Pr. Henrique EBD NA TV 99 99152-0454

Pr. Henrique EBD NA TV 99 99152-0454

17 abril 2025

Escrita Lição 5, CPAD, A Verdade Que Liberta, 2Tr25, Com. Extra Pr. Henrique, EBD NA TV

Escrita Lição 5, CPAD, A verdade que liberta, 2Tr25, Com. Extras do Pr Henrique, EBD NA TV
Para nos ajudar PIX 33195781620 (CPF) Luiz Henrique de Almeida Silva
 


Vídeo https://youtu.be/djIoI2unbtU?si=lLbCw3bYpd8-PPxL
Escrita https://ebdnatv.blogspot.com/2025/04/escrita-licao-5-cpad-verdade-que.html
Slides https://ebdnatv.blogspot.com/2025/04/slides-licao-5-cpad-verdade-que-liberta.html
PowerPoint https://pt.slideshare.net/slideshow/slides-licao-5-cpad-a-verdade-que-liberta-2tr25-ebd-na-tv-pptx/278107985
 
ESBOÇO DA LIÇÃO
I – JESUS, A VERDADE EM  JERUSALÉM 
1. Da Galileia para Jerusalém.
2. A verdade na Festa dos Tabernáculos.
3. Vivendo na verdade.
II – JESUS, A VERDADE DIANTE DOS ESCRIBAS E FARISEUS
1. A verdade no episódio da mulher adúltera.
2. JESUS, a Verdade revelada.
3. A Verdade que o mundo precisa conhecer.
III – JESUS, A VERDADE QUE LIBERTA O PECADOR
1. A verdade que liberta.
2. O que é a verdade?
3. Verdadeiramente livres.
 
TEXTO ÁUREO
“E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará.”  (Jo 8.32)
 
VERDADE PRÁTICA
O Verbo Divino representa a Verdade que se manifesta na história para libertar o pecador.
 
LEITURA DIÁRIA
Segunda - Mt 20.18; Jo 8.20 A consciência de JESUS a respeito de sua hora
Terça - Jo 7.16 A doutrina de JESUS, a verdade do Pai
Quarta - Jo 8.14 A verdade sobre si mesmo
Quinta - Jo 14.6 JESUS é a verdade encarnada
Sexta - Jo 8.31,32 A verdade que o mundo precisa conhecer
Sábado - Jo 8.41-47 JESUS testifica de si mesmo como a Verdade do Pai
 
 
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE - João 7.16-18, 37,38; 8.31-36
João 7
16 - JESUS respondeu e disse-lhes: A minha doutrina não é minha, mas daquele que me enviou.
17 - Se alguém quiser fazer a vontade dele, pela mesma doutrina, conhecerá se ela é de DEUS ou se eu falo de mim mesmo.
18 -  Quem fala de si mesmo busca a sua própria glória, mas o que busca a glória daquele que o enviou, esse é verdadeiro, e não há nele injustiça.
37 - E, no último dia, o grande dia da festa, JESUS pôs-se em pé e clamou, dizendo: Se alguém tem sede, que venha a mim e beba.
38 - Quem crê em mim, como diz a Escritura, rios de água viva correrão do seu ventre.
João 8
31 - JESUS dizia, pois, aos judeus que criam nele: Se vós permanecerdes na minha palavra, sereis meus discípulos.
32 - E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará.
33 - Responderam-lhe: somos descendência de Abraão, e nunca serviremos a ninguém; como dizes tu: Sereis livres?
34 - Respondeu-lhes JESUS: Em verdade, em verdade vos digo que todo aquele que comete pecado é servo do pecado.
35 - Ora, o servo não fica para sempre em casa; o Filho fica para sempre.
36 - Se, pois, o Filho vos libertar, verdadeiramente, sereis livres.
 
http://www.cpad.com.br/harpa-crista-grande-90-anos-luxocor-preta-/p
 
HINOS SUGERIDOS:  116, 235, 261 da Harpa Cristã
 
 

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SUBSÍDIOS EXTRAS PARA A LIÇÃO

REVISTAS ANTIGAS E LIVROS

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Doutrina - διδαχη didache
1) ensino
1a) aquilo que é ensinado
1b) doutrina, ensino a respeito de algo
2) o ato de ensinar, instrução
2a) nas assembleias religiosas dos cristãos, fazer uso do discurso como meio de ensinar, em distinção de outros modos de falar em público

 

LIBERDADE (Dicionário Bíblico Wycliffe – CPAD)

Há versões que não utilizam este termo no AT (por exemplo, a versão KJV em inglês). Porém, há versões que assim traduzem a palavra heb. horim (que significa “livres de nascença”, “nobres” em Ec 10.17). No NT, o termo apeleutheros (1 Co 7.22) refere-se a um escravo liberto e, nesta referência em particular, a alguém que recebeu a liberdade espiritual. O termo eleutheros (Gl 4.22,23,30; Ap 6.15) diz respeito a um homem livre em contraste com o escravo.

 

O conceito do AT sobre liberdade. A palavra hebraica deror frequentemente implica em libertação da escravidão ou da prisão (por exemplo, Jeremias 34.8- 17), com o seu cognato acadiano correspondente, andurarum, significando uma libertação nos documentos legais do reino de Hana. A LXX traduz o termo como aphesis, um termo grego para isenção ou libertação de impostos, que foi encontrado na Pedra Roseta (1.12; inscrita em 196 a.C.), e nos papiros do período Ptolemaico (Deiss BS, pp. lOOss.). Na economia do AT, ela era exemplificada pela libertação, a cada sete anos, de todos os escravos que eram iguais aos israelitas a não ser que preferissem continuar permanentemente com os seus senhores (Dt 15.12-18). Também a cada cinquenta anos, ocasião em que ocorria o chamado ano do jubileu, os escravos hebreus deveriam ser libertados, e todas as terras agrícolas de posse de particulares deveriam ser devolvidas ao seu dono original (Lv 25.10; Ez 46.17). Jeremias falou contra os cidadãos de Jerusalém que haviam celebrado uma aliança com o rei Zedequias para libertar seus escravos e que, em seguida, tomaram a colocá-los em servidão pela segunda vez (Jr 34.8-22). Dessa forma, liberdade significava “o feliz estado de ter sido libertado da servidão para uma vida de alegria e satisfação que anteriormente não era possível!” (NED, p. 732).

O conceito do NT sobre liberdade. Ao falar na sinagoga de Nazaré, o Senhor Jesus Cristo escolheu a passagem de Isaías 61.1ss. que previa a libertação dos cativos e a liberdade para os oprimidos e prisioneiros. Depois, Ele declarou: “Hoje se cumpriu esta Escritura em vossos ouvidos” (Lc 4.16-21). O Senhor tinha vindo para libertar os escravos do pecado e de Satanás (Jo 8.34-36,41-44).

Duas espécies de liberdade foram previstas por Cristo; a liberdade espiritual que teve início, em seu sentido mais amplo, depois do Calvário; e a completa liberdade política, que somente será alcançada com a inauguração do reino milenial. O apóstolo Paulo fala sobre a liberdade espiritual (gr. eleutheria, de eleutheros, “livre”) inaugurada pela cruz, e declara que ela liberta o homem de todo legalismo e autojustificação (Rm 8.21; Gl 5.1ss.). Ela terá o seu apogeu na “liberdade da glória dos filhos de Deus”, quando toda a criação será libertada da escravidão da corrupção (Rm 8.21).

Alguns acreditam que essa liberdade não existia, dentro de um sentido real, antes da cruz, embora outros estejam convencidos de que ela já existia no AT, e que isso pode ser provado pelo fato de os israelitas terem sido salvos pela graça baseada exclusivamente na fé. Essa afirmação encontra evidências em Romanos 4, onde foi dito que Abraão foi justificado pela fé, antes de receber a lei, e Davi foi justificado depois da lei e de acordo com ela. Entretanto, eles consideram a cruz como um fator de verdadeira diferença, no sentido de que ela trouxe a liberdade necessária para que o Espírito Santo realizasse um ministério mais completo no NT do que no AT.

Paulo insistia em uma absoluta liberdade do sistema de leis de Moisés como o resultado da justificação por meio da fé em Cristo (Rm 7.1-6; 1 Co 10.29; 2 Co 3.17; Gl 2.4; 4.21-31; 5.1,13). Ao mesmo tempo, ele advertiu contra o uso desta liberdade como uma base para a licenciosidade (1 Co 6.12; 10.23; Gl 5.13; cf. 1 Pe 2.16), e também contra a permissão para que ela se torne uma pedra de tropeço para algum irmão mais fraco (Rm 14.1-23; 1 Co 8.7-13). R. A. K.

 

 

O exercício da liberdade cristã com referência à lei, A liberdade cristã está sujeita a uma grande quantidade de mal-entendidos, porque, muitas vezes, o conceito da lei é entendido de forma imprópria. Sem palavras ou frases adjetivas a ele anexadas, o conceito da lei faz referências ao ensino e à instrução que emergem em regras ou princípios de conduta. Lei é norma de vida. A lei de Deus é uma norma de vida que Ele entregou para ensinar sua vontade aos homens. No progresso da divina revelação, Deus achou por bem estabelecer diferentes formas ou sistemas de regras que variam de acordo com a época, os povos e o propósito divino. Uma visão adequada dessa organização é especialmente importante, quando se trata da questão da liberdade cristã, e da lei.

A lei de Moisés, também chamada de lei do AT, contém a revelação de Deus a Moisés. Embora se acredite que os Dez Mandamentos sejam praticamente o sinônimo da lei mosaica, esse sistema de leis, de acordo com a interpretação judaica mais comum, está dividido em 613 mandamentos que abrangem todas as áreas da vida e da religião judaica. Embora seja possível dividir esse sistema de leis em diferentes categorias, nunca se deveria permitir que ele obscurecesse o fato de que a lei de Moisés é uma unidade e, como tal, ela se mantém como um todo, ou desmorona como um todo. Dizer que apenas uma parte da lei mosaica permanece em vigor atualmente (como o Decálogo) é ignorar sua natureza unitária (cf. Charles Ryrie, The Grace of God, Moody Press, 1963, pp. 98-105).

Além de ser unitária em sua natureza, a lei mosaica é distintamente judaica, isto é, seus pretendidos destinatários eram os israelitas, e esse ponto ficou bem claro nos dois Testamentos (Lv 26.46; Rm 2.14; 9.4).

Como regra de conduta para o crente, a lei mosaica teve o seu fim a partir do ministério do Senhor Jesus Cristo, em virtude de Cristo ter atendido todos os seus requisitos, além de ter sido o seu cumprimento e a sua meta (Rm 7.4; 10.4; Gl 3.10-13; 2 Co 3.7-11; Hb 7.11,12). Aqueles que destacam algumas seções da lei de Moisés (como o Decálogo ou as leis alimentares) e insistem que ainda estão em vigor atualmente, embora outros elementos tenham chegado ao fim a partir do ministério do Senhor Jesus Cristo, ignoram o fato de que quando a lei de Moisés terminou, ela terminou como uma unidade, um sistema ou um todo. O crente de hoje não está vinculado ao sistema de leis de Moisés.

Isso não significa que a lei mosaica não tenha qualquer uso ou valor atualmente, porque ela ainda prevalece “se alguém dela usa legitimamente” (1 Tm 1.8). Em parte, esse uso pareceria consistir em indicar o caráter do pecado aos ímpios e pecadores (1 Tm 1.7-10), e conduzir o crente até o ponto de entender sua condição de condenação e desespero (Rm 3 e Gl 3).

Além disso, devemos reconhecer que na lei mosaica estão incorporados princípios morais e espirituais (como nove dos Dez Mandamentos, excluindo-se a guarda do sábado), com uma duradoura validade universal que transcende o caráter judaico temporário do sistema de leis de Moisés. O crente deve se considerar responsável por esses princípios atemporais, não por estarem personificados na lei Mosaica, mas por causa desse caráter atemporal indicado por sua inclusão essencial na revelação do NT.

Entretanto, o fato do cristão estar isento da lei mosaica (Rm 7.6) não significa que ele esteja isento da lei, isto é, das normas de vida. Essa não é a natureza da liberdade cristã, pois além do cristão estar livre da lei Mosaica, ele também está livre da escravidão do pecado (Rm 6.17-23), Isso não implica em uma falta de normas. Na verdade, essa mesma passagem fala sobre a nova situação do crente como servo da justiça, e servo de Deus (Rm 6.19,22).

Talvez, a melhor maneira de nos referirmos a essa nova norma, à qual o cristão está sujeito, fosse chamando-a de “lei de Cristo” (Gl 6.2; 1 Co 9.21). A essência da lei de Cristo é o amor a Deus e ao próximo (Lc 10.27; Mt 22.35-40; Jo 13.34; Mt 5.44), além de todos os outros imperativos do NT pelos quais o cristão é responsável, que estão implícitos e que fluem dessa ética do amor (Rm 13.8; cf. 1 Co 13; Gl 5.14,22,23; Cl 3.14). Embora a lei de Cristo não tenha sido codificada no mesmo sentido que a lei de Moisés, ainda assim seus preceitos estão divididos em três categorias, isto é, mandamentos positivos, mandamentos negativos e princípios não específicos de conduta.

A liberdade cristã com referência à licenciosidade. As doutrinas da graça e da liberdade têm sido, muitas vezes, mal interpretadas e mal utilizadas por aqueles que procuram satisfazer seus desejos pecaminosos. Está bastante claro que a graça e a liberdade não justificam a indulgência que alguns demonstram em relação à carne (Rm 6.1,2; Gl 5.13). A licenciosidade e a libertinagem foram não só categoricamente repudiadas (como em Rm 6.1,2 e Gl 5.131, mas sua impropriedade para o cristão está claramente implícita na responsabilidade que este tem perante a lei de Cristo, como explicamos acima. Mas, nesta conexão, três coisas são especialmente importantes: a liberdade cristã está limitada pelo amor (Gl 5.13,14); a liberdade cristã, em um certo sentido, é uma nova escravidão (Rm 6.16-22); e, a liberdade cristã deve ser exercida sob o controle do Espírito Santo (Gl 5.13-22).

A liberdade cristã com referência ao Espírito Santo. Sem o ministério do Espírito Santo, o crente cairá na libertinagem ou no legalismo. O Espírito Santo protege o cristão contra a libertinagem, provendo a direção para o exercício da liberdade pela aceitação de sua Palavra escrita, e pelo controle que Ele deseja exercer em cada cristão por meio de sua presença interior (1 Co 6.19,20). Este controle é descrito por meio de conceitos como andar no Espírito (Gl 5.16,25), andar de acordo com a direção do Espírito (Rm 8.4), ser guiado pelo Espírito (Rm 8.14), e ser cheio com o Espírito (Ef 5.18).

