Escrita Lição
11, Betel, Não cobiçarás o que é de teu Próximo: cultivando um espírito de
contentamento e gratidão pelo que temos, Comentários Extras Pr Henrique, EBD NA
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EBD, Revista
Editora Betel | 4° Trimestre De 2024, Tema, OS DEZ MANDAMENTOS –Estabelecendo Princípios e
Valores Morais, Sociais e Espirituais Imutáveis para uma Vida Abençoada, Escola
Bíblica Dominical
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ESBOÇO DA LIÇÃO
1- AS VÁRIAS
FACES DA COBIÇA
1.1. O décimo
mandamento
1.2. Não
cobiçarás
1.3. Um mal
corrosivo
2- OS PERIGOS
DA COBIÇA
2.1. A cobiça é
um desejo profano
2.2. Cobiçar
pode ser um desejo mortal
2.3. A cobiça é
um falso amor
3- O LADO
POSITIVO DO DÉCIMO MANDAMENTO
3.1. Devemos
aprender a estar contentes
3.2. Devemos
crer na suficiência de DEUS.
3.3. Devemos
viver com simplicidade
TEXTO ÁUREO
“Mas é grande
ganho a piedade com contentamento.” 1Timóteo 6.6
VERDADE
APLICADA
Devemos
enfrentar a inclinação à cobiça, andando em ESPÍRITO e nos contentando com o
cuidado e a provisão de DEUS, com alegria e louvores.
OBJETIVOS DA
LIÇÃO
Ensinar acerca da cobiça e suas diversas formas.
Apresentar a cobiça como algo desenfreado, profano.
Mostrar o lado positivo do décimo mandamento.
Apresentar a cobiça como algo desenfreado, profano.
Mostrar o lado positivo do décimo mandamento.
TEXTOS DE
REFERÊNCIA - 1CORÍNTIOS 10
1- Ora, irmãos, não quero que ignoreis que nossos pais estiveram todos debaixo
da nuvem, e todos passaram pelo mar.
2- E todos foram batizados em Moisés, na nuvem e no mar,
3- E todos comeram de um mesmo manjar espiritual,
4- E beberam todos de uma mesma bebida espiritual, porque bebiam da pedra
espiritual que os seguia; e a pedra era CRISTO.
5- Mas DEUS não se agradou da maior parte deles, pelo que foram prostrados no
deserto.
6- E estas coisas foram-nos feitas em figura, para que não cobicemos as coisas
más, como eles cobiçaram.
LEITURAS
COMPLEMENTARES
SEGUNDA | Lv 19.16 Não te porás contra o sangue do teu próximo.
TERÇA | Js 7.21 A cobiça de Acã.
QUARTA| 1Rs 21.1-16 Acabe e a vinha de Nabote.
QUINTA | SI 131 A humildade de Davi.
SEXTA | Mc 7.21-23 Os males procedem do interior do coração.
SÁBADO | Tg 1.14-16 Atraídos e engodados pela concupiscência.
HINOS SUGERIDOS: 231, 232, 235
MOTIVO DE
ORAÇÃO
Ore por mais contentamento
pessoal.
PONTO DE
PARTIDA – DEUS não se agrada da cobiça.
))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))
SUBSÍDIOS
EXTRAS PARA A LIÇÃO 11
)))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))
1 Timóteo 6:8-11 - 8 por isso, tendo o que comer e com que vestir-nos, estejamos com isso satisfeitos. 9 Os que querem ficar ricos caem em tentação, em armadilhas e em muitos desejos descontrolados e nocivos, que levam os homens a mergulharem na ruína e na destruição, 10 pois o amor ao dinheiro é a raiz de todos os males.
Lição 12 - Não
Cobiçarás
Lições Bíblicas
- 1º Trimestre de 2015 - CPAD - Para adultos
Tema: OS DEZ
MANDAMENTOS - Valores Imutáveis Para Uma Sociedade Em Constante Mudança
Comentários:
Pr. Esequias Soares
Complementos, ilustrações, questionários e vídeos: Pr. Luiz Henrique de Almeida
Silva
TEXTO
ÁUREO
"De ninguém cobicei a prata, nem o ouro, nem a veste." (At 20.33)
VERDADE PRÁTICA
A cobiça é a raiz da qual surge todo pecado
contra o próximo, tanto em pensamento como na prática.
LEITURA DIÁRIA
Segunda – Gn 3.6 A queda do homem começou com a
cobiça daquilo que não era seu.
Terça – Pv 6.25 A beleza é também uma porta para a entrada da cobiça
Quarta – Mt 5.28 A cobiça é um pecado que gera outros tipos de pecado
Quinta – Rm 7.7 O apóstolo Paulo mencionou a cobiça como fonte da
concupiscência
Sexta – 1 Co 10.6 O cristão deve aprender a lição dos israelitas no deserto
sobre a cobiça
Sábado – Tg 1.14,15 Ninguém é suficientemente forte para brincar com o pecado e
sair ileso longe de mexericos
LEITURA BÍBLICA
EM CLASSE - Êxodo 20.17; 1 Reis 21.1-5,9,10,15,16
Êxodo 20.17 Não
cobiçarás a casa do teu próximo; não cobiçarás a mulher do teu próximo, nem o
seu servo, nem a sua serva, nem o seu boi, nem o seu jumento, nem coisa alguma
do teu próximo.
1 Reis 21.1-5,9,10,15,16
1 E sucedeu,
depois destas coisas, tendo Nabote, o jezreelita, uma vinha que em Jezreel
estava junto ao palácio de Acabe, rei de Samaria, 2 que Acabe falou a Nabote,
dizendo: Dá-me a tua vinha, para que me sirva de horta, pois está vizinha, ao
pé da minha casa; e te darei por ela outra vinha melhor do que ela; ou, se
parece bem aos teus olhos, dar-te-ei a sua valia em dinheiro. 3 Porém Nabote
disse a Acabe: Guarde-me o SENHOR de que eu te dê a herança de meus pais. 4
Então, Acabe veio desgostoso e indignado à sua casa, por causa da palavra que
Nabote, o jezreelita, lhe falara, dizendo: Não te darei a herança de meus pais.
E deitou-se na sua cama, e voltou o rosto, e não comeu pão. 5 Porém, vindo a
ele Jezabel, sua mulher, lhe disse: Que há, que está tão desgostoso o teu
espírito, e não comes pão?
9 E escreveu
nas cartas, dizendo: Apregoai um jejum e ponde Nabote acima do povo.10 E ponde
defronte dele dois homens, filhos de Belial, que testemunhem contra ele,
dizendo: Blasfemaste contra DEUS e contra o rei; e trazei-o fora e apedrejai-o
para que morra.
15 E sucedeu
que, ouvindo Jezabel que já fora apedrejado Nabote e morrera, disse Jezabel a
Acabe: Levanta-te e possui a vinha de Nabote, o jezreelita, a qual ele te
recusou dar por dinheiro; porque Nabote não vive, mas é morto. 16 E sucedeu
que, ouvindo Acabe que já Nabote era morto, Acabe se levantou, para descer para
a vinha de Nabote, o jezreelita, para a possuir.
OBJETIVO GERAL
Apresentar a sutileza do último mandamento do
Decálogo.
OBJETIVOS
ESPECÍFICOS
Tratar a abrangência e objetivo do último
mandamento.
Mostrar o real significado da cobiça.
Ressaltar as consequências nefastas da cobiça mediante o exemplo da vinha de
Nabote.
INTERAGINDO COM
O PROFESSOR
Todo ser humano tem desejos e vontades, e não
existe nenhum mal nisso. O que o décimo mandamento proíbe é a ambição, o desejo
ardente de possuir ou conseguir a todo custo o que pertence ao próximo. Tomemos
como exemplo o rei Acabe. Ele poderia ter a terra que desejasse, mas tomado
pela cobiça, desejou o vinhedo do seu próximo e não mediu esforços para
conseguir. Cometeu abuso de poder, mentiu, inventou um plano sórdido e fez com
que um homem inocente perdesse a vida. A cobiça é o resultado da maldade
humana.
PONTO CENTRAL
É pecado o desejo ardente de possuir ou
conseguir alguma coisa que pertence ao próximo.
Resumo da
Lição 12 - Não Cobiçarás
I. O DÉCIMO
MANDAMENTO
1. Abrangência.
2. Objetivo.
3. Contexto.
4. Esclarecimento.
II. COBIÇA
1. Significado.
2. Cobiçar.
3. O texto paralelo.
III. A VINHA DE NABOTE
1. Proposta recusada.
2. O direito de propriedade.
3. O pecado de Acabe e Jezabel.
4. O casal não contava com uma testemunha verdadeira.
SÍNTESE DO TÓPICO I - A finalidade do décimo mandamento é erradicar o desejo
perverso de querer o que é do próximo.
SÍNTESE DO TÓPICO II - A cobiça é o desejo excessivo de possuir aquilo que
pertence ao outro.
SÍNTESE DO TÓPICO III - O episódio da vinha de Nabote nos mostra quão terrível
é a cobiça e quais são suas consequências
Comentários
de vários livros, com alguns acréscimos do Pr. Luiz Henrique
Existe ambição
(desejo) sadia e existe também ambição (desejo) doentia. Ambicionar dons do
ESPÍRITO SANTO é bom. Ambicionar ser obreiro é bom.
ambição
(desejo) sadia
Assim também
vós, como desejais dons espirituais, procurai abundar neles, para edificação da
igreja. 1 Coríntios 14:12
Esta é uma
palavra fiel: se alguém deseja o episcopado, excelente obra deseja. 1
Timóteo 3:1
ambição
(desejo) doentia, que é pecado
Eu, porém, vos
digo, que qualquer que atentar numa mulher para a cobiçar, já em seu coração
cometeu adultério com ela. Mateus 5:28
Quando vi entre
os despojos uma boa capa babilônica, e duzentos siclos de prata, e uma cunha de
ouro, do peso de cinquenta siclos, cobicei-os e tomei-os; e eis que estão
escondidos na terra, no meio da minha tenda, e a prata por baixo dela.Josué
7:21
Paulo prega
contra a cobiça - De ninguém cobicei a prata, nem o ouro, nem o
vestuário. Atos 20:33
A cobiça, na
maioria das vezes, quer e deseja aquilo que o outro possui, não é ter igual a
este, mas ter o que ele tem para diminuir ao próximo diante de si mesmo e dos
outros.
Mesmo essa
pessoa tendo o melhor ela quer o que é do outro.
Exemplos:
Satanás queria
o lugar de DEUS e receber a adoração que DEUS recebe.
Concupiscência
é ambição, é pecado de cobiça.
Gênesis 3:6
- EVA - E viu a mulher que aquela árvore era boa para se comer, e
agradável aos olhos, e árvore desejável para dar entendimento; tomou do seu
fruto, e comeu, e deu também a seu marido, e ele comeu com ela.
Mulher de
Potifar queria a juventude de José.
Absalão queria
o lugar do pai.
Acabe e Nabote
– ver na parte 3 - Propriedade do vizinho.
Acabe não se
interessava pela importância da lei de DEUS e nem pela família que mantinha
suas posses para deixar para seus filhos uma herança dada por DEUS - Ele era
rico e poderoso, pensava que podia comprar o que quisesse, inclusive a
consciência das pessoas.
NÃO COBIÇARÁS
"Não
cobiçarás a casa do teu próximo; não cobiçarás a mulher do teu próximo, nem o
seu servo, nem a sua serva, nem o seu boi, nem o seu jumento, nem coisa alguma
do teu próximo" (Êx 20.17).
O décimo
mandamento reporta-se ao comportamento subjetivo, íntimo e interior do
indivíduo. Ou seja, este mandamento está relacionado ao que a pessoa pensa e
sente quando da sua peregrinação existencial.
Quem pode
entrar na consciência de alguém e desvendar o que se passa por lá? Graças a
DEUS ninguém possui tal capacidade, exceto o próprio DEUS na pessoa do ESPÍRITO
SANTO. Este fala à nossa consciência e coração. Quaisquer crentes têm uma voz
interna a falar automaticamente ao coração quando o desejo insano de se
apropriar do que pertence aos outros brota no coração. O ESPÍRITO SANTO fala
conosco!
Atentai para o
ensinamento do Evangelho: "Ouvistes que foi dito aos antigos: Não
cometerás adultério. Eu porém, vos digo que qualquer que atentar numa mulher
para a cobiçar já em seu coração cometeu adultério com ela" (Mt 5.27,28).
Quer dizer que basta um olhar para caracterizar o pecado de adultério? Mas quem
julgará isso? Ora, simples: o ESPÍRITO SANTO que fala à consciência da pessoa.
O que JESUS nunca propôs é que apenas os atos visíveis sejam transformados. O
nosso Senhor ataca a raiz dos problemas. Enquanto muitos escribas
supervalorizavam o exterior e as obras que faziam, JESUS de Nazaré queria saber
da motivação das pessoas. Qual a nossa motivação de ir à Igreja? De estar com
pessoas? Será que a motivação é nobre? Autêntica? Legítima? Pura?
Hoje em dia,
propagandas na televisão, no rádio, nas revistas, na internet e em todo lugar
possível são feitas para alimentar o consumismo no povo. Tais propagandas criam
pseudo-necessidades para as pessoas sentirem-se infelizes, até mesmo inferiores
as outras enquanto não tiver adquirido aquele objeto da propaganda. Fabricantes
de marcas famosas não têm o pudor de usarem os corpos das mulheres para
popularizar suas marcas. Usam as mulheres como iscas em anzol para atrair
consumidores a fabricas dos seus produtos. O consumismo tem dominado tanto a
vida das pessoas que leva quase todos a violarem o princípio do décimo
mandamento. Revista ensinador. Editora CPAD Ano 16 - N° 61.
pag. 42.
INTRODUÇÃO
O Decálogo
conclui com um mandamento que proíbe o desejo ilícito, a cobiça sem sugestão
alguma de ato, pois diz respeito primariamente à motivação, e não à ação
concreta. A cobiça é um mal devastador muito comum ainda hoje em nossa cultura
ocidental materialista. Trata-se de uma atitude de natureza interna que pode
expressar-se em ato real. Toda ação boa ou ruim começa no pensamento. Os outros
mandamentos proíbem atos; aqui, a proibição diz respeito ao desejo, não ao
desejo em si, mas ao desejo daquilo que pertence a outro. Não é pecado desejar
bens e conforto, as coisas boas de que necessitamos na vida.
