Escrita, Lição 3, Betel, Participando com consciência e alegria da manutenção do serviço, 2Tr25, Com. Extras Pr. Henrique, EBD NA TV
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Silva
EBD Revista Editora Betel | 2° Trimestre De
2025 | TEMA: MORDOMIA CRISTÃ – A Gratidão e Fidelidade
na Administração dos Recursos que DEUS nos Confiou | Escola
Bíblica Dominical
ESBOÇO DA LIÇÃO
1- A CONSTRUÇÃO DO TABERNÁCULO
1.1. Onde a glória de DEUS se manifestava
1.2. As ofertas voluntárias
1.3. A alegria em contribuir
2- A RESTAURAÇÃO DO TEMPLO
2.1. A restauração do Templo nos dias do rei Joás
2.2. A restauração do Templo nos dias do rei Ezequias
2.3. A restauração do Templo nos dias de Josias
3- O CUIDADO COM A CASA DE DEUS
3.1 . O chamado de DEUS
3.2. Devemos honrar a DEUS com os nossos bens
3.3. O cuidado com a Casa de DEUS reflete quem somos
TEXTO ÁUREO
“E veio todo homem, a quem o seu coração moveu, e todo aquele cujo
espírito voluntariamente o estimulou, e trouxeram a oferta alçada ao Senhor
para a obra da tenda da congregação, e para todo o seu serviço, e para os
vestidos santos”, Êxodo 35.21
VERDADE APLICADA
Como povo de DEUS, somos convocados a participar da manutenção dos
locais de culto com nossas contribuições financeiras e nosso trabalho.
OBJETIVOS DA LIÇÃO
Reconhecer que devemos cuidar da Casa de DEUS.
Saber que as ofertas geram bênçãos para o ofertante
Ressaltar que DEUS honra os que O honram.
TEXTOS DE REFERÊNCIA - 1 CRÔNICAS 29
3 E ainda, de minha própria vontade para a casa de meu DEUS, o ouro
e prata particular que tenho de mais eu dou para a casa do meu DEUS, afora tudo
quanto tenho preparado para a casa do santuário:
4 Três mil talentos de ouro, do ouro de Ofir, e sete mil talentos de prata
purificada, para cobrir as paredes das casas;
5 Ouro para os vasos de ouro, e prata para os de prata, e para toda obra de mão
dos artífices. Quem, pois, está disposto a encher a sua mão, para oferecer hoje
voluntariamente ao Senhor?
6 Então os chefes dos pais, e os príncipes das tribos de Israel, e os capitães
dos milhares e das centenas, e até os capitães da obra do rei, voluntariamente
contribuíram.
LEITURAS COMPLEMENTARES
SEGUNDA | 1 Sm 2.30b Os que honram a DEUS serão honrados.
TERÇA | 1Sm 15.22 Obedecer é melhor do que sacrificar
QUARTA | 1Cr 29.17 As ofertas para a construção do Templo
QUINTA | Sl 23.1 O Senhor é meu pastor, nada me faltará.
SEXTA | Mc 12.30 Devemos amar a DEUS de todo o coração.
SÁBADO |Ef 1.3 DEUS nos abençoou com bênçãos espirituais
HINOS SUGERIDOS: 290, 291, 432
MOTIVO DE ORAÇÃO
Ore para que possamos confiar mais em DEUS do que nas riquezas
desta terra.
))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))
SUBSÍDIOS DE REVISTAS ANTIGAS DA CPAD e livros diversos
))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))
Lição 1, Tabernáculo, Um Lugar Da Habitação De DEUS
2º Trimestre de 2019 - O Tabernáculo - Símbolos da Obra Redentora
de CRISTO - Comentário: Elienai Cabral
Slides - http://ebdnatv.blogspot.com/2019/04/slides-licao-1-tabernaculo-um-lugar-da.html
Vídeo - https://www.youtube.com/watch?v=PMmvv8FbP6k
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE - Êxodo 25.1-9
1 - Então, falou o SENHOR a Moisés, dizendo:2 - Fala aos filhos de
Israel que me tragam uma oferta alçada; de todo homem cujo coração se mover
voluntariamente, dele tomareis a minha oferta alçada. 3 - E esta é a oferta
alçada que tomareis deles: ouro, e prata, e cobre, 4 - e pano azul, e púrpura,
e carmesim, e linho fino, e pelos de cabras, 5 - e peles de carneiros tintas
de
vermelho, e peles de texugos, e madeira de cetim, 6 - e azeite para a luz, e
especiarias para o óleo da unção, e especiarias para o incenso, 7 - e pedras
sardônicas, e pedras de engaste para o éfode e para o peitoral. 8 - E me farão
um santuário, e habitarei no meio deles.9 - Conforme tudo o que eu te mostrar
para modelo do tabernáculo e para modelo de todos os seus móveis, assim mesmo o
fareis.
Resumo da Lição 1, Tabernáculo, Um Lugar Da Habitação De DEUS
I – A PARCERIA DE DEUS COM SEU POVO PARA A CONSTRUÇÃO DO
TABERNÁCULO* (Êx 25.1-7)
1. Por que construir um Tabernáculo no deserto?
2. A materialização da obra de DEUS (Êx 25.1,2).
3. Três verdades bíblicas que o ofertante deve saber (Êx 25.2):
II – O TABERNÁCULO FOI UM PROJETO DE DEUS (Êx 25.8,9)
1. DEUS arquitetou o Tabernáculo (Êx 25.8).
2. O Tabernáculo foi um projeto de DEUS.
3. O plano térreo do Tabernáculo (25.9).
III – A RELAÇÃO TIPOLÓGICA ENTRE O TABERNÁCULO E A IGREJA
1. A importância dos aspectos tipológicos do Tabernáculo.
2. A Igreja de CRISTO é o Tabernáculo de DEUS na Terra.
Introdução
Seria difícil encontrar um único tópico de importância do Velho
Testamento, ou mesmo do Novo, que não esteja exemplificado no livro de Êxodo.
Muitos dos temas, usados posteriormente na Bíblia, surgem realmente neste
livro, na interpretação da experiência de Israel, através dos grandes
acontecimentos que levaram à sua organização como povo e nação. Nesta
Introdução Teológica consideraremos alguns pontos importantes relacionados com
a natureza de DEUS. Nosso tratamento não visa esgotar o assunto; procura apenas
ser uma parca introdução às riquezas teológicas do livro. Mais precisamente
estudaremos o Tabernáculo como busca e manutenção da presença de DEUS entre seu
povo, sempre tendo em mente que JESUS CRISTO, DEUS mesmo esteve na Terra e nos
proporcionou sermos tornados templos do ESPÍRITO SANTO. Por meio de JESUS
CRISTO, DEUS está presente na Terra em nós e através de nós.
O DEUS cuja ira pode ser evitada
YHWH é também o DEUS cuja ira pode ser desviada. O arrependimento, muitas vezes
bem superficial, como o de Faraó, pode evitá-la, bem como o pode a oração
intercessória (8:8). A oferta pelo pecado também pode desviá-la (29:10-14),
embora Levítico seja mais rico em exemplos deste último caso. O supremo exemplo
da ira de DEUS sendo evitada é aquele da nobre oração intercessória de Moisés
depois do episódio do bezerro de ouro (32:32), em que ele se identifica com seu
povo, mostrando-se disposto a participar até do castigo que eles mereciam
(compare Paulo em Romanos 9:3). Se examinarmos o conteúdo da oração de Moisés
(32:11-14) veremos a peculiaridade da fé israelita. Moisés faz seu apelo a DEUS
com base em Sua natureza, revelada no ato redentor recém-acontecido e na
promessa de bênção a Israel. Muitos anos antes disso, em sua oração em favor de
Sodoma, Abraão já fizera o mesmo (Gn 18:22-33). Não se trata de um perdão
extorquido a alguém que não está disposto a concedê-lo: é a reivindicação do
amoroso propósito que DEUS já havia revelado. Quando lemos, mais adiante, sobre
a revelação que YHWH faz de Sua própria natureza, vemos que Ele não é um DEUS
que Se alegra com a ira e o castigo: Seu prazer está em demonstrar misericórdia
(34:6), como fica bem patente em outras partes do Velho Testamento (Ez 18:23).
O oferecer uma oração intercessória (às vezes simbolizada pelo incenso, Nm
16:46) em favor da nação pecaminosa é considerado um ato de "propiciação”
(32:30). Até mesmo uma oferta em dinheiro ao tesouro sagrado pode ser
considerada expiação (30:16), uma oferta propiciatória, aceita como resgate
pela vida.
Embora, como dissemos acima, a ira de DEUS possa ser "propiciada” através
da oração intercessória, o uso normal do conceito "propiciação”
(normalmente uma forma intensiva do verbo hebraico kãpar, que significa cobrir,
está relacionado ao sacrifício animal visto como oferta pelo pecado. Êxodo
contém vários casos em que tal sacrifício, e especialmente o sangue derramado
em tais sacrifícios, é apresentado como "propiciação” em favor de Arão e
de seus filhos (29:35,36), ou mesmo em favor de objetos inanimados como o altar
(29:37). Assim, o princípio que é claramente apresentado em Levítico (Lv 17:11)
se encontra perfeitamente implícito em Êxodo. O sangue derramado, simbolizando
a vida sacrificada, é o que faz "propiciação” sobre o altar e desvia a ira
de DEUS. Em 29:36, a "propiciação” é diretamente relacionada à
"oferta pelo pecado” , de modo que o significado do termo
"propiciação” é bem claro; no entanto, "propiciação” ou
"expiação” (como o termo é traduzido algumas vezes) também parece
apresentar em Êxodo o conceito de "consagração” para um uso ou tarefa
particular (29:37). À medida que o Velho Testamento progredia, o conceito de
propiciação por meio de uma oferta pelo pecado continuou acabando por tornar-se
um sistema bastante complexo ao tempo do Templo em Jerusalém, estendendo-se a
todas as áreas da vida. Resta muito pouca dúvida quanto ao fato de que o
conceito de propiciação por sacrifício se origina no princípio da substituição,
encontrado já desde o tempo de Abraão (Gn 22:13). Para os israelitas todo e
qualquer sacrifício se originava em DEUS (Lv 17:11). Era Ele quem ordenava e
aceitava a oferta pelo pecado que tornava possível a propiciação, tal como Ele
mesmo havia fornecido o carneiro para Abraão (Gn 22:8). Essa oferta, tal como a
oração de Moisés em favor de seu povo, não era a extorsão do perdão a um DEUS
que não se dispunha a concedê-lo; era um meio de acesso a Ele por Ele mesmo
graciosamente concedido. Além do mais, os sacrifícios não eram de efeito
automático: uma boa ilustração é o fato de que o indivíduo não poderia cometer
pecado "atrevidamente” (lit. "com a mão estendida” , Nm 15:27-31), ou
seja, uma rebelião deliberada e aberta contra DEUS, pensando que mais tarde sempre
poderia comprar o perdão através de sacrifícios. Para tal indivíduo o
sacrifício de nada valia. E mesmo dentro do contexto do Velho Testamento os
santos já percebiam que não era o sacrifício em si que aplacava a ira de DEUS,
mas o coração contrito que o sacrifício devia representar (SI 51:16,17).
O uso mais interessante do verbo "propiciar” em Êxodo é o substantivo dele
derivado, kappõret (traduzido como "propiciatório” ), usado como o nome da
cobertura da arca (37:6). Dizer que alguns comentaristas traduzem a palavra
simplesmente como "tampa” , baseados no sentido literal da raiz,
"cobrir” , nada mais é que ser fiel aos fatos.
Se, porém, a palavra realmente significa "lugar de propiciação” ou
"lugar onde o pecado é coberto” (como o termo grego hilastêrion parece
sugerir), temos aqui outra expressão do interesse divino em desviar a Sua ira
de sobre o homem. A arca era aquele lugar especial em que DEUS prometera vir ao
encontro do homem (25:22) e onde Ele lhes prometera falar. Essa
"cobertura” da arca era vista como o próprio trono de DEUS (SI 99:1),
coberto pelas asas dos querubins (25:20), o lugar (se pudermos usar o termo
reverentemente) da própria presença de DEUS. Sem qualquer dúvida, era esta a
razão por que a arca era considerada o símbolo da presença de DEUS. O profundo
valor da arca se vê pelo lugar que ocupava no "lugar santíssimo” dentro do
Tabernáculo (40:21) e pela sua função em guiar a Israel, quer fosse durante sua
marcha no deserto (Nm 10:33) ou na frente de batalha (Nm 10:35). Assim, no
coração do conceito da presença de DEUS com Israel jazia a ideia da propiciação
e do perdão, oferecidos e garantidos por DEUS em favor de Seu povo tão
pecaminoso.
É a predisposição divina em perdoar. Há apoio linguístico e uma verdade
teológica, perfeitamente discernível em todo o Velho Testamento.
JESUS veio para propiciação pelos nossos pecados.
E ele é a propiciação pelos nossos pecados, e não somente pelos
nossos, mas também pelos de todo o mundo. 1 João 2:2
Ao qual DEUS propôs para propiciação pela fé no seu sangue, para demonstrar a
sua justiça pela remissão dos pecados dantes cometidos, sob a paciência de DEUS;
Romanos 3:25
Nisto está o amor, não em que nós tenhamos amado a DEUS, mas em que ele nos
amou a nós, e enviou seu Filho para propiciação pelos nossos pecados. 1 João
4:10
O DEUS que é transcendente
YHWH é um DEUS que não pode ser diretamente experimentado em Sua plenitude pelo
homem mortal. A expressão clássica desta verdade se encontra em 33:20:
"homem nenhum verá a minha face e viverá” . Embora DEUS não possa ser
experimentado diretamente, podemos conhecer algo de Sua presença. Ele é um DEUS
de "glória” ; uma expressão típica de Êxodo é "a glória do Senhor
apareceu na nuvem” (16:10). A palavra hebraica kãhôd (cujo significado literal
é "peso”, e por metáfora "dignidade” ) é uma das palavras usadas para
denotar a presença de DEUS quando manifesta aos homens. Normalmente traz
consigo, não apenas o conceito do esplendor de DEUS, mas também algo de Sua
temível grandeza, como nesta ocasião. O homem mortal deve temer ao presenciar a
glória de DEUS, tal como Israel temeu ao ver, simplesmente, a glória refletida
a brilhar no rosto de Moisés, quando ele retornou de seu período de comunhão
com DEUS no alto do Sinai (34:39-35). Até onde possamos determinar, um certo
brilho estava associado a essa glória. Em 24:17, a glória divina sobre o Sinai
é comparada a um "fogo consumidor” que aparecia em meio à nuvem negra.
Certamente uma ideia semelhante era transmitida pelo termo "shekinah”, de
origem mais recente (literalmente "habitação” ), usado para descrever o
símbolo visível da presença de DEUS no Tabernáculo ou no Templo. O elo entre
"glória” e "habitação” é o fato de que a "glória” de DEUS
"habita” o Tabernáculo depois de este ser completado (40:34). As vezes,
portanto, DEUS revela Sua glória para demonstrar Seu favor, como neste caso; em
outras ocasiões, contudo, ela demonstra Sua ira (J6:10). Fogo pode ser
comparada à dupla atividade divina em salvação e juízo. DEUS recebe glória em
seu povo e através dele (Isaías 49:3), mas também recebe glória destruindo
Faraó e seu exército (14:4). A palavra glória pode ser considerada, portanto,
um sinônimo virtual para a presença de DEUS, tal como Ele é, em toda Sua
divindade, presença esta revelada e reconhecida; o termo glória é, sem dúvida,
uma perífrase para o próprio ser de DEUS. A palavra parece ser usada do mesmo
modo no Novo Testamento; é por isso que vemos em CRISTO a própria glória de
DEUS.
O DEUS que vive entre seu povo
YHWH viverá entre Seu povo (29:45). Este aspecto é chamado às vezes
de "teologia da presença” e é uma tecla constantemente batida no livro de
Êxodo. Já mencionamos o tema ao discutir a "glória” divina, mas o tema é
bem mais amplo. A promessa básica de DEUS a Israel era "Minha presença irá
contigo” (33:14). Em contraste, a oração de Moisés é que, se a presença de DEUS
não acompanhar Israel, Ele não os conduzirá a Canaã em hipótese alguma (33:15).
Aos olhos de Moisés, o que distinguia a Israel era a presença de DEUS que os
acompanhava.
Essa "teologia da presença” é tão importante, que pode ser considerada o
pensamento central do livro de Êxodo. A princípio, o chamado de Moisés é uma
confrontação com a presença de DEUS (3:5). É a presença de DEUS que permite a
Israel atravessar o Mar Vermelho e ao mesmo tempo destrói os egípcios, bem como
é a presença de DEUS que guia e protege Israel no deserto (14:19,20). Quando
YHWH passa diante de Moisés e "proclama o nome do Senhor” (34:5), o que
ocorre é uma proclamação da natureza dessa presença. Todo o processo de
celebração da aliança (24:1-11) e doação da lei (20) é uma garantia da
realidade dessa presença. Por fim, o objetivo único da construção do
Tabernáculo é que a presença de DEUS seja experimentada entre o próprio povo de
Israel (25:8). A glória máxima do término da construção do Tabernáculo vem
quando os israelitas têm uma prova visível de que a presença de DEUS com Seu
povo realmente aconteceu (40:35). O livro termina com a confiante certeza de
que esta mesma presença continuará sem dúvida a seguir com Israel, levará o
povo a possuir Canaã e lhe dará o "descanso” (33:14) que será o
cumprimento da promessa feita a Abraão (Gn 13:15).
Como já foi mencionado, essa Presença era enfatizada pelo próprio projeto do
Tabernáculo e simbolizada particularmente pela arca, que ficava no lugar
santíssimo, no centro exato do acampamento do povo de DEUS. Em dias futuros na
história de Israel, o simbolismo "estático” da habitação de DEUS em
Jerusalém (SI 9:11), especialmente no Templo de Salomão (SI 20:2), substituiu o
simbolismo "dinâmico” daqueles primeiros dias em que uma tenda móvel e uma
arca portátil "localizavam” em menor escala a presença divina. Houve os
abusos possíveis em ambos os casos: Hofni e Finéias pensaram que a presença de
DEUS era automaticamente garantida pela arca (1 Sm 4:3), tal como os judeus,
séculos depois, a considerariam automaticamente garantida pelo Templo em
Jerusalém (Jr. 7:4). A sorte do santuário em Siló deveria tê-los feito pensar
de outro modo (Jr 7:12). No entanto, apesar de abusos e falsas compreensões, a
promessa mais venerada do Velho Testamento foi sempre a promessa feita por DEUS
e que Ele viveria entre Seu povo (Is 7:14), e na vinda de JESUS CRISTO a
profecia do futuro "Emanuel” (DEUS conosco) finalmente se tornou
realidade. Assim sendo, a presença de DEUS está diretamente, não mais
indiretamente, entre os homens para sempre (Ap 21:3); o tipo e a ilustração já
passaram porque a realidade já se fez em CRISTO. Numa realidade mais atual,
cada um de nós tem em si mesmo a presença de DEUS através do ESPÍRITO SANTO que
mora em nós.
E me farão um santuário, e habitarei no meio deles. Êxodo 25:8
E habitarei no meio dos filhos de Israel, e lhes serei o seu DEUS,
Êxodo 29:45
E habitarei no meio dos filhos de Israel, e não desampararei o meu
povo de Israel. 1 Reis 6:13
I – A PARCERIA DE DEUS COM SEU POVO PARA A CONSTRUÇÃO DO
TABERNÁCULO* (Êx 25.1-7)
1. Por que construir um Tabernáculo no deserto?
DEUS falou com Moisés no Monte Horebe (Cordilheira do Sinai que
abrange tanto o lado onde leste está Israel como o lado oeste onde está a
Arábia) que sua missão seria tirar seu povo do Egito e os levar até ao Monte
Horebe para que DEUS falasse com eles. E disse: Certamente eu serei contigo; e
isto te será por sinal de que eu te enviei: Quando houveres tirado este povo do
Egito, servireis a DEUS neste monte. Êxodo 3:12
Ali DEUS daria a eles as leis que regeriam sua aliança com eles.
(Toda Aliança tem normas e regras - quem obedece é abençoado e quem desobedece
é amaldiçoado - Deuteronômio cap. 28).
E ouviu DEUS o seu gemido, e lembrou-se DEUS da sua aliança com
Abraão, com Isaque, e com Jacó; Êxodo 2:24
Então tomou Moisés aquele sangue, e espargiu-o sobre o povo, e
disse: Eis aqui o sangue da aliança que o Senhor tem feito convosco sobre todas
estas palavras. Êxodo 24:8
DEUS manifestou o desejo de habitar neles como em nós, porém não
compreenderam. Assim DEUS decide que seja construída uma habitação física entre
eles para lhes servir de casa de DEUS visível, já que não compreendiam a
invisível presença de DEUS.
E porei dentro de vós o meu ESPÍRITO, e farei que andeis nos meus
estatutos, e guardeis os meus juízos, e os observeis. Ezequiel 36:27
E porei o meu tabernáculo no meio de vós, e a minha alma de vós não
se enfadará. Levítico 26:11
E me farão um santuário, e habitarei no meio deles. Êxodo 25:8
E habitarei no meio dos filhos de Israel, e lhes serei o seu DEUS,
E saberão que eu sou o Senhor seu DEUS, que os tenho tirado da terra do Egito,
para habitar no meio deles. Eu sou o Senhor seu DEUS. Êxodo 29:45,46
Essa tenda, denominada “Tabernáculo” é a morada sagrada, o lugar de
encontro entre DEUS e seu povo.
O Tabernáculo deveria ser desmontável, pois teria que ser
desmiontado e transportado toda vez que DEUS ordenasse que o povo partisse.
QUANDO ISRAEL DESMONTAVA O TABERNÁCULO E VIAJAVA?
Quando DEUS mandava sair, saiam. A Nuvem se mexia. Mas sempre que a
nuvem se alçava de sobre a tenda, os filhos de Israel partiam; e no lugar onde
a nuvem parava, ali os filhos de Israel se acampavam. Números 9:17
Porém, outras vezes a nuvem ficava desde a tarde até à manhã, e quando ela se
alçava pela manhã, então partiam; quer de dia quer de noite alçando-se a nuvem,
partiam. Números 9:21
Se a nuvem, porém, não se levantava, não caminhavam, até ao dia em que ela se
levantasse; Êxodo 40:37.
ASSIM A IGREJA DEVE EVANGELIZAR A TERRA TODA SOB O COMANDO DE
JESUS.
O tabernáculo é um prédio com sua área, simbolizando um corpo
Veja que o prédio se movia sob a direção de DEUS.
A nuvem subia e se movia e os israelitas tinham que desmontar tudo e seguir a
nuvem.
O prédio possuía Átrio, Lugar SANTO e SANTO dos Santos.
Portanto possuía lugar de sacrifícios e purificação. Lugar de alimentação,
iluminação e oração. E por fim lugar de comunhão, de adoração.
Um caminho para se chegar a DEUS.
O caminho é JESUS.
Fez o sacrifício, se santificou, é o Maná, a luz do mundo, sacerdote, e o
próprio DEUS.
Seguindo este caminho encontramos DEUS.
A igreja é o corpo místico de CRISTO.
Deve passar pelo crer no sacrifício de JESUS pela lavagem da regeneração e
santificação, pela alimentação pela Palavra de DEUS, pela iluminação do
entendimento e unção do ESPÍRITO SANTO, deve orar tendo como intercessores o
ESPÍRITO SANTO e JESUS, intercedendo pelos ímpios e pecadores, deve entrar na
presença de DEUS com intimidade de adorador e filhos amados.
JESUS é a cabeça do corpo e conduz o corpo por meio do ESPÍRITO SANTO até o dia
que virá nos buscar para estarmos para sempre com o PAI.
Nosso ser é um Templo.
Nosso corpo é nossa morada na terra, feito do pó da terra e deve ser colocado
como altar de sacrifício.
Rm 12:1 Rogo-vos pois, irmãos, pela compaixão de DEUS, que apresenteis os
vossos corpos como um sacrifício vivo, santo e agradável a DEUS, que é o vosso
culto racional.
Devemos manter nosso corpo em santificação. 1 Ts 5:23.
Possuímos uma alma que é sede de nossa vontade, intelecto, livre arbítrio. Deve
ser mantida em vigilante estudo da Bíblia, sob a orientação do ESPÍRITO SANTO, em
oração por si própria e pelos outros.
Deve ser mantida em santificação.
Ez 18:4 Eis que todas as almas são minhas; como o é a alma do pai, assim também
a alma do filho é minha: a alma que pecar, essa morrerá.
Somos seres espirituais. Temos um espírito que foi ligado ao ESPÍRITO SANTO ao
nos convertermos a DEUS. O espírito deve ser mantido em estreita comunhão com o
ESPÍRITO SANTO pela adoração a DEUS. A oração em línguas é uma maneira de
fortalecer esta comunhão.
Devemos manter este espírito em santificação.
1Ts 5:23 E o próprio DEUS de paz vos santifique completamente; e o vosso
espírito, e alma e corpo sejam plenamente conservados irrepreensíveis para a
vinda de nosso Senhor JESUS CRISTO.
2Co 5:1 Porque sabemos que, se a nossa casa terrestre [deste] tabernáculo se
desfizer, temos de DEUS [um] edifício, uma casa não feita por mãos, eterna, nos
céus. Ver Mais
2Co 5:4 Porque também nós, os que estamos [neste] tabernáculo, gememos
carregados, não porque queremos ser despidos, mas revestidos, para que o mortal
seja absorvido pela vida.
Hb 8:2 ministro do santuário e verdadeiro tabernáculo, o qual o Senhor fundou,
(armou) e não o homem.
Hb 8:5 os quais servem ao exemplo (de exemplar) e à sombra das coisas
celestiais, como Moisés divinamente foi avisado, (de DEUS foi respondido)
estando [já] para acabar o tabernáculo; porque foi dito: Olha, faze tudo
conforme ao molde de que no monte te foi mostrado.
Gosto de comparar o tabernáculo com o nosso ser completo.
Corpo, alma e espírito.
1Ts 5:23 E o próprio DEUS de paz vos santifique completamente; e o vosso
espírito, e alma e corpo sejam plenamente conservados irrepreensíveis para a
vinda de nosso Senhor JESUS CRISTO.
2Co 5:1 Porque sabemos que, se a nossa casa terrestre deste tabernáculo se
desfizer, temos de DEUS um edifício, uma casa não feita por mãos, eterna, nos
céus.
No 2:19 JESUS respondeu e disse-lhes: Derribai este templo, e em três dias o
levantarei.
Jo 14:23 JESUS respondeu e disse-lhe: Se alguém me ama, guardará a minha
palavra, e meu pai o amará, e viremos para ele e faremos nele morada.
Ef 2:22 no qual também vós juntamente sois edificados para morada de DEUS em
espírito.
1 Com 6:19 Ou não sabeis que o vosso corpo é o templo do espírito santo, [que
habita] em vós, proveniente de DEUS, e que não sois de vós mesmos?
Veja que somos mesmo, individualmente, o tabernáculo, ou templo de DEUS, na
terra.
Como dividir então o tabernáculo como nosso ser?
Átrio, corpo.
Lugar SANTO, alma.
Santos doz Santos, espírito.
Quando olhamos para o tabernáculo vemos a parte exterior somente. As cortinas e
toldo do santuário.
Da mesma forma, quando olhamos para o ser humano, só vemos o corpo.
Daí a importância do vestir apropriadamente para identificar o exterior com a
casa de DEUS na terra. A roupa do crente já o identifica como casa espiritual.
Corpo sem marcas e sem piercings, sem tatuagens. Vestir modesto e santo, sem
imitação com o mundo.
Se entrar os um pouco no Tabernáculo veremos o altar de holocausto e a pia ou
bacia para lavagem.
O crente é identificado com o altar de sacrifício pelo evangelho, jejum e
oração.
Também pela lavagem da água pela Palavra de DEUS que sempre lê. Isso é
santificação.
Ao entrar no Lugar SANTO. (Alma).
LADO ESQUERDO, Castiçal, lâmpada conservada acesa todos os dias pelo óleo do
ESPÍRITO SANTO. JESUS é luz que ilumina nosso caminho e nos dá o ESPÍRITO
SANTO.
LADO DIREITO, Mesa dos Pães da proposição. Pão é alimento. JESUS é o pão da
vida. Agora não é só ler a Bíblia, mas também meditar de dia e de noite. Prazer
no estudo da Bíblia.
AO CENTRO, o Altar do Incenso. Aceso e conservado aceso todos os dias. Agora
não é só oração, mas oração em línguas. Oração no ESPÍRITO SANTO. INTERCESSÃO.
Chegamos agora ao SANTO DOS SANTOS.
ARCA CONTENDO LEI (PAI), MANÁ (JESUS) E VARA QUE FLORESCEU (ESPÍRITO SANTO).
Tampa da Arca. Propiciatório, sangue oferecido. Sacrifício perfeito. Nosso
espírito, agora ligado ao ESPÍRITO SANTO.
DEUS SE MANIFESTA AÍ.
Lugar da presença de DEUS.
2. A materialização da obra de DEUS (Êx 25.1,2).
O projeto da construção do Tabernáculo foi dado por DEUS a Moisés
em visão. Então levantarás o tabernáculo conforme ao modelo que te foi mostrado
no monte. Êxodo 26:30.
DEUS poderia enviar a Moisés todo o material para a construção do
Tabernáculo, porém queria a participação do povo. Assim eles comprovariam seu
amor a DEUS e o desejo de que DEUS estivesse entre eles. Ninguém quer morar
numa casa onde não é bem vindo.
DEUS deseja que o povo dê com alegria.
Então falou o SENHOR a Moisés, dizendo: Fala aos filhos de Israel,
que me tragam uma oferta alçada; de todo o homem cujo coração se mover
voluntariamente, dele tomareis a minha oferta alçada. E esta é a oferta alçada
que recebereis deles: ouro, e prata, e cobre, Êxodo 25:1-3
A igreja vive momentos difíceis. Encontramos milhares de grupos nas
redes sociais incentivando os crentes a não contribuírem financeiramente em
suas congregações. Dentre os principais grupos estão os calvinistas, como a CCB
(Congregação Cristã do Brasil).
O povo de DEUS precisa entender que dízimos e ofertas são provas de
nossos amor a DEUS e o desejo de que Sua obra seja feita para salvação das
almas. Também precisamos ser mais transparentes no uso do dinheiro arrecadado
com prestação de contas diante da congregação.
E digo isto: Que o que semeia pouco, pouco também ceifará; e o que
semeia em abundância, em abundância ceifará. Cada um contribua segundo propôs
no seu coração; não com tristeza, ou por necessidade; porque DEUS ama ao que dá
com alegria. E DEUS é poderoso para fazer abundar em vós toda a graça, a fim de
que tendo sempre, em tudo, toda a suficiência, abundeis em toda a boa obra;
Conforme está escrito: Espalhou, deu aos pobres, a sua justiça permanece para
sempre. Ora, aquele que dá a semente ao que semeia, também vos dê pão para
comer, e multiplique a vossa sementeira, e aumente os frutos da vossa justiça;
2 Coríntios 9:6-10
O ÚNICO DITADO DEIXADO POR JESUS e confirmado por Paulo - Tenho-vos
mostrado em tudo que, trabalhando assim, é necessário auxiliar os enfermos, e
recordar as palavras do Senhor JESUS, que disse: Mais bem-aventurada coisa é
dar do que receber. Atos 20:35
3. Três verdades bíblicas que o ofertante deve saber (Êx 25.2):
(1) A oferta foi um plano de DEUS para o sustento de sua obra.
A Antiga Aliança previa bênçãos materiais abundantes aos obedientes
a DEUS.
E será que, se ouvires a voz do SENHOR teu DEUS, tendo cuidado de
guardar todos os seus mandamentos que eu hoje te ordeno, o SENHOR teu DEUS te
exaltará sobre todas as nações da terra. E todas estas bênçãos virão sobre ti e
te alcançarão, quando ouvires a voz do Senhor teu DEUS: Bendito serás na
cidade, e bendito serás no campo. Bendito o fruto do teu ventre, e o fruto da
tua terra, e o fruto dos teus animais; e as crias das tuas vacas e das tuas
ovelhas. Bendito o teu cesto e a tua amassadeira. Deuteronômio 28:1-5 (veja
todo o capítulo).
Não era uma negociação do dá tanto e recebe tanto, mas uma alegria
em contribuir com a obra daquele que nos dá tudo. É confiar na providência de
DEUS. Eles deram tanto que foi mandado parar. Glória a DEUS!
Moisés manda parar as ofertas devido a grande quantidade ofertada.
Já viu alguém fazer isso? MANDAR PARAR DE OFERTAR?
Então mandou Moisés que proclamassem por todo o arraial, dizendo:
Nenhum homem, nem mulher, faça mais obra alguma para a oferta alçada do
santuário. Assim o povo foi proibido de trazer mais, Êxodo 36:6
(2) O ato de ofertar é voluntário.
Moisés manda parar as ofertas devido a grande quantidade ofertada.
Já viu alguém fazer isso? MANDAR PARAR DE OFERTAR?
Então mandou Moisés que proclamassem por todo o arraial, dizendo:
Nenhum homem, nem mulher, faça mais obra alguma para a oferta alçada do
santuário. Assim o povo foi proibido de trazer mais, Êxodo 36:6
Não foram constrangidos. Não foi obrigatório. Não ficaram exortando
o tempo todo e nem passando os "envelopes". Não houve ameaças. “de
todo homem cujo coração se mover voluntariamente” (cf. Êx 35.29).
Existe preparação em cada um dos casos. Forçosamente, o Tabernáculo
estava na mente de DEUS quando mandou o povo pedir aos egípcios joias de ouro e
joias de prata, e quando colocou no coração daqueles que tinham sido seus
opressores a disposição de lhes entregar tudo quanto pediram. DEUS dissera a
Abraão que os israelitas “sairiam com muitos bens”; e, portanto, quando em
Êxodo 25 DEUS lhes mandou trazer contribuições, estavam bem supridos. Quando,
portanto, DEUS nos pede que lhe entreguemos alguma coisa, ele sempre a dá
primeiramente a nós. Ele faz os preparativos, e depois nos deixa dizer que nós
“lhe prepararemos habitação”. Quando os materiais tinham sido entregues, DEUS
chamou Bezaleel, a quem encheu “do ESPÍRITO de DEUS, dando-lhe destreza,
habilidade e plena capacidade artística [...] para todo tipo de obra artesanal”
(Êx 35.31-33), e o dispôs a ensinar outros, a fim de que a obra fosse realizada
segundo o modelo de DEUS.
“Porque, dou-lhes testemunho de que, segundo as suas posses,
e ainda acima das suas posses, deram voluntariamente” (2 Co 8.3). Portanto, na
Igreja de CRISTO, não pode haver mercantilismo da fé! Você não pode se deixar
coagir para trocar ou negociar o que é espiritual, a fim de receber bênçãos
materiais. O que a Palavra de DEUS diz é que você precisa amar ao Senhor de
todo o coração e, constrangido por esse amor, doar voluntariamente. Essa
perspectiva humilde gera bênçãos da parte de DEUS. ...Mais bem-aventurada coisa
é dar do que receber. Atos 20:35b
E digo isto: Que o que semeia pouco, pouco também ceifará; e o que
semeia em abundância, em abundância ceifará. Cada um contribua segundo propôs
no seu coração; não com tristeza, ou por necessidade; porque DEUS ama ao que dá
com alegria. 2 Co 2:9, 10.
AS OFERTAS - (Abraão de Almeida)
Uma dessa importantes lições está nas ofertas do povo, atendendo ao apelo
divino através de Moisés: "Dize aos israelitas que ajuntem ofertas para
mim. Recebereis a oferta de todos os que derem espontaneamente. Estas são as
ofertas que recebereis: ouro, prata, bronze, tecidos de púrpura violácea,
vermelha e carmesim, Unho fino e crinas de cabra, peles de carneiro tintas de
vermelho e peles de golfinho, madeira de acácia, azeite de lâmpada, bálsamo
para o óleo de unção e para o incenso aromático, pedras de ônix e outras pedras
de engaste para o éfode e o peitoral" (Êxodo 25.2-7). "Todos os
israelitas, homens e mulheres, dispostos a contribuir para as obras que o
Senhor tinha mandado executar por meio de Moisés, trouxeram ao Senhor
contribuições espontâneas" (Êxodo 35.29). As ofertas espontâneas foram tão
abundantes que os artífices interromperam seu trabalho para dizer a Moisés:
"O povo traz muito mais que o necessário para executar a construção que o
Senhor mandou fazer. Então Moisés mandou que se publicasse no acampamento a
seguinte ordem: Ninguém mais, nem homem nem mulher, promova campanhas para a
coleta do santuário. E o povo deixou de trazer ofertas. O material já era
suficiente para todos os trabalhos que se deviam executar, e até sobrava"
(Êxodo 36.5-7).
“Dize aos israelitas que ajuntem ofertas para mim..."
Que lição preciosa! Como cada um deu espontaneamente do que possuía: não foi
necessário descer ao Egito em busca de ajuda. Quando cada crente entende que a
oferta é parte vital na comunhão com DEUS e dá liberalmente, a igreja não
precisa descer ao "Egito" (ao mundo) e mendigar a ajuda dos infiéis!
Bem escreveu Arnold Doolan, em sua obra O Tabernáculo no Deserto, p.15:
"Que insigne exemplo de devoção ao Senhor e de obediência ao seu mandamento.
É impossível computar o valor de tudo quanto foi oferecido pelos israelitas,
tudo dado espontaneamente e de muito boa vontade, para a construção do
Tabernáculo e dos seus apetrechos. Devia representar uma elevadíssima soma.
Contudo, o que mais impressiona o meu coração é o fato de que tudo deram
voluntariamente e de todo o coração. Eles ouviram a voz do Senhor e
corresponderam imediatamente. Sem dúvida, o Diabo era bastante astucioso para
insinuar que aquela obra envolvia despesas extraordinárias, que o custo de vida
seria elevado e que era prudente poupar ou guardar cuidadosamente o que
possuíam. Mas os filhos de Israel, naquele tempo da sua história, tinham os
seus olhos postos no Senhor, e a vontade do Senhor era de suprema importância
para todos eles".
(3) Fidelidade ao Senhor trará abundância.
E digo isto: Que o que semeia pouco, pouco também ceifará; e o que
semeia em abundância, em abundância ceifará. Cada um contribua segundo propôs
no seu coração; não com tristeza, ou por necessidade; porque DEUS ama ao que dá
com alegria. 2 Co 2:9, 10..
O PRINCÍPIO É IMPORTANTE
Semeia pouco - também pouco ceifará
Semeia em abundância - em abundância ceifará
Ora, aquele que dá a semente ao que semeia, também vos dê pão para
comer, e multiplique a vossa sementeira, e aumente os frutos da vossa justiça;
2 Coríntios 9:6-10
O PRINCÍPIO É IMPORTANTE
DEUS dá semente - começa ai.
O que recebe deve semear - resposta positiva.
DEUS multiplica a sementeira - agora a semente frutifica e torna-se
uma árvore frondosa.
E o seu senhor lhe disse: Bem está, servo bom e fiel. Sobre o pouco
foste fiel, sobre muito te colocarei; entra no gozo do teu senhor. Mateus 25:21
Embora o contexto seja dons e seu uso, podemos aplicar também
quanto a nossa atitude altruísta em ajudar aos necessitados, colaborando com a
assistência social da igreja.
Ele espalhou, deu aos necessitados; a sua justiça permanece para
sempre, e a sua força se exaltará em glória. Salmos 112:9
Recomendando-nos somente que nos lembrássemos dos pobres, o que
também procurei fazer com diligência. Gálatas 2:10
Porque pareceu bem à macedônia e à Acaia fazerem uma coleta para os
pobres dentre os santos que estão em Jerusalém. Romanos 15:26
Conforme está escrito: Espalhou, deu aos pobreza sua justiça
permanece para sempre. 2 Coríntios 9:9
E, respondendo o Rei, lhes dirá: Em verdade vos digo que quando o
fizestes a um destes meus pequeninos irmãos, a mim o fizestes. Mateus 25:40
Exemplo no AT
Abrão deu o dízimo de tudo porque Melquisedeque era sacerdote do
DEUS altíssimo. Abrão se tornou Abraão e muito bem financeiramente.
Abraão deu o melhor que tinha para DEUS - deu seu filho amado - e
ouviu de DEUS: E disse: Por mim mesmo jurei, diz o Senhor: Porquanto fizeste
esta ação, e não me negaste o teu filho, o teu único filho, Que deveras te
abençoarei, e grandissimamente multiplicarei a tua descendência como as
estrelas dos céus, e como a areia que está na praia do mar; e a tua
descendência possuirá a porta dos seus inimigos; E em tua descendência serão
benditas todas as nações da terra; porquanto obedeceste à minha voz. Gênesis 22:16-18
Jacó prometeu dar o dízimo de tudo. Voltou para a terra que DEUS
prometeu a seu avô, muito bem financeiramente.
E Jacó habitou na terra das peregrinações de seu pai, na terra de
Canaã. Gênesis 37:1Disse-lhe mais DEUS: Eu sou o DEUS Todo-Poderoso; frutifica
e multiplica-te; uma nação, sim, uma multidão de nações sairá de ti, e reis
procederão dos teus lombos; Gênesis 35:11
Exemplo no NT
E viu também uma pobre viúva lançar ali duas pequenas moedas; E
disse: Em verdade vos digo que lançou mais do que todos, esta pobre viúva;
Lucas 21:2,3
E disse aos seus discípulos: Portanto vos digo: Não estejais
apreensivos pela vossa vida, sobre o que comereis, nem pelo corpo, sobre o que
vestireis. Mais é a vida do que o sustento, e o corpo mais do que as vestes.
Considerai os corvos, que nem semeiam, nem segam, nem têm despensa nem celeiro,
e DEUS os alimenta; quanto mais valeis vós do que as aves? Lucas 12:22-24
Mas, buscai primeiro o reino de DEUS, e a sua justiça, e todas
estas coisas vos serão acrescentadas. Mateus 6:33
II – O TABERNÁCULO FOI UM PROJETO DE DEUS (Êx 25.8,9)
Após chamar Moisés e ordenar a confecção do Tabernáculo DEUS lhe dá
o projeto em visão.
1. DEUS arquitetou o Tabernáculo (Êx 25.8).
A ideia é de DEUS e naõ dos homens, portanto desejo de DEUS de
estar entre os homens. “E me farão um santuário, e habitarei no meio deles.”
A engenharia e arquitetura sobre toda a construção do Tabernáculo
foi dada a Moisés.
DEUS guiou seu povo desde a saída do Egito até o Monte Horebe, no
Sinai. Ao mesmo local que antes falara com Moisés na sarça ardente. Moisés
subiu a presença de DEUS por 2 vezes, estando em jejum por 40 dias em cada vez,
ali com DEUS. e o povo ficou em baixo.
E Moisés entrou no meio da nuvem, depois que subiu ao monte; e
Moisés esteve no monte quarenta dias e quarenta noites. Êxodo 24:18
E esteve ali com o Senhor quarenta dias e quarenta noites; não
comeu pão, nem bebeu água, e escreveu nas tábuas as palavras da aliança, os dez
mandamentos. Êxodo 34:28
E me lancei perante o Senhor, como antes, quarenta dias, e quarenta
noites; não comi pão e não bebi água, por causa de todo o vosso pecado que
havíeis cometido, fazendo mal aos olhos do Senhor, para o provocar à ira.
Deuteronômio 9:18
Então disse o Senhor a Moisés: Sobe a mim ao monte, e fica lá; e
dar-te-ei as tábuas de pedra e a lei, e os mandamentos que tenho escrito, para
os ensinar. Êxodo 24:12 - Estas eram as normas da Aliança.
Também DEUS falou a Moisés neste período de 40 dias para construir
o Tabernáculo - Fala aos filhos de Israel, que me tragam uma oferta alçada; de
todo o homem cujo coração se mover voluntariamente, dele tomareis a minha
oferta alçada. Êxodo 25:2 E me farão um santuário, e habitarei no meio deles.
Conforme a tudo o que eu te mostrar para modelo do tabernáculo, e para modelo
de todos os seus pertences, assim mesmo o fareis. Êxodo 25:8,9
2. O Tabernáculo foi um projeto de DEUS.
Ficava subentendido que Moisés aproveitaria seus 40 anos de
aprendizado no Egito para conduzir o povo e para orientar a construção do
Tabernáculo e organizar para que tudo funcionasse da maneira que DEUS ordenara.
Moisés havia sido criado para reinar como um Faraó, portanto
conhecia táticas de guerra, engenharia de construções e como comandar uma
multidão. - E Moisés foi instruído em toda a ciência dos egípcios; e era
poderoso em suas palavras e obras. Atos 7:22
Agora, Moisés, transformado pelo encontro com DEUS, poderia
aprimorar seus conhecimentos e inspirado por DEUS encontrar a excelência no
servir a DEUS. A sabedoria e conhecimento espirituais lhe foram incutidos pelo
ESPÍRITO SANTO.
O projeto de DEUS era mostrar aos homens o acesso a Ele mesmo. Como
chegar à presença de DEUS. O culto no Tabernáculo indicaria isso.
Arrependimento de pecado, Sacrifício (altar de sacrifícios - Cruz); Purificação
(bacia de água - Lavagem pela Palavra, regeneração); Iluminação (candelabro -
Luz do Mundo - azeite - unção do ESPÍRITO SANTO); Alimentação espiritual (mesa
dos pães da proposição - Maná - Palavra de DEUS); Orações intercessórias (altar
de incenso - sacerdócio - intercessão); sangue (vida) oferecido para aceitação
de DEUS e seu perdão (propiciatório - sangue do bode expiatório - fogo do céu)
- TUDO APONTAVA PARA JESUS. Glória a DEUS!
Ao estudarmos a Habitação de DEUS — o Tabernáculo, o Templo, nosso
Senhor mesmo, e a igreja — podemos rastrear muitos pensamentos a respeito de
cada um deles, e os comparar e contrastar entre si.
Primeiro, há o modelo para cada um deles. Moisés é ordenado a fazer o
Tabernáculo, e todos os seus utensílios, segundo o modelo que lhe foi mostrado
no monte (Êx 25.9, 40). Quando Davi deu a Salomão o projeto para todas as
partes do Templo, ele disse: “Tudo isso a mão do Senhor me deu por escrito
[...] para executar todos esses projetos (1Cr 28.19)”. Sabemos que o Senhor JESUS
CRISTO é a imagem exata da pessoa de DEUS, e que cada membro da igreja deve ser
conformado com a imagem do seu Filho, “até que todos alcancemos a unidade da fé
e do conhecimento do Filho de DEUS, e cheguemos à maturidade, atingida a medida
da plenitude de CRISTO” (Ef 4-13). Na habitação de DEUS, não há lugar para os
projetos, desígnios ou invenções do homem. O padrão para todos é o próprio CRISTO.
3. O plano térreo do Tabernáculo (25.9).
Área total - 100 por 50 côvados aproximadamente, 50 por 25 metros,
uma vez que um “côvado” equivale de 45 a 50 centímetros, pois a medida do
côvado naqueles tempos era “a distância entre o cotovelo e a ponta do dedo
médio de um homem”.
a) O Pátio. “Átrio” (ou Pátio) e era fechado por uma cerca feita de cortinas de
“linho fino torcido” e presas por ganchos e pinos em pilares de madeira de
acácia ( Êx 27.18).
b) O Altar dos holocaustos. “altar de bronze” (ou cobre), onde eram feitas as
ofertas queimadas e, principalmente, onde era feito o sacrifício pelos pecados
do povo (Êx 27.1-8; 38.1-6).
c) A Pia de bronze (ou cobre). Havia, também, “uma bacia de bronze (ou cobre)”
para que os sacerdotes lavassem as mãos e os pés antes de entrarem no interior
do Tabernáculo (Êx 30.18-21; 38.8).
d) A Tenda do Testemunho. Parte do Tabernáculo, era a parte coberta e ficava
dentro do Pátio, composto por duas partes: o Lugar SANTO e o Lugar Santíssimo
(ou SANTO dos Santos).
e) O Lugar SANTO. No Lugar SANTO havia três elementos: o Candeeiro (Candelabro,
ou Castiçal) de Ouro com suas sete lâmpadas; a mesa feita de madeira de acácia
e coberta de ouro, era chamada “Mesa dos pães da proposição”. Por fim, ainda no
“Lugar SANTO”, de frente para a entrada de cortinas bordadas que dava para o
“Lugar Santíssimo”, estava o “Altar de Incenso” revestido de ouro, no qual se
faziam intercessões pelo povo de DEUS (Êx 30.1-6; 37.25-28).
f) O Lugar Santíssimo (SANTO dos Santos). “O lugar Santíssimo”, onde se
encontrava a única mobília, chamada de “Arca do Concerto” (Nm 10.33) ou “Arca
do Testemunho” (Êx 25.22), ou também “Arca da Aliança”, na qual se guardavam as
“Tábuas da Lei” (Êx 31.18), o vaso contendo o Maná e a vara de Arão que
floresceu. A tampa da arca era chamada de propiciatório, feita toda de ouro,
tendo em cima dois querubins com suas asas se encontrando acima, representando
a presença de DEUS no céu, local onde se colocava o sangue do bode para
expiação dos pecados do povo. Só o sumo sacerdote, um dia por ano, podia ali
entrar.
A habitação futura de DEUS. Em Isaías 2.2
lemos: “Nos últimos dias o monte do templo do Senhor será estabelecido como o
principal; será elevado acima das colinas, e todas as nações correrão para
ele”; e em Apocalipse 21.2,3 João vê “a cidade santa, a nova Jerusalém, que
descia do céu, da parte de DEUS, preparada como uma noiva adornada para o seu
marido”; e ao mesmo tempo, ouve “uma forte voz vinda do trono, dizendo: Agora o
Tabernáculo de DEUS está com os homens’”.
NA INAUGURAÇÃO A GLÓRIA DE DEUS INVADE O TABERNÁCULO - Assim Moisés
acabou a obra.
Então a nuvem cobriu a tenda da congregação, e a glória do Senhor encheu o
tabernáculo; De maneira que Moisés não podia entrar na tenda da congregação,
porquanto a nuvem permanecia sobre ela, e a glória do Senhor enchia o
tabernáculo. Êxodo 40:33-35. Não era uma casa de arrecadação de dinheiro, mas
uma casa de adoração a DEUS.
III – A RELAÇÃO TIPOLÓGICA ENTRE O TABERNÁCULO E A IGREJA
1. A importância dos aspectos tipológicos do Tabernáculo.
“tudo que dantes foi escrito para nosso ensino foi escrito, para
que, pela paciência e consolação das Escrituras, tenhamos esperança” (Rm 15.4).
Estudaremos durante o trimestre a tipologia do Tabernáculo, ou
seja, o que DEUS nos quer mostrar a respeito de JESUS CRISTO, usando para isto
o Tabernáculo.
As medidas inseridas nesta imagem são do comentário Bíblico da Bíblia de
Genebra. O lugar SANTO e Santíssimo tinha um comprimento de 13,72 m. A
largura do tabernáculo era de 4,57 m, e a altura era de 4,57 m, internos.
Temos ainda a largura e comprimento do pátio do tabernáculo, o comprimento era
de 45,72 m e sua largura era de 22,86 m
As cortinas de tecido caros com querubins
bordados, ornamentava o tabernáculo e tinha 12,80 m por 1,83 m de
largura. Vinculadas entre si deveria conter a medida de 18,30 m por 12,80 m.
Esta deveria ser espalhada sobre a (estrutura) ou arcabouço de madeira. Estas
cortinas não tocava o chão, sua altura era de 0,46 m do chão de ambos
os lados.
As cortinas de pele de cabra deveriam proteger externamente o
tabernáculo, tinha 13,72 m de alto a baixo, e 20,10 de um extremo a outro.
Apesar de as cortinas externas serem 0,90 mais longas que as cortinas de
tecidos caros e bordados, estas não tocavam o chão.
2. A Igreja de CRISTO é o Tabernáculo de DEUS na Terra.
Acima do Tabernáculo repousava a nuvem da shekiná que indicava a
presença de DEUS. Lemos que, quando Moisés armou o Tabernáculo, “Então a nuvem
cobriu a Tenda do Encontro, e a glória do Senhor encheu o Tabernáculo. Moisés
não podia entrar na Tenda do Encontro, porque a nuvem estava sobre ela, e a
glória do Senhor enchia o Tabernáculo” (Êx 40.34,35).
