07 fevereiro 2014

Lição 6- A peregrinação de Israel no deserto até o Sinai - 3pte

Lição 6-  A peregrinação de Israel no deserto até o Sinai - 3pte

Algumas vezes a idolatria resulta da degeneração de uma fé anteriormente superior. Vemos isso no Novo Testamento, em vários lugares, no tocante a Israel, a certas alturas de sua história.
A tendência de atribuir uma residência material a alguma divindade, ou, geralmente, de prestar culto ao espírito, em termos tangíveis é algo tão comum que quase se torna um sinal universal da cultura humana.
A idolatria está presente na grande maioria das religiões do mundo. Os mandamentos contra a adoração a outros deuses e contra o fabrico de imagens são injunções especificas contra a idolatria» (AM).
O panteão mesopotâmico compunha-se de mais de mil e quinhentos deuses. Os mais conhecidos dentre eles eram Samás, Marduque, Sin e Istar, a qual era a deusa do amor carnal. Nabu era o patrono da ciência e da erudição. Nergal era o deus da guerra e da caça. Quase todas as atividades e aspirações dos homens têm sido representadas por alguma prática idólatra.
Havia todos os tipos de abusos sexuais, corno a prostituição sagrada, associados aos cultos de fertilidade, nos quais Baal e Astarte eram adorados, sem falarmos em cultos onde havia orgias de bebidas alcoólicas. Também havia o sacrifício de infantes na fogueira. A radicalidade dessa forma de idolatria foi a razão por detrás do mandamento da eliminação de toda forma de idolatria, com a destruição das imagens, colunas e estátuas, e com a destruição dos lugares altos, onde esses ritos eram efetuados. (Ver Deu. 7:1-5; 12:2,3).
É possível haver uma imagem, sem que essa seja adorada, como no caso dos querubins que havia no templo de Jerusalém. Sem dúvida, esses querubins não eram adorados, formando uma exceção acerca da proibição de imagens. Urna imagem também pode ser um amuleto que é concebido como dotado de alguma forma de poder de proteger, de ajudar ou de permitir alguma realização. As divindades da natureza, com frequência, eram adoradas sem o uso de quaisquer objetos materiais; mas, quando os homens começaram a pensar nos deuses como espíritos, e esses habitando nos mais variados objetos, então todo tipo de objeto e representação material passou a ser adorado. Assim, o sol, a lua e as estrelas eram concebidos corno lugares de habitação de divindades, como se fossem as próprias divindades, razão pela qual eram adorados diretamente. Algumas vezes, as imagens só são adoradas mediante alguma forma de cerimônia, que, supostamente, lhes transmitiria vida, ou seja, fazem delas manifestações localizadas de alguma divindade.
O esforço por retratar os imaginários poderes de alguns deuses têm criado imagens fantasticamente grotescas. As religiões da Babilônia e do Egito levavam a sério a idéia de que um deus ou espírito divino podia residir em algum objeto material. O hinduísmo e o budismo têm feito intenso uso de ídolos para ajudar o povo comum a adorar. Os elementos mais intelectuais dessas religiões asseveram que as imagens de escultura são meras representações das divindades; mas, ao nível popular, essa delicada distinção inexiste, conforme se vê na Igreja Católica Romana e na Igreja Ortodoxa Oriental.
Ensino a Bíblico. Sobre a Idolatria
O segundo mandamento da lei de DEUS proíbe qualquer forma de idolatria. Ver Êxo, 20:3-5. A idolatria dos hebreus, quando ocorria, não só incluía a adoração a deuses falsos, mediante imagens ou sem elas; mas também a adoração a Yahweh, embora através de símbolos visíveis (Osé. 8:5,6; 10:5). No Novo Testamento, qualquer coisa muito desejada, que suplante a comunhão com DEUS ou a impeça, é considerada idolatria (I Cor. 10:14; Gãl. 5:20; Col. 3:5). A teologia moral cristã insiste em que qualquer desejo desordenado, que veia o objeto de tal desejo como a fonte última do bem e a base do bem-estar do individuo, é idolatria»
Formas de Idolatria na Bíblia. A adoração a imagens (lsa. 44: 17), o oferecimento de sacrifícios a imagens (Sal. 106:38; Atos 7:41), a adoração a deuses falsos (Deu. 30:17; Sal. 81:9), o serviço prestado a outros deuses (Deu. 7:4), o temor a outros deuses (II Reis 17:35), a adoração ao verdadeiro DEUS, mas por meio de alguma imagem (Êxo. 32:46 e Sal. 10:6,18,20), a adoração a demônios (Mat. 4:8,10; I Cor. 10:20), o manter ídolos no próprio coração (Eze. 14:3.4), a adoração aos espíritos dos mortos (Sal. 106:28). a cobiça (Efé. 5:5; Col. 3:5), a sensualidade (Fil. 3:19), a redução da glória de DEUS em uma mera imagem (Rom. 1:23), a adoração aos corpos celestes (Deu. 4:19).
Castigos Prometidos aos Idólatras, A morte judicial (Deu. 17:2-5), o banimento (Jer. 8:3; Osé. 8:5-8), a exclusão do céu (I Cor. 6:9,10; Efé. 5:5; Apo, 22:15), o julgamento da eternidade (Apo. 14:9-11; 21:8).«Não houve nenhum período da história dos hebreus em que esse povo estivesse isento da atração exercida pelos ídolos. 
No Novo Testamento, JESUS estendeu os pecados até os seus íntimos motivos (MaL 5:21 ss). Assim, no caso da idolatria, qualquer coisa que ocupe excessivamente o nosso tempo, às expensas da espiritualidade, é uma manifestação de idolatria (Efé. 5:5; Col. 3:5; Fil. 3:19, onde a glutonaria é especificamente mencionada).
A Idolatra na Igreja
Os intelectuais cristãos, tal corno seus colegas budistas, dizem que as imagens de escultura são apenas memórias de qualidades dignas de emulação, de santos ou heróis espirituais, o que, presumivelmente, - ajudaria os religiosos sinceros a copiarem tais virtudes.
Entretanto, o povo comum não é sofisticado o bastante para separar a imagem da adoração à divindade ou santo. E nem significa grande coisa a autêntica distinção entre adoração e veneração. O resultado disso é que a idolatria tornou-se muito comum na Igreja cristã, tanto no Oriente quanto no Ocidente. E, apesar dos grupos protestantes e evangélicos terem removido as formas mais crassas de idolatria, de seu culto, ainda assim há muitas formas sutis de idolatria que ali são cultivadas. Quem não se mostra ocasionalmente cobiçoso? Quem não tem desejos desordenados? Quantos escapam da idolatria sob a forma de glutonaria ou sensualidade? Além disso, há variedades religiosas de idolatria, como a bibliolatria (vide). Uma forma comum de idolatria consiste em idolatrar o credo denominacional, o que, geralmente, se faz com uma atitude arrogante. O coração humano, fora da Igreja ou dentro dela, no Oriente ou no Ocidente, pende para a idolatria, e uma parte do crescimento espiritual consiste na eliminação gradual de todas as formas de idolatria, até as mais sutis.
CHAMPLIN, Russell Norman, Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia. Vol. 3. Editora Hagnos. pag. 206-209
IDOLATRIA
Definição
Esta é uma transliteração da palavra gr. eidololatria, cujo significado entendemos ser "a adoração a ídolos; a adoração a imagens como divinas e sagradas". Veja Imagens de Escultura. Esse vocábulo gr. é uma composição de dois termos: O primeiro é eido (cf. o latim video), significando "ver" e "saber"; assim ele traz em si o conceito básico de "saber por ver". Com base nesse termo foi formada a palavra eidolon, "imagem", que veio a significar especificamente uma imagem de um deus como um objeto de adoração, ou um símbolo material do sobrenatural como tal objeto. O segundo termo é latreia, significando "culto" ou, mais especificamente, "culto ou adoração aos deuses". Idolatria, então, é prestar honras divinas a qualquer produto de fabricação humana, ou atribuir poderes divinos a operações puramente naturais.
A Idolatria dos Vizinhos de Israel
Práticas pagãs entraram em Israel principalmente por intermédio dos egípcios, dos cananeus e das nações assírio-babilônicas.
A História da Idolatria Entre os Israelitas
Abraão viveu em um mundo de idolatria. Sua viagem para oeste tinha a finalidade de abandonar a idólatra Ur dos caldeus e procurar um novo lar no qual poderia adorar ao único DEUS verdadeiro.
Os anos no Egito resultaram na fascinação de Israel pelos ídolos egípcios (cf. Js 24.14; Ez 20.7,8), e assim Moisés considerou imperativo desafiar os deuses do Egito (Nm 33.4). Durante a ausência de Moisés do acampamento ao pé do monte Sinai, os israelitas clamaramjaor alguma representação visível de Jeová (Êx 32.1). Somente uma mente completamente acostumada ao profundo respeito prestado aos touros sagrados do Egito poderia inventar uma representação tão estranha de Jeová (Êx 32.4; veja JerusB). As pessoas que não estivessem familiarizadas com essa prática egípcia não poderiam ter respondido tão prontamente como fizeram esses israelitas^. A festa que Arão proclamou para Jeová (Êx 32.5), que resultou no povo cantando e dançando nu diante do ídolo (32.6,18,19,25), era como a festa de Ápis; isto levou o povo à indecência - de uma forma pública ou privada (a palavra "divertir-se" ou "folgar", saheq, em 32.6 implica em gestos ou atos sexuais; cf. "acariciava", Génesis 26.8). Portanto, a grande ira do Senhor e de Moisés é compreensível (32.4,8). Arão chamou ao bezerro de Senhor (32.5), mas representá-lo desse modo era idolatria (SI 106.19,20).
A Avaliação do Novo Testamento
Os primeiros cristãos inevitavelmente entraram em contato com a idolatria gentílica (At 17.16). Assim, eles frequentemente tinham que encarar questões relacionadas aos alimentos e à carne oferecida aos ídolos durante as festividades (At 15.20; 1 Pe 4.3; Ap 2.14,20), especialmente em Corinto (1 Co 8; 10). Idólatra é o nome dado àquele que adora deuses pagãos e ídolos pessoais no NT (1
Co 5.10,11; 6.9; 10.7; Ap 21.8; 22.15). A idolatria é especificamente equiparada à cobiça, que faz do dinheiro um deus, e torna o homem infiel em sua mordomia (Mt 6.24; Lc 16.13; Cl 3.5; Ef 5.5). As advertências contra a concupiscência maligna certamente não se referem apenas à idolatria no ambiente dos primeiros cristãos, mas também à nossa era, que é obcecada por sexo (Gl 5.19,20; Fp 3.19; cf. Rm 16.18). A fonte da idolatria é basicamente um coração impuro e uma vontade impura (Rm 1.21). Paulo concorda com Isaías quando diz que o homem degenerou-se no paganismo ao invés de se desenvolver e abandoná-lo (cf. Rm 1; Is 44). Portanto, ele ordena que os cristãos fujam da idolatria (1 Co 10.14). João faz a mesma advertência (1 Jo 5.21).
PFEIFFER .Charles F. Dicionário Bíblico Wycliffe. Editora CPAD. pag. 944-948.
I João 5. 21. Guardai-vos dos ídolos, surge naturalmente da condição e caráter do verdadeiro cristão, que João esteve expondo. O Filho de DEUS o guardará (18), mas isto não o isenta da responsabilidade de guardar-se. Quanto a estas duas formas de guarda, a dele e a nossa, ver Jd 21,24. De fato, o verbo aqui é phulassein. Significa propriamente “vigiar”, “proteger” (assim na RV), e David Smith demonstra que ele é empregado com referência a proteger “um rebanho (Lc 2:8), um depósito ou encargo (1 Tm 6:20; 2 Tm 1:12,14), um prisioneiro (At 12:4)”.
João está dizendo: A alusão deve ser às “errôneas imagens mentais modeladas pelos falsos mestres” (Brooke), que, por seu falso conceito do Filho, e portanto do Pai, constituíam monstruosa idolatria.
John R. W. Stott. I II III João Introdução e Comentário. Editora Vida Nova. pag. 168-169.
Aviso de João de concluir, Filhinhos, guardai-vos dos ídolos, reflete a importância crucial de adorar o verdadeiro DEUS exclusivamente. O perigo da idolatria era especialmente grave em Éfeso (onde João provavelmente escreveu esta epístola), centro do culto da deusa Ártemis (Diana). Algumas décadas antes, o ministério do apóstolo Paulo teria iniciado um motim por seus adoradores zelosos (Atos 19:23-41). Mas o perigo não estava confinado a Éfeso, como a advertência de Paulo aos Coríntios: "Não podeis beber o cálice do Senhor e o cálice dos demônios, você não pode participar da mesa do Senhor e da mesa dos demônios" (1 Cor. 10:21), indica. Embora poucos em nossa cultura contemporânea adoram ídolos físicos, a idolatria é generalizada, no entanto. Qualquer coisa que as pessoas elevem acima de DEUS é um ídolo do coração. Cada "coisa sublime que se levante contra o conhecimento de DEUS" (2 Coríntios. 10:5) deve ser destruída, e só CRISTO exaltado.
Em um mundo escuro cheio de incertezas, os cristãos têm a certeza gloriosa com base em revelação divina "a palavra profética fez mais certeza ... uma lâmpada que brilha em lugar escuro" (2 Pedro 1:19). Enquanto o mundo tropeça cegamente na escuridão (Jr 13:16), a Palavra de DEUS é para os santos "lâmpada para os pés [sua] e luz para o [seu] caminho" (Sl 119:105), porque "o mandamento é uma lâmpada e do ensino é luz "(Provérbios 6:23).
JOHN MACARTHUR, JR. Novo Testamento Comentário I II II João Comentário Expositivo.
3. A idolatria no coração.
CORAÇÃO
