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Luiz Henrique de Almeida Silva
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Luiz Henrique de Almeida Silva
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Edna Maria Cruz Silva
“Se, vós, pois, sendo maus, sabeis dar boas coisas aos vossos filhos, quanto mais vosso Pai, que está nos céus, dará bens aos que lhe pedirem?” (Mt 7.11)
VERDADE PRÁTICA
DEUS é um Pai amoroso que concede aos seus filhos aquilo que realmente é bom para eles.
Lição 12, A Bondade de DEUS em nos Atender
Video - https://youtu.be/B99zCcD6npoLEITURA DIÁRIA
Segunda - Lc 11.9 A bondade do Pai em atender seus filhos
Terça - Lc 11.9,10 O Pai bondoso nos concede o ESPÍRITO SANTO
Quarta - Lc 11.11-13 Somos maus, mas suprimos as necessidades de nossos filhos
Quinta - Mt 22.37,38 Ame a DEUS com todo o teu coração, alma e pensamento
Sexta - Mt 22.39 Ame ao próximo na mesma dimensão de si mesmo
Sábado - Sl 145.13 DEUS é bondoso em tudo que faz
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE - Mateus 7.7-20
7 - Pedi, e dar-se-vos-á; buscai e encontrareis; batei, e abrir-se-vos-á. 8 - Porque aquele que pede recebe; e o que busca encontra; e, ao que bate, se abre. 9 - E qual dentre vós é o homem que, pedindo-lhe pão o seu filho, lhe dará uma pedra? 10 - E, pedindo-lhe peixe, lhe dará uma serpente? 11 - Se, vós, pois, sendo maus, sabeis dar boas coisas aos vossos filhos, quanto mais vosso Pai, que está nos céus, dará bens aos que lhe pedirem? 12 - Portanto, tudo o que vós quereis que os homens vos façam, fazei-lho também vós, porque esta é a lei e os profetas. 13 - Entrai pela porta estreita, porque larga é a porta, e espaçoso, o caminho que conduz à perdição, e muitos são os que entram por ela; 14 - E porque estreita é a porta, e apertado, o caminho que leva à vida, e poucos há que a encontrem. 15 - Acautelai-vos, porém, dos falsos profetas, que vêm até vós vestidos como ovelhas, mas interiormente são lobos devoradores.
7.7,8 PEDIR, BUSCAR, BATER. JESUS estimulava a perseverança na oração. Os tempos dos verbos gregos do versículo 8 indicam continuidade. Devemos continuar a pedir, a buscar e a bater. Pedir, fala da consciente necessidade e da confiança que DEUS ouve nossa oração. Buscar, fala de fervente petição associada a submissão à vontade de DEUS.
Bater, fala da perseverança em buscar a DEUS quando Ele não responde imediatamente. A garantia de CRISTO de que o suplicante receberá o que pede baseia-se em:
7.11 VOSSO PAI... DARÁ BENS. CRISTO promete que o Pai celestial não decepcionará seus filhos. Ele nos ama com um amor maior do que aquele de um bom pai terrestre e quer que lhe peçamos tudo quanto necessitamos, pois Ele promete dar-nos o que é bom para nós. Ele deseja prover solução para nossos problemas e pão para nossas necessidades diárias. E, mais do que tudo, Ele nos dará o ESPÍRITO SANTO para estar conosco, como nosso Conselheiro e Ajudador (Lc 11.13; Jo 14.16-18).
7.14 ESTREITA É A PORTA... E POUCOS OS QUE A ENCONTREM. CRISTO ensinou que não devemos esperar que a maioria o siga pelo caminho que leva à vida.
7.16 POR SEUS FRUTOS OS CONHECEREIS. Os falsos mestres exteriormente parecem justos, mas interiormente são lobos devoradores (v. 15). Eles devem ser identificados pelos seus frutos. Os frutos dos falsos mestres consistem, principalmente, no caráter dos seus seguidores (1 Jo 4.5,6). O falso mestre produzirá discípulos que manifestarão as seguintes características:
(4) Serão seguidores que buscam mais as experiências religiosas e as manifestações sobrenaturais do que a Palavra de DEUS e seus padrões de justiça. A sua experiência
religiosa ou manifestações espirituais são a sua autoridade final quanto a autenticidade da verdade (vv. 22,23), e não todo o conselho da Palavra de DEUS.
Hinos Sugeridos: 126,131,232 da Harpa Cristã
Resumo da Lição 12, A Bondade de DEUS em nos Atender
1. Definição de bondade.
1. A porta e o caminho no aspecto bíblico.
1. Cuidado com as falsas aparências.
Definição de bondade.
poiso mesmo Pai vos ama, visto como vós me amastes e crestes que saí de DEUS. João 16:23-27
1) bom, agradável, amável
1a) amável, agradável (aos sentidos); 1b) agradável (à mais alta índole); 1c) bom, excelente (referindo-se à sua espécie); 1d) bom, rico, considerado valioso; 1e) bom, apropriado, conveniente; 1f) melhor (comparativo); 1g) satisfeito, feliz, próspero (referindo-se à natureza sensitiva humana); 1h) boa compreensão (referindo-se à natureza intelectual humana); 1i) bom, generoso, benigno; 1j) bom, correto (eticamente) n m;
2a) bem estar, prosperidade, felicidade; 2b) coisas boas (coletivo); 2c) bom, benefício; 2d) bem moral n f;
3a) bem estar, prosperidade, felicidade; 3b) coisas boas (coletivo); 3c) generosidade
1) de boa constituição ou natureza.
2) útil, saudável
3) bom, agradável, amável, alegre, feliz
4) excelente, distinto
5) honesto, honrado
Quatro portas.
a- Do meu coração – só eu posso abrir para JESUS entrar. Eis que estou à porta e bato; se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, entrarei em sua casa e com ele cearei, e ele, comigo. Apocalipse 3:20
Visto como, na sabedoria de DEUS, o mundo não conheceu a DEUS pela sua sabedoria, aprouve a DEUS salvar os crentes pela loucura da pregação. 1 Coríntios 1:21
b- Do céu – Só JESUS pode abrir -
Eu sou a porta; se alguém entrar por mim, salvar-se-á, e entrará, e sairá, e achará pastagens. João 10:9
E ao anjo da igreja que está em Filadélfia escreve: Isto diz o que é santo, o que é verdadeiro, o que tem a chave de Davi, o que abre, e ninguém fecha, e fecha, e ninguém abre: Apocalipse 3:7
Quando cremos e confiamos em JESUS CRISTO como nosso único Salvador e Senhor, crendo que ELE morreu por nós e ressuscitou, somos salvos. Saímos do reino de Satanás e entramos no reino de DEUS. Agora achamos o verdadeiro alimento – JESUS.
a saber: Se, com a tua boca, confessares ao Senhor JESUS e, em teu coração, creres que DEUS o ressuscitou dos mortos, serás salvo. Romanos 10:9
para lhes abrires os olhos e das trevas os converteres à luz e do poder de Satanás a DEUS, a fim de que recebam a remissão dos pecados e sorte entre os santificados pela fé em mim. Atos 26:18
Porque a minha carne verdadeiramente é comida ,e o meu sangue verdadeiramente é bebida. João 6:55
E JESUS lhes disse: Eu sou o pão da vida; aquele que vem a mim não terá fome; e quem crê em mim nunca terá sede. João 6:35
Entrai pela porta estreita, porque larga é a porta, e espaçoso, o caminho que conduz à perdição, e muitos são os que entram por ela; E porque estreita é a porta, e apertado, o caminho que leva à vida, e poucos há que a encontrem. Mateus 7:13,14
c- Porta estreita - A porta é estreita porque só se pode entrar pelo arrependimento de pecados - e dizendo: O tempo está cumprido, e o Reino de DEUS está próximo. Arrependei-vos e crede no evangelho. Marcos 1:15
d- Porta Larga – Fácil de entrar porque aceita o pecado, a falsa religião, o falso profeta, o falso pastor, o falso mestre.
Dois Caminhos
Entrai pela porta estreita, porque larga é a porta, e espaçoso, o caminho que conduz à perdição, e muitos são os que entram por ela; E porque estreita é a porta, e apertado, o caminho que leva à vida, e poucos há que a encontrem. Mateus 7:13,14
E a este povo dirás: Assim diz o Senhor : Eis que ponho diante de vós o caminho da vida e o caminho da morte. Jeremias 21:8
Largo, ou espaçoso, ou da morte - espaçoso, o caminho que conduz à perdição
Estreito, ou apertado, ou da vida - apertado, o caminho que leva à vida
Disse-lhe JESUS: Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida. Ninguém vem ao Pai senão por mim. João 14:6
JESUS é o único Caminho para conduzir o pecador à vida eterna com DEUS. Obras não salvam; somente pela graça por meio da fé na obra de JESUS CRISTO.
“Porfiai por entrar pela porta estreita, porque eu vos digo que muitos procurarão entrar e não poderão” (Lc 13.24).
Significa esforçar-se por crer no evangelho.
Pela porta larga é possível passar as obras da carne (Gl 5.19-21): prostituição, impureza, inimizades, porfias, pelejas e todo tipo de pecado. Contudo, o destino da porta larga e do caminho espaçoso é a eternidade sem DEUS. Porém, os que escolhem o caminho apertado, um dia vão morar no céu e serão como a luz da aurora e como luzeiros no firmamento (Pv 4.18).
DESCRIÇÃO. O crente da atualidade precisa estar informado de que pode haver, nas igrejas, diversos obreiros corrompidos e distanciados da verdade, como os mestres da lei de DEUS, nos dias de JESUS (Mas ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! Pois que fechais aos homens o Reino dos céus; e nem vós entrais, nem deixais entrar aos que estão entrando. Mateus 23:13). JESUS adverte, aqui, que nem toda pessoa que professa a CRISTO é um crente verdadeiro e que, hoje, nem todo escritor evangélico, missionário, pastor, evangelista, professor, diácono e outros obreiros são aquilo que dizem ser.
Esses obreiros “exteriormente pareceis justos aos homens” (Mt 23.28). Aparecem “vestidos como ovelhas” (Mt 7.15). Podem até ter uma mensagem firmemente baseada na Palavra de DEUS e expor altos padrões de retidão. Podem parecer sinceramente empenhados na obra de DEUS e no seu reino, demonstrar grande interesse pela salvação dos perdidos e professar amor a todas as pessoas. Parecerão ser grandes ministros de DEUS, líderes espirituais de renome, ungidos pelo ESPÍRITO SANTO. Poderão realizar milagres, ter grande sucesso e multidões de seguidores (ver Mt 7.21-23; 24.11,24; 2Co 11.13-15). Todavia, esses homens são semelhantes aos falsos profetas dos tempos antigos (ver Dt 13.3; 1Rs 18.40; Ne 6.12; Jr 14.14; Os 4.15), e aos fariseus do NT. Longe das multidões, na sua vida em particular, os fariseus entregavam-se à “rapina e de iniquidade” (Mt 23.25), “cheios de ossos de mortos e de toda imundícia” (Mt 23.27), “cheios de hipocrisia e de iniquidade” (Mt 23.28). Sua vida na intimidade é marcada por cobiça carnal, imoralidade, adultério, ganância e satisfação dos seus desejos egoístas.
De duas maneiras, esses impostores conseguem uma posição de influência na igreja.
A PROVA. Quatorze vezes nos Evangelhos, JESUS advertiu os discípulos a se precaverem dos líderes enganadores (Mt 7.15; 16.6,11; 24.4,24; Mc 4.24; 8.15; 12.38-40; 13.5; Lc 12.1; 17.23;20.46; 21.8). Noutros lugares, o crente é exortado a pôr à prova apóstolos, profetas, evangelistas, pastores, mestres, pregadores ( 2 Co 11.13; 1Ts 5.21; 2Pe 2.1; 1Jo 4.1).
Discernir o caráter da pessoa. Ela tem uma vida de oração perseverante e manifesta uma devoção sincera e pura a DEUS? Manifesta o fruto do ESPÍRITO (Gl 5.22,23), ama os pecadores (Jo 3.16), detesta o mal e ama a justiça (Hb 1.9) e fala contra o pecado (Mt 23; Lc 3.18-20)?
Discernir os motivos da pessoa. O líder cristão verdadeiro procurará fazer quatro coisas: (a) honrar a CRISTO (2Co 8.23; Fp 1.20); (b) conduzir a igreja à santificação (At 26.18; 1Co 6.18; 2Co 6.16-18); (c) salvar os perdidos (1Co 9.19-22); e (d) proclamar e defender o evangelho de CRISTO e dos seus apóstolos (ver Fp 1.16; Jd 3).