Por outro lado, a forma de controle do Espírito evita o legalismo. Ao invés dos preceitos do NT serem objetos de temor, eles são objetos de prazer, pois o Espírito produz a vida, o poder e a motivação que tornam a obediência a Cristo e aos seus preceitos uma questão de amor, e não uma mera necessidade legalista. Por essa razão, as graças cristãs são chamadas de “fruto do Espírito” (Gl 5.22,23).

S. N. G.

 

Liberdade é a isenção ou libertação de uma pessoa do domínio ou obrigação que tinha para com algo ou alguém. O conceito aparece frequentemente na Bíblia, especialmente nas passagens que tratam das leis de escravidão sob o regime mosaico e, também, nas epístolas paulinas, onde o termo é aplicado à vida espiritual individual. Quando Abraão encarregou seu servo de encontrar uma esposa para Isaque, exigiu que este jurasse que não levaria Isaque de volta à terra de tinha vindo, mas que persuadiria a mulher escolhida a vir ao encontro de Isaque. Se a mulher se recusasse, o servo estaria livre de seu compromisso (Gn 24.8,41). Estar livre significava que o servo não precisaria mais continuar a busca, mas poderia considerar sua missão cumprida.

Liberdade política. A teoria de governo não é discutida na Bíblia. O governo autocrático prevaleceu na época em que foi escrito, mas a semente e a origem da liberdade podem ser encontradas na revelação cristã. No diálogo de Paulo com o comandante (ou tribuno) romano, responsável pela guarnição em Jerusalém, este último disse que havia comprado sua cidadania por um alto preço. Paulo orgulhosamente afirmou que tinha esta cidadania desde seu nascimento (Act 22,28). A liberdade política era geralmente herdada dos ancestrais, e era um privilégio das classes mais elevadas. Era um direito inalienável, a menos que alguma complicação legal estivesse envolvida.

Liberdade social. Cada membro da comunidade judaica era um homem livre, exceto os prisioneiros de guerra, que eram feitos escravos, e aqueles que voluntariamente se vendiam a fim de pagar alguma dívida. Sob a lei do AT, um escravo era geralmente libertado ao completar seis anos de serviços (Ex 21.2-6; Dt 15.12). Após o escravo comprar sua liberdade com seu trabalho, era liberado e podia, então, viver sua própria vida. Liberdade espiritual. Liberdade na Bíblia está ligada principalmente ao conceito de libertação do pecado. Jesus declarou que qualquer homem que comete pecado é escravo do pecado, e que este só pode ser liberto pela intervenção do Filho de Deus, que é o único capaz de quebrar o jugo do pecado (Jo 8.32-36). A operação da nova vida do Espírito pode livrar o homem da lei depressiva do pecado e da morte, e pode produzir a esperança da libertação final da corrupção que segue o pecado (Rm 8.2,21). Esta liberdade não é o produto do legalismo, mas da fé (Gl 4.23-31).

A liberdade, porém, não consiste em licenciosidade, mas é manifestada em amor (Gl 5.13). E a operação voluntária da vontade que motiva os homens a cumprirem o propósito de Dens. Fazer o que é certo para satisfazer o desejo mais profundo que existe em si mesmo, é liberdade.

A liberdade da vontade humana é reconhecida pela Bíblia, embora não seja discutida filosoficamente. Ela assevera a habilidade de escolher uma dentre duas ou mais alternativas sem uma compulsão externa. Deus também é livre; Ele pode escolher fazer o que quiser (Dn 4.35). Pelo fato de Deus ser uma personalidade infinita, e o homem ser finito, a liberdade do homem reside dentro do círculo da liberdade de Deus. O homem pode, a qualquer momento, decidir aceitar ou rejeitar a alternativa que aquele momento oferece, mas ele não pode escolher evitar as consequências de sua escolha, nem pode se recusar a responder às alternativas. Recusar- se a escolher é em si uma escolha. Além disso, cada escolha modifica todas as subsequentes. Um ato pode ser repudiado ou contrariado, mas nunca se pode voltar atrás ou desfazê-lo. A liberdade do homem está circunscrita por seus atos anteriores, visto que o passado afeta o presente. Uma vez que o presente afeta o futuro (excetuando-se a intervenção de Deus), o homem vive em um círculo vicioso de causa e efeito, que deve, finalmente, amarrá-lo completamente.

O homem pecou; consequentemente, o horizonte de sua liberdade foi limitado. Ele pode escolher se irá ou não praticar algum pecado em particular, mas não pode escolher se irá ou não ser um pecador. Ele pode apenas reconhecer o fato, e aceitar o livramento que Deus lhe quer dar. Ele tem a liberdade de recusá-lo, mas não pode evitar as consequências de sua recusa.

Deus desfruta de liberdade perfeita, porque nunca está sob a necessidade de agir de modo contrário à sua própria natureza. Nenhuma compulsão exterior pode ter qualquer efeito sobre Ele, porque Ele criou o universo e é soberano sobre este. Como o Bem Absoluto, Ele é superior a toda obrigação e coerção.

Por Deus ser completamente justo, Ele não está limitado pelos embaraços do mal. Ele é livre para exercer seu poder criador e redentor como julgar adequado, e a qualquer momento, e o que quer que seja que Ele faça, deve, por fim, resultar em bem para todos os interessados. Não pode haver um conflito real entre a responsabilidade moral do homem e a vontade soberana de Deus, uma vez que a constituição do universo, que abrange a opção da escolha moral, é estabelecida pelo decreto divino. Deus criou o mundo com a possibilidade de liberdade porque ela é uma parte essencial de sua natureza. Embora a liberdade do homem esteja circunscrita pelo que é finito, ela não é menos genuína do que a de Deus, que é infinito. Dentro da esfera reservada ao homem, ele é livre.

Esta liberdade, porém, tem sido seriamente reduzida pelo pecado. Os males que têm sido produzidos pelas escolhas erradas do passado colocam em situação desvantajosa o pleno exercício do livre arbítrio, não porque Deus tenha arbitrariamente determinado assim, mas porque em um universo ordenado, a liberdade só pode sobreviver dentro da lei. A liberdade não é sinônimo de caos. A fim de restringir o mal e impedir que o mundo fosse permanentemente escravizado, Deus interveio recorrendo à redenção. Ele detém a prerrogativa da decisão final.

Tanto a liberdade do homem como a soberania de Deus são apresentadas na revelação bíblica, frequentemente nas mesmas passagens, ou em passagens contíguas. A liberdade depende de se permanecer na obra de Cristo, o que envolve um ato da nossa vontade (Jo 8.31,32); mas a liberdade é um dom de Deus, é algo que só Ele pode verdadeiramente dar (Jo 8.36). M. C. T.

 

As observâncias dos períodos sagrados e das festividades religiosas judaicas constituíam um aspecto signifícativo da religião hebraica. Estes dias santos e períodos sagrados foram decretados por Deus como seus dons para Israel. Deus propôs preservar com eles a lembrança de eventos sagrados tais como sua eleição e livramento divino (a celebração da Páscoa), sua estada uo deserto (Festa dos Tabernáculos), sua constante dependência dele em relação a todas as bênçãos e prosperidade temporais (Pentecostes), sua preservação na Pérsia (Festa do Purim), sua necessidade de purificação e perdão (Dia da Expiação). Muitas outras lições e bênçãos espirituais deveriam também ser derivadas das várias festividades e dias santos tais como o sábado, as luas novas, o ano do jubileu, dentre outros. Assim, os períodos sagrados eram baseados em grande parte em algum evento histórico significativo relacionado com a vida nacional ou religiosa de Israel. Além disso, assim como o Templo e as Escrituras, as festividades religiosas nacionais eram ligações importantes da unidade espiritual e nacional para o povo hebreu.

 

QUADRO DAS FESTIVIDADES JUDAICAS

MESES

FESTIVIDADES

MESES

FESTIVIDADES

ABIBE (heb. ‘abib, “espigas” verdes) ou NISÃ. Trinta dias; primeiro mês do ano civil.

(Março-Abril)

1. Lua nova (Nm 10.10; 28.11-15).

10. Seleção do cordeiro pascal (Ex. 12.3). Jejum por Minã (Nm 20 1), e em memória da escassez de água (20.2).

14. Cordeiro pascal morto ao entardecer (Êx 12.6).

15. Primeiro dia dos pães asmos (Nm 28.17).

Após  o pôr do sol um feixe de cevada era levado ao Templo.

16. “Primícias”, o feixe era oferecido (Lv 23.10, sq.).

21. Encerramento da Páscoa, fim dos pães asmos (Lv 23.6).

15 e 21. Santas convocações (23.7).

26. Jejum pela morte de Josué.

 

ETANIM (heb. ‘athanim, permanente), ou TISRI. Trinta dias: sétimo mês do ano sagrado. Primeiro do ano civil

(Setembro-Outubro)

1. Lua nova: Ano Novo; Rosh Hashaná Festa das Trombetas (Lv 23.24. Nm 29.1,2).

3. Jejum pelo assassinato de Gedalias (2 Rs 25.25. Jr 41.2); o sumo sacerdote é separado para o dia da expiação.

10. Dia da expiação (Yom Kipur), “o jejum” (Act 27.9), isto é, o único imposto pela lei (Lv 16; 23.27-32); o primeiro dia dos anos do jubileu

15-21. Festa dos Tabernáculos, ou Ajuntamento (Êx 23.16. Lv 23 34-43).

22- Santa convocação, traziam palmas, oração pela chuva (Lv 23.36,40: Nm 29.35)

23 Festa pela lei ler sido terminada: dedicação do Templo de Salomão.

ZIVE (heb. ziv. brilho), ou YYAR. Vinte e nove dias; segundo mês do ano sagrado, oitavo do ano civil.

(Abril-Maio)

1. Lua nova (Nm 1.18).

10. Jejum pela morte de Eli e captura da arca (1Sm 4.11, sq.).

14. “Segunda" ou “pequena” Páscoa, para aqueles incapazes de celebrar em Abibe; em memória de terem entrado no deseno (Êx 16.11).

28. Festa pela morte de Samuel (1Sm 25.11).

BUL (heb. bul), ou

MARQUESVÃ. Vinte e nove dias; oitavo mês do ano sagrado, segundo do ano civil. (Outubro ׳ Novembro)

1. Lua nova

17. Orações pela chuva.

19. Jejum por falhas cometidas durante a Festa dos Tabernáculos.

25. Festa em memória da recuperação, após o cativeiro, dos lugares ocupados pelos cutitas.

SIVÂ (heb. sivan). Trinta dias; terceiro mês do ano sagrado, nono do ano civil (Maio-Junho)

1. Lua nova.

6. "Festa do Pentecostes", ou “Festa das Semanas”, porque acontecia sete dias após a Páscoa (Lv 23 15-21).

22. Jejum em memória da proibição de Jeroboão das pessoas levarem as primícia para Jerusalem (1 Rs 12.27).

27. Jejum. Chanina tabdo queimada com os livros da lei.

QUISLEU (heb. kisleu). Trinta dias, nono mês do ano sagrado, terceiro do ano civil (Novembro-Dezembro)

1 Lua nova

2. Jejum (três dias) se náo houver chuva.

6. Festa em memória do rolo queimado por Jeoaquim (Jr 36 23)

14. Jejum, absoluto se não houver chuva.

25 Festa da dedicação do Templo, ou das Luzes (oito dias), em memória da restauração do Templo por Macabeus (cf. Jo 10.22).

TAMUZ (heb. tammuz). Vinte e nove dias; quarto mês do ano sagrado, décimo do ano civil. (Junho-Julho)

1. Lua nova.

14. Festa pela abolição de um livro dos saduceus e betusianos, que pretendiam subverter a lei e as tradições orais.

17. Jejum em memória das tábuas da lei quebradas por Moisés (Êx 32.19); e da tomada de Jerusalém por Tito.

TEBETE (heb. te’beth). Vinte e nove dias; décimo mês do ano sagrado, quarto dano civil. (Dezembro-Fevereiro)

1. Lua nova.

8. Jejum pela lei ter sido trazida para o grego.

10. Jejum por causa do cerco de Jerusalém por Nabucodonosor (2Rs 25.1).

ABE (heb. ‘ab,frutífero). Trinta dias; quinto mês do ano sagrado, décimo primeiro do ano civil (Julho-Agosto)

1. Lua nova; jejum pela morte de Arão, comemorado pelos filhos de Jetuel, que forneceram madeira para o Templo depois do cativeiro.

9. Jejum em memória da declaração de Deus contra os murmuradores, que não entrariam em Canaã (Nm 14.29-31).

18. Jejum, porque na época de Acaz a lâmpada do entardecer se apagou

21. Festa quando a madeira foi armazenada no Templo.

24. Festa em memória da lei que conferia igualmente aos filhos e as filhas a herança da terra dos pais.

SEBATE (heb. sh’bat’). Vinte e nove dias; décimo mês do ano civil. (Janeiro-Fevereiro)·

1. Lua nova.

4 ou 5 Jejum em memória da morte dos anciãos, sucessores de Josué.

15. Início do ano das Árvores (q.v.)

23. Jejum pela guerra das dez tribos contra Benjamim (Jz 20); também pelo episódio do ídolo de Mica (Jz 18).

29. Memorial da morte de Antioco Epifânio, inimigo dos judeus.

ELUL (heb. ‘elul’ “bom para nada”, inútil). Vinte e nove dias; sexto mês do ano sagrado, décimo segundo do ano civil. (Agosto-Setembro)

1. Lua nova.

7. Festa da dedicação dos muros de Jerusalém por Neemias.

17. Jejum, morte dos espias que trouxeram um relatório desfavorável (Nm 14).

21. Festa, oferta da madeira.

 

(Durante todo o mês, a trombeta é tocada para avisar da aproximação do novo ano civil).

ADAR (heb. ‘adar, fogo). Vinte e nove dias; décimo segundo mês do ano sagrado, sexto do ano civil. (ADAR SHENI, 7 vezes em 19 anos).

(Fevereiro – Março)

1. Lua nova

7. Jejum por causa da morte de Moisés (Dt 34.5)

8, 9. A trombeta era soada no dia de ação de graças pela chuva, e oravam pelas chuvas futuras.

