15 julho 2010

LICAO 3, AS FUNCOES SOCIAIS E POLITICAS DA PROFECIA


Primeiro assista aqui aos vídeos (6partes de 10 minutos)
Depois leia os estudos abaixo:
LIÇÃO 3 – AS FUNÇÕES SOCIAIS E POLÍTICAS DA PROFECIA
Lições Bíblicas Aluno - Jovens e Adultos - 3º Trimestre de 2010
O Ministério Profético na Bíblia, a voz de DEUS na Terra
Comentários da revista da CPAD:
Consultor Doutrinário e Teológico da CPAD: Pr. Antonio Gilberto
Complementos, ilustrações, questionários e vídeos: Ev.. Luiz Henrique de Almeida Silva


TEXTO ÁUREO
"Não havendo profecia, o povo se corrompe; mas o que guarda a lei, esse é bem-aventurado" (Pv 29.18).



VERDADE PRÁTICA
O objetivo principal da profecia bíblica é levar o homem a amar a DEUS acima de todas as coisas e ao próximo como a si mesmo, a fim de que haja ordem e bem-estar social.



LEITURA DIÁRIA
Segunda - Jr 7.2 - Moisés e os direitos humanos
Terça - Jr 7.3 - Ninguém está acima da Lei
Quarta - Jr 7.4 - Governantes que decretam leis injustas
Quinta - Jr 7.11 - A ação social é tema dos profetas
Sexta - Jr 7.12 - O direito do estrangeiro, do órfão e da viúva
Sábado - Jr 7.10 - A profecia apregoa a paz, a harmonia e a justiça social

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE - Jeremias 34.8-11,16,17
8 A palavra que do SENHOR veio a Jeremias, depois que o rei Zedequias fez concerto com todo o povo que havia em Jerusalém, para lhes apregoar a liberdade: 9 que cada um despedisse forro o seu servo e cada um, a sua serva, hebreu ou hebréia, de maneira que ninguém se fizesse servir deles, sendo judeus, seus irmãos. 10 E ouviram todos os príncipes e todo o povo que entrou no concerto que cada um despedisse forro o seu servo e cada um, a sua serva, de maneira que não se fizessem mais servir deles; ouviram, pois, e os soltaram. 11 Mas, depois, se arrependeram, e fizeram voltar os servos e as servas que tinham libertado, e os sujeitaram por servos e por servas.

16 Mudastes, porém, e profanastes o meu nome, e fizestes voltar cada um ao seu servo, e cada um, à sua serva, os quais já tínheis despedido forros, conforme a sua vontade; e os sujeitastes, para que se vos fizessem servos e servas. 17 Portanto, assim diz o SENHOR: Vós não me ouvistes a mim, para apregoardes a liberdade, cada um ao seu irmão e cada um ao seu próximo; pois eis que eu vos apregôo a liberdade, diz o SENHOR, para a espada, para a pestilência e para a fome; e dar-vos-ei por espanto a todos os reinos da terra.
18 E entregarei os homens que traspassaram o meu concerto, que não confirmaram as palavras do concerto, como eles fizeram diante de mim com o bezerro que dividiram em duas partes, passando pelo meio das duas porções. 19 Os príncipes de Judá, e os príncipes de Jerusalém, e os eunucos, e os sacerdotes, e todo o povo da terra que passou por meio das porções do bezerro, 20 entregá-los-ei, digo, nas mãos de seus inimigos e nas mãos dos que procuram a sua morte, e os cadáveres deles servirão de mantimento às aves dos céus e aos animais da terra. 21 E até o rei Zedequias, rei de Judá, e seus príncipes entregarei nas mãos de seus inimigos e nas mãos dos que procuram a sua morte, e nas mãos do exército do rei da Babilônia, que já se retirou de vós.

34.8 PARA LHES APREGOAR A LIBERDADE. Lhes refere-se a escravos entre os hebreus. A lei de Moisés declara que todos os hebreus, homens ou mulheres, vendidos como escravos por causa de dívidas, deviam ser libertos após seis anos (Êx 21.2-11; Dt 15.12-18). O rei exigiu que todos os governantes e o povo obedecessem a essa lei, e libertassem seus escravos. -Assim, o rei esperava obter a bênção de DEUS; além disso, os escravos libertos estariam mais dispostos a defenderem Jerusalém.
34.11 E OS SUJEITARAM. Quando o cerco babilônico de Jerusalém foi suspenso temporariamente, ante a -ameaça dos egípcios (cf. vv. 21,22), os judeus reativaram a escravidão de seus ex-escravos. Este ato demonstrou que a libertação anterior dos escravos (v. 8) não fora motivada por zelo pela justiça e pela lei de DEUS, mas por egoísmo. Quanto a esses afrontosos violadores da sua lei, DEUS declara: Os cadáveres deles servirão de mantimento às aves dos céus (v. 20).

Deutronômio 15.7-11 O POBRE. A obediência à lei de DEUS devia também significar um propósito resoluto de socorrer os necessitados (cf. 24.19-21; Lv 19.10).
(1) DEUS observa nossa atitude e desejo de ajudar os pobres e necessitados. Devemos usar nossos recursos materiais para ajudar os realmente necessitados. O espírito de cobiça e de egoísmo que não se preocupa com as necessidades dos outros, priva-nos da bênção de DEUS (vv. 9,10).
(2) O NT destaca a necessidade da compaixão, sensibilidade e bondade para com os sofredores e outros que enfrentaram circunstâncias difíceis que os levaram à pobreza ou à penúria
(Mt 25.31-36; Gl 6.2,10)
15.13 NÃO O DESPEDIRÁS VAZIO. Os israelitas não podiam mandar embora seus escravos sem provisões suficientes (cf. v. 12). O amor ao próximo (cf. Lv 19.18) os compelia a prover alimentos e suprimentos suficientes à sobrevivência deles, até conseguirem trabalho para ganhar a vida. Semelhantemente, o princípio do amor e da justiça no novo concerto, requer que tratemos os empregados com compaixão, eqüidade e justiça.

TRASPASSARAM MEU CONCERTO. Veja o estudo Aliança.

Gênesis 15.9; Jr 34.18




MORTE DE UM ANIMAL OU PASSAR PELAS METADES:
Significa: estamos morrendo e nascendo de novo, também significa: Que eu morra se não cumprir e que tu morras se não cumprir.

Colocava-se uma parte do animal de um lado e outra parte do outro lado e depois os cabeças de aliança, ou chefes, passavam pelas metades de braços dados, dando a entender que:
***Este sinal significa infinito; a aliança passa de pai para filho, é eterna.
***Daí a aliança ser um círculo, significa eternidade; sem princípio e nem fim.





Observações preliminares
(Pv 29.18). “Não havendo profecia, o povo se corrompe; mas o que guarda a lei, esse é bem-aventurado”.

Vamos estudar um pouco o profeta e o meio social em que ele vive – a igreja.

Infelizmente está havendo um problema sério de identidade na igreja de hoje. O ministério profético (Profeta como ministério e não Profecia como Dom do ESPÍRITO SANTO) está sendo suprimido da igreja e quase já está extinto. Assim os pastores (que controlam a parte financeira) se tornam senhores e detentores de todos os cargos e autoridades espirituais da igreja. Por falta desse tão importante ministério (como o é o de pastor, de apóstolo, de evangelista e de mestre – Ef 4.11), a igreja tem sofrido pela falta de revelação do pecado que assola a igreja atual. Já não se disciplina o membro faltoso porque ela poderia denunciar o fato às autoridades governamentais, já não se exclui ministros, pois, os mesmos poderiam revelar segredos comprometedores de outros líderes. Aonde vamos parar desse jeito? A igreja deve ser exemplo, deve ser sal e luz e seus representantes devem assumir a autoridade de DEUS ao conduzir seu rebanho e a santidade devida a essa posição, mas não massacrando os outros ministérios que o próprio JESUS deu à igreja para que edificação, consolação exortação e crescimento organizado e frutífero.
Quando alguém é chamado para abrir igrejas (apóstolo) e faz isso bem, logo o colocamos para ser pastor e dirigir uma congregação.
Quando alguém é chamado para pregar contra o pecado e DEUS por seu intermédio revela segredos e prediz coisas do futuro (profeta) e faz isso bem, logo o colocamos para ser pastor e dirigir uma congregação.
Quando alguém é chamado para pregar às multidões também realizando DEUS milagres por seu intermédio e faz isso bem, logo o colocamos para ser pastor e dirigir uma congregação.
Quando alguém é chamado para ensinar a palavra de DEUS às igrejas e faz isso bem, logo o colocamos para ser pastor e dirigir uma congregação.
Queremos que todos sejam pastores para que possam ser sustentados pela igreja e assim a igreja não terá que sustentá-los em seus devidos ministérios.
O que acontece, em geral é que nenhum deles será um pastor de destaque nas funções pastorais, pois estarão ocupando a posição errada na igreja.
Assim os ministérios serão enfraquecidos e a igreja conseqüentemente também o será.
Por isso é importante um avivamento espiritual, pois é nesse clima que os ministérios são aflorados e são colocados em evidência por JESUS e a igreja se desenvolve rapidamente com alegria e satisfação de todos.
Cada um na sua função para que o corpo todo seja beneficiado.

Sacerdotes, juízes, reis.
Embora tenham sido levantados por DEUS para desempenharem a função de mediadores entre DEUS e o povo. Falharam, em sua grande maioria, por se corromperem pelo poder, tanto financeiro como social.
O profeta, desde Adão até nossos dias, veio com a função dupla de ser porta-voz de DEUS e de condenar o pecado onde quer que se encontrasse. Embora muito deles se corrompessem como no tempo de Jeremias, a sua grande maioria foi fiel em sua missão de transmitir os oráculos de DEUS e de condenarem o pecado, mesmo entre os Sacerdotes, juízes e reis. Os profetas que mais se destacaram dentre todos, pela sua fidelidade a DEUS, foram Jó, Noé, Moisés, Samuel e Daniel.

O caráter de Jó, Noé, Moisés, Samuel e Daniel beneficiaria os pecadores. Podemos orar intercessoriamente por alguém, para que DEUS aja naquela vida, envie alguém para testemunhar, cure, mas nunca podemos salvar alguém com nossas orações, mas, podemos mudar o destino dessas pessoas sendo exemplo para elas.

Justiça é o caráter, qualidade do que está em conformidade com o que é direito com o que é justo; princípio moral em nome do qual o direito deve ser respeitado - Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa, Editora Objetivo, Rio de Janeiro, 2001.

VERDADEIRO E FALSO PROFETA:
É Samuel quem elenca os critérios para se distinguir o verdadeiro profeta: ele é chamado por DEUS (1Sm 3.4ss); tudo o que diz se cumpre (1Sm 3.19); anuncia a Palavra (1Sm 4.1); defende a justiça social (1Sm 8.11-18); intercede pelo povo (1Sm 9.6,8,10); é homem de YAHWEH (1Sm 9.9,11,18,19), seu instrumento (1Sm 10.1ss) e proclamador de oráculos (1Sm 22.23,28). Mas é, sobretudo, fiel à Lei (1Sm 12.1-5). Além desse elenco, o critério fundamental são as próprias palavras do homem que se apresenta como profeta: se aquilo que diz se verifica, então será considerado verdadeiro profeta: “Quando o profeta falar em nome do SENHOR, e essa palavra não se cumprir, nem suceder assim; esta é palavra que o SENHOR não falou; com soberba a falou aquele profeta; não tenhas temor dele.” (18,22).

Mas, se deveras melhorardes os vossos caminhos e as vossas obras; se deveras praticardes o juízo entre um homem e o seu próximo; Se não oprimirdes o estrangeiro, e o órfão, e a viúva, nem derramardes sangue inocente neste lugar, nem andardes após outros deuses para vosso próprio mal, Eu vos farei habitar neste lugar, na terra que dei a vossos pais, desde os tempos antigos e para sempre. (LEIA Jr 7.1-14).

O substantivo torah vem da raiz verbal yarah que quer dizer lançar, ensinar, instruir. O Salmo 19.7-9 lança mais luzes sobre o significado de Torah:
“A lei do SENHOR é perfeita, e refrigera a alma; o testemunho do SENHOR é fiel, e dá sabedoria aos símplices. Os preceitos do SENHOR são retos e alegram o coração; o mandamento do SENHOR é puro, e ilumina os olhos. O temor do SENHOR é limpo, e permanece eternamente; os juízos do SENHOR são verdadeiros e justos juntamente.”
A lei do Senhor não é dura e inflexível. Pelo contrário, é tão perfeita que faz a vida voltar; é firme e torna o sábio simples, alegra o coração, ilumina os olhos. Por quê? A resposta está no critério do julgamento divino: amor, bondade etc. Assim se desvenda o mistério nas palavras de JESUS para João Batista: “[…]Deixa por agora, porque assim nos convém cumprir toda a justiça…” (Mt 3.15). DEUS fez o homem um ser espiritual, físico e social, portanto, a obrigação de amar o nosso próximo nunca pode ser reduzida para somente uma parte dele. Devemos amar nosso próximo como DEUS o criou (o que é mandamento para nós), então, inevitavelmente, estaremos preocupados com o seu bem-estar total. A igreja recebeu um importante papel social. As questões políticas e sociais foram assuntos defendidos pelos profetas em sua época. Como coluna e firmeza da verdade a Igreja deve, através de suas ações, denunciar injustiças sociais e também amparar os injustiçados (Mt 25.35-46).

A justiça, para Aristóteles
A justiça, para Aristóteles, é inseparável da pólis, da vida em comunidade. Se o homem é um animal político, isto significa sua necessidade natural de conviver em sociedade, de promover o bem comum e a felicidade. A pólis grega encarnada na figura do Estado é uma necessidade humana, cuidando da vida do homem como o organismo precisa cuidar de suas partes vitais. O homem que vive completamente sozinho, não é humano: ou é um animal ou é um deus, diz Aristóteles.
Estas premissas fundamentam a necessidade de regulação da vida social através da lei, respeitando os critérios da justiça e da equidade. O justo em geral, para os antigos, é dar a cada um o que é seu. Como dizia o Direito Romano, os preceitos jurídicos são viver honestamente, não lesar a ninguém e dar a cada um o que lhe pertence.
Ao estudar a questão da justiça, Aristóteles identifica vários tipos. A classificação aristotélica segue o princípio lógico de estabelecer as características ou propriedades do geral, para depois analisar os casos particulares. Há, desse modo, uma justiça geral e uma justiça particular.
A Justiça Geral é a observância da lei, o respeito à legislação ou às normas convencionais instituídas pela pólis. Tem como objetivo o bem comum, a felicidade individual e coletiva. A justiça geral é também chamada de justiça legal. Ressalte-se a compreensão dos gregos que consideravam o justo legal não somente sob a forma do ordenamento jurídico positivo, mas principalmente as leis não escritas, universais e não derrogáveis do Direito Natural.
A Justiça Particular tem por objetivo realizar a igualdade entre o sujeito que age e o sujeito que sofre a ação. Divide-se em Justiça Distributiva e Justiça Corretiva.
A Justiça Distributiva consiste na distribuição ou repartição de bens e honrarias segundo os méritos de cada um.
A Justiça Corretiva visa a correção das transações entre os indivíduos, que podem ocorrer de modo voluntário, a exemplo dos acordos e contratos, ou de modo involuntário, como nos delitos em geral. Nesta forma de justiça surge a necessidade de intervenção de uma terceira pessoa, que deve decidir sobre as relações mútuas e o eventual descumprimento de acordos ou de cláusulas contratuais. O juiz, segundo Aristóteles, passa a personificar a noção do justo. A justiça corretiva é também denominada equiparadora ou sinalagmática.
Subdivide-se em:
Justiça Comutativa, que preside os contratos em geral: compra e venda, locação, empréstimo, etc. É essencialmente preventiva, já que a justiça prévia iguala as prestações recíprocas antes mesmo de uma eventual transação.
Justiça Reparativa, que visa reprimir a injustiça, a reparar ou indenizar o dano, estabelecendo, se for o caso, punições.
(http://www.reinerio.hpg.ig.com.br/justo.htm)


O CUIDADO DOS POBRES E NECESSITADOS
Am 5.12-14 “Porque sei que são muitas as vossas transgressões e enormes os vossos pecados; afligis o justo, tomais resgate e rejeitais os necessitados na porta. Portanto, o que for prudente guardará silêncio naquele tempo, porque o tempo será mau. Buscai o bem e não o mal, para que vivais; e assim o Senhor, o DEUS dos Exércitos, estará convosco, como dizeis.”

