Pr. Henrique EBD NA TV 99 99152-0454

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Escrita Lição 6, Betel, O Wesleyanismo, A Chama que deu Forma ao Metodismo e à Santidade, 1Tr25, Pr Henrique, EBD NA TV

Lição 6, Betel, O Wesleyanismo, A Chama que deu Forma ao Metodismo e à Santidade, 1Tr25, Comentários extras Pr Henrique, EBD NA TV

Para nos ajudar PIX 33195781620 (CPF) Luiz Henrique de Almeida Silva


 


EBD, Revista Editora Betel, 1° Trimestre De 2025, Tema: MOVIMENTO PENTECOSTAL – A Chama do ESPÍRITO que Continua a incendiar o mundo. Escola Bíblica Dominical

 

https://youtu.be/DBGuWjePk9E?si=qrc43TS5cw1-AIUa  Vídeo

Escrita https://ebdnatv.blogspot.com/2025/01/escrita-licao-6-betel-o-wesleyanismo.html

Slides https://ebdnatv.blogspot.com/2025/01/slides-licao-6-betel-o-wesleyanismo.html

PowerPoint https://pt.slideshare.net/slideshow/slides-licao-6-betel-o-wesleyanismo-a-chama-1tr25-pptx/275193601

  

ESBOÇO DA LIÇÃO 6, Betel, 1Tr25

1- O INÍCIO DO MINISTÉRIO DE JOHN WESLEY

1.1. Um clérigo anglicano. 

1.2. A influência do pietismo. 

1.3. A influência do pietismo morávio. 

2- A PNEUMATOLOGIA WESLEYANA

2.1. Um coração estranhamente aquecido. 

2.2. O ESPÍRITO SANTO atua para a salvação. 

2.3. A experiência na teologia wesleyana. Os sermões de John Wesley

3- O AVIVAMENTO METODISTA

3.1. Os metodistas 

3.2. O Wesleyanismo e o movimento pentecostal 

3.3. O interesse na restauração da Igreja 

 

 

TEXTO ÁUREO

“Que pregues a palavra, instes a tempo e fora de tempo, redarguas, repreendas, exortes, com toda a longanimidade e doutrina.” 2 Timóteo 4.2

 

VERDADE APLICADA

Perseverar em oração e vigilância, à luz da Palavra e com a ajuda do ESPÍRITO SANTO, é essencial para não sermos envolvidos pela frieza e indiferença espiritual.

 

OBJETIVOS DA LIÇÃO

Conhecer a vida e ministério de John Wesley.
Identificar a situação da Igreja no século XVIII,
Ressaltar que a Igreja deve pregar a Palavra de DEUS.

 

TEXTOS DE REFERÊNCIA - ROMANOS 10
13 Porque todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo.
14 Como, pois, invocarão aquele em quem não creram? E como creram naquele de quem não ouviram? E como ouvirão, se não há quem pregue?
15 E como pregarão, se não forem enviados? Como está escrito: Quão formosos os pés dos que anunciam a paz, dos que anunciam coisas boas!
16 Mas nem todos obedecem ao evangelho; pois Isaías diz: Senhor, quem creu na nossa pregação?
17 De sorte que a fé é pelo ouvir, e o ouvir pela palavra de DEUS.

 

LEITURAS COMPLEMENTARES

SEGUNDA | Mt 3.11 JESUS batiza com o ESPÍRITO SANTO e com fogo.
TERÇA | Mc 16.15 Todos são chamados a pregar o Evangelho.
QUARTA | At 8.4 O dever de pregar a Palavra em qualquer lugar
QUINTA | At 13.2 O ESPÍRITO de DEUS capacita para a missão.
SEXTA | Rm 10.17 A fé é pelo ouvir, e ouvir a Palavra de DEUS.
SÁBADO | 2Tm 2.15 Procura apresentar-te a DEUS aprovado.
HINOS SUGERIDOS: 196, 198, 200

 

MOTIVO DE ORAÇÃO

Ore para que DEUS continue levantando trabalhadores para Sua obra.

 

 

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SUBSÍDIOS EXTRAS PARA A LIÇÃO 6, BETEL, 1TR25

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Nem John Wesley e nem Billy Graham receberam o batismo com o ESPÍRITO SANTO e falaram em línguas, mas receberam uma extrema energia para pregarem o evangelho e ganharem milhões de pessoas para DEUS.

 

Não há informações sobre se John Wesley falava em línguas ou se foi batizado com o ESPÍRITO SANTO. 

John Wesley foi um padre anglicano metodista que se dedicou aos estudos da Bíblia e à sua experiência com CRISTO. Ele acreditava que a conversão a JESUS era comprovada pela prática e não pelas emoções

 

Não há informações sobre se Billy Graham falava em línguas, ele era um pregador batista tradicional. 

Billy Graham (1918-2018) foi um evangelista norte-americano que acreditava que o ESPÍRITO SANTO estava ativo no mundo. Ele falava sobre a fé, o sofrimento e a tecnologia. 

 

Sim, a Igreja Metodista sempre foi ecumênica até 1967, pois participava de diálogos com outras igrejas cristãs. 

O Concílio Metodista Mundial (CMM) é uma organização ecumênica internacional que reúne denominações metodistas de todo o mundo. O CMM dialoga com a Igreja Católica Romana, a Comunhão Anglicana, a Federação Mundial Luterana, o Exército de Salvação e a Comunhão Mundial das Igrejas Reformadas. 

No Brasil, a Igreja Metodista já divulgou documentos sobre ecumenismo, como o "Para que Todos Sejam Um – A Perspectiva Metodista para a Unidade Cristã". 

A Igreja Metodista acredita na religião revelada, na religião experimentada e na religião social. A religião revelada é baseada na Bíblia como Palavra de DEUS. 

https://www.google.com/search?q=a+igreja+metodista+%C3%A9+ecum%C3%AAnica%3F&sca_esv=db6c6456526170d9&sxsrf=AHTn8zrY9XIXLH7CKwFSIcnFcAVHLngt6g%3A1737681789350&ei=feuSZ_aIFfX25OUPz-GNiQg&ved=0ahUKEwi2u6WOmY2LAxV1O7kGHc9wI4EQ4dUDCBI&uact=5&oq=a+igreja+metodista+%C3%A9+ecum%C3%AAnica%3F&gs_lp=Egxnd3Mtd2l6LXNlcnAiIWEgaWdyZWphIG1ldG9kaXN0YSDDqSBlY3Vtw6puaWNhPzIFECEYoAEyBRAhGKABMgUQIRigATIFECEYoAFI9NIBUJ6XAVj8ygFwAngBkAEAmAHlAaABqA6qAQUwLjYuNLgBA8gBAPgBAZgCDKACxQ7CAgoQABiwAxjWBBhHwgIFEAAYgATCAgYQABgWGB7CAggQABiABBiiBJgDAIgGAZAGCJIHBTIuNi40oAfqKw&sclient=gws-wiz-serp

 

 Wesley enfatizava a obra do ESPÍRITO SANTO na santificação, como uma “segunda obra da graça”; inclusive, às vezes, identificada como “batismo no ESPÍRITO“. Confundia batismo com o ESPÍRITO SANTO (REVESTIMENTO DE PODER) com Batismo no ESPÍRITO (INGRESSO NO CORPO DE CRISTO NA CONVERSÃO).

Wesley não compreendia a diferença entre batismo com o ESPÍRITO SANTO e Fruto do ESPÍRITO.

 

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RESUMO RÁPIDO DO Pr Henrique

1- O INÍCIO DO MINISTÉRIO DE JOHN WESLEY

1.1. Um clérigo anglicano. 

Ajudou seu Pai como pároco numa igreja anglicana. Começou em 1728, quando foi ordenado diácono na Igreja Anglicana.

Estudou durante seis anos na escola de Charterhouse, em Londres. Em 1720 foi para a Christ Church College, em Oxford. Em 1726 foi eleito membro da Lincoln College.

1.2. A influência do pietismo. 

O pietismo foi um movimento religioso que surgiu na Alemanha no final do século XVII, como uma reação ao dogmatismo da Igreja Luterana .

A influência do pietismo atingiu o seu maior alcance através de John Wesley (1703-1791), fundador do Metodismo.

1.3. A influência do pietismo morávio. 

Wesley foi influenciado por um grupo de morávios com quem se encontrou durante uma tempestade em viagem à Geórgia.

Wesley foi influenciado pela pregação do morávio Peter Böhler. 

O principal representante do pietismo foi o pastor luterano Phillipp Jakob Spener.

 

2- A PNEUMATOLOGIA WESLEYANA

Pneuma é a palavra grega para "respiração", espírito.

A doutrina da perfeição cristã é uma característica das igrejas de tradição wesleyana, Metodista, Metodista Livre, Igreja do Nazareno, Exército de Salvação e outras.

2.1. Um coração estranhamente aquecido. 

A experiência de John Wesley de ter o coração aquecido foi sua conversão que aconteceu no dia 24 de maio de 1738, em Londres. Esse momento marcou o início da fé metodista.

Wesley estava em uma reunião em Londres, quando ouviu um comentário sobre Romanos. Ele sentiu que seu coração ardia de forma estranha, como se pudesse sentir fisicamente o efeito de sua salvação em CRISTO. Wesley sentiu que confiava em CRISTO para a salvação e que seus pecados foram perdoados. Ele começou a orar por aqueles que o perseguiram e insultaram. Wesley começo a perceber que a doutrinada predestinação ensinada pelo calvinismo não estava de acordo com a Bíblia.

O significado da experiência

A experiência de Wesley foi uma mudança fundamental em sua fé. 

Ele passou a compreender que já era cristão, pela presença de CRISTO e pelas boas obras. Wesley sentiu que era preciso aprofundar a compreensão do que significa ser cristão. Precisava se santificar.

2.2. O ESPÍRITO SANTO atua para a salvação. 

Wesley percebe que todos fomos chamados para ganharmos almas, isso era o mais importante, a salvação.  A pregação obre a salvação está presente em seus ensinamentos, em suas pregações e em toda a sua vivência religiosa. Ele percebeu que a redenção é cultivada pela obra do ESPÍRITO. Conforme Efésios 1.13, estamos em CRISTO a partir do momento que ouvimos a loucura da pregação do evangelho falando a respeito de JESUS e sua obra salvífica, cremos e abrimos o coração para DEUS. O ESPÍRITO SANTO entra então com o convencimento de que somos pecadores e que DEUS é justo e tem um juízo a ser aplicado sobre o pecador. Neste momento nos arrependemos e pedimos perdão. Daí somos aceitos como filho de DEUS, recebemos o ESPÍRITO SANTO, somos regenerados, santificados, justificados.

 

A presença do ESPÍRITO SANTO no nascido de novo testifica a salvação, proporcionando à pessoa essa segurança. Wesley dizia que: “A conversão tira o cristão do mundo; a santificação tira o mundo do cristão.” “Toda obra da salvação, cada pensamento, cada boa palavra e cada boa obra, é reunida pela operação do ESPÍRITO de DEUS”.

2.3. A experiência na teologia wesleyana. 

Os sermões de John Wesley. Wesley começou a viajar e pregar quando tinha 37 anos. Ele pregava em púlpitos, mas quando estes eram fechados, passava a pregar em campos abertos.

O religioso passou a pregar de forma obstinada, chegando a três sermões por dia, muitas vezes ao ar livre, indo ao encontro das pessoas comuns. Daí veio sua famosa frase: “o mundo é minha paróquia”

Wesley, por não compreender sobre a diferença entre receber o ESPÍRITO SANTO na conversão e o revestimento de poder no Batismo como o ESPÍRITO SANTO, considera esses recebimento do ESPÍRITO SANTO na conversão como “segunda obra da graça”; e às vezes, identifica isso  como “batismo no ESPÍRITO“.

 

3- O AVIVAMENTO METODISTA

As cruzadas evangelísticas promovidas por John Wesley, Charles Wesley e George Whitefield marcaram o grande despertamento que se estendeu pela Inglaterra e alcançou a América do Norte.

Alguns testificaram mais tarde que durante as pregações, eram frequentes as manifestações de fenômenos físicos, com pessoas chorando, desmaiando e tendo convulsões.

 

3.1. Os metodistas 

Os metodistas são cristãos reformados que nasceram de um movimento na Inglaterra no começo do século XVIII, no período da Revolução Industrial. A origem do metodismo está ligada a três nomes: John Wesley, seu autor e organizador; Charles Wesley, seu irmão Charles, escritor de hinos; e George Whitefield, orador e reavivalista. John Wesley e o irmão, queriam uma vida mais consagrada e organizaram um pequeno grupo com cerca de 25 pessoas que se reuniam aos Domingos à tarde, para orarem, estudarem e evangelizarem, depois Whitefield aderiu a este grupo. Passaram a ser conhecidos por  “Clube SANTO”. Tinham dias fixos para exercitar o jejum (geralmente nas quartas-feiras), tinham hora certa para a leitura da Bíblia, encorajamento mútuo, oração, evangelizavam, entre outras coisas. Por causa dessa organização, o grupo foi chamado de maneira pejorativa de “metodistas”, isto é, aqueles que têm métodos.

Esse grupo cresceu e passaram a se reunirem todas as tardes. Observavam a Ceia do Senhor todos os domingos. Esse grupo foi chamado, por João Wesley, de primeiro “levantamento da organização”.

 

3.2. O Wesleyanismo e o movimento pentecostal 

Esse movimento nada tem a ver com o pentecostalismo, que teve seu início no dia de Pentecostes e nunca deixou de existir até hoje, tendo seus avivamentos esporádicos de épocas em épocas e em diversos locais, sem muita divulgação por parte da história.

