos Romanos, responda: Segundo a lição, por que os gentios estavam debaixo da ira de Deus?Os gentios estavam debaixo da ira de Deus, porque falharam em conhecê-lo. Na pessoa de quem Deus tornou conhecido o seu grande amor para com os pecadores?Na pessoa de Jesus Cristo. Existem méritos humanos quando a graça de Deus se manifesta?A doutrina da justificação pela fé diz que não há mérito humano quando a graça de Deus se manifesta. A justificação pela fé torna a lei desprezível?A resposta de Paulo é não! Porém, judeu nem tampouco gentio algum foi capaz de cumprir a Lei. Qual era a função da lei?A Lei tinha a função de servir de condutora até Cristo. SUBSÍDIOS ENSINADOR CRISTÃO Justificação, somente pela fé em Jesus Cristo Para explicar a doutrina da Justificação pela Fé, o apóstolo Paulo usa dois tipos de linguagem na carta: a do judiciário e a do sistema de sacrifício levítico. Como o apóstolo pretende convencer o seu público leitor, os judeus, bem como os gentios, de que mais do que observar o sistema de Lei como requisito para a salvação, Deus havia manifestado a sua graça justificadora lá no tempo da Antiga Aliança por intermédio do pai da fé, Abraão, o apóstolo afirma com todas as letras: “Portanto, é pela fé, para que seja segundo a graça, a fim de que a promessa seja firme a toda a posteridade, não somente à que é da lei, mas também à que é da fé de Abraão, o qual é pai de todos nós. [...] Pelo que isso lhe foi também imputado como justiça” (Rm 4.16,22). Dessa forma, o apóstolo argumentava ao judeu de que, mesmo o gentio não tendo a Lei, a condição do gentio em relação a Deus em nada é inferior ao do judeu. Em Jesus, pela fé mediante a Graça de Deus, o gentio é filho de Abraão por intermédio da fé, que é pai tanto do judeu quanto do gentio achado por Deus (Rm 4.9-13).A linguagem judiciária da JustificaçãoSer justificado por Deus é ser inocentado por Ele mesmo da condição de culpado pelos atos. Ou seja, o indivíduo não tem quaisquer condições de se auto- declarar inocente ou de aliviar a sua consciência, pois sabe que nada poderá apagar a sua culpa. Por isso, Deus, em Cristo, na cruz do Calvário, nos reconciliou para sempre (2Co 5.19). De modo que o apóstolo Paulo ratifica esse milagre: “Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isso não vem de vós; é dom de Deus” (Ef 2.8).A linguagem sacrifical da JustificaçãoTrocar o culpado pelo inocente. O sangue de Jesus Cristo foi derramado no lugar do sangue da humanidade. Foi a substituição vicária de Cristo Jesus por nós. Éramos culpados, mas Cristo se tornou culpado por nós; éramos malditos, Cristo se tornou maldito por nós; éramos dignos de morte, Cristo morreu em nosso lugar e por nós (Rm 3.25).A linguagem judiciária e sacrifical da justificação nos mostra um Deus amoroso e misericordioso, que não faz acepção de pessoas e que deixa clara a real condição do ser humano, seja ele judeu ou gentio: somos todos carentes da graça e da misericórdia do Pai.Caro professor, esse trecho bíblico [3.1 — 4.25] é importante para o desenvolvimento do argumento do apóstolo em sua epístola. Estude-o com rigor.2º Trimestre de 1998

Comentários de vários autores com alguma modificações do EV. Luiz HenriquePontos difíceis e polêmicos
Justificação é ser olhado por DEUS via JESUS CRISTO e seu sacrifício. Se tirar JESUS aparece a ira e a condenação de DEUS."A saber: Se com a tua boca confessares ao Senhor Jesus, e em teu coração creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo." Romanos 10:9Assim que funciona. Se eu quero DEUS, ele já providenciou minha salvação, ELE então me fornece a fé para ser salvo. SIMPLES ASSIM.Arrependimento, Fé e Salvação, mas se retirar a graça de DEUS tudo isso não vale nada.Não podemos dizer que somos salvos pela fé - está errado - Efésios: 2. 8. Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus; 9. não vem das obras, para que ninguém se glorie. 10. Porque somos feitura sua, criados em Cristo Jesus para boas obras, as quais Deus antes preparou para que andássemos nelas.
Justificação"[Do heb. tsadik; do gr. diakaios; do lat. justificationem]. Ato de declarar justo. Processo judicial que se dá junto ao Tribunal de Deus, através do qual o pecador que aceita a Cristo é declarado justo (Rm 5.1). Ou seja: passa a ser visto por Deus como se jamais tivera pecado em toda a sua vida (Rm 5.1).A justificação é mais que um mero perdão. O criminoso perdoado, ou anistiado, continuará criminoso. Mas se Deus o justificar, torna-se ele justo (Rm 8.1). A justificação é obtida única e exclusivamente pela fé em Cristo Jesus."Para conhecer mais leia Dicionário Teológico, CPAD, p. 198. A justificação pela fé ( http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/a_justificacao.htm )1- Pedro em Antioquia:1.1- Surge a igreja em AntioquiaBarnabé foi a tarso em busca de Paulo, para ajudá-lo – a igreja cresceu muito – os apóstolos sabendo desse tão grande crescimento, principalmente entre os gentios, enviou Pedro.1.2- O escrúpulo judaicoLevítico 11 fala das leis dietéticas dos judeus – os judeus não entram na casa de gentios e não comem com gentios (Pedro já sabia que isso era antes da vinda de cristo, agora todos eram iguais perante DEUS – visão em casa de Simão em Jope)2- O pecado de hipocrisia:2.1- A festa ágape (correto agápe)Refeição entre os irmãos era feita ceia com alimentos normais havendo o partir do pão e o beber vinho (suco de uva) - Pedro participava normalmente quando chegou irmãos enviados da parte de Tiago (adeptos da salvação com a justificação pela lei), de Jerusalém; então Pedro foi se retirando do meio dos gentios, devagarinho e Barnabé imitou-o; Paulo se levantou admirado e repreendeu a Pedro no meio de todos.2.2- Provavelmente Pedro agiu assim por pressão dos judaizantes, querendo agradá-los, mas Paulo querendo que a verdade do evangelho da justificação pela fé fosse colocada em evidência repreendeu a Pedro na presença dos judaizantes para que os mesmos aprendessem a verdade e a considerá-lo como apóstolo. Pedro acatou a repreensão de Paulo e se retratou.3- O homem é justificado pela fé3.1 - O mistério é revelado e 3.2- A questão teológicaPaulo recebeu a revelação de DEUS pelo ESPÍRITO SANTO que tanto os judeus como os gentios são pecadores iguais perante DEUS que quer usar de misericórdia para com todos; dando a lei escrita aos judeus para mostra-lhes o pecado; e a lei da consciência aos gentios para mostrar-lhes o pecado; mas a todos que pela fé aceitam a JESUS como Salvador e Senhor são perdoados de seus pecados, sabendo nós que os costumes judaicos são bons, mas não salvam.4- Entrega total e não meramente uma fé intelectual4.1- O legalismo das seitas atuais:As seitas sempre acrescentam alguma coisa à fé para alguém ser salvo e tropeçam no legalismo da justificação pelas obras e não pela fé; perdendo assim o sentido do verdadeiro evangelho.4.2- A natureza da justificação pela féDepois de ser justificado pela fé o ser humano não pode continuar pecando, pois é uma nova criatura e as coisas velhas já passaram.4.3- Não é uma fé artificial e intelectualÉ um milagre de DEUS e é de uma simplicidade que espanta até os crentes.
Revista CPAD - 1998 - Título: Romanos — O Evangelho da justiça de Deus - Comentarista: Esequias Soares da Silva Lição 4: A experiência de Abraão, nosso pai na fé - Data: 26 de Abril de 1998 “E creu ele no Senhor, e foi-lhe imputado isto por justiça” (Gn 15.6). A justificação pela fé não é um mero perdão: é o processo pelo qual Deus declara o homem justo, como se este jamais tivesse cometido qualquer pecado. LEITURA BÍBLICA EM CLASSE - Romanos 4.1-16. 1 — Que diremos, pois, ter alcançado Abraão, nosso pai segundo a carne?2 — Porque, se Abraão foi justificado pelas obras, tem de que se gloriar, mas não diante de Deus.3 — Pois, que diz a Escritura? Creu Abraão em Deus, e isso lhe foi imputado como justiça.4 — Ora, àquele que faz qualquer obra, não lhe é imputado o galardão segundo a graça, mas segundo a dívida.5 — Mas, àquele que não pratica, porém crê naquele que justifica o ímpio, a sua fé lhe é imputada como justiça.6 — Assim também Davi declara bem-aventurado o homem a quem Deus imputa a justiça sem as obras, dizendo:7 — Bem-aventurados aqueles cujas maldades são perdoadas, e cujos pecados são cobertos.8 — Bem-aventurado o homem a quem o Senhor não imputa o pecado.9 — Vem, pois, esta bem-aventurança sobre a circuncisão somente ou também sobre a incircuncisão? Porque dizemos que a fé foi imputada como justiça a Abraão.10 — Como lhe foi, pois, imputada? Estando na circuncisão ou na incircuncisão? Não na circuncisão, mas na incircuncisão.11 — E recebeu o sinal da circuncisão, selo da justiça da fé, quando estava na incircuncisão, para que fosse pai de todos os que creem (estando eles também na incircuncisão, a fim de que também a justiça lhes seja imputada),12 — e fosse pai da circuncisão, daqueles que não somente são da circuncisão, mas que também andam nas pisadas daquela fé de Abraão, nosso pai, que tivera na incircuncisão.13 — Porque a promessa de que havia de ser herdeiro do mundo não foi feita pela lei a Abraão ou à sua posteridade, mas pela justiça da fé.14 — Pois, se os que são da lei são herdeiros, logo a fé é vã e a promessa é aniquilada.15 — Porque a lei opera a ira; porque onde não há lei também não há transgressão.16 — Portanto, é pela fé, para que seja segundo a graça, a fim de que a promessa seja firme a toda a posteridade, não somente à que é da lei, mas também à que é da fé de Abraão, o qual é pai de todos nós. ORIENTAÇÃO DIDÁTICA Para estudarmos esta lição de maneira interativa e dinâmica poderemos lançar mão da técnica de pequenos grupos de estudo, caso sua classe disponha de sala ou tenha espaço para movimentação de alunos.Divida a classe em vários grupos, propondo os seguintes temas para serem discutidos, em 5 minutos.1. O que é justificação?2. Por que Abraão é o nosso pai na fé?3. Qual o significado da circuncisão?4. Explique o versículo 4.Após o tempo dado para reflexão os grupos deverão apresentar, sucintamente, a sua conclusão.O professor poderá pedir a apresentação dos grupos no início da aula ou durante o desenvolvimento da lição, de acordo com a necessidade, fazendo a complementação do assunto, pessoalmente, ou usando a técnica de perguntas e respostas, buscando a participação de todos para a conclusão de cada tema. COMENTÁRIO - INTRODUÇÃO O tema da Epístola aos Romanos: “O justo viverá da fé” (Rm 1.17) é demonstrado no capítulo 4 dessa epístola. Hoje, vamos estudar os elementos usados pelo apóstolo Paulo como sustentação dessa doutrina. I. A DOUTRINA DA JUSTIFICAÇÃO PELA FÉ 1. Definição. A justificação é um ato divino, de cunho jurídico, e implica em declarar justo o indivíduo. Diz Daniel B. Pecota, na obra Teologia Sistemática, Uma Perspectiva Pentecostal (CPAD): “O termo ‘justificação’ refere-se ao ato mediante o qual, com base na obra infinitamente justa e satisfatória de Cristo, na cruz, Deus declara os pecadores condenados livres de toda a culpa do pecado e de suas consequências eternas, declarando-os plenamente justos aos seus olhos”.Myer Pearlman definiu assim a justificação: “É um ato da livre graça de Deus pelo qual ele perdoa todos os nossos pecados e nos aceita como justos aos seus olhos somente por ser imputada a justiça de Cristo, que se recebe pela fé”.2. Justificação significa perdão dos pecados (vv.7,8). O sentido do verbo “justificar”, (que aparece 39 vezes no Novo Testamento, 27 das quais nos escritos paulinos), vai muito além de um mero conceito jurídico humano e diminuto, e de um estéril pronunciamento forense. Através da justificação, sublime doutrina fundamental, o pecador arrependido passa a ser visto por Deus como um justo.3. O que isso representa? Representa vida (Rm 5.17-19), perdão de pecados (vv.7,8), cujo resultado é a santificação. Romanos 4.25 diz que a ressurreição de Jesus originou a nossa justificação. Se Jesus não tivesse ressuscitado não haveria justificação, nem salvação. II. O PATRIARCA ABRAÃO 1. A fé de Abraão (v.1). Ele estava com 75 anos quando partiu de Harã. Deus prometera-lhe multiplicar a sua descendência, e dar-lhe a terra de suas peregrinações. Promessa esta ratificada quando Abraão era já velho, o qual não duvidou do poder de Deus nem de sua promessa. Abraão não levou em conta a sua idade nem a de Sara, cujo período de maternidade já havia passado. Além disso, ela era estéril.Essa fé em Deus foi-lhe imputada como justiça. Todo o capítulo 4 de Romanos gira em torno de Gênesis 15.6: “E creu ele no SENHOR, e foi-lhe imputado isto por justiça”. O apóstolo está mostrando que Abraão foi justificado diante de Deus pela fé e não pelas obras.2. Uma doutrina coerente (vv.2-5). Essa passagem citada por Paulo não foi uma escolha aleatória. As boas obras de Abraão eram frutos de sua fé em Deus. Vejamos o desdobramento dos versículos acima. Você já viu alguém agradecer a seu patrão por haver recebido seu salário? Claro que não! Por que? Porque o patrão cumpriu com o seu dever, retribuindo-lhe um serviço prestado: “Ora, àquele que faz qualquer obra não lhe é imputado o galardão segundo a graça, mas segundo a dívida” (v.4). III. O REI DAVI 1. A bem-aventurança do perdão (vv.6,7). O apóstolo aproveitou a oportunidade para citar o Salmo 32, que corresponde ao mesmo contexto. O verbo “imputar” no Salmo 32 é o mesmo de Gn 15.6. “Imputar” é creditar ou lançar na conta de uma pessoa. Deus credita a justiça na conta do pecador. Isto é: Deus “conta” os homens como justos por causa do que creem e não por causa de suas obras. Assim, diante de Deus o cristão, embora pecador na condição humana seja posto na posição (imputado) de justo. O salmista diz que é bem-aventurado o homem que obtém o perdão de Deus. O perdão é gratuito, depende de o pecador buscar e crer na bondade de Deus.2. Pecados cobertos. Esta expressão dizia respeito às transgressões e pecados “cobertos” com o sangue expiador do sacrifício de animais no tempo do Antigo Testamento (Lv 4.1-5.13; 6.4-30; 8.14-17; 16.3-22). Mas, agora, o perdão dos pecados é alcançado pelos homens através da fé no sacrifício único e perfeito de Cristo pelos pecados (Hb 10.1-12). Essa fé é contada como justiça diante de Deus.Cabe aqui uma observação: Não confundir “pecados cobertos” com “pecados encobertos”. Esta última expressão diz respeito a pecados escondidos, que, na dispensação da graça, no caso dos fiéis, é necessário confessá-los para se obter vitória (Pv 28.13). IV. A CIRCUNCISÃO 1. Definição. Circuncisão é uma espécie de cirurgia de remoção do prepúcio. Essa prática, em Israel, foi instituída por Deus como sinal da aliança feita com Abraão (Gn 17.11), e depois com toda a nação israelita (Dt 10.16; 30.6).2. Novo Testamento. Os cristãos, tanto gentios como judeus, estão desobrigados dessa prática (At 15.3-21; Gl 2.3; 5.6). O apóstolo já havia advertido os gálatas: o cristão que observa tal prática, como condição para a salvação, ainda reconhece a sua dívida com a lei, e, por isso, está obrigado a cumpri-la na sua totalidade (Gl 5.1-4). Em outras palavras, ele volta ao seu estado original de pecador, carente de salvação.3. Significado da circuncisão de Abraão (vv.9,10). Se Abraão é o pai dos judeus, segundo a carne (v.1), isso significa que a justificação pela fé é só para os judeus? O apóstolo lembra que Abraão foi justificado pela fé quando ainda era incircunciso. Pois de Gênesis 15.6, (justificação de Abraão pela fé) a Gênesis 17.11, época em que ele foi circuncidado, há um período de 14 anos. Assim, Abraão é o pai de todos os que creem — tanto judeus como gentios. Daí, a Igreja Cristã ser reconhecida como o verdadeiro Israel. O fator raça já não tem qualquer importância na dispensação da graça.4. Abraão é nosso pai (vv.11,16). Esta doutrina era uma afronta para os judeus. Para nós que nascemos numa cultura diferente da que viveu Paulo, e por estarmos habituados aos conceitos cristãos, nada disso soa estranho. Naquela época, porém, afirmar que os verdadeiros filhos de Abraão eram os cristãos, independentemente de serem ou não judeus, caía como uma bomba no meio judaico. Nesse sentido, Paulo era visto como progressista e inovador.Os judeus daqueles dias achavam que Paulo estava destruindo os costumes de seus antepassados, e não se contentaram com isso. Eles também achavam que o apóstolo estava-lhes roubando Abraão como o patriarca da nação israelita. Até mesmo no seio da Igreja, Paulo enfrentava perseguição dos judeus e oposição dos judeus cristãos (2Co 11.24-26). A fúria dos judeus chegava a ponto de perseguirem a Paulo de cidade em cidade, até o prenderem (At 21.20-22,28).5. Selo da justiça da fé (v.11). O selo não é a essência de algo que foi selado, mas a sua confirmação ou aprovação oficial do que se acha escrito. Uma pessoa pode ser um exímio motorista, um ás no volante, mas precisa submeter-se a um exame a fim de receber a carteira, que é o certificado que atesta a sua habilitação: No caso de Abraão, a circuncisão atestava a sua justificação; isto é: ele já estava justificado quando foi circuncidado.O mesmo se pode dizer com respeito ao batismo. O cristão é batizado porque já é salvo, e não para ser salvo. O batismo serve como selo daquilo que já possuímos — a salvação pela fé em Jesus. Se acrescentarmos qualquer coisa à fé, como condição para se obter a salvação, voltaremos ao legalismo. Por isso pregamos que o batismo não é salvação. CONCLUSÃO Se o homem é salvo pelas obras, como ensinam o Judaísmo, o Catolicismo e as seitas, ele não tem de agradecer a Deus. O homem estaria recebendo o salário condizente aos seus feitos. A salvação, portanto, é um ato soberano da graça de Deus (Ef 2.8,9; Tt 2.11; 3.5), e não dos méritos humanos (Is 64.6). AUXÍLIOS SUPLEMENTARES Subsídio Teológico “Paulo já tinha dito que esta ‘justiça de Deus à parte da lei’ é credenciada pela lei e os profetas — pelo Velho Testamento.É preciso demonstrá-lo agora, e Paulo se dispõe a fazê-lo baseando-se principalmente na história de Abraão, com uma olhada de relance na experiência de Davi.De todos os justos de que fala o Velho Testamento, ninguém pôde sobrepujar Abraão — ‘Abraão, meu amigo’, como lhe chama Deus em Isaías 41.8. O testemunho de Deus em favor de Abraão está registrado em Gênesis 26.5: ‘Abraão obedeceu à minha palavra, e guardou os meus mandamentos, os meus preceitos, os meus estatutos e as minhas leis’. Então, que dizer de Abraão? Se são as obras praticadas pelo homem que o justificam diante de Deus, Abraão teria melhor possibilidade do que a maioria — e poderia candidatar-se a obter algum crédito por isso. Mas não é esse o meio divino. O meio divino está claramente indicado no registro de Gênesis 15.6 quando a promessa divina alcançou Abraão, a despeito da extrema impossibilidade do seu cumprimento por todas as considerações naturais, ‘ele creu no Senhor, e isso lhe foi imputado para justiça’. Paulo já tinha usado esta afirmação como base de um argumento ad hominem às igrejas da Galácia, quando se dispunham a abandonar o princípio da fé pelo das obras da lei. Agora ele a emprega como texto de uma exposição mais sistemática do princípio da fé.O fato de Deus aceitar a Abraão evidentemente não se baseava em suas obras, por boas que fossem. O argumento de Paulo não é apenas textual e verbal, dependendo de uma escolha de Gênesis 15.6 em preferência a outros textos daqueles de Gênesis que podiam ter apontado por outra direção. Pois as boas obras praticadas por Abraão, suas obediências aos mandamentos divinos eram fruto de sua incontestável fé em Deus. Se não tivesse crido primeiro nas promessas de Deus, nunca teria conduzido sua vida daí em diante à luz daquilo que sabia da vontade de Deus. Não. Quando Deus fez uma promessa a Abraão (cujo cumprimento, casualmente, enfeixava o Evangelho todo), ele simplesmente tomou Deus ao pé da letra, e agiu de acordo.Agora, note a diferença, prossegue Paulo. Quando alguém trabalha por alguma recompensa, essa recompensa lhe cabe. Quando simplesmente põe sua confiança em Deus, é por pura graça que sua fé lhe é imputada para justiça” (Romanos, Introdução e Comentário. F. F. Bruce). Subsídio Doutrinário “A expiação de Cristo sobre a cruz importou em satisfação, pois atendeu as reivindicações da lei e da justiça de Deus. Ela proveu-nos um ponto de apoio para que Deus nos olhasse como fôramos justos, e de fato agora o somos: ‘A justiça de Deus pela fé em Jesus Cristo para todos e sobre todos os que creem: porque não há diferença. Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus, sendo justificados gratuitamente pela sua graça, pela redenção que há em Cristo Jesus, ao qual Deus propôs para propiciação pela fé no seu sangue, [a seu Filho como um sacrifício expiatório. No grego, hilasterion, ‘expiatório’, significa ‘cobriam o propiciatório’. Hb 9.5. Deus o fez] para demonstrar a sua justiça pela remissão dos pecados dantes cometidos, sob a paciência de Deus’ (Rm 3.22-25). Ele não leva em conta o tempo da ignorância. Torna-se Ele, assim, justificador daqueles que têm fé em Jesus. Noutras palavras: os sacrifícios do Antigo Testamento demonstravam a profunda paciência de Deus, mas não lhe satisfaziam plenamente a justiça, pois a morte de um animal não pode substituir adequadamente o ser humano. Foi mister o sangue de Jesus para que fosse provido um sacrifício suficiente tanto para os santos do Antigo Testamento quanto para os que, agora, confiam em Jesus, mostrando que Deus é verdadeiramente justo” (Doutrinas Bíblicas. CPAD). Romanos - Serie Cultura Biblica - ROMANOS - INTRODUÇÃO E COMENTÁRIO - F. F. Bruce. M.A., D.D. - SOCIEDADE RELIGIOSA EDIÇÕES VIDA NOVA, Caixa Postal 21486, São Paulo-SP 04602-970Um precedente do Velho Testamento (4:1-25).
Paulo já tinha dito que esta "justiça de Deus à parte da lei" é credenciada pela Lei e os Profetas — i. e., pelo Velho Testamento. É preciso demonstrá-lo agora, e Paulo se dispõe a fazê-lo baseando-se principalmente na história de Abraão, com uma olhada de relance na experiência de Davi.
De todos os justos de que fala o Velho Testamento, ninguém pôde sobrepujar Abraão — "Abraão, meu amigo", como lhe chama Deus em Isaías 41:8. O testemunho de Deus em favor de Abraão está registrado em Gênesis 26:5: "Abraão obedeceu à minha palavra, e guardou os meus mandamentos, os meus preceitos, os meus estatutos e as minhas leis". Então, que dizer de Abraão? Se são as obras praticadas pelo homem que o justificam diante de Deus, Abraão teria melhor possibilidade do que a maioria — e poderia candidatar-se a obter algum crédito por isso. Mas não é esse o meio divino. O meio divino está claramente indicado no registro de Gênesis 15:6: quando a promessa divina alcançou Abraão, a despeito da extrema impossibilidade do seu cumprimento por todas as considerações naturais, "ele creu no Senhor, e isso lhe foi imputado para justiça". Paulo já tinha usado esta afirmação como base de um argumento ad hominem às igrejas da Galácia, quando se dispunham a abandonar o princípio da fé pelo das obras da lei. Agora ele a emprega como texto de uma exposição mais sistemática do princípio da fé.
O fato de Deus aceitar a Abraão evidentemente não se baseava em suas obras, por boas que fossem. O argumento de Paulo não é apenas textual e verbal, dependendo de uma escolha de Gênesis 15:6 em preferência a outros textos daqueles capítulos de Gênesis que podiam ter apontado para outra direção. Pois as boas obras praticadas por Abraão, sua obediência aos mandamentos divinos, eram fruto de sua incontestável fé em Deus. Se não tivesse crido primeiro nas promessas de Deus, nunca teria conduzido sua vida daí em diante à luz daquilo que sabia da vontade de Deus. Não. Quando Deus fez uma promessa a Abraão (cujo cumprimento, casualmente, enfeixava o Evangelho todo), ele simplesmente tomou Deus ao pé da letra, e agiu de acordo.Agora, note a diferença, prossegue Paulo. Quando alguém trabalha por alguma recompensa, essa recompensa lhe cabe. Quando simplesmente põe sua confiança em Deus, é por pura graça que sua fé lhe é im-putada para justiça.Tampouco Abraão é um exemplo isolado do princípio da justificação pela fé. Outro caso do Velho Testamento está bem ao alcance, na experiência de Davi. Paulo agora cita as palavras iniciais do Salmo 32 em que o salmista, com jubiloso alívio pela certeza do perdão divino, exclama: "Bem-aventurado aquele cuja iniqüidade é perdoada, cujo pecado é coberto. Bem-aventurado o homem a quem o Senhor não atribui iniqüidade."Claramente, se vê aqui outra pessoa, de cujo pecado não se poderia duvidar, que, todavia, recebeu o perdão gratuito de Deus e que é declarada "sem culpa" diante do tribunal do Céu. E se examinarmos o restante do salmo para descobrir a base em que foi absolvido esse homem, veremos que ele simplesmente reconheceu sua culpa e recorreu com fé à misericórdia de Deus.Retornando a Abraão, surge outra questão crucial. Que relação há — se é que há alguma — entre Abraão ser justificado pela fé e o rito da circuncisão? Para um judeu, este era um ponto de grande importância: a circuncisão era o sinal externo e visível da aliança de Deus com Abraão. Nenhum incircunciso podia pretender participar daquela aliança, de modo nenhum. Sustentava-se que a circuncisão dava aos judeus e aos gentios prosélitos'" direito a todos os privilégios da aliança, menos aos que, por voluntário repúdio aos mandamentos divinos, eram eliminados do povo da aliança. Portanto, pode-se imaginar um judeu replicando ao argumento de Paulo nesta passagem: "Admitindo-se que a fé que Abraão teve em Deus foi-lhe imputada para justiça, este princípio só se aplica a Abraão e aos seus descendentes circuncidados". Mas Paulo tem resposta pronta para isto. Qual era a condição de Abraão quando foi justificado pela fé? Era circunciso ou incircunciso? Só podia haver uma resposta: era incircunciso. A aliança da circuncisão não foi introduzida senão numa fase posterior da vida de Abraão (Gn 17:10ss.) — ao menos 14 anos mais tarde, segundo a cronologia de Gênesis." Quando afinal Abraão foi circuncidado, sua circuncisão foi apenas o selo externo daquele estado de justo que Deus lhe tinha conferido muito tempo antes, em virtude de sua fé. Fica mais que evidente que foi a fé, não a circuncisão, que Deus exigiu dele. Eis aí, pois, a esperança dos gentios: o caso de Abraão mostra que a questão de incircuncisão ou circuncisão é irrelevante para o estado do homem perante Deus.Por conseguinte, Abraão é o verdadeiro pai de todos os que, como ele, crêem em Deus e levam a sério Sua palavra. É o pai dos crentes incircuncisos, pois ele próprio era incircunciso quando sua fé lhe foi imputada para justiça. É também o pai dos crentes circuncisos, não tanto com base na circuncisão deles, quanto com base em sua fé.Se a circuncisão não tinha nada a ver com a justificação de Abraão por parte de Deus, com todas as bênçãos prometidas que a acompanharam, a lei tinha menos ainda a ver com isso. Pois, como Paulo indicara aos gálatas, a lei foi dada 430 anos depois da promessa feita por Deus a Abraão, e não podia invalidá-la, nem restringir seu escopo (Gl 3:17). Se, muito depois de ter sido feita, a promessa se tornasse condicionada à obediência a uma lei não mencionada nos seus termos originais, toda a base da promessa seria anulada. A promessa foi promessa de bênção, e se cumpre no Evangelho. A lei mosaica de fato profere uma bênção sobre os que a cumprem, mas ao mesmo tempo invoca maldição sobre aqueles que a quebram. E em vista do fracasso universal quanto a guardar a lei, a maldição é mais proeminente e mais relevante do que a bênção: a lei suscita a ira (versículo 15). Uma tendência pecaminosa na verdade pode estar presente na ausência de qualquer lei. Requer-se, porém, uma promulgação legal para cristalizar aquela tendência numa transgressão ou quebra positiva da lei. E para cada transgressão a lei fixa uma pena adequada. Isso é inerente ao princípio de retribuição inseparável da idéia de lei. A lei não necessita fixar prêmios para os que a guardam, mas necessariamente impõe penalidades para os que a quebrantam. Uma promessa graciosa como a que Deus fez a Abraão pertence a uma esfera totalmente diversa da esfera da leiNão. A justificação de Abraão e as bênçãos subordinadas fundavam-se em sua fé em Deus. Não foram ganhas por mérito ou esforço da parte dele (como seria se estivessem condicionadas à guarda da lei) mas, sim, dadas a ele pela graça de Deus. E o princípio sobre o qual Deus tratou assim de Abraão estende-se aos seus descendentes — não aos seus descendentes naturais como tais, pois estes se fizeram sujeitos às obrigações da lei, mas aos seus descendentes espirituais, que seguem o exemplo da fé própria de Abraão. Isto, diz Paulo, é o que Deus quis dizer quando lhe deu o nome de Abraão em lugar de Abrão, como se chamava antes, e disse: "por pai de numerosas nações te constituí". Estas abrangem todos — judeus e gentios igualmente — os que crêem em Deus. Abraão é o pai de todos os crentes.Considere-se, também, a qualidade da fé que Abraão teve. Era fé no Deus que dá vida aos mortos, que chama as coisas não existentes como se existissem de fato — e ao agir assim, dá-lhes existência real. Quando Deus disse a Abraão que seus descendentes seriam numerosos como as estrelas, ele ainda não tinha filhos. Não só isso, mas tinha ultrapassado a idade em que razoavelmente um homem pode esperar vir a ser pai, e Sara, sua mulher, estava ainda mais seguramente além da fase da maternidade. Abraão não fechou os olhos para estas circunstâncias desfavoráveis. Levou-as todas em cuidadosa consideração. Mas quando pôs contra elas a promessa de Deus, viu que a certeza da capacidade e da vontade de Deus de cumprir Sua promessa sobrepujava todas elas. Não tendo nada em que apoiar-se senão a pura e simples palavra de Deus, ele confiou nela, face a todas as indicações adversas que o pressionavam de todos os lados. Na verdade, sua fé foi fortalecida pela própria força do obstáculo que jaziam em seu caminho. E sua fé ganhou-lhe o favor de Deus.Agora, acrescenta Paulo, a afirmação de que a fé que Abraão teve lhe foi imputada para justiça não se aplica somente a Abraão. O princípio que encerra vale para todos os crentes em Deus, e especialmente para os crentes em Deus como revelado no Evangelho — o Deus que ressuscitou a Jesus dos mortos. Jesus fora entregue à morte por causa dos pecados do Seu povo; mas Deus O ressuscitou para que lhe proporcionasse sua justificação.1. Que, pois, diremos ter alcançado Abraão ...?A resposta, como Paulo continua a mostrar, é: "justificação mediante a fé, pela graça de Deus."