I. Uso Geral
Coração. Nas páginas da Bíblia, tanto no Antigo como no Novo Testamentos, é o vocábulo mais completo para indicar todas as faculdades humanas, como os sentimentos (ver Rom. 9:2), a vontade (ver I Cor. 4:5) e o intelecto (ver Rom. 10:6). e assim apontado o homem interior, o homem essencial, aquela porção da personalidade humana que possui os meios naturais através dos quais todo o homem deveria elevar seu conhecimento de DEUS a níveis mais altos, em gratidão. Todavia, é justamente o coração que se toma obscurecido. O «coração» pode ser o lar do ESPÍRITO SANTO (ver Rom, 5:5), ou a maldade pode dominar ali (ver Rom, 1:24). A passagem de Mar. 7:21 e ss , alista os vicios que podem proceder do homem interior, ali também chamado de coração».
II. A Prevenção de
Rom. 1:21 descreve de forma abreviada como as faculdades naturais do homem, que lhe permitem vir a conhecer a DEUS e a ter comunhão natural com ele, foram pervertidas, através de uma degeneração progressiva, mediante a rejeição proposital do conhecimento de DEUS e da distorção da verdade, tudo o que faz parte do misterioso e primeiro deslocamento do homem para fora da harmonia original que ele desfrutava com DEUS.
O homem só tem razão quando pensa corretamente, e só pensa corretamente se está em harmonia com o Criador.
Antes se tornaram nulos em seus próprios raciocínios, Rom, 1:21. A palavra nulos, neste caso, significa «inúteis» «vãos", «vazios». «A compreensão humana foi reduzida a trabalhar em um 'vácuo'. De certo modo se tomou fútil. (Godet em Rom, 1:21).
Ou, conforme diz Vincent. «Suas ideias perderam o valor intrínseco, correspondente à verdade».
O vocábulo vaidade, nos contextos judaicos (o que também deve ser verdade nos escritos de Paulo), diz respeito as práticas e tendências idólatras dos homens, os quais loucamente, em lugar do DEUS vivo, colocam alguma outra coisa, usualmente uma imagem de escultura, feita por seus próprios dedos, ainda que isso também possa ser expresso na forma da adoração aos corpos celestes, em lugar de adoração ao próprio criador dos corpos celestes,
Raciocínios. - Alguns intérpretes preferem a tradução alternativa - imaginações - o que se referia à intranquilidade da mente depravada, que começa por inventar ideias, por especular, por raciocinar, mas tudo com resultados negativos, pervertendo tão somente qualquer luz à verdade que porventura já possua.
- a «verdade humana» que os homens substituem pela «verdade de DEUS». A verdade dos homens leva os homens à perversão moral, conforme se vê tão patentemente no nosso mundo atual. Os males, portanto, exercem um efeito cumulativo, e isso concorda com a experiência humana.
Tudo isso esclarece por quais razões e como os homens são inescusáveis. Os próprios homens fizeram descer o dilúvio sobre eles, e isso deu inicio a um espírito de ingratidão.
«A injustiça deles consiste nisso – imediatamente afogaram, por sua própria depravação, a semente do correto conhecimento, antes que esta pudesse amadurecer•. (Calvino).
III. A Variedade de uso da Palavra
1. Como paralelo de «inteligência» (ver Rom. 1:21: II Cor. 3:15; 4:6 e Efé. 1:18).
2. Como equivalente a - escolhe moral (ver I Cor. 7:37 e n Cor. 9:7).
3. Como algo que dá impulso e caráter às ações (ver Rom. 6:17; Efé. 6:6: I Cor. 3:3; I Tim. 1:5 e 11 Tiro. 2:22). A obra da lei está escrita no coração do homem (ver Rom. 2:15). A igreja em Corinto foi inscrita como epístola de CRISTO, em corações de carne (ver II Cor. 2:23).
4. Especificamente, o coração é a sede do Espirito divino (ver Gál. 4:6; Rom. 5:5; 11 Cor. 1:22). Essa é a esfera das diversas operações, orientações, consolos e confirmações do ESPÍRITO SANTO (ver Fil. 4:7;: Cal. 3:15: I Tes. 3:13; 11Tes. 2:17 e 3:5). O coração igualmente a sede da fé e o órgão do louvor espiritual'. (ver Rom. 10:9;'Efé. 5:19; Col. 3:16).
5. O coração equivale ao homem interior (ver Efé. 3:16,17).
Assim, pois, podemos falar sobre o homem essencial, o homem real, que é a alma humana, em contraste com o mero homem físico, o homem animal.
CHAMPLIN, Russell Norman, Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia. Vol. 1. Editora Hagnos. pag. 899.
Ez 14.3 Filho do homem. O profeta é assim chamado por Yahweh, cada vez que uma mensagem é dada. Ver este título em Eze. 2.1.
Estes homens levantaram os seus ídolos dentro em seu coração. Os líderes que consultaram o profeta não tinham coração puro. De fato, retinham uma idolatria doentia no espírito, mesmo que não adorassem ídolos crassos em lugares públicos. Não se tinham voltado para o culto de Yahweh. Não obedeceram à lei de Moisés, o guia de Israel (Deu. 6.4 ss.). Não eram distintos das nações pagãs (Deu. 4.4-8). Ainda amavam seus ídolos, as bolas de esterco, expressão usada 39 vezes neste livro. O amor aos ídolos foi um impedimento para aqueles ímpios, que continuaram pecando aberta e vergonhosamente. Eles viviam uma farsa, pois os terrores da Babilônia não os curaram. Cf. Eze. 7.19-20 e Amós 4.4-5. Ver também Jer. 2.25. Como a esposa de Ló, eles também desejaram os velhos caminhos pecaminosos. Não receberam nenhuma comunicação divina. Yahweh não podia recebê-los ou abençoá-los. Aqueles homens eram doentes, espiritualmente falando; eram rebeldes, idólatras, apóstatas e reprovados.
Ez 14.4 Assim diz o Senhor DEUS: Qualquer... que levantar os seus ídolos dentro em seu coração. Adonai-Yahweh (o Soberano Eterno) deu respostas duras àqueles atores. Eles eram idólatras de coração: sem coragem de estabelecer cultos públicos de idolatria, mantinham altares idólatras em seu íntimo. O Soberano, no exercício de Sua providência negativa, castigaria sem misericórdia esses tais. A espada os tinha seguido até o cativeiro (Jer. 9.16). Ver também Eze. 12.14.
Eu, o Senhor... lhe responderei segundo a multidão dos seus ídolos. Adonai- Yahweh daria a eles uma resposta severa que eles não gostariam de ouvir. Era a palavra da aniquilação. O Targum fala aqui da palavra de misericórdia, mas esta interpretação não faz sentido no presente contexto. Os idólatras tolos sofreriam por causa de sua tolice. As palavras de terror se tomariam experiências de terror.
Ez 14. 7 Qualquer homem da casa de Israel, ou dos estrangeiros que moram em Israel, que se alienar... Este versículo é uma duplicata do vs. 4, onde há uma exposição. Aqui, todavia, aprendemos que os adeptos do judaísmo incluíram “estrangeiros”. Esta palavra se refere aos prosélitos do judaísmo, que eram das nações pagãs. Qualquer homem, nativo ou estrangeiro (convertido), que se apresentasse como seguidor de Yahweh, mas praticasse a idolatria, seria rejeitado por Ele. Um julgamento angustiante cairia sobre os nativos e estrangeiros. Todos eram hipócritas, ímpios e depravados. Adonai-Yahweh, o Soberano Eterno, acabaria com todos. Ver Lev. 17.8-9, que fala dos prosélitos do judaísmo. A condição de conversão era a obediência à lei de Moisés. Nem mesmo os judeus nativos cumpriram essa condição, no tempo de Ezequiel.
CHAMPLIN, Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 3231-3232.
Estas palavras foram dirigidas a um grupo específico de anciãos que se assentaram diante de Ezequiel (cf. 8:1; 20:1). Tinham chegado, presumivelmente, na esperança de ouvir algum oráculo acerca da duração do seu exílio, ou acerca da situação da pátria, em Jerusalém. O oráculo foi dado, mas não foi aquilo que esperavam.
3. Note a expressão de desprezo: estes homens. A acusação contra eles é que se deixaram afetar pelo seu meio-ambiente babilônio e com os atrativos da sua religião idólatra. Nada mudara extremamente na sua lealdade ao Senhor, mas tomaram ídolos dentro em seu coração e, ao assim fazerem, colocaram diante de si mesmo a pedra de tropeço que os levaria a cair na iniqüidade. A frase: tropeço para a iniqüidade, é peculiar a Ezequiel (7:19; 14:3, 4, 7; 18:30; 44:12) e geralmente se refere aos ídolos, os quais o profeta reconhecia como sendo supremamente “a ocasião para pecado” ao seu povo. O Senhor exige uma lealdade exclusiva, interna quanto externamente, da parte do Seu povo, e aqueles que O consultam ou oram a Ele, enquanto acalentam outros deuses no seu coração, não serão ouvidos (cf. SI 66:18).
4. Em lugar de uma resposta, DEUS dá ao profeta um oráculo de julgamento que coloca em termos gerais (Qualquer homem da casa de Israel que...) aquilo que acontecerá quando o homem de lealdade dividida inquirir de um profeta verdadeiro. Nenhum oráculo será dado, mas eu, o SENHOR... lhe responderei, com ações e não com palavras. As palavras têm um som sinistro, e o v. 8 narra mais acerca do seu significado, mas o alvo final é expressado de modo positivo nos w. 5 e 11. O Senhor pretende captar os corações do Seu povo alienado, de modo que este possa tornar-se Seu povo na realidade.
John B. Taylor. ÊXODO Introdução e Comentário. Editora Vida Nova. pag.  115.
Êx 20.3 Primeiro Mandamento:
Não terás outros deuses. Temos aqui a regra do monoteismo (ver a respeito no Dicionário). Neste ponto, o monoteismo substitui todas as outras possíveis noções de DEUS. Todavia, não basta acreditar na existência de um DEUS. Esse DEUS único precisa ser reconhecido e obedecido como a autoridade moral de todos os atos humanos. Também só há um DEUS no atinente à questão da adoração e do serviço espirituais. O DEUS único merece toda honra. Isso labora contra o panteísmo e todo o seu caos. Este último adiciona muitas informações àquilo que comentamos aqui. Ver também Êxo. 23.13.
A nação de Israel estava cercada por povos que eram leais a um número impressionante de divindades. As pragas do Egito tinham mostrado que só Yahweh é DEUS (ver Êxo. 5.2 e 6.7). Há uma profunda verdade na ideia que um homem só pode adorar a um DEUS. JESUS abordou essa questão em Mateus 6.24. Os homens adoram aquelas coisas que lhes parecem importantes, incluindo o dinheiro. Há deuses externos e internos. Mas todos eles são deuses falsos.
Os vss. 4-6 descrevem e ampliam o primeiro mandamento. Os católicos-romanos e os luteranos (e também muitos intérpretes judeus) pensam que esses versículos formam, conjuntamente, o primeiro mandamento. Mas a maioria dos outros grupos protestantes e evangélicos fazem desses versículos um mandamento distinto.
Yahweh é um DEUS zeloso que não tolera rivais (vs. 5; 34.14). Naturalmente, temos nisso uma linguagem antropomórfica. Ver no Dicionário o artigo Antropomorfismo. Divindades rivais seriam algo contrário ao caráter único de DEUS. E um deus que não é único não é o verdadeiro DEUS. Ver os vss. 22,23. A desobediência ao primeiro mandamento foi a principal razão dos cativeiros (ver a esse respeito no Dicionário) que, finalmente, Israel sofreu.
CHAMPLIN, Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 388.
Reconhecendo o único e verdadeiro DEUS (w. 1-3). A expressão "o Senhor, teu DEUS" é repetida cinco vezes nessa passagem (vv. 2,5,7,10,12), a fim de lembrar o povo da autoridade por trás desses mandamentos.
Moisés não está relatando "dez opiniões" que ouviu de um conselheiro amigável, mas sim dez mandamentos proferidos pelo DEUS Todo-Poderoso. Os hebreus viviam num mundo de nações cegas e supersticiosas, que adoravam a muitos deuses, algo que Israel presenciou durante séculos no Egito. Israel devia ser testemunha do verdadeiro DEUS vivo (S I 115) e convidar os povos vizinhos a confiar nele. A expressão "diante de mim" pode significar "em oposição a mim". Para os israelitas, adorar a outro DEUS seria o mesmo que declarar guerra a Jeová e atrair sobre si a ira de DEUS. A cada manhã, o judeu fiel declara: "Ouve, Israel, o Senhor, nosso DEUS, é o único Senhor " (Dt 6:4).
WIERSBE. Warren W. Comentário Bíblico Expositivo. A.T. Vol. I. Editora Central Gospel. pag. 289.
O Primeiro Mandamento: Não Ter Outros Deuses (20.3)
O versículo 2 é a introdução do primeiro mandamento. DEUS identifica quem tirou os filhos de Israel da servidão egípcia: O SENHOR. Visto que ele os libertara e provara que era supremo, eles tinham de torná-lo seu DEUS. Não havia lugar para competidores.
Todos os outros deuses eram falsos.
Diante de mim (3) significa “lado a lado comigo ou além de mim”. DEUS não esperava que Israel o abandonasse; Ele sabia que o perigo estava na tendência de prestar submissão igual a outros deuses. Este mandamento destaca o monoteísmo do judaísmo e do cristianismo.
“O primeiro mandamento proíbe todo tipo de idolatria mental e todo afeto imoderado a coisas terrenas e que podem ser percebidas com os sentidos.”21 Não existe verdadeira felicidade sem DEUS, porque Ele é a Fonte de toda a alegria. Quem busca alegria em outros lugares quebra o primeiro mandamento e acaba na penúria e em meio a acontecimentos trágicos.
Leo G. Cox. Comentário Bíblico Beacon. Editora CPAD. Vol. 1. pag. 189.
 