John Fletcher também chamou esta segunda bênção de ‘batismo no ESPÍRITO SANTO, porém não era o legítimo batismo com o ESPÍRITO SANTO com evidência do falar em línguas. Confundiu com o recebimento do ESPÍRITO SANTO na conversão e também com o recebimento do Fruto do ESPÌRITO.

Durante o ministério de John Wesley a Inglaterra experimentou um avivamento nunca visto, devido a muitos frequentarem as reuniões, buscarem por possuírem uma bíblia e deixarem seus vícios. Pelos relatos da época, é possível ver uma real mudança nos costumes e práticas das pessoas.

 

O movimento pentecostal da Rua Azusa foi um movimento independente, não comprometido com igrejas reformadas.

 

O movimento Holiness, nos EUA, entre outros foi criado em comunhão com o metodismo e teve problemas por deixar as raízes de Wesley quanto ao ensino arminiano que ele professava.

 

Wesley não poderia ser chamado “teólogo do ESPÍRITO” já que não era batizado com o ESPÍRITO SANTO com evidência do falar em línguas e não era usado em dons do Mesmo.

 

3.3. O interesse na restauração da Igreja 

Wesley não colocou as ênfases e nem os mesmos aspectos do Movimento Pentecostal, porém, Wesley ensinava a “perfeição cristã” promovendo o Movimento de Santidade (tema da próxima lição).

 

O Pentecostal é um “cristão que crê que o livro de Atos fornece um modelo para a igreja contemporânea e, nesta base, incentiva todos os crentes a experimentar o batismo no ESPÍRITO (At 2.4) com evidência do falar em línguas e experimentar os dons em plena atividade atual em suas vidas. Os sinais, maravilhas e os dons, mencionados em 1 Coríntios, devem caracterizar a vida da igreja hoje.

 

Atualmente os metodistas resolveram enxergar mais além do binóculo da reforma calvinista.

É sabido por todos que em 1967 os fundadores do metodismo no Brasil abraçaram uma teologia eminentemente pentecostal com ênfases no batismo do ESPÍRITO SANTO como segunda benção, com a evidência do falar em línguas estranhas, a manifestação dos dons de poder e a doutrina da santificação. Na época também os fundadores rejeitaram o ecumenismo e a teologia liberal que dominavam o metodismo tradicional do Brasil.

Havia entre eles um avivamento pentecostal de santidade, Palavra, obras e missão.

Agora não precisavam mais copiar, mas viver o pentecostalismo.

 

https://docoracaodobispo.wordpress.com/2013/07/02/wesleyanismo-e-pentecostalismo-tudo-a-ver/

 

Ajustes e adaptação do Pr Henrique

 

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[Artigo] Wesley, Pedro e o ESPÍRITO SANTO: uma apologia ao revestimento da 3ª pessoa da Trindade

Maio é um mês histórico para o Povo chamado Metodista e demais Igrejas de tradição wesleyana. O mês é marcante, pois há 287 anos, no dia 24 de maio de 1738, na Rua Aldersgate em Londres, João Wesley vivenciava a experiência do coração aquecido (uma legítima conversão).  A vida do clérigo anglicano pode ser situada em antes e depois de memorável data. Poderia escrever muitas coisas a respeito de tal experiência religiosa, mas o que quero aqui destacar é o efeito que ela gerou na vida de Wesley enquanto missionário ou evangelista, como o classifica Francis Gerald Ensley. É conhecida a interrogativa e carregada de frustração a frase de Wesley feita no dia 24 de janeiro de 1738, quando ainda a bordo do navio, após dois anos de missões, retornando da Geórgia ele escreveu em seu diário: "Fui à América para converter os índios; mas quem, ó quem, converterá a mim? Quem ou o que me livrará desse coração descrente? Eu tenho uma bela religião de verão. Posso andar bem, e até crer, quando nenhum perigo está perto. Mas quando me encontro cara a cara com a morte, o meu espírito fica perturbado. Não posso declarar, o morrer é lucro.[1]"

A resposta sincera para tal indagação e confissão veio quatro meses depois. Literalmente na vida de João Wesley, assim como diz as Escrituras em Rm 10:17, a fé veio pelo ouvir e o ouvir a Palavra de DEUS. Sobre sua impactante experiência ao som da palavra de DEUS, o próprio Wesley registrou em seu diário:

"Cerca das nove menos um quarto, enquanto ouvia a descrição que Lutero fazia sobre a mudança que DEUS opera no coração através da fé em CRISTO, senti que meu coração ardia de maneira estranha. Senti que, em verdade, eu confiava somente em CRISTO para a salvação e que uma certeza me foi dada de que Ele havia tirado meus pecados, em verdade os meus, e que me havia salvo da lei do pecado e da morte. Comecei a orar com todo meu poder por aqueles que, de uma maneira especial, me haviam perseguido e insultado. Então testifiquei diante de todos os presentes o que, pela primeira vez, sentia em meu coração".[2]

Sob o impacto da Palavra, o ESPÍRITO SANTO de DEUS veio sobre John Wesley não somente lhe convertendo o coração descrente e lhe dando convicção de perdão, mas também o capacitando com autoridade, intrepidez e poder, a ponto de o outrora clérigo medroso, o qual tremia frente à possibilidade da morte, agora cheio do poder do ESPÍRITO, olhando o mundo sem DEUS, intrepidamente declarar: "Dai-me cem homens que nada temam senão o pecado, e que nada desejam senão a DEUS, e eu abalarei o mundo." "Eu considero todo o mundo como a minha paróquia; em qualquer parte que eu esteja, eu considero que é certo, correto e o meu sagrado dever declarar a todos que estejam dispostos a ouvir, as boas novas da salvação." [3]

Obs.: Assim como Apolo era um pregador ganhador de Almas, Wesley também era impelido a pregar a todos para salvação de todos (agora acreditava que DEUS quer que todos sejam salvos e não apenas uns poucos predestinados como o calvinismo professava).

Muitas vezes falamos e tentamos fazer a obra missionária, “buscamos participar da Missão de DEUS”, mas assim como aconteceu com Wesley na Geórgia nossas experiências são frustrantes. Qual o pastor que nunca iniciou o ano desafiando cada membro de sua comunidade local a ganhar ao menos uma alma para JESUS?

Quantas vezes nós pastores trouxemos estudos, mensagens, palestras sobre a importância de cada cristão verdadeiro ser um missionário?
Mas a verdade é que quase sempre o resultado é pífio, o número de pessoas que se envolve com o trabalho de evangelismo é sempre reduzido. Até hoje o trabalho com células, pequenos grupos, grupos familiares, missão nos lares, culto nos lares, ou qualquer outra nomenclatura ainda enfrenta oposição no seio de muitas comunidades cristãs.

A palavra discipulado ainda causa arrepios em muitos membros de igreja, os quais ainda não compreenderam que a razão de ser da Igreja Cristã é fazer discípulos de todas as nações, assim como ordenou CRISTO, cabeça da Igreja. Isso ainda ocorre, pois existe em nossas comunidades uma cultura de assistir cultos, de frequentar escola dominical, mas ainda não houve um despertar para o discipulado como estilo de vida. Ainda não se atingiu a percepção que a ordenança de CRISTO na Grande Comissão, e as orientações contidas em Mateus 28. 16 a 20 são para que a Igreja vá ao mundo, e não para ficar no templo esperando as pessoas virem até ela.

Enquanto milhares se perdem, enquanto as seitas crescem, enquanto o inferno se superlota, a respeito de discipulado, a despeito do que a Bíblia e a Tradição Wesleyana dizem; muitas comunidades ainda estão discutindo a forma, ao passo que presas a longas discussões deixam de cumprir a essência de sua vocação, chamado e ordenança recebida, fazer discípulos. A essência da Igreja é ser missionária, a forma não importa, desde que seja fundamentada nas Escrituras e gere frutos para o Reino de DEUS. Isto deveria ser ponto pacífico entre nós, pois além de o Senhor JESUS em Mateus 28:18-20 ter declarado e ordenado: “É-me dado todo o poder no céu e na terra. Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do ESPÍRITO SANTO; Ensinando-os a guardar todas as coisas que eu vos tenho mandado...” - o próprio João Wesley falando aos metodistas declarou: “Vocês não têm nada a fazer, senão salvar almas. Portanto, gastem tempo e sejam gastos nessa obra. Devem ir sempre não apenas ao encontro dos que precisam de vocês, mas principalmente daqueles que mais necessitam de vocês." [1]

Estamos tão aquém de nossa vocação missionária que chego a pensar que deveria fazer parte da confissão de fé de cada candidato a tornar-se membro da Igreja e dos votos de cada aspirante ao presbitério, a seguinte pergunta: "Vocês se comprometem a não permitirem que nenhuma outra motivação os mova na Igreja a qual abraçam a fé em CRISTO a não ser a de salvar almas?" Caso surgisse certo titubeio por parte do candidato em responder afirmativamente à pergunta feita, a recepção ou ordenação deveria ser interrompida de imediato, pois alguém que tem dúvidas em relação a seu chamado para ganhar almas, não pode estar seguro também em relação a sua própria conversão, salvação e fé em CRISTO, pois é impossível alguém ter genuinamente experimentado o amor de DEUS em sua alma e conseguir ficar calado após tal experiência. DEUS nos resgatou em CRISTO, CRISTO nos escolheu e designou não para assistirmos cultos, mas para que testemunhemos ao mundo que: A saber, que DEUS estava em CRISTO, reconciliando consigo o mundo, não imputando aos homens as suas transgressões, e nos confiou a palavra da reconciliação.” (2 Coríntios 5.19)

Não existe nenhuma outra razão para nossa existência enquanto Povo chamado cristão que não seja a de fazer discípulos para o Senhor. Participar da Missão de DEUS em seu propósito em salvar o mundo está no DNA espiritual de cada cristão realmente nascido da ÁGUA E DO ESPÍRITO. Não foi sem motivo que João Wesley declarou: "Vossa própria natureza é dar sabor a tudo quanto vos rodeia. É da natureza do divino sabor que existe em vós expandir-se em tudo quanto tocardes, difundir-se por todos os lados, atingindo a todos aqueles em cujo meio estiverdes. Esta é a grande razão pela qual a Providência de DEUS vos misturou com os outros homens, de modo que as graças, quaisquer que sejam, que de DEUS houverdes recebido, possam ser comunicadas através de vós ao demais homens."[2] Toda experiência com o ESPÍRITO, todo Encontro com DEUS que não resulta em Missão, em ir ao encontro do povo sofrido, deve ser colocada em dúvida, pois "A autêntica experiência de salvação é transformadora. Ou impacta a orientação total da vida ou não é autêntica."[3] E tal orientação nos coloca a serviço do Caminho pelos caminhos do mundo a anunciar a CRISTO. Quem antes de ter vivenciado uma experiência com CRISTO não se envolvia com a obra missionária e após testemunhar que teve um encontro com Ele continua a não se envolver é pelo fato de que a experiência alardeada ou não foi vivenciada ou não é autêntica.

Nossa vida deve ser um culto missionário constante, e a ida a igreja deve ser a celebração de um cotidiano vivido na presença de DEUS, vou ao templo para em comunidade participar ativamente do culto e não para assisti-lo. Nossas comunidades estão cheias de assistentes de cultos e "consumidores" de sermões. Para muitos de tais assistentes de cultos, se já na segunda-feira lhes for perguntado o que foi pregado no culto de domingo à noite, eles já não mais se recordarão, consumiram com o sermão a ponto de não mais se lembrarem dele. Isso é herança do catolicismo romano, uma vez que dentre outras coisas, a Igreja Protestante herdou a tradição católica romana de assistir missas, transferindo tal tradição para o assistir cultos. Na compreensão católica romana, a missa é um sacrifício incruento realizado no altar, e sendo a missa um sacrifício, basta o sacerdote para realizá-lo, o povo simplesmente assiste e desfruta dos benefícios dele. Seu teólogo Jerônimo dizia:
 “Nosso Senhor JESUS CRISTO nos concede tudo o que Lhe pedimos na Santa Missa; e o que mais vale é que nos dá ainda o que nem sequer cogitamos pedir-Lhe e que, entretanto, nos é necessário. Cada Santa Missa a que assistires, alcançar-te-á, no Céu, maior grau de glória.” [4]

Se formos fazer um levantamento em toda a Igreja Nacional, vamos encontrar milhares de pessoas que apesar de anos e anos de Igreja, conhecem a Bíblia, o hinário, as revistas de EBD, são capazes de contar nos dedos quantas vezes faltaram em um culto, reunião de oração, ou EBD, mas nunca ganharam uma pessoa para CRISTO. Alguns apesar de veteranos na fé, não sabem, ou tem vergonha de falar de CRISTO. Mal sabem anunciar o Querigma [5]- Palavra grega que significa "proclamação". Kerix é o mensageiro, o que traz a boa notícia. Por isso se dá o nome de kerigma ao anúncio do evangelho (cf. Mt 12,41; Lc 11,32 ; Rm 16,25; 1Cor 1,21; 2,4; 15,14; 2Tm 4) Do Grego kérygma (produz querigma/querigmático). Mensagem, pregação, proclamação. Mais tarde passou a designar a pregação da Cristandade primitiva a respeito de JESUS. (Pequeno Dicionário de Termos Teológicos Alemães, Latinos e Gregos. Lindolfo Weingartner). Glória a DEUS pelo fato de que vão à igreja templo, mas deveriam fazer isso, sem omitir aquilo, que é ser igreja missionária lá fora.