13. Jejum de Ester (Et 4.16). Festa em memória de Nicanor, inimigo dos judeus (1 Mac 7.44)

14. O primeiro Purim, ou a monos importante Festa das Sortes (Et 9.21).

15 A grande Festa de Purim.

20. Festa pela chuva obtida em tempo de seca, na época de Alexandre Janeu.

23. Festa pela dedicação do Templo de Zorobabel (Ed 6.16)

28. Festa para comemorar a revogação do decreto dos reis gregos que proibia os judeus de circuncidáreis seus filhos.

Um mapa das festividades

 

Períodos Sabáticos

Sábado semanal. Além das festividades anu- ais, a celebração do sábado semanal (shabbat) e os dias de festa sabática também são chamados de “santas convocações” (miqra’e qodesh) em Levítico 23.2ss. Durante as peregrinações no deserto, uma santa convocação parece ter sido uma convocação religiosa de todos os israelitas do sexo masculino ao Tabernáculo. Depois do estabelecimento hebreu na Palestina, porém, a ordem universal para comparecer ao santuário tinha referência apenas às três peregrinações festivas nas quais todos os homens deveriam comparecer às festas da Páscoa, do Pentecostes e dos Tabernáculos em Jerusalém (Êx 23.14-17; Dt 16.16). A santa convocação ordenada para o sábado semanal deveria acontecer em todas as suas habitações, isto é, o sábado deveria ser observado onde o povo vivia.

 

1. Origem.

A narrativa da criação em Gênesis é concluída com um relato da santificação do sétimo dia por Deus, que descansou de toda a sua atividade criadora naquele dia. Embora o termo “sábado” não ocorra neste relato, a sua raiz verbal (skabat), significando “ele descansou”, ocorre (Gn 2.3). O Decálogo em Êxodo 20.811־ indica como a razão para exigir que Israel observasse o sábado o fato de Deus ter descansado neste dia depois de seis dias de trabalho criador. Embora não haja nenhuma menção distinta da observância do sábado em Gênesis, alguns estudiosos defendem que Moisés aparentemente o trata como uma instituição com a qual eles já estavam familiarizados, como indicado pelas palavras: “Lembra- te do dia do sábado, para o santificar” (Êx 20.8); além disso, um período de sete dias é mencionado em Gênesis 1.1-2.3; 7.4-10;

8.10-12; 29.27,28.

A primeira menção clara do sábado como uma instituição religiosa é encontrada em Êxodo

16.21-30 em conexão com a dádiva do maná. Deus ordenou a Israel no deserto que a nação deveria observar o sétimo dia como um sábado de descanso de todo o trabalho, juntando uma porção dobrada do maná no sexto dia. Alguns crêem que este dia já era conhecido deles, o que é evidenciado pela repreensão do Senhor àqueles que desobedecessem: “Até quando recusareis guardar os meus mandamentos e as minhas leis?” (Êx 16.28). Pouco tempo depois, a observância foi imposta como o quarto mandamento no Sinai (Êx 20.8-11). A crítica moderna atribui a origem do sábado a duas fontes diferentes, que supostamente trariam motivos conflitantes para a sua instituição. É argumentado que Êxodo 20.11 faz do sábado um memorial do descanso de Deus no término da criação, ao passo que Deuteronômio 5.15 declara que O sábado é um memorial da libertação de Israel do Egito. No entanto, esta opinião ignora o contexto de Deuteronômio. O sábado deveria ser uma aliança perpétua entre Deus e Israel como sua dádiva de descanso renovador; como tal, ele servia como um memorial do descanso do Senhor da atividade criadora, e não era especificamente um memorial do êxodo. A referência ao evento do êxodo em Deuteronômio tinha o propósito expresso de lembrar Israel de que, em meio à gratidão por sua liberdade e descanso após um longo período de trabalho servil, eles também deveriam permitir o descanso para os seus servos, que agora estavam em uma situação semelhante à que estiveram anteriormente no Egito como escravos (cf. Êx 5.14,15). Dessa forma, as duas passagens ligam o sábado ao descanso. Alguns estudiosos têm traçado paralelos entre o shabbatu babilônico e o sábado hebreu, mas nenhuma relação é indicada a partir das evidências disponíveis. Além disso, Ezequiel 20.12,20 indica que os sábados foram sinais que Deus deu à nação de Israel para distingui-la de outras nações.

 

2. Caráter e observância.

O sábado deveria ser observado por meio da abstenção de qualquer trabalho físico, quer fosse feito por um homem ou por um animal. Mas o sábado não foi criado para um uso egoísta na ociosidade; era uma oportunidade divinamente concedida, com a liberdade dos trabalhos seculares, para fortalecer e renovar o homem em sua totalidade, tanto física quanto espiritualmente. O sábado tinha um aspecto benevolente e foi planejado para ser uma bênção, e não um fardo para o homem (cf. Dt 5.14,15; Is 58.13,14; Mc 2.27). A legislação do sábado é encontrada, em várias passagens do AT; por exemplo, Êx 16.23ss.; Ex 20.8-11; 31.12-17; Lv 19.3,30; Nm 15.32-36; Dt 5.12- 15.
 
Lua nova mensal.
O primeiro dia de cada mês era designado como ro’sh hodesh, “princípio dos meses”, ou simplesmente como hodesh, “lua nova” (Nm 10.10; 1 Sm 20.5). Diferentemente da lua nova do sétimo mês, que era o primeiro dia do ano novo civil e celebrado com uma grande festa, as luas novas mensais regulares eram dias de festa subordinados, celebrados com ofertas queimadas adicionais (Nm 28.11-15), o toque de trombetas (Nm 10.10; Sl 81.3), festas familiares (1 Sm 20.5), edificação espiritual (2 Rs 4.23) e sacrifícios familiares (1 Sm 20.6). Como em todos os dias sabáticos de festa, todos os trabalhos servis cessavam, exceto a preparação necessária da comida (cf. Êx 12.16). A lua nova e o sábado estão intimamente ligados em várias passagens (por exemplo, Is 1.13; Ez 46.1; Os 2.11; Am 8.5).
A lua ocupava um lugar importante na vida dos hebreus, uma vez que ela era o guia de seu calendário, que se baseava no mês lunar ou no período das fases da lua. Por causa disso, e devido à importância da celebração uniforme de várias festividades religiosas periódicas pelos judeus em toda parte, era extremamente importante determinar o momento exato do aparecimento da lua nova. Dessa forma, o aparecimento do quarto crescente significava o início de um novo mês e era anunciado com o toque do shofar ou chifre de carneiro.
 
Ano sabático.
O sfinat shabbaton, “ano de descanso” ou ano sabático, assim como o sábado semanal, foi criado por Deus com um propósito benevolente em vista. No sétimo ano, as dívidas deveriam ser canceladas e a terra deveria permanecer sem cultivo; havia uma parte que deveria ser deixada para os israelitas pobres.
 
1. Observância:
De acordo com 2 Crônicas 36.21, a observância do ano sabático havia sido negligenciada por cerca de 500 anos. Assim, os 70 anos de cativeiro permitiram que a terra desfrutasse dos sábados de descanso que lhe foram negligenciados: “...Até que a terra se agradasse dos seus sábados; todos os dias da desolação repousou, até que os setenta anos cumpriram-se”. Após o cativeiro, e povo sob o governo de Neemias dedicou-se à observância fiel do sétimo ano, fazendo a aliança de que “abririam mão da colheita e de toda e qualquer cobrança” (Ne 10.31). Sua observância continuou durante o período intertestamentário (1 Mac 6.48-53) e depois deste (Josefo, Ant. xiv. 10.6).
 
2. Propósitos:
(a) Um descanso para a terra (Lv 25.1-7). Após a terra ter sido cultivada, semeada e colhida por seis anos consecutivos ela deveria “descansar” ou permanecer sem cultivo no sétimo ano. Isto incluía as vinhas e também os olivais (Êx 23.10). Esta provisão assegurava grande produtividade para o solo através da interrupção periódica do incessante semear, arar e colher, (b) Permitir que os pobres comessem (Êx 23.10,11). Durante este ano, no qual a lavoura crescia naturalmente nos campos, as vinhas e os olivais não deveriam ser colhidos, mas deixados “...para que possam comer os pobres do teu povo, e do sobejo comam os animais do campo”. O texto em Levítico 25.6-7 também inclui o dono, seus servos, os estrangeiros, o gado e os animais, e também os pobres de Êxodo 23.11, como aqueles que tinham a preferência para consumir o produto natural do ano sabático, (c) As dívidas deveriam ser canceladas (Dt 15.1-6). Cada credor deveria cancelar as dívidas de um irmão israelita ao final de cada sete anos, pois este também era chamado “o ano da remissão” (Dt 15.9; 31.10). Isto não se aplicava ao estrangeiro, de quem a dívida poderia ser cobrada (Dt 15.3). A remissão era para que a pobreza absoluta e a dívida permanente não existissem entre os israelitas. Além disso, eles não deveriam desprezar as necessidades de seus irmãos mais pobres, recusando-se a emprestar meramente porque o ano de remissão estava próximo (Dt 15.7-11). (d) No ano sabático, a lei deveria ser lida para a instrução do povo na Festa dos Tabernáculos (Dt 31.10-13). (e) Não simplesmente ne ano sabático, mas também no final do período de seis anos, aqueles israelitas que por causa da pobreza tivessem se tomado servos de seus irmãos, deveriam ser colocados em liberdade (Dt 15.12-18). Neste caso, o ano da remissão deveria ser determinado a partir do primeiro ano de contrato. A legislação com respeito ao ano sabático era restrita aos israelitas na Terra Santa, e passava a vigorar ao chegarem ali (Lv 25.2).
 
Ano do Jubileu.
Sete ciclos de anos sabáticos (isto é, 49 anos) terminavam no ano do jubileu (8henat hayyobel), lit. “o ano do chifre do carneiro”; no qüinquagésimo ano costumava-se soar o chifre de carneiro (yobel) anunciando a sua chegada (Lv 25.8-17). O qüinquagésimo ano é chamado de “ano da liberdade” (deror) em Ezequiel 46.17 (cf. Jr 34.8,15,17)          com base em Levítico 25.10: “E santificáreis o ano Quinquagésimo e apregoareis liberdade na terra... Ano de Jubileu vos será”.
 
1. Natureza da celebração:
De acordo com Levítico 25.9, o ano do jubileu era anunciado pelo soar de chifres de carneiro por toda a terra no décimo dia do sétimo mês, que era também o grande Dia da Expiação. O ano do jubileu não era, como pensam alguns, o quadragésimo nono ano, e assim simplesmente um sétimo ano sabático, mas era, como Levítico 25.10 declara, o qüinquagésimo ano, dessa forma fornecendo dois anos sabáticos sucessivos nos quais a terra teria descanso. Certos regulamentos entravam em vigor durante o ano do jubileu: (a) Descanso para a terra (Lv 25.11,12). Como no ano sabático anterior, a terra deveria permanecer não cultivada e o povo deveria comer daquilo que crescesse naturalmente. Para compensar isto, Deus prometeu: “Eu mandarei a minha bênção sobre vós no sexto ano, para que dê fruto por três anos” (Lv 25.21). Além disso, outras fontes de provisão estavam disponíveis, tais como a caça, a pesca, os rebanhos e as abelhas, dentre outras. (6) No ano do jubileu, terras e propriedades hereditárias deveriam ser devolvidas à família original sem qualquer compensação (Lv 25.23-34). Desta maneira, toda a terra e as suas benfeitorias seriam no final devolvidas a seus detentores originais, a quem Deus as havia concedido, pois Ele disse: “A terra não se venderá em perpetuidade, porque a terra é minha” (Lv 25.23). Este regulamento não se aplicava a uma casa dentro de uma cidade murada, que não tinha relação com a terra que era a herança de uma família (vv. 29,30). (c) A Liberdade dos servos deveria ser concedida no ano do jubileu. Todo israelita que por causa da pobreza havia se sujeitado à escravidão deveria ser liberto (Lv 25.29ss.).
 
2. Propósito:
Havia vários propósitos divinos nestes regulamentos e provisões para o ano do jubileu: (a) Tinha a finalidade de contribuir para a abolição da pobreza, permitindo que os desafortunados e as vítimas das circunstâncias pudessem ter um novo começo. (b) Iria desencorajar o acúmulo excessivo e permanente de riqueza e prosperidade, e a conseqüente privação de um israelita de sua herança na terra: “Ai dos que ajuntam casa a casa, reúnem herdade a herdade...” (Is 5.8; cf, Mq 2.2). (c) Preservaria as famílias e tribos, visto que devolveria os servos libertos para os seus parentes e familiares consanguíneos, e desse modo a escravidão, em um sentido permanente, não existira em Israel. Sábados de festividades especiais. Além do sábado semanal e da lua nova mensal, havia sete dias de festas anuais que também eram classificados como sábados. Eles eram o primeiro e o último dia da Festa dos Pães Asmos (Lv 23.7,8), o Dia do Pentecostes (Lv 23.21), a Festa das Trombetas (Lv 23.24,25), o Dia da Expiação (Lv 23.32) e o primeiro e o último dia da Festa dos Tabernáculos (Lv 23.34-36). Havia uma distinção principal entre estes sábados de festa, o sábado semanal e o Dia da Expiação. Neste último, todo trabalho era rigorosamente proibido, ao passo que nos outros sábados era exigido apenas o descanso do trabalho “servil”.
 
Festas de Peregrinação
Festa da Páscoa e Festa dos Pães Asmos. A Páscoa ípesah) era a primeira das três festividades de peregrinação anuais e era celebrada no dia 14 de Nisã (nome pós-exílico; antigo Abibe, Êx 13.4, aproximadamente o nosso abril), depois disso continuando como a Festa dos Pães Asmos, do dia 15 até o dia 21. Nisã marcava o início do ano novo religioso ou sagrado (Êx 12.2). O termo heb. peaah vem de uma raiz que significa “passar (ou saltar) por cima״, e significa a “passagem sobre״ (poupando) as casas de Israel quando os primogênitos do Egito foram mortos (Êx 12). A Páscoa em si refere-se apenas à ceia pascal na noite do dia 14, ao passo que o período seguinte, 15.a 21, é chamado de Festa dos Pães Asmos (Êx 12; 13.1-10; Lv 23.5-8; Nm 28.16-25; Dt 16.1-8).
 
1.  Instituição e celebração:
O propósito para a sua instituição era comemorar o livramento de Israel da escravidão egípcia e também o fato de os primogênitos de Israel terem sido poupados quando Deus feriu os primogênitos do Egito. Em observância à primeira Páscoa, no dia 10 de Nisã o chefe de cada família separava um cordeiro sem defeito. Na noite do dia 14, o cordeiro era morto e um pouco de seu sangue era espargido nos umbrais e nas vergas da porta da casa na qual eles comiam a Páscoa, como um sinal contra o juízo vindouro sobre o Egito. O cordeiro era então assado inteiro e comido com pães asmos e ervas amargas. Se a família fosse pequena demais para consumir um cordeiro, então uma família vizinha poderia compartilhá-lo. Qualquer porção que restasse deveria ser queimada na manhã seguinte. Cada um deveria comer depressa com os lombos cingidos, sapatos nos pés e com o cajado na mão.
 