Terminadas todas as obras que Salomão, todos os objetos foram levados para
dentro e colocados nos seus devidos lugares, e o Templo foi dedicado a DEUS:
“Os que tocavam cornetas e os cantores, em uníssono, louvaram e agradeceram ao
Senhor. Ao som de cornetas, címbalos e outros instrumentos, levantaram suas
vozes em louvor ao Senhor e cantaram: ‘Ele é bom; e seu amor dura para sempre.’
Então uma nuvem encheu o templo do Senhor, de forma que os sacerdotes não
podiam desempenhar o seu serviço, pois a glória do Senhor encheu o templo de DEUS”
(2Cr 5.13,14).
Uma nuvem brilhante apareceu sobre o Senhor JESUS no monte da Transfiguração; e
assim como no deserto DEUS falou a Israel a partir da nuvem, assim também falou
aos discípulos. Da nuvem saiu uma voz que dizia: “Este é o meu Filho amado em
quem me agrado. Ouçam-no!”. A nuvem foi vista de novo quando o Senhor JESUS
ascendeu; pois enquanto os discípulos estavam reunidos em seu redor no monte
das Oliveiras, “foi elevado às alturas enquanto eles olhavam, e uma nuvem o
encobriu da vista deles” (At 1.9).
Lemos em 1Coríntios 10.2 que todos os israelitas “estiveram sob a nuvem e todos
passaram pelo mar. Em Moisés, todos eles foram batizados na nuvem e no mar”.
Isso parece indicar que a nuvem era um tipo do ESPÍRITO SANTO, pois “por um só ESPÍRITO
todos nós fomos batizados em um só corpo”. Finalmente, na visão de João das
coisas que virão a acontecer, lemos que “O santuário ficou cheio da glória de DEUS
e do seu poder, e ninguém podia entrar no santuário” (Ap 15.8).
O ouro, que é entendido como tipificação do divino, acha-se em cada um. As
tábuas no Tabernáculo eram revestidas de ouro; também o altar de ouro, a mesa
dos pães da Presença, e a arca, ao passo que a tampa e o candelabro eram de
ouro maciço.
Nada de madeira, que é considerado representação da humanidade, podia se ver no
Tabernáculo nem no Templo; e neste último, “não se via nenhuma pedra”. Tudo era
revestido de ouro puro. A respeito de nosso Senhor pessoalmente, lemos: “No
princípio era a Palavra, e a Palavra estava com DEUS, e a Palavra era DEUS”.
Era o DEUS-homem; e o ouro, o divino, embora estivesse frequentemente encoberto
da vista, via-se, no decurso da totalidade da vida de JESUS, nos milagres que
operava e nas palavras que falava. No monte da Transfiguração, essa glória foi
plenamente vista; e mesmo quando JESUS se humilhou e se tornou obediente à
morte, à morte da cruz, o centurião e aqueles que estavam com ele disseram:
“Verdadeiramente este era Filho de DEUS”.
A igreja, que é a habitação de DEUS agora, também precisa do ouro; e todo
membro da igreja precisa estar nascido de novo, e participante da natureza
divina.
Quando, em Apocalipse 3, CRISTO se lamenta por causa da mornidão dos Laodiceus,
diz: “Eu o aconselho a comprar de mim ouro refinado no fogo, para que se torne
rico, e roupas brancas para vestir [...] e colírio para ungir os seus olhos, a
fim de que você veja”; e lemos em 1Coríntios 3 que no Tribunal de CRISTO,
quando, então, as obras dos crentes serão testadas, o ouro, a prata, e as
pedras preciosas resistirão ao fogo.
No templo de Salomão, “revestiu de ouro os pisos, tanto na parte
interna como na externa do templo” (1Rs 6.30); e os pés dos sacerdotes pisavam
nesse ouro, por contraste com a areia do deserto que servia de piso no
Tabernáculo no deserto; ao passo que na Nova Jerusalém, na qual o próprio
Senhor DEUS e o Cordeiro são o templo, lemos que as ruas da cidade eram de ouro
puro.
O exterior dessas habitações merece uma comparação e contraste. O Tabernáculo
estava coberto de couros, e ficavam encobertas as belezas por dentro. Não podia
ter havido nada de atraente na sua aparência; e era muito diferente da glória
do templo de Salomão, que era “ornamentado com pedras preciosas”.
Nosso Senhor, enquanto estava na terra, era semelhante ao Tabernáculo, de modo
que o profeta podia dizer: “Ele não tinha qualquer beleza ou majestade que nos
atraísse, nada havia em sua aparência que o desejássemos. Foi desprezado e
rejeitado pelos homens [...] Como alguém de quem os homens escondem o rosto,
foi desprezado, e nós não o tínhamos em estima” (Is 53.2,3) — e assim acontece
com a igreja hoje. “O discípulo não está acima do seu Mestre, nem o servo acima
do seu Senhor”; e no seu caráter de peregrina, a igreja também é desprezada e
rejeitada pelos homens. Não se considerava que o grupinho em Éfeso tivesse
muita importância. Enquanto o apóstolo lhes escrevia a sua carta, e comparava-
os com o Templo e com o Tabernáculo, é provável que estivesse pensando naquele
outro templo em Éfeso, uma das sete maravilhas do mundo, a respeito do qual lemos
em Atos 19 que Demétrio tinha medo de “o templo da grande deusa Artemis cair em
descrédito e de a própria deusa, adorada em toda a Província da Ásia e em todo
o mundo, ser destituída de sua majestade divina” (v. 27). Aquele templo foi
destruído há muito tempo, e podemos ver seus restos no Museu Britânico; mas os
crentes de Éfeso formavam parte de um templo que, de modo semelhante ao de
Salomão, será “extraordinariamente magnífico, famoso e cheio de esplendor à
vista de todas as nações”. Quando CRISTO na sua glória ressurreta vier com a
sua igreja, para ser admirado entre todos aqueles que crêem, a beleza daquele
Templo será vista pelo universo inteiro.
Muitos outros pensamentos podem ser rastreados através das habitações de DEUS
nos vários períodos bíblicos.
O Tabernáculo representa CRISTO em sua humanidade e o Templo
representa CRISTO em sua glória. Somos tempo de DEUS na terra, portanto
reflitamos sua luz, sua glória. Assim resplandeça a vossa luz diante dos
homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai, que está
nos céus. Mateus 5:16
O Tabernáculo e o Templo de Salomão simbolizam a Igreja de CRISTO
edificada para “morada de DEUS em ESPÍRITO” (Ef 2.22). Alguns textos do Novo
Testamento fazem da tipologia o modo de comparação entre o Tabernáculo e a
Igreja. Paulo tipificou a Igreja como edifício de DEUS para falar de
crescimento coerente e organizado da comunidade cristã (1 Co 3.9). Neste
edifício, os crentes em CRISTO são identificados como “pedras vivas”, as quais
são edificadas umas sobre as outras.
Portanto, a Igreja é o edifício espiritual construído para morada de DEUS como
o Tabernáculo no Antigo Testamento. Ela também é tratada como “Templo de DEUS”
(1 Co 3.16). A figura do templo, aqui, tem dupla referência, pois refere-se à
Igreja e, também, ao lugar da presença de DEUS. A Igreja é tipificada como a
Casa de DEUS, de caráter familiar, porque a palavra “casa”, nesse contexto,
refere-se à família que mora na casa (1 Tm 3.15). O tabernáculo de Moisés era
material, e DEUS habitava nele; a Igreja é o tabernáculo espiritual onde o
Altíssimo habita e se manifesta gloriosamente (Ef 2.22).
A Tipologia Bíblica
O tipo bíblico é uma representação pré-ordenada, pela qual pessoas,
eventos e instituições do Antigo Testamento prefiguram pessoas, eventos e
instituições do Novo Testamento. São figuras, ou lições, pelas quais DEUS tem
ensinado seu povo acerca do seu plano redentor e de seus elevados propósitos
para a vida cristã. São uma mostra de coisas vindouras e não a verdadeira
imagem dessas coisas (Colossenses 2.17; Hebreus 8.5; 10.1). Todo o sistema
mosaico, por exemplo, foi como um jardim de infância no qual o povo de DEUS foi
educado nas coisas divinas e ensinado a ver assim a realidade das coisas
futuras.
A Bíblia usa diversas palavras para tipos, tais como: sinal (João 20.25);
figura (Atos 7.43; Romanos 5.14; 1 Coríntios 10.11); forma (Romanos 6.17);
parábola, alegoria (Hebreus 9.9); modelo (Atos 7.44; Hebreus 8.4,5); sombra
(Colossenses 2.14; Hebreus 8.5), e exemplo (Filipenses 3.17; 1 Timóteo 4.12; 1
Pedro 5.3; 2 Pedro 2.6).
Alguns dos nomes para os antítipos: verdadeira figura (1 Pedro 3.21); mesma
imagem (Hebreus 10.1); coisas celestiais (Hebreus 9.23); verdadeiro (Hebreus
9.24), e ESPÍRITO (2 Coríntios 3.6).
O tipo é o objeto da lição, a revelação temporária de uma pessoa, um
acontecimento ou uma instituição vindoura. O antítipo é o cumprimento daquilo
que havia sido predito.
São necessários um ou mais pontos de afinidade entre o tipo e o antítipo
(Colossenses 2.14-17]; Hebreus 10.1). O tipo precisa ser profético em todos os
pontos de semelhança com o antítipo, e precisa verdadeiramente prefigurar as
coisas vindouras (João 3.14; Romanos 5.14; Hebreus 8.5; 9.23,24; 1 Pedro 3.21).
O tipo é sempre terrestre, enquanto o antítipo pode ser tanto terrestre como
celestial (Hebreus 8.5; 9.24; 1 Pedro 3.21).
Desde que tipo e antítipo, ou seja, figura e cumprimento, necessitam ser
pré-ordenados como parte de um mesmo plano divino, eles não podem ser
escolhidos pelo homem (2 Timóteo 3.16). Por isso, a autoridade dos tipos e sua
aplicação provêm da Bíblia, que exige o endosso de pelo menos três testemunhos
para confirmar uma verdade (2 Coríntios 13.1). Pr. Abraão de Almeida
REVISTA ANTIGA E COMENTÁRIOS
Lição 1 - O Livro de Êxodo e o Cativeiro de Israel no Egito
LIÇÕES BÍBLICAS - 1º Trimestre de 2014 - CPAD - Para jovens e
adultos
Tema: Uma Jornada de Fé - A Formação do povo de Israel e sua
herança espiritual
Comentário: Pr. Antônio Gilberto
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE - Êxodo 1.1-14
1 - Estes, pois, são os nomes dos filhos de Israel, que entraram no
Egito com Jacó; cada um entrou com sua casa: 2 - Rúben, Simeão, Levi e Judá; 3
- Issacar, Zebulom e Benjamim; 4 - Dã, Naftali, Gade e Aser. 5 - Todas as
almas, pois, que descenderam de Jacó foram setenta almas; José, porém, estava
no Egito. 6 - Sendo, pois, José falecido, e todos os seus irmãos, e toda aquela
geração, 7 - os filhos de Israel frutificaram, e aumentaram muito, e
multiplicaram-se, e foram fortalecidos grandemente; de maneira que a terra se
encheu deles. 8 - Depois, levantou-se um novo rei sobre o Egito, que não
conhecera a José, 9-o qual disse ao seu povo: Eis que o povo dos filhos de
Israel é muito e mais poderoso do que nós. 10 - Eia, usemos sabiamente para com
ele, para que não se multiplique, e aconteça que, vindo guerra, ele também se
ajunte com os nossos inimigos, e peleje contra nós, e suba da terra. 11 - E os
egípcios puseram sobre eles maiorais de tributos, para os afligirem com suas
cargas. E edificaram a Faraó cidades de tesouros, Pitom e Ramessés. 12 - Mas,
quanto mais os afligiam, tanto mais se multiplicavam e tanto mais cresciam; de
maneira que se enfadavam por causa dos filhos de Israel. 13 - E os egípcios
faziam servir os filhos de Israel com dureza; 14 - assim, lhes fizeram amargar
a vida com dura servidão, em barro e em tijolos, e com todo o trabalho no
campo, com todo o seu serviço, em que os serviam com dureza.
INTERAÇÃO
Prezado professor, pela graça de DEUS iniciamos um novo ano e um
novo trimestre. Estudaremos o segundo livro do Pentateuco, Êxodo. Teremos a
oportunidade ímpar de conhecer mais a respeito da libertação de Israel do
cativeiro egípcio e sua trajetória pelo deserto rumo à Terra Prometida. O
comentarista das lições é o pastor Antonio Gilberto, Consultor Teológico e
Doutrinário da CPAD, membro da Casa de Letras Emílio Conde, teólogo e escritor.
Que o Todo-Poderoso utilize cada lição para a edificação de seus alunos. Que
DEUS o abençoe.
OBJETIVOS - Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
Ressaltar os aspectos principais do livro de Êxodo.
Delinear os aspectos biográficos de Moisés.
Saber que o zelo precipitado de Moisés e sua fuga não impediram os propósitos
divinos em sua vida.
ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Professor, para esta primeira aula sugerimos que seja feito um
esboço geral do livro de Êxodo. Reproduza o esquema da página seguinte no
quadro de giz ou tire cópias para os alunos. Explique à classe que o vocábulo
êxodo significa saída. Moisés é o autor do livro e, segundo a Bíblia de Estudo
Pentecostal, o propósito dele ao escrever a obra foi oferecer ao seu povo um
registro permanente dos atos históricos e redentores de DEUS.
Comente com os alunos que alguns conceitos importantes são enfatizados por Moisés
no decorrer de todo o livro, como por exemplo, a libertação da morte, da
escravidão e da idolatria.
O LIVRO DE ÊXODO |
|
Título |
Êxodo. |
Autor |
Moisés. |
Data e local |
Aproximadamente 1450—1410 a.C. Foi escrito no deserto, durante a
peregrinação de Israel, em algum lugar da península do Sinai. |
Propósito |
Registrar os acontecimentos da libertação de Israel do Egito e seu
desenvolvimento como nação. |
Estrutura |
I. Israel no Egito (1.1— 13.20). |
Lugares-chaves |
Egito, Gósen, rio Nilo, Midiã, mar Vermelho, península do Sinai e
monte Sinai. |
Características |
Relata mais milagres do que qualquer livro do Antigo Testamento. |
Versículo-chave |
Êxodo 3.7,10. |
Pessoas chave |
Moisés, Faraó, Miriã, Jetro, Arão. |
Lugares-chave |
Egito, Gósen, rio Nilo, Midiã, mar Vermelho, península do Sinai e
monte Sinai. |
PALAVRA-CHAVE
Cativeiro: Escravidão, servidão dos hebreus
pelos egípcios.
Resumo da Lição 1 - O Livro de Êxodo e o Cativeiro de Israel no
Egito
I - O LIVRO DE ÊXODO
1. Seu propósito.
2. A escravidão.
3. Clamor por libertação.
II - O NASCIMENTO DE MOISÉS
1. Os israelitas no Egito.
a) Frutificaram, aumentaram muito, multiplicaram-se (At 9.31; Lc
14.22,23).
b) "Fortalecidos grandemente”.
c) "A terra se encheu deles".
2. Um bebê é salvo da morte.
3. A mãe de Moisés (Êx 6.20).
4. A Filha de Faraó (Êx 2.5,6).
III - O ZELO PRECIPITADO DE MOISÉS E SUA FUGA (Êx 2.1 1 22)
1. Moisés é levado ao palácio (Êx 2.10).
2. O preparo de Moisés (Êx 3.9,10).
3. A fuga de Moisés (Êx 2.1 1-22).
SINOPSE DO TÓPICO (1) - Moisés é o autor do livro de Êxodo e,
segundo a Bíblia de Estudo Pentecostal, ele foi "escrito para que
tivéssemos um registro permanente dos atos históricos e redentores de DEUS,
pelos quais Israel foi liberto do Egito”.
SINOPSE DO TÓPICO (2) - Moisés nasceu durante o período em que
Faraó ordenou que todos os meninos israelitas recém-nascidos fossem mortos.
Todavia, os pais de Moisés eram tementes a DEUS e conseguiram, com a ajuda
dEle, salvar o menino.
SINOPSE DO TÓPICO (3) - Moisés passou sua juventude no palácio
real. Como filho de uma princesa egípcia, ele frequentou as mais renomadas
universidades. Moisés estava sendo preparado, por DEUS, para libertar o seu
povo e conduzi-lo até a Terra Prometida.
ÊXODO
Esboço
I. Opressão dos Hebreus no Egito (1.1—11.10)
A. Sofrimentos dos Oprimidos (1.1-22)
B. Preparação do Libertador (2.1— 4.31)
1. Nascimento de Moisés e Seus Primeiros Quarenta Anos (2.1-15a)
2. Exílio de Moisés e o Seu Segundo Período de Quarenta Anos (2.15b
- 25)
3. Chamada de Moisés e Seu Regresso ao Egito (3.1— 4.31)
C. Luta com o Opressor (5.1—11.10)
1. A Petição: Deixa Meu Povo Ir (5.1-3)
2. A Resposta: Perseguição Tirânica de Faraó (5.4-21)
3. A Garantia: O Senhor Manifestará Seu Senhorio (5.22 — 7.13)
4. O Recurso: As Dez Pragas (7.14 — 11.10)
II. Livramento dos Hebreus do Egito (12.1—13.16). (N do R - Aqui
começa o 3o período de 40 anos da vida de Moisés; cf. At 7.36)
A. Livramento na Páscoa: Redenção pelo Sangue (12.1—15.21)
B. Livramento no Mar Vermelho: Redenção pelo Poder (13.17—14.31)
C. Cânticos do Livramento: Louvor ao Redentor (15.1-21)
III. Ensinamento a Israel a Caminho do Monte Sinai (15.22—19.2)
A. A Prova da Adversidade e o Cuidado Providente de DEUS
(15.22—19.2)
1. A Primeira Prova: Águas Amargas em Mara (15.22-27)
2. A Prova da Fome: Provisão de Codornizes e Maná (16.1-36)
3. A Prova da Sede: Água em Refidim (17.1-7)
4. A Prova do Combate: A Luta com Amaleque (17.8-16)
B. O Conselho Sábio de Jetro (18.1-27)
IV. O Pacto de DEUS com Israel no Monte Sinai (19.3—24.18)
A. Instruções Preparatórias a Moisés (19.3—24.18)
B. Os Dez Mandamentos: Diretrizes de Vida e Conduta sob o Concerto
(20.1-17)
C. Ordenanças Preventivas do Relacionamento Pactual (20.18—23.19)
D. Promessas Concernentes à Terra Prometida (23.20-33)
E. Ratificação do Concerto (24.1-18)
V. Normas de Adoração a DEUS por Israel, no Monte Sinai (25.1—
40.38)
A. Instruções a Respeito do Tabernáculo (25.1— 27.21)
B. Instruções a Respeito dos Sacerdotes (28.1— 31.18)
C. O Pecado de Idolatria (32.1— 34.35)
D. Implementação das Instruções Divinas (35.1— 40.38)
Autor: Moisés
Tema: A Redenção
Data: Cerca de 1445-1405 a.C.
Considerações Preliminares
Êxodo dá continuidade à narrativa iniciada em Gênesis. O título do
livro, deriva da palavra grega exodos (título empregado na Septuaginta, a
tradução do AT em
grego), que significa “saída” ou “partida”. Refere-se à poderosa
libertação de Israel, efetuada por DEUS, tirando-o da escravidão do Egito, e à
sua partida daquela
terra, como povo de DEUS.
Dois pontos relacionados com o livro de Êxodo têm causado muita
controvérsia: a data do êxodo de Israel ao sair do Egito e a autoria do dito
livro.
(1) Duas datas diferentes para o
êxodo são propostas pelos eruditos. (a) Uma “data recuada” (também chamada a
data bíblica), derivada de 1 Reis 6.1, onde está dito que o êxodo ocorreu 480
anos antes do quarto ano do reinado de Salomão. Esta declaração estabelece a
data do êxodo em 1445 a.C. Por outro lado, em Juízes 11.26, Jefté (cerca
de 1100 a.C.) afirma que Israel ocupara sua própria terra já há 300 anos,
o que permite datar a conquista de Canaã, assim a conquista fica datada em
aproximadamente 1400 a.C. Essa cronologia do êxodo, a da conquista de
Canaã e a do período dos juízes encaixam-se bem nos eventos datáveis da
história dos três primeiros reis de Israel (Saul, Davi e Salomão). (b) Os
críticos liberais da Bíblia propõem uma “data posterior” para o êxodo, em cerca
de 1290
a.C., com base em suposições a respeito dos governantes egípcios,
bem como uma data arqueológica do século XIII a.C. sobre a destruição de
cidades cananeias
durante a conquista de Canaã.
(2) Há também discordância entre os eruditos bíblicos conservadores
e liberais, no tocante à autoria mosaica do livro de Êxodo.
(a) Intérpretes modernos geralmente consideram o livro como uma
obra conjunta, preparada por vários escritores e completada num período da
história de Israel muito posterior aos tempos de Moisés (a chamada teoria
JEDP).
(b) Por outro lado, a tradição judaica desde os tempos de Josué (Js
8.31-35), bem como o testemunho de JESUS (cf. Mc 12.26), do cristianismo
primitivo, e da erudição conservadora contemporânea, todos atribuem a Moisés a
origem do livro (ver a introdução a Deuteronômio).
Além disso, a evidência interna do livro apoia a autoria de
Moisés. Pormenores numerosos em Êxodo indicam que o autor foi testemunha
ocular dos eventos
registrados no livro (e.g., 2.12; 9.31,32; 15.27). Além disso, trechos
do próprio livro dão testemunho da participação direta de Moisés na sua escrita
(e.g., 17.14;
24.4; 34.27).
Propósito
Êxodo foi escrito para que tivéssemos um registro permanente
dos atos históricos e redentores de DEUS, pelos quais Israel foi liberto do
Egito e organizado como
a sua nação escolhida. Pelos mesmos atos divinos, Israel também
recebeu a revelação escrita, do concerto entre DEUS e aquela nação. Também foi
escrito como
um elo extremamente importante da autorrevelação geral e
progressiva de DEUS, que culminou na pessoa de JESUS CRISTO e no NT.
Visão Panorâmica
O livro de Êxodo começa com a descrição do sofrimento dos
descendentes de Jacó no Egito, a saber: opressão, escravidão e infanticídio, e
termina com a
presença, o poder e a glória de DEUS manifestos no Tabernáculo, no
meio do seu povo já liberto, no deserto. Êxodo divide-se em três seções
principais. (A) Os
caps. 1 — 14 revelam Israel no Egito, oprimido por um faraó que não
conhecia José, e DEUS então redimiu Israel “com braço estendido e com juízos
grandes”
(6.6). Entre os eventos portentosos dessa parte da história de
Israel, estão: (1) o nascimento de Moisés, sua preservação e preparação (cap.
2); (2) a chamada de
Moisés na sarça ardente (3 — 4); (3) as dez pragas (7 — 12); (4) a
Páscoa (cap. 12) e (5) a travessia do mar Vermelho (13 — 14).
O êxodo de Israel para fora do Egito é declarado em todo o AT como
a mais grandiosa experiência de redenção do velho concerto. (B) Os caps. 16 —
18
descrevem Israel no Deserto, a caminho do monte Sinai. DEUS guiou
seu povo redimido por meio de uma nuvem e uma coluna de fogo e proveu maná,
codornizes e água, exercitando assim seus redimidos a andar pela fé
e pela obediência. (C) Os caps. 19 — 40 registram Israel no monte Sinai,
recebendo de DEUS
a revelação que abarcou (1) o concerto (cap. 19), (2) o decálogo
(cap. 20) e (3) o Tabernáculo e o sacerdócio (25 — 31). O livro termina com o
Tabernáculo
inaugurado e transbordante da glória de DEUS (cap. 40).
Características Especiais
Cinco características distinguem Êxodo. (1) As circunstâncias
históricas do nascimento de Israel como nação. (2) O Decálogo, i.e., os dez
mandamentos (cap. 20), que é a suma feita por DEUS da sua lei moral e das suas
justas exigências para o seu povo. Nela, temos o fundamento da ética e da
moralidade bíblicas. (3) É o livro do AT que mais destaca a graça redentora e o
poder de DEUS em ação. Em termos do AT, Êxodo descreve o caráter sobrenatural
da libertação que DEUS
efetuou do seu povo, livrando-o do perigo e da escravidão do
pecado, de Satanás e do mundo. (4) O livro inteiro está repleto da revelação
majestosa de DEUS,
como (a) glorioso nos seus atributos, (veraz, misericordioso, fiel,
santo e onipotente); (b) Senhor da história e dos reis poderosos; (c) o
Redentor que faz um
concerto com os seus redimidos; (d) justo e reto, assim revelado na
sua lei moral e nos seus juízos e (e) digno da adoração reverente, como o DEUS
transcendente que desce para “tabernacular” com o seu povo, i.e., habitar com o
seu povo (cf. Jo 1.14 no gr.). (5) Êxodo enfatiza o “como?”, “o quê?” e o “por
quê?” do verdadeiro culto que deve seguir-se à redenção que DEUS efetua dos
seus.
O Livro de Êxodo e Seu Cumprimento no NT
A prefiguração da redenção que temos no novo pacto, é
evidente em todo o livro de Êxodo. A primeira Páscoa, a travessia do mar
Vermelho e a outorga da lei
no monte Sinai são, para o velho concerto, aquilo que a vida, morte
e ressurreição de JESUS, e a outorga do ESPÍRITO SANTO no Pentecoste, são para
o novo concerto. Os tipos de Êxodo que prenunciam CRISTO e a redenção no NT
são: (1) Moisés, (2) a Páscoa, (3) a travessia do mar Vermelho, (4) o maná, (5)
a rocha e a água, (6) o Tabernáculo, e (7) o sumo sacerdote. As exigências
morais absolutas dos dez mandamentos são repetidas no NT, para os crentes do
novo concerto.
REVISTA ANTIGA
Lições Bíblicas CPAD - Jovens e Adultos - 1º
Trimestre de 2014
Título: Uma jornada de fé — A formação do povo de Israel e sua
herança espiritual
Comentarista: Antonio Gilberto
Lição 9: Um lugar de adoração a DEUS no
deserto - Data: 2 de Março de 2014
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE - Êxodo 25.1-9.
1 - ENTÃO falou o Senhor a Moisés, dizendo:2 - Fala aos filhos de
Israel, que me tragam uma oferta alçada; de todo o homem cujo coração se mover
voluntariamente, dele tomareis a minha oferta alçada.3 - E esta é a oferta
alçada que tomareis deles: ouro, e prata, e cobre,4 - E azul, e púrpura, e
carmesim, e linho fino, e pelos de cabras,5 - E peles de carneiros tintas de
vermelho, e peles de texugos, e madeira de cetim,6 - Azeite para a luz, e
especiarias para o óleo da unção, e especiarias para o incenso,7 - Pedras
sardônicas, e pedras de engaste para o éfode e para o peitoral.8 - E me farão
um santuário, e habitarei no meio deles.9 - Conforme a tudo o que eu te mostrar
para modelo do tabernáculo, e para modelo de todos os seus vasos, assim mesmo o
fareis.
INTERAÇÃO - O povo judeu viveu mais de quatrocentos anos no Egito.
Este reino era fundamentalmente idólatra. Como era de se esperar em qualquer
nação do mundo antigo, o Egito tinha templo, sacerdotes e todo um sistema
religioso que funcionava vigorosamente. Mas a nação de Israel ainda não possuía
uma religião sedimentada. Portanto, a influência egípcia na cultura dos judeus
era inevitável — vide os exemplos dos deuses egípcios como fonte de apostasia
para os judeus (Ez 20.5-9; 23.3,8,19-21,27), o Bezerro de Ouro construído no
Monte Sinai e a posterior adoração do bezerro de Jeroboão I. Por isso, assim
como o fez no Decálogo, DEUS revelou diretamente a Moisés um modelo para a
construção do Tabernáculo. Ele deixou claro que a sua habitação devia ser
única, sem a mistura com o paganismo do Egito.
OBJETIVOS
Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
· Conhecer as
instruções para a construção do Tabernáculo.
· Elencar os
utensílios presentes no pátio do Tabernáculo.
· Compreender
que o Tabernáculo representava o lugar de habitação de DEUS em pleno deserto.
ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA - Prezado professor, para ministrar a
presente lição sugerimos que você leve para a classe uma gravura do Tabernáculo
ou reproduza cópias para os alunos conforme a sua possibilidade. Você poderá
encontrá-la na Bíblia de Estudo Pentecostal, editada pela CPAD, pág. 158, ou no
mapa O Tabernáculo também editado pela CPAD. O auxílio do mapa do Tabernáculo
muito o ajudará para uma apresentação do conteúdo da aula desta semana.
COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
Palavra-Chave
Tabernáculo: Santuário portátil onde os hebreus guardavam e
transportavam a arca da aliança e demais utensílios sagrados.
DEUS queria habitar no meio de Israel. Por isso, ordenou a Moisés
que, juntamente com o todo o povo, construísse um lugar separado para adoração.
Trata-se do “Tabernáculo do Senhor”, um santuário móvel que acompanhou os
hebreus durante sua longa peregrinação pelo deserto. Na lição de hoje, estudaremos
como ocorreu a construção desse lugar santo de adoração ao Senhor.
I. AS INSTRUÇÕES PARA A CONSTRUÇÃO DO TABERNÁCULO
1. O propósito divino. Depois da entrega da lei, DEUS ordenou que o
seu povo edificasse um lugar de adoração. O objetivo divino era aumentar e
fortalecer os laços de comunhão com o seu povo Israel, que Ele libertara do
poder de Faraó no Egito. O Senhor assim age para que o homem o conheça de forma
pessoal e íntima (Jo 14.21,23).
2. As ofertas. O Tabernáculo seria construído pelo povo de DEUS,
com os recursos que receberam pela providência divina ao saírem do Egito (Êx
3.21,22; 12.35,36). Para a construção do Tabernáculo os israelitas ofertaram
voluntariamente e com alegria. A Palavra de DEUS nos ensina que o fator
motivante para a contribuição do crente é a alegria: “porque DEUS ama ao que dá
com alegria” (2Co 9.7). O Senhor não se agrada de quem entrega a sua oferta e
dízimo contrariado ou por obrigação (Ml 3.10). De nada adianta contribuir com
relutância e amargura.
3. Tudo segundo a ordenança divina (Êx 25.8,9,40). O Tabernáculo
não foi uma invenção humana. Podemos ver que a partir de Êxodo 25, o próprio
DEUS instrui a Moisés quanto à planta e os objetos do templo móvel. Moisés
obedeceu a todas as instruções, pois todo o Tabernáculo apontava para o
sacrifício de CRISTO na cruz do Calvário. Simbolizava o plano perfeito de DEUS
para a redenção da humanidade (Hb 9.8-11).
SINOPSE DO TÓPICO (I)
As instruções para a construção do Tabernáculo foram rigorosamente
acatadas por Moisés segundo a ordenança divina.
II. O PÁTIO DO TABERNÁCULO
1. O pátio. “Farás também o pátio do Tabernáculo” (Êx 27.9). Os
israelitas precisavam aprender a forma correta de se chegar à presença de DEUS
e adorá-lo. O pátio tinha o formato retangular, e indicava que, na adoração a
DEUS, deve haver separação, santidade. Havia uma única porta de entrada, que
apontava para um único caminho, uma única direção. Isso prefigura JESUS CRISTO,
que disse: “Eu sou a porta; se alguém entrar por mim, salvar-se-á” (Jo 10.9).
JESUS é o caminho que nos conduz a DEUS (Jo 14.6).
2. O altar dos holocaustos. “Farás também o altar de madeira de
cetim” (Êx 27.1). Ao entrar no pátio, o israelita tinha a sua frente o altar do
holocausto. Era uma caixa de madeira de cetim coberta de bronze. Junto a esse
altar o transgressor da lei encontrava-se com o sacerdote para oferecer
sacrifícios a DEUS a fim de expiar seus pecados e obter o perdão. O altar dos
holocaustos tipificava CRISTO, o nosso sacrifício perfeito que morreu em nosso
lugar (Ef 5.2; Gl 2.20). Sem um sacrifício expiador do pecado não há perdão de
DEUS (Lv 6.7; 2Co 5.21). A epístola aos Hebreus nos mostra que o sacrifício
salvífico de CRISTO foi único, perfeito e completo para a nossa salvação (Hb
7.25; 10.12).
3. A pia de bronze (Êx 30.17-21). Na pia os sacerdotes lavavam
suas mãos e pés antes de executarem seus deveres sacerdotais. Mãos limpas:
trabalho honesto; pés limpos: um viver e um agir íntegros (Ef 5.26,27; Hb
10.22). Precisamos nos achegar a DEUS com um coração puro e limpo. DEUS é santo
e requer santidade do seu povo. DEUS não aprova o viver e o servir do impuro. O
servo de DEUS deve ser “limpo de mãos e puro de coração” (Sl 24.4). Hoje somos
lavados e purificados pelo precioso sangue de CRISTO que foi derramado por nós
(1Jo 1.7).
SINOPSE DO TÓPICO (II)
No pátio do Tabernáculo localizava-se o altar dos holocaustos e a
pia de bronze.
III. O LUGAR DA HABITAÇÃO DE DEUS
1. O castiçal de ouro (Êx 25.31-40). Não havia janelas no Lugar
SANTO e a iluminação vinha de um castiçal de ouro puro e batido. Esta peça
também apontava para JESUS CRISTO, luz do mundo, e a quem seguindo, não
andaremos em trevas, mas teremos a luz da vida (Jo 8.12). O castiçal, em
Apocalipse, simboliza a Igreja (Ap 1.12,13,20). As lâmpadas do castiçal ardiam
continuamente e eram abastecidas diariamente de azeite puro de oliveira (Êx
27.20,21) a fim de que iluminassem todo o Lugar SANTO. O azeite é um símbolo do
ESPÍRITO SANTO. Se quisermos emanar a luz de CRISTO para este mundo que se
encontra em trevas, precisamos ser cheios, constantemente, do ESPÍRITO SANTO de
DEUS. “Enchei-vos do ESPÍRITO” (Ef 5.18) é a recomendação bíblica.
2. Os pães da proposição e o altar do incenso (Êx 25.30). Havia uma
mesa com doze pães e, todos os sábados, esses eram trocados. Estes pães
apontavam para JESUS, o Pão da vida (Jo 6.35). Precisamos nos alimentar
diariamente de CRISTO, e não apenas no domingo. Tem você se alimentado
diariamente na mesa do Senhor JESUS? Além dos pães, próximo ao SANTO dos Santos
ficava o altar do incenso, um lugar destinado à oração e ao louvor a DEUS.
Precisamos nos achegar ao Senhor diariamente com a nossa adoração e nossas
orações: “Suba a minha oração perante a tua face como incenso, e seja o
levantar das minhas mãos como o sacrifício da tarde” (Sl 141.2).
3. O SANTO dos Santos e a arca da aliança (Êx 25.10-22). O SANTO
dos Santos era um local restrito, onde somente o sumo sacerdote poderia entrar
uma única vez ao ano. A arca da aliança era a única peça deste compartimento
sagrado. Era uma caixa de madeira forrada de ouro. Durante a peregrinação pelo
deserto os sacerdotes carregavam-na sobre os ombros. A arca simbolizava a
presença de DEUS no meio do seu povo. Erroneamente os israelitas a utilizaram
como uma espécie de amuleto.
Em Hebreus 10.19,20, vemos a gloriosa revelação profética entre o
SANTO dos Santos, o Senhor JESUS e o povo salvo da atualidade. O termo
“santuário”, no versículo 19, é literalmente, no original, “santo dos santos”.
SINOPSE DO TÓPICO (III)
No interior do Tabernáculo ficava o castiçal de ouro, os pães da
proposição, o altar do incenso, o SANTO dos santos e a arca da aliança.
CONCLUSÃO
Os israelitas, mediante o Tabernáculo, podiam aprender corretamente
como achegar-se a DEUS, adorá-lo, servi-lo e viver para Ele em santidade. Assim
deve fazer a igreja, conforme Hebreus 10.21-23. O Senhor é SANTO e sem
santidade nosso louvor e adoração não poderão agradá-lo.
VOCABULÁRIO
Sedimentada: Processo de formação e acumulação de camadas sólidas.
BIBLIOGRAFIA SUGERIDA
GOWER, R. Novo Manual dos Usos & Costumes dos Tempos Bíblicos.
2 ed., RJ: CPAD, 2012.
MERRIL, E. H. História de Israel no Antigo Testamento: O reino de sacerdotes
que DEUS colocou entre as nações. 6 ed., RJ: CPAD, 2007.
EXERCÍCIOS
1. Qual era o objetivo de DEUS com a construção do Tabernáculo?
R. O objetivo divino era aumentar e fortalecer os laços de comunhão
com o seu povo Israel.
2. O Tabernáculo foi construído com quais recursos?
R. Com os recursos que receberam pela providência divina ao saírem
do Egito.
3. Faça um pequeno resumo a respeito do pátio do Tabernáculo.
R. O pátio tinha o formato retangular, e indicava que, na adoração
a DEUS, deve haver separação, santidade.
4. No Apocalipse o que o castiçal simboliza?
R. A Igreja.
5. Faça um pequeno resumo a respeito do SANTO dos Santos.
R. O SANTO dos Santos era um local restrito, onde somente o sumo
sacerdote poderia entrar uma única vez ao ano. A arca da aliança era a única
peça deste compartimento sagrado.
AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO
Subsídio Teológico
“Análise Teológica (do Tabernáculo)
Os materiais necessários para o Tabernáculo e as vestes sacerdotais
deviam ser doados de bom grado pelo povo. A ninguém foi imposto uma dívida ou
parte nos custos, mas a doação era voluntária (25.1-7, com destaque para o
v.2). A resposta ao apelo de Moisés foi sensacional. Ao contrário de muitos
ministros que várias vezes imploram e bajulam por dinheiro, Moisés teve de
impedir que o povo continuasse doando. Foi, sem dúvida, uma grande demonstração
de generosidade por parte do povo (36.2-7)!
A descrição do mobiliário do Tabernáculo começa pelas peças do
centro e prossegue para as mais externas, mas não de forma sistemática. Já nos
trechos que descrevem a efetiva construção, a ordem de execução difere da ordem
das instruções.
[...] O próprio texto de Êxodo devia nos servir de alerta contra
uma excessiva interpretação alegórica do Tabernáculo. Enxergar um significado
oculto em cada mobiliário, tecido, corrediças e cores, em vez de exegético, não
passa de especulação” (HAMILTON, V. P. Manual do Pentateuco: Gênesis, Êxodo,
Levítico, Números e Deuteronômio. 1 ed., RJ: CPAD, 2006, pp.249,50).
SUBSÍDIOS ENSINADOR CRISTÃO
Um lugar de adoração a DEUS no deserto
A planta do santuário, assim como os seus objetos, não seria
idealizados pelo homem, mas todo o projeto foi elaborado e entregue a Moisés
pelo próprio Senhor.
Os recursos para a construção do local de adoração vieram do povo
de DEUS. Eles foram convidados a ofertarem e o fizeram com alegria (2Co 9.7).
Tem você contribuído com alegria ou por constrangimento?
Segundo o Comentário Bíblico Moody o tabernáculo “simbolizava para
Israel, como para nós também, grandes virtudes espirituais. Claramente ensinava
o fato da presença de DEUS no meio do Seu povo”.
O tabernáculo era dividido em três partes: o Átrio, o lugar SANTO e
o lugar Santíssimo.
O átrio era um pátio: “Farás também o pátio do tabernáculo” (Êx
27.9), um lugar cercado, reservado que mostrava os israelitas que a adoração a
DEUS exige sempre santidade, separação. O acesso ao átrio era feito por
intermédio de uma única porta. Esta porta apontava para JESUS CRISTO. Nosso
Redentor, certa vez declarou: “Eu sou a porta; se alguém entrar por mim,
salvar-se-á [...]” (Jo 10.9). JESUS é o único caminho que leva o homem até a
presença do Todo-Poderoso (Jo 14.6).
No pátio havia duas peças principais, o altar do holocausto e a pia
de bronze. Antes de realizar qualquer ação o sacerdote deveria ir até a pia e
ali se purificar. Ao olhar na bacia, o sacerdote poderia ver a sua imagem ali
refletida e se lembrar de que era pecador e que sem purificação não poderia se
chegar diante de DEUS. Somos imperfeitos e impuros, mas “o sangue de JESUS
CRISTO nos purifica de todo pecado” (1Jo 1.7).
“Farás também o altar de madeira de cetim [...]” (Êx 27.1). Depois
de passar pela pia, o sacerdote se dirigia até o altar do holocausto. O altar
apontava para CRISTO e o seu sacrifício na cruz. Vários animais eram mortos
para cobrir os pecados, todavia o sacrifício de JESUS foi único e substitutivo:
“mas o Senhor fez cair sobre ele a iniquidade de nós todos” (Is 53.6).
Depois de entrar no pátio, se purificar na bacia de lavar e
oferecer sacrifícios pelo pecado, o sacerdote podia entrar em um lugar ainda
mais reservado, o lugar SANTO. Ali ele veria a luz do castiçal de ouro (Êx 25.31-40)
que apontava para JESUS CRISTO, a luz do mundo (Jo 8.12). No lugar santo também
era colocada a mesa com os pães da proposição e o altar de incenso.
O terceiro e último compartimento era o SANTO dos Santos, um local
restrito, onde somente o sumo sacerdote poderia entrar uma única vez ao ano.
Dentro deste compartimento secreto ficava a arca da aliança.
SUBSÍDIOS da Revista da CPAD - 2 Trimestre de 2019
SUBSÍDIO DIDÁTICO - PEDAGÓGICO TOP1
Ao introduzir a lição desta semana, revele o propósito do trimestre. Responda a
seguinte pergunta: “Por que estudaremos o Tabernáculo?”. A resposta a essa
pergunta permitirá que você faça um panorama geral do trimestre. Em seguida,
indague aos alunos o que eles esperam acerca desse estudo. Aqui, a ideia é
perceber o entusiasmo dos alunos quanto ao tema.
Em seguida, exponha o primeiro tópico com clareza e objetividade. Como o nosso
tempo não é extenso, você pode períodos para a exposição do conteúdo e outros
períodos para perguntas. Por exemplo: Você pode expor o conteúdo do primeiro
tópico e, depois, abrir para uma ou duas perguntas da classe.
Sugerimos que na exposição do primeiro tópico você enfatize a citação do
comentarista a respeito da monografia de Gunnar Vingren, a fim de que fique
claro o percurso do anúncio do projeto de DEUS e da materialização dele no
deserto.
SUBSÍDIO DIDÁTICO-PEDAGÓGICO TOP2
Reserve para o dia da aula um gráfico sobre o Tabernáculo que reproduzimos
abaixo. Antes de iniciar o subtópico três, “O plano térreo do Tabernáculo”,
faça a seguinte pergunta: “Para você, como era o Tabernáculo?”. Ouça as
respostas dos alunos, anote algumas na lousa. Em seguida, apresente o gráfico
do Tabernáculo à medida que você expõe o conteúdo do subtópico.
O objetivo dessa atividade é dar um panorama geral acerca da estrutura do
santuário, pois a veremos detalhadamente ao longo da lição. Por isso, essa
imagem panorâmica ajudará os alunos a compreender as partes específicas da
“Tenda da Congregação”. O Método que usaremos neste trimestre é simples:
partiremos do todo para o específico.
SUBSÍDIO TEOLÓGICO TOP3
A obra de Gunnar Vingren acerca do Tabernáculo está dividida em
três capítulos: (1) Introdução, (2) O Tabernáculo e (3) Comparações e
contraposições ao Tabernáculo. No terceiro capítulo, ele faz uma comparação do
Tabernáculo, pelo qual o chama de “tenda do testemunho”, com a Igreja de
CRISTO. Veja:
“Assim como a tenda do testemunho, com todos os seus utensílios, foi ordenada
por DEUS, a igreja cristã recebeu de DEUS suas normas e seus mandamentos. A
tenda no Antigo Testamento era o lugar onde DEUS se revelava, enquanto as
igrejas cristãs são, hoje, o lugar da presença de DEUS, o lugar onde se faz a
sua vontade. O primeiro era constituído de riquezas e material precioso, o
segundo é constituído também de material precioso, isto é, de almas humanas
redimidas do pecado por meio da graça de CRISTO JESUS. Desta forma, à tenda do
Antigo Testamento se contrapõe a igreja cristã do Novo Testamento. A bacia com
água ficava em frente da tenda e, na água, Arão e seus filhos limpavam seus pés
e suas mãos antes de adentrarem o santuário para que não morressem. Já o
batismo é a maneira pela qual o cristão ingressa na Igreja de DEUS. Aquele que
crê e recebe o batismo será salvo. Após o batismo, seremos sepultados com DEUS,
e assim como CRISTO ressuscitou dos mortos, passaremos a caminhar em uma nova
vida” (VINGREN, Gunnar. O Tabernáculo e Suas Lições: Monografia de graduação em
Teologia do fundador das Assembleias de DEUS no Brasil, defendida em 1909 no
Seminário Teológico Sueco de Chicago (EUA). Rio de Janeiro: CPAD, 2011,
pp.76-77).
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Lição 9, O Reinado de Joás
Lições Bíblicas - 3º Trimestre de 2021 - CPAD - Para adultos
Tema: O Plano de DEUS para Israel em meio à Infidelidade da Nação,
As Correções e os Ensinamentos Divinos no Período dos Reis de Israel - Comentário:
Pr. Claiton Pommerening
Escrita
https://ebdnatv.blogspot.com/2021/08/escrita-licao-9-o-reinado-de-joas-3tr21.html
Slides
https://ebdnatv.blogspot.com/2021/08/slides-licao-9-o-reinado-de-joas-3tr21.html
Vídeo desta lição - https://www.youtube.com/watch?v=5fMw4M511jE&t=18s
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE - 2 Reis 11.1-3; 12.1-5,17-21
2 Reis 11
1 - Vendo, pois, Atalia, mãe de Acazias, que seu filho era morto, levantou-se e
destruiu toda a descendência real. 2 - Mas Jeoseba, filha do rei Jeorão, irmã
de Acazias, tomou a Joás, filho de Acazias, e o furtou dentre os filhos do rei,
aos quais matavam, e o pôs, a ele e à sua ama, na recamara, e o escondeu de
Atalia, e assim não o mataram. 3 - E Jeoseba o teve escondido na Casa do SENHOR
seis anos; e Atalia reinava sobre a terra.
2 Reis 12
1 - No ano sétimo de Jeú, começou a reinar Joás e quarenta anos reinou em
Jerusalém; e era o nome de sua mãe Zíbia, de Berseba. 2 - E fez Joás o que era
reto aos olhos do SENHOR todos os dias em que o sacerdote Joiada o dirigia. 3 -
Tão-somente os altos se não tiraram; porque ainda o povo sacrificava e queimava
incenso nos altos. 4 - E disse Joás aos sacerdotes: Todo o dinheiro das coisas
santas que se trouxer à Casa do SENHOR, a saber, o dinheiro daquele que passa o
arrolamento, o dinheiro de cada uma das pessoas, segundo a sua avaliação, e
todo o dinheiro que trouxer cada um voluntariamente para a Casa do SENHOR, 5 -
os sacerdotes o recebam, cada um dos seus conhecidos; e eles reparem as fendas
da casa, segundo toda fenda que se achar nela.
17 - Então, subiu Hazael, rei da Síria, e pelejou contra Gate, e a tomou;
depois, Hazael resolveu marchar contra Jerusalém. 18 - Porém, Joás, rei de
Judá, tomou todas as coisas santas que Josafá, e Jeorão, e Acazias, seus pais,
reis de Judá, consagraram, como também todo o ouro que se achou nos tesouros da
Casa do SENHOR e na casa do rei; e os mandou a Hazael, rei da Síria; e este,
então, se retirou de Jerusalém. 19 - Ora, o mais dos atos de Joás e tudo quanto
fez mais, porventura, não estão escritos no livro das Crônicas dos Reis de
Judá? 20 - E levantaram-se os seus servos, e conspiraram contra ele, e feriram
Joás na casa de Milo, que desce para Sila. 21 - Porque Jozacar, filho de
Simeate, e Jozabade, filho de Somer, seus servos, o feriram, e morreu; e o
sepultaram com seus pais na Cidade de Davi; e Amazias, seu filho, reinou em seu
lugar.
COMENTÁRIOS DA BEP - CPAD
11.1 ATÁLIA... DESTRUIU TODA A DESCENDÊNCIA REAL. Atália, foi o
único regente não davídico da história de Judá. Seu reinado de terror sobre
Israel durou seis anos. Essa filha do casal ímpio, Acabe e Jezabel, casara-se
com Jorão, filho do rei Josafá de Judá. Quando o rei Acazias (9.27), filho
único de Jorão e Atália, foi morto no expurgo que Jeú fez na casa de Acabe numa
visita ao norte, a traiçoeira Atália assumiu o trono de Judá e tentou eliminar
da sucessão todos os descendentes de Davi, inclusive todos os seus próprios
netos. Mas Jeoseba, esposa do sumo sacerdote Joiada, escondeu o filho menor de
Acazias, chamado Joás, e assim preservou a linhagem davídica, da qual nasceria
o Messias (vv. 2,3; 2 Sm 7.11,16; 1 Rs 8.25; cf. Mt 1.8,9).
12.2 JOÁS. Enquanto o sumo sacerdote Joiada foi seu conselheiro,
Joás serviu ao Senhor. Morto Joiada, Joás abandonou o Senhor e começou a servir
aos ídolos (2 Cr 24.17,18). Multiplicou seus pecados ao mandar assassinar
Zacarias, filho de Joiada, que o repreendera por ter abandonado o Senhor (2 Cr
24.20-22). Como justa recompensa, Joás foi morto por seus próprios servos, por
cometer esse assassinato (v. 20; 2 Cr 24.25). Joás começou bem como rei, mas
terminou arruinado espiritualmente (Mt 24.13; Gl 3.3; Ap 2.10).
12.20 FERIRAM JOÁS. A conspiração contra Joás ocorreu por ele
rejeitar ao Senhor, começar a adorar outros deuses e matar o sumo sacerdote
Zacarias (2 Cr 24.17-22,25).
Resumo da Lição 9, O Reinado de Joás
I – O LIVRAMENTO DE JOÁS
1. As tramas reais.
2. A coragem do sacerdote Joiada.
3. A estratégia bem-sucedida.
II – O REINADO DE JOÁS E A REPARAÇÃO DO TEMPLO
1. A arrecadação para reparar o templo.
2. A fidelidade dos tesoureiros.
3. Fidelidade, um atributo que enobrece.
III - A CONSPIRAÇÃO CONTRA JOÁS
1. O declínio do reinado.
2. Conspiração e morte no reino.
INTRODUÇÃO
E fez Joás o que era reto aos olhos do Senhor todos os dias em que
o sacerdote Joiada o dirigia. 2 Reis 12:2
Joiada ensinava Joás a Palavra de DEUS, ensinava a orar, a adorar a
DEUS, o guiava em todas suas decisões
- Saiu Joiada, se perdeu o rei
- Joiada é um tipo do ESPÍRITO SANTO na vida do crente.
E o ESPÍRITO do Senhor se retirou de Saul, e o assombrava um
espírito mau, da parte do Senhor. 1 Samuel 16:14
E disse ela: Os filisteus vêm sobre ti, Sansão. E despertou do seu
sono e disse: Sairei ainda esta vez como dantes e me livrarei. Porque ele não
sabia que já o Senhor se tinha retirado dele. Juízes 16:20
Não me lances fora da tua presença e não retires de mim o teu
ESPÍRITO SANTO. Salmos 51:11
Se alguém destruir o templo de DEUS, DEUS o destruirá; porque o
templo de DEUS, que sois vós, é santo. 1 Coríntios 3:17 Não sabeis vós que sois
o templo de DEUS e que o ESPÍRITO de DEUS habita em vós? 1 Coríntios 3:16
E que consenso tem o templo de DEUS com os ídolos? Porque vós sois o templo do
DEUS vivente, como DEUS disse: Neles habitarei e entre eles andarei; e eu serei
o seu DEUS, e eles serão o meu povo.
