Pr. Henrique EBD NA TV 99 99152-0454

Pr. Henrique EBD NA TV 99 99152-0454

Escrita Lição 3, Betel, Participando com consciência e alegria da manutenção, 2Tr25, Pr Henrique, EBD NA TV,

Escrita, Lição 3, Betel, Participando com consciência e alegria da manutenção do serviço, 2Tr25, Com. Extras Pr. Henrique, EBD NA TV

Para nos ajudar PIX 33195781620 (CPF) Luiz Henrique de Almeida Silva

 


EBD Revista Editora Betel | 2° Trimestre De 2025 | TEMA: MORDOMIA CRISTà– A Gratidão e Fidelidade na Administração dos Recursos que DEUS nos Confiou  | Escola Bíblica Dominical 

 

ESBOÇO DA LIÇÃO

1- A CONSTRUÇÃO DO TABERNÁCULO

1.1. Onde a glória de DEUS se manifestava 

1.2. As ofertas voluntárias   

1.3. A alegria em contribuir 

2- A RESTAURAÇÃO DO TEMPLO

2.1. A restauração do Templo nos dias do rei Joás  

2.2. A restauração do Templo nos dias do rei Ezequias

2.3. A restauração do Templo nos dias de Josias

3- O CUIDADO COM A CASA DE DEUS

3.1 . O chamado de DEUS 

3.2. Devemos honrar a DEUS com os nossos bens 

3.3. O cuidado com a Casa de DEUS reflete quem somos

 

TEXTO ÁUREO

“E veio todo homem, a quem o seu coração moveu, e todo aquele cujo espírito voluntariamente o estimulou, e trouxeram a oferta alçada ao Senhor para a obra da tenda da congregação, e para todo o seu serviço, e para os vestidos santos”, Êxodo 35.21

 

VERDADE APLICADA

Como povo de DEUS, somos convocados a participar da manutenção dos locais de culto com nossas contribuições financeiras e nosso trabalho.

 

OBJETIVOS DA LIÇÃO

Reconhecer que devemos cuidar da Casa de DEUS.
Saber que as ofertas geram bênçãos para o ofertante
Ressaltar que DEUS honra os que O honram.

 

TEXTOS DE REFERÊNCIA - 1 CRÔNICAS 29
3 E ainda, de minha própria vontade para a casa de meu DEUS, o ouro e prata particular que tenho de mais eu dou para a casa do meu DEUS, afora tudo quanto tenho preparado para a casa do santuário:
4 Três mil talentos de ouro, do ouro de Ofir, e sete mil talentos de prata purificada, para cobrir as paredes das casas;
5 Ouro para os vasos de ouro, e prata para os de prata, e para toda obra de mão dos artífices. Quem, pois, está disposto a encher a sua mão, para oferecer hoje voluntariamente ao Senhor?
6 Então os chefes dos pais, e os príncipes das tribos de Israel, e os capitães dos milhares e das centenas, e até os capitães da obra do rei, voluntariamente contribuíram.

 

LEITURAS COMPLEMENTARES

SEGUNDA | 1 Sm 2.30b Os que honram a DEUS serão honrados.
TERÇA | 1Sm 15.22 Obedecer é melhor do que sacrificar
QUARTA | 1Cr 29.17 As ofertas para a construção do Templo
QUINTA | Sl 23.1 O Senhor é meu pastor, nada me faltará.
SEXTA | Mc 12.30 Devemos amar a DEUS de todo o coração.
SÁBADO |Ef 1.3 DEUS nos abençoou com bênçãos espirituais


HINOS SUGERIDOS: 290, 291, 432

 

MOTIVO DE ORAÇÃO

Ore para que possamos confiar mais em DEUS do que nas riquezas desta terra.

 

))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))

SUBSÍDIOS DE REVISTAS ANTIGAS DA CPAD e livros diversos

))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))  

 

Lição 1, Tabernáculo, Um Lugar Da Habitação De DEUS

2º Trimestre de 2019 - O Tabernáculo - Símbolos da Obra Redentora de CRISTO - Comentário: Elienai Cabral

  

Slides - http://ebdnatv.blogspot.com/2019/04/slides-licao-1-tabernaculo-um-lugar-da.html

Vídeo - https://www.youtube.com/watch?v=PMmvv8FbP6k  

SlideShere -  https://www.slideshare.net/henriqueebdnatv/slideshere-lio-1-tabernculo-um-lugar-da-habitao-de-deus-2tr19-pr-henrique-ebd-na-tv  


LEITURA BÍBLICA EM CLASSE - Êxodo 25.1-9
1 - Então, falou o SENHOR a Moisés, dizendo:2 - Fala aos filhos de Israel que me tragam uma oferta alçada; de todo homem cujo coração se mover voluntariamente, dele tomareis a minha oferta alçada. 3 - E esta é a oferta alçada que tomareis deles: ouro, e prata, e cobre, 4 - e pano azul, e púrpura, e carmesim, e linho fino, e pelos de cabras, 5 - e peles de carneiros tintas de 
vermelho, e peles de texugos, e madeira de cetim, 6 - e azeite para a luz, e especiarias para o óleo da unção, e especiarias para o incenso, 7 - e pedras sardônicas, e pedras de engaste para o éfode e para o peitoral. 8 - E me farão um santuário, e habitarei no meio deles.9 - Conforme tudo o que eu te mostrar para modelo do tabernáculo e para modelo de todos os seus móveis, assim mesmo o fareis.


Resumo da Lição 1, Tabernáculo, Um Lugar Da Habitação De DEUS

I – A PARCERIA DE DEUS COM SEU POVO PARA A CONSTRUÇÃO DO TABERNÁCULO* (Êx 25.1-7)
1. Por que construir um Tabernáculo no deserto?

2. A materialização da obra de DEUS (Êx 25.1,2).

3. Três verdades bíblicas que o ofertante deve saber (Êx 25.2):

II – O TABERNÁCULO FOI UM PROJETO DE DEUS (Êx 25.8,9)
1. DEUS arquitetou o Tabernáculo (Êx 25.8).

2. O Tabernáculo foi um projeto de DEUS.

3. O plano térreo do Tabernáculo (25.9).

III – A RELAÇÃO TIPOLÓGICA ENTRE O TABERNÁCULO E A IGREJA 
1. A importância dos aspectos tipológicos do Tabernáculo.

2. A Igreja de CRISTO é o Tabernáculo de DEUS na Terra.

 

 

Introdução

Seria difícil encontrar um único tópico de importância do Velho Testamento, ou mesmo do Novo, que não esteja exemplificado no livro de Êxodo. Muitos dos temas, usados posteriormente na Bíblia, surgem realmente neste livro, na interpretação da experiência de Israel, através dos grandes acontecimentos que levaram à sua organização como povo e nação. Nesta Introdução Teológica consideraremos alguns pontos importantes relacionados com a natureza de DEUS. Nosso tratamento não visa esgotar o assunto; procura apenas ser uma parca introdução às riquezas teológicas do livro. Mais precisamente estudaremos o Tabernáculo como busca e manutenção da presença de DEUS entre seu povo, sempre tendo em mente que JESUS CRISTO, DEUS mesmo esteve na Terra e nos proporcionou sermos tornados templos do ESPÍRITO SANTO. Por meio de JESUS CRISTO, DEUS está presente na Terra em nós e através de nós.

 


O DEUS cuja ira pode ser evitada
YHWH é também o DEUS cuja ira pode ser desviada. O arrependimento, muitas vezes bem superficial, como o de Faraó, pode evitá-la, bem como o pode a oração intercessória (8:8). A oferta pelo pecado também pode desviá-la (29:10-14), embora Levítico seja mais rico em exemplos deste último caso. O supremo exemplo da ira de DEUS sendo evitada é aquele da nobre oração intercessória de Moisés depois do episódio do bezerro de ouro (32:32), em que ele se identifica com seu povo, mostrando-se disposto a participar até do castigo que eles mereciam (compare Paulo em Romanos 9:3). Se examinarmos o conteúdo da oração de Moisés (32:11-14) veremos a peculiaridade da fé israelita. Moisés faz seu apelo a DEUS com base em Sua natureza, revelada no ato redentor recém-acontecido e na promessa de bênção a Israel. Muitos anos antes disso, em sua oração em favor de Sodoma, Abraão já fizera o mesmo (Gn 18:22-33). Não se trata de um perdão extorquido a alguém que não está disposto a concedê-lo: é a reivindicação do amoroso propósito que DEUS já havia revelado. Quando lemos, mais adiante, sobre a revelação que YHWH faz de Sua própria natureza, vemos que Ele não é um DEUS que Se alegra com a ira e o castigo: Seu prazer está em demonstrar misericórdia (34:6), como fica bem patente em outras partes do Velho Testamento (Ez 18:23). O oferecer uma oração intercessória (às vezes simbolizada pelo incenso, Nm 16:46) em favor da nação pecaminosa é considerado um ato de "propiciação” (32:30). Até mesmo uma oferta em dinheiro ao tesouro sagrado pode ser considerada expiação (30:16), uma oferta propiciatória, aceita como resgate pela vida.


Embora, como dissemos acima, a ira de DEUS possa ser "propiciada” através da oração intercessória, o uso normal do conceito "propiciação” (normalmente uma forma intensiva do verbo hebraico kãpar, que significa cobrir, está relacionado ao sacrifício animal visto como oferta pelo pecado. Êxodo contém vários casos em que tal sacrifício, e especialmente o sangue derramado em tais sacrifícios, é apresentado como "propiciação” em favor de Arão e de seus filhos (29:35,36), ou mesmo em favor de objetos inanimados como o altar (29:37). Assim, o princípio que é claramente apresentado em Levítico (Lv 17:11) se encontra perfeitamente implícito em Êxodo. O sangue derramado, simbolizando a vida sacrificada, é o que faz "propiciação” sobre o altar e desvia a ira de DEUS. Em 29:36, a "propiciação” é diretamente relacionada à "oferta pelo pecado” , de modo que o significado do termo "propiciação” é bem claro; no entanto, "propiciação” ou "expiação” (como o termo é traduzido algumas vezes) também parece apresentar em Êxodo o conceito de "consagração” para um uso ou tarefa particular (29:37). À medida que o Velho Testamento progredia, o conceito de propiciação por meio de uma oferta pelo pecado continuou acabando por tornar-se um sistema bastante complexo ao tempo do Templo em Jerusalém, estendendo-se a todas as áreas da vida. Resta muito pouca dúvida quanto ao fato de que o conceito de propiciação por sacrifício se origina no princípio da substituição, encontrado já desde o tempo de Abraão (Gn 22:13). Para os israelitas todo e qualquer sacrifício se originava em DEUS (Lv 17:11). Era Ele quem ordenava e aceitava a oferta pelo pecado que tornava possível a propiciação, tal como Ele mesmo havia fornecido o carneiro para Abraão (Gn 22:8). Essa oferta, tal como a oração de Moisés em favor de seu povo, não era a extorsão do perdão a um DEUS que não se dispunha a concedê-lo; era um meio de acesso a Ele por Ele mesmo graciosamente concedido. Além do mais, os sacrifícios não eram de efeito automático: uma boa ilustração é o fato de que o indivíduo não poderia cometer pecado "atrevidamente” (lit. "com a mão estendida” , Nm 15:27-31), ou seja, uma rebelião deliberada e aberta contra DEUS, pensando que mais tarde sempre poderia comprar o perdão através de sacrifícios. Para tal indivíduo o sacrifício de nada valia. E mesmo dentro do contexto do Velho Testamento os santos já percebiam que não era o sacrifício em si que aplacava a ira de DEUS, mas o coração contrito que o sacrifício devia representar (SI 51:16,17).
O uso mais interessante do verbo "propiciar” em Êxodo é o substantivo dele derivado, kappõret (traduzido como "propiciatório” ), usado como o nome da cobertura da arca (37:6). Dizer que alguns comentaristas traduzem a palavra simplesmente como "tampa” , baseados no sentido literal da raiz, "cobrir” , nada mais é que ser fiel aos fatos.
Se, porém, a palavra realmente significa "lugar de propiciação” ou "lugar onde o pecado é coberto” (como o termo grego hilastêrion parece sugerir), temos aqui outra expressão do interesse divino em desviar a Sua ira de sobre o homem. A arca era aquele lugar especial em que DEUS prometera vir ao encontro do homem (25:22) e onde Ele lhes prometera falar. Essa "cobertura” da arca era vista como o próprio trono de DEUS (SI 99:1), coberto pelas asas dos querubins (25:20), o lugar (se pudermos usar o termo reverentemente) da própria presença de DEUS. Sem qualquer dúvida, era esta a razão por que a arca era considerada o símbolo da presença de DEUS. O profundo valor da arca se vê pelo lugar que ocupava no "lugar santíssimo” dentro do Tabernáculo (40:21) e pela sua função em guiar a Israel, quer fosse durante sua marcha no deserto (Nm 10:33) ou na frente de batalha (Nm 10:35). Assim, no coração do conceito da presença de DEUS com Israel jazia a ideia da propiciação e do perdão, oferecidos e garantidos por DEUS em favor de Seu povo tão pecaminoso.
É a predisposição divina em perdoar. Há apoio linguístico e uma verdade teológica, perfeitamente discernível em todo o Velho Testamento.

JESUS veio para propiciação pelos nossos pecados.

E ele é a propiciação pelos nossos pecados, e não somente pelos nossos, mas também pelos de todo o mundo. 1 João 2:2
Ao qual DEUS propôs para propiciação pela fé no seu sangue, para demonstrar a sua justiça pela remissão dos pecados dantes cometidos, sob a paciência de DEUS; Romanos 3:25
Nisto está o amor, não em que nós tenhamos amado a DEUS, mas em que ele nos amou a nós, e enviou seu Filho para propiciação pelos nossos pecados. 1 João 4:10

 

O DEUS que é transcendente
YHWH é um DEUS que não pode ser diretamente experimentado em Sua plenitude pelo homem mortal. A expressão clássica desta verdade se encontra em 33:20: "homem nenhum verá a minha face e viverá” . Embora DEUS não possa ser experimentado diretamente, podemos conhecer algo de Sua presença. Ele é um DEUS de "glória” ; uma expressão típica de Êxodo é "a glória do Senhor apareceu na nuvem” (16:10). A palavra hebraica kãhôd (cujo significado literal é "peso”, e por metáfora "dignidade” ) é uma das palavras usadas para denotar a presença de DEUS quando manifesta aos homens. Normalmente traz consigo, não apenas o conceito do esplendor de DEUS, mas também algo de Sua temível grandeza, como nesta ocasião. O homem mortal deve temer ao presenciar a glória de DEUS, tal como Israel temeu ao ver, simplesmente, a glória refletida a brilhar no rosto de Moisés, quando ele retornou de seu período de comunhão com DEUS no alto do Sinai (34:39-35). Até onde possamos determinar, um certo brilho estava associado a essa glória. Em 24:17, a glória divina sobre o Sinai é comparada a um "fogo consumidor” que aparecia em meio à nuvem negra. Certamente uma ideia semelhante era transmitida pelo termo "shekinah”, de origem mais recente (literalmente "habitação” ), usado para descrever o símbolo visível da presença de DEUS no Tabernáculo ou no Templo. O elo entre "glória” e "habitação” é o fato de que a "glória” de DEUS "habita” o Tabernáculo depois de este ser completado (40:34). As vezes, portanto, DEUS revela Sua glória para demonstrar Seu favor, como neste caso; em outras ocasiões, contudo, ela demonstra Sua ira (J6:10). Fogo pode ser comparada à dupla atividade divina em salvação e juízo. DEUS recebe glória em seu povo e através dele (Isaías 49:3), mas também recebe glória destruindo Faraó e seu exército (14:4). A palavra glória pode ser considerada, portanto, um sinônimo virtual para a presença de DEUS, tal como Ele é, em toda Sua divindade, presença esta revelada e reconhecida; o termo glória é, sem dúvida, uma perífrase para o próprio ser de DEUS. A palavra parece ser usada do mesmo modo no Novo Testamento; é por isso que vemos em CRISTO a própria glória de DEUS.

 

 

O DEUS que vive entre seu povo
YHWH viverá entre Seu povo (29:45). Este aspecto é chamado às vezes de "teologia da presença” e é uma tecla constantemente batida no livro de Êxodo. Já mencionamos o tema ao discutir a "glória” divina, mas o tema é bem mais amplo. A promessa básica de DEUS a Israel era "Minha presença irá contigo” (33:14). Em contraste, a oração de Moisés é que, se a presença de DEUS não acompanhar Israel, Ele não os conduzirá a Canaã em hipótese alguma (33:15). Aos olhos de Moisés, o que distinguia a Israel era a presença de DEUS que os acompanhava.


Essa "teologia da presença” é tão importante, que pode ser considerada o pensamento central do livro de Êxodo. A princípio, o chamado de Moisés é uma confrontação com a presença de DEUS (3:5). É a presença de DEUS que permite a Israel atravessar o Mar Vermelho e ao mesmo tempo destrói os egípcios, bem como é a presença de DEUS que guia e protege Israel no deserto (14:19,20). Quando YHWH passa diante de Moisés e "proclama o nome do Senhor” (34:5), o que ocorre é uma proclamação da natureza dessa presença. Todo o processo de celebração da aliança (24:1-11) e doação da lei (20) é uma garantia da realidade dessa presença. Por fim, o objetivo único da construção do Tabernáculo é que a presença de DEUS seja experimentada entre o próprio povo de Israel (25:8). A glória máxima do término da construção do Tabernáculo vem quando os israelitas têm uma prova visível de que a presença de DEUS com Seu povo realmente aconteceu (40:35). O livro termina com a confiante certeza de que esta mesma presença continuará sem dúvida a seguir com Israel, levará o povo a possuir Canaã e lhe dará o "descanso” (33:14) que será o cumprimento da promessa feita a Abraão (Gn 13:15).
Como já foi mencionado, essa Presença era enfatizada pelo próprio projeto do Tabernáculo e simbolizada particularmente pela arca, que ficava no lugar santíssimo, no centro exato do acampamento do povo de DEUS. Em dias futuros na história de Israel, o simbolismo "estático” da habitação de DEUS em Jerusalém (SI 9:11), especialmente no Templo de Salomão (SI 20:2), substituiu o simbolismo "dinâmico” daqueles primeiros dias em que uma tenda móvel e uma arca portátil "localizavam” em menor escala a presença divina. Houve os abusos possíveis em ambos os casos: Hofni e Finéias pensaram que a presença de DEUS era automaticamente garantida pela arca (1 Sm 4:3), tal como os judeus, séculos depois, a considerariam automaticamente garantida pelo Templo em Jerusalém (Jr. 7:4). A sorte do santuário em Siló deveria tê-los feito pensar de outro modo (Jr 7:12). No entanto, apesar de abusos e falsas compreensões, a promessa mais venerada do Velho Testamento foi sempre a promessa feita por DEUS e que Ele viveria entre Seu povo (Is 7:14), e na vinda de JESUS CRISTO a profecia do futuro "Emanuel” (DEUS conosco) finalmente se tornou realidade. Assim sendo, a presença de DEUS está diretamente, não mais indiretamente, entre os homens para sempre (Ap 21:3); o tipo e a ilustração já passaram porque a realidade já se fez em CRISTO. Numa realidade mais atual, cada um de nós tem em si mesmo a presença de DEUS através do ESPÍRITO SANTO que mora em nós.

E me farão um santuário, e habitarei no meio deles. Êxodo 25:8

E habitarei no meio dos filhos de Israel, e lhes serei o seu DEUS, Êxodo 29:45

E habitarei no meio dos filhos de Israel, e não desampararei o meu povo de Israel. 1 Reis 6:13

 

I – A PARCERIA DE DEUS COM SEU POVO PARA A CONSTRUÇÃO DO TABERNÁCULO* (Êx 25.1-7)
1. Por que construir um Tabernáculo no deserto?

DEUS falou com Moisés no Monte Horebe (Cordilheira do Sinai que abrange tanto o lado onde leste está Israel como o lado oeste onde está a Arábia) que sua missão seria tirar seu povo do Egito e os levar até ao Monte Horebe para que DEUS falasse com eles. E disse: Certamente eu serei contigo; e isto te será por sinal de que eu te enviei: Quando houveres tirado este povo do Egito, servireis a DEUS neste monte. Êxodo 3:12

Ali DEUS daria a eles as leis que regeriam sua aliança com eles. (Toda Aliança tem normas e regras - quem obedece é abençoado e quem desobedece é amaldiçoado - Deuteronômio cap. 28).

E ouviu DEUS o seu gemido, e lembrou-se DEUS da sua aliança com Abraão, com Isaque, e com Jacó; Êxodo 2:24

Então tomou Moisés aquele sangue, e espargiu-o sobre o povo, e disse: Eis aqui o sangue da aliança que o Senhor tem feito convosco sobre todas estas palavras. Êxodo 24:8

 

DEUS manifestou o desejo de habitar neles como em nós, porém não compreenderam. Assim DEUS decide que seja construída uma habitação física entre eles para lhes servir de casa de DEUS visível, já que não compreendiam a invisível presença de DEUS.

E porei dentro de vós o meu ESPÍRITO, e farei que andeis nos meus estatutos, e guardeis os meus juízos, e os observeis. Ezequiel 36:27

E porei o meu tabernáculo no meio de vós, e a minha alma de vós não se enfadará. Levítico 26:11

E me farão um santuário, e habitarei no meio deles. Êxodo 25:8

E habitarei no meio dos filhos de Israel, e lhes serei o seu DEUS, E saberão que eu sou o Senhor seu DEUS, que os tenho tirado da terra do Egito, para habitar no meio deles. Eu sou o Senhor seu DEUS. Êxodo 29:45,46

Essa tenda, denominada “Tabernáculo” é a morada sagrada, o lugar de encontro entre DEUS e seu povo.

O Tabernáculo deveria ser desmontável, pois teria que ser desmiontado e transportado toda vez que DEUS ordenasse que o povo partisse.

QUANDO ISRAEL DESMONTAVA O TABERNÁCULO E VIAJAVA?

Quando DEUS mandava sair, saiam. A Nuvem se mexia. Mas sempre que a nuvem se alçava de sobre a tenda, os filhos de Israel partiam; e no lugar onde a nuvem parava, ali os filhos de Israel se acampavam. Números 9:17
Porém, outras vezes a nuvem ficava desde a tarde até à manhã, e quando ela se alçava pela manhã, então partiam; quer de dia quer de noite alçando-se a nuvem, partiam. Números 9:21
Se a nuvem, porém, não se levantava, não caminhavam, até ao dia em que ela se levantasse; Êxodo 40:37.

ASSIM A IGREJA DEVE EVANGELIZAR A TERRA TODA SOB O COMANDO DE JESUS.

 

 

O tabernáculo é um prédio com sua área, simbolizando um corpo
Veja que o prédio se movia sob a direção de DEUS.
A nuvem subia e se movia e os israelitas tinham que desmontar tudo e seguir a nuvem.
O prédio possuía Átrio, Lugar SANTO e SANTO dos Santos.
Portanto possuía lugar de sacrifícios e purificação. Lugar de alimentação, iluminação e oração. E por fim lugar de comunhão, de adoração.
Um caminho para se chegar a DEUS.
O caminho é JESUS.
Fez o sacrifício, se santificou, é o Maná, a luz do mundo, sacerdote, e o próprio DEUS.
Seguindo este caminho encontramos DEUS.


A igreja é o corpo místico de CRISTO.
Deve passar pelo crer no sacrifício de JESUS pela lavagem da regeneração e santificação, pela alimentação pela Palavra de DEUS, pela iluminação do entendimento e unção do ESPÍRITO SANTO, deve orar tendo como intercessores o ESPÍRITO SANTO e JESUS, intercedendo pelos ímpios e pecadores, deve entrar na presença de DEUS com intimidade de adorador e filhos amados.
JESUS é a cabeça do corpo e conduz o corpo por meio do ESPÍRITO SANTO até o dia que virá nos buscar para estarmos para sempre com o PAI.


Nosso ser é um Templo.
Nosso corpo é nossa morada na terra, feito do pó da terra e deve ser colocado como altar de sacrifício.
Rm 12:1 Rogo-vos pois, irmãos, pela compaixão de DEUS, que apresenteis os vossos corpos como um sacrifício vivo, santo e agradável a DEUS, que é o vosso culto racional.
Devemos manter nosso corpo em santificação. 1 Ts 5:23.

Possuímos uma alma que é sede de nossa vontade, intelecto, livre arbítrio. Deve ser mantida em vigilante estudo da Bíblia, sob a orientação do ESPÍRITO SANTO, em oração por si própria e pelos outros.
Deve ser mantida em santificação.

Ez 18:4 Eis que todas as almas são minhas; como o é a alma do pai, assim também a alma do filho é minha: a alma que pecar, essa morrerá.

Somos seres espirituais. Temos um espírito que foi ligado ao ESPÍRITO SANTO ao nos convertermos a DEUS. O espírito deve ser mantido em estreita comunhão com o ESPÍRITO SANTO pela adoração a DEUS. A oração em línguas é uma maneira de fortalecer esta comunhão.
Devemos manter este espírito em santificação.

1Ts 5:23 E o próprio DEUS de paz vos santifique completamente; e o vosso espírito, e alma e corpo sejam plenamente conservados irrepreensíveis para a vinda de nosso Senhor JESUS CRISTO.
2Co 5:1 Porque sabemos que, se a nossa casa terrestre [deste] tabernáculo se desfizer, temos de DEUS [um] edifício, uma casa não feita por mãos, eterna, nos céus. Ver Mais
2Co 5:4 Porque também nós, os que estamos [neste] tabernáculo, gememos carregados, não porque queremos ser despidos, mas revestidos, para que o mortal seja absorvido pela vida.
Hb 8:2 ministro do santuário e verdadeiro tabernáculo, o qual o Senhor fundou, (armou) e não o homem.
Hb 8:5 os quais servem ao exemplo (de exemplar) e à sombra das coisas celestiais, como Moisés divinamente foi avisado, (de DEUS foi respondido) estando [já] para acabar o tabernáculo; porque foi dito: Olha, faze tudo conforme ao molde de que no monte te foi mostrado.

 

Gosto de comparar o tabernáculo com o nosso ser completo.
Corpo, alma e espírito.
1Ts 5:23 E o próprio DEUS de paz vos santifique completamente; e o vosso espírito, e alma e corpo sejam plenamente conservados irrepreensíveis para a vinda de nosso Senhor JESUS CRISTO.
2Co 5:1 Porque sabemos que, se a nossa casa terrestre deste tabernáculo se desfizer, temos de DEUS um edifício, uma casa não feita por mãos, eterna, nos céus.
No 2:19 JESUS respondeu e disse-lhes: Derribai este templo, e em três dias o levantarei.
Jo 14:23 JESUS respondeu e disse-lhe: Se alguém me ama, guardará a minha palavra, e meu pai o amará, e viremos para ele e faremos nele morada.
Ef 2:22 no qual também vós juntamente sois edificados para morada de DEUS em espírito.
1 Com 6:19 Ou não sabeis que o vosso corpo é o templo do espírito santo, [que habita] em vós, proveniente de DEUS, e que não sois de vós mesmos?

Veja que somos mesmo, individualmente, o tabernáculo, ou templo de DEUS, na terra.

Como dividir então o tabernáculo como nosso ser?

Átrio, corpo.
Lugar SANTO, alma.
Santos doz Santos, espírito.

Quando olhamos para o tabernáculo vemos a parte exterior somente. As cortinas e toldo do santuário.
Da mesma forma, quando olhamos para o ser humano, só vemos o corpo.
Daí a importância do vestir apropriadamente para identificar o exterior com a casa de DEUS na terra. A roupa do crente já o identifica como casa espiritual. Corpo sem marcas e sem piercings, sem tatuagens. Vestir modesto e santo, sem imitação com o mundo.

Se entrar os um pouco no Tabernáculo veremos o altar de holocausto e a pia ou bacia para lavagem.
O crente é identificado com o altar de sacrifício pelo evangelho, jejum e oração.
Também pela lavagem da água pela Palavra de DEUS que sempre lê. Isso é santificação.

Ao entrar no Lugar SANTO. (Alma).
LADO ESQUERDO, Castiçal, lâmpada conservada acesa todos os dias pelo óleo do ESPÍRITO SANTO. JESUS é luz que ilumina nosso caminho e nos dá o ESPÍRITO SANTO.
LADO DIREITO, Mesa dos Pães da proposição. Pão é alimento. JESUS é o pão da vida. Agora não é só ler a Bíblia, mas também meditar de dia e de noite. Prazer no estudo da Bíblia.
AO CENTRO, o Altar do Incenso. Aceso e conservado aceso todos os dias. Agora não é só oração, mas oração em línguas. Oração no ESPÍRITO SANTO. INTERCESSÃO.

Chegamos agora ao SANTO DOS SANTOS.
ARCA CONTENDO LEI (PAI), MANÁ (JESUS) E VARA QUE FLORESCEU (ESPÍRITO SANTO).
Tampa da Arca. Propiciatório, sangue oferecido. Sacrifício perfeito. Nosso espírito, agora ligado ao ESPÍRITO SANTO.
DEUS SE MANIFESTA AÍ.
Lugar da presença de DEUS.

 


2. A materialização da obra de DEUS (Êx 25.1,2).

O projeto da construção do Tabernáculo foi dado por DEUS a Moisés em visão. Então levantarás o tabernáculo conforme ao modelo que te foi mostrado no monte. Êxodo 26:30.

DEUS poderia enviar a Moisés todo o material para a construção do Tabernáculo, porém queria a participação do povo. Assim eles comprovariam seu amor a DEUS e o desejo de que DEUS estivesse entre eles. Ninguém quer morar numa casa onde não é bem vindo.

DEUS deseja que o povo dê com alegria.

Então falou o SENHOR a Moisés, dizendo: Fala aos filhos de Israel, que me tragam uma oferta alçada; de todo o homem cujo coração se mover voluntariamente, dele tomareis a minha oferta alçada. E esta é a oferta alçada que recebereis deles: ouro, e prata, e cobre, Êxodo 25:1-3

A igreja vive momentos difíceis. Encontramos milhares de grupos nas redes sociais incentivando os crentes a não contribuírem financeiramente em suas congregações. Dentre os principais grupos estão os calvinistas, como a CCB (Congregação Cristã do Brasil).

O povo de DEUS precisa entender que dízimos e ofertas são provas de nossos amor a DEUS e o desejo de que Sua obra seja feita para salvação das almas. Também precisamos ser mais transparentes no uso do dinheiro arrecadado com prestação de contas diante da congregação.

E digo isto: Que o que semeia pouco, pouco também ceifará; e o que semeia em abundância, em abundância ceifará. Cada um contribua segundo propôs no seu coração; não com tristeza, ou por necessidade; porque DEUS ama ao que dá com alegria. E DEUS é poderoso para fazer abundar em vós toda a graça, a fim de que tendo sempre, em tudo, toda a suficiência, abundeis em toda a boa obra; Conforme está escrito: Espalhou, deu aos pobres, a sua justiça permanece para sempre. Ora, aquele que dá a semente ao que semeia, também vos dê pão para comer, e multiplique a vossa sementeira, e aumente os frutos da vossa justiça; 2 Coríntios 9:6-10

O ÚNICO DITADO DEIXADO POR JESUS e confirmado por Paulo - Tenho-vos mostrado em tudo que, trabalhando assim, é necessário auxiliar os enfermos, e recordar as palavras do Senhor JESUS, que disse: Mais bem-aventurada coisa é dar do que receber. Atos 20:35

 

 

 

3. Três verdades bíblicas que o ofertante deve saber (Êx 25.2):

 

(1) A oferta foi um plano de DEUS para o sustento de sua obra.

A Antiga Aliança previa bênçãos materiais abundantes aos obedientes a DEUS.

E será que, se ouvires a voz do SENHOR teu DEUS, tendo cuidado de guardar todos os seus mandamentos que eu hoje te ordeno, o SENHOR teu DEUS te exaltará sobre todas as nações da terra. E todas estas bênçãos virão sobre ti e te alcançarão, quando ouvires a voz do Senhor teu DEUS: Bendito serás na cidade, e bendito serás no campo. Bendito o fruto do teu ventre, e o fruto da tua terra, e o fruto dos teus animais; e as crias das tuas vacas e das tuas ovelhas. Bendito o teu cesto e a tua amassadeira. Deuteronômio 28:1-5 (veja todo o capítulo).

Não era uma negociação do dá tanto e recebe tanto, mas uma alegria em contribuir com a obra daquele que nos dá tudo. É confiar na providência de DEUS. Eles deram tanto que foi mandado parar. Glória a DEUS!

Moisés manda parar as ofertas devido a grande quantidade ofertada. Já viu alguém fazer isso? MANDAR PARAR DE OFERTAR?

Então mandou Moisés que proclamassem por todo o arraial, dizendo: Nenhum homem, nem mulher, faça mais obra alguma para a oferta alçada do santuário. Assim o povo foi proibido de trazer mais, Êxodo 36:6

 

 


(2) O ato de ofertar é voluntário.

Moisés manda parar as ofertas devido a grande quantidade ofertada. Já viu alguém fazer isso? MANDAR PARAR DE OFERTAR?

Então mandou Moisés que proclamassem por todo o arraial, dizendo: Nenhum homem, nem mulher, faça mais obra alguma para a oferta alçada do santuário. Assim o povo foi proibido de trazer mais, Êxodo 36:6

Não foram constrangidos. Não foi obrigatório. Não ficaram exortando o tempo todo e nem passando os "envelopes". Não houve ameaças. “de todo homem cujo coração se mover voluntariamente” (cf. Êx 35.29).

 

Existe preparação em cada um dos casos. Forçosamente, o Tabernáculo estava na mente de DEUS quando mandou o povo pedir aos egípcios joias de ouro e joias de prata, e quando colocou no coração daqueles que tinham sido seus opressores a disposição de lhes entregar tudo quanto pediram. DEUS dissera a Abraão que os israelitas “sairiam com muitos bens”; e, portanto, quando em Êxodo 25 DEUS lhes mandou trazer contribuições, estavam bem supridos. Quando, portanto, DEUS nos pede que lhe entreguemos alguma coisa, ele sempre a dá primeiramente a nós. Ele faz os preparativos, e depois nos deixa dizer que nós “lhe prepararemos habitação”. Quando os materiais tinham sido entregues, DEUS chamou Bezaleel, a quem encheu “do ESPÍRITO de DEUS, dando-lhe destreza, habilidade e plena capacidade artística [...] para todo tipo de obra artesanal” (Êx 35.31-33), e o dispôs a ensinar outros, a fim de que a obra fosse realizada segundo o modelo de DEUS.

 “Porque, dou-lhes testemunho de que, segundo as suas posses, e ainda acima das suas posses, deram voluntariamente” (2 Co 8.3). Portanto, na Igreja de CRISTO, não pode haver mercantilismo da fé! Você não pode se deixar coagir para trocar ou negociar o que é espiritual, a fim de receber bênçãos materiais. O que a Palavra de DEUS diz é que você precisa amar ao Senhor de todo o coração e, constrangido por esse amor, doar voluntariamente. Essa perspectiva humilde gera bênçãos da parte de DEUS. ...Mais bem-aventurada coisa é dar do que receber. Atos 20:35b

E digo isto: Que o que semeia pouco, pouco também ceifará; e o que semeia em abundância, em abundância ceifará. Cada um contribua segundo propôs no seu coração; não com tristeza, ou por necessidade; porque DEUS ama ao que dá com alegria. 2 Co 2:9, 10.

 

 

AS OFERTAS - (Abraão de Almeida)
Uma dessa importantes lições está nas ofertas do povo, atendendo ao apelo divino através de Moisés: "Dize aos israelitas que ajuntem ofertas para mim. Recebereis a oferta de todos os que derem espontaneamente. Estas são as ofertas que recebereis: ouro, prata, bronze, tecidos de púrpura violácea, vermelha e carmesim, Unho fino e crinas de cabra, peles de carneiro tintas de vermelho e peles de golfinho, madeira de acácia, azeite de lâmpada, bálsamo para o óleo de unção e para o incenso aromático, pedras de ônix e outras pedras de engaste para o éfode e o peitoral" (Êxodo 25.2-7). "Todos os israelitas, homens e mulheres, dispostos a contribuir para as obras que o Senhor tinha mandado executar por meio de Moisés, trouxeram ao Senhor contribuições espontâneas" (Êxodo 35.29). As ofertas espontâneas foram tão abundantes que os artífices interromperam seu trabalho para dizer a Moisés: "O povo traz muito mais que o necessário para executar a construção que o Senhor mandou fazer. Então Moisés mandou que se publicasse no acampamento a seguinte ordem: Ninguém mais, nem homem nem mulher, promova campanhas para a coleta do santuário. E o povo deixou de trazer ofertas. O material já era suficiente para todos os trabalhos que se deviam executar, e até sobrava" (Êxodo 36.5-7).
 
“Dize aos israelitas que ajuntem ofertas para mim..."
 
Que lição preciosa! Como cada um deu espontaneamente do que possuía: não foi necessário descer ao Egito em busca de ajuda. Quando cada crente entende que a oferta é parte vital na comunhão com DEUS e dá liberalmente, a igreja não precisa descer ao "Egito" (ao mundo) e mendigar a ajuda dos infiéis! Bem escreveu Arnold Doolan, em sua obra O Tabernáculo no Deserto, p.15: "Que insigne exemplo de devoção ao Senhor e de obediência ao seu mandamento. É impossível computar o valor de tudo quanto foi oferecido pelos israelitas, tudo dado espontaneamente e de muito boa vontade, para a construção do Tabernáculo e dos seus apetrechos. Devia representar uma elevadíssima soma. Contudo, o que mais impressiona o meu coração é o fato de que tudo deram voluntariamente e de todo o coração. Eles ouviram a voz do Senhor e corresponderam imediatamente. Sem dúvida, o Diabo era bastante astucioso para insinuar que aquela obra envolvia despesas extraordinárias, que o custo de vida seria elevado e que era prudente poupar ou guardar cuidadosamente o que possuíam. Mas os filhos de Israel, naquele tempo da sua história, tinham os seus olhos postos no Senhor, e a vontade do Senhor era de suprema importância para todos eles".


(3) Fidelidade ao Senhor trará abundância.

E digo isto: Que o que semeia pouco, pouco também ceifará; e o que semeia em abundância, em abundância ceifará. Cada um contribua segundo propôs no seu coração; não com tristeza, ou por necessidade; porque DEUS ama ao que dá com alegria. 2 Co 2:9, 10..

O PRINCÍPIO É IMPORTANTE

Semeia pouco - também pouco ceifará

 Semeia em abundância - em abundância ceifará

 

Ora, aquele que dá a semente ao que semeia, também vos dê pão para comer, e multiplique a vossa sementeira, e aumente os frutos da vossa justiça; 2 Coríntios 9:6-10

O PRINCÍPIO É IMPORTANTE

DEUS dá semente - começa ai.

O que recebe deve semear - resposta positiva.

DEUS multiplica a sementeira - agora a semente frutifica e torna-se uma árvore frondosa.

E o seu senhor lhe disse: Bem está, servo bom e fiel. Sobre o pouco foste fiel, sobre muito te colocarei; entra no gozo do teu senhor. Mateus 25:21

Embora o contexto seja dons e seu uso, podemos aplicar também quanto a nossa atitude altruísta em ajudar aos necessitados, colaborando com a assistência social da igreja.

Ele espalhou, deu aos necessitados; a sua justiça permanece para sempre, e a sua força se exaltará em glória. Salmos 112:9

Recomendando-nos somente que nos lembrássemos dos pobres, o que também procurei fazer com diligência. Gálatas 2:10

Porque pareceu bem à macedônia e à Acaia fazerem uma coleta para os pobres dentre os santos que estão em Jerusalém. Romanos 15:26

Conforme está escrito: Espalhou, deu aos pobreza sua justiça permanece para sempre. 2 Coríntios 9:9

E, respondendo o Rei, lhes dirá: Em verdade vos digo que quando o fizestes a um destes meus pequeninos irmãos, a mim o fizestes. Mateus 25:40

 

Exemplo no AT

Abrão deu o dízimo de tudo porque Melquisedeque era sacerdote do DEUS altíssimo. Abrão se tornou Abraão e muito bem financeiramente.

Abraão deu o melhor que tinha para DEUS - deu seu filho amado - e ouviu de DEUS: E disse: Por mim mesmo jurei, diz o Senhor: Porquanto fizeste esta ação, e não me negaste o teu filho, o teu único filho, Que deveras te abençoarei, e grandissimamente multiplicarei a tua descendência como as estrelas dos céus, e como a areia que está na praia do mar; e a tua descendência possuirá a porta dos seus inimigos; E em tua descendência serão benditas todas as nações da terra; porquanto obedeceste à minha voz. Gênesis 22:16-18

Jacó prometeu dar o dízimo de tudo. Voltou para a terra que DEUS prometeu a seu avô, muito bem financeiramente.

E Jacó habitou na terra das peregrinações de seu pai, na terra de Canaã. Gênesis 37:1Disse-lhe mais DEUS: Eu sou o DEUS Todo-Poderoso; frutifica e multiplica-te; uma nação, sim, uma multidão de nações sairá de ti, e reis procederão dos teus lombos; Gênesis 35:11

 

Exemplo no NT

E viu também uma pobre viúva lançar ali duas pequenas moedas; E disse: Em verdade vos digo que lançou mais do que todos, esta pobre viúva; Lucas 21:2,3

E disse aos seus discípulos: Portanto vos digo: Não estejais apreensivos pela vossa vida, sobre o que comereis, nem pelo corpo, sobre o que vestireis. Mais é a vida do que o sustento, e o corpo mais do que as vestes. Considerai os corvos, que nem semeiam, nem segam, nem têm despensa nem celeiro, e DEUS os alimenta; quanto mais valeis vós do que as aves? Lucas 12:22-24

Mas, buscai primeiro o reino de DEUS, e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas. Mateus 6:33

 

 

II – O TABERNÁCULO FOI UM PROJETO DE DEUS (Êx 25.8,9)
Após chamar Moisés e ordenar a confecção do Tabernáculo DEUS lhe dá o projeto em visão.
1. DEUS arquitetou o Tabernáculo (Êx 25.8).

A ideia é de DEUS e naõ dos homens, portanto desejo de DEUS de estar entre os homens. “E me farão um santuário, e habitarei no meio deles.”

A engenharia e arquitetura sobre toda a construção do Tabernáculo foi dada a Moisés.

DEUS guiou seu povo desde a saída do Egito até o Monte Horebe, no Sinai. Ao mesmo local que antes falara com Moisés na sarça ardente. Moisés subiu a presença de DEUS por 2 vezes, estando em jejum por 40 dias em cada vez, ali com DEUS. e o povo ficou em baixo.

E Moisés entrou no meio da nuvem, depois que subiu ao monte; e Moisés esteve no monte quarenta dias e quarenta noites. Êxodo 24:18

E esteve ali com o Senhor quarenta dias e quarenta noites; não comeu pão, nem bebeu água, e escreveu nas tábuas as palavras da aliança, os dez mandamentos. Êxodo 34:28

E me lancei perante o Senhor, como antes, quarenta dias, e quarenta noites; não comi pão e não bebi água, por causa de todo o vosso pecado que havíeis cometido, fazendo mal aos olhos do Senhor, para o provocar à ira. Deuteronômio 9:18

Então disse o Senhor a Moisés: Sobe a mim ao monte, e fica lá; e dar-te-ei as tábuas de pedra e a lei, e os mandamentos que tenho escrito, para os ensinar. Êxodo 24:12 - Estas eram as normas da Aliança.

 

Também DEUS falou a Moisés neste período de 40 dias para construir o Tabernáculo - Fala aos filhos de Israel, que me tragam uma oferta alçada; de todo o homem cujo coração se mover voluntariamente, dele tomareis a minha oferta alçada. Êxodo 25:2 E me farão um santuário, e habitarei no meio deles. Conforme a tudo o que eu te mostrar para modelo do tabernáculo, e para modelo de todos os seus pertences, assim mesmo o fareis. Êxodo 25:8,9


2. O Tabernáculo foi um projeto de DEUS.

Ficava subentendido que Moisés aproveitaria seus 40 anos de aprendizado no Egito para conduzir o povo e para orientar a construção do Tabernáculo e organizar para que tudo funcionasse da maneira que DEUS ordenara.

Moisés havia sido criado para reinar como um Faraó, portanto conhecia táticas de guerra, engenharia de construções e como comandar uma multidão. - E Moisés foi instruído em toda a ciência dos egípcios; e era poderoso em suas palavras e obras. Atos 7:22

Agora, Moisés, transformado pelo encontro com DEUS, poderia aprimorar seus conhecimentos e inspirado por DEUS encontrar a excelência no servir a DEUS. A sabedoria e conhecimento espirituais lhe foram incutidos pelo ESPÍRITO SANTO.

O projeto de DEUS era mostrar aos homens o acesso a Ele mesmo. Como chegar à presença de DEUS. O culto no Tabernáculo indicaria isso. Arrependimento de pecado, Sacrifício (altar de sacrifícios - Cruz); Purificação (bacia de água - Lavagem pela Palavra, regeneração); Iluminação (candelabro - Luz do Mundo - azeite - unção do ESPÍRITO SANTO); Alimentação espiritual (mesa dos pães da proposição - Maná - Palavra de DEUS); Orações intercessórias (altar de incenso - sacerdócio - intercessão); sangue (vida) oferecido para aceitação de DEUS e seu perdão (propiciatório - sangue do bode expiatório - fogo do céu) - TUDO APONTAVA PARA JESUS. Glória a DEUS!

 

Ao estudarmos a Habitação de DEUS — o Tabernáculo, o Templo, nosso Senhor mesmo, e a igreja — podemos rastrear muitos pensamentos a respeito de cada um deles, e os comparar e contrastar entre si.
Primeiro, há o modelo para cada um deles. Moisés é ordenado a fazer o Tabernáculo, e todos os seus utensílios, segundo o modelo que lhe foi mostrado no monte (Êx 25.9, 40). Quando Davi deu a Salomão o projeto para todas as partes do Templo, ele disse: “Tudo isso a mão do Senhor me deu por escrito [...] para executar todos esses projetos (1Cr 28.19)”. Sabemos que o Senhor JESUS CRISTO é a imagem exata da pessoa de DEUS, e que cada membro da igreja deve ser conformado com a imagem do seu Filho, “até que todos alcancemos a unidade da fé e do conhecimento do Filho de DEUS, e cheguemos à maturidade, atingida a medida da plenitude de CRISTO” (Ef 4-13). Na habitação de DEUS, não há lugar para os projetos, desígnios ou invenções do homem. O padrão para todos é o próprio CRISTO.

 

 

3. O plano térreo do Tabernáculo (25.9).

Área total - 100 por 50 côvados aproximadamente, 50 por 25 metros, uma vez que um “côvado” equivale de 45 a 50 centímetros, pois a medida do côvado naqueles tempos era “a distância entre o cotovelo e a ponta do dedo médio de um homem”.


a) O Pátio. “Átrio” (ou Pátio) e era fechado por uma cerca feita de cortinas de “linho fino torcido” e presas por ganchos e pinos em pilares de madeira de acácia ( Êx 27.18).
b) O Altar dos holocaustos. “altar de bronze” (ou cobre), onde eram feitas as ofertas queimadas e, principalmente, onde era feito o sacrifício pelos pecados do povo (Êx 27.1-8; 38.1-6).
c) A Pia de bronze (ou cobre). Havia, também, “uma bacia de bronze (ou cobre)” para que os sacerdotes lavassem as mãos e os pés antes de entrarem no interior do Tabernáculo (Êx 30.18-21; 38.8).
d) A Tenda do Testemunho. Parte do Tabernáculo, era a parte coberta e ficava dentro do Pátio, composto por duas partes: o Lugar SANTO e o Lugar Santíssimo (ou SANTO dos Santos).
e) O Lugar SANTO. No Lugar SANTO havia três elementos: o Candeeiro (Candelabro, ou Castiçal) de Ouro com suas sete lâmpadas; a mesa feita de madeira de acácia e coberta de ouro, era chamada “Mesa dos pães da proposição”. Por fim, ainda no “Lugar SANTO”, de frente para a entrada de cortinas bordadas que dava para o “Lugar Santíssimo”, estava o “Altar de Incenso” revestido de ouro, no qual se faziam intercessões pelo povo de DEUS (Êx 30.1-6; 37.25-28).
f) O Lugar Santíssimo (SANTO dos Santos). “O lugar Santíssimo”, onde se encontrava a única mobília, chamada de “Arca do Concerto” (Nm 10.33) ou “Arca do Testemunho” (Êx 25.22), ou também “Arca da Aliança”, na qual se guardavam as “Tábuas da Lei” (Êx 31.18), o vaso contendo o Maná e a vara de Arão que floresceu. A tampa da arca era chamada de propiciatório, feita toda de ouro, tendo em cima dois querubins com suas asas se encontrando acima, representando a presença de DEUS no céu, local onde se colocava o sangue do bode para expiação dos pecados do povo. Só o sumo sacerdote, um dia por ano, podia ali entrar.

 

A habitação futura de DEUS. Em Isaías 2.2 lemos: “Nos últimos dias o monte do templo do Senhor será estabelecido como o principal; será elevado acima das colinas, e todas as nações correrão para ele”; e em Apocalipse 21.2,3 João vê “a cidade santa, a nova Jerusalém, que descia do céu, da parte de DEUS, preparada como uma noiva adornada para o seu marido”; e ao mesmo tempo, ouve “uma forte voz vinda do trono, dizendo: Agora o Tabernáculo de DEUS está com os homens’”.

NA INAUGURAÇÃO A GLÓRIA DE DEUS INVADE O TABERNÁCULO - Assim Moisés acabou a obra.
Então a nuvem cobriu a tenda da congregação, e a glória do Senhor encheu o tabernáculo; De maneira que Moisés não podia entrar na tenda da congregação, porquanto a nuvem permanecia sobre ela, e a glória do Senhor enchia o tabernáculo. Êxodo 40:33-35. Não era uma casa de arrecadação de dinheiro, mas uma casa de adoração a DEUS.

 

 

 

III – A RELAÇÃO TIPOLÓGICA ENTRE O TABERNÁCULO E A IGREJA
1. A importância dos aspectos tipológicos do Tabernáculo.

“tudo que dantes foi escrito para nosso ensino foi escrito, para que, pela paciência e consolação das Escrituras, tenhamos esperança” (Rm 15.4).

Estudaremos durante o trimestre a tipologia do Tabernáculo, ou seja, o que DEUS nos quer mostrar a respeito de JESUS CRISTO, usando para isto o Tabernáculo.

 

As medidas inseridas nesta imagem são do comentário Bíblico da Bíblia de Genebra. O lugar SANTO e Santíssimo tinha um comprimento de 13,72 m. A largura do tabernáculo era de 4,57 m, e a altura era de 4,57 m, internos. 
Temos ainda a largura e comprimento do pátio do tabernáculo, o comprimento era de 45,72 m e sua largura era de 22,86 m 

As cortinas de tecido caros com querubins bordados, ornamentava o tabernáculo e tinha 12,80 m por 1,83 m de largura. Vinculadas entre si deveria conter a medida de 18,30 m por 12,80 m. Esta deveria ser espalhada sobre a (estrutura) ou arcabouço de madeira. Estas cortinas não tocava o chão, sua altura era de 0,46 m do chão de ambos os lados. 

As cortinas de pele de cabra deveriam proteger externamente o tabernáculo, tinha 13,72 m de alto a baixo, e 20,10 de um extremo a outro. Apesar de as cortinas externas serem 0,90 mais longas que as cortinas de tecidos caros e bordados, estas não tocavam o chão. 