Abraão, nosso pai ("antepassado", RV, RSV) segundo a carne. Em vista do qualificativo (ver 1:3, 9:3, 5), "nosso" eqüivale a "de nós, judeus". Noutro sentido (4:lls., 16s.), Abraão é o pai de todos os crentes, quer judeus quer gentios de nascimento.3. Abraão creu em Deus, e isso lhe foi imputado para justiça.Quanto a uma citação e adaptação anterior de Gênesis 15:6, ver Gálatas 3:6.5. Mas ao que (...) crê naquele que justifica ao ímpio, a sua fé lhe é atribuída como justiça.Abraão não era ímpio; era um homem de notável piedade e justiça. Mas o princípio pelo qual Abraão foi justificado, sendo tal que exclui a idéia de acumular méritos por obras de piedade e justiça, é um princípio igualmente válido para os ímpios, que não têm obras dessa natureza em que confiar. Assim o coletor de impostos da parábola voltou para casa "justificado", e não o fariseu^ não porque seu mérito fosse maior (era incomparavelmente menor) mas porque, percebendo a futilidade da confiança em si mesmo, confiou-se inteiramente à graça de Deus (Lc 18:9ss.)- A descrição de Deus como Aquele "que justifica ao ímpio" é tão paradoxal como espantosa — para não dizer chocante. No Velho Testamento, a absolvição do culpado e a condenação do inocente são igual e repetidamente denunciadas como atos de juizes injustos. Na verdade, para a melhor orientação dos juizes na administração da justiça, o Deus de Israel se lhes oferece como exemplo. "Não justificarei o ímpio," diz Ele em Êxodo 23:7. Na versão da LXX, as palavras gregas usadas para comunicar o que Deus proíbe na lei são as mesmas que Paulo usa aqui para declarar o que Deus de fato faz no Evangelho. Não admira que tenha achado necessário sustentar acima que Deus, ao justificar pecadores, contudo preserva imaculado o Seu caráter. Uma vez justificados, na verdade os ímpios deixam de ser ímpios, mas não são justificados com base em qualquer forma de correção dos seus caminhos que se pudesse prever. Se deixamos de avaliar o problema de cunho moral envolvido na graça perdoadora de Deus, talvez seja porque "ainda não consideramos quão grave é o pecado". A solução do paradoxo é dada em 5:6.6. Também (...) Davi.O Salmo 32 é atribuído a Davi nos títulos do TM e da LXX. Há um elo formal que liga 32:1, 2, passagem citada nos versículos 7,8, e Gênesis 15:6, citado no versículo 3, no sentido de que o verbo "imputar" é comum a ambas as passagens. Na exegese rabínica, esse elo serviu para incentivar a interpretação de uma passagem pela outra, segundo o princípio chamado gezerah shawah ("categoria igual"). Paulo aqui emprega este princípio, mas o elo não é simplesmente formal: a não imputação de pecado, com que o salmista se regozija, importa em positiva imputação da justiça ou pronunciamento da absolvição, pois é impossível haver veredito de "sem provas" no tribunal de Deus.11. O sinal da circuncisão.Quer dizer, o sinal que consistia da circuncisão. A expressão "da circuncisão" representa no grego o "genitivo de definição". Em Gênesis 17:11 Deus diz a Abraão que a circuncisão é para marca ou "sinal de aliança entre mim e ti". A exegese de Paulo identifica esta aliança com a de Gênesis 15:18, na qual (pelo menos catorze anos antes de Abraão ter sido circuncidado) Deus mostrou a Abraão efetivamente como lhe imputou sua fé para justiça. Assim, a circuncisão é tratada como selo subseqüente e externo àquele estado de justo que Abraão já possuía como dom de Deus. Não produziu aquele estado de justo, nem lhe acrescentou nada.13. Que a Abraão (...) coube a promessa de ser herdeiro do mundo.Isto não é citação de alguma promessa a Abraão registrada, mas uma interpretação daquelas promessas que fazem referência a "todas as famílias da terra" (Gn 12:3) e a "todas as nações da terra" (Gn 18:18, 22:18). Ao se delimitar a herança de Abraão em termos geográficos, situa-se entre o Egito e o Eufrates (Gn 15:18; ver também 13:14s.), mas no sentido espiritual e permanente em que as promessas a ele feitas são interpretadas no Novo Testamento, sua herança não pode confinar-se a tais fronteiras terrenas (ver Hb 11:10, RV: "ele procurava a cidade que tem fundamentos, da qual Deus é o arquiteto e construtor").
Ou a sua descendência. A promessa a Abraão em Gênesis 12:3, "em ti serão benditas todas as famílias da terra" repete-se em Gênesis 22:18 nesta forma: "nela" (em tua descendência) "serão benditas todas as nações da terra." Em Gálatas 3 Paulo junta as duas formas da promessa e mostra como a palavra "descendência" (ou "semente") na segunda forma, sendo um coletivo singular, pode referir-se primariamente a Cristo (versículo 16) e, por conseqüência, também ao povo de Cristo (versículo 29). O ponto de que trata aqui, qualquer que seja a forma da promessa que considerarmos, é no sentido de que sua validade não tem relação alguma com a lei (que veio séculos mais tarde, como consta em Gl 3:17), nem com a justiça que depende da guarda da lei.14. Se os da lei é que são os herdeiros, anula-se a fé.Porque a herança prometida a Abraão passaria a depender então de um novo princípio, dependente das obras e não da fé.
E cancela-se a promessa. Porque se o seu cumprimento depende da guarda da lei, o fato de os homens serem incapazes de guardar a lei assegurará que a promessa de fato jamais será cumprida.15. Porque a lei suscita a ira.Isto é, a lei inevitavelmente impõe penas pelo fracasso em guardá-la.
Mas onde não há lei, também não há transgressão. Aqui, como em 5:13 ("o pecado não é levado em conta quando não há lei"), Paulo parece estar enunciando uma conhecida máxima legal (como a máxima romana: nulla poena sine lege).16. Essa é a razão por que provém da fé, para que seja segundo a graça. Concisa afirmação do princípio de que aquilo que Deus dá por Sua livre graça, pode ser apropriado pelos homens somente mediante a fé. Ao contrário, o que é obtido pelas obras (não pela fé) é dado por questão de mérito (não de graça).17. Por pai de muitas nações te constituí.Em Gênesis 17:5, o hebraico diz literalmente: "Fiz de ti pai de uma multidão ('ab hamon) de nações", onde a primeira parte de hamon ("multidão") está ligada à última sílaba do novo nome, Abraão ('abhraham).Perante aquele no qual creu. Estas palavras estão logicamente ligadas à frase do versículo 16 que diz: "a fim de que seja firme a promessa para toda a descendência" — i. e., "a fim de que a promessa seja válida para toda a posteridade espiritual de Abraão (quer judeus quer gentios por nascimento natural) diante de Deus, em quem Abraão pôs sua confiança".
O Deus que vivifica os mortos. Esta é a designação geral de Deus na devoção judaica, mas aqui é usada com especial referência ao "seu próprio corpo" (de Abraão) "amortecido (...) e à idade avançada de Sara" (versículo 19).
E chama à existência as cousas que não existem. (AV: "E chama aquelas coisas que não são como se fossem.") A referência aqui é às "muitas nações" que descenderam de Abraão. Não somente não existiam ainda, mas (visto que Abraão e Sara já tinham atingido avançada idade, sem filhos), nada parecia menos provável do que virem elas a existir algum dia. !
18. Assim será a tua descendência.Citação de Gênesis 15:5, onde Deus diz a Abraão (embora este ainda não tivesse filhos) que os seus descendentes serão inumeráveis como as estrelas.
19. Embora levasse em conta o seu próprio corpo amortecido.(AV: "Não levou em conta seu próprio corpo amortecido." A palavra "não" deve ser omitida como texto tardio e inferior.) A questão é que Abraão de fato levou em conta todos os fatores importantes, incluindo sua avançada idade e a alta dose de improbabilidade — por todos os critérios naturais de avaliação — de que viesse a ter um filho agora, quando seu corpo estava "amortecido" (assim o mesmo particípio,nenekrõmenos, é traduzido em Hb 11:12, com respeito a esta mesma situação). Todavia, havendo considerado estes fatores todos, concluiu que a certeza da promessa divina sobrepujava toda e qualquer improbabilidade natural.
25. O qual foi entregue por causa das nossas transgressões.Ê possível que isto seja uma citação de alguma primitiva confissão de fé. A linguagem parece basear-se em Isaías 53. O verbo "entregar-se" neste sentido (paradidõmi) ocorre duas vezes na versão que a LXX apresenta daquele capítulo: em Isaías 53:6 "o Senhor o entregou (o Servo Sofredor) por nossos pecados", e em Isaías 53:12 "por causa dos pecados deles, ele (o Servo) foi entregue". (Esta última sentença desvia-se consideravelmente do texto hebraico: "e pelos transgressores intercedeu".) Este emprego do verbo com relação a Jesus ser entregue à morte sugere que quando é empregado em 1 Coríntios 11:23, na narrativa que Paulo faz da instituição da eucaristia, o sentido não é bem como o dado por AV e AA: "na noite em que foi traído" (a saber, por Judas), mas, antes, "em que foi entregue" (a saber, por Deus).
Também se pode estabelecer uma analogia entre esta frase e o Targum de Jonatã sobre Isaías 53:5, em que achamos uma frase em aramaiço ('thmesar ba'awayathana) que, isoladamente, poderia ser traduzida "ele foi entregue por nossas iniqüidades". Contudo, no Targum não é o Messias-Servo que é o sujeito da sentença, e, sim, o templo: O Messias-Servo "edificará o santuário que foi profanado por nossas transgressões e entregue por nossas iniqüidades".
E ressuscitou por causa da nossa justificação. A preposição "por" (AV) em ambas as frases traduz dia ("por causa de", como diz AA). Cristo foi "entregue" para expiar os pecados do Seu povo e foi ressuscitado pelo poder divino para garantir a sua justificação. (Longe de nós interpretar as duas frases grosseiramente, sugerindo que a ressurreição de Cristo nada tem a ver com a expiação dos pecados do Seu povo e que Sua morte nada tem a ver com a sua justificação. Esta idéia é eliminada por 5:9.)Romanos - Serie Cultura Biblica - ROMANOS - INTRODUÇÃO E COMENTÁRIO - F. F. Bruce. M.A., D.D. - SOCIEDADE RELIGIOSA EDIÇÕES VIDA NOVA, Caixa Postal 21486, São Paulo-SP 04602-970
JUSTIFICAÇÃO (Dicionário Bíblico Wycliffe - Charles F. Pfeiffer, Howard F. Vos, John Rea (1))Este é um termo (gr. dikaiosis) que se refere ao julgamento judicial. Não significa tornar reto ou santo, mas anunciar um veredicto favorável, declarar ser justo. Este significado é patente tanto no Antigo quanto no Novo Testamento (heb. tronco hiphil de sadaq, "declarar justo"; gr. dikaioo, "vindicar, inocentar, pronunciar e tratar como justo"). O ato de "justificar" é contrastado com o ato de "condenar" (cf. Dt 25.1; 1 Rs 8.32; Pv 17.15; Rm 8.33); e assim como condenar é o meio de tornar alguém ímpio, justificar é o meio de tornar alguém justo.
É esta força declarativa do termo que levanta a questão: como Deus pode justificar o ímpio? Na justificação que Deus faz dos pecadores, há um único ingrediente que não aparece em nenhum outro caso de justificação. Esta característica única é que Deus faz com que a nova relação declarada por Ele se torne realidade. Esta operação é expressamente declarada nas Escrituras, e é o ato pelo qual muitos são constituídos como justos (Rm 5.19), a concessão do dom gratuito da justiça (Rm 5.17), tornando-nos a justiça de Deus em Cristo (2 Co 5.21). E por esta ação que a sentença de condenação (q.v.) sob a qual repousamos como pecadores é mudada para uma ação de justificação; não há, portanto, nenhuma condenação para aqueles que estão em Cristo Jesus (Rm 8.1). Este ato constitutivo é corretamente mencionado como a imputação da justiça de Cristo a nós. Assim, fica patente que a sentença de condenação não tem nenhuma afinidade com o que é interiormente operado em nós, seja pela regeneração (q.v.) ou pela santificação (q.v.). A imputação é o crédito, em nossa conta, de uma justiça que não é a nossa própria, mas que é, na realidade, baseada na obediência de Cristo (Fp 3.9; Rm 5.17,19). Ela é, portanto, distinta do perdão dos pecados, embora o perdão esteja necessariamente incluído nela (At 13.38-39)
Como a natureza da justificação é, desse modo, mostrada como declarativa, constitutiva e imputativa, assim a base reside em nada mais além do que a obra realizada por Cristo, a fonte da graça gratuita de Deus. Somos justificados gratuitamente pela graça de Deus "pela redenção que está em Cristo Jesus" (Rm 3.24). Esta verdade passa à expressão focal na designação "a justiça de Deus" (Rm 1.17; 3.21,22; 10.3; 2 Co 5.21; Pp 3.9). A obra de Cristo foi a obediência (Rm 5.19; Fp 2.8; Hb 5.8,9). Deste modo, ela foi a justiça (Mt 3.15; Rm 5.17,18,21). Foi operada por Ele como o Deus-homem e é, portanto, uma justiça com uma propriedade divina, uma justiça de Deus contrastada não só com a injustiça humana, mas com toda a justiça humana. Somente esta justiça atende o desespero da nossa situação pecadora e fica à altura de todas as exigências da santidade de Deus. Ela não só garante a justificação de Deus, mas ao ser imputada em nossa conta, exige a nossa justificação. A graça reina "pela justiça para a vida eterna" (Rm 5.21). Como a justificação é concedida pela graça, ela é recebida pela fé (Rm 1.17; 5.1). A fé é coerente com todas as outras características. Isto é verdade não apenas pelo fato da fé ser um dom de Deus, mas porque o caráter distinto da fé consiste em receber a Cristo e permanecer nele para a salvação. E a qualidade generosa e autoconfiante da fé que a torna o instrumento adequado de tudo o mais que envolve a justificação. E pela fé que somos justificados e somente pela fé, embora nunca por uma fé que esteja sozinha. A justificação é a questão religiosa básica. Não vem agora a simples pergunta: Como o homem pode ser justo para com Deus? E ainda a pergunta mais forte: Como o homem, na condição de pecador, pode tornar-se justo para com Deus? A resposta é: Através da justificação pela graça, por meio da fé. Veja Fé; Perdão; Imputação; Justiça; Salvação.
Bibliografia. Veja comentários sobre Romanos. John A. Faulkner, "Justification", ISBE, III, 1782-1788. Leon Morris, The Apostolic Preaching ofthe Cross, Grand Rapids. Eerd-mans, 1956, pp. 224-274. James I. Packer, "Just, Justify, Justification", BDT, pp. 303-308; "Justification", NBD, pp. 683-686. Gottlob Schrenk, "Dikaios etc"., TDNT, II, 182-225.J.M.
Dicionário Bíblico Wycliffe - Charles F. Pfeiffer, Howard F. Vos, John Rea (1)
Referências Bibliográficas (outras estão acima)Dicionário Bíblico Wycliffe. 4.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2009.Bíblia de estudo - Aplicação Pessoal.Bíblia de Estudo Almeida. Revista e Atualizada. Barueri, SP: Sociedade Bíblica do Brasil, 2006.Bíblia de Estudo Palavras-Chave Hebraico e Grego. Texto bíblico Almeida Revista e Corrigida.Bíblia de Estudo Pentecostal. Traduzida em português por João Ferreira de Almeida, com referências e algumas variantes. Revista e Corrigida, Edição de 1995, Flórida- EUA: CPAD, 1999.BÍBLIA ILUMINA EM CD - BÍBLIA de Estudo NVI EM CD - BÍBLIA Thompson EM CD.CPAD - http://www.cpad.com.br/ - Bíblias, CD'S, DVD'S, Livros e Revistas. BEP - Bíblia de Estudos Pentecostal.VÍDEOS da EBD na TV, DE LIÇÃO INCLUSIVE - http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/videosebdnatv.htmwww.ebdweb.com.br - www.escoladominical.net - www.gospelbook.net - www.portalebd.org.br/http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/alianca.htmDicionário Vine antigo e novo testamentos - CPADManual Bíblico Entendendo a Bíblia, CPADDicionário de Referências Bíblicas, CPADAs Disciplinas da Vida Cristã; CPADHermenêutica Fácil e descomplicada, CPADRevistas antigas - CPADRomanos - Serie Cultura Biblica - ROMANOS - INTRODUÇÃO E COMENTÁRIO - F. F. Bruce. M.A., D.D. - SOCIEDADE RELIGIOSA EDIÇÕES VIDA NOVA, Caixa Postal 21486, São Paulo-SP 04602-970
Comentarista da CPAD: Pr. José GonçalvesComplementos, ilustrações, questionários e vídeos: Ev. Luiz Henrique de Almeida SilvaNÃO DEIXE DE ASSISTIR AOS VÍDEOS DA LIÇÃO ONDE TEMOS MAPAS, FIGURAS, IMAGENS E EXPLICAÇÕES DETALHADAS DA LIÇÃOhttp://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/videosebdnatv.htmEstudo sobre nossos assunto de 2006 - http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/licao4-salvacao-ajustificacaopelafeemcristo.htmAQUI VOCÊ VÊ PONTOS DIFÍCEIS DA LIÇÃO - POLÊMICOS
TEXTO ÁUREO “E não duvidou da promessa de Deus por incredulidade, mas foi fortificado na fé, dando glória a Deus” (Rm 4.20).
VERDADE PRÁTICA A justificação dos pecados diante de Deus ocorre somente pela fé.
LEITURA DIÁRIASegunda — Rm 4.2 Abraão foi justificado pela fé e não pelas obras da carne Terça — Rm 4.3 Abraão creu em Deus e por isso Ele o aceitou e justificou Quarta — Rm 4.6 Feliz é o homem a quem Deus imputa a sua justiça Quinta — Rm 4.7 Felizes são aqueles a quem o Senhor perdoa as iniquidades Sexta — Rm 4.9 A Palavra de Deus afirma que a fé foi imputada como justiça a Abraão Sábado — Rm 4.16 Salvação somente pela fé, mediante a graça divina LEITURA BÍBLICA EM CLASSE - Romanos 4.17-22. 17 — (como está escrito: Por pai de muitas nações te constituí), perante aquele no qual creu, a saber, Deus, o qual vivifica os mortos e chama as coisas que não são como se já fossem.18 — O qual, em esperança, creu contra a esperança que seria feito pai de muitas nações, conforme o que lhe fora dito: Assim será a tua descendência.19 — E não enfraqueceu na fé, nem atentou para o seu próprio corpo já amortecido (pois era já de quase cem anos), nem tampouco para o amortecimento do ventre de Sara.20 — E não duvidou da promessa de Deus por incredulidade, mas foi fortificado na fé, dando glória a Deus;21 — e estando certíssimo de que o que ele tinha prometido também era poderoso para o fazer.22 — Pelo que isso lhe foi também imputado como justiça. OBJETIVO GERAL Explicar que somos justificados diante de Deus somente pela fé e não pelas obras da carne. OBJETIVOS ESPECÍFICOS Abaixo, os objetivos específicos referem-se ao que o professor deve atingir em cada tópico. Por exemplo, o objetivo I refere-se ao tópico I com os seus respectivos subtópicos. I. Abalizar que a justificação manifestada em Jesus Cristo veio para salvar judeus e gentios;II. Mostrar que Paulo procurou responder, de forma bíblica, as contestações que seus interlocutores faziam quanto à justificação;III. Explicar como Paulo utilizou o exemplo de Abraão para tratar a respeito da justificação pela fé. INTERAGINDO COM O PROFESSOR Professor, a lição de hoje trata a respeito de uma das doutrinas mais importantes apresentadas por Paulo na Epístola de Romanos — a justificação pela fé. Ressalte, no decorrer de toda a lição, que ninguém pode ser justificado diante de Deus pela Lei ou pelas obras da carne. O caminho da justificação é somente pela fé na obra expiatória de Jesus Cristo. Paulo mostra que Cristo é o único caminho para que judeus e gentios sejam absolvidos da penalidade do pecado. O apóstolo, de maneira sábia, utiliza o exemplo do patriarca Abraão para desfazer a ideia errada que os judeus tinham de que a aceitação de Deus era obtida mediante as obras da Lei.Glória a Deus, pois na Nova Aliança, tudo que recebemos da parte do Senhor, inclusive a salvação, é decorrente única e exclusivamente da graça de Deus.
PONTO CENTRAL A justificação diante de Deus é somente pela fé. Resumo da Lição 3, Justificação, somente pela fé em Jesus CristoI. A JUSTIFICAÇÃO MANIFESTADA (Rm 3.21-26) 1. Um culpado que é inocentado. 2. Um prisioneiro que é libertado. 3. Um inocente que é culpado. II. A JUSTIFICAÇÃO CONTESTADA (Rm 3.27-31)1. A justificação se opõe à salvação meritória. 2. A justificação se opõe ao orgulho nacionalista. 3. A justificação se opõe ao antinomismo.III. A JUSTIFICAÇÃO EXEMPLIFICADA (Rm 4.1-25)1. Abraão, circuncisão e justificação (Rm 4.1-8). 2. Abraão, promessa e justificação (Rm 4.9-17). 3. Abraão, ressurreição e justificação (Rm 4.18-25). PARA REFLETIR A respeito da Carta aos Romanos, responda: Segundo a lição, por que os gentios estavam debaixo da ira de Deus?Os gentios estavam debaixo da ira de Deus, porque falharam em conhecê-lo. Na pessoa de quem Deus tornou conhecido o seu grande amor para com os pecadores?Na pessoa de Jesus Cristo. Existem méritos humanos quando a graça de Deus se manifesta?A doutrina da justificação pela fé diz que não há mérito humano quando a graça de Deus se manifesta. A justificação pela fé torna a lei desprezível?A resposta de Paulo é não! Porém, judeu nem tampouco gentio algum foi capaz de cumprir a Lei. Qual era a função da lei?A Lei tinha a função de servir de condutora até Cristo. SUBSÍDIOS ENSINADOR CRISTÃO Justificação, somente pela fé em Jesus Cristo Para explicar a doutrina da Justificação pela Fé, o apóstolo Paulo usa dois tipos de linguagem na carta: a do judiciário e a do sistema de sacrifício levítico. Como o apóstolo pretende convencer o seu público leitor, os judeus, bem como os gentios, de que mais do que observar o sistema de Lei como requisito para a salvação, Deus havia manifestado a sua graça justificadora lá no tempo da Antiga Aliança por intermédio do pai da fé, Abraão, o apóstolo afirma com todas as letras: “Portanto, é pela fé, para que seja segundo a graça, a fim de que a promessa seja firme a toda a posteridade, não somente à que é da lei, mas também à que é da fé de Abraão, o qual é pai de todos nós. [...] Pelo que isso lhe foi também imputado como justiça” (Rm 4.16,22). Dessa forma, o apóstolo argumentava ao judeu de que, mesmo o gentio não tendo a Lei, a condição do gentio em relação a Deus em nada é inferior ao do judeu. Em Jesus, pela fé mediante a Graça de Deus, o gentio é filho de Abraão por intermédio da fé, que é pai tanto do judeu quanto do gentio achado por Deus (Rm 4.9-13).A linguagem judiciária da JustificaçãoSer justificado por Deus é ser inocentado por Ele mesmo da condição de culpado pelos atos. Ou seja, o indivíduo não tem quaisquer condições de se auto- declarar inocente ou de aliviar a sua consciência, pois sabe que nada poderá apagar a sua culpa. Por isso, Deus, em Cristo, na cruz do Calvário, nos reconciliou para sempre (2Co 5.19). De modo que o apóstolo Paulo ratifica esse milagre: “Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isso não vem de vós; é dom de Deus” (Ef 2.8).A linguagem sacrifical da JustificaçãoTrocar o culpado pelo inocente. O sangue de Jesus Cristo foi derramado no lugar do sangue da humanidade. Foi a substituição vicária de Cristo Jesus por nós. Éramos culpados, mas Cristo se tornou culpado por nós; éramos malditos, Cristo se tornou maldito por nós; éramos dignos de morte, Cristo morreu em nosso lugar e por nós (Rm 3.25).A linguagem judiciária e sacrifical da justificação nos mostra um Deus amoroso e misericordioso, que não faz acepção de pessoas e que deixa clara a real condição do ser humano, seja ele judeu ou gentio: somos todos carentes da graça e da misericórdia do Pai.Caro professor, esse trecho bíblico [3.1 — 4.25] é importante para o desenvolvimento do argumento do apóstolo em sua epístola. Estude-o com rigor.2º Trimestre de 1998
Comentários de vários autores com alguma modificações do EV. Luiz HenriquePontos difíceis e polêmicos
Justificação é ser olhado por DEUS via JESUS CRISTO e seu sacrifício. Se tirar JESUS aparece a ira e a condenação de DEUS."A saber: Se com a tua boca confessares ao Senhor Jesus, e em teu coração creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo." Romanos 10:9Assim que funciona. Se eu quero DEUS, ele já providenciou minha salvação, ELE então me fornece a fé para ser salvo. SIMPLES ASSIM.Arrependimento, Fé e Salvação, mas se retirar a graça de DEUS tudo isso não vale nada.Não podemos dizer que somos salvos pela fé - está errado - Efésios: 2. 8. Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus; 9. não vem das obras, para que ninguém se glorie. 10. Porque somos feitura sua, criados em Cristo Jesus para boas obras, as quais Deus antes preparou para que andássemos nelas.