Neste mundo, onde há tanto ricos quanto pobres, freqüentemente os que têm abastança material tiram proveito dos que nada têm, explorando-os para que os seus lucros aumentem continuamente (ver Sl 10.2, 9,10; Is 3.14,15; Jr 2.34; Am 2.6,7; 5.12,13; Tg 2.6). A Bíblia tem muito a dizer a respeito de como os crentes devem tratar os pobres
e necessitados.

O ZELO DE DEUS PELOS POBRES E NECESSITADOS.
DEUS tem expressado de várias maneiras seu grande zelo pelos pobres, necessitados e oprimidos.
(1) O Senhor DEUS é o seu defensor. Ele mesmo revela ser deles o refúgio (Sl 14.6; Is 25.4), o socorro (Sl 40.17; 70.5; Is 41.14), o libertador (1Sm 2.8; Sl 12.5; 34.6; 113.7; 35.10; cf. Lc 1.52,53) e provedor (cf. Sl 10.14; 68.10; 132.15).
(2) Ao revelar a sua Lei aos israelitas, mostrou-lhes também várias maneiras de se eliminar a pobreza do meio do povo (ver Dt 15.7-11). Declarou-lhes em seguida, o seu alvo global: “Somente para que entre ti não haja pobre; pois o SENHOR abundantemente te abençoará na terra que o SENHOR, teu DEUS, te dará por herança, para a possuíres” (Dt 15.4). Por isso DEUS, na sua Lei, proíbe a cobrança de juros nos empréstimos aos pobres (Êx 22.25; Lv 25.35,36). Se o pobre entregasse algo como “penhor”, ou garantia pelo empréstimo, o credor era obrigado a devolver-lhe o penhor (uma capa ou algo assim) antes do pôr-do-sol. Se o pobre era contratado a prestar serviços ao rico, este era obrigado a pagar-lhe diariamente, para que ele pudesse comprar alimentos a si mesmo e à sua família (Dt 24.14,15). Durante a estação da colheita, os grãos que caíssem deviam ser deixados no chão para que os pobres os recolhessem (Lv 19.10; Dt 24.19-21); e mais: os cantos das searas de trigo, especificamente, deviam ser deixados aos pobres (Lv 19.9). Notável era o mandamento divino de se cancelar, a cada sete anos, todas as dívidas dos pobres (Dt 15.1-6). Além disso, o homem de posses não podia recusar-se a emprestar algo ao necessitado, simplesmente por estar próximo o sétimo ano (Dt 15.7-11). DEUS, além de prover o ano para o cancelamento das dívidas, proveu ainda o ano para a devolução de propriedades — o Ano do Jubileu, que ocorria a cada cinqüenta anos. Todas as terras que tivessem mudado de dono desde o Ano do Jubileu anterior teriam de ser devolvidas à família originária (ver Lv 25.8-55). E, mais importante de tudo: a justiça haveria de ser imparcial. Nem os ricos nem os pobres poderiam receber qualquer favoritismo (Êx 23.2,3,6; Dt 1.17; cf. Pv 31.9). Desta maneira, DEUS impedia que os pobres fossem explorados pelos ricos, e garantia um tratamento justo aos necessitados (ver Dt 24.14).
(3) Infelizmente, os israelitas nem sempre observavam tais leis. Muitos ricos tiravam vantagens dos pobres, aumentando-lhes a desgraça. Em conseqüência de tais ações, o Senhor proferiu, através dos profetas, palavras severas de juízo contra os ricos (ver Is 1.21-25; Jr 17.11; Am 4.1-3; 5.11-13; Mq 2.1-5; Hc 2.6-8; Zc 7.8-14).

A RESPONSABILIDADE DO CRENTE NEOTESTAMENTÁRIO DIANTE DOS POBRES E NECESSITADOS.
No NT, DEUS também ordena a seu povo que evidencie profunda solicitude pelos pobres e necessitados, especialmente pelos domésticos na fé.
(1) Boa parte do ministério de JESUS foi dedicado aos pobres e desprivilegiados na sociedade judaica. Dos oprimidos, necessitados, samaritanos, leprosos e viúvas, ninguém mais se importava a não ser JESUS (cf. Lc 4.18,19; 21.1-4; Lc 17.11-19; Jo 4.1-42; Mt 8.2-4; Lc 17.11-19; Lc 7.11-15; 20.45-47). Ele condenava duramente os que se apegavam às possessões terrenas, e desconsideravam os pobres (Mc 10.17-25; Lc 6.24,25; 12.16-20; 16.13-15,19-31).
(2) JESUS espera que seu povo contribua generosamente com os necessitados (ver Mt 6.1-4). Ele próprio praticava o que ensinava, pois levava uma bolsa da qual tirava dinheiro para dar aos pobres (ver Jo 12.5,6; 13.29). Em mais de uma ocasião, ensinou aos que o queriam seguir a se importarem com os marginalizados econômica e socialmente (Mt 19.21; Lc 12.33; 14.12-14,16-24; 18.22). As contribuições não eram consideradas opcionais. Uma das exigências de CRISTO para se entrar no seu reino eterno é mostrar-se generoso para com os irmãos e irmãs que passam fome e sede, e acham-se nus (Mt 25.31-46).
(3) O apóstolo Paulo e a igreja primitiva demonstravam igualmente profunda solicitude pelos necessitados. Bem cedo, Paulo e Barnabé, representando a igreja em Antioquia da Síria, levaram a Jerusalém uma oferta aos irmãos carentes da Judéia (At 11.28-30). Quando o concílio reuniu-se em Jerusalém, os anciãos recusaram-se a declarar a circuncisão como necessária à salvação, mas sugeriram a Paulo e aos seus companheiros “que nos lembrássemos dos pobres, o que também procurei fazer com diligência” (Gl 2.10). Um dos alvos de sua terceira viagem missionária foi coletar dinheiro “para os pobres dentre os santos que estão em Jerusalém” (Rm 15.26). Ensinava as igrejas na Galácia e em Corinto a contribuir para esta causa (1Co 16.1-4). Como a igreja em Corinto não contribuísse conforme se esperava, o apóstolo exortou demoradamente aos seus membros a respeito da ajuda aos pobres e necessitados (2Co 8;9). Elogiou as igrejas na Macedônia por lhe terem rogado urgentemente que lhes deixasse participar da coleta (2Co 8.1-4; 9.2). Paulo tinha em grande estima o ato de contribuir. Na epístola aos Romanos, ele arrola, como dom do ESPÍRITO SANTO, a capacidade de se contribuir com generosidade às necessidades da obra de DEUS e de seu povo (ver Rm 12.8; ver 1Tm 6.17-19).
(4) Nossa prioridade máxima, no cuidado aos pobres e necessitados, são os irmãos em CRISTO. JESUS equiparou as dádivas repassadas aos irmãos na fé como se fossem a Ele próprio (Mt 25.40, 45). A igreja primitiva estabeleceu uma comunidade que se importava com o próximo, que repartia suas posses a fim de suprir as necessidades uns dos outros (At 2.44,45; 4.34-37). Quando o crescimento da igreja tornou impossível aos apóstolos cuidar dos necessitados de modo justo e equânime, procedeu-se a escolha de sete homens, cheios do ESPÍRITO SANTO, para executar a tarefa (At 6.1-6). Paulo declara explicitamente qual deve ser o princípio da comunidade cristã: “Então, enquanto temos tempo, façamos o bem a todos, mas principalmente aos domésticos da fé” (Gl 6.10). DEUS quer que os que têm em abundância compartilhem com os que nada têm para que haja igualdade entre o seu povo (2Co 8.14,15; cf. Ef 4.28; Tt 3.14). Resumindo, a Bíblia não nos oferece outra alternativa senão tomarmos consciência das necessidades materiais dos que se acham ao nosso redor, especialmente de nossos irmãos em CRISTO.


A Bíblia.
Livros do Antigo Testamento. - Livros Proféticos - Posição social e política das profecias.

O Profetismo
Objeto da pregação tanto dos profetas de ação como dos escritores, era defender a pureza do monoteísmo javista contra as contaminações ou infiltrações idolátricas, concitar o povo à santidade dos costumes, exigida pela lei divina, combater as desordens sociais, principalmente a opressão dos humildes, opor-se ao formalismo religioso, inculcando o primado do espírito interior sobre os ritos externos, anunciar a cada cidadão e a toda a nação os tremendos castigos de DEUS, em conseqüência das culpas cometidas, como também oferecer a perspectiva de um futuro melhor, fruto do arrependimento, porvir radioso, o mais das vezes compendiado em termos esperançosos e genéricos de paz e de salvação.
Nesta ordem de idéias, própria dos profetas escritores, apresenta-se-nos a majestosa e cativante figura de um descendente de Davi, mediante o qual se realizarão as venturosas promessas. Ele é o Salvador dos povos, o restaurador da religião e da justiça, o soberano de um reino eterno de paz.

Garantia suficiente da sua sinceridade e da sua vocação divina, era sua pureza de vida e de doutrina, ou, em alguns casos, a realização de seu vaticínio (Dt. 13:1-3; 18:21-22). Foi assim que já no limiar do Novo Testamento apresentaram-se às turbas de Israel, João Batista e JESUS de Nazaré. Continuação e coroamento da antiga mensagem profética foi a mensagem evangélica.

Isaias
Relativamente às condições políticas, morais e religiosas de Jerusalém e de Judá nos tempos de Isaías, temos notícias abundantes em 2 Rs. 15-20 e 2 Crôn. 26-32, além das reflexões do presente livro. O longo e benéfico reinado de Azarias ou Ozias (cf. 2 Rs. 15:1), que tão grandemente favoreceu a agricultura e o comércio no reino, trouxe com a prosperidade também o luxo e a despreocupação, fatores de corrupção e conseqüentes desventuras. As baixas camadas populacionais eram descuidadas, oprimidas pelos ricos e potentados. A prática da religião exteriorizava-se em numerosos atos públicos de culto, em funções litúrgicas, mas era destituída de sincero sentimento interior e de vida moral correspondente. Pior ainda, ao lado da legítima religião monoteísta, do Javismo puro, vicejavam práticas abominadas pela lei, e até mesmo atos de idolatria, especialmente depois que o crescente poderio assírio prestigiou os cultos babilônicos, favorecendo-lhes a penetração entre as populações palestinenses. O reinado de Ezequias promoveu uma ação enérgica e salutar contra essas aberrações. Mas as suas sábias reformas não tiveram grande duração nem penetraram totalmente na sociedade judaica. Durante o reinado de seu degenerado filho e sucessor, Manassés, grassou mais do que nunca a corrupção na religião e nos costumes. À propagação do mal opôs-se em vão a voz enérgica dos profetas; não eram atendidos. Chaga tão maligna só podia ser curada com um tratamento radical. E eis os profetas, especialmente Isaías, a anunciar os castigos divinos, que se sucederiam implacáveis, até quase o aniquilamento da nação culpada. Mas do terrível cadinho sairá um pequeno resto, completamente purificado, germe sagrado de um povo novo. E a nação ressurgida e transformada gozará de paz sem fim e de bem-estar invejável. Esta, em linhas gerais, a mensagem do profeta.
Espremidos entre os dois poderosos contendores, os pequenos estados do Oriente próximo viam-se na contingência de se arranjarem como podiam. Daí a formação, particularmente em Jerusalém, de dois partidos opostos, um propenso a negociar com a Assíria, outro a formar com a oposição encabeçada pelo Egito. Isaias, em nome de DEUS, pregava a neutralidade, combatia toda a esperança fundamentada nos homens e incitava a pôr toda a confiança em Javé, fundador e protetor da nação. A esta política, ao mesmo tempo prudente e corajosa naquelas circunstâncias, o profeta animava o rei Ezequias, mesmo depois que, com a queda do reino de Efraim (queda da Samaria em 721 a.C). o perigo para o reino de Judá, menor e mais fraco, apresentava-se mais ameaçador. Graças a essa política, o pequeno reino saiu ainda incólume da tempestade (701 a. C.), naufragando em novo embate somente após mais de um século (587).

Jeremias
Jeremias foi chamado por DEUS e por ele enviado a levar a sua mensagem aos reinos e às nações, mensagem em que predominam as ameaças e as ruínas, mas que é rica também de promessas de restauração (1:9-10).
Sua atividade desenvolveu-se nos momentos mais críticos da nação judaica, num período dos mais convulsionados do antigo Oriente semítico. Conheceu o colapso do poderio assírio e o nascimento do segundo império babilônico, que cedo iria destruir a bruxuleante chama da independência de Israel. No interior da nação, as condições religiosas e sociais não eram menos inquietantes. Ao iniciar Jeremias o seu ministério, perduravam ainda os péssimos efeitos do nefando reinado de Manassés, que abrira as portas às infiltrações idolátricas na prática religiosa do povo de Israel (2 Rs. 21:2-6). Foi contra essas aberrações e contra o formalismo religioso que o profeta teve de bradar, principalmente nos primeiros anos de sua pregação (Jer. 1-6), e não apenas nesses anos. Entra em cena com energia vibrante, profligando os vícios renascentes sob os sucessores de Josias, não poupando sequer os poderosos, os sacerdotes, os profetas mendazes, aduladores do povo ou de partidos. Muitos males trouxe-lhe esta pregação desassombrada, porque os poderosos alvejados por ele não lhe pouparam violências, perseguições, vilipêndios, cárceres (Jer. 20:1-3.7; 26:7-24; 32:1-2; 37;38).
No plano político, encontrou-se Jeremias em idêntica posição à de Isaías (cf. p. 796). Renovava-se o contraste entre o Egito e o império oriental, nas mãos dos babilônios ou caldeus. Ante a avançada ameaçadora destes, Jeremias recomenda, em nome de DEUS, a aceitação e a submissão aos novos senhores. Mas o forte partido da oposição incitava à resistência, apoiando-se novamente no Egito, e quis abafar a voz do profeta já malvisto, lançando-o numa escura prisão (Jer. 37:38), donde foi libertado, após a tomada da cidade, pelos caldeus, que, conhecedores dos seus sentimentos, tomaram-no sob a sua proteção (40:1-6). Nem mesmo isto, entretanto, lhe valeu algo contra o cego furor dos egiptófilos, que, conseguindo escapar dos caldeus, asilaram-se no Egito, arrastando consigo, à força, o desditoso profeta (43:1-7). Também ali, fiel à ordem divina, Jeremias continuou a missão de corrigir costumes e pacificar os espíritos entre seus compatriotas (44).
Jeremias possuía um coração extremamente sensível, e o patético, quer do amor quer do sofrimento, atinge às vezes o ápice no seu livro. A ternura de DEUS para com o seu povo e a mágoa de se ver por ele não correspondido, o esmagamento do profeta ante a ruína moral e política de sua amada nação, as alegrias pela reconciliação e o feliz reflorir, fazem vibrar as cordas mais íntimas do seu coração.

Ezequiel
Ezequiel, pertencente à linhagem sacerdotal, viveu, como Jeremias, no período mais tormentoso da história hebraica.
Em 598/97 a.C., antes de ter completado 30 anos, foi deportado de Jerusalém para a Caldéia, juntamente com o rei Joiakim (ou Jeconias) e mais dez mil pessoas entre nobres, guerreiros e artesãos. Permaneceu no exílio até à morte, ocorrida entre os anos 571 a 561 a.C.
Ao contrário de Jeremias, que tem páginas patéticas, transbordantes de extrema sensibilidade, Ezequiel é, muitas vezes, áspero, duro, quase desapiedado. Mas as suas predições e ações simbólicas, bem como as suas mortificações voluntárias, para inclinar, se possível fora, Israel a uma conduta de fidelidade para com DEUS e a uma sabedoria política, são inspiradas por um coração magnânimo e forte ao mesmo tempo, baseado na fé, na dedicação ao seu povo e no amor à pátria.
O projeto da divisão da Terra Prometida, o desenho do novo templo e a indicação das leis ao mesmo atinentes, parecem mais obra de técnico do que de profeta.
Ezequiel é o primeiro representante dum novo gênero literário de mensagem profética, muito desenvolvido, em seguida, na literatura judaica do séc. II a.C. Trata-se do gênero apocalíptico. No Novo Testamento, ele figura no livro do Apocalipse (termo grego que significa "revelação").

