Pr. Henrique EBD NA TV 99 99152-0454

Pr. Henrique EBD NA TV 99 99152-0454

Escrita Lição 7, CPAD, O Ministério Da Igreja, 1Tr24, Pr Henrique, EBD NA TV

Escrita Lição 7, CPAD, O Ministério Da Igreja, 1Tr24, Pr Henrique, EBD NA TV

Para me ajudar PIX 33195781620 (CPF) Luiz Henrique de Almeida Silva



TEXTO ÁUREO
“E ele mesmo deu uns para apóstolos, e outros para profetas, e outros para evangelistas, e outros para pastores e doutores.” (Ef 4.11)

VERDADE PRÁTICA
Os dons ministeriais foram dados com o objetivo de edificar a Igreja e promover a maturidade de seus membros.

LEITURA DIÁRIA
Segunda – 1 Tm 3.1 A excelência do chamado ministerial
Terça – 1 Pe 2.9 O sacerdócio universal de todos os crentes
Quarta – Ef 4.11 O ministério quíntuplo da Igreja  
Quinta – At 6.1-7 A instituição do diaconato
Sexta – 1 Tm 3.2-7 As qualificações morais do ministério
Sábado – Tt 1.7 Qualificações de natureza social do ministério 

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE - Efésios 4.11-16
11 - E ele mesmo deu uns para apóstolos, e outros para profetas, e outros para evangelistas, e outros para pastores e doutores, 
12 - querendo o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para edificação do corpo de Cristo, 
13 - até que todos cheguemos à unidade da fé e ao conhecimento do Filho de Deus, a varão perfeito, à medida da estatura completa de Cristo, 
14 - para que não sejamos mais meninos inconstantes, levados em roda por todo vento de doutrina, pelo engano dos homens que, com astúcia, enganam fraudulosamente. 
15 - Antes, seguindo a verdade em amor, cresçamos em tudo naquele que é a cabeça, Cristo, 
16 - do qual todo o corpo, bem-ajustado e ligado pelo auxílio de todas as juntas, segundo a justa operação de cada parte, faz o aumento do corpo, para sua edificação em amor.

HINOS SUGERIDOS:  93, 115, 132 da Harpa Cristã

))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))
SUBSÍDIOS EXTRAS PARA A LIÇÃO
))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))

SUBSÍDIO CPAD
Lição 7 - O MINISTÉRIO DA IGREJA
DEUS instituiu o ministério na Igreja com o propósito de os crentes O servirem de maneira organizada e eficiente. As Escrituras declaram quais as exigências para o reconhecimento e exercício dos dons ministeriais. O apóstolo Paulo recebeu da parte de DEUS  a incumbência de instruir, por meio das Cartas Pastorais (1 e 2 Timóteo, e Tito), sobre a forma como os ministros deveriam se comportar tanto na relação com a Igreja quanto nas suas respectivas famílias a fim de serem exemplo aos demais irmãos.
Uma qualidade inerente ao ministério é o “serviço”. Embora a palavra “ministério” seja usada para indicar os separados para cumprir um ofício, seja de natureza secular ou religiosa, o exercício dessa função envolve muito mais responsabilidade para com a Obra de DEUS do que privilégios. JESUS, antes da crucificação, instruiu claramente aqueles que escolheu para que entendessem que o chamado divino para anunciar o Reino de DEUS teria como base o serviço. O Mestre lavou os pés dos discípulos como exemplo de humildade e disse-lhes: “Ora, se eu, Senhor e Mestre, vos lavei os pés, vós deveis também lavar os pés uns aos outros. Porque eu vos dei o exemplo, para que, como eu vos fiz, façais vós também (Jo 13.14,15). Logo, a orientação aos discípulos aponta a natureza serviçal do ministério apostólico. Nessa mesma perspectiva, a Igreja do Senhor tem a responsabilidade de levar adiante a mensagem do Evangelho, entendendo que os ofícios que ocupam devem ser cumpridos com compromisso, amor e serviço.
De acordo com o Dicionário Bíblico Wycliffe (CPAD, 2006), “na Bíblia Sagrada, os termos ‘serviço’ e ‘servo’ são usados no sentido de servir e ministrar. [...] Outra raiz grega geralmente traduzida como ‘servir’ ou ‘serviço’ é diakoneo, que significa servir alguém por exemplo como um garçom, como no caso de Marta que estava preparando a comida para servir aos seus visitantes (Jo 12.2; Lc 10.40; cf. 12.37; 17.8; 22.26; At 6.2). Por extensão, o termo passou a significar qualquer ministério de ajuda física ou financeira a outras pessoas Mt 8.15; 25.44; Lc 8.3; At 11.29; 12.25; 19.22; Rm 15.25,31; 2 Tm 1.18; Hb 6.10). O uso mais importante no Novo Testamento está ligado à ministração (diakonia) do Evangelho (At 6.4; 20.24; 21.19) recebido do Senhor (Cl 4.17; 2 Tm 4.5; 2 Co 5.18) e direcionamento pelo ESPÍRITO  (1 Co 12.4-11; 2 Co 3.8)” (pp. 1807, 1808). Todo servo de DEUS que é chamado ao ministério deve compreender a natureza de cada ofício. DEUS não nos chamou para ficarmos inoperantes, mas para sermos atuantes em Sua obra, servindo aos irmãos, sabendo que teremos de prestar contas de tudo que fomos chamados a fazer em prol do Seu Reino.

))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))

Escrita Lição 12, Central Gospel, Os Ministérios Da Igreja, 3Tr23, Pr Henrique, EBD NA TV
Para me ajudar PIX 33195781620 (CPF) Luiz Henrique de Almeida Silva
 

https://youtu.be/JQnlhmPEAvg?si=5j-gT_KqcRvBrgLh 
 
TEXTO BÍBLICO BÁSICO - Efésios 4.7-12
7 - Mas a graça foi dada a cada um de nós segundo a medida do dom de Cristo.
8 - Pelo que diz: Subindo ao alto, levou cativo o cativeiro e deu dons aos homens.
9 - Ora, isto — ele subiu — que é, senão que também, antes, tinha descido às partes mais baixas da terra?
10 - Aquele que desceu é também o mesmo que subiu acima de todos os céus, para cumprir todas as coisas.
11 - E ele mesmo deu uns para apóstolos, e outros para profetas, e outros para evangelistas, e outros para pastores e mestres,
12 - querendo o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para edificação do corpo de Cristo.
 
TEXTO ÁUREO
Até que todos cheguemos à unidade da fé e ao conhecimento do Filho de Deus, a varão perfeito, à medida da estatura completa de Cristo. Efésios 4.13
  
SUBSÍDIOS PARA O ESTUDO DIÁRIO
2ª feira – 1 Pedro 2.9 O sacerdócio universal dos salvos
3ª feira – 2 Timóteo 4.2 Pregando em cada ocasião
4ª feira – 2 Timóteo 4.5 Faze a obra de um evangelista
5ª feira – 2 Timóteo 4.13 O estudo da Bíblia
6ª feira – Atos 21.8 O chamado do evangelista
Sábado – Atos 21.11 O chamado profético
 
OBJETIVOS: Ao término do estudo bíblico, o aluno deverá ser capaz de:
- conscientizar-se de que os dons ministeriais são uma concessão de Deus, por meio do ESPÍRITO  SANTO;
- compreender que a obra ministerial precisa ser feita por todos os cristãos;
- descrever as características de cada um dos dons ministeriais.
  
ORIENTAÇÕES PEDAGÓGICAS
Prezado professor, a operação dos dons ministeriais é uma concessão direta de Deus, por meio do Seu ESPÍRITO , para equipar os membros da igreja no cumprimento de sua missão na terra. Ela é definida em termos da presença e da ação de CRISTO no meio da igreja, por intermédio da terceira pessoa da Trindade. Este foi o exemplo mais determinante da conduta de JESUS Cristo, que, embora sendo o Senhor de toda a Criação, fez-se servo, inclusive, lavando os pés dos Seus discípulos (Jo 13.5,14). Excelente aula!
  
ESBOÇO DA LIÇÃO
1. A DIVERSIDADE DE MINISTÉRIOS
1.1. A função dos dons ministeriais
1.2. A etimologia da palavra
1.2.1. O exemplo de Cristo
2. AS CATEGORIAS DOS DONS MINISTERIAIS
2.1. Apóstolos
2.1.1. Critérios para a escolha de apóstolos
2.1.2. O exercício apostólico no Novo Testamento
2.2. Profetas
2.2.1. O ministério profético na atualidade
2.3. Evangelistas
2.3.1. O ministério da evangelização na atualidade
2.4. Pastores
2.4.1. Bispos e presbíteros, um destaque importante
2.5. Mestres
2.5.1. Qualidades indispensáveis aos mestres
 
)))))))))))))))))))))))))))))
SUBSÍDIOS EXTRAS
))))))))))))))))))))))))))))
 
Lição 6, O Ministério de Apóstolo
Revista Lições Bíblicas Adultos, CPAD, 2° Trimestre 2021
Tema: Dons Espirituais e Ministeriais - Servindo a DEUS e aos Homens com Poder Extraordinário
Comentarista: Elinaldo Renovato de Lima
Complementos, Ilustrações e Vídeos: Pr. Luiz Henrique de Almeida Silva - 99-99152-0454. - henriquelhas@hotmail.com - Cajamar - SP 
  
Escrita
https://ebdnatv.blogspot.com/2021/05/escrita-licao-6-o-ministerio-de.html
Slides
https://ebdnatv.blogspot.com/2021/05/slides-licao-6-o-ministerio-de-apostolo.html
Vídeo https://www.youtube.com/watch?v=fTimdQU1N6k
 
 
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE - Efésios 4.7-16
7 - Mas a graça foi dada a cada um de nós segundo a medida do dom de CRISTO. 8 - Pelo que diz: Subindo ao alto, levou cativo o cativeiro e deu dons aos homens. 9 - Ora, isto - ele subiu - que é, senão que também, antes, tinha descido às partes mais baixas da terra? 10 - Aquele que desceu é também o mesmo que subiu acima de todos os céus, para cumprir todas as coisas. 11 - E ele mesmo deu uns para apóstolos, e outros para profetas, e outros para evangelistas, e outros para pastores e doutores, 12 - querendo o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para edificação do corpo de CRISTO, 13 - até que todos cheguemos à unidade da fé e ao conhecimento do Filho de DEUS, a varão perfeito, à medida da estatura completa de CRISTO, 14 - para que não sejamos mais meninos inconstantes, levados em roda por todo vento de doutrina, pelo engano dos homens que, com astúcia, enganam fraudulosamente. 15 - Antes, seguindo a verdade em amor, cresçamos em tudo naquele que é a cabeça, CRISTO. 16 - do qual todo o corpo, bem ajustado e ligado pelo auxílio de todas as juntas, segundo a justa operação de cada parte, faz o aumento do corpo, para sua edificação em amor.

Resumo da Lição 6 - O Ministério de Apóstolo
1 - O COLÉGIO APOSTÓLICO
1. O termo “apóstolo”.
2. O colégio apostólico.
3. A singularidade dos doze.
II - O APÓSTOLO PAULO
1. Saulo e sua conversão.
2. Um homem preparado para servir.
3. “O menor dos apóstolos”.
III - APOSTOLICIDADE ATUAL (Ef 4.11)
1. Ainda há apóstolos?
2. Apóstolos fora dos doze.
3. O ministério apostólico atual.
 
COMENTÁRIOS UNIFICADOS 2014/2021 
Lição 6 - O Ministério de Apóstolo  
  
Paulo foi escolhido por JESUS, mas JESUS não saiu dizendo para todo mundo que escolheu Paulo. Então Paulo se autoproclamou Apóstolo. Ele não foi escolhido como apóstolo pelos apóstolos ou por alguma igreja.
Paulo não fazia parte do doze apóstolos. Paulo fazia parte dos apóstolos da Igreja, junto com Barnabé, Tiago, irmão de JESUS, Andrônico, Júnias etc... hoje existem vários apóstolos na Igreja.
A AMIAORIA DA IGREJA DE SUA ÉPOCA NÃO O ACEITAVA COMO APÓSTOLO E NEM O RECONHECEU COMO APÓSTOLO. PORÉM O QUE IMPORTA É COMO SOMOS CONHECIDOS NO CÉU. Se eu não sou apóstolo para os outros, ao menos o sou para vós; porque vós sois o selo do meu apostolado no Senhor. 1 Coríntios 9:2
 
Meus comentários - Pr. Henrique
 
INTRODUÇÃO
 Dons ministeriais
E ele mesmo deu uns para apóstolos, e outros para profetas, e outros para evangelistas, e outros para pastores e doutores, Efésios 4:11
Pessoas dadas a igreja por JESUS CRISTO;
Corpo humano tem 5 sentidos, na cabeça é onde está o cérebro que o controla;
Corpo de CRISTO tem 5 ministérios, na cabeça é onde está quem controla tudo, CRISTO.
  
DIFERENÇA ENTRE TÍTULO ECLESIÁSTICO E MINISTÉRIO DADO POR CRISTO
Título eclesiástico é dado a um obreiro (incluindo professores de EBD), diácono, presbítero, evangelista e pastor, todos escolhidos por pessoas sem confirmação de DEUS que confirma ministério com sinais prodígios e maravilhas. Talvez 90% dos obreiros (incluindo professores de EBD), diáconos, evangelistas e, pastores nunca foram escolhidos por JESUS, apenas foram escolhidos por seus líderes.
OLHA UMA ESCOLHA DE DEUS 
Disse-lhe, porém, o Senhor: Vai, porque este é para mim um vaso escolhido para levar o meu nome diante dos gentios, e dos reis, e dos filhos de Israel. Atos 9:15 
- Na igreja que estava em Antioquia havia alguns profetas e doutores, a saber: Barnabé, e Simeão, chamado Níger, e Lúcio, cireneu, e Manaém, que fora criado com Herodes, o tetrarca, e Saulo. E, servindo eles ao Senhor e jejuando, disse o ESPÍRITO  SANTO: Apartai-me a Barnabé e a Saulo para a obra a que os tenho chamado. Então, jejuando, e orando, e pondo sobre eles as mãos, os despediram. E assim estes, enviados pelo ESPÍRITO  SANTO, desceram a Selêucia e dali navegaram para Chipre. Atos 13:1-4 
Os sinais do meu apostolado foram manifestados entre vós, com toda a paciência, por sinais, prodígios e maravilhas.
2 Coríntios 12:12 
E Deus, pelas mãos de Paulo, fazia maravilhas extraordinárias, Atos 19:11
Um título eclesiástico é uma honra. Aquele que recebe deve orar, jejuar, estudar a Bíblia e evangelizar tendo fé em DEUS e seu poder. 
Buscando a confirmação de seu ministério. 
Eu já trilhei por esses caminhos (fui diácono, presbítero, missionário, pastor) até que tomei a decisão de crer em DEUS e em seu poder - foi quando disse a Ele que queria que onde eu estivesse Ele estivesse comigo confirmando minha pregação e ensino com sinais, prodígios e maravilhas.
E eles, tendo partido, pregaram por todas as partes, cooperando com eles o Senhor e confirmando a palavra com os sinais que se seguiram. Amém! Marcos 16:20
  
Objetivo dos ministérios 
- Trabalho de edificação da igreja e evangelização mundial
querendo o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para edificação do corpo de CRISTO, até que todos cheguemos à unidade da fé e ao conhecimento do Filho de DEUS, a varão perfeito, à medida da estatura completa de CRISTO, para que não sejamos mais meninos inconstantes, levados em roda por todo vento de doutrina, pelo engano dos homens que, com astúcia, enganam fraudulosamente. Antes, seguindo a verdade em amor, cresçamos em tudo naquele que é a cabeça, CRISTO, do qual todo o corpo, bem-ajustado e ligado pelo auxílio de todas as juntas, segundo a justa operação de cada parte, faz o aumento do corpo, para sua edificação em amor. Efésios 4:12-16
 
Todos os dons ministeriais são iguais em importância
Se faltar algum sentido ao corpo humano, haverá grande prejuízo ao funcionamento de todo corpo;
Se faltar algum ministério na igreja (corpo de CRISTO na Terra), haverá grande prejuízo ao funcionamento de toda a Igreja.
 
Primeiro Dom Ministerial é o de Apóstolo (enviado)
JESUS deu homens à igreja. Ministérios são funções específicas de liderança para servir e não para serem servidos.
JESUS deu apóstolos à igreja, tanto no início da Igreja, como em toda sua trajetória.
Disse-lhes, pois, JESUS outra vez: Paz seja convosco! Assim como o Pai me enviou, também eu vos envio a vós. João 20:21
Assim como tu me enviaste ao mundo, também eu os enviei ao mundo. João 17:18
Eu não rogo somente por estes, mas também por aqueles que, pela sua palavra, hão de crer em mim João 17:20
 
Primeiro colegiado formado pelos apóstolos:
Ora, os nomes dos doze apóstolos são estes: O primeiro, Simão, chamado Pedro, e André, seu irmão; Tiago, filho de Zebedeu, e João, seu irmão; Filipe e Bartolomeu; Tomé e Mateus, o publicano; Tiago, filho de Alfeu, e Lebeu, apelidado Tadeu; Simão, o Zelote, e Judas Iscariotes, aquele que o traiu (sendo este substituído por Matias - E, lançando-lhes sortes, caiu a sorte sobre Matias. E, por voto comum, foi contado com os onze apóstolos. Atos 1:26). Mateus 10:2-4
Segundo colegiado formado por Paulo, Barnabé, Tiago, irmão de JESUS, Judas, irmão de JESUS, Andrônico e Júnia; os demais não são mencionados seus nomes.
Hoje temos apóstolos na Igreja, senão teríamos que rasgar Efésios 4.11 de nossas bíblias ou inventar interpretações estranhas à Palavra de DEUS para justificar sua falta.
Paulo foi apóstolo do segundo colegiado quando os apóstolos do primeiro colegiado ainda estavam vivos. Na convenção que houve em Jerusalém registrada no capítulo 15 de Atos ninguém da liderança da igreja em Jerusalém se levantou contra o apostolado de Paulo, e muito menos o de Barnabé, mesmo porque DEUS confirmava o apostolado de Paulo com sinais, prodígios e maravilhas. Além de Paulo, Barnabé, Tiago, irmão de JESUS, Andrônico e Júnia, foram também denominados apóstolos.
O próprio Paulo reconhece Matias como apóstolo substituto de Judas, o traidor.
1Corintios cap. 15 e vers. 5 diz: e foi visto por Cefas e depois pelos DOZE, e no versículo 8 Paulo diz que JESUS apareceu a ele próprio por último (fazendo distinção dos 12), indicando que JESUS apareceu primeiro aos 12 no verso 5.
A quem Paulo se referiu em respeito aos 12?
Paulo aparece no verso 8 como distinto dos 12, então a resposta é óbvia, não era Judas Iscariotes pois ele não viu o CRISTO ressurreto e se perdeu, suicidando-se, portanto Matias viu, e quando Paulo fala que os 12 viram, já haviam feito a substituição de Judas por Matias, pelo motivo de se referir aos 12 e não aos 11, Paulo reconheceu ser Matias um dos 12.
  
Pergunta da lição 6.
Se o dom de apóstolo é atual, quem são os apóstolos nossos?
O apóstolo Paulo liderava homens de DEUS como Timóteo, Tito etc....
O apóstolo Paulo escrevia edificações, exortações e consolações aos seus liderados, Chamava a atenção de alguns e corrigia outros.
Por que não temos ninguém em nossa igreja com nome de apóstolo?
Existem vários apóstolos na Igreja hoje, porém não são reconhecidos pela Igreja. Por isso mesmo existem muitos que fazem como Paulo que recebeu o chamado de JESUS e se autoproclamou apóstolo.
  
Encontramos na Bíblia, no Novo Testamento, além dos apóstolos do primeiro colegiado que andaram com JESUS, os apóstolos seguintes da igreja, como Paulo, Barnabé, Tiago, irmão de JESUS, Andronico e Júnia, entre outros.
At 14:14 Ouvindo, porém, isto, os apóstolos Barnabé e Paulo, rasgaram os seus vestidos, e saltaram para o meio da multidão, clamando.
Gl 1:19 E não vi a nenhum outro dos apóstolos, senão a Tiago, irmão do SENHOR.
Rm 16:7 Saudai a Andrónico e a Júnia, meus parentes e meus companheiros na prisão, os quais se distinguiram entre os apóstolos e que foram antes de mim em CRISTO.
 
Assim como o corpo humano possui 5 sentidos e para funcionar bem, de acordo com o plano de DEUS, devem esses 5 sentidos estarem em pleno funcionamento e em concordância com o restante do corpo; assim também a igreja, o corpo de CRISTO na terra, possui 5 ministérios que deverão estar em pleno funcionamento e em concordância com o restante do corpo para produzirem de acordo com o plano de DEUS, fazendo a obra de DEUS com poder e com excelentes resultados - Almas para CRISTO e edificação da Igreja..
 
assim nós, que somos muitos, somos um só corpo em CRISTO, mas individualmente somos membros uns dos outros. Romanos 12:5
 
Primeiros apóstolos formavam o primeiro colégio apostólico - Fundamento da igreja. Deram início à igreja de CRISTO na Terra logo após serem batizados no ESPÍRITO SANTO - edificados sobre o fundamento dos apóstolos e dos profetas, de que JESUS CRISTO é a principal pedra da esquina; Efésios 2:20
Outros apóstolos - ministérios - pessoas dadas à igreja já formada pelos apóstolos do primeiro colégio apostólico.
Exemplos: Paulo (“o menor dos apóstolos” - 1 Co.15.9; Rm 1.1; 2 Co 1.1), Barnabé (At 14.14). Havia “outros apóstolos”, a que Paulo se referia em sua carta aos romanos (Rm 16.7) e em outras epístolas (G1 1.19; 1 Ts 2.6,7).
 
O apóstolo é um enviado por JESUS CRISTO para pregar o Evangelho em áreas ainda não alcançadas, é um desbravador que vai abrir o trabalho em local ainda não evangelizado. Evidente é que nas modernas metrópoles há espaço para apóstolos devido à falta de penetração do evangelho por parte de nossas tradicionais igrejas. O apóstolo Paulo gostava de permanecer mais tempo em cidades grandes, como Filipos, Éfeso e Corinto, por exemplo. Creio que a maioria dos apóstolos modernos que surgiram no Brasil, são apóstolos mesmo no sentido correto do ministério, a maioria tem exercido seu ministério apostólico através da mídia, o meio mais eficaz de se pregar o evangelho nos dias atuais. DEUS os abençoe pelos milhões de salvos que estes têm ganhado para JESUS em nossa nação.
 
Existe 13º apóstolo? Paulo foi esse 13º apóstolo? NÃO.
É necessário, pois, que, dos varões que conviveram conosco todo o tempo em que o Senhor JESUS entrou e saiu dentre nós, começando desde o batismo de João até ao dia em que dentre nós foi recebido em cima, um deles se faça conosco testemunha da sua ressurreição. Atos 1:21,22 - PAULO NÃO CUMPRE ESSES QUISITOS (não esteve com JESUS vivo num corpo humano, não esteve no batismo de João Batista, não foi testemunha ocular da ressurreição de JESUS).
Não existe 13º apóstolo no primeiro colégio apostólico. A discussão é em torno de se admitir Paulo ao invés de Matias no colégio apostólico. Uns acham que a escolha dos apóstolos foi errada e não estava de acordo com a vontade de DEUS. Muitos acham que tirar sortes não indicaria a pessoa certa. Muitos acham que Paulo é o 12º apóstolo porque teve um encontro pessoal com JESUS, aprendeu muito do próprio JESUS e testificou da ressurreição de JESUS. Eu vejo que Paulo teve especial tratamento por parte de DEUS, é o homem mais importante da bíblia para mim, depois de JESUS, mas, para mim, ele foi um apóstolo à parte, de um ministério totalmente diferente dos outros primeiros apóstolos. Se os apóstolos foram escolhidos como representantes de Israel na Nova Aliança, Paulo foi escolhido como apóstolo dos gentios, de um ministério voltado para todos os povos que se arrependem de seus pecados e são salvos pela graça de DEUS. Paulo, como precursor desse apostolado aos gentios tinha mesmo que ser especial em todos os sentidos. Paulo pertence ao segundo apostolado, juntamente com Barnabé, e os irmãos de JESUS (Tiago e Judas).
 
Ouvindo, porém, isto os apóstolos Barnabé e Paulo, rasgaram as suas vestes e saltaram para o meio da multidão, clamando Atos 14:14
E não vi a nenhum outro dos apóstolos, senão a Tiago, irmão do Senhor. Gálatas 1:19
 
Para mim "o que desligares na terra será desligado no céu" Os próprios apóstolos escolheram já que agora tinham autoridade para isso, dada pelo próprio CRISTO, assim como depois tomaram várias decisões sobre o andamento da igreja e até mesmo sobre o que deveria ser proibido aos gentios, no primeiro concílio da igreja (Atos 15). Matias tinha as credenciais necessárias e tinha a autoridade dada pelos apóstolos que agora eram os representantes legais de CRISTO na terra.
Paulo era o mais importante e mais credenciado para o novo ministério apostólico aos gentios e assim ficou como o primeiro desse novo apostolado e não do primeiro colégio apostólico.
 
Se nós aceitarmos que Paulo é o 12º apóstolo vamos ter que aceitar que hoje existem apóstolos do primeiro colégio apostólico, pois muitos apóstolos hoje alegam terem se encontrado com CRISTO e terem recebido revelações Dele. Sendo que os católicos apostólicos romanos querem dizer que o papa é substituto de Pedro e de seu apostolado. Vamos concordar com eles? Creio que não. Seria o mesmo que concordar com a reencarnação, doutrina totalmente antibíblica.
 
Se JESUS sabia que Judas o trairia e que os discípulos colocariam Matias em seu lugar, é evidente que se isso não tivesse apoio de DEUS, JESUS já teria deixado uma ordem para os discípulos para substituírem Judas por Paulo, por exemplo, ou por alguém, no caso, que eles conheceriam depois. Chance para isso ELE teve logo após ressuscitar e passar 40 dias aparecendo aos discípulos. Não, ELE não deu instruções sobre isso a nenhum apóstolo de seu primeiro colégio apostólico. Matias era escolha de DEUS confirmada pelos   apóstolos, mesmo sendo com a ajuda de um artifício de sortes, no momento, o único que conheciam e que confiavam que DEUS estava no controle. O importante aí não é o meio que usaram, pois poderiam escolher tanto José como Matias, ambos com qualificações para exercer a função. Usaram o método de tirar sortes apenas para saber qual dos dois e não para saberem se era para escolher outro no lugar de Judas. Isso já estava escrito na bíblia. creio que quem inspirou Pedro a fazer isto foi o ESPÍRITO SANTO que estava nele desde o dia em que JESUS assoprou sobre eles e disse: "Recebei o ESPÍRITO SANTO" (João 20:22). Portanto, já tinham o ESPÍRITO SANTO a lhes guiar.
 
Paulo ao escrever 1Corintios cap. 15 e vers. 5 diz: e foi visto por Cefas e depois pelos DOZE, e no versículo 8 Paulo diz que JESUS apareceu a ele próprio por último (fazendo distinção dos 12), indicando que JESUS apareceu primeiro aos 12 no verso 5.
A quem Paulo se referiu em respeito aos 12?
Paulo aparece no verso 8 como distinto dos 12, então a resposta é óbvia, não era Judas Iscariotes pois ele não viu o CRISTO ressurreto e se perdeu, portanto Matias viu, e quando Paulo fala que os 12 viram, já havia feito a substituição de Judas por Matias, pelo motivo de se referir aos 12 e não aos 11, e Paulo reconheceu ser Matias dos 12.
 
Atualmente percebemos que o ESPÍRITO SANTO continua a distribuir, os “dons espirituais”, “repartindo particularmente a cada um como quer” (1 Co 12.11), e também JESUS continua concedendo diversos ministérios à igreja, através de homens que ELE mesmo escolheu ( Ef 4.11) e capacitou. O ESPÍRITO SANTO confirma esta chamada com sinais, prodígios e maravilhas que executa através destes ministérios.
Os sinais do meu apostolado foram manifestados entre vós, com toda a paciência, por sinais, prodígios e maravilhas. 2 Coríntios 12:12
A JESUS Nazareno, varão aprovado por DEUS entre vós com maravilhas, prodígios e sinais, que DEUS por ele fez no meio de vós, como vós mesmos bem sabeis; Atos 2:22
E Estêvão, cheio de fé e de poder, fazia prodígios e grandes sinais entre o povo. Atos 6:8
E muitos sinais e prodígios eram feitos entre o povo pelas mãos dos apóstolos. E estavam todos unanimemente no alpendre de Salomão. Atos 5:12
Então, toda a multidão se calou e escutava a Barnabé e a Paulo, que contavam quão grandes sinais e prodígios DEUS havia feito por meio deles entre os gentios. Atos 15:12
E eles, tendo partido, pregaram por todas as partes, cooperando com eles o Senhor e confirmando a palavra com os sinais que se seguiram. Amém! Marcos 16:20
testificando também DEUS com eles, por sinais, e milagres, e várias maravilhas, e dons do ESPÍRITO SANTO, distribuídos por sua vontade? Hebreus 2:4
 
 Um dos maiores equívocos, cometidos por muitos líderes de igrejas, nos dias presentes, é o de entender que o título de “Apóstolo” lhes confere posição hierárquica superior ao de pastor, evangelista, profeta ou mestre. Já são conhecidos exemplos diversos de obreiros, que eram detentores do título de “pastor”, devidamente ordenados por seus ministérios ou convenções, os quais arrogaram para si o título de “apóstolo”, com o objetivo de se colocarem em posição ministerial “superior”. Procedimento totalmente fora de propósito ou de fundamento escriturístico. Esquecem-se tais “apóstolos”, que a maior função, no ministério de CRISTO, é o de “servo fiel” (Nm 12.7; Hb 3.5; Mt 25.21-23). Também nos lembremos de que Pastor não é maior que apóstolo, nem que evangelista, nem que profeta, nem que mestre. Todos são ministros de CRISTO e estão a serviço do corpo de CRISTO cuja cabeça é CRISTO.
  
Primeiro Colégio Apostólico:
 
PRIMEIRO GRUPO
Simão Pedro------------------------------------O homem de pedra
André----------------------------------------------Irmão de Pedro
Tiago e João------------------------------------Filhos de Zebedeu, e filhos do trovão
SEGUNDO GRUPO
Filipe----------------------------------------------O inquiridor sincero
Bartolomeu ou Natanael-------------------O israelita em quem não havia dolo
Tomé---------------------------------------------O melancólico
Mateus-------------------------------------------O publicano (assim chamado apenas por si mesmo)
TERCEIRO GRUPO
Tiago (filho) de Alfeu--------------------------(Marcos 15.40?)
Lebeu. ou Tadeu, ou Judas de Tiago----O discípulo que tinha três nomes
Simão----------------------------------------------O zelote
Judas, o homem de Queriote--------------O traidor - Substituído por Matias.
  
Note que mesmo João estando vivo na época de Paulo, muitos foram chamados de apóstolos, os apóstolos do colégio apostólico nunca os desautorizaram e nem os condenou por isso, Paulo até foi reconhecido por eles. Claro que foram aceitos como apóstolos de ministério e não como os doze do primeiro colégio apostólico, incluindo aí Matias.
COMENTÁRIOS
INTRODUÇÃO
 A partir deste capítulo, estudaremos acerca dos dons ministeriais, que identificam uma diversidade enorme de funções, ofícios e atividades, de homens, chamados por DEUS, e designados pela igreja local, para exercerem a operacionalidade de serviços ou ministérios.
Os dons ministeriais são indispensáveis ao “aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para edificação do corpo de CRISTO” (Ef 4.12). Neste estudo, o texto básico para referência é o capítulo 4, da epístola de Paulo aos Efésios.
Se alguém é chamado por JESUS mesmo para ser evangelista, ele mesmo é um “dom”, assim como sua função de evangelizar. E assim por diante, se alguém é chamado por JESUS mesmo para ser Pastor ele mesmo é um “dom”, assim como sua função de pastorear. É JESUS quem escolhe o ministro, que concede os que podem ser chamados de “homens-dons” à igreja. Evidente que hoje temos escolhas eclesiásticas para o ministério, não sendo um chamado do próprio JESUS com confirmação do ESPÍRITO SANTO.
 Por isso, o apóstolo Paulo diz “E ele mesmo deu uns para apóstolos, e outros para profetas, e outros para evangelistas, e outros para pastores e doutores” (Ef 4.11). A expressão “ele mesmo deu” indica que o dom precede o ofício. Diz Donald Gee: “Se ‘Ele concedeu, está fora de dúvida não poder haver ministério divinamente ordenado sem o Seu dom”.
O primeiro dom ministerial que estudaremos é o de apóstolo. Há uma controvérsia que atravessa séculos acerca da atualidade do ministério de apóstolo. Há uma corrente de estudiosos da Bíblia, que podemos chamar de “Cessacionistas”, a exemplo do que ocorre com a atualidade dos dons espirituais do ESPÍRITO SANTO, que também entende que o ministério apostólico “cessou” com os primeiros discípulos de CRISTO. Outros entendem que ainda existem apóstolos, hoje, ainda que numa conotação um tanto diferente dos primeiros doze apóstolos de CRISTO.
Além dos 12 apóstolos de CRISTO, que integraram o chamado “Colégio Apostólico”, vemos, no Novo Testamento, que outros apóstolos foram levantados por DEUS, sem que nenhum se considerasse sucessor de outro. Paulo e Barnabé não pertenciam ao “grupo dos 12”; mas eram apóstolos, credenciados por DEUS para realizar a missão que lhes foi confiada (1 Co 1.1; Cl 1.1; At 13.46); Tiago, “irmão do Senhor”, também recebia a qualificação de apóstolo (Gl 1.19).
 
(Elinaldo Renovato. Dons espirituais & Ministeriais Servindo a DEUS e aos homens com poder extraordinário. Editora CPAD. Pag. 70-72.
Com vários acréscimos e modificações do Pr. Henrique)
Observação - Atualmente percebemos que o ESPÍRITO SANTO continua a distribuir, os “dons espirituais”, “repartindo particularmente a cada um como quer” - 1 Co 12.11, e também JESUS continua concedendo diversos ministérios à igreja, através de homens que ELE mesmo escolheu e o ESPÍRITO SANTO confirmou com sinais, prodígios e maravilhas- Ef 4.11).
 
Aquele que desceu é também o mesmo que subiu acima de todos os céus, para cumprir todas as coisas. E ele mesmo deu uns para apóstolos, e outros para profetas, e outros para evangelistas, e outros para pastores e doutores, querendo o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para edificação do corpo de CRISTO, até que todos cheguemos à unidade da fé e ao conhecimento do Filho de DEUS, a varão perfeito, à medida da estatura completa de CRISTO, Efésios 4:10,13.
“os apóstolos, os profetas, os evangelistas, os pastores e mestres”. Diferentemente do v. 7, onde se falava da distribuição de dons individuais para todos os membros da igreja, Paulo aqui designa determinadas pessoas como dom de CRISTO. Em vista da proximidade do presente trecho com Ef 1.20-23 é preciso chamar atenção para o fato de que em Ef 1.22 o CRISTO exaltado foi “concedido” como cabeça sobre a igreja toda. Logo CRISTO é a “dádiva principal” para sua igreja, no seio da qual ele próprio “concede” determinadas pessoas.
De modo diverso da listagem análoga em 1 Co 12.28-30, Paulo emprega aqui o artigo definido para cada uma das pessoas. Isso permitiria concluir que na carta aos Efésios não se trata da tarefa em geral, mas do grupo claramente delimitado de representantes incumbidos do serviço específico. Essa diferença também é constatável em relação a Rm 12.6s, onde são arroladas não as respectivas pessoas, mas cada uma das atividades: profecia, diaconia, exortação, etc.
No mesmo sentido Paulo havia falado também em Ef 2.20 do “fundamento dos apóstolos e profetas” e em Ef 3.5 de “seus santos apóstolos e profetas”. Diante das demais considerações em Ef 4.12ss, parece que essa ênfase se refere especificamente às tarefas de proclamação, direção e ensino. Por isso não são mencionados aqui outros dons da graça que aparecem em Rm 12 e 1 Co 12.
Não se deve esquecer que também na primeira carta aos Coríntios os dons e as pessoas agraciadas com eles aparecem no começo das respectivas listas, de modo que o tratamento do conflito causado por fenômenos entusiastas é marcado por uma clara premissa: isso diz respeito em 1 Co 12.8 à palavra da sabedoria e à palavra do conhecimento, dadas pelo ESPÍRITO, e em 1 Co 12.28 “primeiramente a apóstolos, em segundo lugar a profetas, e em terceiro lugar, a mestres”. A combinação de “profetas e mestres” ocorre em At 13.1. Em 1Tm 2.7 (também em 2Tm 1.11). Paulo relaciona consigo mesmo o serviço de “pregador” (cf. “evangelista”), apóstolo e mestre (dos gentios). É digno de nota que também esse trecho está visivelmente próximo de Ef 4.4ss: a confissão do único DEUS e do único Mediador entre DEUS e os humanos, que se “deu” como pagamento de resgate, é seguida pela transição para a investidura de Paulo como “arauto” desse evento de salvação.
Segundo esse pensamento CRISTO presenteou sua igreja com dons, i.é, com pessoas incumbidas e capacitadas que possuem uma relevância fundamental para a construção e o crescimento da igreja. Trata-se aqui daqueles que proclamaram e explicaram o evangelho da salvação em JESUS CRISTO de acordo com a situação atual dos ouvintes, bem como firmaram, exortaram e encorajaram as incipientes igrejas através dessa palavra.
Nesse contexto duas coisas são irrenunciáveis: a importância das referidas pessoas como “detentores de cargo” não vem delas mesmas. Pelo contrário, são presentes do Senhor à igreja dele. Elas, por sua vez, receberam seus dons daquele que é o verdadeiro presente para a igreja (Ef 1.23). Possuem importância fundamental para a constituição da igreja, motivo pelo qual de forma alguma podem ser arbitrariamente substituídos.
Ef 4.13 A edificação, o crescimento do corpo de CRISTO, estão direcionados para um alvo que é indicado neste versículo. A expressão “chegar” pode significar literalmente alcançar um lugar (diversas vezes em At: p. ex., At 16.1; 18.19; etc.), mas também pode ser usada em sentido figurado (o fim dos tempos chegou: 1 Co 10.11). Assim como aqui, em Fp 3.11 ela implica a atenta orientação rumo ao alvo visado, quando Paulo afirma de si: “para alcançar a ressurreição dentre os mortos”.
Eberhard Hahn. Comentário Esperança Efésios. Editora Evangélica Esperança (Com vários acréscimos e modificações do Pr. Henrique).
 
A Classificação dos Dons (Ef 4.11)
Nesta passagem, Paulo está interessado em apresentar os ofícios necessários para a expansão e sustento da igreja. CRISTO deu à igreja os apóstolos: (Obs. Minha – Pr. Henrique - Plantadores de igrejas - Os apóstolos eram os dirigentes. CRISTO os investiu com dons extraordinários, poder para operar milagres e uma infalibilidade para anunciar sua verdade). Os missionários, se tivessem autoridade apostólica concedidos pela Igreja e dons do ESPÍRITO SANTO presentes em seu ministério, se fosse enviado só para locais sem crentes, poderiam ser considerados hoje como apóstolos.
Sendo eles colocados para darem testemunho do CRISTO vivo através dos seus milagres e doutrina, Ele os enviou a espalhar o evangelho e a implantar e governar igrejas;
Os profetas tinham o seu dom especial era o de ministério inspirado (Palavra de sabedoria - revelação do futuro - Atos 11.28 e 21.11 - e de conhecimento – revelação de fatos que ocorriam sem o conhecimento geral, dom da fé para ressuscitar mortos, curas e milagres; Os evangelistas eram pregadores itinerantes, que iam de lugar em lugar para ganhar os incrédulos (cf. 2 Tm 4.5), de modo muito semelhante como se faz hoje e eram tremendamente usados em curas e expulsão de demônios, milagres e dom da fé; Pastores de um rebanho de comunicantes; a palavra grega (poimen) empregada aqui significa, literalmente, “pastor de ovelhas”. A tarefa dos pastores é alimentar o rebanho e protegê-lo dos perigos espirituais – eram conselheiros e organizadores do trabalho da igreja – neles operava muito o dom de discernimento de espíritos para julgarem as profecias e descobrirem falsos mestres e falsos profetas o meio da igreja; doutores representam uma classe de responsabilidade grande na área do ensino da igreja – Neles operava neles os dons de curar, a profecia, as línguas e interpretação de línguas. Não é nada fixado ou pré-determinado. Cada um busca o Dom melhor para equipar seu ministério e o ESPÍRITO SANTO vai concedendo assim que necessário.
 
Os cinco ministérios são concedidos pelo ESPÍRITO e dados por CRISTO à sua igreja.
Estes dons ministeriais são dados para promover a edificação, exortação e consolação a igreja e para evangelização eficiente. Uma vez mais, Paulo usa três frases, cada uma iniciada com a preposição grega eis: 1) à unidade da fé; 2) a varão perfeito; 3) à medida da estatura completa de CRISTO. Estas não são idéias paralelas. A primeira fala do meio da maturidade, a segunda fala da realidade da maturidade e a terceira fala da medida da maturidade. Uma tradução melhor do versículo seria esta: “Assim, todos finalmente atingiremos a unidade inerente em nossa fé e em nosso conhecimento do Filho de DEUS, e chegaremos à maturidade, medida por nada menos que a estatura completa de CRISTO” (NEB).A unidade da fé e do conhecimento do Filho de DEUS constitui o meio do amadurecimento (cf. RA).
A varão perfeito refere-se ao nível de maturidade coletiva e individual na igreja, no qual o poder de DEUS se manifesta inteiramente em santidade e justiça. Tal estado será atingido em seu significado máximo futuramente, quando possuirmos a graça de CRISTO na perfeição da ressurreição (cf. Fp 3.7-16).
Evidente que vão sendo aperfeiçoados até o dia do arrebatamento, quando então seremos semelhantes a CRISTO, nunca igual. Paulo procurava a santificação e a perfeição imitando a CRISTO e ele mesmo confessa nunca a ter atingido completamente.
Nosso objetivo é continuar nesta busca sempre.
Segui a paz com todos e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor, Hebreus 12:14
Não que já a tenha alcançado ou que seja perfeito; mas prossigo para alcançar aquilo para o que fui também preso por CRISTO JESUS. Filipenses 3:12
Willard H. Taylor. Comentário Bíblico Beacon. Editora CPAD. Vol. 9. pag.160-162. E algumas adaptações, mudanças e alguns acréscimo meus - Pr. Henrique.
 
PASTOR - MINISTÉRIO ECLESIÁSTICO OU MINISTÉRIO DE CRISTO?
Pastor - ministério eclesiástico (humano)- escolhido por homens.
 Pastor - Dom de CRISTO - Ministério ou pessoa dada por CRISTO a igreja - (Sobrenatural, confirmado por DEUS com sinais, prodígios e maravilhas
Os sinais do meu apostolado foram manifestados entre vós, com toda a paciência, por sinais, prodígios e maravilhas. 2 Coríntios 12:12.
Varões israelitas, escutai estas palavras: A JESUS Nazareno, varão aprovado por DEUS entre vós com maravilhas, prodígios e sinais, que DEUS por ele fez no meio de vós, como vós mesmos bem sabeis; Atos 2:22.
testificando também DEUS com eles, por sinais, e milagres, e várias maravilhas, e dons do ESPÍRITO SANTO, distribuídos por sua vontade? Hebreus 2:4
QUANDO A ESCOLHA É FEITA POR DEUS É CONFIRMADA POR SINAIS PRODÍGIOS E MARAVILHAS.
 
I - O COLÉGIO APOSTÓLICO
Primeiro colégio apostólico:
Ora, os nomes dos doze apóstolos são estes: O primeiro, Simão, chamado Pedro, e André, seu irmão; Tiago, filho de Zebedeu, e João, seu irmão; Filipe e Bartolomeu; Tomé e Mateus, o publicano; Tiago, filho de Alfeu, e Lebeu, apelidado Tadeu; Simão, o Zelote, e Judas Iscariotes, aquele que o traiu. Mateus 10:2-4
  
1. O termo “apóstolo”.
(Strong português) - αποστολος - apostellein - apóstolos - Em hebraico shalah
1) um delegado, mensageiro, alguém enviado com ordens
1a) especificamente aplicado aos doze apóstolos de CRISTO (primeiro colegiado)
1b) num sentido mais amplo aplicado a outros apóstolos cristãos eminentes (segundo colegiado e até nossos dias)
1b1) Barnabé e Paulo (At 14.14)
1b2) Andrônico e Júnia (Rm 16:7)
1b3) Irmãos de JESUS, Judas (Mt 13.55; Jd 1.1) e Tiago (Gl 1.19; At 15.13).
E algumas adaptações, mudanças e alguns acréscimo meus - Pr. Henrique.
 
Na língua grega, em que foi escrito o Novo Testamento, a palavra apóstolo tem o significado de um enviado, um mensageiro ou um delegado. “Apóstolos. Um delegado; especialmente um embaixador do evangelho; oficialmente, uma pessoa comissionada por CRISTO [um apóstolo’] (com poderes miraculosos): — apóstolo, mensageiro, aquele que é enviado”.
Essa é a conceituação de apóstolo, em seu sentido original. Apóstolo não é qualquer pessoa que “vai” ou que é mandada por alguém, numa visão humana. “O apóstolo é enviado por CRISTO do mesmo modo pelo qual foi Ele enviado pelo Pai; e pelo menos com algo quanto de tudo implica autoridade e poder, e graça e amor”.
Elinaldo Renovato. Dons espirituais & Ministeriais Servindo a DEUS e aos homens com poder extraordinário. Editora CPAD. pag. 72.
 
O termo grego apóstolos vem de αποστολος - Apostellein - apóstolos, no grego - do verbo apostellein, “enviar”, “remeter”. A Septuaginta utiliza o grego apóstolos para traduzir o hebraico shalah e seus termos derivados. O substantivo e o verbo são usados pela LXX para traduzir o hebraico shalah e seus derivativos. Estas palavras gregas e hebraicas são ocasionalmente usadas para mensageiros com ênfase naquele que envia, de forma que o agente se toma uma extensão da personalidade e da influência do mestre (Gn 45.4-8; 1 Rs 14.6). K. H. Rengstorf, T. W. Manson e outros tentaram rastrear a palavra do NT e chegar ao termo judaico shaliah (usado em relação a um representante cujas funções não podem ser transferidas; representante da autoridade religiosa, seja de um indivíduo ou de um grupo; agente de DEUS). A palavra Apostolos, usada para “mensageiro” ou “agente”, também é encontrada no grego clássico (Heródoto i.21; v. 38; cf. Eurípedes, Iphigeneia in Aulis, 688). No NT a palavra “apóstolo” é usada tanto em um sentido amplo quanto estrito. Todo apostolado é centrado em JESUS, que é o Apóstolo (Hb 3.1-6) enviado por DEUS para ser o Salvador do mundo (1 Jo 4.14). Embora João não use o substantivo, ele frequentemente usa o verbo e descreve as funções do Senhor JESUS como o Apóstolo de DEUS. Ele foi enviado por DEUS (Jo 7.28,29; 8.42) para falar as palavras de DEUS (3.34), para fazer as obras (5.36; 6.29) e a vontade (6.38) de DEUS, para revelar a DEUS (5.37-47), para dar a vida eterna (17.2,3). Todo o apostolado subsequente tem seu centro em DEUS através de JESUS CRISTO (Jo 17.18-26; 20.21-23) e é mediador de CRISTO em palavra e pessoa (Mt 10.40; Lc 10.16).
Mateus e Marcos usam o termo “apóstolo” apenas uma vez para se referirem aos doze que foram enviados em uma viagem missionária (Mt 10.2; Mc 6.30). Aqui, este termo designa uma função ao invés de uma posição. Durante o ministério de JESUS, os doze não eram, a princípio, mensageiros, mas, homens selecionados que foram iniciados no reino vindouro e, portanto, consideravam seu dever conclamar o povo de Israel ao arrependimento e, em última análise, julgá-lo (Mt 19.28-30).
Lucas, frequentemente, e quase que exclusivamente, chama os doze de “apóstolos” (Lc 6.13; 9.10; 17.5; 22.14; 24.10; At 1.26; 2.43; 4.35,37; 5.2,12,18; 8.1. Exceções: Lc 11.49; At 14.4,14). Os apóstolos foram testemunhas oculares das atividades de JESUS na terra e consequentemente testificaram que JESUS era o Senhor ressurreto (Lc 24.45-48; 1 Jo 1.1- 3). Os pré-requisitos para a substituição apostólica nesta função única são dados em At 1.21,22.
 
É necessário, pois, que, dos varões que conviveram conosco todo o tempo em que o Senhor JESUS entrou e saiu dentre nós, começando desde o batismo de João até ao dia em que dentre nós foi recebido em cima, um deles se faça conosco testemunha da sua ressurreição. Atos 1:21,22
 
A lista de apóstolos de Lucas (Lc 6.14- 16; At 1.13) corresponde à lista dos doze dadas em Mateus 10.2-4 e Marcos 3.16-19.
Mateus lista os discípulos aos pares, supostamente como enviados por JESUS, Tadeu (em Mateus e Marcos) era idêntico a Judas o filho de Tiago (em Lucas). Pedro, Tiago e João formavam um círculo íntimo dentre os doze, e estavam presentes no episódio da transfiguração (Mt 17,1-9; Mc 9.2-10; Lc 9.28-36) e no Getsêmani (Mt 26.36-46; Mc 14.32-42; Lc 22.39-46). Os doze foram selecionados para ser os companheiros de JESUS e proclamar o Evangelho (Mc 3.14). Durante o ministério de JESUS, os doze serviram como seus representantes, uma função compartilhada por outros (Lc 10.1).
Aparentemente, a posição dos apóstolos não foi fixada permanentemente antes da ressurreição (Mt 19.28-30; Lc 22.28-34; cf. Jo 21.15- 18). O CRISTO ressurreto fez deste grupo seleto de testemunhas do seu ministério e ressurreição, apóstolos e testemunhas permanentes de que Ele é o Senhor, os comissionou como missionários, os instruiu a ensinar e batizar (Mt 28.18-20; Mc 16.15-18; Lc 24.46- 48), e completou o processo com o envio do ESPÍRITO SANTO no Pentecostes (Lc 24.49; At 1.1-8; 2.1-13) e capacitação com Dons do ESPÍRITO SANTO daí para frente. No período inicial, os 12 apóstolos eram os únicos ensinadores e líderes da igreja, e outros ofícios foram derivados deles (At 6.1-6; 15.4). O apostolado não implicava em uma liderança permanente. Embora Pedro tenha iniciado missões aos judeus (Atos 2) e aos gentios (At 10.1-11.18), Tiago o substituiu como líder entre os judeus, e Paulo como líder entre os gentios.
Paulo usa o termo “apóstolo” em um sentido amplo para um mensageiro ou agente (2 Co 8.23; Fp 2.25; e possivelmente em Rm 16.7). Geralmente, porém, Paulo usa a palavra para um grupo de testemunhas que havia visto o Senhor ressurreto e que havia recebido um chamado específico para um apostolado. Este grupo era maior que os doze (At 15.5,6). Incluído neste grupo estava Tiago, o irmão do Senhor (At 15.13; Gl 1.19), Paulo (Rm 1.1; 1 Co 1.1; 9.1,2; 15.8-10; Gl 2.7,8), provavelmente Barnabé (1 Co 9.1-6; Gl 2.9; cf. At 14.4.14), Tiago, irmão do Senhor (Gl 1.19; At 15.13) e possivelmente outros (Rm 16.7). No entanto, o Senhor ressurreto, de quem Paulo se tornou uma testemunha é idêntico ao JESUS histórico de quem os doze também testemunharam. Consequentemente, a proclamação de Paulo deve ser idêntica à dos doze (1 Co 15.11; Gl 1.18; 2.7-10; cf. At 15).
João enfatiza a obra do ESPÍRITO que testemunha através das palavras dos apóstolos (Jo 15.26,27). Através da pregação do Evangelho, JESUS CRISTO, o Senhor ressurreto, é contemporâneo aos ouvintes, e os coloca no mesmo patamar das testemunhas oculares (cf. 1 Co 3.21-23).
Os membros da igreja são sacerdotes, reis, servos de DEUS e santos que usam seus dons para a edificação da igreja como um todo (1Co 12.1-11; 1 Pe 2.9; Ap 1.6; 5.8,10; 7.3), pregam e ensinam o evangelho e, como os apóstolos, são mediadores de CRISTO Mt 25.40,45; Mc 9.37; Lc 9.48) e reinarão com Ele (Ap 3.21).
Os apóstolos, porém, através do testemunho de sua palavra, sempre serão a norma e os arautos do fundamento sobre o qual CRISTO edifica a sua igreja (Ef 2.20; Ap 18.20; 21.14). Os apóstolos são as primeiras dádivas de CRISTO para a sua igreja (Ef 4.11) e os ministros estabelecidos por DEUS na igreja (1 Co 12.28,29).
Dicionário Bíblico Wycliffe E algumas adaptações, mudanças e alguns acréscimo meus - Pr. Henrique.
 
2- O colégio apostólico. (prefiro usar primeiro colégio apostólico)
Entende-se por “Colégio apostólico” o grupo dos 12 primeiros discípulos de JESUS, que foram convidados por Ele para dar início ao seu ministério terreno. Primeiramente, Ele os fez discípulos ou seguidores. JESUS foi o Apóstolo Líder do Grupo dos Doze. Ele foi enviado pelo Pai (Jo 20.21). Foram três anos aproximadamente, em que eles aprenderam as verdades de DEUS com o maior Mestre da História. Após o seu discipulado, aos pés de CRISTO, e o recebimento do batismo com o ESPÍRITO SANTO (Lc 24.49; At 1.8), aqueles 12 foram enviados para proclamar o evangelho, ou as Boas-Novas de salvação (Lc 6.13). Eles constituíram a base ministerial para o crescimento, o desenvolvimento e a expansão do Reino de DEUS e da Igreja de CRISTO, por todo o mundo. Eles aprenderam com JESUS, usando o poder de DEUS para confirmar tanto seus ministérios apostológicos quanto a Palavra de DEUS. E eles, tendo partido, pregaram por todas as partes, cooperando com eles o Senhor e confirmando a palavra com os sinais que se seguiram. Amém! Marcos 16:20. Os sinais do meu apostolado foram manifestados entre vós, com toda a paciência, por sinais, prodígios e maravilhas.
2 Coríntios 12:12
Elinaldo Renovato. Dons espirituais & Ministeriais Servindo a DEUS e aos homens com poder extraordinário. Editora CPAD. pag. 72-73. E algumas adaptações, mudanças e alguns acréscimo meus - Pr. Henrique.
 
A escolha que JESUS fez dos doze discípulos que gradualmente se reuniram ao seu redor é uma importante referência na história do evangelho.
Tal ato divide o ministério do nosso Senhor em duas partes provavelmente muito semelhantes quanto à duração, mas diferentes quanto à extensão e a importância do trabalho realizado em cada uma. No período inicial JESUS trabalhou sozinho; suas obras milagrosas estavam confinadas a uma área limitada, e seu ensino era, em sua maior parte, de caráter elementar. Mas na ocasião em que os doze foram escolhidos, a obra do reino "assumiu dimensões que requeriam organização e divisão de trabalho. O ensino de JESUS estava começando a ser de natureza mais profunda e elaborada, e suas atividades beneficentes estavam crescendo muito.
E provável que a escolha de um número limitado de discípulos para ser seus companheiros íntimos e constantes tenha se tornado uma necessidade para CRISTO, em consequência de seu próprio sucesso ao fazer discípulos. Seus seguidores eram tão numerosos a ponto de serem um impedimento aos seus movimentos, especialmente nas longas jornadas que marcam a parte posterior de seu ministério. Era impossível que todos os que criam pudessem então continuar a segui-lo de modo literal, para onde quer que Ele fosse: o grande número de pessoas agora poderia ser apenas de seguidores ocasionais. Mas era seu desejo que alguns homens escolhidos estivessem consigo em todos os momentos e em todos os lugares — seus companheiros de viagem em todas as suas jornadas, testemunhando toda a sua obra e ministrando às suas necessidades diárias. E assim, nas palavras singulares de Marcos: “E subiu ao monte e chamou para si os que ele quis; e vieram a ele. E nomeou doze para que estivessem com ele...”.
Estes doze, contudo, como sabemos, deveriam ser mais que meros companheiros de viagem ou servos comuns do Senhor JESUS CRISTO. Eles deveriam ser, então, aprendizes da doutrina cristã, e ocasionais cooperadores das obras do reino, e mais tarde agentes treinados, escolhidos por CRISTO para propagar a fé depois que Ele deixasse a terra. A partir do momento em que foram escolhidos, de fato, os doze iniciaram um aprendizado regular para o grande ofício do apostolado, no curso do qual deveriam aprender, na privacidade de um relacionamento íntimo diário com seu Mestre, como deveriam ser, agir, crer, e ensinar como suas testemunhas e seus embaixadores no mundo. Doravante o treinamento desses homens deveria ser uma parte constante e proeminente da obra pessoal de CRISTO. Ele os orientava à noite a respeito do que deveriam falar de dia, e falava aos seus ouvidos o que nos anos posteriores anunciariam publicamente.
A ocasião em que ocorreu essa eleição (embora não se conheça tal data com precisão) é fixa em relação a certos eventos-chave da história do evangelho. João se refere aos doze como uma companhia organizada na ocasião em que o Senhor realizou o milagre de alimentar mais de cinco mil pessoas, e do discurso sobre o Pão da vida na sinagoga de Cafarnaum, proferido pouco tempo após aquele milagre. Desse fato aprendemos que os doze foram escolhidos pelo menos um ano antes da crucificação; pois o milagre da multiplicação dos alimentos ocorreu, de acordo com o quarto evangelista, logo após a festa da Páscoa. A partir das palavras ditas por JESUS aos homens que havia escolhido, transmitindo a sua pergunta em relação à fidelidade devida a ele depois da multidão tê-lo abandonado: “Não vos escolhi a vós os doze? E um de vós é um diabo”, concluímos que a escolha não era tão recente. Os doze haviam estado juntos durante tempo suficiente para dar ao falso discípulo a oportunidade de mostrar o seu verdadeiro caráter.
Voltando agora aos evangelistas sinópticos, encontramo-los tentando estabelecer a posição da eleição em referência a dois outros eventos ainda mais importantes. Mateus fala pela primeira vez dos doze como um corpo distinto em relação à sua missão na Galileia. Ele não diz, contudo, que foram escolhidos imediatamente antes e com referência direta a tal missão. Antes, fala como se a fraternidade apostólica já existisse anteriormente, sendo estas as suas palavras: “E, chamando os seus doze discípulos...”
Lucas, por outro lado, faz um relato formal da eleição, como um prefácio de seu relatório do Sermão da Montanha, dando a impressão de que um evento ocorreu logo após o outro. Finalmente, a narrativa de Marcos confirma o ponto de vista sugerido por essas observações de Mateus e Lucas, isto é, os doze foram chamados pouco antes da realização do Sermão da Montanha, e um tempo considerável antes de terem sido enviados em missão para pregar e curar. Está escrito: “E subiu ao monte e chamou para si os que ele quis” — a subida obviamente se refere à ocasião em que JESUS subiu antes de pregar seu grande discurso, subiu a orar antes de escolher. Marcos continua: “E nomeou doze para que estivessem com ele e os mandasse a pregar e para que tivessem o poder de curar as enfermidades e expulsar os demônios”. Aqui há uma alusão feita a uma intenção da parte de CRISTO de enviar seus discípulos em uma missão, mas a intenção não é representada e imediatamente executada. Nem pode ser dito que a execução imediata esteja implícita, embora não tenha sido expressa; o evangelista faz um relato da missão como consta em vários capítulos seguintes em seu Evangelho, iniciando com estas palavras: “Chamou a si os doze, e começou a enviá-los de dois a dois...”. Era o treinamento na evangelização Veja que curas, expulsão de demônios e milagres estavam incluídos (Curai os enfermos, limpai os leprosos, ressuscitai os mortos, expulsai os demônios; de graça recebestes, de graça dai. Mateus 10:8).
 Não podemos determinar com exatidão em que período do ministério de nosso Senhor o sermão em si deve ser precisamente alocado. Nossa opinião, contudo, é que o Sermão da Montanha foi proferido próximo ao primeiro ministério prolongado de CRISTO na Galileia, durante o tempo passado entre as duas visitas a Jerusalém em ocasiões de festas mencionadas no segundo e no quinto capítulo do Evangelho de João.
O número da companhia apostólica é significativo e, sem dúvida, uma questão de escolha, assim como a composição daquele grupo seleto. Um número maior de homens elegíveis poderia ser facilmente encontrado no círculo de discípulos que, mais tarde, não se tornou menor que setenta auxiliares na obra evangelística; e um número menor pode ter servido a todos os propósitos presentes ou futuros do apostolado. O número doze foi recomendado por óbvias razões simbólicas.
 Do número do grupo apostólico passamos para as pessoas que o compõem. Sete dos doze — os primeiros sete na lista de Marcos e Lucas, presumindo que Bartolomeu seja Natanael — são pessoas já conhecidas por nós. Dois dos cinco restantes — o primeiro e o último — conheceremos bem à medida que avançarmos na história. Tomé, chamado Dídimo ou o Gêmeo, aparece como um homem de coração terno, mas de temperamento melancólico, pronto para morrer por seu Senhor, mas lento para crer em sua ressurreição. Judas Iscariotes é conhecido em todo o mundo como o Traidor. Ele aparece pela primeira vez nessa lista de apóstolos com o título infame marcado em sua testa: “Judas Iscariotes, aquele que o traiu”. A presença de um homem capaz de trair entre os discípulos eleitos é um mistério no qual não devemos tentar penetrar. Meramente fazemos aqui uma observação histórica sobre Judas — ele parece ter sido o único não galileu entre os doze. Seu sobrenome veio aparentemente de seu lugar de origem, Queriote; e no livro de Josué podemos constatar que existia uma cidade com tal nome na fronteira do sul da tribo de Judá.
Os três nomes que restam são extremamente obscuros. Tiago, filho de Alfeu. O próximo na lista de Mateus e Marcos é apontado por muitos como sendo o irmão deste Tiago. Lebeu e Tadeu dos dois primeiros Evangelhos, encontrarmos na lista de Lucas o nome Judas “... de Tiago”. A elipse nesta designação foi preenchida pela palavra irmão, e presume-se que o Tiago aludido seja Tiago, filho de Alfeu. Independentemente de quão tentador esses resultados possam ser, não podemos considerá-los como apurados, e devemos nos satisfazer com a ideia de que em meio aos doze havia um segundo Tiago, além do irmão de João e filho de Zebedeu, e também um segundo Judas, que novamente aparece como um interlocutor na conversa de despedida entre JESUS e seus discípulos na noite anterior à crucificação, cuidadosamente distinguido do traidor, pelo evangelista, através da anotação parentética: “não o Iscariotes”. Este Judas, que é o próprio Lebeu ou Tadeu, foi chamado de discípulo de três nomes.
O discípulo a quem reservamos o último lugar, como aquele que fica no topo de todas as listas, é Simão. Este segundo Simão é desconhecido, enquanto o primeiro é notório, porque não é mencionado na história do evangelho, exceto nas listas dos apóstolos; e assim, pouco se sabe a respeito dele, o apelido anexado ao seu nome leva a uma informação curiosa e interessante. Ele é chamado de kananita (não de cananita), o que é uma designação política e não geográfica, como consta no termo grego que Lucas usou para substituir o termo hebraico, chamando o discípulo do qual falamos de Simão, o zelote. Este apelido, zelote, relaciona Simão indiscutivelmente ao famoso partido que surgiu da rebelião sob a coordenação de Judas nos dias da taxação, aproximadamente vinte anos antes do início do ministério de CRISTO, quando a Judéia e Samaria ficaram sob o comando direto do governo de Roma, e o censo populacional foi feito com a intenção de se impor uma tributação subsequente.
Que fenômeno singular foi a presença desse ex-zelote entre os discípulos de JESUS! Dois homens não poderiam diferir mais em relação ao seu espírito, metas, e pretensões do que Judas (o líder dos zelotes) e JESUS de Nazaré. Um era um político descontente; o outro, completamente vencedor, daria a César o que era de César. O primeiro desejava a restauração do reino de Israel, adotando como lema: “Nós não temos um Senhor ou Mestre, exceto DEUS”; o segundo desejava a fundação do reino que não era nacional, e sim universal; não deste mundo, e sim “puramente espiritual”. Os métodos empregados pelos dois eram tão diferentes quanto os seus objetivos e fins. Um havia recorrido às armas carnais de guerra, a espada e o punhal; o outro confiava apenas na força bondosa e amável, porém onipotente, da verdade.
Não sabemos o que levou Simão a deixar Judas (o líder dos zelotes) para seguir JESUS; mas ele fez uma troca feliz para si, pois anos depois o partido que ele abandonou atraiu a ruína para si e seu país devido a seu patriotismo fanático, inconsequente e inútil. Embora a insurreição de Judas fosse subjugada, o fogo do descontentamento ainda queimava no peito dos seus adeptos; e com o tempo, eclodiu na fogueira de uma nova rebelião, que fez surgir uma luta mortal contra o poder gigantesco de Roma, e terminou na destruição da capital do judaísmo, e na dispersão do povo judeu.
A escolha desse discípulo para ser um apóstolo fornece uma outra ilustração do desprezo de CRISTO pela sabedoria humana. Não era seguro transformar um ex-zelote em um apóstolo, porque ele poderia ser o meio de transformar JESUS e os seus seguidores em objetos de suspeitas políticas. Mas o Autor da nossa fé estava disposto a correr este risco. Ele desejava ganhar tanto discípulos das classes perigosas como das classes desprezadas, e queria que também estivessem representados entre os doze.
É uma surpresa agradável pensar que Simão, o zelote, e Mateus, o publicano, homens de posições opostas, estivessem juntos e em comunhão naquele pequeno grupo de doze pessoas. Na pessoa desses dois discípulos os extremos se tocam — o ex-coletor de impostos e aquele que odiava os impostos: o judeu que não era patriota, que havia se degradado ao se tornar um servo do governante estrangeiro, e o judeu patriota, que se irritava com o domínio estrangeiro, e suspirava pela emancipação.
Esta união dos opostos não era acidental, mas havia sido designada por JESUS como uma profecia daquilo que aconteceria no futuro. Ele desejava que os doze fossem a igreja em miniatura ou como o seu embrião; e assim, Ele os escolheu para que a distinção entre publicanos e zelotes não existisse, e então na igreja do futuro não deveria haver nem gregos nem judeus, circuncisão ou incircuncisão, escravos ou livres, mas somente CRISTO — Ele é tudo em todos e todos estão nele. Estes eram os nomes dos doze conforme consta nas listas dos evangelistas. Quanto à ordem são apresentados, examinando-se cautelosamente as listas, podemos observar que elas contêm três grupos de quatro pessoas, e em cada um deles os mesmos nomes são sempre encontrados, embora a ordem não seja a mesma. O primeiro grupo inclui aqueles que são mais conhecidos, o segundo inclui aqueles que são pouco menos conhecidos, e o terceiro inclui aqueles que são os menos conhecidos de todos, exceto no caso do traidor, que ficou muito bem conhecido. Pedro, a figura mais proeminente entre os doze, está no topo de todas as listas, e Judas Iscariotes no rodapé, cuidadosamente designado, conforme já foi observado, como o traidor.  
 
E, quando já era dia, chamou a si os seus discípulos, e escolheu doze deles, a quem também deu o nome de apóstolos: Simão, ao qual também chamou Pedro, e André, seu irmão; Tiago e João; Filipe e Bartolomeu; Mateus e Tomé; Tiago, filho de Alfeu, e Simão, chamado Zelote; Judas, filho de Tiago, e Judas Iscariotes, que foi o traidor. Lucas 6:13-16
Estes foram os homens que JESUS escolheu para o acompanharem enquanto estivesse nesta terra, e para dar continuidade à sua obra depois de sua partida. Estes são os homens que a igreja celebra como “a companhia gloriosa dos apóstolos”. O louvor é merecido; mas a glória dos doze não era deste mundo. Sob um ponto de vista mundano, alguns podem considerá-los, de fato, uma companhia insignificante — um grupo de pobres e iletrados galileus provincianos, totalmente desprezados, privados das características sociais mais elevadas, com mínimas chances de serem escolhidos por alguém que valorizasse as considerações da prudência.
Por que JESUS escolheu tais homens? Teria Ele sido levado por sentimentos de antagonismo por aqueles que possuíam vantagens sociais, ou uma predileção por homens de sua própria classe? Não; sua escolha foi feita com base na verdadeira sabedoria. Se Ele escolheu principalmente os galileus, não foi por preconceito provincial contra aqueles do sul; se, como algumas pessoas pensam, Ele escolheu dois ou mesmo quatro de seu próprio parentesco, não foi por nepotismo; se Ele escolheu homens rudes, ignorantes, humildes, não foi movido pela inveja do conhecimento, da cultura, ou da boa origem. Se qualquer mestre, homem rico, ou governante estivesse disposto a se entregar sem reservas ao serviço do reino, nenhuma objeção teria sido feita a ele em virtude de suas habilidades, posses ou títulos. O caso de Saulo de Tarso, o pupilo de Gamaliel, prova a verdade dessa afirmação. Nem mesmo o próprio Gamaliel poderia ter impedido que Paulo se tornasse um discípulo do Nazareno. Mas sim! Nem ele nem nenhuma de suas ordens chegariam tão longe. Por esta razão o desprezado Senhor não teve nenhuma oportunidade de mostrar sua disposição de aceitá-los como discípulos e escolhê-los como apóstolos.
A verdade é que JESUS quis se contentar com pescadores, publicanos, e antigos zelotes como apóstolos. Eles eram o melhor que se poderia obter. Aqueles que se consideravam melhores, eram também muito orgulhosos para se tornarem discípulos, e por isso se excluíram do que o mundo considera agora como a honra de serem os príncipes escolhidos do reino. A aristocracia civil e religiosa se gabava de sua descrença. Os cidadãos de Jerusalém se sentiram, por um momento, interessados no jovem entusiasta que havia purificado o templo com um chicote de correias curtas; mas a fé deles era superficial e sua atitude era defensiva, e por isso JESUS não se entregou a eles, porque sabia o que havia no interior de cada um deles. Alguns poucos eram simpatizantes sinceros, mas não estavam decididos quanto ao seu ingresso na eleição para o apostolado. Nicodemos mal era capaz de dizer uma tímida palavra apologética a favor de CRISTO, e José de Arimatéia foi um discípulo “secretamente”, por medo dos judeus. Estes dificilmente seriam os homens certos para ser enviados como missionários da cruz — homens tão presos aos laços sociais e conexões partidárias, e tão escravizados pelo medo dos homens. Os apóstolos do cristianismo devem ser feitos de material rígido.
E assim JESUS preferiu optar pelos homens da Galileia: rústicos, porém simples, sinceros e motivados. E Ele ficou bastante satisfeito com sua escolha, e devotadamente agradeceu a seu Pai por ter-lhe concedido homens como esses. JESUS não desprezaria a erudição, a posição, a riqueza, o requinte, voluntariamente deixados em razão de seu serviço; mas preferia homens devotos que não tivessem nenhuma dessas vantagens a homens não devotos que tivessem todas elas. E com uma forte razão; isso importava muito pouco, exceto aos olhos do preconceito contemporâneo, para o qual a posição social ou mesmo a história prévia dos doze teria algum significado. O importante é que eram espiritualmente qualificados para o trabalho que foram chamados a fazer. Ou seja, o que importa não é o exterior do homem, mas o seu interior.
A. B. BRUCE. O Treinamento dos Doze. Editora CPAD. pag. 44-54. (Com algumas adaptações, mudanças e alguns acréscimo meus - Pr. Henrique)
 
E eis que sobre vós envio a promessa de meu Pai; ficai, porém, na cidade de Jerusalém, até que do alto sejais revestidos de poder. Lucas 24:49
“Até que do alto sejais revestidos de poder”. Depois que o poder desceu, os apóstolos não se tornaram menos racionais, porém mais racionais; não loucos, mas sóbrios; não meros entusiastas inflamados e vazios, mas entusiastas equilibrados, claros e dignos expositores da verdade divina, tal como o relato de Lucas sobre o seu ministério. Em resumo, estavam prestes a ser diferentes daquilo que foram no passado, e mais parecidos com o seu Mestre: e não mais ignorantes, infantis, fracos, carnais, mas iniciados nos mistérios do Reino, e habitualmente sob a direção do ESPÍRITO de graça e santidade. CURAS, SINAIS, PRODÍGIOS E MARAVILHAS PASSARAM A FAZER PARTE DE SUAS VIDAS. ELES ENTENDERAM A IMPORTÂNCIA DESSES SINAIS, CURAS, PRODÍGIOS E MARAVILHAS, E PEDIRAM A DEUS QUE ISTO ESTIVESSE SEMPRE COM ELES.
E, ouvindo eles isto, unânimes levantaram a voz a DEUS e disseram: Senhor, tu és o que fizeste o céu, e a terra, e o mar, e tudo o que neles há; que disseste pela boca de Davi, teu servo: Por que bramaram as gentes, e os povos pensaram coisas vãs? Levantaram-se os reis da terra, e os príncipes se ajuntaram à uma contra o Senhor e contra o seu Ungido. Porque, verdadeiramente, contra o teu santo Filho JESUS, que tu ungiste, se ajuntaram, não só Herodes, mas Pôncio Pilatos, com os gentios e os povos de Israel, para fazerem tudo o que a tua mão e o teu conselho tinham anteriormente determinado que se havia de fazer. Agora, pois, ó Senhor, olha para as suas ameaças e concede aos teus servos que falem com toda a ousadia a tua palavra, enquanto estendes a mão para curar, e para que se façam sinais e prodígios pelo nome do teu santo Filho JESUS. E, tendo eles orado, moveu-se o lugar em que estavam reunidos; e todos foram cheios do ESPÍRITO SANTO e anunciavam com ousadia a palavra de DEUS. Atos 4:24-31
 
Tal poder prometido era evidentemente indispensável para que fossem bem-sucedidos. Os títulos oficiais não seriam o mais importante, e sob certos aspectos poderiam ser vãos — apóstolos, evangelistas, pastores, professores, governantes; as vestes clericais seriam vãs se a alma dos onze não fosse vestida com esta peça de roupa do poder divino. Vãos, então, e igualmente vãos agora. O mundo PRECISA ser evangelizado por homens investidos de autoridade e poder, que têm experimentado o batismo no ESPÍRITO SANTO, que são capacitados com dons do ESPÍRITO SANTO, e que estão visivelmente imbuídos do poder divino da sabedoria, amor e zelo. O poder prometido era indispensável, e também era, em sua natureza, algo a ser simplesmente esperado. Os discípulos foram instruídos a esperar até que viesse. Não deveriam tentar fazer nada sem ele, nem tentar alcançá-lo. Não poderiam sair de Jerusalém enquanto não recebessem. E foram sábios o suficiente para seguir as instruções. Entenderam completamente que o poder era necessário, e que não poderia ser alcançado, mas que deveria vir sobre eles. Nem todos são igualmente sábios. Muitos virtualmente assumem que o poder do qual CRISTO falou pode ser dispensado, e que, de fato, não é uma realidade, mas uma quimera. Outros, mais devotados, acreditam no poder, mas não na impotência do homem de investir-se dele por si mesmo. Estes tentam ganhar o poder por meio de seu próprio trabalho, ou assumem para si e para outros uma situação de frenesi e entusiasmo. O fracasso, mais cedo ou mais tarde, convence essas pessoas de seus erros, mostrando que os resultados espirituais são produzidos por algo mais do que eloquência, intelecto, dinheiro e organização; mostra, também, que o verdadeiro poder espiritual não pode ser produzido, como faíscas elétricas, por fricção ou estímulo, mas deve, soberana e graciosamente, vir do alto.
A. B. BRUCE. O Treinamento dos Doze. Editora CPAD. pag. 573-574. (Com algumas adaptações, mudanças e alguns acréscimo meus - Pr. Henrique)
 
E, naqueles dias, levantando-se Pedro no meio dos discípulos (ora a multidão junta era de quase cento e vinte pessoas), disse: Varões irmãos, convinha que se cumprisse a Escritura que o ESPÍRITO SANTO predisse pela boca de Davi, acerca de Judas, que foi o guia daqueles que prenderam a JESUS; porque foi contado conosco e alcançou sorte neste ministério. Ora, este adquiriu um campo com o galardão da iniquidade e, precipitando-se, rebentou pelo meio, e todas as suas entranhas se derramaram. E foi notório a todos os que habitam em Jerusalém, de maneira que na sua própria língua esse campo se chama Aceldama, isto é, Campo de Sangue. Porque no Livro dos Salmos está escrito: Fique deserta a sua habitação, e não haja quem nela habite; e: Tome outro o seu bispado. É necessário, pois, que, dos varões que conviveram conosco todo o tempo em que o Senhor JESUS entrou e saiu dentre nós, começando desde o batismo de João até ao dia em que dentre nós foi recebido em cima, um deles se faça conosco testemunha da sua ressurreição. E apresentaram dois: José, chamado Barsabás, que tinha por sobrenome o Justo, e Matias. E, orando, disseram: Tu, Senhor, conhecedor do coração de todos, mostra qual destes dois tens escolhido, para que tome parte neste ministério e apostolado, de que Judas se desviou, para ir para o seu próprio lugar. E, lançando-lhes sortes, caiu a sorte sobre Matias. E, por voto comum, foi contado com os onze apóstolos. Atos 1:15-26
  
Sobre Judas Iscariotes
Ao invés de um destino sem-par, com CRISTO, em glória exaltada, Judas Iscariotes desceu ao seu lugar exclusivo de punição. A expressão «...seu próprio lugar...» tem deixado perplexos a muitos intérpretes, razão pela qual muitos sentidos diversos têm sido vinculados à mesma.
Cada indivíduo merece a sua própria recompensa ou retribuição, e esse galardão ou castigo é distintivo para cada pessoa. Assim sendo, foi dito acerca de Judas Iscariotes que ele foi para aquele lugar de castigo distintivamente seu, o «seu próprio lugar». Ou seja, o inferno, lugar de tormento até o dia do juízo final, quando será lançado no lago de fogo e enxofre (acréscimo meu - Pr. Henrique).
  
Sobre Matias
Atos 1.26. O método de «lançar sortes» consistia em colocar pedras ou tabuinhas, com nomes escritos, em um vaso, o qual era sacudido até que um deles caísse. Aquele cujo nome estivesse nessa pedra ou tabuinha, era considerado como a pessoa escolhida por DEUS, porquanto pensava-se que de algum modo o Senhor DEUS é quem causara aquela ação particular (nos lembremos de que ainda não eram batizados no ESPÍRITO SANTO - poderiam ter perguntado diretamente a JESUS ou ao ESPÍRITO SANTO).
(E.H. Plumptre, in loc.).
«...recair sobre Matias...» Sem importar qual método de lançamento de sortes foi usado, o resultado é que Matias foi considerado apóstolo por escolha divina, porquanto se aceitou o fato de que DEUS havia dirigido o salto da sorte para fora do vaso ou urna. Desse modo Matias tomou lugar, junto com os outros onze apóstolos, no ofício apostólico.
Com base nessa circunstância, ficamos sabendo da grande fé dos apóstolos na providência divina, e que eles não criam que as coisas acontecessem por acaso.
CHAMPLIN, Russell Norman, O Novo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Candeias. Vol. 3. pag. 38; 40-41.
  
Atos 21/22 Pedro constata inicialmente as exigências imprescindíveis a um “apóstolo”. Um “apóstolo” é acima de tudo uma “testemunha da ressurreição de JESUS”. A ressurreição de JESUS é – obviamente mediante ligação indissolúvel com sua cruz – o evento decisivo que realmente faz do evangelho um evangelho. Sem o acontecimento do dia da Páscoa, o “cristianismo” jamais teria surgido no mundo. Não teria significado extremo para nós e para o mundo todo o fato de que o ser humano JESUS de Nazaré viveu, ensinou, curou, amou e sofreu, se esse JESUS não tivesse sido despertado por DEUS e transformado em nosso “Senhor e CRISTO” (cf. At 2.32-36; 3.13-15; 4.10-12; 13.38s; 17.30s). JESUS foi “designado Filho de DEUS com poder, segundo o espírito de santidade pela ressurreição dos mortos” (Rm 1.4). Essa ressurreição dentre os mortos, contudo, constitui ao mesmo tempo o “impossível”, o humanamente inconcebível e por isso escandaloso, irritante e ridículo (At 17.32). Por isso o testemunho originário do apostolado, fundador da igreja, somente pode ser prestado nesse mundo alienado de DEUS por aquela pessoa que presenciou pessoalmente o fato inaudito da ressurreição de JESUS e que experimentou sua verdade. Essa ressurreição, porém, não é um evento isolado em si. JESUS, e unicamente JESUS, é aquele que ressuscitou dentre os mortos, subiu ao PAI e está à direita de DEUS intercedendo por nós! (Rm 8.34). E precisamente JESUS é, como o Ressuscitado, de fato o Salvador glorioso de que os pecadores precisam. Por isso a testemunha de sua ressurreição igualmente precisa ter conhecido bem a JESUS pessoalmente.
Matias, então, é “apóstolo” não como pessoa isolada e solitária, mas – já falávamos disso – unicamente como membro do grupo de apóstolos. Por isso precisa ter estado em contado desde o início com esse grupo a que deverá pertencer integralmente. Ele deve exercer o ministério “conosco”.
Atos 25 Expõem diante de DEUS a necessidade resposta a suas orações. É o que podemos fazer na oração. Judas se demitiu da “vaga neste ministério e envio”, para ir “para seu próprio lugar”, i.é, para a perdição. O lugar vazio precisa ser preenchido e assumido por outro.
Atos 26 O Senhor deve decidir agora através do sorteio. O texto não deixa inequivocamente claro se eles “lançam sortes por eles” (assim traduz A. Schlatter) ou se fazem que os dois tirem a sorte. Seja como for, o sorteio indicou Matias como aquele que foi eleito pelo Senhor, e “foi acrescentado aos onze apóstolos” [NVI].
Portanto, tão vivos e múltiplos eram os acontecimentos no começo da igreja! Pedro age a partir de si com sua própria autoridade. Na igreja existem homens que a lideram. Mas então ele convoca a própria igreja para agir, depois que lhe mostrou sobre o que deve dirigir sua atenção. E em oração a igreja entrega a última decisão na mão do Senhor, recorrendo uma vez, aqui no começo, ao método do sorteio. Não se implanta nenhum princípio, nem “episcopal”, nem “democrático”, nem tampouco se estabelece um direito de gozar constantemente da maravilhosa direção através do Senhor. De forma livre fez-se justiça a tudo, conforme a respectiva situação demandava.
Será que a igreja podia esperar durante anos por algo incerto? Para isso ela teria necessidade de uma instrução clara do Senhor.
 
Sobretudo, porém, Paulo nunca se considerou entre os “Doze”, aos quais diferencia expressamente de si em 1 Co 15.5 (e que foi visto por Cefas e depois pelos doze. 1 Coríntios 15:5) como sendo um grupo especial. Em sua característica numérica, os Doze se dirigiam a Israel. Quem desejasse pertencer a eles de fato precisava ter vivenciado, como Pedro está demandando aqui, a história especial de DEUS no âmbito de Israel desde o movimento de arrependimento desencadeado por João até o último desfecho na ascensão de JESUS. Nesse sentido, Paulo não podia ser um apóstolo. Em vista disso, Paulo se considerou pessoalmente uma exceção muito peculiar, num novo ministérios apostólico, o da Igreja: 1 Co 15.8-10. Ele tinha consciência de ser um “apóstolo das nações”, embora, nessa tarefa, fosse plena e integralmente um “apóstolo” – Paulo lutou com todas as forças pelo reconhecimento de seu envio e autoridade apostólicos – mas não como um dos “Doze”, que juntos exerciam seu ministério em Jerusalém, sobretudo em prol de Israel.
Werner de Boor. Comentário Esperança Atos. Editora Evangélica Esperança. (Com algumas adaptações, mudanças e alguns acréscimo meus - Pr. Henrique)
  
O escolhido para assumir o lugar de Judas deve ser alguém que tenha estado associado com JESUS, desde o seu batismo por João até a sua ascensão. A principal função do apóstolo é ser testemunha da ressurreição.
Matias (“presente de Jeová”) assumiu o seu lugar com os onze apóstolos. Depois do Pentecostes, não se lê mais que os discípulos tenham lançado sortes. O ESPÍRITO SANTO, que passou a habitar em cada um, guiava-os.
Ralph Earle. Comentário Bíblico Beacon. Editora CPAD. Vol. 8. pag. 213.
 
Lc 24. 49. O JESUS ressurreto tem o poder para enviar o ESPÍRITO. A promessa de meu Pai é uma designação incomum do ESPÍRITO SANTO, e ressalta o lugar da promessa divina na Sua vinda. Os discípulos não devem tentar a tarefa da evangelização com seus próprios parcos recursos, mas, sim, devem aguardar a vinda do ESPÍRITO sobre eles. O equipamento que Ele forneceria é descrito de forma pitoresca em termos de os discípulos serem revestidos de poder do alto. A nota de poder é significante, e do alto lembrava a eles (e nos lembra também) qual é a fonte de todo o verdadeiro poder para a evangelização - DEUS.
I. Howard Marshall. Atos. Introdução e Comentário. Editora Vida Nova. pag. 322.
  
3. A singularidade dos doze.
A característica fundamental do apóstolo é ser alguém que tem uma missão a cumprir, enviado por quem tem autoridade espiritual para fazê-lo. Em seu discipulado, os doze apóstolos foram preparados para o cumprimento da missão mais importante que um mortal poderia receber. Serem embaixadores do Reino de DEUS. Não poderiam ser pessoas desprovidas de qualificações especiais. Eram homens comuns, humanamente detentores de virtudes e defeitos, mas tiveram um treinamento aos pés do Mestre dos mestres. E demonstraram possuir algumas qualidades especiais.
  
A) Foram chamados por JESUS
Em seu ministério, JESUS teve muitos discípulos (Mt 8.21; 9.57-62). Mas, para cumprir a grande missão, JESUS selecionou apenas 12, e lhes deu credenciais e poder para se tornarem apóstolos. “E, chamando a si os seus doze discípulos...” (Mt 10.1a). Lucas anotou a eleição dos 12 dentre muitos outros. Após passar uma noite inteira em oração a DEUS, “chamou a si os seus discípulos, e escolheu doze deles a quem deu nome de apóstolos” (Lc 6.12 — grifo nosso).
  
B) Receberam autoridade espiritual
JESUS “deu-lhes autoridade sobre os espíritos imundos, para expulsarem, e para curarem toda sorte de doenças e enfermidades” (Mt 10.1; Mc 3.15). Inicialmente, essa autoridade foi concedida aos doze. E, na Grande Comissão, além de mandar que seus discípulos pregassem o evangelho por todo o mundo, a toda a criatura, disse que os sinais e maravilhas haveriam de seguir a todos os que nEle cressem. Não apenas aos doze, mas “aos que crerem”, ou seja, a todos os seus discípulos (Mc 16.17, 18). É importante destacar que os doze receberam esse poder por impartição, ou seja, JESUS lhes designou e capacitou tirando Dele o poder  e transferindo a eles. No início e progresso da Igreja vieram os Dons do ESPÍRITO SANTO para os capacitar para a tarefa de evangelização e confirmação tanto deles mesmos como discípulos de JESUS quanto confirmação da Palavra que pregavam (Mc 16.15-20; Atos).
E eles, tendo partido, pregaram por todas as partes, cooperando com eles o Senhor e confirmando a palavra com os sinais que se seguiram. Amém! Marcos 16:20
  
D) Tinham delegação de CRISTO
Os 12 apóstolos não foram apenas “enviados”, mas tiveram um mandato especial. JESUS lhes disse; “Disse-lhes, pois, JESUS outra vez: Paz seja convosco; assim como o Pai me enviou, também eu vos envio a vós. E, havendo dito isto, assoprou sobre eles e disse-lhes: Recebei o ESPÍRITO SANTO.
A autoridade delegada aos apóstolos foi tão grande, que eles tinham poder para perdoar pecados ou retê-los. JESUS os enviou, do mesmo modo como Ele fora enviado pelo Pai (Jo 20.21-23).
Podemos imaginar o que os doze sentiram, ao ouvir aquelas palavras! Serem enviados por CRISTO, e como CRISTO o fora por seu Pai! Os que entenderam bem a missão deve ter sentido o grande peso de sua responsabilidade. Os que haviam sido pescadores, antes, podiam guardar as redes e suspender a pescaria. Mas, uma vez feitos “pescadores de homens” (Mt 4.19; Mc 1.17), não poderiam suspender a missão. Os que outrora tinham outras atividades não tinham como voltar atrás. O mundo nunca mais foi o mesmo depois de CRISTO, e depois que seus apóstolos começaram a cumprir a Grande Comissão (Mc 16.15).
 
Receberam poder para pregar e testemunhar
Mas recebereis a virtude do ESPÍRITO SANTO, que há de vir sobre vós; e ser-me-eis testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judeia e Samaria e até aos confins da terra. Atos 1:8
Mas a manifestação do ESPÍRITO é dada a cada um para o que for útil. Porque a um, pelo ESPÍRITO, é dada a palavra da sabedoria; e a outro, pelo mesmo ESPÍRITO, a palavra da ciência; e a outro, pelo mesmo ESPÍRITO, a fé; e a outro, pelo mesmo ESPÍRITO, os dons de curar; e a outro, a operação de maravilhas; e a outro, a profecia; e a outro, o dom de discernir os espíritos; e a outro, a variedade de línguas; e a outro, a interpretação das línguas. 1 Coríntios 12:7-10
Elinaldo Renovato. Dons espirituais & Ministeriais Servindo a DEUS e aos homens com poder extraordinário. Editora CPAD. pag. 73-74.
 
Eles foram convocados pessoalmente pelo Senhor.
Quem foram aqueles que CRISTO ordenou para ser seus apóstolos ou embaixadores; eram seus discípulos (v. 1). Ele os tinha chamado, havia algum tempo, para que fossem discípulos, seus seguidores imediatos e ajudantes constantes, e naquela ocasião Ele lhes disse que eles deveriam ser pescadores de homens, promessa que Ele agora cumpria. CRISTO normalmente concede honras e graças em estágios; a luz de ambas, como a luz da manhã, brilha cada vez mais. Durante todo o tempo, CRISTO manteve esses doze:
A. Em uma situação de experiência. Embora conheça o ser humano, e soubesse desde o início o que havia neles (Jo 6.70), ainda assim Ele usou este método para dar um exemplo à sua igreja. Observe que sendo o ministério uma grande responsabilidade, era conveniente que os homens fossem testados durante algum tempo, antes que ele lhes fosse confiado. “E também estes sejam primeiro provados” (1 Tm 3,10). Portanto, “a ninguém imponhas precipitadamente as mãos” (1 Tm 5.22), mas deixai que esta pessoa seja, primeiramente, observada como um candidato em experiência, porque os pecados de alguns homens vão adiante, e outros os seguem.
B. Em uma condição de preparação. Todo o tempo JESUS esteve preparando-os para esta grande obra. Observe que aqueles que CRISTO designa e chama para qualquer serviço, Ele primeiramente, de certa maneira, os prepara e qualifica, para tanto. Ele os preparou:
(1) Levando-os para estar com Ele. Observe que o melhor preparativo para a obra do ministério é o conhecimento e a comunhão com JESUS CRISTO. Aqueles que o servem devem estar com Ele (Jo 12.26). Paulo teve CRISTO revelado, não somente para ele, mas nele, antes que fosse pregá-lo entre os gentios (GI 1.16). Pelos atos vivos de fé e pela prática frequente de orações e meditações, esta comunhão com CRISTO deve ser mantida e preservada, e essa é uma qualificação essencial para a obra do ministério.
(2) Ensinando-os. Eles estavam com Ele como alunos, e Ele os ensinava em particular, além do benefício que eles obtinham com a sua pregação pública. Ele lhes abriu as Escrituras e ampliou sua compreensão para entenderem as Escrituras. Foi-lhes permitido conhecer os mistérios do Reino dos céus e para eles estes mistérios foram esclarecidos. Aqueles que são designados para serem professores devem, antes, serem aprendizes; eles devem receber, antes que possam dar; eles devem ser capazes de ensinar outros (2 Tm 2.2). As verdades do Evangelho devem ser entregues a eles, antes que sejam encarregados de ser ministros do Evangelho. Dar a autoridade de ensinar a homens que não têm capacidade para isto não é nada mais que uma zombaria a DEUS e à igreja; é mandar mensagens pelas mãos de um tolo (Pv 26.6). CRISTO ensinou os seus discípulos antes de enviá-los (cap. 5.2), e depois, quando ampliou a missão deles, deu-lhes instruções mais amplas (At 1.3).
 
Qual foi a comissão que Ele lhes deu?
A. Ele os chamou para que viessem até Ele (v. 1).
Ele os tinha chamado antes, para que o seguissem; agora Ele os chama para que venham até Ele, admitindo-os a uma familiaridade maior, e não mais os conservando a uma certa distância, de onde eles tinham observado até então. Aqueles que se humilharem, serão exaltados. Dizia-se que os sacerdotes, sob a lei, aproximavam-se de DEUS mais que as outras pessoas; a mesma coisa pode ser dita sobre os ministros do Evangelho; eles são chamados a se aproximarem de CRISTO, o que, assim como é uma honra, também deve lhes provocar um certo respeito e temor. Lembremo-nos de que CRISTO será santificado naqueles que se aproximam dele. Percebe-se que quando os discípulos iam receber instruções, eles se aproximavam de JESUS por sua própria vontade (cap, 5.1). Mas agora que eles seriam ordenados, Ele os chamou.
Convém aos discípulos de CRISTO que se predisponham mais a aprender do que a ensinar. No sentido da nossa própria ignorância, devemos procurar oportunidades de sermos ensinados, e da mesma maneira nós devemos esperar por um chamado, um chamado claro, antes de assumir a responsabilidade de ensinar aos outros; pois nenhum homem deve apropriar-se dessa honra,
B. Ele lhes deu poder, exousian, autoridade no seu nome, para convocar os homens à obediência, e para a confirmação daquela autoridade que também coloca os demônios sob sujeição. Toda a autoridade legítima deriva de JESUS CRISTO. Todo o poder é dado a Ele, sem limites, e os poderes subordinados são ordenados por Ele.
Ele coloca sobre os seus ministros um pouco da sua honra, assim como Moisés colocou um pouco da sua honra sobre Josué. Note que é uma prova inegável da plenitude do poder que CRISTO usava como Mediador o fato de que Ele pudesse distribuir o seu poder àqueles a quem Ele usava, e os capacitasse a realizar, em seu nome, os mesmos milagres que Ele realizava. Ele lhes deu poder sobre os espíritos imundos, e sobre todos os tipos de enfermidades.
Observe que o desígnio do Evangelho é vencer o mal e curar o mundo. Estes pregadores foram enviados, destituídos de todas as vantagens externas que os pudessem recomendar. Eles não tinham riqueza, nem aprendizado, nem títulos honoríficos, e eram muito poucos; portanto, era essencial que eles tivessem algum poder extraordinário que os colocasse acima dos escribas.
(1 ) Ele lhes deu poder contra os espíritos imundos, para expulsá-los. Observe que o poder entregue aos ministros de CRISTO está diretamente apontado contra o diabo e o seu reino. O diabo, sendo um espírito imundo, trabalha tanto em erros doutrinários (Ap 16.13) como em concupiscências (2 Pe 2.10); e, nos dois casos, os ministros têm uma acusação contra ele. CRISTO lhes deu o poder de expulsá-lo dos corpos das pessoas; mas isto deveria significar a destruição do reino espiritual do diabo, como também de todas as suas obras; para este propósito, o Filho de DEUS se manifestou.
(2) Ele lhes deu poder para curar todos os tipos de enfermidades. Ele os autorizou a realizar milagres para a confirmação da sua doutrina, para provar que ela era de DEUS; e eles deviam realizar milagres úteis para exemplificá-la, para provar que ela não apenas era confiável, mas digna de toda a aceitação; que o desígnio do Evangelho é curar e salvar. Os milagres de Moisés eram, muitos deles, para a destruição. Os milagres que CRISTO realizou, e designou aos seus apóstolos que realizassem, eram todos para a edificação, e evidenciavam que Ele era não apenas o grande Professor e Governante, mas também o grande Redentor do mundo. Observe que a ênfase é colocada sobre a extensão do seu poder, sobre toda enfermidade, e todo mal, sem a exceção nem mesmo daqueles que são reconhecidamente incuráveis, e com a censura dos médicos. Na graça do Evangelho, existe uma pomada para cada ferida, um remédio para cada doença. Não existe doença espiritual tão maligna, tão inveterada, mas existe suficiência de poder em CRISTO para a sua cura. Que ninguém, portanto, diga que não existe esperança, ou que a brecha é tão grande quanto o mar a ponto de não poder ser curada.
 
Pedro é nomeado em primeiro lugar, porque ele foi o primeiro a ser chamado ou porque ele era o mais entusiasmado deles, e em todas as ocasiões ele se fazia a voz dos demais, e além disso ele seria o apóstolo da circuncisão.
Mas isso não lhe deu nenhum poder sobre os demais apóstolos, nem existe a menor marca de que qualquer supremacia lhe tenha sido dada, ou mesmo reivindicada por ele, neste grupo sagrado. Os Dons são impulsionados pela fé que cada um tem em JESUS e sua autoridade, e no ESPÍRITO SANTO..
HENRY. Matthew. Comentário Matthew Henry Novo Testamento MATEUS A JOÃO Edição completa. Editora CPAD. pag. 118-120. (Com algumas adaptações, mudanças e alguns acréscimo meus - Pr. Henrique)
 
Marcos (3.13-19) e Lucas (6.12-16) declaram que JESUS os escolheu ou nomeou depois de uma noite de oração e desceu com eles a certo lugar plano do monte para entregar o Sermão do Monte (Lc 6.17).
A. T. ROBERTSON. Comentário Mateus & Marcos. À Luz do Novo Testamento Grego. Editora CPAD. pag. 115-116.
 
A aliança antiga estava alicerçada sobre as doze tribos de Israel. A nova aliança deveria ser construída sobre os doze apóstolos. – Do mesmo modo como o sumo sacerdote trazia sobre o peito de sua vestimenta litúrgica os nomes das doze tribos, assim JESUS, o novo e verdadeiro sumo sacerdote, carrega no coração os nomes dos doze apóstolos. – O Apocalipse de João fala das doze portas da nova Jerusalém, sobre as quais estão inscritos os nomes das doze tribos. Entre cada par de portas encontra-se uma imponente pedra retangular como fundamento do muro da cidade, e sobre cada uma dessas pedras está escrito com letras luminosas o nome de cada um dos apóstolos (Ap. 21.12ss). Desse modo está assegurada a unidade da Antiga e da Nova Aliança. Na vocação dos doze, essa unidade ficou documentada (ao convocar os doze, JESUS estabelece sua reivindicação sobre todo o povo de Israel!).
No contexto judaico, a máxima demonstração de poder é realizar milagres. É com isso, pois, que inicia a incumbência do Senhor JESUS aos apóstolos.
Fritz Rienecker. Comentário Esperança Evangelho de Mateus. Editora Evangélica Esperança.
 
Homem nenhum havia sido tão privilegiado como estes, e ainda assim um deles tinha um demônio, e demonstrou ser um traidor (v. 16). Apesar disso, quando o escolheu, CRISTO não se enganou a respeito dele. Todos tiveram oportunidade de serem instrumentos de DEUS.
HENRY. Matthew. Comentário Matthew Henry Novo Testamento MATEUS A JOÃO Edição completa. Editora CPAD. pag. 563.
 
Lc 6.13. JESUS passou a noite nas montanhas, vigiando em oração. Mais de uma vez Lucas salientou essa necessidade íntima que o Redentor tinha de orar, que com frequência impelia JESUS a lugares ermos (Lc 4.42; 5.16). Contudo os termos aqui utilizados contêm uma ênfase muito especial. A palavra “vigiar por toda a noite” ocorre unicamente aqui.
A escolha dessa expressão incomum, bem como a forma verbal analítica (imperfeito e particípio), destacam a persistência determinada e incessante dessa vigília noturna. A expressão proseuché tou theou, literalmente “oração de DEUS”, é também única no Novo Testamento. Essa formulação não designa nenhum pedido peculiar, mas um estado da mais profunda devoção na presença santa e direta de DEUS, uma invocação que transita para a mais íntima comunhão com DEUS. Durante essa noite JESUS apresentou a DEUS sua obra no estágio decisivo em que ingressara naquele momento, aconselhando-se com ele. Durante essa longa luta de oração, por toda a noite, JESUS provavelmente havia apresentado todos os seus discípulos individualmente a seu Pai, para que o Pai designasse aqueles que o Filho deveria tornar emissários da salvação. O que será que os discípulos, que haviam se ajuntado em grande número em torno de JESUS, sentiram quando JESUS, como um general, chamou um por um do meio deles, até que ficasse completo o número dos doze?
“Simão”, começou ele. Com quanta expectativa cada novo nome era aguardado! Com que estremecimento cada um ouvia, então, o chamado do próprio nome. Dentre o grupo de discípulos “ele escolheu os doze”, “aos quais também chamou de apóstolos”. Isso é significativo. Os demais discípulos tiveram de tolerar que esses doze obtivessem uma posição especial do Senhor. O Redentor os havia escolhido em virtude de ordem divina. DEUS é soberano.
Os discípulos não têm outra opção a não ser obedecer a esse Senhor extraordinário. “Chamou-os a si”. Mas, se desejou aqueles que o Pai lhe concedeu, de agora em diante sabemos a quem recorrer quando desejamos chegar ao Pai. Porque ele os “ordenou” para duas finalidades.
1) Primeiramente, devem estar junto dele. Devem perseverar com ele em suas tentações até chegarem ao Getsêmani; afinal, devem tornar-se testemunhas dele até os confins do mundo (At 1.8). Precisavam conhecer suas “horas silenciosas”, conviver com ele no dia a dia, observar seu trabalho, obter uma visão dos mistérios de sua sabedoria de educador, e até mesmo familiarizar-se com os objetivos de sua ação. Deveriam aprender a Olhar, vigiai e orai, porque não sabiam quando chegaria o tempo. (Marcos 13:33).
2) O segundo aspecto é que eles partilharão de sua autoridade. Dessa maneira ele providência, de certo modo, pernas e pés, línguas e lábios que levem adiante sua obra.
Mateus relata a convocação e o credenciamento dos apóstolos em uma ocasião (Mt 10.1ss), e Lucas o faz em dois trechos, mais precisamente como segue: de acordo com Lucas, o primeiro passo de JESUS foi nomeá-los, provavelmente para que passassem a ser seus alunos de modo especial. Isso aconteceu aqui em Lc 6.12-16. A capacitação é relatada em Lc 9.1-6, onde JESUS lhes confere a autoridade para servir como apóstolos. O relato mais preciso indica que esse deve ter sido o processo. Mateus reúne em uma só ocasião as duas ações de JESUS. Isso tem a ver com sua característica de enfatizar tão-somente o aspecto doutrinário e fundamental.
Dessa forma o Redentor obteve, portanto, um grupo de auxiliares para sua obra. Ele, o maravilhoso canal da poderosa benignidade de DEUS, fora multiplicado por doze. Mas de antemão os doze não obtiveram nem poder nem incumbência para a ação espiritual propriamente dita.
Essas passagens não devem levar à conclusão de que a tarefa dos apóstolos consistia tão somente em ser testemunhas de JESUS. O próprio nome expressa mais, cf. 2Co 5.20: “Somos mensageiros de CRISTO… e rogamos que vos reconcilieis com DEUS.”
Com a escolha dos doze estava organizada a obra de JESUS. Passou do estágio de fenômeno local e isolado para o estágio de instituição que abrange e cuja intenção arrebata povos e épocas. A obra do Senhor obteve um solo histórico firme e uma perspectiva clara para o futuro, com todas as suas esperanças e todos os seus perigos. JESUS lhes ensinou a pregar o evangelho do reino de DEUS com sinais, prodígios e maravilhas acontecendo para confirmarem a autoridade de DEUS sobre Ele e confirmar as palavras de DEUS.
Fritz Rienecker. Comentário Esperança Evangelho de Lucas. Editora Evangélica Esperança. (Com algumas adaptações, mudanças e alguns acréscimo meus - Pr. Henrique)
 
 Lc 6.13.
Um discípulo era um aprendiz, um estudante. No século I, o estudante não estudava simplesmente uma matéria; estudava com um mestre. Há um elemento de ligação pessoal no “discípulo” que falta no “estudante.” Deste grupo maior de aderentes, JESUS escolheu doze. JESUS nunca estabeleceu uma organização. Estes doze homens representam a totalidade da Sua máquina administrativa. Alguns deles eram claramente homens de destaque, mas, de modo geral, parecem ter sido nada mais do que medianos. A maioria deles deixou pouquíssimas marcas na história da igreja. JESUS preferia operar, naqueles tempos como também agora, através de pessoas perfeitamente comuns.
A estes doze JESUS deu o nome de apóstolos. O termo é derivado do verbo “enviar" e significa “uma pessoa enviada ” “um mensageiro.” Lucas emprega a palavra seis vezes (com mais vinte e oito em Atos), ao passo que cada um dos demais Evangelistas a emprega uma só vez (é possível que Marcos a tenha duas vezes, dependendo da solução de um problema textual).
Nos Evangelhos, o grupo usualmente é referido simplesmente como “os doze.” Marcos explica que JESUS os escolheu “para estarem com ele e para os enviar a pregar, e a exercer a autoridade de expelir demônios” (Mc 3:14-15). Esta expressão ressalta a noção de missão e a centralidade da pregação na sua função.
Leon L. Morris. Lucas. Introdução e Comentário. Editora Vida Nova. pag. 118-119.
 
Os Apóstolos receberam autoridade do Senhor.
A maneira de DEUS confirmar o ministro, sua chamada e confirmar sua Palavra é: “E estes sinais seguirão aos que crerem”.
Quem crer e for batizado será salvo; mas quem não crer será condenado.
E estes sinais seguirão aos que crerem: em meu nome, expulsarão demônios; falarão novas línguas; pegarão nas serpentes; e, se beberem alguma coisa mortífera, não lhes fará dano algum; e imporão as mãos sobre os enfermos e os curarão. Marcos 16:16-18
 
Primeiro - crer.
Segundo - ser batizado (águas e com o ESPÍRITO SANTO).
Terceiro - expulsarão demônios.
Quarto - falarão Novas Línguas (sinal de que foi batizado no ESPÍRITO SANTO).
Quinto - pegarão nas serpentes e, se beberem alguma coisa mortífera, não lhes fará dano algum.
Sexto - imporão as mãos sobre os enfermos e os curarão
 
Em Marcos 16.15-20, os cristãos primitivos (e nós) expulsamos muitos demônios em nome de JESUS (3.15; 6.7,13; At 8.7,16,18; 19.12). Tanto eles falaram em línguas (como nós) (At 2.4; 10.46; 19.6; 1 Co 12.10,28; 14.2-40). Paulo foi picado por uma víbora sem sofrer o dano de seu veneno letal (At 28.3-6). Eles impuseram as mãos sobre os enfermos para curá-los (como nós) (At 28.8). Não vemos no Novo Testamento nenhuma alusão a ingestão de veneno, MAS COMO NENHUM DELES MORREU ENVENENADO, CREMOS QUE ESTE SINAL ESTAVA PRESENTE EM SUAS VIDAS.
Estes sinais foram dados como credenciais dos apóstolos e dos seguidores de JESUS (Hb 2.1-4; Rm 15.19; 2Co 12.12).
Cremos que DEUS pode e tem dado seus dons e sinais onde e quando quer, a quem quer, livre e soberanamente, segundo o seu beneplácito, para o louvor da sua própria glória, para a salvação dos eleitos e a edificação dos santos. 
A grande ênfase de Marcos é que quando a Igreja proclama a mensagem de DEUS, o próprio DEUS confirma essa mensagem com a manifestação do seu poder (Mc 16.20; 1 Co 2.4; 1Ts 1.5), transformando vidas, atraindo as pessoas irresistivelmente pelo seu poder sobrenatural. A Igreja é chamada para ser um sinal do CRISTO vivo e ressurreto no mundo. William Barclay conclui o seu comentário de Marcos afirmando que a vida cristã é a vida vivida na presença e no poder daquele que foi crucificado e ressuscitou. JESUS vive no cristão e através deste continua a ensinar, pregar e curar a todos pelo poder do memo ESPÍRITO SANTO que morava em JESUS e agora mora em nós.
 