Observar os frutos da vida e da mensagem da pessoa. Os frutos dos falsos pregadores comumente consistem em seguidores que não obedecem a toda a Palavra de DEUS (ver Mt 7.16).
Discernir até que ponto a pessoa se baseia nas Escrituras. Este é um ponto fundamental. Ela crê e ensina que os escritos originais do AT e do NT são plenamente inspirados por DEUS, e que devemos observar todos os seus ensinos (ver 2Jo 9-11)? Caso contrário, podemos estar certos de que tal pessoa e sua mensagem não provêm de DEUS.
Finalmente, verifique a integridade da pessoa quanto ao dinheiro do Senhor. Ela recusa grandes somas para si mesma, administra todos os assuntos financeiros com integridade e responsabilidade, e procura realizar a obra de DEUS conforme os padrões do NT para obreiros cristãos? (1Tm 3.3; 6.9,10).
Apesar de tudo que o crente fiel venha a fazer para avaliar a vida e o trabalho de tais pessoas, não deixará de haver falsos mestres nas igrejas, os quais, com a ajuda de Satanás, ocultam-se até que DEUS os desmascare e revele aquilo que realmente são.
Pedi, e dar-se-vos-á; buscai, e achar eis; batei, e abrir-se-vos-á. 8 Pois todo o que pede recebe; o que busca, encontra; e a quem bate, abrir-se-lhe-á. 9Ou qual dentre vós é o homem que, se porventura o filho lhe pedir pão, lhe dará pedra? 10 Ou se lhe pedir peixe, lhe dará uma cobra? 11Ora, se vós, que sois maus, sabeis dar boas dádivas aos vossos filhos, quanto mais vosso Pai, que está nos céus, dará boas cousas aos que lhe pedirem?
Parece natural que JESUS tenha passado de nosso relacionamento com os homens para nosso relacionamento com o nosso Pai celeste, principalmente porque o nosso dever cristão para com eles (não os julgar, não lançar pérolas aos porcos e ser prestativos sem ser hipócritas) é por demais difícil sem a graça divina.
a. O que JESUS promete
Esta passagem não é a primeira instrução sobre a oração, no Sermão do Monte. JESUS já nos advertiu contra a hipocrisia dos fariseus e o formalismo dos pagãos, e nos deu o seu próprio modelo de oração. Agora, entretanto, ativamente nos incentiva a orar, dando-nos algumas grandes promessas de sua graça. Pois "nada é melhor para nos levar à oração do que a convicção plena de que seremos ouvidos". Ou, então, "Ele sabe que somos tímidos e acanhados, que nos sentimos indignos e inaptos para apresentar nossas necessidades a DEUS . . . Pensamos que DEUS é tão grande e nós tão pequeninos que não nos atrevemos a orar . . . Foi por isso que CRISTO quis desviar-nos de pensamentos tão tímidos, remover nossas dúvidas e fazer-nos avançar confiante e ousadamente".
JESUS procura imprimir suas promessas em nossa mente e memória através dos golpes do martelo da repetição. Primeiro, suas promessas vêm ligadas a ordens diretas: Pedi. . . buscai. . . batei . . . (v. 7). Talvez tenham sido deliberadamente colocadas em escala ascendente de insistência. Richard Glover sugere que uma criança, estando a sua mãe perto e visível, pede; caso contrário, ela busca; enquanto, se a mãe estiver inacessível no seu quarto, ela bate. Seja como for, todos os três verbos estão no presente do imperativo e indicam a persistência com a qual devemos fazer nossos pedidos conhecidos a DEUS. Em segundo lugar, as promessas foram expressas em declarações universais: Pois todo o que pede recebe; o que busca, encontra; e a quem bate, abrir-se-lhe-á (v. 8).
Terceiro, JESUS exemplifica suas promessas através de uma singela parábola (vs. 9-11). Ele imagina uma situação com a qual todos os seus ouvintes devem estar familiarizados, isto é, uma criança achegando-se a seu pai com um pedido. Se ela lhe pede um pedaço de pão, receberá por acaso alguma coisa parecida com pão, mas na realidade nocivamente diferente? Por exemplo, uma pedra em lugar de pão, ou uma cobra em lugar de peixe? Isto é, se a criança pede alguma coisa sadia para comer (pão ou peixe), receberia alguma coisa prejudicial, que não pode ser comida (uma pedra) ou perniciosa (uma cobra venenosa)? Claro que não! Os pais, ainda que sejam maus, isto é, egoístas por natureza, amam os seus filhos e lhes dão boas dádivas. Observe que JESUS aqui admite, e até mesmo declara, ser o pecado inerente à natureza humana. Ao mesmo tempo, ele não nega que os homens maus sejam capazes de fazer o bem. Pelo contrário, pais maus dão boas dádivas a seus filhos, pois "DEUS derrama em seus corações uma porção de sua bondade". O que JESUS está dizendo é que, mesmo quando estão fazendo o bem, seguindo os nobres instintos da paternidade e cuidando dos seus filhos, mesmo assim não escapam à designação de "maus", pois é o que os seres humanos são.
Portanto, a força da parábola jaz mais no contraste do que na comparação entre DEUS e os homens. É um outro argumento a fortiori ou "com tanto mais razão": se os pais humanos, embora sendo maus, sabem dar boas dádivas a seus filhos, quanto mais o nosso Pai celeste, que não é mal, mas totalmente bom, dará boas cousas aos que lhe pedirem? (v. 11). "Pois o que poderia ele deixar de dar agora aos filhos quando pedem, uma vez que já lhes garantiu exatamente isto, a saber, que podem ser seus filhos?". Não há dúvida de que as nossas orações são transformadas quando nos lembramos de que o DEUS de quem nos aproximamos é "Abba, Pai", e infinitamente bom e gentil.
O Professor Jeremias demonstrou a novidade deste ensino de JESUS. Ele escreve que, com a ajuda dos seus assistentes, examinou cuidadosamente "a literatura relacionada com a oração dos judeus antigos, literatura grande e rica, muito pouco explorada", mas que "em lugar nenhum dessa imensa literatura encontrou esta inovação de DEUS como Abba . . . Abba era uma palavra de uso diário, uma palavra conhecida em família. Nenhum judeu teria se atrevido a dirigir-se a DEUS desta maneira. JESUS o fazia sempre . . . e autoriza seus discípulos a repetirem a palavra Abba depois dele". O que poderia ser mais simples do que este conceito de oração? Se pertencemos a CRISTO, se DEUS é nosso Pai, somos seus filhos, e a oração é a apresentação que lhe fazemos de nossos pedidos. O problema é que, para muitos de nós, a coisa parece simples demais, até mesmo simplista. Em nossa sofisticação, dizemos que não podemos crer nisso, e de qualquer modo isso não corresponde absolutamente à nossa experiência. Assim, voltamo-nos das promessas de CRISTO sobre a oração para os nossos problemas com a oração.
b. Os problemas que se criam
Diante das promessas diretas de JESUS, Pedi, e dar-se-vos-á; buscai, e achareis; batei, e abrir-se-vos-á, são levantadas diversas objeções que precisam ser consideradas agora.
1. A oração é descabida. "Este incentivo a orar apresenta um quadro falso de DEUS. Implica em que ele precisa ser informado do que precisamos ou intimidado a concedê-lo, quando o próprio JESUS disse antes que nosso Pai celeste sabe disso e não deixa de cuidar de nós. Além disso, é claro que ele não pode ser incomodado com nossas trivialidades. Por que deveríamos supor que suas dádivas dependem de nossos pedidos? Será que os pais humanos esperam que seus filhos lhes peçam alguma coisa para depois suprir suas necessidades?"
A isto respondemos que DEUS espera que lhe peçamos, não porque permaneça ignorante até que o informemos, nem porque seja relutante até que o persuadamos. O motivo relaciona-se conosco, não com ele; a questão não é se ele está pronto a dar, mas se nós estamos prontos a receber. Portanto, na oração, nós não "persuadimos" a DEUS, mas antes persuadimos a nós mesmos a nos submeter a DEUS. É verdade que a linguagem "insistir com DEUS" geralmente ê usada com referência à oração, mas é uma acomodação à fraqueza humana. Mesmo quando Jacó "prevaleceu em oração", o que realmente aconteceu é que DEUS prevaleceu sobre ele, levando-o ao ponto da submissão quando ele se tornou capaz de receber a bênção que DEUS tinha estado o tempo todo desejando dar-lhe.
A verdade é que o Pai celeste jamais mima seus filhos. Ele não nos cobre de presentes, quer o desejemos ou não, quer estejamos prontos a recebê-los ou não. Pelo contrário, ele espera que nós reconheçamos as nossas necessidades, voltando-nos para ele com humildade. É por isso que ele diz: Pedi, e dar-se-vos-á, e Tiago acrescentou: "Nada tendes, porque não pedis". A oração, então, não é "descabida"; é exatamente a maneira que o próprio DEUS escolheu para expressarmos a nossa consciente necessidade e a nossa humilde dependência dele.
2. A oração é desnecessária. Esta segunda objeção surge mais da experiência do que da teologia. Cristãos sérios olham à volta e vêem uma porção de pessoas vivendo bem sem oração. Na realidade, parecem receber, sem oração, exatamente as mesmas coisas que nós recebemos com ela. Obtêm o que precisam trabalhando, não orando. O fazendeiro consegue uma boa colheita trabalhando, não orando. A mãe consegue ter um filho através da técnica médica, não da oração. A família equilibra o seu orçamento por meio do salário do pai e talvez de outros, não pela oração. "Certamente" podemos nos sentir tentados a dizer "isto prova que a oração não faz a menor diferença; é perda de tempo".
Mas espere um pouco! Ao pensarmos nisso, é preciso diferenciar entre as dádivas de DEUS como Criador e suas dádivas como Pai, ou entre os dons da criação e os dons da redenção. É realmente verdade que ele dá certas coisas (colheita, filhos, alimento, vida), quer oremos ou não, quer creiamos ou não. Ele dá vida e respiração a todos. Ele envia chuva do céu e as estações do ano a todos. Ele faz o sol nascer para os maus e os bons igualmente. Ele "visita" uma mãe quando ela concebe e, mais tarde, quando ela dá à luz. Nenhum destes dons depende do conhecimento que as pessoas têm do seu Criador ou de orarem.
Mas os dons divinos da redenção são diferentes. DEUS não concede salvação a todos, mas é "rico para com todos os que o invocam", pois, "todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo". O mesmo se aplica às bênçãos pós salvação, as "boas dádivas" que JESUS diz que o Pai dá a seus filhos. Não são bênçãos materiais, mas espirituais: perdão diário, livramento do mal, paz, aumento de fé, esperança e amor; na verdade é a bênção completa de DEUS na obra do "ESPÍRITO SANTO" que habita em nós, que é, como Lucas traduz, as "boas dádivas" . Por esses dons certamente devemos orar.
A oração do Pai-Nosso, que JESUS ensinou um pouco antes, no Sermão, reúne as duas espécies de dádivas, pois "pão nosso de cada dia" é uma dádiva da criação, enquanto que "perdão" e "livramento" são dádivas da redenção. Por que, então, estão reunidas na mesma oração? Provavelmente a resposta é a seguinte: oramos pelo pão de cada dia, não porque tememos morrer de fome (pois milhares de pessoas conseguem o seu pão de cada dia sem orar ou agradecer antes de comer), mas por sabermos que, em última análise, ele vem de DEUS e porque, na qualidade de seus filhos, é apropriado que regularmente reconheçamos nossa dependência física dele. Entretanto, oramos pedindo perdão e libertação, porque estas dádivas só são concedidas em resposta à oração e porque sem elas estaríamos perdidos. Portanto, a oração não é desnecessária.
3. A oração é improdutiva. O terceiro problema é um corolário óbvio do segundo. Argumenta-se que a oração é desnecessária, porque DEUS dá aos que não pedem, e é improdutiva, porque ele deixa de dar a muitos que o fazem. "Eu orei para passar no exame, mas não passei. Eu orei para ser curado de uma enfermidade, e fiquei pior. Eu orei pela paz, mas o mundo está cheio de rumores de guerra. A oração não funciona!" Este é o problema familiar da oração não respondida.