Justificação"[Do heb. tsadik; do gr. diakaios; do lat. justificationem]. Ato de declarar justo. Processo judicial que se dá junto ao Tribunal de Deus, através do qual o pecador que aceita a Cristo é declarado justo (Rm 5.1). Ou seja: passa a ser visto por Deus como se jamais tivera pecado em toda a sua vida (Rm 5.1).A justificação é mais que um mero perdão. O criminoso perdoado, ou anistiado, continuará criminoso. Mas se Deus o justificar, torna-se ele justo (Rm 8.1). A justificação é obtida única e exclusivamente pela fé em Cristo Jesus."Para conhecer mais leia Dicionário Teológico, CPAD, p. 198. A justificação pela fé ( http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/a_justificacao.htm )1- Pedro em Antioquia:1.1- Surge a igreja em AntioquiaBarnabé foi a tarso em busca de Paulo, para ajudá-lo – a igreja cresceu muito – os apóstolos sabendo desse tão grande crescimento, principalmente entre os gentios, enviou Pedro.1.2- O escrúpulo judaicoLevítico 11 fala das leis dietéticas dos judeus – os judeus não entram na casa de gentios e não comem com gentios (Pedro já sabia que isso era antes da vinda de cristo, agora todos eram iguais perante DEUS – visão em casa de Simão em Jope)2- O pecado de hipocrisia:2.1- A festa ágape (correto agápe)Refeição entre os irmãos era feita ceia com alimentos normais havendo o partir do pão e o beber vinho (suco de uva) - Pedro participava normalmente quando chegou irmãos enviados da parte de Tiago (adeptos da salvação com a justificação pela lei), de Jerusalém; então Pedro foi se retirando do meio dos gentios, devagarinho e Barnabé imitou-o; Paulo se levantou admirado e repreendeu a Pedro no meio de todos.2.2- Provavelmente Pedro agiu assim por pressão dos judaizantes, querendo agradá-los, mas Paulo querendo que a verdade do evangelho da justificação pela fé fosse colocada em evidência repreendeu a Pedro na presença dos judaizantes para que os mesmos aprendessem a verdade e a considerá-lo como apóstolo. Pedro acatou a repreensão de Paulo e se retratou.3- O homem é justificado pela fé3.1 - O mistério é revelado e 3.2- A questão teológicaPaulo recebeu a revelação de DEUS pelo ESPÍRITO SANTO que tanto os judeus como os gentios são pecadores iguais perante DEUS que quer usar de misericórdia para com todos; dando a lei escrita aos judeus para mostra-lhes o pecado; e a lei da consciência aos gentios para mostrar-lhes o pecado; mas a todos que pela fé aceitam a JESUS como Salvador e Senhor são perdoados de seus pecados, sabendo nós que os costumes judaicos são bons, mas não salvam.4- Entrega total e não meramente uma fé intelectual4.1- O legalismo das seitas atuais:As seitas sempre acrescentam alguma coisa à fé para alguém ser salvo e tropeçam no legalismo da justificação pelas obras e não pela fé; perdendo assim o sentido do verdadeiro evangelho.4.2- A natureza da justificação pela féDepois de ser justificado pela fé o ser humano não pode continuar pecando, pois é uma nova criatura e as coisas velhas já passaram.4.3- Não é uma fé artificial e intelectualÉ um milagre de DEUS e é de uma simplicidade que espanta até os crentes.
Revista CPAD - 1998 - Título: Romanos — O Evangelho da justiça de Deus - Comentarista: Esequias Soares da Silva Lição 4: A experiência de Abraão, nosso pai na fé - Data: 26 de Abril de 1998 “E creu ele no Senhor, e foi-lhe imputado isto por justiça” (Gn 15.6). A justificação pela fé não é um mero perdão: é o processo pelo qual Deus declara o homem justo, como se este jamais tivesse cometido qualquer pecado. LEITURA BÍBLICA EM CLASSE - Romanos 4.1-16. 1 — Que diremos, pois, ter alcançado Abraão, nosso pai segundo a carne?2 — Porque, se Abraão foi justificado pelas obras, tem de que se gloriar, mas não diante de Deus.3 — Pois, que diz a Escritura? Creu Abraão em Deus, e isso lhe foi imputado como justiça.4 — Ora, àquele que faz qualquer obra, não lhe é imputado o galardão segundo a graça, mas segundo a dívida.5 — Mas, àquele que não pratica, porém crê naquele que justifica o ímpio, a sua fé lhe é imputada como justiça.6 — Assim também Davi declara bem-aventurado o homem a quem Deus imputa a justiça sem as obras, dizendo:7 — Bem-aventurados aqueles cujas maldades são perdoadas, e cujos pecados são cobertos.8 — Bem-aventurado o homem a quem o Senhor não imputa o pecado.9 — Vem, pois, esta bem-aventurança sobre a circuncisão somente ou também sobre a incircuncisão? Porque dizemos que a fé foi imputada como justiça a Abraão.10 — Como lhe foi, pois, imputada? Estando na circuncisão ou na incircuncisão? Não na circuncisão, mas na incircuncisão.11 — E recebeu o sinal da circuncisão, selo da justiça da fé, quando estava na incircuncisão, para que fosse pai de todos os que creem (estando eles também na incircuncisão, a fim de que também a justiça lhes seja imputada),12 — e fosse pai da circuncisão, daqueles que não somente são da circuncisão, mas que também andam nas pisadas daquela fé de Abraão, nosso pai, que tivera na incircuncisão.13 — Porque a promessa de que havia de ser herdeiro do mundo não foi feita pela lei a Abraão ou à sua posteridade, mas pela justiça da fé.14 — Pois, se os que são da lei são herdeiros, logo a fé é vã e a promessa é aniquilada.15 — Porque a lei opera a ira; porque onde não há lei também não há transgressão.16 — Portanto, é pela fé, para que seja segundo a graça, a fim de que a promessa seja firme a toda a posteridade, não somente à que é da lei, mas também à que é da fé de Abraão, o qual é pai de todos nós. ORIENTAÇÃO DIDÁTICA Para estudarmos esta lição de maneira interativa e dinâmica poderemos lançar mão da técnica de pequenos grupos de estudo, caso sua classe disponha de sala ou tenha espaço para movimentação de alunos.Divida a classe em vários grupos, propondo os seguintes temas para serem discutidos, em 5 minutos.1. O que é justificação?2. Por que Abraão é o nosso pai na fé?3. Qual o significado da circuncisão?4. Explique o versículo 4.Após o tempo dado para reflexão os grupos deverão apresentar, sucintamente, a sua conclusão.O professor poderá pedir a apresentação dos grupos no início da aula ou durante o desenvolvimento da lição, de acordo com a necessidade, fazendo a complementação do assunto, pessoalmente, ou usando a técnica de perguntas e respostas, buscando a participação de todos para a conclusão de cada tema. COMENTÁRIO - INTRODUÇÃO O tema da Epístola aos Romanos: “O justo viverá da fé” (Rm 1.17) é demonstrado no capítulo 4 dessa epístola. Hoje, vamos estudar os elementos usados pelo apóstolo Paulo como sustentação dessa doutrina. I. A DOUTRINA DA JUSTIFICAÇÃO PELA FÉ 1. Definição. A justificação é um ato divino, de cunho jurídico, e implica em declarar justo o indivíduo. Diz Daniel B. Pecota, na obra Teologia Sistemática, Uma Perspectiva Pentecostal (CPAD): “O termo ‘justificação’ refere-se ao ato mediante o qual, com base na obra infinitamente justa e satisfatória de Cristo, na cruz, Deus declara os pecadores condenados livres de toda a culpa do pecado e de suas consequências eternas, declarando-os plenamente justos aos seus olhos”.Myer Pearlman definiu assim a justificação: “É um ato da livre graça de Deus pelo qual ele perdoa todos os nossos pecados e nos aceita como justos aos seus olhos somente por ser imputada a justiça de Cristo, que se recebe pela fé”.2. Justificação significa perdão dos pecados (vv.7,8). O sentido do verbo “justificar”, (que aparece 39 vezes no Novo Testamento, 27 das quais nos escritos paulinos), vai muito além de um mero conceito jurídico humano e diminuto, e de um estéril pronunciamento forense. Através da justificação, sublime doutrina fundamental, o pecador arrependido passa a ser visto por Deus como um justo.3. O que isso representa? Representa vida (Rm 5.17-19), perdão de pecados (vv.7,8), cujo resultado é a santificação. Romanos 4.25 diz que a ressurreição de Jesus originou a nossa justificação. Se Jesus não tivesse ressuscitado não haveria justificação, nem salvação. II. O PATRIARCA ABRAÃO 1. A fé de Abraão (v.1). Ele estava com 75 anos quando partiu de Harã. Deus prometera-lhe multiplicar a sua descendência, e dar-lhe a terra de suas peregrinações. Promessa esta ratificada quando Abraão era já velho, o qual não duvidou do poder de Deus nem de sua promessa. Abraão não levou em conta a sua idade nem a de Sara, cujo período de maternidade já havia passado. Além disso, ela era estéril.Essa fé em Deus foi-lhe imputada como justiça. Todo o capítulo 4 de Romanos gira em torno de Gênesis 15.6: “E creu ele no SENHOR, e foi-lhe imputado isto por justiça”. O apóstolo está mostrando que Abraão foi justificado diante de Deus pela fé e não pelas obras.2. Uma doutrina coerente (vv.2-5). Essa passagem citada por Paulo não foi uma escolha aleatória. As boas obras de Abraão eram frutos de sua fé em Deus. Vejamos o desdobramento dos versículos acima. Você já viu alguém agradecer a seu patrão por haver recebido seu salário? Claro que não! Por que? Porque o patrão cumpriu com o seu dever, retribuindo-lhe um serviço prestado: “Ora, àquele que faz qualquer obra não lhe é imputado o galardão segundo a graça, mas segundo a dívida” (v.4). III. O REI DAVI 1. A bem-aventurança do perdão (vv.6,7). O apóstolo aproveitou a oportunidade para citar o Salmo 32, que corresponde ao mesmo contexto. O verbo “imputar” no Salmo 32 é o mesmo de Gn 15.6. “Imputar” é creditar ou lançar na conta de uma pessoa. Deus credita a justiça na conta do pecador. Isto é: Deus “conta” os homens como justos por causa do que creem e não por causa de suas obras. Assim, diante de Deus o cristão, embora pecador na condição humana seja posto na posição (imputado) de justo. O salmista diz que é bem-aventurado o homem que obtém o perdão de Deus. O perdão é gratuito, depende de o pecador buscar e crer na bondade de Deus.2. Pecados cobertos. Esta expressão dizia respeito às transgressões e pecados “cobertos” com o sangue expiador do sacrifício de animais no tempo do Antigo Testamento (Lv 4.1-5.13; 6.4-30; 8.14-17; 16.3-22). Mas, agora, o perdão dos pecados é alcançado pelos homens através da fé no sacrifício único e perfeito de Cristo pelos pecados (Hb 10.1-12). Essa fé é contada como justiça diante de Deus.Cabe aqui uma observação: Não confundir “pecados cobertos” com “pecados encobertos”. Esta última expressão diz respeito a pecados escondidos, que, na dispensação da graça, no caso dos fiéis, é necessário confessá-los para se obter vitória (Pv 28.13). IV. A CIRCUNCISÃO 1. Definição. Circuncisão é uma espécie de cirurgia de remoção do prepúcio. Essa prática, em Israel, foi instituída por Deus como sinal da aliança feita com Abraão (Gn 17.11), e depois com toda a nação israelita (Dt 10.16; 30.6).2. Novo Testamento. Os cristãos, tanto gentios como judeus, estão desobrigados dessa prática (At 15.3-21; Gl 2.3; 5.6). O apóstolo já havia advertido os gálatas: o cristão que observa tal prática, como condição para a salvação, ainda reconhece a sua dívida com a lei, e, por isso, está obrigado a cumpri-la na sua totalidade (Gl 5.1-4). Em outras palavras, ele volta ao seu estado original de pecador, carente de salvação.3. Significado da circuncisão de Abraão (vv.9,10). Se Abraão é o pai dos judeus, segundo a carne (v.1), isso significa que a justificação pela fé é só para os judeus? O apóstolo lembra que Abraão foi justificado pela fé quando ainda era incircunciso. Pois de Gênesis 15.6, (justificação de Abraão pela fé) a Gênesis 17.11, época em que ele foi circuncidado, há um período de 14 anos. Assim, Abraão é o pai de todos os que creem — tanto judeus como gentios. Daí, a Igreja Cristã ser reconhecida como o verdadeiro Israel. O fator raça já não tem qualquer importância na dispensação da graça.4. Abraão é nosso pai (vv.11,16). Esta doutrina era uma afronta para os judeus. Para nós que nascemos numa cultura diferente da que viveu Paulo, e por estarmos habituados aos conceitos cristãos, nada disso soa estranho. Naquela época, porém, afirmar que os verdadeiros filhos de Abraão eram os cristãos, independentemente de serem ou não judeus, caía como uma bomba no meio judaico. Nesse sentido, Paulo era visto como progressista e inovador.Os judeus daqueles dias achavam que Paulo estava destruindo os costumes de seus antepassados, e não se contentaram com isso. Eles também achavam que o apóstolo estava-lhes roubando Abraão como o patriarca da nação israelita. Até mesmo no seio da Igreja, Paulo enfrentava perseguição dos judeus e oposição dos judeus cristãos (2Co 11.24-26). A fúria dos judeus chegava a ponto de perseguirem a Paulo de cidade em cidade, até o prenderem (At 21.20-22,28).5. Selo da justiça da fé (v.11). O selo não é a essência de algo que foi selado, mas a sua confirmação ou aprovação oficial do que se acha escrito. Uma pessoa pode ser um exímio motorista, um ás no volante, mas precisa submeter-se a um exame a fim de receber a carteira, que é o certificado que atesta a sua habilitação: No caso de Abraão, a circuncisão atestava a sua justificação; isto é: ele já estava justificado quando foi circuncidado.O mesmo se pode dizer com respeito ao batismo. O cristão é batizado porque já é salvo, e não para ser salvo. O batismo serve como selo daquilo que já possuímos — a salvação pela fé em Jesus. Se acrescentarmos qualquer coisa à fé, como condição para se obter a salvação, voltaremos ao legalismo. Por isso pregamos que o batismo não é salvação. CONCLUSÃO Se o homem é salvo pelas obras, como ensinam o Judaísmo, o Catolicismo e as seitas, ele não tem de agradecer a Deus. O homem estaria recebendo o salário condizente aos seus feitos. A salvação, portanto, é um ato soberano da graça de Deus (Ef 2.8,9; Tt 2.11; 3.5), e não dos méritos humanos (Is 64.6). AUXÍLIOS SUPLEMENTARES Subsídio Teológico “Paulo já tinha dito que esta ‘justiça de Deus à parte da lei’ é credenciada pela lei e os profetas — pelo Velho Testamento.É preciso demonstrá-lo agora, e Paulo se dispõe a fazê-lo baseando-se principalmente na história de Abraão, com uma olhada de relance na experiência de Davi.De todos os justos de que fala o Velho Testamento, ninguém pôde sobrepujar Abraão — ‘Abraão, meu amigo’, como lhe chama Deus em Isaías 41.8. O testemunho de Deus em favor de Abraão está registrado em Gênesis 26.5: ‘Abraão obedeceu à minha palavra, e guardou os meus mandamentos, os meus preceitos, os meus estatutos e as minhas leis’. Então, que dizer de Abraão? Se são as obras praticadas pelo homem que o justificam diante de Deus, Abraão teria melhor possibilidade do que a maioria — e poderia candidatar-se a obter algum crédito por isso. Mas não é esse o meio divino. O meio divino está claramente indicado no registro de Gênesis 15.6 quando a promessa divina alcançou Abraão, a despeito da extrema impossibilidade do seu cumprimento por todas as considerações naturais, ‘ele creu no Senhor, e isso lhe foi imputado para justiça’. Paulo já tinha usado esta afirmação como base de um argumento ad hominem às igrejas da Galácia, quando se dispunham a abandonar o princípio da fé pelo das obras da lei. Agora ele a emprega como texto de uma exposição mais sistemática do princípio da fé.O fato de Deus aceitar a Abraão evidentemente não se baseava em suas obras, por boas que fossem. O argumento de Paulo não é apenas textual e verbal, dependendo de uma escolha de Gênesis 15.6 em preferência a outros textos daqueles de Gênesis que podiam ter apontado por outra direção. Pois as boas obras praticadas por Abraão, suas obediências aos mandamentos divinos eram fruto de sua incontestável fé em Deus. Se não tivesse crido primeiro nas promessas de Deus, nunca teria conduzido sua vida daí em diante à luz daquilo que sabia da vontade de Deus. Não. Quando Deus fez uma promessa a Abraão (cujo cumprimento, casualmente, enfeixava o Evangelho todo), ele simplesmente tomou Deus ao pé da letra, e agiu de acordo.Agora, note a diferença, prossegue Paulo. Quando alguém trabalha por alguma recompensa, essa recompensa lhe cabe. Quando simplesmente põe sua confiança em Deus, é por pura graça que sua fé lhe é imputada para justiça” (Romanos, Introdução e Comentário. F. F. Bruce). Subsídio Doutrinário “A expiação de Cristo sobre a cruz importou em satisfação, pois atendeu as reivindicações da lei e da justiça de Deus. Ela proveu-nos um ponto de apoio para que Deus nos olhasse como fôramos justos, e de fato agora o somos: ‘A justiça de Deus pela fé em Jesus Cristo para todos e sobre todos os que creem: porque não há diferença. Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus, sendo justificados gratuitamente pela sua graça, pela redenção que há em Cristo Jesus, ao qual Deus propôs para propiciação pela fé no seu sangue, [a seu Filho como um sacrifício expiatório. No grego, hilasterion, ‘expiatório’, significa ‘cobriam o propiciatório’. Hb 9.5. Deus o fez] para demonstrar a sua justiça pela remissão dos pecados dantes cometidos, sob a paciência de Deus’ (Rm 3.22-25). Ele não leva em conta o tempo da ignorância. Torna-se Ele, assim, justificador daqueles que têm fé em Jesus. Noutras palavras: os sacrifícios do Antigo Testamento demonstravam a profunda paciência de Deus, mas não lhe satisfaziam plenamente a justiça, pois a morte de um animal não pode substituir adequadamente o ser humano. Foi mister o sangue de Jesus para que fosse provido um sacrifício suficiente tanto para os santos do Antigo Testamento quanto para os que, agora, confiam em Jesus, mostrando que Deus é verdadeiramente justo” (Doutrinas Bíblicas. CPAD). Romanos - Serie Cultura Biblica - ROMANOS - INTRODUÇÃO E COMENTÁRIO - F. F. Bruce. M.A., D.D. - SOCIEDADE RELIGIOSA EDIÇÕES VIDA NOVA, Caixa Postal 21486, São Paulo-SP 04602-970Um precedente do Velho Testamento (4:1-25).
Paulo já tinha dito que esta "justiça de Deus à parte da lei" é credenciada pela Lei e os Profetas — i. e., pelo Velho Testamento. É preciso demonstrá-lo agora, e Paulo se dispõe a fazê-lo baseando-se principalmente na história de Abraão, com uma olhada de relance na experiência de Davi.
De todos os justos de que fala o Velho Testamento, ninguém pôde sobrepujar Abraão — "Abraão, meu amigo", como lhe chama Deus em Isaías 41:8. O testemunho de Deus em favor de Abraão está registrado em Gênesis 26:5: "Abraão obedeceu à minha palavra, e guardou os meus mandamentos, os meus preceitos, os meus estatutos e as minhas leis". Então, que dizer de Abraão? Se são as obras praticadas pelo homem que o justificam diante de Deus, Abraão teria melhor possibilidade do que a maioria — e poderia candidatar-se a obter algum crédito por isso. Mas não é esse o meio divino. O meio divino está claramente indicado no registro de Gênesis 15:6: quando a promessa divina alcançou Abraão, a despeito da extrema impossibilidade do seu cumprimento por todas as considerações naturais, "ele creu no Senhor, e isso lhe foi imputado para justiça". Paulo já tinha usado esta afirmação como base de um argumento ad hominem às igrejas da Galácia, quando se dispunham a abandonar o princípio da fé pelo das obras da lei. Agora ele a emprega como texto de uma exposição mais sistemática do princípio da fé.
O fato de Deus aceitar a Abraão evidentemente não se baseava em suas obras, por boas que fossem. O argumento de Paulo não é apenas textual e verbal, dependendo de uma escolha de Gênesis 15:6 em preferência a outros textos daqueles capítulos de Gênesis que podiam ter apontado para outra direção. Pois as boas obras praticadas por Abraão, sua obediência aos mandamentos divinos, eram fruto de sua incontestável fé em Deus. Se não tivesse crido primeiro nas promessas de Deus, nunca teria conduzido sua vida daí em diante à luz daquilo que sabia da vontade de Deus. Não. Quando Deus fez uma promessa a Abraão (cujo cumprimento, casualmente, enfeixava o Evangelho todo), ele simplesmente tomou Deus ao pé da letra, e agiu de acordo.Agora, note a diferença, prossegue Paulo. Quando alguém trabalha por alguma recompensa, essa recompensa lhe cabe. Quando simplesmente põe sua confiança em Deus, é por pura graça que sua fé lhe é im-putada para justiça.Tampouco Abraão é um exemplo isolado do princípio da justificação pela fé. Outro caso do Velho Testamento está bem ao alcance, na experiência de Davi. Paulo agora cita as palavras iniciais do Salmo 32 em que o salmista, com jubiloso alívio pela certeza do perdão divino, exclama: "Bem-aventurado aquele cuja iniqüidade é perdoada, cujo pecado é coberto. Bem-aventurado o homem a quem o Senhor não atribui iniqüidade."Claramente, se vê aqui outra pessoa, de cujo pecado não se poderia duvidar, que, todavia, recebeu o perdão gratuito de Deus e que é declarada "sem culpa" diante do tribunal do Céu. E se examinarmos o restante do salmo para descobrir a base em que foi absolvido esse homem, veremos que ele simplesmente reconheceu sua culpa e recorreu com fé à misericórdia de Deus.Retornando a Abraão, surge outra questão crucial. Que relação há — se é que há alguma — entre Abraão ser justificado pela fé e o rito da circuncisão? Para um judeu, este era um ponto de grande importância: a circuncisão era o sinal externo e visível da aliança de Deus com Abraão. Nenhum incircunciso podia pretender participar daquela aliança, de modo nenhum. Sustentava-se que a circuncisão dava aos judeus e aos gentios prosélitos'" direito a todos os privilégios da aliança, menos aos que, por voluntário repúdio aos mandamentos divinos, eram eliminados do povo da aliança. Portanto, pode-se imaginar um judeu replicando ao argumento de Paulo nesta passagem: "Admitindo-se que a fé que Abraão teve em Deus foi-lhe imputada para justiça, este princípio só se aplica a Abraão e aos seus descendentes circuncidados". Mas Paulo tem resposta pronta para isto. Qual era a condição de Abraão quando foi justificado pela fé? Era circunciso ou incircunciso? Só podia haver uma resposta: era incircunciso. A aliança da circuncisão não foi introduzida senão numa fase posterior da vida de Abraão (Gn 17:10ss.) — ao menos 14 anos mais tarde, segundo a cronologia de Gênesis." Quando afinal Abraão foi circuncidado, sua circuncisão foi apenas o selo externo daquele estado de justo que Deus lhe tinha conferido muito tempo antes, em virtude de sua fé. Fica mais que evidente que foi a fé, não a circuncisão, que Deus exigiu dele. Eis aí, pois, a esperança dos gentios: o caso de Abraão mostra que a questão de incircuncisão ou circuncisão é irrelevante para o estado do homem perante Deus.Por conseguinte, Abraão é o verdadeiro pai de todos os que, como ele, crêem em Deus e levam a sério Sua palavra. É o pai dos crentes incircuncisos, pois ele próprio era incircunciso quando sua fé lhe foi imputada para justiça. É também o pai dos crentes circuncisos, não tanto com base na circuncisão deles, quanto com base em sua fé.Se a circuncisão não tinha nada a ver com a justificação de Abraão por parte de Deus, com todas as bênçãos prometidas que a acompanharam, a lei tinha menos ainda a ver com isso. Pois, como Paulo indicara aos gálatas, a lei foi dada 430 anos depois da promessa feita por Deus a Abraão, e não podia invalidá-la, nem restringir seu escopo (Gl 3:17). Se, muito depois de ter sido feita, a promessa se tornasse condicionada à obediência a uma lei não mencionada nos seus termos originais, toda a base da promessa seria anulada. A promessa foi promessa de bênção, e se cumpre no Evangelho. A lei mosaica de fato profere uma bênção sobre os que a cumprem, mas ao mesmo tempo invoca maldição sobre aqueles que a quebram. E em vista do fracasso universal quanto a guardar a lei, a maldição é mais proeminente e mais relevante do que a bênção: a lei suscita a ira (versículo 15). Uma tendência pecaminosa na verdade pode estar presente na ausência de qualquer lei. Requer-se, porém, uma promulgação legal para cristalizar aquela tendência numa transgressão ou quebra positiva da lei. E para cada transgressão a lei fixa uma pena adequada. Isso é inerente ao princípio de retribuição inseparável da idéia de lei. A lei não necessita fixar prêmios para os que a guardam, mas necessariamente impõe penalidades para os que a quebrantam. Uma promessa graciosa como a que Deus fez a Abraão pertence a uma esfera totalmente diversa da esfera da leiNão. A justificação de Abraão e as bênçãos subordinadas fundavam-se em sua fé em Deus. Não foram ganhas por mérito ou esforço da parte dele (como seria se estivessem condicionadas à guarda da lei) mas, sim, dadas a ele pela graça de Deus. E o princípio sobre o qual Deus tratou assim de Abraão estende-se aos seus descendentes — não aos seus descendentes naturais como tais, pois estes se fizeram sujeitos às obrigações da lei, mas aos seus descendentes espirituais, que seguem o exemplo da fé própria de Abraão. Isto, diz Paulo, é o que Deus quis dizer quando lhe deu o nome de Abraão em lugar de Abrão, como se chamava antes, e disse: "por pai de numerosas nações te constituí". Estas abrangem todos — judeus e gentios igualmente — os que crêem em Deus. Abraão é o pai de todos os crentes.Considere-se, também, a qualidade da fé que Abraão teve. Era fé no Deus que dá vida aos mortos, que chama as coisas não existentes como se existissem de fato — e ao agir assim, dá-lhes existência real. Quando Deus disse a Abraão que seus descendentes seriam numerosos como as estrelas, ele ainda não tinha filhos. Não só isso, mas tinha ultrapassado a idade em que razoavelmente um homem pode esperar vir a ser pai, e Sara, sua mulher, estava ainda mais seguramente além da fase da maternidade. Abraão não fechou os olhos para estas circunstâncias desfavoráveis. Levou-as todas em cuidadosa consideração. Mas quando pôs contra elas a promessa de Deus, viu que a certeza da capacidade e da vontade de Deus de cumprir Sua promessa sobrepujava todas elas. Não tendo nada em que apoiar-se senão a pura e simples palavra de Deus, ele confiou nela, face a todas as indicações adversas que o pressionavam de todos os lados. Na verdade, sua fé foi fortalecida pela própria força do obstáculo que jaziam em seu caminho. E sua fé ganhou-lhe o favor de Deus.Agora, acrescenta Paulo, a afirmação de que a fé que Abraão teve lhe foi imputada para justiça não se aplica somente a Abraão. O princípio que encerra vale para todos os crentes em Deus, e especialmente para os crentes em Deus como revelado no Evangelho — o Deus que ressuscitou a Jesus dos mortos. Jesus fora entregue à morte por causa dos pecados do Seu povo; mas Deus O ressuscitou para que lhe proporcionasse sua justificação.1. Que, pois, diremos ter alcançado Abraão ...?A resposta, como Paulo continua a mostrar, é: "justificação mediante a fé, pela graça de Deus."