2. A Igreja de CRISTO é o Tabernáculo de DEUS na Terra.

Acima do Tabernáculo repousava a nuvem da shekiná que indicava a presença de DEUS. Lemos que, quando Moisés armou o Tabernáculo, “Então a nuvem cobriu a Tenda do Encontro, e a glória do Senhor encheu o Tabernáculo. Moisés não podia entrar na Tenda do Encontro, porque a nuvem estava sobre ela, e a glória do Senhor enchia o Tabernáculo” (Êx 40.34,35).
Terminadas todas as obras que Salomão, todos os objetos foram levados para dentro e colocados nos seus devidos lugares, e o Templo foi dedicado a DEUS: “Os que tocavam cornetas e os cantores, em uníssono, louvaram e agradeceram ao Senhor. Ao som de cornetas, címbalos e outros instrumentos, levantaram suas vozes em louvor ao Senhor e cantaram: ‘Ele é bom; e seu amor dura para sempre.’ Então uma nuvem encheu o templo do Senhor, de forma que os sacerdotes não podiam desempenhar o seu serviço, pois a glória do Senhor encheu o templo de DEUS” (2Cr 5.13,14).
Uma nuvem brilhante apareceu sobre o Senhor JESUS no monte da Transfiguração; e assim como no deserto DEUS falou a Israel a partir da nuvem, assim também falou aos discípulos. Da nuvem saiu uma voz que dizia: “Este é o meu Filho amado em quem me agrado. Ouçam-no!”. A nuvem foi vista de novo quando o Senhor JESUS ascendeu; pois enquanto os discípulos estavam reunidos em seu redor no monte das Oliveiras, “foi elevado às alturas enquanto eles olhavam, e uma nuvem o encobriu da vista deles” (At 1.9).
Lemos em 1Coríntios 10.2 que todos os israelitas “estiveram sob a nuvem e todos passaram pelo mar. Em Moisés, todos eles foram batizados na nuvem e no mar”. Isso parece indicar que a nuvem era um tipo do ESPÍRITO SANTO, pois “por um só ESPÍRITO todos nós fomos batizados em um só corpo”. Finalmente, na visão de João das coisas que virão a acontecer, lemos que “O santuário ficou cheio da glória de DEUS e do seu poder, e ninguém podia entrar no santuário” (Ap 15.8).
O ouro, que é entendido como tipificação do divino, acha-se em cada um. As tábuas no Tabernáculo eram revestidas de ouro; também o altar de ouro, a mesa dos pães da Presença, e a arca, ao passo que a tampa e o candelabro eram de ouro maciço.
Nada de madeira, que é considerado representação da humanidade, podia se ver no Tabernáculo nem no Templo; e neste último, “não se via nenhuma pedra”. Tudo era revestido de ouro puro. A respeito de nosso Senhor pessoalmente, lemos: “No princípio era a Palavra, e a Palavra estava com DEUS, e a Palavra era DEUS”. Era o DEUS-homem; e o ouro, o divino, embora estivesse frequentemente encoberto da vista, via-se, no decurso da totalidade da vida de JESUS, nos milagres que operava e nas palavras que falava. No monte da Transfiguração, essa glória foi plenamente vista; e mesmo quando JESUS se humilhou e se tornou obediente à morte, à morte da cruz, o centurião e aqueles que estavam com ele disseram: “Verdadeiramente este era Filho de DEUS”.
A igreja, que é a habitação de DEUS agora, também precisa do ouro; e todo membro da igreja precisa estar nascido de novo, e participante da natureza divina.
Quando, em Apocalipse 3, CRISTO se lamenta por causa da mornidão dos Laodiceus, diz: “Eu o aconselho a comprar de mim ouro refinado no fogo, para que se torne rico, e roupas brancas para vestir [...] e colírio para ungir os seus olhos, a fim de que você veja”; e lemos em 1Coríntios 3 que no Tribunal de CRISTO, quando, então, as obras dos crentes serão testadas, o ouro, a prata, e as pedras preciosas resistirão ao fogo.

No templo de Salomão, “revestiu de ouro os pisos, tanto na parte interna como na externa do templo” (1Rs 6.30); e os pés dos sacerdotes pisavam nesse ouro, por contraste com a areia do deserto que servia de piso no Tabernáculo no deserto; ao passo que na Nova Jerusalém, na qual o próprio Senhor DEUS e o Cordeiro são o templo, lemos que as ruas da cidade eram de ouro puro.
O exterior dessas habitações merece uma comparação e contraste. O Tabernáculo estava coberto de couros, e ficavam encobertas as belezas por dentro. Não podia ter havido nada de atraente na sua aparência; e era muito diferente da glória do templo de Salomão, que era “ornamentado com pedras preciosas”.
Nosso Senhor, enquanto estava na terra, era semelhante ao Tabernáculo, de modo que o profeta podia dizer: “Ele não tinha qualquer beleza ou majestade que nos atraísse, nada havia em sua aparência que o desejássemos. Foi desprezado e rejeitado pelos homens [...] Como alguém de quem os homens escondem o rosto, foi desprezado, e nós não o tínhamos em estima” (Is 53.2,3) — e assim acontece com a igreja hoje. “O discípulo não está acima do seu Mestre, nem o servo acima do seu Senhor”; e no seu caráter de peregrina, a igreja também é desprezada e rejeitada pelos homens. Não se considerava que o grupinho em Éfeso tivesse muita importância. Enquanto o apóstolo lhes escrevia a sua carta, e comparava- os com o Templo e com o Tabernáculo, é provável que estivesse pensando naquele outro templo em Éfeso, uma das sete maravilhas do mundo, a respeito do qual lemos em Atos 19 que Demétrio tinha medo de “o templo da grande deusa Artemis cair em descrédito e de a própria deusa, adorada em toda a Província da Ásia e em todo o mundo, ser destituída de sua majestade divina” (v. 27). Aquele templo foi destruído há muito tempo, e podemos ver seus restos no Museu Britânico; mas os crentes de Éfeso formavam parte de um templo que, de modo semelhante ao de Salomão, será “extraordinariamente magnífico, famoso e cheio de esplendor à vista de todas as nações”. Quando CRISTO na sua glória ressurreta vier com a sua igreja, para ser admirado entre todos aqueles que crêem, a beleza daquele Templo será vista pelo universo inteiro.
Muitos outros pensamentos podem ser rastreados através das habitações de DEUS nos vários períodos bíblicos.

O Tabernáculo representa CRISTO em sua humanidade e o Templo representa CRISTO em sua glória. Somos tempo de DEUS na terra, portanto reflitamos sua luz, sua glória. Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai, que está nos céus. Mateus 5:16

 

 

O Tabernáculo e o Templo de Salomão simbolizam a Igreja de CRISTO edificada para “morada de DEUS em ESPÍRITO” (Ef 2.22). Alguns textos do Novo Testamento fazem da tipologia o modo de comparação entre o Tabernáculo e a Igreja. Paulo tipificou a Igreja como edifício de DEUS para falar de crescimento coerente e organizado da comunidade cristã (1 Co 3.9). Neste edifício, os crentes em CRISTO são identificados como “pedras vivas”, as quais são edificadas umas sobre as outras.
Portanto, a Igreja é o edifício espiritual construído para morada de DEUS como o Tabernáculo no Antigo Testamento. Ela também é tratada como “Templo de DEUS” (1 Co 3.16). A figura do templo, aqui, tem dupla referência, pois refere-se à Igreja e, também, ao lugar da presença de DEUS. A Igreja é tipificada como a Casa de DEUS, de caráter familiar, porque a palavra “casa”, nesse contexto, refere-se à família que mora na casa (1 Tm 3.15). O tabernáculo de Moisés era material, e DEUS habitava nele; a Igreja é o tabernáculo espiritual onde o Altíssimo habita e se manifesta gloriosamente (Ef 2.22).

 

 

A Tipologia Bíblica
 O tipo bíblico é uma representação pré-ordenada, pela qual pessoas, eventos e instituições do Antigo Testamento prefiguram pessoas, eventos e instituições do Novo Testamento. São figuras, ou lições, pelas quais DEUS tem ensinado seu povo acerca do seu plano redentor e de seus elevados propósitos para a vida cristã. São uma mostra de coisas vindouras e não a verdadeira imagem dessas coisas (Colossenses 2.17; Hebreus 8.5; 10.1). Todo o sistema mosaico, por exemplo, foi como um jardim de infância no qual o povo de DEUS foi educado nas coisas divinas e ensinado a ver assim a realidade das coisas futuras.
A Bíblia usa diversas palavras para tipos, tais como: sinal (João 20.25); figura (Atos 7.43; Romanos 5.14; 1 Coríntios 10.11); forma (Romanos 6.17); parábola, alegoria (Hebreus 9.9); modelo (Atos 7.44; Hebreus 8.4,5); sombra (Colossenses 2.14; Hebreus 8.5), e exemplo (Filipenses 3.17; 1 Timóteo 4.12; 1 Pedro 5.3; 2 Pedro 2.6).
Alguns dos nomes para os antítipos: verdadeira figura (1 Pe­dro 3.21); mesma imagem (Hebreus 10.1); coisas celestiais (Hebreus 9.23); verdadeiro (Hebreus 9.24), e ESPÍRITO (2 Coríntios 3.6).
O tipo é o objeto da lição, a revelação temporária de uma pessoa, um acontecimento ou uma instituição vindoura. O antítipo é o cumprimento daquilo que havia sido predito.
São necessários um ou mais pontos de afinidade entre o tipo e o antítipo (Colossenses 2.14-17]; Hebreus 10.1). O tipo precisa ser profético em todos os pontos de semelhança com o antítipo, e precisa verdadeiramente prefigurar as coisas vindouras (João 3.14; Romanos 5.14; Hebreus 8.5; 9.23,24; 1 Pedro 3.21).
O tipo é sempre terrestre, enquanto o antítipo pode ser tanto terrestre como celestial (Hebreus 8.5; 9.24; 1 Pedro 3.21).
Desde que tipo e antítipo, ou seja, figura e cumprimento, necessitam ser pré-ordenados como parte de um mesmo plano divino, eles não podem ser escolhidos pelo homem (2 Timóteo 3.16). Por isso, a autoridade dos tipos e sua aplicação provêm da Bíblia, que exige o endosso de pelo menos três testemunhos para confirmar uma verdade (2 Coríntios 13.1). Pr. Abraão de Almeida

 

 

 

REVISTA ANTIGA E COMENTÁRIOS

Lição 1 - O Livro de Êxodo e o Cativeiro de Israel no Egito

LIÇÕES BÍBLICAS - 1º Trimestre de 2014 - CPAD - Para jovens e adultos

Tema: Uma Jornada de Fé - A Formação do povo de Israel e sua herança espiritual
Comentário: Pr. Antônio Gilberto
 

  

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE - Êxodo 1.1-14

1 - Estes, pois, são os nomes dos filhos de Israel, que entraram no Egito com Jacó; cada um entrou com sua casa: 2 - Rúben, Simeão, Levi e Judá; 3 - Issacar, Zebulom e Benjamim; 4 - Dã, Naftali, Gade e Aser. 5 - Todas as almas, pois, que descenderam de Jacó foram setenta almas; José, porém, estava no Egito. 6 - Sendo, pois, José falecido, e todos os seus irmãos, e toda aquela geração, 7 - os filhos de Israel frutificaram, e aumentaram muito, e multiplicaram-se, e foram fortalecidos grandemente; de maneira que a terra se encheu deles. 8 - Depois, levantou-se um novo rei sobre o Egito, que não conhecera a José, 9-o qual disse ao seu povo: Eis que o povo dos filhos de Israel é muito e mais poderoso do que nós. 10 - Eia, usemos sabiamente para com ele, para que não se multiplique, e aconteça que, vindo guerra, ele também se ajunte com os nossos inimigos, e peleje contra nós, e suba da terra. 11 - E os egípcios puseram sobre eles maiorais de tributos, para os afligirem com suas cargas. E edificaram a Faraó cidades de tesouros, Pitom e Ramessés. 12 - Mas, quanto mais os afligiam, tanto mais se multiplicavam e tanto mais cresciam; de maneira que se enfadavam por causa dos filhos de Israel. 13 - E os egípcios faziam servir os filhos de Israel com dureza; 14 - assim, lhes fizeram amargar a vida com dura servidão, em barro e em tijolos, e com todo o trabalho no campo, com todo o seu serviço, em que os serviam com dureza.

  

 

INTERAÇÃO

Prezado professor, pela graça de DEUS iniciamos um novo ano e um novo trimestre. Estudaremos o segundo livro do Pentateuco, Êxodo. Teremos a oportunidade ímpar de conhecer mais a respeito da libertação de Israel do cativeiro egípcio e sua trajetória pelo deserto rumo à Terra Prometida. O comentarista das lições é o pastor Antonio Gilberto, Consultor Teológico e Doutrinário da CPAD, membro da Casa de Letras Emílio Conde, teólogo e escritor. Que o Todo-Poderoso utilize cada lição para a edificação de seus alunos. Que DEUS o abençoe.

 

OBJETIVOS - Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
Ressaltar os aspectos principais do livro de Êxodo.
Delinear os aspectos biográficos de Moisés.
Saber que o zelo precipitado de Moisés e sua fuga não impediram os propósitos divinos em sua vida.

 

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA

Professor, para esta primeira aula sugerimos que seja feito um esboço geral do livro de Êxodo. Reproduza o esquema da página seguinte no quadro de giz ou tire cópias para os alunos. Explique à classe que o vocábulo êxodo significa saída. Moisés é o autor do livro e, segundo a Bíblia de Estudo Pentecostal, o propósito dele ao escrever a obra foi oferecer ao seu povo um registro permanente dos atos históricos e redentores de DEUS.
Comente com os alunos que alguns conceitos importantes são enfatizados por Moisés no decorrer de todo o livro, como por exemplo, a libertação da morte, da escravidão e da idolatria.

 

O LIVRO DE ÊXODO

Título

Êxodo.

Autor

Moisés.

Data e local

Aproximadamente 1450—1410 a.C. Foi escrito no deserto, durante a peregrinação de Israel, em algum lugar da península do Sinai.

Propósito

Registrar os acontecimentos da libertação de Israel do Egito e seu desenvolvimento como nação.

Estrutura

I. Israel no Egito (1.1— 13.20).
II. Israel no deserto (12.1—18.27).
III. Israel no Sinai (19.1— 40.38).

Lugares-chaves

Egito, Gósen, rio Nilo, Midiã, mar Vermelho, península do Sinai e monte Sinai.

Características

Relata mais milagres do que qualquer livro do Antigo Testamento.

Versículo-chave

Êxodo 3.7,10.

Pessoas chave

Moisés, Faraó, Miriã, Jetro, Arão.

Lugares-chave

Egito, Gósen, rio Nilo, Midiã, mar Vermelho, península do Sinai e monte Sinai.

 

PALAVRA-CHAVE

Cativeiro: Escravidão, servidão dos hebreus pelos egípcios.

 

Resumo da Lição 1 - O Livro de Êxodo e o Cativeiro de Israel no Egito

I - O LIVRO DE ÊXODO
1. Seu propósito.

2. A escravidão.

3. Clamor por libertação.

II - O NASCIMENTO DE MOISÉS
1. Os israelitas no Egito.
a) Frutificaram, aumentaram muito, multiplicaram-se (At 9.31; Lc 14.22,23). 
b) "Fortalecidos grandemente”. 
c) "A terra se encheu deles". 
2. Um bebê é salvo da morte.

3. A mãe de Moisés (Êx 6.20).

4. A Filha de Faraó (Êx 2.5,6).

III - O ZELO PRECIPITADO DE MOISÉS E SUA FUGA (Êx 2.1 1 22)
1. Moisés é levado ao palácio (Êx 2.10).

2. O preparo de Moisés (Êx 3.9,10).

3. A fuga de Moisés (Êx 2.1 1-22).

 

SINOPSE DO TÓPICO (1) - Moisés é o autor do livro de Êxodo e, segundo a Bíblia de Estudo Pentecostal, ele foi "escrito para que tivéssemos um registro permanente dos atos históricos e redentores de DEUS, pelos quais Israel foi liberto do Egito”.

SINOPSE DO TÓPICO (2) - Moisés nasceu durante o período em que Faraó ordenou que todos os meninos israelitas recém-nascidos fossem mortos. Todavia, os pais de Moisés eram tementes a DEUS e conseguiram, com a ajuda dEle, salvar o menino.

SINOPSE DO TÓPICO (3) - Moisés passou sua juventude no palácio real. Como filho de uma princesa egípcia, ele frequentou as mais renomadas universidades. Moisés estava sendo preparado, por DEUS, para libertar o seu povo e conduzi-lo até a Terra Prometida.

 

 

ÊXODO

 

Esboço

I. Opressão dos Hebreus no Egito (1.1—11.10)

A. Sofrimentos dos Oprimidos (1.1-22)

B. Preparação do Libertador (2.1— 4.31)

1. Nascimento de Moisés e Seus Primeiros Quarenta Anos (2.1-15a)

2. Exílio de Moisés e o Seu Segundo Período de Quarenta Anos (2.15b - 25)

3. Chamada de Moisés e Seu Regresso ao Egito (3.1— 4.31)

C. Luta com o Opressor (5.1—11.10)

1. A Petição: Deixa Meu Povo Ir (5.1-3)

2. A Resposta: Perseguição Tirânica de Faraó (5.4-21)

3. A Garantia: O Senhor Manifestará Seu Senhorio (5.22 — 7.13)

4. O Recurso: As Dez Pragas (7.14 — 11.10)

II. Livramento dos Hebreus do Egito (12.1—13.16). (N do R - Aqui começa o 3o período de 40 anos da vida de Moisés; cf. At 7.36)

A. Livramento na Páscoa: Redenção pelo Sangue (12.1—15.21)

B. Livramento no Mar Vermelho: Redenção pelo Poder (13.17—14.31)

C. Cânticos do Livramento: Louvor ao Redentor (15.1-21)

III. Ensinamento a Israel a Caminho do Monte Sinai (15.22—19.2)

A. A Prova da Adversidade e o Cuidado Providente de DEUS (15.22—19.2)

1. A Primeira Prova: Águas Amargas em Mara (15.22-27)

2. A Prova da Fome: Provisão de Codornizes e Maná (16.1-36)

3. A Prova da Sede: Água em Refidim (17.1-7)

4. A Prova do Combate: A Luta com Amaleque (17.8-16)

B. O Conselho Sábio de Jetro (18.1-27)

IV. O Pacto de DEUS com Israel no Monte Sinai (19.3—24.18)

A. Instruções Preparatórias a Moisés (19.3—24.18)

B. Os Dez Mandamentos: Diretrizes de Vida e Conduta sob o Concerto (20.1-17)

C. Ordenanças Preventivas do Relacionamento Pactual (20.18—23.19)

D. Promessas Concernentes à Terra Prometida (23.20-33)

E. Ratificação do Concerto (24.1-18)

V. Normas de Adoração a DEUS por Israel, no Monte Sinai (25.1— 40.38)

A. Instruções a Respeito do Tabernáculo (25.1— 27.21)

B. Instruções a Respeito dos Sacerdotes (28.1— 31.18)

C. O Pecado de Idolatria (32.1— 34.35)

D. Implementação das Instruções Divinas (35.1— 40.38)

 

Autor: Moisés

Tema: A Redenção

Data: Cerca de 1445-1405 a.C.

                                                                                                                

Considerações Preliminares

Êxodo dá continuidade à narrativa iniciada em Gênesis. O título do livro, deriva da palavra grega exodos (título empregado na Septuaginta, a tradução do AT em

grego), que significa “saída” ou “partida”. Refere-se à poderosa libertação de Israel, efetuada por DEUS, tirando-o da escravidão do Egito, e à sua partida daquela

terra, como povo de DEUS.

Dois pontos relacionados com o livro de Êxodo têm causado muita controvérsia: a data do êxodo de Israel ao sair do Egito e a autoria do dito livro.

(1) Duas datas diferentes para o êxodo são propostas pelos eruditos. (a) Uma “data recuada” (também chamada a data bíblica), derivada de 1 Reis 6.1, onde está dito que o êxodo ocorreu 480 anos antes do quarto ano do reinado de Salomão. Esta declaração estabelece a data do êxodo em 1445 a.C. Por outro lado, em Juízes 11.26, Jefté (cerca de 1100 a.C.) afirma que Israel ocupara sua própria terra já há 300 anos, o que permite datar a conquista de Canaã, assim a conquista fica datada em aproximadamente 1400 a.C. Essa cronologia do êxodo, a da conquista de Canaã e a do período dos juízes encaixam-se bem nos eventos datáveis da história dos três primeiros reis de Israel (Saul, Davi e Salomão). (b) Os críticos liberais da Bíblia propõem uma “data posterior” para o êxodo, em cerca de 1290

a.C., com base em suposições a respeito dos governantes egípcios, bem como uma data arqueológica do século XIII a.C. sobre a destruição de cidades cananeias

durante a conquista de Canaã.

(2) Há também discordância entre os eruditos bíblicos conservadores e liberais, no tocante à autoria mosaica do livro de Êxodo.

(a) Intérpretes modernos geralmente consideram o livro como uma obra conjunta, preparada por vários escritores e completada num período da história de Israel muito posterior aos tempos de Moisés (a chamada teoria JEDP).

(b) Por outro lado, a tradição judaica desde os tempos de Josué (Js 8.31-35), bem como o testemunho de JESUS (cf. Mc 12.26), do cristianismo primitivo, e da erudição conservadora contemporânea, todos atribuem a Moisés a origem do livro (ver a introdução a Deuteronômio).

Além disso, a evidência interna do livro apoia a autoria de Moisés. Pormenores numerosos em Êxodo indicam que o autor foi testemunha ocular dos eventos

registrados no livro (e.g., 2.12; 9.31,32; 15.27). Além disso, trechos do próprio livro dão testemunho da participação direta de Moisés na sua escrita (e.g., 17.14;

24.4; 34.27).

 

Propósito

 Êxodo foi escrito para que tivéssemos um registro permanente dos atos históricos e redentores de DEUS, pelos quais Israel foi liberto do Egito e organizado como

a sua nação escolhida. Pelos mesmos atos divinos, Israel também recebeu a revelação escrita, do concerto entre DEUS e aquela nação. Também foi escrito como

um elo extremamente importante da autorrevelação geral e progressiva de DEUS, que culminou na pessoa de JESUS CRISTO e no NT.

 

Visão Panorâmica

 O livro de Êxodo começa com a descrição do sofrimento dos descendentes de Jacó no Egito, a saber: opressão, escravidão e infanticídio, e termina com a

presença, o poder e a glória de DEUS manifestos no Tabernáculo, no meio do seu povo já liberto, no deserto. Êxodo divide-se em três seções principais. (A) Os

caps. 1 — 14 revelam Israel no Egito, oprimido por um faraó que não conhecia José, e DEUS então redimiu Israel “com braço estendido e com juízos grandes”

(6.6). Entre os eventos portentosos dessa parte da história de Israel, estão: (1) o nascimento de Moisés, sua preservação e preparação (cap. 2); (2) a chamada de

Moisés na sarça ardente (3 — 4); (3) as dez pragas (7 — 12); (4) a Páscoa (cap. 12) e (5) a travessia do mar Vermelho (13 — 14).

O êxodo de Israel para fora do Egito é declarado em todo o AT como a mais grandiosa experiência de redenção do velho concerto. (B) Os caps. 16 — 18

descrevem Israel no Deserto, a caminho do monte Sinai. DEUS guiou seu povo redimido por meio de uma nuvem e uma coluna de fogo e proveu maná,

codornizes e água, exercitando assim seus redimidos a andar pela fé e pela obediência. (C) Os caps. 19 — 40 registram Israel no monte Sinai, recebendo de DEUS

a revelação que abarcou (1) o concerto (cap. 19), (2) o decálogo (cap. 20) e (3) o Tabernáculo e o sacerdócio (25 — 31). O livro termina com o Tabernáculo

inaugurado e transbordante da glória de DEUS (cap. 40).

 

Características Especiais

 Cinco características distinguem Êxodo. (1) As circunstâncias históricas do nascimento de Israel como nação. (2) O Decálogo, i.e., os dez mandamentos (cap. 20), que é a suma feita por DEUS da sua lei moral e das suas justas exigências para o seu povo. Nela, temos o fundamento da ética e da moralidade bíblicas. (3) É o livro do AT que mais destaca a graça redentora e o poder de DEUS em ação. Em termos do AT, Êxodo descreve o caráter sobrenatural da libertação que DEUS

efetuou do seu povo, livrando-o do perigo e da escravidão do pecado, de Satanás e do mundo. (4) O livro inteiro está repleto da revelação majestosa de DEUS,

como (a) glorioso nos seus atributos, (veraz, misericordioso, fiel, santo e onipotente); (b) Senhor da história e dos reis poderosos; (c) o Redentor que faz um

concerto com os seus redimidos; (d) justo e reto, assim revelado na sua lei moral e nos seus juízos e (e) digno da adoração reverente, como o DEUS transcendente que desce para “tabernacular” com o seu povo, i.e., habitar com o seu povo (cf. Jo 1.14 no gr.). (5) Êxodo enfatiza o “como?”, “o quê?” e o “por quê?” do verdadeiro culto que deve seguir-se à redenção que DEUS efetua dos seus.

 

O Livro de Êxodo e Seu Cumprimento no NT

 A prefiguração da redenção que temos no novo pacto, é evidente em todo o livro de Êxodo. A primeira Páscoa, a travessia do mar Vermelho e a outorga da lei

no monte Sinai são, para o velho concerto, aquilo que a vida, morte e ressurreição de JESUS, e a outorga do ESPÍRITO SANTO no Pentecoste, são para o novo concerto. Os tipos de Êxodo que prenunciam CRISTO e a redenção no NT são: (1) Moisés, (2) a Páscoa, (3) a travessia do mar Vermelho, (4) o maná, (5) a rocha e a água, (6) o Tabernáculo, e (7) o sumo sacerdote. As exigências morais absolutas dos dez mandamentos são repetidas no NT, para os crentes do novo concerto.

 

REVISTA ANTIGA

Lições Bíblicas CPAD - Jovens e Adultos - 1º Trimestre de 2014 

Título: Uma jornada de fé — A formação do povo de Israel e sua herança espiritual

Comentarista: Antonio Gilberto

 Lição 9: Um lugar de adoração a DEUS no deserto - Data: 2 de Março de 2014

 

 

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE - Êxodo 25.1-9.

1 - ENTÃO falou o Senhor a Moisés, dizendo:2 - Fala aos filhos de Israel, que me tragam uma oferta alçada; de todo o homem cujo coração se mover voluntariamente, dele tomareis a minha oferta alçada.3 - E esta é a oferta alçada que tomareis deles: ouro, e prata, e cobre,4 - E azul, e púrpura, e carmesim, e linho fino, e pelos de cabras,5 - E peles de carneiros tintas de vermelho, e peles de texugos, e madeira de cetim,6 - Azeite para a luz, e especiarias para o óleo da unção, e especiarias para o incenso,7 - Pedras sardônicas, e pedras de engaste para o éfode e para o peitoral.8 - E me farão um santuário, e habitarei no meio deles.9 - Conforme a tudo o que eu te mostrar para modelo do tabernáculo, e para modelo de todos os seus vasos, assim mesmo o fareis. 

INTERAÇÃO - O povo judeu viveu mais de quatrocentos anos no Egito. Este reino era fundamentalmente idólatra. Como era de se esperar em qualquer nação do mundo antigo, o Egito tinha templo, sacerdotes e todo um sistema religioso que funcionava vigorosamente. Mas a nação de Israel ainda não possuía uma religião sedimentada. Portanto, a influência egípcia na cultura dos judeus era inevitável — vide os exemplos dos deuses egípcios como fonte de apostasia para os judeus (Ez 20.5-9; 23.3,8,19-21,27), o Bezerro de Ouro construído no Monte Sinai e a posterior adoração do bezerro de Jeroboão I. Por isso, assim como o fez no Decálogo, DEUS revelou diretamente a Moisés um modelo para a construção do Tabernáculo. Ele deixou claro que a sua habitação devia ser única, sem a mistura com o paganismo do Egito. 

OBJETIVOS 

Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:

·         Conhecer as instruções para a construção do Tabernáculo.

·         Elencar os utensílios presentes no pátio do Tabernáculo.

·         Compreender que o Tabernáculo representava o lugar de habitação de DEUS em pleno deserto.

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA - Prezado professor, para ministrar a presente lição sugerimos que você leve para a classe uma gravura do Tabernáculo ou reproduza cópias para os alunos conforme a sua possibilidade. Você poderá encontrá-la na Bíblia de Estudo Pentecostal, editada pela CPAD, pág. 158, ou no mapa O Tabernáculo também editado pela CPAD. O auxílio do mapa do Tabernáculo muito o ajudará para uma apresentação do conteúdo da aula desta semana.

COMENTÁRIO

INTRODUÇÃO

Palavra-Chave

Tabernáculo: Santuário portátil onde os hebreus guardavam e transportavam a arca da aliança e demais utensílios sagrados.

DEUS queria habitar no meio de Israel. Por isso, ordenou a Moisés que, juntamente com o todo o povo, construísse um lugar separado para adoração. Trata-se do “Tabernáculo do Senhor”, um santuário móvel que acompanhou os hebreus durante sua longa peregrinação pelo deserto. Na lição de hoje, estudaremos como ocorreu a construção desse lugar santo de adoração ao Senhor.

I. AS INSTRUÇÕES PARA A CONSTRUÇÃO DO TABERNÁCULO

1. O propósito divino. Depois da entrega da lei, DEUS ordenou que o seu povo edificasse um lugar de adoração. O objetivo divino era aumentar e fortalecer os laços de comunhão com o seu povo Israel, que Ele libertara do poder de Faraó no Egito. O Senhor assim age para que o homem o conheça de forma pessoal e íntima (Jo 14.21,23).

2. As ofertas. O Tabernáculo seria construído pelo povo de DEUS, com os recursos que receberam pela providência divina ao saírem do Egito (Êx 3.21,22; 12.35,36). Para a construção do Tabernáculo os israelitas ofertaram voluntariamente e com alegria. A Palavra de DEUS nos ensina que o fator motivante para a contribuição do crente é a alegria: “porque DEUS ama ao que dá com alegria” (2Co 9.7). O Senhor não se agrada de quem entrega a sua oferta e dízimo contrariado ou por obrigação (Ml 3.10). De nada adianta contribuir com relutância e amargura.

3. Tudo segundo a ordenança divina (Êx 25.8,9,40). O Tabernáculo não foi uma invenção humana. Podemos ver que a partir de Êxodo 25, o próprio DEUS instrui a Moisés quanto à planta e os objetos do templo móvel. Moisés obedeceu a todas as instruções, pois todo o Tabernáculo apontava para o sacrifício de CRISTO na cruz do Calvário. Simbolizava o plano perfeito de DEUS para a redenção da humanidade (Hb 9.8-11).

SINOPSE DO TÓPICO (I)

As instruções para a construção do Tabernáculo foram rigorosamente acatadas por Moisés segundo a ordenança divina.

II. O PÁTIO DO TABERNÁCULO

1. O pátio. “Farás também o pátio do Tabernáculo” (Êx 27.9). Os israelitas precisavam aprender a forma correta de se chegar à presença de DEUS e adorá-lo. O pátio tinha o formato retangular, e indicava que, na adoração a DEUS, deve haver separação, santidade. Havia uma única porta de entrada, que apontava para um único caminho, uma única direção. Isso prefigura JESUS CRISTO, que disse: “Eu sou a porta; se alguém entrar por mim, salvar-se-á” (Jo 10.9). JESUS é o caminho que nos conduz a DEUS (Jo 14.6).

2. O altar dos holocaustos. “Farás também o altar de madeira de cetim” (Êx 27.1). Ao entrar no pátio, o israelita tinha a sua frente o altar do holocausto. Era uma caixa de madeira de cetim coberta de bronze. Junto a esse altar o transgressor da lei encontrava-se com o sacerdote para oferecer sacrifícios a DEUS a fim de expiar seus pecados e obter o perdão. O altar dos holocaustos tipificava CRISTO, o nosso sacrifício perfeito que morreu em nosso lugar (Ef 5.2; Gl 2.20). Sem um sacrifício expiador do pecado não há perdão de DEUS (Lv 6.7; 2Co 5.21). A epístola aos Hebreus nos mostra que o sacrifício salvífico de CRISTO foi único, perfeito e completo para a nossa salvação (Hb 7.25; 10.12).

3. A pia de bronze (Êx 30.17-21). Na pia os sacerdotes lavavam suas mãos e pés antes de executarem seus deveres sacerdotais. Mãos limpas: trabalho honesto; pés limpos: um viver e um agir íntegros (Ef 5.26,27; Hb 10.22). Precisamos nos achegar a DEUS com um coração puro e limpo. DEUS é santo e requer santidade do seu povo. DEUS não aprova o viver e o servir do impuro. O servo de DEUS deve ser “limpo de mãos e puro de coração” (Sl 24.4). Hoje somos lavados e purificados pelo precioso sangue de CRISTO que foi derramado por nós (1Jo 1.7).

SINOPSE DO TÓPICO (II)

No pátio do Tabernáculo localizava-se o altar dos holocaustos e a pia de bronze.

III. O LUGAR DA HABITAÇÃO DE DEUS

1. O castiçal de ouro (Êx 25.31-40). Não havia janelas no Lugar SANTO e a iluminação vinha de um castiçal de ouro puro e batido. Esta peça também apontava para JESUS CRISTO, luz do mundo, e a quem seguindo, não andaremos em trevas, mas teremos a luz da vida (Jo 8.12). O castiçal, em Apocalipse, simboliza a Igreja (Ap 1.12,13,20). As lâmpadas do castiçal ardiam continuamente e eram abastecidas diariamente de azeite puro de oliveira (Êx 27.20,21) a fim de que iluminassem todo o Lugar SANTO. O azeite é um símbolo do ESPÍRITO SANTO. Se quisermos emanar a luz de CRISTO para este mundo que se encontra em trevas, precisamos ser cheios, constantemente, do ESPÍRITO SANTO de DEUS. “Enchei-vos do ESPÍRITO” (Ef 5.18) é a recomendação bíblica.

2. Os pães da proposição e o altar do incenso (Êx 25.30). Havia uma mesa com doze pães e, todos os sábados, esses eram trocados. Estes pães apontavam para JESUS, o Pão da vida (Jo 6.35). Precisamos nos alimentar diariamente de CRISTO, e não apenas no domingo. Tem você se alimentado diariamente na mesa do Senhor JESUS? Além dos pães, próximo ao SANTO dos Santos ficava o altar do incenso, um lugar destinado à oração e ao louvor a DEUS. Precisamos nos achegar ao Senhor diariamente com a nossa adoração e nossas orações: “Suba a minha oração perante a tua face como incenso, e seja o levantar das minhas mãos como o sacrifício da tarde” (Sl 141.2).

3. O SANTO dos Santos e a arca da aliança (Êx 25.10-22). O SANTO dos Santos era um local restrito, onde somente o sumo sacerdote poderia entrar uma única vez ao ano. A arca da aliança era a única peça deste compartimento sagrado. Era uma caixa de madeira forrada de ouro. Durante a peregrinação pelo deserto os sacerdotes carregavam-na sobre os ombros. A arca simbolizava a presença de DEUS no meio do seu povo. Erroneamente os israelitas a utilizaram como uma espécie de amuleto.

Em Hebreus 10.19,20, vemos a gloriosa revelação profética entre o SANTO dos Santos, o Senhor JESUS e o povo salvo da atualidade. O termo “santuário”, no versículo 19, é literalmente, no original, “santo dos santos”.

SINOPSE DO TÓPICO (III)

No interior do Tabernáculo ficava o castiçal de ouro, os pães da proposição, o altar do incenso, o SANTO dos santos e a arca da aliança.

CONCLUSÃO

Os israelitas, mediante o Tabernáculo, podiam aprender corretamente como achegar-se a DEUS, adorá-lo, servi-lo e viver para Ele em santidade. Assim deve fazer a igreja, conforme Hebreus 10.21-23. O Senhor é SANTO e sem santidade nosso louvor e adoração não poderão agradá-lo.

VOCABULÁRIO

Sedimentada: Processo de formação e acumulação de camadas sólidas.

BIBLIOGRAFIA SUGERIDA

GOWER, R. Novo Manual dos Usos & Costumes dos Tempos Bíblicos. 2 ed., RJ: CPAD, 2012.
MERRIL, E. H. História de Israel no Antigo Testamento: O reino de sacerdotes que DEUS colocou entre as nações. 6 ed., RJ: CPAD, 2007.

EXERCÍCIOS

1. Qual era o objetivo de DEUS com a construção do Tabernáculo?

R. O objetivo divino era aumentar e fortalecer os laços de comunhão com o seu povo Israel.

2. O Tabernáculo foi construído com quais recursos?

R. Com os recursos que receberam pela providência divina ao saírem do Egito.

3. Faça um pequeno resumo a respeito do pátio do Tabernáculo.

R. O pátio tinha o formato retangular, e indicava que, na adoração a DEUS, deve haver separação, santidade.

4. No Apocalipse o que o castiçal simboliza?

R. A Igreja.

5. Faça um pequeno resumo a respeito do SANTO dos Santos.

R. O SANTO dos Santos era um local restrito, onde somente o sumo sacerdote poderia entrar uma única vez ao ano. A arca da aliança era a única peça deste compartimento sagrado.

AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO

Subsídio Teológico

“Análise Teológica (do Tabernáculo)

Os materiais necessários para o Tabernáculo e as vestes sacerdotais deviam ser doados de bom grado pelo povo. A ninguém foi imposto uma dívida ou parte nos custos, mas a doação era voluntária (25.1-7, com destaque para o v.2). A resposta ao apelo de Moisés foi sensacional. Ao contrário de muitos ministros que várias vezes imploram e bajulam por dinheiro, Moisés teve de impedir que o povo continuasse doando. Foi, sem dúvida, uma grande demonstração de generosidade por parte do povo (36.2-7)!

A descrição do mobiliário do Tabernáculo começa pelas peças do centro e prossegue para as mais externas, mas não de forma sistemática. Já nos trechos que descrevem a efetiva construção, a ordem de execução difere da ordem das instruções.

[...] O próprio texto de Êxodo devia nos servir de alerta contra uma excessiva interpretação alegórica do Tabernáculo. Enxergar um significado oculto em cada mobiliário, tecido, corrediças e cores, em vez de exegético, não passa de especulação” (HAMILTON, V. P. Manual do Pentateuco: Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio. 1 ed., RJ: CPAD, 2006, pp.249,50).

SUBSÍDIOS ENSINADOR CRISTÃO

Um lugar de adoração a DEUS no deserto

A planta do santuário, assim como os seus objetos, não seria idealizados pelo homem, mas todo o projeto foi elaborado e entregue a Moisés pelo próprio Senhor.

Os recursos para a construção do local de adoração vieram do povo de DEUS. Eles foram convidados a ofertarem e o fizeram com alegria (2Co 9.7). Tem você contribuído com alegria ou por constrangimento?

Segundo o Comentário Bíblico Moody o tabernáculo “simbolizava para Israel, como para nós também, grandes virtudes espirituais. Claramente ensinava o fato da presença de DEUS no meio do Seu povo”.

O tabernáculo era dividido em três partes: o Átrio, o lugar SANTO e o lugar Santíssimo.

O átrio era um pátio: “Farás também o pátio do tabernáculo” (Êx 27.9), um lugar cercado, reservado que mostrava os israelitas que a adoração a DEUS exige sempre santidade, separação. O acesso ao átrio era feito por intermédio de uma única porta. Esta porta apontava para JESUS CRISTO. Nosso Redentor, certa vez declarou: “Eu sou a porta; se alguém entrar por mim, salvar-se-á [...]” (Jo 10.9). JESUS é o único caminho que leva o homem até a presença do Todo-Poderoso (Jo 14.6).

No pátio havia duas peças principais, o altar do holocausto e a pia de bronze. Antes de realizar qualquer ação o sacerdote deveria ir até a pia e ali se purificar. Ao olhar na bacia, o sacerdote poderia ver a sua imagem ali refletida e se lembrar de que era pecador e que sem purificação não poderia se chegar diante de DEUS. Somos imperfeitos e impuros, mas “o sangue de JESUS CRISTO nos purifica de todo pecado” (1Jo 1.7).

“Farás também o altar de madeira de cetim [...]” (Êx 27.1). Depois de passar pela pia, o sacerdote se dirigia até o altar do holocausto. O altar apontava para CRISTO e o seu sacrifício na cruz. Vários animais eram mortos para cobrir os pecados, todavia o sacrifício de JESUS foi único e substitutivo: “mas o Senhor fez cair sobre ele a iniquidade de nós todos” (Is 53.6).

Depois de entrar no pátio, se purificar na bacia de lavar e oferecer sacrifícios pelo pecado, o sacerdote podia entrar em um lugar ainda mais reservado, o lugar SANTO. Ali ele veria a luz do castiçal de ouro (Êx 25.31-40) que apontava para JESUS CRISTO, a luz do mundo (Jo 8.12). No lugar santo também era colocada a mesa com os pães da proposição e o altar de incenso.

O terceiro e último compartimento era o SANTO dos Santos, um local restrito, onde somente o sumo sacerdote poderia entrar uma única vez ao ano. Dentro deste compartimento secreto ficava a arca da aliança.

 

 

SUBSÍDIOS da Revista da CPAD - 2 Trimestre de 2019

SUBSÍDIO DIDÁTICO - PEDAGÓGICO TOP1
Ao introduzir a lição desta semana, revele o propósito do trimestre. Responda a seguinte pergunta: “Por que estudaremos o Tabernáculo?”. A resposta a essa pergunta permitirá que você faça um panorama geral do trimestre. Em seguida, indague aos alunos o que eles esperam acerca desse estudo. Aqui, a ideia é perceber o entusiasmo dos alunos quanto ao tema.
Em seguida, exponha o primeiro tópico com clareza e objetividade. Como o nosso tempo não é extenso, você pode períodos para a exposição do conteúdo e outros períodos para perguntas. Por exemplo: Você pode expor o conteúdo do primeiro tópico e, depois, abrir para uma ou duas perguntas da classe. 
Sugerimos que na exposição do primeiro tópico você enfatize a citação do comentarista a respeito da monografia de Gunnar Vingren, a fim de que fique claro o percurso do anúncio do projeto de DEUS e da materialização dele no deserto.

 

SUBSÍDIO DIDÁTICO-PEDAGÓGICO TOP2
Reserve para o dia da aula um gráfico sobre o Tabernáculo que reproduzimos abaixo. Antes de iniciar o subtópico três, “O plano térreo do Tabernáculo”, faça a seguinte pergunta: “Para você, como era o Tabernáculo?”. Ouça as respostas dos alunos, anote algumas na lousa. Em seguida, apresente o gráfico do Tabernáculo à medida que você expõe o conteúdo do subtópico. 
O objetivo dessa atividade é dar um panorama geral acerca da estrutura do santuário, pois a veremos detalhadamente ao longo da lição. Por isso, essa imagem panorâmica ajudará os alunos a compreender as partes específicas da “Tenda da Congregação”. O Método que usaremos neste trimestre é simples: partiremos do todo para o específico.

 

 

 

SUBSÍDIO TEOLÓGICO TOP3
A obra de Gunnar Vingren acerca do Tabernáculo está dividida em três capítulos: (1) Introdução, (2) O Tabernáculo e (3) Comparações e contraposições ao Tabernáculo. No terceiro capítulo, ele faz uma comparação do Tabernáculo, pelo qual o chama de “tenda do testemunho”, com a Igreja de CRISTO. Veja:
“Assim como a tenda do testemunho, com todos os seus utensílios, foi ordenada por DEUS, a igreja cristã recebeu de DEUS suas normas e seus mandamentos. A tenda no Antigo Testamento era o lugar onde DEUS se revelava, enquanto as igrejas cristãs são, hoje, o lugar da presença de DEUS, o lugar onde se faz a sua vontade. O primeiro era constituído de riquezas e material precioso, o segundo é constituído também de material precioso, isto é, de almas humanas redimidas do pecado por meio da graça de CRISTO JESUS. Desta forma, à tenda do Antigo Testamento se contrapõe a igreja cristã do Novo Testamento. A bacia com água ficava em frente da tenda e, na água, Arão e seus filhos limpavam seus pés e suas mãos antes de adentrarem o santuário para que não morressem. Já o batismo é a maneira pela qual o cristão ingressa na Igreja de DEUS. Aquele que crê e recebe o batismo será salvo. Após o batismo, seremos sepultados com DEUS, e assim como CRISTO ressuscitou dos mortos, passaremos a caminhar em uma nova vida” (VINGREN, Gunnar. O Tabernáculo e Suas Lições: Monografia de graduação em Teologia do fundador das Assembleias de DEUS no Brasil, defendida em 1909 no Seminário Teológico Sueco de Chicago (EUA). Rio de Janeiro: CPAD, 2011, pp.76-77).

 

 

 

))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))

 

Lição 9, O Reinado de Joás

Lições Bíblicas - 3º Trimestre de 2021 - CPAD - Para adultos

Tema: O Plano de DEUS para Israel em meio à Infidelidade da Nação, As Correções e os Ensinamentos Divinos no Período dos Reis de Israel - Comentário: Pr. Claiton Pommerening

Escrita

https://ebdnatv.blogspot.com/2021/08/escrita-licao-9-o-reinado-de-joas-3tr21.html

Slides

https://ebdnatv.blogspot.com/2021/08/slides-licao-9-o-reinado-de-joas-3tr21.html

Vídeo desta lição - https://www.youtube.com/watch?v=5fMw4M511jE&t=18s

 

 

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE - 2 Reis 11.1-3; 12.1-5,17-21
2 Reis 11
1 - Vendo, pois, Atalia, mãe de Acazias, que seu filho era morto, levantou-se e destruiu toda a descendência real. 2 - Mas Jeoseba, filha do rei Jeorão, irmã de Acazias, tomou a Joás, filho de Acazias, e o furtou dentre os filhos do rei, aos quais matavam, e o pôs, a ele e à sua ama, na recamara, e o escondeu de Atalia, e assim não o mataram. 3 - E Jeoseba o teve escondido na Casa do SENHOR seis anos; e Atalia reinava sobre a terra.
2 Reis 12
1 - No ano sétimo de Jeú, começou a reinar Joás e quarenta anos reinou em Jerusalém; e era o nome de sua mãe Zíbia, de Berseba. 2 - E fez Joás o que era reto aos olhos do SENHOR todos os dias em que o sacerdote Joiada o dirigia. 3 - Tão-somente os altos se não tiraram; porque ainda o povo sacrificava e queimava incenso nos altos. 4 - E disse Joás aos sacerdotes: Todo o dinheiro das coisas santas que se trouxer à Casa do SENHOR, a saber, o dinheiro daquele que passa o arrolamento, o dinheiro de cada uma das pessoas, segundo a sua avaliação, e todo o dinheiro que trouxer cada um voluntariamente para a Casa do SENHOR, 5 - os sacerdotes o recebam, cada um dos seus conhecidos; e eles reparem as fendas da casa, segundo toda fenda que se achar nela.
17 - Então, subiu Hazael, rei da Síria, e pelejou contra Gate, e a tomou; depois, Hazael resolveu marchar contra Jerusalém. 18 - Porém, Joás, rei de Judá, tomou todas as coisas santas que Josafá, e Jeorão, e Acazias, seus pais, reis de Judá, consagraram, como também todo o ouro que se achou nos tesouros da Casa do SENHOR e na casa do rei; e os mandou a Hazael, rei da Síria; e este, então, se retirou de Jerusalém. 19 - Ora, o mais dos atos de Joás e tudo quanto fez mais, porventura, não estão escritos no livro das Crônicas dos Reis de Judá? 20 - E levantaram-se os seus servos, e conspiraram contra ele, e feriram Joás na casa de Milo, que desce para Sila. 21 - Porque Jozacar, filho de Simeate, e Jozabade, filho de Somer, seus servos, o feriram, e morreu; e o sepultaram com seus pais na Cidade de Davi; e Amazias, seu filho, reinou em seu lugar.

 

 

COMENTÁRIOS DA BEP - CPAD

11.1 ATÁLIA... DESTRUIU TODA A DESCENDÊNCIA REAL. Atália, foi o único regente não davídico da história de Judá. Seu reinado de terror sobre Israel durou seis anos. Essa filha do casal ímpio, Acabe e Jezabel, casara-se com Jorão, filho do rei Josafá de Judá. Quando o rei Acazias (9.27), filho único de Jorão e Atália, foi morto no expurgo que Jeú fez na casa de Acabe numa visita ao norte, a traiçoeira Atália assumiu o trono de Judá e tentou eliminar da sucessão todos os descendentes de Davi, inclusive todos os seus próprios netos. Mas Jeoseba, esposa do sumo sacerdote Joiada, escondeu o filho menor de Acazias, chamado Joás, e assim preservou a linhagem davídica, da qual nasceria o Messias (vv. 2,3; 2 Sm 7.11,16; 1 Rs 8.25; cf. Mt 1.8,9).

 

12.2 JOÁS. Enquanto o sumo sacerdote Joiada foi seu conselheiro, Joás serviu ao Senhor. Morto Joiada, Joás abandonou o Senhor e começou a servir aos ídolos (2 Cr 24.17,18). Multiplicou seus pecados ao mandar assassinar Zacarias, filho de Joiada, que o repreendera por ter abandonado o Senhor (2 Cr 24.20-22). Como justa recompensa, Joás foi morto por seus próprios servos, por cometer esse assassinato (v. 20; 2 Cr 24.25). Joás começou bem como rei, mas terminou arruinado espiritualmente (Mt 24.13; Gl 3.3; Ap 2.10).

 

12.20 FERIRAM JOÁS. A conspiração contra Joás ocorreu por ele rejeitar ao Senhor, começar a adorar outros deuses e matar o sumo sacerdote Zacarias (2 Cr 24.17-22,25).

 

 

Resumo da Lição 9, O Reinado de Joás

I – O LIVRAMENTO DE JOÁS
1. As tramas reais.

2. A coragem do sacerdote Joiada.

3. A estratégia bem-sucedida.

II – O REINADO DE JOÁS E A REPARAÇÃO DO TEMPLO
1. A arrecadação para reparar o templo.

2. A fidelidade dos tesoureiros.

3. Fidelidade, um atributo que enobrece.

III - A CONSPIRAÇÃO CONTRA JOÁS
1. O declínio do reinado.

2. Conspiração e morte no reino.

 

 

INTRODUÇÃO

E fez Joás o que era reto aos olhos do Senhor todos os dias em que o sacerdote Joiada o dirigia. 2 Reis 12:2

Joiada ensinava Joás a Palavra de DEUS, ensinava a orar, a adorar a DEUS, o guiava em todas suas decisões

- Saiu Joiada, se perdeu o rei

 - Joiada é um tipo do ESPÍRITO SANTO na vida do crente.

E o ESPÍRITO do Senhor se retirou de Saul, e o assombrava um espírito mau, da parte do Senhor. 1 Samuel 16:14

E disse ela: Os filisteus vêm sobre ti, Sansão. E despertou do seu sono e disse: Sairei ainda esta vez como dantes e me livrarei. Porque ele não sabia que já o Senhor se tinha retirado dele. Juízes 16:20

Não me lances fora da tua presença e não retires de mim o teu ESPÍRITO SANTO. Salmos 51:11

Se alguém destruir o templo de DEUS, DEUS o destruirá; porque o templo de DEUS, que sois vós, é santo. 1 Coríntios 3:17 Não sabeis vós que sois o templo de DEUS e que o ESPÍRITO de DEUS habita em vós? 1 Coríntios 3:16
E que consenso tem o templo de DEUS com os ídolos? Porque vós sois o templo do DEUS vivente, como DEUS disse: Neles habitarei e entre eles andarei; e eu serei o seu DEUS, e eles serão o meu povo.