Esequias
Soares. Os Dez Mandamentos. Valores Divinos para uma Sociedade
em Constante Mudança. Editora CPAD. pag. 131-132.
Controlando os
desejos (v. 17). O primeiro e o décimo mandamentos tratam daquilo que se
encontra no coração, enquanto os outros oito concentram-se em ações exteriores.
Pessoas gananciosas transgridem todos os mandamentos de DEUS a fim de
satisfazer seus desejos, pois o coração do pecado é o pecado no coração (Mt
15:19). Cobiçar é alimentar desejos interiores por qualquer coisa que DEUS
considera pecaminosa. Foi esse mandamento que "abateu" Saulo de Tarso
e que convenceu esse fariseu bem-sucedido de que ele era um pecador (Rm 7:1-14;
ver Lc 12:15; Ef 5:3; Cl 3:5).
Os dez
mandamentos terminam com uma ênfase no bom relacionamento com nosso próximo,
pois o segundo maior mandamento é amar ao próximo como a si mesmo (Mt 22:34-40;
Lv 19:18). Se amamos nosso próximo, não cobiçamos o que ele tem, não roubamos
dele, não mentimos sobre ele nem fazemos qualquer uma das coisas que DEUS
proíbe em sua Palavra. Por isso, o amor é o cumprimento da lei (Rm 13:8-10). No
entanto, só DEUS pode mudar o coração pecaminoso (Hb 10:14-18), dando-nos o
amor de que precisamos para lhe obedecer e levando-nos a nos preocupar com os
outros (Gl 5:22-26; Rm 5:1-5).
WIERSBE. Warren
W. Comentário Bíblico Expositivo. A. T. Vol. I. Editora
Central Gospel. pag. 291.
O Décimo
Mandamento (v. 17). Não cobiçarás ... O verbo traduzido cobiçar , em hebraico,
significa um "messy, desejo egoísta e indomável" e "ter prazer
em". Então, tem um duplo significado; é um desejo secreto de algo que
pertence a outro, e é uma ação que vem da vontade de assumir desejada (ver
34:24, Dt 07:25) .. Este comando e o oitavo garantia do direito fundamental à
propriedade privada.
O mandamento é
uma proibição contra a inveja. O membro da comunidade não deve cobiçar as
coisas da família de seu vizinho, ou sua propriedade, nada do que ela tem. Tudo
que você precisa é um dom de DEUS, e cobiçar o que seu vizinho é desprezar o
que ele tem. Então, a cobiça é rejeitar a providência de DEUS. O primeiro
mandamento havia estabelecido o relacionamento correto com DEUS. A última é a
correta relação um ao outro; no entanto, isso depende da relação primária com o
Senhor.
Daniel Carro;
José Tomás Poe; Ruben O. Zorzoli. Comentário bíblico mundo hispano.
Editora Mundo Hispanico.Casa Batista de Pulblicaiones.
I. O
DÉCIMO MANDAMENTO
1.
ABRANGÊNCIA.
O décimo
mandamento aborda a responsabilidade do israelita sobre o pecado do pensamento.
É um recurso divino que DEUS proveu para habilitar o israelita a obedecer os
mandamentos anteriores. A cobiça é um dos piores pecados, o pecado que não se
vê. Essa é a sua característica distintiva em relação aos outros, pois não é
possível ser conhecido. Isso mostra que o Legislador divino é onisciente, pois
ele conhece o mais íntimo do coração humano, nossos desejos e intenções (1 Rs
8.39; 1 Cr 28.9; Jr 17.10; At 1.24). DEUS se interessa não só pelos corretos
atos concretos, não apenas pelo cerimonialismo na adoração, mas principalmente
pela pureza de um coração sincero. Isso mostra o lado espiritual do Decálogo;
nem tudo é apenas jurídico. A ideia central é não desejar aquilo que pertence
ao outro.
Esequias
Soares. Os Dez Mandamentos. Valores Divinos para uma Sociedade
em Constante Mudança. Editora CPAD. pag. 132.
O último dos
mandamentos (Êx 20.17), cobiça por algo que pertence a outro, quer visível quer
não, é pecado contra DEUS, o doador de todas as coisas, e contra o indivíduo
que é o receptor da graciosa concessão dele. Cobiçar a propriedade de um irmão
equivale a roubá-la; pois se, na verdade, a ânsia de ter a posse for forte o
bastante pode bem levar ao roubo, uma clara violação do oitavo mandamento. Da
mesma forma, o homem que cobiça a esposa de seu irmão já tem propósitos
adúlteros em relação a ela e, se não for reprimido, é provável que quebre o
sétimo mandamento e tenha um caso ilícito com ela. O infrator pode chegar até
mesmo a cometer homicídio a fim de satisfazer seus impulsos lascivos, como fez
Davi.
É um indício de
uma atitude pecaminosa que não precisa encontrar expressão ativa a fim de ser
ofensiva à aliança e à comunidade da aliança. Esse último dos mandamentos, em
alguns aspectos, é o mais sugestivo do ponto de vista teológico porque localiza
a nascente do comportamento pecaminoso do homem exatamente ao lugar a que
pertence, bem no fundo do coração e da mente. JESUS entendeu bem isso ao dizer:
“Vocês ouviram o que foi dito: ‘Não adulterarás’. Mas eu lhes digo: Qualquer
que olhar para uma mulher para desejá-la, já cometeu adultério com ela no seu
coração” (Mt 5.27,28).
Eugene H.
Merrill. Teologia do Antigo Testamento. Editora Shedd
Publicações. pag. 337-338.
A lei
aplica-se não somente aos atos, mas também aos sentimentos e intenções do
coração. Em outras palavras, a lei envolvia sentimentos interiores, e não
apenas atos externos. O sétimo mandamento proíbe o sexo com a mulher de outro
homem; e o décimo mandamento proíbe o desejo disso. Neste ponto, a lei
aproxima-se da abordagem feita por JESUS a respeito, em Mat. 5.21 ss. Todos os
pensamentos devem ser levados ao cativeiro a CRISTO (II Cor. 10.5). Se o oitavo
mandamento proíbe o roubo, o décimo proíbe até mesmo o desejo de
roubar.
Por
conseguinte, o décimo mandamento opera como uma espécie de limiar das noções
neotestamentárias sobre essas mesmas questões. O Novo Testamento repete nove
dos 10 mandamentos, deixando de fora aquele atinente ao sábado.
CHAMPLIN,
Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por
versículo. Editora Hagnos. pag. 395.
Matar,
adulterar, roubar e mentir são resultados de desejos errados que inflamam nosso
ser. E singular que a lei hebraica inclua este desafio ao nosso pensamento e
intenção. “Os antigos moralistas não reconheciam esta condição” e não
condenavam os desejos maus pois não os via ou percebia. Mas é no coração onde
se inicia toda a rebelião, e este mandamento revela o aspecto interior de todos
os mandamentos de DEUS. Paulo reconheceu este aspecto interior da lei quando se
conscientizou de sua condição pecaminosa (Rm 7.7). Muitas pessoas são
absolvidas de crimes com base em atos exteriores, mas são condenadas quando
levam em conta os pensamentos interiores. Estes desejos cobiçosos são, por
exemplo, pela propriedade ou pela mulher pertencente ao próximo (17).
Leo G.
Cox. Comentário Bíblico Beacon. Êxodo. Editora CPAD. pag. 192.
2.
OBJETIVO.
A vontade de
DEUS expressa nesse último mandamento do Decálogo é que haja pleno
contentamento com aquilo que temos e com a nossa condição: "Contentai-vos
com o vosso soldo" (Lc 3.14), ensino de João Batista para os militares.
"Mas é grande ganho a piedade com contentamento" (1 Tm 6.6). Quem tem
JESUS não está obcecado pelas riquezas materiais, pois tem em seu interior algo
muito mais valioso que os tesouros do mundo. A NTLH traduz esse versículo da
seguinte forma: "É claro que a religião é uma fonte de muita riqueza, mas
só para a pessoa que se contenta com o que tem”. A Bíblia nos exorta ainda:
"contentando-vos com o que tendes" (Hb 13.5). Há aqui certo paralelo
com Filipenses 4.11. Mas convém ressaltar que todas essas exortações não são
uma apologia à pobreza nem uma defesa do status quo econômico; é uma
recomendação para que nossos desejos não vendam desagradar a DEUS nem causar
danos ao nosso próximo (Rm 12.15).
A conduta do
cristão deve ser a de se alegrar com que os se alegram e chorar com os que
choram (Rm 12.15). Ninguém deve ser dominado pela inveja (G1 5.26; Tg 4.14-16)
nem alimentar o sentimento de tristeza pelo sucesso alheio (Ne2.10;Sl
112.9,10). Glorifique a DEUS pelas bênçãos e pelo sucesso do seu irmão, e você
será abençoado também, a seu tempo (Ec 3.1-8).
Esequias
Soares. Os Dez Mandamentos. Valores Divinos para uma Sociedade
em Constante Mudança. Editora CPAD. pag. 138.
Este proíbe
qualquer desejo desenfreado de ter aquilo que será uma satisfação para nós
mesmos. “Oh! Se a casa deste homem fosse minha! Se a mulher daquele fosse
minha! Se a propriedade deste fosse minha!” Esta é, certamente, a linguagem do
descontentamento com a nossa própria sorte, e inveja das coisas do nosso
próximo. E estes são principalmente os pecados que são proibidos aqui. O
apóstolo Paulo, quando a graça de DEUS fez com que caíssem escamas dos seus
olhos, percebeu que esta lei: “Não cobiçarás”, proibia todos os desejos
irregulares que são os primogênitos da natureza corrupta, o primeiro despertar
do pecado que reside em nós, e o início de todo o pecado que é cometido por
nós. Esta é aquela luxúria, diz ele, cujo mal ele não teria conhecido, se este
mandamento, quando veio à sua consciência não lhe tivesse mostrado,
Romanos 7.7. DEUS nos permite, a todos, vermos o nosso rosto na lente desta
lei, e a colocar nossos corações sob o seu governo!
HENRY.
Matthew. Comentário Matthew Henry Antigo Testamento Gênesis a
Deuteronômio. Editora CPAD. pag. 296.
Êxo 20.17 —
Cobiçar (hb. hamad) significa possuir enorme desejo por. sso demonstra que DEUS
queria que os israelitas não só evitassem praticar as ações malignas
previamente estabelecidas em sua mente, como também descartassem todos os
pensamentos perversos que levavam às atitudes de cobiça.
EarI D. Radmacher: Ronald B. Allen: H.
Wayne House. O Novo Comentário Bíblico Antigo Testamento com recursos
adicionais. Editora Central Gospel. pag. 166-167.
3.
CONTEXTO.
O décimo
mandamento aparece expandido em Deuteronômio em relação ao texto de Êxodo e
inclui o campo do próximo na lista das coisas que não devem ser cobiçadas.
Alguns críticos estranham a inversão das cláusulas, pois a fraseologia de Êxodo
começa por não cobiçar a casa do próximo e em seguida vem a proibição de não
cobiçar a mulher do próximo, mas em Deuteronômio essa ordem é invertida:
primeiro vem a mulher e depois a casa. Ambos textos, contudo, proíbem a cobiça
de bens e pessoas, além da mulher ou do esposo, pois a mulher pode também
cobiçar o marido alheio, o servo e a serva do próximo; propriedades, casa e
campo; o termo "casa" aparece muitas vezes na Bíblia com o sentido de
"família" (Js 24.15; At 16.31), mas parece não ser essa a ideia aqui;
e também boi, jumento ou qualquer outra coisa. A frase final "nem coisa
alguma do teu próximo" inclui posição social ou ascensão no trabalho.
Há discussão
sobre a substituição de hãmad por ’ãwãh na segunda cláusula do décimo
mandamento (Dt 5.21). O verbo hãmad aqui aparece com a esposa do próximo e
’ãwãh com as demais coisas. Isso pode levar alguém a pensar em hãmad como um
tipo sensual de desejo, mas isso não procede por duas razões principais: a) é
usado para bens móveis e imóveis (Js 7.21; Mq 2.2); b) ambos os termos aparecem
como sinônimos (Gn 3.6; Pv 6.25; Sl 68.17). Parece que 'ãwãh diz respeito a um
tipo de desejo casual. O formato textual de Êxodo está adaptado ao estilo
nômade de vida de Israel no deserto, ao passo que Deuteronômio, quase 40 anos
depois, é o modelo para o povo prestes a ser estabelecido na terra de Canaã
como país.
Esequias
Soares. Os Dez Mandamentos. Valores Divinos para uma Sociedade
em Constante Mudança. Editora CPAD. pag. 134-135.
E não cobiçarás
(21). Cf. Êx 20.17. As pequenas variantes entre a forma que o mandamento
apresenta aqui e a que lemos em Êx 20.17 vem lembrar que só após a entrada na
Terra de Promissão os campos e até os animais e os criados se tornaram objeto
de justificadas invejas.
DAVIDSON.
F. Novo Comentário da Bíblia. Deuteronômio. pag. 31-32.
4.
ESCLARECIMENTO.
Os católicos
romanos e os luteranos mantiveram a tradição catequética medieval do Decálogo
esboçada por Agostinho de Hipona e que predominou durante a Idade Média. Os
dois primeiros mandamentos são considerados um só, e o décimo é dividido em
dois. "Não cobiçarás a casa do teu próximo" é o nono, e Não cobiçarás
a mulher do teu próximo" (Êx 20.17), o décimo. Qualquer pessoa pode
observar sem muito esforço que tal arranjo e uma camisa de força, pois não
corresponde à divisão natural (Êx 20.1-17; Dt 5.7-21). Além disso, o Decálogo
do catolicismo romano não é bíblico, trata-se de uma interpretação com lentes
papistas. Nós seguimos o arranjo das igrejas ortodoxas e protestantes
reformadas, que vem desde os antigos judeus (JOSEFO, Antiguidades Judaicas,
Livro 3, 4.113, edição CPAD).