Abraão, nosso pai ("antepassado", RV, RSV) segundo a carne. Em vista do qualificativo (ver 1:3, 9:3, 5), "nosso" eqüivale a "de nós, judeus". Noutro sentido (4:lls., 16s.), Abraão é o pai de todos os crentes, quer judeus quer gentios de nascimento.3. Abraão creu em Deus, e isso lhe foi imputado para justiça.Quanto a uma citação e adaptação anterior de Gênesis 15:6, ver Gálatas 3:6.5. Mas ao que (...) crê naquele que justifica ao ímpio, a sua fé lhe é atribuída como justiça.Abraão não era ímpio; era um homem de notável piedade e justiça. Mas o princípio pelo qual Abraão foi justificado, sendo tal que exclui a idéia de acumular méritos por obras de piedade e justiça, é um princípio igualmente válido para os ímpios, que não têm obras dessa natureza em que confiar. Assim o coletor de impostos da parábola voltou para casa "justificado", e não o fariseu^ não porque seu mérito fosse maior (era incomparavelmente menor) mas porque, percebendo a futilidade da confiança em si mesmo, confiou-se inteiramente à graça de Deus (Lc 18:9ss.)- A descrição de Deus como Aquele "que justifica ao ímpio" é tão paradoxal como espantosa — para não dizer chocante. No Velho Testamento, a absolvição do culpado e a condenação do inocente são igual e repetidamente denunciadas como atos de juizes injustos. Na verdade, para a melhor orientação dos juizes na administração da justiça, o Deus de Israel se lhes oferece como exemplo. "Não justificarei o ímpio," diz Ele em Êxodo 23:7. Na versão da LXX, as palavras gregas usadas para comunicar o que Deus proíbe na lei são as mesmas que Paulo usa aqui para declarar o que Deus de fato faz no Evangelho. Não admira que tenha achado necessário sustentar acima que Deus, ao justificar pecadores, contudo preserva imaculado o Seu caráter. Uma vez justificados, na verdade os ímpios deixam de ser ímpios, mas não são justificados com base em qualquer forma de correção dos seus caminhos que se pudesse prever. Se deixamos de avaliar o problema de cunho moral envolvido na graça perdoadora de Deus, talvez seja porque "ainda não consideramos quão grave é o pecado". A solução do paradoxo é dada em 5:6.6. Também (...) Davi.O Salmo 32 é atribuído a Davi nos títulos do TM e da LXX. Há um elo formal que liga 32:1, 2, passagem citada nos versículos 7,8, e Gênesis 15:6, citado no versículo 3, no sentido de que o verbo "imputar" é comum a ambas as passagens. Na exegese rabínica, esse elo serviu para incentivar a interpretação de uma passagem pela outra, segundo o princípio chamado gezerah shawah ("categoria igual"). Paulo aqui emprega este princípio, mas o elo não é simplesmente formal: a não imputação de pecado, com que o salmista se regozija, importa em positiva imputação da justiça ou pronunciamento da absolvição, pois é impossível haver veredito de "sem provas" no tribunal de Deus.11. O sinal da circuncisão.Quer dizer, o sinal que consistia da circuncisão. A expressão "da circuncisão" representa no grego o "genitivo de definição". Em Gênesis 17:11 Deus diz a Abraão que a circuncisão é para marca ou "sinal de aliança entre mim e ti". A exegese de Paulo identifica esta aliança com a de Gênesis 15:18, na qual (pelo menos catorze anos antes de Abraão ter sido circuncidado) Deus mostrou a Abraão efetivamente como lhe imputou sua fé para justiça. Assim, a circuncisão é tratada como selo subseqüente e externo àquele estado de justo que Abraão já possuía como dom de Deus. Não produziu aquele estado de justo, nem lhe acrescentou nada.13. Que a Abraão (...) coube a promessa de ser herdeiro do mundo.Isto não é citação de alguma promessa a Abraão registrada, mas uma interpretação daquelas promessas que fazem referência a "todas as famílias da terra" (Gn 12:3) e a "todas as nações da terra" (Gn 18:18, 22:18). Ao se delimitar a herança de Abraão em termos geográficos, situa-se entre o Egito e o Eufrates (Gn 15:18; ver também 13:14s.), mas no sentido espiritual e permanente em que as promessas a ele feitas são interpretadas no Novo Testamento, sua herança não pode confinar-se a tais fronteiras terrenas (ver Hb 11:10, RV: "ele procurava a cidade que tem fundamentos, da qual Deus é o arquiteto e construtor").
Ou a sua descendência. A promessa a Abraão em Gênesis 12:3, "em ti serão benditas todas as famílias da terra" repete-se em Gênesis 22:18 nesta forma: "nela" (em tua descendência) "serão benditas todas as nações da terra." Em Gálatas 3 Paulo junta as duas formas da promessa e mostra como a palavra "descendência" (ou "semente") na segunda forma, sendo um coletivo singular, pode referir-se primariamente a Cristo (versículo 16) e, por conseqüência, também ao povo de Cristo (versículo 29). O ponto de que trata aqui, qualquer que seja a forma da promessa que considerarmos, é no sentido de que sua validade não tem relação alguma com a lei (que veio séculos mais tarde, como consta em Gl 3:17), nem com a justiça que depende da guarda da lei.14. Se os da lei é que são os herdeiros, anula-se a fé.Porque a herança prometida a Abraão passaria a depender então de um novo princípio, dependente das obras e não da fé.
E cancela-se a promessa. Porque se o seu cumprimento depende da guarda da lei, o fato de os homens serem incapazes de guardar a lei assegurará que a promessa de fato jamais será cumprida.15. Porque a lei suscita a ira.Isto é, a lei inevitavelmente impõe penas pelo fracasso em guardá-la.
Mas onde não há lei, também não há transgressão. Aqui, como em 5:13 ("o pecado não é levado em conta quando não há lei"), Paulo parece estar enunciando uma conhecida máxima legal (como a máxima romana: nulla poena sine lege).16. Essa é a razão por que provém da fé, para que seja segundo a graça. Concisa afirmação do princípio de que aquilo que Deus dá por Sua livre graça, pode ser apropriado pelos homens somente mediante a fé. Ao contrário, o que é obtido pelas obras (não pela fé) é dado por questão de mérito (não de graça).17. Por pai de muitas nações te constituí.Em Gênesis 17:5, o hebraico diz literalmente: "Fiz de ti pai de uma multidão ('ab hamon) de nações", onde a primeira parte de hamon ("multidão") está ligada à última sílaba do novo nome, Abraão ('abhraham).Perante aquele no qual creu. Estas palavras estão logicamente ligadas à frase do versículo 16 que diz: "a fim de que seja firme a promessa para toda a descendência" — i. e., "a fim de que a promessa seja válida para toda a posteridade espiritual de Abraão (quer judeus quer gentios por nascimento natural) diante de Deus, em quem Abraão pôs sua confiança".
O Deus que vivifica os mortos. Esta é a designação geral de Deus na devoção judaica, mas aqui é usada com especial referência ao "seu próprio corpo" (de Abraão) "amortecido (...) e à idade avançada de Sara" (versículo 19).
E chama à existência as cousas que não existem. (AV: "E chama aquelas coisas que não são como se fossem.") A referência aqui é às "muitas nações" que descenderam de Abraão. Não somente não existiam ainda, mas (visto que Abraão e Sara já tinham atingido avançada idade, sem filhos), nada parecia menos provável do que virem elas a existir algum dia. !
18. Assim será a tua descendência.Citação de Gênesis 15:5, onde Deus diz a Abraão (embora este ainda não tivesse filhos) que os seus descendentes serão inumeráveis como as estrelas.
19. Embora levasse em conta o seu próprio corpo amortecido.(AV: "Não levou em conta seu próprio corpo amortecido." A palavra "não" deve ser omitida como texto tardio e inferior.) A questão é que Abraão de fato levou em conta todos os fatores importantes, incluindo sua avançada idade e a alta dose de improbabilidade — por todos os critérios naturais de avaliação — de que viesse a ter um filho agora, quando seu corpo estava "amortecido" (assim o mesmo particípio,nenekrõmenos, é traduzido em Hb 11:12, com respeito a esta mesma situação). Todavia, havendo considerado estes fatores todos, concluiu que a certeza da promessa divina sobrepujava toda e qualquer improbabilidade natural.
25. O qual foi entregue por causa das nossas transgressões.Ê possível que isto seja uma citação de alguma primitiva confissão de fé. A linguagem parece basear-se em Isaías 53. O verbo "entregar-se" neste sentido (paradidõmi) ocorre duas vezes na versão que a LXX apresenta daquele capítulo: em Isaías 53:6 "o Senhor o entregou (o Servo Sofredor) por nossos pecados", e em Isaías 53:12 "por causa dos pecados deles, ele (o Servo) foi entregue". (Esta última sentença desvia-se consideravelmente do texto hebraico: "e pelos transgressores intercedeu".) Este emprego do verbo com relação a Jesus ser entregue à morte sugere que quando é empregado em 1 Coríntios 11:23, na narrativa que Paulo faz da instituição da eucaristia, o sentido não é bem como o dado por AV e AA: "na noite em que foi traído" (a saber, por Judas), mas, antes, "em que foi entregue" (a saber, por Deus).
Também se pode estabelecer uma analogia entre esta frase e o Targum de Jonatã sobre Isaías 53:5, em que achamos uma frase em aramaiço ('thmesar ba'awayathana) que, isoladamente, poderia ser traduzida "ele foi entregue por nossas iniqüidades". Contudo, no Targum não é o Messias-Servo que é o sujeito da sentença, e, sim, o templo: O Messias-Servo "edificará o santuário que foi profanado por nossas transgressões e entregue por nossas iniqüidades".
E ressuscitou por causa da nossa justificação. A preposição "por" (AV) em ambas as frases traduz dia ("por causa de", como diz AA). Cristo foi "entregue" para expiar os pecados do Seu povo e foi ressuscitado pelo poder divino para garantir a sua justificação. (Longe de nós interpretar as duas frases grosseiramente, sugerindo que a ressurreição de Cristo nada tem a ver com a expiação dos pecados do Seu povo e que Sua morte nada tem a ver com a sua justificação. Esta idéia é eliminada por 5:9.)Romanos - Serie Cultura Biblica - ROMANOS - INTRODUÇÃO E COMENTÁRIO - F. F. Bruce. M.A., D.D. - SOCIEDADE RELIGIOSA EDIÇÕES VIDA NOVA, Caixa Postal 21486, São Paulo-SP 04602-970
JUSTIFICAÇÃO (Dicionário Bíblico Wycliffe - Charles F. Pfeiffer, Howard F. Vos, John Rea (1))Este é um termo (gr. dikaiosis) que se refere ao julgamento judicial. Não significa tornar reto ou santo, mas anunciar um veredicto favorável, declarar ser justo. Este significado é patente tanto no Antigo quanto no Novo Testamento (heb. tronco hiphil de sadaq, "declarar justo"; gr. dikaioo, "vindicar, inocentar, pronunciar e tratar como justo"). O ato de "justificar" é contrastado com o ato de "condenar" (cf. Dt 25.1; 1 Rs 8.32; Pv 17.15; Rm 8.33); e assim como condenar é o meio de tornar alguém ímpio, justificar é o meio de tornar alguém justo.
É esta força declarativa do termo que levanta a questão: como Deus pode justificar o ímpio? Na justificação que Deus faz dos pecadores, há um único ingrediente que não aparece em nenhum outro caso de justificação. Esta característica única é que Deus faz com que a nova relação declarada por Ele se torne realidade. Esta operação é expressamente declarada nas Escrituras, e é o ato pelo qual muitos são constituídos como justos (Rm 5.19), a concessão do dom gratuito da justiça (Rm 5.17), tornando-nos a justiça de Deus em Cristo (2 Co 5.21). E por esta ação que a sentença de condenação (q.v.) sob a qual repousamos como pecadores é mudada para uma ação de justificação; não há, portanto, nenhuma condenação para aqueles que estão em Cristo Jesus (Rm 8.1). Este ato constitutivo é corretamente mencionado como a imputação da justiça de Cristo a nós. Assim, fica patente que a sentença de condenação não tem nenhuma afinidade com o que é interiormente operado em nós, seja pela regeneração (q.v.) ou pela santificação (q.v.). A imputação é o crédito, em nossa conta, de uma justiça que não é a nossa própria, mas que é, na realidade, baseada na obediência de Cristo (Fp 3.9; Rm 5.17,19). Ela é, portanto, distinta do perdão dos pecados, embora o perdão esteja necessariamente incluído nela (At 13.38-39)
Como a natureza da justificação é, desse modo, mostrada como declarativa, constitutiva e imputativa, assim a base reside em nada mais além do que a obra realizada por Cristo, a fonte da graça gratuita de Deus. Somos justificados gratuitamente pela graça de Deus "pela redenção que está em Cristo Jesus" (Rm 3.24). Esta verdade passa à expressão focal na designação "a justiça de Deus" (Rm 1.17; 3.21,22; 10.3; 2 Co 5.21; Pp 3.9). A obra de Cristo foi a obediência (Rm 5.19; Fp 2.8; Hb 5.8,9). Deste modo, ela foi a justiça (Mt 3.15; Rm 5.17,18,21). Foi operada por Ele como o Deus-homem e é, portanto, uma justiça com uma propriedade divina, uma justiça de Deus contrastada não só com a injustiça humana, mas com toda a justiça humana. Somente esta justiça atende o desespero da nossa situação pecadora e fica à altura de todas as exigências da santidade de Deus. Ela não só garante a justificação de Deus, mas ao ser imputada em nossa conta, exige a nossa justificação. A graça reina "pela justiça para a vida eterna" (Rm 5.21). Como a justificação é concedida pela graça, ela é recebida pela fé (Rm 1.17; 5.1). A fé é coerente com todas as outras características. Isto é verdade não apenas pelo fato da fé ser um dom de Deus, mas porque o caráter distinto da fé consiste em receber a Cristo e permanecer nele para a salvação. E a qualidade generosa e autoconfiante da fé que a torna o instrumento adequado de tudo o mais que envolve a justificação. E pela fé que somos justificados e somente pela fé, embora nunca por uma fé que esteja sozinha. A justificação é a questão religiosa básica. Não vem agora a simples pergunta: Como o homem pode ser justo para com Deus? E ainda a pergunta mais forte: Como o homem, na condição de pecador, pode tornar-se justo para com Deus? A resposta é: Através da justificação pela graça, por meio da fé. Veja Fé; Perdão; Imputação; Justiça; Salvação.
Bibliografia. Veja comentários sobre Romanos. John A. Faulkner, "Justification", ISBE, III, 1782-1788. Leon Morris, The Apostolic Preaching ofthe Cross, Grand Rapids. Eerd-mans, 1956, pp. 224-274. James I. Packer, "Just, Justify, Justification", BDT, pp. 303-308; "Justification", NBD, pp. 683-686. Gottlob Schrenk, "Dikaios etc"., TDNT, II, 182-225.J.M.
Dicionário Bíblico Wycliffe - Charles F. Pfeiffer, Howard F. Vos, John Rea (1)
Referências Bibliográficas (outras estão acima)Dicionário Bíblico Wycliffe. 4.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2009.Bíblia de estudo - Aplicação Pessoal.Bíblia de Estudo Almeida. Revista e Atualizada. Barueri, SP: Sociedade Bíblica do Brasil, 2006.Bíblia de Estudo Palavras-Chave Hebraico e Grego. Texto bíblico Almeida Revista e Corrigida.Bíblia de Estudo Pentecostal. Traduzida em português por João Ferreira de Almeida, com referências e algumas variantes. Revista e Corrigida, Edição de 1995, Flórida- EUA: CPAD, 1999.BÍBLIA ILUMINA EM CD - BÍBLIA de Estudo NVI EM CD - BÍBLIA Thompson EM CD.CPAD - http://www.cpad.com.br/ - Bíblias, CD'S, DVD'S, Livros e Revistas. BEP - Bíblia de Estudos Pentecostal.VÍDEOS da EBD na TV, DE LIÇÃO INCLUSIVE - http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/videosebdnatv.htmwww.ebdweb.com.br - www.escoladominical.net - www.gospelbook.net - www.portalebd.org.br/http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/alianca.htmDicionário Vine antigo e novo testamentos - CPADManual Bíblico Entendendo a Bíblia, CPADDicionário de Referências Bíblicas, CPADAs Disciplinas da Vida Cristã; CPADHermenêutica Fácil e descomplicada, CPADRevistas antigas - CPADRomanos - Serie Cultura Biblica - ROMANOS - INTRODUÇÃO E COMENTÁRIO - F. F. Bruce. M.A., D.D. - SOCIEDADE RELIGIOSA EDIÇÕES VIDA NOVA, Caixa Postal 21486, São Paulo-SP 04602-970
08 abril 2016
Lição 2, A Necessidade Universal da Salvação em CRISTO, 5 partes, 2Tr16, Ev Henrique, EBD NA TV
Lição 2, A Necessidade Universal da Salvação em CRISTO
2º trimestre de 2016 - Maravilhosa Graça - O Evangelho de JESUS CRISTO Revelado Na Carta Aos Romanos
Comentarista da CPAD: Pr. José GonçalvesComplementos, ilustrações, questionários e vídeos: Ev. Luiz Henrique de Almeida SilvaNÃO DEIXE DE ASSISTIR AOS VÍDEOS DA LIÇÃO ONDE TEMOS MAPAS, FIGURAS, IMAGENS E EXPLICAÇÕES DETALHADAS DA LIÇÃOhttp://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/videosebdnatv.htmAQUI VOCÊ VÊ PONTOS DIFÍCEIS DA LIÇÃO - POLÊMICOSESTUDOS PARA AJUDAR - http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/licao1-salvacaoesantificacao-aigrejaderoma.htm
TEXTO ÁUREO“Como está escrito: Não há um justo, nem um sequer.” (Rm 3.10)
VERDADE PRÁTICAO pecado manchou toda a raça humana e somente o sangue de CRISTO é suficiente para purificá-la.
LEITURA DIÁRIASegunda - Rm 3.9 Todos os homens, depois da Queda, estão debaixo do pecadoTerça - Rm 3.10 Não há um nenhum justo sob a face da Terra, judeu ou gentioQuarta - Rm 3.23 Todos pecaram e foram afastados da presença de DEUSQuinta - Rm 3.20 Nenhum homem pode ser justificado diante de DEUS pelas obras da leiSexta - Rm 6.23 O castigo ou o salário para o pecado é a morteSábado - Rm 3.24 Somos justificados somente pela graça e redenção de JESUS CRISTO LEITURA BÍBLICA EM CLASSE - Romanos 1.18-20,25-27; 2.1, 17-21Rm 1.18 - Porque do céu se manifesta a ira de DEUS sobre toda impiedade e injustiça dos homens que detêm a verdade em injustiça; 19 - porquanto o que de DEUS se pode conhecer neles se manifesta, porque DEUS lho manifestou. 20 - Porque as suas coisas invisíveis, desde a criação do mundo, tanto o seu eterno poder como a sua divindade, se entendem e claramente se veem pelas coisas que estão criadas, para que eles fiquem inescusáveis;25 - pois mudaram a verdade de DEUS em mentira e honraram e serviram mais a criatura do que o Criador, que é bendito eternamente. Amém! 26 - Pelo que DEUS os abandonou às paixões infames. Porque até as suas mulheres mudaram o uso natural, no contrário à natureza. 27 - E, semelhantemente, também os varões, deixando o uso natural da mulher, se inflamaram em sua sensualidade uns para com os outros, varão com varão, cometendo torpeza e recebendo em si mesmos a recompensa que convinha ao seu erro.Rm 2.1 - Portanto, és inescusável quando julgas, ó homem, quem quer que sejas, porque te condenas a ti mesmo naquilo em que julgas a outro; pois tu, que julgas, fazes o mesmo.17 - Eis que tu, que tens por sobrenome judeu, e repousas na lei, e te glorias em DEUS; 18 - e sabes a sua vontade, e aprovas as coisas excelentes, sendo instruído por lei; 19 - e confias que és guia dos cegos, luz dos que estão em trevas, 20 - instruidor dos néscios, mestre de crianças, que tens a forma da ciência e da verdade na lei; 21 - tu, pois, que ensinas a outro, não te ensinas a ti mesmo? Tu, que pregas que não se deve furtar, furtas? OBJETIVO GERALMostrar que o pecado manchou toda a raça humana, por isso, todos necessitam de salvação. OBJETIVOS ESPECÍFICOSApontar a necessidade de salvação dos gentios;Mostrar a necessidade de salvação dos judeus;Explicar a necessidade de salvação da humanidade. PONTO CENTRALO pecado afetou toda a raça humana, por isso, todos precisam de salvação. COMENTÁRIO/INTRODUÇÃONa lição de hoje teremos a oportunidade de compreender que o pecado, em sua universalidade, atingiu os gentios, os judeus e toda a raça humana. Todos ficaram debaixo do impiedoso jugo do pecado. A necessidade de uma salvação universal, na pessoa de nosso Senhor JESUS CRISTO é um tema bastante claro na argumentação do apóstolo Paulo em Romanos 1.18 a 3.20.Paulo nos mostra em Romanos que tanto os pagãos, que estavam nas trevas do pecado, quanto os judeus, que se orgulhavam de possuir a Lei divina entregue a Moisés no Sinai, estão sob o domínio do pecado. Veremos nesta lição que somente a revelação da justiça de DEUS em CRISTO JESUS é suficiente para salvar tanto os judeus quanto os gentios. Resumo da Lição 2, A Necessidade Universal da Salvação em CRISTOI - A NECESSIDADE DA SALVAÇÃO DOS GENTIOS (Rm 1.18-32)1. A rejeição.2. A revelação.3. A punição.II - A NECESSIDADE DE SALVAÇÃO DOS JUDEUS (Rm 2.1-3.8) 1.Os judeus em relação aos gentios.2. Os judeus em relação à Lei.3. Os judeus em relação à aliança.III - A NECESSIDADE DA SALVAÇÃO DA HUMANIDADE (Rm 3.9-20)1. A universalidade e o jugo do pecado.2. Valores e comportamentos. SÍNTESE DO TÓPICO I Os gentios necessitam de salvação, pois também foram afetados pela Queda.SÍNTESE DO TÓPICO II Os judeus, embora fosse o povo escolhido de DEUS, também necessitam de salvação.SÍNTESE DO TÓPICO III Todos, judeus e gentios, pecaram e necessitam da salvação que só pode ser encontrada em JESUS CRISTO. PARA REFLETIRA respeito da Carta aos Romanos, responda:Segundo a lição em que culmina a atitude de rebelião contra DEUS?Essa atitude de rebelião contra DEUS culmina com a adoração idólatra que põe a criatura em lugar do Criador.A ignorância espiritual conduz a quê?A ignorância espiritual conduz à idolatria religiosa.Os judeus moralistas estavam em melhor situação espiritual que os gentios?Não. A argumentação de Paulo é que tanto os gentios como os judeus sem CRISTO estão debaixo da condenação do pecado (Rm 3.9).O que produziu o conhecimento da Lei, sem a devida interiorização das normas e preceitos?Apenas o conhecimento da letra da Lei, sem a devida interiorização das suas normas e preceitos, conduziu o judaísmo a um moralismo estéril e farisaico.Segundo Paulo, qual a vantagem de ser judeu?Muita, em toda a maneira, porque, primeiramente, as palavras de DEUS lhe foram confiadas" (Rm 3.1,2). CONSULTE - Revista Ensinador Cristão - CPAD, nº 66, p. 37.

Comentários de vários autores com alguma modificações do EV. Luiz HenriquePontos difíceis e polêmicos
RESUMO RÁPIDO
Romanos 1.18-20,25-2718 — Porque do céu se manifesta a ira de Deus sobre toda impiedade e injustiça dos homens que detêm a verdade em injustiça; 19 — porquanto o que de Deus se pode conhecer neles se manifesta, porque Deus lho manifestou. 20 — Porque as suas coisas invisíveis, desde a criação do mundo, tanto o seu eterno poder como a sua divindade, se entendem e claramente se veem pelas coisas que estão criadas, para que eles fiquem inescusáveis; 25 — pois mudaram a verdade de Deus em mentira e honraram e serviram mais a criatura do que o Criador, que é bendito eternamente. Amém! 26 — Pelo que Deus os abandonou às paixões infames. Porque até as suas mulheres mudaram o uso natural, no contrário à natureza. 27 — E, semelhantemente, também os varões, deixando o uso natural da mulher, se inflamaram em sua sensualidade uns para com os outros, varão com varão, cometendo torpeza e recebendo em si mesmos a recompensa que convinha ao seu erro.ANÁLISE DO Ev. LUIZ HENRIQUE - DEUS irado contra o pecado - DEUS se manifesta ao homem da maneira que ele pode compreender - DEUS se manifesta pela Palavra escrita, pela natureza, pelos sinais da natureza, pelos astros, pela igreja, pela pregação, pelo testemunho de um crente, pela consciência do homem, pela lei, etc... Não há como o homem dizer que DEUS não existe ou que não sabia o que agradava a DEUS ou O desagradava - Devido ao desejo de pecar os homens fazem imagens controláveis para fugir de um DEUS que tudo vê, a imagem tem pés, mas não andam, têm mãos, mas não apalpam, têm olhos, mas não vêm, têm boca, mas não falam. Assim os homens preferem esse deus que fizeram com suas próprias mãos, esse não os acusam, não os controlam. - Como os homens resolveram fingir que DEUS não existe e decidiram viver à sua própria maneira, DEUS deixou de acusá-los em suas consciências, os abandonou para cometerem todo tipo de pecado. - Assim, mulheres começaram a se interessarem por mulheres, pois elas se conhecem melhor, sabem como causar prazer sexual nelas mesmas, sabem que isso é contrário ao que DEUS determinou, mas o que importa a elas é sentirem prazer carnal. - Os homens da mesma forma se tornaram rebeldes e procuraram ter prazer na humilhação de si mesmos, na podridão de relacionamentos homossexuais. A recompensa pelos atos pecaminosos de ambos, mulheres e homens tem sido vista por séculos de doenças das mais diversas, destacando-se dentre elas a AIDS.Romanos 2.1,17-21.1 - Portanto, és inescusável quando julgas, ó homem, quem quer que sejas, porque te condenas a ti mesmo naquilo em que julgas a outro; pois tu, que julgas, fazes o mesmo.17 - Eis que tu, que tens por sobrenome judeu, e repousas na lei, e te glorias em DEUS; 18 - e sabes a sua vontade, e aprovas as coisas excelentes, sendo instruído por lei; 19 - e confias que és guia dos cegos, luz dos que estão em trevas, 20 - instruidor dos néscios, mestre de crianças, que tens a forma da ciência e da verdade na lei; 21 - tu, pois, que ensinas a outro, não te ensinas a ti mesmo? Tu, que pregas que não se deve furtar, furtas?ANÁLISE DO Ev. LUIZ HENRIQUE - Paulo, usando uma linguagem chamada Diatribe (discussão com um interlocutor imaginário), imagina que um interlocutor que vive em boas condições morais diante da sociedade poderia dizer que ele não agia assim cometendo tantos pecados, portanto estaria salvo; assim Paulo leva esse interlocutor a olhar para si mesmo, interiormente e perceber se ele pensa exatamente diferente ou se apenas finge ser o que não é na realidade. Então Paulo mostra que no fundo todos somos iguais e quando não pecamos por atos, pecamos por pensamentos e intenções. (Eu, porém, vos digo, que qualquer que atentar numa mulher para a cobiçar, já em seu coração cometeu adultério com ela. Mateus 5:28 - Se eu atender à iniqüidade no meu coração, o Senhor não me ouvirá; Salmos 66:18)Agora Paulo se volta para os judeus somente e enumera as vantagens que um judeu tem sobre os gentios, São retentores de promessas e da aliança e da lei de DEUS entregue a eles, coloca-os quase aos pés de CRISTO, os torna juízes dos gentios e convencidos de que DEUS exercerá juízo sobre eles. De repende, então, vendo que conquistara o apoio total dos judeus, Paulo lhes diz no versículo 21 - "tu, pois, que ensinas a outro, não te ensinas a ti mesmo? Tu, que pregas que não se deve furtar, furtas?" Assim Paulo os acusa de estarem no mesmo pecado que os gentios e merecedores de maior castigo do que estes, pois eles não tiveram tanta revelação quanto eles judeus tiveram.Agora Paulo pode mostrar tanto a gentios como a judeus que todos pecaram e destituídos estavam da glória de DEUS (Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus); Romanos 3:23), , mas DEUS amou a todos nós a ponto de dar seu único filho para morrer por nós, por nossos pecados afim de nos salvar (Jo 3.16 Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.). Glória a DEUS - Isso é evangelho - Mostra o pecado e mostra a condenação do pecado, mas mostra o amor a misericódia de DEUS nos oferecendo uma solução, JESUS CRISTO, para perdão de nossos pecados.
LIVRE ARBÍTEO - ESCOLHA
Deut 30.14 Mas a palavra está mui perto de ti, na tua boca, e no teu coração, para a cumprires.