2 Coríntios 6:16
Ou não sabeis que o nosso corpo é o templo do ESPÍRITO SANTO, que habita em vós, proveniente de DEUS, e que não sois de vós mesmos? 1 Coríntios 6:19

 

 

ATALIA - Seu pai, Acabe, foi o sétimo rei do reino do norte de Israel; sua mãe, Jezabel, a mulher fenícia de Acabe. Seu marido foi Jeorão, o quinto rei de Judá que, evidentemente sob a influência de sua mulher, matou seus seis irmãos e restaurou a adoração a Baal que seu pai Josafá havia suprimido. O casamento parece ter ocorrido por um desejo político de trazer Judá para o controle de Israel. Aparentemente até mesmo a não-adesão ao sistema cronológico de Israel foi adotada por Judá nesta época. Após a morte de Jeorão em 841 a.C., os árabes mataram todos os seus filhos exceto Acazias, que se tornou rei sob a direção de Atalia. Atalia encarregou-se de que seu filho promovesse o baalismo e cooperou totalmente com Jorão, rei de Israel. Mas Acazias foi morto juntamente com Jorão naquele mesmo ano por Jeú, um dos generais de Jorão, quando uma expedição conjunta contra os siros fracassou.
Tirando vantagem do fato de que nenhum dos filhos de Acazias tinha idade suficiente para assumir o trono, Atalia usurpou o poder e passou a exterminar a casa real de Judá. No entanto, o menino Joás foi salvo pela irmã de Acazias, Jeoseba. Desconhecido de Atalia, Joás foi escondido no Templo por seis anos por Jeoseba e seu marido Joiada, o sacerdote (2 Rs 11.1-3; 2 Cr 22.10- 12). Atalia promoveu um reinado de terror contra todos os seus adversários, e instalou o baalismo como a religião de Judá. Ela fez do sumo sacerdote Matã o seu sacerdote pessoal no culto a Baal.
Em um tempo oportuno, Joiada publicamente proclamou Joás como o novo rei de Judá no pátio do Templo com o apoio da guarda do Templo. Quando Atalia ouviu a celebração que se seguiu à cerimônia de coroação, correu para a área do Templo exclamando: “Traição! Traição!” Mas ninguém apareceu em seu auxílio. Então ela foi capturada e morta perto da Porta dos Cavalos do palácio (2 Rs 11.12-20; 2 Cr 23.11-15). Seu reinado data de 841-835 a.C.G. H. L. - Dicionário Bíblico Wycliffe

 

 

 ÌAthalyah ou עתליהו ÌAthalyahuw -  (Strong Português)
Atalia(s) = “aflita(o) do Senhor” n. pr. m.
a filha de Acabe e Jezabel e esposa do rei Jorão, de Judá; assassina de todos os membros da família real de Judá, com exceção de um menino de tenra idade chamado Joás que foi escondido por sua tia e colocado no trono pelo sacerdote Joiada, aos sete anos, o próprio Joiada liderou a revolta para conduzir Joás ao trono, depondo e mandando matar Atalia.

 

 

JOÁS - Dicionário Bíblico Wycliffe

Dois diferentes nomes hebraicos aparecem como Joás. O primeiro, yo’ash, significa “dado por Jeová” e é uma forma abreviada de Jeoás (q.v.). Pelo menos seis pessoas trazem esse nome hebraico no AT.  O outro nome hebraico é yo‘ask, que significa “Jeová ajudou” ou “Jeová sustenta”. Um nome com a mesma ortografia também aparece nos fragmentos de cerâmica de Samaria.
Um filho de Acazias, rei de Judá, e sua esposa Zíbia (2 Rs 11.2; 12.1; 2 Cr 24.1); também chamado de Jeoás. Nasceu durante um período de excessivo derramamento de sangue real em Judá. Seu avô Jeorão havia mandado matar seis de seus irmãos (2 Cr 21.2-4), enquanto seus outros filhos foram mortos pelos árabes. Apenas Acazias ficou vivo, e reinou durante um ano (2 Cr 21.16ss.; 22.1ss.). Quando Acazias foi assassinado por Jeú, do Reino do Norte (2 Rs 9.27ss.), a rainha mãe, Atalia, aproveitou a oportunidade para usurpar o trono mandando matar todos os filhos de Acazias. Entretanto, o infante herdeiro Joás foi salvo por sua tia Jeoseba, esposa do sumo sacerdote Joiada. Essa criança foi escondida durante seis anos no Templo, até ser estabelecida uma boa resistência à cruel rainha. No sétimo ano (835 a.C.), Joiada organizou uma conspiração com súditos leais à família de Davi que, com bastante sucesso, proclamaram Joás como rei e condenaram Atalia à morte (2 Rs 11.1-16; 2 Cr 22.10-23.15).
Sob a liderança de Joiada, o reino de Joás foi bom e seguiu princípios de fidelidade ao Senhor. A adoração a Baal foi destruída, o Templo foi reparado e o retorno a Jeová difundido entre o povo.
Com a morte de Joiada, que era um homem de DEUS, Joás mudou radicalmente. Influenciado pelos príncipes mundanos, ele se esqueceu do Senhor e se voltou à idolatria e à adoração aos aserins. Chegou a mandar apedrejar até à morte, no pátio do Templo, o seu primo Zacarias, filho de seu salvador Joiada, porque ele o havia censurado. Mas o castigo de DEUS caiu sobre ele rapidamente. Os sírios, sob a liderança de Hazael, invadiram suas terras, tomaram Gate, e somente foram convencidos a não destruir Jerusalém em troca do imenso tesouro do Templo (2 Rs 12.17-18). Mais tarde, Hazael entrou em Jerusalém, massacrou os príncipes e feriu gravemente o rei Joás (2 Cr 24.23,24). Seus próprios servos conspiraram contra Joás e o assassinaram. Em um derradeiro gesto de desprezo, recusaram-se a enterrá-lo junto aos reis (2 Cr 24.23-25). Ambos os nomes, Joás e Jeoás, são usados de modo intercambiável em 2 Reis 11-12 e 2 Crônicas 23-24. Ele também é um dos três reis omitidos da genealogia real em Mateus 1.
 

 

 Y ̂ehow’ash -  (Strong Português)
Joás = “dado pelo Senhor”
filho do rei Acazias e o oitavo rei de Judá

 

JOIADA - O sumo sacerdote durante a época em que Atalia usurpou o trono de Judá. Ele removeu Atalia do trono e estabeleceu o jovem rei Joás (2 Rs 11.4-21). Joiada fez uma aliança entre o Senhor e o rei de Judá (2 Rs 11.17), o que levou a algumas reformas religiosas e o capacitou a servir como conselheiro do rei. A esposa de Joiada era filha do rei Jorão e irmã do rei Acazias. Assim, o sacerdote era tio do jovem rei a quem ajudou. Joiada viveu até os 130 anos, e foi homenageado por seu serviço à nação através de seu sepultamento entre os reis de Judá na antiga cidade de Davi (2 Cr 24.15,16). Sem a valiosa influência de um homem temente e obediente ao Senhor, Joás rapidamente inclinou-se para a idolatria, e matou o filho de Joiada (2 Cr 24.1,17-22), por isso foi morto e Judá atacada e destruída por exércitos inimigos. Depois dos patriarcas somente um homem viveu mais de 120 anos -E envelheceu Joiada e morreu farto de dias; era da idade de cento e trinta anos quando morreu. 2 Crônicas 24:15 - Dicionário Bíblico Wycliffe

 

 

יהוידע Y ̂ehowyada Ì -  (Strong Português)
Joiada = “Javé sabe”
sumo sacerdote na época em que Atalia usurpou o trono de Judá; escondeu Joás, o filho do rei, por seis anos e depois o recolocou no trono de Judá

 

Assim, o rei Joás não se lembrou da beneficência que Joiada, pai de Zacarias, lhe fizera; porém matou-lhe o filho, o qual, morrendo, disse: O Senhor o verá e o requererá. 2 Crônicas 24:22 NO ANTIGO TESTAMENTO ERA ASSIM.

NOVO TESTAMENTO É ASSIM QUE O SERVO DE DEUS FAZ - E dizia JESUS: Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem. E, repartindo as suas vestes, lançaram sortes. Lucas 23:34

E, pondo-se de joelhos, clamou com grande voz: Senhor, não lhes imputes este pecado. E, tendo dito isto, adormeceu. Atos 7:60

 

 

COMENTÁRIOS

2 Reis 11:1-3 - Joás é Preservado do Ataque de Atalia - Comentário Bíblico - Matthew Henry (Exaustivo) AT e NT

DEUS tinha assegurado a Davi a continuidade de sua família, o que é chamado de preparar uma lâmpada para o seu ungido. E isso só pode aparecer como uma grande coisa, agora que lemos sobre o completo extermínio de tantas famílias reais, uma depois da outra. Agora aqui nós temos a lâmpada prometida a Davi quase extinta e ainda milagrosamente preservada.

Jeorão matou seus seis irmãos e Atália, sua esposa, matou todos os filhos de Acazias, seu filho, menos um, Joás. DEUS preservou a semente de Davi.
I
Ela foi quase extinta pela bárbara maldade de Atalia, a rainha-mãe, que, quando ficou sabendo que seu filho Acazias fora morto por Jeú, levantou-se e destruiu toda a descendência real (v. 1), todos os que ela sabia serem aparentados à coroa. Seu marido Jeorão tinha matado a todos os seus irmãos, os filhos de Josafá (2 Cr 21.4). Os árabes tinham matado a todos os filhos de Jeorão exceto Acazias (2 Cr 22.1). Jeú tinha matado a todos os seus filhos (2 Cr 22.8) e ao próprio Acazias. Com certeza o sangue real nunca fora derramado tão profusamente. Feliz o homem de nascimento inferior, que vive fora do alcance da cobiça e da emulação! Mas, como se tudo isso fosse um assunto de pouca importância, Atalia destruiu a todos os que restaram da descendência real. Era estranho que alguém do sexo frágil pudesse ser tão bárbara, que alguém que tinha sido, ela mesma, filha de um rei, a esposa de um rei e a mãe de um rei, pudesse ser tão bárbara para com uma família real, e uma família na qual ela mesma fora enxertada. Mas ela o fez:
1. Motivada por um espírito de ambição. Ela desejava o governo e pensou que não poderia alcançá-lo de nenhuma outra forma. Para que ninguém reinasse com ela, ela assassinou até as crianças e lactentes para que não reinassem depois dela. Por temer um concorrente, não se deveria reservar ninguém para seu sucessor.
2. Motivada por um espírito de vingança e ódio contra DEUS. A casa de Acabe sendo completamente destruída e o filho de Atalia, Acazias, entre o resto, porque ele era aparentado da casa de Acabe, ela decidiu, por assim dizer, como retaliação, destruir a casa de Davi e cortar a sua linhagem, em desafio à promessa de DEUS de perpetuá-la — uma tentativa tola e infrutífera, pois quem pode anular o que DEUS propôs? As avós têm sido imaginadas como sendo mais amigáveis para com seus netos do que eram consigo mesmas. Mas a mãe de Acazias é a mais selvagem assassina dos próprios filhos de Acazias, e na infância deles também, quando ela foi obrigada, acima de qualquer outro, a alimentá-los e cuidar deles. Bem podia ela se chamar Atalia a ímpia (2 Cr 24.7), a filha da própria Jezabel. Mas, com isso, DEUS foi justo e visitou a iniquidade de Jorão e de Acazias, aqueles ramos degenerados da casa de Davi, sobre os filhos deles.
II
Uma criança foi milagrosamente preservada pelo cuidado piedoso de uma das filhas de Jorão (que era esposa de Joiada, o sacerdote), que roubou um dos filhos do rei, de nome Joás, e o escondeu (vv. 2,3). Esse foi um tição tirado do fogo. Não temos informação do número dos que foram mortos, mas, parece, estando essa criança nos braços da ama, não se perdeu, não foi procurada posteriormente, ou pelo menos não foi encontrada. A pessoa que o salvou era sua própria tia, a filha do ímpio Jeorão. Pois DEUS levanta protetores para aqueles a quem Ele quer proteger. O lugar da segurança dele foi a Casa do Senhor, uma das câmaras pertencentes ao templo, um lugar onde Atalia raramente causava problemas. Sua tia, por trazê-lo ali, o colocou sob a proteção especial de DEUS, e assim o escondeu pela fé, como Moisés fora escondido. Agora as palavras de Davi se cumpriam para alguém da sua semente (Sl 27.5): No oculto do seu tabernáculo me esconderá. Com bom motivo esse Joás, quando cresceu, se prontificou a reformar a casa do Senhor, pois ela tinha sido um refúgio para ele. Agora estava a promessa feita a Davi limitada a uma só pessoa, mesmo assim ela não falhou. Assim, ao filho de Davi, DEUS, de acordo com a sua promessa, assegurará uma semente espiritual, que, embora às vezes reduzida a um pequeno número, diminuída e aparentemente perdida, será perpetuada até o fim dos tempos, às vezes escondida e não percebida, mas escondida no pavilhão de DEUS e ilesa. Foi uma providência especial que Jeorão, embora um rei, um rei ímpio, casasse sua filha com Joiada, um sacerdote, e um sacerdote piedoso. Alguns talvez pensassem que fosse uma depreciação casar uma filha com um clérigo, mas isso se mostrou um casamento feliz e a salvação da família real da ruína. Pois a influência que Joiada tinha no templo deu a ela uma oportunidade de preservar a criança, e a influência dela na família real deu a ele a oportunidade de colocá-lo no trono. Veja a sabedoria e o cuidado da Providência e como ela prepara para aquilo que planeja. E veja que bênçãos aqueles que casam seus filhos com pessoas que são sábias e boas armazenam no estoque para suas famílias.

 

 

2 Reis 12:1-3 - Joás Praticou o Bem Enquanto Joiada Viveu - Comentário Bíblico - Matthew Henry (Exaustivo) AT e NT

O relato geral que aqui é dado de Joás é:
1. Que ele reinou quarenta anos. Como ele começou o seu reinado quando era muito jovem, podia, na ordem natural das coisas, ter continuado muito mais, pois ele foi morto quando tinha apenas quarenta e sete anos (v. 1).
2. Que ele fez aquilo que era reto enquanto Joiada viveu para instruí-lo (v. 2). Muitos jovens têm atingido uma posição elevada muito cedo — têm tido riquezas, poder e liberdade, antes de saberem como usá-los — e isso tem trazido más consequências para eles. Mas contra esse perigo Joás estava bem guardado ao ter um guia tão bom como era Joiada, tão sábio, experiente e fiel a ele, e ao ter tanta sabedoria a ponto de se deixar guiar e instruir mesmo depois de crescido. Note: É um grande favor para os jovens, e principalmente para os jovens príncipes, e todos os jovens de influência, estarem sob boa direção, e terem ao seu redor aqueles que os instruem a fazer o que for reto aos olhos do Senhor. E então eles agem sabiamente e bem para si mesmos quando estiverem dispostos a serem aconselhados e dirigidos por tais pessoas. O rapaz entregue a si mesmo envergonha a sua mãe, mas um menino entregue a tal instrução pode trazer honra e conforto para si mesmo.
3. Que os altos se não tiraram (v. 3). Em todo o país eles tinham altares para sacrifício e incenso, apenas em honra ao DEUS de Israel, mas em competição com, e pelo menos em implícito desprezo pelo, seu altar em Jerusalém. Talvez esses altares particulares tivessem sido mais usados nos maus reinados posteriores do que nos antigos, porque não era seguro subir a Jerusalém, nem era realizado o serviço do templo como devia ter sido. E pode ser que Joiada fosse conivente com eles porque algumas pessoas bem intencionadas estivessem satisfeitas com eles quando não podiam ter algo melhor, e ele esperava que a reforma do templo, e o fato de colocar as coisas em ordem ali, afastasse as pessoas gradualmente de seus lugares altos e que eles decaíssem por si mesmos. Ou talvez nem o rei nem o sacerdote tivessem zelo suficiente para levarem a sua reforma tão longe, nem coragem e força suficientes para combaterem um costume tão inveterado.

 

 

2 Reis 12:4-5- Joás Foi Bastante Diligente na Reforma do Templo - Comentário Bíblico - Matthew Henry (Exaustivo) AT e NT

Aqui nós temos um relato da reforma do templo no reinado de Joás.
I
Parece que fazia muito tempo que o templo não passava por uma reforma. Embora Salomão o construísse muito resistente, com os melhores materiais e da melhor forma, mesmo assim ele decaiu com o tempo, e havia fendas nele (v. 5), nos telhados, ou nas paredes, no chão, no teto, nos revestimentos de madeira, ou nas janelas, ou nas divisões dos pátios. Até os próprios templos se desgastam com o uso. Mas o templo celestial jamais envelhecerá. Mas não foram apenas os dentes do tempo que fizeram essas fendas, os filhos de Atalia tinham arruinado a Casa de DEUS (2 Cr 24.7), e, por causa da inimizade com o culto do templo, tinham danificado seus edifícios, e os sacerdotes não tinham tomado o cuidado de consertar as brechas a tempo, de maneira que ficaram pior. Indignos foram aqueles agricultores que tiveram essa vinha valiosa alugada para eles sob termos tão fáceis e que não puderam manter o lagar de maneira devida e em um estado que se pudesse arrendar, (Mt 21.33). Com razão, seu grande Senhor os processou por esse desperdício permissivo, e por seus julgamentos, recuperou locum vastatum — por dilapidação (como diz a lei), quando esse templo negligenciado foi posto abaixo.
II
O próprio rei foi (como parece) o primeiro e o mais solícito homem que cuidou da reforma do templo. Nós não lemos que os sacerdotes reclamaram dela ou que o próprio Joiada esteve ativo nela, mas o rei foi zeloso no negócio:
1. Porque ele era rei, e DEUS espera e exige daqueles que têm o poder que o usem para a manutenção e suporte da religião, o socorro de injustiças e a restauração da deterioração, para o estímulo e o emprego de ministros para fazerem a sua parte e o povo a sua.
2. Porque o templo tinha sido seu berçário e seu santuário, quando ele era uma criança, em cuja grata lembrança ele agora parecia zeloso pela honra dessa Casa. Aqueles que têm experimentado o conforto e o benefício de assembleias religiosas farão da vergonha delas o seu fardo (Zc 3.18), a manutenção delas a sua preocupação e a prosperidade delas a sua principal alegria.
III
Foi ordenado aos sacerdotes que coletassem dinheiro para esses reparos, e que cuidassem para que a obra fosse feita. O rei tinha de se preocupar com os negócios de seu reino, e não podia inspecionar os trabalhos pessoalmente, mas empregou os sacerdotes para que administrassem isso, as pessoas mais adequadas, e as mais apropriadas, pensaria alguém, para se envolverem com o projeto.
1. Ele lhes deu ordens para a coleta do dinheiro das coisas dedicadas. Eles não deviam parar até que ele fosse depositado, ao contrário, eles deviam pedir por ele onde sabiam que fosse conveniente, em seus respectivos distritos, como dinheiro de resgate (por virtude da lei, Êxodo 30.12), ou como dinheiro de avaliação (por virtude da lei, Levítico 27.2,3), ou como uma oferta voluntária (v. 4). Isso eles deviam juntar, cada homem de seu conhecido, e se supõe que não houvesse homem que não tivesse conhecimento com um ou outro dos sacerdotes. Note: Nós devemos aproveitar a oportunidade que DEUS nos dá de estimular aqueles com quem temos alguma familiaridade para aquilo que é bom.
2. Ele lhes ordenou que empregassem o dinheiro que tinham arrecadado no reparo das fendas da casa (v. 5).

 

 

2 Reis 12:17-21 - Joás Morreu de Forma Inglória Depois de um Acordo Desprezível com Hazael - Comentário Bíblico - Matthew Henry (Exaustivo) AT e NT

JOIADA MORREU.
Quando Joás se apartou de DEUS e se tornou tanto um idólatra quanto um perseguidor, a mão do Senhor se voltou contra ele e o seu último estado foi pior do que o primeiro.
I
Sua prosperidade e honra tornaram-se presa fácil para seus vizinhos. Quando Hazael afligiu Israel (10.32), ameaçou da mesma forma a Judá e Jerusalém, tomou Gate, uma cidade forte (v. 17) e dali quis marchar com suas forças contra Jerusalém, a cidade real, a cidade santa, mas cuja defesa, por conta da sua pecaminosidade, tinha se afastado dela. Joás não tinha nem ânimo nem força para resistir a ele, ao contrário, lhe deu todas as coisas consagradas, e todo o ouro que foi encontrado tanto em seu tesouro público quanto nos tesouros do templo (v. 18), para suborná-lo para que marchasse por outro caminho. Se foi legítimo fazer isso para a segurança pública, melhor que aconteça com o tesouro do templo do que expor o próprio templo. Mas:
1. Se ele não tivesse abandonado a DEUS, e perdido a sua proteção, seus negócios não teriam sido levados a esse extremo, e ele podia ter forçado Hazael a se retirar.
2. Ele se diminuiu e se fez muito baixo, perdeu a honra de um príncipe e de um soldado, e também de um israelita, ao entregar as coisas dedicadas.
3. Ele se empobreceu e a seu reino. E:
4. Ele tentou Hazael a voltar, quando ele pôde levar para casa um despojo tão rico sem desferir um golpe. E isso teve esse efeito, pois no ano seguinte o exército da Síria subiu contra Jerusalém, destruiu os príncipes e saqueou a cidade (2 Cr 24.23,24).

5. DEVERIA TER CONFIADO EM DEUS COMO FEZ EZEQUIAS E DEUS MATOU 185 MIL SOLDADOS ASSÍRIOS.
II
Sua vida se tornou uma presa fácil de seus próprios servos. Eles conspiraram contra ele e o mataram (vv. 20,21), não com o objetivo de lhe tomar o reino, pois eles não se opuseram a que seu filho lhe sucedesse, mas para vingar algum crime que ele tinha cometido. E nós somos informados em Crônicas que o motivo foi o de ele assassinar o profeta, filho de Joiada, Zacarias. Nisso, por mais injustos que eles foram (a vingança não era deles, nem cabia a eles retribuir), DEUS foi justo. E essa não foi a única vez em que Ele deixou até reis saberem que era um risco para eles tocar em seus ungidos e fazer mal aos seus profetas, e que, quando Ele vier para cobrar o sangue derramado, cobrará muito caro pelo sangue dos profetas. Assim caiu Joás, que começou no espírito e terminou na carne. DEUS geralmente estabelece limites de seu desprazer sobre os apóstatas, até nesta vida. Pois eles, entre todos os pecadores, mais afrontam o Senhor.

 

 

Joás reina em Judá (11.1—12.21) - Comentário - NVI (F.F. Bruce)
11.1. Atalia, mãe de Acazias foi motivada não somente por ira maternal, mas também por oportunismo político. Ela quase conseguiu exterminar a linhagem de Davi e, alienada dos parceiros do Norte, não se intimidou com a prometida estabilidade da dinastia de Judá (cf. o uso mais brando da vitória por parte de Jeoás em 14.13). v. 2. Jeoseba (provavelmente filha do rei Jeorão com outra esposa) tinha sobrevivido a uma calamidade (2Cr 22.1) e agora assumiu o risco de desafiar a violenta rainha-mãe. Ela pegou Joás e o escondeu no templo do Senhor (v. 3). Segundo Crônicas 22.11 diz que ela era mulher de Joiada e assim viveu com o seu protegido, sem suspeitas, no templo. Atalia governava o país com impotência furiosa; abriu mão de gerar filhos e não tinha ninguém da linhagem de Acabe para importar de Israel, visto que Jeú matara todos. v. 4. No sétimo ano\ quando Joiada concluiu que era a época certa, o rei escondido foi trazido a público, cários (mercenários da Cilicia): Joiada fez com eles um acordo [...] com juramento, e eles viram o filho do rei. O tempo escolhido foi o sábado (v. 5) quando a escala das três companhias dos guardas faria que todos estivessem disponíveis e que todos pudessem se deslocar para as suas posições de defesa sem serem notados. Era também uma época (possivelmente de festa) em que todo o povo (v. 14; outras versões acrescentam “da terra” que está no heb.) estava presente — os proprietários de terras do interior que perfaziam a “maioria silenciosa” de javistas nominais, v. 10. as lanças e os escudos que haviam pertencido ao rei Davi pode ser uma referência ao ritual de 1Rs 14.28. Espectadores iriam esperar que uma visita do rei do palácio ao templo seguisse esses preparativos.
Os guardas [...] posicionaram-se [...] desde o lado sul até o lado norte do templo (v. 11), em um semicírculo, para que fosse seguro Joiada trazer a público o filho do rei (v. 12). A coroação é relatada em detalhes. Depois de colocarem nele a coroa (nezer, da raiz “separar”, i.e., o símbolo da consagração para o serviço de DEUS e do povo) e lhe darem uma cópia da aliança (obrigando o novo rei a se submeter à aliança nacional no espírito de Dt 17.18), eles o proclamaram rei, ungindo-o, e o povo aplaudia e gritava: “Viva o rei!”. O novo rei estava em pé, junto à coluna (uma das colunas dinásticas de Jaquim e Boaz na entrada do templo; v. comentário de lRs 7.21), conforme o costume (v. 14). Atalia percebeu tarde demais o que estava acontecendo e caminhou para a sua morte. v. 17. Então Joiada fez uma aliança (o termo heb. “a aliança” sugere que isso também fazia parte do costume; cf 1Sm 12.14): entre o Senhor, o rei e o povo e também entre o rei e o povo. Assim, o governo tirânico sob Atalia foi substituído pelo conceito hebreu tradicional do “rei submisso a Javé”. v. 18. O templo de Baal foi derrubado, e Matã, o sacerdote de Baal, morto, o que ocorreu mais (infelizmente) em virtude de um acesso de frenesi nacionalista de destruir símbolos da tirania odiada do que de repúdio genuíno à adoração à natureza (v. comentário de 12.3). Mesmo assim, o banho de sangue foi apenas simbólico, comparado com o massacre que ocorreu no Norte (que também foi superficial). O novo rei então foi conduzido ao palácio e ocupou seu lugar no trono real (v. 19), o ato final da cerimônia (cf. lRs 1.46). v. 20. todo o povo se alegrou porque os seus antigos direitos haviam sido restaurados. Tinham sido dias de grandes riscos, mas a cidade acalmou-se.

 

 

Os defensores do antigo regime palaciano perceberam que tinham sido vencidos. 12.2. Joás fez o que o Senhor aprova durante todos os anos em que o sacerdote Joiada o orientou (2Cr 24.17-25 conta a triste história do declínio depois que essa influência piedosa cessou), v. 3. altares idólatras (v. comentário de lRs 3.2): várias versões trazem aqui “lugares altos” (BJ); ou “altos” (ARA). Esses “lugares altos” não eram considerados ilegais nessa época, mas eram constantes armadilhas. Era fácil demais escorregar para os rituais da natureza e da fertilidade que os cananeus haviam praticado durante séculos nesses santuários. As reformas no templo nem sempre se traduziam em monoteísmo ético nos santuários espalhados pelo país.
O templo é restaurado (12.4-16)
Joás se aproveitou da lentidão dos sacerdotes e assumiu as finanças do templo. Em primeiro lugar, instruiu os sacerdotes a que fizessem a reforma do templo (v. 5) com o dinheiro que era trazido de votos pessoais e o que foi trazido voluntariamente ao templo (v. 4); isso mostra a variedade das origens. A RSV segue uma emenda textual: “de quem cada homem é cobrado”, o que sugere uma organização mais formal. Se as contribuições eram feitas em dinheiro, em vez de em espécie, era necessário concordar no valor. O TM traz simplesmente “o dinheiro que é trazido...”), v. 5. Cada sacerdote recolha a prata de um dos tesoureiros-. Gray sugere “cada um de seu exator/cobrador” para corresponder à emenda anterior e evitar qualquer restrição em relação à família ou conhecido. No entanto, no vigésimo terceiro ano eles ainda não tinham feito as reformas (v. 6), e Joás assumiu o controle da situação, v. 8. Os sacerdotes concordaram em não mais receberem o dinheiro e não serem mais os encarregados dessas reformas, v. 9. Foi feita então uma caixa para receber o dinheiro, e o secretário real e o sumo sacerdote vinham e pesavam a prata, um exemplo antigo de segurança burocrática que era executada pelos honestos trabalhadores, de quem não se exigia prestação de contas [...] pois agiam com honestidade, uma virtude simples que lhes deu uma reputação permanente, embora não expressa. Os sacerdotes não tinham permissão para usar o dinheiro na confecção de utensílios de ouro ou prata (v. 13), o que poderia proporcionar um meio para fraudes, mas mantiveram o direito sobre o dinheiro das ofertas pela culpa e das ofertas pelo pecado (v. 16; cf. Lv 5.16; ofertas agora em dinheiro, e não em espécie). A história não contribui para a boa reputação dos sacerdotes, embora o rei talvez não tenha sido totalmente franco na sua reação.

 

 

 

O período das reformas (24.1-14) - Comentário - NVI (F.F. Bruce)
A história do reinado segue a sua fonte em 2Rs 12 em termos gerais, mas com uma série de variações significativas que sugerem fontes adicionais. A mais importante delas está relacionada à apostasia do rei depois da morte de Joiada, que não é mencionada em Reis, a profecia de Zacarias e o relato da guerra contra a Síria e a morte do rei. O cronista afirma que Joás fez o que o Senhor aprova enquanto viveu o sacerdote Joiada (v. 2), enquanto 2Rs 12.2 afirma que ele fez o que era certo durante todo o seu reinado em consequência da base sólida na verdadeira fé que Joiada havia provido.
O relato da restauração do templo (v. 4-14) segue a narrativa de 2Rs 12.9-16 nos aspectos principais, mas com variações suficientes para sugerir que o cronista estava usando mais uma fonte. O apelo por fundos para restaurar o templo ocasionado pela negligência de Atalia e de sua corja (v. 7) foi colocado como fundamento para o imposto determinado por Moisés (Ex 30.12-16; 38.25-28) para a tenda da arca da aliança (v. 6). Esse ponto não é citado no relato de Reis, que também não menciona a lentidão dos primeiros cobradores de impostos. A resposta à situação foi uma proclamação transformando o que parece ter sido um imposto semivoluntário em um tributo obrigatório (v. 9). Isso deu o resultado esperado, e o povo trouxe as suas contribuições ao templo, colocando-as na caixa preparada para esse fim. E interessante observar que o cronista mudou a caixa de “ao lado do altar” (2Rs 12.9) para o “lado de fora, à entrada do templo”, sem dúvida para adequar a história aos regulamentos mais rigorosos do seu tempo. A cada dia, quando a caixa estava cheia, era esvaziada. As contribuições foram suficientes para cobrir todas as despesas da obra de restauração, e ainda houve uma sobra (não mencionada em Reis) usada para os utensílios (v. 14).
b) A apostasia e a queda de Joás (24.15-27)
A situação ideal apresentada no v. 14 terminou com a morte de Joiada na idade avançada de cento e trinta anos (v. 15), supostamente um número simbólico indicando o favor de DEUS. O povo também o honrou e o sepultou com os reis na Cidade de Davi, em atenção ao bem que havia feito em Israel (mais uma vez usado aqui para se referir a Judá, o verdadeiro Israel).
Sob instigação dos líderes de Judá (v. 17), há uma volta no tempo e um retorno à adoração às divindades fenícias que haviam sido tão proeminentes durante o domínio de Ata-lia. Esses oficiais da corte provavelmente fizeram parte do antigo regime, e é digno de observação que as tendências para a paganização do judaísmo geralmente se originavam na corte, e não entre o “povo da terra”, que parece prover uma força de equilíbrio e uma influência conservadora. O resultado dessa apostasia é a ira de DEUS (v. 18); isso é na essência a expressão do princípio divino da retribuição.
O rei continua no seu caminho mau, apesar do fato de DEUS ter enviado profetas ao povo (v. 19) culminando com o oráculo de Zacarias filho do sacerdote Joiada (v. 20). Sobre a observação significativa o ESPÍRITO de DEUS apoderou-se de Zacarias, v. comentário de lCr 12.18. O princípio das palavras Já que abandonaram o Senhor, ele os abandonará (v. 20) reaparece no NT (Rm 1.28). Em vez de receber atenção e respeito, Zacarias é morto por ordem expressa do rei (v. 21). A natureza abominável desse ato é intensificada em vista da bondade de Joiada para com Joás. O termo “bondoso” usado aqui não é suficientemente forte para traduzir hesed\ ele significa um elo forte de lealdade, é a palavra usada para expressar o “amor da aliança” de Javé pelo seu povo. O assassinato de Joiada dentro do templo é provavelmente o incidente a que faz alusão Lc 11.51 e Mt 23.35.
A queda de Joás não demorou e ocorreu em consequência da guerra contra os arameus (v. 23-26). Há diferenças marcantes entre esse relato e 2Reis, e é certo que o cronista está usando uma outra fonte aqui — talvez as anotações (mieirãs) dos livros dos reis (v. 27). O exército sírio atacou na virada do ano (v. 23), i.e., na primavera, e com poucos homens derrotou o exército muito maior de Judá (v. 24). A derrota foi um resultado direto da desobediência do povo. Os principais pontos de contraste com o relato de Reis são a investida contra Jerusalém e o fato de o rei ter sido ferido (v. 25). O próprio Joás se torna vítima de uma conspiração e é assassinado por dois estrangeiros. A sua morte é retratada como resultado direto da culpa pela morte de Zacarias.
A história do reinado de Joás, mostrando “como um bom rei, dirigido sabiamente, pode cair tão facilmente sob a má influência e se tornar apóstata” (P. R. Ackroyd), é um bom exemplo do propósito do cronista em usar a história para evidenciar as suas lições espirituais e morais.

 

 

 

 Atalia, de Judá (11:1-21; II Crôn. 22:10-12) - COMENTÁRIO MESQUITA ( AT )

Atalia era filha de Acabe com Jezabel e herdou todas as boas e más qualidades dos pais. Em 8:26 ela é dada como filha de Onri que foi o fundador da dinastia de Acabe. Casou-se com Jeorão de Judá, e do casamento nasceu Acazias que foi morto por Jeú. Pela morte do filho ela se vingou matando todos de descendência real, menos o menino Joás que foi furtado por Jeoseba, mulher do sacerdote Jeoiada, que o escondeu no templo até a idade de sete anos. Desta forma usurpou o trono que pertencia a outros filhos. Acredita-se que a mãe de Joás seria uma esposa de menor influência na corte, de maneira que, na confusão de "salve-se quem puder", não teria sido difícil esconder um menor. Ali ficou com sua ama, até o momento de ser proclamado rei. Não havendo sucessor a Acazias, morto, estava o trono assegurado à filha de Acabe. Uma história destas só é possível num harém, onde há filhos de diversas mulheres.

A história da coroação de Joás é nos dada completamente em II Crônicas 23:1-15. Parecia que tudo estava calmo, mas por baixo do monturo da política de Atalia minava a influência dos sacerdotes e levitas, que não podiam concordar com uma mulher de origem estrangeira no trono de Judá. Quando o menino atingiu sete anos, Jeoiada entrou em aliança com os capitães do templo, que foram comissionados a percorrer Judá e confabular com os levitas de todas as cidades, para virem a Jerusalém (II Crôn. 23:2). Jeoiada mostrou-se um articulador de primeira plana e o seu plano deu certo. Dividiu as forças do templo em três contingentes; uma terça parte que entrava no templo no sábado ficaria de guarda ao rei e quem se aproximasse seria morto; outro terço das forças ficaria no portão Sur; e a outra terça parte, por detrás da guarda. Os dois grupos que eram rendidos no sábado permaneceriam de guarda do rei futuro. Tudo disposto assim, contavam com a cobertura dos caritas, que eram os guardas do palácio real, soldados mercenários que vendiam o seu braço a quem melhor pagasse (v. 4). Era uma conspiração completa e nada ficou faltando. Nesta conspiração parece não estarem incluídas as forças levíticas de II Crônicas 23:8, que eram de emergência. Tudo pronto, trouxeram o menino-rei para fora e o puseram no meio da multidão, com a coroa na cabeça, o livro do Testamento (Deut. 17:18-20), o Pentateuco, e Jeoiada o ungiu e todos gritaram: Viva o rei! A nossa ignorância da situação do templo e do palácio real leva-nos a sentir certas dificuldades para conhecermos bem os detalhes da conspiração; mas isso também não é de suma importância. Crônicas concorda literalmente com II Reis 11:13 (II Crôn. 23:12). Atalia, quando ouviu o barulho das cornetas, as palmas do povo, veio para onde estava a multidão, na Casa do Senhor. Olhou e eis que o menino rei estava de coroa na cabeça, junto à coluna, segundo o costume, e os capitães e os trombetas junto do rei, e o povo gritando. Ela rasgou os vestidos e clamou: Traição! Traição! O sacerdote Jeoiada mandou que a retirassem dali e não a matassem no templo; mas se alguém a seguisse fosse logo morto. Lançaram mão dela e a levaram pelo caminho dos cavalos e dali à casa real, onde a mataram. A casa do rei ficava contígua ao templo, mas nem mesmo a descrição dada por Salomão nos ajuda muito a entender a posição da casa junto ao templo. Estava liquidada mais uma etapa na conturbada história de Judá.

 

 

 Joás, de Judá (11:21-12:21; Il Crôn. 24:1-7) - COMENTÁRIO MESQUITA ( AT )

Temos então um rei de sete anos. Os textos de Reis e Crônicas nos revelam que o povo estava sofrendo em silêncio, à espera de uma oportunidade de se livrar de um governo usurpador. Atalia não tinha direito ao trono, pois não descendia de rei de Judá, e a sua investida ao poder, que parece foi aceita sem maiores conseqüências, era apenas uma amostra de que o povo sem armas é fraco por algum tempo. Com Joás não se dava isso, pois era filho de rei. Agora, tão jovem, sem experiência de governo, sem qualquer iniciação de vida, teve em Jeoiada um admirável conselheiro e adjutor. O futuro se encarregou de mostrar que foi o homem para o lugar, pois foi um dos melhores reis de Israel e um dos que reinaram por mais tempo.

Os textos nos falam em diversos lugares do pulo da terra. Para alguns, eram apenas os peões, os lavradores, uma espécie de gente sem lei e sem rei; para outros, eram o povo comum das cidades, o povo que sustentava o culto, mas não tinha qualquer parte na direção dos negócios públicos; nem por isso, porém, estava desinteressado dos assuntos da sua terra. No incidente que estamos estudando, o povo da terra tomou parte ativa e inteligente em todos os lances que terminaram na morte de Atalia. Diversos profetas usam esta mesma frase ao se referirem ao povo comum. Nós o classificamos como o povo que pagava impostos, mas não tinha parte nos negócios, que eram assuntos dos líderes políticos e religiosos. Não havia eleições nem assembleias regulares, a que comparecessem e dessem opinião, embora não estivessem desinteressados dos assuntos do seu governo.

Joás, como já se disse, tinha sete anos quando começou a reinar. Jeú estava no seu sétimo ano de revolução do Reino do Norte, e nos parece que a situação estável desse reino influiu muito nos destinos do reinado de Joás. Durante os reinados anteriores, o templo caiu em decadência, pelo que nos sugerem os textos sagrados. Naturalmente, com um governo ateu no poder, não haveria estímulo nem meios de manter o culto de Jeová. Foi, pois, a primeira medida do rei e seu coadjutor reformar o templo. A norma era: todo dinheiro da taxa pessoal do resgate dos primogênitos, e todas as ofertas voluntárias seriam destinados ao custeio das obras, de modo que o dinheiro do culto fosse poupado. Aconteceu que, vinte e três anos depois, pouco ou nada haviam feito. Os sacerdotes ainda não tinham realizado os reparos necessários (v. 6). O templo levou sete anos para ser construído e durante vinte e três anos não fizeram nenhum reparo. Isso indica que os mesmos sacerdotes ou comiam o dinheiro ou lhe davam outro destino. O rei a este tempo, já com 30 anos, homem feito, não concordou com a situação e chamou tanto Jeoiada como os demais sacerdotes às falas.

Houve nova ordem para a reforma. Os sacerdotes foram proibidos de receber o dinheiro do povo sob qualquer pretexto, e o sacerdote Jeoiada fez uma caixa com um buraco na tampa, para que toda oferta aí fosse depositada. Ora, em pouco tempo havia tanto dinheiro que bastava para fazer os reparos, o que vem mostrar que os sacerdotes não estavam sendo honestos na sua mordomia. A partir dali, havia uma escrita. O escrivão do rei, que nós chamaríamos Ministro da Fazenda, com assistência do sumo sacerdote, pesava o dinheiro e ensacava-o, e dava nas mãos dos que faziam a obra (v. 11,12). Esta gente era tão honesta que nem se lhes pedia contas do dinheiro que recebiam (v. 13,14). O dinheiro referente a ofertas pelo pecado era entregue aos sacerdotes para sua manutenção, pois era dinheiro destinado especialmente ao culto. Tem sido levantada a ideia de que os dízimos dos crentes devem ser destinados ao sustento do pastor; entretanto, se isso fosse praticado entre nós, em muitos casos o pastor não teria o que comer, e em outros ficaria muito rico. Vale dizer que o princípio muito louvável e bom não tem aplicação nas igrejas cristãs.

Então subiu Hazael, rei da Síria, e pelejou contra Gate e a tomou (v. 17). Já vimos que este pirata conquistou toda Gileade, até o Amom, e tinha tomado muitas cidades no norte de Israel. Foi isso que Eliseu viu quando se encontrou com ele em Damasco (8:11-12). Satisfeitas as suas ambições no norte, foi ao sul e com a tomada de Gate ficava cortada a via do comércio de Judá, para o sul, pois esta cidade tinha sido, desde tempos antigos, a porta de entrada na Palestina, vindo do oeste. Joás era homem de paz e não quis meter-se em guerra. Reuniu todo ouro que havia nos cofres, raspou tudo e mandou um presente a Hazael. Com isso ele se retirou de Judá, ou mais propriamente de Jerusalém, que era o alvo da sua cobiça. O texto de II Crônicas 24:25 diz que Joás foi deixado muito doente, não se sabendo que doença seria, pois parece que não entrou na guerra contra os sírios. Este ataque dos sírios estava em ordem porque Joás, depois da morte de Jeoiada, se virou para os ídolos, e DEUS se retirou dele. A sua doença e os ataques dos sírios foram a consequência do seu desvio. Para nós parece incrível um rei que por tantos anos foi fiel a DEUS, logo que morre o seu conselheiro, cai no mundanismo da idolatria. II Crônicas 24:17 e 18 é muito significativo! Vieram os príncipes de Judá e pediram-lhe que se voltasse para os !dolos. Então Joás os ouviu, e esta foi a sua desgraça. Por esta sua culpa veio grande ira sobre Judá e Jerusalém (II Crôn. 24:18). O escritor de II Crônicas dá-nos muitas e úteis informações que Reis omite; todavia estamos estudando Reis e só em casos especiais nos voltamos para Crônicas, que merecerá um estudo à parte.

A derrota com os siros, a doença que não sabemos o que fosse, e o abandono de DEUS, deram fim a Joás, que começou tão bem e terminou tão mal. Aprenda-se a lição. Foi morto por seus próprios serviçais, na ambição de um deles ganhar o poder, como ganhou. Amazias, seu filho, subiu ao poder, na conjura dos serviçais do palácio. Julgam alguns comentaristas que os conspiradores foram os mesmos que o elevaram ao trono (veja II Crôn. 24:17,18), movidos pelo desgosto de o verem, depois de tantos anos, voltado para os !dolos. Não há segurança nesta posição. Uma coisa é certa: o fim foi trágico por causa do seu desvio da religião de Jeová.

 

 

Joás Começa a Reinar (24:1-27; II Reis 12:1-16) - COMENTÁRIO MESQUITA ( AT )

Não sabemos quantos anos passaram até Joás tomar mesmo as rédeas do governo, mas admitimos uns 18 a 20 anos. Se assim foi, então a menoridade do rei durou 11 a 13 anos, quando a nação soube como era bom servir ao Senhor. Daí em diante não temos muitas notícias sobre as atividades de Jeoiada, senão que ia ficando velho (v. 15). Admitimos que todo este tempo tivesse constituído um capítulo feliz da vida do povo judaísta. O cronista não se demorou em descrever detalhes, apenas os lances fundamentais lhe interessavam, pois, a sua meta era descrever os destinos dos israelitas e de seus reis.

Joás Inicia as Reformas do Templo (24:4-16)

Já homem feito e casado, com filhos e filhas (v. 3), decidiu consertar o Templo, que estava abandonado desde os dias de Jeosafá. Censurou Jeoiada por não ter tomado providências quanto ao imposto devido ao Templo (v. 6), e ordenou aos levitas que saíssem pelas cidades de Judá e Benjamim, de maneira que se fizesse como Moisés ordenara no deserto (v. 6). Tudo estava arruinado: a casa do Senhor e os utensílios do Templo, sendo estes usados a serviço de Baal (v. 7). Publicado o decreto, baseado na lei de Moisés (Êx. 30:11-16), fizeram um cofre e o colocaram à entrada do Templo, onde se punha o imposto devido pelo resgate e pelas expiações pelo pecado. Havia uma comissão real para apurar a contribuição, tudo devidamente escriturado pelos escrivães do Templo e do rei (v. 11), e assim fizeram, até se concluir a obra. Acabada a obra, verificou-se, haver sobrado dinheiro, e então, com o resto, fizeram utensílios para a casa do Senhor. Está aqui um bom modelo para os pastores seguirem na construção dos templos para suas igrejas.

Jeoiada, pelo que entendemos, era o superintendente das obras, pois foi a ele que prestaram contas, conforme o verso 14. Podemos dar largas à nossa imaginação - um homem, que já não seria muito jovem quando da coroação de Joás, com o encargo do Estado e da religião durante a interinidade do rei e mesmo depois disso. Com cento e trinta anos morreu e foi sepultado no cemitério dos reis de Judá, pois tinha feito bem a Israel (do Sul) e tinha sido fiel a seu DEUS (v. 16).

Zacarias É Morto no Templo (24:17-22; Mat. 23:35; Luc. 11:51)

Morto Jeoiada, os nobres de Judá e Jerusalém vieram a Joás com bajulação e propuseram uma volta ao triste passado. Voltaram a adorar os Ídolos, que tinham infelicitado a nação. O texto é muito ambíguo, mas diz o bastante para entendermos que o povo desejava a volta aos ídolos, e o rei o ouviu (v. 17). Estes fatos não entendemos. Uma nação próspera e feliz, com o seu rei e o sumo sacerdote à frente dos negócios do Templo e do Estado, e agora deseja voltar ao baalismo. Este povo não tinha juízo. Assim, eles, abandonando a casa do Senhor DEUS de seus pais, serviram aos aserins e aos ídolos (v. 18). Quando nós, nestas humildes notas, profligamos o baalismo como uma desgraça nacional, não fazemos nada demais, pois era a deserção não apenas da religião, mas do seu DEUS. DEUS, paciente, mandou-lhes profetas (v. 19), e o ESPÍRITO de DEUS se apoderou de Zacarias, filho de Jeoiada, o qual, de pé perante o povo, procurou trazê-lo de volta ao bom senso. Todavia, rei e povo já estavam de mentes pervertidas, e apedrejaram o profeta no Templo por mandado do rei, sendo morto entre o Templo e o altar, na linguagem de JESUS (Mt. 23:35; Lc. 11:51). Joás não se lembrou das beneficências de Jeoiada, pai de Zacarias, matando-lhe o filho (v. 22). Antes de morrer Zacarias avisa que DEUS viu e tomará providências.

A Colheita da Incredulidade (24:23-27; II Reis 12:17-20:21)

Antes de findar um ano, Hazael, rei da Síria, que já vinha de há muito fazendo as suas incursões no norte, tomando o território de Ramote-Gileade, veio a Jerusalém, mandado por DEUS, e destruiu, dentre o povo, todos os seus nobres e príncipes, levando os seus bens para Damasco. O interessante é que poucos soldados sírios vieram a Jerusalém, contra um poderoso exército judaísta; mas quando DEUS está fora do jogo, não há exército válido. Joás ficou gravemente ferido na luta, e os seus servos acabaram de liquidá-lo, por causa do sangue de Zacarias e seus irmãos. Morto, foi sepultado, mas não nos sepulcros reais, pois não merecia esta dignidade. Em seu lugar reinou Amazias, que tinha 25 anos de idade. Foi assim que terminou a vida de um rei menino, posto no trono ainda impúbere, gozando das beneficências de um grande sacerdote. Tudo isto ele esqueceu logo, levado pelas influências palacianas. A tradição rabínica considera a destruição de Jerusalém por Nabucodonozor como uma consequência da iniquidade praticada contra um profeta que falava em nome de DEUS. Possivelmente, esta foi uma das grandes causas da destruição, mas não a única. Uma coisa parece certa: daí em diante a nação marcha aceleradamente para o seu fim. Se JESUS se referiu especificamente ao crime da morte de Zacarias, quando houve tantos outros crimes, é natural que fosse mesmo qualquer tragédia fora dos limites da maldade humana. O silêncio do livro de Reis, sobre este crime, é tido como um ato de misericórdia da parte do escritor sagrado.

 

 

SUBSÍDIOS DA Lição 9, O Reinado de Joás- Revista - 3º Trimestre de 2021

 

 

SÍNTESE DO TÓPICO I - Há momentos em que o perigo nos cerca sem que o percebamos. São nessas horas que o Senhor intervém nos concedendo escape e proteção.
SÍNTESE DO TÓPICO II - Aqueles que administram os bens destinados para a obra de DEUS devem fazê-lo com dedicação, verdade e amor.
SÍNTESE DO TÓPICO III - A desobediência a DEUS e a confiança na força do próprio braço nos levam a escolhas ruins que afetam o destino de nossas vidas.

 

 

INTERAGINDO COM O PROFESSOR
Enquanto Joás seguiu os passos do sumo-sacerdote Joiada, fez o que era reto diante do Senhor. Eliminou o baalismo, renovou a Aliança e restaurou o culto a Yahweh, reparou o Templo etc. Todavia, depois da morte do homem de DEUS, Joás se deixou seduzir pelos príncipes do povo, e mergulhou na impiedade, injustiça e idolatria. O castigo divino foi implacável! Seu reino foi invadido pela Síria, seus próprios servos voltaram-se contra ele e o mataram. Converse com seus alunos sobre o perigo de não se ter um caráter firme e depender da boa ou má influência dos outros.

 


PONTO CENTRAL - Quando pecamos, nos afastamos de DEUS, tomamos decisões ruins e perdemos tudo o que conquistamos.

 

 

SUBSÍDIO DIDÁTICO-PEDAGÓGICO TOP1
Um elemento importante para se conseguir e conservar a atenção é o envolvimento pessoal dos alunos. Qualquer tempo gasto sem que o aluno esteja profundamente envolvido na lição é tempo perdido. O que fazer para se obter esse interesse? Primeiro precisamos conhecer bem as necessidades básicas de cada aluno, e os problemas que aparecem em cada área da vida deles. O que os motiva? De que gostam? Nós professores não temos obrigação de criar a atenção, mas de captá-la, de tornar cativante até mesmo a situação mais desinteressante. Temos que fazer o aluno envolver-se na lição.