A inatividade de muitos membros no tocante ao discipulado pessoal como estilo de vida não deve nos desanimar, pois Wesley apesar de toda cultura, conhecimento teológico e tradição religiosa que possuía, mesmo sendo um clérigo, antes de sua experiência do coração aquecido também se encontrava na mesma condição de muitos cristãos atuais, tanto pastores como leigos.  Porém, a realidade começou a mudar a partir de uma sincera constatação de que algo estava errado em sua vivência de fé.  Ao olhar os frutos na vida dos Morávios, John Wesley viu que algo estava faltando na vida dele, e ao refletir sobre seu fracasso missionário desabafou: "Fui à América para converter os índios; mas quem, ó quem, converterá a mim? Quem ou o que me livrará desse coração descrente?”

Vejo nas supracitadas interrogações de Wesley uma confissão e um pedido por socorro. Vejo muita semelhança com o que ocorreu com o Apostolo Pedro, o qual covardemente não teve capacidade de confessar a CRISTO diante dos homens e de duas criadas. Mateus no capítulo 26 versículos 69 a 75 relata que: “uma criada, disse a Pedro: - Tu também estavas com JESUS! Mas ele negou: - Não sei o que dizes. Em seguida, outra criada disse: - Este também estava com JESUS. E ele negou outra vez com juramento: - Não conheço tal homem. Daí a pouco, aproximando-se os que ali estavam, disseram a Pedro: - Verdadeiramente também tu és deles! Então começou ele a praguejar e a jurar, dizendo: - Não conheço esse homem. E imediatamente o galo cantou. Pedro saiu dali e chorou amargamente.” Nem parece o mesmo Pedro que em Mateus 26:33-35 dissera: Ainda que todos se escandalizem em ti, eu nunca me escandalizarei. [...] Ainda que me seja mister morrer contigo, não te negarei. E todos os discípulos disseram o mesmo.

Wesley se assemelhou a Pedro em sua pretensão de converter os índios ao cristianismo, sem antes ter sido ele próprio convertido por CRISTO. Ambos possuíam boas intenções em relação ao Mestre, mas confessar a CRISTO não é resultado de boas intenções, antes é consequência de um quebrantamento da carne e enchimento do ESPÍRITO SANTO, ninguém pode confessar a CRISTO ou proclamá-lo eficazmente sem a ação do ESPÍRITO SANTO. Prova disso é que, após a descida do ESPÍRITO, o outrora medroso pescador aparece em Atos dos apóstolos cheio do poder do ESPÍRITO SANTO, e a respeito dele Lucas deixou os seguintes registros:
“Pedro, porém, pondo-se em pé com os onze, levantou a sua voz, e disse à multidão: Homens judeus, e todos os que habitais em Jerusalém, escutai as minhas palavras.” (AT 2, 14)
“E disse Pedro: Não tenho ouro nem prata; mas o que tenho isso te dou. Em nome de JESUS CRISTO, levanta-te e anda.” (AT 3, 6)
No Sinédrio, diante dos doutores da Lei, “Pedro disse: Principais do povo, e vós, governantes de Israel. Sabei que é em nome de JESUS CRISTO, aquele a quem vós crucificastes e a quem DEUS ressuscitou dentre os mortos, que este homem está curado diante de vós.” (AT 4, 8-10)

De todas as citações sobre Pedro em Atos, a que mais me impressiona é a supracitada, onde ele se dirige aos governantes de Israel e na face deles, os acusa de ter matado a JESUS CRISTO.

Cadê a covardia? Cadê o medo?
Foram subjugados pelo poder do ESPÍRITO SANTO, pois quando o ESPÍRITO vem sobre nossas vidas à covardia dá lugar à intrepidez. O medo cede lugar à ousadia, e a inatividade sucumbe frente aos frutos que permanecem. A respeito de Pedro, o qual em sua carne não pode testemunhar a CRISTO diante de três pessoas, após a conclusão de seu primeiro sermão sob o poder do ESPÍRITO SANTO, Lucas escreve em Atos 2:36-41: "Saiba, pois com certeza toda a casa de Israel que a esse JESUS, a quem vós crucificastes, DEUS o fez Senhor e CRISTO. E, ouvindo eles isto, compungiram-se em seu coração, e perguntaram a Pedro e aos demais apóstolos: Que faremos, homens irmãos? E disse-lhes Pedro: Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de JESUS CRISTO, para perdão dos pecados; e recebereis o dom do ESPÍRITO SANTO; Porque a promessa vos diz respeito a vós, a vossos filhos, e a todos os que estão longe, a tantos quantos DEUS nosso Senhor chamar. E com muitas outras palavras isto testificava, e os exortava, dizendo: Salvai-vos desta geração perversa. De sorte que foram batizados os que de bom grado receberam a sua palavra; e naquele dia agregaram-se quase três mil almas."

Oh Glória!! Que Maravilha! Que Mudança! Que diferença! Que transformação impactante! Aleluia! Já não há mais talvez, já não há mais timidez, não existe motivo para temer, não há mais razão para não testemunhar, pois o ESPÍRITO SANTO nos dá intrepidez, audácia, poder...

Fica evidente que o que fez a diferença na vida e ministério de Pedro, o Apóstolo, bem como na de João Wesley o clérigo anglicano, foi o reconhecimento de suas misérias e a experiência com o ESPÍRITO SANTO de DEUS. 

 

Observação do Pr. Henrique

Apolo assim se comportava também:

Atos 18.23 E chegou a Éfeso um certo judeu chamado Apolo, natural de Alexandria, homem eloquente e poderoso nas Escrituras.

25 Este era instruído no caminho do Senhor e, fervoroso de espírito, falava e ensinava diligentemente as coisas do Senhor, conhecendo somente o batismo de João. 26 Ele começou a falar ousadamente na sinagoga; e, quando o ouviram Priscila e Aquila, o levaram consigo e lhe declararam mais precisamente o caminho de DEUS. 27 Querendo ele passar à Acaia, o animaram os irmãos, e escreveram aos discípulos que o recebessem; o qual, tendo chegado, aproveitou muito aos que pela graça criam. 28 Porque com grande veemência, convencia publicamente os judeus, mostrando pelas Escrituras que JESUS era o CRISTO.

 

Atos 19.1 E sucedeu que, enquanto Apolo estava em Corinto, Paulo, tendo passado por todas as regiões superiores, chegou a Éfeso; e achando ali alguns discípulos,

Disse-lhes: Recebestes vós já o ESPÍRITO SANTO quando crestes? E eles disseram-lhe: Nós nem ainda ouvimos que haja ESPÍRITO SANTO. Perguntou-lhes, então: Em que sois batizados então? E eles disseram: No batismo de João. Mas Paulo disse: Certamente João batizou com o batismo de arrependimento, dizendo ao povo que cresse no que após ele havia de vir, isto é, em JESUS CRISTO. E os que ouviram foram batizados em nome do Senhor JESUS. E, impondo-lhes Paulo as mãos, veio sobre eles o ESPÍRITO SANTO; e falavam línguas, e profetizavam. E estes eram, ao todo, uns doze homens.

Faltava a Apolo o mesmo que a Wesley – Conhecimento sobrenatural prático.

 

Tentar participar da Missão de DEUS sem buscar o preenchimento pelo ESPÍRITO SANTO é a mesma coisa que tentar fazer um carro andar sem combustível, ele pode até andar, mas será empurrado, de arrasto, mas sem força, sem dinamismo, sem eficácia, e por fim sem resultados, deixando somente frustração e cansaço.  No poder do ESPÍRITO a obra de DEUS apresenta dinamismo, sem o poder do ESPÍRITO, ainda que faça barulho, ela não passa de ativismo que gera emoção, multidão, mas não produz conversão, discípulos e comunhão que envolve a todos em um ciclo vivo de Missão. Conhecemos a Palavra e a promessa que diz em Atos 1.8: "Mas recebereis poder, ao descer sobre vós o ESPÍRITO SANTO, e sereis minhas testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria e até os confins da terra..." Conhecemos, cremos, mas parece que não a levamos a sério. Precisamos confessar nossas fraquezas, pedir a DEUS que nos converta e que nos livre de nossos incrédulos corações. Precisamos reconhecer que somente no poder do ESPÍRITO SANTO poderemos ser eficazes na Missão de DEUS, pois a Missão é Dele, sendo Ele quem estipulou os meios para quem se sente chamado a participar dela. E o meio é ser cheio, é ser revestido, é ser impactado, quebrantado, batizado, imerso, conduzido, guiado, dominado, inundado pelo ESPÍRITO SANTO.

Ano após anos, recontamos a história de Pedro e de João Wesley, está na hora de dia após dia realizarmos no poder do ESPÍRITO SANTO os mesmos feitos que eles fizeram. Está na hora de muito mais do que recontarmos a história, fazermos história, pois o ESPÍRITO que esteve sobre Pedro e Wesley está disponível a nós, pois assim prometeu JESUS:
E eu vos digo a vós: Pedi, e dar-se-vos-á; buscai, e achareis; batei, e abrir-se-vos-á; Porque qualquer que pede recebe; e quem busca acha; e a quem bate abrir-se-lhe-á. E qual o pai de entre vós que, se o filho lhe pedir pão, lhe dará uma pedra? Ou, também, se lhe pedir peixe, lhe dará por peixe uma serpente? Ou, também, se lhe pedir um ovo, lhe dará um escorpião? Pois se vós, sendo maus, sabeis dar boas dádivas aos vossos filhos, quanto mais dará o Pai celestial o ESPÍRITO SANTO àqueles que lho pedirem? Lucas 11:9-13
Se hoje queremos no poder do ESPÍRITO SANTO incendiar o mundo e colhermos almas para o Senhor, nós devemos compreender que: O incêndio do mundo começa a se espalhar a partir do coração de cada crente, o qual entende que sem o poder do ESPÍRITO SANTO nada pode fazer. Entende e passa a buscar, busca e encontra, encontra e coloca os dons em prática, e assim como Wesley, diante dos frutos produzidos pode declarar: “Eu me coloco em chamas, e o povo vem para me ver queimar” – John Wesley (respondendo à pergunta de como ele atraía as multidões).

Oremos:  A começar em mim incendeia corações, para que sejamos missionários e o mundo conheça a vós.

 

Reverendo José do Carmo da Silva – Zé do Egito
Igreja Metodista em Fátima do Sul – MS

https://www.metodista.org.br/artigo-wesley-pedro-e-o-espirito-santo-uma-apologia-ao-revestimento-da-3-pessoa-da-trindade

Com algumas adaptações se comentários extras do Pr Henrique

 

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História do movimento pentecostal

 por Artigo compilado -  6 de maio de 2016

 em DestaquesHistória da IgrejaHistória Geral

Com algumas adaptações e acréscimos do Pr Henrique

 

https://www.cacp.app.br/historia-do-movimento-pentecostal/

 

I – ORIGENS DO MOVIMENTO PENTECOSTAL

Há muitas controvérsias com respeito ao início do Movimento Pentecostal, que é assim chamado porque resgatou a plenitude da experiência de Atos 2, ocorrida durante a festa judaica de Pentecostes. Os dons do ESPÍRITO, os chamados “sinais”, foram prometidos por JESUS (Marcos 16.17-20). Além do episódio de Atos 2, vemos o derramamento do ESPÍRITO SANTO em várias partes do livro de Atos. Em alguns casos, os dons do ESPÍRITO SANTO são frisados: línguas e profecias, principalmente (Atos 10.45-46).

O batismo no ESPÍRITO SANTO, com evidência de falar em outras línguas, conhecidas ou desconhecidas para quem ouve, mas sempre desconhecida para quem fala, foi extremamente comum no início da Igreja. Os dons espirituais eram exercidos constantemente.

O apóstolo Paulo dedicou parte de sua Primeira Epístola aos Coríntios para falar do uso correto dos dons espirituais (1Coríntios 12-14). Após o período apostólico, os sinais continuaram a todo vapor, principalmente no primeiro século.

 

Registros Após o Período Apostólico

O jornalista Emilio Conde, considerado “O apóstolo da imprensa pentecostal”, que militou na Redação da CPAD desde os anos 20 (quando ainda não existia a Casa oficialmente) até seu falecimento em 1971, é, sem dúvida, um dos mais notáveis historiadores do Movimento Pentecostal. Ele registrou os primeiros passos do pentecostalismo no Brasil em sua obra História das Assembleias de DEUS (CPAD) e relatou as origens e o avanço do pentecostalismo no mundo em seu livro O Testemunho dos Séculos (CPAD).

Segundo Conde, O testemunho dos séculos foi escrito com o auxílio da biblioteca pessoal do missionário sueco Samuel Nyström e das informações de seus colegas ingleses Howard Carter e Donald Gee, e de seu amigo norte-americano Stanley Frodsham, redator da revista Pentecostal Evangel e autor do clássico With Signs Following.

No brilhante prefácio de O Testemunho dos Séculos, o missionário sueco Samuel Nyström ressalta que um dos motivos pelos quais há poucos registros históricos da manifestação dos dons espirituais antes do século 19 é que os historiadores, cessacionistas em sua totalidade, omitiram de suas obras manifestações como profecias e línguas estranhas, que quando eventualmente citadas eram apresentadas, nas palavras de Nyström, como “excentricidades passageiras, coisas inconvenientes até para serem descritas”.

Outro fator é que os casos de glossolalia (como o fenômeno das línguas estranhas é descrito tecnicamente) foram realmente muito raros depois do terceiro século até o período da Reforma Protestante, já que o advento da Igreja Católica Romana, com seus dogmas heréticos que afetaram até o conceito de salvação, acabou jogando a cristandade em uma profunda era de trevas espirituais. Some-se a isso a má vontade dos historiadores e temos esta escassez de registros. A glossolalia só voltou a ganhar registros significativos quando retornou com força total nos séculos 19 e 20.