II - O APÓSTOLO PAULO
1. Saulo e sua conversão.
Chamado por DEUS
“Paulo (chamado apóstolo de JESUS CRISTO, pela vontade de DEUS), e o irmão Sóstenes (1 Co 1.1; 2 Co 1.1; Gl 1.1). O chamado de Paulo foi bem diferente. A caminho de Damasco, com ordens dos sacerdotes para prender os cristãos, foi interrompido por JESUS, de maneira sobrenatural e impactante.
No chão, Paulo teve o chamado de DEUS de forma tão dramática, que caiu, ouvindo a potente voz do Senhor, que o abatera em seu orgulho e presunção, quando julgava estar fazendo a vontade de DEUS no zelo do judaísmo (At 9.4; 22.7; At 9.10-19). DEUS tem seus caminhos e suas maneiras de agir, às vezes muito estranhas (cf. Is 28.21). Diante de um chamado tão singular e diferente dos demais apóstolos, Paulo tinha razão em dizer que era chamado pela vontade de DEUS e não dos homens. Seu nome em hebraico era Saulo (hb. Sha'ul, o que foi pedido) - Seu nome em grego era Paulo (gr. Paulus, baixo, pequeno, humilde), foi convocado pelo ESPÍRITO SANTO para ser enviado para a missão evangelística (At 13.8).
Lembrando também que Paulo ouviu de Estêvão um maravilhoso testemunho de fé em DEUS e comunhão íntima com JESUS.
Mas ele, estando cheio do ESPÍRITO SANTO e fixando os olhos no céu, viu a glória de DEUS e JESUS, que estava à direita de DEUS, e disse: Eis que vejo os céus abertos e o Filho do Homem, que está em pé à mão direita de DEUS. Mas eles gritaram com grande voz, taparam os ouvidos e arremeteram unânimes contra ele. E, expulsando-o da cidade, o apedrejavam. E as testemunhas depuseram as suas vestes aos pés de um jovem chamado Saulo. E apedrejaram a Estêvão, que em invocação dizia: Senhor JESUS, recebe o meu espírito. E, pondo-se de joelhos, clamou com grande voz: Senhor, não lhes imputes este pecado. E, tendo dito isto, adormeceu. Atos 7:55-60
Elinaldo Renovato. Dons espirituais & Ministeriais Servindo a DEUS e aos homens com poder extraordinário. Editora CPAD. pag. 75. (Com algumas adaptações, mudanças e alguns acréscimo meus - Pr. Henrique)
  
Da Terra das Tendas Negras
Paulo dava sua aprovação à medida que cada testemunha apanhava uma pedra, erguia-a acima da cabeça e a atirava para ferir e aleijar o homem lá embaixo. Então Paulo ouviu a voz de Estêvão. Em dor, mas com clareza, ele falava como se a alguém invisível, mas próximo: "Senhor JESUS, recebe o meu espírito".
Tentando dominar a dor, ele se ajoelhou em oração. Paulo não podia deixar de ouvir as palavras que saíam com volume espantoso de alguém a morrer: "Senhor, não lhes imputes este pecado."
A próxima pedra tombou-o ao chão. O mártir perdera a consciência. A multidão continuou a apedrejá-lo.
Paulo nasceu numa cidade situada entre as montanhas e o mar. É provável que o ano tenha sido 1 d.C, mas os detalhes originais do local do seu nascimento são escassos. A indicá-lo, temos a reivindicação do próprio apóstolo: "Eu sou judeu de Tarso, cidade não insignificante da Cilicia... Da linhagem de Israel, da tribo de Benjamim, hebreu de hebreus".
Tarso era a principal cidade da fértil planície da Cilicia, no extremo Sudoeste da Ásia Menor.
Antíoco IV, por volta de 170 a.C, introduziu na cidade uma colônia de judeus. Estes, além de direitos e privilégios. É provável que os ancestrais de Paulo estivessem entre esses judeus que, por sua vez, devem ter saído da obscura cidade de Giscala, na Galileia.
É possível que o pai de Paulo tenha sido um mestre na arte de fabricar tendas. O pano era tecido dos longos pelos de bodes pretos que pastavam, como ainda hoje o fazem, nas encostas do Tauro.
Da mãe de Paulo nada se sabe. Ele tinha pelo menos uma irmã (E o filho da irmã de Paulo, tendo ouvido acerca desta cilada, foi, e entrou na fortaleza, e o anunciou a Paulo. Atos 23:16). A família detinha a cobiçada posição de cidadania romana, pois a cidade se tornou colônia romana..
O terceiro nome, chamado cognomen, era Paulus. Por ocasião do ritual da circuncisão, no oitavo dia de vida, ele também havia recebido um nome judaico: "Saulo". Este foi escolhido ou por causa do seu significado, "pedido", ou em honra do benjamita mais famoso de toda a história, o rei Saul.
Saulo era o nome usado em casa, ressaltando que a herança judaica lhe era a coisa mais importante nos seus primeiros anos. Paulo, desde a infância, aprendeu grego, a língua franca de então, latim, a língua dos dominadores romanos e em casa a família falava o aramaico, a língua da Judeia, derivada do hebraico.
A escola anexa à sinagoga de Tarso não ensinava nada mais que o texto hebraico da sagrada lei. Paulo aprendeu a escrever os caracteres hebraicos em papiro e, desta forma, pouco a pouco formou seus próprios rolos das Escrituras. Aos treze anos de idade, Paulo já havia dominado a história judaica, a poesia dos salmos e a majestosa literatura dos profetas. Ele estava preparado para a escola superior.
É provável que no ano em que Augusto morreu, 14 d.C, Paulo, ainda adolescente, tenha sido enviado, por mar, à Palestina, e tenha subido os montes na direção de Jerusalém.
Durante os seguintes seis anos ele se sentou aos pés de Gamaliel, neto do mestre supremo dos judeus Hillel que, alguns anos antes, falecera com mais de cem anos de idade. Sob o frágil e gentil Gamaliel, em contraste com os líderes da escola rival de Shamai, Paulo aprendeu a dissecar um texto até revelar dezenas de possíveis significados. Aprendeu também a fazer uma exposição, pois o rabi, além de advogado de acusação ou de defesa dos que quebravam a lei sagrada, era também pregador. Paulo excedeu a seus contemporâneos. Sua mente poderosa poderia levá-lo a ocupar um lugar no Sinédrio, no Corredor das Pedras Polidas, e torná-lo um "governador dos judeus". Por ser o estado judaico uma teocracia em que as mesmas pessoas exerciam funções religiosas e civis, os setenta e um membros do Sinédrio eram igualmente juízes, senadores e mestres espirituais. O tribunal tomava decisões supremas em todos os assuntos religiosos e dentro da pequena liberdade de se governarem a si mesmos permitida pelo romanos. Alguns dos membros do tribunal procediam do sacerdócio hereditário. Outros eram advogados e rabis.
Tivesse Paulo permanecido aí durante o ministério de JESUS de Nazaré, certamente teria argumentado com ele, à semelhança dos outros fariseus. Nos anos posteriores ele se referiu com frequência à morte de JESUS por crucificação, mas jamais confessou-se sua testemunha ocular.
Uma de suas cartas sugere que ele tinha forte inclinação missionária. Onde quer que os judeus adoravam, os simpatizantes gentios eram admitidos como "tementes a DEUS". Fariseus como Paulo instavam a que os tementes a DEUS se fizessem prosélitos, judeus completos: deviam submeter-se ao simples mas doloroso ritual da circuncisão, e então honrar as exigências cerimoniais e pessoais da lei em todo o seu rigor. O fardo podia ser pesado, mas a recompensa era grande, pois ganhariam o favor de DEUS.
Logo depois de seu trigésimo aniversário Paulo voltou a Jerusalém.
Em Jerusalém, podiam desincumbir-se das obrigações mais complicadas e mais dignas da lei, e demonstrar zelo onde este seria notado. Paulo também podia combater o movimento lançado por JESUS de Nazaré. Tarso deve ter recebido ecos dos ensinos e das reivindicações do novo profeta e dos estranhos relatos de milagres, e até mesmo da notícia de que ele havia ressurgido dentre os mortos.
Segundo se acredita, Paulo era baixo; seu porte, porém, era tal que ele sobressaía em qualquer multidão. Possuía rosto um tanto oval e sobrancelhas cerradas. Por causa da boa vida que levava, talvez fosse gordo. Ele devia usar barbas, já que os judeus desprezavam o costume romano de se barbear. E sua barba preta juntamente com seu vestuário de bainha azul, mais o talismã preso a um turbante, mostravam seu orgulho de ser fariseu. Ao andar pelos pátios do Templo ele revelava a arrogância inevitável de um homem cujos ancestrais e ações o tornaram importante. Ele praticava fielmente o interminável ciclo de purificações rituais de pratos e xícaras e de sua própria pessoa. Ele guardava os jejuns semanais — entre o nascer e o pôr do sol — e repetia as orações diárias na progressão e número exatos. Ele sabia o que lhe era devido: saudações respeitosas, grande precedência, lugar proeminente na sinagoga.
Paulo teria apoiado o fariseu que, vendo JESUS permitir que uma prostituta lhe lavasse os pés com as lágrimas e os ungisse com bálsamo, achava ser isto prova de que o homem não podia ser profeta. O quadro imortal que JESUS pintou do fariseu e do publicano (coletor de impostos) orando no Templo, ter-se-ia ajustado a Paulo. Como aquele fariseu, Paulo estava seguro de merecer o favor de DEUS.
Nos dois anos seguintes à execução de JESUS, a cidade santa se enchera daqueles que acreditavam que JESUS ressurgira dentre os mortos.
Não foi por acaso que as testemunhas lançaram suas vestes "aos pés de um jovem chamado Saulo". Conheciam a responsabilidade dele. Ele, porém, não atirou uma única pedra. Ele observava e aprovava — e ouviu Estêvão clamar: "Senhor JESUS, recebe o meu espírito!" "Senhor, não lhes imputes este pecado." E a ágil mente de Paulo viu e repudiou a essência dessa oração. "Senhor, não lhes imputes este pecado", significava, no ensino de Estêvão: "Senhor, tomaste sobre ti mesmo o pecado deles. Que eles creiam em ti, que te conheçam e que te amem."
Durante o restante do verão em que Estêvão foi morto (provavelmente 31 d.C.) e por todo o inverno seguinte as autoridades judaicas, tendo Paulo como principal agente, deram início a uma repressão sistemática.
Ele atacou como um animal, rasgando sua presa. Não era a triste eficiência de um oficial obedecendo a ordens desagradáveis. Seu coração, bem como sua mente, estavam engajados com a precisão de um inquisidor que desmascara a traição. Seu ímpeto chegou ao ponto de reduzir uma comunidade vigorosa de âmbito urbano à impotência e pôr seus líderes em fuga ou em esconderijos. Ele foi de casa em casa. Então realizou interrogatórios nas sinagogas durante as reuniões. Todo suspeito, homem ou mulher, tinha de se pôr de pé na presença dos anciãos enquanto Paulo, como representante do sumo sacerdote, lhes ordenava que amaldiçoassem a JESUS. Se se recusassem, seriam formalmente acusados, mas tinham o direito antigo de usar em sua defesa a fórmula: "Tenho algo a argumentar em favor de minha absolvição."
Assim, Paulo ouviu as histórias e as crenças de muitos daqueles que chamavam a JESUS de "Senhor". Muitos haviam estado com JESUS em Jerusalém ou tinham ido à Galileia a fim de encontrá-lo, e estes repetiam as suas palavras. Repetidamente, as mesmas frases, as mesmas parábolas eram apresentadas ao tribunal da sinagoga. Paulo não se surpreendia com a exatidão dessas histórias, uma vez que todos os rabis insistiam em que seus discípulos aprendessem os seus ditos com perfeição, até mesmo reproduzindo a tonalidade de sua voz. E os ditos, quer Paulo desejasse quer não, foram imediatamente armazenados na biblioteca em expansão de seu arguto cérebro.
Alguns dos nazarenos defendiam sua devoção relatando a influência de JESUS sobre seus corpos, como o cego de nascença a quem o Senhor curara, que teria respondido a Paulo de modo tão insolente quanto respondera aos indignados fariseus depois do milagre. Alguns tinham visto JESUS cambalear na direção do Gólgota e tinham-no observado morrer. Muitos insistiam tê-lo visto vivo depois de morto, não como fantasma, mas real — a despeito da surra que lhe havia arrancado a pele e desnudado as costas, e o choque, a exaustão e a exposição à crucificação romana com seu término inevitável por sufocação, se a morte não chegasse primeiro. A maioria dos acusados, contudo, não reivindicava ser testemunhas oculares, mas convertidos daqueles que o eram, particularmente de Simão chamado Pedro ou "Pedra".
Vez após vez, um discípulo tímido e sem grande influência, de educação medíocre e sem graças sociais, era atirado na presença do tribunal. Depois de algumas frases o homem se transformava: começava a falar claramente, com firme convicção. Era quase como se alguém lhe estivesse dizendo o que falar.
Atirou-os nos calabouços. Um ou dois talvez tenham sido apedrejados. Paulo parece sugerir tal coisa ("Quando eram mortos, eu dava o meu voto contra eles"), mas os romanos limitavam estritamente os direitos judaicos à pena capital. A maioria era punida por meio de espancamento público, as "quarenta chicotadas menos uma" que não eram nada agradáveis para os de estômago fraco.
Ele permanecia impassível enquanto homens e mulheres saíam cambaleando com as costas inchadas e ensanguentadas.
Para o final do inverno chegaram notícias de que os seguidores de JESUS fugidos de Jerusalém não se deixaram intimidar, mas propagavam as suas doutrinas aonde quer que fossem — em Samaria, com êxito impressionante, e no Norte, na direção de Damasco. Paulo foi furioso à presença do sumo sacerdote. "Respirando ainda ameaças e morte" como descreve o seu primeiro biógrafo, ele pediu cartas para as sinagogas, autorizando-o a prender homens e mulheres que seguissem o "caminho" e trazê-los amarrados para Jerusalém. Como primeiro objetivo, ele sugeriu Damasco. Embora a disciplina do Sinédrio se estendesse aos judeus de todos os lugares, os romanos não gostavam de perturbações. Mas Damasco, embora cidade romana, possuía duas grandes comunidades que contavam com certa medida de autogoverno: os árabes leais ao rei Nabateu que vivia em sua capital de rocha em Petra, e os judeus. É provável que Paulo pretendesse perseguir e castigar os cristãos da Fenícia e depois os de Antioquia, a grande capital romana da Síria. Ele tinha toda uma vida pela frente.
Ele partiu na primavera, assim que as viagens tiveram início, à primeira luz da manhã, sob a forte luminosidade dos montes da Judeia. Deve ter ido de jumento. Teriam passado perto do local em que Estêvão fora assassinado. Se tomaram a estrada que atravessava Samaria, passaram por montes pedregosos acarpetados de variegadas flores primaveris, e no segundo dia tiveram um breve vislumbre das neves distantes do monte Hermom que domina a estrada para Damasco. No quarto ou no quinto dia chegaram ao mar da Galileia. Paulo teria encontrado aqui mais pessoas do que em Jerusalém as quais juravam ter visto a JESUS vivo de novo, com cicatrizes nas mãos e nos pés.
Paulo atravessou o Jordão usando a ponte romana e subiu as escarpas desnudas. Agora ele tinha conhecimento do que JESUS havia feito e dito, até mesmo da tonalidade da sua voz, da sua aparência e caráter, este homem que era quase da mesma idade de Paulo.
Paulo jamais sugere que à medida que a sua pequena caravana avistou o monte Hermom ele tenha pesado os fatores a favor e contra JESUS. Este fora um impostor blasfemo e estava morto.
A Estrada de Damasco
O último dia da viagem deixava para trás o Hermom, cujos cumes, ainda sob a neve, erguiam-se acima dos montes marrons recobertos de flores brancas. Mas a montanha já não parecia particularmente alta porque eles estavam perto demais para ver o pico, e o planalto de Damasco encontra-se a uma altitude de mais de 600 metros.
Estavam encorajados a prosseguir adiante até ao fim da jornada, em vez de pararem, como em outras ocasiões, antes do meio-dia. O meio-dia primaveril não causaria insolação. Paulo e seu grupo continuaram a caminhar. Um homem, na retaguarda, conduzia os burros ligados por uma corda. A estrada estava vazia.
O céu estava claro e azul. A memória de Paulo enfatiza que não havia nem tempestade nem vento forte, como sugerem os que buscam uma explicação natural para o acontecimento. Ele não estava perto de um colapso nervoso nem prestes a sofrer um ataque epiléptico; ele nem mesmo tinha pressa.
"Quase ao meio-dia, repentinamente grande luz do céu brilhou ao redor de mim... uma luz mais brilhante do que o sol, brilhando ao meu redor e ao redor de meus companheiros de viagem."
Todos eles caíram por terra, apavorados com o fenômeno.
Não se tratava de apenas um relâmpago, mas de luz terrível e inexplicável. Parece que Paulo permaneceu prostrado, enquanto seus companheiros se levantaram cambaleando. Para ele somente, a intensidade da luz aumentou.
Paulo ouviu uma voz, ao mesmo tempo calma e autoritária, dizer-lhe em aramaico: "Saulo, Saulo, por que me persegues?"
Ele levantou os olhos. No centro da luz que o impedia de ver ao derredor, ele encarou um homem de mais ou menos a sua idade. Paulo não podia acreditar no que ouvia e via. Todas as suas convicções, intelecto, treinamento, reputação e autoestima exigiam que JESUS não estivesse vivo novamente. Assim, procurando ganhar tempo, ele replicou: "Quem és, Senhor?" A expressão de tratamento podia não significar nada mais que "Excelência". Provavelmente se lembrou que Estêvão teve a visão desse mesmo que agora falava com ele.
"Eu sou JESUS, a quem tu persegues; mas, levanta-te, e entra na cidade, onde te dirão o que te convém fazer."
Então ele soube. Em um segundo, que mais pareceu uma eternidade, Paulo viu as feridas nas mãos e nos pés de JESUS, viu-lhe o rosto e compreendeu que estava vendo ao Senhor, vivo, como Estêvão e outros haviam dito, e que JESUS amava não apenas aos que Paulo perseguia, mas também ao próprio Paulo: "Dura coisa é recalcitrares contra os aguilhões." Nem uma palavra de reprovação.
Paulo jamais admitira a si mesmo sentir as pontadas de um aguilhão ao enfurecer-se contra Estêvão e seus discípulos. Mas agora, instantaneamente, se conscientizava de que estivera lutando contra JESUS. E lutando contra si mesmo, contra sua consciência, sua falta de poder, contra as trevas e o caos de sua alma. DEUS pairou sobre este caos e o levou ao momento de nova criação. Só faltava o consentimento de Paulo.
Paulo se quebrou.
Ele tremia e não estava em condições de pesar os prós e os contras para a mudança de ideias. Sabia apenas ter ouvido uma voz e visto o Senhor, e que nada mais importava a não ser descobrir a sua vontade e obedecer a ela.
"Que farei, Senhor?"
Aqui ele usa o mesmo tratamento de antes, mas toda a obediência e adoração, e todo o amor no céu e na terra entraram nessa única palavra "Senhor". Naquele momento ele se sentia totalmente perdoado, totalmente amado. Em suas próprias palavras: "Porque DEUS que disse: Das trevas resplandecerá luz — ele mesmo resplandeceu em nossos corações, para iluminação do conhecimento da glória de DEUS na face de CRISTO."
"Levanta-te", ouviu ele, "e entra na cidade, onde te dirão o que te convém fazer." Ele havia confiado. Agora tinha de obedecer — a uma primeira ordem humilhante, quase trivial.
Ao se pôr de pé, estava cego. Estendeu a mão aos companheiros, agora ainda mais espantados ouvindo Paulo responder ao inaudível, os quais o conduziram. Os animais de carga e de montaria alcançaram a pequena caravana que se dirigia a Damasco em maravilhado silêncio.
Paulo entrou cegamente no desconhecido. Mas ele não se encontrava em trevas, e sim em luz. "Não podia ver por causa do brilho dessa luz." Embora o azul do céu, a poeira vermelha da estrada e o verde do oásis desaparecessem, pouca falta faziam. A luz lhe infundia os olhos cegos e a mente. Andando, em obediência a esse primeiro mandamento de seu novo Mestre, Paulo fez a primeira grande descoberta: JESUS permanecia a seu lado, não na forma de um corpo crucificado e ressurreto, mas como alguém invisível, contudo presente.
Passaram pelo mau cheiro do caravançarai, calmo no início da tarde, e entraram na cidade pela Rua Direita, espaçosa e cheia de colunas, que dividia a cidade ao meio. Esta rua também estava relativamente calma, pois as lojas e estandes ainda estavam fechados para a sesta do meio-dia, e as janelas das casas, por causa do sol, permaneciam cerradas. Chegaram à casa de um damasceno chamado Judas, provavelmente um rico mercador judeu, hospedeiro digno de um representante do Sinédrio. Os anciãos da sinagoga deviam estar à espera de Paulo, pois até os nazarenos sabiam que ele estava a caminho a fim de persegui-los. Ambos os grupos o perderam de vista. A escolta o entregou e desapareceu. Ele não pediu nada a Judas, a não ser o quarto de hóspede — recusando até mesmo a comida — e estar a sós.
O tempo perdeu o significado. Ele ouviu a trombeta vespertina, o cantar dos galos na manhã seguinte e o ruído de carroças no calçamento. Ouviu os gritos dos comerciantes anunciando seus produtos, percebeu o murmúrio distante de barganhadores, e o relinchar ocasional de um burro. Então, a calma do meio-dia. Paulo passou o tempo deitado, totalmente desperto, a não ser por uma ou duas horas de sono, ou ajoelhado ao lado da cama. Ele não queria companhia humana, mas desejava estar a sós com o Senhor JESUS, como agora o chamava. Logo ele se esqueceu da fome e da sede. Sua personalidade toda estava em mudança. Ao permitir que a luz de CRISTO iluminasse os recessos de sua alma, ele estava sendo virado do avesso.
"Saulo, Saulo, por que me persegues?" Agora ele podia responder a essa pergunta com as palavras do Salmo de Davi: "Tem misericórdia de mim, ó DEUS, segundo a tua benignidade: segundo a multidão das tuas misericórdias, apaga as minhas transgressões... Contra ti, contra ti somente pequei."
Paulo se sentia imundo e nojento. Vi a mim mesmo e fiquei horrorizado." O assassínio sempre é absoluto à consciência despertada do assassino. Nem foi somente assassínio e crueldade. Ele havia blasfemado, insultado e perseguido ao Senhor, cuja resposta fora procurá-lo e mostrar-lhe o amor que ultrapassava tudo o que Paulo antes conhecia. Quanto mais ele, em cegueira, se banhava nesse amor, à medida que as horas passavam velozes, tanto mais ele se quebrava ante a enormidade de seus feitos.
Ele supunha que estivesse servindo a DEUS, que estivesse caindo na graça divina. Ele havia disposto seus padrões de bondade, tinha-se comparado com os outros e visto que era bom. Mas agora, em contraste com JESUS cujo ESPÍRITO lhe invadia, ele sabia que sua pureza não passava de contrafação do inexpressivamente Puro, suas boas ações nada mais eram que uma paródia da Bondade. Ele havia sido mental e espiritualmente hostil a DEUS, embora o tivesse honrado com os lábios. Ele se ocupara do mal, embora praticasse seus ritos religiosos. Ele se isolara totalmente, arrastando-se para tão longe quanto pudesse da luz cegante que era DEUS.
Contudo, JESUS o havia apanhado. Paulo, desse dia em diante, citaria esse fato entre as provas indiscutíveis da ressurreição, não importando o quanto os homens pudessem zombar dele ou chamá-lo de mentiroso. DEUS, de maneira incrível, havia levantado do sepulcro o corpo morto de JESUS de modo que ele estava vivo e aparecera a Paulo, não com o propósito de o humilhar ou destruir, ou vingar o sangue dos perseguidos, mas para salvar o perseguidor e sobrepujá-lo com amor e perdão. Paulo sabia, do fundo do coração, que JESUS era o Messias, o CRISTO, o Salvador do mundo. Esta não era uma conclusão tirada da lógica fria, embora essa um dia haveria de chegar. Ia além do intelecto. Ele sabia porque conhecia a JESUS.
E, conhecendo a JESUS, ele compreendia o que tinha acontecido na cruz.
Paulo, em seu orgulho e conhecimento, tinha rejeitado a JESUS porque homem algum poderia ser pendurado no madeiro a menos que tivesse sido amaldiçoado. Agora, à medida que enfrentava o seu pecado, ele via, com uma intuição irresistível, que JESUS deveras sofrera uma maldição sobre a cruz, mas não a dele; era a maldição de Paulo e de todos os homens. Cada hora passada em cegueira na casa de Judas, cada dia do restante de sua vida, revelaria um pouco mais da largura, do comprimento, da altura e da profundidade das boas novas, mas o coração estava seguro delas, agora e para sempre: o amor de CRISTO, "o Filho de DEUS que me amou e a si mesmo se deu por mim". Paulo podia, instantaneamente, ser tratado como alguém que jamais pecou, ser recebido com amor e confiança. Quanto mais ele olhava com olhos cegos para o brilho da luz, tanto mais distinto se apresentava o fato revelado naquele instante na estrada de Damasco: o perdão era uma dádiva, inteira e perfeita, porque era o próprio CRISTO. Não podia ser merecido. Mérito humano algum podia superar o pecado humano; mas, ao possuir a CRISTO, Paulo tinha tudo.
Na casa de Judas, ele podia ter gritado o que escreveria no futuro: "Enviou DEUS aos nossos corações o ESPÍRITO de seu Filho". "O mistério que estivera oculto dos séculos e das gerações; agora, todavia, se manifestou. . . CRISTO em vós". "Para mim, o viver é CRISTO!" Ele já sentia o impulso de orar. Não apenas as orações formais da gloriosa liturgia judaica, mas a conversação de um filho com seu Pai. Ao falar com JESUS, ele falava com o Pai, ao adorar o Pai, ele conversava com o Filho. Ele contou ao Senhor tudo o que lhe ia no coração. Ele intercedeu com urgência por aqueles que havia perseguido, especialmente pelos que forçara a blasfemar; pelos nazarenos de Damasco que o aguardavam com temor; por seus amigos judeus e por seus superiores.
Com a oração, veio a fome das palavras de JESUS. Como uma ovelha recém-nascida que, mesmo antes de conseguir pôr-se de pé procura instintivamente o peito da mãe, Paulo tinha fome do conhecimento de tudo o que JESUS havia dito e feito. Até à sua conversão ele havia sido indiferente às palavras de CRISTO. Desde o instante em que disse: "Que farei, Senhor?" ele aceitou a sua autoridade, e agora era de importância transcendental saber o que JESUS tinha ordenado, prometido, prevenido e predito; conhecer a atitude do Mestre para com aqueles que o odiavam e para com os que o amavam, saber tudo o que ele ensinou a respeito do Pai e de si mesmo, seus veredictos em todos os assuntos do comportamento e destino humanos.
Paulo possuía ainda outro anseio: espalhar esta grande descoberta. Contudo, ele tinha de esperar. O mandamento do Mestre fora: "Entra na cidade, onde te dirão o que te convém fazer." Esperando, ele ouviu a trombeta vespertina, o cantar dos galos e o ruído de carroças e novamente a trombeta vespertina. Finalmente, na calma da terceira aurora, enquanto orava, recebeu a revelação do que viria a seguir.
No quarto de uma pequena casa da rua chamada Direita um judeu de meia-idade estava deitado entre dormindo e acordado.
Ananias, honrado membro da comunidade judaica de Damasco e também seguidor de JESUS CRISTO, não se surpreendeu nem hesitou ao ouviu uma voz chamar o seu nome: "Ananias!" "Eis-me aqui, Senhor." "Dispõe-te, e vai à rua que se chama Direita e, na casa de Judas, procura por Saulo, apelidado de Tarso; pois ele está orando, e viu entrar um homem, chamado Ananias, e impor-lhe as mãos, para que recuperasse a vista."
Ananias ficou espantado. Seu Senhor devia ter-se enganado. É provável que Ananias tenha assistido a pequenas reuniões dos nazarenos que, com a notícia de que Saulo, o Perseguidor, se aproximava, oraram pedindo que o Senhor os livrasse, aparentemente, sem esperar que sua oração fosse atendida.
"Senhor", respondeu Ananias, "de muitos tenho ouvido a respeito desse homem, quantos males tem feito aos teus santos em Jerusalém; e para aqui trouxe autorização dos principais sacerdotes para prender a todos os que invocam o teu nome."
Disse a voz: "Vai, porque este é para mim um instrumento escolhido". O Senhor, a seguir, confirmou e ampliou o seu mandamento.
Com isso, Ananias levantou-se e foi.
Caminhando apressado pela viela e desviando-se dos carregadores de água que voltavam do rio, no momento em que o sol despontava nos penhascos do norte, ele quase gritava: "Aleluia!" Então o braço do Senhor não se encolhera. Ele o havia estendido para curar, e o lobo se deitaria com o cordeiro como na antiga profecia. E ele, o obscuro Ananias, de quem jamais se ouviu falar nem antes nem depois, fora escolhido para batizar a Saulo, o primeiro exemplo de um padrão histórico, segundo o qual os grandes embaixadores de CRISTO, por mais preparados que sejam de outros modos, são levados à sua vocação por intermédio de insignificantes agentes.
Ananias, levado imediatamente à presença de Paulo, permaneceu em pé ao lado da cama.
Ele via um rosto que passara de profundo sofrimento à paz. A pele se enrugava onde a boa vida de fariseu tinha sido esgotada pelo jejum; podiam-se ainda perceber as rugas feitas pela crueldade; a barba era irregular e os olhos fixos. Contudo, era um rosto descontraído, como se Paulo tivesse visto o pior e já não o temesse, tivesse olhado o melhor e soubesse que estava sendo reconstruído em seu molde.
Ananias pôs as mãos na cabeça de Paulo.
"Saulo, irmão", começou ele (e engoliu em seco ao chamar o assassino dos seus amigos de "irmão", mas a alegria tragou a hesitação), "o Senhor me enviou, a saber, o próprio JESUS que te apareceu no caminho por onde vinhas, para que recuperes a vista e fiques cheio do ESPÍRITO SANTO."
Naquele instante umas como que escamas caíram dos olhos de Paulo. Ele viu Ananias. E o viu claramente. Paulo recuperou a vista instantânea e completamente.
Ananias desincumbiu-se do restante das suas ordens: "O DEUS de nossos pais de antemão te escolheu para conheceres a sua vontade, ver o Justo e ouvir uma voz da sua própria boca, porque terás de ser sua testemunha diante de todos os homens, das coisas que tens visto e ouvido." Paulo ouviria mais, disse ele, diretamente do Senhor JESUS, que lhe daria um vislumbre da dureza e da dor à medida que se aventurassem juntos, não só aos filhos de Israel, grandes e pequenos, escravos e reis — mas também a "todos os homens", a quem o fariseu Saulo desprezara e rejeitara.
A seguir, Ananias proferiu mais palavras, entregues como se da parte do próprio JESUS: "Envio-te para lhes abrir os olhos e convertê-los das trevas para a luz, e da potestade de Satanás para DEUS, a fim de que recebam eles remissão de pecados e herança entre os que são santificados pela fé em mim."
O alcance e a implicação dessa comissão deixou Paulo sem fala.
Disse mais Ananias: "Por que te demoras? Levanta-te, recebe o batismo e lava os teus pecados, invocando o nome dele."
Ananias ajudou-o a deixar a cama. Os seguidores do Caminho, como João Batista, batizavam por imersão num rio ou numa corrente de águas. Paulo estava fraco depois de seu prolongado jejum, mas com sua vontade férrea, pode ter insistido em caminhar, apoiado em Ananias, os oitenta metros até o rio Abana, fora do muro norte da cidade.
Paulo, embora advertido de que viriam tempestades, nessa ocasião podia tornar suas as palavras do Salmo 19: "Os céus proclamam a glória de DEUS... o sol... se regozija como herói, a percorrer o seu caminho."
Paulo sentia bem-estar, descontração de toda a tensão, agudeza de percepção e paz mental. Andando pela rua Direita, que, como todas as ruas orientais era uma miscelânea de cores, barulhos e movimentos, ou entrando no bazar de especiarias ou na rua dos trabalhadores em metal, ele estava apaixonado com a humanidade toda. Damasco, por ser uma cidade de fronteira, atraía tipos variados: árabes, judeus, partos com seus chapéus cônicos, e soldados romanos. Paulo sabia ter sido enviado a todos — e a seu próprio povo, os judeus, porque até mesmo eles, com exceção dos que tinham visto a JESUS, possuíam somente um vislumbre da aparência de DEUS.
Naquela noite, em companhia de Ananias, Paulo ficou conhecendo o pequeno grupo de nazarenos. Se alguns fugitivos de Jerusalém estavam entre eles — o que é possível — foi um momento de grande emoção quando os que haviam sido chicoteados sob as ordens de Paulo lhe deram o beijo da paz e, como prova de sua união uns com os outros e com JESUS, partilharam com ele o pão e o vinho, símbolos do corpo e do sangue do Senhor, como o próprio Senhor ensinara na noite em que foi traído.
Um incidente ainda mais extraordinário ocorreu no sábado seguinte na sinagoga mais importante de Damasco. Os anciãos e a congregação não faziam ideia da conversão de Paulo. Ele não a revelara nem mesmo a Judas. Os nazarenos, contudo, que sabiam que as coisas correriam de modo diferente, estavam orando enquanto acompanhava Paulo, ainda vestido como fariseu e trajando uma veste de barras azuis, tendo no turbante um talismã de couro, até à plataforma e lhe entregava o rolo da Lei.
Ele leu a passagem designada e devolveu o rolo. No instante de pausa, antes de começar a falar, ele se maravilhou da estratégia divina mediante a qual, nos séculos passados, levantaram-se sinagogas em incontáveis cidades gentias — prontas para o dia em que, sob a sua liderança, se transformariam nos baluartes de uma grande cruzada para JESUS CRISTO! Como ele tinha visto a verdade, certamente que eles também a veriam. Ele e eles haviam sido separados para espalhar as boas novas de JESUS CRISTO entre os gentios. E começariam em Damasco.
Então ele proclamou: "JESUS é o Filho de DEUS." Paulo atacou com a mesma veemência e paixão que caracterizaram sua perseguição. As palavras tropeçavam umas nas outras enquanto ele contava como o Senhor lhe aparecera, que o Senhor estava vivo e que os amava. E a reação não foi nada parecida com a que ele esperava. Os adoradores ficaram espantados e horrorizados. Longe de se convencerem, ficaram com raiva. Esse vira-casaca, recebido como representante do sumo sacerdote, se declarava representante de JESUS.
Paulo se surpreendeu. Nos dias que se seguiram ele se sentiu como Moisés que "pensou que seus patrícios compreenderiam que DEUS lhes estava oferecendo libertação por seu intermédio, mas não compreenderam." Ainda mais, sua impaciência com os nazarenos aumentou. Ele se reunia com eles todas as noites, mas poucos tinham recordações de JESUS. Possuíam vários dos seus ditos, os quais haviam sido repetidos por aqueles que o tinham conhecido, mas isso não satisfazia a Paulo. Ele tinha fome de evidência de primeira mão. Contudo, não podia voltar a Jerusalém. Ainda que os apóstolos, que haviam conhecido a JESUS melhor do que ninguém, confiassem nele imediatamente, Paulo não devia arriscar-se a cair nas garras de um sumo sacerdote enfurecido, que se encarregaria de fazê-lo desaparecer mediante o estrangulamento, apedrejamento ou prisão perpétua.
De noite, na casa de Judas ou talvez agora na casa de Ananias, ele se revirava na cama, frustrado. E a glória dos dias de cegueira estava a desvanecer. Finalmente, ele disse ao Senhor que deixaria tudo nas suas mãos. A paz voltou. Nenhuma voz ou luz revelou o próximo passo, somente a convicção crescente de que devia sair sozinho, não levando nada a não ser os rolos das Escrituras. Não era dos apóstolos que Paulo necessitava, mas de JESUS somente; não de uma cidade, mas do deserto.
O passo seguinte foi fácil. Damasco era o ponto final de uma das grandes rotas de especiarias que vinham do país da mirra e do incenso, ao sul da Arábia, e da Ponta da África. As caravanas de camelos voltavam trazendo moedas e mercadorias do mundo romano. O filho de um importante comerciante não teve dificuldade alguma em conseguir passagem.
JOHN POLLOCK. O Apóstolo. Editora Vida. (Observação, Com acréscimos e modificações minhas - Pr. Henrique)
  
2. Um homem preparado para servir.
Paulo foi buscar mais conhecimento íntimo com JESUS no mesmo monte onde DEUS falara com Moisés. Foi para a Arábia e lá recebeu revelações como o que aconteceu na Santa Ceia do Senhor JESUS com seus discípulos, antes de morrer na cruz. (Obs. Pr. Henrique).
nem tornei a Jerusalém, a ter com os que já antes de mim eram apóstolos, mas parti para a Arábia e voltei outra vez a Damasco. Gálatas 1:17
Porque eu recebi do Senhor o que também vos ensinei: que o Senhor JESUS, na noite em que foi traído, tomou o pão; 1 Coríntios 11:23
 
Paulo foi escolhido e capacitado pelo ESPÍRITO SANTO para fazer a obra de apóstolo aos gentios.
Na igreja que estava em Antioquia havia alguns profetas e doutores, a saber: Barnabé, e Simeão, chamado Níger, e Lúcio, cireneu, e Manaém, que fora criado com Herodes, o tetrarca, e Saulo. E, servindo eles ao Senhor e jejuando, disse o ESPÍRITO SANTO: Apartai-me a Barnabé e a Saulo para a obra a que os tenho chamado. Então, jejuando, e orando, e pondo sobre eles as mãos, os despediram. E assim estes, enviados pelo ESPÍRITO SANTO, desceram a Selêucia e dali navegaram para Chipre. Atos 13:1-4
Os sinais do meu apostolado foram manifestados entre vós, com toda a paciência, por sinais, prodígios e maravilhas. 2 Coríntios 12:12
Pr. Henrique
 
Paulo teve experiências com DEUS
Um verdadeiro apóstolo é homem que deve ter comunhão e experiência com DEUS. Paulo, não obstante não ter convivido com JESUS como os demais apóstolos, teve experiências espirituais que os outros não tiveram. E essas experiências fortaleceram sua vida espiritual e solidificaram o seu relacionamento com CRISTO. Ele diz que teve “visões e revelações do Senhor” (1 Co 12.1); com bastante modéstia, falando na terceira pessoa, diz que “foi arrebatado ao terceiro céu”... “e ouviu palavras inefáveis, que ao homem não é lícito falar” (1 Co 12.2,4). Que palavras foram essas, só DEUS e Paulo sabem.
Elinaldo Renovato. Dons espirituais & Ministeriais Servindo a DEUS e aos homens com poder extraordinário. Editora CPAD. pag. 75.
 
O prazer com que ele olha para a vida que tinha vivido (v. 7): Combati o bom combate, acabei a carreira etc. Ele não temia a morte, porque tinha o testemunho da sua consciência de que pela graça de DEUS ele tinha, em alguma medida, correspondido às expectativas do propósito da vida. Como cristão, como ministro, ele tinha combatido o bom combate. Ele tinha realizado o serviço, passado pelas dificuldades da sua batalha e tinha sido um instrumento ao levar avante as gloriosas vitórias do Redentor exaltado sobre os poderes das trevas.
Sua vida foi uma carreira, e ele a tinha concluído. Como sua batalha tinha sido cumprida, assim sua corrida tinha acabado. “Guardei a fé. Guardei as doutrinas do evangelho e nunca neguei nenhuma delas”. Note que, em primeiro lugar, a vida de um cristão, mas especialmente de um ministro, é um combate e uma corrida, às vezes comparada a um ou ao outro nas Escrituras. Em segundo lugar, esse é um bom combate, uma boa milícia. A causa é boa, e a vitória é certa, se continuarmos fiéis e corajosos. Em terceiro lugar, devemos combater esse bom combate, devemos concluí-lo e terminar nossa carreira. Não devemos parar até que sejamos mais do que vencedores por aquele que nos amou (Rm 8.37). Em quarto lugar, é um grande consolo para um santo moribundo quando ele pode olhar para trás e dizer como nosso apóstolo: “Combati etc. Guardei a fé, a doutrina da fé e a graça da fé”.
Se pudermos falar da mesma maneira, ao nos aproximar do final dos nossos dias, sentiremos um consolo inexprimível.
Portanto, precisamos continuar nos esforçando, contando com a graça de DEUS, para que possamos terminar nossa carreira com alegria (At 20.24).
[3] O prazer com que ele olha para a vida futura (v. 8): Desde agora, a coroa da justiça me está guardada etc. Ele havia sofrido perda por CRISTO, mas estava certo de que ganharia a CRISTO (Fp 3.8). Que isso possa servir de ânimo para Timóteo para suportar as dificuldades como um bom soldado de JESUS CRISTO, que há uma coroa da vida para ele, a glória e a alegria que abundantemente compensarão todas as dificuldades e privações do combate presente. Observe: Ela é chamada de coroa da justiça, porque será a recompensa dos nossos serviços, que o Senhor não esquecerá, porque não é injusto para esquecer, e porque a nossa santidade e justiça serão aperfeiçoadas e serão a nossa coroa. DEUS a dará como justo juiz. Essa coroa da justiça não era somente para Paulo, como se pertencesse somente aos apóstolos, aos ministros famosos e aos mártires, mas para todos os que amarem a sua vinda. Observe: A natureza de todos os santos é amar a vinda de JESUS CRISTO: eles amaram a sua primeira vinda, quando Ele apareceu para tirar o pecado pelo sacrifício de si mesmo (Hb 9.26). Eles têm prazer em refletir a respeito dela. Eles aguardam ansiosos pela segunda vinda de CRISTO naquele grande Dia. Eles a amam e a aguardam com ansiedade. Em relação àqueles que amam a vinda de JESUS CRISTO, Ele virá para a alegria deles.
Existe uma coroa de justiça reservada para eles, que na segunda vinda de JESUS CRISTO será dada a eles (Hb 9.28).
Amém! Ora, vem, Senhor JESUS! (veja Ap 22.20).
HENRY. Matthew. Comentário Matthew Henry Novo Testamento ATOS A APOCALIPSE Edição completa. Editora CPAD. pag. 719-720. (Observação, Com acréscimos e modificações minhas - Pr. Henrique)
 
Paulo exorta Timóteo a não se esquecer da parte sobrenatural de seu ministério, sem a qual não alcançaria êxito.
Por este motivo, te lembro que despertes o dom de DEUS, que existe em ti pela imposição das minhas mãos. 2 Timóteo 1:6
Não desprezes o dom que há em ti, o qual te foi dado por profecia, com a imposição das mãos do presbitério. 1 Timóteo 4:14
 
I Tm 4.7 Combati o bom combate. Aquilo para o que Timóteo foi convocado (1Tm 6.12) foi cumprido pessoalmente pelo apóstolo e suportado até o vitorioso fim. Ele “proclamou o evangelho de DEUS mediante grande luta”. Agora acabou a luta, esgotou-se a luta da vida, o bom combate chegou a bom fim. Ele lutou contra poderes sombrios da maldade, contra Satanás, contra vícios judaicos, cristãos e gentílicos, hipocrisia, violência, conflitos e imoralidades em Corinto, fanáticos e desleixados em Tessalônica, gnósticos helenistas judeus em Éfeso e Colossos, e não por último – no poder do ESPÍRITO SANTO – o velho ser humano dentro de si mesmo, tribulações externas e temores internos. Acima de tudo e em tudo, porém, lutou em prol do evangelho, a grande luta de sua vida, seu bom combate.
Completei a corrida. A imagem do atleta competidor que alcançou a meta e por quem espera a coroa da vitória. Nada pôde deter sua trajetória, por nada ele foi interrompido significativamente. Agora tampouco poderes mundanos destruirão sua vida de forma autocrática, ele é “prisioneiro do Senhor”. O que ele anunciou aos anciãos de Éfeso na despedida se cumpriu agora: “Todavia, não me importo, nem considero a minha vida de valor algum para mim mesmo, se tão-somente puder terminar a corrida e completar o ministério que o Senhor JESUS me confiou, de testemunhar o evangelho da graça de DEUS.”
Guardei a fé. Será que se deve traduzir aqui com a frase que se tornou linguajar corrente “Guardei a fidelidade”? Sem dúvida tem-se em vista “a fidelidade até a morte”; é intencional a ligação com 2Tm 2.11-13; também a fidelidade do administrador, do qual se demanda prestação de contas no juízo; a aprovação do colaborador e sua paciência até o fim no trabalho penoso, quando os frutos estão maduros. Tudo está englobado, mas antes de tudo e em tudo vale uma só coisa: “Aqui se trata da perseverança dos santos, os que guardam fielmente os mandamentos de DEUS e a fé em JESUS.” “Guardei a fé”, isso é o alfa e o ômega, origem e alvo daquele que por ocasião do primeiro aprisionamento confessou: CRISTO é minha vida e morrer para mim é lucro. Poder crer até o fim, ser sustentado na fé em JESUS, receber constantemente essa fé renovada e aprofundada: essa é a graça máxima, dádiva imerecida, exaltação da fidelidade de DEUS.
O soldado, o corredor, o administrador (agricultor) – todas as três metáforas que Paulo lançou a Timóteo para encorajá-lo, todas direcionadas para o fim dos tempos, cumpriram-se em Paulo. Essas declarações não são marcadas pelo enaltecimento próprio, mas pela gratidão e adoração àquele que o tornou forte na luta, que o conduziu à perfeição, que o presenteou com a fé e o preservou.
Hans Bürki. Comentário Esperança Cartas aos I Timóteo.. Editora Evangélica Esperança. (Observação, Com acréscimos e modificações minhas - Pr. Henrique)
  
3. “O menor dos apóstolos”.
Paulo era um homem de grande cultura
Desmistificando a crença ou “doutrina” de que DEUS só usa pessoas de pouca instrução, o exemplo de Paulo é bem marcante. Era homem de alto conhecimento bíblico e teológico, discípulo de Gamaliel, um dos mestres do judaísmo (At 22.3).
Paulo era um intelectual poliglota. Falava hebraico, por ser judeu e fariseu (At 22.2); por ser cidadão romano (At 22.25), falava latim; suas epístolas foram escritas em grego, o que dá a entender que, sendo um homem culto de sua época, falava a língua helênica; e, como judeu zeloso, certamente, falava o aramaico, que era língua usual, nos meios intelectuais de sua época. Em sua soberania, e segundo seus propósitos divinos, JESUS resolveu contrariar a lógica humana, e chamar um perseguidor do evangelho para ser salvo e fazer dele um apóstolo dos mais destacados entre os que quis escolher.
Enquanto alguns de seus primeiros discípulos, do grupo dos Doze, eram humildes pescadores, cobrador de imposto, político e outros de menor grau de instrução, Paulo era um homem intelectual, que haveria de levar o evangelho aos gentios, ou gentes de todas as nações, fora de Israel, inclusive aos “reis” ou governantes de povos estrangeiros. Além dessa característica marcante, em seu ministério, Paulo foi o grande teólogo e intérprete dos evangelhos de CRISTO. Dos 27 livros do Novo Testamento, 13 foram escritos por ele. E ainda resta dúvida se a epístola aos hebreus também foi de sua autoria.
Não foi por acaso que Paulo foi o primeiro apóstolo a levar o evangelho de CRISTO à Europa. Ele foi o grande evangelizador do Império Romano (Rm 15.24,28). Em suas viagens missionárias, levou o evangelho de CRISTO a cidades de Israel, passou pela Turquia, pela Ásia Menor; pregou na Macedônia, na Acaia, na Grécia, centro cultural da Europa, à época; e, em sua última viagem missionária, reviu discípulos nas igrejas que fundara, e terminou em Roma, para onde foi levado preso, e pregou na capital do Império mundial da época. Concluiu sua extraordinária missão, declarando solenemente: “Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé” (2 Tm 4.7).
Elinaldo Renovato. Dons espirituais & Ministeriais Servindo a DEUS e aos homens com poder extraordinário. Editora CPAD. pag. 75-76. (Observação, Com acréscimos e modificações minhas - Pr. Henrique)
 
Paulo quis salientar diversas coisas através desse símbolo: Seu aparecimento súbito e aparentemente fora de tempo entre as fileiras apostólicas; sua «imaturidade» por ocasião de seu aparecimento; sua «inferioridade» natural diante dos outros apóstolos, exceto a graça de DEUS; e, no entanto, quão grande é a graça de DEUS que tal pessoa veio a tomar-se, por assim dizer, o principal dentre todos os apóstolos. E foi assim que Paulo completou a lista de testemunhas da ressurreição de CRISTO, aludindo a si mesmo. JESUS foi visto após sua morte, e estava vivo. E isso constitui um fato histórico digno de confiança. Conforme disse Sir William Barrett: «O que quer que os mais humildes homens afirmem, com base em sua própria experiência, isso é digno de ser ouvido; porém, aquilo que até mesmo os homens mais habilidosos negam, em sua ignorância, jamais merece um momento sequer de atenção».
Paulo se considerava bem pouca coisa. As palavras «...o menor dos apóstolos...» nada têm a ver com sua estatura física, ou seu poder espiritual ou suas realizações; porquanto, nessas coisas, ele foi realmente o maior de todos. Por igual modo, isso não se pode referir à sua dedicação, ao seu propósito e à sua espiritualidade genuína, pois, uma vez mais, nessas coisas, ele foi o maior de todos os apóstolos. Mas temos aqui a estimativa humilde em que Paulo tinha a si mesmo, no que concerne ao seu «valor pessoal», que ele poderia ter a fim de merecer tão elevado ofício. Em si mesmo, dificilmente ele era digno de ser ao menos um crente comum e possuir a vida eterna, em JESUS CRISTO, porquanto perseguira miseravelmente à igreja de DEUS. A dor de consciência se mostra clara aqui. Ele aprisionara pra serem assassinadas a mulheres e crianças inocentes, entre suas outras vítimas. Não admira, pois, que ele visse a si mesmo como o menor dos apóstolos e que se não fora a graça divina, nem ao menos era digno de ser chamado «apóstolo». (Comparar essa autodepreciação de Paulo com os trechos de Efé. 3:8 e I Tim. 1:15. Quanto às suas perseguições anteriores contra os cristãos, ver as passagens de Atos 8:3; Gál. 1:13 e Fil. 3:6).
Paulo havia dito que era ele qual um «aborto» entre os apóstolos; e essa era outra razão para ter-se em tão pouca conta. Ele empregou aqui o termo grego «ikanos», que é traduzido aqui por «digno». Mas essa não é a mesma palavra grega «aksios», a palavra grega ordinariamente traduzida por «digno». Antes, o termo aqui usado significa «competente», «adequado» (comparar com II Cor. 2:16). Ele não via qualquer mérito em si mesmo, como explicação de por que DEUS lhe outorgara tão estupenda graça. Contudo, a graça não lhe fora dada em vão, conforme sucede quando o livre arbítrio de um homem teimoso interfere com os planos divinos. Pelo contrário, a vontade de Paulo correspondia aos impulsos divinos; e isso era tudo que o Senhor requeria da parte dele. Seu «aborto» violento, para fora do judaísmo, fora uma necessidade; porque ele fora um destruidor; e, através desse processo, normalmente jamais teria vindo aos pés de CRISTO, e muito menos poderia ter assumido a posição de sua mais importante testemunha.
Todavia, a grande mancha de culpa de sua vida jamais foi olvidada pelo apóstolo Paulo (ver Gál. 1:3; I Tim. 1:12-14 e Atos 26:9). Por igual modo, não foi eliminado o princípio da colheita segundo a semeadura; porquanto existe uma lei que dita que tudo quanto um homem semear, isso também terá de colher. É o mesmo caso de Davi, o qual, mesmo depois de haver-se arrependido de seus pecados e de ter sido perdoado, teve de sofrer as consequências. Paulo ainda teria de pagar pelos erros cometidos. Ele, o grande perseguidor, tornou-se o grande perseguido. Aquele que havia encarcerado a outros, agora era frequentemente encarcerado. Aquele que havia assassinado a outros, finalmente foi morto. Essa é uma grande lei, que não admite qualquer exceção, até mesmo quando o perdão entra em operação. (Ver Gál. 6:7,8). «Houve ocasiões em que esse fato terrível (o de ter perseguido a igreja) confrontava a Paulo como um pesadelo. E quem não compreende essa forma de contribuição?» (Robertson, in loc.).
«Embora DEUS o tivesse perdoado, o próprio Paulo dificilmente se perdoaria por seu pecado passado». (Faucett, in loc.). O trecho de Efé. 3:8 apresenta Paulo a dizer algo ainda mais depreciativo a seu respeito. Lá ele aparece como «...o menor de todos os santos...».
CHAMPLIN, Russell Norman, O Novo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Candeias. Vol. 4. pag. 239-241. (Observação, Com acréscimos e modificações minhas - Pr. Henrique)
  
I Cor 9.2 Ademais, não falta o ― selo à sua incumbência apostólica: ―Porque o selo de meu apostolado sois vós no Senhor. Como os coríntios podem duvidar da autenticidade de sua incumbência? Nesse caso também deveriam colocar em dúvida a autenticidade de sua condição cristã e sua existência como igreja de JESUS. “Se não sou apóstolo para outros, certamente o sou (pelo menos) para vós” [tradução do autor]. Essa é a sucinta e contundente ―defesa de seu apostolado contra os que se posicionam como juízes contra ele em Corinto.
Werner de Boor. Comentário Esperança Cartas aos I Corinto. Editora Evangélica Esperança.
  
I Cor 9.2 Paulo enfatiza a prova de seu apostolado, dada no primeiro versículo deste capítulo, onde diz que os próprios crentes de Corinto eram uma prova de seu ministério. Quanto a outros, que tão-somente tinham ouvido falar sobre Paulo, mas nunca tinham contemplado o seu poderoso ministério em primeira mão, era possível que se desculpassem por não reconhecer nele o grande homem de DEUS, de fé e poder como ele era. Mas os crentes de Corinto não podiam apresentar essa mesma desculpa. Acima de outros, tinham de reconhecer como CRISTO operava por intermédio dele. Paulo estivera entre aqueles coríntios por nada menos de dezoito meses, isto é, por mais tempo do que estivera entre qualquer outro grupo de pessoas, excetuando Éfeso.
«...selo...» Essa era a marca da autenticação, nas culturas antiga e moderna. O «selo» ou «caminho» da autoridade, impresso sobre um documento, é necessário para dar-lhe legalidade. Ora, os labores tão bem-sucedidos de Paulo serviam-lhe de selo, de autenticação. Entre esses labores havia o estabelecimento do evangelho na cidade de Corinto. Paulo não poderia ter conseguido tal coisa, a menos que tivesse sido preparado para tanto pelo ESPÍRITO de DEUS. Através do dons espirituais, que resultavam em poderosos sinais e grandes maravilhas, além de uma pregação eloquente e convincente, homens e mulheres ficavam convictos do poder de CRISTO, atuante nesse apóstolo. Nisso consistia o selo autenticador de Paulo.
Os sinais do meu apostolado foram manifestados entre vós, com toda a paciência, por sinais, prodígios e maravilhas. 2 Coríntios 12:12 (Observação, Com acréscimos e modificações minhas - Pr. Henrique)
 
Principais selos do ministério de Paulo - Sinais e Almas para CRISTO - são comprovações, são autenticações de seu ministério dado por JESUS CRISTO.
Os sinais do meu apostolado foram manifestados entre vós, com toda a paciência, por sinais, prodígios e maravilhas. 2 Coríntios 12:12
Se eu não sou apóstolo para os outros, ao menos o sou para vós; porque vós sois o selo do meu apostolado no Senhor. 1 Coríntios 9:2
«...mediante os sinais e portentos que ele operara entre eles, como diz Crisóstomo, alicerçado em II Cor. 12:11-13...a conversão era a grande prova». (Alford, in loc.).
De que maneiras eram utilizados esses selos?
1. Servia de sinal de autenticidade e autoridade, como o selo que José recebeu, na qualidade de representante de Faraó.
2. Servia para testificar e confirmar a autenticidade de documentos. (Ver Jer. 32:11-14; Nee. 9:38 e Dan. 9:24).
3. Servia para impedir a leitura de um documento ou livro. Simbolicamente, pois, esse tipo de selo representa algo oculto ou ainda não revelado.
Neste texto, o selo de que Paulo fala servia essencialmente como «autenticação» de seu ministério, como uma «testemunha», como uma confirmação do mesmo.
CHAMPLIN, Russell Norman, O Novo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Candeias. Vol. 4. pag. 131. (Observação, Com acréscimos e modificações minhas - Pr. Henrique)
  
III - APOSTOLICIDADE ATUAL (Ef 4.11)
1. Ainda há apóstolos?
Aplicamos este termo ao que já vimos no item 1.1, ao “Colégio Apostólico”, ou aos Doze discípulos que foram selecionados por JESUS, e enviados como apóstolos para dar início à Grande Comissão (Mc 16.15). Apóstolos como eles, não existem mais. Eles eram apóstolos no sentido estrito da palavra, e nas circunstâncias em que foram chamados e enviados por JESUS, como homem na Terra. Fizeram parte do primeiro colégio apostólico. Como esses não existem mais, porém, o ministério apostólico da Igreja está em pleno exercício (Ef 4.11).
 
1) Estiveram com CRISTO, durante todo o seu ministério terreno.
Os Doze (incluindo aqui Judas, o traidor) aprenderam aos pés de JESUS, o Mestre dos mestres, no mais perfeito curso de evangelização e discipulado que alguém poderia realizar. Próximo à sua morte, JESUS lhes disse: “E vós sois os que tendes permanecido comigo nas minhas tentações” (Lc 22.28). Ter visto a CRISTO, como home, vivo, é condição sinequanom para exercer tal ministério. Porém, ver a CRISTO ressurreto não é condição exclusiva, pois Paulo também o viu (1 Co 9.1,2). Mas o terem aceito seu chamado diretamente de sua parte desde o batismo de João Batista; de terem caminhado durante cerca de três anos e meio, ao seu lado, ouvindo sua palavra, e vendo seus milagres; de terem comido e dormido ao seu lado, muitas vezes sem ter “onde reclinar a cabeça” (Mt 8.20); só os Doze compartilharam momentos tão expressivos da humanidade, bem como da divindade de CRISTO (podemos incluir aqui outros dois discípulos, mas estes não foram escolhidos por JESUS como homem - José e Matias).
2) Eles estiveram com JESUS, após a sua ressurreição
Outros discípulos também estiveram com JESUS, como Maria Madalena, por exemplo. Mas os que compartilharam da companhia do Senhor, de modo privado e especial, foram os 11, visto que Judas traiu o Mestre e foi para o seu destino trágico (Observação minha - Pr. Henrique - Então agora eram 13 nesta ocasião já que os apóstolos disseram que José e Matias tinham acompanhado o mesmo que eles do ministério de JESUS, porém não foram escolhidos quando os doze foram).
 “Chegada, pois, a tarde daquele dia, o primeiro da semana, e cerradas as portas onde os discípulos, com medo dos judeus, se tinham ajuntado, chegou JESUS, e pôs-se no meio, e disse-lhes: Paz seja convosco! E, dizendo isso, mostrou-lhes as mãos e o lado. De sorte que os discípulos se alegraram, vendo o Senhor. Disse-lhes, pois, JESUS outra vez: Paz seja convosco! Assim como o Pai me enviou, também eu vos envio a vós” (Jo 20.19-21). Enviar significa - apostolar, tornar apóstolo.
 
3) Receberam a Grande Comissão
O mandato para evangelizar o mundo é destinado a todos os crentes em JESUS, a toda a Igreja do Senhor. Mas os Doze receberam a ordem missionária, diretamente da boca de JESUS (Mc 16.15). JESUS não disse aos Doze que eles fizessem apóstolos, mas sim, discípulos em todas as nações (Mt 28.18-20).
4) Os Doze terão seus nomes nos fundamentos da Nova Jerusalém (Aqui Matias sim. Não Judas e nem Paulo)
Esse importante detalhe, registrado no Apocalipse, certamente, constitui argumento mais que suficiente para se entender, que o apostolado especial dos Doze, que constituíam o primeiro Colégio Apostólico, não é repetido em nenhuma fase da História da Igreja. João viu esse singular privilégio, concedido unicamente aos que seguiram JESUS, durante o seu ministério terreno (Ap 21.12-14), mas também viu nascer o segundo apostolado, tendo como integrantes Tiago, irmão de JESUS que assumiu preeminência entre os apóstolos do primeiro colegiado, Andrônico, Júnias, Paulo e Barnabé; estes sendo apóstolos da igreja (At 15.Ef 4.11).
Para confirmar definitivamante que havia apóstolos depois dos doze primeiros, Tiago, irmão de JESUS era líder entre eles todos, em Jeruslám e não tinha sido escolhido por JESUS entre os doze primeiros apóstolos. O Tiago, irmão de João, já havia sido morto por Herodes (e matou à espada Tiago, irmão de João. Atos 12:2 ).
E, havendo-se eles calado, tomou Tiago a palavra, dizendo: Varões irmãos, ouvi-me. Atos 15:13
E não vi a nenhum outro dos apóstolos, senão a Tiago, irmão do Senhor. Gálatas 1:19
Note que mesmo João estando vivo na época de Paulo, muitos foram chamados de apóstolos, claro que apóstolos como ministério e não como os doze primeiros.
Elinaldo Renovato. Dons espirituais & Ministeriais Servindo a DEUS e aos homens com poder extraordinário. Editora CPAD. pag. 77-78. (Observação, Com acréscimos e modificações minhas - Pr. Henrique)
 
ERA APOSTÓLICA, A época que tem início a partir do Pentecostes (aprox. 30 d.C.) até a morte do apóstolo João (aprox. 100 d.C.) é aquela em que os apóstolos estavam exercendo a sua influência entre as igrejas. Esta era prontamente se divide nos períodos pré-paulino (aprox. 30-40 d.C), paulino (aprox. 40-67 d.C.) e pós-paulino (aprox. 67-100 d.C). Durante o primeiro período, o cristianismo esteve grandemente confinado a Jerusalém e ao povo judeu. Não houve nenhuma tentativa de fazer um rompimento definitivo com o judaísmo até então. A vida da igreja foi marcada pela simplicidade, pureza e poder. No período paulino ocorreu uma transição de uma igreja judaica para gentio-judaica com uma expansão correspondente ao tamanho do império. Vários problemas começaram a tomar forma, tais como a perversão judaística na Galácia, irregularidades em Corinto e a heresia em Colossos. A principal figura do período pós-paulino foi o apóstolo João, cuja morte trouxe o final da Era Apostólica primeira, dada por CRISTO (dos doze primeiros apóstolos escolhidos por JESUS). Nesta época, o cristianismo havia sido firmemente plantado em todas as terras de Jerusalém a Roma (Observação minha - Pr. Henrique - agora com os apóstolos do ministério referidos por Paulo em Ef 4.11).
PFEIFFER .Charles F. Dicionário Bíblico Wycliffe. Editora CPAD. pag. 161. (Observação, Com acréscimos e modificações minhas - Pr. Henrique)
 
Note que mesmo João estando vivo na época de Paulo, muitos foram chamados de apóstolos, claro que apóstolos como ministério e não como os doze primeiros.
 
Mt 19.28 — Os apóstolos jamais se esqueceram da promessa de JESUS sobre o lugar que ocupariam no Seu Reino; isso era algo que ainda estava muito vivo na mente deles em Atos 1.15-26.
EarI D. Radmacher: Ronald B. Allen: H. Wayne House. O Novo Comentário Bíblico Novo Testamento com recursos adicionais. Editora Central Gospel. pag. 58-59.
2. Apóstolos fora dos doze.
Matias foi escolhido pelos onze e não foi reprovado por Paulo e muito menos por JESUS. O método de escolha foi totalmente correto, pois ainda não haviam sido batizados no ESPÍRITO SANTO e provaram ter total confiança e fé em DEUS para Ele escolhesse qual pedra sairia se referindo ao apóstolo escolhido por Ele.
Tiago, irmão de JESUS e escritor de um dos livros do Novo Testamento, foi colocado como apóstolo entre os primeiros apóstolos e assumiu posição de eminência entre eles (At 15.13).
Andrônico e Júnias (Saudai a Andrônico e a Júnia, meus parentes e meus companheiros na prisão, os quais se distinguiram entre os apóstolos e que foram antes de mim em CRISTO. Romanos 16:7)
Paulo e Barnabé (Ouvindo, porém, isto os apóstolos Barnabé e Paulo, rasgaram as suas vestes e saltaram para o meio da multidão, clamando Atos 14:14)
Esses são nomes de apóstolos que assumiram o ministério de apóstolos depois dos doze primeiros.
 
Sei que muitos foram ensinados por mestres do passado e achavam que Paulo é que tinha que ser escolhido no lugar de Matias, mas isso não é verdade. O próprio Paulo fala de doze apóstolos colocando Matias entre eles.
e que foi visto por Cefas e depois pelos doze. 1 Coríntios 15:5 - Judas já havia morrido e Matias já havia sido incluído entre os apóstolos.
 
Já ressaltamos o envio dos “setenta” discípulos, que, sendo enviados, de dois em dois, cumpriram o papel de apóstolos. Mas, além deles, o Novo Testamento também cita outros exemplos de apóstolos, como Paulo, que se considerou a si mesmo “o menor dos apóstolos” por ter perseguido “a igreja de DEUS” (1 Co.15.9; Rm 1.1; 2 Co 1.1); ele viu a JESUS CRISTO (1 Co 9.1). Tiago, irmão de JESUS (Barnabé também foi reconhecido como apóstolo (At 14.14). Havia “outros apóstolos”, a que Paulo se referia em sua carta aos romanos (Rm 16.7) e em outras epístolas (G1 1.19; 1 Ts 2.6,7).
 
A) A liderança dos apóstolos
Segundo o comentário da Bíblia de Estudo Pentecostal, os apóstolos “Eram homens de reconhecida e destacada liderança espiritual, ungidos com poder para defrontar-se com os poderes das trevas e confirmar o Evangelho com milagres. Cuidavam do estabelecimento de igrejas, segundo a verdade e pureza apostólicas”. Eles tinham a mensagem “original” de CRISTO.
- A minha palavra e a minha pregação não consistiram em palavras persuasivas de sabedoria humana, mas em demonstração do ESPÍRITO e de poder, 1 Coríntios 2:4
- Os sinais do meu apostolado foram manifestados entre vós, com toda a paciência, por sinais, prodígios e maravilhas. 2 Coríntios 12:12
- E digo isto para que ninguém vos engane com palavras persuasivas. Porque, ainda que esteja ausente quanto ao corpo, contudo, em espírito, estou convosco, regozijando-me e vendo a vossa ordem e a firmeza da vossa fé em CRISTO. Como, pois, recebestes o Senhor JESUS CRISTO, assim também andai nele, arraigados e edificados nele e confirmados na fé, assim como fostes ensinados, crescendo em ação de graças. Tende cuidado para que ninguém vos faça presa sua, por meio de filosofias e vãs sutilezas, segundo a tradição dos homens, segundo os rudimentos do mundo e não segundo CRISTO; porque nele habita corporalmente toda a plenitude da divindade. Colossenses 2:4-9
B) A itinerância dos apóstolos
Diz, ainda, a Bíblia de Estudo Pentecostal que os apóstolos “Eram servos itinerantes que arriscavam suas vidas em favor do nome de nosso Senhor JESUS CRISTO e da propagação do evangelho (At 11.21-26; 13.50; 14.19-22; 15;25,26). Um verdadeiro apóstolo de CRISTO deve ser, antes de tudo, um servo ou um servidor e não alguém em grau de superioridade ou supremacia entre os outros. deve viver em santidade e humildade, repartindo com os outros m4 ministérios suas responsabilidades eclesiásticas e ministeriais. Se há salário, deve ser repartido igualmente entre os cindo ministérios arrolados em Efésios 4.11 - Apóstolos - Profetas - Evangelistas - Pastores - Mestres.
 
C) A ordem de fazer discípulos
A expressão “ensinai todas as nações”, no texto bíblico original (Mt 28.19), escrito em grego, tem o sentido de fazer discípulos. A tradução mais aproximada seria “ide, fazei discípulos em todas as nações”. “O propósito da Grande Comissão é fazer discípulos que observarão os mandamentos de CRISTO e serão pregadores e ministros do evangelho daí para frente também. Este é o único imperativo direto no texto original deste versículo”. De modo mais didático e direto, lemos, na Bíblia de Estudo Palavras-Chave sobre o versículo de Mt 28.19: “3.100 (mathêteuo), intransitivo, tornar-se um aluno, transitivo, ser discípulo, i.e., inscrever-se como estudante:  ser discípulo, instruir, ensinar. O termo correlato, mathetês (3101), “discípulo. Ser discípulo de alguém (Mt 27.57); treinar como discípulo, ensinar, instruir; por exemplo, a Grande Comissão (Mt 28.19). Também Mateus 13.52; Atos 14.21”.5.
Elinaldo Renovato. Dons espirituais & Ministeriais Servindo a DEUS e aos homens com poder extraordinário. Editora CPAD. pag. 78-80. (Observação, Com acréscimos e modificações minhas - Pr. Henrique)
  
3. O ministério apostólico atual.
 
Os missionários, se tivessem autoridade apostólica concedidos pela Igreja e dons do ESPÍRITO SANTO presentes em seu ministério, se fosse enviado só para locais sem crentes e se fossem sustentados pelo mesmo salário dos pastores, poderiam ser considerados hoje como apóstolos.
 
Como demonstrado, o ministério dos Doze, ou do primeiro colégio apostólico (incluído aí Matias), não se repete. Nenhum dos Setenta, nem qualquer dos apóstolos da Igreja Primitiva; ou dos tempos antigos, modernos, atuais, ou futuros, jamais terá seu nome nos fundamentos da Nova Jerusalém. Aqueles Doze foram únicos. Não há sucessão apostólica, como entende a Igreja Católica. Referindo-se aos apóstolos de JESUS do primeiro colegiado, no sentido especial, a Bíblia de Estudo Pentecostal diz: “O ministério de apóstolo nesse sentido restrito é exclusivo, e dele não há repetição. Os apóstolos originais do Novo Testamento escolhidos por JESUS, em forma humana, não têm sucessores”.
Atualmente, o que podemos ver como ministério de caráter apostólico, é o trabalho dos apóstolos de CRISTO como Tiago, irmão do Senhor, Andrônico, Júnias, Paulo e Barnabé o foram e que hoje fazem o mesmo tipo de trabalho abrindo e coordenando o trabalho de novas Igrejas. Onde deixamos espaço sem evangelizar se torna campo missionário a ser ocupado por um apóstolo e os missionários a eles inseridos.
Paulo ensina que JESUS, depois de subir ao alto e levar “cativo o cativeiro”, “deu dons aos homens”. Observando o texto bíblico, de Efésios 4.11, lemos: “E ele mesmo deu uns para apóstolos, e outros para profetas, e outros para evangelistas, e outros para pastores e doutores, querendo o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para edificação do corpo de CRISTO” (Ef 4.11,12). Esses “homens-dons”, concedidos por DEUS e seus ofícios ou ministérios, têm por finalidade alcançar a “unidade do ESPÍRITO” (Ef 4.3), visando “o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério” e a “edificação do corpo de CRISTO”.
O ministério de apóstolo deve ser desenvolvido, na atualidade, ao lado dos demais ministérios, indispensáveis à unidade e à edificação do corpo de CRISTO, em pé de igualdade e importância.
Homens como John Wesley, Gunnar Vingren, Daniel Berg, e tantos outros, em tempos mais recentes, podem ser considerados verdadeiros apóstolos de JESUS. São homens que expuseram suas vidas para levar a mensagem do evangelho aos mais longínquos lugares do mundo.
Elinaldo Renovato. Dons espirituais & Ministeriais Servindo a DEUS e aos homens com poder extraordinário. Editora CPAD. pag. 80-81. (Observação, Com acréscimos e modificações minhas - Pr. Henrique)
 
  )))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))
 
Lição 7, O Ministério de Profeta
Revista Lições Bíblicas Adultos, CPAD, 2° Trimestre 2021
Tema: Dons Espirituais e Ministeriais - Servindo a DEUS e aos Homens com Poder Extraordinário
Comentarista: Elinaldo Renovato de Lima
Complementos, Ilustrações e Vídeos: Pr. Luiz Henrique de Almeida Silva - 99-99152-0454. - henriquelhas@hotmail.com - Cajamar - SP
  
Preciso de sua ajuda para continuar esse trabalho -
Caixa Econômica e Lotéricas - agência - 3151, 1288, conta 000859093213-1 Luiz Henrique de Almeida Silva
Bradesco – Agência 2365-5 Conta Corrente 7074-2 Luiz Henrique de Almeida Silva
Banco do Brasil – Agência 4322-2 Conta Poupança 27333-3 Edna Maria Cruz Silva
 
https://www.youtube.com/playlist?list=PL9TsOz8buX18OmJJ1H8e7UzWzZsHCu6Pk (Vídeos desta Lição em 2014 - 6 partes)
 
LIÇÕES BÍBLICAS - 2º Trimestre de 2014/2021 - CPAD - Para jovens e adultos
Tema: Dons Espirituais e Ministeriais - Servindo a DEUS e aos homens com poder extraordinário
Comentário: Pr. Elinaldo Renovato de Lima
Complementos, ilustrações, questionários e vídeos: Pr. Luiz Henrique de Almeida Silva
https://www.youtube.com/playlist?list=PL9TsOz8buX18OmJJ1H8e7UzWzZsHCu6Pk (6 partes)
  
  
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE - 1 Coríntios 12.27-29; Efésios 4.11-13.
1 Coríntios 12.27 - Ora, vós sois o corpo de CRISTO e seus membros em particular. 28 - E a uns pôs DEUS na igreja, primeiramente, apóstolos, em segundo lugar, profetas, em terceiro, doutores, depois, milagres, depois, dons de curar, socorros, governos, variedades de línguas. 29 - Porventura, são todos apóstolos? São todos profetas? São todos doutores? São todos operadores de milagres?
Efésios 4.11 - E ele mesmo deu uns para apóstolos, e outros para profetas, e outros para evangelistas, e outros para pastores e doutores, 12 - querendo o aperfeiçoamento dos santos, para a obra g do ministério, para edificação do corpo de CRISTO, 13 - até que todos cheguemos à unidade da fé e ao conhecimento do Filho de DEUS, a varão perfeito, à medida da estatura completa de CRISTO.
 
Resumo da Lição 7 - O ministério de Profeta
I- O PROFETA DO ANTIGO TESTAMENTO
1. Conceito. 
2. O ofício. 
3. O profetismo. 
II- O PROFETA EM O NOVO TESTAMENTO
1. A importância do termo “profeta” em o Novo Testamento. 
2. O ofício do profeta neotestamentário. 
3. O objetivo do dom ministerial de profeta. 
III – DISCERNINDO O VERDADEIRO PROFETA DO FALSO
1. Simplicidade x arrogância.
2. Pelos frutos os conhecereis. 
3. Ainda sobre o falso profeta. 
Comentários de 2014 e 2021
 
Nesta lição vamos estudar sobre o segundo Dom Ministerial de CRISTO - Pessoa dada a Igreja por JESUS - Dom ministerial de Profeta (Efésios 4.11).
São Vários os profetas mencionados como Profetas da Igreja como veremos no desenrolar da Lição.
O dom ministerial de Profeta é atual e atuante na Igreja de hoje. Mesmo que algumas denominações teimem em não o reconhecer eclesiasticamente, o profeta está na igreja e deve ser reconhecido para que o corpo de CRISTO cresça em graça, em conhecimento e poder.
 
Importância do ministério de Profeta
Quem recebe um profeta na qualidade de profeta receberá galardão de profeta; e quem recebe um justo na qualidade de justo, receberá galardão de justo. Mateus 10:41
Se fôssemos seguir à risca a Bíblia, os ministérios de Apóstolo e Profeta seriam os maiores ministérios da Igreja atual.
o qual, noutros séculos, não foi manifestado aos filhos dos homens, como, agora, tem sido revelado pelo ESPÍRITO aos seus santos apóstolos e profetas, Efésios 3:5 - Apóstolos e Profetas da Igreja - Novo testamento.
edificados sobre o fundamento dos apóstolos e dos profetas, de que JESUS CRISTO é a principal pedra da esquina; Efésios 2:20 - Apóstolos e Profetas da Igreja - Novo testamento.
 
O maior erro ao falarmos sobre Profeta é a confusão que se faz entre Profeta - Ministério (tanto no AT como no NT) com Dom de Profecia (geralmente é chamado de profeta quem profetiza - quem tem dom de profecia). Profeta é ministério. Ter dom de profecia não faz de alguém um profeta, ministério.
A mensagem dada por um profeta tem a ver com a revelação do futuro (dom de revelação - Palavra de Sabedoria) ou revelação do passado ou do presente (dom de revelação - Palavra de conhecimento ou da ciência).
Muitos profetas também foram e são usados em Dom da fé (ressuscitar mortos), Curas (dons de curar) e Milagres ou Maravilhas.
Dom de profecia é para edificação, exortação e consolação. Confirma o que já está no coração da pessoa. Não prevê nada.
Devido a imaturidade e a ignorância de nossos líderes quanto aos dons, a maioria dos "profetas" que vemos hoje são enganadores e inventam mensagens que DEUS não falou e nem mandou. Falta discernimento sobrenatural do ESPÍRITO SANTO e conhecimento dos Dons do ESPÍRITO SANTO na prática.
 
Qual ensino ou pregação Ágabo fez? Elias e Eliseu pregavam ou ensinavam alguma coisa? Não. Profeta não é mestre para ficar ensinando e nem é evangelista para ficar pregando. Ele tem uma mensagem futurística ou de revelação do pecado e o juízo sobre este pecado. Mensagem simples e direta que não está escrita na bíblia. É conversa de DEUS direta para uma pessoa, ou grupo de pessoas ou para a igreja ou para um país, etc...Dom Ministerial de CRISTO - Pessoa dada a Igreja por JESUS - Dom ministerial de Profeta (Efésios 4.11). São Vários os profetas mencionados como Profetas da Igreja. Atos 11:27 Agabo - Atos 15:32-34 - Judas e Silas - Atos 21:10-11 Agabo -1 Coríntios 12:28 profetas - Tito 1.12 - profeta - Efésios 3:5 - Apóstolos e Profetas da Igreja - Novo testamento. "edificados sobre o fundamento dos apóstolos e dos profetas, de que JESUS CRISTO é a principal pedra da esquina; Efésios 2:20" - Apóstolos e Profetas da Igreja - Novo testamento.
 
Profeta não fala o que está escrito na Bíblia.
Ele recebe uma mensagem sobrenatural, instantânea, para falar a alguém, ou a um grupo de pessoas, ou à igreja, ou a nação.
Parece estar havendo muita confusão sobre este dom por ser raro esse ministério entre os crentes assembleianos.
Hc 2:2 Então, o SENHOR me respondeu e disse: Escreve a visão e torna-a bem legível sobre tábuas, para que a possa ler o que correndo passa.
Só a partir do profeta proclamar o que DEUSlhe revelava é que se tornava bíblia.
O profeta não tirava da Bíblia o que ia falar.
Quem lê na Bíblia alguma coisa não é profeta e nem está profetizando.
A mensagem dada ao profeta é sobrenatural e espontânea. Ele não sabe o que vai falar até o momento que lhe é dado o que falar.
  
Profetas que profetizaram nascimento, vida e morte de JESUS aqui na Terra duraram até João. Hoje temos vários profetas na Igreja (Ef 4.11 - Exemplo clássico - Profeta Ágabo)
 profeta, por nome Ágabo - Atos 21:10-11. - Judas e Silas, que também eram profetas - Atos 15:32-34
"E a uns pôs DEUS na igreja, primeiramente apóstolos, em segundo lugar profetas, em terceiro doutores, depois milagres, depois dons de curar, socorros, governos, variedades de línguas". 1 Coríntios 12:28.
"Um deles, seu próprio profeta, disse: Os cretenses são sempre mentirosos, bestas ruins, ventres preguiçosos. Este testemunho é verdadeiro. Portanto, repreende-os severamente, para que sejam sãos na fé". Tito 1:12-13.
Na igreja que estava em Antioquia havia alguns profetas e doutores, a saber: Barnabé, e Simeão, chamado Níger, e Lúcio, cireneu, e Manaém, que fora criado com Herodes, o tetrarca, e Saulo. Atos 13:1
João Batista, o último profeta? Existiam profetas na época do início da igreja? Existem profetas hoje?
João Batista foi o último profeta do Antigo Testamento - profetas do AT profetizaram sobre primeira vinda de JESUS e quase nada sobre depois disso, com raríssimas exceções. Alguns muito usados em milagres, alguns sem milagres, mas com grandes profecias messiânicas, alguns sem milagres e sem profecias messiânicas, mas com mensagens de juízo. Os verdadeiros eram temidos e pouco desejados em meio à sociedade em geral, principalmente entre os ricos e políticos. Eram pessoas de grande fé e santidade. Suas vidas eram inteiramente comprometidas com DEUS e sua palavra inspirada. A bíblia nos diz que nossa fé deve estar em conformidade com os ensinos dos apóstolos e dos profetas.
No Novo Testamento, como ocorre com os apóstolos, temos o ministério de Profeta. Efésios 2.20; 4.11 fala sobre isso e em muitas outras partes do NT, como por exemplo: Atos 11:27 - profetas; Atos 15:32 - Judas e Silas; Atos 21:10 - Ágabo; 1 Co 12.28, 29; Tito 1.12 - profeta que revela pecado; Apocalipse 18.20 profetas e apóstolos.
O ministério profeta deveria ser reconhecido na Igreja, mas com o passar do tempo, e devido à multiplicação do pecado, principalmente por parte da liderança da igreja, esse ministério teve a mesma sorte daquele que havia no AT, passaram a ser pessoas "non gratas" nas igrejas. Revelar pecado e juízo sobre esse pecado é uma das maiores tarefas de um legítimo profeta de DEUS, por isso sua pouca popularidade na igreja atual.
O que o profeta falaria hoje na igreja? O profeta revelaria o pecado oculto da maioria dos crentes de hoje. O profeta é excluído de nossos púlpitos devido ao temor dos líderes de que seus pecados sejam revelados e eles sejam desmascarados ante suas inocentes ovelhas que são tosquiadas a cada dia para enriquecimento dessas lideranças materialistas.
O pecado tem que ser combatido a qualquer custo e a mensagem do profeta deve ser ouvida na igreja para que o temor se apodere dos crentes e eles se arrependam de seus pecados e sejam sarados.
Lembremo-nos de que todos aqueles que escreveram nossos livros que estão contidos na bíblia e falam sobre alguma coisa no futuro, principalmente a escatologia, todos eles formam profetas de DEUS. Não existiria o livro de Apocalipse se não existisse profeta no Novo Testamento. Os ministérios podem ser mudados ao longo do tempo. Por exemplo, João que começou como apóstolo, terminou como profeta, escrevendo Apocalipse. Paulo que começou como Apóstolo, passou pelo ministério de profeta, evangelista, pastor e mestre.
O ministério é dado por CRISTO de acordo com a necessidade do momento. Paulo preso pode e é usado por JESUS como um legítimo profeta de DEUS, combatendo o pecado nas igrejas e falando sobre coisas futuras.
Todo profeta tem como confirmação de se ministério os dons do ESPÍRITO SANTO presentes em seu ministério.
  
Dom de Profecia X Ministério Profeta
 
Dom de Profecia é para edificação, exortação e consolação, não prediz nada, pode vir de 3 fontes, DEUS, homem e o Diabo; deve ser julgada.
Profeta é ministério
Profeta é usado em dons de revelação - fala a respeito do futuro (Palavra de Sabedoria - dentro da Onisciência de DEUS - DEUS sabe o futuro); também revela coisas ocultas tanto no passado quanto no presente (Dom da Palavra da ciência ou Conhecimento - dentro da Onipresença de DEUS - DEUS está presente em toda parte). profeta é usado em dons de poder (ressuscitar mortos - Fé; Curar doentes e enfermos - Dons de Curar; Modificação na natureza - milagres) - Alguns profetas escrevem a respeito de coisas futuras, como Apocalipse, por exemplo - são revelações das coisas futuras dadas ao profeta. Quem tem ministério de profeta não quer dizer que um dia não possa ter outros ministérios, pis Pedro e Paulo foram, além de apóstolos, profetas também..
Observação sobre sustento do profeta:
O Didaquê, obra da igreja primitiva que pode ser dada como de produção ao redor do ano 90 de nossa era (parece anteceder, inclusive, ao evangelho de João), e que é considerado como um manual de doutrina da igreja primitiva, diz o seguinte, sobre o trabalho de mestres itinerantes na vida das comunidades cristãs da época: “Todo apóstolo (profeta e pregador também) que venha a vós seja recebido como o Senhor, porém não permanecerá mais que um dia, e se houver necessidade, ainda o outro dia; mas se permanecer três dias, é um falso profeta. E tendo saído o apóstolo nada tomará para si, a não ser pão, até o próximo alojamento. Mas se pede dinheiro é um falso profeta” (11.4-7). Não estou declarando o Didaquê como inspirado, como os escritos do Novo Testamento, mas reconhecendo-o como documento histórico e como manual de doutrina da Igreja. A conexão que ele faz entre apóstolo, profeta e pregador itinerante é interessante, bem como o método para descobrir se é falso o apóstolo ou profeta ou pregador itinerante: se busca levar vantagem no exercício de sua função. Por que existem altos cachês? Porque existem pastores que pagam. São falsos pastores pagando falsos profetas? Será que esses falsos profetas só profetizam coisas boas para esses pastores para receberem seus altos cachês?
<http://www.ensinameaviver.com.br/admin/pdf/O_PROFETISMO_EM_ISRAEL_-_Isaltino_Gomes_Coelho_Filho.pdf >
 
A importância do ministério do profeta neotestamentário.
Atos 11:27 - profeta Ágabo
E, levantando-se um deles, por nome Ágabo, dava a entender pelo ESPÍRITO, que haveria uma grande fome em todo o mundo, e isso aconteceu no tempo de Cláudio César.
 
Veja a importância de um profeta aqui - este profeta previu uma grande seca em todo mundo - DEUS lhe revelou algo que haveria de acontecer no futuro. Deveríamos desejar que esse ministério fosse ativo na igreja - DEUS poderia nos dizer muita coisa grandiosa, mesmo antes de que elas acontecessem. Alguns historiadores dizem que pouco antes que o general Tito destruísse Jerusalém, DEUS enviou uma mensagem, através de um profeta, a igreja que estava em Jerusalém, avisando da tragédia que se avizinhava. Quem deu crédito ao que dizia o profeta de DEUS, fugiu da cidade e escapou com vida.
O dom Palavra de Sabedoria é muito percebido agindo no profeta, por isso mesmo, muitos escreveram a respeito de coisas que aconteceram muito depois de suas épocas e que ainda vão acontecer depois de nossa época, tanto os profetas do AT quanto os do NT. Um legítimo profeta recebe mensagens futurísticas de DEUS que sabe tudo sobre o futuro, dentro de Sua Onisciência, e revela a seus profetas.
"Certamente o Senhor DEUS não fará coisa alguma, sem ter revelado o seu segredo aos seus servos, os profetas". Amós 3:7
 
Atos 15:32-34
"Depois Judas e Silas, que também eram profetas, exortaram e confirmaram os irmãos com muitas palavras. E, detendo-se ali algum tempo, os irmãos os deixaram voltar em paz para os apóstolos; Mas pareceu bem a Silas ficar ali". Atos 15:32-34
 
Judas e Silas eram respeitados profetas da Igreja e foram encarregados de passarem nas igrejas abertas por Paulo para corrigirem erros doutrinários exigidos pelos falsos apóstolos e profetas que por ali passaram. Judas e Silas transmitiram aos irmãos a resoluções do primeiro concílio da igreja.
Veja a importância de verdadeiros profetas de DEUS que adquirem respeito e confiança da igreja. Os apóstolos confiavam a eles uma de suas mais importantes resoluções da igreja.
 
Atos 21:10-11
"E, demorando-nos ali por muitos dias, chegou da Judéia um profeta, por nome Ágabo; E, vindo ter conosco, tomou a cinta de Paulo, e ligando-se os seus próprios pés e mãos, disse: Isto diz o ESPÍRITO SANTO: Assim ligarão os judeus em Jerusalém o homem de quem é esta cinta, e o entregarão nas mãos dos gentios". Atos 21:10-11.
 
Veja aqui, mais uma vez, a importância de um profeta que fala a respeito do futuro. Paulo, agora, já sabia o que lhe aconteceria no futuro. Poderia fazer a escolha entre obedecer integralmente à ordem de JESUS para ele ou de servir a DEUS parcialmente. Temos a escolha de conhecer a vontade perfeita de DEUS para nós ou de conhecer sua vontade permissiva. Só recebem tudo de DEUS aqueles que são capazes de entregar-se totalmente a DEUS. São capazes de dar suas vidas pelo evangelho. "Certamente o Senhor DEUS não fará coisa alguma, sem ter revelado o seu segredo aos seus servos, os profetas". Amós 3:7.
1 Coríntios 12:28
"E a uns pôs DEUS na igreja, primeiramente apóstolos, em segundo lugar profetas, em terceiro doutores, depois milagres, depois dons de curar, socorros, governos, variedades de línguas". 1 Coríntios 12:28.
Isto é Bíblia, é Palavra de DEUS, deve ser praticado na Igreja.
Veja a importância do ministério de profeta. Aqui Paulo o coloca em segundo lugar de importância para a edificação e progresso da igreja.
  
Tito 1.12 - profeta que revela pecado
"Um deles, seu próprio profeta, disse: Os cretenses são sempre mentirosos, bestas ruins, ventres preguiçosos. Este testemunho é verdadeiro. Portanto, repreende-os severamente, para que sejam sãos na fé". Tito 1:12-13.
Veja aqui Paulo dando testemunho da veracidade de uma palavra de um profeta a respeito dos cretenses. Um profeta sabia a verdade sobre a igreja, pois enxergava da maneira que DEUS enxergava e a revelava ao apóstolo.
  
Apocalipse 18.20 profetas e apóstolos.
Alegra-te sobre ela, ó céu, e vós, santos apóstolos e profetas; porque já DEUS julgou a vossa causa quanto a ela. Apocalipse 18:20
Um dia DEUS dará a paga aos perseguidores dos profetas de DEUS. Quase não se vê um profeta na igreja de hoje. São perseguidos. Não têm oportunidade para transmitirem as mensagens diretas de DEUS a seu povo, em nossos púlpitos. São considerados como escória. São desprezados. São tidos como loucos. Ainda bem que um dia DEUS os recompensará.
 
Como identificar se a mensagem é vinda de um ministério Profeta ou de alguém usado em dom de profecia?
Quando se fala a respeito de coisas futuras ou coisas passadas ou ocultas quando se revela pecados ocultos e notícia de juízo é Ministério de profeta. O profeta revela às vezes um problema ou uma doença, ou um juízo e já traz a solução com um milagre, uma transformação.
A profecia não traz o milagre junto. A profecia é mais um aconselhamento, para edificação, consolação e exortação. Não tem elemento preditivo e nem palavra de juízo contra o pecado. A profecia é para indicar a presença de DEUS na vida do crente ou descrente. É em sua maioria, uma resposta de DEUS a uma oração do crente.
Não confunda profecia com Profeta, por favor. profecias devem ser julgadas. Profeta - homem de DEUS que traz uma mensagem de DEUS, revelando pecados ou coisas ocultas e futurísticas. Na hora que o profeta fala já se sabe se é de DEUS ou não. Se a mensagem for a respeito do futuro só se saberá se é de DEUS se acontecer o cumprimento. Não se pode julgar o que ainda não aconteceu.
  
Porque existe uma rejeição intensa para com o profeta ministerial nos dias de hoje?
Não só hoje, mas o profeta sempre foi temido, excluído, colocado à margem dos poderosos. O profeta tem a revelação do pecado, principalmente o pecado da liderança. profeta revela roubo de dinheiro na secretaria, desvio de dinheiro das obras sociais e de missões, revela superfaturamentos nas notas fiscais, revela adultérios, revela homossexualidade, lesbianismo, prostituição, etc... Imagine quem quer um profeta em sua igreja!!! O rei da igreja, ou o ditador da igreja morre de medo de um profeta e não dá oportunidade para ele pregar de jeito nenhum.
  
Revista Ensinador Cristão CPAD, n° 58, p.39
O ministério de profeta ainda é válido para os nossos dias? Esta pergunta é polêmica em alguns lugares. Há pessoas que dão por encerrado esse ministério. Se fosse verdade, algumas perguntas seriam inevitáveis: Quando encerrou? Quem o encerrou? E como ficam as experiências do exercício do ministério de profeta relatadas pelo Novo Testamento e ao longo da História da Igreja?
Os exemplos são diversos. Em o Novo Testamento Ágabo e outros profetas exerciam o ministério em Antioquia (At 11.27-30; 21.10-12).
Outros exemplos são profusos na história da Igreja. Podemos começar por um documento cristão antigo datado do segundo século: "Didaquê: A Instrução dos Doze Apóstolos". Apesar de se chamar "A instrução dos Doze", o documento não foi escrito pelos doze apóstolos de CRISTO, mas formulado pelas lideranças da igreja do segundo século objetivando orientar os fiéis sobre vários assuntos da vida cristã. No capítulo 11, sobre "A Vida em Comunidade", os versículos 7-12 do documento falam do pleno exercício do ministério de profeta conforme registrado em Efésios 4.11.
À semelhança do Antigo Testamento, o ministério dos profetas neotestamentários, e na história da Igreja, sempre foi exercido nas raias da marginalização. Indo no caminho contrário ao que foi institucionalizado como certo, quando na verdade estava corrompido e longe dos desígnios de DEUS. Foi assim no Antigo Testamento; assim ocorreu em o Novo Testamento; e vem acontecendo ao longo da rica história eclesiástica. Por que teria de ser diferente na contemporaneidade? (com algumas alterações do Pr. Henrique).
 
COMENTÁRIO/INTRODUÇÃO
 
O maior erro ao falarmos sobre Profeta é a confusão que se faz entre Profeta - Ministério (tanto no AT como no NT) com Dom de Profecia (geralmente é chamado de profeta quem profetiza - quem tem dom de profecia).
Profeta é ministério.
Ter dom de profecia não faz de alguém um profeta, ministério.
 
A mensagem dada por um profeta tem a ver com a revelação do futuro (dom de revelação - Palavra de Sabedoria) ou revelação do passado ou do presente (dom de revelação - Palavra de conhecimento ou da ciência).
Muitos profetas também foram e são usados em Dom da fé (ressuscitar mortos), Curas (dons de curar) e Milagres ou Maravilhas.
Dom de profecia é para edificação, exortação e consolação. Confirma o que já está no coração da pessoa. Resposta a uma oração. Não prevê nada.
 
Devido a imaturidade e a ignorância de nossos líderes quanto aos dons, a maioria dos "profetas" que vemos hoje são enganadores e inventam mensagens que DEUS não falou e nem mandou. Falta discernimento e conhecimento dos Dons do ESPÍRITO SANTO.
 
Neste capítulo, discorremos sobre o dom ministerial de profeta, na igreja cristã. É um assunto que envolve dificuldades de interpretação, tendo em vista alguns aspectos que parecem não estar bem claros, no texto neotestamentário. Quando se estuda a missão dos profetas, no Antigo Testamento, normalmente, não há grandes questionamentos. Mas, no âmbito do Novo Testamento, persistem algumas indagações. Há dúvidas acerca da correlação entre o dom de “profeta” e o dom espiritual de “profecia”. O profeta, na igreja atual é um dom ou é um ofício? E um cargo ministerial, como alguém utiliza, acima dos demais? Já existem igrejas em que seu titular já foi pastor, bispo, apóstolo e, atualmente, é chamado de “o profeta”!
A Igreja Primitiva é o modelo ideal a ser seguido pelas igrejas cristãs ao longo da História. Mesmo considerando algumas especificidades ministeriais, face ao contexto histórico e cultural de sua época, o que foi ensinado por JESUS e por seus apóstolos, ao longo do desenvolvimento das igrejas locais, tem valor essencial para quaisquer igrejas, em todos os tempos e lugares, no mundo em que vivemos. Desse modo, constatamos que tanto o dom de profecia como o ofício ou o dom ministerial de profeta eram naturalmente reconhecidos pelos cristãos primitivos.
Em momentos cruciais, quando as adversidades ameaçavam a comunidade cristã, homens de DEUS eram levantados para transmitir a mensagem de orientação, necessária para sua estabilidade. Os profetas do Novo Testamento não eram pessoas procuradas por irmãos ou grupos de irmãos, com a finalidade de buscarem orientações pessoais. Eles eram usados, em momentos especiais, quando havia uma necessidade de uma palavra especial da parte de DEUS. E o faziam de modo espontâneo, sem qualquer ideia de premeditação ou direcionamento da parte do profeta, como ocorre, infelizmente, em alguns lugares, nos dias presentes. Também não tinham o ofício de profeta, idêntico ao dos profetas do Antigo Testamento.
O profeta do Antigo Testamento era um homem que, além de transmitir a mensagem de DEUS, tinha outras atribuições de ordem nacional. Na unção dos reis, eram os profetas que tinham a incumbência de derramar o azeite santo da unção sobre a cabeça dos governantes (1 Sm 16.1; 1 Rs 19.16).
No Novo Testamento, o profeta tem função essencialmente voltada para o âmbito da igreja local. Mas, de modo geral, o profeta da igreja cristã atende à necessidade de edificação, exortação e consolação dos crentes (1 Co 14.3). Uma pessoa pode ter o dom espiritual de profecia sem ter o dom ministerial de profeta. Não se pode dizer que a igreja do século XXI não precisa mais de profetas. Considerando que, antes da Vinda de JESUS, está prevista terrível manifestação da apostasia (2 Ts 2.3), é indispensável que a igreja local tenha a presença da manifestação do ESPÍRITO SANTO, tanto através do dom de profecia, como a palavra dos profetas de DEUS.
O profeta de hoje não tem a missão de ungir reis ou profetas em seu lugar, mas tem a grave responsabilidade de transmitir a mensagem de DEUS, nos momentos necessários, no tempo certo, para pessoas ou para a comunidade cristã. Essas mensagens são de grande valia, para denunciar as ameaças ou existência de pecados que comprometem a integridade espiritual do Corpo de CRISTO.
Quem tem um dom de DEUS deve ter consciência de que é apenas um servo e não um senhor dos outros.
Elinaldo Renovato. Dons espirituais & Ministeriais Servindo a DEUS e aos homens com poder extraordinário. Editora CPAD. pag. 82-83. (com algumas alterações do Pr. Henrique).
 
JESUS FALOU SOBRE A PERSEGUIÇÃO AOS APÓSTOLOS E PROFETAS - Lc 11:49 Por isso diz também a sabedoria de Deus: Profetas e apóstolos lhes mandarei; e eles matarão uns, e perseguirão outros;
AS POSIÇÕES PRIMORDIAIS DA IGREJA SÃO APÓSTOLOS, PROFETAS E MESTRES. 1Co 12:28 E a uns pôs DEUSna igreja, primeiramente apóstolos, em segundo lugar profetas, em terceiro doutores, depois milagres, depois dons de curar, socorros, governos, variedades de línguas.
BATISMO NO ESPÍRITO SANTO É PARA TODOS, DONS DO ESPÍRITO SANTO SÃO PARA POUCOS E MINISTÉRIOS SÃO PARA POUQUÍSSIMOS. 1Co 12:29 Porventura são todos apóstolos? São todos profetas? São todos doutores? São todos operadores de milagres?
A IGREJA É EDIFICADA SOBRE O FUNDAMENTO DOS APÓSTOLOS E PROFETAS - JESUS CRISTO - Ef 2:20 Edificados sobre o fundamento dos apóstolos e dos profetas, de que JESUS CRISTO é a principal pedra da esquina;
REVELAÇÕES EXTRAORDINÁRIAS FORAM DADAS AOS APÓSTOLOS E PROFETAS - Ef 3:5 O qual noutros séculos não foi manifestado aos filhos dos homens, como agora tem sido revelado pelo ESPÍRITO  aos seus santos apóstolos e profetas;
APÓSTOLOS E PROFETAS SÃO MINISTÉRIOS DE CRISTO - Ef 4:11 E ele mesmo deu uns para apóstolos, e outros para profetas, e outros para evangelistas, e outros para pastores e doutores,
AS PALAVRAS DITAS PELOS APÓSTOLOS E PROFETAS DEVEM SER GUARDADAS - 2Pe 3:2 Para que vos lembreis das palavras que primeiramente foram ditas pelos santos profetas, e do mandamento do SENHOR e Salvador, mediante os vossos apóstolos.
APÓSTOLOS E PROFETAS  TÊM UMA CAUSA EM COMUM - Ap 18:20 Alegra-te sobre ela, ó céu, e vós, santos apóstolos e profetas; porque já DEUSjulgou a vossa causa quanto a ela.
 
I- O PROFETA DO ANTIGO TESTAMENTO
1. Conceito. 
2. O ofício. 
3. O profetismo.
 
I- O PROFETA DO ANTIGO TESTAMENTO
 1. Conceito.
 No Antigo Testamento, o ofício do profeta era de âmbito nacional. Quando DEUS levantava um profeta, conferia-lhe a missão de falar em seu Nome para toda a nação e até para povos estranhos. Este poderia receber consultas para falar com DEUS e dar a resposta de DEUS.
 
Esta palavra é derivada do termo grego prophetes, “aquele que fala sobre aquilo que está porvir [ou adiante]”, um proclamador ou intérprete da revelação divina (Arndt, p. 730). Ela geralmente refere-se àquele que age como porta-voz. Às vezes, também é sinônimo de “vidente” ou “pessoa inspirada”, e traz a conotação de um prenunciador ou revelador de eventos futuros. O uso prático determina o sentido em que a palavra deve ser entendida.
 
PRESTE ATENÇÃO A ISTO - “profeta é aquele que fala sobre aquilo que está no porvir [ou adiante, ou no futuro]” - O DOM QUE MAIS AGE NO PROFETA É O DOM DE PALAVRA DE SABEDORIA, OU SEJA, REVELAÇÃO DO FUTURO.
Também o profeta é muito usado em Palavra de Conhecimento (revelação do passado ou de alguma coisa desconhecida onde está, no presente.
No Novo Testamento temos exemplo bem prático no profeta Ágabo.
 
Terminologia.
No AT hebraico são encontradas diversas palavras cujo significado preciso deve ser determinado mais pelo uso do que pela etimologia. Entre elas, aquela que ocorre mais frequentemente é nabi‘. Várias tentativas foram feitas pelos estudiosos para descobrir o significado etimológico dessa palavra (cf. My Servants the Prophets, pp. 56-57), porém os resultados não foram satisfatórios. Entretanto, sua utilização comum mostra a força que possui. Dessa forma, em Deuteronômio 18.18, DEUS afirma que o profeta (nabi") declarará tudo que Ele lhe ordenar. Novamente, em Êxodo 7.1, essa palavra tem o mesmo significado. Outras passagens são Êxodo 4.15,16; Jeremias 1.17a; 15.19 etc. Em todas elas, e na verdade através de todo o AT, a palavra nabi’ aparece como aquele que declara uma mensagem em nome de um superior.
A religião divinamente revelada do AT é considerada como sendo de natureza bastante prática. Em muitas culturas pagãs, por outro lado, o que é proeminente é a maneira pela qual o vidente recebeu a mensagem. Parece que não é a proclamação propriamente dita, mas o obscuro cenário de mistério que recebe a maior ênfase. Nesse ponto, o AT mostra um contraste muito grande com o mundo pagão. Não há dúvida de que a mensagem profética não é de origem humana, mas divina (2 Pe 1.20,21), e por essa razão o profeta do AT era diferente do adivinhador pagão ou vaticinador da Antiguidade. Enquanto o adivinhador poderia ter recebido sua “mensagem” ou presságios através de métodos de invenção humana, as palavras do profeta originam-se de audições, sonhos e visões enviadas por DEUS. Miquéias afirmava que estava cheio de poder - do ESPÍRITO do Senhor - para tornar conhecidos à nação de Israel os pecados que haviam praticado (Mq 3.8).
Duas outras palavras, ro’eh e hozeh, ambas particípios, dizem respeito àquele que vê, e são praticamente usadas como sinônimos. Em ambas, a força recai sobre o método de receber a revelação, isto é, de ver. Ro’ek e hozeh eram homens que recebiam a mensagem que DEUS lhes havia enviado. É difícil dizer se essa visão acontecia através dos olhos físicos, ou de uma visão, ou se a palavra poderia estar referindo-se a uma visão metafórica como um discernimento sobrenatural. É possível que o vidente fosse simplesmente um homem que com seu “olho interior" enxergava a verdade que DEUS lhe enviava. Ao mesmo tempo, está claro a partir de uma comparação entre as principais passagens nas quais essa palavra ocorre (por exemplo, 1 Sm 9.9; Is 30.9,10) que ro’eh e hozeh eram porta-vozes de DEUS. Sua função era a mesma do nabi’. Resumindo, podemos dizer que o profeta do AT, por qualquer nome que porventura lhe fosse designado, era aquele em cuja boca DEUS havia colocado suas Palavras, e que transmitia essas preciosas Palavras ao povo. Também DEUS fala diretamente com o profeta algumas vezes. (Então, falou DEUS a Noé, dizendo: Gênesis 8:15; Então, caiu Abrão sobre o seu rosto, e falou DEUS com ele, dizendo: Gênesis 17:3; Falou mais DEUS a Moisés e disse: Eu sou o Senhor. Êxodo 6:2).
 
Adão foi o primeiro profeta
 
Abraão era profeta - Por que podemos dizer que Abraão era profeta?
Porque DEUS disse.
Agora devolva a mulher ao marido dela. Ele é profeta, e orará em seu favor, para que você não morra. Mas se não a devolver, esteja certo de que você e todos os seus morrerão". Gênesis 20:7
 
O profeta e Moisés.
Para um melhor entendimento da origem divina da instituição profética, a passagem chave está em Deuteronômio 18.9-22. Em contrapartida à contínua atividade dos adivinhadores e vaticinadores cananeus, DEUS prometeu enviar a Israel seus profetas. Portanto, Israel não seria compelida a lançar mão de meios humanos para obter informações sobre a vida e a morte. Antes, a nação deveria dar ouvidos aos profetas que iriam declarar as verdadeiras Palavras de DEUS. Dessa forma, assim como Moisés, ele seria um mediador entre DEUS e a nação. Da mesma forma como o sacerdote representava o povo perante DEUS, também o profeta representava DEUS perante o povo. Entretanto, nenhum dos profetas foi uma cópia exata de Moisés. Somente com a vinda de CRISTO eles realmente conheceram aquele grande Profeta que fora verdadeiramente representado por Moisés, aquele que conhecia a DEUS Pai face a face (Dt 34.10; cf. Nm 12.8).
DEUS falava com Moisés. Ele falava claramente, frente a frente, e não através de frases enigmáticas ou obscuras. Por outro lado, *DEUS também falava aos outros profetas por meio de sonhos e visões, e as Escrituras sugerem que Ele também pode ter falado através de enigmas (Nm 12.1-6).
Portanto, os profetas eram homens a quem DEUS criou para declarar a sua vontade à nação. Eles estavam de acordo com a época à qual pertenciam, e indicavam a vinda daquele que iria personificar, no sentido mais pleno e mais completo, os ideais da instituição profética (JESUS). Por isso os profetas do AT duraram até João Batista. Daí para frente os profetas da Igreja seriam iniciados em seu ministério, agora para JESUS falar através deles à Igreja, principalmente.
 
Escolas de profetas.
Durante o período de Samuel foram feitas referências a grupos de profetas. Sabemos pouco sobre esses grupos, embora eles tenham sido objeto de muita especulação. Entretanto, parece que ajudaram Samuel a ministrar às necessidades espirituais da nação.
A obra da teocracia revelou-se demasiadamente grande para Moisés, e por esta razão foram escolhidos 70 anciãos para ajudá-lo nessa árdua tarefa. No período de Samuel, essa obra revelou-se novamente muito grande para um único indivíduo. Esse período foi particularmente crucial, pois a época dos juizes estava chegando ao fim e a monarquia estava apenas começando. Havia a necessidade da presença do ESPÍRITO, não apenas em Samuel, mas também naqueles de menor estatura.
Não sabemos praticamente nada sobre a organização desses grupos. Eles foram descritos como um “grupo” ou “rancho” (hebet); eles dedicavam-se a profetizar e a louvar a DEUS ao som de músicas (1 Sm 10.5,10). E provável que o grupo tenha sido organizado por Samuel, porém as Escrituras não afirmam esse fato explicitamente.
Depois da divisão da monarquia, aparece novamente um corpo de profetas, dessa vez chamado de “filhos dos profetas” (q.v.). Eles eram encontrados somente no Reino do Norte, em conexão com o ministério de Elias e Eliseu. Nessa época, além de ter sido dividida, a nação enfrentava um perigo adicional pela influência do culto ao deus Baal dos fenícios. Dessa forma, os profetas colocaram-se em uma associação mais íntima com Elias e Eliseu do que no caso do grupo de profetas em relação a Samuel. Por essa razão, eles foram chamados de “filhos”, isto é, filhos espirituais de mestres proféticos. Eles podem ter se casado (cf. 2 Rs 4.1) e tido um lugar comum para morar (cf. 2 Rs 6.1,2). E Amós era filho de um profeta (Am 7.14). DEUS continuou comunicando aos seus profetas o que pretendia fazer e eles transmitiam ao povo. "Certamente o Senhor DEUS não fará coisa alguma, sem ter revelado o seu segredo aos seus servos, os profetas". Amós 3:7
  
O profeta e a teocracia.
O sacerdote era o representante formal e oficial da religião, enquanto podemos entender que o profeta havia sido chamado para um tipo mais espiritual de religião. A ênfase ao sacerdote e ao profeta não era necessariamente antagônica. Do ponto de vista bíblico-teológico, podemos dizer que o profeta era um guardião da teocracia. De acordo com o costume da época, ele realmente tinha acesso à presença dos reis. Quando os reis teocráticos precisavam de algum encorajamento ou censura, o profeta estava sempre presente para oferecer a sua ajuda (por exemplo, 2 Sm 12; Is 7.3ss.; Is 37.5-7; 21.35). Era seu dever mostrar o curso de ação que DEUS desejava que a nação adotasse, portanto, os profetas não eram simples figuras políticas, mas pronunciavam-se sobre questões políticas porque elas poderiam influir no futuro curso da teocracia.
Profeta Natã e Davi - Por que, pois, desprezaste a palavra do Senhor, fazendo o mal diante de seus olhos? A Urias, o heteu, feriste à espada, e a sua mulher tomaste por tua mulher; e a ele mataste com a espada dos filhos de Amom.
Agora, pois, não se apartará a espada jamais da tua casa, porquanto me desprezaste e tomaste a mulher de Urias, o heteu, para que te seja por mulher.
Assim diz o Senhor: Eis que suscitarei da tua mesma casa o mal sobre ti, e tomarei tuas mulheres perante os teus olhos, e as darei a teu próximo, o qual se deitará com tuas mulheres perante este sol.
Porque tu o fizeste em oculto, mas eu farei este negócio perante todo o Israel e perante o sol. 2 Samuel 12:9-12
Todo profeta está sujeito a errar e falar o que DEUS não mandou falar, principalmente por dedução ou por crer que poderá falar o que DEUS quer falar. O Profeta Natã falhou ao não consultar a DEUS e querer agradar ao rei Davi -
Sucedeu, pois, que, morando Davi já em sua casa, disse Davi ao profeta Natã: Eis que moro em casa de cedros, mas a arca do concerto do Senhor está debaixo de cortinas. Então, Natã disse a Davi: Tudo quanto tens no teu coração faze, porque DEUS é contigo. Mas sucedeu, na mesma noite, que a palavra do Senhor veio a Natã, dizendo: Vai e dize a Davi, meu servo: Assim diz o Senhor: Tu me não edificarás uma casa para morar, 1 Crônicas 17:1-4
Pedro errou ao querer ter pena de JESUS, não sabendo o plano de salvação na morte de cruz de JESUS, acabou sendo usado por Satanás. Ele, porém, voltando-se, disse a Pedro: Para trás de mim, Satanás, que me serves de escândalo; porque não compreendes as coisas que são de DEUS, mas só as que são dos homens. Mateus 16:23
  
Profetas falsos e verdadeiros.
Era de se esperar que a verdadeira profecia sofresse a oposição dos imitadores (Dt 13.1-5). Alguns homens falavam em nome de outros deuses, mas alguns falavam falsamente em nome de Iavé. Um exemplo notável desses últimos foi Hananias, que falsamente profetizou a respeito do exílio (Jr 28).
Para distinguir o verdadeiro profeta do falso, que declarava falar em nome de DEUS, havia o teste do cumprimento da profecia: seu cumprimento versus seu não-cumprimento (Dt 18.20-22; cf. Jr 28). No caso daqueles profetas que prenunciavam eventos em um futuro tão distante que não poderiam ser avaliados pelo teste do cumprimento, eles eram julgados pela sua doutrina, além de quaisquer eventos que pudessem ocorrer durante sua vida (cf. Jr 25.12; Dn 9.3-7).
Às vezes, os falsos profetas eram apenas homens enganados (Lm 2.14; Ez 13.2-7), mas, em sua maioria, eram homens embriagados cuja principal preocupação era o dinheiro e os ganhos que poderiam auferir (por exemplo, Is 28,7; Mq 3.5-11).
  
O profeta e o Messias.
O movimento profético como um todo deve ser entendido como uma preparação para a vinda do Messias. Se o pecado de Adão e Eva não tivesse acontecido, não haveria necessidade de um Messias ou dos profetas. De acordo com os profetas, o Messias era aquele que iria realizar um papel triplo. Ele seria sacerdote, profeta, e rei. Existem certos elementos essenciais no quadro messiânico que são apresentados pelos profetas.
1. A vinda do Messias é sobrenatural. O Messias não é apenas uma figura humana cujo aparecimento na cena da história foi acidental. Ele é, verdadeiramente, uma figura humana, porém sua vinda é a chegada do próprio DEUS (por exemplo, “Emanuel", Is 7.14; Mq5.2; Zc 6.12).
2. O próprio Messias é uma pessoa divina. Passagens como Isaías 9.6,7 mostram que Ele é realmente DEUS.
3. A vinda do Messias é escatológica. Ela prenuncia o fim dos tempos (Ml 3.14; Ag 2.6-9).
4. O Messias é um Rei que irá governar em perfeita virtude e justiça (Jr 23.5; Is 11.1-5; Zc 6.13).
5. O Messias é um profeta que declara a Palavra de DEUS com claridade e plenitude até então incomparáveis (Dt 18.9-22).
6. A obra messiânica é sotérica (Is 53.5,6,10- 12; Zc 12.10; 13.1). A essência da tarefa do Messias é salvar seu povo dos pecados que praticaram. O Messias é o Salvador.
Se alguém comparar o conteúdo desse quadro do Messias com o da consciência messiânica de nosso Senhor, ficará admirado pela impressionante semelhança. Os elementos aqui mencionados são essenciais à figura completa do Messias contida no AT. Se eliminarmos qualquer um deles, o quadro será prejudicado. Desnecessário dizer que nem todos esses elementos podem ser encontrados em cada uma das profecias messiânicas; antes, em uma determinada profecia alguns deles podem ter recebido maior ênfase do que outros. Por exemplo, em Isaías 53 o elemento sotérico é o mais importante, enquanto o elemento real está mais ou menos obscuro. Somente quando se analisa o aspecto geral do quadro apresentado no AT é que poderemos ver esses seis elementos como as seis partes necessárias e essenciais à construção aa plenitude do quadro messiânico.
De acordo com a natureza do caso, deve ficar bem claro que o AT não apresenta esses elementos seguindo uma ordem sistemática. Ao contrário, na revelação relativa ao Messias existe uma notável progressão de desdobramentos, Embora a própria palavra “Messias” apareça de forma pouco constante, o quadro da salvação conquistada pelo Senhor através de um agente humano aparece frequentemente. E a profecia onde ocorre algum dos elementos essenciais mencionados acima, é evidentemente e genuinamente messiânica.
A primeira profecia messiânica foi pronunciada pelo próprio DEUS e dirigida à serpente. Ela falava sobre a Semente da mulher que iria ferir a cabeça da serpente (Gn 3.15). DEUS menciona nesse verso um ser humano descendente de Eva que desferiria um golpe mortal contra a serpente.
Assim como esse golpe representa o clímax da inimizade entre a mulher e a serpente, uma inimizade que também se estende às suas respectivas sementes trará um golpe que derrotará o inimigo da humanidade e libertará o homem de seu poder. Nesse ponto, o elemento sotérico é repercutido com mais clareza. O segundo Adão viria para restaurar os filhos de Adão.
 
À medida que o tempo passava.
DEUS revelava aos seus servos e profetas mais e mais informações a respeito do Messias. No âmago da revelação, sempre residia a maravilhosa obra da salvação que o Messias iria realizar. O ápice da profecia messiânica foi alcançado em Isaías 53, que ensina claramente que a morte substitutiva do Messias iria trazer a salvação à humanidade. Na qualidade de “O Servo do Senhor”, o Messias consumou sua maravilhosa obra.
  
Avaliação. A fim de avaliar adequadamente o movimento profético do AT, existem três considerações fundamentais que devem ser levadas em conta.
A- A convicção psicológica, por parte dos profetas, de que DEUS havia falado com eles. Ao proclamar suas mensagens, os profetas estavam convencidos de que Iavé, o DEUS de Israel, que acreditavam ser o DEUS do céu e da terra, havia falado com eles. Eles não apresentavam a mensagem em seu nome, ou em nome de um corpo de profetas, mas no nome do Senhor. Além disso, estavam convencidos de que as próprias palavras que declaravam haviam sido proferidas por DEUS ou eram originárias dele. Está claro que não se consideravam como homens que inventavam ou ampliavam uma mensagem que DEUS lhes havia dado, mas como mensageiros das palavras do próprio DEUS.
B. A continuidade do movimente profético. Durante um período de mais de 1.000 anos o ministério da Profeta manteve-se praticamente contínuo em Israel. Embora vivendo com uma diferença de centenas de anos, os profetas sempre afirmavam que DEUS havia falado com eles. Todos reconheciam o mesmo DEUS, Iavé, e acreditavam que Ele havia sido o autor das mensagens que eles, por sua vez, transmitiam. Esse é um fenômeno sem paralelos na história mundial.
C. O conteúdo das mensagens proféticas. Embora se encontrassem bastante dispersos na história de Israel, os profetas não transmitiam mensagens heterogêneas, desencontradas ou conflitantes. Unir seus ministérios na proclamação da futura vinda do Messias era um propósito teológico destes servos de DEUS. Esses profetas eram homens do povo escolhidos por DEUS, falavam sobre uma futura redenção. Embora muitas vezes suas mensagens estivessem relacionadas a assuntos locais, no âmago de seu ministério estava presente uma mensagem que apontava para o futuro. Também tinham mensagens de juízo tanto diretamente para reis e líderes judaicos, como para sacerdotes, como para o povo em geral e a nação. Portanto, em um sentido bastante real, os profetas realmente transmitiam palavras que expressavam eventos ainda por vir ou revelações de situações passadas ou atuais. Eles falavam sobre Aquele que viria para salvar seu povo dos pecados.
Se dependessem de seu próprio conhecimento, os profetas não poderiam ter previsto o futuro e nem descoberto coisas ocultas; mas DEUS lhes revelou seus propósitos, e assim eles falavam muitas vezes da futura salvação, também de curas, milagres, entre outras coisas (Isaías 53.4, 5; 1Pe 1.10-12).
O profeta é um dom que DEUS nos concede, não com a finalidade de prevermos o futuro, mas de nos manter em CRISTO (Ap 19.10). Acima de tudo, as mensagens de Profetas nos fixam os olhos sobre Aquele que assumiu as funções salvadoras de sacerdote, profeta, e rei -JESUS CRISTO.
Os profetas na Igreja. Os profetas continuaram a desempenhar um papel importante na Igreja do NT. Paulo escreve que a Igreja, a casa de DEUS, foi edificada “sobre os fundamentos dos apóstolos e dos profetas” (Ef 2.20), e que o mistério da igual posição dos gentios no Corpo de CRISTO foi “revelado pelo ESPÍRITO aos seus santos apóstolos e profetas” (Ef 3.5). Havia homens conhecidos como “profetas” especialmente escolhidos para o constante e regular ministério de profeta (Ef 4.11). Depois dos próprios apóstolos, eles eram os ministros que ocupavam a mais elevada posição na Igreja primitiva (1 Co 12.28).
Tais profetas permaneceram em evidência ao longo do livro de Atos. Seu ministério era geralmente o de prever (prenunciar). Observe como Ágabo, em duas ocasiões diferentes, previu acontecimentos futuros para que os cristãos se preparassem para uma emergência que se aproximava (At 11.27-30; 21.10-14). Eles forneciam direção espiritual à Igreja de Antioquia porque, evidentemente, através de um deles o ESPÍRITO SANTO dava ordens relativas ao futuro trabalho evangelístico de Barnabé e Saulo (At 13.1-4).
Em uma reunião da Igreja, um profeta poderia receber uma revelação que seria compartilhada com os crentes reunidos (1 Co 14.30). Tudo era movido e dirigido pelo ESPÍRITO SANTO que falava em nome de JESUS, através do profeta.
Dicionário Bíblico Wycliffe - Charles F. Pfeiffer, Howard F. Vos, João Rea - CPAD. (com algumas alterações do Pr. Henrique).
 
Palavra de DEUS (14.36-38).
Não parece que os profetas do NT estivessem longe ou mesmo separados das fontes doutrinárias dos apóstolos, que tratavam da recém-manifestada verdade doutrinária da Igreja.
  
2. O ofício. 
  
A. A IMPORTÂNCIA DOS PROFETAS
O Antigo Testamento foi marcado pela atividade e testemunho dos profetas. Quando JESUS se despedia dos seus discípulos, lhes disse: “São estas as palavras que vos disse estando ainda convosco: convinha que se cumprisse tudo o que de mim estava escrito na Lei de Moisés, e nos Profetas, e nos Salmos” (Lc 24.44). Os escritos dos profetas faziam parte da tríplice divisão da Bíblia hebraica.
 
No Novo Testamento também profetas foram iminentes ministros de CRISTO (E 4.11; At 11.27-30, 13.1; 15.32; Tt 1.12).
 
Assim como no Antigo Testamento os profetas eram porta vozes de DEUS para revelações e para predições, assim também no Novo Testamento existem Profetas, homens escolhidos por JESUS que nos trazem Mensagens diretamente de DEUS, revelações sobrenaturais e espontâneas de DEUS tanto quanto ao passado, quando do presente e também do futuro.
O profeta revela pecados ocultos para que haja santidade na Igreja (Tt 1.12). O profeta revela o futuro para que haja fé e esperança (Apocalipse).
  
OITO CARACTERÍSTICAS DO PROFETA DO ANTIGO TESTAMENTO.
Que tipo de pessoa era o profeta do AT?
(1) Era alguém que tinha estreito relacionamento com DEUS, e que se tornava confidente do Senhor (Am 3.7). O profeta via o mundo e o povo do concerto sob a perspectiva divina, e não segundo o ponto de vista humano.
(2) O profeta, por estar próximo de DEUS, achava-se em harmonia com DEUS, e em simpatia com aquilo que Ele sofria por causa dos pecados do povo. Compreendia, melhor que qualquer outra pessoa, o propósito, vontade e desejos de DEUS. Experimentava as mesmas reações de DEUS. Noutras palavras, o profeta não somente ouvia a voz de DEUS, como também sentia o Seu coração (Jr 6.11; 15.16,17; 20.9).
(3) À semelhança de DEUS, o profeta amava profundamente o povo. .
(4) O profeta buscava o sumo bem do povo, i.e., total confiança em DEUS e lealdade a Ele.
(5) O profeta tinha profunda sensibilidade diante do pecado e do mal (Jr 2.12,13, 19; 25.3-7; Am 8.4-7; Mq 3.8). .
(6) O profeta desafiava constantemente a santidade superficial e oca do povo, procurando desesperadamente encorajar a obediência sincera às palavras que DEUS revelara na Lei. .
(7) O profeta tinha uma visão do futuro, revelada em condenação e destruição (e.g., 63.1-6; Jr 11.22,23; 13.15-21; Ez 14.12-21; Am 5.16-20,27, bem como em restauração e renovação (e.g., 61–62; 65.17–66.24; Jr 33; Ez 37). .
(8) Finalmente, o profeta era, via de regra, um homem solitário e triste (Jr 14.17,18; 20.14-18; Am 7.10-13; Jn 3–4), perseguido pelos falsos profetas que prediziam paz, prosperidade e segurança para o povo que se achava em pecado diante de DEUS (Jr 15.15; 20.1-6; 26.8-11; Am 5.10; cf. Mt 23.29-36; At 7.51-53). Ao mesmo tempo, o profeta verdadeiro era reconhecido como homem de DEUS, não havendo, pois, como ignorar o seu caráter e a sua mensagem.
 
A MENSAGEM DOS PROFETAS DO ANTIGO TESTAMENTO.
A mensagem dos profetas enfatiza três temas principais:
(1) A natureza de DEUS. (2) O pecado e o arrependimento. .(3) Predição e esperança messiânica. .
STAMPIS. Donald C. (Ed) Bíblia de Estudo Pentecostal: Antigo e Novo testamento. Rio de Janeiro: CPAD, 1995. (com algumas alterações do Pr. Henrique).
 
3. O profetismo.
 
 
ASPECTOS GERAIS
O profetismo em Israel foi o fenômeno que marcou esta nação de forma peculiar, chegando a formar escola de profetismo, culminando na vasta literatura profética que hoje faz parte da Bíblia.
 
a- Etimologia
A palavra portuguesa Profeta geralmente é entendida como a pessoa que sabe prever o futuro. Esta, porém, não é a única compreensão etimológica da palavra, na sua origem. A sua raiz se encontra no grego profh,thj que pode ser traduzida por: Aquele que fala diante. Não é o preditor, mas o que fala pelo outro, alguém que fala diante dos outros, que comunica revelação divina.
Traduz o Hebraico abn nabi, cuja raiz acádica tem o sentido de: chamar, falar em voz alta, orador, anunciador. A mesma raiz, em árabe tem o sentido de delirar, borbulhar, caráter frenético de expressão. A partir destas idéias, Albright define o profeta como um chamado por DEUS para falar por ele.
 
b- A Profecia no Antigo Oriente
Era comum, no Antigo Oriente, a existência de homens que exercem a magia e a adivinhação (Nm 22,5s; Dt 2,2; 4,3-4). São pessoas consultadas pelas autoridades antes de grandes empreendimentos. Geralmente diante de guerras, os profetas devem dizer com proceder.
 
c- A Profecia em Israel
Em Israel, inicialmente, os profetas têm papel semelhante aos do Antigo Oriente (1Rs 22,1-29). Nos tempos dos juízes surgem os filhos dos profetas (1Sm 10,5ss), cuja função é semelhante à dos profetas do Antigo Oriente (1Sm 19,20-24). Estes se parecem como grupos de dança e canto no culto. Ainda recebem títulos como: vidente (1Sm 9,9), visionário (Am 7,12), homem de DEUS (1Sm 9,7)[6].
Em Israel se formou uma tradição profética devido aos discípulos dos profetas (2Rs 2; Nm 11,17). Assim, o que inicialmente era apenas um movimento espontâneo, tornou-se uma experiência que foi marcante na história de Israel.
O surgimento dos profetas está relacionado com a instituição da monarquia e do sacerdócio. O profeta forma, ao lado do rei e do sacerdote, um dos três eixos da sociedade (1Rs 1). Eles dão orientações aos reis (Natan, Elias, Eliseu, etc.). Porém, a profecia não é uma instituição como a realeza e o sacerdócio (Dt 18,14-19). O profeta sempre será o portador de um Dom de DEUS. É neste sentido que o profetismo, em Israel, adquire um sentido diferente do mesmo fenômeno em outros povos., ainda que em Israel também havia profetas de outras divindades, de outros países, estes se restringiam à magia, adivinhação e oráculos. Não é este o caso dos legítimos profetas de Israel. “O conteúdo ético e religioso da profecia israelita não tem paralelo no mundo antigo”.
Ao que parece, na origem do profetismo de Israel, havia líderes profetas que acolhiam discípulos. Estes alunos eram chamados de Filhos de Profetas, ou seja, eram discípulos de um profeta e se identificavam com sua causa. Samuel é um líder profeta (1Sm 3,1ss). Ele tem papel nas escolhas dos reis, na unção dos mesmos e até na sua deposição (1Sam 7 –15). Além desta função política, Samuel tem também funções de um operador de milagres. Ele é vidente (1Sm 9,9-11.18-19). Ele encontra animais perdidos. “Samuel é mais diretamente o antepassado do profetismo sucessivo do que o são os Filhos de Profetas”. Elias é um continuador do professorado de Samuel e depois dele, seu sucessor, Elizeu, deu sequência a esse ministério.
<http://www.estef.edu.br/pessoais/arquivos/ESTEF_PESSOAL_12_08_2005_21_34_48_ProfSab.htm> 
 
d- Características Do Movimento Profético  
O Profetismo no Antigo Israel: Forma extática.
Nabi – aquele que foi chamado. Também conhecido como Rozeh o vidente.
Possuía vida nômade. As Escolas de profetas marcaram a primeira época da profecia em Israel. Is 8:16;30:8; Jr 36.
Profetas profissionais do culto: Fundiram o Nabi com o rozeh.
Pregavam a Benção e a Salvação.
Seu tema principal é "a eleição do povo conduz os indivíduos a DEUS, ainda que pela punição".
Outro tema importante é a exaltação de Israel: "Os inimigos sempre serão aniquilados e Israel será salvo. Jr 14:13".
Profetas da Corte: Falam o que o rei quer ouvir I Reis 22:8-18; I Sm 10:1, 24; 16:12-13.
Conselheiros do rei 1Sm 22:5; 2Sm 24:11-19; 1Rs 11:29-31.
Quando a política se desviou dos planos de DEUS, a profecia mudou seu discurso e passou a criticar o rei. Inimigos, I Rs 21:20; 18:17.
Perseguidos I Rs 18:13; 19:10; Jr 18:18; 26:11.
Divisão: Profetas reais, ou da corte e profetas por vocação e chamado, independentes. Jr 28:1-17. 14:13-16; 23:9-40; 28:9; Ez 33:30-33; Jr 17:15; 12:1.
Profetas individuais ou anônimos - Amós, Oséias, Isaias, Miquéias, Sofonias, Jeremias e Ezequiel. Vocacionados e não profissionais.
Vêm o homem numa condição de abandono de DEUS, recusando entregar-se a Ele, revoltado.
Esperam a punição. (O dia do Senhor)
Apontam a possibilidade de perdão e de uma nova salvação. "Ruína ou salvação".
O Tema é a conversão.
A salvação, para esses profetas trata-se de uma transformação radical, interior e exterior.
Profetismo Escatológico: Reinterpretam os profetas individuais.
Inicia-se com o Isaias, seguido de Daniel, Joel, e a apocalíptica judaica.
Estágios Proféticos: DEUS se apossa interiormente da pessoa.
O ESPÍRITO ou a palavra de DEUS vem sobre o profeta. Is 6:8 audição.
O profeta não perde a consciência. O Profeta procede à interpretação e explanação de acordo com a fé em que vive. Acréscimo de imagens, ilustrações poética, que marcam o estilo do profeta.
 Abraão, Moisés, Débora, Aarão, todos foram chamados de profetas. Gn 20:7; Ex 7:1; Dt 34:10; Jz 4:4.
Jeremias e Isaias não são chamados de profetas.
Amós rejeita ser chamado de profeta Am 7:14.
Em Ageu e Zacarias, após o exílio, vemos que o ofício profético foi reconhecido socialmente Ag1:1, Zc1:1, e já passaram a ser chamados como "Antigos Profetas" Zc 1:4.
Como o povo via os profetas? Como doidos, ou tolos 2Rs 9:11; Os 9:7. Será que alguém queria ser profeta? E hoje, as pessoas anseiam por ser profetas?
Os profetas foram pessoas que se levantaram em momentos de crise social. Surgem em grupos I Sm 19:20; I Rs 2:3,
Chamam-se filhos de profetas I Rs 20:35,
Líderes que presidiam suas reuniões I Sm 19:20;
Viviam em comunidades 2 Rs 4:38-41;
Alguns eram casados 2 Rs 4:1;
Sustento por esmolas e doações 2 Rs 4:8,42;
Vestimentas, mantos de pele e cinturão de couro 2 Rs 1:8; Zc 13:4; sinais e cicatrizes na testa I Rs 20:41;
Cantavam, soltavam gritos e lamentações I Sm 10:6-9; Mq 1:8; chegavam até a cair por terra, prostrados ou desmaiados I Sm 19:24; Dn 8:18,27. Entravam em transe I Sm 19:24.
<http://www.slideshare.net/gotchalk/profetismo> 
  
II- O PROFETA EM O NOVO TESTAMENTO
1. A importância do termo “profeta” em o Novo Testamento. 
2. O ofício do profeta neotestamentário. 
3. O objetivo do dom ministerial de profeta. 
 
II- O PROFETA EM O NOVO TESTAMENTO
1. A importância do termo “profeta” em o Novo Testamento.
 Em o Novo Testamento, se destaca um livro inteiramente profético — O Apocalipse. Nenhum personagem neotestamentário, além de João, o Evangelista, escreveu outro livro totalmente profético, com esse caráter. Mas, ao longo dos livros do Novo Testamento encontramos referências a profetas, que tiveram papel relevante. Vamos refletir um pouco sobre eles.
Temos várias citações proféticas em outros livros e principalmente nos evangelhos. Pedro, Paulo e Judas escreveram sobre o futuro escatológico
 
UM DOM MINISTERIAL
Em sua carta aos coríntios, o apóstolo Paulo fala da importância do corpo de CRISTO, enfatizando que os crentes são “seus membros em particular” (1 Co 12.27). E o faz, depois de demonstrar a necessidade da unidade do corpo de CRISTO, fazendo uma analogia com o corpo humano, mostrando que nenhum membro do corpo pode dispensar a função do outro. “Mas, agora, DEUS colocou os membros no corpo, cada um deles como quis. E, se todos fossem um só membro, onde estaria o corpo? Agora, pois, há muitos membros, mas um corpo” (1 Co 12.18-20). Daí, porque nenhum dom ministerial é maior que o outro. A ordem dos dons, no texto, é questão de prioridade.
Com essa visão, da unidade do corpo de CRISTO, que é a Igreja, o apóstolo apresenta uma lista de dupla referência. Primeiro, fala de homens a quem Ele põe na igreja, ao que tudo indica, numa ordem de prioridade. São “homens-dons”, por assim dizer. Nessa lista, os “profetas” aparecem em segundo lugar. Sem dúvida, não é por acaso, mas segundo o entendimento do ESPÍRITO SANTO. Os profetas eram os homens usados por DEUS para transmitir mensagens divinas para a comunidade dos que eram ganhos para CRISTO. Os doutores eram os que cuidavam do ensino ou do discipulado, estudando, interpretando e ensinando os fundamentos da fé cristã com profundidade. Eram mensagens sobrenaturais.
Na segunda parte do texto, vemos Paulo apresentar uma lista de ministérios, indispensáveis à unidade, a edificação, ao fortalecimento e à própria administração da igreja local: “depois, milagres, depois, dons de curar, socorros, governos, variedades de línguas” (1 Co 12.28 b), e faz indagações que enfatizam o valor do uso dos dons de modo integrado e não fragmentado (1 Co 12.29-31). Se um dom fosse maior que o outro, não promoveria a unidade indispensável do corpo de CRISTO.
Escrevendo aos efésios, Paulo é mais didático ou explícito, em relação aos dons ministeriais. “E ele mesmo deu uns para apóstolos, e outros para profetas, e outros para evangelistas, e outros para pastores e doutores, querendo o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para edificação do corpo de CRISTO, até que todos cheguemos à unidade da fé e ao conhecimento do Filho de DEUS, a varão perfeito, à medida da estatura completa de CRISTO ” (Ef 4.11-13 — grifos nossos). Observe que, à semelhança do texto de 1 Coríntios 12.28, os profetas vêm em segundo lugar.
Elinaldo Renovato. Dons espirituais & Ministeriais Servindo a DEUS e aos homens com poder extraordinário. Editora CPAD. pag. 86-87. (com algumas alterações do Pr. Henrique).
 
No Novo Testamento, a palavra comumente usada é prophétes, que aparece por cento e quarenta e nove vezes, que exemplificamos com Mat. 1:22; 2:5,16; Mar. 8:28; Luc. 1:70,76; 7:16; Joio 1:21,23; 3:18,21; Rom. 1:2; 11:3; I Cor. 12:28,29; 14:29,32,37; Efé. 2:20; Tia. 5:10; I Ped. 1:10; 11 Ped. 2:16; 3:2; Apo. 10:7; 11:10. O substantivo prophetela, «profecia », é usado por dezenove vezes no Novo Testamento: Mat. 13:14; Rom. 12:6; I Cor. 12:10; 13:2,8; 14:6,22; I Tes. 5:20; I Tim. 1:18; 4:14; 11 Ped. 1:20,21; Apo. 1:3; 11:6; 19:10; 22:7.10,18,19. Essas palavras derivam-se do grego pro, «antes.., «em favor de.., e phemi; «falar.., ou seja, «alguém que fala por outrem.., e, por extensão, «intérprete.., especialmente da vontade de DEUS. Tais palavras gregas, naturalmente, estão por detrás do termo português «profeta... Os profetas eram tidos como representantes de DEUS. Eles serviam de elo vital na questão das revelações, bem como veículos do conhecimento espiritual. As revelações por eles recebidas, por ordem do Senhor em alguns casos tomaram-se concretas nos livros que escreveram. Esses livros, por sua vez, foram canonizados, com a passagem do tempo, sendo então aceitos como Escrituras Sagradas.
CHAMPLIN, Russell Norman, Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia. Vol. 5. Editora Hagnos. pag. 424. (com algumas alterações do Pr. Henrique).
 
Estes versículos expõem quatro aspectos da metáfora. Primeiro, os apóstolos e profetas são as pedras da fundação do templo (20a). Recebem esta designação, porque sua função é proclamar a Palavra do Senhor. Wesley observa que “a palavra do Senhor, declarada pelos apóstolos e profetas, sustenta a fé de todos os crentes”. Certos estudiosos veem uma contradição no pensamento de Paulo ao usar esta metáfora aqui e em 1 Coríntios 3.11. Lá, CRISTO é o fundamento. O problema se resolve quando nos damos conta de que ele emprega a metáfora em sentidos diferentes. Na passagem coríntia, o pensamento gira em torno de si mesmo e de outros como construtores. Na relação aqui está claro que CRISTO é o fundamento sobre o qual eles constroem. Paulo está enfatizando as pedras usadas na construção. Nesta relação, CRISTO é a pedra da esquina. Todos os outros são pedras de menor significação. Mas, mesmo sendo de menor importância, os apóstolos e outros ministros na igreja são pedras de fundação no edifício de DEUS.
Nos versículos 4 a 22, temos o assunto: “A Igreja, a Morada de DEUS”. A unidade da Igreja Invisível é o tema de fundo. 1) A fundação da Igreja, 20; 2) A construção da Igreja: inclusiva, 11-19; exclusiva, 4-11; de projeto simétrico — bem ajustado; cresce até à conclusão — cresce para templo santo no Senhor, 21; 3) “Em CRISTO”, a Igreja é a morada de DEUS no ESPÍRITO, 22 (G. B. Williamson).
Willard H. Taylor. Comentário Bíblico Beacon. Editora CPAD. Vol. 9. pag. 143-144. (com algumas alterações do Pr. Henrique).
  
2. O ofício do profeta neotestamentário.
Atos 11:27 - profeta Ágabo
E, levantando-se um deles, por nome Ágabo, dava a entender pelo ESPÍRITO, que haveria uma grande fome em todo o mundo, e isso aconteceu no tempo de Cláudio César.
Atos 11:28
"E, levantando-se um deles, por nome Ágabo, dava a entender pelo ESPÍRITO, que haveria uma grande fome em todo o mundo, e isso aconteceu no tempo de Cláudio César". Atos 11:28.
 
Veja a importância de um profeta aqui - este profeta previu uma grande seca em todo mundo - DEUS lhe revelou algo que haveria de acontecer no futuro. Deveríamos desejar que esse ministério fosse ativo na igreja - DEUS poderia nos dizer muita coisa grandiosa, mesmo antes de que elas acontecessem. Alguns historiadores dizem que pouco antes que o general Tito destruísse Jerusalém, DEUS enviou uma mensagem, através de um profeta, a igreja que estava em Jerusalém, avisando da tragédia que se avizinhava. Quem deu crédito ao que dizia o profeta de DEUS, fugiu da cidade e escapou com vida.
O dom Palavra de Sabedoria é muito percebido agindo no profeta, por isso mesmo, muitos escreveram a respeito de coisas que aconteceram muito depois de suas épocas e que ainda vão acontecer depois de nossa época, tanto os profetas do AT quanto os do NT . Um legítimo profeta recebe mensagens futurísticas de DEUS que sabe tudo sobre o futuro, dentro de Sua Onisciência, e revela a seus profetas.
"Certamente o Senhor DEUS não fará coisa alguma, sem ter revelado o seu segredo aos seus servos, os profetas". Amós 3:7
 
Atos 15:32 - Judas e Silas;
Depois Judas e Silas, que também eram profetas, exortaram e confirmaram os irmãos com muitas palavras.
E, detendo-se ali algum tempo, os irmãos os deixaram voltar em paz para os apóstolos;
Mas pareceu bem a Silas ficar ali.
Atos 15:32-34
"Depois Judas e Silas, que também eram profetas, exortaram e confirmaram os irmãos com muitas palavras. E, detendo-se ali algum tempo, os irmãos os deixaram voltar em paz para os apóstolos;
Mas pareceu bem a Silas ficar ali". Atos 15:32-34
 
Judas e Silas eram respeitados profetas da Igreja e foram encarregados de passarem nas igrejas abertas por Paulo para corrigirem erros doutrinários exigidos pelos falsos apóstolos e profetas que por ali passaram. Judas e Silas transmitiram aos irmãos a resoluções do primeiro concílio da igreja.
Veja a importância de verdadeiros profetas de DEUS que adquirem respeito e confiança da igreja. Os apóstolos confiavam a eles uma de suas mais importantes resoluções da igreja.
 
Atos 21:10 - profeta Ágabo novamente;
E, demorando-nos ali por muitos dias, chegou da Judéia um profeta, por nome Ágabo;
E, vindo ter conosco, tomou a cinta de Paulo, e ligando-se os seus próprios pés e mãos, disse: Isto diz o ESPÍRITO SANTO: Assim ligarão os judeus em Jerusalém o homem de quem é esta cinta, e o entregarão nas mãos dos gentios.
Atos 21:10-11
"E, demorando-nos ali por muitos dias, chegou da Judéia um profeta, por nome Ágabo; E, vindo ter conosco, tomou a cinta de Paulo, e ligando-se os seus próprios pés e mãos, disse: Isto diz o ESPÍRITO SANTO: Assim ligarão os judeus em Jerusalém o homem de quem é esta cinta, e o entregarão nas mãos dos gentios". Atos 21:10-11.
 
Veja aqui, mais uma vez, a importância de um profeta que fala a respeito do futuro. Paulo, agora, já sabia o que lhe aconteceria no futuro. Poderia fazer a escolha entre obedecer integralmente à ordem de JESUS para ele ou de servir a DEUS parcialmente. Temos a escolha de conhecer a vontade perfeita de DEUS para nós ou de conhecer sua vontade permissiva. Só recebem tudo de DEUS aqueles que são capazes de entregar-se totalmente a DEUS. São capazes de dar suas vidas pelo evangelho. "Certamente o Senhor DEUS não fará coisa alguma, sem ter revelado o seu segredo aos seus servos, os profetas". Amós 3:7.
 
1 Co 12.28, 29;
E a uns pôs DEUS na igreja, primeiramente apóstolos, em segundo lugar profetas, em terceiro doutores, depois milagres, depois dons de curar, socorros, governos, variedades de línguas.
1 Coríntios 12:28
"E a uns pôs DEUS na igreja, primeiramente apóstolos, em segundo lugar profetas, em terceiro doutores, depois milagres, depois dons de curar, socorros, governos, variedades de línguas". 1 Coríntios 12:28.
 
Veja a importância do ministério de profeta. Aqui Paulo o coloca em segundo lugar de importância para a edificação e progresso da igreja.
 
Tito 1.12 - profeta que revela pecado;
"Um deles, seu próprio profeta, disse: Os cretenses são sempre mentirosos, bestas ruins, ventres preguiçosos. Este testemunho é verdadeiro. Portanto, repreende-os severamente, para que sejam sãos na fé". Tito 1:12-13.
 
Veja aqui Paulo dando testemunho da veracidade de uma palavra de um profeta a respeito dos cretenses. Um profeta sabia a verdade sobre a igreja, pois enxergava da maneira que DEUS enxergava e a revelava ao apóstolo.
Apocalipse 18.20 profetas e apóstolos.
Alegra-te sobre ela, ó céu, e vós, santos apóstolos e profetas; porque já DEUS julgou a vossa causa quanto a ela.
Apocalipse 18:20
Alegra-te sobre ela, ó céu, e vós, santos apóstolos e profetas; porque já DEUS julgou a vossa causa quanto a ela. Apocalipse 18:20
Um dia DEUS dará a paga aos perseguidores dos profetas de DEUS, sejam eles falsos crentes ou descrentes. Quase não se vê um profeta na igreja de hoje. São perseguidos. Não têm oportunidade para pregar em nossos púlpitos. São considerados como escória. São desprezados. São tidos como loucos. Ainda bem que um dia DEUS os recompensará.
  