 


SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO TOP2
“A religião de Baal, introduzida por Atalia, havia ocasionado uma séria negligência em relação aos serviços e a adoração no Templo. A rainha, de fato, era a responsável por uma considerável destruição do ambiente sagrado e de seus objetos, e pelo confisco de ofertas destinadas a DEUS, que ela reverteu para a causa de Baal (2 Cr 24.7).
Joás confia aos sacerdotes a tarefa de reparar o Templo (12.4-8). Os recursos destinados aos sacerdotes e a manutenção do Templo normalmente provinham de três origens: (a) o dinheiro daquele que passa (4), isto é, o dinheiro da análise do censo (Êx 30.13); (b) o dinheiro de cada uma das pessoas, o dinheiro da alma ou da redenção (cf. Nm 18.15,16); e, (c) o dinheiro que trouxer cada um voluntariamente, as ofertas espontâneas. Os sacerdotes deveriam utilizar esses recursos para reparar o Templo. O fato de terem deixado de fazer esses reparos quando Joás já tinha chegado aos vinte e três anos não indica necessariamente que houve uma apropriação indébita. Parece, antes, que os proventos esperados, através das fontes naturais, não eram tão elevados quanto ao necessário, e que os sacerdotes talvez não tivessem sido muito cuidadosos a respeito da apropriação do dinheiro para seu uso pessoal, como deveriam ser. ‘Conhecidos’ (5,7) significa ‘eleitores’ ou ‘apoiadores’” (Comentário Bíblico Beacon: Josué a Ester. Rio de Janeiro: CPAD, 2005, pp.358,359).

 


CONHEÇA MAIS TOP2
“Sob a influência direta de Joiada, Joás foi um rei piedoso e humilde, muito aplicado às coisas pertencentes a DEUS. Cedo em sua vida olhou para o estado do templo de DEUS arruinado durante o ímpio reinado de Atalia e providenciou com todo o ardor de sua juventude piedosa os reparos que deveriam ser feitos na casa do Senhor. [...] O interesse que demonstrava nesse serviço, e o modo como o executou, demonstram o quanto ele se inclinava para DEUS sob a liderança de Joiada.” Para saber mais leia: Coleção Lições Bíblicas. Vol. 05. Rio de Janeiro: CPAD, 2011, p. 432.

 


SUBSÍDIO HISTÓRICO TOP3
“As razões da conspiração contra Joás não foram explicadas nos livros dos Reis. Podemos supor, com base em 2 Crônicas 24.15-22, que ele havia contrariado os interesses da religião quando se voltou para o culto a Baal depois da morte do sumo sacerdote. Ao ser condenado devido a esse ato por Zacarias, filho de Joiada, ordenou que este fosse apedrejado. A expressão casa de Milo (20) possivelmente seja uma referência a uma estrutura construída sobre uma plataforma de terra batida, provavelmente localizada na região noroeste da cidade de Davi. O local chamado Sila não pode ser identificado; talvez esta seja uma referência a um bairro da cidade” (Comentário Bíblico Beacon: Josué a Ester. Rio de Janeiro: CPAD, 2005, p.359).

 


PARA REFLETIR - A respeito de “O Reinado de Joás”, responda:
Por quanto tempo Joás ficou escondido? Por 6 anos.
Quem aconselhava Joás no início do seu reinado? O sacerdote Joiada.
O que a fidelidade ao Senhor produz? A fidelidade a DEUS enobrece a alma e traz respeito para quem a prática.
Como se comportou Joás após a morte do sacerdote Joiada? Após a morte de Joiada, Joás não conseguiu manter-se inteiramente fiel ao Senhor, passou a adorar ídolos (2 Cr 24.18) e a confiar em suas próprias forças (2 Rs 12.17-18).
Qual foi a consequência da desobediência de Joás? Seu reino entrou em decadência e ele acabou assassinado por dois de seus servos.

 


CONSULTE - Revista Ensinador Cristão - CPAD, nº 86, p. 40.

 

 

)))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))

 

 

Lição 11, O Reinado de Ezequias

Lições Bíblicas - 3º Trimestre de 2021 - CPAD - Para adultos

Tema: O Plano de DEUS para Israel em meio à Infidelidade da Nação, As Correções e os Ensinamentos Divinos no Período dos Reis de Israel - Comentário: Pr. Claiton Pommerening

 LEITURA BÍBLICA EM CLASSE - 2 Reis 18.1-3,13,28,29; 19.1,5-7,15,16,20,21
2 Reis 18
1 - E sucedeu que, no terceiro ano de Oseias, filho de Elá, rei de Israel, começou a reinar Ezequias, filho de Acaz, rei de Judá. 2 - Tinha vinte e cinco anos de idade quando começou a reinar e vinte e nove anos reinou em Jerusalém; e era o nome de sua mãe Abi, filha de Zacarias. 3 - E fez o que era reto aos olhos do SENHOR, conforme tudo o que fizera Davi, seu pai.
13 - Porém, no ano décimo quarto do rei Ezequias subiu Senaqueribe, rei da Assíria, contra todas as cidades fortes de Judá e as tomou.
28 - Rabsaqué, pois, se pôs em pé, e clamou em alta voz em judaico, e falou, e disse: Ouvi a palavra do grande rei, do rei da Assíria. 29 - Assim diz o rei: Não vos engane Ezequias; porque não vos poderá livrar da sua mão;
2 Reis 19
1 - E aconteceu que Ezequias, tendo-o ouvido, rasgou as suas vestes, e se cobriu de pano de saco, e entrou na Casa do SENHOR.
5 - E os servos do rei Ezequias vieram a Isaías. 6 - E Isaías lhes disse: Assim direis a vosso senhor: Assim diz o SENHOR: Não temas as palavras que ouviste, com as quais os servos do rei da Assíria me blasfemaram. 7 - Eis que meterei nele um espírito e ele ouvirá um ruído e voltará para a sua terra; à espada o farei cair na sua terra.
15 - E orou Ezequias perante o SENHOR e disse: Ó SENHOR, DEUS de Israel, que habitas entre os querubins, tu mesmo, só tu és DEUS de todos os reinos da terra; tu fizeste os céus e a terra. 16 - Inclina, SENHOR, o teu ouvido e ouve; abre, SENHOR, os teus olhos e olha: e ouve as palavras de Senaqueribe, que ele enviou para afrontar o DEUS vivo.
20 - Então, Isaías, filho de Amós, mandou dizer a Ezequias: Assim diz o SENHOR, DEUS de Israel: O que me pediste acerca de Senaqueribe, rei da Assíria, eu o ouvi. 21 - Esta é a palavra que o SENHOR falou dele: A virgem, a filha de Sião, te despreza, de ti zomba; a filha de Jerusalém meneia a cabeça por detrás de ti.

 

 

COMENTÁRIOS BEP - CPAD

2 Reis 18.5 NO SENHOR... CONFIOU. Trata-se do rei Ezequias. Depois de relatar a queda de Samaria e do Reino do Norte, o escritor volta à história de Judá (o Reino do Sul), partindo do reinado do bom rei Ezequias. Ele foi um dos melhores reis de Judá, por causa da sua confiança em DEUS e sua dependência dEle. Ezequias confiava plenamente no Senhor, guardava seus mandamentos (vv. 3-6) e exortava o povo a desviar-se do pecado e a voltar-se para DEUS (2 Cr 30.6-9). No começo do seu reino, reparou e purificou a casa do Senhor, reintegrou os sacerdotes e levitas ao seu ministério, e restaurou a celebração da festa da Páscoa (2 Cr 29.3; 30.5). Procurou, com todo empenho, destruir todos os altares e altos idólatras em Judá (v. 4). Ver caps. 19,20; 2 Cr 29-32 e Is 36-39 para mais detalhes do reinado de Ezequias.
18.7 E SE REVOLTOU CONTRA O REI DA ASSÍRIA. Nesse período da história de Judá, o Reino do Sul também caiu sob o domínio da Assíria, sendo-lhe exigido pagar um tributo anual. Ezequias coligou-se a uma conspiração internacional contra a Assíria e recusou-se a continuar pagando tributo. O resultado dessa tentativa de independência está registrado em 18.13-19.37.
18.13 CIDADES FORTES DE JUDÁ E AS TOMOU. Em 701 a.C., o rei Senaqueribe da Assíria, reagiu à rebelião de Judá, com a captura de muitas das suas cidades importantes. Seus anais indicam que ele tomou quarenta e seis cidades muradas de Judá. Ezequias, não vendo qualquer solução, caso continuasse a resistir, submeteu-se a Senaqueribe, apresentou desculpas e esvaziou o tesouro nacional de Judá, a fim de pagar a multa sobre o tributo, imposta pela Assíria (v. 14-16).
18.30 NEM TAMPOUCO VOS FAÇA EZEQUIAS CONFIAR NO SENHOR. Por alguma razão não esclarecida, o rei Senaqueribe da Assíria voltou a invadir Judá, à frente de um grande exército e sitiou Jerusalém (v. 17). Os generais assírios procuraram intimidar Ezequias e toda Jerusalém, menosprezando o Senhor DEUS e zombando da confiança que o povo tinha nEle. Essa blasfêmia contra DEUS resultou numa intervenção do anjo do Senhor, na qual foram mortos 185.000 soldados do exército de Senaqueribe, e Judá foi liberto (19.6-37; 2 Cr 32.21,22; Is 37.14-20,33-38).

 

2 Reis 19.1 EZEQUIAS... ENTROU NA CASA DO SENHOR. Ezequias tinha grande confiança em DEUS (18.5). Enfrentando a ameaça dos assírios (18.17-37) e, indignado com a zombaria do rei assírio contra o Senhor (18.30-35), buscou a DEUS e rogou a Isaías que orasse por Jerusalém e pelo remanescente do povo de DEUS (vv. 2-4).
19.15 E OROU EZEQUIAS. Ezequias tomou a carta atrevida de Senaqueribe, exigindo a rendição de Jerusalém, abriu-a diante do Senhor e orou fervorosamente. Quando as aflições atingirem nossa vida e as circunstâncias parecerem incontroláveis, devemos fazer exatamente como Ezequias entrar na presença de DEUS, em oração fervorosa e confiante. DEUS tem prometido que livrará os seus das mãos dos inimigos e que não permitirá que aconteça nada fora da sua vontade (Mt 6.25-34). Permanecendo em DEUS, com fé e confiança, teremos sua paz como guarda dos nossos corações e mentes (Fp 4.6,7).
19.19 ASSIM, SABERÃO TODOS... QUE SÓ TU ÉS O SENHOR DEUS. A oração de Ezequias, para que prevaleça a glória de DEUS e que seus caminhos e propósitos na história sejam conservados, manifesta o mais alto desejo de todos os que amam o Senhor. Assim também Moisés (Êx 32.12; Nm 14.13-16; Dt 9.26-29) e Davi (Sl 59.13; 83.18) expressaram esse mesmo desejo nas suas orações. Nós, como crentes, devemos nos identificar com DEUS, de tal maneira que nosso interesse principal seja preservar a sua reputação e honra (cf. Jo 17.4-6). Nossa petição principal deve ser: "Santificado seja o teu nome" (Mt 6.9).
19.35 O ANJO DO SENHOR. Esse livramento milagroso de Judá, dos assírios, é um dos grandes casos de livramento, da história do AT, e é registrado nada menos que três vezes nas Escrituras (vv. 35,36; 2 Cr 32.21,22; Is 37.36). O reino mais poderoso da terra lutava contra a pequenina nação de Judá. Quando a derrota parecia inevitável, DEUS interveio e livrou o seu povo. Na sua misericórdia, DEUS manifestou a sua disposição de renovar o concerto e ser o DEUS protetor de Judá, se o povo pusesse nEle a sua confiança.

 


RESUMO DA Lição 11, O Reinado de Ezequias
I – O JUSTO REINADO DE EZEQUIAS
1. Um rei reformista.

2. A purificação dos lugares sagrados.

3. A adoração nacional.

II – SENAQUERIBE INVADE JUDÁ
1. As ameaças de Senaqueribe.

2. O temor do rei Ezequias.

III – A ORAÇÃO DO REI E O LIVRAMENTO DO SENHOR
1. A oração confiante de Ezequias.

2. DEUS conforta o rei.

 

 

 

INTRODUÇÃO

O rei Ezequias Reparou e purificou a casa do Senhor, reintegrou os sacerdotes e levitas ao seu ministério, e restaurou a celebração da festa da Páscoa (2 Cr 29.3; 30.5). Procurou, com todo empenho  destruir todos os altares e altos idólatras em Judá. Foi um dos três melhores reis de Judá.

O rei Ezequias ora a DEUS e pede ajuda para derrotar os exércitos Assírios comandados por Senaqueribe.

O rei Ezequias deixa a prudência e revela segredos para babilônios que mais tarde voltarão e invadirão Judá e os levarão cativos para a Babilônia.

O rei Ezequias se humilha e pede mais tempo de vida a DEUS depois de receber ultimato e declaração de morte.

O rei Ezequias só tem filho após receber decreto de morte por parte de DEUS, através do profeta Isaías.

Seu filho começa a reinar com 12 anos, ou seja, nasceu 3 anos após o rei Ezquias receber ordem de DEUS para ordenar sua casa. ele precisava de um filho para continuar a linhagem de Davi.

Em sua humilhação diante de DEUS lhe foi concedido 15 anos de vida a mais, após decreto de sua morte.

 

Quando o profeta tinha condenado Efraim por mentiras e fraude, ele se conformou com isto, que Judá ainda “dominava com DEUS e com o SANTO estava fiel” (Os 11.12). Foi uma visão melancólica a que o último capítulo nos deu das desolações de Israel.

Mas esse capítulo nos mostra os negócios de Judá em uma boa situação na mesma época, para que fique claro que DEUS não rejeitou completamente a semente de Abraão (Rm 11.1).

Ezequias agora está no trono:

I. Reformando o seu reino (vv. 1-6).

II. Prosperando em todos os seus empreendimentos (vv. 7,8), e isso ao mesmo tempo em que as dez tribos foram levadas cativas (vv. 9-12).

III. Mas invadido por Senaqueribe, o rei da Assíria (v. 13).

1. Seu país foi submetido a tributo (vv. 14-16).

2. Jerusalém foi cercada (v. 17).

3. DEUS foi blasfemado, ele mesmo ultrajado, e seu povo solicitado a se revoltar, em um discurso virulento de Rabsaqué (vv. 18-37).

Mas como isso terminou bem, e quanto para a honra e o conforto de nosso grande reformador (Rei Ezequias) nós encontramos no capítulo 19, a seguir.

Nós lemos sobre a grande aflição de Jerusalém no capítulo 18, e a deixamos sitiada, insultada, ameaçada, apavorada, e realmente pronta para ser engolida pelo exército assírio. Mas neste capítulo, temos um registro de sua gloriosa libertação, não pela espada ou pelo arco, mas pela oração e pela profecia, e pela mão de um anjo.

I. Ezequias, com grande preocupação, enviou seus servos ao profeta Isaías para pedir suas orações (vv. 1-5) e recebeu dele uma resposta de paz (vv. 6,7).

II. Senaqueribe enviou uma carta a Ezequias para amedrontá-lo e fazê-lo se render (vv. 8-13).

III. Ezequias, com uma solene oração, recomendou imediatamente o seu caso a DEUS, o justo juiz, e lhe implorou ajuda (vv. 14-19).

IV. DEUS, por meio de Isaías, enviou-lhe uma mensagem muito confortadora, assegurando-lhe da libertação (vv. 20-34).

V. O exército dos assírios foi liquidado por um anjo e Senaqueribe foi assassinado por seus próprios filhos (vv. 35-37). E assim DEUS glorificou-se e salvou o seu povo.

 

_____________________________________________________

 

 Chizqiyah ou חזקיהו Chizqiyahuw também יחזקיה Y ̂echizqiyah ou יחזקיהו Y ̂echizqiyahuw
Ezequias = “Javé é a minha força”
décimo-segundo rei de Judá, filho de Acaz e Abia; um bom rei por ter servido a Javé e ter eliminado as práticas idólatras

 

 

Comentário Bíblico - Matthew Henry (Exaustivo) AT e NT - 2 Reis 18 e 19

 

2 Reis 18:1-8
Ezequias Está no Trono e Prosperando em todos os seus Empreendimentos

Aqui nós temos um registro geral do reinado de Ezequias. Parece, comparando sua idade com a de seu pai, que ele nasceu quando seu pai tinha onze ou doze anos de idade, a divina Providência assim ordenando que ele pudesse estar em plena idade, e apto para os negócios, quando a medida da iniquidade de seu pai estivesse cheia. Aqui temos:
I
Sua grande piedade, que foi mais maravilhosa porque seu pai foi muito ímpio e vil, um dos piores reis, mas ele foi um dos melhores, o que pode nos indicar que o bem que houver em alguém não vem da natureza, mas da graça, da livre graça, da graça soberana, a qual, contrária à natureza, enxerta na boa oliveira aquela que era selvagem por natureza (Rm 11.24), e também aquela graça domina as maiores dificuldades e desvantagens: Acaz, é provável, deu a seu filho tanto uma má educação quanto um mau exemplo. Talvez Urias, seu sacerdote, fora seu tutor. Seus servos e companheiros, podemos supor, eram devotados à idolatria. E mesmo assim Ezequias se tornou notavelmente bom. Quando a graça de DEUS trabalha, o que pode impedi-la?
1. Ele era um genuíno filho de Davi, que teve uns muito degenerados (v. 3): Ele fez o que era reto aos olhos do Senhor, conforme tudo o que fizera Davi, seu pai, com quem foi feita a aliança, e por essa razão ele deveria ter o benefício dela. Nós temos lido de alguns deles que fizeram o que era reto, ainda que não como Davi (14.3). Eles não amaram as ordenanças de DEUS, nem se apegaram a elas como ele fez. Mas Ezequias foi um segundo Davi, teve tal amor pela palavra de DEUS, e pela casa de DEUS, como Davi teve. Que nós não nos amedrontemos com um receio da contínua decadência da virtude, como se, quando os tempos e os homens forem maus, devem, necessariamente, ir de mal a pior. Isso não procede, pois, depois de muitos reis maus, DEUS levantou um que era como o próprio Davi.
2. Ele foi um zeloso reformador do seu reino, e como nós encontramos em 2 Crônicas 29.3, ele começou cedo, começou a trabalhar assim que assumiu a coroa e não perdeu tempo. Ele encontrou seu reino muito corrompido, e o povo, muito supersticioso em todas as coisas. Eles tinham sempre sido assim, mas no último reinado, tinham sido piores do que nunca. Pela influência dos pais iníquos deles, um dilúvio de idolatria tinha se espalhado pela terra. Seu espírito ficou agitado contra essa idolatria, podemos supor (como Paulo em Atenas), enquanto seu pai viveu, e por essa razão, assim que teve o poder em suas mãos, ele mesmo se pôs a abolir a idolatria (v. 4), embora, considerando como as pessoas estavam unidas a ela, não pensasse que isso pudesse ser feito sem oposição. (1) As imagens e os bosques eram evidentemente idolátricos e de origem pagã. A esses ele quebrou e destruiu. Embora seu próprio pai os tivesse estabelecido, e mostrado afeto por eles, ele ainda não os protegeria. Nós jamais devemos desonrar a DEUS para honrar nossos pais terrenos. (2) Os lugares altos, embora tivessem sido usados às vezes pelos profetas, em ocasiões especiais, e tivessem sido até aqui tolerados pelos bons reis, eram, apesar disso, uma afronta ao templo e uma transgressão da lei que exigia que adorassem apenas nele, e, estando longe da inspeção dos sacerdotes, deram oportunidade para a introdução de costumes idolátricos. Por essa razão, Ezequias, que fez da palavra de DEUS a sua regra, e não seguiu o exemplo de seus predecessores, os removeu, estipulou uma lei, que foi executada com vigor, para a remoção deles, a demolição das capelas, dos tabernáculos e altares ali erigidos, e a supressão do uso deles. E é provável que os terríveis castigos sob os quais o reino de Israel agora estava por causa da sua idolatria, fizeram que Ezequias ficasse mais zeloso e o povo mais propenso a concordar com ele. É bom quando os males de nosso próximo são nossas advertências. (3) A serpente de bronze foi originalmente uma instituição divina, mas, porque ela tinha servido de incentivo à idolatria, ele a fez em pedaços. Os filhos de Israel a tinham trazido com eles para Canaã. Não somos informados onde eles a colocaram, mas, parece que ela foi cuidadosamente preservada como um memorial da bondade de DEUS para com os seus pais no deserto e uma evidência tradicional da verdade daquela história (Nm 21.9), para o encorajamento dos doentes para pedirem a cura a DEUS, e dos pecadores arrependidos para lhe pedirem a misericórdia. Mas ao longo do tempo, quando eles começaram a adorar a criatura mais do que o Criador, aqueles que não adoravam imagens emprestadas aos pagãos, como faziam alguns de seus vizinhos, foram levados pelo tentador a queimar incenso à serpente de metal, porque ela fora feita por ordem do próprio DEUS e tinha sido um instrumento do bem para eles. Mas Ezequias, em seu zelo piedoso pela honra de DEUS, não apenas proibiu o povo de adorá-la, mas, para que não pudesse jamais ser usada de forma abusiva novamente, ele mostrou ao povo que ela era Neustã, nada mais do que um pedaço de bronze, e que por isso era uma coisa inútil e perniciosa queimar incenso para ela. Então ele a fez em pedaços, isto é, como expõe o bispo Patrick, a reduziu a pó, que ele espalhou no ar, para que não sobrasse nenhum fragmento. Se alguém pensar que a justa honra da serpente de metal foi aqui diminuída, eles a encontrarão profusamente compensada novamente em João 3.14, onde nosso Salvador faz dela um tipo de si mesmo. É melhor se desfazer de boas coisas, quando são idolatradas, do que mantê-las.
3. Com isso ele foi inigualável (v. 5). Nenhum de todos os reis de Judá foi como ele, depois dele, nem antes dele. Ele foi notável em duas coisas em sua reforma: — (1) Coragem e confiança em DEUS. Ao abolir a idolatria, havia o perigo de descontentar seus súditos e provocá-los à rebelião. Mas no Senhor, DEUS de Israel, confiou, para apoiá-lo em tudo que fez e salvá-lo do mal. Uma firme confiança na plena suficiência de DEUS para nos proteger e recompensar muito contribuirá para nos fazer sinceros, corajosos e vigorosos no caminho de nosso dever, como Ezequias. Quando ele assumiu a coroa, encontrou o seu reino rodeado de inimigos, mas ele não buscou o auxílio de estrangeiros por socorro, como seu pai fez, mas confiou no DEUS de Israel para ser o guarda de Israel. (2) A constância e a perseverança em seu dever. Por isso não houve ninguém como ele, porque ele apegou-se ao Senhor com uma fixa resolução e nunca se apartou de após Ele (v. 6). Alguns de seus predecessores que começaram bem caíram: mas ele, como Calebe, perseverou em seguir o Senhor. Ele não apenas aboliu todos os costumes idólatras, mas guardou os mandamentos de DEUS e em tudo teve consciência de seu dever.
II
Sua grande prosperidade (vv. 7,8). Ele esteve com DEUS e então DEUS esteve com ele, e, tendo a presença especial de DEUS com ele, para onde quer que saía, se conduzia com prudência, e tinha maravilhoso sucesso em todos os seus empreendimentos, em suas guerras, suas edificações, e principalmente em sua reforma, pois aquele bom trabalho foi realizado com menos dificuldade do que ele poderia ter esperado. Aqueles que fazem a obra de DEUS visando a glória dele, e com confiança na força dele, podem esperar prosperar nela. Grande é a verdade e prevalecerá. Encontrando-se bem-sucedido:
1. Ele tirou o jugo do rei da Assíria, a que seu pai tinha se submetido de maneira vil. Isso é chamado de revolta contra o rei da Assíria, porque foi assim que o rei da Assíria considerou. Mas foi na realidade uma reivindicação dos justos direitos da sua coroa, a qual não estava no poder de Acaz alienar. Se foi ousado fazer essa luta audaciosa tão cedo, eu não vejo, porém, como pensam alguns, que foi injusto. Se ele tinha lançado fora a idolatria das nações, poderia bem lançar fora o jugo da opressão delas. O caminho mais seguro para a liberdade é servir a DEUS.
2. Ele fez um ataque vigoroso contra os filisteus, e os derrotou até Gaza, tanto as aldeias do campo quanto as cidades fortificadas, desde a torre dos atalaias até à cidade forte, reduzindo aqueles lugares de que eles tinham se tornado senhores no tempo de seu pai (2 Cr 28.18). Quando ele tinha limpado as corrupções que seu pai tinha introduzido, poderia esperar recuperar as possessões que seu pai tinha perdido. Isaías profetizou a respeito de suas vitórias sobre os filisteus (Is 14.28 ss).

 

2 Reis 18:9-16
As Dez Tribos Foram Levadas Cativas e seu País Submetido a Tributo
Comentário Bíblico Exaustivo - Antigo Testamento e Novo Testamento - Matthew Henry - Obra Completa
O reino da Assíria agora tinha crescido consideravelmente, embora só tenha sido mencionado no último reinado. Essas mudanças acontecem na história das nações e das famílias: aqueles que foram desprezíveis se tornam formidáveis, e aqueles que têm sido grandes homens e figuras, ao contrário, são derrubados. Aqui nós temos um registro:
I
Do sucesso de Salmanasar, rei da Assíria, contra Israel, do cerco que levantou contra Samaria (v. 9), tomando-a (v. 11), com a explicação do motivo pelo qual DEUS trouxe esse julgamento sobre eles (v. 12): Porquanto não obedeceram à voz do Senhor, seu DEUS. Isso foi relatado mais largamente no capítulo anterior, mas aqui é repetido:
1. Como aquilo que moveu Ezequias e seu povo a remover a idolatria com muito mais zelo, porque eles viram a ruína que ela trouxe a Israel. Quando a casa de seus vizinhos estava em chamas, e a sua própria em perigo, era tempo de lançar fora as coisas amaldiçoadas.
2. Como aquilo de que Ezequias muito se lamentou, mas não tinha força para evitar. Embora as dez tribos tivessem se revoltado contra a casa de Davi e com freqüência tivesse causado problemas para ela, não muito tempo antes no reinado de seu pai, sendo Ezequias da semente de Israel, ele não poderia se alegrar com suas calamidades.
3. Como aquilo que expôs Ezequias e seu reino ao rei da Assíria e lhe facilitou muito mais invadir a terra. É dito aqui que as dez tribos não ouviram os mandamentos de DEUS nem o fizeram (v. 12). Muitos que se contentam em dar ouvidos a DEUS não lhe darão mais que isso (Ez 33.31), mas esses, estando resolvidos a não cumprirem seu dever, não se importaram em ouvir.
II
Da tentativa de Senaqueribe, o rei seguinte da Assíria, contra Judá, na qual ele foi encorajado pelo sucesso de seu predecessor contra Israel, com cujas honras ele competia e cujas vitórias ele continuava. A investida que ele fez contra Judá foi uma grande calamidade para aquele reino, pela qual DEUS testava a fé de Ezequias e castigava o povo, que foi chamado de nação hipócrita (Is 10.6), porque eles não concordaram com a reforma de Ezequias, nem se desfizeram de seus ídolos com boa vontade, mas os guardaram em seus corações, e talvez em suas casas, embora seus lugares altos fossem removidos. Até os tempos de reforma podem se mostrar tempos difíceis, causados por aqueles que se opõem a ela, e então se coloca a culpa sobre os reformadores. Essa calamidade se mostrará grande sobre Ezequias se nós considerarmos:
1. Quanto ele perdeu de seu país (v. 13). O rei da Assíria tomou todas ou a maioria das cidades muradas de Judá, as cidades de fronteira e as guarnições, e então é claro que todo o resto caiu em suas mãos. A confusão na qual o país foi colocado por essa invasão é descrita pelo profeta (Is 10.28-32).
2. Como ele pagou caro pela sua paz. Ele viu a própria Jerusalém em perigo de cair nas mãos dos inimigos, como acontecera com Samaria, e estava disposto a comprar a sua segurança ao preço: (1) De uma desprezível submissão: “Pequei ao negar o tributo de costume e estou pronto a fazer a reparação como for exigido” (v. 14). Onde estava a coragem de Ezequias? Onde estava a sua confiança em DEUS? Por que ele não se aconselhou com Isaías antes de enviar essa mensagem humilhante? (2) De uma alta soma de dinheiro — trezentos talentos de prata e trinta de ouro que não deviam ser pagos anualmente, mas como um resgate naquele momento. Para levantar essa soma, ele não foi apenas forçado a esvaziar os tesouros públicos (v. 15), mas a tomar as placas de ouro das portas do templo e das ombreiras (v. 16). Embora o templo santificasse o ouro que ele tinha dedicado, sendo urgente a necessidade, ele pensou que poderia ser tão audacioso com isso como fora Davi (a quem ele tomava por padrão) com os pães da proposição, e que não era nem ímpio nem imprudente dar uma parte para a preservação do todo. Seu pai Acaz tinha pilhado o templo em desprezo por ele (2 Cr 28.24). Ele tinha devolvido com juros o que seu pai tinha tomado. E agora, com toda a devida reverência, ele apenas pediu permissão para emprestá-lo novamente em uma necessidade e por um bem maior, resolvido a devolvê-lo completamente tão breve lhe fosse possível fazê-lo.

 

2 Reis 18:17-37
O Discurso de Rabsaqué
Comentário Bíblico Exaustivo - Antigo Testamento e Novo Testamento - Matthew Henry - Obra Completa
Aqui temos:
I
Jerusalém cercada pelo exército de Senaqueribe (v. 17). Ele enviou três de seus grandes generais com um grande exército contra Jerusalém. É esse o grande rei, o rei da Assíria? Não, jamais o chame assim. Ele é um homem vil, falso e pérfido, e digno de se tornar infame para todas as eras. Que ele nunca seja mencionado com honra, ele que pôde fazer coisa tão desonrosa como essa, de tomar o dinheiro de Ezequias, o qual ele lhe entregou com a condição de que retiraria seu exército, e então, em vez de abandonar o seu país conforme o acordo, avança contra a sua cidade e não devolve o dinheiro. Aqueles cujo princípio não é cumprir além daquilo que for de seu próprio interesse, são, de fato, homens ímpios e, mesmo que até sejam grandes, nós os chamaremos de ímpios. Agora Ezequias tinha muita razão em se arrepender de seu tratado com Senaqueribe, o que o tinha tornado muito mais pobre e de forma alguma mais seguro.
II
Ezequias, seus príncipes e povo, cercados por Rabsaqué, o principal orador dos três generais, e alguém que tinha o gênio mais satírico. Sem dúvida que ele foi instruído no que dizer por Senaqueribe, que pretendia com isso promover uma nova disputa com Ezequias. Ele tinha prometido, após receber o dinheiro de Ezequias, a retirar seu exército e, por essa razão, não poderia, por vergonha, fazer imediatamente um ataque forçado a Jerusalém. Mas ele enviou Rabsaqué para persuadir Ezequias a se render, e, se ele se recusasse, a recusa lhe serviria de pretexto (e um pretexto muito pobre) para sitiar a cidade, e, se ela resistisse, tomá-la de assalto. Rabsaqué teve o descaramento de desejar uma audiência com o próprio rei ao pé do aqueduto da piscina superior, fora dos muros. Mas Ezequias teve a prudência de recusar um tratado pessoal e enviou três delegados (os principais ministros de Estado) para ouvirem o que ele tinha para dizer, mas com uma ordem para que não respondessem àquele tolo segundo a sua estultícia (v. 36), pois eles não poderiam convencê-lo, mas certamente o provocariam, e Ezequias tinha aprendido de seu pai Davi a crer que DEUS o ouviria quando ele, como surdo, não ouvia (Sl 38.13-15). Uma interrupção eles lhe fizeram em seu discurso, que era apenas o desejo de que ele lhes falasse agora em siríaco (aramaico), e eles considerariam o que ele disse e reportariam ao rei, e, se eles não lhe dessem uma resposta satisfatória, então ele poderia apelar ao povo, falando em judaico (v. 26). Esse era um pedido razoável e aceitável ao costume de tratados, que os plenipotenciários devem decidir os negócios entre eles mesmos antes de qualquer coisa se tornar pública. Mas Hilquias não considerou com que homem irracional ele estava lidando, senão ele não teria feito esse pedido, pois serviu apenas para exasperar Rabsaqué e o tornar mais rude e mais violento (v. 27). Contra todas as regras da decência e da honra, em vez de tratar com os delegados, ele ameaça a soldadesca, tenta persuadi-los a desertar ou amotinar-se, ameaça, se eles resistirem, a reduzi-los ao último extremo da fome, e então continua com seu discurso, cujo objetivo é persuadir Ezequias, seus príncipes e povo, a entregarem a cidade.
Observe como, para isso:
1. Ele engrandece seu senhor, o rei da Assíria. Constantemente ele o chama de o grande rei, o rei da Assíria (vv. 19,28). Que ídolo ele fez daquele príncipe do qual ele era uma criatura! DEUS é o Grande Rei, mas Senaqueribe era aos seus olhos um pequeno deus e os possuiria com a mesma veneração por ele que ele tinha, e com isso os convencia com ameaça a lhe serem submissos. Mas para aqueles que vêem pela fé o Rei dos reis em seu poder e glória, até o rei da Assíria parece desprezível e pequeno. O que são os maiores homens quando eles são comparados com DEUS ou quando DEUS contende com eles? (Sl 82.6,7).
2. Ele se esforça para fazê-los acreditar que será muita vantagem para eles se renderem. Se resistirem, devem esperar não mais do que comer seu próprio excremento, por causa da falta de provisões, as quais seriam completamente cortadas deles pelos sitiadores. Mas se eles capitulassem, buscassem seu favor com um presente e se atirassem à sua misericórdia, ele lhes daria um tratamento muito bom (v. 31). Eu queria saber com que cara Rabsaqué pôde falar de fazer um acordo com um presente quando o seu senhor tinha quebrado tão recentemente o acordo que Ezequias fizera com ele dando um grande presente (v. 14). Podem esperar confiança aqueles que têm sido tão grosseiramente pérfidos? Mas ad populum phaleras — enfeite a corrente e o povo deixará você prendê-lo. Ele pensava confortar a todos com a promessa de que se eles se rendessem sem reservas, embora devessem esperar serem prisioneiros e cativos, isso ainda seria bom para eles. É espantoso que ele pensasse conseguir alguma coisa com sugestões grosseiras como essas, mas é isso que o diabo impõe aos pecadores todo dia com suas tentações. Ele precisava persuadi-los: (1) De que o seu aprisionamento lhes seria vantajoso, pois comeria cada um da sua vide (v. 31). Embora a propriedade de seus bens fosse entregue aos conquistadores, eles teriam a liberdade de desfrutar delas. Mas ele não explica agora para eles, como faria depois, que isso devia ser compreendido justamente como, e apenas durante o tempo em que, o conquistador quisesse. (2) Que o seu cativeiro serviria muito mais para a vantagem deles: Até que eu venha e vos leve para uma terra como a vossa. E em que aquilo seria melhor para eles, se eles não teriam nada nela que pudessem chamar de seu?
3. Que o objetivo que ele tinha principalmente era o de convencê-los de que era sem propósito para eles insistir: Que confiança é esta em que confias? Dessa forma ele insulta Ezequias (v. 19). Ao povo ele diz (v. 29): “Não vos engane Ezequias, levando-vos à própria ruína, pois não vos poderá livrar. Vós deveis vos curvar ou quebrar”. Seria bom se pecadores se submetessem à força desse argumento, ao fazerem a paz com DEUS — que é, por essa razão, nossa sabedoria entregar-se a Ele, porque é vão contender com Ele: Somos nós mais fortes do que ele? Ou o que conseguiremos colocando arbustos espinhosos e espinhos diante de um fogo consumidor? Mas, Ezequias não estava tão sem ajuda e indefeso como Rabsaqué o representava aqui. Ele supõe que Ezequias está confiando em três coisas, e ele se esforça em mostrar a insuficiência delas: — (1) Seus próprios preparativos militares: Tu dizes: Há conselho e poder para a guerra; e nós sabemos que ele tinha mesmo (2 Cr 32.3). Mas isso Rabsaqué descarta com desprezo: “Porém palavra de lábios é. Tu não estás à nossa altura” (v. 20). Com a maior arrogância e desdém imaginável, ele o desafia a apresentar dois mil homens de todo o seu povo que saibam como montar um cavalo, e, se Ezequias puder, ele se propõe a lhe dar dois mil cavalos. Ele insinua falsamente que Ezequias não tem nenhum soldado, ou nenhum que se encaixe no perfil de soldados (v. 23). Assim, ele pensa em derrubá-lo com confiança e gracejo, e aposta qualquer coisa que um capitão entre os menores dos servos de seu senhor é capaz de desafiá-lo e a todas as suas forças. (2) Sua aliança com o Egito. Ele supõe que Ezequias confia no Egito para conseguir carros e cavaleiros (v. 24), porque o rei de Israel tinha feito isso e dessa confiança ele diz verdadeiramente que ele é um bordão de cana quebrada (v. 21), ele não apenas falhará com um homem quando ele se apoiar sobre ele e esperar que aguente o seu peso, mas entrar-lhe-á pela mão e lha furará, e rasgará seus ombros, como adiante o profeta ilustra essa semelhança, aplicando-a ao Egito (Ez 29.6,7). Assim é o rei do Egito, diz ele. E, verdadeiramente, assim tinha sido o rei da Assíria com Acaz, que confiou nele, mas ele o pôs em aperto e não o fortaleceu (2 Cr 28.20). Aqueles que confiam em qualquer braço de carne acabam vendo que ele não é melhor do que uma cana quebrada. Mas DEUS é uma rocha firme. (3) Seu interesse em DEUS e sua relação com Ele. De fato, essa era a confiança que Ezequias tinha (v. 22). Ele se fortaleceu ao depender do poder e da promessa de DEUS. Com isso ele se encorajou e a seu povo (v. 30): Certamente nos livrará o Senhor, e novamente no versículo 32. Rabsaqué percebeu que esse era o seu grande esteio, e por isso se esforçou mais para abalá-lo, como os inimigos de Davi, que usaram todos os meios que tinham para desviá-lo da sua confiança em DEUS (Sl 3.2; 11.1), e assim fizeram os inimigos de CRISTO (Mt 27.43). Três coisas Rabsaqué sugeriu para desencorajar a confiança que eles tinham em DEUS, e todas elas eram falsas: — [1] Que Ezequias tinha perdido a proteção de DEUS, e se colocado fora dela, ao tirar os altos e altares (v. 22). Aqui ele mede o DEUS de Israel pelos deuses dos pagãos, que gostavam de multidões de altares e templos, e conclui que Ezequias ofendeu grandemente ao DEUS de Israel, ao confinar seu povo a um altar: assim, um dos melhores feitos que ele realizou em sua vida é mal interpretado como ímpio e profano, por alguém que não conhecia, ou não queria conhecer, a lei do DEUS de Israel. Não devemos estranhar se algo que é realmente bom e agradável a DEUS for representado por homens ignorantes e maliciosos como algo mal e uma provocação a Ele. Se isso fosse sacrílego, Ezequias seria então sempre sacrílego. [2] Que DEUS tinha ordenado a destruição de Jerusalém nesse tempo (v. 25): Agora, pois, subi eu, porventura, sem o Senhor? Isso é tudo brincadeira e encenação. Ele não pensava de jeito nenhum que tivesse qualquer ordem de DEUS para fazer o que fez (por meio de quem ele a teria recebido?), mas ele fingiu para se divertir e apavorar o povo que estava em cima do muro. Se ele tinha qualquer pretexto para tudo o que disse, poderia ser tirado da notícia que talvez ele tinha tido, pelos escritos dos profetas, da mão de DEUS agindo na destruição das dez tribos, e ele pensou que tivesse uma ordem tão boa para sitiar Jerusalém como para sitiar Samaria. Muitos que têm lutado contra DEUS fingem ter recebido ordens dele. [3] Que se Jeová, o DEUS de Israel, se encarregasse de protegê-los do rei da Assíria, Ele ainda não seria capaz de fazê-lo. Com essa blasfêmia, ele concluiu o seu discurso (vv. 33-35), comparando o DEUS de Israel aos deuses das nações que ele tinha conquistado, colocando-o no mesmo nível deles, e concluindo que, porque eles não puderam defender e livrar seus adoradores, o DEUS de Israel não poderia defender e livrar os seus. Veja aqui: primeiro, o seu orgulho. Quando ele conquistava uma cidade, supunha ter subjugado seus deuses, e com isso atribuía a si mesmo um valor muito alto. Sua elevada opinião sobre os ídolos fez com que ele tivesse uma opinião elevada sobre si mesmo como muito acima da deles. Segundo sua irreverência. O DEUS de Israel não era uma divindade local, mas o DEUS de toda a terra, o único DEUS vivo e verdadeiro, o ancião de dias, e tinha frequentemente se mostrado acima de todos os deuses. Mas ele não o considera mais do que os pretensos e fictícios deuses de Hamate e Arpade, argumentando incorretamente que os deuses (como alguns agora dizem dos sacerdotes) de todas as religiões são a mesma coisa, e ele próprio está acima de todos eles. A tradição dos judeus diz que Rabsaqué era um judeu apóstata, o que o fez tão hábil na língua dos judeus. Se isso for verdade, sua ignorância do DEUS de Israel era menos desculpável e sua inimizade menos estranha, pois que os apóstatas são geralmente os inimigos mais amargos e maliciosos, como testemunha Juliano. Deve ser reconhecido que uma grande quantidade de arte e manejo havia nesse discurso de Rabsaqué, mas, também, uma grande quantidade de orgulho, malícia, falsidade e blasfêmia. Um grão de sinceridade poderia substituir toda essa destreza e retórica.
Finalmente, nós somos informados do que os enviados da parte de Ezequias fizeram.
1. Eles permaneceram calmos, não por falta do que dizer, fosse a favor de DEUS ou de Ezequias: Eles poderiam fácil e justamente repreendê-lo pela infidelidade e quebra de confiança de seu senhor e ter lhe perguntado: Que religião te encoraja a esperar que tal conduta prosperará? No mínimo, eles poderiam ter dado aquela sóbria sugestão que Acabe deu diante de semelhantes exigências insolentes de Ben-Hadade — Não se gabe quem se cinge como aquele que se descinge. Mas o rei lhes tinha ordenado não responder, e eles observaram suas instruções. Há tempo para manter silêncio e tempo para falar, e existem aqueles para quem oferecer qualquer coisa religiosa ou racional é o mesmo que atirar pérolas aos porcos. O que pode ser dito a um louco? É provável que o silêncio deles fizesse que Rabsaqué ficasse mais orgulhoso e seguro, e assim o seu coração foi elevado e endurecido para a sua destruição.
2. Eles rasgaram as suas vestes com ódio da sua blasfêmia e da aflição pela condição angustiante e desprezada de Jerusalém, cuja vergonha era um peso para eles.
3. Eles relataram fielmente o assunto ao rei, seu senhor, e lhe fizeram saber as palavras de Rabsaqué, para que ele pudesse considerar o que devia ser feito, que curso eles deveriam tomar e que resposta eles deveriam dar à intimação de Rabsaqué.

 

 

 

2 Reis 19:1-7
Ezequias Enviou seus Servos ao Profeta Isaías para Pedir suas Orações

Comentário Bíblico Exaustivo - Antigo Testamento e Novo Testamento - Matthew Henry - Obra Completa
Sendo as palavras do discurso de Rabsaqué trazidas a Ezequias, se esperaria (e é provável que Rabsaqué tenha esperado) que ele convocasse um conselho de guerra e debatesse se era melhor capitular ou não. Antes do sítio, ele teve conselho com seus príncipes e os seus varões (2 Cr 32.3). Mas ele não faria isso agora. Seu maior socorro é que ele tem um DEUS a quem recorrer, e temos aqui uma narrativa do que se passou entre ele e seu DEUS nesse momento.
I
Ezequias revelou uma profunda preocupação com a afronta feita a DEUS pela blasfêmia de Rabsaqué. Quando ele a ouviu, embora de segunda mão, rasgou as suas vestes e se cobriu de pano de saco (v. 1). Os bons homens costumavam fazer isso quando ouviam qualquer afronta ao nome de DEUS. E grandes homens não devem pensar que seja uma humilhação para eles sofrerem quando a honra do grande DEUS é violada. Os mantos reais não são tão bons que não devam ser rasgados, nem as carnes reais tão boas que não devam ser vestidas com pano de saco, em humilhação pelas indignidades feitas a DEUS e pelos perigos e terrores de sua Jerusalém. Ele clamou agora a esse DEUS, e ficou descontente com aqueles que não estavam afetados dessa forma. Isaías 22.12-14 se refere a esse mesmo evento: Mas eis aqui gozo e alegria; matam-se vacas e degolam-se ovelhas; embora fosse dia de alvoroço, e de vexame, no vale da Visão (v. 5). O rei estava em pano de saco, mas muitos de seus súditos vestiam roupas finas.
II
Ele entrou na casa do Senhor, de acordo com o exemplo do salmista, que, quando foi afligido pelo orgulho e pela prosperidade dos ímpios, entrou no santuário de DEUS. E lá, entendeu o fim deles (Sl 73.17). Ele foi à Casa de DEUS para meditar e orar, e conseguiu que seu espírito ficasse sereno e tranquilo, depois de sua perturbação. Ele não estava considerando que resposta retornar a Rabsaqué, mas entrega o assunto a DEUS: “Tu responderás, Senhor, por mim.” (cf. Herbert). Na Casa do Senhor ele encontrou um lugar de descanso e refúgio, um tesouro, um depósito, uma câmara do conselho, tudo de que precisava, tudo em DEUS. Note: Quando os inimigos da Igreja são muito atrevidos e ameaçadores, é sabedoria e dever dos amigos da Igreja recorrer a DEUS, apelar para Ele, e deixar a sua causa com Ele.
III
Ele enviou mensagem, por mensageiros ilustres, ao profeta Isaías, em sinal do grande respeito que tinha por ele, para pedir suas orações (vv. 2-4). Eliaquim e Sebna eram dois daqueles que tinham ouvido as palavras de Rabsaqué e eram os mais aptos, tanto em informar quanto em influenciar Isaías com o caso. Os próprios anciãos dos sacerdotes deviam orar pelo povo em tempos de tribulação (Jl 2.17). Mas eles deviam ir para atrair as orações de Isaías, porque ele poderia orar melhor e tinha mais influência no céu. Os mensageiros deveriam ir em pano de saco porque eles deviam representar o rei, que estava vestido assim.
1. A missão deles para Isaías era: Faze, pois, oração pelo resto que se acha, isto é, por Judá, que é apenas um remanescente agora que as dez tribos se foram — por Jerusalém, que é apenas um remanescente agora que as cidades muradas de Judá foram tomadas.” Note: (1) É muito desejável, e algo que devemos desejar quando estivermos em tribulação, ter as orações de nossos amigos por nós. Ao pedir que orem por nós, honramos a DEUS, honramos a oração e honramos nossos irmãos. (2) Quando desejamos as orações de outros por nós, não devemos pensar que ficamos com isso dispensados de orar. Quando Ezequias enviou uma mensagem a Isaías para que orasse por ele, ele mesmo entrou na Casa do Senhor para oferecer-lhe suas próprias orações. (3) Aqueles que falam para nós da parte de DEUS devem falar por nós a DEUS. Profeta é ele e rogará por ti (Gn 20.7). O grande profeta é o grande intercessor. (4) Aqueles que levantam suas orações, isto é, que levantam seus corações em oração devem ser, provavelmente, bem-sucedidos com DEUS. (5) Quando os interesses da Igreja de DEUS são muito baixos, de maneira que haja apenas um remanescente, poucos amigos, e esses ainda fracos e confusos, então é hora de fazer, pois, oração pelo resto.
2. Duas coisas são solicitadas a Isaías, para engajar suas orações por eles: — (1) Os temores que eles tinham do inimigo (v. 3): “Ele é insolente e arrogante. Este dia é dia de angústia e de vituperação. Nós somos desprezados. DEUS está desonrado. Por causa de tudo isso, hoje é um dia de desgraça. Nunca um rei e reino foram tão pisados e abusados como nós estamos sendo: A nossa alma está sobremodo farta do desprezo dos soberbos, e é como ferida mortal em nossos ossos ouvi-los censurar nossa confiança em DEUS e dizer: Onde está agora o vosso DEUS? E, o que é pior, nós não vemos de que forma podemos resolver isso e responder à censura. Nossa causa é boa, nosso povo é fiel. Mas nós estamos em grande desvantagem numérica. As crianças estão para nascer. Agora é a hora, o momento crítico, o momento em que mais devemos ser socorridos. Um golpe bem-sucedido dado no inimigo realizaria nossos desejos. Mas, meu DEUS! Não somos capazes de dar esse golpe: Não há força para ter os bebês. Nossa situação é tão deplorável, e clama por um socorro tão veloz quanto aquele de uma mulher em trabalho de parto, que está completamente exaurida com suas dores, de maneira que ela não tem força para dar à luz a criança. Compare Oséias 13.13 com isso. Estamos quase perecendo; mas, se tu podes fazer alguma coisa, tem compaixão de nós e ajuda-nos” (2) A esperança que eles têm em DEUS. Eles olham para Ele, eles dependem dele, de se manifestar em favor deles. Uma palavra proveniente dele mudará o equilíbrio do poder, e salvará o remanescente que está afundando. Se Ele apenas reprovar as palavras de Rabsaqué (isto é, refutá-las, v. 4) — se Ele se encarregar de convencer e confundir o blasfemador — tudo estará bem. E isso eles confiam que Ele fará, não por causa dos méritos deles, mas por causa da sua própria honra, porque ele afrontou o DEUS vivo, ao colocá-lo no mesmo nível dos ídolos surdos e mudos. Eles têm razão em pensar que o resultado será bom porque eles podem contar com DEUS na disputa. Salmos 74.22: Levanta-te, ó DEUS, pleiteia a tua própria causa. “Ele é o Senhor, o teu DEUS”, dizem eles para Isaías — “teu, por cuja glória te importas, e de cujo favor tu desfrutas. Ele ouviu e conhece as palavras blasfemas de Rabsaqué, e por isso, pode ser que Ele os ouvirá e repreenderá. Nós esperamos que Ele o fará. Ajuda-nos com tuas orações a levar a causa diante dele, e então estaremos satisfeitos em deixá-la com Ele.”
IV
DEUS, por meio de Isaías, enviou uma mensagem a Ezequias, para assegurá-lo de que Ele se glorificaria com a ruína dos assírios. Ezequias enviou uma mensagem a Isaías, não para perguntar a respeito do fato, como fizeram muitos que enviaram mensageiros aos profetas (hei de eu sarar desta doença? Ou algo semelhante), mas para pedir sua ajuda em sua função. Foi nisso que ele foi solícito. E por essa razão DEUS o deixou saber o que aconteceria, em recompensa ao seu cuidado em cumprir o seu dever (vv. 6,7).
1. O próprio DEUS se envolveu na causa: Eles blasfemaram de mim.
2. Ele encorajou a Ezequias, que estava muito desanimado: Não temas as palavras que ouvistes. Elas são apenas palavras (embora sejam palavras ferozes e inflamadas), e palavras são apenas vento.
3. Ele prometeu assustar mais o rei da Assíria do que Rabsaqué o tinha assustado: “Eu meterei nele um espírito (aquele sopro pestilento que matou o seu exército), cujos terrores se apossarão dele e o conduzirão ao seu próprio país, onde a morte o encontrará.” Essa curta ameaça da boca de DEUS se realizaria, enquanto que todas as ameaças impotentes da boca de Rabsaqué desapareceriam no ar.