Esequias
Soares. Os Dez Mandamentos. Valores Divinos para uma Sociedade
em Constante Mudança. Editora CPAD. pag. 132; 134.
Contra todas as
formas de cobiça. De acordo com muitos eruditos, esse é o décimo dos
mandamentos mosaicos. Mas os luteranos e os católicos romanos pensam que o
primeiro mandamento incorpora os vss. 3-6. E assim, neste ponto, eles fazem o
vs. 17 desdobrar-se em dois mandamentos, para ser conseguido o número dez. Na
Septuaginta, neste versículo e em Deu. 5.21, a esposa é mencionada antes de
casar, para que haja um mandamento específico para que não se cobice a mulher
do próximo, ao passo que fica criado um décimo mandamento, relativo à cobiça
acerca dos bens materiais do próximo.
CHAMPLIN,
Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por
versículo. Editora Hagnos. pag. 395.
II.
COBIÇA
1.
SIGNIFICADO.
O verbo
hebraico hãmad, "desejar, ter prazer em, cobiçar, ter concupiscência
de", aparece 14 vezes no Antigo Testamento. O termo em si é neutro e se
aplica também a coisas boas (SI 19.10 [11]; 68.16 [17]). Essa palavra é
repetida no décimo mandamento no texto de Êxodo 20.17 e uma só vez no registro
do Decálogo, em Deuteronômio 5.21: "E não cobiçarás a mulher do teu
próximo". Na segunda cláusula, "e não desejarás a casa do teu
próximo", aparece outro verbo ’ãwãh, "desejar ardentemente, ansiar,
cobiçar, anelar". Ambos os verbos aparecem como sinônimos no relato da
tentação do Éden: "agradável aos olhos... e desejável para dar
entendimento" (Gn 3.6). A Septuaginta traduz pelo verbo epithyméõ,
literalmente "fixar desejo sobre", da preposição epí,
"sobre", e do substantivo thymós, "paixão, ira, furor".
Esse verbo
grego aparece no Novo Testamento para se referir ao décimo mandamento (Rm 7.7;
13.9) e também para expressar desejo por tudo o que é proibido (Mt 5.28; 1 Co
10.6). O substantivo derivado dele, epithymia, é usado para
"concupiscência" em 1 João 2.16: "Porque tudo o que há no mundo,
a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida, não
é do Pai, mas do mundo". Concupiscência é desejo desordenado; trata-se do
"forte e continuado desejo de fazer ou de ter o que DEUS não quer que
façamos ou tenhamos" (KASCHEL & ZIMMER, 2006, p. 45). Mas todos esses
termos, hebraicos e gregos, são neutros, podendo se referir a coisas boas ou a
coisas más, dependendo do contexto (Mt5.28; 13.17).
Esequias
Soares. Os Dez Mandamentos. Valores Divinos para uma Sociedade
em Constante Mudança. Editora CPAD. pag. 133.
COBIÇA
Há várias
palavras hebraicas e gregas envolvidas, a saber:
1. Avvah,
«desejo por si mesmo». Palavra hebraica usada por quatro vezes: Deu. 5:21; Pro.
21:26; Sal. 45:11; Pro. 23:3.
2. Chamad,
«desejar». Verbo hebraico usado por catorze vezes. Por exemplo: Êxo. 20:17;
Jos. 7:21; Miq. 2:2; Deu. 5:21; 7:25; Jó 20:20; Isa. 1:29; 53:2.
3. Batsa,
«ganhar (ilegalmente)». Palavra hebraica usada por oito vezes com o sentido de
cobiçar. Por exemplo: Hab. 2:9; Pro. 1:19; 15:27.
4. Epithuméo,
«fixar a mente sobre». Palavra grega usada por dezesseis vezes: Mat. 5:28;
13:17; Luc. 15:16; 16:21; 17:22; 22:15; Atos 20:33; Rom. 7:6; 13:9 (citando
Êxo. 20:15,17); I Cor. 10:6; Gál. 5:17; I Tim. 3:1; Heb. 6:11; Tia. 4:2; I Ped.
1:12; Apo. 9:6.
5. Orégomai,
«estender os braços para». Termo grego usado por três vezes: I Tim. 3:1; 6:10;
Heb. 11:16.
6. Pleoneksía,
«desejo de mais». Substantivo grego usado por dez vezes: Mar. 7:22; Luc. 12:15;
Rom. 1:29; II Cor. 9:5; Efé. 4:19; 5:3; Col. 3:5; I Tes. 2:5; II Ped. 2:3,14. O
adjetivo, pleonéktes, «cobiçoso», aparece por quatro vezes: I Cor. 5:10,11; 6:10;
Efé. 5:5.
CHAMPLIN,
Russell Norman, Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia. Vol.
1. Editora Hagnos. pag. 774.
COBIÇAR,
COBIÇA. Um pecado mencionado freqüentemente no AT e no NT. É considerado como a
raiz de outras iniquidades sérias e mortais.
Várias palavras
hebraicas e gregas são assim traduzidas. Muitas possuem pequenas variações de
significado, todas estão relacionadas à lei mosaica que proíbe expressamente a
cobiça. O termo que aparece em Êxodo 20.17 é o hebraico, significando “desejar
intensamente”. Assim como os outros termos para “cobiça”, nas Escrituras, esta
palavra tem em vista o amor e o desejo intenso por qualquer objeto ou pessoa,
um desejo ao qual é dado importância humana e comum, e que se toma substituto
da devoção e amor devidos a DEUS. Por causa da sua intensidade, este desejo
tende a ofuscar as exigências morais da lei e a permitir que o fim. a posse do
objeto cobiçado, justifique quaisquer meios para sua obtenção. Outros termos
para desejo e amor são usados no mesmo sentido no AT, “TK (Dt 5.21 et al.), e o
m (Hc 2.9, et al.). No NT o verbo grego. “desejo”, “anseio”, é usado
freqüentemente para traduzir os termos hebraicos acima, na LXX e em muitas
outras passagens do NT. onde nem sempre é traduzido como “cobiçar”. Ele aparece
em Lucas 22.15, e a forma substantiva aparece em muitas outras passagens. Outro
substantivo comum é o grego significando literalmente “ganância”, “desejo
insaciável” (Lc 12.15). Um termo muito interessante, freqüentemente traduzido
como “cobiça”, é o grego uma combinação de “amor” + “prata”, a ilustração mais
clara de avareza dada nas Escrituras (Lc 16.14; l Tm 6.10). Todos estes termos
descrevem o intenso materialismo e hedonismo que caracterizaram a era
helenística e que levaram à fundação de escolas filosóficas como o Epicurismo.
MERRILL C.
TENNEY. Enciclopédia da Bíblia. Editora Cultura Cristã. Vol. 1.
pag. 1081-1082.
Em consequência
da cobiça de Acã, todo o Israel sofreu. Mas, o que vem a ser a cobiça?
Explica-nos William Barclay:
"Pleonexiaé
um pecado que o NT condena sem poupá-Io, repetidas vezes. A palavra ocorre em
Mc 7.22; Lc 12.15; Rm 1.29; 2Co 9.5; Ef 4.19; 5.3; CI 3.5; 1 Ts 2.5; 2 Pe
2.3,14. A tradução regular da ARC é "avareza". Uma vez, em Ef 4.19, a
ARC a traduz por "avidez". A ARA mantém "avareza" na
maioria das passagens, mas traduz por "avidez" em Ef. 4.19,
"cobiça" em Ef 5.3, e, "intuito ganancioso" em 1Ts 2.5.
Moffat diz mais: Tem "cobiça" em Lc 12.15, mas sua tradução regular é
"concupiscência", que usa em sete das passagens. Uma vez, em 1Ts 2.5,
usa "egoísmo." A BV traduz Mc 7.22: "desejo de possuir o que
pertence aos outros."
"Pleonexia,
em todas as épocas da língua grega, é uma palavra feia, e sempre tem por trás
dela uma certa idéia básica que nenhuma das traduções ressalta totalmente,
porque não pode ser esclarecida numa única palavra. No grego clássico,
significa "uma ganância arrogante", e o espírito que procura tirar
proveito do seu próximo. O verbo correspondente, plenektein, significa
"defraudar" ou "burlar". Políbio, o historiador grego, tem
um uso sugestivo da palavra. Os estóicos tinham uma expressão que usavam para descrever
"aquilo que é apropriado" - ta kathekonta - e com ela falavam daquele
tipo de conduta que um homem bom deve produzir. Políbio diz que o homem culpado
desta conduta cobiçosa usa métodos que não são dignos de um homem empregar.
Pleonexia era uma palavra que estava bem presente no vocabulário do povo comum
e que aparece comumente nos papiros. Ali, está ligada com a conduta
''totalmente desavergonhada", com a "ambição que se excede", com
a "violência", com a "injustiça", com a "cupidez"
pela qual o homem nos seus melhores momentos sentirá tristeza, com a
"rapacidade" de um oficial desonesto que está resoluto no sentido de
despojar o distrito sobre o qual tem autoridade. Os moralistas latinos o
definem como amor scelaratus habendi, "o maldito amor de possuir".
Teodoreto, o comentarista primitivo, descreve-a assim: "sempre visando
obter mais, procurando apanhar as coisas que não são apropriadas ao homem
possuir". Cícero definiu avaritia, que é o equivalente latino, como injuriosa
appettio alienorum, "o desejo ilícito pelas coisas que pertencem aos
outros."
"Vejamos
agora, se conseguimos classificar os usos no NT de modo que possamos chegar à
qualidade básica deste pecado.
( I ) Em Rm
1.29 pleonexiaé o pecado do mundo sem DEUS. É o pecado do mundo, da sociedade,
do homem que virou as costas às leis de DEUS. É o próprio antônimo da
generosidade do amor de DEUS e caridade da vida cristã.
( II ) Em Lc
12.15 é o pecado do homem que avalia a vida em termos materiais, que pensa que
o valor da vida acha-se no número de coisas que o homem possui, o homem cujo
único desejo é obter e que nunca sequer pensam em dar.
( III ) Em 1 Ts
2.4 e em 2 Pe 2.3 descreve o pecado do homem que usa sua posição por vantagem
própria, para aproveitar-se das pessoas a quem deve servir, o homem que vê seus
vizinhos como criaturas a serem exploradas e não como filhos de DEUS que devem
ser servidos.
( IV ) Em CI
3.5 é identificada com a idolatria. Pleonexia é a adoração aos objetos em lugar
de DEUS. Uma moeda de dez centavos é um objeto pequeno, mas se for colocada
diante do olho cobrirá a vastidão do sol. Quando um homem tem pleonexia no seu
coração, ele perde DEUS de vista num desejo louco de obter.
( V ) Em
passagens após passagens está ligada ao pecado sexual (Me 7.22); Rm 1.29; Ef
4.129; 2 Pe 2.14). Aqui está a própria essência da palavra. A essência não é o
pecado sexual. A essência é o desejo de ter aquilo que é proibido, o desejo de
tomar aquilo que não se deve tomar, o não refrear os apetites e desejos
contrários às leis de DEUS e dos homens.
"Lightfoot
(sobre Rm 1.29) define pleonexia como "a disposição que sempre está pronta
a sacrificar o próximo em lugar de si mesmo em todas as coisas, não meramente
em negócios de dinheiro."
Pleonexia é o
pecado do homem que deu livre vazão ao desejo de ter o que não deve, que pensa
que seus desejos, apetites e concupiscências são as coisas mais importantes do
mundo, que vê outras pessoas como objetos a serem explorados, e que não têm
outro deus senão ele próprio e os seus desejos."
"Tomeicos"
(v.21). Acã tomou aquilo que não era seu. Toda a cidade era anátema (maldita)
ao Senhor (6.17). Quantos crentes não estão tomando aquilo que não lhe
pertence, até mesmo o dinheiro que pertence a DEUS! O nosso é nosso, mas o de
DEUS deve ser administrado!
2.
COBIÇAR.
Os relatos
bíblicos estão repletos de cobiças destruidoras, a começar pelo primeiro casal.
"E vendo a mulher que aquela árvore era boa para se comer, e agradável aos
olhos, e árvore desejável para dar entendimento, tomou do seu fruto, e comeu, e
deu também a seu marido, e ele comeu com ela" (Gn 3.6). Aqui se expressa
exatamente o que afirma o Novo Testamento: "a concupiscência da carne, a
concupiscência dos olhos e a soberba da vida" (1 Jo 2.16).
Os irmãos de
José desejavam a posição dele no coração de seu pai, Jacó (Gn 37.4). A cobiça
causou a ruína de Acã: "Quando vi entre os despojos uma boa capa
babilônica, e duzentos siclos de prata e, uma cunha de ouro do peso de
cinquenta siclos, cobicei-os e tomei-os; e eis que estão escondidos na terra,
no meio da minha tenda, e a prata, debaixo dela" Os 7.21). O verbo
"cobiçar" aqui é hãmad, o mesmo usado no Decálogo (Êx 20.17; Dt
5.21). Acã cobiçou e se apropriou dos despojos de Jericó, objetos que não lhe
pertencia (Js 6.19).
Esequias
Soares. Os Dez Mandamentos. Valores Divinos para uma Sociedade
em Constante Mudança. Editora CPAD. pag. 135-136.
A cobiça pode
ser definida como o desejo desordenado de adquirir coisas, posição social,
fama, proeminência secular ou religiosa, etc. Pode incluir a tentativa de
apossar-se do que pertence ao próximo. A cobiça geralmente aumenta com a idade,
ao invés de diminuir, dando origem a certo número de males. A cobiça promove a
alienação de DEUS, a opressão e a crueldade contra o próximo, a traição e as
manipulações e desonestidades de toda espécie. É um dos principais fatores por
detrás de todas as guerras. Os indivíduos e os grupos mostram-se cobiçosos. As
nações incorporam o princípio da cobiça em suas leis. Os hebreus condenavam
esse pecado, que aparece como um dos dez mandamentos. Aparece em Êxodo 20:17. A
mensagem é que coisa alguma pertencente a outrem, deve ser desejado. Quase
sempre, o desejo desordenado da cobiça provoca alguma ação para que o cobiçoso
adquira o que quer, ou para que persiga o possuidor do objeto ou da pessoa
cobiçados. Esse mandamento chega perto do adultério, visto que uma das coisas que
pode ser cobiçada é a esposa de outro homem.