2. Observância posterior:
Após o estabelecimento do sacerdócio e do Tabernáculo, a celebração da Páscoa se diferenciava em algumas particularidades da Páscoa egípcia. Estas diferenças eram: (a) o cordeiro da Páscoa deveria ser morto no santuário e não em casa (Dt 16.5,6); (5) o sangue era espargido sobre o altar e não mais nos umbrais; (c) além do sacrifício da família para a refeição da Páscoa, havia sacrifícios públicos e nacionais que eram oferecidos em cada um dos sete dias da Festa dos Pães Asmos (Nm 28.16-24); (d) o significado da Páscoa era recitado na festa a cada ano (Êx 12.24-27); (e) o cântico do Hallel (Sl 113-118) durante a refeição foi instituído posteriormente; (f) uma segunda Páscoa, no dia 14 do segundo mês, deveria ser celebrada por aqueles que eram cerimonialmente impuros ou por aqueles que estivessem distantes, em viagem, na época de sua celebração normal no dia 14 de Nisã (Nm 9.9-12).
A Páscoa era uma das três festas nas quais era solicitado que todos os homens fossem ao santuário. Eles não deveriam comparecer de mãos vazias, mas sim levar ofertas que fossem proporcionais à prosperidade que o Senhor lhes havia concedido (Êx 23.14-17; Dt 16.16,17). Era contra a lei ingerir alimentos levedados depois do meio- dia do dia 14, e todo o trabalho, com poucas exceções, cessava. De acordo com Josefo (Wars vi.9.3), cada cordeiro deveria servir de dez a vinte pessoas, sendo que nenhum homem ou mulher cerimonialmente impuro seria admitido na festa. Após as bênçãos apropriadas, uma primeira taça de vinho era servida, seguida pelo consumo de uma porção de ervas amargas. Antes que o cordeiro e o pão sem fermento fossem comidos, uma segunda taça de vinho era fornecida no momento em que o filho, em concordância com Êxodo 12.26, perguntava ao pai o significado e a importância da festa da Páscoa. Um relato da escravidão e da libertação egípcia era recitado em resposta. A primeira porção do Hallel (Sl 113-114) era então cantada e a ceia pascal era comida, seguida da terceira e quarta taças de vinho e da segunda parte do Hallel (Sl 115-118).
 
3. Festa dos Pães Asmos:
Tanto a Páscoa quanto a Festa dos Pães Asmos, que se seguia imediatamente, comemoravam o Êxodo, sendo a primeira a lembrança da “passagem” de Deus sobre os israelitas quando Ele matou os primogênitos do Egito, e a segunda, para manter viva a memória de sua aflição e do modo como Deus os tirou rapidamente do Egito (“pão de aflição”, Deuteronômio 16.3). O primeiro e o último dia desta festa eram sábados nos quais nenhum trabalho servil poderia ser feito, exceto a preparação necessária da comida. O período da Páscoa marcava o início da colheita de grãos na Palestina. No segundo dia dos Pães Asmos (dia 16 de Nisã), um molho das primícias da colheita da cevada era apresentado como uma oferta movida (Lv 23.9-11). A cerimônia veio a ser chamada de “a cerimônia do ômer”, uma referência à palavra heb. para feixe, 'omir.
 
Festa de Pentecostes.
Pentecostes, que é a palavra grega para “qüinquagésimo”, é chamado em hebraico fiag shabu ot, isto é, “Festa das Semanas” (Êx 34.22; Lv 23.15-22). O nome derivou-se do fato de que ela era celebrada sete semanas depois da Páscoa, no qüinquagésimo dia (Lv 23.15,16; Dt 16.9,10). Também é chamada de “Festa da Colheita” (Êx 23.16) e “dia das primícias” (Nm 28.26).
O Pentecostes era uma festa de um dia na qual todos os israelitas do sexo masculino deveriam comparecer ao santuário, e um sábado no qual todo o trabalho servil era suspenso. A característica central do dia era a oferta de dois pães pelo povo a partir das primícias da colheita de trigo (Lv 23.17). Como a cerimônia do ômer significava que o período da colheita havia começado, a apresentação dos dois pães indicava o seu término. Era um dia de ação de graças no qual ofertas voluntárias eram feitas (Dt 16.10), o regozijo era expresso diante do Senhor, e uma consideração especial era mostrada ao levita, ao estrangeiro, ao órfão e à viúva (Dt 16.10-12). O dia da festa significava a dedicação da colheita a Deus como o provedor de todas as bênçãos.
 
O AT não dá especificamente qualquer importância histórica para o dia, sendo o Pentecostes apenas uma das três grandes festas agrícolas que não comemora nenhum evento na história judaica. A tradição posterior, com base em Êxodo 19.1, ensinava que a entrega da lei no Sinai ocorreu cinquenta dias após o Êxodo e a Páscoa, e como resultado shabu‘ot também se tomou conhecido como a festa da Torá, O livro de Rute, que descreve o período da colheita, é lido no Pentecostes. A importância do dia para o NT é apresentada em Atos 2, pois no dia do Pentecostes a Igreja teve o seu início.
 
Festa dos Tabernáculos.
A Festa dos Tabernáculos (hag hassukkot), a terceira das festas de peregrinação, era celebrada durante sete dias, do dia 15 ao dia 21 de Tisri, o sétimo mês (equivalente a outubro). Era seguida por um oitavo dia de santa convocação com os sacrifícios apropriados (Lv 23.33ss.; Nm 29.12-38; Dt 16.13-15). Também era chamada de “Festa da Sega”, “Festa da Ceifa” ou “Festa da Colheita” (Êx 23.16), pois nesta ocasião ocorria a sega do outono, das frutas e azeitonas, com a colheita da eira e a prensa no lagar (Lv 23.39; Dt 16.13). Era a notável festa de regozijo no ano, na qual os israelitas, durante o período de sete dias, viviam em tendas ou cabanas feitas de ramos em comemoração às suas peregrinações no deserto, quando seus pais habitavam em abrigos temporários. De acordo com Neemias 8.14-18, as tendas eram feitas de oliveira, murta, palmeira e outros ramos, e eram construídas sobre os telhados das casas, em pátios, no pátio do Templo e nos lugares amplos das ruas da cidade. Os sacrifícios eram mais numerosos durante esta festa do que em qualquer outra, consistindo da oferta de 189 animais pelo período de sete dias.
Quando a festa coincidia com Um ano sabático, a lei era lida publicamente para toda a congregação no santuário (Dt 31.10-13). Como Josefo e o Talmude indicam, novas cerimônias eram gradualmente adicionadas à festividade, sendo a principal a simhat bet hastw’ebah, “a festa da retirada da água”. Nesta cerimônia, um jarro de ouro era enchido no tanque de Siloé e retornado ao sacerdote no Templo em meio aos brados alegres dos celebrantes; em seguida, a água era derraigada em uma pia no altar (cf. Jo 7.37,38). A noite, as ruas e o pátio do Templo eram iluminados por inúmeras tochas carregadas pelos peregrinos, cantando e dançando. As tendas eram desmanchadas no último dia, e o oitavo dia que se seguia era observado como um sábado de santa convocação. A festa é mencionada por Zacarias como uma alegre celebração que ocorrerá no Milênio (Zc 14.16).
 
Festividades e Dias Santos do Sétimo Mês
Festa das Trombetas.
A lua nova do sétimo mês (primeiro dia de Tisri) constituía o início do ano novo civil e era designado como ro’sh hashshana, “o primeiro dia do ano”, ou yom teru‘a, “o dia do soar” (da trombeta). Levítico 23.23-25 e Números 29.1-6 são as únicas referências do AT ao Rosh Hashaná, os regulamentos, orações e costumes acerca dos quais tantos livros foram escritos. O toque do shofar, ou chifre de carneiro, ocupava um lugar significativo em várias outras ocasiões, tais como a lua nova mensal e o ano do jubileu, mas especialmente nesta ocasião, no início do ano novo; daí o seu nome –
 
Festa das Trombetas,
O calendário hebreu iq.o.) na verdade começava com Nisã, na primavera; este era o início dos meses (Ex 12.2). Mas como o final do sétimo mês, Tisri, geralmente marcava o início do período de chuvas na Palestina, quando o trabalho de arar e plantar começava, Tisri constituía o início do ano econômico e civil. Transações comerciais, anos sabáticos e os anos de jubileu eram todos determinados a partir do primeiro dia do sétimo mês. Mais tarde, o judaísmo associou muitos eventos importantes com Rosh Hashaná; a criação do mundo; a criação de Adão; os nascimentos de Abraão, saque, Jacó e Samuel; o dia da libertação de José da prisão etc. (Ben M. Edidin, Jewish Holidays and Festivais, pp. 53-54).
O dia era observado como um dia de festa sabático com sacrifícios especiais e que aguardava o solene Dia da Expiação, dez dias depois. O Rosh Hashaná (Dia do Ano Novo) e o Yom Kippur (Dia da Expiação) constituem o que são chamados de “dias altamente santos” no judaísmo. Rosh Hashaná chegou a ser considerado como um dia de julgamento pelas ações que as pessoas tiveram no ano anterior. Era um dia para reflexão, oração e arrependimento. Neste dia Deus julga todos os homens por suas ações e decide quem deve viver ou morrer, prosperar ou sofrer a adversidade.
 
O Dia da Expiação.
O Dia da Expiação anual iyom hakkippurim) é apresentado em Levítico 16; 23.27-32 como o ato supremo da expiação nacional pelo pecado. Ocorria no dia 10 do sétimo mês, Tisri, e o jejum era ordenado desde o entardecer do dia 9 até o entardecer do dia 10, acompanhando a santidade incomum deste dia. Neste dia era feita uma expiação pelo povo, pelo sacerdócio e pela tenda da congregação, porque esta morava “com eles no meio das suas imundícias” (Lv 16.16).
1. O ritual.
Este era dividido em dois atos, um desempenhado em favor do sacerdócio, e um em favor da nação de Israel. O sumo sacerdote, que havia se mudado uma semana antes desse dia de sua própria habitação para o santuário, apresentava-se no Dia da Expiação, e, tendo se banhado e posto de lado o seu traje normal de sumo sacerdote, vestia-se com uma roupa de linho branco sagrada, e apresentava um novilho como uma oferta pelo pecado, por si mesmo e pela sua casa. Os outros sacerdotes, que em outras ocasiões serviam no santuário, neste dia tomavam seus lugares com a congregação pecadora por quem a expiação deveria ser feita (Lv 16.17). O sumo sacerdote matava a oferta pelo pecado por si mesmo e entrava no Santo dos Santos com um incensário, para que uma nuvem de incenso pudesse encher o ambiente e cobrir a arca para que ele não morresse. Então ele voltava com o sangue da oferta pelo pecado e o aspergia sobre a frente do propiciatório, e sete vezes diante do propiciatório para a purificação simbólica do Santo dos Santos, contaminado por estar presente entre o povo pecador. Tendo feito a expiação por si mesmo, ele retornava ao pátio do santuário.
Em seguida, o sumo sacerdote apresentava os dois bodes, que haviam sido trazidos como a oferta pelo pecado do povo, ao Senhor, à porta do Tabernáculo e lançava sortes sobre eles, sendo que um era destinado a Jeová e o outro a Azazel (ou bode emissário). O bode sobre o qual a sorte havia caído era morto para o Senhor, e o sumo sacerdote repetia o ritual de espargir o sangue como antes. Além disso, ele purificava o lugar santo espargindo o sangue sete vezes, e, no final, purificava o altar de ofertas queimadas.
 
2. O bode de Azazel. Na segunda etapa da cerimônia, o bode vivo, o bode para Azazel, que havia sido deixado no altar, era trazido para frente. O sumo sacerdote, colocando as suas mãos sobre ele, confessava todos os pecados do povo; depois disto, o bode era enviado para um ermo, um local desabitado, portando a iniquidade da nação de Israel.
A importância exata desta parte da cerimônia é determinada pelo significado que está ligado à expressão “para Azazel" (ou “para o bode emissário”). Existem basicamente quatro interpretações: (o) Azazel era um lugar para o qual o segundo bode era enviado. Mas tal lugar teria sido deixado para trás à medida que Israel dirigia-se ao Egito para a Palestina, (b) Azazel era uma pessoa; poderia ser Satanás ou um espírito maligno. Mas o nome Azazel não ocorre em nenhuma outra passagem nas Escrituras, o que é esquisito, tratando-se de uma pessoa tão importante, a ponto de dividir com Deus o sacrifício pelo pecado; esta sugestão traz em si mesma uma conotação ofensiva. Além disso, a adoração ao demônio é condenada pela própria lei em Levítico 17.7-9. (e) Azazel era um substantivo abstrato significando “despedida” ou “remoção total”, (cí) É mais provável que Azazel refira-se ao próprio bode.
Esta opinião foi defendida por Josefo, Símaco, Áquila, Teodócio, Lutero, Bonar, pela Septuaginta (LXX), pela Vulgata, pela versão KJV em inglês (“bode emissário”), e outras. Dessa forma, no hebraico o bode foi chamado Azazel, significando “o bode da remoção”; “Arão tirará a sorte entre os dois bodes, usando duas pedras, uma com o nome do SENHOR, e a outra com o nome de Azazel”, para o bode da remoção, isto é, para aquele que remove os pecados (Lv 16.8). Ambos os bodes eram chamados de expiação, e ambos eram apresentados ao Senhor. Portanto, ambos eram considerados como uma oferta. Uma vez que era fisicamente impossível retratar duas idéias com um único bode, eram necessários dois bodes como uma única oferta pelo pecado. O primeiro bode simbolizava, por sua morte, a expiação dos pecados; o outro, por ser enviado para longe após terem sido confessados sobre ele os pecados de Israel, simbolizava a total remoção dos pecados da nação. Compare a analogia em Levítico 14.4-7.
 
Festa dos Tabernáculos.
A terceira e última observância sagrada no sétimo mês ordenada pelas Escrituras era a Festa dos Tabernáculos. Visto que esta também era uma das três festas às quais os homens deveriam comparecer no santuário, ela é discutida sob esta categoria (veja acima).
 
Festividades do Período Pós-Exílico
Festa do Purim.
Esta festa foi instituída por Mardoqueu para comemorar a preservação dos judeus da Pérsia da destruição que lhes sobreviriam por intermédio da conspiração de Hamã, conforme registrado no livro de Ester. O termo Purim (piírim), que significa “sortes”, foi dado à festividade porque Hamã havia lançado sortes para determinar em qual dia ele iria executar o decreto do massacre dos judeus. A festividade deveria durar dois dias (14 e 15 de Adar) e ser celebrada com “dias de banquetes e de alegria e de mandarem presentes uns aos outros e dádivas aos pobres” (Et 9.20-22). A festa sempre foi popular entre os judeus, como Josefo atesta (Ant. xi.6,13), e a sua celebração continua até o presente. Gerações posteriores começaram a observar apenas um dia (14). O dia anterior (13) é conhecido como o Jejum de Ester em comemoração ao jejum de Ester antes de comparecer à audiência com o rei em favor dos judeus (Et 4,15,16). Os cultos nas sinagogas por ocasião do Purim incluem a leitura do livro de Ester.
 