3. O objetivo do dom ministerial de profeta.
  
O DOM DE PROFETA NÃO É PARA TODOS
Examinando o contexto do capítulo 12 de 1 Coríntios, podemos verificar e concluir que os dons ministeriais não são para todos os crentes, na igreja local. Diz o texto: “E a uns pôs DEUS na igreja, primeiramente, apóstolos, em segundo lugar, profetas, em terceiro, doutores, depois, milagres, depois, dons de curar, socorros, governos, variedades de línguas” (1 Co 12.18). Note-se que o texto diz que “a uns pôs DEUS na igreja”. Isso mostra que DEUS não pôs todos, mas “uns”.
Na lista de Paulo aos efésios, vemos escrito: “E ele mesmo deu uns para apóstolos, e outros para profetas, e outros para evangelistas, e outros para pastores e doutores, querendo o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para edificação do corpo de CRISTO” (Ef 4.11,12). Quando o escritor diz “uns” e “outros” fica bem claro que tais dons não estão à disposição de todos os crentes. Diz a Bíblia de Estudo Pentecostal: “Como dom de ministério, a profecia é concedida a apenas alguns crentes, os quais servem na igreja como ministros profetas’ (grifo nosso).
1) O aperfeiçoamento dos santos. A finalidade dos dons ministeriais é “o aperfeiçoamento dos santos” (1 Pe 1.15), ou seja, dos crentes fiéis, santificados e comprometidos com o Reino de DEUS, “para a obra do ministério”.
Há o que chamamos ministério ordenado, regular, integrado pelos auxiliares dos ministérios, são eles: presbíteros, diáconos ou cooperadores, ordenados, consagrados ou separados para atender às necessidades da comunidade cristã. E há diversos, que não são realizados pelos ministros ou obreiros. Na música, no louvor, no ensino, nos serviços gerais, na segurança, na operação de equipamentos e outros, que, quando executados por pessoas que são chamadas por DEUS, e assumem tais atividades, conscientes de que estão prestando um serviço à igreja.
Observação minha - Ev. Henrique - São verdadeiras bênçãos para a igreja todos os cooperadores. Nenhum desses exerce, no entanto, um ministério dado por CRISTO à igreja (Apóstolos, Profetas, Evangelistas, Pastores e Mestres), mas todos cooperam para o engrandecimento do reino de DEUS.
2) Para a “obra do ministério”. O ministério tem como obra principal ganhar almas para CRISTO e coordenar o trabalho da igreja na terra, cuidando para que nenhuma alma se perca, mas que todos cheguem ao pleno conhecimento de CRISTO e por fim sejam salvos e alcancem um lugar ao lado de CRISTO na Glória eterna.
3) A edificação do Corpo de CRISTO. Os dons ministeriais também atendem à necessidade da “edificação do Corpo de CRISTO”, que é a Igreja (invisível), que se torna visível, no conjunto de salvos, na igreja local. Os crentes salvos são considerados “edifício de DEUS” (1 Co 3.9). A metáfora é bem adequada. Os salvos são considerados “pedras vivas”, na construção desse edifício espiritual. Diz o apóstolo Pedro: “vós também, como pedras vivas, sois edificados casa espiritual e sacerdócio santo, para oferecerdes sacrifícios espirituais, agradáveis a DEUS, por JESUS CRISTO” (1 Pe 2.5). Nessa edificação, o papel dos que têm o dom ministerial de profeta é de grande valia. Elinaldo Renovato. Dons espirituais & Ministeriais Servindo a DEUS e aos homens com poder extraordinário. Editora CPAD. pag. 87-88.
PROFETAS. Os profetas eram homens que falavam sob o impulso direto do ESPÍRITO SANTO, e cuja motivação e interesse principais eram a vida espiritual e pureza da igreja. Sob o novo concerto, foram levantados pelo ESPÍRITO SANTO e revestidos pelo seu poder para trazerem uma mensagem da parte de DEUS ao seu povo (At 2.17; 4.8; 21.4).
(1) O ministério profético do AT ajuda-nos a compreender o do NT. A missão principal dos profetas do AT era transmitir a mensagem divina através do ESPÍRITO, para encorajar o povo de DEUS a permanecer fiel, conforme os preceitos da antiga aliança. Às vezes eles também prediziam o futuro conforme o ESPÍRITO lhes revelava CRISTO e os apóstolos são um exemplo do ideal do AT (At 3.22,23; 13.1,2).
(2) A função do profeta na igreja incluía o seguinte: (a) Proclamava e interpretava, cheio do ESPÍRITO SANTO, a Palavra de DEUS, por chamada divina. Sua mensagem visava admoestar, exortar, animar, consolar e edificar (At 2.14-36; 3.12-26; 1Co 12.10; 14.3). (b) Devia exercer o dom de profecia  (c) Às vezes, ele era vidente (cf. 1Cr 29.29), predizendo o futuro (At 11.28; 21.10,11). (d) Era dever do profeta do NT, assim como para o do AT, desmascarar o pecado, proclamar a justiça, advertir do juízo vindouro e combater o mundanismo e frieza espiritual entre o povo de DEUS (Lc 1.14-17). Por causa da sua mensagem de justiça, o profeta pode esperar ser rejeitado por muitos nas igrejas, em tempos de mornidão e apostasia.
(3) O caráter, a solicitude espiritual, o desejo e a capacidade do profeta incluem: (a) zelo pela pureza da igreja (Jo 17.15-17; 1Co 6.9-11; Gl 5.22-25); (b) profunda sensibilidade diante do mal e a capacidade de identificar e detestar a iniquidade (Rm 12.9; Hb 1.9); (c) profunda compreensão do perigo dos falsos ensinos (Mt 7.15; 24.11,24; Gl 1.9; 2Co 11.12-15); (d) dependência contínua da Palavra de DEUS para validar sua mensagem (Lc 4.17-19; 1Co 15.3,4; 2Tm 3.16; 1Pe 4.11); (e) interesse pelo sucesso espiritual do reino de DEUS e identificação com os sentimentos de DEUS (cf. Mt 21.11-13; 23.37; Lc 13.34; Jo 2.14-17; At 20.27-31).
(4) A mensagem do profeta atual não deve ser considerada infalível. Ela está sujeita ao julgamento da igreja, doutros profetas e da Palavra de DEUS. A congregação tem o dever de discernir e julgar o conteúdo da mensagem profética, se ela é de DEUS (1Co 14.29-33; 1Jo 4.1).
(5) Os profetas continuam sendo imprescindíveis ao propósito de DEUS para a igreja. A igreja que rejeitar os profetas de DEUS caminhará para a decadência, desviando-se para o mundanismo e o liberalismo quanto aos ensinos da Bíblia (1Co 14.3; cf. Mt 23.31-38; Lc 11.49; At 7.51,52). Se ao profeta não for permitido trazer a mensagem de repreensão e de advertência denunciando o pecado e a injustiça (Jo 16.8-11), então a igreja já não será o lugar onde se possa ouvir a voz do ESPÍRITO. A política eclesiástica e a direção humana tomarão o lugar do ESPÍRITO (2Tm 3.1-9; 4.3-5; 2Pe 2.1-3,12-22). Por outro lado, a igreja com os seus dirigentes, tendo a mensagem dos profetas de DEUS, será impulsionada à renovação espiritual. O pecado será abandonado, a presença e a santidade do ESPÍRITO serão evidentes entre os fiéis (1Co 14.3; 1Ts 5.19-21; Ap 3.20-22).
STAMPIS. Donald C. (Ed) Bíblia de Estudo Pentecostal: Antigo e Novo testamento. Rio de Janeiro: CPAD, 1995. (com algumas alterações do Pr. Henrique).
  
Profecia
    A profecia é uma manifestação do ESPÍRITO de DEUS e não da mente do homem, e é concedida a cada um, visando a um fim proveitoso: 1 Co 12.7.
    Embora o dom da profecia nada tenha a ver com os poderes normais do raciocínio humano, pois é algo muito superior, isso não impede que qualquer crente possa exercitá-la: “Porque todos podereis profetizar, um após outro, para todos aprenderem e serem consolados”, 1 Co 14.31.
    Ainda que nalguns casos o dom da profecia possa ser exercido simultaneamente com a pregação da Palavra, é evidente que esse dom é dotado de um elemento sobrenatural, não devendo, portanto, ser confundido com a simples habilidade de pregar o Evangelho.
Dada a importância desse dom em face dos demais dons espirituais, e dentro do contexto da doutrina pentecostal, necessário se faz uma análise cuidadosa, no sentido de conceituá-lo no seio da Igreja hoje.
    O apóstolo Paulo adverte os crentes a procurar “com zelo os dons espirituais, mas principalmente o de profetizar” (1 Co 14.1); isto por razões que ele mesmo enumera:
    a. Porque “o que profetiza fala aos homens para edificação, exortação e consolação... O que profetiza edifica a igreja”, 1 Co 14.3,4.
    “Edificação”, “exortação” e “consolação” são os três elementos básicos da profecia, são a razão de ser e de existir desse dom. É evidente que isto contraria a crença tão popular entre nós, de que o principal elemento da profecia é o preditivo (predição do futuro). Certamente, que tanto o Antigo quanto o  Novo Testamento contêm numerosas profecias preditivas, muitas das quais já se cumpriram, e outras estão se cumprindo, e outras ainda se hão de cumprir, No entanto, no conteúdo geral das Escrituras, o elemento preditivo da profecia é relativamente o menor.
    b. Porque ‘‘se todos profetizarem, e algum indouto ou infiel entrar, de todos é convencido, de todos é julgado. Os segredos do seu coração ficarão manifestos, e assim, lançando-se sobre o seu rosto, adorará a DEUS, publicando que DEUS está verdadeiramente entre vós”, l Co 14.24,25.
    Há algo mais que precisamos ter em mente quanto ao dom de profecia e o seu uso na Igreja hodiernamente:
    a) O dom de profecia nunca deve exercer propósitos diretivos ou de governo sobre a Igreja. No Antigo Testamento, Israel era governado por reis e o culto era dirigido pelos sacerdotes, mas nunca por alguém que se tivesse distinguido por um ministério cem por cento profético. Os profetas eram apenas colaboradores na condução do povo. O mesmo aconteceu com a Igreja do Novo Testamento: o seu governo sempre esteve sob a responsabilidade dos presbíteros ou bispos, ou pastores, mas nunca sob a responsabilidade de profetas.
    Escreveu o missionário Eurico Bergstén, que “quando alguém, por meio de profecia, penetra na direção da igreja, mostra que é dominado por influências estranhas. Abre-se, então, uma porta para a perturbação... Quando alguém se faz ‘oráculo de profeta’, para responder a perguntas e orientar os crentes, está usando indevidamente o dom de profecia... O dom de profecia não atinge, nesta dispensação, a faixa de consulta, pois tem uma outra finalidade: a edificação da Igreja”.
   b) Devido a possíveis abusos quanto ao uso do dom da profecia, este dom está sujeito a análise e a consequente julgamento. Recomenda o apóstolo Paulo: “...falem dois ou três profetas, e os outros julguem”, 1 Co 14.29.
   Paulo arremata suas advertências quanto ao dom de profecia, dizendo: “Se alguém cuida ser profeta, ou espiritual, reconheça que as coisas que vos escrevo são mandamentos do Senhor”, 1 Co 14.37.
  O dom de profecia não deve ser desprezado (1 Tm 4.14), mas despertado (2 Tm 2.16), a fim de que a Igreja seja enriquecida: 1 Co 1.57.
Raimundo F. de Oliveira. A Doutrina Pentecostal Hoje. Editora CPAD. (com algumas alterações do Pr. Henrique).
  
O apóstolo então nos relata quais foram os dons de CRISTO na sua ascensão: “E ele mesmo deu uns para apóstolos...” (v. 11). Na verdade, Ele enviou alguns desses antes da sua ascensão (Mt 10.1-5), mas um foi acrescentado depois (At 1.26). E todos eles foram mais solenemente empossados e publicamente confirmados, em seu ofício, pelo seu derramar visível do ESPÍRITO SANTO de uma forma extraordinária. Observe: O grande dom que CRISTO deu à igreja na sua ascensão foi o ministério da paz e da reconciliação. O dom do ministério é o fruto da ascensão de CRISTO. E ministros têm seus vários dons, que são todos dados pelo Senhor JESUS. Os ministros que CRISTO deu à sua igreja eram de dois tipos - os extraordinários, investidos de um ofício superior na igreja: tais eram apóstolos, profetas e evangelistas. Os apóstolos eram os dirigentes. CRISTO os investiu com dons extraordinários, poder para operar milagres e uma infalibilidade para anunciar sua verdade. Tendo eles sido testemunhas dos seus milagres e doutrina, Ele os enviou a espalhar o evangelho e a implantar e governar igrejas. Os profetas expunham os escritos do Antigo Testamento e prediziam as coisas do futuro. Os evangelistas eram pessoas ordenadas (2 Tm 1.6) que os apóstolos levavam como companheiros de viagem (Gl 2.1), e os enviavam para estabelecer igrejas que eles, os apóstolos, tinham implantado (At 19.22). Os evangelistas não estavam presos a nenhum lugar específico; por isso, deveriam continuar o seu trabalho até que fossem chamados de volta (2 Tm 4.9). Também existem os ministros ordinários, empregados em uma esfera mais restrita tais como pastores e mestres. Alguns entendem que esses dois nomes significam um ofício só, envolvendo as tarefas de governar e ensinar. Outros entendem que eles representam dois ofícios distintos, ambos regulares e de uso permanente na igreja. Os pastores são colocados como dirigentes principais de igrejas particulares, com o intento de guiar, instruir e alimentar os membros de acordo com as instruções de CRISTO. Eles são frequentemente chamados de bispos e anciãos. Os mestres eram aqueles que também pregavam o evangelho e instruíam o povo por meio da exortação. Vemos aqui que é prerrogativa de CRISTO designar oficiais e ofícios em sua igreja.
A igreja é rica pelo fato de ter tido uma diversidade tão grande de oficiais e continuar tendo uma diversidade tão grande de dons! Como CRISTO é amável com sua igreja! Quão grande é o seu cuidado por ela e pela sua edificação! Quando Ele subiu, enviou o dom do ESPÍRITO SANTO; e os dons do ESPÍRITO SANTO são vários: alguns receberam mais, outros, menos; mas todos os dons são para o bem do corpo, o que nos leva ao terceiro argumento:
3. A grande finalidade e desígnio de CRISTO em relação aos dons. Os dons de CRISTO eram para o bem da sua igreja e para promover seu Reino e interesse entre os homens. Tudo isso tinha um fim comum e era um bom motivo para que todos os cristãos quisessem viver em amor fraternal e não invejar os dons dos outros. Todos os dons são para “...o aperfeiçoamento dos santos” (v. 12); isto é (de acordo com o original), conduzir a um estado espiritual ordenado aqueles que tinham sido desordenados e separados pelo pecado, e então fortalecer,
confirmar e promovê-los nisso, para que cada um, em seu devido lugar e função, possa contribuir para o bem do todo. “...para a obra do ministério” (ou para a obra da dispensação), isto é, para que pudessem repartir as doutrinas do evangelho e cumprir as diversas partes da sua função ministerial, “...para edificação do corpo de CRISTO”, isto é, a edificação da sua igreja, que é o corpo místico de CRISTO, pelo aumento da graça deles e um acréscimo de novos membros. Todos são designados para preparar-nos para o céu: “...até que todos cheguemos...” (v. 13). Os dons e ministérios (alguns deles) que foram mencionados devem continuar na igreja até que os santos sejam aperfeiçoados, o que não acontecerá “...até que todos cheguemos à unidade da fé (até que todos os verdadeiros crentes se unam, por meio da mesma preciosa fé) e ao conhecimento do Filho de DEUS”, o que não quer dizer um conhecimento meramente especulativo, ou o reconhecimento de CRISTO como o Filho de DEUS e o grande Mediador, mas como deveria ser observado, com apropriação e afeto, com a devida honra, confiança e obediência; “...a varão perfeito”, para o crescimento completo dos dons e graças, livre das fragilidades imaturas às quais estamos sujeitos no presente mundo; “...à medida da estatura completa de CRISTO”, tornando-nos cristãos maduros em todas as graças providas pela plenitude de CRISTO. Ou, de acordo com a medida dessa estatura que é completar a plenitude de CRISTO e seu corpo místico. Nunca chegaremos a ser o varão perfeito, até que cheguemos ao mundo perfeito. Há uma plenitude em CRISTO, e uma plenitude a ser obtida dele; uma certa estatura dessa plenitude e uma medida dessa estatura são determinadas no conselho de DEUS para cada crente, e nunca chegaremos a essa medida até chegarmos ao céu. Os filhos de DEUS, enquanto estiverem neste mundo, estão crescendo. O Dr. Ligthfoot entende que o apóstolo está falando aqui dos judeus e gentios ligados na unidade da fé e do conhecimento do Filho de DEUS, constituindo, dessa forma, um homem perfeito, e a medida da estatura completa de CRISTO. O apóstolo também mostra, nos versículos seguintes, qual era o desígnio de DEUS em suas instituições sagradas e quais efeitos deveriam ter sobre nós. (1) “...para que não sejamos mais meninos...” (v. 14); isto é, para que não mais sejamos meninos em conhecimento, fracos na fé e inconstantes em nossos julgamentos, facilmente cedendo a cada tentação, prontamente concordando com o capricho de cada um. Crianças podem ser facilmente iludidas. Devemos cuidar para não sermos inconstantes (ou “agitados de um lado para outro”, versão RA), como navios sem lastro, levados, como nuvens no céu, em relação a doutrinas que não têm verdade nem solidez em si, mas que, mesmo assim se espalham por todo lado, e são, portanto, comparados ao vento, “...pelo engano dos homens”: essa é uma metáfora tirada de jogadores trapaceiros e traz a ideia da sutileza enganosa dos sedutores; “...que, com astúcia”, pelo que dispõem sua habilidade em encontrar maneiras de seduzir; pois segue-se: enganam fraudulosamente, como em uma emboscada, para iludir os fracos e afastá-los da verdade. Observe: Somente homens muito perversos e impiedosos buscam seduzir e enganar os outros por meio de doutrinas falsas e erros. O apóstolo os descreve aqui como homens perversos, que usam manhas e astúcia diabólica para alcançar seus objetivos. O melhor método que podemos usar para nos proteger e nos fortalecer contra essas pessoas é estudar os oráculos sagrados e orar pela iluminação e graça do ESPÍRITO de CRISTO, para que possamos conhecer a verdade em JESUS, e ser firmados nela. (2) Para que sigamos “...a verdade em caridade” (v. 15), ou falemos a verdade em amor, ou sejamos sinceros em amor com os nossos irmãos em CRISTO. Enquanto nos devotamos à doutrina de CRISTO, que é a verdade, devemos viver em amor uns com os outros. O amor é uma coisa excelente, mas devemos ser cuidadosos para preservar a verdade junto com ele. A verdade é uma coisa excelente; no entanto, é necessário que a falemos com espírito de amor e não em contenda. Esses dois aspectos devem andar juntos: verdade e paz. (3) Para crescermos “...em tudo naquele que é a cabeça, CRISTO”. Crescer em tudo em CRISTO quer dizer estar mais arraigado nele. Em todas as coisas - no conhecimento, no amor, na fé e em todos os aspectos do novo homem. Devemos crescer rumo à maturidade, que é o oposto de continuar sendo meninos. Aqueles que crescem em CRISTO são cristãos saudáveis. Quanto mais crescermos no conhecimento de CRISTO, na fé nele, no amor a Ele e na dependência dele, tanto mais prosperaremos em graça. Ele é a cabeça, e nós devemos crescer de tal forma que estejamos em condições de honrar essa cabeça.
O crescimento cristão sempre será para a glória de CRISTO. (4) Devemos auxiliar uns aos outros, como membros do mesmo corpo (v. 16). Aqui o apóstolo faz uma comparação entre o corpo natural e o corpo místico de CRISTO, esse corpo do qual CRISTO é a cabeça. Paulo observa que do mesmo modo que há comunhão e comunicação mútua dos membros do corpo entre si, para o seu crescimento e melhoramento, assim deve haver amor e unidade mútua, junto com o fruto apropriado, entre os cristãos, para que ocorra o melhoramento e crescimento espiritual na graça, “...do qual, diz ele (isto é, de CRISTO, seu cabeça, que transmite influência e alimento para cada membro específico), todo o corpo, bem ajustado e ligado (estando unidos firme e ordenadamente, cada um em seu devido lugar), pelo auxílio de todas as juntas (pelo auxílio que cada uma das partes, assim unidas, dá ao todo, ou pelo ESPÍRITO, fé, amor, sacramentos etc., que, semelhantemente às veias e artérias no corpo, servem para unir os cristãos a CRISTO, seu cabeça, e uns aos outros como membros desse corpo), segundo a justa operação de cada parte (isto é, dizem alguns, de acordo com o poder que o ESPÍRITO SANTO exerce para tornar os meios designados por DEUS eficazes para esse grande fim, em relação à medida que CRISTO julga ser suficiente e apropriada para cada membro, de acordo com seu respectivo lugar e ministério no corpo; ou, como outros pensam, segundo o poder de CRISTO, que, como cabeça, influencia e aviva cada membro; ou, de acordo com o trabalho eficaz de cada membro em comunicar aos outros o que recebeu; assim o alimento é levado a todos na devida proporção e segundo o estado e exigência de cada parte) faz o aumento do corpo”, em conformidade com a necessidade do corpo. Observe: Cada cristão recebe seus dons e graças de CRISTO para o benefício de todo o corpo.
“...para sua edificação em amor”. Podemos entender isso de duas maneiras: uma maneira é que todos os membros da igreja podem alcançar uma medida de amor maior para com CRISTO e uns para com os outros; a outra maneira é que eles são movidos a agir na forma mencionada do amor a CRISTO e uns aos outros. Observe: O amor mútuo entre os cristãos é um grande aliado do crescimento espiritual; ao passo que “...um reino dividido contra si mesmo não pode subsistir” (veja Mc 3.24).
HENRY. Matthew. Comentário Matthew Henry Novo Testamento ATOS A APOCALIPSE Edição completa. Editora CPAD. pag. 592-593. (com algumas alterações do Pr. Henrique).
  
A Classificação dos Dons Ministeriais (4.11)
Tudo indica que Paulo, quando escreveu estas palavras, tinha em mente a lista dos ministérios relacionados em 1 Coríntios 12.28. A passagem coríntia compreende uma lista mais longa de dons espirituais (charismata). Mas nesta passagem, Paulo está interessado em apresentar os ofícios necessários para a expansão e sustento da igreja. CRISTO deu à igreja os apóstolos: os ministros supremos, os doze que haviam visto o Senhor ressurreto e recebido suas tarefas diretamente dele. Os profetas têm posição proximal à dos apóstolos, e o seu dom especial era o de ministério inspirado. Foulkes afirma que a função primária dos profetas era similar à dos profetas do Antigo Testamento: “anunciar” a palavra de DEUS. Porém, ocasionalmente prediziam acontecimentos futuros, como em Atos 11.28 e 21.9,ll.30 Os evangelistas eram pregadores itinerantes, que iam de lugar em lugar para ganhar os incrédulos (cf. 2 Tm 4.5), de modo muito semelhante como se faz hoje.
Certos intérpretes sugerem que as primeiras três categorias se aplicam à igreja universal, ao passo que as outras duas se ajustam especificamente à igreja local. Pastores são pastores de um rebanho de comunicantes; a palavra grega (poimen) empregada aqui significa, literalmente, “pastor de ovelhas”. A tarefa dos pastores é alimentar o rebanho e protegê-lo dos perigos espirituais. Doutores pode ser uma outra função do pastor. Bruce afirma que estes dois termos “denotam a mesma e uma única classe de homens”.31 Contudo, pode ser que os doutores representem uma classe de responsabilidade um tanto quanto menor que os pastores, mas que, mesmo assim, detêm lugar especial na igreja. Os cinco ministérios são concedidos pelo ESPÍRITO e dados por CRISTO à sua igreja.
O Propósito dos Dons (4.12-16)
Falando principalmente da vida interior da comunidade cristã, Paulo descreve o propósito para o qual CRISTO deu à igreja estes ministérios. Pelo menos quatro dimensões do propósito divino são distinguíveis.
a) Estes ministérios são dados para edificar ou construir o corpo de CRISTO (12). As três frases neste versículo, cada uma separada por uma vírgula (RC), dão a impressão de que o apóstolo expressa um propósito triplo. No idioma original, a ênfase está na última frase: “Ele fez isso para preparar o povo de DEUS para o serviço cristão, a fim de construir o corpo de CRISTO” (NTLH). O objetivo destes servos especiais é ocasionar um aperfeiçoamento (katartismos, lit., “adaptação” ou “equipamento”) para a obra do ministério (diakonias). A expectativa é que haverá um trabalho ativo e frutífero para o Senhor, com o resultado de que a igreja será edificada. À medida que as almas são ganhas, a vida da comunidade se aprofunda e se fortalece pelo serviço unificador da igreja.
b) Estes dons ministeriais são dados para promover maturidade. O versículo 13 rememora o anterior e oferece explicação adicional da “edificação” da igreja. Uma vez mais, Paulo usa três frases, cada uma iniciada com a preposição grega eis: 1) à unidade da fé; 2) a varão perfeito; 3) à medida da estatura completa de CRISTO. Estas não são ideias paralelas. A primeira fala do meio da maturidade, a segunda fala da realidade da maturidade e a terceira fala da medida da maturidade. Uma tradução melhor do versículo seria esta: “Assim, todos finalmente atingiremos a unidade inerente em nossa fé e em nosso conhecimento do Filho de DEUS, e chegaremos à maturidade, medida por nada menos que a estatura completa de CRISTO” (NEB).
A unidade da fé e do conhecimento do Filho de DEUS constitui o meio do amadurecimento (cf. RA). A unidade é um dom do ESPÍRITO (cf. 3), mas requer-se fé e conhecimento para recebê-la. Neste texto, a fé é a resposta que damos ao Filho de DEUS e a nossa confiança nele — DEUS manifestado na carne que morreu no Calvário em nosso benefício. Aqui, conhecimento (epignosis) é semelhante à fé no ponto em que significa “compreensão, familiaridade, discernimento”. Não devemos equipará-lo a conhecimento intelectual, mas a relações pessoais. A unidade se origina dessa intimidade com o Filho proporcionada pela graça. Paulo não está falando da experiência inicial com CRISTO. O apóstolo se preocupa com o crescimento e aumento em entendimento e compreensão dos propósitos e vontade de DEUS conforme estão revelados em associação com CRISTO. Os membros da igreja podem e devem ter tal crescimento em maior medida enquanto o servem.
A varão perfeito refere-se ao nível de maturidade coletiva e individual na igreja, no qual o poder de DEUS se manifesta inteiramente em santidade e justiça. Tal estado será atingido em seu significado máximo futuramente, quando possuirmos a graça de CRISTO na perfeição da ressurreição (cf. Fp 3.7-16).
A medida da estatura completa de CRISTO é o padrão de medida que determina a maturidade cristã. Hodge escreve: “A igreja se torna adulta, homem perfeito, quando alcança a perfeição de CRISTO”. A chave para interpretar o versículo é a expressão estatura completa de CRISTO. Qual é esta estatura? Salmond diz que é “a soma das qualidades que fazem o que ele é”. Quando a igreja está à altura da maturidade plena do seu Senhor, ela é perfeita. E à medida que cresce em direção a essa maturidade, ela fica mais próxima de sua meta em CRISTO. Precisamos também destacar que não há crescimento na igreja separadamente de nosso crescimento individual como crente. É cada um de nós individualmente que tem de se dirigir com empenho à estatura completa de CRISTO.
c) Estes ministérios são dados para garantir a estabilidade na igreja diante de doutrinas divergentes e do engano de homens (14). Esta é consequência natural da maturidade, como Paulo indica por sua frase introdutória: Para que não sejamos mais meninos. Uma das evidências claras de imaturidade é a incapacidade de resistir, de forma inteligente e espiritual, as declarações das falsas doutrinas. As palavras de Paulo são pitorescas. O termo inconstantes só ocorre aqui no Novo Testamento e é derivado de kludon (“vagalhão” ou “onda”). Por conseguinte, o verbo significa literalmente “ser lançado pelas ondas”. Cristãos imaturos são como barcos açoitados pela tempestade. Levados em roda vem da palavra grega periphero, que tem a ideia de oscilar violentamente. Boas traduções dos dois termos são: “levados de um lado para outro pelas ondas” e “jogados para cá e para lá por toda nova rajada de ensino” (cf. BJ, NVI). Atarefa dos ministros é pôr mão forte no leme da igreja, mantê-la firme e fornecer o lastro doutrinário mediante um ministério fiel de pregação e ensino.
Aqueles que introduzem falsos ensinos, nos quais os crentes instáveis caem vítimas, enganam a si mesmos e também enganam fraudulosamente os outros. Esta fase é mais bem traduzida por “fazem uso de todo tipo de dispositivo inconstante para induzir ao erro” (Weymouth). Eles usam de engano (lit., “jogo de dados”). Metaforicamente, veio a significar “artimanha” (BJ, RA). Moule declara corretamente o aviso de Paulo: “Há pessoas próximas de vós que não só vos desviam, mas o fazem de propósito, pondo armadilhas premeditadas e organizando métodos bem-elaborados, com o objetivo de afastá-los de CRISTO a quem eles não amam”. A única proteção adequada contra a sutileza da heresia é uma fé crescente e um conhecimento progressivo da verdade. Os ministros têm de proporcionar a oportunidade de tal maturação para assim garantir a estabilidade na igreja.
d) Estes ministérios são dados para possibilitar o crescimento em CRISTO. Seguindo a verdade (15) é derivado do verbo grego aletheuo, geralmente traduzido por “falar a verdade” (cf. CH, NTLH). Mas há mais no pensamento de Paulo do que proferir sons articulados. Ele pensa em termos de viver e agir. Dale comenta: “A verdade tem de ser a vida de todos os cristãos. A revelação de DEUS em CRISTO tem de influenciar e inspirar todas as atividades dos cristãos. A verdade tinha de se encarnar nos efésios, tinha de se corporificar neles. [...] Não era apenas para falar, mas para vivenciá-la”.38 E esta vida era para ser vivida em caridade (“em amor”, ACF, AEC, BAB, BJ, CH, NVI, RA), quer dizer, com os motivos e inclinações que o amor evoca. As pessoas confessam e vivem asperamente certa porção de verdade, mas a comunidade cristã sempre tem de se expressar em amor. O resultado será o movimento progressivo em direção à perfeição de CRISTO, a cabeça da igreja. Repare que esta ideia é essencialmente idêntica ao pensamento do versículo 13. Além disso, esta ação positiva é a melhor defesa contra os efeitos do erro descritos no versículo 14.
No versículo 16, o apóstolo retorna à analogia do corpo e se serve disso para enfatizar a unidade que CRISTO, a cabeça, traz para a igreja. Ele visualiza a estrutura maravilhosa e intricada do corpo humano com suas partes unidas de modo bem ajustado e ligado (“bem unido e consolidado”, NEB).39 Na analogia, juntas referem-se aos ligamentos pelos quais as partes do corpo se unem. Quando o corpo está funcionando segundo ajusta operação de cada parte, quer dizer, quando cada parte é ativada de acordo com o seu propósito, a harmonia prevalece e o crescimento é certo. CRISTO é, obviamente, o centro e a origem de toda a vida espiritual. Ele dá “coesão e poder vital para o crescimento”.40 Este crescimento resulta na edificação ou “construção” (BAB) da igreja em amor (cf. 1.4; 3.17; 4.2; 5.2). A estrutura tem a ver principalmente com o desenvolvimento espiritual interno, mas quando a igreja é interiormente forte ela aumenta numericamente.
Em suma, Paulo vê a unidade da igreja em termos orgânicos e não organizacionais. A verdadeira unidade é interior e resultado de um organismo saudável. O ESPÍRITO cria essa unidade; não é obra de homens, por mais inteligentes ou apessoados que sejam. Quando esta unidade prevalece, compartilhada por cada membro e motivada pela fidelidade de ministros talentosos, a igreja cresce em simetria e beleza, para espanto do mundo não crente.
Nos versículos 4 a 16, o pensamento da medida da estatura completa de CRISTO sugere o tema “O Alvo Último do Cristão”. 1) O meio para esse fim. Ensinar e pregar a Palavra de DEUS, 11,12; 2) O compêndio do ideal, 4-7,15. A fé incorporada e o corpo incorporado, 16; 3) A proximidade da meta num caráter estável, 14. CRISTO no trono do coração. A igreja unida (G. B. Williamson).
Willard H. Taylor. Comentário Bíblico Beacon. Editora CPAD. Vol. 9. pag. 160-163. (com algumas alterações do Pr. Henrique).
  
III – DISCERNINDO O VERDADEIRO PROFETA DO FALSO
 1. Simplicidade x arrogância.
2. Pelos frutos os conhecereis. 
3. Ainda sobre o falso profeta.
  
III – DISCERNINDO O VERDADEIRO PROFETA DO FALSO
O Profeta, quase sempre, é perseguido pelos crentes, principalmente a liderança da Igreja, que não quer ver as coisas ocultas serem reveladas. Vários profetas morreram pelas mãos de seus próprios irmãos, seu povo.
  
CARACTERÍSTICAS DO VERDADEIRO PROFETA
DEUS vale-se de homens ou mulheres, para usá-los em mensagens proféticas. No Antigo ou em o Novo Testamento, através de profetas ministros a mensagem de DEUS é transmitida para sua igreja, com fins proveitosos.
 
1) Ele só diz o que ouve da parte de DEUS. O verdadeiro profeta fala a verdade de DEUS, na mensagem que transmite. O profeta verdadeiro não transmite mensagem de sua mente, para agradar ou desagradar, propositadamente. Ele fala a Palavra de DEUS “com verdade”.
O profeta Ágabo previu seca para todo o mundo e previu que Paulo ia ser amarrado, preso e entregue aos gentios. As mensagens desse profeta foram verdadeiras e se cumpriram cabalmente. (Atos 11.27; 21.10).
 
2) Há evidências da confirmação de DEUS. O verdadeiro profeta é confirmado por DEUS. Sua mensagem é autenticada pelo ESPÍRITO SANTO, e merece credibilidade.
E, levantando-se um deles, por nome Ágabo, dava a entender pelo ESPÍRITO, que haveria uma grande fome em todo o mundo, e isso aconteceu no tempo de Cláudio César.
Atos 11:28
E, levantando-se um deles, por nome Ágabo, dava a entender pelo ESPÍRITO, que haveria uma grande fome em todo o mundo, e isso aconteceu no tempo de Cláudio César. Atos 11:28
E aconteceu que, três dias depois, Paulo convocou os principais dos judeus, e, juntos eles, lhes disse: Homens irmãos, não havendo eu feito nada contra o povo, ou contra os ritos paternos, vim contudo preso desde Jerusalém, entregue nas mãos dos romanos; Atos 28:17.
 
3) Tem revelação e discernimento de DEUS.
E isto fez ela por muitos dias. Mas Paulo, perturbado, voltou-se e disse ao espírito: Em nome de JESUS CRISTO, te mando que saias dela. E na mesma hora saiu. Atos 16:18.
 
Elinaldo Renovato. Dons espirituais & Ministeriais Servindo a DEUS e aos homens com poder extraordinário. Editora CPAD. pag. 89-90. (com algumas alterações do Pr. Henrique).
 
1. Simplicidade x arrogância.
O maior erro ao falarmos sobre Profeta é a confusão que se faz entre Profeta - Ministério (tamo no AT como no NT) com Dom de Profecia (geralmente é chamado de profeta quem profetiza - quem tem dom de profecia).
Profeta é ministério.
Ter dom de profecia não faz de alguém um profeta, ministério.
 
A mensagem dada por um profeta tem a ver com a revelação do futuro (dom de revelação - Palavra de Sabedoria) ou revelação do passado ou do presente (dom de revelação - Palavra de conhecimento ou da ciência).
Muitos profetas também foram e são usados em Dom da fé (ressuscitar mortos), Curas (dons de curar) e Milagres ou Maravilhas.
Dom de profecia é para edificação, exortação e consolação. Confirma o que já está no coração da pessoa. Não prevê nada.
  
Devido a imaturidade e a ignorância de nossos líderes quanto aos dons, a maioria dos "profetas" que vemos hoje são enganadores e inventam mensagens que DEUS não falou e nem mandou. Falta discernimento e conhecimento dos Dons do ESPÍRITO SANTO.
 
O Profeta não precisa gritar, fazer teatro para trazer uma mensagem de DEUS para alguém, ou para um grupo de pessoas, ou mesmo para um país.
O Profeta tem autoridade de DEUS para falar em seu Nome. Não teme represálias. Não teme autoridades humanas. Não depende financeiramente de falsos crentes.
O Profeta tem vida honesta e irrepreensível, vive em jejum e oração e estudo da Palavra de DEUS.
 
A mensagem verdadeira do Profeta de DEUS não tem a ver com edificação, exortação e consolação como no Dom de Profecia, mas, muitas vezes, é uma mensagem condenando o pecado e mostrando o juízo sobre este. Não espere de um profeta uma festa ou um show, mas, em suas ministrações, muito choro, arrependimento e clamor.
Eu repreendo e castigo a todos quantos amo; sê, pois, zeloso e arrepende-te. Apocalipse 3:19
  
2. Pelos frutos os conhecereis.
 CARACTERÍSTICA DO FALSO PROFETA
1) Ele não tem mensagem de DEUS.
2) Ele desvia o povo dos caminhos do Senhor.
3) O falso profeta é soberbo.
4) Os falsos profetas são como “lobos devoradores.
5) Os falsos profetas vivem na iniquidade.
  
JESUS ENSINA SOBRE OS FRUTOS NA VIDA DAS PESSOAS
Mt 7.15 O Antigo Testamento menciona frequentemente os falsos profetas (veja 2 Rs 3.13; Is 44.25; Jr 23.16; Ez 13.2,3; Mq 3.5; Zc 13.2). Os falsos profetas afirmavam receber mensagens de DEUS, mas só profetizavam o que o rei e as pessoas queriam ouvir. Os falsos mestres também são tão comuns atualmente, quanto o foram naquela época. JESUS disse que devemos ter cuidado com aqueles cujas palavras podem parecer religiosas, mas que estão motivados pelo dinheiro, pela fama ou pelo poder. São aqueles que profetizam só coisas boas. Nunca revelam os pecados e o juízo de DEUS sobre esses pecados.
 
Mt 7.20 Mencionando 7.16, isto é, o método para discernir os falsos profetas, JESUS explicou que a maneira de identificar uma árvore ou uma pessoa é o tipo de fruto que ela produz. Os bons mestres exibem consistentemente um bom comportamento e um elevado caráter moral quando procuram praticar as verdades das Escrituras. São ganhadores de almas. oram e JESUS Salva, Cura, Batiza no ESPÍRITO SANTO, Liberta.
Comentário do Novo Testamento Aplicação Pessoal. Editora CPAD. pag. 53-54. (com algumas alterações. Pr. Henrique).
   
3. Ainda sobre o falso profeta.
 O CASTIGO DOS FALSOS PROFETAS
Era assim, no Antigo Testamento: “E aquele profeta ou sonhador de sonhos morrerá, pois falou rebeldia contra o Senhor, vosso DEUS, que vos tirou da terra do Egito e vos resgatou da casa da servidão, para vos apartar do caminho que vos ordenou o Senhor, vosso DEUS, para andardes nele; assim, tirarás o mal do meio de ti (Dt 13.5)”. A responsabilidade e o prestígio de um profeta, no Antigo Testamento, era muito grande. O povo o respeitava como sendo um verdadeiro arauto, que falava em nome de DEUS. Sua palavra profética era considerada Palavra de DEUS. No Novo Testamento, não é diferente. Daí, porque o castigo era severo contra os falsos profetas.
Elinaldo Renovato. Dons espirituais & Ministeriais Servindo a DEUS e aos homens com poder extraordinário. Editora CPAD. pag. 92-93. (com algumas alterações. Pr. Henrique)
  
CONCLUSÃO
DEUS QUER USAR PROFETAS NA IGREJA - Seja um voluntário para que JESUS CRISTO o use assim. O pecado deve ser combatido e para isso deve ser revelado. Tenha coragem. Tenha ânimo. Se esforce. Seja instrumento de DEUS, Canal de DEUS em sua obra de salvação.
  
))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))
  
Lição 8, O Ministério de Evangelista
Revista Lições Bíblicas Adultos, CPAD, 2° Trimestre 2014/2021
Tema: Dons Espirituais e Ministeriais - Servindo a DEUS e aos Homens com Poder Extraordinário
Comentarista: Elinaldo Renovato de Lima
Complementos, Ilustrações e Vídeos: Pr. Luiz Henrique de Almeida Silva - 99-99152-0454. - henriquelhas@hotmail.com - Cajamar - SP- Tel Esposa - 19-98448-2187
  
Preciso de sua ajuda para continuar esse trabalho -
PIX 33195781620 (CPF)  Luiz Henrique de Almeida Silva
 
https://youtube.com/playlist?list=PL9TsOz8buX1-baadTSIySFKmkNz4J5_qd  (vídeos desta lição em 2014)
 (Lição escrita em 2014)
https://ebdnatv.blogspot.com/2021/05/slides-licao-8-o-ministerio-de.html (Slides)
https://ebdnatv.blogspot.com/2021/05/escrita-licao-8-o-ministerio-de_16.html (Escrita)
 
Vídeo desta Lição em 2021 - https://www.youtube.com/watch?v=6YrxjRisPVI
 
   
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE - Atos 8.26-35; Efésios 4.11
Atos 8
26 - E o anjo do Senhor falou a Filipe, dizendo: Levanta-te e vai para a banda do Sul, ao caminho que desce de Jerusalém para Gaza, que está deserto. 27 - E levantou-se e foi. E eis que um homem etíope, eunuco, mordomo-mor de Candace, rainha dos etíopes, o qual era superintendente de todos os seus tesouros e tinha ido a Jerusalém para adoração, 28 - regressava e, assentado no seu carro, lia o profeta Isaías. 29 - E disse o ESPÍRITO a Filipe: Chega-te e ajunta-te a esse carro. 30 - E, correndo Filipe, ouviu que lia o profeta Isaías e disse: Entendes tu o que lês? 31 - E ele disse: Como poderei entender, se alguém me não ensinar? E rogou a Filipe que subisse e com ele se assentasse. 32 - E o lugar da Escritura que lia era este: Foi levado como a ovelha para o matadouro; e, como está mudo o cordeiro diante do que o tosquia, assim não abriu a sua boca. 33 - Na sua humilhação, foi tirado o seu julgamento; e quem contará a sua geração? Porque a sua vida é tirada da terra. 34 - E, respondendo o eunuco a Filipe, disse: Rogo-te, de quem diz isto o profeta? De si mesmo ou de algum outro? 35 - Então, Filipe, abrindo a boca e começando nesta Escritura, lhe anunciou a JESUS.
Efésios 4
11 - E ele mesmo deu uns para apóstolos, e outros para profetas, e outros para evangelistas, e outros para pastores e doutores.
 
Resumo da Lição 8, O Ministério de Evangelista - 2014/2021
I - JESUS ENVIA OS SETENTA (Lc 10.1-20)
1. São poucos os que anunciam.
2. Enviados para o meio de lobos.
3. Os sinais e as maravilhas confirmam a Palavra.
II - A GRANDE COMISSÃO (Mt 28.19,20; Mc 16.15-20)
1. O alcance da Grande Comissão.
2. O mundo está dividido em dois grupos.
3. A Grande Comissão hoje.
Ill - O DOM MINISTERIAL DE EVANGELISTA
1. O conceito de evangelista.
2. O papel do evangelista.
3. A finalidade do ministério do evangelista.
  
  
Meus Comentários - Pr. Henrique
Evangelistas - exemplos atuais.
https://youtu.be/ZufVLeFxLwQ   Andres Bisonni – Cruzadas de salvação e milagres
https://www.youtube.com/watch?v=MVd97AP_m6A   Isso sim é evangelismo de massas. Um autêntico evangelista. Várias curas e milagres também ocorreram ali. (Daniel Kolenda and Reinhard Bonnke)
https://www.youtube.com/watch?v=ixFfrFFLMI4   - CRUZADA, 3 MIL ALMAS PARA CRISTO, Pr Clebison Bandeira - Imperatriz, MA. Isso sim é evangelismo de massas. Um autêntico evangelista. Várias curas e milagres também ocorreram ali.
  
 
INTRODUÇÃO
Nesta lição estudaremos sobre o importantíssimo ministério de Evangelista. lembrando que não há ministério legítimo sem a escolha e chamada de JESUS e a capacitação do ESPÍRITO SANTO, com seus dons.
A realidade missionária no Brasil, atualmente, é raquítica e chega a ser ridícula. Uma igreja no interior do estado mais pobre do Brasil tem mais missionários do que a sede da Assembleia de DEUS no Brasil, na maior cidade do país. essa mesma igreja tem mais missionários do que igrejas de cidades como Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Vitória, Recife, Natal, Fortaleza, Belém, Salvador, Teresina, Palmas, João Pessoa, Goiânia, Porto Alegre, Curitiba, Florianópolis, Brasília, São Luis, Manaus, Porto Velho, Campo Grande, Cuiabá, etc... é uma vergonha para quem deu uma ordem expressa para sua igreja: "E disse-lhes: Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura". Marcos 16:15
"Mas recebereis a virtude (poder) do ESPÍRITO SANTO, que há de vir sobre vós; e ser-me-eis testemunhas, tanto em Jerusalém como em toda Judéia e Samaria e até aos confins da terra." 
É inacreditável que ainda existam pastores que acreditem que só devem enviar missionários para outras cidades, estados e países depois de evangelizarem seu próprio bairro ou cidade. A bíblia diz "TANTO em Jerusalém" e diz "COMO", quer dizer ao mesmo tempo evangelizamos nossa área como as outras áreas do mundo inteiro.
"E também Saulo consentiu na morte dele. E fez-se naquele dia uma grande perseguição contra a igreja que estava em Jerusalém; e todos foram dispersos pelas terras da Judéia e de Samaria, exceto os apóstolos". Atos 8:1
Às vezes DEUS permite uma perseguição à igreja para ela obedeça a seu IDE (Ide Depressa Evangelizar). DEUS não manda a perseguição, ELE permite por causa de nossa desobediência.
Será que a pandemia veio para parar a Igreja para que ela medite sobre sua situação atual na evangelização do mundo?
"E eis que sobre vós envio a promessa de meu Pai; ficai, porém, na cidade de Jerusalém, até que do alto sejais revestidos de poder". (Lucas 24:49).
Outras vezes vemos igrejas que vão sem obedecer à Palavra de DEUS que diz para ficar em Jerusalém até receber poder para ir. Primeiro deve-se buscar poder, batismo no ESPÍRITO SANTO, depois deve-se ir e receber capacitação para exercer a função com Dons do ESPÍRITO SANTO.
 
"E na igreja que estava em Antioquia havia alguns profetas e doutores, a saber: Barnabé e Simeão chamado Níger, e Lúcio, cireneu, e Manaém, que fora criado com Herodes o tetrarca, e Saulo. E, servindo eles ao Senhor, e jejuando, disse o ESPÍRITO SANTO: Apartai-me a Barnabé e a Saulo para a obra a que os tenho chamado. Então, jejuando e orando, e pondo sobre eles as mãos, os despediram". (Atos 13:1-3).
A igreja deve ter profetas e doutores que servem à igreja, esses profetas e doutores devem jejuar e orar buscando orientação de DEUS. Certamente o ESPÍRITO SANTO orientará a igreja sobre quem deve ser enviado para evangelizar. Existem muitos Paulos e Barnabés que estão esperando para serem enviados pelo mundo. Dê uma olhadinha a seu redor e você encontrará gente apaixonada por almas.
"Como nada, que útil seja, deixei de vos anunciar, e ensinar publicamente e pelas casas", Atos 20:20
Se construíssemos pequenos templos para 200 pessoas, numa distância de 300 metros um do outro, no máximo, em nossa cidade, evangelizaríamos muito mais e melhor do que gastar verdadeiras fortunas construindo mega-templos para serem usados três vezes por semana. Se fossem pequenos templos e com poucas pessoas nossos pastores visitariam essas pessoas e os aconselharia e poderiam evangelizar essa área muito melhor. Haveria mais união, menos diferenças e mais amor. Todos teriam um mesmo objetivo, ganhar almas.
Mesmo que construam grandes templos, se tiverem muitos missionários, mas pelo menos usem o dinheiro de maneira honesta para construírem de acordo com suas necessidades. Como pode uma cidade do interior do estado mais pobre do Brasil, com cerca de 250 mil habitantes, construir uma igreja para 10 mil pessoas, enquanto a sede da maior cidade do Brasil, com mais de 10 milhões de habitantes, constrói uma sede para  apenas 10 mil pessoas? Alguma coisa está errada. "Cadê o dinheiro que estava aqui"?
 
O padrão de Atos dos Apóstolos nos ensina como fazer missões - Primeiro Milagres, depois ajuntamento de pessoas, depois pregação do Evangelho, depois muitas conversões, depois batismo nas águas, depois batismo no ESPÍRITO SANTO, depois treinamento desses novos crentes para dirigirem uma nova igreja e serem missionários tanto em sua cidade como em todo o mundo, cheios do ESPÍRITO SANTO e capacitados com dons do mesmo.
 
Sobre ter mais de um ministério em um mesmo ministro
Podemos, cada um de nós, ter todos os dons do ESPÍRITO SANTO (9), Paulo (em meu entendimento) assim os teve. Busquemos cada dia mais poder para evangelizar. Apoiemos aqueles que desejam ganhar almas. Invistamos o dinheiro na evangelização.
   
Filipe, o evangelista autêntico
“Entrementes, os que foram dispersos iam por toda parte pregando a palavra. Filipe, descendo à cidade de Samaria, anunciava-lhes a CRISTO.  As multidões atendiam, unânimes, às coisas que Filipe dizia, ouvindo e vendo os sinais que ele operava.  Pois os espíritos imundos de muitos possessos saíam gritando em alta voz; e muitos paralíticos e coxos foram curados.  E houve grande alegria naquela cidade.” Atos 8:4-8
FILIPE LHES ANUNCIAVA A CRISTO.
 
Eis aqui o padrão de Atos dos Apóstolos - Por que as multidões se convertiam? Porque ouviam e viam os sinais que Filipe fazia por intermédio do ESPÍRITO SANTO.
Que sinais podemos Ouvir de um legítimo evangelista, vindos do ESPÍRITO SANTO? Línguas, Dom de línguas, interpretação de línguas, profecias, Dom Palavra de Sabedoria, Dom Palavra de Conhecimento.
Que sinais podemos Ver, vindos de um legítimo evangelista, usado pelo ESPÍRITO SANTO? Dom da Fé, Dom de Discernimento de espíritos, Dom de Milagres, Dons de Curar.
Novamente o padrão de Atos está em usos - Milagres, ajuntamento de pessoas, pregação do evangelho, multidões de convertidos.
 
Filipe tinha uma família de bom testemunho
Filipe, um dos sete diáconos que foram escolhidos pelo povo, conforme ordem dos Apóstolos, para se dedicarem na solução da falta de alimento às viúvas helenistas (veja em At 6,1-6). Filipe, porém, não ficou apenas neste serviço, mas torna-se pregador do Evangelho em Samaria. Depois o vemos como evangelista em Cesareia. Filipe morava com sua família em Cesaréia. As suas quatro filhas, conforme vemos em At 21,9 também eram profetizas, isto é, tinham o dom de profecia. Que bênção de família para um evangelista bem-sucedido.
E no dia seguinte, partindo dali Paulo, e nós que com ele estávamos, chegamos a Cesaréia; e, entrando em casa de Filipe, o evangelista, que era um dos sete, ficamos com ele.
E tinha este quatro filhas virgens, que profetizavam.
Atos 21:8-9
E no dia seguinte, partindo dali Paulo, e nós que com ele estávamos, chegamos a Cesaréia; e, entrando em casa de Filipe, o evangelista, que era um dos sete, ficamos com ele. E tinha este quatro filhas virgens, que profetizavam. Atos 21:8-9.
  
Evangelista não é título, é ministério, é pessoa dada por CRISTO à Igreja
Se você tem o título de evangelista, mas não ganhou nem uma alma este mês, você pode ser tudo, menos evangelista. OK?
Evangelista é apaixonado por almas. Evangelista amanhece e anoitece pensando em ganhar almas, aliás não só pensa, ganha mesmo.
Acontecia ali, em Samaria, um grave problema - Havia milagres, conversões, alegria, mas não havia batismo no ESPÍRITO SANTO.
As boas notícias de Samaria chegaram à Jerusalém, e logo os apóstolos enviaram Pedro e João (o melhor que tinham), com a finalidade de orarem pelos irmãos para que recebessem o batismo no ESPÍRITO SANTO. Quando Pedro e João oraram por eles receberam, então, o batismo no ESPÍRITO SANTO.
Os quais, tendo descido, oraram por eles para que recebessem o ESPÍRITO SANTO (Porque sobre nenhum deles tinha ainda descido; mas somente eram batizados em nome do Senhor JESUS). Então lhes impuseram as mãos, e receberam o ESPÍRITO SANTO. Atos 8:15-17
 
A organização da igreja hoje é feita de maneira humana
Existem muitos evangelistas que não são nem diáconos em suas congregações. Falta a visão da liderança sobre o dom de cada um. DEUS chamou, escolheu, preparou, capacitou, mas os homens não enxergaram, ou porque são cegos ou porque não querem enxergar com medo de perderem suas posições talvez. Fazer o que? O legítimo obreiro, ministro chamado por DEUS, não pede cargo, não inveja cargo, não busca reconhecimento ou elogio humano. Na bíblia, os grandes homens que DEUS chamou e escolheu, não queriam suas funções. Achavam que não mereciam e que não conseguiriam fazer o que DEUS queria que eles realizassem. Preferiam que DEUS chamasse outros. Durante o tempo que dirigi igreja não encontrei nenhum bom obreiro que pedisse cargo, mas os péssimos obreiros sempre estavam pedindo, outros exigindo, outros bajulando para serem reconhecidos. Os bons só assumem quando são chamados pessoalmente e com insistência.
Nossa organização ministerial não é satisfatória e nem reconhece as peças principais da igreja. devido a isso estamos passando pela pior fase da igreja até hoje. Milhares de crentes nominais apenas. As escolas bíblicas dominicais nunca estiveram tão vazias. os cultos de doutrina nunca estiveram tão vazios. Você se lembra, se é que já viu, de algum aleijado levantar e sair andando durante um culto em sua igreja? um cego de nascença vendo, um surdo de nascença vendo? Dom ministerial só para quem já é batizado no ESPÍRITO SANTO e tem pelo menos um dom do ESPÍRITO SANTO, a meu ver. Não temos ministro legítimo na bíblia que não tivesse essas coisas funcionando em seus ministérios.
As credenciais de um verdadeiro ministro chamado e escolhido por CRISTO
As credenciais de um verdadeiro ministro são os sinais e maravilhas que DEUS opera através do mesmo. Não importa o título, importa o que DEUS pensa a respeito do obreiro. DEUS confirma sua escolha com sinais, prodígio e maravilhas. --- Os sinais do meu apostolado foram manifestados entre vós com toda a paciência, por sinais, prodígios e maravilhas. 2 Coríntios 12:12 --- E Estêvão, cheio de fé e de poder, fazia prodígios e grandes sinais entre o povo. Atos 6:8 -- E em toda a alma havia temor, e muitas maravilhas e sinais se faziam pelos apóstolos. Atos 2:43 --- Testificando também DEUS com eles, por sinais, e milagres, e várias maravilhas e dons do ESPÍRITO SANTO, distribuídos por sua vontade? Hebreus 2:4 --- Pelo poder dos sinais e prodígios, e pela virtude do ESPÍRITO de DEUS; de maneira que desde Jerusalém, e arredores, até ao Ilírico, tenho pregado o evangelho de JESUS CRISTO. Romanos 15:19, etc...
  
A UNIÃO DO ENSINO, DA PREGAÇÃO E DOS MILAGRES, ISSO TORNA O EVANGELHO EFICAZ.
O ESPÍRITO  do Senhor é sobre mim, pois que me ungiu para evangelizar os pobres, enviou-me a curar os quebrantados do coração, a apregoar liberdade aos cativos, a dar vista aos cegos, a pôr em liberdade os oprimidos, a anunciar o ano aceitável do Senhor. Isaías 61.1; Lucas 4:18,19
Mas, quando fizeres convite, chama os pobres, aleijados, mancos e cegos. Lucas 14:13
E percorria JESUS toda a Galileia, ensinando nas suas sinagogas, e pregando o evangelho do Reino, e curando todas as enfermidades e moléstias entre o povo. Mateus 4:23
E percorria JESUS todas as cidades e aldeias, ensinando nas sinagogas deles, e pregando o evangelho do Reino, e curando todas as enfermidades e moléstias entre o povo. Mateus 9:35
de tal sorte que a multidão se maravilhou vendo os mudos a falar, os aleijados sãos, os coxos a andar, e os cegos a ver; e glorificava o DEUSde Israel. Mateus 15:31
E, tomando-o pela mão direita, o levantou, e logo os seus pés e tornozelos se firmaram. E, saltando ele, pôs-se em pé, e andou, e entrou com eles no templo, andando, e saltando, e louvando a Deus. Atos 3:7,8 ... - Muitos, porém, dos que ouviram a palavra creram, e chegou o número desses homens a quase cinco mil. Atos 4:4 E as multidões unanimemente prestavam atenção ao que Filipe dizia, porque ouviam e viam os sinais que ele fazia,
pois que os espíritos imundos saíam de muitos que os tinham, clamando em alta voz; e muitos paralíticos e coxos eram curados. Atos 8:6,7
E estava assentado em Listra certo varão leso dos pés, coxo desde o seu nascimento, o qual nunca tinha andado. Este ouviu falar Paulo, que, fixando nele os olhos e vendo que tinha fé para ser curado, disse em voz alta: Levanta-te direito sobre teus pés. E ele saltou e andou. Atos 14:8-10 ... - confirmando o ânimo dos discípulos, exortando-os a permanecer na fé, pois que por muitas tribulações nos importa entrar no Reino de Deus. Atos 14:22
 
Exemplo de um legítimo evangelista
Bem diferente de um crente que normalmente evangeliza - todos podem e devem evangelizar e alguns até recebem título de Evangelista, mas poucos têm o Dom Ministerial de Evangelista - Evangelista Reinhard Bonnke foi mais conhecido por suas grandes campanhas evangelísticas no Continente Africano. Filho de um pastor, Reinhard aceitou a JESUS quando tinha nove anos de idade, e recebeu seu chamado para os campos missionários da África antes de se tornar um adolescente. Depois de atender um Seminário no País de Gales e pastorear na Alemanha por sete anos, ele começou seu trabalho missionário na África. Ele começou fazendo cultos em uma tenda que acomodava 800 pessoas. À medida que o número de pessoas começou a crescer, tendas maiores foram adquiridas. Finalmente em 1984 ele encomendou a construção da maior estrutura móvel do mundo – uma tenda capaz de comportar 34.000 pessoas sentadas. E ainda, pouco tempo depois o número de pessoas que atendiam aos cultos excederam a capacidade desta tenda, chegando a milhões de pessoas participando de um mesmo culto. Reinhard Bonnke fundou o ministério internacional "CRISTO para todas as Nações", com escritórios localizados na África, Alemanha, Reino Unido, Canadá, Singapura e nos Estados Unidos. Desde o início do novo milênio, através da realização de eventos em grande escala na África e outras partes do mundo, e também com o alvo de vermos 100 milhões de vidas relatarem sua decisão por JESUS CRISTO nesta década, 42 milhões de pessoas já responderam ao chamado do Evangelho. Além disso, ele é conhecido por realizar as “Conferências do Fogo” em muitos países ao redor do mundo. Estas conferências treinam e encorajam os líderes da igreja para o evangelismo. Elas causaram um grande impacto e inspiraram muitas pessoas já alcançarem uma dimensão maior em termos de evangelismo e ministério. Seu ministério é confirmado com muitos milagres e maravilhas. Cegos vêm, surdos ouvem, aleijados andam, etc... Glória a DEUS.
  
Alguém que se desvia perde os dons que tinha antes?
Dons são dados pela graça e misericórdia de DEUS, tanto os do ESPÍRITO SANTO, quanto os de CRISTO (Ef 4.11).
Imediatamente após o legítimo arrependimento e confissão e reconciliação o crente está como estava antes de pecar. Fala em línguas e os dons voltam a fluir. DEUS não se lembra mais de seus pecados. Nós é que lembramos e não perdoamos. Alguém matou ou roubou, não pagou a conta que devia, etc.... teve legítimo arrependimento e confissão de pecados, aceitou a JESUS como único Senhor e Salvador, está perdoado, seus pecados não existem mais para DEUS, mas ele vai para a cadeia pelos seus crimes cometidos. Existem consequências, mas não influenciam na salvação. Quanto à nossa atitude temos que aprender perdoar de coração, segundo o amor de DEUS em nós. Os dons voltam a funcionar imediatamente após a reconciliação.
  
Pastores são evangelistas?
Dificilmente um pastor será um evangelista. Os pastores, em sua maioria, têm tentado convencer as pessoas de que têm algum dom ministerial por terem um título de pastor, assim como alguns evangelistas e professores. Na verdade dom ministerial não é dado por homens e sim por DEUS. Não é por merecimento e sim pela graça de DEUS. E uma escolha soberana de DEUS. Profetas e evangelistas da atualidade continuam como os antigos, como Elias, Elizeu, Ágabo, Silas, Paulo, Barnabé, Apolo e outros mencionados em Atos dos Apóstolos, bem como os que hoje andam escassos em nossos púlpitos. É raro, mas ainda se vê algum de vez em quando - Trabalho com um evangelista que realmente tem o ministério de evangelista, o evangelista Clebinson Bandeira, de Imperatriz-MA. Em sua última cruzada geral, em Imperatriz, ganhou mais de mil almas para CRISTO (veja https://youtu.be/ixFfrFFLMI4 ). Provavelmente 3 mil almas aceitaram a JESUS neste dia. Em média ganha mais de mil almas por mês. É um apaixonado por almas.
Em Camboriú, no congresso de Missões, que aconteceu de 26/04/2014 a 05/05/2014, ganhou mais 140 almas para CRISTO (http://www.portaldoceu.com.br/dvd-do-gmuh-2014---pastor-clebison-bandeira/). DEUS cura muitas pessoas durante suas cruzadas e concede muitos milagres financeiros também.
Na maioria das vezes a igreja coloca um evangelista para ser pastor de uma igreja para poder sustentar esse obreiro e isso finda em acabar com o ministério do evangelista. Pode-se ganhar um pastor, mas também pode ocorrer de não se ter mais nem um evangelista e nem um pastor. Pastor é para cuidar de ovelhas. Evangelista é para pregar o evangelho a multidões.
Quanto a esses artistas de palco, com título de evangelistas, mandam o povo profetizar e eles mesmos dizem que estão profetizando prosperidade e outras coisas desejadas pelo povo, são apenas ignorantes da Palavra de DEUS e mercenários que assolam nossas igrejas em busca da lã das néscias ovelhas. Quem as defenderá? Evangelista não está buscando fama e nem dinheiro, mas almas. Recebe a mensagem diretamente de DEUS e a transmite acompanhadas de milagres e maravilhas, pois DEUS confirma sua Palavra assim.
Quanto aos dons que agem no evangelista são principalmente os dons de poder, fé, milagres e curas, também acompanhados de Palavra de Sabedoria (revelação do futuro), Palavra de Conhecimento ou da Ciência (Revelação do passado e presente). Alguém pode ser usado em algum desses dons esporadicamente, mas o evangelista sempre é usado assim. O evangelista é apaixonado por almas. Pena que não podemos dar muitos exemplos de evangelistas legítimos na Assembleia de DEUS de hoje, pois nossa denominação foi quase toda corrompida pela liderança política e financeira que existe hoje comandando a igreja. Oremos irmãos, DEUS tenha misericórdia de nós. Precisamos investir nas grandes cruzadas evangelísticas com legítimos evangelistas.
 
Lucas 10.7 - O evangelista e suas exigências (salário-comida-hotel)
E ficai na mesma casa, comendo e bebendo do que eles tiverem, pois digno é o obreiro de seu salário. Não andeis de casa em casa. Lucas 10:7 - Isso indica ao evangelista que ele não deve ficar escolhendo onde vai dormir, onde vai comer, não deve exigir salário. Eu faço palestras e prego em todo o Brasil. Não cobro nada. Não como - faço jejum. Gosto de ficar na casa de algum irmão ou do pastor, não gosto de hotéis, pois só dão despesa para a igreja. Nós não vamos fazer turismo, vamos levar a mensagem de DEUS e compartilhar nossos dons com os irmãos e ganharmos almas..
A CGADB deveria estipular um teto para os "cachês" dos pregadores (evangelistas?) e cantores (artistas?). Já passou da hora de dar um basta nesse comércio de celebridades em nossas igrejas.
 
A cidade de Samaria era dominada por um vigarista que os iludia com artes mágicas, mas, pelo poder de DEUS que agia através de Filipe, até o mágico Simão se converteu. Parece que sua conversão não foi legítima, pois já queria comprar o poder de batismo no ESPÍRITO SANTO com dinheiro, mas diante da maldição imposta por Pedro e João, deve ter se convertido realmente.
 
O verdadeiro evangelista tem intimidade com DEUS
E o anjo do Senhor falou a Filipe, dizendo: Levanta-te, e vai para o lado do sul, ao caminho que desce de Jerusalém para Gaza, que está deserta. Atos 8:26
E o anjo do Senhor falou a Filipe, dizendo: Levanta-te, e vai para o lado do sul, ao caminho que desce de Jerusalém para Gaza, que está deserta.
Atos 8:26
O evangelista Filipe não só testificava publicamente, mas também fazia evangelismo pessoal. Foi enviado por DEUS para pregar ao primeiro-ministro da rainha da Etiópia (o título honorífico dela era Candace, assim como existem outros em diversos países, tais como barão, duque, visconde, conde; presidente, imperador, césar, Candace, Heika, Denka, Hidenka, Kakka, Daitoryoi (Títulos reais e oficiais no Japão); Czar (Rússia), Dogde (Espanha), etc....
O legítimo evangelista conhece as escrituras e sua mensagem é JESUS CRISTO:
E, correndo Filipe, ouviu que lia o profeta Isaías, e disse: Entendes tu o que lês?
Atos 8:30
E, correndo Filipe, ouviu que lia o profeta Isaías, e disse: Entendes tu o que lês? Atos 8:30 - Então Filipe, abrindo a sua boca, e começando nesta Escritura, lhe anunciou a JESUS. Atos 8:35
O Assunto da pregação do evangelista é JESUS e este crucificado e ressuscitado.
Porque nada me propus saber entre vós, senão a JESUS CRISTO e este crucificado. 1 Coríntios 2:2
  
O verdadeiro evangelista é direcionado para a cidade ou lugar que DEUS manda:
E, quando saíram da água, o ESPÍRITO do Senhor arrebatou a Filipe, e não o viu mais o eunuco; e, jubiloso, continuou o seu caminho.
E Filipe se achou em Azoto e, indo passando, anunciava o evangelho em todas as cidades, até que chegou a Cesaréia.
Atos 8:39-40
Então, foi conduzido JESUS pelo ESPÍRITO  ao deserto, para ser tentado pelo diabo. Mateus 4:1
E o anjo do Senhor falou a Filipe, dizendo: Levanta-te e vai para a banda do Sul, ao caminho que desce de Jerusalém para Gaza, que está deserto. Atos 8:26
E, quando saíram da água, o ESPÍRITO do Senhor arrebatou a Filipe, e não o viu mais o eunuco; e, jubiloso, continuou o seu caminho. E Filipe se achou em Azoto e, indo passando, anunciava o evangelho em todas as cidades, até que chegou a Cesaréia. Atos 8:39-40
E, passando pela Frígia e pela província da Galácia, foram impedidos pelo ESPÍRITO  SANTO de anunciar a palavra na Ásia. Atos 16:6
  
O legítimo evangelista ama, isso é o amor de DEUS derramado em seu coração. Esse amor arde, queima, sufoca, não nos deixa parar e nem desanimar. Nossa comida é essa.
AMOR PELAS ALMAS <http://ministeriofogonoaltar.blogspot.com.br/2012/12/amor-pelas-almas.html>
... Fiz-me tudo para todos, para, por todos os meios, chegar a salvar alguns (1 Co 9.22). 
Eu, de muito boa vontade, gastarei e me deixarei gastar pelas vossas almas, ainda que, amando-vos cada vez mais, seja menos amado. 2 Coríntios 12:15
Consideremos:
1. O amor no coração de DEUS
“Porque DEUS amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo 3.16).
2. O amor no coração de JESUS
“E, vendo a multidão, teve grande compaixão deles, porque andavam desgarrados e errantes como ovelhas que não têm pastor” (Mt 9.36).Vejamos:
- amor ao leproso (Mc 1.41); - amor aos cegos (Mt 20.34); - amor à viúva de Naim (Lc 7.13); - amor a Jerusalém (Mt 23.37); - amor às multidões (Mt 14.14; 15.32).
3- O amor no coração dos apóstolos
“E os apóstolos davam, com grande poder, testemunho da ressurreição do Senhor JESUS, e em todos eles havia abundante graça” (At 4.33).Vejamos:
- o amor de Paulo (At 20.23; 21.13; Rm 9.1-3; 10.1; 1 Co9.16-23); - o amor de Pedro e João (At 3.1-8; 4.1,2,8,18-21).
4. O amor no coração dos diáconos
“E, descendo Filipe à cidade de Samaria, lhes pregava a CRISTO” (At 8.5);
“E apedrejaram a Estêvão, que em invocação dizia: Senhor JESUS, recebe o meu espírito. E, pondo-se de joelhos, clamou com grande voz: Senhor, não lhes imputes este pecado. E, tendo dito isto, adormeceu” (At 7.59,60).
5. O amor no coração da Igreja
“Mas os que andavam dispersos iam por toda parte anunciando a palavra” (At 8.4);
“E os que foram dispersos pela perseguição que sucedeu por causa de Estêvão caminharam até à Fenícia, Chipre e Antioquia, não anunciando a ninguém a palavra senão somente aos judeus ”(At 11.19).
6. O amor no coração de alguns servos de DEUS na história -
Oração de evangelista é mais ou menos assim:
“Agora, deixem-me consumir por DEUS” — Henrique Martyn.
“Dá-me a Escócia ou morrerei” —John Knox.
“Se não queres dar-me almas, retira a minha”—Whitefield.
“Pai, dá-me estas almas ou eu morro” — Hyde.
TER PROFUNDO AMOR A JESUS
Porque eu estou pronto não só a ser ligado, mas ainda a morrer em Jerusalém pelo nome do Senhor JESUS” (At 21.13);
“... regozijando-se de terem sido julgados dignos de padecer afronta pelo nome de JESUS” (At 5.41);
“Assim que, sabendo o temor que se deve ao Senhor, persuadimos os homens à fé...” (2 Co 5.11);
“Porque o amor de CRISTO nos constrange...” (2 Co 5.14).
O que está acontecendo com a Europa
Na Europa acontece certos fenômenos que o PT quer implantar aqui no Brasil.
Controle de natalidade - Abortos e Camisinhas - Todos sabem do programa do PT sobre isso. Na Europa, tanto investiram nisso que agora a maioria da população é velha e estão aposentados, sendo que não possuem força jovem para produzir e pagar as aposentadorias dos mais velhos. como os muçulmanos têm pelo menos 4 filhos em cada família e podem ter 4 esposas cada homem, imaginem como têm crescido.
Escalada do Islamismo - O PT vem estimulando construção de mesquitas por todo o Brasil. na Europa eles já são maioria em setores importantes da economia e de segurança.
Combate ao evangelho pentecostal - No Brasil os pentecostais são perseguidos claramente pelo PT e os tradicionais, as igrejas ditas cessacionistas, as históricas, apoiam o PT por debaixo do pano para receberem apoio financeiro. Quem apoia aborto consegue vantagens - Até a Universal anda comprando horários de todos os canais para acabar com o horário de TV e Rádio das igrejas que são pentecostais ou neopentecostais, tudo apoiado pela esquerda. Na Europa as igrejas que eram antes as enviadoras de missionários pelo mundo passaram a um esfriamento pentecostal e se tornaram cessacionistas e hoje já nem existem mais ou estão sucumbidas pelo satanismo desenfreado que invadiu tais países.
O apoio a casamentos de gays e lésbicas liberados aqui no Brasil com o apoio maciço do PT quer destruir a família tradicional para obrigar a continuação do nascimento de filhos. A falsa adoção de crianças por parte de casais homossexuais tem como objetivo recrutar crianças para ser parte de sua causa. Na Europa aconteceu a falta de filhos e falta de mão de obra para trabalhar exatamente devido à liberação de tudo isso. A falta de moralidade, a falta de caráter, a falta de temor de DEUS está levando a Europa ao caos político, financeiro, moral e religioso. A única conclusão a que chegamos é a de que a verdadeira igreja da Europa faliu. Vamos ter que evangelizar os evangelizadores.
 
MAIS COMENTÁRIOS DIVERSOS COM ALGUMA CORREÇÕES QUE FIZEMOS.
 
Revista Ensinador Cristão CPAD, n° 58, p.39.
EXISTEM EVANGELISTAS E "EVANGELISTAS"
O Dom Ministerial do Evangelista foi repartido por JESUS para que o arauto de DEUS, através da mensagem centralizada na cruz de CRISTO, ganhasse pessoas para o reino divino. Uma das maiores características de um evangelista é a sua paixão por pregar às pessoas para que se convertam a JESUS. Não importa o número, se dezenas, centenas ou milhares. O que importa é pregar JESUS, o crucificado. Esta é a mensagem do bom evangelista.
Temos de deixar bem claro a missão de um evangelista: pregar o Evangelho. Anunciar o ministério da reconciliação de DEUS com o mundo, porque foi para isso que o Senhor enviou seu Filho: "DEUS estava em CRISTO reconciliando consigo o mundo, não lhes imputando os seus pecados, e pôs em nós a palavra da reconciliação" (2Co 5.19). Esta é a boa nova que o autêntico evangelista tem de proclamar.
O Senhor nosso DEUS separa uns para Evangelistas e os dá à sua Igreja. Isso não invalida o privilégio de anunciar o Evangelho para o ser humano para todo aquele que se chama por discípulo de JESUS de Nazaré.
A Igreja separa também evangelistas, porém é uma escolha humana e eclesiástica. por incrível que pareça tem evangelista que não sequer uma alma por mês, e, não se espantem, nem uma alma por ano.
  
COMENTÁRIOS DIVERSOS - INTRODUÇÃO (todos com algumas modificações e adaptações ao legítimo evangelho de JESUS CRISTO, elaboradas por mim, Pr. Henrique)
  
A Bíblia fala muito pouco sobre esse dom. Se consultamos uma concordância bíblica, só encontramos três referências a esse termo (At 21.8; Ef 4.11; 2 Tm 4.5). À luz da boa hermenêutica ou interpretação dos textos bíblicos, podemos constatar que há homens, dentre os que se colocam à disposição da obra do Senhor, que têm uma vocação prioritária para a pregação do evangelho, para a proclamação das Boas-Novas de salvação, ou do kerigma, também muito usados em dons do ESPÍRITO SANTO. Por isso, o evangelista consta da lista dos “dons-ministeriais”, que são “dons de DEUS”, concedidos por CRISTO aos homens, após sua retumbante vitória sobre a morte (cf. Ef 4.8-11). Ninguém é superior a ninguém, no Reino de DEUS (Rm 12.5). Todos os dons ministeriais se completam e possuem grau de importância iguais na Igreja (Ef 4.11), São pessoas dadas por CRISTO à Igreja.
Nas últimas décadas, os evangelistas têm sido muito solicitados para participarem de eventos, nas igrejas evangélicas. Alguns são excelentes pregadores, que transmitem mensagens na unção de DEUS, demonstrando verdades bíblicas com profundidade, atraindo os pecadores para CRISTO. Normalmente, os evangelistas têm ministério itinerante. Vão buscar as almas, para que elas sejam acolhidas nas igrejas locais, aos cuidados dos pastores, auxiliados pelos discipuladores. A evangelização intensa só pode ter êxito se houver um discipulado intensivo junto aos que se convertem por meio das pregações dos evangelistas. Evangelizar sem discipular é semear sem cuidar das almas que se convertem.
Os evangelistas são aqueles que dizem aos pecadores: “Venham para CRISTO”, e os pastores, que cuidam do rebanho, são os que dizem: “Sejam transformados pelo poder de DEUS, e se integrem ao Corpo de CRISTO, que é a Igreja”. Os ministérios se complementam. São importantes os Apóstolos, profetas, evangelistas, pastores e doutores. Nessa complementaridade de ministérios, podemos ver a palavra do profeta Isaías: “Um ao outro ajudou e ao seu companheiro disse: Esforça-te!” (Is 41.6).
Assim, vamos estudar o papel e a missão do evangelista, com base nos textos bíblicos que nos permitem avaliar esse importante dom ministerial, tão necessário à igreja como os demais que constam das listas de ministérios necessários ao bom funcionamento do Corpo de CRISTO, que é a Igreja, da qual Ele é a Cabeça.
Elinaldo Renovato. Dons espirituais & Ministeriais Servindo a DEUS e aos homens com poder extraordinário. Editora CPAD. pag. 94-95.
  
I - JESUS ENVIA OS SETENTA (Lc 10.1-20)
E, depois disso, designou o Senhor ainda outros setenta e mandou-os adiante da sua face, de dois em dois, a todas as cidades e lugares onde ele havia de ir. E dizia-lhes: Grande é, em verdade, a seara, mas os obreiros são poucos; rogai, pois, ao Senhor da seara que envie obreiros para a sua seara. Ide; eis que vos mando como cordeiros ao meio de lobos. E não leveis bolsa, nem alforje, nem sandálias; e a ninguém saudeis pelo caminho. E, em qualquer casa onde entrardes, dizei primeiro: Paz seja nesta casa. E, se ali houver algum filho de paz, repousará sobre ele a vossa paz; e, se não, voltará para vós. E ficai na mesma casa, comendo e bebendo do que eles tiverem, pois digno é o obreiro de seu salário. Não andeis de casa em casa. E, em qualquer cidade em que entrardes e vos receberem, comei do que vos puserem diante. E curai os enfermos que nela houver e dizei-lhes: É chegado a vós o Reino de Deus. Lucas 10:1-9
 
Os setenta podem ser vistos como apóstolos ou como evangelistas. Apóstolos porque foram enviados por JESUS e evangelistas porque foram transmitir as boas novas de salvação e os sinais os seguiram. Falavam de JESUS e eram usados em curas, libertações, milagres e até no dom da fé (ressuscitar mortos), como o caso dos apóstolos.
e, indo, pregai, dizendo: É chegado o Reino dos céus. Curai os enfermos, limpai os leprosos, ressuscitai os mortos, expulsai os demônios; de graça recebestes, de graça dai. Mateus 10:7,8
  
1. São poucos os que anunciam.
Após a eleição dos Doze, que constituíam o “Colégio Apostólico”, tempos depois, JESUS resolveu escolher outros discípulos, em número de setenta, para enviá-los como evangelistas a “a todas as cidades onde ele havia de ir” e os organizou em equipes de evangelizadores, “de dois em dois” (Lc 10.1, 2). O texto de Lucas, referente ao envio dos “outros setenta” é o mais substancial em informações quanto ao seu desempenho apostólico. Algumas das mais importantes afirmações de JESUS sobre seus enviados constam desse texto, ainda que não são considerados participantes do “colégio apostólico”. Para distingui-los dos 12, nesta análise, melhor chamá-los de evangelistas.
 
OS OBREIROS SÃO POUCOS
Ao enviar os setenta, JESUS asseverou que “Grande é, em verdade a seara, mas os obreiros são poucos” (Lc 10.2a). Diante dessa realidade, JESUS exorta a que devemos rogar ao Senhor da seara, para “que envie obreiros para a sua seara” (Lc 10.2b).Elinaldo Renovato. Dons espirituais & Ministeriais Servindo a DEUS e aos homens com poder extraordinário. Editora CPAD. pag. 95-96.
 
OS SETENTA EVANGELISTAS - PREGAR E CURAR - Ide; eis que vos mando como cordeiros ao meio de lobos. E não leveis bolsa, nem alforje, nem sandálias; e a ninguém saudeis pelo caminho. E, em qualquer casa onde entrardes, dizei primeiro: Paz seja nesta casa. E, se ali houver algum filho de paz, repousará sobre ele a vossa paz; e, se não, voltará para vós. E ficai na mesma casa, comendo e bebendo do que eles tiverem, pois digno é o obreiro de seu salário. Não andeis de casa em casa. E, em qualquer cidade em que entrardes e vos receberem, comei do que vos puserem diante. E curai os enfermos que nela houver e dizei-lhes: É chegado a vós o Reino de Deus. Lucas 10:3-9
 
Designou o Senhor ainda outros setenta
(1) Lucas não quer dizer que CRISTO tinha enviado setenta anteriormente, mas que os setenta eram adicionais aos doze que haviam sido enviados.
O simples fato de que JESUS tinha estes muitos discípulos dignos de confiança é significativo. Muitas vezes nos esquecemos de que Ele tinha muitos seguidores leais.
Mandou-os... de dois em dois. Para ajuda mútua e encorajamento. A todas as cidades e lugares onde ele havia de ir. Estes deveriam preparar a visita dele a essas cidades. Neste momento, os doze apóstolos estavam com Ele; os setenta foram adiante da sua face. E possível que cada uma dessas duplas de discípulos fosse a apenas uma cidade e ficasse por lá, pregando, ensinando e preparando, em outros aspectos, a visita de JESUS. Isto totalizaria trinta e cinco cidades e aldeias visitadas por JESUS em seu ministério na Peréia, e Ele dificilmente visitaria muitas mais em um período de seis ou sete meses, a menos que suas visitas fossem muito breves.
Do versículo 2 até o 16, JESUS dá instruções e admoestações aos setenta. Muitas destas são instruções iguais ou semelhantes às instruções dadas em várias ocasiões aos doze apóstolos. É mais razoável que JESUS tenha dado as mesmas admoestações por duas vezes, se as exigências das situações fossem as mesmas. Qualquer líder da igreja admoestando grupos de obreiros inevitavelmente repetiria vários pontos, pois todos eles precisariam basicamente das mesmas instruções.
Grande é, em verdade, a seara, mas os obreiros são poucos
(2) A metáfora da seara parece ter sido uma das favoritas de JESUS. A seara das almas humanas sempre foi grande e os obreiros sempre foram, tragicamente, poucos. É a fatal falta de interesse do homem pelos seus companheiros que mantém este número tão pequeno.
Rogai, pois, ao Senhor da seara que envie obreiros para a sua seara. Levar a seara ao celeiro é nossa responsabilidade. E conseguir os obreiros necessários é, em parte, nossa responsabilidade. Devemos enxergar as necessidades e rogar que o Senhor envie obreiros adicionais.
Charles L. Childers. Comentário Bíblico Beacon. Editora CPAD. Vol. 6. pag. 409-410.
 
Estes setenta, embora não o servissem de forma tão próxima e tão constantemente quanto os doze, eram, no entanto, os ouvintes constantes de sua doutrina, as testemunhas dos seus milagres, e criam nele. Estes setenta são aqueles de quem Pedro fala como “os varões que conviveram conosco todo o tempo em que o Senhor JESUS entrou e saiu dentre nós,” e faziam parte dos cento e vinte ali mencionados, Atos 1.15,21. Podemos supor que muitos destes que foram os companheiros dos apóstolos, de quem lemos em Atos e nas Epístolas, faziam parte destes setenta discípulos.
Havia trabalho para tantos ministros, e ouvintes para tantos pregadores; assim o grão da semente de mostarda começou a crescer, e o sabor do fermento a se espalhar pela refeição, para a fermentação do todo.
Devemos supor, embora não esteja registrado, que CRISTO logo em seguida foi a todos estes lugares em que agora os enviou, embora Ele pudesse ficar apenas por pouco tempo em um lugar. Duas coisas eles foram ordenados a fazer, o mesmo que CRISTO fez onde quer que tenha ido:
(1) Eles deviam curar os enfermos (v. 9), curá-los em nome de JESUS, o que faria com que as pessoas desejassem ver este JESUS, e estivessem prontas a receber aquele cujo Nome era tão poderoso.
(2) Eles deviam anunciar a chegada do Reino de DEUS, a sua chegada até eles: “Dizei-lhes: É chegado a vós o Reino de DEUS, e agora sereis admitidos nele, se apenas olhardes ao vosso redor. Agora é o dia da vossa visitação, sabei e entendei”. E bom estarmos conscientes das nossas vantagens e oportunidades, para que possamos aproveitá-las. Quando o Reino de DEUS chega até nós, devemos prosseguir, indo de encontro a ele.
HENRY. Matthew. Comentário Matthew Henry Novo Testamento MATEUS A JOÃO Edição completa. Editora CPAD. pag. 596-597.
 
10.1 Muito mais que doze pessoas vinham seguindo a JESUS. De acordo com 1 Coríntios 15.6, JESUS tinha pelo menos quinhentos seguidores na época em que concluiu seu ministério. Aqui JESUS designa um grupo de setenta para preparar algumas cidades para sua visita posterior. Um grupo de 120 destes seguidores foi a Jerusalém para dar início à igreja ali (At 1.15). Em número de setenta também foram os ajudantes do ministério de Moisés (Nm 11.25).
No serviço cristão, não há desemprego. DEUS tem trabalho suficiente para todos. Nenhum crente deve ficar sentado e olhar os outros trabalhando, porque a seara é grande.
Comentário do Novo Testamento Aplicação Pessoal. Editora CPAD. pag. 392.
  
2. Enviados para o meio de lobos.
o tempo de JESUS, os evangelizadores, ou evangelistas, enfrentariam situações comparáveis a cordeiros no meio de lobos (Lc 10.3). Certamente, os setenta puderam sentir de perto o cumprimento da advertência do Senhor. Devem ter sido rejeitados, aborrecidos e perseguidos, até com ameaça de morte. Nos dias atuais, os que são enviados por CRISTO, para levarem a mensagem do evangelho a certas regiões do mundo, vivem em constante risco de morrer. Desde o século passado, e no presente, de cada três pessoas que morrem por causa de sua fé, uma é cristã. Mais cristãos foram mortos nas últimas décadas, do que em toda a história de Igreja de CRISTO. Daí, porque a maior parte dos missionários está radicada onde já existem muitos obreiros. Poucos são os que se destinam a lugares inóspitos e ameaçadores. É compreensível, até certo ponto, mas JESUS mandou pregar o evangelho a toda criatura. Apóstolos, profetas e evangelistas legítimos não temem o Diabo e seus representantes, vão aonde ninguém tem coragem de ir. Paulo não se deixou intimidar por inimigos do evangelho. O legítimo evangelho é pregado com sinais, prodígios e maravilhas, talvez por isso mesmo a esmagadora maioria de enviados não têm coragem de ir aonde ainda o evangelho não penetrou e onde a perseguição ao evangelho é terrivelmente praticada, como na Coréia do Sul, por exemplo.
E a tendência da perseguição aos servos de JESUS é de acentuar-se cada vez mais. Na maioria dos países do Ocidente, o Diabo tem levantado a perseguição institucional, através de governos, dos legislativos e do Judiciário, mediante a elaboração e aprovação de leis que dificultam e ameaçam a liberdade para a pregação do evangelho. São “as portas do inferno”, através das “leis injustas” (Is 10.1). Elas não prevalecerão, como profetizou JESUS, mas perturbarão e causarão grandes problemas à missão da Igreja. Mas será por um tempo. Quando JESUS intervier, na sua Vinda, os “lobos” serão aniquilados, mas a Igreja (nós) já terá sido arrebatada, graça de DEUS.
Elinaldo Renovato. Dons espirituais & Ministeriais Servindo a DEUS e aos homens com poder extraordinário. Editora CPAD. pag. 96-97.
 
Eis que vos mando como cordeiros ao meio de lobos.
Que paradoxo: Cordeiros saindo para salvar ovelhas de lobos! Aqui está a simplicidade unida ao desamparo: nenhuma arma carnal como defesa (nossas armas são poderosas em DEUS - Nome de JESUS, Sangue de JESUS, Palavra de DEUS, Amor, Dons espirituais). Mas DEUS tem uma maneira de criar a força a partir da fraqueza, e de usar até a morte como uma arma da vitória e da vida. Aqui vemos a supremacia de CRISTO. Ele é o maior Vencedor do mundo, e ainda assim as suas forças não foram utilizadas no que se refere à defesa carnal ou terrena. Os cristãos têm sido assassinados aos milhares, mas o avanço triunfal continua. A esta altura temos que parar e meditar e ganhar uma nova luz e inspiração para a tarefa e a batalha dos dias atuais. Não estamos desprotegidos, pois CRISTO está conosco. Uma vez que a própria morte não nos vence, podemos começar a entender que somos imbatíveis. Mas, se começarmos a nos equipar com armas carnais, estaremos caminhando em direção à derrota.
Charles L. Childers. Comentário Bíblico Beacon. Editora CPAD. Vol. 6. pag. 410.
 
Cabe notar que os discípulos não são enviados “aos lobos”, mas “para o meio de lobos”. Isso ilustra o aspecto indizivelmente penoso do envio dos mensageiros de JESUS. Essa palavra anuncia aos mensageiros a perseguição de sua pessoa e a rejeição de sua mensagem. Isso é muito mais que “não acolher” ou “não ouvir” a pregação.
O envio das ovelhas para o meio de lobos era proverbial em Israel. Se a penetração dos lobos em um rebanho de ovelhas já representa um grande perigo, quanto mais perigoso será enviar e remeter, contrariando todo o bom senso, ovelhas isoladas para dentro de uma alcateia de lobos! As indefesas ovelhas devem viver, atuar e permanecer entre lobos, e até mesmo superá-los. Isto é inimaginável e inconcebível! Contudo, DEUS assim o determinou! Que não esqueçamos isso especialmente quando os lobos se tornarem cada vez mais numerosos e temíveis nos tempos finais! Foi o Senhor que o disse!
A segurança para um envio tão perigoso, o equipamento para uma incumbência tão avessa à sensatez na luta entre ovelhas e lobos não está em levar qualquer tipo de armamento, mas nas palavras: “Eu vos envio”. E isso basta.
Assim como, pois, os setenta discípulos não devem estar munidos de armas de defesa diante dos perigos no meio de lobos, assim eles também não devem equipar-se com a bagagem usual de viagem. A instrução de que nem sequer levem consigo algo além da roupa necessária para a caminhada, tem o objetivo de que fiquem única e exclusivamente atentos ao cumprimento de seu envio.
Interpreta-se de diferentes maneiras o adendo de não saudar ninguém no trajeto ou a caminho. Essa instrução de comportamento tem um protótipo no AT (2Rs 4.29). De acordo com uma das interpretações, a palavra de não saudar representa uma ordem referente à urgência. A saudação oriental é muito demorada. Em um encontro desses, todos os votos costumeiros de bênção, abraços, beijos, pedidos de informação e discursos podem causar uma parada que consome tempo, e que é indesejável para quem tem pressa. Esta proibição de forma alguma veta a simples e singela saudação: “Paz seja contigo!”
Fritz Rienecker. Comentário Esperança Evangelho de Lucas. Editora Evangélica Esperança.
 
3. Os sinais e as maravilhas confirmam a Palavra.
Os setenta evangelistas foram autorizados a curar os enfermos que encontrassem nas cidades por onde haveriam de passar (Lc 10.9). A operação de milagres fazia parte integrante da missão. Evangelização com milagres, sinais e prodígios era a característica da atividade ministerial. Receberam “poder sobre os espíritos imundos, para os expulsarem, e para curarem toda a enfermidade e todo o mal” (Mt 10.1). Da mesma forma, os setenta evangelistas também estavam investidos da mesma autoridade espiritual. Ao retornarem da missão, deram um relatório positivo e vibrante do que lhes acontecera, quando saíram, em cumprimento ao mandado de JESUS, de dois em dois (Lc 10.17).
 
O MAIOR PRIVILÉGIO DOS EVANGELISTAS
E voltaram os setenta com alegria, dizendo: Senhor, pelo teu nome, até os demônios se nos sujeitam. E disse-lhes: Eu via Satanás, como raio, cair do céu. Eis que vos dou poder para pisar serpentes, e escorpiões, e toda a força do Inimigo, e nada vos fará dano algum. Mas não vos alegreis porque se vos sujeitem os espíritos; alegrai-vos, antes, por estar o vosso nome escrito nos céus. Lucas 10:17-20
 
Na palavra aos setenta, JESUS os surpreendeu com uma declaração, ante a alegria e a comemoração pelos milagres que viram ser realizados por seu intermédio. Curas, libertação de endemoninhados e outros milagres. JESUS lhes fez saber que maior privilégio do que operar milagres era ter o seus próprios nomes “escritos nos céus” (Lc 10.20).
Elinaldo Renovato. Dons espirituais & Ministeriais Servindo a DEUS e aos homens com poder extraordinário. Editora CPAD. pag. 97.
 
Eis que vos dou poder para pisar serpentes, e escorpiões, e toda a força do Inimigo, e nada vos fará dano algum (19).
Esta escritura tem, de fato, uma implicação literal, mas o contexto parece exigir que o principal significado seja espiritual. Note como JESUS faz uma analogia entre serpentes, e escorpiões, e toda a força do Inimigo. Tanto os versículos anteriores como os posteriores se referem às forças satânicas. A gramática desses versículos implica, também, que essas serpentes e escorpiões estão incluídos nas forças do inimigo. O simbolismo é comum para as forças satânicas ou demônios e até para o próprio Satanás. O significado principal é que os cristãos têm poder para pisar triunfantemente sobre os exércitos de Satanás, através do poder do ESPÍRITO SANTO e da graça de JESUS CRISTO.
Charles L. Childers. Comentário Bíblico Beacon. Editora CPAD. Vol. 6. pag. 411.
  
Observação Importante
Notemos que nos é dado todo poder sobre os poderes satânicos de Satanás e que nada nos causará dano algum. As palavras todo e nada são importantíssimas aqui.
  
Voltaram os setenta com alegria (v. 17); não reclamando da fadiga de suas jornadas, nem da oposição e do desencorajamento com que eles se depararam, mas alegres com o seu sucesso, especialmente por terem expulsado muitos espíritos imundos: Senhor, pelo teu nome, até os demônios se nos sujeitam. Embora apenas a cura dos enfermos seja mencionada em seu comissionamento (v. 19), não há dúvida de que a expulsão de demônios estava incluída, e nisto eles tiveram um sucesso maravilhoso.
A. Eles dão a CRISTO a glória por todo este resultado positivo: É através do Teu Nome. Note que todas as nossas vitórias sobre Satanás são obtidas pelo poder que vem de JESUS CRISTO. Ele deve ter todo o louvor; se a obra for feita em seu Nome, a honra será devida ao seu Nome.
B. Eles se alegram com o conforto que há nisto; eles falam deste assunto com um ar de exultação: Até os demônios, aqueles inimigos poderosos, se nos sujeitam. Note que os santos não têm maior alegria ou satisfação em quaisquer de seus triunfos do que quando triunfam sobre Satanás. Se os demônios se nos sujeitam, quem pode nos resistir?
Que aceitação eles acharam no Senhor, e como Ele recebeu este relato.
(1) Ele confirmou o que eles disseram, por concordar com a sua própria observação (v. 18): “O meu coração e os meus olhos acompanharam vocês; eu notei o sucesso que tiveram, e vi Satanás, como um raio, cair do céu”.
Note que Satanás e o seu reino caem diante da pregação do Evangelho. “Entendam como é”, disse CRISTO, “enquanto vocês ganham terreno, o diabo perde terreno.” Ele cai como um raio do céu, tão repentinamente, tão irrecuperavelmente, tão visivelmente, que todos podem percebê-lo, e dizer, “Veja como o reino de Satanás cambaleia, veja como ele tropeça.”
(2) Ele repetiu, ratificou, e aumentou o comissionamento deles: Eis que vos dou poder para pisar serpentes, v. 19. Note que para aquele que possui, e usa bem o que possui, mais lhe será dado. Eles haviam empregado o poder de JESUS vigorosamente contra Satanás, e agora CRISTO lhes confia um poder maior. (1) Um poder ofensivo, poder para pisar serpentes e escorpiões, demônios e espíritos malignos, a antiga serpente: “Esmagareis a cabeça da serpente em meu Nome”, de acordo com a primeira promessa, Gênesis 3.15. Vinde, calcai os vossos pés nos pescoços destes inimigos; pisareis estes leões e serpentes onde quer que vos encontreis com eles; vós os calcareis debaixo dos vossos pés, Salmos 91.13. Pisareis todos os poderes do inimigo; e o Reino do Messias será estabelecido em todos os lugares sobre as ruínas do reino de Satanás. Assim como os demônios se vos sujeitam agora, eles ainda vos serão sujeitos. (2) Um poder defensivo: “Nada vos fará dano algum; nem serpentes, nem escorpiões, se fordes castigados com eles ou lançados em prisões e calabouços entre eles; não sereis feridos pelas criaturas mais venenosas,” como aconteceu com Paulo (At 28.5), como é prometido em Marcos 16.18. “Se os homens perversos forem como as serpentes para vós, e habitardes entre estes escorpiões (como Ez 2.6), podereis desprezar a fúria deles, e pisar neles; isto não precisará vos perturbar, pois eles não têm nenhum poder contra vós, além do que eles receberam do alto; eles podem fazer barulho, mas não podem ferir”.
(3) Ele os instruiu a canalizarem a sua alegria para o motivo certo (v. 20): Note que o poder de serem feitos filhos de DEUS deve ser mais valorizado do que qualquer outra coisa. Aqueles cujos nomes estão escritos nos céus jamais perecerão; eles são as ovelhas de CRISTO, a quem é dada a vida eterna.
HENRY. Matthew. Comentário Matthew Henry Novo Testamento MATEUS A JOÃO Edição completa. Editora CPAD. pag. 599-600.
  
JESUS lhes disse que não se preocupassem com o que estivessem comendo, mas que fizessem o que tinham vindo fazer - curar os enfermos (o que era um sinal de que o reino era chegado) e proclamar às pessoas que era chegado o reino de DEUS (veja também 10.11; 21.31).
Lc 10.10,11 JESUS também deu instruções caso seus discípulos entrassem em uma cidade e não fossem recebidos. JESUS repetiu a instrução de sacudir o pó daquela cidade dos seus pés como um anúncio público da sua condenação (9.5).
Eles tinham visto resultados tremendos ao ministrar em nome de JESUS e com a sua autoridade.
O seu ministério não deveria se tornar uma experiência de poder que levasse ao orgulho, mas uma experiência de serviço cujas únicas motivações fossem o amor a DEUS, e o desejo de que mais pessoas se unissem a eles no reino.
Comentário do Novo Testamento Aplicação Pessoal. Editora CPAD. pag. 394-395.
 
As vitórias conquistadas até então sobre Satanás e a promessa do Senhor de que farão façanhas ainda maiores são inúteis se não tiverem como fundamento a salvação pessoal. Incomparavelmente mais preciosa do que possuir todas as dádivas da graça é a própria graça de DEUS, transmitida a todos os verdadeiros discípulos do Senhor pelo fato de que seus “nomes estão inscritos no livro da vida”. Muitas vezes salienta-se na Escritura a importante ideia da inscrição nos céus ou no livro da vida (cf. Êx 32.32; Sl 69.28; 87.6; 139.16; Is 4.3; Dn 12.1; Fp 4.3; Ap 3.5,12; 13.8; 20.12,15; 21.27; Hb 12.23).
E Fritz Rienecker. Comentário Esperança Evangelho de Lucas. Editora Evangélica Esperança.
  
II - A GRANDE COMISSÃO (Mt 28.19,20; Mc 16.15-20)
 JESUS não nos mandou ir sozinhos, além de nos capacitar para ir, ELE vai conosco, através do ESPÍRITO SANTO que habita em nós e possui todo o poder necessário para realizarmos Sua obra.
 
E, chegando-se JESUS, falou-lhes, dizendo: É-me dado todo o poder no céu e na terra. Portanto, ide, ensinai todas as nações, batizando-as em nome do Pai, e do Filho, e do ESPÍRITO  SANTO; ensinando-as a guardar todas as coisas que eu vos tenho mandado; e eis que eu estou convosco todos os dias, até à consumação dos séculos. Amém! Mateus 28:18-20
 E disse-lhes: Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura. Quem crer e for batizado será salvo; mas quem não crer será condenado. E estes sinais seguirão aos que crerem: em meu nome, expulsarão demônios; falarão novas línguas; pegarão nas serpentes; e, se beberem alguma coisa mortífera, não lhes fará dano algum; e imporão as mãos sobre os enfermos e os curarão. Ora, o Senhor, depois de lhes ter falado, foi recebido no céu e assentou-se à direita de Deus. E eles, tendo partido, pregaram por todas as partes, cooperando com eles o Senhor e confirmando a palavra com os sinais que se seguiram. Amém! Marcos 16:15-20
 E disse-lhes: Assim está escrito, e assim convinha que o CRISTO padecesse e, ao terceiro dia, ressuscitasse dos mortos; e, em seu nome, se pregasse o arrependimento e a remissão dos pecados, em todas as nações, começando por Jerusalém. Lucas 24:46,47
Mas recebereis a virtude do ESPÍRITO  SANTO, que há de vir sobre vós; e ser-me-eis testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judeia e Samaria e até aos confins da terra. Atos 1:8
 
1. O alcance da Grande Comissão.
 Nas suas palavras finais aos seus “onze” discípulos, após a ressurreição, JESUS lhes deu a mais importante missão que poderia ser confiada a homens. A ordem de irem “por todo o mundo” e pregarem “o evangelho a toda a criatura” (Mc 16.15). Aquele mandato seria extensivo a todos os demais discípulos, que o seguiam, e a todos os que haveriam de segui-lo ao longo dos tempos, e até à sua vinda no arrebatamento da Igreja. Foi o que se convencionou chamar de “A Grande Comissão”. Eles foram comissionados para continuarem a obra que o Mestre iniciou, em seu ministério terreno.
Tem alcance mundial. Os seguidores de JESUS deveriam ir “por todo o mundo” para levar as Boas-Novas de salvação. Antes de qualquer outra incumbência, eles teriam que realizar o papel de apóstolos, evangelistas, evangelizadores ou missionários, para buscarem as almas perdidas para CRISTO.  A missão de propagar o evangelho de CRISTO teria que ser local, regional, nacional e transcultural, “por todo o mundo”.
Destina-se a todos os povos. Enquanto os judeus entendiam que a salvação seria exclusiva para eles, que esperavam o Messias, JESUS ultrapassou aquela visão limitada, e deu ordem a seus seguidores para que levasse a mensagem do evangelho “a toda criatura”. A Igreja de JESUS é “inclusiva” para os que o aceitam e abandonam o pecado. E é “exclusiva” para quem quer ficar ao lado de CRISTO (Mt 12.30).
Os sinais aos que crerem. JESUS lhes mostrou que a eles e aos que haviam de crer no evangelho, seriam concedidos recursos espirituais jamais entregues a outras pessoas, para que pudessem alcançar a missão que lhes era confiada naquele momento especial. Ante os olhares ansiosos e tensos, JESUS lhes asseverou: “E estes sinais seguirão aos que crerem: em meu nome, expulsarão demônios; falarão novas línguas; pegarão nas serpentes; e, se beberem alguma coisa mortífera, não lhes fará dano algum; e imporão as mãos sobre os enfermos e os curarão” (Mc 16.17, 18). A multiplicação desses sinais são os Dons do ESPÍRITO SANTO que capacitam os crentes para a evangelização mundial, principalmente capacita os ministérios dados por CRISTO. Eles já tinham visto muitos sinais, operados por CRISTO. Eles próprios tiveram experiências com sinais, prodígios e maravilhas quando foram enviados por CRISTO (os doze e os setenta). Mas, na sua despedida, JESUS lhes assegurou que aqueles sinais não seriam apenas para eles e sim para todos os “que crerem”.
Nos primórdios da Igreja, no período apostólico, todos esses sinais foram realizados, porém um não foi registrado na Bíblia - o de “beberem alguma coisa mortífera” (ou veneno) sem sofrer qualquer dano.
O revestimento de Poder. A Grande Comissão exigiria um revestimento de poder sobrenatural para sua eficácia. Antes de subir aos céus, JESUS disse aos seus discípulos: “ficai, porém, na cidade de Jerusalém, até que do alto sejais revestidos de poder. (Lc 24.49 — grifo nosso).
O revestimento de poder a que JESUS se referia era a descida do batismo com o ESPÍRITO SANTO. Os discípulos já eram salvos. Já tinham recebido o ESPÍRITO SANTO, no sopro de JESUS sobre eles (Jo 20.22). Mas, para evangelizar, cumprindo a Grande Comissão, teria necessidade de um revestimento de poder sobrenatural, que lhes daria graças, poder e unção para saírem pelo mundo afora, enfrentando os mais difíceis obstáculos, e as mais cruéis perseguições humana, de reis, imperadores e até de muitos que se dizem cristãos.
 
Observação minha - Pr. Henrique
A perseguição também era a porta de entrada para que eles fossem capacitados com os dons espirituais, tão necessários em sua obra de pregação do evangelho.
 
Os discípulos estavam preparados para a Missão, pois aprenderam aos pés de JESUS, ao longo de uma convivência de cerca de três anos.
A virtude do ESPÍRITO SANTO era o que estava faltando aos apóstolos e evangelistas. Eles já eram salvos, mas teriam que aguardar “a virtude do ESPÍRITO SANTO”, para serem testemunhas corajosas, enviadas ao meio de “lobos devoradores” (Mt 7.15). E o revestimento veio sobre os discípulos, no Dia de Pentecostes, quando receberam o batismo com o ESPÍRITO SANTO (At 2.1-13) e depois os dons do mesmo..
Elinaldo Renovato. Dons espirituais & Ministeriais Servindo a DEUS e aos homens com poder extraordinário. Editora CPAD. pag. 98-100.
 
Observação minha - Pr. Henrique
Basta ver a diferença entre o Pedro antes do batismo no ESPÍRITO SANTO e o Pedro depois do batismo no ESPÍRITO SANTO.
o batismo no ESPÍRITO SANTO traz encorajamento, alegria, fé para pregar destemidamente o evangelho do JESUS vivo e ressurreto.
  
DEUS deu a JESUS todo o poder sobre o céu e a terra (Mt 28.18). Com base neste poder, JESUS disse aos seus discípulos ide e fazei discípulos (versão RA), pregando, batizando e ensinando. “Fazer discípulos” significa educar novos crentes sobre como seguir a JESUS, submeter-se à soberania de JESUS e assumir a sua missão de serviço misericordioso. Batizar é importante porque une o crente a JESUS CRISTO em sua morte para o pecado, e em sua ressurreição para uma nova vida (Rm 6.3, 4). O batismo simboliza a submissão a CRISTO, a disposição para viver segundo a vontade de DEUS, e a identificação com o povo da aliança de DEUS. Batizar em nome do Pai, e do Filho, e do ESPÍRITO SANTO é um gesto que afirma a realidade da Trindade, o conceito que veio diretamente do próprio Senhor JESUS. Ele não disse para batizar “nos nomes”, mas “em nome” do Pai, e do Filho, e do ESPÍRITO SANTO.
Embora em missões anteriores JESUS tivesse enviado os discípulos somente aos judeus (10.5,6), a sua missão a partir de então seria a todas as nações. Isto é chamado de Grande Comissão. Os discípulos tinham sido bem treinados, e tinham visto o Senhor ressuscitado. Eles estavam preparados para ensinar as pessoas de todo o mundo a guardar todas as coisas que JESUS tinha mandado. Isto também mostrava aos discípulos que haveria um período entre a ressurreição de JESUS e a sua segunda vinda. Durante este período, os seguidores de JESUS tinham uma missão a cumprir - evangelizar, curar, batizar e ensinar as pessoas a respeito de JESUS para que elas, por sua vez, pudessem fazer a mesma coisa.
As boas novas do Evangelho deveriam ser transmitidas a todas as nações. Com este mesmo poder e autoridade, JESUS ainda nos ordena que contemos a outros sobre as boas-novas, e os façamos discípulos do reino. Nós devemos ir – seja à porta ao lado ou a outro país - e fazer discípulos. Esta não é uma opção, mas um mandamento a todos os que chamam JESUS de “Senhor”. Quando obedecermos, sentiremos conforto sabendo que JESUS está conosco todos os dias. Isto irá acontecer por meio da presença do ESPÍRITO SANTO na vida dos crentes. O ESPÍRITO SANTO será a presença de JESUS que nunca os deixará (Jo 14.26; At 1.4,5). JESUS continua a estar conosco hoje, por meio do seu ESPÍRITO. Da mesma maneira como este Evangelho se iniciou, ele termina - Emanuel, “DEUS conosco” (1.23). O mesmo ESPÍRITO SANTO que estava em JESUS, é o mesmo que está em nós (Atos 10.38). Assim podemos fazer as mesmas e ainda maiores obras que JESUS (João 14.12).
As profecias do Antigo Testamento e as genealogias do livro de Mateus apresentam as credenciais de JESUS que o qualificam para ser o Rei do reino de DEUS na terra e no céu - não um líder militar ou político, como os discípulos originalmente tinham esperado, mas o Rei espiritual que pode derrotar todo o mal e governar no coração de cada pessoa. Se nos recusarmos a servir fielmente ao Rei, seremos súditos desleais. Precisamos fazer de JESUS o Rei da nossa vida, e adorá-lo como nosso Salvador, Rei e Senhor.
Comentário do Novo Testamento Aplicação Pessoal. Editora CPAD. pag. 171.
  
A ordem com autoridade universal: Ide!
A essa ordem poderosa, Ide!, acrescenta-se a tríplice ordem de serviço ou ordem de missão de JESUS:
• Façam que todos os povos sejam discípulos!;
• Batizem-nos!;
• Ensinem-nos!
A tríplice ordem missionária é emoldurada pela palavra da onipresença: Eis que estou convosco todos os dias até a consumação do tempo.
A essência da comunidade de JESUS é que o JESUS Ressuscitado continua vivo e atuante. É a comunhão oculta dos cristãos com o CRISTO, dos chamados com o que chama, dos enviados com o que envia.
Fritz Rienecker. Comentário Esperança Evangelho de Mateus. Editora Evangélica Esperança.
  
TODAS AS NAÇÕES
JESUS enviou Seus servos para fazer discípulos em todas as nações (ethne, povos; M t 28 .19).
Ele estava demonstrando ser muito mais do que o Rei dos judeus; Ele é o CRISTO mundial, o Salvador do mundo inteiro.
Na verdade, JESUS vinha mostrando-lhes isso desde o início de Seu ministério. Mateus deixou registrada Sua obra entre os gentios (Mt 8.10; 15.24) e citou Isaías 42.1-4 para afirmar que JESUS anunciaria aos gentios [as nações] o juízo e que, no seu nome, os gentios esperarão (M t 12 .14-21). Todavia, os discípulos levaram muito tempo para acreditar nisso. Será que seu Senhor poderia estar mesmo interessado em “todas as nações”? Eles mesmos não estavam. Seria fácil aceitar a ideia de JESUS se importar com todo o mundo. Mas não seria mais fácil ainda seguir um CRISTO que se adequasse apenas à cultura deles?
Tiveram um grande choque cultural quando o ESPÍRITO SANTO trouxe um novo grupo à comunhão, inclusive discípulos helenistas, samaritanos e, enfim, gentios de todos os tipos (A t 6.1-7; 8 .4 -2 5 ; 10.1— 11.18; 15.1-21).
Um dos maiores desafios que os cristãos enfrentarão nos próximos anos é o mesmo que os discípulos enfrentaram no início de seu movimento: não somente crer em JESUS, mas também reconhecer que Ele de fato veio para todas as nações. DEUS nos mandou fazer discípulos em todo o mundo porque isso faz parte de Seu grande propósito de, a longo prazo, tornar Seu nome conhecido em todas as nações (M l 1.11).
EarI D. Radmacher: Ronald B. Allen: H. Wayne House. O Novo Comentário Bíblico Novo Testamento com recursos adicionais. Editora Central Gospel. pag. 87.
 
I Cor 9.16. Ninguém merece crédito por fazer a sua obrigação. Paulo diz: "Pois me é imposta essa obrigação; e ai de mim se não anunciar o evangelho!" (16) Sem dúvida, ele está se referindo à missão especial que havia recebido no caminho de Damasco (At 9.6). Ele havia sido um “vaso escolhido” para levar o nome de CRISTO diante dos gentios, e dos reis, e dos filhos de Israel (At 9.15) e havia sido separado pelo ESPÍRITO SANTO para esse trabalho especial (13.2). Portanto, seria impossível fazer outra coisa, a não ser pregar o evangelho, sem se rebelar diretamente contra DEUS (Rm 1.14; G11.15).
Pregar era a própria vida de Paulo, e ele “não podia parar de fazê-lo, da mesma forma como não podia parar de respirar”. A palavra imposta significa “fortemente impulsionado”. Assim, pregar era uma “função que a ele foi proposto executar”.  (Paulo aceitou o desafio por vontade própria - Observação minha - Pr. Henrique).
Donald S. Metz. Comentário Bíblico Beacon. Editora CPAD. Vol. 8. pag. 314-315.
  
“Porque, se anuncio o evangelho, não tenho de que me gloriar, pois me é imposta essa obrigação; e ai de mim se não anunciar o evangelho! É meu encargo, meu negócio; é o trabalho para o qual eu fui constituído apóstolo (cap. 1.17). Este é um dever expressamente colocado sobre mim. Não é em grau algum um assunto de liberdade. É me imposta essa obrigação. Eu seria falso e infiel à minha crença, eu violaria uma ordem clara e expressa, e ai de mim se não anunciar o evangelho!”
Aqueles que são separados para o ofício do ministério têm o encargo de pregar o evangelho. Ai deles se não o fizerem. Disso nada é esperado. Quando ele renuncia ao seu direito por causa do evangelho e das almas dos homens, embora ele não faça mais que a obrigação, ainda assim nega-se a si mesmo, renuncia a seu privilégio e direito; ele faz mais do que seu encargo e ofício em geral (e todas as vezes) o obriga a fazer. Ai dele se não pregar o evangelho. Note que é uma alta realização na religião renunciar a nossos próprios direitos para o bem de outros; isto dará direito a uma recompensa peculiar da parte de DEUS. Eu, de muito boa vontade, gastarei e me deixarei gastar pelas vossas almas, ainda que, amando-vos cada vez mais, seja menos amado.2 Coríntios 12:15
HENRY. Matthew. Comentário Matthew Henry Novo Testamento ATOS A APOCALIPSE Edição completa. Editora CPAD. pag. 465.
 
2. O mundo está dividido em dois grupos.
O mundo seria dividido entre dois grupos. Os crentes e os incrédulos. Os salvos e os perdidos. “Quem crer e for batizado será salvo; mas quem não crer será condenado” (Mc 16.16). Em sua visão divina, JESUS não vê nacionalidade, condição social, a cor da pele, raça, sexo, condição financeira ou econômica (G1 3.28). Ele só vê dois tipos de pessoas. Os salvos pela fé e os perdidos por causa da descrença nEle e em seu evangelho. Os homens não têm alternativa. Ou creem para serem salvos ou permanecem na incredulidade para serem perdidos. Os discípulos entenderam que a Grande Comissão é questão de vida ou de morte. A escolha é de cada um. A responsabilidade é individual. Mas a missão de pregar o evangelho é coletiva. E da Igreja. Os evangelistas têm um papel de vanguarda. Mas a ninguém é dado o direito de escusar-se de ser testemunha de JESUS.
Elinaldo Renovato. Dons espirituais & Ministeriais Servindo a DEUS e aos homens com poder extraordinário. Editora CPAD. pag. 98-99.
 
Mc 16.16. E for batizado. A omissão de batizado com não-crer mostra que JESUS não torna o batismo essencial para a salvação. A condenação apoia-se na não-crença e não na falta de batismo. Portanto, a salvação apoia-se na crença. O batismo é meramente a figura da nova vida, e não o meio de obtê-la.
Observação do Pr Henrique - Interessante que pelo contexto imediatamente subsequente o batismo aí se refere a batismo no ESPÍRITO SANTO, pois é mencionado o falar em línguas.
Quem crer e for batizado será salvo; mas quem não crer será condenado. E estes sinais seguirão aos que crerem: em meu nome, expulsarão demônios; falarão novas línguas; Marcos 16:16,17).
A. T. ROBERTSON. Comentário Mateus & Marcos. À Luz do Novo Testamento Grego. Editora CPAD. pag. 545.
 
Gl 3.28. Tendo descrito a unidade que o crente tem com CRISTO, Paulo se afasta momentaneamente para considerar as implicações desta unidade. Não só o crente e seu Senhor foram unidos, mas todos os crentes foram unidos como um em CRISTO. Nisto não há judeu nem grego; não há servo nem livre; não há macho nem fêmea; porque todos vós sois um em CRISTO JESUS (28). O ESPÍRITO SANTO erradica distinções sexuais, raciais e sociais. Isto mantém cristalinamente claro o fato de que o significado pretendido por DEUS é espiritual. A existência destas distinções terrenas continuará, mas desaparecem como obstáculos à comunhão no corpo de CRISTO, e é sobre isso que o ESPÍRITO SANTO está falando. Esta é a visão inspirada de Paulo da unidade existente em CRISTO, porque DEUS não faz acepção de pessoas. Na sociedade judaica, os judeus, os livres e os homens eram superiores; ao passo que os gentios, os escravos e as mulheres eram inferiores. Estas discriminações também se aplicavam à relação do indivíduo com DEUS. Paulo argumenta que, à vista de DEUS, todos são um e iguais quando eles se chegam a DEUS com base na fé em CRISTO.
Lógico que esta verdade não significa, nestes dias de crescente esclarecimento na área social e racial, que o crente pode se retirar à sua cidadela de unidade espiritual e ignorar suas responsabilidades como membro da sociedade. Temos aqui uma verdade dedutível: As pessoas, que são de valor igual aos olhos de DEUS, não devem ser discriminadas por que professam ser seguidoras de CRISTO.
R. E. Howard. Comentário Bíblico Beacon. Editora CPAD. Vol. 9. pag. 52-53.
 
Gl 3. 28. Essa dificuldade é removida quando o apóstolo diz: “...todos quantos fostes batizados em CRISTO já vos revestistes de CRISTO”. Por essa razão, parece que com o evangelho o batismo ocupa o lugar da circuncisão, e que aqueles que pelo batismo são consagrados a CRISTO, e sinceramente creem nele, devem receber todos os privilégios da condição cristã como os judeus receberam por meio da circuncisão (Fp 3.3), e, portanto, não havia motivo para a continuação desse ritual judaico. Quando somos batizados em CRISTO, somos batizados na sua morte, para que como Ele morreu e ressuscitou, nós também morramos para o pecado e caminhemos em novidade de vida (Rm 6.3,4). Seremos grandemente beneficiados se lembrarmos disso com maior frequência.
HENRY. Matthew. Comentário Matthew Henry Novo Testamento ATOS A APOCALIPSE Edição completa. Editora CPAD. pag. 557.
 
Gl 3.28 — O contexto desse versículo é a justificação pela fé em CRISTO JESUS, o fato de JESUS ter redimido todos aqueles que creem nele, seja judeu ou gentio (Gl 3.26—4-27). Distinções raciais, sociais e sexuais que tão facilmente causam divisões não impedem uma pessoa de chegar a CRISTO para receber sua misericórdia. Todas as pessoas podem se tornar herdeiros de DEUS e receber suas promessas eternas (Gl 4-5-7).
EarI D. Radmacher: Ronald B. Allen: H. Wayne House. O Novo Comentário Bíblico Novo Testamento com recursos adicionais. Editora Central Gospel. pag. 489-490.
 
Tanto judeus como gregos, todos estão debaixo do pecado. Pela lógica incessante e pelo discernimento psicológico penetrante, Paulo acaba de provar que os judeus estão na mesma situação pecadora que os gentios; ambos estão igualmente sob o pecado. Estar debaixo do pecado significa não somente estar sob a culpa mas também sob o poder do pecado. “Estes dois significados, o pecado como uma transgressão e o pecado como um poder, são exigidos pelo contexto”. Mas muito mais importante do que qualquer análise deste tipo que eu possa ter feito, prossegue Paulo, é o fato de que este é o veredicto das Escrituras - como está escrito: Não há um justo, nem um sequer (Rm 3.10). O pecado é tão universal que não admite sequer uma única exceção.
William M. Greathouse. Comentário Bíblico Beacon. Editora CPAD. Vol. 8. pag. 62-63.
  
3. A Grande Comissão hoje.
pós a descida do espírito SANTO, aqueles discípulos que estavam amedrontados, após a morte de JESUS, tornaram-se intrépidos evangelistas e saíram levando o evangelho aonde puderam chegar, mesmo por causa da perseguição religiosa. O apóstolo Pedro, que negara JESUS três vezes, antes de ser revestido pelo ESPÍRITO SANTO, em sua primeira pregação, com altivez e coragem, viu quase três mil almas aceitarem a CRISTO como Salvador, como registrado em Atos 2.41. Suas palavras foram simples e objetivas: “E disse-lhes Pedro: Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de JESUS CRISTO para perdão dos pecados, e recebereis o dom do ESPÍRITO SANTO. Porque a promessa vos diz respeito a vós, a vossos filhos e a todos os que estão longe: a tantos quantos DEUS, nosso Senhor, chamar” (At 2.38-41).
A Grande Comissão continua até à volta de JESUS. É “tarefa inacabada”. Segundo estatísticas de organizações evangélicas, o mundo tem 33% de cristãos, incluindo católicos evangélicos, espíritas, Testemunhas de Jeová, e outros. Os evangélicos só alcançam 11 % do total da população mundial e mesmo assim, alguns são só nominais. Há muito o que se fazer ainda, antes da vinda de JESUS. Há muito trabalho para as igrejas, em busca das almas perdidas. Nesse contexto, o papel dos apóstolos, profetas, evangelistas, pastores e doutores é de grande valia e necessidade. Que DEUS desperte mais obreiros genuínos para fazer a sua obra evangelizadora no mundo. Que os verdadeiros evangelistas se disponham a ganhar almas para CRISTO.
Elinaldo Renovato. Dons espirituais & Ministeriais Servindo a DEUS e aos homens com poder extraordinário. Editora CPAD. pag. 100-101.
  
A GRANDE COMISSÃO
(1) Um novo movimento religioso havia sido inaugurado, que só esperava ser mundialmente propagado. Era preciso contar com a colaboração de obreiros para esse mister. Esses obreiros precisavam ser devidamente instruídos e comissionados. A obra missionária de JESUS precisava ter prosseguimento, pelo esforço dos apóstolos e de seus discípulos. A Grande Comissão, pois, foi a ordem, a autoridade e a grande inspiração para esse imenso empreendimento.
(2) Versões Bíblicas
«E disse-lhes: Ide por todo o mundo e pregai o evangelho a toda criatura. Quem crer e for batizado será salvo; quem, porém, não crer, será condenado». Além dessa comissão, temos uma adição concernente aos sinais que acompanhariam aos que creem e pregam o evangelho. Eles expulsariam demônios, falariam novas línguas, não seriam prejudicados com picadas de serpentes ou com a ingestão de algum veneno, e curariam os enfermos.
Quanto à Grande Comissão a versão de Mateus é a mais comumente citada. JESUS, aproximando-se, falou-lhes, dizendo: Toda a autoridade me foi dada no céu e na terra. Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do ESPÍRITO SANTO; ensinando-os a guardar todas as causas que vos tenho ordenado. E eis que estou convosco todos os dias, até à consumação do século» (Mat. 28:18-20).
A versão Lucana da Grande Comissão aparece em Lc. 24:46-49, vinculada à aparição de JESUS aos seus discípulos, imediatamente antes de sua ascensão. Entre a ressurreição e a ascensão houve um período de quarenta dias, durante o qual JESUS apareceu por diversas vezes a seus discípulos, para instruí-los acerca do reino de DEUS. No terceiro evangelho, a Grande Comissão diz como segue: «...e lhes disse: Assim está escrito que o CRISTO havia de padecer, e ressuscitar dentre os mortos no terceiro dia, e que em seu nome se pregasse arrependimento para remissão de pecados, a todas as nações, começando de Jerusalém. Vós sois testemunhas destas coisas. Eis que envio sobre vós a promessa de meu Pai; permanecei, pois, na cidade, até que do alto sejais revestidos de poder». No evangelho de Mateus, pois, aprendemos que a autoridade divina foi investida nos apóstolos mediante o dom do ESPÍRITO. Em Marcos, essa autoridade é ilustrada mediante os feitos miraculosos que os discípulos seriam capazes de realizar. Novamente, devemos supor que todas as narrativas sumariam o conteúdo geral de diversas declarações de JESUS, provavelmente feitas em diversas ocasiões, e não em uma única oportunidade.
No evangelho de João. No quarto evangelho a Grande Comissão é bastante diferente, não se tendo apoiado sobre as mesmas fontes informativas que os evangelhos sinópticos, Ver João 20:21-23: «...Assim como o Pai me enviou, eu também vos envio. E, havendo dito isto, soprou sobre eles, e disse: Recebei o ESPÍRITO SANTO. Se de alguns perdoardes os pecados, são-lhe perdoados; se lhos retiverdes, são retidos». Tal como no caso do evangelho de Lucas, encontramos menção ao ESPÍRITO SANTO, que dá poder e autoridade. Tal como no caso desse evangelho, temos também a questão do perdão dos pecados, com ênfase sobre o poder apostólico de perdoar ou de reter os pecados, mediante o ministério deles.
No livro de Atos. Nesse livro há menção ao intervalo de quarenta dias entre a ressurreição e a ascensão de JESUS (Atos 1:3). Ali a Grande Comissão é vinculada de perto com a promessa do ESPÍRITO SANTO (Atos 1:8). A própria Grande Comissão está contida nestas palavras: «... mas recebereis poder, ao descer sobre vós o ESPÍRITO SANTO, e sereis minhas testemunhas tanto em Jerusalém, como em toda a Judéia e Samaria, e até aos confins da terra» (Atos 1:8). A menção a Jerusalém, Judéia, Samaria, e, finalmente, os confins da terra, é peculiar ao livro de Atos. E a ascensão é registrada como se tivesse ocorrido imediatamente após JESUS haver dado instruções e anunciado a Grande Comissão.
a. Esse variegado testemunho acerca da Grande Comissão assegura-nos a sua autenticidade.
b, Mas essa mesma variedade também nos revela que as várias formas em que aparece a Grande Comissão devem corresponder a porções ou sumários de uma série de ensinos de JESUS, após a sua ressurreição.
c. A porção final de tais instruções aparentemente foi dada imediatamente antes da ascensão, e isso deve ter adicionado vigor ao que JESUS dizia, pois, afinal de contas. a Grande Comissão representa as palavras finais de CRISTO, selando suas instruções.
d. A Grande Comissão teve por propósito encorajar a continuação de sua missão, e também ampliá-la, até tomar-se absolutamente universal. O provincialismo relativo de judaísmo foi assim deixado para trás, e o cristianismo haveria de ser uma fé realmente universal, no sentido de estar dispersa pelo mundo inteiro.
e. Não há como cumprir a Grande Comissão sem o concurso do poder, da autoridade e do batismo com o ESPÍRITO SANTO e dons do ESPÍRITO SANTO em operação.
f. A Grande Comissão convoca os homens de todos os lugares para arrependerem-se e confiarem no evangelho. Ela tem um intuito evangelizador, e a salvação das almas encontra-se no foco das atenções.
g. Uma grande responsabilidade é posta sobre os homens, porquanto a eles cumpre executar a Grande Comissão.
Destarte, o Senhor é sempre o Senhor, é sempre o poder principal no evangelismo. Ele compartilha dessa tarefa com os crentes, mas nunca se ausenta dessa atividade.
Portanto, o resultado será absolutamente universal, conforme Efésios 1:10 nos assegura. Os homens, em sua falsa espiritualidade e em seu orgulho, pensam que a evangelização depende inteiramente deles. Mas o Salvador sempre, e em toda parte será o Salvador. Se isso não fosse verdade, então o propósito da Grande Comissão teria falhado desde há muitos séculos. (ANO FRO GLO)
CHAMPLIN, Russell Norman, Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia. Vol. 1. Editora Hagnos. pag. 814-815.
  