Até o terceiro século, além do registro bíblico, temos somente seis registros. Um deles é citado por Emílio Conde em O Testemunho dos Séculos. Conde menciona uma história narrada pelo reverendo Frederic William Farrar (1831-1903), historiador e deão da Catedral de Canterbury, na Inglaterra. Em suas pesquisas sobre a Igreja Primitiva, Farrar registra a visita às escondidas de um príncipe britânico da Corte Romana a uma reunião cristã. Segundo a narrativa, em dado momento da reunião, “línguas estranhas foram ouvidas

As palavras que pronunciavam eram elevadas, solenes e cheias de significação misteriosa. Não falavam a sua própria língua, mas parecia que falavam toda qualidade de idiomas, embora não se pudesse dizer se hebraico, grego, latim ou persa. Isso se deu com uns e outros, segundo o impulso poderoso que operava na ocasião”, transcreve Farrar, que em seguida declara: “O príncipe os ouvira falar em línguas. Ele fora testemunha ocular do fenômeno pentecostal que o paganismo não conhecia”.

Esse era um culto na Igreja Primitiva do primeiro século. É só a partir do terceiro século d.C. que a frequência dos dons espirituais não é mais a mesma, pois não era mais divulgada pela imprensa dominada por reformadores cessacionistas.

 

Tertuliano e o Montanismo

O segundo registro diz respeito a um movimento espiritual do segundo século, liderado por um homem chamado Montano. O movimento surgiu na Frígia, Ásia Menor Romana (Turquia), em meados do segundo século, e visava ao despertamento espiritual da igreja. É que algumas comunidades cristãs estavam esfriando espiritualmente, inclusive olvidando os dons espirituais, tão comuns no primeiro século. O adepto mais famoso do montanismo, como ficou conhecido o movimento, foi Tertuliano, um dos Pais da Igreja.

Montano não tinha cargos eclesiásticos. Ele e três mulheres ricas, Priscila, Quintila e Maximila, percorriam as cidades pregando a necessidade de viver uma vida de santidade para estar pronto para a Vinda de CRISTO. Havia línguas estranhas, interpretação de línguas, revelação e profecias. As três mulheres profetizavam. Nas profecias, DEUS falava por meio delas na primeira pessoa: “Eu, o Senhor…”

Os bispos da Ásia Menor se reuniram e condenaram o movimento por volta do ano 160 dC. O que chamava a atenção dos bispos não era tanto as línguas estranhas, mas as profecias e o poder de mobilização do movimento, que combatia a frieza espiritual da igreja e o formalismo da liderança.

Tertuliano defendeu os montanistas. Porém, após a morte de Tertuliano, como faltou orientação bíblica para os fervorosos avivalistas, o movimento acabou descambando em exageros e heresias. Alguns chegaram a afirmar que a Nova Jerusalém seria estabelecida na Frigia, para onde se dirigiam os fiéis. Em sua ânsia por santidade, os montanistas passaram a pregar um asceticismo rigoroso, com celibato, jejuns e abstinência de carne.

Isolado, sem apoio e cheio de excessos, o montanismo foi combatido veementemente como heresia no terceiro e quarto séculos, devido, principalmente, à sua total rejeição da eclesiologia tradicional. Finalmente, com o advento do catolicismo romano, o montanismo desapareceu. Mesmo assim, muitos teólogos afirmam que, ao excluir o montanismo, a igreja do segundo século perdeu, pois o movimento era uma contraposição ao crescente formalismo e ao mundanismo entre alguns cristãos reformados. A igreja verdadeira se afastou dos cristãos nominais para se dedicarem ao trabalho evangelístico e aos cultos de adoração a DEUS, sempre avivados pela presença de DEUS confirmada pelos batismos e dons do ESPÍRITO SANTO.

Outro mal foi a redução da expectativa da Volta de CRISTO e da operação dos dons espirituais na comunidade cristã. “Ao invés de condenar a prática dos dons espirituais, a igreja teria lucrado se a regulasse à luz das Escrituras”, ressalta o teólogo Paulo Romeiro. Em outras palavras, como diziam os antigos romanos, “o abuso não é justificativa para impedir o uso”.

 

Orígenes, Irineu e Agostinho

O terceiro registro veio de um anticristão que é citado por um dos Pais da Igreja. Celso, um filósofo pagão que odiava os cristãos, menciona em um de seus discursos do segundo século (176 dC) que os seguidores de CRISTO falavam em línguas estranhas. O discurso de Celso é citado literalmente nas obras Contra Heresias e Comentário de João, de Orígenes (254 dC).

Orígenes cita-o para comprovar que no segundo século os cristãos falavam em línguas estranhas. Ou seja, já na época de Orígenes, línguas estranhas não eram tão comuns. Em seu discurso, Celso afirma que os cristãos são “estranhos” e “fanáticos”, e que em suas reuniões “falam palavras ininteligíveis para as quais uma pessoa racional não consegue encontrar significado”. Ele diz que são línguas “muito obscuras”. A Igreja Verdadeira Nesta Época Já Se Afastava Completamente Das Reformadas.

Além de Tertuliano e Orígenes, apenas mais dois Pais da Igreja citam o falar em línguas estranhas: Irineu e Agostinho.

Irineu era discípulo de Policarpo, que por sua vez foi discípulo do apóstolo João. Ele foi bispo em Lyon, na França. A igreja de Irineu era uma das poucas comunidades cristãs da época em que os dons espirituais ainda estavam em plena atividade. Em seus escritos do início do terceiro século, Irineu afirma: “Temos em nossas igrejas irmãos que possuem dons proféticos e, pelo ESPÍRITO SANTO, falam toda classe de idiomas”.

Veio, então, o quarto século, o advento do catolicismo romano, seus dogmas espúrios e o consequente engessamento da igreja. Mesmo assim, há registros de que, no quarto século, Pacômio, o fundador do primeiro mosteiro, falava em grego e latim sem nunca ter estudado essas línguas. Pacômio nunca explicou o caso e todos começaram a atribuir essas suas habilidades ao ESPÍRITO SANTO.

Aostinho quando escreve Cidade de DEUS, anos depois já no quinto século, no ocaso de seu ministério, ele transparece não acreditar mais na contemporaneidade de todos os dons espirituais. É evidente que entre idólatras e comprometidos com o sistema político já não se manifestava nem o batismo com O ESPÍRITO SANTO E Nem Os Dons, Mas A Igreja Verdadeira Marchava Fora Dos Arraiais Católicos Apostólicos Romanos E Igrejas Reformadas, Cheia Do ESPÍRITO SANTO.

Elas só voltam à tona da Reforma Protestante em diante Que Ensinava Que Aquilo Era Para A Época De Atos Somente. Existiram casos entre os séculos 5 e 15, pois o ESPÍRITO SANTO nunca deixou de atuar plenamente na História, mas foram poucos os que ficaram registrados para a posteridade.

 

II – MANIFESTAÇÕES NOS SÉCULOS 12 A 19

Depois dos casos de línguas estranhas nos primeiros séculos, só a partir do século 12 surgem novamente referências concretas a línguas estranhas nos registros históricos. No século 12, Pedro Valdo, rico comerciante francês do Delfinado (Leste da França), resolve dar todos os seus bens aos pobres e reúne os fiéis dispostos a lutar com ele contra o luxo e a opulência do clero romanista. Nascem, assim, os valdenses, caracterizados pelo desejo por um “evangelismo puro”.

Por só reconhecerem “a autoridade dos Evangelhos”, os valdenses foram excomungados em 1182. Perseguidos por Roma, espalharam-se na região de Lyon, depois na Provença e até ao Norte da Itália e à região da Catalunha.

Segundo registros históricos, “os primeiros valdenses falavam em línguas desconhecidas”. Esses registros são ressaltados pelo jornalista norte-americano John Sherrill, em uma pesquisa que fez sobre o Movimento Pentecostal antes de aceitar ao pentecostalismo, e que foi publicada posteriormente sob o título They Speak in Other Tangues.

Nos séculos seguintes, há referências a manifestações espirituais entre albigenses e outros grupos, mas nada muito direto no que concerne a línguas estranhas. O pré-reformador Girolamo Savonarola, do século 15, por exemplo, era usado em profecia e tinha visões, mas não há referência à glossolalia em seu ministério. De qualquer forma, isso mostra que os dons espirituais ainda estavam sendo usados, mesmo que não em sua plenitude, como nos primeiros séculos da Igreja. Afinal, se a principal doutrina, a da Salvação, ainda precisava ser resgatada, o que dizer das demais?

Por isso, só após a Reforma Protestante os registros aumentam. Há casos entre os Anabatistas.

No século 17, entre os Quacres, há registros de línguas estranhas. W. C. Braithwait, no seu relato sobre as primeiras reuniões dos Quacres, escreveu: “Esperando no Senhor, recebemos com frequência o derramamento do ESPÍRITO sobre nós e falamos em novas línguas”.

No mesmo período, há glossolalia entre os pietistas. O Movimento Pietista nasceu na Alemanha, em 1666. Em seu livro The Pilgrim Church, na página 468, o historiador Edmund Hamer Broadbent (1861-1945) cita registros de línguas em cultos pietistas nos séculos 17 e 18: “Um estranho êxtase espiritual vinha sobre alguns ou sobre todos, e começavam a falar em línguas. De quando em quando essas manifestações se repetiam. A muitos deles, estas coisas pareciam mostrar que, agora, eram um só coração e uma só alma no Senhor”.

No século 19, há um boom de registros de glossolalia. Em 1830, na Escócia, uma jovem de Fernicarry, chamada Mary Campbell, planejava tomar-se missionária. Ela começou a orar por isso e, em uma certa noite daquele ano, quando orava junto com outros amigos, Campbell sentiu poderosamente a presença divina e começou a falar em um idioma que não conhecia. No começo, pensou que se tratava de uma língua que a ajudaria na obra missionária, mas nunca pôde identificar que idioma era aquele.

Na mesma época, na Inglaterra, um destacado ministro londrino, o reverendo Edward Irving (1792-1834), pastor presbiteriano, recebeu o batismo no ESPÍRITO SANTO. Ele e sua congregação foram excluídos da denominação. Havia línguas e profecias nos cultos.

Foi em julho de 1822 que Irving, então com 30 anos, foi convidado a pastorear uma pequena congregação da Igreja da Escócia em Londres, a Caledonian Chapel. No início do ano seguinte, as multidões que se reuniam para ouvi-lo eram tão grandes que um novo templo precisou ser construído: a majestosa catedral de Regent Square. Em 1827, quando o novo templo foi inaugurado, cerca de mil pessoas frequentavam os cultos regularmente, fazendo dela a maior igreja da capital inglesa.

A fama de Irving se devia ao fato de ser um pregador eloquente. Um historiador diz que “nenhum ídolo e nenhum pecado escapavam do açoite profético de suas denúncias abrasadoras. Mesmo assim, a alta sociedade londrina acorria para ouvi-lo, inclusive distintas personalidades do mundo político e intelectual, como Canning, Lord Liverpool, Bentham e Coleridge. Embora os seus sermões se estendessem em média por duas horas, era preciso reservar lugares com dias de antecedência”.

A partir de 1825, Irving começou a se reunir com amigos na casa do banqueiro Henry Drummond, em Albury Park, para estudar escatologia e “buscar o Senhor, pedindo um derramamento do ESPÍRITO SANTO”. Então, em 1830, surgiram ocorrências de glossolalia e profecias na Escócia. Um ano depois, no final de 1831, surgiram também línguas e profecias nos cultos de Regent Square, a igreja pastoreada por Irving, que recusou-se a proibi-las. Sema línas depois, Irving foi afastado do pastorado de Regent Square. Mais de 600 pessoas o acompanharam. Após a morte de Irving aos 42 anos, devido à tuberculose, esse grupo fundou a Igreja Apostólica de Londres, que aos poucos se diluiu.

Em 1854, falando de um avivamento em uma igreja evangélica da Nova Inglaterra, um crente chamado V. P. Simmons escreveu impressionado: “Em 1854, o ancião F. G. Mathewson falou em línguas, enquanto o ancião Edward Burnham interpretou as mesmas.

Em 1855, jornais publicam que, dentro da Rússia czarista, um pequeno grupo dissidente da Igreja Ortodoxa Grega falava línguas e profetiza. Em 1873, Robert Boyd escreve sobre uma campanha que o célebre evangelista Dwight Lyman Moody fez em Sunderland, Inglaterra: “Quando cheguei às salas da Associação Cristã de Moços, encontrei a reunião em fogo. Os jovens estavam falando em línguas e profetizando. Que significaria isso? Somente que Moody pregara para eles naquela tarde”.

Nada se sabe sobre Moody ter falado em línguas alguma vez. Se o fez, foi de forma particular. Sabe-se, porém, que muitos dos que o seguiam falavam em línguas e ele não os criticava por isso. Moody cria em uma “segunda bênção” subsequente à salvação, que consistia em um “revestimento de poder do Alto”, que ele e R. A. Torrey chamaram de “batismo no ESPÍRITO SANTO”.

Em meio ao avivamento do século 19 nos Estados Unidos (que começou em 1857 e se estendeu até perto do final do século), e que teve como protagonistas principalmente Charles Finney e Moody, as ocorrências de glossolalia aumentaram. Eventualmente, pessoas falavam em línguas nas campanhas de Moody e Finney. Finney cria também em uma “segunda bênção”, mas, como Moody, não a vinculava às línguas. Nesse período surgiu, também, o Movimento de Santidade ou Holiness, como é conhecido em inglês, de onde surgiria o que foi chamado Movimento Pentecostal no início do século 20.