2 Coríntios 6:16
Ou não sabeis que o nosso corpo é o templo do ESPÍRITO SANTO, que habita em
vós, proveniente de DEUS, e que não sois de vós mesmos? 1 Coríntios 6:19
ATALIA - Seu pai, Acabe, foi o sétimo rei do reino do
norte de Israel; sua mãe, Jezabel, a mulher fenícia de Acabe. Seu marido foi
Jeorão, o quinto rei de Judá que, evidentemente sob a influência de sua mulher,
matou seus seis irmãos e restaurou a adoração a Baal que seu pai Josafá havia
suprimido. O casamento parece ter ocorrido por um desejo político de trazer
Judá para o controle de Israel. Aparentemente até mesmo a não-adesão ao sistema
cronológico de Israel foi adotada por Judá nesta época. Após a morte de Jeorão
em 841 a.C., os árabes mataram todos os seus filhos exceto Acazias, que se
tornou rei sob a direção de Atalia. Atalia encarregou-se de que seu filho
promovesse o baalismo e cooperou totalmente com Jorão, rei de Israel. Mas
Acazias foi morto juntamente com Jorão naquele mesmo ano por Jeú, um dos
generais de Jorão, quando uma expedição conjunta contra os siros fracassou.
Tirando vantagem do fato de que nenhum dos filhos de Acazias tinha idade
suficiente para assumir o trono, Atalia usurpou o poder e passou a exterminar a
casa real de Judá. No entanto, o menino Joás foi salvo pela irmã de Acazias,
Jeoseba. Desconhecido de Atalia, Joás foi escondido no Templo por seis anos por
Jeoseba e seu marido Joiada, o sacerdote (2 Rs 11.1-3; 2 Cr 22.10- 12). Atalia
promoveu um reinado de terror contra todos os seus adversários, e instalou o
baalismo como a religião de Judá. Ela fez do sumo sacerdote Matã o seu
sacerdote pessoal no culto a Baal.
Em um tempo oportuno, Joiada publicamente proclamou Joás como o novo rei de
Judá no pátio do Templo com o apoio da guarda do Templo. Quando Atalia ouviu a
celebração que se seguiu à cerimônia de coroação, correu para a área do Templo
exclamando: “Traição! Traição!” Mas ninguém apareceu em seu auxílio. Então ela
foi capturada e morta perto da Porta dos Cavalos do palácio (2 Rs 11.12-20; 2
Cr 23.11-15). Seu reinado data de 841-835 a.C.G. H. L. - Dicionário Bíblico
Wycliffe
ÌAthalyah ou עתליהו ÌAthalyahuw - (Strong Português)
Atalia(s) = “aflita(o) do Senhor” n. pr. m.
a filha de Acabe e Jezabel e esposa do rei Jorão, de Judá; assassina de todos
os membros da família real de Judá, com exceção de um menino de tenra idade
chamado Joás que foi escondido por sua tia e colocado no trono pelo sacerdote
Joiada, aos sete anos, o próprio Joiada liderou a revolta para conduzir Joás ao
trono, depondo e mandando matar Atalia.
JOÁS - Dicionário Bíblico Wycliffe
Dois diferentes nomes hebraicos aparecem como Joás. O primeiro,
yo’ash, significa “dado por Jeová” e é uma forma abreviada de Jeoás (q.v.).
Pelo menos seis pessoas trazem esse nome hebraico no AT. O outro nome
hebraico é yo‘ask, que significa “Jeová ajudou” ou “Jeová sustenta”. Um nome
com a mesma ortografia também aparece nos fragmentos de cerâmica de Samaria.
Um filho de Acazias, rei de Judá, e sua esposa Zíbia (2 Rs 11.2; 12.1; 2 Cr
24.1); também chamado de Jeoás. Nasceu durante um período de excessivo
derramamento de sangue real em Judá. Seu avô Jeorão havia mandado matar seis de
seus irmãos (2 Cr 21.2-4), enquanto seus outros filhos foram mortos pelos
árabes. Apenas Acazias ficou vivo, e reinou durante um ano (2 Cr 21.16ss.;
22.1ss.). Quando Acazias foi assassinado por Jeú, do Reino do Norte (2 Rs
9.27ss.), a rainha mãe, Atalia, aproveitou a oportunidade para usurpar o trono
mandando matar todos os filhos de Acazias. Entretanto, o infante herdeiro Joás
foi salvo por sua tia Jeoseba, esposa do sumo sacerdote Joiada. Essa criança
foi escondida durante seis anos no Templo, até ser estabelecida uma boa
resistência à cruel rainha. No sétimo ano (835 a.C.), Joiada organizou uma
conspiração com súditos leais à família de Davi que, com bastante sucesso,
proclamaram Joás como rei e condenaram Atalia à morte (2 Rs 11.1-16; 2 Cr
22.10-23.15).
Sob a liderança de Joiada, o reino de Joás foi bom e seguiu princípios de
fidelidade ao Senhor. A adoração a Baal foi destruída, o Templo foi reparado e
o retorno a Jeová difundido entre o povo.
Com a morte de Joiada, que era um homem de DEUS, Joás mudou radicalmente.
Influenciado pelos príncipes mundanos, ele se esqueceu do Senhor e se voltou à
idolatria e à adoração aos aserins. Chegou a mandar apedrejar até à morte, no
pátio do Templo, o seu primo Zacarias, filho de seu salvador Joiada, porque ele
o havia censurado. Mas o castigo de DEUS caiu sobre ele rapidamente. Os sírios,
sob a liderança de Hazael, invadiram suas terras, tomaram Gate, e somente foram
convencidos a não destruir Jerusalém em troca do imenso tesouro do Templo (2 Rs
12.17-18). Mais tarde, Hazael entrou em Jerusalém, massacrou os príncipes e
feriu gravemente o rei Joás (2 Cr 24.23,24). Seus próprios servos conspiraram
contra Joás e o assassinaram. Em um derradeiro gesto de desprezo, recusaram-se
a enterrá-lo junto aos reis (2 Cr 24.23-25). Ambos os nomes, Joás e Jeoás, são
usados de modo intercambiável em 2 Reis 11-12 e 2 Crônicas 23-24. Ele também é
um dos três reis omitidos da genealogia real em Mateus 1.
Y ̂ehow’ash - (Strong Português)
Joás = “dado pelo Senhor”
filho do rei Acazias e o oitavo rei de Judá
JOIADA - O sumo sacerdote durante a época em
que Atalia usurpou o trono de Judá. Ele removeu Atalia do trono e estabeleceu o
jovem rei Joás (2 Rs 11.4-21). Joiada fez uma aliança entre o Senhor e o rei de
Judá (2 Rs 11.17), o que levou a algumas reformas religiosas e o capacitou a
servir como conselheiro do rei. A esposa de Joiada era filha do rei Jorão e
irmã do rei Acazias. Assim, o sacerdote era tio do jovem rei a quem ajudou.
Joiada viveu até os 130 anos, e foi homenageado por seu serviço à nação através
de seu sepultamento entre os reis de Judá na antiga cidade de Davi (2 Cr
24.15,16). Sem a valiosa influência de um homem temente e obediente ao Senhor,
Joás rapidamente inclinou-se para a idolatria, e matou o filho de Joiada (2 Cr
24.1,17-22), por isso foi morto e Judá atacada e destruída por exércitos
inimigos. Depois dos patriarcas somente um homem viveu mais de 120 anos -E
envelheceu Joiada e morreu farto de dias; era da idade de cento e trinta anos
quando morreu. 2 Crônicas 24:15 - Dicionário Bíblico Wycliffe
יהוידע
Y ̂ehowyada Ì - (Strong Português)
Joiada = “Javé sabe”
sumo sacerdote na época em que Atalia usurpou o trono de Judá; escondeu Joás, o
filho do rei, por seis anos e depois o recolocou no trono de Judá
Assim, o rei Joás não se lembrou da beneficência que Joiada, pai de
Zacarias, lhe fizera; porém matou-lhe o filho, o qual, morrendo, disse: O
Senhor o verá e o requererá. 2 Crônicas 24:22 NO ANTIGO TESTAMENTO ERA ASSIM.
NOVO TESTAMENTO É ASSIM QUE O SERVO DE DEUS FAZ - E dizia JESUS:
Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem. E, repartindo as suas vestes,
lançaram sortes. Lucas 23:34
E, pondo-se de joelhos, clamou com grande voz: Senhor, não lhes
imputes este pecado. E, tendo dito isto, adormeceu. Atos 7:60
COMENTÁRIOS
2 Reis 11:1-3 - Joás é Preservado do Ataque de Atalia - Comentário
Bíblico - Matthew Henry (Exaustivo) AT e NT
DEUS tinha assegurado a Davi a continuidade de sua família, o que é chamado de
preparar uma lâmpada para o seu ungido. E isso só pode aparecer como uma grande
coisa, agora que lemos sobre o completo extermínio de tantas famílias reais,
uma depois da outra. Agora aqui nós temos a lâmpada prometida a Davi quase
extinta e ainda milagrosamente preservada.
Jeorão matou seus seis irmãos e Atália, sua esposa, matou todos os
filhos de Acazias, seu filho, menos um, Joás. DEUS preservou a semente de Davi.
I
Ela foi quase extinta pela bárbara maldade de Atalia, a rainha-mãe, que, quando
ficou sabendo que seu filho Acazias fora morto por Jeú, levantou-se e destruiu
toda a descendência real (v. 1), todos os que ela sabia serem aparentados à
coroa. Seu marido Jeorão tinha matado a todos os seus irmãos, os filhos de
Josafá (2 Cr 21.4). Os árabes tinham matado a todos os filhos de Jeorão exceto
Acazias (2 Cr 22.1). Jeú tinha matado a todos os seus filhos (2 Cr 22.8) e ao
próprio Acazias. Com certeza o sangue real nunca fora derramado tão
profusamente. Feliz o homem de nascimento inferior, que vive fora do alcance da
cobiça e da emulação! Mas, como se tudo isso fosse um assunto de pouca
importância, Atalia destruiu a todos os que restaram da descendência real. Era
estranho que alguém do sexo frágil pudesse ser tão bárbara, que alguém que
tinha sido, ela mesma, filha de um rei, a esposa de um rei e a mãe de um rei,
pudesse ser tão bárbara para com uma família real, e uma família na qual ela
mesma fora enxertada. Mas ela o fez:
1. Motivada por um espírito de ambição. Ela desejava o governo e pensou que não
poderia alcançá-lo de nenhuma outra forma. Para que ninguém reinasse com ela,
ela assassinou até as crianças e lactentes para que não reinassem depois dela.
Por temer um concorrente, não se deveria reservar ninguém para seu sucessor.
2. Motivada por um espírito de vingança e ódio contra DEUS. A casa de Acabe
sendo completamente destruída e o filho de Atalia, Acazias, entre o resto,
porque ele era aparentado da casa de Acabe, ela decidiu, por assim dizer, como
retaliação, destruir a casa de Davi e cortar a sua linhagem, em desafio à
promessa de DEUS de perpetuá-la — uma tentativa tola e infrutífera, pois quem
pode anular o que DEUS propôs? As avós têm sido imaginadas como sendo mais
amigáveis para com seus netos do que eram consigo mesmas. Mas a mãe de Acazias
é a mais selvagem assassina dos próprios filhos de Acazias, e na infância deles
também, quando ela foi obrigada, acima de qualquer outro, a alimentá-los e
cuidar deles. Bem podia ela se chamar Atalia a ímpia (2 Cr 24.7), a filha da
própria Jezabel. Mas, com isso, DEUS foi justo e visitou a iniquidade de Jorão
e de Acazias, aqueles ramos degenerados da casa de Davi, sobre os filhos deles.
II
Uma criança foi milagrosamente preservada pelo cuidado piedoso de uma das
filhas de Jorão (que era esposa de Joiada, o sacerdote), que roubou um dos
filhos do rei, de nome Joás, e o escondeu (vv. 2,3). Esse foi um tição tirado
do fogo. Não temos informação do número dos que foram mortos, mas, parece,
estando essa criança nos braços da ama, não se perdeu, não foi procurada
posteriormente, ou pelo menos não foi encontrada. A pessoa que o salvou era sua
própria tia, a filha do ímpio Jeorão. Pois DEUS levanta protetores para aqueles
a quem Ele quer proteger. O lugar da segurança dele foi a Casa do Senhor, uma
das câmaras pertencentes ao templo, um lugar onde Atalia raramente causava
problemas. Sua tia, por trazê-lo ali, o colocou sob a proteção especial de
DEUS, e assim o escondeu pela fé, como Moisés fora escondido. Agora as palavras
de Davi se cumpriam para alguém da sua semente (Sl 27.5): No oculto do seu
tabernáculo me esconderá. Com bom motivo esse Joás, quando cresceu, se
prontificou a reformar a casa do Senhor, pois ela tinha sido um refúgio para
ele. Agora estava a promessa feita a Davi limitada a uma só pessoa, mesmo assim
ela não falhou. Assim, ao filho de Davi, DEUS, de acordo com a sua promessa,
assegurará uma semente espiritual, que, embora às vezes reduzida a um pequeno
número, diminuída e aparentemente perdida, será perpetuada até o fim dos
tempos, às vezes escondida e não percebida, mas escondida no pavilhão de DEUS e
ilesa. Foi uma providência especial que Jeorão, embora um rei, um rei ímpio,
casasse sua filha com Joiada, um sacerdote, e um sacerdote piedoso. Alguns
talvez pensassem que fosse uma depreciação casar uma filha com um clérigo, mas
isso se mostrou um casamento feliz e a salvação da família real da ruína. Pois
a influência que Joiada tinha no templo deu a ela uma oportunidade de preservar
a criança, e a influência dela na família real deu a ele a oportunidade de
colocá-lo no trono. Veja a sabedoria e o cuidado da Providência e como ela
prepara para aquilo que planeja. E veja que bênçãos aqueles que casam seus
filhos com pessoas que são sábias e boas armazenam no estoque para suas
famílias.
2 Reis 12:1-3 - Joás Praticou o Bem Enquanto Joiada Viveu -
Comentário Bíblico - Matthew Henry (Exaustivo) AT e NT
O relato geral que aqui é dado de Joás é:
1. Que ele reinou quarenta anos. Como ele começou o seu reinado quando era
muito jovem, podia, na ordem natural das coisas, ter continuado muito mais,
pois ele foi morto quando tinha apenas quarenta e sete anos (v. 1).
2. Que ele fez aquilo que era reto enquanto Joiada viveu para instruí-lo (v.
2). Muitos jovens têm atingido uma posição elevada muito cedo — têm tido
riquezas, poder e liberdade, antes de saberem como usá-los — e isso tem trazido
más consequências para eles. Mas contra esse perigo Joás estava bem guardado ao
ter um guia tão bom como era Joiada, tão sábio, experiente e fiel a ele, e ao
ter tanta sabedoria a ponto de se deixar guiar e instruir mesmo depois de
crescido. Note: É um grande favor para os jovens, e principalmente para os
jovens príncipes, e todos os jovens de influência, estarem sob boa direção, e
terem ao seu redor aqueles que os instruem a fazer o que for reto aos olhos do
Senhor. E então eles agem sabiamente e bem para si mesmos quando estiverem
dispostos a serem aconselhados e dirigidos por tais pessoas. O rapaz entregue a
si mesmo envergonha a sua mãe, mas um menino entregue a tal instrução pode
trazer honra e conforto para si mesmo.
3. Que os altos se não tiraram (v. 3). Em todo o país eles tinham altares para
sacrifício e incenso, apenas em honra ao DEUS de Israel, mas em competição com,
e pelo menos em implícito desprezo pelo, seu altar em Jerusalém. Talvez esses
altares particulares tivessem sido mais usados nos maus reinados posteriores do
que nos antigos, porque não era seguro subir a Jerusalém, nem era realizado o
serviço do templo como devia ter sido. E pode ser que Joiada fosse conivente
com eles porque algumas pessoas bem intencionadas estivessem satisfeitas com
eles quando não podiam ter algo melhor, e ele esperava que a reforma do templo,
e o fato de colocar as coisas em ordem ali, afastasse as pessoas gradualmente
de seus lugares altos e que eles decaíssem por si mesmos. Ou talvez nem o rei
nem o sacerdote tivessem zelo suficiente para levarem a sua reforma tão longe,
nem coragem e força suficientes para combaterem um costume tão inveterado.
2 Reis 12:4-5- Joás Foi Bastante Diligente na Reforma do Templo -
Comentário Bíblico - Matthew Henry (Exaustivo) AT e NT
Aqui nós temos um relato da reforma do templo no reinado de Joás.
I
Parece que fazia muito tempo que o templo não passava por uma reforma. Embora
Salomão o construísse muito resistente, com os melhores materiais e da melhor
forma, mesmo assim ele decaiu com o tempo, e havia fendas nele (v. 5), nos
telhados, ou nas paredes, no chão, no teto, nos revestimentos de madeira, ou
nas janelas, ou nas divisões dos pátios. Até os próprios templos se desgastam
com o uso. Mas o templo celestial jamais envelhecerá. Mas não foram apenas os
dentes do tempo que fizeram essas fendas, os filhos de Atalia tinham arruinado
a Casa de DEUS (2 Cr 24.7), e, por causa da inimizade com o culto do templo,
tinham danificado seus edifícios, e os sacerdotes não tinham tomado o cuidado
de consertar as brechas a tempo, de maneira que ficaram pior. Indignos foram
aqueles agricultores que tiveram essa vinha valiosa alugada para eles sob
termos tão fáceis e que não puderam manter o lagar de maneira devida e em um
estado que se pudesse arrendar, (Mt 21.33). Com razão, seu grande Senhor os
processou por esse desperdício permissivo, e por seus julgamentos, recuperou
locum vastatum — por dilapidação (como diz a lei), quando esse templo
negligenciado foi posto abaixo.
II
O próprio rei foi (como parece) o primeiro e o mais solícito homem que cuidou
da reforma do templo. Nós não lemos que os sacerdotes reclamaram dela ou que o
próprio Joiada esteve ativo nela, mas o rei foi zeloso no negócio:
1. Porque ele era rei, e DEUS espera e exige daqueles que têm o poder que o
usem para a manutenção e suporte da religião, o socorro de injustiças e a
restauração da deterioração, para o estímulo e o emprego de ministros para
fazerem a sua parte e o povo a sua.
2. Porque o templo tinha sido seu berçário e seu santuário, quando ele era uma
criança, em cuja grata lembrança ele agora parecia zeloso pela honra dessa
Casa. Aqueles que têm experimentado o conforto e o benefício de assembleias
religiosas farão da vergonha delas o seu fardo (Zc 3.18), a manutenção delas a
sua preocupação e a prosperidade delas a sua principal alegria.
III
Foi ordenado aos sacerdotes que coletassem dinheiro para esses reparos, e que
cuidassem para que a obra fosse feita. O rei tinha de se preocupar com os
negócios de seu reino, e não podia inspecionar os trabalhos pessoalmente, mas
empregou os sacerdotes para que administrassem isso, as pessoas mais adequadas,
e as mais apropriadas, pensaria alguém, para se envolverem com o projeto.
1. Ele lhes deu ordens para a coleta do dinheiro das coisas dedicadas. Eles não
deviam parar até que ele fosse depositado, ao contrário, eles deviam pedir por
ele onde sabiam que fosse conveniente, em seus respectivos distritos, como
dinheiro de resgate (por virtude da lei, Êxodo 30.12), ou como dinheiro de
avaliação (por virtude da lei, Levítico 27.2,3), ou como uma oferta voluntária
(v. 4). Isso eles deviam juntar, cada homem de seu conhecido, e se supõe que
não houvesse homem que não tivesse conhecimento com um ou outro dos sacerdotes.
Note: Nós devemos aproveitar a oportunidade que DEUS nos dá de estimular
aqueles com quem temos alguma familiaridade para aquilo que é bom.
2. Ele lhes ordenou que empregassem o dinheiro que tinham arrecadado no reparo
das fendas da casa (v. 5).
2 Reis 12:17-21 - Joás Morreu de Forma Inglória Depois de um Acordo
Desprezível com Hazael - Comentário Bíblico - Matthew Henry (Exaustivo) AT e NT
JOIADA MORREU.
Quando Joás se apartou de DEUS e se tornou tanto um idólatra quanto um
perseguidor, a mão do Senhor se voltou contra ele e o seu último estado foi
pior do que o primeiro.
I
Sua prosperidade e honra tornaram-se presa fácil para seus vizinhos. Quando
Hazael afligiu Israel (10.32), ameaçou da mesma forma a Judá e Jerusalém, tomou
Gate, uma cidade forte (v. 17) e dali quis marchar com suas forças contra
Jerusalém, a cidade real, a cidade santa, mas cuja defesa, por conta da sua
pecaminosidade, tinha se afastado dela. Joás não tinha nem ânimo nem força para
resistir a ele, ao contrário, lhe deu todas as coisas consagradas, e todo o
ouro que foi encontrado tanto em seu tesouro público quanto nos tesouros do
templo (v. 18), para suborná-lo para que marchasse por outro caminho. Se foi
legítimo fazer isso para a segurança pública, melhor que aconteça com o tesouro
do templo do que expor o próprio templo. Mas:
1. Se ele não tivesse abandonado a DEUS, e perdido a sua proteção, seus
negócios não teriam sido levados a esse extremo, e ele podia ter forçado Hazael
a se retirar.
2. Ele se diminuiu e se fez muito baixo, perdeu a honra de um príncipe e de um
soldado, e também de um israelita, ao entregar as coisas dedicadas.
3. Ele se empobreceu e a seu reino. E:
4. Ele tentou Hazael a voltar, quando ele pôde levar para casa um despojo tão
rico sem desferir um golpe. E isso teve esse efeito, pois no ano seguinte o
exército da Síria subiu contra Jerusalém, destruiu os príncipes e saqueou a
cidade (2 Cr 24.23,24).
5. DEVERIA TER CONFIADO EM DEUS COMO FEZ EZEQUIAS E DEUS MATOU 185
MIL SOLDADOS ASSÍRIOS.
II
Sua vida se tornou uma presa fácil de seus próprios servos. Eles conspiraram
contra ele e o mataram (vv. 20,21), não com o objetivo de lhe tomar o reino,
pois eles não se opuseram a que seu filho lhe sucedesse, mas para vingar algum
crime que ele tinha cometido. E nós somos informados em Crônicas que o motivo
foi o de ele assassinar o profeta, filho de Joiada, Zacarias. Nisso, por mais
injustos que eles foram (a vingança não era deles, nem cabia a eles retribuir),
DEUS foi justo. E essa não foi a única vez em que Ele deixou até reis saberem
que era um risco para eles tocar em seus ungidos e fazer mal aos seus profetas,
e que, quando Ele vier para cobrar o sangue derramado, cobrará muito caro pelo
sangue dos profetas. Assim caiu Joás, que começou no espírito e terminou na
carne. DEUS geralmente estabelece limites de seu desprazer sobre os apóstatas,
até nesta vida. Pois eles, entre todos os pecadores, mais afrontam o Senhor.
Joás reina em Judá (11.1—12.21) - Comentário - NVI (F.F. Bruce)
11.1. Atalia, mãe de Acazias foi motivada não somente por ira maternal,
mas também por oportunismo político. Ela quase conseguiu exterminar a
linhagem de Davi e, alienada dos parceiros do Norte, não se intimidou com
a prometida estabilidade da dinastia de Judá (cf. o uso mais brando da
vitória por parte de Jeoás em 14.13). v. 2. Jeoseba (provavelmente filha do rei
Jeorão com outra esposa) tinha sobrevivido a uma calamidade (2Cr
22.1) e agora assumiu o risco de desafiar a violenta rainha-mãe. Ela
pegou Joás e o escondeu no templo do Senhor (v. 3). Segundo
Crônicas 22.11 diz que ela era mulher de Joiada e assim viveu com o seu
protegido, sem suspeitas, no templo. Atalia governava o país
com impotência furiosa; abriu mão de gerar filhos e não tinha ninguém
da linhagem de Acabe para importar de Israel, visto que Jeú
matara todos. v. 4. No sétimo ano\ quando Joiada concluiu que era a época
certa, o rei escondido foi trazido a público, cários (mercenários
da Cilicia): Joiada fez com eles um acordo [...] com juramento, e
eles viram o filho do rei. O tempo escolhido foi o sábado (v. 5) quando
a escala das três companhias dos guardas faria que todos estivessem
disponíveis e que todos pudessem se deslocar para as suas posições de
defesa sem serem notados. Era também uma época (possivelmente de festa) em
que todo o povo (v. 14; outras versões acrescentam “da terra” que está no
heb.) estava presente — os proprietários de terras do interior que
perfaziam a “maioria silenciosa” de javistas nominais, v. 10. as lanças e os
escudos que haviam pertencido ao rei Davi pode ser uma referência ao
ritual de 1Rs 14.28. Espectadores iriam esperar que uma visita do rei
do palácio ao templo seguisse esses preparativos.
Os guardas [...] posicionaram-se [...] desde o lado sul até o lado norte do
templo (v. 11), em um semicírculo, para que fosse seguro Joiada trazer a
público o filho do rei (v. 12). A coroação é relatada em detalhes. Depois
de colocarem nele a coroa (nezer, da raiz “separar”, i.e., o símbolo da
consagração para o serviço de DEUS e do povo) e lhe darem uma cópia
da aliança (obrigando o novo rei a se submeter à aliança nacional no
espírito de Dt 17.18), eles o proclamaram rei, ungindo-o, e o
povo aplaudia e gritava: “Viva o rei!”. O novo rei estava em pé,
junto à coluna (uma das colunas dinásticas de Jaquim e Boaz na entrada do templo;
v. comentário de lRs 7.21), conforme o costume (v. 14). Atalia percebeu
tarde demais o que estava acontecendo e caminhou para a sua morte. v.
17. Então Joiada fez uma aliança (o termo heb. “a aliança” sugere que isso
também fazia parte do costume; cf 1Sm 12.14): entre o Senhor, o rei e o
povo e também entre o rei e o povo. Assim, o governo tirânico sob
Atalia foi substituído pelo conceito hebreu tradicional do “rei submisso a
Javé”. v. 18. O templo de Baal foi derrubado, e Matã, o sacerdote
de Baal, morto, o que ocorreu mais (infelizmente) em virtude de um acesso
de frenesi nacionalista de destruir símbolos da tirania odiada do que de
repúdio genuíno à adoração à natureza (v. comentário de 12.3). Mesmo assim,
o banho de sangue foi apenas simbólico, comparado com o massacre que
ocorreu no Norte (que também foi superficial). O novo rei então foi
conduzido ao palácio e ocupou seu lugar no trono real (v. 19), o ato final da
cerimônia (cf. lRs 1.46). v. 20. todo o povo se alegrou porque os seus
antigos direitos haviam sido restaurados. Tinham sido dias de grandes
riscos, mas a cidade acalmou-se.
Os defensores do antigo regime palaciano perceberam que
tinham sido vencidos. 12.2. Joás fez o que o Senhor aprova durante
todos os anos em que o sacerdote Joiada o orientou (2Cr 24.17-25 conta a
triste história do declínio depois que essa influência piedosa cessou), v.
3. altares idólatras (v. comentário de lRs 3.2): várias versões
trazem aqui “lugares altos” (BJ); ou “altos” (ARA). Esses “lugares
altos” não eram considerados ilegais nessa época, mas eram constantes
armadilhas. Era fácil demais escorregar para os rituais da natureza e da
fertilidade que os cananeus haviam praticado durante séculos nesses santuários.
As reformas no templo nem sempre se traduziam em monoteísmo ético nos
santuários espalhados pelo país.
O templo é restaurado (12.4-16)
Joás se aproveitou da lentidão dos sacerdotes e assumiu as finanças do templo.
Em primeiro lugar, instruiu os sacerdotes a que fizessem a reforma do
templo (v. 5) com o dinheiro que era trazido de votos pessoais e o que foi
trazido voluntariamente ao templo (v. 4); isso mostra a variedade das
origens. A RSV segue uma emenda textual: “de quem cada homem é
cobrado”, o que sugere uma organização mais formal. Se as contribuições
eram feitas em dinheiro, em vez de em espécie, era necessário concordar no
valor. O TM traz simplesmente “o dinheiro que é trazido...”), v. 5. Cada
sacerdote recolha a prata de um dos tesoureiros-. Gray sugere “cada um de
seu exator/cobrador” para corresponder à emenda anterior e evitar qualquer
restrição em relação à família ou conhecido. No entanto, no vigésimo
terceiro ano eles ainda não tinham feito as reformas (v. 6), e Joás
assumiu o controle da situação, v. 8. Os sacerdotes concordaram em
não mais receberem o dinheiro e não serem mais os encarregados dessas
reformas, v. 9. Foi feita então uma caixa para receber o dinheiro, e o
secretário real e o sumo sacerdote vinham e pesavam a prata, um exemplo
antigo de segurança burocrática que era executada pelos honestos trabalhadores,
de quem não se exigia prestação de contas [...] pois agiam com honestidade,
uma virtude simples que lhes deu uma reputação permanente, embora não expressa.
Os sacerdotes não tinham permissão para usar o dinheiro na confecção
de utensílios de ouro ou prata (v. 13), o que poderia proporcionar um meio
para fraudes, mas mantiveram o direito sobre o dinheiro das ofertas
pela culpa e das ofertas pelo pecado (v. 16; cf. Lv 5.16; ofertas agora
em dinheiro, e não em espécie). A história não contribui para a boa
reputação dos sacerdotes, embora o rei talvez não tenha sido totalmente franco
na sua reação.
O período das reformas (24.1-14) - Comentário - NVI (F.F. Bruce)
A história do reinado segue a sua fonte em 2Rs 12 em termos gerais, mas com
uma série de variações significativas que sugerem fontes adicionais. A
mais importante delas está relacionada à apostasia do rei depois da morte
de Joiada, que não é mencionada em Reis, a profecia de Zacarias e o
relato da guerra contra a Síria e a morte do rei. O cronista afirma
que Joás fez o que o Senhor aprova enquanto viveu o sacerdote Joiada (v. 2),
enquanto 2Rs 12.2 afirma que ele fez o que era certo durante todo o seu
reinado em consequência da base sólida na verdadeira fé que Joiada havia
provido.
O relato da restauração do templo (v. 4-14) segue a narrativa de 2Rs 12.9-16
nos aspectos principais, mas com variações suficientes para sugerir que o
cronista estava usando mais uma fonte. O apelo por fundos para
restaurar o templo ocasionado pela negligência de Atalia e de sua corja
(v. 7) foi colocado como fundamento para o imposto determinado por
Moisés (Ex 30.12-16; 38.25-28) para a tenda da arca da aliança (v.
6). Esse ponto não é citado no relato de Reis, que também não menciona
a lentidão dos primeiros cobradores de impostos. A resposta à situação foi
uma proclamação transformando o que parece ter sido um imposto
semivoluntário em um tributo obrigatório (v. 9). Isso deu o resultado
esperado, e o povo trouxe as suas contribuições ao templo, colocando-as na
caixa preparada para esse fim. E interessante observar que o
cronista mudou a caixa de “ao lado do altar” (2Rs 12.9) para o “lado
de fora, à entrada do templo”, sem dúvida para adequar a história aos
regulamentos mais rigorosos do seu tempo. A cada dia, quando a caixa
estava cheia, era esvaziada. As contribuições foram suficientes para
cobrir todas as despesas da obra de restauração, e ainda houve uma
sobra (não mencionada em Reis) usada para os utensílios (v. 14).
b) A apostasia e a queda de Joás (24.15-27)
A situação ideal apresentada no v. 14 terminou com a morte de Joiada na idade
avançada de cento e trinta anos (v. 15), supostamente um número simbólico
indicando o favor de DEUS. O povo também o honrou e o sepultou com os
reis na Cidade de Davi, em atenção ao bem que havia feito em Israel (mais
uma vez usado aqui para se referir a Judá, o verdadeiro Israel).
Sob instigação dos líderes de Judá (v. 17), há uma volta no tempo e um retorno
à adoração às divindades fenícias que haviam sido tão proeminentes durante
o domínio de Ata-lia. Esses oficiais da corte provavelmente fizeram parte
do antigo regime, e é digno de observação que as tendências para a paganização
do judaísmo geralmente se originavam na corte, e não entre o “povo da
terra”, que parece prover uma força de equilíbrio e uma influência
conservadora. O resultado dessa apostasia é a ira de DEUS (v. 18); isso é
na essência a expressão do princípio divino da retribuição.
O rei continua no seu caminho mau, apesar do fato de DEUS ter enviado profetas
ao povo (v. 19) culminando com o oráculo de Zacarias filho do sacerdote
Joiada (v. 20). Sobre a observação significativa o ESPÍRITO de DEUS
apoderou-se de Zacarias, v. comentário de lCr 12.18. O princípio das
palavras Já que abandonaram o Senhor, ele os abandonará (v. 20)
reaparece no NT (Rm 1.28). Em vez de receber atenção e respeito, Zacarias
é morto por ordem expressa do rei (v. 21). A natureza abominável desse ato é
intensificada em vista da bondade de Joiada para com Joás. O termo
“bondoso” usado aqui não é suficientemente forte para traduzir hesed\ ele
significa um elo forte de lealdade, é a palavra usada para expressar
o “amor da aliança” de Javé pelo seu povo. O assassinato de Joiada dentro
do templo é provavelmente o incidente a que faz alusão Lc 11.51 e Mt
23.35.
A queda de Joás não demorou e ocorreu em consequência da guerra contra os
arameus (v. 23-26). Há diferenças marcantes entre esse relato e
2Reis, e é certo que o cronista está usando uma outra fonte aqui — talvez
as anotações (mieirãs) dos livros dos reis (v. 27). O exército sírio
atacou na virada do ano (v. 23), i.e., na primavera, e com poucos homens
derrotou o exército muito maior de Judá (v. 24). A derrota foi um
resultado direto da desobediência do povo. Os principais pontos de contraste
com o relato de Reis são a investida contra Jerusalém e o fato de o rei
ter sido ferido (v. 25). O próprio Joás se torna vítima de uma conspiração
e é assassinado por dois estrangeiros. A sua morte é retratada como resultado
direto da culpa pela morte de Zacarias.
A história do reinado de Joás, mostrando “como um bom rei, dirigido
sabiamente, pode cair tão facilmente sob a má influência e se tornar
apóstata” (P. R. Ackroyd), é um bom exemplo do propósito do cronista
em usar a história para evidenciar as suas lições espirituais e
morais.
Atalia, de Judá (11:1-21; II Crôn. 22:10-12) - COMENTÁRIO
MESQUITA ( AT )
Atalia era filha de Acabe com Jezabel e herdou todas as boas e más qualidades
dos pais. Em 8:26 ela é dada como filha de Onri que foi o fundador da dinastia
de Acabe. Casou-se com Jeorão de Judá, e do casamento nasceu Acazias que foi
morto por Jeú. Pela morte do filho ela se vingou matando todos de descendência
real, menos o menino Joás que foi furtado por Jeoseba, mulher do sacerdote
Jeoiada, que o escondeu no templo até a idade de sete anos. Desta forma usurpou
o trono que pertencia a outros filhos. Acredita-se que a mãe de Joás seria uma
esposa de menor influência na corte, de maneira que, na confusão de
"salve-se quem puder", não teria sido difícil esconder um menor. Ali
ficou com sua ama, até o momento de ser proclamado rei. Não havendo sucessor a
Acazias, morto, estava o trono assegurado à filha de Acabe. Uma história destas
só é possível num harém, onde há filhos de diversas mulheres.
A história da coroação de Joás é nos dada completamente em II Crônicas 23:1-15.
Parecia que tudo estava calmo, mas por baixo do monturo da política de Atalia
minava a influência dos sacerdotes e levitas, que não podiam concordar com uma
mulher de origem estrangeira no trono de Judá. Quando o menino atingiu sete
anos, Jeoiada entrou em aliança com os capitães do templo, que foram
comissionados a percorrer Judá e confabular com os levitas de todas as cidades,
para virem a Jerusalém (II Crôn. 23:2). Jeoiada mostrou-se um articulador de
primeira plana e o seu plano deu certo. Dividiu as forças do templo em três
contingentes; uma terça parte que entrava no templo no sábado ficaria de guarda
ao rei e quem se aproximasse seria morto; outro terço das forças ficaria no
portão Sur; e a outra terça parte, por detrás da guarda. Os dois grupos que
eram rendidos no sábado permaneceriam de guarda do rei futuro. Tudo disposto
assim, contavam com a cobertura dos caritas, que eram os guardas do palácio
real, soldados mercenários que vendiam o seu braço a quem melhor pagasse (v.
4). Era uma conspiração completa e nada ficou faltando. Nesta conspiração
parece não estarem incluídas as forças levíticas de II Crônicas 23:8, que eram
de emergência. Tudo pronto, trouxeram o menino-rei para fora e o puseram no
meio da multidão, com a coroa na cabeça, o livro do Testamento (Deut.
17:18-20), o Pentateuco, e Jeoiada o ungiu e todos gritaram: Viva o rei! A
nossa ignorância da situação do templo e do palácio real leva-nos a sentir
certas dificuldades para conhecermos bem os detalhes da conspiração; mas isso
também não é de suma importância. Crônicas concorda literalmente com II Reis
11:13 (II Crôn. 23:12). Atalia, quando ouviu o barulho das cornetas, as palmas
do povo, veio para onde estava a multidão, na Casa do Senhor. Olhou e eis que o
menino rei estava de coroa na cabeça, junto à coluna, segundo o costume, e os
capitães e os trombetas junto do rei, e o povo gritando. Ela rasgou os vestidos
e clamou: Traição! Traição! O sacerdote Jeoiada mandou que a retirassem dali e
não a matassem no templo; mas se alguém a seguisse fosse logo morto. Lançaram
mão dela e a levaram pelo caminho dos cavalos e dali à casa real, onde a
mataram. A casa do rei ficava contígua ao templo, mas nem mesmo a descrição
dada por Salomão nos ajuda muito a entender a posição da casa junto ao templo.
Estava liquidada mais uma etapa na conturbada história de Judá.
Joás, de Judá (11:21-12:21; Il Crôn. 24:1-7) - COMENTÁRIO
MESQUITA ( AT )
Temos então um rei de sete anos. Os textos de Reis e Crônicas nos revelam que o
povo estava sofrendo em silêncio, à espera de uma oportunidade de se livrar de
um governo usurpador. Atalia não tinha direito ao trono, pois não descendia de
rei de Judá, e a sua investida ao poder, que parece foi aceita sem maiores
conseqüências, era apenas uma amostra de que o povo sem armas é fraco por algum
tempo. Com Joás não se dava isso, pois era filho de rei. Agora, tão jovem, sem
experiência de governo, sem qualquer iniciação de vida, teve em Jeoiada um
admirável conselheiro e adjutor. O futuro se encarregou de mostrar que foi o
homem para o lugar, pois foi um dos melhores reis de Israel e um dos que
reinaram por mais tempo.
Os textos nos falam em diversos lugares do pulo da terra. Para alguns, eram
apenas os peões, os lavradores, uma espécie de gente sem lei e sem rei; para
outros, eram o povo comum das cidades, o povo que sustentava o culto, mas não
tinha qualquer parte na direção dos negócios públicos; nem por isso, porém,
estava desinteressado dos assuntos da sua terra. No incidente que estamos
estudando, o povo da terra tomou parte ativa e inteligente em todos os lances
que terminaram na morte de Atalia. Diversos profetas usam esta mesma frase ao
se referirem ao povo comum. Nós o classificamos como o povo que pagava
impostos, mas não tinha parte nos negócios, que eram assuntos dos líderes
políticos e religiosos. Não havia eleições nem assembleias regulares, a que
comparecessem e dessem opinião, embora não estivessem desinteressados dos
assuntos do seu governo.
Joás, como já se disse, tinha sete anos quando começou a reinar. Jeú estava no
seu sétimo ano de revolução do Reino do Norte, e nos parece que a situação
estável desse reino influiu muito nos destinos do reinado de Joás. Durante os
reinados anteriores, o templo caiu em decadência, pelo que nos sugerem os
textos sagrados. Naturalmente, com um governo ateu no poder, não haveria
estímulo nem meios de manter o culto de Jeová. Foi, pois, a primeira medida do
rei e seu coadjutor reformar o templo. A norma era: todo dinheiro da taxa
pessoal do resgate dos primogênitos, e todas as ofertas voluntárias seriam
destinados ao custeio das obras, de modo que o dinheiro do culto fosse poupado.
Aconteceu que, vinte e três anos depois, pouco ou nada haviam feito. Os
sacerdotes ainda não tinham realizado os reparos necessários (v. 6). O templo
levou sete anos para ser construído e durante vinte e três anos não fizeram
nenhum reparo. Isso indica que os mesmos sacerdotes ou comiam o dinheiro ou lhe
davam outro destino. O rei a este tempo, já com 30 anos, homem feito, não
concordou com a situação e chamou tanto Jeoiada como os demais sacerdotes às
falas.
Houve nova ordem para a reforma. Os sacerdotes foram proibidos de receber o
dinheiro do povo sob qualquer pretexto, e o sacerdote Jeoiada fez uma caixa com
um buraco na tampa, para que toda oferta aí fosse depositada. Ora, em pouco
tempo havia tanto dinheiro que bastava para fazer os reparos, o que vem mostrar
que os sacerdotes não estavam sendo honestos na sua mordomia. A partir dali,
havia uma escrita. O escrivão do rei, que nós chamaríamos Ministro da Fazenda,
com assistência do sumo sacerdote, pesava o dinheiro e ensacava-o, e dava nas
mãos dos que faziam a obra (v. 11,12). Esta gente era tão honesta que nem se
lhes pedia contas do dinheiro que recebiam (v. 13,14). O dinheiro referente a
ofertas pelo pecado era entregue aos sacerdotes para sua manutenção, pois era
dinheiro destinado especialmente ao culto. Tem sido levantada a ideia de que os
dízimos dos crentes devem ser destinados ao sustento do pastor; entretanto, se
isso fosse praticado entre nós, em muitos casos o pastor não teria o que comer,
e em outros ficaria muito rico. Vale dizer que o princípio muito louvável e bom
não tem aplicação nas igrejas cristãs.
Então subiu Hazael, rei da Síria, e pelejou contra Gate e a tomou (v. 17). Já
vimos que este pirata conquistou toda Gileade, até o Amom, e tinha tomado
muitas cidades no norte de Israel. Foi isso que Eliseu viu quando se encontrou
com ele em Damasco (8:11-12). Satisfeitas as suas ambições no norte, foi ao sul
e com a tomada de Gate ficava cortada a via do comércio de Judá, para o sul,
pois esta cidade tinha sido, desde tempos antigos, a porta de entrada na
Palestina, vindo do oeste. Joás era homem de paz e não quis meter-se em guerra.
Reuniu todo ouro que havia nos cofres, raspou tudo e mandou um presente a
Hazael. Com isso ele se retirou de Judá, ou mais propriamente de Jerusalém, que
era o alvo da sua cobiça. O texto de II Crônicas 24:25 diz que Joás foi deixado
muito doente, não se sabendo que doença seria, pois parece que não entrou na
guerra contra os sírios. Este ataque dos sírios estava em ordem porque Joás,
depois da morte de Jeoiada, se virou para os ídolos, e DEUS se retirou dele. A
sua doença e os ataques dos sírios foram a consequência do seu desvio. Para nós
parece incrível um rei que por tantos anos foi fiel a DEUS, logo que morre o
seu conselheiro, cai no mundanismo da idolatria. II Crônicas 24:17 e 18 é muito
significativo! Vieram os príncipes de Judá e pediram-lhe que se voltasse para
os !dolos. Então Joás os ouviu, e esta foi a sua desgraça. Por esta sua culpa
veio grande ira sobre Judá e Jerusalém (II Crôn. 24:18). O escritor de II
Crônicas dá-nos muitas e úteis informações que Reis omite; todavia estamos
estudando Reis e só em casos especiais nos voltamos para Crônicas, que merecerá
um estudo à parte.
A derrota com os siros, a doença que não sabemos o que fosse, e o abandono de
DEUS, deram fim a Joás, que começou tão bem e terminou tão mal. Aprenda-se a
lição. Foi morto por seus próprios serviçais, na ambição de um deles ganhar o
poder, como ganhou. Amazias, seu filho, subiu ao poder, na conjura dos
serviçais do palácio. Julgam alguns comentaristas que os conspiradores foram os
mesmos que o elevaram ao trono (veja II Crôn. 24:17,18), movidos pelo desgosto
de o verem, depois de tantos anos, voltado para os !dolos. Não há segurança
nesta posição. Uma coisa é certa: o fim foi trágico por causa do seu desvio da
religião de Jeová.
Joás Começa a Reinar (24:1-27; II Reis 12:1-16) - COMENTÁRIO MESQUITA
( AT )
Não sabemos quantos anos passaram até Joás tomar mesmo as rédeas do governo,
mas admitimos uns 18 a 20 anos. Se assim foi, então a menoridade do rei durou
11 a 13 anos, quando a nação soube como era bom servir ao Senhor. Daí em diante
não temos muitas notícias sobre as atividades de Jeoiada, senão que ia ficando
velho (v. 15). Admitimos que todo este tempo tivesse constituído um capítulo
feliz da vida do povo judaísta. O cronista não se demorou em descrever
detalhes, apenas os lances fundamentais lhe interessavam, pois, a sua meta era
descrever os destinos dos israelitas e de seus reis.
Joás Inicia as Reformas do Templo (24:4-16)
Já homem feito e casado, com filhos e filhas (v. 3), decidiu consertar o
Templo, que estava abandonado desde os dias de Jeosafá. Censurou Jeoiada por
não ter tomado providências quanto ao imposto devido ao Templo (v. 6), e
ordenou aos levitas que saíssem pelas cidades de Judá e Benjamim, de maneira
que se fizesse como Moisés ordenara no deserto (v. 6). Tudo estava arruinado: a
casa do Senhor e os utensílios do Templo, sendo estes usados a serviço de Baal
(v. 7). Publicado o decreto, baseado na lei de Moisés (Êx. 30:11-16), fizeram
um cofre e o colocaram à entrada do Templo, onde se punha o imposto devido pelo
resgate e pelas expiações pelo pecado. Havia uma comissão real para apurar a
contribuição, tudo devidamente escriturado pelos escrivães do Templo e do rei
(v. 11), e assim fizeram, até se concluir a obra. Acabada a obra, verificou-se,
haver sobrado dinheiro, e então, com o resto, fizeram utensílios para a casa do
Senhor. Está aqui um bom modelo para os pastores seguirem na construção dos
templos para suas igrejas.
Jeoiada, pelo que entendemos, era o superintendente das obras, pois foi a ele
que prestaram contas, conforme o verso 14. Podemos dar largas à nossa
imaginação - um homem, que já não seria muito jovem quando da coroação de Joás,
com o encargo do Estado e da religião durante a interinidade do rei e mesmo
depois disso. Com cento e trinta anos morreu e foi sepultado no cemitério dos
reis de Judá, pois tinha feito bem a Israel (do Sul) e tinha sido fiel a seu
DEUS (v. 16).
Zacarias É Morto no Templo (24:17-22; Mat. 23:35; Luc. 11:51)
Morto Jeoiada, os nobres de Judá e Jerusalém vieram a Joás com bajulação e
propuseram uma volta ao triste passado. Voltaram a adorar os Ídolos, que tinham
infelicitado a nação. O texto é muito ambíguo, mas diz o bastante para
entendermos que o povo desejava a volta aos ídolos, e o rei o ouviu (v. 17).
Estes fatos não entendemos. Uma nação próspera e feliz, com o seu rei e o sumo
sacerdote à frente dos negócios do Templo e do Estado, e agora deseja voltar ao
baalismo. Este povo não tinha juízo. Assim, eles, abandonando a casa do Senhor
DEUS de seus pais, serviram aos aserins e aos ídolos (v. 18). Quando nós,
nestas humildes notas, profligamos o baalismo como uma desgraça nacional, não
fazemos nada demais, pois era a deserção não apenas da religião, mas do seu
DEUS. DEUS, paciente, mandou-lhes profetas (v. 19), e o ESPÍRITO de DEUS se
apoderou de Zacarias, filho de Jeoiada, o qual, de pé perante o povo, procurou
trazê-lo de volta ao bom senso. Todavia, rei e povo já estavam de mentes
pervertidas, e apedrejaram o profeta no Templo por mandado do rei, sendo morto
entre o Templo e o altar, na linguagem de JESUS (Mt. 23:35; Lc. 11:51). Joás
não se lembrou das beneficências de Jeoiada, pai de Zacarias, matando-lhe o
filho (v. 22). Antes de morrer Zacarias avisa que DEUS viu e tomará
providências.
A Colheita da Incredulidade (24:23-27; II Reis 12:17-20:21)
Antes de findar um ano, Hazael, rei da Síria, que já vinha de há muito fazendo
as suas incursões no norte, tomando o território de Ramote-Gileade, veio a
Jerusalém, mandado por DEUS, e destruiu, dentre o povo, todos os seus nobres e
príncipes, levando os seus bens para Damasco. O interessante é que poucos
soldados sírios vieram a Jerusalém, contra um poderoso exército judaísta; mas
quando DEUS está fora do jogo, não há exército válido. Joás ficou gravemente
ferido na luta, e os seus servos acabaram de liquidá-lo, por causa do sangue de
Zacarias e seus irmãos. Morto, foi sepultado, mas não nos sepulcros reais, pois
não merecia esta dignidade. Em seu lugar reinou Amazias, que tinha 25 anos de
idade. Foi assim que terminou a vida de um rei menino, posto no trono ainda
impúbere, gozando das beneficências de um grande sacerdote. Tudo isto ele
esqueceu logo, levado pelas influências palacianas. A tradição rabínica
considera a destruição de Jerusalém por Nabucodonozor como uma consequência da iniquidade
praticada contra um profeta que falava em nome de DEUS. Possivelmente, esta foi
uma das grandes causas da destruição, mas não a única. Uma coisa parece certa:
daí em diante a nação marcha aceleradamente para o seu fim. Se JESUS se referiu
especificamente ao crime da morte de Zacarias, quando houve tantos outros
crimes, é natural que fosse mesmo qualquer tragédia fora dos limites da maldade
humana. O silêncio do livro de Reis, sobre este crime, é tido como um ato de
misericórdia da parte do escritor sagrado.
SUBSÍDIOS DA Lição 9, O Reinado de Joás- Revista - 3º Trimestre de
2021
SÍNTESE DO TÓPICO I - Há momentos em que o perigo nos cerca sem que
o percebamos. São nessas horas que o Senhor intervém nos concedendo escape e
proteção.
SÍNTESE DO TÓPICO II - Aqueles que administram os bens destinados para a obra
de DEUS devem fazê-lo com dedicação, verdade e amor.
SÍNTESE DO TÓPICO III - A desobediência a DEUS e a confiança na força do
próprio braço nos levam a escolhas ruins que afetam o destino de nossas vidas.
INTERAGINDO COM O PROFESSOR
Enquanto Joás seguiu os passos do sumo-sacerdote Joiada, fez o que era reto
diante do Senhor. Eliminou o baalismo, renovou a Aliança e restaurou o culto a
Yahweh, reparou o Templo etc. Todavia, depois da morte do homem de DEUS, Joás
se deixou seduzir pelos príncipes do povo, e mergulhou na impiedade, injustiça
e idolatria. O castigo divino foi implacável! Seu reino foi invadido pela
Síria, seus próprios servos voltaram-se contra ele e o mataram. Converse com
seus alunos sobre o perigo de não se ter um caráter firme e depender da boa ou
má influência dos outros.
PONTO CENTRAL - Quando pecamos, nos afastamos de DEUS, tomamos decisões ruins e
perdemos tudo o que conquistamos.
SUBSÍDIO DIDÁTICO-PEDAGÓGICO TOP1
Um elemento importante para se conseguir e conservar a atenção é o envolvimento
pessoal dos alunos. Qualquer tempo gasto sem que o aluno esteja profundamente
envolvido na lição é tempo perdido. O que fazer para se obter esse interesse?
Primeiro precisamos conhecer bem as necessidades básicas de cada aluno, e os
problemas que aparecem em cada área da vida deles. O que os motiva? De que
gostam? Nós professores não temos obrigação de criar a atenção, mas de
captá-la, de tornar cativante até mesmo a situação mais desinteressante. Temos
que fazer o aluno envolver-se na lição.
SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO TOP2
“A religião de Baal, introduzida por Atalia, havia ocasionado uma séria
negligência em relação aos serviços e a adoração no Templo. A rainha, de fato,
era a responsável por uma considerável destruição do ambiente sagrado e de seus
objetos, e pelo confisco de ofertas destinadas a DEUS, que ela reverteu para a
causa de Baal (2 Cr 24.7).