15Vê que hoje te pus diante de ti a vida e o bem, a morte e o mal. 16 Se guardares o mandamento que eu hoje te ordeno de amar ao Senhor teu DEUS, de andar nos seus caminhos, e de guardar os seus mandamentos, os seus estatutos e os seus preceitos, então viverás, e te multiplicarás, e o Senhor teu DEUS te abençoará na terra em que estás entrando para a possuíres. 17 Mas se o teu coração se desviar, e não quiseres ouvir, e fores seduzido para adorares outros deuses, e os servires, 18 declaro-te hoje que certamente perecerás; não prolongarás os dias na terra para entrar na qual estás passando o Jordão, a fim de a possuíres.
ESCOLHA - Vê que hoje te pus diante de ti a vida e o bem, a morte e o mal.
Foi dai que Paulo tirou Romanos 10.8, 9 (O ESPÍRITO SANTO o levou a revelação da salvação no livre arbítrio. ---- Mas que diz? A palavra está junto de ti, na tua boca e no teu coração; esta é a palavra da fé, que pregamos, A saber: Se com a tua boca confessares ao Senhor JESUS, e em teu coração creres que DEUS o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo.
Romanos 10:8,9
Esse "SE" comanda tudo. Se confessa e crê é salvo e Se não confessa e não crê é condenado.
DEUS deu tstemunho para os de Sodoma e Gomorra -
Porque este justo, habitando entre eles, afligia todos os dias a sua alma justa, por isso via e ouvia sobre as suas obras injustas);
Assim, sabe o Senhor livrar da tentação os piedosos, e reservar os injustos para o dia do juízo, para serem castigados;
2 Pedro 2:8,9
DEUS deu testemunho para os antediluvianos E não perdoou ao mundo antigo, mas guardou a Noé, a oitava pessoa, o
pregoeiro da justiça, ao trazer o dilúvio sobre o mundo dos ímpios; 2 Pedro
2:5
Noé pregou 100 anos.
PAULO, CIDADÃO DETARSO E ROMANO E JUDEU
"Quanto a mim, sou judeu, nascido em Tarso da Cilícia, e nesta cidade criado aos pés de Gamaliel, instruído conforme a verdade da lei de nossos pais, zeloso de DEUS, como todos vós hoje sois." Atos 22:3 - Para você entender melhor ainda - Nascido em Tarso (cidade- era Tarciano), Na Cilícia (região da Ásia - era Ciliciano - hoje é país Turquia), Como era filho de pai e mãe Judeus e todo filho de judeu é judeu não importando em qualquer parte do mundo nasceu, então era judeu também. Como tarso pertencia ao território dominado por Roma e era uma colônia de Roma, então Paulo era também cidadão romano, título recebido de nascença por ter nascido em uma colônia romana.
Libertos dos pecados de Romanos 1
Não erreis: nem os devassos, nem os idólatras, nem os adúlteros, nem os efeminados, nem os sodomitas, nem os ladrões, nem os avarentos, nem os bêbados, nem os maldizentes, nem os roubadores herdarão o reino de Deus.
E é o que alguns têm sido; mas haveis sido lavados, mas haveis sido santificados, mas haveis sido justificados em nome do Senhor Jesus, e pelo Espírito do nosso Deus.
1 Coríntios 6:10,11
Em Corinto tinha os GLBTS, mas foram libertos
JESUS libertou Maria Madalena de sete demônios e acredita-se que a libertou da prostituição e do adultério.
O QUE SEPARA O HOMEM DE DEUS?
Mas as vossas iniqüidades fazem separação entre vós e o vosso Deus; e os vossos pecados encobrem o seu rosto de vós, para que não vos ouça. Isaías 59:2
Só o pecado que pode separar o homem do amor de Deus.
O pecado é a porta de entrada para as doenças, enfermidades, morte, condenação eterna.
JESUS é a porta de saída do pecado e consequente entrada para a saúde física, da alma e do espirito. JESUS é a única porta possível para a salvação
Quem não ouviu e morreu, qual sua situação?
A lição 2 fala disso mesmo. DEUS se revela aos homens de várias maneiras, entre elas, por meio da natureza, da igreja, da TV, da internet, dis livros, da bíblia, de revistas, dos astros, enfim, não existe ser humano que não saiba da existência de DEUS. Qualquer um que se interessar por DEUS, Ele enviará alguém para pregar e lhe dar a oportunidade de salvação. O ser humano é imperdoável por não ter ouvido o evangelho, bastava desejar e teria ouvido e sido salvo.
Lição 2: A depravação dos gentios - 2º Trimestre de 1998 - Título: Romanos — O Evangelho da justiça de DEUS
Comentarista: Esequias Soares da Silva -
“Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de DEUS” (Rm 3.23).
Apesar da pecaminosidade humana, todos podem ser alcançados pela fé em CRISTO JESUS.
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE - Romanos 1.18-32.
COMENTÁRIO - INTRODUÇÃO
O estudo de hoje é sobre a condição dos gentios diante de DEUS. Nesse texto, eles representam a raça humana. O apóstolo discorre sobre o assunto, mostrando a pecaminosidade humana e realçando a justiça divina.
I. A MANIFESTAÇÃO DA IRA DE DEUS
1. Ira. A palavra grega traduzida por “ira” é orge, e aparece 12 vezes em Romanos (1.18; 2.5,8; 3.5; 4.15; 5.9; 9.22; 12.19; 13.4,5). Convém que se saiba que a ira de DEUS é a reação de Sua santidade diante da impiedade, muito diferente da ira dos homens, que é egocêntrica, carregada de ódio e paixão. Esse tipo de ira não é apropriada para a natureza divina.
2. A ira de DEUS sobre o pecado. É a reação divina sobre o pecado. A Bíblia exemplifica a ira de DEUS no passado: Dilúvio (Gn 6.17; Mt 24.37-39), Sodoma e Gomorra (Lc 17.28-30). Fala também da ira futura (1Ts 1.10) — julgamento das nações (Mt 25.32), Juízo Final (Ap 20.1-15), etc.
3. A ira de DEUS na história. Como a graça salvadora não é manifestada na consumação dos séculos, mas na experiência humana, assim também a ira de que fala o apóstolo, não é a futura. E a ira manifesta na vida dos homens ao longo de sua história. Veja que três vezes o apóstolo Paulo diz que DEUS “os entregou” (vv.24,26,28). Isso mostra a atuação da ira divina neste mundo. Como disse Friedrich Schiller: “A história do mundo é o juízo do mundo”.
4. Impiedade e injustiça. A impiedade, aqui, diz respeito ao descaso que o homem faz de DEUS, e a injustiça fala da conduta pecaminosa humana. Dessa maneira, a raça humana, por rejeitar a DEUS e viver na injustiça, detém a verdade. “Deter” significa “impedir”, e isso perverte a verdade, transformando-a em mentira.
II. A IDOLATRIA
1. Definição. A palavra “idolatria” vem de duas palavras gregas: eidolon, que significa “ídolo”, e latreuo, que significa “adorar, servir, prestar serviço sagrado”. A idolatria, portanto, consiste em cultuar ao ídolo, e é consequência da apostasia geral do ser humano. A avareza é uma forma de idolatria (Ef 5.5; Cl 3.5). Tudo aquilo que o homem ama mais do que a DEUS, torna-se o seu deus (Fp 3.19).
2. Origem da idolatria. Essa prática era desconhecida no mundo pré-diluviano. A Bíblia fala de violência, maldade e corrupção (Gn 6.5,11,12). Não menciona a idolatria. Esta começou com Ninrode, o construtor da Torre de Babel (Gn 10.9-12). Foi o primeiro a ser adorado como deus. Sua mulher, Semíramis, é a mãe de Adônis, ou Tamuz, divindade de Babilônia (Ez 8.14).
As migrações humanas partiram de Babilônia para todos os quadrantes da terra, levando consigo suas crenças e divindades. Babilônia é, pois, o berço da idolatria.
3. Provas da existência de DEUS (vv.19,20). O Salmo 19 apresenta os três livros que provam a existência de DEUS: o universo que DEUS criou (1-6), a Bíblia (7-10) e o testemunho do cristão (11-14). Como o apóstolo está falando dos gentios, que não têm lei, (Rm 2.14), ele apresenta, aqui, a lei natural ou teologia natural.
As coisas invisíveis de DEUS são claramente vistas como recursos que Ele proveu para que o homem reconheça a existência do Criador: “para que eles fiquem inescusáveis” (v.20). Por isso, ninguém pode alegar ignorância. O mais obtuso dentre os homens é capaz de reconhecer a existência de DEUS, considerando as coisas que Ele criou.
4. O homem rejeitou a DEUS (v.21). Todos os homens vieram de um só casal. Adão e Eva tinham acesso a DEUS e o conheciam. A luz de Gênesis 5 e 11, a vida de Metusalém coincidiu 243 anos com a de Adão, e 600 anos com a de Noé, e a vida de Sem coincidiu mais de 50 anos com a de Abraão. Assim, o conhecimento de DEUS passou para toda a humanidade. Aos poucos, porém, os homens foram se fechando para DEUS, e afastando-se cada vez mais dEle. Isso levou a raça humana à idolatria.
Sim, o homem caiu na idolatria ao recusar-se a tributar honra, glória e graças ao Criador.
A expressão seus discursos denota a alta confiança dos homens em seus raciocínios e argumentos artificiais, misturando discurso filosófico com iluminação espiritual, como o fazem hoje os adeptos da Nova Era e das demais seitas. Por causa desse orgulho, seu coração obscureceu-se, ficando destituído de entendimento espiritual e mergulhado em trevas medonhas.
5. Substituiu a criatura pelo Criador (vv.22,23). Os gentios recusaram-se a reconhecer a fonte de sabedoria, que é DEUS. Os materialistas orgulham-se de seus conhecimentos, fazendo-se sábios a seus próprios olhos, mas a Bíblia diz que eles tornaram-se loucos, pois somente “o temor do Senhor é o princípio da sabedoria” (Jó 28.28; Sl 111.10; Pv 1.7; 9.10; 15.33).
Essa loucura levou-os à idolatria. O v.23 é uma citação do Salmo 106.20. Assim como os hebreus cultuaram a um bezerro em lugar de DEUS, dando ao animal a glória que pertence exclusivamente a DEUS, da mesma maneira fizeram os gentios.
III. A IMORALIDADE
1. Perversão sexual. A idolatria leva o homem à imoralidade. O que o apóstolo introduz no v.24, esclarece nos vv.26 e 27. Inclui como consequência dessa apostasia o homossexualismo, tanto masculino como feminino. Há sete passagens bíblicas que fazem menção do homossexualismo, e todas condenando ou mostrando tal prática como algo degradante e abominável (Gn 19.1-11; Lv 18.22; 20.13; Jz 19.22-25; Rm 1.25-27; 1Co 6.9,10; 1Tm 1.9,10).
2. A sociedade moderna. À medida que o tempo vai passando, a sociedade vai se tornando cada vez mais permissiva, e os homens vão se afastando cada vez mais de DEUS. Para nossa perplexidade, há pseudocrístãos alegando tais práticas como coisa natural. O apóstolo Paulo declara que “DEUS os entregou às paixões infames”, porque não reconheceram a DEUS. Declara, ainda, tais práticas como “torpeza”..., uso desnatural, “contrário à natureza”. Diz em outro lugar que os tais não herdarão o reino de DEUS (1Co 6.9; Gl 5.19-21).
3. Satanismo e perversão sexual. Satanás é o principal promotor da prostituição. Desde os tempos do Antigo Testamento que a sodomia e outras formas de prostituição estiveram ligadas ao culto pagão. Os pagãos praticavam, nesses rituais, o que se chama “prostituição sagrada”. Essas práticas são comuns nos cultos satânicos, pois o objetivo do Diabo é perverter a ordem das coisas. Tudo o que é perversão é uma afronta a DEUS (Is 5.20,21).
IV. CATÁLOGO DE PECADOS
Nos vv.29-31, do capítulo 1, o apóstolo apresenta a mais longa lista de pecados encontrada em todas as suas epístolas. A depravação dos gentios é a fotografia da humanidade corrupta, sem DEUS. Esses pecados são inerentes à natureza pecaminosa do homem (Mc 7.21-23). Nos versículos já citados (29-31) acha-se uma lista de 22 pecados, encabeçada pela palavra “iniquidade”, retratando a presente sociedade incrédula e distanciada de DEUS.
CONCLUSÃO
O quadro funesto e aterrorizador em que se encontra o homem é mostrado nesta lição pelo apóstolo. Isso serve também para mostrar de onde viemos e, dessa forma, conscientizar cada crente da graça e da bondade de DEUS. Sejamos agradecidos a Ele por sua provisão quanto à nossa completa e eterna redenção em CRISTO JESUS.
AUXÍLIOS SUPLEMENTARES
Subsídio Teológico
“Antes de Paulo desenvolver mais o modo pelo qual a forma de justiça de DEUS é exposta no Evangelho, ele mostra por que é tão urgentemente necessário que se conheça o meio de ficar certo para com DEUS. Como as coisas são, os homens estão ‘no errado’ para com DEUS, e Sua ira se revela contra eles. Na vida há uma lei moral segundo a qual os homens são deixados entregues às consequências do curso de ação que eles mesmos escolheram livremente. E a menos que essa tendência seja invertida pela graça divina, a situação deles irá de mal a pior. Três vezes aí ocorrem as palavra de condenação: ‘Por isso DEUS os entregou...’ (vv.24,26,28).
O objetivo de Paulo é demonstrar que a humanidade toda está moralmente arruinada, incapaz de conseguir um veredito favorável no tribunal do juízo de DEUS, em desesperada necessidade de Sua misericórdia e perdão.
Ele começa tratando de uma área da vida humana cuja falência moral era objeto de acordo geral entre os moralistas da época — a grande massa do paganismo contemporâneo de Paulo. O quadro que desenha é feio deveras. Não porém mais feio do que o quadro que disso vemos na literatura pagã contemporânea. Qual é a causa, pergunta ele, desta pavorosa condição que se desenvolveu no mundo? Donde vêm estas vergonhosas perversões, esta encarniçada inimizade entre homem e homem? Tudo surge, diz ele, de ideias errôneas a respeito de DEUS. E essas ideias errôneas não surgiram inocentemente. O conhecimento do DEUS verdadeiro era acessível aos homens, mas eles fecharam suas mentes para ele. Em vez de apreciarem a glória do Criador ao contemplarem o universo que Ele criou, davam a coisas criadas aquela glória que pertencia somente a DEUS” (Romanos, Introdução e Comentário. F. F. Bruce).
Subsídio Devocional
O problema humano não é a ignorância, mas a oposição a DEUS. O problema não é que o homem não conheça a DEUS, mas sim, que, tendo conhecido, decidiu não glorificá-lo. “Dizendo-se sábios, tornaram-se loucos” (Rm 1.22). O apóstolo Paulo assegura, por sua declaração, que DEUS sempre tem oferecido evidência de sua verdade “desde a criação do mundo”. No entanto, este não é o ponto que interessa ao apóstolo. Na verdade, o que Paulo estabeleceu é que DEUS tem revelado sua verdade mas o homem sempre se opôs a ela. Então, Paulo declara categoricamente que os homens, apesar de haver “conhecido a DEUS, não o glorificaram como DEUS, nem lhe deram graças” (Rm 1.21). Só há uma esperança para os homens: voltarem-se para DEUS e à sua verdade. Quando o homem busca estabelecer sua própria verdade independente de DEUS, o resultado inevitável é a degradação, a destruição da maravilhosa criação de DEUS, projetada por Ele para viver em glória, mas condenada à morte e à corrupção por causa do pecado.
Subsídio Bibliológico
O comentário da Bíblia de Estudo Pentecostal destaca no texto sagrado a ira divina em três tempos: “No passado, a ira de DEUS e seu ódio ao pecado revelou-se através do dilúvio (Gn 6-8), da fome e da peste (Ez 6.11ss). do abrasamento da terra (Dt 29.22,23), da dispersão do seu povo (Lm 4.16) e de incêndio através da terra (Is 9.18,19).
No presente, a ira de DEUS é vista quando Ele entrega os ímpios à imundícia e às vis paixões e leva à ruína e à morte todos quantos persistem em lhe desobedecer (Rm 1.18-3.18; Ez 18.4; Ef 2.3).
No futuro, a ira de DEUS incluirá a Grande Tribulação para os ímpios deste mundo (Mt 24.21; Ap 6-19) e um dia vindouro de juízo para todos os povos e nações (Ez 7.19; Dn 8.19) — ‘dia de alvoroço e de desolação, dia de trevas e de escuridão’ (Sf 1.15), um dia de prestação de contas para os iníquos (Rm 2.5; Mt 3.7; Lc 3.17; Ef 5.6; Cl 3.6; Ap 11.18; 14.8-10; 19.15). Por fim, DEUS manifestará sua ira mediante o castigo eterno sobre os que não se arrependerem”.
Lição 3: O fracasso espiritual dos judeus - 2º Trimestre de 1998
Título: Romanos — O Evangelho da justiça de DEUS - Comentarista: Esequias Soares da Silva
“Pois que? Somos nós mais excelentes? De maneira nenhuma! Pois já dantes demonstramos que, tanto judeus como gregos, todos estão debaixo do pecado” (Rm 3.9).
Não obstante serem o povo eleito de DEUS, os judeus rejeitaram a graça que fora anunciada na lei e nos profetas.
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE - Romanos 2.1-16.
1 — Portanto, és inescusável quando julgas, ó homem, quem quer que sejas, porque te condenas a ti mesmo naquilo em que julgas a outro; pois tu, que julgas, fazes o mesmo. 2 — E bem sabemos que o juízo de DEUS é segundo a verdade sobre os que tais coisas fazem. 3 — E tu, ó homem, que julgas os que fazem tais coisas, cuidas que, fazendo-as tu, escaparás ao juízo de DEUS? 4 — Ou desprezas tu as riquezas da sua benignidade, e paciência, e longanimidade, ignorando que a benignidade de DEUS te leva ao arrependimento? 5 — Mas, segundo a tua dureza e teu coração impenitente, entesouras ira para ti no dia da ira e da manifestação do juízo de DEUS, 6 — o qual recompensará cada um segundo as suas obras, 7 — a saber: A vida eterna aos que, com perseverança em fazer bem, procuram glória, e honra, e incorrupção;
8 — mas indignação e ira aos que são contenciosos e desobedientes à verdade e obedientes à iniquidade; 9 — tribulação e angústia sobre toda a alma do homem que faz o mal, primeiramente do judeu e também do grego; 10 — glória, porém, e honra e paz a qualquer que faz o bem, primeiramente ao judeu e também ao grego; 11 — porque, para com DEUS, não há acepção de pessoas. 12 — Porque todos os que sem lei pecaram sem lei também perecerão; e todos os que sob a lei pecaram pela lei serão julgados. 13 — Porque os que ouvem a lei não são justos diante de DEUS, mas os que praticam a lei hão de ser justificados.
14 — Porque, quando os gentios, que não têm lei, fazem naturalmente as coisas que são da lei, não tendo eles lei, para si mesmos são lei, 15 — os quais mostram a obra da lei escrita no seu coração, testificando juntamente a sua consciência e os seus pensamentos, quer acusando-os, quer defendendo-os, 16 — no dia em que DEUS há de julgar os segredos dos homens, por JESUS CRISTO, segundo o meu evangelho.
COMENTÁRIO/INTRODUÇÃO
Na lição passada, estudamos a depravação generalizada dos gentios denunciada pelo apóstolo Paulo. Mas qual a situação dos judeus? Embora reprovassem o pecado dos gentios, continuaram indesculpáveis diante de DEUS.
I. CONSIDERAÇÕES GERAIS
1. Os judeus. A conjunção “portanto”, no v.1, mostra a ligação com o texto anterior. O judeu é identificado, aqui, como aquele que condena pronta e energicamente os pecados dos gentios. Todavia, o apóstolo mostra que eles também são inescusáveis: embora acusem os gentios, praticam os mesmos pecados e iniquidades.
2. Judeus e gentios. A primeira parte do capítulo 2 (vv.1-16), diz respeito aos judeus como inescusáveis diante de DEUS, transgressores da lei divina, tanto quanto aos gentios (ver os vv.9,10,11), já a segunda parte do mesmo capítulo (vv.17-29) diz respeito diretamente aos judeus como inescusáveis. Paulo evidencia a partir deste capítulo o modo de DEUS lidar com a raça humana no seu todo. Ou seja: diante de DEUS, seja gentio ou judeu, todo mundo é escravo do pecado.
3. Caráter universal da mensagem divina. Havia entre os pagãos muitos moralistas. Isso significa que tantos os devassos como os moralistas estão sob o pecado. Trazendo essa situação para a atualidade, vemos que tantos os iníquos, identificados em Romanos 1.18-32, como os pecadores “respeitáveis” — religiosos e moralistas, identificados em Romanos 2, precisam nascer de novo, necessitam de um encontro pessoal e transformador com JESUS (Jo 3.3).
II. O JUÍZO DE DEUS
1. Juízo segundo a verdade (vv.2,3). DEUS é DEUS de justiça e de verdade. É estultícia imaginar que é possível escapar do juízo divino por condenar os pecados dos outros. Infelizmente, há quem aponte os erros alheios como se isso viesse a resolver seus problemas (Mt 7.1-5). Paulo apresenta, aqui, dois grupos: os gregos e os judeus. Ambos mostram que DEUS reprova as pessoas manifestamente iníquas. O primeiro por se considerar “melhor” ao pertencer a uma determinada raça, civilização, cultura ou educação considerada superior (2.1-16). O segundo por se escudar em sua religião (2.17-29). Saiba-se, porém, que o juízo de DEUS independe de tudo isso, ele é “segundo a verdade” (v.2).
2. Juízo segundo a culpa acumulada (v.5). Os judeus achavam que, por conhecerem a misericórdia de DEUS, não seriam julgados como os gentios. Não se deram conta de que a bondade de DEUS era para levá-los ao arrependimento (v.4). Eles falharam em não aproveitar a benignidade divina e, com isso, acumularam, como tesouro, a ira de DEUS. “Dia da ira e da manifestação do juízo de DEUS” apresenta seus indícios na atualidade, conforme estudamos na lição passada (Sl 7.11), mas a manifestação plena do juízo está reservada para o dia da ira (Tg 5.3).
3. Conforme as obras (vv.6,7). E verdade que as obras não salvam, mas elas dão a evidência pública que servem como instrumento para DEUS julgar (Pv 24.12). O juízo, segundo a obra de cada um, é um princípio divino baseado na justiça, e não podia ser diferente. É outra maneira da expressão da lei da sementeira (Gl 6.7).
Não confundir, portanto, a doutrina paulina da salvação pela fé. O apóstolo não está ensinando a salvação pelas obras, mas salientando a imparcialidade do julgamento divino sobre gentios e judeus. Caso contrário, o apóstolo estaria numa contradição insuperável (Rm 1.17; Gl 3.11; Ef 2.8,9; Tt 3.5). Devemos entender “vida eterna aos que, com perseverança em fazer bem, procuram glória, honra e incorrupção” (v.7) como resultado da vida cristã — fruto do ESPÍRITO (Gl 5.22).
III. O JUDEU
1. O que é um judeu? Responde o rabino Morris Kertzer: “É muito difícil encontrar uma simples definição do que é um judeu. Judeu é todo aquele que aceita a fé judaica. Esta é a definição religiosa. Judeu é aquele que, não tendo afiliação religiosa formal, considera os ensinamentos do Judaísmo — sua ética, seus costumes, sua literatura — como propriedade sua. Esta é a definição cultural. Judeu é aquele que se considera judeu ou que assim é considerado pela sua comunidade. Esta é a definição prática”.
No Novo Testamento, o termo “judeus” indica todo o povo de Israel que tem Abraão como pai (Jo 8.56,57).
2. Judaísmo. E uma religião que veio de DEUS, através de Moisés no monte Sinai. Em nenhum momento JESUS e Paulo desrespeitaram essa religião. O conceito que os rabinos tinham do Judaísmo era calcado no Talmude, que era em si um fardo insuportável (Gl 1.13,14).
Paulo conhecia profundamente o Judaísmo. JESUS disse que não se pode costurar remendo novo em vestido velho, nem colocar vinho novo em odres velhos (Mt 9.16,17; Mc 2.21,22). Na visão do apóstolo, o judeu precisava despir-se do velho homem, e aceitar a justiça de DEUS pela fé em CRISTO. Os judeus rejeitaram essa provisão divina para a salvação, por isso Paulo critica a hipocrisia dos judeus.
3. O orgulho do judeu (vv.8-10). A responsabilidade dos judeus é maior do que a dos gentios por causa de seus pendores religiosos e das bênçãos espirituais que DEUS lhes conferiu (Rm 9.4,5). Como as bênçãos divinas foram dirigidas primeiramente aos judeus, o julgamento há de vir na mesma proporção (vv.9,10).
IV. OS GENTIOS
1. O Juiz. Antes de tudo, convém salientar que o justo Juiz de toda a terra saberá fazer justiça (Gn 18.25). “Porque, para com DEUS não há acepção de pessoas” (Rm 2.11; Dt 10.17; At 10.34). Seu juízo é segundo a verdade, e independe de condições externas como posição social, riqueza, nacionalidade, etc. Por isso, os judeus não devem esperar nenhum tratamento especial no dia do juízo. O apóstolo não está enfatizando a culpa do judeu, mas defendendo a equidade do juízo divino.
2. A obra de cada um (vv.12-14). JESUS disse: “Haverá menos rigor para os de Sodoma, no Dia do Juízo, do que para ti” (Mt 11.24). Isso mostra que há graus de castigo no juízo divino. Assim como há escalonamento no galardão dos salvos (Ap 22.12), da mesma forma haverá também graus de punição para os condenados.
Os judeus incrédulos serão condenados pela própria lei, pois foram agraciados por DEUS pela lei escrita — a luz maior. Os gentios, por outro lado, terão um julgamento proporcional à luz natural — luz menor. Como não tiveram acesso à lei, serão julgados pela luz de sua consciência.
3. A consciência (vv.15,16). É a faculdade inata no ser humano capaz de discernir entre o bem e o mal. É a lei de DEUS nos corações. Se nos incrédulos é o testemunho capaz de convencer o homem natural entre o certo e o errado, quanto mais nos crentes! Temos a consciência iluminada pelo ESPÍRITO SANTO e gravada pela graça! (Jr 31.33). Todo o conteúdo a partir do v.6, é resumido no v.16. JESUS CRISTO é o Juiz de todos os homens (At 17.31; 2Co 5.10) e conhece o mais profundo do coração dos homens.
CONCLUSÃO
Os judeus servem de aviso para todos nós. Muitas vezes nos orgulhamos por motivos infundados (por exemplo: orgulharmo-nos do pentecostalismo), quando deveríamos cuidar sempre da obra da evangelização e de buscarmos o poder do ESPÍRITO SANTO, e, assim, não corremos o risco de perder as bênçãos de DEUS.
AUXÍLIOS SUPLEMENTARES
Subsídio Teológico - O v.11 diz: “porque, para com DEUS, não há acepção de pessoas”. O julgamento divino para com os homens é de acordo com a sua resposta à revelação divina. A verdade de DEUS se manifesta em diferentes maneiras. No entanto, esta diferença não causa nenhuma mudança na justiça de DEUS. O que interessa é que DEUS manifesta a sua verdade aos homens e Ele espera deles uma resposta positiva: aceitar a verdade, obedecer a DEUS. glorificá-Lo é dar-Lhe graças.
O v.13 emprega dois verbos chaves para a compreensão do ensino de Paulo quanto à relação judeu — lei: ouvir e praticar. A justiça de DEUS não era para os que apenas escutaram a lei, mas para os que se arrependeram (“praticam”). Praticar significa dar resposta com fé à oferta divina de justificação. E impossível para todos os homens, tanto judeus quanto os gentios, cumprirem integralmente a lei, mas crer em DEUS que c capaz de conceder a justificação é possível. Por isso. DEUS não faz acepção de pessoas. Ele justifica os que são “praticantes”, seja dentro (judeus) ou fora (gentios) da lei. Praticantes da lei, aqui, não é praticar os ritos e sinais externos, mas viver a verdade revelada na lei — “mostram a obra da lei no seu coração, testificando juntamente a sua consciência e os seus pensamentos...” (v.15).
Subsídio Doutrinário - “‘Portanto és indesculpável quando julgas, ó homem, quem quer que sejas
Quando o apóstolo Paulo fez esta declaração, estava na verdade, acusando os judeus que se consideravam inculpáveis. Paulo coloca o judeu e o gentio na mesma condição espiritual diante de DEUS: Culpados! O escritor condena os moralistas que julgavam os erros dos gentios, pois julgavam erros que eram cometidos por eles mesmos. Os judeus julgavam que pelo fato de DEUS ter mostrado graça e favor especial à sua raça, os livraria da condenação. Imaginavam que, pelo simples fato de serem israelitas de sangue, estariam salvos. Entretanto, era um conceito comodista e falso. Lucas escreveu a mensagem de João Batista que colocava cada judeu na mesma condição dos demais seres humanos. Se não se arrependessem, de nada valeria serem filhos de Abraão, pois dizia: ‘Porque eu os afirmo que mesmo destas pedras DEUS pode Suscitar filhos a Abraão’ — (Lc 3.3-9) (Compare João 8.31-47: Romanos 9.1-13).