 
Questionário da Lição 6 - A Peregrinação de Israel No Deserto Até O Sinai
Responda conforme a revista da CPAD do 1º Trimestre de 2014 - CPAD - Para jovens e adultos
Tema: Uma Jornada de Fé - A Formação do povo de Israel e sua herança espiritual
Complete os espaços vazios e marque com"V"as respostas verdadeiras e com"F"as falsas
 
TEXTO ÁUREO
1- Complete:
“Ora, tudo isso lhes sobreveio como ________________________, e estão escritas para ______________________________ nosso, para quem já são chegados os _______________________ dos séculos” (1 Co 10.11).
 
VERDADE PRATICA
2- Complete:
Os ____________________________________ e pecados de Israel servem-nos de ___________________________ para que não venhamos a cometer os mesmos ___________________________.
 
INTRODUÇÃO
3- Por que estudar as lições do Antigo Testamento, sendo nós cristãos da Nova Aliança?
(    ) Porque o Antigo Testamento é mais importante do que o Novo Testamento.
(    ) Os fatos do Antigo Testamento são como figuras, nos alertando para que não venhamos a cometer os mesmos erros que o povo de DEUS cometeu no passado.
(    ) Jamais siga os caminhos da desobediência, rebeldia e idolatria trilhados por Israel no deserto.
(    ) DEUS guiou e sustentou seu povo que foi infiel, murmurador e idólatra. O Senhor permaneceu fiel e cuidando dos israelitas.
 
I - ISRAEL PEREGRINA PELO DESERTO
4- Como foi a chegada de Israel a Mara (Êx 15.23)?
(    ) Eles andaram dois dias pelo deserto e encontraram muitas águas em Mara para beberem e saciarem a sede.
(    ) O povo de DEUS estava finalmente livre dos egípcios e começava sua caminhada pelo deserto a caminho de Canaã.
(    ) Depois da travessia do Mar Vermelho os israelitas foram conduzidos por Moisés até o deserto de Sur.
(    ) Eles andaram três dias pelo deserto e as águas que encontraram em Mara eram impróprias para beber.
(    ) Descontente, o povo começou a murmurar contra Moisés.
(    ) Na verdade eles não estavam reclamando de Moisés, mas de DEUS.
(    ) Muitos podem pensar que estão reclamando do seu líder, mas na verdade estão reclamando contra aquEle que delegou autoridade ao líder: DEUS.
(    ) A murmuração é uma característica negativa daqueles que não confiam no Senhor. Moisés confiava na providência do Pai.
(    ) Então ele orou e DEUS lhe mostrou um lenho. Moisés jogou o lenho nas águas e elas se tornaram boas para o consumo.
(    ) Segundo o Comentário Bíblico Beacon, “assim como DEUS curou as águas amargas de Mara, assim Ele curaria Israel satisfazendo-lhes as necessidades físicas e, mais importante que tudo, curando o povo de sua natureza corrompida”.
 
5- Como era Israel, a caminho da Terra Prometida?
(    ) Israel era uma massa de gente briguenta e sem fé que precisava ser lapidada pelo Senhor para que se transformasse em uma nação santa.
(    ) A lapidação veio com as maldições impostas sobre eles no monte Horebe.
(    ) A lapidação veio com as provações rumo ao monte Sinai.
 
6- Rumo ao Sinai (Êx 16.1), como foi a estada de Israel em Elim?
(    ) Depois de Mara os israelitas foram para Elim e em seguida para o deserto de Sim, que ficava entre Elim e Sinai.
(    ) Esse é um lugar inóspito, repleto de areia e pedra, porém um local perfeito para DEUS tratar do seu povo.
(    ) Diante das dificuldades o povo volta a murmurar e quer mais uma vez retornar ao Egito.
(    ) Mas DEUS é bom e misericordioso.
(    ) Depois de Mara os israelitas foram para o deserto de Sim e em seguida para Elim, que ficava entre Sur e Sinai.
(    ) Ele mais uma vez supriu as necessidades do seu povo.
(    ) Talvez você esteja sendo também provado pelo Senhor.
(    ) Este é um momento difícil, mas em vez de murmurar adore ao Senhor.
(    ) Você, assim como Israel, verá o sobrenatural de DEUS em sua vida.
 
7- Rumo ao Sinai (Êx 16.1), no deserto de Sim, o que fêz DEUS, quanto ao sustento de seu povo?
(    ) DEUS envia o maná ao seu povo.
(    ) O maná vinha de uma planta que com o vento forte do deserto se soltava sobre o arraial do israelitas.
(    ) O maná não foi um fenômeno natural, como alguns cogitam.
(    ) Foi uma provisão especial de DEUS.
(    ) Esta provisão apontava para JESUS, o Pão Vivo que desceu do céu.
(    ) DEUS sustentou seu povo através do deserto não somente com pão, mas também com carne e água.
 
8- Rumo ao Sinai (Êx 16.1), em Refidim, o que fêz DEUS quanto à questão da água, para seu povo?
(    ) DEUS fez água cair do céu e encher todos os poços do deserto.
(    ) DEUS fez água jorrar da rocha.
(    ) Ele é o nosso provedor.
(    ) Tudo que temos vem do Senhor, por isso devemos ser gratos a Ele pela provisão.
(    ) Depois de partir de Refidim, o povo, sob a orientação de DEUS, caminhou até o monte Sinai, onde os israelitas receberam a lei do Senhor.
 
II - ISRAEL NO MONTE SINAI
9- Como é o monte Sinai (Êx 19.2) e qual sua importância para o povo de DEUS?
(    ) A distância do Sinai a Canaã é de quase 600 quilômetros, e seria percorrida em um curto prazo pelos israelitas, mas infelizmente levou 40 anos.
(    ) Este é um lugar especial para todo o povo de DEUS.
(    ) Ali DEUS revelou- se de modo especial a Moisés e a Israel e lhe entregou os Dez Mandamentos.
(    ) Ali os israelitas tiveram a revelação da glória e da santidade do Todo-Poderoso.
(    ) Tiveram também a revelação da sua natureza, da sua lei, da expiação do pecado, da vontade divina e do seu culto.
(    ) Todo o livro de Levítico, que trata do ministério e do culto ao Senhor, teve o seu desenrolar no acampamento do Sinai, ao pé do monte.
(    ) A distância do Sinai a Canaã é de quase 500 quilômetros, e seria percorrida em um curto prazo pelos israelitas, mas infelizmente levou 38 anos.
(    ) A demora decorreu como parte do julgamento divino dos pecados de incredulidade, murmuração, rebelião e desvio dos israelitas.
 
10- O que se deu com a permanência de Israel no Sinai?
(    ) No Sinai, Israel permaneceu, conforme as determinações do Senhor a Moisés, cerca de onze meses.
(    ) No Sinai, Israel permaneceu, conforme as determinações do Senhor a Moisés, cerca de seis meses.
(    ) Durante sua permanência ali, Israel caiu no abominável pecado da idolatria do bezerro de ouro.
(    ) Com a idolatria veio a obscenidade, a imoralidade e a prostituição.
(    ) Este horrível pecado de Israel é mencionado várias vezes através da Bíblia, sempre de modo infamante como em 1 Coríntios 10.7: “Não vos façais, pois, idólatras, como alguns deles; conforme está escrito: O povo assentou-se a comer e a beber e levantou-se para folgar.'
(    ) Apesar de Israel ter falhado, o eterno propósito salvífico de DEUS não falhou.
 
III - A IDOLATRIA DOS ISRAELITAS
11- Como foi o episódio do bezerro de ouro (Êx 32.2-6), adorado como deus no deserto?
(    ) Moisés e Josué subiram ao monte Sinai para se encontrar com o Senhor e receber dEle as tábuas da Lei.
(    ) Ali eles ficaram por quarenta dias, e o povo sem saber notícias, começaram a orar a DEUS e como não obtveram resposta, fizeram um bezerro de ouro e o adoraram como deus.
(    ) Ali eles ficaram muitos dias, e o povo, com pressa em saber notícias, começou mais uma vez a reclamar e a especular a causa da demora de Moisés e Josué.
(    ) Não levou muito tempo para que uma grande confusão fosse formada.
(    ) O povo, liderado por Arão, pecou deliberadamente contra o Senhor construindo um bezerro de ouro para ser adorado.
(    ) Diversas passagens bíblicas relacionam o ídolo aos demônios, e o culto idólatra ao culto diabólico.
(    ) Os ídolos sempre foram laços para o povo de Israel, a quem DEUS elegeu como seu povo peculiar aqui na terra.
 
12- O que é idolatria e qual cuidado devemos ter quanto a ela?
(    ) A Palavra de DEUS em 1 João 5.21 nos adverte: “Filhinhos, guardai-vos dos ídolos. Amém!”.
(    ) A Palavra de DEUS em 2 João 2.21 nos adverte: “Filhinhos, guardai-vos da idolatria. Amém!”.
(    ) O crente deve estar vigilante contra a idolatria.
(    ) Muitos pensam que idolatria é somente adorar a imagens de escultura.
(    ) Todavia, um ídolo é tudo aquilo que ocupa o lugar de DEUS na vida humana.
(    ) Alguma coisa tem ocupado o lugar do Senhor em seu coração? Peça a ajuda do Pai e livre-se imediatamente de toda idolatria.
(    ) O apóstolo Paulo adverte a igreja de Corinto para não se envolver com a idolatria, como o povo de Israel no deserto.
 
13- Como evitar a idolatria no coração?
(    ) O profeta Isaias adverte-nos sobre isso em 54.2-4,7 do seu livro.
(    ) O profeta Ezequiel adverte-nos sobre isso em 14.2-4,7 do seu livro.
(    ) O primeiro mandamento do Eterno em Êxodo 20.3, ordena: “Não terás outros deuses diante de mim”.
(    ) Israel, antes de ser liberto e resgatado da escravidão do Egito, pecou contra o senhor, adorando a falsos deuses.
(    ) DEUS conhece o coração do homem e sabe da sua propensão à idolatria.
(    ) Precisamos vigiar, pois somente DEUS deve ser único dominador e rei em nosso coração.
 