Nessa época, R. B. Swan, pastor em Providence, Rhode Island (EUA), escreveu: “Em 1875, nosso Senhor começou a derramar sobre nós de seu ESPÍRITO. Minha esposa, eu e alguns irmãos começamos a proferir algumas poucas a palavras em uma língua desconhecida”. Em 1879, mais outro caso: um crente chamado Jethro Walthall, do Estado de Arkansas, falou em línguas. Quando o denominado Movimento Pentecostal se inicia, o caso de Walthall é relembrado e ele escreve: “Quando tive essa experiência, nada sabia do ensino bíblico acerca do batismo no ESPÍRITO SANTO ou do falar em línguas”. Como Walthall, muitas pessoas passaram pela mesma experiência nos séculos anteriores, em sua devoção pessoal com DEUS, mas por essa doutrina estar relegada naquele período, guardaram essas experiências para si. A verdadeira Igreja não parou nunca de existir e o ESPÍRITO SANTO sempre concedia batismos e dons aos que buscavam e criam.

Outro caso ocorreu na viagem do teólogo F. B. Meyer (1847-1929) à Estônia no final do século 19. Meyer conta que visitou congregações batistas e viu ”uma poderosa ação do ESPÍRITO SANTO”. Escrevendo a crentes em Londres, ele diz: “O dom de línguas é ouvido abertamente nas reuniões, especialmente nas vilas, mas também nas cidades(…). O pastor da Igreja Batista disse-me que muitas vezes as línguas irrompem em suas reuniões e, quando elas são interpretadas, têm como significado: ‘JESUS está vindo. JESUS está perto. Esteja pronto. Não seja negligente’. Quando as línguas são escutadas, incrédulos que porventura estejam na audiência ficam grandemente impressionados”.

Em 1880, na Suíça, uma crente chamada Mary Gerber declara que em momentos especiais de alegria, que descreve como “entregar meu duro coração ao ESPÍRITO SANTO”, entoa cânticos espirituais em um idioma que lhe é desconhecido. Anos depois, em visita aos Estados Unidos, Mary estava orando por uma amiga enferma quando começou a cantar e a profetizar fluentemente em inglês, para espanto dela e de sua amiga.

Um outro caso em especial ocorreu na Armênia, em 1880. Membros da Igreja Presbiteriana da vila de Kara Kala pediram a DEUS um derramamento do ESPÍRITO SANTO e vivenciaram um vivenciaram um avivamento com línguas estranhas, revelações e profecias. Nesse avivamento, é profetizado um grande mover de DEUS para o final do século, atingindo todo o mundo. Essa profecia se cumpre com o advento do chamado pelos escritores da época como Movimento Pentecostal (não entendiam que desde o pentecostes nunca cessou o enchimento do ESPÍRITO SANTO).

Todos esses casos foram apenas um prelúdio do que aconteceria em dezembro de 1900 e que deu início ao chamado pelos escritores da época como Movimento Pentecostal.

 

III – O AVIVAMENTO DA MANSÃO DE STONE

Já vimos que surgiram no século 19 os pregadores da “segunda bênção”. Homens de DEUS como Dwight Lyman Moody, R. A. Torrey, A. B. Simpson, Andrew Murray, A. J. Gordon, F. B. Meyer e Charles Grandison Finney passaram a ensinar, à luz da Bíblia, que a nomenclatura bíblica “batismo no ESPÍRITO SANTO” não era sinônimo de conversão, mas uma experiência subsequente à conversão e que se caracterizava por ser um revestimento de poder do Alto para dinamizar o serviço cristão.

Moody, Simpson e principalmente Torrey enfatizavam que todo cristão deveria buscar esse revestimento de poder. Os pregadores da segunda bênção criam na contemporaneidade dos dons espirituais. Era comum ouvir registros de que em algumas reuniões havia línguas estranhas, profecia, cura divina etc.

 

Dowie, Lake e Woodworth

Nesse período, grandes servos de DEUS começaram a se destacar, principalmente manifestando dons de cura. Alguns deles foram os norte-americanos John Alexander Dowie, John Graham Lake e Maria Woodworth Etter. Lake foi curado em 1886, aos 16 anos, após oração de Dowie em seu Divine Healing Home (Lar de Cura Divina), em Chicago. Ele se convertera em uma reunião do Exército da Salvação, mas passou a congregar na Igreja Metodista ainda adolescente.

Em 1891, John Lake casou com Jennie Stevens, e dias depois descobriu que sua esposa estava com tuberculose e uma incurável doença do coração. Durante anos ele orou por ela, até que, depois de ler Atos 10.38, orou pela cura de sua esposa com fé na Palavra de DEUS e viu o milagre acontecer. Era 28 de abril de 1898. A partir dessa data Lake não seria mais o mesmo.

Em 1907, sabendo do Avivamento da Rua Azusa (que abordaremos mais adiante), Lake jejuou pedindo a DEUS o batismo no ESPÍRITO com a evidência da glossolalia. Ao final do jejum, recebeu a bênção e iniciou seu ministério evangelístico com manifestação da cura divina. Direcionado pelo ESPÍRITO, foi para a África do Sul. Antes de morrer, voltou aos Estados Unidos, onde continuou pregando até partir para a eternidade em 1935. Quando isso ocorreu, as igrejas sul africanas Missão de Fé Apostólica e Cristã Sião, ambas fundadas por ele naquele país, já contavam, juntas, com mais 100 mil membros e 600 congregações na África do Sul.

Maria Woodworth Etter converteu-se a CRISTO em 1857, na Igreja dos Discípulos. Passou um tempo com os Quakers e depois voltou à Igreja dos Discípulos. Quando pregava em uma congregação da sua igreja, foi batizada no ESPÍRITO SANTO com Evidência de línguas estranhas. Etter entendera que o revestimento de poder do Alto que recebera viera acompanhado de línguas. Sua pregação era acompanhada por visões, profecias, milagres, línguas e libertações. Quando o Avivamento de Azusa começou, Etter se juntou a ele.

 

Charles Parham e a Mansão de Stone

Foi só com Charles Fox Parham que a Doutrina do Batismo do ESPÍRITO SANTO passou a ser entendida como é hoje. Foi ele quem resgatou a compreensão, bastante clara nos tempos apostólicos, de que as línguas estranhas eram evidência externa do batismo no ESPÍRITO.

Tudo ocorreu quando Parham, um professor de Teologia pertencente à Igreja Metodista, resolveu abrir um seminário em Topeka, Kansas. Ele abriu a Escola Bíblica Betel, como passou a ser conhecida, em uma casa que pertencera a um tal de Stone, que fizera um trabalho malfeito ao construir o lugar. Por isso, o casarão passou a ser chamado a “tolice de Stone”. Era outubro de 1900 quando ele começou as aulas para cerca de 40 estudantes. Alguns deles já haviam estudado em outros institutos bíblicos.

O que atraiu esses alunos foi o fato de a proposta de Parham consistir em promover um ano de estudos onde ele e os demais alunos estudariam sobre “como descobrir o poder que capacitará a Igreja a enfrentar o desafio do novo século”. Seria um ano de treinamento com estudo da Palavra, oração e evangelismo. Cada aluno teria um período de três horas do dia dedicadas exclusivamente à oração. Conta-se que alguns passavam a noite orando. Era também uma “escola de fé”, como se chamava, já que nenhuma taxa seria cobrada para moradia e alimentação. O objetivo da escola era, em síntese, preparar-se para a obra do Senhor e clamar a DEUS por um novo avivamento para as igrejas.

 

O Avivamento Começa

Em 25 de dezembro de 1900, depois de estudarem sobre Arrependimento, Conversão, Consagração, Santificação, Cura Divina e Segunda Vinda de JESUS, Parham precisou viajar, mas deixou uma tarefa para seus alunos. Disse ele: “Em nossos estudos, nos deparamos com um problema: E o segundo capítulo de Atos? (…)Tendo ouvido tantas entidades religiosas reivindicarem diferentes provas para a evidência do recebimento do batismo recebido no Dia de Pentecostes, quero que vocês estudem diligentemente qual é a evidência bíblica do batismo no ESPÍRITO, para que possamos apresentar ao mundo alguma coisa incontestável, que corresponda de forma absoluta com a Palavra”. Três dias depois, Parham retorna e seus alunos apresentam a seguinte resposta: a prova irrefutável em cada ocasião era que eles falavam em línguas, e mesmo nas passagens bíblicas onde as línguas não são citadas na experiência do batismo no ESPÍRITO, elas estão claramente implícitas. Parham concordou com a resposta e passou a sistematizar a doutrina.

Porém, em 1 de janeiro de 1901, a Escola Bíblica Betel saiu da teoria para a prática. Em um período de oração, a aluna Agnes Ozman, de 18 anos, pediu para que Parham e os demais alunos impusessem as mãos sobre ela pedindo o batismo no ESPÍRITO SANTO. Eram 11 horas daquele dia quando Ozman se tornou a primeira pessoa ali a receber o batismo no ESPÍRITO consciente de que as línguas eram sua evidência externa. O poder sobre ela foi tamanho que passou três dias sem conseguir falar em inglês. Ozman transbordava no ESPÍRITO toda hora, louvando a DEUS em línguas em todos os momentos. Nos demais dias, todos os outros receberam o batismo, inclusive o próprio Parham, que foi um dos últimos.

 

O Significado das Línguas

Conta Parham que as línguas de Ozman pareciam com chinês, língua que ela não conhecia. No dia seguinte, um tcheco presente confirmou que Ozman falou em boêmio. Por isso, inicialmente Parham pensou que as línguas estranhas tinham um propósito missionário. Ele cria que, assim como as línguas de Atos 2, a glossolalia consistia sempre em línguas existentes que eram desconhecidas para quem as recebia pelo ESPÍRITO, mas que tinham um propósito evangelístico.

Essa precipitação de Parham teve um efeito positivo e outro negativo. Primeiro, porque o Movimento Pentecostal começou enfatizando muito o trabalho missionário, que tinha tudo a ver com o revestimento de poder do Alto (Atos 1.8). Porém, nem sempre as línguas correspondiam a uma língua existente, o que frustraria Parham e seus companheiros mais à frente, até que compreenderam que as línguas estranhas não são necessariamente alguma língua existente.

Um pastor negro leigo, chamado William Joseph Seymour, compreendeu isso logo. Ele foi aluno de Parham, quando este começou a viajar pelo país ensinado a descoberta que fizera.

 

IV – SEYMOUR E O AVIVAMENTO DA RUA AZUSA

Com o derramamento do ESPÍRITO SANTO na Escola Bíblica Betel, em Topeka, Kansas, a doutrina bíblica do batismo no ESPÍRITO SANTO com evidência externa de falar em outras línguas como está na bíblia foi redescoberta e sistematizada. Porém, apesar de Charles Fox Parham e seus alunos se dedicarem à divulgação desse ensinamento nos Estados Unidos, não foi com eles que o Movimento Pentecostal ganhou notoriedade. O mundo só foi dar conta desse movimento espiritual em 1906, por meio da instrumentalidade de um homem negro e simples, amante da Palavra de DEUS: William Joseph Seymour. Foi ele o homem que DEUS usou para dar início ao célebre Avivamento da Rua Azusa.

 

Avivamento da Rua Azusa.

Tudo começou quando Neely Terry, uma moradora de Los Angeles que frequentava uma pequena Igreja da Santidade, fez uma viagem a Houston, Texas, em 1905. Ela frequentou a igreja que William Seymour estava pastoreando. Embora Seymour não tivesse recebido ainda o batismo no ESPÍRITO SANTO com a evidência do falar em outras línguas, estava convencido que era bíblico e pregava esta mensagem com grande fervor.

Seymour aprendeu a doutrina do batismo no ESPÍRITO SANTO assistindo às aulas que Parham ministrava no país sobre o assunto. Quando Parham chegou em sua região, ele foi até lá ouvi-lo. Porém, como as leis de segregação nos Estados Unidos ainda eram fortes nessa época, Seymour não pôde assistir às aulas dentro da sala. Nessa época, as leis determinavam que os negros não podiam assistir a uma aula na mesma sala dos alunos brancos. Por isso, ele teve que colocar uma cadeira no corredor, diante da porta da sala e, dali, assistiu atentamente a todas as aulas de Parham. Após o curso, inflamado pelo que aprendera, William Seymour passou a pregar a mensagem pentecostal no Texas.

Impressionada com o caráter e a mensagem de Seymour, ao retornar à Califórnia, Neely Terry relatou à sua igreja sobre as mensagens avivadas de Seymour e convidaram-no para visitá-los. Ele concordou em ir. Só que o empreendimento evangelístico, que havia sido inicialmente previsto para durar um mês, acabou durando anos. Os planos de DEUS eram diferentes.

Seymour chegou a Los Angeles em 22 de fevereiro de 1906, e dentro de dois dias estava pregando na Igreja da Santidade de Los Angeles. Ele pregou sobre regeneração, santificação, cura divina e o batismo no ESPÍRITO SANTO com a evidência do falar em outras línguas. Julia Hutchins, líder da igreja, rejeitou o ensino de Seymour e, dentro de poucos dias, fechou as portas da igreja para ele. O presbitério da igreja rejeitou o ensino de Seymour. No entanto, em meio à perseguição, Seymour continuou firme e inabalável em seu trabalho para o Senhor. Os membros daquela igreja que creram na pregação de Seymour começaram a realizar reuniões com ele em suas casas. Alguns sentiram-se compelidos a passar horas em oração e outros tiveram visões confirmando que DEUS iria abençoá-los em Los Angeles com um derramamento espiritual.