Entendemos então que, diante de DEUS, tanto judeus como gentios são pecadores e estão debaixo da ira divina. São dois tipos de pecadores, que se protegem atrás de sua ‘própria moralidade’ para se justificarem diante de DEUS. O judeu justificava-se na sua ‘religião’ e o gentio na sua moralidade. Porém, a Bíblia responde a ambos e diz: ‘O que encobre as suas transgressões, jamais prosperará’ (Pv 28.13). ‘És indesculpável quando julgas, ó homem’ (2.1). Esta expressão anula a pretensão do pecador de querer julgar. Na verdade, ele não está em condições de julgar, porque DEUS é quem julga. Ele é o Supremo Juiz! Quando Ele sentencia, não há apelação, pois seu julgamento é justo e nele não há possibilidade de erro” (Carta aos Romanos, CPAD).
Subsídio Devocional
JESUS disse em Mt 5.20: “Se a vossa justiça não exceder a dos escribas e fariseus, de modo nenhum entrareis no Reino dos Céus”. O que JESUS pretendia dizer com essas palavras é respondido em Mt 5.21-48. A verdade é que o pecado está no coração dos homens e que as suas intenções são más. A natureza humana é má, ainda que o homem não cometa o ato de pecado. Esta verdade pode ser exemplificada na vida dos próprios judeus. Eles não matavam, mas muitas vezes estavam cheios de ódio; não cometiam adultério, mas permitiam que um homem olhasse para uma mulher com desejos lascivos; exigiam justiça (“olho por olho”), mas não se dispunham a perdoar uns aos outros; amavam aos que os amavam, mas odiavam os inimigos. Que nenhum crente tenha o mesmo pensamento que os judeus, principalmente, os escribas e fariseus — achavam que a sua religiosidade exterior os tomariam salvos diante de DEUS. Mas tinham coração cheio de ira, de lascívia, de mentira, de vingança, e de preconceito.
Romanos - Serie Cultura Biblica - ROMANOS - INTRODUÇÃO E COMENTÁRIO
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Pecado e Retribuição: Diagnóstico da Necessidade Universal (1:8-3:20).
a. O mundo pagão (1:18-32).
Antes de Paulo desenvolver mais o modo pelo qual a forma de justiça de DEUS é exposta no Evangelho, ele mostra por que é tão urgentemente necessário que se conheça o meio de ficar certo para com DEUS. Como as coisas são, os homens estão "no errado" para com DEUS, e Sua ira se revela contra eles. Na vida há uma lei moral segundo a qual os homens são deixados entregues às conseqüências do curso de ação que eles mesmos escolheram livremente. E a menos que essa tendência seja invertida pela graça divina, a situação deles irá de mal a pior. Três vezes aí ocorrem as palavras de condenação: "Por isso DEUS os entregou..." (vs. 24, 26,28).
O objetivo de Paulo é demonstrar que a humanidade toda está moralmente arruinada, incapaz de conseguir um veredito favorável no tribunal do juízo de DEUS, em desesperada necessidade de Sua misericórdia e perdão.
Ele começa tratando de uma área da vida humana cuja falência moral era objeto de acordo geral entre os moralistas da época — a grande massa do paganismo contemporâneo de Paulo. O quadro que desenha é feio deveras. Não porém mais feio do que o quadro que disso vemos na literatura paga contemporânea. Qual é a causa, pergunta ele, desta pavorosa condição que se desenvolveu no mundo? Donde vêm estas vergonhosas perversões, esta encarniçada inimizade entre homem e homem? Tudo surge, diz ele, de idéias errôneas a respeito de DEUS. E essas idéias errôneas acerca de DEUS não surgiram inocentemente. O conhecimento do DEUS verdadeiro era acessível aos homens, mas eles fecharam suas mentes para ele. Em vez de apreciarem a glória do Criador ao contemplarem o universo que Ele criou, davam a coisas criadas aquela glória que pertencia somonte a DEUS. A idolatria é fonte de imoralidade. Assim o autor de Sabedoria já tinha dito: "Porque a idéia de fazer ídolos foi o princípio da fornicação, e a sua invenção foi a corrupção da vida." (Livro da Sabedoria 14:12.)
Podemos comparar a linguagem de Paulo sobre a criação visível como fonte de conhecimento concernente à natureza do seu Criador invisível (vs. 19, 20) com o discurso que fez em Listra (At 14:15-17) e principalmente com o que fez em Atenas (At 17:22-31). Há diferença de ênfase entre o discurso em Atenas e a argumentação neste passo, mas não há nenhuma contradição: Paulo estava tentando conseguir ali um auditório de pagàos, ao passo que aqui está escrevendo a cristãos formados. No discurso em Atenas, a apresentação da criação divina do mundo e de Sua disposição providencial das estações do ano e das regiões habitaveis da terra para o bem-estar do homem visava a levar os homens a "buscarem a DEUS" e a achá-lo (At 17:27). Todavia, se eles reconheciam que Ele é um "DEUS desconhecido" deles, sua ignorância confessa não recebe indulto como venial, embora DEUS, em Sua misericórdia, não tenha levado "em conta os tempos de ignorância" anteriores à vinda de CRISTO.
O caráter culposo da ignorância em que o homem está de DEUS é salientado ainda mais aqui: é ignorância deliberada. Os homens tinham o conhecimento de DEUS ao alcance deles, mas desprezaram o conhecimento de DEUS (vs. 28). A verdade era-lhes acessível, mas preferiram abraçar a "mentira". Portanto, "DEUS os entregou" às conseqüências da escolha que fizeram. E precisamente aí Ele manifestou Sua "ira" — aquele princípio de retribuição que deve operar num universo moral.
Para um homem tão convicto de que o mundo foi criado e é dirigido por um DEUS de justiça e misericórdia, esta retribuição não podia ser um princípio impessoal. Era a própria ira de DEUS. Se se pensa que a palavra "ira" não é muito apropriada para usar-se com relação a DEUS, é provavelmente porque a ira, como a conhecemos na vida humana, constantemente envolve paixão egocêntrica, pecaminosa. Com DEUS não é assim. Sua "ira" é a reação da santidade divina face à impiedade e rebelião. Paulo decerto concordaria com Isaías ao descrever esta ira de DEUS como "sua obra estranha" (Is 28:21), à qual Ele se aplica lentamente e com relutância. De fato,,Paulo expõe aqui a revelação da ira de DEUS como o cenário de fundo da "obra" de misericórdia de DEUS, obra que Lhe é apropriada, com tanta afinidade com o Seu caráter que Ele se apressa com jubilosa rapidez a prodigalizá-la a penitentes destituídos de merecimento.
Mas mesmo tendo em vista que o quadro da retribuição divina, agindo como um severo princípio na vida humana, fornece um pano de fundo para a misericórdia eterna, trata-se de um cenário real e terrível, que deve ser considerado com seriedade.
18. A ira de DEUS se revela.
Não no Evangelho (no qual a salvadora "justiça de DEUS" é revelada), mas nos fatos da experiência humana: "a história do mundo é o juízo do mundo" (Schiller). A revelação da "ira vindoura" nos tempos finais (1 Ts 1:10) é antecipada pela revelação do mesmo princípio na vida corrente do mundo. "A idéia de que DEUS é ira não é mais antropopática (tradiçinal) do que o pensamento de que DEUS é amor. A razão pela qual a idéia da ira divina está sempre sujeita a mal-entendidos é que a ira entre os homens é eticamente errada. E contudo, mesmo entre os homens não falamos da 'ira justa'?'" A exposição da idolatria e imoralidade paga nestes versículos segue linhas fixadas em obras de apologética judaica tais como o Livro da Sabedoria citado acima (ver especialmente Sabedoria 12-14), e a Epístola de Aristeas. Reaparece nos apologetas cristãos do segundo século A. D. (e. g. o autor da Epístola a Diogneto, Aristides, Taciano, Atenágoras, e a Pregação de Pedro mencionada por Clemente de Alexandria-Stromata vi. 5).
Que detêm a verdade pela injustiça. Melhor: "Que retêm firmemente a verdade na injustiça" (RV), ou: "Em sua impiedade, eles estão sufocando a verdade" (NEB). "A verdade" é mais precisamente definida no versículo 25 como "a verdade de DEUS".
20. Desde o princípio do mundo.
"Desde" no sentido de"desde então" (RSV).
Claramente se reconhecem (...) sendo percebidos. Grego: nooumena kathnratai, onde o primeiro verbo se refere estritamente à inteligência e o segundo à visão física. "Os dois verbos (...) descrevem como, na contemplação das obras de DEUS, o homem pode captar o suficiente, de Sua natureza, para impedir-lhe o erro de identificar qualquer das coisas criadas com o Criador, capacitando-o a manter seu conceito de DEUS livre da idolatria.
22. Tornaram-se loucos.
Como na literatura veterotestamentária da Sabedoria, loucura (ver "o coração insensato" deles, no versículo 21), implica em embotamento moral antes que mera deficiência da inteligência.
23. E mudaram a glória do DEUS incorruptível em semelhança da imagem de (...) quadrúpedes...
Ver o Salmo 106:20: "E assim trocaram a glória de DEUS pelo simulacro de um novilho que come erva" (referência ao culto ao bezerro de ouro). Aqui a linguagem é generalizada. A tríplice classificação dos animais (ver Gn 1:20-25) e os termos "glória", "imagem" e "semelhança" (ver Gn 1:26) sugerem que "a descrição que Paulo faz da impiedade do homem foi posta deliberadamente em termos da narrativa bíblica da queda de Adão".
24. 26, 28, DEUS os entregou.
Atos 7:42 onde, devido às tendências idolátricas dos israelitas, "DEUS (...) os entregou ao culto da milícia celestial." Uma impressionante afirmação moderna deste princípio de retribuição divina é-nos oferecida por C. S. Lewis em The Problem of Pain (1940), p. 115s. Os perdidos, diz ele, "gozam para sempre da horrível liberdade que sempre pediram, e portanto estão escravizados por si mesmos".
27. Recebendo em si mesmos a merecida punição do seu erro.
NEB traduz acertadamente: "o justo salário por tal perversão". No inglês moderno "error" (erro) é um substantivo fraco demais para traduzir plane num contexto como este. Ver Judas 11, ondeo"erro (p/a«ê) de Balaão" é a idolatria e fornicação de Baal-Peor a que os israelitas foram seduzidos por seu conselho (Nm 25:lss., 31:16).
b. O moralista (2:l-16).
O estilo de Paulo é próprio para a forma de composição que os antigos chamavam de diatribe. Nesta, questões e objeções eram postas na boca de um crítico imaginário, para serem respondidas ou destruídas.
Quase podemos vê-lo, enquanto dita a carta a Tércio, pegar o indivíduo complacente que está saboreando a exposição daqueles pecados que "não apelam para ele", e dizer-lhe que não é melhor do que ninguém. Paulo imagina uma interrupção feita por algum opositor, e se volta para refutar à objeção, primeiro admoestando-o com "DEUS não o permita!" ("Nem pense nisso!"), e depois dando-lhe ponderada réplica. Inicia uma nova fase da sua argumentação com esta indagação retórica: "Que diremos?"
E o tempo todo o seu pensamento vai célere na frente de suas palavras de modo que as palavras têm de saltar valas para alcançar o pensamento. Mal podemos tentar imaginar como a pena de Tércio mantinha o ritmo das palavras do apóstolo. Não admira que, principalmente nos momentos mais ardentes, seu grego esteja cheio de falhas na construção, e de sentenças inacabadas.
Sabemos que existia outro lado do mundo pagâo do primeiro século além do que Paulo retratou nos parágrafos anteriores. Que dizer de homens como o ilustre contemporâneo de Paulo — Sêneca — o moralista estóico, o tutor de Nero? Sêneca podia ter ouvido a acusação feita por Paulo e ter dito: "Sim, isso é perfeitamente verdadeiro quanto às grandes massas da humanidade, e dou meu apoio ao juízo que você emitiu sobre elas — mas naturalmente há outros que, como eu, deploram estas tendências tanto como você as deplora."
Paulo imagina alguém interferindo em termos como esses, e se dirige ao suposto opositor: "Meu bom senhor, julgando outros, você está se julgando a si próprio, seja você quem for, pois em princípio você faz as mesmas coisas que condena neles." E quão pertinente teria sido esta réplica a um homem como Sêneca! Pois Sêneca pôde escrever com tanta eficiência sobre o bom modo de viver, que houve cristãos posteriores que se orgulhavam de chamar-lhe "o nosso Sêneca". Não se restringia a exaltar as grandes virtudes morais. Ele desmascarava a hipocrisia, apregoava a igualdade de todos os homens, reconhecia a penetrante natureza do mal ("todos os defeitos morais existem em todos os homens, embora não aconteça que todos os defeitos sejam proeminentes em cada homem), praticava e procurava inculcar o auto-exame diário, ridicularizava a idolatria vulgar, assumia o papel de guia moral. Muitas vezes, porém, tolerava em si mesmo defeitos não muito diferentes daqueles que condenava em outros — sendo que o exemplo mais flagrante disto é sua conivência com Nero no assassinato de sua mãe Agripina.
Mesmo nesta seção do capítulo 2, e mais explicitamente do versículo 17 em diante, Paulo está pensando principalmente num crítico judeu. Denúncia da idolatria pagã como a que encontramos no capítulo 1 era uma forma comum de propaganda judaica. Os judeus religiosos achavam amplo campo de ação para lançar juízo moral adverso sobre os seus vizinhos gentios.
c. O judeu (2:17-3:8)
(1) Privilégio traz responsabilidade (2:17-29).
Em 2:17 Paulo se dirige ao moralista definindo-o explicitamente como judeu. "Você tem o honroso nome de judeu", diz ele, "sua posse da lei dá-lhe confiança, gloria-se de que é ao DEUS verdadeiro que você cultua e de que conhece a vontade dele." Talvez haja aqui mais um eco de Sabedoria:
"Pois mesmo se pecamos, somos teus, conhecendo o teu poder; mas não haveremos de pecar, porque sabemos que somos considerados teus. Pois conhecer-te é a justiça completa, e conhecer o teu poder é a raiz da imortalidade." (Sabedoria 15:2, 3).
"Você aprova o caminho mais excelente", continua Paulo, "pois o aprendeu da lei. Considera-se mais instruído do que aqueles que são inferiores por não terem a lei. Considera-se guia de cegos e instrutor de tolos. "Mas por que não dar uma sincera olhada em você mesmo? Você não tem defeitos? Você conhece a lei, mas a guarda? Você diz: 'Não roubarás.' Mas não rouba nunca? Você diz: "Não adulterarás." Mas será que cumpre sempre esse mandamento? Você detesta ídolos, mas nunca rouba templos? Você se gloria na lei mas, de fato, sua desobediência à lei dá má fama entre os pagãos, a você e ao DEUS que cultua.
"Ser judeu aproveitará ao homem diante de DEUS, somente se cumprir a lei. O judeu que quebra a lei não é melhor do que o gentio. E inversamente, o gentio que cumpre as exigências da lei é tão bom à vista de DEUS como qualquer judeu que permanece na lei. Na verdade, o gentio que guarda a lei de DEUS condenará o judeu que a quebra, não importa quão versado nas Escrituras esse judeu seja, não importa quão canonicamente se tenha processado a sua circuncisão. Você vê, não é questão de descendência natural e de sinal externo como a circuncisão. A palavra 'judeu' significa 'louvor', e o verdadeiro judeu é o homem cuja vida é digna de louvor pelos padrões de DEUS, cujo coração é puro à vista de DEUS, cuja circuncisão é a circuncisão interna, do coração. Este é judeu de verdade, digo eu — homem verdadeiramente digno de louvor — e seu louvor não é matéria de aplauso humano, mas da aprovação divina."
17. Se, porém tu que tens por sobrenome judeu.
AV: "Vê, tu és chamado judeu." Porém o texto mais bem credenciado diz: "mas se" (ei de), como AA, e não "vê" (ide). Ver RV, RSV.
18. Que conheces a sua vontade.
Lit. "conheces a vontade"; a vontade de DEUS é "a vontade" par excellence. Ver 1 Macabeus 3:60, RV: "seja qual for a vontade no céu, assim ele fará".
Aprovas as causas excelentes. A palavra diapheronta significa primariamente "coisas que diferem" e secundariamente "coisas que diferem de outras, sobrepujando-as", i. e., "coisas excelentes". AV, RV e RSV — como também AA — aceitam para esta passagem o último sentido. NEB prefere o primeiro sentido ("você está ciente das distinções morais"). A mesma frase aparece em Fp 1:10 (AV e AA: "para aprovardes as cousas excelentes". NEB; "assim lhe dê o dom da discriminação correta").
20. A forma da sabedoria e da verdade.
AV: "A forma do conhecimento e da verdade." Ou seja, a formulação ou sistematização orgânica do conhecimento e da verdade.
22. Lhes roubas os templos?
AV: "Cometes sacrilégio?" Lit. "roubas templos". O verbo grego é hierosulêo. É difícil dizer o que Paulo tem em mente. Talvez se refira a algum incidente escandaloso, como o do ano 19 A. D., registrado por Josefo(Antigüidades 18:81ss.), quando quatro judeus de Roma, guiados por um que dizia ensinar a fé judaica a gentios interessados, persuadiram uma dama da nobreza romana, convertida ao judaísmo, a fazer uma generosa contribuição em favor do templo de Jerusalém, mas se apropriaram da oferta para seu próprio uso. Quando o fato veio à luz, o imperador Tibério expulsou de Roma todos os judeus ali residentes (ver p. 15). Um incidente como este dava má reputação ao nome de "judeu" entre os gentios.
24. Pois, como está escrito, o nome de DEUS é blasfemado entre os gentios por vossa causa, (Ou "... por meio de vós", AV.) A referência é a Is 52:5: "o meu nome é blasfemado incessantemente todo dia" ("menosprezado", RSV). A triste situação dos judeus no exílio levava os gentios a falarem levianamente do seu DEUS, imaginando-O incapaz de socorrer Seu povo. Agora não se trata de desventura do povo de DEUS, mas é o seu mau comportamento que leva os gentios a concluírem que o DEUS de tal povo não pode ser de muita valia. Os membros da comunidade de Qumran eram exortados a serem cuidadosos no trato com os gentios, "para que eles não blasfemem".
25. A circuncisão tem valor se praticares a lei.
Ver Gálatas 5:3: "todo homem que se deixa circuncidar (...) está obrigado a guardar toda a lei." A circuncisão, realizada como exigência legal, coloca sobre o homem a responsabilidade de guardar o restante da lei, quer seja aceita mais tarde na vida, como no caso dos prosélitos (que é o que Pauio tem em vista em Gálatas), quer seja ministrada às crianças judaicas (que é o que tem em mente aqui). Visto como nenhuma classe de pessoas circuncidadas pode guardar completamente a lei, mas inevitavelmente, acaba falhando no cumprimento de sua responsabilidade, Paulo acrescenta: Se é, porém, transgressor da lei, a tua circuncisão já se tornou incircuncisão.
Esta lição já fora ensinada em parte por Jeremias: "Eis que vêm dias, diz o Senhor, em que castigarei a todos os circuncidados mas ainda incircuncisos — o Egito, Judá, Edom, os filhos de Amom, Moabe — pois todas estas nações são incircuncisas, e toda a casa de Israel é incircuncisa de coração" (Jr 9:25s., RSV). Os vizinhos de Israel na maior parte praticavam a circuncisão (os filisteus eram uma notória exceção). Mas a circuncisão dos vizinhos de Israel não era sinal da aliança de DEUS, como a circuncisão israelita pretendia ser. Todavia, se Israel e Judá se apartavam de DEUS no coração, sua circuncisão física não era melhor do que a dos seus vizinhos, à vista de DEUS: na medida em que houvesse qualquer interesse religioso, não era circuncisão nenhuma. Ver Deuteronômio 10:16: "circuncidai, pois, o vosso coração, e não mais endureçais a vossa cerviz." Mas Paulo vai mais longe que Jeremias. Não somente reconhece a circuncisão como incircuncisão, se desacompanhada da devoção de coração; como também reconhece a incircuncisão como circuncisão espiritual, se apesar disso se presta obediência a DEUS.
27. E se aquele que é incircunciso por natureza, cumpre a lei, certamente ele te julgará a ti.
Quer dizer, as faltas de um judeu indigno serão realçadas pelo exemplo de um gentio que, não tendo nenhum dos privilégios característicos dos judeus, não obstante agrada a DEUS.
29. Cujo louvor não procede dos homens, mas de DEUS.
Os judeus derivaram seu nome de Judá, seu antepassado (heb. Yehudah) cujo nome no Velho Testamento se associa ao verbo yadah, "louvar". Ver as palavras de sua mãe quando ele nasceu: "Esta vez louvarei o Senhor" (Gn 29:35), e a bênção pronunciada por seu pai no leito de morte: "Judá, teus irmãos te louvarão" (Gn 49:8).
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Referências Bibliográficas (outras estão acima)
Dicionário Bíblico Wycliffe. 4.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2009.
Bíblia de estudo - Aplicação Pessoal.
Bíblia de Estudo Almeida. Revista e Atualizada. Barueri, SP: Sociedade Bíblica do Brasil, 2006.
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BÍBLIA ILUMINA EM CD - BÍBLIA de Estudo NVI EM CD - BÍBLIA Thompson EM CD.
CPAD - http://www.cpad.com.br/ - Bíblias, CD'S, DVD'S, Livros e Revistas. BEP - Bíblia de Estudos Pentecostal.
VÍDEOS da EBD na TV, DE LIÇÃO INCLUSIVE - http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/videosebdnatv.htm
www.ebdweb.com.br - www.escoladominical.net - www.gospelbook.net - www.portalebd.org.br/
http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/alianca.htm
Dicionário Vine antigo e novo testamentos - CPAD
Manual Bíblico Entendendo a Bíblia, CPAD
Dicionário de Referências Bíblicas, CPAD
As Disciplinas da Vida Cristã; CPAD
Hermenêutica Fácil e descomplicada, CPAD
Revistas antigas - CPAD
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2º trimestre de 2016 - Maravilhosa Graça - O Evangelho de JESUS CRISTO Revelado Na Carta Aos Romanos
Comentarista da CPAD: Pr. José GonçalvesComplementos, ilustrações, questionários e vídeos: Ev. Luiz Henrique de Almeida SilvaNÃO DEIXE DE ASSISTIR AOS VÍDEOS DA LIÇÃO ONDE TEMOS MAPAS, FIGURAS, IMAGENS E EXPLICAÇÕES DETALHADAS DA LIÇÃOhttp://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/videosebdnatv.htmAQUI VOCÊ VÊ PONTOS DIFÍCEIS DA LIÇÃO - POLÊMICOSESTUDOS PARA AJUDAR - http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/licao1-salvacaoesantificacao-aigrejaderoma.htm
TEXTO ÁUREO“Como está escrito: Não há um justo, nem um sequer.” (Rm 3.10)
VERDADE PRÁTICAO pecado manchou toda a raça humana e somente o sangue de CRISTO é suficiente para purificá-la.
LEITURA DIÁRIASegunda - Rm 3.9 Todos os homens, depois da Queda, estão debaixo do pecadoTerça - Rm 3.10 Não há um nenhum justo sob a face da Terra, judeu ou gentioQuarta - Rm 3.23 Todos pecaram e foram afastados da presença de DEUSQuinta - Rm 3.20 Nenhum homem pode ser justificado diante de DEUS pelas obras da leiSexta - Rm 6.23 O castigo ou o salário para o pecado é a morteSábado - Rm 3.24 Somos justificados somente pela graça e redenção de JESUS CRISTO LEITURA BÍBLICA EM CLASSE - Romanos 1.18-20,25-27; 2.1, 17-21Rm 1.18 - Porque do céu se manifesta a ira de DEUS sobre toda impiedade e injustiça dos homens que detêm a verdade em injustiça; 19 - porquanto o que de DEUS se pode conhecer neles se manifesta, porque DEUS lho manifestou. 20 - Porque as suas coisas invisíveis, desde a criação do mundo, tanto o seu eterno poder como a sua divindade, se entendem e claramente se veem pelas coisas que estão criadas, para que eles fiquem inescusáveis;25 - pois mudaram a verdade de DEUS em mentira e honraram e serviram mais a criatura do que o Criador, que é bendito eternamente. Amém! 26 - Pelo que DEUS os abandonou às paixões infames. Porque até as suas mulheres mudaram o uso natural, no contrário à natureza. 27 - E, semelhantemente, também os varões, deixando o uso natural da mulher, se inflamaram em sua sensualidade uns para com os outros, varão com varão, cometendo torpeza e recebendo em si mesmos a recompensa que convinha ao seu erro.Rm 2.1 - Portanto, és inescusável quando julgas, ó homem, quem quer que sejas, porque te condenas a ti mesmo naquilo em que julgas a outro; pois tu, que julgas, fazes o mesmo.17 - Eis que tu, que tens por sobrenome judeu, e repousas na lei, e te glorias em DEUS; 18 - e sabes a sua vontade, e aprovas as coisas excelentes, sendo instruído por lei; 19 - e confias que és guia dos cegos, luz dos que estão em trevas, 20 - instruidor dos néscios, mestre de crianças, que tens a forma da ciência e da verdade na lei; 21 - tu, pois, que ensinas a outro, não te ensinas a ti mesmo? Tu, que pregas que não se deve furtar, furtas? OBJETIVO GERALMostrar que o pecado manchou toda a raça humana, por isso, todos necessitam de salvação. OBJETIVOS ESPECÍFICOSApontar a necessidade de salvação dos gentios;Mostrar a necessidade de salvação dos judeus;Explicar a necessidade de salvação da humanidade. PONTO CENTRALO pecado afetou toda a raça humana, por isso, todos precisam de salvação. COMENTÁRIO/INTRODUÇÃONa lição de hoje teremos a oportunidade de compreender que o pecado, em sua universalidade, atingiu os gentios, os judeus e toda a raça humana. Todos ficaram debaixo do impiedoso jugo do pecado. A necessidade de uma salvação universal, na pessoa de nosso Senhor JESUS CRISTO é um tema bastante claro na argumentação do apóstolo Paulo em Romanos 1.18 a 3.20.Paulo nos mostra em Romanos que tanto os pagãos, que estavam nas trevas do pecado, quanto os judeus, que se orgulhavam de possuir a Lei divina entregue a Moisés no Sinai, estão sob o domínio do pecado. Veremos nesta lição que somente a revelação da justiça de DEUS em CRISTO JESUS é suficiente para salvar tanto os judeus quanto os gentios. Resumo da Lição 2, A Necessidade Universal da Salvação em CRISTOI - A NECESSIDADE DA SALVAÇÃO DOS GENTIOS (Rm 1.18-32)1. A rejeição.2. A revelação.3. A punição.II - A NECESSIDADE DE SALVAÇÃO DOS JUDEUS (Rm 2.1-3.8) 1.Os judeus em relação aos gentios.2. Os judeus em relação à Lei.3. Os judeus em relação à aliança.III - A NECESSIDADE DA SALVAÇÃO DA HUMANIDADE (Rm 3.9-20)1. A universalidade e o jugo do pecado.2. Valores e comportamentos. SÍNTESE DO TÓPICO I Os gentios necessitam de salvação, pois também foram afetados pela Queda.SÍNTESE DO TÓPICO II Os judeus, embora fosse o povo escolhido de DEUS, também necessitam de salvação.SÍNTESE DO TÓPICO III Todos, judeus e gentios, pecaram e necessitam da salvação que só pode ser encontrada em JESUS CRISTO. PARA REFLETIRA respeito da Carta aos Romanos, responda:Segundo a lição em que culmina a atitude de rebelião contra DEUS?Essa atitude de rebelião contra DEUS culmina com a adoração idólatra que põe a criatura em lugar do Criador.A ignorância espiritual conduz a quê?A ignorância espiritual conduz à idolatria religiosa.Os judeus moralistas estavam em melhor situação espiritual que os gentios?Não. A argumentação de Paulo é que tanto os gentios como os judeus sem CRISTO estão debaixo da condenação do pecado (Rm 3.9).O que produziu o conhecimento da Lei, sem a devida interiorização das normas e preceitos?Apenas o conhecimento da letra da Lei, sem a devida interiorização das suas normas e preceitos, conduziu o judaísmo a um moralismo estéril e farisaico.Segundo Paulo, qual a vantagem de ser judeu?Muita, em toda a maneira, porque, primeiramente, as palavras de DEUS lhe foram confiadas" (Rm 3.1,2). CONSULTE - Revista Ensinador Cristão - CPAD, nº 66, p. 37.