Festa da Dedicação.
A Festa da Dedicação (hanukka, “dedicação”), também chamada de Festa das Luzes, é uma festa significativa, embora extrabíblica, originada durante o período macabeu em comemoração à purificação do Templo e à restauração do altar por Judas Macabeus em 164 a.C. (1 Mac 4.36-61), A dedicação do altar era observada oito dias a partir do dia 25 de Quisleu (dezembro) e, a partir de então, deveria ser observada anual· mente. De acordo com 2 Macabeus 10.6,7, esta festa era comparada à Festa dos Tabernáculos e celebrada carregando-se ramos, palmas e galhos, e cantando salmos. Josefo chamou a festa de “Luzes”, pois escreveu: “Celebramos esta festividade, e a chamamos de Luzes. Suponho que a razão tenha sido esta liberdade [isto é, a liberdade política e religiosa restaurada] que nos foi concedida, e que superou até mesmo as nossas esperanças” (Ant. xii.7.7). O uso das luzes durante as celebrações do Hanukah sempre representou um papel significativo, especialmente nas casas, sinagogas e ruas da Palestina. A festa é mencionada em conexão com o ministério de Jesus em João 10.22ss.
Períodos sagrados judaicos extrabíblicos subordinados. O sétimo dia de Sucote (Tabernáculos), no dia 21 de Tisri, veio a ser conhecido como hosha'na’ rabba’,
 
“Grande Hosana” ou “Grande Ajuda”.
O oitavo dia é também chamado shrmini ‘aseret, “Oitavo Dia de Assembleia Solene”, uma santa convocação na qual eram oferecidas orações pela cidade natal. O dia seguinte (23 de Tisri) é simkat tora, “Festa da Lei”, um dia de regozijo e celebração marcando o encerramento do ciclo anual de leitura da Torá nas sinagogas. O “Décimo quinto Dia de Shebat", ou Hamisha ‘Asar Bishebat, marca o inicio da primavera na Palestina e é celebrado com a plantação de árvores (cf. Lv 19.23; Dt 20.19). Hag Be'omer é celebrado no trigésimo terceiro dia do período “ômer” (18 de lyar) para comemorar a tentativa dos judeus de reconquistar a sua independência sob Simão bar Kokheba (132-135 d.C.).
 
Os jejuns incluem, além do Jejum de Ester (Ta‘anit Estker), Asara BHebet, “Dia 10 de Tebete”, um jejum em memória do início do cerco de Jerusalém pela Babilônia (2 Rs 25.1; Jr 39.1); Sk.ibd ,Asar BHammuz, “Dia 17 de Tamuz”, como um sinal do dia em que a cidade foi invadida (Jr 39.2; 52.6,7); Tisha Be’ab, “Dia 9 de Abe”, para lamentar o dia da destruição da cidade e do Templo (2 Rs 25.8,9; Jr 52.12,13); e o Jejum de Gedalias (dia 3 de Tisri) para prantear pela morte de Gedalias em 586 a.C. Veja Jejum. H. E. Fr.
 
 
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O evangelho do Filho de DEUS- Myer Pearlman - CPAD
Jesus, o Libertador
Texto: João 8.31-59
 
Introdução
O incidente da mulher surpreendida em adultério (Jo 8.1-11) parece ilustrar de maneira comovente o tema do trecho agora estudado, ou seja, a liberdade espiritual. Os líderes religiosos, orgulhando-se da sua liberdade como filhos de
Abraão, trazem a Jesus uma mulher que consideram completamente escravizada
pelo pecado. Quando, porém, Jesus lhes ensina uma lição, retiram-se do cenário, presos pelas correntes de uma consciência culpada, enquanto a mulher fica ali, transbordando de felicidade na liberdade que Cristo lhe concedeu.
Semelhantemente, o presente trecho (Jo 8.31-59) começa com o quadro de um grupo de judeus que se consideravam livres, mas que logo revelam- se escravos do pecado.
A conversação registrada nos versículos 31-59 revela as diferenças essenciais entre os que queriam se apegar à Antiga Aliança, e Cristo, que veio cumpri-la.
Enfatizavam o lado histórico da religião; Jesus exalta o lado espiritual. Apelam aos privilégios externos da religião; Jesus ressalta as qualificações morais. Dão muito valor à liberdade política; Cristo oferece a liberdade espiritual. Quando estes semicrentes descobrem que Jesus exige uma completa transformação do seu coração, o rompimento com o judaísmo ortodoxo e a fé pessoal nEle como Filho eterno de Deus, o sentimento deles para com Jesus se transforma em ódio violento.
Jesus, para corrigir o ponto de vista errôneo deste grupo, ensina-lhes lições sobre o verdadeiro discipulado, a verdadeira liberdade e o verdadeiro caráter.
 
I – O Verdadeiro Discipulado (Jo 8.31,32)
“Jesus dizia, pois, aos judeus que criam nele”. Estas pessoas reconheceram a veracidade das declarações de Jesus quanto a ser Ele o Messias, mas interpretavam suas promessas segundo os preconceitos nacionalistas. Jesus, desejando aprofundar e purificar a fé dos seus ouvintes, disse: “Se vós permanecerdes na minha palavra, verdadeiramente sereis meus discípulos. E
conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará.” Jesus já lhes dissera que morreriam nos seus pecados se não tivessem fé nEle (v. 24). Agora, explica-lhes que se não permanecerem firmemente na sua Palavra, nos seus ensinos, não
poderão escapar da escravidão que para Ele está bem patente, mesmo que eles não a reconheçam.
Somente a verdade pode libertar a mente da ignorância, do preconceito e dos
maus hábitos. Quando a Luz do mundo brilha nos lugares tenebrosos do coração,
não apenas são reveladas as correntes que amarram a alma; tais correntes são
rompidas pela mesma luz. Ver o pecado conforme ele realmente é, pode ser o
suficiente para que o pecador fique com nojo dele.
As palavras de Jesus ofenderam estes seus ouvintes, porque ele deu a entender:
1) que teriam de consertar suas vidas se quisessem permanecer na doutrina dEle,
enquanto consideravam-se impecáveis em sua conduta; 2) que eram ignorantes
quanto às verdades da salvação, enquanto imaginavam dominá-las totalmente; 3)
que não tinham liberdade religiosa, porque estavam supersticiosamente presos à letra da Lei mosaica.
 
II – A Verdadeira Liberdade (Jo 8.33-36)
Os orgulhosos judeus replicaram: “Somos descendência de Abraão”.
Orgulhavam-se desta descendência, como se sua certidão de nascimento fosse
passaporte para o Céu (cf. Mt 3.9). Certa lenda judaica descreve Abraão sentado
junto ao portão do inferno para impedir que qualquer judeu desgarrado pudesse
chegar até lá, e o livro de orações da sinagoga declara: “A totalidade de Israel
tem um quinhão no mundo do porvir.”
Protestaram que nunca estiveram escravizados a ninguém: “Como dizes tu:
Sereis livres?” Os judeus, no entanto, já tinham sido subjugados pelos egípcios,
babilônios, sírios, e naquele momento histórico estavam sob o domínio de Roma.
O que queriam dizer é que, mesmo com seu país subjugado por nações
gentílicas, nunca aceitaram tal situação, recusando-se a curvar seu espírito diante
delas. Os judeus sempre se sentiram superiores aos seus opressores.
 
Respondendo a esta jactância nacionalista, Jesus afirma o verdadeiro significado
da liberdade: “Todo aquele que comete pecado é servo do pecado”. Atos
pecaminosos revelam que quem os comete está sob o jugo do pecado. Cada
pecado fabrica mais um grilhão para a alma; os pecadores são escravos. O
pecado, e não Roma, era o verdadeiro inimigo de Israel.
Nos versículos 35 e 36, Jesus explica aos judeus que um escravo, diferentemente
de um filho, não faz parte da família, podendo ser vendido à vontade. Seus
ouvintes, escravos do pecado e da letra morta da Lei, não eram verdadeiros
membros do Reino do Messias, e dele seriam expulsos. Somente o Filho de Deus
pode lhes dar a liberdade, transformando-os em membros da família divina.
Então, passariam a ser verdadeiramente livres.
 
Paulo ensina a mesma lição com respeito a Ismael e Isaque. Aquele, nascido de
forma natural, tipifica os que se amarram à letra e às cerimônias da Lei mosaica;
Isaque, nascido de forma milagrosa, tipifica o povo espiritual que recebeu da
parte de Cristo a libertação do pecado e do formalismo (Gl 4.21-31).

 

III - O Verdadeiro Caráter (Jo 8.37-44, 56-59)

Neste trecho, é como se Jesus estivesse dizendo: “Vocês se jactam da sua

descendência de Abraão, sem levar em consideração que a descendência física

não traz consigo a semelhança espiritual. Somente os que agem como Abraão

são a sua descendência espiritual, enquanto sua atitude para comigo e com meus

ensinos demonstra que vocês não têm o mesmo espírito que tinha o seu

ancestral. Pelo contrário, vocês expressam aquele espírito de ódio à verdade e de

violência que é próprio do diabo” (cf. Jo 8.44; Gn 3.3-7; Tg 4.1-7; 1 Pe 5.8; Ap

2.10; 9.11; 12.9; 13.6-8; 20.7-9; 2 Pe 2.4; Jd 6; 2 Ts 2.9-11; 2 Co 11.3,13-15).

Desenvolvendo estas verdades, Jesus disse: “Abraão, vosso pai, exultou por ver

o meu dia, e viu-o, e alegrou-se” (cf. Gn 12.1-3; Gl 3.7-9; Hb 11.13,39). Se os

judeus não gostavam que Jesus se exaltasse acima de Abraão, teriam de

reconhecer, mesmo assim, que Abraão olhava para Jesus como sendo o

cumprimento de todas as promessas divinas, enquanto eles, alegando serem fiéis

descendentes de Abraão, pensavam honrar a este em detrimento de Jesus.

 

Os judeus, tomando as palavras de Jesus no sentido literal, disseram-lhe: “Ainda

não tens cinquenta anos, e viste Abraão?” Entre os judeus, ninguém era

considerado maduro - com capacidade intelectual e discernimento - antes de

atingir a idade de cinquenta anos. “Ainda não tens cinquenta anos” é o modo

oriental de dizer: “Você ainda é jovem”.

“Disse-lhes Jesus: Em verdade, em verdade vos digo que antes que Abraão

existisse, eu sou”. A expressão “Eu sou” significa uma existência que ultrapassa

o tempo, e nesta declaração Jesus declarou ter a mesma divindade do grande “Eu

Sou”, o Senhor, cujo nome significava “aquele que existe eternamente”.

Os judeus teriam saudado com júbilo a notícia de ser Jesus o Messias, mas sua

pretensão à deidade deixou-os dispostos a apedrejá-lo por blasfêmia. No entanto,

sua hora ainda não chegara, e a fúria deles nada podia fazer; diante da sua

majestosa presença, os guardas do templo recuaram, envergonhados.

 

IV – Ensinamentos Práticos

1. A perseverança, um teste do discipulado. A perseverança é o segredo de

vencer qualquer dificuldade, e o segredo da perseverança é permanecer naquilo

que se faz. “Se vós permanecerdes na minha palavra, verdadeiramente sereis

meus discípulos”. A constância é um profundo teste de caráter. Abraão, Davi,

Pedro e outros santos podem ser culpados de fracassos; no entanto, levantaramse

após sua queda e continuaram a seguir ao Senhor. Muitos deslizes na vida

cristã se devem ao fato de os convertidos não prosseguirem na consagração,

afastando-se mais e mais da beira do poço de onde foram retirados por Jesus.

Avançar é a melhor garantia contra as recaídas.

2. A liberdade encara com coragem os fatos. “Somos descendência de Abraão, e

nunca servimos a ninguém”. Estes judeus eram cegos demais para verem a

escravidão e a necessidade espiritual em que jaziam. Quanto a isso,

assemelhavam- se à maioria das pessoas; cada pessoa tem o amor-próprio que

tende a torná-la cega diante de suas próprias fraquezas.

Al Capone tinha fama de criminoso implacável, mas sua própria análise de si

mesmo era: “Dediquei os melhores anos da minha vida oferecendo às pessoas os prazeres mais alegres, ajudando-as a se divertirem”. Poucos criminosos nas

prisões se consideram pessoas más. O desejo se justificarem de se justificar é

enorme!

Por que tantas pessoas não têm a mínima consciência da sua escravidão ao

pecado? Pode ser que nunca tenham compreendido o que é desfrutar da

liberdade espiritual, ou que tanto tempo tenha passado desde a época em que se

sentiam mais limpas de consciência, que a escravidão já lhes pareça algo natural;

podem também sentir, lá no fundo do coração, uma falta de disposição para

enfrentar as responsabilidades que a liberdade acarreta consigo. Narra-se a

história de certo santo que andava pela Itália, pregando e curando os cegos,

aleijados e mudos. Certo dia, o povo de uma aldeia viu dois coxos fugindo

apressadamente. Quando alguém lhes perguntou qual o motivo de tal pressa,

responderam: “O santo vai passar nesta aldeia, e dizem que ele tem poder para

curar os coxos. Se ele nos curasse, o que seria do nosso meio de vida?”

Tempo houve na vida do Filho Pródigo em que ele teria repudiado com

ressentimento a mínima sugestão de ser um escravo; afinal de contas, não tinha

saído de casa para ganhar a liberdade? Mas, certo dia, caiu em si e percebeu sua

verdadeira situação. Foi este o começo da sua libertação.

Quando alguém se dispõe a enfrentar a verdade acerca de si mesmo, a verdade o

libertará.

3. A declaração de independência do cristão. “Se pois o Filho vos libertar,

verdadeiramente sereis livres”. Muitas nações fazem comemorações anuais da

libertação de alguma tirania externa, como o nosso Sete de Setembro, mas o

Novo Testamento vai mais fundo, ao declarar que a pessoa que peca é escrava do

pecado. Esta verdade se percebe facilmente no caso dos pecados mais grosseiros

da carne, pois por eles a alma fica presa em grilhões de aço até nunca mais

desejar a liberdade. Até os antigos gregos, sem a Bíblia, reconheciam esta

verdade, a qual exprimiram na lenda de Circe. Esta, após atrair os homens

mediante seus encantos, para desfrutarem dos prazeres que oferecia,

transformava-os em porcos e lobos. Qualquer pecado, no entanto, tem este poder

de escravizar, especialmente os menos visíveis e mais profundos, a saber, os

pecados secretos da alma.