CONCLUSÃO
14- Complete:
O Salmo 106 relata os ___________________________ de Israel a caminho de Canaã, e a sublime história da infinita ________________________________ de DEUS para com eles. DEUS é fiel! Israel pecou e cometeu muitos erros, porém os ______________________________ do Senhor em relação a Israel e a toda _________________________________ não foram frustrados. Como crentes devemos repudiar toda forma de _____________________________________, entronizando a DEUS como único Senhor em nossos corações e mentes.
 
 
RESPOSTAS DO QUESTIONÁRIO EM http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/videosebdnatv.htm 
 
AJUDA
CPAD - http://www.cpad.com.br/ - Bíblias, CD'S, DVD'S, Livros e Revistas. BEP - Bíblia de Estudos Pentecostal.
VÍDEOS da EBD na TV, DE LIÇÃO INCLUSIVE - http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/videosebdnatv.htm
BÍBLIA ILUMINA EM CD - BÍBLIA de Estudo NVI EM CD - BÍBLIA Thompson EM CD.
Peq.Enc.Bíb. - Orlando Boyer - CPAD
Bíblia de estudo - Aplicação Pessoal.
GARNER, Paulo . Quem é quem na Bíblia Sagrada. VIDA
CHAMPLIN, R.N. O Novo e o Antigo Testamento Interpretado versículo por Versículo. (CPAD)
STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD
O NOVO DICIONÁRIO DA BÍBLIA – Edições Vida Nova – J. D. Douglas
Dicionário Bíblico Wycliffe - Charles F. Pfeiffer, Howard F. Vos, João Rea - CPAD.
Dicionário Vine antigo e novo testamentos - CPAD.
Teologia do Antigo Testamento - Walter C. Kaiser Jr. - Vida Nova
James, por Hendrickson Publishers - Edição Contemporânea, da Editora Vida, Traduzido pelo Rev. Oswaldo Ramos.
ÊXODO Introdução e Comentário - Por R. Alan Cole, Ph. D. Menzies College, da Universidade Macquarie - Sociedade Religiosa Vida Nova - Associação Religiosa Editora Mundo Cristão
C. H. MACKINTOSH. Estudos Sobre O Livro De Êxodo. Editora Associação Religiosa Imprensa da Fé.
WIERSBE. Warren W. Comentário Bíblico Expositivo. A.T. Vol. I. Editora Central Gospel. pag. 236-237.
Flávio Josefo. HISTÓRIA dos HEBREUS De Abraão à queda de Jerusalém. Editora CPAD.
COELHO, Alexandre; DANIEL, Silas. Uma Jornada de FéMoisés, o Êxodo e o Caminho a Terra Prometida. Editora CPAD. pag. 7-8.
DAVIDSON. F. Novo Comentário da Bíblia. Êxodo. pag. 2.
Leo G. Cox. Comentário Bíblico Beacon. Editora CPAD. Vol. 1. pag. 141.
MERRILL. Eugene H. Historia de Israel no Antigo Testamento. Editora CPAD. pag. 50-52, 54-56.
http://estudaalicaoebd.blogspot.com.br/2013/12/1-licao-do-1-tri-2014-o-livro-de-exodo.html
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31 janeiro 2014

Lição 5 - A Travessia Do Mar Vermelho, vídeos

Lição 5 - A Travessia Do Mar Vermelho, vídeos

Lição 5 - A Travessia Do Mar Vermelho, 1 parte


Lição 5 - A Travessia Do Mar Vermelho
LIÇÕES BÍBLICAS - 1º Trimestre de 2014 - CPAD - Para jovens e adultos
Tema: Uma Jornada de Fé - A Formação do povo de Israel e sua herança espiritual
Comentário: Pr. Antônio Gilberto
Complementos, ilustrações, questionários e vídeos: Ev. Luiz Henrique de Almeida Silva
Questionário
NÃO DEIXE DE ASSISTIR AOS VÍDEOS DA LIÇÃO ONDE TEMOS MAPAS, FIGURAS, IMAGENS E EXPLICAÇÕES DETALHADAS DA LIÇÃO
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Lição 5 - A Travessia Do Mar Vermelho, 1 parte 

 
 
TEXTO ÁUREO
 “O Senhor é a minha força e o meu cântico; ele me foi por salvação; este é o meu DEUS [...]” (Êx 15.2).
 

VERDADE PRÁTICA
DEUS tirou o seu povo do Egito e o conduziu com zelo, proteção e provisão pelo deserto até a Terra Prometida.
 
 
LEITURA DIÁRIA
Segunda- Êx 1 3.17 Rumo à liberdade
Terça- Êx 1 3.19 Uma promessa é cumprida
Quarta- Êx 1 3.21 DEUS protege o seu povo
Quinta- Ex 14.11 A murmuração do povo de DEUS
Sexta- Êx 14.1 3,14 “Vede o livramento do Senhor”
Sábado - Êx 1 5.1 A celebração do povo de DEUS
 
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE Êxodo 14.15,19-26
15 - Então, disse o SENHOR a Moisés: Por que clamas a mim? Dize aos filhos de Israel que marchem. 19 - E o Anjo de DEUS, que ia adiante do exército de Israel, se retirou e ia atrás deles; também a coluna de nuvem se retirou de diante deles e se pôs atrás deles. 20 - E ia entre o campo dos egípcios e o campo de Israel; e a nuvem era escuridade para aqueles e para estes esclarecia a noite; de maneira que em toda a noite não chegou um ao outro. 21 - Então, Moisés estendeu a sua mão sobre o mar, e o SENHOR fez retirar o mar por um forte vento oriental toda aquela noite; e o mar tornou-se em seco, e as águas foram partidas. 22 - E os olhos de Israel entraram pelo meio do mar em seco; e as águas lhes foram como muro à sua direita e à sua esquerda. 23 - E os egípcios seguiram-nos, e entraram atrás deles todos os cavalos de Faraó, os seus carros e os seus cavaleiros, até ao meio do mar. 24 - E aconteceu que, na vigília daquela manhã, o SENHOR, na coluna de fogo e de nuvem, viu o campo dos egípcios; e alvoroçou o campo dos egípcios, 25 - e tirou-lhes as rodas dos seus carros, e fê-los andar dificultosamente. Então, disseram os egípcios: Fujamos da face de Israel, porque o SENHOR por eles peleja contra os egípcios. 26 - E disse o SENHOR a Moisés: Estende a tua mão sobre o mar, para que as águas tornem sobre os egípcios, sobre os seus carros e sobre os seus cavaleiros.
 
INTERAÇÃO
O povo Hebreu teve que esperar 430 anos ate que finalmente foi liberto da escravidão pelo Todo Poderoso. DEUS não se esqueceu das suas promessas que havia feito a Abraão. O Senhor jamais se esquece das suas promessas e seus planos não serão frustrados. Talvez você esteja esperando o agir de DEUS em seu favor já há muitos anos. Não perca as esperanças. Sua hora chegará, assim como chegou o momento dos israelitas.
Na lição de hoje veremos que o Senhor não somente libertou o seu povo do cativeiro, mas os conduziu com cuidado e zelo pelo deserto. DEUS é fiel, imutável e também cuidará de você até a sua chegada ao céu. Creia no poder providente e protetor do ,nosso Pai Celestial.
 
OBJETIVOS - Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
Analisar o significado da saída dos hebreus do Egito e a travessia do mar.
Conscientizar-se de que somente DEUS merece o nosso louvor e adoração.
Compreender a proteção e o cuidado de DEUS para com o seu povo.
 
ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Professor, reproduza o quadro da página seguinte. Utilize-o para introduzir o tópico II da lição.
Antes de apresentar o quadro faça a seguinte indagação: "O que podemos oferecer a DEUS por todos os seus benefícios?” Ouça os alunos com atenção e incentive a participação de todos. Em seguida, explique que Moisés e alguns servos do Senhor ofereceram a DEUS a sua adoração. Depois, apresente o quadro e leia as referências juntamente com os alunos. Conclua enfatizando que devemos oferecer a DEUS o nosso louvor e gratidão.
 
ALGUNS CÂNTICOS NA BÍBLIA
LIVRO
PROPÓSITO
Êxodo 15.1 -21
Cântico de Moisés após DEUS ter tirado Israel do Egito e repartido as águas do mar Vermelho.
Números 21.17
Cântico de Israel em louvor a DEUS por terem recebido água no deserto.
Deuteronômio 32.1-43
Cântico de Moisés sobre a história de Israel com ações de graças e louvor enquanto os hebreus estavam prestes a entrar na Terra Prometida.
Apocalipse 1 5.3,4
Cântico de todos os remidos em louvor ao Cordeiro que os remiu.
 
Resumo da Lição 5 - A Travessia Do Mar Vermelho
I - A TRAVESSIA DO MAR
1. A saída do Egito (Êx 12.11,37)
2. A perseguição de Faraó (Êx 14.5-9).
3. A ruína de Faraó e seu exército (Êx 14.26-31).
II - O CÂNTICO DE MOISÉS
1. Moisés celebra a DEUS pela vitória (Êx 15.1-19).
2. Miriã juntamente com as mulheres louvam a DEUS (Êx 15.20,21).
3. Celebrando a DEUS.
III - A PROTEÇÃO E O CUIDADO DE DEUS COM SEU POVO
1. Uma coluna de nuvem guiava o povo de DEUS (Êx 13.21,22; 40.36,37).
2. DEUS cuida do seu povo (Êx 16.4; Dt 29.5).
 
SINOPSE DO TÓPICO (1) - DEUS retirou com mão forte os israelitas do Egito e os guiou rumo a Terra Prometida.
SINOPSE DO TÓPICO (2) - Moisés celebrou a DEUS pela vitória com um cântico de louvor.
SINOPSE DO TÓPICO (3) - DEUS guiou e protegeu seu povo durante a caminhada pelo deserto. Ele utilizou uma coluna de nuvem para conduzir os israelitas.
 
BIBLIOGRAFIA SUGERIDA
COHEN, Armando Chaves. Êxodo. 1. ed. Rio de Janeiro, CPAD: 1998.
RICHARDS, Lawrence O. Guia do Leitor da Bíblia: Uma análise de Gênesis a Apocalipse capítulo por capítulo. 1. ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2005.
 
AUXILIO BIBLIOGRÁFICO I - Subsídio Teológico
“A morte dos egípcios (14.26-31)
DEUS inverteu a ação das águas e as águas voltaram ao lugar. O texto não declara se houve uma reversão do vento. O retorno das águas foi tão súbito e forte que alcançou os egípcios quando tentavam fugir e os matou. As mesmas águas que serviram de muro para o povo de DEUS tornou-se o meio de destruição para os egípcios.
Esta última disputa entre DEUS e Faraó, resultando em vitória final e completa para o Senhor, impressionou fortemente os israelitas. A situação parecia desesperadora na noite anterior. Agora Israel viu os egípcios mortos na praia do mar. As águas turbulentas, ou a maré, levaram os corpos à praia. O Senhor salvara os israelitas; toda a prova necessária estava diante dos olhos deles.
Quando viu Israel a grande obra, temeu o povo do Senhor e creu. Este ato poderoso expulsou o medo que os atormentara e implantou um verdadeiro temor de DEUS — um temor que conduziu a uma fé viva” (Comentário Bíblico Beacon. vol 1. 1. ed. Rio de Janeiro, CPAD, 2005, pp. 172-73).
 
AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO II - Subsídio Geográfico
“Mar Vermelho
Embora não pertença à Terra Santa, encontra-se o Mar Vermelho estritamente ligado à história do povo israelita. Ele é conhecido nas Sagradas Escrituras como ‘Yam Suph’, que significa Mar de juncos.
No Mar Vermelho encontra-se, em grande quantidade, a alga conhecida como trichodesmium erythaeum que, ao morrer, assume uma totalidade marrom-avermelhada, justificando assim o nome do mar.
O Mar Vermelho separa os territórios egípcios e saudita. Na parte setentrional, divide-se em dois braços pela Península do Sinai.
O braço ocidental é conhecido como Golfo de Suez. O oriental, Golfo de Akaba.
Com quase dois mil quilômetros de comprimento, entre o estreito de Bab al-Mandeb e o Suez, no Egito, e cerca de 300 quilômetros de largura, somando uma área de 450.000 km, o Mar Vermelho banha o Sudão, o Egito, e a Eritréia, a oeste; e a Arábia Saudita e o lêmem, a leste. Uma pequena faixa do Golfo de Aqaba banha Israel e a Jordânia.
No Mar Vermelho, encontramos o estreito de Bab al-Mandeb, que liga o extremo sul do mar ao oceano Índico. Esta passagem, que faz o Mar Vermelho uma rota entre a Europa e a Ásia, é mantida aberta por meio de explosões e dragagens.
O Êxodo do Povo de Israel
Israel deixou o Egito no século XV a.C. israelitas e egípcios voltariam a se enfrentar no tempo dos reis no chamado período Inter bíblico. Depois da formação do Estado de Israel, em 1948, houve pelo menos quatro guerras entre Israel e Egito: a Guerra da Independência, em 1948; a Guerra do Sinai, em 1956; a Guerra dos Seis Dias, em 1967; e a Guerra do Yom Kippur em 1973.
Em 1979, ambos os países assinaram um acordo de paz, em Camp David, nos Estados Unidos, possibilitando o término do estado de guerra e o estabelecimento de relações diplomáticas entre Cairo e Jerusalém.
A Bíblia garante que será de paz o futuro de ambas as nações (ls 19.23-25)” (ANDRADE, Claudionor. Geografia Bíblica: A geografia da Terra Santa é uma das maneiras mais emocionantes de se entender a história sagrada. 25 ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2013, pp. 35-150).
 