Joás confia aos sacerdotes a tarefa de reparar o Templo (12.4-8). Os recursos
destinados aos sacerdotes e a manutenção do Templo normalmente provinham de
três origens: (a) o dinheiro daquele que passa (4), isto é, o dinheiro da
análise do censo (Êx 30.13); (b) o dinheiro de cada uma das pessoas, o dinheiro
da alma ou da redenção (cf. Nm 18.15,16); e, (c) o dinheiro que trouxer cada um
voluntariamente, as ofertas espontâneas. Os sacerdotes deveriam utilizar esses
recursos para reparar o Templo. O fato de terem deixado de fazer esses reparos
quando Joás já tinha chegado aos vinte e três anos não indica necessariamente
que houve uma apropriação indébita. Parece, antes, que os proventos esperados,
através das fontes naturais, não eram tão elevados quanto ao necessário, e que
os sacerdotes talvez não tivessem sido muito cuidadosos a respeito da
apropriação do dinheiro para seu uso pessoal, como deveriam ser. ‘Conhecidos’
(5,7) significa ‘eleitores’ ou ‘apoiadores’” (Comentário Bíblico Beacon: Josué
a Ester. Rio de Janeiro: CPAD, 2005, pp.358,359).
CONHEÇA MAIS TOP2
“Sob a influência direta de Joiada, Joás foi um rei piedoso e humilde, muito
aplicado às coisas pertencentes a DEUS. Cedo em sua vida olhou para o estado do
templo de DEUS arruinado durante o ímpio reinado de Atalia e providenciou com
todo o ardor de sua juventude piedosa os reparos que deveriam ser feitos na
casa do Senhor. [...] O interesse que demonstrava nesse serviço, e o modo como
o executou, demonstram o quanto ele se inclinava para DEUS sob a liderança de
Joiada.” Para saber mais leia: Coleção Lições Bíblicas. Vol. 05. Rio de
Janeiro: CPAD, 2011, p. 432.
SUBSÍDIO HISTÓRICO TOP3
“As razões da conspiração contra Joás não foram explicadas nos livros dos Reis.
Podemos supor, com base em 2 Crônicas 24.15-22, que ele havia contrariado os
interesses da religião quando se voltou para o culto a Baal depois da morte do
sumo sacerdote. Ao ser condenado devido a esse ato por Zacarias, filho de
Joiada, ordenou que este fosse apedrejado. A expressão casa de Milo (20)
possivelmente seja uma referência a uma estrutura construída sobre uma
plataforma de terra batida, provavelmente localizada na região noroeste da
cidade de Davi. O local chamado Sila não pode ser identificado; talvez esta
seja uma referência a um bairro da cidade” (Comentário Bíblico Beacon: Josué a
Ester. Rio de Janeiro: CPAD, 2005, p.359).
PARA REFLETIR - A respeito de “O Reinado de Joás”, responda:
Por quanto tempo Joás ficou escondido? Por 6 anos.
Quem aconselhava Joás no início do seu reinado? O sacerdote Joiada.
O que a fidelidade ao Senhor produz? A fidelidade a DEUS enobrece a alma e traz
respeito para quem a prática.
Como se comportou Joás após a morte do sacerdote Joiada? Após a morte de
Joiada, Joás não conseguiu manter-se inteiramente fiel ao Senhor, passou a
adorar ídolos (2 Cr 24.18) e a confiar em suas próprias forças (2 Rs 12.17-18).
Qual foi a consequência da desobediência de Joás? Seu reino entrou em
decadência e ele acabou assassinado por dois de seus servos.
CONSULTE - Revista Ensinador Cristão - CPAD, nº 86, p. 40.
)))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))
Lição 11, O Reinado de Ezequias
Lições Bíblicas - 3º Trimestre de 2021 - CPAD - Para adultos
Tema: O Plano de DEUS para Israel em meio à Infidelidade da Nação,
As Correções e os Ensinamentos Divinos no Período dos Reis de Israel - Comentário:
Pr. Claiton Pommerening
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE - 2 Reis 18.1-3,13,28,29;
19.1,5-7,15,16,20,21
2 Reis 18
1 - E sucedeu que, no terceiro ano de Oseias, filho de Elá, rei de Israel,
começou a reinar Ezequias, filho de Acaz, rei de Judá. 2 - Tinha vinte e cinco
anos de idade quando começou a reinar e vinte e nove anos reinou em Jerusalém;
e era o nome de sua mãe Abi, filha de Zacarias. 3 - E fez o que era reto aos
olhos do SENHOR, conforme tudo o que fizera Davi, seu pai.
13 - Porém, no ano décimo quarto do rei Ezequias subiu Senaqueribe, rei da
Assíria, contra todas as cidades fortes de Judá e as tomou.
28 - Rabsaqué, pois, se pôs em pé, e clamou em alta voz em judaico, e falou, e
disse: Ouvi a palavra do grande rei, do rei da Assíria. 29 - Assim diz o rei:
Não vos engane Ezequias; porque não vos poderá livrar da sua mão;
2 Reis 19
1 - E aconteceu que Ezequias, tendo-o ouvido, rasgou as suas vestes, e se
cobriu de pano de saco, e entrou na Casa do SENHOR.
5 - E os servos do rei Ezequias vieram a Isaías. 6 - E Isaías lhes disse: Assim
direis a vosso senhor: Assim diz o SENHOR: Não temas as palavras que ouviste,
com as quais os servos do rei da Assíria me blasfemaram. 7 - Eis que meterei
nele um espírito e ele ouvirá um ruído e voltará para a sua terra; à espada o
farei cair na sua terra.
15 - E orou Ezequias perante o SENHOR e disse: Ó SENHOR, DEUS de Israel, que
habitas entre os querubins, tu mesmo, só tu és DEUS de todos os reinos da
terra; tu fizeste os céus e a terra. 16 - Inclina, SENHOR, o teu ouvido e ouve;
abre, SENHOR, os teus olhos e olha: e ouve as palavras de Senaqueribe, que ele
enviou para afrontar o DEUS vivo.
20 - Então, Isaías, filho de Amós, mandou dizer a Ezequias: Assim diz o SENHOR,
DEUS de Israel: O que me pediste acerca de Senaqueribe, rei da Assíria, eu o
ouvi. 21 - Esta é a palavra que o SENHOR falou dele: A virgem, a filha de Sião,
te despreza, de ti zomba; a filha de Jerusalém meneia a cabeça por detrás de
ti.
COMENTÁRIOS BEP - CPAD
2 Reis 18.5 NO SENHOR... CONFIOU. Trata-se do rei Ezequias. Depois
de relatar a queda de Samaria e do Reino do Norte, o escritor volta à história
de Judá (o Reino do Sul), partindo do reinado do bom rei Ezequias. Ele foi um
dos melhores reis de Judá, por causa da sua confiança em DEUS e sua dependência
dEle. Ezequias confiava plenamente no Senhor, guardava seus mandamentos (vv.
3-6) e exortava o povo a desviar-se do pecado e a voltar-se para DEUS (2 Cr
30.6-9). No começo do seu reino, reparou e purificou a casa do Senhor,
reintegrou os sacerdotes e levitas ao seu ministério, e restaurou a celebração
da festa da Páscoa (2 Cr 29.3; 30.5). Procurou, com todo empenho, destruir
todos os altares e altos idólatras em Judá (v. 4). Ver caps. 19,20; 2 Cr 29-32
e Is 36-39 para mais detalhes do reinado de Ezequias.
18.7 E SE REVOLTOU CONTRA O REI DA ASSÍRIA. Nesse período da história de Judá,
o Reino do Sul também caiu sob o domínio da Assíria, sendo-lhe exigido pagar um
tributo anual. Ezequias coligou-se a uma conspiração internacional contra a
Assíria e recusou-se a continuar pagando tributo. O resultado dessa tentativa
de independência está registrado em 18.13-19.37.
18.13 CIDADES FORTES DE JUDÁ E AS TOMOU. Em 701 a.C., o rei Senaqueribe da
Assíria, reagiu à rebelião de Judá, com a captura de muitas das suas cidades
importantes. Seus anais indicam que ele tomou quarenta e seis cidades muradas
de Judá. Ezequias, não vendo qualquer solução, caso continuasse a resistir,
submeteu-se a Senaqueribe, apresentou desculpas e esvaziou o tesouro nacional
de Judá, a fim de pagar a multa sobre o tributo, imposta pela Assíria (v.
14-16).
18.30 NEM TAMPOUCO VOS FAÇA EZEQUIAS CONFIAR NO SENHOR. Por alguma razão não
esclarecida, o rei Senaqueribe da Assíria voltou a invadir Judá, à frente de um
grande exército e sitiou Jerusalém (v. 17). Os generais assírios procuraram
intimidar Ezequias e toda Jerusalém, menosprezando o Senhor DEUS e zombando da
confiança que o povo tinha nEle. Essa blasfêmia contra DEUS resultou numa
intervenção do anjo do Senhor, na qual foram mortos 185.000 soldados do
exército de Senaqueribe, e Judá foi liberto (19.6-37; 2 Cr 32.21,22; Is
37.14-20,33-38).
2 Reis 19.1 EZEQUIAS... ENTROU NA CASA DO SENHOR. Ezequias tinha
grande confiança em DEUS (18.5). Enfrentando a ameaça dos assírios (18.17-37)
e, indignado com a zombaria do rei assírio contra o Senhor (18.30-35), buscou a
DEUS e rogou a Isaías que orasse por Jerusalém e pelo remanescente do povo de
DEUS (vv. 2-4).
19.15 E OROU EZEQUIAS. Ezequias tomou a carta atrevida de Senaqueribe, exigindo
a rendição de Jerusalém, abriu-a diante do Senhor e orou fervorosamente. Quando
as aflições atingirem nossa vida e as circunstâncias parecerem incontroláveis,
devemos fazer exatamente como Ezequias entrar na presença de DEUS, em oração
fervorosa e confiante. DEUS tem prometido que livrará os seus das mãos dos
inimigos e que não permitirá que aconteça nada fora da sua vontade (Mt
6.25-34). Permanecendo em DEUS, com fé e confiança, teremos sua paz como guarda
dos nossos corações e mentes (Fp 4.6,7).
19.19 ASSIM, SABERÃO TODOS... QUE SÓ TU ÉS O SENHOR DEUS. A oração de Ezequias,
para que prevaleça a glória de DEUS e que seus caminhos e propósitos na
história sejam conservados, manifesta o mais alto desejo de todos os que amam o
Senhor. Assim também Moisés (Êx 32.12; Nm 14.13-16; Dt 9.26-29) e Davi (Sl
59.13; 83.18) expressaram esse mesmo desejo nas suas orações. Nós, como
crentes, devemos nos identificar com DEUS, de tal maneira que nosso interesse
principal seja preservar a sua reputação e honra (cf. Jo 17.4-6). Nossa petição
principal deve ser: "Santificado seja o teu nome" (Mt 6.9).
19.35 O ANJO DO SENHOR. Esse livramento milagroso de Judá, dos assírios, é um
dos grandes casos de livramento, da história do AT, e é registrado nada menos
que três vezes nas Escrituras (vv. 35,36; 2 Cr 32.21,22; Is 37.36). O reino
mais poderoso da terra lutava contra a pequenina nação de Judá. Quando a
derrota parecia inevitável, DEUS interveio e livrou o seu povo. Na sua
misericórdia, DEUS manifestou a sua disposição de renovar o concerto e ser o
DEUS protetor de Judá, se o povo pusesse nEle a sua confiança.
RESUMO DA Lição 11, O Reinado de Ezequias
I – O JUSTO REINADO DE EZEQUIAS
1. Um rei reformista.
2. A purificação dos lugares sagrados.
3. A adoração nacional.
II – SENAQUERIBE INVADE JUDÁ
1. As ameaças de Senaqueribe.
2. O temor do rei Ezequias.
III – A ORAÇÃO DO REI E O LIVRAMENTO DO SENHOR
1. A oração confiante de Ezequias.
2. DEUS conforta o rei.
INTRODUÇÃO
O rei Ezequias Reparou e purificou a casa do Senhor, reintegrou os
sacerdotes e levitas ao seu ministério, e restaurou a celebração da festa da
Páscoa (2 Cr 29.3; 30.5). Procurou, com todo empenho destruir todos os
altares e altos idólatras em Judá. Foi um dos três melhores reis de Judá.
O rei Ezequias ora a DEUS e pede ajuda para derrotar os exércitos
Assírios comandados por Senaqueribe.
O rei Ezequias deixa a prudência e revela segredos para babilônios
que mais tarde voltarão e invadirão Judá e os levarão cativos para a Babilônia.
O rei Ezequias se humilha e pede mais tempo de vida a DEUS depois
de receber ultimato e declaração de morte.
O rei Ezequias só tem filho após receber decreto de morte por parte
de DEUS, através do profeta Isaías.
Seu filho começa a reinar com 12 anos, ou seja, nasceu 3 anos após
o rei Ezquias receber ordem de DEUS para ordenar sua casa. ele precisava de um
filho para continuar a linhagem de Davi.
Em sua humilhação diante de DEUS lhe foi concedido 15 anos de vida
a mais, após decreto de sua morte.
Quando o profeta tinha condenado Efraim por mentiras e fraude, ele
se conformou com isto, que Judá ainda “dominava com DEUS e com o SANTO estava
fiel” (Os 11.12). Foi uma visão melancólica a que o último capítulo nos deu das
desolações de Israel.
Mas esse capítulo nos mostra os negócios de Judá em uma boa
situação na mesma época, para que fique claro que DEUS não rejeitou
completamente a semente de Abraão (Rm 11.1).
Ezequias agora está no trono:
I. Reformando o seu reino (vv. 1-6).
II. Prosperando em todos os seus empreendimentos (vv. 7,8), e isso
ao mesmo tempo em que as dez tribos foram levadas cativas (vv. 9-12).
III. Mas invadido por Senaqueribe, o rei da Assíria (v. 13).
1. Seu país foi submetido a tributo (vv. 14-16).
2. Jerusalém foi cercada (v. 17).
3. DEUS foi blasfemado, ele mesmo ultrajado, e seu povo solicitado
a se revoltar, em um discurso virulento de Rabsaqué (vv. 18-37).
Mas como isso terminou bem, e quanto para a honra e o conforto de
nosso grande reformador (Rei Ezequias) nós encontramos no capítulo 19, a
seguir.
Nós lemos sobre a grande aflição de Jerusalém no capítulo 18, e a
deixamos sitiada, insultada, ameaçada, apavorada, e realmente pronta para ser
engolida pelo exército assírio. Mas neste capítulo, temos um registro de sua
gloriosa libertação, não pela espada ou pelo arco, mas pela oração e pela
profecia, e pela mão de um anjo.
I. Ezequias, com grande preocupação, enviou seus servos ao profeta
Isaías para pedir suas orações (vv. 1-5) e recebeu dele uma resposta de paz
(vv. 6,7).
II. Senaqueribe enviou uma carta a Ezequias para amedrontá-lo e
fazê-lo se render (vv. 8-13).
III. Ezequias, com uma solene oração, recomendou imediatamente o
seu caso a DEUS, o justo juiz, e lhe implorou ajuda (vv. 14-19).
IV. DEUS, por meio de Isaías, enviou-lhe uma mensagem muito
confortadora, assegurando-lhe da libertação (vv. 20-34).
V. O exército dos assírios foi liquidado por um anjo e Senaqueribe
foi assassinado por seus próprios filhos (vv. 35-37). E assim DEUS
glorificou-se e salvou o seu povo.
_____________________________________________________
Chizqiyah ou חזקיהו Chizqiyahuw também יחזקיה Y ̂echizqiyah ou יחזקיהו Y ̂echizqiyahuw
Ezequias = “Javé é a minha força”
décimo-segundo rei de Judá, filho de Acaz e Abia; um bom rei por ter servido a
Javé e ter eliminado as práticas idólatras
Comentário Bíblico - Matthew Henry (Exaustivo) AT e NT - 2 Reis 18
e 19
2 Reis 18:1-8
Ezequias Está no Trono e Prosperando em todos os seus Empreendimentos
Aqui nós temos um registro geral do reinado de Ezequias. Parece, comparando sua
idade com a de seu pai, que ele nasceu quando seu pai tinha onze ou doze anos
de idade, a divina Providência assim ordenando que ele pudesse estar em plena
idade, e apto para os negócios, quando a medida da iniquidade de seu pai
estivesse cheia. Aqui temos:
I
Sua grande piedade, que foi mais maravilhosa porque seu pai foi muito ímpio e
vil, um dos piores reis, mas ele foi um dos melhores, o que pode nos indicar
que o bem que houver em alguém não vem da natureza, mas da graça, da livre
graça, da graça soberana, a qual, contrária à natureza, enxerta na boa oliveira
aquela que era selvagem por natureza (Rm 11.24), e também aquela graça domina
as maiores dificuldades e desvantagens: Acaz, é provável, deu a seu filho tanto
uma má educação quanto um mau exemplo. Talvez Urias, seu sacerdote, fora seu
tutor. Seus servos e companheiros, podemos supor, eram devotados à idolatria. E
mesmo assim Ezequias se tornou notavelmente bom. Quando a graça de DEUS
trabalha, o que pode impedi-la?
1. Ele era um genuíno filho de Davi, que teve uns muito degenerados (v. 3): Ele
fez o que era reto aos olhos do Senhor, conforme tudo o que fizera Davi, seu
pai, com quem foi feita a aliança, e por essa razão ele deveria ter o benefício
dela. Nós temos lido de alguns deles que fizeram o que era reto, ainda que não
como Davi (14.3). Eles não amaram as ordenanças de DEUS, nem se apegaram a elas
como ele fez. Mas Ezequias foi um segundo Davi, teve tal amor pela palavra de
DEUS, e pela casa de DEUS, como Davi teve. Que nós não nos amedrontemos com um
receio da contínua decadência da virtude, como se, quando os tempos e os homens
forem maus, devem, necessariamente, ir de mal a pior. Isso não procede, pois,
depois de muitos reis maus, DEUS levantou um que era como o próprio Davi.
2. Ele foi um zeloso reformador do seu reino, e como nós encontramos em 2
Crônicas 29.3, ele começou cedo, começou a trabalhar assim que assumiu a coroa
e não perdeu tempo. Ele encontrou seu reino muito corrompido, e o povo, muito
supersticioso em todas as coisas. Eles tinham sempre sido assim, mas no último
reinado, tinham sido piores do que nunca. Pela influência dos pais iníquos
deles, um dilúvio de idolatria tinha se espalhado pela terra. Seu espírito
ficou agitado contra essa idolatria, podemos supor (como Paulo em Atenas),
enquanto seu pai viveu, e por essa razão, assim que teve o poder em suas mãos,
ele mesmo se pôs a abolir a idolatria (v. 4), embora, considerando como as
pessoas estavam unidas a ela, não pensasse que isso pudesse ser feito sem
oposição. (1) As imagens e os bosques eram evidentemente idolátricos e de
origem pagã. A esses ele quebrou e destruiu. Embora seu próprio pai os tivesse
estabelecido, e mostrado afeto por eles, ele ainda não os protegeria. Nós
jamais devemos desonrar a DEUS para honrar nossos pais terrenos. (2) Os lugares
altos, embora tivessem sido usados às vezes pelos profetas, em ocasiões
especiais, e tivessem sido até aqui tolerados pelos bons reis, eram, apesar
disso, uma afronta ao templo e uma transgressão da lei que exigia que adorassem
apenas nele, e, estando longe da inspeção dos sacerdotes, deram oportunidade
para a introdução de costumes idolátricos. Por essa razão, Ezequias, que fez da
palavra de DEUS a sua regra, e não seguiu o exemplo de seus predecessores, os
removeu, estipulou uma lei, que foi executada com vigor, para a remoção deles,
a demolição das capelas, dos tabernáculos e altares ali erigidos, e a supressão
do uso deles. E é provável que os terríveis castigos sob os quais o reino de Israel
agora estava por causa da sua idolatria, fizeram que Ezequias ficasse mais
zeloso e o povo mais propenso a concordar com ele. É bom quando os males de
nosso próximo são nossas advertências. (3) A serpente de bronze foi
originalmente uma instituição divina, mas, porque ela tinha servido de
incentivo à idolatria, ele a fez em pedaços. Os filhos de Israel a tinham
trazido com eles para Canaã. Não somos informados onde eles a colocaram, mas,
parece que ela foi cuidadosamente preservada como um memorial da bondade de
DEUS para com os seus pais no deserto e uma evidência tradicional da verdade
daquela história (Nm 21.9), para o encorajamento dos doentes para pedirem a
cura a DEUS, e dos pecadores arrependidos para lhe pedirem a misericórdia. Mas
ao longo do tempo, quando eles começaram a adorar a criatura mais do que o
Criador, aqueles que não adoravam imagens emprestadas aos pagãos, como faziam
alguns de seus vizinhos, foram levados pelo tentador a queimar incenso à
serpente de metal, porque ela fora feita por ordem do próprio DEUS e tinha sido
um instrumento do bem para eles. Mas Ezequias, em seu zelo piedoso pela honra
de DEUS, não apenas proibiu o povo de adorá-la, mas, para que não pudesse
jamais ser usada de forma abusiva novamente, ele mostrou ao povo que ela era
Neustã, nada mais do que um pedaço de bronze, e que por isso era uma coisa
inútil e perniciosa queimar incenso para ela. Então ele a fez em pedaços, isto
é, como expõe o bispo Patrick, a reduziu a pó, que ele espalhou no ar, para que
não sobrasse nenhum fragmento. Se alguém pensar que a justa honra da serpente
de metal foi aqui diminuída, eles a encontrarão profusamente compensada
novamente em João 3.14, onde nosso Salvador faz dela um tipo de si mesmo. É
melhor se desfazer de boas coisas, quando são idolatradas, do que mantê-las.
3. Com isso ele foi inigualável (v. 5). Nenhum de todos os reis de Judá foi
como ele, depois dele, nem antes dele. Ele foi notável em duas coisas em sua
reforma: — (1) Coragem e confiança em DEUS. Ao abolir a idolatria, havia o
perigo de descontentar seus súditos e provocá-los à rebelião. Mas no Senhor,
DEUS de Israel, confiou, para apoiá-lo em tudo que fez e salvá-lo do mal. Uma
firme confiança na plena suficiência de DEUS para nos proteger e recompensar
muito contribuirá para nos fazer sinceros, corajosos e vigorosos no caminho de
nosso dever, como Ezequias. Quando ele assumiu a coroa, encontrou o seu reino
rodeado de inimigos, mas ele não buscou o auxílio de estrangeiros por socorro,
como seu pai fez, mas confiou no DEUS de Israel para ser o guarda de Israel.
(2) A constância e a perseverança em seu dever. Por isso não houve ninguém como
ele, porque ele apegou-se ao Senhor com uma fixa resolução e nunca se apartou
de após Ele (v. 6). Alguns de seus predecessores que começaram bem caíram: mas
ele, como Calebe, perseverou em seguir o Senhor. Ele não apenas aboliu todos os
costumes idólatras, mas guardou os mandamentos de DEUS e em tudo teve
consciência de seu dever.
II
Sua grande prosperidade (vv. 7,8). Ele esteve com DEUS e então DEUS esteve com
ele, e, tendo a presença especial de DEUS com ele, para onde quer que saía, se
conduzia com prudência, e tinha maravilhoso sucesso em todos os seus
empreendimentos, em suas guerras, suas edificações, e principalmente em sua
reforma, pois aquele bom trabalho foi realizado com menos dificuldade do que
ele poderia ter esperado. Aqueles que fazem a obra de DEUS visando a glória
dele, e com confiança na força dele, podem esperar prosperar nela. Grande é a
verdade e prevalecerá. Encontrando-se bem-sucedido:
1. Ele tirou o jugo do rei da Assíria, a que seu pai tinha se submetido de
maneira vil. Isso é chamado de revolta contra o rei da Assíria, porque foi
assim que o rei da Assíria considerou. Mas foi na realidade uma reivindicação
dos justos direitos da sua coroa, a qual não estava no poder de Acaz alienar.
Se foi ousado fazer essa luta audaciosa tão cedo, eu não vejo, porém, como
pensam alguns, que foi injusto. Se ele tinha lançado fora a idolatria das
nações, poderia bem lançar fora o jugo da opressão delas. O caminho mais seguro
para a liberdade é servir a DEUS.
2. Ele fez um ataque vigoroso contra os filisteus, e os derrotou até Gaza,
tanto as aldeias do campo quanto as cidades fortificadas, desde a torre dos
atalaias até à cidade forte, reduzindo aqueles lugares de que eles tinham se
tornado senhores no tempo de seu pai (2 Cr 28.18). Quando ele tinha limpado as
corrupções que seu pai tinha introduzido, poderia esperar recuperar as
possessões que seu pai tinha perdido. Isaías profetizou a respeito de suas vitórias
sobre os filisteus (Is 14.28 ss).
2 Reis 18:9-16
As Dez Tribos Foram Levadas Cativas e seu País Submetido a Tributo
Comentário Bíblico Exaustivo - Antigo Testamento e Novo Testamento
- Matthew Henry - Obra Completa
O reino da Assíria agora tinha crescido consideravelmente, embora só tenha sido
mencionado no último reinado. Essas mudanças acontecem na história das nações e
das famílias: aqueles que foram desprezíveis se tornam formidáveis, e aqueles
que têm sido grandes homens e figuras, ao contrário, são derrubados. Aqui nós
temos um registro:
I
Do sucesso de Salmanasar, rei da Assíria, contra Israel, do cerco que levantou
contra Samaria (v. 9), tomando-a (v. 11), com a explicação do motivo pelo qual
DEUS trouxe esse julgamento sobre eles (v. 12): Porquanto não obedeceram à voz
do Senhor, seu DEUS. Isso foi relatado mais largamente no capítulo anterior,
mas aqui é repetido:
1. Como aquilo que moveu Ezequias e seu povo a remover a idolatria com muito
mais zelo, porque eles viram a ruína que ela trouxe a Israel. Quando a casa de
seus vizinhos estava em chamas, e a sua própria em perigo, era tempo de lançar
fora as coisas amaldiçoadas.
2. Como aquilo de que Ezequias muito se lamentou, mas não tinha força para
evitar. Embora as dez tribos tivessem se revoltado contra a casa de Davi e com
freqüência tivesse causado problemas para ela, não muito tempo antes no reinado
de seu pai, sendo Ezequias da semente de Israel, ele não poderia se alegrar com
suas calamidades.
3. Como aquilo que expôs Ezequias e seu reino ao rei da Assíria e lhe facilitou
muito mais invadir a terra. É dito aqui que as dez tribos não ouviram os
mandamentos de DEUS nem o fizeram (v. 12). Muitos que se contentam em dar
ouvidos a DEUS não lhe darão mais que isso (Ez 33.31), mas esses, estando
resolvidos a não cumprirem seu dever, não se importaram em ouvir.
II
Da tentativa de Senaqueribe, o rei seguinte da Assíria, contra Judá, na qual
ele foi encorajado pelo sucesso de seu predecessor contra Israel, com cujas
honras ele competia e cujas vitórias ele continuava. A investida que ele fez
contra Judá foi uma grande calamidade para aquele reino, pela qual DEUS testava
a fé de Ezequias e castigava o povo, que foi chamado de nação hipócrita (Is
10.6), porque eles não concordaram com a reforma de Ezequias, nem se desfizeram
de seus ídolos com boa vontade, mas os guardaram em seus corações, e talvez em
suas casas, embora seus lugares altos fossem removidos. Até os tempos de
reforma podem se mostrar tempos difíceis, causados por aqueles que se opõem a
ela, e então se coloca a culpa sobre os reformadores. Essa calamidade se
mostrará grande sobre Ezequias se nós considerarmos:
1. Quanto ele perdeu de seu país (v. 13). O rei da Assíria tomou todas ou a
maioria das cidades muradas de Judá, as cidades de fronteira e as guarnições, e
então é claro que todo o resto caiu em suas mãos. A confusão na qual o país foi
colocado por essa invasão é descrita pelo profeta (Is 10.28-32).
2. Como ele pagou caro pela sua paz. Ele viu a própria Jerusalém em perigo de
cair nas mãos dos inimigos, como acontecera com Samaria, e estava disposto a
comprar a sua segurança ao preço: (1) De uma desprezível submissão: “Pequei ao
negar o tributo de costume e estou pronto a fazer a reparação como for exigido”
(v. 14). Onde estava a coragem de Ezequias? Onde estava a sua confiança em
DEUS? Por que ele não se aconselhou com Isaías antes de enviar essa mensagem
humilhante? (2) De uma alta soma de dinheiro — trezentos talentos de prata e
trinta de ouro que não deviam ser pagos anualmente, mas como um resgate naquele
momento. Para levantar essa soma, ele não foi apenas forçado a esvaziar os
tesouros públicos (v. 15), mas a tomar as placas de ouro das portas do templo e
das ombreiras (v. 16). Embora o templo santificasse o ouro que ele tinha
dedicado, sendo urgente a necessidade, ele pensou que poderia ser tão audacioso
com isso como fora Davi (a quem ele tomava por padrão) com os pães da
proposição, e que não era nem ímpio nem imprudente dar uma parte para a preservação
do todo. Seu pai Acaz tinha pilhado o templo em desprezo por ele (2 Cr 28.24).
Ele tinha devolvido com juros o que seu pai tinha tomado. E agora, com toda a
devida reverência, ele apenas pediu permissão para emprestá-lo novamente em uma
necessidade e por um bem maior, resolvido a devolvê-lo completamente tão breve
lhe fosse possível fazê-lo.
2 Reis 18:17-37
O Discurso de Rabsaqué
Comentário Bíblico Exaustivo - Antigo Testamento e Novo Testamento
- Matthew Henry - Obra Completa
Aqui temos:
I
Jerusalém cercada pelo exército de Senaqueribe (v. 17). Ele enviou três de seus
grandes generais com um grande exército contra Jerusalém. É esse o grande rei,
o rei da Assíria? Não, jamais o chame assim. Ele é um homem vil, falso e
pérfido, e digno de se tornar infame para todas as eras. Que ele nunca seja
mencionado com honra, ele que pôde fazer coisa tão desonrosa como essa, de
tomar o dinheiro de Ezequias, o qual ele lhe entregou com a condição de que
retiraria seu exército, e então, em vez de abandonar o seu país conforme o
acordo, avança contra a sua cidade e não devolve o dinheiro. Aqueles cujo
princípio não é cumprir além daquilo que for de seu próprio interesse, são, de
fato, homens ímpios e, mesmo que até sejam grandes, nós os chamaremos de
ímpios. Agora Ezequias tinha muita razão em se arrepender de seu tratado com
Senaqueribe, o que o tinha tornado muito mais pobre e de forma alguma mais
seguro.
II
Ezequias, seus príncipes e povo, cercados por Rabsaqué, o principal orador dos
três generais, e alguém que tinha o gênio mais satírico. Sem dúvida que ele foi
instruído no que dizer por Senaqueribe, que pretendia com isso promover uma
nova disputa com Ezequias. Ele tinha prometido, após receber o dinheiro de
Ezequias, a retirar seu exército e, por essa razão, não poderia, por vergonha,
fazer imediatamente um ataque forçado a Jerusalém. Mas ele enviou Rabsaqué para
persuadir Ezequias a se render, e, se ele se recusasse, a recusa lhe serviria
de pretexto (e um pretexto muito pobre) para sitiar a cidade, e, se ela
resistisse, tomá-la de assalto. Rabsaqué teve o descaramento de desejar uma
audiência com o próprio rei ao pé do aqueduto da piscina superior, fora dos
muros. Mas Ezequias teve a prudência de recusar um tratado pessoal e enviou
três delegados (os principais ministros de Estado) para ouvirem o que ele tinha
para dizer, mas com uma ordem para que não respondessem àquele tolo segundo a
sua estultícia (v. 36), pois eles não poderiam convencê-lo, mas certamente o
provocariam, e Ezequias tinha aprendido de seu pai Davi a crer que DEUS o
ouviria quando ele, como surdo, não ouvia (Sl 38.13-15). Uma interrupção eles
lhe fizeram em seu discurso, que era apenas o desejo de que ele lhes falasse
agora em siríaco (aramaico), e eles considerariam o que ele disse e reportariam
ao rei, e, se eles não lhe dessem uma resposta satisfatória, então ele poderia
apelar ao povo, falando em judaico (v. 26). Esse era um pedido razoável e
aceitável ao costume de tratados, que os plenipotenciários devem decidir os negócios
entre eles mesmos antes de qualquer coisa se tornar pública. Mas Hilquias não
considerou com que homem irracional ele estava lidando, senão ele não teria
feito esse pedido, pois serviu apenas para exasperar Rabsaqué e o tornar mais
rude e mais violento (v. 27). Contra todas as regras da decência e da honra, em
vez de tratar com os delegados, ele ameaça a soldadesca, tenta persuadi-los a
desertar ou amotinar-se, ameaça, se eles resistirem, a reduzi-los ao último
extremo da fome, e então continua com seu discurso, cujo objetivo é persuadir
Ezequias, seus príncipes e povo, a entregarem a cidade.
Observe como, para isso:
1. Ele engrandece seu senhor, o rei da Assíria. Constantemente ele o chama de o
grande rei, o rei da Assíria (vv. 19,28). Que ídolo ele fez daquele príncipe do
qual ele era uma criatura! DEUS é o Grande Rei, mas Senaqueribe era aos seus
olhos um pequeno deus e os possuiria com a mesma veneração por ele que ele
tinha, e com isso os convencia com ameaça a lhe serem submissos. Mas para
aqueles que vêem pela fé o Rei dos reis em seu poder e glória, até o rei da
Assíria parece desprezível e pequeno. O que são os maiores homens quando eles
são comparados com DEUS ou quando DEUS contende com eles? (Sl 82.6,7).
2. Ele se esforça para fazê-los acreditar que será muita vantagem para eles se
renderem. Se resistirem, devem esperar não mais do que comer seu próprio
excremento, por causa da falta de provisões, as quais seriam completamente
cortadas deles pelos sitiadores. Mas se eles capitulassem, buscassem seu favor
com um presente e se atirassem à sua misericórdia, ele lhes daria um tratamento
muito bom (v. 31). Eu queria saber com que cara Rabsaqué pôde falar de fazer um
acordo com um presente quando o seu senhor tinha quebrado tão recentemente o
acordo que Ezequias fizera com ele dando um grande presente (v. 14). Podem
esperar confiança aqueles que têm sido tão grosseiramente pérfidos? Mas ad
populum phaleras — enfeite a corrente e o povo deixará você prendê-lo. Ele
pensava confortar a todos com a promessa de que se eles se rendessem sem
reservas, embora devessem esperar serem prisioneiros e cativos, isso ainda
seria bom para eles. É espantoso que ele pensasse conseguir alguma coisa com
sugestões grosseiras como essas, mas é isso que o diabo impõe aos pecadores
todo dia com suas tentações. Ele precisava persuadi-los: (1) De que o seu
aprisionamento lhes seria vantajoso, pois comeria cada um da sua vide (v. 31).
Embora a propriedade de seus bens fosse entregue aos conquistadores, eles
teriam a liberdade de desfrutar delas. Mas ele não explica agora para eles,
como faria depois, que isso devia ser compreendido justamente como, e apenas
durante o tempo em que, o conquistador quisesse. (2) Que o seu cativeiro
serviria muito mais para a vantagem deles: Até que eu venha e vos leve para uma
terra como a vossa. E em que aquilo seria melhor para eles, se eles não teriam
nada nela que pudessem chamar de seu?
3. Que o objetivo que ele tinha principalmente era o de convencê-los de que era
sem propósito para eles insistir: Que confiança é esta em que confias? Dessa
forma ele insulta Ezequias (v. 19). Ao povo ele diz (v. 29): “Não vos engane
Ezequias, levando-vos à própria ruína, pois não vos poderá livrar. Vós deveis
vos curvar ou quebrar”. Seria bom se pecadores se submetessem à força desse
argumento, ao fazerem a paz com DEUS — que é, por essa razão, nossa sabedoria
entregar-se a Ele, porque é vão contender com Ele: Somos nós mais fortes do que
ele? Ou o que conseguiremos colocando arbustos espinhosos e espinhos diante de
um fogo consumidor? Mas, Ezequias não estava tão sem ajuda e indefeso como
Rabsaqué o representava aqui. Ele supõe que Ezequias está confiando em três
coisas, e ele se esforça em mostrar a insuficiência delas: — (1) Seus próprios
preparativos militares: Tu dizes: Há conselho e poder para a guerra; e nós
sabemos que ele tinha mesmo (2 Cr 32.3). Mas isso Rabsaqué descarta com
desprezo: “Porém palavra de lábios é. Tu não estás à nossa altura” (v. 20). Com
a maior arrogância e desdém imaginável, ele o desafia a apresentar dois mil
homens de todo o seu povo que saibam como montar um cavalo, e, se Ezequias
puder, ele se propõe a lhe dar dois mil cavalos. Ele insinua falsamente que
Ezequias não tem nenhum soldado, ou nenhum que se encaixe no perfil de soldados
(v. 23). Assim, ele pensa em derrubá-lo com confiança e gracejo, e aposta
qualquer coisa que um capitão entre os menores dos servos de seu senhor é capaz
de desafiá-lo e a todas as suas forças. (2) Sua aliança com o Egito. Ele supõe
que Ezequias confia no Egito para conseguir carros e cavaleiros (v. 24), porque
o rei de Israel tinha feito isso e dessa confiança ele diz verdadeiramente que
ele é um bordão de cana quebrada (v. 21), ele não apenas falhará com um homem
quando ele se apoiar sobre ele e esperar que aguente o seu peso, mas
entrar-lhe-á pela mão e lha furará, e rasgará seus ombros, como adiante o
profeta ilustra essa semelhança, aplicando-a ao Egito (Ez 29.6,7). Assim é o
rei do Egito, diz ele. E, verdadeiramente, assim tinha sido o rei da Assíria
com Acaz, que confiou nele, mas ele o pôs em aperto e não o fortaleceu (2 Cr
28.20). Aqueles que confiam em qualquer braço de carne acabam vendo que ele não
é melhor do que uma cana quebrada. Mas DEUS é uma rocha firme. (3) Seu
interesse em DEUS e sua relação com Ele. De fato, essa era a confiança que
Ezequias tinha (v. 22). Ele se fortaleceu ao depender do poder e da promessa de
DEUS. Com isso ele se encorajou e a seu povo (v. 30): Certamente nos livrará o
Senhor, e novamente no versículo 32. Rabsaqué percebeu que esse era o seu
grande esteio, e por isso se esforçou mais para abalá-lo, como os inimigos de
Davi, que usaram todos os meios que tinham para desviá-lo da sua confiança em
DEUS (Sl 3.2; 11.1), e assim fizeram os inimigos de CRISTO (Mt 27.43). Três
coisas Rabsaqué sugeriu para desencorajar a confiança que eles tinham em DEUS,
e todas elas eram falsas: — [1] Que Ezequias tinha perdido a proteção de DEUS,
e se colocado fora dela, ao tirar os altos e altares (v. 22). Aqui ele mede o
DEUS de Israel pelos deuses dos pagãos, que gostavam de multidões de altares e
templos, e conclui que Ezequias ofendeu grandemente ao DEUS de Israel, ao
confinar seu povo a um altar: assim, um dos melhores feitos que ele realizou em
sua vida é mal interpretado como ímpio e profano, por alguém que não conhecia,
ou não queria conhecer, a lei do DEUS de Israel. Não devemos estranhar se algo
que é realmente bom e agradável a DEUS for representado por homens ignorantes e
maliciosos como algo mal e uma provocação a Ele. Se isso fosse sacrílego,
Ezequias seria então sempre sacrílego. [2] Que DEUS tinha ordenado a destruição
de Jerusalém nesse tempo (v. 25): Agora, pois, subi eu, porventura, sem o
Senhor? Isso é tudo brincadeira e encenação. Ele não pensava de jeito nenhum
que tivesse qualquer ordem de DEUS para fazer o que fez (por meio de quem ele a
teria recebido?), mas ele fingiu para se divertir e apavorar o povo que estava
em cima do muro. Se ele tinha qualquer pretexto para tudo o que disse, poderia
ser tirado da notícia que talvez ele tinha tido, pelos escritos dos profetas,
da mão de DEUS agindo na destruição das dez tribos, e ele pensou que tivesse
uma ordem tão boa para sitiar Jerusalém como para sitiar Samaria. Muitos que
têm lutado contra DEUS fingem ter recebido ordens dele. [3] Que se Jeová, o
DEUS de Israel, se encarregasse de protegê-los do rei da Assíria, Ele ainda não
seria capaz de fazê-lo. Com essa blasfêmia, ele concluiu o seu discurso (vv.
33-35), comparando o DEUS de Israel aos deuses das nações que ele tinha
conquistado, colocando-o no mesmo nível deles, e concluindo que, porque eles
não puderam defender e livrar seus adoradores, o DEUS de Israel não poderia
defender e livrar os seus. Veja aqui: primeiro, o seu orgulho. Quando ele
conquistava uma cidade, supunha ter subjugado seus deuses, e com isso atribuía
a si mesmo um valor muito alto. Sua elevada opinião sobre os ídolos fez com que
ele tivesse uma opinião elevada sobre si mesmo como muito acima da deles. Segundo
sua irreverência. O DEUS de Israel não era uma divindade local, mas o DEUS de
toda a terra, o único DEUS vivo e verdadeiro, o ancião de dias, e tinha frequentemente
se mostrado acima de todos os deuses. Mas ele não o considera mais do que os
pretensos e fictícios deuses de Hamate e Arpade, argumentando incorretamente
que os deuses (como alguns agora dizem dos sacerdotes) de todas as religiões
são a mesma coisa, e ele próprio está acima de todos eles. A tradição dos
judeus diz que Rabsaqué era um judeu apóstata, o que o fez tão hábil na língua
dos judeus. Se isso for verdade, sua ignorância do DEUS de Israel era menos
desculpável e sua inimizade menos estranha, pois que os apóstatas são
geralmente os inimigos mais amargos e maliciosos, como testemunha Juliano. Deve
ser reconhecido que uma grande quantidade de arte e manejo havia nesse discurso
de Rabsaqué, mas, também, uma grande quantidade de orgulho, malícia, falsidade
e blasfêmia. Um grão de sinceridade poderia substituir toda essa destreza e
retórica.
Finalmente, nós somos informados do que os enviados da parte de Ezequias
fizeram.
1. Eles permaneceram calmos, não por falta do que dizer, fosse a favor de DEUS
ou de Ezequias: Eles poderiam fácil e justamente repreendê-lo pela infidelidade
e quebra de confiança de seu senhor e ter lhe perguntado: Que religião te
encoraja a esperar que tal conduta prosperará? No mínimo, eles poderiam ter
dado aquela sóbria sugestão que Acabe deu diante de semelhantes exigências
insolentes de Ben-Hadade — Não se gabe quem se cinge como aquele que se
descinge. Mas o rei lhes tinha ordenado não responder, e eles observaram suas
instruções. Há tempo para manter silêncio e tempo para falar, e existem aqueles
para quem oferecer qualquer coisa religiosa ou racional é o mesmo que atirar
pérolas aos porcos. O que pode ser dito a um louco? É provável que o silêncio
deles fizesse que Rabsaqué ficasse mais orgulhoso e seguro, e assim o seu
coração foi elevado e endurecido para a sua destruição.
2. Eles rasgaram as suas vestes com ódio da sua blasfêmia e da aflição pela
condição angustiante e desprezada de Jerusalém, cuja vergonha era um peso para
eles.
3. Eles relataram fielmente o assunto ao rei, seu senhor, e lhe fizeram saber
as palavras de Rabsaqué, para que ele pudesse considerar o que devia ser feito,
que curso eles deveriam tomar e que resposta eles deveriam dar à intimação de
Rabsaqué.
2 Reis 19:1-7
Ezequias Enviou seus Servos ao Profeta Isaías para Pedir suas Orações
Comentário Bíblico Exaustivo - Antigo Testamento e Novo Testamento - Matthew
Henry - Obra Completa
Sendo as palavras do discurso de Rabsaqué trazidas a Ezequias, se esperaria (e
é provável que Rabsaqué tenha esperado) que ele convocasse um conselho de
guerra e debatesse se era melhor capitular ou não. Antes do sítio, ele teve
conselho com seus príncipes e os seus varões (2 Cr 32.3). Mas ele não faria
isso agora. Seu maior socorro é que ele tem um DEUS a quem recorrer, e temos
aqui uma narrativa do que se passou entre ele e seu DEUS nesse momento.
I
Ezequias revelou uma profunda preocupação com a afronta feita a DEUS pela
blasfêmia de Rabsaqué. Quando ele a ouviu, embora de segunda mão, rasgou as
suas vestes e se cobriu de pano de saco (v. 1). Os bons homens costumavam fazer
isso quando ouviam qualquer afronta ao nome de DEUS. E grandes homens não devem
pensar que seja uma humilhação para eles sofrerem quando a honra do grande DEUS
é violada. Os mantos reais não são tão bons que não devam ser rasgados, nem as
carnes reais tão boas que não devam ser vestidas com pano de saco, em
humilhação pelas indignidades feitas a DEUS e pelos perigos e terrores de sua
Jerusalém. Ele clamou agora a esse DEUS, e ficou descontente com aqueles que
não estavam afetados dessa forma. Isaías 22.12-14 se refere a esse mesmo
evento: Mas eis aqui gozo e alegria; matam-se vacas e degolam-se ovelhas;
embora fosse dia de alvoroço, e de vexame, no vale da Visão (v. 5). O rei
estava em pano de saco, mas muitos de seus súditos vestiam roupas finas.
II
Ele entrou na casa do Senhor, de acordo com o exemplo do salmista, que, quando
foi afligido pelo orgulho e pela prosperidade dos ímpios, entrou no santuário
de DEUS. E lá, entendeu o fim deles (Sl 73.17). Ele foi à Casa de DEUS para
meditar e orar, e conseguiu que seu espírito ficasse sereno e tranquilo, depois
de sua perturbação. Ele não estava considerando que resposta retornar a
Rabsaqué, mas entrega o assunto a DEUS: “Tu responderás, Senhor, por mim.” (cf.
Herbert). Na Casa do Senhor ele encontrou um lugar de descanso e refúgio, um
tesouro, um depósito, uma câmara do conselho, tudo de que precisava, tudo em
DEUS. Note: Quando os inimigos da Igreja são muito atrevidos e ameaçadores, é
sabedoria e dever dos amigos da Igreja recorrer a DEUS, apelar para Ele, e
deixar a sua causa com Ele.
III
Ele enviou mensagem, por mensageiros ilustres, ao profeta Isaías, em sinal do
grande respeito que tinha por ele, para pedir suas orações (vv. 2-4). Eliaquim
e Sebna eram dois daqueles que tinham ouvido as palavras de Rabsaqué e eram os
mais aptos, tanto em informar quanto em influenciar Isaías com o caso. Os
próprios anciãos dos sacerdotes deviam orar pelo povo em tempos de tribulação
(Jl 2.17). Mas eles deviam ir para atrair as orações de Isaías, porque ele
poderia orar melhor e tinha mais influência no céu. Os mensageiros deveriam ir
em pano de saco porque eles deviam representar o rei, que estava vestido assim.
1. A missão deles para Isaías era: Faze, pois, oração pelo resto que se acha,
isto é, por Judá, que é apenas um remanescente agora que as dez tribos se foram
— por Jerusalém, que é apenas um remanescente agora que as cidades muradas de
Judá foram tomadas.” Note: (1) É muito desejável, e algo que devemos desejar
quando estivermos em tribulação, ter as orações de nossos amigos por nós. Ao
pedir que orem por nós, honramos a DEUS, honramos a oração e honramos nossos
irmãos. (2) Quando desejamos as orações de outros por nós, não devemos pensar
que ficamos com isso dispensados de orar. Quando Ezequias enviou uma mensagem a
Isaías para que orasse por ele, ele mesmo entrou na Casa do Senhor para
oferecer-lhe suas próprias orações. (3) Aqueles que falam para nós da parte de
DEUS devem falar por nós a DEUS. Profeta é ele e rogará por ti (Gn 20.7). O
grande profeta é o grande intercessor. (4) Aqueles que levantam suas orações,
isto é, que levantam seus corações em oração devem ser, provavelmente, bem-sucedidos
com DEUS. (5) Quando os interesses da Igreja de DEUS são muito baixos, de
maneira que haja apenas um remanescente, poucos amigos, e esses ainda fracos e
confusos, então é hora de fazer, pois, oração pelo resto.
2. Duas coisas são solicitadas a Isaías, para engajar suas orações por eles: —
(1) Os temores que eles tinham do inimigo (v. 3): “Ele é insolente e arrogante.
Este dia é dia de angústia e de vituperação. Nós somos desprezados. DEUS está
desonrado. Por causa de tudo isso, hoje é um dia de desgraça. Nunca um rei e
reino foram tão pisados e abusados como nós estamos sendo: A nossa alma está
sobremodo farta do desprezo dos soberbos, e é como ferida mortal em nossos
ossos ouvi-los censurar nossa confiança em DEUS e dizer: Onde está agora o
vosso DEUS? E, o que é pior, nós não vemos de que forma podemos resolver isso e
responder à censura. Nossa causa é boa, nosso povo é fiel. Mas nós estamos em
grande desvantagem numérica. As crianças estão para nascer. Agora é a hora, o
momento crítico, o momento em que mais devemos ser socorridos. Um golpe bem-sucedido
dado no inimigo realizaria nossos desejos. Mas, meu DEUS! Não somos capazes de
dar esse golpe: Não há força para ter os bebês. Nossa situação é tão
deplorável, e clama por um socorro tão veloz quanto aquele de uma mulher em
trabalho de parto, que está completamente exaurida com suas dores, de maneira
que ela não tem força para dar à luz a criança. Compare Oséias 13.13 com isso.
Estamos quase perecendo; mas, se tu podes fazer alguma coisa, tem compaixão de
nós e ajuda-nos” (2) A esperança que eles têm em DEUS. Eles olham para Ele,
eles dependem dele, de se manifestar em favor deles. Uma palavra proveniente
dele mudará o equilíbrio do poder, e salvará o remanescente que está afundando.
Se Ele apenas reprovar as palavras de Rabsaqué (isto é, refutá-las, v. 4) — se
Ele se encarregar de convencer e confundir o blasfemador — tudo estará bem. E
isso eles confiam que Ele fará, não por causa dos méritos deles, mas por causa
da sua própria honra, porque ele afrontou o DEUS vivo, ao colocá-lo no mesmo
nível dos ídolos surdos e mudos. Eles têm razão em pensar que o resultado será
bom porque eles podem contar com DEUS na disputa. Salmos 74.22: Levanta-te, ó
DEUS, pleiteia a tua própria causa. “Ele é o Senhor, o teu DEUS”, dizem eles
para Isaías — “teu, por cuja glória te importas, e de cujo favor tu desfrutas.
Ele ouviu e conhece as palavras blasfemas de Rabsaqué, e por isso, pode ser que
Ele os ouvirá e repreenderá. Nós esperamos que Ele o fará. Ajuda-nos com tuas
orações a levar a causa diante dele, e então estaremos satisfeitos em deixá-la
com Ele.”
IV
DEUS, por meio de Isaías, enviou uma mensagem a Ezequias, para assegurá-lo de
que Ele se glorificaria com a ruína dos assírios. Ezequias enviou uma mensagem
a Isaías, não para perguntar a respeito do fato, como fizeram muitos que
enviaram mensageiros aos profetas (hei de eu sarar desta doença? Ou algo
semelhante), mas para pedir sua ajuda em sua função. Foi nisso que ele foi
solícito. E por essa razão DEUS o deixou saber o que aconteceria, em recompensa
ao seu cuidado em cumprir o seu dever (vv. 6,7).
1. O próprio DEUS se envolveu na causa: Eles blasfemaram de mim.
2. Ele encorajou a Ezequias, que estava muito desanimado: Não temas as palavras
que ouvistes. Elas são apenas palavras (embora sejam palavras ferozes e
inflamadas), e palavras são apenas vento.
3. Ele prometeu assustar mais o rei da Assíria do que Rabsaqué o tinha
assustado: “Eu meterei nele um espírito (aquele sopro pestilento que matou o
seu exército), cujos terrores se apossarão dele e o conduzirão ao seu próprio
país, onde a morte o encontrará.” Essa curta ameaça da boca de DEUS se
realizaria, enquanto que todas as ameaças impotentes da boca de Rabsaqué
desapareceriam no ar.