O Novo
Testamento Condena Também a Cobiça. Os cobiçosos anelam por ter mais dinheiro
(Atos 20:33; I Tim. 6:9; Rom. 7:7). A cobiça pode expressar-se sob a forma de
violência (II Cor. 2:11; 7:2). Mas JESUS repudiou o espírito ganancioso (Mat.
7:22). A cobiça é alistada entre os pecados frisados por Paulo, em Efésios
4:19. A cobiça é uma forma de auto-adoração que expulsa DEUS de nossas vidas
(Efé. 5:5; Col. 3:5). Aparece na lista dos vícios dos povos pagãos, em Romanos
1:29. Apesar de não ser especificamente alistada entre as obras da carne, em
Gálatas 5:19-21, a cobiça é uma das causas de várias daquelas obras carnais,
como o adultério, o ódio, as dissensões, a contenda, etc., devendo ser incluída
entre as «tais coisas» que Paulo mencionou, e que não permitem que uma pessoa
chegue ao reino de DEUS (Gál. 5:21).
CHAMPLIN,
Russell Norman, Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia. Vol.
1. Editora Hagnos. pag. 774.
DESEJO. O termo
grego assim traduzido é epithumia, «cupidez», que ocorre por trinta e oito
vezes: Mar. 4:19; Luc. 22:15; João 8:44; Rom. 1:24; 6:12; 7:7,8; 24:14; Gáí.
5:16,24; Efé. 2:3; 4:22; Fli. 1:23; Col. 3:5; 1 Tes. 2:17; 4:5; I Tim. 6:9; II
Tim. 2:22; 3:6; 4:3; Tito 2:12; 3:3; Tia. 1:14,15; I Ped. 1:14; 2:11; 4:2,3; II
Ped. 1:4; 2:10,18; 3:3; I João 2:16,17; Jud. 16:18; Apo. 18:14. O verbo,
epithuméo, aparece por dezesseis vezes: Mat. 5:28; 13:17; Luc. 15:16; 16:21;
17:22; 22:15; Atos 20:33; Rom. 7:7; 13:9 (citando Êxo. 20:15,17); I Cor. 10:6;
Gál. 5:17; I Tim. 3:1; Heb. 6:11; Tia. 4:2; I Ped. 1:12; Apo. 9:6.
O vocábulo
grego é neutro, referindo-se a qualquer apetite legítimo, ou a qualquer desejo
negativo, neste caso, geralmente com alguma conotação sexual. A palavra foi
usada em sentido positivo, para exemplificar, ao aludir ao anelo que JESUS
sentia por participar da última páscoa, com os seus discípulos (Luc. 22:15). Em
Romanos 7:7,8, algumas traduções traduzem essa palavra por «cobiça», conforme
se vê, igualmente, em nossa versão portuguesa. O termo grego refere-se a alguma
forma de disposição pecaminosa, alguma perversão e exagero dos desejos. Em Col.
3:5 e I Tes. 4:5, encontramos a conotação sexual.
CHAMPLIN,
Russell Norman, Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia. Vol.
2. Editora Hagnos. pag. 80.
O DÉCIMO
MANDAMENTO: DESEJO ILEGAL . - Verso 21
Esse mandamento
nos proíbe ferir o nosso próximo em pensamento. Nenhum olho humano pode ver o
coração da cobiça; isso é testemunhado apenas por aquele que o possui, e por
Ele para quem todas as coisas estão nuas e patentes (DEUS). Mas é a raiz de
quase todos os pecados contra o nosso próximo em palavra ou em ação. (Tiago
1:14, 15). O homem que é aceitável diante de DEUS, andando retamente, não
caluniando com sua língua, nem faz mal ao seu próximo, é aquele que "fala
a verdade no seu coração . "(Sl 15:02, 3) -.Sp. Com .
I. A maneira em
que este mandamento é violado. Por esse descontentamento com a sorte na vida é
que alguém é levado a se preocupar e se rebelar contra a providência de DEUS.
"Nem murmreis como alguns deles murmuraram." (1 Coríntios. 10:10). Ao
ceder desejos ilícitos para coisas que pertencem ao nosso próximo. Desejo
excessivo pelas riquezas e bens de outra pessoa é marcado por este mandamento
como pecado. "Acautelai-vos da avareza."
II. O espírito
que leva à violação deste mandamento. "Não cobiçarás."As palavras
indicam a intensa espiritualidade e santidade da lei. (Tg 1:15) olha para o
pecado como um ato exterior. São Paulo olha para ela em sua fonte e estágios
iniciais. É no coração que brotam os maus pensamentos dos quais brotam as
ações. O pensamento e o desejo podem levar à execução do mal. Concupiscência
(desejo) mal é a raiz de todo o pecado, especialmente dos crimes que os homens
cometem contra seus semelhantes (Mateus 15:19, Marcos 7:21). Eva e Adão
"viu, cobiçado, e tomou". Cobiça instigou Judas para trair o
Salvador, e induziu Ananias e Safira para "tentar o ESPÍRITO SANTO".
"Sem a lei eu não teria conhecido o pecado (clara e completamente como
habitação e princípio virulento), porque eu não conheceria a concupiscência
(desejo irregular e sem governo), se a lei (Mosaica) não houvesse dito: Não
cobiçarás" (Rm 7:7).
III. O método
de corrigir esse espírito. Hipócrates aconselhou uma consulta a todos os
médicos em todo o mundo para a cura de cobiça. O que eles não podiam descobrir
a Bíblia prescreve.
1. Formar uma
estimativa direta de mudança para o bem. A cobiça nunca se satisfaz.
"Salomão tinha colocado todas as criaturas em uma réplica singular",
diz Watson, e descobriu sua essência, e eis que 'tudo era vaidade" (Ec.
2:11).
2. estar
satisfeito com o que possui. Não ser infeliz porque menos do que outros. Quanto
mais temos, maior será a nossa conta no último dia. Vamos acreditar que
possuímos o melhor que DEUS nos deu. Contentamento, diz Sócrates, "é a
riqueza da natureza." "Eu tenho o suficiente", gritou Jacó (Gn
33:11). "
11 Não
digo isto como por necessidade, porque já aprendi a contentar-me com o que
tenho. 12 Sei estar abatido, e sei também ter abundância; em toda a
maneira, e em todas as coisas estou instruído, tanto a ter fartura, como a ter
fome; tanto a ter abundância, como a padecer necessidade.13 Posso todas as
coisas em CRISTO que me fortalece. (Filipenses 4:11-13).
3. Ore pela
graça divina enviada para ajudar . Isso por si só pode subjugar a luxúria. Pela
fé em DEUS sabemos que ELE alimenta os pássaros e veste os lírios. A fé é o
remédio para o cuidado e a cobiça. Ele vence o mundo, purifica o coração, e faz
parte de DEUS (Sl 16:05). Peça ao ESPÍRITO SANTO para fazer você desejar as
coisas celestiais e corrigir seus pensamentos sobre CRISTO e as coisas de
acima. "Procurai com zelo os melhores dons."
Os desejos do
coração; as atuações mais sutis da mente, bem como as ações visíveis da vida
estão aqui escondidas. Este mandamento nos traz sob o olhar de um governante
onisciente, sob a autoridade de um governo espiritual. Ensina-nos que os nossos
pensamentos e desejos são minuciosamente inspecionados. Ele nos persegue aos
nossos sigilos e perfura o véu das aparências externas, e abre as dobraduras de
auto-ilusão. Ele examina nossas almas, e nos faz sentir a onipresença da
Divindade. Ele faz com que as sanções da Sua lei sejam exercidas diretamente
sobre a nossa consciência presente; liga os momentos de nossa existência ao
último julgamento, e derrama para as câmaras mais íntimos do espírito à luz de
um mundo futuro. "Eu não teria conhecido o pecado, se a lei não
dissesse,"Não cobiçarás".
A importância
deste mandamento é que lança bases justas e consistentes do ponto de vista das
doutrinas do evangelho. É só por não considerar importante os mandamentos que
um homem pode resistir ou perverter o significado do evangelho. Como pode um
homem, por exemplo, de forma consistente negar a depravação total da raça
humana, sem antes destruir o rigor intransigente da lei divina, trovejando suas
maldições sobre até mesmo um desejo irregular? Como pode um homem convencer-se
de que não é o seu dever acreditar no nome de JESUS CRISTO para a salvação, sem
primeiro convencer-se de que não é o seu dever amar a DEUS com todo o coração e
ao próximo como a si mesmo e isso é um assunto de governo moral de DEUS?
Quantas vezes nos discursos públicos de JESUS, e em diálogos privados, com
várias classes de pessoas em torno dele, é que vamos ver a sua ansiedade para
produzir uma impressão de santidade e rigor dos mandamentos, evidentemente, com
a finalidade de silenciar seus opositores e preparar os que cressem para "receber
o reino de DEUS?" Com o mesmo espírito os apóstolos pregaram e escreveram.
É a consciência de seu pecado que leva o homem a contar com a perfeita
obediência a CRISTO. Aqui nós não temos simplesmente, uma exposição de
misericórdia, mas de "misericórdia e verdade" congregar não apenas o
triunfo da graça, mas de "graça reinando pela justiça, para a vida eterna.
"DEUS nos deu JESUS não só como propiciação, mediante a fé no seu sangue,
para a remissão dos pecados ", mas também," para demonstrar a sua
justiça, que ele poderia ser suficiente justificador daquele que tem fé em
JESUS "-. Dr. Stowel .
REV. JAMES
Wolfendale. Homilética completa do Pregador. Comentário No
Livro De Moisés Chamado Quinta. Deuteronômio. FUNK & WAGNALLS COMPANY.
Rm 7.7 «...pois
não teria eu conhecido a cobiça, se a lei não dissera: Não cobiçarás...» (Ver
os trechos de Êxo. 20:17 e Deut. 5:21). O apóstolo Paulo mostra-nos,
inicialmente, os efeitos negativos da lei mosaica nesse conflito, demonstrando
ainda mais profundamente o seu argumento que a lei não nos pode ajudar nessa
luta, e nem pode propiciar-nos a vitória; e chega mesmo a demonstrar que essa
vitória só pode ser obtida em CRISTO, através do ESPÍRITO SANTO. E como
ilustração, ele escolheu o décimo mandamento da lei mosaica, «...cobiçarás...»,
neste caso, é a simples proibição do desejo que leva à cobiça, ou seja, o
desejo de possuir aquilo que é proibido, sem importar se se trata da casa do
próximo, de suas terras, de suas possessões ou de sua esposa. Em outras
palavras, se não houvesse nenhum mandamento da lei, descrevendo o mal desse
tipo de desejo, o pecado da cobiça não seria reconhecido. É verdade que a
própria consciência nos diria alguma coisa a respeito, conforme também Paulo dá
a entender no primeiro capítulo desta sua epístola; mas esse conhecimento
através da consciência, é fraco, em comparação com aquele que nos é revelado
por meio da lei. Assim, a cobiça, «como pecado», vem a ser plenamente
reconhecida através da lei, embora a experiência humana comum possa perceber
algo de sua verdadeira natureza. E que a lei tem por resultado levar o homem a
defrontar-se com a realidade do pecado, de um modo que não poderia ele fazer
doutro modo. Assim é que a lei ensina que o mero «desejo» de possuirmos aquilo
que nos é proibido já é um pecado, quanto mais a tentativa franca de posse ou a
posse mesma do objeto desejado? Quem, pois, pode estar livre do pecado, até
mesmo desse pecado em particular? Paulo, pois, exorta aqui aos seus leitores,
que «ouçam a lei falar».
CHAMPLIN,
Russell Norman, O Novo Testamento Interpretado versículo por
versículo. Editora Candeias. Vol. 6. pag. 688.
Rm 7.7 Se a lei
não é pecado (7.7) nem provoca a morte (7.13), qual é seu papel? Qual é seu
ministério? Qual é seu propósito? Paulo oferece três respostas:
O propósito da
lei é revelar o pecado (7.7). O pleno conhecimento do pecado vem pela lei
(3.20). A lei é um espelho que revela o ser interior e mostra como somos
imundos (Tg 1.22-25). E como um prumo que mostra a sinuosidade da nossa vida. E
como um raio-X que diagnostica os tumores infectos da nossa alma. A lei detecta
as coisas ocultas na escuridão e as arrasta à luz do dia. É a lei que destampa
o fosso do nosso coração e traz à tona a malignidade do nosso pecado.
Digno de nota é
o fato de Paulo mencionar o décimo mandamento do decálogo como aquele que o
tornou cônscio do seu pecado e abriu seus olhos para a própria devassidão: “Não
cobiçarás” (7.7) Os nove primeiros mandamentos da lei são objetivos: “Nao terás
outros deuses diante de mim”; “Não farás para ti imagem de escultura”; “Não
tomarás o nome do Senhor teu DEUS em vão”; “Lembra-te do dia do sábado para o
santificar”; “Honra a teu pai e a tua mãe”; “Não matarás”; “Não adulterarás”;
“Não furtarás”; “Não dirás falso testemunho”. Todos esses mandamentos são
objetivos, e qualquer tribunal da terra pode legislar sobre eles, fiscalizá-los
e condená-los. Mas o décimo mandamento (“Não cobiçarás”) é subjetivo, pertence
à jurisdição do foro íntimo, e nenhum tribunal da terra tem competência para
julgar foro íntimo. A lei de DEUS, porém, penetra como uma câmara de raio-X e
faz uma leitura dos propósitos mais secretos do nosso coração, trazendo à luz
seus desejos pervertidos.
William
Greathouse escreve oportunamente: “A lei não é um simples reagente pelo qual se
pode detectar a presença do pecado; é também um catalisador que ajuda e até
mesmo inicia a ação do pecado sobre o homem. A lei insufla o desejo ilícito”. A
cobiça, do grego epithymia, é algo que se expressa internamente — é um desejo,
um impulso, uma concupiscência.
Na verdade,
inclui todo tipo de desejo ilícito, sendo em si mesma uma forma de idolatria,
uma vez que põe o objeto do desejo no lugar de DEUS. Segundo F. F. Bruce,
epithymia pode ser tanto um desejo ilícito como um desejo lícito em si, mas de
tão egocêntrica intensidade que usurpa o lugar que somente DEUS deve ocupar na
alma humana.