A melhor forma de resolver este problema é lembrar que as promessas de JESUS no Sermão do Monte não são incondicionais. Um pouco de meditação e ficaremos convencidos disso. É absurdo supor que a promessa "Pedi, e dar-se-vos-á", seja uma garantia absoluta, sem condições; que "Batei, e abrir-se-vos-á" seja um "Abre-te, Sésamo" para todas as portas fechadas, sem exceção; e que ao agitar da varinha mágica da oração todo desejo se realizará e todo sonho se concretizará. A ideia ê ridícula. Isto transformaria a oração em magia, e transformaria a pessoa que ora em um mágico igual a Aladim, e ainda DEUS em nosso servo, que apareceria instantaneamente quando o chamássemos, como o gênio que sempre apareceu quando Aladim esfregava a sua lâmpada. Além disso, este conceito de oração abalaria qualquer cristão sensível se soubesse que poderia obter tudo o que pedisse. "Se fosse assim", escreve Alec Motyer, "que tudo o que pedíssemos DEUS fosse obrigado a conceder, então eu nunca mais haveria de orar, pois não teria confiança suficiente em minha própria sabedoria para pedir alguma coisa a DEUS; e penso que você vai concordar comigo por pensar assim. Seria um fardo intolerável para a frágil sabedoria humana se, através de suas promessas relacionadas com a oração, DEUS estivesse obrigado a conceder tudo o que pedimos, quando o pedimos e exatamente nos termos em que pedimos. Como poderíamos aguentar um fardo desses?"
Talvez pudéssemos apresentar o assunto assim: sendo bom, nosso Pai celeste só concede boas dádivas a seus filhos; sendo sábio, ele sabe quais dádivas são boas e quais não são. Acabamos de ouvir que JESUS disse que os pais humanos nunca dariam uma pedra ou uma cobra a seus filhos quando estes lhes pedissem pão ou peixe. Mas, e se os filhos (devido a ignorância ou loucura) realmente lhes pedissem uma pedra ou uma cobra? O que fariam? Duvidamos que até mesmo um pai extremamente irresponsável atendesse ao pedido de seu filho, mas a grande maioria dos pais seria bastante sábia e amorosa para não atender. Certamente nosso Pai celeste jamais nos daria alguma coisa que pudesse nos prejudicar, ainda que a pedíssemos com urgência e insistência, pelo simples motivo de ele dar a seus filhos "boas dádivas". Portanto, se pedimos coisas boas, ele no-las dá; se pedimos coisas que não são boas (não boas em si mesmas, ou não boas para nós ou outras pessoas, direta ou indiretamente, imediata ou posteriormente) ele no-las nega; e somente ele sabe a diferença. Podemos agradecer a DEUS porque o seu atendimento às nossas necessidades é condicional, não depende apenas de pedir, buscar e bater, mas também de se o que desejamos, pedindo, buscando e batendo, é bom. Graças a DEUS, porque ele atende a oração. Graças a DEUS, que às vezes também não a atende. "Dou graças a DEUS", escreve o Dr. Lloyd-Jones, "que ele não esteja pronto a conceder tudo que eu possa lhe pedir . . . Estou profundamente grato a DEUS por não me conceder certas coisas que lhe peço, e por fechar determinadas portas na minha cara"
c. As lições que aprendemos
A oração parece ser uma coisa muito simples, quando JESUS fala sobre ela. Simplesmente Pedi. . ., buscai. . ., batei. . ., e, em qualquer caso, receberemos a resposta. Não obstante, é uma simplicidade ilusória; há muita coisa por detrás dela. Primeiro, oração pressupõe conhecimento. Considerando que DEUS só concede dádivas de acordo com a sua vontade, temos de esmerar-nos em descobri-la — pela meditação nas Escrituras e pelo exercício da mente cristã disciplinada nessa meditação. Segundo, oração pressupõe fé. Uma coisa é conhecer a vontade de DEUS; outra é nos humilharmos diante dele e expressarmos a nossa confiança em que ele é capaz de executar a sua vontade. Terceiro, oração pressupõe desejo. Podemos conhecer a vontade de DEUS e crer que ele pode executá-la, e ainda assim não a desejar. A oração é o principal meio ordenado por DEUS para a expressão de nossos mais profundos desejos. E por isso que a ordem de "pedir — buscar — bater" está no imperativo presente e em escala ascendente, para desafio de nossa perseverança.
Assim, antes de pedir, precisamos saber o que pedir e se está de acordo com a vontade de DEUS; temos de crer que DEUS pode concedê-lo; e precisamos genuinamente desejar recebê-lo. Então, as graciosas promessas de JESUS se realizarão.
Tudo quanto, pois, quereis que os homens vos façam, assim fazei-o vós também a eles; porque esta é a lei, e os profetas.
A lógica do "pois" ou "portanto" (oun), com o qual este versículo começa, não está clara. Talvez se refira ao versículo anterior e signifique que, se DEUS é bom para com todos que o buscam em oração, seus filhos devem ser igualmente bons para com todos. Ou talvez se refira à verdade anterior, à ordem não julgueis, e esteja retomando o argumento subjacente contra a condenação e a hipocrisia. Em qualquer caso, parece que JESUS enunciou este princípio em diferentes ocasiões e em diferentes contextos, pois, na versão do Sermão feita por Lucas, vem imediatamente após os três pequenos camafeus que ilustravam o mandamento de amar os nossos inimigos. Certamente, tal amor é inatingível, a não ser pela graça de DEUS. É, na verdade, o seu próprio amor e é uma das "boas dádivas" que ele nos dá através do seu SANTO ESPÍRITO em resposta às nossas orações. Diversos comentaristas têm discutido o fato de a Regra Áurea se encontrar de forma semelhante, ainda que sempre negativa, em outros lugares. Confúcio, por exemplo, leva o crédito de ter dito: "Não faça aos outros o que você não quiser que lhe façam"; e os estóicos tinham uma máxima quase idêntica. Nos apócrifos do Velho Testamento encontramos: "Não faça a ninguém o que você mesmo odiaria." E parece que isto foi o que o Rabi Hillel citou, por volta de 20 a.C, quando um futuro prosélito pediu que lhe ensinasse toda a lei no espaço de tempo em que ele conseguisse ficar de pé numa perna só. Seu rival, o Rabi Shammai, fora incapaz, relutando em responder, e o mandara embora. Mas o Rabi Hillel respondeu: "O que você achar odioso, não o faça a ninguém. Esta é toda a lei; o restante não passa de comentário. "
Sendo este o exemplo mais conhecido do suposto paralelismo entre o Talmude judaico e o Sermão do Monte, um comentário mais detalhado seria apropriado. Alguns foram ao ponto de declarar que tudo que se encontra no Sermão também se encontra no Talmude, e muitas coisas mais. O Professor Jeremias reage deste modo: "O fato é exatamente este: que no Talmude 'há muitas coisas mais', e que é preciso procurar os grãos no meio de muita palha, os minguados grãos dourados que possam ser comparados às palavras do Sermão do Monte." Alfred Edersheim, que escreveu no final do século passado, foi ainda mais franco. Ele concorda que há "sagacidade e lógica, vivacidade e presteza, sinceridade e zelo" no Talmude mas, ao mesmo tempo, há uma verdadeira "contradição de espírito e substância" entre ele e o Novo Testamento. Na verdade, "como um todo, não só é totalmente desprovido de espiritualidade, como também é ante espiritual".
Voltando à Regra Áurea, realmente há uma enorme diferença entre o aforismo negativo e até relutante de Hillel ("Não faça aos outros o que for odioso a você") e a iniciativa positiva contida na instrução de JESUS ("Faça aos outros o que você quer que lhe façam"). Mesmo assim, pode parecer que é um padrão bastante baixo, como "Ame o seu próximo como a si mesmo". Mas, na verdade, é um padrão elevado, porque o amor-próprio é uma força poderosa em nossas vidas. Edersheim chamou este amor ao próximo de "a aproximação mais achegada ao amor absoluto da qual a natureza humana é capaz". Mas também é um princípio ético notavelmente flexível. A nossa própria vantagem frequentemente nos orienta em nossos próprios negócios; pois deve também nos orientar em nosso comportamento para com os outros. Tudo que temos a fazer é usar a nossa imaginação, colocar-nos no lugar da outra pessoa e perguntar: "Como gostaria eu de ser tratado em tal situação?" Como o Rev. Ryle escreveu: "Isto esclarece uma centena de pontos difíceis . . . Evita a necessidade de estabelecer uma infinidade de pequenas regras para a nossa conduta em casos específicos." Realmente, é um princípio de aplicação tão ampla, que JESUS poderia dizer: pois esta é a lei e os profetas. Isto é, qualquer pessoa que oriente a sua conduta para com os outros de acordo com o que gostaria que fosse a conduta dos outros para consigo, cumpriu a lei e os profetas, pelo menos na questão do amor, ao próximo.
Percebemos, no início deste capítulo, que a contracultura cristã não é simplesmente um sistema de valores e um estilo de vida individuais, mas uma questão de comunidade. Envolve relacionamentos. E a comunidade cristã é, em essência, uma família, a família de DEUS. Provavelmente os dois elementos mais fortes de nossa consciência cristã sejam a percepção de DEUS como nosso Pai e a de nossos companheiros cristãos como irmãos e irmãs em CRISTO, sem jamais nos esquecermos da nossa responsabilidade para com aqueles que estão fora da família e que ansiamos que sejam introduzidos nela.
Portanto, em Mateus 7:1-12, JESUS apresentou-nos os relacionamentos básicos. No centro está nosso Pai celeste, DEUS, do qual nos aproximamos, de quem dependemos e que nunca dá a seus filhos outra coisa que não sejam boas dádivas. Logo a seguir, vêm os nossos companheiros de crença. E a anomalia de um espírito de condenação (que julga) e de um espírito hipócrita (que vê o cisco apesar da trave), é que é incompatível com a fraternidade cristã. Se nossos companheiros cristãos são verdadeiramente nossos irmãos e irmãs no Senhor, é inconcebível que não sejamos interessados e construtivos em nossa atitude para com eles.
Quanto àqueles que estão fora da família, há o caso extremo dos "cães" e "porcos", mas não são típicos. Há um grupo excepcional de pessoas obstinadas que se comportam como "cães" e "porcos", poderíamos dizer, em sua rejeição decisiva de JESUS CRISTO. Relutantemente temos de abandoná-las. Mas, se o versículo 6 é uma exceção, o versículo 12 é uma regra, a Regra Áurea. Ela transforma as nossas atitudes. Se nos colocarmos sensitivamente no lugar de outra pessoa, desejando-lhe o que gostaríamos para nós mesmos, jamais seremos maus, porém sempre generosos; jamais rudes, mas sempre compreensivos; jamais cruéis, mas sempre bondosos.
Entrai pela porta estreita (larga é a porta e espaçoso o caminho que conduz para a perdição e são muitos os que entram por ela), 14porque estreita é a porta e apertado o caminho que conduz para a vida, e são poucos os que acertam com ela.
O que se nota de imediato nestes versículos é a natureza absoluta da escolha que se nos apresenta. Todos nós preferiríamos ter muito mais opções do que uma só, ou, melhor ainda, gostaríamos de fundi-las todas em uma religião conglomerada, eliminando assim a necessidade de qualquer escolha. Mas JESUS descarta o nosso sincretismo condescendente. Ele não nos permite as confortáveis soluções que propomos. Em lugar disso, ele insiste que, afinal de contas, há uma só escolha, porque só há duas possibilidades.