 

2 Reis 19:8-19
Senaqueribe Tenta Amedrontar Ezequias e este, em Oração, Recorre a DEUS

Rabsaqué, tendo entregado sua mensagem e não tendo recebido nenhuma resposta (não é dito se ele considerou esse silêncio um assentimento ou um desprezo), deixou seu exército diante de Jerusalém, sob o comando de outros generais, e foi ele mesmo até o rei seu senhor buscando novas ordens. Ele o encontrou cercando Libna, uma cidade que tinha se revoltado contra Judá (8.22). Não está claro se ele tinha tomado Laquis ou não. Alguns pensam que ele considerou a conquista da cidade impossível (v. 8). Porém, agora ele ficou alarmado com o rumor de que o rei dos cuxitas, que faziam fronteira com os árabes, estava saindo contra ele com um grande exército (v. 9). Isso fez com que ele desejasse tomar Jerusalém o mais rapidamente possível. Conquistá-la pela força iria custar mais homens e tempo do que ele poderia dispor e por isso ele renovou o ataque contra Ezequias para convencê-lo a se render docilmente. Tendo-o encontrado uma vez como um homem maleável (18.14), quando ele disse: Tudo o que me impuseres levarei, ele esperava aterrorizá-lo novamente e submetê-lo, mas isso foi em vão. Aqui:
I
Senaqueribe enviou uma carta a Ezequias, uma carta insultuosa, uma carta blasfema, para persuadi-lo a fazer com que Jerusalém se rendesse, porque não era de nenhum proveito para ele pensar em resistir. Sua carta tem o mesmo propósito que o discurso de Rabsaqué. Não há nada de novo nela. Rabsaqué tinha dito ao povo: Não vos engane Ezequias (18.29). Senaqueribe escreve a Ezequias: Não te engane o teu DEUS (v. 10). Aqueles que têm o DEUS de Jacó por seu auxílio e cuja esperança está posta no Senhor, seu DEUS, não precisam temer serem enganados por Ele, como os pagãos foram por seus deuses. Para amedrontar a Ezequias, e desviá-lo de sua âncora, ele se engrandece e a suas próprias façanhas. Veja como ele se vangloria orgulhosamente:
1. Das terras que ele tinha conquistado (v. 11): Todas as terras, e as destruiu completamente! Como são os montículos de suas vitórias transformados em montanhas! Tão distante estava ele de destruir todas as terras que nesse tempo a terra de Cuxe, e Tiraca seu rei, eram um terror para ele. Que grandes hipérboles alguém pode esperar nos louvores que homens orgulhosos dão para si mesmos!
2. Dos deuses que ele tinha vencido (v. 12). “Cada nação conquistada tinha seus deuses, que estavam tão longe de serem capazes de livrá-las que eles caíram com elas: e o teu DEUS irá te livrar?”
3. Dos reis que ele tinha vencido (v. 13), o rei de Hamate e o rei de Arpade. Se ele se refere ao príncipe ou ao ídolo, ele pretende fazer-se parecer maior do que ambos, e por isso muito formidável, e o terror dos heróis na terra dos viventes.
II
Ezequias anexa essa carta a outra, uma carta de oração, uma carta confiante, e a envia ao Rei dos reis, que julga entre os deuses. Ezequias não foi tão arrogante a ponto de não receber a carta, embora nós possamos supor que o sobrescrito não desse a ele seus devidos títulos. Quando ele a recebeu, não estava tão descuidado a ponto de não lê-la. Quando a leu, não estava com tanta raiva a ponto de escrever uma resposta na mesma linguagem provocativa. Mas subiu imediatamente ao templo, se apresentou, e depois estendeu a carta perante o Senhor (v. 14). Não que DEUS precisasse que a carta lhe fosse apresentada (Ele sabia o que estava escrito nela antes de Ezequias), mas com isso Ezequias quis dizer que reconhecia DEUS em todos os seus caminhos, — que ele não desejava agravar as injúrias que seus inimigos lhe fizeram, nem os fazer parecer piores do que eram, mas desejava que eles fossem colocados em uma luz verdadeira, — e que ele mesmo recorria a DEUS, e a seu justo julgamento, sobre todo esse assunto. Com isso, do mesmo modo, ele encorajaria pela oração que veio fazer no templo. E nós temos necessidade de toda ajuda possível para nos estimular nesse dever. Na oração que Ezequias fez sobre essa carta:
1. Ele adora o DEUS de quem Senaqueribe tinha blasfemado (v. 15), o chama de DEUS de Israel, porque Israel era o seu povo peculiar, e o DEUS que habita entre os querubins, porque ali estava a residência peculiar de sua glória sobre a terra. Mas ele lhe dá glória como o DEUS de todos os reinos da terra, e não, como Senaqueribe imaginou que Ele fosse, apenas o DEUS de Israel, confinado ao templo. “Que eles digam o que quiserem, tu és o Soberano Senhor, pois tu és o DEUS, o DEUS dos deuses, o único Senhor, apenas tu, o Senhor universal de todos os reinos da terra, e o Senhor justo, pois tu fizeste os céus e a terra. Sendo o Criador de tudo, por um título incontestável tu possuis e governas tudo.”
2. Ele apela a DEUS a respeito da insolência e da irreverência de Senaqueribe (v. 16): “Senhor, ouve, Senhor, olha. Aqui está em suas próprias mãos. Aqui está por escrito claramente” Se apenas Ezequias tivesse sido ofendido, ele teria relevado. Mas é DEUS, o DEUS vivo, que é vituperado, o DEUS zeloso. Senhor, que farás ao teu grande nome?
3. Ele reconhece as vitórias de Senaqueribe sobre os deuses dos pagãos, mas distingue entre eles e o DEUS de Israel (vv. 17,18): De fato, ele lançou os seus deuses no fogo, pois deuses não eram, incapazes de livrar a si mesmos ou a seus adoradores, e, por essa razão, não é surpresa que ele os tenha destruído, e, embora ele não soubesse disso, ao destruí-los, ele na realidade servia à justiça e ao zelo do DEUS de Israel, que tinha determinado extirpar a todos os deuses dos pagãos. Mas aqueles que pensam que, por isso, podem ser tão duros em relação a Ele, estão enganados. Ele não é nenhum dos deuses que as mãos humanas fizeram, ao contrário, Ele mesmo fez todas as coisas (Sl 115.3,4). 4. Ele ora para que DEUS se glorifique agora na derrota de Senaqueribe e no livramento de Jerusalém de suas mãos (v. 19): “Agora, pois, ó Senhor, nosso DEUS, sê servido de nos livrar da sua mão, porque, se formos conquistados, como foram as outras terras, dirão que tu foste vencido, como os deuses daquelas terras foram. Mas, Senhor, mostra que tu és diferente, ao mostrar que nós somos diferentes, e faça com que todo o mundo saiba, e confesse, que tu és o Senhor DEUS, o DEUS autoexistente e soberano, só tu, e que todos os embusteiros são vaidade e uma mentira.” Note: Os melhores argumentos na oração são aqueles que se referem à honra de DEUS. E por isso a oração do Senhor começa com: Santificado seja o teu nome, e conclui com: Tua é a glória.

 

2 Reis 19:20-34
Isaías Leva uma Mensagem
Confortadora de DEUS ao Rei

Aqui nós temos a resposta graciosa e copiosa que DEUS deu à oração de Ezequias. A mensagem que ele lhe enviou pela mesma mão (vv. 6,7), poderíamos pensar, foi uma resposta suficiente para a sua oração. Mas, para que ele pudesse ter uma consolação segura, ele foi encorajado por duas coisas imutáveis, nas quais é impossível que DEUS minta (Hb 6.18). Em geral, DEUS lhe assegurou que sua oração foi ouvida, sua oração contra Senaqueribe (v. 20). Note: É miserável a situação daqueles que têm a oração do povo de DEUS contra eles. Pois, se o oprimido clamar a DEUS contra o opressor, Ele ouvirá (Êx 22.23). DEUS ouve e responde, ouve com a força salvadora da sua destra (Sl 20.6).
Essa mensagem anuncia duas coisas:
I
Confusão e vergonha para Senaqueribe e suas tropas. Aqui é predito que ele seria humilhado e quebrado. O profeta dirige de forma elegante seu discurso a ele, como faz em Isaías 10.5: Ai da Assíria, a vara da minha ira! Não que essa mensagem fosse enviada para ele, mas o que aqui é dito a ele chegou ao seu conhecimento por meio do próprio acontecimento. A Providência lhe falou com uma evidência. E talvez o seu próprio coração foi usado para sussurrar isso para ele. Pois DEUS tem mais de uma maneira de falar a pecadores em sua ira, e assim no seu furor os confundirá (Sl 2.5). Senaqueribe é aqui representado:
1. Como escárnio de Jerusalém (v. 21). Ele pensava de si mesmo que era o terror da filha de Sião, daquela virgem pura e bela, e que com suas ameaças ele poderia forçá-la a se submeter a ele: “Mas, sendo uma virgem na casa de seu Pai e estando sob a sua proteção, ela te desafia, te despreza e ri de ti com desdém. A tua maldade impotente é ridícula. Aquele que se assenta no céu ri de ti, e, por essa razão, assim fazem aqueles que habitam debaixo da sua sombra.” Por essa palavra, DEUS pretendia silenciar o pavor de Ezequias e do seu povo. Embora aos olhos da razão o inimigo parecesse terrível, aos olhos da fé ele parecia desprezível.
2. Como um inimigo de DEUS. E isso era suficiente para torná-lo miserável. Ezequias alegou isso: “Senhor, ele afrontou a ti” (v. 16). “Ele afrontou”, disse DEUS, “e eu tomei isso como sendo contra mim mesmo (v. 22): A quem afrontaste? Não foi ao SANTO de Israel, cuja honra lhe é cara, e que tem poder para vindicá-la, o que os deuses dos pagãos não têm?” Nemo me impune lacesset — Ninguém me provocará e ficará impune.
3. Como um tolo orgulhoso e arrogante, que falou coisas mui arrogantes de vaidades e se gabou falsamente de dádivas, e vituperou o Senhor, tanto com seu orgulho quanto com suas ameaças. Pois: (1) Ele engrandeceu seus próprios feitos além da medida e completamente acima do que eles realmente foram (vv. 23,24): Tu disseste assim e assim. Ele não escreveu isso na carta, mas DEUS fez Ezequias saber que Ele não apenas viu o que estava escrito ali, mas ouviu o que ele disse em outro lugar, provavelmente nos discursos que fez a seus conselhos e exércitos. Note: DEUS toma conhecimento da jactância dos homens orgulhosos e os chamará para um acerto de contas, para que Ele possa atentar para eles e abatê-los (Jó 40.11). Que poderosa imagem Senaqueribe pensa que mostra! Dirigindo seus carros até os topos das mais altas montanhas, forçando a marcha através de florestas e rios, abrindo caminho em meio às dificuldades, fazendo-se senhor de tudo o que ele estava disposto a ter. Nada poderia ficar diante dele ou impedi-lo. Nenhuma colina era tão alta que ele não pudesse subir, nenhuma árvore tão forte que não pudesse derrubar, nenhuma água tão profunda que ele não pudesse secar. Como se ele tivesse o poder de um DEUS para falar e sua palavra se cumprir. (2) Ele tomou para si a glória de fazer essas grandes coisas, embora todas elas fossem feitas do Senhor (v. 25,26). Senaqueribe, em sua carta, tinha apelado para o que Ezequias tinha ouvido (v. 11): Eis que já tens ouvido o que fizeram os reis da Assíria. Mas, em resposta a isso, ele é lembrado do que DEUS fez por Israel no passado, secando o mar Vermelho, conduzindo-o através do deserto, plantando-o em Canaã. “O que são todos os teus feitos em relação a esses? E quanto às desolações que fizeste na terra, e especificamente em Judá, tu és apenas o instrumento na mão de DEUS, uma mera ferramenta: Fui eu que o fiz vir. Eu te dei o teu poder, eu te dei o teu sucesso, e fiz de ti o que és, te levantei para devastares as cidades muradas e dessa forma, puni-las por sua impiedade, e, por isso, os moradores ficaram com as mãos encolhidas.” Que coisa insolente e tola foi para ele se exaltar acima de DEUS, e contra DEUS, sobre aquilo que ele tinha feito por Ele e sob as ordens Dele. O orgulho de Senaqueribe aqui é exposto em Isaías 10.13,14: Com a força da minha mão fiz isto e com a minha sabedoria etc. E a resposta para esse orgulho (v. 15): Gloriar-se-á o machado contra o que corta com ele? É de fato absurdo para a carruagem sobre a roda dizer: Que poeira levantei! Ou para a espada na mão dizer: Que execução eu realizo! Se DEUS é o agente em tudo o que acontece, jactar-se não faz o menor sentido.
4. Como estando sob o controle e a repreensão daquele DEUS de quem blasfemou. Todos os seus movimentos eram: (1) Conhecidos por DEUS (v. 27): “Eu o sei, e o que tramaste e planejaste secretamente, o teu sair, e o teu entrar, marchas e contramarchas, e o teu furor contra mim e contra meu povo, o tumulto de tuas paixões, o tumulto de tuas preparações, o barulho e o ruído que fazes: Eu sei de tudo.” Isso foi mais do que Ezequias fez, ele que desejava informações dos movimentos do inimigo. Mas que necessidade havia disso quando os olhos de DEUS eram um constante espião sobre ele? (2 Cr 16.9). (2) Eram controlados por DEUS (v. 28): “Porei o meu anzol no teu nariz, ó grande Leviatã (Jó 41.1,2), e o meu freio, nos teus lábios, ó grande Beemote. Te restringirei, te controlarei, te farei virar para onde eu quiser, te enviarei para casa semelhante a um tolo como tu vieste, re infecta — frustrado em relação ao teu objetivo.” Note: É um grande conforto para todos os amigos da Igreja que DEUS tenha um anzol no nariz e um freio nos lábios de todos os inimigos dela, e que possa até fazer que a ira deles o sirva e louve e, depois, restrinja o resto dessa ira. Aqui se quebrarão as tuas ondas empoladas.
II
Salvação e alegria para Ezequias e seu povo. Isso será um sinal do favor de DEUS para eles, e que Ele está reconciliado com eles, a sua ira se retirou (Is 12.1), um milagre aos seus olhos (pois às vezes um sinal significa isso), um sinal para o bem, e uma garantia da futura misericórdia que DEUS tem preparada para eles, para que um bom fim seja colocado à presente aflição em todos os aspectos.
1. As provisões eram escassas e caras. E o que eles deveriam fazer para obter comida? Os frutos da terra foram devorados pelo exército assírio (Is 32.9,10ss.). Ora, eles não apenas deviam habitar a terra, mas serem verdadeiramente alimentados. Se DEUS os salvar, Ele não os deixará sofrer pela falta de alimento nem os deixará morrer de fome, quando eles tiverem escapado da espada: “Este ano se comerá o que nascer por si mesmo, e tu acharás isso suficiente. Os assírios colheram o que semeaste? Tu colherás o que não semeaste.” Mas o ano seguinte era o ano sabático, quando a terra devia descansar e eles não deviam nem semear nem colher. O que poderiam fazer aquele ano? Ora, Jeová-jiré — O Senhor proverá. A bênção de DEUS lhes poupará a semente e o trabalho, e, também naquele ano, as produções voluntárias da terra servirão para mantê-los, para lembrá-los que a terra produziu antes que houvesse um homem para cultivá-la (Gn 1.11). E então, no terceiro ano, a agricultura deles retornaria ao normal, e eles deveriam semear e colher como costumavam fazer.
2. O país foi devastado, as famílias foram dissolvidas e dispersadas, e tudo estava em confusão. Como poderia ser de outra forma quando ele foi ocupado por tal exército? Quanto a isso, é prometido que o que escapou da casa de Judá e ficou de resto (isto é, do povo do país) será novamente plantado em suas próprias habitações, em suas próprias propriedades, criará raízes ali, aumentará e se enriquecerá (v. 30). Veja como a sua prosperidade é descrita: Tornará a lançar raízes para baixo e dará fruto para cima, estando eles bem firmados e bem providos para si mesmos e, então, fazendo o bem a outros. Tal é a prosperidade da alma: ela cria raízes pela fé em CRISTO e, então, frutifica nos frutos da justiça.
3. A cidade estava trancada, ninguém saía ou entrava. Mas agora, o remanescente em Jerusalém e em Sião deverá sair livremente e não haverá ninguém para impedi-lo ou fazê-lo temer (v. 31). Grande destruição tinha ocorrido tanto na cidade quanto no campo, mas em ambos houve um remanescente que escapou, o qual tipificava, de fato, o resto, salvo, dos israelitas (como fica claro ao se comparar Isaías 10.22,23, que fala desse mesmo evento, com Romanos 9.27,28), e ele sairá para a gloriosa liberdade dos filhos de DEUS.
4. Os assírios estavam avançando em direção a Jerusalém, e, em pouco tempo, a sitiariam por completo, e ela corria grande perigo de cair em suas mãos. Mas aqui é prometido que o sítio que eles temiam seria evitado — que, embora o inimigo tivesse agora (como parece) acampado diante da cidade, jamais entraria na cidade, nem lançaria nela flecha alguma (vv. 32,33), — que ele seria forçado a se retirar com vergonha, e se arrependeria mil vezes de seu empreendimento. O próprio DEUS se encarrega de defender a cidade (v. 34), e aquela pessoa, ou aquele lugar, de cuja proteção Ele se encarrega, não poderá senão estar seguro.
5. A honra e a verdade de DEUS estão engajadas na realização de tudo isso. Essas são grandes coisas, mas como serão realizadas? Ora, o zelo do Senhor fará isso (v. 31). Ele é o Senhor dos exércitos, tem todas as criaturas à sua disposição, por essa razão é capaz de fazer isso; Com grande zelo, Ele está zelando por Jerusalém (Zc 1.14). Havendo-a desposado como a uma virgem pura para si mesmo, Ele não vai tolerar que abusem dela (v. 21). “Tens motivo para pensar que tu mesma és indigna de que tão grandes coisas sejam feitas por ti. Mas o próprio zelo de DEUS fará isso.” Seu zelo: (1) por sua própria honra (v. 34): “Eu farei isso por minha própria causa, para fazer do meu nome um nome eterno.” As razões da misericórdia de DEUS são provenientes dele mesmo. (2) Por sua própria verdade: “Eu farei isso por causa do meu servo Davi. Não por causa do seu mérito, mas por causa da promessa que lhe foi feita e da aliança realizada com ele, aquelas infalíveis misericórdias de Davi.” Assim, todos os livramentos da Igreja são operados por causa de CRISTO, o Filho de Davi.

 

2 Reis 19:35-37
O Exército dos Assírios É Liquidado por um Anjo e Senaqueribe Morto pelos seus Filhos

Às vezes, demorava para que as profecias se cumprissem e as promessas se realizassem. Mas aqui, a palavra foi dita junto com o seu cumprimento.
I
O exército da Assíria foi completamente destruído. Naquela noite que seguiu imediatamente o envio da mensagem a Ezequias, quando o inimigo tinha acabado de se estabelecer diante da cidade, e estava se preparando (como dizemos agora) para abrir as trincheiras, naquela noite, o grosso do exército deles foi morto no local por um anjo (v. 35). Ezequias não tinha força suficiente para sair contra eles e atacar o seu acampamento, e nem DEUS faria isso pela espada ou pelo arco. Mas Ele enviou o seu anjo, um anjo destruidor, no meio da noite, para atacá-los, ao qual a sua sentinela, embora sempre tão desperta, não pôde nem ver nem resistir. Não foi por varão. E foi por espada, mas não de homem, isto é, não por nenhum homem, mas de um anjo, que o exército assírio teve de cair (Is 31.8), tal como o anjo que matou os primogênitos do Egito. Josefo diz que isso ocorreu por causa de uma doença pestilenta, que foi morte instantânea para eles. O número de mortos foi muito alto: cento e oitenta e cinco mil homens, e é provável que Rabsaqué estivesse entre o restante. Quando os sitiados se levantaram pela manhã cedo, eis que todos eram corpos mortos, quase não havia um homem vivo entre eles. Alguns pensam que o salmo 76 foi escrito nessa ocasião, onde lemos que os que são ousados de coração foram despojados; dormiram o seu sono, o seu último, o seu longo sono (v. 5). Veja como são grandes, no poder e na força, os anjos de DEUS, visto que um anjo, em uma noite, pôde fazer tão grande matança. Veja como são fracos os mais fortes dos homens diante do DEUS Todo-poderoso: quem alguma vez endureceu o seu coração contra Ele e prosperou? A blasfêmia e o orgulho do rei são punidos com a destruição do seu exército. Todas essas vidas foram sacrificadas para a glória de DEUS e a segurança de Sião. O profeta mostra que, por essa razão, DEUS permitiu essa grande reunião, para que fossem reunidos como gavelas em uma eira (Mq 4.12,13).
II
O rei da Assíria foi colocado, com isso, na maior confusão. Envergonhado em ver a si mesmo, depois de toda a sua ostentação orgulhosa, completamente derrotado e incapacitado de continuar suas conquistas, e seguro do que teve (pois esse, podemos supor, era a flor do seu exército), e continuamente temendo sofrer ele mesmo um golpe semelhante, partiu e foi, e voltou. O modo da expressão insinua a grande desordem e transtorno mental em que ele ficou (v. 36). E isso não ocorreu muito tempo antes de DEUS eliminá-lo também, pelas mãos de dois de seus próprios filhos (v. 37).
1. Aqueles que fizeram isso foram muito perversos, matar seu próprio pai (a quem eram obrigados a proteger) e no ato de sua devoção. Maldade monstruosa! Mas:
2. DEUS foi justo nisso. Legitimamente se permitiu aos filhos se revoltarem contra seu pai, que os gerou, quando ele estava em revolta contra o DEUS que o criou. Aqueles cujos filhos lhes são desobedientes devem considerar se eles não têm sido assim para com seu Pai no céu. O DEUS de Israel tinha feito o suficiente para convencê-lo de que Ele era o único e verdadeiro DEUS, a quem, por isso, ele devia adorar. Mas ele persiste em sua idolatria e busca ao seu falso deus por proteção contra um DEUS de irresistível poder. Com justiça o seu sangue misturou-se com o de seus sacrifícios, desde que ele não se convenceria por tão clara e dispendiosa demonstração de sua tolice ao adorar ídolos. Foi permitido a seus filhos, que o assassinaram, que escapassem e não se realizou nenhuma perseguição a eles, talvez porque seus súditos estavam cansados do governo de um homem tão orgulhoso e quisessem mesmo se ver livres dele. E seus filhos seriam considerados como sendo mais desculpáveis no que tinham feito se fosse verdade (como o bispo Patrick sugeriu) que ele estava agora fazendo voto de sacrificá-los ao seu deus, de maneira que eles o sacrificaram para a sua própria preservação. Seu sucessor foi outro filho, Esar-Hadom, que (parece) não teve por objetivos, como seu pai, aumentar suas conquistas, mas preferiu aproveitá-las. Por ele foi enviada aquela primeira colônia de assírios para habitarem no país de Samaria, embora ela seja mencionada antes (17.24), como aparece em Esdras 4.2, onde os samaritanos dizem que foi Esar-Hadom que os mandou ir para lá.

 

 

_____________________________________________________

 

REIS - COMENTÁRIOS DE A. N. MESQUITA

JUDÁ SOZINHO (II Reis 18 a 25 - II Crônicas 29 a 36)

No capítulo precedente assistimos à derrocada do Reino do Norte, com a queda de Samaria e o povo levado em cativeiro por Sargão II, de Nínive. Foi uma tragédia na história do povo eleito. O pecado gerou esta tragédia. Por causa do pecado de Salomão, entregando-se ao culto das suas mulheres, DEUS rompeu os laços políticos de nação unida, ou como costumamos dizer, Reino Unido, criando outro Estado com dez tribos, entregando tudo a Jeroboão I. As determinações foram fortes e DEUS advertiu a esse personagem, que nada era senão um simples funcionário de Salomão. Deveria, portanto, observar a Lei de Moisés e ser fiel a tudo que nela estava escrito; parece, porém, que a maldição pesava sobre esta pobre gente e tão logo ele tomou conta das tribos do norte, lançou os fundamentos da mais torpe idolatria de que temos notícia nos anais da Bíblia Sagrada. Estabeleceu um sistema de culto baseado nos dois bezerros, um colocado em Dá, extremo norte do país, e outro em Betel, nos limites entre as duas partes da nação, dizendo que foram estes deuses que tiraram o povo da terra do Egito, da casa da servidão (I Reis 12:28). Há ainda alguma coisa a ser explicada no devido tempo, ou seja, a relação entre bezerros e o culto a Jeová, pois Arão cometeu o mesmo pecado no deserto, fundindo um bezerro de ouro e dizendo que este bezerro havia tirado o povo do Egito (Êx. 32:4). Qualquer que seja a interpretação que se dê aos bezerros de Arão e Jeroboão, não padece qualquer sorte de dúvida que eram instrumentos de idolatria, totalmente proibida na lei. Daqui em diante o pecado de Jeroboão, filho de Nebate, tornou-se proverbial e todos os reis de Israel andaram nos pecados de Jeroboão, filho de Nebate. Esse curso tinha de ter o seu determinismo. A idolatria, seja ela de bezerros, seja de imagens, é pecado, e o pecado desagrada a DEUS que exige um culto espiritual e monoteísta. A nação do norte, a mais rica e mais industrializada, diríamos, foi presa de toda sorte de ' pecados gerados ao redor dos altares de Betel e Dá, e não havia profetas que bastassem para arredar tanto os reis como o povo deste culto, pois, adorando ou servindo a estes bezerros, logicamente se entregavam aos baalins e astarotes, de que estava infestada a terra de Canaã.

Resta agora apenas o Estado do sul, conhecido como o reino de Judá que, segundo alguns comentadores, durou mais tempo e viveu mais afastado da idolatria, graças à influência do templo construído por Salomão, um centro de aglutinação e de coesão. De fato, não podemos negar a influência de um culto espiritual numa nação, realizando as tradições dos antigos e fazendo sempre reviver as boas normas religiosas e políticas de antanho. Por isso, certamente, a maioria dos reis de Judá foi fiel às tradições, à lei de Moisés, e, a não ser uns poucos, todos viveram mais ou menos conforme estes preceitos. Isto vimos nos capítulos anteriores. Nesta seção veremos dois dos mais nobres e mais dignos reis de Israel, nas pessoas de Ezequias e Josias, com os quais se encerra também o período do reino de Judá.

1. Ezequias (2Reis 18 ;19; 20; II Crôn. 29:32)

O período de Ezequias apresenta-nos algumas dificuldades cronológicas que, todavia, não nos preocupam, pois não atendemos demasiadamente às questões de cronologia, quer de Israel quer das outras nações. Segundo o relato de 18:1, Ezequias começou a reinar no terceiro ano do reinado de Oséias, que reinou em Samaria nove anos e foi derrotado em 722, com a tomada da cidade. De acordo com esta Escritura, Ezequias começou a reinar em 728, no terceiro ano de Oséias, e quando a cidade de Samaria caiu, já Ezequias era rei de Judá por nove anos. A cronologia o dá como rei de Judá em 729 a.C., ou seja, sete anos antes da queda de Samaria. A discrepância, se discrepância existe, deve-se ao fato de Ezequias começar a reinar, segundo 18:1, conjuntamente com seu pai Acaz, que, sendo mau rei e metendo-se em complicações políticas externas, fora obrigado a admitir o jovem Ezequias como corregente. Não tendo meios de acertar estas datas, fiquemos com a de 18:1, que o dá como rei de Judá no ano terceiro de Oséias ou seja 729 ou 728. Outros comentadores entendem que Ezequias começou a reinar em 710 quando Acaz morreu. Neste caso só pode referir-se à sua co-regência com Acaz, pois o texto sagrado o dá como rei no terceiro ano de Oséias ou seja em 728 ou 729 (veja Is. 36-39). Assim teria sido corregente de 729-716, treze anos com o mau rei Acaz que encheu Jerusalém de ídolos e corrompeu o povo com a idolatria.

Todavia, o filho foi um bom rei, um dos melhores que Judá conheceu, só sendo sobrelevado por Josias, anos depois.

1) A reforma.

A terra estava de todo corrompida com a idolatria. A primeira medida foi derrubar os altos que haviam sido colocados por Salomão e que nenhum dos melhores reis tivera coragem de destruir. Eram lugares de culto popular. O povo não podia ir a Jerusalém adorar, então adorava nestes altos. Mesmo em bons tempos de religião purificada, isso não deixava de ser um desvio. Outros reformadores houveram, mas não tocaram nos "altos". Ezequias não teve dúvidas: "Tirou os altos, quebrou as colunas e deitou abaixo a Asera e despedaçou a serpente de bronze que Moisés fizera (porquanto até aquele dia os filhos de Israel lhe queimavam incenso) e chamou-lhe Neústa" (18:4).

Neústa serve a um jogo de palavras que tanto quer dizer serpente como bronze, de que era feita a serpente. O que admira é que tantos séculos depois de Moisés, ainda esta serpente estivesse em uso de culto, e dela temos tido notícia em todos os casos de idolatria (Núm. 21:4-9). Pelo que vemos, esta reforma foi a mais profunda das que Israel ou Judá tivera durante os anos de seu reino. Todavia, nem Isaías nem Oséias fazem menção dela, pelo que nos admiramos. Parece a alguns comentadores que isso sucedeu porque essa reforma era mais política do que religiosa, não havendo mesmo indícios de reforma interna do povo, que continuava nas suas orgias como dantes. Seja como for, com a menção dos profetas ou sem ela, foi a mais profunda que se poderia esperar, e nem podemos acreditar que com simples medidas de ordem política e religiosa o povo se convertesse logo. A conversão, se havia, era questão do ambiente, o que só seria provado mais adiante. Na opinião deste escritor, Ezequias foi mais longe do que qualquer outro bom rei de Judá, pelo que lhe damos aqui o devido crédito. Tirar os altos, onde o povo adorava, e quebrar a serpente de bronze foram atos heroicos que merecem registro. A própria Escritura lhe dá este crédito, quando diz que depois dele e nem antes houve rei igual (v. 5), porque se apegou ao Senhor de todo o seu coração, guardando os mandamentos de Moisés (vv. 5,6). Portanto, está certa a nossa afirmativa de que nem antes nem depois houve rei igual, a buscar o Senhor de todo o coração; por isso o Senhor era com ele por onde andava e lograva êxito em todos os seus empreendimentos.

2) O começo da grande crise.

No ano décimo quarto do rei Ezequias subiu Senaqueribe, rei da Assíria, contra todas as cidades fortificadas de Judá, e as tomou. A história, como deve ser contada, é muito mais complexa do que o escritor inspirado nos informa. A morte prematura de Sargão II, por mãos criminosas, açulou naturalmente os apetites de Merodaque-Baladã e outros de se livrarem da tutela Assíria. Foi isso que trouxe Merodaque-Baladã a Jerusalém em visita de cortesia a Ezequias, por ter sabido que estivera doente, coisa que Isaías condenou veementemente, pois sabia que tanto os monarcas assírios como os babilônicos eram todos vinho da mesma pipa. Houve, pois, um levante geral em todos os Estados do norte, e Ezequias não se esqueceu de fazer os preparativos para uma possível revanche do monarca assírio. Reparou todos os muros quebrados das fortificações de Jerusalém, mandou fazer armas e escudos, pois sabia que o novo monarca assírio não se deixaria ficar quieto em Nínive. Judá já estava sujeito a Assur desde os dias de Acaz, pai de Ezequias, quando pediu socorro a Tiglate-Pileser III contra Rezim, da Síria, e Peca, rei de Israel. Acaz foi mesmo a Damasco, onde se encontrava o rei assírio, levando-lhe um gordo presente (tributo de vassalagem). Ezequias ignorou o acordo feito por seu pai e não pagou mais os tributos anuais; e não apenas isso, mas começou a promover a sua defesa contra o que julgava ser possível por parte do novo rei assírio. Igualmente atacou os vizinhos filisteus, tomando-lhes as cidades de Gaza e outras. Enquanto Ezequias se fortificava em Jerusalém, todos Estados do norte proclamaram a sua independência. Era uma revolta geral.

Tão logo subiu ao poder, Senaqueribe foi a Babilônia e submeteu o monarca Baladã, e depois atirou-se contra a Palestina. Dominados os Estados do norte veio contra Judá, tomando todas as cidades fortificadas, para depois se atirar contra o baluarte de Jerusalém, agora grandemente fortificado. Antes de atacar Jerusalém tinha de dominar Laquis e outras cidades ao redor da grande metrópole; Laquis, porém, era uma fortaleza difícil de ser tomada, e nenhum guerreiro poderia avançar para sul ou leste, deixando atrás este baluarte temível. O que a arqueologia nos diz da luta para tomar Laquis é mais um drama do que uma batalha. Todas as armas modernas daqueles dias foram mobilizadas. Os sapadores construíram rampas ao redor das muralhas para poder galgar o cimo dos muros onde estavam os artilheiros laquienses; estes, no entanto, bem armados de flechas e dardos, fundas e tudo quanto f azia parte do arsenal guerreiro do dia, tornavam inacessível a subida. O que nós chamaríamos atualmente de tanques, os assírios tinham com uma aguda ponta de ferro, com que martelavam as muralhas. Apesar de tudo, Laquis resistia. Fizeram alguns prisioneiros, mas o grosso das tropas defensoras ficou praticamente intato. O arqueólogo inglês por nome James Leskey Starkei descobriu uma vala que nós chamaríamos de sepultura comum, onde havia empilhado mais de mil corpos uns por cima dos outros. Esta mortandade, tanto pode ter sido o resultado da defesa de Laquis, como da morte causada pelo anjo do Senhor.

No fragor desta batalha e vendo que a sorte da cidade era indecisa, Senaqueribe mandou a Ezequias a sua embaixada, como nos conta o escritor em 18:17 de II Reis. Nesta conjuntura fraquejou a fé em DEUS, por Parte de Ezequias. Mandou então os seus embaixadores a Laquis, a fim de parlamentar com Senaqueribe e declarar-se seu servo, pagando o tributo de trezentos talentos de prata e trinta talentos de ouro (II Reis 18:14). Esta atitude do rei de Judá era um reconhecimento de que tinha errado em não manter o acordo do seu pai. Senaqueribe aceitou a oferta de Ezequias, mas o que ele pretendia não era tanto uma vassalagem, mas a cidade do Grande Rei, e por isso recebeu o dinheiro, mas continuou nas suas exigências da entrega da cidade. O resto da história é contada por miúdo nos versos 19 a 37.


3) Agrava-se a crise em Judá.

Este é o período mais crítico da história de Judá e do reinado de Ezequias. Foi o período áureo de Isaías, com papel preponderante nesta quadra histórica difícil, como conselheiro oficial do rei Ezequias que estava no seu décimo quarto ano de governo, quando Senaqueribe, sucessor de Sargão 11, da Assíria, veio atacar Judá. Resolvido o problema de Samaria, estavam os reis da Assíria em condições de acertar as suas contas com Judá, pois lá para o norte nenhum outro Estado restava, como se verá mais adiante. Só Judá resistia. Ezequias confessa haver errado (v. 14) em não pagar os tributos estabelecidos por seu pai, e propõe-se a pagar o exigido. O rei assírio impôs pesado tributo, que obrigou Ezequias a raspar o tesouro real, o templo, num total de trezentos talentos de prata e trinta talentos de ouro. Para completar essa montanha de metal precioso (não havia dinheiro cunhado como agora) 1 arrancou das portas do templo e d'as ombreiras com que o rei de Judá as cobrira, e deu tudo ao rei da Assíria, com a condição de que se fosse embora. Senaqueribe parece ter ficado satisfeito com o tributo, mas depois mudou de ideia e exigiu a entrega da cidade, para que nada mais restasse naquela região, que não estivesse sob o domínio assírio (veja Isaías 36:1 e 33:1,6,7).

Senaqueribe estava cercando a fortaleza de Laquis, já referida, a famosa cidade por nós examinada em nossos estudos sobre Josué, a cidade mais fortificada de todos os antigos tempos. Enquanto cercava Laquis, mandou seus embaixadores, chefiados por Rabsaqué, a Ezequias, com a ordem de entrega da cidade. Neste meio tempo, como Laquis resistisse, Senaqueribe virou-se para Libna, outra fortaleza ainda não devidamente explorada. Era natural que enquanto Laquis resistisse, Jerusalém não podia ser atacada, pois uma dependia da outra. A arqueologia, nas suas buscas da verdade histórica, tem muito que nos contar e nós recomendamos aqui outra vez o livro de Sir Charles Marston, A Bíblia Disse a Verdade, incluindo outros notáveis arqueólogos.1 Nos relatos de Senaqueribe, encontrados nas ruínas de Nínive, lê-se: "Como Ezequias, o judeu, não se submetesse ao meu jugo, cerquei quarenta e seis cidades, delas expulsei velhos e novos e o rei eu fechei como pássaro na gaiola. " Continua dizendo que recebeu trinta talentos de ouro e Oitocentos talentos de prata, Pedras preciosas, camas com incrustações de marfim, cadeiras com embutidos de marfim, peles de elefantes, madeiras de ébano, as próprias filhas de Ezequias, concubinas, músicos de ambos os sexos etc. O relato de Senaqueribe é falso nalguns pontos, mas verdadeiro noutros. Os reis assírios eram conquistadores de fama mundial e as suas bazófias algumas vezes transcendiam a verdade, mas de modo geral correspondiam aos acontecimentos.

Os arquivos de Nínive têm sido a coisa mais preciosa para comprovação da história do Velho Testamento. 2
Depois de receber o tributo como vimos, Senaqueribe não se contentou, pois enquanto existisse Jerusalém haveria um foco de rebelião. Foi então que mandou os seus mensageiros para uni encontro com Ezequias.
1. Veja E a Bíblia Tinha Razão, de Werner Keller, pp. 222 a 235.


4) Senaqueribe intima Ezequias a entregar a cidade.

Os embaixadores foram Tartã, Rabe-Sáris e Rabsaqué. Todos devem ter sido altos funcionários do governo assírio, sendo Tartã chefe supremo das forças armadas (Is. 20:1), Rabe-Sáris comandante do exército e Rabsaqué o mordomo-mor do palácio real, em Nínive. Como se vê, era uma embaixada de luxo para convencer Ezequias a entregar a cidade. Estes chegaram junto ao aqueduto superior, ao caminho do campo do lavandeiro, lugares ainda não identificados. De lá mandaram chamar o rei que por sua vez mandou Eliaquim, o mordomo do palácio, Sebnã, o escrivão, e Joá, o cronista. Estes estavam encarregados de parlamentar com os embaixadores de Senaqueribe (Is. 7:3; 20:1; 22: 20). Esta gente falava o hebraico, coisa que nos parece um tanto estranha, e os mensageiros de Ezequias pediram que se lhes falasse em aramaico, porque o povo não entendia esta língua, e assim tomaria conhecimento dos insultos que estavam sendo assacados contra o rei e especialmente contra o DEUS de Judá, Rabsaqué respondeu que o assunto era para o povo conhecer e não apenas os oficiais do rei. A alegação dos embaixadores foi de que não valia a pena confiar no Egito, aquela cana quebrada, que furaria a mão de quem se encostasse nela (v. 21). Não sabemos que houvesse no momento qualquer entendimento com o Egito, que nesse tempo não era grande potência. Também não adiantava, diziam, confiar em DEUS cujos altares Ezequias derrubou, como a dizer se DEUS não se rebelou contra a derrubada dos altares, como é que vai ajudar-te nesta conjuntura (v. 22). Pois se não pode afugentar um só capitão dos menores dos servos do meu senhor, confias no Egito, ete. (v. 24). Ora, empenha-te com o meu senhor, rei da Assíria, e dar-te-ei dois mil cavalos, se da tua parte achares cavaleiros para os montar (v. 23).

Toda essa arenga foi feita em bom hebraico, de modo que o povo assentado nos muros entendeu perfeitamente o que se estava passando, pelo que os mensageiros de Ezequias pediram que lhes falassem em aramaico, porque essa língua o povo não entendia.
O argumento era que não valia a pena resistir, confiando em DEUS, pois todos os deuses das nações vencidas tinham sido derrotados, dando como prova os deuses de Hamate, de Arpade, de Sefarvaim, Hena e Iva. Todos eles tinham sido derrotados e, portanto, não adiantava confiar em DEUS. O argumento era irresistível e os mensageiros de Ezequias calaram-se, porque a ordem era não argumentar. Teriam de fazer as suas propostas sem argumento.

Os embaixadores de Ezequias se retiraram dos muros e foram levar-lhe os resultados da afronta em palácio. Nada mais restava senão confiar em DEUS. Efetivamente todos os povos ao redor estavam submetidos e destruídos. Só restava mesmo Judá e este já tinha sentido o peso da afronta com a conquista de muitas cidades, e certamente a deportação de muitas pessoas, que, segundo as crônicas da Assíria, foram 200.150 entre novos e velhos. Não queríamos estar presentes a esta crise, se a nossa fé não fosse muito forte. Quantas vezes o povo tinha sido derrotado? Quantas vezes aparentemente DEUS se tinha omitido? Era, pois, uma hora de grande crise, e só a fé poderia valer. A cidade cercada, Laquis com as suas muralhas enegrecidas da fumaça das árvores cortadas e queimadas junto às muralhas, Libna também cercada, um exército de mais de 200.000 homens, cavalos sem conta, ali junto, e os pobres judeus encerrados dentro das muralhas da sua cidade.


5) DEUS responde a Ezequias.

Nesta hora de crise, muito valia a opinião de um homem de DEUS. Ezequias enviou os seus mensageiros a Isaías (que morava perto do templo), todos de vestes rasgadas e cabeça coberta de terra, com uma mensagem desalentadora: "Este dia é dia de angústia, de vituperação e de blasfêmia; porque os filhos chegaram ao parto e não há força para os dar à luz. Bem pode ser que o teu DEUS tenha ouvido todas as palavras de Rabsaqué... Isaías lhes disse: ... Não temas as palavras que ouviste..." (19:3-6). O milagre estava pronto e seria uma prova de que havia DEUS em Judá, e o DEUS dos judeus não era como os de Hamate, ou Serfavaim: era um DEUS diferente. Graças a DEUS que havia também um profeta a quem DEUS revelava a Sua vontade e isso era o bastante. Assim os mensageiros de Ezequias voltaram com o recado do profeta, no qual estava predito o que iria acontecer com os exércitos de Senaqueribe. DEUS meteria nele um espírito e ele ouviria certo rumor... (v. 7). O que também parece certo é que toda a basófia de Senaqueribe não passava de uma artimanha, pois se ele não conseguira tomar Laquis nem Libna, como poderia atacar Jerusalém com estas fortalezas pela retaguarda? Possivelmente Ezequias também deveria ter notado que tudo não passava de uma artimanha de guerra. Senaqueribe não seria louco para desviar os seus exércitos de Laquis e Libna para atacar Jerusalém, porque então seria atacado pela retaguarda. O próprio Senaqueribe estava encerrado numa gaiola, como disse que encerrara Ezequias. Com um mapa diante de nós veremos a posição de Laquis e Libna, fortalezas guardiãs de Jerusalém, e, sem a derrota destas, a cidade estava segura. Foi o que aconteceu quando Nabucodonozor, anos depois, atacou Jerusalém; ele teve de vencer primeiro estas fortalezas para então atacar a Santa Cidade. Temos aqui um capítulo da estratégia da guerra contra Jerusalém. Desta crise Jerusalém se livrou graças ao socorro dado por DEUS, embora houvesse no horizonte outra crise de que não se livraria.

A Santa Cidade estava mesmo destinada à destruição, por causa do pecado dos seus reis e do seu povo.

6) Uma carta afrontosa de Senaqueribe e a oração de Ezequias (veja Isaías 37:9-20).

Em vista de não obter uma resposta às suas ameaças, voltou Rabsaqué a seu senhor e o encontrou lutando contra Libna, porque Laquis tinha resistido valorosamente. Nesta altura, Senaqueribe soube que Tiraca, rei do Egito, tinha saído para lhe fazer guerra. Não sabemos que Tiraca viesse em socorro de Ezequias, mas como os dois Estados disputavam a hegemonia no Oriente, talvez tivesse pensado ser uma boa oportunidade de se defrontarem. O Egito tinha caído em poder dos etíopes, que constituíram a vigésima quinta dinastia do Egito. Uraca talvez fosse um general de Sabataca, seu tio, que reinou de 888-870. Então Senaqueribe entendeu que era tempo de fazer nova pressão contra Ezequias mandando-lhe uma carta insultuosa e afrontosa como se lê em 19:8-14. O argumento era o mesmo. Não adiantava confiar em Jeová, porque ele não livraria a cidade. Portanto, o melhor caminho era abrir os portões para que entrassem os exércitos do grande rei assírio. Ezequias não teve dúvida; foi ao templo e colocou a carta diante de DEUS, pois foi a DEUS que o rei insultou. Uma atitude de todo em todo prudente e sábia, pois, se era verdade que DEUS era DEUS e o único, então era a Ele que cabia responder aos insultos de Senaqueribe. Linda a oração de Ezequias, vale a pena ser imitada.

7) A resposta de DEUS por intermédio de Isaías (veja Isaías 37:21-35).

DEUS respondeu logo, sem demora, tudo quanto Ezequias tinha pedido: "A virgem, a filha de Sião, te despreza e te escarnece; a filha de Jerusalém meneia a cabeça por detrás de ti" (v. 21). "A quem afrontaste?", pergunta o profeta. E entra numa série de figuras. DEUS mesmo cavou os poços e bebeu as águas, com a planta dos pés secou os rios do Egito, "e porque a tua arrogância subiu aos meus ouvidos, porei o meu anzol no teu nariz e o meu freio na tua boca, e te farei voltar pelo caminho por onde vieste." Então foi dado um sinal de fartura e segurança para Israel (v. 28). "Portanto, assim diz o Senhor acerca do rei da Assíria: Não entrará nesta cidade. . . " (v. 32). Pronto! estava selada a sorte do arrogante rei, vencedor de muitos reis e deuses, mas vencido pelo DEUS de Israel. A desgraça já estava selada, como se vê nos versos 35-37, e nada escapou que pudesse fazer medo a uma aldeia de raposas. O que os reis da Assíria praticavam com os reis vencidos pondo-lhes anzóis no nariz e freios na boca, seria agora praticado contra ele. Damos graças a DEUS que ficou para a história esta revelação e proteção de DEUS. Nós que vivemos sob outra disposição, muito diferente aliás, sem um Isaías perto de nós, mas com os mesmos problemas algumas vezes até piores, podemos estar certos dê que DEUS é o mesmo e ainda responde às orações. Mudaram os meios e modos de enfrentar inimigos, não temos mais um Senaqueribe, mas temos outros do mesmo feitio, e quando oramos como Ezequias orou, DEUS responde.

8) A destruição do exército de Senaqueribe (veja Is. 37:36-38).

A destruição do exército de Senaqueribe é o fato histórico que mais impressionou os historiadores antigos, e sobre o acontecimento, rios de tinta têm corrido para explicar o que só a Bíblia o faz. O Autor no seu livro "Povos e Nações do Mundo Antigo", uma história do Velho Testamento, dá amplas informações a respeito. A frase bíblica "naquela noite" (v. 35) não se encontra na leitura paralela de II Crônicas nem em Isaías 37, pelo que alguns admitem ser apenas uma expressão forte para dar a entender que a derrota foi imediata. Todavia, tanto II Crônicas como Isaías dão a mesma nota que o anjo do Senhor destruiu o exército de Senaqueribe, se não naquela noite, numa noite, pois foi mesmo de noite que se deu a derrota, e Senaqueribe, como nos conta II Crônicas, voltou coberto de vergonha para a sua terra.

Uma lenda desposada por Heródoto, célebre historiador antigo, diz que a derrota se deu nas imediações do Egito, e que, portanto, Senaqueribe teria abandonado Jerusalém e tentado vencer os egípcios, sendo que a destruição ocorreu por intervenção de uma onda de ratos que roeram os arreios dos cavalos, e estes dispararam sem os cavaleiros. Outra, contada por Josefo, diz que um vento oriental deu no exército, de noite, e matou os soldados. Qualquer destas tradições não invalida o fato bíblico de que em certa madrugada cento e oitenta e cinco mil soldados amanheceram mortos, a fina flor do exército até aqui invencível. O anjo do Senhor fez a destruição da maneira que lhe pareceu melhor. Derrotado, Senaqueribe voltou para Nínive e foi adorar o seu deus Nisroque, e, enquanto adorava, seus dois filhos, Adrameleque e Sareser, o mataram à espada e fugiram para a terra de Ararate, subindo ao poder o seu outro filho, por nome Essar-Hadom.

A norma dos antigos guerreiros era, ao, subirem ao poder, tentar uma guerra para mostrarem o seu valor como guerreiros, pois que o trono ou o poder não dependia de direitos sucessórios, mas de força. A guerra de Senaqueribe na Palestina tinha tido esse fim, se bem de pouco ou de nada servisse. Parece que foi mesmo o fim do poderio assírio, pois daqui em diante começa o seu declínio com a volta do antigo império babilônico ao cenário político daquela região, com o advento como veremos adiante com a vinda de Merodaque-Baladã, antecessor de Nabucodonozor. Desta vez Jerusalém estava salva e livre, mas o pecado continuava a fazer a sua obra nefasta, e outro poder se levantaria para concluir o que Senaqueribe não conseguiu. Por qualquer ângulo que se aprecie esta quadra histórica, fica evidente que foi a mais séria de todas quantas visitaram a pobre nação até agora, e de que o grande Isaías foi o fiel da balança. Os que estudam Isaías e a sua obra devem ver o papel que lhe coube no encaminhamento dos negócios de Judá, sua luta para recolocar a nação no seu lugar com DEUS e suas terríveis proclamações e admoestações contra o pecado dos reis e do povo. O paciente e misericordioso DEUS teve de assistir a todo este transe, intervindo apenas quando solicitado, como espectador, silencioso aguardando poder entrar na cena e agir. Muitas são as lições que nos dá esta história do ponto de vista divino: se era solicitado, intervinha e salvava; se não era, deixava que cada qual pagasse por seus pecados. Isto ainda ocorre hoje, mas em moldes diferentes. O autor destas notas muito se tem louvado nestas ocorrências para tirar as lições que elas ministram, e com isso construir n sua própria vida pastoral e pessoal.

3. Há historiadores que acreditam que Senaqueribe foi de fato ao Egito com um grande exército e o dominou. Faraó naquele tempo seria um sacerdote inimigo de guerras, ou não disporia de exércitos para enfrentar Senaqueribe e entregou-se ao rei assírio. Esta é uma história contada por Heródoto de Helicarnasso. Não parece que a história seja verídica, pois o relato bíblico nos diz que Senaqueribe perdeu o seu exército junto às muralhas de Jerusalém. E nós ficamos com a história bíblica (Veja Keller, E a Bíblia Tinha Razão, p. 230).


(II Reis 18 a 25 - II Crônicas 29 a 36)
1. Ezequias (18 a 20; II Crôn. 29:32)

9) A doença de Ezequias (veja Is. 38:1-8).