Revista Ensinador Cristão CPAD, n° 57, p.38.
A saída do povo de DEUS do Egito foi algo marcante, tanto para os israelitas como para os egípcios. O Egito ficou economicamente arrasado devido às pragas, porém o último flagelo marcou profundamente as famílias. Nos lares dos egípcios havia pranto, dor e morte, já nas casas dos israelitas, todos estavam prontos, festejando a Páscoa e com o coração repleto de alegria pelo livramento que o Senhor estava concedendo.
Os israelitas, ao deixarem o Egito não saíram com as mãos vazias. Eles despojaram os egípcios.
O coração de Faraó era mal. Depois de tudo que viu e enfrentou ainda não estava disposto deixar o povo de DEUS partir (Êx 14.5). Ele reuniu seu exército e saiu em perseguição ao povo de DEUS. O Inimigo não desiste facilmente, por isso precisamos buscar em DEUS forças para resisti-lo. A Palavra de DEUS nos ensina: "resisti ao diabo, e ele fugirá de vós" (Tg 4.7). Se você é um servo fiel ao Senhor, saiba que durante sua caminhada até o céu encontrará muitos "Faraós" que lhe resistiram. Você está preparado para enfrentá-los? Só conseguiremos vencer o Inimigo com JESUS CRISTO.
Você consegue imaginar o desespero dos israelitas ao verem Faraó e seu exército vindo em sua direção? Os hebreus ficaram desesperados, pois parecia não haver saída. Eles estavam encurralados. O Inimigo não mudou suas táticas, ele está sempre tentando nos acuar. Porém, se esquece que conosco está o "varão de guerra": "O Senhor é varão de guerra; Senhor é o seu nome" (Êx 15.3).
Os israelitas clamaram ao Senhor (Êx 14.10) e Ele lhes ouviu. O Senhor ouve e responde às orações do seu povo (Jr 33.3).
Diante do perigo e da aproximação do inimigo a ordem do Senhor foi: "Dize aos filhos de Israel que marchem" (Êx 14.15). Marchar para onde? Para o mar? Parecia impossível, porém os israelitas obedeceram. Na obediência está a bênção de DEUS. Aquele que obedece vê o impossível acontecer! Então, DEUS enviou um vento e o mar se abriu para o povo de DEUS passar.
O povo de Israel atravessou o mar e os egípcios quiseram imitá-los, mas o Senhor os derribou (Êx 14.27). O livramento era para o povo de DEUS, não para os inimigos. Você pertence ao povo de DEUS? Então, não tema. Há livramento para você.
Diante de tão grande livramento ninguém poderia ficar calado. Todos louvaram e exaltaram a DEUS. Moisés celebrou ao Senhor com um cântico. Uma forma de agradecer a DEUS pelos seus feitos. Tem você celebrado a Ele.
 
http://tempodofim2.tripod.com/Exodo.htm entre nesse site e você ficará muito surpreso. Para mim a explicação mais convincente da rota verdadeira do êxodo.
 
COMENTÁRIO/INTRODUÇÃO
Um dos textos bíblicos que mais denotam o cuidado de DEUS para com o seu povo é, sem dúvida alguma, o relato da saída dos hebreus do Egito e da travessia miraculosa do Mar Vermelho. Não por acaso, esses episódios extraordinários da vida do povo judeu são relembrados constantemente pelos profetas e salmistas do Antigo Testamento para enfatizar o cuidado divino para com Israel (Js 24.5-7; SI 106.7-9; SI 136.13-15; Ne 9.9-12; etc.).
A Bíblia diz que, ao todo, saíram do Egito cerca de 600 mil homens a pé, sem contar mulheres e crianças (Êx 12.37). Ou seja, provavelmente 2 milhões de pessoas. Imagine a celebração na saída, depois de 430 anos nos quais, na maior parte desse tempo, os judeus viveram como escravos dos egípcios. Foi um momento de grande celebração.
Uma vez confirmada a saída, o Senhor DEUS, que já havia libertado o povo com braço forte enviando as Dez Pragas, se dedicaria agora a cuidar dele também durante todo o trajeto rumo à Terra Prometida. E desde o início dessa caminhada se vê esse cuidado.
COELHO, Alexandre; DANIEL, Silas. Uma Jornada de Fé. Moisés, o Êxodo e o Caminho a Terra Prometida. Editora CPAD. pag. 45.
Uma Situação sem Saída
"Os que descem ao mar em navios, mercando nas grandes águas, esses veem as obras do SENHOR e as suas maravilhas no profundo" (SI 107:23-24). Quão verdadeiras são estas palavras! E contudo como os nossos corações covardes têm horror a essas "grandes águas"! Preferimos os fundos baixos, e, por consequência, deixamos de ver "as obras" e "as maravilhas" do nosso DEUS; pois estas só podem ser vistas e conhecidas "no profundo".
É nos dias de provação e dificuldades que a alma experimenta alguma coisa da bem-aventurança profunda e incontável de poder confiar em DEUS. Se tudo fosse sempre fácil nunca se poderia fazer esta experiência. Não é quando o barco desliza suavemente à superfície do lago tranquilo que a realidade da presença do Mestre é sentida; mas sim, quando ruge o temporal e as ondas varrem a embarcação. O Senhor não nos oferece a perspectiva de isenção de provações e tribulações; pelo contrário, diz-nos que teremos tanto umas como as outras; porém, promete estar conosco sempre; e isto é muito melhor que vermo-nos livres de todo o perigo. A compaixão do Seu coração conosco é muito mais agradável do que o poder da Sua mão por nós. A presença do Senhor com os Seus servos fiéis, enquanto passavam pelo forno de fogo ardente, foi muito melhor do que a manifestação do Seu poder para os preservar dele (Dn 3). Desejamos com frequência ser autorizados a avançar na nossa carreira sem provações, mas isto acarretaria grave prejuízo. A presença do Senhor nunca é tão agradável como nos momentos de maior dificuldade.
Assim aconteceu no caso de Israel, como vemos neste capítulo. Encontram-se numa dificuldade esmagadora—foram chamados a mercadejar "mas grandes águas"; veem esvair sê-lhes "toda a sua sabedoria" (Sl 107:27). Faraó, arrependido de os haver deixado sair do seu país, decide fazer um esforço desesperado para os trazer de novo. "E aprontou o seu carro e tomou consigo o seu povo; e tomou seiscentos carros escolhidos, e todos os carros do Egito, e os capitães sobre eles todos... E, chegando Faraó, os filhos de Israel levantaram seus olhos, e eis que os egípcios vinham atrás deles, e temeram muito; então, os filhos de Israel chamaram ao SENHOR" (versículos 6-10). Aqui estava uma cena no meio da qual o esforço humano era inútil. Tentar livrarem-se por qualquer coisa que pudessem fazer, era a mesma coisa que se tentassem fazer retroceder as ondas alterosas do oceano com uma palha. O mar estava diante deles, o exército de Faraó por detrás, e de ambos os lados estavam as montanhas; e tudo isto, note-se, havia sido permitido e ordenado por DEUS. O Senhor havia escolhido o terreno para acamparem "diante de Pi-Hairote, entre Migdol e o mar, diante de Baal -Zefom". Depois, permitiu que faraó os alcançasse. E por quê1?- Precisamente para Se manifestar na salvação do Seu povo e na completa destruição dos seus inimigos. "Aquele que dividiu o Mar Vermelho em duas partes; porque a sua benignidade é para sempre. E fez passar Israel pelo meio dele; porque a sua benignidade é para sempre. Mas derribou a Faraó com o seu exército no Mar Vermelho, porque a sua benignidade é para sempre" (SI 136:13-15).
C. H. MACKINTOSH. Estudos Sobre O Livro De Êxodo. Editora Associação Religiosa Imprensa da Fé.
 