Primeiro, há dois caminhos. Este conceito já se encontra no Velho Testamento. O Salmo 1, por exemplo, contrasta "o caminho dos justos", que se deleitam na lei de DEUS, dão frutos e prosperam, com "o caminho dos ímpios", que são levados como a palha pelo vento e perecem. Agora JESUS complementa essa figura. Um dos caminhos é fácil. A palavra significa "largo, espaçoso e confortável" e alguns manuscritos combinam estas imagens e chamam este caminho de "largo e confortável". Há muito lugar nele para a diversidade de opiniões e a frouxidão moral. É o caminho da tolerância e da permissividade. Não tem freios, nem limites de pensamento ou de conduta. Os viajantes deste caminho seguem as suas próprias inclinações, isto é, os desejos do coração humano em sua degradação. Superficialidade, egoísmo, hipocrisia, religião mecânica, falsa ambição, condenação; estas coisas não precisam ser aprendidas ou cultivadas. É preciso esforço para lhes resistir. Nenhum esforço é necessário para praticá-las. Por isso é que o caminho largo é fácil. O caminho difícil, por outro lado, é estreito. Seus limites são claramente demarcados. Sua estreiteza se deve a uma coisa chamada "revelação divina", que restringe os peregrinos às fronteiras do que DEUS tem revelado nas Escrituras como bom e verdadeiro. C. S. Lewis descreveu, em sua autobiografia, como, ainda um escolar de treze anos de idade, começou a "alargar a sua mente". "Logo troquei (nas famosas palavras) o 'eu creio' pelo 'eu sinto'. E, oh! que alívio! ... Da tirania da revelação meridiana passei para o suave lusco-fusco do Pensamento Superior, onde nada havia a ser obedecido e nada a ser crido exceto o que fosse confortante ou excitante." É um fato que a verdade revelada impõe uma limitação sobre
O que os cristãos podem crer, e a bondade revelada, sobre como podemos nos comportar. E, num certo sentido, isto é "difícil". Mas, em outro sentido, como Crisóstomo destacou há séculos, o caminho difícil e estreito de CRISTO também deve ser acolhido como "jugo suave" e "fardo leve".
Em segundo lugar, há duas portas. A porta que leva ao caminho fácil é larga, pois é só uma questão de tomar o caminho fácil. Evidentemente, não há limites para a bagagem que podemos levar conosco. Não precisamos deixar nada para trás, nem mesmo nossos pecados, a justiça própria ou o orgulho. A porta que leva ao caminho difícil, por outro lado, é estreita. É preciso procurar para encontrá-la. É fácil errar. Como JESUS disse em outra ocasião, é estreita como o buraco de uma agulha. Além disso, a fim de entrar por ela temos de deixar tudo para trás: o pecado, a ambição egoísta, a cobiça e, até mesmo, se for necessário, a família e os amigos, pois ninguém pode seguir a CRISTO sem antes negar-se a si mesmo. A entrada também é como uma barreira de pedágio: é preciso que as pessoas entrem uma a uma. Como encontrá-la? E o próprio JESUS CRISTO. "Eu sou a porta", ele disse; "se alguém entrar por mim, será salvo".
Terceiro, há dois destinos. Já vimos isto em figura no Salmo 1, onde encontramos as duas alternativas, os que "prosperam" e os que "perecem". Moisés também o tornou explícito: "Vê que proponho hoje a vida e o bem, a morte e o mal... a bênção e a maldição; escolhe, pois, a vida". Semelhantemente, JESUS ensinou que o caminho fácil, cuja entrada é a porta larga, leva à destruição. Ele não definiu o que queria dizer com isso, e presumivelmente a natureza exata do inferno está tão além de nosso entendimento finito quanto a natureza exata do céu. Mas a terrível palavra "destruição" (terrível porque DEUS é exatamente o Criador, não o Destruidor, e porque o homem foi criado para viver, não para morrer) parece pelo menos nos conceder a liberdade de dizer que tudo o que é bom será destruído no inferno: o amor e a beleza, o encanto e a verdade, a alegria, a paz e a esperança, e para sempre. É um futuro horrível demais para se contemplar sem lágrimas. Portanto, o caminho espaçoso é o caminho suicida.
Por outro lado, o caminho difícil, ao qual se chega pela porta estreita, leva à vida, exatamente à "vida eterna" que JESUS explicou em termos de comunhão com DEUS, começando aqui mas aperfeiçoada no além, na qual veremos e partilharemos de sua glória, e encontraremos a realização perfeita de seres humanos no serviço altruísta prestado a DEUS e a nossos companheiros.
Quarto, há duas multidões. Entrando pela porta larga e viajando pelo caminho espaçoso que leva à destruição, há muitos. O caminho largo e fácil é um lugar de muita atividade, frequentado por pedestres de todo tipo. O caminho estreito e difícil que leva à vida, entretanto, parece ser comparativamente mais deserto. São poucos os que acertam. Parece que JESUS previa que os seus seguidores seriam (ou, pelo menos, pareceriam ser e se sentiriam) um desprezado movimento de minoria. Ele viu multidões na estrada larga, rindo, sem cuidados, aparentemente sem ideia alguma do fim tenebroso para o qual se destinavam, enquanto, no caminho estreito, apenas um "feliz grupo de peregrinos", de mãos dadas, as costas voltadas para o pecado e os rostos voltados para a direção da Cidade Celestial, "cantando hinos de expectativa, marchava para a terra prometida".
Penso que não podemos especular, a partir deste contraste entre os poucos e os muitos, que os remidos serão poucos. Se compararmos passagem bíblica com passagem bíblica (como sempre o fazemos), teremos de colocar este ensinamento de JESUS junto à visão que João teve dos remidos diante do trono de DEUS, "grande multidão que ninguém podia enumerar". Como conciliar estes dois conceitos, eu não sei. Nem tenho certeza de como esta passagem se relaciona com o problema desconcertante daqueles que jamais ouviram o Evangelho, pois uma palavra comum às duas multidões, dos "poucos" e dos "muitos", é o verbo "entrar". Justamente porque muitos "entram" pela porta larga, JESUS insiste com seus ouvintes para que "entrem pela porta estreita". Isto implica que nenhuma das duas multidões é ignorante do que está em jogo; cada um recebeu a oportunidade da escolha e deliberadamente "entrou" pelo outro caminho. O quadro todo parece relacionar-se apenas com aqueles que tiveram oportunidade de decisão a favor ou contra CRISTO; simplesmente deixa de fora aqueles que nunca ouviram. Deveríamos, portanto, ser sábios e não nos preocupar com essas questões especulativas, como JESUS deu a entender em outra ocasião. Alguém lhe perguntou: "Senhor, são poucos os que são salvos?" Mas ele negou-se a satisfazer sua curiosidade. Apenas respondeu: "Esforçai-vos por entrar pela porta estreita."
Para recapitular: de acordo com as palavras de JESUS, há apenas dois caminhos, o difícil e o fácil (não existe um caminho do meio), nos quais se entra por duas portas, a larga e a estreita (não existe outra porta), que terminam em dois destinos, a destruição e a vida (não há uma terceira alternativa). Nem é preciso dizer que uma conversa assim é extremamente fora de moda hoje em dia. As pessoas gostam de ser sem compromisso. Toda pesquisa de opinião pública permite, além do "sim" e do "não", um conveniente "eu não sei". Os homens adoram Aristóteles e o seu dourado meio-termo. O caminho mais popular é a via média. Desviar-se do meio é arriscar-se a ser chamado de "extremista" ou "fanático". Todos se ressentem quando são postos diante da necessidade de uma escolha. Mas JESUS não nos deixa escapar dela.
Os relacionamentos do cristão: os falsos profetas
Alguns comentaristas têm sugerido que a parte principal do Sermão (os ensinamentos) de JESUS termina aqui, e que com o versículo 13 começam as aplicações ou a conclusão. Certamente ele enfatiza aqui ainda mais fortemente do que antes a necessidade da escolha. Entrai pela porta estreita, começa. Isto é, os contrastes entre as duas espécies de justiça e devoção, os dois tesouros, os dois senhores e as duas ambições foram fielmente descritos; chegou o momento da decisão. Há que escolher entre o reino de Satanás e o reino de DEUS; a cultura prevalecente ou a contracultura cristã. JESUS continua com a sua apresentação de alternativas descrevendo os dois caminhos (o largo e o estreito), os dois mestres (o falso e o verdadeiro), os dois apelos (palavras e atos) e, finalmente, os dois fundamentos (areia e rocha).
Acautelai-vos dos falsos profetas que se vos apresentam disfarçados em ovelhas, mas por dentro são lobos roubadores. 16Pelos seus frutos os conhecereis. Colhem-se, porventura, uvas dos espinheiros ou figos dos abrolhos? 17Assim toda árvore boa produz bons frutos, porém a árvore má produz frutos maus. 18Não pode a árvore boa produzir frutos maus, nem a árvore má produzir frutos bons. 19Toda árvore que não produz bom fruto é cortada, e lançada ao fogo. 20Assim, pois, pelos seus frutos os conhecereis.
a. Suposições
Ao dizer às pessoas acautelai-vos dos falsos profetas, JESUS obviamente supunha que estes existiam. Não há sentido em colocar-se no portão do jardim um aviso: "Cuidado com o cachorro!", se tudo o que você tem em casa é um casal de gatos e um periquito! Não. JESUS advertiu os seus discípulos sobre os falsos profetas porque eles já existiam. Encontramo-los em muitas ocasiões no Velho Testamento, e parece que JESUS colocou os fariseus e saduceus no mesmo quadro. "Cegos condutores de cegos", ele os chamou. Ele também deu a entender que aumentariam de número, e que o período precedente ao fim se caracterizaria, não só pela propagação mundial do Evangelho, mas também pelo surgimento de falsos mestres, que desviariam a muitos. Lemos sobre eles em quase todas as cartas do Novo Testamento. São chamados de "pseudoprofetas", como aqui ("profetas" presumivelmente porque proclamavam inspiração divina), ou "pseudoapóstolos" (porque diziam ter autoridade apostólica), ou "pseudomestres", ou até mesmo "pseudoCristos" (porque tinham pretensões messiânicas ou porque negavam que JESUS fosse o CRISTO que veio em carne). Mas cada um deles era "pseudo", e pseudos é a palavra grega para mentira. A história da igreja cristã tem sido uma história longa e fatigante de controvérsias com falsos mestres. Seu valor, na providência soberana de DEUS, é que apresentaram à Igreja um desafio para examinar e definir a verdade, mas causaram muitos prejuízos. Sinto que ainda há muitos deles nas igrejas de hoje.
Ao dizer-nos para nos acautelarmos com os falsos profetas, JESUS fez outra pressuposição, isto é, que há um padrão objetivo da verdade, do qual a falsidade dos falsos profetas se distingue. Caso contrário, a noção de profeta "falso" tornar-se-ia sem significado. Nos tempos bíblicos, um verdadeiro profeta era aquele que ensinava a verdade por inspiração divina, e o falso profeta era aquele que reivindicava a mesma inspiração divina mas propagava a mentira. Jeremias contrastou-os nestes termos: falsos profetas "falam visões do seu coração", enquanto os verdadeiros profetas "permanecem no conselho do Senhor", "ouvem a palavra de DEUS", "proclamam-na ao povo" e "falam da boca do Senhor". Novamente, "o profeta que tem sonho conte-o como apenas sonho; mas aquele em quem está a minha palavra, fale a minha palavra com verdade. Que tem a palha com o trigo?" Portanto, ao referir-se a determinados mestres chamando-os de "falsos profetas", está claro que JESUS não era sincretista, ensinando que opiniões contraditórias eram na realidade visões complementares da mesma verdade. Não. Ele defendeu que verdade e mentira são mutuamente excludentes, e que aqueles que propagam mentiras em nome de DEUS são profetas falsos, dos quais os seus discípulos deveriam se acautelar.
b. Advertências
Depois de anotar as pressuposições de JESUS (que existem falsos profetas, bem como uma verdade da qual eles se desviam), temos de considerar mais precisamente sua advertência: Acautelai-vos dos falsos profetas que se vos apresentam disfarçados em ovelhas, mas por dentro são lobos roubadores (v. 15). Desta metáfora aprendemos que os pseudoprofetas são perigosos e mentirosos.
Seu perigo é que, na realidade, são lobos. Na Palestina do primeiro século, o lobo era o inimigo natural das ovelhas, que ficavam totalmente sem defesa diante dele. Por isso, um bom pastor, como JESUS ensinaria mais tarde, tinha de estar sempre alerta e proteger suas ovelhas contra os lobos, enquanto o empregado contratado (o qual, não sendo dono das ovelhas, não se importava com elas) geralmente as abandonava e fugia ao primeiro sinal da fera, deixando-as ser atacadas e dispersas. Exatamente da mesma forma o rebanho de CRISTO está à mercê ou de bons pastores, ou de mercenários, ou de lobos. O bom pastor alimenta o rebanho com a verdade; o falso mestre, como um lobo, divide-o através do erro, enquanto o profissional temporário nada faz para protegê-lo, abandonando-o aos falsos mestres. "Eu sei", disse Paulo aos anciãos de Éfeso, "que, depois da minha partida, entre vós penetrarão lobos vorazes que não pouparão o rebanho. E que, dentre vós mesmos, se levantarão homens falando cousas pervertidas para arrastar os discípulos atrás deles. Portanto, vigiai. . ."