Daniel
Desde os primeiros atos (cf. 13:45-62) revela-se senhor daquela sabedoria que constitui o fundo de sua figura moral. Modelo e mártir da fidelidade à lei divina, foi enriquecido por DEUS com um dom extraordinário de penetração nos mistérios contidos nas visões e nos sonhos proféticos que DEUS envia a ele e a algumas personagens daquela época (2:17-35; 4:2; 5:13-16).
Em virtude dessas suas capacidades, fez carreira entre os soberanos babilônios, desde Nabucodonosor até Ciro, que o honraram, confiando-lhe cargos. De dois anos destes soberanos são datadas as revelações que ele teve, a última das quais (10:1) se deu no terceiro ano de Ciro. Além dessa data, nada mais sabemos dele.
No livro a idéia central que predomina, é aquela do reino de DEUS, isto é, do supremo domínio de DEUS sobre a natureza e sobre os eventos humanos, que culmina no estabelecimento do "reino dos santos" (os adoradores do verdadeiro DEUS) sobre as ruínas dos mais poderosos impérios humanos.
O messianismo de Daniel é sumário, de poucos elementos, mas de relevância extraordinária. É um messianismo quase exclusivamente coletivo, isto é, visando antes a sociedade religiosa do que o seu chefe; suas características são todas de origem espiritual: cessação do pecado, triunfo da justiça, inauguração de uma eminente santidade (9:24) ; o reino anunciado será o "reino dos santos," que se poderia traduzir também por "reino de DEUS," tal como foi depois anunciado na primeira pregação do Evangelho (Mc. 1:14).

Profetas menores

Oséias
O profeta Oséias era natural do reino de Israel ou Efraim, como se costuma chamar. Profetizou sob o reinado de Jeroboão II e de seu sucessor, a partir da queda de Samaria e de todo o reino (721 a.C.).
Os três primeiros capítulos do livro de Oséias formam um conjunto todo especial. Sob a forma de drama simbólico é-nos posta diante dos olhos a infidelidade do povo de Israel para com o seu DEUS, representada, figuradamente, na infidelidade duma esposa para com seu legítimo marido; anuncia-se o seu castigo, mas também o seu arrependimento, a sua reconciliação e, enfim, sua vida renovada e mais feliz (2:16-24; cf. 2:1-2; 3:5).
Nos capítulos restantes (4-14) voltam os mesmos motivos, a saber: a culpa de Israel, principalmente as práticas idolátricas, o culto do bezerro de Betel, as alianças com os poderosos pagãos, a Assíria e o Egito, a falta de confiança e de apelo ao único DEUS; daí os castigos proporcionados às culpas. No c. 7 os acontecimentos políticos que, entre 745 e 725 a.C. elevaram tantos reis ao trono e outros tantos derrubaram dele, aparecem como fatos já passados.
Das páginas de Oséias transparece um caráter impressionante, ardente e patético a um só tempo, mas sensível sobretudo às ternuras e às fogosidades do amor. Sob este aspecto é um precursor de Jeremias.
O método de Oséias se destaca pela descrição das relações entre DEUS e Israel propostas sob a figura do amor conjugal. Ele é o primeiro profeta que recorre a esta comparação tão fecunda e repetida pelos profetas seguintes. A bem dizer, ele insiste mais no aspecto negativo do matrimonio, nas infidelidades e nas rupturas, do que no amor propriamente dito. A descrição deste amor será reservada ao Cântico dos Cânticos. A Oséias, pelo contrário, DEUS faz sentir as suas amarguras de esposo traído, ameaçando e executando os duros castigos que o caso reclama. Tudo termina com a expectativa da reconciliação dos esposos a da restauração.

Joel
Ao contrário dos grandes profetas, Joel jamais especifica as faltas censuradas por ele; contenta-se com a exortação geral: "Voltai a DEUS de todo o coração" (2: 12). Além disso, jamais menciona rei ou reino. Isso induziu a maior parte dos modernos a situar o profeta numa época posterior ao, exílio, à qual parecem convir melhor as condições sociais e históricas próprias de sua mensagem. Joel conhece a dispersão do povo de Israel entre as nações e descreve sumariamente os seus horrores (3:1-6). Na sua mensagem já não se dirige aos reis, mas somente aos anciãos (1:2) e aos sacerdotes (1: 13). São indícios que mostram que a organização pré-exílica acabou, e, que, portanto, o livro não é dessa época.
Importante é o "Dia de Javé" (em nossa tradução "Dia do Senhor"), na primeira parte, referência a um castigo grave, mas transitório. Na segunda parte, com cores sombrias e insistência, refere-se ao castigo definitivo dos infiéis.

Amos
O profeta Amós é distinto de Amós, pai do profeta Isaías (Is. 1:1: os dois nomes são de grafia diferente no hebraico). O livro fornece-nos bastante pormenores sobre sua vida. Natural de Técua, aldeia situada a uns 8 km ao sul de Belém, tirava o seu sustento do pastoreio de rebanhos e do cultivo de sicômoros, cujos frutos constituíam o alimento da gente pobre (Am. 1:1;7:14). Corriam os tempos dos longos e prósperos reinados de Ozias, em Judá (cf. 2 Rs 15:2.5) e de Jeroboão II, em Israel (783-743 a.C.), que davam à nação poder e riqueza de que há muito tempo não gozava. Daí que a própria religião auferia vantagens, pela abundância das vítimas imoladas nos altares e pela pompa dos ritos. Mas ficaram prejudicadas a moral e a piedade sincera, os costumes pioravam, e os israelitas, deslumbrados pela prosperidade, caminhavam alegres e inconscientes para a ruína. Crescia, para infelicidade deles, o poderio assírio. Nesta altura, o humilde pastor de Técua sente-se chamado a pregar o arrependimento aos desavisados, revelando aos culpados os castigos iminentes. E ei-lo a percorrer, vaticinando, as cidades de Israel. Enfrentou corajosamente a oposição dos sacerdotes de Betel, o principal santuário do reino (Am. 7:10-17)
Acima dos méritos literários estão a elevação de pensamento, a doutrina moral e religiosa. O monoteísmo ético puro atinge o auge. O DEUS de Israel não é somente o único verdadeiro DEUS, criador e governador de todo o Universo, mas por sua santidade essencial é também o autor e guarda zeloso de uma lei moral, cuja observância ele exige de todos os povos, e pune o delito onde quer que sua onisciência o descubra. A escolha especial e gratuita do povo de Israel não é nenhum privilégio sob este aspecto (3:2, 9:7-10. Para lhe tributar as honras á que tem direito, é necessária antes de mais nada a santidade de costumes, sem a qual nada valem os atos dum culto cerimonioso e os sacrifícios de numerosas vítimas (5:21-24). Amós condena a moleza, o luxo, a ambição (6:4-6, 8:5-7), e também com mais energia e maior freqüência, a injustiça e a crueldade para com o próximo, seja ele quem for, a opressão dos pobres.

Abdias
Com o nome de Abdias, que quer dizer "Servo de Javé," temos o mais breve escrito do Antigo Testamento: consta de um só e não longo capítulo de 21 versículos.
É todo ele uma mensagem dirigida contra os edomitas ou idumeus, dos quais se recriminam:
1. O orgulho e a ousada confiança que depositam na posição geográfica, defendida pelos fortes baluartes naturais de seu país (vv. 2-9).
2. Sua cumplicidade e alegria feroz a quando da desgraça dos hebreus (vv. 10-15).
3. O castigo até o aniquilamento, em contraste com a restauração de Israel em suas possessões e até no predomínio deste sobre a Iduméia (vv. 16-21).
Muito se tem discutido sobre a desgraça nacional de Israel a que se alude nos vv. 10:14; comparando-se esta passagem com Sl. 13:6-7; Ez. 25:12; 35:5 e Jer. 49:7-18, não resta dúvida de que se trata da queda de Jerusalém nas mãos dos caldeus em 587 a.C.
Com isso temos a época aproximada em que o autor viveu. Escreveu talvez quando os acontecimentos aos quais alude eram ainda recentes, isto é, na primeira metade do séc. VI a.C. Era, portanto, um contemporâneo de Jeremias e de Ezequiel. Não se pode, pois, identificá-lo, como fizeram outrora judeus e cristãos, com Abdias, mordomo do rei Acabe, que tanto se esforçou em favor dos profetas.

Jonas
Duas coisas ressaltam nesta narração: a mesquinhez do espírito humano (nos temores e nas iras do profeta) e a infinita bondade e clemência de DEUS. Não menos importante é, porém, o universalismo religioso. Temos o caso único de um profeta de Israel ser enviado a pregar a gentios, e vemos o DEUS de Israel dispensar tanto cuidado a uma nação idólatra. Pressentimos já o conceito universalista do cristianismo (Rom. 3:29-30; Co1. 3:11).
Notamos que a sua finalidade é dar uma lição moral quanto à largueza de espírito e à bondade de coração. Os fatos reais têm igualmente força para instruir a mente e maior eficácia para mover a vontade. Estando assim neste ponto as conclusões, não é de prudência cristã duvidar da realidade histórica dos fatos, levada em conta pelo próprio JESUS.

Miquéias
Em Miquéias o lado positivo da mensagem, isto é, a promessa de um futuro melhor, ocupa um lugar relativamente mais amplo. Notável é também que entre as culpas exprobradas por Miquéias aos hebreus de seu tempo, têm grande prevalência as faltas de justiça e de humanitarismo para com o próximo, os crimes contra a boa ordem social. Redunda em honra singular para o profeta e o seu livro o fato de que duas das suas mais insignes predições sejam expressamente citadas à letra, quer pelo Antigo Testamento (3:12: em Jer. 26, como já foi dito), quer pelo Novo (5:1: em Mt. 2:5-6; cf. Jo. 7:42), e que o próprio JESUS, na instrução aos seus apóstolos, expressou um ponto do seu programa (Mt. 10:35-36) com as palavras de Miquéias (7:6).

Naum
A época de Naum deve ser posta entre a queda de Tebas, no Egito, sob as armas do assírio Assurbanipal, em 663 a.C., e a queda de Nínive, sob os golpes conjugados dos babilônios e dos persas, em 612. A primeira é recontada no seu livro (3:8-10) como acontecimento passado; a segunda constitui o objeto quase único de sua mensagem profética.


Habacuc
O livro versa todo sobre um ponto crucial da doutrina religiosa: o problema de saber se há uma justiça que governa o mundo e por que os bons são dominanados pelos maus. O tema é desenvolvido em três seções: duas queixais em forma de diálogo e um canto final à maneira de contemplação.
A mensagem de Habacuc tem em comum com a de Jeremias, o fato de pôr em discussão o problema moral dá prosperidade dos maus (Jer. 12:1-3), e com a de Isaías o pensamento de que DEUS se serve das ambições humanas, da tirania estrangeira, para castigar os pecados do seu povo, sem, porém, deixar impunes os excessos dos tiranos (10:3-19). Especial em Habacuc é o grande princípio, promulgado com insólita solenidade (2:4), de que a fonte da vida é a fé, em DEUS, que Paulo fará um dos pontos básicos da sua doutrina religiosa.

Sofonias
O tempo em que vaticinou Sofonias pode ser deduzido da sua mensagem. Pregando sob Josias e entre outras coisas acusando os jerosolimitanos de perversões idólatras e práticas gentilícias em religião (1:4-6), isso deve ter acontecido antes da célebre reforma religiosa de Josias, que se iniciou em 621 a.C. (cf. 2 Rs. 22:3-23:20). Diremos, portanto, que Sofonias exercitou o seu ministério profético pelo ano 625 a.C, quando surgiu também o profeta Jeremias no mesmo ministério.

Ageu
Ageu foi contemporâneo do profeta Zacarias, com o qual compartilhou a missão de assistir os repatriados na obra de construção do templo.
A atividade do profeta Ageu desenvolveu-se durante poucos meses, no segundo ano de Dario I (cf. Ag. 1:1; 2:11), rei da Pérsia, de 521 a 485 a.C.
Ageu recebe sua eficácia e interesse da grande paixão do profeta pelo templo. Animada pela recordação do esplendor do antigo templo, contemplado talvez numa juventude muito remota, esta paixão é alimentada sobretudo pela certeza de que a reconstrução do templo é a premissa indispensável para um renascimento seguro da vida nacional. A isso acrescenta-se a visão sobrenatural daquilo que o novo templo é destinado a simbolizar e como que a preludiar: a gloriosa construção espiritual do futuro reino messiânico. Certo deste destino, o profeta encontra palavras inflamadas para sacudir o povo de seu letargo, torna-se ousado diante dos tímidos representantes oficiais da nação e arrasta todos a um grande fervor.

Zacarias
Como a Ageu, coube também a Zacarias a missão de apoiar os repatriados na obra de reconstrução do templo.
O livro inteiro é perpassado por uma profunda espiritualidade. Ressalta nele a doutrina sobre os anjos, que velam pela sorte do reino de DEUS e desempenham, cuidadosos, a missão de intermediários entre o céu e a terra. Expondo os diversos motivos sobre o Messias e o seu reino futuro, Zacarias realça o elemento interior da santidade e o da luta contínua contra o mal até o surgimento de seu último estágio, glorioso e sem fim.

Malaquias
A semelhança, e às vezes a identidade, entre os abusos que Malaquias repreende e aqueles contra os quais tiveram de lutar freqüentemente Esdras e Neemias, nos levam a supor, com bastante fundamento, que também o presente profeta viveu durante o período persa, numa época mais ou menos próxima da dos dois grandes reformadores do séc. V.


Estudos sobre ação social cristã
PERSPECTIVA BÍBLICA

1. Definição de termos
“Ação social cristã” é uma expressão imprecisa e genérica. Precisamos dar-lhe um conteúdo, dizer o que entendemos por ela. Uma tentativa de definição seria afirmar que consiste em toda atividade de cristãos individuais ou da igreja coletivamente no sentido de suprir necessidades materiais das pessoas, aliviar o sofrimento humano, atenuar ou eliminar males sociais que afligem indivíduos, famílias, comunidades e até mesmo a sociedade como um todo. Essa ação social é especificamente cristã, pois responde a motivações e princípios diretamente relacionados com as Escrituras e com o evangelho de CRISTO.

O objetivo da ação social cristã é proporcionar às pessoas e comunidades condições de vida mais condignas, o suprimento básico das carências humanas fundamentais no plano material (moradia, alimentação, saúde, educação, trabalho). Quanto à sua amplitude de atuação, a ação social pode ir desde o atendimento de necessidades emergenciais, muitas vezes chamado de assistencialismo, até aquela atuação mais ampla que visa resolver os problemas de modo mais permanente e profundo. Um exemplo disso seria não somente fornecer alimento para uma pessoa ou família, mas proporcionar-lhe meios de educação, capacitação profissional e oportunidade de trabalho para que ela mesma possa ganhar o seu sustento, libertando-se da dependência externa. O objetivo mais elevado e complexo da ação social cristã seria a transformação das estruturas sociais e econômicas do país, visando a eliminação das causas da pobreza, a correção das injustiças sociais, a melhor distribuição de renda e assim por diante. Nesse último caso, os cristãos e as igrejas precisam atuar junto ao poder público, a classe política e as diferentes instituições da sociedade.

Essas colocações mostram que, do ponto de vista cristão, a ação social é incompleta em si mesma para promover a plena dignidade humana, porque as necessidades humanas transcendem o plano meramente material. As pessoas e famílias têm também carências emocionais e espirituais. Daí falar-se no binômio evangelização-ação social como duas atividades complementares da igreja. Infelizmente, por razões históricas que serão abordadas posteriormente, muitos evangélicos fazem uma dicotomia entre esses dois elementos, considerando-os como mutuamente excludentes. Acham que a igreja deve preocupar-se apenas com atividades “espirituais” ou religiosas, como a evangelização, deixando a esfera social para outras instituições, principalmente o Estado.

Entendemos que a evangelização e a ação social são partes essenciais e complementares da missão da igreja no mundo. Cremos existirem abundantes argumentos bíblicos que apontam para o fato de que DEUS quer dar plenitude de vida às suas criaturas, e essa plenitude inclui tanto o conhecimento de DEUS e um relacionamento vital com ele, quanto o suprimento das necessidades humanas mais fundamentais no plano material. Não só o desconhecimento de DEUS, mas também a fome, a doença, a ignorância e a violência são fatores que atentam contra a dignidade humana. Portanto, a evangelização e a ação social devem caminhar lado a lado, como dois aspectos integrais da missão e do testemunho da igreja junto à sociedade.

Existem outros termos e expressões que são aplicados a essa atividade cristã, mas nem todos são muito felizes nas suas implicações. É o caso, por exemplo, de “assistência social” e “beneficência”, com suas conotações assistencialistas. Melhor seria falar em “responsabilidade social” ou “serviço cristão”, este último tendo forte conteúdo bíblico. Outros termos bíblicos aplicáveis são “socorros” (1 Co 12.28), “exercício da misericórdia” (Rm 12.8), “fazer o bem” (Gl 6.9-10), “prática do bem” (Hb 13.16) e “ministração” (2 Co 9.13).