LOPES.
Hernandes Dias. ROMANOS O Evangelho segundo Paulo. Editora
Hagnos. pag. 264-265.
3. O
TEXTO PARALELO.
Dt 5.21. A
última lei do Decálogo, referente à cobiça, exige comentários especiais. Trata
da motivação intrínseca. A fraseologia difere um pouco da utilizada em Êxodo
20:17, onde a casa do próximo (possivelmente “família e propriedades”) é
mencionada antes da mulher do próximo e aparece separadamente com o verbo
hàmad, ao passo que outros itens são mencionados numa outra frase, juntamente
com a esposa, governados pelo mesmo verbo. Em Deuteronômio a esposa aparece em
primeiro lugar, com o verbo hãmãd, ao passo que os outros itens são agrupados
com um verbo diferente (hifawwâ). A passagem em Deuteronômio sugere uma atitude
diferente da demonstrada em Êxodo para com as mulheres. Há exemplos desta
atitude mais sensível para com as mulheres em Deuteronômio, como por exemplo,
21:1-5.
I. A.
Thompson. Deuteronômio Introdução e Comentário. Editora Vida
Nova. pag. 47-48.
Exemplo Bíblico
de Cobiça. Labão (Gên. 31:41); Acã (Jos. 7:21); os filhos de Eli (I Sam. 2:12);
Saul (I Sam. 15:9,19); Acabe (I Reis 21:2); os nobres dos judeus (Nee. 5:7); a
Babilônia (Jer. 51:13); Judas Iscariotes (Mat. 26:14.15); os fariseus (Luc. 16:14);
Ananias (Atos 5:1-10); Félix (Atos 24:26); Balaão (II Ped. 2:15; Jud. 11).
A cobiça é
alistada como um dos pecados mortais, pela Igreja Católica Romana.
CHAMPLIN,
Russell Norman, Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia. Vol.
1. Editora Hagnos. pag. 774.
III.
A VINHA DE NABOTE
1.
PROPOSTA RECUSADA.
O Vinhedo de
Nabote (21.1-29)
A Iniquidade de
Acabe e Jezabel. A essência da história é a seguinte: Acabe queria comprar o
terreno adjacente a seu palácio, em Jezreel, sem dúvida com propósito de
edificar ali uma horta (ou talvez um jardim). Ele queria tomar-se mais
glorioso. No entanto, Nabote recusou-se a vender a terra que era sua herança
ancestral. Acabe voltou para casa para lamentar-se e adoeceu a tal ponto que
nem ao menos comia. Jezabel, sua esposa, perguntou-lhe a causa de toda aquela
melancolia. Quando ela soube o motivo da tristeza de Acabe, simplesmente
ordenou que Nabote fosse executado com base em uma falsa acusação, a de ter
blasfemado contra DEUS e contra o rei. Acabe então tomou conta das terras.
Elias foi enviado por DEUS para proferir uma maldição contra Acabe e sua família.
As coisas haveriam de terminar mal para eles. Haveria desastre e morte no seu
caminho. Acabe humilhou-se diante de Yahweh, pelo que o julgamento contra a sua
casa foi adiado por uma geração, mas isso não impediu que Acabe tivesse um fim
violento, o que também sucedeu no caso de Jezabel.
I Reis 21.1
Sucedeu depois disto. O incidente ocorreu algum tempo depois dos eventos
registrados no capítulo 20. A Septuaginta apresenta-nos a mesma ordem. O
incidente mostrou que Acabe, bem como Jezabel, em nada tinha mudado. Portanto,
as temíveis profecias contra Acabe dadas no capítulo 20 por certo ocorreriam.
Nabote, o
jezreelita.
Nabote tinha
uma pequena vinha localizada no terreno de sua família. Mas ele não haveria de
vender a herança de sua família nem que fosse para agradar o rei, nem para
conseguir uma vinha maior e melhor. Acabe teria de tolerá-lo ali, ao lado do
palácio real de Jezreel. Acabe aceitou essa derrota e foi para casa lamentar-se
entristecido. Mas Jezabel não suportaria a arrogância de Nabote. Antes, Nabote
seria um homem morto. Nabote estava dentro de seus direitos, mas Jezabel tinha
o poder, e, de acordo com alguns, “o poder é direito”.
I Reis 21.2
Razões Estéticas.
O rei Acabe,
pelo menos por enquanto, estava livre da guerra. Ele tinha derrotado os sírios
(capítulo 20) quando estes tinham muito maior número de homens de guerra, mas
só ganhou a guerra devido à ajuda de Yahweh. Portanto, ali estava ele, em sua
residência de verão, a desfrutar de uma vida amena. Então teve a idéia de
embelezar sua propriedade. Seu palácio era um lugar suntuoso, mas pareceria
melhor ainda se contasse com uma horta (ou talvez um jardim) adjacente. A
dificuldade, porém, foi que Nabote era o proprietário das terras vizinhas ao
palácio, e isso impedia a aventura estética de Acabe. Ver a introdução a este
capítulo quanto a um sumário da história.
Acabe
Mostrou-se Generoso.
Ele ofereceu a
Nabote uma vinha muito melhor em troca da sua. Mas Nabote estava impedido (pela
lei) de vender sua propriedade, visto ser sua herança ancestral, que deveria
passar adiante a seus descendentes. As leis, contudo, podem ser violadas e
mudadas de acordo com a vontade dos políticos, usualmente em troca de alguma
vantagem pessoal.
Kimchi
informa-nos que era costumeiro às pessoas mais ricas ocupar-se de pequenos
projetos agrícolas, próximo de suas casas, a fim de embelezá-las, além de
dar-lhes um suprimento de verduras frescas.
Acabe ofereceu
uma vinha melhor, ou dinheiro, se Nabote assim preferisse; mas esse homem não
queria fazer nenhum tipo de negócio. Isso lhe custaria a própria vida. A oferta
de Acabe, pois, foi “cortês e liberal” (Ellicott, in loc.). Mas era contrária à
herança dos hebreus. Ver o vs. 3 deste capítulo. (Observação do Pr.
Henrique - Acabe não se interessava pela importância da lei de DEUS e nem pela
família que mantinha suas posses para deixar para seus filhos uma herança dada
por DEUS - Ele era rico e poderoso, pensava que podia comprar o que quisesse,
inclusive a consciência das pessoas).
I Reis 21.3
Yahweh não toleraria tal transação, pois, afinal de contas, Sua lei, dada
através de Moisés, proibia esse tipo de negociação. Ver Lev. 25.13-28 e Núm.
36.7. Nabote era homem de razoáveis riquezas financeiras e estava contente com
o que possuía. Ademais, queria obedecer à lei mosaica. De acordo com a lei, seu
terreno poderia ser temporariamente alienado, para mais tarde ser redimido.
Havia preceitos que governavam as negociações de terras. Mas Acabe, como é
óbvio, queria ter a terra de forma permanente. Aquelas terras precisavam ser
dele.
CHAMPLIN,
Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por
versículo. Editora Hagnos. pag. 1450.
A recusa de
Nabote de vender sua vinha para Acabe (21.1-4). Nabote era um israelita de
Jezreel que tinha um pedaço de terra cobiçado por Acabe. Jezreel estava
localizada na base do monte Gilboa, na região oriental do vale e da planície de
mesmo nome. A vinha de Nabote era próxima ao palácio real, isto é, da casa de
verão, e, aparentemente, Acabe, levado por um capricho, desejava transformá-la
em um jardim (ou horta). Nabote tinha todo o direito de se recusar a vendê-la.
Na verdade, ele teria transgredido não só uma tradição, como também a sua
consciência, se fizesse essa venda (cf. Lv 25.23-28; Nm 36.7ss.). Acabe
reconhecia que Nabote estava religiosamente obrigado a conservar a posse de sua
terra e que essa obrigação não poderia ser contrariada. Entretanto, ele ainda
assim queria essa área; ele se irritou, adoeceu e deixou de comer. A única
coisa pior que uma criança mimada é um adulto amuado.
Lv 25.23 Também
a terra não se venderá em perpetuidade, porque a terra é minha; pois vós sois
estrangeiros e peregrinos comigo.
Nm 36.7 Assim,
a herança dos filhos de Israel não passará de tribo em tribo; pois os filhos de
Israel se chegarão cada um à herança da tribo de seus pais.
Harvey E.
Finley. Comentário Bíblico Beacon I e II Reis. Editora CPAD. Vol.
2. pag. 338.
I Reis 21.1-3
Acabe colocou seus olhos e o seu coração nessa vinha (v. 2).
A recusa que
ele encontrou em relação ao seu desejo. De forma alguma Nabote desistiria dela:
guarde-me o Senhor (v. 3); e o Senhor tinha mesmo proibido a negociação, do
contrário ele não teria sido tão rude e descortês para com o seu príncipe não o
satisfazendo em um assunto tão pequeno. De forma peculiar, Canaã era a terra de
DEUS, os israelitas eram os seus arrendatários, e essa era uma das condições do
seu arrendamento, que eles não alienassem (não, nunca para outra pessoa)
qualquer parte daquilo que caísse como seu lote, a menos em caso de extrema
necessidade, e então apenas até o ano do jubileu (Lv 25.28). Agora Nabote
previa que, se a sua vinha fosse vendida para a coroa, ela jamais retornaria
para seus herdeiros, não mesmo, nem no jubileu. De bom grado ele favoreceria ao
rei, mas devia obedecer a DEUS mais do que aos homens, e por isso, deseja ser
desculpado quanto a esse assunto. Acabe conhecia a lei, ou devia conhecê-la, e
por essa razão fez mal em pedir aquilo que o seu súdito não poderia conceder sem
pecar. Alguns imaginam que Nabote olhava com respeito a sua herança terrestre
como uma garantia da sua parte na Canaã celestial, e por isso não poderia
desfazer-se da primeira, para que não perdesse o direito à segunda. Parece que
ele foi um homem consciencioso, que preferia arriscar-se a desagradar ao rei a
ofender a DEUS, e provavelmente era um dos sete mil que não tinham se curvado
diante de Baal, pelo que, talvez, Acabe lhe tivesse rancor.
HENRY.
Matthew. Comentário Matthew Henry Antigo Testamento Josué a
Ester. Editora CPAD. pag. 532.
2. O
DIREITO DE PROPRIEDADE.
PROPRIEDADE
Esse vocábulo
vem do latim, proprus, «próprio», «pertencente a alguém». Popularmente, a
palavra indica algum objeto de valor que pertence a uma pessoa como sua
possessão. Mas também significa aquilo que pertence a um objeto, como uma
característica ou qualidade distintiva. Na filosofia, indica aquilo que é comum
a todos os membros de alguma classe, ou aquilo que uma pessoa possui.
Idéias dos
Filósofos:
1. Aristóteles
fazia da propriedade um dos cinco tipos de atribuição. Esses cinco tipos são:
espécie, gênero, diferença, propriedade e acidente. Uma propriedade do homem é
a sua capacidade de aprender as regras da gramática.
2. Locke falava
nas propriedades no sentido de um «direito natural». Ele acreditava que a
possessão de uma propriedade é um direito outorgado por DEUS, algo básico à
existência humana.
3. Hegel,
concordando com Locke, referia-se ao direito de ter alguma propriedade como a
primeira manifestação da liberdade humana. Para ele, negar o direito à
propriedade privada a um homem era furtar-lhe a sua liberdade, que é sua mais
preciosa possessão.
4. Marx e o
marxismo, por outro lado, fazem do Estado o único proprietário. E isso impôs o
que Hegel temia, o arrebatamento da liberdade básica de um homem. Marx pensava
que aqueles que buscam ter propriedades ou as mantêm usualmente estão
envolvidos em alguma forma de divisão. No entanto, ele não hesitou em viver do
dinheiro e das propriedades que Engel lhe deixara, em seu testamento.
CHAMPLIN,
Russell Norman, Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia. Vol.
5. Editora Hagnos. pag. 467.
I Reis 21.4
Então Acabe veio desgostoso e indignado para sua casa. O arrogante Nabote havia
negado ao “pobre rei” o seu brinquedo. Ele ficou deitado em sua cama, adoentado
e desapontado. “Pobre alma! Ele era senhor sobre dez doze avos da terra, e, no
entanto, sentia-se miserável porque não podia obter a vinha de um homem
pobre!... Toda privação e cruz faz uma alma imunda sentir-se infeliz” (Adam
Clarke).
O
descontentamento de Acabe terminaria em um crime franco. O grande rei Acabe
agia como uma criança, mas Jezabel seria a executora.
CHAMPLIN,
Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por
versículo. Editora Hagnos. pag. 1450.
I Reis 21.4 O
seu espírito orgulhoso piorou a injúria que Nabote lhe fez ao negá-lo, como
algo intolerável. Ele amaldiçoou o escrúpulo da consciência de Nabote, que ele
fingiu consultar em paz, e secretamente planejou vingança. Ele não podia
suportar o desapontamento que lhe cortava o coração ao ser contrariado em seus
desejos e estava completamente aborrecido. Note: (1) O descontentamento é um
pecado que é a sua própria punição e faz com que nos atormentemos a nós mesmos;
ele faz que o espírito se entristeça, o corpo adoeça, e todas as alegrias se
tornem amargas; é o maior peso do coração e a maior corrupção dos ossos. (2) É
um pecado que é seu próprio pai. Ele não se levanta da condição, mas da mente.
Como nós encontramos Paulo satisfeito em uma prisão, também vemos Acabe
insatisfeito em seu palácio. Ele tinha todos os deleites de Canaã, aquela terra
prazerosa, às ordens, a riqueza de um reino, os prazeres de uma corte e as
honras e poderes de um trono; mas nada disso lhe valia sem a vinha de Nabote.
Desejos imoderados expõem os homens a contínuos vexames, e aqueles que estão
dispostos a se afligir, mesmo estando felizes, sempre encontrarão alguma coisa
de que se lamentar.
HENRY.
Matthew. Comentário Matthew Henry Antigo Testamento Josué a
Ester. Editora CPAD. pag. 533.