Que "cousas pervertidas" seriam estas que constituem uma perturbação e um perigo para a Igreja? Uma das principais características dos falsos profetas no Velho Testamento era o seu otimismo amoral, sua negação de que DEUS era o DEUS do Juízo, como também o DEUS do amor e da misericórdia constantes. Eles eram culpados, disse Jeremias ao povo, pois "enchem de vãs esperanças . . . Dizem continuamente aos que desprezam a Palavra de DEUS: "O Senhor disse: Paz tereis; e a qualquer que anda segundo a dureza do seu coração, dizem: Não virá mal sobre vós". Semelhantemente, DEUS se queixa: "Curam superficialmente a ferida do meu povo, dizendo: Paz, paz; quando não há paz". Tais palavras constituem um grande mal serviço ao povo de DEUS, para não se dizer coisa pior. Dão-lhes um falso sentimento de segurança. Embalam-nos em seus pecados. Deixam de adverti-los sobre o juízo iminente de DEUS ou sobre a maneira de como escapar dele.
Portanto, certamente não é por acaso que a advertência de JESUS sobre os falsos profetas no Sermão do Monte segue-se imediatamente após o seu ensinamento sobre as duas portas, os dois caminhos, as duas multidões e os dois destinos: os falsos profetas são peritos em tornar indistinta a questão da salvação. Alguns emporcalham ou distorcem de tal maneira o Evangelho que o tornam difícil de ser entendido pelos que tentam encontrar a porta estreita. Outros procuram demonstrar que o caminho estreito ê, na realidade, muito mais largo do que JESUS deu a entender, e que andar nele exige pouca ou nenhuma restrição na crença e no comportamento da pessoa. Outros ainda, talvez os mais perniciosos de todos, atrevem-se a contradizer JESUS, afirmando que o caminho largo não leva à destruição, mas que na verdade todos os caminhos levam a DEUS, e até mesmo que os caminhos largo e estreito, embora levem a direções opostas, finalmente acabarão no mesmo destino, a vida. Não foi por menos que JESUS comparou esses mestres com lobos vorazes, não tanto porque fossem gananciosos, ávidos de prestígio ou de poder (embora geralmente o sejam), mas por serem "selvagens" (BLH), isto é, extremamente perigosos. São responsáveis pela condução de algumas pessoas à própria destruição que eles afirmam não existir.
Mais que perigosos, são também mentirosos. Os "cães" e os "porcos" do versículo 6, por causa de seus hábitos imundos, são fáceis de se reconhecer. Mas não os "lobos", pois penetram sorrateiramente no rebanho, disfarçados de ovelhas. Como resultado, as ovelhas incautas os confundem com outras ovelhas e os recebem com boas-vindas, de nada suspeitando. Seu verdadeiro caráter só é descoberto tarde demais, e quando o prejuízo já ocorreu.
Em outras palavras, um falso mestre não se anuncia nem faz propaganda de si mesmo como um fornecedor de mentiras; pelo contrário, reivindica ser um mestre da verdade. "Sabendo que os cristãos são um povo crédulo, disfarça seu propósito sombrio sob o manto da piedade cristã, esperando que seu inócuo disfarce evite o desmascaramento." Não só ele simula piedade, mas frequentemente usa a linguagem da ortodoxia histórica, a fim de ganhar aceitação dos simplórios, enquanto, na verdade, suas pretensões são totalmente diferentes, algo destrutivo da própria verdade que pretende defender. Igualmente esconde-se sob o manto dos títulos altissonantes e dos graus acadêmicos impressionantes.
Portanto, "acautelai-vos!", JESUS adverte. Devemos ficar de guarda, orando por discernimento, usando nossas faculdades de crítica e jamais relaxando nossa vigilância. Não devemos ficar fascinados com o seu exterior, com o seu encanto pessoal, com a sua cultura, com seus títulos doutorais e eclesiásticos. Não devemos ser ingênuos a ponto de supor que, sendo um Doutor em Filosofia ou em Teologia, um professor ou um bacharel, ele deve ser um verdadeiro e ortodoxo embaixador de CRISTO. Devemos olhar por trás de sua aparência para a realidade. O que se encontra sob o pelo: uma ovelha ou um lobo?
c. Provas
Tendo notado as pressuposições feitas por JESUS e as advertências que deu, estamos agora prontos a examinar o teste ou testes que ele nos mandou aplicar. Ele mudou suas metáforas de ovelhas e lobos para árvores e seus frutos, e da roupagem das ovelhas que um lobo poderia usar para o fruto que uma árvore deve dar. Fazendo assim, ele passou do risco do não reconhecimento para os meios do reconhecimento. Embora certamente possamos confundir muitas vezes um lobo com uma ovelha, ele nos diz que não podemos cometer o mesmo engano com uma árvore. Nenhuma árvore pode esconder a sua identidade por muito tempo. Mais cedo ou mais tarde ela se trai, pelo seu fruto. Um lobo pode disfarçar-se; uma árvore, não. Ervas daninhas, como espinhos e abrolhos, simplesmente não podem produzir fruto comestível como uvas e figos. Não só o caráter do fruto fica determinado pela árvore (uma figueira dá figos e uma videira, uvas), mas também a sua condição (toda árvore boa produz bons frutos, porém a árvore má produz maus frutos, v. 17). Na verdade, não pode a árvore boa produzir frutos maus, nem a árvore má produzir frutos bons (v. 18). E o dia do juízo concluirá a diferenciação, quando as árvores não frutíferas serão cortadas e queimadas (v. 19). Portanto (pois esta é a conclusão que JESUS enfatiza duas vezes), pelos seus frutos os conhecereis (vs. 16, 20). Que frutos são estes?
A primeira espécie de "fruto" pelo qual os falsos profetas revelam a sua verdadeira identidade está no campo do caráter e da conduta. Na alegoria do próprio JESUS, a produtividade significa semelhança com CRISTO, o que Paulo mais tarde designou como "o fruto do ESPÍRITO". Sendo assim, sempre que vemos em um mestre a mansidão e a humildade de CRISTO, o seu amor, a sua paciência, a sua bondade, a sua delicadeza e autocontrole, temos motivos para considerá-lo verdadeiro, não falso. Por outro lado, sempre que estas qualidades estão ausentes, e "as obras da carne" estão mais aparentes do que "o fruto do ESPÍRITO", especialmente a inimizade, a impureza, a inveja e a autoindulgência, devemos suspeitar que o profeta é um impostor, por mais pretensiosas que sejam as suas reivindicações e por mais plausíveis que sejam os seus ensinamentos.
Mas os "frutos" do profeta não são apenas o seu caráter e modo de vida. Na verdade, os intérpretes "que os confinam a esta vida estão, na minha opinião, enganados", escreveu Calvino. O segundo "fruto" é o próprio ensinamento da pessoa. Isto ficou fortemente sugerido pelo outro uso que JESUS fez da mesma metáfora da árvore frutífera: "Pelo fruto se conhece a árvore. Raça de víboras! como podeis falar cousas boas, sendo maus? porque a boca fala do que está cheio o coração. O homem bom tira do tesouro bom cousas boas; mas o homem mau do mau tesouro tira cousas más. Digo-vos que toda palavra frívola que proferirem os homens, dela darão conta no dia do juízo; porque pelas tuas palavras serás justificado, e pelas tuas palavras serás condenado." Portanto, se o coração de uma pessoa se revela em suas palavras, como a árvore se conhece pelos seus frutos, temos a responsabilidade de experimentar um mestre pelos seus ensinamentos. O apóstolo João dá-nos um exemplo disto, pois as igrejas da Ásia às quais escreveu tinham sido invadidas pelos falsos mestres. Assim como JESUS, ele admoestou-as a não se deixarem enganar, mas que "provassem os espíritos" Cisto é, dos mestres que reivindicavam a inspiração) para ver se procediam de DEUS. Incentivou-as a buscar retidão e amor em seus mestres e a rejeitar como espúrios os injustos e os que não tivessem amor. Mas a este teste moral ele acrescentou um doutrinário. Generalizando, era se a mensagem dos mestres estava de acordo com a instrução apostólica original, e, particularmente, se confessava JESUS como o CRISTO que veio em carne, reconhecendo assim sua pessoa divino humana.
Os reformadores do século dezesseis, que foram acusados pela Igreja de Roma de serem inovadores e falsos mestres, defenderam-se através deste teste doutrinário. Apelaram para as Escrituras e declararam que os seus ensinamentos não eram a introdução de alguma coisa nova, mas a recuperação de uma coisa velha, a saber, o Evangelho original de CRISTO e dos seus apóstolos. Foram antes os católicos medievais que se afastaram da fé, caindo no erro. "Apeguem-se à Palavra de DEUS pura", clamava Lutero, para serem capazes de "reconhecer o juiz" que está certo. Calvino enfatizou a mesma coisa: "Todas as doutrinas têm de ser colocadas junto ao padrão da Palavra de DEUS", pois "no julgamento dos falsos profetas, a regra da fé (isto é, das Escrituras) tem o primeiro lugar". Ele foi ainda um passo adiante, chamando a atenção para as motivações dos falsos mestres, além do conteúdo de seus ensinamentos: "Com os frutos, o modo de ensinar está incluído . . ., pois CRISTO provou ter sido enviado por DEUS, ao dizer que não estava 'procurando a sua própria glória', mas a glória do Pai que o tinha enviado" (João 7:18).
Ao examinar as credenciais de um mestre, então, temos de observar tanto o seu caráter como a sua mensagem. O Rev. Ryle resumiu bem: "Doutrina sadia e vida santa são os sinais dos verdadeiros profetas." Penso que há um terceiro teste que devemos aplicar aos mestres, e refere-se à sua influência. Temos de nos perguntar que efeitos os seus ensinamentos estão produzindo nos seus discípulos. Às vezes, a falsidade do ensino falso não aparece imediatamente quando olhamos para o comportamento ou para a doutrina de um mestre; apenas mais tarde percebemos que seus resultados foram desastrosos. Foi isto que Paulo quis dizer ao escrever que o mal tem a tendência de "corroer como o câncer". Seu processo canceroso progride conforme vai perturbando a fé das pessoas, promovendo a impiedade e provocando divisões dolorosas. O ensinamento bom, por outro lado, produz fé, amor e piedade.
Naturalmente, a aplicação deste teste dos "frutos" nem é simples nem direta, pois os frutos levam tempo para crescer e amadurecer. Temos de esperar pacientemente. Precisamos também de uma oportunidade para examiná-los atentamente, pois nem sempre é possível reconhecer uma árvore e seus frutos à distância. Na verdade, até mesmo de perto podemos não perceber imediatamente os sintomas de uma doença na árvore ou a presença de um verme no fruto. Para aplicar isso a um mestre, precisamos, não de uma estimativa superficial de sua posição na Igreja, mas de um escrutínio íntimo e crítico do seu caráter, da sua conduta, da sua mensagem, das suas motivações e da sua influência.
Entretanto, esta advertência de JESUS não nos incentiva a ficarmos desconfiados de todos ou a adotarmos como passatempo o esporte indecoroso de "caça à heresia". Antes, é um lembrete solene de que há falsos mestres na Igreja e que devemos ficar em guarda. O que importa é a verdade, pois DEUS é a verdade e esta edifica a igreja de DEUS, enquanto o erro é demoníaco e destrutivo. Se damos importância à verdade de DEUS e à Igreja de DEUS, temos de levar a sério a advertência de CRISTO.
Ele e seus apóstolos colocaram a responsabilidade da pureza doutrinária da Igreja parcialmente sobre os ombros dos líderes cristãos, mas também e especialmente sobre cada congregação. A igreja local tem mais poder do que geralmente percebe ou usa na decisão de qual dos mestres vai ouvir. O Acautelai-vos dos falsos profetas, proferido por JESUS CRISTO, dirige-se a todos nós. Se a Igreja dessa atenção à sua advertência e aplicasse os seus testes, não estaria nesse terrível estado de confusão moral e teológica em que se encontra atualmente.