2. Ensino do Antigo Testamento
A temática social está fortemente presente em todas as partes do Antigo Testamento: a Lei (Pentateuco), os Profetas e os Escritos. A base da ética social bíblica é o caráter de DEUS. DEUS se apresenta ao povo de Israel como um DEUS justo e misericordioso, que atenta para os sofredores (Jr 9.24; Sl 68.5-6; 103.6; 146.7-9). Acima de tudo, DEUS é gracioso e misericordioso para com Israel, amando-o, escolhendo-o, libertando-o do cativeiro, conduzindo-o pelo deserto, dando-lhe a terra prometida, suprindo todas as suas necessidades (Dt 4.37; 7.6-8; 8.4,7-10,15-16; Ex 20.2). E assim como DEUS tratou Israel, ele quer que os seus filhos tratem uns aos outros (Lv 19.9-10,33-34; Dt 10.17-19). Isso faz parte da aliança que DEUS firmou com Israel e da lei associada com essa aliança.

Israel é continuamente exortado a praticar a justiça e a misericórdia, como na conhecida passagem de Miquéias 6.8 (ver também Jr 22.3; Os 6.6). Outra motivação inculcada é o amor ao próximo (Lv 19.18). DEUS demonstra um interesse especial pelos elementos mais frágeis e vulneráveis da sociedade, tais como o órfão, a viúva, o pobre, o enfermo, o deficiente físico e o estrangeiro (Lv 19.10,13-15). A ética do Antigo Testamento está centrada na generosidade e na solidariedade. Toda a criação e seus recursos pertencem a DEUS e devem servir para o sustento de todos, não para que alguns tenham excesso e outros tenham falta do mínimo necessário para a sua subsistência. Os filhos de DEUS devem ser bons mordomos das dádivas de DEUS, utilizando-as sabiamente e repartindo-as com os outros.

A Lei contém diversos mecanismos pelos quais a solidariedade social deveria ser praticada em Israel. Alguns exemplos notáveis são a respiga, mediante a qual parte do produto da terra devia ser propositalmente deixada para os necessitados (Lv 23.22; Dt 24.21; Rt 2.7,15); o ano sabático, ano de descanso da terra a cada sete anos, quando tudo que crescesse espontaneamente estaria disponível a todos indistintamente (Lv 25.1-7,20-22); e o ano do jubileu, a cada cinqüenta anos, no qual todas as propriedades retornavam aos seus donos originais e os escravos eram devolvidos a suas famílias (Lv 25.8-17,23-27). O argumento de DEUS na última passagem é “a terra é minha” e “vós sois para mim estrangeiros e peregrinos” (v. 23; ver também o v. 55).

A mensagem social mais enfática do Antigo Testamento está contida nos profetas do século oitavo antes de CRISTO (Isaías, Oséias, Amós e Miquéias). Essa mensagem adquiriu uma conotação “política” ao denunciarem energicamente os males sociais do seu tempo, como a opressão e a injustiça praticadas pelos poderosos contra os necessitados. Ninguém pode ler as passagens desses profetas e continuar afirmando que os cristãos nada têm a ver com os problemas sociais do seu país. Alguns textos significativos são os seguintes: Isaías 1.17,23; 3.14-15,18-23; 5.7-8; 58.5-10; Oséias 10.12; Amós 2.6-7; 4.1; 5.12,24; 8.4-6; Miquéias 2.1-2; 6.8. No entanto, a ênfase do Antigo Testamento como um todo é positiva e construtiva: não somente deixar de praticar o mal e denunciar a injustiça, mas fazer o bem ao próximo concretamente.

3. Ensino do Novo Testamento
CRISTO e os apóstolos mantiveram implicitamente a mensagem social do Antigo Testamento. A ética de JESUS preserva e torna mais exigentes os requisitos da Lei, revelando a sua intenção mais profunda (Mt 5.17,20). A prática do bem deve estender-se também aos que não pertencem à família de DEUS (Mt 5.43-45; 6.1-4). Essas passagens mostram que as motivações dos discípulos de CRISTO devem ser a imitação de DEUS e a reverência para com ele. Outra motivação fundamental é o amor altruísta expresso no serviço desinteressado e até mesmo sacrificial, conforme exemplificado pelo próprio CRISTO (Mc 10.45; Jo 13.12-15).

CRISTO proferiu muitos ensinos sobre a prática da justiça e da misericórdia (Mt 5.6-7; 19.21; 23.23), especialmente através de suas parábolas (Mt 25.34-40). Acima de tudo, ele exerceu misericórdia, socorrendo continuamente os sofredores (Mt 4.23; 9.2,6,36; 12.9-13; 14.14,19; 15.30). À semelhança do Antigo Testamento, JESUS insistiu que meras palavras e atos externos de religiosidade não são suficientes na vida com DEUS (Mt 7.21-23), e sim os frutos, a prática da fé (vv. 16-20,24).

O Evangelho de Lucas dá uma ênfase especial aos sofredores, aos excluídos, aos membros mais frágeis da sociedade, como as mulheres, as crianças, os enfermos e outras categorias. Diversas parábolas e episódios do ministério de JESUS que revelam o seu interesse pelos marginalizados são exclusivos do terceiro evangelho (o filho da viúva de Naim: 7.11-15; a mulher com hemorragia: 8.43-48; o bom samaritano: 10.29-37; o filho pródigo: 15.11-24; os dez leprosos: 17.11-19). Outro tema importante para Lucas é pobreza e riqueza (1.52-53; 4.18-19; 6.20-21,24; 12.13-21; 14.12-14; 16.19-31).

Como era de se esperar, a temática social continua presente no outro livro atribuído a Lucas. Atos dos Apóstolos mostra como a vida da comunidade cristã original era caracterizada pelo compartilhamento dos bens de modo igualitário – o chamado comunismo cristão primitivo (2.42-47; 4.32-35). Ainda que esse não fosse um modelo para todos os tempos e lugares, apontava para a importância da solidariedade e generosidade entre os seguidores de CRISTO. O discurso de Pedro na casa de Cornélio destaca a prática da misericórdia no ministério de JESUS (10.38).

Muito cedo a igreja sentiu a necessidade de estruturar as suas atividades caritativas através da eleição de homens especialmente voltados para esse mister, aqueles que a tradição considera como os primeiros diáconos (6.1-6). A instituição do diaconato passou a ser um eloqüente testemunho da preocupação da igreja com a assistência aos necessitados (Fp 1.1; 1 Tm 3.8-13). Esta última passagem suscita a interessante possibilidade de que também houvesse diaconisas na igreja primitiva (ver ainda Rm 16.1-2). Parece claro que pelo menos as viúvas de mais idade desempenhavam um importante papel nessa área (1 Tm 5.9-10).
O apóstolo Paulo, com toda a sua conhecida ênfase na evangelização, também demonstra nítida preocupação com a beneficência cristã. Um tema que ocupa bastante espaço em algumas de suas cartas foi a oferta levantada por ele junto às igrejas gentílicas para os crentes pobres de Jerusalém (1 Co 16.1-4; 2 Co 8.1-9.15; Rm 15.25-28; At 24.17; Gl 2.10). A seção prática de suas epístolas contém muitos ensinos sobre o serviço cristão e exortações ao mesmo (Rm 12.8,13,17,20; 1 Co 11.22; 12.28; 16.15; Gl 6.2,9-10; Fp 4.10-19; 1 Ts 4.9-12; 2 Ts 3.6-15; 1 Tm 6.17-19; Tt 3.8). As epístolas gerais igualmente possuem diversos preceitos nessa área (Hb 13.1-3; 1 Pe 4.9-10; 1 Jo 3.17-18). A carta de Tiago, devido ao ser caráter prático e seu teor veterotestamentário, aborda a temática social de modo muito insistente (1.9-11,27; 2.1-7,15-17; 5.1-6).

Devido às circunstâncias difíceis em que viviam os primeiros cristãos, o Novo Testamento dá mais ênfase ao serviço cristão voltado para os irmãos na fé. Mas fica implícito que a prática de beneficência devia aplicar-se também aos de fora. A história da igreja mostra que foi exatamente isso que os cristãos fizeram, desde o princípio. (http://www.mackenzie.br/7150.html-Alderi Souza de Matos)




INTERAÇÃO
Professor, você já pensou que papel social e relevante a igreja tem na sociedade contemporânea? As questões políticas e sociais foram assuntos tratados pelos profetas em sua época. Muitos deles quando estavam diante do rei, tinham a incumbência de falar o que era pertinente ao andamento do reinado (Jr 28.1-3; 11,12-14). Não eram poucos os reis israelitas, que consultavam os profetas para construir estratégias de cunho político para a nação (2 Rs 22.14-20). Como coluna e firmeza da verdade a Igreja deve, através de suas ações, denunciar injustiças sociais e também amparar os injustiçados (Mt 25.35-46).

BJETIVOS - Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
Explicar o papel político e social da profecia.
Conhecer a relação do profeta com a questão de ordem social da nação.
Conscientizar-se de que a Igreja tem o mesmo princípio profético de denunciar as injustiças, amparando os injustiçados.

 ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Professor, leia o texto bíblico de Tiago 2. 14-18; 4.17 e pergunte aos seus alunos "o que é justiça social?" Exponha na lousa as principais respostas. Com o auxílio do quadro abaixo, conceitue para eles os seguintes termos: Política e Justiça Social. Estabeleça um diálogo a fim de demonstrar a relevância que a igreja pode ter frente às mazelas de nossa sociedade. Você, professor, poderá enriquecer esse conceito acrescentando maiores exemplos, fazendo uma relação com as respostas dadas pelos alunos. Após a exposição conceitual, procure extrair dos alunos alguns pensamentos pautados pela Palavra de DEUS sobre a relação: Igreja e Justiça Social. Boa aula!





RESUMO DA LIÇÃO 3 – AS FUNÇÕES SOCIAIS E POLÍTICAS DA PROFECIA
Os profetas de Israel combatiam a injustiça social com o mesmo ímpeto com que atacavam a idolatria.
I. O PAPEL POLÍTICO E SOCIAL DA PROFECIA NAS ESCRITURAS
1. O profeta e o povo.
2. O profeta e o rei.
3. O profeta marginalizado.
II. O PROFETA É ENVIADO AO REI
1. O princípio do fim do reino de Judá.
2. Profecia dirigida ao rei (v.2).
3. O destino do rei Zedequias é anunciado (v.3).
III. A QUESTÃO DE ORDEM SOCIAL
1. A liberdade dos escravos hebreus (vv.8-10).
2. A alforria dos escravos é cancelada (v.11).
3. A indignação divina (vv.16,17).
CONCLUSÃO
Há somente um que tem poder para transformar essa expectativa profética em realidade,
Ele se chama Senhor JESUS CRISTO, o Príncipe da Paz (Is 9.6).

SINOPSE DO TÓPICO (1)
A profecia exercia um papel fundamental na esfera política e social em Israel, haja vista os ministérios dos profetas Moisés, Samuel, Natã, Isaías e Jeremias.
SINOPSE DO TÓPICO (2)
A questão social em Israel era tão relevante para o Senhor que, por ignorá-la, Zedequias e o povo foram severamente castigados.
SINOPSE DO TÓPICO (3)
A questão social em Israel era tão relevante para o Senhor que, por ignorá-la, Zedequias e o povo foram severamente castigados.

AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO
Subsídio Bibliológico
Zedequias Era um governador fraco e inseguro. Em uma audiência com Jeremias, confessou seus temores e apelou ao profeta que não comentasse o assunto com quem quer que fosse (38.14-28). Todavia, aparentemente, ele tomou a iniciativa de persuadir o povo a que concordasse com a libertação dos escravos hebreus, após o período legal de sete anos. DEUS o recompensara por este ato de piedade, independentemente de sua motivação.
Escravidão
Em Israel, esta instituição era diferente da praticada em outras sociedades do mundo antigo. Um jovem hebreu podia ser comprado, mas somente seria mantido como escravo por um período de sete anos. Ao final deste tempo, seu senhor deveria libertá-lo, suprindo-o generosamente com recursos suficientes para iniciar uma nova vida. Em suma: na lei mosaica, a escravidão era mecanismo social destinado a proteger o pobre, habilitando-o a alcançar a condição de auto-sustento. Em Judá, entretanto, a escravidão fora corrompida, pois as pessoas ricas escravizaram para sempre seus patriotas judeus. A intenção inicial de uma provisão caridosa ao pobre se desvirtuara ao se transformar numa instituição opressora
(RICHARDS, Lawrence O. Guia do Leitor da Bíblia. 1.ed. RJ, CPAD, 2005, p.469).
AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO II
"O nosso próximo é uma pessoa, um ser humano, criado por DEUS. E DEUS não o criou como uma alma sem corpo (para que pudéssemos amar somente sua alma), nem como um corpo sem alma (para que pudéssemos preocupar-nos exclusivamente com seu bem-estar físico), nem tampouco um corpo-alma em isolamento (para que pudéssemos preocupar-nos com ele somente como um indivíduo, sem nos preocupar com a sociedade em que ele vive). Não! DEUS fez o homem um ser espiritual, físico e social. Como ser humano, o nosso próximo pode ser definido como "um corpo-alma em sociedade". Portanto, a obrigação de amar o nosso próximo nunca pode ser reduzida para somente uma parte dele. Se amamos nosso próximo como DEUS o criou (o que é mandamento para nós), então, inevitavelmente, estaremos preocupados com o seu bem-estar total, o bem-estar do seu corpo, da sua alma e da sua sociedade. [...] É verdade que o Senhor JESUS ressurreto deixou a Grande Comissão para a sua Igreja: pregar, evangelizar e fazer discípulo. E esta comissão é ainda a obrigação da Igreja. Mas a comissão não invalida o mandamento, como se 'amarás o teu próximo' tivesse sido substituído por 'pregarás o Evangelho'. Nem tampouco reinterpreta o amor ao próximo em termos exclusivamente evangelísticos. Ao contrário, enriquece o mandamento amar o nosso próximo, ao adicionar uma dimensão nova e cristã, nomeadamente a responsabilidade de fazer CRISTO conhecido para esse nosso próximo"
(STOTT. John R. W. Cristianismo Equilibrado. Rio de Janeiro, CPAD, pp.60-1).

VOCABULÁRIO
Monarquia: Estado ou forma de governo em que o soberano é monarca.
Monarca: Soberano vitalício e, comumente, hereditário, duma nação ou Estado.
Legislação: O conjunto de leis.
Alforria: Liberdade concedida ao escravo.
Salientar: Destacar-se em relação alguma coisa.
Ignominioso: Que traz ou envolve infâmia.
Perjúrio: Ato ou efeito de perjurar (jurar com falsidade).

BIBLIOGRAFIA SUGERIDA
RICHARDS, Lawrence O. Guia do Leitor da Bíblia. 1ª ed. Rio de Janeiro, CPAD, 2005.
STOTT. John R. W. Cristianismo Equilibrado. Rio de Janeiro, CPAD.
SAIBA MAIS EM Revista Ensinador Cristão CPAD, nº 43, p. 37.


QUESTIONÁRIO DA LIÇÃO 3 – AS FUNÇÕES SOCIAIS E POLÍTICAS DA PROFECIA
RESPONDA CONFORME A REVISTA DA CPAD DO 2º TRIMESTRE DE 2010
Complete os espaços vazios e marque com "V" as respostas corretas e com "F" as falsas.


TEXTO ÁUREO
1- Complete:
"Não havendo _______________________, o povo se ______________________; mas o que ___________________________ a lei, esse é bem-aventurado" (Pv 29.18).

VERDADE PRÁTICA
2- Complete:
O objetivo principal da ________________________ bíblica é levar o homem a ___________________________ a DEUS acima de todas as coisas e ao próximo como a si mesmo, a fim de que haja _________________________________ e bem-estar social.

INTRODUÇÃO
3- O que está presente na Lei e nos Profetas, abrangendo o aspecto político e religioso?
( ) A justiça comutativa.

( ) A justiça corretiva.

( ) A justiça distributiva.

( ) A justiça geral.

( ) A justiça particular.

( ) A justiça reparativa.

( ) A justiça social.


I. O PAPEL POLÍTICO E SOCIAL DA PROFECIA NAS ESCRITURAS
4- Antes da instauração da monarquia em Israel, como eram vistos os profetas?
( ) Como heróis da fé, mas sem respaldo divino.
( ) Como figuras centrais pela sociedade, pois eram os únicos canais humanos e legítimos de comunicação entre DEUS e o povo.
( ) Os arautos de DEUS eram líderes não apenas religiosos, mas também políticos, cujas atividades proféticas cumpriam importantes funções de ordem política e social.
( ) Isso pode ser percebido claramente em Moisés e Samuel que, inclusive, iniciou o seu ministério num período em que a profecia era escassa.