I Reis 21.4
Após ouvir o juízo de DEUS (20.42), Acabe foi para sua casa aborrecido. O mesmo
sentimento que o levou a procurar apossar-se do poder, trouxe-lhe um forte
ressentimento em relação ao seu vizinho. A ira gerou o ódio que o levou a um
assassinato. Nabote. porém, quis obedecer às leis de DEUS: Era considerado um
dever rnanter em família a terra de seus ancestrais. Este incidente mostra a
cruel interação entre Acabe e Jezabel. dois dos lideres mais impiedosos na
história de Israel.
BÍBLIA
APLICAÇÃO PESSOAL. Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal. Editora
CPAD. pag. 497.
3. O
PECADO DE ACABE E JEZABEL.
O rei Acabe
cobiçou a vinha de Nabote e isso resultou num escândalo nacional que levou à
ruína a casa real (1 Rs 21.1-16). Ele e sua esposa, Jezabel, violaram o sexto
mandamento: "Não matarás"; o oitavo: "Não furtarás"; o
nono: "Não dirás falso testemunho contra o teu próximo"; e o décimo:
"Não cobiçarás". Dois outros casos de cobiça aconteceram na casa de
Davi: seu filho Amnom violentou a própria irmã, Tamar, movido pela lascívia (2
Sm 13.15), e Absalão desejou ocupar o trono de seu pai enquanto Davi ainda era
vivo e reinava em Israel (2 Sm 15.16).
No Novo
Testamento, encontramos Ananias e Safira, que desejavam prestígio na Igreja,
mas tentaram consegui-lo de maneira pecaminosa (At 5.1-11). Simão Mago, de
Samaria, tentou comprar os dons de DEUS com dinheiro, pois almejava poderes
sobrenaturais para ostentação pessoal (At 8.18). Diótrefes, personagem
desconhecida, cuja única menção no Novo Testamento é desabonadora, já que ele
procurava ter o primado na Igreja (3 Jo 9).
Esequias
Soares. Os Dez Mandamentos. Valores Divinos para uma Sociedade
em Constante Mudança. Editora CPAD. pag. 136.
I Reis 21.9
Apregoai um jejum, e trazei a Nabote para a frente do povo. Nabote deveria ser
zombeteiramente exaltado e louvado. Ele era um homem bom, e o público
reconheceria isso. Muitas pessoas estariam presentes para honrá-lo, mas ao lado
dele haveria dois patifes que, de repente, acusariam o bom homem de blasfêmia
contra o rei e contra Elohim (o DEUS de Israel, ou, talvez os
deuses, conforme a palavra hebraica pode ser traduzida). Seja como for, a
acusação, nunca ouvida nem provada em tribunal, resultaria em sua execução (vs.
13). Bastava que duas testemunhas testificassem contra uma pessoa para que as
acusações tomassem um aspecto legal. Os dois patifes “cumpriram” a exigência
legal. Ver Deu. 17.6,7. Quanto a uma interpretação alternativa, ver a seguir.
O texto
hebraico original aceita outra interpretação. Em lugar da idéia de exaltação, a
colocação de Nabote à frente do povo pode significar “seja submetido a
julgamento”. Mas, quer ele fosse exaltado, quer fosse submetido a julgamento, o
pobre Nabote seria atraiçoado e executado por crimes que não tinha cometido.
Disse John Gill (in loc.): “...trazei-o ao tribunal e julgai-o. Talvez em seus
tribunais de juizo houvesse lugares mais elevados, acima da cabeça das pessoas,
onde os criminosos acusados costumavam pôr-se de pé, quando estavam sendo
julgados, a fim de que pudessem ser vistos e ouvidos por todos”.
Um jejum.
Jezabel fingiu que Israel estava enfrentando os pecados de Nabote. Jejuns eram
decretados em tempos de emergência nacional. Yahweh estaria prestes a punir um
povo desviado. Era necessário um arrependimento em massa, e pecados secretos
tinham de vir à luz. Algumas poucas execuções avivariam tais questões, e isso
aliviaria a ira divina. O jejum alegadamente prepararia o povo para
aproximar-se da deidade. A presença divina revelaria por que o país enfrentava
o perigo. Um jejum de sete dias era comum nos sepultamentos, em lamentação
pelos mortos (ver I Sam. 31.13), de modo que um jejum era com freqüência
associado à morte, e quase sempre ao pecado. Nas religiões modernas, essa não é
a razão principal para que haja jejum.
I Reis 21.10
Dois homens malignos. Nossa versão portuguesa provavelmente mostra-se correta
ao fazer do nome Belial um adjetivo que significa “homens malignos”. Esta nova
versão portuguesa concorda com a Revised Standard Version. Somente mais tarde a
palavra hebraica veio a significar um nome para Satanás, visto que essa
doutrina só se desenvolveu no judaísmo posterior. Eram essenciais duas
testemunhas, de acordo com a lei antiga (ver Deu. 17.6; 19.15; Núm. 35.30; Mat.
26.60). Isso deixava a questão aberta para a injustiça, porquanto não seria
difícil conseguir duas “testemunhas” que concordassem em levantar uma acusação
qualquer contra alguém inocente. É admirável que o testemunho tenha sido
aceito, e não tenha havido nenhum julgamento como estamos acostumados a ver
hoje em dia.
"... eles
eram uns coitados inúteis, que tinham lançado fora o jugo da lei, visto que
belial significa criaturas abandonadas e sem lei, que não têm consciência de
coisa alguma” (John Gill, in loc.).
Blasfêmia.
Falar coisas pesadas e perversas contra DEUS e o rei, esse foi o alegado
“crime” de Nabote. Entrementes, a abominável e idólatra Jezabel saiu livre de
qualquer punição, embora ela fosse um caso público e escandaloso de alguém que
deveria ser executado de acordo com os padrões da legislação mosaica. Esse era
um crime passível de execução e uma violação direta do segundo mandamento (Êxo.
20.4). Ver Deu. 17.2-5 quanto à pena de morte (por apedrejamento), que era o
castigo contra esse crime.
A blasfêmia era
punida com o apedrejamento, conforme aprendemos em Lev. 24.16 e Deu. 13.9,10. A
palavra hebraica aqui usada e traduzida como “blasfêmia” usualmente significa
“abençoar”, mas em um uso eufemístico significa também “amaldiçoar”.
CHAMPLIN,
Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por
versículo. Editora Hagnos. pag. 1450-1451.
O plano de
Jezabel (21.5-16). A consciência de Jezabel, de Tiro, não tinha sido
desenvolvida pelas tradições israelitas e pelo respeito aos direitos alheios.
Como Acabe não se apossou imediatamente da vinha de Nabote, uma coisa que
dificilmente seria capaz de entender (7), ela continuou com seu plano
diabólico. Os filhos de Belial (10) seriam homens desonestos. Nunca foi exposta
a falsa acusação de blasfêmia levantada contra Nabote perante a assembleia dos
anciãos e dos nobres. Este sincero israelita foi apedrejado de acordo com a lei
(13; cf. Lv 24.13-16), sob o testemunho de duas pessoas que teriam presenciado
a suposta ofensa (cf. Dt 17.6,7). Com a eliminação de Nabote, Acabe tomou posse
da vinha (15-16) que, sem dúvida, havia perdido grande parte de seus antigos
atrativos.
Harvey E.
Finley. Comentário Bíblico Beacon I e II Reis. Editora CPAD. Vol.
2. pag. 338-339.
Para
satisfazê-lo, ela planeja e maquina a morte de Nabote. Não menos do que o seu
sangue servirá para reparar a afronta que fizera a Acabe, o qual deseja com
mais avidez por causa da sua adesão à lei DEUS de Israel.
1. Tivesse ela
desejado apenas suas terras, suas falsas testemunhas podiam ter jurado
falsamente por meio de um fato forjado (ela não podia ter emitido um documento
tão fraco, mas os anciãos de Jezreel teriam julgado que ele era muito bom); mas
a adúltera anda à caça de preciosa vida. (Pv 6.26). A vingança é doce. Nabote
deve morrer, e morrer como um malfeitor, para satisfazê-la. (1) Nunca ordens
mais perversas do que aquelas que Jezabel enviou aos magistrados de Jezreel
foram enviadas por qualquer príncipe (w. 8-10). Resumindo, ela os ordena, com a
submissão deles, que condenem Nabote à morte sem lhes dar qualquer motivo para
fazerem isso.Tivesse ela enviado testemunhas para denunciá-lo, os juízes (que
devem proceder secundum allegata et probata — de acordo com as alegações e
provas poderiam ter sido enganados, e a sua sentença podia ter sido mais
infeliz do que seu crime; mas obrigá-los a encontrarem testemunhas, filhos de
Belial, para eles mesmos suborná-las, e depois darem o veredicto sobre um
testemunho que eles sabiam ser falso, era uma provocação sem vergonha a tudo o
que era justo e sagrado, como não esperamos que possa ter paralelo em qualquer
história. Ela devia ter considerado os anciãos de Jezreel como homens
perfeitamente perdidos em relação a qualquer coisa que é honesta e honrável ao
esperar que essas ordens fossem obedecidas. Mas ela lhes ensinará um jeito de
fazer isso, tendo tanto da sutileza da serpente como tinha do seu veneno. [1]
Isso devia ser feito sob as aparências da religião: “apregoai um jejum; indicai
a vossa cidade que estais apreensivos acerca de um terrível julgamento que é
iminente sobre vós, ao qual deveis vos esforçar em evitar, não apenas pela
oração, mas descobrindo e excluindo a coisa amaldiçoada; fingi estardes
temerosos de haver escondido entre vós um grande infrator, por cuja causa DEUS
está irado com a vossa cidade; encarregai o povo, se ele souber de algo assim,
de denunciá-lo naquela ocasião solene, quando o povo estiver preocupado com o
bem-estar da cidade; e finalmente, que Nabote seja preso como o suspeito,
provavelmente porque ele não se junta aos seus vizinhos na adoração. Isso
poderá servir de pretexto para que ele seja posto acima do povo, sendo
convocado à corte. Fazei proclamação que, se alguém puder acusá-lo diante da
corte, e provar que ele seja o Acã, deve ser ouvido; e então deixai que as
testemunhas apareçam para testemunharem contra ele”. Note: Não existe
perversidade tão desprezível, tão horrenda, para a qual algumas vezes a
religião não tenha sido feita de manto e cobertura para ela. De qualquer modo,
não devemos pensar o pior do jejum e da oração por eles terem sido usados às
vezes de forma abusiva como aqui; porém, devemos pensar muito pior daqueles
planos perversos que, em qualquer tempo, têm sido levados a efeito sob o abrigo
deles. [2] Isso também deve ser feito sob a aparência da justiça e nas
formalidades de um processo legal. Tivesse ela enviado a eles para alugar
alguns de seus bandidos, alguns rufiões perigosos, para assassiná-lo, para
golpeá-lo quando estivesse andando pelas ruas à noite, o feito teria sido mau o
suficiente; mas destruí-lo através da lei, usando para assassinar ao inocente
aquele poder que devia protegê-lo, foi tanto uma perversão violenta da justiça
e do julgamento quanto algo verdadeiramente monstruoso, e ainda somos
orientados a não nos maravilharmos com isso (Ec 5.8). O crime de que deviam
acusá-lo era o de haver blasfemado contra DEUS e contra o rei — uma blasfêmia
confusa. Com certeza ela não podia pensar em um sentido de blasfêmia na
resposta que ele tinha dado a Acabe, como se lhe negar a sua vinha fosse
blasfemar do rei, e dar razão à lei divina fosse blasfemar de DEUS. Não, ela
não finge ter nenhum fundamento para a acusação. Embora não houvesse nenhuma
plausibilidade nisso, as testemunhas deveriam jurar, e a Nabote não se devia
permitir que se defendesse, ou examinasse as testemunhas, mas, imediatamente,
sob o pretexto de um ódio universal ao crime, eles deviam levá-lo para fora da
cidade e apedrejá-lo. Por haver blasfemado de DEUS ele teria o confisco da sua
vida, mas não a de sua propriedade, e por isso ele também foi acusado de
traição ao blasfemar do rei, por cujo ato sua propriedade devia ser confiscada,
de maneira que Acabe pudesse ter a vinha que lhe pertencera.
HENRY.
Matthew. Comentário Matthew Henry Antigo Testamento Josué a
Ester. Editora CPAD. pag. 533-534.
4. O
CASAL NÃO CONTAVA COM UMA TESTEMUNHA VERDADEIRA.
I Reis 21.15 As
boas novas foram comunicadas a Acabe. Agora ele tinha um brinquedo com o qual
brincar, a saber, a vinha de Nabote. Não fora Acabe quem inventara o plano para
assassinar Nabote, mas ele estava ansioso por tirar vantagem dos resultados
desse plano, e assim tornou-se cúmplice de sua mulher, Jezabel. O infantil e
velho rei levantou-se de seu “leito de enfermidade” e imediatamente foi até o
terreno de Nabote para preparar ali um jardim (ou horta) (vs. 2).
II Reis 9.26
mostra-nos que os filhos de Nabote também foram executados, e isso só serviu para complicar a questão inteira, a saber,
acarretando a morte violenta de Jezabel e Acabe. O dia do castigo deles estava
próximo.
II Reis 9.26 Certamente vi ontem o sangue de Nabote e o sangue de seus
filhos, diz o Senhor; e neste mesmo campo te retribuirei, diz o Senhor. Agora,
pois, levanta-o, e lança-o neste campo, conforme a palavra do Senhor.
I Reis 21.16
Josefo (Antiq. VIII.13.8) diz-nos que “Acabe alegrou-se diante do que tinha
sido feito e levantou-se imediatamente do leito onde tinha jazido”. Acabe tinha
menos força de vontade e má imaginação que Jezabel, mas era, igualmente,
constituído de consciência. A Septuaginta, por outra parte, pinta Acabe como
entristecido pela execução, mencionando que ele “rasgou suas roupas e vestiu-se
de cilício". É possível que essas vestes rasgadas impliquem a verdade dos
fatos, e que o texto massorético removeu essa porção, pensando exaltar demais
ao ímpio Acabe. Até o cruel Acabe poderia ter ficado temporariamente chocado
por causa daquele assassinato. Mesmo sua mente embrutecida poderia ter
compreendido, naquele momento, a grande injustiça que fora cometida.