Pensam alguns comentadores que a doença de Ezequias teria ocorrido antes da invasão de Senaqueribe, talvez por volta de 705. Entretanto, o texto parece indicar que se relacionou com o problema de Senaqueribe, por dizer "naqueles dias". Ora, "aqueles dias" devem estar em conformidade com o relato anterior. Todavia, pouco importa para a verdade, que precedesse ou sucedesse a invasão assíria, embora pareça estar relacionada com a dita invasão. É certo que os cronistas sagrados não se atinham muito à cronologia, dando um fato antes ou depois de outro; parece que no caso aqui, a doença ocorreu pouco depois, e era uma doença de morte, causada por uma úlcera que se atribui a câncer. Ezequias não estava pronto para morrer, seja porque não tinha filhos que o sucedessem, pois que Manassés nasceu mais tarde, seja porque, depois da vitória contra os exércitos assírios, desejava consolidar o seu poder em Judá. De qualquer modo, quando soube que estava selada a sua sorte nesta vida, virou-se para a parede e orou ao Senhor, alegando que tinha andado nos seus caminhos, fora fiel em tudo e, portanto, desejava viver mais um pouco. Isaías, que tinha trazido a mensagem da morte, ainda estava no centro da cidade (v. 4) quando veio outra ordem de DEUS, para que voltasse e lhe dissesse que ainda viveria mais um pouco. DEUS tinha visto as suas lágrimas, ouvido a oração do rei e teve pena dele. Portanto iria viver mais 15 anos. Mandou que se fizesse uma pasta de figos e a pusessem sobre a úlcera, e recuperou a saúde. 4

Ezequias não ficou satisfeito em ficar bom da úlcera; queria uma prova de que viveria os 15 anos; por que pedir provas? DEUS deu a prova. DEUS paciente. Seria adiantada a sombra no relógio de Acabe ou seria atrasada? Ezequias não quis que a sombra adiantasse, mas atrasasse dez graus. Então Isaías clamou ao Senhor e a sombra retrocedeu dez graus. Para alguns, o milagre não consistiu em diminuir o dia em dez minutos, mas em retroceder a sombra. Ora, para nós tanto faz. O milagre é claro. O relógio de Acaz era uma espécie de mediana muito usada nos antigos tempos, composta de duas partes que, fechadas, se superpunham. No centro, um espaço côncavo redondo, no qual havia uma agulha magnética que se dirigia para o polo norte. Sempre que se queriam as horas, era abrir a mediana, inclinar a agulha na direção do norte e a sombra da linha, proporcionada pelo sol, se projetava no mostrador do relógio com as 12 horas inscritas. Os astrônomos têm lutado para decifrar esse problema com o outro ocorrido em Josué 10:12-15. Segundo Josué o sol não se pôs quase um dia inteiro. Então dizem os sábios que o dia de Josué foi de 11 horas e cinquenta minutos e os dez minutos de Ezequias completaram um dia que dizem, falta no calendário astronômico. Nos estudos sobre Josué foram dadas outras informações que o leitor procurará ler. Para nós que não somos astrônomos mas simples curiosos desta ciência, tanto se nos dá que falte uni dia no calendário astronômico, como não falte; o que interessa é o fato dos milagres que os incrédulos desejam2 ignorar. Se há DEUS, há possibilidade de milagres; se não há, não há milagres. Apenas isto e nada mais. A Revelação de DEUS é clara e a Sua intervenção na história é um fato. Negar isto é tentar Provar o impossível. Ezequias sarou da sua úlcera e continuou a viver mais 15 anos, conforme lhe prometeu Isaías.

4. No porto de Ras Schamra, no norte da Síria, os arqueólogos encontraram livro de receitas médicas especiais para curar doenças de cavalos e de pessoas mesmo. Havia muitas receitas recomendadas pelos mestres, receitas estas compostas de vegetais e frutas. Os unguentos de figos eram muito usados na antiguidade para esfregar nas narinas dos cavalos quando tivessem a cabeça inchada ou o focinho inflamado. Acredita-se que a pasta de figos colocada na úlcera de Ezequias fosse uma fórmula dessas. No caso bíblico é claro que a cura foi obra de DEUS, foi milagre, mas os meios usados eram os comuns. DEUS mesmo usa meios naturais para surtir efeitos espirituais.

10) Uma embaixada de Babilônia (veja Is. 39:1-8).

"Na queles dias", ou naquele tempo, Merodaque-Baladã, rei de Babilônia, enviou cartas a Ezequias e uma embaixada. Babilônia de há muito estava sujeita à Assíria, como vassala, sendo os seus monarcas meros prepostos de Nínive. Todavia, Babilônia continuava a exercer a sua influência como dantes, pois toda vez que um monarca assírio subia ao trono tinha de ir a Babilônia pagar o seu tributo a Marduque, o deus principal dos babilônios, para poder contar com a cooperação do antigo império. c, Isto entretanto não militava contra o desejo de se tornarem independentes, como aconteceu pouco depois. Este Merodaque-Baladã, também escrito Berodaque-Baladã, era súdito da Assíria, e reinou durante os anos de 721 a 710. Sabendo que Ezequias estivera doente aproveitou o ensejo para vir saudá-lo pela sua saúde e sondá-lo sobre uma aliança, com o que Ezequias se sentiu muito confortado, pois sabia que havia no ar um meio de se vingar das afrontas assírias, com a sua derrota, fosse pelos babilônios ou por outros como aconteceu mais tarde. Recebeu a embaixada com as honras que merecia, mostrou-lhe todo o seu arsenal de guerra, a sua riqueza, tudo que tinha. Eram então dois conspiradores contra Nínive. Segundo os protocolos daqueles dias, Ezequias seria o conspirador ocidental e Merodaque-Baladã o oriental. Era uma conspirara bem armada e Ezequias, como bom político, não podia perder a oportunidade de uma tal aliança.

Isaias, o grande intérprete da história, não gostou do negócio. Veio a Ezequias e perguntou: "Que disseram aqueles homens e donde vieram a ti" (v. 14). Ele bem sabia de onde tinham vindo, mas queria a palavra do rei. "Vieram de um país mui remoto, de Babilônia... Que viram em tua casa?" Então vem a sentença terrível, uma profecia das incursões de Nebuzaradão e Nabucodonozor. A profecia foi tremenda: (1) tudo que viram seria levado para Babilônia, nada ficaria; (2) dos seus próprios filhos fariam eunucos no palácio do rei de Babilônia. Então disse Ezequias a Isaías: "Boa é a palavra do Senhor que disseste" (v. 19). Apesar da negrura da profecia, Ezequias se conformou com ela, isto em parte, porque o ataque babilônico não ocorreria nos seus dias. Bom espírito. Poderia pensar ainda que, se estas terríveis coisas não aconteciam nos seus dias, mas muito depois, tudo poderia ser evitado por uma lealdade a DEUS, o que seria certo. Se Manassés fosse outro homem e seus sucessores fossem crentes corretos, talvez nada tivesse acontecido, porque DEUS muda os Seus planos mediante a oração. Não temos um DEUS impossível, indiferente à vida. Temos um DEUS que sofre e livra conforme a nossa atitude. Fosse pelo que fosse, Ezequias não se agastou com a profecia. Mesmo o horizonte estava muito distante e o espantalho da sua hora era Assíria, como se os babilônios fossem muito melhores.


5. Em linguagem babilônica chamava-se Marduck-Aplaudim. A morte inesperada de Sargão II fez reviver no monarca babilônico, preposto de Nínive, o desejo de se ver livre da tutela dos reis assírios. Nesta conjuntura, sabendo que Ezequias havia estado doente. manda-lhe uma embaixada vistosa com um bom presente para o saudar, e ao mesmo tempo o sondar a respeito de uma aliança para que Judá, de um lado, e Babilônia do outro, se atirassem contra Nínive. Este monarca chamava-se Merodaque-Baladã, filho de Balã. Como de praxe, Isaías não gostou do assunto tratado. mesmo que tudo estivesse ainda em segredo de Estado. Isaías, bom observador dos fatos nacionais e internacionais, já sabia de tudo e condenou os entendimentos havidos. Judá devia confiar no seu DEUS e não em alianças políticas.


11) Súmula das atividades de Ezequim.

Até hoje se discute a maneira como Ezequias trouxera a água da Fonte da Virgem, ou Ponte Giom, que ficava no vale de Cedrom, ao sul da cidade até o poço de Siloé, que aparece diversas vezes em o Novo Testamento. Por meio de um aqueduto sifonado, a água foi trazida ao centro da cidade, para abastecimento público. Foi por este aqueduto numa forma primitiva que os homens de Davi entraram e tomaram a fortaleza dos jebuzitas (II Sam. 5:6,7,8). O que Ezequias fez foi ampliar as obras e torná-las mais conformes com as necessidades da cidade. Outras obras já referidas foram o domínio dos velhos inimigos filisteus, estabelecendo fronteiras pacíficas ao redor de Jerusalém. A sua reforma religiosa, porém, só tem paralelo na história moderna, com as naturais diferenças, em Lutero, sendo que a obra de Ezequias foi muito mais completa. Foi um rei que passou à história como amigo de DEUS e dos Seus mandamentos.

As fortificações que Ezequias fez na cidade são coisas que ainda hoje constituem admiração. Jerusalém era lima cidade cobiçada, rodeada de inimigos que não perderiam ocasião de tomá-Ia. Ainda hoje se buscam os muros da cidade construídos ou reconstruídos no seu tempo. Desde tempos antigos que a cidade era rondada por inimigos e Ezequias sabia que a qualquer tempo seria presa de algum conquistador. Então cercá-la bem e com altas muralhas era uma sábia política. Mas a sua obra, ainda hoje admirada, está justamente no túnel que leva as águas da Fonte da Virgem ou de Maria, até o centro da cidade. Esta fonte, também chamada de tanque de Siloé, corre por um túnel de meio quilômetro, com uns sessenta centímetros de altura, por onde um homem passa curvado e com dificuldade, porque não segue em linha reta. Em 1880 um rapaz caiu no tanque e nadando com dificuldade foi sair na outra extremidade e lá deparou com um buraco. Conhecido, o túnel foi examinado por técnicos, que descobriram uma inscrição feita na rocha mais ou menos assim: "Termina a perfuração". O que tem causado certo assombro aos arqueólogos é o fato de que o túnel não segue em linha reta, mas faz uma grande curva, em forma de S. Por que essa curva tornando difícil o prolongamento do túnel? Acreditava-se que os túmulos dos reis de Israel se encontrassem ali e para não tocar-lhes fizeram esse desvio, mas investigações posteriores não encontraram túmulo algum. A forma de sifão teria por fim dar às águas maior movimento de ascensão. Uma cidade bem abastecida de água estaria preparada para resistir ao cerco que provavelmente viria.

O assunto relacionado com a palavra poço, cisternas, é de tal modo interessante que nos sentimos levados a dizer mais urnas palavras a respeito.
Acredita-se que os judeus foram levados a cavar poços devido ao costume dos egípcios de os cavarem distante do rio Nilo, para a criação de peixes. Todavia, o costume era muito mais antigo do que qualquer outro aprendido no Egito. Abraão cavou cisternas para abeberar o seu gado (Gên. 26:18), e seu filho Isaque igualmente cavou poços. Quando Jacó chegou a Arã parou junto ao poço onde os rebanhos eram abeberados (Gên. 29:3 e referências) . A necessidade de abrir poços decorria da quase inexistência de rios em muitos lugares do Oriente e também pela falta de chuvas periódicas, de modo que era necessário armazenar a água das chuvas para ter o que beber nas grandes estiagens tão comuns no Oriente. Quando acontecia encontrarem um veio d'água num poço cavado, era uma riqueza, como sucedeu com Jacó, quando cavou o poço notável na história da Bíblia em João capítulo quatro. Este era um poço de nascente que serviu e ainda serve a gerações. Não foi apenas na Palestina que foram abertos Poços para reservatórios de águas, pois em muitos lugares da América do Norte, e mesmo no Brasil abrem-se poços para ajuntar a água das chuvas para gastos domiciliares.

Havia um poço ou açude notável em Gibeão (II Sam. 2:13), um outro em Hebrom (II Sam. 4:12), chamado açude, na Bíblia Revisada e Atualizada no Brasil; o poço de Samaria (I Reis 22: 38) e, finalmente, o açude superior (II Reis 18:17, Is. 7:3), conhecido agora pelo nome de Birket-el-Mamilla, o poço mais baixo ou inferior (Is. 22:9, 11). Mas de todos os poços ou açudes encontrados no Velho Testamento, o mais notável pela sua construção, como já vimos, e por sua influência durante séculos, foi mesmo o de Ezequias (II Reis 20:20), atualmente conhecido pelo nome árabe de Birket-el-Hammom, o Poço do Rei; em Neemias 2:14, chamado a Porta da Fonte e Açude do Rei, também conhecido como a Ponte da Virgem; em Neemias 3:15, a Porta da Fonte. Isaías chama a este açude, o Açude Velho. No livro de Eclesiastes, Salomão confessa: "Fiz para mim açudes para regar com eles o bosque em que reverdeciam árvores" (Ecl. 2:6). Entretanto, o Poço de Ezequias (II Reis 20:20) é, de todos, o mais notável e merece aqui duas palavras


a) Este poço, já mencionado linhas atrás, consistia de um canal que o rei Ezequias abrira na rocha e que era alimentado pelas águas, que vinham do poço alto de Giom (II Crôn. 32:30), que fica a oeste da cidade, perto da moderna Jerusalém. Conforme a tradição este poço perto da cidade nova e da Porta de Jafa, com toda a probabilidade, é o verdadeiro local do poço de Ezequias, visto que as suas águas correm do poço alto de Giom (Birket-el-Mamila), por um canal ou aqueduto, nas proximidades da Porta de Jafa, até alcançarem o Birket-el-Hammam, o Poço de Amom.


b) O poço superior (II Reis 18:17; Is. 7:3; 36:2) e o poço inferior (Is. 22:9), ficam fora dos muros de Jerusalém, em conexão com o outro poço. Na cidade moderna há dois poços ou açudes, um superior e outro inferior. Um no princípio do Vale de Giom e o outro um pouco ao sul, indo para a extremidade do Vale, quase em linha reta com os muros da cidade.

c) O poço velho (Is. 22:11), não fica muito distante das muralhas duplas, e perto dos jardins reais (II Reis 25:4), por onde fugiram todos os homens de guerra, quando a cidade foi cercada pelos caldeus. Jeremias 39:4 tem a mesma linguagem. Este açude deve ser procurado a sudeste da cidade de Jerusalém, perto da Fonte de Siloé (Neem. 3:15); e não muito distante do início do Tiropeon, onde se encontram atualmente dois reservatórios, um cavado mesmo na rocha, e o outro um pouco maior ao sul, do qual recebe as suas águas. A água flui da rocha por uma abertura chamada Ponte de Siloé. O maior destes açudes ou fontes é sem dúvida o Poço de Siloé, e o que lhe fica perto deve ser o velho poço, idêntico com o poço artificial mencionado por Neemias (Neem. 3:16), pois fica na sua vizinhança. O Poço do Rei, referido por Neemias 2:14, deve ser procurado na Ponte da Virgem Maria, a leste de Ofel e talvez seja o mesmo Poço de Salomão referido por Josefo (Guerras V, 4:2). Outros acreditam que o poço que fica ao sul de Siloé e que atualmente está quase aterrado deve ser identificado com a referência de Josefo. Assim, ligeiramente expostos, temos o Poço de Betesda, o Poço de Giom, o Poço de Siloé e Salomão.

Fica evidente, por estas informações, que Jerusalém estava bem servida de águas, e tanto Ezequias como outros tiveram o cuidado de não negligenciar esta importante parte da vida de uma capital. Ezequias parece ter sido o que mais de perto se interessou por estas obras, ao ponto de o escritor sagrado lhe fazer uma referência toda especial (II Reis 20:20).

 

_______________________________________________________________

 

O REINO DE JUDÁ FICA SOZINHO (2RS 18.1—25.30)

Comentário - NVI (F. F. Bruce)


Judá sobreviveu, ainda que como vassalo da Assíria, e teve mais 130 anos de história bastante diversificada. Durante esse período, o poder assírio minguou e finalmente passou para a Babilônia (612 e 605 a.C.). Os avivamentos sob a liderança de Ezequias e Josias são pontos religiosos luminosos numa época em geral sombria. Nessa seção final, mais detalhes políticos são registrados, de forma que os últimos 130 anos de Judá recebem mais atenção do que os primeiros 200.
O reinado de Ezequias (18.1—20.21)
O terceiro ano do reinado de Oséias (729 a.C.) deve ser o início da corregência de Oséias, e as datas dos v. 1,9 começam aí. Os vinte e nove anos (v. 2) devem ser uma referência ao período em que ele reinou sozinho de 716 a 687. O décimo quarto ano do v. 13 é uma referência ao seu reinado sozinho (i.e., 701 a.C.).
Os v. 3-8 dão um breve resumo do seu reinado antes do relato bem mais detalhado (18.13—19.37) de como rebelou-se contra o rei da Assíria (v. 7). Ele fez [...] tal como tinha feito Davi, seu predecessor (v. 3) sem restrições, visto que até os altares idólatras foram removidos, junto com as colunas sagradas e os postes sagrados. Até a serpente de bronze que Moisés havia feito foi despedaçada para encerrar uma reverência supersticiosa (v. 4). Era chamada Neustã (bronze): a maioria das versões traz “e lhe chamaram” (ARA, ARC, BJ), seguindo o texto grego. O TM traz o singular “ele a chamou” (v. nota de rodapé da NVI), o que é mais provável à luz do comentário de Ezequias: “É somente bronze, não deus”, v. 5,6. Ezequias confiava no Senhor [...] Ele se apegou ao Senhor: reflete a atitude interior, assim como obedeceu aos mandamentos reflete o resultado exterior, v. 7. o Senhor estava com ele (como com José, Gn 39.21,22), e ele prosperou, como mostram a sua rebeldia contra a Assíria e a derrota que impôs aos filisteus. Segundo Crônicas 29 traz mais detalhes acerca dessa reforma. Is 20 e 30.1-7 mostram a tentativa do profeta de fazer Ezequias parar de se meter em politicagem, especialmente com o Egito (um flerte de dez anos que quase foi fatal). A própria inscrição de Senaqueribe mostra que o ataque de Ezequias contra a Filístia estava associado a essa intriga e resultou no fato de que Padi, rei de Ecrom, ficou aprisionado um tempo em Jerusalém. A data exata em que ele se rebelou contra o rei da Assíria não é dada no texto, mas no início do reinado de Senaqueribe ele teve de tratar com rebeliões na Babilônia (daí a ligação com Merodaque-Baladã em 20.12) e na Palestina, e pode ter sido esse o momento em que foi tomada a decisão fatídica de não pagar tributos.
Os v. 9-12 relatam a queda de Samaria com base nos anais de Judá, com a mesma lição moral de antes: não obedeceram ao Senhor [...] Não o ouviram (v. 12).
A defesa de Jerusalém (18.13—19.37) v. 13. O ataque de Senaqueribe contra todas as cidades fortificadas de Judá ocorreu em 701 a.C. e é descrito em termos arrogantes na sua inscrição. A história do livro de Reis destaca o fato de Javé ter preservado a sua cidade de Sião contra o invasor pagão e, assim, só faz menção muito breve da situação calamitosa em que se encontrava (v. 13-16). A diplomacia de Ezequias pode ter sido louvável do ponto de vista religioso e heróica em termos nacionais, mas custou caro a Judá. Senaqueribe [...] as capturou (v. 13) é uma observação relativa à tristeza das “46 de suas cidades fortificadas e inúmeras pequenas vilas” mencionadas na inscrição, além da multidão de prisioneiros. Laquis (v. 14) está retratada numa escultura em uma parede do palácio em
Nínive, mostrando a cidade em chamas e o rei vitorioso recebendo honrarias.
O debate acerca do cap. 18 continua. Alguns estudiosos sugerem que os v. 13-16 relatam a campanha de 701 de Senaqueribe e propõem um cerco posterior em 688 mencionado em 18.17—19.37. Uma campanha única pode, no entanto, ser harmonizada com todas as referências, e o v. 17 mostra uma mudança de opinião (ou um ato de traição) por parte de Senaqueribe que, tendo recebido o tributo (v. 16), volta novamente para exigir entrada na cidade. Os cidadãos sitiados são atormentados pela traição, e assim o Cometi um erro (v. 14) anterior se torna em feroz resistência. Eles já haviam melhorado a sua defesa com a proeza de engenharia que era o novo túnel que canalizou água para a cidade (20.20).
v. 17. o rei da Assíria enviou [...] seu general (o “Tartan”), seu oficial principal (o “Rabsaris”) e seu comandante de campo (o “Rabshakeh”) para intimidar a cidade. A seção de 18.17—
20.19 é repetida em Is 36.1—38.8 e 39.1-8, em que somente o comandante de campo, o Rabshakeh, é mencionado. A fala é um exemplo de fanfarrice e abuso pretensiosos, v. 19. Digam isto a Ezequias (sem título algum) contrasta com o grande rei, o rei da Assíria. E compreensível que ele ridicularize a confiança no Egito. A confiança no Senhor, ele subestima — compreende de forma errônea a purificação conduzida por Ezequias quando eliminou os santuários e altares (v. 22), e faz um apelo sutil àqueles que se ofenderam com a reforma de Ezequias. Ele até reivindica a autoridade de Javé para a sua campanha, falando com mais veracidade dos fatos do que ele tinha conhecimento (Is 10.5ss), e promete ao povo paz e prosperidade caso se submeta a ele (v. 31,32) como muitos tiranos têm feito desde então. O seu argumento final (que contradiz o terceiro) é que nenhum deus é mais forte do que a Assíria e que é impossível que o Senhor poderá livrar Jerusalém (v. 35). O povo reage com silêncio (v. 36); os cortesãos, com terror (com as vestes rasgadas, v. 37); e o rei, com humilhação no templo e um pedido de ajuda a Isaías (suplica a DEUS,19.4).

 

Embora Isaías tivesse criticado a política de Ezequias e pudesse dizer: “Não te falei?”, ele envia uma mensagem de esperança e profetiza juízo sobre a arrogância da Assíria, v. 7. quando ele ouvir certa notícia: cumpriu-se no que Senaqueribe recebeu de Tiraca, rei etíope do Egito... (v. 9). Os estudiosos concordam agora (Bright fundamentou a sua teoria da campanha de 688 parcialmente no relato da juventude de Tiraca) que Tiraca tinha idade suficiente para conduzir um exército egípcio (embora não governasse o Egito antes de 690 a.C.) e possuía poder suficiente para fazer Senaqueribe tremer. A morte deste último no seu próprio país (cf. v. 37) ocorreu 20 anos mais tarde.
Os v. 10-13 têm sido considerados um “relato paralelo” à fala do comandante de campo, mas podem ser também uma segunda mensagem, dessa vez de forma escrita, quando o comandante de campo [...] retirou-se [...] para Libna (v. 8) com a notícia do desafio a Jerusalém. Eles simplesmente repetem o argumento final: Acaso os deuses das nações [...] as livraram [?] (v. 12). A reação de Ezequias entrou para a história como um modelo de humildade e esperança, pois ele estendeu-a [a carta] perante o Senhor (v. 14) e orou com teologia sadia — não eram deuses (v. 18) — e com preocupação zelosa para que todos os termos da terra saibam que só tu, Senhor, és DEUS (v. 19; cf.
5.15). A resposta para a sua confiança está na declaração de Isaías: Assim diz o Senhor, o DEUS de Israel (v. 20), introduzindo um “cântico de escárnio” em harmonia com o conceito elevado que Isaías tinha da transcendência de Javé como o SANTO de Israel (v. 22). O comandante de campo e os seus emissários são reduzidos a anões: você insultou o Senhor por meio dos seus mensageiros (v. 23). A arrogância se transforma em trágica ironia (cf. Is 10.7
11). v. 24. sequei todos os rios do Egito: assim a NVI (como também a BJ e a ARA) emenda o TM: “rios da fortaleza”; mas, visto que Senaqueribe ainda não havia conquistado o Egito nessa época, o futuro “secarei” seria mais adequado. (V. ARC: “secarei todos os rios dos lugares fortes”), v. 25. eu já havia determinado põe a jactância dos v. 11-13 na perspectiva correta, e o meu anzol em seu nariz (v. 28) torna-se um castigo mordaz à vista de esculturas assírias que mostram reis subjugados sendo conduzidos exatamente dessa maneira. Uma mensagem de encorajamento é selada com um sinal (v. 29; ’ôt, às vezes, como em 20.8, mas nem sempre, sinal miraculoso) segundo o qual o crescimento normal do campo e da família continuaria. Não mais do que duas colheitas se perderiam.
Foi nessa época que se materializou a convicção da inviolabilidade de Jerusalém, v. 34. por amor de mim mesmo e do meu servo Davi foi dado como esperança em dias tenebrosos a um rei temente a DEUS (mesmo que politicamente insensato). Tornou-se um talismã tão concreto que mais tarde Jeremias teve de batalhar contra isso (Jr 7). A solução veio naquela noite. Acerca do elevado número (185.000), v. NBD, p. 1.124-5. mil (’eleph) é muito parecido com ’alluph, “comandante”, e “185 comandantes” estaria em harmonia com 2Cr 32.21. Heródoto preservou uma tradição de camundongos atacando o acampamento assírio e roendo aljavas e outros equipamentos. Uma peste bubônica se encaixaria com as duas histórias. Todos os relatos concordam que Senaqueribe, rei da Assíria, desmontou o acampamento e foi embora (v. 36) e que foi assassinado por seus filhos (v. 37).

 

 

 

SUBSÍDIOS DA Lição 11, O Reinado de Ezequias - 3º TRIMESTRE DE 2021

 

 

OBJETIVO GERAL - Asseverar que o Senhor ouve a oração dos que o temem.


OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Apresentar o íntegro reinado de Ezequias;
Sinalizar as afrontas de Senaqueribe;
Registrar o fim de Senaqueribe.


INTERAGINDO COM O PROFESSOR
Inicie esta lição falando sobre a destacada fé do rei Ezequias. Sua fé não foi superada por nenhum dos reis de Judá (v.5). Ezequias não dependia de nenhuma aliança com outras nações porque a bênção de DEUS, que estava sobre ele, lhe era suficiente. Este grande rei não se apartou dos caminhos do Todo-Poderoso. O modo como o Senhor foi com ele, libertando-o de Senaqueribe, era um sinal de sua grande fé, fidelidade e justiça.
Enfatize para seus alunos o quanto vale a pena ser fiel a DEUS em tempos de grande crise.

 

 

SÍNTESE DO TÓPICO I - Quando nos voltamos para DEUS, as mudanças de comportamento e atitude são inevitáveis, pois sua Santidade nos constrange.

SÍNTESE DO TÓPICO II - Nosso inimigo não tem nenhum poder sobre nós. Todas as suas pretensões passam pelo crivo e aprovação do Senhor.

SÍNTESE DO TÓPICO III - Aquele que ousa afrontar o Senhor DEUS é severamente castigado. A mão protetora do Altíssimo nunca deixa seu povo desamparado.

 

SUBSÍDIO DIDÁTICO-PEDAGÓGICO TOP1
O professor deve entender que a forma como conduz os trabalhos na classe e a linguagem utilizada são fundamentais no processo de aprendizagem. Portanto:
O PROFESSOR NÃO DEVE:
O PROFESSOR DEVE:
• Dar início à lição sem antes certificar-se da presença do material necessário às atividades planejadas, desde pincel para lousa (ou giz), o apagador, os livros, mapas, figuras e outros recursos;
• Ao iniciar a aula, pôr-se desde logo a discorrer sobre o assunto do domingo sem antes certificar-se do aproveitamento real, pelos alunos, do conteúdo da lição anterior;
• Impacientar-se com o escasso aproveitamento de certos alunos e abandoná-los, dando como razão que “não convém perder tempo com eles”.
• Estudar constante e cuidadosamente a linguagem dos alunos, para ficar sabendo quais as palavras que usam e que significados dão a elas;
• Quanto possível procurar obter dos alunos a expressão dos seus conhecimentos, ou a medida deles sobre o assunto, para ficar ciente de suas ideias e modos de expressá-las, e assim ajudá-los a corrigir em seus conhecimentos;
• Expressar-se, quanto possível, na linguagem dos alunos, corrigindo cuidadosamente quaisquer erros do significado que dão a suas palavras.

 

 

SUBSÍDIO HISTÓRICO TOP2
“Rabsaqué adverte Ezequias (18.19-25). A mensagem de Rabsaqué era uma típica ostentação assíria planejada para destruir a confiança de Ezequias. Deve-se observar a partir de suas advertências que o rei de Judá estava, naquele momento, resoluto e determinado em sua revolta contra Senaqueribe. O grande rei, o rei da Assíria (19) é apenas parte do título frequentemente usado pelos reis da Assíria. Os anais deste rei têm início da seguinte forma: ‘Senaqueribe, o grande rei, o poderoso rei, rei do universo, rei da Assíria...’ A aliança estabelecida entre Judá e o Egito, era tão frágil quanto a palavra de lábios (20), com o bordão de cana quebrada como suporte (21). O Faraó é Tiraca (Taharqo), que foi corregente com seu irmão a partir de 690/89. Ele era o líder das forças egípcias que Senaqueribe enfrentou (19.9)” (Comentário Bíblico Beacon: Josué a Ester. Rio de Janeiro: CPAD, 2005, pp.376,77).


CONHEÇA MAIS TOP2
“O cronista relata que desde os tempos de Salomão não se comemorava a Páscoa assim. E DEUS, dos céus, ouviu e se agradou das canções de louvor. Como resultado da restauração do culto a Yahweh, todo vestígio e símbolo pagão foi destruído. Isto incluía não apenas os altos do sul ao norte, como também a serpente de bronze que Moisés fizera no deserto do Sinai (2 Rs 18.3,4; 2 Cr 31.1). Um indicativo de quão profunda era a apostasia de Israel é o fato de que adoravam qualquer que, no passado, servira-lhes como símbolo da graça de DEUS.” Para saber mais leia: História de Israel no Antigo Testamento. Rio de Janeiro: CPAD, 2013, p. 435.

 


SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO TOP3
“A palavra de DEUS referente a Senaqueribe (19.20-28). A resposta de DEUS à oração de Ezequias, mais uma vez, veio através de Isaías, o profeta. Para compreender claramente a mensagem, veja o texto bíblico completo. Era uma resposta de esperança para o rei de Judá e a angustiada Jerusalém. A atitude deles com relação a Senaqueribe poderia ser de desprezo e zombaria (21). Jerusalém meneia a cabeça por detrás de ti, isto é, ‘ela balança a cabeça detrás de ti’. O rei da Assíria não só zombava do povo de Jerusalém, mas de DEUS, o SANTO de Israel (22) – um título para o Senhor, usado principalmente por Isaías (cf. Is 5.24; 30.12, etc). Senaqueribe havia arrogantemente perseguido as suas muitas conquistas (23,24), e contava até mesmo com a aprovação de DEUS – não ouvistes que já dantes fiz isto? (25, cf. Is 105-11). A difícil segunda parte do versículo 25 pode ser traduzida como: ‘E agora eu o executei, transformando as cidades fortes em ruínas’ (Moffatt). Entretanto, a Assíria foi além dos planos de DEUS. Ela arrogantemente, perseguiu o seu desejo por conquistas, e assim DEUS declarou a Senaqueribe: Eu te farei voltar pelo caminho por onde vieste (28, cf. Is 10.12-19)” (Comentário Bíblico Beacon: Josué a Ester. Rio de Janeiro, CPAD, 2005, p.379).

 

 

PARA REFLETIR -  A respeito de “O Reinado de Ezequias”, responda:
Quem foi Ezequias? Um rei de Judá temente a DEUS.
Qual foi a lição deixada por Ezequias? DEUS sempre ouve os sinceros de coração, que confiam nEle mesmo diante do medo e insegurança.
O que significa dizer que “Ezequias achegou-se a DEUS”? Significa que Ezequias não se afastou do Senhor e guardou os seus mandamentos (2 Rs 18.6). Ele estava disposto a honrar e adorar somente a DEUS.
O que promoveu uma adoração nacional em Judá? Um apelo de Ezequias a toda a nação de Judá à santidade, ao arrependimento e à adoração a DEUS.
Qual foi o livramento dado por DEUS ao povo de Judá? O anjo de DEUS eliminou cento e oitenta e cinco mil assírios.


CONSULTE
Revista Ensinador Cristão - CPAD, nº 86, p. 41

 

 

))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))

 

Lição 12, O Reinado de Josias

Lições Bíblicas - 3º Trimestre de 2021 - CPAD - Para adultos

Tema: O Plano de DEUS para Israel em meio à Infidelidade da Nação, As Correções e os Ensinamentos Divinos no Período dos Reis de Israel - Comentário: Pr. Claiton Pommerening
 

 
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE - 2 Reis 22.3-5,8; 23.2-5,21,22,25
3 - Sucedeu, pois, que, no ano décimo oitavo do rei Josias, o rei mandou o escrivão Safã, filho de Azalias, filho de Mesulão, à Casa do SENHOR, dizendo: 4 - Sobe a Hilquias, o sumo sacerdote, para que tome o dinheiro que se trouxe à Casa do SENHOR, o qual os guardas do umbral da porta ajuntaram do povo. 5 - E que o deem na mão dos que têm o cargo da obra e estão encarregados da Casa do SENHOR; para que o deem àqueles que fazem a obra que há na Casa do SENHOR, para repararem as fendas da casa.
8 - Então, disse o sumo sacerdote Hilquias ao escrivão Safã: Achei o livro da Lei na Casa do SENHOR. E Hilquias deu o livro a Safã, e ele o leu.
2 Reis 23
2 - E o rei subiu à Casa do SENHOR, e com ele todos os homens de Judá, e todos os moradores de Jerusalém, e os sacerdotes, e os profetas, e todo o povo, desde o menor até ao maior; e leu aos ouvidos deles todas as palavras do livro do concerto, que se achou na Casa do SENHOR. 3 - E o rei se pôs em pé junto à coluna e fez o concerto perante o SENHOR, para andarem com o SENHOR, e guardarem os seus mandamentos, e os seus testemunhos, e os seus estatutos, com todo o coração e com toda a alma, confirmando as palavras deste concerto, que estavam escritas naquele livro; e todo o povo esteve por este concerto. 4 - E o rei mandou ao sumo sacerdote Hilquias, e aos sacerdotes da segunda ordem, e aos guardas do umbral da porta que se tirassem do templo do SENHOR todos os utensílios que se tinham feito para Baal, e para o bosque, e para todo o exército dos céus; e os queimou fora de Jerusalém, nos campos de Cedrom, e levou as cinzas deles a Betel. 5 - Também destituiu os sacerdotes que os reis de Judá estabeleceram para incensarem sobre os altos nas cidades de Judá e ao redor de Jerusalém, como também os que incensavam a Baal, ao sol, e à lua, e aos mais planetas, e a todo o exército dos céus.
21 - E o rei deu ordem a todo o povo, dizendo: Celebrai a Páscoa ao SENHOR, vosso DEUS, como está escrito no livro do concerto. 22 - Porque nunca se celebrou tal Páscoa como esta desde os dias dos juízes que julgaram a Israel, nem em todos os dias dos reis de Israel, nem tampouco dos reis de Judá.
25 - E antes dele não houve rei semelhante, que se convertesse ao SENHOR com todo o seu coração, e com toda a sua alma, e com todas as suas forças, conforme toda a Lei de Moisés; e, depois dele, nunca se levantou outro tal.

 

 

COMENTÁRIOS BEP - CPAD

22.1 JOSIAS. Josias foi o último dos reis justos de Judá. Já em tenra idade (aos dezesseis anos) começou a buscar o Senhor com toda dedicação (2 Cr 34.3) e, quatro anos mais tarde, começou a expurgar de Judá a religião falsa (2 Cr 34.3,4). Enquanto o templo estava sendo restaurado, Hilquias achou o livro da Lei escrito por Moisés (2 Cr 34.15). Surgiu daí um novo compromisso com a Palavra de DEUS, e todo o país experimentou uma renovação espiritual (23.1-30). Os profetas Jeremias, Sofonias e Habacuque ajudaram Josias no seu esforço de reconciliar o povo com DEUS; quanto à condição espiritual do povo nos tempos de Josias, ver Jr 1-12; Hc 1.2-4; Sf 1.1.
22.3 NO ANO DÉCIMO-OITAVO DO REI JOSIAS. A dedicação de Josias ao Senhor revela que um jovem (Josias estava com vinte e seis anos nessa ocasião) pode ser dedicado ao Senhor e à sua causa, assim como, ou ainda mais, do que muitos adultos.
22.8 O LIVRO DA LEI. O "livro da lei" que Hilquias achou, tratava-se da lei que fora dada "pelas mãos de Moisés" (2 Cr 34.14); era, sem dúvida, um exemplar do Pentateuco, ou seja: os cinco primeiros livros da Bíblia (cf. 23.25; Dt 31.24-26). Essa descoberta dá testemunho da mão providente e soberana de DEUS, cuidando da sua Palavra inspirada, protegendo-a da destruição pelos idólatras e apóstatas. Realmente, a inspirada Palavra de DEUS escrita é indestrutível (Is 40.8).
22.13 IDE E CONSULTAI AO SENHOR. Josias queria saber se os pecados de Judá tinham chegado a um ponto em que o juízo divino seria inevitável. (1) Através da profetisa Hulda, DEUS disse que seu povo, em breve, seria, sim, entregue na mão dos seus inimigos (vv. 14-17). Noutras palavras, quando o povo de DEUS persiste no pecado, atinge um ponto em que o castigo é inevitável. (2) Por um excessivo número de anos, o povo de DEUS, i.e., os israelitas, "zombaram dos mensageiros de DEUS, e desprezaram as suas palavras, e escarneceram dos seus profetas, até que o furor do SENHOR subiu tanto, contra o seu povo, que mais nenhum remédio houve" (2 Cr 36.16). O avivamento espiritual por intermédio de Josias apenas adiou a destruição iminente de Judá, mas não pôde evitá-la (vv. 18-20; 23.24-27).
22.19 TEU CORAÇÃO SE ENTERNECEU, E TE HUMILHASTE. Josias agradou a DEUS porque se humilhara perante o Senhor. Humilhar-se diante de DEUS é uma das condições primordiais para sermos renovados e recebermos a sua graça. Humilhar-se diante de DEUS, abrange: (1) aceitarmos o castigo que DEUS nos aplica, como justo e de conformidade com o que merecemos (v. 13); (2) saber que nós, sem a graça de DEUS, somos escravos do pecado e da iniquidade e que dependemos de DEUS para toda prática do bem (cf. Pv 3.7; Rm 12.3; 1 Co 1.4); (3) ter o coração quebrantado diante de DEUS, devido às lastimáveis fraquezas espirituais do ser humano (Sl 51.17; cf. Lv 26.40,41; Nm 12.3; 2 Cr 12.5,6; Pv 22.4); (4) temer a Palavra de DEUS com toda sinceridade (v. 11; 2 Cr 34.18,19).

 


INTRODUÇÃO
Josias foi o último dos reis justos de Judá. Nunca houve um rei como ele que se voltasse para o Senhor de todo o coração. Este grande monarca e fiel homem de DEUS expurgou o país de todas as falsas divindades ali colocadas por seus ancestrais. E ao saber que o livro da Lei havia sido encontrado dentro do Templo, iniciou em seu reino a maior e mais impactante renovação espiritual vista entre todas as tribos de Israel.
I – JOSIAS REPARA O TEMPLO
1. “Achei o livro da Lei no Templo do Senhor”.

Com seu desejo de realizar reparos na Casa do Senhor, Josias ordenou a Safã, o escrivão, e a outros assessores, que fossem ao encontro do sumo sacerdote Hilquias e arrecadassem todos os possíveis recursos financeiros (2 Rs 22.4). Pode-se imaginar a enorme surpresa que teve o escrivão do rei ao receber do sumo sacerdote Hilquias a notícia de que o Livro do Senhor havia sido achado dentro da Casa do Senhor (2 Rs 22.8). Por este relato percebe-se como era o nível de desinteresse das coisas de DEUS por quem deveria zelar, não apenas pelo sagrado Livro, mas pelo cumprimento das leis divinas expressas nele.
2. O rei rasgou suas vestes.

Ao saber do conteúdo do livro, Safã, o escrivão, levou-o imediatamente ao rei Josias (2 Rs 22.10). O rei leu o livro tão avidamente, e ficou tão pasmado diante da realidade de haver descumprido seu conteúdo, que não tardou em rasgar suas próprias vestes em sinal de profunda tristeza e consternação (2 Rs 22.11). Ao ser impactado pela mensagem do livro, Josias não se justificou em razão dos próprios pecados, como fazem os que não querem conformar suas vidas à vontade soberana de DEUS. O rei não culpou a ninguém; simplesmente se humilhou rasgando suas vestes, demonstrando a piedade do seu coração.
3. Entendendo a vontade de DEUS.

Por ordem de Josias, o sumo sacerdote Hilquias e seus auxiliares foram consultar a profetiza Hulda para saberem se os pecados de Judá tinham atingido o nível do juízo divino (2 Rs 22.12-14; 2 Cr 34.22). Então a profetiza confirmou que Jerusalém realmente seria destruída, mas que por amor a Josias, isso aconteceria somente após a morte dele (2 Rs 22.18-20). Assim DEUS demonstrou que ouviu a oração do rei; embora, a condenação de Judá estivesse sendo apenas adiada (Jr 11.9-17; 13.27).
II – A RENOVAÇÃO DO PACTO COM O SENHOR
1. A leitura do livro diante do povo.

Josias, como um líder zeloso pelo cumprimento da Palavra de DEUS, sabia que a reforma não teria êxito se todos não fossem envolvidos. Por isso convocou todas as autoridades de Judá e de Jerusalém, e todo o povo; do mais simples ao mais importante, para se reunirem no Templo do Senhor e ouvirem a leitura da Lei de DEUS (2 Rs 23.1,2). Ouvindo a mensagem, o povo preparou o coração para uma nova aliança com o Senhor.
O verdadeiro avivamento começa com a escuta da Palavra de DEUS. Quando a Bíblia passa ser ouvida com seriedade, o coração é quebrantado, a nossa vida é avivada e o ESPÍRITO SANTO faz morada. O avivamento por meio da Palavra é duradouro.
2. A destruição dos ídolos.

No início de sua reforma, quando tinha completado oito anos de reinado, o rei Josias reparou o Templo, tirando todos os utensílios que tinham sido feitos para Baal (2 Rs 22.1; 23.2). Além disso, ele expurgou as imundícies idolátricas de todas as cidades de Judá, e só voltou à Jerusalém quando todo o trabalho de limpeza havia terminado (2 Rs 23.4-20). O coração de Josias fervia de amor pelo DEUS de Abraão, tão ultrajado por seu povo.
III – A CELEBRAÇÃO DA PÁSCOA
1. A celebração da Páscoa e a restauração do culto e dos ofícios do Templo.

Somente depois de dezoito anos de reinado foi que Josias conseguiu comemorar a primeira Páscoa. Esta foi a maior celebração desde os tempos do profeta Samuel (2 Rs 23.21-23). Josias também reestabeleceu a liturgia do culto, o sacerdócio, e diversos ofícios que eram praticados no Templo; tais como, sacerdotes, levitas, cantores, guardas do Templo etc.
2. A maior páscoa da monarquia.

A Páscoa era uma das maiores festas do povo de Israel. Relembrava a proteção divina e o livramento da escravidão no Egito. Deveria ser sempre festejada, pois permitia ao povo recordar as obras que o Senhor realizara no passado (Êx 12.14,24-27). No entanto, devido ao pecado, o povo se esqueceu dos feitos e promessas de DEUS.
Após achar o livro da Lei do Senhor, derrubar os altares a deuses pagãos e destituir os sacerdotes que realizavam tais abominações, Josias deu ordem para que o povo retornasse à celebração da Páscoa ao Senhor. Ele realizou o maior festejo do seu tempo. Nunca houvera Páscoa tão fervorosa (2 Rs 23.21-23).
CONCLUSÃO
Josias fez uma limpeza geral em Israel, eliminando todas as formas de idolatria instituídas pelos reis que o antecederam, inclusive o rei Salomão. Este grande monarca e figura do Messias, foi a promessa de DEUS sobre Judá, de que o paganismo não prevaleceria sobre seus reis, mas que a raiz de Jessé voltaria a brotar (Is 11.1-4; Rm 15.12).

  

 

COMENTÁRIOS EXTRAS DE LIVROS

 

JOSIAS - (Strong Português) - יאשיה Yo’shiyah ou יאשׂיהו Yo’shiyahuw
Josias = “aquele que Javé cura”
filho de Amom com Jedida que sucedeu seu pai no trono de Judá e reinou por 31 anos; seu reinado é digno de nota pelos grandes reavivamentos da adoração de Javé liderados por ele

Com. Bíblico - Matthew Henry (Exaustivo) AT e NT

 

1 Reis 13:1 Eis que, por ordem do SENHOR, veio de Judá a Betel um homem de DEUS; e Jeroboão estava junto ao altar, para queimar incenso. 2 Clamou o profeta contra o altar, por ordem do SENHOR, e disse: Altar, altar! Assim diz o SENHOR: Eis que um filho nascerá à casa de Davi, cujo nome será Josias, o qual sacrificará sobre ti os sacerdotes dos altos que queimam sobre ti incenso, e ossos humanos se queimarão sobre ti. 3 DEUS, naquele mesmo dia, um sinal, dizendo: Este é o sinal de que o SENHOR falou: Eis que o altar se fenderá, e se derramará a cinza que há sobre ele. 4 Tendo o rei ouvido as palavras do homem de DEUS, que clamara contra o altar de Betel, Jeroboão estendeu a mão de sobre o altar, dizendo: Prendei-o! Mas a mão que estendera contra o homem de DEUS secou, e não a podia recolher. 5 O altar se fendeu, e a cinza se derramou do altar, segundo o sinal que o homem de DEUS apontara por ordem do SENHOR.

 

 

1 Reis 13:1-10 - O Homem de DEUS de Judá Traz uma Mensagem a Jeroboão
Aqui temos:
I
Um mensageiro enviado a Jeroboão para lhe demonstrar o desagrado de DEUS contra a sua idolatria (v. 1). O exército de Judá que visava arruiná-lo foi dispensado e não pôde puxar uma espada contra ele (12.24); mas um profeta de Judá é enviado, no lugar dele, para corrigi-lo de seu mau caminho, e é enviado a tempo, enquanto ele está apenas dedicando o seu altar, antes de seu coração se endurecer pela aparência enganosa do seu pecado; pois DEUS não sente prazer com a morte dos pecadores, mas prefere que eles se convertam e vivam. Quão corajoso foi o mensageiro que se atreveu a desafiar o rei e sua arrogância e interromper a solenidade do qual se orgulhava! Aqueles que levam a mensagem de DEUS não devem temer o rosto do homem; eles sabem quem os defenderá. Quão bondoso foi Aquele que o enviou para advertir a Jeroboão da ira de DEUS que, do céu, se manifesta contra a sua impiedade e injustiça!
II
A mensagem entregue no nome de DEUS, não cochichada, mas clamada em alta voz, indicando tanto a coragem do profeta, que ele não estava nem com medo nem envergonhado de possuir uma mensagem, quanto a sua seriedade, que ele desejava ser ouvido e levado a sério por todos os que estavam presentes, que não eram poucos, nessa grande ocasião. Ela não foi dirigida a Jeroboão nem ao povo, mas ao altar, cujas pedras ouviriam e sujeitar-se-iam mais rapidamente do que aqueles que amavam seus ídolos e estavam surdos às reivindicações divinas. Mas, ao ameaçar o altar, DEUS ameaçou o fundador e os adoradores, a quem o altar era tão querido quanto suas próprias almas, e que podiam concluir: “Se a ira de DEUS imputa crime ao altar sem culpa e sem vida, como nós escaparemos?” Aquilo que fora predito a respeito do altar (v. 2) era que, com o tempo, um príncipe da casa de Davi, chamado Josias, profanaria esse altar sacrificando os próprios sacerdotes idólatras sobre ele, e queimando os ossos de mortos. Que Jeroboão saiba e tenha certeza de:
1. Que o altar que ele agora consagrou deve ser profanado. A adoração idólatra não continuará, mas a palavra do Senhor permanecerá para sempre.
2. Que os sacerdotes dos lugares altos que ele agora instituiu devem ser eles mesmos oferecidos como sacrifícios à justiça de DEUS, e os primeiros e únicos sacrifícios sobre esse altar que seriam agradáveis a DEUS. Se a oferta for tal como uma abominação a DEUS, segue-se, claro, que os próprios ofertantes devem cair sob sua ira, a qual permanecerá sobre eles, já que não é transmitida de outra maneira.
3. Que isso deve ser realizado por um descendente da casa de Davi. Aquela família que ele e seu reino tinham desprezado e traiçoeiramente abandonado recuperaria poder de forma a demolir aquele altar que ele (Jeroboão) pensou em estabelecer; de maneira que justiça e verdade finalmente prevaleceriam, tanto nos assuntos civis quanto nos religiosos, apesar dos presentes triunfos daqueles que se dedicaram a mudar o temor tanto de DEUS quando do rei. Isso ocorreu cerca de trezentos e cinquenta e seis anos antes dessa previsão se cumprir, mas ela foi dita como certa e perto de acontecer, pois mil anos para DEUS são apenas como um dia. Nada mais contingente e arbitrário do que dar nomes a pessoas, mas Josias foi aqui mencionado pelo nome mais de trezentos anos antes de nascer. Nada futuro está escondido de DEUS. Existem nomes que estão no livro da presciência divina (Fp 4.3), nomes escritos nos céus.
III
É dado um sinal para confirmar a verdade dessa predição, que o altar se fenderia por um poder invisível e a cinza do sacrifício se derramaria (v. 3), o que ocorreu imediatamente (v. 5). Isso foi:
1. Uma prova de que o profeta era enviado de DEUS, confirmando a palavra com os sinais que se seguiram (Mc 16.20).
2. Uma indicação concreta do desagrado de DEUS com aqueles sacrifícios idólatras. Como a oferta poderia ser aceitável quando o altar que deveria santificá-la era uma abominação?
3. Era uma censura ao povo, cujos corações estavam mais endurecidos do que aquelas pedras e não se quebrantava com a palavra do Senhor.
4. Foi um exemplo do que lhe seria feito quando a profecia se cumprisse com Josias; ele foi agora fendido, como um sinal de ser no futuro deixado em ruínas.
IV
A mão de Jeroboão, a qual ele estendera para agarrar e golpear o homem de DEUS, se secou (v. 4). Em vez de tremer com a mensagem, como bem podia ter feito, ele investiu sobre aquele que a trouxe, em desafio à ira sobre a qual fora advertido e desprezo daquela graça que lhe enviou a advertência. Repreende ao pecador e ele te odiará, e te fará dano se puder; mas os profetas de DEUS devem preferir expor-se a si mesmos a trair sua missão: aquele que os emprega os protegerá e controlará a ira do homem, como fez aqui com a de Jeroboão ao secar sua mão, de maneira que ele não podia nem agredir ao profeta, nem recolhê-la para ajudar-se a si mesmo. Quando a sua mão foi estendida para queimar incenso aos seus bezerros, ela não secou; mas, quando foi estendida contra um profeta, ficou inútil até que ele se humilhou. De todas as maldades do pecador, não há nenhuma que mais provoque a DEUS do que o atentado maligno contra seus profetas, de quem Ele disse: não toqueis os meus ungidos e aos meus profetas não façais mal. Como isso foi uma punição a Jeroboão, em resposta ao pecado, também foi o livramento do profeta. DEUS tem muitos meios de incapacitar os inimigos da sua igreja de executarem seus propósitos perniciosos. A inabilidade de Jeroboão em recolher a sua mão fez dele um espetáculo para todos que estavam à sua volta, para que pudessem ver e temer. Se DEUS, com justiça, endurece os corações dos pecadores, de modo que a mão que eles estenderam ao pecado não podem recolhê-la pelo arrependimento, esse é um julgamento espiritual, representado assim, e muito mais terrível.