5- O que aconteceu a partir do reinado de Davi, quanto aos profetas?
( ) Os profetas passaram a ter um valor dobrado.
( ) Os profetas passaram a fazer parte do grupo de conselheiros do rei.
( ) Natã e Gade são exemplos desse período.
( ) Suas profecias tinham não somente uma função política, mas também eram importantes para a manutenção da ordem social.

6- A partir de quando o profeta foi marginalizado em Israel e como se deu o fato? Complete:
No período dos reis de Israel e Judá, os profetas de DEUS ficaram ___________________________ dos círculos reais, com exceção de Isaías. O ministério do profeta ________________________ se estendeu até os dias do rei Manassés que, segundo a tradição rabínica, mandou _________________________ Isaías ao meio. Com a decadência espiritual dos monarcas de Israel, os profetas desenvolveram seu ministério distante do _________________________ central. Dessa forma, se empenharam em mudar a __estrutura__ social tanto em Samaria como em Jerusalém, diante de tanta corrupção e injustiça ________________________.

II. O PROFETA É ENVIADO AO REI
7- Como foi o princípio do fim do reino de Judá? Complete:
Como vimos na leitura bíblica, embora tenha jurado lealdade e obediência aos ____________________________ e, por isso, reinado onze anos em Jerusalém, o rei ___________________________ (que teve o seu nome mudado pelo rei da Babilônia, o qual passou a chamá-lo de Zedequias) rebelou-se contra o rei dos caldeus no oitavo ano de seu reinado. Mesmo já estando Judá sob o domínio ________________________, tal postura ocasionou a destituição do rei Joaquim por Nabucodonosor em 598 a.C., que mandou levá-lo para a ________________________ do Império e colocou seu tio, _____________________________, em seu lugar.

8- Onde podemos ver um exemplo de profecia dirigida a um rei? Complete:
O exército dos caldeus, liderando as demais tropas dos povos conquistados, estava à volta de Jerusalém esperando o assédio ______________________. Jeremias já vinha anunciando durante décadas o trágico fim do reinado de ______________________ . Mesmo assim, em seus oráculos havia esperança de livramento da parte de DEUS se o povo se arrependesse de seus pecados e ___________________________ às injustiças sociais. O rei juntamente com os seus príncipes e a maior parte do povo _________________________________ a mensagem de Jeremias e a dos demais profetas. Agora, cerca de _____________________ anos depois de proferir esse discurso, DEUS encarrega o próprio Jeremias de comunicar ao _________________________ que a destruição de Jerusalém é irrevogável: "Eis que eu entrego esta cidade nas mãos do rei da Babilônia, o qual a queimará".

9- Qual o destino do povo e do rei Zedequias, anunciado por Jeremias (v.3)?
( ) Seriam perdoados por DEUS e restaurariam o templo em Jerusalém.
( ) Se quisesse ter paz, o povo deveria se submeter ao rei da Babilônia, pois Jeremias afirmava em sua mensagem que o cativeiro haveria de durar 70 anos.
( ) Além disso, segundo a profecia divina proferida por Jeremias contra o rei Zedequias: este seria entregue nas mãos do rei de Babilônia.

10- Em que acreditaram os contemporâneos do profeta Jeremias, e por isso o taxaram de traidor?
( ) Acreditavam mais na mensagem de um falso profeta chamado Hananias, que incitava o povo a se levantar contra o rei de Babilônia, dizendo - mentirosamente - que em dois anos seria quebrado o jugo dos caldeus.
( ) Acreditavam que Jeremias era espião de Nabuconozor e profeta de Baal.
( ) Por isso, esse profeta era visto com desconfiança, como um espião em favor dos inimigos, e tido como traidor.

III. A QUESTÃO DE ORDEM SOCIAL
11- Como era a liberdade dos escravos hebreus (vv.8-10), na época de Zedequias, quando Jerusalém estava sitiada pelos caldeus? Complete:
A legislação hebraica sobre o escravo hebreu era _____________________ da do escravo estrangeiro. Por razões de falência econômica, o israelita se ____________________ como escravo ao seu irmão, porém, Moisés limitou a escravidão de hebreus ao período máximo de _____________________ anos, quando este devia ser liberto. Esse preceito, porém, não era observado (v.14). Zedequias resolveu libertar os escravos, esperando com isso o livramento divino. Era, infelizmente, tarde demais e, acima de tudo, tratava-se de uma reação artificial e _____________________________.

12- Como foi cancelada a alforria dos escravos (v.11), na época do profeta Jeremias, pelo rei Zedequias? Complete:
O profeta Jeremias anunciou que o rei do ________________________ retornaria a sua terra e o cerco da Cidade Santa pelos caldeus recomeçaria. Entretanto, os fatos de ____________________ ter vindo em socorro de seu aliado Judá, o cerco de Jerusalém ter sido suspenso e os caldeus se retirado, fizeram com que o rei Zedequias e os seus príncipes não _________________________ no profeta de DEUS (Jeremias). Assim, pensando estarem salvos do perigo, _________________________ a lei da libertação dos escravos (v.11). O pecado maior deles consistiu em desfazer um concerto religioso feito em nome de DEUS e no Templo: "[...] e tínheis feito diante de mim um concerto, na _________________________ que se chama pelo meu nome" (v.15). A cerimônia de libertação dos escravos foi um pacto feito no Templo, quando eles ___________________ um bezerro, dividindo-o ao meio, passando em seguida entre as metades (v.18). Esse, aliás, era um método dos povos antigos de ________________________ um tratado. Esse ritual significa que a parte que violar o pacto terá o mesmo destino do animal sacrificado. Assim, este era um ato ignominioso de ___________________________ e de deslealdade, acrescido do perjúrio.

13- Como foi a indignação divina (vv.16,17) sobre Zedequias, seus príncipes e os grandes de Judá?
( ) Em vez dos babilônios, foi o próprio DEUS quem liberou a espada para a destruição de Judá.
( ) A reação divina contra a atitude indigna e vergonhosa de Zedequias, de seus príncipes e dos grandes de Judá, tinha a sua razão de ser.
( ) A parte final do capítulo 34 descreve o duro juízo do Senhor sobre o povo escolhido.
( ) Nabucodonosor tinha uma pendência com Israel e decidiu destruir todo seu povo.

CONCLUSÃO
14- Complete:
A palavra dos profetas não foi vã, eles lutaram por uma causa _______________________, ainda que, como foi dito, não foram ____________________________ em sua geração. Não obstante, seus ideais atravessaram os séculos e até hoje __________________________ políticos, filósofos, economistas, intelectuais, religiosos etc.

15- Em frente ao edifício das Nações Unidas, em Nova Iorque, encontra-se um monumento chamado "Parede de Isaías", no Parque Ralph Bunche, onde está escrita a seguinte profecia: "[...] uma nação não levantará a espada contra outra nação, nem aprenderão mais a guerra" (Is 2.4 - ARA). Poderá um dia se cumprir essa profecia? Quando? Por quem?
( ) Há somente um que tem poder para transformar essa expectativa profética em realidade, Ele se chama Senhor ESPÍRITO SANTO, o Príncipe da Paz. Se realizará no Milênio, governado por ISRAEL.
( ) Há somente um que tem poder para transformar essa expectativa profética em realidade, Ele se chama Senhor JESUS CRISTO, o Príncipe da Paz. Se realizará no Milênio, governado por JESUS CRISTO.


RESPOSTAS DO QUESTIONÁRIO EM http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/videosebdnatv.htm


AJUDA
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08 julho 2010

LIÇÃO 2 - A NATUREZA DA ATIVIDADE PROFÉTICA




LIÇÃO 2 - A NATUREZA DA ATIVIDADE PROFÉTICA
Lições Bíblicas Aluno - Jovens e Adultos - 3º Trimestre de 2010
O Ministério Profético na Bíblia, a voz de DEUS na Terra
Comentários da revista da CPAD:
Consultor Doutrinário e Teológico da CPAD: Pr. Antonio Gilberto
Complementos, ilustrações, questionários e vídeos: Ev.. Luiz Henrique de Almeida Silva
QUESTIONÁRIO



TEXTO ÁUREO
"Havendo DEUS, antigamente, falado, muitas vezes e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, a nós falou-nos, nestes últimos dias, pelo Filho" (Hb 1.1).

VERDADE PRÁTICA
A autêntica comunicação profética, nos tempos bíblicos, era feita por meio de palavras e de figuras, a fim de que o povo compreendesse claramente a mensagem divina.


LEITURA DIÁRIA

Segunda - Nm 12.6 - DEUS fala por meio de sonhos e visões

Terça - 1 Sm 3.8-10 - DEUS fala por meio de voz audível

Quarta -1 Sm 16.7 - DEUS conduz seus profetas

Quinta -2 Sm 7.4 - DEUS pode falar ao profeta durante à noite

Sexta - 2 Sm 12.13 - DEUS usa os profetas para exortar seus filhos

Sábado - Ez 3.24 - A palavra profética procede do ESPÍRITO SANTO

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE - Jeremias 1.4-6, 9-14

Jeremias 1.4 Assim veio a mim a palavra do SENHOR, dizendo: 5 Antes que eu te formasse no ventre, eu te conheci; e, antes que saísses da madre, te santifiquei e às nações te dei por profeta. 6 Então, disse eu: Ah! Senhor JEOVÁ! Eis que não sei falar; porque sou uma criança.


Jeremias 1.9 E estendeu o SENHOR a mão, tocou-me na boca e disse-me o SENHOR: Eis que ponho as minhas palavras na tua boca. 10 Olha, ponho-te neste dia sobre as nações e sobre os reinos, para arrancares, e para derribares, e para destruíres, e para arruinares; e também para edificares e para plantares. 11 Ainda veio a mim a palavra do SENHOR, dizendo: Que é que vês, Jeremias? E eu disse: Vejo uma vara de amendoeira. 12 E disse-me o SENHOR: Viste bem; porque eu velo sobre a minha palavra para a cumprir. 13 E veio a mim a palavra do SENHOR, segunda vez, dizendo: Que é que, vês? E eu disse: Vejo uma panela a ferver, cuja face está para a banda do Norte. 14 E disse-me o SENHOR: Do Norte se descobrirá o mal sobre todos os habitantes da terra.

1.5 ANTES QUE EU TE FORMASSE... TE SANTIFIQUEI. Antes de Jeremias nascer, DEUS já havia determinado que ele seria profeta. Assim como DEUS tinha um plano para a vida de Jeremias, Ele também tem um para cada pessoa. Seu alvo é que o crente viva segundo a sua vontade e deixe que Ele cumpra seu plano em sua vida. Assim como no caso de Jeremias, viver segundo o plano de DEUS pode significar sofrimento; porém DEUS sempre opera visando o melhor para nós (ver Rm 8.28 ).

1.9 AS MINHAS PALAVRAS NA TUA BOCA. DEUS garante a Jeremias que sua mensagem profética seria inspirada por Ele; as palavras do profeta seriam as palavras de DEUS (cf. Rm 10.8). Convicto disso, Jeremias nunca usou de subterfúgio com a Palavra de DEUS, nem a modificou (ver 37.16,17).

1.10 PARA ARRANCARES, E PARA DERRIBARES. A mensagem de Jeremias continha partes ligadas a juízo e também de restauração, no entanto, por causa do período da história de Israel em que Jeremias profetizou, sua mensagem enfocava, em primeiro plano, o castigo e a condenação. A nação desviada, de Israel, tinha de ser derribada antes de DEUS plantá-la e edificá-la de novo.

1.11 UMA VARA DE AMENDOEIRA. Amendoeira é a primeira árvore que brota na primavera. Esta visão -subentendia duas coisas:

(1) a palavra de DEUS através de Jeremias cumprir-se-ia rapidamente, e

(2) o povo reconheceria que DEUS estava em ação e controlando o curso da história, para cumprir os seus propósitos (cf. a vara de amendoeira de Arão, que brotou, Nm 17.1-10).

1.14 DO NORTE SE DESCOBRIRÁ O MAL. Este versículo refere-se aos ataques de Babilônia contra Judá e o cerco de Jerusalém. Uma invasão maciça viria do Norte, porque o povo de DEUS o abandonara, oferecia sacrifícios a outros deuses e adorava as obras das suas próprias mãos (v. 16).


O estado dos profetas ao receberem a sua mensagem (www.vivos.com.br/169.htm).

E importantíssima ter uma noção certa das condições espirituais do profeta, afim de que possamos penetrar os segredos da comunicação do homem com DEUS. A concepção pagã da profecia era a de uma condição absolutamente passiva no profeta, de modo que, quanto mais inconsciente se mostrava, mais apto estava para receber a mensagem divina. Alguma coisa deste gênero se pode ver na histeria do povo israelita. Aquelas danças sagradas dos profetas de Baal, durante as quais eles batiam em si furiosamente, cortando-se com canivetes, para que pudessem receber um sinal visível de aprovação divina, eram, na realidade, uma manifestação típica (1 Rs 18.26 a 28); e é provável que em tempos posteriores os falsos profetas tomassem disposições semelhantes, com o fim de provocarem em si próprios o estado de êxtase para as suas arengas. Mas a idéia pagã de profecia se apresenta dum modo muito claro em Balaão. A sua vontade e os seus próprios pensamentos são vencidos pela inspiração divina, proclamando ele a mensagem celestial, contrariamente aos seus particulares desejos (Nm 22 a 24).

No tempo de Samuel já se vê o principio de melhor sistema. Ele reunia em comunidades aqueles que parecia terem dons especiais da profecia, disciplinando-os, ensinando-lhes a música, e, segundo parece, ministrando-lhes conhecimentos da história e religião, para que pudessem estar nas melhores condições de receber as palavras de DEUS (1 Sm 10.10 a 13; 19.18 a 20). A respeito da música pode-se compreender que era para aquietar a alma, e prepará-la para as comunicações com DEUS (1 Sm 16. 14 a 23; 2 Rs 3.15). Quanto a serem estas escritas ou não pelo profeta, isso dependia do caráter particular de cada alocução.

Essas profecias, devemos dizê-lo, são inteiramente apostas ás produzidas no estado de mero êxtase. São escritas com grande escolha de palavras e frases, revelando a vida anterior dos profetas, os seus interesses e ocupações, e apresentando em vários graus a cultura e as circunstâncias do tempo em que cada profecia foi revelada. As profecias de Amós. de Miquéias, de Isaias, e de Jeremias, por exemplo, estão muito longe das de Balaão, tanto na visão espiritual como nos conscientes pensamentos e deliberado estudo. Os profetas tinham aprendido que DEUS Se servia das próprias faculdades e aptidões deles como instrumento das Suas revelações.

Na verdade, querendo formar a mais alta concepção do estado do profeta, na recepção das comunicações divinas, temos esse ideal em JESUS CRISTO, que estava em comunhão com o Seu Pai, e anunciava aos homens o que dele ouvia (Jo 8.26 a 40; 15.15; 17.8). Em JESUS não havia o estado de êxtase, mas manifestava-se uma clara comunicação espiritual, tendo a Sua alma um grandioso poder receptivo e ativo. Na proporção em que os profetas alcançavam este dom maravilhoso de profecia, podiam eles receber e transmitir perfeitamente a mensagem divina.

Santos em Transe no Antigo Testamento

Saul estava ardendo de ódio por Davi. Ele havia perdido o ESPÍRITO do SENHOR e era atormentado por um demônio enviado por DEUS, que lhe causava freqüentes ataques de loucura (1Sm 16:14), o que o fez tentar matar Davi, seu sucessor (19:9,10).