Compare Paulo, o apóstolo, com o imperador Nero. Qual deles era

verdadeiramente livre: o apóstolo na prisão, com sua alma livre dos grilhões do

pecado, ou o imperador no seu trono, escravo das suas paixões? Com toda a sua

liberdade, o imperador nunca foi um homem livre; com todas as suas prisões, o

apóstolo nunca foi realmente um prisioneiro. Para todos nós, deixou registrada a

seguinte declaração de independência: “Estai pois firmes na liberdade com que

Cristo nos libertou, e não torneis a meter-vos debaixo do jugo da servidão” (Gl

5.1).

A liberdade é a prerrogativa de todo aquele que pertence a Deus. O que foi

escrito com respeito a Israel é verdadeiro com respeito a cada crente: “Assim diz

o Senhor: Israel é meu filho, meu primogênito. E eu te tenho dito: Deixa ir o

meu filho, para que me sirva” (Êx 4.22,23). Estamos desfrutando desta

liberdade, ou continuamos a carregar fardos, quando temos direito a viajar na

condução celestial?

4. A graça não é hereditária. Certo pastor protestante na Itália, cansado de ouvir

os membros da sua congregação ufanarem-se das glórias dos seus antepassados,

disse finalmente: “Vocês são como batatas: a melhor parte de vocês está debaixo

da terra”. Era esta a situação dos judeus mencionados neste trecho bíblico:

queriam aquecer-se no calor irradiado pelo seu pai Abraão, sem levar em conta

que ser um filho de Abraão incluía a responsabilidade de viver como ele.

Deviam ter levado em conta que Ismael também era filho de Abraão, sem,

porém, fazer parte do povo escolhido. A estirpe moral vale mais diante de Deus

do que a estirpe natural.

Muitas pessoas se jactam do seu parentesco, sem se lembrarem que é o caráter

que revela quem são os filhos de Deus, irmãos de Cristo. Você demonstra os

traços e as feições de qual família? (cf. 1 Jo 3.10).

 

 

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Comentários BEP - CPAD

8.7 AQUELE QUE ESTÁ SEM PECADO. Estas palavras não devem ser tidas como uma justificativa de recusa do julgamento do pecado dentro da igreja, ou para tratar com leviandade o fracasso moral de cristãos professos. Agir assim é deturpar a atitude bíblica para com o pecado entre o povo de Deus. (1) O modo da igreja tratar os pecadores inconversos que estão fora dela e seu modo de tratar os que, estando dentro dela, vivem em pecado e desobediência a Cristo, são duas situações diferentes. (2) As Escrituras ensinam que o pecado cometido por aqueles que estão dentro da igreja não deve ser tolerado (Ap 2.20), mas, sim, tratado com repreensão e reprovação severas (Lc 17.3; 1 Co 5.1-13; 2 Co 2.6-8; Ef 5.11; 2 Tm 4.2; Tt 1.13; 2.15; Ap 3.19; ver Mt 13.30 nota sobre disciplina eclesiástica).

 

8.11 NEM EU TE CONDENO. A atitude de Jesus para com essa mulher revela seu propósito redentor para a humanidade (3.16). Ele não a condena como pessoa indigna do perdão, mas a trata com bondade, clemência e paciência, para levá-la ao arrependimento. Há salvação para ela, uma vez que renuncie ao adultério e volte para seu próprio marido (cf. Lc 7.47). (1) Seria, no entanto, mais do que blasfêmia dizer que estas palavras de Cristo mostram que Ele considera trivial o pecado de adultério e a indescritível mágoa e miséria que ele provoca para os pais e seus filhos. (2) O que Cristo ofereceu a essa mulher foi a salvação e o livramento da sua vida de pecado (v. 11). A condenação e a ira de Jesus seriam a porção futura, caso ela recusasse a arrepender-se e ingressar no reino de Deus (Rm 2.1-10).

 

8.12 EU SOU A LUZ DO MUNDO. Jesus é a luz verdadeira (1.9). Ele remove as trevas e o engano, iluminando o caminho certo para Deus e a salvação. (1) Todos que seguem a Jesus são libertos das trevas do pecado, do mundo e de Satanás. Os que ainda andam nas trevas não o seguem (cf. 1 Jo 1.6,7). (2) "Quem me segue" é um gerúndio contendo a ideia de seguir continuamente. Jesus, na realidade, disse "seguir-me continuamente". Ele reconhecia somente o discipulado perseverante (ver João 8.31).

 

8.31 SE VÓS PERMANECERDES NA MINHA PALAVRA. Jesus nunca encorajou seus discípulos a porem sua confiança numa fé ou experiência passadas. É somente quando "vós permanecerdes na minha palavra", que é possível ter a certeza da salvação (c.f. João 15.6; Lc 21.19).

 

8.32 A VERDADE VOS LIBERTARÁ. No contexto da existência e conhecimento humanos, muitas coisas são verdadeiras. Há, no entanto, uma só verdade que libertará as pessoas do pecado, da destruição e do domínio de Satanás a verdade de Jesus Cristo, que se acha na Palavra de Deus. Seguem-se algumas observações a respeito desta verdade: (1) As Escrituras, especialmente a revelação original de Cristo e dos apóstolos do NT, dão testemunho da verdade que nos liberta do pecado, do mundo e do poder demoníaco (ver Ef 2.20). (2) Não é necessário mais revelações de "verdades" para completar o evangelho de Cristo, ou para torná-lo mais adequado. (3) A verdade salvífica é revelada da parte de Deus somente "pelo seu Espírito" (1 Co 2.10); não procede de nenhuma pessoa, nem da sabedoria humana (1 Co 2.12,13).

 

8.36 VERDADEIRAMENTE, SEREIS LIVRES. O não-salvo é escravo do pecado (v. 34; Rm 6.17-20). Escravizado pelo pecado e por Satanás, é forçado a viver segundo as concupiscências da carne e os desejos de Satanás (Ef 2.1-3). (1) O verdadeiro crente, salvo em Cristo com a graça acompanhante do Espírito Santo que nele habita, é liberto do poder do pecado (Rm 6.17-22; 8.1-17). Quando tentado a pecar, ele agora tem o poder de agir de conformidade com a vontade de Deus. Está livre para tornar-se servo de Deus e da justiça (Rm 6.18-22). (2) A libertação da escravidão do pecado é um critério seguro para o crente professo testar e comprovar se a vida eterna habita nele com a sua graça regeneradora e santificadora. Quem vive como escravo do pecado, ou nunca experimentou o renascimento espiritual pelo Espírito Santo, ou experimentou a regeneração espiritual, mas cedeu ao pecado e voltou à morte espiritual, a qual leva à escravidão do pecado (Rm 6.16,21,23; 8.12,13; ver 1 Jo 3.15 nota). (3) Não se quer dizer com isso que os crentes estão livres da guerra espiritual contra o pecado. Durante nossa vida inteira, teremos de lutar constantemente contra as pressões do mundo, da carne e do diabo (ver Gl 5.17; Ef 6.11,12). A plena liberdade da tentação e da atração do pecado terá lugar somente com a redenção completa, quando da nossa morte, ou na volta de Cristo para buscar os

seus fiéis. O que Cristo nos oferece agora é o poder santificador da sua vida, mediante o qual aqueles que seguem o Espírito são libertos dos desejos e paixões da carne (Gl 5.16-24) e capacitados a viverem como santos e inculpáveis diante dEle, em amor (Ef 1.4).

 

8.42 SE DEUS FOSSE O VOSSO PAI. Aqui, Jesus declara um princípio fundamental da salvação, a saber, a evidência de sermos verdadeiros filhos de Deus (i.e., nascidos de novo da parte de Deus) está na nossa demonstração de amor a Jesus. Então, devemos manifestar uma fé sincera e obediente. Do contrário, é falsa a afirmação de sermos filhos de Deus (vv. 31,42; João 10.2-5,14,27,28; 14.15,21).

 

8.44 É MENTIROSO E PAI DA MENTIRA. A mentira é uma destacada característica do diabo. Ele é a fonte geradora de toda a falsidade (Gn 3.1-6; At 5.3; 2 Ts 2.9-11; Ap 12.9). É um pecado totalmente contrário à mente de Deus, que é a verdade (Ap 19.11). A indiferença para com o pecado da mentira é um dos sintomas mais claros da impiedade de uma pessoa. Tal pessoa ainda não nasceu do Espírito (3.6) e está sob a influência de Satanás, como seu pai espiritual (ver 4.24 nota; Ap 22.15).

 

 

 

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Comentário - NVI (F. F. Bruce)

[A mulher surpreendida em adultério (7.53—8.11) é tratada no Comentário Adicional 2; v. p. 1.264],

2) A verdadeira luz e suas implicações (8.12-59)

Nessa seção, chegamos à segunda grande autorrevelação do Senhor que é levada ao clímax pela discussão que segue. v. 12. Eu sou a luz do mundo'. A divisão entre os judeus (cf. 7.43) se devia à cegueira. Jesus declara que ele é a luz da qual a vida é a fonte e que brilha no caminho para uma experiência mais completa com Deus. No início, Deus se manifestou ao trazer a luz (cf. Gn 1.2). A festa das cabanas, além disso, trazia à memória a orientação divina para Israel por meio da coluna de fogo, e uma cerimônia de luzes era realizada que provia iluminação em todo o templo. Na escuridão, Deus é desconhecido. Aquele que segue Jesus emerge da escuridão caótica como o mundo, no princípio, v. 15. eu não julgo ninguém-. Embora ele tenha autoridade para executar julgamento como Filho do homem (cf. 5.27), Jesus o retém (cf. 17.2). A afirmação, provavelmente, explicava a inserção do trecho do adultério que precede essa passagem. E significativo também que o incidente tratava de uma transgressão capital que só era imputável com base no testemunho de diversas testemunhas (cf. Dt 17.6; v. tb. v. 13). v. 16. Mesmo que eu julgue [...] porque não estou sozinho-, A lei judaica exigia evidências de ao menos duas testemunhas (Dt 19.15). Mas, embora o testemunho de Jesus seja irrefutável, eles respondem que não se pode exigir corroboração da evidência de Deus como se ele fosse uma testemunha terrena (cf. v. 19). v. 20. perto do lugar onde se colocavam as ofertas'. A área que continha as caixas de ofertas, provavelmente no pátio das mulheres (cf. Mc 12.41) perto da câmara do Sinédrio, a sua hora\ Cf. 7.30. v. 21. Eu vou embora-. Cf. 7.33. Agora Jesus explica que a sua partida para o Pai vai ter consequências terríveis para alguns (cf. 16.8-11).

v. 22. Será que ele irá matar-se?-. Uma interpretação grosseira das palavras de Jesus. Mas elas são inconscientemente irônicas, pois ele iria, de fato, entregar a sua vida (cf. 10.17). v. 23. Vocês são daqui de baixo'. Ambos os domínios, “o de baixo” e “o de cima”, se encontram na terra, que é, de fato, o cenário do seu conflito. A terminologia pode ser a de um Universo em três patamares, mas é usada no sentido ético para distinguir os domínios do bem e do mal. v. 25. Exatamente o que tenho dito o tempo todo: gr. ho ti kai lalô hymin poderia ser traduzido pelas palavras iniciais “Por que será que eu estou falando com vocês?” (assim a NEB), que se encaixariam com o restante do trecho, v. 28. Quando vocês levantarem o Filho do homem: Embora a idéia de “levantar” esteja geralmente carregada de implicações teológicas (v. comentário de 3.14), aqui isso é menos intenso. Jesus se refere ao ato da crucificação pelos homens, que traria, não obstante, a sua exaltação. A sua morte vai evidenciar a sua obediência. Sua exaltação vai endossar suas declarações messiânicas. Tão diretas e francas foram as palavras de Jesus aqui que muitos creram nele (v. 30). v. 31. Se vocês permanecerem firmes na minha palavra'. Alguns judeus tinham crido nele (gr. pepis-teukotas autõ) de uma maneira que aceitava formalmente o seu ensino. Outros (cf. v. 30, gr. episteusan eis auton) tinham exercido a fé dinâmica e verdadeira nele.

v. 32. e a verdade os libertará'. Somente ao colocar de lado todos os preconceitos, a tradição e a vontade própria, pode um homem ver toda a verdade, especialmente a verdade acerca de si mesmo. v. 33. nunca fomos escravos de ninguém: Esses judeus não estavam negando os fatos evidentes da sua história. Antes, estavam afirmando que a liberdade religiosa sempre lhes tinha sido garantida de alguma forma. v. 35. O escravo não tem lugar permanente na família: Jesus fala, no entanto, de servidão sob o pecado (cf. Rm 6.17). Um filho sempre é livre; um escravo não pode se libertar a si mesmo (cf. Gn 21.9-14). Isaque permaneceu na casa de seu pai, ao passo que Ismael, filho de Hagar, foi posto para fora. v. 36. Portanto, se o Filho os libertar. João reserva o substantivo hyos em relação a Deus somente para Cristo, v. 39. Se vocês fossem filhos de Abraão: Há diversas leituras variantes sugeridas para essa frase. A alternativa principal diz: “Se vocês são filhos de Abraão, então façam as obras de Abraão”. (Mas cf. v. 42, que se encaixa melhor com a formulação anterior.) “Filhos” implica relacionamento de sangue (cf. 1.12), embora João use o plural tekna, e não hyioi, independentemente de implicações mais sutis. v. 40. Abraão não agiu assim: Talvez Jesus esteja pensando na recepção que Abraão deu aos mensageiros de Deus (cf. Gn 18). v. 42. Se Deus fosse o Pai de vocês: Cf. v. 39. Jesus nega aos judeus o direito definitivo de reivindicarem descendência espiritual de Abraão. E tem mais: se alguma nação poderia reivindicar o direito de chamar Deus de Pai, essa nação seria Israel (cf. Os 11.1; Ml

2.10). Mas Jesus se nega a reconhecer até mesmo esse direito, visto que os judeus rejeitaram o único Filho de Deus. Agora seguem duas perguntas severas e irrespondíveis, v. 43. Por que a minha linguagem não é clara para vocês?: É porque eles não conseguem ouvir a mensagem dele. A dificuldade deles é moral, e não intelectual. Assim, o silêncio dos judeus evoca uma das mais severas de todas as censuras de Jesus (v. 44). v. 46. Qual de vocês pode me acusar [gr. elenchei\ de algum pecado?: Ninguém! Então, ele de fato fala a verdade, e o peso da culpa está de forma clara e severa do lado deles pelo que ele disse. Aliás, o Espírito vai convencê-los de pecado mais tarde (cf. 16.8). Mas os ouvidos deles estão moucos porque não pertencem a Deus (v. 47). v. 48. você é samaritano: O forte repúdio às palavras de Jesus os conduziu a sugerir que o fato de ele negar o parentesco dos judeus com Abraão estava fundamentado no preconceito samaritano, e pode bem ser que as palavras de Jesus os lembraram da terminologia de teólogos samaritanos. O termo “samaritano”, no entanto, é mais provavelmente um simples termo de insulto (cf. v. 41).

v. 51. jamais verá a morte: Isso já é loucura, pois Abraão morreu (v. 52). Jesus, no entanto, fala da morte como separação final e irrevogável de Deus. v. 56. Abraão [...] regozijou-se porque veria (gr. êgaliasato hina) o meu dia: Abraão esperou o cumprimento da promessa inicial de Deus (cf. Gn 22.18). ele o viu e alegrou-se-. Alguns comentaristas antigos criam que essa era a visão de Abraão (cf. Gn 15.17-21) da extensão da sua posteridade. Fílon interpretou o riso de Abraão (cf. Gn 17.17) como alegria, e não incredulidade. Outros têm sugerido que Abraão viu a obra de Cristo lá do paraíso. Certamente é antes uma referência àquela penetração no propósito de Deus, pela qual Abraão se alegrou na Palavra de Deus, que agora se tornou carne para que os homens a vissem. Mas como, perguntam os judeus, pode ele saber tanto acerca de Abraão? v. 58. antes de Abraão nascer, Eu Sou!: Isso é uma reivindicação clara de existência eterna.