 

 

JOSIAS, Jeová sara.

1. Neto de Manassés, filho e sucessor de Amom como rei de Judá. A principal informação bíblica relacionada com ele se encontra em 2 Reis 22 e 23; 2 Crônicas 34 e 35, em Jeremias (muitas referências) e em Sofonias. Seu nascimento e nome foram previstos de uma forma sobrenatural na época de Jeroboão I (1 Rs 13.2). Foi um dos bons reis de Judá que liderou uma reforma. Foi colocado no trono pelo “povo da terra” com a idade de oito anos e reinou de aprox. 639 a 609 a.C. No oitavo ano de seu reinado (com 16 anos de idade) ele “começou a buscar o DEUS de Davi, seu pai” (2 Cr 34.3). No décimo segundo ano de seu reinado, deu início às suas reformas em Judá e Jerusalém e, evidentemente, também no norte de Israel (Jeremias recebeu o chamado para o seu ministério profético no décimo terceiro ano de Josias, em aprox. 626 a.C.).
No seu décimo oitavo ano (621 a.C.) Josias providenciou os reparos necessários ao Templo, e foi nessa época que aconteceu o evento mais importante de seu reinado. Hilquias, o sumo sacerdote, encontrou o *livro da lei” no Templo. Se essa obra não pode ser identificada exclusivamente com o livro do Deuteronômio, é bastante certo que ela pelo menos incluiu esse livro, ou partes dele. Esse livro da lei foi responsável pela renovação da aliança e por outras reformas, que certamente se estenderam até Betel e Naftali. Aparentemente, o controle dos assírios estava suficientemente enfraquecido a ponto de permitir uma limpeza e eliminação da idolatria daquela terra. Ao fazer isso, Josias centralizou a religião do povo em Jerusalém. Ele também fez a maior celebração da Páscoa de que se tem conhecimento desde a época dos juizes. Mas apesar de tudo isso, Jeremias (por exemplo, Jeremias 2-6 e 11) deixou bem claro que as reformas de Josias eram apenas superficiais, externas e temporárias. Esta obra não trouxe como resultado nenhum arrependimento genuíno, e nenhuma mudança duradoura interior nas pessoas.
Josias adotou uma política contrária aos assírios e, por esse motivo, padeceu uma morte precoce em 609 a.C., por ter imprudentemente liderado um pequeno exército contra Neco II, rei do Egito. Na verdade, esse último estava liderando uma marcha para ajudar os assírios em sua última trincheira contra os babilônios em Harã. Josias foi morto no início desse confronto contra o exército egípcio em Megido. Sua reforma religiosa foi logo esquecida e três meses depois o reino de Judá perdeu a sua independência política para o Egito.
No entanto, Josias foi o último rei bom e santo de Judá, antes da destruição de Jerusalém e do cativeiro na Babilônia. O melhor tributo lhe é rendido em 2 Reis 23,25: “E antes dele não houve rei semelhante, que se convertesse ao Senhor com todo o seu coração, e com toda a sua alma, e com todas as suas forças, conforme toda a Lei de Moisés; e, depois dele, nunca se levantou outro tal”.
2. Um filho de Sofonias que retomou do exílio com outros judeus (Zc 6.10). K. L. B. -  Dicionário Bíblico Wycliffe

 

 

2 Reis 22:1-10 - A Reforma de Josias - Comentário Bíblico - Matthew Henry (Exaustivo) AT e NT
A respeito de Josias, somos informados aqui:
I
Que ele era muito jovem quando começou a reinar (v. 1), com apenas oito anos de idade. Salomão diz: Ai de ti, ó terra, cujo rei é criança. Mas feliz és tu, ó terra, quando o teu rei é tal criança. Nosso Israel inglês teve uma vez um rei que foi uma tal criança, Eduardo VI. Josias, sendo jovem, não tinha recebido nenhuma impressão ruim do exemplo de seu pai e de seu avô, mas viu logo os seus erros, e DEUS lhe deu graça para se sentir advertido por esses erros (veja Ez 18.14ss.).
II
Que ele fez o que era reto aos olhos do Senhor (v. 2). Veja a soberania da graça divina — o pai ignorado e deixado a perecer em seu pecado, o filho um vaso escolhido. Veja os triunfos daquela graça — Josias nascido de um pai iníquo, sem que nenhuma boa educação e nenhum bom exemplo lhe fossem dados, ao contrário, tendo muitos à sua volta que o aconselhavam a seguir as pisadas de seu pai e poucos que lhe davam algum bom conselho, mas a graça de DEUS fez dele um santo eminente, cortado do natural zambujeiro e enxertado na boa oliveira (Rm 11.24). Nada é difícil demais para aquela graça realizar. Ele andou por um bom caminho e não se desviou (como alguns de seus predecessores, que começaram bem, tinham feito) nem para a direita nem para a esquerda. Há erros de ambos os lados, mas DEUS o guardou no caminho reto. Ele não caiu nem na superstição nem na profanação.
III
Que ele teve o cuidado de reformar o templo. Ele fez isso no décimo oitavo ano do seu reinado (v. 3). Compare com 2 Crônicas 34.8. Ele começou muito mais cedo a buscar ao Senhor (como aparece em 2 Crônicas 34.3), mas parece que a obra de reforma avançou lentamente e encontrou muita oposição, de maneira que ele não poderia realizar o que desejava e planejava, até que seu poder foi completamente confirmado. A consideração do tempo que inevitavelmente perdemos em nossa menoridade deve nos estimular, quando atingirmos a idade, a agir com muito mais vigor no serviço de DEUS. Tendo começado tarde, temos necessidade de trabalhar duro. Ele enviou Safã, o secretário de Estado, a Hilquias, o sumo sacerdote, para ter um relatório do dinheiro que foi coletado para esse objetivo pelos porteiros (v. 4). Pois, parece, eles usaram exatamente do mesmo meio para levantar dinheiro que Joás tinha usado (12.9). Quando o povo contribuía com um pouco de cada vez, o encargo era imperceptível e, sendo a contribuição voluntária, não se queixavam dela. Ele ordenou que esse dinheiro, assim coletado, fosse entregue para a reforma do templo (vv. 5,6). E parece que agora os trabalhadores (como nos dias de Joás) procederam tão bem que se não fez conta do dinheiro (v. 7), o que é certamente mencionado para o elogio dos trabalhadores, para que eles obtivessem tal reputação pela honestidade, mas se para o elogio daqueles que os empregaram eu não sei. Um homem pode conferir até o dinheiro que recebe de seu próprio pai. Não seria impróprio ter considerado os trabalhadores, para que outros também ficassem convencidos de sua honestidade.
IV
Que, na reforma do templo, o livro da Lei felizmente foi encontrado e trazido ao rei (vv. 8,10). Alguns pensam que esse livro fosse o autógrafo, ou o manuscrito original, dos cinco livros de Moisés, escritos por sua própria mão. Outros pensam que fosse uma cópia antiga e autêntica. É mais provável que fosse aquele que, por ordem de Moisés, foi colocado no SANTO dos Santos (Dt 31.24ss.):
1. Parece que esse livro da Lei estava perdido. Talvez ele tivesse se perdido por descuido e negligência, jogado em um canto (como alguns jogam suas Bíblias) por aqueles que não conheciam o seu valor, e esquecido ali. Ou ele foi maliciosamente escondido por algum dos reis idólatras, ou seus agentes, os quais foram impedidos pela providência de DEUS ou por suas próprias consciências, de queimá-lo e destruí-lo, mas o encobriram, na esperança de que nunca visse novamente a luz. Ou, como pensam alguns, foi cuidadosamente guardado por alguns de seus amigos, para que não caísse nas mãos dos seus inimigos. Quem quer que fosse o instrumento da sua preservação, nós devemos reconhecer que a mão de DEUS estava com ele. Se essa era a única cópia autêntica do Pentateuco que então existia, que (como eu posso dizer) escapou por pouco de perecer, eu admiro os corações de todas as boas pessoas que não tremeram por aquele tesouro sagrado como o tremor de Eli pela arca, e tenho certeza de que agora temos razão para agradecer a DEUS, de joelhos, por aquela feliz providência pela qual Hilquias encontrou esse livro nesse tempo, encontrou-o quando não o buscava (Is 65.1). Se as Sagradas Escrituras não fossem de DEUS, elas não existiriam hoje. O cuidado que DEUS tem pela Bíblia é uma clara indicação de seu interesse nela.
2. Se essa era a única cópia autêntica ou não, parece que as coisas nela contidas eram novas tanto para o próprio rei quanto para o sumo sacerdote. Pois, com a leitura do livro, o rei rasgou as suas vestes. Nós temos motivo para pensar que nem a ordem para que o rei tivesse uma cópia escrita da Lei, nem para a leitura pública da Lei a cada sete anos (Dt 17.18; 31.10,11), tinha sido observada por longo tempo. E quando os meios instituídos para manterem a religião forem negligenciados, a própria religião em breve decairá. Mas, por outro lado, se o livro da Lei estava perdido, parece difícil determinar que regra Josias seguiu ao fazer o que era reto aos olhos do Senhor, e como os sacerdotes e o povo mantiveram os ritos da sua religião. Tenho a tendência a acreditar que o povo geralmente teve acesso a resumos da lei, como nossos resumos das leis, com que os sacerdotes, para poupar-se ao trabalho de escrever, e o povo de ler toda a Lei, lhes tinham fornecido — um tipo de ritual, dirigindo-os nas observâncias da sua religião, mas omitindo o que eles pensavam ser adequado, e principalmente as promessas e as ameaças (Lv 26 e Dt 28 ss.), pois eu observo que essas partes da Lei eram aquelas com as quais Josias foi muito afetado (v. 13), pois eram novas para ele. Nenhum sumário, extrato ou coleção, fora da Bíblia (embora eles possam ter sua utilidade) podem ser eficazes em transmitir e preservar o conhecimento de DEUS e sua vontade como a própria Bíblia. Não é surpresa que o povo fosse tão corrupto quando o livro da Lei era algo tão raro entre eles. Onde não está aquela visão o povo perece. Aqueles que se esforçaram para corromper o povo, sem dúvida usaram todas as artes que puderam para terem aquele livro fora de suas mãos. A Igreja de Roma só pôde manter o uso de imagens proibindo o uso das Escrituras.
3. Foi um grande exemplo do favor de DEUS e um sinal para o bem de Josias e do seu povo, que o livro da Lei foi assim trazido à luz oportunamente, para dirigir e estimular aquela abençoada reforma que Josias tinha começado. É um sinal de que DEUS tem misericórdia de reserva para um povo quando ele engrandece sua lei entre ele e a faz honrável, e fornece-lhe meios para o aumento do conhecimento da Escritura. A tradução das Escrituras para o vernáculo foi a glória, força e alegria da Reforma ao afastar-se do papado. É digno de nota que eles estavam prestes a fazer uma boa obra, reformando o templo, quando encontraram o livro da Lei. Aqueles que cumprem seu dever de acordo com seu conhecimento terão seu conhecimento aumentado. Para o que tem, será dado. O livro da Lei foi uma copiosa recompensa por todos os cuidados e custos que tiveram a respeito da reforma do templo.
4. Hilquias, o sacerdote, ficou excessivamente satisfeito com a descoberta. “Ó”, diz ele a Safã, “alegra-te comigo, pois achei o livro da lei, encontrei, encontrei — descobri, descobri aquela joia de inestimável valor. Toma, leva-o para o rei; é a joia mais rica da sua coroa. Lê-o diante dele. Ele anda no caminho de Davi, seu pai, e, se for semelhante a ele, amará o livro da Lei e lhe dará as boas vindas. O qual será seu deleite e seu conselheiro”.

 

 

2 Reis 22:11-20 - O Respeito de Josias pelo Livro da Lei e pelos Mensageiros de DEUS

Nós não ouvimos mais falar da reforma do templo: sem dúvida aquela boa obra continuou bem. Mas o livro da Lei que foi encontrado nele nos ocupa agora, e com toda razão. Ele não é guardado no gabinete do rei como uma peça de antiguidade, uma raridade a ser admirada, mas é lido diante do rei. Aqueles que colocam a mais legítima honra em suas Bíblias, que as estudam e convivem com elas diariamente, se alimentam daquele pão e caminham por aquela luz. Os homens de honra e de negócios devem considerar que o conhecimento da palavra de DEUS deve ser seu negócio e honra. Agora temos aqui:
I
As impressões que a leitura da Lei causou em Josias. Ele rasgou suas vestes, como alguém envergonhado do pecado de seu povo e que temia a ira de DEUS. Fazia tempo que ele tinha pensado que a situação do seu reino estava mal, por causa das idolatrias e das impiedades que tinham sido encontradas no meio dele, mas não imaginava que estivesse tão mal como percebeu que estava pelo livro da Lei agora lido para ele. O rasgar de suas roupas significou o rasgar de seu coração por causa da desonra feita a DEUS e a ruína que ele viu cair sobre seu povo.
II
O pedido que ele fez a DEUS depois disso: Ide e consultai ao Senhor por mim (v. 13).
1. Podemos supor duas coisas que ele desejou saber: — “Perguntai: (1) O que faremos. Que curso devemos tomar para afastar a ira de DEUS e evitar os castigos que nossos pecados têm merecido.” Convicções de pecado e da ira devem nos fazer perguntar: O que é necessário que nós façamos para nos salvar? Com o que viremos diante do Senhor? Se você vai perguntar assim, pergunte logo, antes que seja muito tarde. (2) “Pelo que podemos esperar e devemos providenciar.” Ele reconhece: “Nossos pais não deram ouvidos às palavras deste livro. Se essa for a regra do direito, certamente nossos pais erraram muito.” Agora que o mandamento reviveu o pecado, e apareceu como pecado. No espelho da Lei, ele viu os pecados de seu povo como mais numerosos e mais abomináveis do que antes os vira, e mais excessivamente pecaminosos. Ele infere daí: “Certamente grande é o furor do Senhor que se acendeu contra nós. Se essa for a palavra de DEUS, como sem dúvida é, e se Ele for fiel à sua palavra, como sem dúvida será, estaremos todos arruinados. Eu jamais pensei que as ameaças da Lei fossem tão severas, e as maldições da aliança tão terríveis, como agora as encontro; é hora de refletirmos sobre nós mesmos, se elas estão em vigor contra nós.” Note: Aqueles que estão verdadeiramente apreensivos do peso da ira de DEUS não podem senão estar muito solícitos em obter o seu favor e desejosos de saber como podem fazer as pazes com Ele. Os magistrados perguntam em favor de seu povo e estudam como evitar os castigos de DEUS que eles vêem pendendo sobre eles.
2. Essa pergunta Josias enviou: (1) Por meio de alguns de seus grandes, os quais são nomeados no versículo 12, e novamente no versículo 14. Dessa forma, ele honrou o oráculo, empregando aqueles de primeira linha para consultá-lo. (2) À profetisa Hulda (v. 14). O espírito de profecia, esse inestimável tesouro, às vezes não era posto nos vasos de barro, mas nos vasos mais fracos, para que a excelência do poder fosse de DEUS. Miriã ajudou a conduzir Israel para fora do Egito (Mq 6.4), Débora o julgou, e agora Hulda o instruiu na mente de DEUS, e o fato de ela ser esposa não prejudicava em nada sua atuação como profetisa: Venerado seja, entre todos, o matrimônio. Era uma dádiva para Jerusalém que, quando as Bíblias eram escassas eles tinham profetas, como mais tarde, quando a profecia cessou, que eles tivessem mais Bíblias. Pois DEUS jamais se deixa ficar sem testemunhas, porque aí os pecadores ficam sem desculpas. Jeremias e Sofonias profetizaram nesse tempo, mas os mensageiros do rei fizeram de Hulda o seu oráculo, provavelmente porque, tendo o seu marido um lugar na corte (pois ele era o guarda das vestiduras), eles tivessem dela maior e mais longo conhecimento e maiores seguranças do seu chamado do que de qualquer outro; é provável que eles a tivessem consultado em outras ocasiões e comprovado que a palavra de DEUS em sua boca era verdadeira. Ela estava próxima, pois morava em Jerusalém, em um lugar chamado Mishneh, a segunda fileira de edifícios a partir do palácio real. Os judeus dizem que ela profetizava entre as mulheres, as senhoras da corte, sendo ela mesma uma delas, a qual é provável que tivesse seus aposentos naquele lugar. Feliz a corte que tinha uma profetisa ao seu alcance e sabia como valorizá-la.
III
A resposta que ele recebeu de DEUS para a sua pergunta. Hulda não a respondeu na linguagem de alguém da corte — “Por favor, dê meu humilde serviço à sua Majestade e faça-o saber que esta é a mensagem que eu tenho para ele da parte do DEUS de Israel;” mas, na linguagem de uma profetisa, falando da parte daquele diante de quem todos estão no mesmo nível — Dizei ao homem que vos enviou a mim (v. 15). Até os reis, que embora sejam deuses para nós, são homens para DEUS, e assim serão tratados. Pois para com ele não há acepção de pessoas.
1. Ela o fez saber que castigos DEUS tinha reservado para Judá e Jerusalém (vv. 16,17): O meu furor se acendeu contra este lugar. E o que é o próprio inferno senão o fogo da ira de DEUS aceso contra os pecadores? Observe: (1) O grau e a duração dele. Está tão aceso que não se apagará. Saiu o decreto; é muito tarde agora para pensar em evitá-lo. A iniquidade de Jerusalém não será purificada com sacrifício ou oferta. O inferno é um fogo inextinguível. (2) A relação que ele tem: [1] Com os seus pecados: “Eles os têm cometido, por assim dizer, com intenção, e no propósito de provocar-me à ira. É um fogo aceso com os próprios gravetos deles. Eles queriam me provocar e, finalmente, conseguiram”. [2] Com as ameaças de DEUS: “O mal que eu trago é de acordo com as palavras do livro que o rei de Judá leu. A Escritura está cumprida nele. Aqueles que não se curvavam pelo preceito se curvarão pela punição”. DEUS não será menos terrível para os pecadores impenitentes do que aparece em sua palavra.
2. Ela o fez saber que misericórdia DEUS tinha reservado para ele. (1) Tem destaque a sua grande ternura e preocupação pela glória de DEUS e pelo bem-estar do seu reino (v. 19): O teu coração se enterneceu. Note: DEUS distinguirá aqueles que se distinguem. A maioria do povo estava endurecida e seus corações não eram humildes, assim foram os reis ímpios que lhe precederam, mas o coração de Josias se enterneceu. Ele recebeu as impressões da palavra de DEUS, tremeu com ela e se submeteu a ela. Ele foi extremamente afligido pela desonra feita a DEUS pelos pecados de seus pais e de seu povo. Ele temia os castigos de DEUS, os quais ele via caindo sobre Jerusalém, e os desaprovou severamente. Isso é ternura de coração, e dessa forma ele se humilhou perante o Senhor, e expressou esses piedosos sentimentos rasgando suas vestes e chorando diante de DEUS, provavelmente em seu aposento. Mas aquele que vê em segredo diz que foi perante Ele, e Ele ouviu, e colheu todas as lágrimas de sua ternura em sua garrafa. Note: Aqueles que mais temem a ira de DEUS são os que menos probabilidade têm de senti-la. Parece que aquelas palavras (Lv 26.32) afetaram muito a Josias: Eu assolarei a terra. Pois quando ele ouviu da assolação e da maldição, isto é, que DEUS os desampararia e os separaria para o mal (pois até que acontecesse, não estavam nem desolados nem amaldiçoados), então ele rasgou suas roupas: A ameaça comoveu seu coração. (2) É concedida uma prorrogação até depois da sua morte (v. 20): Eu te ajuntarei a teus pais. Então, os santos, sem dúvida, tinham uma perspectiva confortadora de felicidade do outro lado da morte, do contrário, serem reunidos a seus pais não seria, com tanta frequência, o conteúdo de uma promessa como nós vemos que essa foi. Josias não poderia ser bem-sucedido em evitar julgamento em si, mas DEUS lhe prometeu que ele não viveria para vê-lo, o que (considerando principalmente que ele morreu no meio de seus dias, antes de ter quarenta anos) teria sido apenas uma pequena recompensa por sua eminente piedade se não existisse outro mundo no qual ele seria ricamente recompensado (Hb 11.16). Quando o justo é retirado, ele entrará em paz (Is 55.1,2). Isso é prometido para Josias aqui: Tu serás ajuntado em paz em tua sepultura, o que não se refere ao modo de sua morte (pois ele foi morto em batalha), mas ao tempo dela. Ela ocorreu pouco antes do cativeiro na Babilônia, daquela grande tribulação, em comparação com o qual o resto não era nada, de maneira que se pode dizer que ele, verdadeiramente, morreu em paz, que não viveu para sofrer aquilo. Ele morreu no amor e no favor de DEUS, que asseguram uma paz tão forte que nenhuma circunstância de morte, nenhuma, nem mesmo morrer no campo de batalha, pode alterar sua natureza ou interrompê-la.

 

 

2 Reis 23:1-3 - A Lei e a Renovação da Aliança sob a Condução de Josias

Josias tinha recebido uma mensagem de DEUS de que não havia como prevenir a ruína de Jerusalém, mas que ele livraria apenas a sua própria alma. Mas isso não foi motivo para que ele se sentasse em desespero e resolvesse não fazer nada por seu país porque não podia fazer tudo que queria. Não, ele cumpriria seu dever, e então deixaria o resultado nas mãos de DEUS. Uma reforma pública era a coisa decidida. Se algo pudesse evitar a ruína que fora ameaçada, devia ser isso. E aqui nós temos os preparativos para a reforma.
1. Ele convocou uma assembleia geral de governo, os anciãos, os magistrados ou representantes de Judá e Jerusalém para encontrá-lo na Casa do Senhor, com os sacerdotes e profetas, os ministros ordinários e os extraordinários, para que, com todos eles juntos nela, pudesse se tornar um ato nacional e, assim, tivesse mais probabilidade de evitar os castigos nacionais. Todos eles foram convocados a vir (vv. 1,2), para que o negócio pudesse ser feito com mais solenidade, para que pudessem todos aconselhar e participar dela, e para que aqueles que fossem contra pudessem ser desencorajados a fazer qualquer oposição. Os parlamentos não são nenhuma diminuição da honra e do poder dos bons príncipes, mas um grande suporte para eles.
2. Em vez de fazer um discurso para essa assembleia, ele ordenou que o livro da Lei fosse lido para eles. Mais ainda, parece que ele próprio leu (v. 2), como alguém muito afetado pelo livro e desejoso de que eles também experimentassem a mesma coisa. Josias pensa que não está abaixo dele ser um leitor, assim como não era humilhação para Salomão ser um pregador, mais ainda, o próprio Davi ser um porteiro da Casa de DEUS. Além da reunião com os grandes homens, ele convocou a congregação dos homens de Judá, e todos os moradores de Jerusalém para ouvirem a leitura da Lei. É realmente do interesse dos príncipes promover o conhecimento das Escrituras em seus domínios. Se o povo estiver apenas tão firmemente resolvido a obedecer a Lei quanto ele está em governar pela Lei, o reino será feliz. Todo o povo está preocupado em conhecer a Escritura, e todos têm autoridade para difundir o conhecimento dela.
3. Em vez de propor leis para a confirmação deles em seus deveres, ele propôs uma associação pela qual deviam todos se comprometer junto a DEUS (v. 3). O livro da Lei era o livro da aliança, de forma que, se fossem um povo para DEUS, Ele seria DEUS para eles. Aqui eles se comprometeram em fazer sua parte, não duvidando de que, então, DEUS faria a dele. (1) A aliança era que eles deviam seguir ao Senhor, submissos à sua vontade, em suas ordenanças e em suas providências, deviam responder a todos os seus chamados e acompanhar todos os seus movimentos — para que eles se conscientizassem de todos os seus mandamentos, morais, cerimoniais e judiciais, e os observassem cuidadosamente de todo o seu coração e de toda a sua alma, com todo cuidado possível, e prudência, sinceridade, vigor, coragem e resolução, e assim cumprissem as condições dessa aliança, em dependência das promessas dela. (2) As partes envolvidas na aliança eram, em primeiro lugar, o próprio rei, que estava junto à sua coluna (11.14) e que declarou publicamente seu consentimento em relação a essa aliança, para lhes dar um exemplo, e assegurar-lhes não apenas de sua proteção, mas de sua liderança e de todo apoio que seu poder lhes poderia dar em sua obediência. Não é nenhuma redução da liberdade, nem mesmo dos próprios príncipes, estar algemado a DEUS. E do mesmo modo, todo o povo esteve por este concerto, isto é, deram a entender o seu consentimento em relação a ele e prometeram obedecer a ele. É útil nos obrigarmos ao nosso dever com toda a solenidade possível, e isso é principalmente conveniente depois de notórias apostasias para o pecado e fracassos naquilo que é bom. Aquele que possui uma mente honesta não evita compromissos positivos: a ocasião faz o ladrão.

 

 

2 Reis 23:4-24 - O Templo É Purificado, os Ídolos eliminados e os Feiticeiros Abolidos

Aqui nós temos um relato de tal reforma como não se encontra em toda a história dos reis de Judá, uma atitude tão firme de desembaraçar-se de todas as coisas abomináveis, e o lançamento dos fundamentos de uma boa e gloriosa obra. E aqui eu posso apenas admirar-me de duas coisas:
1. Que tantas coisas ímpias tivessem entrado e permanecido tanto tempo, como as encontramos aqui removidas. 2. Que apesar da remoção dessas coisas ímpias, e a perspectiva esperançosa aqui dada de uma situação feliz, ainda dentro de poucos anos Jerusalém tenha sido completamente destruída, ou seja, nem isso a salvou. Pois a maioria do povo, depois de tudo, odiou ser reformado. Em vão vai fundindo o fundidor, e por isso, prata rejeitada lhes chamarão (Jr 6.29,30). Vamos observar aqui:
I. Quanta maldade havia, e tinha havido, em Judá e Jerusalém. É difícil acreditar ser possível que em Judá, onde DEUS era conhecido — em Israel, onde seu nome era grande — em Salém, em Sião, onde estava o lugar da sua habitação, fossem encontradas tais abominações como essas das quais temos aqui um registro. Josias agora tinha reinado dezoito anos, e ele mesmo tinha dado um bom exemplo ao povo, e guardado a religião de acordo com a Lei. E ainda, quando ele fez uma investigação sobre a idolatria, a profundidade e a extensão da esterqueira que ele teve de levar embora, pareceu quase inacreditável.
1. Até na Casa do Senhor, aquele templo sagrado que Salomão edificou, e dedicou à honra e à adoração do DEUS de Israel, foram encontrados utensílios, todo tipo de utensílios, para a adoração de Baal, e do bosque (ou Astarote), e de todo o exército dos céus (v. 4). Embora Josias tivesse suprimido o culto dos ídolos, os utensílios feitos para aquele culto ainda estavam todos cuidadosamente preservados, até no próprio templo, para serem usados novamente assim que a presente restrição fosse tirada. Mais ainda, até o próprio bosque, a imagem dele, ainda permanecia no templo (v. 6). Alguns pensam que se trata da imagem de Vênus, a mesma que Astarote.
2. Justamente à entrada da Casa do Senhor havia um estábulo para cavalos guardados (não é incrível?) para usos religiosos. Eram cavalos sagrados, destinados ao sol (v. 11), como se ele, que se alegra como um herói a correr o seu caminho (Sl 19.5), precisasse deles, ou antes eles assim representariam para si mesmos a rapidez da sua locomoção, a qual eles admiravam, fazendo sua religião se conformar a ficções poéticas do carro do sol, cuja tolice até uma pequena filosofia, sem qualquer divindade, teria desmascarado e feito com que se envergonhassem. Dizem alguns que aqueles cavalos deviam ser conduzidos em pompa a cada manhã para encontrar o sol nascente, outros que os adoradores do sol andavam neles para adorar o sol nascente. Parece que eles eram usados para puxar os carros do sol (v. 11), que o povo adorava. É estranho que qualquer homem que tinha a palavra escrita de DEUS entre eles fosse assim tão vão em suas imaginações!
3. Junto à Casa do Senhor, estavam as casas dos prostitutos cultuais, onde toda forma de obscenidade e imundície, até aquela que era a mais natural, era praticada também sob a desculpa de religião, em honra às suas divindades impuras. A prostituição corporal e a espiritual juntaram-se e os vis sentimentos aos quais o povo foi entregue foram a punição de suas imaginações vãs. Aqueles que desonraram o seu DEUS foram justamente abandonados assim para desonrarem-se a si mesmos (Rm 1.24ss.). Havia mulheres que teciam casinhas para o ídolo do bosque (v. 7), tendas que circundavam a imagem de Vênus, onde os adoradores cometiam toda sorte de obscenidade, e isso na Casa do Senhor. Procederam mal aqueles que fizeram da Casa de nosso Pai uma casa de negócios. Procederam pior aqueles que fizeram dela um covil de ladrões. Mas fizeram muito pior aqueles que a transformaram (horrendum dictu! — horrível de se dizer!) em um prostíbulo, em um desafio obsceno à santidade de DEUS e do seu templo. Bem pode o apóstolo Pedro chamá-las de abomináveis idolatrias.
4. Havia muitos altares idólatras (v. 12), alguns no palácio, sobre o terraço do cenáculo de Acaz. Sendo os telhados de suas casas planos, fizeram ali seus lugares altos e colocaram altares sobre eles (Jr 19.13; Sf 1.5), altares domésticos. Os reis de Judá fizeram assim. E, embora Josias nunca os usasse, eles ainda permaneciam ali nesse tempo. Manassés tinha construído altares para seus ídolos na Casa do Senhor. Quando ele se arrependeu, ele os removeu e os lançou fora da cidade (2 Cr 33.15), mas, como não os destruiu, parece que seu filho Amom os trouxe novamente para os pátios do templo. Ali Josias os encontrou e então os derribou (v. 12).
5. Ali estava Tofete, no vale dos filhos de Hinom, muito próximo de Jerusalém, onde ficava a imagem de Moloque (aquele deus de crueldade anormal, como os outros eram de impureza anormal), para a qual alguns sacrificavam seus filhos, queimando-os no fogo, outros os dedicavam, fazendo-os passar pelo fogo (v. 10), trabalhando para o fogo (Hc 2.13). Supõe-se ter sido chamado Tofete por causa de tof, um tamboril, porque eles tocavam tamboris ao queimarem os filhos, para não ouvirem seus gritos.
6. Havia altos que estavam defronte de Jerusalém, os quais edificara Salomão (v. 13). Podemos supor que os altares e as imagens naqueles lugares altos tinham sido removidos por algum rei piedoso precedente, ou talvez o próprio Salomão os tivesse removido quando se arrependeu. Mas os edifícios, ou algumas partes deles, permaneceram, com outros lugares altos, até o tempo de Josias. Aqueles que introduzem corrupções na religião não sabem o quão longe elas chegarão nem quanto tempo durarão. Antiguidade não é certamente prova de veracidade. Havia também lugares altos em todo o reino, desde Geba até Berseba (v. 8), e os altos das portas, que estavam à entrada da porta do chefe da cidade. Nesses lugares altos (pensa o bispo Patrick) eles queimavam incenso àqueles deuses tutelares a quem seus reis idólatras tinham confiado a proteção da sua cidade. E provavelmente o governador da cidade tinha um altar particular para os penates — seus deuses domésticos.
7. Havia sacerdotes idólatras que oficiavam em todos aqueles altares idolátricos (v. 5), kemarim, negros, ou aqueles que se vestem de preto (ver Sf 1.4). Aqueles que sacrificavam para Osíris, ou que choravam por Tamuz (Ez 8.14), ou que adoravam os deuses infernais, vestiam-se de preto como enlutados. Esses sacerdotes idólatras os reis de Judá estabeleceram para incensarem sobre os altos. Parece que eles eram sacerdotes da casa de Arão, que assim profanaram sua dignidade, e também havia outros que não tinham nenhum direito ao sacerdócio que queimavam incenso a Baal.
8. Havia conjuradores, feiticeiros e adivinhos (v. 24). Já que eles adoravam o diabo como se fosse o seu deus, não é de admirar que o consultassem como seu oráculo.
II
Que completa destruição o bom Josias realizou de todas aquelas relíquias de idolatria. Tal era o seu zelo pelo Senhor dos Exércitos e a sua santa indignação contra tudo o que lhe é desagradável, que nada permaneceu diante dele. A Lei era que os monumentos da idolatria dos cananeus deviam ser todos destruídos (Dt 7.5), muito mais aqueles da idolatria dos israelitas, em quem ela era muito mais ímpia, profana e pérfida.
1. Ele ordenou a Hilquias, e aos outros sacerdotes, que limpassem o templo. Esse era o seu distrito (v. 4). Para longe com todos os utensílios que foram feitos para Baal. Eles jamais deviam ser usados no serviço de DEUS, não, nem reservados para qualquer uso comum. Todos eles deviam ser queimados e as suas cinzas levadas a Betel. Aquele lugar tinha sido a fonte comum de idolatria, pois ali foi colocado um dos bezerros, e, situado perto de Judá, a contaminação tinha se espalhado dali para dentro do reino, e por isso, Josias fez do lugar o lixão da idolatria, a esterqueira para a qual ele levou a imundície e a sujeira de todas as coisas, para que, se possível, se tornasse asquerosa para aqueles que tinham gostado dela.
2. Os sacerdotes idólatras foram destituídos. Aqueles dentre eles que não eram da casa de Arão, ou que tinham sacrificado a Baal ou a outros falsos deuses, ele mandou executar, de acordo com a lei (v. 20). Ele os sacrificou sobre os altares, o sacrifício mais aceitável que já tinha sido oferecido sobre eles, um sacrifício para a justiça de DEUS. Aqueles que eram descendentes de Arão, e mesmo assim tinham queimado incenso nos lugares altos, mas apenas ao verdadeiro DEUS, ele proibiu que se aproximassem do altar do Senhor. Eles tinham perdido aquela honra (v. 9): Ele os trouxe das cidades de Judá (v. 8), para que eles não pudessem cometer erro no campo, mantendo secretamente seus velhos costumes idólatras. Mas lhes permitiu comer pães asmos (o pão da oferta de manjares, Lv 2.4,5) no meio de seus irmãos, com quem eles deviam residir, para que, estando sob os olhos deles, pudessem ser guardados de fazerem dano e fossem ensinados a fazer o bem. Aquele pão, aquele pão sem fermento (pesado e desagradável como era), era mais do que eles mereciam, e isso serviria para mantê-los vivos. Mas, como eram sacerdotes manchados (Lv 21.22), pode ser justamente questionado se lhes era permitido comer de todos os sacrifícios, o que é chamado, em geral, de o pão do seu DEUS.
3. Todas as imagens foram quebradas em pedaços e queimadas. A imagem do bosque (v. 6), alguma deusa, foi reduzida a cinzas, e lançou o seu pó sobre as sepulturas dos filhos do povo (v. 6), o lugar comum de sepultamento da cidade. Pela lei, uma impureza cerimonial era contraída ao se tocar em uma sepultura, de maneira que ao lançar aqui o pó das imagens, ele os declarou impuros e ninguém poderia tocá-los sem com isso ficar impuro. Ele lançou o seu pó dentro das sepulturas (assim em aramaico), insinuando que ele queria que toda idolatria fosse sepultada longe da sua vista, como algo repugnante, e fosse esquecida como os mortos estão esquecidos (v. 14). Ele encheu os lugares dos bosques com ossos de homens. Como levou o pó das imagens para as sepulturas, para misturá-lo com os ossos dos mortos, também ele levou os ossos dos mortos aos lugares onde as imagens tinham estado, e os colocou no seu lugar, para que, de ambas as formas, a idolatria pudesse ser apresentada como repugnante, e o povo, guardado, tanto do pó das imagens quanto das ruínas dos lugares onde elas tinham sido adoradas. Os defuntos e os deuses mortos eram muito semelhantes e os mais adequados para estarem juntos.
4. Todas as casas perniciosas foram suprimidas, aqueles ninhos de impiedade que acolhiam os idólatras, as casas dos sodomitas (v. 7). “Abaixo com elas, abaixo com elas, arrasai-as até os alicerces”. Os lugares altos foram, da mesma forma, derrubados e nivelados ao chão (v. 8), até aquele que pertencia ao governador da cidade. Pois nenhuma grandeza ou poder do homem pode protegê-lo na idolatria ou na profanação. Que os governadores sejam obrigados, em primeiro lugar, a reformar, e, então, os governados serão rapidamente influenciados. Ele manchou os lugares altos (v. 8 e novamente o v. 13), fez tudo o que podia para apresentá-los como abomináveis, e fez com que o povo ficasse descontente com eles, como fez Jeú quando fez da casa de Baal uma latrina (2 Rs 10.27). Tofete, que, ao contrário de outros lugares de idolatria, estava em um vale, enquanto eles estavam sobre as colinas ou lugares altos, foi profanado da mesma maneira (v. 10), tornando-se um cemitério da cidade. A respeito disso, nós temos todo um sermão em Jeremias 19.1-11, onde se diz: e os enterrarão em Tofete, e toda a cidade é ameaçada de se tornar como Tofete.
5. Os cavalos que tinham sido dados ao sol foram tirados e dados ao uso comum, e assim foram libertos da vaidade à qual tinham sido submetidos. E os carros do sol (que pena que aqueles cavalos e carros fossem guardados como os carros e cavalos de Israel!) ele queimou. E, se o sol for uma chama, eles nunca se assemelharam tanto a ele como quando foram carros de fogo.
6. Os que trabalhavam com espíritos familiares e os feiticeiros foram extirpados (v. 24). É provável que os que dentre eles foram condenados por feitiçaria foram executados, e, assim, outros foram impedidos de suas práticas diabólicas. Em tudo isso, ele tinha um sincero respeito às palavras da Lei, que estavam escritas no livro encontrado recentemente (v. 24). Ele fez daquela Lei a sua regra e a manteve diante de seus olhos ao longo de toda a sua reforma.
III
Como o seu zelo se estendeu até as cidades de Israel que estavam dentro de seu alcance. As dez tribos foram levadas cativas e as colônias assírias não povoaram completamente o país, de maneira que, é provável, muitas cidades tinham-se colocado sob a proteção dos reis de Judá (2 Cr 30.1; 34.6). Essas ele visita aqui para levar adiante a sua reforma. Até onde for nossa influência, nossos esforços deverão fazer o bem e colocar um fim à impiedade do ímpio.
1. Ele profanou e demoliu o altar de Jeroboão em Betel, com o lugar alto e o bosque que pertencia a ele (vv. 15,16). Parece que o bezerro de ouro tinha desaparecido (o teu bezerro, ó Samaria, foi rejeitado), mas o altar estava lá, sendo usado por aqueles que ainda estavam presos às suas velhas idolatrias. Esse altar foi: (1) Profanado (v. 16). Josias, em seu zelo piedoso, estava pilhando os velhos focos de idolatria, e notou os sepulcros no monte, nos quais provavelmente os sacerdotes idólatras estavam sepultados, não distantes do altar no qual tinham oficiado, e do qual gostaram tanto que desejaram colocar seus ossos perto ele. Esses ele abriu, tirou os ossos, e os queimou sobre aquele altar, para mostrar que dessa forma ele teria feito aos próprios sacerdotes se estivessem vivos, como fez com aqueles que ele encontrou vivos (v. 20). Assim ele manchou o altar, o tornou profano e o fez odioso. É dito em forma de ameaça contra os idólatras que seus ossos serão expostos ao sol (Jr 8.1,2). Que aquilo que é ali ameaçado, e isso que é aqui executado (indicando que a sua iniquidade está sobre os seus ossos, Ezequiel 32.27) insinuam uma punição depois da morte, reservada para aqueles que vivem e morrem sem arrependimento naquele ou em qualquer outro pecado. Queimar os ossos, se aquilo fosse tudo, é algo pequeno, mas, se significa o tormento da alma em uma chama pior (Lc 16.24), é muito terrível. Isso, como um ato de Josias, parece ter sido o resultado de uma decisão muito repentina. Ele não teria feito isso apenas porque se virou e viu os sepulcros. Mas isso fora predito mais de trezentos e cinquenta anos antes, quando esse altar foi construído por Jeroboão (1 Rs 13.2). DEUS sempre prevê, e às vezes tem predito como certo, aquilo que para nós ainda parece o mais incerto. O coração do rei está na mão do SENHOR. Assim era o coração do rei Josias, e ele o voltou (ou ele mesmo sempre esteve ciente, Cantares 6.12) para fazer isso. Nenhuma palavra de DEUS cairá por terra. (2) Ele foi demolido. Ele derrubou o altar e todos os seus acessórios (v. 15), queimou tudo o que era inflamável, e, desde que um ídolo não é nada no mundo, ele foi até onde pôde em aniquilá-lo. Pois o desfez em pó e fez dele pó diante do vento.
2. Ele destruiu todas as casas dos lugares altos, todas aquelas sinagogas de satanás, que estavam nas cidades de Samaria (v. 19). Os reis de Israel as haviam edificado e DEUS levantou esse rei de Judá para derrubá-las, para a honra da antiga casa de Davi, da qual as dez tribos tinham se separado. De maneira justa ele fez sacrifícios dos sacerdotes sobre seus próprios altares (v. 20).
3. Ele preservou cuidadosamente o sepulcro daquele homem de DEUS que viera de Judá para predizer isso que agora um rei procedente de Judá realizava. Esse foi aquele bom profeta que apregoou essas coisas contra o altar de Betel, mas que fora ele mesmo morto por um leão por desobedecer a palavra do Senhor. Mas para mostrar que o desprazer de DEUS contra ele não foi além da sua morte, mas acabou ali, DEUS assim o ordenou para que, quando todos os túmulos em volta do seu fossem perturbados, o seu ficasse seguro (vv. 17,18) e ninguém removeria seus ossos. Ele tinha entrado em paz, e, por essa razão, descansaria em sua cama (Is 57.2). Parece que o profeta velho e mentiroso, que desejou ser sepultado tão próximo dele quanto fosse possível, sabia o que fazia, pois também o seu pó, sendo misturado com o do bom profeta, foi preservado por sua causa (ver Números 23.10).
IV
Aqui nós somos informados de que solene páscoa Josias e seu povo celebraram depois de tudo isso. Depois que limparam o país do velho fermento, então aplicaram-se à celebração da festa. Quando Jeú destruiu o culto de Baal, ele ainda não cuidou de andar nos mandamentos e nas ordenanças de DEUS. Mas Josias considerou que nós devemos aprender a praticar o bem, e não apenas deixar de praticar o mal, e que o meio para se manter fora dos costumes abomináveis é observar todas as ordenanças instituídas (ver Lv 18.30), e, por essa razão, ele ordenou que todo o povo guardasse a páscoa, a qual não era apenas um memorial da sua libertação do Egito, mas um sinal da sua dedicação àquele que os trouxera de lá e da sua comunhão com Ele. Isso ele encontrou escrito no livro da Lei, aqui chamado de livro do concerto. Pois, embora a divina autoridade possa tratar conosco na forma de uma ordem absoluta, a graça divina condescende conosco a fazer negociações, e, por isso, ele a celebrou. Nós não temos um relato detalhado dessa Páscoa como daquela do tempo de Ezequias (2 Cr 30). Mas, em geral, somos informados de que nunca se celebrou tal páscoa como esta em nenhum dos reinados anteriores, não, desde os dias dos juízes (v. 22), o que, a propósito, insinua que, embora o relato que o livro de Juízes dá do estado de Israel sob aquela dinastia pareça apenas melancólico, ainda houve, então, alguns dias dourados. Parece que essa Páscoa foi extraordinária por causa do número e da devoção dos participantes, de seus sacrifícios e ofertas, e de sua exata observância das leis da festa. E não ocorreu agora como na Páscoa de Ezequias, quando participaram muitos que não estavam limpos de acordo com a purificação do santuário, e foi permitido aos levitas fazerem o trabalho dos sacerdotes. Nós temos motivo para pensar que durante todo o restante do reinado de Josias a religião floresceu e as festas do Senhor foram muito cuidadosamente observadas. Mas nessa Páscoa, a satisfação que eles tiveram no concerto recentemente renovado, a reforma no prosseguimento dela, e o renascimento de uma ordenança cujo original divino eles tinham encontrado recentemente no livro da Lei, e que tinha sido negligenciado por muito tempo ou guardado sem cuidado, os colocou em grande entusiasmo de santa alegria. E DEUS ficou satisfeito em recompensar o zelo que tiveram em destruir a idolatria com sinais incomuns da sua presença e favor. Tudo isso concorreu para fazer dessa Páscoa uma festa de destaque.

 

 

2 Reis 23:25-30 - A Morte Precoce de Josias

Com a leitura desses versículos devemos dizer: Senhor, embora a tua justiça seja como as grandes montanhas — evidente, manifesta e sem controvérsia, os teus juízos são um grande abismo, insondáveis e inescrutáveis (Sl 36.6). O que diremos disso?
I
Aqui se reconhece que Josias foi um dos melhores reis que se sentaram no trono de Davi (v. 25). Como Ezequias foi incomparável pela fé e dependência de DEUS nas aflições (18.5), assim Josias foi incomparável pela sinceridade e zelo ao prosseguir com um trabalho de reforma. Por isso não houve outro semelhante a ele:
1. Que ele se converteu ao Senhor, de quem seus pais tinham se apartado. É a verdadeira religião se converter a DEUS como alguém que temos escolhido e amado. Ele fez o que pôde para converter também o seu reino para o Senhor.
2. Que ele fez isso com seu coração e sua alma. Seus sentimentos e objetivos eram retos no que fez. Aqueles que não fazem a obra de coração, não vivem sua religião.
3. Que ele realizou isso com todo o seu coração, e com toda a sua alma, e com todas as suas forças — com vigor, coragem e resolução: de outra maneira ele não poderia ter vencido as dificuldades que apareceram no caminho. Que grandes coisas nós podemos fazer acontecer no serviço de DEUS se formos apenas animados e sinceros nele!
4. Que ele fez isso conforme toda a Lei de Moisés, em uma observação exata daquela Lei e com uma verdadeira consideração para com ela. Seu zelo não o levou a cometer nenhuma irregularidade, mas, em tudo o que fez, andou pela regra.
II
Apesar disso, ele foi cortado por uma morte violenta no meio dos seus dias, e seu reino foi arruinado dentro de poucos anos. Como resultado de uma reforma como essa, não se poderia esperar nada além da prosperidade e da glória do rei e do reino. Mas, muito pelo contrário, encontramos a ambos sob uma nuvem.
1. Até o reino reformado continua marcado pela ruína. Por tudo isso, o Senhor se não demoveu do ardor da sua grande ira (v. 26). Isso, que DEUS falou pelo profeta (Jr 18.7,8), que se uma nação, condenada à destruição, se converter da sua maldade, DEUS se arrependerá do mal da punição; é certamente verdadeiro e, por essa razão, devemos concluir que o povo de Josias, embora se submetesse ao poder de Josias, não absorveu os princípios de Josias. Eles se converteram pela força e não se converteram do seu mau caminho voluntariamente, mas ainda continuaram a sentir afeto por seus ídolos. E, por isso, aquele que conhece o coração dos homens não revogaria a sentença: Que Judá seria removido, como Israel tinha sido, e a própria Jerusalém, rejeitada (v. 27). Mas até essa destruição tinha por objetivo ser sua verdadeira reforma. De maneira que podemos dizer que não apenas os criminosos tinham enchido sua medida e estavam prontos para a ruína, mas também que a doença tinha virado uma crise e estava pronta para a cura. E que esse será todo o fruto, inclusive a remoção do pecado.
2. Como uma evidência disso, até o rei reformador é cortado no meio da sua utilidade — em misericórdia para com ele, para que ele não visse o mal que estava vindo sobre seu reino, mas em ira para seu povo, pois sua morte foi uma passagem para a desolação deles. Parece que o rei do Egito promoveu guerra contra o rei da Assíria: Assim o rei da Babilônia é agora chamado. O reino de Josias está entre eles. Por isso, ele pensou em se opor ao rei do Egito e impedir o crescimento, a ameaça e a grandeza do seu poder. Pois embora, naquele tempo, ele insistisse que não tinha nenhum plano contra Josias, se fosse bem sucedido em unir o rio do Egito e o rio Eufrates, a terra de Judá em breve seria inundada por eles. Por isso Josias lhe foi ao encontro, e foi morto no primeiro combate (vv. 29,30). Aqui: (1) Nós não podemos justificar a conduta de Josias. Ele não tinha um chamado claro para se engajar nessa guerra, nem lemos que ele tivesse pedido o conselho de DEUS por meio do urim ou dos profetas a respeito do assunto. Por que ele tinha de aparecer e agir como um amigo e aliado do rei da Assíria? Devia ele ajudar ao ímpio e amar aqueles que ao SENHOR aborrecem? Se os reis do Egito e da Assíria se enfrentavam, ele tinha motivo para pensar que DEUS tiraria disso o bem para ele e para o seu povo, fazendo deles instrumentos para enfraquecerem um ao outro. Alguns entendem a promessa feita a ele, de que seria ajuntado em paz à sua sepultura, em um sentido no qual não se realizou porque, por seu malogro nesse assunto, ele perdeu o benefício da promessa. DEUS prometeu guardar-nos em todos os nossos caminhos. Mas, se sairmos do nosso caminho, nos lançamos fora da sua proteção. Eu compreendo a promessa assim, de maneira que eu acredito que ela se cumpriu, pois ele morreu em paz com DEUS e com a sua própria consciência, e não viu, e nem tinha qualquer perspectiva, da destruição de Judá e de Jerusalém pelos caldeus. Mas eu compreendo ser a providência uma reprovação dele por sua precipitação. (2) Nós devemos adorar a justiça de DEUS ao afastar tal jóia de um povo mal agradecido que não sabia como valorizá-la. Eles lamentaram grandemente a sua morte (2 Cr 35.25), impelidos por Jeremias, que lhes falou do significado dela, e que presságio ameaçador que ela era. Mas eles não fizeram nenhum aperfeiçoamento devido às misericórdias que usufruíram por sua vida, cujo valor DEUS lhes ensinou pela necessidade.

 

 

2 Reis 23:31-37 - Os Maus Reinados de Joacaz e Jeoaquim
Jerusalém não viu nenhum dia bom depois que Josias foi colocado em sua sepultura, mas uma tormenta depois da outra, até que, dentro de vinte e dois anos, ela foi completamente destruída. Temos um curto relatório dos reinados de seus dois filhos: encontramos aqui o primeiro como um prisioneiro, e o último, como um tributário do rei do Egito, e ambos assim no início de seus reinados. Tendo esse rei do Egito matado a Josias, embora não tivesse nenhum plano em relação a Judá, mas sendo provocado pela oposição que Josias lhe fez, parece que agora ele virou todas as suas forças contra a sua família e reino. Se os filhos de Josias tivessem seguido os seus passos, teriam se saído melhor por sua piedade. Mas, desviando deles, se saíram pior por sua precipitação.
I
Joacaz, um filho mais jovem, foi feito rei primeiro pelo povo da terra, provavelmente porque observaram que ele era de gênio belicoso mais ativo do que seu irmão mais velho, e provavelmente para fazer frente ao rei do Egito e vingar a morte de seu pai, acerca da qual o povo estava mais solícito, como questão de honra, do que se manter e continuar a reforma de seu pai. E o resultado foi conseqüente:
1. Ele fez o que era mal (v. 32).
2. Não é de se admirar que, praticando o mal, lhe sucedesse o mal.
II
Eliaquim, outro filho de Josias, foi entronizado pelo rei do Egito. Não é dito em lugar de Joacaz (seu reinado foi tão curto que dificilmente valeria tomar nota dele), mas em lugar de Josias. 