Com este parágrafo JESUS conclui o seu esboço dos relacionamentos cristãos. Ao olharmos para trás, reunindo os ensinamentos, vemos como são ricos e variados. Como irmão, o cristão odeia a hipocrisia, crítica a si mesmo e procura dar apoio moral construtivo aos outros. Como evangelista, valoriza tanto a pérola do Evangelho que se recusa a expô-la à rejeição desdenhosa dos pecadores endurecidos. Como amante de todos os homens, está resolvido a comportar-se em relação a eles como gostaria de vê-los comportando-se para com ele mesmo. Como filho, olha humilde e confiantemente para o seu Pai celeste para receber as boas dádivas de que precisa. Como viajante no caminho difícil e estreito, desfruta da comunhão com os companheiros de peregrinação e mantém os olhos no alvo da vida. Como defensor da verdade revelada de DEUS, dá atenção à advertência de CRISTO de acautelar-se dos falsos mestres, que poderiam pervertê-lo e assim prejudicar o rebanho de CRISTO.
I
Eis aqui um preceito feito com três palavras e com o mesmo significado: “Pedi, Buscai e Batei” (v. 7), ou em uma única palavra: “Ore, ore muitas vezes, ore com sinceridade e seriedade; ore e ore novamente; tome consciência da oração e seja constante nela. Dedique-se à oração, e ore com fervor. Peça como um mendigo pede esmolas. Aquele que deseja ser rico em graças deve se valer da humilde função de pedir, e descobrirá que ela é repleta de sucessos”. Peça; apresente seus desejos e obrigações a DEUS e peça seu apoio e auxílio, pois isso está de acordo com a sua promessa. Peça como um viajante que pergunta sobre o caminho. Uma das muitas orações é pedir a DEUS (Ez 36.37; Mt 7.7). Existem vários tipos de oração e várias motivações - Arrependimento, Louvor, Adoração, Petição, Intercessão, Consagração, Transferência, edificação (orando em línguas), etc...orando em todo tempo com toda oração e súplica no SANTO e vigiando nisso com toda perseverança e súplica por todos os santos. Efésios 6:18
II
Aqui foi incluída uma promessa: nosso esforço ao orar, se realmente isso representar algum esforço, não será em vão. Onde existe um coração piedoso, ele encontrará um DEUS atento. Ele nos dará uma resposta de paz. O preceito é tríplice: pedi, buscai e batei. Mas existe uma norma para esse preceito. A promessa tem seis partes, regra após regra, para nos encorajar, porque uma sólida crença nessa promessa nos tornará alegres e constantes na nossa obediência. Agora vejamos:
1. A promessa foi feita de modo a dar uma resposta exata ao preceito (v. 7). “Pedi, e dar-se-vos-á” . Aquilo que foi pedido não será emprestado e nem vendido, mas concedido, e o que pode valer mais que um presente? De acordo com essa promessa, qualquer coisa pela qual você estiver orando será concedida, se DEUS julgar que ela lhe será conveniente, e o que mais você pode desejar? Basta pedir para receber. Se não recebermos, é porque não pedimos, ou não pedimos corretamente. O que não é digno de ser pedido, não vale a pena ter, pois de nada vale. Busque e encontrará, e seu esforço não será perdido. Quando buscamos a DEUS, sempre o encontramos, e isso nos será suficiente. “Batei, e abrir-se-vos-á”. A porta da misericórdia e da graça se abrirá, e nunca mais se fechará diante de você como se fosse algum inimigo ou intruso, mas se abrirá como se fosse um amigo ou uma criança. Alguém perguntará: “Quem está à porta?” Se for capaz de responder que é um amigo, e tiver o bilhete da promessa nas mãos, pronto para ser mostrado com fé, não tenha dúvidas de que será admitido. Se a porta não se abrir à primeira batida, continue a perseverar em oração. É uma afronta a um amigo bater em sua porta, e logo se retirar. Mesmo que pareça que Ele está demorando a atender, espere.
2. Essa promessa é repetida no versículo 8 com a mesma intenção, embora com algumas inclusões. (1) Ela foi feita para se estender a todos que oram corretamente. “Não só vocês, meus discípulos, receberão o que pedem, mas também todos os outros que pedirem irão receber, sejam eles judeus ou gentios, jovens ou velhos, ricos ou pobres, nobres ou plebeus, senhores ou escravos, cultos ou ignorantes. Todos eles serão igualmente bem recebidos no trono da graça, se vierem com fé, pois DEUS não respeita a aparência humana”. (2) Ela foi feita de modo a significar uma concessão, sendo expressa no presente, e isso vale mais do que uma promessa para o futuro. Todo aquele que pedir, não só irá receber, como já recebeu. Ao se apropriar da promessa, e aplicá-la, através da fé, estaremos realmente atraídos e envolvidos por ela. Tão certas e invioláveis são as promessas de DEUS, que elas real e efetivamente concedem uma posse. Um crente ativo tomará posse imediatamente, e fará das bênçãos prometidas algo que já é seu. De acordo com a promessa, aquilo que esperamos é tão certo, e deve ser tão doce, como aquilo que já temos em mãos. DEUS falou no seu santuário: “Meu é Gileade, meu é Manassés” (Sl 108.7,8); tudo será meu, se eu acreditar. Dádivas condicionais se tornam definitivas de acordo com a nossa atitude em relação às condições; portanto, aquele que pede, recebe. Dessa forma, CRISTO aprova as petições que lhe são feitas e, como Ele tem todo o poder, isto nos basta.
3. Ela foi ilustrada com um exemplo retirado dos pais terrenos e da sua inata disposição de conceder aos filhos tudo que pedem. CRISTO apela a seus ouvintes: “E qual dentre vós é o homem que, pedindo-lhe pão o seu filho, lhe dará uma pedra? E, pedindo-lhe peixe, lhe dará uma serpente?” (vv. 9,10). Em seguida, Ele conclui (v. 11): “Se vós, pois, sendo maus, sabeis dar boas coisas aos vossos filhos, quanto mais vosso Pai, que está nos céus, dará bens aos que lhe pedirem?” Agora, algumas coisas práticas:
(1) Para dirigir as nossas orações e expectativas. [1] Devemos nos aproximar de DEUS como as crianças se aproximam do Pai celestial, com reverência e confiança. É muito natural que uma criança procure o pai quando tem alguma necessidade ou aflição para lhe apresentar suas queixas. “Ai, a minha cabeça! ai, a minha cabeça!” Dessa maneira, a nova natureza deveria nos direcionar a DEUS para pedir a sua ajuda e as suas bênçãos. [2] Devemos ir até Ele em busca de coisas boas, daquelas que Ele concede àqueles que lhe pedem. Isto nos ensina que devemos confiar a nossa vida a Ele. Não sabemos o que é melhor para nós (Ec 6.12); portanto, devemos deixar estas escolhas a critério dele. Pai seja feita a tua vontade. Seu filho está aqui para pedir o pão que é necessário, e um peixe, que é saudável. Mas se, insensatamente, o filho pedir uma pedra, uma serpente, uma fruta verde para comer, ou uma faca afiada para brincar, seu pai, embora seja bondoso, deverá ser prudente e negar. Muitas vezes pedimos a DEUS alguma coisa que nos faria mal, se a tivéssemos. Ele sabe disso, portanto irá negar. É melhor uma negativa feita com amor do que uma dádiva concedida com ira. A nossa vida não seria tão saudável se já tivéssemos recebido tudo que desejamos.
Confie o teu destino a DEUS. Deixe que Ele cuide de ti e conceda aquilo que a sua infalível sabedoria entender que precisas, bondade e grandeza existem em DEUS. Ah! Se fôssemos capazes de nos amar tão bem, mesmo que tivéssemos a metade deste amor! Nós, levados cegamente por nossas obstinadas paixões.
(2) Para encorajar nossas orações e expectativas. Podemos esperar que não existam recusas ou desapontamentos. Não teremos uma pedra em lugar do pão para quebrar nossos dentes (embora tenhamos uma crosta dura para aplicar a nossa mordida), nem uma serpente para nos morder, no lugar do peixe. Na verdade, temos razão para ter medo deles, porque merecemos a ambos. Mas DEUS fará melhor por nós que o deserto pelos nossos pecados. O mundo sempre oferece pedras em lugar de pão, e serpentes em lugar de peixe, mas isso nunca acontece com DEUS. Seremos ouvidos e atendidos, como fazem os pais com os filhos. [1] DEUS colocou no coração dos pais uma amorosa inclinação para socorrer e ajudar seus filhos de acordo com suas necessidades. Mesmo aqueles que têm pouca consciência do dever, ainda assim agem como por instinto. Nenhuma lei jamais foi necessária para obrigar os pais a cuidarem dos seus filhos legítimos, e nem dos seus filhos ilegítimos, mesmo no tempo de Salomão. [2] Ele adotou a posição de um Pai em relação a nós, e nos considera seus filhos. Da mesma maneira como nos encontramos prontos para socorrer nossos filhos, podemos nos sentir estimulados a buscar o nosso socorro em DEUS, para obtermos o nosso alívio. Todo amor e ternura que existem nos pais provêm dele. Eles não vêm da natureza, mas do DEUS da natureza. Portanto, devem ser infinitamente maiores nele. Ele compara seus cuidados para com o seu povo aos cuidados de um pai para com os seus filhos (Sl 103.13). E também com aqueles de uma mãe, que são geralmente mais carinhosas (Is 49.14,15). Podemos supor que nele, esse amor, ternura e bondade em muito excedam aos de qualquer pai terreno. Portanto, se eles se manifestam com mais intensidade é porque estão baseados nessa indubitável verdade, de que DEUS é o melhor Pai. Infinitamente melhor do que qualquer pai terreno, pois seus pensamentos se colocam acima dos pensamentos terrenos. Nossos pais terrenos podem cuidar de nós, assim como cuidamos dos nossos filhos. Mas DEUS irá cuidar ainda mais dos seus filhos. Os pais terrenos transmitem coisas boas aos seus filhos e sabem como dar de forma adequada e oportuna. Mas DEUS é capaz de dar muito mais, pois Ele os irá recolher quando estiverem desamparados (Sl 27.10). Em primeiro lugar, DEUS conhece bem todas as coisas, ao passo que os pais terrenos são, muitas vezes, levados por seus sentimentos, mostrando-se insensatamente amorosos e até mesmo dando a seus filhos coisas ruins. DEUS é infinitamente mais sábio. Ele sabe do que precisamos, aquilo que queremos e o que é melhor para nós. Em segundo lugar, DEUS é mais bondoso. Se a somatória da compaixão de todos os pais do mundo pudesse ser reunida nas entranhas de um único pai, quando comparada à terna misericórdia do nosso DEUS ela não seria mais que a luz de uma vela perto do sol, ou uma gota no oceano. DEUS é mais rico e está disposto a dar mais aos seus filhos que os pais humanos, pois Ele é o pai do nosso espírito, um pai eternamente amoroso e presente. As entranhas do nosso Pai anseiam até pelos filhos ingratos e pelos pródigos, como o anseio de Davi por Absalão. Será que tudo isso não basta para calar os incrédulos?
Aqui nosso Senhor está insistindo conosco sobre a justiça dos homens, que é um ramo essencial da verdadeira religião, e que a fé em DEUS é um ramo essencial da justiça universal.
I
Devemos fazer da justiça a nossa lei, e ser governados por ela (v. 12). Portanto, estabeleça isso como seu princípio, agindo em relação aos outros da mesma forma como gostaria que eles agissem com você. Como regra geral, e a fim de obedecer a esse princípio especial, procure não julgar ou censurar o seu próximo (não censure, se não deseja ser censurado) para alcançar o benefício das promessas feitas. A lei da justiça se mostra adequada quando aliada à lei da oração, pois, a não ser que sejamos sinceros em nossas palavras, DEUS não ouvirá as nossas orações (Is 1.15-17; 58.6,9; Zc 7.9,13). Não podemos esperar receber coisas boas de DEUS, se nós mesmos não as praticarmos, bem como tudo aquilo que for honesto, gracioso e de boa reputação entre os homens. Devemos ser, além de piedosos, também sinceros, caso contrário nossa devoção será apenas hipocrisia. Temos, então, que:
1. As regras da justiça foram estabelecidas. Você deve fazer às outras pessoas tudo aquilo que gostaria que elas lhe fizessem. CRISTO veio para nos ensinar aquilo que devemos saber e acreditar, mas também como devemos agir em relação não só aos amigos e discípulos que fazem parte da nossa religião, como também aos homens em geral, entre os quais exercemos alguma atividade. O conceito moral da igualdade é agir com os outros como gostaríamos que agissem conosco. Alexandre Severo, um imperador pagão, era um grande admirador desse conceito e mandou que fosse escrito nas paredes dos seus aposentos. Ele o citava muitas vezes quando expressava as suas decisões e, por conta dele, honrava a CRISTO e ajudava os cristãos. Quod tibi, hoc alteri – Faça aos outros aquilo que você gostaria que eles lhe fizessem. Não devemos retribuir aos outros o mal que eles nos fizeram ou que poderiam nos fazer, se isso estivesse em seu poder. Isso está fundamentado naquele grande mandamento: amar ao próximo como a si mesmo. Da mesma forma como devemos sentir pelo nosso próximo o mesmo amor que sentimos por nós, devemos também praticar as mesmas boas obras. O significado dessa regra está baseado em três coisas. (1) Devemos praticar com nosso próximo aquilo que nós mesmos reconhecemos que é próprio e razoável. Quando se trata da nossa pessoa, essa súplica é feita à nossa consciência, e a manifestação do nosso juízo corresponde ao nosso próprio desejo e expectativa. (2) Devemos colocar as pessoas em um nível igual ao nosso e reconhecer que somos devedores a elas pelo muito que fazem por nós. Estamos tão presos à justiça quanto elas, e elas têm igual direito aos seus benefícios. (3). Em nossos relacionamentos com os nossos semelhantes, devemos nos colocar na mesma circunstância e situação especial daqueles com os quais tratamos, e também precisamos agir adequadamente em relação a eles. Se você estivesse negociando com alguém, ou enfrentando alguma enfermidade ou aflição, como desejaria ser tratado? Essa é uma justa suposição, pois não sabemos se muito em breve esse caso poderá realmente acontecer conosco. Pelo menos podemos temer que, em sua justiça, DEUS faça conosco aquilo que fizermos aos outros, se não lhes tivermos feito aquilo que gostaríamos que fosse feito conosco.