I - A TRAVESSIA DO MAR
1. A saída do Egito (Êx 12.11,37):
No começo do percurso de saída do Egito, já podemos notar o cuidado de DEUS para com o seu povo: “E aconteceu que, quando Faraó deixou ir o povo, DEUS não os levou pelo caminho da terra dos filisteus, que estava mais perto; porque DEUS disse: Para que, porventura, o povo não se arrependa, vendo a guerra, e tornem ao Egito” (Ex 13.17 — grifo meu).
Eis o cuidado divino quanto aos detalhes! A saída do Egito era um momento de festa, a qual, dali em diante, deveria ser rememorada e comemorada todos os anos (Ex 12.42); por isso o cuidado divino para que, inicialmente, o povo não passasse por um caminho que evocasse em sua mente a possibilidade de perigo naquela empreitada, esfriando, assim, o ânimo e o clima de festa que deveria marcar a saída.
O “caminho da terra dos filisteus” era uma estrada internacional bem fortificada pelo exército egípcio. Os egípcios guardavam fortemente suas fronteiras e, em especial, esse trecho mais concorrido de entrada e saída de suas terras, onde havia um grande exército de prontidão. Logo, sabendo que se o povo passasse por ali, veria o grande exército egípcio e já imaginaria o pior — a guerra, a caçada e a matança que poderia sofrer — e, assim, arrepender-se-ia e voltaria para o Egito, DEUS o faz sair não pelo caminho mais perto, que era este, mas pelo caminho mais longo, que evitaria essa visão de perigo. Ou seja, DEUS se preocupa com o ânimo do seu povo.
Nós, seres humanos, somos, infelizmente, muito tendentes ao desânimo, a imaginarmos o pior diante do mínimo sinal de dificuldade, e DEUS sabe muito bem disso, razão por que constantemente está a nos animar pela sua Palavra, pela instrumentalidade de irmãos em CRISTO que se permitem ser usados por Ele, e através de circunstâncias e experiências que Ele nos proporciona.
Às vezes, DEUS permite que andemos pelo “vale da sombra da morte”, mas sem deixar de nos animar em todo esse assustador percurso por meio da certeza latente em nosso coração de que Ele está conosco (SI 23.1). Mas, em outros momentos, geralmente na parte introdutória das estradas que trilhamos com Ele por sua graça, DEUS prefere nos dirigir por caminhos menos desanimadores, para só depois nos conduzir em vitória por situações mais nevrálgicas, mais estressantes, que calejarão a nossa alma e nos ensinarão a confiar totalmente nEle.
"Inicialmente, o povo não deveria passar por um caminho que evocasse em sua mente a possibilidade de perigo naquela empreitada, esfriando, assim, o ânimo e o clima de festa que deveria marcar a saída."
SOBRE "O CAMINHO DA TERRA DOS FILISTEUS"
Uma curiosidade sobre essa passagem de Êxodo 13.17 envolve a questão da data exata da saída do povo judeu do Egito. Há duas datas em disputa: 1441 a.C. ou cerca de 1300 a.C. As duas são defendidas com argumentos plausíveis, e um bom resumo de toda essa discussão pode ser encontrado nas páginas 121 a 127 da obra Tempos do Antigo Testamento — Um Contexto Social, Político e Cultural (CPAD).
Bem, mas em que sentido o texto de Êxodo 13.17 tem a ver com essa questão?
É que se considerarmos como data do êxodo cerca de 1300 a.C., as expressões “o caminho da terra dos filisteus” e “vendo a guerra” significam, como afirma o Comentário Bíblico Beacon, que DEUS levou o povo “por um percurso mais longo a fim de evitar o encontro com os filisteus bélicos”. Ora, os filisteus e os demais “Povos do Mar” chegaram à região do Egito, Palestina, Chipre e Síria no final do século XIV e início do século XIII, empreendendo várias batalhas contras essas nações. As duas maiores batalhas contra os egípcios aconteceram por volta de 1230 a.C. e 1190 a.C., quando finalmente foram derrotados por Ramasés III e se estabeleceram no sudoeste de Canaã, fundando as cidades de Asdod, Ecrom, Gaza e Gate.
Uma vez que “os filhos de Israel não eram treinados para a batalha e a fé em DEUS ainda era fraca, eles poderiam se arrepender quando vissem a guerra [isto é, quando encontrassem os beligerantes filisteus no trajeto] e voltar para o Egito”.
Entretanto, se considerarmos a data do Êxodo 1441 a.C., estamos falando do século XV, quando os filisteus, provenientes de Creta, ainda não haviam chegado àquela região do mundo. Eles chegariam pouco tempo depois, mais precisamente algumas décadas depois da saída dos judeus do Egito. Então, considerando essa segunda hipótese, seria um anacronismo Moisés escrever “pelo caminho da terra dos filisteus” e, depois, ainda se referir àquela região como a “Filístia” em seu cântico (Êx 15.14).
Bem, se a segunda data hipotética da saída do povo do Egito for a correta (e ainda não sabemos se é ou não), mesmo assim haveria uma explicação lógica para o uso dessas expressões nessas passagens do livro de Êxodo: os escribas posteriores, ao fazerem cópias das Sagradas Escrituras, preferiram, para que as pessoas de seu tempo entendessem melhor a que estrada Moisés estava se referindo, chamá-la pelo nome que era mais conhecida em seus dias: “o caminho da terra dos filisteus”.
Tal alteração não fere as Sagradas Escrituras, já que a mensagem não fora alterada — apenas a linguagem usada fora atualizada. Grosso modo, é como se hoje, em vez de você dizer que o guerreiro Vercingetórix (72 a.C. a 46 a.C.) nasceu na Gália Transalpina, preferir, para ser mais bem entendido, afirmar que ele nasceu na França, porque a Gália Transalpina ficava onde hoje é o território da França. A nação França pode ter surgido quase mil anos depois de Vercingetórix, mas afirmar que ele nasceu na França não é errado, pois o que está se querendo dizer com isso é simplesmente que ele nasceu no território onde hoje é a França. A única diferença desse exemplo para o caso bíblico de Êxodo 13.17 e 15.14 é que a distância de anos não era de quase mil, mas de décadas.
Essa possível atualização dos escribas posteriores a Moisés não fere o texto bíblico, uma vez que quando os autores bíblicos asseveram, sob a inspiração divina, que as Escrituras não podem ser alteradas, o que está em foco, claramente, é a fidelidade à mensagem bíblica, a fidelidade ao sentido do que está sendo dito, e não uma atualização de linguagem. O que a Bíblia condena é a distorção do sentido do texto, seja por acréscimo ou por diminuição do conteúdo da mensagem (Dt 4.2; 12.32; Pv 30.5,6; Ap 22.18,19), e não uma atualização de linguagem ou paráfrases fieis ao sentido original.
Paráfrases, quando totalmente fieis ao que está consignado no texto bíblico, não tiram a sua inspiração. Se não fosse assim, nenhuma tradução da Bíblia seria inspirada, só o texto em hebraico do Antigo Testamento ou o grego neotestamentário. Os muçulmanos é que têm esse conceito distorcido de inspiração. Eles creem que a inspiração só se encontra na língua original em que o Alcorão foi escrito — o árabe — e que, justamente por isso, nenhuma tradução do Alcorão é inspirada, a não ser o texto na língua original, razão por que ensinam que o muçulmano deve aprender o árabe para ler o Alcorão em árabe. A mesma coisa acontece com o sânscrito no hinduísmo. A Bíblia, porém, não ensina isso.
Neemias, por exemplo, conta que a geração de judeus que retornou do cativeiro babilónico precisava de explicações orais para entender o texto bíblico que lhes era lido (Ne 8.8). É que esses judeus vindos do cativeiro falavam aramaico, que era a língua oficial do Império Babilónico, por isso não entendiam a Lei e os Profetas quando lidos, porque o texto lido estava em hebraico. Com o passar dos anos, essas traduções -explicações em aramaico foram escritas, criando os “Targumim”, que nada mais são do que traduções parafraseadas do Antigo Testamento hebraico para o aramaico. O primeiro Targum é o de Ônquelos, que contém o Pentateuco; e o segundo é o Targum de Jônatas, que contém os Profetas. Pois bem, em Êxodo 3.14 e em Deuteronômio 32.29, o Targum de Ônquelos parafraseou a expressão “Eu Sou” da seguinte maneira: “Aquele que é, e que era, e que há de vir”. Ora, essa mesma paráfrase aparece nada menos que cinco vezes em Apocalipse (Ap 1.4,8; 4.8; 11.17; 16.5). Isso mostra que as várias formas, estilos e construções gramaticais são válidas, contanto que o conteúdo do texto — isto é, seu sentido original — não seja de forma alguma corrompido.
Outro detalhe é que o próprio texto bíblico mostra que o trabalho dos escribas judeus no período em que o Cânon Sagrado do Antigo Testamento ainda não estava fechado era muito sério e aceito por todos. Por exemplo: Moisés escreveu Deuteronômio, mas só até o versículo 29 do capítulo 33. O capítulo 34 foi acrescido logo após a sua morte, uma vez que Moisés não poderia escrever sobre a sua própria morte depois da sua morte. Esse acréscimo foi feito por algum escriba do período em que o Cânon Sagrado do Antigo Testamento ainda não havia sido fechado — seja um escriba da época de Josué, seja de uma época posterior.
Outro exemplo: Jeremias morreu sem ver o cumprimento de todas as suas profecias. Suas profecias foram registradas, com a ajuda de seu secretário, o escriba Baruque, até o versículo 64 do capítulo 51 do seu livro. Ao final desse versículo, um escriba escreveu: “Até aqui as palavras de Jeremias”. Todo o capítulo 52, portanto, não foi escrito por Jeremias — e nem poderia, porque ele traz alguns cumprimentos de profecias de Jeremias que ele não viveu o suficiente para ver cumpridas. Quem escreveu esse capítulo ou foi Baruque, já idoso, ou algum outro escriba que, ainda no exílio ou logo após o exílio, acrescentou esse capítulo para mostrar o cumprimento das profecias de Jeremias. Esse capítulo é, inclusive, quase exatamente igual, em seus três primeiros versículos, a 2 Reis 24.18-20; e o restante do capítulo repete a história dos reis de Judá até 2 Reis 25.30.
O trabalho desses escribas — dentre eles o próprio sacerdote Esdras, que é autor do livro que leva o seu nome no Cânon do Antigo Testamento — foi valioso e totalmente inspirado. Aliás, foi o sacerdote Esdras quem organizou o Cânon do Antigo Testamento. E logo quando o Cânon Sagrado foi encerrado, não houve mais alterações. Flávio Josefo, historiador judeu e contemporâneo do apóstolo Paulo, falou da seguinte maneira sobre o Cânon do Antigo Testamento em seus dias: “... e pelos quais temos tal respeito, que ninguém jamais foi tão atrevido para tentar tirar ou acrescentar, ou mesmo mundificar-lhes a mínima coisa. Nós os consideramos como divinos”. Também no primeiro século d.C., encontramos o próprio JESUS considerando a organização do Cânon do Antigo Testamento pelos escribas pós-exílio como sendo a Palavra de DEUS (Lc 24.44; Jo 5.39).
COELHO, Alexandre; DANIEL, Silas. Uma Jornada de Fé. Moisés, o Êxodo e o Caminho a Terra Prometida. Editora CPAD. pag.45-50.
Êx 12.11 Comê-lo-eis à pressa. Essa foi a instrução final. Israel estava com pressa para deixar para trás a servidão. O cordeiro pascal era comido estando as pessoas em pé, de sandálias e as vestes cingidas. Esses eram sinais externos da pressa que eles sentiam, por ordem de DEUS. Esse foi um dos quatro elementos que não prosseguiram na observância da páscoa em tempos posteriores. O cajado e as sandálias eram objetos que as pessoas usavam fora da casa. Assim, apesar de estarem ainda dentro de suas casas, eles estavam preparados para sair delas, prontos para a jornada. Comiam vesti- dos para viajar. Já tinham estado no Egito por tempo bastante. Um novo lar e um novo destino esperavam por eles.
As sandálias usualmente eram tiradas por ocasião das festividades e dias santos. Ver Gên. 18.4,5; Luc. 7.44; João 13.5. Na páscoa, porém, essa situação era revertida. O cajado era companhia constante dos viajantes, seu apoio e ajuda, e, ocasionalmente, sua defesa contra algum animal ou bandido que porventura ata- cassem.
Êx 12.36 Generosidade e Saque. A combinação desses dois atos permitiu que Israel extraísse grandes riquezas dos aterrorizados egípcios. Uma pessoa fará quase qualquer coisa para salvar a sua vida. Os egípcios julgaram-se pouco mais do que pessoas mortas (vs. 33), pois Moisés poderia desfechar uma praga de modo súbito e generalizado. Assim, os antes escravizados israelitas receberam o seu salário, a paga pelas muitas décadas de cativeiro e trabalho árduo. “Israel arrancou deles suas riquezas e bens, suas possessões mais valiosas" (John Gill, in loc.). Artapano (apud Euseb. Praepar. Evan. 1.9 c. 27, par. 436) falou sobre as bacias de madeira, sobre ricos tesouros e sobre vestes que os israelitas receberam da parte dos egípcios, e a esse testemunho, Ezequiel, autor de tragédias teatrais, adicionou a sua palavra (apud Euseb., idem, c. 29, par. 443).
Somos informados de que primeiramente os hebreus saíram de Ramessés (ver as notas sobre Êxo. 1.11) e chegaram a Sucote (Êxo. 13.20). Foram necessários três meses de caminhada para chegarem ao Sinai Eles seguiram um roteiro muito usado pelos que viajavam até a Palestina (Êxo. 13.17). Tell el-Maskhuta é o local da antiga Sucote. Imediatamente a leste daquele lugar fica o lago Timsah, e tanto ao norte como ao sul dali há áreas pantanosas que o povo de Israel precisou atravessar, a fim de encontrar seu caminho para a liberdade.
Êx 12.37 Cerca de seiscentos mil a pé. Moisés especificou, “somente de homens, sem contar mulheres e crianças”. Essa estatística concorda, em termos gerais, com o trecho de Números 1.46. Mas ali o número é especificado como de homens de guerra, em idade de serviço militar. Se levarmos em conta as mulheres, as crianças e o “misto de gente” (vs. 38), ou seja, os que não eram descendentes de Abraão, então havia uma multidão de pelo menos três milhões de pessoas. Os críticos veem um grande exagero nesse número, pensando que a terra de Gósen não poderia ter sustentado tão grande número de pessoas, e que a manipulação e 0 sustento de tão grande número de pessoas, no deserto, durante quarenta anos, teriam sido impossíveis. Os eruditos conservadores, por sua vez, supõem que, para DEUS, não há problemas sem solução.
“Se Moisés não contasse com a prova mais cabal de sua missão divina, ele jamais ter-se-ia posto à testa de tão imenso número de pessoas, as quais, não fosse a providência divina mais eficaz e especial, teriam simplesmente perecido por falta de alimentos” (Adam Clarke, in loc.).
Tipologia. O êxodo, sem a menor dúvida, serve de tipo da redenção do pecado e sua servidão, de que desfrutamos.
DEUS Guia o Povo pelo Caminho
Um dos principais temas do Pentateuco inteiro é a providência de DEUS (ver no Dicionário sobre esse assunto). Uma instância especial disso é a história de como DEUS conduziu Israel para fora do Egito até o deserto, e ali preservou Israel, com vistas à entrada final na Terra Prometida. A rota mais curta atravessava o território dos filisteus na direção de Berseba e do Neguebe. Esse caminho seguia ao longo das margens do Mediterrâneo e era uma estrada militar utilizada pelos egípcios. Em Sua sabedoria, Yahweh guiou Israel por um caminho diferente, a saber, na direção sudeste, aproximando-se do Sinai, evitando qualquer confrontação possível com potências estrangeiras, incluindo o Egito. Não se sabe qual foi a rota exata, mas no artigo que há no Dicionário, chamado Êxodo (o Evento), sugiro o que se sabe sobre a questão. Também provi um mapa ilustrativo. Israel, ao confrontar-se com dificuldades, poderia ter retrocedido, especialmente se irrompesse guerra aberta. O vs. 18 diz-nos que Israel saiu armado para a batalha, uma frase acerca de cujo sentido os estudiosos não concordam. Algum método de resistência tinha sido provido. Israel não seria uma mosca morta no deserto.
Êx 13.17 Cobri quase todas as informações atinentes a este versículo na introdução anterior. Dificuldades encontradas no caminho poderiam ter feito Israel voltar ao Egito, incluindo algum ataque aberto por parte dos egípcios ou por parte de outro inimigo. DEUS escolheu aquele roteiro que consolidaria as vantagens obtidas, ao levar 0 povo de Israel em segurança, ao deserto. Uma vez ali, outros planos poderiam ser feitos com antecedência. Mas Israel acabou vagueando por muitos anos, devido à sua incredulidade, pensando que lhe faltavam forças para enfrentar os formidáveis adversários que possuíam a Terra Prometida. O autor sagrado, pois, frisa aqui a orientação divina, uma questão de grande importância para todo homem espiritual.
