3. A pia de
bronze (Êx 30-17-21).
Mas, finalmente,
havia ainda no Pátio do Tabernáculo a Pia de Bronze. Ela era
utilizada para o sacrifício de purificação (Ex 30.17-21). Essa
lavagem cerimonial era feita com água constantemente
substituída, já que não havia sistema de torneiras ou bicas
naquela época nem algo parecido com isso é mencionado no texto
bíblico. Os sacerdotes deveriam se lavar sempre nele antes de
ministrarem no interior do Tabernáculo ou no Altar dos
Holocaustos.
Ora, a água fala
de pureza e santificação, e é símbolo da ação purificadora da
Palavra de DEUS (Jo 15.3; 17.17; Ef 5.26,27) e do ESPÍRITO SANTO
(Tt 3.4-6; 1 Co 6.11) em nossos corações (Hb 10.22; 1 Pe
1.22,23). Pode simbolizar também a purificação pelo sangue de
JESUS (1 Jo 1.7), uma vez que o sacrifício de CRISTO nos
purifica de todo pecado e nos dá acesso à constante ação
purificadora do ESPÍRITO SANTO e da Palavra de DEUS em nossas
vidas.
COELHO,
Alexandre; DANIEL, Silas. Uma Jornada de Fé. Moisés, o Êxodo
e o Caminho a Terra Prometida. Editora CPAD. pag. 96.
BACIA, BACIA DE
BRONZE (provavelmente da raiz significando ser ou fazer redondo;
também traduzido por “panela” (I Sm 2.14; Zc 14.21) e “tribuna”,
ARA; “base”, ARC; “plataforma”, NVI, “estrado”, BJ
(provavelmente por causa de seu formato redondo semelhante a uma
bacia, 2Cr 6.13)
1. A bacia para
o tabernáculo com sua base era feita de bronze (Ex 30.18,
passim); continha água,
de
maneira que Aarão e seus filhos pudessem lavar as mãos e os pés
quando adentrassem a Tenda da Congregação ou se acercassem do
altar para ministrar (Êx 30.18,19); foi feita por Bezalel da
tribo de Judá e Aoliabe da tribo de Dã (Êx 31.1-9) com outros
homens do povo (Ex 35.10-16); e foi feita com os espelhos das
mulheres que se reuniam (a palavra Hebraica sãbã sugere um
grande grupo organizado) para ministrar à porta da Tenda da
Congregação. Dessas mulheres Aben-ezra disse “é costume de todas
as mulheres contemplar a face todas as manhãs no espelho, para
que possam pentear e arrumar o cabelo, mas veja! estas eram
mulheres de Israel que serviam ao Senhor, abandonaram seus
deleites terrenos e abriram mão de seus espelhos como oferta
voluntária, porque eles não tinham mais uso para elas; mas elas
vinham todos os dias à porta da Tenda da Congregação para orar e
ouvir as palavras dos Mandamentos “(Patrick Fairbaim, The
Typology of Scripture, II [ 1900], p. 25 8). Após a unção com o
óleo prescrito (Êx 30.22-29; Lv 8.11) e aceitação por Moisés (Êx
39.39) foi o último artigo colocado no lugar antes que se
erguesse o átrio (Êx 40.7-17). A Bíblia não explica o seu
formato, tamanho, ornamentação ou transporte.
2. No Templo de
Salomão, um grande “Mar de Fundição” tomou o lugar da bacia no
Tabernáculo para as abluções dos sacerdotes (2Cr 4.6). Esse
“mar” tinha cinco côvados de altura, dez côvados de diâmetro de
uma borda a outra, e trinta côvados de circunferência (l Rs
7.23). Alguns consideram os dois últimos números uma
impossibilidade matemática (e.g. Louis Casseis, “Understanding
theBible”, PresbiterianLife, Dec.1. 1966, p.13). A
circunferência, porém, podia não incluir a curvatura para fora
do seu formato de lírio na borda (l Rs 7.26), enquanto o
diâmetro pode se referir à borda em sua parte mais larga. Havia
colocíntidas (cabacinhas) por baixo de sua aba, dez em cada
côvado; arcundando a bacia em duas fileiras, fundidas com a
própria bacia (l Rs 7.24). De acordo com KD, “a semelhança de
bois” no TM (ARC, NVI, BJ) no relato sinóptico de 2 Crônicas 4.3
está corrompido. Ele estava apoiado sobre quatro grupos de três
bois de bronze, cada grupo voltado para um dos quatro pontos
cardeais (l Rs 7.25). Esse arranjo representava o serviço
sacerdotal das doze tribos, do mesmo modo que os leões no trono
de Salomão representava o serviço real. Uma bacia de basalto,
posta sobre dois touros, do começo do primeiro milênio a.C. foi
achada em Carquemis (NBD, p. 718, fig. 132). A espessura do
bronze era da largura da mão e tinha a capacidade de dois mil
batos (l Rs 7.26). De acordo com KD a leitura “três mil batos”
(2Cr 4.5) está corrompida.
Além do grande
mar de fundição localizado no sudeste do Templo de Hirão, de
Tiro (lRs 7.13,14, 40-44), também fez dez pias de bronze,
dispostas em linha entre os lados norte e sul do Templo (l Rs
7.39). Essas pias, com quatro côvados de diâmetro e contendo
quarenta batos (l Rs 7.38), eram usadas para lavar os animais a
serem oferecidos como oferta queimada (2Cr 4.6), e estavam
assentadas sobre suportes móveis de bronze (l Rs 7.27-37). Uma
estrutura similar de Chipre, c. 1150 a.C. esclarece o estudo
esmerado desses suportes, encontrado em A Dictionary of the
Bible editado por William Smith (cp. NBD, p. 1244 fig. 205).
Devido à
apostasia, o rei Acaz cortou fora os painéis dos suportes,
removeu deles a bacia, e a pôs sobre um pavimento de pedra (2Rs
16.17). Os caldeus quebraram o que remanesceu do mar e dos
suportes e levaram o bronze para a Babilônia (2Rs 25.13). A
Escritura não menciona bacia(s) no segundo Templo, nem Josefo em
seu relato da restauração feita por Heródes. B. K. Waltke
MERRILL C.
TENNEY. Enciclopédia da Bíblia. Editora Cultura Cristã. Vol. 1.
pag. 668-669.
Êx 30. 17-21.
“No templo de Salomão havia um grande tanque de forma circular,
com cerca de 13,70 m de circunferência, conhecido como mar de
fundição (I Reis 7.23-36). Era inteiramente feito de bronze e
repousava sobre as figuras de doze bois. De acordo com II Crô.
4.6, o mar servia para as abluções dos sacerdotes” (J. Edgar
Park, in Ioc.). Não há certeza sobre até que ponto a antiga
bacia de bronze assemelhava-se à versão mandada fazer por
Salomão, mas é bem provável que a bacia de bronze dos dias de
Moisés fosse algo bem mais modesto. O texto presente, em contraste
com o resto dos itens do tabernáculo, fomece-nos poucos detalhes
e não dá as dimensões da bacia de bronze. O trecho de Êxo. 38.8
adianta que as mulheres providenciaram o material necessário
para esse item, pois contribuíram com seus espelhos de bronze.
Portanto, a bacia de bronze importou em um sacrifício para
muitas pessoas.
As lavagens
feitas na bacia de bronze, tal como se dava com todos os demais
ritos efetuados no tabernáculo, deviam ser efetuadas de modo
perpétuo, por todas as gerações. (Êxo.
29.42).
As abluções
litúrgicas dos israelitas influenciaram de modo profundo tanto o
cristianismo quanto o islamismo.
Água se fazia
mister para as lavagens dos sacerdotes e de certas partes das
vítimas sacrificadas (Êxo. 29.27; Lev. 1.8,13), como também para
limpeza do próprio altar, para nada dizermos sobre o chão para
onde escorria todo aquele sangue dos animais sacrificados.
Seu suporte de
bronze. A bacia de bronze provavelmente tinha o formato de um
grande vaso ou urna, e estava apoiada sobre um pedestal. Vasos
dessa natureza têm sido achados, com relativa abundância, pelos
arqueólogos.
A bacia de
bronze é o último item do tabernáculo a ser descrito. Ficava
entre o altar dos holocaustos e a entrada do Lugar santo,
entrada essa tapada pelo segundo véu. Ver a ilustração sobre a
planta do tabernáculo, nas notas sobre Êxo. 26.1. Naturalmente,
tanto o altar dos holocaustos quanto a bacia de bronze ficavam
no átrio. Era essencial que a bacia ficasse próxima do altar, a
fim de que os sacerdotes pudessem lavar as mãos e os pés antes
de entrarem no Lugar santo, depois de terem oferecido
sacrifícios sobre o altar.
Êx 30.19 A
lavagem de mãos e pés era necessária por razões físicas e
espirituais. Era mister que entrassem fisicamente limpos no
Lugar santo, ao passarem pela segunda cortina. Talvez acabassem
de realizar um sacrifício sobre o altar de bronze. Então teriam
andado pelo átrio, cujo chão era de terra. Não teriam de tomar
um banho de corpo inteiro, mas apenas lavarem as mãos e os pés,
que mais certamente se teriam sujado de sangue e de poeira.
Ademais, não poderiam adentrar o Lugar santo sem uma lavagem
ritual e simbólica das mãos e dos pés. Cf. isso com João 13.10,
Os sacerdotes egípcios lavavam-se duas vezes durante o dia, pela
manhã, e duas vezes à noite, de acordo com Heródoto (Euterpe sive. 1.2 c. 37). Santidade de conduta (pés) e santidade de
ações (mãos) era algo simbolizado por essas lavagens rituais.
“O altar falava
da salvação por meio da oferta pelo pecado; e a bacia de bronze
falava da santificação, que é algo progressivo e contínuo” (John
D. Hannah, in Ioc.).
Êx 30.20 Para
que não morram. Essas palavras dão a entender que Yahweh haveria
de julgá-los com a pena de morte, se deixassem de obedecer às
Suas ordens quanto a esse particular. Estavam ocupados em um
serviço santo, servindo a Yahweh e aproximando-se Dele. Não
podiam estar sujos, nem física e nem espiritualmente. A morte
também era ameaçada por motivo de outras infrações das regras
atinentes ao serviço santo. Ver Êxo. 28.35,43. “Não é exatamente
fácil perceber por que a pena de morte foi ameaçada contra a
negligência acerca de certas observâncias cerimoniais, mas não
acerca de outras. Entretanto, a ablução era algo tão fácil e,
provavelmente, estabelecida como uma prática fazia tanto tempo,
que omiti-la só poderia indicar um desrespeito intencional para
com DEUS” (Ellicott, in Ioc.).