2. Existe uma razão que reforça essa lei; “essa é a lei e os profetas”. Ela representa o resumo daquele segundo grande mandamento, de um daqueles dois mandamentos dos quais depende toda a lei e os profetas (Mt 22.40). Não o temos com tantas palavras, tanto na lei como nos profetas, embora exista uma linguagem concomitante entre ambos. Tudo que foi dito a respeito do nosso dever em relação ao próximo (e que não é pouco) pode ser resumido nessa lei. Ela foi introduzida por CRISTO na sua lei, de modo que tanto o Antigo Testamento como o Novo estão de acordo em prescrevê-la para nós, para fazermos aquilo que gostaríamos que nos fosse feito. Através dela, a lei de CRISTO fica comprovada, e a vida dos cristãos também, quando comparada a ela.
Devemos fazer da religião nossa vocação e nos dedicarmos a ela, e devemos ser rigorosos e circunspectos em nossas palavras. A religião está aqui representada como se estivéssemos entrando por uma porta estreita, ou caminhando ao longo de uma estrada apertada (vv. 13,14). Observe então:
1. O relato é sobre o caminho que conduz à perdição e sobre o bom caminho da santidade. Existem apenas dois caminhos, o certo e o errado, o bom e o mau, o caminho para o céu e o caminho para o inferno. Seja qual for o caminho em que cada um de nós esteja andando agora, não existe um meio-termo. Os filhos dos homens – sejam santos ou pecadores, religiosos ou ímpios – serão tragados pela eternidade. Existem somente dois destinos para o futuro - Céu ou Lago de Fogo e Enxofre. Estarmos para sempre com DEUS ou com Satanás. A escolha é nossa. Os céus e a terra tomo, hoje, por testemunhas contra ti, que te tenho proposto a vida e a morte, a bênção e a maldição; escolhe, pois, a vida, para que vivas, tu e a tua semente, Deuteronômio 30:19 ESCOLHE.
Eis aqui:
O caminho que atrai as multidões e não as deixa se afastar; a porta é larga e o caminho é amplo, e nele existem muitos viajantes.
O caminho que nos amedronta é o que nos leva à destruição. A morte, a morte eterna, é o que nos espera ao chegarmos ao seu término (e o caminho do pecado leva a ela), à eterna desolação e à separação da presença do Senhor. Seja ele a estrada para uma vida evidentemente profana, ou o retorno a uma hipocrisia reservada, será sempre o caminho do pecado e da nossa ruína, se não nos arrependemos.
(2) Temos aqui o relato que nos foi dado sobre o caminho da santidade.
[1] O que existe nele que leva muitos a ficar temerosos. Vamos conhecer o pior que pode nos acontecer para podermos sentar e avaliar as consequências. CRISTO cuida fielmente de nós e nos ensina:
Em primeiro lugar, que a porta é estreita. A conversão e a regeneração representam a porta pela qual entramos nesse caminho, no qual começamos uma nova vida de fé e sincera piedade. Para sair de um estado de pecado para um estado de graça devemos passar pelo novo nascimento (Jo 3.3,5). É preciso arrependimento. A porta é estreita e difícil de ser encontrada e de atravessar, como uma passagem entre dois rochedos (1 Sm 14.4). Deve haver um novo coração e um novo espírito e as coisas antigas devem ser abandonadas. A disposição da alma deve ser mudada e os hábitos e os costumes antigos devem ser abandonados. Tudo aquilo que temos estado fazendo deve ser refeito. Devemos nadar contra a correnteza, e toda a oposição deve ser combatida e destruída, aquela que está no nosso interior e a que está fora de nós. É mais fácil colocar um homem contra o mundo do que contra si mesmo; no entanto, isto deve ocorrer na sua conversão. É uma porta estreita e devemos nos humilhar para poder passar. Devemos nos tornar tão pequenos como as crianças. Os pensamentos orgulhosos devem ser suprimidos, devemos nos desnudar, nos anular, abandonar o mundo e tudo que éramos antes. Devemos estar dispostos a desistir de tudo pela nossa atração a CRISTO. A porta é estreita para todos, mas para alguns ela é mais estreita ainda, como para os ricos, para alguns que durante muito tempo têm estado predispostos contra a religião. A porta é estreita. Bendizemos a DEUS por ela não estar fechada, nem trancada contra nós, nem guardada com uma espada flamejante, como irá acontecer dentro de pouco tempo e aconteceu com Adão (Gn 3.24; Mt 25.10).
Em segundo lugar, que o caminho é estreito. Não estaremos nos céus logo que atravessarmos a porta estreita, nem em Canaã, assim que tivermos cruzado o Mar Vermelho. Na verdade, precisamos atravessar o deserto, viajando por um caminho estreito cercado pelo sermão do monte, o que torna o caminho estreito. A personalidade deve ser negada, o corpo mantido sob controle e as corrupções dominadas. As tentações diárias devem ser resistidas e os deveres devem ser executados, mesmo aqueles que vão contra nossas inclinações. Devemos suportar as situações difíceis, lutar e nos afligir, vigiar em todas as coisas e caminhar com cuidado e circunspeção. Iremos atravessar muitas tribulações. Será um caminho cercado por espinhos, abençoado por DEUS, mas cheio de dificuldades. Os corpos que carregamos, cheios de corrupção, dificultam a prática do nosso dever; mas à medida que o entendimento e a vontade crescem, esse dever se torna mais firme. Ele se ampliará e se tornará cada vez mais agradável. O ESPÍRITO SANTO será nosso companheiro e amigo íntimo por toda jornada de fé e perseverança.
Em terceiro lugar, sendo a porta tão estreita, e o caminho tão apertado, não é de admirar que poucos o encontrem. Muitos passarão por ele descuidadamente e não farão um grande esforço para achá-lo, pois acreditam estar muito bem e não vêem necessidade de mudar sua maneira de viver. Outros chegam a considerar esse caminho, mas se desviam, pois não gostam de ser limitados ou restringidos. Muito poucos serão os que irão para o céu, comparados aos que irão para o inferno e posteriormente para o Lago de Fogo e Enxofre (E a morte e o inferno foram lançados no lago de fogo. Esta é a segunda morte. E aquele que não foi achado escrito no livro da vida foi lançado no lago de fogo. Apocalipse 20:14,15).
[2] Vejamos o que existe nesse caminho, o qual, embora apresente tudo isso, nos convida a percorrê-lo. Ele leva à vida, nos conforta com o favor de DEUS, que representa a vida da alma, a bem-aventurança eterna, a esperança de que ao final venceremos todas as dificuldades e transtornos da estrada. A vida e a piedade foram reunidas (2 Pe 1.3). A porta é estreita e o caminho é apertado e íngreme, mas apenas um segundo no céu servirá para nos compensar por ele. Seguindo por este caminho temos a salvação, o batismo no ESPÍRITO SANTO, os Dons do ESPÍRITO SANTO, vida de conhecimento e alegria no ESPÍRITO e por fim a vida eterna com CRISTO.
3. A grande preocupação e o dever de cada um de nós ao considerarmos tudo isso. “Entrai pela porta estreita”. Esse assunto foi claramente explicado – a vida e a morte, o bem e o mal foram expostos à nossa frente, tanto os seus caminhos como as suas conseqüências e os seus resultados finais. Vamos então examinar esse assunto cuidadosamente, considerá-lo com imparcialidade, e depois decidir andar de acordo com esse caminho. Trata-se de assunto definitivo, que não admite discussão. Nenhum homem, dentro do seu juízo perfeito, iria escolher a prisão só pelo fato de o caminho que leva até ela ser suave e agradável, nem recusar a oferta de um palácio ou de um trono porque o caminho que leva a ele é áspero ou desagradável. No entanto, o homem é culpado de cometer tais absurdos no que se refere à sua alma. Portanto, não demore, não pense mais, entre já pela porta estreita. Use as suas orações constantes e sinceras para bater nela, e assim ela lhe será aberta; isto é, uma porta grande e valiosa se abrirá. É verdade que não podemos nem entrar, nem caminhar, sem a ajuda da graça divina, mas também é verdade que ela nos é oferecida gratuitamente e não faltará àqueles que a procuram e se submetem a ela. A conversão é uma tarefa árdua e necessária, mas é abençoada por DEUS e totalmente possível, se nos esforçarmos (Lc 13.24).
Temos aqui uma advertência contra os falsos profetas. Devemos prestar atenção para não sermos enganados ou nos deixar impressionar por eles. Profetas são aqueles que recebem predição das coisas que vão acontecer. Existiram porém, alguns, mencionados no Antigo Testamento como profetas, embora não fossem profetas de DEUS, que tinham a pretensão de fazer previsões, sem dar nenhuma garantia, e os acontecimentos desmentiram as suas pretensões; dentre eles, estão Zedequias (1 Rs 22.11) e um outro Zedequias (Jr 29.21). Como os profetas também ensinavam ao povo o seu dever, esses falsos profetas também influenciavam o povo. CRISTO, que além de Messias era um Sacerdote, Profeta e um Mestre enviado por DEUS com a missão de enviar outros mestres que com Ele aprendessem, está nos advertindo a prestar atenção nos impostores. Ao invés de terem a pretensão de curar as almas com uma doutrina saudável, eles não fazem mais do que envenená-las.
Os falsos mestres e os falsos profetas:
I
Uma boa razão para ter esse cuidado. Tenha cuidado com eles, pois são lobos vestidos como ovelhas (v. 15).
1. Precisamos ter muito cuidado porque suas pretensões são muito justas e plausíveis e, assim sendo, irão nos enganar se não estivermos em guarda. Eles aparecem vestidos como ovelhas, usando a mesma vestimenta dos profetas, que era simples, grosseira e tosca. Usarão trajes rudes para enganar (Zc 13.4). A Septuaginta chama o manto de Elias de manto de pele de ovelha. Devemos prestar atenção para não sermos iludidos com as vestes e a aparência dos homens, como as dos escribas, que preferiam andar usando vestes longas (Lc 20.46). Ou, falando figurativamente, eles pretendem ser cordeiros, e externamente parecem ser totalmente inocentes, inofensivos, humildes, úteis e tudo mais que é bom, e se colocam acima de todos os homens. Eles fingem ser homens justos e, por causa da sua aparência, são aceitos entre as ovelhas e isso lhes dá a oportunidade de fazer-lhes o mal sem que ninguém perceba. Eles e suas mentiras estão cercados de ilusórias pretensões de santidade e devoção. Satanás se transforma num anjo de luz (2 Co 11.13,14). O inimigo tem chifres como um cordeiro (Ap 13.11), e as feições de um homem (Ap 9.7,8). Sua linguagem é sedutora e suas maneiras são suaves como a lã (Rm 16.18; Is 30.10).