Ill - O DOM MINISTERIAL DE EVANGELISTA
1. O conceito de evangelista.
 É um dom de DEUS. É um homem dado à igreja. Onde houver igreja, aí há ministérios dados por CRISTO, mesmo que não tenham títulos eclesiásticos. É concedido por JESUS através da capacitação espiritual e ministerial para a propagação do evangelho a todas as pessoas que estiverem ao alcance da mensagem do obreiro que tem a chamada para cuidar da evangelização, como prioridade em sua missão. O evangelista recebe de DEUS mensagens inspiradas e cheias de unção para tocarem os corações dos pecadores, pois o ESPÍRITO SANTO os sonda. O evangelista é por excelência o pregador das Boas-Novas de salvação. O salmista viu o trabalho dos evangelistas, em mensagem profética: “O Senhor deu a palavra; grande era o exército dos que anunciavam as boas-novas” (Sl 68.11). Nos dias presentes, há muitos evangelistas, espalhados pelo Brasil e pelo mundo afora, difundindo a pregação do evangelho de salvação em CRISTO JESUS. Seus corações ardem de amor pelas almas perdidas, e recebem mensagens sobrenaturais de DEUS, com oração, jejum e estudo da Palavra, para que, na hora do sermão, sejam instrumentos nas mãos de DEUS para alcançar a mente e o coração dos que precisam de CRISTO.
Elinaldo Renovato. Dons espirituais & Ministeriais Servindo a DEUS e aos homens com poder extraordinário. Editora CPAD. pag. 101.
 
Observação minha - Pr. Henrique - É uma pessoa dada à igreja, chamada e escolhida por JESUS, sendo capacitada pelo ESPÍRITO SANTO com dons, para exercer o ministério de evangelista, conforme Efésios 4.11, ou seja, ganhador de almas. É um apaixonado por almas.
 
EVANGELISTA - Aquele que é chamado por CRISTO para pregar o Evangelho em toda parte e a todos os povos. Palavra derivada do verbo evangelizo. Evangelizar significa trazer boas novas a alguém, especificamente anunciar informações a respeito da salvação cristã (1 Co 15.1-4).
A palavra é encontrada três vezes no Novo Testamento. Os evangelistas estão relacionados junto com os apóstolos, profetas, pastores e doutores, como aqueles que são chamados por CRISTO para compartilhar a construção da igreja (Ef 4.11ss). Filipe foi chamado de "o evangelista" (At 21.8). Embora antes fosse um dos sete diáconos escolhidos para aliviar os apóstolos da tarefa de distribuir alimentos (At 6.5), ele foi especialmente notado por sua atividade evangelizadora. De Jerusalém, ele foi até Samaria e pregou com grande sucesso, porque todos viam e ouviam os sinais que fazia (E, descendo Filipe à cidade de Samaria, lhes pregava a Cristo. E as multidões unanimemente prestavam atenção ao que Filipe dizia, porque ouviam e viam os sinais que ele fazia, pois que os espíritos imundos saíam de muitos que os tinham, clamando em alta voz; e muitos paralíticos e coxos eram curados. E havia grande alegria naquela cidade. Atos 8:5-8). Dali foi enviado para evangelizar um oficial da corte etíope, que estava viajando para casa depois de visitar Jerusalém (At 8.26ss). Foi transportado sobrenaturalmente para Azoto. Então pregou o Evangelho desde Azoto até Cesaréia, onde veio a ter casa e quatro filhas que profetizavam (At 8.40; 21.8).
Timóteo, o jovem ministro, foi exortado a realizar o trabalho de um evangelista (2 Tm 4.5). Timóteo foi exortado por Paulo a despertar o Dom que recebeu (1 Tm 4.14; 2 Tm 1.6). Está claro que, embora os apóstolos e outros compartilhassem o trabalho de evangelização, havia homens que DEUS chamava especialmente para essa tarefa.
N. B. B. - PFEIFFER .Charles F. Dicionário Bíblico Wycliffe. Editora CPAD. pag. 725-726.
 
EVANGELISTAS
Além de apóstolos os discípulos eram evangelistas, também profetas e ainda eram usados em outros dons ministeriais, assim como Dons do ESPÌRITO SANTO. Mas, além desses, havia outros, especialmente talentosos, dotados do dom da fé, da exortação e de outras manifestações espirituais apropriadas para seu ofício, os quais eram presenteados à igreja para multiplicá-la em número. O grupo dos evangelistas, era aquele que efetuava a missão evangelizadora da igreja entre os judeus ou os gentios. Geralmente os evangelistas não estavam limitados a qualquer comunidade cristã local, mas foram de lugar em lugar conduzindo os homens à fé e à conversão a CRISTO.
Apenas a epístola aos Efésios menciona especificamente os ministérios todos como iguais em autoridade e importância na obra de DEUS. Os evangelistas são os pioneiros no trabalho propagandístico da Igreja cristã. Os evangelistas lançam uma trilha que, em seguida, transforma-se em auto--estrada. Ministros especiais do evangelho, eram chamados «evangelistas" no Novo Testamento, como os casos de Filipe (Atos 21:8) e Timóteo (2 Tim. 4:5).
Os evangelistas são obreiros concedidos por CRISTO à Igreja como um «dom» divino à mesma, a fim de expandir as suas fronteiras e aumentar o número de seus membros (Efésios 4:11).
Os Documentos Sagrados e os Evangelistas. Além dos evangelhos, a mensagem do evangelho cristão é exposta também no livro de Atos, nas epístolas e até mesmo no livro de Apocalipse.
CHAMPLIN, Russell Norman, Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia. Vol. 2. Editora Hagnos. pag. 606.
  
2. O papel do evangelista.
HOMENS DADOS À IGREJA, CAPACITADOS SOBRENATURALMNETE PARA PREGAR O EVANGELHO A TODOS E EM TODA PARTE
Filipe era um dos sete diáconos, escolhidos para cuidarem da assistência social aos primeiros crentes, na igreja nascente, nos primórdios do cristianismo (At 6.1-3). Tinha qualidades espirituais que o credenciavam a ser mais que um diácono, encarregado de ações sociais em favor dos pobres. A igreja viu nele um diácono. DEUS o viu como evangelista. Era homem que tinha intimidade com DEUS. Depois do sucesso evangelístico em Samaria, o ESPÍRITO SANTO lhe mandou para uma estrada deserta, entre Jerusalém e Gaza. Obedecendo à voz de DEUS, Filipe descobriu que um alto funcionário do reino da Etiópia viajava em seu carro (carruagem), e foi compelido a aproximar-se do viajante. Ao ouvir o texto que o homem lia, Filipe percebeu que DEUS lhe dera grande mensagem para transmitir ao sedento viajante. (At 8.27-29).
O papel do evangelista é entendido de maneira bastante restrita nas igrejas. No entanto, quando Paulo escreve sua segunda carta ao jovem obreiro Timóteo, mostra que além de ser um arauto da pregação do evangelho, tem o dever, também, de ampliar sua visão e ministério, despertando o Dom do ESPÍRITO SANTO que estava sobre ele.
Há exemplos de pregadores, que, no meio de uma pregação, são usados por DEUS para entregar uma mensagem de exortação ou revelação, às vezes severa. Quando isso acontece, os efeitos sobre o auditório e sobre a liderança são de aprovação e quebrantamento e para os que precisam de Repreenção, uma atitude, muitas vezes, de repulsa e enfrentamento. Muitos evangelistas pensam nesta hora: "Ainda que seja a última vez que venha aqui, que nunca mais seja convidado, vou dar a mensagem...”. O papel do evangelista envolve a demonstração do poder de DEUS na mensagem. O evangelista Filipe foi a Samaria e fez um trabalho digno de ter seu registro no Novo Testamento (At 8.5-8).
E, descendo Filipe à cidade de Samaria, lhes pregava a Cristo. E as multidões unanimemente prestavam atenção ao que Filipe dizia, porque ouviam e viam os sinais que ele fazia, pois que os espíritos imundos saíam de muitos que os tinham, clamando em alta voz; e muitos paralíticos e coxos eram curados. E havia grande alegria naquela cidade. Atos 8:5-8
 
O RESULTADO DO TRABALHO DO EVANGELISTA
A mensagem do evangelista foi tão impactante, que o homem se converteu e desejou ser um seguidor de CRISTO. Após a bem-sucedida evangelização, ao lado do alto dignitário etíope, Filipe deve ter-lhe falado sobre a necessidade do batismo em águas. Sem perda de tempo, o novo convertido a JESUS quis logo ser batizado em águas. Diz o texto (At 8.36, 37). Ali, na estrada deserta, entre Jerusalém e Gaza, três coisas importantes ocorreram, na vida do evangelista Filipe.
Ele pregou o evangelho, na unção do ESPÍRITO SANTO; o atento ouvinte aceitou a CRISTO como Salvador; o discipulado foi tão eficaz, que o novo decidido quis logo batizar-se em águas; e Filipe mostrou qual é a condição para um novo crente ser batizado: “E lícito, se crês de todo o coração ’. “E mandou parar o carro, e desceram ambos à água, tanto Filipe como o eunuco, e o batizou” (At 8.38). O novo convertido foi batizado no mesmo dia em que ouviu a mensagem evangelística.
"E o anjo do Senhor falou a Filipe, dizendo: Levanta-te e vai para a banda do Sul, ao caminho que desce de Jerusalém para Gaza, que está deserto. E levantou-se e foi. E eis que um homem etíope, eunuco, mordomo-mor de Candace, rainha dos etíopes, o qual era superintendente de todos os seus tesouros e tinha ido a Jerusalém para adoração, regressava e, assentado no seu carro, lia o profeta Isaías. E disse o ESPÍRITO  a Filipe: Chega-te e ajunta-te a esse carro. E, correndo Filipe, ouviu que lia o profeta Isaías e disse: Entendes tu o que lês? E ele disse: Como poderei entender, se alguém me não ensinar? E rogou a Filipe que subisse e com ele se assentasse. E o lugar da Escritura que lia era este: Foi levado como a ovelha para o matadouro; e, como está mudo o cordeiro diante do que o tosquia, assim não abriu a sua boca. Na sua humilhação, foi tirado o seu julgamento; e quem contará a sua geração? Porque a sua vida é tirada da terra. E, respondendo o eunuco a Filipe, disse: Rogo-te, de quem diz isto o profeta? De si mesmo ou de algum outro? Então, Filipe, abrindo a boca e começando nesta Escritura, lhe anunciou a JESUS. E, indo eles caminhando, chegaram ao pé de alguma água, e disse o eunuco: Eis aqui água; que impede que eu seja batizado? E disse Filipe: É lícito, se crês de todo o coração. E, respondendo ele, disse: Creio que JESUS CRISTO é o Filho de Deus. E mandou parar o carro, e desceram ambos à água, tanto Filipe como o eunuco, e o batizou. E, quando saíram da água, o ESPÍRITO  do Senhor arrebatou a Filipe, e não o viu mais o eunuco; e, jubiloso, continuou o seu caminho. E Filipe se achou em Azoto e, indo passando, anunciava o evangelho em todas as cidades, até que chegou a Cesaréia". Atos 8:26-40
Elinaldo Renovato. Dons espirituais & Ministeriais Servindo a DEUS e aos homens com poder extraordinário. Editora CPAD. pag. 102-103.
  
O Ofício de Evangelista - Brian Schwertley
Muitas denominações ainda têm um oficial chamado evangelista. O evangelista moderno gasta a maior parte do tempo fazendo a obra de evangelismo. Contudo, mesmo o título de “evangelista” estando ainda em uso hoje, se deve fazer distinção entre o ofício de evangelista do Novo Testamento (Ef 4.11 - Pessoa escolhida por CRISTO) e seu conceito moderno (apenas eclesiástico, muitos nem evangelizam).
Os evangelistas do Novo Testamento receberam poderes sobrenaturais do ESPÍRITO para operar sinais e milagres (e.g., Estevão – At. 6:8; Filipe – At. 8:13; Barnabé – At. 14:3). Os dons miraculosos foram e são necessários para autenticar a mensagem do evangelho (cf. Ex. 4:5; 1 Re. 17:4; Mc 16.20; Jo 17:4; At 2.22; 2 Co 12:12; etc.).
Os evangelistas do Novo Testamento frequentemente se envolviam em obras especiais. Quando os apóstolos tinham um trabalho de evangelismo especial para fazer eles escolhiam um evangelista para a tarefa. Eles eram em certo sentido enviados especiais apostólicos; isto é, eram homens investidos com poderes especiais para um propósito específico. Eles desempenharam tarefas ministeriais.
“Espero, porém, no Senhor JESUS, mandar-vos Timóteo, o mais breve possível, a fim de que eu me sinta animado também, tendo conhecimento da vossa situação.” (Fp. 2:19). Paulo ordenou Tito para “constituir presbíteros em cada cidade” (Tt. 1:5; cf. At. 15:22; 2 Tm. 4:9; Tt. 3:12).
Sempre que Paulo lista os oficiais da igreja ele sempre coloca o evangelista antes do pastor. Esta posição é logicamente determinada pelas habilidades do evangelista para operar sinais e milagres e suas funções como representantes apostólicos para inspecionar as igrejas, designar presbíteros e assim por diante.
A ordem de importância ministerial está aqui: "a uns pôs DEUSna igreja, primeiramente, apóstolos, em segundo lugar, profetas, em terceiro, doutores, depois, milagres, depois, dons de curar, socorros, governos, variedades de línguas". 1 Coríntios 12:28 - veja que em primeiro está o apóstolo, depois o profeta, depois o mestre, etc...
Extraído de Spiritual Gifts, Part 3 – Evangelist. Copyright © 2004 Brian Schwertley, Haslett, MI. Tradução: Márcio Santana Sobrinho.
 
3. A finalidade do ministério do evangelista.
 Todos os crentes, que formam a igreja, estando unidos em CRISTO pela fé, e entre si pela caridade cristã, “...crescem para templo santo...”, tornando-se uma sociedade sagrada, na qual há muita comunhão entre DEUS e seu povo, como no templo. Na igreja eles o adoram e servem, e Ele se manifesta no meio deles. Eles oferecem sacrifícios espirituais a DEUS, e Ele reparte suas bênçãos e favores a eles. Assim, o edifício espiritual, pela sua natureza, é um templo, um templo santo; porque a igreja é o lugar que DEUS escolheu para colocar o seu nome, e ela se tornou um templo, pois todos têm em si o ESPÍRITO SANTO morando individualmente pela graça e força obtida dele - no Senhor. A igreja universal sendo edificada sobre CRISTO como a pedra fundamental, e unida em CRISTO como a principal pedra da esquina, vem finalmente a ser glorificada nele como a pedra mais elevada: A Igreja é formada por muitos membros e cada um tem a sua função. Sem os ministérios a igreja não saberia como desenvolver a evangelização, discipulado, ensino, organização social, etc...
“...no qual também vós juntamente sois edificados...” (v. 22). Observe: Não somente a igreja universal é chamada de templo de DEUS, mas as igrejas locais também o são. Cada crente verdadeiro é um templo vivo, um edifício “...para morada de DEUS no ESPÍRITO”. DEUS habita em todos os crentes que se tornaram o templo de DEUS por meio da operação do ESPÍRITO SANTO, e essa moradia agora é uma garantia da moradia deles junto com Ele na eternidade.
O edifício material, físico, instituição, onde a Igreja se congrega para adorar a DEUS é chamado de Igreja, embora a Igreja mesmo sejam os crentes salvos que ali congregam.
HENRY. Matthew. Comentário Matthew Henry Novo Testamento ATOS A APOCALIPSE Edição completa. Editora CPAD. pag. 585.
  
“Templo SANTO no Senhor” (20-22)
O uso da palavra “família” (oikeioi), no versículo 19, conduziu a esta caracterização da igreja. Oikeioi é derivado da palavra que significa “casa” no sentido de residência, moradia, habitação. Robinson comenta: “Eles não são meros membros da casa, mas fazem parte da casa de DEUS”. A igreja é um santo templo em construção, e é uma habitação de DEUS no ESPÍRITO (22).
Os apóstolos e profetas são as pedras da fundação do templo (20a). Recebem esta designação, porque sua função é abrir novas igrejas e proclamar a Palavra do Senhor a estes que ali congregam. Wesley observa que “a palavra do Senhor, declarada pelos apóstolos e profetas, sustenta a fé de todos os crentes”. Nesta relação, CRISTO é a pedra da esquina. Todos os outros são pedras de menor significação. Mas, mesmo sendo de menor importância, os apóstolos e outros ministros na igreja são pedras de fundação no edifício de DEUS.
Era a pedra colocada na fundação em um canto, não só para firmar tudo, mas para estabelecer o alinhamento para os muros. Esta opinião está de acordo com 1 Pedro 2.7 e apoia a ideia de que CRISTO é aquele de quem a construção depende.
  
Os crentes em CRISTO são as pedras vivas, que bem ajustadas, crescem para templo santo. Paulo está interessado em mostrar que a igreja ainda está no processo de construção. Por isso, emprega a metáfora do crescimento. Mackay comenta: “E permanente o acréscimo de outras pedras vivas ao edifício inacabado. As pedras que já estão e as que ainda serão postas na estrutura sagrada devem ‘crescer para templo santo no Senhor’”. Este crescimento ocorre e fica bonito somente quando seus novos membros, “pela qualidade do seu discipulado em manter-se estritamente fiel ao Senhor, contribuem para a unidade, força e perfeição da igreja”.
O templo no qual os gentios são edificados é a habitação de DEUS. Paulo escreveu aos crentes coríntios: “Não sabeis vós que sois o templo de DEUS e que o ESPÍRITO de DEUS habita em vós?” (1 Co 3.16). No novo concerto, DEUS não só chama um povo, mas mora neles e com eles. Como afirma Mackay: “A Igreja Cristã, quando é verdadeiramente a Igreja, é a Casa da Presença”.
Willard H. Taylor. Comentário Bíblico Beacon. Editora CPAD. Vol. 9. pag. 143-144.
  
“No qual todo o edifício, bem ajustado, cresce para templo santo no Senhor” (Ef 2.19-23). O que quer que possa nos dividir, CRISTO nos une. Quaisquer que sejam os medos ou as desconfianças que gerem hostilidade, CRISTO traz a paz. E devemos permitir que Ele faça isso. Pois o “templo santo no Senhor” que JESUS está edificando hoje só surge quando o seu povo está “bem ajustado”.
Não permita que algum partidário lhe dívida. Não deixe que um pregador estridente de divergências doutrinárias lhe isole de irmãos e irmãs cuja fé é uma com a sua, só porque as crenças deles são diferentes das suas. E não deixe que a raça, ou a idade, ou a posição social, ou a educação, ou a riqueza ou a pobreza, lhe dividam. Tente alcançar os outros, e de mãos dadas sejam edificados “para morada de DEUS no ESPÍRITO”.
Lawrence O. Richards. Comentário Devocional da Bíblia. Editora CPAD. pag. 856.
  
Filipe em Samaria (8.4-8)
Aqueles que tinham sido dispersos pela perseguição (cf. 1) iam por toda parte (4). Uma tradução mais precisa é “passavam de um lugar para outro” (ASV). No livro de Atos, é usado para descrever uma atividade missionária da igreja.
Aonde quer que fossem, estavam anunciando a palavra. O verbo euangelizo é um outro termo favorito de Lucas. Com o significado de “anunciando novidades jubilosas”, é uma palavra que se encaixa perfeitamente para descrever a pregação do Evangelho, por estes missionários do século I.
Dos sete homens escolhidos para cuidar dos assuntos materiais da igreja (6.1-6), dois representaram papéis importantes. Estêvão tornou-se o primeiro mártir (E Estêvão, cheio de fé e de poder, fazia prodígios e grandes sinais entre o povo. Atos 6:8). Filipe foi o primeiro a ser chamado de “evangelista” (21.8). Este capítulo conta o início dos seus esforços para evangelizar.
Ele desceu a Samaria. Embora Samaria esteja ao norte da Judéia, na mente dos judeus, as pessoas sempre “subiam” a Jerusalém e “desciam” dali para qualquer outro lugar.
Descendo Filipe à cidade de Samaria. No Antigo Testamento, Samaria é o nome da capital do Reino no Norte de Israel, embora às vezes a palavra se refira à nação. Mas, no Novo Testamento, o termo normalmente se refere ao distrito localizado entre a Judéia, ao sul, e a Galileia, ao norte.
Filipe pregava. Esta palavra é kerysso, “anunciar” ou “proclamar como um arauto”. Os samaritanos, juntamente com os judeus, estavam procurando o Messias que viria (Jo 4.25).
Os ouvintes de Filipe prestavam atenção ao que ele anunciava. Eles ouviam as palavras que ele dizia porque viam e ouviam os sinais (trad. literal) que ele realizava. A realização de milagres representou um papel importante no ministério de JESUS e no início da evangelização dos judeus e samaritanos. Expulsavam espíritos imundos (demônios) e curavam os enfermos e aflitos. Paralíticos e coxos eram sarados.
O resultado desta manifestação de poder divino foi grande alegria e salvação naquela cidade. Quando DEUS nos abençoa, segue-se sempre um período de regozijo e conversão.
  
Filipe Testemunhando ao Eunuco Etíope, 8.26-40
Filipe era um evangelista versátil, cheio do ESPÍRITO e guiado pelo ESPÍRITO. Ele podia pregar para grandes multidões em um “avivamento que alcançasse uma cidade inteira”. Mas ele também podia realizar um evangelismo pessoal com um único indivíduo em uma estrada deserta. A lição essencial a ser aprendida é que, quando o ESPÍRITO SANTO nos impele a levar a salvação a alguém, Ele nos dá o poder necessário para cumprirmos a missão. Onde DEUS guia, DEUS provê. Outra lição é que, aos olhos do Senhor, nenhuma tarefa orientada pelo ESPÍRITO é pequena. Somente a onisciência divina pode antever os resultados dos poucos momentos de um testemunho dado a uma pessoa cujo coração o ESPÍRITO SANTO preparou para acolher este testemunho.
 
A Etiópia foi grandemente abençoada por DEUS com evangelização através deste Eunuco, segundo alguns acreditam (sem confirmação histórica).
Alguns estudiosos afirmam que novas evidências sugerem que a Etiópia foi o primeiro país a adotar o Cristianismo como religião de estado.[61][62] De acordo com registros escritos na língua Ge'ez, A região hoje conhecida como Etiópia convertida ao judaísmo durante o tempo da rainha bíblica de Sabá e Salomão. De acordo com o historiador ocidental do século IV, Rufino de Aquileia, alguns acreditam que foi Frumêncio quem levou o Cristianismo à Etiópia (cidade de Axum) e serviu como seu primeiro bispo, provavelmente logo após em 325 - https://pt.wikipedia.org/wiki/Primeiros_centros_do_Cristianismo#Eti%C3%B3pia (acesso em 20-05-21 - 10:16).
 
O Westminster Dictionary ofthe Bible afirma que a profecia de Salmos 68.31 — “A Etiópia cedo estenderá para DEUS as suas mãos” — “foi cumprida com a conversão do eunuco etíope (At 8.26-40) e a introdução do Evangelho na Abissínia”.
  
1. Um Peregrino Buscando a DEUS (8.26-31)
No meio das atividades de Filipe na cidade samaritana, com muitos convertidos para cuidar, o anjo — lit., “um anjo” — do Senhor chamou-o para uma nova tarefa. (cf. 29, 39). A ordem era: Levanta-te — tempo aoristo de ação imediata — e vai — tempo imperfeito de ação contínua, “ir” — para a banda do sul (26).
Filipe devia ir ao caminho que desce de Jerusalém para Gaza, que estava deserto. Gaza estava a cerca de 96 quilômetros a sudoeste de Jerusalém. Era a cidade mais ao sul da Palestina, quase na fronteira do Egito. Nos tempos do Antigo Testamento, era uma das cinco cidades dos filisteus. Talvez fossem 56 quilômetros de Samaria a Jerusalém e cerca de 96 quilômetros a mais para Gaza.
Filipe levantou-se e foi (27). Os dois verbos estão no tempo aoristo e sugerem obediência imediata, Como ele foi imediatamente, encontrou um homem. Se tivesse demorado por qualquer razão, Filipe teria perdido seu encontro divino com o eunuco.
Seguindo orientações divinas, Filipe viu um etíope, que tinha ido a Jerusalém para adoração, ou “em peregrinação”, e estava agora voltando. Etiópia era o nome de um reino no Nilo, entre a atual Assuã e Khartoum. A maioria dos estudiosos atuais reconhece que a referência aqui não é à Abissínia, hoje conhecida comumente como Etiópia. Entretanto, o Westminster Dictionary ofthe Bible afirma que a profecia de Salmos 68.31 — “A Etiópia cedo estenderá para DEUS as suas mãos” — “foi cumprida com a conversão do eunuco etíope (At 8.26-40) e a introdução do Evangelho na Abissínia”.
O viajante que Filipe encontrou era um eunuco, mordomo-mor (ou alto official) de Candace, rainha dos etíopes. Mordomo-mor é dynastes, que significa “príncipe”. Candace era um título, como Faraó. Lake e Cadbury observam: “O título era dado à rainha-mãe, chefe real do governo”. O eunuco era superintendente de todos os seus tesouros, portanto, um homem de alto cargo e grande responsabilidade.
Como um homem digno de sua posição, o eunuco tinha um dos melhores meios de transporte da época. Assentado no seu carro [uma carruagem], lia o profeta Isaías (28). Pergaminhos escritos à mão eram raros e dispendiosos, mas ele era um homem rico e podia tê-los. De acordo com os costumes da época, ele lia em voz alta, pois Filipe o ouviu (30). Os rabinos determinavam que a Lei devia ser lida em voz alta por quem estivesse viajando.
Em obediência à voz interior do ESPÍRITO (29), Filipe correu (30) para emparelhar- se ao carro. Ouvindo o eunuco ler o pergaminho de Isaías, ele perguntou: Entendes tu o que lês? — uma questão pertinente em qualquer época. Entendes significa literalmente: “Você conhece?”
A resposta do eunuco etíope foi quase patética: Como poderei entender, se alguém me não ensinar? (31) Ensinar é o mesmo verbo usado por JESUS em João 16.13 como “guiar” — “Quando vier aquele ESPÍRITO da verdade, ele vos guiará em toda a verdade”. Filipe, cheio do ESPÍRITO, era capaz de dar orientações sobre as Escrituras.
Ávido por aprender o verdadeiro significado da passagem profética, o eunuco rogou que Filipe subisse à carruagem. O verbo rogou (parakaleo) é muito forte, significando “exigiu” ou “suplicou”.
 
2. Uma Profecia Incomum (8.32-33)
A expressão O lugar da Escritura (32) pode ser traduzida como “a passagem da Escritura”. Literalmente significa “uma porção circunscrita, uma seção”.
A citação em 32-33 foi copiada quase literalmente da Septuaginta de Isaías 53.7-8, e é uma parte de uma das “Canções do Servo” de Isaías, encontrada em um importante capítulo messiânico do Antigo Testamento. A profecia, Assim não abriu a sua boca, foi cumprida quando JESUS “nada respondeu”, quando foi falsamente acusado perante Pilatos (Mt 27.12). A frase difícil, foi tirado o seu julgamento, provavelmente significa: “lhe negaram justiça” (RSV). Gloag assim a interpreta: “O seu julgamento — o julgamento que lhe era devido — os seus direitos de justiça — lhe foram negados por seus inimigos”.
Porque a sua vida é tirada da terra.
 
3. Um Pregador Cheio do ESPÍRITO (8.34-40)
A questão que preocupava o eunuco etíope era: de quem diz isto o profeta? De si mesmo ou de algum outro? (34). O eunuco pareceu sentir que ela deveria ser aplicada a um indivíduo. Mas a quem?
Filipe estava à altura das exigências da situação. Abrindo a boca e começando nesta Escritura, lhe anunciou a JESUS (35). Esta era a resposta. O Servo sofredor do Senhor, de quem Isaías falara, não era nenhum outro senão JESUS, o Messias escolhido por DEUS.
Sem dúvida, a carruagem já havia percorrido uma grande distância enquanto Filipe comentava a passagem de Isaías e revelava JESUS. Finalmente, chegaram ao pé de alguma água (36), e o eunuco solicitou o batismo. Talvez Filipe tivesse repetido as palavras de Pedro no dia de Pentecostes: “Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de JESUS CRISTO para perdão dos pecados...” (2.38).
O eunuco mandou parar o carro (38), enquanto ele e Filipe desceram para um lago ou riacho. A água corrente era considerada preferível para o batismo cristão na Igreja Primitiva (Didache 7.1).
Quando os dois homens saíram da água, o ESPÍRITO do Senhor arrebatou a Filipe (39). Ele desapareceu. O eunuco... jubiloso, continuou o seu caminho, como todos fazem quando encontram CRISTO como Salvador. Filipe se achou — i.e., apareceu — em Azoto (40). Esta é a Asdode do Antigo Testamento, uma das cinco cidades dos filisteus. Estava situada cerca de 32 quilômetros ao norte de Gaza, a mais ou menos metade do caminho entre aquela cidade e Jope
1). Em seu caminho para o norte, pela costa, Filipe anunciava o evangelho em todas as cidades — lit„ “ia evangelizando todas as cidades”. Estas incluiriam Lida e Jope, onde os crentes são mencionados logo depois disso (9.32-42). Filipe evangelizou as cidades litorâneas no extremo norte, como Cesaréia, onde o encontramos na próxima vez em que aparece no livro de Atos (21.8). Esta cidade foi construída por Herodes o Grande, e passou a chamar-se Cesaréia Sebaste em honra ao Imperador Augusto de Roma. Concluída em aproximadamente 13 a.C., foi a sede do governo romano na Judéia nos dias de JESUS.
Este capítulo pode ser usado para enfatizar a importância dos “Dois Tipos de Evangelização”: evangelização em massa (4-25) e evangelização pessoal (26-40). Sob a primeira, se destacam:
1. O método é pregar (5);
2. A mensagem é CRISTO (5);
3. O motivo é que as pessoas sejam salvas e santificadas (12-17).
Sob a evangelização pessoal, chamamos a atenção para:
1. A importância da obediência imediata (27);
2. A oportunidade oferecida (27-29);
3. O lugar da Escritura profética (30-32);
4. A interpretação da passagem, (34-35);
5. A aplicação à necessidade pessoal (36-39).
Ralph Earle. Comentário Bíblico Beacon. Editora CPAD. Vol. 7. pag. 265-266; 270-273.
  Ajuda de Pb Alessandro Silva. Comentários extras e acréscimos de Pr. Henrique
  
))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))
Lição 9 - O Ministério de Pastor
LIÇÕES BÍBLICAS - 2º Trimestre de 2014/2021 - CPAD - Para jovens e adultos
Tema: Dons Espirituais e Ministeriais - Servindo a DEUS e aos homens com poder extraordinário - Comentário: Pr. Elinaldo Renovato de Lima
Complementos, Ilustrações, questionários e Vídeos: Pr. Henrique - 99-99152-0454. - henriquelhas@hotmail.com - Cajamar - SP
   
http://www.youtube.com/playlist?list=PL9TsOz8buX1-sQE2rdEXmX2BT_HLsdoHt  Vídeo deste assunto em 2014 
  
Resumo da Lição 9 - O Ministério de Pastor
I - JESUS, O SUMO PASTOR
1. JESUS é o pastor supremo.
2. O pastor conhece as suas ovelhas.
3. O pastor dá a vida pelas ovelhas.
II - AS CARACTERÍSTICAS DO VERDADEIRO PASTOR
1. Um caráter íntegro.
2. Exemplo para os fiéis e os infiéis.
3. Exemplo para a família.
III - O MINISTÉRIO PASTORAL
1. A missão do pastor.
2. Uma missão polivalente.
3. O cuidado contra os falsos pastores.
 
  
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
João 10.11,14; Tito 1.7-11; 1 Pedro 5.2-4
João 10. 11 - Eu sou o bom Pastor; o bom Pastor dá a sua vida pelas ovelhas.
14 - Eu sou o bom Pastor; e conheço as minhas ovelhas, e das minhas sou conhecido.
Tito 1. 7 - Porque convém que o bispo seja irrepreensível como despenseiro da casa de DEUS, não soberbo, nem iracundo, nem dado ao vinho, nem espancador, nem cobiçoso de torpe ganância; 8 - mas dado à hospitalidade, amigo do bem, moderado, justo, santo, temperante, 9 - retendo firme a fiei palavra, que é conforme a doutrina, para que seja poderoso, tanto para admoestar com a sã doutrina como para convencer os contradizentes. 10 - Porque há muitos desordenados, faladores, vãos e enganadores, principalmente os da circuncisão, 11 - aos quais convém tapar a boca; homens que transtornam casas inteiras, ensinando o que não convém, por torpe ganância.
1 Pedro 5.2 - apascentai o rebanho de DEUS que está entre vós, tendo cuidado dele, não por força, mas voluntariamente; nem por torpe ganância, mas de ânimo pronto; 3 - nem como tendo domínio sobre a herança de DEUS, mas servindo de exemplo ao rebanho. 4 - E, quando aparecer o Sumo Pastor, alcançareis a incorruptível coroa de glória.
  
INTERAÇÃO
Atualmente, muitos são os modelos de liderança pastoral sugeridos sob os aspectos empresarial e meramente psicológico. Entretanto, o modelo de liderança para um pastor cristão deve estar centralizado sob o de JESUS de Nazaré. A vida do nosso Mestre é o melhor exemplo para um ministério integral: acolhedor, admoestador e servidor. Um modelo pastoral centrado na concepção empresarial pode até trazer resultados visíveis, mas para DEUS será um verdadeiro fracasso. Seguir a liderança de JESUS de Nazaré pode parecer um grande fracasso, mas em relação a DEUS é grande vitória. Qual você escolhe?
  
   
))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))
Meus Comentários e de outros, com acréscimos e correções do Pr. Henrique
 
INTRODUÇÃO 1
 Antes de tudo se deve esclarecer que:
- Um pastor que trabalha secularmente para sobreviver não é um pastor.
- Pastor, ministério, pessoa dada por JESUS CRISTO à Igreja. Aquele que não tem pelo menos um dom do ESPÍRITO SANTO em prática, não é pastor da lição que estamos estudando, é apenas um pastor eclesiástico, chamado por homens, sem comprovação de DEUS de seu ministério.
Pastor que não visita as ovelhas, não ora pelos doentes e enfermos, não discipula, não aconselha, não reconhece os outros 4 ministérios, além do seu, não é pastor do ministério dado por JESUS CRISTO.
  
Vamos estudar hoje do ministério mais difícil de ser exercido, mas muito desejado pela maioria dos obreiros, pelo seu lado mais compensativo - o financeiro. Sendo assim, aqueles que miram o lado material até são capazes de lutar por esse ministério. O exercício ministerial do pastor se torna difícil devido à falta de sabedoria por parte de muitos pastores que não delegam funções aos ministros e auxiliares que DEUS coloca à sua disposição. Como o pastor coloca sobre seus próprios ombros muitas das funções que não deveria colocar e acaba sobrecarregado e muitas vezes não consegue exercer seu ministério a contento.
Existe ministério Pastor como em Efésios 4.11 e existe serviço Pastoral como acontece na maioria das igrejas (ministério apenas eclesiástico, dado por homens). Um administrador de igreja não é um legítimo pastor. Existe pastor dado por CRISTO a igreja e existe pastor escolhido por homens e não por DEUS que governa a igreja. Existe ministério pastor com sinais prodígios e maravilhas e existe pastor que apenas é batizado no ESPÍRITO SANTO (quando é).
João 10 - JESUS, o pastor que dá a vida pelas ovelhas.
Jo 10.1- Na verdade, na verdade vos digo que aquele que não entra pela porta no curral das ovelhas, mas sobe por outra parte, é ladrão e salteador.
JESUS aqui cita a porta de entrada para o homem na terra, ou seja, o nascimento físico (nascer de mulher), o curral é o mundo (a terra), subiu por outra parte é quem foi lançado do céu, caiu aqui na terra, no inferno e subiu para a superfície (Pv 15.24, inferno é em baixo) para tentar o homem para conseguir lhe a condição de imagem e semelhança de DEUS (Is 14.14), que sempre foi o seu maior desejo.
JESUS diz-nos aqui que quem entra pela porta correta (nascimento virginal de CRISTO) é o pastor das ovelhas, a esse o porteiro (ESPÍRITO SANTO), abre a porta de entrada (concebido do ESPÍRITO SANTO, Mt 1.20) e JESUS (o pastor das ovelhas) nos chama através da pregação do evangelho, para fora desse mundo de condenação e nos dá o pão da vida levando-nos depois para ele (Jo 14.3; 17.16).
Estamos No mundo, mas não somos do mundo – Jo 17.14.
No restante do capítulo, JESUS faz como de outras vezes, já que não entendiam quando lhes falava de coisas terrenas, passou a falar-lhes de coisas espirituais, celestes, que entendiam menos ainda e nem se interessavam em entender. Daí para frente JESUS declara-se a própria porta de entrada para a salvação e o próprio pastor das ovelhas. Após entrar no mundo Ele próprio torna-se a porta de entrada para o reino de DEUS. Após entrar no reino de DEUS temos um só pastor - JESUS.
Um problema bem atual com os pastores pentecostais, que dirigem igrejas, é a administração financeira da mesma e seu envolvimento em questões físicas ao invés de espirituais. Se envolvem tanto com isso que não lhes sobra tempo para se dedicarem ao mais importante, a visita, o estudo da bíblia e a oração (At 2.42; 6.4; Rm 12.2; Ef 6.18; Cl 4.2). Mas nós perseveraremos na oração e no ministério da palavra. Atos 6:4.
Os pastores pentecostais da atualidade têm-se ocupado tanto com tarefas que não lhe cabem que seu desempenho ministerial tem se tornado um caos. A maioria, e isso deve atingir 90%, não ora duas horas por dia. A maioria (por volta de 60%) não dedica mais de 2 horas de leitura e estudo da bíblia por dia. A maioria esmagadora (talvez 95%) não dirigem mais do que 4 cultos por semana, enquanto criticam os neopentecostais que dirigem normalmente 3 cultos por dia, ou seja, 21 cultos por semana e oram pelo menos 2 horas por dia e estudam a bíblia diariamente, não são gritadores, mas ensinadores.
Revista Ensinador Cristão CPAD, n° 58, p.40.
Qual o modelo ministerial de pastorado que o Senhor JESUS espera encontrar nos seus discípulos? Que molde de liderança se acha no agir de JESUS de Nazaré? É possível implantar esse ideal hoje? Qual seria o impacto para a igreja e a sociedade? Boa aula!
  
INTRODUÇÃO 2
De todos os dons ministeriais, certamente o dom de pastor é o mais difícil de ser exercitado. Ao mesmo tempo, é o mais desejado por aqueles que almejam exercer o ministério, na Igreja do Senhor JESUS. Em todos os tempos, a função pastoral foi complexa e alvo das forças contrárias ao rebanho espiritual, constituído dos salvos por CRISTO. Sem dúvida alguma, nos dias presentes, em pleno século XXI, ser pastor não é missão fácil, não obstante os recursos existentes, em termos humanos, técnicos e financeiros.
Os primeiros pastores, no Novo Testamento, em geral, pagaram com a vida pelo fato de representarem a Igreja de JESUS. As forças infernais, usando os sistemas religiosos, políticos, econômicos e sociais, investiram pesadamente contra os que foram levantados como líderes, nos primórdios da Igreja. Tiago,  Pedro foi preso com o mesmo destino, para ser morto, num espetáculo macabro, que agradaria aos inimigos do evangelho de CRISTO. Mas foi poderosamente liberto do cárcere, por intervenção direta de DEUS, que enviou seu anjo para salvá-lo da morte programada e continuar sua missão (At 12.11), esses eram apóstolos.
Eles eram apóstolos, profetas, evangelistas pastores, e mestres da Igreja, em seus primeiros dias, após a Ascensão de JESUS. Pedro e João, que eram apóstolos, foram presos por terem sido instrumentos de DEUS para a cura de um coxo de nascença, posto à porta do templo. E foram libertos para proclamarem o evangelho de JESUS (At 3.1-6; 4.1-21). De modo geral, segundo a tradição e a história da Igreja, somente João Evangelista teve morte natural, alcançando extrema velhice, após passar por sofrimentos atrozes. Os demais apóstolos de JESUS tiveram morte trágica, nas mãos dos sanguinários inimigos da fé. Nos primeiros séculos, a perseguição aos servos de DEUS foi cruel. “As perseguições só cessaram, quando Constantino (272-337 d.C.), imperador de Roma, tornou-se cristão. Seguiu-se uma era de crescimento numérico do Cristianismo, embora, nem sempre, acompanhado de autenticidade e genuíno testemunho cristão. A mistura entre a Igreja e o Estado trouxe enormes prejuízos à ortodoxia neotestamentária”.
Os regimes ditatoriais do nazismo, do fascismo e do comunismo, sempre procuraram destruir o cristianismo nas igrejas cristãs, cientes de que, mortos os líderes, os fiéis sempre se dispersariam e abandonariam sua fé. Mas cometeram grave engano. Quanto mais os cristãos foram mortos, mais seu sangue serviu para regar a sementeira do evangelho. JESUS disse que “as portas do inferno” não prevaleceriam contra a sua Igreja (Mt 16.18). Líderes cristãos foram presos, torturados e mortos. Mas a Igreja de JESUS segue sua marcha triunfal, em direção ao seu destino, que é chegar aos céus, na vinda de JESUS, e reinar com Ele sobre as tribos de Israel (Mt 19.28) e sobre as nações (Ap 20.6).
Nos dias atuais, ser pastor, com ministério legítimo dado por JESUS CRISTO, não é absolutamente tarefa fácil, para quem deseja exercer o ministério com fidelidade e sacrifício. As oposições externas e internas, muitas vezes, perturbam as atividades do pastor. Dessa forma, o dom ministerial de pastor precisa muito da graça e da unção de DEUS para que seus detentores não fracassem espiritual, emocional ou fisicamente. Necessitam muito das orações, da compreensão, do apoio e do amor dos crentes em JESUS.
Elinaldo Renovato. Dons espirituais & Ministeriais Servindo a DEUS e aos homens com poder extraordinário. Editora CPAD. pag. 105-106.
  
At 20.28 “Olhai, pois, por vós e por todo o rebanho sobre que o ESPÍRITO SANTO vos constituiu bispos, para apascentardes a igreja de DEUS, que ele resgatou com seu próprio sangue.”
Nenhuma igreja poderá funcionar sem dirigentes para dela cuidar. Logo, conforme 14.23, a congregação local, cheia do ESPÍRITO, buscando a direção de DEUS em oração e jejum, elegiam certos irmãos para o cargo de presbítero ou bispo de acordo com as qualificações espirituais estabelecidas pelo ESPÍRITO SANTO em 1Tm 3.1-7; Tt 1.5-9. Na realidade é o ESPÍRITO que constitui o dirigente de igreja. O discurso de Paulo diante dos presbíteros de Éfeso (20.17-35) é um trecho básico quanto a princípios bíblicos sobre o exercício do ministério de pastor de uma igreja local. É JESUS quem escolhe e coloca seus ministérios na Igreja. A liderança só confirma a escolha de JESUS. Basta à liderança formada por apóstolos, profetas, evangelistas, pastores e mestres observarem e perceberão claramente quem JESUS escolheu para exercer o pastorado, por exemplo.
Olhai, pois, por vós e por todo o rebanho sobre que o ESPÍRITO SANTO vos constituiu bispos, para apascentardes a igreja de DEUS, que ele resgatou com seu próprio sangue. Atos 20:28 - Escolha de pastores.
E, servindo eles ao Senhor e jejuando, disse o ESPÍRITO SANTO: Apartai-me a Barnabé e a Saulo para a obra a que os tenho chamado. Atos 13:2 - Escolha de apóstolos Paulo e Barnabé (At 14.14).
  
I - JESUS, O SUMO PASTOR
 1. JESUS é o pastor supremo.
 JESUS É O PASTOR SUPREMO
O Pastor dos pastores. O escritor aos Hebreus denomina JESUS CRISTO de “o grande Pastor das ovelhas” (Hb 13.20). Só ele merece a qualificação de “grande”. No seu nascimento, marcado pela humildade e despojamento de sua glória, JESUS foi chamado de “grande”, na mensagem do anjo a Maria (Lc 1.32). Nenhum pastor, nas igrejas locais, deve aceitar o título de “grande”, pois só JESUS o merece. Ele é grande em todos os aspectos que se possam considerar em relação à sua pessoa. Podemos refletir sobre o porque Ele é chamado “grande”.
Primeiramente, porque Ele é DEUS! Todos os fundadores de religiões pereceram e seus restos mortais jazem sob a tumba fria. Em seus túmulos consta a inscrição “aqui jaz” fulano ou sicrano. No túmulo de JESUS, há uma inscrição diferente e gloriosa: “Ele não está aqui porque ressuscitou” (Mt 28.6; Mc 16.6). Se JESUS houvesse sido um homem comum, mortal, jazeria no túmulo como Buda, Maomé, Alan Kardec e outros fundadores de religiões ou de seitas. Mas JESUS é DEUS. Como tal, venceu todos os poderes cósmicos, espirituais, humanos e físicos. E, por fim, vitorioso, venceu a morte!
 
ELE É A PORTA DAS OVELHAS
Em segundo lugar, JESUS é o grande pastor das ovelhas, porque ele é “a porta das ovelhas” (Jo 10.7). Em termos espirituais, as ovelhas ou os salvos em CRISTO só podem chegar ao céu, na presença de DEUS, através de CRISTO, de seus ensinos, de seu exemplo marcante, que deixou para todos os pastores e crentes de todas as idades. Ele disse que era “o Bom Pastor”, que dá a vida por suas ovelhas e as conhece pelo nome (Jo 10.11,14).
Para entrar no seu redil, o pecador tem que arrepender-se, crer em sua Palavra, e segui-lo (Jo 10.9), aceitando-o como único salvador e senhor. Não pode entrar, saltando os muros. O Adversário, Satanás que entrou no mundo porque foi expulso do céu e não porque foi enviado, como JESUS. Satanás é “ladrão e salteador”, porque não entra pela porta das ovelhas (não nasceu na Terra como homem). JESUS e somente Ele, dá acesso ao homem à presença de DEUS. JESUS é ao mesmo tempo, “a porta”, “o caminho e a verdade e a vida”. E declarou: “Ninguém vem ao Pai senão por mim” (Jo 14.6).
Elinaldo Renovato. Dons espirituais & Ministeriais Servindo a DEUS e aos homens com poder extraordinário. Editora CPAD. pag. 107.
 
Ele ressuscitou para nossa justificação; e esse poder divino pelo qual Ele foi ressuscitado é capaz de fazer tudo de que temos necessidade.
Os títulos dados a CRISTO – nosso Senhor JESUS, nosso Soberano, nosso Salvador, e o grande pastor das ovelhas, prometido em Isaías 40.11, declarado por Ele mesmo que o era (Jo 10.14,15). Os ministros são co-pastores, CRISTO é o grande pastor. Isso denota o seu grande interesse pelo seu povo. Eles são o rebanho do seu pastoreio, e o seu cuidado e preocupação são por eles.
A forma e o método em que DEUS se reconcilia, e CRISTO ressuscita dos mortos: “...pelo sangue do concerto eterno”. O sangue de CRISTO satisfez a justiça divina, e assim gerou a libertação de CRISTO da prisão da morte, como tendo pagado a nossa dívida, de acordo com um concerto ou acordo eterno entre o Pai e o Filho; e esse sangue é a sanção ou o selo de um concerto eterno entre DEUS e o seu povo.
HENRY. Matthew. Comentário Matthew Henry Novo Testamento ATOS A APOCALIPSE Edição completa. Editora CPAD. pag. 821.
 
No Antigo Testamento, o título de pastor era conferido tanto aos guardiães de ovelhas como aos dirigentes do povo de Israel. No Novo Testamento, porém, este título é transferido para nosso Senhor JESUS CRISTO, de uma maneira nova e sem igual.
• O bom Pastor: “Eu sou o bom Pastor; o bom Pastor dá a sua vida pelas ovelhas” (Jo 10.11);
• O grande Pastor: “Ora, o DEUS de paz, que pelo sangue do concerto eterno tornou a trazer dos mortos a nosso Senhor JESUS CRISTO, grande Pastor das ovelhas” (Hb 13.20);
• Pastor e Bispo: “Porque éreis como ovelhas desgarradas; mas, agora, tendes voltado ao Pastor e Bispo da vossa alma” (I Pe 2.25);
• O Sumo Pastor: “E, quando aparecer o Sumo Pastor, alcançareis a incorruptível coroa de glória” (I Pe 5.4).
Estes títulos conferidos ao Senhor JESUS o distinguiam totalmente daqueles que apenas arrogavam-nos para si, mas que na verdade não o eram. JESUS pronunciou este discurso sobre ovelhas e pastor logo após ter visto uma “pobre ovelha” (o cego que tinha sido curado por JESUS próximo ao tanque de Siloé) sendo expulsa do redil judaico por aqueles que, aos olhos do povo, eram de fato os pastores (Jo 9.34). CRISTO, então, mostra-nos aqui sua ternura e benevolência. A missão de nosso Senhor, quando esteve aqui entre nós, foi servir à vontade divina e à necessidade humana; por isso se apresentou como sendo o bom Pastor, dizendo ainda: “Eu... conheço as minhas ovelhas, e das minhas sou conhecido” (Jo 10.14).
Severino Pedro Da Silva. Epistola aos Hebreus coisas novas e grandes que DEUS preparou para você. Editora CPAD. pag. 283-284.
  
2. O pastor conhece as suas ovelhas.
 Ele disse: “Eu sou o bom Pastor, e conheço as minhas ovelhas, e das minhas sou conhecido” (Jo 10.14). JESUS cuida de seus servos, como um bom pastor cuida de suas ovelhas. Ele não vê apenas o “rebanho”, ou a Igreja, que é predestinada, coletivamente, para a salvação (Jo 1.5,11). Ele vê cada um dos seus servos, sabe o nome de cada um, ainda que sejam milhões e milhões, em todo o mundo, ao longo da História. Ele sabe o que cada um pensa ou diz (SI 139.1-4).
As ovelhas de JESUS o conhecem. No relacionamento espiritual entre os crentes e o Senhor JESUS, através da comunhão constante, o servo de DEUS não se engana com a voz do seu Pastor.
Elinaldo Renovato. Dons espirituais & Ministeriais Servindo a DEUS e aos homens com poder extraordinário. Editora CPAD. pag. 109.
 
Os ímpios que nunca se converteram a JESUS, não receberam o ESPÍRITO SANTO, não foram batizados com o ESPÍRITO SANTO, não receberam Dons do ESPÍRITO SANTO. Aqueles que são usados por demônios e não pelo ESPÍRITO SANTO, esses JESUS nunca os conheceu (E, então, lhes direi abertamente: Nunca vos conheci; apartai-vos de mim, vós que praticais a iniquidade. Mateus 7:23).
 
Jo 10.14,15 Da mesma forma que o pastor chama as suas ovelhas, e elas seguem somente a ele, assim JESUS conhece o seu povo. Os seus seguidores, por sua vez, o conhecem como seu Messias, e eles o amam e confiam nele. Tal conhecimento e confiança entre JESUS e seus seguidores é comparado ao relacionamento entre JESUS e o Pai: “Assim como o Pai me conhece a mim, também eu conheço o Pai”. E JESUS repetiu este ponto - que Ele é o Bom Pastor, e que Ele dá a sua vida pelas ovelhas.
Comentário do Novo Testamento Aplicação Pessoal. Editora CPAD. pag. 550.
 
Primeiramente, só existe uma entrada verdadeira para o curral. Aquele que não entra pela porta no curral das ovelhas, mas sobe por outra parte, é ladrão e salteador (só se entra na terra elo nascimento físico, através de uma mulher, assim JESUS entrou - satanás não entrou assim)
(1). O motivo e o método de abordagem do rebanho marcam as diferenças entre o ladrão e o pastor. Satanás, o pecado e os seus agentes querem enganar e destruir, ao passo que o Bom Pastor (14) dá a sua vida pelas ovelhas (15).
Em segundo lugar, existe o Bom Pastor (11), que entra no aprisco pela porta — Aquele, porém, que entra pela porta é o pastor das ovelhas
(2). A palavra pastor é anarthrous em grego, e consequentemente “fixa a atenção no caráter, como algo distinto da pessoa”. “O pastor não é um exemplo na parábola, ele é o exemplo; e é sobre a descrição do seu comportamento que se apoia a narrativa, para que a atenção dos leitores possa se concentrar ali. Não somente as ovelhas são as suas próprias ovelhas; não apenas ele tem toda a autoridade para aproximar-se delas; não apenas ele chama as suas ovelhas pelo nome; não apenas elas ouvem a sua voz, mas ele as traz para fora e, quando faz sair todas as suas ovelhas, vai diante delas, e elas o seguem”. Chama para fora do reino de Satanás, as ovelhas entram para o reino de DEUS. Saem do reino das trevas e entram no reino da luz.
(3) Ele é o Criador da nova sociedade de crentes, i.e., daqueles que creem nele. A este o porteiro (ESPÍRITO SANTO) abre (JESUS foi concebido pelo ESPÍRITO SANTO no útero virgem de Maria), e as ovelhas ouvem a sua voz, e chama pelo nome às suas ovelhas e as traz para fora. E, quando tira para fora as suas ovelhas, vai adiante delas, e as ovelhas o seguem, porque conhecem a sua voz (3-4). A menção do porteiro ou guarda do portão é importante, se refere ao ESPÍRITO SANTO. Existe um relacionamento entre o Pastor e as ovelhas que se baseia na natureza do Pastor — a sua voz, o seu conhecimento das ovelhas, a sua liderança, a sua orientação. Estas palavras devem ter significado muito para o homem que tinha sido curado da sua cegueira, e que fora excomungado da sua sinagoga (9.34) e expulso da sua família. Agora, ele era um membro da nova sociedade, um seguidor do Bom Pastor. A palavra usada para tirar para fora é a mesma traduzida como “expulsar” em 9.34. Assim, realmente, ser expulso, sob o ponto de vista de DEUS, é ser chamado para fora. Assim é a ekklesia (lit., “os chamados para fora”), a Igreja, a nova sociedade.
(4) Aqueles que pertencem a esta nova sociedade, a Igreja, são submissos a uma única voz, ...porque conhecem a sua voz. Mas, de modo nenhum, seguirão o estranho (Satanás); antes, fugirão dele, porque não conhecem a voz dos estranhos (4-5). Existe uma gloriosa exclusividade em ser um membro do rebanho de CRISTO — existe somente uma voz, um caminho, uma vontade que realmente importa. Em uma época de uma vida excessivamente complexa, o caminho garantido para a paz de espírito, para o enfoque nos propósitos corretos, e o comprometimento significativo é encontrado quando reconhecemos somente a sua voz. Esta “audição seletiva” é uma proteção não somente contra a heterodoxia, mas também contra a desintegração da personalidade (cf. 14-15). Thomas R. Kelly chama isto de “orientação habitual de todo o ser para aquele que é o Foco - JESUS”.
Joseph H. Mayfield. Comentário Bíblico Beacon. Editora CPAD. Vol. 7. pag. 96.
 
“Eu sou o Bom Pastor” (Jo 10.1-16). O “bom pastor” é uma designação singular, pois enfatiza que a disposição do pastor de morrer pelas suas ovelhas.
Um “mercenário” — e aqui JESUS se refere a SATANÁS e aos líderes religiosos de Israel — Condena as ovelhas junto ao seu próprio destino e cuida das ovelhas apenas enquanto é lucrativo ou seguro. O bom pastor, que valoriza cada uma das suas ovelhas, dará a vida por elas. Na verdade, é nisto, no dar a vida, que a bondade do pastor é estabelecida.
Parece tolo pensar em um homem disposto a morrer por meros animais, por maior que seja sua afeição por eles. Há uma distância muito maior entre DEUS e seres humanos do que entre seres humanos e ovelhas! A maravilhosa bondade de DEUS é plenamente demonstrada nesta maravilha: JESUS nos amou o suficiente para dar sua vida por nós.
Se alguma vez você se sentir como uma ovelha perdida, só e amedrontado em um mundo sóbrio e hostil, lembre-se do Bom Pastor. Você pode saber que Ele o ama porque Ele deu sua vida por você. Aquele que o amou tanto nunca irá abandoná-lo. Em JESUS você nunca, nunca está só. (Esforçai-vos, e animai-vos; não temais, nem vos espanteis diante deles, porque o Senhor, vosso DEUS, é o que vai convosco; não vos deixará nem vos desamparará. Deuteronômio 31:6)
Lawrence O. Richards. Comentário Devocional da Bíblia. Editora CPAD. pag. 686.-687.
 
O primeiro aspecto que o distingue como o verdadeiro pastor de almas é este, que ele dá sua vida, sua própria alma, como remissão, como aquele único sacrifício completo, pela culpa de todos os pecadores, que mereceram a eterna condenação. Ele se tornou o seu substituto; ele tomou sobre si as transgressões deles e morreu em lugar deles. Foi assim que os culpados, os pecadores, foram redimidos de pecado e destruição. JESUS, neste sentido, incidentalmente é um exemplo para todos quantos carregam o nome pastor como seus assistentes na grande obra. Ele também, tendo em vista este objetivo, se coloca em proposital contraste aos mercenários, os mestres falsos, os fariseus. Tais mercenários, cuja preocupação é o dinheiro e o desejo de gozar seu sossego em Sião, mas não têm interesse nas almas das pessoas confiadas ao seu cuidado. São tão só mercenários e só trabalham enquanto está assegurado seu viver e bem-estar. Ao primeiro sinal do lobo, diante da primeira indicação de real perigo, de provável perseguição, sofrimento, e, até, de martírio, fogem em precipitada corrida. O resultado é a dispersão e o assassinato das ovelhas pelos inimigos. Mas o mercenário não se preocupa; ele não tem qualquer preocupação, qualquer angústia, nenhum interesse, nas ovelhas.
Mercenários são aqueles que pregam em favor de seu próprio benefício, que são cobiçosos, e não se querem satisfazer com o que DEUS diariamente lhes concede como esmola. Aqueles que querem mais são mercenários que não se preocupam com o rebanho; enquanto isto um pastor piedoso por esta causa desistirá de tudo, até mesmo de seu corpo e sua vida) O segundo aspecto que distingue JESUS como o bom pastor, em contraste aos demais, é o fato do relacionamento e conhecimento íntimo entre ele e suas ovelhas. Assim como JESUS conhece aqueles que são seus, tanto de corpo, como de alma e espírito, assim os cristãos conhecem a JESUS; seu coração, sua mente e sua vontade estão centrados em JESUS, repousam em JESUS. A expressão representa corretamente a íntima e cordial relação e comunhão de amor que há entre CRISTO e seus verdadeiros discípulos. Esta intimidade e comunhão é tão estreita e envolvente como o é a que existe entre o Pai e o Filho. Seus corações e mentes estão abertas um ao outro; há uma mútua troca de pensamentos e ideias, que sempre são orientadas por maravilhoso amor.
Assim sucede também entre CRISTO e seus fiéis. É devido ao conhecimento que CRISTO tem do Pai e de sua vontade, que JESUS declara que entregará sua vida pelas ovelhas. O resgate é pago pelos pecados do mundo inteiro, mas só os que se convertem arrependidos têm o proveito da graça do Salvador, só eles obtêm a graça do Pai. CRISTO ainda tem outras ovelhas, que não são deste aprisco; ele conseguirá também dentre os membros de outras nações fora da judaica, quem nele crê. Pois o Pai lhe deu todos do mundo inteiro; eles são seus por desígnio e dom do Pai, basta que tenham fé em JESUS como único salvador e senhor. Aqui CRISTO declara que sua voz, por meio da palavra do evangelho, sairia aos povos de outra descendência e língua do que os judeus. É a obrigação da vontade divina que repousa sobre ele que o impulsiona para ganhar também a estes para o evangelho. E eles iriam ouvir, iriam obedecer a sua voz no evangelho, e o resultado final seria um rebanho, composto de todos aqueles que aceitaram a salvação pelo sangue de CRISTO, o único Pastor, o Filho do próprio DEUS. A “santa Igreja Cristã, a comunhão dos santos,” tem sido congregada no mundo desde a primeira proclamação do evangelho, e todos os verdadeiros cristãos em CRISTO formam a grande igreja invisível.
KRETZMANN. Paul E. Comentário Popular da Bíblia Novo Testamento Editora Concordia Publishing House.
 
Jo 10.3-5 Quando o pastor chegava, ele chamava as suas próprias ovelhas pelo nome. Pelo fato de as ovelhas reconhecerem a voz de seu pastor, elas vêm e o seguem, e saem para pastar.
O aprisco das ovelhas do judaísmo continha algumas pessoas do povo de DEUS que tinham esperado pela vinda de seu Pastor-Messias (veja Isaías 40.1-11). Quando o Pastor veio, judeus crentes reconheceram a sua voz e o seguiram. Dizem que os pastores no oriente podiam dar nome a cada ovelha e que cada ovelha respondia ao pastor que chamava pelo seu nome. Os crentes verdadeiros, como ovelhas pertencentes ao verdadeiro Pastor, jamais seguiriam um estranho que fingisse ser o seu pastor (5.43).
Comentário do Novo Testamento Aplicação Pessoal. Editora CPAD. pag. 549.
 
À noite, geralmente quatro ou cinco rebanhos de ovelhas eram reunidos em uma área ou curral protegido. De manhã, quando um pastor chamava, suas ovelhas respondiam à sua voz e se separavam do rebanho! Era a resposta à voz do pastor que identificava suas ovelhas das centenas de outras, que poderiam parecer iguais a elas para o observador descuidado.
Hoje também aqueles que ouvem o evangelho e reconhecem nele a voz de DEUS chamando-os respondem. E a nossa resposta a JESUS que nos identifica como suas ovelhas.
Lawrence O. Richards. Comentário Devocional da Bíblia. Editora CPAD. pag. 686.
 
3. O pastor dá a vida pelas ovelhas.
Na vida pastoril, nos campos, os pastores cuidam das ovelhas para obterem delas o sustento para suas vidas. Eles não morrem pelas ovelhas. Mas JESUS, o Sumo Pastor, deu a sua vida pelos que nEle creem (Jo 10.1, 15). Na sua morte, aparentemente, o seu rebanho estaria destinado a ficar sem pastor. Mas, contrariando a lógica humana, Ele ressuscitou ao terceiro dia, vitorioso sobre a morte, sobre o inferno, sobre o Diabo e sobre todos os poderes do universo. Ele proclamou aos discípulos a sua onipotência: “É-me dado todo o poder no céu e na terra” (Mt 28.18).
 
O PASTOR QUE CUIDA DAS OVELHAS
O salmista Davi escreveu certamente o mais belo texto sobre a figura de DEUS como nosso Pastor, o “Jeová Raá”, que, ao mesmo tempo, é o “Jeová-Jirê, o Senhor que provê todas as coisas necessárias a seu povo. Ele se referia ao DEUS Pai. E falava da ovelha que confia no seu Pastor. Porém todas as características do pastor do Salmo 23 aplicam-se a JESUS CRISTO, “o bom Pastor” (Jo 10.11,14).
1) Não nos deixa faltar nada. No seu cuidado, JESUS não nos deixa faltar nada que seja essencial ou indispensável à nossa vida. O crente fiel sabe contentar-se com o que DEUS lhe concede por sua infinita bondade (Fp 4.11-13). O que lhe falta, o Senhor lhe dá graciosamente, por sua bondade e por seu amor.
2) Os “verdes pastos” (SI 23. 2), São a figura do alimento espiritual que JESUS propicia à sua Igreja, através da ministração sadia da sua palavra. Os pastores verdadeiros alimentam a Igreja com a sã doutrina. As “águas tranquilas” falam da paz interior, que o Senhor concede aos que nele confiam. E a paz que Ele deixou para seus servos (Sl 23.2b; Jo 14.27); é a paz “que excede todo o entendimento” (Fp 4.7).
3) O refrigério da alma. Lembra o conforto que a presença de DEUS nos concede, através do ESPÍRITO SANTO, nosso “Consolador” (Sl 23.3; Jo 14.16, 17). Nas horas mais difíceis, quando não há solução humana, o Bom Pastor nos conforta com sua graça e seu poder.
4) As “veredas da justiça”. São o caminhar reto e lei do crente salvo em JESUS (Sl 23.3b; Rm 5.19; 1 Pe 3.12), Quando o crente anda, seguindo o pastor Fiel, não comete injustiças.
5) A segurança da ovelha. Mesmo passando pelo “vale da sombra da morte” (Sl 23.4), a presença do pastor dá segurança: “porque tu estás comigo” (Sl 23.4b). JESUS assegurou que estaria com seus servos, ainda que sejam “dois ou três” (Mt 18.20).
6) A mesa perante os inimigos. A mesa preparada para JESUS, a ovelha muda perante seus tosquiadores (Is 53), perante os inimigos e a unção com óleo (Sl 23.5), nos remetem à unção do ESPÍRITO SANTO na vida do crente fiel (1 Jo 2.20, 27; Ef 5.18), concedendo-nos vitória sobre os inimigos que se levantam contra a nossa fé.
7) Bondade e misericórdia todos os dias. O Pastor do Salmo 23 concede “bondade e misericórdia” para que o crente fiel habite na casa do Senhor “todos os dias” da sua vida (Sl 23.6). CRISTO nos faz ser “templo do ESPÍRITO SANTO” (1 Co 6.19,20). Por todos esses paralelos de CRISTO em relação a nós e o descrito no Salmo 23, podemos concluir que JESUS é o nosso Pastor por excelência.
Elinaldo Renovato. Dons espirituais & Ministeriais Servindo a DEUS e aos homens com poder extraordinário. Editora CPAD. pag. 108-109.
 
Jo 10.11 JESUS é o Pastor zeloso e dedicado - o bom pastor. Como descrito nos versículos que se seguem, há quatro características que separam este Bom Pastor dos pastores falsos ou maus:
1. Ele se aproxima diretamente - Ele entra pela porta, assim como nós, nasceu de uma mulher aqui na Terra. Em tudo semelhante a nós, menos no pecado. (Mas aniquilou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens; Filipenses 2:7).
2. Ele tem a autoridade de DEUS - o porteiro (ESPÍRITO SANTO) permite que Ele entre. (Ora, o nascimento de JESUS CRISTO foi assim: Estando Maria, sua mãe, desposada com José, antes de se ajuntarem, achou-se ter concebido do ESPÍRITO SANTO. Mateus 1:18
3. Ele atende as necessidades reais – as ovelhas reconhecem a sua voz e o seguem.
4. Ele tem amor sacrificial - Ele está disposto a dar a sua vida pelas suas ovelhas.
Repetindo isto quatro vezes, JESUS assinalou que o traço mais importante do bom pastor é que Ele dá a sua vida pelas ovelhas (10.11; veja também 15,17,18).
De acordo com a ilustração neste capítulo, a vida de um pastor poderia às vezes ser perigosa. Animais selvagens eram comuns nos campos da Judéia. Um bom pastor podia certamente arriscar a sua vida para salvar as suas ovelhas.
Comentário do Novo Testamento Aplicação Pessoal. Editora CPAD. pag. 550.
 
Ainda tenho outras ovelhas, não deste aprisco; e também a elas preciso conduzir. Elas ouvirão a minha voz. Então será um rebanho, um pastor. As outras ovelhas não estão no pátio cercado, neste aprisco, protegidas como Israel atrás da cerca da lei. Estão sem CRISTO, excluídas da cidadania em Israel e estranhas aos testamentos da promessa, e por isso sem esperança e sem DEUS no mundo (Ef 2.12). Contudo JESUS sabe o que ele fará de acordo com o maravilhoso plano e desejo do Pai. A promessa de DEUS a Abraão em Gn 12.3 tinha de ser cumprida. Por essa razão JESUS precisa conduzir também essas muitas outras ovelhas de todas as gerações e línguas e povos, que ele comprará com seu sangue para DEUS (Ap 5.9). E acontecerá o milagre que nenhuma pessoa podia esperar: Elas ouvirão a minha voz. Pessoas que por sua natureza, história e cultura não têm absolutamente nada a ver com esse homem de Israel, são atingidas pela palavra de JESUS e encontram em JESUS sua vida, seu maior tesouro. Se isso não estivesse diante de nós na história do evangelho como uma realidade, ninguém o consideraria possível. Mas a palavra de JESUS é verdade: Ouvirão a minha voz. Então não haverá vários rebanhos diferentes, mas haverá um rebanho, um pastor. JESUS antevê aquela igreja de judeus e gentios que foi concedida pela primeira vez na casa de Cornélio, que existia nas comunidades de Paulo e das quais tratou o decisivo concílio dos apóstolos (At 15). Um rebanho, um pastor, isso se confirmou naquelas palavras de Paulo que testemunham a unidade em CRISTO acima de todas as diferenças (1Co 12.12s; Gl 3.28; Cl 3.11). A palavra de JESUS a respeito de um rebanho não é mero ideal. Foi gloriosamente cumprida. Em todos os continentes, países, raças e vozes foi ouvida a voz de JESUS e pessoas se agregaram à igreja de JESUS. Segundo sua essência, essa igreja somente pode ser sempre a única igreja, assim como existe apenas um pastor que a conquista com a sua vida.
Werner de Boor.. Comentário Esperança Evangelho de João. Editora Evangélica Esperança.
 
I Ped 5. 2-4. A responsabilidade pastoral desses presbíteros é descrita assim: apascentai o rebanho de DEUS. A palavra “pastorear” explica melhor o significado do original do que apascentai.
O dever do pastor é triplo: providenciar pasto, caminhos para o pasto e proteção nos caminhos para o pasto.
Portanto, o dever do pastor vai além da pregação. O rebanho é a Igreja. Ela pertence a DEUS como sua possessão comprada. Em certa época seus membros eram como ovelhas desgarradas, mas elas voltaram ao “Pastor e Bispo” da sua alma (cf. 2.25). O pastor deve instruir e guiar o rebanho em obediência e sujeição à completa vontade de DEUS. O cuidado a ser exercido envolve três particularidades expressas de forma negativa e positiva.
1) Quanto ao espírito desse serviço, ele não é por força, mas voluntariamente. A liderança da igreja era tão perigosa naqueles dias que poderia custar a vida do líder. Mesmo assim, ele não deveria fazer essa obra relutantemente como se fosse um fardo ou considerá-lo como um dever profissional obrigatório. Em vez disso, esse era um ministério para o qual DEUS o havia apontado e chamado e, por isso, deveria ser feito com obediência e alegria.
2) A motivação dessa supervisão não deveria ser por torpe ganância, mas de ânimo pronto — não como um mercenário que espera ganhar dinheiro. Os presbíteros tinham o direito de esperar sustento material daqueles a quem ministravam; mas sua motivação não deveria provir de um “amor ao ganho constitucional”, que “é uma desqualificação para o ministério cristão”. Considere seu efeito em Judas Iscariotes!
3) Quanto à forma de supervisão, ela não deve ser como tendo domínio sobre a herança de DEUS, mas servindo de exemplo ao rebanho. Os líderes nunca devem ser tirânicos ou se esquecer dos direitos das pessoas que lhes foram confiadas. Eles não devem dominar como o arrogante Diótrefes (3 Jo 9-11), mas liderar pelo poder de uma vida santa. O pastor nunca deve esquecer que ele não é o Sumo Pastor (4).
A compensação terrena do líder pode ser insignificante, mas quando aparecer o Sumo Pastor (cf. 4.13), ele terá a sua recompensa incorruptível (cf. 1.4,5), a coroa de glória, “a felicidade do céu, o elemento principal de a vida de DEUS ser derramada na alma por meio de CRISTO”; “uma participação perpétua na sua glória e honra” (Bíblia Viva).
Roy S. Nicholson. Comentário Bíblico Beacon. Editora CPAD. Vol. 10. pag. 242-243.
 
I Ped 5.2-4.
I As pessoas a quem são dadas essas orientações – aos presbíteros, pastores e líderes espirituais da igreja, presbíteros e anciãos por ofício, e não por idade, ministros daquelas igrejas às quais escreve esta epístola, escolhidos por JESUS e capacitados pelo ESPÍRITO SANTO.
II A pessoa que faz essa exortação - o apóstolo Pedro: “...admoesto eu”. E, para reforçar essa exortação, ele lhes diz que é presbítero com eles, e assim não impõe nada a eles que ele não esteja disposto a fazer também. Os apóstolos disseram que se dedicariam a doutrina e oração (Ele é também “...testemunha das aflições de CRISTO”, tendo estado com Ele no jardim, acompanhado ao palácio do sumo sacerdote, e muito provavelmente tendo sido testemunha do seu sofrimento na cruz, à distância, entre a multidão (At 3.15). Ele acrescenta que é também “...participante da glória” que em certa medida foi revelada na transfiguração (Mt 17.1-3), e vai ser completamente desfrutada na segunda vinda de JESUS CRISTO. Aprenda:
1. Aqueles cujo ofício é ensinar a outros devem cumprir atentamente seu próprio dever, assim como ensinam ao povo o dever deste.
2. Como eram diferentes o espírito e o comportamento de Pedro dos seus pretensos sucessores! Ele não ordena e manda, mas exorta. Ele não reivindica soberania sobre todos os pastores e igrejas, nem se intitula príncipe dos apóstolos, vigário de CRISTO ou cabeça da igreja, mas se apresenta como presbítero. Todos os apóstolos eram presbíteros, ou anciãos, embora nem todo presbítero fosse apóstolo.
3. Foi uma honra peculiar de Pedro e de alguns mais serem testemunhas dos sofrimentos de CRISTO; mas é privilégio de todos os verdadeiros cristãos serem participantes da glória que há de ser revelada.
III A descrição do dever do pastor, e a maneira em que esse dever precisa ser cumprido. O dever do pastor é tríplice:
1. “...apascentai o rebanho...”, por meio da pregação honesta da palavra de DEUS ao rebanho, e ao conduzi-lo de acordo com as orientações e a disciplina que são prescritas pela palavra de DEUS, que estão ambas incluídas nessa expressão: Apascentai o rebanho.
2. Os pastores do rebanho precisam ter a supervisão dele, o seu cuidado. Os presbíteros são exortados a fazer o seu trabalho de bispos (que é o significado da palavra), por meio do cuidado pessoal e da vigilância sobre todos que no rebanho estão comprometidos ao seu cuidado.
3. Eles precisam ser “...exemplo do rebanho”, e praticar a santidade, a autonegação, a mortificação e todos os deveres cristãos, que eles pregam e recomendam ao seu povo. Esses deveres precisam ser realizados “...não por força”, não porque você tem de fazê-los, não por compulsão de um poder civil, ou pela coação do medo ou da vergonha, mas de uma mente voluntária que tem prazer na obra. Não “...por torpe ganância”, ou por algum lucro ou proveito relacionados ao lugar em que você reside, ou de uma prerrogativa relativa ao ofício, “...mas de ânimo pronto”, considerando o rebanho mais do que a lã, sincera e alegremente se empenhando para servir à igreja de DEUS. “...nem como tendo domínio sobre a herança de DEUS”, agindo como tirano sobre o rebanho por compulsão ou força coerciva, ou impondo invenções humanas ou não-bíblicas a ele em vez dos deveres necessários (Mt 20.25,26; 2 Co 1.24).
IV Em contraste com os lucros imundos que muitos se propõem como o seu principal motivo em assumir e cumprir o ofício pastoral, o apóstolo coloca diante deles a coroa da glória preparada pelo grande pastor, JESUS CRISTO, para todos os seus ministros fiéis. Aprenda:
1. JESUS CRISTO é o “...Sumo Pastor” de todo o rebanho e herança de DEUS. Ele os comprou, e os governa; e os defende e salva para sempre. Ele é também o pastor principal sobre todos os pastores subalternos; eles derivam a sua autoridade dele, agem em nome dele e prestam contas a Ele.
2. Esse Sumo Pastor vai aparecer para julgar todos os ministros e co-pastores, para chamá-los à prestação de contas, para ver se cumpriram fielmente seus deveres tanto publicamente quanto em particular, de acordo com as orientações acima.
3. Aqueles que comprovarem ter cumprido o seu dever terão o que é infinitamente melhor do que o ganho temporal; receberão do Sumo Pastor um elevado grau de glória eterna, “...a incorruptível coroa de glória”.
HENRY. Matthew. Comentário Matthew Henry Novo Testamento ATOS A APOCALIPSE Edição completa. Editora CPAD. pag. 882-883.
 
I Ped 5.2 A incumbência aos anciãos é: Apascentai o rebanho de DEUS entre vós! O fato de ela ser rebanho de DEUS é que torna o serviço nela tão cheio de responsabilidade. Importa também aqui o que Paulo diz em 1Co 3.17 com uma figura diferente: “Se alguém destruir o santuário de DEUS, DEUS o destruirá.” Assim como no AT, também no NT DEUS confiou o serviço de pastor a pessoas, “supervisores” (At 20.28), pastores (Ef 4.11) e anciãos (ou “os mais velhos”). Pelo fato de Pedro não diferenciar claramente entre “anciãos” e “mais velhos”, nenhum dos mais velhos pode transferir a responsabilidade pelo rebanho aos “anciãos”. Cada um deles possui perante DEUS uma responsabilidade pela igreja. A tarefa dos pastores consiste em apascentar. O foco está nas necessidades do rebanho. Apascentar é regido pela pergunta: de que a igreja precisa para um bom desenvolvimento e para ser protegida de perigos? Um verdadeiro pastor pode se esquecer de seus próprios interesses por causa das carências do rebanho e de cada uma das ovelhas que lhe foram confiadas, e o mesmo vale para um ancião no tocante à igreja que lhe foi confiada.
O serviço do pastor é ameaçado particularmente por três perigos:
(1) pela falta de disposição, (2) por ganância e (3) pela avidez de poder.
(1) pela falta de disposição - Com as palavras não coagidos, mas voluntariamente. Pedro refere-se à falta de disposição para cooperar. Há uma forma de cumprimento do dever que não traz alegria para ninguém. Indisposição e contrariedade transferem-se para aqueles que cumprem o “dever”, marcando a obra. Obviamente a rigor ninguém pode ser coagido a prestar um serviço na igreja. Contudo, quando alguém pertence ao grupo dos presbíteros ou quando até mesmo chega a ser ancião, ele tem a tarefa, e espera-se que preste o serviço. É dessa “coação” que se fala. “Não coagido” significa, então, realizar o serviço não porque isto é esperado, mas de livre e espontânea vontade. Voluntariamente, ou “disposto”, “por livre iniciativa” refere-se à iniciativa pessoal, ser cativado e impelido pela seriedade e magnitude do serviço. Quando a vontade de DEUS determina a vontade dos “mais velhos”, eles agem de forma espontânea, mais precisamente conforme DEUS. Isso pode significar: “segundo a maneira de DEUS” ou “segundo a vontade de DEUS”. Visa-se expressar que qualquer serviço de pastor depende de DEUS.
(2) não em sórdida ganância, mas de boa vontade. É verdade que JESUS dissera: “porque digno é o trabalhador do seu salário.” (Lc 10.7). Será que os anciãos recebiam pagamento já nos tempos do NT? Seja como for, é grande o perigo de buscar nesse serviço primeiramente a vantagem pessoal. Isso contamina o coração e o serviço. Os anciãos, como bons pastores, devem estar realmente empenhados pelo rebanho, tendo em vista o bem das ovelhas, e não mirando a lã delas. O significado básico do termo grego prothymos (= disposto), expressa: inclinado, com simpatia, com dedicação, com zelo, com gosto. O bem e as angústias dos outros ocupam, portanto, o foco, e o motivo é a determinação de servi-los.
(3) I Ped 5.3 Segue uma última exortação aos anciãos ou pastores. Tampouco como aqueles que se fazem senhores sobre o que lhes foi distribuído, mas como aqueles que se tornam (ou: são) exemplos do rebanho. O termo grego para o que lhes foi distribuído na realidade significa “sorteio”. Em seguida passa a significar: o que foi sorteado, a herança, o quinhão sorteado. No presente contexto refere-se com certeza à igreja, respectivamente à área de tarefas confiada a cada um dos anciãos. Duas coisas repercutem nessa palavra: que se trata de algo grandioso e que eles não o buscaram por si, mas que lhes foi atribuído. Não como aqueles que se fazem senhores sobre o que lhes foi distribuído significa textualmente: “olhar de cima para baixo”, depois “oprimir”, “subjugar”. Os anciãos ou pastores devem conduzir a igreja, e nessa função também exercer a disciplina eclesial. Nessa posição de liderança reside o perigo do abuso, devido à pulsão humana pelo poder. Existe um abuso da liderança, um senso equivocado quanto ao cargo. Ao senhorear sobre os demais, os servidores da igreja se portam como senhores, privam DEUS da honra e posição de domínio que lhe cabem e impõem inferioridade aos membros da igreja. Nisso sua liberdade e cooperação responsável se perdem, bem como a alegria em servir e o senso comunitário. É assim que anciãos ou pastores, por “olhar de cima para baixo”, praticamente conseguem “gerir os negócios para baixo”. A isso Pedro contrapõe à maneira correta de apascentar: como aqueles que se tornam exemplo para o rebanho. Também Paulo emprega o termo exemplo ou “molde” (em grego typos) e exorta no mesmo sentido os responsáveis pelas igrejas (1Tm 4.12; Tt 2.7; cf. também 1Ts 1.4; 2Ts 3.9). Em Fp 3.17 ele conclama: “Imitai-me todos juntos, irmãos, e fixai o vosso olhar naqueles que se conduzem segundo o exemplo que tendes em nós” [TEB]. A igreja não precisa de índoles dominadoras, mas de exemplos. Quem se transforma em senhor gosta de exigir da igreja serviços que ele mesmo não está disposto a executar. Quem, no entanto, é exemplo, antecipa-se no servir. Todos os “mais velhos ou pastores” estão submetidos à tarefa de se tornar exemplos do rebanho. Para o serviço de ancião ou pastores não são necessários em primeiro lugar o dom da pregação nem capacidades humanas de destaque, mas, pelo contrário, uma atitude de vida que é marcada por JESUS e pelos apóstolos, ou seja, pela Sagrada Escritura.
I Ped 5.4 E quando o Supremo Pastor tiver sido manifesto recebereis a imarcescível coroa da glória. Os anciãos, ou pastores, precisam saber que acima das igrejas está um Supremo Pastor, e que receberam a propriedade dele somente para cuidar. Ele avaliará e recompensará o serviço deles (1Co 3.8,14; Ap 11.18). No serviço que prestam, portanto, os anciãos, ou pastores, são responsáveis perante ele, e independentes do julgamento das pessoas. A sentença sobre seu ministério pastoral será proferida naquele dia em que tiver sido manifesto o Supremo Pastor, que agora ainda está oculto, mas já presente com todo o poder. Ele, pois, observa o serviço dos presbíteros, ou pastores, ou anciãos. Considerando, porém, que todos os acontecimentos na igreja e no mundo originados em DEUS têm por alvo a manifestação do Messias, é necessário que também os presbíteros, ou pastores, ou anciãos, direcionem seu serviço para esse evento. Isso reforça seu senso de responsabilidade e sua confiança, porque vale para eles a promessa: recebereis a imarcescível coroa da glória. Naquele tempo, após as competições cada vencedor recebia uma grinalda. Logo a grinalda é sinal do triunfo. É assim que um dia o Supremo Pastor recompensará todos que apascentaram bem seu rebanho com a grinalda da glória, que, ao contrário de todas as coroas terrenas, é incorruptível, não consistindo em material terreno, mas de glória (cf. também 2Tm 4.8; Ap 2.10; 3.11). A glória, porém, é a essência da proximidade de DEUS e consequentemente de todo bem, toda luz e toda beleza. Paulo escreve em Cl 3.4: “Quando CRISTO, que é a nossa vida, se manifestar, então, vós também sereis manifestados com ele, em glória. Quando CRISTO, que é a nossa vida, se manifestar, então, vós também sereis manifestados com ele, em glória.” Essa promessa vale de forma singular para aqueles que apascentaram fielmente o rebanho de DEUS.
Uwe Holmer. Comentário Esperança Cartas aos I Pedro. Editora Evangélica Esperança.
  
II - AS CARACTERÍSTICAS DO VERDADEIRO PASTOR
E ele mesmo deu uns para apóstolos, e outros para profetas, e outros para evangelistas, e outros para pastores e doutores, querendo o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para edificação do corpo de CRISTO, Efésios 4:11,12
 Esta é uma palavra fiel: Se alguém deseja o episcopado, excelente obra deseja. Convém, pois, que o bispo seja irrepreensível, marido de uma mulher, vigilante, sóbrio, honesto, hospitaleiro, apto para ensinar; não dado ao vinho, não espancador, não cobiçoso de torpe ganância, mas moderado, não contencioso, não avarento; que governe bem a sua própria casa, tendo seus filhos em sujeição, com toda a modéstia (porque, se alguém não sabe governar a sua própria casa, terá cuidado da igreja de DEUS?); não neófito, para que, ensoberbecendo-se, não caia na condenação do diabo. Convém, também, que tenha bom testemunho dos que estão de fora, para que não caia em afronta e no laço do diabo. 1 Timóteo 3:1-7
 
Por esta causa te deixei em Creta, para que pusesses em boa ordem as coisas que ainda restam e, de cidade em cidade, estabelecesses presbíteros, como já te mandei: aquele que for irrepreensível, marido de uma mulher, que tenha filhos fiéis, que não possam ser acusados de dissolução nem são desobedientes. Porque convém que o bispo seja irrepreensível como despenseiro da casa de DEUS, não soberbo, nem iracundo, nem dado ao vinho, nem espancador, nem cobiçoso de torpe ganância; mas dado à hospitalidade, amigo do bem, moderado, justo, santo, temperante, retendo firme a fiel palavra, que é conforme a doutrina, para que seja poderoso, tanto para admoestar com a sã doutrina como para convencer os contradizentes. Tito 1:5-9
 
Aos presbíteros que estão entre vós, admoesto eu, que sou também presbítero com eles, e testemunha das aflições de CRISTO, e participante da glória que se há de revelar: apascentai o rebanho de DEUS que está entre vós, tendo cuidado dele, não por força, mas voluntariamente; nem por torpe ganância, mas de ânimo pronto; nem como tendo domínio sobre a herança de DEUS, mas servindo de exemplo ao rebanho. E, quando aparecer o Sumo Pastor, alcançareis a incorruptível coroa de glória. 1 Pedro 5:1-4
 
E a uns pôs DEUS na igreja, primeiramente, apóstolos, em segundo lugar, profetas, em terceiro, doutores, depois, milagres, depois, dons de curar, socorros, governos, variedades de línguas. 1 Coríntios 12:28
 
1. Um caráter íntegro.
 Neste tópico, enfatizamos as características do verdadeiro pastor, no sentido humano, daquele que tem o chamado de DEUS para ser um guia de parte do rebanho do Sumo Pastor. E o que tem o dom ministerial de pastor. Não é qualquer pessoa que tem condições de receber esse dom, ainda que seja o mais procurado pelos aspirantes ao ministério eclesiástico. Paulo ensina que é JESUS quem dá pastores às igrejas (1 Co 12; Ef 4.1): “Os pastores ministeriais escolhidos por JESUS CRISTO deveriam ser aqueles que dirigem a congregação local e cuidam das suas necessidades espirituais, porém não é bem assim. A grande maioria dos "pastores, ou anciãos, ou presbíteros, ou bispos" que dirigem alguma congregação, ou seja lá o nome que é dado a cada um, não são ministros escolhidos por JESUS CRISTO, mas foram escolhidos por lideranças da igreja, ou seja, seus ministérios são humanos, escolhidos por homens. E já que são chamados “presbíteros” (At 20.17; Tt 1.5) e “bispos” ou supervisores (l Tm 3.1; Tt 1.7).
O pastor de uma igreja deve espelhar-se nas características do “Sumo Pastor” (1 Pe 5.4). E deve possuir qualificações que o credenciem para tão importante missão. O pastor verdadeiro é dado por JESUS à igreja. Ele não dá a igreja ao pastor (Ef 4.11); a igreja, mesmo no sentido local, não pertence ao pastor. O pastor deve ser um servo da igreja local, e não seu mandatário ou proprietário. A seguir, algumas dessas qualificações, conforme 1 Timóteo 3.1-7 e Tito 1.7, relativas ao bispo, que é sinônimo de pastor, quanto ao seu testemunho perante a Igreja e o mundo:
1) Irrepreensibilidade moral. Refere-se a uma vida de integridade, de que não tenha de que se envergonhar ou causar escândalo.
2) Vida conjugal ajustada (“marido de uma mulher”). Note-se que é prioridade o cuidado com a vida conjugal; no Novo Testamento, não é prevista a tolerância com a bigamia ou a poligamia; a regra é a monogamia, como plano original de DEUS para o matrimônio; e o pastor como esposo deve ser exemplo para os demais esposos, na igreja, amando sua esposa e cuidando dela (Ef 5.25).Casado uma vez significa que só se casou uma vez mesmo.
3) Vigilante. O pastor é o guarda do rebanho. Deve estar atento ao que se passa ao seu redor; vigiando, primeiro, a sua vida pessoal e ministerial (1 Tm 4.16). Depois, vigiando o rebanho para alertar e livrar dos “lobos devoradores”; Ser vigilante significa ser “atento, cauteloso, cuidadoso, precavido” quanto aos perigos que o rodeiam. Para assumir a função de liderança, na igreja local, o obreiro deve ser muito cuidadoso quanto à sua vida espiritual, moral, social, familiar e em todos os aspectos. Isso porque o Diabo “anda rugindo como leão, buscando a quem possa tragar” (1 Pe 5.7). O presbítero, bispo ou pastor deve obedecer ao que JESUS disse: “Vigiai e orai, para que não entreis em tentação; na verdade, o espírito está pronto, mas a carne é fraca” (Mt 26.41). Ele precisa ser “exemplo dos fiéis” (1 Tm 4.12; 1 Pe 5.3).
4) Sóbrio (simples, moderado). Sobriedade significa que não se deixa guiar por doutrinas várias, mas somente pela Bíblia, é equilibrado. O pastor ou bispo deve zelar pela simplicidade, no ministério; o luxo, a ostentação material, a exibição de riqueza não convêm a um homem de DEUS; JESUS disse: “sede símplices como as pombas” (Mt 10.16).
5) Honesto. Tem o significado de ser “honrado, digno, correto, íntegro; decoroso, decente, puro, virtuoso”. Todas essas qualificações podem resumir-se numa expressão: ser “santo em toda a maneira de viver” (1 Pe 1.15). O homem de DEUS não é perfeito em si mesmo, por mais que se esforce para ser santo. Mas, cuidando de sua vida pessoal, ministerial e como cidadão, pode ser muito bem-visto pelos crentes como uma pessoa honesta. O seu falar deve ser “sim, sim; não, não” (Mt 5.37). Honestidade é sinônimo de integridade. O pastor ou bispo deve ser uma pessoa assim, fiel, sincera, verdadeira. Deve ser alguém que vive o que prega ou ensina (Tg 2.12). Não se vende, paga suas contas em dia.
6) Hospitaleiro. Esta palavra vem de hospital, na sua origem. Não havia casas de saúde como hoje. Uma hospedaria era um hospital, um lugar onde os viandantes podiam pousar, e também os enfermos, uma hospedaria ou estalagem (Lc 10. 34,45). Mas o pastor não tem obrigação de transformar sua casa em hospedaria. No sentido do texto, hospitaleiro é sinônimo de acolhedor, que sabe tratar bem as pessoas, sem fazer acepção de ninguém; (acepção é pecado - Dt 16.19; Ml 2.9; 1 Tm 2.11;Tg 2.9). Que recebe em sua casa servos de DEUS, seus colegas de ministério.
7) Apto a ensinar. Como o pastor é o que alimenta ou apascenta o rebanho, o pastor deve saber fazer uso da Palavra de DEUS, ministrando mensagens, estudos e reflexões que edifiquem o rebanho sob seus cuidados. Se não tiver essa aptidão, pode estar no lugar errado (2 Tm 2.15).
Elinaldo Renovato. Dons espirituais & Ministeriais Servindo a DEUS e aos homens com poder extraordinário. Editora CPAD. pag. 110-112.
 
2. Exemplo para os fiéis e os infiéis.
8) Não dado ao vinho”. Nos tempos de Paulo, o vinho era já uma bebida alcoólica que podia causar dependência química ou psicológica. Seria uma tristeza um pastor ficar embriagado pelo uso constante do vinho. A bebida alcoólica tira o juízo, torce a justiça. Se fosse escrito hoje, o texto talvez dissesse: “não dado à cerveja, à champanhe, ao licor ou a outra bebida alcoólica ou a algum alucinógeno, ou droga sintética”. O pastor ou bispo deve dar exemplo de abstinência desse tipo de substância para o seu bem, de sua família e do rebanho sob seus cuidados.
9) Ordeiro (“não espancador”). Por que Paulo fez referência a esse tipo de comportamento? Muitos obreiros espancam seus filhos e até sua esposa, por incrível que pareça. Sem dúvida, Paulo observou que algum obreiro tinha o costume de “espancar” as pessoas a seu redor, algum ditador. Sempre houve pastores grosseiros, prepotentes, alguns que cometeram “assédio moral” contra pessoas a seu redor. Isso é reprovável sob todos os aspectos. O pastor deve ser ordeiro, humilde, de bom trato para com todos, não cobiçoso nem ganancioso. Ordeiro quer dizer que mantém a ordem, na casa de DEUS.
10) Moderado, É sinônimo de suave, brando, comedido, prudente, contido. É qualidade sem a qual o pastor pode sofrer sérios revezes em sua vida, no relacionamento com outras pessoas, em seus hábitos, costumes etc. Ele não pode ser um desequilibrado mental, sem controle de suas emoções. Para ser moderado, precisa ter o fruto da temperança e da longanimidade (cf. G1 5.22).
11) Não contencioso. O pastor ou bispo não deve viver em contenda, nem com a família, nem com os crentes, nem com os de fora (aqui incluída a internet e seus grupos sociais de interação). Contenda é o mesmo que porfia, dissensão, peleja, que são “obras da carne” (G1 5.2,1). Diz um ditado: a melhor maneira de ganhar uma contenda é evitá-la. Com oração e vigilância é possível viver em paz.
12) Não avarento. Quer dizer que o pastor ou bispo não deve ser sovino, mesquinho, e não deve ter amor ao dinheiro (avareza), que é “a raiz de toda espécie de males” (1 Tm 6,10). O pastor não deve viver em função de dinheiro ou de bens materiais. Sua missão é elevadíssima, e deve focar-se no amor às almas ganhas para CRISTO, que ficarão aos seus cuidados ministeriais. O dinheiro da Igreja, em sua primazia, deve ser usado para evangelização.
Elinaldo Renovato. Dons espirituais & Ministeriais Servindo a DEUS e aos homens com poder extraordinário. Editora CPAD. pag. 112-113.
 
QUALIFICAÇÕES DO PASTOR
Qualificações de um pastor: três categorias:
a. O serviço de ministração ao culto divino, pondo em ordem a adoração da congregação, administrando as ordenanças, pregando e ensinando a Palavra de DEUS.
b. Ele deve ser habilidoso nos cuidados pastorais, cuidando de alimentar espiritualmente o rebanho, mostrando-se vigilante, deixando-se envolver em boas obras e ações de misericórdia e compaixão.
c. Ele deve brandir a autoridade espiritual da Igreja, sendo um dirigente que merece respeito e que impõe ordem e disciplina. Um pastor deve ter como um de seus alvos o aperfeiçoamento dos santos (Ef 4:12). mostrando-se espiritualmente alerta (Heb, 13:17; 11 Tim. 4:5) sendo capaz de exortar, advertir, consolar e orientar com autoridade (I Tes. 2:22; I Cor. 4: 14,15). Deve demonstrar profunda comunhão com o PAI, JESUS e o ESPÍRITO SANTO, tanto quanto ao ensino e pregação, quanto em ser usado em dons do ESPÍRITO SANTO em seu ministério.
CHAMPLIN, Russell Norman, Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia. Vol. 5. Editora Hagnos. pag. 105-106.
 
Algumas qualificações do Bispo (3.2)
É apropriado que o ministro seja julgado por um padrão mais rígido que os membros leigos da igreja. Os leigos podem ser perdoados por defeitos e falhas que seriam totalmente fatais a um ministro. Há certas coisas que um DEUS misericordioso perdoa em um homem, mas que a igreja não perdoa no ministério deste. A irrepreensibilidade do candidato é requisito no qual devemos ser insistentes hoje em dia, como o foi Paulo no século I.
O líder da igreja deve ser exemplar especialmente em assuntos relativos a sexo. Este é o destaque da segunda estipulação do apóstolo: Marido de uma mulher. Trata-se de precaução contra a poligamia, que gerava um problema sério para a igreja cujos membros eram ganhos para CRISTO vindos de um paganismo que tolerava abertamente casamentos plurais. Em todo quesito que a igreja com seus altos padrões éticos relativos a casamento confrontar o paganismo de nossos dias, em regiões incivilizadas ou não, a insistência cristã na pureza deve ser enunciada de forma clara e seguida com todo o rigor. Daí podemos inferir que a prática do sexo deve ser segundo os padrões bíblicos de santificação. Sexo anal não deve ser tolerado em um casamento cristão, que muitas vezes leva a separação de casais. Muitos casais teem se separado devido também a espancamento da esposa por parte do marido que é pastor. Isso acontece em casa de obreiros, muitas vezes.
Mas temos de perguntar: A intenção de Paulo era desaprovar o segundo casamento? Alguns dos manuscritos antigos requerem a tradução “casado apenas uma vez” (conforme nota de rodapé na NEB). “Sobre este assunto, como em muitos outros”, comenta Kelly, “a atitude que vigorava na antiguidade difere notadamente da que prevalece em grande parte dos círculos de hoje. Existem evidências abundantes provenientes da literatura e inscrições funerárias, tanto gentias quanto judaicas, que permanecer solteiro depois da morte do cônjuge ou depois do divórcio era considerado meritório, ao passo que casar-se outra vez era visto como sinal de satisfação excessiva dos próprios desejos”. É óbvio que em alguns segmentos da igreja primitiva esta era a opinião prevalente, chegando à inspiração de um ministério celibatário, como o de Paulo, Barnabé, Tito, Timóteo, como parece evidente na leitura bíblica (Digo, porém, aos solteiros e às viúvas, que lhes é bom se ficarem como eu. 1 Coríntios 7:8).
Igualmente essencial e até mais importante é a sétima qualidade que Paulo menciona: Apto para ensinar. Pelo visto, nem todos os pastores eram empregados no ministério de ensino. E o que mostra 5.17: “Os presbíteros que governam bem sejam estimados por dignos de duplicada honra, principalmente os que trabalham na palavra e na doutrina”. Mas a aptidão para ensinar era rendimento certo para o ministro cristão. Sempre haverá indivíduos que possuem maior capacidade nesta ou naquela área que outros, mas certa habilidade para ensinar é de extrema necessidade ao ministério completo e frutífero.
Não cobiçoso de torpe ganância. Esta é advertência contra o amor do dinheiro que o apóstolo, mais adiante nesta mesma epístola (6.10), declara ser “a raiz de toda espécie de males”. Tal proibição tinha relevância imediata, pois fazia parte da responsabilidade do pastor cuidar dos bens e capitais da igreja. Esta seria fonte constante de tentação para o avarento. Somente aquele que desse toda prova de não ter espírito de cobiça pode ser separado com segurança para a obra do ministério.
Claro que é perfeitamente possível que ministros e leigos sejam enganados pelo que nosso Senhor chamou de “a sedução das riquezas” (Mt 13.22). A sutileza desta sedução é que a pessoa não precisa possuir riquezas para ser enganada por elas. Desejá-las ardentemente, permitir-se adotar atitudes calculistas na esperança de obter riquezas, ficar indevidamente interessado por salários e lucros deste mundo não podem deixar de empobrecer e, no final das contas, destruir o valor do próprio ministério. Tudo isso está implícito no aviso paulino do desejo controlador por dinheiro.
J. Glenn Gould. Comentário Bíblico Beacon. Editora CPAD. Vol. 9. pag. 469-471.
 
I Tm 3.2 O presidente, ou pastor, ou bispo, pois, deve ser irrepreensível.
Irrepreensível não significa simplesmente gozar de boa fama, mas ter um testemunho justificadamente bom. A crítica e as acusações não devem encontrar pontos vulneráveis para seu ataque. Aparentemente a palavra designa o comportamento abrangente, fundamental para tudo o que segue. JESUS frisa a importância do bom testemunho, como também ocorre em geral no NT. Nessa questão é decisivo que o bom testemunho seja reconhecido e fornecido pelos que não fazem parte da igreja. “Vossa conduta seja decorosa aos olhos dos estranhos.” Essa exortação da carta mais antiga de Paulo coincide integralmente com a exigência de ser irrepreensível, o que não pode ser questionado nem mesmo por observadores críticos e hostis. Um modo de vida desses só é viável a partir do “mistério da fé, preservado em uma consciência pura”. Essa é a origem e a renovação de toda a autêntica irrepreensibilidade. Representa o oposto tanto do comportamento antissocial como da exagerada adaptação pacata a todos e a tudo.
Marido de uma só mulher. Presidentes e diáconos devem ser casados uma única vez; isso aponta em 3 direções:
1) Acerca da profetiza Ana lemos que era virgem até se casar. Quando o marido morreu após 7 anos de casamento, ela passou a viver sozinha até idade avançada (84 anos), servindo a DEUS. De acordo com a palavra profética permaneceu fiel ao “noivo de sua mocidade”.
2) Conforme as palavras do Senhor a monogamia é o alvo original, estabelecido por DEUS, do relacionamento entre homem e mulher. Se os próprios gentios chamam atenção para isso e os cristãos aspiram ao amor e à fidelidade no matrimônio, quanto mais isso deveria valer, então, para aqueles que se “apresentam em todas as coisas” (logo também no casamento) como “exemplo de boas obras”.
3) A interpretação aqui fornecida possui relevância justamente com vistas à prática do divórcio, que naquela época se alastrava com força, e do correlato recasamento de pessoas divorciadas, seja entre gregos, seja entre judeus.
A expressão única pode ser mantida em forma tão genérica pelo fato de que deve caracterizar de forma abrangente a atitude básica fundamental da castidade em todas as situações. O casto não reprimiu sua sexualidade, mas a tornou íntegra, porque castidade é alegrar-se com a sexualidade respeitando os limites do respeito.
Quem está embriagado e alimenta sonhos devotos a respeito de si mesmo e do mundo não consegue orar de fato, porque orar é justamente o contrário de fugir da chamada “realidade” para um mundo onírico. Vale o contrário: quem ora acorda para a verdadeira situação, e quem está alerta ora de olhos abertos. É disso que resultam as boas obras.
Apto para ensinar (didaktikos): em todo o NT o termo ocorre somente aqui e em 1Tm 3.2. O seu sentido é descrito exaustivamente em Tt 1.9: o presidente, ou pastor, ou bispo deve “apegar-se à palavra confiável e conforme a doutrina, para que seja capaz de, pelo reto ensino, exortar bem como convencer os que o contradizem”. Deve estar aberto para questões doutrinárias, capaz de formar sua própria opinião e instruir a outros. Precisa discernir entre o que é importante e o que leva a descaminhos, entre doutrina verdadeira e falsa, saudável e doentia e ser capaz de ensinar e transmitir corretamente o que é apropriado em cada caso.
Conforme 2Tm 2.2 Timóteo deve transmitir o evangelho a “pessoas fiéis”, não especificamente apenas presidentes, ou pastores, ou bispos, que serão capazes de novamente ensinar a outras. O ensino ministrado por mestres específicos somente tem sentido sob a premissa de que todos são capazes de se instruir e exortar mutuamente. No entanto, só se pode esperar isso deles quando e porque eles próprios são “ensinados por DEUS”. Ademais, 1Tm 5.17 deixa explícito que a presidência não era exercida por uma pessoa sozinha, era um ministério com 5 ministros (Ef 4.11), e que nem todos que presidiam ou eram presbíteros que também ensinavam.
Os presidentes, ou pastores, ou bispos tinham de ser exemplos no ensinar, não para aliviar outros desta tarefa, mas capacitando-os para isso. Na escola o professor de matemática deve instruir os alunos para que saibam solucionar pessoalmente tarefas de matemática. Não deve resolver a tarefa por eles, e nem todos os alunos devem tornar-se matemáticos ou professores de matemática.
I Tm 3.3. Não dado ao vinho, não espancador, porém amável, não briguento, não avarento.
Em Corinto as ágapes e as santas ceias da igreja haviam degenerado em comilanças. Em seu meio havia pessoas que se intitulavam irmãos, mas cujo DEUS na verdade era seu próprio estômago. O estômago era o poder máximo que os determinava. Comer e beber, bem como digressões sexuais, significavam tudo para eles. Quem ainda era escravo de tais vícios mesmo como cristão dificilmente podia conduzir aqueles que haviam se convertido do mundo gentílico para novos hábitos de vida. O simples fato de que era preciso dar essas instruções a presidentes, ou pastores, ou bispos e diáconos permite reconhecer que à época da redação da carta a igreja não passava pela vida inerte, em um “aburguesamento” distante e impassível: “impuros, idólatras, adúlteros, garotos de programa, sodomitas, ladrões, avarentos, bêbados, maldizentes, assaltantes” era o contexto de onde vinha uma parcela da igreja, não apenas em Corinto, e com tais concidadãos seus membros conviviam no cotidiano. Como aprenderiam que uma vida assim era indefensável na igreja, por ser antissocial e inconciliável com o reino de DEUS? Verdadeira transformação não podia ser trazida por ordens e condenações genéricas, mas somente por modelos de vida nova vivenciados. Por essa razão o presidente, ou pastor, ou bispo não deve ser beberrão nem galo de briga com discurso autoritário, mas instrutor amável de uma vida verdadeira.
Também nessa palavra não se deve ignorar a conotação escatológica. Como o Senhor está próximo, os cristãos devem expressar sua amabilidade a todas as pessoas, também diante dos que os difamam e perseguem.
Não briguento: trata-se aqui de briga por palavras, ter palavra de comando, ser irredutível no debate., diferente de “não espancador”, que briga chegado às vias de fato, muitas vezes embriagado.
Não avarento: Quando JESUS disse que não se pode servir a DEUS e ao dinheiro, os fariseus zombaram dele porque eram gananciosos. JESUS espera do bom administrador que lide fielmente com o dinheiro injusto. De acordo com Tt 1.7 o presidente, ou pastor, ou bispo, que é um administrador (ecônomo) de DEUS, não deve ambicionar a torpe ganância.
Hans Bürki. Comentário Esperança Cartas aos I Timóteo.. Editora Evangélica Esperança.
 
Se porventura o homem é quem se divorciou da mulher, contra a vontade dela, é extremamente duvidoso que, na igreja primitiva, fosse permitido a tal homem ocupar posição de liderança na igreja, mesmo que viesse a contrair novas núpcias.
Fica igualmente proibida a digamia, isto é, segundo matrimônio, após o falecimento da primeira esposa. Parece que isso está incluso nessa proibição, que envolve aqueles que devem ou não ocupar ofícios eclesiásticos. I Tim. 5:9,11 quase torna necessário que interpretemos, nestas palavras, que o ESPÍRITO SANTO, através de Paulo era contra qualquer forma de segundo matrimônio para um oficial eclesiástico. E é provável que assim pensasse o ESPÍRITO SANTO, através de Paulo,  porque tal oficial deveria defender o ideal simbólico do casamento, um homem e uma mulher, conforme é exemplificado no tipo de CRISTO e sua igreja. (Ver Efé. 5:32). Além disso, a julgar pelas expressões do quinto capítulo desta epístola, aludidas acima, parece que o ESPÍRITO SANTO, através de Paulo,  julga que a viuvez perpétua é mais nobre e mais favorável à inquirição espiritual, bem como ao trabalho eclesiástico, do que o estado de um homem casado pela segunda vez.
Essa interpretação sobre esta expressão, como declaração contrária a um segundo matrimônio, já era forte nos escritos dos pais da igreja que viveram nos séculos II, III e IV d.C. (Ver Tertuliano, ad Uxor, 1.7; Clemente de Alexandria, Strom. iii. 12; Orígenes, Hom. xvii sobre Lucas). Tal ideia foi incorporada em dogmas eclesiásticos posteriores. (Ver Apost. Ch. ordem 1; Apost. Canons, xvii e Constituições Apostólicas ii.2). Os montanistas transformaram em artigo de fé essa regra contra um segundo casamento, após a morte da primeira esposa.
Atenágoras, apologista cristão que viveu em Atenas, no segundo século de nossa era, chamava de «adultério agravado» ao segundo casamento.
Em qualquer decisão, a tradição eclesiástica não pode ser ignorada, pois a história eclesiástica poderá oferecer um roteiro seguro.
Um homem solteiro, de grande piedade, não deveria ser barrado de ocupar qualquer ofício eclesiástico. Paulo não era casado. Cumpre-nos observar, por semelhante modo, que às viúvas é ordenado que não se casem novamente (ver I Tim. 5:14), sendo provável que aos «viúvos» também se aconselhasse tal medida. Não seria razoável, segundo parece, permitir viúvos recasados ocuparem ofícios eclesiásticos. (Efé. 5:32).
A Didache (escrito em cerca de 100 D.C.) atribui a responsabilidade maior do ensino aos profetas e mestres (XIII e XV), ficando essa responsabilidade ao encargo dos pastores somente na ausência daqueles. O importante é que haja indivíduos espiritualmente chamados para esse ministério, os quais não devem poupar seu tempo e seus talentos no cumprimento de sua vocação.
Um mestre cristão deve ser guardião e depositário do conhecimento bíblico, aprimorando-se cada vez mais em sua compreensão sobre as realidades espirituais, aprofundando sempre mais o seu conhecimento nas Escrituras. A igreja evangélica de hoje em dia necessita de «mestres», havendo um número extremamente reduzido deles. O trecho de I Tim 5.17 mostra-nos que nem todos os pastores governantes tinham a função de ensinar, e que aqueles que governavam e ensinavam deveriam ser alvo de especial consideração, dignos de duplo salário. O ministério carismático, composto de apóstolos, profetas, evangelistas, pastores e mestres (ver Efé. 4:11), não tinha por intuito cessar e ser substituído pelo ministério de ensino. Antes, o ministério de «mestre» é recebido por unção divina, não resultando apenas do cultivo intelectual. Todavia, o mestre usa «revelações» como base de seu ensino, podendo essas revelações ser aquelas contidas nos documentos bíblicos ou através de discernimento intuitivo ou transmissão mística de conhecimentos, embora sempre de acordo com a revelação bíblica, que é básica, fundamental. Já o profeta fala por inspiração espiritual direta, dada no momento da elocução da profecia. Mas é o ESPÍRITO SANTO quem impulsiona a ambos. Não ensinar equivale a perecer; e é por isso que, em muitos lugares de hoje em dia, a igreja cristã sucumbe, por falta de alimento espiritual. O ensino é parte integral da Grande Comissão (ver Mat. 28:19,20), devendo ser tratado com muito mais dedicação e urgência do que vem ocorrendo entre nós, equiparando-se em intensidade e importância ao evangelismo.
As Constituições Apostólicas (oito volumes de instruções, dos fins do século IV d.C.), um manual de disciplina eclesiástica, que supostamente seriam instruções dos apóstolos a Clemente de Roma, contêm um interessante paralelo: «A um supervisor, ancião ou diácono que bata nos crentes, quando pecam, ou nos incrédulos, quando fazem algum erro, desejando aterrorizá-los desse modo, ordenamos que seja deposto; pois em parte alguma o Senhor nos ensinou a fazer tais coisas. Pelo contrário, quando foi ferido, não revidou; quando foi vilipendiado, não vilipendiou; quando sofreu, não ameaçou» (νώ'.47,28).
«...não avarento...» No grego é «aphilarguros», usado somente aqui e em Heb. 13:5. Significa «amante de dinheiro». «Philarguros», sem o privativo, mas com sentido praticamente idêntico, se encontra em Luc. 16:14 e II Tim. 3:2. O termo normal para «avarento» é «pleonektes», em outras passagens do N.T. (Ver Rom). Um bom «supervisor» não se encontra em seu ofício por causa do dinheiro. Pode esperar receber uma recompensa financeira razoável, por trabalhar no evangelho, mas não deve esperar enriquecer nesse mister, não devendo mesmo trabalhar visando esse alvo. A sua dedicação a CRISTO deveria ser tão grande que ficasse excluída qualquer possibilidade dessas. Entretanto, em nossos dias, muitos evangelistas, pastores e «grandes pregadores» se têm, literalmente, enriquecido. Muitos deles têm aconselhado a viúvas que lhes deixem suas ricas possessões em herança, além de usarem de outros meios duvidosos para se enriquecerem. Um ancião ou pastor deveria ser generoso com as suas possessões, dando sempre de si mesmo e de seus bens, procurando fazer avançar o seu trabalho. Seu dinheiro deveria ser investido em seu trabalho.
«Livre da cobiça egoísta, que tão frequentemente gera ira e contenda (comparar com I Tim. 6:10 e Heb. 13:5). Sabemos quão frequentemente nosso Senhor advertiu a seus discípulos a que se precavessem da cobiça (ver Luc. 16:14, etc.)». (Oosterzee, in loc.). A principal direção do dinheiro da Igreja deve ser investido na evangelização.
CHAMPLIN, Russell Norman, O Novo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Candeias. Vol. 5. pag. 307-310.
 
Homem de Maturidade (3.6,7)
O versículo 6 oferece perspicácia muito interessante sobre a situação em Éfeso: Não neófito, para que, ensoberbecendo-se, não caia na condenação do diabo
(6). Esta é advertência contra a promoção muito rápida à liderança de “recém-convertidos” ou pessoas “recentemente batizadas”. Embora a igreja Efésia já tivesse muitos anos de existência e, provavelmente, não devesse ter carência de líderes maduros, havia indícios de que candidatos imaturos ao ministério estavam sendo postos em serviço. Paulo acreditava em maturidade e preparação de candidatos para este cargo santo, e por uma boa e suficiente razão. Existia o perigo de que, para alguém inadequadamente preparado, a tentação ao orgulho espiritual se tornasse grande demais para ser resistida. Isso é tragédia na certa, tragédia descrita pelo apóstolo nos seguintes termos: Cair na condenação do diabo. C. K. Barrett destaca que “o julgamento não é tramado pelo diabo, mas feito por DEUS em rígido acordo com a verdade”. A tradução de Phillips expressa o que o apóstolo quis dizer: “Para que não se torne orgulhoso e participe da queda do diabo” (CH).
Resta ainda uma especificação final para aquele que deseja servir na posição de bispo ou líder: Convém, também, que tenha bom testemunho dos que estão de fora, para que não caia em afronta e no laço (“armadilha”, NTLH) do diabo (7). O ministro cristão tem de inspirar o respeito e a confiança da comunidade fora da igreja, caso deseje ganhar as pessoas dessa comunidade para a igreja. E fácil dizer: “Não me importo com o que as pessoas pensem de mim”; e contanto que essa atitude seja devidamente planejada e corretamente compreendida, justifica-se. Mas ninguém deve ser indiferente à sua reputação na comunidade em que vive. Ele deve desejar veementemente que as pessoas o considerem inteiramente acima de repreensão. Ver a questão de outro modo, diz Paulo, é expor-se à mesma armadilha que aguarda o indivíduo cujo espírito está arruinado pelo orgulho espiritual.
J. Glenn Gould. Comentário Bíblico Beacon. Editora CPAD. Vol. 9. pag. 471-472.
 
Não Neófito - Alguns eruditos supõem que o sentido destas palavras é que se o candidato ao pastorado tinha defeitos e vícios, em sua vida anterior, quando a igreja fez dele um pastor tão repentinamente, sem provas suficientes de sua conversão e experiência cristã, então que tal homem tornar-se-á objeto imediato de críticas, por parte dos «de fora», que o conhecem e que agora começam a denegri-lo. Essa interpretação é possível, mas parece melhor pensarmos aqui em um «fracasso futuro», como possibilidade seriamente antecipada, se porventura alguém for levantado como líder na igreja precipitadamente, quando ainda é noviço na fé, pois o orgulho daí decorrente gradualmente irá destruindo a ele mesmo e ao seu ministério.
«Os desviados, de maneira geral, caem perante aqueles pecados que estavam acostumados a praticar, antes de sua conversão. Hábitos inveterados são reavivados naquele que não continua a negar-se a si próprio e a vigiar em oração». (Adam Clarke, in loc.). .
CHAMPLIN, Russell Norman, O Novo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Candeias. Vol. 5. pag. 311.
  
3. Exemplo para a família.
Que governe bem a sua casa. Esta é uma qualificação de grande importância, pois as pessoas ouvem as mensagens dos pastores, mas olham para ele e como se relaciona com a família, notadamente com os filhos. Ele é o cabeça (líder) da esposa e do lar (Ef 5.22). Ao lado da esposa, que também governa a casa (1 Tm 5.14), deve criar seus filhos “com sujeição” (1 Tm 3.4). Porque, diz Paulo: “se alguém não sabe governar a sua própria casa, terá cuidado da igreja de DEUS? (1 Tm 3.5). Culto doméstico, submissão dos filhos aos pais e da esposa para com seu marido, Assuidade de toda família nos cultos e eventos da Igreja, santificação encontrada em toda a família, esses são sinais de uma família de um pastor, ou bispo, ou presbítero.
De bom testemunho perante os descrentes (“bom testemunho dos que estão de fora”). O pastor deve ser um proclamador do evangelho transformador de CRISTO. Seu testemunho deve ser uma pregação viva de que JESUS converte e transforma o pecador. Esse testemunho deve ser demonstrado, primeiramente, em sua vida pessoal; depois, em sua casa, na igreja e, por fim, perante todas as pessoas que o conhecerem.
Elinaldo Renovato. Dons espirituais & Ministeriais Servindo a DEUS e aos homens com poder extraordinário. Editora CPAD. pag. 113.
 
«...governe bem...» No grego é «proistemi», que significa «ser o cabeça», «conduzir», «gerir», sendo palavra usada para indicar qualquer forma de governo, ainda que, secundariamente, tenha o significado de «ter interesse por», «cuidar de», «ajudar a». Um «supervisor» ou pastor é o governante da igreja local; mas, antes de tudo, deve ser o chefe de sua casa. Seu lar é a sua primeira responsabilidade, e somente se ele se mostra apto ali é que deve ser considerado capaz de governar a casa de DEUS.
«...criando os filhos sob disciplina...» Literalmente, «...mantendo em sujeição...», uma frase única em todo o N.T. A tradução inglesa RSV diz aqui (agora vertido para o português): «...mantendo submissos os seus filhos...» Mas um pastor deve obter esse resultado com razão, com paciência e com gentileza, embora também com demonstração de autoridade e força, que seus filhos aprendam a respeitar. Ora, isso nem sempre é fácil de conseguir, porquanto as crianças também são indivíduos, podendo ser dotados de fortíssima vontade própria. Todavia, um pai obterá bons resultados se suas ordens forem justas e úteis; e assim seus filhos aprenderão que o pai de família age assim para benefício deles, e não meramente a fim de demonstrar a sua autoridade. «A obediência e o respeito pela autoridade são coisas importantes. As energias dinâmicas das crianças, ao invés de serem abafadas, precisam ser dirigidas para fins dignos.
A difícil arte da educação cristã consiste em rodearmos os jovens com influências que os capacitem a combinar os seguintes pontos:
a. A obediência a DEUS com a gloriosa liberdade dos filhos de DEUS;
b. a conformidade à mente de CRISTO com a liberdade de exprimir os dons distintivos que DEUS conferiu a cada um de seus filhos;
c. o conhecimento dos fatos cristãos e da história da igreja com a receptividade a maior luz, que DEUS faça irromper de sua santa Palavra, para cada nova geração;
d. a reverência à revelação divina no passo com a coragem que DEUS fala a cada pessoa que tem ouvidos para ouvir e lhe queira ser obediente;
e. a gratidão pelo que DEUS tem feito no passado com a fé que DEUS tem em reserva maiores coisas ainda para o seu povo, que serão realizadas no futuro;
f. o respeito pelas experiências dadas às gerações anteriores com o propósito de buscar, em primeiro lugar, o reino de DEUS e a sua justiça.
A educação cristã deve transmitir o conhecimento obtido pela experiência, ao mesmo tempo que deve liberar os poderes criativos daqueles que são chamados a avançar para um novo conhecimento e para maiores realizações». (Noyes, in loc.). Este versículo não ensina que um homem «sem filhos» não pode ser um «supervisor» cristão , conforme alguns eruditos têm sugerido. Essa interpretação perverte o que aqui é dito, sendo algo inteiramente fora de consideração.
«...com todo respeito ...» No grego é «semnotetos», que quer dizer «reverência», «respeito», «dignidade», «seriedade». Alguns estudiosos pensam que essas palavras aludem aos filhos, os quais, estando debaixo da autoridade de seus progenitores, deveriam mostrar «reverência e respeito»; o mais provável, entretanto, é que o pai da família continue aqui em foco. O pastor que também é pai deve governar seus filhos com «dignidade» e «seriedade». Precisa reconhecer a seriedade de sua missão. Aos seus filhos, todo o pai deve três coisas: exemplo, exemplo, exemplo. Se um pai der a seus filhos o exemplo certo, será fácil para aqueles se tornarem homens de DEUS. O pai é quem deve mostrar aos filhos o caminho. Notemos que o termo grego «...todo...» é empregado aqui. As ações de um pai pastor, para com os seus filhos, devem ser caracterizadas por uma seriedade «completa» e «perfeita». Não deve ser uma atitude lassa e desinteressada. Pois, se mostrar tal atitude, poderá afastar de si os seus próprios filhos, tornando-os presa fácil de más influências. Em «tudo» um pastor deve manter dignidade espiritual diante de seus filhos.
CHAMPLIN, Russell Norman, O Novo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Candeias. Vol. 5. pag. 310.
 
Assim como o relacionamento conjugal reflete a relação entre CRISTO e a igreja, assim a associação familiar em uma grande casa é réplica e a célula originária da família de DEUS, do qual toda a paternidade no céu e na terra recebe o nome. Pela fé em CRISTO os gentios tornaram-se “membros da família de DEUS”.
Como um pai governa os filhos e a todos na própria casa, assim o presidente, ou bispo, ou pastor, deve conduzir a igreja de DEUS, executando seu ministério com entusiasmo, i.é, bem. Ao contrário do mundo grego, os cristãos não mandavam educar os filhos por meio de escravos pedagogos, mas assumiam pessoalmente essa tarefa. Na obediência autêntica (que é o contrário de coação, porque obediência autêntica é voluntária) e na decorrente autonomia disciplinada dos filhos adolescentes seria possível reconhecer a dignidade do pai amável. Isso também pode ser dito de outro modo: somente quem possui autoridade real pode favorecer dignamente a obediência. Quem está amarrado e inseguro, lançará mão de meios violentos, conduzindo assim os filhos à rebeldia, não à subordinação espontânea. “Com toda a dignidade” salienta a autoridade interior, que se situa acima da contraposição de educação autoritária – antiautoritária.
Cuidar da igreja de DEUS. O presidente da igreja domiciliar não deve governar sobre ela de forma arbitrária ou ditatorial, mas pensar em seu bem-estar físico, comunitário e espiritual. A igreja não pertence a ele, mas a DEUS. “Nisso sê diligente”, enfatiza Paulo mais tarde.
Família e igreja poderão crescer de forma saudável quando se encontram na mais estreita interação. Igrejas perdem seu caráter familiar quando famílias cristãs já não formam as verdadeiras células da igreja. Quando as famílias, mesmo as famílias nucleares de nosso tempo, não forem mais centros espirituais e locais de treinamento do amor experimentado de DEUS, as igrejas se tornarão desertas, apesar de todo o ativismo. Por isso cuidar das igrejas significa providenciar em primeiro e principal lugar famílias saudáveis na fé. O cuidado pastoral matrimonial certamente ainda é a área mais negligenciada do aconselhamento. Quando o foco cair sobre a igreja como família de DEUS, seu caráter de exemplo no matrimônio e na família se reveste de fundamental importância. Novamente não se deve entender isso como uma fachada de devoção hipócrita. Exemplo não é encenar o que não existe. Nem mesmo a pergunta temerosa sobre o que os outros dirão deve determinar ou tolher a vida familiar dos servidores da igreja. A família do pastor, ou bispo, ou presbítero, é o exemplo para todas as famílias da Igreja.
Hans Bürki. Comentário Esperança Cartas aos I Timóteo.. Editora Evangélica Esperança.
 
I Tm 3.4. Um teste adicional, e crucial, é acrescentado: o superintendente deve ser um homem que governe bem a sua casa, criando os filhos sob disciplina, com todo respeito. É tomado por certo que normalmente, quando possível, será um homem casado, e como tal deve vigiar para que a vida do seu lar seja ideal. A ideia é ecoada na liturgia de ordenação no Livro Comum de Orações (anglicano), onde se pergunta aos candidatos para o ministério: “Sereis diligentes para formular e formar a vós mesmos, e às vossas famílias, de acordo com a doutrina de CRISTO, e fazer de vós mesmos e delas, até ao máximo das vossas possibilidades, exemplos e padrões sadios para o rebanho de CRISTO?” Alguns têm entendido as últimas três palavras do versículo como aplicando-se aos filhos (cf. Moffatt: .. conserve seus filhos submissos e perfeitamente respeitosos”), mas o substantivo respeito, ou “dignidade” (Gr. semnotès) parece mais apropriado à atitude do pai. A lição é que deve manter disciplina rigorosa, mas sem lutas nem apelos à violência.
John N. D. Kelly. I Timóteo. Introdução e Comentário. Editora Vida Nova. pag. 79-80.
  
III - O MINISTÉRIO PASTORAL
 PASTORES. Eclesiasticamente falando, os pastores escolhidos pelo ministério (por homens), são aqueles que dirigem a congregação local e cuidam das suas necessidades espirituais. Também são chamados “presbíteros” (At 20.17; Tt 1.5) e “bispos” ou supervisores (1Tm 3.1; Tt 1.7).
A tarefa do pastor é cuidar da sã doutrina, refutar a heresia (Tt 1.9-11), ensinar a Palavra de DEUS e exercer a direção da igreja local (1Ts 5.12; 1Tm 3.1-5), ser um exemplo da pureza e da sã doutrina (Tt 2.7,8), e esforçar-se no sentido de que todos os crentes permaneçam na graça divina (Hb 12.15; 13.17; 1Pe 5.2). Sua tarefa é assim descrita em At 20.28-31: salvaguardar a verdade apostólica e o rebanho de DEUS contra as falsas doutrinas e os falsos mestres que surgem dentro da igreja. Pastores são ministros que cuidam do rebanho, tendo como modelo JESUS, o Bom Pastor (Jo 10.11-16; 1Pe 2.25; 5.2-4).
Segundo o NT, uma igreja local era dirigida por um grupo de pastores (At 20.28; Fp 1.1). Os pastores eram escolhidos, não por política, mas segundo a sabedoria do ESPÍRITO concedida à igreja enquanto eram examinadas as qualificações espirituais do candidato.
O pastor é essencial ao propósito de DEUS para sua igreja. A igreja que deixar de selecionar pastores piedosos e fiéis não será pastoreada segundo a mente do ESPÍRITO (ver 1Tm 3.1-7). Será uma igreja vulnerável às forças destrutivas de Satanás e do mundo (ver At 20.28-31). Haverá distorção da Palavra de DEUS, e os padrões do evangelho serão abandonados (2Tm 1.13,14). Membros da igreja e seus familiares não serão doutrinados conforme o propósito de DEUS (1Tm
16; 6.20,21). Muitos se desviarão da verdade e se voltarão às fábulas (2Tm 4.4). Se, por outro lado, os pastores forem piedosos, os crentes serão nutridos com as palavras da fé e da sã doutrina, e também disciplinados segundo o propósito da piedade (1Tm 4.6,7).
  