Jezreel ficava
a cerca de vinte e seis quilômetros de Samaria, de modo que Acabe fez uma
pequena viagem para dar outra olhada em “suas terras”, que se tornariam o “seu
jardim ou horta” para embelezar sua residência de verão. John Gill (in loc.)
imaginou que ele tenha ido até lá em meio a grande pompa e glória, sendo
acompanhado por altos oficiais para celebrar a feliz ocasião.
A Intervenção e
a Retaliação de Elias (21.17-29)
Acabe e Jezabel
tinham semeado o vento e logo colheriam o tufão (ver Osé. 8.7). O sangue de
Nabote e de seus filhos (ver a história anterior) seria vingado.
“A dinastia de
Onri, pai de Acabe, seria desmantelada, tal como aconteceu à família de Nabote,
e pelas mesmas razões. Nenhuma dessas linhagens reais fora fiel aos ideais
deuteronômicos" (Norman H. Snaith, in loc.). “Novamente, DEUS escolheu
Elias para levar uma mensagem de julgamento a Acabe, que estava, naquele
momento, na vinha de Nabote. DEUS transmitiu a Elias o que ele deveria dizer
(vs. 19)” (Thomas L. Constable). A abominável e ímpia Jezabel tinha cometido o
duplo crime de assassinato e confisco ilegal de uma herança familiar. Acabe foi
o cúmplice declarado desses crimes e sofreria sorte igualmente horrível.
I Reis 21.17,18
A palavra do Senhor (Yahweh) veio novamente a Elias. Ele teve uma visão, um
sonho incomum, ouviu uma voz direta ou, de outra maneira qualquer, esteve em
comunicação com o Ser Divino. Cf. I Reis 18.1, a primeira ocasião em que a
palavra do Senhor veio a Elias, ordenando-lhe proferir julgamento contra Acabe.
A localização
de Acabe foi dada a Elias. Naquele exato instante, Acabe estava tomando posse
da vinha de Nabote, que ele tinha obtido através de assassinato. Elias haveria
de “apanhá-lo com a mão na botija”, porquanto estaria tomando posse ilegal de
uma herança de família. O versículo à nossa frente parece indicar a localização
da vinha em Samaria, mas Nabote era de Jezreel, e podemos supor que sua vinha
estivesse ali. Acabe tinha uma residência de verão naquele lugar. É possível
que a declaração feita pelo autor, neste versículo, tenha sido um equívoco.
Acabe tinha palácios em dois lugares, porém o mais provável é que a vinha
ficasse perto de Jezreel e a herança da família de Nabote também estivesse
nessa última cidade.
Elias desceu no
dia seguinte após as matanças (ver II Reis 9.26).
I Reis 21.19 A
mensagem a ser transmitida foi direta e brutal. Acabe era um homem morto. Além
disso, morreria em desgraça. No próprio lugar onde os cães tinham vindo lamber
o sangue de Nabote, também lamberiam o sangue de Acabe, e dessa forma a Lei
Moral da Colheita segundo a Semeadura teria exato cumprimento. Essa foi a Lex
Talionis divina, isto é, uma punição em termos iguais, como olho por olho e
dente por dente.
A profecia não
se cumpriu em termos exatos, mas, sim, quanto à sua essência, conforme
salientou John Gill (in loc.): “... a profecia teve cumprimento em seus filhos,
que eram sua carne e seu sangue (ver II Reis 9.26), porquanto o castigo foi
adiado em seus dias e transferido para os seus filhos (ver o vs. 29). Os cães,
entretanto, lamberam-lhe o sangue, embora não no mesmo local (ver I Reis
22.8)”. O arrependimento de Acabe alterou, até certo ponto, o cumprimento final
da profecia, conforme vemos no vs. 29.
“É inútil
procurarmos um cumprimento literal dessa predição. Esta teria sido assim
cumprida, mas a humilhação de Acabe induziu um DEUS misericordioso a dizer:
'Não trarei este mal nos seus dias, mas nos dias de seu filho o trarei sobre a
sua casa’ (vs. 29)” (Adam Clarke, in loc.). Os cães lamberam o sangue de Nabote
em Jezreel, e o de Acabe perto de Samaria.
“Quando os cães
lambiam o sangue de alguém, isso indicava uma morte desgraçada, especialmente
no caso de um rei, cujo corpo normalmente seria guardado e sepultado com grande
respeito” (Thomas L. Constable, in loc.).
CHAMPLIN,
Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por
versículo. Editora Hagnos. pag. 1451-1452.
A mensagem com
a qual Elias foi enviado a Acabe, quando foi tomar posse da vinha de Nabote (w.
17-19).
1. Até aqui
DEUS se manteve em silêncio, não interferiu na correspondência de Jezabel, nem
suspendeu o processo dos anciãos de Jezreel; mas agora Acabe é reprovado e o
seu pecado é posto diante de seus olhos. (1) Elias é a pessoa enviada. Um
profeta de posição inferior tinha sido enviado a ele com mensagens de bondade
(20.13). Mas o pai dos profetas é enviado para afligi-lo e condená-lo por seu
assassinato. (2) O lugar é a vinha de Nabote e o tempo, justamente quando Acabe
está tomando posse dela; então, e ali, a sua sentença deve ser lida para ele.
Ao tomar posse, ele aprovava tudo o que fora feito, e fez a si mesmo culpado ex
post facto — como um cúmplice após o fato. Ele foi pego por autorizar os erros,
e por isso a condenação cairia sobre ele com muito mais força. “O que tens tu
para fazer nesta vinha? Que bem podes esperar dela quando a adquiriste com
sangue (Hb 2.12) e sufocaste a alma do seu dono (Jó 31.39). Agora que ele está
se alegrando com o seu bem adquirido desonestamente, e dando orientações para
mudar a vinha em um jardim de flores, a sua comida se mudará nas suas
entranhas. Porquanto não sentiu sossego. Haja, porém, ainda de que encher o seu
ventre, e DEUS mandam sobre ele o ardor da sua ira (Jó 20.14,20,23).
2. Vejamos o
que se passou entre ele e o profeta. (1) Acabe desabafou sua ira contra Elias,
encolerizou-se ao vê-lo, e, em vez de humilhar-se diante do profeta, como devia
ter feito (2 Cr 36.12), estava pronto para voar em seu pescoço. Já me achaste,
inimigo meu? (v. 20). Isso mostra: [1] Que Acabe o odiava. A última vez em que
os encontramos juntos separaram-se como bons amigos (18.46). Na ocasião, Acabe
tinha permitido a reforma e por isso, tudo estava bem entre ele e o profeta;
mas agora ele tinha reincidido e estava pior que nunca. A sua consciência lhe
dizia que havia feito de DEUS seu inimigo e, por essa razão, ele não poderia
esperar que Elias fosse seu amigo. Note: A condição do homem que fez da palavra
de DEUS sua inimiga é muito miserável, e a sua condição, quando considera os
ministros daquela palavra seus inimigos porque lhe dizem a verdade (G1 4.16), é
muito desesperada. Tendo-se vendido ao pecado, Acabe estava resolvido a manter
o negócio e não podia tolerar aquele que o teria ajudado a se recuperar. [2]
Que Acabe o temia: Já me achaste? Insinuando que ele o evitava o quanto podia,
e que agora era um terror para ele ter de vê-lo. Ver o profeta era, para Acabe,
como a visão da mão escrevendo sobre a parede para Belsazar; então se mudou o
semblante do rei, e os seus pensamentos o turbaram. As juntas dos seus lombos
se relaxaram, e os seus joelhos bateram um no outro. Nunca houve um pobre
devedor ou criminoso tão confuso diante do oficial que veio para prendê-lo. Os
homens podem se culpar se fazem de DEUS e da sua palavra um terror para si. (2)
Elias pronunciou a ira de DEUS contra Acabe: Achei-te (diz ele no v. 20),
porquanto já te vendeste para fazeres o que é mau. Note: Aqueles que se
entregam ao pecado certamente serão descobertos, cedo ou tarde, para o seu
horror e assombro. Agora, Acabe está no lugar do réu, como esteve Nabote, e
treme mais do que Nabote tremeu. [1] Elias declara a sua acusação contra ele e
o condena pelas evidências notórias do fato (v. 19): Não mataste e tomaste a
herança? Assim ele foi responsabilizado pelo assassinato de Nabote, e não lhe
adiantaria dizer que a lei o havia matado (a justiça pervertida é a maior das
injustiças), nem que, se ele foi processado injustamente, não era sua culpa —
que ele não sabia nada disso; pois tudo foi feito para agradá-lo e ele se
mostrou feliz com isso e, dessa forma se fez culpado por tudo que tinha
ocorrido na condenação injusta de Nabote. Ele matou, pois ele tomou posse. Se
ele toma a vinha, leva a culpa junto com ele. Terra transit cum onere — a terra
com o encargo. [2] Elias dá a sentença sobre ele. Ele lhe fala da parte de DEUS
que a sua família será arruinada e arrancada (v. 21) e cortada toda a sua
posteridade — que seria feito à sua casa como às de seus predecessores
pervertidos, Jeroboão e Baasa (v. 24), particularmente, que aqueles que
morressem na cidade seriam alimento para os cães e aqueles que morressem no
campo, para os pássaros (v. 24); o que tinha sido predito a respeito da casa de
Jeroboão (14.11) e da casa de Baasa (16.4) — que Jezabel, particularmente,
seria devorada pelos cães (v. 23); o que se cumpriu (2 Rs 9.86) — e, para
o próprio Acabe, que os cães lamberiam o seu sangue no mesmo lugar onde
lamberam o de Nabote (v. 19 — “o teu sangue, o teu mesmo, embora seja sangue
real, embora ele aumente em tuas veias com orgulho e ferva em teu coração com
ira, em breve será diversão para os cachorros”), o que se cumpriu em 22.88.
Isso implica que ele morreria de morte violenta, seria trazido ao seu túmulo
com sangue, e que a desgraça o visitaria, cuja previsão deve necessariamente
ser uma grande mortificação para um homem tão orgulhoso. Aqui se insiste nas
punições após a morte, as quais, embora afetassem apenas o corpo, talvez fossem
planejadas como figuras das misérias da alma depois da morte.
HENRY.
Matthew. Comentário Matthew Henry Antigo Testamento Josué a
Ester. Editora CPAD. pag. 534-535.
ELABORADO: Pb
Alessandro Silva (http://estudaalicaoebd.blogspot.com.br/) com algumas
modificações do Pr. Luiz Henrique.
)))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))
LIÇÃO 11,BETEL,
4TR2024 NA ÍNTEGRA
Escrita Lição
11, Betel, Não cobiçarás o que é de teu Próximo: cultivando um espírito de
contentamento e gratidão pelo que temos, Comentários Extras Pr Henrique, EBD NA
TV
Para nos ajudar
PIX 33195781620 (CPF) Luiz Henrique de Almeida Silva
EBD, Revista
Editora Betel | 4° Trimestre De 2024, Tema, OS DEZ MANDAMENTOS – Estabelecendo Princípios e
Valores Morais, Sociais e Espirituais Imutáveis para uma Vida Abençoada, Escola
Bíblica Dominical
ESBOÇO DA LIÇÃO
1- AS VÁRIAS
FACES DA COBIÇA
1.1. O décimo
mandamento
1.2. Não cobiçarás
1.3. Um mal
corrosivo
2- OS PERIGOS
DA COBIÇA
2.1. A cobiça é
um desejo profano
2.2. Cobiçar
pode ser um desejo mortal
2.3. A cobiça é
um falso amor
3- O LADO
POSITIVO DO DÉCIMO MANDAMENTO
3.1. Devemos
aprender a estar contentes
3.2. Devemos
crer na suficiência de DEUS.
3.3. Devemos
viver com simplicidade
TEXTO ÁUREO
“Mas é grande
ganho a piedade com contentamento.” 1Timóteo 6.6
VERDADE
APLICADA
Devemos
enfrentar a inclinação à cobiça, andando em ESPÍRITO e nos contentando com o
cuidado e a provisão de DEUS, com alegria e louvores.
OBJETIVOS DA
LIÇÃO
Ensinar acerca da cobiça e suas diversas formas.
Apresentar a cobiça como algo desenfreado, profano.
Mostrar o lado positivo do décimo mandamento.
TEXTOS DE
REFERÊNCIA - 1CORÍNTIOS 10
1- Ora, irmãos, não quero que ignoreis que nossos pais estiveram todos debaixo
da nuvem, e todos passaram pelo mar.
2- E todos foram batizados em Moisés, na nuvem e no mar,
3- E todos comeram de um mesmo manjar espiritual,
4- E beberam todos de uma mesma bebida espiritual, porque bebiam da pedra
espiritual que os seguia; e a pedra era CRISTO.
5- Mas DEUS não se agradou da maior parte deles, pelo que foram prostrados no
deserto.
6- E estas coisas foram-nos feitas em figura, para que não cobicemos as coisas
más, como eles cobiçaram.
LEITURAS
COMPLEMENTARES
SEGUNDA | Lv 19.16 Não te porás contra o sangue do teu próximo.
TERÇA | Js 7.21 A cobiça de Acã.
QUARTA| 1Rs 21.1-16 Acabe e a vinha de Nabote.
QUINTA | SI 131 A humildade de Davi.
SEXTA | Mc 7.21-23 Os males procedem do interior do coração.
SÁBADO | Tg 1.14-16 Atraídos e engodados pela concupiscência.
HINOS SUGERIDOS: 231, 232, 235
MOTIVO DE
ORAÇÃO
Ore por mais contentamento
pessoal.
PONTO DE
PARTIDA – DEUS não se agrada da cobiça.
INTRODUÇÃO
O décimo mandamento trata dos desejos impróprios que surgem no
pensamento e coração do ser humano que, se guardados e alimentados, causam
prejuízos ao relacionamento com DEUS e com o próximo. O enfrentamento passa por
não ignorar ou desprezar tal realidade e recorrer à Palavra de DEUS e ajuda do ESPÍRITO
SANTO para continuarmos nos contentando com o cuidado e a provisão de DEUS, bem
como vigiando quanto às nossas intenções e motivações. Afinal, somos do Senhor!