Quando se
chegarem ao altar. Os sacerdotes deviam lavar-se antes de
oferecerem algum sacrifício, e, sem dúvida, depois de terem-no
oferecido, para então entrarem no Lugar santo.
“Isso dá-nos
conta da necessidade de termos corações puros e mãos limpas,
para que nos aproximemos do altar de DEUS, se quisermos
participar da adoração pública, e, em particular, para orarmos
com mãos limpas, erguidas para o alto (I Tim. 2.8; Sal. 26.6)'
(John Gill, in Ioc.). Este texto deve ser comparado com Tito
3.5, que nos dá uma versão cristianizada dessa necessidade.
Êx 30.21 Este
versículo repete a injunção sobre as lavagens, e, então,
adiciona a ordem agora familiar que esse rito deveria prosseguir
perpetuamente, por todas as gerações dos filhos de Israel. Outro
tanto tem sido dito a respeito de vários aspectos do culto
efetuado no tabernáculo. (Veja Êxo. 29.42) Vemos
aqui a repetição da ameaça de morte, feita pela primeira vez, no
versículo anterior. Ver Heb. 12.14 quanto a uma aplicação
cristã.
CHAMPLIN,
Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por
versículo. Editora Hagnos. pag. 440-441.
18. Também farás
um tanque de bronze. Na SBB “bacia” . Para sermos coerentes,
deveríamos traduzir “cobre” . Era provavelmente bronze (uma
liga de cobre e estanho), mas o hebraico não dispunha de um
termo especial para este material. A necessidade de lavagens
rituais para os sacerdotes antes da consagração e de seu
comparecimento perante DEUS já foi mencionada em 29:4. Aquela
era apenas uma das muitas ocasiões aqui mencionadas (v. 20). O
tanque (cujas dimensões não são oferecidas) era provavelmente
bem pequeno: se considerarmos que apenas Arão e seus filhos o
utilizavam, as dimensões de uma grande “bacia” seriam
adequadas. Em contraste, Salomão tinha dez tanques de bronze no
Templo, além do chamado “mar de bronze” , um recipiente de
enormes proporções (ver 1 Rs 7). Esta é apenas uma das muitas
áreas em que o projeto do Templo diferia da planta do
Tabernáculo.
Em 38:8 há
alguns detalhes intrigantes sobre a fonte de obtenção do metal
para o tanque, que também sugerem um tamanho pequeno, além da
fundição de um objeto sólido a partir do metal (sem qualquer
estrutura de madeira).
Entre a tenda da
congregação e o altar. O tanque deveria ficar, portanto, no
grande átrio, para ser utilizado antes que os sacerdotes
entrassem no Tabernáculo propriamente dito. Depois de se lavar e
purificar, o sacerdote podia entrar e adorar mediante a oferenda
do incenso.
Além disso, os
sacerdotes certamente precisavam se lavar depois dos sacrifícios
e dos rituais de sangue, de modo que o tanque também tinha valor
prático. É um pouco estranho que o tanque não tenha sido
mencionado juntamente com o altar de bronze e o átrio no
capítulo 27. Talvez esta passagem tenha sido deslocada de uma
posição anterior no livro.
O mesmo pode ser
dito a respeito da descrição do altar de incenso, que não ocupa
a posição mais lógica no texto atual do livro de Êxodo.
R. Alan Cole,
Ph. D. ÊXODO Introdução e Comentário. Editora Vida Nova. pag.
200-201.
No átrio do
tabernáculo, havia uma bacia entre o altar de bronze e a tenda,
e os sacerdotes e levitas tinham de parar lá com freqüência para
lavar as mãos e os pés. Se entrassem na tenda ou servissem no
altar de bronze sem se lavar primeiro, corriam risco de vida.
O Senhor não
especificou nem o tamanho e nem o formato da bacia, assim como
suas instruções também não dizem como ela era carregada quando o
povo se deslocava.
O tamanho e o
formato da bacia não eram importantes; o que importava de fato
era seu conteúdo. Dentro dela, havia água limpa, e a bacia era
reabastecida ao longo do dia pelos levitas.
Nas Escrituras,
a água de beber é uma imagem do ESPÍRITO de DEUS (Jo 7:37-39),
enquanto a água para lavar é uma imagem da Palavra de DEUS (Sl
11 9:9; Jo 1 5:3; Ef 5:25-27). A bacia, portanto, tipificava a
Palavra de DEUS que purifica a mente e o coração daqueles que a
recebem e obedecem (Jo 17:17). O fato de a bacia ser feita dos
espelhos de bronze das mulheres israelitas (Êx 38:8) é prova de
que ela tipifica a Palavra, pois a Palavra de DEUS é comparada a
um espelho (Tg 1:22-26; 2 Co 3:18).
De acordo com o
sistema do Antigo Testamento, havia três formas de obter a
purificação cerimonial: pela água, pelo fogo ou pelo sangue.
Somos purificados da culpa do pecado pelo sangue que JESUS
CRISTO derramou por nós na cruz, e quando confessamos nosso
pecado, esse sangue nos purifica (1 Jo 1:5 - 2:2). No entanto,
quando desobedecemos a DEUS, nosso coração e nossa mente
tornam-se impuros por causa do pecado (ver Sl 51), e é a "lavagem de água pela palavra
" (Ef 5:26) que nos restaura.
Contudo, os
sacerdotes do Antigo Testamento tornavam-se impuros não ao pecar
contra DEUS, mas ao servir a DEUS! Seus pés ficavam sujos quando
andavam no átrio e no tabernáculo (não havia piso no
tabernáculo), e suas mãos eram contaminadas ao manusear os
sacrifícios e aspergir o sangue. Assim, suas mãos e pés
precisavam ser lavados constantemente, e a bacia provia a água
para essa purificação. Quando estava com seus discípulos no
cenáculo, o Senhor lhes ensinou a mesma lição ao lavar os pés
deles (Jo 13:1-1 5). Aquele que confia que CRISTO salva,"já se
banhou " (v. 10; 1 Co 6:9-11) e não precisa de outro banho, mas
ao caminhar pela vida, nossos pés se sujam e precisam ser
lavados. Não podemos ter comunhão com o Senhor se não somos
purificados (Jo 13:8), e se não temos comunhão com o Senhor, não
podemos desfrutar seu amor e nem fazer sua vontade. Quando
confessamos nossos pecados, ele nos purifica, e quando meditamos
na Palavra, o ESPÍRITO nos renova e restaura.
Em duas
ocasiões, Davi orou pedindo:"Lava-me " (Sl 51:2, 7), e DEUS
respondeu a essa oração (2 Sm 12:13). Porém, Isaías disse aos
pecadores de sua época:"Lavai-vos, purificai-vos " (Is 1:16), o
que sugere que precisamos limpar nossa própria vida e jogar
fora as
coisas que nos tornam impuros. Era isso o que Paulo tinha em
mente quando escreveu:"Purifiquemo-nos de toda impureza, tanto
da carne como do espírito, aperfeiçoando a nossa santidade no
temor de DEUS " (2 Co 7:1).
Para os
sacerdotes, o lavar-se na bacia não era um luxo e sim uma
necessidade.
Manter-se puros
era uma questão de vida ou morte!
WIERSBE. Warren
W. Comentário Bíblico Expositivo. A.T. Vol. I. Editora Central
Gospel. pag. 311-312.
III
- O LUGAR DA HABITAÇÃO DE DEUS
1. O castiçal de
ouro (Êx 25.31-40).
Dentro do
chamado “Lugar da Habitação de DEUS”, que era a parte interior
da tenda do Tabernáculo, havia dois ambientes: o primeiro é o
Lugar santo, onde ficavam o castiçal de ouro, a mesa dos pães da
proposição e o altar do incenso; e o segundo é o Santo dos
Santos, onde estava a Arca da Aliança, única peça desse
ambiente. Estima-se que o Lugar santo media 9 metros de
extensão, e o Santo dos Santos, 4,5 metros.
O castiçal de
ouro (Ex 25.31-40) era o que iluminava o interior da tenda, já
que não havia janelas ali. Ele era feito com puro ouro batido e
seu fogo,
mantido aceso com azeite. Essa peça nos fala, prioritariamente,
de CRISTO, que é a Luz do Mundo (Jo 8.12), e, por extensão, da
Igreja, que também é simbolizada pelo castiçal de ouro (Ap
1.12,13,20). Aliás, o próprio JESUS, antes da visão de João no
Apocalipse, já havia comparado a Igreja a uma lâmpada acesa e
também a chamado de “luz do mundo” (Mt 5.14-16). O apóstolo
Paulo reforça essa ideia em Filipenses 2.15.
O azeite, por
sua vez, é símbolo do ESPÍRITO SANTO. Para que o castiçal
permanecesse aceso, era preciso que seu azeite fosse renovado
todos os dias. Da mesma maneira, só podemos projetar a luz de
DEUS sobre o mundo se formos cheios do ESPÍRITO SANTO; e, por
conseqüência, só podemos projetá-la continuamente se procurarmos
estar sempre cheios do ESPÍRITO. Não à toa, o imperativo
“enchei-vos do ESPÍRITO”, no original grego de Efésios 5.18,
subtende a necessidade de estarmos continuamente cheios do
ESPÍRITO SANTO, e não apenas de vez em quando.