Que correspondência com o nome inefável foi pretendida no uso que Jesus fez da expressão Eu Sou, precisa permanecer aberto a questionamento. Precisamos lembrar que Jesus está primordialmente respondendo ao sofisma dos judeus concernente à duração da sua vida. Mas que eles viram implicações blasfemas no que ele disse está claro (v. 59); talvez eles tenham discernido um eco de “Eu, o [...] que sou” em Is 41.4 etc. Assim, a conclusão a que o argumento conduziu foi que o tempo de privilégios especiais para os descendentes físicos de Abraão já passara (cf. Mt 3.9). A palavra eterna veio em carne para fundar uma nova comunidade. O povo escolhido é agora constituído de seguidores de Jesus, e as prerrogativas da semente de Abraão passaram para esse novo povo.

 

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Através Da Bíblia Livro Por Livro - Myer Pearlman

 

Os irmãos de Jesus pedem-Lhe que assista à Festa dos Tabernáculos e manifeste as Suas obras ante o po­vo, porque eles raciocinam que se de fato Ele é o Mes­sias, deve fazer uma proclamação pública de Seus di­reitos em vez de permanecer numa aldeia insignifican­te da Galileia (7:1-5). Até então eles não criam que Ele era de fato o que pretendia ser, mas o tempo viu em que creram. Atos 1:14. Jesus responde que a hora em que Ele tem que ir a Jerusalém, não chegou ainda. Mais tarde Ele foi à festa, em oculto, (7:10), para poder evi­tar as caravanas de peregrinos galileus que O reco­nheceriam e talvez fariam uma demonstração pública.

 

Quando Jesus começa a ensinar no templo, o povo admira-se de Suas pregações, porque eles sabem que não tinha frequentado as suas escolas de teologia (7:15). Jesus explica que o Seu ensino vem diretamente de Deus (v. 16) e se alguém está realmente disposto a fa­zer a vontade de Deus, verificará o Seu ensino como ver­dadeiro. Depois defende a Sua sinceridade, demons­trando que não busca a Sua própria glória (v. 18). Olhando no coração deles, vê o seu ódio para com Ele e acusa-os de violarem a Lei de Moisés (v. 19). Em se­guida defende o ato da cura de um homem no dia de sábado (vers. 21-24; comp. Cap. 5). Ao ouvirem Jesus falar tão ousadamente, alguns do povo pensam que pos­sivelmente os chefes O aceitem como o Cristo (v. 26). Outros não podem crer que seja o Messias porque co­nhecem o lugar da Sua residência e Seus pais (v. 27). Jesus reconhece que sabem estas coisas, mas replica que ignoram o fato de que foi enviado por Deus (v. 28).

Alguns, recordando os milagres de Jesus, inclinam-se a crer que é o Messias (v. 31). Os fariseus, ao ouvirem isto, mandam oficiais que O prendem (v. 32). Agora Jesus lhes diz que o seu desejo de livrar-se d’Ele logo será cumprido (v. 33); mas que virá o tempo em que buscarão um libertador e não encontrarão nenhum (v. 34).

 

Durante a Festa dos Tabernáculos era costume dos sacerdotes irem ao tanque de Siloé e tirar água num cântaro de ouro, cantando ao mesmo tempo Isaías

A água então era derramada sobre o altar. Isso era considerado como uma comemoração da água dada no deserto, e era simbólico do derramamento futuro do Espírito sobre Israel.

Provavelmente, foi nesse ponto que Jesus Se pro­clamou como a Fonte das águas vivas, a Rocha ferida da qual o mundo inteiro pode beber (vers. 37-39). Ao ouvirem isto, muitos reconheceram que Ele era o Mes­sias (v. 40), mas outros objetaram que Ele não o podia ser por ter vindo da Galileia. Os oficiais do templo, impressionados e intimidados por Suas palavras majes­tosas, não O prenderam (v. 46). Os fariseus censuram­-nos dizendo que nenhum dos principais acreditou n’Ele, mas somente o povo ignorante (vers. 47-50). Neste pon­to Nicodemos defende o Senhor, e logo os fariseus afir­mam colericamente que segundo as Escrituras nenhum profeta viria da Galileia (7:52). Isto não era certo, por­que tanto Jonas como Elias eram daquela região.
Os escribas e fariseus trazem à presença de Jesus uma mulher apanhada em adultério e perguntam-Lhe se não deveria ser castigada com a pena imposta pela Lei de Moisés. Era uma tentativa para pôr o Senhor num dilema. Se Ele ordenasse que a mulher fosse li­berta, isso seria uma contradição da Sua declaração de que não tinha vindo para destruir, mas sim para cum­prir a Lei de Moisés. Mat. 5:17. Se dissesse que a mu­lher deveria ser apedrejada de acordo com a Lei, pode­ria ser considerado uma contradição de Sua declaração que não tinha vindo para julgar, mas, sim, para salvar os pecadores. Nosso Senhor resolve a questão transfe­rindo o caso para a corte da consciência. Nessa corte, seus inquiridores descobrem que “todos pecaram e estão destituídos da glória de Deus”.
Jesus proclama-Se em seguida a Luz do mundo — um direito verdadeiramente divino (8:12). Os fariseus objetam de que o Seu próprio testemunho não prova a verdade de Suas pretensões (v. 13). Jesus responde que Ele pode dar testemunho de Si mesmo, porque tem um conhecimento perfeito da Sua origem e natureza divinas (v. 14). Refere-se em seguida ao testemunho de Seu Pai (v. 18), isto é, aos milagres pelos quais Deus con­firmou a palavra de Seu Filho. Jesus então acusa os fariseus de ignorância acerca do Pai (v. 19). Apesar de o rejeitarem, dia virá quando buscarão um Messias (v. 21) e não O encontrarão. Diz-lhes que, depois de Sua crucificação e ressurreição, quando o Espírito será der­ramado e obras poderosas realizadas em Seu nome, en­tão eles terão provas em abundância da Sua divindade (v. 28).
Essas declarações fizeram com que muitos do povo cressem n’Ele (8:30), mas Jesus, vendo a fraqueza da sua fé, exorta-os a continuarem em Sua instrução, ins­trução que os libertará completamente do pecado (vers. 31, 32). Alguns dos discípulos escandalizam-se com is­so, porque como judeus consideravam-se homens livres, (v. 33). Jesus explica que a servidão à qual se referiu, é a servidão do pecado (vers. 34-37). Ele lhes mostra que não são semente de Abraão, porque não executam as obras de Abraão, isto é, obras da fé (vers. 37-40). Prova a falsidade da pretensão de serem filhos de Deus (v. 42). Diz-lhes que a sua repugnância à verdade e o ódio em seus corações mostram que são filhos do diabo (v. 44). Desafia-os a ou convencê-lO do pecado ou en­tão crerem em Seus direitos (v. 46). Em consequência da Sua promessa de isenção da morte espiritual para aqueles que crêem n’Ele, é acusado de exaltar-Se sobre Abraão (v. 53). Jesus responde que Abraão previu a Sua vinda (v. 56). Esta declaração surpreende os Ju­deus que não podem compreender como Ele e Abraão se podem conhecer (v. 57). Jesus afirma então a Sua preexistência (v. 58). Os judeus entendem que isto é uma pretensão de igualar-se à Divindade e procuram apedrejá-lO como um blasfemador (v. 59).
A cura de um cego por Jesus num sábado ocasio­na novamente o ódio dos chefes. Depois de uma tenta­tiva de provarem que Jesus é um pecador, são confun­didos pelos argumentos de um pobre homem sem instru­ção, que foi curado (cap. 9).
Provavelmente, para mostrar o contraste entre os falsos pastores que expulsaram o homem da sinagoga e os pastores verdadeiros, Jesus pronuncia o discurso registrado em 10:1-21 (Leia Ezequiel cap. 34). Nos vers. 2 refere-se aos verdadeiros pastores que entram no redil por meio d’Ele mesmo, que é a porta, referindo-se àqueles que têm uma vocação divina. Nos versículos 9, 12, Jesus refere-se evidentemente aos messias e profetas falsos, que enganaram o povo e causaram a sua destruição.
Na Festa da Dedicação, os judeus perguntam a Je­sus se Ele é o Cristo (8:23, 24). Jesus responde que as Suas obras e palavras provam que Ele é o Cristo (v. 25). mas que eles não tinham crido, porque não pertenciam ao Seu rebanho; não obedeceram à voz do Pastor Divino (vers. 26, 27). Jesus descreve em seguida a segurança das Suas ovelhas, e termina com uma declaração de ser Ele um com Deus (v. 30). Os judeus procuram apedre­já-lo por dizer que era igual a Deus. Jesus justifica o Seu direito de chamar-se Filho de Deus por meio de uma citação do Velho Testamento. Ele afirma que naqueles dias os príncipes e juizes às vezes eram chama­dos deuses (vers. 34, 35; Sal. 82:6). Assim, pois, se juizes injustos, representantes temporários de Deus, fo­ram chamados deuses, por que Ele, o Juiz justo e eter­no, não podia ser chamado Filho de Deus? (v. 36). Ele diz que eles não precisam crer n’Ele se as Suas obras não forem divinas (vs. 37. 38).
A sensação causada pela ressurreição de Lázaro (cap. 11) reúne os sacerdotes e fariseus num concilio com o propósito de determinar a morte de Jesus (11:47). Caifás deseja libertar-se de Jesus por razões políticas. Argumenta que, se for permitido a Jesus continuar o Seu ministério, a Sua popularidade causará um tumulto popular que despertará as suspeitas dos romanos e re­sultará na perda do poder e ofício dos regentes e em ca­lamidade para a nação. Assim sendo, ele argumenta: é melhor que um só homem sofra, em lugar de uma na­ção inteira (vers. 49, 50). Isto é o que êle quer dizer por suas palavras, no versículo 50, mas Deus lhe confe­riu o significado de profecia da morte expiatória do Messias (vers. 51, 52).
O capítulo 12, registra dois acontecimentos men­cionados pelos outros Evangelistas: a unção de Jesus e a entrada triunfal. Durante a Festa da Páscoa, uma petição de alguns gentios que desejam vê-LO (12:20), evoca uma profecia da Sua morte, que traria a salvação ao mundo gentílico (v. 24). Depois Ele marca o cami­nho que os Seus discípulos deviam seguir — o da abnega­ção e até da morte (vers. 25, 26). Embora a ideia de uma morte vergonhosa Lhe seja extremamente repulsiva, Ele não recua (v. 27). Anuncia que a Sua morte será o juízo do mundo (v. 31), a derrota de Satanás (v. 31), e o meio de atrair a humanidade enferma do pecado (v. 32). O capítulo 12:37-41 registra o resultado geral do ministério de Cristo a Israel — rejeição da luz, se­guida por cegueira espiritual da sua parte. Os últi­mos versículos deste capítulo contêm o último apelo de Jesus à nação.
 
 
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Escrita Lição 5, CPAD, A Verdade Que Liberta, 2Tr25, Com. Extra Pr. Henrique, EBD NA TV
Para nos ajudar PIX 33195781620 (CPF) Luiz Henrique de Almeida Silva
 
ESBOÇO DA LIÇÃO
I – JESUS, A VERDADE EM  JERUSALÉM 
1. Da Galileia para Jerusalém.
2. A verdade na Festa dos Tabernáculos.
3. Vivendo na verdade.
II – JESUS, A VERDADE DIANTE DOS ESCRIBAS E FARISEUS
1. A verdade no episódio da mulher adúltera.
2. JESUS, a Verdade revelada.
3. A Verdade que o mundo precisa conhecer.
III – JESUS, A VERDADE QUE LIBERTA O PECADOR
1. A verdade que liberta.
2. O que é a verdade?
3. Verdadeiramente livres.
 
 
TEXTO ÁUREO
“E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará.”  (Jo 8.32)
 
VERDADE PRÁTICA
O Verbo Divino representa a Verdade que se manifesta na história para libertar o pecador.
 
LEITURA DIÁRIA
Segunda - Mt 20.18; Jo 8.20 A consciência de JESUS a respeito de sua hora
Terça - Jo 7.16 A doutrina de JESUS, a verdade do Pai
Quarta - Jo 8.14 A verdade sobre si mesmo
Quinta - Jo 14.6 JESUS é a verdade encarnada
Sexta - Jo 8.31,32 A verdade que o mundo precisa conhecer
Sábado - Jo 8.41-47 JESUS testifica de si mesmo como a Verdade do Pai
 
 
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE - João 7.16-18, 37,38; 8.31-36
João 7
16 - JESUS respondeu e disse-lhes: A minha doutrina não é minha, mas daquele que me enviou.
17 - Se alguém quiser fazer a vontade dele, pela mesma doutrina, conhecerá se ela é de DEUS ou se eu falo de mim mesmo.
18 -  Quem fala de si mesmo busca a sua própria glória, mas o que busca a glória daquele que o enviou, esse é verdadeiro, e não há nele injustiça.
37 - E, no último dia, o grande dia da festa, JESUS pôs-se em pé e clamou, dizendo: Se alguém tem sede, que venha a mim e beba.
38 - Quem crê em mim, como diz a Escritura, rios de água viva correrão do seu ventre.
João 8
31 - JESUS dizia, pois, aos judeus que criam nele: Se vós permanecerdes na minha palavra, sereis meus discípulos.
32 - E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará.
33 - Responderam-lhe: somos descendência de Abraão, e nunca serviremos a ninguém; como dizes tu: Sereis livres?
34 - Respondeu-lhes JESUS: Em verdade, em verdade vos digo que todo aquele que comete pecado é servo do pecado.
35 - Ora, o servo não fica para sempre em casa; o Filho fica para sempre.
36 - Se, pois, o Filho vos libertar, verdadeiramente, sereis livres.
 