Filisteus. Israel estava prestes a trocar um poderoso inimigo (o Egito), por vários inimigos menores, embora ainda assim temíveis (na Palestina). O termo “filisteus” é aqui usado em sentido geral, levando-nos a pensar em todos os adversários que enfrentariam Israel, em- bora sete nações cananeias distintas estivessem envolvidas. Ver as notas sobre Êxo. 3.5 e 13.5.
A rota que passava pelo mar Vermelho faria os israelitas passarem por Tânis e dai até Pelusium. Dali a Rhinocolura, então a Gaza, Asquelom e Asdode, cidades dos filisteus. A distância até a Terra Prometida, mediante essa rota, era apenas de trezentos e vinte quilômetros, e poderia ter sido coberta em menos de um mês. Porém, uma longa provação jazia à frente: quarenta anos de vagueação pelo de- serto. Nos dias de Josué, os filisteus tinham cinco cidades fortes: Gaza, Asquelom, Asdode, Gate e Ecrom (Jos. 13.3), e o povo de Israel não estava preparado para enfrentar esse poder ao tempo do êxodo. O Egito pode ter parecido um bom lugar para os cansados israelitas, quando os filisteus lançaram-se contra eles, com seus carros de combate e armas as mais variadas. Os filisteus eram dotados de grande poder de fogo, conforme se diz atualmente.
CHAMPLIN, Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 349; 353; 358.
Êx 12.37. Sucote. Provavelmente o nome egípcio tkw, que é apenas a transliteração de um termo semita que significa “ palhoças para gado” (cf Gn 33:17, evidentemente não se trata do mesmo lugar). Parece encontrar-se em ou perto das ruínas de Tell el-Maskhuta, próximo ao Lago Timsah, no extremo oriental do Wadi Tumilat. Os israelitas teriam, então, marchado por toda a terra de Gósen, atravessando-a em direção ao leste, se nossa identificação está correta.
Seiscentos mil. Números 11:21 apresenta o mesmo número, que parece muito elevado, pois implica um total de dois ou três milhões, contadas as mulheres e crianças. Alguns estudiosos modernos acham que estes dados se referem aos produzidos pelo censo realizado por Davi (2 Sm 24) ou outro censo posterior, quando tais cifras seriam possíveis, mas onde já encontramos dados completamente diferentes no texto bíblico. Podemos presumir, se assim o quisermos, que os dados foram erroneamente preservados (talvez por terem sido escritos, em dias mais remotos, em cifras e não por extenso), ou podemos aceitar a opinião de Petrie em sua convicção de que 'ele, “ mil” , realmente significava “ clã” em data mais remota. Seja qual for o caso, não podemos ter ideia do número exato envolvido. Era grande o suficiente para aterrorizar os moabitas (Nm 22:3), e no entanto pequeno o suficiente para acampar por longo tempo nos oásis em redor de Cades-Barnéia (Dt 1:46). Nenhuma questão teológica depende do número exato, e assim sendo o assunto é irrelevante. Quer houvesse seis mil ou seiscentos mil, sua libertação foi um milagre. Ao chegarem a Canaã já eram, certamente, uma horda (para usar o termo do historiador) de tamanho respeitável, a julgar pelo impacto arqueológico na civilização cananita.
R. Alan Cole, Ph. D. ÊXODO Introdução e Comentário. Editora Vida Nova. pag. 108-109.
Não só Faraó e seus servos, mas todos os egípcios apertavam ao povo israelita para que fossem logo embora. “Os egípcios pressionavam o povo para que se apressasse em sair do país” (NVI). Temiam que todos fossem mortos (33). A tradução de Moffatt do versículo 34 indica a pressa com que o povo de Israel saiu: “Assim o povo agarrou apressadamente a massa, antes mesmo de levedar, e embrulhou as amassadeiras nas roupas, levando-as nos ombros”. Já haviam pedido jóias dos egípcios em tamanha quantidade que os egípcios ficaram empobrecidos (35,36). Temos a impressão que muitos ajudaram Israel a se aprontar antes mesmo da Páscoa. Agora insistiam que fossem depressa. Foi assim que Israel fugiu da escravidão egípcia depois de espantosa noite de vitória. O verbo hebraico sha’el (“pediram”, 35) pode ser traduzido igualmente por “pediram” ou “exigiram”. Os hebreus tinham a receber quantia considerável em salários pelo trabalho involuntário e não pago.
A vitória de DEUS para Israel trouxe “A Grande Salvação” observada nos versículos 26 a 36. 1) O pré-requisito: Os filhos de Israel fizeram como o SENHOR ordenara, 26-28; 2) A proteção: O SENHOR passou sobre as casas dos filhos de Israel, 27,29,30 (cf. ARA); 3) A provisão: O SENHOR deu graça ao povo, 31-36.
1. A Partida do Egito (12.37-42)
a) O número dos que se puseram em marcha (12.37-39). No dia seguinte à noite da morte dos primogênitos dos egípcios, partiram os filhos de Israel para Sucote (37).
Não sabemos a localização certa deste lugar, embora fosse viagem curta de um dia de Ramessés para o leste em direção ao mar Vermelho (ver Mapa 3). Deve ter sido tarefa custosa levar este grande grupo a um ponto central; talvez tivessem feito um planejamento para quando o momento da vitória chegasse.
Muita controvérsia gira em torno da questão do número de israelitas que saiu do Egito. Os estudiosos liberais, pouco propensos a considerar providência milagrosa, recusam-se a aceitar um número alto como implica o montante de seiscentos mil homens.
Contestam a possibilidade de a população israelita aumentar tanto levando em conta o tempo decorrido e as condições adversas descritas. Também rejeitam a possibilidade de tantas pessoas sobreviverem no deserto. Existe a indicação de que a palavra hebraica que se refere a mil (elep) “possa ser traduzida por ‘clã’ ou ‘família’, como ocorre em outros lugares da Bíblia (e.g., Jz 6.15)”.16 Neste caso, o número total de 600 clãs seria bem menos.
Mas considerando a bênção especial de DEUS, aceitamos que Israel crescera a uma população estimada de quase três milhões de pessoas.17 Sob o poder especial de DEUS, as provisões no deserto teriam sido adequadas.
Leo G. Cox. Comentário Bíblico Beacon. Editora CPAD. Vol. 1. pag. 167.
2. A perseguição de Faraó (Êx 14.5-9).
Êx 14.5 Por Quê? Assim que os terrores das pragas foram esquecidos, foram capazes de perguntar um estúpido por quê. Os egípcios, aterrorizados, tinham expulsado os israelitas do Egito, temendo ter o mesmo que seus filhos primogênitos. Chegaram mesmo a doar-lhes muitas riquezas (Êxo. 12.31 ss.).
“Quando lemos artigos e livros sobre 0 arrependimento, impressiona-nos a dificuldade de distinguir entre um Faraó disposto a permitir que 0 povo de Israel se fosse, por estar temeroso de mais pragas, e um Faraó que realmente estava arrependido de sua crueldade tirânica” (J. Coert Rylaarsdam, in loc.). Um indivíduo assustado arrepende-se mais ou menos do mesmo jeito que um rato reage, aterroriza- do, diante de um gato. O homem realmente arrependido reage como uma criança que percebe que ofendeu seu pai. O verdadeiro arrependimento é 0 primeiro passo para 0 crescimento espiritual. O falso arrependimento é apenas a tentativa de escapar das consequências da própria maldade.
O grande motivo para a perseguição contra Israel era o dinheiro. Mais de seiscentos mil trabalhadores escravos seriam perdidos pela economia egípcia. Ver Núm. 1.46 quanto ao número dos filhos de Israel. O Faraó estava à cata de dinheiro, mas acabou sofrendo uma perda devastadora, sob a forma de vidas e equipa- mentos perdidos.
Êx 14.6,7 Seiscentos carros escolhidos. Eram carros de combate. Isso sem contar quantos outros carros. Capitães militares lideraram no ataque! O próprio Faraó se pôs à testa do exército, com seu próprio carro de combate.
Capitães. No hebraico, três ou terceiro. Os veículos de combate do Egito eram tripulados por somente dois homens, assim é melhor traduzir por tripulação, em vez de dizer “os três”, ou seja, os três homens que geralmente tripulavam os carros de combate de outros países. Posteriormente, os carros de combate dos assírios e dos hititas tornaram-se espaçosos o suficiente para transportar três homens. Um deles dirigia 0 veículo, outro era 0 escudeiro, e 0 terceiro, natural- mente, era quem atirava as flechas e dardos. É possível que o hebraico, aqui, reflita esta última circunstância.
Josefo diz que 0 número de militares egípcios era de cerca de cinquenta mil cavaleiros, além de duzentos mil infantes (Ant. 1.2 c. 15 see. 3), mas não temos como averiguar esses dados. Ezequiel, 0 autor de tragédias teatrais, fala em um milhão, um número fantástico (Apud Hottinger Smegma, pág. 464).
Ramsés II testificou que uma força de dois mil e quinhentos carros de combate foi lançada contra ele pelos inimigos hititas (Registros do Passado, vol. ii, pág. 69,71), o que mostra que os seiscentos carros deste texto estava dentro do escopo dos exércitos antigos. Os seiscentos mil carros”, referidos em I Sam. 13.5, devem conter algum erro numérico.
Êx 14.8 O perpétuo coração duro do Faraó sofreu ainda maior endurecimento. Israel tinha saído do Egito em atitude de desafio, conforme dão a entender algumas traduções, ou, então, com mão descoberta, ou seja, sem nenhum segredo, conforme diz o Targum de Onkelos. Ver Êxo. 12.33. Eles partiram com arrogância, e o Faraó saiu em perseguição deles para arrancar-lhes a arrogância.
Os filhos de Israel saíram afoitamente. Algumas traduções dizem aqui “saíram por meio de mão erguida”, aparentemente indicando a mão erguida de Yahweh. Israel contava com a proteção e o poder de DEUS (Êxo. 3.19; 6.1; 14.31).
A ideia contida em nossa versão portuguesa, porém, parece ser que a saída de Israel do Egito deu-se de forma atabalhoada, sem um planejamento prévio suficiente; e isso parece completar a ideia do terceiro versículo deste capitulo, onde o Faraó comenta que Israel estava ‘desorientado”.
Êx 14.9 A perseguição prosseguiu até Pi-Hairote, perto de Baal-Zefom, quando, finalmente, Israel foi alcançado. O texto situa definidamente essas cidades (fortalezas?) do Egito perto do local onde houve a travessia do mar de Juncos (não mar Vermelho; ver as notas sobre Êxo. 13.8 e 14.1,2). Parece que esses lugares ficavam próximos do lago Timsah ou do lago Balah, a cerca de oitenta quilômetros ao norte do mar Vermelho. Alguns eruditos não concordam com essa avaliação, preferindo pensar em uma rota ao longo do mar Mediterrâneo, mas isso parece altamente improvável.
O exército do Faraó consistia, sem dúvida, em cavalaria, infantaria e carros de com bate, conforme era comum entre os exércitos antigos. E diante dessa força armada, o povo de Israel entrou em pânico.
Êx 14.10,11 Os filhos de Israel clamaram ao Senhor. O terror tomou conta deles, enquanto o poderoso exército egípcio se aproximava rapidamente. E os filhos de Israel deixaram a questão aos cuidados de Yahweh, em oração. No pânico em que caíram, puseram a queixar-se amargamente, lamentando que tivessem aceito o plano do êxodo.
A Murmuração de Israel. O mar estava à frente deles, e o exército do Faraó aproximava-se rapidamente por trás. A fé fugiu de todos os israelitas naqueles momentos. Essa foi a primeira das murmurações de Israel no deserto, o que é um tema constante do livro de Êxodo. Ver também Êxo. 15.24; 16.2,3; 17.3; 32.1-4,25; Núm. 11.4-6; 12.1,2; 14.2,3; 16.13,14; 20.2-13; 21.4,5. Nada tinham para elogiar os labores de Moisés, que os tinha trazido em segurança até ali, mas puderam mostrar-se sarcásticos. O Egito não tinha sepulcros em número suficiente, e essa teria sido a razão pela qual Moisés teria trazido os filhos de Israel ao deserto. Melhor seria ter permanecido na servidão. Moisés tinha-lhes feito um grande mal, de acordo com o parecer dos murmuradores.
Qualquer pessoa que tente fazer alguma coisa é vítima de observações mordazes, a seu respeito e de seu trabalho. Sempre haverá 0 ciúme profissional em operação; sempre haverá aqueles que ficam atônitos diante dos erros que cometemos, e amar- gos diante de nosso sucesso. Assim, sem importar se tivermos êxito ou não, as mesmas palavras de reprovação serão proferidas.
Jeremias (2.1-3) desligou-se conspicuamente da tradição judaica das rebeldias e murmurações no deserto.
O Targum de Jonathan, comentando sobre essa passagem, diz: Os ímpios daquela geração disseram a Moisés...”.
O temor distorceu as memórias e despertou as paixões negativas dos israelitas. O próprio tempo distorce a memória e faz as pessoas pensar nos “dias passados” como melhores ou piores do que de fato foram.
CHAMPLIN, Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 360.
Êx 14.5. Que o povo fugia. Melhor dizendo, “ burlava a sua vigilância” .
Isto não contradiz a permissão dada anteriormente por Faraó para que Israel partisse; somente agora ele compreendia o que significava sua decisão.
Nem sistema dependente de trabalho braçal por parte de uma classe ou grupo dessa sociedade, a perda de tal grupo é paralisante.
Êx 14.6. Aprontou Faraó o seu carro. Não se trata aqui de sua carruagem particular. O significado mais provável é “ força de carros de guerra” , um coletivo explicado no versículo seguinte.
Êx 14.7. Seiscentos carros escolhidos. Tal número, obviamente, era mais que possível para o Egito. Se considerarmos o número elevado, todavia, para uma simples captura de escravos, podemos considerar o número simbólico, correspondente aos “ seiscentos mil” de Israel, mencionados em 12:37. Por outro lado, o número seiscentos pode ser usado mais livremente no sentido de “ companhia” . Seiscentos parece ter sido o tamanho comum de um batalhão (2 Sm 15:18).
Todos os carros do Egito. A frase deve ser entendida no sentido geral utilizado em 9:6, e não no sentido estritamente matemático que seria estranho ao pensamento israelita. É evidente, no relato bíblico, que um batalhão de carros de guerra egípcios foi destruído no Mar dos Juncos; não há, entretanto, necessidade de se presumir que todo o exército egípcio pereceu ali.
Com capitães sobre eles. Etimologicamente este termo deve significar “ o terceiro homem” , talvez no carro de guerra. Ver Davies para uma discussão mais completa desta obscura palavra. “ Cavaleiros” seria uma boa tradução se não tivesse duplo sentido (cf 2 Rs 7:2). De fato, somente os hititas usavam carros de guerra que levavam três ocupantes, de acordo com nosso conhecimento atual.
Êx 14.9. Cavalarianos. Talvez usado como o vago equivalente poético de “ carros” . Os carros de guerra eram uma arma antiga no Egito ao passo que a cavalaria propriamente dita só foi empregada muito mais recentemente (Is 31:1). Aqui, todavia, não se tratava propriamente de guerra, e sim de uma operação policial, de modo que a cavalaria talvez tenha sido usada para explorar minuciosamente o deserto como batedores, à frente dos batalhões de carros de guerra. Muitos séculos depois, os carros e a cavalaria do Egito se tornaram proverbiais (Is 31:3).
R. Alan Cole, Ph. D. ÊXODO Introdução e Comentário. Editora Vida Nova. pag. 115-116.
A perseguição de Faraó (14.5-9). Irritados pela recente derrota e frustração causada pela perda de tantos trabalhadores (5), Faraó e seus servos (os conselheiros) mudaram de ideia. Pensando que Israel estava praticamente encurralado no deserto, o rei aprontou o seu carro e tomou consigo o seu povo (6; “exército”, NVI). Também tinha seiscentos carros escolhidos (7) e muitos outros que conseguira reunir sem demora (pensamento subentendido na expressão todos os carros).
 Com esta força militar humana, Faraó saiu apressadamente em perseguição dos israelitas. Seu coração duro ficou mais duro ainda, porque, para ele, estes escravos tinham saído com alta mão “afoitamente”, ARA; “triunfantemente”, NVI). Contraste esta condição com o grande medo que logo sentiriam (10). Foi a toda velocidade ao local onde estavam acampados junto ao mar (9; ver Mapa 3). Pi-Hairote significa “lugar de juncos, no lado egípcio do mar Vermelho”
Leo G. Cox. Comentário Bíblico Beacon. Editora CPAD. Vol. 1. pag. 170-171.
 