1. A missão do pastor.
Várias versões traduzem a palavra hebraica ro‘eh (“protetor”) como “pastor”, por exemplo em Jeremias 2.8; 3.15; 10.21; 12.10; 17.16; 22.22; 23.1,2. Essa palavra hebraica também foi traduzida em outras passagens de Jeremias como pastor (Jr 23.4; 25.34,35,36; 31.10; 33.12; 43.12; 49.19; 50.6, 44; 51.23), e em outras passagens do AT de Gênesis até Zacarias. Na versão KJV em inglês, as palavras traduzidas como “pastores” foram geralmente traduzidas como “regentes” nas versões modernas. As versões ASV e RSV em inglês não utilizam o termo “pastor” em todo o AT. O termo na versão KJV designa os líderes do governo e os governadores do povo de DEUS.
A palavra grega poimen foi uniformemente traduzida como “pastor” em Efésios 4.11 para designar o ministro na Igreja. Em outras passagens do NT, essa palavra também foi traduzida como “pastor de ovelhas” (q.v.; Mt 9.36; 25.32; 26.31; Mc 6.34; 24.27; Lc 2.8,15, 18,20; Jo 10.2,11,12,14,16; Hb 13.20; 1 Pe 2.25). G. W. K.
O termo original significa literalmente “pastor”. Esta palavra foi, várias vezes, usada pelo Senhor JESUS CRISTO no NT (Hb 13.20; 1 Pe 2.25) e, apenas uma vez, como pastor dos cristãos (Ef 4.11). Nessa passagem, ela aparece como um dom espiritual a ser praticado, e não como uma função a ser ocupada. Na verdade, qualquer cristão que orienta, protege e geralmente trabalha como protetor em relação aos outros crentes, está desempenhando o dom espiritual de um pastor. Entretanto, essa palavra veio a designar alguém que formalmente alimenta o rebanho, administra as ordenanças, lidera a adoração e guarda a verdade (Hb 13.17; 1 Pe 5.2). As Epístolas Pastorais fornecem as diretrizes dos deveres daqueles que ocupam, oficialmente, as posições de liderança como pastores entre o rebanho de DEUS (2 Tm 4.1-5). Ao dirigir-se aos anciãos da Igreja em Éfeso (Act 20.17), Paulo os chamou de supervisores ou bispos (v. 28) e ordenou que apascentassem (ou “alimentassem”) o rebanho (v. 28). C. C. R.
PFEIFFER .Charles F. Dicionário Bíblico Wycliffe. Editora CPAD. pag. 1469.
 
O SIGNIFICADO DE PASTOR
A palavra pastor também vem do latim, pastor, com o significado de “aquele que guarda as ovelhas”, “o que cuida das ovelhas”. Na língua original do Novo Testamento, pastor (gr. poimen), de acordo com Vine, é “... aquele que cuida de rebanhos (não meramente aquele que os alimenta), é usado metaforicamente acerca dos ‘pastores’ cristãos (Ef 4.11)”.
Em termos ministeriais, o pastor é aquele que tem esse dom ministerial, e é encarregado de cuidar da vida espiritual dos que aceitam a CRISTO e ficam sob seus cuidados, numa igreja ou congregação local. Pastor é um termo de cuidado, de zelo, de ternura, para com as ovelhas de JESUS.
EXISTEM PASTORES ECLESIÁSTICOS, ESCOLHIDOS POR LIDERANÇAS DA IGREJA, POR HOMENS, E EXISTEM PASTORES ESCOLHIDOS, CHAMADOS POR JESUS E DADOS A IGREJA. SÃO CAPACITADOS PELO ESPÍRITO SANTO COM DONS SOBRENATURAIS.
 
A MISSÃO DO PASTOR
A principal missão do pastor é cuidar das ovelhas de CRISTO, que lhe são confiadas. A ele cabe apascentar (gr. poimanô) as ovelhas, dando-lhes o alimento espiritual, através do ensino fundamentado (doutrina) da Palavra de DEUS. No Salmo 23, Davi mostra o cuidado do pastor. Ele leva as ovelhas a deitar-se “em verdes pastos”. O pastor fiel leva as ovelhas de JESUS a alimentar-se do “pasto verde”, que nutre a alma e o espírito, fortalecendo-as, para que cresçam na graça e conhecimento do Senhor JESUS CRISTO (2 Pe 3.18).
Sua missão é múltipla ou polivalente. Um pastor de verdade tem que agir como ensinador, conselheiro, pregador, evangelizador, missionário, profeta, juiz de causas complexas, fazer as vezes de psicólogo, conciliador, administrador eclesiástico dos bens espirituais e de recursos humanos sob seus cuidados, na igreja local; é administrador de bens materiais ou patrimoniais; gestor de finanças e recursos monetários, da igreja local, além de outras tarefas como pai, esposo, e dono de casa, como pastor de sua família.
POR ISSO MESMO A MAIORIA NÃO SÃO PASTORES DO MINISTÉRIO DADO POR JEUS CRISTO À IGREJA. ESTÃO OCUPADOS COM COISAS DESTE MUNDO AO INVÉS DE ESTAREM SÓ OCUPADOS COM COISAS ESPIRITUAIS.
Os apóstolos já no início da Igreja, perceberam que deveriam cuidar da doutrina e da oração, sendo isso mais importante do que todo o demais. Os demais crentes aprenderam com eles e praticaram o mesmo.
E perseveravam na doutrina dos apóstolos, e na comunhão, e no partir do pão, e nas orações. Atos 2:42
Mas nós perseveraremos na oração e no ministério da palavra. Atos 6:4
Tu, porém, fala o que convém à sã doutrina. Tito 2:1
A atividade pastoral genuína é tão importante, que o profeta Isaías, falando ao povo de Israel, acerca do livramento que lhe seria dado, usa a figura do pastor, aplicando-a ao próprio DEUS (Is 40.11). O verdadeiro pastor cuida bem das ovelhas: recolhe os cordeirinhos (os mais fracos, mais novos) entre os braços; leva-os no regaço; aos novos convertidos, os “amamenta”, como a “bebês espirituais” e os guia mansamente.
Elinaldo Renovato. Dons espirituais & Ministeriais Servindo a DEUS e aos homens com poder extraordinário. Editora CPAD. pag. 113-114.
 
A mensagem principal de João 10:2 é ensinar que o verdadeiro pastor, que é JESUS CRISTO, tem a autoridade própria e a comissão divina para ministrar às ovelhas, que são os verdadeiros filhos de DEUS de cujo direito não participam os falsos pastores.
 
a. O Dom Pastoral
O ofício do pastor é um dom de DEUS à Igreja. Sem dúvida terá o dom de governos, sendo esse um dom específico dos pastores. O pastor deve buscar dons do ESPÍRITO SANTO para equipar seu ministério, principalmente o Dom de Discernimento de espíritos. Além disso, deve ser capaz de ensinar (ver I Tim. 3:2b). Um pastor deve ser possuidor de apreciável dose de compaixão e simpatia, sendo capaz de misturar-se bem com as pessoas, gostando da companhia dos seus semelhantes. Um monge, em seu mosteiro, que gosta da solidão, meditando, lendo seus livros sagrados, sem importar quantas outras virtudes possa ter, jamais seria um bom pastor.
Um mestre, mergulhado até o pescoço nos seus livros que manuseia ideias e gosta de estudar e aprender: pode ser um professor espetacular de Escola Dominical, mas provavelmente não está bem adaptado às tarefas próprias de um pastor.
O bom pastor dá sua vida pelas ovelhas.
b. Definição
Um pastor que não tem o dom ministerial dado por JESUS CRISTO, mas sendo ocupante de um ofício eclesiástico respeitável, ainda assim, de acordo com certos grupos cristãos, ocupa posição inferior à de um bispo ou supervisor em muitas denominações evangélicas. Uma igreja pode ter mais de um pastor, dependendo das muitas necessidades da mesma. Assim um deles ocupar-se-á do trabalho pastoral interno, um outro cuidará dos jovens, um outro poderá cuidar de aconselhamento de casais, um outro da doutrina e ainda um outro ficará encarregado do evangelismo, por exemplo. Isso ocorre devido à complexidade do ofício pastoral, sem falarmos no fato de que, às vezes, o rebanho toma-se por demais numeroso para que um único homem faça a contento o seu trabalho. O que um pastor deve aceitar e fazer é que JESUS colocou na Igreja 5 ministérios distintos e juntos poderão produzir imensamente mais do que separados.
CHAMPLIN, Russell Norman, Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia. Vol. 5. Editora Hagnos. pag. 105.
 
Eis que o Senhor Jeová virá como o forte, e o seu braço dominará; eis que o seu galardão vem com ele, e o seu salário, diante da sua face.
Como pastor, apascentará o seu rebanho; entre os braços, recolherá os cordeirinhos e os levará no seu regaço; as que amamentam, ele as guiará mansamente. Isaías 40:10,11
 
O quadro final de DEUS é de um Pastor Divino.
Como pastor, apascentará o seu rebanho é conhecido por todos os cristãos através do famoso Messias de Handel.
Isaías viu DEUS nos dois aspectos da sua infinita soberania exercendo seu poder para subjugar seus inimigos e mostrando sua bondade compassiva para todos os membros do seu rebanho. O versículo 10 mostra-o forte; o versículo 11 mostra-o meigo e gentil. Brandura é simplesmente a força que se tornou meiga. Os cordeirinhos recém-nascidos e as ovelhas que estão amamentando precisam de um cuidado especial. Uma ovelha-mãe com um úbere pesado, cheio de leite, não deveria ser sobrecarregada, e alguns cordeirinhos recém-nascidos ainda estão fracos demais para longas caminhadas. Neste caso, eles devem ser carregados pelo pastor. Essa profecia nos lembra de uma outra que descreve a compaixão de CRISTO: “A cana trilhada não quebrará, nem apagará o pavio que fumega” (42.3; cf. Mt 12.20). Assim, esse prólogo conclui a segunda parte das profecias como começou, com uma nota de conforto. Isaías vê que DEUS não abandonou esse mundo ao caos; Ele governa e continua pastoreando a todos.
Ross E. Price. Comentário Bíblico Beacon. Editora CPAD. Vol. 4. pag. 126.
 
Is 40.11. Com a piedade e a ternura de um pastor (v. 11). DEUS é o “Pastor de Israel” (SI 80.1); CRISTO é o “bom Pastor” (Jo 10.11). O mesmo que governa com a mão forte de um príncipe guiará e apascentará com a gentil mão de um pastor.
(1) Ele cuida de todo o seu rebanho, o pequeno rebanho: “Como pastor, apascentará o seu rebanho”. A sua palavra é alimento para o seu rebanho. Suas ordenanças são pastos onde eles devem se alimentar; os seus ministros são seus pastores auxiliares, nomeados para cuidar do rebanho.
(2) Ele tem um cuidado particular com aqueles que mais necessitam dos seus cuidados, as ovelhas que são fracas, e não podem cuidar de si mesmas, e estão desacostumadas às dificuldades, e aquelas que estão prenhas, e por isso estão pesadas, e, se algum mal for feito a elas, correm risco de dar cria prematuramente. Ele cuida particularmente para que a descendência não se perca. O bom Pastor tem um cuidado terno com as crianças que são entusiasmadas e esperançosas, com os jovens convertidos, que estão iniciando o caminho para o céu, com os crentes fracos, e com aqueles que têm um espírito pesaroso. Essas são as ovelhas do seu rebanho que terão certeza de que não lhes faltará nada que a sua situação exija. [1] “... entre os braços” do seu poder, “... recolherá os cordeirinhos”. Ele os recolherá, quando vagarem, os recolherá quando caírem, os recolherá quando estiverem dispersos, e os recolherá junto a si, por fim. E tudo isso com seus braços, dos quais ninguém será capaz de arrebatá-los (Jo 10.28). [2] Ele “... os levará no seu regaço”, no regaço do seu amor, e ali os guardará. Quando estiverem cansados, ou fracos, quando estiverem doentes e enfraquecidos, quando se encontrarem em caminhos errados, Ele os levará, Ele os carregará, e Ele tomará as devidas precauções para que não sejam deixados para trás. [3] Ele “... as guiará mansamente”. Com a sua palavra, Ele não exige mais serviços, e pela sua providência Ele não inflige mais problemas do que aqueles para os quais Ele os capacitará; pois Ele considera a estrutura deles.
HENRY. Matthew. Comentário Matthew Henry Antigo Testamento Isaías a Malaquias. Editora CPAD. pag. 177.
  
2. Uma missão polivalente.
O PASTOR — UM CONTRADITADO
Muitos obreiros, principalmente os mais jovens, aspiram ao pastorado. Não é errado ter essa aspiração. Paulo escreveu ao jovem obreiro Timóteo: “Esta é uma palavra fiel: Se alguém deseja o episcopado, excelente obra deseja” (1 Tm 3.1). Mas os candidatos ao episcopado (pastorado) devem ter consciência de que um pastor é alvo de grandes contradições e oposições, a despeito de sua honrosa missão. A lista de contradições sobre o que as pessoas pensam do pastor, é ampla e variada. Alguém já escreveu diversas listas sobre isso. A seguir, resumimos uma delas:
Se o pastor é ativo, é ambicioso; se é calmo, é preguiçoso; se o pastor é exigente, é intolerante; se não exige, é displicente; se fica com os jovens, é imaturo; se fica com os adultos, é antiquado; se procura atualizar-se, é mundano; se não se atualiza, é de mente fechada, retrógrado, ultrapassado; se prega muito, é prolixo, cansativo; se prega pouco, é que não tem mensagem; se veste-se bem, é vaidoso; se veste-se mal, é relaxado; se o pastor sorri, é irreverente; se não sorri, é cara dura. O que o pastor fizer, alguém pensa que faria melhor. Pode parecer algo hilário ou grotesco, mas reflete um pouco a visão que muitas pessoas têm do pastor de uma igreja local . Aliás, alguém já escreveu, dizendo que “pastor é uma espécie em extinção”.
Mas tais contradições não devem ser motivo para desânimo ou desinteresse pelo ministério pastoral. O Sumo Pastor, JESUS CRISTO, foi alvo de piores referências a seu respeito, mesmo demonstrando que era um ser especial, humano e divino, que só fazia o bem. Seus opositores o acusaram de ser “comilão e bebedor” (Mt 11.19); de ter demônio (Jo 8. 52); de ser endemoninhado e expulsar demônio pelo príncipe dos demônios (Mc 3-22); e de tramar contra o governo da época, justificando sua condenação (Lc 23.2; Jo 19.12). Mas JESUS não desistiu. Foi até ao fim, entregando sua vida em lugar dos pecadores. E cumpriu a sua missão (Jo 19.30).
Elinaldo Renovato. Dons espirituais & Ministeriais Servindo a DEUS e aos homens com poder extraordinário. Editora CPAD. pag. 114-115.
 
Disse o Senhor aos discípulos: “Eis que eu vos envio como ovelhas no meio de lobos” (Mt 10.16). Na realidade os pastores de ovelhas são prevenidos que serão cercados por animais perigosos. As ovelhas são atacadas por lobos. Essa é uma advertência acerca das dificuldades que se deve esperar em um mundo tão hostil. O próprio Senhor JESUS foi enviado “para evangelizar aos pobres; enviou-me para proclamar libertação aos cativos e restauração da vida aos cegos, para pôr em liberdade os oprimidos e apregoar o ano aceitável do Senhor” (Lc 4.18,19). E ainda: “Assim como o Pai me enviou, eu também vos envio” (Jo 20.21).
Quão maravilhosa é esta tarefa. Que alta e santa chamada é a do pastor. Ele os estabeleceu como luzes no mundo, e os chamou para serem o sal da terra. O Senhor ensinou ainda: “aquele que crê em mim, fará também as obras que eu faço, e outras maiores fará, porque eu vou para junto do Pai” (Jo 14.12).
Esta promessa está muito além da experiência da maioria dos obreiros do Evangelho. CRISTO disse justamente o que tinha a intenção de assegurar. Que DEUS conceda fé aos pastores, para assumir a posição de autoridade e poder que Ele deixou como herança nesta áurea promessa.
A grande comissão inicia com uma pequena palavra - “Ide” (Mc 16.15; Mt 28.19). É o oposto de assentai-vos e fixá-los, mas significa a renúncia das coisas que para trás ficam numa ação definida para entrar em contato com os que se acham nas estradas, nas cidades, no interior, na nação e fora dela.
A ordem de JESUS atinge até aos confins da terra, partindo de Jerusalém. Trata-se de um Evangelho de ação, e todo crente espiritual deve esforçar-se. E neste espírito compete também ao pastor testificar das verdades que temos visto e ouvido.
A melhor tradução de “ensinai”, em Mateus 28.19 é “fazei discípulos”. Não basta meramente anunciarmos o Evangelho, desincumbindo-nos desta responsabilidade, e ficando limpos do sangue de todos os homens. Não nos compete ir apenas passando e proclamando-o às pessoas.
Mas, somos instruídos a ter como objetivo específico à conquista de almas preciosas para CRISTO. Não teremos cumprido o dever enquanto não orarmos e lutarmos pacientemente, até que os homens vejam o caminho e andem nele.
Quando Barnabé e Paulo chegaram e, entraram na sinagoga dos judeus e “falaram de tal modo” que um grande número de pessoas veio a crer no Evangelho (At 14.1). Isso é falar com poder. Não apenas testificaram do Evangelho, mas o fizeram de tal modo a ganhar novos discípulos. E assim sucedeu por onde passaram, embora enfrentando dificuldade.
IBADEP - Instituto Bíblico da Assembleia de DEUS. Ética Cristã / Teologia do Obreiro. pag.119-120.
  
QUALIFICAÇÕES MORAIS DO PASTOR (BEP - CPAD)
1Tm 3.1,2 “Esta é uma palavra fiel: Se alguém deseja o episcopado, excelente obra deseja. Convém, pois, que o bispo seja irrepreensível, marido de uma mulher, vigilante, sóbrio, honesto, hospitaleiro, apto para ensinar.”
Se algum homem deseja ser “bispo” (gr. episkopos, i.e., aquele que tem sobre si a responsabilidade pastoral, o pastor), deseja um encargo nobre e importante (3.1). É necessário, porém, que essa aspiração seja confirmada pela Palavra de DEUS (3.1-10; 4.12) e pela igreja (3.10), porque DEUS estabeleceu para a igreja certos requisitos específicos. Quem se disser chamado por DEUS para o trabalho pastoral deve ser aprovado pela igreja segundo os padrões bíblicos de 3.1-13; 4.12; Tt 1.5-9. Isso significa que a igreja não deve aceitar pessoa alguma para a obra ministerial tendo por base apenas seu desejo, sua escolaridade, sua espiritualidade, ou porque essa pessoa acha que tem visão ou chamada. A igreja da atualidade não tem o direito de reduzir esses preceitos que DEUS estabeleceu mediante o ESPÍRITO SANTO. Eles estão plenamente em vigor e devem ser observados por amor ao nome de DEUS, ao seu reino e da honra e credibilidade da elevada posição de ministro.
Os padrões bíblicos do pastor, como vemos aqui, são principalmente morais e espirituais.
O caráter íntegro de quem aspira ser pastor de uma igreja é mais importante do que personalidade influente, dotes de pregação, capacidade administrativa ou graus acadêmicos. O enfoque das qualificações ministeriais concentra-se no comportamento daquele que persevera na sabedoria divina, nas decisões acertadas e na santidade devida. Os que aspiram ao pastorado sejam primeiro provados quanto à sua trajetória espiritual (cf. 3.10). Partindo daí, o ESPÍRITO SANTO estabelece o elevado padrão para o candidato, i.e., que ele precisa ser um crente que se tenha mantido firme e fiel a JESUS CRISTO e aos seus princípios de retidão, e que por isso pode servir como exemplo de fidelidade, veracidade, honestidade e pureza. Noutras palavras, seu caráter deve demonstrar o ensino de CRISTO em Mt 25.21 de que ser “fiel sobre o pouco” conduz à posição de governar “sobre o muito”.
O líder cristão deve ser, inicialmente, “exemplo dos fiéis” (4.12; cf. 1Pe 5.3). Isto é: sua vida cristã e sua perseverança na fé podem ser mencionadas perante a congregação como dignas de imitação.
Os dirigentes devem manifestar o mais digno exemplo de perseverança na piedade, fidelidade, pureza em face à tentação, lealdade e amor a CRISTO e ao evangelho (4.12,15).
O povo de DEUS deve aprender a ética cristã e a verdadeira piedade, não somente pela Palavra de DEUS, mas também pelo exemplo dos pastores que vivem conforme os padrões bíblicos. O pastor deve ser alguém cuja fidelidade a CRISTO pode ser tomada como padrão ou exemplo (cf. 1Co 11.1; Fp 3.17; 1Ts 1.6; 2Ts 3.7,9; 2Tm 1.13).
O ESPÍRITO SANTO acentua grandemente a liderança do crente no lar, no casamento e na família (32,4,5; Tt 1.6). Isto é: o obreiro deve ser um exemplo para a família de DEUS, especialmente na sua fidelidade à esposa e aos filhos. Se aqui ele falhar, como “terá cuidado da igreja de DEUS?” (3.5). Ele deve ser “marido de uma [só] mulher” (3.2). Esta expressão denota que o candidato ao ministério pastoral deve ser um crente que foi sempre fiel à sua esposa. A tradução literal do grego em 3.2 (mias gunaikos, um genitivo atributivo) é “homem de uma única mulher”, i.e., um marido sempre fiel à sua esposa.
Consequentemente, quem na igreja comete graves pecados morais, desqualifica-se para o exercício pastoral e para qualquer posição de liderança na igreja local (cf. 3.8-12). Tais pessoas podem ser plenamente perdoadas pela graça de DEUS, mas perderam a condição de servir como exemplo de perseverança inabalável na fé, no amor e na pureza (4.11-16; Tt 1.9). Já no AT, DEUS expressamente requereu que os dirigentes do seu povo fossem homens de elevados padrões morais e espirituais. Se falhassem, seriam substituídos (ver Gn 49.4; Lv 10.2; 21.7,17; Nm 20.12; 1Sm 2.23; Jr 23.14; 29.23).
A Palavra de DEUS declara a respeito do crente que venha a adulterar que “o seu opróbrio nunca se apagará” (Pv 6.32,33). Isto é, sua vergonha não desaparecerá. Isso não significa que nem DEUS nem a igreja perdoará tal pessoa. DEUS realmente perdoa qualquer pecado enumerado em 3.1-13, se houver tristeza segundo DEUS e arrependimento por parte da pessoa que cometeu tal pecado. O que o ESPÍRITO SANTO está declarando, porém, é que há certos pecados que são tão graves que a vergonha e a ignomínia (i.e., o opróbrio) daquele pecado permanecerão com o indivíduo mesmo depois do perdão (cf. 2Sm 12.9-14).
Mas o que dizer do rei Davi? Sua continuação como rei de Israel, a despeito do seu pecado de adultério e de homicídio (2Sm 11.1-21; 12.9-15) é vista por alguns como uma justificativa bíblica para a pessoa continuar à frente da igreja de DEUS, mesmo tendo violado os padrões já mencionados. Essa comparação, no entanto, é falha por vários motivos. O cargo de rei de Israel do AT, e o cargo de ministro espiritual da igreja de JESUS CRISTO, segundo o NT, são duas coisas inteiramente diferentes. DEUS não somente permitiu a Davi, mas, também a muitos outros reis que foram extremamente ímpios e perversos, permanecerem como reis da nação de Israel. A liderança espiritual da igreja do NT, sendo esta comprada com o sangue de JESUS CRISTO, requer padrões espirituais muito mais altos.
Segundo a revelação divina no NT e os padrões do ministério ali exigidos, Davi não teria as qualificações para o cargo de pastor de uma igreja do NT. Ele teve diversas esposas, praticou infidelidade conjugal, falhou grandemente no governo do seu próprio lar, tornou-se homicida e derramou muito sangue (1Cr 22.8; 28.3). Observe-se também que por ter Davi, devido ao seu pecado, dado lugar a que os inimigos de DEUS blasfemassem, ele sofreu castigo divino pelo resto da sua vida e não pode construir o templo para DEUS (2Sm 12.9-14).
 
3. O cuidado contra os falsos pastores.
 Olhai, pois, por vós e por todo o rebanho sobre que o ESPÍRITO  SANTO vos constituiu bispos, para apascentardes a igreja de Deus, que ele resgatou com seu próprio sangue. Porque eu sei isto: que, depois da minha partida, entrarão no meio de vós lobos cruéis, que não perdoarão o rebanho. E que, dentre vós mesmos, se levantarão homens que falarão coisas perversas, para atraírem os discípulos após si. Portanto, vigiai, lembrando-vos de que, durante três anos, não cessei, noite e dia, de admoestar, com lágrimas, a cada um de vós. Atos 20:28-31
 
OS PASTORES E SEUS DEVERES (BEP - CPAD)
At 20.28 “Olhai, pois, por vós e por todo o rebanho sobre que o ESPÍRITO SANTO vos constituiu bispos, para apascentardes a igreja de DEUS, que ele resgatou com seu próprio sangue.”
Nenhuma igreja poderá funcionar sem dirigentes para dela cuidar. Logo, conforme 14.23, a congregação local, cheia do ESPÍRITO, buscando a direção de DEUS em oração e jejum, elegiam certos irmãos para o cargo de presbítero ou bispo de acordo com as qualificações espirituais estabelecidas pelo ESPÍRITO SANTO em 1Tm 3.1-7; Tt 1.5-9. Na realidade é o ESPÍRITO que constitui o dirigente de igreja. O discurso de Paulo diante dos presbíteros de Éfeso (Atos 20.17-35) é um trecho básico quanto a princípios bíblicos sobre o exercício do ministério de pastor de uma igreja local.
 
Paulo em Éfeso foi instrumento do poder de DEUS.
E Deus, pelas mãos de Paulo, fazia maravilhas extraordinárias, de sorte que até os lenços e aventais se levavam do seu corpo aos enfermos, e as enfermidades fugiam deles, e os espíritos malignos saíam. Atos 19:11,12
 
Paulo ensinava tanto nas ruas, como de casa em casa, o evangelho legítimo.
Vós bem sabeis, desde o primeiro dia em que entrei na Ásia, como em todo esse tempo me portei no meio de vós, servindo ao Senhor com toda a humildade e com muitas lágrimas e tentações que, pelas ciladas dos judeus, me sobrevieram;
como nada, que útil seja, deixei de vos anunciar e ensinar publicamente e pelas casas, testificando, tanto aos judeus como aos gregos, a conversão a DEUSe a fé em nosso Senhor JESUS Cristo. Atos 20:18-21
 
O ESPÍRITO SANTO constituiu os pastores.
Olhai, pois, por vós e por todo o rebanho sobre que o ESPÍRITO SANTO vos constituiu bispos, para apascentardes a igreja de Deus, que ele resgatou com seu próprio sangue. Porque eu sei isto: que, depois da minha partida, entrarão no meio de vós lobos cruéis, que não perdoarão o rebanho. E que, dentre vós mesmos, se levantarão homens que falarão coisas perversas, para atraírem os discípulos após si. Portanto, vigiai, lembrando-vos de que, durante três anos, não cessei, noite e dia, de admoestar, com lágrimas, a cada um de vós. Atos 20:28-31
 
PROPAGANDO A FÉ.
(1) Um dos deveres principais do dirigente é alimentar as ovelhas mediante o ensino da Palavra de DEUS. Ele deve ter sempre em mente que o rebanho que lhe foi entregue é a congregação de DEUS, que Ele comprou para si com o sangue precioso do seu Filho amado (cf. 20.28; 1Co 6.20; 1Pe 1.18,19; Ap 5.9).
(2) Em 20.19-27, Paulo descreve de que maneira serviu à igreja de Éfeso; tornou patente toda a vontade de DEUS, advertindo e ensinando fielmente os cristãos efésios (20.27) e sendo canal de DEUS para realização de grades sinais, prodígios e maravilhas (Atos 19.11,12). Daí, ele poder exclamar: “estou limpo do sangue de todos” (20.26). Os pastores de nossos dias também devem instruir suas igrejas em todo o desígnio de DEUS. Que “pregues a palavra, instes a tempo e fora de tempo, redarguas, repreendas, exortes, com toda a longanimidade e doutrina” (2Tm 4.2) e nunca ministrar para agradar os ouvintes, dizendo apenas aquilo que estes desejam ouvir (2Tm 4.3).
(3) A fé dos pastores deve ser vista por suas ovelhas e confirmada por sinais, prodígios e maravilhas (Atos 19:11,12). Paulo exortou Timóteo, que serviu à igreja de Éfeso, a despertar o dom que havia nele (2 Tm 1.6).
 
GUARDANDO A FÉ.
Além de alimentar o rebanho de DEUS, o verdadeiro pastor deve diligentemente resguardá-lo de seus inimigos. Paulo sabe que no futuro Satanás levantará falsos mestres dentro da própria igreja, e, também, falsários vindos de fora, infiltrar-se-ão e atingirão o rebanho com doutrinas antibíblicas, conceitos mundanos e idéias pagãs e humanistas. Os ensinos e a influência destes dois tipos de elementos arruinarão a fé bíblica do povo de DEUS. Paulo os chama de “lobos cruéis”, indicando que são fortes, difíceis de subjugar, insaciáveis e perigosos (ver 20.29; cf. Mt 10.16). Tais indivíduos desviarão as pessoas dos ensinos de CRISTO e os atrairão a si mesmos e ao seu evangelho distorcido. O apelo veemente de Paulo (20.28-31) impõe uma solene obrigação sobre todos os obreiros da igreja, no sentido de defendê-la e opor-se aos que distorcem a revelação original e fundamental da fé, segundo o NT.
A igreja verdadeira consiste somente daqueles que, pela graça de DEUS e pela comunhão do ESPÍRITO SANTO, são fiéis ao Senhor JESUS CRISTO e à Palavra de DEUS. Por isso, é de grande importância na preservação da pureza da igreja de DEUS que os seus pastores mantenham a disciplina corretiva com amor (Ef 4.15), e reprovem com firmeza (2Tm 4.1-4; Tt 1.9-11) quem na igreja fale coisas perversas contrárias à Palavra de DEUS e ao testemunho apostólico (20.30).
Líderes eclesiásticos, pastores de igrejas locais e dirigentes administrativos da obra devem lembrar-se de que o Senhor JESUS os tem como responsáveis pelo sangue de todos os que estão sob seus cuidados (20.26,27; cf. Ez 3.20,21). Se o dirigente deixar de ensinar e pôr em prática todo o conselho de DEUS para a igreja (20.27), principalmente quanto à vigilância sobre o rebanho (20.28), não estará “limpo do sangue de todos” (20.26, cf. Ez 34.1-10). DEUS o terá por culpado do sangue dos que se perderem, por ter ele deixado de proteger o rebanho contra os falsificadores da Palavra (ver também 2Tm 1.14; Ap 2.2).
É altamente importante que os responsáveis pela direção da igreja mantenham a ordem quanto a assuntos teológicos doutrinários e morais na mesma. A pureza da doutrina bíblica e de vida cristã deve ser zelosamente mantida nas faculdades evangélicas, institutos bíblicos, seminários, editoras e demais segmentos administrativos da igreja (2Tm 1.13,14). O calvinismo que hora permeia os cursos teológicos devem ser barrados a qualquer custo (são anti-pentecostais, são cessacionistas, crêem que uma vez salvo, salvo para sempre, crêem que a salvação é só para os escolhidos pré-determinadamente, crêem que a graça é irrestível etc.)
A questão principal aqui é nossa atitude para com as Escrituras divinamente inspiradas, que Paulo chama a “palavra da sua graça” (20.32). Falsos mestres, pastores e líderes tentarão enfraquecer a autoridade da Bíblia através de seus ensinos corrompidos e princípios antibíblicos. Ao rejeitarem a autoridade absoluta da Palavra de DEUS, negam que a Bíblia é verdadeira e fidedigna em tudo que ela ensina (20.28-31; ver Gl 1.6; 1Tm 4.1; 2Tm 3.8). A bem da igreja de DEUS, tais pessoas devem ser excluídas da comunhão (2Jo 9-11; ver Gl 1.9).
A igreja que perde o zelo ardente do ESPÍRITO SANTO pela sua pureza (20.18-35), que se recusa a tomar posição firme em prol da verdade e que se omite em disciplinar os que minam a autoridade da Palavra de DEUS, logo deixará de existir como igreja neotestamentária.
 
As igrejas atuais não devem, pois, desprezar as qualificações justas exigidas por DEUS para seus pastores e demais obreiros, conforme está escrito na revelação divina. É dever de toda igreja orar por seus pastores, assisti-los e sustentá-los na sua missão de servirem como “exemplo dos fiéis, na palavra, no trato, na caridade, no espírito, na fé, na pureza” (4.12).
 
Ajuda de Pb Alessandro Silva, com comentários, acréscimos e alterações do Pr. Henrique
 
))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))

Lição 10, O ministério de Mestre ou Doutor
Lições Bíblicas - 2º Trimestre de 2014/2021 - CPAD - Para jovens e adultos
Tema: Dons Espirituais e Ministeriais - Servindo a DEUS e aos homens com poder extraordinário - Comentário: Pr. Elinaldo Renovato de Lima
Complementos, Ilustrações, questionários e Vídeos: Pr. Henrique 
99-99152-0454. - henriquelhas@hotmail.com - Cajamar - SP
  
Preciso de sua ajuda para continuar esse trabalho -
PIX 33195781620 (CPF) Luiz Henrique de Almeida Silva
Bradesco – Agência 2365-5 Conta Corrente 7074-2 Luiz Henrique de Almeida Silva
   
https://youtube.com/playlist?list=PL9TsOz8buX18n22PQ9kHGcCkvGLW-VPUA vídeos de 2014 desta mesma Lição
Escrita
https://ebdnatv.blogspot.com/2021/05/escrita-licao-10-o-ministerio-de-mestre.html
Slides
https://ebdnatv.blogspot.com/2021/05/slides-licao-10-o-ministerio-de-mestre.html
Vídeo completo, Lição 10
https://www.youtube.com/watch?v=2qgcsYmzvOI
https://www.slideshare.net/henriqueebdnatv/slideshare-lio-10-o-ministrio-de-mestre-ou-doutor-2tr21-pr-henrique-ebd-na-tv
  
Resumo da Lição 10 - O Ministério de Mestre ou Doutor
I - JESUS, O MESTRE POR EXCELÊNCIA
1. O Mestre  da Galileia.
2. O Mestre  divino.
3. O Mestre  da humildade.
II - O ENSINO DAS ESCRITURAS NA IGREJA DO PRIMEIRO SÉCULO
1. Uma ordem de JESUS.
2. A doutrina dos apóstolos.
3. Ensinamento persistente.
Ill - A IMPORTÂNCIA DO DOM MINISTERIAL DE MESTRE
1. Uma necessidade urgente da igreja.
2. A responsabilidade de um discipulado contínuo.
3. Requisitos necessários ao Mestre .
a) Um salvo em CRISTO. b) O hábito de ler.
c) Preparo intelectual. d) Um coração em chamas.
 
Vídeo https://www.youtube.com/watch?v=2qgcsYmzvOI
  
 
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE - Mateus 7.28,29; Atos 13.1; Romanos 12.6,7; Tiago 3.1.
Mateus 7.28 - E aconteceu que, concluindo JESUS este discurso, a multidão se admirou da sua doutrina, 29 - porquanto os ensinava com autoridade e não como os escribas.
Atos 13.1 - Na igreja que estava em Antioquia havia alguns profetas e doutores, a saber: Barnabé, e Simeão, chamado Níger, e Lúcio, cireneu, e Manaém, que fora criado com Herodes, o tetrarca, e Saulo.
Romanos 12.6 - De modo que, tendo diferentes dons, segundo a graça que nos é dada: se é profecia, seja ela segundo a medida da fé; 7 - se é ministério, seja em ministrar; se é ensinar, haja dedicação ao ensino;
Tiago 3.1 - Meus irmãos, muitos de vós não sejam mestres, sabendo que receberemos mais duro juízo.
  
  
Meus comentários - Pr. Luiz Henrique - Livros diversos Com acréscimos e comentários extras do Pr Henrique.
 “E o que de mim, entre muitas testemunhas, ouviste, confia-o a homens fiéis, que sejam idôneos para também ensinarem os outros” 2 Tm 2:2
 
INTRODUÇÃO 1
Nessa lição estamos falando de ministério Mestre ou doutor, ministério esse que é acompanhado por sinais, prodígios e maravilhas, como era normal na vida dos primeiros mestres. Vemos na reunião em Antioquia que os mestres, ou doutores, eram homens de adoração, jejum, oração e ouviam diretamente a voz do ESPÍRITO SANTO. Eram Profetas e mestres de um ministério sobrenatural (Ef 4.11).
"E na igreja que estava em Antioquia havia alguns profetas e doutores, a saber: Barnabé e Simeão chamado Níger, e Lúcio, cireneu, e Manaém, que fora criado com Herodes o tetrarca, e Saulo. E, servindo eles ao Senhor, e jejuando, disse o ESPÍRITO SANTO: Apartai-me a Barnabé e a Saulo para a obra a que os tenho chamado". Atos 13:1,2.
Paulo foi um Mestre  por excelência, se autodenominava "doutor dos gentios" - "Para o que fui constituído pregador, e apóstolo, e doutor dos gentios". 2 Timóteo 1:11.
Quase nenhum pastor é Mestre  - quantos você conhece que através dele, de seu ministério pessoal, acontecem milagres, curas, batismos no ESPÍRITO SANTO, libertações, etc...?
O pastor recebe comunicação dos irmãos sobre coisas que estão a perturbar o rebanho e sobre problemas com cada um, então procura na Bíblia uma mensagem para corrigir esses erros, às vezes doutrinários ou de ordem moral, etc... Isso não faz do pastor um mestre. O Mestre  recebe uma mensagem de DEUS para dar à igreja que tocará nos corações e confrontará seus pecados, fortalecerá os que estão lutando contra o pecado, exortará os duvidosos e consolará os tristes. O ensino pastoral é humano, o ensino do Mestre  é sobrenatural, é espiritual. A mensagem vem do ESPÌRITO SANTO que sondou os Corações se mentes dos ali presentes. É inacreditável de repente pensarmos que todo pastor é um Mestre  e que todo professor de EBD também o é. Na maioria das vezes se encontra um Mestre  só entre toda uma igreja de 10.000 pessoas, por exemplo. É raro esse ministério, não estamos falando de gente que estuda muito, que tem muitos livros e que tem facilidade de decorar o que lê, que tem diplomas de teologia, estamos falando de um ministério poderoso e eficaz de CRISTO. Procuremos não diminuir os ministérios, por favor. Assim como é difícil encontrar um legítimo apóstolo, um legítimo profeta, um legítimo evangelista, um legítimo pastor, assim é também difícil encontrar um legítimo Mestre ou doutor. Estamos, nesta lição, falando de coisas superiores, sobrenaturais, espirituais, excelentes.
  
Estou mostrando que o pastor não é mestre porque ensina - o pastor recebe comunicação dos irmãos sobre coisas que estão a perturbar o rebanho e sobre problemas com cada um, então procura na Bíblia uma mensagem, para corrigir esses erros, às vezes doutrinários ou de ordem moral ,etc... Isso não faz dele um mestre. O mestre recebe mensagem diretamente do ESPÍRITO SANTO, é sobrenatural. O ESPÍRITO SANTO sonda os corações se dá a mensagem na mesma hora ao mestre. sobre o que cada um precisa ouvir.
 
διδασκαλος didaskalos professor, doutor ou Mestre .
* no NT, alguém que ensina.
Em nossa lição é um ministério dado por CRISTO a igreja, é uma pessoa escolhida por JESUS e capacitada pelo ESPÍRITO SANTO com dons, pessoa dada a Igreja.
Está é a definição do ofício de doutor ou Mestre  em nossa lição.
Não tem a ver com professor de EBD ou pastor que ensina no culto de doutrina ou de ensino.
 
Não sei onde alguns irmãos acharam esse dom de ensino. Existe Dom ministerial de Mestre ou Doutor.
O Mestre  ou Doutor é uma pessoa dada, por CRISTO, à igreja, para ensinar a igreja ou qualquer que lhe pergunte a respeito de DEUS ou que deseja aprender a Bíblia, seu ensino é sobrenatural e é confirmado por sinais, prodígios e maravilhas.. É uma pessoa capacitada pelo ESPÍRITO SANTO com dons espirituais e alguém que busca e recebe revelações de DEUS para aquilo que ensina. Acontecem salvações, curas e milagres quando um Mestre  ensina. Exemplo disso são JESUS, Paulo, Pedro, Estêvão e Filipe etc. ---- Todos podem ensinar, mas nunca serem Mestres ou Doutores, mas, todo Mestre ou Doutor é excelente ensinador. Todos podem e devem estudar para ensinarem, porém o Mestre ou Doutor recebe ensino direto de DEUS, além do que aprendeu estudando.
"Porque eu recebi do Senhor o que também vos ensinei: que o Senhor JESUS, na noite em que foi traído, tomou o pão"; 1 Coríntios 11:23.
A minha palavra e a minha pregação não consistiram em palavras persuasivas de sabedoria humana, mas em demonstração do ESPÍRITO e de poder, 1 Coríntios 2:4
As quais também falamos, não com palavras de sabedoria humana, mas com as que o ESPÍRITO SANTO ensina, comparando as coisas espirituais com as espirituais. 1 Coríntios 2:13
Um legítimo Mestre  é aquele que tira de seu aió, ou alforje, ou embornal, ou cofo, ou sacola, ou pasta, ou mochila, etc... (bolsa onde se coloca as sementes para plantar, de acordo com cada região do Brasil), daí o Mestre  retira, coisas velhas e coisas novas, ou seja, coisas já reveladas e coisas que ele buscou de DEUS e são novas revelações da Palavra de DEUS, e as ensina a seus alunos (palavra que sai da boca de DEUS). - "E ele disse-lhes: Por isso, todo o escriba instruído acerca do reino dos céus é semelhante a um pai de família, que tira do seu tesouro coisas novas e velhas". Mateus 13:52.
O Mestre  aplica tanto o serviço espiritual de buscar a revelação da Palavra, em oração, quanto aplica o serviço material que envolve estudar a finco a bíblia sobre o que vai ensinar e também se aplica ao jejum para se manter em comunhão íntima com o ESPÍRITO SANTO, também ministra dons do ESPÍRITO SANTO aos ouvintes - Sem entrega total da vida não existe ministério de Mestre  - sem sacrifício não existe presença de DEUS.
 Nicodemos disse: Rabi, bem sabemos que és Mestre  vindo de DEUS, porque ninguém pode fazer estes sinais que tu fazes, se DEUS não for com ele (2). Os milagres que JESUS realizara (2.23) indicavam o caminho para Nicodemos e para aqueles que este representava (observe a forma plural sabemos). Por causa desses milagres, eles descobriram que JESUS era um professor especial enviado por DEUS.
A maior tragédia do ensino em nossos dias é não ver na vida prática dos ensinadores o que eles mesmos ensinam, é não ver e ouvir a confirmação de seu ensinos através do poder de DEUS em operação pela manifestação dos dons espirituais na vida ministerial de tais "mestres".
 
NOVO NASCIMENTO
Acontece quando há o arrependimento de pecado e o pecador arrependido confessa a JESUS CRISTO como único e suficiente Salvado e Senhor, é invisível a presença do ESPÍRITO SANTO na pessoa, mas a partir desse momento Ele está morando nesse novo filho de DEUS, nascido de novo. Este antes era do reino das trevas, agora é do reino da luz, era do reino de Satanás, agora pertence ao reino de DEUS, era filho da ira, agora filho de DEUS. JESUS disse que é como o vento que ninguém vê, mas sabe que está balançando a árvore, assim o que é nascido de novo apresenta mudança de vida, mas ninguém vê o ESPÍRITO SANTO na pessoa, embora O Mesmo esteja morando lá. SINAL INTERNO E INVISÍVEL
  
Revista Ensinador Cristão CPAD, n° 58, p.41.
Vivemos num tempo de avanço tecnológico e de multiplicação das informações em distintas áreas do conhecimento. Basta um computador conectado à internet e, pronto: um mundo outrora desconhecido agora se abre para você. Possivelmente, o seu aluno conhece o assunto a ser lecionado nesta semana. Certamente ele pesquisou muita coisa em livros e na internet. E pode ter acumulado até mais informação que o conteúdo preparado para a sua aula. Este é o nosso mundo globalizado!
Nesta lição, o nosso desafio é explicar como se pode relacionar o dom ministerial de Mestre  com as urgências existenciais dos dias contemporâneos. Não por acaso, ela abre o tema analisando o ministério do ensino em JESUS de Nazaré. O Mestre  da Galileia era antenado com as circunstâncias sociais, políticas e espirituais do seu tempo. Com propriedade, JESUS ensinou sobre a política, as prevenções contra o materialismo e confrontou os discípulos a respeito do verdadeiro sentido da vida humana. Levando sempre uma proposta de vida segundo a perspectiva do Reino de DEUS. É a urgência da tarefa de todo educador cristão: levar os alunos a pensarem as demandas da existência à luz do Evangelho e segundo os aspectos positivos e negativos do Reino de DEUS (Mt 5-7). O ensino do Mestre  trás revelações sobrenaturais que o aluno jamais encontrará nos livros e na internet.
Preeminência do ministério do Mestre
Podemos afirmar historicamente que, logo após a morte dos santos apóstolos, as testemunhas da ressurreição do Senhor, os mestres ministeriais eram líderes chaves na comunidade antiga, assim como os apóstolos ministeriais, profetas ministeriais, os evangelistas ministeriais e os pastores ministeriais. Ao ponto de a Bíblia registrar a exortação apostólica: "Os presbíteros (ministros, anciãos, líderes) que governam bem sejam estimados por dignos de duplicada honra, principalmente os que trabalham na palavra e na doutrina" (1Tm 5.17). Os presbíteros que se dedicavam ao exame da Palavra de DEUS eram estimados por duplicada honra porque eles se afadigavam dia e noite para compreender os mistérios divinos (Rm 12.7). A mensagem do Reino tinha de fazer sentido na vida dos cristãos de outrora.
Caro professor, o Pai concedeu o dom ministerial do Mestre  para a sua Igreja atingir a estatura de CRISTO em sua plenitude. Portanto, estude, persista em ler e reflita acerca da fé; não se esqueça de que os nossos alunos devem enfrentar as questões da vida sob o prisma da mensagem do Reino de DEUS. E você professor, é um instrumento essencial nesse processo de formação cristã. Busque o ministério de Mestre  ou doutor em oração e jejum. Busque ser usado por DEUS em Dons do ESPÍRITO SANTO para que seu ensino seja confirmado por DEUS sobrenaturalmente. Acréscimo do Pr Henrique.
  
INTRODUÇÃO 2
Entre os dons ministeriais, concedidos por DEUS para edificação e “aperfeiçoamento dos santos”, nas igrejas locais, está o de “doutor” ou “Mestre ”. Não é um dom muito reconhecido em geral, nas comunidades cristãs, por falta de entendimento acerca do seu valor, ou até por preconceito contra esses termos. As pessoas não têm qualquer receio de tratar um obreiro como “pastor”, “evangelista”, “bispo” ou até “apóstolo”, nos dias presentes. Mas não é comum um obreiro, que tem o dom de Mestre  ser chamado de “Mestre ” ou “doutor”. Isso se deve à visão que se tem do que é ser dotado de capacidade para o exercício desse dom ministerial, tão importante quanto os demais dons de DEUS. Ou pelo “ar de superioridade” que alguns vêm naqueles usados no exercício desse dom. Percebe-se que, em muitos casos, os pastores, por falta de humildade perseguem os mestres ou doutores, não percebendo que aquele que deu o dom foi DEUS. O verdadeiro Mestre  ou doutor não se porta com diletantismo ou soberba, pelo fato de ser intelectualmente mais galardoado do que outros. Os mestres devem ser sustentados pela igreja que muitas vezes não lhe provê nem o sustento básico, como escrito acima - Os presbíteros que se dedicavam ao exame da Palavra de DEUS eram estimados por duplicada honra porque eles se afadigavam dia e noite para compreender os mistérios divinos (Rm 12.7). 1 Timóteo 5:18 - O trabalhador é digno do seu salário.
Não se deve generalizar em caso algum o comportamento dos maus obreiros. Há os mestres ou doutores que, a despeito de seu elevado grau de conhecimento bíblico, teológico e secular, são humildes e sinceros, colocando-se como servos a serviço das igrejas.
Os bons mestres ou ensinadores são muito úteis às igrejas locais. Na maioria das vezes os pastores, assoberbados com as atividades administrativas, construindo templos, cuidando do patrimônio, em viagens pastorais, e tantas atividades, próprias dos que realmente trabalham em prol da obra do Senhor, não têm tempo de preparar estudos e mensagens substanciais, para alimentar a igreja local. E recorrem aos mestres ou ensinadores, para que lhes ajudem nessa imensa tarefa de edificar o rebanho. Somente aí se dá o devido valor ao Mestre . Raríssimas são as oportunidades dadas aos mestres nas igreja, hoje em dia.
A atividade primordial do Mestre , doutor ou ensinador é cuidar do ensino recebido sobrenaturalmente. É tão importante que a Bíblia requer que haja dedicação ao exercício desse dom. “...se é ministério, seja em ministrar; se é ensinar, haja dedicação ao ensino" (Rm 12.7 — grifo nosso). Imagine quantas horas de oração, estudo da Bíblia e de jejum o verdadeiro Mestre  se entrega diariamente para poder exercer seu ministério. Talvez seja uma das grandes falhas em muitos ministérios, a falta de dedicação ao ministério de ensino. Há pessoas que querem ensinar sem o mínimo preparo para essa atividade. Nos tempos pós-modernos, mais do que nunca, existe a necessidade de bons ensinadores. Há questionamentos e problemas que não havia há alguns anos. E muitos pastores não estão preparados para dar respostas adequadas ao rebanho.
O avanço das ciências, das tecnologias, as questões da bioética, as mudanças rápidas no comportamento social provocam questões que exigem, não só o conhecimento bíblico e teológico, mas também secular. Além de tudo, a dependência do ESPÍRITO SANTO que sonda os corações revela as necessidades de cada um.
O Mestre , doutor ou ensinador precisa ter o cuidado de não se considerar superior ao pastor ou dirigente de uma congregação, pelo fato de ter mais conhecimento que a média dos obreiros. Humildade, modéstia, sabedoria e equilíbrio são qualidades indispensáveis aos que são dotados por DEUS de mais capacidade para se dedicarem ao ensino. Mais cuidado ainda deve ter o Mestre , pois deles será requerido mais, como diz Tiago: “Meus irmãos, muitos de vós não sejam mestres, sabendo que receberemos mais duro juízo” (Tg 3.1). Aquele que recebe o nome de Mestre , sem o ser, está em perigo constante, pois representa o papel daquele que realmente foi recolhido por DEUS, não sabendo ele que será cobrado por ensinar o que não prática e nem crê.
Elinaldo Renovato. Dons espirituais & Ministeriais Servindo a DEUS e aos homens com poder extraordinário. Editora CPAD. pag. 118-119. Com acréscimos do Pr Henrique.
  
ENSINO
A importância do ensino Cristão
1. Ensinemos por meio de palavras, pela força do exemplo. O ensino faz parte da Grande Comissão (ver Mt. 28:20).
2. Os dons espirituais existem para servir de auxílio no ministério do ensino, e o alvo de tudo é a maturidade espiritual, o crescimento e o aperfeiçoamento dos santos (ver Ef. 4:11 e ss).
3. Os verdadeiros mestres são dádivas divinas à igreja, para seu benefício (ver Ef. 4:11). E a revelação da palavra é dada especialmente aos mestres, a fim de que sejam eficazes em seu ministério (ver I Cor. 12:8).
4. O ensino tem um efeito edificador. Portanto, é importante, se a igreja tiver de ser edificada. O ensino é vital para esse propósito (Ef 4.12).
5. As Escrituras Sagradas nos foram transmitidas nessa forma escrita a fim de que o ministério do ensino fosse facilitado e se tomasse mais eficaz. São a base de qualquer ministério (At 2.42).
6. Acima de tudo o mais, CRISTO foi o Mestre Supremo. Se seguirmos o exemplo que nos deixou, sem dúvida haveremos de ensinar. Ensinava, pregava e curava (Mt 4.23).
7. Se apenas houver evangelização e faltar o ensino cristão, a igreja terá de contentar-se com uma igreja infantil, carnal, com disputas e cisões. Um povo faminto espiritualmente, será um povo infeliz. Daí a importância do Mestre  (Mt. 28:20).
8. A ausência de ensino cristão arma o palco para a apostasia. (ver Hb. 6:1 e ss).
9. Chega um tempo, na vida de cada crente, que se espera que ele se tome um Mestre , e não um aprendiz (ver Hb. 5:12).
10. Observemos a importância emprestada por Paulo à necessidade de haver homens bons que sejam mestres de outras pessoas na fé cristã, para que esta possa passar de uma geração à outra (ver 2 Tm, 2:2).
Aquele que tem o privilégio de ser bem ensinado terá o privilégio de ser instrumento na obra de DEUS.
Tu, porém, permanece naquilo que aprendeste e de que foste inteirado, sabendo de quem o tens aprendido. E que, desde a tua meninice, sabes as sagradas letras, que podem fazer-te sábio para a salvação, pela fé que há em CRISTO JESUS. Toda Escritura divinamente inspirada é proveitosa para ensinar, para redarguir, para corrigir, para instruir em justiça, para que o homem de DEUS seja perfeito e perfeitamente instruído para toda boa obra. 2 Timóteo 3:14-17
CHAMPLIN, Russell Norman, Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia. Vol. 2. Editora Hagnos. pag. 390. Com acréscimos do Pr Henrique.
  
Os versículos 7-8 acrescentam: Se é ensinar, haja dedicação ao ensino; ou o que exorta, use esse dom em exortar. Colocada ao lado de ensinar, a palavra exortar sugere pregação. Sobre o significado de exortação (dom de exortar). No entanto, Barrett nos lembra que precisamos evitar fazer uma distinção muito precisa entre ensinar e exortar. “Cada um destes termos significa uma comunicação da verdade do evangelho ao ouvinte, efetivada de diversas maneiras: em uma delas, é explicada - em outra, é aplicada. Contudo, esta comunicação nunca deve ser explicada sem ser aplicada, nem aplicada sem ser explicada”.
William M. Greathouse. Comentário Bíblico Beacon. Editora CPAD. Vol. 8. pag. 164. Com acréscimos do Pr Henrique.
 
É um belo dom, que o use e ocupe-se dele. “...se é ensinar, haja dedicação ao ensino”; assim alguns o complementam, ho didaskon, en te didaskalia.
Que ele seja regular, constante e diligente no ensino; que permaneça naquilo que é a sua própria função, e esteja nela como em seu ambiente natural (veja 1 Tm 4.15,16, onde isso é explicado por duas palavras: em toutois isthi e epimene autois, estar nessas coisas e continuar nelas). É função do Mestre  aplicar as verdades e as regras do evangelho mais próximas à situação e à condição das pessoas e inculcar nelas aquilo que for mais prático. Se requer uma cabeça esclarecida e um coração aquecido. Gera edificação dividir o trabalho adequadamente e, qualquer que seja a tarefa de que nos encarregamos, vamos nos dedicar a ela. Cuidar do nosso trabalho é entregar o melhor de nosso tempo e pensamentos a ele, aproveitar todas as oportunidades para ele e não apenas refletir em como fazê-lo, mas fazê-lo bem.
HENRY. Matthew. Comentário Matthew Henry Novo Testamento ATOS A APOCALIPSE Edição completa. Editora CPAD. pag. 389. Com acréscimos do Pr Henrique.
  
Nas páginas do N.T., o vocábulo «...ministério...» geralmente aparece vinculado a alguma forma de ministração física, como no caso do serviço prestado por Marta (ver Luc. 10:40), embora também possa indicar alguma forma de serviço espiritual, como o serviço prestado pelos anjos aos herdeiros da salvação, conforme lemos em Heb. 1:14. No trecho de 2 Cor. 3:7, essa mesma palavra é usada para falar sobre o ministério geral de Moisés. Pode significar o serviço geral, físico ou espiritual, relativo às coisas temporais ou às realidades eternas.(Ver I Cor. 12:5; Efé. 4:13 e II Tim. 4:11).
Vê-se, portanto, que a palavra «ministério» se aplica tanto ao serviço físico como ao serviço espiritual, dos menores serviços aos mais elevados que podem ser realizados na igreja. (Ver Atos 6:1,4).
«...dediquemo-nos ao ministério...» Essa «dedicação» não aparece no original grego, embora seja corretamente suprida na tradução. Literalmente, o trecho original diz: «...o que ensina, esmere-se no fazê-lo...» (Atos 20:20). Uma vez mais, o original grego diz tão-somente, «...aquele que ensina, no seu ensino...», deixando subentendida a ideia de «dedicação» ou «diligência». Aquele cujo ofício consiste em ensinar, deveria esforçar-se por aprimorar os seus conhecimentos, por melhorar a eficácia dos seus métodos de ensino, aumentando o seu interesse pessoal por aqueles que são os seus alunos. Um dos mais graves escândalos das modernas igrejas evangélicas é que a grande maioria dos seus mestres em nada melhora com a passagem dos anos, incluindo-se nisso tanto o conhecimento como os métodos empregados, como também não demonstram crescente interesse pessoal pelo bem-estar de seus alunos. Pois, não é verdade que muitos pastores e outros ministros, depois de terminarem algum curso bíblico, em um instituto bíblico ou em um seminário qualquer, nunca mais envidam esforço para melhorarem, mas de ano após ano não apresentam qualquer mudança para melhor, dizendo sempre as mesmas coisas e da mesma maneira? Ponderamo-nos admirar, portanto que, neste nosso mundo moderno, onde o conhecimento geral aumenta de forma assustadora, tantos se sintam enfadados das igrejas, até que finalmente se desviam de todo? Não é suficiente proferir dogmas contínuos, sem variação e sem imaginação. Ninguém pode tolerar esse tipo de ministério para sempre. Esse tipo de ministério não corresponde aos problemas de nossa complexa sociedade contemporânea. No entanto, que o ensino bíblico é importante se toma imediatamente evidente através do fato que a Grande Comissão nos ordena não somente evangelizar, mas igualmente ensinar, e ensinar «todas as coisas» que ele nos ordenou.
Ensinar mediante o «exemplo» também é importante, embora se trate de um aspecto olvidado por tantos mestres cristãos. (Atos 12:25). Existe distinção entre «profetas» e «mestres», em Atos 13:1 e Ef. 4:11). A distinção é que os mestres, em sua inspiração imediata, lhes é permitido revelar alguma coisa nova, uma revelação da Palavra de DUS, por exemplo, de que ainda não se tinha conhecimento. que empresta autoridade àquilo que dizem.
Deveria tornar-se evidente, com base neste texto da epístola aos Romanos, que o ensino é um dom e ministério. E os crentes possuidores desse ministério deveriam procurar aprimorar-se na aplicação de sua chamada. O Mestre  cristão deve também buscar pela inspiração do ESPÍRITO SANTO, para que o Senhor o guie em suas pesquisas e em seus pensamentos. O Mestre expõe aos seus ouvintes muitos tesouros, alguns antigos e outros novos, mas todos proveitosos e expressos de maneira tão convincente que podem transformar as vidas dos homens, porquanto as suas palavras podem ser usadas pelo ESPÍRITO de DEUS visando exatamente a essa função.
CHAMPLIN, Russell Norman, O Novo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Candeias. Vol. 3. pag. 814. Com acréscimos do Pr Henrique.
  
I - JESUS, O MESTRE POR EXCELÊNCIA
1. O Mestre  da Galileia.
 a- O SIGNIFICADO DE MESTRE
A palavra Mestre, nas escrituras, tem o sentido de designar “uma pessoa que é superior às outras, em poder, autoridade, conhecimento ou em algum outro aspecto”. No hebraico, a palavra 'adon que dizer “soberano” ou “senhor”. A palavra “rab” designa um “professor comum”. Com relação a JESUS, foi usada a palavra “rabi” (cf. Jo 4.31), indicando que ele era um Mestre  superior. As pessoas chamavam de “meu Mestre ”, “meu Senhor”, a quem tinha esse título. JESUS recebeu esse tratamento diversas vezes (Jo 1.38,49; 3.2,26). Quando JESUS ressuscitou, Maria usou a palavra “Raboni?, quando o reconheceu. “Disse-lhe JESUS: Maria! Ela, voltando-se, disse-lhe: Raboni (que quer dizer Mestre)!” (Jo 20.16). Em seus ensinos, “O Senhor JESUS proibiu o uso deste termo entre os discípulos por causa do orgulho e da exaltação pessoal com que era utilizado entre os fariseus (Mt 23. 7,8).
  
b- O MESTRE DA GALILEIA
JESUS era o Mestre perfeito. Além de apóstolo, profeta, evangelista e pastor,  exercia com excelência a missão de ensinar. Evangelizava e discipulava de maneira eficaz. Era o Mestre perfeito; o Doutor incomparável (Mt 4.23-25).
Seus ensinos, seus sermões ou discursos e suas aulas eram eloquentes e profundamente convincentes aos que o ouviam. Ele não ensinava teorias abstratas ou acadêmicas que impressionassem pela retórica. Seu ensino era bem recebido pelas multidões, porque Ele vivia o que ensinava e ensinava o que vivia.
O Mestre dos mestres fazia diferença em seus ensinos perante as multidões. O povo estava descrente das mensagens dos escribas e fariseus, que proferiam discursos eloquentes e legalistas, mas vazios de autenticidade e poder. Não foi por acaso, que as multidões que seguiam JESUS aumentavam a cada dia. A diferença dos ensinos de JESUS e os dos fariseus, era que JESUS falava com autoridade (Mt 7.28,29). Ministrava os dons do ESPÍRITO SANTO curando e libertando (Mt 4.23; 9.35)) e Ele era incomparável, como Rabi da Galileia (Jo 3.2).
O Mestre dos Mestres deixou-nos grandes exemplos de sua pedagogia.
1) Conhecia a matéria que ensinava (Lc 24.27);
2) Conhecia seus alunos (Mt 13; Lc 15.8-10; Jo 21);
3) Reconhecia o que havia de bom em seus alunos (Jo 1.47);
4) Ensinava as verdades bíblicas de modo simples e claro (Lc 5.17- 26; Jo 14.6);
5) Variava o método de ensino conforme a ocasião e o tipo de ouvintes (Parábolas, perguntas, discursos, preleção, leitura, demonstração etc.).
6) Curava e libertava as pessoas com poder tremendo (Mt 4.23; 9.35).
Elinaldo Renovato. Dons espirituais & Ministeriais Servindo a DEUS e aos homens com poder extraordinário. Editora CPAD. pag. 120-121. Com acréscimos do Pr Henrique.
  
MESTRE
O significado literal de várias palavras gregas varia de "instrutor" ou didaskalos, como em Mateus 10.24, até "déspota" ou despotes, como em 1 Pedro 2.18. Outra palavra grega traduzida como "Mestre ", epistates, significa "alguém nomeado sobre" outros, como em Lucas 5.5. Ainda outra palavra grega é, na verdade, hebraica - "rabbi" que significa "meu Mestre " ("superior" ou "professor"), como em João 4.31. Uma quinta palavra grega para "Mestre " é kurios que geralmente foi traduzida como "senhor" ao longo de todo o NT e significa "supremo" (em autoridade). No sentido mais elevado, o título se aplica apenas ao Senhor JESUS. Ainda existem outras palavras gregas e hebraicas com diferentes aspectos de significado que foram traduzidas como "Mestre ". Duas palavras gregas para "Mestre " ocorrem em Mateus 23.8-10, "Vós, porém, não queirais ser chamados Rabi [rhabbi, "meu Mestre ", ou "professor"], porque um só é o vosso Mestre [kathegetes, "líder" ou "professor"], a saber, o CRISTO, e todos vós sois irmãos. E a ninguém na terra chameis vosso pai porque um só é o vosso Pai, o qual está nos céus. Nem vos chameis mestres [kathegetes, "líderes"], porque um só é vosso Mestre, que é o CRISTO".
Sendo assim, na autoridade e plenitude do ESPÍRITO SANTO só JESUS foi o Mestre  por excelência, perfeito em seus ensinos. Depois veio a Igreja e entre seus 5 ministérios, o de Mestre (Ef 4.11).
PFEIFFER .Charles F. Dicionário Bíblico Wycliffe. Editora CPAD. pag. 1261-1262. Com acréscimos do Pr Henrique.
 
RABI
Esta palavra é uma transliteração da palavra hebraica usada como um termo de respeito e honra. A palavra significa literalmente "meu grande", "meu Mestre ". Embora o termo tenha sido originalmente usado como uma marca de respeito, depois do século I d.C. ele tornou-se um título para mestres religiosos e líderes, perdendo em grande parte o seu significado original. Este título continuou em uso durante a era Cristã, e é usado atualmente para designar os ministros ordenados entre os judeus. Embora as escolas recentes entre os judeus tenham tentado usar a graduação de títulos variando de "rab", um professor comum, até "rabi", e então "raboni", no tempo do Senhor JESUS não houve nenhuma consistência em uma forma de uso semelhante. No NT, o termo rabi foi aplicado ao Senhor JESUS em várias ocasiões, porém mais provavelmente no sentido de honra do que em um significado técnico (Jo 1.38,49; 3.2,26; 6.25). A palavra raboni, usada por Maria ao se dirigir ao Senhor ressuscitado (Jo 20.16) é a forma aramaica da mesma palavra. Certa vez o Senhor JESUS proibiu o uso deste termo entre os discípulos por causa do orgulho e da exaltação pessoal com que era utilizado entre os fariseus (Mt 23.7,8).
PFEIFFER .Charles F. Dicionário Bíblico Wycliffe. Editora CPAD. pag.  1242-1243. Com acréscimos do Pr Henrique.
  
CRISTO passou por toda a Galileia, ensinando nas sinagogas e pregando o Evangelho do reino e curando toda sorte de doentes e enfermos (Mt 4.23; 9.35). Entenda;
a- O que CRISTO falava sobre o Evangelho do reino.
O Reino dos céus, isto é, o reino de graça e glória, é enfaticamente o reino, o reino que estava chegando; o reino que iria sobreviver, que superaria todos os reinos da terra, o reino de poder. O Evangelho compreende os estatutos deste reino, contendo o juramento de coroação do Rei, pelo qual Ele se obriga graciosamente a perdoar, proteger, curar e salvar os súditos daquele reino e a procurar a sua honra. Este é o Evangelho do reino; dele, o próprio CRISTO foi o pregador, para que a nossa fé no reino possa ser confirmada.
b- Onde Ele ensinava.
Nas sinagogas. Não apenas ali, mas ali principalmente, porque estes eram os lugares onde a multidão se reunia, onde a sabedoria erguia a sua voz (Pv 1.21); porque eram os lugares onde o povo se reunia para a adoração religiosa e ali, esperava-se perdão de pecados e cura física, a mente do povo estaria preparada para receber o Evangelho; e ali as Escrituras do Antigo Testamento eram lidas, e a sua exposição poderia facilmente introduzir o Evangelho do reino.
c- O empenho que Ele tinha em ensinar.
Ele passou por toda a Galileia, ensinando nas sinagogas e pregando o Evangelho do reino e curando toda sorte de doentes e enfermos. Ele podia ter publicado uma proclamação, convocando todas as pessoas para que viessem até Ele; mas para mostrar a sua humildade, e a condescendência da sua graça, e a necessidade de que todos fossem abençoados, Ele vai até eles; pois Ele espera ser gracioso e vir para buscar e salvar. Josefo disse que havia aproximadamente duzentas cidades e vilas na Galileia, e CRISTO visitou todas elas, ou a sua maioria. Ele viajava fazendo o bem. Nunca houve um Mestre  itinerante assim, tão infatigável, como era CRISTO. Ele ia de cidade em cidade, para comunicar aos pobres pecadores que se reconciliassem com DEUS, Ele ensinava, pregava e curava a todos. Este é um exemplo para os ministros mestres, para que se dediquem a fazer o bem, e, para que Sejam insistentes e constantes, a tempo e fora de tempo, em ensinar a palavra e curar a todos os doentes e enfermos, em nome de JESUS.
HENRY. Matthew. Comentário Matthew Henry Novo Testamento MATEUS A JOÃO Edição completa. Editora CPAD. pag. 39-40. Com acréscimos do Pr Henrique.
  
CRISTO passou por toda a Galileia, ensinando nas sinagogas e pregando o Evangelho do reino e curando toda sorte de doentes e enfermos (Mt 4.23; 9.35).
Com estas palavras Mateus repete o que já afirmou em 4.23-25 sobre a atividade abrangente do Senhor. O v. 35 caracteriza, numa coincidência quase literal com 4.23, a atuação com quatro verbos. São eles: percorrer a região, ensinar, evangelizar, curar.
Estas quatro atividades revelam-nos o CRISTO que fala e que trabalha, ou seja, a atuação de JESUS com palavra e atos, com cuidado pela alma e cuidado pelo corpo.
Primeiro: JESUS percorria a região. Ele procurava as pessoas lá onde estavam em casa, em seus hábitos. Ele realiza “visitas domiciliares”, como diríamos hoje. Samuel Keller afirmou certa vez: “A chave para as almas das pessoas está pendurada em sua casa. Por isso é necessário ir até elas, procurá-las em sua vida cotidiana, em suas aflições, em suas doenças, em sua solidão.”
Segundo: Ensinando. Ensinar refere-se à instrução dada ao povo (exposição da palavra de DEUS!), e também à controvérsia com os fariseus e escribas.
O objetivo é que o povo seja ensinado a partir da autoridade, e não dos “estatutos humanos”. A palavra, novamente a palavra, a palavra poderosa do ESPÍRITO. De que outra maneira o Bom Pastor alcançaria seu rebanho, se não fazendo ressoar a sua voz?
Terceiro: Ao lado do ensino acontece, como segunda característica, o “anúncio”, a “proclamação de alegria” do reino.
Quarto: Ensino e proclamação são acompanhados da ação simultânea. Pois o reino de DEUS está “em vigor”. Quando o Senhor diz a sua palavra, caem as amarras do pecado, os castelos do Mamon, as fortalezas da doença, sim os laços da morte. JESUS nos proíbe deixar de lado a grande miséria física, social e econômica das multidões, como se não tivéssemos nada a ver com ela, como se fosse possível ouvir e aceitar o evangelho do reino de modo desligado dela. JESUS nos proíbe considerar essa miséria como algo sancionado por DEUS. Pelo contrário, ela faz parte da realidade sem DEUS em que JESUS nos ordenou que penetrássemos, dando-nos as magníficas palavras do “sal” e da “luz”, com sinais, prodígios e maravilhas.
Fritz Rienecker. Comentário Esperança Evangelho de Mateus. Editora Evangélica Esperança. Com acréscimos do Pr Henrique.
  
Mt 7.28,29 Nos dois últimos versículos, tomamos conhecimento da impressão criada pelo discurso de CRISTO nos seus ouvintes.
1. Eles ficaram admirados com a sua doutrina.
2. Apesar de ensinar com autoridade, Ele não era como os escribas. CRISTO pronunciava o seu discurso da mesma maneira que um juiz pronúncia uma sentença. Ele realmente fazia seus discursos com um tom de autoridade. Suas lições eram leis, e a sua palavra era uma palavra, de comando. CRISTO, sobre a montanha, mostrava mais autoridade que os escribas na cadeira de Moisés. Dessa forma, quando CRISTO ensina às almas através do seu ESPÍRITO, Ele ensina com autoridade e poder miraculoso (Mt 4.23; 9.35).
HENRY. Matthew. Comentário Matthew Henry Novo Testamento MATEUS A JOÃO Edição completa. Editora CPAD. pag. 90. Com acréscimos do Pr Henrique
 
Mt 7. 28-29. O impacto do sermão do Monte foi profundamente marcante e duradouro. “As multidões estavam totalmente fora de si.” Estavam como que atordoadas, paralisadas! Pavor e admiração, profundo abalo interior e simples incapacidade de captar tomaram conta de seu coração. Jamais tinham ouvido algo assim.
Nenhum discurso que tenha saído de lábios humanos era mais arrasador e impactante do que esse. Ele era, no mais verdadeiro sentido da palavra, a “inversão de todos os valores”. Ele foi e continua sendo o mais abrangente e mais radical paradoxo, i.é, diretamente oposto a tudo o que houve até então, que já fora dito sobre a face da terra. Mateus 5 - O pobre de espírito é bem-aventurado. O que chora é bem-aventurado. O que têm fome e sede de justiça é bem-aventurado, O que sofre perseguição por causa da justiça é bem-aventurado. O injuriado, e perseguido é bem-aventurado
Fritz Rienecker. Comentário Esperança Evangelho de Mateus. Editora Evangélica Esperança.
  
2. O Mestre  divino.
 O ensino do Mestre JESUS não teve nem tem paralelo em qualquer instrução, discurso ou filosofia dos homens. São ensinamentos para serem vividos, e não apenas pregados. Não eram como os ensinos dos fariseus ou dos doutores de sua época (Mt 7.29). Tempos depois, seu discípulo e apóstolo, Paulo, que não conviveu com Ele, que afirmou: “A minha palavra e a minha pregação não consistiram em palavras persuasivas de sabedoria humana, mas em demonstração do ESPÍRITO e de poder” (1 Co 2.4). Uma das maiores causas do descrédito no evangelho pregado por muitas igrejas e muitos pregadores é a falta de autenticidade na vida deles. Falta a confirmação da Palavra pelos sinais, prodígios e maravilhas. JESUS demonstrou, com sua palavra e com seus feitos que era o Mestre Divino. Ele pregava o evangelho vivo e poderoso, que não consistia apenas em belos sermões, mas em vidas transformadas física e espiritualmente.
JESUS foi aprovado por DEUS com maravilhas, prodígios e sinais - Varões israelitas, escutai estas palavras: A JESUS Nazareno, varão aprovado por DEUS entre vós com maravilhas, prodígios e sinais, que DEUS por ele fez no meio de vós, como vós mesmos bem sabeis; Atos 2:22
O apostolado de Paulo foi aprovado por DEUS também com maravilhas, prodígios e sinais - Os sinais do meu apostolado foram manifestados entre vós, com toda a paciência, por sinais, prodígios e maravilhas. 2 Coríntios 12:12
Elinaldo Renovato. Dons espirituais & Ministeriais Servindo a DEUS e aos homens com poder extraordinário. Editora CPAD. pag. 121. Com acréscimos do Pr Henrique.
  
João 3.1,2 Nicodemos era um líder religioso judeu e um fariseu, isto é, pertencia à seita mais rigorosa daqueles tempos.
O que motivou Nicodemos a procurar JESUS? Provavelmente, ele estava impressionado com os sinais que JESUS fazia (bem sabemos que és mestre vindo de DEUS, porque ninguém pode fazer estes sinais que tu fazes, se DEUS não for com ele. João 3:2b) e também curioso por causa de seus ensinos, e preferiu formar sua opinião a respeito de JESUS depois de uma conversa inicial. Talvez preferisse evitar ser visto na sua companhia, em plena luz do dia, por temer a censura de seus companheiros fariseus (que não criam que JESUS era o Messias). Mas pode não ter sido o medo que o levou a JESUS depois de escurecer, e também é possível que tenha escolhido um momento em que pudesse conversar sozinho e longamente com o popular Mestre que estava sempre cercado de pessoas. Queria mais intimidade, se interessava por DEUS (por isso mesmo se converteu - João 19:39).
Respeitosamente, Nicodemos se dirigiu a JESUS como o Mestre que havia sido enviado por DEUS. Embora isso fosse verdade, esse título revela seu limitado conhecimento sobre JESUS, afinal Ele era muito mais que um simples rabino. Mas pelo menos Nicodemos identificou os sinais miraculosos de JESUS como a revelação do poder de DEUS.
Comentário do Novo Testamento Aplicação Pessoal. Editora CPAD. Vol 1. pag. 500. Com acréscimos do Pr Henrique.
  
Uma Vida Nova Para um Homem Morto — Nicodemos (3.1-21)
A salvação é para “todos” (16), mas também é verdade que todos os homens precisam do nascimento que vem do céu (cf. Rm 3.23).
O cuidado com que se descreve a situação de Nicodemos na vida religiosa judaica não é uma coincidência. Ele era um homem entre os fariseus, um príncipe dos judeus. Se algum homem, na ordem antiga, conheceu o significado de DEUS e dos seus planos e propósitos para o homem, esse foi Nicodemos — ele era profundamente entranhado na tradição monoteísta, além dos ensinos da lei, da história de Israel e das proclamações dos profetas. Mas em algum lugar, de alguma maneira, ele se perdera no caminho, e de alguma maneira exemplificava o que havia acontecido com o judaísmo. Assim, uma vez mais, João estabelece um vívido contraste entre a antiga aliança, com todos os seus mal-entendidos, as suas inadequações e suas falhas, e a nova aliança, que assegura a abundância da vida, que tem o DEUS vivo e verdadeiro como a sua Fonte.
Este foi ter de noite com JESUS (2). “Por que ele veio, afinal?” A resposta pode explicar por que ele veio de noite. Devido à profunda necessidade da sua alma, ele veio até o Senhor saindo da escuridão na qual ele e os seus companheiros estavam imersos. Compare isto com o ato de Judas. Quando ele deixou JESUS para ir fazer o acordo com os judeus, ele saiu “e era já noite” (13.30). O contraste vívido entre a luz e as trevas aparece regularmente ao longo de todo o Evangelho (cf. 1.5, 9; 3.19; 8.12; 9.4-5; 12.35).
Nicodemos disse: Rabi, bem sabemos que és Mestre  vindo de DEUS, porque ninguém pode fazer estes sinais que tu fazes, se DEUS não for com ele (2). Os milagres que JESUS realizara (2.23) indicavam o caminho para Nicodemos e para aqueles que este representava (observe a forma plural sabemos). Por causa desses milagres, eles pensavam que JESUS era um professor especial enviado por DEUS. Rabi... és... vindo de DEUS. Mas isto não significava que JESUS estava sendo reconhecido como o Messias. Embora mais tarde Nicodemus tenha se convertido (João 19:39).
Joseph H. Mayfield. Comentário Bíblico Beacon. Editora CPAD. Vol. 7. pag. 48. Com acréscimos do Pr Henrique.
  
A expectativa do Messias vindouro estava viva em Israel e ganhara nova intensidade sob a pressão da dominação estrangeira romana. Já por ocasião do surgimento de João Batista a pergunta era: Será que ele pretende ser o Messias (cf. Jo 1.19ss)? Ocorre que em sua pessoa e seus atos JESUS é ainda mais poderoso e envolvente que João Batista. João Batista naõ realizou nenhum milagre, por isso mesmo não poderia ser confundido com o Messias (veja profecia sobre o Messias -  Isaías 61:1 Cf com Lucas 4:18 - O ESPÍRITO do Senhor é sobre mim, pois que me ungiu para evangelizar os pobres, enviou-me a curar os quebrantados do coração). Por isso muitos creram em seu nome (Jo 2.23). Por essa razão vai até JESUS um dos homens dirigentes de Jerusalém, chamado Nicodemos, que pertencia ao grupo dos fariseus e tinha assento e voz no Sinédrio.
O tratamento que Nicodemos dirige a JESUS é honroso. Ele, o reconhecido teólogo, o Mestre  em Israel (v. 10), chama o homem sem estudo da Galileia de Rabi. Vieste de DEUS, sim; porém és apenas um grande Mestre , nada mais que isso. Ou queres ser mais? Queres concordar com aqueles que agora estão a dizer em Jerusalém: JESUS CRISTO, JESUS o Messias? Nicodemos dirige essa indagação oculta a JESUS. É sobre essa pergunta que ele pretende falar com o próprio JESUS. Acaba por encontrar o verdadeiro Messias (João 19:39).
Werner de Boor. Comentário Esperança Evangelho de João. Editora Evangélica Esperança. Com acréscimos do Pr Henrique.
 
Nicodemos pode ter tido uma compreensão deficiente, mas pelo menos não estava cegado por preconceitos, como aqueles líderes religiosos cuja reação às palavras e obras de JESUS foi atribuí-las à atividade demoníaca (veja Jo 8.48,52, Mc 3.22ss.). Mesmo que ele não tenha compreendido o significado dos sinais, percebeu que eles somente poderiam ter sido operados pelo poder de DEUS. Por esta razão, apesar de JESUS não pertencer às escolas de ensino sacro reconhecidas, este Mestre-líder em Israel saudou-o como um igual com o título Rabi - um sinal de respeito que valia mais partindo de Nicodemos que dos dois discípulos jovens de João 1.38. As conclusões de Nicodemos eram válidas, até onde tinha ido, mas não chegaram ao ponto que importava. JESUS viu o estado de sua alma, por trás das palavras de saudação proferidas por ele e respondeu-lhe numa linguagem que, por mais desconcertante e incompreensível que tenha parecido a Nicodemos, fora calculada com cuidado para falar à sua condição e levá-lo à salvação (João 19:39)..
F. F. BRUCE. João. Introdução e Comentário. Editora Vida Nova. pag. 78-79. Com acréscimos do Pr Henrique.
 
3. O Mestre  da humildade.
 Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração, e encontrareis descanso para a vossa alma. Mateus 11:29
 
A Auto humilhação de JESUS (Jo 13.4-20)
Pelo fato de a declaração de abertura do capítulo 13 ser longa e detalhada, o leitor deve considerar que o início da cena da ceia ocorre na primeira oração do versículo 2: E, acabada a ceia (o texto grego diz “durante a ceia”), e então continua com a primeira oração no versículo 4: levantou-se da ceia. Ao fazê-lo, o Senhor tirou as vestes (4, cf. 10.17; Fp 2.5-8); i.e., a túnica externa. Então, tomando uma toalha, cingiu-se, o que “marca a ação de um escravo”. Assim preparado, Ele pôs água numa bacia e começou a lavar os pés aos discípulos e a enxuga-los com a toalha com que estava cingido (5). João não declara por que algum dos discípulos não executou esta tarefa servil, mas evidentemente havia ocorrido alguma “busca de posição” entre os doze (Lc 22.24). Além disso, JESUS era o único naquela sala que poderia executar até mesmo o simbolismo da purificação — pois só Ele estava limpo no sentido teológico e moral da palavra (cf. 17.19; Hb 13.12). Ele veio para dar ao homem a possibilidade de tornar-se puro, moralmente limpo, santo.
Naquela sala só tinha um totalmente limpo - JESUS - Só ELE poderia lavar os pés de todos.
Quando JESUS foi lavar os pés de Pedro, este lhe disse: Senhor, tu lavas-me os pés a mim? (6) A resposta de JESUS, não o sabes tu, agora, não só afirmava a ignorância de Pedro em relação às coisas espirituais (e.g., a vinda do ESPÍRITO), como também incluía uma promessa: tu o saberás depois (7). O que eu faço era a humilhação do Senhor, simbolizada no ato de lavar-lhes os pés; na verdade, porém, Ele estava proporcionando toda a obra redentora de DEUS para o homem. Hoskyns comenta que a reação de Pedro não é um contraste entre o orgulho de Pedro e a humildade de JESUS, mas, antes, “entre o conhecimento de JESUS, o qual é a base da ação, e a ignorância de Pedro, que ainda não percebe que a humilhação do Messias é a causa efetiva da salvação cristã” (cf. 2.22; 7.39; 12.16; 14.25-26; 15.26; 16.13; 20.9). Mas o entendimento do futuro estava longe demais para Pedro. Ele só via a incongruência imediata da situação — JESUS lavando os seus pés. Impulsivamente, ele declarou: “Nunca em nenhum momento lavarás os meus pés — para sempre” (tradução literal). Pedro esperava colocar um ponto final em tudo aquilo. Mas JESUS conhecia o caminho para o coração de Pedro — a ameaça de ser excluído da presença de JESUS, a quem Pedro amava. Se eu te não lavar, não tens parte comigo (8; cf. Hb 12.14). “Não há lugar na sociedade dos cristãos para aqueles que não forem purificados pelo próprio Senhor JESUS”. Se a comunhão só poderia ser adquirida pela purificação (cf. 1 Jo 1.7), então Pedro queria tudo o que pudesse ter — pés, mãos e cabeça (9).
JESUS fez uma aplicação geral da ideia sobre a qual conversava com Pedro: “Aquele que está lavado não necessita de lavar senão os pés. Ele está todo limpo”. “Vós estais limpos, mas não todos” (10). Hoskyns comenta que, no ato da lavagem dos pés, JESUS “simbolicamente declara a completa purificação deles através da humilhação da morte do Messias. O cristão fiel é purificado pelo sangue de JESUS” (1 Jo 1.7; cf. Rm 6.1-3; 1 Co 10.16). Tudo isto era uma prefiguração simbólica da obra do ESPÍRITO que se tornaria possível através da sua vinda (14.15-17,25-26; 15.26; 16.7-15).
Mas, e quanto a Judas? Ele estava limpo? JESUS sabia, e soube (6.70-71), quem o haveria de trair; por isso, disse: Nem todos estais limpos (11). Bernard diz: “No que diz respeito à limpeza do corpo, não há dúvida de que ele estava nas mesmas condições dos outros, mas não no sentido espiritual”.
Tendo lavado os pés dos discípulos e vestido a sua túnica, JESUS, estando à mesa, outra vez perguntou aos discípulos: Entendeis o que vos tenho feito? (12) Macgregor comenta: “Quando ‘veste a sua túnica’, JESUS assume a sua vida novamente (10.17ss.) no poder do ESPÍRITO, e assim esclarece todas as coisas” (7). Sem esperar por uma resposta, JESUS explicou que isto tinha sido um exemplo (15), ou modelo, “que estimula ou deve estimular alguém a imitá-lo”. Da mesma forma que Ele, seu Mestre (literalmente, “Ensinador”) e Senhor, lhes tinha feito, assim deveriam fazer uns aos outros (13-14; cf. 34). Hoskyns diz: “Seu ato de lavar os pés dos discípulos expressa a própria essência da autoridade cristã”. Não parece haver qualquer evidência de que JESUS quisesse que a lavagem dos pés fosse instituída como um sacramento. Mas fica claro que Ele estava ensinando, pelo exemplo básico e axiomático, embora paradoxal, que a única maneira de ser “o maior” (Lc 22.24) ou de ser bem-aventurado (17) é tomar a estrada do serviço amoroso (13.34) e do sacrifício (10.15), baseado no conhecimento da vontade de DEUS para nós. A palavra traduzida como bem-aventurado é makarioi (Mt 5.3-12).
Joseph H. Mayfield. Comentário Bíblico Beacon. Editora CPAD. Vol. 7. pag. 116-117. Com acréscimos do Pr Henrique.
  
João 13. 4/5 Nesse episódio torna-se palpável o que Paulo quer dizer em Fp 2.6ss: Ele, que subsistindo em forma de DEUS, esvaziou-se a si mesmo, assumindo a forma de servo. Com o pano de linho se cingiu do avental de escravo para servir, exercendo um serviço típico de escravo.
Werner de Boor. Comentário Esperança Evangelho de João. Editora Evangélica Esperança.
  
Jo 13.3-5. Lucas acrescenta um elemento interessante, descrevendo como a disputa deles sobre este assunto provocou em JESUS algumas palavras sobre os verdadeiros padrões de grandeza e um apelo para que olhassem para seu próprio exemplo: “ ...no meio de vós, eu sou como quem serve" (Lc 22.24-27).
Comentário do Novo Testamento Aplicação Pessoal. Editora CPAD. Vol 1. pag. 240-241.
  
Jo 13. 12/14
“Vós deveis também lavar os pés uns aos outros” (Jo 13.12-17). Lucas 22.24 nos diz que, enquanto os discípulos entravam na sala em que ocorreria a Última Ceia, eles discutiam quem seria o maior no Reino do céu.
Esse pano de fundo encontrado em Lucas nos ajuda a perceber a importância da pergunta de JESUS: “Entendeis o que vos tenho feito?” Se JESUS, seu Senhor e Mestre, podia curvar-se para servir, os discípulos não deviam competir por grandeza, mas, antes, concentrar-se em servir. “Eu vos dei o exemplo, para que, como eu vos fiz, façais vós também”.
A preocupação de CRISTO não é com o ato, mas com a postura que ele demonstra. A humildade e o servir são elementos necessários à condição de discípulo cristão. Se somos seguidores de JESUS, certamente devemos seguir o seu exemplo.
Lawrence O. Richards. Comentário Devocional da Bíblia. Editora CPAD. pag. 693-694. Com acréscimos do Pr Henrique.
 
No meu ver, JESUS estava lavando a parte dos discípulos que tinha contato com o mundo, com a Terra. Esta parte estava suja.
O ensino de JESUS é que nós no mundo nos sujamos no dia a dia pelo contato com as coisas do mundo. Conversas, TV, Internet, etc...
Temos que sermos limpos todos os dias através do perdão de JESUS.
Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça. 1 João 1:9.
  
II - O ENSINO DAS ESCRITURAS NA IGREJA DO PRIMEIRO SÉCULO
1. Uma ordem de JESUS.
E disse-lhes: Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura. Marcos 16:15
Portanto, ide, ensinai todas as nações, batizando-as em nome do Pai, e do Filho, e do ESPÍRITO SANTO; ensinando-as a guardar todas as coisas que eu vos tenho mandado; e eis que eu estou convosco todos os dias, até à consumação dos séculos. Amém! Mateus 28:19,20
Mateus 28.19 IDE... ENSINAI... BATIZANDO. Estas palavras constituem a Grande Comissão de CRISTO a todos os seus seguidores, em todas as gerações. Declaram o alvo, a responsabilidade e a outorga da tarefa missionária da igreja.
(1) A igreja deve ir a todo o mundo e pregar o evangelho a todos, de conformidade com a revelação no NT, da parte de CRISTO e dos apóstolos (ver Ef 2.20). Esta tarefa inclui a responsabilidade primordial de enviar missionários a todas as nações (At 13.1-4).
(2) O evangelho pregado centraliza-se no arrependimento e na remissão (perdão) dos pecados (Lc 24.47), na promessa do recebimento de o dom do ESPÍRITO SANTO (At 2.38), e na exortação de separar-nos desta geração perversa (At 2.40), ao mesmo tempo em que esperamos a volta de JESUS, do céu (At 3.19,20; 1 Ts 1.10).
(3) O propósito da Grande Comissão é fazer discípulos que observarão os mandamentos de CRISTO. Este é o único imperativo direto no texto original deste versículo. A intenção de CRISTO não é que o evangelismo e o testemunho missionário resultem apenas em decisões de conversão. As energias espirituais não devem ser concentradas meramente em aumentar o número de membros da igreja, mas, sim, em fazer discípulos que se separam do mundo, que observam os mandamentos de CRISTO e que o seguem de todo o coração, mente e vontade (cf. Jo 8.31).
(4) Note-se, ainda, que CRISTO nos ordena a concentrar nossos esforços para alcançar os perdidos e não em cristianizar a sociedade ou assumir o controle do mundo. Aqueles que crêem em CRISTO devem abandonar o presente sistema mundano maligno e separar-se da sua imoralidade (Rm 13.12; 2 Co 6.14), e ao mesmo tempo expor a sua malignidade (Ef 5.11).
(5) Os que crêem em CRISTO e no evangelho devem ser batizados em água. Este ato representa o compromisso que assumiram, de renúncia à imoralidade, ao mundo e à sua própria natureza pecaminosa e de se consagrar sem reservas a CRISTO e aos propósitos do seu reino (ver At 22.16).
(6) CRISTO estará com seus seguidores obedientes, através da presença e do poder do ESPÍRITO SANTO (cf. v. 20; 1.23; 18.20). Devem ir a todas as nações e testemunhar somente depois que do alto sejam revestidos de poder (Lc 24.49; ver At 1.8)
28.20 ESTOU CONVOSCO. Esta promessa é a garantia de CRISTO para os que estão empenhados em ganhar os perdidos e ensinar-lhes a obedecer aos seus padrões de retidão.
JESUS ressurgiu, está vivo, e pessoalmente tem cuidado de cada filho seu. Ele está contigo na pessoa do ESPÍRITO SANTO (Jo 14.16,26), e através da sua Palavra (Jo 14.23). Não importa a tua condição - fraco, pobre, humilde, sem importância , Ele cuida de ti e vê com solicitude cada detalhe das lutas e provações da vida e concede a graça suficiente (2 Co 12.9), bem como a sua presença para te dar vitória até o fim (28;20, At 18.10). Esta é a resposta do crente, ante cada temor, dúvida, problema, angústia e desânimo.
BEP - CPAD - Com acréscimos do Pr Henrique.
  
e, em seu nome, se pregasse o arrependimento e a remissão dos pecados, em todas as nações, começando por Jerusalém. Lucas 24:47
24.47 ARREPENDIMENTO E A REMISSÃO DE PECADOS. Os discípulos somente deviam pregar o perdão dos pecados juntamente com o arrependimento do pecador. O pregador que anuncia a salvação como uma simples crença ou religião fácil, ou uma formal aceitação da salvação gratuita, sem nenhum compromisso voluntário do pecador de obedecer a CRISTO e à sua Palavra, está pregando um falso evangelho. O verdadeiro arrependimento inclui o abandono do pecado, i.e., um elemento fundamental e imutável do verdadeiro evangelho neotestamentário (ver Mt 3.2).
24.47 EM TODAS AS NACÕES. O próprio CRISTO institui a obra missionária cristã como uma tarefa santa e obrigatória da igreja. Missões é um tema prioritário, tanto no Antigo como no Novo Testamento (Gn 22.18; 1 Rs 8.41-43; Sl 72.8-11; Is 2.3, 45.22-25; Mt 28.19; At 1.8; 28.28; Ef 2.14-18).
Mas recebereis o poder do ESPÍRITO SANTO, que há de vir sobre vós; e ser-me-eis testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judeia e Samaria e até aos confins da terra. Atos 1:8
1.8 RECEBEREIS A VIRTUDE. O termo original para virtude ou poder é dunamis, que significa poder real; poder em ação. Esse é o versículo-chave do livro de Atos. O propósito principal do batismo no ESPÍRITO SANTO é o recebimento de poder divino para testemunhar de CRISTO, para ganhar os perdidos para Ele, e ensinar-lhes a observar tudo quanto CRISTO ordenou. Sua finalidade é que CRISTO seja conhecido, amado, honrado, louvado e feito Senhor do povo de DEUS (cf. Mt 28.18-20; Lc 24.49; Jo 5.23; 15.26,27).
(1) Poder (gr. dunamis) significa mais do que força ou capacidade; designa aqui, principalmente, o poder divino em operação, em ação. O batismo no ESPÍRITO SANTO trará o poder pessoal do ESPÍRITO SANTO à vida do crente.
(2) Está relacionado o batismo no ESPÍRITO SANTO, a salvação e a regeneração da pessoa, junto com o poder celestial no interior do crente para este testemunhar com grande eficácia.
(3) A obra principal do ESPÍRITO SANTO no testemunho e na proclamação do evangelho diz respeito à obra salvífica de CRISTO, à sua ressurreição e à promessa do batismo no ESPÍRITO (cf. 2.14-42). O ESPÍRITO dá testemunho e isso representa papel importante em nossa vida pessoal.
1.8 SER-ME-EIS TESTEMUNHAS. O batismo no ESPÍRITO SANTO não somente outorga poder para pregar JESUS como Senhor e Salvador, como também aumenta a eficácia desse testemunho, fortalecido e aprofundado pelo nosso relacionamento com o Pai, o Filho e o ESPÍRITO SANTO por termos sido cheios do ESPÍRITO (cf. Jo 14.26; 15.26,27).
(1) O ESPÍRITO SANTO revela e torna mais real para nós a presença pessoal de JESUS (Jo 14.16-18). Uma comunhão íntima com o próprio JESUS CRISTO resultará num desejo cada vez maior da nossa parte de amar, honrar e agradar nosso Salvador. (2) O ESPÍRITO SANTO dá testemunho da justiça (Jo 16.8,10) e da verdade (Jo 16.13), as quais glorificam a CRISTO (Jo 16.14), não somente com palavras, mas também no modo de viver e no agir. Daí, quem tem o testemunho do ESPÍRITO SANTO a respeito da obra redentora de JESUS CRISTO, manifestará com certeza, à semelhança de CRISTO, o amor, a verdade e a justiça em sua vida (cf. 1 Co 13).
(3) O batismo no ESPÍRITO SANTO outorga poder para o crente testemunhar de CRISTO e produz nos perdidos a convicção do pecado, da justiça e do juízo (ver Jo 16.8). Os efeitos desta convicção se tornarão evidentes naqueles que proclamam com sinceridade a mensagem da Palavra e naqueles que a recebem (2.39,40).
(4) O batismo no ESPÍRITO SANTO destina-se àqueles cujos corações pertencem a DEUS por terem abandonado seus maus caminhos (2.38; 3.26), e é mantido mediante a mesma dedicação sincera a CRISTO (ver 5.32).
(5) O batismo no ESPÍRITO SANTO é um batismo no ESPÍRITO que é santo (cf. ESPÍRITO de santificação , Rm 1.4). Assim, se o ESPÍRITO SANTO realmente estiver operando em nós plenamente, viveremos em maior conformidade com a santidade de CRISTO. À luz destas verdades bíblicas, portanto, quem for batizado no ESPÍRITO SANTO, terá um desejo intenso de agradar a CRISTO em tudo o que puder. Noutras palavras: a plenitude do ESPÍRITO complementa (i.e., completa) a obra salvífica e santificadora do ESPÍRITO SANTO em nossa vida. Aqueles que afirmam ter a plenitude do ESPÍRITO, mas vivem uma vida contrária ao ESPÍRITO de santidade, estão enganados e mentindo. Aqueles que manifestam dons espirituais, milagres, sinais espetaculares, ou oratória inspiradora, devem ter uma vida de verdadeira fé, amor e retidão.  Com acréscimos do Pr Henrique.
  
Isso nos leva a uma consideração dos termos da Grande Comissão. Qual foi a comissão que o Senhor JESUS deu a Igreja? Não pode haver dúvida de que a maioria de suas versões (pois parece que ele repetiu a comissão de várias formas e em várias ocasiões) dá ênfase ao evangelismo. “Ide por todo o mundo e pregai o evangelho a toda criatura” é o mandamento familiar da “longa conclusão” do Evangelho de Marcos (Mc 16.15). “Ide […] fazei discípulos de todas as nações, batizando-os […], ensinando-os” é a forma que Mateus escolheu (Mt 28.19-20), enquanto Lucas registra, no final de seu evangelho, as palavras de CRISTO de que “em seu nome se pregasse arrependimento para remissão de pecados a todas as nações” e no início de Atos, de que seu povo receberia poder para se tornar testemunha até os confins da terra (Lc 24.47; At 1.8). A ênfase cumulativa parece clara. Ela é colocada na pregação, testemunho e discipulado, e devemos mesmo deduzir disso que a
missão da igreja, de acordo com as especificações do Senhor ressurreto, seja prioritariamente uma missão de pregação, conversão e ensino. Evidente que a Igreja tem outras tarefas como a educação, adoração, trabalho social etc.
Embora em missões anteriores JESUS tivesse enviado os discípulos somente aos judeus (10.5,6), a sua missão a partir de então seria a todas as nações. Isto é chamado de Grande Comissão. Os discípulos tinham sido bem treinados, e tinham visto o Senhor ressuscitado. Eles estavam preparados para ensinar as pessoas de todo o mundo a guardar todas as coisas que JESUS tinha mandado (Mt 28.20). Isto também mostrava aos discípulos que haveria um período entre a ressurreição de JESUS e arrebatamento. Durante este período, os seguidores de JESUS tinham uma missão a cumprir - evangelizar, batizar e ensinar as pessoas a respeito de JESUS para que elas, por sua vez, pudessem fazer a mesma coisa.
As boas novas do Evangelho deveriam ser transmitidas a todas as nações. Com este mesmo poder e autoridade, JESUS ainda nos ordena que contemos a outros sobre as boas-novas, e os façamos discípulos do reino. Nós devemos ir – seja à porta ao lado ou a outro país - e fazer discípulos. Esta não é uma opção, mas um mandamento a todos os que chamam JESUS de “Senhor”. Quando obedecermos, sentiremos conforto sabendo que JESUS está conosco todos os dias. Isto irá acontecer por meio da presença do ESPÍRITO SANTO na vida dos crentes. O ESPÍRITO SANTO será a presença de JESUS que nunca nos deixará (Jo 14.26; At 1.4,5). JESUS continua a estar conosco hoje, por meio do seu ESPÍRITO SANTO.
Comentário do Novo Testamento Aplicação Pessoal. Editora CPAD. Vol 1. pag. 171. Com acréscimos do Pr Henrique.
  
Mt 28:18 Toda a autoridade. Em seu estado ressuscitado, JESUS exerce autoridade absoluta em todo o céu e a terra, o que demonstra sua divindade. Sua autoridade foi dada pelo Pai, o que indica que ele continua sujeito ao Pai (1 Coríntios. 15:28).
Mt 28:19 O imperativo (fazer discípulos , isto é, chamar as pessoas a comprometer-se a JESUS como Mestre e Senhor) explica o foco central da Grande Comissão, enquanto os particípios gregos (traduzido como batizando , e "ensinar" [v.20 ]) descrevem os aspectos do processo. todas as nações . O ministério de JESUS em Israel era para ser o ponto de partida do que viria a ser uma proclamação do evangelho a todos os povos da terra, incluindo não só os judeus, mas também os gentios. O nome (singular, não plural) do Pai, do Filho e do ESPÍRITO SANTO é uma indicação precoce da divindade trinitária e uma proclamação aberta da divindade de JESUS.
Mt 28:20 O ensino é um meio pelo qual os discípulos de JESUS são continuamente transformados, a fim de tornar-se mais semelhante a CRISTO (cf. 10:24-25;. Rom 8:29;. 2 Coríntios 3:18). observar. Obedeça. estou convosco todos os dias . JESUS conclui a comissão, e Mateus seu Evangelho, com o elemento crucial do discipulado: a presença do Mestre, que é "DEUS conosco" (Mt 1:23).
BIBLIA DE ESTUDO ESV ENGLISH STANDARD VERSION. Published by Crossway Bibles. Com acréscimos do Pr Henrique.
 
2. A doutrina dos apóstolos.
12.5 A IGREJA. Através do livro de Atos, bem como outros trechos do NT, tomamos conhecimento das normas ou dos padrões estabelecidos para uma igreja neotestamentária.
(1) Antes de mais nada, a igreja é o agrupamento de pessoas em congregações locais e unidas pelo ESPÍRITO SANTO, que diligentemente buscam um relacionamento pessoal, fiel e leal com DEUS e com JESUS CRISTO (At 13.2; 16.5; 20.7; Rm 16.3,4; 1 Co 16.19; 2 Co 11.28; Hb 11.6).
(2) Mediante o poderoso testemunho da igreja, os pecadores são salvos, nascidos de novo, batizados nas águas e acrescentados à igreja; participam da Ceia do Senhor e esperam a volta de CRISTO (At 2.41,42; 4.33; 5.14; 11.24; 1 Co 11.26).
(3) O batismo no ESPÍRITO SANTO será pregado e concedido aos novos crentes (ver At 2.39), e sua presença e poder se manifestarão.
(4) Os dons do ESPÍRITO SANTO estarão em operação (Rm 12.6-8; 1 Co 12.4-11; Ef 4.11,12), inclusive prodígios, sinais e curas (At 2.18,43; 4.30; 5.12; 6.8; 14.10; 19.11; 28.8; Mc 16.18).
(5) Para dirigir a igreja, DEUS lhe provê um ministério quíntuplo, o qual adestra os santos para o trabalho do Senhor (Ef 4.11,12).
(6) Os crentes expulsarão demônios (At 5.16; 8.7; 16.18; 19.12; Mc 16.17).
(7) Haverá lealdade absoluta ao evangelho, i.e., aos ensinamentos originais de CRISTO e dos apóstolos (2.42; ver Ef 2.20). Os membros da igreja se dedicarão ao estudo da Palavra de DEUS e à obediência a ela (6.4; 18.11; Rm 15.18; Cl 3.16; 2 Tm 2.15).
(8) No primeiro dia da semana (At 20.7; 1 Co 16.2), a congregação local se reunirá para a adoração e a mútua edificação através da Palavra de DEUS escrita e das manifestações do ESPÍRITO (1 Co 12.7-11; 14.26; 1 Tm 5.17).
(9) A igreja manterá a humildade, reverência e santo temor diante da presença de um DEUS santo (5.11). Os membros terão uma preocupação vital com a pureza da igreja, disciplinarão aqueles que caírem no pecado, bem como os falsos mestres, falsos apóstolos, falsos evangelistas e falsos pastores que são desleais à fé bíblica (20.28; 1 Co 5.1-13; 2 Co 11.13; Mt 18.15; 24.1; Mc 13.22; 2 Pe 2.1).
(10) Aqueles que perseverarem no caráter piedoso e nos padrões da justiça ensinados pelos apóstolos, serão ordenados ministros para a direção das igrejas locais e a manutenção da sua vida espiritual (Mt 18.15; 1 Co 5.1-5; 1 Tm 3.1-7; Tt 1.5-9). (11) Semelhantemente, a igreja terá diáconos responsáveis para cuidarem dos negócios temporais e materiais da igreja (ver 1 Tm 3.8).
(12) Haverá amor e comunhão no ESPÍRITO evidente entre os membros (At 2.42,44-46; ver Jo 13.34), não somente dentro da congregação local como também entre ela e outras congregações que crêem na Bíblia (15.1-31; 2 Co 8.1-8).
(13) A igreja será uma igreja de oração e jejum (At 1.14; 6.4; 12.5; 13.2; Rm 12.12; Cl 4.2; Ef 6.18).
(14) Os crentes se separarão dos conceitos materialistas prevalecentes no mundo, bem como de suas práticas (2.40; Rm 12.2; 2 Co 6.17; Gl 1.4; 1 Jo 2.15,16).
(15) Haverá sofrimento e aflição por causa do mundo e dos seus costumes (At 4.1-3; 5.40; 9.16; 14.22).
(16) A igreja trabalhará ativamente para enviar missionários a outros países (At 2.39; 13.2-4). Nenhuma igreja local tem o direito de se chamar de igreja segundo as normas do NT, a não ser que esteja se esforçando para manter estas 16 características práticas entre seus membros.
12.5 CONTÍNUA ORAÇÃO. Os crentes do NT perseveravam em oração fervorosa. A situação parecia impossível; Tiago fora morto. Herodes mantinha Pedro na prisão vigiado por dezesseis soldados. Todavia, a igreja primitiva tinha a convicção de que a oração feita por um justo pode muito em seus efeitos (Tg 5.16), e oraram de um modo intenso e contínuo a respeito da situação de Pedro, na casa de Maria, mãe de Marcos. A oração deles não demorou a ser atendida (vv. 6-17). As igrejas do NT frequentemente se dedicavam à oração coletiva prolongada (At 1.4; 2.42; 4.24-31; 12.5,12; 13.2). A intenção de DEUS é que seu povo se reúna para a oração definida e perseverante; note as palavras de JESUS: A minha casa será chamada casa de oração (Mt 21.13). As igrejas que declaram basear sua teologia, prática e missão, no padrão divino revelado no livro de Atos e noutros escritos do NT, devem exercer a oração fervorosa e coletiva como elemento vital da sua adoração e não apenas um ou dois minutos por culto. Na igreja primitiva, o poder e presença de DEUS e as reuniões de oração integravam-se. Nenhum volume de pregação, ensino, cânticos, música, animação, movimento e entusiasmo manifestará o poder e presença genuínos no ESPÍRITO SANTO, sem a oração neotestamentária, mediante a qual os crentes perseveravam unanimemente em oração e súplicas (1.14). BEP - CPAD
 
O ensino do evangelho de CRISTO aos novos convertidos era tão sério e profundo, que os primeiros crentes eram batizados em águas imediatamente após se converterem (De sorte que foram batizados os que de bom grado receberam a sua palavra; e, naquele dia, agregaram-se quase três mil almas. Atos 2:41; Portanto, ide, ensinai todas as nações, batizando-as em nome do Pai, e do Filho, e do ESPÍRITO SANTO; Mateus 28:19),
“E perseveravam na doutrina dos apóstolos, e na comunhão, e no partir do pão, e nas orações. Em cada alma havia temor, e muitas maravilhas e sinais se faziam pelos apóstolos” (At 2.42, 43 — grifo nosso).
A “doutrina dos apóstolos” era o conjunto de ensinos, ministrados por eles aos novos crentes, de forma eficaz, produzindo mudanças e transformações na vida dos que se convertiam, com sinais prodígios e maravilhas. Essa doutrina apostólica ainda está em vigor em nossos dias. Os mestres ou doutores, com humildade e amor, devem fundamentar seus estudos nos ensinos preciosos do evangelho de CRISTO, imitando em tudo a JESUS, ou seja, ensinando, pregando e curando.
E percorria JESUS toda a Galileia, ensinando nas suas sinagogas, e pregando o evangelho do Reino, e curando todas as enfermidades e moléstias entre o povo. Mateus 4:23
E percorria JESUS todas as cidades e aldeias, ensinando nas sinagogas deles, e pregando o evangelho do Reino, e curando todas as enfermidades e moléstias entre o povo. Mateus 9:35
e enviou-os a pregar o Reino de DEUS e a curar os enfermos. Lucas 9:2
E aconteceu que, em um daqueles dias, estava ensinando, e estavam ali assentados fariseus e doutores da lei que tinham vindo de todas as aldeias da Galileia, e da Judeia, e de Jerusalém. E a virtude do Senhor estava com ele para curar. Lucas 5:17
Elinaldo Renovato. Dons espirituais & Ministeriais Servindo a DEUS e aos homens com poder extraordinário. Editora CPAD. pag. 125. Com acréscimos do Pr Henrique.
  
Atos 2.42 Este primeiro relato da igreja que acabava de nascer descreve a adoração na igreja primitiva, na primeira década da igreja. Os três mil novos crentes se agregaram aos outros crentes. Isto é, se reuniram com outros como eles, pessoas de pensamento e fé semelhantes. Perseveravam implica que estavam regularmente, continuamente, persistindo nas atividades que vinham a seguir.
Estas atividades formam um mapa prático não somente para a igreja de um dia de idade, mas para qualquer igreja, de qualquer idade.
A doutrina dos apóstolos era essencial para o conteúdo daquilo que deveria ser estudado. Os apóstolos, as testemunhas oculares de tudo o que JESUS tinha feito, seriam aqueles a quem o ESPÍRITO SANTO lembraria as verdades fundamentais segundo as quais a igreja seria conduzida pelos séculos futuros (Jo 14.17,25,26; 16.13). Desde o início, a igreja primitiva se dedicou a ouvir, estudar e aprender o que os apóstolos tinham para ensinar.
A comunhão (do grego, koinonia) significa associação e relacionamentos íntimos. Isto era mais do que simplesmente ficarem juntos, certamente mais do que simplesmente uma reunião religiosa. Isto envolvia compartilhar bens, fazer refeições juntos, e orar juntos.
O partir do pão se refere aos cultos de comunhão que eram realizados como lembrança de JESUS e instituídos de acordo com a Última Ceia, que JESUS tinha tido com os seus discípulos antes da sua morte (Mt 26.26-29). É provável que este culto incluísse regularmente uma refeição em comum (At 2.46; 20.7; 1 Co 10.16; 11.23-25; Jd 1.12).
A oração está ligada ao partir do pão, para explicar a palavra “comunhão”. Estas eram pelo menos duas das atividades que faziam parte das suas reuniões regulares. A oração sempre foi uma marca das reuniões dos crentes.
Atos 2.43 A palavra temor é a palavra grega phobos, literalmente traduzida como “medo”. Este temor era parcialmente causado pelas muitas maravilhas e sinais que os apóstolos faziam. As “maravilhas” (teratá) eram os milagres fabulosos que evocavam assombro naqueles que os viam. Os “sinais” miraculosos (semeia) conferiam autenticidade à mensagem e ao mensageiro, direcionando os observadores a uma fonte divina do milagre ou a uma verdade divina. Aqui, estes sinais e maravilhas conferiam autenticidade à mensagem dos apóstolos, identificando-a como uma verdade divina.
E eles, tendo partido, pregaram por todas as partes, cooperando com eles o Senhor e confirmando a palavra com os sinais que se seguiram. Amém! Marcos 16:20
Comentário do Novo Testamento Aplicação Pessoal. Editora CPAD. Vol 1. pag. 633.
  
(1) Os cristãos da igreja primitiva estavam todos os dias no templo (v. 46). Adorar a DEUS tem de ser nossa atividade diária, e, sempre que houver oportunidade, quanto mais vezes fizermos publicamente, melhor.
(2) Os cristãos da igreja primitiva eram unânimes (v. 46). Não havia discórdia ou discussão entre eles, somente amor santo. Com prazer e entusiasmo, eles se reuniam nos cultos públicos. Mantinham reuniões exclusivamente suas e eram unânimes em suas orações.
c- Os primeiros cristãos juntavam-se na ordenança da Ceia do Senhor. Eles perseveravam no partir do pão (v. 42), celebrando o memorial da morte do Mestre, como pessoas que não se envergonhavam de relacionar-se e depender de JESUS CRISTO e este crucificado (2 Co 2.2). Eles repartiam o pão em casa, kat oikon - de casa em casa. Não julgavam adequado celebrar a Ceia do Senhor no templo, visto que isso era peculiar aos cristãos. Eles iam de uma a uma destas pequenas casas domésticas, casas que continham igrejas, e lá celebravam a Ceia do Senhor com as pessoas que normalmente se reuniam ali para adorar a DEUS.
d- Os primeiros cristãos perseveravam [...] nas orações (v. 42). Depois que o ESPÍRITO foi derramado, como também antes enquanto o esperavam, eles permaneceram perseverantes em oração. O partir do pão se coloca entre a obra e a oração, pois se liga a ambas, e é uma forma de assistência apara ambas.
5. Os primeiros cristãos abundavam em ação de graças; sempre estavam louvando a DEUS (v. 47). O louvor deve ser parte de toda oração e não algo a ser escondido num canto.
HENRY. Matthew. Comentário Matthew Henry Novo Testamento ATOS A APOCALIPSE Edição completa. Editora CPAD. pag. 24.
  
Atos 2. 43 “Cada alma, porém, enchia-se de temor.” Consideramos isso estranho? O “temor de DEUS” obviamente se tornou algo desconhecido para nós, porque DEUS ficou distante e impreciso, uma mera ideia de nossas cabeças. Acerca dos primeiros cristãos, porém, Bengel escreve com razão ao comentar este trecho: “Habebant enim DEUM praesentum” – “A saber, tinham a DEUS presente”. Para pessoas salvas, portanto, o temor não era aquele medo do castigo, sobre o qual João escreve que é lançado fora pelo amor perfeito (1 Jo 4.18). Pelo contrário, era o respeito sagrado daqueles que agora de fato “habitavam” na presença de DEUS pelo ESPÍRITO SANTO e por isso “com o fogo devorador e com as chamas eternas”, de que falou Isaías 33.14. É o “temor” que Pedro deseja aos fiéis como característica permanente de toda a sua conduta (1Pe 1.17).
Essa proximidade de DEUS se tornou palpável nos “prodígios e sinais, que aconteciam por intermédio dos apóstolos”. DEUS é por natureza um DEUS dos milagres, um DEUS que intervém nas realidades da vida, ajudando, libertando e restaurando. Em vista disso, o “temor” sobreveio também àqueles que ainda não pertenciam à igreja. Olhavam com apreensão para esses cristãos, entre os quais DEUS se mostrava tão poderoso. Tinham uma sensação de que DEUS ainda era algo diferente daquele personagem da tradição antiga, em quem haviam “crido” e que haviam venerado em formas do passado sem um abalo especial do coração. É uma marca de autenticidade daqueles “prodígios e sinais” o fato de não desencadearem entusiasmo e fanatismo, mas “temor”.
Werner de Boor. Comentário Esperança Atos. Editora Evangélica Esperança.
  
3. Ensinamento persistente.
Atos 13.2 SERVINDO... E JEJUANDO. O cristão cheio do ESPÍRITO é muito sensível ao que o ESPÍRITO SANTO comunica durante a oração e o jejum (ver Mt 6.16). Aqui, a comunicação da parte do ESPÍRITO SANTO provavelmente foi uma palavra profética (cf. v. 1).
Atos 20.19 COM MUITAS LÁGRIMAS. Paulo, em muitas ocasiões, menciona que servia ao Senhor com lágrimas (v. 31; 2 Co 2.4; Fp 3.18). Nesse discurso diante dos anciãos de Éfeso (vv. 17-38), Paulo refere-se à admoestação que, com lágrimas, lhes dirigiu durante três anos (v. 31). As lágrimas não resultaram de fraqueza; pelo contrário, Paulo via a condição perdida da raça humana, a maldade do pecado, a distorção do evangelho e o perigo de rejeitar o Senhor, como coisas tão graves, que sua pregação era frequentemente acompanhada de lágrimas (cf. Mc 9.24; Lc 19.41).
20.20 NADA... DEIXEI DE VOS ANUNCIAR. Paulo pregava tudo que era útil ou necessário à salvação de seus ouvintes. O ministro do evangelho deve ser fiel ao anunciar toda a verdade de DEUS à sua congregação. Não deve procurar agradar aos desejos dos ouvintes, nem satisfazer o gosto deles, nem promover sua própria popularidade. Mesmo se tiver que falar palavras de repreensão e de reprovação, ensinar contrariamente à preconceitos naturais, ou pregar padrões bíblicos opostos aos desejos da natureza carnal; o pregador fiel entregará a verdade plena por amor ao rebanho (e.g., Gl 1.6-10; 2 Tm 4.1-5), afinal "Eu repreendo e castigo a todos quantos amo; sê, pois, zeloso e arrepende-te" Apocalipse 3:19 - BEP - CPAD
Os primeiros mestres ou ensinadores foram os integrantes do Colégio Apostólico. Como pioneiros na propagação do evangelho, foram perseguidos, presos e alguns mortos. Mas cumpriram a ordem de JESUS de pregar e ensinar a sua Palavra. Diz o texto bíblico: “E todos os dias, no templo e nas casas, não cessavam de ensinar e de anunciar a JESUS CRISTO” (At 5.42). Não perdiam tempo. Não havia templos cristãos. A igreja começou nas casas. O ensino era ministrado a pequenos grupos nos lares. O apóstolo Paulo, falando aos anciãos de Éfeso, mostrou o caráter do seu ensino como verdadeiro Mestre  cristão: “servindo ao Senhor com toda a humildade e com muitas lágrimas e tentações que, pelas ciladas dos judeus, me sobrevieram; como nada, que útil seja, deixei de vos anunciar e ensinar publicamente e pelas casas, testificando, tanto aos judeus como aos gregos, a conversão a DEUS e a fé em nosso Senhor JESUS CRISTO” (At 20.19-21 — grifo nosso).
Elinaldo Renovato. Dons espirituais & Ministeriais Servindo a DEUS e aos homens com poder extraordinário. Editora CPAD. pag. 125-126.
  
 Os apóstolos prosseguiram na obra com diligência infatigável: Eles foram castigados por pregarem no nome de JESUS (v. 40) e receberam a ordem de não pregarem mais nesse nome. Contudo, eles não cessavam de ensinar e de anunciar (v. 42). Não deixaram de aproveitar toda oportunidade, nem diminuíram nada em seu zelo ou fervor.
Observe: (1) Quando os apóstolos pregavam: Todos os dias (v. 42). Não só em fim de semana, mas diariamente, tão regularmente quanto chegava o dia, sem falhar um dia sequer; como fez o Mestre (Mt 26.55, Lc 19.47). Eles não temiam ser mortos ou enfadar os ouvintes. (2) Onde os apóstolos pregavam: publicamente no templo e particularmente nas casas (v. 42). Em reuniões heterogéneas, nas quais todos acorriam, e nas reuniões seletas de cristãos para ordenanças especiais. Eles não pensavam que um tipo de reunião os dispensaria de outro, pois a palavra deve ser pregada a tempo e fora de tempo (2 Tm 4.2). Eles visitavam as famílias dos irmãos que estavam sob perseguição e lhes davam instruções particulares segundo requeria cada caso, até para crianças e escravos. (3) Qual era o tema que os apóstolos pregavam: Eles anunciavam a JESUS CRISTO (v. 42). Eles não pregavam a si mesmos, mas a CRISTO JESUS (2 Co 4.5), como amigos fiéis do noivo, tornando sua tarefa promover o interesse dele. Esta era a pregação que mais ofendia os sacerdotes, que queriam que eles pregassem qualquer coisa, menos JESUS CRISTO. Mas eles não mudariam o tema para agradá-los. Os ministros do evangelho devem ser constantes em anunciar senão a JESUS CRISTO e este crucificado (1 Co 2.2), anunciar a JESUS CRISTO e este glorificado. Nada mais que JESUS CRISTO e o que for conversível a este tema.
HENRY. Matthew. Comentário Matthew Henry Novo Testamento ATOS A APOCALIPSE Edição completa. Editora CPAD. pag. 58-59.
  
Atos 20. 20-21. A pregação de Paulo era autêntica (w. 20,21). Ele foi a Éfeso para pregar o evangelho de CRISTO, fora-lhes fiel e àquele que o comissionou. (1) O apóstolo era um pregador claro. Ele entregava as mensagens de modo bastante compreensivo. Essa interpretação se baseia em duas palavras: Nunca deixei de vos anunciar e ensinar (v. 20). Ele não divertiu os efésios com especulações sutis, nem os levou para depois abandoná-los nas nuvens de altas teorias e sublimes expressões. Ele lhes anunciou as verdades claras do evangelho, verdades da maior influência e importância, e lhes ensinou como se ensina a crianças. “Eu vou anunciei o caminho certo para a felicidade, e vos ensinei a andar nele.” (2) O apóstolo era um ensinador poderoso, ideia implícita no fato de testemunhar aos efésios (v. 21, testificando). Ele ensinou como se estivesse sob juramento, como se estivesse inteiramente certo da verdade que defendia. Seu único desejo era que a mensagem os convencesse, os influenciasse e os orientasse. Ele anunciou o evangelho, não como um vendedor de jornais que proclama as manchetes na rua (pouco lhe importando se o que proclama é verdadeiro ou falso), mas como testemunha conscienciosa que apresenta provas no tribunal, com a maior seriedade e solicitude. Paulo ensinou o evangelho como uma testemunha a favor deles, caso o recebessem, e como uma testemunha contra eles, caso o rejeitassem. (3) O apóstolo era um pregador útil (v. 20). Em todas as suas pregações, objetivava fazer o bem àqueles para quem pregava. Ele proclamava tudo que fosse útil aos efésios, que tendesse a torná-los sábios e bons, mais sábios e melhores, que documentasse seus julgamentos e corrigisse seus corações e vidas. Ele pregava ta sympheronta, as coisas que traziam consigo a luz, o calor e o poder divino para suas almas. Nós fazemos tudo isto, ó amados, para vossa edificação (2 Co 12.19). Paulo não tencionava ensinar o que fosse agradável, mas o que fosse útil. E, quando agradava, o alvo era ser útil. A Bíblia diz que DEUS ensina ao seu povo o que é útil (Is 48.17).
Os que ensinam ao povo o que é útil estão ensinando no lugar de DEUS. (4) O apóstolo era um ensinador esmerado, muito diligente e infatigável em seu trabalho: Ele ensinava publicamente e pelas casas (v. 20). Em suas visitas particulares e enquanto vão de casa em casa, os ministros devem discorrer sobre os mesmos assuntos que ensinam publicamente. Devem repeti-los, reprisá-los, explicá-los e, caso necessário, perguntar: Entendestes todas estas coisas? (Mt 13.51). E, sobretudo, devem ajudar as pessoas a aplicar a verdade a si mesmas e à sua própria situação. (5) O apóstolo era um ensinador fiel: Ele não só pregava o que era útil, mas tudo que julgasse que fosse útil para os efésios. (1 Co 1.23). (6) O apóstolo era um ensinador universal: Ele testemunhou tanto aos judeus como aos gregos (v. 21). Os ministros têm de pregar o evangelho com imparcialidade porque são ministros de CRISTO para a igreja universal que é o corpo de CRISTO. (7) O apóstolo era um ensinador verdadeiramente cristão: Ele não ensinava noções filosóficas ou questões de discussão duvidosa, nem pregava política ou se intrometia em assuntos do estado ou do governo civil. Ele pregava a fé e o arrependimento - os dois grandes temas do evangelho suas características e exigências. Esses eram temas nos quais insistia em todas as ocasiões. [1] O arrependimento para com DEUS (v. 21, versão RA; ou a conversão a DEUS, RC). [2] A fé em nosso Senhor JESUS CRISTO (v. 21).
HENRY. Matthew. Comentário Matthew Henry Novo Testamento ATOS A APOCALIPSE Edição completa. Editora CPAD. pag. 222-223.
  
Atos 20. 20. O ministério pastoral de Paulo se realizava publicamente em reuniões (tais quais aquelas que se realizavam na escola de Tirano) e também de casa em casa (2:46; cf. Rm 16:5; Cl 4:15; Fm 2). Paulo dá considerável ênfase ao fato de que, no decurso de tudo, não deixará de ensinar qualquer coisa que fosse proveitosa para seus ouvintes (cf. v. 27), embora nem sempre fosse bem aceita (G1 4:16, cf. 2 Co 4:2). 
Atos 20. 21. proclamava aos judeus a necessidade da fé, e aos gregos, a necessidade do arrependimento, respectivamente.
I. Howard Marshall. Atos. Introdução e Comentário. Editora Vida Nova. pag. 308-309.
  
Atos 13. A Incumbência (13.1-3).
Literalmente, o versículo 1 diz: “Na igreja que estava em Antioquia havia alguns profetas e doutores” (ASV; cf. NEB).
A cidade de Antioquia na Síria era a terceira maior cidade do Império Romano (depois de Roma e Alexandria). Dali saiu a grande missão voltada aos gentios. Antioquia tornou-se a base principal da evangelização do mundo gentílico. Foi feita uma referência a alguns profetas e doutores da igreja de Antioquia. A palavra grega prophetes (de prophemi, “falar”, com o sentido de declarar) significa “aquele que age como intérprete ou comunicador da vontade divina”, e da mesma maneira ela foi usada pelos profetas do Antigo Testamento (e.g., 3.22-23; 7.37; 8.28). Os profetas e os doutores, ou mestres, passaram a constituir os dois principais grupos de obreiros da igreja dignos de receber apoio, como mostra claramente o Didache (c. 13) do segundo século.
Na língua grega, a partícula te é colocada antes da palavra Barnabé e com Manaém. Este fato levou Ramsay a sugerir que a relação de cinco nomes deveria ser dividida em duas partes, com os três primeiros sendo designados como profetas e os dois últimos como doutores. Mas como profetas e doutores são tratados como classes distintas tanto no Novo Testamento como no Didache (ver acima), a interpretação de Ramsay merece alguma consideração.
Ralph Earle. Comentário Bíblico Beacon. Editora CPAD. Vol. 7. pag. 298-300.
  
Atos 13.1- Até este ponto, parece que Barnabé e Paulo tinham sido os principais professores na igreja de Antioquia (11.26). Esta lista mostra pelo menos outros três, considerados como profetas e doutores. Saulo era um rabino judeu, altamente instruído, e cidadão romano. O seu nome conclui a lista deste grupo tão variado. As diferenças sociais, geográficas e raciais destes indivíduos mostram que o ESPÍRITO de DEUS tinha estado trabalhando rapidamente e sobre uma ampla região geográfica. O Evangelho não tinha apenas chegado a estas regiões, mas também o ESPÍRITO de DEUS usava a Antioquia cosmopolita para reunir uma equipe diversificada para a próxima “fase” da expansão do reino.
Comentário do Novo Testamento Aplicação Pessoal. Editora CPAD. Vol 1. pag. 680.
  