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HINOS SUGERIDOS:  116, 235, 261 da Harpa Cristã
 
PLANO DE AULA
1. INTRODUÇÃO
Esta lição apresenta JESUS como a Verdade que traz liberdade, demonstrando que Ele a personifica por meio das suas palavras e ações. Vamos analisar como JESUS revelou a Verdade em Jerusalém, desafiando as interpretações errôneas da Lei. Iremos observar o modo como Ele confrontou os escribas e fariseus, expondo os seus erros religiosos. Finalmente, examinaremos de que forma JESUS liberta o pecador, proporcionando verdadeira liberdade espiritual. Esse enfoque permitirá uma melhor compreensão do papel fundamental de CRISTO como fonte de libertação para aqueles que pecam.
2. APRESENTAÇÃO DA LIÇÃO
A) Objetivos da Lição: I) Explicar a Verdade em JESUS desde sua saída da Galileia para Jerusalém; II) Descrever JESUS como a Verdade diante dos fariseus; III) Pensar em JESUS como a Verdade que liberta o pecador.
B) Motivação: A procura pela verdade é uma necessidade universal e atemporal. Com o ensinamento desta semana, podemos perceber que o Senhor JESUS oferece a Verdade absoluta que transforma e liberta a vida do pecador. Dessa forma, por meio dessa liberdade, as nossas vidas são profundamente impactadas tanto de maneira prática quanto eterna.
C) Sugestão de Método: Para dar início à aula, motive os alunos a pensarem sobre o que é a liberdade, perguntando: 'Segundo a Bíblia, o que significa realmente ser livre?' Oriente a conversa de forma a demonstrar que a verdadeira liberdade ultrapassa a simples ausência de restrições externas, uma vez que a liberdade conforme ensinada pela Bíblia implica libertação do domínio do pecado e das suas mentiras. Assim, apresente JESUS como a encarnação da Verdade, que desafia as ilusões do pecado e liberta quem peca. Destaque que os três tópicos da lição exploram como JESUS revelou a Verdade em diversas circunstâncias, sublinhando que somente por meio dEle podemos vivenciar uma verdadeira liberdade espiritual.
3. CONCLUSÃO DA LIÇÃO
A) Aplicação: A verdadeira liberdade encontra-se em CRISTO. Ele nos liberta do pecado e da escravidão espiritual. Por meio dEle, devemos esforçar-nos para viver em obediência à sua Palavra, refletindo a verdade de CRISTO nas nossas ações e proclamando essa libertação a outros.
4. SUBSÍDIO AO PROFESSOR
A) Revista Ensinador Cristão. Vale a pena conhecer essa revista que traz reportagens, artigos, entrevistas e subsídios de apoio à Lições Bíblicas Adultos. Na edição 101, p.38, você encontrará um subsídio especial para esta lição.
B) Auxílios Especiais: Ao final do tópico, você encontrará auxílios que darão suporte na preparação de sua aula: 1) O texto "A Festa de Tabernáculos", localizado após o primeiro tópico, contextualiza o capítulo 7 de João; 2) No final do terceiro tópico, o texto "A Verdade Liberta" aprofunda a reflexão doutrinária a respeito de João 8.32.
 
PALAVRA-CHAVE - LIBERDADE
 
COMENTÁRIO – INTRODUÇÃO 
O Senhor JESUS simboliza a verdade que é apresentada no Evangelho de João. Neste estudo, iremos explorar a manifestação do Senhor como a Verdade em Jerusalém, a resistência dos escribas e fariseus a essa verdade e, por fim, o poder da verdade que oferece liberdade ao pecador. Compreender JESUS como a verdade encarnada de DEUS está ligado à verdadeira vida e liberdade em CRISTO.
 
I – JESUS, A VERDADE EM  JERUSALÉM 
1. Da Galileia para Jerusalém   
O capítulo 7 do Evangelho de João revela que JESUS estava na Galileia e não se dirigia a Jerusalém, pois os judeus planejavam matá-lo (Jo 7.1). Apesar dos conselhos dos seus irmãos para que subisse a Jerusalém, JESUS tinha plena consciência de que não era sob a influência deles que Ele iria a cidade santa, mas sob a orientação do Pai (Jo 7.5,6). Assim, em obediência ao Pai em todas as situações (Jo 5.19,20; 6.38; 8.29), JESUS subiu discretamente a Jerusalém durante a Festa dos Tabernáculos (Jo 7.10,14). Ao afirmar que o seu “tempo” ainda não havia chegado, JESUS referia-se ao momento em que se entregaria aos seus inimigos e seria crucificado, morto e sepultado para cumprir a justiça divina: “Eis que vamos para Jerusalém, e o Filho do Homem será entregue aos príncipes dos sacerdotes e aos escribas, e condená-lo-ão à morte” (Mt 20.18; Jo 8.20).
 
2. A verdade na Festa dos Tabernáculos    
Nos versículos 10 a 13, JESUS evitou o assédio do povo até que, durante a festa, subiu ao Templo e começou a ensinar (Jo 7.14). Ele estava ciente de que havia uma divisão de opiniões sobre Ele entre as pessoas. Por isso, afirmou: “A minha doutrina não é minha, mas daquele que me enviou” (Jo 7.16). Muitos acreditavam que JESUS era um grande profeta, mas não o Messias. No entanto, quem se encontrava ali diante deles era o Verbo encarnado de DEUS. Ele era realmente o Filho de DEUS e tudo o que ensinava continha a única verdade que o mundo desconhecia. Apenas o Filho de DEUS poderia declarar: “Eu sou a verdade” (Jo 14.6).
 
3. Vivendo na verdade        
Os versículos 16 a 19 referem-se à doutrina que JESUS transmitia. Esta doutrina provinha do Pai, e para cumprir a sua vontade era necessário entender a verdade revelada pelo Pai em CRISTO (v.17). O Senhor JESUS é a Verdade, a mesma verdade que se manifestou em Jerusalém, que esteve presente na Festa dos Tabernáculos e que, através do ESPÍRITO SANTO, se faz presente entre nós hoje. Por isso, Ele nos convoca não só a conhecer, mas também a viver essa verdade. 
 
SINÓPSE I - JESUS encontrava-se na Galileia e, sendo a Verdade revelada de DEUS, dirigiu-se a Jerusalém.
 
AUXÍLIO BÍBLICO-TEOLÓGICO - A FESTA DE TABERNÁCULOS 
“João 7.1 a 10.21 pertence à Festa dos Tabernáculos, embora só os capítulos 7 e 8 lidem especificamente com a festa. Contudo, nenhum sinal milagroso acontece nestes dois capítulos; o sinal para a Festa dos Tabernáculos é a cura do cego no capítulo 9 — sua visão restaurada é a chegada da luz (tema na Festa dos Tabernáculos). Também a alegoria do bom pastor em João 10.1-20 dimana da discussão sobre a cura do cego no capítulo 9. Em outras palavras, esta seção em João contém um sinal dentro de uma narrativa extensa que explica o significado de JESUS e a Festa dos Tabernáculos. JESUS cumpre e muda as expectativas do fim do tempo da festa, trazendo a salvação de DEUS para o mundo. Ele dá a água da vida (ou seja, o ESPÍRITO) e a revelação de DEUS (a luz)” (Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento. Vol. 1. Rio de Janeiro: CPAD, 2024, p.528).
 
II – JESUS, A VERDADE DIANTE DOS ESCRIBAS E FARISEUS
1. A verdade no episódio da mulher adúltera
No capítulo 8 do Evangelho de João, a Verdade, representada pelo Senhor JESUS, é posta à prova pelos líderes judeus. Enquanto Ele ensinava uma multidão ansiosa por mais milagres no pátio do Templo, os escribas e fariseus trouxeram-lhe uma mulher apanhada em adultério para ser julgada publicamente (Jo 8.3-5). De acordo com a Lei, a mulher deveria ser apedrejada e, por isso, questionaram JESUS sobre o caso, acusando-o de contrariar a Lei. O nosso Senhor respondeu: “Aquele que dentre vós está sem pecado seja o primeiro que atire pedra contra ela” (Jo 8.7). Ninguém teve coragem de lançar uma pedra contra aquela mulher. A verdade que CRISTO nos traz revela a consciência das nossas faltas. Assim, quando somos impactados por essa verdade, encontramos libertação dos nossos pecados.
 
2. JESUS, a Verdade revelada  
O episódio da mulher apanhada em adultério ilustra a resistência dos escribas e fariseus em aceitar a verdade que JESUS representa. Isso nos permite concluir que, independentemente do grau de resistência que o ser humano possa manifestar, nada consegue obstruir a verdade de JESUS. Não é por acaso que Ele próprio declarou: “Disse-lhe JESUS: Eu sou o caminho, e A VERDADE, e a vida. Ninguém vem ao Pai senão por mim” (Jo 14.6 – grifo nosso). Esta verdade não é apenas genérica; é uma verdade encarnada. Também não se trata de um caminho qualquer, mas sim do único caminho para alcançar DEUS. O nosso Senhor é a Verdade única de que todos precisamos.
 
3. A Verdade que o mundo precisa conhecer   
Muitas pessoas procuram a verdade na filosofia através de um conjunto ético que guie as suas vidas. Outras examinam essa verdade na lógica, utilizando a ciência como forma de compreender o mundo. Há ainda quem busque a verdade no esoterismo. A realidade é que o mundo carece do entendimento da Verdade única, que se manifesta como uma realidade divina, plena em DEUS, que se separa deste mundo enquanto mantém uma relação com os seus habitantes (Cl 2.9,10). Isso só pode ser alcançado por meio de uma conexão viva com a Pessoa bendita de JESUS, o nosso Salvador.
 
SINÓPSE II - JESUS é a Verdade que expôs à consciência dos escribas e fariseus os seus pecados.
 
III – JESUS, A VERDADE QUE LIBERTA O PECADOR
1. A verdade que liberta    
A passagem de João 8.31-38 está intimamente relacionada com o relato da mulher adúltera. Assim, a vida do pecador que se arrepende estará garantida se realmente permanecer em JESUS (Jo 8.31). Dessa maneira, o pecador alcançará o conhecimento da verdade e, por meio dela, será libertado da servidão do pecado (vv.34,36). Portanto, o encontro com a Verdade que é CRISTO rompe todas as correntes do pecado. O Senhor JESUS CRISTO é aquEle que proporciona verdadeira libertação à vida do pecador. 
 
2. O que é a verdade   
No Evangelho de João, fica evidente que a “verdade” referida não se relaciona com a verdade filosófica, ou seja, com os conceitos de verdade debatidos nas obras de filosofia. A verdade mencionada em João é aquela que liberta o ser humano do domínio do pecado, manifestada e revelada na figura de JESUS (Jo 14.6). Essa verdade proporciona libertação, restauração e uma nova vida para aqueles que se aproximam dEle. Em JESUS, alcançamos a verdadeira liberdade.
 
3. Verdadeiramente livres   
As Escrituras Sagradas revelam a verdadeira natureza do ser humano distante de DEUS: “Pelo que, como por um homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado, a morte, assim também a morte passou a todos os homens, por isso que todos pecaram” (Rm 5.12). Desta forma, a Bíblia mostra que toda a humanidade está cativa pelo pecado e sob o poder do Inimigo. Assim, aqueles que verdadeiramente são livres estão inclinados às coisas do ESPÍRITO; Satanás não consegue exercer influência sobre eles; o poder de DEUS, por meio da ação do ESPÍRITO SANTO, revela-se gloriosamente em nosso caráter (2 Co 5.17; Ef 2.1-7). A verdadeira liberdade em CRISTO está ligada à nossa semelhança com Ele enquanto ainda vivemos neste mundo.
 
SINÓPSE III - JESUS é a Verdade que proporciona liberdade à vida do pecador.
 
AUXÍLIO BÍBLICO-TEOLÓGICO  - A VERDADE LIBERTA
“O versículo 32 introduz mais consequências e liga sua condição atual com o futuro. ‘E conhecereis a verdade’ aponta para o momento no qual o ESPÍRITO regenera estes discípulos, trazendo revelação e a capacidade para tanto. O novo nascimento é uma experiência reveladora. ‘Conhecereis’ aqui é uma experiência espiritual, que causa impacto no modo como a pessoa entende toda a realidade. Através da regeneração, a pessoa se torna nova e tem uma nova cosmovisão. A experiência espiritual de ‘conhecer’ (não cognitiva ou intelectual), produzida pelo ESPÍRITO, resulta em liberdade. Mas liberdade de quê? Da natureza pecadora, a qual não mais domina sobre o pecador escravizado”
[...] A verdade libertou o crente. Em João, a liberdade do pecado, seu poder e sua influência é consequência do novo nascimento. Liberdade também significa que o crente passou da condenação para a vida. JESUS fez expiação pelo pecado do mundo, trazendo uma vitória especial e comprada com o sangue. A morte já não tem poder — a vida eterna agora domina” (Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento. Vol. 1. Rio de Janeiro: CPAD, 2024, p.545). 
 
CONCLUSÃO
A verdadeira liberdade só pode ser encontrada em CRISTO. Portanto, aqueles que conhecem a CRISTO e se mantêm na sua verdade não estão mais aprisionados pelo domínio do pecado ou de Satanás. A verdade de CRISTO proporciona uma autêntica liberdade dentro de nós. Por isso, é urgente que o mundo venha a conhecer a CRISTO. Não existe solução para o mundo sem levar em conta a mensagem e a obra do Senhor JESUS.
 
REVISANDO O CONTEÚDO
1. A que se referia JESUS ao afirmar que o seu “tempo” ainda não tinha chegado?
Ao afirmar que o seu “tempo” ainda não havia chegado, JESUS referia-se ao momento em que se entregaria aos seus inimigos e seria crucificado, morto e sepultado para cumprir a justiça divina.
2. O que ocorre quando somos impactados pela Verdade que é CRISTO?
A verdade que CRISTO nos traz revela a consciência das nossas faltas. Assim, quando somos impactados por essa verdade, encontramos libertação dos nossos pecados.
3. De acordo com a lição, o que o mundo precisa saber?
A realidade é que o mundo carece do entendimento da Verdade única, que se manifesta como uma realidade divina, plena em DEUS, que se separa deste mundo enquanto mantém uma relação com os seus habitantes (Cl 2.9,10).
4. Em que momento a vida do pecador está protegida?
A vida do pecador que se arrepende estará garantida se realmente permanecer em JESUS (Jo 8.31).
5. No que diz respeito ao pecado, o que revela a Bíblia?
A Bíblia mostra que toda a humanidade está cativa pelo Pecado e sob o poder do Inimigo.
 
LEITURAS PARA APROFUNDAR
A Obra da Salvação; A Doutrina da Graça