O grupo continuou a se reunir para oração e adoração, realizando cultos na casa de Richard e Ruth Asbery na 214 Bonnie Brae Street. Outros tiveram informações a respeito dos cultos e começaram a frequentá-los, incluindo algumas famílias brancas que moravam próximas de Igrejas da Santidade.

Assim, em 9 de abril de 1906, o derramamento teve início quando Edward Lee foi batizado no ESPÍRITO SANTO e começou a falar em línguas, após Seymour ter orado com ele. Os dois então se dirigiram à casa dos Asbery. Lá cantaram um hino, oraram e testemunharam, seguindo-se uma pregação de Seymour usando Atos 2.4 como texto-chave. Após a mensagem, Lee levantou suas mãos e começou a falar em línguas. O ESPÍRITO de DEUS se moveu sobre aqueles crentes reunidos e seis outras pessoas começaram a falar em línguas naquela mesma noite. Jennie Moore, que mais tarde se casaria com William Seymour, estava entre elas. Foi a primeira mulher em Los Angeles a receber o batismo no ESPÍRITO SANTO. Ela começou a cantar em línguas e a tocar piano sob o poder de DEUS, sem nunca antes ter aprendido a tocar esse instrumento.

Poucos dias mais tarde, em 12 de abril, William Seymour finalmente recebeu o batismo no ESPÍRITO SANTO, aproximadamente às quatro horas da manhã, depois de ter orado a noite toda.

Uma testemunha ocular, Emma Cotton, mais tarde relembrou aquelas experiências: eles clamaram durante três dias e três noites. As pessoas vinham de todas as partes. Perto da manhã seguinte, não havia como entrar na casa. Conta-se que algumas pessoas que conseguiam entrar na casa caíam sob o poder de DEUS sem que houvesse alguém que as sugestionasse a isso, e toda a cidade ficou agitada. Clamaram ali até o chão da casa ceder, mas ninguém ficou ferido. Durante aqueles três dias, muitas pessoas que tinham vindo só para ver o que estava acontecendo receberam o batismo no ESPÍRITO SANTO. Os doentes ficaram curados e muitos aceitavam JESUS ao entrarem na casa.

Após o derramamento inicial do ESPÍRITO SANTO em Los Angeles, cresceu o interesse pelos cultos de oração. As multidões tornaram-se tão grandes para a casa dos Asbury em Bonnie Brae Street, que foram levadas para o quintal da casa. Logo este espaço também se tornou pequeno. O grupo descobriu então um prédio disponível na Azusa Street, número 312, que tinha sido construído originalmente como uma Igreja Metodista Africana. Tendo sido abandonado, o galpão foi usado como um estábulo para abrigar feno e animais. No entanto, foi consertado e limpo em preparação para os cultos.

Dentro poucos dias, a imprensa de Los Angeles tomou conhecimento sobre os cultos de avivamento realizado na Azusa Street Mission e por reportagens em jornais publicadas por todo os Estados Unidos e no mundo. Milhares tomavam conhecimento do avivamento e eram atraídos para os cultos em Azusa. Todos se reuniam em adoração: homens, mulheres, crianças, negros, brancos, hispânicos, asiáticos, ricos, pobres, analfabetos e graduados. Foram arrebanhados para Los Angeles tanto céticos como famintos espirituais.

Em setembro 1906, um repórter de um jornal local desaprovou os eventos ocorridos e escreveu que a Azusa Street Mission era uma “vergonhosa mistura de raças (…) eles clamavam e faziam grande barulho o dia inteiro e noite adentro. Essas pessoas parecem ser loucas, com problemas mentais ou enfeitiçadas. Elas afirmam estar cheias do ESPÍRITO. Elas têm um caolho, analfabeto e negro como seu pregador que fica de joelhos a maior parte do tempo com a sua cabeça escondida entre engradados de leite feitos de madeira. Não fala muito, mas às vezes pode ser ouvido gritando ‘Arrependei-vos'(…) Eles cantam repetidamente a mesma canção, ‘O Consolador Chegou’”.

Em poucos meses, a Azusa Street Mission, que passou a se chamar Apostolic Faith Mission (Missão de Fé Apostólica), mesmo nome que Gunnar Vingren e Daniel Berg deram à igreja fundada por eles no Brasil, e que só passou a se chamar Assembleia de DEUS oficialmente em 1918), tornou-se a maior igreja da cidade, com cerca de 1,3 mil pessoas frequentando os cultos diariamente, e o fervor do avivamento continuou por três anos.

Os cultos eram realizados de domingo a domingo, três vezes por dia: pela manhã, à tarde e à noite, com o prédio sempre lotado. A mensagem era o amor de DEUS, e a unidade e a igualdade eram prioridades. O historiador Frank Bartleman observou sobre Azusa: “A ‘linha da cor’ foi removida pelo sangue de JESUS”. Também às mulheres eram dadas posições de liderança na Missão. O jornal The Apostolic Faith, publicado pela missão, alcançou a distribuição mundial, com tiragem de mais de 50 mil exemplares por edição.

 

V – O MOVIMENTO PENTECOSTAL SE ESPALHA

Vimos que foi em Topeka que o Movimento Pentecostal foi encetado, mas foi no Avivamento da Rua Azusa que ele ganhou notoriedade. Jornalistas, crentes e líderes cristãos de todo o mundo vinham a Azusa para ver o que estava acontecendo. Ali, os não-crentes se convertiam a CRISTO e os cristãos eram incendiados, voltando às suas cidades trazendo a boa nova. Dessa forma, o movimento espalhou-se para todo o mundo.

Falaremos resumidamente sobre alguns dos principais pioneiros do Movimento Pentecostal no mundo.

 

Pentecostes na Europa

Um dos pioneiros do Movimento Pentecostal na Europa foi Thomas Barratt, um pastor norueguês metodista que teve contato com Azusa e trabalhou no florescimento de igrejas pentecostais na Noruega, Suécia e Inglaterra. Barratt influenciou o pastor batista sueco Lewi Pethrus, que foi o pioneiro do Movimento Pentecostal naquele país.

Pethrus atentou para a realidade do batismo no ESPÍRITO SANTO como uma segunda bênção, subsequente à aalvação, lendo os escritos de A. J. Gordon, um dos pregadores da segunda bênção no século 19. Porém, foi Barratt quem convenceu Pethrus a buscar o batismo no ESPÍRITO SANTO. A Igreja Filadélfia, pastoreada por Pethrus, enviaria missionários para a nascente Assembleia de DEUS no Brasil. Ele esteve presente nas convenções gerais da AD brasileira em 1930 (quando foi criada a CGADB), em Natal, e em 1951, em Porto Alegre.

Na Inglaterra, um dos maiores nomes do pentecostalismo nascente foi o pastor Donald Gee. Gee e o teólogo judeu pentecostal Myer Pearlman, da AD nos EUA, foram os dois nomes que sistematizaram as doutrinas pentecostais. Charles Parham foi quem sistematizou a Doutrina do Batismo no ESPÍRITO SANTO, mas foram Gee e Pearlman que sistematizaram toda a Teologia pentecostal. Gee, por exemplo, foi o primeiro a sistematizar a doutrina acerca do uso correto dos dons espirituais.

Na Alemanha, um dos líderes do Movimento da Santidade naquele país, Jonathan Paul, semeou a mensagem pentecostal. Na Itália, um forte pentecostalismo brotou por meio dos parentes de imigrantes italianos nos Estados Unidos. Muitos desses imigrantes tiveram contato direto com o Avivamento de Azusa e retornaram à sua terra para pregar a mensagem pentecostal aos seus parentes.

O pioneiro do Movimento Pentecostal na Rússia foi Ivan Voronaev, um imigrante russo nos Estados Unidos. Em 1919, ele fundou a primeira Igreja Pentecostal Russa em Manhattan, Nova Iorque. Em 1920, Voronaev, de volta à Rússia, começou um ministério em Odessa. Após nove anos, depois de incrivelmente fundar nesse curtíssimo período de tempo 350 congregações na Rússia, Polônia e Bulgária, Voronaev foi preso pela polícia soviética. Acabou morrendo na prisão.

Na Holanda, após lerem exemplares do jornal Apostolic Faith (da Missão de Azusa) falando sobre o Avivamento em Azusa e notícias nos jornais seculares de 1906 sobre o assunto, alguns cristãos holandeses resolveram clamar pela mesma bênção. Assim, em 1907, DEUS batizou a esposa do pastor G. R. Polman. No ano seguinte, foi a vez do próprio Polman. Em 1912, foi inaugurado o primeiro templo pentecostal em Amsterdã. Depois foi a vez de Roterdã, Hilversum, Utrecht, Ilha Terschelling e Haarlem.

O pastor Smith Wigglesworth, um dos grandes nomes da história do Movimento Pentecostal, foi um dos instrumentos de DEUS para levar a mensagem pentecostal à Suíça. Ele trabalhou principalmente na cidade de Berne. Wigglesworth foi batizado no ESPÍRITO SANTO em um trabalho dirigido pelo pastor Thomas Barratt, de quem já falamos. Também trabalhou na África do Sul.

No País de Gales, o pastor Alexander A. Boddy foi um poderoso arauto divino, fazendo conferências pentecostais naquele país e depois pela Europa. Boddy tomou conhecimento do avivamento lendo os primeiros exemplares do jornal Apostolic Faith.

 

Pentecostes na Ásia

O Movimento Pentecostal na China começou em 1907, com a chegada dos irmãos A. G. Garr, vindos da Califórnia, Estados Unidos, e acesos pelo fogo de Azusa. Suas conferências evangelísticas alcançaram centenas de pessoas em Macau, Hong Kong e Cantão, com dezenas de conversões e batismos no ESPÍRITO SANTO.

Mas, um dos grandes nomes do pentecostalismo na China em seu início é, sem duvida, Nettie Noorman. Ela já era missionária naquele país quando soube do Avivamento da Rua Azusa. Resolveu, então, em vez de só ouvir falar, conferir o que estava acontecendo. Assim, em outubro de 1906, Noorman deixou a China rumo a Los Angeles. Ali, certifícou-se de que Azusa tratava-se mesmo de obra divina. Então, clamou pelo batismo no ESPÍRITO SANTO, recebendo-o. De volta à China, os sinais se seguiram: curas divinas, milagres, batismos no ESPÍRITO SANTO e muitas conversões a CRISTO. Depois de Noorman, muitos outros missionários na China receberam o batismo no ESPÍRITO SANTO, sendo igualmente usados por DEUS para a expansão do Evangelho de CRISTO.

O Movimento Pentecostal chegou à Índia também devido ao Avivamento da Rua Azusa. Alguns evangélicos ali receberam notícias do que DEUS estava fazendo em Los Angeles. Um deles, chamado Max Wood Morehead, afirmou na época: “Se esta notícia do que DEUS está fazendo em Los Angeles é verdadeira, o dom de línguas será visto na Igreja em todo o mundo, assim como hoje, em todos os lugares, os crentes já creem em cura divina”.

O estopim do avivamento foi uma conferência realizada em Calcutá, Índia, reunindo missionários e obreiros. Lá a doutrina concernente ao batismo no ESPÍRITO SANTO com evidência externa de línguas estranhas foi exposta pela primeira vez. Não houve batismos no ESPÍRITO SANTO, mas alguns dos presentes abriram seu coração para a importância dessa mensagem para a Igreja.

No mesmo ano, a missionária S. C. Easton abriu as portas para os irmãos Garr, testemunhas oculares de Azusa e batizados no ESPÍRITO SANTO. Pessoas que foram até lá para corrigir os pentecostais acabaram saindo tocados pelo ESPÍRITO SANTO. Um deles conta: “Comecei a crer que eu era a pessoa que necessitava de endireitar-se, e não o evangelista” (Testemunho dos Séculos, Emílio Conde, CPAD). Nos anos seguintes a mensagem pentecostal espalhou-se entre os cristãos na Índia.

Na Coreia do Sul, depois da guerra entre as duas Coreias, um jovem pastor assembleiano chamado Paul Yonggi Cho, formado em Teologia em um curso do Instituto Bíblico das Assembleias de DEUS na Coreia, foi usado por DEUS para um grande avivamento naquele país, com muitos sinais, principalmente curas divinas. Hoje, sua igreja, a Igreja do Evangelho Pleno em Seul, é uma das maiores do mundo.

 

Pentecostes na África

O pentecostes chegou ao Egito em 1907. Um jovem chamado Alexander Paul, natural do Egito, foi batizado no ESPÍRITO SANTO nos Estados Unidos. Quando seus amigos cristãos no Egito receberam a notícia do que havia acontecido, pediram que alguém fosse até eles instruí-los acerca dessa bênção. O evangelista G. S. Breslford foi enviado e, com o apoio de missionários em Jerusalém que já haviam recebido o batismo no ESPÍRITO SANTO, fundou o primeiro trabalho pentecostal em Assiout, no Egito.

Em 1911, foi fundado um orfanato mantido pelos irmãos pentecostais em Assiout, que atendia cerca de 700 órfãos. Em poucos anos, havia congregações também em Alexandria e Cairo, algumas com centenas de crentes.

O Movimento Pentecostal chegou no Congo em 1915, por meio dos missionários pentecostais William Burton e James Salter. O trabalho começou na vila de Mwanza. Em dez anos, a obra se desenvolveu tanto que, nesse período já havia alcançado três tribos, sete estações centrais, estava com 17 missionários como auxiliares e cem evangelistas nativos, todos batizados no ESPÍRITO SANTO.