Ill - A IMPORTÂNCIA DO DOM MINISTERIAL DE MESTRE
1. Uma necessidade urgente da igreja.
O legítimo mestre ministro tem revelações da Palavra de DEUS que nenhum outro ministro terá. É revelado ao mestre ministro exatamente o que cada um precisa ouvir para que seja edificado, exortado ou consolado. O ESPÍRITO SANTO sonda as pessoas e comunica ao mestre ministro a mensagem a ser dada. O mestre ministro possui intima comunhão com o ESPÍRITO SANTO.
A Igreja necessita de mestres ministros urgentemente para que a obra de DEUS seja realizada a contento. Nenhuma igreja pode sobreviver sem mestre ministro de CRISTO.
  
Ensinar No Novo Testamento
Terminologia. Alguma forma da palavra "ensinar" é usada em várias versões para traduzir cinco termos gregos, quatro dos quais são precisamente traduzidos pela versão RSV em inglês.
1. O grego matheteuo, "ser" ou "fazer um discípulo" (Mt 28.19; At 14.21).
2. O grego paideuo, "educar" ou "treinar" (At 22.3; Tt 2.12).
3. O grego katecheo, "instruir" (1 Co 14.19; Gl 6.6 duas vezes).
4. O grego kataggello, "proclamar" (At 16.21; RSV "advogar").
5. O grego sophronizo, "encorajar", "aconselhar" (Tt 2.4).
A versão RSV em inglês traz o termo "ensino" em Lucas 10.39 como a tradução do termo logos.
A ideia transmitida pela palavra "ensinar", por seus cognatos e compostos reside inteiramente sobre alguma forma do verbo didasko.
 
διδασκαλος didaskalos professor, doutor ou Mestre .
* no NT, alguém que ensina.
Em nossa lição é um ministério dado por CRISTO a igreja, é uma pessoa escolhida por JESUS e capacitada pelo ESPÍRITO SANTO com dons, pessoa dada a Igreja.
Está é a definição do ofício de doutor ou Mestre  em nossa lição.
Não tem a ver com professor de EBD ou pastor que ensina no culto de doutrina ou de ensino.
  
O ESPÍRITO SANTO como Mestre .
Paulo afirmou que sua pregação não consistia em palavras ensinadas pela sabedoria humana, mas ensinadas pelo ESPÍRITO SANTO (1 Co 2.13).
O Senhor JESUS encorajou seus discípulos a não se preocuparem com o que deveriam dizer nas ocasiões de perigo e perseguição, porque naquela mesma hora o ESPÍRITO SANTO lhes ensinaria o que deveriam dizer (Lc 12.12).
Disse o nosso Senhor JESUS que O ESPÍRITO SANTO viria como um Paracleto e ensinaria todas as coisas aos seus discípulos (Jo 14.26).
A unção do ESPÍRITO é o tutor perpétuo do crente (1 Jo 2.27).
E a unção que vós recebestes dele fica em vós, e não tendes necessidade de que alguém vos ensine; mas, como a sua unção vos ensina todas as coisas, e é verdadeira, e não é mentira, como ela vos ensinou, assim nele permanecereis. 1 João 2:27
  
O Senhor JESUS como Mestre .
Paulo, mesmo exercendo seu ministério após a morte e ressurreição de JESUS, recebeu ensino de JESUS em seu ministério e ensinou a todos o que recebeu de seu ensino - Porque eu recebi do Senhor o que também vos ensinei: que o Senhor JESUS, na noite em que foi traído, tomou o pão; 1 Coríntios 11:23.
Mas faço-vos saber, irmãos, que o evangelho que por mim foi anunciado não é segundo os homens, porque não o recebi, nem aprendi de homem algum, mas pela revelação de JESUS CRISTO. Gálatas 1:11,12
O ministério de JESUS por toda a Palestina é descrito como sendo essencialmente de ensino e pregação e cura (Mt 4.23; 9.35), seja para as multidões casuais ou para os seus próprios discípulos; quer nas sinagogas, nos lugares públicos, ou na audiência dos líderes religiosos (Lc 5.17). O efeito sobre suas reuniões era impressionante e reforçava a convicção de que Ele ensinava não como os escribas, mas como alguém que possuía autoridade (Mt 7.28ss.; 13.54; Mc 1.22; 6.2; cf. Lc 4.32). O Senhor JESUS afirmou que as palavras que Ele falava lhe haviam sido ensinadas por DEUS Pai (Jo 8.28), e que seu ensino vinha do Pai (Jo 7.16ss.). Seu ensino foi caracterizado pelo uso frequente de parábolas (Mc 4.2).
Nicodemos reconheceu que JESUS era um Mestre  vindo de DEUS, e que isto fora atestado por obras poderosas (Jo 3.2). Os principais dos sacerdotes e escribas o interrogaram quanto à fonte de sua autoridade de ensino (Mt 21.23; cf. Jo 18.19). Até mesmo os seus adversários admitiram francamente que o Senhor ensinava o caminho de DEUS imparcialmente, independente do temor ou do favor do homem (Mc 12.14; Lc 20.21; Mt 22.16; cf. Jo 18.19). Certamente, todos estavam admirados com seu ensino (Mt 7.28; 13.54; 22.33; Mc 1.22; 11.18) e perguntaram se era um novo ensino (Mc 1.27). Em seu circuito inicial na Galileia, CRISTO foi glorificado por todos devido ao seu ensino (Lc 4.15). Nos últimos dias de seu ministério, Ele estava diariamente no templo ensinando (Lc 19.47; 20.1; cf. Mc 14.49; Jo 18.20). Seu ministério foi caracterizado pela atividade que os judeus - entendendo mal algumas de suas declarações - questionavam, por exemplo, não sabendo se Ele estava ensinando sobre a Diáspora e os gentios (Jo 7.35).
A reputação do Senhor JESUS CRISTO como Mestre rapidamente lhe trouxe o respeitoso título de rabi (q.v.), ou raboní ("meu senhor", um extraordinário título para um Mestre  distinto) por parte de seus discípulos (Mc 9.5; 11.21; Jo 1.49), daqueles que o ouviam (Mc 12.14; Jo 3.2), e até mesmo de seus inimigos (Lc 10.25; 11.45; 19.39; 20.28). Este título aramaico às vezes é deixado sem uma tradução, às vezes é interpretado, porém é mais frequentemente traduzido pela palavra grega didaskalos ("Mestre " ou "professor"), que embora não seja uma tradução literal é verdadeira no sentido do contexto original. O Senhor JESUS aceitou este título como indicativo do verdadeiro relacionamento existente entre si mesmo, como Mestre , e os seus seguidores, como discípulos (Jo 13.13; Lc 6.40; Mt 10.24ss.). O tema central no ensino do Senhor JESUS era o reino de DEUS (Mt 5.2; 9.35). Lucas descreveu o relato de seu Evangelho como pertencendo a tudo o que JESUS começou tanto a fazer como a ensinar (At 1.1). Dentre as muitas lições que o Senhor JESUS ensinou aos seus discípulos, os evangelistas escolheram várias para as suas menções particulares; por exemplo, o Sermão do Monte (q.v.); o pedido de seus discípulos para que lhes ensinasse a orar (Lc 11.1): sua rejeição, morte e ressurreição em Jerusalém (Mc 8.31; 9.31); e sua segunda vinda (Mt 24-25; Mc 13; Lc 17.20-27; 21).
  
Os apóstolos como mestres.
Durante seu ministério, o Senhor JESUS enviou os seus discípulos para ensinar, pregar, libertar e curar (Mc 6.1-13; 30). Mais tarde, o Senhor mandou que fizessem discípulos de todas as nações, e ensinando-os a observar tudo o que Ele havia ordenado (Mt 28.20). Depois do Pentecostes, que ocorreu após a ascensão, os apóstolos ensinaram ao povo que o Senhor JESUS ressuscitou dos mortos (At 4.2). O concílio judeu mandou que Pedro e João desistissem de ensinar no nome de JESUS (At 4.18), uma ordem que eles não atenderam, e foram presos no templo enquanto continuavam a ensinar (At 5.21, 24ss.). Apesar de uma outra severa advertência das autoridades, os apóstolos continuaram a ensinar, pregar a JESUS CRISTO (At 5.42) e curar os doentes se enfermos, até que toda Jerusalém estivesse repleta de seu ensino (At 5.28). Barnabé e Paulo ensinaram durante um ano inteiro na igreja que estava em Antioquia (At 11.26; cf. 15.35). O procônsul Sérgio Paulo ficou admirado com o ensino de Paulo sobre o Senhor JESUS, após Paulo ordenar que Elimas ficasse cego para não atrapalhar a obra de DEUS (At 13.11,12). Quando os atenienses ouviram Paulo, eles o levaram ao Areópago para que pudesse lhes expor seu novo ensino (At 17.19). Paulo passou dezoito meses em Corinto ensinando a Palavra de DEUS (At 18.11), e mais tarde lembrou aos presbíteros efésios que ele lhes havia ensinado publicamente e de casa em casa durante sua estada em Éfeso, onde ocorreram milagres incríveis (At 19.5-12; 20.20). Apolo, embora conhecendo apenas o batismo de João, ensinou diligentemente em Éfeso as coisas do Senhor (At 18.25). Os discípulos judeus acusaram Paulo diante de Tiago e dos presbíteros em Jerusalém, de ter ensinado os gentios a abandonar as leis de Moisés, a deixar a prática da circuncisão, e a abandonar os costumes judeus (At 21.21). Esta mesma acusação foi lançada pelos próprios judeus quando descobriram Paulo no templo e exclamaram contra ele como alguém que havia ensinado os homens em toda parte contra os judeus, a lei, e o templo (At 21.28). Pela palavra falada e escrita, os apóstolos ensinaram a mensagem do cristianismo aos seus contemporâneos.
 
Mestres na igreja.
Porque eu recebi do Senhor o que também vos ensinei: que o Senhor JESUS, na noite em que foi traído, tomou o pão; 1 Coríntios 11:23
E Paulo e Barnabé ficaram em Antioquia, ensinando e pregando, com muitos outros, a palavra do Senhor. Atos 15:35
Paulo refere-se repetidamente à sua designação como Mestre  dos gentios na fé e na verdade (1 Tm 2.7; 2 Tm 1.11) e de sua doutrina (2 Tm 3.10; 1 Co 4.17). Ele negou que o Evangelho que ele pregava tivesse sido ensinado por um homem; antes, ele declarou que o recebeu pela revelação de JESUS CRISTO (Gl 1.12).
Mas faço-vos saber, irmãos, que o evangelho que por mim foi anunciado não é segundo os homens, porque não o recebi, nem aprendi de homem algum, mas pela revelação de JESUS CRISTO. Gálatas 1:11,12
O ensino de Paulo foi dirigido a todos os homens em toda a sabedoria para que todo homem pudesse tornar-se maduro em CRISTO (Cl 1.28; cf. Hb 6.1,2). Entre os dons e a capacitação do CRISTO que subiu aos céus a fim de equipar e treinar os membros de seu Corpo, estavam a capacitação para se tornarem doutores (ou mestres; Efésios 4.11). Uma vez que os apóstolos, profetas e evangelistas tinham a princípio uma grande mobilidade, é provável que muitos dos mestres na igreja primitiva tenham tido um ministério de viagens, visitando os crentes em uma certa cidade por um período mais curto ou mais longo. É provável que a maioria ou todos os cinco homens citados em Atos 13.1 não estivessem residindo permanentemente em Antioquia. O papel do Mestre  na igreja era designado e desempenhado através da indicação Divina e da capacitação do ESPÍRITO (1 Co 12.28). A integridade e a fidelidade para com a tarefa do ensino são enfaticamente ordenadas (Rm 12.7; 1 Tm 4.11,13,16), tanto em sua preparação como em seu conteúdo (Tt 2.1,7; 2 Tm 4.2). Aqueles que ensinam devem ser considerados dignos de duplicada honra (1 Tm 5.17), e merecem o apoio daqueles que são ensinados (Gl 6.6). O aspirante a Mestre  é solenemente advertido de que esta atividade, em última instância, o envolverá em um julgamento mais rigoroso (Tg 3.1). Mas embora existam aqueles que são especialmente selecionados para ensinar na igreja, cada crente deve envolver-se neste ministério (Cl 3.16; 1 Co 14.6,26; Hb 5.12). Este deve ser para o benefício de todos, e não deve ser complacente com desordem na adoração da igreja (1 Co 14.6,19,26). O servo do Senhor deve ser apto para ensinar e evitar contendas (2 Tm 2.24). Embora as mulheres sejam proibidas de ensinar os homens na igreja (1 Tm 2.12), Paulo ordena que as mulheres idosas ensinem o que é bom enquanto educam as mulheres mais jovens (Tt 2.3).
  
O ensino na igreja.
Há uma referência no NT a uma tradição cristã apostólica denominada diferentemente de sã doutrina (Tt 2.7) ou de palavra fiel (Tt 1.9), que havia sido entregue à igreja (Rm 6.17; 16.17; Ef 4.21; Cl 2.7; 2 Ts 2.15; 2 Tm 2.2; Tt 1.9). Os primeiros discípulos em Jerusalém dedicaram-se ao ensino dos apóstolos (At 2.42). Parte desta tradição era o AT, que é proveitoso, diz Paulo, para o ensino (Rm 15.4; 2 Tm 3.16; cf. 1 Tm 1.8-10). O ensino cristão, e somente ele (1 Tm 1.3), deve ser confiado aos homens que crêem e praticam o que ensinam, que por sua vez serão capazes de ensinar aos outros também (2 Tm 2.2; cf. 1 Tm 4.11). O presbítero, portanto, deve ser apto para ensinar (1 Tm 3.2), e deve permanecer firme na palavra fiel que lhe foi ensinada, para que possa dar instrução na sã doutrina e oferecer uma apologia eficaz para a fé (Tt 1.9). A obediência ao padrão da doutrina é creditada com o poder moral para libertar o crente da escravidão do pecado (Rm 6.17). A doutrina está de acordo com a piedade (1 Tm 6.3) e fornece o alimento espiritual necessário ao crente (1 Tm 4.6). Aquele que ensina deve crer naquilo que ensina e praticar aquilo que ensina.
  
Outros usos.
O menino JESUS foi encontrado por sua família sentado entre os doutores da lei no templo co apenas 12 anos de idade (Lc 2.46), Nicodemos foi chamado, por nosso Senhor, de Mestre  de Israel (Jo 3.10 etc...). João Batista ensinou a seus discípulos como orar (Lc 11.1). O Senhor JESUS adverte que aquele que infringe o menor mandamento e assim o ensina aos homens, será o menor no reino; e, ao contrário, aquele que observa e ensina corretamente aos homens será grande no reino (Mt 5.19). JESUS censurou os escribas e os fariseus por adorarem a DEUS de forma vã, ensinando como doutrinas os preceitos dos homens (Mt 15.9; Mc 7.7; cf. Is 29.13).
  
Falso ensino.
Entre os cristãos na Judeia havia aqueles que ensinavam a necessidade da circuncisão para a salvação, uma doutrina mais tarde repudiada pelo Concílio de Jerusalém (At 15.1). Paulo faz menção dos preceitos e ensinos humanos que prescrevem regulamentos rituais aos quais os cristãos não devem submeter-se (Cl 2.20-22). Ele adverte Timóteo que nos anos futuros alguns iriam afastar-se da fé dando ouvidos a doutrinas de demônios (1 Tm 4.1), enquanto outros reuniriam em torno de si mestres que se adequassem aos seus próprios desejos (2 Tm 4.3). Em outras passagens está previsto que os falsos mestres trarão heresias destrutivas à igreja (2 Pe 2.1). Paulo rogou a Timóteo que ensinasse as sãs palavras de JESUS, e que rejeitasse aqueles que ensinam de outra maneira (1 Tm 6.2ss.). O apóstolo ensinou que havia aqueles que deveriam ser silenciados visto que estavam perturbando famílias inteiras ensinando basicamente o que não tinham o direito de ensinar (Tt 1.11), e também adverte Timóteo contra os judaizantes que desejavam, em vão, se tornar mestres da lei (1 Tm 1.7). O mesmo apóstolo exortou os efésios à integração espiritual e à participação vital de todos dentro da igreja, para que eles não fossem agitados de um lado para outro e levados ao redor por todo vento de doutrina (Ef 4.14). O autor da epístola aos Hebreus adverte seus leitores a não se deixarem envolver por doutrinas várias e estranhas (Hb 13.9), enquanto João ordena aos seus leitores que não se associem a alguém que não permaneça na doutrina de CRISTO (2 Jo 9,10). A igreja em Pérgamo é criticada por ter alguns que aderiram ao ensino de Balaão e à doutrina dos nicolaítas (Ap 2.14), enquanto a igreja em Tiatira é censurada por tolerar o ensino de Jezabel (Ap 2.20,24).
PFEIFFER .Charles F. Dicionário Bíblico Wycliffe. Editora CPAD. pag. 647-650. Com acréscimos do Pr Henrique.
  
2 Pedro 2.1 O final do capítulo 1 leva ao tema da sua carta. Pedro tinha explicado que DEUS tinha operado por meio de seres humanos para transmitir as suas palavras às pessoas (1.21).
Comentário do Novo Testamento Aplicação Pessoal. Editora CPAD. Vol 2. pag. 749-750.
Os verdadeiros mestres são de suma importância para a Igreja devido a existência dos falsos mestres. Sempre tem havido falsos mestres entre o povo de DEUS, e sempre os haverá.!
O cristianismo é, realmente, uma religião de liberdade; mas também exige amoroso serviço totalmente dedicado a JESUS, o Redentor. Paulo, Judas, Tiago e outras personalidades de destaque no Novo Testamento deleitavam-se em chamar-se “escravos” ..Os falsos mestres não eram assim.
Michael Green. II Pedro. Introdução e Comentário. Editora Vida Nova. pag. 89-91.
 
2. A responsabilidade de um discipulado contínuo.
 O DISCIPULADO PERMANENTE
O ensino da Palavra de DEUS, na igreja local, é indispensável e de fundamental importância. Depois da evangelização, vem o discipulado dos novos convertidos. Mas o discipulado não deve ser visto como apenas algumas lições da Escola Bíblica Dominical. O discipulado cristão é para toda a vida. Ninguém deixa de ser discípulo pela idade ou “por tempo de serviço”. O pastor ou bispo ou qualquer obreiro, devem ter sempre a capacidade para ensinar. Diz Paulo: “Convém que o bispo seja.... apto a ensinar ’ (1 Tm 3.2 — grifo nosso). Porém, sabe ensinar não implica em ser mestre ministro de CRISTO. Por isso DEUS resolveu designar algumas pessoas com a missão de dedicar-se exclusivamente ao ensino (cf. Rm 12.7). “E a uns pôs DEUS na igreja, primeiramente, apóstolos, em segundo lugar, profetas, em terceiro, doutores (ou mestres)...” (1 Co 12.28).
A missão dos mestres ou doutores, nas igrejas, é de grande valor. Os pregadores, os evangelistas ou os missionários pregam a Palavra de DEUS, atraindo as almas para CRISTO. Os novos convertidos são como “crianças” espirituais, que precisam receber o alimento espiritual de acordo com o seu tempo de conversão; os crentes mais antigos, supostamente, devem ter mais maturidade; mas todos precisam do ensino fundamentado, que expresse a sã doutrina. Sem o ensino, os crentes ficam sem o conhecimento indispensável ao seu crescimento na graça e no conhecimento de Nosso Senhor JESUS CRISTO (cf. 2 Pe 3.18).
 
O PAPEL DOS MESTRES
A necessidade do ensino da Palavra de DEUS requer pessoas preparadas para ministrá-la com sabedoria, graça e unção da parte de DEUS. Diante disso, vem o papel dos mestres e doutores. São pessoas que se dedicam ao ensino (cf. Rm 12.7). Eles não se consideram superiores aos demais obreiros, pelo fato de terem recebido o dom de ensinar. Mas, pela dedicação constante ao estudo e à pesquisa bíblica, reúnem informações e subsídios, extraídos das Escrituras, para compartilhar com toda a igreja e ainda têm a inspiração contínua do ESPÍRITO SANTO em seu ministério. Revelações sobrenaturais estão presentes nos ensinos nestes doutores ou mestres.
Dificilmente um pastor terá o ministério de Mestre junto a seu ministério, embora precise saber ensinar. O ensino pastoral tem a ver com o saber dos problemas da igreja e procurar estudar a Palavra de DEUS sobre tais assuntos e aplicá-las em seu ensino para corrigi-los. Os pastores em seu ministério são todos apascentadores, que zelam, cuidam, vigiam e protegem o rebanho de CRISTO aos seus cuidados. Porém, os mestres são usados sobrenaturalmente para penetrarem no íntimo de seus ouvintes pelo ESPÌRITO SANTO e lhes revelar a solução espiritual para seus problemas.
Os mestres, doutores ou ensinadores, que recebem o dom de ensinar, podem (e devem) cooperar com a liderança da igreja na ministração de estudos valiosos e profundos para a edificação dos crentes. Diz o pastor Elienai Cabral: “Igrejas sem Mestre  são igrejas fracas espiritualmente. Por isso, deve-se reconhecer a importância e a necessidade do ministério do ensino. É através do ensino inspirado pelo ESPÍRITO SANTO, que a igreja se justifica contra as falsas doutrinas e que se fortifica contra os ataques espirituais de Satanás”.
Elinaldo Renovato. Dons espirituais & Ministeriais Servindo a DEUS e aos homens com poder extraordinário. Editora CPAD. pag. 121-123. Com acréscimos do Pr Henrique.
 
O QUE É DISCIPULADO?
JESUS estudou a Palavra de DEUS, aos doze anos já ensinava a mestres (Lucas 2.46). Treinou homens para implantarem o Reino de DEUS. Seus discípulos estiveram com ele dia e noite por quase três anos e meio. Escutavam seus sermões e memorizavam seus ensinamentos, embora ainda obscuros. Viram-no viver a vida que ele ensinava. Viram e ouviram sinais, prodígios e maravilhas que realizava. Então, após sua ascensão, confiaram as palavras de CRISTO a outros e encorajaram-nos a adotar o seu estilo de vida e a obedecer ao seu ensino. Discípulo é o aluno que aprende as palavras, os atos e o estilo de vida de seu Mestre  com a finalidade de ensinar outros.
O discipulado cristão é um relacionamento de Mestre e aluno baseado no modelo de CRISTO e seus discípulos, no qual o Mestre  reproduz tão bem no aluno a plenitude da vida que tem em CRISTO que o aluno é capaz de treinar outros para que ensinem outros.
Um estudo cuidadoso do ensino e da vida de CRISTO revela que o discipulado possui dois componentes essenciais: a morte de si mesmo e a multiplicação. São essas as ideias básicas de todo o ministério de JESUS. Ele morreu para que pudesse reproduzir nova vida. E ele requer que cada um de seus discípulos siga o seu exemplo.
  
MORRER PARA SI MESMO
O chamado de CRISTO para o discipulado é um chamado para a morte de si mesmo, uma entrega absoluta a DEUS. JESUS disse: “Se alguém quiser acompanhar-me, negue-se a si mesmo, tome diariamente a sua cruz e siga-me. Pois quem quiser salvar a sua vida, a perderá; mas quem perder a sua vida por minha causa, este a salvará” (Lc 9.23,24).
Da perspectiva do mundo, a franqueza de CRISTO em chamar as pessoas para segui-lo parece exagerada. JESUS ensina que para compartilhar de sua glória, primeiro a pessoa tem de compartilhar de sua morte.
JESUS é o Senhor dos senhores e o Rei dos reis. E o Senhor do Universo ordena que toda pessoa o siga. Seu chamado a Pedro e André (Mt 4.18,19) e a Tiago e João (Mt 4.21) foi uma ordem. “Siga-me”. Sempre tem sido uma ordem, nunca um convite (Jo 1.43).
JESUS nunca implorou que alguém o seguisse. Ele era embaraçosamente direto. Ele confrontou a mulher no poço, com o seu adultério; Nicodemos, com seu orgulho intelectual; os fariseus, com sua justiça própria. Ninguém pode interpretar “Arrependam-se, pois o Reino dos céus está próximo” (Mt 4.17) como uma súplica. JESUS ordenou a cada pessoa que renunciasse a seus interesses, abandonasse os pecados e obedecesse completamente a ele.
Quando o jovem rico se recusou a vender tudo o que possuía para segui-lo (Mt 19.21), JESUS não foi correndo atrás dele tentando conseguir um acordo. Ele nunca minimizou seu padrão. JESUS declarava apenas: “Quem me serve precisa seguir-me [...]” (Jo 12.26).
JESUS esperava obediência imediata. Ele não aceitava desculpas (Lc 9.62). Quando um homem quis primeiro sepultar o pai antes de seguir CRISTO, ele replicou: “[...] Siga-me, e deixe que os mortos sepultem os seus próprios mortos” (Mt 8.22). Homem algum recebeu algum elogio por ter obedecido à ordem de CRISTO de segui-lo e tornar-se seu discípulo; era o que se esperava de todos. JESUS disse: “Assim também vocês, quando tiverem feito tudo o que lhes for ordenado, devem dizer: 'Somos servos inúteis; apenas cumprimos o nosso dever’ ” (Lc 17.10).
Assim, quando é que você se torna um cristão, um discípulo de CRISTO? Quando vai à frente em resposta a um apelo? Quando se ajoelha diante do altar? Quando chora sinceramente? Nem sempre. Os primeiros seguidores de CRISTO tornaram-se discípulos quando lhe obedeceram, quando ‘eles, deixando imediatamente seu pai e o barco, o seguiram” (Mt 4.22)
A obediência à ordem de CRISTO “Siga-me” resulta na morte de si mesmo. O cristianismo sem essa morte é apenas uma filosofia abstrata. É um cristianismo sem CRISTO.
Talvez o erro fundamental cometido por muitos cristãos seja fazer distinção entre receber a salvação e tornar-se discípulo. Colocam as duas coisas em níveis diferentes de maturidade cristã, presumindo que é aceitável ser salvo sem assumir compromisso com as exigências mais radicais de JESUS, como “tomar a sua cruz” e segui-lo (Mt 10.38).
Essa ideia baseia-se na crença errada de que a salvação é principalmente para o benefício do homem a fim de torná-lo feliz e evitar a condenação eterna.
Embora a salvação venha ao encontro da mais profunda necessidade do homem, essa ideia humanista de fazer uma coisa em favor do bem-estar da pessoa ignora completamente a razão fundamental pela qual CRISTO morreu na cruz. DEUS concede a salvação aos homens principalmente para trazer glória a ele por meio de um povo que tem o caráter de seu Filho (Ef 1.12). A glória de DEUS é mais importante do que o bem-estar do homem (Is 43.7).
Ninguém que compreenda o propósito da salvação ousaria especular que uma pessoa pudesse ser salva sem aceitar o senhorio de CRISTO. CRISTO não pode ser o Senhor da minha vida se eu for o senhor dela. Para que CRISTO esteja no controle, tenho de morrer. Não posso me tornar discípulo sem morrer para mim mesmo e sem me identificar com CRISTO, que morreu pelos meus pecados (Mc 8.34). O discípulo segue o seu Mestre até mesmo à cruz.
Por muito tempo, lutei para entender as implicações práticas de “morrer para si mesmo”. Como essa determinada autor renúncia se manifestaria em minha vida? Ao meditar em Gálatas 2.20, finalmente compreendi: “Fui crucificado com CRISTO. Assim, já não sou eu quem vive, mas CRISTO vive em mim [...]”.
Suponhamos que no dia 1 ° de janeiro eu estivesse sobrevoando o Kansas quando o avião explodiu. Meu corpo caiu no chão, e morri com o impacto. Depois de algum tempo, um fazendeiro encontrou meu corpo. Não havia pulsação, nenhuma batida do coração nem fôlego. Meu corpo estava frio. Era óbvio que eu estava morto. O fazendeiro fez uma cova. Mas, ao colocar meu corpo na terra, o dia já estava escuro demais para cobri-lo. Decidindo que terminaria o trabalho na manhã seguinte, ele voltou para casa.
Então CRISTO veio e me disse: “Keith, você está morto. Sua vida sobre a Terra acabou, mas eu soprarei um fôlego de nova vida em você se prometer fazer qualquer coisa que eu pedir e ir a qualquer lugar que eu mandar”.
Minha reação imediata foi: “De maneira nenhuma. Isso não é razoável. É escravidão”. Mas, então, reconhecendo que não estava em posição de negociar, sincera e rapidamente concordei.
Instantaneamente, os pulmões, o coração e os demais órgãos vitais voltaram a funcionar. Voltei à vida. Nasci de novo. Daquele momento em diante, não importava o que CRISTO pedisse de mim ou onde me mandasse, eu estava mais que disposto a obedecer-lhe. Nenhuma tarefa seria por demais difícil, nenhum horário cansativo demais, nenhum lugar perigoso demais. Nada era sem motivo. Por quê? Porque eu não tinha direito sobre minha vida; estava vivendo com tempo emprestado, o tempo de CRISTO. Keith morrera no dia 1° de janeiro em um milharal do Kansas. Então eu podia dizer como Paulo: “Estou crucificado [morri] com CRISTO; já não sou eu [Keith] quem vive, mas CRISTO [quem] vive em mim”.
É isso que significa morrer para si mesmo e nascer de novo. A ordem de CRISTO “Siga-me” é uma determinação para participar de sua morte a fim de experimentar uma nova vida. Você se torna morto para si mesmo totalmente consagrado a ele.
Um grande paradoxo da vida está em que existe imensa liberdade nessa morte. O morto já não se preocupa com seus direitos, com sua independência ou com as opiniões dos outros a seu respeito. Ao unir-se espiritualmente ao CRISTO crucificado, riquezas, segurança e status — as coisas que o mundo tanto almeja — perdem o valor. “Os que pertencem a CRISTO JESUS crucificaram a carne, com as suas paixões e os seus desejos” (G1 5.24). A pessoa que toma a cruz, que está crucificada com CRISTO, não fica ansiosa pelo amanhã porque o seu futuro está nas mãos de outro.
Por outro lado, o morto para si mesmo é liberto a fim de fazer todas as coisas para a glória de DEUS (Rm 8.10). Ele coloca tudo o que tem e tudo o que é à disposição permanente de DEUS. Sua submissão ao senhorio de CRISTO capacita-o a agradar a DEUS em cada decisão que toma, em cada palavra que diz e em cada pensamento que tem. O discípulo vê toda a sua vida e todo o seu ministério como adoração (1 Co 10.31). Morrer para si mesmo liberta-o para ter prazer em seu amor a DEUS.
A morte do eu é pré-requisito essencial para tornar-se discípulo. Qualquer pessoa que nao tenha experimentado a morte de si mesmo não pode se qualificar como elo legítimo no processo de discipulado porque é incapaz de reproduzir o que JESUS ensinou: “[...] se o grão de trigo não cair na terra e não morrer, continuará ele só. Mas se morrer, dará muito fruto” (Jo 12.24). Sem multiplicação, não existe discipulado.
  
COMO SABER SE VOCÊ É DISCÍPULO?
Muitas pessoas dizem ter experimentado a morte de si mesmo e estar vivendo totalmente consagradas a CRISTO. Mas JESUS disse: “Nem todo aquele que me diz: ‘Senhor, Senhor’, entrará no Reino dos céus, mas apenas aquele que faz a vontade de meu Pai que está nos céus” (Mt 7.21).
Como saber se você é um discípulo de CRISTO? Como saber se você já morreu para si mesmo e está apto a reproduzir? A evidência inegável ao discernir se alguém é uma versão espiritual de imitação de ouro ou o artigo genuíno é a presença de um caráter semelhante ao de CRISTO. Se o caráter de CRISTO estiver faltando, você ainda não morreu para si mesmo e não está preparado para reproduzir.
Talvez a maior dificuldade que você tenha de enfrentar seja crer de fato que seu caráter é mais importante do que sua capacidade ou suas habilidades. Tal ideia é tão incomum ao mundo que, mesmo depois de entregar-se à morte de si mesmo, você a achará estranha.
 
Sempre soube em minha mente que só o ESPÍRITO de DEUS movia as pessoas ao arrependimento e à confissão e que fui chamado apenas para testemunhar, e não para convertê-las. Contudo, agia como se a qualidade da minha vida cristã e a salvação dos outros dependessem da minha capacidade e criatividade na evangelização.
Finalmente, a Bíblia alertou-me para a verdade. Primeiramente, e acima de tudo, DEUS queria que eu tivesse o caráter de CRISTO —fosse cristão. Só então ele operaria por meio de mim para a sua glória.
Que revelação paralisante! Eu havia confundido ativismo e a resposta do homem com retidão; havia substituído a adoração por atividades. De repente, minha segurança nas boas obras foi destruída.
A verdade era dolorosamente clara. É necessário ser médico antes de tratar dos doentes. É necessário ser advogado antes de advogar. Do mesmo modo, eu teria de ser como CRISTO antes de realizar sua obra.
O caráter cristão consiste na união de qualidades mentais e éticas que o capacitem “para que vocês vivam de maneira digna de DEUS, que os chamou para o seu Reino e glória’ (1Ts 2.12); exibe o fruto do ESPÍRITO: amor, alegria, paz, paciência, amabilidade, bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio (G1 5.22,23).
Um exame cuidadoso do ministério de CRISTO revela que, entre as virtudes que caracterizavam sua vida, quatro qualidades destacavam-no de todas as demais pessoas como o Filho unigênito de DEUS: obediência, submissão, amor e oração.
Quando descobri isso pela primeira vez, fiquei aturdido. Será que o DEUS encarnado escolheu edificar sua Igreja sobre o fundamento dessas quatro qualidades? Pareciam características de uma pessoa fraca — de alguém que depende totalmente de outra para ter direção, motivação e confiança.
No entanto, era exatamente isso. Essas qualidades descreviam perfeitamente a relação de CRISTO com o Pai. A força de CRISTO vinha de sua dependência do Todo-poderoso. E, se eu quisesse ser usado por DEUS, minha relação com ele teria de ser moldado conforme a do meu Senhor. O caráter cristão é construído por meio de minha disposição (exercício de minha vontade) em sujeitar cada aspecto de minha vida à imagem de CRISTO.
Alguns cristãos têm procurado entrar no nosso ministério de discipulado com a condição de que seus talentos sejam utilizados. Mas tal perspectiva é uma negação da morte de si mesmo e demonstra que seus valores estão distorcidos. A principal ocupação do discípulo deve ser que seu caráter seja construído e multiplicado. Todos nós procuramos fazer discípulos, mas sabemos que isso é impossível sem que sejamos primeiramente discípulos. Precisamos conhecer a DEUS antes de torná-lo conhecido.
O discípulo emprega qualquer dom ou talento que construa o Reino ou edifique o corpo. Ele confiantemente deixa de exercer habilidades que possam nutrir seu orgulho ou impedir sua maturidade cristã. O enfoque do homem morto para si mesmo é DEUS. Ele procura ser como CRISTO.
Se algum homem tivesse motivo para encontrar segurança em sua reputação, capacidades ou credenciais este seria o apóstolo Paulo. Mas ele reconhecia que isso tudo era lixo em comparação a ser como CRISTO (Fp 3.8). A capacidade da pessoa nada vale sem um caráter reto. É claro que mortal algum pode atingir tais qualidades por seus próprios esforços. Mas DEUS predestinou os discípulos, a serem “conformes à imagem de seu Filho” (Rm 8.29).
Se você não tiver um alvo para sua vida, é provável que fique à deriva. Se o seu alvo for o nada, provavelmente o atingirá. É por isso que você tem de ter uma compreensão perfeita da pessoa que CRISTO quer que você seja.
Obediência, submissão, amor e oração são os objetivos pelos quais você e cada discípulo que fizer deverão lutar. Servem de instrumento para medir o seu crescimento e o progresso daqueles a quem discipula. São tão importantes que os examinaremos individualmente nos capítulos seguintes.
Keith Phillips. A Formação de um Discípulo. Editora Vida. Com acréscimos do Pr Henrique.
  
3. Requisitos necessários ao Mestre.
 Um bom ensinador, Mestre  ou doutor é pessoa que, usada por DEUS, na unção do ESPÍRITO SANTO, pode muito contribuir para a edificação espiritual e moral dos crentes. O Eclesiastes resume o valor dos que ensinam com a sabedoria de DEUS: “As palavras dos sábios são como aguilhões e como pregos bem fixados pelos mestres das congregações, que nos foram dadas pelo único Pastor” (Ec 12.11). Para ser um bom Mestre , na igreja, são necessários alguns requisitos.
 
1) Apresentar-se a DEUS. “Procura apresentar-te a DEUS aprovado... que maneja bem a palavra da verdade” (2 Tm 2.15a). Um bom Mestre  deve ser um obreiro aprovado por DEUS, e não apenas nas faculdades de teologia ou seculares. O que ensina deve ser aprovado:
a) No testemunho pessoal (1 Tm 4.16; 2 Tm 4.5);
b) Na vida familiar (SI 128.1);
c) Na vida social (Mt 5.16);
d) Na igreja (Ec 5.1,2).
e) Através de sinais, prodígios e maravilhas (Os sinais do meu apostolado foram manifestados entre vós, com toda a paciência, por sinais, prodígios e maravilhas.
2 Coríntios 12:12 - E eles, tendo partido, pregaram por todas as partes, cooperando com eles o Senhor e confirmando a palavra com os sinais que se seguiram. Amém! Marcos 16:20)
2) “Que não tem de que se envergonhar... ” (2 Tm 2.15b). Quem é Mestre  precisa ser exemplo dos fiéis (1 Tm 4.12). Deve ter uma vida íntegra, para não ser alvo de acusações por parte dos que o ouvem ou dos de fora da igreja. Se um ensinador dá escândalo compromete seu nome, sua imagem e seus ensinos.
 
3) “Que maneja bem a palavra da verdade...” (2 Tm 2.15c). Esse requisito é muito importante, porque o Mestre  ou doutor é o homem que faz uso da Palavra de DEUS para ministrar o ensino à igreja. Seu manual de ensino é a Bíblia Sagrada. Ele deve conhecer bem a Palavra para poder preparar estudos, mensagens e reflexões a serem compartilhadas, verbalmente ou por escrito, para a edificação da igreja. Devem ser “aptos para ensinar” (1 Tm 3.2; 2 Tm 2.24). Para ter esse manejo, é preciso que o Mestre  ou doutor tenha certos cuidados:
a) Seja um leitor persistente e estudioso da Bíblia (1 Tm 4.13).
b) Seja dedicado ao ensino (Rm 12.7b). Essa dedicação exige esforço e disciplina para o desenvolvimento de um ministério frutífero;
c) Seja um leitor de bons livros de estudo bíblico (2 Tm 4.13). Os bons livros não substituem a Bíblia, mas, quando são escritos por homens de DEUS, são excelentes auxílios ao preparo de estudos e mensagens;
d) Procure conhecer versões variadas da Bíblia, principalmente as de estudo bíblico, examinando seus comentários, para evitar inserções heréticas, em suas notas;
e) Utilize dicionários, concordâncias e enciclopédias bíblicas.
f) Seja um leitor de revistas, jornais, e periódicos (evangélicos e seculares), que tenham subsídios para fortalecer o ensino.
g) Tenha preparo teológico. Um curso teológico de boa qualidade não faz um excelente Mestre no ensino da Palavra de DEUS. Esse é feito por DEUS. Contudo, o curso dá uma visão ampla do estudo sistemático da Palavra de DEUS, a partir da Teologia Sistemática e suas divisões; da Hermenêutica, da Homilética, da História da Igreja, da Geografia Bíblica, Ética Pastoral, Didática, Psicologia, etc... A Bíblia diz: “Examinai tudo. Pretende o bem...” (1 Ts 5. 21). Um Mestre  deve ter conhecimentos acima da média de seus alunos.
Tiago adverte que muitos não queiram ser mestres (doutores ou professores), visto que “receberemos mais duro juízo” (Tg 3.1). Diante disso, é importante que os mestres sejam pessoas cuidadosas no exercício de sua missão, pautando-se pelos princípios éticos e morais da Palavra de DEUS, para que possam contribuir para o crescimento espiritual dos crentes, nas igrejas, auxiliando os pastores ou líderes a melhor conduzirem o rebanho do Senhor JESUS.
4) Deve ser homem de adoração, oração e Jejum. Sem uma íntima comunhão com o ESPÍRITO SANTO não haverá revelação durante a explanação do mestre a respeito da Palavra de DEUS. O mestre deve ouvir nitidamente a voz do ESPÍRITO SANTO.
Na igreja que estava em Antioquia havia alguns profetas e doutores, a saber: Barnabé, e Simeão, chamado Níger, e Lúcio, cireneu, e Manaém, que fora criado com Herodes, o tetrarca, e Saulo. E, servindo eles ao Senhor e jejuando, disse o ESPÍRITO SANTO: Apartai-me a Barnabé e a Saulo para a obra a que os tenho chamado. Atos 13:1,2
Elinaldo Renovato. Dons espirituais & Ministeriais Servindo a DEUS e aos homens com poder extraordinário. Editora CPAD. pag. 123-124. Com acréscimos do Pr Henrique.
  
I Tm 4.13 « ...aplica-te...» No grego é «prosecho», que significa «dar atenção a», «seguir», «voltar a mente para». Isso se refere à diligência e à dedicação necessárias por parte de todo o Mestre , sobretudo em suas funções públicas, que passam a ser enumeradas.
Embora o sentido primário dessas palavras indique a leitura pública das Escrituras, e como os ensinadores deveriam mostrar-se fiéis nessa função eclesiástica, espera-se, mui naturalmente, que todos os líderes cristãos sejam homens que dediquem muito tempo ao estudo e à leitura dos documentos sagrados.
«...à exortação...» No grego é «paraklesis», que significa «encorajamento», «exortação», «consolo». O ESPÍRITO SANTO é o «Consolador», o «Ajudador», o «divino paracleto», palavra teológica essa baseada no termo grego que ora comentamos.
Esse verbo significa «chamar para o lado de, com o intuito de ajudar», «convocar»; e isso tanto para exortar como para consolar. No presente versículo, porém, devemos entender «exortar», porquanto a palavra é usada em conexão com a ideia da leitura das Escrituras em público, indicando, portanto, o ensino que compunha parte do culto de adoração dos cristãos. Mas em particular, um «supervisor» também deveria agir como consolador; e também poderia ensinar mensagens consoladoras, a seu público. Mas parece que a ideia de exortação é que se destaca aqui, pelas razões dadas acima. Tais exortações podem estar baseadas ou não na leitura feita, pois normalmente eram feitas mediante «alguma espécie de explicação sobre o que era lido, ou, pelo menos, incluía algo dessa atividade.
«...no ensino...» No grego é «didaskalia», que significa «instrução», «ensino». Não é suficiente ler e exortar.  Exortação e ensino também são unidos em Rom. 12:7,8 e I Tim. 6:2.
A principal função do Mestre , no tocante ao culto de adoração, é aqui salientada. O ensino não é bastante por si mesmo. Também deve haver o ensino, e as passagens de Rom. 12:7 e Tito 2:1-14 mostram-nos que o ensino deve incluir tanto a instrução doutrinária como a instrução moral.
CHAMPLIN, Russell Norman, O Novo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Candeias. Vol. 5. pag. 326. Com acréscimos do Pr Henrique.
  
I Tm 4.13.
Persiste em ler, exortar e ensinar, até que eu vá. Não desprezes o dom que há em ti, o qual te foi dado por profecia, com a imposição das mãos do presbitério. Medita estas coisas, ocupa-te nelas, para que o teu aproveitamento seja manifesto a todos. Tem cuidado de ti mesmo e da doutrina; persevera nestas coisas; porque, fazendo isto, te salvarás, tanto a ti mesmo como aos que te ouvem. 1 Timóteo 4:13-16
 ler - exortar - ensinar - dom - meditar- ocupar - cuidado - doutrina - perseverar - salvar.
Na leitura: trata-se da leitura em voz alta das Escrituras disponíveis perante a congregação reunida - A bíblia deve ser ouvida para gerar fé - De sorte que a fé é pelo ouvir, e o ouvir pela palavra de DEUS. Romanos 10:17. Os textos de 2 Co 3.14; Lc 4.16; At 13.15 se referem à leitura do AT praticada na sinagoga, um direito de cada homem que soubesse ler. Conforme 1Tm 5.18 (citações do AT e do NT), 1Ts 5.27; Cl 4.16; Ap 1.3 a leitura pode ser tanto do AT como dos escritos do NT já existentes. Aqui a ênfase certamente incide sobre a leitura de escritos apostólicos, o que no entanto não exclui a conhecida prática de proclamar textos do AT. “Conjuro-vos, pelo Senhor, que esta epístola seja lida a todos os irmãos. E, uma vez lida esta epístola perante vós, providenciai por que seja também lida na igreja dos laodicenses; e a dos de Laodiceia, lede-a igualmente perante vós.” As pastorais não permitem notar uma diferença em relação a essa leitura de suas missivas motivadas por autoridade apostólica (QI 21, 25e).
Na exortação: No culto da sinagoga a palavra livremente lida era interpretada. “Depois da leitura da lei e dos profetas, os chefes da sinagoga (judaica) mandaram dizer-lhes: Irmãos, se tendes alguma palavra de exortação para o povo, dizei-a!” Após essa solicitação Paulo se levanta e evangeliza. Isso não é a mesma coisa que ensinar. Também em Rm 12.7s ele diferencia nitidamente entre exortar e ensinar como dois dons distintos da graça. O próprio DEUS é o DEUS de toda a consolação, CRISTO o Parákletos, que envia outro Parákletos, o ESPÍRITO SANTO. Deparamo-nos aqui com uma palavra-chave da revelação do NT que liga da maneira mais estreita possível as pastorais com todas as demais cartas de Paulo e com os escritos de João. O Messias é o consolo de Israel, que será revelado no fim dos tempos e pelo qual esperam os mansos da terra. Os ricos, que tentam usar sua riqueza para se tranquilizar em seu vazio humano, “já têm sua consolação”. Nesse contexto também deve ser entendida a “consolação das Escrituras”, porque elas apontam para o DEUS da esperança. Da Escritura e de sua leitura provêm o verdadeiro consolo e a verdadeira admoestação.
Exortar significa tratar, com base nas Escrituras, e com autoridade profética, por meio do ESPÍRITO SANTO, de cada indivíduo e de cada igreja em sua carência, aflição e perigo atuais, dirigindo-se de forma amável e séria à consciência e ao coração dos ouvintes. A “paráclese” sempre possui o duplo sentido de exortar e encorajar, de anunciar e desafiar, de consolar e fortalecer. Exortar visa a situação atual, motivo pelo qual é aplicação pessoal, ou, se quisermos, subjetiva, i.é, direcionada ao sujeito, da Escritura Sagrada.
Na doutrina: atividade de ensino, instrução, educação. Ensinar é algo diferente e é mais que retirar um versículo da Bíblia, relacionando com ele considerações edificantes. Estão em jogo a totalidade da fé cristã e a história da salvação: “a forma da doutrina”. Quem ensina, expõe os desígnios de DEUS e evidencia as dádivas e os deveres deles decorrentes; interpela o entendimento e convida para o cumprimento em obediência. Quem exorta, nutre e fortalece o coração dos ouvintes com a palavra de DEUS. Coloca-os junto com seu fracasso diante daquele que perdoa e restaura. Interpela sua consciência, para que acordem da indiferença.
Timóteo deve nutrir-se pessoalmente com a palavra da fé e seguir a doutrina, então terá condições de exortar e ensinar a igreja a partir da Escritura. A vivência na Escritura e a leitura a partir de seus textos constitui o fundamento para as duas atividades principais do servo da palavra: exortar e ensinar, dirigir-se ao indivíduo, falar-lhe a partir de DEUS e colocá-lo no contexto geral dos desígnios de DEUS com a igreja e o mundo, o subjetivo e o objetivo, as pequenas coisas do cotidiano e a grande dimensão universal e supramundana das idéias e intenções de DEUS. Ambas precisam ser mantidas em equilíbrio e tensão recíproca. Quando se enfatiza demais a doutrina e falta a exortação, surge um conhecimento cerebral, dissociado da vida e atividade cotidianas. Quando a exortação se torna preponderante, o ser humano se perde na subjetividade, na autocontemplação e em última análise na santificação própria, na mesquinhez, e a devoção adquire aparência mofada e estreita. Falta a relação com a magnitude e a totalidade dos desígnios de DEUS. Por essa razão ambas as coisas são necessárias, da maneira como o ESPÍRITO explicita para cada respectiva situação.
Paulo exorta Timóteo a despertar o dom do ESPÍRITO SANTO que nele residia para que tenha confirmação de seu ministério perante os outros líderes e confirmação da mensagem que transmitia ao povo. Um Mestre jamais será respeitado como tal sem a confirmação sobrenatural de seu ministério.
Hans Bürki. Comentário Esperança Cartas aos I Timóteo.. Editora Evangélica Esperança. Com acréscimos do Pr Henrique.
 
II Tm 4.13. Ainda mais que a capa, Paulo queria seus livros e pergaminhos. A prisão de Paulo poderia ter ocorrido tão inesperadamente, que ele não pôde voltar para casa para apanhar seus pertences pessoais. Os livros incluiriam partes do Antigo Testamento. Os pergaminhos eram muito provavelmente pergaminhos ou papiros escritos à mão, frequentemente usados no século I para a tomada de notas (como em cadernos), confecção de memorandos, ou primeiros rascunhos de obras literárias. Talvez estes pergaminhos fossem rascunhos de algumas das epístolas de Paulo. Praticamente tudo o que era escrito também tinha um grande valor. Paulo era um estudioso e teria reunido, para o seu uso, uma biblioteca pequena, mas eficiente. Quando Paulo pediu os livros e os pergaminhos, ele estava pedindo sua biblioteca, alguns documentos mais apreciados. provavelmente também entre esses estavam cópias de orações da Palavra de DEUS.
Isso mostra que Paulo dava muito valor ao estudo da Palavra de DEUS aos seus escritos sobre a mesma.
Comentário do Novo Testamento Aplicação Pessoal. Editora CPAD. Vol 2. pag. 542-543. Com acréscimos do Pr Henrique.
  
«...especialmente os pergaminhos...» Eram livros ou documentos feitos de peles preparadas de bezerro, de antílope, de cabra ou de ovelha. O material mais caro era feito de bezerro ainda não-nascido, devido à sua fina textura. Eram caríssimos, e poucas pessoas possuíam livros feitos desse material. Eram reunidos, formando rolos, ou então eram deixados como páginas soltas. O termo pergamina (equivalente a «membrana»), e que se refere a esse material, se derivou do nome da cidade de Pérgamo, na Mísia, onde era manufaturado em grande quantidade, e de onde foi introduzido na Grécia. Posto que esse era o material mais valioso, e visto que Paulo parecia mais ansioso por receber esses documentos do que os «livros», alguns eruditos têm pensado que esses eram os livros que continham as Escrituras do A.T., pelo menos certas de suas porções, porquanto não havia como transportar o A.T. inteiro escrito sobre esse material, que ficaria por demais volumoso. Mas outros eruditos supõem, além disso, que havia ali cópias primitivas das declarações e da história da vida de JESUS, bem como algumas das cartas e escritos do próprio Paulo. A única coisa que parece certa é que eram documentos escritos, e não apenas material de escrita em branco.
CHAMPLIN, Russell Norman, O Novo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Candeias. Vol. 5. pag. 406.
 
Ajuda de Pb Alessandro Silva com algumas modificações e comentários do Pr. Luiz Henrique.
 
)))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))
 
LIÇÃO 12 3TR23 NA ÍNTEGRA
Escrita Lição 12, Central Gospel, Os Ministérios Da Igreja, 3Tr23, Pr Henrique, EBD NA TV
Para me ajudar PIX 33195781620 (CPF) Luiz Henrique de Almeida Silva
  
TEXTO BÍBLICO BÁSICO - Efésios 4.7-12
7 - Mas a graça foi dada a cada um de nós segundo a medida do dom de Cristo.
8 - Pelo que diz: Subindo ao alto, levou cativo o cativeiro e deu dons aos homens.
9 - Ora, isto — ele subiu — que é, senão que também, antes, tinha descido às partes mais baixas da terra?
10 - Aquele que desceu é também o mesmo que subiu acima de todos os céus, para cumprir todas as coisas.
11 - E ele mesmo deu uns para apóstolos, e outros para profetas, e outros para evangelistas, e outros para pastores e mestres,
12 - querendo o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para edificação do corpo de Cristo.
 
TEXTO ÁUREO
Até que todos cheguemos à unidade da fé e ao conhecimento do Filho de Deus, a varão perfeito, à medida da estatura completa de Cristo. Efésios 4.13
  
SUBSÍDIOS PARA O ESTUDO DIÁRIO
2ª feira – 1 Pedro 2.9 O sacerdócio universal dos salvos
3ª feira – 2 Timóteo 4.2 Pregando em cada ocasião
4ª feira – 2 Timóteo 4.5 Faze a obra de um evangelista
5ª feira – 2 Timóteo 4.13 O estudo da Bíblia
6ª feira – Atos 21.8 O chamado do evangelista
Sábado – Atos 21.11 O chamado profético
 
OBJETIVOS: Ao término do estudo bíblico, o aluno deverá ser capaz de:
- conscientizar-se de que os dons ministeriais são uma concessão de Deus, por meio do ESPÍRITO  SANTO;
- compreender que a obra ministerial precisa ser feita por todos os cristãos;
- descrever as características de cada um dos dons ministeriais.
 
ORIENTAÇÕES PEDAGÓGICAS
Prezado professor, a operação dos dons ministeriais é uma concessão direta de Deus, por meio do Seu ESPÍRITO , para equipar os membros da igreja no cumprimento de sua missão na terra. Ela é definida em termos da presença e da ação de CRISTO no meio da igreja, por intermédio da terceira pessoa da Trindade. Este foi o exemplo mais determinante da conduta de JESUS Cristo, que, embora sendo o Senhor de toda a Criação, fez-se servo, inclusive, lavando os pés dos Seus discípulos (Jo 13.5,14). Excelente aula!
  
ESBOÇO DA LIÇÃO
1. A DIVERSIDADE DE MINISTÉRIOS
1.1. A função dos dons ministeriais
1.2. A etimologia da palavra
1.2.1. O exemplo de Cristo
2. AS CATEGORIAS DOS DONS MINISTERIAIS
2.1. Apóstolos
2.1.1. Critérios para a escolha de apóstolos
2.1.2. O exercício apostólico no Novo Testamento
2.2. Profetas
2.2.1. O ministério profético na atualidade
2.3. Evangelistas
2.3.1. O ministério da evangelização na atualidade
2.4. Pastores
2.4.1. Bispos e presbíteros, um destaque importante
2.5. Mestres
2.5.1. Qualidades indispensáveis aos mestres
 
COMENTÁRIO
Palavra introdutória
O Novo Testamento deixa claro que a obra ministerial precisa ser feita por todos os cristãos, afastando, assim, a ideia de restringir tal tarefa ao grupo de oficiais da igreja. O papel dos ministérios dados à igreja é conscientizar e envolver todos os cristãos neste divino trabalho (Ef 4.11-13). Os dons ministeriais existem com a finalidade de equipar os membros da igreja para o desempenho pessoal de sua função, visando ao bem do Corpo de Cristo.
  
1. A DIVERSIDADE DE MINISTÉRIOS
Para um bom entendimento a respeito dos dons da igreja, é necessário responder a algumas questões importantes, como: Que grupo de pessoas eles contemplam? Quem pode utilizá-los? Como podem ser exercidos?
  
1.1. A função dos dons ministeriais
As duas primeiras perguntas — Que grupo de pessoas eles contemplam? Quem pode utilizá-los? — caminham lado a lado. A Bíblia faz referência tanto àqueles ordenados a uma função ministerial (apóstolos, profetas, evangelistas, pastores e mestres), como aos demais cristãos, os santos. A função dos primeiros é equipar e instruir os últimos para fazer a obra da igreja.
  
1.2. A etimologia da palavra
O vocábulo ministério provém do latim (ministerium) e designa “ofício, cargo ou função”. A principal característica do ministério cristão é o serviço. Ministério também é um vocábulo oriundo do termo grego diakoniai, que deriva de diakonia e significa “serviço”, revelando que há diferentes maneiras de servir, como, por exemplo, o dom de socorros, que envolve a capacitação para ajudar, socorrer ou assistir o próximo (1 Co 12.28).
 
1.2.1. O exemplo de Cristo
O Senhor JESUS é a maior referência de serviço, uma vez que Ele veio ao mundo não para ser servido, mas para servir (Mt 20.28). Da mesma forma, o apóstolo Paulo é muito claro em apresentar a vida e o ministério de CRISTO como referência maior de entrega e serviço (Fp 2.7,8).
  
2. AS CATEGORIAS DOS DONS MINISTERIAIS
Os dons ministeriais estão classificados dentro de algumas categorias, como se observa, claramente, no texto de Efésios 4.11.
  
2.1. Apóstolos
O primeiro ministério destacado na lista de Efésios 4.11 é o de apóstolo (ver também 1 Co 12.28-30). A palavra apóstolo ocorre mais de 80 vezes no Novo Testamento; em geral, significa “enviado com uma missão específica”. Nesses textos, a palavra grega apostello refere- -se àquelas testemunhas que foram, especificamente, comissionadas por JESUS para estabelecer a igreja. O título é usado para CRISTO (Hb 3.1); para os Doze (Mt 10.2); para Paulo (Rm 1.1; 2 Co 1.1; Gl 1.1); e outros (At 14.4,14; Rm 16.7; Gl 1.19; 2.8,9; 1 Ts 2.6,7). JESUS CRISTO é a fonte, a origem e o padrão do perfeito apostolado.
  
2.1.1. Critérios para a escolha de apóstolos
De acordo com Atos 1.21-26, após a ascensão de CRISTO aos céus, o candidato ao apostolado devia preencher os seguintes requisitos:
- ser uma pessoa que andou com CRISTO pessoalmente desde o seu batismo até a sua ascensão;
- ser alguém que foi testemunha ocular da ressurreição do Senhor JESUS;
- ser alguém que tivesse testemunhado a ascensão de CRISTO ao céu; ser alguém escolhido pela designação de Deus. A única exceção é o apóstolo Paulo de Tarso, que recebeu sua comissão diretamente de CRISTO na estrada para Damasco (At 9.3-6; Rm 1.1; 1 Co 1.1,15; 9.1; 15.8-11).
  
2.1.2. O exercício apostólico no Novo Testamento
No Novo Testamento, o apóstolo é um mensageiro nomeado e enviado como missionário, ou como alguém que deve cumprir alguma responsabilidade especial (At 14.4,14; Rm 16.7; 2 Co 8.23; Fp 2.25). Dentre as qualificações observadas no colégio apostólico, destacam-se:
- eram homens de reconhecida e destacada liderança espiritual, ungidos com poder para defrontarem-se com os poderes das trevas e confirmar o evangelho com milagres;
- eram homens que cuidavam do estabelecimento de igrejas segundo a verdade e pureza apostólicas;
- eram servos itinerantes, que arriscavam suas vidas em favor do nome do Senhor JESUS CRISTO e da propagação do evangelho (At 11.21-26; 13.50; 14.19-22; 15.25,26);
- eram homens de fé e de oração, cheios do ESPÍRITO  SANTO (At 11.23- 25; 13.2-5,46-52; 14.1-7,21-23).
  
SUBSÍDIO 2.1.2
O apostolado, além de muitos sinais e extraordinários milagres, também foi sempre acompanhado por grandes privações, angústias e sofrimentos. JESUS enviou Seus apóstolos como ovelhas para o meio de lobos (Mt 10.16). Foi nessa condição que os apóstolos de CRISTO viveram, pregaram e morreram.
  
2.2. Profetas
O segundo ministério destacado na lista de Efésios 4.11 é o de profetas. Os profetas eram homens e mulheres que pregavam ao povo. Eles exerciam seus ministérios sob a unção do ESPÍRITO . Suas mensagens eram direcionadas tanto no sentido preditivo, quanto no da proclamação da verdade bíblica.
 
SUBSÍDIO 2.2
A ação profética é movida pelo ESPÍRITO  SANTO (2 Pe 1.21) e possui como finalidade guardar o povo da corrupção do pecado (Pv 29.18), além de exortar, edificar e consolar os cristãos (1 Co 14.3).
  
2.2.1. O ministério profético na atualidade
Na atualidade, o profeta é um arauto de Deus, que proclama as mensagens do Senhor à igreja. A mensagem profética, nos dias de hoje, não deve ser considerada infalível, tanto no sentido preditivo quanto no sentido da proclamação. Ela deve ser julgada pela igreja, por outros profetas e pela Palavra de Deus. A igreja local é conclamada a discernir e julgar o conteúdo da mensagem profética, para confirmar se ela realmente está de acordo com o contexto geral das Escrituras Sagradas (1 Co 14.29-33), ou se está falseada (1 Jo 4.1).
  
2.3. Evangelistas
O terceiro ministério destacado na lista de Efésios 4.11 é o de evangelista. A palavra evangelista significa “mensageiro de boas novas”, sendo o nome de uma ordem de homens da Igreja primitiva, distinta dos apóstolos, profetas, pastores e mestres. Conforme pode ser claramente entendido, os evangelistas exerciam a função especial de anunciar as boas novas do evangelho. Eles exerciam um ministério baseado na itinerância e pregavam tanto na igreja local como fora dela. Por serem dotados de uma compreensão especial do sentido do evangelho, o foco de suas mensagens era direcionado para o arrependimento, conversão e salvação das pessoas. Eles viajavam de lugar em lugar pregando a mensagem de CRISTO a todos, manifestando sinais e realizando milagres, conforme se lê em Marcos 16.15-20.
  
2.3.1. O ministério da evangelização na atualidade
Embora Filipe tenha sido o único personagem da Bíblia chamado de evangelista (At 21.8), este ministério sempre esteve em evidência na história da igreja cristã — em 2 Timóteo 4.5, Paulo exorta Timóteo a fazer o trabalho de um evangelista. A existência de tal dom ministerial não significa que aqueles que não o receberam estão eximidos da obrigação de falar de JESUS aos outros. Pelo contrário, essa é uma tarefa comum a todos, evidenciada na Grande Comissão (Mc 16.15).
 
2.4. Pastores
O quarto ministério destacado na lista de Efésios 4.11 é o de pastor. No Novo Testamento, a palavra pastor, como designação de um ofício ministerial, é encontrada uma única vez (Ef 4.11), tendo origem no vocábulo grego poimén, que significa “apascentador, guarda, sustentador, aquele que conduz o rebanho ao pasto (pastor de ovelhas)”. O vocábulo pastor é uma referência a alguém que exerce supervisão pastoral sobre outros. Esse termo remonta ao modelo de JESUS, que descreveu a si mesmo como o bom Pastor (Jo 10.11a) e é reconhecido como o grande Pastor (Hb 13.20) e o Supremo Pastor das ovelhas (1 Pe 5.4). Após Sua ascensão ao céu, Ele delegou a função de pastorear as ovelhas do Seu rebanho aos Seus ministros. O ministério pastoral não é para quem quer, mas para quem DEUSchama (Rm 9.16). Nenhum ministro é pastor por si mesmo ou por vontade do rebanho. Ele o é pela graça, sob a vocação e ordem do supremo Pastor do rebanho: Cristo.
  
2.4.1. Bispos e presbíteros, um destaque importante
Na primeira lição desta revista, o tema “função pastoral” recebeu tratamento especial. A título de complementariedade, a função exercida pelo pastor na atualidade precisa ser estudada à luz de dois vocábulos, que, no conceito popular, parecem sugerir ofícios ministeriais diferentes do ministério que é exercido pelo pastor. São eles: bispo e presbítero. Bispo, no grego, é episkopos e significa “curador, superintendente, administrador”. Conforme é usado na Bíblia, o termo designa um “guardador de almas”, ou “aquele que cuida do bem-estar espiritual do seu rebanho”. Presbítero equivale à palavra bispo, derivando do vocábulo grego presbíteros, que significa apenas “homem idoso, ancião” (At 11.30; Mt 15.2; Mc 7.3; Hb 11.2). Entre os gregos e os hebreus, os homens de idade avançada mereciam maior honra e respeito, pois lhes era imputada maior sabedoria. Assim, só a eles era conferido o direito de exercer funções de grande responsabilidade, como juízes e conselheiros do povo (Tt 1.5-9). Várias referências do Novo Testamento mostram claramente que os presbíteros não se distinguiam dos bispos ou pastores, como oficiais ou ministros das igrejas. Parece claro que os termos presbíteros, bispos e pastores são usados de forma intercambiável no Novo Testamento. Esses oficiais eram responsáveis pelas questões internas atinentes à igreja local.
  
2.5. Mestres
Pastores e mestres provavelmente constituíam dois lados de um mesmo ministério, significando que o pastor deveria ser um mestre na exposição e defesa da fé cristã, e os mestres deveriam estar aptos a também cuidar do rebanho de Deus. Esta é a última categoria de ministros, enunciada pelo apóstolo Paulo em sua lista (Ef 4.11). No original grego, a palavra mestre é didaskalos, e é utilizada para designar “alguém com o dom especial de expor, esclarecer e proclamar as Escrituras, visando sempre à edificação do Corpo de Cristo” (Ef 4.12). Os mestres cuidam da qualidade de vida da igreja, por meio do ensino e do discipulado. Aqueles que querem ser mestres devem atentar para a advertência bíblica de Tiago  3.1: Meus irmãos, muitos de vós não sejam mestres, sabendo que receberemos mais duro juízo.
 
2.5.1. Qualidades indispensáveis aos mestres
Em Esdras 7.10, evidenciam-se três qualidades indispensáveis àqueles a quem DEUSchama e comissiona como mestres do Seu povo. É preciso:
- dispor o coração para buscar a Lei do Senhor — Esdras não poupou esforços e dedicação para conhecer a Palavra de DEUS(Rm 12.7);
- cumprir a Lei do Senhor — a vida exemplar de Esdras era a maior referência para os seus ensinos;
- ensinar a Lei do Senhor — Esdras ensinou a Lei; sobre todos, hoje, pesa a responsabilidade de cumprir o mandato de CRISTO de ir e ensinar as nações (Mt 28.19,20).
 
CONCLUSÃO
Paulo deixa evidente que DEUSvocacionou pessoas, considerando cinco perspectivas de atuação ministerial: E ele mesmo concedeu uns para apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas e outros para pastores e mestres (Ef 4.11 ARA). Ainda por meio do apóstolo das gentes, fica claro que os dons da igreja, concedidos por DEUSpor meio do ESPÍRITO  SANTO, visam ao desenvolvimento das pessoas justificadas em Cristo, para que estas tenham uma atuação efetiva nos cuidados com a igreja que Ele mesmo comprou com Seu sangue (At 20.28; Ef 4.11,12).
  
ATIVIDADE PARA FIXAÇÃO
1. Por que ninguém está isento de pregar o evangelho?
R.: Porque esta tarefa foi dada por CRISTO a todos, indistintamente (Mc 16.15).

))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))) 
 
Lição 12- O Diaconato
LIÇÕES BÍBLICAS - 2º Trimestre de 2014/2021 - CPAD - Para jovens e adultos
Tema: Dons Espirituais e Ministeriais - Servindo a DEUS e aos homens com poder extraordinário - Comentário: Pr. Elinaldo Renovato de Lima
Complementos, ilustrações, questionários e vídeos: Pr. Luiz Henrique de Almeida Silva
 
 
NÃO DEIXE DE ASSISTIR AOS VÍDEOS DA LIÇÃO ONDE TEMOS MAPAS, FIGURAS, IMAGENS E EXPLICAÇÕES DETALHADAS DA LIÇÃO
https://www.youtube.com/watch?v=5kOGWPafJEs Vídeos desta Lição em 2021
Escrita
https://ebdnatv.blogspot.com/2021/06/escrita-licao-12-o-diaconato-2tr21-pr.html 
Slides
https://ebdnatv.blogspot.com/2021/06/slides-licao-12-o-diaconato-2tr21-pr.html 
 
Veja - https://www.youtube.com/watch?v=M7Hg-UoklRA&list=PL9TsOz8buX18coyk3lZWMhkqT-48mq4wT  Vídeos desta Lição em 2014
  
 
TEXTO ÁUREO
“Porque os que servirem bem como diáconos adquirirão para si uma boa posição e muita confiança na fé que há em CRISTO JESUS” (1 Tm 3.13).
 
 
VERDADE PRÁTICA
Embora o diaconato seja um ministério específico, a diaconia é uma missão de todo o crente.
 
 
LEITURA DIÁRIA
Segunda - Fp 1,1 Auxiliares dos líderes da igreja local
Terça - At 6-1-5 Homens exemplares
Quarta - At 6.6 Separados com imposição de mãos
Quinta - 1 Tm 3-12 Bons líderes no lar
Sexta - 1 Tm 3.13 Chamados para servir
Sábado - Mt 20.26-28 JESUS veio para servir
 
 
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE - 1 Timóteo 3.8-13.
8 - Da mesma sorte os diáconos sejam honestos, não de língua dobre, não dados a muito vinho, não cobiçosos de torpe ganância, 9 - guardando o mistério da fé em uma pura consciência. 10 - E também estes sejam primeiro provados, depois sirvam, se forem irrepreensíveis. 11 - Da mesma sorte as mulheres sejam honestas, não maldizentes, sóbrias e fiéis em tudo. 12 - Os diáconos sejam maridos de uma mulher e governem bem seus filhos e suas próprias casas. 13 - Porque os que servirem bem como diáconos adquirirão para si uma boa posição e muita confiança na fé que há em CRISTO JESUS.
 
 
Resumo da Lição 12- O Diaconato
I - A DIACONIA DE JESUS CRISTO
1. Significado do termo.
2. Serviço de escravo.
3. O discípulo é um serviçal.
II - A INSTITUIÇÃO DOS DIÁCONOS
1. O conceito da função.
2. Origem do diaconato.
3. A escolha dos diáconos.
III - O PERFIL E FUNÇÃO DO DIÁCONO
1. Qualificações do diácono.
Caráter moral, espiritual e familiar.
2. A função dos diáconos em Atos 6.
3. A função dos diáconos hoje.
 
 
 
Meus comentários e de livros diversos - Com alterações do Pr. Luiz Henrique
 
 
A mulher pode ser pastora ou exercer algum ministério na Igreja?
12 Patriarcas, nenhuma mulher. 12 apóstolos, nenhuma mulher. 5 ministérios, nenhum feminino. A Igreja deve ter como cabeça JESUS CRISTO, não Maria.
Diaconisa é uma mulher que limpa os banheiros, lava o chão, lava roupa e cozinha para a igreja ou recebe em casa um visitante, ou também, que visita as pessoas, ora pelas pessoas, ajuda os pobres e necessitados. Pode ser tanto a mulher do diácono, como do pastor, como qualquer outra que ajuda na obra de DEUS. Não tem título e nem cargo eclesiástico, mas disposição para servir - este é o significado de diaconia. Lavar os pés aos santos quer dizer isso. Se JESUS quisesse mulheres no ministério eclesiástico colocaria sua mãe como a primeira. Foram 12 patriarcas e nenhuma mulher. Foram 12 Apóstolos e nenhuma mulher. São 5 ministérios na Igreja e nenhum feminino.
 
 
Pr. Antonio Gilberto "ordenação de mulheres ao ministério pastoral é antibíblico"    Dom 22 Jun 2014, 10:35
A ordenação de mulheres a cargos eclesiásticos, como o diaconato e pastorado é uma realidade, mas não unanimidade. Diversos ministérios aceitam e elegem mulheres para esses cargos, porém diversos outros se recusam a fazê-lo.
Pastor Antonio Gilberto diz: “A igreja vai prestar conta”. 
http://noticias.gospelmais.com.br/pastor-antonio-gilberto-mulheres-ministerio-pastoral-antibiblico-45779.htm  
Em 2012, em entrevista ao Seara News, o pastor Antônio ao ser questionado sobre à ordenação de mulheres ao ministério, o nobre obreiro foi enfático: "Não, não é outra vez não! Não existe Ordenação!… Mulheres no SANTO Ministério, tanto venham. Inclusive muitas vezes elas fazem o trabalho melhor que os homens. Mas ordenar para o SANTO Ministério, não tem base nas Escrituras."
Na sequência, o teólogo pentecostal faz sua exposição refutando a ideia de ordenação das irmãs. Usando referências bíblicas e palavras do grego, o pastor procura mostrar o quanto a prática de separação de mulheres ao ministério é antibíblica. Diaconiza em Rm 16, se referindo a Febe, está no masculino, ou seja, trabalho servil. "Quem estiver fazendo vai prestar conta a DEUS" - enfatizou Gilberto.
 
Tem muitas igrejas com dificuldades agora porque não analisaram corretamente a palavra de DEUS antes - Elas agora querem ser pastoras-presidente de campo e estão com toda razão, pois foi-lhes dado um ministério pelos homens.
 
A hierarquia gera a ideia de submissão. Esta "obediência" a que o amado se refere é fruto da burocratização. A Bíblia diz que devemos obedecer aos líderes - Hb.13:17. Não existe questão "hierárquica". Devemos obedecer, isto sim, aos que lideram, seja a igreja local, sejam os departamentos da igreja local. Devemos honrar os ministros - I Tm.5:17-19. A igreja não é uma organização militar onde haja "patentes" e, na igreja, a liderança deve ser exercida como serviço, não como demonstração de superioridade ou de domínio - Mc.10:42-45; I Pe.5:1-3. Sobretudo, devemos obedecer ao Senhor JESUS, que é a cabeça da Igreja e, deste modo, não podemos ser meio de escândalo - Mt.18:6,7; Rm.14 - ou de divisão - Jd.19, mas jamais nos fazermos servos dos homens por causa apenas de títulos. Mais importa obedecer a DEUS do que aos homens - At.5:29. Em vez de o diácono obedecer ao presbítero, este ao pastor etc. devemos entender que o pastor deve servir ao presbítero, este, ao diácono e este ao membro. A obediência deve existir dentro do sentido do serviço, não do domínio ou do poder. (>>http://www.portalebd.org.br/principal/sala-dos-professores/view-postlist/forum-126-2o-trim-2014-licao-12-o-diaconato/topic-398-hierarquia-x-submissao.html>>)
 
 
Ora, naqueles dias, crescendo o número dos discípulos, houve uma murmuração dos gregos contra os hebreus, porque as suas viúvas eram desprezadas no ministério cotidiano. E os doze, convocando a multidão dos discípulos, disseram: Não é razoável que nós deixemos a palavra de DEUS e sirvamos às mesas. Escolhei, pois, irmãos, dentre vós, sete varões de boa reputação, cheios do ESPÍRITO SANTO e de sabedoria, aos quais constituamos sobre este importante negócio. Mas nós perseveraremos na oração e no ministério da palavra. E este parecer contentou a toda a multidão, e elegeram Estêvão, homem cheio de fé e do ESPÍRITO SANTO, e Filipe, e Prócoro, e Nicanor, e Timão, e Pármenas e Nicolau, prosélito de Antioquia; e os apresentaram ante os apóstolos, e estes, orando, lhes impuseram as mãos. E crescia a palavra de DEUS, e em Jerusalém se multiplicava muito o número dos discípulos, e grande parte dos sacerdotes obedecia à fé. Atos 6:1-7
 
 
Revista Ensinador Cristão CPAD, n°58, p.42.
Por que existe o ministério do diácono? Qual a sua função e importância na vida da igreja local? Estas perguntas podem e devem ser trabalhadas em sala de aula. Muitos alunos não têm a convivência da realidade e dos meandros da organização eclesiástica de suas igrejas locais. Por isso esta é uma excelente oportunidade para abordar um assunto que faz parte da vida cristã de todo membro em uma comunidade local.
Para responder as perguntas elaboradas acima, deve-se partir do sexto capítulo do livro dos Atos dos Apóstolos, pois ali, pela primeira vez, foi constituído um ministério específico de caráter social para resolver uma variante problemática de aspecto étnico: entre as viúvas de fala hebraica e as de fala grega. Tal problema poderia atravancar o avanço da igreja local que estava em Jerusalém. Os apóstolos sentiram-se cobrados em solucionar um problema não muito fácil, entretanto, os ministérios da Palavra e da Oração não poderiam ficar em segundo plano. Mas igualmente, a sobrevivência humana.
Orientados pelo ESPÍRITO SANTO, e também dotados por um profundo bom senso, juntamente com a igreja, os apóstolos não hesitaram em tomar a decisão de permitir aos novos crentes separarem sete homens descendentes de judeus (dentre vós), de fala grega. Estêvão, Filipe, Prócoro, Nicanor, Timão, Pármenas e Nicolau - para resolverem uma questão de caráter social e urgente. Assim, a igreja de Jerusalém voltou a normalidade da sua atividade coadunando a prática proclamatória do Evangelho com o serviço de interferir socialmente na vida dos crentes, para suprir a necessidade de quem precisava de ajuda. Por isso, o caráter do ministério diaconal é profunda e biblicamente enraizado numa intensa preocupação social. O diácono de Atos não foi chamado para fazer somente trabalhos meramente litúrgicos, (como colher dízimos e ofertas e servir a Santa Ceia), mas principalmente o de cuidar dos mais necessitados, visitar as viúvas e os enfermos, amparando quem realmente precisa de cuidados na comunidade cristã local que é um trabalho pastoral e precisa dos diáconos como auxiliares.
Por conseguinte, o serviço de diácono não é simplesmente uma função eclesiástica, mas um estilo de vida ensinado e promovido por JESUS de Nazaré. Quando um crente olha para o verdadeiro diácono ele deve sentir-se impulsionado para viver um estilo de vida diaconal, como o de CRISTO em seu ministério terreno. Pois o diaconato é um estilo de vida centralizado em JESUS de Nazaré, jamais em si mesmo. Servir é a ordem para todo crente. 
Elinaldo Renovato. Dons espirituais & Ministeriais Servindo a DEUS e aos homens com poder extraordinário. Editora CPAD. pag. 139-140. Com comentários extras do Pr. Henrique.
 
 
COMENTÁRIOS DIVERSOS COM ALTERAÇÕES EXTRAS DO Pr. HENRIQUE 
 
INTRODUÇÃO
 
O crescimento vertiginoso trouxe diversos problemas. Entre os conversos, havia judeus de outros lugares que falavam grego. Quando a comunidade cristã cresceu grandemente surgiram diversos problemas, inclusive de ordem social (cf. At 6.1-7). Os líderes da Igreja resolveram reunir a assembleia e buscar a solução para o atendimento social aos irmãos carentes. A tarefa era um grande desafio. Ou eles cuidavam da oração e do estudo da palavra de DEUS, ou cuidavam da parte social.
Por decisão sábia e unânime dos irmãos de fala grega, escolheram sete homens dentre eles, com qualidades exemplares, para cuidarem daquele “importante negócio”, que era dar assistência aos novos convertidos nas suas necessidades básicas. Muitos que aceitavam a CRISTO ficavam em situação difícil, rejeitados por suas famílias, expulsos de casa e desprezados da sociedade. Assim, ante uma crise de caráter humano, os apóstolos tiveram que tomar medidas que serviram de base para a criação do cargo ou da função de diácono que faz parte, até hoje, do ministério ordenado, nas igrejas cristãs.
Elinaldo Renovato. Dons espirituais & Ministeriais Servindo a DEUS e aos homens com poder extraordinário. Editora CPAD. pag. 139-140. Com comentários extras do Pr. Henrique.
 
A diaconia outra coisa não é senão um serviço incondicional e amoroso a DEUS e à sua Igreja. O diácono que não vive para servir a igreja de DEUS, não servirá, no futuro, para viver como ministro de CRISTO. A essência do diaconato é o serviço; do diaconato, o serviço também é o amoroso fundamento. Sem serviço também a diaconia é impossível. Nesse sentido, quão excelso e perfeito diácono foi o Senhor JESUS! Para o crente se tornar ministro algum dia, primeiro deve se tornar diácono. Por isto mesmo o diácono deve ser provado para ser aceito como servo na igreja - E também estes sejam primeiro provados, depois sirvam, se forem irrepreensíveis. 1 Timóteo 3:10; Porque os que servirem bem como diáconos adquirirão para si uma boa posição e muita confiança na fé que há em CRISTO JESUS. 1 Timóteo 3:13).
Valdemir P. Moreira. Manual do Diácono. Com comentários extras do Pr. Henrique.
 
 
I - A DIACONIA DE JESUS CRISTO
Ora, naqueles dias, crescendo o número dos discípulos, houve uma murmuração dos gregos contra os hebreus, porque as suas viúvas eram desprezadas no ministério cotidiano. E os doze, convocando a multidão dos discípulos, disseram: Não é razoável que nós deixemos a palavra de DEUS e sirvamos às mesas. Escolhei, pois, irmãos, dentre vós, sete varões de boa reputação, cheios do ESPÍRITO SANTO e de sabedoria, aos quais constituamos sobre este importante negócio. Mas nós perseveraremos na oração e no ministério da palavra. E este parecer contentou a toda a multidão, e elegeram Estêvão, homem cheio de fé e do ESPÍRITO SANTO, e Filipe, e Prócoro, e Nicanor, e Timão, e Pármenas e Nicolau, prosélito de Antioquia; e os apresentaram ante os apóstolos, e estes, orando, lhes impuseram as mãos. E crescia a palavra de DEUS, e em Jerusalém se multiplicava muito o número dos discípulos, e grande parte dos sacerdotes obedecia à fé. Atos 6:1-7
 
 
1. Significado do termo.
A palavra diaconia é originaria do vocábulo grego diákonos e significa, etimologicamente, ajudante, servidor, prestador de serviço.  Em seu Dicionário do Novo Testamento Grego, oferece-nos W.C. Taylor a seguinte definição de diácono: garçom, servo e administrador. Na Grécia clássica, diácono era o encarregado de levar as iguarias à mesa, e manter sempre satisfeitos os convivas. Na septuaginta, eram os servos chamados de diáconos, porém não desfrutavam da dignidade de que usufruíram seus homônimos do NT, nem eram incumbidos de exercer a tarefa básica destes: socorrer os pobres e necessitados. Não passavam de meros serviçais. Aos olhos judaicos, era esse um cargo nada honroso. A palavra diácono aparece cerca de trinta vezes no NT.  É uma sublime função que passou a existir na Igreja Primitiva a partir de Atos, capítulo seis.
Valdemir P. Moreira. Manual do Diácono.
 
 DIÁCONO - (Strong português) διακονος diakonos
1) alguém que executa os pedidos de outro, esp. de um mestre, servo, atendente, ministro 
1a) o servo de um rei 
1b) diácono, alguém que, em virtude do ofício designado a ele pela igreja, cuida dos pobres e tem o dever de distribuir o dinheiro coletado para uso deles 
1c) garçom, alguém que serve comida e bebida
 
 
DIÁCONO = Do grego diakonos.
Os escritores clássicos empregam esta palavra para designar servo, camareiro, portador, servente. Neste sentido encontra-se no evangelho segundo S. Mateus 20:26, diferindo da palavra doulos, escravos (comp. Mt 23:11; Mc 9:35; 10:43; Jo 2:5, 9). Emprega-se esta palavra para designar um oficial da Igreja cristã, cujos qualificativos são descritos na 1 Tm 3:8. Os sete discípulos eleitos para auxiliarem os apóstolos, encarregaram-se de todos os negócios seculares da comunidade, cuidando das viúvas e dos pobres da igreja primitiva, tiveram o nome de diáconos, At 6:1-6. Este ofício não os privava dos privilégios de pregar em público o evangelho de CRISTO, porque dois deles, Estevão e Filipe, foram pregadores e Filipe, depois, foi evangelista (Atos 21.8). Fizeram isto, impulsionados por um dom pessoal. Havia na igreja de Filipos, uma pluralidade de diáconos, que partilhavam com os bispos as obrigações da comunidade, Fp 1:1.
 
 
2. Serviço de escravo.
Mas JESUS, chamando-os a si, disse-lhes: Sabeis que os que julgam ser príncipes das gentes delas se assenhoreiam, e os seus grandes usam de autoridade sobre elas; mas entre vós não será assim; antes, qualquer que, entre vós, quiser ser grande será vosso serviçal. E qualquer que, dentre vós, quiser ser o primeiro será servo de todos. Porque o Filho do Homem também não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate de muitos. Marcos 10:42-45
Mas aniquilou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens; e, achado na forma de homem, humilhou-se a si mesmo, sendo obediente até à morte e morte de cruz. Filipenses 2:7,8
Depois que lhes lavou os pés, e tomou as suas vestes, e se assentou outra vez à mesa, disse-lhes: Entendeis o que vos tenho feito? Vós me chamais Mestre e Senhor e dizeis bem, porque eu o sou. Ora, se eu, Senhor e Mestre, vos lavei os pés, vós deveis também lavar os pés uns aos outros. Porque eu vos dei o exemplo, para que, como eu vos fiz, façais vós também. Na verdade, na verdade vos digo que não é o servo maior do que o seu senhor, nem o enviado, maior do que aquele que o enviou. João 13:12-16
 
 
Diaconia significa “ministério, serviço”. JESUS CRISTO foi exemplo para a Igreja em todos os aspectos. Em sua Diaconia, Ele foi “apóstolo... da nossa confissão” (Hb 13.1). Foi profeta (Lc 24.19); foi evangelista (Lc 4.18-19); foi Pastor (Jo 10.11) e também foi diácono. Ele demonstrou seu caráter e sua personalidade, dando exemplo de humildade. Para cumprir sua missão sacrificial em favor dos homens, JESUS despojou-se temporariamente de sua glória plena (Jo 17.14). Paulo diz que Ele assumiu a forma de servo, mais que isso, a forma de “escravo”. JESUS, “... sendo em forma de DEUS, não teve por usurpação ser igual a DEUS. Mas aniquilou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo- se semelhante aos homens-, e, achado na forma de homem, humilhou-se a si mesmo, sendo obediente até à morte e morte de cruz” (Fp 2.6-8). A expressão “tomando a forma de servo”, “significa aparecer em uma condição humilde e desprezível”.
Elinaldo Renovato. Dons espirituais & Ministeriais Servindo a DEUS e aos homens com poder extraordinário. Editora CPAD. pag. 140.
 
 
JESUS COMO DIÁCONO (SERVO)
Eles devem ser como o próprio Mestre; e é muito apropriado que eles o fossem, pois, enquanto estivessem no mundo, deveriam ser como Ele foi quando estava no mundo. Porque para ambos o estado atual é um estado de humilhação; a coroa e a glória estavam reservadas para ambos no estado futuro. Eles precisavam considerar que “o Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e para dar a sua vida em resgate de muitos” (v. 28). O nosso Senhor JESUS aqui se coloca diante dos seus discípulos como um padrão de duas qualidades anteriormente recomendadas: a humildade e a utilidade.
[1] Nunca houve um exemplo de humildade e condescendência como houve na vida de CRISTO, que não veio para “ser servido, mas para servir”. Quando o Filho de DEUS entrou no mundo - o Embaixador de DEUS para os filhos dos homens alguém poderia pensar que Ele deveria ser servido, que deveria ter se apresentado em um aparato que estivesse de acordo com a sua pessoa e caráter; mas Ele não fez isso; Ele não agiu como uma celebridade, Ele não teve nenhum séquito pomposo de servos de Estado para servi-lo, nem se vestiu em túnicas de honra, porque tomou sobre si a “forma de servo”. Ele, na verdade, viveu como um homem pobre, e isto fez parte da sua humilhação. Houve pessoas que o serviram com as “suas fazendas” (Lc 8.2,3); mas Ele nunca foi servido como um grande homem. Ele nunca tomou a pompa sobre si, não foi servido em mesas, como um dos grandes deste mundo. JESUS, certa vez, lavou os pés dos seus discípulos, mas nunca lemos que eles tenham lavado os pés dele. Ele veio para ajudar a todos quantos estivessem em aflição. Ele se fez servo para os doentes e debilitados; estava pronto para atender aos seus pedidos como qualquer servo estaria pronto para atender à ordem do seu senhor, e se esforçou muito para servi-los.
O Senhor JESUS serviu continuamente visando este fim, negando a si até mesmo o alimento e o descanso para cumprir essa tarefa.
[2] Nunca houve um exemplo de beneficência e utilidade como houve na morte de CRISTO, que “deu a sua vida em resgate de muitos”. Ele viveu como um servo, e fez o bem; mas morreu como um sacrifício, e com isso Ele fez o maior bem de todos. Ele entrou no mundo com o propósito de dar a sua vida em resgate; isto estava primeiro em sua intenção. Os aspirantes a príncipes dos gentios fizeram da vida de muitos um resgate para a sua própria honra, e talvez um sacrifício para a sua própria diversão.
CRISTO não age assim; o sangue daqueles que lhe são sujeitos é precioso para Ele, e Ele não é pródigo nisso (SI 72.14); mas, ao contrário, Ele dá a sua honra e a sua vida como resgate pelos seus súditos. Note, em primeiro lugar, que JESUS CRISTO sacrificou a sua vida como um resgate. A nossa vida perdeu o direito nas mãos da justiça divina por causa do pecado. CRISTO, entregando a sua vida, fez a expiação pelo pecado, e assim nos resgatou. Ele foi feito “pecado” e uma “maldição” por nós, e morreu, não só para o nosso bem, mas “em nosso lugar” (At 20.28; 1 Pe 1.18,19). Em segundo lugar, foi um resgate por muitos. Ele foi suficiente para todos, mas eficaz para muitos; e se foi eficaz para muitos, então diz a pobre alma duvidosa: “Por que não por mim?” Foi por muitos, para que por ele muitos pudessem ser feitos justos. Esses muitos eram a sua semente, pela qual a sua alma sofreu (Is 53.10,11). “De muitos”, assim eles serão quando forem reunidos, embora parecessem então um pequeno rebanho.
Então esse é um bom motivo para não disputarmos a precedência, porque a cruz é a nossa bandeira, e a morte do nosso Senhor é a nossa vida. Esse é um bom motivo para pensarmos em fazer o bem, e, em consideração ao amor de CRISTO ao morrer por nós, não hesitarmos em “sacrificar as nossas vidas pelos irmãos” (1 Jo 3.16). Os ministros devem estar mais ansiosos do que os outros para servir e sofrer pelo bem das almas, como o bendito apóstolo Paulo estava (At 20.24; Fp 2.17). Quanto mais interessados, favorecidos e próximos estivermos da humildade e da humilhação de CRISTO, mais prontos e cuidadosos estaremos para imitá-las.
HENRY. Matthew. Comentário Matthew Henry Novo Testamento MATEUS A JOÃO Edição completa. Editora CPAD. pag. 261-262.
 
 
JESUS, o Diácono dos diáconos
Foi o Senhor um diácono em tudo perfeito. Na declaração que faz Ele em Marcos 10.45, encontramos a variante da palavra diakonia duas vezes: “O Filho do Homem também não veio para ser servido [diakonêthênai], mas para servir [diakonêsai] e dar a sua vida em resgate de muitos”. Ele era Senhor, e servia a todos. Era Rei prometido, mas se dizia servo dos servos de DEUS. Deveria estar à mesa, mas ei-lo a lavar os pés dos discípulos.
Embora o apocalipse mostre-o na plenitude de sua glória, vemo-lo em Isaias, como o servo sofredor (Is 53). A fim de assumir a sua diaconia, despojou-se de suas prerrogativas, assumiu a nossa forma e pôs-se a servir indistintamente a todos (Filipenses 2:7,8). Este é o nosso Senhor; Diácono dos diáconos! Valdemir P. Moreira. Manual do Diácono.
                                                     
 
A AUTO HUMILHAÇÃO DE JESUS (13.4-20)
E, acabada a ceia (o texto grego diz “durante a ceia”), e então continua com a primeira oração no versículo 4: levantou-se da ceia. Ao fazê-lo, o Senhor tirou as vestes (4, cf. 10.17; Fp 2.5-8); i.e., a túnica externa. Então, tomando uma toalha, cingiu-se, o que “marca a ação de um escravo”. Assim preparado, Ele pôs água numa bacia e começou a lavar os pés aos discípulos e a enxuga-los com a toalha com que estava cingido (5). Evidentemente havia ocorrido alguma “busca de posição” entre os doze (Lc 22.24). JESUS era o único naquela sala que poderia executar até mesmo o simbolismo da purificação — pois só Ele estava limpo no sentido teológico e moral da palavra (cf. 17.19; Hb 13.12).
Quando JESUS foi lavar os pés de Pedro, este lhe disse: Senhor, tu lavas-me os pés a mim? (6) A resposta de JESUS, não o sabes tu, agora, não só afirmava a ignorância de Pedro em relação às coisas espirituais (e.g., a vinda do ESPÍRITO), como também incluía uma promessa: tu o saberás depois (7). O que eu faço era a humilhação do Senhor, simbolizada no ato de levar-lhes os pés; na verdade, porém, Ele estava proporcionando toda a obra redentora de DEUS para o homem. Hoskyns comenta que a reação de Pedro não é um contraste entre o orgulho de Pedro e a humildade de JESUS, mas, antes, “entre o conhecimento de JESUS, o qual é a base da ação, e a ignorância de Pedro, que ainda não percebe que a humilhação do Messias é a causa efetiva da salvação cristã” (cf. 2.22; 7.39; 12.16; 14.25-26; 15.26; 16.13; 20.9). Mas o entendimento do futuro estava longe demais para Pedro. Ele só via a incongruência imediata da situação — JESUS lavando os seus pés. Impulsivamente, ele declarou: “Nunca em nenhum momento lavarás os meus pés — para sempre” (tradução literal). Pedro esperava colocar um ponto final em tudo aquilo. Mas JESUS conhecia o caminho para o coração de Pedro — a ameaça de ser excluído da presença de JESUS, a quem Pedro amava. Se eu te não lavar, não tens parte comigo (8; cf. Hb 12.14). “Não há lugar na sociedade dos cristãos para aqueles que não forem purificados pelo próprio Senhor JESUS”. Se a comunhão só poderia ser adquirida pela purificação (cf. 1 Jo 1.7), então Pedro queria tudo o que pudesse ter — pés, mãos e cabeça (9).
Não parece haver qualquer evidência de que JESUS quisesse que a lavagem dos pés fosse instituída como um sacramento. Mas fica claro que Ele estava ensinando, pelo exemplo básico e axiomático, embora paradoxal, que a única maneira de ser “o maior” (Lc 22.24) ou de ser bem-aventurado (17) é tomar a estrada do serviço amoroso (13.34) e do sacrifício (10.15), baseado no conhecimento da vontade de DEUS para nós. A palavra traduzida como bem-aventurado no texto das Beatitudes é makarioi (Mt 5.3-12).
Embora seja verdade que não é o servo maior do que o seu senhor, nem o enviado, maior do que aquele que o enviou (16), JESUS assegura aos seus discípulos o relacionamento com Ele e com o Pai. Pois se alguém receber o que eu enviar, me recebe a mim, e quem me recebe a mim recebe aquele que me enviou (20).
Joseph H. Mayfield. Comentário Bíblico Beacon. Editora CPAD. Vol. 7. pag. 116-118.
 
 
JESUS era o exemplo de servo, e Ele mostrou a sua atitude de servo aos seus discípulos. Lavar os pés era um ato comum nos tempos bíblicos. A maioria das pessoas viajava a pé (calçando sandálias) pelas estradas empoeiradas da Judéia. Quando entravam em casa, era costume lavar os pés. Não se oferecer para lavar os pés de um convidado era considerado uma falta de hospitalidade (veja Lucas 7.44). Lavar os pés dos convidados era o trabalho de um dos servos mais simples da casa, e deveria ser realizado quando os convidados chegassem (1 Samuel 25.41). Esta era uma tarefa subserviente. Uma viúva só deveria receber ajuda da igreja se lavasse os pés aos santos (crentes - 1 Tm 5.10). O incomum sobre este ato era que JESUS, o Mestre e Instrutor, estava fazendo isto para os seus discípulos, como o escravo mais inferior faria. Jo 13.12-16. 
O ato de JESUS de lavar os pés dos discípulos demonstrava amor e humildade em ação. JESUS ensinou a estes, que logo seriam líderes, que quando eles trabalhassem para divulgar o Evangelho, deveriam antes de tudo ser servos daqueles a quem ensinassem. Os discípulos devem ter se lembrado desta lição todas as vezes que enfrentaram problemas, lutas, e alegrias junto aos primeiros crentes.
Quantas vezes eles devem ter se lembrado de que foram chamados para servir. E que diferença isto fez! Imagine como teria sido difícil o crescimento (até mesmo a existência) da igreja primitiva, se estes discípulos tivessem continuado a competir por lugares de grandeza e importância! Felizmente para nós, eles mantiveram a lição de JESUS em seus corações.
Jo 13.17 Somos abençoados (felizes, alegres, realizados), não por causa do que sabemos, mas por causa do que fazemos com aquilo que sabemos. A graça de DEUS a nós encontra a sua perfeição no serviço que nós, como vasos de sua graça, prestamos aos outros. Encontraremos a nossa maior bênção ao obedecermos a CRISTO, servindo aos outros. Comentário do Novo Testamento Aplicação Pessoal. Editora CPAD. Vol 1. pag. 565-566.
 
 
Sem dúvida, os discípulos ficariam felizes em lavar os pés dele; eles não podiam conceber a ideia de lavar os pés uns dos outros, visto que essa era uma tarefa normalmente reservada para os servos mais inferiores. Pares não lavavam os pés uns dos outros, exceto muito raramente e como sinal de grande amor. Alguns judeus insistiam que não se devia exigir de escravos judeus que lavassem os pés de outros; esse trabalho devia ser reservado para escravos gentios, ou para mulheres, crianças e discípulos (Mekhilta 1 sobre Ex 21.2).
Aqui, JESUS inverte as funções normais. Seu ato de humildade é tão desnecessário quanto atordoante e é, ao mesmo tempo, uma demonstração de amor (v. 1), um símbolo de purificação salvadora (w. 6-9), e um modelo de conduta cristã (w. 12-17).
JESUS tirou sua capa e colocou uma toalha em volta da cintura - adotando, assim, as vestes de um criado doméstico, vestes que eram desprezadas tanto em círculos judaicos quanto gentios (SB 2. 557; Suetônio, Calígula, 26). Assim, ele começou a lavar os pés de seus discípulos, demonstrando, dessa forma, sua declaração: “eu estou entre vocês como quem serve” (Lc 22.27; cf. Mc 10.45 par.). Aquele que “embora sendo DEUS [...] esvaziou-se a si mesmo, vindo a ser servo” (Fp 2.6,7). De fato, ele “foi obediente até a morte, e morte de cruz!” (Fp 2.8). O inigualável auto esvaziamento do Filho eterno, da Palavra eterna, alcança seu ápice na cruz. Isso não significa que a Palavra mude da forma de DEUS para a forma de um servo; significa, ao contrário, que ele de tal forma veste nossa carne e vai de olhos bem abertos para a cruz que sua divindade é revelada em nossa carne, supremamente, no momento da maior fraqueza, do maior serviço (cf.1.14).
 
 
O reverenciado e exaltado Messias assume a função do servo desprezado para o bem de outros. Isto, junto com a noção de purificação, explica por que o episódio do lava-pés pode apontar tão efetivamente para a cruz. Mas o serviço prestado a outros não pode se restringir a esse ato único. Se o evento do lava-pés e da cruz são propiciados pelo incrível amor de JESUS (v. 1), a comunidade dos purificados que ele está criando deve ser caracterizada pelo mesmo amor (w. 34,35) e, portanto, pela mesma abnegação no esforço de servir a outros. E isto significa que o ato do lava-pés é quase obrigado a ter um significado exemplar, assim como a morte de CRISTO, embora única, tem o sentido de exemplo (e.g. Mc 10.35-45; Jo 12.24-26; IPe 2).
JESUS já havia condenado aqueles que ouvem suas palavras mas deixam de guardá-las (12.47,48; c f 8.31). Agora, ele enfatiza a verdade novamente, conforme uma ênfase repetida nos evangelhos (e.g. Mt 7.21-27; Mc 3-35; Lc 6.47,48) e em outras passagens {e.g. Hb 12.14; Tg 1.22-25).
D. A. CARSON. O Comentário De João. Editora Shedd Publicações. pag. 462-469.
 
 
3. O discípulo é um serviçal.
 
Mc 10.35-42. A repreensão que Ele fez a dois de seus discípulos, pelo ambicioso pedido que lhe fizeram. Essa história é muito semelhante à que lemos em Mateus 20.20. Mas ali está escrito que a mãe deles fez o pedido, aqui eles mesmos o fazem. Ela os apresentou e fez o pedido, e então eles a apoiaram, e concordaram com o pedido.
Observe:
1. Assim como, por um lado, existem alguns que não usam os grandes incentivos que JESUS nos deu em oração, por outro lado, também existem alguns que abusam deles. Ele tinha dito: “Pedi, e dar-se-vos-á”. E pedir as grandes coisas que Ele prometeu significa uma fé elogiável, mas era uma presunção condenável a desses discípulos, de fazer uma exigência tão ilimitada ao seu Mestre: “Queremos que nos faças o que pedirmos”.
Seria melhor que o deixássemos fazer por nós o que Ele julgar adequado, pois Ele “é poderoso para fazer tudo muito mais abundantemente além daquilo que pedimos ou pensamos” (Ef 3.20).
2. Nós devemos tomar muito cuidado com a maneira como fazemos promessas genéricas. JESUS não se comprometeu a fazer o que eles pedissem, mas quis saber deles o que desejavam: “Que quereis que vos faça?” Ele os deixaria prosseguir com o seu pedido, para que pudessem se envergonhar de tê-lo feito.
3. Muitos foram levados a uma armadilha por falsas noções acerca do Reino de DEUS, como se ele fosse deste mundo, e como os reinos das potestades deste mundo.
Tiago e João chegam à seguinte conclusão: se JESUS ressuscitar, Ele deverá ser um rei, e se Ele for um rei, os seus apóstolos deverão ser nobres, e um deles, de bom grado, será o Primus par regni - O primeiro dos nobres do reino, e outro estará ao seu lado, como José, na corte de Faraó, ou Daniel, na de Dario.
4. A honra deste mundo é uma coisa cintilante, com a qual os olhos dos próprios discípulos de CRISTO ficaram, muitas vezes, fascinados. Mas ser bons deveria ser a nossa preocupação, mais do que parecer grandiosos, ou ter alguma proeminência.
5. A nossa fraqueza e falta de perspectiva aparecem tanto nas nossas orações quanto em qualquer outra coisa.
Não podemos dar ordens com as nossas palavras quando falamos com DEUS, tanto a respeito dele quanto a nosso respeito. E loucura fazer exigências a DEUS, mas nos submetermos a Ele é uma atitude sábia.
6. É a vontade de CRISTO que nós nos preparemos para os sofrimentos, e deixemos que Ele cuide de nos recompensar por eles. Ele não precisa ser lembrado, como precisou Assuero, dos serviços do seu povo, nem consegue esquecer a obra da sua fé e de seu trabalho de caridade.
A nossa preocupação deve ser a de termos sabedoria e graça para sabermos como sofrer com Ele, e então confiarmos que Ele possibilitará a melhor maneira de reinarmos com Ele. O Senhor também definirá quando, e onde, e quais serão os graus da nossa glória.
A repreensão de JESUS aos demais discípulos, pelo desconforto deles com o pedido de Tiago e João. Eles começaram a ficar muito descontentes, a indignarem-se contra Tiago e João (v. 41). Eles ficaram irritados com os dois por pedirem preferência, não porque isto não fosse conveniente aos discípulos de CRISTO, mas porque cada um deles esperava tê-la. Assim eles descobriram a sua própria ambição, através do seu desagrado pela ambição de Tiago e João; e JESUS aproveitou essa ocasião para adverti-los quanto a isso, e a todos os seus sucessores, no ministério do Evangelho (w. 42-44). Ele os chamou a si de uma maneira familiar, para dar-lhes o exemplo de condescendência, mesmo quando estava reprovando a sua ambição, e para ensiná-los a nunca manter os seus discípulos à distância. Ele lhes mostra:
1. Que o mundo geralmente abusa ou usa mal o domínio (v. 42): Que eles pareciam dominar os gentios, que têm o nome e o direito de governar; eles exercem soberania sobre outros, e este é o objetivo do seu estudo, não tanto para protegê-los e cuidar do seu bem-estar quanto para exercer autoridade sobre eles. Eles serão obedecidos, desejando ser arbitrários e ter a sua vontade realizada em todos os aspectos. Sic volo, sic jubeo, stat pro ratione voluntas - Assim eu desejo, assim eu ordeno; o meu prazer é a minha lei. A sua preocupação é o que os seus súditos farão para sustentar a sua própria pompa e grandeza, não o que eles farão pelos súditos.
2. Que, portanto, isso não deve ser aceito na igreja: “Entre vós não será assim”; aqueles que estiverem aos seus cuidados deverão ser como ovelhas sob os cuidados do pastor, que deve guiá-las e alimentá-las, e deve ser um serviçal para elas, não como cavalos sob o comando do cocheiro, que os faz trabalhar e os espanca, e obtém os seus pagamentos com eles. Aquele que pretende ser grande e poderoso, ao invés de se lançar a uma dignidade e a uma dominação secular, deverá ser “servo de todos”.
Ele será humilde e desprezível aos olhos de todos os que são sábios e bons: “o que a si mesmo se exaltar será humilhado”. Ou, em outras palavras, aquele que desejar ser verdadeiramente grande e importante, deverá se entregar integralmente a fazer o bem a todos, deverá se curvar aos serviços mais humildes, e trabalhar nos serviços mais duros. Não somente serão mais honrados no futuro, como também são mais honrados agora, aqueles que são mais úteis. Para convencê-los disso, JESUS apresenta o seu próprio exemplo diante deles (v. 45). “O Filho do Homem se submete primeiro às maiores dificuldades e aos maiores perigos, e depois entra na sua glória, e vocês podem esperar conseguir algo tão elevado de outra maneira, ou tendo mais facilidade ou honra do que Ele?”. (1) Ele assume “a forma de servo”. Ele “não veio para ser servido”, e atendido, “mas para servir”, e conceder a sua graça. (2) Ele se apresenta de modo obediente à morte, e ao seu domínio, pois Ele dá “a sua vida em resgate de muitos”. Pois Ele morreu para o benefício de todas as pessoas que o aceitarem como Senhor e Salvador; e será que nós não deveremos nos esforçar para viver de um modo que beneficie os salvos?
HENRY. Matthew. Comentário Matthew Henry Novo Testamento ATOS A APOCALIPSE Edição completa. Editora CPAD. pag. 463-464.
 
 
JESUS estava pensando no que iria enfrentar em Jerusalém, e na morte que Ele sabia que lhe aguardava ali. Os discípulos, como a maioria dos judeus daquela época, tinham uma ideia errada do Reino do Messias, da maneira que este foi predito pelos profetas do Antigo Testamento. Eles pensavam que JESUS iria estabelecer um reino terreno que libertaria Israel da opressão de Roma.
Tiago e João não entenderam que o Reino de JESUS não é deste mundo; ele não está centralizado em palácios e tronos, mas no coração e na vida de seus seguidores. Nenhum dos discípulos entendeu esta verdade antes da ressurreição de JESUS.
Mc 10.38 JESUS respondeu a Tiago e João que ao fazer tal pedido egocêntrico, eles não sabiam o que estavam pedindo. Pedir posições da mais elevada honra significava também pedir um profundo sofrimento, porque eles não poderiam ter um sem o outro. Portanto, o Senhor perguntou primeiro se eles poderiam beber o cálice amargo de tristeza que Ele iria beber. O “cálice” ao qual JESUS se referiu era o cálice de sofrimento que Ele teria que beber a fim de trazer a salvação aos pecadores. Então JESUS perguntou se eles eram capazes de ser batizados com o batismo de sofrimento que Ele enfrentaria. A referência a “batismo” é uma metáfora do Antigo Testamento em que uma pessoa é esmagada pelo sofrimento.
O “cálice” e o “batismo” se referem àquilo que JESUS iria enfrentar na cruz. Nas duas perguntas, JESUS estava perguntando a Tiago e a João se eles estavam prontos para sofrer por amor ao Reino.
Mc 10.39,40 Tiago e João responderam confiantemente à pergunta de JESUS. A resposta deles pode não ter revelado bravata ou orgulho; ela mostrou a disposição que eles tinham para seguir JESUS, qualquer que fosse o custo desta decisão. Eles disseram que estavam dispostos a enfrentar qualquer tribulação por amor a CRISTO. JESUS respondeu que eles certamente seriam chamados a beber do cálice de JESUS, e seriam batizados com o seu batismo de sofrimento: Tiago morreu como um mártir (Atos 12.2); João viveu muitos anos passando por perseguições, antes de ser forçado a viver os últimos anos de sua vida no exílio, na ilha de Patmos (Apocalipse 1.9).
Comentário do Novo Testamento Aplicação Pessoal. Editora CPAD. Vol 1. pag. 259- 261.
Observação minha - Pr. Luiz Henrique - JESUS sabia que dois homens estariam a seu lado em breve, mas na cruz e isso estava reservado ao PAI quem seriam eles. JESUS não desejava que fosse algum de seus discípulos. Foram dois ladrões que ficaram um a direita e outro a esquerda de JESUS, na cruz.
 
 
Ambição de Tiago e João (10.35-45)
Enquanto Ele estava pensando em uma cruz, eles estavam pensando em coroas. O fardo do Senhor se confrontava com a cegueira deles, e o seu sacrifício com o egoísmo que demonstravam. Ele só queria dar, mas eles só queriam receber. A motivação dele era servir; a deles era a própria satisfação pessoal.
Sabeis que os que julgam ser príncipes das gentes (literalmente, “aqueles que parecem governar”) delas se assenhoreiam (42). Os discípulos sentiram o aguilhão dessas palavras ao se lembrarem das táticas opressoras dos governadores das províncias. Mas entre vós não será assim (43). O grande entre os seguidores de JESUS será aquele que quiser ser um serviçal (ministro) e servo (escravo) de todos (44).
Mas por que teria que ser assim? “Porque o próprio Filho do Homem não tinha vindo para ser servido, mas para servir” (45, Goodspeed). Nisto, CRISTO nos deixou o exemplo que devemos imitar, seguindo as Suas pisadas (1 Pe 2.21).
Ralph Earle. Comentário Bíblico Beacon. Editora CPAD. Vol. 6. pag. 288-289.
 
 
SERVO
A) Substantivos.
1. doulos (ôouXoç), adjetivo que significa “em escravidão” (Rm 6.19, “servirem”, o plural neutro, concordando com mele. “membros”), é usado como substantivo, e na função de palavra mais comum e geral para se referir a “servo”, indicando freqüentemente sujeição sem a ideia de escravidão; é usado acerca de: (a) condições naturais (por exemplo, Mt 8.9; 1 Co 7.21; 7.22 [primeira parte]; Ef 6.5: Cl 4.1; 1 Tm 6.1); ocorre com frequência nos quatro Evangelhos: (b) metaforicamente, condições espirituais, morais e éticas: “servos” de: 
(1) DEUS (por exemplo. At 16.17; Tt 1.1; 1 Pe 2.16: Ap7.3; 15.3); sendo o exemplo perfeito o próprio CRISTO (Fp 2.7); 
(2) JESUS (por exemplo. Rm 1.1; 1 Co 7.22 [segunda parte]; Gl 1.10: E f6.6; Fp l . l .C l 4 .1 2 :Tg 1.1:2 Pe 1.1; Jd I); 
(3) o pecado (Jo 8.34; Rm 6.17.20):
(4) a corrupção (2 Pe 2.19); cf. o verbo douloõ (B, mais adiante). 
2. diakonos (ôiáKOWÇ) (quanto a esta palavra, é encontrado em Mt 22.13 (“servos”); Mt 23.11; Mc 9.35: Jo 2.5.9 (“empregados”); Jo 12.26: Rm 16.1 (“serve”).
3. pais ( ttgiÍ ç ), também denota “assistente, atendente”; é usado acerca de: (a) condições naturais (Mt 8.6 (“criado” ]: Mt 8.8.13; 14.2: Lc 7.7; 12.45 [“servo"]; Lc 15.26); (b) a relação espiritual com DEUS: (I ) Israel (Lc 1.54): (2) Davi (Lc 1.69: At
4.25); 
4. oiketes (oLk€TT|Ç). “criado de casa" (formado de oikeõ, “morar", e oikos. “casa” ), é traduzido por “servo” em Lc 16.13: Rm 14.4: 1 Pe 2.18; e por “criados" em At 10.7.! 
5. huperetes (tirripérTiç), é encontrado em Mt 26.58 ("criados” ); Mc 14.65 (‘'criadas"); Jo 18.36 ("servos”).
6. therapõn ((tepáT rov), cognato de therapeuõ, “servir, curar, assistente, criado, servo” , é termo de dignidade e liberdade, usado acerca de Moisés em Hb 3.5.1
7. sundoulos (aúvôouXoç), “servo companheiro”, é usado acerca de: (a) condições naturais (Mt 18.28.29,31,33; 24.49); (b) os “servos” do mesmo Senhor divino (Cl 1.7 (“conservo”); Cl 4.7; Ap 6.11); os anjos (Ap 19.10; 22.9).!
B) Verbo.
douloõ (ôouXóto), “escravizar, trazer em escravidão” (cognato de A, n° 1), ocorre, por exemplo, em 1 Co 9.19, “fiz-me servo (de tudo)”, denota, na voz passiva, “ser trazido em escravidão, tomar-se escravo ou criado” (Rm 6.18). 
“fostes feitos servos” ; Rm 6.22). 
W. E. VINE; Merril F. UNGER; Wllliam WHITE Jr. Dicionário VINE. Editora CPAD. Pag. 991, 992.
 
 
II - A INSTITUIÇÃO DOS DIÁCONOS
 
 A função de diácono está associada ao ministério da igreja local (gr. diakonos). Este termo relaciona-se com diakonia, a palavra mais usada no Novo Testamento para descrever o serviço cristão normal. Tendo amplo uso nas Escrituras, descreve o ministério do povo de DEUS em geral (Ef 4.12), bem como o ministério dos apóstolos (At 1.17,25). Até mesmo o próprio JESUS o utiliza, para descrever seu propósito primário "O Filho do Homem também não veio para ser servido [diakonêthênai], mas para servir [diakonêsai] e dar a sua vida em resgate de muitos" (Mc 10.45). Em termos simples: os diáconos são servos, ou "ministros", no sentido mais fiel da palavra. Esse fato é acentuado por Paulo ao listar as qualificações para o diaconato, em 1 Timóteo 3.8-13. Muitas das especificações nesse texto são as mesmas do cargo de bispo (ou pastor), mencionadas nos versículos anteriores (1 Tm 3.1-7).
No texto referente aos diáconos, em 1 Timóteo 3, a declaração de Paulo, no verso 11, que diz respeito às mulheres (literalmente: "Da mesma sorte as mulheres sejam honestas" - gunaikas hõsautõs semnas), tem despertado diferentes interpretações. Algumas versões (como a NVI e a KJV) preferem traduzir a expressão como uma referência à esposa do diácono» o que pode ser uma tradução aceitável. Outras (como a NASB e a RSV), porém, preferem traduzir gunaikas simplesmente como "mulheres", deixando em aberto a possibilidade de as mulheres serem diaconisas. Como sempre, a tradução de um termo depende do seu uso contextual. Neste caso, infelizmente, o contexto não é suficientemente claro para permitir uma solução dogmática. Muitos associam o texto de 1 Timóteo à referência de Paulo a Febe "a qual serve [gr. diakonon]' na igreja" (Rm 16.1). Também neste caso o contexto de Romanos 16 não oferece evidências suficientes para determinar se Febe era diaconisa, ou se Paulo simplesmente estava dizendo que ela detinha um ministério valioso na igreja, qualitativamente semelhante aos serviços desempenhados por outros cristãos.
Quanto aos versículos de Romanos 16 e 1 Timóteo 3, os estudiosos ficam um pouco divididos entre si a respeito da tradução correta. TEOLOGIA SISTEMÁTICA STANLEY M. HORTON.
 
 
1. O conceito da função.
 
 
DIÁCONO - Sua forma verbal (diakonein) significa “servir”, particularmente “servir às mesas” (cf. Arndt, p. 183). Tem a conotação de um serviço muito pessoal, intimamente relacionado com servir por amor. Para os gregos, o serviço era raramente dignificado; o desenvolvimento próprio deveria ser a meta de uma pessoa ao invés da humilhação própria. Enquanto a LXX não usa a palavra diakonein (“servir”), o judaísmo conserva uma visão diferente sobre o serviço. Isso está exemplificado no segundo mandamento: “Amarás o teu próximo como a ti mesmo” (Lv 19.18; cf. Mc 12.31). Foi isso que o nosso Senhor ensinou quando lavou os pés de seus discípulos, acrescentando: “Porque eu vos dei o exemplo, para que, como eu vos fiz, façais vós também” (Jo 13.15).
O uso generalizado da palavra “diácono” no NT foi classificado por H. W. Beyer (“Diakoneo, etc.״, TDNT, II. 81-93) e foram sugeridas as seguintes formas adaptadas: 
(1) “o servente em uma refeição” (Jo 2.5,9); 
(2) “o servo de um mestre” (Mt 22.13; Jo 12.26); 
(3) “o servo de um poder espiritual”, bom (Cl 1.23; 2 Co 3.6; Rm 15.8) ou mau (2 Co 11.14ss; Gl 2.17); 
(4) “o servo de DEUS” (2 Co 6.3ss.) ou de CRISTO (2 Co 11.23) como no caso de Paulo, ou como foi aplicado a seus companheiros de trabalho (1 Ts 3.1-3; 1 Timóteo 4.6; Cl 1.7; 4.7); 
(5) “os (gentios como] servos de DEUS” (Rm 13.1-4); 
(6) “um servo da igreja” (Cl 1.24,25; 1 Co 3.5).
Nos escritos gregos esse nome está relacionado muito de perto com o sentido do verbo. Ele descreve um atendente à mesa, um servo, um mensageiro, um garçom e ainda era usado com referência a ocupações específicas, como padeiro ou cozinheiro. O termo aparece poucas vezes na LXX e sempre com um sentido secular. Ele descreve os servos do rei em Ester 1.10; 2.2; 6.3,5. Em Provérbios 10.4 (na LXX) o tolo deve ser “servo” do sábio. Josefo, o historiador da nação judaica, caracterizou Eliseu como “discípulo e servo” de Elias”.
Quando a palavra diaconato apareceu pela primeira vez na igreja primitiva? Foi em Atos 6.1-6? Na passagem que trata da escolha e nomeação dos sete, a palavra “diácono” não aparece, E enquanto os termos diakonia (“ministério” ou “serviço”) e diakonein (“servir a uma mesa”) realmente aparecem (At  6.1,2,4) eles são usados, segundo parece, em um sentido não técnico, isto é, eles se referem a trabalhadores e não aos ocupantes de um posto. Isso está indicado pela expressão “servir às mesas” e pela referência ao ministério da Palavra, onde o mesmo termo aplica-se a ambos os tipos de serviço. Filipe é citado como um dos sete diáconos em Atos 21.8, sendo agora evangelista.
Lightfoot (na obra Philippians, pp. 188ss.) considera os sete como os primeiros diáconos, pois (1) seus deveres eram semelhantes àqueles que desde essa época haviam caracterizado o “diaconato”; por exemplo, o cuidado para com as viúvas e os órfãos, e a prática de atos de caridade. (2) Era uma função recém-criada sem se igualar ao ministério levítico, nem ao ministro da Sinagoga (o Chazan). Era um incidente do ofício introduzido apenas pela necessidade das circunstâncias.
Rackam (na obra Acts, pp. 82-86) conclui que o “ofício” em Atos 6 era “único, isto é, único no mesmo sentido do apostolado”. Os sete diáconos correspondem aos 12 discípulos, e a lista completa de seus nomes mostra essa relação. Portanto, nesses dois grupos estão os ancestrais dos presbíteros e dos diáconos. Em Romanos 16.1, Paulo refere-se a Febe como diakonon (“diaconisa” q.v.) da igreja de Cencréia. Seria ela uma ocupante do cargo ou a palavra simplesmente descreve seus serviços na comunidade? É impossível dizer. Por exemplo, no caso da referência às mulheres em 1 Timóteo 3.11 seriam elas esposas dos diáconos ou seriam “diaconisas”? 
Com referência a uma pessoa que ocupa um cargo específico na igreja, a palavra diakonos (“diácono”) ocorre em apenas duas passagens do NT. Filipenses 1.1 e 1 Timóteo 3.8,12. O texto em Filipenses 1.1 contém a saudação de Paulo aos “bispos e diáconos”. Embora nenhuma atividade esteja especificada aqui, elas representam duas funções existentes e relacionadas, consideradas como distintas no corpo dos santos em geral.
Em 1 Timóteo 3.13, podemos observar a mesma relação: o “bispo” (w. 1-7) e o “diácono” (vv. 8-13). Os diáconos deviam ser homens de caráter disciplinado e de elevada reputação moral (w. 8,9), deviam estar qualificados para o cargo por se mostrarem “irrepreensíveis” (v. 10) e ter o controle de seus próprios lares (v. 12). O fato de em seus ministérios de caridade e de auxílio entrarem em contato com o povo e com posses materiais, exigia qualidades especiais de caráter. Não deviam ser de “língua dobre” nem “cobiçosos de torpe ganância” (v. 8).
Paulo não especifica como os diáconos deveriam ser escolhidos, no entanto eles deviam ser primeiramente “provados” e Timóteo esperava, certamente, estar capacitado a aprová-los. O desenvolvimento histórico do cargo do diácono está ligado ao do bispo. 
Em outras passagens do NT, Paulo usa o termo ministro para indicar a presença de seus companheiros no ministério do Evangelho - Timóteo (1 Ts 3.2), Tíquico (Cl 4,7), Epafras (Cl 1.7). O ministério do próprio Paulo (1 Co 3.5; 2 Co 3.6; 6.4; 11.15) assim como o ministério de CRISTO (Rm 15.8) também são designados dessa maneira. Essas últimas referências indicam que esse termo não era, de forma alguma, aplicado a serviços inferiores. W.M.D.eA. F. J. - Dicionário Bíblico Wycliffe
 
 
DIÁCONO
diakonos (em português, “diácono”), denota primariamente "criado", quer aquele que faz trabalhos servis, ou o ajudante que presta serviços voluntários, sem referência particular ao seu caráter.
A palavra está provavelmente relacionada com o verbo diõkõ. “apressar-se após, perseguir" (talvez dito originalmente acerca de um corredor). "Ocorre no Novo Testamento em alusão aos criados domésticos (Jo 2.5.9); ao governante civil (Rm 13.4); a CRISTO (Rm 15.8; Gl 2.17); aos seguidores de JESUS em sua relação com o Senhor (Jo 12.26: Ef 6.21; Cl 1.7; 4.7); aos seguidores de JESUS em relação uns com os outros (Mt 20.26: 23.11: Mc 9.35; 10.43); aos servos de CRISTO no trabalho de orar e ensinar (1 Co 3.5: 2 Co 3.6: 6.4; 11.23: Ef 3.7; Cl 1.23.25: 1 Ts 3.2; I Tm 4.6); àqueles que servem nas igrejas (Rm 16.1 [usado acerca de uma mulher só aqui no Novo Testamento]; Fp 1.1; 1 Tm 3.8.12); aos falsos apóstolos, servos de Satanás (2 Co 11.15).
O termo diakonos é usado uma vez onde. aparentemente, a referência é aos anjos (Mt 22.13); em Mt 22.3. onde a referência é aos homens, o termo doulos é usado** (extraído de Notes on Thessalonians, de Hogg e Vine. p. 91).
O termo "diakonos" deve, falando de modo geral, ser distinguido do termo doulos, "servo, escravo”: o lernio diakonos encara o servo em relação ao seu trabalho: o termo doulos o vê em relação ao seu mestre.
Veja. por exemplo. Mt 22.2-14; aqueles que chamam os convidados e os trazem (Mt 22.3.4.6.8.10) são os douloi: aqueles que executam a sentença do rei (Mt 22.13) são os diakonoi.
Nota: Quanto aos termos sinônimos, leitourgos denota "aquele que executa deveres públicos"; misthios e misthôtos, “servo contratado"; oiketes, “servo doméstico**; huperetes. “funcionário subordinado que serve seu superior" (designava, originalmente. o remador da fileira de baixo numa galera de guerra); therapon, aquele cujo serviço é o de liberdade e dignidade.
Os denominados “sete diáconos" em At 6 não são mencionados por esse nome, embora o tipo de serviço no qual estavam engajados era do caráter daquele consignado para tal.
W. E. VINE; Merril F. UNGER; Wllliam WHITE Jr. Dicionário VINE. Editora CPAD. pag. 563.
 
 
2. Origem do diaconato.
 
 
O ministério ou serviço dos diáconos, no Novo Testamento, surgiu a partir de uma bênção, de um problema e de uma murmuração. A bênção foi o crescimento extraordinário dos que criam em JESUS e o aceitavam como Salvador, deixando o judaísmo e tornavam-se cristãos. O problema foi causado pela situação social de muitos que aceitavam a fé, especialmente envolvendo viúvas dos judeus gregos que aceitavam o evangelho. A murmuração foi a reclamação desses, que se julgavam discriminados pelos líderes da Igreja, em relação ao atendimento de suas necessidades básicas, eles falavam grego. (E em Jerusalém estavam habitando judeus, varões religiosos, de todas as nações que estão debaixo do céu. Atos 2:5 ) Diz o texto:
“Ora, naqueles dias, crescendo o número dos discípulos, houve uma murmuração dos gregos contra os hebreus, porque as suas viúvas eram desprezadas no ministério cotidiano. E os doze, convocando a multidão dos discípulos, disseram: Não é razoável que nós deixemos a palavra de DEUS e sirvamos às mesas. Escolhei, pois, irmãos, dentre vós, sete varões de boa reputação, cheios do ESPÍRITO SANTO e de sabedoria, aos quais constituamos sobre este importante negócio. Mas nós perseveraremos na oração e no ministério da palavra. E este parecer contentou a toda a multidão, e elegeram Estêvão, homem cheio de fé e do ESPÍRITO SANTO, e Filipe, e Prócoro, e Nicanor, e Timão, e Pármenas e Nicolau, prosélito de Antioquia; e os apresentaram ante os apóstolos, e estes, orando, lhes impuseram as mãos. E crescia a palavra de DEUS, e em Jerusalém se multiplicava muito o número dos discípulos, e grande parte dos sacerdotes obedecia à fé” (At 6.1-7).
Mas os líderes da Igreja foram sábios. Não procuraram resolver tamanha questão sozinhos. Reuniram a multidão, em assembleia, a Eclésia (igreja), e eles elegeram sete homens, judeus convertidos ao cristianismo que eram nascidos gregos e com qualidades exemplares sobre aquele “importante negócio”, para que os líderes pudessem perseverar “na oração e no ministério da palavra”. 
Na maioria das igrejas, os diáconos estão desviados da função para que foram instituídos, que foi cuidar da assistência social dos carentes. Mas sua escolha é de grande valor para o funcionamento ministerial das igrejas cristãs. Talvez pela falta de alimentos doados pelos irmãos mais abastados.
Elinaldo Renovato. Dons espirituais & Ministeriais Servindo a DEUS e aos homens com poder extraordinário. Editora CPAD. pag. 141. Com Acréscimos do Pr. Henrique.
 