2 Reis 19:8-19
Senaqueribe Tenta Amedrontar Ezequias e este, em Oração, Recorre a DEUS
Rabsaqué, tendo entregado sua mensagem e não tendo recebido nenhuma resposta
(não é dito se ele considerou esse silêncio um assentimento ou um desprezo),
deixou seu exército diante de Jerusalém, sob o comando de outros generais, e
foi ele mesmo até o rei seu senhor buscando novas ordens. Ele o encontrou
cercando Libna, uma cidade que tinha se revoltado contra Judá (8.22). Não está
claro se ele tinha tomado Laquis ou não. Alguns pensam que ele considerou a
conquista da cidade impossível (v. 8). Porém, agora ele ficou alarmado com o rumor
de que o rei dos cuxitas, que faziam fronteira com os árabes, estava saindo
contra ele com um grande exército (v. 9). Isso fez com que ele desejasse tomar
Jerusalém o mais rapidamente possível. Conquistá-la pela força iria custar mais
homens e tempo do que ele poderia dispor e por isso ele renovou o ataque contra
Ezequias para convencê-lo a se render docilmente. Tendo-o encontrado uma vez
como um homem maleável (18.14), quando ele disse: Tudo o que me impuseres
levarei, ele esperava aterrorizá-lo novamente e submetê-lo, mas isso foi em
vão. Aqui:
I
Senaqueribe enviou uma carta a Ezequias, uma carta insultuosa, uma carta
blasfema, para persuadi-lo a fazer com que Jerusalém se rendesse, porque não
era de nenhum proveito para ele pensar em resistir. Sua carta tem o mesmo
propósito que o discurso de Rabsaqué. Não há nada de novo nela. Rabsaqué tinha
dito ao povo: Não vos engane Ezequias (18.29). Senaqueribe escreve a Ezequias:
Não te engane o teu DEUS (v. 10). Aqueles que têm o DEUS de Jacó por seu
auxílio e cuja esperança está posta no Senhor, seu DEUS, não precisam temer
serem enganados por Ele, como os pagãos foram por seus deuses. Para amedrontar
a Ezequias, e desviá-lo de sua âncora, ele se engrandece e a suas próprias
façanhas. Veja como ele se vangloria orgulhosamente:
1. Das terras que ele tinha conquistado (v. 11): Todas as terras, e as destruiu
completamente! Como são os montículos de suas vitórias transformados em
montanhas! Tão distante estava ele de destruir todas as terras que nesse tempo
a terra de Cuxe, e Tiraca seu rei, eram um terror para ele. Que grandes
hipérboles alguém pode esperar nos louvores que homens orgulhosos dão para si
mesmos!
2. Dos deuses que ele tinha vencido (v. 12). “Cada nação conquistada tinha seus
deuses, que estavam tão longe de serem capazes de livrá-las que eles caíram com
elas: e o teu DEUS irá te livrar?”
3. Dos reis que ele tinha vencido (v. 13), o rei de Hamate e o rei de Arpade.
Se ele se refere ao príncipe ou ao ídolo, ele pretende fazer-se parecer maior
do que ambos, e por isso muito formidável, e o terror dos heróis na terra dos
viventes.
II
Ezequias anexa essa carta a outra, uma carta de oração, uma carta confiante, e
a envia ao Rei dos reis, que julga entre os deuses. Ezequias não foi tão
arrogante a ponto de não receber a carta, embora nós possamos supor que o
sobrescrito não desse a ele seus devidos títulos. Quando ele a recebeu, não
estava tão descuidado a ponto de não lê-la. Quando a leu, não estava com tanta
raiva a ponto de escrever uma resposta na mesma linguagem provocativa. Mas
subiu imediatamente ao templo, se apresentou, e depois estendeu a carta perante
o Senhor (v. 14). Não que DEUS precisasse que a carta lhe fosse apresentada
(Ele sabia o que estava escrito nela antes de Ezequias), mas com isso Ezequias
quis dizer que reconhecia DEUS em todos os seus caminhos, — que ele não
desejava agravar as injúrias que seus inimigos lhe fizeram, nem os fazer
parecer piores do que eram, mas desejava que eles fossem colocados em uma luz
verdadeira, — e que ele mesmo recorria a DEUS, e a seu justo julgamento, sobre
todo esse assunto. Com isso, do mesmo modo, ele encorajaria pela oração que
veio fazer no templo. E nós temos necessidade de toda ajuda possível para nos
estimular nesse dever. Na oração que Ezequias fez sobre essa carta:
1. Ele adora o DEUS de quem Senaqueribe tinha blasfemado (v. 15), o chama de
DEUS de Israel, porque Israel era o seu povo peculiar, e o DEUS que habita
entre os querubins, porque ali estava a residência peculiar de sua glória sobre
a terra. Mas ele lhe dá glória como o DEUS de todos os reinos da terra, e não,
como Senaqueribe imaginou que Ele fosse, apenas o DEUS de Israel, confinado ao
templo. “Que eles digam o que quiserem, tu és o Soberano Senhor, pois tu és o
DEUS, o DEUS dos deuses, o único Senhor, apenas tu, o Senhor universal de todos
os reinos da terra, e o Senhor justo, pois tu fizeste os céus e a terra. Sendo
o Criador de tudo, por um título incontestável tu possuis e governas tudo.”
2. Ele apela a DEUS a respeito da insolência e da irreverência de Senaqueribe
(v. 16): “Senhor, ouve, Senhor, olha. Aqui está em suas próprias mãos. Aqui
está por escrito claramente” Se apenas Ezequias tivesse sido ofendido, ele
teria relevado. Mas é DEUS, o DEUS vivo, que é vituperado, o DEUS zeloso.
Senhor, que farás ao teu grande nome?
3. Ele reconhece as vitórias de Senaqueribe sobre os deuses dos pagãos, mas
distingue entre eles e o DEUS de Israel (vv. 17,18): De fato, ele lançou os
seus deuses no fogo, pois deuses não eram, incapazes de livrar a si mesmos ou a
seus adoradores, e, por essa razão, não é surpresa que ele os tenha destruído,
e, embora ele não soubesse disso, ao destruí-los, ele na realidade servia à
justiça e ao zelo do DEUS de Israel, que tinha determinado extirpar a todos os
deuses dos pagãos. Mas aqueles que pensam que, por isso, podem ser tão duros em
relação a Ele, estão enganados. Ele não é nenhum dos deuses que as mãos humanas
fizeram, ao contrário, Ele mesmo fez todas as coisas (Sl 115.3,4). 4. Ele ora
para que DEUS se glorifique agora na derrota de Senaqueribe e no livramento de
Jerusalém de suas mãos (v. 19): “Agora, pois, ó Senhor, nosso DEUS, sê servido
de nos livrar da sua mão, porque, se formos conquistados, como foram as outras
terras, dirão que tu foste vencido, como os deuses daquelas terras foram. Mas,
Senhor, mostra que tu és diferente, ao mostrar que nós somos diferentes, e faça
com que todo o mundo saiba, e confesse, que tu és o Senhor DEUS, o DEUS autoexistente
e soberano, só tu, e que todos os embusteiros são vaidade e uma mentira.” Note:
Os melhores argumentos na oração são aqueles que se referem à honra de DEUS. E
por isso a oração do Senhor começa com: Santificado seja o teu nome, e conclui
com: Tua é a glória.
2 Reis 19:20-34
Isaías Leva uma Mensagem
Confortadora de DEUS ao Rei
Aqui nós temos a resposta graciosa e copiosa que DEUS deu à oração de Ezequias.
A mensagem que ele lhe enviou pela mesma mão (vv. 6,7), poderíamos pensar, foi
uma resposta suficiente para a sua oração. Mas, para que ele pudesse ter uma
consolação segura, ele foi encorajado por duas coisas imutáveis, nas quais é
impossível que DEUS minta (Hb 6.18). Em geral, DEUS lhe assegurou que sua
oração foi ouvida, sua oração contra Senaqueribe (v. 20). Note: É miserável a
situação daqueles que têm a oração do povo de DEUS contra eles. Pois, se o
oprimido clamar a DEUS contra o opressor, Ele ouvirá (Êx 22.23). DEUS ouve e
responde, ouve com a força salvadora da sua destra (Sl 20.6).
Essa mensagem anuncia duas coisas:
I
Confusão e vergonha para Senaqueribe e suas tropas. Aqui é predito que ele
seria humilhado e quebrado. O profeta dirige de forma elegante seu discurso a
ele, como faz em Isaías 10.5: Ai da Assíria, a vara da minha ira! Não que essa
mensagem fosse enviada para ele, mas o que aqui é dito a ele chegou ao seu
conhecimento por meio do próprio acontecimento. A Providência lhe falou com uma
evidência. E talvez o seu próprio coração foi usado para sussurrar isso para
ele. Pois DEUS tem mais de uma maneira de falar a pecadores em sua ira, e assim
no seu furor os confundirá (Sl 2.5). Senaqueribe é aqui representado:
1. Como escárnio de Jerusalém (v. 21). Ele pensava de si mesmo que era o terror
da filha de Sião, daquela virgem pura e bela, e que com suas ameaças ele
poderia forçá-la a se submeter a ele: “Mas, sendo uma virgem na casa de seu Pai
e estando sob a sua proteção, ela te desafia, te despreza e ri de ti com
desdém. A tua maldade impotente é ridícula. Aquele que se assenta no céu ri de
ti, e, por essa razão, assim fazem aqueles que habitam debaixo da sua sombra.”
Por essa palavra, DEUS pretendia silenciar o pavor de Ezequias e do seu povo.
Embora aos olhos da razão o inimigo parecesse terrível, aos olhos da fé ele
parecia desprezível.
2. Como um inimigo de DEUS. E isso era suficiente para torná-lo miserável.
Ezequias alegou isso: “Senhor, ele afrontou a ti” (v. 16). “Ele afrontou”,
disse DEUS, “e eu tomei isso como sendo contra mim mesmo (v. 22): A quem
afrontaste? Não foi ao SANTO de Israel, cuja honra lhe é cara, e que tem poder
para vindicá-la, o que os deuses dos pagãos não têm?” Nemo me impune lacesset —
Ninguém me provocará e ficará impune.
3. Como um tolo orgulhoso e arrogante, que falou coisas mui arrogantes de
vaidades e se gabou falsamente de dádivas, e vituperou o Senhor, tanto com seu
orgulho quanto com suas ameaças. Pois: (1) Ele engrandeceu seus próprios feitos
além da medida e completamente acima do que eles realmente foram (vv. 23,24):
Tu disseste assim e assim. Ele não escreveu isso na carta, mas DEUS fez
Ezequias saber que Ele não apenas viu o que estava escrito ali, mas ouviu o que
ele disse em outro lugar, provavelmente nos discursos que fez a seus conselhos
e exércitos. Note: DEUS toma conhecimento da jactância dos homens orgulhosos e
os chamará para um acerto de contas, para que Ele possa atentar para eles e
abatê-los (Jó 40.11). Que poderosa imagem Senaqueribe pensa que mostra!
Dirigindo seus carros até os topos das mais altas montanhas, forçando a marcha
através de florestas e rios, abrindo caminho em meio às dificuldades,
fazendo-se senhor de tudo o que ele estava disposto a ter. Nada poderia ficar
diante dele ou impedi-lo. Nenhuma colina era tão alta que ele não pudesse
subir, nenhuma árvore tão forte que não pudesse derrubar, nenhuma água tão
profunda que ele não pudesse secar. Como se ele tivesse o poder de um DEUS para
falar e sua palavra se cumprir. (2) Ele tomou para si a glória de fazer essas
grandes coisas, embora todas elas fossem feitas do Senhor (v. 25,26).
Senaqueribe, em sua carta, tinha apelado para o que Ezequias tinha ouvido (v.
11): Eis que já tens ouvido o que fizeram os reis da Assíria. Mas, em resposta
a isso, ele é lembrado do que DEUS fez por Israel no passado, secando o mar
Vermelho, conduzindo-o através do deserto, plantando-o em Canaã. “O que são
todos os teus feitos em relação a esses? E quanto às desolações que fizeste na
terra, e especificamente em Judá, tu és apenas o instrumento na mão de DEUS,
uma mera ferramenta: Fui eu que o fiz vir. Eu te dei o teu poder, eu te dei o
teu sucesso, e fiz de ti o que és, te levantei para devastares as cidades
muradas e dessa forma, puni-las por sua impiedade, e, por isso, os moradores
ficaram com as mãos encolhidas.” Que coisa insolente e tola foi para ele se
exaltar acima de DEUS, e contra DEUS, sobre aquilo que ele tinha feito por Ele
e sob as ordens Dele. O orgulho de Senaqueribe aqui é exposto em Isaías
10.13,14: Com a força da minha mão fiz isto e com a minha sabedoria etc. E a
resposta para esse orgulho (v. 15): Gloriar-se-á o machado contra o que corta
com ele? É de fato absurdo para a carruagem sobre a roda dizer: Que poeira
levantei! Ou para a espada na mão dizer: Que execução eu realizo! Se DEUS é o
agente em tudo o que acontece, jactar-se não faz o menor sentido.
4. Como estando sob o controle e a repreensão daquele DEUS de quem blasfemou.
Todos os seus movimentos eram: (1) Conhecidos por DEUS (v. 27): “Eu o sei, e o
que tramaste e planejaste secretamente, o teu sair, e o teu entrar, marchas e
contramarchas, e o teu furor contra mim e contra meu povo, o tumulto de tuas
paixões, o tumulto de tuas preparações, o barulho e o ruído que fazes: Eu sei
de tudo.” Isso foi mais do que Ezequias fez, ele que desejava informações dos
movimentos do inimigo. Mas que necessidade havia disso quando os olhos de DEUS
eram um constante espião sobre ele? (2 Cr 16.9). (2) Eram controlados por DEUS
(v. 28): “Porei o meu anzol no teu nariz, ó grande Leviatã (Jó 41.1,2), e o meu
freio, nos teus lábios, ó grande Beemote. Te restringirei, te controlarei, te
farei virar para onde eu quiser, te enviarei para casa semelhante a um tolo
como tu vieste, re infecta — frustrado em relação ao teu objetivo.” Note: É um
grande conforto para todos os amigos da Igreja que DEUS tenha um anzol no nariz
e um freio nos lábios de todos os inimigos dela, e que possa até fazer que a
ira deles o sirva e louve e, depois, restrinja o resto dessa ira. Aqui se
quebrarão as tuas ondas empoladas.
II
Salvação e alegria para Ezequias e seu povo. Isso será um sinal do favor de
DEUS para eles, e que Ele está reconciliado com eles, a sua ira se retirou (Is
12.1), um milagre aos seus olhos (pois às vezes um sinal significa isso), um
sinal para o bem, e uma garantia da futura misericórdia que DEUS tem preparada
para eles, para que um bom fim seja colocado à presente aflição em todos os
aspectos.
1. As provisões eram escassas e caras. E o que eles deveriam fazer para obter
comida? Os frutos da terra foram devorados pelo exército assírio (Is
32.9,10ss.). Ora, eles não apenas deviam habitar a terra, mas serem
verdadeiramente alimentados. Se DEUS os salvar, Ele não os deixará sofrer pela
falta de alimento nem os deixará morrer de fome, quando eles tiverem escapado
da espada: “Este ano se comerá o que nascer por si mesmo, e tu acharás isso
suficiente. Os assírios colheram o que semeaste? Tu colherás o que não
semeaste.” Mas o ano seguinte era o ano sabático, quando a terra devia
descansar e eles não deviam nem semear nem colher. O que poderiam fazer aquele
ano? Ora, Jeová-jiré — O Senhor proverá. A bênção de DEUS lhes poupará a
semente e o trabalho, e, também naquele ano, as produções voluntárias da terra
servirão para mantê-los, para lembrá-los que a terra produziu antes que
houvesse um homem para cultivá-la (Gn 1.11). E então, no terceiro ano, a
agricultura deles retornaria ao normal, e eles deveriam semear e colher como
costumavam fazer.
2. O país foi devastado, as famílias foram dissolvidas e dispersadas, e tudo
estava em confusão. Como poderia ser de outra forma quando ele foi ocupado por
tal exército? Quanto a isso, é prometido que o que escapou da casa de Judá e
ficou de resto (isto é, do povo do país) será novamente plantado em suas
próprias habitações, em suas próprias propriedades, criará raízes ali,
aumentará e se enriquecerá (v. 30). Veja como a sua prosperidade é descrita:
Tornará a lançar raízes para baixo e dará fruto para cima, estando eles bem
firmados e bem providos para si mesmos e, então, fazendo o bem a outros. Tal é
a prosperidade da alma: ela cria raízes pela fé em CRISTO e, então, frutifica
nos frutos da justiça.
3. A cidade estava trancada, ninguém saía ou entrava. Mas agora, o remanescente
em Jerusalém e em Sião deverá sair livremente e não haverá ninguém para
impedi-lo ou fazê-lo temer (v. 31). Grande destruição tinha ocorrido tanto na
cidade quanto no campo, mas em ambos houve um remanescente que escapou, o qual
tipificava, de fato, o resto, salvo, dos israelitas (como fica claro ao se
comparar Isaías 10.22,23, que fala desse mesmo evento, com Romanos 9.27,28), e
ele sairá para a gloriosa liberdade dos filhos de DEUS.
4. Os assírios estavam avançando em direção a Jerusalém, e, em pouco tempo, a
sitiariam por completo, e ela corria grande perigo de cair em suas mãos. Mas
aqui é prometido que o sítio que eles temiam seria evitado — que, embora o
inimigo tivesse agora (como parece) acampado diante da cidade, jamais entraria
na cidade, nem lançaria nela flecha alguma (vv. 32,33), — que ele seria forçado
a se retirar com vergonha, e se arrependeria mil vezes de seu empreendimento. O
próprio DEUS se encarrega de defender a cidade (v. 34), e aquela pessoa, ou
aquele lugar, de cuja proteção Ele se encarrega, não poderá senão estar seguro.
5. A honra e a verdade de DEUS estão engajadas na realização de tudo isso.
Essas são grandes coisas, mas como serão realizadas? Ora, o zelo do Senhor fará
isso (v. 31). Ele é o Senhor dos exércitos, tem todas as criaturas à sua
disposição, por essa razão é capaz de fazer isso; Com grande zelo, Ele está
zelando por Jerusalém (Zc 1.14). Havendo-a desposado como a uma virgem pura
para si mesmo, Ele não vai tolerar que abusem dela (v. 21). “Tens motivo para
pensar que tu mesma és indigna de que tão grandes coisas sejam feitas por ti.
Mas o próprio zelo de DEUS fará isso.” Seu zelo: (1) por sua própria honra (v.
34): “Eu farei isso por minha própria causa, para fazer do meu nome um nome
eterno.” As razões da misericórdia de DEUS são provenientes dele mesmo. (2) Por
sua própria verdade: “Eu farei isso por causa do meu servo Davi. Não por causa
do seu mérito, mas por causa da promessa que lhe foi feita e da aliança
realizada com ele, aquelas infalíveis misericórdias de Davi.” Assim, todos os
livramentos da Igreja são operados por causa de CRISTO, o Filho de Davi.
2 Reis 19:35-37
O Exército dos Assírios É Liquidado por um Anjo e Senaqueribe Morto pelos seus
Filhos
Às vezes, demorava para que as profecias se cumprissem e as promessas se
realizassem. Mas aqui, a palavra foi dita junto com o seu cumprimento.
I
O exército da Assíria foi completamente destruído. Naquela noite que seguiu
imediatamente o envio da mensagem a Ezequias, quando o inimigo tinha acabado de
se estabelecer diante da cidade, e estava se preparando (como dizemos agora)
para abrir as trincheiras, naquela noite, o grosso do exército deles foi morto
no local por um anjo (v. 35). Ezequias não tinha força suficiente para sair
contra eles e atacar o seu acampamento, e nem DEUS faria isso pela espada ou
pelo arco. Mas Ele enviou o seu anjo, um anjo destruidor, no meio da noite,
para atacá-los, ao qual a sua sentinela, embora sempre tão desperta, não pôde
nem ver nem resistir. Não foi por varão. E foi por espada, mas não de homem,
isto é, não por nenhum homem, mas de um anjo, que o exército assírio teve de
cair (Is 31.8), tal como o anjo que matou os primogênitos do Egito. Josefo diz
que isso ocorreu por causa de uma doença pestilenta, que foi morte instantânea
para eles. O número de mortos foi muito alto: cento e oitenta e cinco mil
homens, e é provável que Rabsaqué estivesse entre o restante. Quando os
sitiados se levantaram pela manhã cedo, eis que todos eram corpos mortos, quase
não havia um homem vivo entre eles. Alguns pensam que o salmo 76 foi escrito
nessa ocasião, onde lemos que os que são ousados de coração foram despojados;
dormiram o seu sono, o seu último, o seu longo sono (v. 5). Veja como são
grandes, no poder e na força, os anjos de DEUS, visto que um anjo, em uma
noite, pôde fazer tão grande matança. Veja como são fracos os mais fortes dos
homens diante do DEUS Todo-poderoso: quem alguma vez endureceu o seu coração
contra Ele e prosperou? A blasfêmia e o orgulho do rei são punidos com a
destruição do seu exército. Todas essas vidas foram sacrificadas para a glória
de DEUS e a segurança de Sião. O profeta mostra que, por essa razão, DEUS
permitiu essa grande reunião, para que fossem reunidos como gavelas em uma eira
(Mq 4.12,13).
II
O rei da Assíria foi colocado, com isso, na maior confusão. Envergonhado em ver
a si mesmo, depois de toda a sua ostentação orgulhosa, completamente derrotado
e incapacitado de continuar suas conquistas, e seguro do que teve (pois esse,
podemos supor, era a flor do seu exército), e continuamente temendo sofrer ele
mesmo um golpe semelhante, partiu e foi, e voltou. O modo da expressão insinua
a grande desordem e transtorno mental em que ele ficou (v. 36). E isso não
ocorreu muito tempo antes de DEUS eliminá-lo também, pelas mãos de dois de seus
próprios filhos (v. 37).
1. Aqueles que fizeram isso foram muito perversos, matar seu próprio pai (a
quem eram obrigados a proteger) e no ato de sua devoção. Maldade monstruosa!
Mas:
2. DEUS foi justo nisso. Legitimamente se permitiu aos filhos se revoltarem
contra seu pai, que os gerou, quando ele estava em revolta contra o DEUS que o
criou. Aqueles cujos filhos lhes são desobedientes devem considerar se eles não
têm sido assim para com seu Pai no céu. O DEUS de Israel tinha feito o
suficiente para convencê-lo de que Ele era o único e verdadeiro DEUS, a quem,
por isso, ele devia adorar. Mas ele persiste em sua idolatria e busca ao seu
falso deus por proteção contra um DEUS de irresistível poder. Com justiça o seu
sangue misturou-se com o de seus sacrifícios, desde que ele não se convenceria
por tão clara e dispendiosa demonstração de sua tolice ao adorar ídolos. Foi
permitido a seus filhos, que o assassinaram, que escapassem e não se realizou
nenhuma perseguição a eles, talvez porque seus súditos estavam cansados do
governo de um homem tão orgulhoso e quisessem mesmo se ver livres dele. E seus
filhos seriam considerados como sendo mais desculpáveis no que tinham feito se
fosse verdade (como o bispo Patrick sugeriu) que ele estava agora fazendo voto
de sacrificá-los ao seu deus, de maneira que eles o sacrificaram para a sua
própria preservação. Seu sucessor foi outro filho, Esar-Hadom, que (parece) não
teve por objetivos, como seu pai, aumentar suas conquistas, mas preferiu
aproveitá-las. Por ele foi enviada aquela primeira colônia de assírios para
habitarem no país de Samaria, embora ela seja mencionada antes (17.24), como
aparece em Esdras 4.2, onde os samaritanos dizem que foi Esar-Hadom que os
mandou ir para lá.
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REIS - COMENTÁRIOS DE A. N. MESQUITA
JUDÁ SOZINHO (II Reis 18 a 25 - II Crônicas 29 a 36)
No capítulo precedente assistimos à derrocada do Reino do Norte, com a queda de
Samaria e o povo levado em cativeiro por Sargão II, de Nínive. Foi uma tragédia
na história do povo eleito. O pecado gerou esta tragédia. Por causa do pecado
de Salomão, entregando-se ao culto das suas mulheres, DEUS rompeu os laços
políticos de nação unida, ou como costumamos dizer, Reino Unido, criando outro
Estado com dez tribos, entregando tudo a Jeroboão I. As determinações foram
fortes e DEUS advertiu a esse personagem, que nada era senão um simples
funcionário de Salomão. Deveria, portanto, observar a Lei de Moisés e ser fiel
a tudo que nela estava escrito; parece, porém, que a maldição pesava sobre esta
pobre gente e tão logo ele tomou conta das tribos do norte, lançou os
fundamentos da mais torpe idolatria de que temos notícia nos anais da Bíblia
Sagrada. Estabeleceu um sistema de culto baseado nos dois bezerros, um colocado
em Dá, extremo norte do país, e outro em Betel, nos limites entre as duas
partes da nação, dizendo que foram estes deuses que tiraram o povo da terra do
Egito, da casa da servidão (I Reis 12:28). Há ainda alguma coisa a ser
explicada no devido tempo, ou seja, a relação entre bezerros e o culto a Jeová,
pois Arão cometeu o mesmo pecado no deserto, fundindo um bezerro de ouro e
dizendo que este bezerro havia tirado o povo do Egito (Êx. 32:4). Qualquer que
seja a interpretação que se dê aos bezerros de Arão e Jeroboão, não padece
qualquer sorte de dúvida que eram instrumentos de idolatria, totalmente
proibida na lei. Daqui em diante o pecado de Jeroboão, filho de Nebate,
tornou-se proverbial e todos os reis de Israel andaram nos pecados de Jeroboão,
filho de Nebate. Esse curso tinha de ter o seu determinismo. A idolatria, seja
ela de bezerros, seja de imagens, é pecado, e o pecado desagrada a DEUS que
exige um culto espiritual e monoteísta. A nação do norte, a mais rica e mais
industrializada, diríamos, foi presa de toda sorte de ' pecados gerados ao
redor dos altares de Betel e Dá, e não havia profetas que bastassem para
arredar tanto os reis como o povo deste culto, pois, adorando ou servindo a
estes bezerros, logicamente se entregavam aos baalins e astarotes, de que
estava infestada a terra de Canaã.
Resta agora apenas o Estado do sul, conhecido como o reino de Judá que, segundo
alguns comentadores, durou mais tempo e viveu mais afastado da idolatria,
graças à influência do templo construído por Salomão, um centro de aglutinação
e de coesão. De fato, não podemos negar a influência de um culto espiritual
numa nação, realizando as tradições dos antigos e fazendo sempre reviver as
boas normas religiosas e políticas de antanho. Por isso, certamente, a maioria
dos reis de Judá foi fiel às tradições, à lei de Moisés, e, a não ser uns
poucos, todos viveram mais ou menos conforme estes preceitos. Isto vimos nos
capítulos anteriores. Nesta seção veremos dois dos mais nobres e mais dignos
reis de Israel, nas pessoas de Ezequias e Josias, com os quais se encerra
também o período do reino de Judá.
1. Ezequias (2Reis 18 ;19; 20; II Crôn. 29:32)
O período de Ezequias apresenta-nos algumas dificuldades cronológicas que,
todavia, não nos preocupam, pois não atendemos demasiadamente às questões de
cronologia, quer de Israel quer das outras nações. Segundo o relato de 18:1,
Ezequias começou a reinar no terceiro ano do reinado de Oséias, que reinou em Samaria
nove anos e foi derrotado em 722, com a tomada da cidade. De acordo com esta
Escritura, Ezequias começou a reinar em 728, no terceiro ano de Oséias, e
quando a cidade de Samaria caiu, já Ezequias era rei de Judá por nove anos. A
cronologia o dá como rei de Judá em 729 a.C., ou seja, sete anos antes da queda
de Samaria. A discrepância, se discrepância existe, deve-se ao fato de Ezequias
começar a reinar, segundo 18:1, conjuntamente com seu pai Acaz, que, sendo mau
rei e metendo-se em complicações políticas externas, fora obrigado a admitir o
jovem Ezequias como corregente. Não tendo meios de acertar estas datas,
fiquemos com a de 18:1, que o dá como rei de Judá no ano terceiro de Oséias ou
seja 729 ou 728. Outros comentadores entendem que Ezequias começou a reinar em
710 quando Acaz morreu. Neste caso só pode referir-se à sua co-regência com
Acaz, pois o texto sagrado o dá como rei no terceiro ano de Oséias ou seja em
728 ou 729 (veja Is. 36-39). Assim teria sido corregente de 729-716, treze anos
com o mau rei Acaz que encheu Jerusalém de ídolos e corrompeu o povo com a
idolatria.
Todavia, o filho foi um bom rei, um dos melhores que Judá conheceu, só sendo
sobrelevado por Josias, anos depois.
1) A reforma.
A terra estava de todo corrompida com a idolatria. A primeira medida foi
derrubar os altos que haviam sido colocados por Salomão e que nenhum dos
melhores reis tivera coragem de destruir. Eram lugares de culto popular. O povo
não podia ir a Jerusalém adorar, então adorava nestes altos. Mesmo em bons
tempos de religião purificada, isso não deixava de ser um desvio. Outros
reformadores houveram, mas não tocaram nos "altos". Ezequias não teve
dúvidas: "Tirou os altos, quebrou as colunas e deitou abaixo a Asera e
despedaçou a serpente de bronze que Moisés fizera (porquanto até aquele dia os
filhos de Israel lhe queimavam incenso) e chamou-lhe Neústa" (18:4).
Neústa serve a um jogo de palavras que tanto quer dizer serpente como bronze,
de que era feita a serpente. O que admira é que tantos séculos depois de
Moisés, ainda esta serpente estivesse em uso de culto, e dela temos tido
notícia em todos os casos de idolatria (Núm. 21:4-9). Pelo que vemos, esta
reforma foi a mais profunda das que Israel ou Judá tivera durante os anos de
seu reino. Todavia, nem Isaías nem Oséias fazem menção dela, pelo que nos
admiramos. Parece a alguns comentadores que isso sucedeu porque essa reforma
era mais política do que religiosa, não havendo mesmo indícios de reforma
interna do povo, que continuava nas suas orgias como dantes. Seja como for, com
a menção dos profetas ou sem ela, foi a mais profunda que se poderia esperar, e
nem podemos acreditar que com simples medidas de ordem política e religiosa o
povo se convertesse logo. A conversão, se havia, era questão do ambiente, o que
só seria provado mais adiante. Na opinião deste escritor, Ezequias foi mais
longe do que qualquer outro bom rei de Judá, pelo que lhe damos aqui o devido
crédito. Tirar os altos, onde o povo adorava, e quebrar a serpente de bronze
foram atos heroicos que merecem registro. A própria Escritura lhe dá este
crédito, quando diz que depois dele e nem antes houve rei igual (v. 5), porque
se apegou ao Senhor de todo o seu coração, guardando os mandamentos de Moisés
(vv. 5,6). Portanto, está certa a nossa afirmativa de que nem antes nem depois
houve rei igual, a buscar o Senhor de todo o coração; por isso o Senhor era com
ele por onde andava e lograva êxito em todos os seus empreendimentos.
2) O começo da grande crise.
No ano décimo quarto do rei Ezequias subiu Senaqueribe, rei da Assíria, contra
todas as cidades fortificadas de Judá, e as tomou. A história, como deve ser
contada, é muito mais complexa do que o escritor inspirado nos informa. A morte
prematura de Sargão II, por mãos criminosas, açulou naturalmente os apetites de
Merodaque-Baladã e outros de se livrarem da tutela Assíria. Foi isso que trouxe
Merodaque-Baladã a Jerusalém em visita de cortesia a Ezequias, por ter sabido
que estivera doente, coisa que Isaías condenou veementemente, pois sabia que
tanto os monarcas assírios como os babilônicos eram todos vinho da mesma pipa. Houve,
pois, um levante geral em todos os Estados do norte, e Ezequias não se esqueceu
de fazer os preparativos para uma possível revanche do monarca assírio. Reparou
todos os muros quebrados das fortificações de Jerusalém, mandou fazer armas e
escudos, pois sabia que o novo monarca assírio não se deixaria ficar quieto em
Nínive. Judá já estava sujeito a Assur desde os dias de Acaz, pai de Ezequias,
quando pediu socorro a Tiglate-Pileser III contra Rezim, da Síria, e Peca, rei
de Israel. Acaz foi mesmo a Damasco, onde se encontrava o rei assírio,
levando-lhe um gordo presente (tributo de vassalagem). Ezequias ignorou o
acordo feito por seu pai e não pagou mais os tributos anuais; e não apenas
isso, mas começou a promover a sua defesa contra o que julgava ser possível por
parte do novo rei assírio. Igualmente atacou os vizinhos filisteus,
tomando-lhes as cidades de Gaza e outras. Enquanto Ezequias se fortificava em
Jerusalém, todos Estados do norte proclamaram a sua independência. Era uma
revolta geral.
Tão logo subiu ao poder, Senaqueribe foi a Babilônia e submeteu o monarca
Baladã, e depois atirou-se contra a Palestina. Dominados os Estados do norte
veio contra Judá, tomando todas as cidades fortificadas, para depois se atirar
contra o baluarte de Jerusalém, agora grandemente fortificado. Antes de atacar
Jerusalém tinha de dominar Laquis e outras cidades ao redor da grande
metrópole; Laquis, porém, era uma fortaleza difícil de ser tomada, e nenhum
guerreiro poderia avançar para sul ou leste, deixando atrás este baluarte temível.
O que a arqueologia nos diz da luta para tomar Laquis é mais um drama do que
uma batalha. Todas as armas modernas daqueles dias foram mobilizadas. Os
sapadores construíram rampas ao redor das muralhas para poder galgar o cimo dos
muros onde estavam os artilheiros laquienses; estes, no entanto, bem armados de
flechas e dardos, fundas e tudo quanto f azia parte do arsenal guerreiro do
dia, tornavam inacessível a subida. O que nós chamaríamos atualmente de
tanques, os assírios tinham com uma aguda ponta de ferro, com que martelavam as
muralhas. Apesar de tudo, Laquis resistia. Fizeram alguns prisioneiros, mas o
grosso das tropas defensoras ficou praticamente intato. O arqueólogo inglês por
nome James Leskey Starkei descobriu uma vala que nós chamaríamos de sepultura
comum, onde havia empilhado mais de mil corpos uns por cima dos outros. Esta
mortandade, tanto pode ter sido o resultado da defesa de Laquis, como da morte
causada pelo anjo do Senhor.
No fragor desta batalha e vendo que a sorte da cidade era indecisa, Senaqueribe
mandou a Ezequias a sua embaixada, como nos conta o escritor em 18:17 de II
Reis. Nesta conjuntura fraquejou a fé em DEUS, por Parte de Ezequias. Mandou
então os seus embaixadores a Laquis, a fim de parlamentar com Senaqueribe e
declarar-se seu servo, pagando o tributo de trezentos talentos de prata e
trinta talentos de ouro (II Reis 18:14). Esta atitude do rei de Judá era um
reconhecimento de que tinha errado em não manter o acordo do seu pai.
Senaqueribe aceitou a oferta de Ezequias, mas o que ele pretendia não era tanto
uma vassalagem, mas a cidade do Grande Rei, e por isso recebeu o dinheiro, mas
continuou nas suas exigências da entrega da cidade. O resto da história é
contada por miúdo nos versos 19 a 37.
3) Agrava-se a crise em Judá.
Este é o período mais crítico da história de Judá e do reinado de Ezequias. Foi
o período áureo de Isaías, com papel preponderante nesta quadra histórica
difícil, como conselheiro oficial do rei Ezequias que estava no seu décimo
quarto ano de governo, quando Senaqueribe, sucessor de Sargão 11, da Assíria,
veio atacar Judá. Resolvido o problema de Samaria, estavam os reis da Assíria
em condições de acertar as suas contas com Judá, pois lá para o norte nenhum
outro Estado restava, como se verá mais adiante. Só Judá resistia. Ezequias
confessa haver errado (v. 14) em não pagar os tributos estabelecidos por seu
pai, e propõe-se a pagar o exigido. O rei assírio impôs pesado tributo, que
obrigou Ezequias a raspar o tesouro real, o templo, num total de trezentos
talentos de prata e trinta talentos de ouro. Para completar essa montanha de
metal precioso (não havia dinheiro cunhado como agora) 1 arrancou das portas do
templo e d'as ombreiras com que o rei de Judá as cobrira, e deu tudo ao rei da
Assíria, com a condição de que se fosse embora. Senaqueribe parece ter ficado
satisfeito com o tributo, mas depois mudou de ideia e exigiu a entrega da
cidade, para que nada mais restasse naquela região, que não estivesse sob o
domínio assírio (veja Isaías 36:1 e 33:1,6,7).
Senaqueribe estava cercando a fortaleza de Laquis, já referida, a famosa cidade
por nós examinada em nossos estudos sobre Josué, a cidade mais fortificada de
todos os antigos tempos. Enquanto cercava Laquis, mandou seus embaixadores,
chefiados por Rabsaqué, a Ezequias, com a ordem de entrega da cidade. Neste
meio tempo, como Laquis resistisse, Senaqueribe virou-se para Libna, outra
fortaleza ainda não devidamente explorada. Era natural que enquanto Laquis
resistisse, Jerusalém não podia ser atacada, pois uma dependia da outra. A
arqueologia, nas suas buscas da verdade histórica, tem muito que nos contar e nós
recomendamos aqui outra vez o livro de Sir Charles Marston, A Bíblia Disse a
Verdade, incluindo outros notáveis arqueólogos.1 Nos relatos de Senaqueribe,
encontrados nas ruínas de Nínive, lê-se: "Como Ezequias, o judeu, não se
submetesse ao meu jugo, cerquei quarenta e seis cidades, delas expulsei velhos
e novos e o rei eu fechei como pássaro na gaiola. " Continua dizendo que
recebeu trinta talentos de ouro e Oitocentos talentos de prata, Pedras
preciosas, camas com incrustações de marfim, cadeiras com embutidos de marfim,
peles de elefantes, madeiras de ébano, as próprias filhas de Ezequias,
concubinas, músicos de ambos os sexos etc. O relato de Senaqueribe é falso
nalguns pontos, mas verdadeiro noutros. Os reis assírios eram conquistadores de
fama mundial e as suas bazófias algumas vezes transcendiam a verdade, mas de
modo geral correspondiam aos acontecimentos.
Os arquivos de Nínive têm sido a coisa mais preciosa para comprovação da
história do Velho Testamento. 2
Depois de receber o tributo como vimos, Senaqueribe não se contentou, pois
enquanto existisse Jerusalém haveria um foco de rebelião. Foi então que mandou
os seus mensageiros para uni encontro com Ezequias.
1. Veja E a Bíblia Tinha Razão, de Werner Keller, pp. 222 a 235.
4) Senaqueribe intima Ezequias a entregar a cidade.
Os embaixadores foram Tartã, Rabe-Sáris e Rabsaqué. Todos devem ter sido altos
funcionários do governo assírio, sendo Tartã chefe supremo das forças armadas
(Is. 20:1), Rabe-Sáris comandante do exército e Rabsaqué o mordomo-mor do
palácio real, em Nínive. Como se vê, era uma embaixada de luxo para convencer
Ezequias a entregar a cidade. Estes chegaram junto ao aqueduto superior, ao
caminho do campo do lavandeiro, lugares ainda não identificados. De lá mandaram
chamar o rei que por sua vez mandou Eliaquim, o mordomo do palácio, Sebnã, o
escrivão, e Joá, o cronista. Estes estavam encarregados de parlamentar com os
embaixadores de Senaqueribe (Is. 7:3; 20:1; 22: 20). Esta gente falava o
hebraico, coisa que nos parece um tanto estranha, e os mensageiros de Ezequias
pediram que se lhes falasse em aramaico, porque o povo não entendia esta
língua, e assim tomaria conhecimento dos insultos que estavam sendo assacados
contra o rei e especialmente contra o DEUS de Judá, Rabsaqué respondeu que o
assunto era para o povo conhecer e não apenas os oficiais do rei. A alegação
dos embaixadores foi de que não valia a pena confiar no Egito, aquela cana
quebrada, que furaria a mão de quem se encostasse nela (v. 21). Não sabemos que
houvesse no momento qualquer entendimento com o Egito, que nesse tempo não era
grande potência. Também não adiantava, diziam, confiar em DEUS cujos altares
Ezequias derrubou, como a dizer se DEUS não se rebelou contra a derrubada dos
altares, como é que vai ajudar-te nesta conjuntura (v. 22). Pois se não pode
afugentar um só capitão dos menores dos servos do meu senhor, confias no Egito,
ete. (v. 24). Ora, empenha-te com o meu senhor, rei da Assíria, e dar-te-ei
dois mil cavalos, se da tua parte achares cavaleiros para os montar (v. 23).
Toda essa arenga foi feita em bom hebraico, de modo que o povo assentado nos
muros entendeu perfeitamente o que se estava passando, pelo que os mensageiros
de Ezequias pediram que lhes falassem em aramaico, porque essa língua o povo
não entendia.
O argumento era que não valia a pena resistir, confiando em DEUS, pois todos os
deuses das nações vencidas tinham sido derrotados, dando como prova os deuses
de Hamate, de Arpade, de Sefarvaim, Hena e Iva. Todos eles tinham sido
derrotados e, portanto, não adiantava confiar em DEUS. O argumento era
irresistível e os mensageiros de Ezequias calaram-se, porque a ordem era não
argumentar. Teriam de fazer as suas propostas sem argumento.
Os embaixadores de Ezequias se retiraram dos muros e foram levar-lhe os
resultados da afronta em palácio. Nada mais restava senão confiar em DEUS.
Efetivamente todos os povos ao redor estavam submetidos e destruídos. Só
restava mesmo Judá e este já tinha sentido o peso da afronta com a conquista de
muitas cidades, e certamente a deportação de muitas pessoas, que, segundo as
crônicas da Assíria, foram 200.150 entre novos e velhos. Não queríamos estar
presentes a esta crise, se a nossa fé não fosse muito forte. Quantas vezes o
povo tinha sido derrotado? Quantas vezes aparentemente DEUS se tinha omitido?
Era, pois, uma hora de grande crise, e só a fé poderia valer. A cidade cercada,
Laquis com as suas muralhas enegrecidas da fumaça das árvores cortadas e
queimadas junto às muralhas, Libna também cercada, um exército de mais de
200.000 homens, cavalos sem conta, ali junto, e os pobres judeus encerrados
dentro das muralhas da sua cidade.
5) DEUS responde a Ezequias.
Nesta hora de crise, muito valia a opinião de um homem de DEUS. Ezequias enviou
os seus mensageiros a Isaías (que morava perto do templo), todos de vestes
rasgadas e cabeça coberta de terra, com uma mensagem desalentadora: "Este
dia é dia de angústia, de vituperação e de blasfêmia; porque os filhos chegaram
ao parto e não há força para os dar à luz. Bem pode ser que o teu DEUS tenha
ouvido todas as palavras de Rabsaqué... Isaías lhes disse: ... Não temas as
palavras que ouviste..." (19:3-6). O milagre estava pronto e seria uma
prova de que havia DEUS em Judá, e o DEUS dos judeus não era como os de Hamate,
ou Serfavaim: era um DEUS diferente. Graças a DEUS que havia também um profeta
a quem DEUS revelava a Sua vontade e isso era o bastante. Assim os mensageiros
de Ezequias voltaram com o recado do profeta, no qual estava predito o que iria
acontecer com os exércitos de Senaqueribe. DEUS meteria nele um espírito e ele
ouviria certo rumor... (v. 7). O que também parece certo é que toda a basófia
de Senaqueribe não passava de uma artimanha, pois se ele não conseguira tomar
Laquis nem Libna, como poderia atacar Jerusalém com estas fortalezas pela
retaguarda? Possivelmente Ezequias também deveria ter notado que tudo não
passava de uma artimanha de guerra. Senaqueribe não seria louco para desviar os
seus exércitos de Laquis e Libna para atacar Jerusalém, porque então seria
atacado pela retaguarda. O próprio Senaqueribe estava encerrado numa gaiola,
como disse que encerrara Ezequias. Com um mapa diante de nós veremos a posição
de Laquis e Libna, fortalezas guardiãs de Jerusalém, e, sem a derrota destas, a
cidade estava segura. Foi o que aconteceu quando Nabucodonozor, anos depois,
atacou Jerusalém; ele teve de vencer primeiro estas fortalezas para então
atacar a Santa Cidade. Temos aqui um capítulo da estratégia da guerra contra
Jerusalém. Desta crise Jerusalém se livrou graças ao socorro dado por DEUS,
embora houvesse no horizonte outra crise de que não se livraria.
A Santa Cidade estava mesmo destinada à destruição, por causa do pecado dos
seus reis e do seu povo.
6) Uma carta afrontosa de Senaqueribe e a oração de Ezequias (veja Isaías
37:9-20).
Em vista de não obter uma resposta às suas ameaças, voltou Rabsaqué a seu
senhor e o encontrou lutando contra Libna, porque Laquis tinha resistido
valorosamente. Nesta altura, Senaqueribe soube que Tiraca, rei do Egito, tinha
saído para lhe fazer guerra. Não sabemos que Tiraca viesse em socorro de Ezequias,
mas como os dois Estados disputavam a hegemonia no Oriente, talvez tivesse
pensado ser uma boa oportunidade de se defrontarem. O Egito tinha caído em
poder dos etíopes, que constituíram a vigésima quinta dinastia do Egito. Uraca
talvez fosse um general de Sabataca, seu tio, que reinou de 888-870. Então
Senaqueribe entendeu que era tempo de fazer nova pressão contra Ezequias
mandando-lhe uma carta insultuosa e afrontosa como se lê em 19:8-14. O
argumento era o mesmo. Não adiantava confiar em Jeová, porque ele não livraria
a cidade. Portanto, o melhor caminho era abrir os portões para que entrassem os
exércitos do grande rei assírio. Ezequias não teve dúvida; foi ao templo e
colocou a carta diante de DEUS, pois foi a DEUS que o rei insultou. Uma atitude
de todo em todo prudente e sábia, pois, se era verdade que DEUS era DEUS e o
único, então era a Ele que cabia responder aos insultos de Senaqueribe. Linda a
oração de Ezequias, vale a pena ser imitada.
7) A resposta de DEUS por intermédio de Isaías (veja Isaías 37:21-35).
DEUS respondeu logo, sem demora, tudo quanto Ezequias tinha pedido: "A
virgem, a filha de Sião, te despreza e te escarnece; a filha de Jerusalém
meneia a cabeça por detrás de ti" (v. 21). "A quem afrontaste?",
pergunta o profeta. E entra numa série de figuras. DEUS mesmo cavou os poços e
bebeu as águas, com a planta dos pés secou os rios do Egito, "e porque a
tua arrogância subiu aos meus ouvidos, porei o meu anzol no teu nariz e o meu
freio na tua boca, e te farei voltar pelo caminho por onde vieste." Então
foi dado um sinal de fartura e segurança para Israel (v. 28). "Portanto,
assim diz o Senhor acerca do rei da Assíria: Não entrará nesta cidade. . .
" (v. 32). Pronto! estava selada a sorte do arrogante rei, vencedor de
muitos reis e deuses, mas vencido pelo DEUS de Israel. A desgraça já estava
selada, como se vê nos versos 35-37, e nada escapou que pudesse fazer medo a
uma aldeia de raposas. O que os reis da Assíria praticavam com os reis vencidos
pondo-lhes anzóis no nariz e freios na boca, seria agora praticado contra ele.
Damos graças a DEUS que ficou para a história esta revelação e proteção de
DEUS. Nós que vivemos sob outra disposição, muito diferente aliás, sem um
Isaías perto de nós, mas com os mesmos problemas algumas vezes até piores,
podemos estar certos dê que DEUS é o mesmo e ainda responde às orações. Mudaram
os meios e modos de enfrentar inimigos, não temos mais um Senaqueribe, mas
temos outros do mesmo feitio, e quando oramos como Ezequias orou, DEUS
responde.
8) A destruição do exército de Senaqueribe (veja Is. 37:36-38).
A destruição do exército de Senaqueribe é o fato histórico que mais
impressionou os historiadores antigos, e sobre o acontecimento, rios de tinta
têm corrido para explicar o que só a Bíblia o faz. O Autor no seu livro
"Povos e Nações do Mundo Antigo", uma história do Velho Testamento,
dá amplas informações a respeito. A frase bíblica "naquela noite" (v.
35) não se encontra na leitura paralela de II Crônicas nem em Isaías 37, pelo
que alguns admitem ser apenas uma expressão forte para dar a entender que a
derrota foi imediata. Todavia, tanto II Crônicas como Isaías dão a mesma nota
que o anjo do Senhor destruiu o exército de Senaqueribe, se não naquela noite,
numa noite, pois foi mesmo de noite que se deu a derrota, e Senaqueribe, como
nos conta II Crônicas, voltou coberto de vergonha para a sua terra.
Uma lenda desposada por Heródoto, célebre historiador antigo, diz que a derrota
se deu nas imediações do Egito, e que, portanto, Senaqueribe teria abandonado
Jerusalém e tentado vencer os egípcios, sendo que a destruição ocorreu por
intervenção de uma onda de ratos que roeram os arreios dos cavalos, e estes
dispararam sem os cavaleiros. Outra, contada por Josefo, diz que um vento
oriental deu no exército, de noite, e matou os soldados. Qualquer destas
tradições não invalida o fato bíblico de que em certa madrugada cento e oitenta
e cinco mil soldados amanheceram mortos, a fina flor do exército até aqui
invencível. O anjo do Senhor fez a destruição da maneira que lhe pareceu
melhor. Derrotado, Senaqueribe voltou para Nínive e foi adorar o seu deus
Nisroque, e, enquanto adorava, seus dois filhos, Adrameleque e Sareser, o
mataram à espada e fugiram para a terra de Ararate, subindo ao poder o seu
outro filho, por nome Essar-Hadom.
A norma dos antigos guerreiros era, ao, subirem ao poder, tentar uma guerra
para mostrarem o seu valor como guerreiros, pois que o trono ou o poder não
dependia de direitos sucessórios, mas de força. A guerra de Senaqueribe na
Palestina tinha tido esse fim, se bem de pouco ou de nada servisse. Parece que
foi mesmo o fim do poderio assírio, pois daqui em diante começa o seu declínio
com a volta do antigo império babilônico ao cenário político daquela região,
com o advento como veremos adiante com a vinda de Merodaque-Baladã, antecessor
de Nabucodonozor. Desta vez Jerusalém estava salva e livre, mas o pecado
continuava a fazer a sua obra nefasta, e outro poder se levantaria para
concluir o que Senaqueribe não conseguiu. Por qualquer ângulo que se aprecie esta
quadra histórica, fica evidente que foi a mais séria de todas quantas visitaram
a pobre nação até agora, e de que o grande Isaías foi o fiel da balança. Os que
estudam Isaías e a sua obra devem ver o papel que lhe coube no encaminhamento
dos negócios de Judá, sua luta para recolocar a nação no seu lugar com DEUS e
suas terríveis proclamações e admoestações contra o pecado dos reis e do povo.
O paciente e misericordioso DEUS teve de assistir a todo este transe,
intervindo apenas quando solicitado, como espectador, silencioso aguardando
poder entrar na cena e agir. Muitas são as lições que nos dá esta história do
ponto de vista divino: se era solicitado, intervinha e salvava; se não era,
deixava que cada qual pagasse por seus pecados. Isto ainda ocorre hoje, mas em
moldes diferentes. O autor destas notas muito se tem louvado nestas ocorrências
para tirar as lições que elas ministram, e com isso construir n sua própria
vida pastoral e pessoal.
3. Há historiadores que acreditam que Senaqueribe foi de fato ao Egito com um
grande exército e o dominou. Faraó naquele tempo seria um sacerdote inimigo de
guerras, ou não disporia de exércitos para enfrentar Senaqueribe e entregou-se
ao rei assírio. Esta é uma história contada por Heródoto de Helicarnasso. Não
parece que a história seja verídica, pois o relato bíblico nos diz que
Senaqueribe perdeu o seu exército junto às muralhas de Jerusalém. E nós ficamos
com a história bíblica (Veja Keller, E a Bíblia Tinha Razão, p. 230).
(II Reis 18 a 25 - II Crônicas 29 a 36)
1. Ezequias (18 a 20; II Crôn. 29:32)
9) A doença de Ezequias (veja Is. 38:1-8).