”E aconteceu no outro dia, que o mau espírito da parte de DEUS se apoderou de Saul, e profetizava no meio da casa; e Davi tocava a harpa com a sua mão, como nos outros dias; Saul, porém, tinha na mão uma lança.” (1Sm 18:10)

Repare na atitude, relatada na passagem, como sendo tomada pelo rei possesso: ”profetizava no meio da casa”. Sabemos que a profecia é uma mensagem inspirada por DEUS, que tem como objetivo exortar, consolar e edificar os ouvintes (1Co 14:3,4). É no mínimo estranho que uma pessoa tomada por um espírito imundo profetize da forma como está relatada, como algo rotineiro. A Bíblia católica traduzida pelos monges de Maredsous (BMM) diz que ele ”teve um acesso de delírio em sua casa”, enquanto a Bíblia na Linguagem de Hoje (BLH) verte: ”ele começou a agir como louco dentro de casa”. Esse entendimento é reforçado pelo fato dos demônios serem descritos como causadores de ataques nas pessoas em que habitam (Lc 4:33-35; 9:39,42), e também por os profetas serem comparados a pessoas exaltadas em seu juízo, como vemos acontecer com Eliseu:

“E, saindo Jeú aos servos de seu senhor, disseram-lhe: Vai tudo bem? Por que veio a ti este louco? E ele lhes disse: Bem conheceis o homem e o seu falar.” (2Rs 9:11)

Os homens de DEUS eram ridicularizados, tidos como ensandecidos, a tal ponto que as pessoas que agiam de maneira estranha eram mencionadas como “profetizando”. Quando o rei Saul teve uma crise mental, gritando e brandindo sua lança no ar, a Bíblia diz que ele ”profetizava no meio da casa” (1Sm 18:10). Ao que parece, quando os profetas tinham visões ou ouviam a voz de DEUS, durante o “arrebatamento de sentidos” (At 10:10; 11:5; 22:17), eles tinham reações estranhas, que os assemelhavam a pessoas destituídas da razão. Algumas vezes, isso ocorria sob o som de instrumentos musicais (2Rs 3:15), muitas vezes quando os profetas estavam reunidos em grupo (1Sm 10:5). Saul, movido por aquele espírito mau, enviou tropas de soldados para prenderem a Davi, que estava foragido, a fim de trazê-lo à sua presença. Contudo, ocorreu algo inesperado:

“Então enviou Saul mensageiros para trazerem a Davi, os quais viram uma congregação de profetas profetizando, onde estava Samuel que presidia sobre eles; e o ESPÍRITO de DEUS veio sobre os mensageiros de Saul, e também eles profetizaram. E, avisado disto Saul, enviou outros mensageiros, e também estes profetizaram; então enviou Saul ainda uns terceiros mensageiros, os quais também profetizaram.” (1Sm 19:20,21)

A BMM traz a seguinte nota de rodapé: “Profetizando: Cantando e gesticulando sob efeito de uma sorte de exaltação atribuída ao ESPÍRITO do Senhor”. Ela traduz os vs. 20 e 21 dessa forma: “Saul mandou homens para prendê-lo, mas quando viram a comunidade dos profetas em delírio... Contaram-no a Saul, que enviou outros mensageiros, mas também estes se puseram a cantar como os primeiros...”

E a BLH diz: “profetizando: dominados pelo ESPÍRITO de DEUS, eles dançavam e cantavam”. Outro evento em que vemos pessoas tendo a mesma reação, ao serem cheias do ESPÍRITO SANTO, foi na unção dos setenta auxiliares de Moisés:

“Então o SENHOR desceu na nuvem, e lhe falou; e, tirando do ESPÍRITO, que estava sobre ele, o pôs sobre aqueles setenta anciãos; e aconteceu que, quando o ESPÍRITO repousou sobre eles, profetizaram; mas depois nunca mais. Porém no arraial ficaram dois homens; o nome de um era Eldade, e do outro Medade; e repousou sobre eles o ESPÍRITO (porquanto estavam entre os inscritos, ainda que não saíram à tenda), e profetizaram no arraial. Então correu um moço e anunciou a Moisés e disse: Eldade e Medade profetizaram no arraial. E Josué, filho de Num, servidor de Moisés, um dos seus jovens escolhidos, respondeu e disse: Moisés, meu senhor, proíbe-lho. Porém, Moisés lhe disse: Tens tu ciúmes por mim? Quem dera que todo o povo do SENHOR fosse profeta, e que o SENHOR pusesse o seu ESPÍRITO sobre ele!” (Nm 11:25-29)

A BLH traz: “... Quando o ESPÍRITO veio sobre eles, eles começaram a falar alto como profetas; porém isso durou pouco tempo... O ESPÍRITO veio sobre eles, e eles também começaram a falar alto como profetas.” (vs. 25,26).

Da mesma forma que no transbordamento visto entre os setenta líderes d’Israel, os três grupos enviados um a um pelo rei Saul, para prenderem Davi, foram tomados pelo ESPÍRITO SANTO, começando a agir como profetas. Um a um, eles foram mergulhando no rio da inspiração de DEUS (cf. Sl 46.10).

O profeta Samuel “presidia” sobre aquele grupo. Provavelmente ele iniciava as orações e liberava palavras proféticas ou cânticos espirituais, mantendo a ordem no grupo. Depois que Saul, que estava a par de tudo o que acontecia, viu que não havia como lutar contra o ESPÍRITO de DEUS, ele mesmo foi a Ramá:

“Então foi também ele mesmo a Ramá, e chegou ao poço grande que estava em Secu; e, perguntando, disse: Onde estão Samuel e Davi? E disseram-lhe: Eis que estão em Naiote, em Ramá. Então foi para Naiote, em Ramá; e o mesmo ESPÍRITO de DEUS veio sobre ele, e ia profetizando, até chegar a Naiote, em Ramá. E ele também despiu as suas vestes, e profetizou diante de Samuel, e esteve nu por terra todo aquele dia e toda aquela noite; por isso se diz: Está também Saul entre os profetas?” (1Sm 19:22-24)

“Mas no caminho para Naiot, assaltou-o também o ESPÍRITO de DEUS, e foi tomado de transes por todo o caminho até chegar em Naiot.” (vs. 23) [BMM]

Saul deixou por um instante seus sentimentos de ódio e inveja, nutridos contra Davi, e foi envolvido pela presença do ESPÍRITO do SENHOR. Naquela hora havia uma luta no seu interior, na qual DEUS desejava quebrar a dureza no coração daquele rei. O ápice desse “tratar” deu-se quando ele chegou diante do profeta Samuel. A Palavra de DEUS conta que nesta hora Saul “despiu as suas vestes... e esteve nu por terra todo aquele dia e toda aquela noite” (vs. 24). Os profetas tinham por costume despir-se de suas vestes de cima, a fim de caminhar humilhados durante suas pregações (Is 20.2; Mq 1.8). No caso de Miquéias, aquilo era um símbolo de tristeza pelo pecado de Judá e Samaria, que traria destruição sobre eles, enquanto Isaías recebera revelação divina para andar semi-nu, exemplificando a forma como o rei assírio levaria cativos os filhos do Egito e da Etiópia. Quando Saul passou a agir como profeta sob o fluir da unção de DEUS, ele também tirou sua roupa, para expressar contrição por perseguir a Davi. Veja um exemplo em que um profeta teve uma experiência semelhante à do rei Saul:

“E, levantando Balaão os seus olhos, e vendo a Israel, que estava acampado segundo as suas tribos, veio sobre ele o ESPÍRITO de DEUS. E proferiu a sua parábola, e disse: Fala, Balaão, filho de Beor, e fala o homem de olhos abertos; Fala aquele que ouviu as palavras de DEUS, o que vê a visão do Todo-Poderoso; que cai, e se lhe abrem os olhos.” (Nm 24:2-4,16)

O servo Balaão, que haveria de tornar-se ímpio, caía prostrado quando, dominado pelo ESPÍRITO de DEUS, tinha visões proféticas. Esses casos são diferentes dos ocorridos com os profetas Daniel e Ezequiel, que não resistiam às suas grandiosas visões, indo de rosto ao chão. Veja o que acontecia com eles:

“... Este era o aspecto da semelhança da glória do Senhor; e, vendo isto, caí sobre o meu rosto, e ouvi a voz de quem falava. E disse-me: Filho do homem, põe-te em pé, e falarei contigo. Então entrou em mim o ESPÍRITO, quando ele falava comigo, e me pôs em pé, e ouvi o que me falava.” (Ez 1:28-2:2).

“E levantei-me, e saí ao vale, e eis que a glória do Senhor estava ali, como a glória que vi junto ao rio Quebar; e caí sobre o meu rosto. Então entrou em mim o ESPÍRITO, e me pôs em pé, e falou comigo, e me disse: Entra, encerra-te dentro da tua casa.” (3:23,24).

“E o aspecto da visão que tive era como o da visão que eu tivera quando vim destruir a cidade; e eram as visões como as que tive junto ao rio Quebar; e caí sobre o meu rosto... E levantou-me o ESPÍRITO, e me levou ao átrio interior; e eis que a glória do Senhor encheu a casa.” (43:3,5).

“Falava ele comigo quando caí sem sentidos, rosto em terra; ele porém, me tocou e me pôs em pé no lugar onde eu me achava;” (Dn 8:18).

“Fiquei, pois, eu só, a contemplar esta grande visão, e não ficou força em mim; transmudou-se o meu semblante em corrupção, e não tive força alguma. Contudo ouvi a voz das suas palavras; e, ouvindo o som das suas palavras, eu caí sobre o meu rosto num profundo sono, com o meu rosto em terra. E eis que certa mão me tocou, e fez com que me movesse sobre os meus joelhos e sobre as palmas das minhas mãos. E me disse: Daniel, homem muito amado, entende as palavras que vou te dizer, e levanta-te sobre os teus pés...” (10:8-11,15-18).

Repare que as visões extenuavam fisicamente os profetas, o que ocasionava sua prostração. Imediatamente o ESPÍRITO entrava neles e os fortalecia, a fim de que pudessem estar firmes para ouvir a voz de DEUS. Assim, a queda de Ezequiel e Daniel deu-se pela fraqueza da carne frente à glória de DEUS, e não por uma ação do ESPÍRITO SANTO, que, em vez de derribá-los, punha-os de pé. O profeta Jeremias falou sobre isso, ao afirmar: “sou como um homem vencido de vinho, por causa do SENHOR, e por causa das suas santas palavras” (Jr 23:9). Já com o rei Saul e o profeta Balaão, o caso foi diferente. Eles realmente caíram em êxtase, tomados pelo ESPÍRITO SANTO. E não é relatado que Saul estivesse tendo visões ao despir-se diante do profeta Samuel e deitar-se no chão. Veja que coisa! Parecia até um endemoninhado, em vez de alguém dirigido pelo ESPÍRITO do SENHOR. Sabemos que os demônios humilham as pessoas publicamente, despindo-as de suas vestes (Lc 8:27) e lançando-as por terra (9:42). Mas o ESPÍRITO de DEUS às vezes usa de meios radicais para pôr rédeas no ego humano e transformar o interior da pessoa endurecida. Ele quebra o vaso para moldar uma nova pessoa.

Na primeira vez em que Saul teve uma experiência com o ESPÍRITO do SENHOR, numa circunstância muito semelhante a essa que analisamos, o objetivo foi exatamente o de transformar seu coração (1Sm 10:5,6,9-10). Mas voltando ao assunto, não era uma pomba-gira que havia se apoderado do rei Saul. Era o mesmo ESPÍRITO que estava sobre JESUS, o ESPÍRITO da verdade enviado por Ele para permanecer eternamente com os apóstolos (Jo 14:16,17). O rei Davi era um tipo de CRISTO. Ambos foram perseguidos, estando isentos de qualquer culpa. Quando os soldados romanos chegaram diante de JESUS para prendê-lo, eles não resistiram ao lampejo de autoridade irradiado por Ele e caíram por terra com suas armas (Jo 18:6), assim como o rei Saul ficou estendido perante Davi. Apesar disso, Saul era um homem possesso, e Balaão, apesar de ser um homem de DEUS, estava profetizando em intenção impura de coração, a fim de receber lucro (2Pe 2.15). Será que as experiências destas pessoas frente à presença divina não seria algo anormal, ocorrido somente no Antigo Testamento, quando ímpios eram tomados esporadicamente pelo ESPÍRITO SANTO? Primeiramente, convém reparar o comentário tecido pelas pessoas acerca da atitude do rei:

”E ele também despiu as suas vestes, e profetizou diante de Samuel, e esteve nu por terra todo aquele dia e toda aquela noite; por isso se diz: Está também Saul entre os profetas?” (1Sm 19:24).

Ao vê-lo deitado profetizando, as pessoas imediatamente identificaram o rei como um dos profetas de DEUS, o que mostra que aquele ocorrido não foi único, mas algo que ocorria rotineiramente com os homens de DEUS quando faziam “maluquices” (profetizavam). Certo, mas será que tudo isso não era restrito ao Antigo Testamento, fazendo parte de uma esfera passada da revelação divina? Vejamos na seção subseqüente.

Santos em Transe no Novo Testamento (Leia mais: http://www.eleitosdedeus.org/pentecostalismo/escrituras-e-os-extases-espirituais-rafael-gabas.html#ixzz0sva1Tqtr)

O ESPÍRITO SANTO não é uma água parada. O Senhor disse que Ele fluiria como rios de água corrente do ventre daqueles que crêem em CRISTO JESUS (Jo 7:37-39). Isso mostra a ação livre do ESPÍRITO SANTO na vida dos cristãos, sem barreiras ou paradigmas. Isso ficou bem claro quando, após uma oração conjunta da Igreja Primitiva, o lugar em que todos estavam congregados estremeceu, ficando todos cheios do ESPÍRITO (At 4:31). Em vista de tudo o que vimos até aqui, gostaria apenas de comentar o ocorrido na manhã de Pentecostes, conhecido por inaugurar a Igreja cristã de maneira pública e oficial:

”E, cumprindo-se o dia de Pentecostes, estavam todos concordemente no mesmo lugar; E de repente veio do céu um som, como de um vento veemente e impetuoso, e encheu toda a casa em que estavam assentados. E foram vistas por eles línguas repartidas, como que de fogo, as quais pousaram sobre cada um deles. E todos foram cheios do ESPÍRITO SANTO, e começaram a falar noutras línguas, conforme o ESPÍRITO SANTO lhes concedia que falassem. E em Jerusalém estavam habitando judeus, homens religiosos, de todas as nações que estão debaixo do céu. E, quando aquele som ocorreu, ajuntou-se uma multidão, e estava confusa, porque cada um os ouvia falar na sua própria língua. E todos pasmavam e se maravilhavam, dizendo uns aos outros: Pois quê! não são galileus todos esses que estão falando? Como, pois, os ouvimos, cada um, na nossa própria língua em que somos nascidos?” (At 2:1-8).

Ao receber o dom da variedade de línguas, os cristãos puseram-se a evangelizar uma multidão de religiosos que estava em Jerusalém para comemorar a festa judaica de Pentecostes. Note que a Bíblia não diz que um falava em grego, outro em aramaico, outro em dialeto egípcio etc. Todos falavam coletivamente, numa língua de êxtase (cf. 1Co 14:2,3), e os estrangeiros presentes entendiam suas palavras, cada um em seu próprio idioma. Apesar disso, algumas pessoas que ouviam as pregações daquela manhã zombavam dos crentes:

”E todos se maravilhavam e estavam suspensos, dizendo uns para os outros: Que quer isto dizer? E outros, zombando, diziam: Estão cheios de mosto.” (At 2:12,13).

Você já parou para meditar no escárnio feito naquele dia? Algumas pessoas que viram os cento e vinte discípulos cheios do ESPÍRITO SANTO diziam que todos estavam embriagados de vinho! Que motivo haveria para isso? Desde quando a bebida faz alguém falar em línguas estrangeiras? Com certeza isso não se relaciona com Jeremias descrever-se como “homem vencido de vinho” (Jr 23:9), ou com Ezequiel e Daniel caírem de joelhos (Ez 1:28; 3:23; 43:3; 44:3; Dn 8:18; 10:9,10), pois esses fenômenos eram efeito de suas extenuantes visões, nada tendo a ver com o ESPÍRITO SANTO. Apesar de Pedro citar as visões proféticas em seu discurso (At 2:17), o apóstolo estava recitando um texto do profeta Joel (Jl 2:28-31), que descreve extensivamente o derramamento do ESPÍRITO de DEUS visto nos últimos dias, incluindo seus sinais secundários, entre os quais as visões. Além disso, os cristãos encontravam-se empenhados em anunciar as “grandezas de DEUS” (At 2:11), o que seria impossível caso estivessem tendo visões tão impactantes quanto as tidas por Ezequiel e Daniel, sendo que este último não conseguia sequer respirar direito (Dn 10:15-19). Então, se não estavam tendo visões da glória de DEUS, por que causa as testemunhas de JESUS foram descritas como “cheias de mosto”, por seus ouvintes e espectadores?

Isso não era um simples deboche a respeito da mensagem do Evangelho que, por se tratar de uma mensagem nova, estaria sendo encarada como “conversa de bêbados”. Quando o pescador de homens se dirigiu aos presentes, afirmou que os crentes não estavam bêbados como pensavam, sendo ainda nove horas da manhã, pois o que ocorria ali era o derramar do ESPÍRITO do Senhor (vs. 15-17). Só depois de explicar isso é que Pedro começou a pregar a respeito do Messias (vs. 22-36). Assim, a aparente embriaguez dos discípulos foi associada ao recebimento do ESPÍRITO SANTO, e não ao tipo de mensagem pregada. Mais uma vez, a dúvida persiste: o que fez o ESPÍRITO SANTO aos primeiros cristãos, para que sua condição fosse estranhada pelos presentes?