COELHO,
Alexandre; DANIEL, Silas. Uma Jornada de Fé. Moisés, o Êxodo
e o Caminho a Terra Prometida. Editora CPAD. pag. 96-97.
orar sem
cessar, orar em línguas e orar todo o tempo tem a ver com manter
o fogo aceso sempre. (Obs.: Ev. Luiz Henrique)
O castiçal de
ouro puro vem a seguir, porque os sacerdotes de DEUS têm
necessidade de Luz bem como de alimento: e têm tanto uma coisa
como a outra em CRISTO. Neste castiçal não se faz menção de
outra coisa que não seja ouro."Tudo será de uma só peça, obra
batida de ouro puro " (versículo 36)."As sete lâmpadas", as
quais se "acenderão para alumiar defronte dele", exprimem
a perfeição da luz e poder do ESPÍRITO, baseadas e ligadas com a
eficácia perfeita da obra de CRISTO. A obra do ESPÍRITO SANTO
nunca poderá ser separada da obra de CRISTO. Isto é indicado, de
um modo duplo, nesta magnífica imagem do castiçal de ouro. As
sete lâmpadas estando ligadas à cana de ouro batido indicam-nos
a obra cumprida por CRISTO como a única base da manifestação do
ESPÍRITO na Igreja. O ESPÍRITO SANTO não foi dado antes de JESUS
ter sido glorificado (comparem-se João 7: 39 com Atos 19:2 a 6).
Em Apocalipse, capítulo 3, CRISTO é apresentado à igreja de Sardes como Aquele que tem
"os sete espíritos". Quando o Senhor
JESUS foi exaltado à destra de DEUS, então derramou o ESPÍRITO
SANTO sobre a Sua Igreja, a fim de que ela pudesse brilhar
segundo o poder e a perfeição da sua posição no lugar santo, a
sua própria esfera de ser, de ação e de culto.
Vemos, também,
que uma das funções particulares de Arão consistia em acender e
espevitar essas sete lâmpadas. "E falou o SENHOR a Moisés,
dizendo: Ordena aos filhos de Israel que te tragam azeite de
oliveira puro, batido, para a luminária, para acender as
lâmpadas continuamente. Arão as porá em ordem perante o SENHOR
continuamente, desde a tarde até à manhã, fora do véu do
Testemunho, na tenda da congregação; estatuto perpétuo é pelas
vossas gerações. Sobre o castiçal puro porá em ordem as
lâmpadas, perante o SENHOR, continuamente " (Lv 24:1-4). Desta
maneira, podemos ver como a obra do ESPÍRITO SANTO na Igreja
está ligada com a obra de CRISTO na terra e a Sua obra no céu.
"As sete lâmpadas " estavam no tabernáculo, evidentemente, mas a
atividade e diligência do sacerdote eram necessárias para as
manter acesas e espevitadas. O sacerdote necessitava
continuamente dos "espevitadores " e dos "apagadores
" para
remover tudo que pudesse impedir o livre curso do "azeite
batido". Esses espevitadores e apagadores eram igualmente feitos
de "ouro batido" porque todas essas coisas eram o resultado
imediato da operação divina. Se a Igreja brilha, é unicamente
pela energia do ESPÍRITO, e esta energia está fundada em CRISTO,
que, em virtude do desígnio eterno de DEUS, veio a ser, em Seu
sacrifício e sacerdócio, o manancial e poder de todas as coisas
para a Sua Igreja. Tudo é de DEUS. Quer olhemos para dentro
desse véu misterioso e contemplemos a arca com a sua coberta e
as duas figuras significativas, ou admiremos o que está da parte
de fora desse véu, a mesa pura e o castiçal puro, com os seus
vasos e respectivos utensílios — tudo nos fala de DEUS, quer
seja revelando-Se em ligação com
o Filho
ou o ESPÍRITO SANTO.
A chamada
celestial coloca o leitor cristão no próprio centro de todas
estas preciosas realidades. O seu lugar não está apenas no meio
das "figuras das coisas que estão no céu", mas no meio das
"próprias coisas celestiais". Tem "ousadia para entrar no
santuário pelo sangue de JESUS". É sacerdote para DEUS. O pão da
proposição lhe pertence. O seu lugar é à mesa pura, para comer o
pão sacerdotal, na luz do ESPÍRITO SANTO. Nada o poderá privar
desses privilégios divinos. São seus para sempre. Esteja em
guarda contra tudo que possa privá-lo do gozo deles.
Guarde-se contra
toda a irritabilidade, a cobiça, de todo o sentimento e
imaginações. Domine a sua natureza, lance o mundo fora de seu
coração, afugente Satanás. Que o ESPÍRITO SANTO encha
inteiramente a sua alma de CRISTO. Então será praticamente santo
e sempre ditoso. Dará fruto, e o Pai celestial será glorificado,
e o seu gozo será completo.
C. H. MACKINTOSH.
Estudos Sobre O Livro De Êxodo. Editora Associação Religiosa
Imprensa da Fé.
No trecho de
Êxodo 25: 31-39 encontramos as orientações recebidas pelos
israelitas para a fabricação esse item da tenda da congregação.
Uma base suportava uma haste. Três braços curvados para cima,
partiam dessa haste central; esses braços terminavam em seis
receptáculos, em cada um dos quais havia uma lamparina;
somando-se à lampana no alto da haste central, havia um total de
sete lamparinas. O ouro foi o material usado para a construção
do candeeiro. A haste central e os braços eram decorados com
desenhos em alto relevo de florescências de amendoeira. As
espevitadeiras para as lamparinas também eram feitas de ouro. O
trecho de Êxodo 37:17-24 adiciona uma segunda instrução
concernente a essa questão, para garantir a perfeição da
execução da obra. O candeeiro de ouro foi posto no Lugar santo
do tabernáculo, do outro lado da mesa dos pães da
proposição. Quando o templo de Jerusalém, construído
por Salomão, ficou pronto, para o mesmo foram preparados dez
candeeiros de ouro, de acordo com as maiores dimensões dessa
estrutura permanente. Mas, no segundo templo de Jerusalém, por
razões desconhecidas, havia apenas um candeeiro. Antíoco
Epifânio removeu esse candeeiro de seu lugar. Quando Judas
Macabeu restaurou a adoração no templo, um novo candeeiro foi
provido para o mesmo. Aparentemente, o mesmo formato de
candeeiro havia no templo construído por Herodes.
Simbolismo do
Candeeiro de Ouro. O trecho de Apocalipse 1:12-20 exibe uma
aplicação direta, ao chamar as sete igrejas de sete candeeiros.
Naturalmente, em sentido primário, CRISTO é o candeeiro, pois
ele é a luz do mundo. E o número sete indica a perfeição de seu
oficio de iluminador. Em João 1:9. O material de que o
candeeiro foi feito, o ouro, representa a preciosidade da
estrutura da Igreja, bem como a divindade de CRISTO.
O azeite, que queimava no candeeiro, representa o ESPÍRITO SANTO
e seu ministério iluminador. E o ESPÍRITO SANTO que nos conduz a
toda a verdade (João 16:13). (NTI Z)
CHAMPLIN,
Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por
versículo. Editora Hagnos. pag. 623.
CANDELABRO. A
tradução da ARA para o termo hebraico mi; com pouca variação, de
candeeiro, velador pedestal, o aramaico de Daniel 5.5, é
traduzido do grego para “candeeiro”; a ASV e RSV trazem castiçal
em sua maioria, variando às vezes com lâmpada, candeeiro,
velador. Os antigos usavam lâmpadas de metal ou barro, não
velas.
CANDELABRO (DE
OURO) Meio de fornecimento de luz para o Tabernáculo e para o
Templo.
“Castiçal” é a
melhor tradução, pois os hebreus não conheciam o uso das velas
da maneira que o conhecemos. Os candelabros eram, na verdade,
candeeiros ou lâmpadas.
O Livro de Êxodo
dá instruções sobre como confeccionar o candelabro (Êx
25.31-39): uma haste central que subia da base; três braços, que
se curvavam para cima, saindo de cada lado da haste, terminando
no topo em uma seqüência de recipientes, nos quais eram
colocadas as lâmpadas; o material, ouro; os braços e a haste
grandemente ornados com desenhos de flores de amendoeiras. E
quase impossível determinar a natureza precisa dos ornamentos
floridos. As “espevitadeiras e bandejas”, necessárias ao
candelabro, também eram de ouro. Um modelo foi mostrado a
Moisés, na montanha.
A prestação de
contas sobre as instruções dadas apareceu em Êxodo 37.17-24,
mediante um segundo relato de como as prescrições foram seguidas
ao pé da letra.
Quando o
candelabro foi terminado, ele foi colocado no Santuário do
Tabernáculo, no lado sul, defronte à mesa dos pães da
proposição, que ficava no lado norte. O
mesmo padrão parece ter sido observado no Templo de Herodes até
Tito destruir a ele e à cidade (70 d.C.).
A simbologia do
candelabro é de particular importância. A única pista segura,
embora ocorra em uma passagem do NT, está em Apocalipse
1.12-20, que
mostra: “os sete candeeiros são as sete igrejas”. Usar a mesma
simbologia pode ter sido a intenção original do AT. O número
sete apresenta ainda um problema, que pode ser resolvido se
levarmos em conta que ele pode ser o número da aliança. A Igreja
é composta pelo povo da aliança
de DEUS.
O ouro representa o quanto a Igreja é preciosa aos olhos do
Senhor. O azeite, como é freqüente nos dois Testamentos,
representaria o ESPÍRITO SANTO.
MERRILL C.
TENNEY. Enciclopédia da Bíblia. Editora Cultura Cristã. Vol. 1.
pag. 890-891.
2. Os pães da
proposição e o altar do incenso (Êx 25.30).
O altar menor,
como também era chamado, era a peça que ficava mais próxima da
entrada do Santo dos Santos, separando-se da Arca da Aliança
apenas pelo véu de entrada para esse último ambiente. O incenso
deveria ser queimado diariamente (Ex 30.7). DEUS costumava se
manifestar àqueles que lhe ofereciam incenso nesse altar de
ouro, como aconteceu com Zacarias, pai de João Batista, que
recebeu do anjo Gabriel, mensageiro de DEUS manifestado diante
desse altar, o anúncio divino da concepção do seu filho João no
ventre de Isabel, sua esposa, e da importantíssima missão que
seu filho teria (Lc 1.8-17). O incenso simboliza a adoração, o
louvor e a oração, como podemos ver claramente em Salmos 141.2 e
Apocalipse 5.8 e 8.3,4.
COELHO,
Alexandre; DANIEL, Silas. Uma Jornada de Fé. Moisés, o Êxodo
e o Caminho a Terra Prometida. Editora CPAD. pag. 96-98.