A África do Sul também recebeu a chama do Movimento Pentecostal, por meio do trabalho incansável e fervoroso de homens como o norte-americano Johh Lake. Direcionado pelo ESPÍRITO, ele foi para a África do Sul. Antes de morrer, voltou aos Estados Unidos, onde continuou pregando até partir para a Eternidade em 1935. Quando isso ocorreu, as igrejas sul africanas Missão de Fé Apostólica e Cristã Sião, ambas fundadas por ele naquele país, já contavam, juntas, com mais 100 mil membros e 600 congregações na África do Sul. Nos anos 60, esse número já havia subido para mais de 120 mil.

 

VI – BRASIL: O MAIOR MOVIMENTO PENTECOSTAL DO MUNDO

No início do século 20, apesar da presença marcante de imigrantes europeus de origem protestante e do valoroso trabalho de missionários de igrejas evangélicas tradicionais dos Estados Unidos, nosso país era ainda quase que totalmente católico romano. Foi só com o advento do Movimento Pentecostal que aconteceu uma explosão de crescimento do Evangelho no Brasil. O avanço da evangelização do nosso país se deve, sem dúvida, ao pentecostalismo, e especialmente a sua vertente mais tradicional, a Assembleia de DEUS.

A origem das Assembleias de DEUS no Brasil está intimamente ligada ao reavivamento espiritual que varreu o mundo no início do século 20, encetado na América do Norte, e que teve como seu maior expoente o Avivamento da Rua Azusa.

 

Azusa e o Evangelho no Brasil

Quando os missionários Gunnar Adolf Vingren e Daniel Hõgberg fundaram a primeira igreja pentecostal no Brasil em 18 de junho de 1911, denominaram-na Missão da Fé Apostólica. A escolha do nome foi inspirada no Avivamento de Azusa, sob a liderança do pastor afro-americano William J. Seymour.

O nome do jornal de Azusa era Apostolic Faith (Fé Apostólica), que acabou dando nome àquela abençoada igreja de Los Angeles, que passou a se chamar Missão da Fé Apostólica. A igreja, bem como seu periódico, muito conhecidos por Vingren e Berg, eram tão populares por pregar a restauração para os nossos dias da manifestação do ESPÍRITO conforme os tempos apostólicos, que quando Bennet Freeman Lawrence escreveu a primeira história do Movimento Pentecostal em 1916, não pensou duas vezes em dar à sua obra o nome de The Apostolic Faith Restored.

O avivamento na Rua Azusa era famoso em todo o mundo. Não era à toa que os jornais seculares da época chamavam aquele lugar de “O endereço mundial do Movimento Pentecostal”. Apesar de terem sido incendiados pela chama pentecostal em Chicago, foi em Azusa que Berg e Vingren naturalmente se inspiraram ao escolherem o nome da igreja que fundavam no Brasil.

Entretanto, sete anos depois, Gunnar Vingren e Daniel Berg, agora acompanhados dos missionários Otto Nelson e Samuel Nyström, acharam por bem mudar o nome da igreja de Missão da Fé Apostólica para Assembleia de DEUS. Por que essa mudança? A inspiração também veio dos Estados Unidos

Quando o Movimento Pentecostal se espalhou pelos Estados Unidos, a primeira reação das igrejas evangélicas tradicionais, assustadas com aquilo que lhes era novo, foi excluir os crentes que abraçavam a mensagem pentecostal. Foi assim que, de 1901 a 1914, surgiram em profusão, em todos os cantos dos EUA, denominações pentecostais com os nomes mais variados. Porém, em 1914, os líderes dessas jovens e fervorosas igrejas resolveram unir-se. Foi assim que, em 2 de abril daquele ano, em um ato histórico, a maioria esmagadora das denominações pentecostais norte-americanas se fundiu fundando uma única igreja, denominada Assembleia de DEUS. Esse encontro, realizado de 2 a 12 de abril, reuniu cerca de 300 ministros pentecostais e delegados de todos os EUA, e foi conhecido como o primeiro Concílio Geral das Assembleias de DEUS.

A primeira resolução do Concílio Geral, proferida pelo seu líder, o ex-pastor batista do Texas, E. N. Bell (que foi presidente do Concílio até 1925, quando faleceu), objetivava deixar clara a posição dos pentecostais em relação à ortodoxia bíblica: “Essas Assembleias opõem-se a toda Alta Crítica radical da Bíblia, a todo o modernismo, a toda incredulidade na igreja e à filiação a ela de pessoas não-salvas, cheias de pecado e de mundanismo; e acreditam em todas as verdades bíblicas genuínas sustentadas por todas as igrejas verdadeiramente evangélicas”.

Quando os missionários suecos no Brasil souberam do ocorrido, acharam por bem admitir o mesmo nome para a igreja pentecostal brasileira, como uma demonstração de sintonia com os irmãos pentecostais norte-americanos, já que, oficialmente, o Movimento Pentecostal nascera nos Estados Unidos, espalhando-se rapidamente por todo o mundo.

Daniel Berg e Gunnar Vingren chegaram a Belém do Pará em 19 de novembro de 1910, e ninguém poderia imaginar que aqueles dois jovens suecos estavam para iniciar um movimento que alteraria profundamente o perfil religioso e até social do Brasil por meio da pregação de JESUS CRISTO como o único e suficiente Salvador da Humanidade, do Batismo no ESPÍRITO SANTO como uma bênção subsequente à Salvação e da atualidade dos dons espirituais.

Em poucas décadas, a Assembleia de DEUS, a partir de Belém do Pará, onde nasceu, começou a penetrar em todas as vilas e cidades até alcançar os grandes centros urbanos como São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Porto Alegre. Em virtude de seu fenomenal crescimento, os pentecostais começaram a fazer diferença no cenário religioso brasileiro. De repente, o clero católico despertou para uma possibilidade jamais imaginada: o Brasil poderia vir a tornar-se, no futuro, uma nação protestante.

Hoje, estima-se que os evangélicos no Brasil sejam quase 20% da população brasileira, mais de 30 milhões de pessoas, sendo praticamente metade deles assembleianos. Isso faz da Assembleia de DEUS no Brasil o maior Movimento Pentecostal do mundo.

 

Principais Ondas do Pentecostalismo

Desde a chegada do Movimento Pentecostal no Brasil, três ondas já se passaram. A Primeira Onda foi de 1910 a 1950, quando a Assembleia de DEUS e a Congregação Crista do Brasil (CCB) eram as únicas igrejas de caráter pentecostal no país. Esta última, porém, anos depois de sua fundação, passou a manifestar crenças que fazem com que hoje muitos evangélicos não a considerem evangélica, mas, sim, uma seita.

Antes de apresentar essas peculiaridades, Gunnar Vingren foi amigo de Luigi Francescon, fundador da CCB. Antes de vir ao Brasil, Francescon pertencia à comunidade italiana em Los Angeles, tendo recebido o batismo no ESPÍRITO SANTO em um trabalho fruto do Avivamento de Azusa.

A segunda onda foi de 1950 a 1975 e foi marcada pelas cruzadas de evangelismo e cura divina. A inspiração veio dos EUA. Ali, nesse período, grandes nomes surgiram com ministérios de cura divina, tais como William Branham, que começou bem-sucedido ministério em 1946, mas terminou mal, pois começou a ensinar heresias em meados dos anos 50. Faleceu em 1965. Hoje existe uma seita em torno de seu nome – Tabernáculo da Fé. Outros nomes foram os então pastores assembleianos T. L. Osborn e Oral Roberts. Ambos começaram seus ministérios em 1947. Kathleen Kulman foi outro grande nome. Em 1949, o pastor batista Billy Graham começa suas famosas cruzadas, mas nelas não há orações por cura divina, nem batismos com o ESPÍRITO SANTO ou manifestação de dons, pois era Batista Tradicional.

No Brasil, influenciados por esses movimentos, nasceram movimentos evangelísticos itinerantes, que se tornaram igrejas. O primeiro foi a Cruzada Nacional de Evangelização (1950), que se tornou a Igreja do Evangelho Quadrangular, denominação que já existia nos EUA. Depois surgiram O Brasil para CRISTO, fundado em 1955 pelo ex-diácono assembleiano Manoel de Melo; a Igreja de Nova Vida, fundada no Rio de Janeiro por um descendente de pioneiros do Avivamento de Azusa; a Igreja DEUS é Amor, fundada pelo ex-assembleiano Davi Miranda; e Casa da Bênção (1964) e Sinais e Prodígios (1970). Todos esses movimentos começaram como cruzadas de cura divina e exorcismo.

Nessa época, também surgem as primeiras grandes cruzadas evangelísticas nas Assembleias de DEUS e o movimento de renovação nas igrejas tradicionais: Convenção Batista Nacional (1965), com Enéas Tognini, e Igreja Presbiteriana Renovada (1975). Até o Movimento Católico Carismático surge nessa época (1967).

A Terceira Onda, que também é chamada de neopentecostalismo, começou no final dos anos 70 e perdura até hoje, influenciando muitas igrejas. Seus grandes expoentes são as comunidades evangélicas e as igrejas Universal do Reino de DEUS (1977), saída da Igreja de Nova Vida; Igreja Internacional da Graça (1980), dissidente da Universal; igreja Renascer em CRISTO (1986). Além destas, há dezenas de outras, surgidas nos anos 90 e início deste século.

Publicado pelo Jornal Mensageiro da Paz – 1º Semestre de 2006

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REVISTA NA ÍNTEGRA - Lição 6, Betel, O Wesleyanismo, 1Tr25

 

Lição 6, Betel, O Wesleyanismo, A Chama que deu Forma ao Metodismo e à Santidade, 1Tr25, Comentários extras Pr Henrique, EBD NA TV

Para nos ajudar PIX 33195781620 (CPF) Luiz Henrique de Almeida Silva

 

EBD, Revista Editora Betel, 1° Trimestre De 2025, Tema: MOVIMENTO PENTECOSTAL – A Chama do ESPÍRITO que Continua a incendiar o mundo. Escola Bíblica Dominical

 

 

ESBOÇO DA LIÇÃO 6, Betel, 1Tr25

1- O INÍCIO DO MINISTÉRIO DE JOHN WESLEY

1.1. Um clérigo anglicano. 

1.2. A influência do pietismo. 

1.3. A influência do pietismo morávio. 

2- A PNEUMATOLOGIA WESLEYANA

2.1. Um coração estranhamente aquecido. 

2.2. O ESPÍRITO SANTO atua para a salvação. 

2.3. A experiência na teologia wesleyana. Os sermões de John Wesley

3- O AVIVAMENTO METODISTA

3.1. Os metodistas 

3.2. O Wesleyanismo e o movimento pentecostal 

3.3. O interesse na restauração da Igreja 

 

 

TEXTO ÁUREO

“Que pregues a palavra, instes a tempo e fora de tempo, redarguas, repreendas, exortes, com toda a longanimidade e doutrina.” 2 Timóteo 4.2

 

VERDADE APLICADA

Perseverar em oração e vigilância, à luz da Palavra e com a ajuda do ESPÍRITO SANTO, é essencial para não sermos envolvidos pela frieza e indiferença espiritual.

 

OBJETIVOS DA LIÇÃO

Conhecer a vida e ministério de John Wesley.
Identificar a situação da Igreja no século XVIII,
Ressaltar que a Igreja deve pregar a Palavra de DEUS.

 

TEXTOS DE REFERÊNCIA - ROMANOS 10.13-17
13 Porque todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo.
14 Como, pois, invocarão aquele em quem não creram? E como creram naquele de quem não ouviram? E como ouvirão, se não há quem pregue?
15 E como pregarão, se não forem enviados? Como está escrito: Quão formosos os pés dos que anunciam a paz, dos que anunciam coisas boas!
16 Mas nem todos obedecem ao evangelho; pois Isaías diz: Senhor, quem creu na nossa pregação?
17 De sorte que a fé é pelo ouvir, e o ouvir pela palavra de DEUS.

 

LEITURAS COMPLEMENTARES

SEGUNDA | Mt 3.11 JESUS batiza com o ESPÍRITO SANTO e com fogo.
TERÇA | Mc 16.15 Todos são chamados a pregar o Evangelho.
QUARTA | At 8.4 O dever de pregar a Palavra em qualquer lugar
QUINTA | At 13.2 O ESPÍRITO de DEUS capacita para a missão.
SEXTA | Rm 10.17 A fé é pelo ouvir, e ouvir a Palavra de DEUS.
SÁBADO | 2Tm 2.15 Procura apresentar-te a DEUS aprovado.
HINOS SUGERIDOS: 196, 198, 200

MOTIVO DE ORAÇÃO

Ore para que DEUS continue levantando trabalhadores para Sua obra.

 

PONTO PARTIDA – Todos são chamados a pregar o Evangelho

 

INTRODUÇÃO

A vida, as experiências e as ênfases teológicas de John Wesley impactaram a sociedade da época, contribuindo para o reavivamento da Igreja e o desenvolvimento das raízes teológicas do Pentecostalismo, como veremos nesta lição.

 

 

1- O INÍCIO DO MINISTÉRIO DE JOHN WESLEY

John Wesley (1703-1791), líder, teólogo e pregador inglês de origem anglicana, foi o fundador do metodismo, movimento que em sua origem buscava reavivar a teologia e a vida da Igreja na Inglaterra. Rejeitado pela hierarquia da Igreja inglesa, Wesley passou a percorrer toda a Inglaterra a cavalo e a anunciar a Palavra de DEUS ao ar livre. Seu trabalho causou profunda revolução religiosa na Inglaterra e, de maneira mais ampla, na América do Norte.