3. A ruína de Faraó e seu exército (Êx 14.26-31).
O Milagre Estava Prestes a Ocorrer. Chegara o tempo determinado por DEUS (João 7.8). O grande momento não tardaria mais; o êxodo tornar-se-ia irreversível. Muitos perigos ameaçariam o povo de Israel, antes que ele entrasse na Terra Pro metida. Mas agora o Egito tomar-se-ia algo do passado. O prolongado exílio chegara ao fim, a servidão sobre a qual Abraão tinha sido avisado (Gên. 15.13). Os eventos no mar de Juncos foram uma intervenção histórica do poder de DEUS, e isso garantia a posse final da Terra Prometida e o cumprimento do Pacto Abraâmico (ver as notas a respeito em Gên. 15.18). No tempo certo, 0 Messias surgiria dentre a tribo de Judá, e assim as provisões do pacto haveriam de envolver os gentios, e grandes dimensões espirituais tornar-se-iam uma realidade adicionada ao pacto abraâmico (ver Gál. 3.14 ss.).
A natureza, a história e o poder de DEUS aliaram-se às margens do mar de Juncos. DEUS opera através da história; Ele age por meio da natureza; mas também opera acima de ambas essas coisas, oferecendo-nos surpresas vindas das Suas mãos. O evento remidor do mar de Juncos tornou-se a base mesma da existência da nação de Israel. Foi um acontecimento poderoso e espantoso. Esse evento foi para o A. T., o que JESUS, o CRISTO, foi para o N. T.- um ato revelador e redentor de DEUS. Sim, porque DEUS conferiu tão grande graça aos homens.
Êx 14.15 Dize aos filhos de Israel que marchem. Eles estavam clamando; mas deviam entrar em ação! Devemos orar sem cessar (I Tes. 5.17), mas há momentos em que a ação é mais importante do que a oração, pelo menos naquele momento. De outras vezes, a resposta já nos foi dada. Mas em nossa miopia, não a vemos ainda. No caso que ora consideramos, o poder de DEUS estava presente, já tinha entrado em operação. Agora, o que se fazia mister era que Israel marchasse para atravessar o mar de Juncos. Quando molhas- sem seus pés, então o ato miraculoso de DEUS tornar-se-ia evidente e operante.
Uma excelente citação de George Meredith ilustra este texto: “Quando o homem fica convencido de que está fazendo o que DEUS mandou, quanto pode esperar que as forças naturais obedeçam à sua vontade? Duas respostas religiosas têm sido dadas a essa pergunta. No decorrer da história, santos têm crido que, sob a inspiração divina, há ocasiões em que são capacitados a alterar e mesmo vencer o curso da natureza. E em todos os séculos sempre houve aqueles que acreditam que as leis da natureza são constantes, não havendo exceções à regra nem mesmo para o crente, para melhor ou para pior, mesmo nos momentos mais críticos".
Ambas essas ideias, naturalmente, dizem uma verdade. E é a vontade de DEUS, em Sua graça, sabedoria e misericórdia, que determina 0 que ocorrerá em cada caso particular.
CHAMPLIN, Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 361.
Israel Vitorioso e o Exército de Faraó Destruído
O fim do nosso capítulo mostra-nos Israel vitorioso nas praias do Mar Vermelho e o exército do Faraó submergido nas suas águas. Os temores dos israelitas e a jactância dos egípcios eram igualmente desprovidos de fundamento. A obra gloriosa do Senhor havia destruído tanto uns como os outros. As mesmas águas que serviram de muro aos remidos de DEUS, serviram de sepultura para Faraó. É sempre assim: aqueles que andam por fé acham um caminho por onde transitar, ao passo que todos aqueles que tentam imitá-los encontram uma sepultura. Trata-se de uma verdade solene, que não é, de modo nenhum, diminuída pelo fato que Faraó atuava em hostilidade declarada e positiva contra DEUS quando intentou atravessar o Mar Vermelho. Descobrir-se-á sempre a verdade que todos aqueles que intentam imitar as obras da fé serão confundidos. Felizes daqueles que, embora fracos, podem andar por fé.
Seguem por um caminho de bem-aventurança inflável—um caminho que, embora possa ser marcado por falhas e fraquezas, é, todavia, começado, prosseguido e acabado com DEUS.
Possamos nós entrar mais e mais na realidade divina, calma elevação e santa independência desta senda.
Não devemos deixar esta parte do Livro do Êxodo sem nos referirmos à passagem da 1 Epístola aos Coríntios 10:1-2, em que se faz referência à nuvem e ao mar.
"Ora, irmãos, não quero que ignoreis que nossos pais estiveram todos debaixo da nuvem; e todos passaram pelo mar; e todos foram batizados em Moisés, na nuvem e no mar". Esta passagem encerra a instrução preciosa e profunda para o cristão, pois que o apóstolo continua, dizendo: "E essas coisas foram-nos feitas em figura" (versículo 6), dando-nos assim autorização divina para interpretarmos o batismo de Israel "na nuvem e no mar" de uma maneira simbólica; e nada, seguramente, pode ter uma significação mais profunda e prática.
Foi como povo batizado desta maneira que os israelitas empreenderam a sua peregrinação através do deserto, para qual foi feita provisão de "um manjar espiritual" e "uma mesma bebida espiritual" pela mão d'Aquele que é amor. Em suma: era simbolicamente um povo morto para o Egito e tudo que lhe dizia respeito. A nuvem e o mar foram para eles aquilo que a cruz e a sepultura de CRISTO são para nós. Anuvem punha-os ao abrigo dos seus inimigos e o mar separava-os do Egito—da mesma maneira, a cruz protege-nos de tudo que podia ser contra nós, e nós achamo-nos do lado celestial da sepultura de JESUS. É aqui que começa a nossa peregrinação através do deserto. E aqui que começamos a saborear o maná celestial e a beber das correntes que brotam da "rocha espiritual", enquanto que, como povo de peregrinos, caminhamos para a terra do repouso da qual DEUS nos tem falado.
Desejo aqui chamar a atenção do leitor para a importância de compreender a diferença entre o Mar Vermelho e o Jordão. Os dois acontecimentos têm o seu antítipo na morte de CRISTO. Porém, no primeiro vemos separação do Egito; no último vemos introdução na terra de Canaã. O crente não somente está separado deste presente século mau, por meio da cruz de CRISTO, como foi vivificado da sepultura de CRISTO, ressuscitado juntamente com Ele e assentado nos lugares celestiais, em CRISTO (Ef 2:5-6). Por isso, ainda que esteja rodeado pelas coisas do Egito, ele encontra-se, quanto à sua experiência atual, no deserto; enquanto que, ao mesmo tempo, é levado pela energia da fé àquele lugar onde JESUS está sentado à destra de DEUS. Assim, o crente não só é perdoado de todos os seus pecados, como está associado com CRISTO ressuscitado nos céus: não só é salvo por CRISTO, como está unido a Ele para sempre.
Nada menos do que isto podia satisfazer o amor de DEUS ou realizar os Seus propósitos a respeito da Igreja.
Prezado leitor, compreendemos nós estas coisas? Acreditamo-las? Manifestamos o poder delas?- Bendita a graça que as tornou invariavelmente certas para cada membro do corpo de CRISTO, quer seja só um olho, uma pálpebra, uma mão ou um pé. A verdade destas coisas não depende, portanto, da sua manifestação por nós, nem de as realizarmos ou compreendermos, mas, sim, do "PRECIOSO SANGUE DE CRISTO", que cancelou toda a nossa culpa e lançou o fundamento de todos os desígnios de DEUS a nosso respeito. Eis descanso verdadeiro para todo o coração quebrantado e toda a consciência sobrecarregada.
C. H. MACKINTOSH. Estudos Sobre O Livro De Êxodo. Editora Associação Religiosa Imprensa da Fé.