A MESA DO PÃO DA
PROPOSIÇÃO
Moisés recebe em
seguida instruções quanto "à mesa dos pães da proposição", ou
pães de apresentação. Sobre esta mesa estava disposto o alimento
dos sacerdotes de DEUS. Durante sete dias os doze pães de "flor
de farinha com incenso " estavam dispostos na presença do Senhor,
depois do que, sendo substituídos por outros, eram o alimento
dos sacerdotes, que comiam deles no lugar santo (veja-se Lv
24:5-9).
Escusado será
dizer que esses doze pães simbolizam "o homem CRISTO JESUS". A
"flor de farinha " da qual eram compostos, mostra a Sua perfeita
humanidade, enquanto que "o incenso " indica a inteira
consagração dessa humanidade a DEUS. Se DEUS tem os Seus
sacerdotes ministrando no lugar santo, terá certamente uma mesa
para eles, e uma mesa bem fornecida também. CRISTO é a mesa e o
pão sobre ela. A mesa pura e os doze pães mostram CRISTO,
presente incessantemente diante de DEUS em toda a excelência da
Sua imaculada humanidade e como alimento para a família
sacerdotal. Os "sete dias" mostram a perfeição do gozo divino em
CRISTO; e os "doze pães" exprimem este gozo no homem e pelo
homem. É possível que exista também a ideia de ligação de CRISTO
com as doze tribos de Israel e os doze apóstolos do Cordeiro.
Êx 25.30 Os pães
da proposição. Os pães da proposição eram doze, e não levavam
fermento em sua fórmula
(o que é
confirmado por Josefo, em Antiq. 3.6.6). Os pães eram exibidos
sobre a mesa existente no Lugar santo, um sobre outro, formando
duas pilhas de seis pães em cada pilha. Esses pães simbolizavam
as doze tribos de Israel (Lev. 24,8). Também representavam a
unidade nacional (I Reis 18.31,32).
Em Israel, fazia-se uma oferenda a Yahweh, em
reconhecimento que Dele procede toda provisão, pelo que essa
oferenda falava de gratidão pelas provisões divinas.
Tipo; O Pão da
Vida. CRISTO é Aquele que nutre a vida do crente como um
crente-sacerdote (I Ped. 2.9; Apo. 1.5,6). O maná era símbolo do pão da
vida (João 6.33-58). JESUS é a espiga de trigo (João 12.24),
moído no moinho do sofrimento (João 12.27).
Ό ato de comer
os pães, por parte dos sacerdotes (Lev. 24.9), demonstrava que a
comunhão espiritual sustenta a vida espiritual (John D. Hannah,
in Ioc).
O pão sagrado (I
Sam. 21.4,6) era exposto diante de DEUS como uma oferenda sacrificial (Núm. 4.7; Lev. 24.5-9; I Cro. 9.32; Mat. 12.4)”
(Oxford Annotated Bible, in Ioc.).
CHAMPLIN,
Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por
versículo. Editora Hagnos. pag. 419-420.
Êxo 25 30. Os pães
da proposição. O uso característico da mesa era exibir o pão
“colocado perante DEUS”, como esta frase poderia ser
parafraseada.
Doze bolos
achatados (como grandes bolachas), dispostos em duas fileiras
(Lv 24:6), eram ali colocados, frescos, para serem comidos apenas pelos
sacerdotes, em circunstâncias normais (1 Sm 21:6). O simbolismo
não é explicado: talvez fosse um reconhecimento agradecido de
que o pão cotidiano das doze tribos vinha de DEUS. Certamente
parece haver alguma ligação com a origem da famosa frase na
oração do Senhor (Lc 11:3).
Felizmente
possuímos, no Arco de Tito, uma representação esculpida desta
mesa (bem como do candelabro de ouro). O modelo da escultura é o
existente no Templo de Herodes, mas, a julgar pela descrição
feita em Êxodo, este devia seguir bem de perto o modelo
original. Sobre a mesa ainda havia alguns dos cálices de ouro
usados para o incenso ou para libações derramadas ao pé do altar
(v. 29), ao passo que de encontro a ela estão encostadas algumas
trombetas sacerdotais. Os termos técnicos usados em Êxodo para
descrever a construção da mesa são relativamente incertos devido
à sua raridade. A mesa parece ter possuído escoras para apoio e
pés em forma de garra, como algumas mesas modernas, a julgar
pelo Arco de Tito.
R. Alan Cole,
Ph. D. ÊXODO Introdução e Comentário. Editora Vida Nova. pag.
186.
Sobre a mesa na
presença de DEUS devia ficar continuamente o pão da proposição
(30). Eram os “pães da Presença” (NVT). Não eram alimentos para
DEUS, mas símbolos do pão espiritual pelo qual Israel seria
alimentado. Por sua qualidade, os pães lembravam que os
israelitas dependiam de DEUS para satisfação das necessidades
cotidianas. Havia 12 pães, representando todas as tribos. Os
pães tinham de ser substituídos todos os sábados (Lv 24.5,8). O
pão da proposição também significava a comunhão ininterrupta do
povo de DEUS com Ele. O pão indicava CRISTO, o Pão Vivo (Jo
6.35).
Leo G. Cox.
Comentário Bíblico Beacon. Editora CPAD. Vol. 1. pag. 209.
O ALTAR DE
INCENSO NÃO MENCIONADO
Deparamos agora
com o altar de cobre que estava à porta do tabernáculo, e quero
chamar a atenção do leitor para a ordem seguida pelo ESPÍRITO
SANTO nesta parte do livro. Já fizemos notar que a passagem
compreendida entre o capítulo 25 e o versículo 19 do capítulo 27
forma uma parte distinta, que nos dá uma descrição da arca e do
propiciatório, da mesa e do castiçal, das cortinas e do véu, e,
por fim, do altar de cobre e do pátio em que estava esse altar
colocado. Lendo os versículos 15 do capítulo 35, 25 do capítulo
37 e 26 do capítulo 40, vemos que o altar do incenso está
mencionado entre o castiçal e o altar de cobre. Ao passo que,
quando o Senhor dá instruções a Moisés, o altar de cobre é
introduzido imediatamente depois do castiçal e das cortinas do
tabernáculo. Ora, visto que deve haver uma razão divina para
esta diferença.
Qual é a razão,
portanto, por que o Senhor, quando dá instrução quanto aos
adornos do "santuário", omite o altar de incenso e passa ao
altar de cobre que estava à porta do tabernáculo? - A razão,
presumo, é simplesmente esta: descreve primeiro a maneira em que
há de manifestar-Se ao homem, e depois indica a forma de o homem
se aproximar de Si. Tomou o Seu lugar no trono; como o "Senhor
de toda a terra " (Js 3:11 e 13): os raios da Sua glória estavam
ocultos atrás do véu—figura da carne de CRISTO (Hb 10:20);
porém, fora do véu, estava a manifestação de Si Mesmo, em
ligação com o homem, na "mesa pura", e, pela luz e poder do
ESPÍRITO SANTO, representados no castiçal. Depois vem o caráter
de CRISTO como homem aqui na terra, representado nas cortinas e
nas cobertas do tabernáculo. E finalmente temos o altar de cobre
como a grande exibição do lugar de encontro entre o DEUS santo e
o pecador. Isto leva-nos, com efeito, à extremidade, de onde
voltamos na companhia de Arão e seus filhos, ao santuário, o
lugar normal dos sacerdotes, onde estava o altar do incenso.
Desta forma a ordem é notavelmente formosa. Do altar de ouro,
não se faz menção antes que haja sacerdote para queimar incenso
sobre ele, porque o Senhor mostrou a Moisés o modelo das coisas
nos céus segundo a ordem em que estas coisas devem ser atendidas
pela fé. Por outra parte, quando Moisés dá instruções às
consagrações (capítulo 35), quando dá conta dos trabalhos de
Bezaleel e Aoliabe (capítulos 37 e 38), e quando levanta o
tabernáculo (capítulo 40), segue simplesmente a ordem em que os
utensílios estavam colocados.
ÊX 30.1 O ALTAR
DE INCENSO. Seus materiais de construções, dimensões, provisões
para transporte e significados são comentados no artigo,
permitindo um tratamento mais abreviado aqui. O leitor
perceberá que as descrições do presente texto são semelhantes às
de 25.1-30, onde anotações detalhadas são oferecidas.
O Altar de
Incenso era um móvel como todos os outros itens do Tabernáculo;
era feito dos mesmos materiais do Altar de Bronze, mas recebeu
uma camada superior diferente. Era comparativamente pequeno,
sendo 1 1/2 pés quadrados (= 45 cms.) e somente 3 pés de altura
(= 90 cms.). Tinha chifres como o Grande Altar e podia ser
facilmente transportado, sendo que tinha argolas de ouro para
receber
varas de transporte. Israel, marchando através do deserto,
levava o Tabernáculo e todos os seus móveis, de lugar em lugar.
O modus operante da construção do Tabernáculo e de suas peças
permitia um transporte fácil, que falava de impermanência.
Tipologia. “O
Altar de Incenso era um tipo de CRISTO, nosso intercessor (João
17.17- 26; Heb. 7.25); através dele nossas orações ascendem a
DEUS (Heb. 13.15; Apo. 8.3,4). O Altar simboliza nossos
sacrifícios, louvores e adoração (Heb. 13.15)” (Scofieid
Reference Bible, in loc.).
Êx 30.2
Dimensões. Tinha aproximadamente meio metro de lado e um de
altura, com pontas em forma de chifres nos quatro cantos. Os
chifres foram esculpidos nos cantos do altar, não sendo peças
separadas embutidas, seguindo o mesmo modo de construção do
Grande Altar (ver 27.2). Os chifres foram tipos de pináculos que
se elevavam dos cantos, apontando para o céu. A oração sobe para o céu com a fumaça
do incenso.
CHAMPLIN,
Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por
versículo. Editora Hagnos. pag. 439.
30:1-10. O ALTAR
DE INCENSO.
Um altar para
queimares nele o incenso. Este altar era de um tipo e tamanho
bem conhecidos no mundo antigo. Tinha o formato de uma pequena
pilastra truncada, com pequeninos chifres nos quatro cantos.
Como os outros objetos no Tabernáculo, era feito de madeira de
acácia, revestido de ouro, e possuía argolas laterais através
das quais varais podiam ser colocados para seu transporte (v.
4).
O altar de
incenso ficava no “lugar santo” , dentro do Tabernáculo, em
frente ao véu que delimitava o Santo dos Santos. O altar do sacrifício precisava, por
natureza, ficar ao ar livre, no meio do átrio. Por ficar
distante da presença imediata de DEUS, podia ser revestido de
bronze (27:2).