Pensam alguns comentadores que a doença de Ezequias teria ocorrido antes da
invasão de Senaqueribe, talvez por volta de 705. Entretanto, o texto parece
indicar que se relacionou com o problema de Senaqueribe, por dizer
"naqueles dias". Ora, "aqueles dias" devem estar em
conformidade com o relato anterior. Todavia, pouco importa para a verdade, que
precedesse ou sucedesse a invasão assíria, embora pareça estar relacionada com
a dita invasão. É certo que os cronistas sagrados não se atinham muito à
cronologia, dando um fato antes ou depois de outro; parece que no caso aqui, a
doença ocorreu pouco depois, e era uma doença de morte, causada por uma úlcera
que se atribui a câncer. Ezequias não estava pronto para morrer, seja porque
não tinha filhos que o sucedessem, pois que Manassés nasceu mais tarde, seja
porque, depois da vitória contra os exércitos assírios, desejava consolidar o
seu poder em Judá. De qualquer modo, quando soube que estava selada a sua sorte
nesta vida, virou-se para a parede e orou ao Senhor, alegando que tinha andado
nos seus caminhos, fora fiel em tudo e, portanto, desejava viver mais um pouco.
Isaías, que tinha trazido a mensagem da morte, ainda estava no centro da cidade
(v. 4) quando veio outra ordem de DEUS, para que voltasse e lhe dissesse que
ainda viveria mais um pouco. DEUS tinha visto as suas lágrimas, ouvido a oração
do rei e teve pena dele. Portanto iria viver mais 15 anos. Mandou que se
fizesse uma pasta de figos e a pusessem sobre a úlcera, e recuperou a saúde. 4
Ezequias não ficou satisfeito em ficar bom da úlcera; queria uma prova de que
viveria os 15 anos; por que pedir provas? DEUS deu a prova. DEUS paciente.
Seria adiantada a sombra no relógio de Acabe ou seria atrasada? Ezequias não
quis que a sombra adiantasse, mas atrasasse dez graus. Então Isaías clamou ao
Senhor e a sombra retrocedeu dez graus. Para alguns, o milagre não consistiu em
diminuir o dia em dez minutos, mas em retroceder a sombra. Ora, para nós tanto
faz. O milagre é claro. O relógio de Acaz era uma espécie de mediana muito
usada nos antigos tempos, composta de duas partes que, fechadas, se
superpunham. No centro, um espaço côncavo redondo, no qual havia uma agulha
magnética que se dirigia para o polo norte. Sempre que se queriam as horas, era
abrir a mediana, inclinar a agulha na direção do norte e a sombra da linha,
proporcionada pelo sol, se projetava no mostrador do relógio com as 12 horas
inscritas. Os astrônomos têm lutado para decifrar esse problema com o outro
ocorrido em Josué 10:12-15. Segundo Josué o sol não se pôs quase um dia
inteiro. Então dizem os sábios que o dia de Josué foi de 11 horas e cinquenta
minutos e os dez minutos de Ezequias completaram um dia que dizem, falta no
calendário astronômico. Nos estudos sobre Josué foram dadas outras informações
que o leitor procurará ler. Para nós que não somos astrônomos mas simples
curiosos desta ciência, tanto se nos dá que falte uni dia no calendário
astronômico, como não falte; o que interessa é o fato dos milagres que os
incrédulos desejam2 ignorar. Se há DEUS, há possibilidade de milagres; se não
há, não há milagres. Apenas isto e nada mais. A Revelação de DEUS é clara e a
Sua intervenção na história é um fato. Negar isto é tentar Provar o impossível.
Ezequias sarou da sua úlcera e continuou a viver mais 15 anos, conforme lhe
prometeu Isaías.
4. No porto de Ras Schamra, no norte da Síria, os arqueólogos encontraram livro
de receitas médicas especiais para curar doenças de cavalos e de pessoas mesmo.
Havia muitas receitas recomendadas pelos mestres, receitas estas compostas de
vegetais e frutas. Os unguentos de figos eram muito usados na antiguidade para
esfregar nas narinas dos cavalos quando tivessem a cabeça inchada ou o focinho
inflamado. Acredita-se que a pasta de figos colocada na úlcera de Ezequias
fosse uma fórmula dessas. No caso bíblico é claro que a cura foi obra de DEUS,
foi milagre, mas os meios usados eram os comuns. DEUS mesmo usa meios naturais
para surtir efeitos espirituais.
10) Uma embaixada de Babilônia (veja Is. 39:1-8).
"Na queles dias", ou naquele tempo, Merodaque-Baladã, rei de
Babilônia, enviou cartas a Ezequias e uma embaixada. Babilônia de há muito
estava sujeita à Assíria, como vassala, sendo os seus monarcas meros prepostos
de Nínive. Todavia, Babilônia continuava a exercer a sua influência como
dantes, pois toda vez que um monarca assírio subia ao trono tinha de ir a
Babilônia pagar o seu tributo a Marduque, o deus principal dos babilônios, para
poder contar com a cooperação do antigo império. c, Isto entretanto não
militava contra o desejo de se tornarem independentes, como aconteceu pouco
depois. Este Merodaque-Baladã, também escrito Berodaque-Baladã, era súdito da
Assíria, e reinou durante os anos de 721 a 710. Sabendo que Ezequias estivera
doente aproveitou o ensejo para vir saudá-lo pela sua saúde e sondá-lo sobre
uma aliança, com o que Ezequias se sentiu muito confortado, pois sabia que
havia no ar um meio de se vingar das afrontas assírias, com a sua derrota,
fosse pelos babilônios ou por outros como aconteceu mais tarde. Recebeu a
embaixada com as honras que merecia, mostrou-lhe todo o seu arsenal de guerra,
a sua riqueza, tudo que tinha. Eram então dois conspiradores contra Nínive.
Segundo os protocolos daqueles dias, Ezequias seria o conspirador ocidental e
Merodaque-Baladã o oriental. Era uma conspirara bem armada e Ezequias, como bom
político, não podia perder a oportunidade de uma tal aliança.
Isaias, o grande intérprete da história, não gostou do negócio. Veio a Ezequias
e perguntou: "Que disseram aqueles homens e donde vieram a ti" (v.
14). Ele bem sabia de onde tinham vindo, mas queria a palavra do rei.
"Vieram de um país mui remoto, de Babilônia... Que viram em tua
casa?" Então vem a sentença terrível, uma profecia das incursões de
Nebuzaradão e Nabucodonozor. A profecia foi tremenda: (1) tudo que viram seria
levado para Babilônia, nada ficaria; (2) dos seus próprios filhos fariam
eunucos no palácio do rei de Babilônia. Então disse Ezequias a Isaías: "Boa
é a palavra do Senhor que disseste" (v. 19). Apesar da negrura da
profecia, Ezequias se conformou com ela, isto em parte, porque o ataque
babilônico não ocorreria nos seus dias. Bom espírito. Poderia pensar ainda que,
se estas terríveis coisas não aconteciam nos seus dias, mas muito depois, tudo
poderia ser evitado por uma lealdade a DEUS, o que seria certo. Se Manassés
fosse outro homem e seus sucessores fossem crentes corretos, talvez nada
tivesse acontecido, porque DEUS muda os Seus planos mediante a oração. Não
temos um DEUS impossível, indiferente à vida. Temos um DEUS que sofre e livra
conforme a nossa atitude. Fosse pelo que fosse, Ezequias não se agastou com a
profecia. Mesmo o horizonte estava muito distante e o espantalho da sua hora
era Assíria, como se os babilônios fossem muito melhores.
5. Em linguagem babilônica chamava-se Marduck-Aplaudim. A morte inesperada de
Sargão II fez reviver no monarca babilônico, preposto de Nínive, o desejo de se
ver livre da tutela dos reis assírios. Nesta conjuntura, sabendo que Ezequias havia
estado doente. manda-lhe uma embaixada vistosa com um bom presente para o
saudar, e ao mesmo tempo o sondar a respeito de uma aliança para que Judá, de
um lado, e Babilônia do outro, se atirassem contra Nínive. Este monarca
chamava-se Merodaque-Baladã, filho de Balã. Como de praxe, Isaías não gostou do
assunto tratado. mesmo que tudo estivesse ainda em segredo de Estado. Isaías,
bom observador dos fatos nacionais e internacionais, já sabia de tudo e
condenou os entendimentos havidos. Judá devia confiar no seu DEUS e não em
alianças políticas.
11) Súmula das atividades de Ezequim.
Até hoje se discute a maneira como Ezequias trouxera a água da Fonte da Virgem,
ou Ponte Giom, que ficava no vale de Cedrom, ao sul da cidade até o poço de
Siloé, que aparece diversas vezes em o Novo Testamento. Por meio de um aqueduto
sifonado, a água foi trazida ao centro da cidade, para abastecimento público.
Foi por este aqueduto numa forma primitiva que os homens de Davi entraram e
tomaram a fortaleza dos jebuzitas (II Sam. 5:6,7,8). O que Ezequias fez foi
ampliar as obras e torná-las mais conformes com as necessidades da cidade.
Outras obras já referidas foram o domínio dos velhos inimigos filisteus,
estabelecendo fronteiras pacíficas ao redor de Jerusalém. A sua reforma
religiosa, porém, só tem paralelo na história moderna, com as naturais
diferenças, em Lutero, sendo que a obra de Ezequias foi muito mais completa.
Foi um rei que passou à história como amigo de DEUS e dos Seus mandamentos.
As fortificações que Ezequias fez na cidade são coisas que ainda hoje
constituem admiração. Jerusalém era lima cidade cobiçada, rodeada de inimigos
que não perderiam ocasião de tomá-Ia. Ainda hoje se buscam os muros da cidade
construídos ou reconstruídos no seu tempo. Desde tempos antigos que a cidade
era rondada por inimigos e Ezequias sabia que a qualquer tempo seria presa de
algum conquistador. Então cercá-la bem e com altas muralhas era uma sábia
política. Mas a sua obra, ainda hoje admirada, está justamente no túnel que
leva as águas da Fonte da Virgem ou de Maria, até o centro da cidade. Esta
fonte, também chamada de tanque de Siloé, corre por um túnel de meio
quilômetro, com uns sessenta centímetros de altura, por onde um homem passa
curvado e com dificuldade, porque não segue em linha reta. Em 1880 um rapaz
caiu no tanque e nadando com dificuldade foi sair na outra extremidade e lá
deparou com um buraco. Conhecido, o túnel foi examinado por técnicos, que
descobriram uma inscrição feita na rocha mais ou menos assim: "Termina a
perfuração". O que tem causado certo assombro aos arqueólogos é o fato de
que o túnel não segue em linha reta, mas faz uma grande curva, em forma de S.
Por que essa curva tornando difícil o prolongamento do túnel? Acreditava-se que
os túmulos dos reis de Israel se encontrassem ali e para não tocar-lhes fizeram
esse desvio, mas investigações posteriores não encontraram túmulo algum. A
forma de sifão teria por fim dar às águas maior movimento de ascensão. Uma
cidade bem abastecida de água estaria preparada para resistir ao cerco que
provavelmente viria.
O assunto relacionado com a palavra poço, cisternas, é de tal modo interessante
que nos sentimos levados a dizer mais urnas palavras a respeito.
Acredita-se que os judeus foram levados a cavar poços devido ao costume dos
egípcios de os cavarem distante do rio Nilo, para a criação de peixes. Todavia,
o costume era muito mais antigo do que qualquer outro aprendido no Egito.
Abraão cavou cisternas para abeberar o seu gado (Gên. 26:18), e seu filho
Isaque igualmente cavou poços. Quando Jacó chegou a Arã parou junto ao poço
onde os rebanhos eram abeberados (Gên. 29:3 e referências) . A necessidade de
abrir poços decorria da quase inexistência de rios em muitos lugares do Oriente
e também pela falta de chuvas periódicas, de modo que era necessário armazenar
a água das chuvas para ter o que beber nas grandes estiagens tão comuns no
Oriente. Quando acontecia encontrarem um veio d'água num poço cavado, era uma
riqueza, como sucedeu com Jacó, quando cavou o poço notável na história da
Bíblia em João capítulo quatro. Este era um poço de nascente que serviu e ainda
serve a gerações. Não foi apenas na Palestina que foram abertos Poços para
reservatórios de águas, pois em muitos lugares da América do Norte, e mesmo no
Brasil abrem-se poços para ajuntar a água das chuvas para gastos domiciliares.
Havia um poço ou açude notável em Gibeão (II Sam. 2:13), um outro em Hebrom (II
Sam. 4:12), chamado açude, na Bíblia Revisada e Atualizada no Brasil; o poço de
Samaria (I Reis 22: 38) e, finalmente, o açude superior (II Reis 18:17, Is.
7:3), conhecido agora pelo nome de Birket-el-Mamilla, o poço mais baixo ou
inferior (Is. 22:9, 11). Mas de todos os poços ou açudes encontrados no Velho
Testamento, o mais notável pela sua construção, como já vimos, e por sua
influência durante séculos, foi mesmo o de Ezequias (II Reis 20:20), atualmente
conhecido pelo nome árabe de Birket-el-Hammom, o Poço do Rei; em Neemias 2:14,
chamado a Porta da Fonte e Açude do Rei, também conhecido como a Ponte da
Virgem; em Neemias 3:15, a Porta da Fonte. Isaías chama a este açude, o Açude
Velho. No livro de Eclesiastes, Salomão confessa: "Fiz para mim açudes
para regar com eles o bosque em que reverdeciam árvores" (Ecl. 2:6).
Entretanto, o Poço de Ezequias (II Reis 20:20) é, de todos, o mais notável e
merece aqui duas palavras
a) Este poço, já mencionado linhas atrás, consistia de um canal que o rei
Ezequias abrira na rocha e que era alimentado pelas águas, que vinham do poço
alto de Giom (II Crôn. 32:30), que fica a oeste da cidade, perto da moderna
Jerusalém. Conforme a tradição este poço perto da cidade nova e da Porta de
Jafa, com toda a probabilidade, é o verdadeiro local do poço de Ezequias, visto
que as suas águas correm do poço alto de Giom (Birket-el-Mamila), por um canal
ou aqueduto, nas proximidades da Porta de Jafa, até alcançarem o
Birket-el-Hammam, o Poço de Amom.
b) O poço superior (II Reis 18:17; Is. 7:3; 36:2) e o poço inferior (Is. 22:9),
ficam fora dos muros de Jerusalém, em conexão com o outro poço. Na cidade
moderna há dois poços ou açudes, um superior e outro inferior. Um no princípio
do Vale de Giom e o outro um pouco ao sul, indo para a extremidade do Vale,
quase em linha reta com os muros da cidade.
c) O poço velho (Is. 22:11), não fica muito distante das muralhas duplas, e
perto dos jardins reais (II Reis 25:4), por onde fugiram todos os homens de
guerra, quando a cidade foi cercada pelos caldeus. Jeremias 39:4 tem a mesma
linguagem. Este açude deve ser procurado a sudeste da cidade de Jerusalém,
perto da Fonte de Siloé (Neem. 3:15); e não muito distante do início do
Tiropeon, onde se encontram atualmente dois reservatórios, um cavado mesmo na
rocha, e o outro um pouco maior ao sul, do qual recebe as suas águas. A água flui
da rocha por uma abertura chamada Ponte de Siloé. O maior destes açudes ou
fontes é sem dúvida o Poço de Siloé, e o que lhe fica perto deve ser o velho
poço, idêntico com o poço artificial mencionado por Neemias (Neem. 3:16), pois
fica na sua vizinhança. O Poço do Rei, referido por Neemias 2:14, deve ser
procurado na Ponte da Virgem Maria, a leste de Ofel e talvez seja o mesmo Poço
de Salomão referido por Josefo (Guerras V, 4:2). Outros acreditam que o poço
que fica ao sul de Siloé e que atualmente está quase aterrado deve ser
identificado com a referência de Josefo. Assim, ligeiramente expostos, temos o
Poço de Betesda, o Poço de Giom, o Poço de Siloé e Salomão.
Fica evidente, por estas informações, que Jerusalém estava bem servida de
águas, e tanto Ezequias como outros tiveram o cuidado de não negligenciar esta
importante parte da vida de uma capital. Ezequias parece ter sido o que mais de
perto se interessou por estas obras, ao ponto de o escritor sagrado lhe fazer
uma referência toda especial (II Reis 20:20).
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O REINO DE JUDÁ FICA SOZINHO (2RS 18.1—25.30)
Comentário - NVI (F. F. Bruce)
Judá sobreviveu, ainda que como vassalo da Assíria, e teve mais 130 anos de
história bastante diversificada. Durante esse período, o poder
assírio minguou e finalmente passou para a Babilônia (612 e 605 a.C.). Os
avivamentos sob a liderança de Ezequias e Josias são pontos religiosos
luminosos numa época em geral sombria. Nessa seção final, mais detalhes
políticos são registrados, de forma que os últimos 130 anos de Judá
recebem mais atenção do que os primeiros 200.
O reinado de Ezequias (18.1—20.21)
O terceiro ano do reinado de Oséias (729 a.C.) deve ser o início da corregência
de Oséias, e as datas dos v. 1,9 começam aí. Os vinte e nove anos (v.
2) devem ser uma referência ao período em que ele reinou sozinho de 716
a 687. O décimo quarto ano do v. 13 é uma referência ao seu reinado
sozinho (i.e., 701 a.C.).
Os v. 3-8 dão um breve resumo do seu reinado antes do relato bem mais
detalhado (18.13—19.37) de como rebelou-se contra o rei da Assíria
(v. 7). Ele fez [...] tal como tinha feito Davi, seu predecessor (v. 3)
sem restrições, visto que até os altares idólatras foram removidos, junto
com as colunas sagradas e os postes sagrados. Até a serpente de bronze que
Moisés havia feito foi despedaçada para encerrar uma reverência
supersticiosa (v. 4). Era chamada Neustã (bronze): a maioria das versões
traz “e lhe chamaram” (ARA, ARC, BJ), seguindo o texto grego. O TM traz o
singular “ele a chamou” (v. nota de rodapé da NVI), o que é mais
provável à luz do comentário de Ezequias: “É somente bronze, não
deus”, v. 5,6. Ezequias confiava no Senhor [...] Ele se apegou ao
Senhor: reflete a atitude interior, assim como obedeceu aos mandamentos
reflete o resultado exterior, v. 7. o Senhor estava com ele (como com
José, Gn 39.21,22), e ele prosperou, como mostram a sua rebeldia contra a
Assíria e a derrota que impôs aos filisteus. Segundo Crônicas 29 traz mais
detalhes acerca dessa reforma. Is 20 e 30.1-7 mostram a tentativa do
profeta de fazer Ezequias parar de se meter em politicagem,
especialmente com o Egito (um flerte de dez anos que quase foi fatal). A
própria inscrição de Senaqueribe mostra que o ataque de Ezequias contra a
Filístia estava associado a essa intriga e resultou no fato de que Padi, rei de
Ecrom, ficou aprisionado um tempo em Jerusalém. A data exata em que ele se
rebelou contra o rei da Assíria não é dada no texto, mas no início do
reinado de Senaqueribe ele teve de tratar com rebeliões na Babilônia (daí
a ligação com Merodaque-Baladã em 20.12) e na Palestina, e pode ter
sido esse o momento em que foi tomada a decisão fatídica de não pagar tributos.
Os v. 9-12 relatam a queda de Samaria com base nos anais de Judá, com a mesma
lição moral de antes: não obedeceram ao Senhor [...] Não o ouviram (v.
12).
A defesa de Jerusalém (18.13—19.37) v. 13. O ataque de Senaqueribe contra todas
as cidades fortificadas de Judá ocorreu em 701 a.C. e é descrito em termos
arrogantes na sua inscrição. A história do livro de Reis destaca o
fato de Javé ter preservado a sua cidade de Sião contra o invasor pagão e,
assim, só faz menção muito breve da situação calamitosa em que se
encontrava (v. 13-16). A diplomacia de Ezequias pode ter sido louvável do
ponto de vista religioso e heróica em termos nacionais, mas custou caro a
Judá. Senaqueribe [...] as capturou (v. 13) é uma observação relativa à
tristeza das “46 de suas cidades fortificadas e inúmeras pequenas
vilas” mencionadas na inscrição, além da multidão de prisioneiros.
Laquis (v. 14) está retratada numa escultura em uma parede do palácio em
Nínive, mostrando a cidade em chamas e o rei vitorioso recebendo honrarias.
O debate acerca do cap. 18 continua. Alguns estudiosos sugerem que os v. 13-16
relatam a campanha de 701 de Senaqueribe e propõem um cerco posterior em 688
mencionado em 18.17—19.37. Uma campanha única pode, no entanto, ser
harmonizada com todas as referências, e o v. 17 mostra uma mudança de
opinião (ou um ato de traição) por parte de Senaqueribe que, tendo
recebido o tributo (v. 16), volta novamente para exigir entrada na cidade.
Os cidadãos sitiados são atormentados pela traição, e assim o Cometi um
erro (v. 14) anterior se torna em feroz resistência. Eles já haviam
melhorado a sua defesa com a proeza de engenharia que era o novo
túnel que canalizou água para a cidade (20.20).
v. 17. o rei da Assíria enviou [...] seu general (o “Tartan”), seu oficial
principal (o “Rabsaris”) e seu comandante de campo (o
“Rabshakeh”) para intimidar a cidade. A seção de 18.17—
20.19 é repetida em Is 36.1—38.8 e 39.1-8, em que somente o comandante de
campo, o Rabshakeh, é mencionado. A fala é um exemplo de fanfarrice e
abuso pretensiosos, v. 19. Digam isto a Ezequias (sem título algum)
contrasta com o grande rei, o rei da Assíria. E compreensível que ele
ridicularize a confiança no Egito. A confiança no Senhor, ele
subestima — compreende de forma errônea a purificação conduzida por Ezequias
quando eliminou os santuários e altares (v. 22), e faz um apelo sutil
àqueles que se ofenderam com a reforma de Ezequias. Ele até reivindica a
autoridade de Javé para a sua campanha, falando com mais veracidade dos fatos
do que ele tinha conhecimento (Is 10.5ss), e promete ao povo paz e
prosperidade caso se submeta a ele (v. 31,32) como muitos tiranos têm
feito desde então. O seu argumento final (que contradiz o terceiro) é que
nenhum deus é mais forte do que a Assíria e que é impossível que o Senhor
poderá livrar Jerusalém (v. 35). O povo reage com silêncio (v. 36);
os cortesãos, com terror (com as vestes rasgadas, v. 37); e o rei, com
humilhação no templo e um pedido de ajuda a Isaías (suplica a DEUS,19.4).
Embora Isaías tivesse criticado a política de Ezequias e pudesse
dizer: “Não te falei?”, ele envia uma mensagem de esperança e profetiza juízo
sobre a arrogância da Assíria, v. 7. quando ele ouvir certa notícia:
cumpriu-se no que Senaqueribe recebeu de Tiraca, rei etíope do Egito...
(v. 9). Os estudiosos concordam agora (Bright fundamentou a sua teoria da
campanha de 688 parcialmente no relato da juventude de Tiraca) que Tiraca
tinha idade suficiente para conduzir um exército egípcio (embora não
governasse o Egito antes de 690 a.C.) e possuía poder suficiente para
fazer Senaqueribe tremer. A morte deste último no seu próprio país (cf. v. 37)
ocorreu 20 anos mais tarde.
Os v. 10-13 têm sido considerados um “relato paralelo” à fala do comandante
de campo, mas podem ser também uma segunda mensagem, dessa vez de forma
escrita, quando o comandante de campo [...] retirou-se [...] para
Libna (v. 8) com a notícia do desafio a Jerusalém. Eles simplesmente
repetem o argumento final: Acaso os deuses das nações [...] as livraram
[?] (v. 12). A reação de Ezequias entrou para a história como um modelo
de humildade e esperança, pois ele estendeu-a [a carta] perante o
Senhor (v. 14) e orou com teologia sadia — não eram deuses (v. 18) — e
com preocupação zelosa para que todos os termos da terra saibam que
só tu, Senhor, és DEUS (v. 19; cf.
5.15). A resposta para a sua confiança está na declaração de Isaías: Assim diz
o Senhor, o DEUS de Israel (v. 20), introduzindo um “cântico de
escárnio” em harmonia com o conceito elevado que Isaías tinha da
transcendência de Javé como o SANTO de Israel (v. 22). O comandante de
campo e os seus emissários são reduzidos a anões: você insultou o Senhor
por meio dos seus mensageiros (v. 23). A arrogância se transforma em
trágica ironia (cf. Is 10.7
11). v. 24. sequei todos os rios do Egito: assim a NVI (como também a BJ e a
ARA) emenda o TM: “rios da fortaleza”; mas, visto que Senaqueribe
ainda não havia conquistado o Egito nessa época, o futuro “secarei”
seria mais adequado. (V. ARC: “secarei todos os rios dos lugares
fortes”), v. 25. eu já havia determinado põe a jactância dos v. 11-13
na perspectiva correta, e o meu anzol em seu nariz (v. 28) torna-se
um castigo mordaz à vista de esculturas assírias que mostram reis
subjugados sendo conduzidos exatamente dessa maneira. Uma mensagem de
encorajamento é selada com um sinal (v. 29; ’ôt, às vezes, como em
20.8, mas nem sempre, sinal miraculoso) segundo o qual o crescimento normal do
campo e da família continuaria. Não mais do que duas colheitas se
perderiam.
Foi nessa época que se materializou a convicção da inviolabilidade de
Jerusalém, v. 34. por amor de mim mesmo e do meu servo Davi foi dado como
esperança em dias tenebrosos a um rei temente a DEUS (mesmo que
politicamente insensato). Tornou-se um talismã tão concreto que mais tarde
Jeremias teve de batalhar contra isso (Jr 7). A solução veio naquela noite.
Acerca do elevado número (185.000), v. NBD, p. 1.124-5. mil (’eleph) é
muito parecido com ’alluph, “comandante”, e “185 comandantes” estaria em
harmonia com 2Cr 32.21. Heródoto preservou uma tradição
de camundongos atacando o acampamento assírio e roendo aljavas e
outros equipamentos. Uma peste bubônica se encaixaria com as duas
histórias. Todos os relatos concordam que Senaqueribe, rei da Assíria,
desmontou o acampamento e foi embora (v. 36) e que foi assassinado por
seus filhos (v. 37).
SUBSÍDIOS DA Lição 11, O Reinado de Ezequias
- 3º TRIMESTRE DE 2021
OBJETIVO GERAL - Asseverar que o Senhor ouve a oração dos que o
temem.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Apresentar o íntegro reinado de Ezequias;
Sinalizar as afrontas de Senaqueribe;
Registrar o fim de Senaqueribe.
INTERAGINDO COM O PROFESSOR
Inicie esta lição falando sobre a destacada fé do rei Ezequias. Sua fé não foi
superada por nenhum dos reis de Judá (v.5). Ezequias não dependia de nenhuma
aliança com outras nações porque a bênção de DEUS, que estava sobre ele, lhe
era suficiente. Este grande rei não se apartou dos caminhos do Todo-Poderoso. O
modo como o Senhor foi com ele, libertando-o de Senaqueribe, era um sinal de
sua grande fé, fidelidade e justiça.
Enfatize para seus alunos o quanto vale a pena ser fiel a DEUS em tempos de
grande crise.
SÍNTESE DO TÓPICO I - Quando nos voltamos para DEUS, as mudanças de
comportamento e atitude são inevitáveis, pois sua Santidade nos constrange.
SÍNTESE DO TÓPICO II - Nosso inimigo não tem nenhum poder sobre
nós. Todas as suas pretensões passam pelo crivo e aprovação do Senhor.
SÍNTESE DO TÓPICO III - Aquele que ousa afrontar o Senhor DEUS é severamente
castigado. A mão protetora do Altíssimo nunca deixa seu povo desamparado.
SUBSÍDIO DIDÁTICO-PEDAGÓGICO TOP1
O professor deve entender que a forma como conduz os trabalhos na classe e a
linguagem utilizada são fundamentais no processo de aprendizagem. Portanto:
O PROFESSOR NÃO DEVE:
O PROFESSOR DEVE:
• Dar início à lição sem antes certificar-se da presença do material necessário
às atividades planejadas, desde pincel para lousa (ou giz), o apagador, os
livros, mapas, figuras e outros recursos;
• Ao iniciar a aula, pôr-se desde logo a discorrer sobre o assunto do domingo
sem antes certificar-se do aproveitamento real, pelos alunos, do conteúdo da
lição anterior;
• Impacientar-se com o escasso aproveitamento de certos alunos e abandoná-los,
dando como razão que “não convém perder tempo com eles”.
• Estudar constante e cuidadosamente a linguagem dos alunos, para ficar sabendo
quais as palavras que usam e que significados dão a elas;
• Quanto possível procurar obter dos alunos a expressão dos seus conhecimentos,
ou a medida deles sobre o assunto, para ficar ciente de suas ideias e modos de
expressá-las, e assim ajudá-los a corrigir em seus conhecimentos;
• Expressar-se, quanto possível, na linguagem dos alunos, corrigindo
cuidadosamente quaisquer erros do significado que dão a suas palavras.
SUBSÍDIO HISTÓRICO TOP2
“Rabsaqué adverte Ezequias (18.19-25). A mensagem de Rabsaqué era uma típica
ostentação assíria planejada para destruir a confiança de Ezequias. Deve-se
observar a partir de suas advertências que o rei de Judá estava, naquele
momento, resoluto e determinado em sua revolta contra Senaqueribe. O grande
rei, o rei da Assíria (19) é apenas parte do título frequentemente usado pelos
reis da Assíria. Os anais deste rei têm início da seguinte forma: ‘Senaqueribe,
o grande rei, o poderoso rei, rei do universo, rei da Assíria...’ A aliança
estabelecida entre Judá e o Egito, era tão frágil quanto a palavra de lábios
(20), com o bordão de cana quebrada como suporte (21). O Faraó é Tiraca
(Taharqo), que foi corregente com seu irmão a partir de 690/89. Ele era o líder
das forças egípcias que Senaqueribe enfrentou (19.9)” (Comentário Bíblico
Beacon: Josué a Ester. Rio de Janeiro: CPAD, 2005, pp.376,77).
CONHEÇA MAIS TOP2
“O cronista relata que desde os tempos de Salomão não se comemorava a Páscoa
assim. E DEUS, dos céus, ouviu e se agradou das canções de louvor. Como
resultado da restauração do culto a Yahweh, todo vestígio e símbolo pagão foi
destruído. Isto incluía não apenas os altos do sul ao norte, como também a
serpente de bronze que Moisés fizera no deserto do Sinai (2 Rs 18.3,4; 2 Cr
31.1). Um indicativo de quão profunda era a apostasia de Israel é o fato de que
adoravam qualquer que, no passado, servira-lhes como símbolo da graça de DEUS.”
Para saber mais leia: História de Israel no Antigo Testamento. Rio de Janeiro:
CPAD, 2013, p. 435.
SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO TOP3
“A palavra de DEUS referente a Senaqueribe (19.20-28). A resposta de DEUS à
oração de Ezequias, mais uma vez, veio através de Isaías, o profeta. Para
compreender claramente a mensagem, veja o texto bíblico completo. Era uma
resposta de esperança para o rei de Judá e a angustiada Jerusalém. A atitude
deles com relação a Senaqueribe poderia ser de desprezo e zombaria (21).
Jerusalém meneia a cabeça por detrás de ti, isto é, ‘ela balança a cabeça
detrás de ti’. O rei da Assíria não só zombava do povo de Jerusalém, mas de
DEUS, o SANTO de Israel (22) – um título para o Senhor, usado principalmente
por Isaías (cf. Is 5.24; 30.12, etc). Senaqueribe havia arrogantemente
perseguido as suas muitas conquistas (23,24), e contava até mesmo com a
aprovação de DEUS – não ouvistes que já dantes fiz isto? (25, cf. Is 105-11). A
difícil segunda parte do versículo 25 pode ser traduzida como: ‘E agora eu o
executei, transformando as cidades fortes em ruínas’ (Moffatt). Entretanto, a
Assíria foi além dos planos de DEUS. Ela arrogantemente, perseguiu o seu desejo
por conquistas, e assim DEUS declarou a Senaqueribe: Eu te farei voltar pelo
caminho por onde vieste (28, cf. Is 10.12-19)” (Comentário Bíblico Beacon:
Josué a Ester. Rio de Janeiro, CPAD, 2005, p.379).
PARA REFLETIR - A respeito de “O Reinado de Ezequias”,
responda:
Quem foi Ezequias? Um rei de Judá temente a DEUS.
Qual foi a lição deixada por Ezequias? DEUS sempre ouve os sinceros de coração,
que confiam nEle mesmo diante do medo e insegurança.
O que significa dizer que “Ezequias achegou-se a DEUS”? Significa que Ezequias
não se afastou do Senhor e guardou os seus mandamentos (2 Rs 18.6). Ele estava
disposto a honrar e adorar somente a DEUS.
O que promoveu uma adoração nacional em Judá? Um apelo de Ezequias a toda a
nação de Judá à santidade, ao arrependimento e à adoração a DEUS.
Qual foi o livramento dado por DEUS ao povo de Judá? O anjo de DEUS eliminou
cento e oitenta e cinco mil assírios.
CONSULTE
Revista Ensinador Cristão - CPAD, nº 86, p. 41
))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))
Lição 12, O Reinado de Josias
Lições Bíblicas - 3º Trimestre de 2021 - CPAD - Para adultos
Tema: O Plano de DEUS para Israel em meio à Infidelidade da Nação,
As Correções e os Ensinamentos Divinos no Período dos Reis de Israel - Comentário:
Pr. Claiton Pommerening
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE - 2 Reis 22.3-5,8; 23.2-5,21,22,25
3 - Sucedeu, pois, que, no ano décimo oitavo do rei Josias, o rei mandou o
escrivão Safã, filho de Azalias, filho de Mesulão, à Casa do SENHOR, dizendo: 4
- Sobe a Hilquias, o sumo sacerdote, para que tome o dinheiro que se trouxe à
Casa do SENHOR, o qual os guardas do umbral da porta ajuntaram do povo. 5 - E
que o deem na mão dos que têm o cargo da obra e estão encarregados da Casa do
SENHOR; para que o deem àqueles que fazem a obra que há na Casa do SENHOR, para
repararem as fendas da casa.
8 - Então, disse o sumo sacerdote Hilquias ao escrivão Safã: Achei o livro da
Lei na Casa do SENHOR. E Hilquias deu o livro a Safã, e ele o leu.
2 Reis 23
2 - E o rei subiu à Casa do SENHOR, e com ele todos os homens de Judá, e todos
os moradores de Jerusalém, e os sacerdotes, e os profetas, e todo o povo, desde
o menor até ao maior; e leu aos ouvidos deles todas as palavras do livro do
concerto, que se achou na Casa do SENHOR. 3 - E o rei se pôs em pé junto à
coluna e fez o concerto perante o SENHOR, para andarem com o SENHOR, e
guardarem os seus mandamentos, e os seus testemunhos, e os seus estatutos, com
todo o coração e com toda a alma, confirmando as palavras deste concerto, que
estavam escritas naquele livro; e todo o povo esteve por este concerto. 4 - E o
rei mandou ao sumo sacerdote Hilquias, e aos sacerdotes da segunda ordem, e aos
guardas do umbral da porta que se tirassem do templo do SENHOR todos os
utensílios que se tinham feito para Baal, e para o bosque, e para todo o
exército dos céus; e os queimou fora de Jerusalém, nos campos de Cedrom, e
levou as cinzas deles a Betel. 5 - Também destituiu os sacerdotes que os reis
de Judá estabeleceram para incensarem sobre os altos nas cidades de Judá e ao redor
de Jerusalém, como também os que incensavam a Baal, ao sol, e à lua, e aos mais
planetas, e a todo o exército dos céus.
21 - E o rei deu ordem a todo o povo, dizendo: Celebrai a Páscoa ao SENHOR,
vosso DEUS, como está escrito no livro do concerto. 22 - Porque nunca se
celebrou tal Páscoa como esta desde os dias dos juízes que julgaram a Israel,
nem em todos os dias dos reis de Israel, nem tampouco dos reis de Judá.
25 - E antes dele não houve rei semelhante, que se convertesse ao SENHOR com
todo o seu coração, e com toda a sua alma, e com todas as suas forças, conforme
toda a Lei de Moisés; e, depois dele, nunca se levantou outro tal.
COMENTÁRIOS BEP - CPAD
22.1 JOSIAS. Josias foi o último dos reis justos de Judá. Já em
tenra idade (aos dezesseis anos) começou a buscar o Senhor com toda dedicação
(2 Cr 34.3) e, quatro anos mais tarde, começou a expurgar de Judá a religião
falsa (2 Cr 34.3,4). Enquanto o templo estava sendo restaurado, Hilquias achou
o livro da Lei escrito por Moisés (2 Cr 34.15). Surgiu daí um novo compromisso
com a Palavra de DEUS, e todo o país experimentou uma renovação espiritual
(23.1-30). Os profetas Jeremias, Sofonias e Habacuque ajudaram Josias no seu
esforço de reconciliar o povo com DEUS; quanto à condição espiritual do povo
nos tempos de Josias, ver Jr 1-12; Hc 1.2-4; Sf 1.1.
22.3 NO ANO DÉCIMO-OITAVO DO REI JOSIAS. A dedicação de Josias ao Senhor revela
que um jovem (Josias estava com vinte e seis anos nessa ocasião) pode ser
dedicado ao Senhor e à sua causa, assim como, ou ainda mais, do que muitos
adultos.
22.8 O LIVRO DA LEI. O "livro da lei" que Hilquias achou, tratava-se
da lei que fora dada "pelas mãos de Moisés" (2 Cr 34.14); era, sem
dúvida, um exemplar do Pentateuco, ou seja: os cinco primeiros livros da Bíblia
(cf. 23.25; Dt 31.24-26). Essa descoberta dá testemunho da mão providente e
soberana de DEUS, cuidando da sua Palavra inspirada, protegendo-a da destruição
pelos idólatras e apóstatas. Realmente, a inspirada Palavra de DEUS escrita é
indestrutível (Is 40.8).
22.13 IDE E CONSULTAI AO SENHOR. Josias queria saber se os pecados de Judá
tinham chegado a um ponto em que o juízo divino seria inevitável. (1) Através
da profetisa Hulda, DEUS disse que seu povo, em breve, seria, sim, entregue na
mão dos seus inimigos (vv. 14-17). Noutras palavras, quando o povo de DEUS
persiste no pecado, atinge um ponto em que o castigo é inevitável. (2) Por um
excessivo número de anos, o povo de DEUS, i.e., os israelitas, "zombaram
dos mensageiros de DEUS, e desprezaram as suas palavras, e escarneceram dos
seus profetas, até que o furor do SENHOR subiu tanto, contra o seu povo, que
mais nenhum remédio houve" (2 Cr 36.16). O avivamento espiritual por
intermédio de Josias apenas adiou a destruição iminente de Judá, mas não pôde
evitá-la (vv. 18-20; 23.24-27).
22.19 TEU CORAÇÃO SE ENTERNECEU, E TE HUMILHASTE. Josias agradou a DEUS porque
se humilhara perante o Senhor. Humilhar-se diante de DEUS é uma das condições
primordiais para sermos renovados e recebermos a sua graça. Humilhar-se diante
de DEUS, abrange: (1) aceitarmos o castigo que DEUS nos aplica, como justo e de
conformidade com o que merecemos (v. 13); (2) saber que nós, sem a graça de
DEUS, somos escravos do pecado e da iniquidade e que dependemos de DEUS para
toda prática do bem (cf. Pv 3.7; Rm 12.3; 1 Co 1.4); (3) ter o coração
quebrantado diante de DEUS, devido às lastimáveis fraquezas espirituais do ser
humano (Sl 51.17; cf. Lv 26.40,41; Nm 12.3; 2 Cr 12.5,6; Pv 22.4); (4) temer a
Palavra de DEUS com toda sinceridade (v. 11; 2 Cr 34.18,19).
INTRODUÇÃO
Josias foi o último dos reis justos de Judá. Nunca houve um rei como ele que se
voltasse para o Senhor de todo o coração. Este grande monarca e fiel homem de
DEUS expurgou o país de todas as falsas divindades ali colocadas por seus
ancestrais. E ao saber que o livro da Lei havia sido encontrado dentro do
Templo, iniciou em seu reino a maior e mais impactante renovação espiritual
vista entre todas as tribos de Israel.
I – JOSIAS REPARA O TEMPLO
1. “Achei o livro da Lei no Templo do Senhor”.
Com seu desejo de realizar reparos na Casa do Senhor, Josias
ordenou a Safã, o escrivão, e a outros assessores, que fossem ao encontro do
sumo sacerdote Hilquias e arrecadassem todos os possíveis recursos financeiros
(2 Rs 22.4). Pode-se imaginar a enorme surpresa que teve o escrivão do rei ao
receber do sumo sacerdote Hilquias a notícia de que o Livro do Senhor havia
sido achado dentro da Casa do Senhor (2 Rs 22.8). Por este relato percebe-se
como era o nível de desinteresse das coisas de DEUS por quem deveria zelar, não
apenas pelo sagrado Livro, mas pelo cumprimento das leis divinas expressas
nele.
2. O rei rasgou suas vestes.
Ao saber do conteúdo do livro, Safã, o escrivão, levou-o
imediatamente ao rei Josias (2 Rs 22.10). O rei leu o livro tão avidamente, e
ficou tão pasmado diante da realidade de haver descumprido seu conteúdo, que
não tardou em rasgar suas próprias vestes em sinal de profunda tristeza e
consternação (2 Rs 22.11). Ao ser impactado pela mensagem do livro, Josias não
se justificou em razão dos próprios pecados, como fazem os que não querem
conformar suas vidas à vontade soberana de DEUS. O rei não culpou a ninguém;
simplesmente se humilhou rasgando suas vestes, demonstrando a piedade do seu
coração.
3. Entendendo a vontade de DEUS.
Por ordem de Josias, o sumo sacerdote Hilquias e seus auxiliares
foram consultar a profetiza Hulda para saberem se os pecados de Judá tinham
atingido o nível do juízo divino (2 Rs 22.12-14; 2 Cr 34.22). Então a profetiza
confirmou que Jerusalém realmente seria destruída, mas que por amor a Josias,
isso aconteceria somente após a morte dele (2 Rs 22.18-20). Assim DEUS
demonstrou que ouviu a oração do rei; embora, a condenação de Judá estivesse
sendo apenas adiada (Jr 11.9-17; 13.27).
II – A RENOVAÇÃO DO PACTO COM O SENHOR
1. A leitura do livro diante do povo.
Josias, como um líder zeloso pelo cumprimento da Palavra de DEUS,
sabia que a reforma não teria êxito se todos não fossem envolvidos. Por isso
convocou todas as autoridades de Judá e de Jerusalém, e todo o povo; do mais
simples ao mais importante, para se reunirem no Templo do Senhor e ouvirem a
leitura da Lei de DEUS (2 Rs 23.1,2). Ouvindo a mensagem, o povo preparou o
coração para uma nova aliança com o Senhor.
O verdadeiro avivamento começa com a escuta da Palavra de DEUS. Quando a Bíblia
passa ser ouvida com seriedade, o coração é quebrantado, a nossa vida é avivada
e o ESPÍRITO SANTO faz morada. O avivamento por meio da Palavra é duradouro.
2. A destruição dos ídolos.
No início de sua reforma, quando tinha completado oito anos de
reinado, o rei Josias reparou o Templo, tirando todos os utensílios que tinham
sido feitos para Baal (2 Rs 22.1; 23.2). Além disso, ele expurgou as imundícies
idolátricas de todas as cidades de Judá, e só voltou à Jerusalém quando todo o
trabalho de limpeza havia terminado (2 Rs 23.4-20). O coração de Josias fervia
de amor pelo DEUS de Abraão, tão ultrajado por seu povo.
III – A CELEBRAÇÃO DA PÁSCOA
1. A celebração da Páscoa e a restauração do culto e dos ofícios do Templo.
Somente depois de dezoito anos de reinado foi que Josias conseguiu
comemorar a primeira Páscoa. Esta foi a maior celebração desde os tempos do
profeta Samuel (2 Rs 23.21-23). Josias também reestabeleceu a liturgia do
culto, o sacerdócio, e diversos ofícios que eram praticados no Templo; tais
como, sacerdotes, levitas, cantores, guardas do Templo etc.
2. A maior páscoa da monarquia.
A Páscoa era uma das maiores festas do povo de Israel. Relembrava a
proteção divina e o livramento da escravidão no Egito. Deveria ser sempre
festejada, pois permitia ao povo recordar as obras que o Senhor realizara no
passado (Êx 12.14,24-27). No entanto, devido ao pecado, o povo se esqueceu dos
feitos e promessas de DEUS.
Após achar o livro da Lei do Senhor, derrubar os altares a deuses pagãos e
destituir os sacerdotes que realizavam tais abominações, Josias deu ordem para
que o povo retornasse à celebração da Páscoa ao Senhor. Ele realizou o maior
festejo do seu tempo. Nunca houvera Páscoa tão fervorosa (2 Rs 23.21-23).
CONCLUSÃO
Josias fez uma limpeza geral em Israel, eliminando todas as formas de idolatria
instituídas pelos reis que o antecederam, inclusive o rei Salomão. Este grande
monarca e figura do Messias, foi a promessa de DEUS sobre Judá, de que o
paganismo não prevaleceria sobre seus reis, mas que a raiz de Jessé voltaria a
brotar (Is 11.1-4; Rm 15.12).
COMENTÁRIOS EXTRAS DE LIVROS
JOSIAS - (Strong Português) - יאשיה Yo’shiyah ou יאשׂיהו Yo’shiyahuw
Josias = “aquele que Javé cura”
filho de Amom com Jedida que sucedeu seu pai no trono de Judá e reinou por 31
anos; seu reinado é digno de nota pelos grandes reavivamentos da adoração de
Javé liderados por ele
Com. Bíblico - Matthew Henry (Exaustivo) AT e NT
1 Reis 13:1 Eis que, por ordem do SENHOR, veio
de Judá a Betel um homem de DEUS; e Jeroboão estava junto ao altar, para
queimar incenso. 2 Clamou o profeta contra o altar, por ordem do SENHOR, e
disse: Altar, altar! Assim diz o SENHOR: Eis que um filho nascerá à casa de
Davi, cujo nome será Josias, o qual sacrificará sobre ti os sacerdotes dos
altos que queimam sobre ti incenso, e ossos humanos se queimarão sobre ti. 3
DEUS, naquele mesmo dia, um sinal, dizendo: Este é o sinal de que o SENHOR
falou: Eis que o altar se fenderá, e se derramará a cinza que há sobre ele. 4
Tendo o rei ouvido as palavras do homem de DEUS, que clamara contra o altar de
Betel, Jeroboão estendeu a mão de sobre o altar, dizendo: Prendei-o! Mas a mão
que estendera contra o homem de DEUS secou, e não a podia recolher. 5 O altar
se fendeu, e a cinza se derramou do altar, segundo o sinal que o homem de DEUS
apontara por ordem do SENHOR.
1 Reis 13:1-10 - O Homem de DEUS de Judá Traz uma Mensagem a
Jeroboão
Aqui temos:
I
Um mensageiro enviado a Jeroboão para lhe demonstrar o desagrado de DEUS contra
a sua idolatria (v. 1). O exército de Judá que visava arruiná-lo foi dispensado
e não pôde puxar uma espada contra ele (12.24); mas um profeta de Judá é
enviado, no lugar dele, para corrigi-lo de seu mau caminho, e é enviado a
tempo, enquanto ele está apenas dedicando o seu altar, antes de seu coração se
endurecer pela aparência enganosa do seu pecado; pois DEUS não sente prazer com
a morte dos pecadores, mas prefere que eles se convertam e vivam. Quão corajoso
foi o mensageiro que se atreveu a desafiar o rei e sua arrogância e interromper
a solenidade do qual se orgulhava! Aqueles que levam a mensagem de DEUS não
devem temer o rosto do homem; eles sabem quem os defenderá. Quão bondoso foi
Aquele que o enviou para advertir a Jeroboão da ira de DEUS que, do céu, se
manifesta contra a sua impiedade e injustiça!
II
A mensagem entregue no nome de DEUS, não cochichada, mas clamada em alta voz,
indicando tanto a coragem do profeta, que ele não estava nem com medo nem
envergonhado de possuir uma mensagem, quanto a sua seriedade, que ele desejava
ser ouvido e levado a sério por todos os que estavam presentes, que não eram
poucos, nessa grande ocasião. Ela não foi dirigida a Jeroboão nem ao povo, mas
ao altar, cujas pedras ouviriam e sujeitar-se-iam mais rapidamente do que
aqueles que amavam seus ídolos e estavam surdos às reivindicações divinas. Mas,
ao ameaçar o altar, DEUS ameaçou o fundador e os adoradores, a quem o altar era
tão querido quanto suas próprias almas, e que podiam concluir: “Se a ira de
DEUS imputa crime ao altar sem culpa e sem vida, como nós escaparemos?” Aquilo
que fora predito a respeito do altar (v. 2) era que, com o tempo, um príncipe
da casa de Davi, chamado Josias, profanaria esse altar sacrificando os próprios
sacerdotes idólatras sobre ele, e queimando os ossos de mortos. Que Jeroboão saiba
e tenha certeza de:
1. Que o altar que ele agora consagrou deve ser profanado. A adoração idólatra
não continuará, mas a palavra do Senhor permanecerá para sempre.
2. Que os sacerdotes dos lugares altos que ele agora instituiu devem ser eles
mesmos oferecidos como sacrifícios à justiça de DEUS, e os primeiros e únicos
sacrifícios sobre esse altar que seriam agradáveis a DEUS. Se a oferta for tal
como uma abominação a DEUS, segue-se, claro, que os próprios ofertantes devem
cair sob sua ira, a qual permanecerá sobre eles, já que não é transmitida de
outra maneira.
3. Que isso deve ser realizado por um descendente da casa de Davi. Aquela
família que ele e seu reino tinham desprezado e traiçoeiramente abandonado
recuperaria poder de forma a demolir aquele altar que ele (Jeroboão) pensou em
estabelecer; de maneira que justiça e verdade finalmente prevaleceriam, tanto
nos assuntos civis quanto nos religiosos, apesar dos presentes triunfos
daqueles que se dedicaram a mudar o temor tanto de DEUS quando do rei. Isso
ocorreu cerca de trezentos e cinquenta e seis anos antes dessa previsão se
cumprir, mas ela foi dita como certa e perto de acontecer, pois mil anos para
DEUS são apenas como um dia. Nada mais contingente e arbitrário do que dar
nomes a pessoas, mas Josias foi aqui mencionado pelo nome mais de trezentos
anos antes de nascer. Nada futuro está escondido de DEUS. Existem nomes que
estão no livro da presciência divina (Fp 4.3), nomes escritos nos céus.
III
É dado um sinal para confirmar a verdade dessa predição, que o altar se
fenderia por um poder invisível e a cinza do sacrifício se derramaria (v. 3), o
que ocorreu imediatamente (v. 5). Isso foi:
1. Uma prova de que o profeta era enviado de DEUS, confirmando a palavra com os
sinais que se seguiram (Mc 16.20).
2. Uma indicação concreta do desagrado de DEUS com aqueles sacrifícios
idólatras. Como a oferta poderia ser aceitável quando o altar que deveria
santificá-la era uma abominação?
3. Era uma censura ao povo, cujos corações estavam mais endurecidos do que
aquelas pedras e não se quebrantava com a palavra do Senhor.
4. Foi um exemplo do que lhe seria feito quando a profecia se cumprisse com
Josias; ele foi agora fendido, como um sinal de ser no futuro deixado em
ruínas.
IV
A mão de Jeroboão, a qual ele estendera para agarrar e golpear o homem de DEUS,
se secou (v. 4). Em vez de tremer com a mensagem, como bem podia ter feito, ele
investiu sobre aquele que a trouxe, em desafio à ira sobre a qual fora
advertido e desprezo daquela graça que lhe enviou a advertência. Repreende ao
pecador e ele te odiará, e te fará dano se puder; mas os profetas de DEUS devem
preferir expor-se a si mesmos a trair sua missão: aquele que os emprega os
protegerá e controlará a ira do homem, como fez aqui com a de Jeroboão ao secar
sua mão, de maneira que ele não podia nem agredir ao profeta, nem recolhê-la
para ajudar-se a si mesmo. Quando a sua mão foi estendida para queimar incenso
aos seus bezerros, ela não secou; mas, quando foi estendida contra um profeta,
ficou inútil até que ele se humilhou. De todas as maldades do pecador, não há
nenhuma que mais provoque a DEUS do que o atentado maligno contra seus
profetas, de quem Ele disse: não toqueis os meus ungidos e aos meus profetas
não façais mal. Como isso foi uma punição a Jeroboão, em resposta ao pecado,
também foi o livramento do profeta. DEUS tem muitos meios de incapacitar os
inimigos da sua igreja de executarem seus propósitos perniciosos. A inabilidade
de Jeroboão em recolher a sua mão fez dele um espetáculo para todos que estavam
à sua volta, para que pudessem ver e temer. Se DEUS, com justiça, endurece os
corações dos pecadores, de modo que a mão que eles estenderam ao pecado não
podem recolhê-la pelo arrependimento, esse é um julgamento espiritual,
representado assim, e muito mais terrível.