A instituição do diaconato
O diácono é o único ministério ou serviço cristão a originar-se de um fato social; surgiu de uma premente necessidade da Igreja Primitiva: o socorro às viúvas helenistas (judeus descendentes de gregos). Atenhamo-nos no que diz o texto que escreveu Lucas (At 6.1-7). Do texto sagrado, apontemos alguma das razões que levaram os apóstolos a instituírem o diaconato:
a) O crescimento da Igreja
Do Pentecostes à instituição do diaconato, a Igreja Primitiva cresceu de três mil convertidos (Atos 2.41), e depois mais cinco mil (Atos 4.4); a partir daí, o rebanho do Senhor não mais parou de multiplicar-se. De forma que, em atos capítulo seis, o número de discípulos já havia superado a capacidade estrutural da Igreja (At 6.1). Crescendo o número de fiéis, cresceram também os problemas. Tivesse a Igreja se limitado aos cento e vinte, certamente nenhuma dificuldade teriam os primitivos cristãos. Não haveriam de precisar de diáconos, presbíteros, evangelistas ou pastores. Acontece que as grandes igrejas enfrentam grandes desafios, e demandam, por conseguinte, grandes soluções. Com a chegada das ovelhas, vai o aprisco deixando sua rotina, vai o pastoreio desdobrando-se em cuidados e desvelos pelas almas, e o Reino de DEUS vai alargando suas fronteiras e descortinando os mais promissores horizontes.
b) O descontentamento social     
Relata-nos Lucas que “houve uma murmuração dos helenistas contra os hebreus, porque as viúvas daqueles estavam sendo esquecidas na distribuição diária”. Tal contingência não podia esperar; exigia imediata solução. Caso não houvesse uma alternativa urgente e satisfatória, a situação deteriorar-se-ia, agravando a injustiça social, e aprofundando a fissura entre os dois principais segmentos culturais da igreja em Jerusalém: os hebreus (crentes judeus) e os helenistas (crentes gregos, descendentes de judeus).
A situação que se desdenhava deixou os apóstolos muito preocupados. Como israelitas, sabiam eles que a injustiça e a desigualdade social eram intoleráveis aos olhos de DEUS (Dt 15.7,11).
c) O comprometimento do ministério apostólico      
Continuassem os apóstolos a trabalhar eles mesmos na distribuição de alimentos para suprir as necessidades dos órfãos e das viúvas, haveriam de comprometer de forma irremediável as principais funções de seu ministério (At 6.2-4). Por isso deliberaram: “Não é razoável que nós deixemos a palavra de DEUS e sirvamos às mesas. Escolhei, pois, irmãos, dentre vós, sete homens de boa reputação, cheios do ESPÍRITO SANTO e de sabedoria, aos quais encarreguemos deste serviço. Mas nós perseveraremos na oração e no ministério da palavra” (At 6.2-4). Como seria maravilhoso se os pastores seguissem o exemplo dos apóstolos! Infelizmente, não são poucos os que se acham de tal forma empenhados com os negócios materiais do rebanho, que já não têm tempo de orar, nem mais ligam importância ao estudo e à exposição da Palavra. Transformaram-se em meros executivos e mestres de cerimônia nos cultos, distribuindo oportunidades. Vivem mais preocupados com os rendimentos financeiros do redil do que com o bem-estar das ovelhas. Será que ainda não perceberam ter sido o diaconato instituído justamente para que os pastores se entregassem mais amorosamente à oração e à proclamação dos conselhos de DEUS? Queira o Senhor que, no término de nosso ministério, possamos dizer como o apostolo Paulo: "como nada, que útil seja, deixei de vos anunciar e ensinar publicamente e pelas casas" Atos 20:20 e “Porque jamais deixei de vos anunciar todo o desígnio de DEUS” (At 20.27).
d) A organização ministerial da Igreja
Até a instituição dos diáconos, a Igreja conhecia apenas o ministerial apostólico. Eram os apóstolos responsáveis inclusive pelo socorro cotidiano. E isto, como vimos, por pouco não compromete o desempenho do principal magistério da Igreja. Com a instituição dos diáconos, porém, formou-se a base do ministério eclesiástico. Levemos em conta também os anciãos; estavam eles sempre prontos a secundar os apóstolos. Mais tarde, o termo ancião (ou presbítero) passaria a ser sinônimo de pastor e bispo.
Valdemir P. Moreira. Manual do Diácono.
 
 
1. Nosso coração se sente bem ao descobrir que cresceu o número dos discípulos (v. 1), à proporção inversa que, sem dúvida, irritou o coração dos sacerdotes e saduceus (cap. 4.1; 5.17) pelo mesmo motivo. A oposição que a pregação do evangelho enfrentou, em vez de deter seu progresso, contribuiu para o seu sucesso.
2. Causa-nos desalento descobrir que o crescimento do número dos discípulos (v. 1) dá oportunidade para discórdias. Até agora, todos eles eram unânimes em uma mesma opinião. Esta observação frequente significava uma honra para eles. Mas agora que cresciam em número, começaram a murmurar, semelhantemente ao que ocorreu no velho mundo. Quando os homens começaram a multiplicar-se, eles se corromperam (Gn 6.1,12).
Houve uma murmuração, não uma desavença aberta, mas um ressentimento secreto. (1) Os queixosos eram os gregos, ou helenistas, contra os hebreus (v. 1). Os gregos eram os judeus que se espalharam pela Grécia e outras regiões, falavam comumente a língua grega e liam o Antigo Testamento na versão grega, não no original hebraico. Muitos deles estavam em Jerusalém para a festa quando aceitaram a fé cristã e foram acrescentados à igreja. Estes murmuraram contra os hebreus, que eram os judeus nativos que usavam o original hebraico do Antigo Testamento. Alguns pertencentes a cada um desses grupos se tornaram cristãos, mas, pelo visto, essa aceitação conjunta da fé não teve sucesso, como deveria, em extinguir os poucos ciúmes que tinham uns dos outros antes da conversão. Eles retiveram um pouco do fermento velho e não entenderam ou não se lembraram de que em CRISTO JESUS não há nem grego nem judeu (Cl 3.9). Portanto, não há distinção entre hebreus e helenistas, mas todos são igualmente acolhidos em CRISTO, e deveriam ser, por causa dele, queridos uns dos outros.
(2) A murmuração destes gregos era que as suas viúvas eram desprezadas no ministério cotidiano (v. 1), quer dizer; na distribuição de refeições, e as viúvas hebreias eram mais bem cuidadas. É pena que as pequenas coisas deste mundo sejam pontos de discórdia entre os que admitem ter relações com as grandes coisas do outro mundo. Os apóstolos fizeram a distribuição, obviamente, com a mais absoluta imparcialidade, e nem de longe intentaram respeitar os hebreus mais que os gregos.
Contudo, houve queixa deles, que diziam estarem as viúvas gregas sendo desprezadas. Embora elas fossem aptas a receber esse tipo de assistência social, os apóstolos não lhes deram o suficiente, ou não contemplaram todas, ou não deram exatamente a mesma soma oferecida às viúvas hebreias. 
[1] Aqueles que, por qualquer razão, se encontram em situação desfavorável (como estavam os judeus gregos em comparação com os que eram hebreus de hebreus), são susceptíveis a, por ciúme. É erro comum de pessoas pobres que, em vez de serem gratas pelo que recebem, se queixem e reclamem. Há inveja e cobiça, raízes de amargura que se encontram tanto entre os pobres quanto entre os ricos, apesar das situações humilhantes em que estão e às quais devem se adaptar. 
[2] Partamos do pressuposto de que havia motivo para a murmuração. Em primeiro lugar, certos estudiosos sugerem que os outros pobres no grupo dos gregos tinham a subsistência provida, embora as suas viúvas fossem desprezadas (v. 1). Essa falha acontecia porque os gerentes administravam de acordo com uma regra antiga observada entre os hebreus: a viúva deve ser sustentada pelos filhos do seu marido (veja 1 Tm 5.4). Em segundo lugar, as viúvas, a meu ver, são citadas no lugar de todos os pobres, porque muitos desses que estavam nos registros da igreja e recebiam esmolas, eram viúvas que tinham sido fartamente sustentadas pelas atividades dos seus maridos enquanto estavam vivos, mas que caíram em grandes dificuldades financeiras quando faleceram. Os que administram a justiça pública devem de uma maneira particular proteger as viúvas de injustiças (Is 1.17; Lc 18.3), assim os que administram os fundos da caridade pública devem de uma maneira particular sustentar as viúvas no que for necessário (veja 1 Tm 5.3). Perceba que estas viúvas e os outros pobres recebiam uma ajuda diária (v. 1). Talvez, após um cálculo prévio, sabiam que não podiam acumular sua porção para o futuro. Então os administradores dos fundos, num gesto de bondade, davam-lhes dia a dia o pão necessário. Eles dependiam do quinhão do dia para viver. Pelo visto, as viúvas gregas foram, comparativamente, desprezadas.
 Embora houvesse certa dose de tolerância, tratava-se de procedimento cruel e injusto. Veja que mesmo na igreja mais bem organizada do mundo sempre haverá algo impróprio, administração incompetente, queixas ou, pelo menos, algumas reclamações.
HENRY. Matthew. Comentário Matthew Henry Novo Testamento ATOS A APOCALIPSE Edição completa. Editora CPAD. pag. 59-60.
 
 
A palavra grega para ministério é traduzida como “socorro” em 11.29. Esta é, evidentemente, a ideia aqui. Com os fundos que os cristãos tornavam disponíveis (cf. 2.44- 45; 4.32-37), os pobres e os necessitados eram cuidados no cotidiano com uma doação de alimentos. Knowling faz esta sugestão significativa: “É bem possível que as viúvas helénicas tivessem sido ajudadas anteriormente com o tesouro do Templo, e que essa ajuda tenha cessado, visto que elas se uniram à comunidade cristã”.
Ralph Earle. Comentário Bíblico Beacon. Editora CPAD. Vol. 7. pag. 247-248.
 
 
Os grupos de língua grega passavam por dificuldades nos encontros cristãos, nos quais se falava – inclusive por parte dos apóstolos – o aramaico. Deve ter surgido rapidamente uma tendência para realizar reuniões próprias no idioma familiar grego. Por outro lado, a beneficência da igreja, que de acordo com At 4.35 não podia mais ser um empreendimento meramente pessoal em vista do crescente número de cristãos, mas acontecia pela mediação dos apóstolos, não alcançou de maneira plena esses grupos “helenistas”. As viúvas “estavam sendo esquecidas na distribuição diária”. Mais uma vez notamos como toda a narrativa de Lucas é sucinta. “E se distribuía a cada um segundo a necessidade da pessoa” (At 4.35). Assim ele escrevera, sintetizando brevemente o essencial. Para ele deve ter sido evidente que entre os “necessitados” estavam em primeiro lugar as “viúvas”. De 1Tm 5.3-16 depreendemos que a previdência para as viúvas continuou sendo uma área central do serviço da igreja. Na Antiguidade simplesmente não havia uma possibilidade de ganho próprio para mulheres. Se uma viúva não tinha filhos que providenciassem seu sustento, ela se encontrava em grande aflição. Nessa situação, porém, estavam sobretudo as viúvas dos “helenistas”. Depois de velhos, casais haviam se mudado do exterior para a Terra Santa, sobretudo para Jerusalém. Estando morto o marido, e vivendo os filhos numa terra longínqua, o que seria da esposa agora? Começou o serviço beneficente da igreja, inicialmente da judaica, e agora também da cristã. Consequentemente, as diferenças linguísticas e a grande extensão da igreja transformaram-se em empecilhos. Naquele tempo as viúvas viviam uma vida sossegada e recatada. Provavelmente os apóstolos conheciam melhor as viúvas do grupo aramaico e viam-nas com mais frequência. As viúvas helenistas eram “esquecidas”. Tampouco Lucas relatou que essa “distribuição para cada um de acordo com sua necessidade” já levara a uma forma de ajuda regular. Uma atividade dessas se consolida inesperadamente numa instituição. Ao que parece, portanto, desenvolveu-se a prática de alimentar regularmente os necessitados, de realizar refeições diárias para as quais as viúvas helenistas não eram convidadas. Porém, a circunstância de que determinadas pessoas não apenas se viam excluídas de uma doação livre e eventual, mas de uma assistência regular, que parecia conceder também a elas um “direito” a determinados benefícios, gera especial tristeza e amargura. Todos sabemos com que rapidez nos sentimos magoados, com que facilidade suspeitamos de “intenções” por trás de esquecimentos que na realidade se explicam por razões bem inofensivas. Rapidamente generalizamos casos isolados, e o egoísmo coletivo acaba exacerbando tudo. “Houve murmuração dos helenistas contra os hebreus, porque as viúvas deles estavam sendo esquecidas na distribuição diária.”
Werner de Boor. Comentário Esperança Atos. Editora Evangélica Esperança.
 
 
3. A escolha dos diáconos.
 
 
“Ora, naqueles dias, crescendo o número dos discípulos, houve uma murmuração dos gregos contra os hebreus, porque as suas viúvas eram desprezadas no ministério cotidiano. E os doze, convocando a multidão dos discípulos, disseram: Não é razoável que nós deixemos a palavra de DEUS e sirvamos às mesas. Escolhei, pois, irmãos, dentre vós, sete varões de boa reputação, cheios do ESPÍRITO SANTO e de sabedoria, aos quais constituamos sobre este importante negócio. Mas nós perseveraremos na oração e no ministério da palavra. E este parecer contentou a toda a multidão, e elegeram Estêvão, homem cheio de fé e do ESPÍRITO SANTO, e Filipe, e Prócoro, e Nicanor, e Timão, e Pármenas e Nicolau, prosélito de Antioquia; e os apresentaram ante os apóstolos, e estes, orando, lhes impuseram as mãos. E crescia a palavra de DEUS, e em Jerusalém se multiplicava muito o número dos discípulos, e grande parte dos sacerdotes obedecia à fé” (At 6.1-7).
 
 
O diaconato não é um ministério como em Efésios 11.4 (podemos colocá-los como auxiliares do ministério congregacional)
Ministério diaconato é um trabalho, ou função eclesiástica, de pessoas escolhidas pelo povo ou pela liderança da Igreja. Já o ministério, como em Efésios 4.11 é exercido por aqueles que são biblicamente chamados e escolhidos por JESUS e capacitados pelo ESPÍRITO SANTO.
A instituição do diaconato não foi inspirada pelo ESPÍRITO SANTO, pois foi uma decisão tomada pelos apóstolos para resolverem uma questão estrutural da igreja, quem os escolheu foi o povo de fala grega e confirmada depois pelos apóstolos.
 
 
Até aqui, os apóstolos dirigiam a atividade assistencial. As pessoas lhes faziam pedidos e apelavam em casos de rixas e injustiças.
1. Como o método foi proposto pelos apóstolos: Eles convocaram a multidão dos discípulos (v. 2), os diligentes das congregações de cristãos de Jerusalém, os homens em posição de liderança. Os doze sozinhos não determinariam nada sem eles, pois há vitória na multidão dos conselheiros (Pv 24.6). Em assuntos dessa natureza, os discípulos, que eram mais entendidos nos negócios desta vida, dariam melhor conselho do que os apóstolos. (1) Os apóstolos ressaltaram veementemente: Não é razoável que nós deixemos a palavra de DEUS e sirvamos às mesas (v. 2). Seu dever era orar e ensinar a palavra de DEUS (doutrina). Eles não tiveram a oportunidade de estudar para ser pregador como acontece conosco (eles recebiam a palavra no momento em que a proferiam e estudavam o Antigo Testamento, Mt 10.19). Acharam que era muita atividade para uma pessoa só empregar todas as suas reflexões, cuidados e tempo, embora um desses homens valesse mais que dez de nós e orassem mais do que todos nós. Se fossem servir às mesas, deveriam, em certa medida, diminuir muito o estudo da palavra de DEUS e a oração. Não haveria como atender a obra do ensino e da pregação com o zelo e atenção devidas.   Além disso havia as chicotadas recebidas nas costas que recebiam por fazer tal obra. Enquanto o número dos discípulos era pequeno, os apóstolos conseguiam administrar sem fazer interrupções importantes em sua atividade principal. Mas agora que o número dos discípulos estava aumentando muito, não mais seria possível proceder dessa forma. Não é razoável, ouk areston estin, não é conveniente, ou não é recomendável (v. 2).Veja que a oração, o estudo da bíblia, o ensino e a pregação do evangelho é a melhor obra, a mais apropriada e necessária com a qual o ministro pode se envolver e com a qual deve se ocupar inteiramente (1 Tm 4.15). Para realizá-la, ele não deve se embaraçar com negócio desta vida (2 Tm 2.4).
(2) Os apóstolos pediram aos irmãos que fossem escolhidos sete varões (v. 3), bem qualificados para o objetivo em vista, cujo negócio seria servir às mesas, diakonein trapezais - ser diáconos às mesas (v. 2). O negócio tinha de ser bem cuidado, mais bem administrado do que fora até o momento pelos apóstolos. Logo, pessoas apropriadas eram inseridas ocasionalmente no ministério da palavra e da oração, mas não tão dedicadas a essas funções como eram os apóstolos. Elas deviam cuidar das provisões da igreja, ou seja, inspecionar, pagar e manter as contas. Tinham de comprar o que fosse necessário para a festa ágape (Jo 13.29) e atender tudo que fosse necessário in ordine ad spiritualia - para os exercícios espirituais, a fim de que tudo fosse feito com decência e ordem, e ninguém fosse negligenciado. [1] Os candidatos tinham de ser devidamente qualificados. Os irmãos da congregação de fala grega deviam escolher, e os apóstolos, ordenar. Mas os irmãos da congregação não tinham autoridade para escolher, nem os apóstolos para ordenar homens totalmente impróprios para o ofício. Eles deveriam ter qualificações: Escolhei [...] sete varões (v. 3), tantos quantos julgarem que bastariam por ora; mas depois o número poderia ser maior caso houvesse necessidade. Estes deviam ser, em primeiro lugar, homens de boa reputação (v. 3), livres de escândalo, considerados pelos vizinhos como homens íntegros e fiéis, de bom testemunho, em quem se pode confiar, sem a marca de vícios e maus hábitos, mas, ao contrário, reputados por tudo que seja virtuoso e louvável, martyroumenoics - homens que produzam bons testemunhos em seu convívio social. Veja que os que são postos em qualquer ofício na igreja devem ser homens de boa reputação, irrepreensíveis. E não só isso, mas de caráter admirável, requisito indispensável ao ofício e sua execução. Em segundo lugar, eles deviam ser homens cheios do ESPÍRITO SANTO (v. 3), cheios significa estarem em comunhão íntima  e serem usados em dons do ESPÍRITO SANTO, que são necessários para a administração correta deste cargo. Veja que Estêvão e Filipe se destacaram também na pregação e ministração de dons do ESPÍRITO SANTO (E Estêvão, cheio de fé e de poder, fazia prodígios e grandes sinais entre o povo. Atos 6:8 - E as multidões unanimemente prestavam atenção ao que Filipe dizia, porque ouviam e viam os sinais que ele fazia, Atos 8:6).
Tinham de ser honestos, hábeis e ousados: Homens capazes, tementes a DEUS, homens de verdade, que aborreçam a avareza (Ex 18.21). Deveriam estar cheios do ESPÍRITO SANTO. Em terceiro lugar, eles deviam ser homens cheios [...] de sabedoria (v. 3). Não bastava que fiassem homens honestos e bons, deviam também ser homens discretos e de bom siso, que não pudessem ser enganados e que organizassem as tarefas com disciplina. Deviam ser homens cheios do ESPÍRITO SANTO e de sabedoria, quer dizer, do ESPÍRITO SANTO como ESPÍRITO de sabedoria. Sabedoria aqui pode significar serem entendidos nas escrituras sagradas.
Os que recebem a incumbência de tratar não só do dinheiro público como de distribuir meios de sobrevivência aos pobres devem ser cheios [...] de sabedoria para que o distribuam não só com fidelidade, mas com comedimento. [2] Os candidatos tinham de ser nomeados pelos irmãos da congregação de fala grega:
Escolhei, pois, irmãos, dentre vós, sete varões (v. 3). Considerai entre vós quem são os mais adequados para tal função e em quem podeis confiar de modo mais satisfatório”. Presumia-se que os irmãos de fala grega da congregação soubessem melhor que os apóstolos, ou pelo menos fossem mais aptos para se informar do caráter desses homens. Por conseguinte, cabia-lhes o privilégio da escolha, pois era a eles que estes serviriam.
[3] Os apóstolos ordenariam os escolhidos ao serviço e lhes dariam o cargo para que soubessem o que fazer e tivessem consciência de fazê-lo. Os apóstolos lhes dariam autoridade para que as pessoas interessadas soubessem a quem fazer solicitações e se submeter em assuntos dessa natureza: Homens aos quais constituamos sobre este importante negócio (v. 3 - a distribuição de alimentos era um importante negócio) para assumir essa responsabilidade e cuidar para que não haja desperdício ou falta.
(3) Os apóstolos se entregaram inteiramente à obra como ministros, agindo com a maior cautela possível para desobrigar-se convenientemente desse ofício laborioso: Mas nós perseveraremos na oração e no ministério da palavra (v. 4 - doutrina). Veja aqui: [1] Quais são os dois grandes meios de graça do evangelho: a palavra e a oração (v. 4). Por meio deles, a comunhão entre DEUS e o seu povo é mantida e preservada. Pela palavra, DEUS fala com o povo e, pela oração, o povo fala com DEUS. Essas práticas têm uma ligação mútua entre si. [2] Qual é o grande negócio dos ministros do evangelho? Dedicar-se continuamente à oração e ao ministério da palavra (v. 4). Eles devem ser a boca de DEUS para o povo no ministério da palavra, a boca do povo para DEUS na oração e comunhão com o ESPÍRITO SANTO. Não devemos só ministrar a palavra, temos também de orar por eles para que essa ministração seja eficaz. A graça de DEUS pode fazer tudo sem a nossa oração, mas a nossa oração não pode fazer nada sem a graça de DEUS. Os apóstolos foram capacitados com dons extraordinários do ESPÍRITO SANTO, línguas e milagres. Por isso mesmo as práticas às quais eles se dedicavam continuamente era pregar e orar, para, por meio delas, edificassem a igreja e lhes ministrasse os dons espirituais.
2. Como esta proposta foi aceita e posta em execução pelos discípulos. Os apóstolos não impuseram a proposta por poder absoluto, embora tivessem o direito de exigir o que se deveria fazer (Fm 8). Mas propuseram como algo altamente conveniente, e este parecer contentou a toda, a multidão (v. 5) dos discípulos (v. 2). A multidão [...] dos discípulos se agradou em saber que eles se dedicariam à palavra e à oração. Eles não contestaram a proposta, nem adiaram sua implementação.
(1) A multidão de fala grega [...] dos discípulos elegeu as pessoas (v. 5). Não é provável que todos tivessem escolhido os mesmos homens. Todo o mundo tinha o amigo de quem pensava bem. Mas a maioria dos votos caiu nas pessoas aqui nomeadas, tendo o consentimento tanto dos candidatos quanto dos eleitores.
Esse método deve ser reputado à providência de DEUS, que tem o coração e a boca de todos os homens em seu poder. Há uma lista dos indivíduos escolhidos. É mais provável que estes homens se encontrassem entre os que se converteram desde o derramamento do ESPÍRITO até a presente hora. O enchimento do ESPÍRITO era um dos requisitos para todos aqueles que fossem escolhidos para este serviço. Reflitamos acerca destes sete varões. [1] Portanto, estes varões eram os mais aptos para receber a incumbência da distribuição daquilo alguns deles mesmos doaram. [2] Estes sete varões eram todos do grupo dos gregos ou judeus helenistas, porque todos têm nomes gregos. Esta medida seria provável para silenciar a murmuração dos gregos (a qual ocasionou essa decisão) e para garantir que os estrangeiros não fossem negligenciados visto que a responsabilidade foi colocada em estrangeiros. Foram escolhidos Estevão, Filipe, Prócoro, Nicanor, Timão, Pármenas, e Nicolau.
Estêvão, homem cheio de fé e do ESPÍRITO SANTO. Ele tinha muita fé na doutrina de CRISTO. “Cheio de fidelidade, cheio de coragem” (conforme traduzem alguns), porque estava cheio [...1 do ESPÍRITO SANTO e de seus dons. Ele era homem extraordinário e de destaque em tudo o que era bom. Seu nome significa “coroa”.  E Estêvão, cheio de fé e de poder, fazia prodígios e grandes sinais entre o povo. Atos 6:8
Filipe é o segundo nomeado, porque ele, tendo servido bem como diácono, adquiriu para si boa posição (1 Tm 3.13), e depois foi ordenado ao ofício de evangelista. Ele era companheiro e cooperador dos apóstolos (cap. 21.8; compare com Ef 4.11). É óbvio que a pregação e o batismo, serviços que ele desempenhava (lemos no capítulo 8.12), não eram funções de diácono, mas de evangelista. Foi promovido a evangelista, pois fazia a obra de um evangelista, principalmente em Samaria, onde o povo se convertia vendo e ouvindo os sinais que Filipe fazia. E as multidões unanimemente prestavam atenção ao que Filipe dizia, porque ouviam e viam os sinais que ele fazia, Atos 8:6.
Quanto aos outros 5, não sabemos sobre eles.
 (2) Os apóstolos designaram estes sete varões para o trabalho de servir às mesas por ora (v. 6). A multidão [...] dos discípulos os apresentou aos apóstolos (v. 6), que aprovaram os candidatos e os ordenaram. [1] Os apóstolos oraram (v. 6) com os sete varões e por eles, para que DEUS lhes desse cada vez mais do ESPÍRITO SANTO e sabedoria e para que os qualificasse para o serviço ao qual foram chamados. Oraram ainda a fim de que DEUS fizesse deles uma bênção para a igreja e, particularmente, para os pobres do rebanho. Todos que são envolvidos no serviço da igreja devem ser entregues à direção da graça divina por suas orações. [2] Os apóstolos impuseram as mãos (v. 6) sobre os sete varões, quer dizer, eles os abençoaram em nome do Senhor (SI 129.8), pois a imposição de mãos era usada para esse fim. Dessa maneira, eles estavam autorizando os sete varões a exercerem seu ofício e colocando sobre os membros da congregação a obrigação de observarem os diáconos nesse particular.
O avanço da igreja depois disto.
Quando as coisas foram postas em ordem na igreja (queixas atendidas e inquietações acalmadas), a igreja se firmou (v. 7).
1.A palavra de DEUS [...] crescia, (v. 7). Agora que os apóstolos resolveram manter-se mais do que nunca restritos à oração e à pregação, o evangelho espalhou-se mais e devido à demonstração de mais poder. Os ministros que se desembaraçam de empregos seculares e se dedicam completa e vigorosamente à obra, contribuem muito mais para o sucesso do evangelho.
2. Os cristãos cresceram a cântaros: Em Jerusalém se multiplicava muito o número dos discípulos (v. 7). Quando JESUS estava na terra, o seu ministério teve pouco sucesso em Jerusalém. Agora essa cidade proporciona a maioria dos convertidos. DEUS tem seus remanescentes até nos piores lugares.
3. Grande parte dos sacerdotes obedecia, à fé (v. 7). A palavra e a graça de DEUS são grandemente glorificadas, quando as pessoas menos prováveis são influenciadas pelo evangelho, como ocorre aqui com os sacerdotes, que ou se opuseram ou pelo menos se uniram com os que se opunham à mensagem evangelística de JESUS. Os sacerdotes estavam propensos a serem conduzidos pelo evangelho de CRISTO. Pelo visto, eles vieram em massa. Muitos deles concordaram em unir-se e entregar, de uma só vez, seus nomes a JESUS CRISTO para continuarem tendo o crédito uns dos outros e para fortalecerem as mãos uns dos outros: uma grande multidão de sacerdotes foi, pela graça de DEUS, ajudada a vencer seus preconceitos e a obedecer à fé, assim é descrita conversão dos sacerdotes. (1) Os sacerdotes adotaram a doutrina do evangelho. Seus entendimentos foram levados cativos ao poder da verdade de CRISTO, e todo pensamento contestador e oponente foi conduzido à obediência de CRISTO (2 Co 10.4,5).
HENRY. Matthew. Comentário Matthew Henry Novo Testamento ATOS A APOCALIPSE Edição completa. Editora CPAD. pag. 60-63. Com alterações do Pr. Henrique
 
 
“Servir” é o verbo diakoneo. O substantivo cognato diakonia é traduzido como “ministério” no versículo 1. Como “diácono” vem de diakonos, os homens aqui escolhidos são frequentemente mencionados como “os sete diáconos”, mas esta designação não lhes é dada no texto. Provavelmente, não havia um cargo técnico como o dos diáconos neste estágio primitivo da igreja.
“Servir às mesas” normalmente é interpretado como servir comida. Mas a palavra trapeza era usada para as mesas dos cambistas (e.g., Mt 21.12). Em Atenas, hoje, pode-se ver uma Trapeza em cada banco. Também trapezeites (somente em Mt 25.27) significa “banqueiro”, ou “cambista”. Lumby comenta aqui: “Servir às mesas significa dirigir a mesa ou o balcão onde o dinheiro era distribuído”. E possível que a frase fosse interpretada com o sentido mais amplo de administrar os assuntos financeiros da igreja, da qual uma parte importante era a provisão de comida para os necessitados. Não é provável que os doze apóstolos realmente servissem às mesas de comida, embora tivessem servido pão e peixes, com as próprias mãos, aos mais de cinco mil (multiplicação dos pães - Mt 14.21; Mc 6.44) e aos mais de quatro mil (Mt 15.38; Mc 8.9). De qualquer forma, o verbo forte traduzido como deixemos (ou “abandonemos”) implica que todo o tempo dos doze estava sendo tomado por estes cuidados com as necessidades temporais dos irmãos”. Quando ministros ordenados passam a maior parte do tempo cuidando dos assuntos materiais da igreja, a vida espiritual do povo fica prejudicada.
As qualificações destes homens deviam ser três: 1. Boa reputação; 2. Cheios do ESPÍRITO SANTO; 3. Cheios... de sabedoria — “sabedoria prática” ou tato, ou, quem sabe, sabedoria no entendimento da Bíblia. Essas ainda são as três qualificações principais para os trabalhadores cristãos.
Aqui temos alguma ajuda sobre “como solucionar problemas”: 1. Reconhecer o problema (1-2a); 2. Recusar-se a subordinar o que é essencial (26); 3. Remover as causas de reclamações (3-6); 4. Colher os resultados de uma solução sensata (7).
O resultado desta manobra tática que libertou os apóstolos para um ministério espiritual de tempo integral tinha três partes: 1. A palavra de DEUS crescia em poder e em publicidade; 2. Multiplicava-se muito o número dos discípulos em Jerusalém, devido tanto às necessidades materiais quanto às espirituais da congregação que estava sendo cuidada adequadamente; 3. O crescimento de grande parte dos sacerdotes que obedecia à fé — Josefo diz que havia vinte mil sacerdotes nessa época. Por que a menção especial à conversão de grande número de sacerdotes? Lumby sugere: “Para estes homens, o sacrifício seria maior do que para os israelitas comuns, pois eles sentiam o peso completo do ódio contra os cristãos, e perdiam o seu status e apoio, assim como os seus amigos”.
Ralph Earle. Comentário Bíblico Beacon. Editora CPAD. Vol. 7. pag. 248-250. Com alterações do Pr. Henrique
 
Nas comunidades judaicas a diretoria local geralmente era formada por sete homens, os quais eram chamados “os sete da cidade”. Por isso os apóstolos podem ter pensado involuntariamente nesse número. Seja como for, esses homens depois são denominados “os Sete” (At 21.8).
Lucas não está descrevendo como um cargo “inferior”, o da “diaconia”, é criado ao lado do cargo mais alto de “apóstolo”. Não contribui para o “surgimento da constituição eclesiástica”. Pelo contrário, está mostrando como uma igreja viva sabe tomar providências práticas quando aparecem dificuldades e carências, vendo também em atividades dessa natureza repercussões do ESPÍRITO de DEUS que nela habita.
At 6.4 “Quanto a nós, porém, perseveraremos na oração e no ministério da palavra.”
O dinheiro e alimentos não eram mais importantes do que a oração e a palavra para os apóstolos. Será que é assim em nossos dias?
Deveríamos ouvir de forma nova o que os apóstolos expressam com tanta clareza e determinação. Em primeiro lugar citam a necessidade da oração! Será que a flagrante impotência de nossa igreja não tem como raiz o fato de que nossos ministros não conseguem mais “perseverar na oração” por causa de tantas sobrecargas? Mais uma vez admiramos a força de formulação do ESPÍRITO SANTO quando Pedro acrescenta à oração o “serviço da palavra”. O “serviço da palavra” simplesmente não deixa sobrar tempo e força para outro ministério. Será que isso realmente seria diferente nos dias de hoje?
No caso desses homens ocorre algo semelhante como no caso dos apóstolos. Na sequência ouviremos mais somente sobre Estêvão e Filipe; os demais não são mais citados em Atos dos Apóstolos. Assim também ouvimos mais acerca de Pedro e João do que dos outros apóstolos. 
Já imaginou sobre o que seria a igreja se entre cada grupo de doze ou de sete surgissem dois como Pedro e João ou como Estêvão e Filipe?
Desde o AT a imposição das mãos era uma transferência real de plenos poderes e força para o ministério (Nm 27.18-23; Dt 34.9), o que é enfatizado seriamente pela imagem negativa oposta, de transmissão real da culpa pela imposição das mãos (Êx 29.15; Lv 16.21; Nm 8.12).
Werner de Boor. Comentário Esperança Atos. Editora Evangélica Esperança. Com alterações do Pr. Henrique
 
 
III - O PERFIL E FUNÇÃO DO DIÁCONO
1. Qualificações do diácono.
Os diáconos tiveram papel muito honroso nos primórdios da Igreja. Os bispos e os diáconos trabalhavam para a igreja. Paulo usou o termo diáconos como favorito para si e para seus cooperadores, muitas vezes significando servos ou servas que lhe prestavam algum tipo de serviço (cf. Rm 16.1). As qualidades são exigidas em Atos 6.1-7. Paulo indica outros importantes requisitos para o diaconato. Após enumerar as qualificações para bispo ou presbítero, Paulo aproveita o ensino para discorrer sobre as qualificações dos diáconos ou ministros que serviam nas igrejas. E o faz de modo imediato, sem lacuna ou pausa em sua ministração, dizendo que os diáconos, “da mesma sorte” que os bispos ou presbíteros, deveriam ter as seguintes qualificações (1 Tm 3.8-10, 11-13):
1) “Sejam honestos”. Isso significa que devem ser “honrados, dignos, corretos, íntegros”. Corresponde à “boa reputação”, indispensável ao indicado para diácono, quando houve sua instituição (At 6.3); nas igrejas, hoje, os diáconos recolhem dízimos e ofertas; alguns são tesoureiros, em congregações ou igrejas. Se forem desonestos, podem cair no laço do Diabo de roubarem até os dízimos, como já aconteceu em várias ocasiões. Para sua maldição (Zc 5.3,4).
2) “Não de língua dobre”. Isto é, que não sejam homens de duas palavras, ou de “duas caras”; que diz uma coisa sobre um assunto, e diz outra coisa sobre o mesmo problema. JESUS disse: Seja, porém, o vosso falar: Sim, sim; não, não, porque o que passa disso é de procedência maligna (Mt 5.37). Um animal que tem língua dobre (dupla) é a serpente.
3) “Não dados a muito vinho”. No tempo de Paulo, a exemplo do que ocorria no tempo de JESUS, o vinho ou suco de uva era uma bebida familiar. Havia o vinho fermentado e o não fermentado, o suco da uva (gr. guenematos tês ampèlou), que JESUS tomou na instituição da Ceia. Não fica bem para o diácono (ministro, servo), ser habituado a tomar vinho ou qualquer bebida alcoólica e se sabe que mesmo o suco em grande quantidade embebeda. O álcool tira o juízo. A maioria das pessoas ficam alteradas com meio copo de vinho.
4) “Não cobiçosos de torpe ganância”. Um diácono não deve ser ganancioso, ou seja, cobiçoso, ávido por dinheiro, ou qualquer outro tipo de vantagem ou lucro pessoal, na obra do Senhor, ou em sua vida pessoal. Muitos têm afundado moralmente, por causa da desonestidade, que resulta da ganância por riquezas materiais (1 Tm 6.10).
5) “Guardando o mistério da fé em uma pura consciência”. Esse “mistério” é a revelação de DEUS, através de CRISTO (cf. Rm 16.25). E “a sabedoria de DEUS oculta em mistério”, “Mas, como está escrito: As coisas que o olho não viu, e o ouvido não ouviu, e não subiram ao coração do homem são as que DEUS preparou para os que o amam. “Mas DEUS no-las revelou pelo seu ESPÍRITO; porque o ESPÍRITO penetra todas as coisas, ainda as profundezas de DEUS” (1 Co 2.9,10). O diácono deve ter consciência de que não é um serviçal qualquer, mas um “servo de DEUS” a serviço da sua Igreja.
6) “Que sejam primeiro provados”. Só deve ser indicado para ser diácono pessoa que seja avaliada pelo ministério, ou pela liderança. “Depois sirvam, se forem irrepreensíveis”. Tal recomendação demonstra a responsabilidade de quem indica um crente para o diaconato. Ele não vai fazer um trabalho qualquer, mas um “importante negócio” (At 6.3). Deve ser “irrepreensível” (íntegro, fiel).
7) “Marido de uma mulher”. Os diácono deve ser homem fiel à sua esposa. Não significa que está inapto para o ministério ou diaconia, se foi vítima de uma infidelidade conjugal. Se for o causador da infidelidade fica desqualificado para o diaconato. O radicalismo não constrói bom entendimento das Escrituras. Um diácono não pode ser bígamo ou infiel.
Melhor seria que só se casasse uma vez, mesmo que ficasse viúvo, também o divórcio era impensável.
8) Que ‘‘governem bem seus filhos e suas próprias casas”. A exemplo dos bispos ou presbíteros, os diáconos também devem ser bons donos de casa, bons esposos e bons pais; que saibam cuidar de seus filhos, para poderem cuidar das atividades que lhes forem confiadas na casa de DEUS. Se não governa sua casa, não saberá ordenar a igreja.
Após enumerar essas qualificações para o diaconato, Paulo conclui, dizendo que os que possuírem tais qualidades alcançam uma avaliação positiva para servirem na igreja: “Porque os que servirem bem como diáconos adquirirão para si uma boa posição e muita confiança na fé que há em CRISTO JESUS” (1 Tm 3.13).
Elinaldo Renovato. Dons espirituais & Ministeriais Servindo a DEUS e aos homens com poder extraordinário. Editora CPAD. pag. 142-144. Com alterações do Pr. Henrique
  
 
AS QUALIFICAÇÕES DO DIÁCONO 
As qualificações diaconais são os requisitos imprescindíveis que tornam o obreiro cristão apto a exercer o ministério de socorro aos necessitados e de serviço aos santos. Tais qualificações acham-se compreendidas em Atos 6.3 e na primeira Epístola de Paulo a Timóteo 3.8-13. Em ambas as passagens, há um elenco de virtudes e requisitos, que só encontraremos em homens de valor. Por que tais qualificações fazem-se tão necessárias?
A resposta é óbvia. Diferentemente do escravo do AT, de quem era requerida apenas uma cega subserviência, o diácono do NT viria a ocupar um lugar de honrado destaque na Igreja de CRISTO. Não seria ele um servo comum; erguer-se-ia como ministro. Eis a seguir os requisitos exigidos:
1. De boa reputação
Afirmou Publílio Siro que a reputação é um segundo patrimônio. Se o admirável poeta latino estivesse a reviver os passos iniciais da Igreja de CRISTO, certamente haveria se içar a reputação à mais alta das grandezas sociais. Pois a primeira virtude que os cristãos primitivos reclamaram dos postulantes ao diaconato foi justamente a boa reputação: “Escolhei, pois, irmãos, dentre vós, sete homens de boa reputação...” (At 6.3).
a) O que é a reputação
Originária do vocábulo latino reputatione, a palavra reputação significa fama, celebridade e renome. O erudito evangélico Samuel Vila realça quão significativo é este termo: “Reputação é uma das vozes mais sábias que tem a nossa língua. É a nossa fama ou crédito pessoal; é algo que se submete ao julgamento público todos os dias. Reputar, pois, é julgar repetidamente a uma pessoa ante o fórum da moral pública”.
De conformidade com o étimo da palavra, os sete primeiros diáconos já vinham sendo observados e rigorosamente julgados tanto pelo colégio apostólico quanto pela igreja. E, nesse julgamento, foram todos eles aprovados com o máximo louvor. Por conseguinte, antes de separarmos um obreiro ao diaconato, exijamos tenha ele uma boa reputação. Se não for bem-conceituado diante da igreja e do ministério, que não seja aceito. E que sua reputação seja também comprovada pela família e pela sociedade.
O diácono haverá de ser um esposo exemplar, um pai responsável e prestimoso, um cidadão honesto e cumpridor de seus deveres. Se a sua reputação não transcender a tais limites, reprovemo-lo. Doutra forma, trará somente aborrecimentos à igreja, e transtornos à obra de DEUS.
b) O significado grego da palavra reputação
No original, temos o vocábulo marturouménous que significa não somente reputação como também testemunho. Devem os diáconos portanto, desfrutar de um inconfundível atestado público. Que todos lhe comprovem a idoneidade do caráter e a fé sábia e experimentada nas boas obras. Você tem zelado por sua reputação? Como obreiros de CRISTO, somos submetidos a julgamentos diários. Somos julgados em casa, na sociedade e na igreja. Até mesmo em nosso íntimo, somos nós julgados. É com base em tais julgamentos que seremos chamados a ocupar as maiores responsabilidades no Reino de DEUS. Você tem um nome a zelar; cuide de sua reputação.
2. Cheios do ESPÍRITO SANTO
O ser cheio do ESPÍRITO SANTO é o mesmo que ser batizado? Mais do que isso - os discípulos só eram considerados cheios do ESPÍRITO SANTO somente depois de haverem passado pela experiência pentecostal (At 2.4; 10.47; 19.6). Sobre a controvérsia, pronuncia-se o Dr. George E. Ladd: “Quando o ESPÍRITO SANTO foi dado aos homens, os discípulos foram batizados e ao mesmo tempo cheios do ESPÍRITO SANTO”. Stanley M. Horton também é bastante taxativo; não admite réplicas: “Todos os 120 presentes foram cheios, todos falaram em novas línguas, e o som das línguas foi publicamente notório” . Sem estar falando em línguas diariamente não existe "cheio", pois cheio significa transbordante, como é a medida de DEUS (Ef 3.20). Dai, e ser-vos-á dado; boa medida, recalcada, sacudida e transbordando vos darão... Lucas 6:38
“E não vos embriagueis com vinho, em que há contenda, mas enchei-vos do ESPÍRITO”. Como harmonizar essa recomendação de Paulo com a reivindicação feita aos sete diáconos? Em primeiro lugar, há que se entender que, em todos os episódios de Atos dos Apóstolos, onde se menciona o “enche do ESPÍRITO SANTO”, temos um ato soberano e instantâneo de DEUS. De cima para baixo na primeira experiência - E todos foram cheios do ESPÍRITO SANTO e começaram a falar em outras línguas, conforme o ESPÍRITO SANTO lhes concedia que falassem. Atos 2:4). À medida que vamos nos enchendo, vamos também transbordando no falar em línguas. A ordem é enchei-vos do ESPÍRITO SANTO - E não vos embriagueis com vinho, em que há contenda, mas enchei-vos do ESPÍRITO, Efésios 5:18.
Temos, aqui, pois, a efusão ou derramamento do ESPÍRITO SANTO. Ao passo que, em Efésios, deparamo-nos não com um ato, mas com um processo de enchimento que se dá de dentro para fora. E este processo, ao contrário daquele, depende da vontade do crente. Se este não seguir a recomendação bíblica, e desprezar o exercício da oração, não poderá conservar o enchimento do ESPÍRITO SANTO. 
Vejamos como, no original, o verbo grego é usado em Efésios 5.18: allá plerousthe em pneúmati. “Mais enchei-vos do ESPÍRITO SANTO”. O verbo plerousthe acha-se no presente do imperativo passivo da segunda pessoa do plural. Neste caso, o tempo presente exige uma ação habitual continuada. É como se o apóstolo Paulo estivesse recomendando aos irmãos de Eféso: “Deveis, constante e permanentemente, permitir que o ESPÍRITO SANTO domine vossas vidas”. Deve o diácono, por conseguinte, não apenas ser batizado no ESPÍRITO SANTO como também manter a plenitude do ESPÍRITO através do cultivo da piedade e do fruto do ESPÍRITO SANTO. É uma ordem a ser cumprida hoje e por todo o crente, seja este obreiro ou não.
O crente deve orar em línguas todos os dias para edificar-se (O que fala língua estranha edifica-se a si mesmo, mas o que profetiza edifica a igreja. 1 Coríntios 14:4 - Mas vós, amados, edificando-vos a vós mesmos sobre a vossa santíssima fé, orando no ESPÍRITO SANTO, Judas 1:20 - orando em todo tempo com toda oração e súplica no ESPÍRITO e vigiando nisso com toda perseverança e súplica por todos os santos Efésios 6:18).
Conclui-se, pois, que os diáconos têm de ser não somente batizados no ESPÍRITO SANTO como se manter na plenitude do ESPÍRITO.
É por isso que separamos para o ministério somente os que, além de sua comprovada conversão, já receberam o batismo com o ESPÍRITO, e na plenitude do ESPÍRITO SANTO, perseveram. Por ser um ministério que se põe na linha de frente, exige de quem o exerce um poder sobrenatural. Já pensou se Estevão ou Felipe não desfrutassem de semelhante virtude? Como se haveria naqueles dias tão difíceis?
3. Cheio de sabedoria
Alguém já disse, mui apropriadamente, que este é o século do conhecimento, mas não da sabedoria. Embora tenhamos avançado tanto, em todas as áreas da tecnologia, espiritualmente pouco, ou quase nada logramos. Se para obter conhecimento, bastam os estudos e a pesquisa, o mesmo não acontece com a sabedoria. Para se conquistá-la, demanda-se o exercício contínuo e pessoal da piedade; o temor do Senhor é o seu princípio (Pv 1.7).
De acordo com a ótica Bíblica, a sabedoria é a forma como vivemos, agimos e reagimos às circunstâncias; é o reflexo da natureza divina em nossa existência. Traduz-se a sabedoria num viver irrepreensível e santo. Esse era o tipo de sabedoria que os apóstolos esperavam encontrar nos diáconos. Não buscavam necessariamente homens ilustrados e cultos. Mesmo porque, como diria Chaucer, nem sempre são os mais eruditos igualmente os mais sábios. Os diáconos, porém, não deveriam eles de ser plenos. A expressão grega não deixa dúvidas: pléreis sphías. Cheios de sabedoria! É o que se impunha a cada um dos diáconos.
a) O que é sabedoria.
Afirma Souter que a sabedoria é “o variado conhecimento de coisas humanas e divinas adquirido pela agudez e experiência, e resumida em máximas e provérbios; perícia na direção de afazeres; prudência nas relações com homens incrédulos; discrição e aptidão em ensinar a verdade; o conhecimento e a prática dos requisitos de uma vida reta e piedosa; conhecimento do plano divino. Por conseguinte, a sabedoria que as Sagradas Escrituras estão a exigir dos diáconos não é a cultura livresca e acadêmica. É a experiência que nos advém de uma vida de intima comunhão com o Senhor.
b) Como adquirir semelhante sabedoria
A verdadeira sabedoria é adquirida através da:
- Leitura diária da Bíblia Sagrada: quanto não temos de aprender dos profetas e apóstolos! Foram estes sábios divinamente inspirados a espargir luz onde só havia trevas. E todas as vezes que, com eles nos privamos, tornamo-nos mais sábios.
- Orando e chorando: faz bem o diácono que se dedica diariamente a oração. É um exercício que requer perseverança e Constância. Quanto mais buscar a DEUS, mais municiado sentir-se-á. E, com o passar dos tempos, haverá você de constatar que o seu ministério será de tal forma honrado, que, naturalmente (ou sobrenaturalmente?), estará a realizar outras tarefas ao seu Senhor? Haja vista o que aconteceu a Estevão e a Felipe.
- Cultivando o temor do Senhor: a Bíblia é muito clara: o princípio da sabedoria é o temor a DEUS (Pv 1.7). Esse temor, que pode ser interpretado como a mais profunda e singular reverência ao Todo-Poderoso, força-nos a cultivar uma vida de intensa piedade. A partir daí, tudo faremos para jamais desagradar ao Único e Verdadeiro DEUS (Ap 14.7).
4. Sejam honestos
Pelas expressões que usa, tinha ele os diáconos em elevada consideração. Destes, exige o apóstolo promovidas qualificações: “Da mesma sorte os diáconos” (1 Tm 3.8). No original, tal expressão é mui significativa: Diakónous hosaútos. Devem os diáconos, portanto, ser tão qualificados quanto os bispos.
a) O que é honestidade
Probidade, decência, decoro. É a qualidade de quem é íntegro e digno. A palavra grega para honestidade é semnótes: seriedade, honradez, respeito.
b) A razão da honestidade
Em virtude de suas obrigações administrativas, o diácono tem de se mostrar incorruptível. É ele quem estará a lidar com os tesouros dos santos. Em muitas igrejas, além de recolher os dízimos e ofertas, estará também administrando os recursos captados aos homens, mulheres, jovens e crianças que vêm ao santuário adorar ao Criador com as suas fazendas e haveres. Caso não seja honesto, agirá o diácono como Judas: lançara mão de quanto se deposita na bolsa do CRISTO (Jo 12.6).
A honestidade também é sinônima de seriedade. Como estará o diácono a tratar como povo, é imperativo inspire ele respeito. Como seria lamentável se as senhoras o evitassem por causa de sua postura lasciva! Na casa de DEUS, tem o diácono um elevado papel a representar. Honestidade é um de nossos maiores legados.
5. Não de língua dobre
Por força das reivindicações diaconais, terão os candidatos ao cargo uma só palavra. O seu dizer será: sim, sim, e não, não. O que disto passar virá certamente do maligno. No original, a Expressão língua dobre é mui significativa. Dialógous significa língua-dupla. O que detém semelhante deformidade moral dá a um mesmo fato as mais variadas versões. O bom diácono é discreto; sabe guardar segredo. Possui ele o suficiente despacho para resolver as mais embaraçosas situações sem comprometer o caráter de seus conservos. Ele tem uma só palavra; não se preocupa em ser politicamente correto conquanto seja justo, fiel e leal. Quem tem língua dobre é a serpente (língua dividida em duas). A mudança de idéia da noite para o dia pode indicar falta de caráter.
6. Não dados a muito vinho
“Todas as coisas me são lícitas, mas nem todas as coisas convêm; todas as coisas me são lícitas, mas eu não me deixarei dominar por nenhuma” (1 Co 6.12). Entre a licitude e a conveniência, optemos por esta; aquela acarreta-nos, não raro, dificuldades e amargores. O suco de uva em grandes quantidades também embriaga. Já o vinho alcoólico ou fermentado pode causar danos irreparáveis em qualquer quantidade. (açúcares que, quando fermentados, resultam no teor alcoólico do vinho.
Como diria Salomão, o vinho é escarnecedor (Pv 20.1). Escarnece o vinho de tudo; jamais se farta de escarnecer. Conscientizemo-nos de que o Senhor JESUS nos chamou para sermos uma sociedade de temperança.
Tanto a sociedade grega quanto a hebreia encaravam com naturalidade o vinho; tinham-nos como benção dos céus. Até que, em Efésios, recomenda o apóstolo: “E não vos embriagues com vinho em que há contenda, mas enchei-vos do ESPÍRITO” (Ef 5.18).
A ideia, no original, retrata alguém com a mente voltada para o vinho; não pode livrar-se dessa obsessão. Como pode ser um ministro se não ministra o próprio ser? Willbur B. Wallis é categórico: “O testemunho da Bíblia é consistentemente contra o uso da bebida forte. A aplicação prática do princípio na sociedade moderna é de total abstinência”. Se não beberem, estarão livres de cometer aqueles pequenos desatinos e lapsos que tanto mancham o homem de DEUS.
Sejamos mais explícitos: que jamais se deem ao vinho; o exercício de seu ofício exige em tudo sobriedade. Estejam sempre atentos às reivindicações de seu ministério; não se deixem levar pela alegria fútil e irresponsável das bebidas fortes. Muitos são os que por meio copo de vinho falaram ou fizeram coisas das quais se envergonharam a vida toda.
7. Não cobiçosos de torpe ganância
Como esquecer a Balaão? Este profeta bem que poderia haver entrado para a história sagrada com as honras do misterioso Melquisedeque, ou com as deferências do avisado e sábio Jetro. Ambos, estrangeiros e gentios como ele. Desventuradamente, Balaão deixou-se induzir pelo prêmio da corrupção. Corrupto e corruptor, viveu para corromper, e, corrompido, pereceu ele. Balaão era um típico cobiçoso de torpe ganância. Vendeu-se para amaldiçoar e fazer tropeçar a Israel (Nm 22.1-7).
Até onde conduz a torpe ganância! O que começou em ambição, termina em heresias; em gravíssimos pecados, acaba-se.
No grego: mé aischokerdeis. A expressão pode ser entendida também como: não amante do lucro, não mercenário. Por que não podem os diáconos ser gananciosos? Em primeiro lugar, exige-se tenha o homem de DEUS uma postura íntegra e santa. Ele tem de ser, no mínimo, incorruptível. Pois estará a lidar com os bens econômicos e financeiros da Igreja. Se incorrupto e reto, jamais cairá em torpes ganâncias.
Saberá como encaminhar devidamente as ofertas e os dízimos dos fiéis. Que o diácono administre correta, sabia e piedosamente os próprios bens. Se for avaro, não haverá de permitir sejam os recursos dos santos empregados em favor dos necessitados. Quererá tudo para si. Não fazia assim Judas Iscariotes? Tecnicamente, foi Judas o primeiro diácono. E que péssimo diácono foi ele! Amou tanto o dinheiro, que pelo dinheiro foi arruinado. A única coisa que logrou com tudo o que roubara foi a própria sepultura (At 1.18.19).
8. Guardando o ministério da fé em uma pura consciência
Além das qualidades morais e sociais, exige-se seja o diácono são na fé. Que esteja de conformidade com as Sagradas Escrituras, e as tenha como única regra de fé e prática. Que sustente a sã doutrina, e não evidencie quaisquer desvios no que tange à ortodoxia. Estejamos atentos a recomendação de Paulo: “Guardando o ministério da fé em uma pura consciência” (1 Tm 3.9).
Requer-se, pois, do diácono obediência ativa e reverente. Doutra forma, cairá na tentação do diabo; e não demora muito, eis mais um heresiarca egresso das fileiras diaconais. Somente uma consciência purificada pelo sangue de JESUS pode debelar a virulência da heresia. Por conseguinte, é inadmissível um diácono que, embora social e moralmente correto, ostente aleijões doutrinais. Tem de ser ele um expoente incorruptível da Palavra de DEUS. Haja vista Estevão. Diante do sinédrio, expôs este com muita mestria a história da salvação (At 7).
Seu discurso é o pronunciamento de uma autoridade incontestável das Sagradas Escrituras. E Filipe? Não se revelaria ele um abalizado evangelista? O plano da salvação que expôs ao eunuco de Candace foi tão eficaz, que levou o etíope a converte-se radicalmente ao Senhor JESUS (At 8.26-40).
Conselhos piedosamente observados:
a) Leitura diária da Bíblia
Deve o diácono ser um assíduo leitor das Escrituras Sagradas. Quanto mais estudar a Bíblia, mais livre estará de cair em heresias e enganos. A recomendação de Paulo é mui taxativa: “Persiste em ler” (1 Tm 4.13).
b) Estudo sistemático da Bíblia
Além do estudo diário e devocional das Sagradas Escrituras, deve o diácono também estudar sistematicamente a Palavra de DEUS. Faria bem o diácono se cursar um seminário que zele pela ortodoxia - A EBD é uma excelente escola de estudo sistemático e todo diácono deve ser frequentador assíduo da mesma.
9. Os diáconos sejam maridos de uma mulher    
A vida conjugal do diácono tem de ser um exemplo. Atenhamo-nos à recomendação do apóstolo: “sejam maridos de uma mulher” (1 Tm 3.12). O seu comportamento em relação às mulheres deve evidenciar um homem comprovadamente de DEUS. Com as jovens, seja um irmão mais velho; respeitador e cortês. Com as mais idosas, um filho querido e solícito. Com as crianças, um pai cuidadoso e atento. Se não se contiver diante do sexo oposto, seja vetada sua indicação ao diaconato. O diácono tem de ser fiel à esposa. E que jamais se dê aos namoricos e flertes! Mesmo que traído ou viúvo o mesmo deve se manter consagrado a DEUS e não se casar novamente (1 Co 7.32 - Observação do Pr. Henrique).
10. Governem bem seus filhos
A advertência de Paulo não admite evasivas: “e governem bem seus filhos” (1 Tm 3.12). Busquemos a expressão no grego: téknõn kalõs proistámenoi. O verbo proístemi, aqui na primeira pessoa do indicativo singular, é riquíssimo em acepções. Etimologicamente, significa: tomo posição em frente, assumo a direção, a liderança e o governo. Significa também: sou cuidadoso, sou atencioso, e aplico-me aos meus deveres. Da expressão paulina, somos instados a concluir: o pai cristão não é um mero educador; é antes de tudo o administrador de seus filhos. Nessa condição, tudo fará a fim de que estes sejam bem-sucedidos tanto diante de DEUS quanto diante dos homens.
Se há um obreiro que necessita trazer os filhos sob disciplina, é o diácono. Pela natureza mesma de seu cargo, seus filhos têm de ser um consumado exemplo de vida cristã. Isto não significa, porém, que estes devam abdicar da infância e das coisas próprias de sua idade. Doutra forma, haveriam eles de nascer já adultos. Haja vista o que Paulo confessa aos coríntios. Quando menino, falava como menino e, como menino, agia. Mas chegando à maturidade, já se comportava como adulto e, como adulto, já discorria (1 Co 13.11).
Se por um lado, não podemos violentar a pueril natureza de nossos filhos; por outro, não devemos deixá-los entregues à própria vontade. Em seus provérbios, exorta-nos Salomão a educar a criança no caminho em que deve andar porque, mesmo grande, jamais apartar-se-á dele (Pv 22.6). Faça culto doméstico todos os dias. Ore com os seus filhos; leia a Bíblia com eles. Ouça-os em seus dilemas. Admoeste-os na Palavra. Leve-os à Escola Bíblica Dominical. Procure saber quem são os seus amigos e colegas. Interrogue-os acerca de seus lazeres.
Na casa de DEUS, que eles se portem com decência e profundo temor. Crianças, adolescentes ou jovens, podem os nossos filhos ter uma postura reconhecidamente cristã, e nem por isso deixarão de ser eles mesmos. Que exemplo maravilhoso viu Paulo na casa de Filipe! Em sua viagem a Jerusalém, visitou Paulo esse antigo diácono, e ficou impressionado pela maneira como agora evangelista dirigia o lar. Tinha este quatro filhas virgens, e todas elas profetizavam (At 21.9). Se conseguirmos ordenar assim o nosso lar, que maravilha não haverá de ser!
11. Governem bem suas próprias casas
Governar a casa não é somente trazer os filhos sob disciplina nem manter perfeita sintonia com a esposa. É gerir os negócios do lar de tal forma que este venha a funcionar produtiva e eficazmente. Aliás, a palavra economia tem uma etimologia bastante interessante. Ela é formada por dois vocábulos gregos: oikos, casa, e nomos, lei.
Se fosse necessário, daríamos a esta palavra a seguinte definição: Conjunto das leis que regulam o funcionamento de uma casa, com o objetivo de suprir-lhe todas as necessidades, e equilibrar suas receitas e despesas. Talvez tivesse Paulo este vocábulo em mente ao recomendar: “que governe (...) bem a sua casa” (1 Tm 3.12).
Em grego: proistámenoi kai ton idíon oikon. Governar a casa implica em contemplar-lhe e suprir-lhes todas as carências e demandas; saldar-lhe os compromissos; fazer com que as rendas da família sejam bem empregadas. Governar bem a casa implica em equilibrar-lhe as receitas e as despesas. Afinal, terá o diácono de, em algumas igrejas, administrar os bens materiais destas. Se não tem ele o governo de sua casa, como haverá de agir a casa de DEUS? Se não sabe lidar com o próprio dinheiro, como lidará com o dinheiro dos santos? Que esta pergunta seja respondida com sinceridade por todos os diáconos.
Valdemir P. Moreira. Manual do Diácono.
 
Porque os que servirem bem como diáconos adquirirão para si uma boa posição e muita confiança na fé que há em CRISTO JESUS. 1 Timóteo 3:13
Aqui vemos que os diáconos que se mantivessem dentro de todas as exigências para seu ministério seriam aproveitados pelo SENHOR em ministério superior, como Filipe que teve seu ministério iniciado como diácono e passou a evangelista (Atos 21.8).
 
 
2. A função dos diáconos em Atos 6.
“Ora, naqueles dias, crescendo o número dos discípulos, houve uma murmuração dos gregos contra os hebreus, porque as suas viúvas eram desprezadas no ministério cotidiano. E os doze, convocando a multidão dos discípulos, disseram: Não é razoável que nós deixemos a palavra de DEUS e sirvamos às mesas. Escolhei, pois, irmãos, dentre vós, sete varões de boa reputação, cheios do ESPÍRITO SANTO e de sabedoria, aos quais constituamos sobre este importante negócio. Mas nós perseveraremos na oração e no ministério da palavra. E este parecer contentou a toda a multidão, e elegeram Estêvão, homem cheio de fé e do ESPÍRITO SANTO, e Filipe, e Prócoro, e Nicanor, e Timão, e Pármenas e Nicolau, prosélito de Antioquia; e os apresentaram ante os apóstolos, e estes, orando, lhes impuseram as mãos. E crescia a palavra de DEUS, e em Jerusalém se multiplicava muito o número dos discípulos, e grande parte dos sacerdotes obedecia à fé” (At 6.1-7).
 
 
A função primordial dos primeiros diáconos foi servir às mesas das viúvas de fala grega.
O diaconato é o único ministério cristão que surgiu de um fator social, de uma necessidade da igreja primitiva: o socorro às viúvas
 
 
3. A função dos diáconos hoje.
Se antes os seus deveres circunscreviam-se à congregação, suas obrigações, agora, vão mais além. Manter-se-á ele atento, desde já às necessidades de seu pastor, às exigências do ministério e aos reclamos do credo e dos estatutos de sua igreja e denominação.
 
 
A- RESPONSABILIDADES DO DIÁCONO EM RELAÇÃO AO SEU PASTOR
É o diácono o auxiliar mais direto de que dispõe o pastor. Ou pelo menos deveria sê-lo. Na Igreja Primitiva, foram os diáconos constituídos justamente para que os apóstolos se mantivessem afeitos aos ofícios de seu ministério: a oração e a palavra. Disso ciente, estará o diácono sempre vigilante quanto aos reclamos de seu pastor. Jamais permitirá venha este a negligenciar o espiritual a fim de envolver-se com o material. Pois quem deve lidar com o material é o diácono; pelo espiritual consumir-se-á o pastor. Como seria lamentável se viesse o pastor a deixar de lado o sermão de domingo por causa da bancada do templo que não foi alinhada, ou porque os elementos de Santa Ceia não foram ainda preparados! Que os diáconos se encarreguem dessas providências. E, que no momento da adoração, esteja o santuário devidamente arrumado. Infelizmente, estão os diáconos tão absolvidos em pregar, acham-se tão entretidos em disputar os primeiros lugares, que acabam por se esquecer de seu pastor. Não estou insinuando deva o diácono privar-se do púlpito. Se houver oportunidade, aproveite-a. Eu também fui diácono, e jamais deixei de ocupar a sagrada tribuna. Pregava e ministrava estudos bíblicos. Escola Bíblica Dominical. Todavia, não me lembro de haver descurado uma vez sequer de minhas responsabilidades. Felipe e Estevão eram diáconos a serviço dos santos. Diácono seja cuidadoso com o seu pastor. Propicie-lhe as necessárias condições a fim de que possa ele dedicar-se às lides: orar pelo rebanho e alimentar os santos com a Palavra de DEUS. Por que abandoná-lo às preocupações materiais do redil? Você foi separado para auxiliá-lo a conduzir o rebanho de DEUS através dos campos sempre verdejantes. Esse trabalho é glorioso.
 
 
B- RESPONSABILIDADE DO DIÁCONO EM RELAÇÃO AO MINISTÉRIO
Você já pertence ao ministério eclesiástico. Esteja, pois, em perfeita sintonia com os integrantes deste. Veja-os como companheiros de luta. Jamais intente uma carreira solo. Os obreiros de DEUS somos vistos sempre em equipe. São os setenta que saem de dois em dois; os doze que se afainam e repousam ao lado do Senhor; os cento e vinte que, em perseverante oração, aguardam, no cenáculo, o Pentecostes. E o que dizer de Paulo? Embora o maior missionário, jamais deixou de ter os seus assistentes. Lendo-lhe as cartas, deparamo-nos de contínuo com os integrantes de sua operosa equipe. Os que se isolam, diz Salomão, estão a rebuscar os próprios interesses. Participe das reuniões de ministério. Inteire-se dos assuntos tratados. Com humildade e sempre reconhecendo o seu lugar, opine, sugira, ofereça subsídios. Seja amigo de todos; de cada um em particular, um cooperador sempre querido. Não se ausente. Cultive aquele companheirismo tão próprio dos cristãos primitivos. Esteja atento às orientações de seu pastor. Agindo assim, você se surpreenderá com êxitos de seu ministério. Isolado, ninguém poderá crescer; em equipe, todo avanço é possível.
Valdemir P. Moreira. Manual do Diácono.
 
A ÉTICA DIACONAL
Olinto era um velho diácono de minha primeira igreja. Homem alto, forte, barrigudo. De minha quase segunda infância, cuidava eu tratar-se de um gigante. O velho Olinto não falava; trovejava.
Sua voz parecia percorrer não somente o templo, como os campos todos de São Bernardo, aquela outrora pacata e graciosa cidade paulista. Não preciso dizer que os meus amigos e eu não gostávamos dele. Pois estava constantemente a surpreender-nos em peralvilhices. Ele chegava ao absurdo de não permitir que ficássemos correndo pelo templo, nem que fossemos à rua . Onde já viu tal coisa? Quantos ralhos não levei do velho Olinto! E a carranca daquele italiano? E o seu sotaque carregado? Aquelas palavras que não entendíamos.
Aquelas frases – meio toscanas, meio portuguesas – soavam como se fossem broncas, ecoavam corretivas e disciplinadoras. Francamente, as crianças não gostávamos do velho Olinto. Mas ali, na lateral esquerda daquele templo querido e sempre benfazejo, onde presenciei, ainda em minha peraltice, tantas manifestações da glória de DEUS, achava-se um diácono ético e santo. Um homem que gozava da inteira confiança de seu pastor. Um dia o Senhor JESUS achou por bem recolher o velho Olinto. Ele foi-se embora! Mas a sua imagem, guardo-a no coração. Hoje, fosse escrever-lhe o epitáfio, escolheria esta inscrição: “Aqui jaz um diácono que soube ser ético”. O velho Olinto sabia que, além das qualificações que a Palavra de DEUS demanda de cada candidato ao diaconato, todos precisam observar um código de ética. Sem ética, nenhum ministério cristão é possível.
 
 
O QUE É A ÉTICA DIACONAL
Antes de entrarmos a ver o que é a ética diaconal, é necessário que busquemos uma definição de ética.
1. O que é ética
Numa primeira instância, podemos dizer que a ética é o: “Estudo sistemático dos deveres e obrigações do indivíduo, da sociedade e do governo. Seu objetivo: estabelecer o que é certo e o que é errado. Ela tem como fonte a consciência, o direito natural, a tradição e as legislações escritas; mas, acima de tudo, o que DEUS estabeleceu em Sua Palavra – a Ética das éticas. A essência da ética acha-se registrada nos Dez Mandamentos – a única legislação capaz de substituir a todas as legislações humanas”. Dicionário Teológico, Edições CPAD.
2. O que é a ética diaconal
Ética diaconal, por conseguinte, é a norma de conduta que o diácono deve observar no desempenho de seu ministério. Através desse código de procedimento, terá ele condições de discernir entre o que é certo e o que é errado. Para que jamais venha a ferir as normas de conduta de seu ministério, é imprescindível tenha ele sempre consigo as fontes da ética diaconal.
 
 
FONTES DA ÉTICA DIACONAL
Do que já vimos até ao presente instante, não nos é difícil inferir quais as fontes da ética diaconal. São estas a Bíblia, os regulamentos da igreja local e a consciência do próprio diácono.
1. A Bíblia
Os evangélicos temos a Bíblia como a infalível e inspirada Palavra de DEUS. É a nossa inapelável regra de norma e conduta. Quaisquer estatutos ou regulamento eclesiásticos têm de emanar da Bíblia, e não pode, sob hipótese alguma, contrariar a esta.
O diácono, portanto, orientar-se-á espiritual e eticamente através da Bíblia. Quanto ao seu cargo específico, terá em conta as seguintes passagens: Atos 6.1-6; 1 Timóteo 3.8-13. Leia sempre esses textos; tenha-os em mente; inscreva-os na tábua do seu coração. Agindo assim, jamais tropeçará.
2. Regulamento da igreja local
Além das Sagradas Escrituras, estará o diácono atento aos regulamentos, estatutos e convenções da igreja local. É claro que, conforme já dissemos, têm de estar estes em perfeita consonância com a Palavra de DEUS. Esteja atento, pois, às particulares culturais e estatutárias de sua igreja. Aja de conformidade com estas; não as despreze nem as fira. Se não contrariam a Palavra de DEUS, por que não as observar? Lembre-se: é melhor obedecer do que sacrificar. Tenha a necessária sabedoria para não ferir as convenções locais. Quem no-lo recomenda é a lei do amor.
3. A consciência do próprio diácono
É a consciência aquela voz secreta que temos na alma que, de conformidade com os nossos atos, aprova-nos ou reprova-nos.
O apóstolo Paulo dá como válido o testemunho da consciência: “Pois não são justos diante de DEUS os que só ouvem a lei; mas serão justificados os que praticam a lei (porque, quando os gentios, que não têm lei, fazem por natureza as coisas da lei, eles, embora não tendo lei, para si mesmo são lei, pois mostram a obra da lei escrita em seus corações, testificando juntamente a sua consciência e os seus pensamentos, quer acusando-os, quer defendendo-os)” (Rm 2.13-15). Por conseguinte, mantenha sempre a consciência em absoluta consonância com a Palavra De DEUS. Não a deixe cauterizar-se. Permita que o ESPÍRITO SANTO a domine por completo. E, todas as vezes que, quer em sua vida particular, quer no exercício do ministério, sentir que ela o acusa, dobre os joelhos, e ore como o rei Davi: “Sonda-me, ó DEUS, e conhece o meu coração; prova-me, e conhece os meus pensamentos; vê se há em mim algum caminho perverso, e guia-me pelo caminho eterno” (Sl 139.23,24). O Senhor, então, mostrar-lhe-á como agir e corrigir-se se for necessário. Lembre-se: a sua consciência, posto que necessária, não é autoridade última de sua vida. Ela somente será válida se estiver em conformidade com os reclamos e demandas da Palavra de DEUS.
 
 
SÍNTESE DA CONDUTA ÉTICA DO DIÁCONO
Por conduta ética do diácono, entendemos o seu irrepreensível proceder de conformidade com a Palavra de DEUS, conforme os regulamentos, estatutos e visão cultural da igreja em que ele estiver lotado, e segundo o testemunho de sua consciência que, em hipótese alguma, pode contrariar as Sagradas Escrituras. Em linhas gerais, estes são os procedimentos éticos que deve o diácono observar no exercício de seu ministério.
1. Quanto ao seu ofício
Conscientize-se de que foi separado para servir a mesa de CRISTO, a mesa da igreja de CRISTO e a mesa do anjo da igreja de CRISTO. Portanto, exerça o seu ministério de acordo com a ordenança que lhe confiou o Senhor JESUS. O seu principal mister é servir e não pregar. Ainda que você pregue melhor que seu pastor, não se prevaleça disso. Dê-lhe todo o suporte a fim de que ele se dedique à oração e a exposição da Palavra.
Caso tenha você outra chamada específica, não se exaspere; no devido tempo ela acontecerá. Até lá, cumpra rigorosamente o seu diaconato. Se houver oportunidade para pregar, pregue. Mas não se esqueça, por enquanto, sua obrigação é servir à mesa. Não se ausente para pregar; esteja presente para servir.
2. Quanto à sua lealdade
Lembre-se: é você, como diácono, o melhor amigo de seu pastor. Portanto, não se junte aos revoltosos nem faça oposição ao anjo da igreja. Antes, ore por ele, sirva-o amorosa e sacrificialmente.
Se o seu pastor se equivocar em alguma coisa, converse com ele, mostrando-lhe, humildemente, porque acha você estar ele errado. Não se esqueça de que ele pode estar certo. Por isso, saiba como falar-lhe. E que ninguém mais saiba do teor dessa conversa.
3. Quanto às críticas
Não critique o seu pastor nem os membros de seu ministério. Quando alguém o fizer, desestimule-o. Mostre aos críticos acérrimos e pertinazes que, ao invés das críticas, ocupem-se em orar pelo anjo da igreja e pela expansão do Reino de DEUS.
4. Quanto à ministração particular da Ceia
Se designado a levar a Ceia para alguém do sexo feminino, no domicílio deste, faça-se acompanhar de sua esposa ou de outra pessoa. Jamais entre na casa de um membro da igreja a menos que lá esteja o pai de família. Seja prudente e vigilante. Fuja sempre da aparência do mal. Não brinque com o pecado.
5. Quanto ao dinheiro
O ideal é que todos os dízimos e ofertas sejam entregues na casa do tesouro. Se alguém quiser entregar-lhe o dízimo, ou a oferta, peça-lhe gentilmente que o faça na tesouraria da igreja. Se for imprescindível que receba a oferta e o dízimo, leve-os imediatamente a igreja. Não os esqueça consigo nem os tome emprestados. O dinheiro não é seu; pertence a JESUS.
6. Quanto à discrição
A discrição é uma das qualidades essenciais para o exercício do diaconato. É a qualidade de quem é prudente, sensato e que sabe guardar segredo. O homem discreto é alguém em quem se pode confiar. No exercício do diaconato, você certamente presenciará muitos casos graves e comprometedores. Se você não for prudente, poderá arruinar preciosas vidas e reputações que vêm sendo construídas há décadas. Portanto, saiba controlar a própria língua.
Em casos graves, procure diretamente o seu pastor. Não vá sair por aí segredando, pois o segredo quando compartilhado com pessoas erradas deixa de ser segredo para tornar-se notícia. Leia o Livro de Provérbios diariamente, e certifique-se de quão valiosa é a discrição.
7. Quanto às arbitrariedades
Exerça o seu ministério no poder do ESPÍRITO SANTO. Deixe de lado as ameaças e arbitrariedades. Você não precisa lembrar a ninguém de que é diácono, mas todos precisam saber que você é, de fato, um homem de DEUS.
8. Quanto à pontualidade
Chegue no horário do culto; não se apresse a sair. O seu pastor está sempre a precisar de sua ajuda.
 9. Quanto à obediência
Não discuta as ordens do seu pastor. Se não estiver de acordo com elas, indague sobre as razões destas. Se não puder cumpri-las, justifique-se. Mas não saia resmungando nem murmurando.
Lembre-se: é melhor obedecer do que sacrificar.  
10. Quanto ao amor
Se você exercer o seu ministério com amor, estará cumprindo a Lei, os Profetas e todo o Novo Testamento. E será, em todas as coisas, bíblica e eticamente correto. Portanto, não se esqueça da Palavra de DEUS. Tem-na bem junto de si!
Conclusão
Você deve exercer um diaconato irrepreensível. Aja, portanto, de acordo com a Palavra de DEUS. Observe as normas de sua igreja, e jamais desdenhe da visão cultural desta. Prime pela ética. Não deixe que nada venha a macular o seu ministério. Não basta ser eficiente; é necessário que ajamos de conformidade com a Palavra de DEUS.
Valdemir P. Moreira. Manual do Diácono. 
 
 
Ajuda do Pb Alessandro Silva com algumas modificações e acréscimos do Pr. Henrique
 
 
BIBLIOGRAFIA SUGERIDA
ANDRADE, Claudionor de. Manual do Diácono. 1. ed. Rio de Janeiro: CPAD, 1999,
STOTT. John R. W. Cristianismo Equilibrado. 1. ed. Rio de Janeiro, CPAD, 1 995.
 
 
 ))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))
 
Lição 11 – O Presbítero, Bispo ou Ancião
LIÇÕES BÍBLICAS - 2º Trimestre de 2014/2021 - CPAD - Para jovens e adultos
Tema: Dons Espirituais e Ministeriais - Servindo a DEUS e aos homens com poder extraordinário - Comentário: Pr. Elinaldo Renovato de Lima
Complementos, ilustrações, questionários e vídeos: Pr. Henrique 
https://www.youtube.com/watch?v=UZrh0vAuK-Q  Vídeos 2021
https://www.youtube.com/playlist?list=PL9TsOz8buX19Jb1trJK2jxxfcZjPwY5bO Vídeos de 2014
 
 
Preciso de sua ajuda para continuar esse trabalho -
PIX 33195781620 (CPF) Luiz Henrique de Almeida Silva
 
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE - Tito 1.5-7; 1 Pedro 5,1-4.
Tito 1.5 - Por esta causa te deixei em Creta, para que pusesses em boa ordem as coisas que ainda restam e, de cidade em cidade, estabelecesses presbíteros, como já te mandei: 6 - aquele que for irrepreensível, marido de uma mulher, que tenha filhos fiéis, que não possam ser acusados de dissolução nem são desobedientes. 7 - Porque convém que o bispo seja irrepreensível como despenseiro da casa de DEUS, não soberbo, nem iracundo, nem dado ao vinho, nem espancador, nem cobiçoso de torpe ganância;
1 Pedro 5.1 - Aos presbíteros que estão entre vós, admoesto eu, que sou também presbítero com eles, e testemunha das aflições de CRISTO, e participante da glória que se há de revelar: 2 - apascentai o rebanho de DEUS que está entre vós, tendo cuidado dele, não por força, mas voluntariamente; nem por torpe ganância, mas de ânimo pronto; 3 - nem como tendo domínio sobre a herança de DEUS, mas servindo de exemplo ao rebanho. 4 - E, quando aparecer o Sumo Pastor, alcançareis a incorruptível coroa de glória.
 
 
Resumo da Lição 11 – O Presbítero, Bispo ou Ancião
I - A ESCOLHA DOS PRESBÍTEROS
1. Significado da função.
2. A liderança local.
3. As qualificações.
II - A IMPORTÂNCIA DO PRESBITÉRIO
1. Significado do termo.
2. A atuação do presbitério.
3. A valorização do presbitério.
III - OS DEVERES DO PRESBITÉRIO
1. Apascentar a igreja.
2. Liderar a igreja local.
3. Ungir os enfermos.
 
 
Comentários de livros e meus comentários extras - Pr. Luiz Henrique
  
ANCIÃO/PRESBÍTERO/BISPO/PASTOR
Dentro da cristandade, o mais velho é uma pessoa que é valorizada por sabedoria e prática cristã (experiência) e ocupa uma posição de responsabilidade e autoridade em um grupo cristão. NEM SEMPRE É POR IDADE A EXPERIÊNCIA, COMO NO CASO DE TIMÓTEO E TITO QUE ANDARAM COM PAULO, BARNABÉ, LUCAS, MARCOS E SILAS. Em algumas tradições cristãs (por exemplo, Ortodoxia oriental, catolicismo romano, Anglicanismo, Metodismo) o mais velho é ordenado pessoa que serve num local ou Igreja ou igrejas e que foi ordenado a um ministério de palavra, sacramento e ordem, preenchendo os ofícios de pregação e pastoral. Em outras tradições cristãs (por exemplo, Presbiterianismo, Igrejas de cristo, Irmãos de Plymouth), um ancião pode ser um leigo a servir como administrador em uma congregação local, ou ser ordenado e servir na pregação (ensino durante reuniões da igreja) ou em funções pastorais. Há uma distinção entre anciãos ordenados e anciãos leigos. Os dois conceitos podem ser combinados na conversa cotidiana (por exemplo, um ancião leigo na tradição Batista pode ser referido como "clero", especialmente na América). Em culturas mundiais não cristãs, o termo ancião se refere à idade e experiência e o sentido cristão de ancião está parcialmente relacionado a isso. https://ao.mihalicdictionary.org/wiki/Elder_(Christianity) 
ANCIÃO é um Termo muito usado pelas Testemunhas de Jeová e pelas Congregações Cristãs do Brasil.
Não aceites acusação contra presbítero, senão com duas ou três testemunhas. 1 Timóteo 5:19 - Tanto faz falar presbítero ou ancião, a palavra no orginal é a mesma. O Bispo identifica a mesma função do presbítero ou ancião, só que numa  supervisão. 
De Mileto, mandou a Éfeso chamar os anciãos da igreja. Atos 20:17
Olhai, pois, por vós e por todo o rebanho sobre que o ESPÍRITO SANTO vos constituiu bispos, para apascentardes a igreja de DEUS, que ele resgatou com seu próprio sangue. Atos 20:28
Paulo e Timóteo, servos de JESUS CRISTO, a todos os santos em CRISTO JESUS que estão em Filipos, com os bispos e diáconos: Filipenses 1:1 
Os presbíteros que governam bem sejam estimados por dignos de duplicada honra, principalmente os que trabalham na palavra e na doutrina. 1 Timóteo 5:17
E, havendo-lhes por comum consentimento eleito anciãos em cada igreja, orando com jejuns, os encomendaram ao Senhor em quem haviam crido. Atos 14:23
O ancião à senhora eleita e a seus filhos, aos quais amo na verdade e não somente eu, mas também todos os que têm conhecido a verdade, 2 João 1:1
Está alguém entre vós doente? Chame os presbíteros da igreja, e orem sobre ele, ungindo-o com azeite em nome do Senhor; e a oração da fé salvará o doente, e o Senhor o levantará; e, se houver cometido pecados, ser-lhe-ão perdoados. Tiago 5:14,15
HOJE O BISPO É CHAMADO PASTOR, SEUS AUXILIARES DIRETOS E APRENDISES, PRESBÍTEROS.
HOJE, DEVIDO A BUROCRATIZAÇÃO ECLESIÁSTICA, OS PRESBÍTEROS QUE SE DEDICAM INTEGRALMENTE A OBRA DE DEUS SÃO CHAMADOS PASTORES OU EVANGELISTAS.
 
 
O ministério local e prático. O ministério local, que era nomeado pela igreja, com base em certas qualidades (1Tim. cap. 3 e Tito 1), incluía os Presbíteros:
Presbíteros, ou anciãos, aos quais foi dado o título de "bispo", que significa supervisor, ou que serve de superintendente. Exerciam a superintendência geral sobre a igreja local, especialmente em relação ao cuidado pastoral e à disciplina. Seus deveres eram, geralmente de natureza espiritual. Às vezes se chamam "pastores". (Efés. 4:11, Vide Atos 20:28.) Durante o primeiro século cada comunidade cristã era governada por um grupo de anciãos ou bispos, de modo que não havia um obreiro só fazendo para a igreja o que um pastor faz no dia de hoje. No princípio do terceiro século colocava-se um homem à frente de cada comunidade com o título de pastor ou bispo. 
Conhecendo as Doutrinas da Bíblia - Teologia Sistemática - Myer Pearman - CPAD.
Assim a igreja vem sendo burocratizada cada dia mais.
 
 
"Pastor", "bispo" e "presbítero"
 As palavras "pastor", "bispo", "presbítero" e "ancião" têm o mesmo significado quanto ao cargo. A palavra "pastor" é a tradução de um vocábulo grego que significa "supervisor". Pastor, no original, é alguém que conduz e alimenta as ovelhas (1 Pd 1.25). Ao ministro da casa de DEUS não basta ser intelectual capacitado para o exercício do ministério cristão. É imprescindível que ele seja revestido do poder do ESPÍRITO SANTO: Nem mesmo o Senhor JESUS CRISTO iniciou o seu ministério terreno senão após receber a plenitude do ESPÍRITO SANTO sobre a sua vida. Portanto, se o ministro deseja que o seu ministério seja uma continuação do ministério do Salvador, deve se deixar possuir do mesmo poder que Ele (Jo 14.12,13). 
É imperioso que todos os ministros sejam revestidos do poder do alto (Jo 14.16,17). Isso é raro hoje em dia, infelizmente. Dificilmente vamos encontrar um pastor que seja usado em algum Dom Ministerial com confirmação de Dons do ESPÍRITO SANTO.
- Há uma pesada responsabilidade sobre os ombros do ministério evangélico. O ministro de DEUS é tal qual um atalaia sobre as muralhas de Sião. Ele vê o perigo e avisa os pecadores do iminente juízo divino. Caso ele não aja assim, será responsabilizado pela perda das almas sob seus cuidados. A mais terrível declaração com respeito aos pastores sem fé, vitimadas pelo pecado da desobediência, avareza, embriaguez e glutonaria, foi proferida pelo Senhor através do profeta Isaías (Isaías 56.9-12) e de Ezequiel (Ezequiel 34:1-11). O que foi dito aos pastores de Israel, deverá servir de solene aviso aos ministros da casa de DEUS hoje em dia. 
Isaías profetizou contra os falsos pastores: Todos os seus atalaias são cegos, nada sabem; todos são cães mudos, não podem ladrar; andam adormecidos, estão deitados e amam o tosquenejar. E estes cães são gulosos, não se podem fartar; e eles são pastores que nada compreendem; todos eles se tornam para o seu caminho, cada um para a sua ganância, cada um por sua parte. Isaías 56:10,11.
Também o profeta Jeremias teve revelação sobre esses falsos pastores - Ai dos pastores que destroem e dispersam as ovelhas do meu pasto, diz o Senhor. Portanto, assim diz o Senhor, o DEUS de Israel, acerca dos pastores que apascentam o meu povo: Vós dispersastes as minhas ovelhas, e as afugentastes, e não as visitastes; eis que visitarei sobre vós a maldade das vossas ações, diz o Senhor. Jeremias 23:1,2
O profeta Ezequiel também profetizou a respeito dos falsos pastores: E veio a mim a palavra do Senhor, dizendo: Filho do homem, profetiza contra os pastores de Israel; profetiza e dize aos pastores: Assim diz o Senhor Jeová: Ai dos pastores de Israel que se apascentam a si mesmos! Não apascentarão os pastores as ovelhas? Comeis a gordura, e vos vestis da lã, e degolais o cevado; mas não apascentais as ovelhas.
A fraca não fortalecestes, e a doente não curastes, e a quebrada não ligastes, e a desgarrada não tornastes a trazer, e a perdida não buscastes; mas dominais sobre elas com rigor e dureza. Assim, se espalharam, por não haver pastor, e ficaram para pasto de todas as feras do campo, porquanto se espalharam. As minhas ovelhas andam desgarradas por todos os montes e por todo o alto outeiro; sim, as minhas ovelhas andam espalhadas por toda a face da terra, sem haver quem as procure, nem quem as busque. Portanto, ó pastores, ouvi a palavra do Senhor: Vivo eu, diz o Senhor Jeová, visto que as minhas ovelhas foram entregues à rapina e vieram a servir de pasto a todas as feras do campo, por falta de pastor, e os meus pastores não procuram as minhas ovelhas, pois se apascentam a si mesmos e não apascentam as minhas ovelhas, portanto, ó pastores, ouvi a palavra do Senhor: Assim diz o Senhor Jeová: Eis que eu estou contra os pastores e demandarei as minhas ovelhas da sua mão; e eles deixarão de apascentar as ovelhas e não se apascentarão mais a si mesmos; e livrarei as minhas ovelhas da sua boca, e lhes não servirão mais de pasto. Porque assim diz o Senhor Jeová: Eis que eu, eu mesmo, procurarei as minhas ovelhas e as buscarei. Ezequiel 34:1-11
As Grandes Doutrinas da Bíblia - Raimundo de Oliveira - CPAD. Com adições do Pr. Henrique.
 
 
Casado só uma vez?
Creio que analisando os contextos comentados por Paulo sobre as viúvas, por exemplo, mesmo que ficasse viúvo ou que fosse traído por sua esposa, o obreiro não poderia se casar de novo, pois não poderia ensinar sobre a fidelidade a DEUS. Não se admite que um homem totalmente entregue a DEUS, tendo a oportunidade de ser exclusivo de DEUS, novamente se case, querendo satisfazer a carne, pois já experimentou da satisfação total da presença de DEUS.
Estás ligado à mulher? Não busques separar-te. Estás livre de mulher? Não busques mulher. 1 Coríntios 7:27.
 
 
É bom desejar ser um líder espiritual. Desejar significa “dirigir o coração em direção a alguma coisa”. A liderança é uma excelente obra. Paulo destacou a sua importância. No entanto, como ele iria mostrar, os padrões tão elevados. Cada um faça as contas de quanto custará a ele, à sua família e à sociedade em que vive, só depois decida se entregar totalmente ao ministério.
 
Isto significa mais que “ter facilidade em falar”, ou “ser muito extrovertido”, ou “dar-se bem com as pessoas”, ou “ser líder nato”. Algumas destas qualidades podem complementar o equipamento espiritual essencial, mas nenhuma o substitui. Nada pode substituir a unção do ESPÍRITO SANTO, nada é mais importante ou melhor do que a presença de DEUS.
A linguagem de Paulo dá a entender perfeitamente que, referindo-se à ordenação de Timóteo, a ação do presbitério (os pastores) era reconhecimento e confirmação da ação anterior do ESPÍRITO. Os homens só confirmam o ministério que foi dado por DEUS. A escolha soberana é de DEUS.
Ninguém pode entrar para o ministério por obrigação. Deve ser por livre e espontânea vontade e desejo individual. Não deve ser por causa financeira, ou de parentesco ou por outra causa que o force a ocupar esta posição. Alguns presbíteros só o são por pressão de seus pais que são pastores e desejam que seus filhos também o sejam. (São forçados a servirem sem desejarem, ou terem sido escolhidos por DEUS para acobertarem erros dos pais). 
Existem obreiros que chegaram ao presbitério porque exigiram seus cargos e existem outros que foram colocados contra suas vontades.
As vantagens financeiras têm sido o principal entrave de muitos ministérios. Muitos presbíteros "vendem o rebanho" na época de política em troca de vantagens financeiras ou favores políticos. Também por mudança para igrejas que "rendem mais".
Somente homens cheios do ESPÍRITO SANTO servem para liderarem a obra de DEUS.
Uma das principais causas de estagnação do crescimento de igrejas é a falta de ânimo espiritual de seus líderes. Sem a alegria do ESPÍRITO SANTO não há crescimento qualitativo e nem quantitativo (esse pode até ocorrer por liberação de costumes e outros fatores).
Vemos os líderes em Atos dos Apóstolos cheios do ESPÍRITO SANTO - Todos tinham dons espirituais que confirmavam seus ministérios e serviam como confirmação de autoridade divina para seus liderados.
Reuniões periódicas com a liderança é primordial na organização da igreja. Todos os líderes devem ter o direito de se expressarem a respeito do bom andamento da igreja. Decisões devem ser tomadas em conjunto. "Na multidão de conselhos se acha sabedoria".
 
Sobre unção com óleo:
Note que a oração da fé curará o doente e não o óleo. Não se pode admitir distribuição de óleo para qualquer pessoa que pedir ou pagar. É a oração do ungido de DEUS que trará a cura e não o óleo ungido (antibíblico). Note também que devido a muitas doenças serem causadas pelo pecado, na oração da fé os pecados são perdoados para que haja curas (naturalmente haveria então arrependimento de pecados para que houvesse curas).
Creio que presbíteros significa todo aquele que lidera na igreja. Assim diáconos que dirigem congregação, dirigentes de cultos de campanha na rua, presidentes do círculo de oração, presbíteros, pastores, etc... podem e devem ungir com óleo. Sabendo que o óleo não cura ninguém. O importante é a oração e o arrependimento de pecado. Na prática tenho visto isso ser eficiente com todos esses líderes.
 
 
COMENTÁRIOS DIVERSOS DE DIVEROS LIVROS COM ACRÉSCIMOS OU MODIFICAÇÕES DO Pr. Henrique
 
INTRODUÇÃO
SISTEMA DE GOVERNO NA IGREJA ATUAL
Sempre, na história das controvérsias cristãs, houve um luta para saber qual era o modelo de governo eclesiástico mais bíblico. O fato é que todos os modelos de governos eclesiásticos (congregacional, episcopal e presbiteriano) se baseiam no Novo Testamento. O episcopal concede o poder para o seu pastor ou bispo, o presbiteriano concede poder aos presbitério da igreja e o congregacional concede poder aos seus membros ou a um conselho de irmãos reunidos.
Há tentações em todos os modelos. O episcopal pode concentrar um poder tão grande na mão do pastor, que ele se torna uma pessoa acima da crítica e não prestar contas à igreja. O presbiteriano pode criar uma elite dentro da congregação ou denominação, pois um pequeno grupo decide sobre os demais. O congregacional pode minar a autoridade do pastor local. Portanto, não temos como definir um modelo eclesiástico mais bíblico, pois todos tem pontos fortes e fracos.
A Assembleia de DEUS começou com um modelo congregacional (depois acabou misturando os três modelos) bem definido, aja vista a herança eclesiológica batista, que é congregacional. O modelo congregacional fica bem claro nas palavras do pastor assembleiano Alcebiades Pereira dos Vasconcelos, no Mensageiro da Paz, nº 10, de 1959: No nosso entender, a igreja cristã biblicamente entendida, governa-se a si mesma, mediante o sistema democrático em que todos os seus membros livremente podem e devem ouvir e ser ouvidos, votar e ser votados, conforme a sua capacidade pessoal de servir(…) A igreja cristã, à luz do Novo Testamento, é uma democracia perfeita, em qual o pastor e seus auxiliares de administração (tenham as categorias ou denominações que tiverem) não dominam, pois quem domina sobre ela é JESUS, por mediação do ESPÍRITO SANTO, sendo o pastor apenas um servo que lidera os trabalhadores sob guia do mesmo ESPÍRITO SANTO; e, neste caso, é expressa e taxativamente proibido ter domínio sobre a igreja. I Pedro 5.2,3. [1]
Os pentecostais clássicos sempre tiveram uma tendência para a democracia na igreja, um modelo em que a congregação tinha voz, o teólogo Myer Pearlman deixa bem claro essa posição: As primeiras igrejas eram democráticas em seu governo. Circunstância natural em uma comunidade onde o dom do ESPÍRITO SANTO estava disponível a todos , e onde toda e qualquer pessoa podia ser dotada de dons para um ministério especial. É verdade que os apóstolos e anciãos presidiam às reuniões de negócios e à seleção dos oficiais; mas tudo se fez em cooperação com a igreja (Atos 6.3-6; 15.22, I Co 16.3, II Co 8.19, Fp 2.25). E Pearlman completa: Nos dias primitivos não havia nenhum governo centralizado abrangendo toda a igreja. Cada igreja local era autônoma e administrava seus próprios negócios com liberdade.
No decorrer do tempo, a Assembleia de DEUS, não deixando de ser congregacional, passou a mesclar com o modelo episcopal e presbiteriano. Hoje, é comum a figura o pastor-presidente, um verdadeiro bispo regional. Nas Assembleias de DEUS há traços do modelo presbiteriano, com as convenções ou concílios regionais e nacionais (CGADB e Conamad). A Assembleia de DEUS, portanto, não tem um modelo eclesiástico puro. O Rev. Antônio Gouvêa Mendonça, comenta em relação a Assembleia de DEUS: Seu sistema de governo eclesiástico está mais próximo do congregacionalismo dos batistas por causa da liberdade das Igrejas locais e da limitação de poderes da Convenção Nacional. Todavia, a divisão em ministérios regionais semiautônomos lembra um pouco o sistema presbiteriano. Alguns fatos interessantes: em cidades do interior, as Assembleias de DEUS são bem congregacionais, pois a igreja em constantes assembleias, decidem o rumo da congregação juntamente com o pastor. As igrejas AD da capital são normalmente divididas em setores, com a figura presente do pastor-presidente, sendo mais um modelo episcopal. Mas as congregações das cidades interioranas e da metrópole estão sujeitas a convenção estadual e nacional, semelhante aos supremos concílios presbiterianos.
A Assembleia de DEUS foi influenciada por várias denominações, desde sua eclesiologia até a sua teologia. Exemplo dessa mistura esteve nas palavras do pastor Thomas B. Barrat, de Oslo, Noruega em 1914, que disse: “Com respeito à salvação, somos luteranos. Na forma do batismo pelas águas, somos batistas. Com respeito à santificação, somos metodistas. Em evangelismo agressivo, somos como o Exército da Salvação. Porém, com respeito ao batismo com o ESPÍRITO SANTO, somos pentecostais!”
O lamentável é o fato de muitas igrejas Assembleia de DEUS aderindo a um modelo episcopal, abandonaram a tradição congregacional. Mas, o modelo episcopal, hoje adotado não é o mesmo dos metodistas ou anglicanos, mas sim das igrejas neopentecostais, onde a figura do líder é centralizadora, um modelo episcopal levado ao extremo.
https://pentecostalismo.wordpress.com/2008/01/14/governo-eclesiastico/ (07-06-2021)
 
 
A Igreja deixou de ser localizada apenas em Jerusalém, passando pela Judeia e Samaria, e começou a se deslocar para “os confins da terra” (At 1.8). As “igrejas de DEUS” sofriam a perseguição e se espalhavam por vários lugares (1 Ts 2.14). A conversão do fariseu Saulo, no caminho de Damasco, fez dele um dos maiores evangelistas de todos os tempos. Em suas viagens missionárias, muitas igrejas foram abertas, inclusive na Europa. Em consequência, as igrejas necessitavam de líderes, que orientassem os crentes acerca do evangelho, da organização, do desenvolvimento e da maneira de viver dos novos grupos de cristãos.
Os apóstolos, como verdadeiros evangelistas e missionários, não podiam ficar radicados num só lugar. Uns tinham que se dedicar “à oração e à palavra” (At 6.4). Outros precisavam sair evangelizando, mas o crescimento da obra exigia mais pessoas para ajudá-los. Assim, com o passar dos anos, foram surgindo crentes de mais idade, que demonstravam condição para cuidar dos mais novos convertidos. A boa semente do evangelho frutificava em vários lugares, e os líderes da Igreja tomaram providências para que, em cada cidade, fossem estabelecidos líderes locais para cuidarem do rebanho.
Barnabé e Saulo foram encarregados de levar socorro aos irmãos da Judeia, e o fizeram, entregando a ajuda “aos anciãos” (At 11.30). Havia uma grande fome naquela região e os líderes, com sabedoria, não mandaram a ajuda de qualquer forma. Enviaram aos líderes da comunidade cristã. Em sua primeira viagem missionária, Paulo e Barnabé chegaram a Icônio, foram perseguidos e saíram para listra, Derbe, Antioquia, Pisídia e por muitas outras cidades. Eles fizeram excelente trabalho missionário, fundando muitas igrejas por onde passavam. E as multidões de crentes precisavam ser discipuladas.
Àquela altura da expansão da Igreja, não havia ainda um ministério organizado como conhecemos hoje, com apóstolos, profetas, pastores, evangelistas, mestres, presbíteros e diáconos, de forma bem definida e até impropriamente hierarquizada. Por isso, os discípulos mais antigos, e de mais idade, eram designados para cuidar de cada igreja. Eram os anciãos, que iam sendo escolhidos para serem superintendentes, supervisores, ou bispos. Exortando os irmãos de Éfeso, Paulo falou para os líderes daquela igreja: “Olhai, pois, por vós e por todo o rebanho sobre que o ESPÍRITO SANTO vos constituiu bispos, para apascentardes a igreja de DEUS, que ele resgatou com seu próprio sangue” (At 20.28).
Em sua carta a Tito, Paulo mostra que é um verdadeiro pastor e líder, chamado por DEUS (1 Co 1.1; G1 1.1), e tem cuidado das igrejas que fundou em suas viagens missionárias. E diz para seu discípulo: “Por esta causa te deixei em Creta, para que pusesses em boa ordem as coisas que ainda restam e, de cidade em cidade, estabelecesses presbíteros, como já te mandei” (Tt 1.5). De acordo com o entendimento da época, a igreja local deveria ter à frente um obreiro experiente e de mais idade. Que fosse um ancião. Um jovem obreiro pode ter muito conhecimento bíblico e até muita unção de DEUS. Mas a experiência só se consegue com o tempo, com o passar dos anos (Jó 32.7). Temos aí as exceções devidas, como Timóteo e Tito.
Ao longo dos séculos, a atividade do presbítero caracterizou-se pelo ministério de administrar as igrejas, bem como do ensino da Palavra, oração, visitação e aconselhamento, etc.... É atividade necessária para o bom ordenamento das atividades das igrejas locais. O pastor local, ou presbítero, ou ancião, ou bispo, é obreiro que colabora com o pastor da igreja que também é um presbítero, ajudando-o no cuidado do rebanho do Senhor JESUS CRISTO.
Elinaldo Renovato. Dons espirituais & Ministeriais Servindo a DEUS e aos homens com poder extraordinário. Editora CPAD. pag. 129-130. Com acréscimos do Pr Henrique.
 
 
I - A ESCOLHA DOS PRESBÍTEROS
 1. Significado da função.
Formação: AT, Judaísmo Rabínico e a comunidade de Qumrã. De acordo com a terminologia do AT, o ancião era um termo vagamente definido, designando os líderes religiosos e políticos, especialmente de Israel. As referências bíblicas mostram que outras nações, como Egito e Moabe, possuíram tais líderes (cp. Gn 50.7; Nm 22.7). Embora vários termos hebraicos foram usados para descrever estes líderes, três termos aparecem com mais frequência que outros: Geralmente significando uma pessoa mais velha (cp. Gn 43.7; Êx 3.16,18; 12.21; 17.5,6); significando idade avançada ou uma idade mais velha, do verbo que significa ser muito antigo (cp. l Rs 14.4);  chefe ou governador,  (cp. Jz 5.15; 6.6-16). Em Isaías 3.2,3 são mencionadas pelo menos onze diferentes posições de liderança pelo profeta; ancião é uma delas. Particularmente importante é a ideia dos “setenta anciãos” no AT (cp. Êx 24.1; Nm 11.16).
No primeiro século d.C., o ofício de ancião era uma posição regular na sinagoga judaica. No tratado do Sinédrio sobre a Mishná, as obrigações deste ofício são claramente destacadas. O conselho de anciãos era responsável pelo governo da comunidade judaica. Em Jerusalém, o Sinédrio, que era um conselho composto de setenta e um anciãos, agia como a corte suprema para todo o Judaísmo. (Cp. Berakhoth4:7; Nedrarim 5:5; Me- ghillah 3:1; Edhuyoth 5:6; Ta’anith 3:8; Middoth 2:2; Ed 10.8; Lc 6.22; Jo 9.22; 12.42).
As descobertas de Qumrã têm revelado uma comunidade pactuai, na qual o ofício de ancião também funcionava quase do mesmo modo que no Judaísmo, e há um consenso geral de que a comunidade de Qumrã realmente tinha conexões significantes com o Cristianismo primitivo. Isto não sugere que a Igreja Primitiva adotou sua estrutura eclesiástica da comunidade de Qumrã. O Manual de Disciplina (1 QS VI) fala dos anciãos (mebaqqer) como os que estavam em segundo lugar em autoridade, vindo logo após os sacerdotes.
MERRILL C. TENNEY. Enciclopédia da Bíblia. Editora Cultura Cristã. Vol. 1. pag. 297-299.
 
 
ANCIÃOS OU PRESBÌTEROS
No AT hebraico, zaqen, lit., “aquele que tem barba”, era um termo utilizado para designar um homem de certo grau e posição entre seus irmãos. Entre os israelitas havia dois tipos de anciãos; os “anciãos de Israel” que eram os chefes de família ou de clãs nas várias tribos, e os “anciãos” das cidades construídas e habitadas depois da Conquista.
A partir do século XVIII a.C., os anciãos são mencionados nos textos da Mesopotâmia como representantes do povo e defensores de seus direitos, mas sem funções administrativas. No Império Hitita, muitos deveres das municipalidades eram executados pelo conselho de anciãos. Os anciãos de Gebal (Biblos) são mencionados em Ezequiel 27.9 e a assembleia (de anciãos) do príncipe de Biblos, na história de Wen-Amon (ANET, p. 29). O sistema de anciãos também existia entre outros povos, vizinhos de Israel. Egito (Gn 50.7; Sl 105.22), Moabe, os Midianitas (Nm 22.4,7), e os Gibeonitas (Js 9.11). O termo hebraico é, assim, equivalente ao termo Homérico gerontes, ao espartano presbys, ao romano senatus e ao árabe sheikh.
O termo zaqen, não significa necessariamente um homem velho, mas implica alguma pessoa com maturidade e experiência que tenha assumido a liderança entre seus compatriotas e na sua cidade ou tribo (cf. Nm 11.16). Embora os anciãos não fossem eleitos, durante a maior parte dos períodos de Moisés até Esdras, e também na era intertestamentária, eles eram reconhecidos como o grupo de mais elevada autoridade sobre o povo. Eles agiam como representantes da nação ( Jr 19.1; Jl 1.14; 2.16) e também administravam muitos assuntos políticos e resolviam disputas entre as tribos (por exemplo, Finéias e os dez chefes tribais ou anciãos, Js 22.13-33). Os anciãos da cidade formavam uma espécie de conselho municipal cujos deveres incluíam a função de juizes com a finalidade de mandar prender assassinos (Dt 19.12), conduzir as investigações e inquéritos (Dt 21.2) e resolver conflitos matrimoniais (Dt 22.15; 25.7).
Os “anciãos de Israel”, conhecidos primeiramente em Êxodo 3.16-18, foram reunidos por Moisés para receber o anúncio de DEUS sobre a libertação do Egito, O pacto foi ratificado no Monte Sinai na presença de 70 dos anciãos de Israel (Êx 24.1,9,14; cf. 19.7), os “nobres” ou os principais homens da nação, “os escolhidos aos filhos de Israel” (24.11), Mais tarde, 70 anciãos foram especialmente ungidos com o ESPÍRITO para ajudar Moisés a governar a nação (Nm 11.16-25). Nos casos em que toda a comunidade pecasse, os anciãos da congregação ou da comunidade deveriam representá-la para fazer a expiação (Lv 4.13-15).
A autoridade dos anciãos era, em princípio, maior do que a do próprio rei (cf. 2 Reis 23.1). Foi este grupo que exigiu que Samuel designasse um rei (1 Sm 8,4-6), e foram partidários da aliança real que estabeleceu Davi como rei (2 Sm 5.3). Na Babilônia, os anciãos eram o ponto central da comunidade judaica que estava no exílio (Jr 29.1; Ez 8.1; 14.1; 20.1-5), e, após o retorno a Jerusalém, ainda permaneciam ativos (Ed 5.5,9; 6.7,8,14; 10.8,14), Do Conselho de Anciãos (gerousia) do período helenístico de Judá, desenvolveu-se a Grande Assembléia (Knesset) de judeus que, em 142 a.C., concedeu grande poder a Simão, o líder macabeu (1 Mac 14.28). O Grande Sinédrio, com seus 71 membros, o supremo corpo legislativo anterior ao ano 70 d.C., constituía a mais elevada instituição dos “anciãos de Israel”. 
Em sua visão do céu, João viu 24 anciãos sentados sobre tronos que rodeavam o trono de DEUS, vestidos de branco e ostentando coroas de ouro (Ap 4.4). Estes se prostram em adoração, e depositam as suas coroas diante do trono de DEUS (4.10; cf. 11.16; 19.4). Com suas harpas e salvas cheias de incenso, simbolizando as orações dos santos, eles cantam um novo cântico ao Cordeiro (5.8-10). Como anciãos, eles representam o povo de DEUS; seus tronos e coroas simbolizam um papel de remado, enquanto seu ato de adoração e as salvas de incenso sugerem uma função sacerdotal. Dessa maneira, eles parecem ser os principais representantes aos remidos como um reino de sacerdotes (Ap 1.6; cf. 20.6; 1 Pedro 2.5,9; Êx 19.6). É possível discutir se o número 24 sugere os 24 turnos do sacerdócio judaico, ou uma combinação das 12 tribos de Israel (indicando os santos do AT) e dos 12 apóstolos (os líderes dos santos do NT). 
Bibliografia. W. Harold Mare, “Church Functionaries. the Witness in the Literature and Archaeology ofthe New Testament and Church Periods״, JETS,XIII (1970), 229-239. J R. Dicionário Bíblico Wycliffe
 
 
BISPOS OU PRESBÍTEROS
A palavra episkopos ocorre cinco vezes no NT: uma vez referindo-se a CRISTO (1 Pe 2.25), e em quatro lugares referindo-se a “bispos” ou “supervisores” em igrejas locais (Atos 20.28; Fp 1.1; 1 Tm 3.2; Tt 1.7). O verbo epishopeo ocorre em Hebreus 12.15 (“atentando” ou “tendo cuidado”) e (em alguns MSS do NT) 1 Pe 5.2 (“tendo cuidado”), enquanto o substantivo episkope no sentido de um “ofício de supervisor” aparece em Atos 1.20 (“bispado” ou “encargo”) e 1 Timóteo 3.1 (“episcopado”).
Concorda-se, de forma geral, que no NT o termo “bispo” é equivalente a “presbítero” (presbyteros). Este último termo ocorre freqüentemente em Atos como também em 1 Timóteo 5.17,19; Tito 1.5; Tiago 5.14; 1 Pedro 5.1,5. Como Anciãos. (Em 2 João 1 e 3 João 1, o sentido não é totalmente claro, como no caso dos “vinte e qnatro anciãos” em Apocalipse). O escritor Lightfoot (na obra Phiiippians, pp. 96ss.) resume as evidências do NT para a identidade dos termos da seguinte forma; (1) Em Filipenses 1.1, Paulo saúda os “bispos e diáconos”, e parece incrível que ele omitisse a segunda ordem (isto é, presbíteros ou anciãos) se fosse distinta, uma vez que os presbíteros formavam a base do ministério das igrejas do NT; (2) em Atos 20.17 Paulo convoca os “presbíteros” de Éfeso e Mileto, contudo dirige-se a eles como “bispos” (Atos 20.28); (3) Pedro apelou aos “presbíteros” para que cumprissem o ofício de “bispos” (1 Pe 5.1,2); (4) Paulo descreveu as qualificações para o oficio de um “bispo” (1 Tm 3.1-7) e em seguida para o de um “diácono” (1 Tm 3.8- 13), porém em 1 Timóteo 5.17-19 ele chama estes ministros de “presbíteros”; (5) já em Tito 1.5 o apóstolo fala mais claramente de “presbíteros”, do que de um “bispo” (Tt 1.7). Tanto a base grega quanto a judaica de “bispo” são esclarecedoras, embora não como um uso conclusivo do NT. Em sua etimologia, a palavra significa um “supervisor” ou “alguém que cuida. Por outro lado, seu uso foi variado. Aquele que “cuidou” ou “protegeu”, assumiu uma atitude de misericórdia em relação àquele que estava sob os seus cuidados. Além disso, a palavra veio a denotar o ofício de um tipo ou outro, seja financeiro, administrativo ou social, secular ou religioso.
Na vida grega a palavra também designava um ofício. O episkopos poderia ser um oficial de estado, um oficial da sociedade local (como aqueles que supervisionavam o auxílio aos pobres na cidade), ou aqueles que supervisionavam projetos de construção e possivelmente controlavam o dinheiro designado para o trabalho.
O uso judeu era similar. Na LXX, em Jó 20.29, a palavra hebraica para “DEUS” (,ei) é traduzida episkopos (para tou episkopou). Assim, o “Episkopos” é aquele que julga o ímpio, dando-lhe a herança que merece. Os homens também são assim designados, seja como oficiais (Nm 31.14), supervisores (ou superintendentes, 2 Cr 34.12,17), responsáveis pelo dinheiro para os trabalhadores, ou, em um sentido religioso, como oficiais (ou vigias) no templo (2 Rs 11.18). O rei sírio Antíoco IV indicou, "inspetores” (ou governadores, ou supervisores) sobre Israel (1 Mac 1.51), homens que deveriam colocar em prática as suas políticas.
Tanto o nome quanto o ofício do “presbítero” são essencialmente judeus (Lightfoot, op. cit., p. 96; cf. Beyer, TDNT, II, 618). O nome está particularmente ligado ao Concílio de governo de cada sinagoga judaica, seja em Israel ou na Diáspora. Tanto no AT (cf. Js 20.4; Rt 4.2; Ed 10,14) quanto no NT (cf. Lc 7,3) o caso é o mesmo, E no Sinédrio de Jerusalém os “presbíteros” (ou “anciãos”) formavam uma parte do grupo (cf. Mc 8.31; Lc 20,1; Atos 4.5). 
Não é de surpreender, portanto, que os termos episkopos e presbyteros tenham sido empregados para líderes nas igrejas do NT. Estes eram termos disponíveis e já ligados a organizações que faziam parte da vida cotidiana grega e judaica. Embora certas mudanças fossem, naturalmente, necessárias em função da natureza da igreja cristã e das circunstâncias prevalecentes, os nomes familiares eram mantidos e usados.
O uso do NT de episkopos e presbyteros é importante. Já foi considerado que ambos se referiam ao mesmo indivíduo no NT, mas qual era a função desempenhada por cada um? A partir de um exame de Atos 20.17,28 pareceria que o termo “presbítero” designava a posição dos homens, isto é, daqueles que eram os líderes reconhecidos da igreja de Éfeso. Por outro lado, “bispo” ou “supervisor” são termos usados como uma referência específica ao seu ministério de apascentar a igreja de DEUS. Em 1 Pedro 2.25, os termos “Pastor” e “Bispo” estão ligados a CRISTO. Selwyn (1 Peter, p. 182) considera o segundo termo como uma interpretação do primeiro, ao invés da apresentação de uma nova idéia, recorrendo a Atos 20.28 como apoio. Ezequiel 34.11-13 combina os mesmos dois termos, como também acontece em 1 Pedro 5.2.
Em Filipenses 1.1, o termo episkopos junta- se a diakonos (“diácono”), o segundo aparecendo aqui pela primeira vez, mas a função deles não á especificada. A descrição deste ministério só é esclarecida nas Epístolas Pastorais (1 Tm 3.1-7; 5.17ss; Tt 1.5-9). Entendemos que as seguintes características fazem parte do ensino ministrado ali.
A) Em 1 Timóteo 3.1, a palavra episkope refere-se a um ofício que um homem pode almejar, Tanto em Atos 14.23 quanto em Tito 1.5, os “presbíteros" eram designados. A palavra usada em Atos (cheirotonesantes) só ocorre novamente no NT em 2 Coríntios 8.19 onde alguém foi “eleito pelas igrejas” ou “escolhido pelas igrejas” para viajar com Paulo. Na vida ateniense isto se referia a votar “levantando a mão”. O termo katasteses em Tito ocorre também em Atos 6.3, onde os apóstolos disseram à congregação para “escolher” (episkepsasthe) dentre eles sete homens a quem iriam “constituir” ou “encarregar* (katastesomen), para servir às mesas.
B) O “bispo” em 1 Timóteo 3.1-7 deve ser um homem que possua qualidades morais elevadas (vv. 2,3), apto para ensinar (v. 2), que governe bem sua própria família (vv. 4,5), espiritualmente maduro (v. 6) e que desfrute de boa reputação entre os incrédulos (v. 7). As qualificações necessárias para os “presbíteros” em Tito 1.5-9 são similares. A obra de DEUS requer homens retos e talentosos.
C) No NT, o número destas pessoas em qualquer passagem em particular está no plural. O uso do singular em 1 Timóteo 3.2 e em Tito 1.7 refere-se ao *bispo como um tipo” ao invés de um número. Não há nenhuma referência ao episcopado monárquico (Beyer, TDNT, II, 617).
Em 1 Timóteo 5.17ss., pode estar indicada uma ligação entre o “presbítero” do NT e o desenvolvimento posterior na elevação de uns sobre os outros. Os presbíteros que “governam bem" devem ser considerados “dignos de duplicada honra”. O fato de que alguns trabalhariam particularmente “na palavra e na doutrina [ou ensino]” parece já indicar uma divisão de responsabilidades. Isto não seria contrário à palavra que os apóstolos haviam proferido em dias anteriores, “Não é razoável que nós deixemos a palavra de DEUS e sirvamos às mesas” (Atos 6.2). A progressão histórica do significado de episkopos à expressão “o episcopado” pode ser verificada nos escritos dos patriarcas da igreja. Esta progressão ainda não estava tão avançada na época de Clemente de Roma (Primeira Epístola aos Coríntios), mas começa a aparecer na Didache, em Inácio (Epístolas), onde lemos: “seus bispos justos e seus presbíteros". Tal progressão já está bem desenvolvida na época de Irineu (Contra as Heresias) e Cipriano (Epistolas). Contudo, é notável que mesmo no século II e nos séculos que se seguiram até a Idade Média, a equivalência dos termos observada no século I tenha sido mantida (por exemplo, por Crisóstomo, Jerônimo, Agostinho e outros).
Bibliografia Hermann W. Beyer, ‘,Episkopos, etc.”, TDNT, II, 599-622. T. M. Lindsay, The Church and the Ministry in the Early Centuries, Londres. Hodder e Stou- ghton, 1910, W. M. D. Dicionário Bíblico Wycliffe
 
 
A palavra presbítero, em sua origem significa “Forma comparativa” depresbys (gr.), que tem o significado de “mais velho, como substantivo, uma pessoa mais velha; especialmente um membro do Sinédrio israelita (também figurado, membro do conselho celestial) ou um “presbítero” cristão — ancião, mais velho, “um título de dignidade” “Anciãos de igrejas cristãs, presbíteros, encarregados da administração e governo das igrejas individuais”. Equivale a “episkopos, supervisor, bispo. Também didaskolos, professor; poimén, pastor”.
Elinaldo Renovato. Dons espirituais & Ministeriais Servindo a DEUS e aos homens com poder extraordinário. Editora CPAD. pag. 130-131.
 
 
ANCIÃO NO NT (literalmente pessoa mais velha ou homem mais velho; algumas vezes transliterado como presbítero). Este termo designava três grupos diferentes no NT: (a) indivíduos mais velhos; (b) líderes político-religiosos do Judaísmo e (c) os primeiros líderes da igreja apostólica.
 
 
2. A liderança local.
 
Sobre distinção entre duas classes de presbíteros nas Assembleias de DEUS no Brasil:
Entendo que um dos motivos da evolução histórica desta distinção entre presbíteros e ministros (pastores e evangelistas) nas Assembleias de DEUS no Brasil seja a questão financeira. Como os ministros (pastores e evangelistas) recebiam ajuda financeira por trabalhar em regime integral (ou parcial), se os presbíteros fossem “promovidos” ao status de ministros, isso incorreria em ter que remunerá-los também.
Outro motivo para a consolidação e perpetuação desta ideia equivocada de classe “superior” e “inferior” de presbíteros no contexto assembleiano, crédito a inacessibilidade dos nossos pioneiros aos recursos bibliográficos, em especial, às obras nas línguas originais, léxicos, comentários e dicionários bíblicos, como as temos hoje abundantemente. Acrescente-se a isto toda oposição feita ao estudo teológico formal por longos anos.
Não encontramos no Novo Testamento, em hipótese alguma, os presbíteros ou bispos que exerciam o governo na igreja se colocando em posição de domínio ou superioridade “especial” sobre companheiros ou crentes em geral. É neste sentido que Pedro escreve: "Aos presbíteros que estão entre vós, admoesto eu, que sou também presbítero com eles, e testemunha das aflições de CRISTO, e participante da glória que se há de revelar: apascentai o rebanho de DEUS que está entre vós, tendo cuidado dele, não por força, mas voluntariamente; nem por torpe ganância, mas de ânimo pronto; nem como tendo domínio sobre a herança de DEUS, mas, servindo de exemplo ao rebanho. E, quando aparecer o Sumo Pastor, alcançareis a incorruptível coroa de glória. (1 Pe 5.1-4, ARC).
Percebam a humildade do apóstolo ao afirmar “sou também presbítero com eles”, em vez de “sobre eles”. Dessa forma, mesmo que o “anjos” nas cartas às igrejas da Ásia (Ap 2-3) sejam interpretados como um presbítero-líder, isso não o colocava em posição de domínio absoluto sobre os demais. As decisões na igreja do Novo Testamento sempre foram tomadas em conjunto (At 1.15-26; 6.1-6; 15.22-29). Em 1 Timóteo 3.1-7 temos a prescrição das qualidades que deveriam ser observadas nos candidatos ao bispado, presbitério ou pastorado, mas a forma como a escolha era feita não fica clara no texto. Escrevendo a Tito, Paulo orienta o estabelecimento de presbíteros nas cidades. Também não é exposto no texto como se dava o processo. Alguns entendem, fundamentados no contexto do Novo Testamento, que a igreja local participava ativamente do processo de eleição. À medida que era aumentada a autoridade dos clérigos (especialmente dos bispos), diminuía a importância e participação dos leigos. Dessa maneira, a Igreja se tornava cada vez mais institucionalizada e menos dependente do poder e da orientação do ESPÍRITO. >>http://www.portalebd.org.br/files/2T2014_L11_altair.pdf<< Com algumas adições do Pr Henrique.
  
 
O crescimento das igrejas, como fruto da evangelização e do discipulado, exige a delegação de atividades a pessoas que tenham condições de liderar o rebanho do Senhor JESUS (Tt 1.5,7). Os pastores não podem abarcar tudo para si, sob pena de não darem conta das inúmeras responsabilidades que a igreja local requer. Como a referência a presbíteros, no NT, sempre é feita no plural “presbíteros”, “bispos” ou “anciãos”, dá a entender que, em geral, o presbítero não agia isoladamente, mas como um corpo de ministros, ou de líderes, que cuidava da igreja local. “Sempre são citados no plural, isto é, não é mencionada uma só igreja onde houvesse apenas um presbítero (At 11.30; 15.2,4,6; 20.17; Tg 5.l4; 1 Pe 5.1).”
Certamente, pela inexistência de pessoas qualificadas com o dom ministerial de pastor, havia a necessidade de uma liderança, formada por um grupo de irmãos mais idosos, para cuidar da igreja local. Entende-se, assim, que os presbíteros têm um ministério de grande importância, auxiliando os pastores, designados por DEUS para apascentarem e cuidarem da Igreja do Senhor sob seus cuidados.
Elinaldo Renovato. Dons espirituais & Ministeriais Servindo a DEUS e aos homens com poder extraordinário. Editora CPAD. pag. 131.
 
Na época da carta de Paulo a Tito, o jovem é o representante do apóstolo em Creta onde era evidentemente pastor da igreja cristã ali.
Por esta causa te deixei em Creta, para que pusesses em boa ordem as coisas que ainda restam e, de cidade em cidade, estabelecesses presbíteros, como já te mandei. Os dizeres dão a entender que fazia pouco tempo que Paulo estivera em Creta acompanhado com Tito que lhe servia de assistente. O fato de Tito ter sido encarregado de ordenar presbíteros... de cidade em cidade mostra a extensão dessa atividade. O ministério de Paulo em Creta havia terminado recentemente; mas o apóstolo deixou ali Tito, seu assistente, para completar a tarefa de organizar as igrejas. A linguagem de Paulo dá a entender que nem tudo estava bem nas igrejas cretenses e que parte da tarefa de Tito era corrigir o que estava errado.
Tito foi instruído a designar e ordenar presbitérios (ou “pastores”, BV) para as igrejas. Esta prática estava de acordo com o costume do apóstolo. Já na primeira viagem missionária, Lucas nos informa que, “havendo-lhes por comum consentimento eleito anciãos em cada igreja, orando com jejuns, os encomendaram ao Senhor em quem haviam crido” (At 14.23). Há diferenças nas instruções de Paulo entre 1 Timóteo e Tito. Na primeira, já havia bispos no exercício do cargo, ao passo que na última, provavelmente por ser algo novo na igreja cretense, era a primeira ordenação de presbitérios.
 
O bispo era o gerente financeiro da igreja local e por isso, se por nenhuma outra razão, deve ser homem de extrema integridade. Como guardião dos fundos monetários da igreja, esta poderia se tornar fonte de tentação para o bispo.
J. Glenn Gould. Comentário Bíblico Beacon. Editora CPAD. Vol. 9. pag. 543-546.
 
Tito também deixará a ilha. Por isso é necessário que as instruções sejam entregues por escrito às mãos dos irmãos colaboradores e co-dirigentes em Creta. Em 1Tm já se pressupõem formas e serviços eclesiais mais sólidos, em Creta parece existir um estágio anterior de constituição da igreja.
As coisas faltantes são aquilo que ainda falta para o desenvolvimento de uma igreja plenamente emancipada. O que Paulo deixou inconcluso é confiado a Tito para que este cuide da evolução posterior. O que DEUS começou ele pretende levar à maturidade. Aqui não se tem em vista apenas um aperfeiçoamento em termos de organização! Já em 1Ts 3.10 Paulo escreve que deseja dirimir as falhas que ainda estão ligadas à fé. As igrejas devem chegar à aprovação na fé.
Tito recebe particularmente a incumbência de instituir presbíteros em cada cidade. Aparentemente a fé em JESUS se expandiu primeiramente nas cidades, ou as igrejas cresceram mais rapidamente nelas, de modo que se tornasse necessária a instalação de presbíteros. As aldeias e localidades das redondezas eram evangelizadas a partir das cidades. Em todos os lugares a instalação de servos para a igreja aconteceu com a participação dos membros da igreja. At 14.23 informa que Paulo e Barnabé retornaram a três cidades em que se haviam formado igrejas durante a primeira migração evangelizadora. Somente agora, na segunda estadia, elegem presbíteros em cada igreja, recomendando-os em conjunto com a igreja ao Senhor, mediante oração e jejum. A evangelização em Creta pode ter ocorrido de forma similar. Primeiramente Paulo e Tito viajaram em conjunto pela ilha, anunciando o evangelho de JESUS. Em uma segunda visita, pouco tempo depois, Tito (ele permaneceu na ilha, enquanto Paulo seguiu viagem) deve confirmar, em e com as jovens igrejas, presbíteros que se evidenciaram como agraciados e aprovados por DEUS em vista de seu serviço aos fiéis.
Em todas as igrejas surgidas da atividade missionária de Paulo havia serviços eclesiais organizados desde o princípio, tão logo um grupo sólido de discípulos estivesse de fato formado. O NT não dá notícia de nenhuma igreja sem liderança. O estilo de liderança pode se configurar de formas muito distintas, porém nunca na forma de uma posição especial excludente ou de uma reivindicação legal consolidada.
Tt 1.7 O presidente deve ser irrepreensível como administrador de DEUS: O presidente é um dos presbíteros e vem das fileiras deles, por isso é repetida para ele a característica decisiva: que seja irrepreensível! O singular não exclui a possibilidade de que houvesse vários presidentes em uma cidade, especialmente quando se formavam várias igrejas caseiras na mesma localidade. Ao contrário de 1Tm, não se mencionam aqui diáconos. Não se trata de listar todos os serviços na igreja e muito menos de instituir um cargo de bispo monárquico, nem de providenciar o ordenamento jurídico de cargos.
A prestação de serviços na administração de DEUS acontece pela fé. Cada administrador presta contas do que faz e deixa de fazer.
Hans Bürki. Comentário Esperança Cartas aos Tito. Editora Evangélica Esperança.
 
Os homens escolhidos deveriam liderar as igrejas, ensinando a sã doutrina, ajudando os crentes a amadurecer espiritualmente, e capacitando-os a viver para JESUS CRISTO, apesar da oposição.
Os líderes que Tito escolhesse deveriam servir por amor, e não por serem cobiçosos por dinheiro.
Comentário do Novo Testamento Aplicação Pessoal. Editora CPAD. Vol 2. pag. 552-554.
 