Arão queimará
sobre ele o incenso aromático. Duas vezes por dia o incenso
deveria ser oferecido pelo sacerdote sobre este altar em
miniatura, quando viesse verificar o pavio e o azeite das
lâmpadas. A composição especial do incenso sagrado (proibida a
outras) será descrita nos versículos 34-38. É claro que, como
demonstrado em Números 16:17, o incenso poderia ser oferecido à
parte de qualquer altar, sendo queimado nos incensários; este
altar específico, todavia, só poderia ser usado para o incenso.
Em vista de sua posição dentro do Tabernáculo, e não ao ar
livre, tal provisão era bastante inteligente.
Uma vez no
ano Arão fará expiação sobre os chifres do altar.
Cf. 29:36 quanto
à expiação pelo altar. Este versículo é extremamente importante,
pois se refere sem maiores explicações ao ritual do Dia da
Expiação, mencionado fora daqui apenas em Levítico (23:27).
R. Alan Cole,
Ph. D. ÊXODO Introdução e Comentário. Editora Vida Nova. pag.
199.
O ALTAR DE
INCENSO (30.1-10). Não é fácil inferir a razão para que a
análise dos assuntos tratados neste capítulo esteja neste ponto
do relato mosaico. Ou Moisés descreve o que foi omitido nos
capítulos anteriores ou DEUS o dirigiu a colocar a matéria
bíblica nesta ordem. Não há que duvidar que as instruções para o
Tabernáculo estariam incompletas sem estas orientações.
O altar para
queimar o incenso (1) tinha formato similar ao altar de bronze,
exceto que era menor (ver Diagrama A). Media 45 centímetros
quadrados por 90 centímetros de altura (2). A madeira de cetim
(acácia) era revestida com puro ouro (3), e todas suas partes,
inclusive a coroa de ouro, que provavelmente era uma beirada
semelhante à da mesa da proposição, também eram revestidas de
ouro. Seu transporte se dava como a outra mobília por meio de
varais enfiados em argolas de ouro (4,5).
Este altar de
ouro ficava diante do propiciatório, perto da arca, mas à frente
do véu (6). Tinha necessariamente de estar no Lugar santo, visto
que o sumo sacerdote entrava no Lugar Santíssimo somente uma vez
por ano e o incenso devia ser queimado diariamente (7). Sua
localização perto do Lugar Santíssimo é responsável por ter sido
listado em Hebreus 9.4 como peça que ficava dentro do véu. Era
neste altar que DEUS se encontrava particularmente com a pessoa
que, dia a dia, oferecia o incenso.
A queima do
incenso, cuja composição é descrita nos versículos 34 a 38,
ocorria pela manhã (7), quando as lâmpadas eram acesas, e
novamente à tarde (8). A ideia de incenso contínuo diz respeito
à sua permanência diária e não à manutenção de fogo dia e noite.
O altar de ouro era para uso exclusivo da combustão do incenso
apropriado (9) incenso estranho seria uma oferta diferente do
tipo designado (ver 34-38). Este altar não devia ser usado para
fazer holocaustos, ofertas (“de cereal”, NVI) ou libações; estas
oblações eram oferecidas somente no altar de bronze.
Contudo, uma vez
no ano, no Dia da Expiação, o sumo sacerdote colocava sangue nas
pontas do altar de ouro para fazer expiação pelo altar (10). Até
o altar de incenso precisava de expiação por causa dos pecados
deliberados ou erros inconscientes dos homens.
O significado
espiritual deste altar não deixa dúvidas. O incenso representava
as orações dos santos (Ap 8.3). A expiação no altar de bronze
reconciliava os adoradores com DEUS, ao passo que o incenso de
cheiro suave completava o procedimento com comunhão. “Sob este
aspecto, a oferta de incenso não era só uma espiritualização e
transfiguração do holocausto, mas uma completude dessa
oferta.” 39 Para os cristãos, esta oferta de oração é
ininterrupta no sentido de constante atitude de oração e também
nos períodos habituais de meditação e intercessão.
Leo G. Cox.
Comentário Bíblico Beacon. Editora CPAD. Vol. 1. pag. 220.
3 - O Santo dos
Santos e a arca da aliança (Êx 25.10-22).
Finalmente, no
Santo dos Santos, chamado também de Lugar Santíssimo, estava a
Arca da Aliança (Ex 25.10-22), a peça mais importante de todo o
Tabernáculo. No Santos dos Santos, só o sumo sacerdote poderia
entrar, e apenas uma vez ao ano (Hb 9.7), para aspergir sobre o
propiciatório — isto é, a tampa da Arca — o sangue que havia
sido derramado do sacrifício anual feito para expiação dos
pecados de todo o povo (Lv 16.14,15; 17.11). Hoje, tal expiação
não é mais necessária, porque JESUS, o nosso Sumo Sacerdote por
excelência, já entrou na presença do Pai oferecendo o seu
próprio sangue como propiciação definitiva pelos nossos pecados
(Rm 3.24,25; Hb 9.11-15; 10.10,12), de maneira que todos quantos
o recebem como único e suficiente Salvador e Senhor, aceitando
seu sacrifício em nosso favor e entregando suas vidas totalmente
a Ele, têm livre acesso à presença de DEUS (Hb 10.19-23).
A Arca da
Aliança representava a própria presença de DEUS entre o povo, de
maneira que os israelitas, em determinado momento de sua
história, chegaram até mesmo a usá-la como se fosse um amuleto,
no episódio em que ela foi levada pelos filisteus após uma
batalha em que Israel, por causa dos seus pecados, teve que
fugir de diante de seus inimigos (1 Sm 4.1-22).
A Arca era
chamada de “Arca do Testemunho” (Ex 25.22), “Arca do Concerto do
Senhor” (Dt 10.8), “Arca de DEUS” (1 Sm 3.3) e “Arca do Senhor”
(1 Sm 4.6). Sua designação “Arca do Testemunho” se devia ao fato
de que carregava “O Testemunho” (Ex 25.16), que era o nome
dado às
duas tábuas de pedra contendo o Decálogo, isto é, os Dez
Mandamentos escritos pelo dedo de DEUS (Êx 31.18). À luz do uso
que JESUS faz da expressão “dedo de DEUS” em Lucas 11.20,
entendemos que ela não significa necessariamente que DEUS se
manifestou em forma de uma mão de homem, como ocorreu na
Babilônia nos dias de Daniel (Dn 5.5), para escrever, nesse
caso, fisicamente nas tábuas de pedra, mas, sim, que uma ação
sobrenatural de DEUS fez gravar diretamente nas pedras, aos
olhos de Moisés, as suas Palavras. Ou seja, de qualquer forma,
foi uma ação sobrenatural de DEUS. O texto bíblico é bem claro
em afirmar que as inscrições nas tábuas eram uma obra direta do
próprio DEUS — tanto nas primeiras tábuas (Êx 32.16) quanto nas
segundas (Êx 34.1,4).
DEUS mencionou
essas tábuas a Moisés logo quando ordenou a ele para que subisse
ao monte (Êx 24.12) e avisou em seguida que seu lugar seria
dentro da Arca (Êx 25.16). Moisés quebrou essas tábuas em sua
ira diante da apostasia do povo (Êx 32.19), mas DEUS fez outras
tábuas (Êx 34.1,4), que foram colocadas devidamente na Arca (Êx
40.20), como havia sido ordenado. Posteriormente, além das
Tábuas da Lei, a Arca abrigou um pote de ouro contendo uma
amostra de 3,6 litros (“um ômer”) do maná que DEUS enviara ao
seu povo no deserto diariamente, e que fala da provisão divina
(Êx 16.32,33; Hb 9.4), e também a vara de Arão, que fala de
autoridade, chamada e confirmação — a Bíblia diz que DEUS fez
com que essa vara miraculosamente florescesse para confirmar
diante do povo a chamada de Arão para ser o sumo sacerdote (Nm
17.7-11; Hb 9.4). A mensagem é clara: na presença de DEUS, há
provisão, chamado, confirmação e autoridade.
A Arca da
Aliança só podia ser carregada pelos sacerdotes (Nm 9.15- 17; 2
Sm 6.1-15), que a carregavam nos ombros, assim como faziam com
todas as peças do santuário (Nm 7.9). A tampa da Arca — o
propiciatório — era feita de ouro puro (Êx 25.17) e suas
dimensões em extensão eram as mesmas da Arca. O propiciatório
recebia esse nome porque “era o lugar da expiação, onde estava
simbolizada a misericórdia”.
Como já
dissemos, somente o sumo sacerdote podia entrar no Santo dos
Santos e uma vez por ano, mas houve, durante um período de cerca
de quarenta anos, uma exceção: Moisés.
Ao contrário do sumo
sacerdote, Moisés entrava no Lugar Santíssimo constantemente, já
que, em Êxodo 25.22, encontramos DEUS dizendo-lhe que, logo que
o Tabernáculo estivesse pronto, passaria a conversar com Moisés
dentro do Santo dos Santos, onde Ele se manifestaria em cima do
propiciatório.
Dois querubins
de ouro ficavam em ambas as extremidades do propiciatório (Ex
25.18). Como lembra Stamps, “eles representavam seres celestiais
que assistem junto ao trono de DEUS no céu (Hb 8.5; Ap 4.6,8).
Simbolizavam presença de DEUS e a sua soberania entre o seu povo
na Terra (1 Sm 4.4; 2 Sm 6.2; 2 Rs 19.15)”.12
Não por acaso, o
propiciatório, a beira de ouro ao redor da Arca, os querubins e
as argolas para ajudar a levá-la eram de ouro maciço, para
simbolizar a pureza e a preciosidade da presença de DEUS. O
restante da Arca, inclusive as varas para carregá-la, era
coberto de ouro (Êx 25.11-13). Ela era coberta de ouro por
dentro e por fora.
Outro detalhe é
que assim como na parte mais importante do Tabernáculo — a Arca
da Aliança —, estavam colocadas as Tábuas da Lei, contendo os
Dez Mandamentos escritos pelo dedo de DEUS, da mesma maneira o
Senhor deseja que no fundo do nosso ser, no recôndito da nossa
alma, nas tábuas do âmago do nosso coração, estejam gravados os
seus mandamentos (SI 119.11; 2 Co 3.3) e a sua presença possa se
manifestar diariamente (2 Co 4.16).