1- AS VÁRIAS FACES DA COBIÇA
A função do décimo mandamento é inibir a cobiça de modo geral. Ele
proíbe especificamente a cobiça da mulher, dos empregados, dos animais e de
todos os bens materiais e ideais do próximo.
1.1. O décimo mandamento
No sétimo mandamento vemos a proibição do adultério, no décimo,
vemos algo mais profundo: a proibição do desejo. Esse último mandamento visa
proteger o ser humano das ambições erradas, a tal cobiça que tem infectado a
muitos nas suas mais diversas formas. O mandamento é abrangente e abarca a
concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida [Gn
3.6; 1 Jo 2.16]. Ο qual envolve diversas modalidades de pecados, como: a
sensualidade, a luxúria, o desejo desenfreado por possessões ilícitas, a
obsessão pelo poder, a ostentação esnobe e orgulho. Desde a queda do
homem, esse mal desenfreado continua se alastrando e a única maneira de
contê-lo é começando com uma profunda mudança no interior pela poderosa ação da
Palavra de DEUS e do ESPÍRITO SANTO [Mc 7.21-23].
O
Senhor prometeu suprir a todos indistintamente [Lc 12.22-26]. Não precisamos
desejar ter o que os outros têm. Não importa o que seja. Quando nosso coração
se enche de tais desejos cobiçosos, podemos ultrapassar uma linha muito
perigosa, que pode nos levar a praticar os mesmos atos de injustiça que alguns
praticaram para chegar aonde chegaram.
1.2. Não cobiçarás
“Casa” aqui corresponde a tudo o que pertence ao próximo, tudo
aquilo que ele tem necessidade, tudo o que constitui e prolonga sua vida
pessoal [Êx 20.17]. A enunciação desse mandamento propõe possíveis exemplos de
cobiça, mas sua lista não é exaustiva, mas coloca as pessoas na vida da
comunidade. A versão de Deuteronômio 5.21 coloca antes da cobiça pela
“casa”, a cobiça pela mulher do próximo, o que supõe uma evolução no pensamento
em relação à mulher. Ela é a coisa mais importante do próximo, não seus pertences.
A obra divina de libertação deve chegar até o coração. Pois a cobiça é o
obstáculo; ela é uma interrogação dentro de cada indivíduo, e lá onde só existe
DEUS como testemunha, ela pode assumir muitas formas [Mt 6.24; Lc 12.15; 1Co
13.4].
O que
temos jamais será o que nos define, porque a vida oscila e podemos ter mais
hoje e menos amanhã ou vice-versa. A alegria de um filho de DEUS está na paz
que resulta da comunhão com DEUS e não depende de evento algum. A satisfação
não vem das coisas, vem de DEUS. Isto significa que em cada etapa de nossas
vidas devemos valorizar com gratidão o que já alcançamos, e não ficar se
lamentando ou vivendo com descontentamento por aquilo que não alcançamos [SI
119.36].
1.3. Um mal corrosivo
A cobiça é o desejo irreprimível de querer ser como os outros, o
desejo excessivo de ser o que os outros são e não podemos. É um desejo
excessivo que corrói, e que promete uma felicidade que não dará: é aí que
reside o seu fracasso. O ser humano nunca poderá satisfazer-se apenas com bens
materiais ou conquistas temporárias. Se assim fosse, esta seria a época mais
feliz da história, porém, não é. Notamos que os consultórios de neurologistas,
psicólogos e psiquiatras, especialmente das grandes cidades e dos países ricos,
estão cheios de pessoas insatisfeitas, não por problemas econômicos, mas por
motivos existenciais. O problema se localiza no “ser” pessoal, no mais profundo
da alma humana [Lc 12.15].
John
MacArthur escreveu que “DEUS é soberano tanto por intervenção sobrenatural,
quanto por orquestração natural”. Devemos apreciar a complexibilidade do que DEUS
está fazendo a cada momento para nos manter vivos. Quando vemos coisas a partir
dessa perspectiva, percebemos quão insano é achar que controlamos as nossas
vidas. Como bons filhos de DEUS não devemos estar ansiosos pelo que não temos,
mas nos contentar com o que DEUS nos dá [1Tm 1.6-9].
EU ENSINEI QUE:
A função do
décimo mandamento é inibir a cobiça de modo geral.
2- OS PERIGOS DA COBIÇA
Cobiçar é estritamente proibido pelo décimo mandamento. Cobiçamos
sempre que colocamos nosso coração naquilo que legitimamente não nos pertence,
e isso pode ser muito perigoso [Êx 20.17].
2.1. A cobiça é um desejo profano
Thomas Watson, o puritano, definiu a cobiça como “o desejo de
possuir o mundo”. Claro que nem todos os desejos são egoístas, o problema está nos
desejos corrompidos, os quais nossa natureza pecaminosa se inclina a querer. O
problema reside quando desejamos a coisa errada, da maneira errada e na hora
errada [Ec 3.1]. Esse mandamento proíbe nosso descontentamento em relação a
nossa condição de vida. Não podemos ter sentimento de pesar pela prosperidade
de nosso próximo ou afeições desordenadas sobre algo que lhe pertença. Sempre
existirá algo de inveja e cobiça. Quando Eva comeu o fruto proibido, não o fez
somente pelo prazer de comer o fruto, mas porque era “desejável para dar
entendimento”, como sugerido pelo inimigo [Gn 3.5]. Satanás lançou em seu
coração uma mentira. Ela comeu pela cobiça que a mentira lhe causou [Gn 3.6].
Sempre
teremos problemas quando nossas expectativas não estiverem em DEUS. Existem
situações que o discípulo de CRISTO jamais deve se contentar, como: um coração
frio e indiferente com as coisas espirituais; uma rotina diária tão intensa que
não consegue passar um tempo em oração e leitura bíblica; sentimentos de mágoa
e rancor; e tantas outras que prejudicam o necessário aperfeiçoamento cristão.
O caminho para fugir da cobiça necessariamente passa uma constante vigilância
quanto ao coração [Lc 21.34], orando em todo o tempo [Ef 6.18], atenção ao que
ocupa a mente [Fp 4.8], confiança na provisão de DEUS [Ef 3.20], andar em ESPÍRITO
[Gl 5.16], entre outros.
2.2. Cobiçar pode ser um desejo mortal
Quando DEUS escreveu com seu próprio dedo os mandamentos colocou a
cobiça no mesmo grupo dos “grandes pecados”. Ele não alterou a ordem, colocando
em primeiro os pecados dramáticos e intrigantes (roubo, adultério,
assassinato), terminando depois com a cobiça que parece ser um pecado brando,
mas tão condenável quanto qualquer um dos outros. Em todos os demais textos ao
longo da Bíblia, a cobiça aparece de forma condenável. JESUS a citou junto com
o roubo, o assassinato e o adultério [Mc 7.21-22]; Paulo afirma que os
cobiçosos não herdarão o reino [1Co 6.9-10; Ef 5.5; Cl 3.5]. A triste história
de Acă nos mostra como alguém pode precipitar sua própria vida por algo que
talvez nunca desfrute. A Bíblia nos diz que antes de Acă roubar o tesouro, ele
o cobiçou [Js 7.21].
Assim
como aconteceu a Acã, acontece com muitas pessoas. Os atos pecaminosos sempre
começam com o desejo. Vemos algo que desejamos, depois começamos a pensar sobre
aquilo que desejamos, logo em seguida esse pensamento domina nossa mente, até
que se torna uma obsessão e, a partir daí, o pecado passa a nos dominar. É isso
que Tiago nos descreve [Tg 1.14-16].
2.3. A cobiça é um falso amor
A cobiça é o amor que está fora de ordem, fora de proporção e fora
do lugar, é um amor falso e traiçoeiro. Significa colocar nossos afetos onde
não correspondem, ou seja, colocar “coisas”, como: dinheiro, sucesso ou fama,
no centro, acreditando que tais coisas oferecem uma base sólida para a
existência [Hb 3.12-14]. Cobiçar não é apenas desejar algumas coisas que não
temos, é desejar algo que outra pessoa tem [Pv 14.30]. A cobiça torna as
“coisas” mais importantes do que as pessoas e suas necessidades. Cobiçar é
colocar as coisas acima dos valores eternos e espirituais. Ao ler o relato da
história da vinha de Nabote, vemos o que a cobiça é capaz de fazer no coração
de um ser humano. Acabe desejou o que não poderia lhe pertencer de maneira
legal e, para obter sucesso, teve que matar Nabote [1 Rs 21.1-16]. Nabote
demonstrou temor ao Senhor ao recusar vender sua vinha [1Rs 21.3]. Já Acabe
demonstrou que não temia a DEUS. De acordo com a lei de Moisés, os
israelitas não podiam vender sua propriedade porque a terra pertencia a DEUS
[Lv 25.23; Nm 36.7]. O que para “Acabe” era vaidade e egoísmo, para Nabote era
questão de honra, não era por dinheiro. O castigo de “Acabe” mostra que DEUS
não está indiferente aos atos cruéis e às demonstrações de ausência de temor a
Ele.
EU ENSINEI QUE:
Cobiçamos sempre que colocamos nosso coração naquilo que
legitimamente não nos pertence.
3- O LADO POSITIVO DO DÉCIMO MANDAMENTO
Como os outros nove mandamentos, o décimo não se refere apenas a
certos atos específicos de comportamento, mas a valores e atitudes. Ele nos
chama para uma vida prática, de intimidade com DEUS.
3.1. Devemos aprender a estar contentes
Vivemos em uma sociedade cheia de descontentamento. Nós nos
sentimos insatisfeitos com nossos empregos, salários, casamento, igreja, saúde,
nossa aparência e em quase todas as áreas de nossas vidas. Essa falta de
contentamento é o produto do pecado em nós. Com o descontentamento vem a
reclamação; e com a reclamação, o enfado; e com o enfado a amargura [Nm 11.5-6;
14.2]. O contentamento é uma das virtudes cristãs mais importantes. Ele não é
circunstancial, não depende de nossa situação, mas, sim, de uma pessoa: DEUS. Paulo nos
diz que DEUS é tudo o que precisamos e tudo o que devemos desejar [Fp 4.11-13].
Nosso Senhor nos diz que não devemos viver ansiosos e inquietos quanto ao
suprimento das necessidades de tal maneira que desvia nossa atenção quanto a
buscar primeiro o reino de DEUS e sufoque nossa confiança no poder provedor do
Senhor [Mt 6.31-34].
O que
Paulo viveu não era teoria, ele experimentou cada item do que registrou na
Escritura. Isso prova que podemos, mesmo em meio às adversidades, perigos,
perseguições e até prisões, viver em paz e contentamento. Isso requer, é claro,
uma vida de intimidade e confiança, algo não natural, não preenchido com as
forças da emoção, mas sabendo que DEUS não perde o controle de nada e, por
isso, mesmo quando sua vontade nos fere, ela ainda é boa, agradável e perfeita
[Rm 12.1-2].
3.2. Devemos crer na suficiência de DEUS
A dura verdade é que na raiz da cobiça está a rejeição da
suficiência de DEUS em nossas vidas. Cobiçar é o mesmo que dizer que DEUS não é
o suficiente para nós, e ainda nos falta algo. É preciso ter sempre em mente
que Nosso Pai Celestial “bem sabe” de nossas necessidades e é amoroso e
poderoso para suprir todas [Mt 6.32]. As coisas não foram planejadas para tomar
o lugar dEle [Lc 12.34]. Como diz o pastor James Macdonald: “Quando alcançamos
algo e o tornamos essencial, e em seguida suplicamos a DEUS que nos dê, estamos
lhe pedindo que coloque no lugar dEle mesmo determinada coisa que consideramos
mais importante” [Mt 6.24]. Os primeiros discípulos entenderam muito bem essa
perspectiva de vida. Após o fracasso da pesca, JESUS entrou em suas vidas e
tudo mudou. Imediatamente, eles abandonaram o peixe, o barco, e resolveram
ficar com Ele [Lc 5.11].
A
maneira mais eficaz de nos livrar de qualquer pensamento cobiçoso é estar
satisfeito com DEUS e com o que Ele nos oferece. É claro que, por não entender
o que DEUS está realizando, em determinados momentos ficamos oscilantes ou até
mesmo decepcionados com a vida. Asafe se sentiu assim, até que DEUS se
apresentou a ele, então, confessou que DEUS era tudo o que tinha e que
desejava. DEUS não era somente sua resposta, era a resposta para tudo em sua
vida [Sl 73.25].
3.3. Devemos viver com simplicidade
Na vida espiritual, a simplicidade também pode ser considerada uma
virtude. Para Davi, ela é o descanso que a alma encontra quando encontra
redenção, satisfação e respostas em DEUS [Sl 131.1-2]. Embora o salmista
reconheça que há coisas ainda grandes e incompreensíveis para ele, ele assume a
simplicidade como a doce serenidade de uma criança que descansa nos braços
seguros de sua mãe depois de ser alimentada. Não há mais choro, não há mais
sentimento de insegurança, agora só resta descansar e aproveitar aquele
momento. Para nós, cristãos, esta simplicidade vital é uma decisão de fé que se
traduz na confiança serena que nasce de uma relação pessoal com o Senhor
Soberano que cuida de nós [Sl 125.1-2].
A
sábia simplicidade nos impede de passar pela vida tentando reinventar nossa
existência todos os dias. Muito do nosso cansaço é que estamos tentando novas
fórmulas para fugir de nós mesmos e todas as noites voltamos para casa
dramaticamente desesperados porque a receita milagrosa que inventamos na noite
anterior nos deixou em uma posição pior e com feridas maiores e mais abertas
[Sl 127.2].
EU ENSINEI QUE:
O décimo
mandamento nos chama para uma vida prática, de intimidade com DEUS.
CONCLUSÃO
O décimo mandamento é um alerta aos discípulos de CRISTO para
cultivarem, com a imprescindível ajuda do ESPÍRITO SANTO, o necessário
contentamento que se expressa na gratidão ao Nosso Pai Celestial por Seu
contínuo cuidado e provisão, com alegria e louvores ao Senhor. Tal postura, diz
a Palavra, é uma grande fonte de riqueza [1Tm 6.6]. Ao final deste estudo,
cantemos o Hino 473, da Harpa Cristã: “Que outro bem ansioso buscarei? Bem
melhor, que JESUS não acharei”.