 
3. As qualificações.
 
A missão do presbítero é de tanta importância que o Novo Testamento dedica vários textos a respeito das qualificações que se devem exigir dos obreiros que são escolhidos para essa função ministerial. 
“O papel dos oficiais da igreja era variável e flexível na época do Novo Testamento. Até o período patriótico primitivo, tais funções ainda não tinham sido padronizadas e regulamentadas”. Tendo em vista a origem do presbítero, como acentuado em item anterior, sua importância é indiscutível. E suas qualificações são das mais relevantes. Em sua escolha, segundo a Palavra de DEUS, devem ser observadas algumas qualidades ou qualificações, com base no texto de Tito 1.6-9, que equipara o presbítero ao “bispo”'.
1) “Aquele que for irrepreensível”. O presbítero, ou bispo, deve ser uma pessoa de caráter cristão ilibado, íntegro, exemplar. Um “obreiro que não tem de que se envergonhar” (2 Tm 2.15).
2) “Marido de uma mulher Significa que o candidato ao presbitério ou ao episcopado deve ser um homem fiel à sua esposa. 
(Observação minha, Pr. Henrique - casado só uma vez, mesmo que ficasse viúvo ou que fosse traído por sua esposa - ).
3) Que tenha família ajustada. Paulo dá destaque especial à criação dos filhos do presbítero ou bispo (cf. 1 Tm 3.4,5).
4) “Não soberbo”. E sinônimo de “arrogante, orgulhoso, presunçoso”. Um presbítero não deve ser orgulhoso. Quando JESUS, Mestre dos mestres, e “Sumo Pastor”, lavou os pés dos discípulos, quis dar uma grande lição aos pastores, e aos presbíteros ou bispos. É bom lembrar que cargo ministerial não é sinônimo de grandeza espiritual (1 Pe 5.5).
5) “Nem iracundo”. Uma pessoa iracunda é raivosa, colérica, furiosa. Um presbítero deve ser pessoa que sabe refrear seus impulsos emocionais. A ira é a pior opção para ser cultivada. Um iracundo perde os melhores amigos e afasta a muitos de seu convívio. JESUS oferece um curso de mansidão (Mt 11.29). Há vaga para todos.
6) “Nem dado ao vinho”. Ou seja: não dado a fazer uso de bebida alcoólica (ver Ef 5.18). Não deve beber vinho embriagante, nem ser tentado ou atraído por ele, nem comer e beber com os ébrios (Mt 24.49).  Um suco de uva puro tem as mesmas propriedades terapêuticas que o vinho, exceto o teor alcoólico.
7) “Nem espancador”. Ou não violento, agressivo. O obreiro precisa ter o fruto da temperança ou do domínio próprio, para não dar lugar a seu temperamento agressivo. O servo de DEUS não deve guiar-se por seu temperamento, mas pelo ESPÍRITO SANTO (G1 5.16). 
8) “Nem cobiçoso de torpe ganância”. A ganância por bens materiais ou pelo poder tem sido a causa de muitos escândalos e descrédito contra o ministério pastoral. O apóstolo Pedro deu a mesma exortação aos presbíteros (1 Pe 5.2).
9) “Mas dado à hospitalidade”. O bispo deve ser hospitaleiro (Hb 13.2). Um presbítero, bispo ou pastor deve ser uma pessoa acolhedora; que sabe receber bem, com cortesia e amabilidade, qualquer pessoa, em sua casa, na igreja, ou em qualquer lugar. Não deve ser grosseiro nem fazer acepção de pessoas (At 10.34; Tg 2.1, 9).
10) “Amigo do bem”. O presbítero deve ter o fruto do ESPÍRITO da “benignidade”, que é a qualidade daquele que se dedica a fazer o bem (SI 37.27; G16.9, 10). Quem faz o bem colherá os frutos do que semeou.
11) “Moderado”. É sinônimo de “comedido, prudente, contido”. O presbítero ou o bispo deve ser uma pessoa assim, sem afetação, sem exibicionismo; ter uma vida sem exagero, seja na vida ministerial, seja na vida pessoal; sem ser radicalista ou liberalista, evitando os extremos. Deve ter a qualidade do fruto do ESPÍRITO da temperança (G1 5.22).
12) “Justo”. É sinônimo de “imparcial, isento, neutro, justiceiro". Ê qualidade indispensável ao líder. O Sumo Pastor nos guia “pelas veredas da justiça por amor do seu nome” (SI 23.3). Nunca usar os “dois pesos e duas medidas”.
13) “SANTO”. É qualidade e condição indispensável para uma pessoa salva. Ser santo é ser separado ou consagrado para DEUS. Um líder tem o dever de zelar pela santidade. Para isso precisa estar sempre exercitando o processo da “santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor” (Hb 12.14; 1 Pe 1.15).
14) “Temperante”. E qualidade de quem tem “temperança”, ou domínio próprio, autocontrole. Que sabe dominar seus impulsos e paixões, seja na área dos relacionamentos, na área afetiva, sexual, ou nos apetites carnais. O intemperante em qualquer área acaba prejudicando a si ou aos outros. O bispo ou presbítero precisa ser um exemplo na temperança.
Após enumerar as quatorze qualificações para a escolha de um presbítero ou bispo, Paulo diz a condição para que ele possa exercer sua nobre missão, de cuidar, zelar e alimentar o rebanho:
1) “Retendo firme a fiel Palavra, que é conforme a doutrina (1.9a)”. Para que todas as qualificações do ministro tenham valor é necessário que ele seja “exemplo dos fiéis, na palavra, no trato, na caridade, no espírito, na fé, na pureza” (1 Tm 4.12).
2) “Para que seja poderoso, tanto para admoestar com a sã doutrina como para convencer os contradizentes” (1.9b). Guardando ou retendo a “Fiel Palavra” de DEUS, o líder tem autoridade de DEUS para admoestar os que aceitam a “sã doutrina” e para “convencer os contradizentes”, ou opositores da liderança. Paulo sabia o que era esse tipo de gente (1 Tm 1.20; 2Tm 2.17; 4.14).
Para que as qualificações do presbítero ou bispo sejam completas, é interessante reunir as qualidades aqui estudadas com as da lista de Paulo a Timóteo, no capítulo 2.1-7. Uma complementa a outra.
Elinaldo Renovato. Dons espirituais & Ministeriais Servindo a DEUS e aos homens com poder extraordinário. Editora CPAD. pag. 131-135.
 
 
O ministro cristão deve ser pessoa que evita não só o mal, mas a própria aparência do mal. Sob todos os aspectos de conduta, ele tem de estar acima de repreensão. Suas relações matrimoniais não devem ter a mínima nódoa de escândalo. Muitos na igreja primitiva consideravam que marido de uma mulher era proibição de casar-se de novo por qualquer razão. O escândalo do divórcio tem envenenado tão completamente o fluxo da ordem social de nossos tempos, que devemos ser extremamente sensatos e cuidadosos nesta questão de segundo casamento, “para que o nosso ministério não caia em descrédito” (2 Co 6.3, NVI).
J. Glenn Gould. Comentário Bíblico Beacon. Editora CPAD. Vol. 9. pag. 545-547.
 
 
Observe que a maioria das qualificações envolve caráter, além da comunhão íntima com DEUS. O modo de vida de uma pessoa e os seus relacionamentos são uma janela para o seu caráter. Tenha em conta estas qualidades quando avaliar pessoas para posições de liderança em sua igreja. É importante ter líderes que possam efetivamente pregar a Palavra de DEUS, mas, ainda mais importante, eles devem viver de acordo com a Palavra de DEUS e ser exemplos para que os outros sigam.
Os pastores devem cumprir uma função positiva e outra negativa ao lidar com a verdade.
Eles devem incentivar, pregando, apoiando e reforçando as pessoas que seguem a verdade. Mas eles também devem confrontar e refutar as ideias falsas.
Comentário do Novo Testamento Aplicação Pessoal. Editora CPAD. Vol 2. pag. 553-554.
 
 
LÍDERES ORDENADOS E QUALIFICADOS (Tt 1:5-9) 
É bom desejar ser um líder espiritual. Desejar significa “dirigir o coração em direção a alguma coisa”. A liderança é uma excelente obra. Paulo destacou a sua importância. No entanto, como ele iria mostrar, os padrões são elevados.
 
 
Marido de uma só mulher. O presidente deve ser exemplarmente casado. Não se espera o celibato dos servidores da igreja, mas que tenham plena capacidade matrimonial e sejam modelos no casamento. A melhor “escola matrimonial” acontece por “exemplos matrimoniais”. (Tomemos cuidado com os extremos - Paulo, Timóteo e Tito eram solteiros, até que se prove o contrário).
Presidentes e diáconos devem ser casados uma única vez; isso aponta em 3 direções:
1) Acerca da profetiza Ana lemos que era virgem até se casar. Quando o marido morreu após 7 anos de casamento, ela passou a viver sozinha até idade avançada (84 anos), servindo a DEUS. De acordo com a palavra profética permaneceu fiel ao “noivo de sua mocidade”.
2) Conforme as palavras do Senhor a monogamia é o alvo original, estabelecido por DEUS, do relacionamento entre homem e mulher. Se os próprios gentios chamam atenção para isso e os cristãos aspiram ao amor e à fidelidade no matrimônio, quanto mais isso deveria valer, então, para aqueles que se “apresentam em todas as coisas” (logo também no casamento) como “exemplo de boas obras”.
3) A interpretação aqui fornecida possui relevância justamente com vistas à prática do divórcio, que naquela época se alastrava com força, e do correlato recasamento de pessoas divorciadas, seja entre gregos, seja entre judeus.
A expressão única pode ser mantida em forma tão genérica pelo fato de que deve caracterizar de forma abrangente a atitude básica fundamental da castidade em todas as situações. O casto não reprimiu sua sexualidade, mas a tornou íntegra, porque castidade é alegrar-se com a sexualidade respeitando os limites do respeito.
Hans Bürki. Comentário Esperança Cartas aos I Timóteo. Editora Evangélica Esperança.
 
 
QUALIFICAÇÕES MORAIS DO PASTOR OU BISPO, OU PRESBÍTERO, OU ANCIÃO -  BEP - CPAD
1Tm 3.1,2 “Esta é uma palavra fiel: Se alguém deseja o episcopado, excelente obra deseja. Convém, pois, que o bispo seja irrepreensível, marido de uma mulher, vigilante, sóbrio, honesto, hospitaleiro, apto para ensinar.”
Se algum homem deseja ser “bispo” (gr. episkopos, i.e., aquele que tem sobre si a responsabilidade pastoral, o pastor), deseja um encargo nobre e importante (3.1). É necessário, porém, que essa aspiração seja confirmada pela Palavra de DEUS (3.1-10; 4.12) e pela igreja (3.10), porque DEUS estabeleceu para a igreja certos requisitos específicos. Quem se disser chamado por DEUS para o trabalho pastoral deve ser aprovado pela igreja segundo os padrões bíblicos de 3.1-13; 4.12; Tt 1.5-9. Isso significa que a igreja não deve aceitar pessoa alguma para a obra ministerial tendo por base apenas seu desejo, sua escolaridade, sua espiritualidade, ou porque essa pessoa acha que tem visão ou chamada. A igreja da atualidade não tem o direito de reduzir esses preceitos que DEUS estabeleceu mediante o ESPÍRITO SANTO. Eles estão plenamente em vigor e devem ser observados por amor ao nome de DEUS, ao seu reino e da honra e credibilidade da elevada posição de ministro.
Os padrões bíblicos do pastor, como vemos aqui, são principalmente morais e espirituais. O caráter íntegro de quem aspira ser pastor de uma igreja é mais importante do que personalidade influente, dotes de pregação, capacidade administrativa ou graus acadêmicos. O enfoque das qualificações ministeriais concentra-se no comportamento daquele que persevera na sabedoria divina, nas decisões acertadas e na santidade devida. Os que aspiram ao pastorado sejam primeiro provados quanto à sua trajetória espiritual (cf. 3.10). Partindo daí, o ESPÍRITO SANTO estabelece o elevado padrão para o candidato, i.e., que ele precisa ser um crente que se tenha mantido firme e fiel a JESUS CRISTO e aos seus princípios de retidão, e que por isso pode servir como exemplo de fidelidade, veracidade, honestidade e pureza. Noutras palavras, seu caráter deve demonstrar o ensino de CRISTO em Mt 25.21 de que ser “fiel sobre o pouco” conduz à posição de governar “sobre o muito”.
O líder cristão deve ser, antes de mais nada, “exemplo dos fiéis” (4.12; cf. 1Pe 5.3). Isto é: sua vida cristã e sua perseverança na fé podem ser mencionadas perante a congregação como dignas de imitação.
Os dirigentes devem manifestar o mais digno exemplo de perseverança na piedade, fidelidade, pureza em face à tentação, lealdade e amor a CRISTO e ao evangelho (4.12,15).
O povo de DEUS deve aprender a ética cristã e a verdadeira piedade, não somente pela Palavra de DEUS, mas também pelo exemplo dos pastores que vivem conforme os padrões bíblicos. O pastor deve ser alguém cuja fidelidade a CRISTO pode ser tomada como padrão ou exemplo (cf. 1Co 11.1; Fp 3.17; 1Ts 1.6; 2Ts 3.7,9; 2Tm 1.13).
O ESPÍRITO SANTO acentua grandemente a liderança do crente no lar, no casamento e na família (32,4,5; Tt 1.6). Isto é: o obreiro deve ser um exemplo para a família de DEUS, especialmente na sua fidelidade à esposa e aos filhos. Se aqui ele falhar, como “terá cuidado da igreja de DEUS?” (3.5). Ele deve ser “marido de uma [só] mulher” (3.2). Esta expressão denota que o candidato ao ministério pastoral deve ser um crente que foi sempre fiel à sua esposa. A tradução literal do grego em 3.2 (mias gunaikos, um genitivo atributivo) é “homem de uma única mulher”, i.e., um marido sempre fiel à sua esposa.
Consequentemente, quem na igreja comete graves pecados morais, desqualifica-se para o exercício pastoral e para qualquer posição de liderança na igreja local (cf. 3.8-12). Tais pessoas podem ser plenamente perdoadas pela graça de DEUS, mas perderam a condição de servir como exemplo de perseverança inabalável na fé, no amor e na pureza (4.11-16; Tt 1.9). Já no AT, DEUS expressamente requereu que os dirigentes do seu povo fossem homens de elevados padrões morais e espirituais. Se falhassem, seriam substituídos (ver Gn 49.4; Lv 10.2; 21.7,17; Nm 20.12; 1Sm 2.23; Jr 23.14; 29.23).
A Palavra de DEUS declara a respeito do crente que venha a adulterar que “o seu opróbrio nunca se apagará” (Pv 6.32,33). Isto é, sua vergonha não desaparecerá. Isso não significa que nem DEUS nem a igreja perdoará tal pessoa. DEUS realmente perdoa qualquer pecado enumerado em 3.1-13, se houver tristeza segundo DEUS e arrependimento por parte da pessoa que cometeu tal pecado. O que o ESPÍRITO SANTO está declarando, porém, é que há certos pecados que são tão graves que a vergonha e a ignomínia (i.e., o opróbrio) daquele pecado permanecerão com o indivíduo mesmo depois do perdão (cf. 2Sm 12.9-14).
Mas o que dizer do rei Davi? Sua continuação como rei de Israel, a despeito do seu pecado de adultério e de homicídio (2Sm 11.1-21; 12.9-15) é vista por alguns como uma justificativa bíblica para a pessoa continuar à frente da igreja de DEUS, mesmo tendo violado os padrões já mencionados. Essa comparação, no entanto, é falha por vários motivos.
O cargo de rei de Israel do AT, e o cargo de ministro espiritual da igreja de JESUS CRISTO, segundo o NT, são duas coisas inteiramente diferentes. DEUS não somente permitiu a Davi, mas, também a muitos outros reis que foram extremamente ímpios e perversos, permanecerem como reis da nação de Israel. A liderança espiritual da igreja do NT, sendo esta comprada com o sangue de JESUS CRISTO, requer padrões espirituais muito mais altos.
Segundo a revelação divina no NT e os padrões do ministério ali exigidos, Davi não teria as qualificações para o cargo de pastor de uma igreja do NT. Ele teve diversas esposas, praticou infidelidade conjugal, falhou grandemente no governo do seu próprio lar, tornou-se homicida e derramou muito sangue (1Cr 22.8; 28.3). Observe-se também que por ter Davi, devido ao seu pecado, dado lugar a que os inimigos de DEUS blasfemassem, ele sofreu castigo divino pelo resto da sua vida (2Sm 12.9-14).
As igrejas atuais não devem, pois, desprezar as qualificações justas exigidas por DEUS para seus pastores e demais obreiros, conforme está escrito na revelação divina. É dever de toda igreja orar por seus pastores, assisti-los e sustentá-los na sua missão de servirem como “exemplo dos fiéis, na palavra, no trato, na caridade, no espírito, na fé, na pureza” (4.12).
 
 
II - A IMPORTÂNCIA DO PRESBITÉRIO
 
PRESBITÉRIO, PRESBÍTERO
Grupo ou ordem de anciãos que consagrou o jovem Timóteo (1 Tm 4.14). Parece que Paulo, nesta ocasião, liderava este grupo (2 Tm 1.6). Da mesma maneira que a nação israelita tinha seus anciãos, as Sinagogas também tinham os seus, e o mesmo ocorria com o Sinédrio. Junto com o presbitério havia um conjunto de sacerdotes e escribas. Na época do NT este grupo tinha como presidente o sumo sacerdote. Paulo estabeleceu as igrejas sob o governo de um corpo de anciãos (At 14.23; 16.4; Tt 1.5; cf. At 15.4,6,23; 20.17,28). Nas igrejas atuais, particularmente naquelas que adotam a forma de administração presbiteriana, o grupo de anciãos da Igreja local é chamado de sessão, enquanto aqueles que se reúnem como representantes das igrejas de uma área maior são chamados presbíteros. E impossível dizer se os anciãos mencionados em 1 Timóteo eram de uma ou mais igrejas.
PFEIFFER .Charles F. Dicionário Bíblico Wycliffe. Editora CPAD. pag. 1591.
 
 
1. Significado do termo.
 
PRESBÍTEROS OU ANCIÃOS (Strong Português)
πρεσβυτερος presbuteros
comparativo de presbus (de idade avançada); 
1) ancião, de idade, 
1a) líder de dois povos 
1b) avançado na vida, ancião, sênior 
1b1) antepassado
2) designativo de posto ou ofício 
2a) entre os judeus 
2a1) membros do grande concílio ou sinédrio (porque no tempos antigos os líderes do povo, juízes, etc., eram selecionados dentre os anciãos) 
2a2) daqueles que em diferentes cidades gerenciavam os negócios públicos e administravam a justiça 
2b) entre os cristãos, aqueles que presidiam as assembleias (ou igrejas). O NT usa o termo bispo, ancião e presbítero de modo permutável 
2c) os vinte e quatro membros do Sinédrio ou corte celestial assentados em tronos ao redor do trono de DEUS.
 
BISPOS (Strong português)
επισκοπος episkopos
1) supervisor 
1a) pessoa encarregada de verificar se aqueles sob a sua supervisão está fazendo corretamente o que têm que fazer, curador, guardião ou superintendente 
1b) superintendente, líder, ou supervisor de um igreja cristã
 
 
PRESBITÉRIO 
Grupo ou ordem de anciãos que consagrou o jovem Timóteo (1 Tm 4,14). Parece que Paulo, nesta ocasião, liderava este grupo (2 Tm 1.6). Da mesma maneira que a nação israelita tinha seus anciãos, as Sinagogas também tinham seus, e o mesmo ocorria com o Sinédrio. Junto com o presbitério havia um conjunto de sacerdotes e escribas. Na época do NT este grupo tinha como presidente o sumo sacerdote. Paulo estabeleceu as igrejas sob o governo de um corpo de anciãos (Atos 14.23; 16.4; Tt 1.5; cf. Atos 15.4,6,23; 20.17,28).
Nas igrejas atuais, particularmente naquelas que adotam a forma de administração presbiteriana, o grupo de anciãos da Igreja local é chamado de sessão, enquanto aqueles que se reúnem como representantes das igrejas de uma área maior são chamados presbíteros. E impossível dizer se os anciãos mencionados em 1 Timóteo eram de uma ou mais igrejas. Dicionário Bíblico Wycliffe
 
 
HAVENDO-LHES... ELEITO ANCIÃOS. A consagração de anciãos ou presbíteros (aqui, ministros ou pastores), foi feita não somente pela busca da vontade do ESPÍRITO, mediante a oração e jejum, como também através de um exame do caráter, dos dons espirituais, da reputação e da vida irrepreensível dos candidatos ao dito cargo (1 Tm 3.1-10). Se fossem achados irrepreensíveis, seriam consagrados BEP - CPAD
 
 
I Tm 4.14. Não desprezes o dom que há em ti, o qual te foi dado por profecia, com a imposição das mãos do presbitério (14). Nesta passagem, o apóstolo reconhece que o poder, que chamaríamos preparação carismática para o ministério, é decididamente o mais importante. Ele firma que Timóteo recebeu este dom por profecia, observação repetitiva de Paulo (1.18). O chamado de DEUS para servir na obra do ministério é consideração anterior e principal. E o ESPÍRITO SANTO que tem de instigar a escolha do homem para esta vocação santa. E com o seu chamado temos razão para crer que haverá as qualificações acompanhantes da “graça, dons e utilidade”.  Isto significa mais que “ter facilidade em falar”, ou “ser muito extrovertido”, ou “dar-se bem com as pessoas”, ou “ser líder nato”. Algumas destas qualidades podem complementar o equipamento espiritual essencial, mas nenhuma o substitui. Além disso, seria erro presumir que a ordenação da igreja fornece esta qualidade mística quando em falta. A significação da ordenação da igreja e sua relação com a ação anterior do ESPÍRITO estão claramente expostas em Atos 13.2,3. Falando da igreja em Antioquia na Síria, Lucas relata: “Disse o ESPÍRITO SANTO: Apartai-me a Barnabé e a Saulo para a obra a que os tenho chamado. Então, jejuando, e orando, e pondo sobre eles as mãos, os despediram”. O mero “contato manual”, como disse alguém, a imposição das mãos do presbitério não tem significado sem essa obra antecedente do ESPÍRITO SANTO. A linguagem de Paulo dá a entender perfeitamente que, referindo-se à ordenação de Timóteo, a ação do presbitério (os pastores) era reconhecimento e confirmação da ação anterior do ESPÍRITO.
J. Glenn Gould. Comentário Bíblico Beacon. Editora CPAD. Vol. 9. pag. 484-485.
 
 
I Tm 4.14 Ninguém deveria desprezar Timóteo (4.12), nem ele deveria desprezar a si mesmo. Paulo lembrou Timóteo de que ele tinha os requisitos necessários para realizar aquela obra difícil em Éfeso. Entre eles, estava um dom espiritual de DEUS. Embora Paulo não defina especificamente este dom, ele estava preocupado com a possibilidade de Timóteo hesitar em usá-lo ou deixar de usá-lo. Quando virmos as capacitações de todos os tipos (espiritual, relacional, técnica) como dons de DEUS, será mais fácil vermos a sua mão operando por meio dos esforços humanos. Ele poderia realizar a tarefa porque DEUS o tinha chamado para realizá-la, o tinha capacitado para realizá-la, e estaria com ele durante a realização dela.
Comentário do Novo Testamento Aplicação Pessoal. Editora CPAD. Vol 2. pag. 502.
 
 
Para Paulo o carisma está no começo e no centro de todo serviço e de toda a vida da igreja. O carisma não é algo acrescentado ao ministério, nem mesmo algo que somente possui certa importância à margem da verdadeira ordem eclesiástica. Dons do ESPÍRITO SANTO foram oferecidos a todos para todos, ainda que nem todos recebam os mesmos dons. Em 1Co 12-14 Paulo não fala contra Dons do ESPÍRITO SANTO, mas somente contra seu abuso. Timóteo não corre o risco dos carismáticos de Corinto. Pelo contrário, a ele o apóstolo precisa dizer: não negligencies o Dom do ESPÍRITO SANTO. O próprio DEUS o concedeu a você, não uma instância humana. Por isso utilize esse dom, exercite-se nele, use-o diligentemente!
Mediante profecia: por meio de uma palavra profética; profecias que apontam para Timóteo; falam de sua vocação. Desse chamado de DEUS lhe advém força para a luta. No começo do serviço não está o cargo, mas o carisma. No começo do carisma não está a ordenação, mas a vocação pelo próprio DEUS. Tanto o AT como o NT deixam inequivocamente claro que os servos estabelecidos para um serviço específico recebem a dádiva do BATISMO NO ESPÍRITO SANTO antes de receber os dons do ESPÍRITO para o serviço.
Pela imposição de mãos: A imposição das mãos confirma o que aconteceu, a saber, a vocação prévia por DEUS, profeticamente divulgada. A prática da imposição das mãos situa-se no âmbito dos sinais visíveis que acompanham a fé.
Paulo lhe impôs as mãos em conjunto com os anciãos (QI 30). Assim como Tito deve instalar presbíteros de cidade em cidade, assim o próprio Paulo havia instalado Timóteo como presbítero. A instalação do presbítero não era uma ação arbitrária do apóstolo, mas ele reconhecera no ESPÍRITO que DEUS já havia posto sua mão sobre o jovem: o apóstolo então agiu de modo correspondente. Embora Timóteo fosse jovem na idade, DEUS o havia chamado como “ancião” e o manifestou mediante profecia. Concedeu-lhe o ESPÍRITO SANTO, incutiu-lhe o carisma para o serviço, confirmou sua vocação pela imposição de mãos por Paulo perante muitas testemunhas.
Que carisma específico Timóteo havia, pois, recebido? Será que era pastor, mestre ou evangelista? (“Faça a obra de um evangelista!” 2Tm 4.5). O ESPÍRITO SANTO capacita o ministério com DONS DO ESPÍRITO SANTO. Seria igualmente difícil definir um dom espiritual específico para Paulo. Muito provavelmente Paulo era usado em todos os Dons do ESPÍRITO SANTO (Observação minha - Pr Henrique).
Hans Bürki. Comentário Esperança Cartas aos I Timóteo. Editora Evangélica Esperança.
 
 
2. A atuação do presbitério.
 
PRESBITÉRIO 
Grupo ou ordem de anciãos que consagrou o jovem Timóteo (1 Tm 4,14). Parece que Paulo, nesta ocasião, liderava este grupo (2 Tm 1.6). Da mesma maneira que a nação israelita tinha seus anciãos, as Sinagogas também tinham seus, e o mesmo ocorria com o Sinédrio. Junto com o presbitério havia um conjunto de sacerdotes e escribas. Na época do NT este grupo tinha como presidente o sumo sacerdote. Paulo estabeleceu as igrejas sob o governo de um corpo de anciãos (Atos 14.23; 16.4; Tt 1.5; cf. Atos 15.4,6,23; 20.17,28).
Nas igrejas atuais, particularmente naquelas que adotam a forma de administração presbiteriana, o grupo de anciãos da Igreja local é chamado de sessão, enquanto aqueles que se reúnem como representantes das igrejas de uma área maior são chamados presbíteros. E impossível dizer se os anciãos mencionados em 1 Timóteo eram de uma ou mais igrejas. Dicionário Bíblico Wycliffe
 
 
Exemplo de reunião da liderança da Igreja (presbitério) - Atos 15:1-29
PRIMEIRO CONCÍLIO DA IGREJA, OU CONVENÇÃO, OU REUNIÃO DO PRESBITÉRIO 
Então, alguns que tinham descido da Judeia ensinavam assim os irmãos: Se vos não circuncidardes, conforme o uso de Moisés, não podeis salvar-vos.
Tendo tido Paulo e Barnabé não pequena discussão e contenda contra eles, resolveu-se que Paulo, Barnabé e alguns dentre eles subissem a Jerusalém aos apóstolos e aos anciãos sobre aquela questão. E eles, sendo acompanhados pela igreja, passaram pela Fenícia e por Samaria, contando a conversão dos gentios, e davam grande alegria a todos os irmãos. Quando chegaram a Jerusalém, foram recebidos pela igreja e pelos apóstolos e anciãos e lhes anunciaram quão grandes coisas DEUS tinha feito com eles. Alguns, porém, da seita dos fariseus que tinham crido se levantaram, dizendo que era mister circuncidá-los e mandar-lhes que guardassem a lei de Moisés. Congregaram-se, pois, os apóstolos e os anciãos para considerar este assunto. E, havendo grande contenda, levantou-se Pedro e disse-lhes: Varões irmãos, bem sabeis que já há muito tempo DEUS me elegeu dentre vós, para que os gentios ouvissem da minha boca a palavra do evangelho e cressem. E Deus, que conhece os corações, lhes deu testemunho, dando-lhes o ESPÍRITO  SANTO, assim como também a nós; e não fez diferença alguma entre eles e nós, purificando o seu coração pela fé. Agora, pois, por que tentais a Deus, pondo sobre a cerviz dos discípulos um jugo que nem nossos pais nem nós podemos suportar? Mas cremos que seremos salvos pela graça do Senhor JESUS Cristo, como eles também. Então, toda a multidão se calou e escutava a Barnabé e a Paulo, que contavam quão grandes sinais e prodígios DEUS havia feito por meio deles entre os gentios. E, havendo-se eles calado, tomou Tiago a palavra, dizendo: Varões irmãos, ouvi-me. Simão relatou como, primeiramente, DEUS visitou os gentios, para tomar deles um povo para o seu nome. E com isto concordam as palavras dos profetas, como está escrito: Depois disto, voltarei e reedificarei o tabernáculo de Davi, que está caído; levantá-lo-ei das suas ruínas e tornarei a edificá-lo. Para que o resto dos homens busque ao Senhor, e também todos os gentios sobre os quais o meu nome é invocado, diz o Senhor, que faz todas estas coisas que são conhecidas desde toda a eternidade. Pelo que julgo que não se deve perturbar aqueles, dentre os gentios, que se convertem a Deus, mas escrever-lhes que se abstenham das contaminações dos ídolos, da prostituição, do que é sufocado e do sangue. Porque Moisés, desde os tempos antigos, tem em cada cidade quem o pregue e, cada sábado, é lido nas sinagogas. Então, pareceu bem aos apóstolos e aos anciãos, com toda a igreja, eleger varões dentre eles e enviá-los com Paulo e Barnabé a Antioquia, a saber: Judas, chamado Barsabás, e Silas, varões distintos entre os irmãos. E por intermédio deles escreveram o seguinte: Os apóstolos, e os anciãos, e os irmãos, aos irmãos dentre os gentios que estão em Antioquia, Síria e Cilícia, saúde. Porquanto ouvimos que alguns que saíram dentre nós vos perturbaram com palavras e transtornaram a vossa alma (não lhes tendo nós dado mandamento), pareceu-nos bem, reunidos concordemente, eleger alguns varões e enviá-los com os nossos amados Barnabé e Paulo, homens que já expuseram a vida pelo nome de nosso Senhor JESUS Cristo. Enviamos, portanto, Judas e Silas, os quais de boca vos anunciarão também o mesmo. Na verdade, pareceu bem ao ESPÍRITO  SANTO e a nós não vos impor mais encargo algum, senão estas coisas necessárias: Que vos abstenhais das coisas sacrificadas aos ídolos, e do sangue, e da carne sufocada, e da fornicação; destas coisas fareis bem se vos guardardes. Bem vos vá. Atos 15:1-29
http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/licao11-ada-1tr11-oprimeiroconciliodaigreja.htm (PARA ESTUDO POMENORIZADO DESTE ASSUNTO ENTRE NESTE LINK)
 
At 16.4,5 Pelo menos um dos novos itens da agenda da sua viagem era explicar a decisão tomada em relação aos mandamentos que haviam sido estabelecidos pelos apóstolos e anciãos no concílio de Jerusalém (At 15). As questões entre judeus e gentios que tinham sido solucionadas no concílio provavelmente surgiriam novamente nas áreas predominantemente gentílicas para onde Paulo estava viajando.
O crescimento rápido era importante nesta primeira etapa da divulgação do Evangelho em meio aos gentios. Os críticos do ministério de Paulo orientado aos gentios (especialmente a facção judaica) estariam esperando ansiosamente por uma oportunidade para calar Paulo, ou pelo menos para diminuir a sua influência. Mas aqui, na primeira penetração real do Evangelho no mundo gentílico, a igreja prosperava, da mesma maneira como havia ocorrido no início com a igreja que era composta, em sua maioria, por pessoas de origem judaica.
Comentário do Novo Testamento Aplicação Pessoal. Editora CPAD. Vol 1. pag. 697.
 
 
E, quando iam passando (tempo imperfeito) pelas cidades (Listra, Icônio, Pisídia, Antioquia) os irmãos lhes entregavam (4) — os gentios cristãos — os decretos — lit., “dogmas” como os usados para os decretos imperiais (17.7; Lc 2.1)127 — que haviam sido estabelecidos pelos apóstolos e anciãos em Jerusalém. A expressão Que haviam sido estabelecidos quer dizer literalmente “que foram julgados”. Esta é a única passagem no Novo Testamento onde o verbo comum krino foi traduzido como estabelecidos. A luz desse contexto (cap. 15), provavelmente a melhor tradução para a frase seria: “As decisões a que chegaram” (Phillips) ou “Os decretos que foram deliberados”.128
Aparentemente, a promulgação dos decretos do Concílio de Jerusalém mais ajudou do que prejudicou os trabalhos, pois lemos que: as igrejas eram confirmadas na fé e cada dia cresciam em número (5) — lit., “estavam sendo fortalecidas” e “estavam aumentando” (verbos no tempo imperfeito). Este é o quarto relatório resumido sobre o progresso do trabalho missionário (cf. 6.7; 9.31; 12.24).
Ralph Earle. Comentário Bíblico Beacon. Editora CPAD. Vol. 6. pag. 328-329.
 
 
«...decisões...», isto é, os decretos baixados quando do concilio que houve na cidade citada, eram entregues e explicados aos irmãos. Paulo sem dúvida ansiava por mostrar-se leal ao pacto firmado em Jerusalém.  Lembremo-nos, além disso, que Silas era um dos delegados originais enviados pelos irmãos de Jerusalém, o qual poderia acrescentar o seu próprio testemunho sobre a natureza das providências tomadas naquela cidade. «Os decretos e as determinações salutares devem ser diligentemente observados, pois, de outro modo, assemelhar-se-iam a um sino sem badalo». (Starke, in loc.).
«Esses decretos ainda eram claramente considerados, pelos convertidos vindos do paganismo, como a carta magna com base na qual poderiam tomar posição firme em qualquer disputa com os judaizantes, e, sem dúvida, esses decretos ajudaram a determinar muitos que ainda estavam hesitantes, a buscarem admissão na igreja cristã». (E.H. Plumptre, in loc.).
CHAMPLIN, Russell Norman, O Novo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Candeias. Vol. 3. pag. 328.
 
 
A Igreja deixou de ser localizada apenas em Jerusalém, passando pela Judeia e Samaria, e começou a se deslocar para “os confins da terra” (At 1.8). As “igrejas de DEUS” sofriam a perseguição e se espalhavam por vários lugares (1 Ts 2.14). A conversão do fariseu Saulo, no caminho de Damasco, fez dele um dos maiores evangelistas de todos os tempos. Em suas viagens missionárias, muitas igrejas foram abertas, inclusive na Europa. Em consequência, as igrejas necessitavam de líderes, que orientassem os crentes acerca do evangelho, da organização, do desenvolvimento e da maneira de viver dos novos grupos de cristãos.
Os apóstolos, como verdadeiros evangelistas e missionários, não podiam ficar radicados num só lugar. Uns tinham que se dedicar “à oração e à palavra” (At 6.4). Outros precisavam sair evangelizando, mas o crescimento da obra exigia mais pessoas para ajudá-los. Assim, com o passar dos anos, foram surgindo crentes de mais idade, que demonstravam condição para cuidar dos mais novos convertidos. A boa semente do evangelho frutificava em vários lugares, e os líderes da Igreja tomaram providências para que, em cada cidade, fossem estabelecidos líderes locais para cuidarem do rebanho.
Barnabé e Saulo foram encarregados de levar socorro aos irmãos da Judeia, e o fizeram, entregando a ajuda “aos anciãos” (At 11.30). Havia uma grande fome naquela região e os líderes, com sabedoria, não mandaram a ajuda de qualquer forma. Enviaram aos líderes da comunidade cristã. Em sua primeira viagem missionária, Paulo e Barnabé chegaram a Icônio, foram perseguidos e saíram para listra, Derbe, Antioquia, Pisídia e por muitas outras cidades. Eles fizeram excelente trabalho missionário, fundando muitas igrejas por onde passavam. E as multidões de crentes precisavam ser discipuladas.
Àquela altura da expansão da Igreja, não havia ainda um ministério organizado como conhecemos hoje, com apóstolos, profetas, pastores, evangelistas, mestres, presbíteros e diáconos, de forma bem definida e até impropriamente hierarquizada. Por isso, os discípulos mais antigos, e de mais idade, eram designados para cuidar de cada igreja. Eram os anciãos, que iam sendo escolhidos para serem superintendentes, supervisores, ou bispos. Exortando os irmãos de Éfeso, Paulo falou para os líderes daquela igreja: “Olhai, pois, por vós e por todo o rebanho sobre que o ESPÍRITO SANTO vos constituiu bispos, para apascentardes a igreja de DEUS, que ele resgatou com seu próprio sangue” (At 20.28).
Em sua carta a Tito, Paulo mostra que é um verdadeiro pastor e líder, chamado por DEUS (1 Co 1.1; G1 1.1), e tem cuidado das igrejas que fundou em suas viagens missionárias. E diz para seu discípulo: “Por esta causa te deixei em Creta, para que pusesses em boa ordem as coisas que ainda restam e, de cidade em cidade, estabelecesses presbíteros, como já te mandei” (Tt 1.5). De acordo com o entendimento da época, a igreja local deveria ter à frente um obreiro experiente e de mais idade. Que fosse um ancião. Um jovem obreiro pode ter muito conhecimento bíblico e até muita unção de DEUS. Mas a experiência só se consegue com o tempo, com o passar dos anos (Jó 32.7). Temos aí as exceções devidas, como Timóteo e Tito.
Ao longo dos séculos, a atividade do presbítero caracterizou-se pelo ministério de administrar as igrejas, bem como do ensino da Palavra, oração, visitação e aconselhamento etc. É atividade necessária para o bom ordenamento das atividades das igrejas locais. O pastor local, ou presbítero, ou ancião, ou bispo, é obreiro que colabora com o pastor da igreja que também é um presbítero, ajudando-o no cuidado do rebanho do Senhor JESUS CRISTO.
Elinaldo Renovato. Dons espirituais & Ministeriais Servindo a DEUS e aos homens com poder extraordinário. Editora CPAD. pag. 129-130. Com acréscimos do Pr Henrique.
 
 
Na Assembleia de DEUS, o presbítero pode ser o bispo, ou o supervisor, ou o coordenador, ou o pastor-presidente, ou o pastor local, ou o pastor congregacional ou o auxiliar direto do pastor. O bispo é o supervisor de área em alguns locais onde existem várias congregações, ou corrdenador. O ancião, ou presbítero, pode ser o Pastor-Presidente de uma cidade ou região e às vezes uma liderança nacional sobre os pastores.
Porém, na bíblia, os ministros de CRISTO, como em Efésios 4.11 exercem funções de liderança dentro da Igreja, tanto local, como nacional, como internacional. Muitos dos ministros exerciam o ministério e a funçao eclesiástica. 
Por exemplo:
Pedro era apóstolo, mas era presbítero porque ajudava o líder apóstolo Tiago, irmão de JESUS, na igreja em Jerusalém..
Paulo era apóstolo, mas era também mestre e exercia a função de bispo, pois coordenava as igrejas abertas por ele e Barnabé e Silas.
Tiago era apóstolo, mas também ancião, pois dirigia a Igreja em Jerusalém como pastor presidente.
João era apóstolo e também Ancião, dirigiu igreja em Éfeso e muito usado por DEUS em escrever sobre o futuro.
 
 
No Novo Testamento, tanto o pastor, como o presbítero, como o bispo, como o ancião são uma só pessoa, sendo que cada presbítero poderia assumir uma posição congregacional, ou de supervisor (bispo) de várias igrejas, como pastor-presidente (ancião) de uma igreja com várias congregações.
 
 
 
3. A valorização do presbitério.
 
Presbíteros e o Presbitério
E os discípulos determinaram mandar, cada um conforme o que pudesse, socorro aos irmãos que habitavam na Judeia. O que eles com efeito fizeram, enviando-o aos anciãos (presbíteros) por mão de Barnabé e de Saulo. Atos 11:29,30
O significado e a importância para a Igreja do NT.
Os termos associados com esta posição aparecem mais de setenta vezes no NT: 
(a) quase metade das citações referem-se ao ofício no Judaísmo (cp. Mt 15.2; 26.47; Mc 8.31; 14.43; At 4.5; 25.15; note: o termo não é usado nenhuma vez no evangelho de João, exceto na variante textual em 8.9, e isto é particularmente significante à luz do tom negativo do quarto evangelho para com o Judaísmo em geral); 
(b) cinco referências são designações comparativas de idade (cp. Lc 15.25; At 2.17 [RSV “homens mais velhos”]; Rm 9.12; l Tm 5.2 [RSV “mulheres mais velhas”]; Hb 11.2 [RSV “homens de idade”]; 
(c) as referências restantes são em relação ao ofício na Igreja Primitiva. Na história apostólica de Lucas, o ofício aparece, sem explicações de sua origem, pela primeira vez em Atos 11.30. A referência aqui é aos presbíteros na Igreja da Judéia, para quem uma coleta foi tirada na Igreja de Antioquia. Nos é dito mais tarde que Paulo “designou” (do verbo grego que significa “escolher ou eleger por meio de mãos levantadas ou indicação”) presbíteros em cada Igreja (At 14.23). A exata natureza desta ordenação apostólica ou nomeação não é descrita exceto para sugerir que orações e jejuns faziam parte do ritual. Nós podemos supor que esta aparição inexplicável, em contraste com a escolha dos sete em Atos 6, implica numa transição natural, da estrutura da Sinagoga Judaica para a organização da Igreja Primitiva (cp. At 2.46).
No ministério de Paulo (cp. At 20.17-38), quando ele se encontrou com os presbíteros da igreja de Éfeso, ele parece referir-se aos três termos ao mesmo tempo — presbítero, bispo ou supervisor e pastor. A ideia de presbíteros servindo como pastores do rebanho e supervisionando a administração da Igreja ajudou a distinguir o título do ofício de suas funções práticas. Em outras palavras, o termo presbítero, originalmente, designava aqueles que eram, tanto natural quanto espiritualmente, mais velhos ou mais maduros ou mais experientes. Observe que Paulo faz menção específica ao fato de que ninguém deveria ser admitido ao ofício de presbítero ou bispo sendo um “recém-convertido” ou noviço (cp. l Tm 3.6). Timóteo e Tito, embora jovens, tinham experiência comprovada por Paulo e os demais presbíteros da Igreja. Os outros termos — pastor e bispo ou supervisor — referem-se às funções deste ofício na Igreja. Um presbítero é, portanto, um homem mais velho, um homem membro da Igreja espiritualmente mais maduro, que é responsável pela administração da congregação, podendo ser uma pessoa não tão velho, mas bem experiente. É instrutivo que Pedro refere-se a si mesmo como um presbítero; “Aos presbíteros, pois, que há entre vós, rogo eu, que sou presbítero com eles” (I Pe 5.1). Nos últimos escritos pós-apostólicos da Igreja, há uma evidência clara de que o ministério de pastor ou bispo e presbítero eram o mesmo (cp. Didaquê 10.6). Devemos também supor que homens maduros podem significar experientes em evangelismo, perseguições sofridas, em lutas pelo evangelho, como Timóteo e Tito (acréscimo meu - Pr Henrique)..
MERRILL C. TENNEY. Enciclopédia da Bíblia. Editora Cultura Cristã. Vol. 1. pag. 297-299.
 
 
Recompensa Adequada pelo Serviço Fiel (5.17,18)
Os presbíteros (anciãos) que governam bem sejam estimados por dignos de duplicada honra, principalmente os que trabalham na palavra e na doutrina. 1 Timóteo 5:17
As palavras “anciãos” (1) e presbíteros (17; aqui quer dizer “pastores”, cf. BV) são tradução da mesma palavra grega; os significados, embora distintos, estão correlacionados. No versículo 1, significa os membros mais idosos da congregação; mas aqui diz respeito aos indivíduos separados para a obra do ministério: Os presbíteros que governam bem sejam estimados por dignos de duplicada honra, principalmente os que trabalham na palavra e na doutrina (17). Há comentaristas que entendem que este versículo antecipa a distinção entre “pastores” que governam e “pastores que ensinam”, que é a prática em certas igrejas reformadas. Mas isso é improvável, quando lembramos que Paulo já havia declarado especificamente que todo bispo (ou pastor) tem de ser “apto para ensinar” (3.2).
O apóstolo está estipulando a Timóteo que o pastor que combina igreja com o serviço fiel e talentoso como pregador e professor de honra. Junto do honorário deve ser incluída a honra. Ainda não havia chegado o dia em que os ministros da igreja seriam totalmente sustentados. O costume que então vigorava era que os líderes da igreja se sustentassem, da mesma maneira que o apóstolo o fazia. Na opinião de Paulo, o bom serviço merece reconhecimento e recompensa. Aquele cujo tempo era tomado quase todo pelo trabalho da igreja deveria receber maior compensação.
Paulo sustenta seu conselho com um argumento que lembra 1 Coríntios 9.9: Porque diz a Escritura: Não ligarás a boca ao boi que debulha. E: Digno é o obreiro do seu salário (18). A primeira destas passagens é um preceito do Antigo Testamento encontrado em Deuteronômio 15.4, e em sua situação original é uma ordenação humanitária. Mas em outro texto Paulo argumenta que tem um significado mais profundo: “Porventura, tem DEUS cuidado dos bois? Ou não o diz certamente por nós?” (1 Co 9.9,10). O apóstolo também cita outra passagem para a qual dá importância igual: Digno é o obreiro do seu salário. Esta é declaração de nosso Senhor registrada em Lucas 10.7. O fato surpreendente é que os estudiosos do Novo Testamento não conseguem achar evidências para provar que o Evangelho de Lucas tinha acesso geral quando estas palavras foram escritas. Provável é que o Evangelho de Lucas fosse conhecido por Paulo e também por Timóteo (Paulo teve Lucas a seu lado por um longo período).
E. K. Simpson assume a posição, junto com B. B. Warfield, de que “temos aqui uma citação verbalmente exata do Evangelho de Lucas, tratada como porção integrante das Santas Escrituras”. Nesta passagem, o apóstolo deixa clara sua opinião de que o serviço fiel e eficaz merece reconhecimento e remuneração adequada. É óbvio que a igreja começava a mudar rumando para um ministério assalariado, totalmente separado para DEUS.
J. Glenn Gould. Comentário Bíblico Beacon. Editora CPAD. Vol. 9. pag. 490-491. Com acréscimos do Pr Henrique
 
 
Dobrada honra: o termo honra retoma nitidamente o tema do v. 3, onde já se evidenciou que ele não podia se referir apenas ao sustento ou ao salário. Honrar uma pessoa significa reconhecê-la, atribuir-lhe o valor que lhe cabe. O próprio Timóteo não havia recebido a honra e o reconhecimento que merecia. Em vez de exigi-los para si, deve responder a essa deficiência com vida exemplar. 
Sobretudo os que trabalham na palavra e no ensino: que realizam algo, que se esforçam, termo frequente em Paulo.
Palavra: como em 1Tm 4.12; 1Co 1.5; de modo geral a proclamação da mensagem de CRISTO.
Ensino: instrução para viver a partir da fé. De acordo com 1Tm 3.2 e Tt 1.9, ensinar faz parte das atribuições do pastor. Consequentemente se fala aqui de vários pastores em Éfeso, assim como acontecia na igreja em Filipos. Os dirigentes das famílias em cujos lares surgiram as primeiras igrejas caseiras também eram os pastores naturais para as igrejas, caso fossem aprovados.
Contrariando a declaração, muitas vezes reiterada, de que as pastorais preferem títulos para cargos sem descrever a função deles, ao passo que o próprio Paulo raramente empregaria títulos para cargos, mas em troca assinala o conteúdo dos diversos serviços, aparece o presente versículo: “Sobretudo aqueles que trabalham na palavra e no ensino.” Nem aqui nem em 1Tm 3.1s se fala de uma ordem hierárquica dos ministérios. Por isso o jovem Timóteo pode ser convocado para ser “presbítero”, porque em última análise a chave não é a idade, nem o cargo em si, mas o serviço ao evangelho, o empenho e o labor dentro dele (1Tm 4.14).
Hans Bürki. Comentário Esperança Cartas aos I Timóteo. Editora Evangélica Esperança.
 
 
NORMAS PARA A ADMINISTRAÇÃO PRÁTICA
1 Timóteo 5:17-22 - Não atarás a boca ao boi, quando trilhar. Deuteronômio 25:4 - ...pois digno é o obreiro de seu salário. ... Lucas 10:7
Esta passagem consiste numa série de normas muito práticas para a vida e a administração da Igreja.
Deve-se honrar adequadamente os anciãos, e também pagar-lhes como corresponde. No Oriente quando se debulhava, as hastes de trigo se deixavam na era; logo se fazia com que várias juntas de bois caminhassem sobre eles; ou se atava os bois num poste no meio, como um eixo e eram partidos ao redor do grão; outras vezes se acoplava a eles um pau de debulhar, aquele que se fazia passar e repassar sobre o trigo; mas em todos os casos se deixava os bois sem focinheira; estavam livres para comer todo o grão que quisessem como prêmio pelo trabalho que estavam fazendo. A lei existente de que não se devia atar a boca aos bois encontra-se em Deuteronômio 25:4. A afirmação de que todo obreiro é digno de seu trabalho pertence a JESUS (Lucas 10:7). O mais provável é que Ele tenha citado um provérbio. Todo homem que trabalha merece seu sustento, e quanto mais trabalha, mais terá ganho e merecido. O cristianismo nunca teve nada que ver com a ética suave e sentimental que exige salários iguais para todos. O que recebe o homem deve ser sempre proporcional a seu trabalho. Mas devemos notar quais são os anciãos que devem ser especialmente honrados e retribuídos. Trata-se daqueles que trabalham na pregação e no ensino.  O homem que verdadeiramente honrava a Igreja era aquele que trabalhava para edificá-la com sua pregação da verdade às pessoas, e com sua tarefa de educar os mais jovens e os novos conversos no caminho cristão.
Paulo previne a Timóteo que “a ninguém imponhas precipitadamente as mãos”. Isso pode significar uma de duas coisas.
Pode ser que signifique que não deve ser muito ligeiro em impor as mãos a qualquer pessoa para ordená-la numa função da Igreja. Ninguém deveria começar no posto mais alto. A pessoa deve dar provas de que merece uma posição de responsabilidade e liderança. Isto é duplamente importante na Igreja; porque uma pessoa que é elevada a uma alta função e logo fracassa nela ou a desacredita, não só traz desonra sobre si mesmo, mas também sobre a Igreja. Num mundo crítico a Igreja não pode deixar de ser muito cuidadosa no que concerne à classe de pessoas que escolhe como dirigentes.
BARCLAY. William. Comentário Bíblico. I Timóteo. pag. 129-133.
 
 
III - OS DEVERES DO PRESBITÉRIO
 
PRESBITÉRIO
LIDERANÇAS
Com o crescimento da igreja houve a necessidade de se colocar líderes para governarem a igreja em cada localidade. Depois, em uma mesma cidade já foram abertas várias congregações, tudo em casas no início, aí foram necessários líderes para liderarem os líderes das congregações. Havendo agora várias regiões com igrejas implantadas, houve a necessidade de líderes que liderassem sobre os líderes que já eram líderes de outros líderes locais.
Com o crescimento contínuo da igreja houve a necessidade de serem criados concílios onde se tomavam as principais decisões da Igreja, como por exemplo, o concílio de Jerusalém.
CONCÍLIO
Então, alguns que tinham descido da Judeia ensinavam assim os irmãos: Se vos não circuncidardes, conforme o uso de Moisés, não podeis salvar-vos. Tendo tido Paulo e Barnabé não pequena discussão e contenda contra eles, resolveu-se que Paulo, Barnabé e alguns dentre eles subissem a Jerusalém aos apóstolos e aos anciãos sobre aquela questão. E eles, sendo acompanhados pela igreja, passaram pela Fenícia e por Samaria, contando a conversão dos gentios, e davam grande alegria a todos os irmãos. Quando chegaram a Jerusalém, foram recebidos pela igreja e pelos apóstolos e anciãos e lhes anunciaram quão grandes coisas DEUS tinha feito com eles. Alguns, porém, da seita dos fariseus que tinham crido se levantaram, dizendo que era mister circuncidá-los e mandar-lhes que guardassem a lei de Moisés. Congregaram-se, pois, os apóstolos e os anciãos para considerar este assunto. Atos 15:1-6.
DECISÃO
Então, pareceu bem aos apóstolos e aos anciãos, com toda a igreja, eleger varões dentre eles e enviá-los com Paulo e Barnabé a Antioquia, a saber: Judas, chamado Barsabás, e Silas, varões distintos entre os irmãos. E por intermédio deles escreveram o seguinte: Os apóstolos, e os anciãos, e os irmãos, aos irmãos dentre os gentios que estão em Antioquia, Síria e Cilícia, saúde. Porquanto ouvimos que alguns que saíram dentre nós vos perturbaram com palavras e transtornaram a vossa alma (não lhes tendo nós dado mandamento), pareceu-nos bem, reunidos concordemente, eleger alguns varões e enviá-los com os nossos amados Barnabé e Paulo, homens que já expuseram a vida pelo nome de nosso Senhor JESUS CRISTO. Enviamos, portanto, Judas e Silas, os quais de boca vos anunciarão também o mesmo. Na verdade, pareceu bem ao ESPÍRITO SANTO e a nós não vos impor mais encargo algum, senão estas coisas necessárias: Que vos abstenhais das coisas sacrificadas aos ídolos, e do sangue, e da carne sufocada, e da fornicação; destas coisas fareis bem se vos guardardes. Bem vos vá. Atos 15:22-29.
 
 
A lógica do presbitério.
Presbíteros locais pastoreiam ovelhas, ou seja os crentes.
Presbíteros supervisores pastoreiam presbíteros locais.
Presbíteros presidentes pastoreiam presbíteros supervisores.
 
 
1. Apascentar a igreja.
Aos presbíteros que estão entre vós, admoesto eu, que sou também presbítero com eles, e testemunha das aflições de Cristo, e participante da glória que se há de revelar: apascentai o rebanho de DEUSque está entre vós, tendo cuidado dele, não por força, mas voluntariamente; nem por torpe ganância, mas de ânimo pronto; nem como tendo domínio sobre a herança de Deus, mas servindo de exemplo ao rebanho. 1 Pedro 5:1-3
 
A natureza e o significado honrosos do cargo ou da função do presbítero ou bispo lhe confere muitas responsabilidades. Seus deveres são inerentes às suas qualificações. Deveres, conforme indicam os textos bíblicos sobre o presbítero:
APASCENTAR A IGREJA
Os presbíteros, como pastores, na igreja local, têm o dever de alimentar o rebanho de CRISTO, com a sã doutrina, que é o alimento puro, saudável e nutritivo para sua vida espiritual, social, moral, familiar, como cidadão do céu e da terra. O apóstolo Pedro exorta muito bem aos presbíteros quanto a esse dever primordial de sua missão: “Apascentai o rebanho de DEUS que está entre vós...” (1 Pe 5.2a).
CUIDAR DO REBANHO
Diz Pedro aos presbíteros que devem apascentar “o rebanho de DEUS”, “tendo cuidado dele, não por força, mas voluntariamente; nem por torpe ganância, mas de ânimo pronto; nem como tendo domínio sobre a herança de DEUS, mas servindo de exemplo ao rebanho” (1 Pe 5.2,3). Os cuidados pastorais com as ovelhas requerem muita graça e capacidade, concedidas por DEUS. O presbítero deve ter a consciência de que não é dono do rebanho. Ele cuida de ovelhas que pertencem ao Senhor JESUS e não a ele.
a) Não “por força”. Por isso, o presbítero, pastor ou bispo não tem o direito de usar “a força” ou o autoritarismo para dirigir a igreja local. Já ouvimos de obreiro que, aborrecido com alguma atitude de um ou outro crente, esbraveja, no púlpito: “Aqui, quem manda sou eu; quem quiser pode sair”. Esse tipo de comportamento revela um obreiro fracassado; que não tem autoridade nem competência para cuidar do rebanho de DEUS. O líder cristão não deve agir “por força”, mas pelo poder do ESPÍRITO de DEUS (cf. Zc 4.6).
b) “Mas voluntariamente”. O trabalho do presbítero deve ser voluntário, ou espontâneo. Não deve ser feito por obrigação imposta. Os obreiros que mais progridem em seus ministérios e as igrejas sob seu cuidado crescem são aqueles que o fazem por satisfação em servir. Quem serve voluntariamente enfrenta as lutas próprias do ministério, mas não sofre tanto desgaste quanto aqueles que executam as atividades “por obrigação”.
Observação minha, Pr. Henrique: Também não deve ser por causa financeira, ou de parentesco ou por outra causa que o force a ocupar esta posição. Alguns presbíteros só o são por pressão de seus pais que são pastores e desejam que seus filhos também o sejam. (São forçados a servirem sem desejarem, ou terem chamada de DEUS).
Existem obreiros que chegaram ao presbitério porque exigiram seus cargos e existem outros que foram colocados contra suas vontades ou porque precisam manter em sigilo os "negócios" de seus pais.
c) “Nem por torpe ganância”. Uma das qualificações do presbítero ou bispo é não ser “cobiçoso de torpe ganância” (Tt 1.7). E não ter apego “ao lucro desonesto”, ao uso indevido dos recursos financeiros da igreja que dirige.
Observação minha, Pr. Henrique: Muitos presbíteros "vendem o rebanho" na época de política em troca de vantagens financeiras ou favores políticos.
d) “Mas de ânimo pronto”. Essa recomendação fala de disposição mental para servir à igreja, com prontidão. DEUS chamou Davi para ser rei, porque, entre suas qualidades pessoais ele era “valente e animoso” (1 Sm 16.18). Uma das piores coisas para uma igreja é um obreiro desanimado, sem coragem, sem interesse em ver a obra crescer. Há obreiros que estão à frente de uma igreja, apenas para ter um emprego, uma fonte de renda. Não deve ser indicado para presbítero um obreiro sem ânimo.
Observação minha, Pr. Henrique: Uma das principais causas de estagnação do crescimento de igrejas é a falta de ânimo espiritual de seus líderes. Sem a alegria do ESPÍRITO SANTO não há crescimento qualitativo e nem quantitativo.
e) “Nem como tendo domínio sobre a herança de DEUS”. É um terrível engano, quando o obreiro acha que é dono da igreja local. JESUS não chama o obreiro para que ele “mande” na igreja, mas para ser servo da igreja. Autoritarismo não faz parte da liderança cristã. A resposta de JESUS ao desejo de grandeza (Mt 20.21) foi uma lição eloquente para todos os líderes cristãos (Mt 20.25-28).
Observação minha, Pr. Henrique: Reuniões periódicas com a liderança é primordial na organização da igreja. Todos os líderes devem ter o direito de se expressarem a respeito do bom andamento da igreja. Decisões devem ser tomadas em conjunto. "Na multidão de conselhos se acha sabedoria".
f) “Mas servindo de exemplo ao rebanho”. O presbítero ou bispo deve ser um líder. E o verdadeiro líder não é o que “manda”, mas o que vai à frente dos liderados. O Bom Pastor não manda as ovelhas irem à frente. Ela vai “... adiante delas, e as ovelhas o seguem, porque conhecem a sua voz” (Jo 10.4). O líder é o que influencia com seu exemplo as ovelhas e elas o seguem para o seu objetivo.
Observação minha, Pr. Henrique: Vemos os líderes em Atos cheios do ESPÍRITO SANTO - Todos tinham dons espirituais que confirmavam seus ministérios e serviam como confirmação de autoridade divina para seus liderados.
Elinaldo Renovato. Dons espirituais & Ministeriais Servindo a DEUS e aos homens com poder extraordinário. Editora CPAD. pag. 135-137.
 
O dever do pastor é: providenciar pasto, caminhos para o pasto, proteção nos caminhos para o pasto e local seguro para o rebanho. Portanto, o dever do pastor vai além da pregação. O rebanho é a Igreja. Ela pertence a DEUS como sua possessão comprada. Em certa época seus membros eram como ovelhas desgarradas, mas elas voltaram ao “Pastor e Bispo” da sua alma (cf. 2.25 - JESUS). O pastor deve instruir e guiar o rebanho em obediência e sujeição à completa vontade de DEUS.
A compensação terrena do líder pode ser insignificante, mas quando aparecer o Sumo Pastor (cf. 4.13), ele terá a sua recompensa incorruptível (cf. 1.4,5), a coroa de glória, “a felicidade do céu, o elemento principal de a vida de DEUS ser derramada na alma por meio de CRISTO”; “uma participação perpétua na sua glória e honra” (Bíblia Viva).
Roy S. Nicholson. Comentário Bíblico Beacon. Editora CPAD. Vol. 10. pag. 242-243.
 
I Ped 5.2,3 O mandamento de Pedro para que os presbíteros apascentem o rebanho de DEUS é uma repetição das palavras que o Senhor JESUS disse ao próprio Pedro: “Apascenta as minhas ovelhas” (Jo 21.16). A mesma palavra grega é usada nas duas passagens, significando “guiar”, “atender”, “cuidar”, ou “pastorear”. O “rebanho” são os crentes; os presbíteros tinham responsabilidades sobre as igrejas individuais e, consequentemente, sobre uma certa parte do “rebanho” de DEUS. Os presbíteros deviam ser como pastores, que conduzem, orientam e protegem as ovelhas que estão sob os seus cuidados. Os crentes precisariam de bons líderes quando enfrentassem a perseguição. Pedro esperava que eles fizessem a vontade de DEUS à sua maneira, tentando agradar a DEUS com fervor.
A fórmula que JESUS usava sempre era que aqueles que lideram devem ser os melhores servos (Mc 10.42-45). Os líderes devem ser exemplos de humildade e de servilismo. Os líderes não devem intimidar nem coagir as pessoas.
Comentário do Novo Testamento Aplicação Pessoal. Editora CPAD. Vol 2. pag. 732-733.
 
“...admoesto eu”. E, para reforçar essa exortação, ele lhes diz que é presbítero com eles, e assim não impõe nada a eles que ele não esteja disposto a fazer também. Ele é também “...testemunha das aflições de CRISTO”, tendo estado com Ele no jardim, acompanhando-o ao palácio do sumo sacerdote, e muito provavelmente tendo sido testemunha do seu sofrimento na cruz, à distância, entre a multidão (At 3.15). Ele acrescenta que é também “...participante da glória” que em certa medida foi revelada na transfiguração (Mt 17.1-3), e vai ser completamente desfrutada na segunda vinda de JESUS CRISTO.
HENRY. Matthew. Comentário Matthew Henry Novo Testamento ATOS A APOCALIPSE Edição completa. Editora CPAD. pag. 882.
 
 
2. Liderar a igreja local.
 
O líder era apresentado a Igreja pela IMPOSIÇÃO DE MÃOS E PELO JEJUM.
Por este motivo, te lembro que despertes o dom de DEUS, que existe em ti pela imposição das minhas mãos. 2 Timóteo 1:6 
Não desprezes o dom que há em ti, o qual te foi dado por profecia, com a imposição das mãos do presbitério. 1 Timóteo 4:14 
Então, jejuando, e orando, e pondo sobre eles as mãos, os despediram. Atos 13:3  
E, impondo-lhes Paulo as mãos, veio sobre eles o ESPÍRITO SANTO; e falavam línguas e profetizavam. Atos 19:6 
 A ninguém imponhas precipitadamente as mãos, nem participes dos pecados alheios; conserva-te a ti mesmo puro. 1 Timóteo 5:22
A NINGUÉM IMPONHAS PRECIPITADAMENTE AS MÃOS. No tocante à ordenação de um presbítero (cf. 1Tm 4.14; At 6.6), Paulo estabelece várias coisas: (1) Ninguém deve ser ordenado para essa posição "precipitadamente". Isto é, a devida cautela e as diretrizes bíblicas devem ser observadas (ver Tt 1.5). (2) Ordenar um homem a presbítero é um ato público diante da igreja, afirmando que a vida desse homem satisfaz o padrão divino da perseverança na piedade, segundo está escrito em 1 Timóteo 3.1-7 e Tito 1.5-9. Noutras palavras, aqueles que serão ordenados para um cargo de direção espiritual devem ter um passado de fidelidade ao Senhor, desde a sua profissão de fé em CRISTO. (3) Se uma igreja ordena ou separa alguém, precipitadamente, i.e., sem as qualificações para o ministério, está contrariando as diretrizes divinas, e torna-se participante dos pecados desse homem (v. 22). A admoestação de Paulo: "conserva-te a ti mesmo puro" (v. 22), inclui  recusar-se a envolver-se na escolha ou ordenação de qualquer pessoa indigna de ser ministro. BEP - CPAD.
O presbítero ou bispo tem o dever de cuidar “da Igreja de DEUS” (1 Tm 3.5). Para tanto, precisa saber “governar a sua própria casa” (1 Tm 3.4). Daí, deduz-se que um dos seus deveres é “governar” (cf. 1 Tm 5.17a) ou liderar a igreja local.
ENSINAR A IGREJA
O presbítero como homem mais experiente tem o dever de ser um ensinador na igreja local. “Os presbíteros que governam bem sejam estimados por dignos de duplicada honra, principalmente os que trabalham na palavra e na doutrina (1 Tm 5.17 — grifo nosso).
PRESERVAR A IGREJA CONTRA OS ERROS
Em todos os tempos, as igrejas foram alvo das heresias e dos falsos ensinos. Nos tempos presentes, não é diferente. Multiplicam-se como ervas daninhas os ensinos distorcidos, os modismos e as práticas estranhas à ortodoxia bíblica. O presbítero, como líder do rebanho, deve preservar a igreja local das investidas dos falsos mestres, “...retendo firme a fiel palavra, que é conforme a doutrina, para que seja poderoso, tanto para admoestar com a sã doutrina como para convencer os contradizentes” (Tt 1.9; 1 Tm 4.1).
Elinaldo Renovato. Dons espirituais & Ministeriais Servindo a DEUS e aos homens com poder extraordinário. Editora CPAD. pag. 137. 
 
Vi vários líderes perderem seus ministérios por causa da escolha errada de seus líderes de departamentos. Colocavam pessoas baseados em suas condições financeiras, culturais ou intelectuais e não por capacidade espiritual.
 
 
O DEVER DE REPREENDER
Fala disto, e exorta, e repreende com toda a autoridade. Ninguém te despreze. Tito 2:15 que pregues a palavra, instes a tempo e fora de tempo, redarguas, repreendas, exortes, com toda a longanimidade e doutrina.
2 Timóteo 4:2
Exorta semelhantemente os jovens a que sejam moderados. Tito 2:6
Persiste em ler, exortar e ensinar, até que eu vá. 1 Timóteo 4:13
 
1 Timóteo 5:1-2
Sempre é muito difícil repreender a outro com afabilidade; e a Timóteo algumas vezes corresponderia uma tarefa duplamente difícil — a de repreender uma pessoa mais velha que ele.
Crisóstomo escreve: "A reprimenda ofende por natureza, em particular quando é dirigida a uma pessoa mais velha; e quando provém de um homem jovem também, há uma tripla amostra de atrevimento. Deverá suavizá-la, portanto, com o modo e benignidade da mesma. Porque é possível repreender sem ofender, se tão somente se cuida nisso; requer uma grande discrição, mas pode-se fazer."
Sempre é problemático censurar e repreender. Podemos detestar tanto a tarefa de advertir a alguém que a evitemos por completo. Muitas pessoas se teriam salvado de cair na aflição ou na desgraça, se alguém lhes tivesse advertido ou repreendido a tempo. Não pode haver nada mais terrível na vida que escutar a alguém que nos diga o seguinte: "Nunca teria chegado a isto, se você me tivesse falado a tempo." É um equívoco evitar a palavra que se devia pronunciar.
Podemos censurar e repreender a uma pessoa de tal forma que não haja nada mais que irritação em nossa voz e amargura em nossas mentes e corações. A repreensão irada e a reprimenda que rechaça e despreza são raramente efetivos, e o mais provável é que causem mais mal que bem.
Só a reprimenda que provém do amor é efetiva. Se alguma vez tivermos razão para repreender a alguém, devemos fazê-lo de tal maneira que esclareçamos que o fazemos, não porque o desejamos, mas sim porque somos obrigados pelo amor, e porque queremos ajudar e não ferir.
 
AS RELAÇÕES DA VIDA
1 Timóteo 5:1-2 - Estes dois versículos estabelecem o espírito que deveriam exibir as diferentes relações das distintas idades da vida.
(1) Devemos tratar as pessoas mais velhas com afeto e respeito. Deve-se tratar o homem mais velho como a um pai, e a mulher mais velha como uma mãe. O mundo antigo conhecia bem a deferência e o respeito que se deviam à idade.
Uma das coisas mais terríveis da vida é que a juventude muitas vezes tende a considerar os anciãos como uma moléstia. Deve-se dar sempre à velhice o respeito e o afeto devido, àqueles que viveram por longo tempo e andaram muito pelo caminho da vida e da experiência. Quando existe um respeito e um afeto mútuos, então a sabedoria e a experiência da idade podem cooperar com a força, o espírito aventureiro e o entusiasmo da juventude, para grande benefício de ambos. Levítico 19.32 Diante das cãs te levantarás, e honrarás a face do ancião, e temerás o teu DEUS. Eu sou o Senhor.
(2) Devemos mostrar fraternidade a nossos contemporâneos. Os homens jovens devem ser tratados como irmãos. Deve haver tolerância e se devem compartilhar as cotas com nossos contemporâneos. Os cristãos nunca poderão ser estranhos uns dos outros; devem ser irmãos no Senhor.
(3) As relações para com aqueles do sexo oposto devem distinguir-se pela sua pureza. Deve-se reservar o amor para uma pessoa; é algo temível que o físico domine a relação entre os sexos, e que um homem não possa olhar a uma mulher sem pensar em seu corpo. Deve existir uma fraternidade de mente e coração entre o povo de CRISTO, limpa de todo desejo e assegurada pela classe mais alta de mútuo amor cristão.
BARCLAY. William. Comentário Bíblico. I Timóteo. pag. 117-119.
 
 
3. Ungir os enfermos.
 
A unção com óleo é um ato de fé que acompanha a “oração da fé”, feita por homens de DEUS, que, liderando a igreja local, ou auxiliando os pastores-líderes, atendem aos que se encontram enfermos, e oram por sua cura, “em nome de JESUS” (Mc 16.18c). Orar pelos enfermos e curá-los é sinal de fé para “os que crerem”, independentemente de serem obreiros regulares. Mas orar com unção com óleo é confiado aos presbíteros (anciãos, bispos, pastores).
Elinaldo Renovato. Dons espirituais & Ministeriais Servindo a DEUS e aos homens com poder extraordinário. Editora CPAD. pag. 137.
 
Tg 5.14 Uma característica da igreja primitiva era a sua preocupação com os doentes e o cuidado para com eles. Aqui Tiago incentiva os doentes para que chamem os presbíteros da igreja, pedindo aconselhamento e oração. Os presbíteros eram pessoas espiritualmente amadurecidas, responsáveis pela supervisão das igrejas locais (veja 1 Pe 5.1-4). Os presbíteros iriam orar sobre a pessoa doente, pedindo a cura ao Senhor. A seguir, eles a ungiriam com azeite em nome do Senhor. Enquanto oravam, os presbíteros deviam pronunciar claramente que o poder da cura residia no nome de JESUS. A unção era frequentemente usada pela igreja primitiva nas suas orações pedindo cura. Nas Escrituras, o azeite era tanto um remédio (veja a parábola do bom samaritano, em Lucas 10.30-37) como um símbolo do ESPÍRITO de DEUS (como quando usado para ungir reis; veja 1 Sm 16.1-13). Desta forma, o azeite pode ter sido um sinal do poder da oração, e pode ter simbolizado a separação da pessoa enferma para a atenção especial de DEUS.
Comentário do Novo Testamento Aplicação Pessoal. Editora CPAD. Vol 2. pag. 691.
 
 
Observação Minha - Pr. Henrique - Note que a oração da fé curará o doente e não o óleo. Note também que devido a muitas doenças serem causadas pelo pecado, na oração da fé os pecados eram perdoados para houvesse curas (naturalmente haveria então arrependimento de pecados para que houvesse curas).
Todo aquele a quem é dado o poder de dirigir algum trabalho na igreja se torna neste momento um presbítero, então será capaz de ungir com óleo a um doente ou enfermo. 
Quem não concorda com isso, então deve pensar bem antes de dar autoridade a alguém para dirigir algum trabalho da igreja.
 
 
O enfermo e a igreja (v. 14)
Enfermidade traz solidão. Isso é particularmente doloroso para um cristão cujo lar é a igreja. Tiago escreve que o próprio membro enfermo da igreja deve tomar a iniciativa: “Chame os presbíteros da igreja”. Não é dito: “Fique resmungando em seu canto e pense: vejamos quanto tempo demorará até que alguém tenha a ideia de me visitar.” Tiago quer que o enfermo convide os visitadores da igreja com a mesma naturalidade com que chama o médico. De acordo com o v. 14, o que cabe aos visitadores fazer poderá ocorrer unicamente mediante o consentimento do enfermo. Se o próprio enfermo chamou os anciãos, tudo fica claro nesse aspecto desde o princípio. – O NT também fala do dom especial da graça, Dons de curar, concedido pelo ESPÍRITO SANTO (em grego chárisma - 1Co 12.9,28,30). Havia e há, nas igrejas, cristãos em que a efusão do ESPÍRITO de DEUS trouxe consigo esses dons, da maneira como outros recebem outras dádivas. É possível que esses “anciãos”, em grego presbýteroi (literalmente: “mais idosos”), naqueles primórdios do cristianismo e nas igrejas às quais Tiago escreveu, mesmo que ainda nem sequer fossem detentores de um cargo regulamentado, mas que simplesmente se tratava de cristãos mais antigos, mais maduros e já tivessem os dons de curar. Confiando nessa palavra da Bíblia também hoje, na hora da enfermidade, podemos chamar à nossa casa tais cristãos, a fim de que nos prestem esse serviço. Sabemos também que todo crente pode orar por um doente ou enfermo e este receber a cura (Mc 16.15-20).
 
 
A igreja e seus enfermos (v. 14).
“Estes façam oração sobre ele, ungindo-o com óleo, em nome do Senhor”:
a) Quando alguém não puder vir à igreja, a igreja tem de ir até ele: “Se um membro sofre, todos os membros participam do seu sofrimento” (1Co 12.26 [TEB]). Por meio dos anciãos (presbíteros) a igreja visita o enfermo. O próprio JESUS atribuiu uma importância especial à visita a enfermos e concedeu à oração conjunta uma promessa especial (Mt 25.36; 18.19). Porém ungir, exige a presença daquele que vai ungir.
b) Os anciãos da igreja oram, não apenas, mas também por saúde. – Eles “ungem com óleo”. Esse era também um remédio caseiro contra doença e contusão (Lc 10.34). Contudo o ungem “em nome do Senhor”. Nesse sentido o óleo na Escritura sempre representa um sinal para o ESPÍRITO SANTO. Foi por isso que no AT reis e sacerdotes eram ungidos (Êx 29.7; Nm 35.25; 1Sm 9.16; 10.1; 16.12). E João escreve: “Recebestes a unção” (1Jo 2.27). O ESPÍRITO SANTO concede força (Rm 15.13; 1Co 2.4; 2Tm 1.7) começando pelo íntimo e chegando ao físico.
Será que não é suficiente impor a mão como sinal de bênção? É obrigatório que suceda ainda uma unção com óleo? Em várias outras passagens da Escritura constatamos que há imposição de mãos para bênção e cura sem a unção com óleo (At 5.12; 14.3; 19.11). Sem dúvida podemos aderir a essa regra. Contudo, quando alguém por simples obediência à presente palavra da Bíblia deseja recorrer à unção com óleo ou a solicita para si, ele de qualquer forma tem em seu favor uma boa razão da Escritura.
Fritz Grünzweig. Comentário Esperança Carta De Tiago. Editora Evangélica Esperança.
 
 
A oração da fé (vv. 14,15).
Havia certamente pessoas na congregação que adoeciam por diversos motivos, fossem eles genéticos, advindos de hábitos prejudiciais à saúde ou outros fatores (obs. minha - Pr. Henrique - como por exemplo a possessão maligna - Mateus 12:22).
Desde a queda, o ser humano convive com doenças que se não matam em pouco tempo, debilitam ou tiram a capacidade de as pessoas trabalharem ou terem vida social.
A Bíblia relata diversos casos de doenças. A lepra era uma das mais conhecidas nos tempos bíblicos. Além de afastar a pessoa de sua família e amigos, ia apodrecendo os membros do corpo do doente. Fluxos de sangue também eram conhecidos, a ponto de a Lei de Moisés alertar sobre a forma como uma pessoa deveria ser tratada nesse tipo de situação. Uma pessoa com fluxo de sangue se tornava anêmica, fraca e debilitada, além de carregar em si um pesado estigma social. É evidente que havia formas de curas nos tempos antigos, mas nem todas as doenças eram conhecidas e igualmente tratadas para que o enfermo fosse curado, muitos morriam prematuramente.
Não podemos nos esquecer de que servimos a um DEUS que tem poder sobre todas as doenças, e que nos pode curar.
A oração da fé deve ser ministrada pelos presbíteros da igreja, que devem ungir o enfermo com azeite em nome do Senhor. O poder da cura está em o nome do Senhor JESUS Cristo. Os presbíteros não realizam a cura, mas devem orar ao DEUS que tem o poder de curar.
O verso 15 de Tiago traz mais uma característica desse caso específico de oração pela cura: o perdão dos pecados. E possível haver conexão entre um pecado e uma doença, mas da mesma forma essa conexão pode não existir. Por isso, Tiago não diz “está doente porque cometeu pecado”, mas diz “... se houver cometido pecados. Tiago não vincula doenças a pecados, mas entende que esse vínculo pode existir.
Se este é o caso em tela, ou seja, se uma pessoa peca e fica doente, podemos entender que a busca pelos presbíteros da igreja — para que orem pelo enfermo — pressupõe um arrependimento do pecado cometido e a busca pela restauração física e espiritual. Sabemos que esses casos devem ser tratados de forma individual, pois Tiago não criou essa regra. De qualquer forma, por meio da oração, os pecados serão perdoados. O bem-estar físico e o espiritual são bênçãos de DEUS para seus filhos, e Ele age de forma completa em todos os sentidos.
O que não pode faltar em qualquer desses dois casos é a fé. Se uma pessoa está doente por causa de um pecado, ou se está doente por outros fatores, ela deve buscar ajuda do alto com fé. Esse elemento é indispensável tanto para o doente quanto para os presbíteros que hão de orar. E a oração da fé, não a unção com azeite, que salvará o enfermo. A unção não pode ser dispensada, mas é a fé que trará a vida ao doente. Nossa oração, portanto, não pode ser apenas para receber a cura divina, mas também para que a nossa comunhão com DEUSseja restaurada e nossos pecados, perdoados.
Alexandre Coelho e Silas Daniel. Fé e Obras, Ensinos de Tiago para uma Vida Cristã Autêntica. Editora CPAD. pag. 153-155. 
 
 
Tg 5.14,15ª O Privilégio da Cura Divina
A oração em tempos de enfermidade é nosso dever e nosso privilégio em Cristo. Provavelmente, deveríamos observar essa prática cristã mais do que fazemos. Tiago diz: Está alguém entre vós doente? Chame os presbíteros da igreja, e orem sobre ele. Os presbíteros eram líderes reconhecidos ou apontados na congregação local desde os anos 40- 50 d.C. (cf. At 11.30; 14.23). Sua função era um tanto semelhante à do pastor dos nossos dias. Orar sobre ele significava orar estando em pé ao lado (“sobre”) do leito do enfermo. Um significado secundário da palavra sobre (epi) poderia ser orar junto a, em vez de sobre ele.
A prática de ungir com azeite em conexão com cura é mencionada somente mais uma única vez no Novo Testamento (Mc 6.13). Para nós essa unção serve como um símbolo de obediência à admoestação da Palavra de DEUS  e provavelmente como uma forma de encorajamento à fé do doente. Nos tempos do Novo Testamento, esse pode ter sido natural usado em cooperação com a oração. A unção era um meio de cura, que tinha um significado espiritual, porque era para ser administrado em nome do Senhor. Em todo caso, Tiago nos assegura que é a oração da fé (“oração oferecida com fé”, NEB) que salvará o doente, e o Senhor o levantará (v. 15).
A Bíblia ensina a doutrina da cura divina e cabe a nós procurar fazer a oração da fé pela cura do doente. No entanto, recursos e intervenções providenciais, quando necessários, não deveriam ser rejeitados. Aqueles que não conhecem a CRISTO recorrem à medicina e cirurgia sem oração. Nós que confiamos nEle devemos usar todos os meios salutares que a ciência moderna tem nos oferecido e ao mesmo tempo confiar a nossa cura inteiramente ao seu soberano poder.
Easton comenta: Todos sabem que quando existe uma fé viva e profunda, como era o caso na época em que Tiago foi escrito, curas extraordinárias acontecem”.
Tg 5.15b,16ª Cura e Perdão
Entre os judeus, a doença geralmente era atribuída ao pecado. JESUS rejeitou essa visão como um princípio universal (Jo 9.1-2), mas em outro texto sugere o que sabemos ser um fato, que em muitos casos o pecado é a causa de uma enfermidade específica (cf. Jo 5.14).
Nesses casos, presume-se que a pessoa que procura a cura também se arrependeu do seu pecado e está procurando o perdão divino. No versículo 16, a ordem da oração está invertida. Aqui a pessoa é admoestada: “Portanto, confessem os seus pecados uns aos outros e orem uns pelos outros para serem curados” (v. 16, NVI, grifo do autor). Quando uma pessoa vem sinceramente a DEUS com uma necessidade, receberá ajuda. Essa ajuda aumenta sua fé em Deus, e ela provavelmente também encontrará ajuda para outras necessidades.
Easton ressalta que a admoestação. Confessai as vossas culpas uns aos outros (v. 16) não deve ser entendida como uma prática universal cristã mas, sim, ser entendida em seu contexto, ou seja, a confissão sendo feita pelo doente e a oração pelos visitantes. Embora essa pareça uma interpretação razoável, a gramática permite uma exegese mais ampla. É certamente verdade que quando reconhecemos que agimos erradamente e oferecemos orações mútuas de intercessão, isso fortalecerá grandemente toda a vida espiritual da igreja e abrirá o caminho para bênçãos crescentes de Deus.
A. F. Harper. Comentário Bíblico Beacon. Tiago. Editora CPAD. Vol. 10. pag. 195-196.
 
 
A) O cristão e a enfermidade (v. 14).
Tg 5.14 “Está alguém entre vós doente?”: para muitos é um tormento que haja enfermidade também na vida do cristão.
a) A Bíblia vê a enfermidade relacionada com o pecado humano. “O salário do pecado é a morte” (Rm 6.23), e a enfermidade como precursora da morte é igualmente decorrência do pecado. Alguém pode constatar em si mesmo a doença como decorrência de seu pecado e curvar-se debaixo dela – dando razão ao julgamento de Deus.
b) Acontece, porém, que os pecados nos foram perdoados em decorrência do sofrimento expiatório de JESUS. Será que nesse caso não deveriam ter sido retiradas também todas as consequências do pecado? Afinal, JESUS não carregou também todas as nossas enfermidades (Is 53.4)? “Tudo fez DEUS formoso no seu devido tempo” (Ec 3.11). Na consumação não haverá mais enfermidade nem morte, nem “sofrimento” (pela perda de entes queridos), “clamor” (de lamentação e acusação, de falta de paz e de guerras), “dor” (da doença e das feridas). “E a morte não existirá mais” (Ap 21.4). Com a primeira vinda de JESUS, DEUS dá o primeiro passo e cura, sempre que for acolhido, a causa oculta do mal: perdoa o pecado e concede a sua paz. Com a segunda vinda, DEUSdá o segundo passo e também anula todos os efeitos visíveis do pecado: discórdia entre pessoas, enfermidade e morte (Ap 21.4). Afinal, se JESUS não vier antes, também nós teremos de morrer. Vivemos em uma época de “não ver e, apesar disso, crer” (Jo 20.29; 1Pe 1.8; 2Co 5.7; 1Co 13.12; Rm 8.24; 1Jo 3.2). Crer sem ver é o principal tema do exame de toda a nossa vida cristã em nosso mundo.
c) Isso não exclui que DEUS conceda desde já aperitivos do que há de vir, uma primeira prestação (cf. v. 15): os milagres de JESUS outrora e hoje são “sinais” (Jo 2.11; 3.2; 11.47) que mostram o que ele fará um dia de forma grandiosa e geral. As noites do “não ver e, apesar disso, crer” não são tão escuras que não luzam nelas também as estrelas. E DEUS com certeza estaria disposto a nos dar mais se confiássemos nele.
d) Logo vale a regra: a salvação é presenteada por DEU Sem todos os casos a cada um que o pedir (Jl 2.32; Rm 10.13), mas a cura exterior, durante a presente era, é presenteada onde e quando lhe aprouver.
JESUS declara: “Peçam, e receberão” (Mt 7.7). Toda oração correta é atendida, embora com frequência de modo diferente e em momento diferente do que imaginamos, porém de forma melhor e em tempo mais acertado.
2 – O enfermo e a igreja (v. 14)
Enfermidade traz solidão. Isso é particularmente doloroso para um cristão cujo lar é a igreja. Tiago escreve que o próprio membro enfermo da igreja deve tomar a iniciativa: “Chame os presbíteros da igreja”. Não é dito: “Fique resmungando em seu canto e pense: vejamos quanto tempo demorará até que alguém tenha a ideia de me visitar.” Tiago quer que o enfermo convide os visitadores da igreja com a mesma naturalidade com que chama o médico. De acordo com o v.14, o que cabe aos visitadores fazer poderá ocorrer unicamente mediante o consentimento do enfermo. Se o próprio enfermo chamou os anciãos, tudo fica claro nesse aspecto desde o princípio. – O NT também fala do dom especial da graça (em grego chárisma) de cura dos enfermos (1Co 12.9,28,30). Havia, nas igrejas, cristãos em que a efusão do ESPÍRITO  de DEUS  trouxe consigo esse dom, da maneira como outros recebiam outras dádivas. É possível que esses “anciãos”, em grego presbýteroi (literalmente: “mais idosos”), naqueles primórdios do cristianismo e nas igrejas às quais Tiago escreveu, ainda nem sequer fossem detentores de um cargo regulamentado, mas que simplesmente se tratava de cristãos mais antigos, mais maduros. Confiando nessa palavra da Bíblia também hoje, na hora da enfermidade, podemos chamar à nossa casa tais cristãos, a fim de que nos prestem esse serviço.
3 – A igreja e seus enfermos (v. 14).
“Estes façam oração sobre ele, ungindo-o com óleo, em nome do Senhor”:
a) Quando alguém não puder vir à igreja, a igreja tem de ir até ele: “Se um membro sofre, todos os membros participam do seu sofrimento” (1Co 12.26 [TEB]). Por meio dos anciãos a igreja visita o enfermo. O próprio JESUS atribuiu uma importância especial à visita a enfermos e concedeu à oração conjunta uma promessa especial (Mt 25.36; 18.19).
b) Os anciãos da igreja oram, não apenas, mas também por saúde. – Eles “ungem com óleo”. Esse era também um remédio caseiro contra doença e contusão (Lc 10.34). Contudo o ungem “em nome do Senhor”. Nesse sentido o óleo na Escritura sempre representa um sinal para o ESPÍRITO  SANTO. Foi por isso que no AT reis e sacerdotes eram ungidos (Êx 29.7; Nm 35.25; 1Sm 9.16; 10.1; 16.12). E João escreve: “Recebestes a unção” (1Jo 2.27). O ESPÍRITO  SANTO concede força (Rm 15.13; 1Co 2.4; 2Tm 1.7) começando pelo íntimo e chegando ao físico.
Será que não é suficiente impor a mão como sinal de bênção? É obrigatório que suceda ainda uma unção com óleo? Em várias outras passagens da Escritura constatamos que há imposição de mãos para bênção e cura sem a unção com óleo (At 5.12; 14.3; 19.11). Sem dúvida podemos aderir a essa regra. Contudo, quando alguém por simples obediência à presente palavra da Bíblia deseja recorrer à unção com óleo ou a solicita para si, ele de qualquer forma tem em seu favor uma boa razão da Escritura.
4 – A tríplice promessa dada a essa oração (v. 15).
Tg 5.15 “A oração da fé” é a oração que se origina da fé. É a oração de um crente, ou seja, de uma pessoa que está “em Cristo”, na comunhão de vida com ele, e que se dirige ao Senhor com toda a sua confiança. É para uma oração desse tipo que foram dadas estas promessas:
a) “A oração salvará o enfermo”: se DEUS quiser, também da morte física – podemos orar também por isso. Em todos os casos, porém, salva da “segunda morte” (Ap 2.11; 20.6,14; 21.8), a eterna e consciente morte definitiva para Deus. É isso que o NT entende consistentemente por “redenção”. A oração conjunta com aquele que jaz enfermo – inclusive com confissão do pecado (v. 16) – obtém como resultado que o doente chegue plenamente à presença de Deus.
b) “O Senhor o levantará” (não fazem isso os que oram), concedendo-lhe alívio ou cura no corpo. DEUS está disposto a fazer mais do que geralmente imaginamos. Isto pode acontecer presenteando-o interiormente com a força de suportar os sofrimentos com paciência para o louvor de DEUS(cf. Jó 1.21; Jo 21.19).
c) “Se houver cometido pecados, ser-lhe-ão perdoados”: o serviço dos presbíteros não é mero serviço de médico. Quem tem apenas o objetivo de “se livrar” o quanto antes da enfermidade não compreendeu Tg 5.14. Quando, porém, alguém leva a totalidade de sua miséria a JESUS na presença dos irmãos, tem sua vida colocada em ordem também na totalidade. Não se trata aqui apenas de cuidado pelo corpo, mas ao mesmo tempo e acima de tudo de cuidado espiritual.
Fritz Grunzweig. Comentário Esperança Carta De Tiago. Editora Evangélica Esperança.
 
 
B) Oração e confissão (v. 16-18).
O assunto oração continua sendo a tônica da parte final da Carta de Tiago. 
Quem ouve deve estar ciente de que não basta orar pelo confessor, mas que também não pode ele, o ouvinte, se tornar um canal de divulgação de pecados alheios. Isso pode esvaziar a intenção da confissão, pois se uma pessoa na congregação peca e busca ajuda em confissão e oração, ela espera que sua história se encerre ali mesmo. Portanto, usemos de sabedoria nessas horas.
Elias, suas limitações e sua oração são apresentadas a seguir. Elias confrontou o rei Acabe por causa de seus pecados e deixou claro que não choveria em Israel por três anos e meio, conforme sua oração. Depois orou novamente, e DEUS mandou chuva sobre Israel, ao ponto de a terra produzir novamente seus frutos. Mas como Tiago começa tratando de Elias? “Elias era um homem sujeito às mesmas paixões que nós e, orando pediu que não chovesse...”. O que Tiago quer realmente nos ensinar com isso? Que a nossa oração faz diferença, a oração de um justo pode muito em seus efeitos, e DEUS espera que oremos a Ele. Nós não somos ouvidos porque somos perfeitos e nem o doente ou enfermo é curado por causa de nossa santidade ou perfeição. DEUS ama a todos e quer todos curados.
Podemos não ter o ministério profético como Elias tinha. Podemos não ter um destaque na história bíblica, e ser tentados de todas as formas a ceder ao pecado, mas quando nos inclinamos diante do altar do Senhor, Ele nos ouve e vem em nosso Socorro. Não há como negar que a realidade à nossa volta pode ser modificada por meio da oração.
Alexandre Coelho e Silas Daniel. Fé e Obras, Ensinos de Tiago para uma Vida Cristã Autêntica. Editora CPAD. pag. 154-155. Com acréscimos do Pr Henrique
 
 
Tg 5.16 Não é o plano de DEUS que o seu povo esteja só. Os membros do corpo de CRISTO devem poder contar com os outros para apoio e oração, especialmente quando estão doentes ou sofrendo. Os presbíteros devem estar preparados para atender à necessidade de oração de qualquer membro, e presbítero, ou pastor deve estar alerta para orar pela cura de qualquer pessoa que esteja doente ou enferma.
A oração feita por um justo pode muito em seus efeitos porque a pessoa que está orando é justa. A pessoa não está livre de pecados, mas ela confessou a DEUS os pecados de que tem consciência e está completamente comprometida com o Senhor, procurando fazer a sua vontade. Outra vez, podemos dizer que a pessoa justa consegue o que quer em oração porque ela quer aquilo que DEUSquer.
 
 
A premissa de perdão e cura (v. 16).
Tg 5.16 a) “Confessai, pois, os pecados uns aos outros”: aqui o foco principal é o enfermo. Que nos dias de enfermidade não apenas esperemos uma “aprazível visita”, mas aproveitemos essa situação limítrofe em que nos encontramos para um desnudamento total de nossa vida perante Deus, na qual os irmãos são testemunhas e parceiros de oração! É melhor ser envergonhado um pouco agora do que ser obrigado, por ocasião do grande dia, a “ser manifesto com isso perante o tribunal de Cristo” (2Co 5.10). Quando ele perdoa nossos pecados, eles serão eternamente esquecidos (cf. Mq 7.18s; Is 38.17; Sl 32.1s). Por um lado, os irmãos visitantes não precisam (toda vez que prestam esse tipo de serviço) também fazer uma confissão completa acerca de sua vida, mas por outro lado deve ficar explícito que muitas vezes aquele que está sentado à beira do leito depende do perdão de DEUS tanto quanto o acamado.
b) “E orai uns pelos outros”: não devemos deixar os companheiros cristãos que sofrem (e tampouco os semelhantes em geral) tão sozinhos como ocorre com frequência, mas temos de visitar e apoiá-los por meio desse serviço sério de oração. – No presente versículo fica explícita a estreita ligação entre intercessão e arrependimento, ou confissão dos pecados. Nossos pequenos círculos de intercessão poderiam ser mais vigorosos e frutíferos se cada qual não tentasse preservar a imagem perante o outro. É benéfico que no diálogo prévio ou na própria oração seja expresso o que não foi correto em nossa vida, talvez em relação ao assunto abordado nesta ou na última visita. Tiago escreve: “Todos falhamos em muitas coisas” (Tg 3.2).
Uma frase genérica sobre a oração no presente contexto (v. 16).
“A oração de um justo”: Tiago não tem em mente a oração de quem defende a “justiça própria”, de quem pensa que pode produzir pessoalmente sua justiça (cf. Lc 18.11s). Ele diz: “DEUS dá graça aos humildes” (Tg 4.6). E Paulo escreve: “CRISTO foi feito pecado por nós, para que nele nos tornássemos a justiça de Deus” (2Co 5.21). Tiago tem em vista a justiça perante Deus, que nos foi conquistada e presenteada por JESUS. Em JESUS somos “justos”, direitos para Deus. – “De muito é capaz, quando tornada eficaz, a súplica do justo”:
 Como isso acontece?
a) Por parte do ser humano. No v. 17 afirma-se a respeito de Elias que ele orava “fervorosamente”. Muitas vezes oramos mais seriamente em causa própria do que na intercessão  em favor de outros. Até mesmo em vista de nós mesmos às vezes temos de ser conduzidos para a mais grave aflição, até que um grito de oração autêntica saia de nosso coração.
b) Por parte de Deus. Nossa oração é “tornada eficaz” por intermédio do grande sumo sacerdote JESUS Cristo, que intervém em nosso favor (Rm 8.34; 1Jo 2.1; Hb 4.14; 7.25s; 8.1), e através do ESPÍRITO  SANTO, que nos “assiste em nossa fraqueza” e nos representa perante DEUS “como lhe convém” (Rm 8.26s).
Um exemplo de oração atendida da história do povo de DEUS(v. 17s).
Tg 5.17s “Elias era homem semelhante a nós.” Apenas em uma coisa se diferenciava de muitos: “Ele orava com instância.” Aqui se afirma o que não é mencionado expressamente em 1Rs 17.1, que Elias também rogou pelo juízo. Sem dúvida não se tratava de oração para amaldiçoar: “Nada será suficientemente ruim para Acabe e o povo esquecido de Deus!” Mas percebeu que somente uma disciplina rigorosa é capaz de deter o povo diante do abismo, para que não perca totalmente sua característica de eleito, tornando-se apenas um povo “como os demais povos” (1Sm 8.5). Em seguida, porém, Elias orou – isso é relatado expressamente em 1Rs 18.42s – principalmente pela suspensão do juízo, pela chuva tão urgentemente necessária. Para ele vigorava (pelo menos em certas épocas – cf. também 1Rs 19.3) como para praticamente nenhum outro: “Perante humanos uma águia, perante DEUS um verme.” Que atitude a dele sobre o monte Carmelo, contrariando o rei e o povo inconstante! E como se prostrou mais tarde em oração perante DEUS(1Rs 18.21,42)! Como podemos ser gratos pelo fato de que ao lado das palavras sobre a fé a Escritura coloca os exemplos de pessoas reais que a vivenciaram! 
Fritz Grunzweig. Comentário Esperança Carta De Tiago. Editora Evangélica Esperança.
 
 
CONCLUSÃO
A ESCOLHA DOS PRESBÍTEROS é sempre da igreja que confirma o chamado de DEUS que já houve.
O presbítero é uma função dentro do corpo de CRISTO, a igreja. A liderança local tem um presbítero a sua frente. As qualificações do presbítero são bem acentuadas e pontuadas em 1 Tm 3 e em Tito 1.
TEM MUITA IMPORTÂNCIA O PRESBITÉRIO PARA A IGREJA. 
O termo presbitério significa o corpo de presbíteros formado pela liderança da igreja.
A atuação do presbitério se dá nas decisões e coordenação do trabalho da igreja.
A valorização do presbitério é vista na Bíblia pelo salário a ele atribuído e a duplicada honra devida a ele ordenada.
OS DEVERES BÁSICOS DO PRESBITÉRIO são apascentar a igreja, liderar a igreja local e ungir os enfermos.
  
 
ESTUDO A PARTE
ECLESIOLOGIA 
 
A ORIGEM DA IGREJA 
Considerada Historicamente 
A Igreja de CRISTO veio à existência, como tal, no dia de Pentecoste, quando do derramamento do ESPÍRITO SANTO. Assim como o Tabernáculo foi construído e depois consagrado pela descida da glória divina (Ex 40.34), de igual modo os primeiros membros da Igreja foram consagrados no Cenáculo e consagrados como Igreja pela descida do ESPÍRITO SANTO sobre eles e dentro deles. É muito provável que os cristãos primitivos vissem nesse evento o retorno da glória manifesta no Tabernáculo e no Templo, glória essa que há muito tempo havia se afastado, e cuja ausência era lamentada pelos rabinos judaicos mais piedosos (Conhecendo as Doutrinas da Bíblia – Editora Vida - Pág. 217). Davi juntou os materiais para a construção do Templo, mas a construção foi feita por seu sucessor, Salomão. Da mesma maneira, JESUS, durante o seu ministério terreno, havia juntado os materiais com os quais haveria de dar forma à sua Igreja, por assim dizer, mas o edifício foi erigido pelo seu sucessor, o ESPÍRITO SANTO. Realmente: essa obra foi feita pelo ESPÍRITO SANTO, operando através dos apóstolos, que lançaram os fundamentos e edificaram a Igreja por sua pregação, ensino e organização. Por isso a Igreja é descrita como sendo edificada sobre o fundamento dos apóstolos (Ef 2.20).
 
 
A ORGANIZAÇÃO DA IGREJA 
Existem três formas distintas de igrejas, que se diferenciam entre si pelos princípios fundamentais de sua organização, são elas: Episcopal, Presbiteriana e Congregacional. 
1. O Sistema Episcopal 
O sistema episcopal de organização da igreja consiste numa rija hierarquia, concentrando o poder eclesiástico no sacerdócio formado de três ordens de bispos, sacerdotes e diáconos. Essas três ordens formam uma espécie de governo sacerdotal. Esta forma é adotada pela Igreja Católica Romana, a Igreja da Inglaterra, a Igreja Protestante Episcopal dos Estados Unidos, e a Igreja Metodista Episcopal. Nesta última os bispos se diferenciam dos presbíteros não como uma ordem distinta, mas somente por razões de funções. Em todas estas igrejas o poder principal está nas mãos do clero, que se constitui um corpo que se perpetua a si mesmo, distinto da congregação local, e virtualmente independente dela. 
2. O Sistema Presbiteriano 
Nas igrejas que adotam este sistema de organização, a recepção e disciplina de membros são confiadas a um conselho, composto de pastores, e anciãos eleitos pela congregação; mas todos. Os atos eclesiásticos estão sujeitos a revisão por um conselho superior, composto de pastores e anciãos de muitas outras congregações. A igreja, segundo a concepção presbiteriana, é formada de muitas e distintas congregações, reunidas por seus representantes - pastores e anciãos - em um corpo, no qual reside todo o poder eclesiástico. Por isto há uma cadeia de comando na seguinte ordem: o conselho, cujos membros são eleitos pela congregação individual; o presbitério, composto de delegados dos distintos conselhos; o sínodo, corpo local composto de delegados de vários presbitérios; e a assembleia geral, composta de delegados de todos os presbitérios, e que constitui a última corte de apelação. Todos os oficiais eleitos pela congregação local e todos os atos executados por ela podem ser anulados por esta mais alta autoridade eclesiástica. 
 
3. O Sistema Congregacional - ESTE ERA O MODELO DAS ASSEMBLEIAS DE DEUS NO BRASIL NO INÍCIO. HOJE TEMOS EXEMPLO DOS TRÊS SISTEMAS AO MESMO TEMPO FUNCIONANDO NA IGREJA.
No sistema Congregacional de igreja, todo o poder eclesiástico é exercido por cada igreja local, reunida em uma congregação, e as decisões tomadas pela igreja local individual não estão sujeitas a revogação por nenhum outro corpo eclesiástico. A esta classe pertence, com ligeiras diferenças e pormenores de organização, os Independentes da Inglaterra, as igrejas congregacionais da América e as igrejas batistas de todo o mundo (Su Forma de Gobierno y Sus Ordenanzas – Editora Mundo Hispano – Pág.110). Quando comparadas estes três sistemas de igreja, não há dúvida que o sistema Congregacional é o que melhor se identifica com o modelo de organização da Igreja primitiva. De acordo com o Novo Testamento, era a igreja como congregação local (e não o seu ministério ordinário), que tinha autoridade de receber, disciplinar e excluir a seus membros (1 Co 5.1-5; 2 Co 2.4,5; Rm 16.17; 2 Ts 3.6). Ela detinha com exclusividade o direito de eleger os seus próprios oficiais (Atos 1.15-26; 6.1-6; 14.23; 1 Co 16.3). De acordo com a História da Igreja, foram as congregações locais que escolheram espontaneamente, proeminentes bispos, como Atanásio (328 d.C.), Ambrósio (374 d.C.) e Crisóstomo (398 d.C.). A igreja local, ainda, detém o poder de decidir assuntos não decididos pelas Escrituras. 
Vemos, pela Bíblia, que os líderes eram escolhidos pelos apóstolos e seus obreiros subordinados.
 
Governo Eclesiástico Congregacional
O governo da Igreja é atribuído aos membros da mesma, que tomam as decisões através de uma assembleia geral. Nesse modelo, todos os membros em comunhão possuem direito de voto sobre questões que vão desde a reforma da Igreja até a eleição da Diretoria.
O ponto negativo desse regime de governo é exatamente o poder que é dado aos membros, permitindo a criação de grupos políticos, dando aos mesmos o poder de até mesmo retirar o pastor da sua função.
Em casos mais simples, como a aprovação de uma reforma por exemplo, a vontade da maioria prevalece, impedindo que o planejamento estabelecido pelo pastor da Igreja seja concretizado.
A demora na tomada de decisão também é um fator negativo, pois qualquer decisão depende da quantidade de membros presentes e da votação da maioria para que a mesma seja tomada.
Por conta disso, muitas igrejas que utilizam o regime de governo congregacional, estão criando uma espécie de conselho, onde os líderes tratam de alguns assuntos e, só após essa reunião, levam à assembleia dos membros.
 
 
A ADMINISTRAÇÃO DA IGREJA 
O Novo Testamento não provê um código detalhado de regulamentos e preceitos para o governo da Igreja, e a própria leia de tal código pode parecer repugnante para a liberdade da Dispensação do Evangelho. No entanto CRISTO deixou atrás de si um corpo de líderes (os apóstolos), por ele mesmo escolhido, ao qual ofereceu alguns princípios gerais para o exercício de sua função reguladora. 
 
 
Princípios Gerais 
Cinco princípios gerais podem ser deduzidos do ensinamento neotestamentário como um todo: Toda a autoridade se deriva de CRISTO (Mt 20.26-28); A humildade de CRISTO provê o padrão para o serviço cristão; O governo da Igreja deve ser exercido conjuntamente e não hierarquicamente: Ensinar e dirigir são funções intimamente associadas. Ajudantes administrativos são necessários para cooperarem com os pregadores da Palavra (Atos 6.2,3; - O Novo Dicionário da Bíblia – Edições Vida Nova – Págs. 679-681). Quanto à administração e governo da Igreja; convém, pois, saber: 
- CRISTO é a Cabeça da Igreja. Sabemos que DEUS “pôs todas as coisas embaixo dos seus pés e, para ser o cabeça sobre todas as coisas, o deu à igreja, a qual é o seu corpo; como também CRISTO é a cabeça da igreja; sendo ele próprio o salvador do corpo" (Ef 1.22; 5.23). Da mesma forma que a cabeça prove, sustenta e dirige o corpo, assim também CRISTO faz a cada um dos membros de seu corpo espiritual a Igreja. O Senhor é capaz de dirigir os menores detalhes da nossa vida, e quem desconhece ou se nega a reconhecer a direção do Senhor em sua vida diária jamais conhecerá as doçuras da vida verdadeiramente cristã. 
- Quando o CRISTO subiu ao Céu, concedeu certos dons à sua Igreja. São dons em forma de homens por Ele chamados. Esses diferentes dons estão relacionados em Efésios 4.11. Esses mesmos dons operaram em CRISTO, pois através do Novo Testamento vemo-lo como apóstolo (Hb 3.1), profeta (Atos 3.22,23), evangelista (Lc 4.18), pastor (Jo 1.10) e mestre (Jo 13.13,14).Agora, exaltado à destra do Pai, JESUS concede à Igreja esses dons. Ministeriais que nele operaram, para que a Igreja seja edificada. Nada há mais indefeso que um rebanho de ovelhas sem pastor, e a Igreja é comparada a um rebanho de ovelhas. 
- As palavras "pastor", "bispo" e "presbítero" têm o mesmo significado quanto ao cargo. A palavra "pastor" é a tradução de um vocábulo grego que significa "supervisor". Pastor, no original, e alguém que conduz e alimenta as ovelhas (1 Pd 1.25). Ao ministro da casa de DEUS não basta ser intelectual capacitado para o exercício do ministério cristão. É imprescindível que ele seja revestido do poder do ESPÍRITO SANTO: Nem mesmo o Senhor JESUS CRISTO iniciou o seu ministério terreno senão após receber a plenitude do ESPÍRITO SANTO sobre a sua vida. Portanto, se o ministro deseja que o seu ministério seja uma continuação do ministério do Salvador, deve se deixar possuir do mesmo poder que Ele (Jo 14.12,13). 
É imperioso que todos os ministros sejam revestidos do poder do alto (Jo 14.16,17).
- Há uma pesada responsabilidade sobre os ombros do ministério evangélico. O ministro de DEUS é tal qual um atalaia sobre as muralhas de Sião. Ele vê o perigo e avisa os pecadores do iminente juízo divino. Caso ele não aja assim, será responsabilizado pela perda das almas sob seus cuidados. A mais terrível declaração com respeito aos pastores sem fé, vitimadas pelo pecado da desobediência, avareza, embriaguez e glutonaria, foi proferida pelo Senhor através do profeta Isaías (Is 56.9-12). O que foi dito aos pastores de Israel, deverá servir de solene aviso aos ministros da casa de DEUS hoje em dia. 
 
  
Ajuda do Pb Alessandro Silva com modificações, comentários e adaptações do Pr. Luiz Henrique
  
 
VOCABULÁRIO
Intercambiável: Que pode intercambiar, permutar, trocar ou mudar reciprocamente. Étnica: Relativo a etnia; pertence ou próprio de um povo. Sinonímia: Qualidade das palavras sinônimas; de relação de sentido entre dois vocabulários que tem significação muito próxima.
 
BIBLIOGRAFIA SUGERIDA
STRONSTAD, Roger; ARRINGTON, French L. (Eds.) Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento. Vol. 2: Romanos a Apocalipse. 4.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2009. ARAÚJO, Isael. Dicionário do Movimento Pentecostal, Rio de Janeiro: CPAD, 2007.
      
))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))
REVISTA 1Tr24 NA ÍNTEGRA
Escrita Lição 7, CPAD, O Ministério Da Igreja, 1Tr24, Pr Henrique, EBD NA TV
Para me ajudar PIX 33195781620 (CPF) Luiz Henrique de Almeida Silva
I – O MINISTÉRIO SACERDOTAL DE TODO 
CRENTE
1. O Sacerdócio no Antigo Testamento  
2. Uma doutrina bíblica confirmada no Novo 
Testamento 
3. Uma doutrina bíblica resgatada na Reforma 
Protestante 
II – A ESTRUTURA MINISTERIAL DO NOVO
TESTAMENTO 
1. O ministério quíntuplo
2. O serviço de diáconos e presbíteros 
III – AS QUALIFICAÇÕES PARA O MINISTÉRIO
1. Qualificações de natureza moral 
2. Qualificações de natureza social 
3. Qualificados para o ministério 

TEXTO ÁUREO
“E ele mesmo deu uns para apóstolos, e outros para profetas, e outros para evangelistas, e outros para pastores e doutores.” (Ef 4.11)
VERDADE PRÁTICA
Os dons ministeriais foram dados com o objetivo de edificar a Igreja e promover a maturidade de seus membros.
LEITURA DIÁRIA
Segunda – 1 Tm 3.1 A excelência do chamado ministerial
Terça – 1 Pe 2.9 O sacerdócio universal de todos os crentes
Quarta – Ef 4.11 O ministério quíntuplo da Igreja  
Quinta – At 6.1-7 A instituição do diaconato
Sexta – 1 Tm 3.2-7 As qualificações morais do ministério
Sábado – Tt 1.7 Qualificações de natureza social do ministério 
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE - Efésios 4.11-16
11 - E ele mesmo deu uns para apóstolos, e outros para profetas, e outros para evangelistas, e outros para pastores e doutores, 
12 - querendo o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para edificação do corpo de Cristo, 
13 - até que todos cheguemos à unidade da fé e ao conhecimento do Filho de Deus, a varão perfeito, à medida da estatura completa de Cristo, 
14 - para que não sejamos mais meninos inconstantes, levados em roda por todo vento de doutrina, pelo engano dos homens que, com astúcia, enganam fraudulosamente. 
15 - Antes, seguindo a verdade em amor, cresçamos em tudo naquele que é a cabeça, Cristo, 
16 - do qual todo o corpo, bem-ajustado e ligado pelo auxílio de todas as juntas, segundo a justa operação de cada parte, faz o aumento do corpo, para sua edificação em amor.
HINOS SUGERIDOS:  93, 115, 132 da Harpa Cristã
PLANO DE AULA
1. INTRODUÇÃO
Prezado(o) professor(a), nesta lição, veremos a natureza do ministério sacerdotal praticado entre os hebreus na Antiga Aliança, bem como do exercício ministerial na Nova Aliança. De modo geral, todo crente é chamado a exercer o sacerdócio universal conforme o propósito divino predeterminado para sua Igreja. Em contrapartida, quanto aos ofícios ministeriais, o Senhor escolheu pessoas específicas para edificar a igreja por meio dos dons ministeriais, visando o aperfeiçoamento dos santos.   
2. APRESENTAÇÃO DA LIÇÃO
A) Objetivos da Lição: I) Apresentar a doutrina bíblica do ministério sacerdotal observada na Antiga Aliança e praticada pelos crentes na Nova Aliança; II) Elencar os cargos ministeriais instituídos na Igreja Primitiva; III) Explicar as qualificações de natureza moral e social exigidas para o exercício ministerial.
B) Motivação: O crente foi chamado por DEUS para exercer o sacerdócio real e, como nação santa, anunciar as virtudes do Reino Celestial. Como sacerdote da Nova Aliança, o crente oferece a DEUS sacrifícios agradáveis, isto é, a própria vida em serviço santo e o louvor como fruto dos lábios. Além disso, o crente intercede pelos salvos e proclama a salvação aos que precisam ser alcançados.  
C) Sugestão de Método: Nesta lição, a classe estudará a natureza dos dons ministeriais e suas respectivas características. Para verificar o nível de conhecimento dos seus alunos acerca dos dons ministeriais, solicite que a classe registre em uma folha de papel à parte quais são as qualificações exigidas para o exercício ministerial, conforme estão registradas nas Cartas Pastorais de 1 Timóteo, 2 Timóteo e Tito. 
3. CONCLUSÃO DA LIÇÃO
A) Aplicação: A multiforme sabedoria de DEUS encarregou a cada crente com qualificações específicas para o exercício de dons ministeriais e espirituais específicos. Cabe ao crente buscar o discernimento para identificar a natureza do seu chamado espiritual.  
4. SUBSÍDIO AO PROFESSOR
A) Revista Ensinador Cristão. Vale a pena conhecer essa revista que traz reportagens, artigos, entrevistas e subsídios de apoio à Lições Bíblicas Adultos. Na edição 96, p. 39, você encontrará um subsídio especial para esta lição.
B) Auxílios Especiais: Ao final do tópico, você encontrará auxílios que darão suporte na preparação de sua aula: 1) O texto “‘A Geração Eleita, o Sacerdócio Real’ (1 Pe 2.9,10)”, localizado depois do primeiro tópico, aponta para a natureza do chamado sacerdotal da Igreja e sua missão como anunciadora das virtudes do Reino de Deus; 2) O texto “O chamado para o Ministério”, ao final do terceiro tópico, destaca a rica diversidade, produzida pela obra do ESPÍRITO  SANTO, dentro da admirável unidade do Corpo de Cristo.
PALAVRA-CHAVE - Ministério

COMENTÁRIO - INTRODUÇÃO
Nesta lição, veremos o ministério em suas diferentes funções e ofícios, bem como as qualificações que, biblicamente, são exigidas para o seu exercício. Primeiramente, mostraremos que, de modo bíblico, todo cristão exerce um ministério sacerdotal que o habilita a ministrar diante de Deus. Nesse sentido, não há diferença entre o membro e a liderança. Todos são sacerdotes de Deus. Por outro lado, as Escrituras mostram claramente que DEUS escolheu determinadas pessoas para funções e ofícios específicos. Esses ministros chamados por DEUS têm a função de servir à Igreja de CRISTO e trabalhar no aperfeiçoamento dos santos.    
I – O MINISTÉRIO SACERDOTAL DE TODO 
CRENTE
1. O Sacerdócio no Antigo Testamento  
A prática do sacerdócio é bem antiga entre os hebreus. Ela saiu da esfera familiar para se tornar uma complexa prática cerimonialista. Dessa forma, a evolução do sacerdócio na Antiga Aliança é como segue: (1) no princípio, quando surgiu a necessidade de se oferecer sacrifícios, os cabeças das famílias eram seus próprios sacerdotes (Gn 4.3; Jó 1.5);  (2) Assim, na era dos patriarcas, encontramos o chefe da família exercendo essa função (Gn 12.8); (3) Israel, como nação, foi posta como sacerdote para outros povos (Êx 19.6); (4) no Monte Sinai, o Senhor limitou a prática sacerdotal à família de Arão e à tribo de Levi (Êx 28.1; Nm 3.5-9).
2. Uma doutrina bíblica confirmada no Novo 
Testamento 
O Novo Testamento apresenta o sacerdócio da Antiga Aliança como um tipo de CRISTO (Hb 8.1) que operou o derradeiro sacrifício pelos pecados do povo. Assim, não mais uma família, tribo ou nação é detentora do sistema sacerdotal. Agora, é a Igreja que constitui o sacerdócio universal de todos os crentes (1 Pe 2.5; Ap 5.10; cf. Jr 31.34). Logo, se debaixo da Antiga Aliança o sacerdote era um ministro do culto, agora, sob a Nova Aliança, como sacerdotes, oferecemos o próprio corpo em sacrifício vivo (Rm 12.1,2); ministramos o louvor como fruto de nossos lábios (Hb 13.15); intercedemos pelos outros (1 Tm 2.1; Hb 10.19,20); proclamamos as virtudes daquele que nos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz (1 Pe 2.9); e mantemos comunhão direta com DEUS(2 Co 13.13).
3. Uma doutrina bíblica resgatada na Reforma 
Protestante 
No catolicismo romano, o sacerdócio é limitado à figura dos padres. Não há a função sacerdotal para os membros da igreja. Nesse caso, o Papa é considerado o vigário de CRISTO na Terra. Por isso, cabe destacar aqui que o resgate da doutrina bíblica do sacerdócio universal dos crentes, tal qual se encontra no Novo Testamento, foi uma obra da Reforma Luterana do século 16. Para o reformador alemão, “qualquer cristão verdadeiro participa dos benefícios de CRISTO e da Igreja”. A Reforma pregou um retorno radical às Escrituras, como bem definiu seu slogan no Sola Scriptura (somente a Escritura). Nas páginas das Escrituras Sagradas, podemos ver a grandeza dessa preciosa doutrina.
SINÓPSE I - A doutrina bíblica do sacerdócio universal do crente é um fato na Nova Aliança. A Igreja constitui o sacerdócio universal de todos os crentes
AMPLIANDO O CONHECIMENTO
SACERDÓCIO UNIVERSAL DO CRENTE
“A Igreja, no decurso dos séculos, sempre tendeu a dividir-se em duas categorias gerais: o clero (gr.klęros – ‘sorte, porção’, isto é, porção que DEUS separou para si) e o laicato (gr. laos - povo). O Novo Testamento, no entanto, não faz uma distinção tão marcante. Pelo contrário, a ‘porção’ ou klęros de Deus, sua própria possessão, refere-se a todos os crentes nascidos de novo, e não somente a um grupo seleto.” Amplie mais o seu conhecimento, lendo a obra Teologia Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal, Editora CPAD, p.564.
Auxílio Devocional
“‘A GERAÇÃO ELEITA, O SACERDÓCIO REAL’ 
(1 PE 2.9,10)
É simplesmente correto que nós decidamos viver de acordo com os valores de Deus, pois Ele nos escolheu. No Antigo Testamento, os sacerdotes oficiavam em sacrifícios e lideravam a adoração a Deus. Na cultura romana do século I, os sacerdotes pagãos também lideravam os adoradores na oferta de sacrifícios e louvores aos deuses. Em ambos os contextos, servir como sacerdote era considerado uma grande honra. Assim, a imagem de sacerdócio real cristão era clara e poderosa. Nós, que, por causa do pecado, nem mesmo éramos um povo de Deus, fomos chamados das trevas e recebemos a posição mais elevada!
Nos tempos antigos, a pedra de esquina era a âncora do alicerce de um edifício. Os textos de Salmos 118.22 e Isaías 28.16, que se referem a pedras de esquina, foram interpretados, por rabinos de Israel, como tendo implicações messiânicas e são aplicados a JESUS nos Evangelhos (Mt 24.42; Mc 12.10; Lc 20.17), por Paulo (Rm 9.33; Ef 2.20) e por Pedro. JESUS CRISTO é o alicerce da nossa fé, como também da igreja; nEle, os crentes são pedras vivas (1 Pe 2.4-7). É simplesmente apropriado, então, que sirvamos como sacerdotes e ‘anunciemos as virtudes’ daquele que nos chamou das trevas para a luz” (RICHARDS, Lawrence O. Comentário Devocional da Bíblia. Rio de Janeiro: CPAD, 2012, p.965). 
II – A ESTRUTURA MINISTERIAL DO NOVO
TESTAMENTO 
1. O ministério quíntuplo
O texto de Efésios 4.11 diz que DEUS pôs na Igreja apóstolos, profetas, evangelistas, pastores e mestres. Essa relação é descrita comumente como “ministério quíntuplo” da Igreja. 
a) Apóstolo. Alguém enviado em uma missão (Mt 10.2; Lc 22.14; At 13.2). Alguns requisitos podem ser destacados para alguém ser um apóstolo: Ter estado com o Senhor JESUS (At 1.21,22); ter sido uma testemunha da ressurreição de JESUS (At 1.22); ter visto o Senhor (At 9.1-5); ter operado sinais e maravilhas (2 Co 12.1-5). Assim, no Novo Testamento, o apostolado pode ser visto mais como uma função do que um ofício. 
b) Profeta. O profeta era alguém inspirado e autorizado para falar em nome de Deus. Nesse aspecto, ele era um porta-voz de Deus. No Novo Testamento, o profeta exortava e consolava (At 15.32) e trazia revelação do futuro (At 11.27-29). Contudo, a Escritura distingue o ministério de profeta do dom da profecia. Assim, somente alguns eram chamados para ser profetas (Ef 4.11) enquanto todos poderiam exercer o dom da profecia (1 Co 14.5,31). 
c) Evangelista. É alguém cujo ministério é centrado na salvação de almas (At 8.5; 21.8). 
d) Pastores e mestres. O pastor possui a função de apascentar (Jo 21.16) enquanto o mestre, a de ensinar (Rm 12.7). 
2. O serviço de diáconos e presbíteros 
O Novo Testamento mostra como o diaconato foi instituído (At 6.1-7). O sentido do verbo grego diakoneo é “servir” e ocorre 37 vezes ao longo do Novo Testamento. Esse significado aparece em Atos 6.2. Da mesma forma, o substantivo grego diakonia, ocorre 34 vezes no texto neotestamentário. Ele também aparece com esse sentido de “servir” em Atos 6.1. À luz do contexto de Atos 6, observamos que o diaconato era um serviço dedicado mais à esfera social da igreja. Por outro lado, o presbyteros, traduzido como “presbíteros”, ocorre 66 vezes no texto grego do Novo Testamento. Em Atos 14.23, o termo é usado para se referir aos anciãos que presidiam as igrejas. Esse mesmo sentido é usado por Lucas em Atos 20.17, quando Paulo se encontra com os presbíteros de Éfeso. Dessa forma, o presbítero era alguém que supervisionava, presidia ou ainda exercia alguma função pastoral.
SINÓPSE II – DEUS pôs na Igreja apóstolos, profetas, evangelistas, pastores e mestres. 
III – AS QUALIFICAÇÕES PARA O MINISTÉRIO
1. Qualificações de natureza moral 
O apóstolo Paulo expõe as qualificações para o exercício ministerial nas suas cartas pastorais (1 Tm 3.1-15; Tt 1.5-9). Aqui listamos apenas algumas delas: Não apegado ao dinheiro, ou seja, não avarento (1 Tm 3.3); ser irrepreensível (1 Tm 3.2; Tt 1.6), ou seja, alguém que não possua nenhuma acusação válida (1 Tm 3.10), o que não significa ausência de pecado, mas uma vida pessoal ilibada, acima de qualquer acusação legítima e de algum escândalo público. 
2. Qualificações de natureza social 
Ao longo das cartas pastorais, verificamos também a necessidade de qualificações de natureza social, tais como: o aspirante ao ministério não pode ser soberbo, isto é, arrogante e orgulhoso (Tt 1.7), uma pessoa de difícil convívio social, alguém que, devido a sua soberba, mantém-se obstinado em sua própria opinião, age com teimosia e arrogância; o aspirante também não pode ser irascível (Tt 1.7), truculento, violento, aquele que possui um temperamento mais colérico, uma pessoa que não pensa duas vezes antes de agir de forma descontrolada contra outro, desqualificando-o para ser ministro do Senhor. 
3. Qualificados para o ministério 
De acordo com as cartas pastorais, podemos afirmar que há qualificações claras para o exercício do ministério da Igreja de Cristo. Nesse sentido, os ministros do Corpo de CRISTO têm como requisitos inegociáveis para o exercício do ministério as qualificações morais e sociais conforme estudados aqui.   
SINÓPSE III - Há qualificações claras para o exercício do ministério na Igreja de Cristo.
Auxílio Teológico
“O CHAMADO PARA O MINISTÉRIO
Paulo salientou, com muito critério, uma importante verdade concernente à diversidade de ministérios (Rm 12.3-8; 1 Co 12.1-30). Dentro da admirável unidade do Corpo de Cristo, produzida pela obra do ESPÍRITO  SANTO, há uma rica diversidade. Nem todos os ministérios têm a mesma função, o mesmo dom ou o mesmo ofício. Assim como o corpo humano tem uma grande variedade de órgãos a fim de funcionar apropriadamente, o Corpo de CRISTO requer diversidade de ministérios para que a Igreja possa cumprir com eficiência as ordens de Cristo. Na ‘diversidade da unidade’, brilha o interesse de DEUS pelo indivíduo. A despeito de função, dom ou ofício: a despeito de quão atraente, ou oculta, seja a tarefa confiada a alguém, todos, aos olhos de Deus, são importantes. Cada crente será recompensado de acordo com a sua fidelidade”
(MENZIES, Willian W.; HORTON, Stanley M. Doutrinas Bíblicas: Os Fundamentos da Fé Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 1996, p.153).
CONCLUSÃO
Nesta lição, vimos o ministério sob diferentes aspectos. Vimos que a doutrina do sacerdócio universal dos crentes é inteiramente bíblica. Todo crente tem o privilégio de apresentar a si mesmo e a outros diante de Deus, sem a necessidade de mediadores terrenos. Vimos também que DEUS pôs na Igreja alguns para o exercício de determinadas funções específicas. Esses ministérios devem ser vistos como dons de DEUS à Igreja.
REVISANDO O CONTEÚDO
1. Como o Novo Testamento apresenta o sacerdócio da Antiga Aliança?
O Novo Testamento apresenta o sacerdócio da Antiga Aliança como um tipo de CRISTO (Hb 8.1) que operou o derradeiro sacrifício pelos pecados do povo.
2. Qual movimento histórico fez o resgate da doutrina bíblica do sacerdócio universal de todos os crentes?
Foi uma obra da Reforma Luterana do século 16.
3. Cite os cinco ministérios de Efésios 4.11.
O texto de Efésios 4.11 diz que DEUS pôs na Igreja apóstolos, profetas, evangelistas, pastores e mestres.
4. Segundo a lição, qual é a distinção entre o ministério de Profeta e o dom da profecia?
A Escritura distingue o ministério de profeta do dom da profecia. Assim, somente alguns eram chamados para ser profetas (Ef 4.11) enquanto todos poderiam exercer o dom da profecia (1 Co 14.5,31).
5. Quais as naturezas da qualificação ministerial?
São duas: qualificação de natureza moral e qualificação de natureza social.
VOCABULÁRIO
Derradeiro: o último, não é sucedido por nenhum outro.  
Veterotestamentário: Relativo ao Antigo Testamento. 
Neotestamentário: Relativo ao Novo Testamento. 
Vigário: Religioso que, investido de autoridade, exerce em seu nome suas funções.