Comentários de vários autores com alguma modificações do EV. Luiz HenriquePontos difíceis e polêmicos
RESUMO RÁPIDO
Romanos 1.18-20,25-2718 — Porque do céu se manifesta a ira de Deus sobre toda impiedade e injustiça dos homens que detêm a verdade em injustiça; 19 — porquanto o que de Deus se pode conhecer neles se manifesta, porque Deus lho manifestou. 20 — Porque as suas coisas invisíveis, desde a criação do mundo, tanto o seu eterno poder como a sua divindade, se entendem e claramente se veem pelas coisas que estão criadas, para que eles fiquem inescusáveis; 25 — pois mudaram a verdade de Deus em mentira e honraram e serviram mais a criatura do que o Criador, que é bendito eternamente. Amém! 26 — Pelo que Deus os abandonou às paixões infames. Porque até as suas mulheres mudaram o uso natural, no contrário à natureza. 27 — E, semelhantemente, também os varões, deixando o uso natural da mulher, se inflamaram em sua sensualidade uns para com os outros, varão com varão, cometendo torpeza e recebendo em si mesmos a recompensa que convinha ao seu erro.ANÁLISE DO Ev. LUIZ HENRIQUE - DEUS irado contra o pecado - DEUS se manifesta ao homem da maneira que ele pode compreender - DEUS se manifesta pela Palavra escrita, pela natureza, pelos sinais da natureza, pelos astros, pela igreja, pela pregação, pelo testemunho de um crente, pela consciência do homem, pela lei, etc... Não há como o homem dizer que DEUS não existe ou que não sabia o que agradava a DEUS ou O desagradava - Devido ao desejo de pecar os homens fazem imagens controláveis para fugir de um DEUS que tudo vê, a imagem tem pés, mas não andam, têm mãos, mas não apalpam, têm olhos, mas não vêm, têm boca, mas não falam. Assim os homens preferem esse deus que fizeram com suas próprias mãos, esse não os acusam, não os controlam. - Como os homens resolveram fingir que DEUS não existe e decidiram viver à sua própria maneira, DEUS deixou de acusá-los em suas consciências, os abandonou para cometerem todo tipo de pecado. - Assim, mulheres começaram a se interessarem por mulheres, pois elas se conhecem melhor, sabem como causar prazer sexual nelas mesmas, sabem que isso é contrário ao que DEUS determinou, mas o que importa a elas é sentirem prazer carnal. - Os homens da mesma forma se tornaram rebeldes e procuraram ter prazer na humilhação de si mesmos, na podridão de relacionamentos homossexuais. A recompensa pelos atos pecaminosos de ambos, mulheres e homens tem sido vista por séculos de doenças das mais diversas, destacando-se dentre elas a AIDS.Romanos 2.1,17-21.1 - Portanto, és inescusável quando julgas, ó homem, quem quer que sejas, porque te condenas a ti mesmo naquilo em que julgas a outro; pois tu, que julgas, fazes o mesmo.17 - Eis que tu, que tens por sobrenome judeu, e repousas na lei, e te glorias em DEUS; 18 - e sabes a sua vontade, e aprovas as coisas excelentes, sendo instruído por lei; 19 - e confias que és guia dos cegos, luz dos que estão em trevas, 20 - instruidor dos néscios, mestre de crianças, que tens a forma da ciência e da verdade na lei; 21 - tu, pois, que ensinas a outro, não te ensinas a ti mesmo? Tu, que pregas que não se deve furtar, furtas?ANÁLISE DO Ev. LUIZ HENRIQUE - Paulo, usando uma linguagem chamada Diatribe (discussão com um interlocutor imaginário), imagina que um interlocutor que vive em boas condições morais diante da sociedade poderia dizer que ele não agia assim cometendo tantos pecados, portanto estaria salvo; assim Paulo leva esse interlocutor a olhar para si mesmo, interiormente e perceber se ele pensa exatamente diferente ou se apenas finge ser o que não é na realidade. Então Paulo mostra que no fundo todos somos iguais e quando não pecamos por atos, pecamos por pensamentos e intenções. (Eu, porém, vos digo, que qualquer que atentar numa mulher para a cobiçar, já em seu coração cometeu adultério com ela. Mateus 5:28 - Se eu atender à iniqüidade no meu coração, o Senhor não me ouvirá; Salmos 66:18)Agora Paulo se volta para os judeus somente e enumera as vantagens que um judeu tem sobre os gentios, São retentores de promessas e da aliança e da lei de DEUS entregue a eles, coloca-os quase aos pés de CRISTO, os torna juízes dos gentios e convencidos de que DEUS exercerá juízo sobre eles. De repende, então, vendo que conquistara o apoio total dos judeus, Paulo lhes diz no versículo 21 - "tu, pois, que ensinas a outro, não te ensinas a ti mesmo? Tu, que pregas que não se deve furtar, furtas?" Assim Paulo os acusa de estarem no mesmo pecado que os gentios e merecedores de maior castigo do que estes, pois eles não tiveram tanta revelação quanto eles judeus tiveram.Agora Paulo pode mostrar tanto a gentios como a judeus que todos pecaram e destituídos estavam da glória de DEUS (Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus); Romanos 3:23), , mas DEUS amou a todos nós a ponto de dar seu único filho para morrer por nós, por nossos pecados afim de nos salvar (Jo 3.16 Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.). Glória a DEUS - Isso é evangelho - Mostra o pecado e mostra a condenação do pecado, mas mostra o amor a misericódia de DEUS nos oferecendo uma solução, JESUS CRISTO, para perdão de nossos pecados.
LIVRE ARBÍTEO - ESCOLHA
Deut 30.14 Mas a palavra está mui perto de ti, na tua boca, e no teu coração, para a cumprires.
15Vê que hoje te pus diante de ti a vida e o bem, a morte e o mal. 16 Se guardares o mandamento que eu hoje te ordeno de amar ao Senhor teu DEUS, de andar nos seus caminhos, e de guardar os seus mandamentos, os seus estatutos e os seus preceitos, então viverás, e te multiplicarás, e o Senhor teu DEUS te abençoará na terra em que estás entrando para a possuíres. 17 Mas se o teu coração se desviar, e não quiseres ouvir, e fores seduzido para adorares outros deuses, e os servires, 18 declaro-te hoje que certamente perecerás; não prolongarás os dias na terra para entrar na qual estás passando o Jordão, a fim de a possuíres.
ESCOLHA - Vê que hoje te pus diante de ti a vida e o bem, a morte e o mal.
Foi dai que Paulo tirou Romanos 10.8, 9 (O ESPÍRITO SANTO o levou a revelação da salvação no livre arbítrio. ---- Mas que diz? A palavra está junto de ti, na tua boca e no teu coração; esta é a palavra da fé, que pregamos, A saber: Se com a tua boca confessares ao Senhor JESUS, e em teu coração creres que DEUS o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo.
Romanos 10:8,9
Esse "SE" comanda tudo. Se confessa e crê é salvo e Se não confessa e não crê é condenado.
DEUS deu tstemunho para os de Sodoma e Gomorra -
Porque este justo, habitando entre eles, afligia todos os dias a sua alma justa, por isso via e ouvia sobre as suas obras injustas);
Assim, sabe o Senhor livrar da tentação os piedosos, e reservar os injustos para o dia do juízo, para serem castigados;
2 Pedro 2:8,9
DEUS deu testemunho para os antediluvianos E não perdoou ao mundo antigo, mas guardou a Noé, a oitava pessoa, o
pregoeiro da justiça, ao trazer o dilúvio sobre o mundo dos ímpios; 2 Pedro
2:5
Noé pregou 100 anos.
PAULO, CIDADÃO DETARSO E ROMANO E JUDEU
"Quanto a mim, sou judeu, nascido em Tarso da Cilícia, e nesta cidade criado aos pés de Gamaliel, instruído conforme a verdade da lei de nossos pais, zeloso de DEUS, como todos vós hoje sois." Atos 22:3 - Para você entender melhor ainda - Nascido em Tarso (cidade- era Tarciano), Na Cilícia (região da Ásia - era Ciliciano - hoje é país Turquia), Como era filho de pai e mãe Judeus e todo filho de judeu é judeu não importando em qualquer parte do mundo nasceu, então era judeu também. Como tarso pertencia ao território dominado por Roma e era uma colônia de Roma, então Paulo era também cidadão romano, título recebido de nascença por ter nascido em uma colônia romana.
Libertos dos pecados de Romanos 1
Não erreis: nem os devassos, nem os idólatras, nem os adúlteros, nem os efeminados, nem os sodomitas, nem os ladrões, nem os avarentos, nem os bêbados, nem os maldizentes, nem os roubadores herdarão o reino de Deus.
E é o que alguns têm sido; mas haveis sido lavados, mas haveis sido santificados, mas haveis sido justificados em nome do Senhor Jesus, e pelo Espírito do nosso Deus.
1 Coríntios 6:10,11
Em Corinto tinha os GLBTS, mas foram libertos
JESUS libertou Maria Madalena de sete demônios e acredita-se que a libertou da prostituição e do adultério.
O QUE SEPARA O HOMEM DE DEUS?
Mas as vossas iniqüidades fazem separação entre vós e o vosso Deus; e os vossos pecados encobrem o seu rosto de vós, para que não vos ouça. Isaías 59:2
Só o pecado que pode separar o homem do amor de Deus.
O pecado é a porta de entrada para as doenças, enfermidades, morte, condenação eterna.
JESUS é a porta de saída do pecado e consequente entrada para a saúde física, da alma e do espirito. JESUS é a única porta possível para a salvação
Quem não ouviu e morreu, qual sua situação?
A lição 2 fala disso mesmo. DEUS se revela aos homens de várias maneiras, entre elas, por meio da natureza, da igreja, da TV, da internet, dis livros, da bíblia, de revistas, dos astros, enfim, não existe ser humano que não saiba da existência de DEUS. Qualquer um que se interessar por DEUS, Ele enviará alguém para pregar e lhe dar a oportunidade de salvação. O ser humano é imperdoável por não ter ouvido o evangelho, bastava desejar e teria ouvido e sido salvo.
Lição 2: A depravação dos gentios - 2º Trimestre de 1998 - Título: Romanos — O Evangelho da justiça de DEUS
Comentarista: Esequias Soares da Silva -
“Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de DEUS” (Rm 3.23).
Apesar da pecaminosidade humana, todos podem ser alcançados pela fé em CRISTO JESUS.
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE - Romanos 1.18-32.
COMENTÁRIO - INTRODUÇÃO
O estudo de hoje é sobre a condição dos gentios diante de DEUS. Nesse texto, eles representam a raça humana. O apóstolo discorre sobre o assunto, mostrando a pecaminosidade humana e realçando a justiça divina.
I. A MANIFESTAÇÃO DA IRA DE DEUS
1. Ira. A palavra grega traduzida por “ira” é orge, e aparece 12 vezes em Romanos (1.18; 2.5,8; 3.5; 4.15; 5.9; 9.22; 12.19; 13.4,5). Convém que se saiba que a ira de DEUS é a reação de Sua santidade diante da impiedade, muito diferente da ira dos homens, que é egocêntrica, carregada de ódio e paixão. Esse tipo de ira não é apropriada para a natureza divina.
2. A ira de DEUS sobre o pecado. É a reação divina sobre o pecado. A Bíblia exemplifica a ira de DEUS no passado: Dilúvio (Gn 6.17; Mt 24.37-39), Sodoma e Gomorra (Lc 17.28-30). Fala também da ira futura (1Ts 1.10) — julgamento das nações (Mt 25.32), Juízo Final (Ap 20.1-15), etc.
3. A ira de DEUS na história. Como a graça salvadora não é manifestada na consumação dos séculos, mas na experiência humana, assim também a ira de que fala o apóstolo, não é a futura. E a ira manifesta na vida dos homens ao longo de sua história. Veja que três vezes o apóstolo Paulo diz que DEUS “os entregou” (vv.24,26,28). Isso mostra a atuação da ira divina neste mundo. Como disse Friedrich Schiller: “A história do mundo é o juízo do mundo”.
4. Impiedade e injustiça. A impiedade, aqui, diz respeito ao descaso que o homem faz de DEUS, e a injustiça fala da conduta pecaminosa humana. Dessa maneira, a raça humana, por rejeitar a DEUS e viver na injustiça, detém a verdade. “Deter” significa “impedir”, e isso perverte a verdade, transformando-a em mentira.
II. A IDOLATRIA
1. Definição. A palavra “idolatria” vem de duas palavras gregas: eidolon, que significa “ídolo”, e latreuo, que significa “adorar, servir, prestar serviço sagrado”. A idolatria, portanto, consiste em cultuar ao ídolo, e é consequência da apostasia geral do ser humano. A avareza é uma forma de idolatria (Ef 5.5; Cl 3.5). Tudo aquilo que o homem ama mais do que a DEUS, torna-se o seu deus (Fp 3.19).
2. Origem da idolatria. Essa prática era desconhecida no mundo pré-diluviano. A Bíblia fala de violência, maldade e corrupção (Gn 6.5,11,12). Não menciona a idolatria. Esta começou com Ninrode, o construtor da Torre de Babel (Gn 10.9-12). Foi o primeiro a ser adorado como deus. Sua mulher, Semíramis, é a mãe de Adônis, ou Tamuz, divindade de Babilônia (Ez 8.14).
As migrações humanas partiram de Babilônia para todos os quadrantes da terra, levando consigo suas crenças e divindades. Babilônia é, pois, o berço da idolatria.
3. Provas da existência de DEUS (vv.19,20). O Salmo 19 apresenta os três livros que provam a existência de DEUS: o universo que DEUS criou (1-6), a Bíblia (7-10) e o testemunho do cristão (11-14). Como o apóstolo está falando dos gentios, que não têm lei, (Rm 2.14), ele apresenta, aqui, a lei natural ou teologia natural.
As coisas invisíveis de DEUS são claramente vistas como recursos que Ele proveu para que o homem reconheça a existência do Criador: “para que eles fiquem inescusáveis” (v.20). Por isso, ninguém pode alegar ignorância. O mais obtuso dentre os homens é capaz de reconhecer a existência de DEUS, considerando as coisas que Ele criou.
4. O homem rejeitou a DEUS (v.21). Todos os homens vieram de um só casal. Adão e Eva tinham acesso a DEUS e o conheciam. A luz de Gênesis 5 e 11, a vida de Metusalém coincidiu 243 anos com a de Adão, e 600 anos com a de Noé, e a vida de Sem coincidiu mais de 50 anos com a de Abraão. Assim, o conhecimento de DEUS passou para toda a humanidade. Aos poucos, porém, os homens foram se fechando para DEUS, e afastando-se cada vez mais dEle. Isso levou a raça humana à idolatria.
Sim, o homem caiu na idolatria ao recusar-se a tributar honra, glória e graças ao Criador.
A expressão seus discursos denota a alta confiança dos homens em seus raciocínios e argumentos artificiais, misturando discurso filosófico com iluminação espiritual, como o fazem hoje os adeptos da Nova Era e das demais seitas. Por causa desse orgulho, seu coração obscureceu-se, ficando destituído de entendimento espiritual e mergulhado em trevas medonhas.
5. Substituiu a criatura pelo Criador (vv.22,23). Os gentios recusaram-se a reconhecer a fonte de sabedoria, que é DEUS. Os materialistas orgulham-se de seus conhecimentos, fazendo-se sábios a seus próprios olhos, mas a Bíblia diz que eles tornaram-se loucos, pois somente “o temor do Senhor é o princípio da sabedoria” (Jó 28.28; Sl 111.10; Pv 1.7; 9.10; 15.33).
Essa loucura levou-os à idolatria. O v.23 é uma citação do Salmo 106.20. Assim como os hebreus cultuaram a um bezerro em lugar de DEUS, dando ao animal a glória que pertence exclusivamente a DEUS, da mesma maneira fizeram os gentios.
III. A IMORALIDADE
1. Perversão sexual. A idolatria leva o homem à imoralidade. O que o apóstolo introduz no v.24, esclarece nos vv.26 e 27. Inclui como consequência dessa apostasia o homossexualismo, tanto masculino como feminino. Há sete passagens bíblicas que fazem menção do homossexualismo, e todas condenando ou mostrando tal prática como algo degradante e abominável (Gn 19.1-11; Lv 18.22; 20.13; Jz 19.22-25; Rm 1.25-27; 1Co 6.9,10; 1Tm 1.9,10).
2. A sociedade moderna. À medida que o tempo vai passando, a sociedade vai se tornando cada vez mais permissiva, e os homens vão se afastando cada vez mais de DEUS. Para nossa perplexidade, há pseudocrístãos alegando tais práticas como coisa natural. O apóstolo Paulo declara que “DEUS os entregou às paixões infames”, porque não reconheceram a DEUS. Declara, ainda, tais práticas como “torpeza”..., uso desnatural, “contrário à natureza”. Diz em outro lugar que os tais não herdarão o reino de DEUS (1Co 6.9; Gl 5.19-21).
3. Satanismo e perversão sexual. Satanás é o principal promotor da prostituição. Desde os tempos do Antigo Testamento que a sodomia e outras formas de prostituição estiveram ligadas ao culto pagão. Os pagãos praticavam, nesses rituais, o que se chama “prostituição sagrada”. Essas práticas são comuns nos cultos satânicos, pois o objetivo do Diabo é perverter a ordem das coisas. Tudo o que é perversão é uma afronta a DEUS (Is 5.20,21).
IV. CATÁLOGO DE PECADOS
Nos vv.29-31, do capítulo 1, o apóstolo apresenta a mais longa lista de pecados encontrada em todas as suas epístolas. A depravação dos gentios é a fotografia da humanidade corrupta, sem DEUS. Esses pecados são inerentes à natureza pecaminosa do homem (Mc 7.21-23). Nos versículos já citados (29-31) acha-se uma lista de 22 pecados, encabeçada pela palavra “iniquidade”, retratando a presente sociedade incrédula e distanciada de DEUS.
CONCLUSÃO
O quadro funesto e aterrorizador em que se encontra o homem é mostrado nesta lição pelo apóstolo. Isso serve também para mostrar de onde viemos e, dessa forma, conscientizar cada crente da graça e da bondade de DEUS. Sejamos agradecidos a Ele por sua provisão quanto à nossa completa e eterna redenção em CRISTO JESUS.
AUXÍLIOS SUPLEMENTARES
Subsídio Teológico
“Antes de Paulo desenvolver mais o modo pelo qual a forma de justiça de DEUS é exposta no Evangelho, ele mostra por que é tão urgentemente necessário que se conheça o meio de ficar certo para com DEUS. Como as coisas são, os homens estão ‘no errado’ para com DEUS, e Sua ira se revela contra eles. Na vida há uma lei moral segundo a qual os homens são deixados entregues às consequências do curso de ação que eles mesmos escolheram livremente. E a menos que essa tendência seja invertida pela graça divina, a situação deles irá de mal a pior. Três vezes aí ocorrem as palavra de condenação: ‘Por isso DEUS os entregou...’ (vv.24,26,28).
O objetivo de Paulo é demonstrar que a humanidade toda está moralmente arruinada, incapaz de conseguir um veredito favorável no tribunal do juízo de DEUS, em desesperada necessidade de Sua misericórdia e perdão.
Ele começa tratando de uma área da vida humana cuja falência moral era objeto de acordo geral entre os moralistas da época — a grande massa do paganismo contemporâneo de Paulo. O quadro que desenha é feio deveras. Não porém mais feio do que o quadro que disso vemos na literatura pagã contemporânea. Qual é a causa, pergunta ele, desta pavorosa condição que se desenvolveu no mundo? Donde vêm estas vergonhosas perversões, esta encarniçada inimizade entre homem e homem? Tudo surge, diz ele, de ideias errôneas a respeito de DEUS. E essas ideias errôneas não surgiram inocentemente. O conhecimento do DEUS verdadeiro era acessível aos homens, mas eles fecharam suas mentes para ele. Em vez de apreciarem a glória do Criador ao contemplarem o universo que Ele criou, davam a coisas criadas aquela glória que pertencia somente a DEUS” (Romanos, Introdução e Comentário. F. F. Bruce).
Subsídio Devocional
O problema humano não é a ignorância, mas a oposição a DEUS. O problema não é que o homem não conheça a DEUS, mas sim, que, tendo conhecido, decidiu não glorificá-lo. “Dizendo-se sábios, tornaram-se loucos” (Rm 1.22). O apóstolo Paulo assegura, por sua declaração, que DEUS sempre tem oferecido evidência de sua verdade “desde a criação do mundo”. No entanto, este não é o ponto que interessa ao apóstolo. Na verdade, o que Paulo estabeleceu é que DEUS tem revelado sua verdade mas o homem sempre se opôs a ela. Então, Paulo declara categoricamente que os homens, apesar de haver “conhecido a DEUS, não o glorificaram como DEUS, nem lhe deram graças” (Rm 1.21). Só há uma esperança para os homens: voltarem-se para DEUS e à sua verdade. Quando o homem busca estabelecer sua própria verdade independente de DEUS, o resultado inevitável é a degradação, a destruição da maravilhosa criação de DEUS, projetada por Ele para viver em glória, mas condenada à morte e à corrupção por causa do pecado.
Subsídio Bibliológico
O comentário da Bíblia de Estudo Pentecostal destaca no texto sagrado a ira divina em três tempos: “No passado, a ira de DEUS e seu ódio ao pecado revelou-se através do dilúvio (Gn 6-8), da fome e da peste (Ez 6.11ss). do abrasamento da terra (Dt 29.22,23), da dispersão do seu povo (Lm 4.16) e de incêndio através da terra (Is 9.18,19).
No presente, a ira de DEUS é vista quando Ele entrega os ímpios à imundícia e às vis paixões e leva à ruína e à morte todos quantos persistem em lhe desobedecer (Rm 1.18-3.18; Ez 18.4; Ef 2.3).
No futuro, a ira de DEUS incluirá a Grande Tribulação para os ímpios deste mundo (Mt 24.21; Ap 6-19) e um dia vindouro de juízo para todos os povos e nações (Ez 7.19; Dn 8.19) — ‘dia de alvoroço e de desolação, dia de trevas e de escuridão’ (Sf 1.15), um dia de prestação de contas para os iníquos (Rm 2.5; Mt 3.7; Lc 3.17; Ef 5.6; Cl 3.6; Ap 11.18; 14.8-10; 19.15). Por fim, DEUS manifestará sua ira mediante o castigo eterno sobre os que não se arrependerem”.
Lição 3: O fracasso espiritual dos judeus - 2º Trimestre de 1998
Título: Romanos — O Evangelho da justiça de DEUS - Comentarista: Esequias Soares da Silva
“Pois que? Somos nós mais excelentes? De maneira nenhuma! Pois já dantes demonstramos que, tanto judeus como gregos, todos estão debaixo do pecado” (Rm 3.9).
Não obstante serem o povo eleito de DEUS, os judeus rejeitaram a graça que fora anunciada na lei e nos profetas.
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE - Romanos 2.1-16.
1 — Portanto, és inescusável quando julgas, ó homem, quem quer que sejas, porque te condenas a ti mesmo naquilo em que julgas a outro; pois tu, que julgas, fazes o mesmo. 2 — E bem sabemos que o juízo de DEUS é segundo a verdade sobre os que tais coisas fazem. 3 — E tu, ó homem, que julgas os que fazem tais coisas, cuidas que, fazendo-as tu, escaparás ao juízo de DEUS? 4 — Ou desprezas tu as riquezas da sua benignidade, e paciência, e longanimidade, ignorando que a benignidade de DEUS te leva ao arrependimento? 5 — Mas, segundo a tua dureza e teu coração impenitente, entesouras ira para ti no dia da ira e da manifestação do juízo de DEUS, 6 — o qual recompensará cada um segundo as suas obras, 7 — a saber: A vida eterna aos que, com perseverança em fazer bem, procuram glória, e honra, e incorrupção;
8 — mas indignação e ira aos que são contenciosos e desobedientes à verdade e obedientes à iniquidade; 9 — tribulação e angústia sobre toda a alma do homem que faz o mal, primeiramente do judeu e também do grego; 10 — glória, porém, e honra e paz a qualquer que faz o bem, primeiramente ao judeu e também ao grego; 11 — porque, para com DEUS, não há acepção de pessoas. 12 — Porque todos os que sem lei pecaram sem lei também perecerão; e todos os que sob a lei pecaram pela lei serão julgados. 13 — Porque os que ouvem a lei não são justos diante de DEUS, mas os que praticam a lei hão de ser justificados.
14 — Porque, quando os gentios, que não têm lei, fazem naturalmente as coisas que são da lei, não tendo eles lei, para si mesmos são lei, 15 — os quais mostram a obra da lei escrita no seu coração, testificando juntamente a sua consciência e os seus pensamentos, quer acusando-os, quer defendendo-os, 16 — no dia em que DEUS há de julgar os segredos dos homens, por JESUS CRISTO, segundo o meu evangelho.
COMENTÁRIO/INTRODUÇÃO
Na lição passada, estudamos a depravação generalizada dos gentios denunciada pelo apóstolo Paulo. Mas qual a situação dos judeus? Embora reprovassem o pecado dos gentios, continuaram indesculpáveis diante de DEUS.
I. CONSIDERAÇÕES GERAIS
1. Os judeus. A conjunção “portanto”, no v.1, mostra a ligação com o texto anterior. O judeu é identificado, aqui, como aquele que condena pronta e energicamente os pecados dos gentios. Todavia, o apóstolo mostra que eles também são inescusáveis: embora acusem os gentios, praticam os mesmos pecados e iniquidades.
2. Judeus e gentios. A primeira parte do capítulo 2 (vv.1-16), diz respeito aos judeus como inescusáveis diante de DEUS, transgressores da lei divina, tanto quanto aos gentios (ver os vv.9,10,11), já a segunda parte do mesmo capítulo (vv.17-29) diz respeito diretamente aos judeus como inescusáveis. Paulo evidencia a partir deste capítulo o modo de DEUS lidar com a raça humana no seu todo. Ou seja: diante de DEUS, seja gentio ou judeu, todo mundo é escravo do pecado.
3. Caráter universal da mensagem divina. Havia entre os pagãos muitos moralistas. Isso significa que tantos os devassos como os moralistas estão sob o pecado. Trazendo essa situação para a atualidade, vemos que tantos os iníquos, identificados em Romanos 1.18-32, como os pecadores “respeitáveis” — religiosos e moralistas, identificados em Romanos 2, precisam nascer de novo, necessitam de um encontro pessoal e transformador com JESUS (Jo 3.3).
II. O JUÍZO DE DEUS
1. Juízo segundo a verdade (vv.2,3). DEUS é DEUS de justiça e de verdade. É estultícia imaginar que é possível escapar do juízo divino por condenar os pecados dos outros. Infelizmente, há quem aponte os erros alheios como se isso viesse a resolver seus problemas (Mt 7.1-5). Paulo apresenta, aqui, dois grupos: os gregos e os judeus. Ambos mostram que DEUS reprova as pessoas manifestamente iníquas. O primeiro por se considerar “melhor” ao pertencer a uma determinada raça, civilização, cultura ou educação considerada superior (2.1-16). O segundo por se escudar em sua religião (2.17-29). Saiba-se, porém, que o juízo de DEUS independe de tudo isso, ele é “segundo a verdade” (v.2).
2. Juízo segundo a culpa acumulada (v.5). Os judeus achavam que, por conhecerem a misericórdia de DEUS, não seriam julgados como os gentios. Não se deram conta de que a bondade de DEUS era para levá-los ao arrependimento (v.4). Eles falharam em não aproveitar a benignidade divina e, com isso, acumularam, como tesouro, a ira de DEUS. “Dia da ira e da manifestação do juízo de DEUS” apresenta seus indícios na atualidade, conforme estudamos na lição passada (Sl 7.11), mas a manifestação plena do juízo está reservada para o dia da ira (Tg 5.3).
3. Conforme as obras (vv.6,7). E verdade que as obras não salvam, mas elas dão a evidência pública que servem como instrumento para DEUS julgar (Pv 24.12). O juízo, segundo a obra de cada um, é um princípio divino baseado na justiça, e não podia ser diferente. É outra maneira da expressão da lei da sementeira (Gl 6.7).
Não confundir, portanto, a doutrina paulina da salvação pela fé. O apóstolo não está ensinando a salvação pelas obras, mas salientando a imparcialidade do julgamento divino sobre gentios e judeus. Caso contrário, o apóstolo estaria numa contradição insuperável (Rm 1.17; Gl 3.11; Ef 2.8,9; Tt 3.5). Devemos entender “vida eterna aos que, com perseverança em fazer bem, procuram glória, honra e incorrupção” (v.7) como resultado da vida cristã — fruto do ESPÍRITO (Gl 5.22).