Nem o
Tabernáculo nem o Templo, o seu substituto, existem mais, porém
a Bíblia diz que, desde o dia em que entregamos nossa vida a
CRISTO, passamos a ser templos do ESPÍRITO SANTO — tabernáculos,
por assim
dizer, ambulantes do Senhor sobre a Terra (1 Co 6.19,20),
peregrinando no deserto desta vida aguardando o dia em que
seremos transportados para a Pátria Celestial.
O véu do Templo
foi rasgado de alto a baixo (Mt 27.51) e hoje temos livre acesso
à presença de DEUS, que passou a habitar o nosso ser, desde o
dia em que aceitamos a CRISTO, pela ação inconfundível do
ESPÍRITO SANTO em nossa vida (Jo 14.17). Portanto, que onde
estejamos, carreguemos e manifestemos a glória de DEUS em nossa
vida; e para que isso se torne uma realidade, que os seus
mandamentos estejam sempre gravados no fundo do nosso ser. Amém.
COELHO,
Alexandre; DANIEL, Silas. Uma Jornada de Fé. Moisés, o Êxodo
e o Caminho a Terra Prometida. Editora CPAD. pag. 98-101.
Hebreus 13.10 - Temos um altar, do qual não têm
direito de comer os que servem ao tabernáculo. Somos templo do
ESPÍRITO SANTO, ELE habita em nós, mas só podem se alimentar de
Suas revelações e serem usados por ELE aqueles que O servem e
nào servem à carne com suas concupiscências. (Obs. Ev. Luiz
Henrique)
O
Santo dos Santos (em hebraico, Kodesh ha Kodashim) era a porção
mais sagrada do tabernáculo e do templo. No tabernáculo,
simplesmente fazia parte dele, como uma repartição separada por
cortinas.
No templo de
Jerusalém, porém, era uma construção mais substancial. Era ali
que o sumo sacerdote realizava os ritos do dia da Expiação. Só se podia chegar ao Santo dos Santos passando-se
primeiro pelo Lugar santo, atravessando a divisória de cortinas.
Contudo, só o sumo sacerdote tinha o direito de fazê-lo, e isso
somente uma vez por ano. Isso representava o fato de que o
acesso até DEUS se fazia somente por fases. De acordo com a
economia do Novo Testamento, o próprio crente torna-se o templo e
o Santo dos Santos onde reside continuamente o ESPÍRITO (I Cor.
3:16 e ss.). A visita do sumo sacerdote ao Santo dos Santos
fazia-se apenas uma vez por ano, um violento contraste com a
contínua presença habitadora do ESPÍRITO no crente.
Aparentemente, o Santo dos Santos era mantido completamente às
escuras (I Reis 8:12), o que servia para envolver o lugar em um
mistério ainda maior, onde se esperava sentir a assombrosa
presença de DEUS. Seus móveis consistiam na arca da aliança,
sombreada pelos querubins por cima do propiciatório, que, na
verdade, era uma espécie de tampa sólida da arca da aliança.
O trecho de Heb.
9:4 diz que o Santo dos Santos tinha,
como um
dos seus itens, o incensário de ouro, o que não é historicamente
verdadeiro, até onde sabemos, no tocante a nenhuma das épocas da
história de Israel. Alguns intérpretes supõem que o autor
sagrado se tenha equivocado; mas outros acreditam que a palavra
"tinha " significa "pertencente a", embora sem deixar entendido
que esse objeto ficava dentro do ambiente fechado do Santo dos
Santos. Na verdade, não há nenhuma boa maneira de solucionar o
problema, nem é importante resolvê-lo.
No tabernáculo
original, o Santo dos Santos se localizava no fim do ambiente
fechado, penetrando na área do Lugar santo. Cinco colunas
formavam a entrada e, perante elas, ficava o véu. O santuário
mais interno, o Santo dos Santos, tinha cerca de 18m de lado;
era quadrado. Continha somente a arca da aliança, a tampa (que
era chamada de propiciatório) sobre a qual eram feitas as
ofertas do dia da Expiação. A própria arca continha os itens
mencionados e descritos em Heb. 9:4. Esse lugar simbolizava o
acesso final a DEUS. No Novo Testamento, CRISTO substituiu esse
lugar. Afinal, o acesso é espiritual, e não local. Quando feitos
filhos de DEUS, moldados segundo a imagem do Filho, nós mesmos
somos transformados e adquirimos acesso a DEUS, na qualidade de
filhos. As passagens de Heb. 4: 14; 6: 20; 9:8 e 10:9 descrevem
o acesso espiritual de que desfrutamos. O Santo dos Santos
representava a salvação final que nos é oferecida, vinculada à
ideia de acesso a DEUS.
As dimensões
exatas do Santo dos Santos, no templo de Salomão, aparecem em I
Reis 6.
CHAMPLIN,
Russell Norman, Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia.
Vol. 6. Editora Hagnos. pag. 87-88.
A arca do
concerto ocupa o primeiro lugar nas comunicações divinas feitas
a Moisés. A sua posição no tabernáculo era, também, notável.
Encerrada dentro do véu, no lugar santíssimo, formava a base do
trono de Jeová. O seu próprio nome apresentava à alma a sua
importância. Uma arca, tanto quanto podemos compreender o
significado da palavra, é destinada a guardar intacto o que é
posto dentro dela. Foi numa arca que Noé e sua família, com
todas as espécies de animais da criação, foram transportados com
segurança sobre as ondas do juízo que cobriu a terra. Uma arca,
como lemos no princípio deste livro, foi o vaso da fé para
preservar um menino formoso das águas da morte. Quando,
portanto, lemos da "arca do concerto" somos levados a crer que
era destinada por DEUS a guardar intacto o Seu concerto, no meio
de um povo dado ao erro. Nesta arca, como sabemos, foram
depositadas as segundas tábuas da lei. Quanto às primeiras foram
quebradas ao pé do monte, mostrando que o concerto do homem era
de todo abolido—que o seu trabalho nunca poderia, de qualquer
modo, formar a base do trono de governo de Jeová."Ajustiça e o
juízo são a habitação desse trono", quer seja no seu aspecto
terrestre, quer no celestial. A arca não podia conter as tábuas
quebradas dentro do seu interior sagrado. O homem podia falhar
no cumprimento dos votos que havia feito voluntariamente; porém
a lei de DEUS tem de ser conservada em toda a sua integridade
divina e perfeição. Se DEUS estabelecia o Seu trono no meio do
Seu povo, só o podia fazer de uma maneira digna de Si. O
princípio do Seu juízo e governo deve ser perfeito.
"E farás varas
de madeira de cetim, e as cobrirás com ouro. E meterás as varas
nas argolas, aos lados da arca, para se levar com elas a arca "
(versículos 13e 14). A arca do concerto devia acompanhar o povo
em todas as suas peregrinações. Nunca se deteve enquanto eles se
mantiveram como um exército em viagem ou no conflito: foi
adiante deles até ao meio do Jordão; foi o seu ponto de reunião
em todas as guerras de Canaã; era a garantia segura e certa do
poder para onde quer que ia. Nenhum poder do inimigo podia
subsistir diante daquilo que era a expressão bem conhecida da
presença e poder de DEUS. A arca devia
ser a
companheira inseparável de Israel no deserto; e as "varas " e as
"argolas " eram a expressão exata do seu caráter ambulante.
Contudo, a arca
não deveria viajar sempre. As "aflições " de Davi (Sl 132:1) bem
como as guerras de Israel deviam ter um fim. A oração,"Levanta-te, Senhor, no teu repouso, tu e a arca da tua força
"
(SI 132:8) devia ainda de ser feita e atendida. Esta petição
sublime teve o seu cumprimento parcial nos dias auspiciosos de
Salomão, quando "os sacerdotes trouxeram a arca do concerto do
SENHOR ao seu lugar, ao oráculo da casa, ao lugar santíssimo,
até debaixo das asas dos querubins. Porque os querubins
estendiam ambas as asas sobre o lugar da arca e cobriam a arca e
os seus varais por cima. E os varais sobressaíram tanto que as
pontas dos varais se viam desde o santuário diante do oráculo,
porém de fora não se viam; e ficaram ali até ao dia de hoje' (1
Rs 8:6-8). A areia do deserto devia ser trocada pelo piso de
ouro do templo (1 Rs 6:30). As peregrinações da arca haviam
chegado ao seu termo: "adversário não havia, nem algum mau
encontro", e, portanto, fizeram sobressair os varais.
Esta não era a
única diferença entre a arca no tabernáculo e no templo. O
apóstolo, falando da arca na sua habitação do deserto,
descreve-a como "a arca do concerto, coberta de ouro toda em
redor, em que estava um vaso de ouro, que continha o maná, e a
vara de Arão, que tinha florescido, e as tábuas do concerto " (Hb
9:4). Estes eram os objetos que a arca continha durante as suas
jornadas no deserto—o vaso de maná era o memorial da fidelidade
do Senhor em prover a todas as necessidades dos Seus remidos
através do deserto, e a vara de Aarão era "um sinal para os
filhos rebeldes " para acabar com "as suas murmurações "
(Compare-se Ex 16:32 - 34 e Nm 17:10). Porém, quando chegou o
momento em que "os varais " deviam ser retirados, logo que as
peregrinações e as guerras de Israel terminaram, quando "a casa
magnífica em excelência" (1 Cr 22:5) foi terminada, quando o sol
da glória de Israel havia chegado, em figura, ao zénite com o
esplendor e a magnificência do reino de Salomão, então os
memoriais das necessidades e faltas do deserto desapareceram, e
nada ficou senão aquilo que constituía o fundamento eterno do
trono do DEUS de Israel e de toda a terra."Na arca, nada
havia, senão só as duas tábuas de pedra que Moisés ali pusera
junto a Horebe" (I Rs 8:9).