É aqui que nos recordamos da experiência do rei Saul. Se alguém o visse ali despido, deitado no chão por um dia inteiro, o que pensariam sobre ele? Veja a semelhança entre sua conduta e a do profeta Noé:

“Bebendo vinho, embriagou-se e se pôs nu dentro de sua tenda.” (Gn 9.21).

“Então foi para Naiote, em Ramá; e o mesmo ESPÍRITO de DEUS veio sobre ele, e ia profetizando, até chegar a Naiote, em Ramá. E ele também despiu as suas vestes, e profetizou diante de Samuel, e esteve nu por terra todo aquele dia e toda aquela noite; por isso se diz: Está também Saul entre os profetas?” (1Sm 19.23,24).

Sabemos que os crentes estavam sentados quando o ESPÍRITO caiu sobre todos (At 2:2). Após Sua descida, contudo, a Bíblia passa a dar notável importância ao efeito das pregações dirigidas os prosélitos, não narrando pormenorizadamente as reações físicas dos cristãos cheios. Lembremo-nos, contudo, do que acontecia com os profetas vetero-testamentários (1Sm 10:5,10-13), bem como o que ocorreu durante o “mini-Pentecostes” dos setenta anciãos de Israel (Nm 11:25-29). Neste último evento, Moisés disse: “Quem dera que todo o povo do SENHOR fosse profeta, e que o SENHOR pusesse o seu ESPÍRITO sobre ele!” (Nm 11:29) Essa palavra se cumpriu no dia de Pentecostes, quando todos foram tomados pela presença de DEUS. Sabemos também que os discípulos não estavam em pé durante o tempo em que falaram sob a inspiração do ESPÍRITO. Logo após que começaram a acusá-los de bebedice, lemos:

“Pedro, porém, pondo-se em pé com os onze, levantou a sua voz, e disse-lhes: Homens judeus, e todos os que habitais em Jerusalém, seja-vos isto notório, e escutai as minhas palavras.” (vs. 14).

Talvez eles estivessem assentados, mantendo a posição em que estavam antes do ESPÍRITO ser derramado, talvez não. Talvez os judeus tenham visto alguns discípulos deitados ou prostrados, não sabemos, mas algo aconteceu para que eles fossem assemelhados a pessoas embriagadas. Convém frisar que a Bíblia não afirma que os discípulos saíram a pregar a Palavra pelas ruas e esquinas, mas que permaneceram dentro do salão. Os visitantes de Jerusalém é que subiram até eles, ao escutar o som das línguas estranhas (At 2.5,6). Isso mostra que os cristãos estavam falando muito audivelmente, a ponto de os de fora conseguirem ouvi-los; em outras palavras, eles se encontravam gritando. Se houve aquilo no dia de Pentecostes e o apóstolo Pedro disse que o derramamento predito por Joel é para todo o povo de DEUS, até o fim dos tempos (vs. 38,39), não há nada que impeça que cristãos, nos dias de hoje, tenham comportamento semelhante aos dos cento e vinte.

“Neemias, que era governador, e Esdras, sacerdote e escriba, e os levitas que ensinavam o povo lhe disseram: Este dia é consagrado ao Senhor, vosso DEUS, pelo que não pranteeis, nem choreis. Porque todo o povo chorava, ouvindo as palavras da lei.” (Ne 8.9).

“E disseram um ao outro: Porventura, não nos ardia o coração, quando ele, pelo caminho, nos falava, quando nos expunha as Escrituras?” (Lc 24.32).

Choro e ardor no peito são duas manifestações sensíveis provadas por servos de DEUS em ambientes religiosos. Contudo, repare na nuança destas ocorrências: os judeus prantearam quando as palavras da lei foram lidas a todos, provocando uma reação de contrição interior, e os discípulos foram tocados pela explicação que JESUS fez das profecias do Antigo Testamento. Em ambos os casos, as emoções sentidas pelos santos foram provocadas pela explicação inteligível e racional da Palavra de DEUS, e não por uma manipulação vazia de sentimentos, quando o pregador não sabia mais como proceder frente aos ouvintes. Essa é a diferença entre a emoção excessiva e a emoção controlada pelo bom senso: a primeira contenta-se em si mesma, levando os cristãos a acreditarem que ela é prova de que DEUS está “tocando os corações”, enquanto a segunda é uma reação secundária ao toque divino, provocado pela Palavra de DEUS. A alegria é um bom exemplo disso. Logo após a crise de choro que possuiu os israelitas, lemos o seguinte:

“Disse-lhes mais: ide, comei carnes gordas, tomai bebidas doces e enviai porções aos que não têm nada preparado para si; porque este dia é consagrado ao Senhor; portanto, não vos entristeçais, porque a alegria do Senhor é a vossa força. Os levitas fizeram calar todo o povo, dizendo: Calai-vos, porque este dia é santo; e não estejais contristados. Então, todo o povo se foi a comer, a beber, a enviar porções e a regozijar-se grandemente, porque tinham entendido as palavras que lhes foram explicadas.” (Ne 8.10-12).

Algumas vezes, porém, o Senhor provoca emoções por querer mesmo que Seus filhos sintam tal sentimento frente a uma situação grandiosa, a fim de expressarem um louvor ao poder de DEUS.

“Naquela hora, exultou JESUS no ESPÍRITO SANTO e exclamou: Graças te dou, ó Pai, Senhor do céu e da terra...” (Lc 10.21).

O apóstolo Tiago escreveu que a alegria deve ser expressa por meio do louvor (Tg 5.13), e a Bíblia inteira fala do louvor dos santos como sendo cheio de alegria (Dt 16.14,15; 1Cr 15.16,28; Sl 42.4; 63.5; 105.3). Uma vez que DEUS mesmo é a razão de tanta alegria, os fiéis são chamados a louvá-Lo com júbilo por todas as formas que conseguirem, inclusive com danças (Sl 149.2-5; Fp 4.4). A profetiza Miriã dançou com tamborins, junto com as outras hebréias (Êx 15.20), as mulheres d’Israel dançavam na festa de honra ao Senhor em Siloé (Jz 21.19-21), o rei Davi saltava e dançava com todas as forças diante de DEUS (2Sm 6.14), os Salmos testemunham o papel da expressão corpórea na cultuação a DEUS (Sl 149.3; 150.4), e o paralítico curado por Pedro saltava e louvava a DEUS, na entrada do Templo (At 3.8). Os Salmos estão repletos de emoções, expressas em momentos devocionais por anseios profundos, desejos intensos e paixão por DEUS (Sl 27.4; 42.1,2; 63.1,2; 143.6).

A Atitude Equilibrada do Cristão

Após tudo o que vimos, qual deve ser nossa reação frente a fenômenos que envolvam experiências semelhantes às dos discípulos e profetas bíblicos?

Primeiramente, ao julgarmos tais elementos de forma natural, avaliando as atitudes das pessoas com os olhos da carne, fatalmente cairemos no erro de Mical, que repreendeu a seu marido, Davi, por dançar e saltar em louvor a DEUS (2Sm 6.14-16). Ela sofreu um duro castigo por repreendê-lo, tendo-o por exibicionista. Aquilo que, para ela, era vontade de se aparecer, era a genuína alegria de louvar a DEUS por Sua presença. O caso de Davi nos revela que, muitas vezes, podemos agir por um motivo aparentemente nobre e puro, defendendo a decência bíblica no louvor e na adoração, quando estamos, em verdade, sendo juízes temerários das atitudes de nossos irmãos, avaliando-os conforme nossos gostos pessoais, sem atentar para o que a Bíblia ensina em seu conteúdo integral. Nem tudo o que causa mal-estar entre as pessoas pode estar errado. Ana orou sem pronunciar som, apenas mexendo seus lábios, de forma que o sacerdote a teve por bêbada. Mas isso não impediu que sua oração fosse aceita pelo Senhor (1Sm 1.9-20).

Em segundo lugar, as Escrituras jamais nos ensinam a pôr as reações físicas em evidência ao buscarmos a DEUS. Isso significa que elas não precisam estar presentes para que a obra do ESPÍRITO tenha efeito. Quando a Bíblia mostra que a atuação Dele é irrestrita, isso inclui os toques silenciosos e imperceptíveis, além de êxtases barulhentos. É um erro supor que os crentes que caem, choram ou tremem estão sendo mais abençoados que os demais, ou que sejam mais consagrados que os que não experimentam nada disso.

Em terceiro lugar, devemos quebrar o tradicionalismo que seja usado como barreira a que o Senhor aja, em nós, de maneira similar. Nosso guia deve ser o próprio DEUS, e não nossos gostos ou vaidades. O regenerado não pertence a si mesmo (1Co 6.20), portanto, sua vida deve estar sob constante controle do ESPÍRITO SANTO, mediante a obediência à Palavra de DEUS, quer objetivamente, por meio das Escrituras (2Tm 3.14-17), quer subjetivamente, por meio de profecias orais (1Co 14.1-5,29-31), sentimentos interiores (Nm 7.5) ou revelações pessoais (Sl 27.8; Is 30.21). Obviamente, a única depositária infalível das mensagens divinas é a Bíblia, contrariamente às mensagens faladas, as quais precisam passar por julgamento (1Co 14.29; 1Ts 5.20,21). O cristão deve estar pronto para ser usado por DEUS como vaso, em todas as instâncias, mesmo que isso inclua fazer coisas aparentemente ilógicas ou estranhas. Isso é contrário à natureza de DEUS? Só podemos aceitar este ensinamento se o deus em que cremos não for o mesmo de que falam as Escrituras: DEUS mandou Isaías caminhar seminu, profetizando contra o Egito (Is 20.2), Oseías recebeu ordem para desposar uma prostituta (Os 3.1), o profeta Elias deitou-se três vezes sobre uma criança a fim de revivê-la (1Rs 17.21), além de correr mais rápido que uma carruagem, sob o poder do Senhor e debaixo de uma chuvarada (1Rs 17.46), Eliseu deitou-se duas vezes sobre outra criança, olhos sobre olhos, boca sobre boca e mãos sobre mãos (2Rs 4.34,35), a mula de Balaão falou por interferência divina (Nm 22.28-30), o Senhor JESUS usava saliva para curar cegos e mudos (Mc 7.33; 8.23; Jo 9.6), João Batista, ainda no ventre de Isabel, saltou de gozo ao ouvir a voz de Maria (Lc 1.41,44). Aquele que se fecha a manifestações corporais, como o cair no ESPÍRITO, está argüindo-se como administrador de si mesmo, estando cheio de orgulho e falsa religiosidade.

Em quarto lugar, a ocorrência de frenesis e arrebatamentos de sentidos entre o povo de DEUS deve ser administrada pelo bom senso, e não por nossa vontade. Manifestações extravagantes do correr do rio de DEUS não podem acontecer em um ambiente em que incrédulos ou crentes não acostumados com essas coisas estejam assistindo, não recebendo entendimento claro quanto ao significado delas. Isso é dito pelo apóstolo fariseu à comunidade de Corinto, quando afirma que os incrédulos e indoutos julgariam-nos como loucos ao ouvir orações e/ou pregações em línguas estranhas, enquanto a profecia traria convencimento de pecado e edificação (1Co 14.23-25). Quando Ana orava no templo e foi confundida com uma ébria, pelo sacerdote Eli, imediatamente houve uma explicação dela quanto à sua atitude, de forma que o mal entendido do sacerdote não gerou um escândalo maior para Ana (1Sm 1.9-20). Da mesma forma, quando os cento e vinte discípulos foram cheios do ESPÍRITO SANTO e os judeus convertidos começaram a zombar de seu estado frenético, os líderes dentre eles (Pedro e os onze apóstolos) levantaram-se, e o pescador de homens iniciou a sua pregação, em que explicou biblicamente os fenômenos vistos naquela manhã (At 2.13-18). Em um culto de uma conhecida denominação brasileira, ouvi um pastor pregar o seguinte: “Há pessoas que dizem: ‘Ha, esse negócio de buscar o ESPÍRITO SANTO na igreja escandaliza os visitantes’. Que nada, irmãos, os visitantes que entrem na do ESPÍRITO, e não o ESPÍRITO na dos visitantes.” O pastor citado pecou por pisar no mandamento bíblico a respeito da ordem (cf. 1Co 14.37-40), mas acertou ao declarar que os visitantes devem entrar na do ESPÍRITO SANTO. Para isso, o que é necessário não são exibições vistosas, mas a exposição convincente do Evangelho. A liberdade às sensações religiosas, produzidas pelo toque do ESPÍRITO, termina onde o escândalo começa, conforme os exemplos bíblicos mostram.

Em quinto e último lugar, o verdadeiro desejo do servo de DEUS não deve estar nas experiências pessoais, mas unicamente na comunhão com DEUS, manifesta na oração, na meditação bíblica e na separação das coisas do mundo. É bíblico que anelemos o enchimento com o ESPÍRITO SANTO (Ef 5.18), que modo que devemos estar preparados para que a resposta de DEUS venha como em At 4.31, quando o lugar, em que os discípulos oravam, se moveu pelo poder do ESPÍRITO. Mas nossa súplica jamais deve ser para que DEUS venha realizar esta ou aquela manifestação, pois isso cria uma dependência em torno de elementos secundários, que são da particularidade de DEUS sobre a vida de Seus filhos, dependência que a Bíblia jamais insinua que devamos desenvolver. Os fluíres do ESPÍRITO não são liberados para satisfazer a curiosidade humana ou o desejo por sentimentos de êxtase. São concedidos unicamente para que a Igreja seja edificada, recebendo impulso para a espiritualidade, que é constituída por um caráter igual ao de JESUS CRISTO (2Co 3.16-18; Gl 5.22-25).

Conclusão

O transbordamento exclusivo de alguns, no Antigo Testamento, tornou-se extensivo a todos os que clamam ao Senhor pelo ESPÍRITO SANTO (Lc 11:13). As experiências tidas pelos profetas foram confirmadas no dia de Pentecostes e usufruídas pela Igreja Primitiva (Nm 11:29 c.c. At 2:17,18), encontrando-se à inteira disposição daqueles que enchem-se do ESPÍRITO (At 2:38,39; Ef 5:18). Hoje, há uma grande polêmica nas igrejas quanto a manifestações secundárias do fluir de DEUS sobre os cristãos, como tremores, quedas, brados, danças, acessos de riso ou de choro, giros, sapateios e gesticulações. Saibamos tão somente que esses elementos podem ocorrer num genuíno agir de DEUS, bem como numa manifestação carnal emotiva, ou, ainda, em meio a pessoas endemoninhadas. O princípio bíblico é sempre o de vigiar quanto ao escândalo, pois de nada valerá a Igreja não extinguir o ESPÍRITO (1Ts 5:19) se ela cair em ridículo frente aos incrédulos, perdendo a chance de evangelizá-los (cf. 1Co 14:23-25). E lembremo-nos, sempre:

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INTERAÇÃO
A comunicação na vida do ser humano é o recurso que abrange integralmente todas as esferas da vida. Você já pensou na importância do processo de comunicação? O quanto ele interfere em nossa relação com DEUS e com o próximo? Como DEUS se comunica com o seu povo? A profecia no AT era exposta ao receptor mediante algumas formas de comunicação. A presente lição permitirá o entendimento desse processo comunicativo. A profecia, de acordo com o contexto, tem diferentes formas de ser pronunciada. O importante é que DEUS é um Ser que se comunica e se revela soberanamente por meio de quem Ele usa. Portanto, precisamos estar atentos a sua maneira de transmitir suas verdades.

OBJETIVOS
Explicar as formas de comunicação divina aos profetas, e pelos profetas ao povo.
Descrever a interpretação naturalista acerca dos profetas do Antigo Testamento.
Refutar a falácia dos naturalistas com argumentos bíblicos.

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Professor, indicamos que seja feito um resumo a respeito dos meios de comunicação do profeta. Reproduza o esquema abaixo no data show, retroprojetor ou tire cópias para os alunos. Comente com a classe que DEUS usa os meios de comunicação humana para notificar veracidades. Todavia, devemos ter o discernimento para ouvir, reconhecer e obedecer à voz de DEUS. Faça a leitura, com seus alunos, de 1 Coríntios 2. 14,15 e destaque que a Igreja hoje deve exercer o discernimento do ESPÍRITO para reconhecer as atuais formas de comunicação do Eterno.