JOSIAS, Jeová sara.
1. Neto de Manassés, filho e sucessor de Amom como rei de Judá. A
principal informação bíblica relacionada com ele se encontra em 2 Reis 22 e 23;
2 Crônicas 34 e 35, em Jeremias (muitas referências) e em Sofonias. Seu
nascimento e nome foram previstos de uma forma sobrenatural na época de
Jeroboão I (1 Rs 13.2). Foi um dos bons reis de Judá que liderou uma reforma.
Foi colocado no trono pelo “povo da terra” com a idade de oito anos e reinou de
aprox. 639 a 609 a.C. No oitavo ano de seu reinado (com 16 anos de idade) ele
“começou a buscar o DEUS de Davi, seu pai” (2 Cr 34.3). No décimo segundo ano
de seu reinado, deu início às suas reformas em Judá e Jerusalém e,
evidentemente, também no norte de Israel (Jeremias recebeu o chamado para o seu
ministério profético no décimo terceiro ano de Josias, em aprox. 626 a.C.).
No seu décimo oitavo ano (621 a.C.) Josias providenciou os reparos necessários
ao Templo, e foi nessa época que aconteceu o evento mais importante de seu
reinado. Hilquias, o sumo sacerdote, encontrou o *livro da lei” no Templo. Se
essa obra não pode ser identificada exclusivamente com o livro do Deuteronômio,
é bastante certo que ela pelo menos incluiu esse livro, ou partes dele. Esse
livro da lei foi responsável pela renovação da aliança e por outras reformas,
que certamente se estenderam até Betel e Naftali. Aparentemente, o controle dos
assírios estava suficientemente enfraquecido a ponto de permitir uma limpeza e
eliminação da idolatria daquela terra. Ao fazer isso, Josias centralizou a
religião do povo em Jerusalém. Ele também fez a maior celebração da Páscoa de
que se tem conhecimento desde a época dos juizes. Mas apesar de tudo isso,
Jeremias (por exemplo, Jeremias 2-6 e 11) deixou bem claro que as reformas de
Josias eram apenas superficiais, externas e temporárias. Esta obra não trouxe
como resultado nenhum arrependimento genuíno, e nenhuma mudança duradoura interior
nas pessoas.
Josias adotou uma política contrária aos assírios e, por esse motivo, padeceu
uma morte precoce em 609 a.C., por ter imprudentemente liderado um pequeno
exército contra Neco II, rei do Egito. Na verdade, esse último estava liderando
uma marcha para ajudar os assírios em sua última trincheira contra os
babilônios em Harã. Josias foi morto no início desse confronto contra o
exército egípcio em Megido. Sua reforma religiosa foi logo esquecida e três
meses depois o reino de Judá perdeu a sua independência política para o Egito.
No entanto, Josias foi o último rei bom e santo de Judá, antes da destruição de
Jerusalém e do cativeiro na Babilônia. O melhor tributo lhe é rendido em 2 Reis
23,25: “E antes dele não houve rei semelhante, que se convertesse ao Senhor com
todo o seu coração, e com toda a sua alma, e com todas as suas forças, conforme
toda a Lei de Moisés; e, depois dele, nunca se levantou outro tal”.
2. Um filho de Sofonias que retomou do exílio com outros judeus (Zc 6.10). K.
L. B. - Dicionário Bíblico Wycliffe
2 Reis 22:1-10 - A Reforma de Josias - Comentário Bíblico - Matthew
Henry (Exaustivo) AT e NT
A respeito de Josias, somos informados aqui:
I
Que ele era muito jovem quando começou a reinar (v. 1), com apenas oito anos de
idade. Salomão diz: Ai de ti, ó terra, cujo rei é criança. Mas feliz és tu, ó
terra, quando o teu rei é tal criança. Nosso Israel inglês teve uma vez um rei
que foi uma tal criança, Eduardo VI. Josias, sendo jovem, não tinha recebido
nenhuma impressão ruim do exemplo de seu pai e de seu avô, mas viu logo os seus
erros, e DEUS lhe deu graça para se sentir advertido por esses erros (veja Ez
18.14ss.).
II
Que ele fez o que era reto aos olhos do Senhor (v. 2). Veja a soberania da
graça divina — o pai ignorado e deixado a perecer em seu pecado, o filho um
vaso escolhido. Veja os triunfos daquela graça — Josias nascido de um pai
iníquo, sem que nenhuma boa educação e nenhum bom exemplo lhe fossem dados, ao
contrário, tendo muitos à sua volta que o aconselhavam a seguir as pisadas de
seu pai e poucos que lhe davam algum bom conselho, mas a graça de DEUS fez dele
um santo eminente, cortado do natural zambujeiro e enxertado na boa oliveira
(Rm 11.24). Nada é difícil demais para aquela graça realizar. Ele andou por um
bom caminho e não se desviou (como alguns de seus predecessores, que começaram
bem, tinham feito) nem para a direita nem para a esquerda. Há erros de ambos os
lados, mas DEUS o guardou no caminho reto. Ele não caiu nem na superstição nem
na profanação.
III
Que ele teve o cuidado de reformar o templo. Ele fez isso no décimo oitavo ano
do seu reinado (v. 3). Compare com 2 Crônicas 34.8. Ele começou muito mais cedo
a buscar ao Senhor (como aparece em 2 Crônicas 34.3), mas parece que a obra de
reforma avançou lentamente e encontrou muita oposição, de maneira que ele não
poderia realizar o que desejava e planejava, até que seu poder foi
completamente confirmado. A consideração do tempo que inevitavelmente perdemos
em nossa menoridade deve nos estimular, quando atingirmos a idade, a agir com
muito mais vigor no serviço de DEUS. Tendo começado tarde, temos necessidade de
trabalhar duro. Ele enviou Safã, o secretário de Estado, a Hilquias, o sumo
sacerdote, para ter um relatório do dinheiro que foi coletado para esse
objetivo pelos porteiros (v. 4). Pois, parece, eles usaram exatamente do mesmo
meio para levantar dinheiro que Joás tinha usado (12.9). Quando o povo
contribuía com um pouco de cada vez, o encargo era imperceptível e, sendo a
contribuição voluntária, não se queixavam dela. Ele ordenou que esse dinheiro,
assim coletado, fosse entregue para a reforma do templo (vv. 5,6). E parece que
agora os trabalhadores (como nos dias de Joás) procederam tão bem que se não
fez conta do dinheiro (v. 7), o que é certamente mencionado para o elogio dos
trabalhadores, para que eles obtivessem tal reputação pela honestidade, mas se
para o elogio daqueles que os empregaram eu não sei. Um homem pode conferir até
o dinheiro que recebe de seu próprio pai. Não seria impróprio ter considerado
os trabalhadores, para que outros também ficassem convencidos de sua
honestidade.
IV
Que, na reforma do templo, o livro da Lei felizmente foi encontrado e trazido
ao rei (vv. 8,10). Alguns pensam que esse livro fosse o autógrafo, ou o
manuscrito original, dos cinco livros de Moisés, escritos por sua própria mão.
Outros pensam que fosse uma cópia antiga e autêntica. É mais provável que fosse
aquele que, por ordem de Moisés, foi colocado no SANTO dos Santos (Dt
31.24ss.):
1. Parece que esse livro da Lei estava perdido. Talvez ele tivesse se perdido
por descuido e negligência, jogado em um canto (como alguns jogam suas Bíblias)
por aqueles que não conheciam o seu valor, e esquecido ali. Ou ele foi
maliciosamente escondido por algum dos reis idólatras, ou seus agentes, os
quais foram impedidos pela providência de DEUS ou por suas próprias
consciências, de queimá-lo e destruí-lo, mas o encobriram, na esperança de que
nunca visse novamente a luz. Ou, como pensam alguns, foi cuidadosamente
guardado por alguns de seus amigos, para que não caísse nas mãos dos seus
inimigos. Quem quer que fosse o instrumento da sua preservação, nós devemos
reconhecer que a mão de DEUS estava com ele. Se essa era a única cópia
autêntica do Pentateuco que então existia, que (como eu posso dizer) escapou
por pouco de perecer, eu admiro os corações de todas as boas pessoas que não
tremeram por aquele tesouro sagrado como o tremor de Eli pela arca, e tenho
certeza de que agora temos razão para agradecer a DEUS, de joelhos, por aquela
feliz providência pela qual Hilquias encontrou esse livro nesse tempo,
encontrou-o quando não o buscava (Is 65.1). Se as Sagradas Escrituras não
fossem de DEUS, elas não existiriam hoje. O cuidado que DEUS tem pela Bíblia é
uma clara indicação de seu interesse nela.
2. Se essa era a única cópia autêntica ou não, parece que as coisas nela
contidas eram novas tanto para o próprio rei quanto para o sumo sacerdote.
Pois, com a leitura do livro, o rei rasgou as suas vestes. Nós temos motivo
para pensar que nem a ordem para que o rei tivesse uma cópia escrita da Lei,
nem para a leitura pública da Lei a cada sete anos (Dt 17.18; 31.10,11), tinha
sido observada por longo tempo. E quando os meios instituídos para manterem a
religião forem negligenciados, a própria religião em breve decairá. Mas, por
outro lado, se o livro da Lei estava perdido, parece difícil determinar que
regra Josias seguiu ao fazer o que era reto aos olhos do Senhor, e como os
sacerdotes e o povo mantiveram os ritos da sua religião. Tenho a tendência a
acreditar que o povo geralmente teve acesso a resumos da lei, como nossos
resumos das leis, com que os sacerdotes, para poupar-se ao trabalho de
escrever, e o povo de ler toda a Lei, lhes tinham fornecido — um tipo de
ritual, dirigindo-os nas observâncias da sua religião, mas omitindo o que eles
pensavam ser adequado, e principalmente as promessas e as ameaças (Lv 26 e Dt
28 ss.), pois eu observo que essas partes da Lei eram aquelas com as quais
Josias foi muito afetado (v. 13), pois eram novas para ele. Nenhum sumário,
extrato ou coleção, fora da Bíblia (embora eles possam ter sua utilidade) podem
ser eficazes em transmitir e preservar o conhecimento de DEUS e sua vontade
como a própria Bíblia. Não é surpresa que o povo fosse tão corrupto quando o
livro da Lei era algo tão raro entre eles. Onde não está aquela visão o povo
perece. Aqueles que se esforçaram para corromper o povo, sem dúvida usaram
todas as artes que puderam para terem aquele livro fora de suas mãos. A Igreja
de Roma só pôde manter o uso de imagens proibindo o uso das Escrituras.
3. Foi um grande exemplo do favor de DEUS e um sinal para o bem de Josias e do
seu povo, que o livro da Lei foi assim trazido à luz oportunamente, para
dirigir e estimular aquela abençoada reforma que Josias tinha começado. É um
sinal de que DEUS tem misericórdia de reserva para um povo quando ele
engrandece sua lei entre ele e a faz honrável, e fornece-lhe meios para o
aumento do conhecimento da Escritura. A tradução das Escrituras para o
vernáculo foi a glória, força e alegria da Reforma ao afastar-se do papado. É
digno de nota que eles estavam prestes a fazer uma boa obra, reformando o
templo, quando encontraram o livro da Lei. Aqueles que cumprem seu dever de
acordo com seu conhecimento terão seu conhecimento aumentado. Para o que tem,
será dado. O livro da Lei foi uma copiosa recompensa por todos os cuidados e
custos que tiveram a respeito da reforma do templo.
4. Hilquias, o sacerdote, ficou excessivamente satisfeito com a descoberta.
“Ó”, diz ele a Safã, “alegra-te comigo, pois achei o livro da lei, encontrei, encontrei
— descobri, descobri aquela joia de inestimável valor. Toma, leva-o para o rei;
é a joia mais rica da sua coroa. Lê-o diante dele. Ele anda no caminho de Davi,
seu pai, e, se for semelhante a ele, amará o livro da Lei e lhe dará as boas
vindas. O qual será seu deleite e seu conselheiro”.
2 Reis 22:11-20 - O Respeito de Josias pelo Livro da Lei e pelos
Mensageiros de DEUS
Nós não ouvimos mais falar da reforma do templo: sem dúvida aquela boa obra
continuou bem. Mas o livro da Lei que foi encontrado nele nos ocupa agora, e
com toda razão. Ele não é guardado no gabinete do rei como uma peça de
antiguidade, uma raridade a ser admirada, mas é lido diante do rei. Aqueles que
colocam a mais legítima honra em suas Bíblias, que as estudam e convivem com
elas diariamente, se alimentam daquele pão e caminham por aquela luz. Os homens
de honra e de negócios devem considerar que o conhecimento da palavra de DEUS
deve ser seu negócio e honra. Agora temos aqui:
I
As impressões que a leitura da Lei causou em Josias. Ele rasgou suas vestes,
como alguém envergonhado do pecado de seu povo e que temia a ira de DEUS. Fazia
tempo que ele tinha pensado que a situação do seu reino estava mal, por causa
das idolatrias e das impiedades que tinham sido encontradas no meio dele, mas
não imaginava que estivesse tão mal como percebeu que estava pelo livro da Lei
agora lido para ele. O rasgar de suas roupas significou o rasgar de seu coração
por causa da desonra feita a DEUS e a ruína que ele viu cair sobre seu povo.
II
O pedido que ele fez a DEUS depois disso: Ide e consultai ao Senhor por mim (v.
13).
1. Podemos supor duas coisas que ele desejou saber: — “Perguntai: (1) O que
faremos. Que curso devemos tomar para afastar a ira de DEUS e evitar os
castigos que nossos pecados têm merecido.” Convicções de pecado e da ira devem
nos fazer perguntar: O que é necessário que nós façamos para nos salvar? Com o
que viremos diante do Senhor? Se você vai perguntar assim, pergunte logo, antes
que seja muito tarde. (2) “Pelo que podemos esperar e devemos providenciar.”
Ele reconhece: “Nossos pais não deram ouvidos às palavras deste livro. Se essa
for a regra do direito, certamente nossos pais erraram muito.” Agora que o
mandamento reviveu o pecado, e apareceu como pecado. No espelho da Lei, ele viu
os pecados de seu povo como mais numerosos e mais abomináveis do que antes os
vira, e mais excessivamente pecaminosos. Ele infere daí: “Certamente grande é o
furor do Senhor que se acendeu contra nós. Se essa for a palavra de DEUS, como
sem dúvida é, e se Ele for fiel à sua palavra, como sem dúvida será, estaremos
todos arruinados. Eu jamais pensei que as ameaças da Lei fossem tão severas, e
as maldições da aliança tão terríveis, como agora as encontro; é hora de
refletirmos sobre nós mesmos, se elas estão em vigor contra nós.” Note: Aqueles
que estão verdadeiramente apreensivos do peso da ira de DEUS não podem senão
estar muito solícitos em obter o seu favor e desejosos de saber como podem
fazer as pazes com Ele. Os magistrados perguntam em favor de seu povo e estudam
como evitar os castigos de DEUS que eles vêem pendendo sobre eles.
2. Essa pergunta Josias enviou: (1) Por meio de alguns de seus grandes, os
quais são nomeados no versículo 12, e novamente no versículo 14. Dessa forma,
ele honrou o oráculo, empregando aqueles de primeira linha para consultá-lo.
(2) À profetisa Hulda (v. 14). O espírito de profecia, esse inestimável
tesouro, às vezes não era posto nos vasos de barro, mas nos vasos mais fracos,
para que a excelência do poder fosse de DEUS. Miriã ajudou a conduzir Israel
para fora do Egito (Mq 6.4), Débora o julgou, e agora Hulda o instruiu na mente
de DEUS, e o fato de ela ser esposa não prejudicava em nada sua atuação como
profetisa: Venerado seja, entre todos, o matrimônio. Era uma dádiva para
Jerusalém que, quando as Bíblias eram escassas eles tinham profetas, como mais
tarde, quando a profecia cessou, que eles tivessem mais Bíblias. Pois DEUS
jamais se deixa ficar sem testemunhas, porque aí os pecadores ficam sem
desculpas. Jeremias e Sofonias profetizaram nesse tempo, mas os mensageiros do
rei fizeram de Hulda o seu oráculo, provavelmente porque, tendo o seu marido um
lugar na corte (pois ele era o guarda das vestiduras), eles tivessem dela maior
e mais longo conhecimento e maiores seguranças do seu chamado do que de qualquer
outro; é provável que eles a tivessem consultado em outras ocasiões e
comprovado que a palavra de DEUS em sua boca era verdadeira. Ela estava
próxima, pois morava em Jerusalém, em um lugar chamado Mishneh, a segunda
fileira de edifícios a partir do palácio real. Os judeus dizem que ela
profetizava entre as mulheres, as senhoras da corte, sendo ela mesma uma delas,
a qual é provável que tivesse seus aposentos naquele lugar. Feliz a corte que
tinha uma profetisa ao seu alcance e sabia como valorizá-la.
III
A resposta que ele recebeu de DEUS para a sua pergunta. Hulda não a respondeu
na linguagem de alguém da corte — “Por favor, dê meu humilde serviço à sua
Majestade e faça-o saber que esta é a mensagem que eu tenho para ele da parte
do DEUS de Israel;” mas, na linguagem de uma profetisa, falando da parte
daquele diante de quem todos estão no mesmo nível — Dizei ao homem que vos
enviou a mim (v. 15). Até os reis, que embora sejam deuses para nós, são homens
para DEUS, e assim serão tratados. Pois para com ele não há acepção de pessoas.
1. Ela o fez saber que castigos DEUS tinha reservado para Judá e Jerusalém (vv.
16,17): O meu furor se acendeu contra este lugar. E o que é o próprio inferno
senão o fogo da ira de DEUS aceso contra os pecadores? Observe: (1) O grau e a
duração dele. Está tão aceso que não se apagará. Saiu o decreto; é muito tarde
agora para pensar em evitá-lo. A iniquidade de Jerusalém não será purificada
com sacrifício ou oferta. O inferno é um fogo inextinguível. (2) A relação que
ele tem: [1] Com os seus pecados: “Eles os têm cometido, por assim dizer, com
intenção, e no propósito de provocar-me à ira. É um fogo aceso com os próprios
gravetos deles. Eles queriam me provocar e, finalmente, conseguiram”. [2] Com
as ameaças de DEUS: “O mal que eu trago é de acordo com as palavras do livro
que o rei de Judá leu. A Escritura está cumprida nele. Aqueles que não se
curvavam pelo preceito se curvarão pela punição”. DEUS não será menos terrível
para os pecadores impenitentes do que aparece em sua palavra.
2. Ela o fez saber que misericórdia DEUS tinha reservado para ele. (1) Tem
destaque a sua grande ternura e preocupação pela glória de DEUS e pelo
bem-estar do seu reino (v. 19): O teu coração se enterneceu. Note: DEUS
distinguirá aqueles que se distinguem. A maioria do povo estava endurecida e
seus corações não eram humildes, assim foram os reis ímpios que lhe precederam,
mas o coração de Josias se enterneceu. Ele recebeu as impressões da palavra de
DEUS, tremeu com ela e se submeteu a ela. Ele foi extremamente afligido pela
desonra feita a DEUS pelos pecados de seus pais e de seu povo. Ele temia os
castigos de DEUS, os quais ele via caindo sobre Jerusalém, e os desaprovou
severamente. Isso é ternura de coração, e dessa forma ele se humilhou perante o
Senhor, e expressou esses piedosos sentimentos rasgando suas vestes e chorando
diante de DEUS, provavelmente em seu aposento. Mas aquele que vê em segredo diz
que foi perante Ele, e Ele ouviu, e colheu todas as lágrimas de sua ternura em
sua garrafa. Note: Aqueles que mais temem a ira de DEUS são os que menos
probabilidade têm de senti-la. Parece que aquelas palavras (Lv 26.32) afetaram
muito a Josias: Eu assolarei a terra. Pois quando ele ouviu da assolação e da
maldição, isto é, que DEUS os desampararia e os separaria para o mal (pois até
que acontecesse, não estavam nem desolados nem amaldiçoados), então ele rasgou
suas roupas: A ameaça comoveu seu coração. (2) É concedida uma prorrogação até
depois da sua morte (v. 20): Eu te ajuntarei a teus pais. Então, os santos, sem
dúvida, tinham uma perspectiva confortadora de felicidade do outro lado da
morte, do contrário, serem reunidos a seus pais não seria, com tanta frequência,
o conteúdo de uma promessa como nós vemos que essa foi. Josias não poderia ser bem-sucedido
em evitar julgamento em si, mas DEUS lhe prometeu que ele não viveria para
vê-lo, o que (considerando principalmente que ele morreu no meio de seus dias,
antes de ter quarenta anos) teria sido apenas uma pequena recompensa por sua
eminente piedade se não existisse outro mundo no qual ele seria ricamente
recompensado (Hb 11.16). Quando o justo é retirado, ele entrará em paz (Is
55.1,2). Isso é prometido para Josias aqui: Tu serás ajuntado em paz em tua
sepultura, o que não se refere ao modo de sua morte (pois ele foi morto em
batalha), mas ao tempo dela. Ela ocorreu pouco antes do cativeiro na Babilônia,
daquela grande tribulação, em comparação com o qual o resto não era nada, de
maneira que se pode dizer que ele, verdadeiramente, morreu em paz, que não viveu
para sofrer aquilo. Ele morreu no amor e no favor de DEUS, que asseguram uma
paz tão forte que nenhuma circunstância de morte, nenhuma, nem mesmo morrer no
campo de batalha, pode alterar sua natureza ou interrompê-la.
2 Reis 23:1-3 - A Lei e a Renovação da Aliança sob a Condução de
Josias
Josias tinha recebido uma mensagem de DEUS de que não havia como prevenir a
ruína de Jerusalém, mas que ele livraria apenas a sua própria alma. Mas isso
não foi motivo para que ele se sentasse em desespero e resolvesse não fazer
nada por seu país porque não podia fazer tudo que queria. Não, ele cumpriria
seu dever, e então deixaria o resultado nas mãos de DEUS. Uma reforma pública
era a coisa decidida. Se algo pudesse evitar a ruína que fora ameaçada, devia
ser isso. E aqui nós temos os preparativos para a reforma.
1. Ele convocou uma assembleia geral de governo, os anciãos, os magistrados ou
representantes de Judá e Jerusalém para encontrá-lo na Casa do Senhor, com os
sacerdotes e profetas, os ministros ordinários e os extraordinários, para que,
com todos eles juntos nela, pudesse se tornar um ato nacional e, assim, tivesse
mais probabilidade de evitar os castigos nacionais. Todos eles foram convocados
a vir (vv. 1,2), para que o negócio pudesse ser feito com mais solenidade, para
que pudessem todos aconselhar e participar dela, e para que aqueles que fossem
contra pudessem ser desencorajados a fazer qualquer oposição. Os parlamentos
não são nenhuma diminuição da honra e do poder dos bons príncipes, mas um
grande suporte para eles.
2. Em vez de fazer um discurso para essa assembleia, ele ordenou que o livro da
Lei fosse lido para eles. Mais ainda, parece que ele próprio leu (v. 2), como
alguém muito afetado pelo livro e desejoso de que eles também experimentassem a
mesma coisa. Josias pensa que não está abaixo dele ser um leitor, assim como
não era humilhação para Salomão ser um pregador, mais ainda, o próprio Davi ser
um porteiro da Casa de DEUS. Além da reunião com os grandes homens, ele
convocou a congregação dos homens de Judá, e todos os moradores de Jerusalém
para ouvirem a leitura da Lei. É realmente do interesse dos príncipes promover
o conhecimento das Escrituras em seus domínios. Se o povo estiver apenas tão
firmemente resolvido a obedecer a Lei quanto ele está em governar pela Lei, o
reino será feliz. Todo o povo está preocupado em conhecer a Escritura, e todos
têm autoridade para difundir o conhecimento dela.
3. Em vez de propor leis para a confirmação deles em seus deveres, ele propôs
uma associação pela qual deviam todos se comprometer junto a DEUS (v. 3). O
livro da Lei era o livro da aliança, de forma que, se fossem um povo para DEUS,
Ele seria DEUS para eles. Aqui eles se comprometeram em fazer sua parte, não
duvidando de que, então, DEUS faria a dele. (1) A aliança era que eles deviam
seguir ao Senhor, submissos à sua vontade, em suas ordenanças e em suas
providências, deviam responder a todos os seus chamados e acompanhar todos os
seus movimentos — para que eles se conscientizassem de todos os seus
mandamentos, morais, cerimoniais e judiciais, e os observassem cuidadosamente
de todo o seu coração e de toda a sua alma, com todo cuidado possível, e
prudência, sinceridade, vigor, coragem e resolução, e assim cumprissem as
condições dessa aliança, em dependência das promessas dela. (2) As partes
envolvidas na aliança eram, em primeiro lugar, o próprio rei, que estava junto
à sua coluna (11.14) e que declarou publicamente seu consentimento em relação a
essa aliança, para lhes dar um exemplo, e assegurar-lhes não apenas de sua
proteção, mas de sua liderança e de todo apoio que seu poder lhes poderia dar
em sua obediência. Não é nenhuma redução da liberdade, nem mesmo dos próprios
príncipes, estar algemado a DEUS. E do mesmo modo, todo o povo esteve por este
concerto, isto é, deram a entender o seu consentimento em relação a ele e
prometeram obedecer a ele. É útil nos obrigarmos ao nosso dever com toda a
solenidade possível, e isso é principalmente conveniente depois de notórias
apostasias para o pecado e fracassos naquilo que é bom. Aquele que possui uma
mente honesta não evita compromissos positivos: a ocasião faz o ladrão.
2 Reis 23:4-24 - O Templo É Purificado, os Ídolos eliminados e os
Feiticeiros Abolidos
Aqui nós temos um relato de tal reforma como não se encontra em toda a história
dos reis de Judá, uma atitude tão firme de desembaraçar-se de todas as coisas
abomináveis, e o lançamento dos fundamentos de uma boa e gloriosa obra. E aqui
eu posso apenas admirar-me de duas coisas:
1. Que tantas coisas ímpias tivessem entrado e permanecido tanto tempo, como as
encontramos aqui removidas. 2. Que apesar da remoção dessas coisas ímpias, e a
perspectiva esperançosa aqui dada de uma situação feliz, ainda dentro de poucos
anos Jerusalém tenha sido completamente destruída, ou seja, nem isso a salvou.
Pois a maioria do povo, depois de tudo, odiou ser reformado. Em vão vai
fundindo o fundidor, e por isso, prata rejeitada lhes chamarão (Jr 6.29,30).
Vamos observar aqui:
I. Quanta maldade havia, e tinha havido, em Judá e Jerusalém. É difícil
acreditar ser possível que em Judá, onde DEUS era conhecido — em Israel, onde
seu nome era grande — em Salém, em Sião, onde estava o lugar da sua habitação,
fossem encontradas tais abominações como essas das quais temos aqui um
registro. Josias agora tinha reinado dezoito anos, e ele mesmo tinha dado um
bom exemplo ao povo, e guardado a religião de acordo com a Lei. E ainda, quando
ele fez uma investigação sobre a idolatria, a profundidade e a extensão da
esterqueira que ele teve de levar embora, pareceu quase inacreditável.
1. Até na Casa do Senhor, aquele templo sagrado que Salomão edificou, e dedicou
à honra e à adoração do DEUS de Israel, foram encontrados utensílios, todo tipo
de utensílios, para a adoração de Baal, e do bosque (ou Astarote), e de todo o
exército dos céus (v. 4). Embora Josias tivesse suprimido o culto dos ídolos,
os utensílios feitos para aquele culto ainda estavam todos cuidadosamente
preservados, até no próprio templo, para serem usados novamente assim que a
presente restrição fosse tirada. Mais ainda, até o próprio bosque, a imagem
dele, ainda permanecia no templo (v. 6). Alguns pensam que se trata da imagem
de Vênus, a mesma que Astarote.
2. Justamente à entrada da Casa do Senhor havia um estábulo para cavalos
guardados (não é incrível?) para usos religiosos. Eram cavalos sagrados,
destinados ao sol (v. 11), como se ele, que se alegra como um herói a correr o
seu caminho (Sl 19.5), precisasse deles, ou antes eles assim representariam
para si mesmos a rapidez da sua locomoção, a qual eles admiravam, fazendo sua
religião se conformar a ficções poéticas do carro do sol, cuja tolice até uma
pequena filosofia, sem qualquer divindade, teria desmascarado e feito com que
se envergonhassem. Dizem alguns que aqueles cavalos deviam ser conduzidos em
pompa a cada manhã para encontrar o sol nascente, outros que os adoradores do
sol andavam neles para adorar o sol nascente. Parece que eles eram usados para
puxar os carros do sol (v. 11), que o povo adorava. É estranho que qualquer
homem que tinha a palavra escrita de DEUS entre eles fosse assim tão vão em
suas imaginações!
3. Junto à Casa do Senhor, estavam as casas dos prostitutos cultuais, onde toda
forma de obscenidade e imundície, até aquela que era a mais natural, era
praticada também sob a desculpa de religião, em honra às suas divindades
impuras. A prostituição corporal e a espiritual juntaram-se e os vis
sentimentos aos quais o povo foi entregue foram a punição de suas imaginações
vãs. Aqueles que desonraram o seu DEUS foram justamente abandonados assim para
desonrarem-se a si mesmos (Rm 1.24ss.). Havia mulheres que teciam casinhas para
o ídolo do bosque (v. 7), tendas que circundavam a imagem de Vênus, onde os
adoradores cometiam toda sorte de obscenidade, e isso na Casa do Senhor.
Procederam mal aqueles que fizeram da Casa de nosso Pai uma casa de negócios.
Procederam pior aqueles que fizeram dela um covil de ladrões. Mas fizeram muito
pior aqueles que a transformaram (horrendum dictu! — horrível de se dizer!) em
um prostíbulo, em um desafio obsceno à santidade de DEUS e do seu templo. Bem
pode o apóstolo Pedro chamá-las de abomináveis idolatrias.
4. Havia muitos altares idólatras (v. 12), alguns no palácio, sobre o terraço
do cenáculo de Acaz. Sendo os telhados de suas casas planos, fizeram ali seus
lugares altos e colocaram altares sobre eles (Jr 19.13; Sf 1.5), altares
domésticos. Os reis de Judá fizeram assim. E, embora Josias nunca os usasse,
eles ainda permaneciam ali nesse tempo. Manassés tinha construído altares para
seus ídolos na Casa do Senhor. Quando ele se arrependeu, ele os removeu e os
lançou fora da cidade (2 Cr 33.15), mas, como não os destruiu, parece que seu
filho Amom os trouxe novamente para os pátios do templo. Ali Josias os
encontrou e então os derribou (v. 12).
5. Ali estava Tofete, no vale dos filhos de Hinom, muito próximo de Jerusalém,
onde ficava a imagem de Moloque (aquele deus de crueldade anormal, como os
outros eram de impureza anormal), para a qual alguns sacrificavam seus filhos,
queimando-os no fogo, outros os dedicavam, fazendo-os passar pelo fogo (v. 10),
trabalhando para o fogo (Hc 2.13). Supõe-se ter sido chamado Tofete por causa
de tof, um tamboril, porque eles tocavam tamboris ao queimarem os filhos, para
não ouvirem seus gritos.
6. Havia altos que estavam defronte de Jerusalém, os quais edificara Salomão
(v. 13). Podemos supor que os altares e as imagens naqueles lugares altos
tinham sido removidos por algum rei piedoso precedente, ou talvez o próprio
Salomão os tivesse removido quando se arrependeu. Mas os edifícios, ou algumas
partes deles, permaneceram, com outros lugares altos, até o tempo de Josias.
Aqueles que introduzem corrupções na religião não sabem o quão longe elas
chegarão nem quanto tempo durarão. Antiguidade não é certamente prova de
veracidade. Havia também lugares altos em todo o reino, desde Geba até Berseba
(v. 8), e os altos das portas, que estavam à entrada da porta do chefe da
cidade. Nesses lugares altos (pensa o bispo Patrick) eles queimavam incenso
àqueles deuses tutelares a quem seus reis idólatras tinham confiado a proteção
da sua cidade. E provavelmente o governador da cidade tinha um altar particular
para os penates — seus deuses domésticos.
7. Havia sacerdotes idólatras que oficiavam em todos aqueles altares
idolátricos (v. 5), kemarim, negros, ou aqueles que se vestem de preto (ver Sf
1.4). Aqueles que sacrificavam para Osíris, ou que choravam por Tamuz (Ez
8.14), ou que adoravam os deuses infernais, vestiam-se de preto como enlutados.
Esses sacerdotes idólatras os reis de Judá estabeleceram para incensarem sobre
os altos. Parece que eles eram sacerdotes da casa de Arão, que assim profanaram
sua dignidade, e também havia outros que não tinham nenhum direito ao
sacerdócio que queimavam incenso a Baal.
8. Havia conjuradores, feiticeiros e adivinhos (v. 24). Já que eles adoravam o
diabo como se fosse o seu deus, não é de admirar que o consultassem como seu
oráculo.
II
Que completa destruição o bom Josias realizou de todas aquelas relíquias de
idolatria. Tal era o seu zelo pelo Senhor dos Exércitos e a sua santa
indignação contra tudo o que lhe é desagradável, que nada permaneceu diante
dele. A Lei era que os monumentos da idolatria dos cananeus deviam ser todos
destruídos (Dt 7.5), muito mais aqueles da idolatria dos israelitas, em quem
ela era muito mais ímpia, profana e pérfida.
1. Ele ordenou a Hilquias, e aos outros sacerdotes, que limpassem o templo.
Esse era o seu distrito (v. 4). Para longe com todos os utensílios que foram
feitos para Baal. Eles jamais deviam ser usados no serviço de DEUS, não, nem
reservados para qualquer uso comum. Todos eles deviam ser queimados e as suas cinzas
levadas a Betel. Aquele lugar tinha sido a fonte comum de idolatria, pois ali
foi colocado um dos bezerros, e, situado perto de Judá, a contaminação tinha se
espalhado dali para dentro do reino, e por isso, Josias fez do lugar o lixão da
idolatria, a esterqueira para a qual ele levou a imundície e a sujeira de todas
as coisas, para que, se possível, se tornasse asquerosa para aqueles que tinham
gostado dela.
2. Os sacerdotes idólatras foram destituídos. Aqueles dentre eles que não eram
da casa de Arão, ou que tinham sacrificado a Baal ou a outros falsos deuses,
ele mandou executar, de acordo com a lei (v. 20). Ele os sacrificou sobre os
altares, o sacrifício mais aceitável que já tinha sido oferecido sobre eles, um
sacrifício para a justiça de DEUS. Aqueles que eram descendentes de Arão, e
mesmo assim tinham queimado incenso nos lugares altos, mas apenas ao verdadeiro
DEUS, ele proibiu que se aproximassem do altar do Senhor. Eles tinham perdido
aquela honra (v. 9): Ele os trouxe das cidades de Judá (v. 8), para que eles
não pudessem cometer erro no campo, mantendo secretamente seus velhos costumes
idólatras. Mas lhes permitiu comer pães asmos (o pão da oferta de manjares, Lv
2.4,5) no meio de seus irmãos, com quem eles deviam residir, para que, estando
sob os olhos deles, pudessem ser guardados de fazerem dano e fossem ensinados a
fazer o bem. Aquele pão, aquele pão sem fermento (pesado e desagradável como
era), era mais do que eles mereciam, e isso serviria para mantê-los vivos. Mas,
como eram sacerdotes manchados (Lv 21.22), pode ser justamente questionado se
lhes era permitido comer de todos os sacrifícios, o que é chamado, em geral, de
o pão do seu DEUS.
3. Todas as imagens foram quebradas em pedaços e queimadas. A imagem do bosque
(v. 6), alguma deusa, foi reduzida a cinzas, e lançou o seu pó sobre as
sepulturas dos filhos do povo (v. 6), o lugar comum de sepultamento da cidade.
Pela lei, uma impureza cerimonial era contraída ao se tocar em uma sepultura,
de maneira que ao lançar aqui o pó das imagens, ele os declarou impuros e
ninguém poderia tocá-los sem com isso ficar impuro. Ele lançou o seu pó dentro
das sepulturas (assim em aramaico), insinuando que ele queria que toda
idolatria fosse sepultada longe da sua vista, como algo repugnante, e fosse esquecida
como os mortos estão esquecidos (v. 14). Ele encheu os lugares dos bosques com
ossos de homens. Como levou o pó das imagens para as sepulturas, para
misturá-lo com os ossos dos mortos, também ele levou os ossos dos mortos aos
lugares onde as imagens tinham estado, e os colocou no seu lugar, para que, de
ambas as formas, a idolatria pudesse ser apresentada como repugnante, e o povo,
guardado, tanto do pó das imagens quanto das ruínas dos lugares onde elas
tinham sido adoradas. Os defuntos e os deuses mortos eram muito semelhantes e
os mais adequados para estarem juntos.
4. Todas as casas perniciosas foram suprimidas, aqueles ninhos de impiedade que
acolhiam os idólatras, as casas dos sodomitas (v. 7). “Abaixo com elas, abaixo
com elas, arrasai-as até os alicerces”. Os lugares altos foram, da mesma forma,
derrubados e nivelados ao chão (v. 8), até aquele que pertencia ao governador
da cidade. Pois nenhuma grandeza ou poder do homem pode protegê-lo na idolatria
ou na profanação. Que os governadores sejam obrigados, em primeiro lugar, a
reformar, e, então, os governados serão rapidamente influenciados. Ele manchou
os lugares altos (v. 8 e novamente o v. 13), fez tudo o que podia para
apresentá-los como abomináveis, e fez com que o povo ficasse descontente com
eles, como fez Jeú quando fez da casa de Baal uma latrina (2 Rs 10.27). Tofete,
que, ao contrário de outros lugares de idolatria, estava em um vale, enquanto
eles estavam sobre as colinas ou lugares altos, foi profanado da mesma maneira
(v. 10), tornando-se um cemitério da cidade. A respeito disso, nós temos todo
um sermão em Jeremias 19.1-11, onde se diz: e os enterrarão em Tofete, e toda a
cidade é ameaçada de se tornar como Tofete.
5. Os cavalos que tinham sido dados ao sol foram tirados e dados ao uso comum,
e assim foram libertos da vaidade à qual tinham sido submetidos. E os carros do
sol (que pena que aqueles cavalos e carros fossem guardados como os carros e
cavalos de Israel!) ele queimou. E, se o sol for uma chama, eles nunca se
assemelharam tanto a ele como quando foram carros de fogo.
6. Os que trabalhavam com espíritos familiares e os feiticeiros foram
extirpados (v. 24). É provável que os que dentre eles foram condenados por
feitiçaria foram executados, e, assim, outros foram impedidos de suas práticas
diabólicas. Em tudo isso, ele tinha um sincero respeito às palavras da Lei, que
estavam escritas no livro encontrado recentemente (v. 24). Ele fez daquela Lei
a sua regra e a manteve diante de seus olhos ao longo de toda a sua reforma.
III
Como o seu zelo se estendeu até as cidades de Israel que estavam dentro de seu
alcance. As dez tribos foram levadas cativas e as colônias assírias não
povoaram completamente o país, de maneira que, é provável, muitas cidades
tinham-se colocado sob a proteção dos reis de Judá (2 Cr 30.1; 34.6). Essas ele
visita aqui para levar adiante a sua reforma. Até onde for nossa influência,
nossos esforços deverão fazer o bem e colocar um fim à impiedade do ímpio.
1. Ele profanou e demoliu o altar de Jeroboão em Betel, com o lugar alto e o
bosque que pertencia a ele (vv. 15,16). Parece que o bezerro de ouro tinha
desaparecido (o teu bezerro, ó Samaria, foi rejeitado), mas o altar estava lá,
sendo usado por aqueles que ainda estavam presos às suas velhas idolatrias.
Esse altar foi: (1) Profanado (v. 16). Josias, em seu zelo piedoso, estava
pilhando os velhos focos de idolatria, e notou os sepulcros no monte, nos quais
provavelmente os sacerdotes idólatras estavam sepultados, não distantes do
altar no qual tinham oficiado, e do qual gostaram tanto que desejaram colocar
seus ossos perto ele. Esses ele abriu, tirou os ossos, e os queimou sobre
aquele altar, para mostrar que dessa forma ele teria feito aos próprios
sacerdotes se estivessem vivos, como fez com aqueles que ele encontrou vivos
(v. 20). Assim ele manchou o altar, o tornou profano e o fez odioso. É dito em
forma de ameaça contra os idólatras que seus ossos serão expostos ao sol (Jr
8.1,2). Que aquilo que é ali ameaçado, e isso que é aqui executado (indicando
que a sua iniquidade está sobre os seus ossos, Ezequiel 32.27) insinuam uma
punição depois da morte, reservada para aqueles que vivem e morrem sem
arrependimento naquele ou em qualquer outro pecado. Queimar os ossos, se aquilo
fosse tudo, é algo pequeno, mas, se significa o tormento da alma em uma chama
pior (Lc 16.24), é muito terrível. Isso, como um ato de Josias, parece ter sido
o resultado de uma decisão muito repentina. Ele não teria feito isso apenas
porque se virou e viu os sepulcros. Mas isso fora predito mais de trezentos e cinquenta
anos antes, quando esse altar foi construído por Jeroboão (1 Rs 13.2). DEUS
sempre prevê, e às vezes tem predito como certo, aquilo que para nós ainda
parece o mais incerto. O coração do rei está na mão do SENHOR. Assim era o
coração do rei Josias, e ele o voltou (ou ele mesmo sempre esteve ciente,
Cantares 6.12) para fazer isso. Nenhuma palavra de DEUS cairá por terra. (2)
Ele foi demolido. Ele derrubou o altar e todos os seus acessórios (v. 15),
queimou tudo o que era inflamável, e, desde que um ídolo não é nada no mundo,
ele foi até onde pôde em aniquilá-lo. Pois o desfez em pó e fez dele pó diante
do vento.
2. Ele destruiu todas as casas dos lugares altos, todas aquelas sinagogas de
satanás, que estavam nas cidades de Samaria (v. 19). Os reis de Israel as
haviam edificado e DEUS levantou esse rei de Judá para derrubá-las, para a
honra da antiga casa de Davi, da qual as dez tribos tinham se separado. De
maneira justa ele fez sacrifícios dos sacerdotes sobre seus próprios altares
(v. 20).
3. Ele preservou cuidadosamente o sepulcro daquele homem de DEUS que viera de
Judá para predizer isso que agora um rei procedente de Judá realizava. Esse foi
aquele bom profeta que apregoou essas coisas contra o altar de Betel, mas que
fora ele mesmo morto por um leão por desobedecer a palavra do Senhor. Mas para
mostrar que o desprazer de DEUS contra ele não foi além da sua morte, mas
acabou ali, DEUS assim o ordenou para que, quando todos os túmulos em volta do
seu fossem perturbados, o seu ficasse seguro (vv. 17,18) e ninguém removeria
seus ossos. Ele tinha entrado em paz, e, por essa razão, descansaria em sua
cama (Is 57.2). Parece que o profeta velho e mentiroso, que desejou ser
sepultado tão próximo dele quanto fosse possível, sabia o que fazia, pois
também o seu pó, sendo misturado com o do bom profeta, foi preservado por sua
causa (ver Números 23.10).
IV
Aqui nós somos informados de que solene páscoa Josias e seu povo celebraram
depois de tudo isso. Depois que limparam o país do velho fermento, então
aplicaram-se à celebração da festa. Quando Jeú destruiu o culto de Baal, ele
ainda não cuidou de andar nos mandamentos e nas ordenanças de DEUS. Mas Josias
considerou que nós devemos aprender a praticar o bem, e não apenas deixar de
praticar o mal, e que o meio para se manter fora dos costumes abomináveis é
observar todas as ordenanças instituídas (ver Lv 18.30), e, por essa razão, ele
ordenou que todo o povo guardasse a páscoa, a qual não era apenas um memorial
da sua libertação do Egito, mas um sinal da sua dedicação àquele que os
trouxera de lá e da sua comunhão com Ele. Isso ele encontrou escrito no livro
da Lei, aqui chamado de livro do concerto. Pois, embora a divina autoridade
possa tratar conosco na forma de uma ordem absoluta, a graça divina condescende
conosco a fazer negociações, e, por isso, ele a celebrou. Nós não temos um
relato detalhado dessa Páscoa como daquela do tempo de Ezequias (2 Cr 30). Mas,
em geral, somos informados de que nunca se celebrou tal páscoa como esta em
nenhum dos reinados anteriores, não, desde os dias dos juízes (v. 22), o que, a
propósito, insinua que, embora o relato que o livro de Juízes dá do estado de
Israel sob aquela dinastia pareça apenas melancólico, ainda houve, então,
alguns dias dourados. Parece que essa Páscoa foi extraordinária por causa do
número e da devoção dos participantes, de seus sacrifícios e ofertas, e de sua
exata observância das leis da festa. E não ocorreu agora como na Páscoa de
Ezequias, quando participaram muitos que não estavam limpos de acordo com a
purificação do santuário, e foi permitido aos levitas fazerem o trabalho dos
sacerdotes. Nós temos motivo para pensar que durante todo o restante do reinado
de Josias a religião floresceu e as festas do Senhor foram muito cuidadosamente
observadas. Mas nessa Páscoa, a satisfação que eles tiveram no concerto
recentemente renovado, a reforma no prosseguimento dela, e o renascimento de
uma ordenança cujo original divino eles tinham encontrado recentemente no livro
da Lei, e que tinha sido negligenciado por muito tempo ou guardado sem cuidado,
os colocou em grande entusiasmo de santa alegria. E DEUS ficou satisfeito em
recompensar o zelo que tiveram em destruir a idolatria com sinais incomuns da
sua presença e favor. Tudo isso concorreu para fazer dessa Páscoa uma festa de
destaque.
2 Reis 23:25-30 - A Morte Precoce de Josias
Com a leitura desses versículos devemos dizer: Senhor, embora a tua justiça
seja como as grandes montanhas — evidente, manifesta e sem controvérsia, os
teus juízos são um grande abismo, insondáveis e inescrutáveis (Sl 36.6). O que
diremos disso?
I
Aqui se reconhece que Josias foi um dos melhores reis que se sentaram no trono
de Davi (v. 25). Como Ezequias foi incomparável pela fé e dependência de DEUS
nas aflições (18.5), assim Josias foi incomparável pela sinceridade e zelo ao
prosseguir com um trabalho de reforma. Por isso não houve outro semelhante a
ele:
1. Que ele se converteu ao Senhor, de quem seus pais tinham se apartado. É a
verdadeira religião se converter a DEUS como alguém que temos escolhido e
amado. Ele fez o que pôde para converter também o seu reino para o Senhor.
2. Que ele fez isso com seu coração e sua alma. Seus sentimentos e objetivos
eram retos no que fez. Aqueles que não fazem a obra de coração, não vivem sua
religião.
3. Que ele realizou isso com todo o seu coração, e com toda a sua alma, e com
todas as suas forças — com vigor, coragem e resolução: de outra maneira ele não
poderia ter vencido as dificuldades que apareceram no caminho. Que grandes
coisas nós podemos fazer acontecer no serviço de DEUS se formos apenas animados
e sinceros nele!
4. Que ele fez isso conforme toda a Lei de Moisés, em uma observação exata
daquela Lei e com uma verdadeira consideração para com ela. Seu zelo não o
levou a cometer nenhuma irregularidade, mas, em tudo o que fez, andou pela
regra.
II
Apesar disso, ele foi cortado por uma morte violenta no meio dos seus dias, e
seu reino foi arruinado dentro de poucos anos. Como resultado de uma reforma
como essa, não se poderia esperar nada além da prosperidade e da glória do rei
e do reino. Mas, muito pelo contrário, encontramos a ambos sob uma nuvem.
1. Até o reino reformado continua marcado pela ruína. Por tudo isso, o Senhor
se não demoveu do ardor da sua grande ira (v. 26). Isso, que DEUS falou pelo
profeta (Jr 18.7,8), que se uma nação, condenada à destruição, se converter da
sua maldade, DEUS se arrependerá do mal da punição; é certamente verdadeiro e,
por essa razão, devemos concluir que o povo de Josias, embora se submetesse ao
poder de Josias, não absorveu os princípios de Josias. Eles se converteram pela
força e não se converteram do seu mau caminho voluntariamente, mas ainda
continuaram a sentir afeto por seus ídolos. E, por isso, aquele que conhece o
coração dos homens não revogaria a sentença: Que Judá seria removido, como
Israel tinha sido, e a própria Jerusalém, rejeitada (v. 27). Mas até essa
destruição tinha por objetivo ser sua verdadeira reforma. De maneira que
podemos dizer que não apenas os criminosos tinham enchido sua medida e estavam
prontos para a ruína, mas também que a doença tinha virado uma crise e estava
pronta para a cura. E que esse será todo o fruto, inclusive a remoção do
pecado.
2. Como uma evidência disso, até o rei reformador é cortado no meio da sua
utilidade — em misericórdia para com ele, para que ele não visse o mal que
estava vindo sobre seu reino, mas em ira para seu povo, pois sua morte foi uma
passagem para a desolação deles. Parece que o rei do Egito promoveu guerra
contra o rei da Assíria: Assim o rei da Babilônia é agora chamado. O reino de
Josias está entre eles. Por isso, ele pensou em se opor ao rei do Egito e
impedir o crescimento, a ameaça e a grandeza do seu poder. Pois embora, naquele
tempo, ele insistisse que não tinha nenhum plano contra Josias, se fosse bem
sucedido em unir o rio do Egito e o rio Eufrates, a terra de Judá em breve
seria inundada por eles. Por isso Josias lhe foi ao encontro, e foi morto no
primeiro combate (vv. 29,30). Aqui: (1) Nós não podemos justificar a conduta de
Josias. Ele não tinha um chamado claro para se engajar nessa guerra, nem lemos
que ele tivesse pedido o conselho de DEUS por meio do urim ou dos profetas a
respeito do assunto. Por que ele tinha de aparecer e agir como um amigo e
aliado do rei da Assíria? Devia ele ajudar ao ímpio e amar aqueles que ao
SENHOR aborrecem? Se os reis do Egito e da Assíria se enfrentavam, ele tinha
motivo para pensar que DEUS tiraria disso o bem para ele e para o seu povo,
fazendo deles instrumentos para enfraquecerem um ao outro. Alguns entendem a
promessa feita a ele, de que seria ajuntado em paz à sua sepultura, em um
sentido no qual não se realizou porque, por seu malogro nesse assunto, ele
perdeu o benefício da promessa. DEUS prometeu guardar-nos em todos os nossos
caminhos. Mas, se sairmos do nosso caminho, nos lançamos fora da sua proteção.
Eu compreendo a promessa assim, de maneira que eu acredito que ela se cumpriu,
pois ele morreu em paz com DEUS e com a sua própria consciência, e não viu, e
nem tinha qualquer perspectiva, da destruição de Judá e de Jerusalém pelos
caldeus. Mas eu compreendo ser a providência uma reprovação dele por sua
precipitação. (2) Nós devemos adorar a justiça de DEUS ao afastar tal jóia de
um povo mal agradecido que não sabia como valorizá-la. Eles lamentaram
grandemente a sua morte (2 Cr 35.25), impelidos por Jeremias, que lhes falou do
significado dela, e que presságio ameaçador que ela era. Mas eles não fizeram
nenhum aperfeiçoamento devido às misericórdias que usufruíram por sua vida,
cujo valor DEUS lhes ensinou pela necessidade.
2 Reis 23:31-37 - Os Maus Reinados de Joacaz e Jeoaquim
Jerusalém não viu nenhum dia bom depois que Josias foi colocado em
sua sepultura, mas uma tormenta depois da outra, até que, dentro de vinte e
dois anos, ela foi completamente destruída. Temos um curto relatório dos
reinados de seus dois filhos: encontramos aqui o primeiro como um prisioneiro,
e o último, como um tributário do rei do Egito, e ambos assim no início de seus
reinados. Tendo esse rei do Egito matado a Josias, embora não tivesse nenhum
plano em relação a Judá, mas sendo provocado pela oposição que Josias lhe fez,
parece que agora ele virou todas as suas forças contra a sua família e reino.
Se os filhos de Josias tivessem seguido os seus passos, teriam se saído melhor
por sua piedade. Mas, desviando deles, se saíram pior por sua precipitação.