Mas toda esta
glória devia ser obscurecida pelas nuvens carregadas do fracasso
humano e o descontentamento de DEUS. Os pés devastadores dos
incircuncisos haviam ainda de atravessar as ruínas dessa
magnífica casa, e o desaparecimento do seu brilho e da sua
glória devia provocar o assobio dos estranhos (1 Reis 9:8). Este
não é o momento de continuar em pormenor este assunto;
limitar-me-ei a referir ao leitor a última menção que a Palavra
de DEUS faz da "arca do concerto " —uma passagem que nos
transporta a uma época em que a loucura humana e o pecado não
perturbarão mais o lugar de repouso da arca, e em que a arca não
será guardada num tabernáculo de cortinas nem tampouco num
templo feito por mãos."E tocou o sétimo anjo a sua trombeta, e
houve no céu grandes vozes, que diziam. - Os reinos do mundo
vieram a ser de nosso Senhor e do Seu CRISTO, e ele reinará para
todo o sempre. E os vinte e quatro anciãos, que estão assentados
em seus tronos diante de DEUS, prostraram-se sobre seu rosto e
adoraram a DEUS, dizendo: Graças te damos, Senhor, DEUS Todo-poderoso, que és, e que eras, e que hás de vir, que tomaste
o teu grande poder e reinaste. E iraram-se as nações, e veio a
tua ira, e o tempo dos mortos, para que sejam julgados, e o
tempo de dares o galardão aos profetas, teus servos, e aos
santos, e aos que temem o teu nome, a pequenos e a grandes, e o
tempo de destruíres os que destroem a terra. E abriu-se no céu o
templo de DEUS, e a arca do seu concerto foi vista no seu
templo; e houve relâmpagos, e vozes, e trovões, e terremotos, e
grande saraiva " (Ap 11.15 -19).
C. H. MACKINTOSH.
Estudos Sobre O Livro De Êxodo. Editora Associação Religiosa
Imprensa da Fé.
Segue-se por sua
ordem o propiciatório. Também farás um propiciatório de ouro
puro; o
seu cumprimento será de dois côvados e meio, e a sua largura, de
um côvado e meio.
Farás também
dois querubins de ouro; de ouro batido os farás, nas duas
extremidades do propiciatório. Farás um querubim na extremidade
de uma parte e o outro querubim na extremidade da outra parte;
de uma só peça com o propiciatório farás os querubins nas duas
extremidades dele. Os querubins estenderão as suas asas por
cima, cobrindo com as suas asas o propiciatório; as faces deles,
uma defronte da outra; as faces dos querubins estarão voltadas
para o propiciatório. E porás o propiciatório em cima da arca,
depois que houveres posto na arca o Testemunho, que eu te darei.
E ali virei a ti e falarei contigo de cima do propiciatório, do
meio dos dois querubins (que estão sobre a arca do Testemunho),
tudo que eu te ordenar para os filhos de Israel (versículos 17 a
22).
Jeová declara
aqui o Seu desígnio misericordioso de descer do monte ardente
para tomar o Seu lugar sobre o propiciatório. Podia fazer isto,
visto que a tábuas da lei estavam guardadas intactas na arca, e
os símbolos do Seu poder, tanto na criação como na providência,
se elevavam à direita e à esquerda como acessórios inseparáveis
deste trono em que o Senhor Se havia assentado — um trono de
graça fundado na justiça e sustido pela justiça e o juízo. Ali
brilha a glória do DEUS de Israel. Dali emanavam os Seus
mandamentos suavizados e tornados agradáveis pela origem
graciosa de onde saíam à semelhança do sol do meio-dia, cujos
raios ao passarem através de uma nuvem vivifcam e fecundam sem
que o seu resplendor nos cegue.
"Os seus
mandamentos não são pesados " quando recebidos do propiciatório,
porque estão ligados com a graça que dá ouvidos para ouvir e o
poder para obedecer.
C. H. MACKINTOSH.
Estudos Sobre O Livro De Êxodo. Editora Associação Religiosa
Imprensa da Fé.
A arca sagrada
tida como lugar da manifestação de Yahweh. Era chamada arca da
aliança servindo de símbolo visível da presença de Yahweh. O
vocábulo hebraico traduzido em português por arca significava
apenas caixa ou cofre. Era transportada pelos sacerdotes em
expedições militares, pois julgava-se que ela era motivo de
proteção para os israelitas (Núm. 10:33; Deu. 1:33). Essa caixa
era feita de madeira de acácia, de forma retangular, com cerca
de 1,10 m de comprimento por cerca de 0,70 m de largura e de
altura (Exo. 25:10). Era forrada de ouro por dentro e por fora, com
uma beirada de ouro.
Tinha quatro
pés, cada qual com uma argola de ouro. (vs. 12), onde eram
permanentemente inseridas vara de madeira de acácia recobertas
de ouro (vs. 13-15).
Naturalmente, várias nações circunvizinhas consideravam a arca
como o deus de Israel, ou associada a alguma forma de idolatria
física (I Sam, 4:6,7). A arca foi capturada pelos filisteus na
segunda batalha de Ebenézer, o que só trouxe infortúnios para
eles, de tal modo que a devolveram aos israelitas (ver I Sam.
4-6). Ficou em Quiriate-Jearim até que Davi a instalou no novo
santuário de Jerusalém. Subseqüentemente, foi transferida para o
templo de Salomão e colocada no Santo dos Santos (ver 11 Sam, 6
e I Reis 8:1-11). Nela estavam guardadas as duas tábuas de
pedra, onde haviam sido escritos os dez mandamentos, as
condições do pacto divino. Dai deriva-se o nome dessa caixa:
arca da aliança. Os outros objetos guardados na arca, como o
vaso de ouro com maná e a vara de Aarão, que florescera (ver
Heb, 9 4), talvez pertencessem a uma outra época, tendo-se
perdido ou perecido de alguma outra maneira, antes da construção
do templo de Salomão. O trecho de I Reis 8:9 declara que só as
tábuas do decálogo estavam guardadas na arca.
A tampa da arca
era o propiciatório, lugar onde era aspergido o sangue no Dia da
Expiação (ver Êxo, 25:17 e 26:34), uma das mais importantes
instituições de Israel. A arca, nesse período de sua história,
era vista somente pelo sumo sacerdote, e somente uma vez por
ano. Sobre o propiciatório havia os querubins, um em cada
extremidade. Em certo sentido, ali ficava o trono místico de
Yahweh.
O que sucedeu
mais tarde à arca, não se sabe. A tradição afirma que não havia
arca no segundo templo (Menahot 27b; Josefo, Guerras, V.5). No
judaísmo há «arcas " que são caixas onde são guardados os rolos
da Torah, ou lei. Seja como for, Jeremias predisse que chegariam
dias quando não mais se buscaria a arca (Ier. 3:16), porquanto
Jerusalém inteira tornar-se-ia o trono de Yahweh.
SIMBOLOS
ESPIRITUAIS ENVOLVIDOS NA ARCA:
1. Era sinal do
pacto entre DEUS e os homens, ratificado pela lei e inaugurado
pelo sacrifício expiatório (Lev. 16:2). Em termos cristãos.
Representa CRISTO, o nosso sacrifício (João 1:29; Heb. 9:24). Há
um novo pacto, ou novo testamento (Heb, 7:22 e 9:15).
2. Representava
a presença e proteção de DEUS (Jos, 3:3; 4.10). Em termos
cristãos, isso se concretiza em nosso favor através da missão de
CRISTO. A providência divina nos é estendida em CRISTO (Efé.
1:7).
3. As teofanias,
DEUS pode aparecer e realmente aparece ao homem, comunicando-se
com ele. Jeremias percebeu
isso quando viu que Jerusalém inteira tornar-se-ia o lugar da
manifestação de DEUS, mostrando a descontinuação da arca
material. Agora CRISTO é a teofania de DEUS (João 1:14). Em
CRISTO há revelação, porque nEle DEUS comunica-se com os homens.
No contexto do Antigo Testamento, ver Êxo, 24:22 e Núm. 7:89.
No contexto do
Novo Testamento, ver João 1:18. O fato de que DEUS se revela,
prova a verdade que há no teísmo, isto é, que
DEUS criou, comunica-se, intervém e está interessado em Sua
criação. Isso contrasta com o deísmo, ou seja,
que há um DEUS ou uma força cósmica criativa, mas que teria
abandonado a criação, deixando-a, ao encargo das leis naturais.
(E FA UN WOU Z)
CHAMPLIN,
Russell Norman, Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia.
Vol. 1. Editora Hagnos. pag. 257-258.
O substantivo
hebraico inx é usado 195 vezes no AT para Arca da Aliança.
A. Arca. Por si
só, ins significa caixa ou arca; e.g., um cofre (2Rs 12.9,10;
2Cr. 24.8-11) ou mesmo um caixão (Gn 50.26), sugerindo desde o
princípio a função primária da Arca como um recipiente.(veja
abaixo, III-A)
B. Qualidades
atribuídas. O AT identifica a Arca sob dois importantes tipos de
frases atributivas:
1. De divindade.
Por causa de sua íntima associação com a divindade, a piK é
chamada “A Arca de DEUS” por trinta e quatro vezes (ISm 3.3, et
al.). O Salmo 132.8 fala sobre ela como arca da tua fortaleza
por isso quando o Salmo 78.60,61 se refere à “força [Ti?]” de
DEUS e sua “glória” como entregue “ao cativeiro” em Siló, tal
terminologia identificaria a Arca. Todavia, outras tentativas
(ex., IDB, I, 225, 226) de descobrir a Arca escondida dentro de
referências à força de DEUS (cp. Sl 96.6; 105.4) parecem
improváveis, exceto quando estes últimos vv. foram citados mais
tarde por Davi, quando trouxe a Arca para Jerusalém (1 Cr 16.27
e 11). Por revelar a presença da divindade, trinta e uma vezes a
Arca é chamada de Arca da Aliança de Yahweh (Dt 10.8, etc), o
nome que significa “Eu Sou” (Êx 3.14, cp. w, 12,17), que por sua
vez sugere a frase.