RESUMO DA LIÇÃO 2 - A NATUREZA DA ATIVIDADE ROFÉTICA
I. AS FORMAS DE COMUNICAÇÃO DE DEUS AOS PROFETAS
1. "[...] Veio a mim a palavra do SENHOR" (v.4). A.
2. Revelação divina em forma de diálogo (vv.6,9,10). .
3. Visão ou sonho. .
Exemplo que ilustra essa forma de o Eterno transmitir seus oráculos:
a) A visão da vara de amendoeira (vv.11,12). A
b) A visão da panela fervendo (vv.13-15).
II. AS FORMAS DE TRANSMISSÃO DA MENSAGEM DOS PROFETAS AO POVO
1. Declaração oral e direta.
2. Figuras e símbolos proféticos.
3. Casos reais que servem de representação para comunicar a mensagem.
III. A QUESTÃO EXTÁTICA DO PROFETA
1. Interpretação naturalista.
2. Falácia dos naturalistas.
3. A base dos naturalistas e uma refutação.
CONCLUSÃO
A Bíblia revela que é propósito de DEUS, desde Adão, comunicar-se com as suas
criaturas racionais para comunhão, direção, ensino, revelação, exortação e para
que possamos entendê-lO.

AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO
Subsídio Bibliológico - Funções da Profecia
Prenunciar. Os profetas foram os primeiros de todos os prenunciadores e porta-vozes de DEUS. Abraão, quando recebeu e anunciou a aliança que DEUS havia feito com ele a respeito de sua semente, foi um profeta (Gn 12.1-3; 15.1; 22.15ss.). Moisés o maior de todos os profetas deveria receber a Palavra diretamente de DEUS e transmiti-la a Arão, que era seu porta-voz (Êx 7.1,2). Como Moisés deveria ser "o deus" do Faraó, o ministério de Arão demonstra perfeitamente o ministério do porta-voz. Todos aqueles que agem na função de proclamar a Palavra de DEUS são seus porta-vozes. É nesse sentido que o crente do NT pode profetizar, quando está diretamente habilitado pelo ESPÍRITO SANTO. Profetizar. Embora nem todos o fizessem, muitos profetas previam o futuro. Abraão, como o primeiro homem a receber o nome de profeta, era ao mesmo tempo um prenunciador e um pressagiador. Ele transmitiu a Isaque e seus descendentes a profecia sobre Israel, que revelava a promessa da primeira vinda de CRISTO como semente (Cf. Gl 3.8,16), e também a instalação de Reino.

(Dicionário Bíblico Wycliffe. 1. ed. RJ, CPAD, p.1599).

AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO II
Subsídio Teológico - O papel da Predição no Ministério dos Profetas
"[...] Há essencialmente dois tipos de material nos profetas. Há a predição de visão próxima, de eventos a acontecer dentro do tempo de vida do ouvinte; e predição de visão distante, de eventos a acontecerem além do período de vida dos ouvintes. Predições de visões próximas, como Miqueias, serviram frequentemente como prova de que a reivindicação da pessoa de falar por DEUS era verdadeira. Elas legitimavam o porta-voz como mensageiro de DEUS. Predições para posteridade tinham um propósito diferente no ministério do profeta aos seus contemporâneos, embora hoje possamos prosseguir o cumprimento literal de muitas predições que ficaram para o futuro quando foram proferidas. Predições de visões distantes, que descrevem eventos por acontecer além do período de vida, transmitem a filosofia da história da Escritura. Elas descrevem o triunfo final de DEUS sobre o mal e o estabelecimento da justiça na Terra. Elas retratam uma reunião de Israel e a conversão nacional: um tempo de incomparáveis bênçãos quando todas as promessas da aliança feitas a Abraão e Davi, e a Nova Aliança, em Jeremias, serão mantidas. As passagens sublinhadas dessas predições é que DEUS é responsável pela história e que ela se desenvolve inexoravelmente em direção ao Seu intencionado fim. Essa é uma mensagem de esperança e confiança. DEUS conhece o fim desde o princípio. Nada que acontece na história pode alterar o plano de DEUS ou enfraquecer Seu compromisso com Seu povo escolhido"
(RICHARDS, Lawrence O. Guia do Leitor da Bíblia. 1.ed. Rio de Janeiro, CPAD, 2005, p.407).

BIBLIOGRAFIA SUGERIDA
BEVERE, John. Assim Diz o Senhor? Como saber quando DEUS está falando através de outra pessoa. 1. ed. Rio de Janeiro, CPAD, 2006.

Dicionário Bíblico Wycliffe. 1. ed. Rio de Janeiro, CPAD, 2006.

SAIBA MAIS - Revista Ensinador Cristão - CPAD, nº 43, p. 37.

QUESTIONÁRIO DA LIÇÃO 2 - A NATUREZA DA ATIVIDADE ROFÉTICA
RESPONDA CONFORME A REVISTA DA CPAD DO 2º TRIMESTRE DE 2010
Complete os espaços vazios e marque com "V" as respostas corretas e com "F" as falsas.

TEXTO ÁUREO


1- Complete:

"Havendo _____________________, antigamente, falado, muitas vezes e de muitas maneiras, aos pais, pelos __________________, a nós falou-nos, nestes últimos dias, pelo ______________________" (Hb 1.1).

 

VERDADE PRÁTICA

2- Complete:

A autêntica comunicação _________________________, nos tempos bíblicos, era feita por meio de palavras e de ________________________, a fim de que o povo compreendesse ____________________________________ a mensagem divina.

 

I. AS FORMAS DE COMUNICAÇÃO DE DEUS AOS PROFETAS

3- Qual o objetivo da expressão "veio a mim a palavra do Senhor"?

( ) O objetivo claro é trazer autoridade ao profeta que está falando.

( ) Geralmente serve para introduzir um diálogo (ou uma visão) entre DEUS e o profeta (vv.4,11,13).

( ) Essa era a forma usual de o profeta do Senhor demonstrar que a sua mensagem veio do Todo-Poderoso.



4- Complete:

Algumas vezes, o homem de DEUS recebia o ________________________________ divino de maneira íntima e repentina, ocasião em que ____________________________ ele ouvia a voz divina e ninguém mais. São exemplos dessa forma de comunicação entre o Senhor e o seu mensageiro: o que aconteceu com ____________________________ quando foi ungir Davi (1 Sm 16.6,7), e o que sucedeu ao profeta ________________________________________ ao se encontrar com o rei Acaz (Is 7.3,4).



5- Por que Jeremias recusou a chamada divina?

( ) Porque era candidato a sacerdote, herdando a posição de seu pai que era um sacerdote.

( ) O fato de Jeremias recusar a chamada não era desobediência, mas temor, por causa de sua tenra idade.

( ) O fato de Jeremias recusar a chamada não era desobediência, mas decisão de não assumir posição além da de sacerdote.



6- Como acontecia a revelação divina em forma de diálogo (vv.6,9,10)?

( ) DEUS aparecia em forma de um anjo e dava uma visão ao profeta.

( ) DEUS tocou a boca do profeta e disse-lhe: "Eis que ponho minhas palavras na tua boca". Isso simbolizava a comunicação da mensagem divina.

( ) Desde então, Jeremias se tornou um porta-voz de DEUS, que conferiu-lhe autoridade sobre nações e reinos.



7- O que aconteceu quando Jeremias foi investido da autoridade de profeta, por DEUS?

( ) O profeta cumpriu a sua profissão de fé de condenar o povo e a corrupção generalizada do povo e de anunciar a nova aliança com a vinda futura do Messias.

( ) O profeta cumpriu a sua missão de afagar o pecador e a separação generalizada do povo e de anunciar a nova aliança com a vinda futura do Messias.

( ) O profeta cumpriu a sua missão de condenar o pecado e a corrupção generalizada do povo e de anunciar a nova aliança com a vinda futura do Messias.



8- Entre as principais formas de DEUS comunicar sua mensagem aos profetas estão visões e sonhos (Dn 7.1). Complete:

A visão transmitida pelo Senhor é algo visto fora da ______________________________ ou ______________________________ humana comum e natural.

O sonho, sem ser necessariamente uma __________________________________ de DEUS, é apenas uma série de imagens acompanhadas de pensamentos e emoções, que a pessoa vê enquanto _________________________________. Diferentemente, o sonho ____________________________ era outra maneira de DEUS se revelar aos profetas (Nm 12.6), tal como fez com Daniel: "[...] teve Daniel, na sua _____________________________, um sonho e visões da sua cabeça" (Dn 7.1).



9- Como foi a comunicação da mensagem divina através das visões que o profeta Jeremias teve? Complete:

a) A visão da vara de amendoeira (vv.11,12).

A primeira visão do profeta das lágrimas é significativa, pois a amendoeira é uma árvore que se renova mais cedo para a primavera, ou seja, é a primeira a florir. A palavra hebraica para "amendoeira" ou "amêndoa" é shāqēd, e significa "o ___________________________", uma vez que o povo a via como o "arauto da primavera". Assim, visto que o verbo shāqēd significa "________________________, estar de vigília", havendo apenas uma sutil diferença entre "amendoeira" e "vigiar", o nome dessa planta representa o lembrete de que DEUS está atento ao _________________________________ de sua palavra (cf. Jr 31.28; 44.27).



b) A visão da panela fervendo (vv.13-15).

Já a segunda visão dada pelo Senhor a Jeremias veio algum tempo depois e mostra uma __________________________ fervendo, virada do norte para a região da Palestina. O "conteúdo" desse caldeirão (algo sinistro e assustador, pois anunciava o trágico destino da nação judaica devido aos seus pecados) seria derramado sobre Judá e Jerusalém. Isso era algo assegurado pelo próprio DEUS, que se encarregou de dar a interpretação da visão: "Do ____________________________ se descobrirá o mal sobre todos os habitantes da terra" (v.14). Qual o real significado dessa mensagem? Ao norte de Israel estavam a Fenícia, Síria, Assíria e Babilônia. Porém, ao longo do livro, fica claro que a palavra profética refere-se especificamente ao reino da ________________________________ que dominaria outros povos.



II. AS FORMAS DE TRANSMISSÃO DA MENSAGEM DOS PROFETAS AO POVO

10- Quais as três principais formas de transmissão das mensagens dos profetas ao povo?

( ) Declaração oral e direta, figuras e símbolos estéticos, e casos reais que servem de representação para comunicar a poesia.

( ) Declaração oral e direta, figuras e símbolos proféticos, e casos reais que servem de representação para comunicar a mensagem.

( ) Declaração oral e direta, figuras e símbolos eternos, e casos reais que servem de representação para enfeitar a mensagem.



11- Segundo o tema formas de transmissão das mensagens dos profetas ao povo, ligue a primeira coluna de acordo com a segunda:



Casos reais que servem de representação para comunicar a mensagem.



É algo muito comum nos profetas pré-clássicos, por exemplo, os profetas e videntes Samuel (1 Sm 15.16,17), Natã (2 Sm 7.8-17; 12.7-10), Gade (1 Sm 22.5), Hanani (2 Cr 16.7) e Elias (1 Rs 21.19-27). Ocorre também nos clássicos, mas a sua quantidade de ocorrências é menor (Jr 38.17).

Declaração oral e direta.



Tratam-se de ilustrações pictóricas utilizadas pelo profeta, cujo objetivo é chamar a atenção do seu interlocutor para a mensagem.Ex.: Profeta Aías rasgou um manto em doze pedaços e ofereceu dez deles a Jeroboão I (divisão do reino de Salomão - 1 Rs 11.29-32). Profeta Jeremias enterrou um cinto de linho (13.1-11). Profeta Jeremias foi à casa do oleiro (18.2-6) e o uso da canga de madeira sobre o seu pescoço (27.2; 28.12).

Figuras e símbolos proféticos



Chamada em hermenêutica de "oráculo por ação", essa forma pode ser exemplificada mediante a experiência do casamento do profeta Oséias com a prostituta Gomer (Os 1.2,3).



12- Como podem ser os conteúdos dos oráculos divinos?

( ) Podem ser de apreensão, advertência, conforto ou ensino.

( ) Podem ser de repreensão, advertência, conforto ou destino.

( ) Podem ser de repreensão, advertência, conforto ou ensino.



13- Como podem ser os oráculos divinos quanto ao seu cumprimento?

( ) Pode ser demorado, no tocante a sua geração, num futuro distante ou escatológico.

( ) Pode ser imediato, no tocante a sua geração, num futuro próximo ou escatológico.

( ) Pode ser imediato, no tocante a sua geração, num futuro distante ou escatológico.



III. A QUESTÃO EXTÁTICA DO PROFETA

14- Como é a Interpretação naturalista da questão extática do profeta?

( ) Eles afirmam que todo profeta tem que estar em êxtase quando profetiza.

( ) Os intérpretes naturalistas consideram o estado de êxtase como um dos aspectos mais característicos da atividade dos profetas hebreus, mas negam a origem divina de seus oráculos.

( ) Eles afirmam que o fenômeno do êxtase era apenas um estado emocional da pessoa.

( ) É uma "explicação" que deve ser rejeitada pelos crentes em CRISTO JESUS.



15- Qual a verdadeira intenção da Interpretação naturalista da questão extática do profeta?

( ) Tal linha de pensamento pretende nivelar os profetas de DEUS aos advindos de Israel.

( ) Tal linha de pensamento pretende igualar os profetas de DEUS aos adivinhos, falsos profetas hebreus e aos profetas dos deuses das nações vizinhas de Israel.

( ) Tal linha de pensamento pretende igualar os profetas de Baal aos adivinhos, falsos profetas hebreus e aos profetas dos deuses das nações vizinhas de Israel.



16- Por que a Interpretação naturalista da questão extática do profeta é uma falácia?

( ) Porque nenhum profeta legítimo se contorce ao profetizar.

( ) A interpretação naturalista é antibíblica, porque as Escrituras Sagradas declaram que a fonte dos oráculos proféticos é o próprio DEUS (Os 12.10; 2 Pe 1.21).

( ) Há na Bíblia inúmeras evidências irrefutáveis e indestrutíveis que provam serem os profetas de Israel embaixadores de DEUS enviados ao povo (Ag 1.13).

( ) Um embaixador ou mensageiro não fala em seu próprio nome e nem diz o que quer.

( ) Um embaixador ou mensageiro transmite a mensagem em nome de quem o enviou, por isso, é muito comum o profeta se expressar empregando a primeira pessoa nos seus discursos, pois está falando em nome do Senhor, as palavras que Ele mesmo mandou.



17- Segundo a base dos naturalistas e uma refutação, complete:

NATURALISTAS (caso 1):

Alguns relatos bíblicos parecem mostrar alguém profetizando em estado de ________________________ como Balaão: "[...] caindo em êxtase e de olhos abertos" (Nm 24.4,16).

REFUTAÇÃO

Entretanto, antes de mencionar um desses casos e sua respectiva ressalva, é importante destacar que o termo "__________________________" sequer aparece no Antigo Testamento com esse sentido. A ARC emprega o termo, em itálico, para descrever o estado emocional de Balaão enquanto alçava a sua ______________________ (Nm 24.4,16). O emprego de palavras em itálico no texto bíblico traduzido indica que não constam explicitamente do texto nas línguas originais. Além do mais, Balaão pode ter sido inicialmente um profeta, mas depois se ______________________. Em nenhum lugar do Antigo Testamento, ele é chamado de profeta, antes é reconhecido como "______________________" (Js 13.22). DEUS o usou assim como usou a sua jumenta; bem como usou a _____________________________ (Jo 11.49-52).

NATURALISTAS (caso 2):

Quanto ao caso que alguns afirmam ter paralelo com o "êxtase" de Balaão, trata-se de _____________________: "[...] e ele também ___________________________ diante de Samuel, e esteve nu por terra todo aquele dia e toda aquela noite" (1 Sm 19.24).

REFUTAÇÃO

É bom lembrar que Saul, à época dessa experiência, estava ________________________________ de DEUS (1 Sm 16.14).



CONCLUSÃO

18- Complete:

A Bíblia revela que é propósito de DEUS, desde Adão, _____________________________-se com as suas criaturas racionais para comunhão, direção, ensino, revelação, exortação e para que possamos entendê-lO. O Senhor usou várias formas para se ______________________________ com os profetas, e esses, com o povo, de modo que a mensagem se tornasse compreensível. Por isso, é de fundamental importância que os seres humanos também se interessem pelo conhecimento da _____________________ de DEUS, lendo a sua Palavra e sendo instruídos pelos verdadeiros __________________________ do Senhor..


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AJUDA
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