 

1.1. Um clérigo anglicano 

John Wesley nasceu em Epworth, na Inglaterra, no dia 17 de junho de 1703. Filho de um sacerdote anglicano, foi o décimo quinto filho de uma família de dezenove irmãos, dos quais sobreviveram nove. Wesley, além de clérigo anglicano, tornou-se o líder desbravador do movimento metodista ocorrido na Inglaterra no século XVIII. Roberto Ferreira (Teologia Pentecostal da Harpa Cristã, 2022, p. 22) diz que o pensamento teológico de John Wesley lançou as bases para a teologia do Movimento de Santidade na América do Norte que, posteriormente, eclodiu no Movimento Pentecostal.

 

José Gonçalves Salvador (1960, p. 81-102): “O metodismo foi um movimento de avivamento espiritual cristão ocorrido na Inglaterra do século XVIII. Este movimento enfatizava a relação íntima do indivíduo com DEUS, iniciando-se com uma conversão pessoal e seguindo uma vida em santidade na ética e moral cristã. O metodismo foi liderado por John Wesley (pároco anglicano) e seu irmão Carlos Wesley (um dos maiores expoentes da música sacra protestante)”.

 

1.2. A influência do pietismo 

O movimento pietista cooperou visivelmente para produzir o desenho do metodismo contemporâneo. Na busca integral pela “santidade real’; Wesley adicionou aos seus estudos o perfeccionismo dos pietistas. Dentro desse panorama, Wesley ajustou seus pensamentos, absorvendo a influência pietista para uma vida de santidade, para testemunho, missão e serviço de uma vida cristã santa. Inspirado por esse movimento, Wesley institui as Sociedades Metodistas, baseadas nos pequenos grupos de oração e leitura bíblica. Assim, para compreender o movimento wesleyano, é indispensável um conhecimento básico da história do movimento pietista de Halle e de Herrnhut, que influenciaram os assuntos sobre santidade nos estudos de John Wesley.

 

Kenneth J. Collins (2018, p. 278): “A importância da renovação pessoal genuína por causa da santidade era tema metodista compartilhado com os pietistas de Halle e de Herrnhut. De acordo com Howard Snyder, alguns dos elementos comuns desses três movimentos eram, entre outras coisas, a ênfase na regeneração, a experiência religiosa pessoal, a piedade, a santidade e a disciplina. (…) é provável que o que mais atraísse Wesley no pietismo alemão, especialmente no de Halle e nos movimentos predecessores, fosse a forte associação do novo nascimento com a força da Igreja; em outras palavras, que a renovação deve começar com a ação de inculcar a santidade”.

 

1.3. A influência do pietismo morávio 

A extensão do pietismo obteve sua maior aquisição através de John Wesley, fundador do Metodismo. Pode-se assim falar que o pietismo alemão apresentou uma grande influência na vida de John Wesley, pois muitas das ideias de Wesley foram guiadas, dirigidas e inspiradas pelos pietistas da Morávia. No ano de 1735, Wesley e seu irmão mais novo foram separados e enviados como missionários para a colônia da Geórgia, na América. Nessa viagem, eles foram apresentados ao movimento pietista, pois a bordo do navio estavam 26 morávios de Herrnhut. Em seu diário, Wesley escreveu que sentiu que os morávios evidenciavam uma vida repleta de fé e do ESPÍRITO SANTO.

 

Jesse Hurlbut (2014, p. 221): “No ano de 1735, Wesley e seu irmão mais novo, Charles, foram enviados como missionários à nova colônia da Geórgia. Seu trabalho não teve muito êxito, por isso regressaram à Inglaterra após dois anos na América. Esse período foi decisivo na vida de ambos, pois foi nessa época que eles conheceram um grupo de morávios, seguidores do conde Zinzendorf; por intermédio dos novos amigos, alcançaram conhecimento experimental de uma vida espiritual. Até então, o ministério de Wesley havia sido um fracasso; mas, a partir dessa data, nenhum ministro da Inglaterra despertava tão grande interesse como ele, exceto George Whitefield”.

 

EU ENSINEI QUE:

John Wesley foi o precursor do Movimento Metodista ocorrido na Inglaterra no século XVIII.

 

2- A PNEUMATOLOGIA WESLEYANA

Para John Wesley, o ESPÍRITO SANTO torna a graça presente no CRISTO, na Igreja e no mundo; além disso, a experiência com o ESPÍRITO dinamiza a vida cristã, tirando-a de uma mera devoção. Assuntos como: novo nascimento, regeneração e evidência da graça e da fé em nosso espírito seriam, portanto, ações atribuídas à atuação direta do ESPÍRITO SANTO.

 

2.1. Um coração estranhamente aquecido 

John Wesley registrou a experiência que teve com o ESPÍRITO SANTO; a qual, muitas vezes, ele mencionou em suas pregações como: “experiência de Aldersgate” Wesley recordou em seu diário o que aconteceu em 24 de maio de 1738: “À noite, eu fui muito relutantemente para uma sociedade na Rua Aldersgate, onde alguém estava lendo o prefácio de Lutero para a Epístola de Romanos. Cerca de um quarto antes das nove, enquanto ele estava descrevendo a mudança que DEUS trabalha no coração através da fé em CRISTO, senti meu coração estranhamente aquecido. Senti que confiava em CRISTO, só CRISTO, para a salvação; e uma garantia me foi dada de que Ele tinha tirado meus pecados, sim, os meus, e me salvou da lei do pecado e da morte”.

 

Justo L. González (2015, p. 306), escreve a atitude de Wesley após a experiência de Aldersgate: “Como os moravianos o haviam impressionado em inúmeras ocasiões, Wesley então decidiu viajar para a Alemanha, onde ele se encontrou com Zinzendorf e visitou Herrnhut. Como antes, ele se comoveu com a profundidade da convicção dos moravianos, e por sua vida moral e religiosa:’.

 

2.2. O ESPÍRITO SANTO atua para a salvação 

Wesley teve a salvação como um dos temas centrais em seus ensinamentos, em suas pregações e em toda a sua vivência religiosa. Para ele, a nossa redenção é cultivada pela obra do ESPÍRITO, cuja ação é fundamental no processo de salvação. Isso porque a presença do ESPÍRITO SANTO no nascido de novo testifica a salvação, proporcionando à pessoa essa segurança. Portanto, para crer na salvação, é necessário receber o ESPÍRITO SANTO. Wesley dizia que: “A conversão tira o cristão do mundo; a santificação tira o mundo do cristão.”

 

Kenneth J. Collins (2018, p. 171): “Conforme Starkey observa, o ESPÍRITO SANTO, ao tornar efetiva a obra completa de CRISTO, é o agente, ou administrador, da redenção: E esse papel de superintendência é tão importante que Wesley comentou, em sua obra A Farther Appeal (Mais um Apelo), que toda obra da salvação, cada pensamento, cada boa palavra e cada boa obra, é reunida pela operação do ESPÍRITO de DEUS”.

 

2.3. A experiência na teologia wesleyana 

Os sermões de John Wesley eram bem diferentes dos sermões acadêmicos dos ministros da Igreja Anglicana. Wesley enfatizava a obra do ESPÍRITO SANTO na santificação, como uma “segunda obra da graça”; inclusive, às vezes, identificada como “batismo no ESPÍRITO“. Os que nasceram de novo eram incentivados a ser cheios do ESPÍRITO SANTO. Para Wesley, a experiência, também denominada “religião do coração”, estava presente no modo de se lidar com as Escrituras.

 

Donald Dayton (2021, p. 85-86): “Há um ponto em que Wesley permite o surgimento de temas pneumatológicos mais próximos das tradições cristãs radicais. (…) Wesley com certa consistência ensinava que “o testemunho do ESPÍRITO é uma impressão interior na alma das pessoas crentes, mediante a qual o ESPÍRITO de DEUS testifica com o seu espírito de que são filhas de DEUS. (…) Wesley recusava-se a separar este “testemunho do ESPÍRITO” do “fruto do ESPÍRITO”, exortando que ninguém presuma “descansar num suposto testemunho do ESPÍRITO que esteja separado do fruto do ESPÍRITO”.

 

EU ENSINEI QUE:

Para Wesley, assuntos como o novo nascimento, a regeneração, a evidência da graça e da fé em nosso espírito são ações diretas do ESPÍRITO SANTO.

 

3- O AVIVAMENTO METODISTA

Segundo Roger Olson (2001, p. 523), as campanhas evangelísticas promovidas por John Wesley, Charles Wesley e George Whitefield marcaram o grande despertamento que se estendeu pela Inglaterra e alcançou a América do Norte. Outros historiadores registram que, durante as pregações, eram frequentes as manifestações de fenômenos físicos, com pessoas chorando, desmaiando e tendo convulsões. Há os que afirmam que “os reavivamentos wesleyanos na Inglaterra ajudaram a evitar uma revolução sangrenta, como a que explodiu na França no fim do século XVIII”.

 

3.1. Os metodistas 

Os metodistas são cristãos que nasceram de um movimento na Inglaterra no começo do século XVIII, no período da Revolução Industrial. A origem do metodismo está ligada a três nomes: John Wesley, seu autor e organizador; Charles Wesley, seu irmão, escritor de hinos; e George Whitefield, um fecundo orador e reavivalista. John Wesley e o irmão, impulsionados pelo desejo de uma vida mais consagrada, organizaram um pequeno grupo, ao qual Whitefield aderiu mais adiante. Muitos zombavam deles, passando a chamar o grupo de “Clube SANTO”: O grupo ficaria conhecido por: dias fixos para exercitar o jejum, hora certa para a leitura da Bíblia, encorajamento mútuo, oração, dia de visitar os presos, entre outras coisas. Por causa dessa organização, o grupo foi chamado de maneira pejorativa de “metodistas”, isto é, aqueles que têm métodos.

 

R.N. Champlin (2015, p. 253): “Esse clube reunia-se aos domingos à tarde. As pessoas envolvidas eram quase todas anglicanas. O entusiasmo despertado levou-as a se reunirem todas as tardes. Observavam a Ceia do Senhor todos os domingos e jejuavam às quartas-feiras. George Whitefield uniu-se ao grupo e tornou-se um dos importantes líderes do movimento. Na época, o grupo compunha-se de cerca de vinte e cinco estudantes. Eles mostravam-se sérios no discipulado cristão, e a revisão constante das vidas dos membros do grupo era um dos fatores da seriedade deles. Esse aspecto da formação histórica do metodismo foi chamado, por João Wesley, de primeiro levantamento da organização”.

 

3.2. O Wesleyanismo e o movimento pentecostal 

Muitos teólogos defendem que o wesleyanismo é o pai do pentecostalismo moderno. Isso porque durante o ministério de John Wesley a Inglaterra experimentou um avivamento nunca visto. Pelos relatos da época, é possível ver os ensinamentos e crenças wesleyanas nas raízes da Rua Azusa e do movimento Holiness, nos EUA, entre outros. Para Robert P. Menzies, um dos nomes mais conceituados da teologia pentecostal, o movimento pentecostal surge como uma síntese de várias tradições de “santidade” que apareceram no final do século XIX, em movimentos de reavivamento que possuíam uma herança wesleyana.

 

Donald Dayton (2021, p. 82): “Esta mudança soteriológica sob o impacto da experiência de Wesley na Aldersgate Street e em suas relacionadas influências levanta uma importante questão acerca de quanto Wesley poderia ser considerado como um “teólogo do ESPÍRITO”: Diversos intérpretes têm proposto que Wesley poderia ser assim chamado e então seria óbvio o sentido da questão levantada para determinar a relação do pai do metodismo com o pentecostalismo”.

 

3.3. O interesse na restauração da Igreja 

Mesmo que o interesse de Wesley em um retorno da igreja cristã aos padrões de vida do Novo Testamento não possa ser identificado com a mesma ênfase e os mesmos aspectos do Movimento Pentecostal, é possível perceber a conexão entre ambos, tanto que esta e outras ênfases de Wesley, como a “perfeição cristã”, prepararam o caminho para o Movimento de Santidade (tema da próxima lição) e o desenvolvimento das raízes teológicas do Pentecostalismo. Menzies (2016, p.16), define o Pentecostal como: “o cristão que crê que o livro de Atos fornece um modelo para a igreja contemporânea e, nesta base, incentiva todos os crentes a experimentar o batismo no ESPÍRITO (At 2.4)”; bem como que os sinais, maravilhas e os dons, mencionados em 1 Coríntios, devem caracterizar a vida da igreja hoje.

 

Donaldo Dayton (2018, p. 79-82): “O Motivo Primitivista em Wesley. A nota primitivista em Wesley convida de imediato a uma comparação com a preocupação pentecostal com a restauração da fé apostólica: Wesley compreendeu-se a si mesmo como um advogado da `religião antiga’ ou do verdadeiro cristianismo primitivo”. Este mesmo autor pontua que a mudança da ênfase de Wesley do aspecto eclesiástico para soteriológico, após a experiência mencionada no tópico 2 desta Lição, o “aproxima ainda mais do Pentecostalismo”.

 

EU ENSINEI QUE:

A influência da Teologia de John Wesley teve grande influência no movimento pentecostal.

 

CONCLUSÃO

Nesta lição, vimos que o pensamento teológico de John Wesley pode ser percebido nas bases do Movimento Pentecostal. O estudo do Movimento Wesleyano, portanto, é um estímulo ao autoexame contínuo e necessário ao cristão (2Co 13.5). Isso torna possível evitarmos a indiferença e a frieza espiritual, prosseguindo triunfantes até que todos cheguemos “à medida da estatura completa de CRISTO” (Ef 4.13).