I
Joacaz, um filho mais jovem, foi feito rei primeiro pelo povo da terra,
provavelmente porque observaram que ele era de gênio belicoso mais ativo do que
seu irmão mais velho, e provavelmente para fazer frente ao rei do Egito e
vingar a morte de seu pai, acerca da qual o povo estava mais solícito, como
questão de honra, do que se manter e continuar a reforma de seu pai. E o
resultado foi conseqüente:
1. Ele fez o que era mal (v. 32).
2. Não é de se admirar que, praticando o mal, lhe sucedesse o mal.
II
Eliaquim, outro filho de Josias, foi entronizado pelo rei do Egito. Não é dito
em lugar de Joacaz (seu reinado foi tão curto que dificilmente valeria tomar
nota dele), mas em lugar de Josias.
Desse Jeoaquim somos informados:
1. Que o rei do Egito o tornou pobre, extorquiu dele um grande tributo de cem
talentos de prata e um talento de ouro (v. 33), o qual, com muita dificuldade,
ele espremeu de seus súditos e deu a Faraó (v. 35). Antigamente os israelitas
tinham espoliado os egípcios. Agora, os egípcios espoliam Israel. Veja que
angustiosas mudanças o pecado faz.
2. Que o que o tornou pobre ainda não o tornou bom. Apesar das repreensões da
Providência sob a qual estava, pela qual ele devia ter se convencido, se
humilhado e reformado, ele fez o que era mal aos olhos do Senhor (v. 37), e
assim, preparou contra si mesmo maiores castigos. Pois DEUS os enviará se os
castigos menores não realizarem a obra para a qual foram enviados.
Josias (22:1-23:30; II Crôn. 34:1-35:27) - COMENTÁRIO MESQUITA ( AT
)
Descrever o reinado de Josias é tarefa difícil a qualquer escritor,
tais e tantas foram suas reformas, seu zelo por Jeová e pela sua religião.
Assim, o escritor se sente metido num emaranhado de fatos, sem saber o que
escolher. Comparadas as duas narrativas de Reis e Crônicas, sente-se que o
próprio escritor sagrado teve dificuldades em selecionar os fatos e
concatená-los, de modo a nos dar uma notícia completa. Acredita-se que o
escritor de Reis fosse contemporâneo de Josias e ficasse de tal modo perturbado
pela morte prematura do seu rei, que nem saberia como conduzir a mente e
dar-nos um relato perfeito e completo. É uma suposição apenas. Nós mesmos, que
estudamos a obra de Josias, nos sentimos de tal modo chocados com a sua morte
no meio da sua reforma, que nos sentimos presente aos seus funerais, a
vertermos as nossas lágrimas. No tocante aos assuntos internacionais, que muito
de perto interessavam a Judá, sabemos que Assurbanipal, o nobre e grande
guerreiro, o Sardanapalo dos gregos, acabava de morrer. Foi o último de uma
seqüência de grandes guerreiros. Portanto, Josias sentia-se quase livre de
influência de fora para poder realizar a sua obra. Pouco depois, no seu
duodécimo ano de reinado, os citas deram o golpe de misericórdia no poderoso
reinado assírio, de que só restou a memória dos grandes feitos relatados nos
livros da Bíblia e nas crônicas deixadas pelos seus escritores, inclusive as de
Assurbanipal, objeto de glórias arqueológicas do século XX. Os arquivos de
Assurbanipal, a sua memorável biblioteca, constante de 30. 000 volumes, são
ainda hoje um repositório de fatos da vida antiga; graças a estas descobertas e
sua confrontação com os textos do Velho Testamento, foi que a Bíblia se
reabilitou no consenso dos críticos alemães, franceses e ingleses. Está fora do
plano destas notas entrar em maiores divagações sobre a Assíria e seus
arquivos, atualmente espalhados nos museus europeus, onde os amantes da
arqueologia podem valer-se de boas obras para completar seus conhecimentos.
Assim, com a queda de Ninive, Josias podia considerar-se um rei independente e
seguro para suas reformas da religião conspurcada por seus antepassados.6
"Fez o que era reto aos olhos do Senhor" (v. 2). Era filho de Jedida,
nome que já serviu a alguns pais para chamarem suas filhas. Dela nada sabemos,
senão que era sua mãe; as influências sobre o menino Josias não conhecemos.
6. O que nos choca frontalmente nesta reforma é que Manassés, filho e sucessor
de Ezequias, depois de se converter e se arrepender de todo o mal que havia
praticado, limpou Jerusalém dos ídolos, restaurou o templo e, fez uma limpeza
em regra. O filho de Manassés, Amam, reinou apenas dois anos, mas o bastante
para que toda a imundícia de ídolos voltasse à cidade e ao templo. Isto nos
leva a ver como o povo estava corrompido e de tal modo desviado de DEUS que,
apenas morria o rei, por acaso bom, tudo voltava ao que era antes. Assim não
seria fácil qualquer reforma em Judá ou Israel, com um povo totalmente
corrompido com a idolatria. Dois anos foram suficientes para tudo quanto de bom
Ezequias e depois o seu filho Manassés, arrependido, fizeram fosse tornado
inútil. Por isso se verifica a indecisão e cuidado que Josias teve em levar
adiante a sua reforma. O povo não gostava de um culto monoteísta e espiritual;
gostava da farra dos ídolos.
1) A reforma e restauração do templo.
A ordem dos fatos relacionados com a reforma do templo não é dada na mesma sequência
entre II Reis e II Crônicas, se bem isso pouco importe. Conforme II Crônicas,
Josias começou a sua reforma no oitavo ano do seu reinado, sendo ainda bem moço
(II Crôn. 34:3); segundo Reis, porém, a reforma começou no décimo oitavo ano
(II Reis 22:3). A diferença não nos deve causar surpresas porque cada um dos
escritores sagrados viu as coisas por seu próprio prisma. O que parece certo é
o que diz U Crônicas: Josias começou a reforma, e a buscar a seu DEUS no décimo
oitavo ano do seu governo; muito antes ele estaria preparando o seu trabalho e
agindo muito cautelosamente. Então, coordenando a história, diríamos que no
oitavo ano (II Crôn. 34:3) teria começado a preparar o povo, os sacerdotes, e
no décimo segundo ano começou a limpeza da idolatria, para então no décimo
oitavo entrar a fundo na reforma (II Reis 22:3). Nós podemos imaginar os
perigos de uma reforma violenta, reconhecendo que o povo em geral gosta das
pompas da idolatria e mesmo o povo gostaria de prestar o seu culto às imagens
de Baal. Josias foi cauteloso. No oitavo ano, estando então com 16 anos de
idade, começou a buscar a DEUS. No duodécimo começou a purificar a Judá e
Jerusalém, tirando os altos e os postes-ídolos, as imagens de escultura e de
fundição. Na sua presença derribaram os altares de Baal, e ele queimou tudo
sobre as sepulturas dos que lhes tinham sacrificado; e os ossos dos sacerdotes,
diríamos de Baal, queimou sobre seus altares, assim tornando imundos tais
lugares de culto. Não havia profanação maior do que queimar os ossos de alguém
e espargir a cinza sobre o que fosse. Estavam tais lugares imundos para sempre,
e irrecuperáveis. Tendo despedaçado todos os altares de incenso, em toda a
terra de Israel, então voltou para Jerusalém. Vemos assim que a reforma foi
geral, abrangendo todo o território sob o domínio de Judá e até onde sua
influência podia chegar
2) Josias repara o templo.
Pela leitura dos textos sagrados somos levados a ver que a reforma começou por
fora, para depois vir para o templo, pois não adiantaria limpar a casa,
deixando os focos de idolatria entre o povo. Uma reforma inteligente. Já no
décimo oitavo ano (II Reis 22:3), Josias sentia-se bastante forte para levar
sua reforma avante. Chamou o escrivão Safã, da Casa do Senhor, dizendo:
"Sobe a Hilquias, o sumo sacerdote, para que faça a soma do dinheiro que
se tem trazido para a casa do Senhor, o qual os guardas da entrada têm
recebido, do povo" (v. 4). Este dinheiro destinava-se aos carpinteiros,
cavouqueiros e outros que trabalhavam nas obras de reconstrução do templo que,
pelo visto, estaria totalmente arruinado. Neste trecho
estão de acordo II Reis e II Crônicas. Na reforma, demolição de paredes,
abertura de portas que teriam sido fechadas por interesse da idolatria, no meio
de muito entulho, foi encontrado o Livro da Lei.
3) O "Livro da Lei".
Rios de tinta têm corrido, prelos têm rangido, tipógrafos têm passado noites
insones, homens ilustres têm dado a sua vida e sua inteligência para negar a
autoria mosaica deste livro. O assunto é de magna importância e sentimos pena
de não podermos dispor de espaço para esmiuçar em seus mínimos detalhes o
assunto. Fizemos referência a este livro, na introdução ao estudo de Josué,
pelo que apenas breves considerações serão dadas aqui.
a) Que livro seria esse?
As opiniões divergem. Os críticos conservadores entendem que seria um livro da
lei, possivelmente o Deuteronômio, livro que estava esquecido e era justamente
o que regulava a vida religiosa e social do povo israelita. Sem este livro,
muitas doutrinas não seriam praticadas e sem elas a nação se aviltaria. Não
temos elementos para afirmar que era o Deuteronômio, nem os temos para negar.
Ninguém tem uma coisa nem outra. O fato é que quando o livro foi levado ao rei
e a seus cortesãos, todos rasgaram as suas vestes em sinal de profundo pesar
pelo desrespeito que tinham mantido para com o Livro. Vale dizer que os seus
ensinos, embora não sendo praticados, eram conhecidos, pelo que profundo
arrependimento se apoderou do povo e do rei, que mandou imediatamente consultar
a profetisa Hulda, para saber o que fazer em tal emergência Crôn. 34:19,20).
Hulda respondeu com a mensagem de DEUS que consta de II Reis 22:15-20 e II
Crônicas 34:23. Ambas as narrativas conferem e concordam. DEUS tinha sido
olvidado e por causa desse abandono a terra estava incursa nas maldições do
mesmo livro da Lei (Deut. 7:12-26; 27:11-28:14; Jos. 8:30-35). A profecia de
Hulda está em acordo com as maldições e bênçãos prometidas em Deuteronômio e
ratificadas em Josué. Portanto, nós não temos outra alternativa senão aceitar
que o livro achado era, no seu todo ou parte dele, o Deuteronômio. Por esta
posição este escritor se tem batido e lutado valentemente por toda a sua vida
de pastor e professor.
b) Se não era o Deuteronômio, que livro seria?
A crítica, como ficou dito, tem enchido o mundo com as suas teorias loucas,
tentando desacreditar o sobrenatural. Resumindo as críticas, dizem uns que
Hilquias forjicou o livro e o escondeu num canto do templo, sabendo que seria
achado e produziria um reboliço em Israel. É uma teoria muito infantil. Como
poderia Hilquias ou outro qualquer inventar uma coisa que desconhecia? Por
outro lado, como poderia um livro arranjado produzir tamanho remorso no rei e
nos seus cortesãos? O autor do Novo Comentário da Bíblia diz que o achado não
constituiu nenhuma surpresa nem para Safã, o escrivão, nem para Hilquias. Como
se sabe disso? O que Safã fez foi relatar a Josias o acontecido e tão logo
Josias tomou conhecimento do livro, rasgou os seus vestidos, no que foi imitado
pelos outros.
c) Opinião da crítica racionalista.
De um modo sumário afirmam os críticos racionalistas que este livro achado foi
mesmo o Deuteronômio, e teria sido escrito por algum funcionário do governo,
por Hilquias mesmo, e, para lhe dar mais valor, foi atribuído a Moisés. O mais
interessante é que, no desenvolvimento das teorias desta critica, a existência
de Moisés foi mesmo negada, assim como o foi a existência histórica de Abraão,
Jacó e todos os outros grandes vultos da Bíblia. Todos estes vultos da história
passaram a ser meros totens nacionais, isto é, figuras imaginárias, inventadas
para com elas cimentar a história. Este livro foi levado para Babilônia por
ocasião do cativeiro e durante este período foram então escritos os outros
livros do Pentateuco, e, para os creditar perante a nação, foi-lhes dada
autoria de Moisés; embora não aceitando a sua existência, servia aos seus
propósitos. Nos estudos sobre Josué, na introdução, oferecemos uma breve
análise das teorias racionalistas, e a elas encaminhamos os leitores destas
notas.
Convém dizer que nos séculos 18 e 19 nada se sabia dos antigos povos da Assíria
e Babilônia; e os seus reis, mencionados na Bíblia, eram considerados meras
figuras para impressionar. Eles nunca tinham existido, nem os povos que eles
governaram. O Velho Testamento era, para estes críticos, um livro de ficção,
indigno de figurar numa biblioteca. Nada tinha de histórico; e o que os livros
dos reis e outros relatavam, tudo não passava de fantasia.
Devemos à arqueologia, com os relatos dos reis da Assíria e Babilônia, e consequentemente
a reabilitação da Bíblia, a historicidade de todos os fatos nela registrados.
Se esses críticos voltassem hoje à terra ficariam envergonhados das afirmativas
que fizeram e do descrédito a que atiraram nossa Bíblia. Isso não se dará. O
estudante de hoje pode confrontar os relatos que estamos escrevendo sobre os
reis da Síria, Assíria e Babilônia, com a sua Bíblia, e pode até verificar a
naturalidade das Escrituras com os informes que nos deixam Senaqueribe, Sargão
II e Assurbanipal, o último grande guerreiro assírio. O estudante moderno não
tem medo de confrontar a sua Bíblia com os documentos arqueológicos; deseja
mesmo esta confrontação para se certificar de como a Bíblia foi fiel nos
relatos que nos legou.
d) Voltando ainda a comentar a posição de Hulda
nota-se nela perfeita normalidade: conhecia o livro e sabia que tinha existido,
se bem há muito estavam fora de uso. Por igual não tem palavras de esperança,
porquanto sabia que o mal de há muito estava determinado. Jeremias e Sofonias,
profetas daqueles dias, estariam fora da cidade, pelo que foi feita a consulta
a uma profetisa que gozava de grande prestígio também. A promessa de que Josias
seria reunido a seus pais e não veria a sorte de Judá cumpriu-se em parte e de
modo muito triste para os seus amigos como nós. Josias morreu prematuramente na
luta contra o rei do Egito.
Não temos, pois dúvida de que o Livro achado era o Deuteronômio, o livro
prático da nação, o catecismo oficial. Os de ' livros como Josué, Juizes,
Samuel, talvez nem estivessem ainda escritos, e se estivessem não tinham a
mensagem para a nação como o Deuteronômio. Os outros livros de Moisés,
igualmente não eram tão taxativos quanto aos deveres do povo para com o seu
DEUS. O livro de Levítico era bem conhecido e praticado no ritual do templo; e
Gênesis e Números não eram livros que dissessem respeito aos deveres de cada
dia e de cada um. Quando estudamos o livro de Rute fizemos notar que a.
instituição da remissão de um morto sem filhos, e que deveria ser substituído
pelo irmão ou parente mais próximo, estava perfeitamente em vigor. Por seu
turno, a referência a Moisés é lima constante em todos os livros ditos antigos;
e se o povo não se baseava nestes livros fundamentava-se na tradição extraída
deles. A lei de Moisés, pois, era assunto bem conhecido e de que todos se davam
perfeita conta. Assim para nós o livro achado era o grande livro de Deuteronômio,
onde se encontram registradas as bênçãos e as maldições referentes à fidelidade
do povo ou à sua deslealdade. Foi isso que Josias sentiu ao ouvir a leitura do
livro. Estava tudo perdido.
Não pensamos que os livros da Bíblia possuíssem o curso popular que têm
atualmente. Não haveria muitas cópias e as poucas estariam em poder dos
sacerdotes. A divulgação dos manuscritos sagrados foi obra dos primeiros
séculos do cristianismo, e só depois de inventada a imprensa, no século 16 é
que os sagrados textos se tornaram populares. Não temos, pois, de pensar em
Bíblias na mão do povo como agora. Assim, e para resumir, a ausência de um
livro como o Deuteronômio não causaria maior preocupação ao povo; era assunto
para os líderes religiosos, aos quais convinha tomar conhecimento da existência
ou não desses livros. Este assunto é mais próprio para a crítica literária do
que para estudos leves como o que estamos fazendo.
4) Consulta feita à profetiza Hulda.
Josias poderia ter convocado os profetas de palácio, pois os tinha, mas não o
fez, ou porque não tivesse muita confiança neles ou porque desejasse a opinião
de uma pessoa estranha aí. Segundo Jeremias, parece que os profetas do palácio
não eram muito credenciados (Jer. 2:8; 5:31; 6:13; 14:14; 23:9-40). Hulda não
revelou qualquer surpresa com o achado do livro porque lhe seria bem conhecido.
Só no palácio era ele ignorado, porque a política anda sempre longe das coisas
de DEUS, a não ser em casos tais como o de Josias e poucos outros. O que Hulda
fez foi dizer o que estava para acontecer a Judá, coisas que Isaías já tinha
dito. Os pecados acumulados em Judá produziriam os mesmos resultados que tinham
produzido em Samaria. Apenas deu uma consolação a Josias: em virtude da sua
fidelidade ao seu DEUS, não veria esse mal e em paz seria recolhido aos seus
pais. Ela não se referiu à morte prematura de Josias na guerra contra Neco, do
Egito, ou porque não interessasse ao caso ou porque lhe estivesse velado.
Temos, pois, mais uma prova de que o livro achado era conhecido em Judá e por
sua negligência a nação iria pagar caro.
5) Josias renova a aliança com DEUS.
O livro do pacto que fora encontrado na casa do Senhor (v. 2) e não outro como
sugerem alguns comentadores, motivou, provocou, um avivamento espiritual digno
de nota. "Todos os anciãos de Judá e de Jerusalém se ajuntaram a ele"
(v. 1), para um novo concerto com DEUS. "O rei pôs-se em pé junto à
coluna, fez um pacto perante o Senhor, para O seguirem e guardarem os seus
mandamentos" (v. 2). Coisa jamais vista em Judá, um rei proclamar a sua
fidelidade a DEUS e conclamar o povo para esta aliança. Se isso tivesse sido
feito antes, a nação estaria a salvo das agruras que sofreu depois; os reis,
porém, eram, na maioria dos casos, os mais indignos da religião, e por falta de
"líderes perece o povo". Temos a impressão de que o povo de Judá
jamais tivera dia de tanto regozijo, porque a religião sempre cria alegria e
contentamento.
6) A grande reforma
a) O livro de Crônicas é muito parcimonioso quanto a esta reforma, mas os
termos são os mesmos. O livro de Reis entra em muitos detalhes, porque era o
tempo de fazer uma limpeza em regra, não apenas nas práticas do culto, mas nos
lugares onde o praticavam. Era necessário profanar os lugares altos de modo que
jamais alguém se aventurasse a usá-los. Não bastava exterminar os altos; se não
fossem profanados, como foram, em breve voltariam a ser usados. Todos os
instrumentos de culto a Baal foram quebrados e queimados e as cinzas jogadas no
Vale de Cedrom e desenterrados os ossos do povo comum e queimados nos locais de
culto. Assim, jamais alguém se aventuraria a voltar a tais lugares. Os
postes-ídolos, para todo o exército dos céus, que Manassés havia feito, tudo
foi destruído e profanado. Até no templo havia postes-ídolos que Josias queimou
e jogou as cinzas sobre as sepulturas do povo (v. 6). Igualmente sacerdotes de
segunda classe, isto é, sacerdotes de Baal, tudo foi removido. Talvez se refira
a sacerdotes do culto de Jeová, mas de segunda ordem, não se sabe bem. Os
sacerdotes kemarim sempre se referem aos de Baal. O Vale de Cedrom tornara-se
assim um grande cemitério de todos os destroços da idolatria, e os cemitérios
próximos receberam as cinzas destes destroços. As casas da prostituição
cultual, compostas talvez de homens e mulheres (I Reis 14:24), tudo foi
destruído. Ali as mulheres teciam tendas para o poste-ídolo, dentro da área do
templo. Josias trouxe os sacerdotes de todos os lugares altos a Jerusalém, os
quais incensavam desde Geba até Berseba, e profanou os lugares de culto (v. 9).
Talvez se trate de levitas que, desviados do seu ofício, se dedicavam a cultos
impuros. Eles não eram propriamente sacerdotes, mas faziam serviços secundários,
e em tempo de degradação religiosa, se dariam até a serviços de cultos a ídolos
(Juí. 17), pois não sacrificavam -,obre o altar do Senhor, mas comiam da mesa
dos sacerdotes (v. 9). Sobre a posição destes sacerdotes no serviço do templo,
veja-se Deuteronômio 18:8, onde se diz que os levitas tinham o direito de
participar das viandas dos sacerdotes. Portanto, está aqui mais uma prova da
antiguidade do livro achado.
b) Também profanou a Tofete, que está no Vale dos filhos de Hinom, onde os
hebreus sacrificavam seus filhos a Moloque, o deus dos amonitas. Tudo foi
profanado. Os cavalos do culto ao sol, à entrada da casa do Senhor, foram
tirados; os carros dedicados ao sol foram queimados. Junto ao templo havia
câmaras onde os sacerdotes se acomodavam durante o tempo de serviço; pois estes
lugares foram ocupados com cavalos e carros do sol culto de origem assíria. Até
mesmo os locais destinados aos serviços do culto tinham sido infestados de
elementos idólatras, apenas para agradar aos senhores assírios. Manassés foi o
grande incentivador deste culto (II Reis 21:3,4). Não era sem justo motivo que
DEUS estava afastado do templo e do povo; como é que um rei de Judá pode
cometer tais indignidades, a gente nem entende. É certo que não possuíam
Bíblia, mas tinham as tradições numerosas que deveriam guiar e governar estes
monarcas.
c) Também foram derribados os altares que estavam sobre a sala de Acaz, sobre
os terraços, altares feitos pelos reis de Judá e por Manassés; tudo foi
destruído, levado ao Vale de Cedrom, queimado e as cinzas aspergidas sobre os
sepulcros do povo.
d) Os altos em frente a Jerusalém, no Monte das Oliveiras e arredores à mão
direita do Monte da Destruição, edificados por Salomão, o fundador da idolatria
em Judá (I Reis 11:1-18), para Astarote, abominação dos sidônios; Camos,
abominação dos moabitas; e Milcom, abominação dos amonitas, Josias derrubou
tudo isso e encheu de ossos humanos os lugares desses cultos. Somos informados
de que a má sementeira de Salomão produziu os seus frutos, mesmo que não
tenhamos de admitir que as estátuas feitas e os lugares estabelecidos tivessem
durado até agora. O exemplo ficou, a praxe continuou (vv. 13, 14).
e) A reforma foi mais longe. Foi a Betel onde estava o altar feito por Jeroboão
I, derribou-o e profanou-o com os ossos das sepulturas que estavam ali por
perto, para jamais alguém ousar sacrificar em tal local. Era uma profilaxia em
regra. Perto estava um "monumento" e o rei perguntou o que era.
Disseram-lhe que era a sepultura do profeta, que havia desobedecido a DEUS e
fora morto por um leão (I Reis 13:11-34). Este monumento ele deixou intacto
porque era um testemunho da reprovação divina contra a idolatria (v. 15 a 20).
Matou os sacerdotes dos altos e queimou ossos humanos sobre eles (v. 20). Então
voltou para Jerusalém, satisfeito da limpeza que havia realizado em todo Israel
e Judá.
7) Celebra-se a Páscoa.
Agora podia ser celebrada a Páscoa, pois a nação estava limpa externamente.
Dita Páscoa estava de acordo com o livro achado por Hilquias e nunca se
celebrou Páscoa igual em toda a história. Tal acontecimento teve lugar no ano
18º, do rei Josias. Ele começou a sua reforma com oito anos de idade e estava
agora com 26, tendo gasto, pois, 18 anos de lutas para limpar a nação de todos
os elementos estranhos à sua existência.
8) A reforma continua.
Alguma coisa ainda estava faltando para que a nação fosse totalmente limpa de
ídolos e formas de culto estranhas à vida da nação, segundo o livro da Aliança.
Então chegou a hora dos médiuns estabelecidos por Manassés, os feiticeiros, os
ídolos do lar (Penates), veja Gênesis 31:19; Josué 24:14 e I Samuel 19:13. Estes
elementos de culto eram de natureza privada, eram os deuses protetores do lar,
que Abraão tinha usado lá na Caldéia e parece que trouxe para a Palestina,
porque os encontramos na casa de Labão, em Arã, conforme Gênesis 31:12-19. A
reforma foi de tal porte que nem antes nem depois de Josias houvera rei
semelhante (v. 25). Nada obstante, DEUS não retirou a sua ira de Judá, pela
multidão dos seus pecados. Abençoou Josias e o povo, mas o castigo pelas culpas
panadas estava de pé (v. 26 e 27).
9) Súmula do governo de Josias.
Pelo profeta Jeremias somos informados de que a reforma promovida por Josias
(Jer. 5) foi puramente superficial. O regresso à idolatria durante o curto
reinado de Joaquim, e a deslavada maldade de Judá, segundo Jeremias 21 e
22:15,16, mostram isso. O povo aceitou-a e com ela se alegrou; morto, porém o
seu propulsionador, logo o povo voltou ao seu vômito antigo. Jeremias nem
sequer se refere à reforma; é como se não houvesse existido, pois ele morava em
Jerusalém, deveria ter tomado conhecimento de tudo. Por que nada diz,
ignoramos. Não nos surpreendemos com a volta do passado e de tudo que
constituía o seu acervo. O autor recorda os idos de 1930, quando uma reforma de
costumes foi planejada no Brasil, com a prisão dos que foram julgados ladrões
do povo, com a promessa de um Brasil novo. Pois bem, tudo voltou ao que era
dantes, como se nada houvera acontecido. Uma reforma que não reforma o povo não
é reforma. Pelo menos qualquer reforma política tem de ser continuada por anos,
até mudar leis e costumes; de outra forma, volta tudo ao que era antes. Estamos
agora num Brasil em plena Revolução. Pensavam muitos que, mudado o governo,
tudo voltasse ao que era antes. Parece que se enganaram porque a Revolução
disse que ia continuar e está cumprindo o dito. Só assim se pode conseguir uma
reforma, pelo menos das coisas públicas. Josias morreu pouco depois e subiu ao
poder um rei imposto. Tudo voltou ao que era. De qualquer modo, somos gratos a
Josias e a DEUS pelo que foi feito, pois vemos como a nação estava podre, e as
razões porque DEUS não a poupou. Quando lemos a profetisa Hulda dizer que
depois de Josias a nação iria pagar por seus pecados, somos assaltados com a ideia
de que DEUS não tinha levado em conta a obra do seu servo. DEUS sabia que tudo
era superficial. Foi preciso um cativeiro de setenta anos para curar esta nação
das inclinações da idolatria. Depois do cativeiro, havia muitos pecados, mas
não o da idolatria. Os judeus foram curados desta infecção até hoje. Um judeu
pode ser acusado de tudo que se possa imaginar, menos de adorar ídolos. Temos,
pois, aqui, a prova por que DEUS se recusou a poupar a nação e a entregou aos
caldeus. Só as agruras do cativeiro serviriam para curar os sacerdotes e
levitas e o povo desta chaga. Todavia, quando lemos Esdras e Neemias, os livros
que nos contam a história dos exilados, verificamos que muitos dos pecados
antigos estavas em pleno vigor (Esd. 9:10).
10) Morte de Josias.
Nínive fora derrotada. Tinha caído 612; dela e dos seus fastos antigos só
restavam as crônicas. A marcha de Neco para o norte, para combater a Assíria
(pensam alguns que para defendê-la), não era mais do que um pretexto ou um meio
de obter os restos do antigo império. Fossem quais fossem os motivos, pois a
Bíblia nada diz, dirigia-se para o norte e avisou a Josias que não se metesse
no seu caminho, alegando mesmo que DEUS o tinha mandado subir (verdade ou
mentira). Aparentemente não pretendia nada de Judá; entretanto ninguém naqueles
dias acreditaria nisso, pois todos estes antigos monarcas viviam de rapinas.
Josias foi-lhe ao encalço, disfarçadamente, e o encontro se deu no célebre
monte de Megido, onde muitos milhares tinham caldo. Josias, ferido de morte,
foi trazido para Jerusalém e sepultado com todas as honras de um grande e bom
rei. Jeremias compôs-lhe uma elegia (II Crôn. 35:25). Neco continuou o seu
caminho e o encontro com os exércitos de Babilônia deram-se em Carquêmis (II
Crôn. 35:20); dos resultados pouco se sabe ao certo. Neco diz que venceu e os
exércitos aliados de Babilônia deram-se por vitoriosos. Esta batalha em 605
marcou um novo ciclo de guerras no Oriente. Parece-nos que os exércitos de
Babilônia é que venceram a batalha, porque bem pouco depois Nabucodonozor
estava às portas de Jerusalém, sem temer os exércitos de Neco. Se o Egito
tivesse vencido, a história seria outra, e Neco não lhe daria chance de vir a
Jerusalém, como veio logo depois (Jer. 46:2). Aceitamos a palavra infalível de
Jeremias, e o assunto está encerrado.
Na volta de Carquêmis, derrotado, foi a Jerusalém, depôs o rei que o povo tinha
colocado no lugar de Josias e levou-o para o Egito onde morreu. Cria-se assim
uma situação nova e perigosa para a periclitante nação judaica.
SUBSÍDIOS DA LIÇÃO 12 - CPAD
SÍNTESE DO TÓPICO I - A prática da leitura e da meditação da
Palavra de DEUS nos conscientiza sobre os nossos pecados.
SÍNTESE DO TÓPICO II - O coração que transborda DEUS não tolera ídolos ou
qualquer outra prática que desagrade ao Senhor.
SÍNTESE DO TÓPICO III - A Páscoa é uma das mais importantes celebrações da
Bíblia. Tais celebrações são fundamentais para nos lembrar dos feitos do
Senhor.
SUBSÍDIO DIDÁTICO-PEDAGÓGICO TOP1
Para alcançarmos os objetivos fundamentais que formulamos, quais deverão ser os
nossos objetivos imediatos? O que planejamos fazer neste trimestre, neste mês,
nesta lição? Esses planos variam com as situações. Os interesses e as
necessidades de nossos alunos deverão determinar nossos objetivos para cada
lição em particular. Muitas vezes o comentarista da lição sugere as metas em
conexão com ela. Essas metas poderão ou não coincidir com as necessidades da
classe. Por isso, deve o professor determinar seus objetivos de acordo com a
realidade de sua classe. Tendo em mente o assunto da lição a ser ensinada, o
professor poderá perguntar-se:
Quais conhecimentos desejo que meus alunos adquiram?
Quais situações desejo que eles enfrentem?
Quais atitudes e decisões desejo que eles tomem?
CONHEÇA MAIS TOP2
“Atualmente não podemos dizer que as Escrituras estão perdidas no sentido
literal; ao contrário, a Bíblia é o livro de maior circulação. Contudo é um
livro perdido para multidões em todo o mundo. Mas como foi perdido? Foi perdido
por falta de lê-lo às crianças. É só fazermos perguntas aos nossos filhos e
descobriremos que há uma ignorância surpreendente da Palavra de DEUS entre
eles. Pode-se perder as Escrituras por causa do pecado. A experiência prova a
veracidade do ditado: a leitura deste Livro evita o pecado, e o pecado evita a
leitura deste Livro.” Para saber mais leia: Coleção Lições Bíblicas. Vol. 04.
Rio de Janeiro: CPAD, 2011, p. 615.
SUBSÍDIO DOUTRINÁRIO TOP2
“O compromisso religioso inicial de Josias foi demonstrado por seus esforços
para reparar o Templo do Senhor. Ele estava desorientado, pois aparentemente
durante o reinado de Manassés a maioria das cópias das Escrituras do Antigo
Testamento foi destruída. Então uma cópia da lei, que alguns acreditam
compreender todos os cinco livros de Moisés, foi achada. Um Josias abalado
percebeu quão desobediente Judá tinha sido.
Perguntas dirigidas a Hulda, uma profetisa, trouxe de volta a palavra de que o
destino de Judá estava selado. Mas em razão de Josias ter sido humilde e
sensível a DEUS, o desastre viria apenas depois de sua morte.
DEUS ainda está à procura de pessoas que estão abaladas pelo abandono da
sociedade sobre os princípios bíblicos de santidade e de justiça. Quando formos
humildes e sensíveis, DEUS nos abençoará individualmente a despeito do que
possa acontecer a nossa terra.
O zelo de Josias era tão grande que ele começou a livrar Judá de todas aquelas
práticas contra as quais a Palavra de DEUS falava. A lista das suas ações
sugere a extensão da apostasia de Judá.
O que podemos apreciar sobre Josias é o seu exemplo de total compromisso.
Nenhum de nós poderia fazer um pedido mais importante do que sermos como
Josias, que ‘se [converteu] ao Senhor com todo o seu coração, e com toda a sua
alma, e com todas as suas forças’ (23.25).
O reinado de 31 anos de Josias sobre Judá não mudou a direção da sua nação. Mas
os seus constantes esforços para servir ao Senhor lhe renderam a honra divina.
DEUS não exige que sejamos bem-sucedidos. Ele nos chama, porém, para sermos
totalmente comprometidos” (RICHARDS, Lawrence O. Comentário Devocional da
Bíblia. Rio de Janeiro: CPAD, 2013, pp.226,27).
SUBSÍDIO DEVOCIONAL TOP3
“[...] Somos informados de que nunca se celebrou tal páscoa como esta em nenhum
dos reinados anteriores, não, desde os dias dos juízes (v.22), o que, a
propósito, insinua que, embora o relato que o livro de Juízes dá do estado de
Israel sob aquela dinastia pareça apenas melancólico, ainda houve, então,
alguns dias dourados.
Parece que essa páscoa foi extraordinária por causa do número e da devoção dos
participantes, de seus sacrifícios e ofertas, e de sua exata observância das
leis da festa. E não ocorreu agora como na páscoa de Ezequias, quando
participaram muitos que não estavam limpos de acordo com a purificação do
santuário, e foi permitido aos levitas fazerem o trabalho dos sacerdotes. Nós
temos motivos para pensar que durante todo o restante do reinado de Josias a
religião floresceu e as festas do Senhor foram muito cuidadosamente observadas.
Mas nessa Páscoa, a satisfação que eles tiveram no concerto recentemente
renovado, a reforma no prosseguimento dela, e o renascimento de uma ordenança
cujo original divino eles tinham encontrado recentemente no livro da Lei, e que
tinha sido negligenciado por muito tempo ou guardado sem cuidado, os colocou em
grande entusiasmo de santa alegria. E DEUS ficou satisfeito em recompensar o
zelo que tiveram em destruir a idolatria com sinais incomuns da sua presença e
favor. Tudo isso concorreu para fazer dessa páscoa uma festa de destaque”
(HENRY, Matthew. Comentário Bíblico Antigo Testamento: Josué a Ester Edição
Completa. Rio de Janeiro: CPAD, 2010, p.632).
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Evidenciar o encontro de Josias com o livro da Lei;
Destacar a dedicação de Josias na destruição dos ídolos;
Identificar o retorno da celebração da Páscoa.
INTERAGINDO COM O PROFESSOR
Nesta lição, aprenderemos que DEUS não exige que sejamos bem-sucedidos em
todas as coisas que fazemos para Ele, mas nos chama para sermos totalmente
comprometidos e obedientes à sua Palavra. A despeito dos 31 anos de reinado de
Josias, Judá não mudou de direção nem abandonou seus maus costumes. Entretanto,
os constantes esforços desse grande rei para servir ao Senhor com fidelidade,
lhe renderam a honra divina. O castigo de Judá somente veio depois da morte de
Josias.
PONTO CENTRAL - Não importa o quão distantes estamos de DEUS,
sempre podemos nos aproximar.
PARA REFLETIR
A respeito de “O Reinado de Josias”, responda:
Por que Josias foi considerado um dos melhores reis de todo o Israel?
Porque expurgou o país de todas as falsas divindades ali colocadas por seus
ancestrais; e iniciou em seu reino a maior e mais impactante renovação
espiritual vista entre todas as tribos de Israel.
Quem foi o primeiro a ler o livro da Lei de Moisés após ser encontrado?
O escrivão Safã.
O que a leitura do livro da Lei causou no povo?
Ao ouvirem a leitura do Livro da Lei, o povo preparou o coração para uma nova
aliança com o Senhor.
Quanto tempo depois do início do reinado de Josias a Páscoa foi comemorada?
Somente depois de dezoito anos de reinado foi que Josias conseguiu comemorar a
primeira Páscoa.
Qual o sentido da Páscoa para todo o Israel?
Ela relembrava a proteção divina e o livramento da escravidão no Egito.
CONSULTE
Revista Ensinador Cristão - CPAD, nº 86, p. 42.
)))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))
Lição 3, Betel, 2Tr25, REVISTA NA ÍNTEGRA
Escrita, Lição 3, Betel, Participando com consciência e alegria da
manutenção do serviço, 2Tr25, Com. Extras Pr. Henrique, EBD NA TV
Para nos ajudar PIX 33195781620 (CPF) Luiz Henrique de Almeida
Silva
EBD Revista Editora Betel | 2° Trimestre De
2025 | TEMA: MORDOMIA CRISTÃ – A Gratidão e Fidelidade
na Administração dos Recursos que DEUS nos Confiou | Escola
Bíblica Dominical
ESBOÇO DA LIÇÃO
1- A CONSTRUÇÃO DO TABERNÁCULO
1.1. Onde a glória de DEUS se manifestava
1.2. As ofertas voluntárias
1.3. A alegria em contribuir
2- A RESTAURAÇÃO DO TEMPLO
2.1. A restauração do Templo nos dias do rei Joás
2.2. A restauração do Templo nos dias do rei Ezequias
2.3. A restauração do Templo nos dias de Josias
3- O CUIDADO COM A CASA DE DEUS
3.1 . O chamado de DEUS
3.2. Devemos honrar a DEUS com os nossos bens
3.3. O cuidado com a Casa de DEUS reflete quem somos
TEXTO ÁUREO
“E veio todo homem, a quem o seu coração moveu, e todo aquele cujo
espírito voluntariamente o estimulou, e trouxeram a oferta alçada ao Senhor
para a obra da tenda da congregação, e para todo o seu serviço, e para os
vestidos santos”, Êxodo 35.21
VERDADE APLICADA
Como povo de DEUS, somos convocados a participar da manutenção dos
locais de culto com nossas contribuições financeiras e nosso trabalho.
OBJETIVOS DA LIÇÃO
Reconhecer que devemos cuidar da Casa de DEUS.
Saber que as ofertas geram bênçãos para o ofertante
Ressaltar que DEUS honra os que O honram.
TEXTOS DE REFERÊNCIA - 1 CRÔNICAS 29
3 E ainda, de minha própria vontade para a casa de meu DEUS, o ouro e prata
particular que tenho de mais eu dou para a casa do meu DEUS, afora tudo quanto
tenho preparado para a casa do santuário:
4 Três mil talentos de ouro, do ouro de Ofir, e sete mil talentos de prata
purificada, para cobrir as paredes das casas;
5 Ouro para os vasos de ouro, e prata para os de prata, e para toda obra de mão
dos artífices. Quem, pois, está disposto a encher a sua mão, para oferecer hoje
voluntariamente ao Senhor?
6 Então os chefes dos pais, e os príncipes das tribos de Israel, e os capitães
dos milhares e das centenas, e até os capitães da obra do rei, voluntariamente
contribuíram.
LEITURAS COMPLEMENTARES
SEGUNDA | 1 Sm 2.30b Os que honram a DEUS serão honrados.
TERÇA | 1Sm 15.22 Obedecer é melhor do que sacrificar
QUARTA | 1Cr 29.17 As ofertas para a construção do Templo
QUINTA | Sl 23.1 O Senhor é meu pastor, nada me faltará.
SEXTA | Mc 12.30 Devemos amar a DEUS de todo o coração.
SÁBADO |Ef 1.3 DEUS nos abençoou com bênçãos espirituais
HINOS SUGERIDOS: 290, 291, 432
MOTIVO DE ORAÇÃO
Ore para que possamos confiar mais em DEUS do que nas riquezas
desta terra.
INTRODUÇÃO
Nesta lição,
baseados nos registros bíblicos, veremos que o povo de DEUS é chamado a
servir-lO com alegria e fidelidade também na manutenção dos locais de culto,
com contribuição financeira e trabalho, visando a continuidade das atividades
de oração, adoração e anúncio da Palavra de DEUS.
PONTO DE
PARTIDA: Devemos cuidar da Casa do Senhor.
1- A CONSTRUÇÃO DO TABERNÁCULO
Sempre foi propósito de DEUS se relacionar com o Seu povo (Tg 4.8).
No livro do Êxodo, vemos que o Senhor DEUS ordenou que fosse feito o
Tabernáculo, dizendo: “e habitarei no meio deles” (Êx 25.8). E a nuvem cobria o
Tabernáculo durante o dia, e o fogo estava sobre ele de noite, e a glória do
Senhor enchia a tenda da congregação (Êx 40.34-38).
1.1. Onde a glória de DEUS se manifestava
Antes de
o Tabernáculo ser erguido, Moisés se encontrava com o Senhor na
“tenda da congregação” que era armada fora do arraial (Êx 33.7-11). O
Tabernáculo foi erguido em pleno deserto, para ser um local onde o povo
desfrutaria de comunhão com DEUS, que desejava viver entre eles (Êx 25.8).
Acrescente-se a essa observação que o Tabernáculo atraía a atenção de todo o
povo, porque a glória de DEUS se manifestava de modo sublime naquele lugar. DEUS
nos criou para a Sua glória (Is 43.7), e o Tabernáculo passou a ser o símbolo
da Sua Presença entre o povo (Êx 29.43-46). Diante daquele esplendor, os
israelitas ofertavam com alegria; ofertando até mais do que o necessário para a
construção do Tabernáculo (Êx 36.5-7).
Bispo Abner Ferreira: “Que linda lição extraímos da
história da construção do Tabernáculo. A obra começa com todo o povo, de
coração, trazendo suas ofertas. Alguns se colocaram à disposição para
trabalharem nesse sublime projeto. O maior segredo da construção do Tabernáculo
ter sido tão abençoada foi a liberalidade do povo. Tudo fluiu tão bem que Moisés
pediu ao povo que parasse de trazer ofertas, pois já possuía o suficiente para
terminar a construção (Êx 36.5-7)”.
1.2. As ofertas voluntárias
A fé cristã
implica obediência a DEUS em todas as áreas da vida (1Sm 15.22). A dependência
de DEUS deve estar diretamente relacionada ao amor por Ele, uma vez que quem
ama a DEUS obedece aos Seus mandamentos (Mc 12.30). Os israelitas obedeceram a
ordenança que DEUS deu a Moisés para a construção do Tabernáculo,
participando daquele grande e belo projeto com ofertas voluntárias (Êx 25.1,2).
As ofertas foram tantas que os artífices interromperam o trabalho para
comunicar a Moisés o que estava ocorrendo (Êx 36.2-7).
Pastor Cézar Roza de Melo: Quando DEUS fala com Moisés
acerca da construção do Tabernáculo, DEUS estabelece que os filhos de Israel
deveriam trazer as doações e enumera os materiais que seriam usados na feitura
do Tabernáculo. Os textos bíblicos evidenciam que as ofertas deveriam ser
alçadas e com o coração voluntário. O povo se empenhou em ofertar para a
construção (Êx 36.6). O sentimento de gratidão pela libertação, o desejo pela
presença de DEUS e a possibilidade de terem seu lugar de culto a DEUS fez o
povo dar suas riquezas para a construção”.
1.3. A alegria em contribuir
Moisés recebeu
a ordem de construir o Tabernáculo, um lugar de culto a DEUS. O povo hebreu
compreendeu que ali seria a habitação de DEUS entre eles, e toda manhã levavam
muitas ofertas voluntárias para a construção do santuário (Êx 36.3). Quando os
artesãos perceberam que as ofertas excediam o necessário para a obra que o
Senhor lhes ordenou que fizessem, eles comunicaram o fato a Moisés, que proibiu
o povo de fazer ofertas (Êx 36.5,6).
Comentário Bíblico 1 e 2 Coríntios: “Ao ofertarmos com
boa vontade e alegria, a graça da contribuição traz muitos resultados bons para
nossa própria vida. Em primeiro lugar, encontraremos grande felicidade na nossa
vida de serviço ao Senhor e aos nossos semelhantes. As ofertas aumentaram e
muitas necessidades serão supridas . DEUS é louvado e os laços de fraternidade
cristã se estreitam ainda mais”.
EU ENSINEI QUE: As ofertas dos israelitas foram tantas que os
artífices interromperam o trabalho para comunicar a Moisés o que estavam
acontecendo.
2- A RESTAURAÇÃO DO TEMPLO
O Tabernáculo
esteve entre o povo de DEUS durante toda a caminhada pelo deserto; anos mais
tarde, foi substituído pelo majestoso Templo idealizado pelo
rei Davi e edificado por seu filho Salomão (2Cr 7.11 ). Com o passar
do tempo, a construção foi se deteriorando; e alguns reis de Judá, para
preservar a verdadeira adoração, exortaram o povo a ofertar para a restauração
do Templo (2Cr 34.8-12).
2.1. A restauração do Templo nos dias do rei Joás
Joás, rei de
Judá, viveu dias de prosperidade enquanto teve o sacerdote Joiada ao seu lado,
pois o monarca não tinha habilidade para reinar por sua imaturidade (2Rs 12.2).
Antes, a adoração a Baal havia se intensificado entre os hebreus, de
tal forma que não houve preocupação em manter a conservação do Templo do
Senhor, que estava em destroços (2Rs 12.5). O rei Joás, então, estimulou o povo
e os sacerdotes a coletar ofertas para custear a reforma do Templo e renovar a
aliança com DEUS (2Rs 12.4,5).
Pastor Marcos Flávio Oliveira: “O sacerdote Joiada,
valendo-se de sua posição no reino como regente e tendo a responsabilidade de
chefiar junto com Joás, e sendo homem temente a DEUS, destruiu os sacerdotes de
Baal e conclamou o povo para remover seu templo, despedaçar imagens e altares e
refazer a aliança com DEUS (2Cr 23.16,17)”.
2.2. A restauração do Templo nos dias do rei Ezequias
Ezequias foi
um dos melhores reis de Judá. No primeiro mês do seu reinado, Ezequias abriu os
portões do pátio do Templo e mandou consertá-los (2Cr 29.3). Diferentemente de
seu perverso pai, o rei Acaz, Ezequias procurou seguir os caminhos de Davi (2Cr
29.2). Ele se esforçou para eliminar a idolatria do meio do povo,
procurando fazer o que era reto e justo aos olhos do Senhor. Ezequias
reestabeleceu o verdadeiro culto em Israel, tendo o cuidado de reunir os
sacerdotes e os levitas para propor uma nova aliança com DEUS (2Cr 29.4-11).
Ezequias fez importantes reformas no culto e na adoração a DEUS, isso provocou
um grande avivamento entre os israelitas (2Cr 29.20-36).
Pastor Marcos Flávio Oliveira: “Ezequias começou muito
bem a sua gestão, porque buscou a santificação; reconhecendo a soberania do
Senhor e tendo o cuidado de reparar a casa do Senhor (2Cr 29.3-11). Preocupado
com a adoração ao Senhor, o rei Ezequias, num ritmo excessivamente intenso de
mudanças na adoração, restabeleceu o culto ao Senhor seu DEUS (2Cr 29.20-36)”.
2.3. A restauração do Templo nos dias de Josias
O rei Josias
procurou fazer um novo concerto espiritual em Judá, abolindo qualquer vestígio
de idolatria (2Cr 34.1-7). O rei determinou que os israelitas buscassem ao
Senhor de todo o coração, para que fossem purificados dos pecados nos quais
Judá havia mergulhado e, assim, restaurar o genuíno culto ao Senhor (2Rs
22.4-7). Para isso, Josias ordenou que todo dinheiro arrecadado fosse usado
para reparar a Casa do Senhor (2Cr 34.8-14). A Bíblia relata que nunca houve um
rei como Josias, que se voltou para o Senhor de todo o coração (2Rs 23.25).
Os momentos de avivamento e despertamento do povo de DEUS,
no período da monarquia e após o retorno do exílio, resultaram em várias
mudanças de comportamento, inclusive em relação aos serviços religiosos no
Templo. Tais registros bíblicos atestam a relevância da presença de um
Santuário na história de Israel Em tais registros, vemos que o avivamento
espiritual alcança, também, a restauração do comprometimento do povo com a
manutenção dos serviços litúrgicos, por intermédio das contribuições
estabelecidas pela Lei Mosaica e aquelas oferecidas espontaneamente (2Rs 12.4;
Ne 10.39).
EU ENSINEI QUE: Josias ordenou que todo dinheiro arrecadado fosse usado
para reparar a casa do senhor
3- O CUIDADO COM A CASA DE DEUS
DEUS nos
abençoa com bens para desfrutarmos do melhor desta terra (Is 1.9). Sim, devemos
dispor de nossos bens para socorrer as necessidades da Igreja, a fim de que ela
tenha o necessário para o culto ao nosso DEUS.
3.1 . O chamado
de DEUS
Muitos irmãos
compreendem que o Templo é um espaço de oração e celebração; portanto, precisa
de cuidados para favorecer a reunião daqueles que buscam o exercício da fé
cristã (At 2.46). As reformas nas congregações são importantes para oferecer
aos frequentadores conforto e segurança. Os prédios devem ser mantidos em
excelente estado de conservação, e isso envolve desde a parte estrutural até a
manutenção do telhado. Esse cuidado evita problemas na integridade do espaço
físico da igreja e assegura segurança aos fiéis e visitantes. Por isso, o
Senhor nos convoca a abrir o coração e nos libertar da avareza e do egoísmo (Mc
12.41-44).
Bispo Abner Ferreira: “Contribuir com os nossos bens é
simplesmente ter um coração aberto e sincero diante de DEUS. Portanto>
apresenta-te ao Senhor com coração transbordante de graças pelas misericórdias
recebidas, pelo dom da vida e pela dádiva da salvação em CRISTO JESUS. Não
importam a ocasião, ou as circunstâncias, o importante é contribuir com alegria
para a casa de DEUS, pois semear no Reino é semear com a certeza de uma
colheita abundante para o porvir”.
3.2. Devemos honrar a DEUS com os nossos bens
Honrar a DEUS
com nossos bens é um privilégio (Pv 3.9,10). O Reino de DEUS trabalha por
princípios instituídos pelo Senhor, e um deles é: “aos que me honram, honrarei,
(1Sm 2.30b). Quando honramos a DEUS, expressamos gratidão, consciência de que
tudo pertence a Ele, e confiança em Sua provisão diária. Essa honra está em
coisas simples, como ofertar para a manutenção ou reforma da igreja. Na certeza
de que o Senhor DEUS zela por nós, devemos ser zelosos pelo Templo onde nos
reunimos para adorá-Lo e anunciar a Sua Palavra.
Bispo Abner Ferreira: «Precisamos aprender a honrar ao
Senhor com os nossos bens e as atitudes relacionadas a eles, pois assim
agradamos a DEUS e usufruímos de Suas bênçãos. A honra que DEUS espera de nós
se manifesta em nosso desejo de expressar o amor que temos por Ele, como fez a
viúva do templo (Me 12.41-44) e a mulher que ungiu os pés de JESUS (Lc
7.36-50)”.
3.3. O cuidado com a Casa de DEUS reflete quem somos
Para evitar
problemas estruturais, é recomendável que os Templos passem por uma manutenção
periódica, feita por profissionais qualificados. Nossa disposição em ofertar
para essa causa especifica demonstra gratidão ao Pai Celestial por todas as
bênçãos que temos recebido (Ef 1.3). Contribuir financeiramente para a
manutenção do Templo é participar de uma semeadura em boa terra, na certeza de
que o Senhor DEUS é fiel e poderoso para continuar suprindo todas as nossas
necessidades. Desde que começou a levar suas ofertas ao Templo, o povo passou a
ter abundância de alimentos (2Cr 31.10).
Bispo Abner Ferreira: “Servir a DEUS com os nossos bens é
um privilégio, mas não é algo que devemos fazer por constrangimento. Na Bíblia
encontramos muitas passagens que narram a disposição dos israelitas em ofertar
para a Obra do Senhor com o que tinham de melhor, seja em bens materiais, seja
em disposição para trabalhar para DEUS”.
EU ENSINEI QUE: Quando zelamos pela Casa de DEUS, DEUS zela por
nós.
CONCLUSÃO
O cristão
evidencia sua lealdade quando serve a DEUS de todo o coração, inclusive com
seus bens, abençoando a Casa do Senhor com alegria.