III. O JUDEU
1. O que é um judeu? Responde o rabino Morris Kertzer: “É muito difícil encontrar uma simples definição do que é um judeu. Judeu é todo aquele que aceita a fé judaica. Esta é a definição religiosa. Judeu é aquele que, não tendo afiliação religiosa formal, considera os ensinamentos do Judaísmo — sua ética, seus costumes, sua literatura — como propriedade sua. Esta é a definição cultural. Judeu é aquele que se considera judeu ou que assim é considerado pela sua comunidade. Esta é a definição prática”.
No Novo Testamento, o termo “judeus” indica todo o povo de Israel que tem Abraão como pai (Jo 8.56,57).
2. Judaísmo. E uma religião que veio de DEUS, através de Moisés no monte Sinai. Em nenhum momento JESUS e Paulo desrespeitaram essa religião. O conceito que os rabinos tinham do Judaísmo era calcado no Talmude, que era em si um fardo insuportável (Gl 1.13,14).
Paulo conhecia profundamente o Judaísmo. JESUS disse que não se pode costurar remendo novo em vestido velho, nem colocar vinho novo em odres velhos (Mt 9.16,17; Mc 2.21,22). Na visão do apóstolo, o judeu precisava despir-se do velho homem, e aceitar a justiça de DEUS pela fé em CRISTO. Os judeus rejeitaram essa provisão divina para a salvação, por isso Paulo critica a hipocrisia dos judeus.
3. O orgulho do judeu (vv.8-10). A responsabilidade dos judeus é maior do que a dos gentios por causa de seus pendores religiosos e das bênçãos espirituais que DEUS lhes conferiu (Rm 9.4,5). Como as bênçãos divinas foram dirigidas primeiramente aos judeus, o julgamento há de vir na mesma proporção (vv.9,10).
IV. OS GENTIOS
1. O Juiz. Antes de tudo, convém salientar que o justo Juiz de toda a terra saberá fazer justiça (Gn 18.25). “Porque, para com DEUS não há acepção de pessoas” (Rm 2.11; Dt 10.17; At 10.34). Seu juízo é segundo a verdade, e independe de condições externas como posição social, riqueza, nacionalidade, etc. Por isso, os judeus não devem esperar nenhum tratamento especial no dia do juízo. O apóstolo não está enfatizando a culpa do judeu, mas defendendo a equidade do juízo divino.
2. A obra de cada um (vv.12-14). JESUS disse: “Haverá menos rigor para os de Sodoma, no Dia do Juízo, do que para ti” (Mt 11.24). Isso mostra que há graus de castigo no juízo divino. Assim como há escalonamento no galardão dos salvos (Ap 22.12), da mesma forma haverá também graus de punição para os condenados.
Os judeus incrédulos serão condenados pela própria lei, pois foram agraciados por DEUS pela lei escrita — a luz maior. Os gentios, por outro lado, terão um julgamento proporcional à luz natural — luz menor. Como não tiveram acesso à lei, serão julgados pela luz de sua consciência.
3. A consciência (vv.15,16). É a faculdade inata no ser humano capaz de discernir entre o bem e o mal. É a lei de DEUS nos corações. Se nos incrédulos é o testemunho capaz de convencer o homem natural entre o certo e o errado, quanto mais nos crentes! Temos a consciência iluminada pelo ESPÍRITO SANTO e gravada pela graça! (Jr 31.33). Todo o conteúdo a partir do v.6, é resumido no v.16. JESUS CRISTO é o Juiz de todos os homens (At 17.31; 2Co 5.10) e conhece o mais profundo do coração dos homens.
CONCLUSÃO
Os judeus servem de aviso para todos nós. Muitas vezes nos orgulhamos por motivos infundados (por exemplo: orgulharmo-nos do pentecostalismo), quando deveríamos cuidar sempre da obra da evangelização e de buscarmos o poder do ESPÍRITO SANTO, e, assim, não corremos o risco de perder as bênçãos de DEUS.
AUXÍLIOS SUPLEMENTARES
Subsídio Teológico - O v.11 diz: “porque, para com DEUS, não há acepção de pessoas”. O julgamento divino para com os homens é de acordo com a sua resposta à revelação divina. A verdade de DEUS se manifesta em diferentes maneiras. No entanto, esta diferença não causa nenhuma mudança na justiça de DEUS. O que interessa é que DEUS manifesta a sua verdade aos homens e Ele espera deles uma resposta positiva: aceitar a verdade, obedecer a DEUS. glorificá-Lo é dar-Lhe graças.
O v.13 emprega dois verbos chaves para a compreensão do ensino de Paulo quanto à relação judeu — lei: ouvir e praticar. A justiça de DEUS não era para os que apenas escutaram a lei, mas para os que se arrependeram (“praticam”). Praticar significa dar resposta com fé à oferta divina de justificação. E impossível para todos os homens, tanto judeus quanto os gentios, cumprirem integralmente a lei, mas crer em DEUS que c capaz de conceder a justificação é possível. Por isso. DEUS não faz acepção de pessoas. Ele justifica os que são “praticantes”, seja dentro (judeus) ou fora (gentios) da lei. Praticantes da lei, aqui, não é praticar os ritos e sinais externos, mas viver a verdade revelada na lei — “mostram a obra da lei no seu coração, testificando juntamente a sua consciência e os seus pensamentos...” (v.15).
Subsídio Doutrinário - “‘Portanto és indesculpável quando julgas, ó homem, quem quer que sejas
Quando o apóstolo Paulo fez esta declaração, estava na verdade, acusando os judeus que se consideravam inculpáveis. Paulo coloca o judeu e o gentio na mesma condição espiritual diante de DEUS: Culpados! O escritor condena os moralistas que julgavam os erros dos gentios, pois julgavam erros que eram cometidos por eles mesmos. Os judeus julgavam que pelo fato de DEUS ter mostrado graça e favor especial à sua raça, os livraria da condenação. Imaginavam que, pelo simples fato de serem israelitas de sangue, estariam salvos. Entretanto, era um conceito comodista e falso. Lucas escreveu a mensagem de João Batista que colocava cada judeu na mesma condição dos demais seres humanos. Se não se arrependessem, de nada valeria serem filhos de Abraão, pois dizia: ‘Porque eu os afirmo que mesmo destas pedras DEUS pode Suscitar filhos a Abraão’ — (Lc 3.3-9) (Compare João 8.31-47: Romanos 9.1-13).
Entendemos então que, diante de DEUS, tanto judeus como gentios são pecadores e estão debaixo da ira divina. São dois tipos de pecadores, que se protegem atrás de sua ‘própria moralidade’ para se justificarem diante de DEUS. O judeu justificava-se na sua ‘religião’ e o gentio na sua moralidade. Porém, a Bíblia responde a ambos e diz: ‘O que encobre as suas transgressões, jamais prosperará’ (Pv 28.13). ‘És indesculpável quando julgas, ó homem’ (2.1). Esta expressão anula a pretensão do pecador de querer julgar. Na verdade, ele não está em condições de julgar, porque DEUS é quem julga. Ele é o Supremo Juiz! Quando Ele sentencia, não há apelação, pois seu julgamento é justo e nele não há possibilidade de erro” (Carta aos Romanos, CPAD).
Subsídio Devocional
JESUS disse em Mt 5.20: “Se a vossa justiça não exceder a dos escribas e fariseus, de modo nenhum entrareis no Reino dos Céus”. O que JESUS pretendia dizer com essas palavras é respondido em Mt 5.21-48. A verdade é que o pecado está no coração dos homens e que as suas intenções são más. A natureza humana é má, ainda que o homem não cometa o ato de pecado. Esta verdade pode ser exemplificada na vida dos próprios judeus. Eles não matavam, mas muitas vezes estavam cheios de ódio; não cometiam adultério, mas permitiam que um homem olhasse para uma mulher com desejos lascivos; exigiam justiça (“olho por olho”), mas não se dispunham a perdoar uns aos outros; amavam aos que os amavam, mas odiavam os inimigos. Que nenhum crente tenha o mesmo pensamento que os judeus, principalmente, os escribas e fariseus — achavam que a sua religiosidade exterior os tomariam salvos diante de DEUS. Mas tinham coração cheio de ira, de lascívia, de mentira, de vingança, e de preconceito.
Romanos - Serie Cultura Biblica - ROMANOS - INTRODUÇÃO E COMENTÁRIO
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Pecado e Retribuição: Diagnóstico da Necessidade Universal (1:8-3:20).
a. O mundo pagão (1:18-32).
Antes de Paulo desenvolver mais o modo pelo qual a forma de justiça de DEUS é exposta no Evangelho, ele mostra por que é tão urgentemente necessário que se conheça o meio de ficar certo para com DEUS. Como as coisas são, os homens estão "no errado" para com DEUS, e Sua ira se revela contra eles. Na vida há uma lei moral segundo a qual os homens são deixados entregues às conseqüências do curso de ação que eles mesmos escolheram livremente. E a menos que essa tendência seja invertida pela graça divina, a situação deles irá de mal a pior. Três vezes aí ocorrem as palavras de condenação: "Por isso DEUS os entregou..." (vs. 24, 26,28).
O objetivo de Paulo é demonstrar que a humanidade toda está moralmente arruinada, incapaz de conseguir um veredito favorável no tribunal do juízo de DEUS, em desesperada necessidade de Sua misericórdia e perdão.
Ele começa tratando de uma área da vida humana cuja falência moral era objeto de acordo geral entre os moralistas da época — a grande massa do paganismo contemporâneo de Paulo. O quadro que desenha é feio deveras. Não porém mais feio do que o quadro que disso vemos na literatura paga contemporânea. Qual é a causa, pergunta ele, desta pavorosa condição que se desenvolveu no mundo? Donde vêm estas vergonhosas perversões, esta encarniçada inimizade entre homem e homem? Tudo surge, diz ele, de idéias errôneas a respeito de DEUS. E essas idéias errôneas acerca de DEUS não surgiram inocentemente. O conhecimento do DEUS verdadeiro era acessível aos homens, mas eles fecharam suas mentes para ele. Em vez de apreciarem a glória do Criador ao contemplarem o universo que Ele criou, davam a coisas criadas aquela glória que pertencia somonte a DEUS. A idolatria é fonte de imoralidade. Assim o autor de Sabedoria já tinha dito: "Porque a idéia de fazer ídolos foi o princípio da fornicação, e a sua invenção foi a corrupção da vida." (Livro da Sabedoria 14:12.)
Podemos comparar a linguagem de Paulo sobre a criação visível como fonte de conhecimento concernente à natureza do seu Criador invisível (vs. 19, 20) com o discurso que fez em Listra (At 14:15-17) e principalmente com o que fez em Atenas (At 17:22-31). Há diferença de ênfase entre o discurso em Atenas e a argumentação neste passo, mas não há nenhuma contradição: Paulo estava tentando conseguir ali um auditório de pagàos, ao passo que aqui está escrevendo a cristãos formados. No discurso em Atenas, a apresentação da criação divina do mundo e de Sua disposição providencial das estações do ano e das regiões habitaveis da terra para o bem-estar do homem visava a levar os homens a "buscarem a DEUS" e a achá-lo (At 17:27). Todavia, se eles reconheciam que Ele é um "DEUS desconhecido" deles, sua ignorância confessa não recebe indulto como venial, embora DEUS, em Sua misericórdia, não tenha levado "em conta os tempos de ignorância" anteriores à vinda de CRISTO.
O caráter culposo da ignorância em que o homem está de DEUS é salientado ainda mais aqui: é ignorância deliberada. Os homens tinham o conhecimento de DEUS ao alcance deles, mas desprezaram o conhecimento de DEUS (vs. 28). A verdade era-lhes acessível, mas preferiram abraçar a "mentira". Portanto, "DEUS os entregou" às conseqüências da escolha que fizeram. E precisamente aí Ele manifestou Sua "ira" — aquele princípio de retribuição que deve operar num universo moral.
Para um homem tão convicto de que o mundo foi criado e é dirigido por um DEUS de justiça e misericórdia, esta retribuição não podia ser um princípio impessoal. Era a própria ira de DEUS. Se se pensa que a palavra "ira" não é muito apropriada para usar-se com relação a DEUS, é provavelmente porque a ira, como a conhecemos na vida humana, constantemente envolve paixão egocêntrica, pecaminosa. Com DEUS não é assim. Sua "ira" é a reação da santidade divina face à impiedade e rebelião. Paulo decerto concordaria com Isaías ao descrever esta ira de DEUS como "sua obra estranha" (Is 28:21), à qual Ele se aplica lentamente e com relutância. De fato,,Paulo expõe aqui a revelação da ira de DEUS como o cenário de fundo da "obra" de misericórdia de DEUS, obra que Lhe é apropriada, com tanta afinidade com o Seu caráter que Ele se apressa com jubilosa rapidez a prodigalizá-la a penitentes destituídos de merecimento.
Mas mesmo tendo em vista que o quadro da retribuição divina, agindo como um severo princípio na vida humana, fornece um pano de fundo para a misericórdia eterna, trata-se de um cenário real e terrível, que deve ser considerado com seriedade.
18. A ira de DEUS se revela.
Não no Evangelho (no qual a salvadora "justiça de DEUS" é revelada), mas nos fatos da experiência humana: "a história do mundo é o juízo do mundo" (Schiller). A revelação da "ira vindoura" nos tempos finais (1 Ts 1:10) é antecipada pela revelação do mesmo princípio na vida corrente do mundo. "A idéia de que DEUS é ira não é mais antropopática (tradiçinal) do que o pensamento de que DEUS é amor. A razão pela qual a idéia da ira divina está sempre sujeita a mal-entendidos é que a ira entre os homens é eticamente errada. E contudo, mesmo entre os homens não falamos da 'ira justa'?'" A exposição da idolatria e imoralidade paga nestes versículos segue linhas fixadas em obras de apologética judaica tais como o Livro da Sabedoria citado acima (ver especialmente Sabedoria 12-14), e a Epístola de Aristeas. Reaparece nos apologetas cristãos do segundo século A. D. (e. g. o autor da Epístola a Diogneto, Aristides, Taciano, Atenágoras, e a Pregação de Pedro mencionada por Clemente de Alexandria-Stromata vi. 5).
Que detêm a verdade pela injustiça. Melhor: "Que retêm firmemente a verdade na injustiça" (RV), ou: "Em sua impiedade, eles estão sufocando a verdade" (NEB). "A verdade" é mais precisamente definida no versículo 25 como "a verdade de DEUS".
20. Desde o princípio do mundo.
"Desde" no sentido de"desde então" (RSV).
Claramente se reconhecem (...) sendo percebidos. Grego: nooumena kathnratai, onde o primeiro verbo se refere estritamente à inteligência e o segundo à visão física. "Os dois verbos (...) descrevem como, na contemplação das obras de DEUS, o homem pode captar o suficiente, de Sua natureza, para impedir-lhe o erro de identificar qualquer das coisas criadas com o Criador, capacitando-o a manter seu conceito de DEUS livre da idolatria.
22. Tornaram-se loucos.
Como na literatura veterotestamentária da Sabedoria, loucura (ver "o coração insensato" deles, no versículo 21), implica em embotamento moral antes que mera deficiência da inteligência.
23. E mudaram a glória do DEUS incorruptível em semelhança da imagem de (...) quadrúpedes...
Ver o Salmo 106:20: "E assim trocaram a glória de DEUS pelo simulacro de um novilho que come erva" (referência ao culto ao bezerro de ouro). Aqui a linguagem é generalizada. A tríplice classificação dos animais (ver Gn 1:20-25) e os termos "glória", "imagem" e "semelhança" (ver Gn 1:26) sugerem que "a descrição que Paulo faz da impiedade do homem foi posta deliberadamente em termos da narrativa bíblica da queda de Adão".
24. 26, 28, DEUS os entregou.
Atos 7:42 onde, devido às tendências idolátricas dos israelitas, "DEUS (...) os entregou ao culto da milícia celestial." Uma impressionante afirmação moderna deste princípio de retribuição divina é-nos oferecida por C. S. Lewis em The Problem of Pain (1940), p. 115s. Os perdidos, diz ele, "gozam para sempre da horrível liberdade que sempre pediram, e portanto estão escravizados por si mesmos".
27. Recebendo em si mesmos a merecida punição do seu erro.
NEB traduz acertadamente: "o justo salário por tal perversão". No inglês moderno "error" (erro) é um substantivo fraco demais para traduzir plane num contexto como este. Ver Judas 11, ondeo"erro (p/a«ê) de Balaão" é a idolatria e fornicação de Baal-Peor a que os israelitas foram seduzidos por seu conselho (Nm 25:lss., 31:16).
b. O moralista (2:l-16).
O estilo de Paulo é próprio para a forma de composição que os antigos chamavam de diatribe. Nesta, questões e objeções eram postas na boca de um crítico imaginário, para serem respondidas ou destruídas.
Quase podemos vê-lo, enquanto dita a carta a Tércio, pegar o indivíduo complacente que está saboreando a exposição daqueles pecados que "não apelam para ele", e dizer-lhe que não é melhor do que ninguém. Paulo imagina uma interrupção feita por algum opositor, e se volta para refutar à objeção, primeiro admoestando-o com "DEUS não o permita!" ("Nem pense nisso!"), e depois dando-lhe ponderada réplica. Inicia uma nova fase da sua argumentação com esta indagação retórica: "Que diremos?"
E o tempo todo o seu pensamento vai célere na frente de suas palavras de modo que as palavras têm de saltar valas para alcançar o pensamento. Mal podemos tentar imaginar como a pena de Tércio mantinha o ritmo das palavras do apóstolo. Não admira que, principalmente nos momentos mais ardentes, seu grego esteja cheio de falhas na construção, e de sentenças inacabadas.
Sabemos que existia outro lado do mundo pagâo do primeiro século além do que Paulo retratou nos parágrafos anteriores. Que dizer de homens como o ilustre contemporâneo de Paulo — Sêneca — o moralista estóico, o tutor de Nero? Sêneca podia ter ouvido a acusação feita por Paulo e ter dito: "Sim, isso é perfeitamente verdadeiro quanto às grandes massas da humanidade, e dou meu apoio ao juízo que você emitiu sobre elas — mas naturalmente há outros que, como eu, deploram estas tendências tanto como você as deplora."
Paulo imagina alguém interferindo em termos como esses, e se dirige ao suposto opositor: "Meu bom senhor, julgando outros, você está se julgando a si próprio, seja você quem for, pois em princípio você faz as mesmas coisas que condena neles." E quão pertinente teria sido esta réplica a um homem como Sêneca! Pois Sêneca pôde escrever com tanta eficiência sobre o bom modo de viver, que houve cristãos posteriores que se orgulhavam de chamar-lhe "o nosso Sêneca". Não se restringia a exaltar as grandes virtudes morais. Ele desmascarava a hipocrisia, apregoava a igualdade de todos os homens, reconhecia a penetrante natureza do mal ("todos os defeitos morais existem em todos os homens, embora não aconteça que todos os defeitos sejam proeminentes em cada homem), praticava e procurava inculcar o auto-exame diário, ridicularizava a idolatria vulgar, assumia o papel de guia moral. Muitas vezes, porém, tolerava em si mesmo defeitos não muito diferentes daqueles que condenava em outros — sendo que o exemplo mais flagrante disto é sua conivência com Nero no assassinato de sua mãe Agripina.
Mesmo nesta seção do capítulo 2, e mais explicitamente do versículo 17 em diante, Paulo está pensando principalmente num crítico judeu. Denúncia da idolatria pagã como a que encontramos no capítulo 1 era uma forma comum de propaganda judaica. Os judeus religiosos achavam amplo campo de ação para lançar juízo moral adverso sobre os seus vizinhos gentios.
c. O judeu (2:17-3:8)
(1) Privilégio traz responsabilidade (2:17-29).
Em 2:17 Paulo se dirige ao moralista definindo-o explicitamente como judeu. "Você tem o honroso nome de judeu", diz ele, "sua posse da lei dá-lhe confiança, gloria-se de que é ao DEUS verdadeiro que você cultua e de que conhece a vontade dele." Talvez haja aqui mais um eco de Sabedoria:
"Pois mesmo se pecamos, somos teus, conhecendo o teu poder; mas não haveremos de pecar, porque sabemos que somos considerados teus. Pois conhecer-te é a justiça completa, e conhecer o teu poder é a raiz da imortalidade." (Sabedoria 15:2, 3).
"Você aprova o caminho mais excelente", continua Paulo, "pois o aprendeu da lei. Considera-se mais instruído do que aqueles que são inferiores por não terem a lei. Considera-se guia de cegos e instrutor de tolos. "Mas por que não dar uma sincera olhada em você mesmo? Você não tem defeitos? Você conhece a lei, mas a guarda? Você diz: 'Não roubarás.' Mas não rouba nunca? Você diz: "Não adulterarás." Mas será que cumpre sempre esse mandamento? Você detesta ídolos, mas nunca rouba templos? Você se gloria na lei mas, de fato, sua desobediência à lei dá má fama entre os pagãos, a você e ao DEUS que cultua.
"Ser judeu aproveitará ao homem diante de DEUS, somente se cumprir a lei. O judeu que quebra a lei não é melhor do que o gentio. E inversamente, o gentio que cumpre as exigências da lei é tão bom à vista de DEUS como qualquer judeu que permanece na lei. Na verdade, o gentio que guarda a lei de DEUS condenará o judeu que a quebra, não importa quão versado nas Escrituras esse judeu seja, não importa quão canonicamente se tenha processado a sua circuncisão. Você vê, não é questão de descendência natural e de sinal externo como a circuncisão. A palavra 'judeu' significa 'louvor', e o verdadeiro judeu é o homem cuja vida é digna de louvor pelos padrões de DEUS, cujo coração é puro à vista de DEUS, cuja circuncisão é a circuncisão interna, do coração. Este é judeu de verdade, digo eu — homem verdadeiramente digno de louvor — e seu louvor não é matéria de aplauso humano, mas da aprovação divina."
17. Se, porém tu que tens por sobrenome judeu.
AV: "Vê, tu és chamado judeu." Porém o texto mais bem credenciado diz: "mas se" (ei de), como AA, e não "vê" (ide). Ver RV, RSV.
18. Que conheces a sua vontade.
Lit. "conheces a vontade"; a vontade de DEUS é "a vontade" par excellence. Ver 1 Macabeus 3:60, RV: "seja qual for a vontade no céu, assim ele fará".
Aprovas as causas excelentes. A palavra diapheronta significa primariamente "coisas que diferem" e secundariamente "coisas que diferem de outras, sobrepujando-as", i. e., "coisas excelentes". AV, RV e RSV — como também AA — aceitam para esta passagem o último sentido. NEB prefere o primeiro sentido ("você está ciente das distinções morais"). A mesma frase aparece em Fp 1:10 (AV e AA: "para aprovardes as cousas excelentes". NEB; "assim lhe dê o dom da discriminação correta").
20. A forma da sabedoria e da verdade.
AV: "A forma do conhecimento e da verdade." Ou seja, a formulação ou sistematização orgânica do conhecimento e da verdade.
22. Lhes roubas os templos?
AV: "Cometes sacrilégio?" Lit. "roubas templos". O verbo grego é hierosulêo. É difícil dizer o que Paulo tem em mente. Talvez se refira a algum incidente escandaloso, como o do ano 19 A. D., registrado por Josefo(Antigüidades 18:81ss.), quando quatro judeus de Roma, guiados por um que dizia ensinar a fé judaica a gentios interessados, persuadiram uma dama da nobreza romana, convertida ao judaísmo, a fazer uma generosa contribuição em favor do templo de Jerusalém, mas se apropriaram da oferta para seu próprio uso. Quando o fato veio à luz, o imperador Tibério expulsou de Roma todos os judeus ali residentes (ver p. 15). Um incidente como este dava má reputação ao nome de "judeu" entre os gentios.
24. Pois, como está escrito, o nome de DEUS é blasfemado entre os gentios por vossa causa, (Ou "... por meio de vós", AV.) A referência é a Is 52:5: "o meu nome é blasfemado incessantemente todo dia" ("menosprezado", RSV). A triste situação dos judeus no exílio levava os gentios a falarem levianamente do seu DEUS, imaginando-O incapaz de socorrer Seu povo. Agora não se trata de desventura do povo de DEUS, mas é o seu mau comportamento que leva os gentios a concluírem que o DEUS de tal povo não pode ser de muita valia. Os membros da comunidade de Qumran eram exortados a serem cuidadosos no trato com os gentios, "para que eles não blasfemem".
25. A circuncisão tem valor se praticares a lei.
Ver Gálatas 5:3: "todo homem que se deixa circuncidar (...) está obrigado a guardar toda a lei." A circuncisão, realizada como exigência legal, coloca sobre o homem a responsabilidade de guardar o restante da lei, quer seja aceita mais tarde na vida, como no caso dos prosélitos (que é o que Pauio tem em vista em Gálatas), quer seja ministrada às crianças judaicas (que é o que tem em mente aqui). Visto como nenhuma classe de pessoas circuncidadas pode guardar completamente a lei, mas inevitavelmente, acaba falhando no cumprimento de sua responsabilidade, Paulo acrescenta: Se é, porém, transgressor da lei, a tua circuncisão já se tornou incircuncisão.
Esta lição já fora ensinada em parte por Jeremias: "Eis que vêm dias, diz o Senhor, em que castigarei a todos os circuncidados mas ainda incircuncisos — o Egito, Judá, Edom, os filhos de Amom, Moabe — pois todas estas nações são incircuncisas, e toda a casa de Israel é incircuncisa de coração" (Jr 9:25s., RSV). Os vizinhos de Israel na maior parte praticavam a circuncisão (os filisteus eram uma notória exceção). Mas a circuncisão dos vizinhos de Israel não era sinal da aliança de DEUS, como a circuncisão israelita pretendia ser. Todavia, se Israel e Judá se apartavam de DEUS no coração, sua circuncisão física não era melhor do que a dos seus vizinhos, à vista de DEUS: na medida em que houvesse qualquer interesse religioso, não era circuncisão nenhuma. Ver Deuteronômio 10:16: "circuncidai, pois, o vosso coração, e não mais endureçais a vossa cerviz." Mas Paulo vai mais longe que Jeremias. Não somente reconhece a circuncisão como incircuncisão, se desacompanhada da devoção de coração; como também reconhece a incircuncisão como circuncisão espiritual, se apesar disso se presta obediência a DEUS.
27. E se aquele que é incircunciso por natureza, cumpre a lei, certamente ele te julgará a ti.
Quer dizer, as faltas de um judeu indigno serão realçadas pelo exemplo de um gentio que, não tendo nenhum dos privilégios característicos dos judeus, não obstante agrada a DEUS.
29. Cujo louvor não procede dos homens, mas de DEUS.
Os judeus derivaram seu nome de Judá, seu antepassado (heb. Yehudah) cujo nome no Velho Testamento se associa ao verbo yadah, "louvar". Ver as palavras de sua mãe quando ele nasceu: "Esta vez louvarei o Senhor" (Gn 29:35), e a bênção pronunciada por seu pai no leito de morte: "Judá, teus irmãos te louvarão" (Gn 49:8).
Romanos - Serie Cultura Biblica - ROMANOS - INTRODUÇÃO E COMENTÁRIO
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Referências Bibliográficas (outras estão acima)
Dicionário Bíblico Wycliffe. 4.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2009.
Bíblia de estudo - Aplicação Pessoal.
Bíblia de Estudo Almeida. Revista e Atualizada. Barueri, SP: Sociedade Bíblica do Brasil, 2006.
Bíblia de Estudo Palavras-Chave Hebraico e Grego. Texto bíblico Almeida Revista e Corrigida.
Bíblia de Estudo Pentecostal. Traduzida em português por João Ferreira de Almeida, com referências e algumas variantes. Revista e Corrigida, Edição de 1995, Flórida- EUA: CPAD, 1999.
BÍBLIA ILUMINA EM CD - BÍBLIA de Estudo NVI EM CD - BÍBLIA Thompson EM CD.
CPAD - http://www.cpad.com.br/ - Bíblias, CD'S, DVD'S, Livros e Revistas. BEP - Bíblia de Estudos Pentecostal.
VÍDEOS da EBD na TV, DE LIÇÃO INCLUSIVE - http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/videosebdnatv.htm
www.ebdweb.com.br - www.escoladominical.net - www.gospelbook.net - www.portalebd.org.br/
http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/alianca.htm
Dicionário Vine antigo e novo testamentos - CPAD
Manual Bíblico Entendendo a Bíblia, CPAD
Dicionário de Referências Bíblicas, CPAD
As Disciplinas da Vida Cristã; CPAD
Hermenêutica Fácil e descomplicada, CPAD
Revistas antigas - CPAD
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