Desse Jeoaquim somos informados:
1. Que o rei do Egito o tornou pobre, extorquiu dele um grande tributo de cem talentos de prata e um talento de ouro (v. 33), o qual, com muita dificuldade, ele espremeu de seus súditos e deu a Faraó (v. 35). Antigamente os israelitas tinham espoliado os egípcios. Agora, os egípcios espoliam Israel. Veja que angustiosas mudanças o pecado faz.
2. Que o que o tornou pobre ainda não o tornou bom. Apesar das repreensões da Providência sob a qual estava, pela qual ele devia ter se convencido, se humilhado e reformado, ele fez o que era mal aos olhos do Senhor (v. 37), e assim, preparou contra si mesmo maiores castigos. Pois DEUS os enviará se os castigos menores não realizarem a obra para a qual foram enviados.

 

 

Josias (22:1-23:30; II Crôn. 34:1-35:27) - COMENTÁRIO MESQUITA ( AT )
Descrever o reinado de Josias é tarefa difícil a qualquer escritor, tais e tantas foram suas reformas, seu zelo por Jeová e pela sua religião. Assim, o escritor se sente metido num emaranhado de fatos, sem saber o que escolher. Comparadas as duas narrativas de Reis e Crônicas, sente-se que o próprio escritor sagrado teve dificuldades em selecionar os fatos e concatená-los, de modo a nos dar uma notícia completa. Acredita-se que o escritor de Reis fosse contemporâneo de Josias e ficasse de tal modo perturbado pela morte prematura do seu rei, que nem saberia como conduzir a mente e dar-nos um relato perfeito e completo. É uma suposição apenas. Nós mesmos, que estudamos a obra de Josias, nos sentimos de tal modo chocados com a sua morte no meio da sua reforma, que nos sentimos presente aos seus funerais, a vertermos as nossas lágrimas. No tocante aos assuntos internacionais, que muito de perto interessavam a Judá, sabemos que Assurbanipal, o nobre e grande guerreiro, o Sardanapalo dos gregos, acabava de morrer. Foi o último de uma seqüência de grandes guerreiros. Portanto, Josias sentia-se quase livre de influência de fora para poder realizar a sua obra. Pouco depois, no seu duodécimo ano de reinado, os citas deram o golpe de misericórdia no poderoso reinado assírio, de que só restou a memória dos grandes feitos relatados nos livros da Bíblia e nas crônicas deixadas pelos seus escritores, inclusive as de Assurbanipal, objeto de glórias arqueológicas do século XX. Os arquivos de Assurbanipal, a sua memorável biblioteca, constante de 30. 000 volumes, são ainda hoje um repositório de fatos da vida antiga; graças a estas descobertas e sua confrontação com os textos do Velho Testamento, foi que a Bíblia se reabilitou no consenso dos críticos alemães, franceses e ingleses. Está fora do plano destas notas entrar em maiores divagações sobre a Assíria e seus arquivos, atualmente espalhados nos museus europeus, onde os amantes da arqueologia podem valer-se de boas obras para completar seus conhecimentos. Assim, com a queda de Ninive, Josias podia considerar-se um rei independente e seguro para suas reformas da religião conspurcada por seus antepassados.6

"Fez o que era reto aos olhos do Senhor" (v. 2). Era filho de Jedida, nome que já serviu a alguns pais para chamarem suas filhas. Dela nada sabemos, senão que era sua mãe; as influências sobre o menino Josias não conhecemos.

6. O que nos choca frontalmente nesta reforma é que Manassés, filho e sucessor de Ezequias, depois de se converter e se arrepender de todo o mal que havia praticado, limpou Jerusalém dos ídolos, restaurou o templo e, fez uma limpeza em regra. O filho de Manassés, Amam, reinou apenas dois anos, mas o bastante para que toda a imundícia de ídolos voltasse à cidade e ao templo. Isto nos leva a ver como o povo estava corrompido e de tal modo desviado de DEUS que, apenas morria o rei, por acaso bom, tudo voltava ao que era antes. Assim não seria fácil qualquer reforma em Judá ou Israel, com um povo totalmente corrompido com a idolatria. Dois anos foram suficientes para tudo quanto de bom Ezequias e depois o seu filho Manassés, arrependido, fizeram fosse tornado inútil. Por isso se verifica a indecisão e cuidado que Josias teve em levar adiante a sua reforma. O povo não gostava de um culto monoteísta e espiritual; gostava da farra dos ídolos.

1) A reforma e restauração do templo.

A ordem dos fatos relacionados com a reforma do templo não é dada na mesma sequência entre II Reis e II Crônicas, se bem isso pouco importe. Conforme II Crônicas, Josias começou a sua reforma no oitavo ano do seu reinado, sendo ainda bem moço (II Crôn. 34:3); segundo Reis, porém, a reforma começou no décimo oitavo ano (II Reis 22:3). A diferença não nos deve causar surpresas porque cada um dos escritores sagrados viu as coisas por seu próprio prisma. O que parece certo é o que diz U Crônicas: Josias começou a reforma, e a buscar a seu DEUS no décimo oitavo ano do seu governo; muito antes ele estaria preparando o seu trabalho e agindo muito cautelosamente. Então, coordenando a história, diríamos que no oitavo ano (II Crôn. 34:3) teria começado a preparar o povo, os sacerdotes, e no décimo segundo ano começou a limpeza da idolatria, para então no décimo oitavo entrar a fundo na reforma (II Reis 22:3). Nós podemos imaginar os perigos de uma reforma violenta, reconhecendo que o povo em geral gosta das pompas da idolatria e mesmo o povo gostaria de prestar o seu culto às imagens de Baal. Josias foi cauteloso. No oitavo ano, estando então com 16 anos de idade, começou a buscar a DEUS. No duodécimo começou a purificar a Judá e Jerusalém, tirando os altos e os postes-ídolos, as imagens de escultura e de fundição. Na sua presença derribaram os altares de Baal, e ele queimou tudo sobre as sepulturas dos que lhes tinham sacrificado; e os ossos dos sacerdotes, diríamos de Baal, queimou sobre seus altares, assim tornando imundos tais lugares de culto. Não havia profanação maior do que queimar os ossos de alguém e espargir a cinza sobre o que fosse. Estavam tais lugares imundos para sempre, e irrecuperáveis. Tendo despedaçado todos os altares de incenso, em toda a terra de Israel, então voltou para Jerusalém. Vemos assim que a reforma foi geral, abrangendo todo o território sob o domínio de Judá e até onde sua influência podia chegar

2) Josias repara o templo.

Pela leitura dos textos sagrados somos levados a ver que a reforma começou por fora, para depois vir para o templo, pois não adiantaria limpar a casa, deixando os focos de idolatria entre o povo. Uma reforma inteligente. Já no décimo oitavo ano (II Reis 22:3), Josias sentia-se bastante forte para levar sua reforma avante. Chamou o escrivão Safã, da Casa do Senhor, dizendo: "Sobe a Hilquias, o sumo sacerdote, para que faça a soma do dinheiro que se tem trazido para a casa do Senhor, o qual os guardas da entrada têm recebido, do povo" (v. 4). Este dinheiro destinava-se aos carpinteiros, cavouqueiros e outros que trabalhavam nas obras de reconstrução do templo que, pelo visto, estaria totalmente arruinado. Neste trecho

estão de acordo II Reis e II Crônicas. Na reforma, demolição de paredes, abertura de portas que teriam sido fechadas por interesse da idolatria, no meio de muito entulho, foi encontrado o Livro da Lei.

3) O "Livro da Lei".

Rios de tinta têm corrido, prelos têm rangido, tipógrafos têm passado noites insones, homens ilustres têm dado a sua vida e sua inteligência para negar a autoria mosaica deste livro. O assunto é de magna importância e sentimos pena de não podermos dispor de espaço para esmiuçar em seus mínimos detalhes o assunto. Fizemos referência a este livro, na introdução ao estudo de Josué, pelo que apenas breves considerações serão dadas aqui.


a) Que livro seria esse?

As opiniões divergem. Os críticos conservadores entendem que seria um livro da lei, possivelmente o Deuteronômio, livro que estava esquecido e era justamente o que regulava a vida religiosa e social do povo israelita. Sem este livro, muitas doutrinas não seriam praticadas e sem elas a nação se aviltaria. Não temos elementos para afirmar que era o Deuteronômio, nem os temos para negar. Ninguém tem uma coisa nem outra. O fato é que quando o livro foi levado ao rei e a seus cortesãos, todos rasgaram as suas vestes em sinal de profundo pesar pelo desrespeito que tinham mantido para com o Livro. Vale dizer que os seus ensinos, embora não sendo praticados, eram conhecidos, pelo que profundo arrependimento se apoderou do povo e do rei, que mandou imediatamente consultar a profetisa Hulda, para saber o que fazer em tal emergência Crôn. 34:19,20).

Hulda respondeu com a mensagem de DEUS que consta de II Reis 22:15-20 e II Crônicas 34:23. Ambas as narrativas conferem e concordam. DEUS tinha sido olvidado e por causa desse abandono a terra estava incursa nas maldições do mesmo livro da Lei (Deut. 7:12-26; 27:11-28:14; Jos. 8:30-35). A profecia de Hulda está em acordo com as maldições e bênçãos prometidas em Deuteronômio e ratificadas em Josué. Portanto, nós não temos outra alternativa senão aceitar que o livro achado era, no seu todo ou parte dele, o Deuteronômio. Por esta posição este escritor se tem batido e lutado valentemente por toda a sua vida de pastor e professor.

b) Se não era o Deuteronômio, que livro seria?
A crítica, como ficou dito, tem enchido o mundo com as suas teorias loucas, tentando desacreditar o sobrenatural. Resumindo as críticas, dizem uns que Hilquias forjicou o livro e o escondeu num canto do templo, sabendo que seria achado e produziria um reboliço em Israel. É uma teoria muito infantil. Como poderia Hilquias ou outro qualquer inventar uma coisa que desconhecia? Por outro lado, como poderia um livro arranjado produzir tamanho remorso no rei e nos seus cortesãos? O autor do Novo Comentário da Bíblia diz que o achado não constituiu nenhuma surpresa nem para Safã, o escrivão, nem para Hilquias. Como se sabe disso? O que Safã fez foi relatar a Josias o acontecido e tão logo Josias tomou conhecimento do livro, rasgou os seus vestidos, no que foi imitado pelos outros.

c) Opinião da crítica racionalista.
De um modo sumário afirmam os críticos racionalistas que este livro achado foi mesmo o Deuteronômio, e teria sido escrito por algum funcionário do governo, por Hilquias mesmo, e, para lhe dar mais valor, foi atribuído a Moisés. O mais interessante é que, no desenvolvimento das teorias desta critica, a existência de Moisés foi mesmo negada, assim como o foi a existência histórica de Abraão, Jacó e todos os outros grandes vultos da Bíblia. Todos estes vultos da história passaram a ser meros totens nacionais, isto é, figuras imaginárias, inventadas para com elas cimentar a história. Este livro foi levado para Babilônia por ocasião do cativeiro e durante este período foram então escritos os outros livros do Pentateuco, e, para os creditar perante a nação, foi-lhes dada autoria de Moisés; embora não aceitando a sua existência, servia aos seus propósitos. Nos estudos sobre Josué, na introdução, oferecemos uma breve análise das teorias racionalistas, e a elas encaminhamos os leitores destas notas.

Convém dizer que nos séculos 18 e 19 nada se sabia dos antigos povos da Assíria e Babilônia; e os seus reis, mencionados na Bíblia, eram considerados meras figuras para impressionar. Eles nunca tinham existido, nem os povos que eles governaram. O Velho Testamento era, para estes críticos, um livro de ficção, indigno de figurar numa biblioteca. Nada tinha de histórico; e o que os livros dos reis e outros relatavam, tudo não passava de fantasia.
Devemos à arqueologia, com os relatos dos reis da Assíria e Babilônia, e consequentemente a reabilitação da Bíblia, a historicidade de todos os fatos nela registrados. Se esses críticos voltassem hoje à terra ficariam envergonhados das afirmativas que fizeram e do descrédito a que atiraram nossa Bíblia. Isso não se dará. O estudante de hoje pode confrontar os relatos que estamos escrevendo sobre os reis da Síria, Assíria e Babilônia, com a sua Bíblia, e pode até verificar a naturalidade das Escrituras com os informes que nos deixam Senaqueribe, Sargão II e Assurbanipal, o último grande guerreiro assírio. O estudante moderno não tem medo de confrontar a sua Bíblia com os documentos arqueológicos; deseja mesmo esta confrontação para se certificar de como a Bíblia foi fiel nos relatos que nos legou.

d) Voltando ainda a comentar a posição de Hulda
nota-se nela perfeita normalidade: conhecia o livro e sabia que tinha existido, se bem há muito estavam fora de uso. Por igual não tem palavras de esperança, porquanto sabia que o mal de há muito estava determinado. Jeremias e Sofonias, profetas daqueles dias, estariam fora da cidade, pelo que foi feita a consulta a uma profetisa que gozava de grande prestígio também. A promessa de que Josias seria reunido a seus pais e não veria a sorte de Judá cumpriu-se em parte e de modo muito triste para os seus amigos como nós. Josias morreu prematuramente na luta contra o rei do Egito.

Não temos, pois dúvida de que o Livro achado era o Deuteronômio, o livro prático da nação, o catecismo oficial. Os de ' livros como Josué, Juizes, Samuel, talvez nem estivessem ainda escritos, e se estivessem não tinham a mensagem para a nação como o Deuteronômio. Os outros livros de Moisés, igualmente não eram tão taxativos quanto aos deveres do povo para com o seu DEUS. O livro de Levítico era bem conhecido e praticado no ritual do templo; e Gênesis e Números não eram livros que dissessem respeito aos deveres de cada dia e de cada um. Quando estudamos o livro de Rute fizemos notar que a. instituição da remissão de um morto sem filhos, e que deveria ser substituído pelo irmão ou parente mais próximo, estava perfeitamente em vigor. Por seu turno, a referência a Moisés é lima constante em todos os livros ditos antigos; e se o povo não se baseava nestes livros fundamentava-se na tradição extraída deles. A lei de Moisés, pois, era assunto bem conhecido e de que todos se davam perfeita conta. Assim para nós o livro achado era o grande livro de Deuteronômio, onde se encontram registradas as bênçãos e as maldições referentes à fidelidade do povo ou à sua deslealdade. Foi isso que Josias sentiu ao ouvir a leitura do livro. Estava tudo perdido.

Não pensamos que os livros da Bíblia possuíssem o curso popular que têm atualmente. Não haveria muitas cópias e as poucas estariam em poder dos sacerdotes. A divulgação dos manuscritos sagrados foi obra dos primeiros séculos do cristianismo, e só depois de inventada a imprensa, no século 16 é que os sagrados textos se tornaram populares. Não temos, pois, de pensar em Bíblias na mão do povo como agora. Assim, e para resumir, a ausência de um livro como o Deuteronômio não causaria maior preocupação ao povo; era assunto para os líderes religiosos, aos quais convinha tomar conhecimento da existência ou não desses livros. Este assunto é mais próprio para a crítica literária do que para estudos leves como o que estamos fazendo.

4) Consulta feita à profetiza Hulda.

Josias poderia ter convocado os profetas de palácio, pois os tinha, mas não o fez, ou porque não tivesse muita confiança neles ou porque desejasse a opinião de uma pessoa estranha aí. Segundo Jeremias, parece que os profetas do palácio não eram muito credenciados (Jer. 2:8; 5:31; 6:13; 14:14; 23:9-40). Hulda não revelou qualquer surpresa com o achado do livro porque lhe seria bem conhecido. Só no palácio era ele ignorado, porque a política anda sempre longe das coisas de DEUS, a não ser em casos tais como o de Josias e poucos outros. O que Hulda fez foi dizer o que estava para acontecer a Judá, coisas que Isaías já tinha dito. Os pecados acumulados em Judá produziriam os mesmos resultados que tinham produzido em Samaria. Apenas deu uma consolação a Josias: em virtude da sua fidelidade ao seu DEUS, não veria esse mal e em paz seria recolhido aos seus pais. Ela não se referiu à morte prematura de Josias na guerra contra Neco, do Egito, ou porque não interessasse ao caso ou porque lhe estivesse velado. Temos, pois, mais uma prova de que o livro achado era conhecido em Judá e por sua negligência a nação iria pagar caro.

5) Josias renova a aliança com DEUS.

O livro do pacto que fora encontrado na casa do Senhor (v. 2) e não outro como sugerem alguns comentadores, motivou, provocou, um avivamento espiritual digno de nota. "Todos os anciãos de Judá e de Jerusalém se ajuntaram a ele" (v. 1), para um novo concerto com DEUS. "O rei pôs-se em pé junto à coluna, fez um pacto perante o Senhor, para O seguirem e guardarem os seus mandamentos" (v. 2). Coisa jamais vista em Judá, um rei proclamar a sua fidelidade a DEUS e conclamar o povo para esta aliança. Se isso tivesse sido feito antes, a nação estaria a salvo das agruras que sofreu depois; os reis, porém, eram, na maioria dos casos, os mais indignos da religião, e por falta de "líderes perece o povo". Temos a impressão de que o povo de Judá jamais tivera dia de tanto regozijo, porque a religião sempre cria alegria e contentamento.

6) A grande reforma

a) O livro de Crônicas é muito parcimonioso quanto a esta reforma, mas os termos são os mesmos. O livro de Reis entra em muitos detalhes, porque era o tempo de fazer uma limpeza em regra, não apenas nas práticas do culto, mas nos lugares onde o praticavam. Era necessário profanar os lugares altos de modo que jamais alguém se aventurasse a usá-los. Não bastava exterminar os altos; se não fossem profanados, como foram, em breve voltariam a ser usados. Todos os instrumentos de culto a Baal foram quebrados e queimados e as cinzas jogadas no Vale de Cedrom e desenterrados os ossos do povo comum e queimados nos locais de culto. Assim, jamais alguém se aventuraria a voltar a tais lugares. Os postes-ídolos, para todo o exército dos céus, que Manassés havia feito, tudo foi destruído e profanado. Até no templo havia postes-ídolos que Josias queimou e jogou as cinzas sobre as sepulturas do povo (v. 6). Igualmente sacerdotes de segunda classe, isto é, sacerdotes de Baal, tudo foi removido. Talvez se refira a sacerdotes do culto de Jeová, mas de segunda ordem, não se sabe bem. Os sacerdotes kemarim sempre se referem aos de Baal. O Vale de Cedrom tornara-se assim um grande cemitério de todos os destroços da idolatria, e os cemitérios próximos receberam as cinzas destes destroços. As casas da prostituição cultual, compostas talvez de homens e mulheres (I Reis 14:24), tudo foi destruído. Ali as mulheres teciam tendas para o poste-ídolo, dentro da área do templo. Josias trouxe os sacerdotes de todos os lugares altos a Jerusalém, os quais incensavam desde Geba até Berseba, e profanou os lugares de culto (v. 9). Talvez se trate de levitas que, desviados do seu ofício, se dedicavam a cultos impuros. Eles não eram propriamente sacerdotes, mas faziam serviços secundários, e em tempo de degradação religiosa, se dariam até a serviços de cultos a ídolos (Juí. 17), pois não sacrificavam -,obre o altar do Senhor, mas comiam da mesa dos sacerdotes (v. 9). Sobre a posição destes sacerdotes no serviço do templo, veja-se Deuteronômio 18:8, onde se diz que os levitas tinham o direito de participar das viandas dos sacerdotes. Portanto, está aqui mais uma prova da antiguidade do livro achado.


b) Também profanou a Tofete, que está no Vale dos filhos de Hinom, onde os hebreus sacrificavam seus filhos a Moloque, o deus dos amonitas. Tudo foi profanado. Os cavalos do culto ao sol, à entrada da casa do Senhor, foram tirados; os carros dedicados ao sol foram queimados. Junto ao templo havia câmaras onde os sacerdotes se acomodavam durante o tempo de serviço; pois estes lugares foram ocupados com cavalos e carros do sol culto de origem assíria. Até mesmo os locais destinados aos serviços do culto tinham sido infestados de elementos idólatras, apenas para agradar aos senhores assírios. Manassés foi o grande incentivador deste culto (II Reis 21:3,4). Não era sem justo motivo que DEUS estava afastado do templo e do povo; como é que um rei de Judá pode cometer tais indignidades, a gente nem entende. É certo que não possuíam Bíblia, mas tinham as tradições numerosas que deveriam guiar e governar estes monarcas.


c) Também foram derribados os altares que estavam sobre a sala de Acaz, sobre os terraços, altares feitos pelos reis de Judá e por Manassés; tudo foi destruído, levado ao Vale de Cedrom, queimado e as cinzas aspergidas sobre os sepulcros do povo.

d) Os altos em frente a Jerusalém, no Monte das Oliveiras e arredores à mão direita do Monte da Destruição, edificados por Salomão, o fundador da idolatria em Judá (I Reis 11:1-18), para Astarote, abominação dos sidônios; Camos, abominação dos moabitas; e Milcom, abominação dos amonitas, Josias derrubou tudo isso e encheu de ossos humanos os lugares desses cultos. Somos informados de que a má sementeira de Salomão produziu os seus frutos, mesmo que não tenhamos de admitir que as estátuas feitas e os lugares estabelecidos tivessem durado até agora. O exemplo ficou, a praxe continuou (vv. 13, 14).


e) A reforma foi mais longe. Foi a Betel onde estava o altar feito por Jeroboão I, derribou-o e profanou-o com os ossos das sepulturas que estavam ali por perto, para jamais alguém ousar sacrificar em tal local. Era uma profilaxia em regra. Perto estava um "monumento" e o rei perguntou o que era. Disseram-lhe que era a sepultura do profeta, que havia desobedecido a DEUS e fora morto por um leão (I Reis 13:11-34). Este monumento ele deixou intacto porque era um testemunho da reprovação divina contra a idolatria (v. 15 a 20). Matou os sacerdotes dos altos e queimou ossos humanos sobre eles (v. 20). Então voltou para Jerusalém, satisfeito da limpeza que havia realizado em todo Israel e Judá.

7) Celebra-se a Páscoa.

Agora podia ser celebrada a Páscoa, pois a nação estava limpa externamente. Dita Páscoa estava de acordo com o livro achado por Hilquias e nunca se celebrou Páscoa igual em toda a história. Tal acontecimento teve lugar no ano 18º, do rei Josias. Ele começou a sua reforma com oito anos de idade e estava agora com 26, tendo gasto, pois, 18 anos de lutas para limpar a nação de todos os elementos estranhos à sua existência.

8) A reforma continua.

Alguma coisa ainda estava faltando para que a nação fosse totalmente limpa de ídolos e formas de culto estranhas à vida da nação, segundo o livro da Aliança. Então chegou a hora dos médiuns estabelecidos por Manassés, os feiticeiros, os ídolos do lar (Penates), veja Gênesis 31:19; Josué 24:14 e I Samuel 19:13. Estes elementos de culto eram de natureza privada, eram os deuses protetores do lar, que Abraão tinha usado lá na Caldéia e parece que trouxe para a Palestina, porque os encontramos na casa de Labão, em Arã, conforme Gênesis 31:12-19. A reforma foi de tal porte que nem antes nem depois de Josias houvera rei semelhante (v. 25). Nada obstante, DEUS não retirou a sua ira de Judá, pela multidão dos seus pecados. Abençoou Josias e o povo, mas o castigo pelas culpas panadas estava de pé (v. 26 e 27).

9) Súmula do governo de Josias.

Pelo profeta Jeremias somos informados de que a reforma promovida por Josias (Jer. 5) foi puramente superficial. O regresso à idolatria durante o curto reinado de Joaquim, e a deslavada maldade de Judá, segundo Jeremias 21 e 22:15,16, mostram isso. O povo aceitou-a e com ela se alegrou; morto, porém o seu propulsionador, logo o povo voltou ao seu vômito antigo. Jeremias nem sequer se refere à reforma; é como se não houvesse existido, pois ele morava em Jerusalém, deveria ter tomado conhecimento de tudo. Por que nada diz, ignoramos. Não nos surpreendemos com a volta do passado e de tudo que constituía o seu acervo. O autor recorda os idos de 1930, quando uma reforma de costumes foi planejada no Brasil, com a prisão dos que foram julgados ladrões do povo, com a promessa de um Brasil novo. Pois bem, tudo voltou ao que era dantes, como se nada houvera acontecido. Uma reforma que não reforma o povo não é reforma. Pelo menos qualquer reforma política tem de ser continuada por anos, até mudar leis e costumes; de outra forma, volta tudo ao que era antes. Estamos agora num Brasil em plena Revolução. Pensavam muitos que, mudado o governo, tudo voltasse ao que era antes. Parece que se enganaram porque a Revolução disse que ia continuar e está cumprindo o dito. Só assim se pode conseguir uma reforma, pelo menos das coisas públicas. Josias morreu pouco depois e subiu ao poder um rei imposto. Tudo voltou ao que era. De qualquer modo, somos gratos a Josias e a DEUS pelo que foi feito, pois vemos como a nação estava podre, e as razões porque DEUS não a poupou. Quando lemos a profetisa Hulda dizer que depois de Josias a nação iria pagar por seus pecados, somos assaltados com a ideia de que DEUS não tinha levado em conta a obra do seu servo. DEUS sabia que tudo era superficial. Foi preciso um cativeiro de setenta anos para curar esta nação das inclinações da idolatria. Depois do cativeiro, havia muitos pecados, mas não o da idolatria. Os judeus foram curados desta infecção até hoje. Um judeu pode ser acusado de tudo que se possa imaginar, menos de adorar ídolos. Temos, pois, aqui, a prova por que DEUS se recusou a poupar a nação e a entregou aos caldeus. Só as agruras do cativeiro serviriam para curar os sacerdotes e levitas e o povo desta chaga. Todavia, quando lemos Esdras e Neemias, os livros que nos contam a história dos exilados, verificamos que muitos dos pecados antigos estavas em pleno vigor (Esd. 9:10).

10) Morte de Josias.

Nínive fora derrotada. Tinha caído 612; dela e dos seus fastos antigos só restavam as crônicas. A marcha de Neco para o norte, para combater a Assíria (pensam alguns que para defendê-la), não era mais do que um pretexto ou um meio de obter os restos do antigo império. Fossem quais fossem os motivos, pois a Bíblia nada diz, dirigia-se para o norte e avisou a Josias que não se metesse no seu caminho, alegando mesmo que DEUS o tinha mandado subir (verdade ou mentira). Aparentemente não pretendia nada de Judá; entretanto ninguém naqueles dias acreditaria nisso, pois todos estes antigos monarcas viviam de rapinas. Josias foi-lhe ao encalço, disfarçadamente, e o encontro se deu no célebre monte de Megido, onde muitos milhares tinham caldo. Josias, ferido de morte, foi trazido para Jerusalém e sepultado com todas as honras de um grande e bom rei. Jeremias compôs-lhe uma elegia (II Crôn. 35:25). Neco continuou o seu caminho e o encontro com os exércitos de Babilônia deram-se em Carquêmis (II Crôn. 35:20); dos resultados pouco se sabe ao certo. Neco diz que venceu e os exércitos aliados de Babilônia deram-se por vitoriosos. Esta batalha em 605 marcou um novo ciclo de guerras no Oriente. Parece-nos que os exércitos de Babilônia é que venceram a batalha, porque bem pouco depois Nabucodonozor estava às portas de Jerusalém, sem temer os exércitos de Neco. Se o Egito tivesse vencido, a história seria outra, e Neco não lhe daria chance de vir a Jerusalém, como veio logo depois (Jer. 46:2). Aceitamos a palavra infalível de Jeremias, e o assunto está encerrado.

Na volta de Carquêmis, derrotado, foi a Jerusalém, depôs o rei que o povo tinha colocado no lugar de Josias e levou-o para o Egito onde morreu. Cria-se assim uma situação nova e perigosa para a periclitante nação judaica.

 

SUBSÍDIOS DA LIÇÃO 12 - CPAD

 

SÍNTESE DO TÓPICO I - A prática da leitura e da meditação da Palavra de DEUS nos conscientiza sobre os nossos pecados.
SÍNTESE DO TÓPICO II - O coração que transborda DEUS não tolera ídolos ou qualquer outra prática que desagrade ao Senhor.
SÍNTESE DO TÓPICO III - A Páscoa é uma das mais importantes celebrações da Bíblia. Tais celebrações são fundamentais para nos lembrar dos feitos do Senhor.


SUBSÍDIO DIDÁTICO-PEDAGÓGICO TOP1
Para alcançarmos os objetivos fundamentais que formulamos, quais deverão ser os nossos objetivos imediatos? O que planejamos fazer neste trimestre, neste mês, nesta lição? Esses planos variam com as situações. Os interesses e as necessidades de nossos alunos deverão determinar nossos objetivos para cada lição em particular. Muitas vezes o comentarista da lição sugere as metas em conexão com ela. Essas metas poderão ou não coincidir com as necessidades da classe. Por isso, deve o professor determinar seus objetivos de acordo com a realidade de sua classe. Tendo em mente o assunto da lição a ser ensinada, o professor poderá perguntar-se:
Quais conhecimentos desejo que meus alunos adquiram?
Quais situações desejo que eles enfrentem?
Quais atitudes e decisões desejo que eles tomem?

 


CONHEÇA MAIS TOP2
“Atualmente não podemos dizer que as Escrituras estão perdidas no sentido literal; ao contrário, a Bíblia é o livro de maior circulação. Contudo é um livro perdido para multidões em todo o mundo. Mas como foi perdido? Foi perdido por falta de lê-lo às crianças. É só fazermos perguntas aos nossos filhos e descobriremos que há uma ignorância surpreendente da Palavra de DEUS entre eles. Pode-se perder as Escrituras por causa do pecado. A experiência prova a veracidade do ditado: a leitura deste Livro evita o pecado, e o pecado evita a leitura deste Livro.” Para saber mais leia: Coleção Lições Bíblicas. Vol. 04. Rio de Janeiro: CPAD, 2011, p. 615.


SUBSÍDIO DOUTRINÁRIO TOP2
“O compromisso religioso inicial de Josias foi demonstrado por seus esforços para reparar o Templo do Senhor. Ele estava desorientado, pois aparentemente durante o reinado de Manassés a maioria das cópias das Escrituras do Antigo Testamento foi destruída. Então uma cópia da lei, que alguns acreditam compreender todos os cinco livros de Moisés, foi achada. Um Josias abalado percebeu quão desobediente Judá tinha sido.
Perguntas dirigidas a Hulda, uma profetisa, trouxe de volta a palavra de que o destino de Judá estava selado. Mas em razão de Josias ter sido humilde e sensível a DEUS, o desastre viria apenas depois de sua morte.
DEUS ainda está à procura de pessoas que estão abaladas pelo abandono da sociedade sobre os princípios bíblicos de santidade e de justiça. Quando formos humildes e sensíveis, DEUS nos abençoará individualmente a despeito do que possa acontecer a nossa terra.
O zelo de Josias era tão grande que ele começou a livrar Judá de todas aquelas práticas contra as quais a Palavra de DEUS falava. A lista das suas ações sugere a extensão da apostasia de Judá.
O que podemos apreciar sobre Josias é o seu exemplo de total compromisso. Nenhum de nós poderia fazer um pedido mais importante do que sermos como Josias, que ‘se [converteu] ao Senhor com todo o seu coração, e com toda a sua alma, e com todas as suas forças’ (23.25).
O reinado de 31 anos de Josias sobre Judá não mudou a direção da sua nação. Mas os seus constantes esforços para servir ao Senhor lhe renderam a honra divina. DEUS não exige que sejamos bem-sucedidos. Ele nos chama, porém, para sermos totalmente comprometidos” (RICHARDS, Lawrence O. Comentário Devocional da Bíblia. Rio de Janeiro: CPAD, 2013, pp.226,27).

 


SUBSÍDIO DEVOCIONAL TOP3
“[...] Somos informados de que nunca se celebrou tal páscoa como esta em nenhum dos reinados anteriores, não, desde os dias dos juízes (v.22), o que, a propósito, insinua que, embora o relato que o livro de Juízes dá do estado de Israel sob aquela dinastia pareça apenas melancólico, ainda houve, então, alguns dias dourados.
Parece que essa páscoa foi extraordinária por causa do número e da devoção dos participantes, de seus sacrifícios e ofertas, e de sua exata observância das leis da festa. E não ocorreu agora como na páscoa de Ezequias, quando participaram muitos que não estavam limpos de acordo com a purificação do santuário, e foi permitido aos levitas fazerem o trabalho dos sacerdotes. Nós temos motivos para pensar que durante todo o restante do reinado de Josias a religião floresceu e as festas do Senhor foram muito cuidadosamente observadas. Mas nessa Páscoa, a satisfação que eles tiveram no concerto recentemente renovado, a reforma no prosseguimento dela, e o renascimento de uma ordenança cujo original divino eles tinham encontrado recentemente no livro da Lei, e que tinha sido negligenciado por muito tempo ou guardado sem cuidado, os colocou em grande entusiasmo de santa alegria. E DEUS ficou satisfeito em recompensar o zelo que tiveram em destruir a idolatria com sinais incomuns da sua presença e favor. Tudo isso concorreu para fazer dessa páscoa uma festa de destaque” (HENRY, Matthew. Comentário Bíblico Antigo Testamento: Josué a Ester Edição Completa. Rio de Janeiro: CPAD, 2010, p.632).

 

 

OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Evidenciar o encontro de Josias com o livro da Lei;
Destacar a dedicação de Josias na destruição dos ídolos;
Identificar o retorno da celebração da Páscoa.


INTERAGINDO COM O PROFESSOR
Nesta lição, aprenderemos que DEUS não exige que sejamos bem-sucedidos em todas as coisas que fazemos para Ele, mas nos chama para sermos totalmente comprometidos e obedientes à sua Palavra. A despeito dos 31 anos de reinado de Josias, Judá não mudou de direção nem abandonou seus maus costumes. Entretanto, os constantes esforços desse grande rei para servir ao Senhor com fidelidade, lhe renderam a honra divina. O castigo de Judá somente veio depois da morte de Josias.

 

PONTO CENTRAL - Não importa o quão distantes estamos de DEUS, sempre podemos nos aproximar.

 

 

PARA REFLETIR

A respeito de “O Reinado de Josias”, responda:

Por que Josias foi considerado um dos melhores reis de todo o Israel?
Porque expurgou o país de todas as falsas divindades ali colocadas por seus ancestrais; e iniciou em seu reino a maior e mais impactante renovação espiritual vista entre todas as tribos de Israel.
Quem foi o primeiro a ler o livro da Lei de Moisés após ser encontrado?
O escrivão Safã.
O que a leitura do livro da Lei causou no povo?
Ao ouvirem a leitura do Livro da Lei, o povo preparou o coração para uma nova aliança com o Senhor.
Quanto tempo depois do início do reinado de Josias a Páscoa foi comemorada?
Somente depois de dezoito anos de reinado foi que Josias conseguiu comemorar a primeira Páscoa.
Qual o sentido da Páscoa para todo o Israel?
Ela relembrava a proteção divina e o livramento da escravidão no Egito.

CONSULTE
Revista Ensinador Cristão - CPAD, nº 86, p. 42.

 

 

)))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))

 

Lição 3, Betel, 2Tr25, REVISTA NA ÍNTEGRA

 

Escrita, Lição 3, Betel, Participando com consciência e alegria da manutenção do serviço, 2Tr25, Com. Extras Pr. Henrique, EBD NA TV

Para nos ajudar PIX 33195781620 (CPF) Luiz Henrique de Almeida Silva

 

 

EBD Revista Editora Betel | 2° Trimestre De 2025 | TEMA: MORDOMIA CRISTà– A Gratidão e Fidelidade na Administração dos Recursos que DEUS nos Confiou  | Escola Bíblica Dominical 

 

ESBOÇO DA LIÇÃO

1- A CONSTRUÇÃO DO TABERNÁCULO

1.1. Onde a glória de DEUS se manifestava 

1.2. As ofertas voluntárias   

1.3. A alegria em contribuir 

2- A RESTAURAÇÃO DO TEMPLO

2.1. A restauração do Templo nos dias do rei Joás  

2.2. A restauração do Templo nos dias do rei Ezequias

2.3. A restauração do Templo nos dias de Josias

3- O CUIDADO COM A CASA DE DEUS

3.1 . O chamado de DEUS 

3.2. Devemos honrar a DEUS com os nossos bens 

3.3. O cuidado com a Casa de DEUS reflete quem somos

 

TEXTO ÁUREO

“E veio todo homem, a quem o seu coração moveu, e todo aquele cujo espírito voluntariamente o estimulou, e trouxeram a oferta alçada ao Senhor para a obra da tenda da congregação, e para todo o seu serviço, e para os vestidos santos”, Êxodo 35.21

 

VERDADE APLICADA

Como povo de DEUS, somos convocados a participar da manutenção dos locais de culto com nossas contribuições financeiras e nosso trabalho.

 

OBJETIVOS DA LIÇÃO

Reconhecer que devemos cuidar da Casa de DEUS.
Saber que as ofertas geram bênçãos para o ofertante
Ressaltar que DEUS honra os que O honram.

 

TEXTOS DE REFERÊNCIA - 1 CRÔNICAS 29
3 E ainda, de minha própria vontade para a casa de meu DEUS, o ouro e prata particular que tenho de mais eu dou para a casa do meu DEUS, afora tudo quanto tenho preparado para a casa do santuário:
4 Três mil talentos de ouro, do ouro de Ofir, e sete mil talentos de prata purificada, para cobrir as paredes das casas;
5 Ouro para os vasos de ouro, e prata para os de prata, e para toda obra de mão dos artífices. Quem, pois, está disposto a encher a sua mão, para oferecer hoje voluntariamente ao Senhor?
6 Então os chefes dos pais, e os príncipes das tribos de Israel, e os capitães dos milhares e das centenas, e até os capitães da obra do rei, voluntariamente contribuíram.

 

LEITURAS COMPLEMENTARES

SEGUNDA | 1 Sm 2.30b Os que honram a DEUS serão honrados.
TERÇA | 1Sm 15.22 Obedecer é melhor do que sacrificar
QUARTA | 1Cr 29.17 As ofertas para a construção do Templo
QUINTA | Sl 23.1 O Senhor é meu pastor, nada me faltará.
SEXTA | Mc 12.30 Devemos amar a DEUS de todo o coração.
SÁBADO |Ef 1.3 DEUS nos abençoou com bênçãos espirituais


HINOS SUGERIDOS: 290, 291, 432

 

MOTIVO DE ORAÇÃO

Ore para que possamos confiar mais em DEUS do que nas riquezas desta terra.

 

 

INTRODUÇÃO 

Nesta lição, baseados nos registros bíblicos, veremos que o povo de DEUS é chamado a servir-lO com alegria e fidelidade também na manutenção dos locais de culto, com contribuição financeira e trabalho, visando a continuidade das atividades de oração, adoração e anúncio da Palavra de DEUS.

 

PONTO DE PARTIDA: Devemos cuidar da Casa do Senhor.

 

1- A CONSTRUÇÃO DO TABERNÁCULO   

 

Sempre foi propósito de DEUS se relacionar com o Seu povo (Tg 4.8). No livro do Êxodo, vemos que o Senhor DEUS ordenou que fosse feito o Tabernáculo, dizendo: “e habitarei no meio deles” (Êx 25.8). E a nuvem cobria o Tabernáculo durante o dia, e o fogo estava sobre ele de noite, e a glória do Senhor enchia a tenda da congregação (Êx 40.34-38).

 

1.1. Onde a glória de DEUS se manifestava   

Antes de o Tabernáculo ser erguido, Moisés se encontrava com o Senhor na “tenda da congregação” que era armada fora do arraial (Êx 33.7-11). O Tabernáculo foi erguido em pleno deserto, para ser um local onde o povo desfrutaria de comunhão com DEUS, que desejava viver entre eles (Êx 25.8). Acrescente-se a essa observação que o Tabernáculo atraía a atenção de todo o povo, porque a glória de DEUS se manifestava de modo sublime naquele lugar. DEUS nos criou para a Sua glória (Is 43.7), e o Tabernáculo passou a ser o símbolo da Sua Presença entre o povo (Êx 29.43-46). Diante daquele esplendor, os israelitas ofertavam com alegria; ofertando até mais do que o necessário para a construção do Tabernáculo (Êx 36.5-7).

 

Bispo Abner Ferreira: “Que linda lição extraímos da história da construção do Tabernáculo. A obra começa com todo o povo, de coração, trazendo suas ofertas. Alguns se colocaram à disposição para trabalharem nesse sublime projeto. O maior segredo da construção do Tabernáculo ter sido tão abençoada foi a liberalidade do povo. Tudo fluiu tão bem que Moisés pediu ao povo que parasse de trazer ofertas, pois já possuía o suficiente para terminar a construção (Êx 36.5-7)”.

 

1.2. As ofertas voluntárias   

A fé cristã implica obediência a DEUS em todas as áreas da vida (1Sm 15.22). A dependência de DEUS deve estar diretamente relacionada ao amor por Ele, uma vez que quem ama a DEUS obedece aos Seus mandamentos (Mc 12.30). Os israelitas obedeceram a ordenança que DEUS deu a Moisés para a construção do Tabernáculo, participando daquele grande e belo projeto com ofertas voluntárias (Êx 25.1,2). As ofertas foram tantas que os artífices interromperam o trabalho para comunicar a Moisés o que estava ocorrendo (Êx 36.2-7).

 

Pastor Cézar Roza de Melo: Quando DEUS fala com Moisés acerca da construção do Tabernáculo, DEUS estabelece que os filhos de Israel deveriam trazer as doações e enumera os materiais que seriam usados na feitura do Tabernáculo. Os textos bíblicos evidenciam que as ofertas deveriam ser alçadas e com o coração voluntário. O povo se empenhou em ofertar para a construção (Êx 36.6). O sentimento de gratidão pela libertação, o desejo pela presença de DEUS e a possibilidade de terem seu lugar de culto a DEUS fez o povo dar suas riquezas para a construção”.

 

1.3. A alegria em contribuir   

Moisés recebeu a ordem de construir o Tabernáculo, um lugar de culto a DEUS. O povo hebreu compreendeu que ali seria a habitação de DEUS entre eles, e toda manhã levavam muitas ofertas voluntárias para a construção do santuário (Êx 36.3). Quando os artesãos perceberam que as ofertas excediam o necessário para a obra que o Senhor lhes ordenou que fizessem, eles comunicaram o fato a Moisés, que proibiu o povo de fazer ofertas (Êx 36.5,6).

 

Comentário Bíblico 1 e 2 Coríntios: “Ao ofertarmos com boa vontade e alegria, a graça da contribuição traz muitos resultados bons para nossa própria vida. Em primeiro lugar, encontraremos grande felicidade na nossa vida de serviço ao Senhor e aos nossos semelhantes. As ofertas aumentaram e muitas necessidades serão supridas . DEUS é louvado e os laços de fraternidade cristã se estreitam ainda mais”.

 

EU ENSINEI QUE: As ofertas dos israelitas foram tantas que os artífices interromperam o trabalho para comunicar a Moisés o que estavam acontecendo.

 

2- A RESTAURAÇÃO DO TEMPLO

O Tabernáculo esteve entre o povo de DEUS durante toda a caminhada pelo deserto; anos mais tarde, foi substituído pelo majestoso Templo idealizado pelo rei Davi e edificado por seu filho Salomão (2Cr 7.11 ). Com o passar do tempo, a construção foi se deteriorando; e alguns reis de Judá, para preservar a verdadeira adoração, exortaram o povo a ofertar para a restauração do Templo (2Cr 34.8-12).

 

2.1. A restauração do Templo nos dias do rei Joás  

Joás, rei de Judá, viveu dias de prosperidade enquanto teve o sacerdote Joiada ao seu lado, pois o monarca não tinha habilidade para reinar por sua imaturidade (2Rs 12.2). Antes, a adoração a Baal havia se intensificado entre os hebreus, de tal forma que não houve preocupação em manter a conservação do Templo do Senhor, que estava em destroços (2Rs 12.5). O rei Joás, então, estimulou o povo e os sacerdotes a coletar ofertas para custear a reforma do Templo e renovar a aliança com DEUS (2Rs 12.4,5).

 

Pastor Marcos Flávio Oliveira: “O sacerdote Joiada, valendo-se de sua posição no reino como regente e tendo a responsabilidade de chefiar junto com Joás, e sendo homem temente a DEUS, destruiu os sacerdotes de Baal e conclamou o povo para remover seu templo, despedaçar imagens e altares e refazer a aliança com DEUS (2Cr 23.16,17)”.

 

2.2. A restauração do Templo nos dias do rei Ezequias  

 

Ezequias foi um dos melhores reis de Judá. No primeiro mês do seu reinado, Ezequias abriu os portões do pátio do Templo e mandou consertá-los (2Cr 29.3). Diferentemente de seu perverso pai, o rei Acaz, Ezequias procurou seguir os caminhos de Davi (2Cr 29.2). Ele se esforçou para eliminar a idolatria do meio do povo, procurando fazer o que era reto e justo aos olhos do Senhor. Ezequias reestabeleceu o verdadeiro culto em Israel, tendo o cuidado de reunir os sacerdotes e os levitas para propor uma nova aliança com DEUS (2Cr 29.4-11). Ezequias fez importantes reformas no culto e na adoração a DEUS, isso provocou um grande avivamento entre os israelitas (2Cr 29.20-36).

 

Pastor Marcos Flávio Oliveira: “Ezequias começou muito bem a sua gestão, porque buscou a santificação; reconhecendo a soberania do Senhor e tendo o cuidado de reparar a casa do Senhor (2Cr 29.3-11). Preocupado com a adoração ao Senhor, o rei Ezequias, num ritmo excessivamente intenso de mudanças na adoração, restabeleceu o culto ao Senhor seu DEUS (2Cr 29.20-36)”.

 

2.3. A restauração do Templo nos dias de Josias  

 

O rei Josias procurou fazer um novo concerto espiritual em Judá, abolindo qualquer vestígio de idolatria (2Cr 34.1-7). O rei determinou que os israelitas buscassem ao Senhor de todo o coração, para que fossem purificados dos pecados nos quais Judá havia mergulhado e, assim, restaurar o genuíno culto ao Senhor (2Rs 22.4-7). Para isso, Josias ordenou que todo dinheiro arrecadado fosse usado para reparar a Casa do Senhor (2Cr 34.8-14). A Bíblia relata que nunca houve um rei como Josias, que se voltou para o Senhor de todo o coração (2Rs 23.25).

 

Os momentos de avivamento e despertamento do povo de DEUS, no período da monarquia e após o retorno do exílio, resultaram em várias mudanças de comportamento, inclusive em relação aos serviços religiosos no Templo. Tais registros bíblicos atestam a relevância da presença de um Santuário na história de Israel Em tais registros, vemos que o avivamento espiritual alcança, também, a restauração do comprometimento do povo com a manutenção dos serviços litúrgicos, por intermédio das contribuições estabelecidas pela Lei Mosaica e aquelas oferecidas espontaneamente (2Rs 12.4; Ne 10.39).

 

EU ENSINEI QUE: Josias ordenou que todo dinheiro arrecadado fosse usado para reparar a casa do senhor

 

3- O CUIDADO COM A CASA DE DEUS

 

DEUS nos abençoa com bens para desfrutarmos do melhor desta terra (Is 1.9). Sim, devemos dispor de nossos bens para socorrer as necessidades da Igreja, a fim de que ela tenha o necessário para o culto ao nosso DEUS.

 

3.1 . O chamado de DEUS  

Muitos irmãos compreendem que o Templo é um espaço de oração e celebração; portanto, precisa de cuidados para favorecer a reunião daqueles que buscam o exercício da fé cristã (At 2.46). As reformas nas congregações são importantes para oferecer aos frequentadores conforto e segurança. Os prédios devem ser mantidos em excelente estado de conservação, e isso envolve desde a parte estrutural até a manutenção do telhado. Esse cuidado evita problemas na integridade do espaço físico da igreja e assegura segurança aos fiéis e visitantes. Por isso, o Senhor nos convoca a abrir o coração e nos libertar da avareza e do egoísmo (Mc 12.41-44).

 

Bispo Abner Ferreira: “Contribuir com os nossos bens é simplesmente ter um coração aberto e sincero diante de DEUS. Portanto> apresenta-te ao Senhor com coração transbordante de graças pelas misericórdias recebidas, pelo dom da vida e pela dádiva da salvação em CRISTO JESUS. Não importam a ocasião, ou as circunstâncias, o importante é contribuir com alegria para a casa de DEUS, pois semear no Reino é semear com a certeza de uma colheita abundante para o porvir”.

 

3.2. Devemos honrar a DEUS com os nossos bens    

Honrar a DEUS com nossos bens é um privilégio (Pv 3.9,10). O Reino de DEUS trabalha por princípios instituídos pelo Senhor, e um deles é: “aos que me honram, honrarei, (1Sm 2.30b). Quando honramos a DEUS, expressamos gratidão, consciência de que tudo pertence a Ele, e confiança em Sua provisão diária. Essa honra está em coisas simples, como ofertar para a manutenção ou reforma da igreja. Na certeza de que o Senhor DEUS zela por nós, devemos ser zelosos pelo Templo onde nos reunimos para adorá-Lo e anunciar a Sua Palavra.

 

Bispo Abner Ferreira: «Precisamos aprender a honrar ao Senhor com os nossos bens e as atitudes relacionadas a eles, pois assim agradamos a DEUS e usufruímos de Suas bênçãos. A honra que DEUS espera de nós se manifesta em nosso desejo de expressar o amor que temos por Ele, como fez a viúva do templo (Me 12.41-44) e a mulher que ungiu os pés de JESUS (Lc 7.36-50)”.

 

3.3. O cuidado com a Casa de DEUS reflete quem somos   

Para evitar problemas estruturais, é recomendável que os Templos passem por uma manutenção periódica, feita por profissionais qualificados. Nossa disposição em ofertar para essa causa especifica demonstra gratidão ao Pai Celestial por todas as bênçãos que temos recebido (Ef 1.3). Contribuir financeiramente para a manutenção do Templo é participar de uma semeadura em boa terra, na certeza de que o Senhor DEUS é fiel e poderoso para continuar suprindo todas as nossas necessidades. Desde que começou a levar suas ofertas ao Templo, o povo passou a ter abundância de alimentos (2Cr 31.10).

 

Bispo Abner Ferreira: “Servir a DEUS com os nossos bens é um privilégio, mas não é algo que devemos fazer por constrangimento. Na Bíblia encontramos muitas passagens que narram a disposição dos israelitas em ofertar para a Obra do Senhor com o que tinham de melhor, seja em bens materiais, seja em disposição para trabalhar para DEUS”.

 

EU ENSINEI QUE: Quando zelamos pela Casa de DEUS, DEUS zela por nós.

 

CONCLUSÃO

O cristão evidencia sua lealdade quando serve a DEUS de todo o coração, inclusive com seus bens, abençoando a Casa do Senhor com alegria.