2. Também precisamos ter muito cuidado porque sob essas pretensões seus desígnios são mal-intencionados e enganadores e, no seu interior, eles não passam de lobos devoradores. Todo hipócrita é um lobo com pele de ovelha. Ele não é uma ovelha, mas o seu pior inimigo, que aparece apenas para destruir, devorar e espantar as ovelhas (Jo 10.12), para levá-las para longe das suas companheiras e de DEUS, conduzidas por atalhos tortuosos. Aqueles que pretendem nos enganar com qualquer verdade, e nos dominam com terror, sob qualquer que seja seu propósito, têm a intenção de fazer mal à nossa alma. Paulo dá a eles o nome de lobos cruéis (At 20.29). Eles são glutões e servem ao próprio ventre (Rm 16.18), eles lucram conosco e fazem de nós a sua presa. Como isso é muito fácil, e também muito perigoso, tenha cuidado com os falsos profetas.
II
Eis aqui uma boa regra para ser obedecida em nossos cuidados; devemos examinar todas as coisas (1 Ts 5.21), e provar todos os espíritos (1 Jo 4.1). Aqui temos uma prova fundamental, iremos conhecê-los pelos seus frutos (vv. 16-20). Observe:
1. O exemplo dessa comparação – o fruto serve para revelar a árvore. Nem sempre podemos distinguir a árvore pelo tronco ou pelas folhas, nem pela distribuição dos seus ramos. Somente através dos frutos ficaremos conhecendo a sua natureza, pois o fruto está de acordo com a árvore. Os homens podem, através da sua religião, influir na sua natureza e contradizer princípios interiores, porém a corrente e a inclinação das suas práticas estarão de acordo com ela. CRISTO insistiu nesse ponto, sobre a concordância entre a árvore e o seu fruto.
2. A aplicação dessas verdades aos falsos profetas.
(1) Através do terror e da ameaça (v. 19). Toda árvore que não produz bons frutos deve ser cortada. O próprio João Batista usou essa citação (Mt 3.10). CRISTO poderia ter falado a mesma coisa com outras palavras, poderia ter feito alguma alteração ou lhe dado uma nova forma. Mas acreditou que não havia nenhum descrédito para Ele se repetisse o que João Batista havia afirmado antes. Os ministros não devem ser ambiciosos a ponto de produzir novas expressões, nem o ouvido das pessoas ansiar por novidades. Falar e escrever as mesmas coisas não deve ser penoso, pois é mais seguro. Eis aqui: [1] A descrição de árvores estéreis, árvores que não produzem bons, frutos. Embora os frutos possam existir, se não forem bons a árvore será considerada estéril. Mesmo que as ações representadas por estes frutos sejam provenientes de boas intenções, elas não serão aceitáveis se não forem realizadas da maneira correta, e com os propósitos corretos. [2] O destino das árvores estéreis. Elas certamente serão cortadas e lançadas ao fogo. DEUS irá fazer com eles o mesmo que o homem faz com as árvores secas que ocupam inutilmente terreno. Ele irá marcá-los com algum sinal da sua insatisfação, despindo-os das suas partes e dos seus dons, irá abatê-los até a morte e lançá-los ao fogo do inferno, um fogo atiçado com a ira de DEUS e alimentado com a madeira das árvores estéreis. Compare isso com Ezequiel 31.12,13; Daniel 4.14; João 15.6.
(2) Através do julgamento. Pelos seus frutos iremos conhecê-los.
[1] Pelos seus frutos como pessoas, isto é, suas palavras e atos, e pelo curso da sua conduta. Se você não sabe se estão certos ou errados, observe como vivem. Suas obras irão testificar a favor ou contra eles. Os escribas e fariseus sentavam-se na cadeira de Moisés e ensinavam a lei, mas eram orgulhosos, falsos, opressores e cobiçosos, portanto CRISTO preveniu os apóstolos para tomar cuidado com eles e com sua influência (Mc 12.38). Se os homens fingem ser profetas, mas são imorais, isso irá contradizer as suas pretensões. Qualquer que seja a religião que professam, se o deus a que servem estiver no seu ventre, se só pensarem nas coisas terrenas, não serão verdadeiros amigos da cruz de CRISTO (Fp 3.18,19). Não foram ensinados, nem enviados pelo DEUS SANTO, e suas vidas provam que são guiados por um espírito imundo. DEUS coloca tesouros em vasos de barro, mas não em vasos corrompidos como estes. Eles podem declarar os estatutos de DEUS, mas de que maneira devem fazê-lo?
[2] Através dos frutos da sua doutrina, dos seus frutos como profetas. Porém, essa não é a única maneira de provar sua doutrina, sejam eles enviados por DEUS ou não. O que eles tendem a fazer? A quais sentimentos ou práticas guiarão aqueles que os aceitam? Se a doutrina for de DEUS, ela promoverá uma sincera piedade, humildade, caridade, santidade e amor, além de outras virtudes cristãs. Mas, se ao contrário, as doutrinas pregadas por esses profetas revelarem uma manifesta tendência para tornar as pessoas orgulhosas, mundanas e provocadoras, negligentes e descuidadas em suas condutas, injustas, exigentes, revoltadas ou perturbadoras da ordem pública, se elas toleram a liberdade sexual, e afastam as pessoas do autocontrole e das suas famílias, de acordo com as rigorosas leis do caminho estreito, podemos concluir que essa persuasão não vem daquele que nos chamou (Gl 5.8). Essa sabedoria não vem do alto (Tg 3.15). A fé e uma boa consciência sempre caminham juntas (1 Tm 1.19; 3.9). Veja que as doutrinas de duvidosa controvérsia devem ser comprovadas através de graças e deveres devidamente confessados. Essas opiniões não vêm de DEUS e levam ao pecado. Se não pudermos conhecê-los pelos seus frutos, devemos recorrer à grande pedra fundamental, à lei e ao testemunho. Será que eles falam de acordo com essa regra?
1. INTRODUÇÃO
Na lição deste domingo, veremos um dos atributos de DEUS ressaltados por JESUS no Sermão Monte: a bondade. Ele é um Pai amoroso que concede aos seus filhos aquilo que é essencial para sua subsistência. A bondade do Pai também é revelada a nós mediante o sacrifício de JESUS CRISTO na cruz do Calvário. Quando o buscamos em oração, Ele nos atende, ajuda e socorre pela sua bondade. Pela sua bondade somos instados a entrar pela porta estreita e estar cuidadosos a respeito dos falsos profetas.
O que seria de nós se DEUS não olhasse-nos com bondade, misericórdia e amor, pessoas tão imperfeitas?
2. APRESENTAÇÃO DA LIÇÃO
A) Objetivos da Lição: I) Compreender o significado da bondade de DEUS; II) Conscientizar de que só existem dois caminhos; III) Advertir contra a mentira dos falsos profetas.
B) Motivação: Você reconhece a bondade de DEUS em sua vida? Tem procurado andar pelo caminho estreito, sempre buscando agradar ao Senhor? DEUS não força a pessoa a andar em seus caminhos, pois é uma escolha pessoal. Você tem tomado cuidado com as mentiras dos falsos profetas?
C) Sugestão de Método: Sugerimos que para a introdução da lição, você faça a seguinte pergunta: Qual o caminho que leva ao céu, o estreito ou o largo? Explique que o caminho que conduz ao céu é bem estreito, por isso muitos desistem e outros preferem os atalhos ou caminhos mais largos. Vamos para o céu mediante a graça de JESUS, mas tal verdade não significa que não temos que nos esforçar para chegar ao nosso destino final.
3. CONCLUSÃO DA LIÇÃO
A) Aplicação: O caminho que nos leva ao céu é estreito, difícil e exige renúncia e sacrifício. Quem gosta de pregar facilidades são os falsos profetas. Precisamos estar vigilantes. Neste mundo enfrentamos dores, tentações e dificuldades. Contudo, há uma recompensa para nós: um dia estaremos para todo o sempre junto do Pai. Por isso, não podemos desistir. Também não podemos pegar atalhos. O caminho que conduz ao céu é somente um: JESUS CRISTO. Ele é o único caminho, a única verdade e sem Ele estamos perdidos (Jo 14.6).
4. SUBSÍDIO AO PROFESSOR
A) Revista Ensinador Cristão. Vale a apena conhecer essa revista que traz reportagens, artigos, entrevistas e subsídios de apoio à Lições Bíblicas. Na edição 89, p.42, você encontrará um subsídio especial para esta lição.
B) auxílios especiais: ao final dos tópicos, você encontrará auxílios que darão suporte na preparação de sua aula: 1) o primeiro texto "dois caminhos" trata do caminho largo e do estreito, citados por jesus no sermão do monte; 2) o segundo texto, "os verdadeiros profetas e os falsos" têm como objetivo mostrar a advertência de jesus a respeito dos falsos profetas.
SINÓPSE III - JESUS advertiu quanto às mentiras dos falsos profetas.
AMPLIANDO O CONHECIMENTO TOP1
“Pedir, Buscar, Bater: JESUS fala da oração (7.7-12)
O relacionamento com DEUS é verdadeiramente uma coisa ‘em secreto’. Os incrédulos não podem ver, tocar nem sentir ‘DEUS’. Nem nós! Quando oramos, damos um salto de fé, confiando em um Ser invisível para atuar em nosso nome no universo material. À medida que começamos a praticar a oração, precisamos da certeza provida pelas promessas de JESUS.” Amplie mais o seu conhecimento, lendo o Comentário Histórico-Cultural do Novo Testamento, CPAD, p.36.
AUXÍLIO BIBLIOLÓGICO TOP2
“Dois caminhos (Mt 7.13,14)
O caminho da morte e o da vida aparece no Antigo Testamento e na literatura cristã primitiva (Dt 11.26-28; 30.15-20). JESUS, de forma típica, apresenta as opções diante da audiência em paralelismo antiético: uma porta para a vida ou uma porta para a morte. A maioria das pessoas toma o caminho fácil, desastroso. A porta para a vida é fácil e restritiva; os verdadeiros discípulos são minoria. Dado o contexto de Mateus, a dificuldade da porta estreita é o caminho da justiça, na qual JESUS há pouco instruiu as pessoas” (ARRINGTON, French L; STRONSTAD, Roger (Eds.) Comentário Bíblico Pentecostal - Novo Testamento. Rio de Janeiro: CPAD, 2003, p.61).
AUXÍLIO BIBLIOLÓGICO TOP3
“Os Verdadeiros Profetas e os Falsos Profetas (7.15-23). A advertência de JESUS sobre os falsos profetas tem uma lição oportuna para a igreja atual. Só Mateus registra a advertência sobre os falsos profetas que são lobos vestidos (endyma) como ovelhas (probaton). Estas duas palavras fazem parte do vocabulário preferido de Mateus: Ele usa o termo endyma para dizer que as roupas são necessidade básica (Mt 6.25,28) e para identificar especificamente as pessoas que usam vestuário exclusivo como parte do Reino de DEUS (Mt 3.4; 22.11,12; veja também Mt 28.2,3); ele usa o termo probaton para descrever os eleitos ou o povo de Israel (e.g., Mt 10.6; 15.24; 25.32,33). Neste ponto JESUS enfatiza que às vezes os falsos profetas não podem ser discernidos só por palavras ou ações. Embora façam grandiosos milagres (Mt 7.22), podem ser falsificações.
O Evangelho de Mateus torna o fruto dos profetas a verdadeira prova de tais ministérios. O caráter é essencial. O evangelista comenta muitas vezes o tema de árvores boas e ruins e seus frutos; seu interesse em produzir justiça o compele a repetir o tema. [...] Em Mateus 12.33,35 JESUS une a acusação dos fariseus (de que Ele faz o bem pelo poder do mal) com dar maus frutos e a chama de blasfêmia contra o ESPÍRITO SANTO” (ARRINGTON, French L.; STRONSTAD, Roger (Eds.). Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento. 2.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2004, p.61).
REVISANDO O CONTEÚDO
1. De acordo com a lição, defina a palavra “bondade”. A palavra “bondade” é definida como qualidade ou caráter de bom; boa índole, benevolência, brandura e boa ação.
2. Como a bondade é descrita filosoficamente? Filosoficamente, a bondade é descrita como sendo o princípio mais elevado da moral.
3. Quais são os dois caminhos segundo Mateus 7.13,14? O caminho estreito e o caminho largo.
4. Qual a porta que conduz à vida eterna? É a porta estreita.
5. Como detectar os falsos profetas? Podemos facilmente identificá-los, porque em seus ensinamentos, minimizam a CRISTO e glorificam a si mesmos”. Também podemos identificá-los por seus frutos (Mt 7.16).