2. Da redenção.
O título mais importante é “arca da aliança” (Js 3.6, etc.,
cinco vezes) ou “arca da aliança de Yahweh” (Nm 10.33; Js 3.3;
etc. vinte e sete vezes; cp. Js 3.11; Jz 20.27). A Arca continha
as duas tábuas do Decálogo, q.v., que constituíam a base
documentada da aliança redentora de DEUS com Israel (Êx
34.28,29); cp. a ênfase de Moisés sob a forma escrita da
promessa de DEUS de salvar seu povo, e sua requerida resposta
com fé e obediência (24.7). Além disso, visto que essa redenção
envolvia o sangue vital do Redentor (24.8), o NT fala
apropriadamente sobre a morte daquele que faz a “vontade”,
“testamento”, Hb 9.16-18 Almeida) e, conseqüentemente, a “arca
do seu concerto” (Ap 11.19 ARC). Alguns críticos modernos têm
procurado eliminar, como intercalações de redação, todas as
referências mais antigas do AT a esta aliança ou testamento (HDB,
I, 149); mas, apesar de estar faltando em alguns vv. na LXX em 1
Samuel (e.g., 3.3—14.44; 2Sm 15.24) o termo aparece em passagens
indisputavelmente antigas, tanto no TM como na LXX (e.g., Nm
10.33; 14.44; 2Sm 15.24). Um título correspondente mais antigo
aparece quatorze vezes na frase, “arca do testemunho” (hebr. miy,
“sinal”, “lembrete”, Êx 25.22 etc) que indica as duas tábuas de
pedra (31.18; 32.15) colocadas dentro da Arca (25.16,21) como
evidência do testamento redentor (cp. o intercâmbio entre
testemunho e aliança [Êx31.18; Dt 9.11]). Tentativas, portanto,
de excluir a terminologia da aliança em favor de um título mais
geral, tal qual a “arca de DEUS”, como original, viola os
contextos bíblicos e se baseia em teorias improváveis sobre a
evolução da religião hebraica e das camadas conflitantes de
fontes dentro do Pentateuco (cp.
M
H. Woudstra, The Ark of the Covenant jrom Conquest to Kingship,
60-83).
A Escritura descreve a ’ãrõn (Êx
25.10-16; Dt 10.1,2) como um recipiente '‘único no antigo
Oriente Próximo... o repositório das tábuas da aliança” (K. A. Kitchen, NBD, p. 82).
A.
Especificações. O modelo da Arca, como foi revelado a Moisés no
Monte Sinai, aparece em Êxodo 25.10-22.
1. Corpo. Feita
de madeira de acácia (hebr. D’oa?), a Arca era retangular, dois
côvados e meio de cumprimento (1,2 m) e um côvado emeio (0,75 m)
de largura e altura (v. 10). Recoberta de ouro por dentro e por
fora, com uma bordadura de ouro (ARC coroa; hebr. 1T, “borda”,
v. 11), era apoiada por quatro pés, cada um com uma argola de
ouro (v. 12), dentro das quais varais de madeira de acácia,
recobertos de ouro, foram permanentemente inseridos (vv.
13-15.).
2. Cobertura. O
“propiciatório” literalmente, “lugar de redenção propiciatória”,
era uma cobertura de ouro puro que correspondia às dimensões da
Arca (1,2 x 0,75 m, v. 17). Em suas duas extremidades estavam
dois querubins de ouro batido, q.v., vem de frente para o outro
com suas asas protegendo o propiciatório e com suas faces
viradas para ele (vv. 18-20, Hb 9.5). Os querubins (anjos) eram
presumivelmente de aparência humana (cp. Ez 1.5), não esfinges
pagãs compondo um trono (como sugerido em BA, 1.1 [1938], 10.3
[1947]); eles transmitiam a idéia de majestade celestial (Ez
1.10).
3. Construção. A
Arca foi construída por Bezalel e Aoliabe (Êx 31.6,7; 37.1-9),
ajudado por outros israelitas hábeis (36.8), conforme as ordens
de Moisés (Dt 10.3). Ela deveria estar do lado de dentro do véu,
no lugar mais santo do Tabernáculo (Êx. 26.33), o propiciatório
posto em cima dela (v.34), e ungida com o resto do Tabernáculo
(30.26). Defronte da Arca e do véu ficava o altar do incenso
(v.27; 30.6), embora este último veio a ficar, com tempo, mais
intimamente associado ao próprio santuário interno da Arca (lRs
8.22).
Como o
Tabernáculo do qual fazia parte, o formato da Arca foi derivado
do modelo significativo que foi revelado a Moisés no Monte (Êx.
25.9); era uma incorporação da redenção pactual ordenada no céu
(Hb 8.5).
A. Recipiente. O
objetivo inicialmente declarado para a arca era o de dar o
“testemunho” da salvação de DEUS (Êx.25.16). Especificamente,
isto significava (Dt.10.5):
1. O decálogo.
As tábuas de pedra da “aliança do Senhor” (l Rs 8.21)
continuaram a ficar na Arca. Posteriormente, o “livro da lei”
completo de Moisés foi colocado “ao lado da arca da aliança”
(Dt. 31.26); por essa razão há uma possível relação entre a
recuperação do livro da lei perdido nos dias de Josué e a
reposição ao seu lugar apropriado no Templo, no tempo da Arca
(2Cr 34.14; 35.3).
2. Maná e vara.
Sob as ordens de Moisés, Arão colocou um gômer (c. 2 litros) de
maná num vaso e o colocou “perante o Senhor... perante o
testemunho” (Êx 16.33,34) embora, na verdade, realizado
posteriormente (KD, Pentateuch, II, 74), como um memorial da
provisão de DEUS. Hebreus 9.4 acrescenta que com o passar do
tempo, o vaso de ouro veio a permanecer dentro da Arca. Depois
da revolta de Coré e seus companheiros, quando DEUS vindicou a
autoridade de Moisés e Arão fazendo brotar flores e amêndoas da
vara de Arão, DEUS disse a Moisés para também colocar esta vara
“perante o testemunho, para que se guarde por sinal... [contra]
murmurações” (Nm. 17.10). Embora viesse a residir dentro da Arca
(Hb. 9.4), apenas as duas tábuas foram encontradas lá, nos
tempos de Salomão (l Rs 8.9).
B. Sacramento.
Além de conter memoriais do que DEUS já havia feito, a Arca
servia também como um sinal sacramental da atividade contínua da
sua aliança.
1. Teofania.
Quando DEUS apareceu sob o monte Sinai, ele prometeu que sua
presença visível permaneceria com seu povo quando terminassem
sua migração. A nuvem de glória, na qual ele trouxe libertação
no Êxodo (Êx.13.21; 14.19,20), apareceria regularmente entre as
asas do querubim acima do propiciatório da Arca (25.22; cp.
40.34; 2Sm 6.2; Si 80.1). A Arca se tornou mais que um mero
símbolo ou penhor da presença de DEUS; ela se tornou o “carro” (lCr.
28.18) para teofanias reais, paralela à função do verdadeiro
querubim angélico (SI 18.10). Estar “perante a arca” equivalia a
estar “perante Yahweh” (Nm. 10.35; Js 6.8). Por outro lado, não
se pode identificar Yahweh -com a Arca (cp. W. Eichrodt,
Theology ofthe OT, I, 105), o que seria grosseira idolatria, ou
restringi-lo a ela como seu domicílio (R. H. Pfeifer, JBL 45
[1926], 220) ou trono (Eichrodt, op. cit., I, 108). Yahweh
existia antes da arca, voluntariamente iniciou sua construção e
graciosamente escolheu aparecer acima deste “escabelo dos pés”
(l Cr 28.2). O valor sacramental da arca era
temporário e cessou quando Israel caiu no erro daqueles que a
consideravam “um vaso que garante a presença de DEUS” (L.
Köhler, OT Theology, 121, 122). Contudo, quando abordado com o
espírito correto, a instituição da Arca encontra-se em
correspondência à Ceia do Senhor: como um selo de
“participação”, comunhão, com sua presença contemporânea no
santuário (I Co 10.16), e como um tipo de sua presença suprema
no céu (Hb 8.5; 9.24).
2. Revelação. O
DEUS que está presente é também o DEUS que fala e age. Ele
prometeu desde o princípio comunicar suas leis específicas a
Moisés “de cima do propiciatório, do meio dos dois querubins que
estão sobre a arca” (Êx 25.22). A primeira destas revelações
evidenciou-se no Livro de Levítico (1.1), e DEUS continuo a se
dirigir a Moisés em voz audível, de cima do propiciatório (Nm
7.89). As respostas às indagações foram concedidas a Arão, como
aquele que vestia o Urim e o Tumim, q.v., as “luzes e
perfeições” (Nm 27.21), presumivelmente o peitoral do sumo
sacerdote com suas pedras que reluziam na presença da nuvem de
glória da Arca (Lv 16.2).
3. Providência.
Mesmo sem tais indagações, todavia, DEUS agiu por intermédio da
Arca, para a orientação e proteção de seu povo. Sua ação de
levantar
a nuvem se tornu o sinal para Israel avançar em sua peregrinação
(Nm. 10.11), e era a Arca que ia à frente das
tribos “para lhes preparar lugar de descanso” (v. 33). A
presença de DEUS se tomou também um meio de dispersar os
inimigos da nação. (v. 35); cp. a Arca funcionando como uma
proteção em Jericó e sendo designada pelo nome do Senhor
dos exércitos, q.v. (2Sm 6.2, de Israel, I Sm 17.45).
4. Expiação. Uma
vez por ano, porém, a Arca alcançava sua suprema importância
sacramental no serviço do Dia da Expiação, q.v. (Lv 16.2).
Depois de garantir sua segurança pessoal por intermédio de uma
nuvem de incenso protetora na sua presença (v. 13), Arão
aspergirá a cobertura da Arca, ou propiciatório, sete vezes:
primeiro com o sangue de um touro, morto como uma oferta por seu
próprio pecado, e depois com uma cabra pelo do povo (w. 14,15),
a fim de purificar Israel “de todos [seus] pecados... perante o
Senhor” (v. 30). No sentido figurado, a graça (o sangue do
testamento) se tomava uma cobertura de intervenção entre a
santidade de DEUS (a nuvem de glória) e o veredicto da justiça
divina sob a conduta do homem (o Decálogo em baixo).
MERRILL C.
TENNEY. Enciclopédia da Bíblia. Editora Cultura Cristã. Vol. 1.
pag. 425-429.
Questionário da
Lição 9 - um lugar de adoração no deserto
Responda
conforme a revista da CPAD do
1º Trimestre de 2014 - CPAD - Para
jovens e adultos
Tema: Uma Jornada de Fé - A Formação do
povo de Israel e sua herança espiritual
Complete os espaços vazios e marque
com "V "as respostas verdadeiras e com "F "as falsas
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